Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
c a d o
E d u 8 An
en
o
t al
o
am
d
nd
Fu
la
o
sin
En
n u a
M a gr a f i nh
o
o
i
op
Ge sA
l be
r to
Ch
r lo
Ca
ISBN: 978-85-7797-915-8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Página do manual
A imprecisão dos pontos cardeais .................37 Universo ................................................... 86
Cenário 2 – A prática do dia a dia ........... 37 Fazemos parte de um sistema.........................86
Conhecer o espaço para se localizar .............37 O surgimento do Universo ............................87
Cenário 3 – Quando o céu se esconde ..... 38 Os primeiros estudos sobre o Sistema
Orientação artificial .........................................38 Solar ....................................................................88
Sugestão de
Cenário 4 – Ruas e avenidas .................... 43 A forma da Terra ..............................................88
abordagem
Ao lado de cada abertura do capítulo há boxes com
A criação do sistema de coordenadas ...........43 Cenário 2 – Os movimentos da Terra Cenário 1 Dessa forma, várias sociedades perceberam que o Sol aparecia
todas as manhãs numa determinada posição no horizonte e, depois
Geografia em cena
successo images/Shutterstock.com
Sol
Geografia em cena
S L
Zênite é um termo
34
III
A dificuldade de Cada capítulo é dividido em Cenários para melhor entendimento do texto explicativo e são acom-
encontrar o rumo panhados por mapas, imagens, gráficos, fotos, tabelas e charges que facilitam a compreensão dos aspec-
Referenciais
Um dos principais desafios dos seres humanos ao longo da sua
tos fundamentais dos conteúdos dos capítulos. As imagens (fotos, mapas, tabelas, etc.) contidas no tex-
existência foi a localização e orientação sobre a superfície terrestre.
Inicialmente, os seres humanos utilizavam elementos do espaço em
que viviam como referenciais. Uma montanha, um riacho ou uma
grande árvore poderiam servir como base ou ponto de referência
to não têm apenas o propósito de ilustrá-lo, tornando-o mais agradável, são utilizadas visando suscitar
indagações, reflexões e interpretações sobre o espaço geográfico.
para identificar o rumo que deveriam ou queriam tomar.
Contudo, esses referenciais serviam para pequenos percursos
dentro do espaço geográfico, uma vez que os indivíduos depen-
diam da sua visibilidade e, quando precisavam deslocar-se sobre
espaços maiores, como oceanos ou desertos, a tarefa se tornava ex-
tremamente difícil. A infinita capacidade de observação e criação
dos seres humanos os fez perceber que alguns astros, como a Lua, o
Sol e determinadas estrelas, “apareciam” e, depois de certo tempo,
“desapareciam” sempre em lugares aproximados no céu, podendo,
portanto, ser utilizados para orientação.
Ensaio geográfico
a curiosidade dos seres humanos. Várias sociedades antigas, como
incas, astecas, egípcios, gregos e mesopotâmicos, procuraram nos
cometas, nas estrelas, constelações, no Sol e na Lua explicações
para fenômenos que ocorriam na Terra.
Evannovostro/Shutterstock.com
successo images/Shutterstock.com
nível, ou terraceamento.
C D E
B
A
Geografia em cena
As florestas temperadas foram quase totalmente devastadas,
restando apenas poucas reservas, na Europa ou América, restritas
quase sempre a áreas de difícil acesso ou de pouco interesse econô-
mico. Nos países asiáticos, a extensão da Floresta Temperada, mes-
mo que tenha sofrido redução ao longo do tempo, apresenta um
percentual remanescente maior que o da Europa e o da América.
Em meio ao texto referencial, são apresentadas informações adicionais ao conteúdo estudado. Po-
Estepes dem ser curiosidades, definições/explicações de termos possivelmente desconhecidos dos alunos ou,
simplesmente, esclarecimentos a respeito de um item específico do tema tratado.
Trata-se de uma vegetação tipicamente rasteira predominante
em áreas frias e secas numa faixa de transição entre regiões desérti-
cas e regiões florestais. Sofrem os efeitos da continentalidade, apre-
sentando verões quentes e invernos muito frios. Localizam-se na
Mongólia, nos Estados Unidos e na Sibéria russa.
Allocricetulus/Shutterstock.com
Estepe na Mongólia.
Pradarias
São formações vegetais herbáceas (gramíneas rasteiras) situa- Geografia em cena
das em ambientes muito semelhantes aos das estepes, porém com
Pequeno dicionário
mais umidade. Na América do Sul, onde a pluviosidade é maior, A pecuária extensiva
recebe o nome de Pampa, compreendendo as regiões austrais do é a prática criatória de gado
Brasil, da Argentina e do Uruguai; Pradaria é o nome que essa for- sem tantos investimentos.
mação recebe na América do Norte, e lá compreende uma área que Nela, o gado é destinado ao Os países que se situam entre os trópicos, em sua maioria em
vai do Canadá até o sul dos Estados Unidos, passando pelas planí-
geográfico e cultural
corte. Essa prática necessita desenvolvimento (como o Brasil), possuem um fator positivo para
cies centrais desse país. de alguns cuidados, princi- a utilização dessa fonte de energia, visto que essa região apresenta
As pradarias e estepes são ocupadas ou com pecuária extensiva palmente com alimentação uma taxa de insolação relativamente elevada o ano todo. Por outro
e semiextensiva ou com agricultura. e o espaço. lado, a precária (ou inexistente) tecnologia de geração de energia e
os baixos investimentos em pesquisa para sua obtenção inviabili-
Jason Patrick Ross/Shutterstock.com
Sinopse: Em um passeio pela história da energia elétrica, o filme mostra a transformação da sociedade
rural para a sociedade urbana no século XX, a partir de dez ícones eletroeletrônicos representativos
dessa progressiva transformação e da criação dos conceitos de cidade moderna, conforto e diversão.
IV
Sinopse: O lorde Cuttler Beckett, da Companhia das Índias Orientais, detém o comando do navio-
-fantasma Flying Dutchman. O navio, agora sob o comando do almirante James Norrington, tem por
missão vagar pelos sete mares em busca de piratas e matá-los sem piedade. Na intenção de deter Beckett,
Will Turner, Elizabeth Swann e o capitão Barbossa precisam reunir os Nove Lordes da Corte da Irman-
Encerramento
dade. Porém, falta um dos Lordes, o capitão Jack Sparrow. O trio parte para Cingapura na intenção de
conseguir o mapa que os conduzirá ao fim do mundo, o que possibilitará que Jack seja resgatado. Mas,
para conseguir o mapa, eles precisarão enfrentar um pirata chinês, o capitão Sao Feng.
Encerramento
Piratas do Caribe: navegando em águas misteriosas
Direção: Rob Marshall.
Ano: 2011.
1 No quadro abaixo, cite impactos ambientais produzidos pelas matrizes energéticas apresentadas. Nessa obra contém, ao final de cada capítulo, exer-
Carvão Eólica
Sinopse: O capitão Jack Sparrow vai até Londres para resgatar Gibbs, integrante de sua tripulação Efeito estufa Uso da terra
cícios variados, desde questões discursivas a questões de
no Pérola Negra. Lá ele descobre que alguém está usando seu nome para conseguir marujos em uma
viagem rumo à Fonte da Juventude. Sparrow investiga e logo percebe que Angelica, um antigo caso
que balançou seu coração, é a responsável pela farsa. Ela é filha do lendário pirata Barba Negra, que
está com os dias contados.
Aquecimento global
Chuva ácida
Ruído das turbinas
Interferência eletromagnética
múltipla escolha, algumas de exames vestibulares e do
Capítulo 3 – Letramento cartográfico 81
Poluição atmosférica Mortalidade de aves
Enem, com adaptações pertinentes a cada ano do Ensi-
CG_6ºano_03.indd 81 07/03/2018 13:39:39
2 Existem várias formas não poluentes de se gerar energia; dentre estas, destaca-se a energia geotér-
mica. Por qual motivo nem todos os países podem utilizá-la?
Apenas países que possuem atividades vulcânicas ou sísmicas, onde o vapor de água ou as pedras quen-
no Fundamental.
tes atingem temperaturas superiores a 200 °C.
3 Por que podemos afirmar que a energia solar é a que provoca menos impactos ambientais?
Ela depende unicamente da luz solar para funcionar. Suas instalações ocorrem geralmente no topo de
construções já existentes.
4 O petróleo é uma das matrizes energéticas mais poluentes do Planeta. Contudo, cientistas afirmam
que o petróleo é insubstituível na atualidade. Explique tal afirmação.
Ele é a principal fonte de matéria-prima das indústrias, e cerca da metade da energia consumida no
CrispyPork/Shutterstock.com
significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indiví-
duos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costu-
mes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na
consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros
e, por isso, convictos das nossas diferenças.
Para fazer a leitura do mundo em que vivem, com base nas apren-
dizagens em Geografia, os alunos precisam ser estimulados a pensar
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. O pensamento
espacial está associado ao desenvolvimento intelectual que integra co-
nhecimentos não somente da Geografia, mas também de outras áreas
(como Matemática, Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa à
resolução de problemas que envolvem mudanças de escala, orientação
e direção de objetos localizados na superfície terrestre, efeitos de dis-
tância, relações hierárquicas, tendências à centralização e à dispersão,
efeitos da proximidade e vizinhança, etc.
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros
Conexão
fenômenos próximos ou distantes.
É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o
Diferenciação
clima), resultando na diferença entre áreas.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida
Localização por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais
topológicas ou por interações espaciais).
Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educa- conceitos da Geografia contemporânea, diferenciados por níveis de
ção Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocí- complexidade. Embora o espaço seja o conceito mais amplo e comple-
nio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente xo da Geografia, é necessário que os alunos dominem outros conceitos
transformação e relacionando componentes da sociedade e da nature- mais operacionais e que expressam aspectos diferentes do espaço geo-
za. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o gráfico: território, lugar, região, natureza e paisagem.
domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimen- O conceito de espaço é inseparável do conceito de tempo e ambos
tos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e precisam ser pensados articuladamente como um processo. Assim como
para o exercício da cidadania. para a História, o tempo é para a Geografia uma construção social, que se
Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o associa à memória e às identidades sociais dos sujeitos. Do mesmo modo,
pensamento espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise os tempos da natureza não podem ser ignorados, pois marcam a memó-
das informações geográficas, os alunos podem reconhecer: a desigual- ria da Terra e as transformações naturais que explicam as atuais condi-
dade dos usos dos recursos naturais pela população mundial; o impac- ções do meio físico natural. Assim, pensar a temporalidade das ações hu-
to da distribuição territorial em disputas geopolíticas; e a desigualdade manas e das sociedades por meio da relação tempo-espaço representa um
socioeconômica da população mundial em diferentes contextos urba- importante e desafiador processo na aprendizagem de Geografia.
nos e rurais. Desse modo, a aprendizagem da Geografia favorece o re- Para isso, é preciso superar a aprendizagem com base apenas na
conhecimento da diversidade étnico-racial e das diferenças dos grupos descrição de informações e fatos do dia a dia, cujo significado restrin-
sociais, com base em princípios éticos (respeito à diversidade e comba- ge-se apenas ao contexto imediato da vida dos sujeitos. A ultrapassa-
te ao preconceito e à violência de qualquer natureza). Ela também es- gem dessa condição meramente descritiva exige o domínio de concei-
timula a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e tos e generalizações. Estes permitem novas formas de ver o mundo e
resolver problemas gerados na vida cotidiana, condição fundamental de compreender, de maneira ampla e crítica, as múltiplas relações que
para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC. conformam a realidade, de acordo com o aprendizado do conhecimen-
Nessa direção, a BNCC está organizada com base nos principais to da ciência geográfica.
VI
VII
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a com-
preensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do
espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecno-
logias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e
o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem
conhecimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a cons-
ciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as
questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
VIII
IX
Formas de representação e pensamento espacial Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
(EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.
(EF06GE02) Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.
(EF06GE03) Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões
climáticos.
(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais
componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e
do processo de industrialização.
(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.
(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos
e estruturas da superfície terrestre.
(EF06GE10) Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos
hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais,
incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
(EF06GE12) Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as
transformações nos ambientes urbanos.
(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).
XI
O sujeito e seu lugar no mundo Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil
Conexões e escalas
Mundo do trabalho
XII
(EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação
territorial do Brasil.
(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil,
compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
(EF07GE03) Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de
quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais
dessas comunidades.
(EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana,
europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.
(EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.
(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como
influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
(EF07GE07) Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.
(EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do
território brasileiro.
(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e
econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.
(EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões
brasileiras.
(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade
(Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
(EF07GE12) Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na
organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
XIII
Mundo do trabalho
XIV
(EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da
história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.
(EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a
diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.
(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário,
crescimento vegetativo e mobilidade espacial).
(EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de
expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.
(EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na
contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do
pós-guerra.
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e
africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
(EF08GE07) Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário
internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.
(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem
mundial do pós-guerra.
(EF08GE09) Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados,
tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
(EF08GE10) Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros
movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.
(EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos
internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.
(EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA,
OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
(EF08GE13) Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos
espaços urbanos e rurais da América e da África.
(EF08GE14) Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital
estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.
(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da America Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata,
do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e
comercialização da água.
(EF08GE16) Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à
distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.
(EF08GE17) Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas,
alagados e zona de riscos.
(EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais,
ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.
(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África
e América.
XV
Geografia – 9º ano
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO
Conexões e escalas
A divisão do mundo em Ocidente e Oriente
Mundo do trabalho
XVI
HABILIDADES
(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações
de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.
(EF09GE02) Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao
consumo, à cultura e à mobilidade.
(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na
escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e
interculturalidades regionais.
(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes
interpretações: globalização e mundialização.
(EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.
(EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.
(EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na
Europa, na Ásia e na Oceania.
(EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos,
políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.
(EF09GE10) Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na
Oceania.
(EF09GE11) Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em
diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.
(EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao
papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.
(EF09GE13) Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de
acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.
XVII
XVIII
XIX
Capítulo 1 Capítulo 2
Organização física e política do A distribuição da riqueza no
mundo ......................................... 9 mundo ......................................... 35
Cenário 1 – Como vemos o mundo ........ 10 Cenário 1– O Ocidente geográfico e o
A importância de saber olhar ........................10 cultural ..................................................... 36
Um mosaico de blocos naturais ....................10 O conceito de Ocidente .................................36
Cenário 2– Continentes e oceanos ......... 13 Cenário 2 – Regionalização do mundo ... 38
Distribuição e extensão dos continentes Índice de Desenvolvimento Humano ..........38
e oceanos ............................................................13 O IDH dos países desenvolvidos ..................39
Cenário 3 – Diversidade e semelhanças: Relação entre IDH e PIB ...............................40
quem somos?............................................ 16 Como se constitui um IDH elevado ............40
Não pertencemos a raças ................................16 O IDH dos países subdesenvolvidos............41
Cenário 4 – Os agrupamentos Relação entre IDH e PIB ...............................42
geopolíticos.............................................. 18 Como se constitui um IDH baixo................42
O conceito de Estado-nação ..........................18 Algumas considerações sobre o conceito
A geopolítica das fronteiras atuais ................19 de desenvolvimento humano .........................44
Cenário 5 – A ONU e a regulação da Cenário 3 – Países desenvolvidos e
Ordem Mundial ....................................... 20 subdesenvolvidos ..................................... 46
Atuação da ONU .............................................20 Classificação das nações de acordo com a
Cenário 6 – Quantos somos e onde riqueza ................................................................46
estamos .................................................... 22 O Ocidente recria os conceitos de Norte
Crescimento populacional .............................22 e Sul .....................................................................47
Regionalização da população mundial ........23 Desigualdades entre o Norte e o Sul ............48
Principais adensamentos populacionais ......24 Cenário 4 – Diversidade e igualdade ...... 50
Teorias demográficas .......................................26 A classificação da realidade ............................50
Onde o Norte e o Sul se encontram .............51
Desigualdades planetárias ..............................53
Daxiao Productions/Shutterstock.com
Filipe Frazao/Shutterstock.com
Domínios morfoclimáticos ............................141
Oceania ..............................................................144
Domínios morfoclimáticos ............................148
Europa ................................................................150
Domínios morfoclimáticos ............................157
Cenário 2 – A ocupação humana e a cultura
na Ásia, Oceania e Europa ....................... 159
Ásia......................................................................159
Oceania ..............................................................163
Europa ................................................................166
Cenário 3 – As fontes de energia: usos e
consequências na Ásia, Oceania e
Europa ...................................................... 175
Fontes de energia hidrelétrica ........................176 Capítulo 7
Fontes de energia termonuclear ....................179 América: regionalização e
Fontes de energia termoelétrica ....................182 integração .................................... 235
Fontes de energias renováveis alternativas.....186
Cenário 1 – Regionalização segundo a
Capítulo 6 língua e a economia.................................. 236
A diversidade natural da América ....197 População nativa versus dominadores ..........236
América latina ...................................................237
Cenário 1 – Regionalização espacial do América Anglo-Saxônica................................237
continente americano .............................. 198 Cenário 2 – Regionalização segundo o
Unificando o norte e o sul ..............................198 modelo colonial ....................................... 238
Cenário 2 – O relevo e a civilização da América desenvolvida......................................238
América .................................................... 200 América em desenvolvimento........................238
A diversidade do relevo americano...............200 Cenário 3 – Diferentes níveis de
Cenário 3 – Rede hidrográfica da desenvolvimento ...................................... 240
América .................................................... 209 As causas do crescimento desigual ................240
Águas americanas .............................................209 Países desenvolvidos ........................................242
Cenário 4 – Diversidade climatológica e Países emergentes .............................................242
botânica ................................................... 212 Países subdesenvolvidos ..................................243
O alongamento territorial em sentido Cenário 4 – Integração político-econômica
norte-sul .............................................................212 na América Latina .................................... 244
Cenário 5 – As condições climáticas na Aprimorando relações .....................................244
América .................................................... 218 O socialismo bolivariano ................................245
Os tipos de clima encontrados na Unasul ................................................................246
América ..............................................................220 Mercosul ............................................................247
Cenário 6 – Os biomas das Américas ...... 224
Capítulo 8
As nações emergentes da América
Siberia Video and Photo/Shutterstock.com
Latina........................................... 257
Cenário 1 – As principais economias
latino-americanas .................................... 258
Construção da espacialidade industrial
emergente...........................................................258
Cenário 2 – O desenvolvimento tecnológico
na América Latina .................................... 262
Ciência e tecnologia nos países emergentes da
América Latina .................................................262
O lado perverso da tecnologia: desemprego
estrutural ............................................................265
Cenário 3 – A Argentina ......................... 267
Território e população .....................................267
Sherry V Smith/Shutterstock.com
Final do Muro fronteiriço Estados Unidos-México localizado entre as cidades de San Diego, Califórnia (EUA) e Tijuana, México.
CG
Objetivos
pedagógicos
Anotações
31
Andrey_Popov/Shutterstock.com
tica foi convertida em calor, uma outra forma
de energia. A energia de impacto de um corpo,
com aproximadamente o dobro do tamanho
de Marte, colidindo com a Terra seria equiva-
lente a explodir vários trilhões de bombas nu-
cleares de 1 megaton (= energia de 1 milhão de
toneladas ou 1.015 cal; uma só dessas terríveis
bombas destruiria uma grande cidade). Isso se-
A análise do espaço mundial, como um
ria suficiente para ejetar no espaço uma gran- todo, nos permite relacionar diferentes
momentos históricos com os aspectos geográ-
de quantidade de detritos e gerar calor suficien- ficos atuais.
golpeando-o da posição vertical em relação ao tículas são absorvidas pela matéria do entorno,
plano orbital da Terra para sua atual inclina- sua energia de movimento é transformada em Anotações
ção de 23°. Tudo isso há cerca de 4,5 bilhões de calor. O calor radioativo teria contribuído para
anos, entre o início do período de acrescimento aquecer e fundir materiais da então jovem Ter-
da Terra (4,56 bilhões de anos) e a idade das ro- ra. Elementos radioativos, embora apenas pre-
chas mais antigas da Lua (4,47 bilhões de anos) sentes em pequenas quantidades, tiveram um
trazidas pelos astronautas da Apollo. efeito considerável na evolução da Terra e con-
Além do impacto colossal, outra força de tinuam a manter o calor interior.
calor teria causado a fusão nos primórdios da
história da Terra. Vários elementos (urânio, por Fonte: PRESS, Frank. SIEVER, Raimond.
exemplo) são radioativos, o que significa que GROTZIGER, John & JORDAN, Thomas H. Para
se desintegram espontaneamente com a emis- entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
são de partículas subatômicas. Como essas par- p. 30–31.
10
Trópico de Câncer
ditam que a água potável poderá de fato acabar,
20o
América África
Oceano como dizem alguns cientistas e estudiosos.
0o
Equador Oceano
Pacífico
Pacífico
• Introduza o conceito de paisagem como
Oceano Oceania sendo a parte visível do espaço geográfico, em
Índico
o
20
N
Oceano
40
o
O L
Atlântico manos e culturais responsáveis pelas mudan-
S
80o
provoca mudanças na
alimentação do brasileiro
O canal de Suez facilitou o transporte de
cargas entre Europa e Ásia Meridional.
A vida marinha na Antártida causa impac-
Portanto, a separação entre a África e a Ásia ocorreu em vir- tos diretos na alimentação do brasileiro. É o que
tude da ação humana, e não por causas naturais (geológicas). De afirma o almirante José Eduardo Borges dos San-
acordo com esse ponto de vista, esse grande bloco de terra emersa
seria chamado de continente euro-afro-asiático.
tos, da Secretaria da Comissão Interministerial
para os Recursos do Mar (Secirm) — órgão res-
Capítulo 1 – Organização física e política do mundo 11 ponsável pela execução do Programa Antártico
Brasileiro. O País desenvolve, na Estação Antár-
tica Comandante Ferraz, estudos sobre as mu-
9:32 CG_8ºano_01.indd 11 30/04/2018 09:39:32 danças ambientais na região, suas causas e conse-
quências para a população mundial.
Anotações Os animais que vivem no Mar da Antár-
tida são trazidos para o litoral brasileiro pelas
correntes marítimas. Essas correntes também
transportam nutrientes que vão alimentar os
peixes que vivem em águas brasileiras. “Quanto
maior for a qualidade desses nutrientes, maior
será a qualidade do peixe consumido no Brasil.
Essa dinâmica ajuda no planejamento da pesca
no litoral do nosso país”, contou Santos.
Outro benefício apontado pelo almiran-
te da Secirm diz respeito às pesquisas sobre as
aves da Antártida. Segundo Santos, elas pos-
11
Círculo Polar O L
Ártico
S
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
América
Europa
Ásia
0 1.265 km 2.530 km
África
Oceania
Círculo Polar Antártico
Antártida
Fonte: Atlas Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.34.
Sugestão de
abordagem
Procure orientar os alunos na leitura e interpretação das principais rotas marítimas exis-
tentes na atualidade. Indique os continentes e suas principais nações de modo que eles se fa-
miliarizem. Se achar pertinente, solicite que os alunos realizem anotações para obter melhores
resultados. Busque dialogar com a disciplina de História, para que, dessa maneira, os alunos es-
tabeleçam relações entre as rotas de navegações antigas e atuais.
C
12
Continentes e
oceanos
Distribuição e extensão
dos continentes e
oceanos
A superfície total do nosso planeta é de, aproximadamente,
510.000.000 km2. Desse conjunto, mais ou menos, 375.140.000
km2 correspondem à água, ou seja, aproximadamente 2/3 da sua
estrutura é constituída por uma grande massa líquida, mais especi-
ficamente 71% da Terra é composta por água. Dessas águas, 97,5%
fazem parte do grande oceano, dividido em áreas menores — Índi-
co, Atlântico, Pacífico, Glacial Ártico e Glacial Antártico — para
facilitar a localização dos navegantes. Os 2,5% restantes consti-
tuem a água doce das calotas polares, geleiras, águas subterrâneas,
dos lagos e rios e a água suspensa na atmosfera na forma de vapor.
Planisfério: físico
Oceano Glacial Ártico
Groenlândia
Europa Ásia
América do Norte Oceano
Oceano Oceano Pacífico
Pacífico Oriente
Atlântico Médio Norte
Norte Norte
América Central África
O L
0 850 km 1.700 km
S Oceano Glacial Antártico
América do Norte a
Sinus Borealis á s i
Eurásia u r
a Eurásia
P a n g e i
L
Pantalassa Tetid
G
e
Tetide
o
d África
n
Sinus w
África Australis an
América do Sul a
Índia
a
Austrália
Antártida
África
América do Sul África
América do Sul Índia
Austrália
Austrália
Antártida Antártida
A movimentação contínua das placas tectônicas provoca os abalos sísmicos, conhecidos como terremotos ou maremotos, que, juntamente com o
vulcanismo, são considerados os agentes modeladores internos do Planeta.
Ilhas Marianas
Mar de Filipinas do Norte
(EUA
Filipinas Garapan
I. Guam (EUA)
Ilhas Marshall
I. Carolinas
Federação
Koror Uliga
dos Estados Palikir
Palau da Micronésia I. Christman
Bairiki
I n d o n é s i a Nauru
Arq. Bismarck Yaren
Irian
Ocidental K i r i b a t i
(Indonésia)
Papua-Nova Guiné
I. Tokelau I. Marquises
Mar de Arafura Salomão Tuvalu
Port Moresby (NZL) (FRA)
Estr. de Torres Honiara Vaiaku Samoa Samoa
C. York
I. Wallis Ocidental (EUA)
Darwin
Golfo de
I.
(NZL)
u
(FRA) (RUN)
A u s t r á Broken
l i a Ipswich Brisbane
L. Eyre
Southport I. Norfolk I. de Páscoa
(AUS)
g
Hill
(CHI)
Stirling Grafton
lin
Legenda
ar
N
D
Perth Kalgoorlie
Newcastle
Adelaide Murray
Mandurah Dubbo
Capital
Sydney
Esperance Grande Baía
O L
Wollogong
Australiana Caberra Cidades principais
Auckland
Limites administrativos
Geelong Melbourn
Mar da Nova S
Moe
Estr. de Bass
O c e a n o I. Furneaux
Zelândia
Wellington
Tasmânia I. Chatham
I. Tasmânia Hobart Christchurch (NZL)
Í n d i c o Invencargil
Cenário 3
Diversidade e
semelhanças: quem
somos?
Leitura Não pertencemos a
complementar raças
Você já deve ter ouvido alguém falar que as pessoas pertencem a
Entenda o conflito entre raças diferentes. Essa é uma divisão ultrapassada, tradicional e arbitrá-
ria dos grupos humanos, determinada pelo conjunto de características
israelenses e palestinos físicas hereditárias (cor da pele, formato da cabeça, tipo de cabelo, etc.).
Essa divisão foi criada no século XIX, momento histórico em
que duas ideias, formuladas na Europa, marcaram profundamen-
te a humanidade: os conceitos de progresso e de raça. Assim, a
O conflito entre israelenses e palestinos re-
monta ao início do século passado. Entre a se- 16 Capítulo 1 – Organização física e política do mundo
gunda metade do século XIX e a primeira me-
tade do século XX, uma migração em massa de
judeus de vários países para a Palestina provo- CG_8ºano_01.indd 16 30/04/2018 09:39:34 CG
cou uma mudança na demografia local. Majori- tisfação em torno do mapa definido pela ONU ocupação estrangeira árabe até 1967, quando
tariamente árabe, a região — que até 1917 per- gerou uma guerra civil entre os dois povos. uma nova guerra, a Guerra dos Seis Dias, entre
tencia ao Império Otomano e depois, até 1948, Com a saída dos britânicos, em 1948, Israel e as nações vizinhas, resultou na ocupa-
foi um protetorado britânico — passou a ter países árabes vizinhos tentaram invadir o re- ção israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordâ-
uma população judaica cada vez maior. cém-criado Estado de Israel. Mas, ao término nia (incluindo a parte oriental de Jerusalém).
Nos primeiros anos de mandato britâni- do conflito, os israelenses mantiveram seu ter- A partir disso, Israel assumiu uma polí-
co na Palestina, houve confrontos entre árabes ritório e os palestinos perderam a chance de tica de colonização de Gaza e da Cisjordânia
e judeus. Começou-se então a discutir o que fa- criar seu próprio Estado, já que Israel ocupou com judeus, por meio de assentamentos. Por
zer diante daquela situação. Em 1947, pouco an- parte do território destinado aos palestinos vários anos, a ONU considerou a ocupação
tes da retirada dos britânicos, a Organização das pela ONU, o Egito passou a controlar a Faixa dos territórios palestinos ilegal e determinou
Nações Unidas (ONU) colocou em prática um de Gaza e a Jordânia ficou com a Cisjordânia. que Israel retornasse às fronteiras, o que tem
plano de divisão do território em duas partes: [...] sido ignorado pelo governo israelense.
uma para os judeus e outra para os árabes. A insa- Gaza e Cisjordânia se mantiveram sob [...]
16
Rawpixel/Shutterstock.com
sempre são emperradas por algum motivo.
Entre os pontos de desacordo estão a divi-
são de Jerusalém, a retirada dos colonos israe-
lenses de terras palestinas, o retorno de refugia-
dos das guerras entre os árabes e os israelenses a
suas antigas terras e o reconhecimento da Pales-
tina como Estado independente.
O conceito de raça é mais social do que biológico.
Dessa forma, a cultura europeia propagou essas ideias que ga- Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.
nharam o mundo com suas teorias. br/internacional/noticia/2014-07/entenda-o-
Atualmente, através do Projeto Genoma — a maior pesquisa gené-
tica já realizada —, sabemos que não existem raças entre os humanos, conflitos-entre-israelenses-e-palestinos. Acessado em:
pois as diferenças genéticas entre diversos grupos humanos são insigni- 230/02/2018.
ficantes. O que significa dizer que, por mais diferentes que pareçamos
(cor da pele, formato do nariz e da cabeça, estatura, tipo de cabelo, cor
dos olhos ou origem geográfica), geneticamente somos praticamente Diálogo com o
iguais, descendentes de uma única espécie, Homo sapiens.
As migrações que os diversos grupos humanos realizaram, desde professor
o surgimento da espécie, acarretaram um grande contato genético,
promovendo um grandioso processo de miscigenação. Assim, um
loiro com olhos azuis, um negro ou um asiático, vistos isoladamente, Professor, recomendamos usar este capí-
são o resultado do cruzamento de diversas etnias, remontando aos tulo do livro para mostrar aos alunos o quão
mais antigos antepassados humanos surgidos no continente africano. rica é a cultura que formou o povo brasileiro e
A hereditariedade não é fundamental no modo de vida de cada
um. O que nos identifica como indivíduos é nossa personalidade fazer debates quanto à intolerância racial, cul-
própria e a convivência dentro da sociedade à qual pertencemos, tural, religiosa e étnica que assola nossa socie-
com sua cultura, língua e seus valores.
dade. É preciso incentivar a promoção de um
Capítulo 1 – Organização física e política do mundo 17 aluno reflexivo e contextualizar o conheci-
mento às problemáticas sociais atuais.
Sugestão de
Na Cisjordânia, pouco mudou já que a lítica e militar palestina, tomando o controle
política de assentamentos judaicos e a ocupa- de Gaza, enquanto seu rival político mantinha filme
ção militar do território continuaram. Ainda o controle sobre a Cisjordânia.
hoje, grande parte desse território palestino Visto como um grupo terrorista por Is- O filme Vista minha pele desenvolve uma
tem sua administração civil e militar concen- rael, pelos Estados Unidos e por países euro- problemática que discute a inversão do pre-
trada nas mãos de Israel. peus, o Hamas sofreu uma série de sanções conceito: e se a comunidade branca fosse a ví-
Apesar da devolução de Gaza aos palesti- por parte desses países. O governo israelense tima de preconceito racial?
nos, o território passou a ser o principal foco ampliou a vigilância sobre Gaza, aumentando Tomando como partida essa discussão, o
de problema do conflito entre israelenses e pa- seu controle sobre as fronteiras e restringin- filme, disponível no link abaixo, abre debate
lestinos, já que, em 2006, o Hamas, movimen- do a circulação de produtos e pessoas entre os para o pensamento crítico.
to fundamentalista islâmico, venceu as elei- dois territórios. Desde então, houve uma série
ções parlamentares palestinas. Em seguida, o de confrontos abertos entre as duas partes: o Link: https://www.youtube.com/
Hamas rompeu com o Fatah, organização po- governo israelense e o Hamas. watch?v=JIvjTmQgXOA
17
Cenário 4
Os agrupamentos
geopolíticos
O conceito de Estado-
-nação
Distribuídos mundialmente de forma bastante heterogênea,
por conta de deslocamentos milenares sobre o espaço planetário,
os povos atuais vivem em um determinado território, delimitado
por fronteiras, submetidos a leis e governos que foram criados para
organizar sua forma de viver em conjunto. Estão agrupados em
Estados-nação.
Estado diz respeito à organização política, jurídica e ad-
ministrativa criada para orientar os rumos de uma sociedade.
Possui soberania ou poder dentro de um determinado territó-
rio e autonomia ou independência relativa em relação à ordem
internacional.
Nação constitui-se em um grupo humano que apresenta ca-
racterísticas comuns do ponto de vista histórico e cultural. As
nações são únicas, pois seus membros têm costumes, valores,
crenças, tradições e línguas em comum, que são fruto de uma
longa construção histórica.
Quando nos referimos ao Estado-nação, estamos falando
de um conjunto constituído por um território (porção do espa-
david156/Shutterstock.com
Um exemplo de nação é a judaica. Por milênios, eles estiveram espalhados pelo mundo mas
mantiveram sua cultura. Só vieram a constituir um Estado em 1948, por meio de uma resolução
da ONU.
A geopolítica das
fronteiras atuais
O mapa político do mundo atual é apenas um retalho que es-
conde as disputas pela criação de novos países ou pela modificação
das fronteiras já existentes. Ele não revela as lutas, muitas vezes san-
grentas, de diversos povos que vivem dentro de territórios tomados
à força por nações mais poderosas, que lhes negam o direito à inde-
pendência e autonomia, agindo com violência e repressão.
Bascos que vivem na fronteira entre a Espanha e a França;
chechenos, na Rússia; tibetanos, na China; curdos, no Iraque e
na Turquia; e palestinos, em Israel, são exemplos de povos ou na-
ções com culturas próprias, diferentes das que predominam nos
países, ou Estados-nação, onde são obrigados a viver, mas que,
como ainda não possuem território próprio e governo autônomo,
não podem ser denominados países, ou Estados-nação, e lutam
para concretizar esse ideal.
abordagem de deliberação:
Assembleia Geral: Formada por todos os países-membros,
reúne-se uma vez por ano.
Conselho de Segurança: Composto de quinze membros,
Transforme sua aula em um momento de sendo cinco permanentes e com direito de veto — Estados
debate e construção de conhecimento, incen- Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia — e dez temporá-
tivando seus alunos a argumentarem e cons- rios, sem direito de veto, eleitos a cada dois anos pela Assem-
bleia Geral.
truírem raciocínios lógicos. Utilize o conhe-
Arnaldo Jr/Shutterstock.com
cimento prévio deles para que juntos possam
discutir a importância da ONU e a promoção
da paz mundial.
Anotações
C
20
Secretário-geral China
França Federação
Subsecretário-geral
Russa
Estados
Unidos
Reino Unido
Membros rotativos
Membros permanentes
Quantos somos e
onde estamos?
Crescimento
populacional
População mundial
Segundo a ONU, serão mais de 10 bilhões de seres humanos no mundo em 2100.
10,12
10
Previsões para 2100
Milhões
2011 8 4.596
526 7
América 674
do Norte 347
Europa Ásia
6
739 4.207
4
2,53
África
3.574
bilhões
687
América Latina
e Caribe 596
65 Oceania
1.045 37
Em 2011 Em 2100
Países China 1.348 Índia 1.551
mais 1.242 941
populosos
Índia China
Estados Unidos 313 Nigéria 730
242 478
(milhões)
Indonésia Estados Unidos
Brasil 197 Tanzânia 316
Paquistão 177 Paquistão 261
Nigéria 163 Indonésia 254
Bangladesh 151 R. D. Congo 212
Rússia 143 Filipinas 178
Japão 127 Brasil 177
Regionalização da
população mundial
Atualmente, como consequência de diversos fatores, a popu-
lação mundial encontra-se distribuída de forma desigual sobre o
espaço terrestre, como mostra o mapa da população mundial.
Em números absolutos, a Ásia é o continente que concentra a
maior parcela da população mundial (mais de 4 bilhões de habitan-
tes). China e Índia são os países mais populosos do mundo.
No extremo oposto, encontramos a Oceania (cerca de 38 mi-
lhões de habitantes, 0,5% da população mundial). Os outros con-
tinentes, em ordem decrescente, em quantitativo populacional:
África (pouco mais de 1 bilhão de habitantes), América (cerca de
950 milhões de habitantes) e Europa (por volta de 756 milhões de
habitantes).
No que diz respeito ao número de população por países, a Chi-
na está no topo, seguida pela Índia. Contudo, segundo análises de
diversos demógrafos, as posições desses dois países se inverterão,
pois a China, nos últimos 40 anos, praticou uma forte política de
controle de natalidade denominada política do filho único. No
entanto, mesmo com a mudança recente na admissão de dois filhos,
a China vai passar por uma diminuição da sua população até o final
do século XXI devido à melhoria na qualidade de vida.
Reprodução
foi adotada, na década de 1970,
como medida para desacelerar
o crescimento populacional —
a China já chegava ao número
de um bilhão de habitantes. Era
proibido à família ter mais de um
filho, sob pena de multas severas.
Após quarenta anos e denúncias
de casos de abortos forçados, em
outubro de 2015 o governo re-
cuou e os chineses foram liberados
para ter dois filhos. Na imagem ao
lado, cartaz chinês promovendo a
política do filho único.
Principais
adensamentos
populacionais
Deslocando-se como nômades sobre a superfície do Planeta,
os seres humanos começaram a se tornar sedentários, há aproxima-
damente 12 mil anos, quando desenvolveram a prática da agricul-
tura. Algumas regiões específicas se tornaram grandes aglomerados
humanos em virtude da quantidade de habitantes que para elas se
deslocaram.
No início, os vales férteis, onde as cheias dos rios fecundavam
as margens, tornando-as propícias à prática agropecuária, passaram
a apresentar uma elevada densidade demográfica, ou população
relativa (relação entre o número de habitantes sobre a área). Na
atualidade, as principais áreas de adensamento populacional são
aquelas onde o desenvolvimento econômico e industrial oferecem
melhores condições de vida.
Observe o mapa a seguir. Nele, as áreas identificadas pela
letra C apresentam grandes concentrações populacionais muito
antigas, que se formaram em virtude de fatores naturais, pois foi
a fertilidade gerada por rios como o Indo e Ganges, na Índia, e
o Yang-Tsé e o Huag Ho, na China, que atraiu povos para essas
regiões. Já as áreas identificadas pela letra A e B são aglomerados
populacionais mais recentes, gerados a partir do grande desenvol-
vimento econômico e industrial.
B C
40
o
A
Trópico de Câncer
Oceano
o
20
Oceano
40o
Atlântico
0 1.225 km 2.450 km
Círculo Polar Antártico Oceano Glacial Antártico
60o
o
80
150o 120o 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o
Oceano
Trópico de Câncer
Pacífico
Equador Oceano
Pacífico Oceano
Oceano Índico
Atlântico
Trópico de Capricórnio
0 1.272 km 2.545 km
2
Atlas Geográfico da Densidade Demográfica por País (hab/km )
Teorias demográficas
Algumas teorias foram elaboradas numa tentativa de explicar
O Deserto do Saara possui diversos o crescimento populacional. Dentre elas, as mais significativas são
elementos que dificultam a ocupação a teoria malthusiana e a teoria reformista.
humana.
A teoria malthusiana
O malthusianismo tem como base a preocupação com os
problemas relativos ao crescimento populacional, que poderiam
acarretar dificuldades de ordem socioeconômica.
Malthus, pastor anglicano e economista, afirmava que a si-
tuação caótica por que passava a Inglaterra, durante a Revolução
Industrial, era consequência do exagerado crescimento da popu-
lação pobre.
25 50
Bilhões
20 Bilhões 40
15 30
10 20
5 10
0 0
1850 1900 1950 2000 2050 1850 1900 1950 2000 2050
Iconographic Collections
pulação.
