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Cidadania moral e ética Direção de Arte
6o ano do Ensino Fundamental Elto Koltz

Armando Moraes Direitos reservados à


Maria Soledade da Costa Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda.
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ISBN: 978-85-7797-736-9
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Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

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Introdução

Apesar de, por vezes, serem tratadas como sinônimos, Para que esse primeiro passo em direção à formação
as palavras moral e a ética têm sentidos diferentes, e de um cidadão ativo e consciente seja dado, é impor-
é de extrema importância que a consciência de cada tante que apresentemos um panorama histórico sobre a
um desses conceitos faça parte da formação dos estu- concepção moral de cada época e cultura, como marca
dantes, desde o Ensino Fundamental. É por meio dessa das várias sociedades existentes. A evolução social é um
compreensão que os alunos terão, talvez, o primeiro fator determinante para aguçar a percepção dos alunos
contato com a noção de responsabilidade social que sobre a inconstância do conceito, trazendo, dessa for-
cada cidadão possui por direito e dever. ma, a ideia de que podemos e devemos questioná-lo,
Essa introdução às problemáticas sociais tem a função com o intuito de estabelecer uma sociedade harmonio-
de trazer à percepção do aluno o seu papel de agen- sa para todos os cidadãos.
te social. Por isso, é muito importante que, para que Explicar que, em certas épocas, a existência da escra-
essa consciência social seja plenamente desenvolvida, vidão sequer era discutida sob o viés da ética; o feminis-
a discussão sobre a moral e a ética seja alimentada em mo não era uma causa válida, já que era perfeitamente
sala de aula, sempre incentivando o aluno a colocar o natural haver desigualdade de gênero; e práticas de
seu ponto de vista como elemento fundamental para a tortura eram consideradas um procedimento de corre-
construção do conhecimento. É preciso, também, que ção, por exemplo, nos dá a dimensão do desafio que é
os debates se apoiem em situações reais, onde o estu- a prática educacional dos conceitos de moral e ética.
dante deverá refletir sobre a sua prática social cotidiana. Esses assuntos precisam ser revistos e reavaliados cons-
Assim, buscamos desenvolver a sua autonomia ética, tantemente, de modo a abarcar, refletir e posicionar-se
seu potencial para avaliar as suas atitudes sob uma vi- a respeito dos valores contemporâneos.
são consciente da moral.
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Manual do Educador – 6o ano III

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Agência Brasil
Esses objetivos estão colocados no Programa Ética e
Cidadania, módulo voltado para a formação dos pro-
fessores, planejado pelo Ministério da Educação. Para
que essas ações sejam amplamente executadas, é ne-
cessário compreendermos melhor a expressão valores
desejados.
Quando falamos dessas normas, estamos nos refe-
rindo ao núcleo moral de uma sociedade, isto é, aos
valores escolhidos para mediar o convívio entre os in-
divíduos integrantes dessa sociedade. Assim, o ensino
de Cidadania Moral e Ética não está inserido em uma
perspectiva de relativismo moral ou liberdade absoluta
para seguir valores individuais. Isso porque, para que a
sociedade democrática possa funcionar, é fundamental
que exista um consenso, um conjunto mínimo de valo-
res regentes. Alguns desses valores estão explicitados,
como tópicos da Constituição, e devem ser tomados
como referência em sala de aula.

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Assim, em meio à fluidez de conceitos e visões, a obri-
gatoriedade da disciplina Cidadania Moral e Ética repre-
senta um grande salto pedagógico. Isso faz com que
a escola e os professores deixem de trabalhar apenas
indiretamente ou de maneira difusa as dimensões da
moral e da ética e passem a articular o que tem sido
chamado de valores universalmente desejáveis, ba-
seados na Declaração Universal dos Direitos Humanos
e, mais especificamente, na Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgada em 1988.
A partir desses valores, você, professor, deve praticar
suas ações pedagógicas no sentido de:
• Compreender os fundamentos da ética e da mora-
lidade e como seus princípios e normas podem ser
trabalhados no cotidiano das escolas e da comuni-
dade.
• Compreender e introduzir no dia a dia das escolas o
trabalho sistemático e intencional sobre valores de-
sejados por nossa sociedade.

IV Cidadania Moral e Ética

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A República Federativa do Brasil tem como funda- Art. 5o


mentos: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
Art. 1o trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
I - A soberania. à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
II – A cidadania. priedade [...].
III – A dignidade da pessoa humana.
I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obri-
IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
gações, nos termos desta Constituição.
V – O pluralismo político.
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa se não em virtude da lei.
No que se refere aos seus objetivos enquanto Repú-
III – Ninguém será submetido a tortura nem a trata-
blica Federativa, a Constituição enumera os seguintes
mento desumano ou degradante.
propósitos:
IV – É livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
dado o anonimato.
Art. 3o
VI – É inviolável a liberdade de consciência e de cren-
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
ça, sendo as segurado o livre exercício dos cultos reli-
II – Garantir o desenvolvimento nacional.
giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lo-
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
cais de culto e a suas liturgias.
as desigualdades sociais e regionais.
VIII – Ninguém será privado de direitos por motivo de
IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
de discriminação.
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
tiva, fixada em lei.
Quanto a alguns dos direitos individuais listados na
IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artísti-
Constituição, destacamos que:
ca, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença.

Manual do Educador – 6o ano V

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Esses valores nos dão uma ideia do núcleo moral pre- ver o respeito a esses direitos e essas liberdades e, pela
sente em nossa sociedade, o que nos impede de viver adoção de medidas progressivas de caráter nacional e
em estado de anomia — ausência de valores que re- internacional, por assegurar o seu reconhecimento e
gem a sociedade, ficando a cargo de cada indivíduo o a sua observância universais e efetivos, tanto entre os
estabelecimento de suas condutas morais e éticas. Com povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os
a anomia, a democracia torna-se impraticável, dado a povos dos territórios sob sua jurisdição.
falta de organização e entendimento mínimo entre os
integrantes da coletividade.
Podemos pensar que, em um regime democrático,
que valoriza e incentiva preceitos como liberdade e
diversidade, é contraditório que haja um conjunto de
valores a ser seguido por todos. Acontece, porém, que
alguns entendem que a expressão de liberdade é, na
verdade, a afirmação da inferioridade (étnica, social, ra-
cial ou de gênero) de outro indivíduo, que, por sua vez,
tem a liberdade subjugada. É por isso — para que todos
os integrantes sociais possam usufruir da mesma liber-
dade e dos mesmos direitos sem pôr em risco o direito
alheio — que um conjunto de valores se faz necessário.
E é neste sentido que a matéria de Cidadania Moral e
Ética torna-se fundamental: para apresentar e estabele-
cer fronteiras morais e éticas que garantam a convivên-
cia harmoniosa e o fortalecimento do nosso país.
Os itens que vimos anteriormente acerca dos valores
que regem o Brasil pretendem, por sua vez, alinhar-se
à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa de-
claração foi proclamada em 1948 pela Organização das
Nações Unidas (ONU) — organização internacional for-
mada por vários países com o objetivo de trabalhar pela
paz e pelo desenvolvimento mundial. Vejamos:

“A Assembleia Geral proclama a presente Declaração


Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum
a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se
esforce, através do ensino e da educação, por promo-
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VI Cidadania Moral e Ética

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Artigo I Artigo V
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem ou castigo cruel, desumano ou degradante.
agir em relação umas às ou- tras com espírito de frater-
nidade. Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares,
Artigo II reconhecida como pessoa perante a lei.
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem Artigo VII
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual-
língua, religião, opinião política ou de outra nature- quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito
za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou a igual proteção contra qualquer discriminação que vio-
qualquer outra condição. le a presente Declaração e contra qualquer incitamento
a tal discriminação.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu- Artigo VIII
rança pessoal. Toda pessoa tem direito a receber dos tributos na-
cionais competentes remédio efetivo para os atos que
Artigo IV violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhe-
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão. A cidos pela constituição ou pela lei.
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em
todas as suas formas.
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Manual do Educador – 6o ano VII

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Artigo IX omissão que, no momento, não constituíam delito


Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi- perante o direito nacional ou internacional. Tam-
lado. pouco será imposta pena mais forte do que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao ato
Artigo X delituoso.
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma
audiência justa e pública por parte de um tribunal in- Artigo XII
dependente e imparcial, para decidir de seus direitos e Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri-
deveres ou do fundamento de qualquer acusação cri- vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon-
minal contra ela. dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda
pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interfe-
Artigo XI rências ou ataques.
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o di-
reito de ser presumida inocente até que a sua culpa- Artigo XIII
bilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção
julgamento público, no qual lhe tenham sido asse- e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
guradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país,
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou inclusive o próprio, e a este regressar.

VIII Cidadania Moral e Ética

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Artigo XIV sociedade com outros.
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro-
de procurar e de gozar asilo em outros países. priedade.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de per-
seguição legitimamente motivada por crimes de di- Artigo XVIII
reito comum ou por atos contrários aos propósitos Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
e princípios das Nações Unidas. consciência e religião; este direito inclui a liberdade de
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar
Artigo XV essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacio- público ou em particular.
nalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XIX
Artigo XVI Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex-
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qual- pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe-
quer restrição de raça, nacionalidade ou religião, rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
família. Gozam de iguais direitos em relação ao ca- dentemente de fronteiras.
samento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e Artigo XX
pleno consentimento dos nubentes. 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e
associação pacíficas.
Artigo XVII 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em associação.
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IX

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Artigo XXI Artigo XXIII
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover- 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha
no de seu país, diretamente ou por intermédio de de emprego, a condições justas e favoráveis de tra-
representantes livremente escolhidos. balho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a
público do seu país. igual remuneração por igual trabalho.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu-
governo; esta vontade será expressa em eleições pe- neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
riódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto como à sua família, uma existência compatível com
secreto ou processo equivalente que assegure a li- a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
berdade de voto. necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne-
Artigo XXII les ingressar para proteção de seus interesses.
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito
à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, Artigo XXIV
pela cooperação internacional e de acordo com a orga- Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a
nização e recursos de cada Estado, dos direitos econô- limitação razoável das horas de trabalho e férias perió-
micos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade dicas remuneradas.
e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

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X Cidadania Moral e Ética

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Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses


morais e materiais decorrentes de qualquer produção
científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo XXVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter-
nacional em que os direitos e as liberdades estabele-
cidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados.

Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar,
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuida-
dos médicos e os serviços sociais indispensáveis, e
direito à segurança em caso de desemprego, doen-
ça, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de per-
da dos meios de subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e
Artigo XXVI
assistência especiais. Todas as crianças nascidas den-
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será
tro ou fora do matrimônio gozarão da mesma pro-
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fun-
teção social.
damentais. A instrução elementar será obrigatória.
A instrução técnico-profissional será acessível a to-
dos, bem como a instrução superior, esta baseada
no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno de-
senvolvimento da personalidade humana e do for-
talecimento do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais. A instrução promo-
verá a compreensão, a tolerância e a amizade en-
tre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol
da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gê-
nero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo XXVII
Toda pessoa tem o direito de participar livremente da
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de par-
ticipar do processo científico e de seus benefícios.
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Manual do Educador – 6o ano XI

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Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade,
na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua per-
sonalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pes-
soa estará sujeita apenas às limitações determina-
das pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar
o devido reconhecimento e respeito dos direitos e
das liberdades de outrem e de satisfazer às justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-
-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósi-
tos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qual-
quer atividade ou praticar qualquer ato destinado à
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.”

Recorremos, aqui, à Constituição e à Declaração de


Direitos Humanos porque acreditamos que elas devem
estar em nosso horizonte quando falamos da prática
pedagógica. No entanto, reforçamos a ideia de que as
considerações a respeito da ética e da moral não são
modelos estanques a serem repassados para os estu-
dantes. Toda e qualquer norma ou regra representa uma
resposta a um determinado tempo/período histórico. É
por isso que nós, professores, devemos ter em mente
que trabalhamos com princípios passíveis de mudança,
e não com mandamentos. E, assim, devido ao caráter
abstrato dos valores morais e éticos, nosso papel pe-
dagógico e formativo deve basear-se na intenção de
colocar os alunos dentro desse processo de construção
contínua de valores, de modo a torná-los seres eman-
cipados e autônomos para agirem criticamente perante
os preceitos morais e éticos.
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XII Cidadania Moral e Ética

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O ensino baseado nos Parâmetros
Curriculares Nacionais

Tendo em vista estabelecer padrões que ajudem a sitam ser levadas em conta para que a igualdade seja
promover uma educação comprometida com a moral, efetivamente alcançada.
a ética e a cidadania, os PCN propõem os seguintes tó-
picos a serem trabalhados no Ensino Fundamental: Participação: Como princípio democrático, traz a no-
ção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade
Dignidade da pessoa humana: Implica respeito aos entre a representação política tradicional e a participa-
direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer ção popular no espaço público, compreendendo que
tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo não se trata de uma sociedade homogênea, e sim mar-
nas relações interpessoais, públicas e privadas. cada por diferenças.

Igualdade de direitos: Refere-se à necessidade de Corresponsabilidade pela vida social: Implica par-
garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de tilhar com os poderes públicos e diferentes grupos
exercício de cidadania. Para tanto, há que se considerar sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos
o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabili-
(étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religio- dade de todos a construção e ampliação da democracia
sas, etc.) e desigualdades (socioeconômicas) que neces- no Brasil.

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Manual do Educador – 6o ano XIII

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A importância do ensino de
Cidadania Moral e Ética na escola
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O ambiente escolar, além dos outros papéis, repre- Essa consciência dos valores morais, no entanto, não
senta um microcosmo da sociedade. O primeiro conta- deve ser imposta. É evidente que os estudantes devem
to com indivíduos que não fazem parte da nossa família saber diferenciar o certo e o errado, mas essa avaliação
e com os quais devemos estabelecer outro tipo de re- deve partir deles, de acordo com o conhecimento de
lação se dá no colégio. Essa é a nossa primeira vivência suas responsabilidades, com a evolução do seu senso
social. Lá aprendemos que temos, invariavelmente, de- crítico e a sua capacidade de decisão. Os estudantes
veres e direitos que devem ser seguidos e respeitados precisam assumir a sua prática, e não apenas seguir o
por todos que compõem aquela realidade. estabelecido, sem nenhum exercício de reflexão.
A formação do ser humano precede a formação do tra-
O papel da escola se estende para além da transmis- balhador. A educação existe antes para que possamos
são de conhecimento ou formação profissional. discutir, estabelecer e ajustar as normas sociais. Dessa
forma, o objetivo social da escola deve estar voltado para
Nesse local, a intenção primeira é a de ajudar a de- a formação de um cidadão consciente de suas ações e
senvolver as capacidades, a consciência, a compreen- obrigações e ativo na construção permanente da socie-
são de si mesmo, do outro e da sociedade. E é por dade. Por isso, a inclusão da matéria Cidadania Moral e
meio dessa experiência cotidiana que nos adequamos Ética no currículo do Ensino Fundamental e Médio é es-
às demandas sociais. sencial para o desenvolvimento social dos estudantes.

XIV Cidadania Moral e Ética

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Objetivos fundamentais
para o ensino de Ética

Levando em consideração que o volume de conhe- A adoção de atitudes solidárias, de cooperação, e re-
cimento produzido pela humanidade não pode ser púdio às injustiças e discriminações. A reflexão é apenas
completamente explorado em sala de aula, mesmo que o primeiro passo para uma atitude ética. É preciso que,
durante os doze anos previstos para a conclusão do En- além dos debates e preocupações sociais, nós sejamos
sino Fundamental e Médio, é fundamental que exista o reflexo do nosso discurso.
uma seleção de conteúdos que consideramos indispen- A compreensão da vida escolar como participação no
sáveis para a formação de um indivíduo. espaço público, utilizando e aplicando os conhecimen-
A inclusão do conteúdo de Cidadania Moral e Ética foi tos adquiridos na construção de uma sociedade demo-
aprovada no Senado no ano de 2012. As considerações crática e solidária.
do MEC sobre os objetivos a serem atingidos, durante o A valorização e o emprego do diálogo como forma de
Ensino Fundamental, são: esclarecer os conflitos e tomar decisões coletivas. Por
A compreensão do significado de justiça e a cons- isso a importância da construção dos debates no de-
cientização da construção de uma sociedade igualitária, senvolvimento da capacidade argumentativa.
tendo em vista a necessidade de internalizar e assimilar A construção de uma imagem positiva de si, o respei-
esse conceito na prática, para que possamos formar su- to próprio traduzido pela confiança em sua capacidade
jeitos sociais ativos. de escolher e realizar seu projeto de vida e pela legiti-
O respeito pelas diferenças — seja ela de credo, cor, mação das normas morais que garantam, a todos, essa
gênero, etc.—, fundamental ao convívio em uma so- realização.
ciedade democrática e pluralista; e a compreensão da Para que possamos atingir as metas estabelecidas, é
diversidade como uma oportunidade de ampliação do necessário que não só o professor de Cidadania Moral e
conhecimento, promoção do desenvolvimento pessoal Ética esteja comprometido, mas que todos os professo-
e social e enriquecimento dos processos de aprendi- res tenham em mente a responsabilidade da educação e
zagem. da conscientização social no processo de aprendizagem.
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Manual do Educador – 6o ano XV

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A educação e a construção da cidadania

Ulisses F. Araújo

cação de todos (crianças, jovens e adultos), a partir de


princípios coerentes com esses objetivos, e com a inten-
ção explícita de promover a cidadania pautada na de-
mocracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na par-
ticipação ativa de todos os membros da sociedade nas
decisões sobre seus rumos. Dessa maneira, pensar em
uma educação para a cidadania torna-se um elemento
essencial para a construção da democracia social.
Entendemos que tal forma de educação deve visar,
também, ao desenvolvimento de competências para li-
dar com: a diversidade e o conflito de ideias, as influên-
cias da cultura e os sentimentos e emoções presentes
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nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo


à sua volta.
Uma questão a ser apontada é que, atualmente, as
crianças e os adolescentes vão à escola para aprender
as Ciências, a Língua, a Matemática, a História, a Física, a
Geografia, as Artes, e apenas isso. Não existe o objetivo
Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um explícito de formação ética e moral das futuras gerações.
conjunto de direitos e de deveres que permite aos ci- Entendemos que a escola, enquanto instituição pública
dadãos a participação na vida política e na vida pública, criada pela sociedade para educar as futuras gerações,
podendo votar e serem votados, fazendo parte ativa- deve-se preocupar também com a construção da cida-
mente na elaboração das leis e do exercício de funções dania, nos moldes que atualmente a entendemos. Se
públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado os pressupostos atuais da cidadania têm como base
da cidadania possui contornos mais amplos, que ex- a garantia de uma vida digna e a participação na vida
trapolam o sentido de apenas atender às necessidades política e pública para todos os seres humanos, e não
políticas e sociais, e assume como objetivo a busca por apenas para uma pequena parcela da população, essa
condições que garantam uma vida digna às pessoas. escola deve ser democrática, inclusiva e de qualidade,
Entender a cidadania a partir da redução do ser hu- para todas as crianças e adolescentes. Para isso, deve
mano às suas relações sociais e políticas não é coeren- promover, na teoria e na prática, as condições mínimas
te com a multidimensinalidade que nos caracteriza e para que tais objetivos sejam alcançados na sociedade.
com a complexidade das relações que cada um e to- Mas como os valores são apropriados pelos sujei-
das as pessoas estabelecem com o mundo à sua volta. tos? Adotamos a premissa de que os valores não são
Deve-se buscar compreender a cidadania também sob nem ensinados, nem nascem com as pessoas. Eles são
outras perspectivas, por exemplo, considerando a im- construídos na experiência significativa que as pessoas
portância que o desenvolvimento de condições físicas, estabelecem com o mundo. Essa construção depende
psíquicas, cognitivas, ideológicas, científicas e culturais diretamente da ação do sujeito, dos valores implícitos
exerce na conquista de uma vida digna e saudável para nos conteúdos com que interage no dia a dia e da qua-
todas as pessoas. lidade das relações interpessoais estabelecidas entre o
Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a edu- sujeito e a fonte dos valores.

XVI Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 16 05/01/17 17:46


Ética

Na Filosofia, o campo que se ocupa da reflexão sobre das pessoas, seu projeto pessoal e também sua capaci-
a moralidade humana recebe a denominação de Ética. dade de universalização, que deve ser exercida dialogi-
Estes dois termos, ética e moral, têm significados pró- camente, pois, dessa maneira, elas poderão ajudar na
ximos e, em geral, referem-se ao conjunto de princípios construção do melhor mundo possível, demonstrando
ou padrões de conduta que regulam as relações dos saber que são responsáveis pela realidade social.
seres humanos com o mundo em que vivem. De forma específica, lidar com a dimensão comuni-
Uma educação ancorada em tais princípios deve con- tária, dialogar com a realidade cotidiana e as normas
verter-se em um âmbito de reflexão individual e coletiva vigentes nos remete ao trabalho com a diversidade hu-
que permita elaborar racionalmente e autonomamente mana, à abordagem e ao desenvolvimento de ações
princípios gerais de valor, que ajudem a defrontar-se que enfrentem as exclusões, os preconceitos e as discri-
criticamente com realidades como a violência, a tortura minações advindos das distintas formas de deficiência
ou a guerra. De forma específica, educação ética e mo- e das diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas,
ral deve ajudar na análise crítica da realidade cotidiana culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de gênero.
e das normas sociais e morais vigentes, de modo que Conceber esse trabalho na própria comunidade onde
contribua para idealizar formas mais justas e adequa- está localizada a escola, no ambiente natural, social e
das de convivência. Ainda na linha de compreensão do cultural de seu entorno, é essencial para a construção
papel da educação para a formação ética dos seres hu- da cidadania efetiva.
manos, alguns teóricos entendem que a educação dos Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/
cidadãos deve levar em conta a dimensão comunitária materiais/0000015509.pdf. Adaptado. Acessado em: 14/07/2014.
loreanto/Shutterstock.com

Manual do Educador – 6o ano XVII

ME_CMeE_6A_2017.indb 17 05/01/17 17:46


Estrutura da coleção

Com o intuito de promover uma educação plena, a unidade temática, norteadora das discussões, que é
coleção leva para a sala de aula os temas mais impor- subdividida em três seções que se intercalam para um
tantes e próximos aos alunos, para que, por meio de melhor aprofundamento do tema. Essas seções têm
textos, imagens, exercícios e debates, eles possam de- funções específicas e buscam estruturar da maneira
senvolver solidamente a sua consciência social. mais didática e agradável o conteúdo estudado. Veja-
Os capítulos que compõem os livros abrigam uma mos, a seguir, quais elas:

4 Ética no esporte
Capítulo

e no lazer
Vamos dialogar!: Esta é a única seção
que se apresenta, exclusivamente, no Vamos dialogar!
princípio de cada capítulo. Aqui, intro-
Analise as imagens e, a seguir, converse com seu
duzimos a temática por intermédio de Conhecimentos prévios professor e seus colegas sobre a relação entre as fotos

imagens. A intenção é que os alunos • Você pratica esporte com


e o tema do capítulo: Ética no esporte e no lazer.

Da esquerda para direita, de cima para baixo: Jefferson Bernardes, BlueSkyImage, wavebreakmedia, NadyaEugene/Shutterstock.com
construam suas falas a partir da memó- frequência?
• Você já presenciou
ria visual que as fotografias, somadas alguma atitude violenta
no esporte?
ao tema, despertam neles. O resultado • Na sua escola, há alguma
dessa abordagem ampla é a probabili- falta de ética no esporte?
• Quando você pratica
dade de surgirem inúmeras e valiosas atividade esportiva,
é como um lazer ou
reflexões que ajudarão na construção atividade escolar?
de sentido dos assuntos abordados.

BOOK_CMeE_6A_2017 78 15/12/16 16:15

XVIII Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 18 05/01/17 17:46


Questão de ética: Esta seção aparece depois de cada
? Questão de ética tópico proposto no capítulo. Dessa forma, podemos
nos aprofundar no conteúdo de maneira gradual e
1. “Nem toda agressão é bullying, mas todo bullying é uma forma de agressão.” Pense nisso e
desenvolva o que se pede abaixo: agradável, sem diferenciar a apreensão teórica e prá-
Resposta pessoal
Como uma agressão pode se transformar em bullying? tica. As questões têm o propósito de colocar o aluno
como protagonista, demandando reflexão para a expo-
sição do seu ponto de vista. É interessante, também,
pedir que os alunos compartilhem suas respostas a fim
2. Com base no que discutimos, responda.
a. O que significa bullying? de que toda a turma possa ser responsável, conjunta-
Essa palavra designa qualquer situação que se caracteriza por agressões intencionais,
mente, pela conclusão desses tópicos.
verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais

colegas.
b. O que envolvem as ações de bullying?

As ações de bullying envolvem ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maus-

-tratos.

3. Escreva, na cruzadinha, as palavras correspondentes às características das ações de bullying.


Em seguida, escolha uma das palavras e elabore um comentário crítico sobre ela, apresentan-
do de modo organizado sua opinião em relação à temática estudada. Resposta pessoal

I P
N Ú
T B
E L
C O N C O R D Â N C I A
Ç C
à O
R E P E T I Ç Ã O

Para refletir
8 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
Leia o texto a seguir. Depois, faça uma reflexão
com seus colegas e responda às perguntas apre-
sentadas.
BOOK_CMeE_6A_2017 8 15/12/16 16:14

Acidentes com crianças no verão

Suzanne Tucker/Shutterstock.com
Anualmente, aproximadamente seis mil crianças
morrem e 140 mil são hospitalizadas vítimas de
acidentes que poderiam ser facilmente evitados

Para Refletir: Esta seção também se interpõe entre os com cuidados básicos por parte dos adultos. E, no
verão, com as férias escolares, o índice de aciden-

textos responsáveis pelo desenvolvimento do conteú- tes é elevadíssimo.


Diversos são os fatores que influenciam o au-

do e as questões, que auxiliam nesse progresso. Nesse mento do índice de acidentes com crianças nesse
período, tais como: número elevado de viagens no

espaço, selecionamos diversos escritos que abordam o


trânsito; mais tempo ocioso em casa; mais tempo
para brincar no quintal, no mar, em lagos e rios;

assunto do capítulo sob um viés lúdico. São crônicas,


atividades com bicicletas, patins, skate, patinetes,
pipas e outros, vitimando crianças com queima-
duras por exposição ao sol ou por contato com
reportagens, sinopses, indicações de filmes, etc. que materiais incandescentes, quedas, intoxicação,
envenenamento, lesões por acidentes de trânsito,
aproximam, ainda mais, os jovens estudantes das re- desidratação, insolação, afogamentos, asfixia, cho-
ques elétricos e outros.
flexões propostas. Disponível em: http://www.cb.es.gov.br/conteudo/dicas/detalhe/default.
aspx?id=4f2fbe95-a851-4e07-87d4-29284d831692. Acesso em:
23/10/2013. Adaptado.

? Questões para reflexão

1. Os números apontados pelos bombeiros chegam a causar algum espanto? Por quê?
2. Você chega a brincar em alguma modalidade apontada nas informações do corpo
de bombeiros? Se sim, como faz para prevenir acidentes?
3. Pense e escreva um comentário sobre a seguinte questão: prevenir ou reme-
diar? O que custa menos no bolso e na harmonia dos pais?
4. Qual é a sua opinião sobre o texto e sua relação com o tema Lazer e
segurança?

56 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

BOOK_CMeE_6A_2017 56 15/12/16 16:14

Manual do Educador – 6o ano XIX

ME_CMeE_6A_2017.indb 19 05/01/17 17:46


Sumário

Capítulo 1

• Ética...................................................................................... 6
• Ética e bullying............................................................................. 7
• O que é lazer?.............................................................................. 14
• Qual é o meu lazer?.................................................................... 20
• Lazer com a família...................................................................... 23
• Lazer sem a família...................................................................... 27
• Essas mães maravilhosas e suas máquinas infantis........... 32

Capítulo 2

• Ética na comunidade.......................................... 36
• Espaços coletivos: como se comportar neles?.....37
• Grupos de lazer............................................................41
• Regras para conviver em grupos..............................48
• Lazer e segurança........................................................52
• Seja respeitado por ser diferente.............................57

ME_CMeE_6A_2017.indb 4 05/01/17 17:46


Capítulo 3

• Ética com meus amigos.......................................... 58


• Ética na diversão................................................................59
• Aceitação pelos amigos...................................................63
• O que alguém faz, eu não preciso fazer.......................70

Capítulo 4

• Ética no esporte e no lazer.................................... 78


• Esporte x lazer....................................................................79
• Lazer e saúde.....................................................................83
• Competir ou ganhar: o que é mais importante?.........88

ME_CMeE_6A_2017.indb 5 05/01/17 17:46


1
Capítulo

Objetivos
Ética
1
Pedagógicos

Capítulo
• Esclarecer os conceitos de ética, Ética
bullying e lazer.
• Promover a reflexão acerca do
vínculo entre a ética e o bullying.
Vamos dialogar!
• Proporcionar o debate sobre as
consequências do bullying na Ética (do grego ethos, que significa modo de ser,
Conhecimentos prévios caráter, comportamento) é o ramo da Filosofia que bus-
vida de todos os envolvidos. ca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidia-
• Para você, o que é ética?
no e na sociedade. Observe a imagem e converse com
• Discutir a importância do lazer. • O que quer dizer uma
o seu professor sobre a relação entre a foto e o tema
atitude ética?
• Analisar quais são as diferenças • Qual é o papel da ética
do capítulo: Ética.

essenciais no lazer com e sem a na comunidade onde


mora e na escola?
família. • Respeitar os professores,
os alunos, as pessoas
Sugestão de com deficiências e o meio
Abordagem ambiente são atitudes
éticas, mas por quê?
Sugerimos algumas atividades para
trabalhar o tema do capítulo.

Barabasa/Shutterstock.com
Dramatização
Podemos perceber que discutir o sentido ético entre
Utilize o teatro em sala de aula. Di- os seres humanos nas relações traz uma reflexão sobre
vida os alunos em grupos e motive os a liberdade e as decisões que tomamos durante toda a
grupos a criarem uma dramatização vida. O que é certo e o que é errado nas dimensões da
sobre bullying e violência escolar. Di- vida social. Porque questiona sobre a virtude de práti-
recione os trabalhos para que a tur- cas e valores culturais, abrangendo também as ações
pessoais. Podemos também relacionar a ética com ati-
ma crie duas versões, uma positiva e
tudes negativas que são, muitas vezes, desenvolvidas
outra negativa. A cada apresentação, entre alunos, como o bullying.
convide a turma a debater as ques- Vamos ler a seguir o texto sobre ética e bullying en-
tões que foram tratadas, analisando tre crianças e adolescentes.
os personagens e o contexto da dra-
matização.

BOOK_CMeE_6A_2017 6 15/12/16 16:14

Paródia Júri simulado >>> >>> Fundamentação


Paródia é uma imitação cômica de Explique à turma o que é um Bullying vai muito além da
uma obra. Após falar sobre bullying, julgamento, como ocorre e quem brincadeira sem graça
discutir as causas, quem é a vítima, o compõe uma audiência de julgamento
agressor e outras questões teóricas público. Depois, crie com os alunos Esse termo não tem um correspon-
importantes, divida a turma em gru- uma situação que será posteriormente dente em português. Em inglês, refere-
pos e incentive cada grupo a escolher julgada por eles. Esta é uma excelente -se à atitude de um bully (valentão).
uma música e criar uma paródia dela atividade para discutir a violência no Objeto de estudo pela primeira vez na
sobre o tema. contexto escolar e o bullying. Noruega, o bullying é utilizado para
descrever atos de violência física ou

6 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 6 05/01/17 17:46


Ética e bullying

ciplinar de Estudos e Orientação sobre


o Buylling Escolar, José Augusto Pedra,
o fenômeno é uma epidemia psicosso-
Twin Design/Shutterstock.com

cial e pode ter consequências graves. O

Kzenon/Shutterstock.com
que, à primeira vista, pode parecer um
simples apelido inofensivo pode afetar
emocional e fisicamente o alvo da ofen-
Bullying é uma palavra que ainda não tem tradução no português. Trata- sa. Crianças e adolescentes que sofrem
-se de uma palavra inglesa originada do termo bully, que significa brigão. humilhações racistas, difamatórias ou
Essa palavra designa qualquer situação caracterizada por agressões in- separatistas podem ter queda do ren-
tencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por uma ou mais
pessoas contra um ou mais colegas. Assim, é possível identificar como
dimento escolar, desenvolver doenças
bullying as ações envolvendo ameaça, tirania, opressão, intimidação, humi- psicossomáticas e sofrer de algum tipo
lhação e maus-tratos. de trauma que influencie traços da per-
O bullying pode acontecer em qualquer contexto social, como escola, sonalidade. “Se observa também uma
universidade, família, vizinhança e trabalho. Nem toda situação de desa- mudança de comportamento. As víti-
vença, briga ou discussão pode ser caracterizada como bullying. Para ser mas ficam isoladas, tornam-se agres-
bullying, é necessário que as situações apresentem as seguintes caracte-
sivas e reclamam de alguma dor física
rísticas: repetição, intenção, público e concordância. Repetição porque o
agressor faz constantemente agressões à sua vítima. Intenção porque o
justamente na hora de ir para escola”,
agressor tem o nítido propósito de maltratar, agredir, humilhar, oprimir, inti- detalha José Pedra.
midar ou ameaçar sua vítima. Público porque o agressor pratica o bullying Até as testemunhas sofrem ao convi-
diante de uma plateia, ou seja, alguém presencia a situação. Concordância ver diariamente com o problema, mas
porque a vítima apresenta ou acha que tem alguma característica que a tendem a omitir os fatos por medo ou
impede, em certa medida, de revidar a agressão (como ser muito magro ou insegurança. Geralmente, elas não de-
muito gordo, por exemplo). Assim, nem toda agressão é bullying, mas todo
bullying é uma forma de agressão.
nunciam e se acostumam com a práti-
As vítimas do bullying devem procurar, de imediato, seus responsáveis ca — acabam encarando como natural
e, se forem estudantes, o gestor da instituição de ensino, para tomarem as dentro do ambiente escolar. “O espec-
devidas providências. Se o caso não for resolvido, é possível procurar o tador se fecha aos relacionamentos,
Conselho Tutelar e as Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente. exclui-se, porque ele acha que pode
Isso deve ser feito rapidamente, porque as pessoas que sofrem bullying também sofrer no futuro. Se for pela
apresentam consequências desse mal em sua vida.
Internet, no cyberbullying, por exemplo,
Normalmente, observamos diminuição do rendimento escolar, enfraque-
cimento do convívio familiar, problemas de saúde, agressividade e até timi-
as testemunhas apenas repassam a in-
dez em excesso.
Twin Design/Shutterstock.com
formação. Mas isso as torna coautoras”,
completa Cleo Fante.
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 7 O bullying, de fato, sempre existiu.
O que ocorre é que, com a influência
da televisão e da Internet, os apelidos
BOOK_CMeE_6A_2017 7 15/12/16 16:14 pejorativos foram tomando outras pro-
porções. “O fato de ter consequências
trágicas, como mortes e suicídios, e
impunidade proporcionou a necessida-
psicológica contra alguém em desvanta- em qualquer contexto social, como esco-
de de se discutir de forma mais séria o
gem de poder, sem motivação aparente e las, universidades, famílias, entre vizinhos
tema”, aponta Guilherme Schelb, pro-
que causa dor e humilhação a quem so- e em locais de trabalho. “Identificamos
curador da República e autor do livro
fre. “É uma das formas de violência que casos de bullying em escolas das redes
Violência e criminalidade infantojuvenil.
mais cresce no mundo”, afirma Cleo Fan- pública e privada, rurais e urbanas e até
te, pedagoga pioneira no estudo do tema mesmo com crianças de três e quatro Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/
no País e autora do livro Bullying escolar. anos, ainda no Ensino Infantil”, comenta. formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385.
Segundo ela, o bullying pode acontecer Para o presidente do Centro Multidis- shtml?page=1. Acessado em: 23/05/2014.