Essa teoria afirma que o crescimento populacional acelerado
dos países subdesenvolvidos é o maior obstáculo ao seu próprio
desenvolvimento econômico, pois essa sobrecarga populacional
desvia grande quantidade dos recursos para investimentos sociais,
como habitação, escolas, saúde e creches, que, segundo os neomal-
thusianos, são improdutivos e impedem investimentos em setores
produtivos da economia, como agricultura, pecuária, industrializa-
ção, extrativismo, etc., criando uma roda-viva de empobrecimento
que aprofundaria o subdesenvolvimento.
Responsabilizando o elevado crescimento demográfico pela
situação de fome e miséria dos países subdesenvolvidos, os neomal-
thusianos indicavam, como solução, o controle da natalidade, o não
investimento em setores sociais e o investimento em setores produ- Intelectual e economista britânico, Thomas
Robert Malthus (1766–1834) desenvol-
tivos da economia como forma de elevar a geração de riquezas, fato veu a teoria malthusiana, relacionando o cresci-
que promoveria o aumento da renda per capita da população. mento populacional à produção de alimentos.
Oceanos
Direção: Jacques Perrin e Jacques Cluzaud.
Ano: 2009.
Sinopse: Aproximadamente três quartos da superfície terrestre são cobertos por água. Por meio de
imagens impressionantes e de rara beleza, esse documentário mergulha fundo no mundo dos oceanos
e revela diversos mistérios escondidos nas águas, hábitos de vida das criaturas marinhas e os perigos
que as cercam. Detalhes de um mundo desconhecido, exibidos de uma forma singular.
As aventuras de Pi
Direção: Ang Lee.
Ano: 2012.
Sinopse: Pi Patel é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos
cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado
pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para rei-
28 C
Ensaio geográfico
1 Diferencie o termo raça de etnia.
Raça é um termo utilizado para identificar diferentes povos de uma mesma espécie, levando em con-
sideração a estrutura física e a cor da pele. Já etnia, delimita determinado grupo por seus aspectos
linguísticos e culturais.
2 Além das ações naturais que os continentes sofrem para sua separação, há a mão do homem que,
por questões políticas e econômicas, interfere na organização natural da Terra. Sem a intervenção hu-
mana, como seria chamado o grande bloco de terra da Ásia e África?
Continente euro-afro-asiático.
3 Apresente quais critérios podem ser utilizados para diferenciar um continente de uma ilha.
Critérios como o tamanho, as águas que banham, povoamento e políticas administrativas são bastante
9:37
tico e europeu.
Primeira coluna:
1 Estado.
2 Território.
3 Estado-nação.
4 Nação.
Segunda coluna:
a. 3 Conjunto constituído por um território delimitado por fronteiras, onde habitam vários povos
que se organizaram politicamente e possuem leis próprias.
b. 4 Grupo humano que apresenta características comuns, do ponto de vista histórico e cultural.
c. 1 Organização política, jurídica e administrativa criada para orientar os rumos de uma sociedade.
Possui poder dentro de um determinado território e autonomia ou independência relativa em
relação à ordem internacional.
d. 2 Porção do espaço terrestre sobre a qual o Estado exerce seu poder ou soberania.
7 (UERJ)“Pense no seguinte: a população da Terra levou milhares de anos, para atingir um bilhão de
pessoas. Então, de forma estarrecedora, precisou apenas de uns cem anos para duplicar e chegar a dois
bilhões. Depois disso, em menos de cinquenta anos, a população tornou a duplicar para quatro bilhões.
Assim, muito em breve chegaremos aos oito bilhões. A demanda por recursos naturais cada vez mais
escassos é astronômica. É cada vez mais difícil encontrar água potável [...]”
BROWN, Dan. Inferno. São Paulo: Arqueiro, 2013.
Com o fragmento lido e os conhecimentos sobre as teorias demográficas estudadas no livro, responda
a qual teoria o trecho faz referência.
Sugestão de resposta: Teoria: neomalthusiana. A teoria neomalthusiana defende a ideia de que os pro-
a. a tese de que a diminuição gradual da população, a partir das mudanças implementadas pela
Revolução Industrial e urbanização, comprometeria o chamado “exército de reserva”.
b. a tese do crescimento geométrico da produção alimentar em oposição ao crescimento aritméti-
co da população.
c. os marxistas que faziam a apologia ao crescimento demográfico do proletariado como estratégia
revolucionária.
d. a tese reformista em não reconhecer que o crescimento demográfico descontrolado supera e
compromete a produção alimentar que cresce em ritmo aritmético.
e. X a tese demográfica proposta por Thomas Malthus em atribuir ao crescimento demográfico a
responsabilidade pelas mazelas sociais.
A B C D E
Com base nos índices apontados no gráfico e nos conhecimentos que temos sobre os países
mais populosos do mundo, as letras A, B, C, D e E correspondem, respectivamente, a:
80
o
Oceano Glacial Ártico
Círculo Polar Ártico
o
60
o
40
Trópico de Câncer
Oceano
o
20
o
Equador Oceano Pacífico
Pacífico
0
Oceano Oceano
20
o
L
0,24 a 21
40
o O
21 a 52
S 52 a 93
Oceano Glacial Antártico 93 a 200 0 1.381 km 2.762 km
o
Círculo Polar Antártico
60 200 a 8.100
o
80 o o o o o o o o o o o o
150 120 90 60 30 0 30 60 90 120 150 180
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo/densidade_demografica_mundo.jpg
Norte do Canadá, que deve sua baixa densidade demográfica ao fator climático de influência polar.
Nordeste dos Estados Unidos e Região dos Grandes Lagos, que devem sua intensa densidade de-
mográfica à presença da maior concentração industrial norte-americana.
Leste da China, tem na história muito antiga da sua ocupação um dos motivos para apresentar
uma alta densidade demográfica.
Bangladesh, localizada no delta dos rios Ganges, Bramaputra e Meghna, deve a esses rios as terras de
aluvião, muito férteis, que atraíram uma das maiores concentrações populacionais do mundo.
Planalto do Tibete na Ásia Central, cuja grande altitude e consequente associação de baixa tem-
peratura e pressão atmosférica dificultam a ocupação humana.
A sequência correta da numeração é:
a. 5, 3, 1, 4, 2. b. 4, 3, 2, 4, 5.
c. 3, 2, 5, 1, 4. d. X 3, 4, 1, 5, 2.
e. 4, 3, 2, 1, 5.
O mundo em 2020
“Será, é claro, um mundo diferente sob vários aspectos. A maior parte deles, imprevisível. Uma dé-
cada é um período longo o suficiente para derrubar certezas absolutas (ninguém prediz uma Revolução
Francesa, uma queda do Muro de Berlim ou um ataque às torres gêmeas de Nova York). Mas é também
um período de maturação dos grandes fenômenos incipientes — dez anos antes da popularização da
Internet já era possível imaginar como ela mudaria o mundo. Da mesma forma, fenômenos detectáveis
hoje terão seus efeitos mais fortes a partir de 2020.”
David Cohen, Revista Época.
Com base no trecho lido, observe as afirmações a seguir, assinalando V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A diminuição da fecundidade no mundo deve-se às transformações econômicas e sociais que se
acentuaram na primeira metade do século XX devido à intensa necessidade de mão de obra no
campo, inclusive de mulheres, fato este que elevou o país ao patamar de exportador agrário.
( ) Devido à mudança do papel social da mulher do século XX, ela deixa de viver, exclusivamente, no
núcleo familiar, ingressando no mercado de trabalho e passando a ter acesso ao planejamento fa-
miliar e a métodos contraceptivos. Esses aspectos, conjugados, explicam a diminuição vertiginosa
das taxas de fecundidade.
( ) As quedas nas taxas de natalidade de um país levam, ao longo do tempo, ao envelhecimento da
população (realidade da maioria dos países desenvolvidos). Neste sentido, verifica-se uma forte
tendência a um mercado de trabalho menos competitivo e exigente, demandando menos custos
do Estado com os aspectos sociais.
6 (Udesc) A teoria da deriva dos continentes foi enunciada pelo cientista alemão Alfred Lothar Wege-
ner, em 1912. Segundo este autor a Terra teria sido formada, inicialmente, por um único e enorme super-
continente que foi se fragmentando e se deslocando continuamente desde o período Mesozoico, como
se fosse uma espécie de nata flutuando sobre um magma semilíquido e passeando em diferentes direções.
7 (Udesc) Os oceanos estão em constante movimento, e as correntes marinhas causam grande im-
pacto no clima do Planeta, pois transportam águas quentes e frias por todas as partes do globo. Sobre
mares e oceanos, é correto afirmar que:
a. o Oceano Índico é o segundo maior oceano e o mais frio devido à sua localização.
b. mares e Oceanos são sinônimos, pois ambos têm a mesma profundidade.
c. a posição geográfica dos oceanos não influencia na temperatura das suas águas.
d. X o Oceano Pacífico é o maior do globo, cobre mais de um terço da superfície do planeta Terra.
e. a quantidade de água existente nos oceanos equivale à água encontrada nos rios e lagos do mun-
do, por isso há um razoável suprimento de água doce no mundo.
8 (Vunesp) Embora o Brasil esteja colocado entre um dos países mais populosos do mundo, quando
se relaciona sua população total com a área do país, obtém-se um número relativamente baixo. A essa
relação de população versus área, damos o nome de:
a. taxa de crescimento.
b. índice de desenvolvimento.
c. X densidade demográfica.
d. taxa de natalidade.
e. taxa de fertilidade.
Anotações
Neste capítulo,
compreenderemos que o
conceito de ocidentalidade foi
resultado da apropriação de elementos
culturais de povos diversos dominados
pelos europeus, o que gerou uma
grave desigualdade social, além de
entendermos que norte e sul revelam
bem mais que posições em um
mapa.
/Shutterstock.com
John Wollwerth
35
Geografia em cena
O Ocidente
geográfico e o
Em 1884, na Conven-
ção de Washington, o Meri-
diano de Greenwich foi de-
finido como marco oficial
da Terra, dividindo o globo
cultural
em Ocidente e Oriente.
Tem esse nome por atraves- O conceito de Ocidente
sar o Observatório Real de
Greenwich, localizado no Geograficamente, o termo Ocidente diz respeito a todas as
distrito de Greenwich, em terras que estão localizadas a oeste, ou à esquerda, do Meridiano
Londres. de Greenwich. Contudo, segundo o conceito cultural, fazem parte do
Ocidente as sociedades herdeiras das culturas greco-romana e judaico-
-cristã. Desse modo, atravessa-se o Meridiano de Greenwich em di-
reção ao Oriente, pois várias nações e Estados-nação, considerados
ocidentais, estão localizados nessa porção do Planeta.
o
180 150 o
120 o
90 o
60 o
30 o
0 o
30 o
60 o
90 o
120 o
150 o
180 o O L
S
Círculo Polar Ártico
o
60
o
30
Trópico de Câncer
Equador
0o
Brasil
Trópico de Capricórnio
o
30
0 1.250 km 2.500 km
o
60
Círculo Polar Antártico
o CG
90
:47
37
de vida ao nascer. Esse indicador mostra qual a ocorridas em função de doenças quanto
média de anos que a população nascida naque- as provocadas por causas externas (violên- Anotações
la localidade no ano de referência deve viver — cias e acidentes). O Censo 2000 é a base de
desde que as condições de mortalidade existen- cálculo de todo o IDH municipal. Para se
tes se mantenham constantes. Quanto menor chegar ao número médio de anos que uma
for a mortalidade registrada em um município, pessoa vive a partir de seu nascimento são
maior será a esperança de vida ao nascer. O in- utilizados os dados do questionário expan-
dicador é uma boa forma de avaliar as condi- dido do Censo. O resultado dessa amostra
ções sociais, de saúde e de salubridade por con- é expandido para o restante da população
siderar as taxas de mortalidade das diferentes daquele município.
faixas etárias daquela localidade.
Todas as causas de morte são contem- Disponível em: http://www.dhnet.org.br/dados/idh/
pladas para chegar ao indicador, tanto as idh/idh_entenda_oqe.pdf. Acessado em: 23/02/2018.
C
38
de anos de estudos), longevidade (expectativa menor poluição e melhores condições de trans- atende às necessidades do presente sem com-
de vida da população) e o PIB per capita. porte público). Contudo, a correlação entre prometer a capacidade das gerações futuras de
Observa-se que o IDH, indiretamente, IDH e sustentabilidade não é perfeita e pode terem atendidas também as suas. Assim, o de-
capta vários aspectos importantes para a susten- envolver defasagens: uma ação de preservação senvolvimento sustentável deve, no mínimo,
tabilidade. Por exemplo, sociedades com popu- hoje pode se refletir em um IDH mais alto so- salvaguardar os sistemas naturais que susten-
lação mais educada tendem a respeitar mais a mente após vários anos. tam a vida na Terra: atmosfera, águas, solos e
cidadania e a ter maior consciência de proble- Feita essa introdução, antes de discutirmos seres vivos.
mas ambientais. Longevidade maior está usual- as novas propostas de indicadores que tentam Além disso, o desenvolvimento sustentá-
mente associada a uma vida mais saudável, o englobar a sustentabilidade ambiental, há que vel impõe a consideração de critérios de sus-
que decorre tanto de ações que afetam o indiví- se definir o que é desenvolvimento sustentável. tentabilidade social, ambiental e de viabi-
duo (como acesso à saúde, boa alimentação, es- Segundo o Relatório da Comissão Mun- lidade econômica. Apenas as soluções que
tilo de vida mais regrado) quanto de ações que dial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen- considerem esses três elementos, isto é, que
afetam a coletividade de maneira geral (como to, desenvolvimento sustentável é aquele que promovam o crescimento econômico com
40
41
Como se constitui um
CG
IDH baixo
Os países subdesenvolvidos passaram por processos históricos,
na sua formação, totalmente diferenciados dos países com IDH en-
tre os dez primeiros. Esse grupo de países foi colonizado e suas eco-
nomias atendiam aos interesses externos. Não havia preocupação
JLwarehouse/Shutterstock.com
:48
43
Algumas considerações
sobre o conceito de
desenvolvimento
humano
A criação do IDH, em 1990, foi importante por traçar crité-
rios mais realistas para medição da qualidade de vida das popula-
ções, por dar aos países em desenvolvimento metas que deveriam
Ensaio geográfico
1 Qual foi a importância da criação do PNUD para os países em desenvolvimento?
O PNUD tem como objetivo, erradicar a pobreza extrema resultante da desigualdade social, bem
como prestar consultoria aos governos dos países mais pobres sobre como elaborar políticas públicas
necessidades, fornecendo informação que pudessem servir de base para projetos de desenvolvimento.
Não. Muitos países que estão entre os maiores IDHs não têm PIB elevado, como Islândia, Nova Ze-
lândia, Noruega, Cingapura, etc., e muitos países com PIB elevado não estão entre os melhores IDHs.
4 Por que alguns países com PIB alto não conseguem ter um IDH entre os primeiros e elevar o pa-
drão de vida da sua população?
Os países que obtêm altos índices de desenvolvimento humano são aqueles que possuem excelentes
sistemas de saúde e de educação acessíveis à população, além de uma distribuição de renda mais
equitativa.
Países
Professor, indicamos uma interdisciplina-
ridade com a matéria de História para que haja desenvolvidos e
a discussão sobre as consequências das Grandes
Navegações na configuração atual dos países subdesenvolvidos
mais ricos em relação aos em desenvolvimento.
Classificação das nações
Anotações de acordo com a riqueza
Após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, após qua-
tro séculos e meio de exploração pelo Ocidente dos demais espaços,
a grande fronteira da desigualdade mundial estava bem demarcada.
De um lado, os países do Norte, ricos, com grande desenvolvimen-
to econômico, tecnológico, científico e social; do outro, os países
do Sul, pobres, com um subdesenvolvimento nas diversas áreas.
Analisando a conjuntura planetária após a Segunda Guerra
Mundial, o demógrafo, economista e sociólogo francês Alfred Sauvy
cunhou, em 1952, a expressão Terceiro Mundo — originada do termo
Terceiro Estado, usado ao longo da Revolução Francesa para indicar
as pessoas que não faziam parte do clero (Primeiro Estado) nem da no-
breza (Segundo Estado), ou seja, camponeses, artesãos, comerciantes,
profissionais liberais e burgueses. Para Sauvy, faziam parte do Terceiro
Mundo os países que apresentavam pequeno desenvolvimento econô-
mico, tecnológico, científico e social e, por esse motivo, não tinham
participação nas decisões políticas e econômicas mundiais.
Políticos e cientistas sociais, utilizando critérios como de-
senvolvimento econômico e organização política, agruparam os
países do mundo em três diferentes conjuntos: Primeiro Mundo,
formado pelos países capitalistas desenvolvidos; Segundo Mundo,
composto pelas nações socialistas ou de economia planificada; e
Terceiro Mundo, todos os países capitalistas pobres.
Mas essa forma de discriminar os países perdeu seu sentido
ao longo do tempo. A partir da década de 1960, alguns países do
mundo subdesenvolvido começaram um lento, porém continuado,
processo de industrialização. Estes foram chamados de países em
desenvolvimento.
O termo Segundo Mundo perdeu sua validade com o esfacela-
mento da União Soviética, em 1991, e o desaparecimento do bloco
socialista. As expressões Primeiro Mundo e Terceiro Mundo, por
sua vez, foram substituídas por países desenvolvidos e países sub-
desenvolvidos, respectivamente.
C
46
O L
S
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Oceano
Pacífico
Equador Oceano
Pacífico
Oceano
Índico
Trópico de Capricórnio
Oceano
Atlântico
Primeiro Mundo
Segundo Mundo
0 1.217 km 2.434 km
Círculo Polar Antártico
Terceiro Mundo
O Ocidente recria os
conceitos de Norte e Sul
No contexto político da década de 1980, Norte e Sul deixam
de ser meramente posições geográficas (acima ou abaixo da Linha
do Equador) para indicarem riqueza e pobreza. Tornaram-se do
Norte os países ricos e desenvolvidos, independentemente de esta-
rem no norte geográfico (a Austrália, por exemplo); e do Sul países
Organização dos países que são considera-
pobres e subdesenvolvidos, independentemente de se localizarem dos desenvolvidos e em desenvolvimento.
no sul geográfico (como o Marrocos).
150o 120o 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o
Trópico de Câncer
Oceano
5:48 Pacífico
Equador Oceano
Pacífico
Oceano Oceano
Trópico de Capricórnio Atlântico Índico
Países do Norte
N
Países do Sul
O L
0 1.217 km 2.434 km
Círculo Polar Antártico
Em milhões de barris/dia
Países 2020 2011
1o Noruega 0,944
Os 10 maiores
o
2 Austrália 0,933
3o Suíça 0,917
4o Suécia 0,915
o
5 Estados Unidos 0,914
o
6 Alemanha 0,911
7o Nova Zelândia 0,910
8o Canadá 0,902
9o Cingapura 0,901
o
10 Dinamarca 0,900
brasileira
Posição
o
Os 10 menores
Cenário 4
Diversidade e
igualdade
A classificação e a
realidade
Dentro do bloco denominado desenvolvido, estão inclusos
países cujo progresso econômico é menor do que o de países in-
cluídos no bloco subdesenvolvido, como nos mostram os dados a
seguir.
O Coeficiente de Gini
0,562
0,556
0,542
0,535
0,517
0,515
0,515
0,507
0,507
0,505
0,506
0,504
0,489
0,487
0,485
0,485
Mettus/Shutterstock.com
Gueto em Nova York. Gueto é uma região ou bairro onde, em geral, residem pessoas de uma
mesma etnia. O termo também designa um estilo de vida.
C
52
Desigualdades
planetárias
Analisando o espaço planetário, identificaremos que o nível de
desigualdade varia de um país para outro. Os países que apresen-
tam menores taxas de desigualdade são os escandinavos — Suécia
e Noruega têm os maiores níveis de desconcentração de renda. Do
lado oposto, estão os países africanos, nos quais a riqueza é escassa e
concentrada em uma pequena parcela da sociedade.
Mariia Golovianko/Shutterstock.com
0.8 70
O Banco Mundial é uma organização inter-
80 76
nacional que surgiu da Conferência de Bretton 74 72
60
70
0.6
65
Woods (1944) para atender às necessidades de 0.4 50
financiamento da reconstrução dos países devas-
tados pela Segunda Guerra Mundial. O nome
0.2 40
20 24 26 28 30 35
era Banco Internacional para Reconstrução e Desigualdade dentro do país Índice Gini
Desenvolvimento (Bird). A instituição, que se Desigualdade entre os países
capitalizou a partir da venda de títulos ao mer- Disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/25078. Acesso em: 24/10/2017.
cado garantidos pelos países-membros, mudou Antes da Revolução Industrial, as diferenças de renda entre os
gradualmente seu foco para os países em desen- países eram pequenas. Internamente, as nações apresentavam uma
concentração de renda e riqueza desequilibradas, pois uma pequena
volvimento, muitos dos quais se tornaram na- porção da sociedade dominava uma grande parte da população.
ções independentes no pós-guerra.
Reprodução
A estrutura da organização tornou-se
mais complexa e deu origem a outras insti-
tuições — que hoje formam o grupo Banco
Mundial — criadas para suprir demandas a
que o Bird não podia atender. Em 1956, sur-
giu a Corporação Financeira Internacional
(CFI), com o objetivo de promover a expan- Muitas terras produtivas da Inglaterra
eram de propriedade de uma elite que di-
são do investimento privado nos países em de- ficultava o seu uso correto e, consequentemen-
te, a sua produtividade.
senvolvimento. Seguiu-se, em 1960, a criação Com a Revolução Industrial, alargou-se o fosso entre os países,
da Associação Internacional de Desenvolvi- bem como no interior de cada um destes. Com a industrialização e
mento (AID), que tornou possível a conces- o desenvolvimento tecnológico vivenciado pelos países da Europa
Ocidental e, posteriormente, pelos Estados Unidos, Japão, Canadá,
são de empréstimos aos países mais pobres Austrália e Nova Zelândia, criou-se uma elite enriquecida que se
que não preenchiam as condições para aceder distanciou economicamente das outras nações.
Da mesma forma, as disparidades internas se ampliaram,
aos empréstimos concedidos pelo Bird. Entre
pois, com a industrialização, aconteceu um intenso processo de
os países em desenvolvimento, o Brasil tem urbanização. Assim, os migrantes que vieram do campo passaram
sido um dos maiores doadores da AID. a ser absorvidos como mão de obra industrial, e, portanto, seus
ganhos se tornaram maiores do que os daqueles que trabalhavam
O Centro Internacional para Arbitragem na zona rural.
de Disputas sobre Investimentos (Ciadi) e a
Agência Multilateral de Garantia de Investi- 54 Capítulo 2 – A distribuição da riqueza no mundo
mentos (AMGI) foram criadas respectiva-
mente em 1966 e 1988, dentro da perspecti-
va de alavancar o investimento estrangeiro nos CG_8ºano_02.indd 54 26/04/2018 17:35:50
países em desenvolvimento. A estrutura organizacional do Banco Os países com maior poder de voto são, no
O Banco Mundial tornou-se uma referên- Mundial assemelha-se à do FMI, com uma momento, os Estados Unidos (com poder de
cia importante por suas análises e seus experi- Assembleia de Governadores, onde o poder veto), o Japão, a China, a Alemanha, o Reino Uni-
mentos relacionados ao processo de desenvol- de voto é distribuído de acordo com a par- do, a França e a Índia. Brasil, Coreia do Sul, Espa-
vimento. A instituição já foi alvo de críticas, ticipação de cada país como garantia do ca- nha, Índia, México e Turquia, dentre outros, obti-
por financiar projetos que provocaram desas- pital do Banco em caso de inadimplência, veram ganhos significativos. As diretrizes políticas
tres ambientais ou desconsideraram impactos (algo que nunca ocorreu), e um Conselho do Banco Mundial são discutidas e aprovadas em
sociais. O Banco Mundial, entretanto, sofisti- de 25 diretores, eleito a cada dois anos pe- reuniões bianuais (abril e outubro).
cou seus procedimentos para elaboração, análi- los 188 diretores. A diretoria integrada pelo
se e seguimento dos projetos que financia. Para Brasil também representa os seguintes paí- Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/
os países em desenvolvimento, os planos de as- ses: Colômbia, Equador, Filipinas, Guiana, politica-externa/diplomacia-economica-comercial-
sistência do Banco são baseados em estratégias Haiti, República Dominicana, Suriname e e-financeira/120-banco-mundial. Acessado em:
de redução da pobreza. Trinidad e Tobago. 23/02/2018. Adaptado.
C
54
A grande compressão
O crescimento econômico acarretou uma ampliação da quanti-
dade de mão de obra industrial. Esses trabalhadores — que sofriam
com baixo poder aquisitivo, falta de seguridade social, medo do
desemprego e outros problemas — começaram a se organizar na
forma de sindicatos e partidos, os quais pressionavam o Estado por
uma redistribuição da renda.
A pressão dos trabalhadores organizados e o medo da explosão
socialista fizeram com que governos de diversos países desenvolvi-
dos criassem programas de desconcentração da riqueza e redução
das disparidades sociais.
Marzolino/Shutterstock.com
GrAl/Shutterstock.com
o grupo admite a África
do Sul, tornando-se Brics
(South Africa, em inglês,
portanto o S da sigla).
Leitura
complementar
O crescimento dos Brics
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o Brics, grupo de países considerados as po-
tências emergentes no cenário econômico mundial do século XXI.
Muitas agências e analistas internacionais Segundo a análise da Goldman Sachs, Goldman Sachs diz que o Brics não se or-
já estão de olho no Brics, e começam a suge- uma vez que estão em rápido desenvolvi- ganiza em um bloco econômico ou uma as-
rir que os investidores prestem mais atenção mento, supõem-se que, em 2050, o conjun- sociação de comércio formal, como aconte-
às oportunidades apresentadas por estes paí- to das economias do Brics possa fazer som- ce na União Europeia. Mas ele aponta fortes
ses. Investimentos nas áreas produtivas e nas bra ao conjunto das economias dos países indícios de que “os quatro países do Bric têm
perspectivas atuais e futuras de seus mercados mais ricos do mundo atual. Afinal, os qua- procurado formar um ‘clube político’ ou uma
consumidores. Pois, em termos demográficos, tro países juntos representam, atualmente, ‘aliança’, e assim estão convertendo ‘seu cres-
temos os dois países mais populosos do Plane- mais de um quarto da área terrestre do Pla- cente poder econômico em uma maior in-
ta e os outros dois de populações considerá- neta, sendo 17 milhões de km2 da Rússia, fluência geopolítica”.
veis. A China representa, sozinha, mais de um 3,2 milhões de km2 da Índia, passando pe-
quinto da população mundial, seguida de per- los 9,3 milhões de km2 da China e pelos 8,5 Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/
to pela Índia (17,5%) e, bem mais longe, pelo milhões de km² do Brasil; além de 40% da modules/conteudo/conteudo.php? conteudo=173.
Brasil (2,9%) e pela Rússia (2,2%). população mundial. Acessado em: 23/02/2018. Adaptado.
C
56
http://servicos2.sjc.sp.gov.br
O Parque tecnológico de São José dos
Campos, no Estado de São Paulo, tem
como objetivo o desenvolvimento de Tecnolo-
gia e inovação.
5:51
N
Taxa de desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos
0 198 km 396 km L
O
Suécia S
Sem dados Finlândia
CarGe/Shutterstock.com
algumas nações emergentes pas-
saram a promover elevação de
salários, políticas de transferência
de renda, aposentadorias mais
generosas, gastos adicionais com
a população mais pobre, progra-
mas de inclusão social e, princi-
palmente, investimentos em edu- Morador de rua em São Francisco, Estados Unidos. Ele empurra sua “propriedade” em um car-
cação básica. rinho de compras.
Mudanças estruturais
60
55 54,0
51,3 51,8
50,1
50 47,9
44,7 46,1
45 42,3
40
35
30
Dez./2002 Dez./2004 Dez./2005 Dez./2006 Dez./2007 Dez./2008 Dez./2009 Dez./2010
Queda generalizada
Taxa de desemprego por nível de escolaridade (em %)
16
15,33
17,05 13,11
14
11,79 11,97 9,07
12
10,66
8,96
10
8 6,52
11,00 7,57
9,65
6
8,67
4
6,77 5,54
Mar. Abr. Maio Jan. Dez.
2003 2004 2006 2009 2010
Depositphotos_mantinov
no mundo que os cerca.
O grande ditador
Direção: Charles Chaplin.
Ano: 1940.
Sinopse: Adenoid Hynkel assume o governo de Tomainia. Ele acredita em uma nação puramente
ariana e passa a discriminar os judeus locais. Essa situação é desconhecida por um barbeiro judeu,
que está hospitalizado devido à participação em uma batalha na Primeira Guerra Mundial. Ele recebe
alta, mesmo sofrendo de amnésia. Por ser judeu, passa a ser perseguido e precisa viver no gueto. Lá
conhece a lavadora Hannah, por quem se apaixona. A vida dos judeus é monitorada pela guarda de
Hynkel, que tem planos de dominar o mundo. Seu próximo passo é invadir Osterlich, um país vizi-
nho e, para tanto, negocia um acordo com Benzino Napaloni, ditador da Bactéria.
Trabalho interno
Direção: Charles H. Ferguson.
Ano: 2010.
Sinopse: Documentário acerca da crise financeira global de 2007–2012. Em cinco partes, o filme ex-
plora como as mudanças no ambiente político e as práticas bancárias ajudaram a criar a crise financeira.
C
60
Ensaio geográfico
1 (UERJ) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é adotado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) para a classificação de países de acordo com indicadores sociais e econômicos.
Evolução do IDH
0,9
Chile
Argentina
0,85 México
Venezuela
0,8 Brasil
0,75 Paraguai
0,7
0,65
0,6
1980 1987 1994 2001
Aponte dois indicadores demográficos que compõem o IDH. Em seguida, a partir da análise do gráfi-
co, justifique a variação desse índice no Brasil nas últimas décadas.
Dois dos indicadores:
- taxa de escolaridade
A elevação do IDH brasileiro foi determinada pelo aumento do grau de instrução e pela elevação da
c. Quais classificações, cunhadas por Alfred Sauvy, não devem mais ser utilizadas? Justifique sua resposta.
A classificação estruturada em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo não existe mais, em decorrência
Crescimento
Expectativa de
País demográico IDH Analfabetismo
vida M/F*
(% anual)
*M/F (Masculino/Feminino)
saiko3p/Shutterstock.com
150o 120
o
90
o
60
o
30
o
0
o
30
o
60
o
90
o
120
o
150
o
180
o
N
Oceano Glacial Ártico
O L
Círculo Polar Ártico
S
Trópico de Câncer
Oceano
Pacífico
Equador
Oceano
Oceano Índico
Atlântico
Trópico de Capricórnio Muito alto
Oceano Alto
Pacífico
Médio
0 1.217 km 2.434 km Baixo
Sem dados
Círculo Polar Antártico
Oceano Glacial Antártico
2 (UCPEL) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento e é calculado para diversos países desde 1990. O índice varia de 0 a
1, sendo que quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento humano, ou seja, a qualidade de vida
medida do país ou do local onde é calculado com base em indicadores.
chefe do domicílio.
II. O indicador do nível educacional do IDH é medido por uma combinação da taxa de alfabetização
de pessoas de 15 anos ou mais e da taxa bruta de matrículas em relação à população de 7 a 22 anos
de idade.
III. O indicador de renda do IDH é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) real per capita em dó-
lares, segundo o critério do poder de compra.
IV. O indicador de fertilidade do IDH é medido pelo número médio de filhos por mulher em idade
fértil, ou seja, considerado dos 18 aos 49 anos de idade.
:53
65
5 (Uece) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela Organização das
Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma determinada população. Em 2009, o
Brasil apresentou IDH de 0,813, valor considerado alto. Para definição desse índice são utilizadas três
variáveis básicas que fazem parte do nosso dia a dia.
A imagem e seus conhecimentos sobre a economia mundial permitem concluir que estão corretas
somente:
a. X I e II.
b. I e III.
c. I e IV.
d. II e III.
e. III e IV.
7 (PUC – RJ)
Este novo papel que os países emergentes citados no texto representam na política global refere-se:
a. ao seu extensivo combate à fome, pobreza e exploração do trabalho infantil, por meio de ações
e programas governamentais.
b. à posição de membros efetivos no Conselho de Segurança da ONU, inclusive liderando mis-
sões, como foi o caso do Brasil, no Haiti.
c. à sua recente equiparação, em termos bélicos, a países como Estados Unidos e Japão, o que os
eleva ao patamar de potências militares.
d. X ao aumento da sua influência e poder na governança econômica global, devido aos bons índices
de crescimento de suas economias.
e. ao protagonismo nas questões ambientais e de desenvolvimento sustentável, visto que diminuí-
ram significativamente suas emissões de gases estufa.
9 Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), vários povos tomaram consciência do
grande desnível econômico, social, político, científico e tecnológico existente entre os países do
mundo. Um grupo era formado por países ou nações fortes, outro grupo era formado por nações
fracas economicamente. Para diferenciar esses dois conjuntos de países, o francês Alfred Sauvy criou
a divisão em:
a. X países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.
b. países do Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo.
c. países do centro e países periféricos.
d. países do Norte e países do Sul.
10 Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta apenas nações com as melhores médias
de Índice de Desenvolvimento Humano.
a. Estados Unidos, França e Bulgária.
b. Brasil, Austrália e Japão.
c. Níger, Finlândia e África do Sul.
d. X Noruega, Austrália e Islândia.
e. Japão, Sudão e Suíça.
Objetivos
pedagógicos
69
Pacífico Oceano
dividido seu território entre seus
filhos, que deram
Atlântico continuidade Oceano Oceania
Trópico de Capricórnio às conquistas. No século XIV, Índico
porém, o império mongol co-
meça a declinar até perder total-
mente seu espaço. O mapa representa a extensão do império de Gengis Khan no século XI.
C
70
A constante
reinvenção do
sistema capitalista
Desenvolvimento do Geografia em cena
9:13
Sugestão de
abordagem Meados do século XIX e início do século XX
Pequenas empresas são engolidas, e o capital fica centralizado (monopolita). Grandes blocos
econômicos passam a controlar a produção e comercialização dos bens.
Comente que o capitalismo foi sofrendo
mudanças até chegar ao modo como o conhe-
cemos atualmente e que tais mudanças podem
ser entendidas quando estudamos as suas fa-
ses. Construa no quadro uma tabela com três Terceira década do século XX
colunas, preenchendo-as com as característi- O capitalismo enfrenta sua pior crise e, mais uma vez, se reestrutura. Uma maior intervenção do
cas de cada uma das fases capitalistas à medi- Estado na economia é a base do capitalismo keynesiano.
C
72
Reprodução
Capitalismo industrial
A acumulação de capital gerada pelo mercantilismo favoreceu o
desenvolvimento de uma nova realidade socioeconômica. No início
do século XVII, esse capital acumulado tornou possível o fenômeno
9:16
mais transformador da história da humanidade: a Revolução Indus-
trial. Nesse momento, a técnica, a liberdade de iniciativa e a produti-
vidade sufocaram o mercantilismo. Surgiu, assim, o que conhecemos
como capitalismo liberal, industrial, ou concorrencial.
Suas principais características são a livre-iniciativa, o predomí-
nio da propriedade privada dos meios e instrumentos de produção
(máquinas, fábricas, terra, etc.), a oposição entre capital (burgue-
sia) e trabalho (proletariado), o trabalho assalariado e a divisão da
sociedade em classes.
A crise persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. Everett Historical/Shutterstock.com
A crise de 1929 e o
keynesianismo
A grande explosão de produtividade do início do século XX e
a corrida para conquistas de novas áreas na Ásia e na África gera-
ram dois fatos que marcariam a história da humanidade: a Primeira
Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, e a Crise da Bolsa de Valores
de 1929, produzida pelo rastro de insegurança e desequilíbrio do
pós-guerra.
Ao longo da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos de-
ram um grande salto industrial, principalmente no setor de bens de
consumo. O crescimento promoveu uma febre consumista entre os
norte-americanos, que compravam especialmente a crédito, provo-
cando uma expansão rápida, porém frágil, do mercado interno do
Library of Congress
mercado de consumo interno; a recupera-
ção da indústria europeia, que passou a im-
portar menos dos Estados Unidos; e a exa-
gerada especulação com ações na bolsa de
valores de Nova York, a mais importante da
época. Muitos acionistas, alarmados com a
possibilidade de ter elevados prejuízos, ten-
taram vender suas ações e ficar com dinhei- Alarmados pela crise, acionistas dos
ro nas mãos; os que buscavam vender, entre- EUA fizeram manifestações na tentativa
de recuperar seus investimentos nos bancos.
tanto, superavam os que queriam comprar,
o que resultou em crescente desvalorização 76 Capítulo 3 – Os sistemas socioeconômicos
das ações. A fase mais aguda da crise ocor-
reu no dia 24 de outubro de 1929, quando a
queda do valor das ações das empresas cota- CG_8ºano_03.indd 76 26/04/2018 17:39:17
das na bolsa de Nova York foi tão acentua- acreditava-se, segundo os preceitos liberais, Quando a crise se arrasta por poucos meses,
da que praticamente se tornaram papéis sem que o Estado não deveria intervir na ativida- diz-se que a economia está em recessão, mas,
valor, gerando prejuízos bilionários. A crise de econômica. Mesmo depois da fase mais quando se prolonga por vários anos, caracte-
se propagou pela economia real, que entrou aguda, o governo dos Estados Unidos ainda riza-se uma depressão.
em recessão. Oitenta e cinco mil empresas relutou em intervir na economia para evitar
(indústrias, agrícolas, comerciais e financei- seu aprofundamento. Resultado: a depres- Fonte: MOREIRA, Antônio Carlos & SENE,
ras) foram à falência, gerando 14 milhões são econômica se espalhou pelo mundo no Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço
de desempregados e provocando uma queda início dos anos de 1930. geográfico e globalização. Disponível em: http://www.
de 20% nos salários dos que permaneceram Depressão econômica: numa crise eco- scipione. com.br/ap/ggb/unidade3_c1_a2.htm#.
trabalhando. Esse quadro de baixa atividade nômica, ocorre uma redução dos indicado- Acessado em: 12/04/2010.
acabou levando a economia à depressão. Po- res de atividade em diversos setores — queda
rém, a ideologia capitalista vigente na épo- da produção, elevação do desemprego, dimi-
ca foi decisiva para o agravamento da crise: nuição dos lucros e aumento das falências.
C
76
A crise da década de
1970 e o neoliberalismo
A história do neoliberalismo começou no final da década de
1930, com estudos feitos por diversos economistas, como o fran-
cês Jacques Rueff, o norte-americano Walter Lippmann e o alemão
Alexander Rustow. Essa corrente apresentava os mesmos princípios
do liberalismo econômico do século XVIII, porém acrescida de
uma nova visão estrutural de que os mecanismos de mercado (ofer-
ta e procura, livre-iniciativa, etc.) são capazes de organizar a vida
9:17
política, econômica e social, desde que o Estado deixe de intervir
na economia para apenas fiscalizá-la.
A partir do final dos anos 1970, a economia de grande parte
do mundo é reorganizada de acordo com o novo modelo de capi-
talismo. As práticas protecionistas chegam ao fim, e os mercados se
abrem para a livre circulação de mercadorias, serviços e capitais. As
empresas estatais são privatizadas, e as economias de vários países
passam por um processo de dolarização. O objetivo de todo esse
processo é a ampliação do lucro.
ciais proporcionaram grandes lucros para as grandes potências da Europa Ocidental. Esse acúmulo de
3 Tomando como base os textos lidos, como podemos caracterizar o termo capitalismo?
É um sistema em que a propriedade privada, a liberdade de iniciativa e o lucro são suas principais ca-
racterísticas.
4 O capitalismo comercial teve como principal característica a acumulação de capital pelos países
europeus. Como era feita a exploração das colônias na fase do capitalismo comercial?
Os habitantes dessas terras dominadas eram obrigados a direcionar sua economia para a produção e
exportação de produtos primários em direção aos países dominadores, que, como retorno, importavam
produtos manufaturados.
5 Suas principais características são a livre iniciativa, o predomínio da propriedade privada dos meios
e instrumentos de produção (máquinas, fábricas, terra, etc.), a oposição entre capital (burguesia) e tra-
balho (proletariado), o trabalho assalariado e a divisão da sociedade em classes.
Estamos caracterizando:
a. os impérios.
b. X o capitalismo industrial.
c. o capitalismo mercantil.
d. o colonialismo.
C
78
1 Cartéis.
2 Trustes.
3 Holdings.
4 Transnacionais.
1 Estruturas que se caracterizam por acordos comerciais entre diversas indústrias de um mesmo
ramo, as quais, mesmo mantendo autonomia nas suas decisões internas, reuniam-se para dividir o
mercado, fixar preços e condições de vida.