Manual do Educador – 6o ano 7

ME_CMeE_6A_2017.indb 7 05/01/17 17:46


1
Capítulo

Diálogo com o
Ética
professor
? Questão de ética
Com objetivo de fomentar as dis-
cussões a respeito do assunto, pro-
ponha questionamentos sobre tema 1. “Nem toda agressão é bullying, mas todo bullying é uma forma de agressão.” Pense nisso e
estudado no capítulo. A seguir, suge- desenvolva o que se pede abaixo:
rimos algumas perguntas que podem Resposta pessoal
Como uma agressão pode se transformar em bullying?
iniciar o debate:

• O que é bullying?
• O bullying é um fenômeno que
ocorre de forma mais recorrente em
que faixa etária?
• Como se sente ao ler o texto Ética e 2. Com base no que discutimos, responda.
a. O que significa bullying?
bullying (página 7)?
• Como são realizadas as agressões? Essa palavra designa qualquer situação que se caracteriza por agressões intencionais,
• Quais atitudes as vítimas de
verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais
bullying devem ter em relação ao
constrangimento? colegas.
• Você já foi ou conhece alguém que b. O que envolvem as ações de bullying?
foi vítima de bullying?
As ações de bullying envolvem ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maus-
• Em que outro meio, o bullying tem
se manifestado? Como isso se dá? -tratos.

3. Escreva, na cruzadinha, as palavras correspondentes às características das ações de bullying.


Em seguida, escolha uma das palavras e elabore um comentário crítico sobre ela, apresentan-
do de modo organizado sua opinião em relação à temática estudada. Resposta pessoal

Fundamentação
I P
N Ú
Como prevenir o problema na escola
T B
Para evitar o bullying, as escolas de- E L
vem investir em prevenção e estimular C O N C O R D Â N C I A
a discussão aberta com todos os atores Ç C
da cena escolar, incluindo pais e alunos. Ã O
Para os professores, que têm um papel R E P E T I Ç Ã O
importante na prevenção, propomos
alguns conselhos dos especialistas Cléo
Fante e José Augusto Pedra, autores do 8 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
livro Bullying Escolar.
• Observe com atenção o comporta-
mento dos alunos, dentro e fora de BOOK_CMeE_6A_2017 8 15/12/16 16:14

sala de aula, e perceba se há quedas • Quando um estudante reclamar ou


bruscas individuais no rendimento es- denunciar o bullying, procure imedia- Anotações
colar. tamente a direção da escola.
• Incentive a solidariedade, a genero- • Muitas vezes, a instituição trata de for-
sidade e o respeito às diferenças por ma inadequada os casos relatados. A
meio de conversas, trabalhos didáticos responsabilidade é, sim, da escola, mas
e até de campanhas de incentivo à paz a solução deve ser em conjunto com os
e à tolerância. pais dos alunos envolvidos.
• Desenvolva, desde já, dentro de sala
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/
de aula, um ambiente favorável à co- formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385.
municação entre alunos. shtml?page=3. Acessado em: 23/04/2014.

8 Cidadania Moral e Ética

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4. Explique, com suas palavras, a seguinte afirmação:

Um dos princípios éticos é a valorização do ser humano diante da sociedade. Sendo


assim, o bullying é uma ação antiética.

Resposta pessoal

5. Explique cada uma das características das ações de bullying abaixo.


a. Repetição: O agressor faz constantes agressões à sua vítima.
b. Intenção: O agressor tem a nítida intenção de maltratar, agredir, humilhar, oprimir, intimi-

dar ou ameaçar sua vítima.

c. Público: O agressor pratica o bullying diante de uma plateia, ou seja, alguém presencia a

situação.

d. Concordância: A vítima, por alguma característica que apresente, em certa medida, não

revida a agressão por achar que essa característica a impede de revidar.

6. Como a vítima de bullying deve reagir em situação de perigo? A quem deve pedir ajuda?
Ela deve procurar, de imediato, seus responsáveis e, se for estudante, o gestor da instituição

de ensino.

7. Escreva, no espaço abaixo, algumas das características que as vítimas de bullying podem
apresentar.

a. Redução do rendimento escolar.


b. Diminuição do convívio familiar.

c. Timidez em excesso.
d. Problemas de saúde.
e. Agressividade.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 9

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Manual do Educador – 6 ano o


9

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1
Capítulo
Ética
8. As palavras a seguir correspondem aos tipos de bullying. Pesquise em dicionários e na Inter-
net suas definições e, em seguida, com as palavras-chaves e seus respectivos significados,
elabore comentários críticos sobre elas. Apresente de modo organizado seus argumentos
em relação ao tema. Se necessário, solicite a ajuda do seu professor.

Alguns tipos de bullying

Físico (bater, chutar, beliscar, ferir, empurrar)


Material (roubar, destruir pertences)
Psicológico (ameaçar, ignorar, excluir, humilhar)
Verbal (apelidar, insultar, ter preconceito)

Resposta pessoal

9. Leia o texto a seguir e responda ao que se pede.


Você sabe o que é cyberbullying?

As tecnologias digitais e a profusão das redes interativas têm causado impactos nas práti-
cas, nas atitudes, nos modos de pensamento e nos valores dos indivíduos na sociedade con-
temporânea. Essas tecnologias trouxeram mudanças na vida e na rotina das pessoas e geraram
a cibercultura: interações entre a sociedade e a Internet.

Características do cyberbullying

O cyberbullying tem algumas características bastante peculiares que são diferentes das do
bullying tradicional:
Anonimato: O agressor é muitas vezes anônimo. A vítima fica se perguntando quem é o
cyberbully, o que pode causar um grande estresse.
Acessibilidade: Há geralmente um período padrão de tempo durante o qual os agressores
têm acesso a suas vítimas. Os cyberbullies podem causar sofrimento a qualquer hora do dia ou
da noite.
Medos de punição: Muitas vezes as vítimas do cyberbullying não denunciam por medo
de represálias de seus agressores e medo de que seus privilégios relativos ao computador ou
telefone lhes sejam tirados.
Espectadores: O fenômeno de ser um espectador no mundo cibernético é diferente na
medida em que se pode receber e transmitir e-mails, páginas da web, imagens, etc.
Desinibição: O anonimato proporcionado pela Internet pode levar os jovens a terem com-
portamentos que não podem realizar face a face. Ironicamente, é o seu próprio anonimato que
permite a alguns indivíduos intimidar outros.

10 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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10 Cidadania Moral e Ética

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ridas para cada um deles. Explique que
Numa sala de aula onde ocorre o bullying, geralmente um é o valentão, com mais dois ou três cada componente só poderá fazer um
colegas, e os outros são testemunhas. traço de cada vez e que, quando ter-
No caso do cyberbullying, quando um ou alguns postam a mensagem ou as imagens, rapi- minar, deve passar a folha para que o
damente os que estão na rede vão transmitindo aos outros, e as testemunhas também se trans-
próximo colega possa fazer o mesmo.
formam em agressores. Nas condenações por bullying, geralmente há um ou dois alunos, mas
nos processos de cyberbullying há vários alunos envolvidos.
Peça que iniciem a atividade e informe
que terão dois minutos para finalizá-la.
Disponível em: http://bullyingcyberbullying.com.br/bullying/o-que-e-cyberbullying/ Adaptado. Acesso em 18/07/2016.
Após a conclusão, verifique se todos
a. Quais são as características mais comuns dos cyberbullies?
completaram o desenho. Em seguida,
esclareça que essa etapa foi apenas um
Os cyberbullies geralmente são anônimos, têm fácil acesso à Internet, não têm medo de ensaio e que eles terão de realizá-la no-
serem punidos, adoram espectadores e são desinibidos. vamente, mas, desta segunda vez, com
as condições descritas a seguir:
b. Qual é a diferença entre o bullying e o cyberbullying? • Participante 1
No bullying, geralmente um é o valentão, com mais dois ou três colegas, e os outros são Só poderá usar o braço direito.
• Participante 2
testemunhas; no cyberbullying, as ofensas são transmitidas pela Internet.
Só poderá usar o braço esquerdo.
c. Forme um grupo de três ou quatro colegas e monte estratégias de como é possível moni- • Participante 3
torar o cyberbullying. Se necessário, peça ajuda ao seu professor. Terá os olhos vendados.
• Participante 4
Resposta pessoal
Não poderá falar.
• Participante 5
Não poderá usar os braços.
d. Você já foi ou conhece alguém que foi vítima de cyberbullying? Faça um breve relato
dessa situação. Em seguida, peça para que decidam
quem irá assumir qual característica,
Resposta pessoal
entregando as vendas para os que se-
rão cegos, tiras de pano para amarrar
os braços dos participantes que não
10. Pensando em tudo o que discutimos até agora e considerando a sua experiência de vida, poderão utilizá-los, etc. Determine um
discuta com seus colegas e seu professor sobre as questões a seguir. tempo para que finalizem o exercício.
a. Como podemos criar um ambiente escolar estável?

Resposta pessoal Discussão


Terminada a atividade, pergunte aos
alunos como eles se sentiram durante
b. Como o sarcasmo é uma forma de defesa dos adolescentes?
ela: se conseguiram desenhar o barco,
Resposta pessoal quais foram as dificuldades, etc.
Construa, com os alunos, um deba-
te sobre as limitações que dificultaram
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 11
a realização do exercício; a partir daí,
peça que reflitam sobre as diferenças e
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a importância do respeito mútuo.
Sugestão de Abordagem Pergunte se essa experiência pode ser
transportada para o nosso dia a dia. Fre-
• Descrição: O facilitador explica ao quentemente, encontramos pessoas com
Dinâmica de grupo grupo que a tarefa será a de desenhar dificuldades; como, geralmente, lidamos
• Objetivo: levar o grupo a perceber a um barco e que cada participante será com elas? Reflita com o grupo sobre
importância do respeito às diferenças responsável pela execução de uma como tentamos rotular e afastar as pes-
individuais. parte desse barco. soas que são diferentes, além de dese-
• Participantes: até 15 pessoas. jarmos enquadrá-las aos nossos padrões.
• Material: papel, canetas coloridas, Desenvolvimento
Disponível em: http://www.dinamicaspassoapasso.com.
vendas, mesas, cadeiras, tiras de Divida os participantes em grupos e en- br/2012/11/dinamica-para-trabalhar-buillying.html.
pano, tapa-ouvidos. tregue uma folha de papel e canetas colo- Adaptado. Acessado em: 23/05/2014.

Manual do Educador – 6o ano 11

ME_CMeE_6A_2017.indb 11 05/01/17 17:46


1
Capítulo

Diálogo com o
Ética
professor
c. Quais são as outras formas de defesa?
A Internet é um instrumento muito Resposta pessoal
importante para o desenvolvimento
da humanidade, e tal qual o avião,
pode ser utilizada tanto para o bem
d. Quais são as formas de violência entre estudantes?
como para o mal. As agressões por
meio eletrônico são uma evolução Resposta pessoal
das antigas pichações em muros de
colégios, casas ou até nos banheiros
das escolas. Eram feitas na calada da 11. Leia o depoimento abaixo e, depois, responda a cada uma das perguntas apresentadas.
noite e causavam grande dor nas ví-
timas, além da impunidade para os Luciano estudava em uma escola pública no município do Rio de Janeiro. Presenciava cons-
seus praticantes. Sugira essas refle- tantemente as brigas na escola, que, geralmente, eram provocadas por um grupinho de alunos
xões do dia a dia para auxiliar nas grandalhões, cheios de “marra” e que se achavam os donos da área. Um de seus melhores
amigos, Gustavo, era humilhado praticamente todos os dias na frente de outros colegas só
suas aulas.
porque usava óculos e era meio tímido. Chamavam-no de quatro-olhos, caladão, esquisitão.
Se estiver tempo hábil, sugira esta Cada vez que Gustavo abria a boca, lá vinham as zombarias: “Aí, galera, o caladão resolveu fa-
frase para fomentar reflexões so- lar, será que ele também enxerga?”. Nas vezes em que Gustavo tentava escapar, era agarrado
bre cyberbullying: “No mundo real, a pelas roupas, e seu material escolar, atirado ao chão. Luciano presenciava tudo e era amea-
agressão tem começo, meio e fim. Na çado com gestos e olhares intimidadores caso contasse alguma coisa. Sentia-se péssimo
Internet, ela não acaba, fica aquele por não ter condições de defender seu melhor amigo e tampouco contar para os professores
ou mesmo para os pais. Depois de quase um ano nessa agonia, Gustavo e Luciano saíram
fantasma”.
do colégio. O primeiro ainda tem esperanças de encontrar outra escola onde possa ser mais
respeitado. Já Luciano, sentindo-se responsável pelos constrangimentos sofridos pelo amigo,
adoeceu e hoje sofre de fobia escolar. Só de pensar em voltar a estudar começa a passar mal,
apresentando sintomas semelhantes aos de um ataque de pânico.
Sugestão de leitura //// SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

Cyberbullying e outros riscos a. Apenas as vítimas diretas das ofensas sofrem com o bullying?
da Internet — despertando a
atenção Sugestão de resposta: Não. Conforme o texto, quem presencia a agressão também é
Autora: Ana Maria de afetado negativamente, por constrangimento ou incapacidade de reação.
Albuquerque Lima
b. Pelo depoimento, quais as consequências sofridas pelo espectador?
Esta obra procura mostrar os con- No caso de Luciano, do texto, presenciar o bullying de forma inerte fez com que essa
siderados principais riscos que os
situação frequente desencadeasse remorso e, tempos depois, fobia escolar.
jovens enfrentam no uso das tecno-
logias digitais, dando pistas de como
enfrentar esses problemas na família
e na escola. Aborda também as ca- 12 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
racterísticas que identificam as prá-
ticas de cyberbullying e sua relação
com o bullying tradicional, bem como BOOK_CMeE_6A_2017 12 15/12/16 16:14

o uso patológico de jogos e outros


aplicativos da rede, identificando os Anotações
conteúdos mais problemáticos e a
questão do estresse provocado pela
sobrecarga de informações que circu-
lam na rede.

12 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 12 05/01/17 17:46


Fundamentação
c. Como você agiria se estivesse no lugar de Luciano? O bullying se caracteriza por ações
Resposta pessoal
repetitivas de agressão física e/ou
verbal com a clara intenção de preju-
dicar a vítima. O cyberbullying é ainda
mais terrível, porque a perseguição é
implacável, podendo chegar a 24 ho-
d. Você acha que essas consequências influenciarão toda a vida de Gustavo e Luciano? ras por dia nos sete dias da semana:
Por quê? a vítima é atacada por mensagens de
Resposta pessoal celular, filmada ou fotografada secre-
tamente em situações constrangedo-
ras que podem ser colocadas na rede;
o agressor pode criar um perfil falso
da vítima em sites de relacionamento
e. Mesmo que você não fosse amigo de uma vítima de bullying, mas presenciasse uma si-
para difamá-la ou adulterar fotos em
tuação dessa, o que deveria fazer?
que, por exemplo, ela aparece como
Resposta pessoal garota de programa, com seu celular
divulgado nas listas de contato do
agressor e de seus amigos.
SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: Mentes Perigosas nas
Escolas. Rio de Janeiro, Objetiva, 2010.
12. Que ações do cotidiano podem ser identificadas como bullying?
Sugestão de resposta: Criação de apelidos pejorativos para humilhar os colegas;

intimidação; ridicularização do modo de vestir, falar ou se comportar; entre outras atitudes.

13. Conforme o texto, Luciano estudava em uma escola pública no subúrbio do Rio de Janeiro.
Além da escola pública, há outros lugares onde é possível se praticar o bullying? que o aluno está escrevendo.
• Recolha todos os papéis.
Resposta pessoal
• Agora, fale: A regra da brincadeira
está mudada, o “feitiço virou contra o
feiticeiro”. Quem vai realizar a tarefa é
a pessoa que escreveu e não o colega
para quem você desejou.
• Então, os alunos deverão realizar as
tarefas.
• Certamente, haverá um pouco de re-
jeição ou vergonha, mas encorajem
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 13 os alunos.
• Depois, fale: Esta é a finalidade da
brincadeira: não desejar aos outros
BOOK_CMeE_6A_2017 13 15/12/16 16:14
ou fazer algo com os outros que você
Sugestão de atividade não gostaria para você.
Dinâmica: Procedimento: • Então, comece a trabalhar os te-
Discriminação, não! • Organize os alunos em círculo. mas da indiferença, discriminação,
Objetivo: • Distribua ¼ da folha de papel ofício. bullying, falta de respeito.
• Exemplificar que atos de discrimina- • Solicite que cada aluno escreva o que • Fale: Comece por você, não discrimi-
ção devem ser combatidos e denun- deseja que seu colega do lado esquer- nando ninguém. Faça a diferença!
ciados. do realize naquele momento da aula.
Disponível em: http://euvoupraebd.blogspot.
Material: Normalmente, as ações são engraçadas
com/2015/06/dinamica-da-licao-12-bullying-juvenis.
• ¼ da folha de papel ofício e caneta e até “micos”. html#ixzz45vWphCmM. Acesso em 28/07/2016.
para cada aluno. • Oriente que o colega não pode ver o Adaptado.

Manual do Educador – 6o ano 13

ME_CMeE_6A_2017.indb 13 05/01/17 17:46


1
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética
Dinâmica dos rótulos Para refletir
Objetivos É de conhecimento notório que o bullying é a falta de tolerância e respeito pelo próxi-
• Favorecer reflexão sobre a influência mo. Esse tolhimento das escolhas e opções realizadas pelos sujeitos ocorre numa socie-
dos preconceitos e dos sentimentos dade que deve ser plural, com opções que devem ser respeitadas. O filme Billy Elliot pode
nas relações interpessoais. contribuir para aprofundar questionamentos que possam desvendar certos preconceitos.
O filme narra a história de um garoto de 11 anos, Billy Elliot, de família humilde, obrigado
pelo pai a treinar boxe. No entanto, Billy fica fascinado com a magia do balé, com o qual
Recursos necessários
tem contato por meio das aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia
• Rótulos em papel ofício. onde pratica boxe. O grande dilema de Billy, então, será enfrentar o preconceito da sua
• Fita adesiva. família e da sociedade para realizar o seu sonho: ser bailarino.
Após assistir ao filme, reflita sobre as questões abaixo:
Procedimentos • Por que, na nossa sociedade, os meninos têm que gostar de boxe, e não de balé?
• Em folhas de ofício, escrever os se- • Por que, na educação dos meninos, é comum muitos adultos incentivarem a agres-
sividade em vez da sensibilidade, como se faz com as meninas?
guintes rótulos:
Depois de tudo o que você estudou sobre o bullying, anote a seguir alguns tó-
picos e discuta com seus colegas e seu professor para criar uma campanha
com o tema: Respeito às diferenças, bullying não!

O que é lazer?
Lazer é o conjunto de ocupações às quais o indivíduo
pode se entregar de livre vontade, seja para repousar,
seja para se divertir, recrear e se entreter ou ainda para
desenvolver sua formação desinteressadamente, sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade
criadora.
O lazer pode ser realizado individual ou coletivamen-
te. Certamente, os momentos vividos devem ser apro-
veitados ao máximo com responsabilidade e respeito ao
próximo.
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, as crianças têm o direito de brincar e se de-
dicar às atividades recreativas. No entanto, apesar de
terem esse direito assegurado pelo documento citado,
são poucas as crianças que conseguem usufruir de mo-
• As palavras acima devem ser de um mentos de lazer e diversão.
tamanho visível para todos na sala. Devido aos altos índices de violência registrados no
Além destes rótulos, podem ser uti- País, as brincadeiras de rua estão se tornando cada vez
mais escassas. Para proteger os filhos, os pais optam
lizados outros de acordo com a in- Yongkiet Jitwattanatam/Shutterstock.com

tenção do facilitador e a realidade do


grupo. 14 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

• Escolher uma pessoa por rótulo, colo-


cando-a de frente para o grupo.
• Mostrar para o grupo o rótulo, sem
BOOK_CMeE_6A_2017 14 15/12/16 16:14

que o escolhido veja. Quando o es- Anotações


poral. O escolhido não poderá ver o
colhido for responder a alguma
papel, mas identificar o rótulo que lhe
pergunta (Por exemplo: O que você
coube observando a atitude do gru-
pensa sobre o preconceito?), o grupo
po, enquanto tenta responder a uma
deverá reagir de acordo com o rótulo
indagação.
e com a atitude sugerida no papel.
• O grupo não poderá ler em voz alta Disponível em: http://atelierdeducadores.blogspot.com.
o que está no papel, mas representar br/p/dinamicas-de-grupo-e-jogos.html. acesso em
o que ele pede com expressão cor- 28/07/2016.

14 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 14 05/01/17 17:46


Dreams Come True/Shutterstock.com
Sugestão de Filme
pela segurança das brincadeiras que podem ser reali-
zadas dentro de suas residências. E, dentro de casa, as
Happy Feet
opções de divertimento são praticamente restritas à TV,
à Internet e aos jogos eletrônicos.
Diretor: George Miller
É importante lembrar que, para ter um bom desen-
volvimento, as crianças precisam compartilhar vivências O dom de cantar é o que se es-
com outras crianças e com os próprios pais. É neces- pera de todo pinguim que acaba de
sário reservar um espaço de lazer para que elas extra- chegar ao mundo. Mano, no entan-
vasem suas emoções e relaxem. A falta desse momento
to, é diferente. Nascido com os pés
pode gerar consequências indesejadas, como proble-
mas comportamentais e dificuldade de expressão. As-
agitados, seu talento é dançar e sair
sim, concluímos que o lazer é fundamental para um cres- sapateando por todo lugar. A excen-
cimento saudável. tricidade do filhote não abala a mãe,
mas o pai do pequeno animal está
definitivamente decepcionado com o
filho. O tempo passa e ele cresce sem
se encaixar em nenhum grupo de
amigos e nem conquistar sua ama-
da, Gloria, afinal não tem uma voz
? Questão de ética afinada. Isolado dos outros animais
da sua idade, Mano encontra alento
1. Encontre, no quadro abaixo, as palavras lazer, repouso, diversão, recreio e entretenimento. quando conhece um grupo de quatro
pinguins latinos que têm outro estilo
L N H G B T S V D B F G J K
de vida. Amoroso e sua animadíssima
A V B G S H D U J R E V J N
Z K F L O S B D G F V K B Y
turma propõem ao novo amigo uma
E R A J K N H D B F G E B R
incrível aventura: capturar os aliens
R E P O U S O B C N H D C E que estão roubando os peixes do lo-
L C B G J C N V H D T Y Ç C cal em que vivem. A partir daí, muitas
O D P A N S H D B F J U C R situações emocionantes desafiam es-
P E C D I V E R S Ã O H W E tes audaciosos jovens.
P W A N C H D B C J K R X I
L O N H C B X V F D T W P O
E N T R E T E N I M E N T O

2. Após encontrar as palavras do quadro, discuta com seus colegas: Anotações


a. Qual é a importância do lazer na vida da criança e quais são as implicações dele para uma
vida saudável?
b. A ausência do lazer pode ser utilizada para justificar o trabalho infantil? Explique.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 15

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Manual do Educador – 6o ano 15

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1
Capítulo

Fundamentação
Ética
Lazer 3. Baseado no que você leu e no seu conhecimento de mundo, o que você entende por lazer?
Resposta pessoal
Nas reivindicações das associações
de moradores, nos luminosos das lo-
jas, nos anúncios de imobiliárias, nas
propostas dos candidatos a cargos 4. Forme grupos em sala de aula para discutirem o que cada membro do grupo gosta de fazer:
públicos, nos títulos de revistas, nas a. Sozinho:
seções dos jornais e em muitas outras Resposta pessoal
situações da vida cotidiana, a palavra
lazer vem aparecendo com uma fre-
quência cada vez maior, que não se
verificava até bem pouco tempo atrás,
b. Acompanhado dos seus amigos:
pelo menos não com tanto destaque.
Isso faz com que seja quase inevitável, Resposta pessoal
quando se aborda de maneira especí-
fica a temática do lazer, começar des-
tacando os vários entendimentos que
a palavra comporta na nossa socieda-
5. Ainda em grupo, faça uma pesquisa em jornais, revistas e na Internet, apresentando, a partir
de. Além disso, não se pode deixar de de imagens e manchetes, a relação entre lazer e status (condição social). Peça ajuda ao
considerar que se trata de um termo professor para montar um mural para todos da escola apreciarem a construção estética de
carregado de preconceitos motivados cada grupo.
por um pretenso caráter supérfluo
Resposta pessoal
dessas atividades, contrapondo-se à
nossa situação socioeconômica, e pela
sua utilização como instrumento ideo-
lógico, contribuindo para o mascara- 6. Pense nos seus brinquedos e responda: por que você os considera ideais ou bons para o
seu lazer?
mento das condições de dominação
nas relações de classes. Resposta pessoal
Com relação à utilização da palavra
lazer, o que se verifica, com maior fre-
quência, é a simples associação com ex-
periências individuais vivenciadas dentro
de um contexto mais abrangente que 7. Reflita e responda:
caracteriza a sociedade de consumo, o a. Quais os possíveis benefícios da atividade de lazer para o bem-estar?
que, muitas vezes, implica a redução do Sugestão de resposta: O lazer proporciona descanso e descontração, tornando a vida mais
conceito a visões parciais, restritas aos
saudável e prazerosa.
conteúdos de determinadas atividades.
Dessa forma, para algumas pessoas, la- 16 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
zer é futebol, para outras é pescaria ou
jardinagem, etc. O uso indiscriminado e
impreciso da palavra, englobando con- BOOK_CMeE_6A_2017 16 15/12/16 16:14

ceitos diferentes e até mesmo conflitan- que ele não constitui condição suficien- não raro significa tédio ou desconforto
tes, fundamenta a necessidade de tentar te para a conceituação. Se para algumas para outro indivíduo. Assim, as circuns-
precisá-lo com a finalidade de orientar pessoas o futebol, a pescaria, a jardina- tâncias que cercam o desenvolvimento
discussões que contribuam para o seu gem constituem atividades de lazer, cer- dos vários conteúdos são básicas para a
entendimento e significado na vida co- tamente isso não se verifica, em todas as concretização das atividades.
tidiana de todos nós. oportunidades, para o jogador profissio-
Apenas pelo exemplo citado, perce- nal, o pescador que depende da sua pro- Disponível em: http://www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/
bitstream/handle/123456789/370/CADERNO%20
be-se que o entendimento do lazer não dução ou para o jardineiro. Além disso,
INTERATIVO%204.pdf?sequence=1. Adaptado.
pode ser estabelecido somente a partir aquilo que pode ser altamente atraente
Disponível em: 27/05/2014.
do conteúdo da ação, ou pelo menos e prazeroso para determinada pessoa

16 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 16 05/01/17 17:46


mais variados, e, para que uma ativida-
b. O que ocorre se o lazer se torna sempre a finalidade de nossas ações? de possa ser entendida como lazer, é
necessário se atender a alguns valores
Sugestão de resposta: Outros aspectos importantes da vida, como os estudos e o trabalho, ligados aos aspectos tempo/espaço e
serão comprometidos. atividade.
Não há dúvidas de que o descanso e
8. Faça uma pesquisa com seus familiares e descubra as atividades que eles mais gostam de o divertimento são possibilidades aber-
realizar nos momentos de lazer e com que frequência as realizam. Em seguida, preencha o tas nas atividades de lazer. No entanto,
quadro abaixo: Resposta pessoal além do descanso e do divertimento,
outra possibilidade ocorre no lazer e,
Nome Atividade Frequência
normalmente, não é tão perceptível.
Trata-se do desenvolvimento pessoal e
social que o lazer enseja. Deve-se levar
em conta, ainda, que o conteúdo das
atividades de lazer pode ser altamente
educativo e, dessa forma, pode propor-
cionar possibilidades pedagógicas mui-
to grandes, uma vez que o componente
lúdico do jogo, do brinquedo, do faz de
conta, que pode permear o lazer, é uma
espécie de denúncia da realidade, dei-
9. Quando você está entediado das mesmas brincadeiras, quando elas não têm mais graça, o xando clara a contradição entre obriga-
que você faz? Vamos inventar um pouco?! Forme grupos na sala de aula, sob orientação do
ção e prazer.
seu professor, e elabore brincadeiras preenchendo a tabela abaixo. Depois, socialize com os
demais alunos suas brincadeiras novas e brinque. A possibilidade de escolha das ati-
vidades e o caráter desinteressado de
sua prática são características básicas
Tabela de brincadeiras do lazer. No entanto, o que se observa,
Nome
muitas vezes, são práticas compulsivas,
ditadas por modismos ou denotadoras
Objetivo de produtividade.
Participantes Não é possível se entender o lazer
isoladamente, sem relação com as ou-
Tempo
tras esferas da vida social. Não enten-
Material der esse processo pode levar a equívo-
cos que são muito comuns. Um deles
Regras
manifesta-se na valorização unilateral
das atividades de lazer, que não leva em
conta uma série de riscos, como as pos-
sibilidades de sua utilização como fuga,
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 17 fonte de alienação e simples consumo.
Creio que considerar apenas uma es-
fera da atividade humana é entender
BOOK_CMeE_6A_2017 17 15/12/16 16:14
o homem de maneira parcial. E muitos
Fundamentação
autores, fascinados pelas possibilidades
Significados de lazer los meios de comunicação que divulgam abertas pelo progresso tecnológico,
as atividades de lazer sob verbetes consa- liberando tempo das obrigações pro-
Grande parte da população ainda as- grados, como teatro, cinema, exposições, fissionais, passaram, em uma atitude
socia o lazer às atividades recreativas esportes, turismo, etc. Tudo isso contribui radicalmente oposta à mitificação do
ou aos eventos de massa, talvez pelo para que se acabe tendo uma visão par- trabalho, a propor o elogio do lazer,
fato de que a palavra tenha sido larga- cial e limitada das atividades de lazer, res- ou do ócio criativo, como finalidade de
mente utilizada nas promoções de insti- tringindo o seu âmbito e dificultando o existência e ideal de felicidade. Dessa
tuições com atuação dirigida ao grande seu entendimento. forma, todos os problemas pessoais e
público. Essa tendência é reforçada pe- Os conteúdos do lazer podem ser os sociais estariam resolvidos, em um pas-

Manual do Educador – 6o ano 17

ME_CMeE_6A_2017.indb 17 05/01/17 17:46


1
Capítulo
Ética
se de mágica, ou, pelo menos, com-
pensados pelas possibilidades ofere- 10. Observe as cenas:
cidas pelo lazer.
O sentido da vida não pode ser
buscado, como muitas vezes somos
forçados a crer, apenas em um fim de
semana ou em uma viagem, embora
essas ocasiões possam ser conside-
radas como possibilidades de felici-

Da esquerda para direita: Robert Kneschke,


imagedb, Tom Wang/Shutterstock.com
dade e formas de resistência para o
dia a dia. A admissão da importância
do lazer na vida moderna significa
considerá-lo um tempo/espaço privi-
legiado para a vivência de valores que
contribuam para mudanças de ordem
Você notou algumas diferenças entre os momentos de lazer das crianças? Isso mesmo, elas
moral e cultural. Mudanças necessá-
estão realizando atividades diversas, o que é muito importante em todas as culturas. O essencial
rias para a implantação de uma nova é permitir momentos de descontração, relaxamento, saúde e entretenimento com responsabili-
ordem social. Os movimentos eco- dade e respeito ao próximo. Com seus amigos, estabeleça algumas regras de comportamento
lógicos, de jovens, de mulheres, etc. e alguns cuidados que as pessoas devem ter em seus momentos de lazer. Em seguida, liste-os
têm alicerçado muitos dos seus valo- em seu caderno de exercícios.
res na vivência e na reivindicação pela Resposta pessoal
vivência do tempo/espaço de lazer.
O lazer não pode ser considerado
Leia o texto a seguir e, depois, faça uma reflexão com sua turma e seu professor baseando-se
como simples assimilador de ten- nas perguntas apresentadas.
sões ou alguma coisa boa que ajude
a conviver com as injustiças sociais. Programa de Esporte e Lazer muda a vida de jovens presidiários no Rio de Janeiro
Por isso, é importante registrar a opi-
nião de alguns autores, entre os que Uma parceria firmada entre o Ministério do Esporte e o Centro de Integração Social e Cultu-
ral (Cisc), por meio do Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc), está desenvolvendo ativida-
se dedicam aos estudos do lazer, que
des de esporte e lazer para jovens de 13 a 18 anos que cumprem medidas socioeducativas ou
observam a ocorrência, na nossa so- penas em regime de semiliberdade e privativas de liberdade a fim de ressocializá-los e os inserir
ciedade, não do lazer, mas do antila- no mercado de trabalho. As atividades se desenvolvem nas unidades penitenciárias no com-
zer, ou o lazer-mercadoria, sua pró- plexo Gericinó e Niterói e abrange as cidades do Rio de Janeiro, de Niterói e de São Gonçalo.
pria negação. Com sede no bairro de Tribobó, o Cisc vivencia a realidade de uma das comunidades de baixo
poder aquisitivo de São Gonçalo, cidade com aproximadamente um milhão de habitantes — se-
Disponível em: http://www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/ gunda maior população do Estado. As ações já foram iniciadas com jovens internos de Unidades
bitstream/handle/123456789/370/CADERNO%20 do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), com o Centro de Recursos Integra-
INTERATIVO%204.pdf?sequence=1. Adaptado. dos de Atendimento ao Adolescente (Criaad – Ricardo de Albuquerque) e também com o Centro
Disponível em: 27/05/2014. Integrado de Tratamento ao Uso e Abuso de Drogas (Cituad).

18 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

Diálogo com o CMeE_6A_2016_CAP1.indd 18 26/12/16 17:06

professor
Anotações
Sempre que puder ressalte que é
da natureza das palavras ter diversos
sentidos conforme o uso — o chama-
do caráter polissêmico das palavras. É
importante que os alunos não fiquem
com a impressão de que determinada
palavra tem apenas um sentido. Propo-
nha pesquisas sobre os significados de
lazer e recreação.

18 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 18 05/01/17 17:46


Espaço que abriga adolescentes usuários de drogas por um período de quatro meses, o Ci-
tuad ajuda a recuperar esses jovens e funciona como um subnúcleo do Pelc. Já o Criaad é um
espaço onde os jovens cumprem medidas socioeducativas, estudam pela manhã ou tarde e no
outro turno desenvolvem as atividades do Pelc. Eles dormem na unidade, podem sair e aos fins
de semana retornam às suas casas.
Segundo a equipe do Cisc, o cenário de violência aliado à ausência das condições básicas
necessárias para uma melhor qualidade de vida é uma constante nos presídios do Rio de Janei-
ro. “O Pelc contribui para minimizar os drásticos efeitos de abandono dessa população, uma vez
que a promoção do esporte e do lazer influencia o desenvolvimento saudável do ser humano”,
afirma a coordenadora do Pelc no Ministério do Esporte, Ana Elenara Pintos.
Para o professor José Nildo Alves Caú, formador do Pelc, a proposta é que o programa aten-
da quatrocentas pessoas, com aulas de esportes de quadra e salão, música e atividades cultu-
rais. “Essa experiência é fundamental para compreender uma realidade — como formador, que
possibilitou estabelecer um novo formato para estruturação do Pelc semiliberdade e privados
de liberdade, e como adequação às condições do sistema penitenciário — e, ao mesmo tempo,
refletir as lições passadas pelas pessoas”, afirmou o professor.
A comprovação dos resultados desses programas está no depoimento de um jovem de 17
anos (o nome não pode ser divulgado), que, de acordo com ele, trazia apenas problemas para
a mãe, que, bastante perturbada, ateou fogo no próprio corpo, pois não aguentava vê-lo envol-
vido com as drogas. “Hoje, consegui perceber que, aqui no Cituad, com a prática do esporte e
lazer e a atenção dos agentes, agora posso entender o que é ressocialização, pois no espaço
semiaberto não percebi nenhuma mudança, mas agora comecei a dar orgulho à minha mãe, e
ela está me respeitando. O projeto está me ajudando a voltar para casa”, disse o jovem.

Disponível em: http://www.esporte.gov.br/index.php/institucional/esporte-educacao-lazer-e-inclusao-social/esporte-e-lazer-da-cidade/


noticias/145-noticias-programa-esporte-e-lazer-da-cidade/36055-programa-de-esporte-e-lazer-muda-a-vida-de-jovens-presidiarios-no-rio-de-
janeiro. Acesso em 20/07/2016.

? Questões para reflexão

1. Como é possível promover o esporte e o lazer e mudar a vida de jovens em con-


flito com a lei?
2. Que ações podem ser desenvolvidas visando um lazer sadio?
3. Você acha que o momento de lazer é importante não somente para os jovens do
texto, mas, sim, para todas as pessoas? Por quê?
4. O esporte é praticado principalmente por jovens e é uma forma de lazer reali-
zada em inúmeros lugares públicos. Qual é a relação da prática do esporte
com o texto acima?

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 19

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Manual do Educador – 6 ano o


19

ME_CMeE_6A_2017.indb 19 05/01/17 17:46


1
Capítulo
Ética
Qual é o meu lazer?
O lazer é necessário para todas as pessoas, pois está
relacionado à saúde. Para mantermos a saúde física e
mental, precisamos levar em consideração seis aspectos:
• Manter a higiene pessoal.
• Descansar.
• Ter uma dieta equilibrada.
• Evitar substâncias nocivas.
• Praticar esporte.
• Levar uma vida tranquila.
O lazer está diretamente relacionado ao descanso, ao
esporte e à vida tranquila. Portanto, o lazer é fundamental
para manter-se saudável, como diz o provérbio: “Mente sã,
corpo são”. Dessa forma, cada pessoa precisa escolher o
que fazer em seu tempo livre para manter a saúde física e

Monkey Business Images/Shutterstock.com


mental.
Existem muitas atividades consideradas lazer: ler; brin-
car; praticar esporte; ir ao cinema, teatro, museu; cozinhar;
plantar; dançar; pintar; viajar ou não fazer nada; ficar em
casa com a família ou em uma praia admirando o Sol e to-
mando banho de mar. O que você faz em seu tempo livre?

? Questão de ética

1. Observe as imagens abaixo. Escreva sobre a importância dessas ações para o processo de
desenvolvimento do ser humano e de sua formação cultural, ou seja, a construção do seu
gosto, seu estilo, etc.
wavebreakmedia, Fotokostic/Shutterstock.com
Da esquerda para direita: rSnapshotPhotos,

20 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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20 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de leitura ////
2. Pesquise tipos de lazer vivenciados atualmente que podem ser prejudiciais à saúde. Veja como se faz - 500 coisas
Resposta pessoal que você deve saber - instruções
para a vida, do cotidiano ao
exótico
Autores: Lauren Smith e
3. Faça uma pesquisa sobre a prática de exercícios e qual é a sua relação com a qualidade de vida.
Derek Fagerstrom
Resposta pessoal
Ilustrações simples e divertidas que
ensinam como fazer 492 coisas que
4. Toda forma de exercício é um tipo de lazer? todo mundo precisa saber e 8 que
as pessoas sensatas jamais deveriam
Resposta pessoal
tentar! Veja como se Faz é um revolu-
cionário manual de referências, uma
parte, um guia do como se faz, outra
5. Num painel, construa uma história em quadrinhos contando alguma situação vivida por você parte gráfica e outra de muita inspi-
num momento de lazer. ração. O livro contém perto de 500
Resposta pessoal ilustrações, altamente informativas,
que ensinarão passo a passo os lei-
tores a fazerem centenas de tarefas
úteis (e fascinantes e importantes e,
6. Observe as fotos e as diferentes situações das crianças retratadas. Em seguida, escreva por vezes, bizarras), incluindo: dan-
uma opinião crítica a respeito dessa diferença.
çar tango, fazer a mala, vencer uma
competição de bar, tocar blues, fazer
sushi, lutar com um tubarão... E mais
Da esquerda para direita: Claudine Van Massenhove e

outras tarefas essenciais para a vida


Monkey Business Images/Shutterstock.com

moderna. Veja como se faz é uma


fonte de informação indispensável
para a vida real!

Resposta pessoal Anotações

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 21

BOOK_CMeE_6A_2017 21 15/12/16 16:14

Manual do Educador – 6o ano 21

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1
Capítulo
Ética
Para refletir

Breve histórico do lazer — origem

O lazer surgiu durante a segunda metade do


século XX e no início do século XXI. Pode-se
dizer que é um conjunto de ocupações às quais
o indivíduo pode entregar-se de livre vontade,
seja para repousar, divertir-se, recrear e entre-
ter-se. A palavra lazer deriva do latim licere, ou
seja, ser lícito, ser permitido. Nesse sentido, se
ele é exercitado corretamente, pode-se colocar
em prática os quatro pilares da educação, de
Jacques Delors: aprender a conhecer, a pensar,
a fazer, a viver juntos ou com os outros.
Por ser fruto de relações sociais, o lazer é visto
também como um espaço de vivência cultural no tempo livre das obrigações profissionais,
escolares, familiares e sociais. Combinando os aspectos tempo e atitude, pode-se
potencializar o lúdico (jogos, brinquedos, passatempos) cuja essência está na alegria e
no prazer. Compreendendo-se lazer como necessidade cotidiana, espaço privilegiado de
expressão do ser humano, ligado à existência social e histórica, compreende-se também que
ele é influenciado e pode influenciar nossas relações.
Existem diferentes tipos de lazer: lazer noturno, associado à noite e a atividades
que se desenrolam em bares, discotecas e outros lugares em que a música e a bebida
são pilares centrais; lazer espetáculo, dentre os quais podemos distinguir os culturais
(teatro, cinema e shows); lazer esportivo, referente à prática de algum esporte; lazer
passivo, que aliena o ser e o envolve na teia consumista gerada pela indústria cultural,
na qual o consumidor não passa de mais uma peça de engrenagem; e lazer ativo, que
possibilita uma nova enunciação de múltiplas vivências, uma conversão das atividades
em conhecimento, em expressão criadora e em novos olhares e novas potencialidades
socioculturais. O lazer ativo possibilita contatos sociais, convívio fraterno, criatividade;
melhorando, dessa forma, nossa vida.
No decorrer da história, verifica-se que o lazer também passou a ser tema preocupante
na saúde, pois, nos tempos modernos, em que o estresse se tornou o mal do século, zelar
pelo bem-estar físico, mental e emocional tornou-se primordial para melhorar a qualidade
de vida, a qual está intimamente relacionada à saúde.
Sendo assim, define-se lazer como uma forma de o indivíduo utilizar seu tempo
dedicando-se a algo que goste de fazer, entregando-se de livre e espontânea
vontade. A atividade escolhida pode ser uma entre tantas outras que possa
gerar relaxamento, tranquilidade e bem-estar.

22 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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22 Cidadania Moral e Ética

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Lazer com a família
Utilize o espaço abaixo para ilustrar uma atividade de lazer que você costuma realizar com
seus familiares.

Resposta pessoal

O lazer é visto como simples e pura diversão, mas não podemos esquecer que seu mau uso
pode interferir negativamente nas relações familiares. O tempo dedicado a ele está cada vez
mais raro. Os pais trabalham muito, e os interesses nas atividades de lazer diferem entre pais
e filhos, o que não contribui para a relação familiar. Nem sempre todos concordam em como
e onde compartilhar momentos de lazer. O diálogo e o uso do bom-senso costumam resolver
essas situações de conflito.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 23

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Manual do Educador – 6 ano o


23

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1
Capítulo
Ética
? Questão de ética

1. Com a vida moderna, novas formas e novos espaços de lazer surgiram, como os shoppings,
nas grandes cidades. No entanto, nem todas as cidades possuem esses centros de com-
pras e, certamente, oferecem outros espaços e outras alternativas de lazer. Atento para essa
nova realidade, faça o que se pede abaixo:
a. Dê exemplos de espaços e modos de lazer nos grandes centros urbanos, explicando a
sua importância para a sociedade.

Resposta pessoal

b. Cite alternativas de lazer encontradas pelas pequenas cidades e apresente a necessidade


da criação de cada uma, os benefícios, as circunstâncias (se tiver tais informações), etc.

Resposta pessoal

2. Responda de acordo com sua experiência de vida.


a. Você considera importante os momentos de lazer com a família? Justifique.

Resposta pessoal

b. Como você se sente nesses momentos?

Resposta pessoal

c. Seus familiares têm tempo para o lazer em família?

Resposta pessoal

d. O que vem à sua cabeça quando é perguntado sobre o lazer em família?

Resposta pessoal

24 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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24 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 24 05/01/17 17:46


e. Qual é a opinião dos outros membros da sua família em relação ao lazer familiar?

Resposta pessoal

3. Apresente um lazer que, no momento, é inviável para você viver com sua família. Por quais
motivos essa forma de lazer não pode ser realizada?

Resposta pessoal

4. Observe a cena, pense e responda: como o lazer pode contribuir para a harmonia das pes-
soas em sociedade e em sua própria casa?

Resposta pessoal
iofoto/Shutterstock.com

5. Considerando a imagem abaixo e correlacionando-a com justificativas do tipo “falta de tem-


po”, apresentadas pelas famílias modernas, responda: como o lazer ainda acontece na famí-
lia de hoje? Diga o porquê.

Resposta pessoal

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 25

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Manual do Educador – 6 ano o


25

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1
Capítulo

Fundamentação
Ética
A casa, a família e o lazer nas áreas Para refletir
urbanas
Leia o texto a seguir e, depois, faça uma reflexão com seus colegas respondendo às
O lazer tem sido estudado com rigor perguntas apresentadas.
científico nos últimos tempos e tem-se
mostrado como um elemento extre- Lazer e família ajudam a não adoecer com o trabalho
mamente importante para analisarmos
Cientistas reuniram dados de mais de 200 estudos para chegar a essa conclusão.
as transformações da sociedade, que Eles mostraram ainda que o medo de perder o emprego é a maior razão de estresse.
atingem um ritmo intenso, atreladas
às mudanças nas relações sociais, que Um cotidiano de estresse e esgotamento tem um efeito tão danoso à saúde quanto
capturam o tempo e o espaço, transfor- ficar à exposição de fumaça de cigarro alheio. Isso foi o que mostraram pesquisadores
mando-os em mercadorias raras. da Universidade de Harvard e da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos.
O lazer, entendido como momento Os cientistas reuniram dados de mais de 200 estudos para chegar a essa conclusão.
Eles mostraram ainda que o medo de perder o emprego é a maior razão de estresse e que
de encontro entre pessoas, é captu-
tal temor leva 50% dos trabalhadores a desenvolverem problemas de saúde. [...]
rado, e toda a sua espontaneidade é
normatizada. É a partir de então que o CAMInhoS PARA o BEM-EStAR
espaço doméstico, enquanto símbolo
de lazer espontâneo, é modificado para
dar lugar ao lazer normatizado.
As mudanças na estrutura familiar e
nas casas, principalmente das classes
média e média alta, interferem direta-
mente na forma de se ter lazer. As fa-
Manter Praticar Ter uma
mílias procuram, a partir do momento contato com atividade alimentação
em que a casa deixa de ser também o a família. física. saudável.
Praticar Dormir
espaço de trabalho, estruturá-la de for- atividade de bem.
ma a ampliar o conforto de seus mem- lazer.
bros, sobre os ditames do aumento de
privacidade para cada um deles. São Ela ressalta ainda que, apesar das pressões por produtividade, é fundamental orga-
inegáveis os benefícios dessa nova rea- nizar o tempo de modo que as atividades de lazer e o contato com os amigos e a
lidade, mas, sem dúvida, ela conduz a família não sejam esquecidos. “Esses momentos são fundamentais para uma descom-
pressão das exigências da rotina e para garantir uma atividade profissional saudável”,
uma nova perspectiva, que propicia a
diz o professor responsável pela pesquisa.
desvinculação dos contatos mais cons-
tantes, que existiam anteriormente, ou Disponível em: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/lazer-e-familia-ajudam-a-nao-adoecer-com-o-trabal
ho/?cHash=37567c0d1667ccc47537041cbebf8573.
seja, obrigatoriamente todos os familia-
res faziam as refeições em um mesmo
espaço, em um mesmo horário, muitas
vezes compartilhavam o mesmo quar- 26 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
to, e as crianças brincavam com seus
vizinhos em seu quintal.
Criam-se novas relações, novos con- BOOK_CMeE_6A_2017 26

ço doméstico é repassado para os espa- propiciem o contato entre grupos he-


15/12/16 16:14

ceitos de convivência, que priorizam, ços públicos que, justamente por serem terogêneos atingem principalmente as
acima de tudo, a individualidade, os públicos, são abandonados, tendo em crianças, que têm modificado os seus
contatos esporádicos crivados de re- vista que estão na contramão do que é primeiros momentos de formação, os
gras, que, transformam os momentos valorizado por nossa sociedade, a indi- quais seguem modelos prontos, priva-
de lazer em um espaço onde os indi- vidualidade, o contato com pessoas do dos da espontaneidade e de atuação
víduos estão alienados dos questiona- mesmo grupo social, as relações sem pro- criativa, como a que acontecia na ela-
mentos que só as relações de perten- fundidade. boração das brincadeiras diretamente
cimento nos espaços vividos podem A desestruturação das relações de con- relacionadas à ludicidade descompro-
proporcionar. vivência, a exacerbação do individua- metida com padrões impostos.
Portanto, o que verificamos no espa- lismo e a falta de espaços públicos que A infância é um momento único para

26 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 26 05/01/17 17:46


Anotações

? Questões para reflexão

1. Que leitura crítica é possível fazer do tema do texto?


2. O que você acha que estava acontecendo com o trabalhador? Por quê?
3. De acordo com o texto, são de fundamental importância as atividades de lazer
que contemplem amigos e, sobretudo, a família. O que você acha disso? Por
quê?
4. Como é o verão da sua família?
5. É possível fazer uma relação entre o texto e o tema que estamos es-
tudando, Lazer com a família?

Lazer sem a família


Nos momentos livres e de lazer, as pessoas
podem estar acompanhadas pelos familiares,
amigos, conhecidos ou, simplesmente, es-
tar sozinhas. Em geral, as crianças, em seus
momentos de lazer, são acompanhadas pelos
pais ou responsáveis. Mas, à medida que elas
vão crescendo, os pais começam a lhes dar
mais liberdade e a deixar seus filhos frequen-
tarem os lugares sozinhos. É fundamental
saber que a liberdade cedida pelos pais ou
responsáveis depende da confiança que estes
têm em suas crianças. Isso porque elas de-
vem aprender a ser responsáveis e a se com-
portar também quando estiverem longe deles.
Por isso, a confiança entre adultos e crianças
é necessária para que estas possam vir a ter
maior autonomia quando se trata de lazer sem
a família. Na verdade, confiança não se impõe,
adquire-se com o tempo. Então, procure ser
digno de adquirir a confiança de seus pais
sendo consciente e responsável por seus atos
na presença ou longe deles. Essa situação
está diretamente ligada ao fato de que, nos
momentos de lazer, é preciso aprender a res-
peitar todas as pessoas em qualquer lugar e
também saber cuidar de si.
Valua Vitaly/Shutterstock.com

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 27

BOOK_CMeE_6A_2017 27 15/12/16 16:14

se firmarem relações de proximidade, e desde a infância, provavelmente os in-


o espaço é condição para isso; portan- divíduos gerados nessas estruturas não
to, ao desestruturá-lo enquanto espa- se darão conta de que vivem em uma
ço da vida, podemos estar formando o sociedade sem vínculos, seus espaços
que Sloterdijk chama de indivíduo sem referenciais serão os não lugares, dificul-
retorno, ou seja, aquele que não conse- tando qualquer movimento contrário.
gue regressar às suas origens, visto que
elas simplesmente não existem, foram Disponível em: file:///C:/Users/editoria03/
Downloads/1064-2253-1-PB.pdf. Adaptado. Acessado
absorvidas pelo modo de produção ca-
em: 28/05/2014.
pitalista, que destrói mais do que pode
regenerar. E, se esse processo acontece

Manual do Educador – 6o ano 27

ME_CMeE_6A_2017.indb 27 05/01/17 17:46


1
Capítulo

Fundamentação
Ética
As transformações no espaço vivi- Questão de ética
do e o lazer
?

O primeiro local sagrado foi a casa, já 1. Escreva a resposta de cada uma das perguntas abaixo.
que não servia apenas de abrigo, mas a. Os seus pais confiam em você? Por quê?
era um local que incorporava simbolis- Resposta pessoal
mos cósmicos em sua construção. Os
índios navajos, por exemplo, diziam que b. Seus pais deixam você ir sozinho para alguns locais? Justifique sua resposta.
suas moradias — as tendas — seguiam Resposta pessoal
um modelo divino. A forma cônica lem- c. Como você se comporta quando está em momentos de lazer longe da família? Por quê?
brava uma montanha no Novo México
que os navajos chamavam de Coração Resposta pessoal
da Terra. Eles acreditavam que Deus
tinha criado a primeira tenda usando
d. Vemos todos os dias formas de desrespeito com as pessoas, seja na escola, na rua, no
estacas feitas com conchas brancas, shopping, entre outros. O que você acha disso? Justifique suas ideias.
pedra turquesa, moluscos e pedras es-
curas. Quando construíam uma nova Resposta pessoal
tenda, os navajos enterravam esses
quatro minerais sob as quatro estacas
principais, que também correspondiam 2. Escreva dez palavras-chave relacionadas ao assunto que está sendo trabalhado utilizando
aos quatro pontos cardeais. Dessa for- as sílabas do quadro abaixo. Observe a numeração e ordene-as.
ma, o construtor da tenda interrompia AU 1 LA 3 NO 1 MI 1 LIA 4 FI 5 CUI 10 ÊN 8 RES 7 LI 9 MÍ 4
a continuidade do mundo cotidiano e
ZER 3 TO 1 FA 4 A1 CON 5 AN 5 DO 10 DE 9 SO 2 CI 8 TO 7
criava um espaço mágico à parte.
CIA 8 NHO 2 DA 9 ÇA 5 PEI 7 BER 9 DA 10 ZI 2 TEM 6 CONS 8 PO 6
O espaço privado onde a reprodução
das relações de produção se processa 1 – autonomia 5 – confiança 8 – consciência
com mais intensidade é a casa, com a
família. Portanto, é importante analisar- 2 – sozinho 6 – tempo 9 – liberdade
mos esse espaço para entendermos a 3 – lazer 7 – respeito 10 – cuidado
importância dada ao lazer em sua pro-
4 – família
dução e como o que acontece nesse
âmbito interfere no espaço do lazer. 3. Agora, selecione duas palavras entre aquelas que você encontrou na questão anterior e
As mudanças nos espaços de lazer procure relacioná-las com a temática Lazer sem a família.
dentro das casas são, em um primeiro
Resposta pessoal
momento, estruturadas para atender
às mudanças que acontecem na fa-
mília e na divisão do trabalho. Como
dizem Prost e Vincent, a família, com 28 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
o passar do tempo, perde sua função
pública, assegurando apenas as fun-
ções privadas. Porém, como os auto- CMeE_6A_2016_CAP1.indd 28 26/12/16 17:05

res evidenciam, essa análise poderia [...] desde a Idade Média, muitas pes- privado. Junto com essa privatização da
se tornar insuficiente diante de tantas soas não mais viviam e trabalhavam no casa, surgiu um maior senso de intimi-
mudanças que ocorrem dentro da ins- mesmo local. Apesar de a maioria dos dade, que identificava a casa exclusiva-
tituição família. donos de loja, mercadores e artesãos mente com a vida familiar.
Ao perder suas funções públicas, a ainda morarem na “sobreloja”, havia mais As mudanças relacionadas ao traba-
família começa a se transformar, e tais burgueses — construtores, advogados, lho causaram algumas mudanças no
alterações são perceptíveis nas mudan- notários, funcionários públicos — para espaço doméstico, contudo não deram
ças que ocorrem nos espaços domésti- quem a casa era somente residência. A mais privacidade às pessoas, que, obri-
cos. Evidentemente, esse processo está consequência dessa separação foi que gatoriamente, compartilhavam todos
muito relacionado à divisão social do — com relação ao mundo exterior — a os momentos de sua intimidade com
trabalho. casa estava se tornando um lugar mais os demais membros da família.

28 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 28 05/01/17 17:46


Anotações
4. Discuta com o professor e os colegas de turma sobre os motivos que levam os pais a não
confiarem em seus filhos e apresente justificativas.
5. Agora, discuta também sobre o que os filhos devem fazer para receber a confiança de seus
pais.
6. Considerando as situações abaixo, apresente as implicações (positivas e negativas) nas
relações estabelecidas e na formação do caráter da pessoa.
a. Você confiou em alguém que não merecia.

Resposta pessoal
b. Uma pessoa confiou em você, e você traiu a confiança dela.

Resposta pessoal
c. Uma pessoa confiou em você, e deu tudo certo.

Resposta pessoal
d. Você confiou em uma pessoa que, de fato, merecia.

Resposta pessoal

7. Responda o teste a seguir e avalie se você merece confiança. Resposta pessoal


S – sempre AV – às vezes n – nunca
As casas das classes mais abastadas
passam por um processo, se assim po-
Cumpre o que promete? demos chamá-lo, de tematização, ou
Diz o que pensa e sente sem se preocupar com o que os outros vão achar? melhor, os diversos espaços se funcio-
Respeita e aceita as pessoas como elas são? nalizam de tal forma, especializando-
Diz a verdade aos seus pais, mesmo que lhe traga consequências desagradáveis? -se em determinadas tarefas e prazeres
Faz o que diz?
domésticos específicos, exigindo para
isso todo um aparato mobiliário que
Se houver necessidade, você descreve os fatos que realmente aconteceram?
confere peculiaridade a cada ambien-
Sabe respeitar opiniões diferentes da sua?
te. As casas burguesas na Inglaterra do
Acha que as pessoas acreditam em você?
século XIX já retratavam o processo de
Você mente? diferenciação das casas pobres.
Resultado:
A casa era um lugar social, mas com
1 a 4 ocorrências SEMPRE – As pessoas vão ter receio de confiar em você. uma rigorosa privacidade. Ela não era
5 a 7 ocorrências SEMPRE – Algumas vezes, você pode não transmitir confiança por medo a “casa grande” medieval, onde as pes-
ou receio das consequências. soas entravam e saíam com naturalida-
8 a 9 ocorrências SEMPRE – As pessoas podem confiar plenamente em você. de. Bem ao contrário, a casa burguesa
inglesa era um mundo isolado, onde
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 29 só se permitia a entrada de visitas bem
seletas; o mundo era mantido a distân-
cia, e incomodava-se o menos possível
BOOK_CMeE_6A_2017 29 15/12/16 16:14 a privacidade da família e do indivíduo.
Apesar de mudanças consideráveis, das visitas, que aproximam e estreitam as Havia os “dias de ficar em casa” e as “vi-
em alguns sentidos, os mais pobres relações pessoais; esse contato solidário sitas matinais” (que ocorriam à tarde). A
continuam a ter poucos espaços des- produz a organização social dessas áreas. etiqueta doméstica baseava-se, acima
tinados ao lazer. Muitas vezes é no Para as classes média e média alta, as de tudo, na reserva; vizinhos de porta
pequeno quintal que as crianças têm mudanças são mais significativas, pois trocavam recados por escrito — que
seu espaço para brincadeira, quando surgem os espaços privados dentro dos eram entregues por um criado — para
não na rua, enquanto para os adultos espaços familiares, que, por sua vez, são a evitar uma visita desavisada.
a TV e o aparelho de som resumem os maior expressão de privacidade que exis-
momentos de entretenimento. Ao mes- te. Aos poucos, a gama de opções de la- Disponível em: http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/
mo tempo, esses aspectos motivam o zer solitário vai-se ampliando no universo rtva/article/viewFile/1064/873. Acesso em 05/01/2017.
contato entre a vizinhança por meio doméstico, favorecendo o individualismo.

Manual do Educador – 6o ano 29

ME_CMeE_6A_2017.indb 29 05/01/17 17:46


1
Capítulo
Ética
8. Há quatro pontos importantes para você gerar confiança nas outras pessoas: credibilidade,
coerência, aceitação e clareza. Pesquise cada uma dessas palavras no dicionário e escre-
va o significado delas. Em seguida, reflita, com seus colegas e o professor, sobre as implica-
ções filosóficas de cada uma no processo de desenvolvimento e formação do indivíduo, ou
seja, como cada um desses conceitos pode ajudar o ser humano a se humanizar.
a. Credibilidade:

Característica de quem é confiável, honesto, leal, sincero.

b. Coerência:

Qualidade de quem é coerente, lógico, racional.

c. Aceitação:

Ação ou efeito de aceitar, receber, acatar.

d. Clareza:

Qualidade do que é claro, fácil de apreender ou entender.

9. Leia e converse com seus colegas sobre o assunto abordado no texto abaixo.

Estando a sós, com os amigos ou

Aleksei Andreev/Shutterstock.com
familiares, devemos estar atentos às
regras de segurança no momento do
lazer. Os parques de diversões são os
preferidos por grande parte das famí-
lias que buscam momentos de diver-
são, porém alguns acidentes têm tira-
do a segurança de todos e causado
até mortes. Então, para evitar que as
estatísticas de acidentes em parques
aumentem, foram criadas normas e re-
gras para as instalações desses locais.
De acordo com a Associação Brasilei-
ra de Normas Técnicas (ABNT), essas
regras darão maior segurança a todos.
Você precisa estar atento à segu-
rança nos seus momentos de lazer.
Procure lugares seguros e brincadei-
ras sadias que garantam a diversão
para todas as pessoas.

30 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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30 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de
Abordagem
10. Leia cada característica abaixo e escreva, no local apropriado, CR, se for uma situação
relacionada à credibilidade; Co, à coerência; A, à aceitação; e CL, à clareza.
Professor, o filme A corrente do bem
a. ( CR ) Se marcar um compromisso para as 5 horas, às 5 horas esteja lá. pode ser observado os seguintes
b. ( CO ) Se a pessoa diz que gostou de sua ideia é porque realmente gostou. pontos para discutirmos depois em
c. ( A ) Se a outra pessoa tem opinião diferente, isso não é razão para conflito. sala de aula.
d. ( CL ) Não esconda o jogo, passe aos outros as informações relevantes. • As mazelas da sociedade.
• O caminho de Trevor ao ir embora.
Para refletir • A violência e suas caras.
• O tipo de escola em que Trevor es-
O filme A corrente do bem retrata as ações positivas para vivermos tuda.
melhor. Tudo começa quando Simonet, um professor de estudos sociais, • A mãe do garoto.
faz um desafio aos seus alunos durante a aula: criar algo que possa mudar • As atitudes de Trevor.
o mundo. Trevor, um de seus alunos, acolhe o desafio do professor. Ele
• Desestrutura familiar.
cria um jogo de regras bem simples; a cada favor que alguém recebe,
haverá uma retribuição a três outras pessoas. Surpreendentemente, a
• Preconceito.
ideia funciona, ajudando o próprio professor a se desprender de segredos • A fé em si e nos outros.
do passado e também a mãe de Trevor, Arlene, a encontrar um novo
sentido em sua vida. Filme emocionante e simples, capaz de tocar o coração de todos.
Nesse filme, a ficção mostra uma lição de vida que deveria ser aplicada na vida real.
Mudar o mundo não é uma tarefa fácil, mas pode-se mudar uma enorme quantidade de
coisas na vida de cada um, dos alunos e da comunidade educacional. Anotações
Ideias são maravilhosas, sempre. O problema mais difícil é colocá-las em prática. E Trevor
fez isso. Há uma infinidade de obstáculos para enfrentar, mas há que se manter a cabeça
erguida e seguir em frente. Parar no meio do caminho ou dar ouvido às pessoas que falam
que nada vai dar certo não é uma boa opção. A melhor maneira que existe é alcançar os
objetivos “sem medo de ser feliz”. Deve-se seguir em frente. Rejeições sempre existem,
mas o importante é a batalha para formar bons cidadãos para a vida e para o mundo!
Destaque-se, nesse filme, que é essencial ao educador compreender a importância
que o professor tem na vida de seus alunos, pois sua ação docente deve ser
coerente com a realidade deles. Trevor mostrou o valor que o professor tem
perante a sociedade e seus alunos, bem como o poder que possui de
transformar-lhes a vida.

? Questões para reflexão

1. Qual é a mensagem do filme?


2. O filme mostra a ação de uma criança fazendo o bem para seus compa-
nheiros da escola, seu professor e sua mãe. Quais ações você pode
fazer para praticar o bem?