4 Empresas com atuação mundial de capital aberto.
3 Gigantescos conglomerados empresariais formados a partir da fusão de empresas e setores dife-
rentes.
2 Diversas empresas de um mesmo ramo se fundem em uma única estrutura, que passa a controlar
a produção e a distribuição das mercadorias, regulando a oferta de bens e estabelecendo os preços
de acordo com seus interesses.
1 Protecionismo econômico.
2 Livre circulação de mercadorias, serviços e capitais.
1 Estado regulador.
2 Privatização das estatais.
2 Estado mínimo.
1 Empresas estatais estruturadoras.
A Grande Depressão foi a maior crise do sistema capitalista, ocorrida no final da década de 1920, e que se
alastrou por todo o mundo na década de 1930. As causas foram: redução das exportações norte-americanas
para os europeus, excesso de estoque de mercadorias das empresas e baixa dos preços. As consequências
foram: desvalorização das ações das empresas americanas, quebra da Bolsa de Valores de Nova York, com
falência de milhares de empresas, e desemprego em massa que chegou a 30% nos EUA.
não era capaz de se autorregular, tornando o Estado, assim, peça fundamental nesse contexto.
Anotações
Cenário 3
C
80
Socialismo utópico
O sonho e a luta por uma sociedade mais justa, onde não houves-
se a exploração do homem pelo homem, sempre estiveram presentes
ao longo da história da humanidade. Foi assim quando, setenta anos
antes de Cristo, um ex-gladiador chamado Spartacus liderou um
exército de mais de noventa mil escravos contra Roma; ou quando os
estadunidenses lutaram pela sua independência; bem como quando
os revolucionários franceses tomaram a Bastilha e, principalmente,
quando o povo de Paris, em 1871, tomou o poder e implantou, na
Cidade Luz, um governo popular denominado Comuna de Paris.
Reprodução
9:17
Socialismo científico
Os socialistas utópicos acreditavam na formação de uma socie-
dade igualitária, mas nunca conseguiram explicar como se chega-
ria a ela. Como vimos, eles se limitaram a desenvolver experiências
dentro da própria estrutura do capitalismo, pois defendiam que a
revolução social poderia ser alcançada de forma pacífica.
Somente no final do século XIX, com os cientistas sociais Karl
Marx e Friedrich Engels, é que surge uma teoria propondo uma
nova forma de ação efetiva da classe trabalhadora a partir do co-
nhecimento da realidade que a envolvia: o socialismo científico.
Maykova Galina/Shutterstock.com
Monumento de Marx e Engels em Quir-
guistão. O socialismo foi baseado na fi-
losofia alemã, que deu subsídios para a análise
crítica do capitalismo.
lítica marxista, que consiste no valor do tra- zindo não apenas o valor correspondente ao -valia — a relação entre a mais-valia e o capital
balho não pago ao trabalhador, isto é, na ex- de sua força de trabalho (que lhe é pago pelo variável (salários) — define o grau de explo-
ploração exercida pelos capitalistas sobre seus capitalista na forma de salário), mas também ração sobre o trabalhador. Mantendo-se inal-
assalariados. Marx, assim como Adam Smith um valor a mais, um valor excedente sem con- terados os salários (reais), a taxa de mais-valia
e David Ricardo, considerava que o valor de trapartida, denominado por Marx de mais- tende a elevar-se quando a jornada e/ou a in-
toda mercadoria é determinado pela quan- -valia. É desta fonte (o trabalho não pago) que tensidade do trabalho aumenta (aumentando
tidade de trabalho socialmente necessário são tirados os possíveis lucros dos capitalistas a mais-valia absoluta) ou com o aumento da
para produzi-la. Sendo a força de trabalho (industriais, comerciantes, agricultores, ban- produtividade nos setores que produzem os
uma mercadoria cujo valor é determinado pe- queiros, etc.), além da renda da terra, dos ju- artigos de consumo habitual dos trabalhado-
los meios de vida necessários à subsistência ros, etc. Enquanto a taxa de lucro — a relação res (aumentando a mais-valia relativa).
do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, entre a mais-valia e o capital total (constante
transporte, etc.), se este trabalhar além de um + variável) necessário para produzi-la — de- Fonte: SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de
determinado número de horas, estará produ- fine a rentabilidade do capital, a taxa de mais- Economia. 7. ed. São Paulo: Best Seller, 2001. p. 362–3.
C
82
Reprodução
Everett Historical/Shutterstock.com
Oficiais do exército russo prestam o juramento de fidelidade à Revolução de Outubro.
84
implantação do
socialismo
Os diferentes caminhos Anotações
O socialismo existiu em diversos países do mundo, ao longo
do século XX, mas não houve uma única forma de implementá-lo.
O processo de estabelecimento do modelo socialista dependeu de
vários fatores, como a conjuntura local e mundial. Vejamos casos
de nações que implantaram o socialismo ou mantiveram formas de
governo voltados ao povo por modos diferentes:
85
Islândia
N
O L
Finlândia Países socialistas
S Noruega
não alinhados
Países capitalistas
áltico
Mar Suécia Países socialistas
do
Norte rB
Ma
Cortina de ferro
Dinamarca
Irlanda
Reino
Países URSS
Baixos Alemanha
Unido Oriental Polônia
M
C
ar
Bélgica Alemanha Chec ás
Oceano Luxemburgo
Ocidental oslo
vá qu i a
pi
o
Liechtenstein
Atlântico França Suíça
Áustria Hungria
Romênia
N egro
Mar
Iugoslávia
Mônaco Bulgária
Andorra Itália
Portugal Vaticano Albânia
Espanha
Grécia
0 1.776 km 3.552 km
Mar Mediterrân
eo
No processo de independência e
descolonização
Nações africanas e asiáticas utilizaram o socialismo como ban-
deira de luta contra os países colonizadores e, ao final das guerras
de independência, assumiram esse modelo político-econômico. Na
Ásia, destacam-se China, Vietnã, Coreia do Norte, Laos e Cam-
boja. Na África, Angola, Moçambique, República Democrática do
Congo e Cabo Verde.
A partir da experiência de
resistência ao nazismo
Esse grupo é constituído por apenas dois países: Iugoslávia
(atualmente dividida em diversas nações) e Albânia.
Slade; M J (Sgt) No 2 Army Film and Photographic Unit
A Guerra Fria
Com o surgimento do primeiro Estado socialista, devido à Re-
volução Russa de 1917, muitos países adotaram o socialismo, en-
quanto os outros permaneciam geridos pelo sistema capitalista. Foi
da existência antagônica desses dois blocos — socialista (liderado
pela União Soviética) e capitalista (orientado pelos Estados Unidos)
— que surgiu o fenômeno político denominado bipolaridade. Cada
modelo político impunha sua ideologia para ampliar seus espaços de
influência e dominação e conquistar a hegemonia mundial.
O termo Guerra Fria foi criado pelo filósofo e sociólogo fran-
cês Raymond Aron. Esse período ganhou esse nome porque a guer-
ra era possível, porém improvável, já que o volume de armas produ-
zidas e estocadas pelas duas superpotências era tão grande que, se
uma guerra fosse deflagrada, o mundo poderia ser destruído.
durante a Guerra Fria. nações capitalistas, uma vez que sua concep- ção e não revolução (vários símbolos interna-
ção de mundo e das próprias relações inter- cionalistas foram nacionalizados, passando de
nacionais era frontalmente antagônica. Entre comunistas a soviéticos), inclusive exercendo
Leitura 1917 e 1945, o Ocidente lidava com o pro- pressão sobre os comunistas de outros países.
complementar blema da alternância de fases de isolamento e
pressão ou invasão armada. A resposta sovié-
No início, isso foi possível, mas à medi-
da que a Guerra Fria se configurava, contra-
tica, na linha stalinista, foi a adoção do socia- riando a perspectiva inicial soviética, novas
Guerra Fria lismo num só país. Contudo, como resultado forças comunistas emergiam nos Bálcãs e na
da Segunda Guerra Mundial, Moscou obtive- Ásia oriental, com limitado controle por par-
O caso da União Soviética era peculiar, ra legitimidade (e capacidade) para fazer parte te de Moscou. De qualquer forma, com a inca-
pois o Estado Nacional Soviético, que substi- da ordem mundial (o que não era totalmente pacidade de lograr a formação de um sistema
tuíra a velha Rússia imperial, devido ao seu ca- inconveniente para Washington), daí o dese- europeu de equilíbrio de poder, onde pudesse
ráter socialista, não foi aceito no concerto das jo do Kremlin de apresentar o país como na- influir, Stalin viria a sovietizar o leste do con-
88
Aleks49/Shutterstock.com
O Sputnik 1 foi lançado em 4 de outu-
bro de 1957, como colaboração da União
Soviética. Ele era uma esfera de 50 cm de diâ-
metro e 83,6 kg.
Os Estados Unidos, por sua vez, em 20 de julho de 1969, en-
viaram o primeiro homem à Lua, Neil Armstrong, que, ao pisar em
solo lunar, proferiu a famosa frase: “Este é um pequeno passo para o
homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.
Castleski/Shutterstock.com
Esportes
Nesse período, disputava-se também a superioridade física. Os
quadros de medalhas nas olimpíadas, em torneios e campeonatos
de futebol, etc., eram supervalorizados. Da mesma forma, eram co-
muns boicotes de um dos blocos a torneios desportivos realizados
em países de outros blocos. Nas Olimpíadas de Moscou de 1980,
tinente e a explorar o avanço dos comunistas lávia e Albânia, onde sobreviveram, mas sem
asiáticos como forma de buscar na Ásia uma controle soviético. Assim, apesar do discurso
compensação, a partir da configuração polí- americano denunciar a “ameaça soviética”, o
tico-diplomática equilibrada que não pudera verdadeiro desafio para a ordem liderada pe-
lograr na Europa. los Estados Unidos era a “ameaça comunista
A busca de segurança tornara-se uma ver- e nacionalista”.
dadeira obsessão, com um temor infunda-
do de algum ressurgimento do poder alemão. Fonte: VIZENTINI, Paulo Fagundes. Manual do
Ironicamente, em sua área de influência no Candidato – História Mundial Contemporânea (1776–
Leste Europeu, os comunistas eram fracos, e 1991). Instituto Rio Branco – Ministério das Relações
a sovietização se revelou problemática. Os co- Exteriores (Fundação Alexandre de Gusmão), Brasília:
munistas eram fortes na França, Itália e Gré- Funag, 2006. Com colaboração de Analúcia Danilevicz
cia, países onde foram contidos, e na Iugos- Pereira. p. 221–222.
89
Reprodução
da existe. A ilusão funciona por um bom tem-
po, mas chega o momento em que a verdade
não poderá mais ser ocultada.
Anotações
Rosas para Stalin, de Boris Vladimirski.
O Realismo socialista recorreu a protó-
tipos facilmente reconhecíveis pelas massas: o
operário, o camponês, o soldado.
C
90
Guerra Fria
Nunca houve um confronto direto entre os Estados Unidos e
a União Soviética. Entretanto, na segunda metade do século XX
(até o final da década de 1980) houve vários conflitos em que uma
potência ou um aliado estavam envolvidos. Entre eles, a Guerra da
Coreia, Revolução Cubana, Guerra do Vietnã e a invasão do Afe-
ganistão pela URSS.
Keith Tarrier/Shutterstock.com
9:20
• Capitalismo liberal. Sinopse: Após cumprir pena por fraudes financeiras, Gordon Gekko deixa a prisão. Impossibilitado de ope-
• Capitalismo mercantil. rar no mercado financeiro, ele dedica seu tempo a realizar palestras e a escrever um livro, no qual critica o
• Capitalismo keynesiano. comportamento de risco dos mercados. Um dia, após uma das palestras, ele é abordado por Jacob Moore, um
operador idealista do mercado de Wall Street. Ele vive com Winnie, filha de Gekko que não fala mais com
• Capitalismo monopolista. ele, e usa essa proximidade para conseguir sua atenção. Jacob quer conselhos sobre como agir com Bretton,
• Capitalismo neoliberal. um grande investidor que fez com que seu mentor, Lewis Zabel, tivesse que vender sua tradicional empresa
por uma ninharia. Gekko decide ajudá-lo, pedindo em troca que Jacob o ajude a se reaproximar de Winnie.
Anotações Platoon
Direção: Oliver Stone.
Ano: 1986.
Ales Studeny/Shutterstock.com
Sinopse: Chris é um jovem recruta recém-chegado a
um batalhão americano em meio à Guerra do Vietnã.
Idealista, Chris foi um voluntário para lutar na guerra,
pois acredita que deve defender seu país, assim como
fizeram seu avô e seu pai em guerras anteriores. Mas
aos poucos, com a convivência dos demais recrutas e
dos oficiais que o cercam, ele vai perdendo sua inocên- Oliver Stone ficou conhecido por fazer filmes que causam
cia e passa a experimentar de perto toda a violência e alguma polêmica. Ganhou dois Oscar de melhor diretor
com os filmes Platoon e Born on the Fourth of July .
loucura de uma carnificina sem sentido.
C
92
1. C A P I T A L
2. T R U S T E S
3. C L A S S E S
4. P R I V A D A
5. P R O L E T A R I A D O
quistá-la. O científico, criado por Marx e Engels, afirma que somente a organização dos trabalhadores
9:21
em sindicatos, partidos políticos trabalhistas e revolucionários poderia dar-lhes a plena consciência
burguês capitalista.
Reprodução
Capitalismo industrial, ou liberal.
5 Observe a história e responda: que tipo de exploração do trabalhador, onde o lucro é retido pelo
patrão, denominada por Marx?
Mais-valia.
5 A fase do capitalismo comercial foi marcada pela expansão marítima, com as Grandes Navegações
iniciadas no século XV. A expansão marítima permitiu aos europeus tomar contato com territórios
até então desconhecidos por eles. Esses territórios tornaram-se colônias fornecedoras de mão de obra
escrava, matérias-primas e metais preciosos. As colônias também eram consumidoras dos bens pro-
duzidos nas metrópoles, além de receptoras do excedente populacional europeu. Sobre o capitalismo
comercial é correto afirmar que:
a. o comércio de mercadorias e a exploração das colônias, do século XV ao século XXI, possibili-
taram a acumulação do capital pela burguesia, daí a denominação de capitalismo comercial.
b. o comércio de mercadorias e a exploração das colônias, do século XVIII ao século XX, possibi-
litaram a acumulação do capital pela burguesia, daí a denominação de capitalismo comercial.
c. X o comércio de mercadorias e a exploração das colônias, do século XV ao século XVIII, possibi-
litaram a acumulação do capital pela burguesia, daí a denominação de capitalismo comercial.
d. o comércio de mercadorias e a exploração das colônias do, século XV ao século XX, possibilita-
ram a acumulação do capital pela burguesia, daí a denominação de capitalismo comercial.
6 (Fuvest) O que acontece quando a gente se vê duplicado na televisão? [...] Aprendemos não só du-
rante os anos de formação, mas também na prática a lidar com nós mesmos com esse “eu” duplo. E, mais
tarde, [...] em 1974, ainda detido para averiguação na penitenciária de Colônia-Ossendorf, quando me foi
atendida, sem problemas, a solicitação de um aparelho de televisão na cela, apenas durante o período da
Copa do Mundo, os acontecimentos na tela me dividiram em vários sentidos. Não quando os poloneses
jogaram uma partida fantástica sob uma chuva torrencial, não quando a partida contra a Austrália foi
vitoriosa e houve um empate contra o Chile, aconteceu quando a Alemanha jogou contra a Alemanha.
Torcer para quem? Eu ou eu torci para quem? Para que lado vibrar? Qual Alemanha venceu?
Gunter Grass. Meu século. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 237. Adaptado.
O trecho acima, extraído de uma obra literária, alude a um acontecimento diretamente relacionado:
a. à política nazista de fomento aos esportes considerados “arianos” na Alemanha.
b. ao aumento da criminalidade na Alemanha, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
c. X à Guerra Fria e à divisão política da Alemanha em duas partes, a “ocidental” e a “oriental”.
d. ao recente aumento da população de imigrantes na Alemanha e reforço de sentimentos xenófobos.
e. ao caráter despolitizado dos esportes em um contexto de capitalismo globalizado.
Esse texto faz uma evidente referência ao projeto soviético da conquista do espaço, uma vez que Lunik
9 foi a nave não tripulada que pousou na Lua em 6 de fevereiro de 1966. Assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, em qual contexto se insere esse evento da corrida aeroespacial.
a. Guerra da Crimeia.
b. Guerra do Vietnã.
c. Guerra dos Mundos.
d. X Guerra Fria.
e. Guerra nas Estrelas.
12 (Ufal) As mudanças trazidas pela Revolução Industrial provocaram novas reflexões sobre a socieda-
de e seu comportamento. Karl Marx, um dos pensadores marcantes do século XIX, nas suas reflexões:
a. X reconhecia a falta de justiça social, devido aos exageros do sistema capitalista que incentivava a
exploração das classes desfavorecidas.
b. defendia a necessidade de ampliar a intervenção do Estado na gestão da economia, a fim de pôr
fim aos sistemas parlamentares europeus.
c. propunha a luta da sociedade para negar as mudanças sociais, admitindo a volta aos princípios
do mercantilismo.
d. restringia, às classes sociais urbanas, os planos de crescimento da sociedade europeia e de uma
melhor qualidade de vida.
Objetivos
pedagógicos
Anotações
stock.com
pathdoc/Shutter
99
Cinemarketing/Shutterstock.com
Apesar de diferentes, sociedades e ter-
ritórios tendem a igualar seus costumes
culturais e de consumo tendo por base, quase
sempre, o padrão ocidental, devido à liderança
de muitos países ricos. Porém, é necessário res-
saltar que a globalização é seletiva, pois benefi-
cia somente alguns lugares e determinadas so-
ciedades ou grupos sociais. Milhões de pessoas
ainda se encontram excluídas desse processo,
isto também é um problema global.
A globalização não é um fato que aconteceu repentinamente,
mas um processo pelo qual o espaço mundial foi adquirindo unida-
de, principalmente mercadológica. Pode ser compreendida como
um conjunto de transformações no âmbito político, econômico e
social, que encurtou as distâncias existentes entre países, tornando
as relações mais intensas.
100
processo de
globalização Anotações
As Grandes Navegações
Até o século XV, não existiam laços de integração entre as so-
ciedades do mundo. O chamado mundo conhecido se limitava
ao continente europeu e a algumas porções da África e da Ásia, de
onde os europeus ocidentais buscavam especiarias, marfim, ouro e
pele de animais.
Reprodução
101
Reprodução
Devido ao processo de expansão comercial
marítima, protagonizado pelos países da
Europa a partir dos séculos XV e XVI, a civili-
zação ocidental conseguiu influenciar as diversas
culturas do Planeta nos últimos cinco séculos.
Imperialismo: ampliação
das fronteiras do
mundo globalizado
A intensificação do comércio mundial gerado pelas Grandes
Navegações possibilitou à burguesia uma acumulação de capital
nunca antes ocorrida, e isso foi um forte impulso para a expansão do
processo de globalização.
Na segunda metade do século XIX, observou-se uma ampliação da
dominação política, econômica e militar sobre vastas extensões da Ásia e
da África. Esse fenômeno, denominado imperialismo, proporcionou a
aplicação de novas tecnologias à indústria, às comunicações e aos trans-
portes. O que já tinha sido criado e utilizado na Europa Ocidental se ex-
pandiu rapidamente. Automóveis, aviões, telégrafos, rádios, telefones e,
principalmente, a ampliação da malha ferroviária promoveram a expan-
são da globalização econômica para espaços outrora impensáveis.
Desse modo, na eclosão da Segunda Guerra Mundial, o merca-
do global já se constituía quase que plenamente da Europa, América,
Ásia e África.
ME_CG_8ºano_04.indd 103
Espacialidade planetária construída pelo imperialismo
O L
Canadá
Estados Unidos
Oceano Japão
Atlântico Argélia
Saara Tripolitânia
Espanhol África Egito
Índia Formosa
Porto Rico Ocidental Oceano
Belize Francesa
Jamaica Goa
Gâmbia Indochina Pacífico
Nigéria Sudão
Guiné
Filipinas
Guianas Serra Leoa
Camarões Somália
Quênia
Costa Nova Guiné
do Ouro Gabão Congo
Oceano Belga África Oceano Índias
Oriental Alemã Holandesas
Pacífico Angola Índico
Sudeste Madagascar
Africano Moçambique
Alemão Austrália
União
Sul-africana
A colonização na época
do imperialismo Bélgica Holanda
Grã-Bretanha Espanha Alemanha EUA
103
30/04/2018 09:40:05
103
16/05/2018 12:16:55
Anotações
Cenário 3
Bipolaridade
A trava do processo de
globalização
Como já estudamos, com o fim da Segunda Guerra Mundial
instaurou-se uma situação de insegurança global com a divisão do
mundo nos blocos políticos: capitalista (Estados Unidos) e so-
cialista (União Soviética). Essa bipolaridade travou o processo de
ampliação do mercado global, pois as trocas comerciais existiam
dentro de cada bloco e praticamente não havia comércio entre
membros dos blocos opostos.
Reprodução
Leitura Charge que ilustra uma crítica à Guerra Fria e o conflito entre as duas potências, representadas
complementar pelo presidente soviético Nikita Kruschev (à esquerda) e o presidente norte-americano John
Kennedy (à direita). Embora os dois países demonstrassem uma ausência de conflito direto, ambos
estavam fortemente armados com a bomba atômica.
A ascensão de Gorbatchev Apesar disso, durante o período da Guerra Fria, houve impor-
tantes avanços na ciência e tecnologia, sobretudo na computação,
robótica, informática, nas telecomunicações e nos transportes, que,
progressivamente, passaram a ser utilizados no processo de expan-
Foi em abril de 1985 que surgiu um fato são da globalização.
novo, decisivo para o futuro da Europa do
Leste. Mikhail Gorbatchev chegava ao po- 104 Capítulo 4 – A grande sociedade global
der na União Soviética, com um amplo pro-
grama de reformas democráticas em seu país.
Um empreendimento que em poucos anos CG_8ºano_04.indd 104 30/04/2018 09:40:05
mudaria sensivelmente a disposição geopolí- funções do Pacto de Varsóvia e desmilitari- partir de agosto de 1989. As autoridades evi-
tica do Planeta. O programa de Gorbatchev zando o teor das conversações internacio- taram um conflito direto com a oposição, para
foi anunciado em 1986, durante o 27° Con- nais sobre assuntos estratégicos. afastar o risco de um banho de sangue como
gresso do Partido Comunista. A era Gorbatchev logo provocou um o da Praça da Paz Celestial, ocorrido pou-
Nos primeiros anos de governo, o lí- novo comportamento político nos países do co antes, em 4 de junho, em Pequim, capital
der tomou medidas de grande impacto. De- Leste Europeu. Multiplicaram-se os movi- da China. No episódio, cerca de dois mil es-
clarou moratória nuclear unilateral, abran- mentos democráticos na Hungria e na Tche- tudantes foram violentamente atacados pelas
dou a censura à imprensa, libertou os presos coslováquia. Na Polônia, o Solidariedade pas- forças de segurança chinesas durante uma ma-
políticos e, em 1988, iniciou a retirada das sou à ofensiva e reconquistou a legalidade. nifestação pela democracia.
tropas soviéticas do Afeganistão, depois de Mas foi na Alemanha, em 1989, que acontece-
nove anos de intervenção militar. No âmbi- ram as transformações mais expressivas. Apro- Disponível em: http://www2.tvcultura.com.br/
to da política externa, Gorbatchev revogou veitando o clima de abertura, milhares de ale- aloescola/historia/guerrafria/guerra7/blocosocialista-
a chamada doutrina Brejnev, esvaziando as mães-orientais começaram a deixar o país, a lesteeuropeu3.htm. Acessado em: 23/02/2018.
C
104
pcruciatti/Shutterstock.com
0:05
Ken Wolter/Shutterstock.com
dias, permanecem marcadas por sua origem
nacional. Corporações verdadeiramen-
te transnacionais são raras, especialmen-
te nas economias de maior porte, que con-
tam com amplos mercados internos. E não
se pode dizer que exista tendência percep-
tível de predomínio de empresas genuina-
mente globais, que não revelam preferência Uma das maiores empresas do ramo ali-
mentício do mundo é a Nestlé que foi
por um país particular. criada em 1867, por Henri Nestlé, na Suíça. É
um exemplo de empresa transnacional.
A própria expressão empresa “transna-
cional” é enganosa, na medida em que insinua 106 Capítulo 4 – A grande sociedade global
a ausência de base ou dependência nacional.
Em geral, o conceito de empresa “transnacio-
nal” não é aplicável, vale dizer, não pode ser CG_8ºano_04.indd 106 30/04/2018 09:40:06
utilizado, como sugere o termo, para designar gados e suas decisões estratégicas na sua base diretores estrangeiros são tão raros quan-
entidades que transcendem as nações e ope- nacional. De um modo geral, a maior parte do to lutadores britânicos de sumô. Por essas e
ram desvinculadas de suas origens nacionais. capital acionário das empresas fica em mãos de outras razões, as corporações devem ser ca-
São poucas as empresas que correspondem a pessoas físicas e jurídicas do país de origem. racterizadas, em geral, como firmas nacio-
esse modelo. A maioria das grandes corpora- A Nestlé, por exemplo, uma das compa- nais com operações internacionais. Mais
ções da Europa, dos Estados Unidos e do Ja- nhias mais internacionalizadas do mundo, apropriado é denominá-las corporações ja-
pão concentra a sua atuação nos respectivos que tem apenas 5% dos seus ativos e empre- ponesas, alemãs, americanas, etc. Empresas
países. Funções centrais, como pesquisa e de- gados na Suíça, limita os direitos de voto de de base nacional, ainda que orientadas para
senvolvimento, e as atividades geradoras de estrangeiros a apenas 3% do total. Em 1991, o mercado internacional.
maior valor adicionado tendem a se realizar apenas 2% dos membros dos conselhos de
no país de origem das empresas. Robert Wade administração das grandes empresas dos Fonte: BATISTA JR., Paulo Nogueira. Mitos da
lembra que a grande maioria das firmas man- EUA eram estrangeiros. Nas companhias ja- “globalização”. São Paulo: IEA-USP, 1997. p. 31–2.
tém a maior parte dos seus ativos, seus empre- ponesas, observou a revista The Economist, (Documentos, 52/Assuntos internacionais.).
C
106
Novas tecnologias de
transporte e informação
De suma importância no processo de globalização, os meios de
transporte e informação foram fundamentais para a superação das
barreiras entre os países. Enquanto os primeiros encurtam as distân-
cias com grande velocidade e capacidade de carga, os últimos levam
as informações para todos os cantos do Planeta, em tempo real.
No entanto, esse avanço da tecnologia amplia o fosso social,
já que está disponível apenas para parte da população mundial, em
especial dos países desenvolvidos. Quem já possuía capital para ad-
quirir os bens antes da globalização recente ampliou seu poder e
sua qualidade de vida. Já os que nada ou pouco tinham continua-
ram com seu pequeno poder de compra, se comparado às fortunas
acumuladas pela elite econômica.
Peter Wollinga/Shutterstock.com
0:06
Reprodução
O filme Tempos modernos, de Charles
Chaplin, é um clássico do cinema mun-
dial e uma crítica à mecanização da indústria e
substituição do homem pela máquina.
Redução da participação
do Estado na economia
Como sabemos, o neoliberalismo — doutrina econômica de-
senvolvida a partir da década de 1930 e introduzida como prática a
partir dos anos 1980 — valoriza os mecanismos de mercado (oferta
e procura, livre-iniciativa, etc.) como elementos capazes de organi-
zar a vida política, econômica e social das diversas sociedades, ca-
bendo ao Estado apenas o papel de fiscalizador.
108
processo produtivo
O desenvolvimento de novas tecnologias de transporte e infor-
mação em tempo real, como a Internet, interliga os sistemas finan- Anotações
ceiros do mundo e agiliza a comunicação entre as diversas unidades
de uma empresa.
Teclado CPU
Monitor
Montadora
Mercado
Computadores
109
Coreia
do Norte
Coreia Japão
China do Sul
Nepal
N
Butão
Índia O L
Bangladesh
S
Taiwan
Mianmar
Laos
Tailândia
Oceano
Bangcoc Vietnã
Pacífico
as
Manilla
Camboja
Filipin
Sistemas de transmissão
Peças de motor
Brunei
Malásia Equipamentos elétricos
Peças de forjaria
Cingapura
Oceano
Índico Jacarta
Indonésia Papua-Nova Guiné
Timor Leste
0 305 km 611 km
Austrália
Crescimento da
pobreza, concentração
da riqueza e
desemprego estrutural
Em função da má distribuição de renda, as diferenças sociais se
tornam cada vez maiores. E, com o poder aquisitivo restrito a um
pequeno número de pessoas, a população que não pode adquirir as
ferramentas tecnológicas fica à margem do processo, originando,
assim, o analfabetismo tecnológico.
Os grupos de
países no mundo
globalizado
Classificação
No atual estágio da globalização, os países passam por um pro-
cesso de reorganização de sua estrutura política e socioeconômica.
Iremos, agora, identificar os grupos de nações que emergem dessa
nova organização.
Países desenvolvidos
São chamados de desenvolvidos todos os países com elevado
nível industrial. Eles se destacam na produção tecnológica, pois in-
vestem em pesquisa científica e tecnologia de ponta, como infor-
mática, robótica e engenharia genética. Na área social, têm excelen-
te padrão de desenvolvimento humano.
Nesse conjunto, podemos destacar os Estados Unidos, o Japão
e a Europa Ocidental (Alemanha, França, Noruega, Dinamarca,
etc.). Devemos destacar que esse grupo não é homogêneo em sua
A globalização é um dos fatores pelo qual
totalidade, além de apresentar alguns dos problemas dos países em os Estados Unidos difundiram sua cultura
desenvolvimento, como violência urbana e desemprego. e seu modo de vida para o resto do mundo.
China
$10 tri Índia
Brasil
$8 tri Rússia
África do Sul
$6 tri
$4 tri
$2 tri
1960
1965
1970
1975
1980
1990
1995
2000
2005
2010
2015
1985
$0
55 55
50 50
45 45
40 40
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Banco Mundial, usando projeções da Panorama Econômico Mundial do FMI.
* Pelo conceito de Paridade de Poder de Compra.
** Inclui economias em desenvolvimento.
Tigres Asiáticos
Rússia
Mongólia
Os tigres da Ásia
Coreia Mar
do Leste
do Norte
Coreia Japão
China Mar
do Sul Tigres Asiáticos
Amarelo
Nepal Novos Tigres
Butão
Mar da
Índia China
N
Bangladesh Oriental
O L
Hong Kong ncer
Taiwan Trópico de Câ S
Mianmar
nal
Laos
ridio
Me
Tailândia Vietnã
Oceano
ina
as
Mar das
Ch
Filipin
a Filipinas
Camboja rd
Ma
Pacífico
Cingapura
Brunei
Malásia Mar de
Célebes
Oceano Equador
Índico Indonésia
Mar de Papua-Nova
Mar de Java Guiné
Banda
Timor Leste
Os Tigres Asiáticos e os Novos Tigres Asiáticos receberam grandes investimentos de capital e tecnologia provenientes do Japão e dos Estados Unidos.
Austrália
junjie/Shutterstock.com
economia capitalista. Do ponto de vista mi-
litar, o país dotou-se de um exército e de uma
marinha moderna. Com isso, foram criadas
as condições para o início de um processo de
dominação de territórios para além do arqui-
pélago japonês.
Numa primeira fase, o Japão declarou guer-
ra contra a China, que estava enfraquecida pela
ocupação estrangeira e pelos conflitos internos.
A vitória conquistada em 1895 deixou eviden-
te que a China, por conta de seu tamanho e de
sua enorme população, seria uma preocupação
constante da geopolítica nipônica.
Ao ocupar Taiwan e a Coreia, os japo-
Cingapura, um dos Tigres Asiáticos, é
neses colocaram um pé na Ásia do Norte. uma micronação moderna e organiza-
da, localizada no sul da península da Malásia.
Ali, começaram a entrar em choque com os Com maioria da população de origem chinesa,
sua força se revela nos serviços bancários, no
russos, também atentos à falta de contro- turismo e na indústria de alta tecnologia. Na
imagem, arranha-céus do distrito financeiro da
le do combatido império chinês sobre a sua cidade.
Manchúria. Logo depois, o império nipônico região. Os imperialistas japoneses seguiam De 1930 a 1939, o país optou pela dou-
e o império dos czares partilharam zonas de duas estratégias, a siberiana (ou continental) trina continental. Todavia, em 1941, após as-
influência sobre a Manchúria e a Mongólia. e a colonial. A primeira encarregou o exérci- sinar um pacto de neutralidade com a URSS,
Na Primeira Guerra Mundial, o Japão aliou-se to de expandir o domínio japonês para a Chi- o governo japonês adotou a estratégia colo-
à Tríplice Entente, aliança militar entre o Rei- na do norte, Mongólia e Sibéria, rivalizan- nial. Assim, no final de 1941, o Japão atacou
no Unido, a França e o Império Russo, e, com do principalmente com a União Soviética. A a base norte-americana de Pearl Harbour no
a derrota alemã, apoderou-se das colônias ger- estratégia colonial, delegada à marinha, visa- Havaí, ação que lhe trouxe duas consequên-
mânicas existentes no Pacífico Norte. A incor- va o controle de colônias inglesas, francesas e cias: a entrada dos Estados Unidos na guerra
poração das Ilhas Marianas, Carolinas e Mar- holandesas na Ásia. Todavia, o principal obs- e a dominação das colônias europeias do Leste
shall ampliou o domínio japonês no Pacífico. táculo a esse projeto expansionista era a for- e Sudeste asiáticos.
A partir da década de 1930, o Japão lan- te presença dos Estados Unidos no Pacífico A derrota do Japão também se acelerou
çou-se numa política de expansionismo terri- (Alaska, Ilhas Aleutas, Filipinas e, principal- porque a URSS declarou guerra ao país em
torial, com contínuas agressões aos países da mente, Havaí). 1945, logo após o encerramento do confli-
114
amadeustx/Shutterstock.com
Países em desenvolvimento
Mesmo com o desenvolvimento de algumas indústrias, as nações
em desenvolvimento apresentam o conjunto de sua economia ligado
às atividades primárias, como agropecuária e extrativismo mineral.
No mundo em desenvolvimento, são marcantes o grau de po-
breza, a baixa expectativa de vida, a péssima distribuição de renda
e as elevadas taxas de analfabetismo e desemprego. Diversos paí-
ses africanos como Angola, Etiópia, Chade, Madagascar; asiáticos
como Afeganistão, Nepal e Bangladesh, e o Haiti, no continente
americano, compõem essa extensa lista de países que também po-
dem ser denominados na atualidade de menor sócioeconômico.
115
AGLPhotography/Shutterstock.com
Aproximadamente 80% da população
na Etiópia sobrevive da agricultura, que
corresponde a 90% do PIB.
Países ex-socialistas
Com a queda do Muro de Berlim, algumas nações da Europa
realizaram profundas reformas econômicas e adotaram o capita-
lismo. A industrialização foi facilitada pelos consideráveis inves-
timentos em educação, desenvolvimento científico e indústrias de
base (siderúrgicas, metalúrgicas e químicas) feitos na era socialista.
Apesar disso, muitos ainda enfrentam problemas contunden-
tes na esfera social e econômica. A transferência para o sistema ca-
pitalista não poderia causar significativas mudanças a todos, visto
que é necessário atender uma série de critérios para que investidores
possam despejar capitais e tornar a economia competitiva. Por isso,
alguns estão na condição de em desenvolvimento ou de menos de-
senvolvido, como é o caso da República Democrática do Afeganis-
tão e a Republica Democrática de Moçambique.
Outros, a minoria, possuem melhoras nos índices sociais,
como expectativa e qualidade de vida, bem como uma industria-
lização de porte. Todavia, ainda continuam um pouco distante do
modelo de desenvolvimento atual. Por exemplo, a Rússia, que foi
berço de todo processo do sistema socialista, tendo como grande
inimigo os Estados Unidos, e a China, apesar de sua forte produção
industrial e elevado PIB.
BartlomiejMagierowski/Shutterstock.com
Com aproximadamente 100 milhões de
pessoas trabalhando em fábricas, a China
tem quase 36% de seu PIB vindo das indústrias.
Leitura
complementar 116 Capítulo 4 – A grande sociedade global
A esfera
globalizada
Organismos reguladores
A economia mundial é gerenciada e organizada por algumas
instituições que, em teoria, têm um poder maior que os países. A
seguir, veremos as principais.
Beto Barata/PR
0:09
O G-20 tenta encontrar meios para ajudar-se economicamente e ajudar os países pequenos a movimentarem suas economias.
Banco Internacional
Anotações para Reconstrução e
Desenvolvimento (Bird)
O Bird foi criado em 1° de julho de 1944, pela ONU, para
ajudar os países destruídos ao longo da Segunda Guerra Mundial.
Sua sede também está localizada em Washington (EUA). Na atuali-
dade, o objetivo principal do organismo é oferecer financiamentos
para governos que queiram investir na melhoria de áreas estruturais
— como transporte, geração de energia e saneamento — e sociais.
Shiny Things
O Banco Mundial atua em todas as áreas
do desenvolvimento e com soluções para
os desafios que enfrentam.
Diferentemente do FMI, o Bird pode financiar empresas de
grande porte, as quais devem apresentar a viabilidade da implan-
tação de projetos e a garantia de que o país de origem da empresa
realize o pagamento dos recursos.
C
118
Organização Mundial do
Comércio (OMC)
A Organização Mundial do Comércio foi criada em 1º de ja-
neiro de 1995, como encerramento de um processo iniciado depois
da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente denominada Organi-
zação Internacional do Comércio (OIC), não foi aceita pelos Es-
tados Unidos, que instituiu o Acordo Geral de Tarifas e Comércio
(GATT). Houve uma série de acordos até o estabelecimento efeti-
vo da OMC.
As funções primordiais dessa instituição são as de fiscalizar e
regulamentar o comércio mundial.
G7, G8 e G20
O Grupo dos Sete (G7) foi criado de maneira informal, em
1975, pelas seis maiores economias capitalistas daquele período da
Guerra Fria: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França e
Itália. Um ano depois, houve adesão do Canadá. Do ponto de vista
jurídico, o G7 nunca existiu como instituição.
Esse organismo tinha uma finalidade teórica: discutir os
problemas econômicos e políticos mundiais. Contudo, na prá-
tica, a ação do G7 constituiu-se, ao longo da Guerra Fria, em
desenvolver estratégias que ampliassem o poder político-econô-
mico dos seus membros. Dessa forma, o grupo impôs a quebra
do protecionismo comercial de Estado, gerenciou as dívidas ex-
ternas dos países e estabeleceu acordos e normas para o funcio-
namento do comércio internacional e empréstimos aos países
devedores.
Com o fim da Guerra Fria, em 1991, o Grupo dos Sete incluiu
a Federação Russa (Rússia) entre os seus membros e passou a se cha-
mar Grupo dos Oito (G8). Livre do socialismo, a entidade passou
0:10
a interferir claramente na economia e na política mundial.
Na pauta das suas discussões e deliberações, estão o funciona-
mento e a liberalização dos mercados, além do controle da dívida
externa dos países. Passaram a fazer parte da agenda temas como
globalização, meio ambiente, terrorismo de Estado ou de facções e
conflitos localizados.
Em março de 2014, a Rússia foi afastada das reuniões com o
G7 devido à anexação do território da Crimeia, que pertencia à
Ucrânia.
Peter Gudella/Shutterstock.com
portar materiais, fazer grande uso de energia
elétrica e de água, entre outros. Tudo isso gera
emissão de gases poluentes, degradação e de-
vastação ambiental, poluição e, consequente-
mente, a destruição de ecossistemas.
Essa relação entre consumo e sustentabi-
lidade, no entanto, vai além da etapa de pro-
dução. Com a grande quantidade de opções
e a alta tecnologia, cada vez mais os produtos
tem menor tempo de vida útil e maior dificul- O consumismo desenfreado é o grande
causador da produção de lixo que está
dade de conserto, o que gera um enorme nú- trazendo um impacto devastador ao meio am-
biente.
mero de resíduo eletrônico.