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 31

BOOK_CMeE_6A_2017 31 15/12/16 16:14

Manual do Educador – 6o ano 31

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1
Capítulo
Ética
Essas mães maravilhosas e suas máquinas infantis
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho,
Paulinho, seis anos, olhavam-na com ar de superioridade. Não era para menos. Afinal, o garoto,
até aquela idade — imaginem —, limitava-se a brincar e ir à escola. Andava em tal descompas-
so com os outros meninos, que já desenvolveram múltiplas e variadas atividades desde a mais
tenra idade. O recorde, por sinal, pertencia ao garoto Peter, filho de uma brasileira e um cana-
dense, nascido em Nova York. Peter tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamen-
tação (Como tirar o leite da mãe em 10 lições). A mãe descobriu, numa revista, uma pesquisa
feita por médicos na Califórnia informando sobre a melhor técnica de mamar (chamada técnica
de Lindstrom, um psicanalista, autor da pesquisa, que, para realizar seu trabalho, mamou até
os 40 anos). A maneira de a criança mamar, afirmam os doutores, vai determinar suas neuroses
na idade adulta.
Uma tarde, Flávia percebeu duas mães cochichando sobre seu filho: que se pode esperar de
um menino que, aos seis anos, só brinca e vai à escola? Flávia começou a se sentir a última
das mães. Pegou o marido pelo braço dizendo que os dois precisavam ter uma conversa
com o filho.
— O que você gostaria de fazer, Paulinho? — perguntou o pai dando uma de liberal
que não costuma impor suas vontades.
— Brincar...
O pai fez uma expressão grave.

32

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32 Cidadania Moral e Ética

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— Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brin-
cadeira. Você precisa começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver
outras atividades. Você gostaria de praticar algum esporte?
— Compra um time de botão para mim.
— Botão não é esporte, filho.
— Arco e flecha!
Os pais se entreolharam. Nenhum dos meninos do prédio fazia curso de arco e flecha. Pau-
linho seria o primeiro. Os vizinhos certamente iriam julgá-lo uma criança anormal. Flávia deu um
calção de presente ao garoto e perguntou por que ele não fazia natação.
— Tenho medo.
Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser
eliminados na infância. Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais
tremerem. Mas o medo dos pais é outra história. Paulinho entrou para a natação. Não deu mui-
tas alegrias aos pais. Nas competições, chegava sempre em último, e as mães dos coleguinhas
continuavam olhando Flávia com uma expressão superior. As mães, vocês sabem, disputam en-
tre elas um torneio surdo nas costas dos filhos. Flávia passou a desconfiar de que seu filho era
um ser inferior. Resolveu imitar as outras mães e, além da natação, colocou Paulinho na ginásti-
ca olímpica, cursinho de artes, inglês, judô, francês, terapeuta, logopedista. Botou até aparelho
nos dentes do filho. Os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do colégio.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 33

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Manual do Educador – 6 ano o


33

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1
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética
— Não posso, tenho aula de hipismo.
Bullying: mentes perigosas — E depois do hipismo?
na escola — Vou pro caratê.
Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva — E depois do caratê?
— Faço sapateado.
O livro faz uma investigação sobre o — Quando poderemos brincar?
bullying, apresentando informações aos — Não sei. Tenho que ver na agenda. Paulinho andava com uma agenda Pombo debaixo do
braço. À noitinha, chegava em casa mais cansado do que o pai em dia de plantão. Nunca mais
pais, professores, alunos e profissionais
brincou. Tinha todos os brinquedos da moda, mas só para mostrar aos amiguinhos do prédio.
de diversas áreas para identificar esse Paulinho dava um duro dos diabos. “Mas, no futuro, ele saberá agradecer”, dizia o pai. O garoto
tipo de violência e suas consequências, estava sendo preparado para ser um super-homem. E foi ficando adulto antes do tempo, como
como também o que se pode fazer uma fruta que amadurece de véspera. Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do
para combatê-la. pescoço tentando dar um laço. Quando fez sete anos, disse ao pai que, a partir daquele dia,
queria receber a mesada em dólar. Aos oito, abriu o berreiro porque seus pais não lhe deram
Bullying na escola um cartão de crédito de presente. Com nove anos, entre uma aula de xadrez e de sânscrito,
Paulinho saiu de casa muito compenetrado. Os amiguinhos da rua perguntaram aonde ele ia:
Autora: Cristina Klein
— Vou ao banco.
O livro disponibiliza um conteúdo in-
trodutório e dá subsídios para a iden-
tificação, a prevenção e o combate do
bullying — agressão física e/ou psico-
lógica, verbal, moral, sexual, material
ou virtual, praticada por uma ou várias
pessoas contra uma mesma vítima, por
período prolongado de tempo, basea-
da na disparidade de poder, sem moti-
vo aparente e que deixa sequelas per-
manentes.

Cyberbullying: a violência virtual


Autor: Josevaldo Araújo Melo
Este livro é o resultado do esforço de
juntar um pouco do que há de mais
significativo sobre o cyberbullying com
o intuito de levar alguns subsídios para
os pais, professores e gestores. O cyber-
bullying é uma variação na tipologia de
agressão do bullying convencional; para
muitos, a pior variação, em função do
“anonimato” do agressor e das conse- 34
quências, que podem ser irreparáveis.

Lazer e educação
BOOK_CMeE_6A_2017 34 15/12/16 16:14

Sociologia empírica do lazer


Autor: Nelson Carvalho Marcellino Autor: Joffre Dumazedier Anotações
Nesta obra, o autor busca conduzir à O que fazer com o tempo livre? Quais
reflexão sobre o lazer como elemento as dimensões reais do lazer? Quais as
pedagógico de significação, propondo relações entre o lazer e a dinâmica das
a sua incorporação na educação como mudanças culturais, sociais e do mun-
movimento da vida, como provocação do do trabalho? Estas são algumas das
de estímulo em uma civilização para a questões que Dumazedier focaliza de
qual o lazer tem apenas aspectos fun- modo pioneiro e incisivo nesta obra
cionais. clássica.

34 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 34 05/01/17 17:46


Caminhou um quarteirão até o banco, sentou-se diante do gerente, pediu sugestões sobre
aplicações e pagou a conta de luz como um homenzinho. A façanha do garoto correu o prédio.
A vizinhança começou a achá-lo um gênio. As mães dos amiguinhos deixaram de olhar Flávia
com superioridade. Os pais, enfim, puderam sentir-se orgulhosos. “Estamos educando o meni-
no no caminho certo”, declarou o pai batendo no peito. Na festa de onze anos, que mais parecia
um coquetel do corpo diplomático, um tio perguntou a Paulinho o que ele queria ser quando
crescesse.
— Criança!
Paulinho cresceu. Cresceu fazendo cursos e mais cursos. Abandonou a infância, entrou na
adolescência, tornou-se um jovem alto, forte, espadaúdo. Virou Paulão. Entrou para a faculdade,
formou-se em Economia. Os pais tinham sonhos de vê-lo na presidência do Banco Central. Ca-
sou com uma jornalista. Paulão respirou aliviado por sair debaixo das asas da mãe, que até as
vésperas do casamento queria colocá-lo num curso de preparação matrimonial. Na lua de mel,
avisou à mulher que iria passar os dias em casa dedicando-se à sua tese de mestrado.
A mulher ia e vinha do emprego, e Paulão trancado em seu gabinete de estudos. Uma tarde,
o marido se esqueceu de passar a chave na porta. A mulher chegou, abriu e deu de cara com
Paulão sentado no tapete brincando com um trenzinho.

NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994.

? Questão de ética

1. No texto acima, como os pais se colocam em relação ao lazer do filho?


Sugestão de resposta: Os pais de Paulinho encaram o lazer da criança como um

desperdício de tempo e energia.

2. Como os pais devem interferir no lazer das crianças?


Sugestão de resposta: Os pais devem compreender que as atividades de lazer constituem

um importante elemento na formação emocional e física da criança. Mas também se deve

dosar o tempo gasto com a diversão ensinando o filho a ter prioridades.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 35

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Manual do Educador – 6 ano o


35

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2
Capítulo

Objetivos
Ética na comunidade

2
Pedagógicos Ética na

Capítulo
• Compreender a importância da
ética no convívio social. comunidade
• Refletir sobre os
comportamentos adequados aos
diversos tipos de ambientes. Vamos dialogar!
• Debater a importância das Observe as imagens e, a seguir, converse com seu
Conhecimentos prévios professor sobre a relação entre as fotos e o tema do
regras de convivência para o capítulo: Ética na comunidade.
funcionamento da sociedade. • Para você, qual a

Da esquerda para direita, de cima para baixo: ESB Professional, goodluz, Hatchapong Palurtchaivong, Sajee Rod/Shutterstock.com
relação de ética com
• Refletir sobre a necessidade de comunidade?
• Como desenvolver
desenvolver as atividades de uma atitude ética na
lazer com segurança. comunidade?
• Qual é o papel da ética
na comunidade?
Sugestão de • Respeito, ética, lazer
Abordagem e comunidade: como
podemos relacionar esses
Sugerimos que o texto Hábito na- temas?
cional, de Luis Fernando Verissimo,
seja trabalhado em sala de aula com
a finalidade de fomentar a discussão
sobre a ética.
Aproveite para debater o famoso
“jeitinho brasileiro”. Peça que os alunos
reflitam se já tiveram alguma atitude
que se encaixa nesse conceito e que
opinem sobre essa maneira de agir.

Anotações

BOOK_CMeE_6A_2017 36 15/12/16 16:14

36 Cidadania Moral e Ética

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Espaços coletivos: como se comportar neles?
Os espaços coletivos são compartilhados por todos que buscam momentos de encontro,
prática de esporte e relaxamento. Em uma comunidade, encontramos diferentes grupos e for-
mas de lazer. São pessoas que se juntam em um grupo por possuírem interesses em comum.
A sua comunidade escolar, a sua comunidade religiosa, a sua comunidade musical diferem nos
gostos, nos prazeres e no lazer. O relacionamento entre os grupos nem sempre apresenta um
convívio harmonioso, visto que, neles, encontramos pessoas de diferentes culturas que agem,
pensam e se comportam de acordo com seus costumes. Em várias situações, o comportamen-
to não é adequado para o local em que se encontram. Observe:

Da esquerda para direita, de cima para baixo: Alf Ribeiro, Vlad Ozerov, VeronikaChe, 06photo/Shutterstock.com

Por ser um espaço coletivo, deve-se considerar que ele será utilizado e preservado por todos
que o frequentam e que, em cada um deles, há regras que precisam ser seguidas para garantir
o bem-estar de todos.
Quando você vai à praia e joga lixo no chão, está desrespeitando a regra de convivência que
garante uma areia limpa e livre de sujeira para todos que a frequentam.
Quando você está brincando na praça e, por vontade, quebra, risca os brinquedos ou brinca
de forma inadequada neles ou no espaço, está contribuindo para que ele seja destruído. Isso
prejudica você, além de todos que gostam de frequentar esse lugar.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 37

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Manual do Educador – 6 ano o


37

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2
Capítulo

Fundamentação
Ética na comunidade

Ética: a área da Filosofia que estu- ? Questão de ética


da o comportamento humano

A palavra ética se origina do termo gre- 1. Procure no dicionário e escreva em seu caderno o significado das seguintes palavras e, em
seguida, forme frases relacionadas com o tema estudado: Ética na comunidade. Depois,
go ethos, que significa modo de ser, cará-
discuta com seus colegas o que você compreendeu.
ter, costume, comportamento. De fato, a Resposta pessoal
ética é o estudo desses aspectos do ser Comunidade
humano: por um lado, procurando des-
cobrir o que está por trás do nosso modo
de ser e de agir; por outro, procurando Coletivo
estabelecer as maneiras mais convenien-
tes de sermos e agirmos. Assim, pode-se
dizer que a ética trata do que é “bom” Convivência
e do que é “mau” para nós. Entretanto,
esses valores não apresentam um caráter
absoluto. Ao longo dos tempos, nas mais Sociedade
diversas civilizações, várias interpretações
foram dadas a essas duas noções. A ética
acompanha esse desenvolvimento histó-
Público
rico, para que isso sirva de base para uma
reflexão sobre como ser ético no tempo
presente. A ética se ocupa da convivência
entre seres humanos na sociedade. 2. Leia o texto a seguir.
Mas, antes de qualquer coisa, qual o
significado da palavra ética? O filósofo Comunidade e sociedade
contemporâneo espanhol Fernando Sa-
vater apresenta uma resposta para essa Comunidade e sociedade são as uniões de grupos sociais mais comuns dentro da Socio-
logia. Sabemos que ninguém consegue viver sozinho e que todas as pessoas precisam umas
pergunta em um livro intitulado Ética
das outras para viver. Essa convivência caracteriza os grupos sociais, e, dependendo do tipo de
para meu filho. Como diz o título, ele es- relações estabelecidas entre as pessoas, esses grupos poderão se distinguir.
creveu com o intuito de explicar a ques- Nas comunidades, as normas de convivência e de conduta de seus membros estão ligadas à
tão para o seu filho adolescente. Veja um tradição, religião, ao consenso e ao respeito mútuo. Na sociedade, é totalmente diferente. Não
trecho do livro: há o estabelecimento de relações pessoais e, na maioria das vezes, não há tamanha preocu-
Há ciências que estudamos por simples pação com o outro indivíduo, fato que marca a comunidade. Por isso, é fundamental haver um
aparato de leis e normas para regular a conduta dos indivíduos que vivem em sociedade, tendo,
interesse de saber coisas novas; outras,
no Estado, um forte aparato burocrático, central nesse sentido.
para adquirir uma habilidade que nos
permita fazer ou utilizar alguma coisa; Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/sociologia/comunidade-sociedade.htm. Acesso em: 21/11/2013.

a maioria, para conseguir um trabalho e


ganhar a vida com ele. Se não sentirmos 38 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
curiosidade nem necessidade de realizar
esses estudos, poderemos prescindir de-
les tranquilamente. Há uma infinidade BOOK_CMeE_6A_2017 38 15/12/16 16:14

de conhecimentos muito interessantes, tos mundiais, dispensa olimpicamente a liga saber porque, por assim dizer, são funda-
mas sem os quais podemos nos arranjar americana e todo o mundo sai satisfeito. mentais para nossa vida. É preciso saber,
muito bem para viver. Eu, por exemplo, O que eu quero dizer é que certas coisas por exemplo, que saltar de uma varanda
lamento muito não ter nem ideia de as- a pessoa pode aprender ou não, conforme do sexto andar não é bom para a saúde
trofísica ou de marcenaria, que dão tanta sua vontade. Como ninguém é capaz de ou que uma dieta de pregos (perdoem-
satisfação a outras pessoas, embora essa saber tudo, o remédio é escolher e aceitar -me os faquires!) e ácido prússico não nos
ignorância nunca me tenha impedido de com humildade o muito que ignoramos. É permitirá chegar à velhice. Também não é
ir sobrevivendo até hoje. E você, se não me possível viver sem saber astrofísica, marce- aconselhável ignorar que, se dermos um
engano, conhece as regras do futebol, mas naria, futebol e até mesmo sem saber ler e safanão no vizinho cada vez que cruzar-
é bem fraco em beisebol. Não tem maior escrever: vive-se pior, decerto, mas vive-se. mos com ele, mais cedo ou mais tarde ha-
importância, você desfruta os campeona- No entanto, há outras coisas que é preciso verá consequências muito desagradáveis.

38 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 38 05/01/17 17:46


Anotações
A partir das informações dadas pela Sociologia sobre comunidade e sociedade, pense e
responda: o que falta na comunidade para que a sociedade seja cada vez mais harmoniosa?

Resposta pessoal

3. Quais espaços coletivos de lazer você costuma frequentar na sua comunidade ou no seu
bairro?

Resposta pessoal

4. Nas imagens abaixo, quais são as pessoas que não estão se comportando de forma ade-
quada nos espaços coletivos? Reflita sobre as possíveis razões que as levam a ter esses
comportamentos.
Resposta pessoal

Kozachenko Oleksandr, Francesco83, bikeriderlondon, Barbara Kennedy/Shutterstock.com


Da esquerda para direita, de cima para baixo: Warren Goldswain, Vuk Vukmirovic,

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 39

BOOK_CMeE_6A_2017 39 15/12/16 16:14

Pequenezas desse tipo são importantes. o que não acontece com os castores, as
Podemos viver de muitos modos, mas há abelhas e as formigas. De modo que pa-
modos que não nos deixam viver. [...] rece prudente atentarmos bem para o que
Resumindo: ao contrário de outros seres, fazemos, procurando adquirir certo saber-
animados ou inanimados; nós, homens, -viver que nos permita acertar. Esse saber-
podemos inventar e escolher, em parte, -viver, ou arte de viver, se você preferir, é o
nossa forma de vida. Podemos optar pelo que se chama de ética.
que nos parece bom, ou seja, conveniente
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/
para nós, em oposição ao que nos parece filosofia/etica-a-area-da-filosofia-que-estuda-o-
mau, inconveniente. Como podemos in- comportamento-humano.htm. Adaptado. Acessado em:
ventar e escolher, podemos nos enganar, 29/05/14.

Manual do Educador – 6o ano 39

ME_CMeE_6A_2017.indb 39 05/01/17 17:46


2
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética na comunidade

5. Você já deve ter percebido, em momentos de lazer coletivo, situações desagradáveis como
Selecionamos uma dinâmica de bullying e até mesmo preconceito. Faça um relato pessoal sobre alguma situação que você
grupo que tem como finalidade presenciou e desaprova em um local coletivo de lazer. Qual foi a sua postura diante dessa
instigar o debate sobre a necessida- situação?
de de tomarmos atitudes corretas Resposta pessoal
na construção da nossa vivência em
sociedade. Recomendamos que ela
seja realizada em sala de aula, caso
seja possível, e que, posteriormente,
sejam trabalhados temas como res-
peito, ética e convivência.

Dinâmica do papel amassado

Distribua folhas de papel em bran- 6. Em diálogo com colegas de turma, responda às questões abaixo.
a. Que espaços, na sua comunidade, estão precisando de reforma ou de maior atenção dos
co para cada aluno e peça que eles governantes?
descrevam a folha (branca, lisa, qua-
drada, etc.). Em seguida, peça que Resposta pessoal
escrevam/ desenhem algo que quei-
ram. Depois de finalizados os textos/
desenhos, os alunos devem amassar
a folha tanto quanto puderem (sem
a rasgar).
Depois que todos estiverem com b. Que ações você adotaria para melhorar o lazer dos espaços coletivos de sua comunidade?
as bolinhas de papel na mão, diga Resposta pessoal
que o objetivo é fazer com que a fo-
lha volte a ficar como estava quando
foi entregue a eles (branca, quadra-
da, lisa). Neste momento, os alunos
vão começar a questionar sobre o
que fazer para que a folha volte ao 7. Agora, trabalhando em grupo, você e seus colegas deverão elaborar uma campanha de
seu estado original. conscientização (cartazes, vídeos, panfletos, etc.) para esclarecer aos outros alunos da sua
É interessante que, a partir da im- escola da importância do lazer nos espaços coletivos. Durante o planejamento da campa-
possibilidade de devolver à folha suas nha, reflitam e discutam:
características iniciais, faça-se uma a. Que atitudes desagradáveis vocês verificam comumente na escola?
b. O que vocês podem fazer para evitar que isso continue acontecendo?
analogia entre as ações sofridas pela
c. Como as suas ideias podem ser reproduzidas em uma campanha de conscientização?
folha e as nossas atitudes no mo-
mento de convivência. Assim como
40 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
a folha, as pessoas são afetadas pelo
nosso comportamento, e, por isso,
devemos respeitar os outros e as re- BOOK_CMeE_6A_2017 40 15/12/16 16:14

gras de convivência em sociedade.


Anotações
Disponível em: http://www.dihitt.com/barra/
dinamica-de-convivencia-papel-amassado-2.
Adaptado. Acessado em: 29/05/2014

40 Cidadania Moral e Ética

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Fundamentação
A relação professor-aluno
Para refletir
A relação do professor com seus alu-
Qualquer que seja a atividade de lazer coletiva, é importante seguirmos regras nos é de fundamental importância para
preestabelecidas para que não ocorram conflitos. Leia algumas dessas regras e reflita a educação, pois, de acordo com a for-
com sua turma se você as tem praticado em seus momentos de lazer coletivo e, em
seguida, confeccione uma cartilha de boas atitudes de lazer de forma coletiva. Sugerimos ma de agir do professor, o aluno po-
alguns tópicos para ajudar na realização do trabalho: derá se sentir mais receptivo, ou não, à
• Aprender a fazer atividades junto com os outros. matéria. A reciprocidade, a simpatia e
• Respeitar a vontade dos outros. o respeito entre professor e aluno pro-
• Cuidar de todos os seres vivos, incluindo pessoas, plantas e animais.
• Ser amável com os demais.
porcionam um trabalho construtivo,
• Saber respeitar as normas e se comportar bem em todo e qualquer local. em que o educando é tratado como
• Sempre dialogar com todas as pessoas, aprendendo a escutar e sabendo o pessoa, e não como número.
momento correto de falar. Os objetivos da educação seriam
• Ser organizado e deixar tudo arrumado. Jogar o lixo na lixeira e, se for possível,
mais facilmente alcançados se muitos
nos locais adequados para reciclagem.
• Usar e cuidar dos espaços públicos de lazer. dos problemas disciplinares fossem
resolvidos com maior cautela, sem
Grupos de lazer dramatização, onde um simples co-
As pessoas, em geral, fazem parte de grupos de lazer, ou seja, de grupos de pessoas que reali-
mentário bem-feito solucionasse o
zam, juntas, atividades relacionadas ao lazer. Alguns exemplos desses grupos são: time de futebol, problema.
grupo de dança, banda de música, grêmio estudantil, etc.
Quando fazemos parte de tais grupos de lazer, é preciso respeitar algumas regras para que Atividades variadas previnem a
possa existir uma boa convivência entre todos que deles participam. As normas ou regras para
indisciplina dentro da sala de aula
não haver discussão na convivência, normalmente, estão registradas num contrato de convivência.
Entretanto, mesmo que não exista esse documento, basta ter bom-senso para aprender a lidar com
A realização de provas justas e bem
outras pessoas, inclusive quando convivemos nos momentos livres ou de lazer. Algumas regras bá-
sicas para a convivência com todas as pessoas, inclusive nos grupos de lazer, estão abaixo: dosadas estimula o aluno a estudar
• Sempre peça por favor. mais e diminui, ou até mesmo elimi-
• Diga obrigado, com licença e desculpe sempre que necessário. na, a famosa “cola”. Outra forma de
• Se você acendeu, apague. melhorar essa relação é aplicando
• Se você abriu, feche. trabalhos interessantes que desafiem
• Se você desarrumou, arrume.
a capacidade do estudante e que não
• Se você quebrou, conserte.
• Se você sujou, limpe. gerem angústia nem desânimo pelo
• Se você falou demais, comprove. grau de dificuldade.
• Se você prometeu, cumpra.
• Se você pediu emprestado, devolva. Não é possível educar sem dia-
• Se você não sabe como funciona, não mexa. logar
• Se você não sabe fazer melhor, não critique.
• Se você não veio ajudar, não atrapalhe. Existem quatro elementos funda-
• Se não é seu, peça permissão. mentais para o ato de ensinar: o pro-
cesso, a matéria, o aluno e o profes-
41
sor, sendo este último o fator decisivo
na aprendizagem, levando em conta
BOOK_CMeE_6A_2017 41 15/12/16 16:14
a influência que exerce sobre a classe
para ministrar as aulas.
Anotações O professor tem de estar sempre
aberto às novas experiências, aos
sentimentos e aos problemas de seus
alunos. É claro que a responsabilidade
da aprendizagem está ligada ao aluno,
mas deve ser facilitada pelo professor,
levando o aluno à autorrealização.
Disponível em: http://educador.brasilescola.com/
etica/relacionamento-professor-x-aluno.htm.
Adaptado. Acessado em: 30/05/2014.

Manual do Educador – 6o ano 41

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2
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética na comunidade

Discuta com seus alunos o que con- ? Questão de ética


sideram boas maneiras para uma boa
convivência em grupo na sala de aula. 1. Siga o passo a passo.
Peça a eles que relatem acontecimen-
tos ou situações em que os colegas a. Leia.
ou professores agiram com boas ma-
O esporte e o lazer da cidade e as fases da vida
neiras e outros acontecimentos em
que eles ou mesmo os professores O lazer é necessário, sempre há um tempo para o futebol, para o Carnaval, para um
não tenham utilizado boas maneiras bate-papo. Esse tempo de lazer existe na vida das pessoas independentemente da classe
na sala de aula. social. O que irão variar são as condições de vida e a forma de aproveitá-lo. Alguns com
Voce pode sugerir às crianças que maior poder aquisitivo viajam, vão ao teatro, ao cinema, compram brinquedos e frequen-
listem palavras que representem ati- tam clubes. Outros se restringem a ver televisão, participar de festas, jogar com os amigos
ou ir ao futebol. Ainda existem diferenças de acesso ao lazer entre homens e mulheres,
tudes boas e ruins manifestadas por
que possuem tempo disponível culturalmente desigual. Pouco tempo sobra para as mu-
colegas e para professores na escola. lheres, pois elas executam uma jornada dupla de trabalho, ficando, o divertimento, em
Você ou os alunos deverão escre- segundo plano.
ver essas palavras em fichas de papel
cartão ou cartolina e, posteriormente,
FEIX, Eneida. O esporte e o lazer da cidade e as fases da vida. In: FERREIRA, Marcelo; MARCELLINO, Nelson. Brincar, jogar, viver:
programa esporte e lazer da cidade. Volume 1. Brasília: Ministério dos Esportes, 2007. p. 37.

fazer uma exposição das mesmas na


lousa de forma que fiquem visíveis b. O texto apresenta o lazer como necessário e que todos precisam dele para ter uma vida
aos alunos. Para iniciar, sugira alguns de qualidade. Mas nem todos podem ter acesso ao lazer. O que fazer?

nomes, por exemplo, agradecer, per- Resposta pessoal


doar, gostar, proteger, bater, maltra-
tar, brigar, xingar, prejudicar, incomo-
dar, entre outras. Em seguida, solicite c. Há alternativas para diminuir ou acabar com a desigualdade social nos ambientes que
aos alunos que leiam e identifiquem proporcionam lazer? Apresente ideias para seus colegas.
se aquela palavra refere-se a atitudes
Resposta pessoal
certas ou erradas para uma convivên-
cia harmoniosa.
Depois, organize as palavras em co-
lunas lado a lado e cada aluno deve- 2. Marque um x nos grupos de lazer dos quais você faz parte.
rá escolher quatro palavras, duas de Resposta pessoal

cada coluna, e escrever frases conten- ( ) Time de futebol ( ) Grupo de dança


do as mesmas. ( ) Time de vôlei ( ) Grupo de estudos
( ) Grupo de esportes ( ) Grupo de teatro
Se você tiver tempo hábil, sugira
( ) Banda de música ( ) Grêmio estudantil
que os alunos ilustrem as frases pro- ( ) Grupo da igreja ( ) Outro(s). Especifique:
duzidas.
42 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

Fundamentação CMeE_6A_2016_CAP2.indd 42 26/12/16 17:05

Carta Internacional de Educação madas sociais, como também nos diver- ricos, modificações na lógica e na or-
para o Lazer sos setores da sociedade. É preciso estar ganização do sistema de produção e,
preparado para assimilar tais alterações, consequentemente, nas relações sociais
A sociedade atual vem experimen- saindo da uniformidade e da fixidez (Pier- e educacionais.
tando diversas sensações ocasionadas re Lévy). Assim, as vivências lúdicas são reco-
pela velocidade das mudanças. Mal se Diferentes e inovadoras exigências são nhecidas como fortes elementos, que
consegue assimilar uma transformação, atribuídas às diversas esferas do cotidia- contribuem para a compreensão do
já aparecem outras conduzindo aos no, como educação, saúde, lazer e tra- novo mundo social, e reais possibilida-
processos de desestabilização. Esses balho, que são mercados em expansão, des de intervenção socioeducativa, em
processos repercutem nas diversas ca- estabelecendo, como requisitos histó- função de as práticas corporais estarem

42 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 42 05/01/17 17:46


Anotações
3. Observe as imagens e responda:

Concept Photo/Shutterstock.com
Prixel Creative/Shutterstock.com

Como a solidão (isolamento, afastamento das pessoas) pode ser prejudicial para a nossa
educação?

O isolamento impossibilita a aprendizagem advinda do convívio social.

4. Complete a cruzadinha abaixo escrevendo as palavras que você sempre deve dizer e, em
seguida, explique a importância dos grupos de lazer para o seu cotidiano. Quais são as in-
fluências positivas que esses grupos proporcionam a você?

I. II.
Resposta pessoal
D P

E O

S R

III. C O M • L I C E N Ç A

U F

L A

P V
Mundial de Recreação e Lazer (WLRA)
E IV. O B R I G A D O —, realizado em Jerusalém, Israel, em
R
1993, e ratificado pelo conselho da
WLRA em Jaipur, Índia, no mesmo ano.
Esse documento tem como objetivo
principal disseminar, junto aos gover-
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 43 nos, às organizações não governa-
mentais e às instituições de ensino, os
conteúdos, os significados e os bene-
fícios do lazer e da educação para e
CMeE_6A_2016_CAP2.indd 43 26/12/16 17:05

inseridas no contexto do lazer, espaço lidades, aspectos, desafios e dificuldades pelo lazer. Outro objetivo é preparar
propício para mudanças de valores, de que tal questão envolve”. os agentes de educação, incluindo as
condutas e de atitudes. escolas, a comunidade e as instituições
Refletir sobre a relação entre lazer e A Carta Internacional de Educação envolvidas na capacitação de recursos
educação não é tarefa fácil, vista a enor- para o Lazer e seus conteúdos humanos, sobre os princípios nos quais
me falta de consenso quanto aos con- poderão se desenvolver políticas e es-
ceitos dados pelos autores, e também O teor da referida carta foi elaborado tratégias de educação para o lazer.
porque essa discussão requer adoção e aprovado no Seminário Internacional de
de postura, como relata Christianne Educação para o Lazer da World Leisure Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/
fef/%20article/%20view/128/1489. Adaptado. Acessado
Gomes, “em face da gama de possibi- and Recreation Association — Associação em: 30/05/2014.

Manual do Educador – 6o ano 43

ME_CMeE_6A_2017.indb 43 05/01/17 17:46


2
Capítulo

Fundamentação
Ética na comunidade

Questões pertinentes ao universo 5. Em grupo, discuta as questões a seguir e, depois, responda ao que se pede.
do lazer a. Em casa, com as pessoas do seu grupo familiar, que atitudes favorecem o respeito?

Resposta pessoal
Vários aspectos são relevantes na vida
do ser humano, inclusive as atividades
vivenciadas durante o lazer, que também
fazem parte da vida diária das pessoas.
A tomada de consciência da importância b. Em um local público, como uma praça ou uma sala de cinema, que atitudes favorecem a
do lazer no contexto de nossa sociedade harmonia?
essencialmente industrial e burocrática Resposta pessoal
é, constantemente, caracterizada e ana-
lisada por diversos estudiosos da área.
O lazer é visto como algo integrante
da vida social do indivíduo. Ao ser idea-
c. Na escola, com as pessoas que fazem parte dela, que atitudes contribuem para a sua
lizado como caminho que leva o ser
aprendizagem?
humano ao desenvolvimento pessoal,
social e econômico, como elemento im- Resposta pessoal
prescindível na aquisição de uma qua-
lidade de vida melhor, também passa a
ser denominado como um produto cul- d. Com o seu grupo de amigos, que atitudes favorecem a segurança e a alegria?
tural e industrial, gerador de empregos, Resposta pessoal
bens e serviços, não podendo ser com-
preendido separadamente de outras
metas da vida.
Segundo o Ministério da Educação e 6. Vamos trabalhar o trecho da música e suas relações com o cotidiano?
Cultura, o governo, mediante a dificul-
dade em desenvolver políticas efetivas Comida
Titãs
nesses campos, firma suas convicções no Composição: Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Sérgio Britto

campo do lazer e do desenvolvimento


Bebida é água!
social e aponta-os como uma das solu-
Comida é pasto!
ções para o déficit social ao valorizar os Você tem sede de quê?
serviços prestados pelas ONGs e conce- Você tem fome de quê?
bê-las como estimuladoras de ações na A gente não quer só comida,
área social e geradoras de empregos. a gente quer comida,
Essas organizações se autodefinem al- diversão e arte.
[...]
ternativas de trabalho para os indivíduos
excluídos do mercado formal de trabalho.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/titas/91453. Acesso em: 21/01/2016

A preocupação centra-se nas questões


44 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
relativas à formação de profissionais na
área do lazer e desenvolvimento social,
com a finalidade de atuação junto às CMeE_6A_2016_CAP2.indd 44 26/12/16 17:04

comunidades desprovidas de condições que produzem mudanças significativas palmente o aumento do tempo livre, em
básicas. Por meio de elaboração e de- no padrão e na quantidade de tempo li- virtude da crescente alta do desempre-
senvolvimento de projetos, esses profis- vre disponível para o indivíduo durante o go, ou pelo excesso de horas livres, re-
sionais atuam diretamente como media- transcorrer da vida, faz-se necessário im- lacionado aos processos de automação.
dores de informações e conhecimentos plantar políticas de lazer capazes de su- Nesse sentido, de que adianta ter
acerca da melhor forma de aproveita- prir a demanda de bens e serviços. mais tempo disponível se as pessoas
mento do tempo livre e na disseminação Essa problemática reflete-se efetivamen- ainda não concebem a importância da
de posturas críticas quanto às condições te nos diversos segmentos da sociedade, vivência plena do lazer?
sociais atuais vigentes. causando transtornos tanto no aspecto
Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/
Ao se deparar com as profundas pessoal como social. Esses contratempos
fef/%20article/%20view/128/1489. Adaptado. Acessado
transformações sociais e econômicas, se relacionam a diversas questões, princi- em: 30/05/2014.

44 Cidadania Moral e Ética

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a. Qual é a mensagem que a música transmite?

Segundo a canção, apenas as necessidades físicas básicas, representadas pelo termo

comida, não são suficientes para uma vida digna. A arte e a diversão também constituem

necessidades fundamentais.

b. Quais são as semelhanças entre a letra da música e o tema estudado?

A música corrobora a ideia de que o lazer, além de ser um direito, é uma necessidade

do homem.

7. Em um mural, construa uma história em quadrinhos sobre a seguinte regra de convivência:


Se você pediu emprestado, devolva.

8. Descubra a mensagem escondida em cada item a seguir.

a. IJSHNSEAPOSVOCÊPAMEJDESARRUMOU,QIEURYARRUME.AOAKUI

Se você desarrumou, arrume.

b. JSIHSEAPPOQKVOCÊMAJSQUEBROU,QEUAJCONSERTE.PLQOIK

Se você quebrou, conserte.

c. JANQUSEQOAIJVOCÊAMKSJUSUJOU,OQKAIELIMPE.MAJSU

Se você sujou, limpe.

d. ASJUSEAMSJUVOCÊAIQEHFALOUAMSJSUDEMAIS,MAKSJCOMPROVE.MAKSIO

Se você falou demais, comprove.

e. AOKQIESEAMJUVOCÊAMSJUPROMETEU,QOEIKCUMPRA.GFBDFI

Se você prometeu, cumpra.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 45

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Manual do Educador – 6 ano o


45

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2
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética na comunidade

Leve uma reflexão para a sala de


Para refletir
aula sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente, com atividades lúdicas O direito das crianças ao lazer e a crescer sem carências
e prazerosas permeadas em oficinas,
Um estudo mostra que as crianças brincam menos e já não sonham em ser astronautas,
reflexões, dinâmicas e brincadeiras e sim ricas e famosas
focando nos direitos e nos deveres da
criança. Coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos da Infância, foram apresentados
diversos trabalhos que mostram as mudanças, nem sempre para melhor, que afetam a vida
das crianças. Um deles, realizado pelo Instituto Tecnológico do Produto Infantil e do Lazer,
compara o que sonham e brincam as crianças de hoje em relação às dos anos 1990. E o

Diálogo com o que se descobriu é que as crianças têm agora menos lazer e estão mais sobrecarregadas
por deveres e atividades extracurriculares do que as de 25 anos atrás. Não é o primeiro
professor estudo que alerta sobre o estresse infantil e a falta de tempo para brincar, o que tem
consequências importantes em sua formação. A brincadeira é um elemento indispensável
O Estatuto da Criança e do Adoles- para uma infância feliz e um importante instrumento de socialização.
cente foi especialmente criado para
revelar os direitos e os deveres das
crianças e dos adolescentes. Também
há neste estatuto os direitos e deveres
dos adultos, dispõe sobre a proteção
integral das crianças e dos adolescen-
tes. O art. 3o do ECA assegura-lhes a
proteção integral, que se traduz em

oliveromg/Shutterstock.com
todas as oportunidades e facilidades
“a fim de lhes facultar o desenvolvi-
mento físico, mental, moral espiritual
e social, em condições de liberdade e As crianças de hoje não só dedicam menos tempo para brincar como também, quando
de dignidade”, garantindo que todas brincam, a maioria não o faz com outras crianças, no parque, na rua ou na praça, mas em
as crianças e adolescentes, indepen- casa e, muitas vezes, sozinha. E já não brincam tanto com brinquedos, mas com aparelhos
dentemente de cor, etnia ou classe eletrônicos, entre os quais predomina o jogo individual com a máquina. É verdade que
social, sejam tratados como pessoas esses jogos potencializam as habilidades motoras e a rapidez de raciocínio, mas não
deixa de ser uma forma de brincar solitária, o que não contribui para o amadurecimento
que precisam de atenção, proteção e
da personalidade. Quando uma criança brinca com outras crianças, ela entra em contato
cuidados especiais para se desenvol- com a realidade e tem de enfrentar situações difíceis, como uma disputa ou um conflito
verem e serem adultos saudáveis. com outra criança, às vezes gratificantes, como fazer um novo amigo. Tudo isso a obriga a
O documento estabelece que é de- interagir com as demais e lhe oferece a possibilidade de experimentar situações que são
ver do Estado, da família e da socie- uma excelente aprendizagem.
dade garantir o direito de crianças e
adolescentes à liberdade, à dignida-
de, à convivência familiar e comunitá- 46 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

ria, à saúde, à educação, à cultura, ao


esporte, ao lazer, à profissionalização
e à proteção do trabalho. Além dis-
BOOK_CMeE_6A_2017 46 15/12/16 16:14

so, prevê a proteção contra qualquer Sugestão de


Abordagem Anotações
forma de exploração, discriminação,
violência e opressão.
Desenvolva um debate amplo, se
possível, com a comunidade escolar
e com a família sobre os direitos da
criança e do adolescente. O texto O
direito das crianças ao lazer e a crescer
sem carências pode puxar o debate
para a reflexão.

46 Cidadania Moral e Ética

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Olesia Bilkei/Shutterstock.com
michaeljung/Shutterstock.com

Uma criança que brinca sozinha em casa só pode aspirar a bater papo com os amigos
na rede. Não é pouco. Mas não é suficiente. Esse tipo de relação a distância pode fazer
vibrar e sofrer tanto quanto as presenciais, mas também permite escapar das situações
indesejadas com um simples clique e desenvolver condutas de evasão que não ajudam a
amadurecer. Talvez por falta de relações reais e tangíveis, as crianças de hoje tendam a
ter mais fantasias. E entre essas fantasias está a de o que querem ser quando crescerem,
algo em que também se observam mudanças. Se, há 25 anos, queriam ser professores ou
astronautas, agora querem ser ricos e famosos. Seus modelos são os atletas profissionais,
cantores e famosos que aparecem na televisão como grandes exemplos de sucesso. São
sonhos destinados a se chocar com a realidade, porque não pode haver tantos Messis
nem tantos Ronaldos quanto a quantidade de crianças que sonham em sê-lo.

CREATISTA/Shutterstock.com
ThomasDeco/Shutterstock.com

As Nações Unidas nos lembram que as crianças têm direito a uma infância gratificante
e saudável. Isso inclui poder brincar e se divertir, mas também ter uma condição de
vida que atenda às necessidades básicas.

Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/20/opinion/1448049716_380837.html.


Acesso em: 26/07/2016.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 47

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Manual do Educador – 6 ano o


47

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2
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética na comunidade

? Questões para reflexão


Valores: respeito e convivência
Autor: Gabriel Chalita 1. Para você, o que é brincar?
2. Como é sua forma de lazer e de seus amigos?
Os temas deste volume — como o
3. Ao longo do tempo, houve mudanças no modo de praticar o lazer tanto entre amigos
respeito por si mesmo e pelo outro, os como em família?
direitos e deveres de cada cidadão, as 4. Como era a forma de lazer no tempo dos seus pais e como é a sua atualmente?
regras e leis da sociedade — possibili- 5. Você acha que as antigas formas de lazer são semelhantes às de hoje em dia?
tam discussões relevantes na vida dos 6. Qual é a sua opinião sobre o texto e sua relação com o tema do capítulo?
adolescentes, que estão começando a
entender o mundo e a se colocar dian-
te dele de modo crítico, participando e
construindo sua identidade. Regras para conviver em grupos
Para garantir a convivência em grupo, foram criadas algumas regras. No cinema, no teatro,
Valores: cooperação e igualdade nos estádios, nas quadras e nas praças públicas são determinados alguns comportamentos
Autor: Gabriel Chalita adequados a cada ambiente. Por exemplo:
• Quando você vai ao cinema, o silêncio é um aspecto importante a ser respeitado. Caso
Respeitar as pessoas em qualquer você converse, cante, fique de pé ou use o telefone celular, irá atrapalhar o outro que quer
idade — da criança ao idoso — é o assistir ao filme.
princípio básico de qualquer sociedade • No momento em que você frequenta uma praça pública e joga lixo no chão, quebra um
digna em que há justiça, cooperação brinquedo ou brinca em brinquedos que não são adequados para a sua idade, você está
desrespeitando o direito da outra pessoa.
e igualdade, sem nenhuma espécie de
• A piscina e a praia oferecem momentos de lazer para toda a família, porém algumas re-
discriminação. Neste volume, são abor- gras precisam ser respeitadas: evitar brincadeiras perigosas, evitar comer e beber dentro
dadas, principalmente, as questões re- da água e usar roupas de banho adequadas são algumas delas. Você tem respeitado as
lativas aos idosos. regras no ambiente de lazer coletivo?
O livro também trata do equilíbrio
Stock-Asso/Shutterstock.com

entre a razão e a emoção e da valori-


zação da solidariedade e da igualdade,
ressaltando o respeito aos diversos gru-
pos sociais cujas origens e tipos de vida
são diferentes dos nossos.

Monkey Business Images/Shutterstock.com


Valores: solidariedade e gratidão
Autor: Gabriel Chalita

Este volume tem como objetivo pro-


por reflexões sobre a solidariedade e a
gratidão, valores fundamentais à con-
vivência e à formação de indivíduos 48 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
conscientes de seu papel na família, na
escola e na sociedade. Pela leitura de
textos informativos e ficcionais, o cida- BOOK_CMeE_6A_2017 48 15/12/16 16:14

dão em formação entrará em contato Mais respeito!


com alguns problemas atuais e poderá Autor: William Sanches
refletir sobre soluções simples e possí-
veis para uma convivência saudável e Neste livro, William Sanches relata suas o resultado do trabalho educacional
solidária, pautada na compreensão, na experiências como educador discutindo nas escolas seja mais produtivo e que
vontade, na iniciativa e na tolerância, a questão da violência e do respeito na ambos ganhem em aprendizagem.
matérias-primas essenciais na constru- sala de aula. O autor aponta caminhos
ção de um mundo mais digno, justo, para se estabelecer uma relação harmô-
pacífico e saudável. nica entre alunos e professores para que

48 Cidadania Moral e Ética

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? Questão de ética

1. Forme dupla com um colega e elabore, com seu professor, tópicos de regras de convivência
para sua sala de aula. Em seguida, façam um cartaz e exponham a produção.
2. A fotografia abaixo foi tirada no estádio do Barcelona, considerado um dos melhores times
de futebol do mundo. O Barcelona é conhecido mundialmente, entre outros fatores, pela
qualidade técnica dos jogadores e pela grandiosa torcida.
Christian Bertrand/Shutterstock.com

Agora, escreva três regras de como se comportar:

a. como um atleta do Barcelona durante um jogo.

Resposta pessoal

b. como um torcedor do time que vai ao estádio assistir a uma partida.

Resposta pessoal

3. Leia o texto a seguir e responda ao que se pede.

Como se comportar no cinema, no teatro ou nos espetáculos em geral

• Seja pontual. Nada de chegar atrasado, pois isso implicará importunar os outros para
chegar ao seu lugar.
• Nada de papinho com o vizinho. Se você foi, é para prestar atenção e respeitar o espetá-
culo com silêncio.
• Não saia no meio da sessão para nada, a não ser em caso de vida ou morte. Intervalos, se
tiver, foram feitos justamente para sair sem atrapalhar ninguém.
• Balas, pipocas, chocolates e outros pacotes devem ser consumidos na maior discrição,
sem barulhinhos excessivos.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 49

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Manual do Educador – 6 ano o


49

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2
Capítulo

Fundamentação
Ética na comunidade

Educação e lazer: possíveis • Celular só desligado ou no modo silencioso.


relações? • A maneira correta de aplaudir é deixar uma das mãos parada, firme e forte, enquanto os
dedos da outra são batidos na palma dela.
• Se é a sua primeira ida a algum espetáculo desconhecido, como uma ópera, preste aten-
Segundo Nelson Carvalho Marcelli- ção nos outros e só bata palmas quando todos o fizerem. Um aplauso fora de hora é muito
no, a educação para o lazer pode ser inconveniente.
compreendida também como uma fer-
ramenta de defesa contra a homoge-
Adaptado de: http://dudesmodernos.com/2007/11/20/como-se-comportar-no-cinema-teatro-ou-espetaculos-em-geral/.

neização e internacionalização dos con- a. Circule, no texto acima, as regras que você costuma respeitar. Resposta pessoal
teúdos veiculados pelos diversos meios b. Discuta com seus colegas outras regras para se comportar nesses lugares.
de comunicação de massa, diminuindo
seus efeitos por meio da ampliação e
4. Observe a cena abaixo e escreva as regras que as pessoas estão desrespeitando.
do desenvolvimento do espírito crítico.
A ação conscientizadora da prática
Não toque em nada; não passe
educativa, ao assimilar a ideia e forne-
cer meios para que os indivíduos vi- na frente de outras pessoas que
venciem um lazer criativo e gratifican- estão apreciando obras expos-
te, torna possível o desenvolvimento
de atividades até com um mínimo de tas; tenha comportamento sere-
recursos, ou contribui para que os re- no, sem comentários ou risos al-
cursos necessários sejam reivindicados,
tos.
pelos grupos interessados, junto ao Po-
der Público.
A educação para o lazer deve ser
adaptada às necessidades locais, levan-
5. Encontre as palavras do quadro abaixo no caça-palavras.
do em consideração os diferentes sis-
temas sociais, culturais e econômicos,
Respeito – Desrespeito R E L A X A M E N T O G
assim como deve ser um processo de – Bom-senso – Atitude – N V B G S H D U J R E A
aprendizado contínuo, que incorpora o Relaxamento – Regra M R E G R A S D G F V T
desenvolvimento de atitudes, valores,
O E A J K N H D B F G I
conhecimentos e aptidões. Isso permite O S A B O M- S E N S O T
ao sujeito novos horizontes, possibili- Após encontrar as palavras, co- L P B G J C N V H D T U
tando a melhoria na qualidade de vida, mente: “Cada ambiente social possui O E P A N S H D B F J D
com condições objetivas e progressivas, sua identidade e suas regras práticas”. P I C B N D H F V T E E
Por que devemos aprender a im-
dando acesso a todos às riquezas social- P T A N C H D B C J K R
portância dessa lição?
mente produzidas, historicamente acu- L O N H C B X V F D T W
muladas e que representam alternativas D E S R E S P E I T O G
de construção da cultura humanizada.
A viabilidade de uma intervenção
50 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
pedagógica efetiva, segundo Silva e
Schwartz, deve-se pautar em princípios
éticos, como responsabilidade, no que CMeE_6A_2016_CAP2.indd 50 26/12/16 17:04

se refere aos compromissos assumidos; prazer propiciado pela prática ou pela


respeito, ao valorizar a cultura e os cos- contemplação e a compreensão da rea- Anotações
tumes; e formação permanente, quan- lidade, favorecem o desenvolvimento
do se menciona a aquisição de conhe- social pelo reconhecimento das respon-
cimentos sobre a realidade social. sabilidades sociais a partir do incentivo
Ao compreender o lazer como veícu- ao autoaperfeiçoamento e ampliação
lo de educação, é necessário considerar dos sentimentos de solidariedade.
suas potencialidades para o desenvolvi-
Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/
mento pessoal e social dos indivíduos.
fef/%20article/%20view/128/1489.Adaptado. Acessado
As atividades de lazer, tendo cumprido em: 30/05/2014.
seus objetivos, como o relaxamento, o

50 Cidadania Moral e Ética

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Para refletir

Conta comigo

Adaptado de um conto de Stephen King, em Conta comigo,


conhecemos quatro amigos tipicamente adolescentes que aproveitam
como podem o final das férias escolares durante a década de 1960. O
grupo é formado pelo rebelde Chris, o introspectivo Gordie, o explosivo
Teddy e o nerd Vern. Tudo vai dentro da normalidade, até que Vern
descobre que um garoto da vizinhança morreu atropelado por um trem
e que ninguém sabe exatamente o local onde o corpo está. Como uma
aventura, os quatro amigos deixam suas casas para passar o fim de
semana na floresta movidos pela ideia de ver um homem morto.
O filme nos conduz quase como um quinto integrante do grupo, que passamos a
conhecer cada vez mais durante o percurso. Com o desenrolar da trama, vamos perceber
que a vida não tem sido fácil para nenhum deles, que se apegam como podem aos
momentos finais de uma infância que parece não os querer mais, ao mesmo tempo em que
começam a perceber a chegada de um mundo adulto bastante temido. Em Conta comigo
(que, voltando a lembrar, possui uma história voltada para o drama), existe o medo de algo
inevitável e do qual não se pode fugir: crescer e aceitar a vida como ela é.
Os garotos percebem isso empiricamente e, mesmo que tentem se mostrar fortes, são,
na realidade, fracos e não sabem como lidar com tais acontecimentos. O filme possui
momentos que exemplificam isso através de cada um dos personagens e seus temores
interiores. Chris é o jovem rebelde da trama, mas que, durante uma conversa noturna com
seu amigo Gordie, retira todas as máscaras e chora compulsivamente de raiva dos adultos
e de como é fraco diante de um. O mesmo Gordie vive com o peso da morte do irmão,
que, para a família, era o filho preferido.
Afirmar que o medo mostrado pelos personagens de Conta comigo seja o principal pilar
de sustentação da obra seria completamente falso. Trata-se apenas de um dos elementos
da trama, mas que, por ser apresentado dentro de uma forma poética, quase lúdica,
acaba passando despercebido, diluindo-se dentro da narrativa. Principalmente porque o
filme trabalha de forma magistral elementos nobres como a própria perda da inocência,
o valor da amizade e a importância dos momentos que marcam as pessoas. [...]

Disponível em: http://bocadoinferno.com.br/criticas/2015/07/conta-comigo-1986/.


Acesso em: 26/072016

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 51

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Manual do Educador – 6 ano o


51

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2
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética na comunidade

Dinâmica de grupo – respeito ? Questões para reflexão


aos valores pessoais
1. Qual é a mensagem que o filme passa sobre a amizade?
2. Você já teve algum momento de querer fazer parte de um grupo de amigos para
Objetivo realizar aventuras? Por quê? Quais aventuras seriam?
Propiciar a descontração e a inte- 3. Percebemos que, ao longo do filme, as crianças tiveram que não só cumprir regras,
gração entre as pessoas, além da aná- mas também reinventá-las conforme as circunstâncias da aventura. O que acha
lise da importância da relação entre a dessas mudanças?
vitória e a derrota dentro do grupo. 4. Qual é a sua opinião sobre o texto e sua relação com o tema Regras para
se conviver em grupos?
Material
Uma bexiga e um pedaço de bar-
bante para cada participante. Lazer e segurança
Os momentos de lazer ficam sempre em nossa me-
Desenvolvimento mória por se tratar de momentos em que estamos felizes
É preciso que seja entregue, para e, geralmente, acompanhados pelas pessoas de quem
gostamos.
cada participante, uma bexiga e um
O lazer diz respeito ao tempo que sobra do horário
pedaço de barbante. Em seguida, de trabalho, estudo e/ou do cumprimento de obrigações
peça para que cada um encha a sua aproveitável para o exercício de atividades prazerosas.
bexiga, amarre no barbante e depois A segurança é o estado, a qualidade ou a condição
amarre o barbante no próprio torno- de quem ou do que está livre de perigos, incertezas, as-
zelo. Quando todos tiverem executa- segurado de danos e riscos eventuais; situação em que
do o que foi pedido, o facilitador soli- nada há a temer.
Todas as formas de lazer, portanto, têm normas que
cita que todos se encaminhem para o
as regulam para que as pessoas que as praticam pos-
centro da sala e diz: “Aquele que me sam executá-las com segurança e garantia de que nada
apresentar a bexiga cheia ganha um lhes acontecerá.
bom prêmio”. Normalmente, ao ouvir Mesmo assim, muitas crianças se acidentam em seus
a ordem, todos saem tentando estou- momentos de lazer por falta de segurança. Cerca de
rar a bexiga um do outro, ao passo 90% desses acidentes com crianças poderiam ser evi-
tados com medidas preventivas bastante simples. Algu-
que bastaria que todos apresentas-
mas dessas medidas são:
sem suas bexigas para que todos ga- • Ações educativas.
nhassem o prêmio. • Modificações no meio ambiente.
• Modificações de engenharia.

FamVeld/Shutterstock.com
Questões para discussão: • Criação e cumprimento de legislação e regulamen-
tação específicas.
• Recolocar a ordem dada e ques-
tionar se, em algum momento, foi
colocado que somente um deveria
apresentar a bexiga cheia. 52 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
• Dentro de um grupo, o que é mais
importante: a competição ou a
cooperação?
BOOK_CMeE_6A_2017 52 15/12/16 16:14

• Como alcançamos a cooperação?


Anotações
• Qual a importância da vitória e da
derrota dentro do grupo?
• Quais as possíveis implicações des-
se tipo de atitude para o indivíduo
e para o grupo?
• Como podemos minimizar a com-
petição natural?

52 Cidadania Moral e Ética

ME_CMeE_6A_2017.indb 52 05/01/17 17:47


? Questão de ética

1. Muitas crianças se acidentam ao longo do ano por falta de segurança. Discuta com sua tur-
ma e, depois, escreva, pelo menos, um exemplo de ação preventiva de cada item.
a. Ações educativas. Sugestão de resposta

Ensinar a criança a brincar no brinquedo de modo seguro.

b. Modificações no meio ambiente.

Ensinar a criança a perceber que, quando chove, o piso fica mais escorregadio.

c. Modificações de engenharia.

Construir espaços com mais segurança.

d. Criação e cumprimento de legislação e regulamentação específicas.

Estabelecer legislação, regulamentação e fiscalização em relação aos espaços de lazer.

2. Desembaralhe as letras, escreva a palavra correspondente ao acidente que pode ocorrer


num momento de lazer e apresente atitudes que podem prevenir cada exemplo.

a. a t r e o n p e t l A m o b. a f o t o g A m e n

Atropelamento Afogamento

c. E n t g a o s g n a e m d. S u ç o ã f o c a

Engasgamento Sufocação

e. I n t a c o x ã i ç o f. Q u d e a

Intoxicação Queda

g. v o t a n m e n e e n E n h. Q u e a i m d r u a

Envenenamento Queimadura

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 53

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Manual do Educador – 6 ano o


53

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2
Capítulo

Fundamentação
Ética na comunidade

Educação para o lazer e escola: 3. Você conhece algum lazer que seja perigoso e que pode povocar acidentes? Sobre isso,
desvelando possibilidades escreva, em seu caderno, duas formas de lazer que podem provocar acidentes e explique
como podem ocorrer.
Resposta pessoal
A escola é evidenciada como um dos
pilares básicos na sociedade para a for- 4. Observe a cena a seguir e escreva, pelo menos, três acidentes que podem acontecer.
Resposta pessoal
mação moral, cívica e ética dos indiví-
duos e também da própria comunidade
na qual se encontra inserida. Essa res-
ponsabilidade da escola é inegável e a
torna uma instituição fundamental na
estruturação dos valores e mudanças de
atitudes em frente à vida em sociedade.
A educação para o lazer tende a en-
volver várias organizações educativas,
i-m-a-g-e/Shutterstock.com

e as instituições de educação formal


deverão se comprometer a exercer um
papel ativo diante dessa questão. Faz-
-se necessário o compartilhamento das
obrigações entre comunidades e esco-
las, no sentido de educar os jovens para
a realidade.
As diferentes disciplinas escolares,
devem buscar a reflexão sobre a edu- 5. Você conhece alguém que se acidentou durante um momento de lazer? Se sim, converse
cação para o lazer. No entanto, a atual com essa pessoa para saber como foi e compartilhe a experiência com sua turma.
prática escolar nos remete a perceber Resposta pessoal
que somente a Educação Física e a Edu- 6. Esporte, recreação e lazer são coisas diferentes que, por vezes, são confundidas. Leia as
cação Artística têm uma maior relação dicas a seguir e escreva, no local indicado, A, se corresponde a um cuidado antes do jogo
com o lazer, transmitindo práticas a ou da recreação; ou D, se durante.
serem vivenciadas com maior engaja- a. ( A ) Observar os níveis de dificuldade de cada esporte para saber se são compatíveis
com a idade e o tamanho da criança.
mento corporal. b. ( A ) Para andar de bicicleta, patins ou skate, a criança deverá sempre utilizar roupas
As abordagens de ensino e aprendiza- adequadas e proteção apropriada (capacete, joelheiras e cotoveleiras), além de
gem da educação para o lazer nas esco- praticar em locais seguros.
las devem ocorrer individualmente e em c. ( A ) Evitar que crianças machucadas realizem atividades que possam vir a lesioná-las
grupos, dentro ou fora do ambiente es- ainda mais.
colar, proporcionando que o educando d. ( A ) Fazer um exame médico completo.
e. ( A ) Checar se a pessoa que treina a criança poderá prestar um serviço de primeiros
seja mais estimulado do que instruído.
socorros em caso de acidente.
Tal processo só tem sentido à medi-
da que procura satisfizer as necessida- 54 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
des individuais e sociais. A escola, ao
desconsiderar fatores que também de-
sempenham um papel importante na CMeE_6A_2016_CAP2.indd 54 26/12/16 17:04

formação do aluno, ignorando todos os rio investir na formação e capacitação de relacionadas à educação para o lazer
processos educativos que atualmente se agentes comunitários, compromissados em todos os cenários e foros apropria-
produzem à margem dela, torna-se en- com a disseminação de valores e conteú- dos, assim como apoiar a implemen-
fraquecida, limitando-se a ensinar para dos do lazer junto às comunidades, como tação de estratégias e programas de
o momento e a não dar bases para um também cobrar dos profissionais do la- educação para o lazer. Ao unir esforços
reajuste permanente de conhecimentos zer atualizações dos conhecimentos para para introduzir estratégias de educação
e capacidades exigido numa sociedade atender às novas necessidades. A impor- para o lazer, os benefícios deste ficarão
que evolui de maneira acelerada. tância da formação científica encontra- acessíveis a todos.
Para gerar continuamente novas -se aí explicitada, auxiliando na contínua
Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/
competências diante de uma realidade aquisição desse conhecimento. fef/%20article/%20view/128/1489. Adaptado. Acessado
cada vez mais dinâmica, faz-se necessá- Torna-se premente elevar as discussões em: 02/06/2014.

54 Cidadania Moral e Ética

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f. ( D ) A criança deverá ser supervisionada por um adulto.
g. ( D ) Garantir que a criança beba bastante líquido para evitar a desidratação.
h. ( A ) Os responsáveis pelas crianças (pais, tios, treinadores, etc.) devem dar o exemplo
e praticar apenas atividades seguras.
i. ( A ) Sempre deixar o telefone de contato, o endereço e as informações médicas com
o adulto responsável pelas crianças para o caso de ocorrer algum acidente.

7. Em um cartaz, desenvolva uma história em quadrinhos sobre um momento de lazer sendo


realizado de forma segura.
Resposta pessoal
8. Observe a imagem, pense sobre o questionamento feito e exponha seu argumento de modo
crítico e organizado.

Poznyakov/Shutterstock.com
Em que medida o brincar ajuda no desenvolvimento da criança?

Resposta pessoal

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 55

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Manual do Educador – 6 ano o


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2
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética na comunidade

Ética, educação, cidadania e Para refletir


direitos humanos
Autor: Eduardo Carlos Bianca Bittar Leia o texto a seguir. Depois, faça uma reflexão
com seus colegas e responda às perguntas apre-
Ao abordar a crise axiológica atual sentadas.
e discutir o desmoronamento dos
Acidentes com crianças no verão
arquétipos institucionais que orien-

Suzanne Tucker/Shutterstock.com
tavam o pensamento, a conduta e Anualmente, aproximadamente seis mil crianças
as estruturas sociais, o autor analisa morrem e 140 mil são hospitalizadas vítimas de
transformações em meio às mudan- acidentes que poderiam ser facilmente evitados
ças pós-modernas. Enfrentando te- com cuidados básicos por parte dos adultos. E, no
máticas sociais, discute cidadania, éti- verão, com as férias escolares, o índice de aciden-
tes é elevadíssimo.
ca, engajamento político, etc. Dialoga
Diversos são os fatores que influenciam o au-
com Paulo Freire na educação, discu- mento do índice de acidentes com crianças nesse
te a situação da cidadania brasileira, período, tais como: número elevado de viagens no
polemiza Habermas e seu projeto trânsito; mais tempo ocioso em casa; mais tempo
cosmopolita, abre discussão sobre os para brincar no quintal, no mar, em lagos e rios;
direitos humanos na ordem interna- atividades com bicicletas, patins, skate, patinetes,
cional e discute valores e problemas pipas e outros, vitimando crianças com queima-
duras por exposição ao sol ou por contato com
políticos, entre outras contribuições
materiais incandescentes, quedas, intoxicação,
envenenamento, lesões por acidentes de trânsito,
Ética e cidadania na educação desidratação, insolação, afogamentos, asfixia, cho-
Autor: João Baptista Herkenhoff ques elétricos e outros.

Os capítulos iniciais deste livro Disponível em: http://www.cb.es.gov.br/conteudo/dicas/detalhe/default.


aspx?id=4f2fbe95-a851-4e07-87d4-29284d831692. Acesso em:
tratam de temas teóricos, como os 23/10/2013. Adaptado.

fundamentos básicos da ética. Os se-


guintes abordam questões práticas ? Questões para reflexão
e essenciais à educação, como dis-
ciplina e cidadania. Os questionários
1. Os números apontados pelos bombeiros chegam a causar algum espanto? Por quê?
ao final dos capítulos servem de sub- 2. Você chega a brincar em alguma modalidade apontada nas informações do corpo
sídio, motivando a análise crítica de de bombeiros? Se sim, como faz para prevenir acidentes?
cada tema. 3. Pense e escreva um comentário sobre a seguinte questão: prevenir ou reme-
diar? O que custa menos no bolso e na harmonia dos pais?
Ética 4. Qual é a sua opinião sobre o texto e sua relação com o tema Lazer e
segurança?
Autor: Adolfo Sánchez Vázquez

Ao elaborar este volume, o grande


56
objetivo de Adolfo Sánchez Vázquez Cidadania Moral e Ética I 6o ano

foi introduzir o leitor nos problemas


fundamentais da ética na moderni- BOOK_CMeE_6A_2017 56 15/12/16 16:14
dade. Sánchez Vázquez se propõe a
examinar os diversos fatores sociais Anotações
que contribuem para a prática da
moral. Ele mostra que a moral é uma
forma do comportamento humano
que se concretiza apenas quando as
pessoas estão vivendo em socieda-
de — segundo o autor, a moral existe
necessariamente para cumprir uma
função social.

56 Cidadania Moral e Ética

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Seja respeitado por ser diferente
Um carpinteiro e seus auxiliares viajavam em busca de material para construções. Viram uma
árvore gigantesca: cinco homens de mãos dadas não conseguiam abraçá-la, e seu topo era tão
alto que quase tocava as nuvens.
— Não vamos perder nosso tempo com esta árvore — disse o mestre carpinteiro. — Para
cortá-la, demoraremos muito. Se quisermos fazer um barco, ele afundará, de tão pesado que é
o seu tronco. Se resolvermos usá-la para a estrutura de um teto, as paredes terão de ser exa-
geradamente resistentes.
O grupo seguiu adiante. Um dos aprendizes comentou:
— É uma árvore tão grande e não serve para nada!
— Você está enganado — disse o mestre carpinteiro. — Ela seguiu seu destino à sua ma-
neira. Se fosse igual às outras, nós já a teríamos cortado. Mas, porque teve coragem de ser
diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo.
Devemos ter algo de grandioso que sempre possa nos diferenciar: um conhecimento mais
profundo, uma habilidade específica, algo que as pessoas respeitem e que não possam demolir.
Pense no que você é bom e como pode se diferenciar dos outros e invista nisso.

Revista Construir Notícias. n. 23, ano 04, Recife: Construir, jul./ago. 2005.
NextMars/Shutterstock.com

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Manual do Educador – 6 ano


o
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3
Capítulo

Objetivos
Ética com meus amigos

3
Pedagógicos Ética com meus

Capítulo
• Compreender a importância da
ética na construção das relações amigos
sociais.
• Refletir sobre as posturas
éticas que permeiam os nossos Vamos dialogar!
momentos de diversão. Observe as imagens abaixo e converse com seu pro-
Conhecimentos prévios fessor sobre a relação entre as fotos e o tema do capí-
• Debater a ética como tulo: Ética com meus amigos.
fundamento da amizade. • Será que eu respeito
meus amigos?
• As minhas brincadeiras
confirmam de maneira
ética os meus
comportamentos?
• Ter cuidado comigo e
com o próximo é uma
atitude ética?
Sugestão de • Suas amizades colaboram
Abordagem para uma ética do
humano?
• Afinal, o que é ética?
Dinâmica da amizade

Objetivo:

Da esquerda para direita, de cima para baixo: Monkey Business Images, Constantine Pankin,
Despertar para a importância que te-
mos na vida das pessoas que estão ao
nosso redor e da confiança que precisa

Monkey Business Images, Marcos Mesa Sam Wordley/Shutterstock.com


existir na caminhada do grupo.