Atualmente, o desenvolvimento susten- 120 Capítulo 4 – A grande sociedade global
tável é a principal solução contra a crise am-
biental que o Planeta enfrenta, já que é consi-
derado o equilíbrio entre sociedade, natureza CG_8ºano_04.indd 120 30/04/2018 09:40:11
C
120
robert cicchetti/Shutterstock.com
Por meio da propaganda, a indústria cultu-
Geografia em cena ral transforma meros desejos em necessida-
des, intensifica o desejo de consumir e, para sa-
ciar esse desejo, vende produtos com a chamada
O consumo sustentável envolve a escolha de mercadorias “obsolescência programada”, ou seja, produtos
que são facilmente reaproveitadas ou recicladas, que garantem feitos para dar defeitos em curto prazo ou pro-
dutos que, mesmo em perfeito funcionamento,
o emprego decente aos que as produzem, e para as quais foram tornam-se ultrapassados em relação às novas tec-
destinados menos recursos naturais em sua produção. Essa prá- nologias lançadas. Fila para a feira de lançamen-
to de um smartphone, Nova York.
tica envolve comprar aquilo que é realmente necessário e esten-
der a vida útil dos produtos tanto quanto possível.
AYA images/Shutterstock.com
0:11
Crise do
capitalismo
Teorias das crises
capitalistas
Segundo Karl Marx, em sua análise da economia do capitalis-
mo, a evolução desse sistema apontava para o seu fim, o que deno-
minou Teoria da catástrofe inevitável. Essa crise ocorreria como
consequência da irracionalidade e do processo produtivo capitalis-
tas: a concorrência desenfreada levaria a uma anarquia produtiva,
gerando superprodução, queda dos lucros, falências e desemprego,
o que provocaria uma luta de classes.
Outro economista, o russo Nikolai Kondratiev, já na primeira
metade do século XX, alertava para o caráter cíclico das crises da
estrutura capitalista. Segundo ele, por conta das transformações
tecnológicas, a cada longo intervalo de aproximadamente 50 anos,
uma crise se abateria sobre o sistema capitalista e seria acompanha-
da por demoradas depressões, as quais se alongariam pelas décadas
posteriores, originando as chamadas ondas de Kondratiev.
Posteriormente, essa teoria foi aperfeiçoada pelo economista
austríaco Joseph Schumpeter, com a denominação de teoria do ci-
clo econômico. Esse estudioso apontou que, para a economia sair
de um estágio de equilíbrio e entrar em um processo de expansão
(ou boom), é necessário algo que, do ponto de vista econômico, al-
tere de forma considerável as condições de equilíbrio estabelecidas.
As ondas de Schumpeter
O processo de inovação é cada vez mais rápido em tempos de Internet
Para Schumpeter, os negócios vivem ondas de inovação, que surgem e desaparecem. No século XVIII, a primeira leva inovadora veio com a energia
hidráulica, a indústria têxtil e o tratamento do aço. Os ciclos eram longos, duravam de 40 a 60 anos — agora encurtaram.
David Shankbone
de imóveis, decorrente do crescimento da classe média mundial e
a elevação do seu poder de compra e de crédito. O mercado não
tinha capacidade para atender tal demanda. A procura gigantesca e
a pouca oferta estimularam um desenvolvimento sem precedentes
da atividade imobiliária.
Esses entraves econômicos causaram um grave desequilíbrio
nos Estados Unidos, que arrastou o resto do mundo. Diversos gi-
gantes bancários foram à falência.
Vivemos, com certeza, uma crise sem precedentes na história
do capitalismo. Não se trata apenas de uma crise do modelo produ-
tivo, como foi a da passagem da Primeira para a Segunda Revolução
Industrial, ou como a crise política, econômica e financeira gerada
pela quebra da Bolsa de Valores em Nova York. Está em xeque o
atual modelo de produção e consumo.
Claro que não se trata, como teorizou Marx, do fim do capita-
Sede do banco Lehman Brothers, em
lismo, mas de uma crise que abalou de forma irreversível os alicerces Nova York, EUA. Um dos bancos atingi-
do atual modelo de desenvolvimento e ultrapassou as barreiras finan- dos pela crise imobiliária em 2008.
seados na contração quase automática da ren- Woods envolvia as seguintes balizas: o dinhei- gar aos mercados a regulação do fluxo mone-
da e do emprego como ocorrera até 1929. A ro internacional seria simplesmente uma moe- tário internacional. Tampouco eles deveriam
segunda característica associada às coligações da de conta, permitindo que os países trocas- assumir a responsabilidade pelo fornecimen-
sociais e políticas que emergiram nesse perío- sem mercadoria por mercadoria. O dinheiro to de liquidez aos países que porventura regis-
do foi o crescimento do salário real e dos be- funcionaria assim apenas como referência de trassem déficit na balança de pagamentos.
nefícios sociais, paralelamente ao aumento da cálculo. Os países que tivessem déficit regis-
produtividade do trabalho. Um terceiro pilar trariam num banco internacional, em sua con- Disponível em: http://www.inesc.org.br/noticias/
fundamental de sustentação dessa arquitetura ta, a dívida com os demais. A compensação noticias-gerais/2008/outubro/capitalismo-em-crise.
foi a instituição do controle dos movimentos entre os déficits e superávits tornaria desne- Acessado em: 27/02/2018. Adaptado.
de capitais entre os países, sobretudo dos capi- cessário saldar dívidas por meio de movimen-
tais de curto prazo. tos de capitais de curto prazo. Keynes, a partir
Vale lembrar que a reforma que Keynes da experiência nefasta dos anos de 1920, esta-
e Dexter White tentaram aprovar em Breton va convencido de que não era prudente dele-
C
124
o meio ambiente quando descartada, e que durante sua elaboração não foram utilizados recursos da natureza que vem sendo esgotados.
Sugestão de resposta: Sim. O consumo deverá está atrelado a real necessidade do cidadão, além disso, devemos perceber se a mercadoria não irá agredir
Trabalho interno
Direção: Charles Ferguson.
Ano: 2008.
Sinopse: Em 2008, uma crise econômica de proporções globais fez com que milhões de pessoas per-
dessem suas casas e empregos. Ao todo, foram gastos mais de US$ 20 trilhões para combater a situa-
ção. Através de uma extensa pesquisa e entrevistas com pessoas ligadas ao mundo financeiro, políticos
e jornalistas, é desvendado o relacionamento corrosivo que envolveu representantes da política, da
justiça e do mundo acadêmico.
Sinopse: Rebecca Bloomwood é uma garota que adora fazer compras e seu vício a leva à falência. Seu
grande sonho é um dia trabalhar em sua revista de moda preferida, mas o máximo que ela consegue é
um emprego como colunista na revista de finanças publicada pela mesma editora. Quando enfim seu
sonho está prestes a ser realizado, ela repensa suas ambições.
Ensaio geográfico
1 Reflita e justifique sua resposta, em seu caderno, relatando se é possível praticar o consumismo
sustentável.
Anotações
Consumismo.
3 (Unicamp) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental,
durante o período da Guerra Fria. O texto diz: “Duas infâncias. Na URSS (parte superior) crianças
são apoiadas pelo amor da nação! Nos países capitalistas (figura inferior), milhões de crianças vivem
sem comida ou abrigo.”
a. Como o cartaz descreve a sociedade capitalista ocidental?
A propaganda soviética faz uma crítica aos cuidados
no sistema capitalista.
C
126
LOPES, José de Sousa Miguel. O senhor das Moscas: os labirintos do poder. In: A diversidade cultural vai ao cinema. TEI-
XEIRA, Ines Castro; LOPES, José de Sousa Miguel (orgs.). Belo Horizonte: Atlântica, 2006, p. 65.
(1939-1945) e que não se limitou ao confronto ideológico e às ações de caráter bélico. O confronto
denominado Guerra Fria manifestou-se de diversas formas: na corrida espacial, nos modelos de desen-
5 Observe a imagem:
Vitoriano Júnior
0:14
A falta de compromisso com o descarte do lixo é uma realidade no Brasil. Cite três problemas relacio-
nados às questões de coleta e descarte de lixo na região onde você mora:
Sugestão de resposta: Depósitos de lixo a céu aberto, coleta seletiva insuficiente, lixo domiciliar sem o
1 (UCS) Observe o trecho da música Disneylândia, dos Titãs, que faz referência ao processo de
transformação do mundo capitalista, principalmente a partir da década de 1980.
Disneylândia
“[...]
Música hindu contrabandeada
por ciganos poloneses faz sucesso
no interior da Bolívia [...]
Multinacionais japonesas instalam
empresas em Hong Kong e
produzem com matéria-prima brasileira
para competir no mercado americano. [...]”
Disponível em: Titãs. CD Titanomaquia, Rio de Janeiro.WEA,1993. In: DADÁ, Martins e outros. Geografia, Sociedade e
Cotidiano. São Paulo: Educacional, 2010, p. 486.
“Há um modo de pensar a superação da crise a partir da teoria keynesiana, mediante o aumento
dos gastos sociais, socializando os custos da reprodução social, numa linha oposta à neoliberal, de priva-
tização de tais custos em termos de previdência, de educação. A socialização de tais custos me parece um
bom caminho inicial. A outra peça da teoria keynesiana é o investimento em infraestrutura. Os chineses
perderam 30 milhões de empregos entre 2008 e 2009, por conta do colapso das indústrias de exportação.
Em 2009, eles tiveram uma perda líquida de só três milhões de empregos, o que significa dizer que eles
criaram 27 milhões de empregos em cerca de nove meses. Isso foi resultado de uma opção pela construção
de novos edifícios, novas cidades, novas estradas, represas, todo o desenvolvimento de infraestrutura, li-
berando uma vasta quantidade de dinheiro para os municípios, para que suportassem o desenvolvimento.
Essa é uma clássica solução “sinokeynesiana” e me parece que uma coisa semelhante aconteceu no Brasil,
por meio do Bolsa-Família e de programas de investimento estatal em infraestrutura.”
David Harvey, 2012. Revista do IPEA. Adaptado.
O autor cita a teoria keynesiana e sua linha oposta, o neoliberalismo. Sobre as diferenças entre essas
duas posições teóricas, é correto afirmar que o:
3 (Uneal) “A primeira eleição de Ronald Reagan para a presidência dos Estados Unidos (1980)
coincidiu com o início do governo de Margaret Thatcher, líder do Partido Conservador, na In-
glaterra. Orientados por uma mesma concepção de governo, dariam dimensão internacional ao
neoliberalismo [...]”
Alceu L. Pazzinato e Maria Helena V. Senise, História Moderna e Contemporânea.
a. a expansão do agronegócio.
LOGOS/Shutterstock.com
b. o poderio da robótica.
c. a vulgarização da Internet.
d. o fortalecimento do mercado interno.
e. X a mundialização do capital.
7 A região do extremo oriente apresenta o país que detém a 2ª maior potência econômica do Planeta,
que tem o crescimento mais acelerado deste século; um país desenvolvido com alto Índice de Desen-
volvimento Humano (IDH) e desenvolvimento tecnológico (3ª economia mundial); e, ainda, um país
que se declara socialista, de regime fechado. Esses países são, respectivamente:
a. China, Taiwan e Coreia do Sul.
b. China, Coreia do Norte e Mongólia.
c. China, Japão e Taiwan.
d. X China, Japão e Coreia do Norte.
A sequência correta é:
a. X II, IV e V.
b. I, II e III.
c. II, III e IV.
d. III, IV e V.
10 (UEA)
A questão colocada em debate pela charge é:
a. o desenvolvimento que não pode ser alcan-
çado com a presença de áreas verdes.
b. a falta de materiais de proteção individual
para as pessoas próximas às caçambas.
c. o caráter efêmero das construções civis que
um dia serão destruídas.
d. a situação precária dos trabalhadores liga-
dos ao transporte de carga no Brasil.
e. X o descarte irregular de lixo e os impactos
Reprodução
Eu etiqueta
Em minha calça está grudado um nome Minha gravata e cinto e escova de dente e pente
Que não é meu nome de batismo ou de cartório, [...]
Um nome ..... estranho. Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
Meu blusão traz lembrete de bebida São mensagens,
Que jamais pus na boca, nesta vida, Letras falantes,
Em minha camiseta, a marca de cigarro Gritos visuais,
Que não fumo, até hoje não fumei Ordens de uso, abuso, reincidência,
Minhas meias falam de produto Costume, hábitos, premência,
Que nunca experimentei Indispensabilidade, e fazem
Mas são comunicados a meus pés. de mim homem-anúncio itinerante [...].
[...] Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
k.com
beeboys/Shutterstoc
133
Aspectos naturais
da Ásia, Oceania e
Geografia em cena
Europa
Com 44,5 milhões de km², a Ásia é o mais extenso continente
do Planeta. Ao leste temos o Estreito de Bering e, a oeste, a cadeia
do Cáucaso e os montes Urais. Os montes Urais, cadeia montanho-
sa antiga e desgastada, são considerados a principal divisão da Euro-
pa com a Ásia. Na parte setentrional há o Oceano Glacial Ártico e,
como limite orogênico, os oceanos Índico e Pacífico.
Continente asiático
A Ásia localiza-se no Hemisfério Norte do Planeta, desde a
Indonésia, chegando até as mais altas latitudes, ao norte, na Rús-
sia asiática. Podemos encontrar nesse continente, climas tropicais
(mais ao sul), subtropicais, temperados, até os polares (mais ao nor-
te). Se estendendo desde o Japão, mais ao leste, até os montes Urais
na Rússia, a oeste, são muitas as faixas longitudinais, fazendo da
Ásia um continente com muitos fusos horários. O grande destaque
dessa região é o relevo com grandes cadeias montanhosas com as
maiores altitudes do mundo, principalmente a cadeia do Himalaia
— que alcança, no Nepal, altitude de 8.848 m — cujo ponto mais
alto é o Monte Everest.
O continente asiático foi dividido em sete partes, que levam
em consideração tanto aspectos físicos como humanos: Ásia Cen-
tral, Cáucaso, extremo oriente, Vietnã, Oriente Médio, Sibéria e
subcontinente indiano.
Pavel Ivashechkin/Shutterstock.com
ME_CG_8ºano_05.indd 135
Ásia: mapa político
0 280 km 560 km N
O L
Europa S
Federação Russa
I. Sacalina
I. Kurilas
Mar Mediter
âne r
o
Mar Negro
L. Baikal
Turquia Geórgia
Chipre Mar Cazaquistão
Cáspio Japão
Armênia
Líbano Azerbaijão
Israel Síria L. Balkash Coreia
Uzbequistão Mongólia do Norte
Iraque Turcomenistão
Quirquistão Coreia Oceano
do Sul
Tadjiquistão
Kuwait Irã Afeganistão Pacífico
Mar da
Barein China China
Arábia Saudita Oriental
Catar
Paquistão
Mar Vermelho
Emirados
Árabes Nepal
Unidos Butão Taiwan
Mar das
Iêmen Omã Bangladesh Filipinas
F
Go Mar Arábico il
lfo de Ád
en Índia Mianmar Laos
ip
in
I. Socotra (IEM)
as
Tailândia
ridional
Camboja
na
I. Mindanac
hi
Golfo C Mar de
de
da
Mar Célebes
Sri Lanka Sião
Malásia
Oceano Mar de
Banda
Indonésia
135
16/05/2018 09:31:11
135
16/05/2018 12:18:40
O relevo
O relevo asiático tem como destaque os planaltos elevados, as
extensas e férteis planícies, e as cadeias montanhosas. Encontramos
as planícies ao norte; no território siberiano, ao sul, encontramos
os planaltos e depressões; e, no centro do continente, temos cadeias
montanhosas, que são o destaque na Ásia. Dentre estas, primeira-
mente, temos uma grande cadeia que se estende da Anatólia até
Pamir, como as montanhas do Cáucaso; os montes Zagros; o In-
docuche; o Himalaia; e a bacia do Rio Kolima. Em segundo pla-
no, devido às altitudes mais modestas, se comparado ao primeiro
conjunto, temos os montes Urais e as montanhas de Nova Zembla.
Ásia: relevo
Es
tr.
Oceano Glacial Ártico
70º 0º 90º
Oeste de Greenwich Leste de Greenwich de
60º 170º 180º 170º
50º I. Terra do Norte Mar da B ering
Sibéria Oriental
Mar de Península Mar de
olimá
Cír Kara de Taimir
cul
I. Nova Zembla
Bering
oP Koly
20º
ma
olar
sK
Ár Pen.
MLeona
tico nt
te
0 308 km 616 km es rkhoya n Kamchatka
Ve nsk Mo
Planalto
10º Central Mar de
Okhotsk
ais
Planície Siberiano
da Sibéria
Ur
Mte oi
Europa s. Stanov
ntes
40º
I. Sacalina
O Ie
b n
Mo
R.
Am
is
vy
e
ur
i
ol
o
b
on
To
bl
L. Baikal
I. Hokkaido
. Ia
Mtes
es
.S t
ai a n M
Ural
Mar N es
são Caspia
Mo Mar do
eg I. Honshu
ro nte Planalto
pr
30º
na
Leste
De
sA
Mar áspio
L. Aral
Sy
L. Balkash ltai da Mongólia
rD
Cá
Tau
Fuji
ia
rus ca i
ari
ore
ob
u
3.778 m
s
C
o
eG
Oceano
aC
Ararat
n
Am
Tian Sha to d
5.166 m
r Mar
d
ng-Ho
se
uD
r.
D Ho
st
E
Pico Comunismo
Amarelo
I. Kiushu
ari
g-
an
Eu
Pacífico
o)
Tigre
7.496 m
oa
Elbur z
a
Deserto do H Ho l
f
re
ra
a
de Suez
Canal
m
tes
Pamir
20º
Takla Makan ng
Mo
(A
Mar da China
Kunlun a )
Demavend
ul
nt
Ki
De5.670 Ca é-
sert sh Oriental
m
u Ts
es
D z
od do K n g-
(A
o Hin ra
Za
Ya
es
a
cer
Minya Konka
s
s
Go
da
mo
m ân
7.590 m
Ma r V
a l a i a
lfo
Ará
C
e For
Dhaulagiri
de
8.172 m Everest
rs
Pé
I. Formosa
bia
Planalto ico
co
8.848 m
ópi
do
r. d
da Arábia
Ga
a Sikiang
er m e
utr
Tr
In
Pl
n
es
10º
ap
st
Go
g
an hm E
lfo íci Bra
d e Omã ed M
o Ganges
lho
eko
Saluen
I. Luzon
Mar das
ng
Golfo
Mar Planalto
de
Filipinas
do
Arábico Decã To
nk
ridional
im
Golfo Golfo de Península
Gate
Mek
l
de Áden
a
Bengala da Indochina
nt
ong
rie
0º
Oci
Altitudes
Me
de n
Gate
Mar de
Oceania
Kinabalu
N
na
i
tal
África
la
Oceano Índico
10º I. Sumatra I. Sulawesi
ca
Kerinci
Mar de Java
3.805 m
I. Timor
Leste de Greenwich Arq. Chagos I. Java
20º 30º 40º 50º 60º 70º I. Diego Garcia 80º 90º 100º 110º 120º 130º 140º 150º 160º
Katoosha/Shutterstock.com
gólia e as planícies do norte da China; as estepes do Cazaquistão,
Quirguistão e Isin; a bacia do Tarim; a depressão da Dzungária e
Turaniana; e, por fim, a planície desértica de Gobi.
A diversidade das formas de relevo da Ásia, devido a sua gran-
de extensão, fica evidente na sua parte norte. A oeste, a partir dos
montes Urais, passando pelas grandes planícies da Sibéria ociden-
tal, central e na parte mais oriental, aparece uma linha de monta-
nhas e vales, como a planície de Kolimá e os montes Verkhoyansk,
Cherski e Kolimá, a partir do Rio Lena.
No sul da Ásia, o relevo é composto por vales, planícies e pla-
naltos importantes, como as planícies da Mesopotâmia; e os vales do
Indo e do Mekong; como os planaltos da Arábia, do Irã e do Decão.
Oceano
Pacífico Hidrografia
Devido à presença das cadeias de montanhas, a Ásia possui uma
grande rede hidrográfica, com destaque para o Ganges, Indo, Azul e
Amarelo. O derretimento anual da neve das montanhas, a presença
de climas tropicais e o fenômeno das monções são geradoras de uma
vasta e densa hidrografia composta ainda por lagos extensos, como o
Baikal e Balkhash, e por mares, como Morto, Aral e Cáspio.
Ao sul e ao leste, temos os mais importantes e extensos rios do
continente, o rio Amarelo (Huang Ho) e o rio Azul (Yangtzé) da
Oceania China; o Ganges, Brahmaputra e o Indo na Índia; e, no Oriente
Médio, os rios que ganham destaque são o Tigre e o Eufrates.
Na parte setentrional, predominam os rios siberianos: Ob,
uiné
O Rio Amarelo (em chinês, Huang Ho,
ou Huang He) é o segundo rio mais longo
Ienissei, Lena e Kolimá, que encontram, no Oceano Ártico, suas da China, com extensão de 5.464 km, o primei-
fozes. São rios que ficam congelados grande parte do ano. ro é o Rio Azul (Yang-tzé) com 6.300 km. É
muito importante para a economia chinesa,
Na parte central, têm-se o rio Darin, da China; e os rios Amu pois o seu vale possui terras férteis e importan-
150º 160º
Daria e Sir Dari, alimentando o mar de Aral onde deságuam. tes jazidas minerais.
Yen
S
is
na
ei
Ob A mur
Le
Mar
i
do Lago Lago
Mar Baikal
Aral Balkash
Cáspio -H
Sr
Dar ng
i
ia
o
a
Am
Hu
Tigr
Eu
sé
Da ng-T
u
fra
ria Ya
Br
e
s m
te
a putra
a
o
Ind
Tróp
ico d an
Mo
e Cânc
er
ges
o
k
ng
Oceano
Linh
Índico 0 507 km 1.014 km
a do Equad
or
Clima
A extensão latitudinal da Ásia, desde as proximidades do Equa-
dor até o Círculo Polar Ártico, e a presença das cadeias de montanhas
conferem à Ásia uma grande diversidade de climas. O fenômeno das
monções também é um fator preponderante, pois a grande massa de
água do Oceano Índico e Pacífico e a grande massa continental so-
frem influências recíprocas, causando chuvas torrenciais ao sul e su-
deste durante o verão, e tempestades nos oceanos durante o inverno.
Cidades como Mumbai, na Índia; Karachi, no Paquistão; e Daca, em
Bangladesh, sofrem todos os anos com o clima de monções.
Oceano Oceano
África Pacífico África Pacífico
Oceano Oceano
Índico Equador Índico Equador
Oceano Oceano
Atlântico Atlântico
Oceania
Oceania
Alta pressão Trópico de Capricórnio Alta pressão Trópico de Capricórnio
N
Baixa pressão Baixa pressão
O L
Massas de Massas de
ar úmidas S ar secas
:12
139
Clima subtropical
Ocorre no Japão, norte da Índia e sudeste da China. É muito
influenciado pelas monções, com invernos secos e verões chuvo-
sos. No norte da Índia, com latitudes médias, temos os invernos
mais secos e verões influenciados pela umidade que vem do ocea-
0 297 km 595 km
O
ce
Polar Desértico
tic
o
ano
Continental Clima de montanha
Glacial Ár
Temperado Tropical monçônico
Mediterrâneo Equatorial
Semiárido Isoterma de inverno
Europa
I. Kurilas
I. Sacalina
L. Baikal
L. Balkash
Oceano
Mar Vermelho
Pacífico
Trópic
o de Capricórnio
CG
África
Oceano
Índico
N
I. Sumatra
O L
Oceania
S I. Bali
Anotações
Estepes e pradarias
As estepes ocupam a parte central da Ásia e não possuem espé-
cies de porte arbóreo, sendo compostas principalmente por herbá-
ceas de porte pequeno devido ao baixo índice de pluviosidade, pois
os climas predominantes são áridos e frios.
As pradarias são formações vegetais em que predominam as
gramíneas, formando vastas pastagens influenciadas pelo clima
com baixas temperaturas das regiões ao centro-sul da Rússia, sul
da China, norte da Coreia do Norte e, também, no noroeste da
Mongólia. As herbáceas, nas pradarias, podem alcançar pouco mais
de 1,5 metro, mas não aparecem espécies arbóreas. O clima frio e
de baixa pluviosidade favorece a homogeneidade na vegetação com
baixa biodiversidade.
:12
141
Mediterrânea
Na parte ocidental do Oriente Médio, banhada pelo Mar Me-
diterrâneo, aparece uma vegetação esparsa composta de espécies de
porte arbustivo e também arbóreo. Os verões quentes e secos com
invernos frios e chuvosos conferem ao bioma da vegetação mediter-
rânea um aspecto peculiar.
Savanas
As savanas estão presentes nas zonas de transição entre os de-
sertos e as áreas tropicais na parte oriental; ao norte, com as estepes
e pradarias; e aparecem, como algumas manchas, em partes da Ín-
dia e do Paquistão. Nas savanas, predominam as gramíneas com a
presença de arbustos de pequeno porte e podem ser xerófilas.
vectorx2263/Shutterstock.com
ME_CG_8ºano_05.indd 143
Mapa do continente asiático: vegetação
Es
60º 70º 0º 90º 170º 180º tr. 170º
Oeste de Greenwich Leste de Greenwich Oceano Glacial Ártico de
50º Mar da B ering
Sibéria Oriental N
Mar de Mar de O L
20º
tlântico Cír Kara Bering
ceano A cul
oP Koly
ma
S
O
L
olar
ena
Ár tico
10º Mar de
Okhotsk
40º Tundra
O
Floresta de coníferas (Taiga)
b Ie
Europa n
is
R. Floresta temperada e subtropical
ei
Am
ol
ur
b
Vegetação mediterrânea
To
L. Baikal Pradarias / Estepes
Deserto
Ural
Mar do Savanas
Mar N
M
30º eg Leste
a
rM ro Floresta tropical e equatorial
Sy
L. Aral L. Balkash
rD
ed Vegetação de altitude
ia
ari
re
ite
C
Co
Am
r.
eo
o
Mar
st
uD
Mar áspio
E
-H
ng-Ho
ari
g
a
o) Amarelo
Eu
oa
f
Tró
an el
H Ho
ra
ar
Tigre
20º pic
m
tes
(A ng
a
od
Mar da China
Canal
)
Ki
de Suez
ul
z
eC
é-
Ts
(A
ânc n g- Oriental
Ya
er
s a
Go
mo
lfo
Oceano
P
ér
e For
si
Ma r V
co o
Ga
r. d
nd
I
Pacífico
n
10º tra Sikiang
g
st
es pu
Go h ma E
lfo Bra
er m e
d e Omã M
eko
lho
ng
Mar das
Saluen
de
Arábico To
nk im
Golfo Golfo de
Mek
ional
de Áden
0º Bengala
ong
Merid
Mar de
na
Golfo i
de Sião Ch Célebes Oceania
da
Mar
Equa Es
dor tr.
de
10º Má
la ca Mar de
143
16/05/2018 09:31:13
143
16/05/2018 12:18:46
Oceania
A Oceania é o menor continente do Planeta, com uma área
em torno de 8,5 milhões de km², formado por ilhas continentais,
de corais e vulcânicas da Melanésia, Micronésia e Polinésia, e pela
Austrália, que é uma plataforma continental. A Austrália se destaca
porque domina cerca
180º de 85% do território da Oceania. América
do
Ásia Oceania: continente Norte
I. Midway
(EUA)
Trópico de Câncer
Ilhas Havaí (EUA)
Marianas do Norte Honolulu
(EUA) I. Havaí
Ilhas
Garapan
I. Johnston(EUA)
Marshall Oceano
P
I. Carolinas
Mic
ron
O
Federação Dalap-Uliga-Darrit
Pacífico
dos Estados
ési
L
da Micronésia
a
M
I N
Koror
Palikir
Palau el I. Gilbert
Nauru Bairiki
I. Christmas
an
É
Equador Arquipélago
Irian é sYaren
Bismark
S
I. Malden
Ocidental Papua Nova i aTuvalu Kiribati
I A
Ind onésia Guiné Ilhas
Salomão Valaku Polinésia
Port Honlara
Samoa I. Tokelau I. Flint Francesa
Moreby I. Wallis
I. Marquisis
Vanatu (FRA)
Novas Hébridas Fiji Aple
I Samoa
(EUA) I.
(FRA)
I. Sociedade(FRA)
Cook Papeete
Porto Vila Suva Tonga (NZL) I. Tuamoku
I. Taiti (FRA)
Nova Caledônia (FRA)
Nukualofa I. Mururoa
Trópico de Capricórnio (FRA) I. Pitcairn
(RUN)
Austrália I. Tubai
(FRA) I. Rapa Iti
Oceano
Linha Internacional da Data
(FRA)
Índico
Camberra Sydney
Melbourne
Nova
Wellington
Zelândia
Capital N
0 488 km 976 km
Cidades principais O L
Limites administrativos / Tratados
S
180º
O relevo
O relevo da Oceania está dividido em quatro regiões com dife-
rentes características geomorfológicas: o do Pacífico, os geossincli-
nais da Tasmânia, o escudo australiano e os arcos melano-zelandeses.
Oceania: relevo
Até 500 m
I. Nova Guiné Wilhelm
4.509 m
I. Salomão
Até 800 m
Mar de Arafura
Até 1.200 m
e Torres
Estr. d 10º
A partir de 5.000 m
G ra
Pico
nd
Mar dos
arr
Terra de ira
e
Co Corais
d il
Grande Deserto
ira
de Areia
Au
st
20º
I. Nova Caledônia
ra
Deserto de Gibson
lia
Mte. Bruce
1.227 m
na
rli
Da
o
Ri
s. Darling
ay
urr
oM ec
Ri
Mtes.
2.228 m
Mar da Tasmânia
a
ss
10.047 m
Fo
C. Naturalista
de Bass
Estr. I. Furneaux
N Oceano I. Tasmânia Mte. Ruapehu
2.795 m
Índico
Mte. Cook
3.764 m
O L
Su
l
I. Nova Zelândia
do 40º
S es
Alp
I. Chatham
110º 120º 130º 140º 150º 160º 170º 180º
A Tasmânia é a 26ª maior ilha do mundo, Por fim, temos os arcos melano-zelandeses, que se caracterizam
com 334 ilhas adjacentes, das quais cerca
de 45% consistem de reservas naturais e par-
por uma série de ilhas vulcânicas, que formam uma ordem em arco
ques nacionais. e vão da Nova Guiné até a Nova Zelândia. Na Melanésia, aparece o
pico Sukarno, na Nova Guiné ocidental, que se mostra como o relevo
mais emerso da Oceania, com 5 mil metros de altitude. Nas Ilhas Fiji,
há oito alinhamentos separados por depressões entre 2.800 a 3.900
metros. A região dos arcos melano-zelandeses ainda é bastante ativa
e os processos orogenéticos continuam a elevar o relevo.
Kiribati
Nova Guiné Papua
Nova-Guiné Tuvalu
Ilhas Salomão
Samoa
Oceano Mar
Índico de Corais Vanuatu
Fiji
Nova Caledônia Tonga
Brisbane
Austrália
Perth Oceano
Grande Baía
Autraliana
Camberra Sidney Pacífico
Mar da
Tropical úmido
Melbourne Tasmânia
Tropical seco
Wellington
Subtropical quente-úmido
Nova Zelândia
Subtropical quente-mediterrâneo
N
Subtropical úmido
0 275 km 550 km O L
Árido
Alta montanha S
Domínios
morfoclimáticos
Vegetação
Utilizando-se da divisão da Oceania, em parte insular e con-
tinental, e das suas diferentes características climáticas (sistemas
de alta pressão subtropical, maritimidade e continentalidade), po-
demos concluir que a vegetação da Oceania é muito diversificada,
resultando na presença de vários biomas.
Os climas tropicais dominantes nas ilhas e no norte e nordeste
da Austrália são responsáveis pela predominância de florestas tro-
picais pluviais, com elevados índices pluviométricos e temperaturas
mais altas, resultando em uma floresta frondosa com árvores que
podem alcançar 40 metros, em camadas superiores. No norte, tam-
bém aparece a floresta equatorial de porte alto e com riquíssima
diversidade de espécies. Na transição entre os desertos da parte cen-
tral e do norte tropical, aparecem as savanas, com predominância
de gramíneas e espécies xerófilas.
A vegetação adaptada a climas extremamente secos, como as
hiperxerófilas, predomina na região central da Austrália, pois essa
área é composta por desertos. As hiperxerófilas têm como prin-
cipal representante as cactáceas de caule suculento. As espécies
arbustivas adaptadas a esses climas têm cascos muito duros, folhas
encobertas de cera ou espinhos para diminuir a transpiração, e as
Port Hedland
Deserto
Semideserto Mackay
Brisbane
Gold Coast
Geraldton
Kalgoorlie
Broken Hill
Perth
Whyalla Newcastle
Bunbury Grande Baía Sydney
Esperance Australiana Adelaide Camberra
Wollongong
Bendigo
Oceano Geelong
Melbourne
ss
Estr. de Ba
O
N
L
Índico
S Hobart
N
Kiribati
O L
Nova Guiné Papua
S
Nova-Guiné Tuvalu
Ilhas Salomão
Samoa
Oceano Mar
Mitch Vanuatu
Índico ell de Corais
Fitz
roy Da
ly Fiji
Flin
Fo de
rs
Ge
Austrália
n
om nti
in
ma
n
so
so Brisbane
hi
Da
Murc Lago
Th
Eyre
Perth
chla
n Sidney Oceano
La
Grande Baía
Autraliana Mu
Camberra Pacífico
rray Mar da
Melbourne Tasmânia
Wellington
Nova Zelândia
0 275 km 550 km
Europa
A localização da Europa, na parte mais ocidental da Eurásia
e seu litoral, extremamente recortado, levam alguns estudiosos a
considerar o continente apenas como uma extensão da Ásia, uma
Groenlândia (Din.)
Oceano G
lacial Ártico Continente europeu
Mar de Rússia asiática
Barents
Cí r
cu
lo
P ola 0 142 km 284 km
r Árt
ico
Reikjavic
Islândia
Suécia
Finlândia
Oslo Estocolmo
áltico
Estônia
Moscou
Letônia
rB
Riga
Mar Lituânia
Ma
Dinamarca Casaquistão
do
Belfast Copenhague Rùssia Vilna Minsk
Norte
Irlanda Países Belarus
Dublin Reino Unido
Baixos Berlim Varsóvia
Amsterdan Kiev
Londres Polônia
M
Bélgica Ucrânia
C
ar
Alemanha Praga
Bruxelas ás
Rep. Tcheca Eslováquia pi
Luxemburgo Bratislava Kichinev
Mar
de Azov o
Paris
Viena ºN
Moldávia
40
Liechtenstein Áustria Budapeste Geórgia
França Hungria Romênia Azerbaijão
Berna
Suíça Liubliana Zagreb Armênia
Eslovênia Croácia Sérvia Bucareste Negro
Bósnia- Mar
Belgrado N
-Herzegovina Bulgária Irã
Kosovo Sófia
Mônaco Sarajevo
Pristina Turquia L
Itália Montenegro Escópio europeia
O
Portugal Espanha Andorra Vaticano Roma Tirana Macedônia
Turquia asiática S
Lisboa Madri Albânia
Grécia
Atenas Síria Iraque
Mar Mediterrân Chipre
eo
Marrocos Argélia Tunísia Israel Jordânia
Relevo
A Europa fica na parte oeste da placa tectônica Euroasiática,
como uma península, e a organização de seu relevo mostra contrastes
entre o sul, elevado com cadeias montanhosas; o norte, desgastado
com planaltos elevados de médias altitudes; e, na região central, as
planícies. Na parte norte, predomina um relevo de planaltos maciços
desgastados que geraram deposição de sedimentos formando imen-
sas planícies na região central. Ao sul, o contato com a placa Africana
ME_CG_8ºano_05.indd 153
Europa: relevo Is. Nova Zambia
Cí
rc
N
ulo
Po
la Oceano Glacial ÁrticoMar d
e Barents
rA
ntá O L
rt ico
S
M o
I. Islândia Península
0 122 km 244 km
s
a
de Kola
vo
c
a
Mar t
ti
Branco
e
din
Legenda
n
I. Faeroe
a
s
c
Altitudes
ie
rm
Es
otn
U
a
L.
s
1.000 metros
eB
I. Shetland Guttertind Onega
S
r
2.472 m
pe
400
Lago
Al
Ládoga
Golfo d
a
ie
200
0 c
a ní
i s
G.
Pl
Mar do de Riga Planalto
ic o
I. da Irlanda Norte de Valda
Mar
Bált
da Irlanda r Planalto
Ma do Volga
Ilhas Britânicas
Oceano I. da Brã-Bretanha Ásia
lto
Pl a R
na u
Plan
ície Germânica ss Cen
Atlântico Can
al da Mancha
o tra
l as
pia
na
C
ão
ss
pre
De
Blockner
Cárpat
Mar
4.810 m
(28 metros abaixo
Cabo Finisterra Maciço Azov Mte. Elbrus
Biscaia
Central
e s Planície do nível do mar)
6.542 m
Francês l p da Hungria C Cá
Aneto s
á u
Al
3.404 m
A
A c a s o
pi
pe
Pi
p
s
o
re
neus e Di e g ro
Mar N
M
ná
a
ric
n
rA os
I. Córsega dr Bálcãs
iá
i
tic
Península o
n
Es
I. Sardenha
tr
1.270 m
o
.d I. Baleares
eG Mar
Pi n
ibr
alta Tirreno Mar
do
r
Egeu Ásia
153
I. Sicília
Mar Mte. Parnaso
Mar Mediterrân
eo Etna Jônico 2.657 m
3.274 m
16/05/2018 09:31:16
153
16/05/2018 12:18:52
Clima
Localizada totalmente no Hemisfério Norte, acima do Trópi-
co de Câncer, a Europa apresenta uma diversidade grande de cli-
mas, pois chega a adentrar no Círculo Polar Ártico.
Mediterrâneo
Bem caracterizado no sul da Europa, possuem verões quentes e
secos com invernos chuvosos. Ocorrem na Espanha, Grécia, Itália
e Portugal.
Olaf Holland/Shutterstock.com
A Ilha de Sardenha possui temperaturas
suaves, mesmo no inverno, com prima-
veras e outonos quentes e verões ainda mais
quentes.
Subpolar
Climas temperados
O clima temperado oceânico ocorre na Europa ocidental (In-
glaterra, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, entre outros). É bas-
tante influenciado pela corrente marítima quente do Golfo, que
ajuda a tornar as temperaturas mais amenas.
A corrente do golfo faz a diferença entre uma Europa toda
congelada e uma Europa com a presença de diferentes variações de
climas, como os temperados, ao centro; frio continental, para leste;
mediterrâneos, ao sul; e polares e subpolares, ao norte.
As chuvas se concentram no inverno e na primavera. Já o
clima temperado continental tem influência no centro e no leste
da Europa e se caracteriza por grandes amplitudes térmicas, pois
está sob efeito da continentalidade. Devido à menor influência
do oceano, recebe menos umidade e as chuvas são reduzidas com
predominância no verão. O clima temperado continental tem
médias térmicas de –3 ºC no inverno e não ultrapassam os 10 ºC no
verão. Na parte central e leste, como na Rússia, Ucrânia, Bielor-
rússia, alcançam -38 ºC no inverno e, nos verões, acabam por ul-
Frio de altitude
Ocorre em áreas montanhosas como nos Alpes, Pirineus e
Apeninos. As nevadas e geadas caracterizam invernos rigorosos e
longos. A presença das montanhas é responsável pela manutenção
da chuva por todo o ano, com distribuição regular.
Europa: clima
40º W 30º W 20º W 10º W 0º W 10º E 20º E 30º E 40º E 50º E 60º E 70º E 80º E
Mar de
Oceano G
lacial Ártico Barents
Cír
cu
Polar
lo
Po
lar
Árt
Frio
ico
Temperado
Subtropical
fo
ol
Mediterrâneo
o g
d
Frio de montanha
nte
e
Semiárido
r r ºN
co
50
áltico
O L
rB
Mar
Ma
S
do
Norte
M
C
ar
ás
Oceano Mar pi
o
de Azov
Atlântico 40
ºN
Negro
Mar
0 164 km 328 km
Mar Mediterrân
eo
Hidrografia
O relevo europeu tem bastante influência na hidrografia do
continente devido à presença de 2/3 de seu território de áreas pla-
nas. As planícies fluviais, com rios navegáveis, proporcionaram um
aproveitamento econômico com o transporte de mercadorias com
custos muito reduzidos. As regiões mais elevadas, onde predomi-
nam as cordilheiras, têm um papel importantíssimo com nascentes
de muitos rios importantes, pois funcionam como área de disper-
são das chuvas a barlavento ou na época do derretimento da neve.
L.