1. Clarear os passos:
Convide os alunos a formarem duplas,
ficando um ao lado do outro. A dupla
combina quem será o cego e quem
será o guia. O cego fecha livremente
seus olhos e é auxiliado pelo guia. O
guia, de olhos abertos, dá o seu ombro
ou a sua mão e o ajuda. Enquanto isso,
o aluno deve ficar atento aos sentimen-
tos que experimenta:
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• Como cego, o que sente ao ser au-
xiliado? Anotações
• Como guia, o que sente enquanto
auxiliador? 3. Partilha:
Dê um sinal de parada e peça para
2. Caminhando: que as duplas voltem aos seus lugares
As duplas (cego e guia) seguem por para partilhar com o grupo a experiên-
diversos caminhos. Depois, o animador cia vivenciada: o que sentiram como ce-
da dinâmica orienta que se mudem os gos e como guias? Como isso se aplica
papéis: quem é cego torna-se guia, e à nossa vida e à vida do grupo? E em
quem guiava passa a ser o cego. nossas relações de amizade?

58 Cidadania Moral e Ética

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Olesia Bilkei/Shutterstock.com

Ética na diversão
Assim como o trabalho, a educação e o esporte, a
diversão também exige que você aja com responsabili-
dade, buscando a melhor forma de conviver com a outra
pessoa. Para você se divertir, não é necessário que o
outro seja prejudicado ou tenha seus direitos violados.
Muitas vezes, torna-se difícil saber se a escolha que
fizemos é certa ou errada. Temos que tomá-la, acredi-
tando que os nossos costumes nos ajudam a tomar a
melhor decisão.
Por exemplo: você está mergulhando em uma piscina
e molha todas as pessoas que estão na borda aprovei-
tando o sol. Você agiu com liberdade, porém não res-
peitou o outro que estava fora da água. Você agiu com
impulso e desrespeitou as regras de convivência com
aquelas pessoas, que, com motivo, ficarão chateadas
por terem sido molhadas.

? Questão de ética

1. Relendo os conhecimentos prévios e as imagens na página anterior, escreva exemplos para


as atitudes abaixo:

a. Você agiu com liberdade e respeitou os demais.

Resposta pessoal

b. Você agiu com liberdade e desrespeitou os demais.

Resposta pessoal

c. Você respeitou os demais, mas não agiu com liberdade.

Resposta pessoal

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 59

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Manual do Educador – 6 ano o


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3
Capítulo

Fundamentação
Ética com meus amigos

A amizade para Aristóteles 2. Escreva um pequeno texto relatando suas opiniões a respeito do que sejam ética e liberdade.
Resposta pessoal
A amizade é uma virtude extrema-
mente necessária à vida. Mesmo que
possuamos diversos bens, como rique-
za, saúde e poder, não será suficiente
para nossa realização plena, pois nos
falta a essencial e indispensável amiza-
de. Na ética aristotélica, quanto mais in-
fluência e poder manipular um homem,
mais necessidade ele terá de ter ami-
gos. A justiça e a amizade possuem os
mesmos fins, mas considera-se a ami- 3. Faça o que está sendo solicitado. Resposta pessoal
a. Leia, no dicionário, a definição de ética e liberdade e copie-as em seu caderno. Em
zade superior à justiça, pois esta última
seguida, discuta com o professor as definições encontradas.
é utilizada para contornar nossos atos b. Compare as duas definições e, baseado nas duas, escreva novamente o que é ética.
em relação ao próximo que não co-
nhecemos. Com os nossos amigos, não 4. Encontre termos relacionados à ética no caça-palavras a seguir. Após identificar as palavras,
precisamos de justiça, pois a natureza escolha uma e elabore um comentário crítico, justificando a importância de vivenciar essa
da amizade nos é completa, como a palavra no dia a dia. Discuta com os seus colegas sobre as respostas dadas.
mais autêntica forma de justiça.
De acordo com a proporção da fai- H N H C O N V Í V I O G G B Y É G T B H T V B Í N H P
xa etária de cada indivíduo, a amiza- A V B G S H D U J R E V B D C W N H B G T V F R B H N
de apresentará uma função específica. R K F L Õ S B D G F V K C F G S J B T V G C R F G J K
Para os jovens, ela ajuda a evitar o erro; M L Ã J K N H D R E S P E I T O L Ç P N H Y C T V G B
para os mais velhos, serve de amparo O L A B S H D B C N H D W C U C M K O B H Y V G T C R
para as suas necessidades e suprime as N D B G J C N V H D T Y N C R I M L B Y G T V F R C Á
atividades que declinam com o passar
I L P A N S H D B F J U L Ç V E L O N U B T G V F R L
dos anos, porque dois que andam jun-
A L C O M P R E E N S Ã O C W D M C T V H Ê D C V F H
tos são mais capazes de agir e pensar.
P L À N C H D B C J K R P L Ç A P Ç I J Ú B T V G R F
Sua utilidade se estende ainda mais, ela
mantém cidades unidas, pois assegura L D N H C B X V F D T W V W C D V G T C E W X F C G B

a unanimidade e repele o faccionis- R E S P O N S A B I L I D A D E Ç P Ç P M K N J B H V


mo. Por conta disso, afirma Aristóteles: Á B G E T C V B S N M F H G N T D I G N I D A D E G T
“A amizade não é apenas necessária, P L Ã N C H D B F U W M Q N C G D X F C G V H B J B J
mas também nobre, pois louvamos os N H A B C J S M S O L I D A R I E D A D E B Y V T V G
homens que amam os seus amigos, e
considera-se que uma das coisas mais
nobres é ter muitos amigos. Ademais, 60 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
pensamos que a bondade e a amizade
encontram-se na mesma pessoa”.
A condição necessária e basilar para BOOK_CMeE_6A_2017 60 15/12/16 16:14

se formar uma amizade se dá pelo co- cies de amizade. Encontra-se em situação ele mesmo, mas na medida em que ele
nhecimento de uma a outra pessoa de superioridade aquela que é motivada pode proporcionar algum bem; utiliza
que desejam, entre si, reciprocamente, pelo bem, pois é duradoura. Enquanto a a amizade para conseguir outra coisa,
o bem, assim como a condição espe- agradável está relacionada aos jovens, e de modo que o amigo é tido como um
cífica para ser objeto de amor é ter um a terceira parece existir, principalmente, meio, não como um fim. O verdadeiro
caráter bom, agradável e útil. Aristóte- entre as pessoas idosas, pois nessa ida- amigo quer as coisas para as pessoas a
les acrescenta que deve existir mais de de buscam não o agradável, mas o útil. quem ele ama, o amigo por acidente as
uma forma de amizade; nesse sentido, Nesses tipos de amizade, as pessoas bus- quer para si.
apresenta três espécies de objetos de cam seus próprios interesses para terem Disponível em: http://www.consciencia.org/o-conceito-
amor: o que é bom, o agradável e o útil. alguém que lhes proporcione prazer ou de-amizade-em-aristoteles. Adaptado. Acessado em:
Desses três objetos, nascem três espé- alguma utilidade. Não ama o amigo por 02/06/2014.

60 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de leitura ////
5. De acordo com o que você estudou neste capítulo, quais são as ações éticas nas imagens
abaixo? Justifique sua resposta. Saber cuidar
Autor: Leonardo Boff

para baixo: Rawpixel, robert cicchetti,


Da esquerda para direita, de cima

Ollyy, EQRoy/Shutterstock.com
Tudo o que existe e vive precisa ser
cuidado para continuar a existir e a
viver — uma planta, um animal, uma
criança, um idoso, o planeta Terra.
Resposta pessoal Uma antiga fábula diz que a essência
do ser humano reside no cuidado. O
cuidado é mais fundamental do que
6. As letras de duas palavras estão embaralhadas. Insira as letras de acordo com seu respec- a razão e a vontade. Este livro pro-
tivo número e as ordene. Em seguida, responda em seu caderno: que relação deve haver cura detalhar o cuidado em suas vá-
entre os conceitos encontrados? rias concretizações — cuidado com a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Terra, com a sociedade sustentável,
O M A T C R O P E M N O T com o corpo, com o espírito, com a
grande travessia da morte. A ótica do
5 1 2 8 7 6 4 3 10 9 11 13 12
cuidado funda uma nova ética, com-
C O M P O R T A M E N T O preensível a todos e capaz de inspirar
valores e atitudes fundamentais para
1 2 3 4 5 6 7 8 9 a fase planetária da humanidade.
A D I S O C E D E

4 5 6 3 7 2 1 8 9
S O C I E D A D E
Anotações
Leia o texto abaixo e responda às questões 7 e 8.

Saber cuidar

O amor é o fundamento do fenômeno social, e não uma consequência dele. Em outras


palavras, é o amor que dá origem à sociedade; a sociedade existe porque existe o amor, e
não o contrário, como convencionalmente se acredita.
Se falta amor (o fundamento), destrói-se o social. Se, não obstante, o social persistir,
ganha a forma de agregação forçada, de dominação e de violência de uns com os outros,
coagidos a se encaixarem. Por isso, sempre que se destrói o encaixe e a congruência entre
os seres, destrói-se o amor e, com isso, a sociabilidade. O amor é sempre uma abertura ao
outro e uma convivência e comunhão com o outro.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela Terra. Petrópolis: Vozes, 1999.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 61

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Manual do Educador – 6o ano 61

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3
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética com meus amigos

Sobre a amizade 7. Segundo o texto, “O amor é sempre uma abertura ao outro e uma convivência [...] com o
Autor: Marco Túlio Cícero outro”. Esse trecho é bem significativo, pois esclarece que viver em comunhão e harmonia
com o próximo é praticar o amor. O que você acha dessa afirmação?
Não há bem maior do que a amiza-
Resposta pessoal
de.” Essa máxima vem sendo afirmada
e repetida desde a Antiguidade. Mas
como saber se uma amizade é de fato
autêntica? Quais parâmetros éticos e
morais devem reger uma relação en- 8. De acordo com o texto, o amor é um fenômeno social, ou seja, a sociedade existe por que há
tre amigos? Essas e outras questões já amor. Amar também pode ser uma atitude ética para com o próximo? Justifique sua resposta.
preocupavam Marco Túlio Cícero, a tal
Resposta pessoal
ponto que um de seus trabalhos funda-
mentais foi justamente o texto Sobre a
amizade. Escrito em 44 a.C., este livro é
um pequeno tratado no qual Cícero diz
estar reproduzindo uma conversa na
qual um dos participantes está entris-
tecido com o falecimento de seu amigo 9. Baseado na leitura do texto Saber cuidar, pesquise, em jornais ou revistas, cenas de pes-
Cipião. O diálogo só existe, efetivamen- soas com atitudes de amor e cuidado. Depois, recorte-as e cole-as em seu caderno.
te, em poucas passagens do texto, pre- Resposta pessoal
valecendo, na verdade, uma envolvente
exposição de teses sobre o tema.
Para refletir

Educar para a amizade A Internet trouxe a todos muitas possibilidades. Jovens e adolescentes dedicam horas
Autor: Gerardo Castillo de seu lazer para navegar em sites de relacionamentos, para se manter informados, para
estudar e se divertir.
A amizade ocupa um papel central na Durante o decorrer da nossa vida, precisamos tomar decisões, e com os jovens e
formação da personalidade. É por meio as crianças isso não é diferente. Daí, a necessidade de solicitar a ajuda de seus pais e
dela que a pessoa, ainda na adolescên- familiares para se proteger de algumas armadilhas oferecidas pela Internet. Observe uma
pesquisa realizada entre os jovens que usam a Internet.
cia — a idade da amizade — aprende
• 49% dos jovens aprenderam a usar a Internet sozinhos.
a conhecer a si mesma, a ganhar con- • 80% se dizem muito mais habilidosos que seus pais.
fiança nas suas capacidades, a satisfazer • 80% têm redes sociais como sites preferidos.
inúmeras necessidades afetivas, a viver • 47% ficam conectados por mais de 4 horas.
a lealdade, a sinceridade e a genero- • 65% não se importam com as regras de navegação.
sidade, etc. No entanto, muitos pais e • 22% recorrem aos pais em situação de perigo on-line.
professores não sabem relacionar a vida
de amizade dos filhos ou alunos com
Disponível em: www.not1.com.br. Acesso em: 03 de março de 2011.

esse aprimoramento da personalidade


a que desejam conduzi-los. Neste livro, 62 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
Gerardo Castillo mostra-lhes as orienta-
ções educativas mais apropriadas para
formar a autêntica amizade ao longo de BOOK_CMeE_6A_2017 62 15/12/16 16:14

cada etapa de desenvolvimento, desde


a infância até a idade juvenil. O autor E, sobretudo, oferece um critério ob- Anotações
estuda as situações excepcionais, como jetivo numa série de temas difíceis de
os conflitos de gerações que podem deslindar: Como distinguir a verdadeira
surgir por causa das amizades dos jo- amizade dos seus sucedâneos? Como
vens, as gangues juvenis e os adoles- escolher bem os amigos? Como ser um
centes isolados, bem como as medidas bom amigo? Que balizas éticas seguir
que se devem tomar para preveni-las. na vida de amizade?

62 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de leitura ////

? Questões para reflexão Sobre a amizade


Autor: Michel de Montaigne
1. Você toma alguns cuidados ao usar a Internet? Quais? Considerado o criador do ensaio
2. Converse com seus colegas e seu professor sobre os perigos da Internet. Em segui- como gênero literário, o francês Mi-
da, faça um cartaz alertando os jovens sobre as armadilhas da Internet.
chel de Montaigne versou sobre os
3. Troque seu endereço eletrônico com seus amigos de sala e, depois, inicie
um momento de bate-papo com segurança e responsabilidade.
mais diversos aspectos da natureza
humana em seus textos publicados
ao fim do século XVI. Neste livro, o
autor mostra que, ao contrário do ca-
Aceitação pelos amigos samento, a amizade possui um calor
geral e universal, permanentemente
Neste capítulo, será interessante analisar a importância, para um adolescente, da aceita- temperado e igual, um calor constan-
ção pelos amigos. O lazer, inclusive, é um aspecto por meio do qual podemos fazer grandes
te e relaxado, todo gentileza e poli-
amizades.
Atividades específicas de lazer, como, em especial, o esporte, ensinam as pessoas a se-
dez, que não tem nada de amargo
guirem regras, a respeitarem limites e a buscarem possibilidades. Portanto, é necessário que nem de doloroso.
percebamos que devemos respeitar os amigos. Também é importante defendê-los, mas sempre
mantendo um limite claro em relação às regras e às possibilidades dessa amizade, para que não A difícil vida fácil do
se venha a sofrer com consequências indesejadas. adolescente: a arte de (con)viver
Enfim, é plenamente e até muito saudável que as pessoas mantenham amizade por meio do Autores: Maria Carolina Negreiros,
lazer. Entretanto, a aceitação pelos amigos deve respeitar normas claras de atitudes éticas. Mariangela Isaac e Sônia Sueli D’al Porto
Satyrenko/Shutterstock.com
Este livro propõe um novo padrão
de comunicação com os jovens, des-
lizando suavemente pelas situações
da adolescência de forma natural,
lírica e acolhedora. Os fatos dessa
fase são narrados com clareza, isen-
ção de ânimo e sem juízo de valores.
É um livro que não assume a tarefa
de pontuar o certo e o errado, evi-
tando teorizações.

Anotações

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 63

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Manual do Educador – 6o ano 63

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3
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética com meus amigos

Propomos uma ótima dinâmica ? Questão de ética


para iniciar ou aprofundar o debate
sobre a concepção que o seu grupo 1. Faça o teste a seguir para checar se você é uma pessoa sociável. Reposta pessoal
de alunos tem sobre a amizade.
I. Você costuma frequentar algum grupo social (religioso, time de futebol, grupo de estudo
Dinâmica da amizade ou outro qualquer)?
A. ( ) Nunca.
Peça para que o grupo forme um B. ( ) Às vezes.
C. ( ) Sempre.
círculo e lance uma bola entre os par-
ticipantes, que a devem passar uns II. Você costuma ficar muito tempo na Internet?
para os outros até que a música seja A. ( ) Não.
interrompida. Quando parar a músi- B. ( ) Às vezes.
ca, quem estiver com a bola diz seu C. ( ) Sim.
nome, quantos amigos tem e o que
pensa ser importante numa amizade. III. Quantas pessoas você tem certeza que têm seu nome e endereço na agenda?
A. ( ) Dez.
Segue a dinâmica por alguns minu-
B. ( ) Quinze.
tos, pedindo que as pessoas prestem C. ( ) Mais de quinze.
atenção às falas dos colegas.
Depois, inicie um debate com o IV. Você tem facilidade para fazer amigos?
grupo, destacando palavras-chaves A. ( ) Não.
que surgiram, reforçando o valor da B. ( ) Às vezes.
C. ( ) Sim.
amizade. Coloque também a questão
dos relacionamentos virtuais e, nes- V. Durante um mês, em média, quantas pessoas o visitam? (É preciso contar vizinhos e parentes.)
se contexto, pergunte como se pode A. ( ) Duas.
fortalecer a amizade. B. ( ) Seis.
C. ( ) Mais de dez.

VI. Para quantas festinhas você foi convidado no último mês?


A. ( ) Nenhuma.
B. ( ) Duas.
Anotações C. ( ) Mais de duas.

VII. Quando você recebe convite para uma festa na qual não encontrará pessoas conheci-
das, o que você faz?
A. ( ) Não vai.
B. ( ) Vai com alguém conhecido.
C. ( ) Vai só, para fazer novos amigos.

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Sugestão de
Abordagem
VIII. Se você estivesse precisando desabafar sobre seus problemas íntimos e pessoais, em
quantas pessoas você poderia confiar para isso? Como fortalecer a amizade
A. ( ) Duas.
B. ( ) Quatro. As amizades se fortalecem com
C. ( ) Mais de quatro. momentos de encontro de lazer, de
estudo, de compartilhamento de vida,
IX. A maioria de seus amigos é formada por indivíduos que fazem parte de que grupo?
A. ( ) Família.
quando as pessoas se revelam e se
B. ( ) Escola. acolhem. Sugira um momento de re-
C. ( ) Diferentes grupos sociais. flexão, um encontro, com atividades
recreativas ou culturais, como jogos,
X. Em seu aniversário, nas festas natalinas e em outros momentos, você costuma receber filme, debate, em que cada pessoa do
cartões ou cumprimentos de quantas pessoas no mínimo? (Não contar os parentes que grupo possa trazer um amigo e possa
moram no mesmo endereço.)
fazer novos amigos.
A. ( ) Duas.
B. ( ) Seis.
Caso tenha tempo, peça aos alunos
C. ( ) Mais de dez. que recolham todas aquelas fotos que
registram momentos alegres passados
Resultado:
juntos e montem um painel com men-
• Se você marcou mais a opção A: sagens sobre o que é importante na
Você é uma pessoa difícil de fazer amizade. Procure ser mais maleável e tratar melhor as amizade. Reuna em uma caixa recados
pessoas, pois ninguém vai morder você se passar a conviver com elas. para os amigos para serem lidos em
• Se você marcou mais a opção B: público ou retirados pessoalmente.
Em alguns momentos, você é agradável e bem simpático. Entretanto, há momentos em Lembre-se de que o mais impor-
que você é casca-grossa. Procure ter mais paciência com as pessoas e respeitá-las.
tante é valorizar os laços de amizade.
• Se você marcou mais a opção C:
Você é muito simpático, agradável e faz amizade com facilidade. As pessoas gostam da Afinal, quem não gosta de receber
sua companhia. Parabéns! Continue assim. um abraço e de saber-se importante
para alguém?
Tendo feito o teste, faça uma pesquisa com, no máximo, cinco colegas da sala e registre no
livro as respostas para as seguintes perguntas:
• Você se considera popular?
• O que fazer para ser popular na escola?
• Quais são os aspectos positivos e negativos de ser popular? Anotações
Resposta pessoal

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Manual do Educador – 6o ano 65

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3
Capítulo

Fundamentação
Ética com meus amigos

As amizades e as redes sociais 2. Dentre as atividades de lazer a seguir, com qual você mais se identifica para fazer amizades?
Por quê?
Durante a puberdade e a adolescên-
cia, as amizades vão ganhando progres-
sivamente maior importância para os
adolescentes. Fazer parte do grupo de
pares é fundamental para a construção
da identidade do adolescente, que as-
sim vai definir os seus valores, ideias e

Monkey Business Images, Varina and Jay Patel, Karen Struthers, dwphotos/Shutterstock.com
opiniões acerca dos outros e do mundo.

Da esquerda para direita, de cima para baixo: Rob Byron, Samuel Borges Photography,
No entanto, o formato das amizades
dos adolescentes atuais é bem diferente
da estabelecida algum tempo atrás. As
redes sociais trouxeram mudanças im-
portantes na forma de viver e construir
as amizades. Enquanto os pais desenvol-
veram, predominantemente, amizades
na escola, que eram suportadas pelo
convívio diário com os amigos, os ado-
lescentes atuais têm muitas vezes mais
tempo de contato “virtual” com os ami-
gos do que de contato“real”.
Resposta pessoal
Qual é o impacto das redes sociais
nas amizades dos adolescentes?
Quais as vantagens e desvantagens?
Com as redes sociais, o próprio con- 3. Leia o trecho da música a seguir:
ceito de amizade parece ter-se alterado.
Enquanto que, para construir uma ami- Amizade sincera
zade presencial, é preciso que haja um Renato Teixeira e Almir Sater

desejo mútuo de conhecer o outro, que [...]


a relação seja construída em privado, Os verdadeiros amigos
pela partilha de momentos que vão re- do peito, de fé,
os melhores amigos
forçando a cumplicidade entre amigos, não trazem dentro da boca
nas amizades nas redes sociais basta cli- palavras fingidas ou falsas histórias.
car em alguém para se tornar seu ami- [...]
go, e, a partir desse momento, o outro
passa a ter acesso a tudo que o amigo 66 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
publicar. Além disso, enquanto na vida
real todos procuram ter “poucos, mas
bons” amigos, nas redes sociais os ado- BOOK_CMeE_6A_2017 66 15/12/16 16:14

lescentes, habitualmente, procuram ter das, isso é, a relação não é feita direta- forma mais confortável. Mas, por outro
muitas amizades, nas quais, geralmen- mente, como na vida real, mas através da lado, pode permanecer inapto para dar
te, a quantidade suplanta a qualidade. rede social. Isso possibilita ao adolescente resposta aos desafios que a vida real,
No entanto, nem tudo é desvantagem. pensar antes de responder a um comen- mais cedo ou mais tarde, irá trazer a ele.
Em um mundo em que a maior parte dos tário, ao contrário da vida real, em que Além disso, as redes sociais permitem
pais desenvolveu um enorme receio de temos de ter a capacidade de dar respos- aos adolescentes projetar característi-
deixar os seus filhos conviver fora de casa, tas imediatas. Por um lado, isso acarreta cas idealizadas, que não correspondem
as redes sociais são, muitas vezes, o único vantagens: o adolescente pode, de forma necessariamente ao que são ou a como
local de convívio para os adolescentes. segura, praticar as suas competências de se sentem. Por exemplo, podem colocar
Outro aspecto importante é que as comunicação, ganhar confiança nas in- uma mensagem ou uma foto que trans-
relações nas redes sociais são media- terações sociais e construir amizades de mite uma enorme autoconfiança e ale-

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Sugestão de
Abordagem
Nesse pequeno trecho, percebe-se a valorização da amizade e o quão é prazeroso ter uma.
Pensando nesse excerto, crie uma história sobre uma grande amizade, entre duas pessoas,
Leia, junto com sua turma, os pen-
que nasceu durante momentos de lazer. samentos acerca de amizade, logo
abaixo, e reflitam sobre eles. Em se-
Resposta pessoal guida, você pode pedir para seus
alunos fazerem cartas sobre amizade.
Essas cartas podem ser anônimas se,
por ventura, algum aluno ficar com
vergonha ou constrangido. Faça uma
caixa simulando um correio para se-
rem depositadas, mas lembre-se de
avisá-los que, pelo menos, as cartas
4. Escolha um colega da turma e peça que ele leia a sua história. O colega deve identificar os têm que ter remetente.
sinais de reflexão filosófica que a sua história possui, como, por exemplo, compreensão da “Para conseguir a amizade de uma
ética, da amizade, etc. O colega deve deixar registrado o comentário da interpretação da pessoa digna, é preciso desenvolver-
leitura realizada.
mos em nós mesmos as qualidades
que naquela admiramos.” Sócrates
5. Assista ao filme Ponte para Terabítia e, entre seus colegas de turma, opine sobre a amizade “A verdadeira amizade é aquela que
entre as duas crianças. nos permite falar, ao amigo, de todos
Resposta pessoal
os seus defeitos e de todas as nossas
6. Observe a frase e, depois, escreva, em seu caderno, sua opinião sobre a moral apresentada. qualidades.” Millôr Fernandes
Resposta pessoal “A amizade é um meio de nos iso-
larmos da humanidade cultivando
Um amigo, mesmo que não seja capaz de te levantar, arranjará uma forma de não
algumas pessoas.” Carlos Drummond
te deixar cair...
de Andrade
“A amizade é um amor que nunca
morre.” Mario Quintana
7. Pesquise, em CDs, DVDs ou na Internet, uma canção que fale sobre a amizade e leia um
“A amizade duplica as alegrias e di-
trecho para seus colegas e seu professor. Em seguida, argumente:
vide as tristezas.” Francis Bacon
Por que a amizade é fundamental no exercício do desenvolvimento humano e social “A amizade desenvolve a felicidade
de cada indivíduo? e reduz o sofrimento, duplicando a
nossa alegria e dividindo a nossa dor.”
Resposta pessoal Joseph Addison
“Quando defendemos os nossos
amigos, justificamos a nossa amiza-
de.” Marquês de Maricá
“O amor pode morrer na verdade;
a amizade, na mentira.” Abel Bonnard
“A amizade é, acima de tudo, certe-
za — é isso que a distingue do amor.”
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 67 Marguerite Yourcenar
“Nunca foi um bom amigo quem
por pouco quebrou a amizade.” Pro-
CMeE_6A_2016_CAP3.indd 67 26/12/16 16:42
vérbio popular Sashahaltam.
gria, quando na realidade se sentem in- Tente perceber se de fato têm amigos “A melhor maneira de começar uma
seguros e desanimados. Isso pode fazer com quem possam contar, na escola e amizade é com uma boa gargalhada.
com que os jovens, mesmo com inúme- nas redes socias, e ajude-os a descobri- De terminar com ela, também.” Oscar
ros amigos nas redes sociais, sintam-se rem formas de se sentirem confortáveis Wilde
extremamente incompreendidos e sós. tanto com as amizades virtuais como “A felicidade de um amigo deleita-
A influência das redes sociais na com as de “carne e osso”. -nos, enriquece-nos. Não nos tira
construção de amizades é inegável. No nada. Caso a amizade sofra com isso,
entanto, elas não devem servir como Disponível em: http://oficinadepsicologia.com/as- é porque não existe.” Jean Cocteau
um substituto das amizades e do conví- amizades-e-as-redes-sociais. Adaptado. Acessado em: “A amizade é semelhante a um bom
03/06/2014. café; uma vez frio, não se aquece sem
vio real. Fica um desafio: converse com
perder bastante o primeiro sabor.”
os seus alunos sobre as amizades deles. Immanuel Kant

Manual do Educador – 6o ano 67

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3
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética com meus amigos

Trabalhe com o texto Bobagem, de


Para refletir
Luis Fernando Verissimo, para ilustrar
uma situação comum a todas as ami- Leia, com a sua turma, um belo poema sobre a amizade.
zades. Depois de realizar a leitura do
Um dia, a maioria de nós irá separar-se
texto em sala de aula e com a ajuda
dos alunos, formule algumas ques- Um dia, a maioria de nós irá separar-se.
tões ligadas a temas abordados no
texto, por exemplo: Vale a pena abrir Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
mão de uma amizade por causa de das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
um conflito? As amizades só podem dos tantos risos e momentos que partilhamos.
ser mantidas se não houver desen- Saudades até dos momentos de lágrimas, de angústia,
tendimento algum? O que é mais im- das vésperas de fim de semana, dos finais do ano,
portante: o amigo ou a briga? enfim... do comportamento vivido.
Você pode encontrar esse texto no
livro Comédias para se ler na escola. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje, já não tenho tanta certeza disso.

Em breve, cada um vai para seu lado,


seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.

Anotações Talvez, continuaremos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocamos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...

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Aí, os dias vão passar, meses... anos... até esse contato
se tornar cada vez mais raro.

Vamos nos perder no tempo...

Um dia, nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:


“Quem são essas pessoas?”.

Diremos que eram nossos amigos, e isso vai doer tanto!


Porém, meus amigos, foi com eles que vivi tantos
bons anos da minha vida.

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas
vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para último adeus a um
amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.

Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do
passado. E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida
passe em branco e que pequenas adversidades sejam causa de grandes
tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus
amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Disponível em: http://www2.dnoticias.pt/denoticias/sonhos/357385-um-dia-a-maioria-de-nos-ira-


separar-se. Acesso em: 26/07/2016.

? Questões para reflexão


1. Quais são as contribuições do amor e da amizade para a formação do indivíduo?
2. Você tem algum amigo de quem é inseparável?
3. Para você, qual é o valor da amizade?
4. Como você se sentiria se não tivesse amigos?
5. Você sente saudade de alguma amizade que não está com você agora?
6. Escreva uma carta para um amigo ou amiga sua expressando sua aten-
ção e carinho.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 69

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69

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3
Capítulo
Ética com meus amigos

O que alguém faz, eu não


preciso fazer
Às vezes, você precisa tomar decisões que parecem
ser muito difíceis. As orientações fornecidas pelos seus
familiares parecem não ser suficientes para ajudá-lo em al-
gumas situações. Todos nós temos a capacidade de tomar
nossas próprias decisões, certas ou erradas. Porém, nem
tudo que alguém faz você precisa fazer.
Por exemplo:
• Se seu amigo fuma, você não precisa fazer o mesmo.
• Se seu grupo costuma ir ao cinema fazer barulho,
atender ao celular, sujar o ambiente, você não precisa
fazer o mesmo.
As suas decisões em todas as situações precisam ser
tomadas de acordo com seus princípios e com a educação
dada por seus pais. O que seus amigos fazem ou pensam
não é necessariamente uma lei a ser seguida. Assim, é pre-
ciso decidir qual alternativa o deixa feliz e satisfeito e não
prejudica o outro.

? Questão de ética

1. Marque um x nas pessoas que estão demonstrando pouca satisfação em realizar algumas
atividades com seu grupo. Em seguida, comente se o dito popular a seguir possui alguma
verdade. Resposta pessoal

“Dize-me com quem andas que eu te direi quem és.”


Kzenon/Shutterstock.com

Iakov Filimonov/Shutterstock.com

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a. Agora, responda: quais são as possíveis razões da insatisfação?

Resposta pessoal

b. Quais são as atitudes necessárias para uma boa amizade?

Resposta pessoal

2. Procure, no dicionário, a definição de livre-arbítrio e escreva-a no espaço abaixo.


Sugestão de resposta: Liberdade para tomar decisões de acordo

com seu próprio discernimento.

3. Que atitudes você tomaria em cada situação retratada abaixo? Escreva-as.


Kiselev Andrey Valerevich/Shutterstock.com

MANDY GODBEHEAR/Shutterstock.com

Resposta pessoal

4. Em seu caderno, crie uma história em quadrinhos representando uma atividade que você faz
sem a interferência do outro. Resposta pessoal

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3
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética com meus amigos

5. Encontre as palavras do quadro no caça-palavras. Depois, escolha uma delas e peça aos
Tratado sobre a convivência seus pais que registrem uma situação em que eles aprenderam a viver tal palavra ensinada
Autor: Julián Marías pelos seus avós.

Para Julián Marías, grande parte dos S N H G B T S V D B F O Senso


males deste mundo vem de uma má N E S C O L H A J R E R Escolha
relação com a verdade. O respeito à M K F L O S B D G F V I Respeito
verdade, estrutura única da realidade, O L A J K N H D B F G E Decisão
evita que as diferenças pessoais levem O A A B S H D D C N H N Orientação
Atitude
as pessoas a esquecerem os elementos L T B G J C S E N S O T
comuns que as unem. A diversidade do O I P Ã N S H C B F J A
P T C B N D H I V T E Ç
humano deve enriquecer a convivência,
P U A N C H D S C J K Ã
não a destruir. Tratado sobre a convivên-
L D N H C B X Ã F D T O
cia convida o leitor a rejeitar a falsidade
R E S P E I T O N B J G
que invade os meios de comunicação e
os novos modos de vida. Nestes escri-
tos, o autor analisa o presente e repassa
6. Faça o teste para ver se você liga demais para a opinião dos outros ou se tem opiniões
o passado para exortar à reflexão e si- próprias. Em seguida, converse com seus familiares e professores a respeito. Após o teste,
tuar o leitor no futuro. responda: quais são os danos de não ter opinião própria formada?