Onega
Volga
Lago
Ládoga
al
Ur
Oceano T
âm
Ásia
Do
isa
El
n
Ví
Atlântico
ba
s
Rh
Od
Se n r Dne
tu
p
ei
r
la
n
Loire a
Ma
a
no
G
rC
Pó D an sp
ro
Róda
á
Douro úb i
na
io
Eb
Mar Negro
o
ro
T ibre
Tejo
N
Domínios morfoclimáticos
Vegetação
ºN
50
Oceano
áltico
Atlântico
rB
Mar
Ma
do
Norte
M C
ar ás
pi
Mar
de Azov o
ºN
40
Negro
Mar
O L
Mar Mediterrân
eo S
Nordroden/Shutterstock.com
CG
Cenário 2
abordagem
Anotações
YKKStudio/Shutterstock.com
:17
159
Perekotypole/Shutterstock.com
Ao longo do século XX, a superpopu-
lação e as guerras provocaram grandes
migrações da Ásia para os demais continentes,
mas, ainda sim é o continente mais povoado.
Línguas indo-arianas
As línguas do subgrupo são as mais faladas em todo o sudoes-
te da Ásia, em países como Irã, Afeganistão, Turquia, Tadjiquis-
tão.
Leitura
complementar
160
briram um idioma anteriormente desconheci- bar, comprar ou vender —, mas há muitas pa-
do para eles e para o mundo científico. lavras para descrever atos que envolvem troca,
O idioma, chamado Jedek, é falado por cer- cooperação e compartilhamento.
ca de 280 pessoas que vivem ao longo do rio Per- Niclas Burenhult e Joanne Yager, ambos
gau, em Sungai Rual. Fora da área local, acredita- linguistas da Universidade de Lund, na Sué-
-se que a língua seja totalmente indocumentada. cia, descobriram o idioma enquanto estuda-
A sociedade é consideravelmente mais vam a língua Jahai na mesma área. “Muitas
igualitária que as sociedades ocidentais. Tam- pessoas já haviam visitado e estudado ante-
bém não há violência interpessoal e a com- riormente esta sociedade, esta não é uma tribo
petição entre crianças é desencorajada. Por não contactada, mas a língua diferente não ha-
sua vez, isso se reflete em sua linguagem. Por via sido observada anteriormente”, disse o pes-
exemplo, não há verbos indígenas para deno- quisador. O estudo da língua foi publicado na
tar a propriedade — seja para emprestar, rou- revista Linguistic Typology.
161
162
Oceania abordagem
A população da Oceania gira em torno de 38 milhões de habi-
tantes e é o continente menos povoado do Planeta. São 14 países, Produção de painel
mas a maior parte da população está em três países: Austrália (24,13
milhões) Papua Nova-Guiné (8,08 milhões) e Nova Zelândia (4,69
milhões). Os tipos étnicos da Oceania são os brancos e aborígenes. Peça aos alunos que coletem imagens
A maioria da população, das 10 mil ilhas, incluindo a maior delas, que mostrem a grande diversidade natural da
Papua Nova-Guiné, tem o predomínio de tipos aborígenes como
malaios e polinésios.
Oceania. Sugira a eles que procurem fotogra-
Os povos originais da Oceania têm uma grande capacidade de fias em revistas e jornais ou consigam cartões-
navegação entre as ilhas. Dessa maneira, os melanésios, micronésios e -postais em agências de viagens.
polinésios têm como origem comum os aborígenes, pois migram de
ilha para ilha em busca de melhores condições de vida, contribuindo
Com as imagens pesquisadas, oriente-os
para a miscigenação da população. A Austrália e Nova Zelândia têm a produzirem painéis com o mapa da Oceania
como tipos humanos predominantes os brancos de origem britâni- ao fundo, setas de localização e legendas ex-
ca, pois dominaram e dizimaram os povos originais do continente,
como os maoris, na Nova Zelândia; e os aborígenes, na Austrália. A plicativas. Para produzir um mapa ampliado,
população, relativa da Oceania é geralmente bastante baixa como na oriente-os no uso da técnica do quadricula-
Austrália com 3,1 hab/km². Em alguma das ilhas, a densidade demo- do. A atividade pode ser realizada em grupos,
gráfica é alta, ultrapassando os 100 hab/km². Nauru, com um pouco
mais de 330 hab/km2, e Tovalu, com cerca de 330 hab/km², são as os quais podem produzir painéis semelhantes.
mais povoadas. Outra opção é que cada grupo apresente um
dos aspectos naturais desse continente, haven-
Fotos593/Shutterstock.com
Anotações
163
Agricultura
A Austrália é exportadora de trigo e tem como fonte de divi-
sas fortes os rebanhos bovinos e ovinos como pauta de exportação
de lã e carne. A economia neozelandesa é bastante concentrada no
mercado interno, mas tem na agroindústria de laticínios seu maior
forte na exportação.
Em Papua Nova-Guiné, as colheitas de café, cacau e chá res-
pondem pela maior parte da sua produção agrícola, enquanto em
Samoa, as frutas cítricas, cacau, coco, banana e abacaxi são os pro-
dutos cultivados. Tonga, que exporta bananas e sementes oleagi-
nosas, faz comércio internacional com outros países da Oceania
e países da América do Norte, como os Estados Unidos. Mas, em
geral, o solo pobre dificulta a atividade agrícola numa escala maior,
e a produção é voltada ao mercado interno. Nas pequenas ilhas, a
pouca disponibilidade de terra não é propícia à criação de gado ou
outro rebanho.
gary yim/Shutterstock.com
Pela falta de chuva, a produção de grãos
na Austrália vem caindo, o que trás gran-
des impactos para a economia do país.
Recursos minerais e
Extrativismo
CG
abordagem
Anotações
CG_8ºano_05.indd 165 16/05/2018 09:31:19
:18
165
UE precisará atrair uma quantidade sig- 166 Capítulo 5 – Natureza, ambientes e qualidade de vida: Ásia, Oceania e Europa
nificativa de trabalhadores estrangeiros a lon-
go prazo.
CG_8ºano_05.indd 166 16/05/2018 09:31:19 CG
A Europa está envelhecendo mais rápido Mas, entre o médio e o longo prazo, a No longo prazo, não se tratará só de adaptar ha-
do que qualquer outra região do mundo e pre- UE irá precisar atrair uma quantidade signi- bilidades, será também uma questão numérica.”
cisa muito de imigrantes. Mas muitos euro- ficativa de trabalhadores qualificados de fora Mantendo-se a tendência atual, a Alema-
peus não os querem. de suas fronteiras e superar a oposição públi- nha, grande potência europeia, assim como a
O “velho continente” pode conseguir ca crescente enfatizada pelo crescimento dos Espanha e a Polônia, verá sua população enco-
compensar o impacto de uma mão de obra partidos anti-imigração. lher daqui em diante, o que irá desacelerar o
cada vez mais velha até 2050 acolhendo mais “Se fecharem as portas, vão pagar um pre- crescimento econômico em potencial.
mulheres e idosos no mercado de trabalho, in- ço econômico”, disse Jean-Christophe Dumont, Os 82 milhões de habitantes da Alema-
centivando a mobilidade dentro da Europa especialista em imigração da OCDE, um centro nha serão reduzidos para 74,7 milhões até
e fazendo melhor uso dos imigrantes já exis- de estudos intergovernamental sediado em Pa- 2080, e sua idade média subirá para quase 50,
tentes, afirmaram especialistas da União Eu- ris. “Por ora, podemos aproveitar melhor os imi- caso os níveis de imigração se mantenham, de
ropeia e da Organização para a Cooperação e grantes que já estão aqui, adaptando suas habi- acordo com a Eurostat, agência de estatísticas
Desenvolvimento Econômico (OCDE). lidades às necessidades do mercado de trabalho. da União Europeia. Algumas projeções são
166
MPanchenko/Shutterstock.com
Os tipos humanos da Europa são predominantemente bran-
cos, algo em torno de 85% da população, e são divididos em três
grandes grupos étnicos e linguísticos: latinos, germânicos e eslavos.
O maior grupo étnico é a Rússia, que tem aproximadamente 90
milhões de habitantes com essas características. Os gregos, com 13
milhões de pessoas e os finlandeses, estonianos e húngaros com 23
milhões, não fazem parte desses grupos majoritários.
A economia europeia é uma das mais importantes do mundo. Euro, moeda oficial dos países da Zona do
Euro. Entre as mais valorizadas do mundo.
A União Europeia é responsável por 20% das trocas comerciais do
mundo, possuindo apenas 6,9% da população mundial. Entre os
fatores que permitem a Europa manter seu poder econômico está
a sua infraestrutura de transportes, que é uma das melhores e mais
modernas do Planeta.
As rodovias europeias interligam não só as infraestruturas na-
cionais, como também se interligam regionalmente com todos os
países da Europa com um altíssimo grau de qualidade, conforto e
segurança para os seus usuários. Os rios de planície europeus são
intensamente aproveitados para a navegação, justificando a exis-
tência de hidrovias com infraestruturas portuárias fluviais de 230
portos na movimentação de 140 milhões de toneladas-quilômetro.
Os portos marítimos de Roterdão (o maior da Europa), Londres,
Antuérpia, São Petersburgo, Lisboa e Hamburgo estão entre os
mais movimentados do mundo. O transporte de cargas e passagei-
ros por ferrovias também é um dos mais desenvolvidos do mundo,
com circulação dos trens na grande maioria dos países europeus,
pois é constante o investimento que moderniza e padroniza a ges-
tão em todo o continente.
Val Thoermer/Shutterstock.com
ainda mais dramáticas, estimando a popula- como nação mais populosa do bloco, com 77,2
ção alemã em 65 milhões até 2100. milhões de habitantes, e a França terá empatado
Isso significará “sérias limitações de mão de com os alemães com 74,3 milhões de habitantes.
obra” em algumas das economias mais robustas Independentemente de seu lugar na esca-
da UE — Áustria, Holanda e Finlândia, além da la, muitos países europeus, ainda se recuperan-
Alemanha —, segundo um estudo da Comissão do de seis anos de crise econômica, estão tenta-
Europeia feito por Joerg Peschner e Constanti- dos a ignorar a realidade demográfica por uma
nos Fotakis tomando como referência uma recu- onda de retórica política anti-imigração.
peração econômica de somente 1%.
Em contraste, Grã-Bretanha, França, Irlan- Disponível em: http://noticias. r7.com/internacional/
da e, em menor grau, Itália podem contar com com-populacao-cada-vez-mais-idosa-europa-precisa-dos-
uma boa expansão. Caso permaneça na UE, a imigrantes-que-muitos-nao-querem-01122014. Acesso:
Grã-Bretanha irá superar a Alemanha até 2050 24/06/2016. Adaptado.
167
zação não governamental Oxfam, apresenta- medidas de austeridades, são inaceitáveis. É no bloco europeu não conseguiam satisfazer
do em Madri. hora de se adotarem medidas com o objetivo suas necessidades materiais básicas, o que re-
Segundo os dados do estudo intitulado de promover a recuperação do investimento e presentou aumento de 7,5 milhões de pessoas.
Europa para a maioria, não para as elites, 123 do emprego, bem como para cicatrizar as feri- Este cenário atingia então 19 dos 28 Estados-
milhões de pessoas vivem atualmente em ris- das abertas pela perda em massa de postos de -membros, incluindo Portugal, Espanha, Gré-
co de pobreza na região, enquanto 342 cida- trabalho, pela redução dos salários reais e pe- cia, Irlanda e Itália.
dãos europeus são considerados bilionários. los cortes nos serviços públicos, especialmen-
O estudo da Oxfam qualificou os atuais níveis te em países como a Grécia, Espanha e Portu- Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
de desigualdade na UE como uma “injustiça gal, mas também em toda a Europa”, escreveu internacional/noticia/2015-09/um-quarto-da-
inaceitável”. Stephany Griffith-Jones, conceituada especia- populacao-da-uniao-europeia-vive-em-risco-de-pobreza-
“O diagnóstico da Oxfam está correto: lista da universidade norte-americana de Co- diz. Acesso: 27/02/2018.
os níveis de pobreza e de desigualdade na Eu- lumbia, no preâmbulo do relatório.
ropa, agravados pela crise econômica e pelas Em 2013, cerca de 50 milhões de pessoas
C
168
Indústria
A geografia das indústrias na Europa tem como seu ponto forte
a infraestrutura que foi criada, principalmente na Europa Ociden-
tal, para atender às suas necessidades. A disponibilidade de fontes
energéticas e centros de pesquisa e inovação universitários associa-
dos às indústrias, portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias que pro-
1:19
porcionam um ambiente adequado ao desenvolvimento industrial
desde a Revolução Industrial, ganhou maior impulso no pós-guer-
ra. A Europa tem grande importância no mundo devido à força da
União Europeia por ter um alto nível de desenvolvimento humano
e por seu peso na tomada de decisões na geopolítica internacional.
Coloca-se como um dos continentes centrais do mundo, tanto pela
força econômica como pela força política. Entre os países do G7,
grupo dos países mais desenvolvidos do mundo, destacam-se qua-
tro europeus: Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
Reino Unido
O Reino Unido é uma das maiores forças da Europa e uma po-
tência com o 5o maior PIB no mundo, e figura como o 10o maior
exportador no comércio internacional. Foi o berço da Revolução
Industrial a partir da indústria têxtil e siderúrgica, que foi, em gran-
de parte, responsável pelo domínio do comércio mundial no século
XIX e primeira metade do século XX pela Inglaterra. Atualmente,
destaca-se nas indústrias química, petroquímica, automobilística,
eletroeletrônica e alimentícia. A pauta de exportação do Reino
Leitura Unido tem como principais produtos os automóveis, remédios e
complementar as turbinas a gás totalizando 404 bilhões de dólares.
França
A produção industrial da França ganhou fôlego após a Segunda
População alemã cai apesar da Guerra Mundial e chegou a figurar entre as cinco maiores potências
econômicas do mundo, no fim da década de 1990. Os principais
imigração produtos da indústria francesa são aviões, helicópteros e tecnologia
espacial, totalizando 9,3% das exportações francesas. Medicamentos
embalados, carros e turbinas a gás, além de dezenas de produtos indus-
Aumento do número de imigrantes freia
trializados, colocam a França como um dos maiores parques indus-
queda da população, mas ainda assim Alema- triais, com 2,4 trilhões de dólares do PIB, ocupando 6a colocação do
nha terá, em 2060, entre 7 milhões e 13 milhões FMI em 2015. O total das exportações francesas em 2016 foi de 580
bilhões de dólares, totalizando 3,1% do comércio mundial.
de habitantes a menos, segundo estatísticos.
VanderWolf Images/Shutterstock.com
A população da Alemanha vai continuar
diminuindo nas próximas décadas, mas, graças
à imigração, menos do que se esperava, segun-
do cálculos divulgados pelo Departamento Fe-
deral de Estatísticas (Destatis), em Berlim. Dassault Aviation é uma empresa fabri-
cante de aviões civis e militares, sediada
Pela nova projeção, a população deverá na França. Em 2016, a empresa lucrou mais de
3 bilhões de dólares.
cair dos atuais 80,8 milhões para um número
entre 67,6 milhões e 73,1 milhões até 2060, 170 Capítulo 5 – Natureza, ambientes e qualidade de vida: Ásia, Oceania e Europa
dependendo do tamanho da imigração. Há
seis anos, data da projeção anterior, os estatís-
ticos calculavam que haveria entre 65 milhões CG_8ºano_05.indd 170 16/05/2018 09:31:19 CG
e 70 milhões de pessoas na Alemanha daqui ativa (entre 20 e 65 anos) cairá de cerca de 50 mi- imigrantes, para que possam encontrar logo
a 45 anos. lhões para 34 milhões ou 38 milhões. trabalho ou cursos profissionalizantes.
Desde 2011 a imigração cresce na Alema- Segundo os estatísticos, a Alemanha não Em 2060, a expectativa de vida das mu-
nha, com fluxos migratórios oriundos princi- pode esperar que vá compensar esses números lheres deverá estar em 89 anos, e a dos ho-
palmente do Leste Europeu e dos países em apenas com a imigração do sul e do leste da mens, em 85. A taxa de fecundidade deverá
crise do sul da Europa. Os especialistas cita- Europa, pois também nessas regiões a popu- se manter em 1,4 filho para cada mulher, pro-
ram a Polônia como exemplo de país que en- lação envelhece e a força de trabalho diminui. porção considerada insuficiente para que uma
via pessoas para a Alemanha. Para manter a população nos níveis atuais população se mantenha constante.
As novas informações comprovam o acele- até 2060, seriam necessários 450 mil imigran-
rado envelhecimento da população alemã. Hoje, tes por ano, afirma o Destatis. A média espe- Disponível em: http://www. dw.com/pt/
um em cada cinco alemães tem mais de 65 anos. rada para os próximos anos é de 130 mil. A popula%C3%A7%C3%A3o-alem%C3%A3-cai-apesar-
Em 2060, a proporção será um em cada três. Ao encarregada de imigração do governo alemão, da-imigra%C3%A7%C3%A3o/a-18413278. Acesso:
mesmo tempo, a população economicamente Aydan Özoguz, defendeu maior apoio aos 24/06/2016.
170
Itália
leitura
A Itália tem uma economia entre as mais importantes do mun-
do devido ao tamanho do seu parque industrial. Os principais pro- MAGNOLI, Demétrio. União Europeia:
dutos são máquinas, equipamentos, aço, ferro, tecidos, automóveis,
alimentos processados, cerâmica e calçados. A pauta de exporta- história e geopolítica. São Paulo: Moderna,
ções é diversificada em produtos farmacêuticos, unidades de discos 1994.
digitais, equipamentos de transmissão, nitrogênio, etc. Devido à
tradição italiana na indústria automobilística, por possuir marcas
de alcance mundial como Fiat, Ferrari, Maserati, Alfa Romeo, Bu- ROUGERIE, G. Geografia das paisagens.
gatti e outras marcas, os produtos que a Itália mais exportou em São Paulo: Difel, 1971.
2016 foram carros, caminhões de entrega e peças de veículos, com
7,1% das exportações equivalentes a 32,77 bilhões de um total de
518 bilhões de dólares. SANTOS, Milton. O novo mapa do
mundo: fim de século e globalização. 3. ed.
Mario Savoia/Shutterstock.com
Anotações
Fórmula 1 com seus carros de corrida
famosos pela qualidade e alto valor comercial
agregado.
serviços
É o setor que mais emprega e paga os melhores salários nas
economias mais desenvolvidas. O continente europeu tem na tec-
nologia, com pesados investimentos em centros de pesquisa e de-
senvolvimento, o seu maior produto de exportação e produção de
riqueza. A População Economicamente Ativa (PEA) da Europa
está mais predominantemente ocupada no setor terciário. Alguns
países como Andorra, Mônaco, Holanda e Reino Unido ultrapas-
sam 82% da PEA dedicada ao setor terciário.
Temos na Europa alguns países de baixo desenvolvimento eco-
nômico, como Albânia e Romênia com, respectivamente, 39,9% e
42,2% da PEA dedicada ao setor terciário. Isso revela, em grande
parte, que esses países têm uma economia voltada ao setor primá- Pesquisa e desenvolvimento na Europa é
prioridade. Centro da Agência espacial
rio, pois não é possível ter uma indústria e agropecuária desenvol- europeia em Paris, França.
171
TTstudio/Shutterstock.com
asiática.
3 Na Oceania, temos milhares de ilhas que formam vários países de pequena extensão. Observe o
mapa da Oceania na página 144 e aponte quais os três maiores países desse pequeno continente.
Na Austrália, predominam desertos e vegetação adaptados a climas extremamente secos, como as hi-
perxerófilas, que predominam na região centro-leste da Austrália, pois essa área é composta por deser-
5 A Ásia tem muitos climas diferentes. Alguns chuvosos, outros desérticos, além de climas polares.
Dentro da diversidade asiática, aponte a sua maior floresta e suas características principais.
As florestas de coníferas da Ásia são consideradas as maiores florestas do mundo, pois a sua extensão
vai de oeste para leste desde a Rússia, passando pelo norte da China, até o Japão, na presença do clima
subpolar, onde enfrentam um clima árido e com médias térmicas abaixo de zero na maior parte do ano.
São chamadas de coníferas porque predominam os pinheiros com forma de cone e as folhas em for-
ma de agulhas adaptadas ao clima com pouca água disponível, e com aspecto de homogeneidade sem
maior diversidade de espécies vegetais e animais.
desgastado com planaltos elevados de médias altitudes; e a região central, onde se encontram as planícies.
território formado por planícies. As planícies fluviais com rios navegáveis proporcionaram um aprovei-
9 Qual seria basicamente a diferença entre o clima da Europa influenciado pela corrente do Golfo e
sem a corrente do Golfo?
A corrente do Golfo simplesmente faz a diferença entre uma Europa toda congelada e uma Europa com
a presença de diferentes variações de climas, como os temperados ao centro, frio continental a leste,
10 O continente asiático é o mais populoso do Planeta. Quais são os países mais populosos? Faça a
relação entre a população asiática e a população mundial.
A Ásia é o continente mais populoso do mundo, com destaque para a China, Índia, Indonésia, Paquis-
tão, Bangladesh, Rússia asiática e Japão. Conta com mais da metade da população mundial. No total, a
humanos, que são o caucasiano (de pele branca), os mongólicos (pele amarelada) e os melanoide e ne-
groide (pele escura). A população negroide é minoria na Ásia e fica diluída com outros tipos humanos
no sudeste asiático e ao sul da Índia. Na parte central e oriental da Ásia, predomina o tipo humano
mil ilhas, incluindo a maior delas, Papua Nova-Guiné, tem o predomínio de tipos aborígenes, como
malaios e polinésios. A Austrália e Nova Zelândia têm como tipos humanos predominantes os brancos
de origem britânica, que dominaram e dizimaram os povos originais do continente, como os maoris na
mente na Europa ocidental, para atender às suas necessidades. A disponibilidade de fontes energéticas e cen-
tros de pesquisa e inovação universitários associados às indústrias, portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias,
14 Por que a agricultura europeia tem grande produtividade, mas não atende às suas necessidades de
abastecimento de produtos agropecuários.
A Europa, apesar de ter alta produtividade, sofre com a limitação para áreas de cultivo, dependendo as-
sim, das importações, pois, devido ao elevado grau de industrialização no continente, o setor primário
fica em segundo plano, já que pode produzir produtos com alto valor agregado e obter vantagens na
Cenário 3
As fontes de
energia: usos e
consequências na
Ásia, Oceania e
Europa
As fontes de energia são responsáveis pelo desenvolvimento e
manutenção do modo de vida da sociedade. Desde a Pré-História,
com a descoberta e utilização do fogo, o ser humano passou a se
diferenciar das outras espécies animais pela sua capacidade de ma-
Songquan Deng/Shutterstock.com
Cerca de metade dos rios e outros cursos
de água da Europa continental está ameaçada
por poluentes químicos, como pesticidas e outras
substâncias industriais, revelou um estudo pu-
blicado nos EUA.
C
176
1:21
A produção de energia hidrelétrica na Ásia é facilitada pela dis-
ponibilidade de grandes rios de planalto, como o Amarelo (Huang
Ho) e o Azul (Yang-Tsé) da China; ou o Ganges, o Bramaputra e o
Indo, na Índia. A China tem a maior geração do continente, segui-
da pela Rússia, Índia, Japão, Vietnã, Turquia e Paquistão.
Na Europa, os países que mais produzem energia hidrelétrica
são aqueles que possuem relevo acidentado, como os planaltos ao
norte e as montanhas ao sul, com destaque para Rússia, Noruega,
Suécia, França, Itália, Áustria, Espanha e Suíça.
22 - Paquistão 32.000
23 - Chile 24.000
24 - Nova Zelândia 24.000
25 - Peru 21.000
Disponível em: http://www.deagos-
tinigeografia.com/wing/confmondo/ 26 - Alemanha 19.000
confronti.jsp?goal=100077§ion 27 - Romênia 19.000
=2&year=2017&title=PIL%20tota-
le. Acesso em: 05/11/2017. 28 - Austrália 18.000
radioativos.
Quando ocorrem
desequilíbrios nos processos
Facilidade de transporte e
de funcionamento e produção,
manipulação do urânio e dos
pode causar acidentes que
resíduos radioativos, devido ao
interferem em toda a cadeia
seu tamanho reduzido.
humana e natural, com graves
prejuízos.
vem nas regiões próximas ao Himalaia, a cordi- cidade acelerada — entre 10 e 60 metros por cipalmente, nas décadas mais recentes”, disse
lheira também representa garantia de água far- ano. Na China, 5,5% deles já desapareceram o geólogo Richard Alley, da Universidade do
ta para abastecer cidades e irrigar plantações. ao longo das últimas quatro décadas. O rela- Estado da Pensilvânia, nos EUA, especialis-
Nas estações quentes, parte do gelo de seus 15 tório se baseou em dados obtidos recentemen- ta em glaciares.
mil glaciares se derrete e corre para uma malha te por satélite e em pesquisas feitas nos últimos Caso as geleiras do Himalaia continuem
de pequenos afluentes de grandes rios, como quarenta anos. Calcula-se que grande parte a encolher no ritmo atual, dois tipos de ca-
o Ganges, na Índia, e o Yang-Tsé, na China. dos glaciares do Himalaia poderá desaparecer tástrofe poderão ocorrer. Primeiro, o grande
No inverno, as nevascas repõem o gelo que se até 2035. Como no caso dos glaciares do Alas- volume de água que chegará aos grandes rios
foi. Esse caprichoso ciclo das águas vem se al- ca, dos Andes e de outras regiões do Planeta, asiáticos causará inundações em série, mui-
terando. Um relatório divulgado pelo Icimod, acredita-se que o culpado pelo fenômeno seja tas delas súbitas, como um pequeno tsunami.
um centro de pesquisas dos países da região, o aquecimento global. “A neve que cai durante Quando um glaciar se derrete, nem sempre a
em parceria com a ONU, mostra que os gla- o inverno não tem sido suficiente para repor o água corre diretamente para o rio mais próxi-
ciares do Himalaia vêm encolhendo em velo- gelo que desapareceu no último século e, prin- mo. Dependendo do relevo à sua volta, a água
182
Anticiclo/Shutterstock.com
deslocada para qualquer lugar Poluição atmosférica por gases se beneficiam de suas águas.
em que haja a necessidade. do efeito estufa e causadores de
chuvas ácidas. Fonte: Extraído de Leoleli Camargo. In: revista Veja,
Pela facilidade de construção, edição 2019 de 1º de agosto de 2007. Disponível em:
é instalada próxima aos centros O descarte da água utilizada
de consumo, sejam urbanos ou no resfriamento das turbinas http://veja.abril.com.br/010807/p.116.shtml. Acessado
industriais. causa desequilíbrios na fauna e em: 11 maio 2010. (Adaptado).
Atende bem aos países que na flora de rios e oceanos, com
não possuem diversidade de perdas de biodiversidade.
recursos energéticos.
fica represada em gigantescos lagos. Se as mar- Índia, Nepal, Butão e Paquistão. Num prazo
gens desses lagos se rompem em consequên- mais longo, o desaparecimento dos glaciares
cia de uma avalanche, por exemplo, as águas se do Himalaia e, consequentemente, das águas
espalham com violência e carregam tudo pelo que descem das montanhas vai diminuir dras-
caminho. Foi o que ocorreu em 1985, no Ne- ticamente o volume dos rios asiáticos, provo-
pal, quando o colapso de um lago inundou o cando secas. Cerca de 70% das águas do Rio
Vale Langmoche, matou vinte pessoas, des- Ganges vêm de afluentes alimentados pelos
truiu uma usina hidroelétrica recém-construí- glaciares do Nepal. Uma queda drástica do ní-
da, catorze pontes, trinta casas e vastas áreas vel do Ganges afetaria 37% do território culti-
de terra cultivada. Segundo o relatório do Ici- vado da Índia e deixaria 500 milhões de habi-
mod e da ONU, existem no mínimo 9 mil la- tantes expostos à falta de água.
gos glaciais espalhados pelos cinco países pe- O estudo sobre os glaciares do Himalaia
los quais se estende o Himalaia — China, confirma a teoria dos cientistas de que o aque-
183
complementar
Sergei Butorin/Shutterstock.com
Desregulamentação do setor 341026853
energético
Durante os últimos anos, foi produzido
um relaxamento continuado das normativas
do setor energético no Japão. No caso dos ne-
gócios relacionados com o petróleo cru, a im-
portação dessa matéria com a finalidade de ser
refinada e convertida em gasolina, óleo leve e
pesado, era monopólio das refinarias de petró-
leo. Entretanto, desde abril de 1996, tais im-
portações podem ser realizadas por qualquer
empresa sempre que esta cumpra certas nor-
mas de armazenamento seguro e apresente 184 Capítulo 5 – Natureza, ambientes e qualidade de vida: Ásia, Oceania e Europa
controle de qualidade. Em abril de 1998, foi
eliminada a proibição de se ter bombas de au-
tosserviço nos postos de combustíveis. Como CG_8ºano_05.indd 184 16/05/2018 09:31:23
parte de uma série de medidas desregulado- Elétricas, desde dezembro de 1995 a compe- tidade de eletricidade vendida por provedores
ras, em janeiro de 2002 se eliminaram as re- tição tem sido incentivada ao mercado para além das companhias elétricas.
gulamentações que controlavam o equilíbrio a geração e suprimento de eletricidade. A in- Em resposta ao acidente da Central Nu-
do fornecimento e da demanda, e se colocou trodução de um sistema de oferta de energia clear de Fukushima Dai-ichi da Companhia
em prática um novo sistema para reunir infor- elétrica em 1996 permitiu que outras compa- Elétrica de Tóquio, causado pelo Grande Ter-
mação para se utilizar em casos de emergência. nhias vendessem a eletricidade que elas gera- remoto do Leste do Japão e o tsunami de mar-
Essas medidas desreguladoras estão ajudando vam para as companhias elétricas. A partir de ço de 2011, o governo começou a revisar o seu
a acelerar a reorganização da indústria nacio- março de 2000, a venda de eletricidade com Plano de Energia Básico e tem considerado a
nal do petróleo no Japão por meio de fusões e o objetivo de garantir a oferta estável e ajudar possibilidade de futuras desregulamentações
alianças corporativas. a reduzir o aquecimento global foi liberada. no setor da indústria energética.
A regulamentação também está sendo Posteriormente também se aplicaram refor-
aplicada no setor elétrico. De acordo com mas estruturais no setor elétrico, o que con- Disponível em: http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/
uma revisão da Lei da Indústria de Instalações tribuiu para um aumento constante da quan- energia.html. Acesso em: 27/02/2018.
C
184
Reprodução
Leitura
complementar
O Japão tem a terceira maior capacida- As energias renováveis têm um apelo ambiental muito gran-
de, pois têm baixos impactos quando comparada às fontes mais
de instalada de geração de energia elétrica do utilizadas nas matrizes energéticas da maioria dos países. A Euro-
mundo. O pequeno arquipélago que capta pa e a Ásia são potências mundiais no aproveitamento das ener-
gias renováveis.
energia solar do Pacífico Norte está atrás ape-
nas da China e dos Estados Unidos.
anyaivanova/Shutterstock.com
Entretanto, a produção de energia para
manter a poderosa indústria japonesa preocu-
pa seus governantes, pois o país carece de re-
cursos naturais. De acordo com a U.S. Energy
Information Administration, o Japão é o maior
importador de gás natural do mundo, o se-
gundo maior de carvão e o terceiro de petró-
leo e derivados.
Para driblar a falta de insumos, o país in- Usina de energia solar na Saxônia, Ale-
vestiu em energia nuclear a partir de 1954. manha. A Alemanha é a maior geradora
de energia solar no mundo.
Antes do acidente de Fukushima, em 2011, o Outras potências asiáticas em energias renováveis são o Japão e
Japão era o terceiro maior produtor de energia a Índia. O Japão tem destaque para a produção de energia solar, e
energia eólica. A matriz renovável da Índia é mais diversificada do
nuclear. As usinas atômicas geravam um terço que a japonesa, com capacidade para energia eólica, energia solar,
da energia consumida no país e a intenção do
governo era elevar o índice a 50%. 186 Capítulo 5 – Natureza, ambientes e qualidade de vida: Ásia, Oceania e Europa
O tsunami que atingiu a Central Nuclear
de Fukushima forçou uma revisão dos pla-
nos. A contaminação radioativa de territórios CG_8ºano_05.indd 186 16/05/2018 09:31:23
ao norte de Tóquio tirou de suas casas mais sídios governamentais para cobrir parte dos Com a desativação dos reatores de Fukushi-
de 160 mil pessoas. Foi o pior acidente desde altos custos do empreendimento. ma, o país passou a importar mais combustíveis
Chernobil, na Ucrânia, em 1986. Com o nome de Kagoshima Nanatsujima fósseis. Foram gastos US$ 270 bilhões, ou 58%
Mega Solar Power Plant, a usina tem capacida- a mais.
Alternativa de de gerar 70 MW, o suficiente para abastecer Hoje o Japão tenta diversificar fornece-
22 mil residências. São 290 mil painéis solares, dores. Aos tradicionais parceiros do Oriente
Após o desastre, o governo japonês deter- que formam ilhas em uma baía, ocupando área Médio, estão sendo acrescidos a Rússia e paí-
minou a desativação dos 50 reatores nuclea- de mais de 1,2 milhão de metros quadrados. ses do Sudeste Asiático e do oeste da África.
res então existentes e anunciou um projeto de Apesar do avanço no campo das re-
longo prazo de investimento em fontes alter- nováveis — em 2013, apenas 1% da ener- Disponível em: https://www12.senado.leg.br/
nativas. Em 2013, foi inaugurada a maior usi- gia consumida veio de fontes nucleares —, emdiscussao/edicoes/o-desafio-da-energia/ mundo/
na de energia solar do país, de propriedade da o governo japonês concluiu que não pode japao- busca-fontes-mais-seguras. Acessado em:
indústria eletrônica Kyocera, que recebeu sub- abrir mão da fonte nuclear. 27/02/2018.
C
186
Parque eólico na China, região autônoma de Xinjiang-Uigur, é o maior gerador de energia eó-
lica do mundo.
1:23
Capacidade
Ranking Ranking
Países instalada 2012 2013
2012 2013
(GW)
Sinopse: No final dos anos 1920, Adela Quested, uma rica inglesa de ideias liberais, viaja para fora
do país pela primeira vez, indo à Índia para encontrar seu noivo. O choque cultural acontece, mas
quando tudo parecia facilitar sua integração, Adela acusa o jovem Dr. Aziz de tentativa de estupro
durante um passeio até as cavernas de Marabar.
Geração roubada
Direção: Phillip Noyce.
Ano: 2003.
Encerramento
1 (UEPB) “Se você cruzasse, a pé, o Alasca e o Canadá, a Escandinávia e a Sibéria, estaria sempre na
‘mesma floresta’, diz o ativista Dom Sullivan.” Essa floresta descrita, que representa 1/3 das matas exis-
tentes na Terra e está representada no cartograma, é:
a. a floresta galeria.
b. a floresta tropical.
c. a floresta temperada. Oceano
Pacífico
d. a floresta amazônica. Oceano
Pacífico Oceano
Índico
e. X a floresta boreal. N
Oceano
Atlântico
O L
0 2.000 km 4.000 km
S
Sinelev/Shutterstock.com
a. floresta tropical úmida, típica das baixas latitudes, com predomínio de abetos, pinheiros, e a
presença de arbustos e manchas de campo.
b. tundra, encontrada em áreas de clima frio, como no Canadá, sul da Groenlândia, Noruega,
Suécia, Finlândia e Sibéria.
c. X taiga, associada aos climas das altas latitudes, também conhecida como floresta boreal ou de
coníferas, que apresenta folhas finas, em forma de agulhas.
d. tundra, geralmente associada aos climas das altas latitudes, com predominância de massas pola-
res e grandes turbulências atmosféricas.
e. taiga, um dos biomas menos explorados da Terra para a produção de energia, cuja preservação é
também explicada pela rara ocorrência de incêndios, em áreas de clima frio.
3 (UEPB) Em matéria exibida no dia 27 de maio de 2005, com o título “Sibéria, o inferno gelado”, o
Globo Repórter mostrou a vida dos nômades criadores de renas, que “moram e viajam em casas sobre ro-
das, cobertas de peles”. Esse “gênero de vida” é também uma forma de preservar o frágil ecossistema, cuja
vegetação de liquens e musgos cresce apenas no curto verão do Ártico. Trata-se, portanto, do domínio:
a. da floresta decídua. b. da taiga. c. da floresta boreal.
d. X da tundra. e. da estepe.
a. O setor agropecuário na Austrália apresenta uma elevada participação nas exportações e a pe-
cuária constitui uma das principais fontes de riqueza.
b. A Austrália possui uma das mais baixas densidades demográficas do mundo e sua população
concentra-se no litoral e nas regiões mais úmidas.
c. A agropecuária na Nova Zelândia ocupa grande parte de seu território; é uma atividade muito im-
portante economicamente, responsável por grande parte das exportações de produtos industriais.
d. X Ao todo, a Oceania é formada por 4 grandes ilhas; a maior que representa o território australia-
no, e 3 ilhas menores, que formam o arquipélago da Nova Zelândia e a Ilha da Tasmânia, que
constitui um país independente.
e. Durante o processo de ocupação da Nova Zelândia pelos ingleses, a população nativa teve suas terras
usurpadas e grande parte de sua população dizimada. Hoje, a população é predominantemente branca.
6 (UEM – Adaptada) A Austrália e a Nova Zelândia são países da Oceania. Marque V para verda-
deiro ou F para falso.
a. V Ambas foram objeto da colonização britânica.
b. F Essas nações não são classificadas como pertencentes economicamente ao Primeiro Mundo, por
se localizarem no hemisfério sul.
c. F A Nova Zelândia fica ao norte do Trópico de Capricórnio e, quanto mais se avança para o sul,
mais frio o clima fica.
d. V A Austrália possui grande diversidade de paisagens naturais, como desertos, estepes, savanas,
florestas tropicais e subtropicais.
e. V O Trópico de Capricórnio passa pela região central da Austrália. Logo, sua porção norte situa-se
na zona intertropical, e a sul, na zona temperada do hemisfério sul.
Consumo de energia
Mtep
3.000
China
2.500
Estados
2.000 Unidos
União
1.500 Europeia
1.000
500 Japão
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
(http://sciences blogs.liberation.fr)
35
Carvão mineral
30
25
Gás natural
Outras fontes
20
15 renováveis
de energia
10
Hidreletricidade Energia nuclear
5
0
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Com base no gráfico e em seus conhecimentos, identifique, na escala mundial, a afirmação correta.
a. A queda no consumo de petróleo, após a década de 1970, é devida à acentuada diminuição de
sua utilização no setor aeroviário e, também, à sua substituição pela energia das marés.
b. X O aumento relativo do consumo de carvão mineral, a partir da década de 2000, está relacionado
ao fato de China e Índia estarem entre os grandes produtores e consumidores de carvão mineral,
produto que esses países utilizam em sua crescente industrialização.
c. A participação da hidroeletricidade se manteve constante, em todo o período, em função da
regulamentação ambiental proposta pela ONU, que proíbe a implantação de novas usinas.
d. O aumento da participação das fontes renováveis de energia, após a década de 1980, explica-se
pelo crescente aproveitamento de energia solar, proposto nos planos governamentais, em países
desenvolvidos de alta latitude.
e. O aumento do consumo do gás natural, ao longo de todo o período coberto pelo gráfico, é explicado
por sua utilização crescente nos meios de transporte, conforme estabelecido no Protocolo de Cartagena.
a. por ter o seu território banhado pelos oceanos Pacífico e Índico, e por sua importância no mer-
cado mundial, devido ao elevado consumo de carvão mineral.
b. devido à sua localização próxima à China e à Índia e à sua importância econômica como princi-
pal produtora de carvão mineral em escala mundial.
c. X devido à sua localização entre Ásia, Europa e África e à sua importância econômica como deten-
tor das maiores reservas mundiais de petróleo em terra.
d. por ter o seu território banhado pelo Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho e por sua importância
no mercado mundial como principal consumidor de petróleo.
LINS, Hoyêdo N. Geoeconomia e geopolítica dos recursos energéticos na primeira década do século XXI.
11 (Unimontes) O acidente em Fukushima reaviva o trauma nuclear no Japão e leva o mundo a de-
bater se essa fonte de energia é realmente segura e imprescindível. Países cancelam ou reavaliam seus
planos atômicos.
Revista Veja, 23/3/2011.