Eu e os outros I. Você está pensando em ir para a praia no fim de semana. Só que parece que vai fazer
Autora: Maria Helena Pires Martins tempo feio. Como você resolve a sua vida?
A. ( ) Olha pela janela, faz seu palpite, torce para acertar e vai (ou desiste e refaz a sua pro-
Este livro trata das regras de con- gramação).
B. ( ) Lê a seção de meteorologia do jornal.
vivência, proteção, organização, etc. C. ( ) Pergunta para sua mãe se ela acha que vai chover.
Como vivemos em comunidade, o li-
vro discute também a responsabilidade II. Quando você vai pela primeira vez a um restaurante, o que acontece na hora de fazer o
pessoal diante dos conflitos morais, a pedido?
fim de que a autonomia não seja con- A. ( ) Você olha o cardápio e escolhe o que combina melhor com a sua fome do momento.
B. ( ) Depende do dia.
fundida com individualismo. C. ( ) Você pergunta o que as outras pessoas da mesa vão comer.

Pedagogia da convivência III. Você passou as férias inteiras com alguém que agora está com hepatite. Ao descobrir
Autor: Xésus Jares isso, como se sente?
A. ( ) Tranquilo. Se você não pegou, é porque não era para pegar.
Este livro é um convite ao diálogo, à B. ( ) Com medo.
reflexão crítica e à participação global C. ( ) Apavorado. Começa a sentir todos os sintomas e fica de cama.

sobre um tema fundamental para nosso


modelo educativo e social — afirmar a
necessidade e a possibilidade de edu-
car para a convivência a partir de cri- 72 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
térios democráticos. Respeito, direitos
humanos, ternura, diálogo, solidarieda-
de e esperança são alguns dos marcos
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e conteúdos que viabilizam um convívio não violenta de conflitos, para o qual é


edificante e promissor, capaz de orien-
Anotações
necessário qualificar a capacidade de
tar as energias vitais e cognitivas, tanto escuta e percepção de uma situação
de educandos quanto de professores, por diferentes ângulos, considerando
indivíduos, grupos e comunidades. Na sempre o contexto, os protagonistas e
perspectiva do autor, as famílias têm de os valores que estão envolvidos nela.
ser o primeiro laboratório de resolução

72 Cidadania Moral e Ética

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IV. Você acha uma personalidade o máximo. Mas, um dia, ouve os seus amigos falarem que
essa personalidade é um babaca. O que você faz?
A. ( ) Tem um ataque de fúria.
B. ( ) Diz que não concorda.
C. ( ) Não liga.

V. A moda...
A. ( ) ... é uma invenção da indústria para a gente gastar mais dinheiro com roupa.
B. ( ) ... é um ponto de referência muito importante.
C. ( ) ... quase não influi na sua vida.

VI. Você estudou muito para o exame de Matemática. Na hora da prova, consegue ver uma
resposta do colega do lado, que deu diferente da sua. O que você faz?
A. ( ) Acha que ele errou.
B. ( ) Confere todas as contas daquela questão.
C. ( ) Continua olhando para tentar copiar a resolução toda.

VII. Numa viagem de carro com alguns amigos, a pessoa que está dirigindo começa a ir
rápido demais. Você começa a ficar com medo e...
A. ( ) ... pede para ele ir com cuidado.
B. ( ) ... se desespera e pede para descer.
C. ( ) ... se encolhe num canto e reza.

VIII. Você detesta piadas racistas e, numa festa, alguém começa a contar algumas delas.
O que você faz?
A. ( ) Fica irritado e dá a maior bronca na pessoa.
B. ( ) Sai de perto.
C. ( ) Ri junto com seus amigos.

IX. Você está muito a fim de ver um filme que está passando no cinema, mas não arranja
companhia. Então...
A. ( ) ... faz de tudo para convencer alguém a ir junto.
B. ( ) ... fica esperando sair em vídeo.
C. ( ) ... escolhe um cinema seguro, de preferência dentro de um shopping, e vai só.

X. Quando você está doente, como costuma agir?


A. ( ) De acordo com a sua cabeça.
B. ( ) Obedece à sua mãe e ao médico.
C. ( ) Você fica rebelde. Não se conforma com a situação.

XI. A influência das propagandas na sua vida é...


A. ( ) ... muito pequena. Você detesta a ideia de comprar alguma coisa só porque viu um
anúncio.
B. ( ) ... média. Elas despertam o seu interesse, mas você só compra o que realmente está
precisando.
C. ( ) ... grande. Você fica com vontade de comprar todos os produtos que vê na TV.

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Manual do Educador – 6 ano o


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3
Capítulo

Sugestão de
Abordagem
Ética com meus amigos

XII. Você está a fim de se inscrever no vestibular para Arquitetura, mas seus pais acham que
Um ótimo texto que pode ser traba- Computação tem mais futuro. Em que isso muda os seus projetos?
lhado em sala de aula é do escritor e A. ( ) Em nada.
jornalista Fabrício Carpinejar, Amiza- B. ( ) Você resolve se informar melhor sobre Arquitetura e Computação.
C. ( ) Você opta por fazer vestibular para Arquitetura e Computação.
de platônica. O texto aborda uma das
muitas nuances dos relacionamentos XIII. Você vai dar uma festa. Na hora de escolher sua roupa, você...
humanos. Recomendamos que o tex- A. ( ) ... decide sozinho, exatamente do seu gosto.
to seja lido e desenvolvido em sala de B. ( ) ... olha as matérias de festa das revistas, algumas vitrines por aí, repara nas roupas que
aula com a participação dos alunos. vê nas festas, junta um pouco de imaginação e decide.
C. ( ) ... fica atrapalhado. Pede ajuda à sua mãe, aos amigos e demora um mês para decidir.
Para ter acesso ao texto, você pode
conferir no endereço: http://carpine-
XIV. Você está a fim de comprar uma camisa branca. Entra numa loja, e o único modelo de
jar.blogspot.com.br/2012/06/amiza-
que você gosta só tem em azul. A vendedora sugere que você experimente. O que você faz?
de-platonica.html A. ( ) Vai embora.
B. ( ) Experimenta, mas só leva se ficar muito bem.
C. ( ) Experimenta e pergunta para a vendedora o que ela achou.

Diálogo com o • Se você marcou mais as alternativas A:


professor Você só faz o que quer, entretanto, seria interessante aprender a escutar as pessoas
que realmente gostam de você.
Uma vida feliz é uma vida excelen- • Se você marcou mais as alternativas B:
temente, ou virtuosamente, vivida. Você escuta a opinião dos outros e procura se informar para tomar a melhor decisão.
Segue-se, sugere Aristóteles, que • Se você marcou mais as alternativas C:
uma concepção da felicidade exige Você escuta demais as opiniões das pessoas, e, muitas vezes, isso interfere em suas
uma concepção da virtude ou exce- decisões.
lência (aretê). Visto que, contudo, a
felicidade é uma expressão das facul- 7. A partir do que estudamos neste capítulo sobre respeito, ética, amizade e liberdade, observe
dades da alma. as imagens e escreva, no seu caderno, algumas atitudes que devemos ter nos ambientes
abaixo. Resposta pessoal

Da esquerda para direita: pdrocha, Vinicius Tupinamba,


Sugestão de leitura ////

100 Jogos para grupos

Alf Ribeiro/Shutterstock.com
Autor: Ronaldo Yudi K. Yozo

Este é um instrumento de trabalho


indispensável para qualquer profis-
sional que trabalha com grupos. Seu
autor, psicodramatista com experiên- 74 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

cia em várias frentes, não se limita a


listar cem jogos aleatoriamente. Ele os
classifica de acordo com o momento
CMeE_6A_2016_CAP3.indd 74 26/12/16 17:03

do grupo, sendo, portanto, extrema- Anotações


mente didático. A paginação cuidado-
sa também facilita sua utilização como
obra de consulta rápida e eficiente.

74 Cidadania Moral e Ética

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Para refletir

O amor à vida: uma questão de ética

Ao longo do tempo, a humanidade vem se apresentando cheia de conflitos que começam,


primeiramente, no “ser” de cada um. Os laços de relacionamentos que prendem os seres
humanos são uma preocupação de muitos estudiosos. A amizade se tornou um ponto de
inquietação neste novo milênio. São os atos de humanidade, beneficência e gratidão que
formalizam os deveres éticos dos amigos.
Estamos numa sociedade em que as pessoas acham cada vez mais difícil demonstrar
um mínimo de afeto aos outros. Em vez da noção de comunidade e da sensação de fazer
parte de um grupo, encontramos um alto grau de solidão e perda de laços afetivos. Isso
é também denunciado na afirmativa do Dalai Lama, em seu livro Uma ética para o novo
milênio.
O que gera essa situação é o crescimento e o desenvolvimento econômico, que
reforçam intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inveja. Os
seres humanos vivem isolados e de forma egoísta, valorizando apenas suas vontades,
seus bens, suas contas bancárias, e, consequentemente, falta espaço em sua vida para o
interesse pela coletividade.
O desrespeito à natureza, por exemplo, pode causar graves problemas ao planeta:
lixo atômico, armas nucleares, ameaça de guerra bacteriológica, extinção de animais e
vegetais, poluição do ar e das águas, desmatamento, etc.
O homem, ser dotado de inteligência, julga-se superior. Demonstra isso por meio de
atitudes diárias. Isso traz, como consequência, uma desvalorização do sentimento de amor
para com a própria existência e, logicamente, para com a do semelhante, reduzindo a sua
prática cidadã.
“O amor flui em todos nós como rio invisível” (Sathya Sai Baba). Segundo esse autor,
a condição essencial para se levar uma vida digna é viver o amor por meio da prática dos
valores humanos.
A vida é, então, uma sucessão de acontecimentos, formando a história de cada ser.
É nossa responsabilidade transformar esses acontecimentos em favor de nós mesmos e
da sociedade. Como? Sabendo voltar atrás quando for preciso, utilizando-se da justiça,
da verdade, do diálogo, do perdão, da solidariedade. Aí, sim, estaremos lutando pela
sobrevivência do nosso planeta.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 75

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Manual do Educador – 6 ano o


75

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3
Capítulo
Ética com meus amigos

? Questão de ética

1. Em sua opinião, existe ética de amor à vida? Discuta com o professor e os colegas e escreva
suas conclusões abaixo.

Resposta pessoal

2. O que é necessário para se ter uma vida digna?


Resposta pessoal

3. Pense sobre todas as coisas que você fez nas últimas 24 horas. Veja quais delas ajudaram
você a viver com amor e quais não ajudaram. Anote aqui sua opinião sobre elas.

Resposta pessoal

4. Você conhece algum caso em que ocorreu falta de ética? Qual? Debata com seus colegas
de classe.

Resposta pessoal

5. Debata com seus colegas de classe tendo em vista a situação apresentada no texto a seguir.

A informação veste hoje o homem de amanhã

Pelé tinha toda razão ao pedir pelos microfones — no dia em que marcou seu milésimo
gol — que se cuidasse mais das criancinhas. Realmente, é necessário mais cuidado com
elas. Eu conheço muita criancinha que já anda lendo revista para adultos.
Não, meus caros, as criancinhas não são mais aquelas. Estão perdendo rapidamente a

76 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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76 Cidadania Moral e Ética

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infância. E, a prosseguir nesse ritmo, daqui a pouco, com 5 anos, já serão adolescentes.
Há pouco tempo, remexendo o passado, dei de cara com um pião, velho companheiro de
brincadeiras de rua. Sem saber o que fazer com ele, resolvi dar de presente para o filho do
porteiro. O garoto pegou-o, examinou sem muita animação e me perguntou insensível:
— O que é que é isso?
Seu pai, que se aproximava, respondeu: um pião. E, esquecendo-se por um momento
de suas funções na portaria, apanhou o brinquedo, agachou-se e, numa animação quase
infantil, ficou tentando soltá-lo. O filho, em pé, ao seu lado, olhou-o fixo, virou-se para mim e,
assumindo um ar crítico, comentou:
— Olha aí — disse para o pai abaixado —, parece uma criança.
Segundo os educadores, as mudanças decorrem do fato de as crianças da década cres-
cerem muito bem informadinhas. Um jornal publicou uma matéria baseada em pesquisa
realizada entre crianças de 3 a 15 anos (se é que hoje ainda se pode chamar um cidadão
de 15 anos de criança) cujo título era: Como se está fazendo o homem de amanhã. Eu,
particularmente, creio que o homem de amanhã continua sendo feito com os mesmos ingre-
dientes com que se fazia o homem de ontem, ou seja: um homem e uma mulher, que devem
ser temperados com uma pitadinha de amor antes de levados ao forno. Mas não é isso que
interessa. Num determinado trecho, a reportagem dizia: “O menino André Luís, de 4 anos,
viu pela TV a chegada do homem à Lua. Achou o fato natural, pois estava informado sobre
os preparativos e podia descrever perfeitamente o módulo lunar. Sabia de cor o nome dos
astronautas e discutia sobre as possibilidades de o homem chegar a Marte”. Os senhores
estão sentindo o drama? André Luís sabia mais sobre o espaço do que qualquer datilógrafo
da Nasa.
A pesquisa revela também que as novas crianças preferem novelas e outros tipos de pro-
grama aos feitos especificamente para a classe. Outro dia fui à casa do vizinho pedir gelo
e, ao chegar, assisti à maior discussão entre ele e o filho de 5 anos diante da televisão. Meu
vizinho querendo desenhos animados, e seu filho interessado no National Geographic.
Antigamente, os campos estavam bem definidos: as crianças de um lado e os adultos de
outro. Agora não há mais fronteiras. As crianças invadiram e tomam de assalto o mundo dos
adultos. Eu me lembro do dia em que, com 4 ou 5 anos, meu pai me levou ao Jóquei Clube.
Paramos ali junto ao padoque, e, pela primeira vez, vi um cavalo de perto. Excitado com a no-
vidade, depois de um esforço — se vocês me permitem: cavalar —, o máximo que consegui
perguntar ao meu pai era o que o cavalo comia. Pois bem, ontem voltei com meu sobrinho
de 6 anos ao hipódromo. Recostamos no padoque perto de um cavalo castanho, e eu me
recordei da cena com meu pai. Imaginando que o garoto poderia me fazer a mesma pergun-
ta, antecipei-me com um certo orgulho e fui logo lhe informando que “O cavalo come aveia,
alfafa e cenoura”. Quando acabei de falar, o menino me lançou um olhar enfastiado e disse:
— O que o cavalo come, eu já sei, tio. Agora eu estou interessado em saber é quanto ele
vai pagar na ponta.

NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 77

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Manual do Educador – 6 ano o


77

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4
Capítulo

Objetivos
Ética no esporte e no lazer

4
Pedagógicos Ética no esporte

Capítulo
• Compreender a importância da
prática esportiva para a vivência
e no lazer
social.
• Debater os benefícios do
esporte. Vamos dialogar!
• Discutir as atitudes éticas nas Analise as imagens e, a seguir, converse com seu
Conhecimentos prévios professor e seus colegas sobre a relação entre as fotos
atividades esportivas. e o tema do capítulo: Ética no esporte e no lazer.
• Você pratica esporte com
• Perceber a necessidade do

Da esquerda para direita, de cima para baixo: Jefferson Bernardes, BlueSkyImage, wavebreakmedia, NadyaEugene/Shutterstock.com
frequência?
desenvolvimento de atividades • Você já presenciou
alguma atitude violenta
físicas para uma vida saudável. no esporte?
• Na sua escola, há alguma
• Refletir sobre os pontos positivos falta de ética no esporte?
e negativos da competitividade. • Quando você pratica
atividade esportiva,
• Compreender a necessidade de é como um lazer ou
saber lidar bem com a derrota e atividade escolar?
com a vitória.

Anotações

BOOK_CMeE_6A_2017 78 15/12/16 16:15

78 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de
Abordagem
Esporte x lazer
Dinâmica do futebol com bexigas
Leia o texto a seguir e reflita, junto com o professor e os colegas, sobre as ações que estão
acontecendo, fazendo uma relação com as imagens da página anterior. Divida o grupo em dois times e
peça para que cada grupo eleja um
Importância do esporte líder. Cada líder deve dispor seus jo-
Gabriela Cabral
gadores nas posições que desejar.
Dá-se o nome de esporte às atividades físicas realizadas por pessoas que se submetem Após ambos os times estarem devi-
a regulamentos e participam de competições. A prática de esportes beneficia grandiosa- damente dispostos, informe que os
mente as pessoas e até mesmo a sociedade, pois reduz a probabilidade de aparecimento pés dos jogadores não podem sair
de doenças, contribui para a formação física e psíquica, além de desenvolver e melhorar tais
do chão, ou seja, ninguém pode se
formações.
Na adolescência, as pessoas são influenciadas pelo consumismo, por problemas psicoló-
movimentar. Dê uma bexiga de uma
gicos, hábitos prejudiciais e outros, que também influenciam as demais faixas etárias, geran- cor para um time e outra para o outro
do conflitos internos que desviam valores e aprendizagens antes obtidos. É nesse processo time e determine um tempo para que
que o esporte mostra sua grande contribuição à sociedade. eles consigam realizar a atividade. O
Cada esporte possui suas particularidades que envolvem as pessoas e as fazem optar objetivo é que eles consigam marcar
por qual praticar. Os esportes influenciam no desenvolvimento saudável delas e as distan- a maior quantidade de gols que con-
ciam da mentalidade distorcida que hoje se prega no mundo e ainda faz com que as pes-
seguirem.
soas se afastem da criminalidade, que está presente em todos os locais de forma bastante
organizada e sedutora. Em nenhum momento foi falado
Existem inúmeras instituições sem fins lucrativos que criam centros de esporte em áreas que os times são concorrentes entre
de baixa renda a fim de focar a atenção dos jovens e adolescentes e ainda distanciá-los si e que devem disputar o jogo. Sen-
da marginalidade e da criminalidade existentes no mundo. O crime organizado existe como do assim, o que se espera é o verda-
organização estruturada e presente em todos os lugares, como sentinelas buscando novas deiro trabalho em equipe do grupo
vidas; o esporte tem a importante e difícil missão de mostrar que nem sempre o caminho
em geral, ou seja, as bexigas deverão
mais fácil é o correto.
passar pelas mãos de todos os par-
ticipantes do jogo até chegar ao seu
Disponível em: http://alunosonline.com.br/educacao-fisica/importancia-do-esporte.html. Acesso em: 26/07/2016.

respectivo gol. Sem a ajuda de todos,


Da esquerda para direita: fotoinfot, Monkey Business Images/Shutterstock.com

o gol será um objetivo extremamente


difícil de ser atingido.

Anotações

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 79

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Manual do Educador – 6o ano 79

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4
Capítulo

Fundamentação
Ética no esporte e no lazer

Efeitos da atividade física no ? Questão de ética


adolescente
A atividade física é um importante 1. Observe as imagens, reflita e responda: como se dão a ética e a moral no universo do esporte?
auxiliar para o aprimoramento e desen-

Da esquerda para direita: Andresr, Olesia Bilkei,


volvimento do adolescente, nos seus

Rafael Martin-Gaitero/Shutterstock.com
aspectos físicos e psicológicos, poden-
do aperfeiçoar o potencial físico deter-
minado pela herança e adestrar o indi-
víduo para um aproveitamento melhor
de suas possibilidades. Paralelamente
à boa nutrição, a adequada atividade
física deve ser reconhecida como ele- Resposta pessoal
mento de grande importância para o
crescimento e desenvolvimento duran-
te a adolescência, bem como para di- 2. Sabemos que a prática esportiva é de grande valor para todos os cidadãos. Então, respon-
minuição dos riscos de futuras doenças. da: o que o esporte representa para você?
A prática do exercício físico, associa-
Resposta pessoal
da a uma oferta energética satisfatória,
permite um aumento da utilização da
proteína da dieta e proporciona ade-
quado desenvolvimento esquelético. 3. Conforme o texto, para a prática do esporte, há pessoas que se submetem a regulamentos
Várias outras influências positivas estão tanto para participar de competições oficiais quanto amadoras. A partir disso, descreva uma
atividade esportiva de livre escolha com suas regras.
relacionadas à atividade física regular,
como o aumento da massa magra, a Resposta pessoal
diminuição da gordura corporal, a me-
lhora dos níveis de eficiência cardior-
respiratória, de resistência muscular e 4. No último parágrafo, a autora diz, em outras palavras, que o esporte salva vidas, principal-
força isométrica, além dos importantes mente de jovens em situação de vulnerabilidade social. O que você acha disso?
efeitos psicossociais.
Resposta pessoal
Mesmo que isoladamente o exercí-
cio possa não ser capaz de promover
rápida perda de gordura, ele apresen-
ta diversas vantagens sobre outros ti- 5. A Grécia é o berço da Filosofia. Nela, o esporte sempre foi concebido e entendido como
pos de tratamento, como conservação atividade necessária para o bom desenvolvimento do corpo e do caráter. Assim, pesquise
da massa magra — que ocorre devido a relação entre a Filosofia e os esportes nos ideais gregos e elabore um modo de socializar
com a turma sua pesquisa (através de cartão, cartaz, fotografia, montagens, vídeos, etc.).
ao efeito anabólico da atividade física Resposta pessoal
— e o desenvolvimento de um melhor
80 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
estilo de vida.
Quanto ao efeito “estimulador” do
crescimento, ainda é bastante difícil de- BOOK_CMeE_6A_2017 80 15/12/16 16:15

terminar a definição exata da influência físico regular parece ser apenas um dos realização de exercícios prolongados
que os programas de treinamento têm fatores que podem afetar o crescimento. ou vigorosos que excedam dez horas
sobre o crescimento. Alguns pesquisa- O desequilíbrio nutricional pode ocor- semanais sem uma correta reposição
dores sugerem que o treinamento in- rer quando treinos excessivos não são nutricional e de calorias pode acarretar
tensivo tem pouco ou nenhum efeito acompanhados de aumento compatível sérios riscos ao organismo do adoles-
no crescimento infantil, outros conside- dos nutrientes ingeridos. Devido aos ho- cente.
ram que as diferenças físicas observa- rários dos treinos, os adolescentes podem
Disponível em: http://ral-adolec.bvs.br/
das entre jovens atletas refletem, pro- adotar dietas inadequadas, com omissão
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
vavelmente, uma seleção de indivíduos de refeições ou sua substituição, princi- 71302002000100007&lng=pt&nrm=iso. Adaptado.
que sejam mais aptos às demandas de palmente por líquidos que repõem ape- Acessado em: 05/06/2014.
determinados esportes. O treinamento nas parte das calorias e dos eletrólitos. A

80 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de
Abordagem
6. Junte as sílabas da mesma cor e forme palavras relacionadas ao tema Esporte e lazer. Em
Com a sequência de aulas aqui pro-
seguida, responda: como o esporte pode livrar o ser humano de doenças corporais e dos
males sociais?
posta, fomente nos estudantes a per-
cepção de uma estrutura alternativa,
SA COR A Ú TE DE TI ligada à criação de uma cultura da
VI MEN PO LA DE ZER DA
paz no esporte praticado na escola.
Você pode aproveitar a ocasião para
dialogar a respeito com o professor
corpo — mente — saúde — lazer – atividade
de Educação Física.
7. Decifre a mensagem e comente a questão: os gregos estavam certos quando defendiam a
ideia de corpo são, mente sã?
Diálogo com o
emt
antopara
as professor
a zb Sim. Movimentar o corpo faz bem tanto para a saúde

A cultura é a forma de o ser hu-


of

e n te ).
de
vimentarocorp

m física (do corpo) como para a psíquica (da mente).


mano viver em sociedade, incluindo
física(doco
síqu a(da

tudo o que ele pensa e faz com seus


ic

valores e características próprias. As-


rp

sim, torna-se possível pensar na cul-


p

o)
Mo

a com
opara
tura da paz, fundada na ética, que no
espaço escolar deve trazer atitudes
8. Pesquise, nos espaços esportivos de lazer que existem na sua comunidade, as modalidades críticas, de reconhecimento de limites
esportivas oferecidas. No seu bairro, o esporte é capaz de reunir pessoas com condições
e de possibilidades, de novas ações e
sociais diferentes? Justifique.
valores que permitam escolhas e ca-
Resposta pessoal minhos baseados em ações coletivas
e solidárias.

9. Pesquise com seus colegas de turma as atividades esportivas que eles realizam e como o
esporte contribui para cada um: Sugestão de
a. ser honesto. Abordagem
Resposta pessoal
Trabalhe com seus alunos os prin-
cípios de cooperação, da calma, da
determinação para discutir diferenças,
b. ser paciente. capacidade para agir em um clima de
Resposta pessoal cooperação para solução de proble-
mas, amor e concordância e a capa-
cidade de dizer “Eu sou humano. Co-
meti um erro. Vou tentar novamente”.
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 81

BOOK_CMeE_6A_2017 81 15/12/16 16:15

Sugestão de Abordagem Anotações


Esse momento é bem significativo
para explorar o esporte como prática
de sociabildade. O esporte pode ser
visto, também, como escore central
para ajudar jovens a se livrarem de
situações de risco.

Manual do Educador – 6o ano 81

ME_CMeE_6A_2017.indb 81 05/01/17 17:47


4
Capítulo
Ética no esporte e no lazer

Para refletir

Leia o texto a seguir e, depois, faça uma reflexão com seus colegas respondendo às
perguntas apresentadas.

Minha vida como pivete

Não há segundo ato nas vidas americanas, gos, de minha família. Eu estaria penetrando
disse Scott Fitzgerald, mas há nas vidas bra- numa outra realidade, tão escura, apertada
sileiras: segundo, terceiro, décimo atos. Num e sombria quanto o compartimento dos pre-
desses atos — misteriosos são os desígnios sos do camburão. Eu estaria ingressando na
da Providência — fui um pivete. marginalidade, e quem me garantia que, dela,
Não por muito tempo, devo dizer. Na verda- sairia? Não seria aquele o meu primeiro pas-
de, por muito pouco tempo e em circunstân- so numa carreira (talvez bem-sucedida, talvez
cias especiais. Aconteceu no Bonfim, e numa trágica; quem conhece os desígnios da Provi-
época em que o bairro ainda não era barra-pe- dência?) de gângster?
sada. Nós estávamos na Rua João Telles, uma O policial esperava, impaciente, e eu não
noite, e jogávamos futebol no meio da rua. O me decidia, mas aí o destino interveio sob a
futebol não é um esporte silencioso, e algazar- forma de um morador. Dirigindo-se aos ho-
ra nós fazíamos, não muita, mas o suficiente mens da lei, ele ponderou que não valia a
para incomodar um dos moradores, que veio à pena me levar, mesmo porque me conhecia
janela e mandou-nos embora. Seguiu-se uma e estava seguro de que eu era um bom guri.
áspera troca de palavras, e a janela fechou-se, — Garanto que ele não incomoda mais —
no que parecia uma retirada. repetia.
Não era. Enquanto continuávamos o jogo, o Os homens se olharam e resolveram que
homem chamava a polícia. Minutos depois, en- não valia a pena gastar ficha policial comigo.
costava na rua uma viatura da PM. Podíamos, De modo que, depois de algumas ameaças,
ou devíamos, ter fugido; na verdade, porém, não embarcaram na viatura e se foram.
nos ocorria que o objetivo das forças da lei era Era o Bonfim, não a Candelária; era o Brasil,
o nosso precário futebol. Para nossa surpresa, não a Europa Oriental. Escapei do Holocausto
os policiais vieram em nossa direção. Um deles porque meus pais vieram para este país, onde
olhou-me (nunca imaginei ter aparência perigo- nasci. E escapei porque havia alguém ali para di-
sa) e, abrindo a porta do camburão, ordenou: zer que, apesar das aparências, eu era um bom
— Entra. guri. Tive sorte. Temos, todos nós, muita sorte.
Vacilei. Olhei lá dentro. Era um comparti- Em nome dessa sorte devemos pensar, cada
mento escuro e apertado aquele, um lugar de vez que olhamos um suposto pivete, que ele
aparência sombria. Mas o pior era o significa- pode, afinal, ser um bom guri.
do de entrar ali. Quando a porta se fechasse,
SCLIAR, Moacyr. Um país chamado infância.
com estrondo, sobre mim, eu não apenas es- São Paulo: Ática, 2002.
taria separado de meu bairro, de meus ami-

82 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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82 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de leitura ////

? Questões para reflexão Esporte e atividade física na


infância e na adolescência
1. Qual é o tema do texto? Autor: Dante de Rose Junior
2. Você acha que as crianças estavam praticando o esporte competitivamente ou ape-
nas por lazer? Este livro pretende abordar as mais
3. A atitude do morador foi correta? Por quê? diversas tendências e especificidades
4. Como você agiria no lugar dele? relacionadas à prática esportiva in-
5. Todas as crianças têm acesso ao esporte ou ao lazer? fantojuvenil, apresentando ao leitor
6. Qual é a relação entre o texto e o tema do capítulo, Esporte x lazer? uma perspectiva atual sobre temas
como pedagogia, fisiologia, psicolo-
Lazer e saúde gia, sociologia, etc. A obra é indica-
da àqueles profissionais que buscam
Lazer e saúde são direitos humanos básicos, assim como educação e trabalho, e, portanto, informações para embasar as ativida-
todas as pessoas devem ter garantias de que eles estarão presentes em sua vida. des físicas propostas às crianças e aos
O lazer e a saúde são dois aspectos que nos trazem tranquilidade e satisfação. Ambos
adolescentes
proporcionam experiências humanas singulares, como a liberdade de escolha e de expressão,
a criatividade, o prazer, a diversão e a felicidade, porque envolvem aspectos físicos, sociais,
emocionais e espirituais. Esporte cooperativo: uma
Além disso, estão diretamente ligados à qualidade de vida de cada pessoa, pois lazer e proposta
saúde caminham de mãos dadas: o lazer promove a saúde e o bem-estar, já que as pessoas Autor: Reinaldo Soler
escolhem suas atividades de acordo com suas próprias necessidades, seus interesses e suas
preferências. Por meio das atividades, perce-
Mas é fundamental saber que, infelizmente, nem todas as pessoas têm acesso ao lazer e à bemos que a escola não precisa ser
saúde, pois nem têm sequer condições básicas de vida, como moradia, alimentação, educação, sisuda só porque tem de ser séria.
trabalho, etc.
Quando nos divertimos, aprendemos
Nas sociedades, há ainda muito o que fazer para que todas as pessoas venham a desfrutar
dos benefícios do lazer e da saúde, pois nelas há constantes indicativos de estresse, tédio,
muito mais, pois tudo que é diverti-
insatisfação, etc. O lazer e a saúde aliados podem trazer grandes benefícios nessas situações, do acaba se tornando significativo, e
já que são capazes de fazer com que as pessoas identifiquem e realizem desejos, satisfaçam tudo que é significativo é guardado
necessidades pessoais e interajam positivamente com o ambiente. Tudo isso, na verdade, pro- em nossas lembranças. O autor pro-
move a melhora da qualidade de vida de cada pessoa. põe que as regras devem ser flexíveis,
Enfim, procure realizar atividades que aliem lazer e saúde porque, nos tempos atuais, há e a ênfase está sempre no processo,
Soloviova Liudmyla/Shutterstock.com

pouco tempo livre para as pessoas ao longo da vida. Assim, aproveite seu tempo livre para fazer
não no resultado final.
aquilo que lhe traz prazer e lhe faz bem.

Anotações

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 83

BOOK_CMeE_6A_2017 83 15/12/16 16:15

Manual do Educador – 6o ano 83

ME_CMeE_6A_2017.indb 83 05/01/17 17:47


4
Capítulo

Fundamentação
Ética no esporte e no lazer

Esporte e saúde ? Questão de ética


O esporte, como conceito, é consi-
derado uma atividade metódica e re- 1. Escreva, na cruzadinha a seguir, alguns dos direitos básicos que precisam ser garantidos.
gular, que associa resultados concre- Depois, escolha uma das palavras e disserte sobre ela, apresentando sua importância e
contribuição para o desenvolvimento da vida humana.
tos referentes à anatomia dos gestos I.
e à mobilidade dos indivíduos. Esta IV. A L I M E N T A Ç Ã O
é a conotação que podemos chamar
A II. III.
de esporte de alto nível, veiculada
Z S M
nas mídias em geral, representada por
V. E D U C A Ç Ã O
pessoas executando gestos extrema-
R Ú R
mente mecanizados, uniformes, com
certo gasto de energia para produzir D A
determinado tipo de movimento repe- E D
tidas vezes. São gestos plásticos, muito I
organizados, moldados e com muitas VI. T R A B A L H O
regras, para que se possa obter algum
resultado prático. 2. Conforme o texto, como podemos relacionar o lazer e a saúde?
Existem outros conceitos de espor-
Podemos relacionar o lazer e a saúde como direitos básicos, que, além do mais, são dois
te, nos quais se consideram como um
componente dos blocos de conteúdos aspectos que nos trazem tranquilidade e satisfação.
da Educação Física escolar. É na escola
que a conotação de esporte deve ser
diferente do esporte de alto nível, ape- 3. Por que o lazer e a saúde são dois aspectos que nos trazem tranquilidade e satisfação?
sar de alguns professores de Educação
Física insistirem em alto rendimento. Por que ambos proporcionam experiências humanas singulares, como a liberdade de
Felizmente, esse modelo vem-se mo- escolha e de expressão, a criatividade, o prazer, a diversão e a felicidade, porque envolvem
dificando, aos poucos. Assim, a ideia
aspectos físicos, sociais, emocionais e espirituais.
que se tem de esporte é muito ampla,
o que permite uma variedade de con-
ceitos. Dependendo do conceito e do
entendimento, esporte pode estar ou 4. Faça uma pesquisa, na Internet e em livros, sobre como atitudes humanas no lazer e no cui-
não veiculado à saúde. dado com a saúde podem colaborar para uma ótima qualidade de vida.
Associado à saúde está o conceito Resposta pessoal
de qualidade de vida, definido como
a condição humana resultante de um
conjunto de parâmetros individuais e
socioambientais (modificáveis ou não) 84 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
que caracterizam as condições em que
vive o ser humano.
O esporte é uma atividade física e, CMeE_6A_2016_CAP4.indd 84 12/01/17 11:42

como tal, promove desgaste energé- O esporte pode vir a ser um promotor Isso não quer dizer que muitos que
tico, emagrecendo o organismo. Mas, de saúde, mas nem sempre irá produzir praticam esportes de alto rendimento
sem respeitar os parâmetros físicos li- saúde. Percebemos também que exis- não são pessoas saudáveis. Serão na
mitantes de cada indivíduo, ou ainda tem vários desportistas que fazem uso de medida em que o treinamento lhes
sem um controle alimentar adequado, substâncias — questionáveis — para ob- provocar bem-estar físico e uma boa
ao invés de benefícios a atividade pode ter melhores desempenhos nas ativida- relação com os outros. Ao exagerar na
promover malefícios. O controle ali- des, o que corrompe a noção de que es- atividade, acaba-se promovendo um
mentar é muito importante no que se porte faz bem. Esporte só faz bem dentro malefício ao corpo. Outro problema
refere à relação entre ingestão e gasto de seus fatores limitantes: bem emprega- nessa relação ocorre com uma con-
de energia, ou seja, o quanto se come e do, bem trabalhado e sob uma perspec- cepção inadequada de esporte, sendo
o quanto se trabalha. tiva que esteja além do alto rendimento. esta, muitas vezes, a concepção dos

84 Cidadania Moral e Ética

ME_CIDADANIA_E_ETICA_6ANO_Cap_4.indd 84 13/01/17 11:14


Anotações
5. Responda às perguntas a seguir.
a. O que o lazer e a saúde nos trazem?