Considerando o texto e seus conhecimentos referentes à produção, uso e consumo da energia nuclear,
é incorreto afirmar que:
12 (Vunesp – Adaptada) Pelas características geográficas, o Japão tem sérias dificuldades para suprir
suas necessidades de energia e matérias-primas industriais. Essa realidade fez com que o país procurasse
desenvolver, sobretudo:
13 (Enem – Adaptada) Em usinas hidroelétricas, a queda d’água move turbinas que acionam gerado-
res. Em usinas eólicas, os geradores são acionados por hélices movidas pelo vento. Na conversão direta
solar-elétrica são células fotovoltaicas que produzem tensão elétrica. Os países mais ricos da Europa e
da Ásia têm investido nesses novos tipos de energia, pois além de todos produzirem eletricidade, esses
processos têm em comum o fato de:
15 (UEPB – Adaptada) Observe a área destacada pelas hachuras no mapa. Ela representa uma região
de grande importância geopolítica pela sua localização na confluência entre Europa, Ásia e África; por
ser o berço do judaísmo, do cristianismo e do islamismo, das línguas semíticas e por ser detentora das
maiores reservas de petróleo do mundo.
N Esta conflituosa região é denominada de:
Mar Neg
ro
Mar
O L
a. Extremo Oriente.
C
S
áspi
Turquia
b. Leste Europeu.
o
Chipre
tão
Síria is
Líbano n c. X Oriente Médio.
Iraque Irã ega
Israel Af
Egito Jordânia d. Bálcãs.
(parte Kuwait
asiática) e. Cáucaso.
Bahrein
Catar Câncer
Trópico de
Arábia Saudita Emirados
Árabes Unidos
Ma
r Ve
ã
Om
rm e
Iêmen Oceano
lho
0 241 km 482 km
Índico
16 (UFRR) A China ocupa o centro das atenções no noticiário econômico e político mundial. O
seu rápido crescimento industrial permite, por exemplo, que seja responsável pela produção de mais
de 50% dos brinquedos, relógios e calçados no mundo. Esse rápido crescimento poderá levar a várias
consequências, exceto:
1. Fontes de energia.
2. Mercado consumidor.
3. Matérias-primas.
4. Mão de obra.
16,4 209,1
113,6 54
39,7
95,2 73,9
159,3
22,8
36,3 96,4
84,4
329,1
133,1
20,3
37,4
23 37
20,4
27,5
O L
(Adaptado de Yves Lacoste, Geopolítica: la larga história del presente. Madrid, Editorial Sintesis, 2008.)
a. a porção do globo que mais importa petróleo é o Oriente Médio, região carente desse recurso.
b. o Japão consome petróleo principalmente da Rússia, em função da proximidade geográfica.
c. a Europa é importante exportadora de petróleo em função da grande quantidade de países pro-
dutores.
d. X o Oriente médio é um importante exportador de petróleo para o Japão.
Anotações
utterstock.com
Gustavo Frazao/Sh
Objetivos
pedagógicos • Apresentar as vertentes hidrográficas
americanas.
• Valorizar a água como um recurso natural
• Conhecer e caracterizar as paisagens natu- de extrema importância para a manutenção
rais do continente americano. da vida.
• Reconhecer as características das principais • Perceber elementos da dinâmica das corren-
formas do relevo americano. tes marinhas.
• Estudar a constituição do relevo em monta- • Tratar da diversidade climática na América.
nhas, planaltos, planícies e depressões, explican- • Apontar e caracterizar os principais biomas
do sua diversidade e divisão em áreas específicas. presentes no continente americano.
• Identificar as características dos principais • Discutir os problemas ambientais em esca-
rios e bacias hidrográficas da América. la local e global.
197
C
198
O L
Alasca Groenlândia
(EUA) (DIN)
Canadá
Estados Unidos
Oceano
Tróp
ic
Atlântico
o de
Cânce
r
Haiti
México Cuba
Rep. Dominicana
Porto Rico
Belize Jamaica
Honduras
Guatemala
Nicarágua Guiana
El Salvador Suriname
Guiana Francesa
Costa Rica Venezuela
Panamá
Colômbia
Equador
Chile
3:28
América Central Argentina
América do Sul
0 375 km 751 km
A América do Norte é formada por três países independentes — o Canadá, os Estados Unidos e o México — e pela Groenlândia, uma possessão da
Dinamarca. A América Central é constituída por sete países na parte ístmica e pelas Antilhas ou Caribe, na insular. Já a América do Sul é formada
por catorze países, sendo treze continentais e um insular (Trinidad e Tobago).
C
200
CÍRC
50
Oceano
I. Aleutas
UL O
Glacial Ártico Mte. Gunnbjorn
PO
Yukon
3.780m
400
LA
Islândia
Mte Mckinley
R
ÁR
6.187M 2.0
Mte. Logan 00
TI
m
6.050M
C
O
Golfo
Ilha
Baía 1.0
00
Europa
Vitória
Mackenzie
do Alasca de Baffin m
50
0m
Terra de
Baffin
Gde. Lago
do Escravo
Estr. de
Hu
d s on
Baía
0
de Hudson
30 Península
tas
Nelson do Labrador
ca
as
sta
sC
Co
L. Winnipeg
da
. da
ia
Ca
de
Terra Nova
Ca
G. do
Mis
L. Superior ço
L. Salgado ren São lourenço
s
ou
ou
Tr 4.418m
L. Michigan
óp
L. Ontário
ic
o
Ar
de
Colorado L. Erie
Planalto
0 ka
Câ P. Blanca
20 ns
nc do Colorado 4.373M
as Ohio
er
SA. MA
Planí l
cie Centra
DRE a Califórn
Pen. da
SA
G. d
Califórnia
.
I. Bermudas
OCID
Gra
M
Mississipi
AD
nde
R
EN
EO
Pen. de
TA
RIENTA
Flórida
o do México
L
Golf
ia
Is. Bahamas
Planalto
L
do México
0
10 Mte. Citlaltépetl
Popocatépel 5 700M
5 452M
Pen. do Grandes Antilhas
Iucatã
P.Neblina
Cotopaxi 6.768M Planalto
I. Galápagos 5.896M das Guianas
Neg I. de Marajó
Chimborazo
ro
Oceano
s
azona
6.272m Solimões R. Am
ós
aj
Planície Amazônica
p
I. Fernando
Pacífico
Ta
ra
ei
de Noronha
Uca
ad
ntins
M
yali
São Francisco
Toca
Ruascaram
6.768m
Planalto
Brasileiro
0
10
N
Altiplanos
Paraguai
O L
D. Atacama
ná
ra
Pa
S
io
ricórn
Planície
Cap
Latina
de
i
pico
ua
3:28
Tró
ug
Ur
Mte. Aconcágua
Altitudes
R. da
7.000M
Prata
1.000 m
0
20 Colo
rado
500 m I. de Páscoa
Chubut
200 m
D. Patagônia
0m 0 357 km 714 km
I. Falkland
Oeste de Greenwich
Estr.0 de Magalhães Terra do Fogo I. Geórgia
0 0 0 0 0 0 0 0 0 do Sul 300 0 0 0
180 120 110 100 90 80 70 60 50 40 20 10 0
jo Crebbin/Shutterstock.com
cada de 1970 e estão diminuindo ao ritmo mais
rápido nos últimos 300 anos, afirma um estudo
divulgado na revista especializada Cryosphere.
Realizada pelo Laboratório de Glacio-
logia e Geofísica Ambiental de Grenoble, na
França, a pesquisa estudou dados de cerca de O comprimento das montanhas é de
aproximadamente 2.400 km e altitude
metade das geleiras da região andina, que for- média de 1.000 metros.
necem toneladas de água para milhões de pes- Na América do Sul, podemos destacar as serras do Mar e da Man-
tiqueira, que atingem 2.890 metros de altitude, além da Serra Geral.
soas na América do Sul.
Segundo a pesquisa, o derretimento se Baixas altitudes
deve a um aumento médio de temperatura de A porção de relevo com altitudes mais baixas dessa região está no
cerca de 0,7 ºC entre 1950 e 1994. extremo leste dos conjuntos montanhosos e de planaltos. Exemplo tí-
pico é a grande planície que se abre a leste dos Apalaches e se amplia
De acordo com a pesquisa, o degelo está em direção ao Oceano Atlântico e a longa planície litorânea brasileira.
ocorrendo em toda a região tropical dos An- Essas são as áreas mais povoadas do continente, nas quais fo-
des, mas tem sido mais acentuado nas peque- ram construídas grandes cidades, como Nova York, Washington,
Boston e Filadélfia, nos Estados Unidos; e Recife, Salvador e Rio
nas geleiras situadas a baixas altitudes. de Janeiro, no Brasil.
Geleiras situadas abaixo de 5.400 metros
Gustavo Frazao/Shutterstock.com
perderam cerca de 1,35 metro de espessura de
gelo por ano desde a década de 1970, o dobro
do índice das situadas a altitudes mais elevadas.
Escassez de água
“Como a espessura destas geleiras de bai- Assim como Rio de Janeiro e Nova York,
xa altitude raramente supera 40 metros, com Recife é uma cidade litorânea interligada
ao Oceano Atlântico.
tamanha perda anual elas provavelmente irão
desaparecer por completo nas próximas dé- 202 Capítulo 6 – A diversidade natural da América
cadas”, afirma Antoine Rabatel, do instituto
francês responsável pelo estudo.
Os pesquisadores disseram ter havido CG_8ºano_06.indd 202 30/04/2018 09:43:29 CG
pouca mudança no que diz respeito à quanti- lívia, também poderão enfrentar problemas. do desde o início do século XX, com poucas
dade de chuva na região ao longo das últimas “Geleiras respondem por até 15% do abaste- exceções. As geleiras do Himalaia que ainda
décadas e que, portanto, isso não poderia estar cimento de água de La Paz ao longo do ano. são relativamente pouco estudadas estariam,
por trás na redução das geleiras. E, na temporada seca, essa proporção sobe segundo indícios, acumulando massa, em vez
Se não ocorrerem mudanças na regularida- para 27%”, afirma Álvaro Soruco, do Insti- de estarem sofrendo degelo.
de das chuvas na região, esta poderá enfrentar es- tuto de Investigações Geológicas e Ambien- Cientistas afirmam que a geleira de Cha-
cassez de águas no futuro, afirmaram os cientistas. tais da Bolívia. O Painel Intergovernamental caltaya, na Bolívia, que costumava contar com
O vale do Rio Santa, no Peru, poderá ser sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na si- a mais elevada pista de esqui do mundo, já
o mais afetado; centenas de milhares de habi- gla em inglês) tem apontado para a impor- quase desapareceu.
tantes se valem das águas glaciais para o uso na tância das geleiras de montanhas como sensí-
agricultura, para o consumo doméstico e para veis indicadores da ocorrência de mudanças Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/
a energia hídrica. climáticas. noticias/2013/01/130123_geleira_andes_bg.shtml.
Grandes cidades, como La Paz, na Bo- Em todo o mundo, as geleiras têm recua- Adaptado. Acessado em: 11/06/2016.
202
O Grand Canyon é um desfiladeiro íngreme esculpido pela natureza, no estado do Arizona, nos Estados Unidos.
203
Andrew Zarivny/Shutterstock.com
função de variações naturais ou por causas an-
tropogênicas, ou seja, provocadas pelo homem.
O fato é que provocará mudanças na costa oes-
te da Europa nas próximas décadas.
O motor que impele a Corrente do Gol-
fo está enfraquecendo e desacelerando o mo-
vimento circular das águas. Esse fluxo é manti- Com a sua localização no Círculo do
do e impulsionado por um redemoinho que se Pacífico, Vancouver é um dos maiores
centros industriais do país.
forma pela mistura de água gelada provenien-
te do Ártico com água quente trazida de áreas 204 Capítulo 6 – A diversidade natural da América
tropicais.
C
204
nte da G
ol a
rÁ
rti
co
Baía de
Baffin
r oe
nl
nd
Oceano
â
Co ia
rr
Pacífico
Baía de
en
Hudson
t ed
o Lab
a
Na América do Sul, as planícies são bastante estreitas e, por
ente da Califórni
ra
vezes, desaparecem em virtude do alongamento dos Andes, que do
co
r
chegam até o Oceano Pacífico. A maioria dessas planícies apresentado Méxi
Tr
ic
óp
o
de
Câ
o Go l f o
climas áridos, principalmente no litoral do Peru e do Chile,
nc
er
e d como
nt
consequência da passagem da corrente marítima fria de Humboldt,
rr e
Co
que não permite a penetração de massas de ar úmidas no litoral.
orr
Como decorrênciaC desses fenômenos naturais, é bastante escasso o Cor do México
rent Go
lfo
e Norte-
povoamento dessas regiões. Equatorial
0 375 km 750 km
Mar das Antilhas
Equ
ador
O L
S
nio
i cór
apr
dt
eC
od
ol
pic
ró b
um
T
Corre
nte de H
Corrente marítima Oceano
Atlântico
Quente
das Falklan
Corrente ds
Fria
3:29
Martina Roth/Shutterstock.com
1
Leitura
complementar
Galyna Andrushko/Shutterstock.com
2
welcomia/Shutterstock.com
milhões de anos, pela ação de um asteroide. Geografia em cena
Hoje, as principais partes dessa enorme
Com índices pluvio-
cicatriz na superfície da Terra estão enterradas métricos de aproximada-
no fundo do mar, sob uma camada de 600 me- mente 40 cm de chuva ao
tros de sedimentos oceânicos. ano, o Arizona (estado do
cobre) é um dos 50 estados
Os cientistas acreditam que acessar as ro- caracterizado pela presença
O território do estado do Arizona é, em grande parte, árido e semi-desértico e tem uma grande
variedade de paisagens.
chas por meio de perfurações pode revelar do deserto. Todavia, apesar
No México, destacam-se os planaltos elevados, entre as Sierras
mais informações sobre a escala do impacto e das dificuldades pluvio-
Madre Ocidental e Oriental, cujos principais compartimentos são
métricas, possui uma das
a catástrofe ambiental que se seguiu. maiores taxas de crescimen-
o Planalto de Chihuahua, ao norte, e o Planalto de Anahuac, ao sul.
Essas regiões são densamente povoadas. Foram nelas que se desen-
O alvo preferencial do estudo são os cha- to populacional do país.
volveu a civilização asteca.
mados “anéis de pico”, formações típicas de
grandes crateras de impacto, criadas pela ele- 206 Capítulo 6 – A diversidade natural da América
vação do solo após as colisões.
A Chicxulub é a única estrutura com anéis
de pico intactos no Planeta. As outras estão lo- CG_8ºano_06.indd 206 30/04/2018 09:43:30
calizadas em outros planetas ou se erodiram. tal de energia no impacto, e o volume total de Como o asteroide atingiu uma área que
Sondagens da área abaixo do leito do rochas que foi escavado e lançado na estratos- era um mar raso, é provável que a cratera cria-
oceano mostram que o anel lembra uma ca- fera para causar o dano ambiental.” da tenha rapidamente se enchido de água.
deia de montanhas em forma de arco. O cataclismo registrado ao final do Pe- Essa água pode ter se infiltrado pelas ro-
ríodo Cretáceo dizimou muitas espécies, não chas quentes e fraturadas, liberando compos-
Em busca de pistas apenas os dinossauros. Todo o material lança- tos químicos que poderiam ter sustentado mi-
do na atmosfera teria escurecido o céu e con- cro-organismos. Condições semelhantes são
“Queremos saber a origem das rochas que gelado o Planeta por meses. observadas hoje ao longo da fossa que atraves-
formaram esse anel de pico”, diz Joanna Mor- Mas, mesmo tendo acabado com boa par- sa o centro do oceano Atlântico.
gan, do Imperial College de Londres, uma das te da vida no Planeta, o episódio abriu oportu-
coordenadoras do estudo. “Saber isso ajudará nidades para as espécies que sobreviveram. Os Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/
a entender como grandes crateras são forma- pesquisadores querem saber se a região do im- noticias/2016/04/160406_cratera_dinossauros_tg.
das, e como é importante poder estimar o to- pacto se tornou uma espécie de berço de vida. Acessado em: 27/02/2018.
C
206
rsooll/Shutterstock.com
essa área, que recebe o nome de
Planície Central, ocupa uma
vasta extensão: do norte do
Canadá até o Golfo do Méxi-
co. Destacam-se, nessa região:
A Planície Canadense,
que encontra a Baía de
Hudson, unindo-se ao sul
com a Planície dos Gran-
des Lagos.
A Planície do São Lou-
renço, drenada pelo rio de
mesmo nome.
A Planície do Missis-
sipi, que se alarga ao sul,
onde é chamada de Planí-
cie do Golfo.
O L
Juneau
Vancouver
Montreal
Ottawa
Boston
San Francisco Detroit
Nova York
Chicago Filadélfia
Pittsburgh
Washington
Oceano
Saint Louis
Los Angeles Norfolk
Memphis
Atlântico
Atlanta
Dallas Nova Orleans
Tróp
ic o de
Cânce
r Houston Miami
Havana
São Domingos
Cidade do México San Juan
Kingston
Belmopan Porto
Príncipe
Cidade de Guatemala Tegucigalpa
São Salvador Manágua Porto de Espanha
Caracas Georgetown
São José Medellín
Paramaribo
Cidade
do Panamá Bogotá
Quito
Recife
Oceano
Lima
Pacífico
Capitais
Brasília
Cidades principais La Paz
Densidade demográfica
Trópico de Capri Rio de Janeiro
córnio
2
(habitantes por km )
1 a 10
10 a 50 Santiago Montevidéu
100 a 200
Mais de 200
0 357 km 714 km
Conforme retratado no mapa, o continente americano contrasta grandes vazios demográficos e áreas de intensa concentração populacional, justifi-
cada pelas condições naturais e por razões históricas e econômicas.
Rede hidrográfica
da América
Águas americanas
Em virtude de suas características ambientais, sobretudo o clima
variado e a disposição do relevo, o continente americano possui uma
vasta rede hidrográfica. A maioria dos rios foi intensamente utilizada
ao longo da construção do espaço geográfico do continente.
Dividimos a rede hidrográfica da América em quatro verten-
tes: a vertente do Ártico, a vertente do Pacífico, a vertente do
Golfo do México e a vertente do Atlântico. Essa classificação é
feita levando-se em consideração as áreas elevadas e que se consti-
tuem em dispersores de água, onde nascem diversos rios.
Tipicamente canadense, essa vertente tem como representan- O rio Mackenzie nasce
te principal o Rio Mackenzie (4.100 km de extensão). Ele possui no centro-leste da Colúm-
uma grande importância econômica, pois é intensamente utilizado bia Britânica, no Canadá.
como via de transporte para as toras de madeira extraídas das flo- Considerado a maior bacia
restas boreais. hidrográfica do Canadá, ele
Os rios que fazem parte dessa vertente, em virtude do clima foi descoberto no ano de
muito frio, permanecem congelados durante grande parte do ano, 1789 pelo explorador Ale-
fato que limita a sua navegação aos meses de primavera e verão. xander Mackenzie.
Vertente do Pacífico
Anton Foltin/Shutterstock.com
CÍRC
50
UL O
PO
Yukon
0
LA
40
R
ÁR
Oceano
TI
N
C
O
O L Glacial
S Ártico
0
30
ço
en
ur
Lo
S.
0
20
er
10
0
Trópico de Cânc
Oceano
0
0
Atlântico
Equa
dor
Oceano
Pacífico
0
10
Vertente do Ártico
i
ua
Vertente do Atlântico
ug
Ur
R. da
Vertente do Golfo do México
Prata
Colo
Vertente do Pacífico rado
Chubut
0 510 km 1.020 km
Estr.0 de Magalhães
1800 1200 1100 1000 900 80 70 0
600 500 400 300 200 100 00
donvictorio/Shutterstock.com
Explique aos alunos que a colonização da
América pelos europeus resultou da procura de
uma rota marítima para as Índias, local onde
O rio Mississipi nasce no estado de
Minnnessota e deságua no Golfo do Mé- se achava a fonte da seda e das especiarias, pro-
xico. Possui a a terceira maior bacia hidrográfi-
ca do mundo, e é superado, em tamanho, pelas
bacias do Amazonas e do Congo.
dutos que tinham um grande valor comercial
no Velho Continente, ou Velho Mundo. Nes-
Vertente do Atlântico sa busca, no entanto, ao navegarem para oes-
Nessa região, os rios têm extensões relativamente grandes e são te, acabaram chegando ao que ficou conhecido
bastante aproveitados para geração de energia, transporte e irrigação. como o Novo Mundo.
Na América do Norte, o principal representante é o Rio São
Lourenço, situado na fronteira entre o Canadá e os Estados Uni-
dos. Esse rio foi de suma importância por se constituir em via de Anotações
penetração da civilização desses dois países para o interior e os
Grandes Lagos. Via de transporte de pessoas, minérios e produtos
agropecuários e industriais, o São Lourenço se tornou rota de inte-
gração e desenvolvimento econômico e foi o principal motor para
o surgimento de diversas cidades importantes. Entre elas, Que-
bec, Toronto, Montreal e Ottawa, no Canadá; e Detroit, Buffalo,
Milwaukee e Chicago, nos Estados Unidos. Para que esse desen-
volvimento fosse possível, o governo dos dois países investiu pe-
sadamente em obras de infraestrutura para a criação de uma vasta
hidrovia lacustre, fluvial e marítima.
Na América do Sul, grande parte dos rios é utilizada para ge-
ração de hidroeletricidade. Desse grupo, podemos destacar o São
Francisco e o Paraná. Outros, por serem de planície, pela dificulda-
de de acesso ou pela forte inclinação, ainda são pouco aproveitados.
Dentre eles, o Parnaíba, o Amazonas, o Paraguai e o Uruguai, no
Brasil; o Orinoco, na Venezuela; e o Salado-Colorado, na Argen-
tina. Todos esses rios são usados para pesca, irrigação e navegação.
Vladimir Melnik/Shutterstock.com
:31
211
Diversidade
climatológica e
botânica
O alongamento
territorial em sentido
norte-sul
Essa característica do território americano faz com que, a par-
tir da Linha do Equador, em direção aos polos, desenvolvam-se cli-
mas em que as temperaturas são cada vez menores.
Pois, entre latitude e temperatura, há uma relação inversa: quan-
to maior a latitude, menor a temperatura, e vice-versa. Isso ocorre por
causa da curvatura da Terra, que implica uma menor perpendicula-
ridade no toque da luz solar sobre o solo, à medida que nos afastamos
do Equador, e pela maior reflexão da luz próximo aos polos, em virtu-
de da ampliação da superfície branca (gelo, neve, icebergs, etc.). Assim,
sucedem-se climas tropicais, temperados e o glacial.
Diversidade de altitudes e
disposição do relevo
Lembremos, em primeiro lugar, que altitude é a distância em
metros de qualquer ponto da superfície da Terra em relação ao nível
médio dos oceanos. Em condições ambientais normais, a tempe-
ratura diminui, em média, 1 ºC para cada 180 metros de altitude.
3.000 m Escarpa
Planaltos e Planalto da
chapadas da (ex-serra) Tabuleiros
do Ibiapaba Borborema
2.000 m bacia do rio litorâneos
Parnaíba Depressão Oceano
Rio Parnaíba Sertaneja Atlântico
1.000 m
0m
O Nordeste possui quase 1,5 mil km de extensão territorial. A figura acima apresenta o relevo da região, com destaque para os dois planaltos (o da
bacia do Parnaíba e o da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (Planalto Nordestino).
Vitoriano Júnior
0 396 km 792 km
140º 160º 180º 160º 140º
di 1.000 m
ffin
3.700 m
Ilha Vitória
a
Ásia
g
rin
Be
Ma
Círculo Polar Ártico Terra
cke
e
n
Grande Lago
ko
Yu
d de Baffin
nzie
tr. do Urso Islândia
Es Logan
McKinley
Estr.
6.050 m de
6.194 m Grande lago Hu 50
do Escravo dson 0m
60º Baía de
Ca d
Mon
Golfo Hudson
eia
do Alasca L. Athabasca
n
so
el
da C o
N
tan
Pen. do
Alasca Península
sta
Europa
h
do Labrador
as
Terra Nova
Oceano
s
Ro
ata
L. Superior G. do
as C ta
ço
asc
São Lourenço
n
Pacífico
os
ch
re
M ou
aC
L
L. Huron
S.
osa
ss
.d
is
L. Michigan
Cadeia d
s
L. Ontário
Ca
ipi
s
is
L. Salgado
so
he
s
uri
L.Eriê Long Island
40º
lac
Grande Bacia
Ark
do Blanca an
Whitney ra
a
lo 4.372 m s
Co
sa
Ap
4.448 m
Planalto do
Oceano
l
Colorado
Pl tr a
i
an
Mississip
íc n
ie Ce
Serra M
Atlântico
G
Se
G.
ra
rra M
nd
a
da
d
e
ad
Pen. da
Ca
re
México
re
o
Pen. da Flórida
lfo d
lifó
Planalto
O
Go
rn
ci
Califórnia do
rienta
ia
de
México
Trópico de Câncer
nt
al
N
l
20º
Pen. do
O L
Iucatã
Is. Revillagigedo Popocatepetl
5.452 m Citlaltepetl (Orizaba)
5.700 m
Fonte: Atlas Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.36.
Cor
Círc
0 595 km 1.190 km
ulo
Po
rente d
lar
Á
rti
co
Co
rr e
aG
Oceano nt
en
ro
e
Pacífico lân
do
di a
Labrador
te da Califórnia
c o
éxi
o do M
Golf
do
te
cer
r en
Cân
ren
Cor o de
Trópic
Co
Cor
en
rr te
Norte-E atorial
qu
Corren l
te ia
No a tor Corr
ent
r te-Equ e S
ul
Linha do Equador
-E
ial ua
tor
q
to r
ua ial
q
l-E
Su
e Corrente marítima
nt
Corre
Brasil
Quente
te d
o
Fria
en
rnio
ldt
icó
rr
r
Co
p
bo
Ca Cor m
de rente de Hu
ico
ó p
Tr
N
Oceano
Atlântico
O L
nte das Falklands
S Corre
photosounds/Shutterstock.com
Leitura
complementar
Rio de Hudson, em Nova York, congela-
do no inverno, devido à chegada da cor-
rente fria polar que vem do Ártico.
Proximidade e distância
A natureza é formada por do mar (maritimidade e
continentalidade)
um conjunto de elementos
O mar e a terra se aquecem de forma desigual. As águas se
interdependentes aquecem e se resfriam mais lentamente que a superfície sólida.
As áreas afastadas dos oceanos sofrem o efeito da continenta-
lidade, isto é, absorvem e perdem calor muito rapidamente, sofren-
Todos os elementos naturais — clima, ve- do grande variação de temperatura.
getação, solo, hidrografia, relevo, estrutura geo- Já as áreas próximas ao oceano possuem temperaturas menos
lógica, fauna — apresentam entre si uma rela- contrastantes, aquecem-se e se resfriam mais lentamente. É o fenô-
meno chamado de maritimidade.
ção de interdependência, ou seja, um depende Por esse motivo, áreas centrais do continente americano apre-
do outro. Combinam-se entre si, num lugar e sentam verões muito quentes e invernos muito frios.
numa região assim como em todo o globo terres-
Formações vegetais
tre, formando uma estrutura espacial. Se ocor-
rer modificação em um deles, todo o conjunto Podemos dizer que a vegetação é o espelho do clima. A dis-
tribuição de características das vegetações originais depende do
será alterado, surgindo, então, entre eles, uma
clima de cada região. As formações vegetais, por sua vez, também
nova combinação. As forças naturais, como, por influenciam algumas das características climáticas regionais, prin-
exemplo, o terremoto, a ação erosiva das águas, cipalmente no que diz respeito à umidade, pois a evapotranspira-
ção libera para a atmosfera o vapor que torna o clima mais úmido,
causam modificações nas combinações. provocando as chuvas.
Entretanto, os maiores responsáveis pe-
las modificações das combinações entre os ele- 216 Capítulo 6 – A diversidade natural da América
mentos naturais têm sido as sociedades hu-
manas, que, como sabemos, interpretam a
natureza como fonte de lucro, e não como fon- CG_8ºano_06.indd 216 30/04/2018 09:43:34
te de vida. No decorrer da História, a natureza cesso transpiração-evaporação e chuva e, conse- das e pelo vento. Estes, por sua vez, transpor-
foi explorada impiedosamente, sem a preocu- quentemente, a quantidade de chuva se altera, tam os detritos, ou sedimentos, para as partes
pação com o equilíbrio que nela existe entre to- modificando não só o clima local, mas também mais baixas do relevo, como, por exemplo,
dos os seus elementos — o equilíbrio ecológico. repercutindo em todo o Planeta. um vale ou um rio, provocando o seu entu-
Um exemplo bastante esclarecedor é o do Atente para o seguinte: o desmatamen- lhamento ou assoreamento.
desmatamento. Sabe-se que os vegetais retiram to não irá alterar somente o clima, provocará Perceba, então, que, a partir da modifica-
água do solo pelas raízes e realizam a transpira- também alterações em outros elementos na- ção de um dos elementos naturais, ocorre alte-
ção pelas folhas. Pela transpiração e pela evapo- turais. Os animais, tendo o seu hábitat modi- ração de todo o conjunto, podendo-se assim
ração causada pelo vento ou pelo calor, o vapor ficado ou destruído pelo desmatamento, des- dizer que há rompimento da estrutura espa-
de água sobe à atmosfera, onde fica em suspen- locam-se ou migram em busca de outro lugar, cial ou do equilíbrio climático e ecológico.
são. O vapor de água forma as nuvens; e estas, as sem contar com aqueles que morrem. O solo
chuvas. Se ocorrer um desmatamento num cer- e as rochas, sem a cobertura vegetal, tornam- Fonte: ADAS, Melhem. Geografia do mundo
to lugar ou numa área, tal fato romperá o pro- -se mais facilmente erodidos pelas enxurra- subdesenvolvido. São Paulo: Moderna, 2003.
C
216
Ação antrópica
Os seres humanos são os principais responsáveis pela condição
climática atual. Quando atuam na preservação das grandes áreas
florestais e de mananciais e praticam o desenvolvimento sustentá-
vel, os seres humanos intervêm na estabilização e manutenção da
atmosfera. Por outro lado, ao atuarem de forma predatória, derru-
bando grandes trechos de florestas primitivas, poluindo rios, etc.,
contribuem para ampliar o aquecimento global e produzir graves
alterações climáticas.
No continente americano, ao longo do processo de construção
do espaço geográfico, a natureza foi sendo devastada. Florestas de-
sapareceram na América do Norte para dar lugar a cidades e fábri-
cas que poluem o meio ambiente. Na América do Sul, caminhou-se
no mesmo sentido, contudo, ainda restam alguns santuários natu-
rais, como a Amazônia.
guentermanaus/Shutterstock.com
3:34
Geografia em cena
As condições
Vale da Morte,
ao lugar que climáticas na
especialistas
dizem ser o mais América
quente de nosso A diversidade dos tipos climáticos do continente americano
planeta corresponde à combinação de uma série de fatores que condicio-
nam a temperatura, a distribuição das precipitações, a pressão at-
[...] Habitado há, apro-
mosférica e a umidade dos ventos.
ximadamente, mil anos pela
A temperatura média do continente diminui de forma pro-
tribo dos Timbisha, o Vale
Leitura gressiva desde o Equador (onde os raios solares incidem diretamen-
da Morte ganhou o nome
complementar dos aventureiros que se atre-
veram a cruzá-lo no início
te duas vezes no ano) até os polos. Devido à latitude, a América
apresenta três grandes zonas climáticas: a zona quente, formada
pela zona intertropical; a zona temperada, nas latitudes médias
do século XIX, atraídos pela
dos dois hemisférios, e a zona fria, faixa que se estende desde os
A primavera virou verão na corrida de ouro.
Em 1994, o local foi
60° de latitude norte e sul até os polos. Além disso, outros fatores
América do Norte declarado parque nacional.
colaboram para dar lugar a climas quentes, temperados e frios em
diferentes latitudes.
Atualmente, cerca de 1 mi-
A proximidade do mar beneficia as zonas costeiras, pois os
lhão de pessoas visitam o
O clima está estranho nos Estados Uni- oceanos atuam moderando a temperatura e reduzindo a amplitude
Vale da Morte a cada ano
térmica (diferença entre a temperatura máxima e a mínima) dos
dos e no Canadá, incluindo o Ártico. O inver- para desfrutar de sua espeta-
climas oceânicos. A distância do mar (continentalidade) provoca
cular paisagem desértica. [...]
no está mais ameno do que o normal. E a pri- oscilações mais acentuadas na temperatura média anual, e, em con-
Siba’s/Shutterstock.com
mavera está com temperaturas de verão. Um sequência, climas de grande amplitude térmica, como o rigoroso
frio continental da América do Norte.
levantamento feito pela Nasa, agência espacial A altitude é outro fator que influi na temperatura: quanto
americana, mostra a dimensão da anomalia. maior a altitude, menor é a temperatura. À medida que a altitu-
de aumenta 180 metros, diminui-se aproximadamente 1 grau. Em
Em dois terços dos Estados Unidos e nas
consequência disso, toda a cordilheira andina apresenta um esca-
províncias de Manitoba, Quebec e Ontário, no lonamento de temperatura, sendo esta muito baixa nas zonas que
Canadá, a temperatura média ficou 10o acima se encontram em grande altitude, independentemente da latitude.
As correntes marinhas quentes, que se originam nas águas
do considerado normal para a primavera. Um equatoriais (corrente do Brasil e do Golfo), suavizam a tempera-
calor anormal também marcou a primavera ao No Vale da Morte, leste da Califór- tura da costa por onde percorrem, contribuindo para o aumento
norte da Escandinávia e no mar de Barents. nia, no dia 10 de julho de 1913, o da evaporação, proporcionando umidade e chuvas nas zonas li-
termômetro marcou a temperatura mais
alta já registrada na história: 56,7 °C. torâneas. No entanto, as correntes frias (de Labrador, de Hum-
Nos EUA, segundo a NOAA, agência boldt, da Califórnia), originadas nos polos, provocam uma baixa
Disponível em: http://www.bbc.
responsável por oceanos e atmosfera, a mé- com/portuguese/noticias/2013 na temperatura, causando a formação de gelo na costa e contri-
dia registrada foi de 10,6o em 48 estados. Isso /07/130702_vale_da_mor- buindo para a formação de desertos costeiros (o Atacama, no
te_bg. Acesso em: 05/04/2018. Chile), pois o movimento ascendente do ar frio impede que o ar
é 4,8o acima da média para a estação ao longo Adaptado.
úmido oceânico alcance a costa.
de todo o século XX. “Dos 1.400 meses que já
passaram desde que o monitoramento come- 218 Capítulo 6 – A diversidade natural da América
çou nos EUA, só um deles mostrou um desvio
tão grande do padrão”, dizem os climatologis-
tas da NOAA. CG_8ºano_06.indd 218 30/04/2018 09:43:35
C
218
Co
N Oceano
Círc
rren
Glacial Ártico
lou
O L
P
te da
ol a
Equatorial
rÁ
S
rti
Tropical
co
Baía de
Baffin Subtropical
Gro
Desértico
e
Semiárido
nl
nd
Oceano
â
Co
Mediterrâneo
ia Temperado
rr
Pacífico
Frio
Baía de
en
Hudson Polar
t ed
Frio de Montanha
o Lab
a
ente da Califórni
ra
do
o
xic
r
Tr
Mé
ic
óp
o
fo do
de
do G o l
Câ
nc
er
e
nt
e
rr
Co
orr
C Co
Go
lfo do México
rren
te Nort
e-Equatorial
Equ
ador
io
órn
pric
dt
Ca
o de
ol
c
Tró
pi
b
Corre um
nte de H
Corrente marítima Oceano
Atlântico
Quente
das Falklan
Corrente ds
Fria
200 20
0 0
o ano inteiro. Nessa região, desenvolveu-se a grandiosa formação
10 vegetal das florestas de coníferas (aciculifoliadas), ou taiga.
Oleg Golikov/Shutterstock.com
20
J F M A M J J A S O N D
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
Clima
frio de montanha
40
No Alaska, apesar de possuir um clima predominantemente frio, pode haver variações de tem-
400
10
Normalmente, nas áreas de picos, não existe a presença de vegetação.
20 O clima de montanha na América é próprio das áreas de re-
J F M A M J J A S O N D
levo montanhoso com altitudes elevadas, desde a Cordilheira dos
Andes mais ao sul da América por toda a borda, indo a oeste do
Temperatura (ºC)
e mínimas. 100
10 20
Típico da costa leste e oeste do Canadá e dos Estados Unidos, Temperatura (ºC)
80 160
140
60 120
100
40 80
60
20 40
20
0 0
J F M A M J J A S O N D
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
Clima temperado
continental
80
60
20 40
Bétulas são árvores pequenas, características de climas temperados no Hemisfério Norte.
10 20
muito quentes e invernos bastante frios, nos quais as chuvas são es- 20
cassas e ocorrem fortes precipitações de neve. J F M A M J J A S O N D
(vegetação herbácea).
Precipitações (mm)
40 80
30 60
20 40
10 20
Na vegetação típica das pradarias é comum ver planícies abertas, onde não há sinal de árvores
0 0
J F M A M J J A S O N D
nem arbustos, com capim baixo em abundância.
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
Clima subtropical
Presente nas áreas localizadas ao longo do Golfo do México,
Clima na Região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul), Argentina e Uruguai.
subtropical Caracteriza-se por apresentar invernos brandos e verões bastante
quentes. Também apresenta chuvas bem distribuídas ao longo do
ano e temperaturas amenas. Nessa região, identificamos trechos de
50 100
Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com
30 60
20 40
10 20
0 0
J F M A M J J A S O N D
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
Nas florestas subtropicais, as araucárias ganham a vez. Com um tronco que pode chegar a 50 m
de altura e 2,5 m de diâmetro.
Clima árido
Photography by Adri/Shutterstock.com
Clima
equatorial
260
240
220
200
180
Nessa mesma região, a altitude mais elevada do Planalto Cen- 160
Clima equatorial
80
30 60
20 40
Próprio da região amazônica, esse clima tem como aspectos 10 20
Bram Smits/Shutterstock.com
úmida, que representa mais da metade
das florestas tropicais do Planeta e tem a maior
biodiversidade tropical do mundo.
Vitoriano Júnior
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
Cenário 6
Os biomas das
Américas
O relevo e o clima definem, junto a outros fatores, as caracterís-
ticas da vegetação e a fauna de um determinado lugar. Nesses gran-
des conjuntos, predominam certas espécies que interagem com
tico
O L
Ár
ar
S
ol
P
lo
cu
Cír
Tr
óp
ico
de Oceano
C ân c
er Atlântico
Oceano
Pacífico
Linha
do Equa
do r
Tundra
Floresta Boreal (Taiga)
Floresta Temperada e Subtropical
Vegetação Mediterrânea
elnavegante/Shutterstock.com
Estepes e Pradarias
Deserto
Savanas, Cerrado e Caatinga
0 510 km 1.020 km
Floresta Tropical e Equatorial
Vegetação de Altitude
Deserto
Esse bioma se desenvolve onde a falta de umidade torna difícil
a vida de animais e vegetais. Por suas características climáticas ex-
tremas, as espécies que o habitam desenvolveram mecanismos de
adaptação para poder subsistir com pouca disponibilidade de água.
Por exemplo, a grande variedade de cactos que existe nesse bioma
Apesar de 92% de sua estrutura ser com-
armazena água em seus troncos e possui folhas muito pequenas e posta por água, a presença do cacto indi-
secas, chamadas de espinhos. ca sempre um solo pobre e seco.
Anotações
Pradarias
São formadas basicamente por gramíneas, podendo ocorrer
alguns arbustos. Trata-se de uma vegetação típica do clima tempe-
rado continental, com verões quentes, invernos frios e baixa plu-
viosidade. Esse bioma tem sofrido uma intensa intervenção da so-
ciedade. Em algumas zonas, o bioma original foi quase modificado
por completo. Nas pradarias da América do Norte, por exemplo,
Pradaria no Colorado, Estados Unidos.
não sobreviveu nenhuma das espécies originais.
226
Alexey Stiop/Shutterstock.com
arbustiva
Ocorrência de clima semiárido de verões quentes e invernos Professor, fale da imensa riqueza natu-
frios e secos. A época de precipitação é no verão e pode variar entre
250–650 mm. Essas condições permitem o surgimento de gramí-
ral de nosso continente e de como se tem ex-
neas baixas de distribuição esparsa, árvores baixas e arbustos dis- traído dela as matérias-primas necessárias
persos em solo descoberto. ao progresso socioeconômico. Explique que
a exploração dos recursos pode ocorrer por
Tundra Vegetação rasteira, apresenta pequenas
árvores, arbustos espinhosos e cactos. Na meio da agricultura, da pecuária, da pesca e
Bioma característico das zonas onde o solo permanece con- foto, estepes no deserto do Arizona, Estados
Galyna Andrushko/Shutterstock.com
mina o clima polar. Devido às condições climáticas extremas, Crie uma tabela comparativa com uma
na tundra vivem poucas espécies vegetais e animais. Musgos,
liquens e plantas herbáceas, como o capim, são mais característi- coluna para cada América e a preencha com
cos. Na fauna, as renas, caribus e algumas raposas, aves e insetos as respectivas formas de exploração mais re-
são os mais presentes. correntes. Assim, será possível verificar que
Floresta boreal tipos dessa atividade se repetem e que tipos
são próprios apenas de uma ou outra região.
Também conhecida como taiga, possui uma vegetação caracte-
rística, composta de árvores em forma de cone, como os pinheiros. Fazendo com que os alunos percebam que é
A palavra tundra tem origem finlandesa
Essas árvores possuem folhas perenes, isto é, não caem nas outras es- (tunturia) e significa terra despida de
árvores.
possível a elaboração da agricultura susten-
tações. Localizam-se em áreas de clima frio com baixas temperaturas
tável com técnicas de exploração consciente.
e invernos longos e rigorosos. É uma vegetação bastante explorada
Studiotouch/Shutterstock.com
devido à intensa utilização na produção de papel e papelão.
Geografia em cena
Anotações
América pré-histórica
Já não é de hoje que o Brasil está na mira de arqueólogos do
mundo inteiro. Em solo brasileiro, encontram-se pinturas e outros Floresta Boreal, ou Taiga, no Canadá.
vestígios da Pré-História fundamentais para entender não somente
a chegada do homem primitivo às Américas, mas também a ma-
neira como ele vivia e se organizava em sociedade. Os sinais mais
exuberantes desse passado estão na serra da Capivara, a cerca de
500 km de Teresina, no Piauí. Trata-se de um dos maiores “mu-
seus” a céu aberto do Planeta. Com uma área equivalente a mais de
300 campos de futebol, seu “acervo” inclui aproximadamente 25
mil pinturas rupestres distribuídas em 912 sítios. Elas retratam o
dia a dia dos primeiros brasileiros em [...] guerras, situações domés-
ticas, rituais e cerimônias.
http://super.abril.com.br/historia/america-pre-historica.
227
Sinopse: Costa, um cético e pragmático produtor de cinema, e Sebastián, jovem e idealista diretor,
trabalham juntos em um projeto ambicioso: querem filmar a aventura de Cristóvão Colombo e a
chegada dos espanhóis na América. Mas, enquanto Sebastián, com algo a dizer, pretende recontar a
história do mito Colombo, apresentando-o como um homem obcecado pelo ouro, caçador de escra-
vos e repressor dos indígenas, para Costa importa somente rodar o filme com o modesto orçamen-
to de que dispõe, nem que para isso seja necessário filmar na Bolívia, um dos países mais baratos e
com uma grande população indígena. A equipe segue então para Cochabamba, onde a privatização
e venda de todo o sistema hídrico a uma multinacional provocou o descontentamento da população.
As filmagens seguem com dificuldade, ao mesmo tempo que cresce a violência na cidade. É quando
explode a Guerra Boliviana da Água.
Diários de Motocicleta
Direção: Walter Salles.
Ano: 2004.
taniavolobueva/Shutterstock.com
dicina que, em 1952, decide viajar pela América do Sul
com seu amigo Alberto Granado. A viagem é realizada
em uma moto, que acaba quebrando após 8 meses. Eles
passam a seguir viagem através de caronas e caminhadas,
conhecendo novos lugares e pessoas. Em Machu Pichu,
a dupla conhece uma colônia de leprosos e questiona a
validade do progresso econômico da região, que privile-
gia apenas uma pequena parte da população. Walter Salles.
2 Como é chamada a vertente que se destaca por localizar o rio Amazonas, considerado o maior do
Planeta?
Vertente do Atlântico.
3 (Unicamp) O mapa abaixo indica a ocorrência de queda de neve na América do Sul. Observe o
mapa e responda à questão.
Que fatores climáticos determinam a distribuição geográfica da
N
ocorrência de queda de neve na América do Sul?
O L
Trópi
co de Capri
córnio a oeste, associada à Cordilheira dos Andes.
Área de ocorrência de
precipitação de neve
0 714 km 1.428 km
Clima A Clima B
Chuva (mm)
Chuva (mm)
Temperatura (ºC)
Temperatura (ºC)
700 500
32 40
600 28 35
400
500 24 30
400 20 300 25
16 20
300 200
12 15
200
8 100 10
100 4 5
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
0 0 0 0
0 408 km 816 km
Tróp
ic o de
Cânce
r
O L
Encerramento
1 Sobre a espacialidade geográfica do continente americano, marque V para verdadeiro e F para falso.
a. V É o maior continente em extensão norte-sul.
Trópico de Capric
órnio
b. F Dentre as massas continentais, destaca-se por apresentar a terceira maior área territorial.
c. V As suas maiores altitudes estão localizadas na parte ocidental ou próximo do Pacífico.
d. D Os rios que fazem parte da vertente do Pacífico são muito extensos e, em sua maioria, são de
planícies.
2 (UCPEL) Um dos biomas terrestres que caracteriza pelo clima muito frio, ambiente seco e preci-
pitação baixa, geralmente, em forma de neve. O solo permanece congelado durante a maior parte do
ano, degelando só na camada superficial nos 3 meses de verão. É habitado por plantas herbáceas, como
o capim e o junco, e por animais, como as renas, raposas, lebres e lobos, que, no inverno, migram para
regiões mais quentes ou se refugiam em túneis e tocas. Esse tipo de bioma recebe o nome de:
a. deserto.
b. taiga.
c. X tundra.
d. campos.
e. floresta tropical.
Coluna 2
2 Nasce na Venezuela, drena uma extensa área dominada por planícies, sendo navegável até por
navios de grande porte.
4 Localiza-se na fronteira do Canadá com os Estados Unidos e liga os Grandes Lagos ao Oceano
Atlântico.
1 É o maior rio brasileiro e é formado a partir das águas dos rios Solimões e Negro.
3 Segundo maior rio em extensão da América do Norte. Sua formação se dá pelo encontro das águas
de vários rios que descem dos Apalaches e das Montanhas Rochosas.
4 Leia o texto abaixo e indique a alternativa que apresenta corretamente os nomes dos rios indicados
por I e II.
“Na América Anglo-Saxônica, deve ser dado um destaque especial ao complexo lacustre dos Grandes
Lagos, na divisa entre Estados Unidos e Canadá, que por meio da navegação fluvial do rio …… (I) ……
interliga o Oceano Atlântico a essa importante área industrial dos dois países. Ainda nos Estados Uni-
dos, na vertente do Golfo do México, um outro importante curso fluvial deve ser destacado, o rio ……
(II) …… Ao atravessar uma rica planície fértil, intensamente aproveitada para a exploração agrícola, este
rio se transformou, historicamente, na mais importante opção de transporte de mercadorias voltadas
para o abastecimento das agroindústrias instaladas ao longo do seu vale”.
a. (I) Missouri; (II) Mississipi.
b. X (I) São Lourenço; (II) Mississipi.
c. (I) Hudson; (II) São Lourenço.
d. (I) Columbia; (II) Colorado.
e. (I) Colorado; (II) Hudson.
7 (Urca) Marque a única assertiva que traz somente fatores climáticos, isto é, aqueles que contribuem
para determinar as condições climáticas de uma região do globo.
8 (Mackenzie) Na costa pacífica sul-americana, observamos países, como o Peru, que possuem uma
economia fortemente influenciada por intensa piscosidade. Isso se deve à riqueza de nutrientes encon-
trados no litoral, especialmente o plâncton, que se prolifera por meio do fenômeno da ressurgência.
Escolha abaixo a alternativa que revele a corrente marítima que, nessa região, é responsável pelo fenô-
meno citado.
a. Corrente do Golfo do México.
b. Corrente do Pacífico Norte.
c. X Corrente de Humboldt.
d. Corrente de Falklands.
e. Corrente do Pacífico Sul.
12 (Vunesp) A Amazônia se estende desde a cordilheira andina até o Norte brasileiro, recoberta por
um mosaico de formações florestais. Fora do território brasileiro, a Floresta Amazônica é encontrada
nos países:
I. Como um sistema montanhoso, os Andes constituem territórios de diversas altitudes, com pre-
domínio de vastos altiplanos que chegam a superar os 4.000 metros. Esse fator explica a baixa
biodiversidade dos países andinos, pois apenas poucas espécies adaptam-se a essa diversidade de
altitudes.
a. I.
b. II.
c. III.
d. X II e III.
e. I e III.
14 (UFSCar) A Cordilheira dos Andes e o planalto meridional brasileiro representam duas das mais
importantes estruturas de relevo da América do Sul. A origem geológico-geomorfológica de cada uma
dessas estruturas, pela ordem, é:
a. X cadeia orogênica do Terciário, com formação ligada à tectônica das placas e área de sedimenta-
ção Paleozoica e Mezosoica.
b. cadeia orogênica do Arqueozoico, com formação ligada à ação vulcânica / área de fraturas e
falhas, ligada à formação do Oceano Atlântico.
c. cadeia sedimentar Quaternária, com formação ligada à tectônica das placas / área sedimentar
Cenozoica, com predomínio de depósitos fluvio-eólicos.
d. cadeia do Terciário, com formação ligada aos movimentos epirogenéticos / área cristalina Ar-
queozoica, com presença de depósitos aluvionais recentes.
e. cadeia orogênica do Arqueano, com formação ligada à atividade vulcânica / área cratônica Pa-
leozoica, com predomínio de depósitos metamórficos e magmáticos.
15 (Fuvest) A existência de extensas áreas secas localizadas nas costas ocidentais dos continentes em
latitudes vizinhas a ambos os trópicos é determinada, essencialmente, pela:
Capítulo 7
analisando seu uso para a produção de maté-
ria-prima e energia e sua relevância para a coo-
peração entre os países do Mercosul.
(EF08GE23) Identificar paisagens da Améri-
América: regionalização e ca Latina e associá-las, por meio da cartogra-
fia, aos diferentes povos da região, com base
integração A escassez de alimentos, a desvalorização da
moeda e a crise econômica fazem crescer ain- em aspectos da geomorfologia, da biogeogra-
da mais as desigualdades sociais em Caracas,
capital da Venezuela. fia e da climatologia.
Objetivos
pedagógicos
stock.com
Anotações
testing/Shutter
Capítulo 7 – América: regionalização e integração 235
235
Wilhelm Lamprecht
vos de origem asiática fixaram-se na América.
• Demonstre que todos esses aspectos são
profundamente afetados quando ocorrem do-
minações de um povo sobre outro, já que o
dominador impõe sobre o dominado os traços
peculiares de sua própria cultura e de sua or-
ganização política, social e econômica. Apro-
veite essa explicação para ilustrar as principais
características das civilizações (maia, asteca e Entre os motivos que levaram os euro-
peus a lançarem-se ao mar, estava o fator
inca) que existiam na América antes da chega- religioso, pois o cristianismo desejava conquis-
tar novos fiéis.
da dos europeus e como elas foram dizimadas De forma acelerada, as culturas nativas foram sendo substituí-
ao longo do tempo. das pelo modo de vida dos europeus. Parte dos nativos foram con-
• Ressalte que os povos pré-colombianos cos- vertidos à religião cristã. Além disso, aprendeu a língua do coloni-
zador, e essa imposição serviu de base para uma das regionalizações
tumam ser diferenciados por seu conhecimen- Geografia em cena da América, que hoje pode ser dividida em dois grupos distintos: os
to técnico: comunidades nativas, existência da falantes das línguas neolatinas e os falantes do inglês.
Baseados apenas nesse critério, poderíamos agrupar os países
ideia de Estado, construção de obras públicas
que possuem o idioma descendente do latim como os formadores
e elaborados conjuntos arquitetônicos. da América Latina e os falantes do inglês fariam parte da Améri-
ca Anglo-Saxônica. Mas esse não é o único aspecto utilizado nessa
forma de regionalização. Vejamos a seguir o que caracteriza os paí-
C
236
América Latina
Oceano
Cuba Haiti
Atlântico
México Jamaica
Rep. Dominicana
Porto Rico
Belize Sta. Lúcia
Guatemala Honduras Trinidad e Tobago
Nicarágua Guiana
El Salvador
Suriname
Venezuela Guiana Francesa
Costa Rica
Panamá
Colômbia
Oceano Equador
Bolívia
Paraguai
Chile Uruguai
Argentina
0 446 km 892 km O L
6:34
América Anglo-Saxônica
Os povos anglos foram colonizadores da região central e norte
da atual Inglaterra; e os saxões, povos habitantes da Saxônia, região
da antiga Alemanha, que, entre os séculos V e VI da era cristã, inva-
diram a Inglaterra. Daí o termo anglo-saxão.
O L
Estados Unidos
S
Oceano
0 425 km 850 km
Atlântico
Haiti
México Cuba Rep. Dominicana
Porto Rico
Cenário 2 Guatemala
Belize Jamaica
Honduras
Regionalização
Costa Rica Guiana Francesa
Panamá Venezuela
Colômbia
segundo o modelo
Equador
Peru Brasil
colonial Bolívia
América desenvolvida
Paraguai
Chile
América em
desenvolvimento
Parte da América que foi submetida à colonização de explo-
ração: a economia atendia às necessidades externas das metrópo-
Reprodução
O caráter exploratório dos europeus co-
meçou com a tentativa de escravização
dos nativos e, posteriormente, com o tráfico
de escravizados, oriundos da África, para serem
utilizados como mão de obra barata.
O L
América
Anglo-Saxônica
Oceano
Atlântico
América
Latina
Oceano
Pacífico
0 595 km 1.190 km
Reprodução
O puritanismo refere-se a uma concep-
ção de fé cristã desenvolvida na Inglaterra
por uma comunidade de protestantes radicais
depois da Reforma.
C
240
O L
Oceano
Pacífico
Tróp
ico d
e C ân
cer
Oceano
Atlântico
Países desenvolvidos
Países emergentes
Países subdesenvolvidos
extrativistas e agropecuaristas
6:35
Trópico de Capric
órnio
0 595 km 1.190 km
Sorbis/Shutterstock.com
estudo da ONU
bibiphoto/Shutterstock.com
cidades latino-americanas conformações e
escalas nunca antes vistas na história da hu-
manidade, e essas formas são replicadas em
outras regiões da Ásia e da África, daí a im-
portância de conhecer melhor os processos e
suas consequências”, explicou a coordenado-
ra do estudo, Cecilia Martínez Leal, durante
a apresentação.
Latino-americanos e caribenhos emer- A indústria automotiva atua no Brasil de
forma direta desde a década de 1950.
gem como os mais urbanizados e mais desi-
guais do Planeta. Quatro em cada cinco pes- 242 Capítulo 7 – América: regionalização e integração
soas vivem em cidades na região, mas o estudo
identifica grandes diferenças entre os países
e também entre os espaços urbanos. “O pro- CG_8ºano_07.indd 242 26/04/2018 17:46:36 CG
gresso tem sido muito mais rápido nas gran- relação de 3,2. Empata com Bogotá, na Co- Baixo valor agregado
des cidades do que nos centros menores e nas lômbia, mas perde para a também colombia-
áreas rurais”, afirma o estudo. na Medellín (3,4) e a equatoriana Guayaquil As cidades da região apresentam ainda
As primeiras foram beneficiadas nos últi- (3,5). A relação, no entanto, às vezes pode ser outro dado preocupante para a ONU. Con-
mos anos por pesados investimentos em infraes- enganosa: Brasília chega a 4,7, mas produz centram atividades de baixo valor agregado e
trutura e serviços, muitos dos quais por meio de apenas 6% do PIB para uma população que com baixo estoque de capital. A isso se soma
empréstimos do Banco Mundial e do Banco In- chega a 1,3% do total do País. uma concentração populacional com pouco
teramericano de Desenvolvimento (BID). Outros países exibem cidades das quais capital humano (em outras palavras: muita
Daí resulta um grande predomínio eco- são ainda mais dependentes. gente pouco qualificada).
nômico das cidades. São Paulo é citada como É o caso do Panamá, onde a capital, Ci- Resultado: se Nova York tem um PIB
um exemplo dessa força. Conta com cerca de dade do Panamá, produz 82,8% do PIB; e do per capita de mais de US$ 60 mil e Tóquio,
10% da população e produz 33,7% do Pro- Chile, onde a capital, Santiago, gera 80,9% US$ 33 mil, cidades como Buenos Aires, Cida-
duto Interno Bruto (PIB) brasileiro — uma das riquezas do país. de do México e Santiago do Chile apresentam
242
ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/25/urbaniza
Economia baseada no
cao+na+america+latina+e+decepcionante+diz+estudo
extrativismo mineral
+da+onu+9439556.html. Acessado em: 22/04/2018.
Esse grupo é composto por: Venezuela, Equador e Trinidad e
Tobago, cujo setor econômico está assentado no extrativismo do
Petróleo; Bolívia, que se concentra na exploração do gás natural e
do estanho; Peru, que possui uma atividade extrativa bastante di- Anotações
versificada, uma vez que em seu território são encontrados ouro,
cobre, prata, zinco, etc.; Chile, cuja economia é sustentada pelo A economia boliviana é baseada na expor-
cobre; e Guiana, Jamaica e Suriname, países produtores de bauxita. tação de gás natural, e o Brasil é um dos
principais consumidores deste gás.
resultados bem mais modestos (US$ 18 mil, região a “enormes dificuldades para o desen-
US$ 16 mil e US$ 15,9 mil, respectivamente). volvimento humano e a democracia”, além de
“O decepcionante sobre a urbanização na reduzir “o impacto que o crescimento econô-
região é que a pobreza continua sendo muito mico pode ter sobre a pobreza”. Na apresen-
comum”, diz o relatório. Em outro trecho, os tação, Jorge Torres, um dos autores, afirmou
autores afirmam que “a desigualdade na Amé- que boa parte da redução da pobreza nos úl-
rica Latina é preocupante”. Segundo o docu- timos anos na região tem sido favorecida por
mento, “o país com menor desigualdade na aspectos macroeconômicos, e não estruturais.
América tem maior desigualdade que qual- “Nossa urbanização é excludente”, ressaltou.
quer país da Organização para a Cooperação Com tamanha exclusão, o documento re-
e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), vela preocupação com o futuro da democra-
incluindo qualquer país do Leste da Europa”. cia na região. Os autores reconhecem o recen-
Essa desigualdade, afirma o estudo, leva a te avanço na participação da mulher na força
243
Anilah/Shutterstock.com
Cayman e Ilhas Turcas e Caicos, situadas nas Antilhas.
Devido às características do Mar do Caribe com águas claras,
de flora e fauna riquíssimas, fazem do turismo uma grande fonte
de riquezas que atraem em torno de 15,5 milhões de turistas por
ano. A receita desses países depende dos milhões de dólares que
são deixados anualmente pelos turistas, que caracteriza a econo-
mia da maioria dos países da região. Só nas Bahamas a chegada de
turistas é na ordem de um milhão e quatrocentos mil anualmente,
que deixam uma média de 357 dólares, totalizando a quase 500
milhões de dólares.
A prestação de serviços financeiros por bancos internacionais
presentes nesse grupo de países também é muito importante para a
economia da região. Esses países são conhecidos como paraísos fis-
cais e recebem depósitos de milhões de correntistas no mundo que
As Ilhas Cayman são um território britâni-
co ultramarino formado por três ilhas com, colocam seu dinheiro nesses bancos em busca de benefícios fiscais e
aproximadamente, 50 mil habitantes. pagar menos impostos nos seus países de origem. No ano de 2016,
dados da pesquisa feita pelo Bank of Boston mostraram que no Ca-
ribe e Panamá havia depósitos de 1,3 trilhão de dólares.
Cenário 4
Integração
Leitura
político-econômica
complementar
na América Latina
Nem socialismo, nem pós- Aprimorando relações
-capitalismo: América Latina
Os países da América Latina viveram séculos de dominação po-
vive transição e revoluções, diz lítica e econômica, nos quais suas economias foram organizadas para
embaixador equatoriano atender aos centros de poder europeu e norte-americano. Essa reali-
dade inibiu as relações comerciais e até políticas entre os países lati-
no-americanos. Mas elas vêm sendo aprimoradas por meio da criação
Região precisa se posicionar competitiva- de organismos multilaterais e outros modelos de desenvolvimento e
integração que não envolvem apenas trocas comerciais. A Venezuela,
mente em uma nova economia que não subordi- o Brasil e a Argentina são protagonistas nessa mudança.
ne os direitos do capital sobre os direitos dos seres
humanos, diz Galarza. 244 Capítulo 7 – América: regionalização e integração
do Estado de São Paulo pelo PSOL, Gilber- No mesmo sentido, o professor do depar- mos sociais perdem essa capacidade, sobretu-
to Maringoni, “por mais que, ao longo desses tamento de Ciência Política da Universida- do a Venezuela”.
16 anos — desde a eleição do ex-presidente ve- de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pes- Já o embaixador itinerante do Equador
nezuelano Hugo Chávez (1999–2012) —, es- quisador do Conselho Latino-Americano de para assuntos estragégicos, Ramón Torres Ga-
ses governos tenham tentado colocar a ques- Ciências Sociais (Clacso), Carlos Eduardo larza, apontou como desafio regional o fato de
tão social no centro da agenda e por mais que Martins, avalia que a conjuntura favorável aos que a “América Latina precisa gerar uma capa-
Equador, Bolívia e Venezuela tenham até mes- governos progressistas, que “apareceu no co- cidade soberana na indústria local”. Isso para
mo feito novas constituições, não mudamos meço do século XXI, começa a desaparecer que a região se “posicione competitivamente,
nossa estrutura produtiva. A Venezuela segue em grande parte por estratégias dos Estados em uma nova economia não extrativista, mas
vendendo petróleo, e o Brasil, commodities”. Unidos, que fizeram uma política de expansão que relacione capital, trabalho e natureza e
Além disso, ele ressalta que a região, e princi- da produção de petróleo. O resultado é que os que não subordine os direitos do capital sobre
palmente o Brasil, viveu um forte processo de países que usavam esses recursos estratégicos os direitos dos seres humanos, nem os direi-
desindustrialização nos últimos anos. para fazer uma política mais avançada em ter- tos do trabalho sobre os direitos da natureza”.
244
Na Venezuela, no governo de Hugo Chávez, houve uma série A Era Chávez foi mar-
de mudanças sociais radicais. O ex-presidente nacionalizou em- cada por avanços significa- Brasil
presas transnacionais, quebrou o monopólio da imprensa e criou e tivos nos índices venezue-
estimulou projetos de transferência de renda. A Venezuela chegou lanos, principalmente, em
decorrência dos royalties
A peculiaridade do Brasil na América Lati-
a apresentar a distribuição de renda mais justa da América Latina.
A partir do seu segundo mandato presidencial, Hugo Chá- do petróleo. No ano de na, que tem como principal fator distanciador
vez passou a estruturar a Aliança Bolivariana para os Povos da 2006, a Venezuela foi con- dos demais países o idioma, além de aspectos
Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (Alba-TCP), siderada um país livre do
analfabetismo e com um culturais e econômicos, também foi apontado
que atualmente congrega Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador,
Antígua e Barbuda, Dominica, São Vicente e Granadinas, Cuba e IDH que superou o Brasil. como um desafio à integração regional.
Honduras. Mas, para o diplomata equatoriano, esse
Com forte orientação socialista, a Alba-TCP tem como prin-
cipal objetivo criar uma aliança econômica e política entre os povos
não é um entrave. “Habitualmente pensamos
mestiços, latinos e indígenas da América. Esse projeto começou a que a diversidade é uma ameaça aos processos
ser formado quando, em 2004, Fidel Castro, então presidente de de integração, mas ela é uma oportunidade.
Cuba, enviou para a Venezuela uma equipe médica com o objetivo
de auxiliar no combate a doenças e, em troca, Hugo Chávez desti-
Não falo só da diversidade linguística, como
nou petróleo à ilha caribenha, sempre carente de combustíveis. também da pluralidade e diversidade de pensa-
O ex-presidente boliviano Evo Morales, incluiu, em 2006, seu mento, economia, instituições, tudo o que nos
país no grupo.
Dentro do projeto da Alba-TCP, Hugo Chávez assinou o acor- caracteriza como latino-americanos é essa di-
do do Petrocaribe, pelo qual a Venezuela vende, aos membros da versidade. Não há um sistema ideológico e polí-
aliança, petróleo e derivados abaixo do preço de mercado. tico alheio à condição de ser latino-americano.”
Northfoto/Shutterstock.com
245
domínio espanhol.
14.790.608 45.586.233
Reprodução
Brasil
191.796.000
Peru Bolívia
29.496.000 10.907.778 União de Nações
Sul-Americanas
Paraguai Membro da Unasul e
6.349.000 Mercosul
Membro da Unasul e
Chile Comunidade Andina
17.094.270
Uruguai
Membro da Unasul
Território da Ultramar
Argentina
3.494.382
(não é um membro)
40.134.425
Cidades importantes
Atual Presidente Pro
Tempore da Unasul
N
Estrada Pan-Americana
O L Estrada Internacional
S
*
População
Símon Bolívar. (estimativa em 2010)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Trópi
c o de C
âncer
Oceano
México Atlântico
0 549 km 1.098 km
Guiana
Suriname
Venezuela
Colômbia
Equador
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-maior-reser-
vatorio-subterraneo-de-agua-do-mundo.
10º
0 276 km 552 km
Oceano
Atlântico
Equador
0º
10º
20º
Trópico
de Cap
ricórni
o
Área de afloramento
N
O30º L
A reserva do Guarani é uma das maiores reservas de água doce do Planeta. Em sua capa-
cidade total é capaz de sustentar todo o mundo por 10 anos.
40º
Hábito negro
Direção: Bruce Beresford.
Ano: 1991.
Sinopse: Em 1734, um padre jesuíta sai da Europa em direção ao Novo Mundo para catequizar os
indígenas de uma inóspita região canadense. Seu austero hábito negro e a celebração dos ritos cristãos
são mal compreendidos pelos selvagens, que passam a vê-lo como uma entidade do mal, abandonan-
do-o à sua própria sorte.
Ao sul da fronteira
Direção: Oliver Stone.
Ano: 2009.
Sinopse: O diretor Oliver Stone viaja por seis países da América do Sul e ainda Cuba, em uma ten-
tativa de compreender o fenômeno que os levou a ter governos de esquerda na primeira década do
século XXI. Por meio de conversas com Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina),
Evo Morales (Bolívia), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correa
(Equador) e Raul Castro (Cuba), é analisado o modo como a mídia acompanha cada governo e a
maneira como lidam com os Estados Unidos e órgãos mundiais, como o FMI.
Ensaio geográfico
1 Diferencie a colonização de exploração da colonização de povoamento.
A colonização de exploração foi realizada com a única intenção de explorar as novas terras e retornar
com a riqueza produzida para Europa. A colonização de povoamento objetivava residir e tornar desen-
volvida a nova terra produtiva, atendendo às necessidades dos colonos.
Canadá
2 Observe o mapa abaixo e responda, qual o nome do bloco econômico sul-americano que está sendo
Estados Unidos
representado pelos respectivos países?
Venezuela
Brasil Mercosul.
Oceano Uruguai
Pacífico Argentina
N
O L
0 510 km 1.020 km
S
lham pelo seu aspecto socioeconômico, visto que, a colonização de exploração foi marca do seu pro-
cesso de formação.
de países como Estados Unidos e Canadá serem desenvolvidos está, em sua grande maioria, explicado
Encerramento
1 (Unesp) Na Idade Moderna, o processo de colonização europeia das regiões do continente ameri-
cano não foi uniforme. Pode-se distingui-las em áreas de:
a. colônia de povoamento ocupada por contingentes de escravos africanos e de colônia de explo-
ração indígena.
b. X colônia de exploração baseada na escravidão e na grande propriedade agrícola e de colônia de
povoamento.
c. produção e exportação de mercadorias manufaturadas e de importação de matérias-primas eu-
ropeias.
d. domínios políticos com a submissão da população local e de domínio econômico, sendo garan-
tida a liberdade indígena.
e. exploração econômica de recursos naturais e de catequese das populações nativas por missioná-
rios cristãos.
2 (UFPE) A história dos países latino-americanos, apesar de distinta, tem muito em comum. Assina-
le a alternativa que confirma esse enunciado.
a. X O atraso na industrialização tornou essa região dependente dos fornecedores externos de bens
de produção, o que conduziu a um crescente endividamento externo.
b. A industrialização da América Latina se deu de forma homogênea, acompanhando as conjuntu-
ras de crescimento econômico dos Estados Unidos.
c. As migrações internas entre países da América Latina têm contribuído para uma história co-
mum de desenvolvimento tecnológico.
d. As guerras de independência na América Latina foram simultâneas contra as metrópoles, e, na
metade do século XIX, todas as nações haviam se transformado em repúblicas livres da escravidão.
e. A economia dos países da América Latina está voltada para o seu próprio mercado interno.
O Paraguai faz parte do bloco econômico Mercado Comum do Sul (Mercosul), entretanto a charge
brinca com uma “situação de castigo” com o país, ocorrida em 2012. A decisão adveio porque os demais
integrantes do mercado comum sul-americano consideraram a destituição do presidente paraguaio
uma ruptura da ordem democrática.
6 O país destaca-se por dois motivos: um positivamente, por estar entre os cinco países com a maior
produção mundial de café; o outro, negativamente, pelo primeiro lugar na produção de cocaína, o que
sustenta o narcotráfico internacional e financia diferentes grupos guerrilheiros. É um país da América
Latina banhado ao mesmo tempo pelos Oceanos Atlântico e Pacífico. Qual das alternativas abaixo
indica o país que apresenta essas características?
a. Bolívia.
b. Uruguai.
c. Venezuela.
d. X Colômbia.
7 A América Anglo-Saxônica abrange os Estados Unidos e o Canadá, países onde predomina o in-
glês, língua de origem anglo-saxônica. Marque a alternativa incorreta sobre a América Latina.
a. A América Latina é uma região do continente americano de países que falam línguas latinas.
b. X A América Latina é uma porção da América Anglo-Saxônica que reúne países que falam o inglês.
c. A América Latina é formada por uma maior quantidade de países do que a América Anglo-
-Saxônica.
d. A América Latina tem o Brasil como seu maior país, tanto em tamanho como em população.
e. Na América Latina predominam os idiomas espanhol e o português, línguas derivadas do latim.
8 Por que no Brasil se fala o português enquanto que na quase totalidade dos países vizinhos se fala
o espanhol?
a. Porque os países à nossa volta escolheram falar a língua espanhola e no Brasil preferimos o inglês.
b. Porque o Brasil dominou Portugal, e os países vizinhos dominaram outros lugares.
c. Porque isso na verdade não tem explicação; é algo parecido como o ar que respiramos.
d. X Porque a colonização do Brasil foi realizada pelos portugueses, e nos países vizinhos foram os
espanhóis que dominaram.
e. Porque a colonização do Brasil foi realizada pelos espanhóis, e nos países vizinhos, os portugue-
ses dominaram.
01. A colonização por exploração deixou marcas profundas nessa parte da América, entre as quais a
excessiva concentração de terras.
02. Países como o México, o Brasil e a Argentina podem ser caracterizados como uma periferia indus-
trializada.
04. A dependência, em relação aos países centrais, é estrutural, muito embora as forças endógenas
também atuem na formação econômico-social.
08. O colonizador fixou-se de imediato na terra, criando um mercado interno responsável por um
precoce desenvolvimento industrial.
16. O inglês e o francês são línguas oficiais dominantes, excetuando-se o Brasil, onde se fala o português.
2 + 4 + 8 = 11
“Atrelado à locomotiva americana, que não para de crescer, o país passou a produzir, vender e se
desenvolver, enquanto outras nações da América Latina andavam de lado. Existem problemas também.
Muitas áreas rurais não dispõem de água potável, a produção agrícola é medíocre. [...] Além disso, de tudo
o que vende para o exterior, cerca de 80% vão para os Estados Unidos. Uma dependência exagerada.”
Veja. 26/04/2000.
15 (Unifenas) Num momento de intensa internacionalização financeira, ocorre, por outro lado, um
fortalecimento de blocos regionais. Na América, podemos destacar dois grandes blocos regionais em
pleno funcionamento, que são:
a. Pacto Andino e Alca.
b. Mercosul e Alca.
c. Alca e Nafta.
d. X Nafta e Mercosul.
e. Mercado Comum Europeu e Mercosul.
Anotações
A América Latina é
uma região de extremos. Sua
diversidade é observada em todos
os aspectos: ambiental, econômico,
político e social. Nela encontramos a
riqueza e a pobreza lado a lado. Nessa
porção do continente americano,
Brasil, México e Argentina se
destacam atualmente pelo elevado
desempenho de sua economia.
tterstock.com
Vitoriano Junior/Shu
257
Geografia em cena
C
258
Geografia em cena
Geografia em cena
Geografia em cena
Rússia
do PIB em 2013 do PIB em 2013 do PIB em 2013 do PIB em 2013 do PIB em 2013
2,5% 3,2% 7,7% 1,3% 2%
População População População População População
202 1,236 1,355 142,2 48,375
Plano de ação com
investimentos em ferrovias,
milhões bilhão bilhão milhões milhões portos, energia nuclear, petróleo
e gás até o fim de 2015.
Índia
N
África do
poder de compra. Esse cálculo
do dólar leva em consideração
Sul
o poder de compra de cada
país, ou seja, torna as moedas
comparáveis e impede
distorções ligadas ao câmbio. Liberação do ingresso de vinho
0 1.168 km 2.337 km
sul-africano para o Brasil e fim
dos entraves à carne brasileira.
Observe como os Brics se tornaram importantes economias no contexto global e passaram a ameaçar as posições de economias tradicionais, como
Inglaterra, França, Itália e Alemanha.
zar desperdícios e, principalmente, tomar de- ba, Curaçao, Guatemala, Costa Rica, Pana- informações em tempo real sobre inventá-
cisões em tempo real. “Os processos mudaram má, Equador e Peru. Há apenas dois anos, a rio, preços e opções que fazem da venda um
e os volumes aumentaram muito rapidamen- empresa tinha 30 lojas e o crescimento expo- processo mais assertivo.
te, e sem uma ferramenta tecnológica é impos- nencial fez com que ela demandasse tecnolo- Entre as grandes empresas, vemos a rea-
sível se manter eficiente. Depois de 34 anos de gia para gerenciar toda a operação. lidade da Empresa de Energia de Bogotá
operações, era fundamental mudar a mentali- A Vélez é um exemplo perfeito de como (EEB), que tem 120 anos de trajetória e ope-
dade da companhia e ter a capacidade de nos aproveitar o conceito de TI em vários as- ração em quatro países. Cliente SAP desde
digitalizar”, diz Maria Lucia Merino, gerente pectos. Por um lado, implementou solu- 2001, a EEB foi a primeira da América La-
geral do Dunkin’ Donuts Colômbia. ções para otimizar muitos dos processos es- tina a construir um Digital Boardroom com
No meio do caminho, entre as médias pecializados da indústria da moda com o três telas exibindo informações em tempo
empresas, conhecemos a Vélez, uma rede de AFS (Apparel and Footwear Solution – SAP real para que o conselho da empresa consiga
lojas que vende produtos em couro expostos ECC). Do outro lado, pôde usar soluções tomar decisões baseadas em dados de todas
em 230 pontos de venda na Colômbia, Aru- SAP para otimizar processos de venda, com as áreas da empresa.
262
Disponível em : https://www.tecmundo.com.br/
mercado/120452-colombia-desponta-polo-tecnologico-
america-latina.htm. Acessado em: 01/03/2018.
263
— do sistema educativo para o mercado de ponto percentual e um aumento da taxa de esta variável mostrou maior dinamismo. Fi-
trabalho. desemprego urbano de 0,9 ponto percentual. nalmente, os salários reais do emprego formal
Segundo os dois organismos da ONU, De acordo com as agências das Nações aumentaram em cinco países (Chile, Colôm-
foram registradas duas tendências: apesar de Unidas, a fragilidade dos mercados de traba- bia, Costa Rica, Nicarágua e Uruguai), en-
ter se mantido a piora de alguns indicadores lho da região também se reflete na qualidade quanto caíram em três (Brasil, México e Peru).
laborais, como as taxas de ocupação e de de- do emprego. Em seis de oito países com infor-
semprego, constatou-se um menor ritmo de mação disponível, a criação de emprego por Disponível em: http://www.ilo.org/brasilia/noticias/
deterioração, o que pode indicar uma “luz no conta própria foi mais dinâmica que a criação WCMS_586115/lang--pt/index.htm. Acessado em:
fim do túnel”. de emprego assalariado. 02/03/2018.
As cifras apresentadas pelo relatório mos- Também se constata um estancamento da
tram uma diminuição da taxa de ocupação ur- criação de emprego em vários países da Amé-
bana (proporção da população em idade de rica do Sul (Argentina, Chile, Peru, Uruguai),
trabalhar que se encontra ocupada) de 0,3 enquanto na América Central e no México
C
264
Junior Braz/Shutterstock.com
C
266
A Argentina
Território e população
Atualmente, a Argentina possui mais de 49 milhões de habi-
tantes, distribuídos de forma irregular sobre uma área territorial
de 2.791.810 km2 de extensão, o que lhe confere uma densidade
demográfica de 15,76 hab./km2.
Jujuy Paraguai
Formosa
24º
Salta
Brasil
Ca Tucumán
ta Chaco Misiones
Santiago
m
ar
La Rioja Santa
San Fe
Juan
76º
Córdoba Entre
Rios
32º
Chile San Uruguai
Luis
Mendoza
Buenos Aires
La Pampa
Neuquén
Rio Negro
40º
no
Oceano
Mar Ar
Santa Cruz
4:23
48º Atlântico
Ilhas Falkland
(G.B.)
Pacífico O L
S
56º 76º 68º 60º 52º 44º
T photography/Shutterstock.com
Em 1880, depois de décadas de luta polí-
tica, Buenos Aires foi federalizada e rece-
beu o título de província autônoma.
Leitura
complementar
Vista de uma porção dos Andes, entre a
Argentina e o Chile.
O glaciar é uma das formações de gelo do O especialista detalhou quais característi- E isso se acelerou na última década”, observa
Parque Nacional Torres del Paine, uma área cas tornam esse iceberg tão inusitado: Rivera.
formada por montanhas, lagos e geleiras na No caso do glaciar Grey, o especialista
Patagônia chilena. • Seu tamanho atribui esse grande desprendimento à perda
Encontrar blocos de gelo soltos na região Análises preliminares indicam que o ice- de massa do gelo originado recentemente.
não é incomum, mas esse caso foi classificado berg tem cerca de 350 m de comprimento por
como “especial”. 300 m de largura, o que significa uma área de • Seu formato incomum
De acordo com o glaciologista Andrés aproximadamente 100 mil m2. É muito comum a formação de grandes
Rivera, há algum tempo não era visto um ice- Para efeito de comparação, seria algo equi- blocos de gelo ou icebergs, mas não como o vis-
berg com características tão particulares. valente a 16 campos de futebol profissional. to nesta semana.
“É um iceberg muito grande, por sua for- “Sempre há a liberação de icebergs, mas Ele tem uma forma muito retangular, ao
ma e dimensão”, disse ele, especialista do Cen- essa geleira tem sofrido recuos e perdido mas- contrário da maioria dos icebergs, que são mui-
tro de Investigações Científicas chileno. sa praticamente durante todo o século XX. to irregulares.
268
sunsinger/Shutterstock.com
berg pode ser uma ameaça quando houver a
extremidade norte, onde a cordilheira se divide, está o Planalto da
Puna de Atacama, cujo clima árido impôs grandes desafios à sobre- desfragmentação, segundo apontou em um
vivência. Para superar a quase inexistência de água, foi necessário comunicado.
desenvolver um amplo sistema de irrigação para alimentar a agri-
cultura de cana-de-açúcar nos quase 4 mil metros de altitude. Na
De 1945 até hoje, foram perdidos cerca
base do planalto, há grandes salinas que são exploradas, como as de de 500 km2 na área de gelo da América do Sul,
Antofalla e Arizaro. segundo Rivera, o que tem efeitos colaterais
Na base da grande cadeia montanhosa, desenvolveu-se, apesar
do clima semiárido, uma das mais qualificadas produções de uva e nas encostas de terra que estão descobertas.
vinho. Próximo às populosas cidades de Mendoza e San Juan, foi
criado um sistema de canais que captam água do degelo da cor- Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/
dilheira para abastecer as cidades e irrigar os vinhais e campos de
frutas. Nessa região também encontramos cavalos hidráulicos ex- geral-42179334. Acessado em: 02/03/2018.
plorando o petróleo abundante na região.