Tranquilidade e satisfação.

b. Quais são os aspectos da vida que o lazer e a saúde envolvem?

Aspectos físicos, sociais, emocionais e espirituais.

c. Você já praticou alguma atividade que alia lazer e saúde?

Resposta pessoal

d. Por que dizemos que lazer e saúde caminham de mãos dadas?

Porque o lazer promove a saúde e o bem-estar.

e. A que aspecto da vida das pessoas estão ligados todos esses tópicos discutidos nas
questões anteriores?

À qualidade de vida de cada pessoa.

6. Escreva sobre qual atividade lhe traz prazer e melhora sua saúde. Relate como você se sente
realizando-a e por quê.

Resposta pessoal

7. Nas imagens a seguir, circule as pessoas que não têm acesso ao lazer ou à saúde e apre-
sente a explicação social para isso.
Da esquerda para direita: Jan S, Andresr,
Lucian Coman/Shutterstock.com

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 85

BOOK_CMeE_6A_2017 85 15/12/16 16:15

professores de Educação Física dos en- sos, não há saúde social ou, sequer, saú- a necessidade de dissociar a Educação
sinos Fundamental e Médio. Em deter- de motora. Como deve-se sentir o aluno Física escolar de treinamento esporti-
minada ocasião, esporte é considerado que permanece sentado durante toda a vo, do contrário o esporte deixa de ser
como um conteúdo mínimo e único, atividade dos colegas? O que ele acaba um agente de inclusão social para ser
o que acaba se tornando a exclusiva por representar? E sobre a prática de dis- um fator de exclusão social onde quem
prioridade a ser promovida entre seus tribuir os alunos em dois times, onde são joga bem joga e quem não joga bem
alunos: aos que jogam bem, a oportu- escolhidos um por vez, alternadamente: é excluído.
nidade de praticar; já os que possuem como se sente o último a ser escolhido?
Disponível em: http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/
dificuldades acabam como juiz, gan- Estas são práticas a serem repensadas. art_22/esportesaude.html. Adaptado. Acessado
dula ou ainda sentados no banco, só A Educação Física nas escolas não pode em:05/06/2014.
observando a turma jogar. Nesses ca- ter por objetivo formar campeões. Temos

Manual do Educador – 6o ano 85

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4
Capítulo
Ética no esporte e no lazer

8. Leia a mensagem abaixo, observe as imagens a seguir e escreva qual é a relação entre elas.

As pessoas escolhem suas atividades de acordo com suas próprias


necessidades, seus interesses e suas preferências.

mezzotint, Neale Cousland/Shutterstock.com


Da esquerda para direita: CHEN WS,
Resposta pessoal

9. Faça o teste a seguir para saber se você tem uma boa qualidade de vida. Tendo preenchido
ao teste, pense e responda: que elementos existem na sociedade que impedem a saúde e
o bem-estar?
S – sempre AV – às vezes N – nunca Resposta pessoal

Toma café da manhã com frutas e cereais?


Come frutas e vegetais crus durante o dia?
Toma mais de cinco copos de água durante o dia?
Evita comer doces em seu cotidiano?
Pratica atividade física durante 30 minutos pelo menos 3 vezes por semana?
Evita lugares com pessoas que fumam?
Você se protege do sol?
É capaz de colocar para fora toda a sua raiva ou o seu descontentamento?
Procura relaxar e meditar durante 15 ou 20 minutos por dia?
Dorme, pelo menos, 8 horas por dia?
No final do dia, você tem disposição para atividades extras?
Gosta muito da sua vida?
Sua rotina diária é fonte de prazer para você?
Vê o futuro de forma positiva?
A harmonia familiar faz parte de sua vida?

Resultado:
Se você marcou mais SEMPRE: sua vida é ótima!
Se você marcou mais ÀS VEZES: procure rever o que lhe traz insatisfação.
Se você marcou mais NUNCA: é preciso fazer uma mudança radical em sua vida.

86 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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86 Cidadania Moral e Ética

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Para refletir

Leia o texto a seguir e, depois, faça uma reflexão com seus colegas respondendo às
perguntas apresentadas.

Riscos da prática esportiva competitiva

Cuidado! Esporte competitivo de alto rendimento não tem nada a ver com boa saúde!
Pensem no atleta que admiravam e que, precocemente, está incapaz de atuar.
O esporte competitivo pode ser perigoso para o ambiente escolar, por diversos motivos:
• O coração da criança, submetido a esforços intensos e contínuos, pode desenvolver
desproporção entre tamanho, espessura da parede, cavidade cardíaca e capacidade
de contratilidade, o que pode causar distúrbios ou doenças, posteriormente.
• Músculos submetidos precocemente a trabalhos intensos e indevidos podem sofrer
hipertrofia, levando a compressões nos ossos, desequilíbrios articulares e defeitos
posturais.
• Podem ocorrer lesões em cartilagens, com prejuízo para o crescimento da criança.
• Esportes unilaterais (tênis, esgrima e até futebol), ou seja, que exigem mais de um lado
do corpo do que outro, podem levar a distúrbios do crescimento no lado dominante
(mais usado pela criança).
• Meninas em treinamento excessivo podem apresentar atraso do início da puberdade
e osteoporose.
• É errado submeter a criança a pressões psíquicas, como “ter que vencer”, ou fazê-la
achar que deve ser elogiada desproporcionalmente por técnicos, dirigentes e pais.
A atividade esportiva deve sempre contemplar:
• Aquecimento. Exercícios preparatórios devem ser realizados antes do início da
atividade esportiva. Eles têm como função aumentar o fluxo sanguíneo e de oxigênio
nos músculos e diminuir a chance de lesões musculares. Devem ser iniciados devagar
e ter intensidade progressiva. A duração deve ser de 5 a 15 minutos.
• Alongamentos. Devem ser realizados logo após o aquecimento. Também diminuem
a chance de lesões musculares. Cada posição deve ser mantida por 30 segundos.
Esses exercícios devem ser repetidos ao fim da atividade física.
• Segurança. A segurança no esporte tem o objetivo de prevenir lesões e acidentes.
A prática esportiva segura deve garantir o respeito às regras do esporte e o uso de
equipamentos de segurança, além de roupas e calçados apropriados a cada esporte.
• Fortalecimento muscular. Aumenta a força e a massa dos músculos, protegendo as
articulações, os tendões e os próprios músculos.
LOPEZ, Fabio Ancona; CAMPOS JR., Dioclécio (Orgs). Filhos de 2 a 10 anos de idade: dos pediatras da Sociedade
Brasileira de Pediatria para os pais (Barueri, SP). São Paulo: Manole, 2011.

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 87

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Manual do Educador – 6 ano o


87

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4
Capítulo
Ética no esporte e no lazer

? Questões para reflexão

1. Você gosta de esporte competitivo?


2. Você leva em consideração os pontos apresentados para escolher algum esporte
para praticar?
3. Os aspectos que uma atividade esportiva deve contemplar fazem parte da sua rotina
de exercícios?
4. Como é sua rotina de exercícios físicos?
5. Qual é a relação do texto com o tema do capítulo, Ética no esporte e no lazer?

Competir ou ganhar: o que é mais importante?


Praticar, competir, ganhar, perder, disputar, alcançar, atingir, conquistar, conseguir, levar, etc.,
todos esses e muitos outros verbos estão ligados às situações do esporte.
Na verdade, o que diz a frase muito famosa do Barão de Coubertin (quem inventou os Jogos
Olímpicos), “O importante, nos Jogos Olímpicos, não é vencer, mas competir. O essencial, na
vida, não é conquistar, mas lutar com dignidade”, é muito difícil de acontecer entre os competi-
dores. Ninguém entra numa partida, de qualquer que seja o esporte, para perder. O importante
é saber perder, perder com dignidade, perder com honradez, perder lutando até o final, sendo
ético e jogando dentro das regras preestabelecidas.
Da mesma forma, é fundamental saber ganhar, ganhar por mérito, ganhar por competência,
ganhar porque, afinal, é melhor do que com quem se está jogando, e, nesse caso, cabe também
ser ético durante o jogo. Portanto, o que, de fato, importa num jogo não é perder ou ganhar,
muito menos competir; o que importa é a forma como se ganha ou se perde.

A.RICARDO/Shutterstock.com

88 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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88 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de
Abordagem
? Questão de ética Sugerimos que a música O vence-
dor, do grupo Los Hermanos, seja tra-
1. A partir da imagem em destaque, pense e responda: como o esporte educa o ser humano
balhada em sala de aula com os alu-
para conviver com os sentimentos (como a tristeza e a alegria, por exemplo)? nos. Apresente a canção e distribua a
letra para que, em conjunto, seja feita
uma breve interpretação. Em seguida,
Resposta pessoal
discuta os pontos em comum entre
um dos tópicos abordados neste ca-
pítulo e a música, como a competi-
tividade, a aceitação da derrota e a
importância da vitória.
Você pode ter acesso à letra da
GETTY IMAGES

música em https://www.letras.mus.br/
los-hermanos/67545/.
2. Discuta com a turma sobre qual é o comportamento adequado para quem está:
a. ganhando o jogo – Resposta pessoal
b. perdendo o jogo – Resposta pessoal
Sugestão de
3. Responda às perguntas a seguir sobre ganhar. Abordagem
a. Você já ganhou jogos? Sua comemoração foi respeitosa?
Trabalhe com os alunos o conceito
Resposta pessoal de autoestima e sua relação com o
b. Como você se comporta quando está ganhando? Sabe se controlar e não provocar o
bem-estar e uma vida saudável. Além
time perdedor? disso, promova discussões e reflexões
sobre a relação da autoestima e iden-
Resposta pessoal
tidade.
c. O que você sente em relação àquela pessoa que está ganhando? Uma atividade que você pode de-
senvolver em sala é pedir para que os
Resposta pessoal alunos peguem uma folha de caderno
e sentem-se em círculos. Em seguida,
4. Na vida, às vezes, não conseguimos ganhar, e nem por isso devemos baixar a cabeça, pois peça para que cada aluno pense so-
é com as derrotas que aprendemos a não errar. Relate alguma situação em que você não
conseguiu ganhar uma competição, um jogo de futebol ou outro esporte qualquer. Descreva bre o seu nome, se este o agrada e
que sentimento teve, bem como qual atitude você aprendeu. quem o escolheu. Caso não goste do
próprio nome, o aluno poderá optar
Resposta pessoal
por outro nome que gostaria que fos-
se o seu, mas deverá explicar o por-
quê da escolha deste.
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 89 Feito isto, você solicitará que os
alunos, ainda em círculo, falem sobre
o seu nome, a origem deste, quem o
BOOK_CMeE_6A_2017 89 15/12/16 16:15 escolheu etc., e sobre o outro nome
que gostaria de ter (se este for o
Anotações caso). Você mediará a discussão so-
bre o nome, sobre as expectativas
que este nome traz e seu significado.

Manual do Educador – 6o ano 89

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4
Capítulo

Fundamentação
Ética no esporte e no lazer

Ações benéficas para a 5. Procure, em dicionários, as palavras a seguir e forme frases relacionadas ao tema estudado:
autoconfiança e autoestima Ética no esporte e no lazer. Resposta pessoal

• Faça três listas. Em uma folha de pa-


pel, escreva as suas forças, uma das Resiliência:
suas conquistas mais importantes e
uma das coisas que você admira mais
em si mesmo. Fair play:
• Pense positivamente acerca de si
mesmo. Lembre-se de que, apesar
dos seus problemas, você é uma pes-
soa única, especial e valiosa, e que Empatia:
você merece e pode vir a sentir-se
bem acerca de si mesmo, se fizer coi-
sas nesse sentido.
Respeito:
• Preste especial atenção à sua higie-
ne pessoal e aparência. Por exem-
plo, cuidar do estilo do seu cabelo,
aparar as unhas, usar fio dental nos Tolerância:
dentes. Vestir roupas que façam você
se sentir bem consigo mesmo.
• Coma boa comida como parte de
Violência:
uma alimentação saudável e equi-
librada. Faça refeições a pensar em
si mesmo, torne isso um momento
especial, mesmo se você estiver co- Competição:
mendo sozinho.
• Exercite-se regularmente. Sair para
uma caminhada todos os dias e fazer
exercícios mais vigorosos (exercícios Provocar:
que façam você suar) três vezes por
semana é uma prática de enorme re-
torno e satisfação. Disputar:
• Verifique se você está dormindo o
suficiente. Após um dia de trabalho,
a nossa energia diminui. É importante
repor.
• Faça coisas que você gosta. Por ve- 90 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
zes, quando andamos mais em baixo,
com preocupações a ocuparem-nos a
cabeça e na presença de alguns sen- BOOK_CMeE_6A_2017 90 15/12/16 16:15

timentos negativos, fundimo-nos a está atravessando um período de bai- Sugestão de Abordagem


isso e deixamos de fazer coisas que xa autoconfiança e baixa autoestima,
nos fazem sentir bem. este é o momento de fazê-lo. Professor, com as frases construídas
• Evite as pessoas ou lugares que o na questão 5, realize um mural para
façam sentir-se mal acerca de si Disponivel em: http://www.escolapsicologia.com/ a escola.
mesmo. Não recomendo que faça sugestoes-para-construir-autoconfianca-e-autoestima/.
Adaptado. Acesso em 14/08/2016.
isto durante toda a sua vida, mas se

90 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de
Abordagem
6. Faça o teste a seguir para ver se você é uma pessoa que sabe perder. Após fazer o teste,
pense e responda: como aprender com os erros e as perdas? Sugestões de significados
no dicionário:
I. Você e um amigo vão a uma loja e gostam da mesma coisa. Então, ele propõe que joguem
par ou ímpar para ver quem leva o produto. Você... • Resiliência: Habilidade de se adap-
A. ( ) ... não aceita e diz que, se não for seu, também não vai ser dele.
tar com facilidade às intempéries,
B. ( ) ... aceita a sorte do par ou ímpar.
C. ( ) ... desiste de comprar e deixa para ele. às alterações ou aos infortúnios.
• Fair play: Conduta de quem se
II. Num trabalho em grupo, sua ideia não foi acatada pelos demais integrantes. Você... comporta ou age de maneira justa,
A. ( ) ... acha que foram injustos e a decisão foi errada, então sai do grupo. pacífica.
B. ( ) ... procura escutar as outras ideias e avaliar se a sua realmente não foi a mais legal.
• Empatia: Ação de se colocar no lu-
C. ( ) ... com a recusa, passa apenas a aceitar o que os outros decidirem.
gar de outra pessoa, buscando agir
III. Você está jogando videogame com outra pessoa e já está na terceira partida que você ou pensar da forma como ela pen-
perde. Você... saria ou agiria nas mesmas circuns-
A. ( ) ... fica furioso porque acha que a pessoa está trapaceando. tâncias.
B. ( ) ... nem percebe que já perdeu três vezes, pois jogar é legal de qualquer jeito.
• Respeito: Consideração; sentimento
C. ( ) ... não está nem aí, já que não sabe jogar mesmo, então sugere fazer outra coisa.
que leva alguém a tratar outra pes-
IV. Você é fã de um cantor e passa a fazer parte do blog dele, mas suas perguntas nunca soa com grande atenção, profunda
são respondidas. Você... deferência, consideração ou reve-
A. ( ) ... fica com raiva e conta a situação no Twitter para ver se ele se toca. rência.
B. ( ) ... fica chateado e vai conversar com seu amigo.
C. ( ) ... fica triste porque as pessoas deveriam saber dar atenção aos outros.
• Tolerância: Disposição de admitir,
nos outros, modos de pensar, de
V. Você falou mal de uma pessoa para outra que era muito amiga dela, mas você não sabia. agir e de sentir diferentes dos nos-
Você... sos: na vida social, a virtude mais
A. ( ) ... não se importa porque você não gosta da pessoa mesmo.
útil é a tolerância.
B. ( ) ... vai falar com a pessoa para pedir desculpas.
C. ( ) ... simplesmente nunca mais fala com nenhuma das duas.
• Violência: Constrangimento físico
ou moral exercido sobre alguém.
VI. Toda a turma do colégio vai passar o final de semana na casa de um colega na praia, mas • Competição: Disputa ou concorrên-
seus pais não deixam você ir. Você... cia entre duas ou mais pessoas que
A. ( ) ... se tranca no quarto porque acha a decisão absurda.
buscam a vitória ou, simplesmente,
B. ( ) ... fica triste, mas tenta aproveitar o feriado se divertindo com outras coisas.
C. ( ) ... já sabia que eles não deixariam, então nem discute e passa o feriado no com-
superar quem os desafia.
putador. • Provocar: Estimular; incitar alguém
a fazer alguma coisa.
VII. Na hora da apresentação do trabalho na escola, você teve um branco na frente da clas- • Disputar: Competir; esforçar-se para
se toda. Você...
conseguir algo desejado pelos de-
A. ( ) ... fica furioso e chega a sair da sala.
B. ( ) ... diz que deu um branco e pede ajuda aos colegas e ao professor.
mais.
C. ( ) ... se desculpa e conversa com o professor para remarcar uma nova data porque
não conseguirá apresentar o trabalho.
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 91

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Anotações

Manual do Educador – 6o ano 91

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4
Capítulo

Fundamentação
Ética no esporte e no lazer

VIII. Você vai para uma festa, e outra pessoa está usando uma roupa exatamente igual à
A capacidade de competição sua. Você...
A. ( ) ... fica tão irritado que vai embora da festa.
A capacidade de competição na mo- B. ( ) ... não se importa tanto e até chega a fazer piada da situação.
dalidade esportiva específica é conside- C. ( ) ... não está nem aí, na verdade; você nem percebeu isso.
rada um dos componentes importantes IX. O time pelo qual você joga perde a final do campeonato. Você...
da capacidade de desempenho espor- A. ( ) ... chora e coloca a culpa em todas as outras pessoas do time, porque não se
tivo. O desempenho esportivo é um as- esforçaram tanto quanto você.
pecto fundamental no esporte enquan- B. ( ) ... fica chateado, mas “levanta a poeira” e já vai estimulando todo mundo a co-
to processo e também resultado. Dessa meçar a treinar para o campeonato do próximo ano.
forma, a capacidade de competição é C. ( ) ... se conforma porque acha que seu time já tinha ido longe demais, já que havia
times mais bem preparados.
uma qualidade necessária para os pra-
ticantes da atividade esportiva.
Resultado:
A origem da competição esportiva é
• Se você marcou mais A:
tão antiga quanto a história da humani- Você odeia perder. Na verdade, você não sabe perder. É bom aprender a perder.
dade, e competir é um fator motivador, • Se você marcou mais B:
pois representa conquistas pessoais e Você sabe perder, mas sem perder a dignidade. É assim que devemos levar a vida.
sociais. Não há esporte sem competi- • Se você marcou mais C:
ção. Aqueles que não gostam de com- Você já se sente perdedor em todas as situações. Levante a cabeça!
petição não podem gostar de esportes.
O treinamento esportivo é um con- 7. Junto com seus colegas, pense em regras para uma pessoa aprender a:
junto de meios utilizados para o de-
senvolvimento das qualidades técnicas, GANHAR PERDER
físicas e psicológicas de um atleta ou de
uma equipe, tendo como objetivo final Resposta pessoal Resposta pessoal
colocá-lo em eficiência máxima em de-
terminada prova esportiva. Assim, os as-
pectos competitivos e as competições,
inerentes ao contexto esportivo, são
produto do processo de treinamento.
No entanto, na visão de muitos pe-
dagogos, a competição pode ser con-
siderada um dos componentes mais
perversos do esporte, uma vez que
significa rivalizar, lutar, disputar, classi-
ficando os melhores dos piores ou ven-
cedores dos derrotados.
Utilizando-se o conceito de Foucault
de perversão como conjunto de pertur- 92 Cidadania Moral e Ética I 6o ano
bações de ordem psíquica que dariam
origem a tendências afetivas e morais
contrárias às do ambiente social do in- como sendo pró-sociais ou antissociais.
CMeE_6A_2016_CAP4.indd 92
socialmente negativas, voltadas, por
26/12/16 16:41

divíduo pervertido, a competição no No entanto, para muitos autores, com- exemplo, à destruição ou ao prejuízo de
esporte poderia ser classificada dessa portamentos pró-sociais são aqueles que outras pessoas e relacionadas a com-
forma, pois promove valores exacerba- representam ações ou atividades consi- portamentos egoístas, competitivos e
dos de concorrência e individualismo deradas socialmente positivas, visando agressivos.
em detrimento dos valores de igualda- atender às necessidades e ao bem-estar Nessa visão maniqueísta, de divisão
de e solidariedade. de outras pessoas, como o altruísmo, a entre o bem e o mal, corre-se o risco de
Na psicologia do desenvolvimento, a generosidade, a cooperação, os senti- desconsiderar a complexidade do fenô-
discussão teórica e conceitual da coo- mentos de empatia e simpatia. Por outro meno humano, deixando aberta a pos-
peração e competição tem como base lado, comportamentos antissociais in- sibilidade para generalizações, muitas
a caracterização dos comportamentos cluem ações ou atividades consideradas vezes preconceituosas ou equivocadas

92 Cidadania Moral e Ética

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8. Leia:
de originalidade, autonomia e liberdade,
É preciso saber perder e o segundo relaciona-se de perto com
Mariana de Viveiros disposições egoístas e hostis.
Na Antiguidade, especificamente na
Por mais que se fale que o que vale é competir, todo mundo quer mesmo é ganhar. Mas
Grécia, as competições e a busca pe-
nem sempre isso é possível, pois a vida é feita de vitórias e derrotas. “Hoje, os jovens não
sabem perder, não sabem ouvir não, querem tudo do jeito deles, e isso é um problema sério las vitórias tinham como fundamento
para a sociedade”, aponta Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associa- “romper” barreiras individuais, alcançar
ção Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Segundo Selma Maria Sabino Braga de Melo, o seu máximo na competição em que
diretora do Colégio Savioli, em São Paulo, a frustração geralmente está ligada a medos, participava e, assim, aproximar-se de
inseguranças, estresse e a uma vida familiar conturbada. “Algumas crianças apresentam um
exagerado sentimento de desgosto e inconformismo quando expostas a resultados negati- uma condição divina. Para a sociedade
vos”, afirma. grega helênica, os vitoriosos seriam to-
Quézia considera a escola um bom local para a criança aprender a lidar com frustrações, dos aqueles que superassem seus limi-
seja por ter perdido um campeonato ou por não ter tirado a nota mais alta da sala, porque tes físicos pautados por uma conduta
ali ela está entre seus pares. Andressa Ruiz Barbosa, orientadora educacional do Colégio
Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), na capital paulista, concorda com ela:
moral inquestionável. A vitória sobre o
“O mercado pede profissionais que saibam lidar com a pressão e com a frustração. E a fase adversário era uma decorrência desse
escolar é um aprendizado para a vida adulta”, diz. As especialistas consultadas entendem processo, não o fim.
que a principal forma de se trabalhar essa questão na escola é conversando com a criança e Assim, podemos compreender a com-
dizendo a ela, de forma clara, que as frustrações fazem parte da vida de todos. “Colocar limi-
petição no esporte como auxiliar no
tes desde cedo e criar uma rotina com obrigações simples também pode ajudar as crianças
a aceitarem melhor as negações quando elas ocorrerem”, acrescenta Selma. processo de individuação promotora de
Disponível em: http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/89/artigo235357-1.asp. Acesso em: 23 de novembro de
aprendizado de habilidades de disputa
2013. como confronto, conflito, agressividade
e o limite das mesmas, muitas vezes ne-
O texto apresenta a importância de saber lidar com a perda, mas a sociedade de hoje incen-
cessária em ambientes grupais.
tiva cada vez mais a competir, a ganhar “somente e sempre” o primeiro lugar.
Você sabe lidar com perdas e frustrações? Já vivenciou alguma frustração? E hoje, como se
A competição tem um grande compo-
sente depois de ter passado por tal experiência? nente de aceitação social, permitindo ao
homem valorizar-se socialmente, o que
Resposta pessoal corresponde a um momento “ímpar” da
prática esportiva. A grande questão está
no conceito de valor social; a ideia de
valorização social por meio dos dados
numéricos nasceu com o esporte mo-
derno, final do século XVIII, e se consoli-
dou no século XIX com as características
da “sociedade de mensuração”, domina-
da pela ciência e pela tecnologia, que
transformou cada ação esportiva em
uma medida quantificada.
Cidadania Moral e Ética I 6o ano 93 O valor dos atletas, dessa forma, tor-
nou-se quantificável. Estudos mostram
que a determinação e a persistência
são características importantes do atle-
BOOK_CMeE_6A_2017 93 15/12/16 16:15
a respeito de cooperação e competição. mesmo de maneira não proposital, a re-
Por exemplo, a cooperação promovida presentarem ideologias do grupo no sen- ta talentoso; no entanto, a contribuição
atualmente pelo capitalismo, nomeada tido da legitimação de preconceitos, o que dos apoiadores sociais é fundamental
por muitos de corporativismo (conceito faz com que o comportamento egocêntri- para determinar quais os motivos que
que tem origem no sistema político uti- co seja necessário para preservar as condi- levam uma pessoa a se interessar pelo
lizado na Itália fascista), embora repre- ções subjetivas. Dessa forma, nem sempre esporte, por que ela escolhe ser atle-
sente a motivação de pessoas perten- as ações cooperativas são benéficas. ta de rendimento, que limites necessita
centes a uma mesma categoria a agirem É necessário, porém, distinguir proces- ou deseja vencer, o doping e a derrota;
em torno de interesses e objetivos co- sos de individuação e individualismo, pois enfim, a orientação do grupo no qual
muns desse grupo, é feita com base na o primeiro representa a conquista e o re- está inserida se torna providencial para
imposição e tende a levar os indivíduos, conhecimento da pessoa em sua condição a orientação competitiva.

Manual do Educador – 6o ano 93

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4
Capítulo
Ética no esporte e no lazer

Para refletir

Rússia é banida de Jogos Paralímpicos por escândalo de doping


O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) decidiu suspender a de-
legação russa dos Jogos Paralímpicos Rio 2016
O presidente do IPC, Philip Craven, disse em entrevista que a decisão foi baseada no
Relatório McLaren da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).
O documento apontou que o governo da Rússia operava um esquema estatal de doping
sistemático. “O sistema antidoping da Rússia está quebrado, corrompido e inteiramente
comprometido”, disse Philip Craven. “O Comitê Paralímpico russo não tem condições de
garantir a adequação nem a fiscalização de acordo com o código antidopagem do IPC ou
do código antidopagem mundial dentro da sua jurisdição nacional nem de respeitar as suas
obrigações fundamentais como membros do IPC. Como resultado, o Comitê Paralímpico
Russo está suspenso com efeito imediato”, completa.
Elaborado pelo especialista legal canadense Richard McLaren, o Relatório McLaren des-
creveu um esquema sofisticado de doping patrocinado pelo Estado russo e posterior aco-
bertamento da prática entre 2011 e 2015 — principalmente durante os Jogos Olímpicos de
Inverno em Sochi, na Rússia, em 2014.
De acordo com o relatório, o Ministério do Esporte russo “dirigiu, controlou e supervisio-
nou” a manipulação de amostras de urina dos atletas e fraudou resultados.
A decisão do IPC de banir a delegação paralímpica russa é mais dura que a do Comitê
Olímpico Internacional (COI), que preferiu delegar para cada federação esportiva a decisão
sobre banir ou não atletas russos nos Jogos do Rio. Ao mesmo tempo, o COI elevou os
requerimentos para os atletas russos e proibiu todos aqueles que já tinham condenação
anterior por uso de substâncias proibidas. Somente 270 atletas russos estão compe-
tindo nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37004734. Acesso em: 14/08/2016.

? Questões para reflexão

1. Para você, essas atitudes dos atletas russos são atitudes éticas? Por quê?
2. O que é importante para combater essas posturas lamentáveis no esporte?
3. Você achou justa a punição de banir os russos nos Jogos Paralímpicos Rio 2016?
4. Converse com seus amigos e seu professor a respeito de suas opiniões.

94 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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94 Cidadania Moral e Ética

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Sugestão de leitura ////
Leia a mensagem abaixo e, depois, discuta com seus colegas sobre o tema abordado. Pedagogia do esporte
Autores: Alcides José Scaglia,
Impossível ganhar sem saber perder, Bem-aventurado aquele que já consegue
impossível andar sem saber cair, receber com a mesma naturalidade Riller Silva Reverdito e Paulo Cesar
impossível acertar sem saber errar, o ganhar e o perder. [...] Montagner
impossível viver sem saber reviver.
O sucesso nunca é permanente, A pedagogia do esporte, com base
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, o fracasso nunca é total, em um incremento no número e na
ninguém mais o controlará, mas o que vale é a coragem de lutar. qualidade de estudos produzidos,
porque o máximo que poderá acontecer Mario Benedetti vem-se consolidando enquanto sig-
a você é cair, errar e perder,
nificativa área do conhecimento no
e isso você já sabe.
interior das ciências do esporte. Esse
aumento nas produções tem gerado
Seria interessante que todas as pessoas que praticam algum esporte, de fato, fizessem-no avanços nas reflexões acerca de temas,
segundo o juramento dos atletas e dos árbitros que participam dos Jogos Olímpicos. O jura-
como metodologias de ensino e de
mento dos atletas é recitado por um atleta da equipe do país organizador dos Jogos segurando
uma ponta da bandeira olímpica.
treinamentos de esportes, aprendiza-
gem, didática, análises de jogos, com-
preensão do esporte como um pro-
“Em nome de todos os competidores, prometo que participaremos nestes Jogos Olím- cesso e produto cultural, entre outros.
picos respeitando e seguindo as regras que os regem, comprometendo-nos a um despor-
to sem dopagem e sem drogas, com o espírito verdadeiro do desportivismo, para glória
do desporto e honra das nossas equipes.”
Anotações
Inovafoto/CBV

Cidadania Moral e Ética I 6o ano 95

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Manual do Educador – 6o ano 95

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4
Capítulo

Sugestão de leitura ////


Ética no esporte e no lazer

A escola e o esporte O juramento dos árbitros, em geral, também é recitado

Herbert Kratky/Shutterstock.com
Autora: Meily Assbú Linhales por um da equipe do país organizador dos Jogos.

A partir da década de 1920, os pro-


“Em nome de todos os júris e árbitros, prometo
jetos e as prescrições relativos à esco- que cumpriremos as nossas funções durante estes
larização do esporte ganharam des- Jogos Olímpicos em total imparcialidade, respeitan-
taque entre os educadores brasileiros. do e seguindo as regras que os regem, num espírito
Tal movimento, analisado a partir da de desportivismo.”
Associação Brasileira de Educação,
guarda relação com o propósito de
renovação pedagógica que buscou
constituir a escola como uma expe- ? Questão de ética
riência moderna, ativa e sintonizada
com o trabalho urbano-industrial. 1. Lemos, na página anterior, que os jogadores e os árbitros dos esportes olímpicos fazem um
Em uma perspectiva historiográfica, juramento, a fim de promover um jogo mais amistoso e baseado na filosofia do fair play (jogo
as práticas discursivas e institucionais limpo). Ao jogar com seus amigos, que práticas você adota antes de iniciarem um jogo?
investigadas permitem identificar que Resposta pessoal
o esporte foi anunciado como con-
teúdo escolar, como método de en-
sino e, também, como conjunto de
valores e atitudes. Ao mesmo tem-
po, foi questionado como instituição
educativa paralela e concorrente à
escola. Leitores interessados na histó-
ria da Educação e da Educação Física
encontram aqui elementos de análise
relativos ao processo de incorporação 2. Nos jogos profissionais, bem como nos amadores, há regras que precisam ser respeitadas e
do ethos esportivo no esforço de pro- cumpridas. Enumere quais são as regras que você e seus colegas seguem para jogar e qual
dução de uma moderna forma esco- é a modalidade esportiva de maior apreço por vocês.
lar de socialização. Resposta pessoal

Anotações

96 Cidadania Moral e Ética I 6o ano

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96 Cidadania Moral e Ética

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