Grande Chaco
Fazendo fronteira com o Paraguai, o Grande Chaco é uma vasta
planície composta por pântanos e salinas (onde, no passado, existi-
ram grandes lagos que, com o passar do tempo, foram secando).
Podemos dividir essa região em duas porções com característi-
cas ambientais completamente diferentes:
“Em geral, os icebergs são menores e têm um bloco grande de gelo, ele não representa
características complexas, mas não um forma- perigo.
to de mesa. O nome desse tipo de iceberg é ta- Mas os especialistas acreditam que, ao fi-
bular. Não há muitos vistos com esse forma- car à deriva e sujeito a um derretimento natu-
to. É um fenômeno incomum”, explica Rivera. ral, ele se fragmentará nas próximas semanas
Já foram registrados desprendimentos — e isso traz riscos.
maiores que este na geleira Grey, especifica- Um deles é à navegação de embarcações
mente em 1997 e 2011. A diferença é que nes- turísticas, que representam uma das principais
ses dois casos foram produzidas dezenas de fontes de renda para a economia local.
icebergs, e não apenas um com esse formato. “Esses lagos são visitados por milhares de
turistas, e a presença de icebergs pode impedir
• O risco de fragmentação e dificultar o deslocamento dessas embarca-
Enquanto esse iceberg permanecer como ções”, disse Rivera.
269
Mesopotâmia
Guardadas as devidas proporções, essa região argentina se asse-
melha à área entre os rios Tigre e Eufrates. Está situada ao oriente
do Grande Chaco, entre os dois principais rios da Argentina: o Pa-
raná e o Uruguai, que, ao se juntarem ao Paraguai, formam o Rio
da Prata, o qual desemboca num amplo delta com 14 mil km2 na
costa atlântica.
Devido à fertilidade natural do solo, a Mesopotâmia argentina
contém uma diversificada agricultura, na qual se destacam o algo-
dão, o milho e a erva-mate (na região do delta); bem como cultu-
ras de exportação de frutas cítricas e arroz (entre rios), exportados
para Europa, Estados Unidos e Brasil. Na região também há uma
das maiores criações de aves do país, além da pecuária bovina.
Wikimedia.com
Sebastian Knight/Shutterstock.com
Os pampas abrangem a metade meridional do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, o Uru-
guai e algumas províncias argentinas.
Geografia em cena
Mais de 80
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 39
25 a 29
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5
Porcentagem
Homens Mulheres
JopsStock/Shutterstock.com
Nascida nas margens do rio Paraná, a ci-
dade de Rosário é o centro comercial de
grande relevância para a atividade produtiva da
Argentina.
S
Tucumán
Yacyretá
Córdoba
Santa Fe
Salto Grande
Atucha
Rosario
San Nicolás
Mendoza Buenos Aires
La Plata Oceano
Atlântico
El Cóndor
Grande concentração
S. Sebastián de indústrias alimentícias
Río Chico
0 138 km 277 km
O L Oceano Atlântico
S
Gran Ilha
Malvina Stanley
Soledad
Darwin
Goose
Green
Arquipélago Área
Reino 2
Unido 740 ilhas 12.173 km
Capital Idioma
Stanley Inglês
Sob domínio britânico desde 1883
População: 3.000 habitantes
Moeda: Libra das Malvinas
Economia: Pesca, indústria de lã e turismo
População de ovelhas: 500.000
Argentina
Potencial econômico:
Área costeira pode ter reservas substanciais
Ilhas Malvinas de petróleo. Exploração, porém, ainda
não começou.
Distâncias (km)
Argentina 550
Reino Unido 12.800
0 3 mil 6 mil 9 mil 12 mil 15 mil
México: político
0 147 km 294 km N
O L
S
Estados Unidos
30º N Baja
California Sonora
Chihuahua
Hermosillo
Chihuahua
Go
Coahila éxico
de Zaragoza do M
lf o
lf o
Go
da
Baja Monterrey
California Sinaloa Saltillo
Ca
Zacatecas
fó
Calif
Utah
Pacífico Colorado
ór n
ia
Kansas
Arizona
Novo Oklahoma
México
Oceano
Texas
Atlântico
N
Tróp
O L
ic o de Pen. da
México
Cânc
do México
er
lfo
Califórnia
Go S
f11photo/Shutterstock.com
Se
Go
na
Península da
ra
o Golfo do
r ra
lf
lt
Califórnia do Torreón
od
Matamoros
Ma
México
a
Madre d
cer
dr
Trópico
e
éx
La Paz ci
O
Ca
de
ico
lifó
n tal
rn
oO
ia
Tampico Cancún
rie
Altitudes (metros)
León nt Mérida
al
Oceano
Popocatepetl
Península
3.000 5.452 m
Guadalajara
de Iucatã
2.500
Baía de
Pacífico
2.000
Campeche
Cidade do México Mar do
1.500
1.000 Veracruz
Caribe
Se
600 Citlaltepetl
rra Belize
400 5.610 m
200 Madre do Sul
100 Acapulco
50
Salina Cruz Honduras
0 0 188 km 376 km Guatemala
Golfo de
Tehuantepec Nicarágua
Pico
100º O El Salvador
Costa oriental
Constitui a área do Golfo do México até a Península de Iucatã.
Nessa região de vastas planícies banhadas pelas águas calientes do
Golfo do México e atingidas pelos ventos úmidos vindos do Atlân-
tico, o clima é tropical úmido, e as chuvas, abundantes.
A Península de Iucatã é um cenário paradisíaco com mansões e
balneários construídos sobre uma planície encaixada entre um sua-
ve planalto calcário e o verde Mar das Antilhas. Sua vegetação de
floresta tropical antiga guarda segredos da civilização maia, pois foi
nessa região que ela floresceu, evoluiu e declinou. Entre o fim do
verão e início do outono do Hemisfério Norte (setembro), quando
as águas do Caribe estão se aquecendo, é comum o surgimento de
furacões nessa área.
Emil Kehnel/Wikimedia.com
refere-se a qualquer local com águas sub-
terrâneas acessíveis. São formações geológicas
comuns em regiões de baixas latitudes, particu-
larmente em ilhas, regiões costeiras e platafor-
mas com recentes formações calcárias em solos
pouco desenvolvidos.
S
aM
éxico
do M
ie
fo
Gol
r
ad
ra
re
Ma
Oceano
Oc
dre
Atlântico
ci de
Orie
nta
n ta
l
Sie
l
rra
Oceano
Ma
dre d l Sur
e
Pacífico
Costa ocidental
Banhada pelo Oceano Pacífico, a Costa ocidental apresenta
um relevo com pequenas planícies que, em alguns trechos, desa-
parecem em virtude das áreas montanhosas, que chegam até as
águas do mar.
Essa porção do território mexicano, próxima à passagem da
corrente marinha fria da Califórnia, apresenta um clima árido, so-
bretudo na Baixa Califórnia, região da Península de mesmo nome,
que abriga uma grande parte do Deserto de Sonora.
Andrea Izzotti/Shutterstock.com
Geografia em cena
Marcelo Rodriguez/Shutterstock.com
Tijuana N
Mexicali Estados Unidos
O L
Ciudad S
Juárez
Oceano Hermosillo
Pacífico Chihuahua
Península da
Torreón Golfo do
Califórnia Culiacán Monterrey México
Saltillo
Guadalupe r
Durango Trópico de Cânce
Habitantes/km2
Menos de 1 Aguascalientes San Luis Potosí
Zapopán León
Querétaro
Entre 1 e 10
Tlalnepantla Mérida
Entre 11 e 50 Guadalajara Ecatepec Baía de
Morelia
Entre 51 e 100 Cidade do México Peubla Campeche Mar do
Netzahualcóyotl Caribe
Entre 101 e 200
Villahermosa Belize
Mais de 200 Acapulco
Cidades mais povoadas Guatemala
Golfo de
Mais de 8.000.000 Tehuantepec El Salvador
100º O
Espacialidade econômica
Diversificação
O México é o único país latino-americano a fazer parte direta-
mente de um bloco econômico com os Estados Unidos — o Trata-
do Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta).
A economia do país é diversificada, com base na exportação
de produtos primários, principalmente minerais e petróleo, além
de uma forte industrialização fundamentada com investimentos
transnacionais. Mais de 85% do comércio externo mexicano é feito
com os Estados Unidos, cujos interesses direcionam a produção de
exportação do México.
5.200.000.000
4.800.000.000
4.400.000.000 Outros
4.000.000.000 Japão
3.600.000.000 França
Venezuela
FOB USD
3.200.000.000
Reino Unido
2.800.000.000
China
2.400.000.000
Alemanha
2.000.000.000
Brasil
1.600.000.000 Colômbia
1.200.000.000 Canadá
800.000.000 Estados Unidos
400.000.000
0
Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
2012
Data
Disponível em : https://trade.nosis.com/pt/Comex/Importacao-Exportacao/Mexico/reatores-nucleares-caldeiras-
maquinas-aparelhos-e-instrumentos-mecanicos-e-suas-partes/MX/84. 28/04/2018.
Agropecuária mexicana
O espaço territorial mexicano impõe algumas limitações para
a prática da agropecuária: terrenos montanhosos e irregulares, solos
geralmente com baixa fertilidade e existência de uma vasta área onde
os climas são desérticos e semiáridos. A atividade agrícola se limita a
58% de todo o território do país e é realizada principalmente na área
do planalto, onde as terras vulcânicas são extremamente férteis.
Ciudad Legenda
Juárez EUA Café
Café
Arroz
Milho
Algodão
Cana-de-açúcar
Monterrey
Torreón
Criação extensiva
Golfo do N
México
San Luis O L
Puebla Atlântico
0 174 km 348 km Acapulco Café
Café
Café
Apesar do processo de reforma agrária ocorrido após a Revolução Mexicana (1910–1917), ainda persiste no México uma grande concentração de
terras nas mãos de poucas pessoas, principalmente no norte do país. Como podemos analisar no mapa, a agricultura mexicana é desenvolvida con-
forme o tipo climático determinado pela altitude.
Nikolay Gyngazov/Shutterstock.com
A plantação de milho é muito forte no agronegócio mexicano.
Extrativismo mineral
O México é o sexto maior produtor de petróleo do Planeta de-
vido ao subsolo extremamente rico. A maior parte dessa produção
é exportada para os Estados Unidos. O petróleo é encontrado em
grandes jazidas no Golfo do México e em grande parte da Costa
Oriental, principalmente nas regiões próximas às cidades de Vera
Cruz e Tampico, onde grandes refinarias estão instaladas.
O país é o décimo produtor mundial de prata, zinco e chumbo.
Também produz abundantemente ouro, manganês, níquel, cobre,
ferro e diversos outros minerais, destinados, prioritariamente, à ex-
portação, sobretudo para os estadunidenses.
Mazatlán
Aguascalientes Tampico
México
San Luis Potosí
Oceano Guadalajara
Tuxpan
Pacífico
Heroica
Cidade do México Veracruz Tabasco
A Pemex é uma das maiores e mais importantes empresas do México, sendo uma referência
internacional em matéria de combustíveis fósseis.
Andrij Vatsyk/Shutterstock.com
O Brasil
Do imperialismo
regional à integração
Nem sempre a relação política brasileira com os nossos vizinhos
foi amigável, principalmente quando a América estava dividida pelo
império português e espanhol. Cada um desses impérios disputava,
desde a época dos descobrimentos, os espaços da América.
Na América do Sul colonial, onde o Tratado de Tordesilhas
dividia o continente em duas porções — uma a leste sob domínio
75º 65º 55º 35º
0 233 km 466 km N
O L
Equador S
0º
Meridiano de Tordesilhas
10º
20º
Terras pertencentes
Trópico
de Capr
à Espanha icórnio
O L
Tró
pic
od
Vice-reino
eC da Nova
ânc
er Espanha
Capitania-geral
de Cuba
Oceano
Capitania-geral
da Guatemala
Atlântico
Capitania-geral
Equa
dor da Venezuela
Vice-reino de
Nova Granada
América
Oceano Portuguesa
Vice-reino
Pacífico do Peru
Vice-reino
do Rio
da
Capitania-geral Prata
do Chile
0 553 km 1.106 km
O L
S
Equador
Belém
São José do Rio Negro
(Manaus) São Luís
Estado do
Grão-Pará
Olinda
Recife
Estado
0 165 km 330 km
do Brasil Salvador
(capital até 1763)
Vila Real
(Cuiabá)
Sabará
Vila Rica (Ouro Preto) Vitória
São João del Rei
São Paulo Rio de Janeiro
(capital a partir de 1763)
São Vicente
Curitiba
Tratado de Tordesilhas, 1494
2 Tratado de Utrecht, 1713-1715
3 Vila do Desterro
Oceano
Tratado de Madri, 1750
4 Porto
42
Tratado de Santo Idelfonso, 1777
5 Tratado de Badajós, 1801
5
Alegre
Atlântico
Área disputada por Portugal e Espanha
Áreas em litígio com os países
3 Vila de São Pedro
vizinhos no decorrer do séc. XIX
Colônia do Sacramento
Argentina
Palmas Porto União
Joinville
Itajaí
Território disputado pela Argentina Blumenau
incorporado ao Brasil
Santa
0 41 km 82 km
Catarina
Florianópolis
Erechim
N
Rio Grande
O L
do Sul
Oceano
S Atlântico
Marzolino/Shutterstock.com
Mykola Gomeniuk/Shutterstock.com
A Usina de Itaipu é a líder mundial em O fim dessas instabilidades só se daria a partir da metade da
produção de energia limpa e renovável,
tendo produzido mais de 2,5 bilhões MWh década de 1980, no período de redemocratização dos dois países.
desde o início de sua operação. Em 1991, os novos governos civis se reaproximaram e selaram de-
finitivamente a paz, com o Tratado de Assunção, por intermédio
do qual se estabeleceu a criação do Mercosul.
Atualmente, a despeito das crises que atingiram o mundo, os
países da América do Sul apresentam relações comerciais e políticas
volumosas e estáveis.
Em tese, dá sim para encher de água algumas regiões do nosso país vizinho. Mas, na reali-
dade, a possibilidade é remotíssima, porque provavelmente a tromba-d’água seria contida ou
se dissiparia no meio do caminho. De início, é preciso deixar claro que só mesmo um mega-
-acidente ou um atentado destruidor seria capaz de arrebentar a barragem do lago de Itaipu.
Mesmo assim, essa situação é bastante improvável, porque, além de possuir diversos sistemas
de segurança, a hidrelétrica foi construída em módulos independentes. Ou seja, ainda que
algumas comportas sejam rompidas, as outras continuam funcionando normalmente. Além
disso, a água liberada pela represa não seria suficiente para inundar todo o território argentino.
“O efeito seria parecido com o de uma grande enchente de causas naturais”, diz o engenheiro
eletricista Júlio Meirelles, da hidrelétrica de Itaipu.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/e-verdade-que-o-brasil-pode-inundar-a-argentina-usando-a-hidreletrica-de-itaipu.
A cidade perdida
Direção: Andy Garcia.
Ano: 2005.
Sinopse: Havana (Cuba), década de 1950. O dono de um clube noturno é flagrado no meio de uma
transação turbulenta durante a Revolução Cubana, quando o opressivo governo de Batista passa o
poder para as mãos de Fidel Castro. A entrada do governante marxista na presidênci faz com que o
dono do clube se mude para Nova York.
No
Direção: Pablo Larraín.
Ano: 2012.
Sinopse: Depois de quinze anos de uma ditadura militar, o povo é chamado para votar se o Ge-
neral Augusto Pinochet fica no poder por meio de um plebiscito nacional. René trabalha em uma
equipe que cria filmes e materiais promocionais na esperança de fazer o povo votar no “Não”, para
que Pinochet não continue no poder por mais oito anos. Enquanto isso, seu chefe está trabalhando
na campanha do “Sim”.
Ensaio geográfico
1 Observe o mapa abaixo e responda às questões a, b e c:
N
O L
30º N
0 235 km 470 km
15º N
México.
Maias.
4 O Mercosul é um bloco econômico criado nos anos 1990 com a finalidade de estabelecer fortes
laços econômicos entre países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Dessa
forma, escreva o nome do tratado que oficializou o bloco e deu início às suas atividades.
Tratado de Assunção.
Encerramento
1 Leia o texto abaixo e, em seguida, faça o que se pede.
Por causa de diferenças nos processos de colonização e de independência. “Ao contrário da Amé-
rica portuguesa, não existiu unidade administrativa na América espanhola”, diz a historiadora Liber-
tad Borges Bittencourt, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Isso aconteceu porque a Espanha
dividiu seus territórios na América em quatro grandes vice-reinados, além de outras capitanias gerais
e intendências. No Brasil, a criação das capitanias hereditárias foi uma experiência parecida. Mas esse
sistema não deu certo por aqui, e a Coroa portuguesa acabou assumindo diretamente o controle da sua
colônia. Já nas terras espanholas, a divisão administrativa funcionou tão bem que se tornou difícil de
ser revertida após o início dos processos de independência.
As áreas sob domínio espanhol eram administradas por vice-reis, que estabeleceram suas próprias
estruturas locais de governo, embora mantivessem a fidelidade ao rei da Espanha. Outro fator impor-
tante para a fragmentação dos países foi a maneira como aconteceram as independências nas colônias.
“Na América espanhola, elas ocorreram em contextos de guerra. As classes governantes locais impu-
seram a fragmentação, num loteamento de espaço e poder”, diz Libertad. Após a independência dos
vários países, ocorreram tentativas frustradas de unir as nações recém-nascidas. Esse era um dos ideais
do líder revolucionário venezuelano Simón Bolívar (1783–1830).
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-as-terras-da-espanha-na-america-viraram-varios-paises.
Acessado em: 13/08/2013.
a. Com base no texto, estabeleça uma comparação entre o sistema de capitanias hereditárias nas colô-
nias espanholas e na colônia portuguesa na América.
A Espanha dividiu seu território na América em quatro grandes vice-reinados, além de outras capita-
nias. Já com a Coroa portuguesa, o projeto das capitanias não deu certo, o que a levou a assumir dire-
ações gradativas.
2 (UFPB) Em 1982, ocorreu um fato histórico envolvendo um país sul-americano e uma potência
econômica e bélica europeia, relacionado à posse de uma ilha no Atlântico Sul. As tentativas para um
acordo pacífico foram em vão, e esse fato acabou resultando em um conflito armado, com consequên-
cias para a geopolítica da região.
Em relação a esse fato histórico, é correto afirmar que se trata da:
a. Guerra das Malvinas, envolvendo a Argentina e a França, com a vitória dos franceses e o conse-
quente agravamento da crise política argentina.
b. X Guerra das Falklands, envolvendo a Argentina e a Inglaterra, com a derrota dos argentinos, que
até hoje reivindicam a posse dessa ilha.
c. Guerra das Malvinas, envolvendo o Chile e a Inglaterra, com a vitória dos ingleses e a expulsão
dos chilenos, que, apesar da derrota, não sofreram consequências econômicas graves.
d. Guerra das Falklands, envolvendo o Chile e a França, com a vitória da França, que passou a ter
uma possessão estrategicamente localizada no Atlântico Sul.
e. Guerra das Malvinas, envolvendo o Chile e a Inglaterra, com a vitória dos chilenos, que se apo-
deraram de um arquipélago rico em recursos energéticos.
7 (UFPE) Dentre os estágios de integração entre membros de um mesmo bloco econômico abaixo
elencados, assinale aquele que corresponde ao Mercosul:
a. X Zona de livre-comércio.
b. Área de livre-comércio.
c. União Aduaneira.
d. Mercado Comum.
e. Região Alfandegária.
10 No relevo do continente americano, a costa ocidental sul possui uma cadeia montanhosa de formação geo-
lógica recente cujo pico é o mais alto do Ocidente. O nome da cadeia bem como do pico é, respectivamente:
a. Pico da Neblina – Cordilheira dos Andes.
b. Pico do Aconcágua – Cordilheira dos Andes.
c. Monte Mackinley – Montanhas Rochosas.
d. Cordilheira dos Andes – Pico do Labrador.
e. X Cordilheira dos Andes – Monte Aconcágua.
11 (UFPR) A fronteira do México com os Estados Unidos tem protagonizado distintos processos de
natureza social, econômica e espacial. Sobre essa realidade, considere as seguintes afirmativas:
1. Observa-se um intenso processo migratório ilegal do México com destino aos Estados Unidos,
desencadeando ações radicais por parte do governo americano, como a construção de um muro
para marcar a fronteira e dificultar o ingresso de migrantes clandestinos nos EUA.
2. Há uma importante relação industrial entre os dois países, sobretudo por meio da ação das maqui-
ladoras, indústrias americanas instaladas do lado mexicano que se aproveitam de isenções tarifárias,
importam componentes dos Estados Unidos, executam a montagem dos produtos, utilizando-se do
baixo custo da mão de obra mexicana e exportam os produtos acabados para os EUA, com preços
normalmente abaixo daqueles praticados pelas indústrias que produzem em território americano.
3. Os problemas existentes entre ambos os países podem ser atribuídos à separação física estabelecida
por essa fronteira: o México compõe a América Central e os Estados Unidos a América do Norte.
4. A importância da fronteira entre EUA e México em relação à migração e ao processo de localiza-
ção das maquiladoras se justifica pelo fato de as maiores cidades mexicanas estarem localizadas na
região de fronteira, inclusive a capital, Cidade do México.
5. As remessas de dólares que os imigrantes fazem para suas famílias no país de origem contribuem
com expressiva parcela da economia mexicana.
Assinale a alternativa correta.
a. Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b. Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c. Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d. Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras.
e. X Somente as afirmativas 1, 2 e 5 são verdadeiras.
Objetivos
Neste capítulo, vamos conhecer
um pouco mais sobre o Paraguai, o
pedagógicos
Uruguai e a Colômbia, além da América
Central. Esses países americanos têm a
agropecuária como base de sua economia,
destacando-se o plantio de cana-de-
• Analisar a organização sociopolítica dos
açúcar, milho, banana e algodão. países latino-americanos.
• Compreender a centralização e a descentra-
utterstock.com
lização de poder e como influenciam no pro-
Diego Cervo/Sh
299
Cuba
Território, população e
clima
Essa pequena ilha do Mar do Caribe é conhecida no mundo
inteiro por três aspectos: fabricação do melhor charuto do mundo;
produção dos melhores runs; e por ter sido a pátria do socialismo
na América. Localizada a apenas 170 km dos Estados Unidos, Cuba
é um arquipélago formado por diversas ilhas, a mais importante é
a da Juventude.
O território cubano tem 109.890 km². Nele predomina o rele-
vo plano, em que se alternam planaltos de altitude modesta e planí-
cies aluvionais de solo extremamente fértil, utilizado para o plantio
de cana-de-açúcar e fumo.
0 34 km 68 km
Oceano Atlântico Ba
N
O L
ha
Havana
Matanças
ma S
Reinor do Rio Havana Matanças
Vila Clara s
Pinar del Río Cienfuegos
Santa Clara
Cienfuegos Cego de Ávila
Nova Gerona
Cego de Ávila
Sancti Spíritus
Ilha da Juventude Sacti Spíritus
Camagüey
Holguín
Mar
das Antilhas
Bayamo
Santiago
Guantánamo
Granma de Cuba
Guantánamo
Santiago
de Cuba
wanvinai samsee/Shutterstock.com
intensamente devastada, é constituída originalmente por densas
florestas tropicais.
Sociedade e revolução
Cuba hoje
Na atualidade, Cuba apresenta alguns dos melhores indicado-
res sociais da América Latina: elevado IDH (0,769); inexistência
de analfabetismo; expectativa de vida em torno de 79,4 anos; e
mortalidade infantil de 4,63/mil nascidos. Entretanto, nem sem-
pre foi assim. O país viveu mais de quatrocentos anos de domina-
ção e exploração. Esse período começou quando o espanhol Diego
Velázquez, em 1510, desembarcou na ilha e prolongou-se com as
Plantação de tabaco para produção de charu-
diferentes ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos ao longo da tos em Cuba, produto de particular impor-
primeira metade do século XX. tância para a economia e a identidade da nação.
A Revolução Cubana
A ilha de Cuba teve seus laços coloniais rompidos em 1898,
como resultado da Guerra Hispano-americana — entre a Espanha
(metrópole) e os Estados Unidos.
Já em 1895, a luta pela independência cubana, liderada pelo poeta
José Martí, combateu as tropas espanholas. Os Estados Unidos, com
interesses específicos em Cuba, interviram no conflito. Rapidamente,
o movimento de independência cubana perdeu força e instalou-se uma
guerra entre a Espanha, que insistiu no decadente sistema colonial, e os
Estados Unidos, que almeja expansão territorial. Em 12 de agosto de
1898, com a derrota espanhola, Estados Unidos e os estadunidenses
assinaram um armistício em que esta abre mão do domínio de Cuba.
Excluída de todas as negociações, a ilha foi ainda submetida à Emen-
da Platt, pela qual se tornava protetorado norte-americano, ou seja, os
Estados Unidos tinham, a partir de então, o direito de intervir mili-
tarmente em solo cubano. Ademais, os estadunidenses receberam de
Cuba uma área de 117 km2, na Baía de Guantánamo, onde foi cons-
truída a base com o mesmo nome e que até hoje existe.
Com uma economia agroexportadora — cujos principais pro-
dutos eram, e ainda são, o fumo e a cana-de-açúcar —, Cuba viveu,
durante toda a primeira metade do século XX, uma aparente tran-
quilidade, em que desfilavam no poder ditadores apadrinhados e
sustentados pelos Estados Unidos. Praticamente todos os imóveis,
as terras, fábricas, etc. pertenciam a cidadãos norte-americanos.
Dentre os diversos ditadores, destacou-se Fulgencio Batista,
que governou Cuba em dois períodos diferentes: de 1940 a 1944 e
de 1952 a 1959, até ser deposto pela Revolução. Ele governava com
poderes absolutos e brutal repressão, o que gerava grande descon-
tentamento entre o povo.
Alberto Korda
parte do exército cubano, o jovem advogado Fidel Castro tentou,
junto a outros insurretos, tomar o Quartel Moncada, em Santiago
Comente com sua turma que, em boa de Cuba. A tentativa foi um fracasso. Fidel foi preso e posterior-
mente exilado para o México. De lá, o líder guerrilheiro passou a
parte dos golpes militares ocorridos nos paí- organizar, com outros exilados, o movimento que derrubaria o Sar-
ses latino-americanos, houve investimento do gento Batista e sua ditadura.
governo estadunidense, cujo objetivo era de- No dia 25 de novembro de 1956, teve início a histórica Revo-
lução Cubana, com a saída de Fidel Castro e um pequeno exército
sestabilizar esses países de modo político e de 83 homens do Porto de Tuxpan, no México. Entre eles, Ernesto
econômico. “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos.
Vitoriosos, Fidel e seus companheiros definiram um programa
Che Guevara foi um dos revolucioná-
de reformas que se chocou diretamente com os interesses norte-
-americanos. As mudanças envolviam reforma agrária, nacionali-
Anotações rios que derrubou o regime autoritário
de Fulgencio Batista, juntamente com Fidel e
Raúl Castro, e que, posteriormente, saiu com
zação das refinarias de açúcar e álcool e, posteriormente, das indús-
um grupo de voluntários de países latino-ame- trias — todas pertencentes a grupos estadunidenses. Os Estados
ricanos para propagar os ideais da Revolução
Cubana. Sua imagem é mítica em toda a Amé-
Unidos, por sua vez, suspenderam a importação do principal pro-
rica Latina. duto cubano, o açúcar.
Apoio soviético
Alternativa ao embargo norte-americano
Library of Congress
dos como um foco de disseminação do socialismo para o restante
do continente americano. Isso serviu de justificativa para que o pre-
sidente John Kennedy tomasse medidas extremamente duras.
Em janeiro de 1961, os Estados Unidos romperam relações
com Cuba e, a partir daí, elaboraram planos de ação para promover
a queda dos revolucionários de Fidel. O primeiro deles foi a Inva-
são à Baía dos Porcos, em abril de 1961. Um grupo de exilados
cubanos e mercenários norte-americanos, sob a orientação da CIA,
desembarcou na baía, recebendo auxílio de grupos de aviação, mas
foram rechaçados pelo povo com armas.
A operação foi um fracasso e serviu para aumentar o prestígio
pessoal de Fidel Castro e dos revolucionários, também chamados
de barbudos. Aproveitando-se do episódio, o líder revolucionário
fez um discurso anunciando ao mundo que Cuba assumiria o socia-
lismo, sendo o primeiro dos países latino-americanos a trilhar esse
caminho para superar suas dificuldades provenientes do imperialis-
Fidel Castro, por mais de 40 anos, foi o co-
mo estadunidense.
mandante em chefe da República de Cuba Os Estados Unidos, então, articularam um forte bloqueio a
e conduziu o país, apesar do embargo econômi-
co, comercial e financeiro imposto pelos Estados
Cuba, principalmente quando as relações cubanas com a URSS
Unidos. pretendiam transformar a ilha em ponto estratégico, com a insta-
C
302
Cecil William/National Archives and Records Administration A iminência de uma guerra nuclear com
a Crise dos Mísseis deixou o mundo sob
forte tensão. Uma decisão errada de Kennedy
poderia resultar na extinção da humanidade. Na
foto, Kennedy e o secretário de defesa Robert
McNamara.
Relações internacionais e a
exportação da guerrilha
4:59
Com o auxílio soviético e do bloco socialista, as exportações de
Cuba gozavam de privilégios. O governo cubano passou a incentivar
e sustentar diversos movimentos revolucionários no continente como
forma de subverter os governos aliados dos Estados Unidos. Em 1967,
foi fundada, em Havana, a Organização Latino-Americana de Solida-
riedade (Olas), que tinha como objetivo apoiar as guerrilhas da Améri-
ca Latina. Em retaliação à Olas, os Estados Unidos apoiaram os golpes
militares do continente, em uma clara política de implantação de go-
vernos ditatoriais para afastar o perigo comunista cubano.
Tiomono
do socialismo nos assuntos mundiais foi per-
dido em 1989/1990 com o colapso da União
Soviética. A época bipolar do mundo está, por
enquanto, desaparecendo. Nem a construção
mundial do socialismo nem a realização do
comunismo são metas realistas para os pró-
ximos anos, mas o desenvolvimento de Cuba O sandinismo, baseia-se na ideologia de
Augusto César Sandino, o chamado ge-
em direção ao socialismo não poderia ser do- neral de hombres libres, que leva seu nome.
turo. Ele busca um meio termo que preserve o por alguns aspectos muito mais concretos. [...] tegração de Cuba na divisão internacional do
papel central do planejamento para a economia, Para estabelecer o socialismo desejado trabalho pode, assim, trazer uma economia
deixando espaço para as relações de mercado e em longo prazo, às vezes é preciso recorrer cubana mais forte [...]. Nesse sentido, para
reconhecendo o próprio mercado. É importante a meios não ortodoxos, o que também pode Cuba, a teoria marxista-leninista e seus efei-
ressaltar que, apesar do reconhecimento do pa- significar que um passo temporário para trás tos desejados não são atualmente congruen-
pel complementar da propriedade privada so- deve ser tomado para depois ter uma base para tes. No entanto, quão realista o renovado pas-
bre certos meios de produção e formas de admi- o progresso renovado. Em vista do contex- so em frente, na direção da apropriação social,
nistração dentro dessa chamada propiedad mixta to global em que se localiza Cuba, a adapta- dependerá da estrutura em que a pequena bur-
(ou seja, “propriedade mista”), a ênfase deve con- ção ao mercado capitalista mundial é, portan- guesia emergente possa se desenvolver.
tinuar sendo a propriedade estatal. to, necessária, sobretudo, na política externa,
Em Cuba, no entanto, o socialismo não é vis- já que muitos bens importantes não podem Disponível em: https://berichteaushavanna.
to apenas como uma construção de grandes con- ser produzidos em Cuba, o que significa que de/2016/11/15/sozialismus-und-eigentum-welchen-
ceitos e teorias difíceis. O socialismo é formado dependem das importações do exterior. A in- weg-geht-kuba/. Acessado em 04/04/2018.
C
304
5:00
Paraguai
Território
O atual território paraguaio tem 406.752 km2 e está localizado
na porção centro-sul do continente americano. Assim como a Bolí-
via, não possui saída para o mar.
20º S
Alto Paraguai
Brasil
Forte olimpo
Boqueron
Pedro João
Cavaleiro
Filadelfia
Am
Concepcion
am
bay
Concepción
Poço Colorado
San Pedro
Presidente Hayes Salto del Guaria
San Pedro Canindeyu
Alto
Cordilleira Caaguazu Parana 25º S
Assunção
Argentina Aregua
Caacupe Coronel
Oviedo
Cidade
Central Paraguari
do Leste
Villarica
Guairá
Paraguari Caazapa
Neembucu
Caazapa
Capital
Itapua
São João
Capital do país
Batista
Pilar Missões
N Encarnação
O L
Espacialidade natural
O Rio Paraguai divide o país em dois ambientes naturais: Geografia em cena
Filipefrazao
Chaco é uma palavra de origem quéchua,
que significa lugar de caça, por causa da
riqueza da flora e da fauna que possuía nos tem-
pos pré-colombianos
Espacialidade comercial
Logística
O Paraguai faz fronteira com o Brasil ao leste e nordeste; com
a Bolívia ao sul e sudoeste; e com a Argentina, que envolve o seu
território do sudoeste ao sudeste. Essa posição geográfica faz com
que o país seja totalmente dependente do Brasil e da Argentina
para escoar a sua produção para o exterior. E, nesse caso, só há duas
alternativas: utilizar a Bacia Platina a partir do Rio Paraguai, que,
próximo à cidade de Corrientes, na Argentina, se encontra com o
Rio Paraná, e seguem em direção à sua foz no Atlântico; ou utilizar
o território brasileiro, atravessando a Ponte da Amizade — inau-
gurada em 1965 —, sobre o Rio Paraná, e seguindo em direção ao
Porto de Paranaguá, no Paraná (onde existe um píer/terminal de
cargas exclusivo para o Paraguai), pela rodovia BR–277. Essa al-
ternativa foi criada durante o período em que o governo militar
brasileiro tentava atrair o país guarani e outros países do cone sul
para sua esfera de influência.
0 41 km 82 km
20º S
Bolívia
Brasil
Forte olimpo
2
Habitantes/km
1.000
Pedro João
800
Cavaleiro
600 Filadelfia
400
200
Concepcion
100 Poço Colorado
50
25 Salto del Guaria
10 São Pedro
5
2
1 25º S
Assunção
0
Argentina Aregua
Caacupe Coronel
Oviedo
Cidade
do
N Paraguari Villarica Leste
O L
Caazapa
S
São João
Batista
Pilar
Encarnação
Reprodução
Detalhe da pintura de Juan Manuel Blanes,
na qual a paraguaia chora a desolação e a
tragédia de ver os homens que jaziam no campo
de batalha. La paraguaya, 1879.
A construção do espaço
geográfico paraguaio
Independência
A história da construção do espaço geográfico paraguaio após a
dominação da América começa quando os espanhóis, em 1537, fun-
daram a cidade de Assunção e passaram a atrair colonos para povoar
a região. Integrados à região do Vice-Reino do Rio da Prata, os espa-
nhóis passam a miscigenar-se com os guaranis, fato que atraiu para a
região várias ordens religiosas católicas, principalmente os jesuítas,
com o objetivo de converter os nativos ao cristianismo.
Como resultado dessa “invasão” da cristandade, começaram a
surgir na região diversas missões religiosas, que, sistematicamente,
eram invadidas e destruídas por soldados espanhóis e bandeirantes
portugueses, que tinham como principal objetivo capturar os indí-
genas para transformá-los em escravos.
Em terras paraguaias não se desenvolveram grandes latifúndios
monocultores. Isso é decorrente da distância do mar e, principalmen-
te, da resistência dos camponeses mestiços, que, ao longo do século
XVII, protagonizaram diversas rebeliões contra os jesuítas, as autori-
dades espanholas ligadas aos religiosos e as oligarquias internas.
complementar
História de um silêncio: a
CG_8ºano_09.indd 310 30/04/2018 09:45:01 CG
310
Anotações
Reprodução
José Gaspar de Francia ocupou vários cargos no governo independente, sendo primeiramente
Secretário da Junta, depois Cônsul, juntamente com o comandante militar Fulgencio Yegros.
Pela Assembleia, foi nomeado Ditador Temporário e finalmente, em 1816, Ditador Perpétuo da
República do Paraguai.
311
Geopolítica da Guerra do
Paraguai
Socialmente, a população do Paraguai gozava de uma vida
tranquila e produtiva. Trabalhavam em terras que pertenciam ao
Estado (98% das terras pertenciam ao governo) por um sistema
em que os camponeses recebiam as terras com a obrigação de po-
voá-las e explorá-las e o governo se encarregava de criar obras de
infraestrutura, como construção de pontes, canais de irrigação e
estradas. Para melhorar o nível técnico da sua população, o gover-
no paraguaio criou o sistema público de educação básica e finan-
ciava os estudos de sua juventude em universidades da Europa e
dos Estados Unidos.
Acontece que o crescimento econômico paraguaio interferia
diretamente nos interesses comerciais da Inglaterra, na América do
Sul. Os produtos manufaturados do Paraguai eram mais baratos
que os ingleses, além da política protecionista praticada por Fran-
cisco Solano López.
O Paraguai crescia independente de auxílio externo, sem a
dominação, e esse crescimento forçava um avanço do comércio ex-
terno. Incentivados pelos ingleses, os governos do Brasil e da Ar-
gentina passaram a cobrar pedágios e a bloquear a circulação de
navios guaranis na bacia do Rio da Prata. A situação tornou-se crí-
tica quando Venâncio Flores tomou o poder no Uruguai, fechando
definitivamente a saída dos navios paraguaios, e assinou um acordo
com o Brasil pelo qual se comprometeu a entrar, ao lado deste e da
Argentina, em uma eventual guerra desses países contra o Paraguai.
A reação de Solano López foi rápida e radical. Buscando o con-
trole da Bacia do Rio da Prata, invadiu as terras brasileiras que hoje
constituem o Mato Grosso do Sul e a região de Corrientes, na Ar-
gentina. Em resposta, a Argentina, o Brasil e o Uruguai formaram a
Tríplice Aliança e decretaram Guerra ao Paraguai.
“Morro com minha pátria.” Esta foi a última frase de Francisco
Solano López antes de morrer, cercado de crianças guaranis, que,
disfarçados de adultos com barbas postiças, lutavam ao seu lado.
E a frase era verdadeira. A guerra durou seis anos (1864–1870),
e o final do conflito deixou um saldo de morte assombroso: 94%
da população adulta masculina foi exterminada; cerca de 60% da
Máxima extensão do
Rio Parag
on
Argentina e Paraguai
Corrientes issi
M
Riachuelo
Área litigiosa entre
São Borja Brasil e Paraguai
Jataí Itaqui
Uruguaiana N
Porto Alegre
O L
ná
a S
Rio Par
Samuel Kochhan/Shutterstock.com
Hidrelétrica Itaipu Binacional, empresa
localizada na fronteira do Brasil com o
Paraguai, no rio Paraná, Foz do Iguaçu.
Geografia em cena
Guerra no Mercosul
O dia 24 de maio de 1866 amanheceu lindo. Céu azul com uma fina faixa de nuvens cortando
o sol que se levantava sobre as palmeiras do extremo sul do Paraguai. O acampamento do exército
unido de 35.000 brasileiros, uruguaios e argentinos iniciava mais um dia. Soldados buscavam le-
nha, cornetas davam ordens. Mas havia algo no ar. Cinco minutos antes do meio-dia, um foguete
subiu aos ares. Em seguida, ouviu-se um disparo de canhão: era o sinal. Cerca de 24.000 paraguaios
saíram das matas como um furacão. Tuiuti, a maior batalha campal da história da América do Sul,
estava começando. Quatro horas depois seu saldo era aterrador. Os aliados perderam 1.000 ho-
mens e 3.000 ficaram feridos. O desastre paraguaio foi ainda maior: 6.000 mortes e 7.000 feridos.
Mas a mortandade estava longe de acabar. A guerra, que se prolongaria por mais quatro anos, no
final vitimaria 100 mil.
http://super.abril.com.br/historia/guerra-no-mercosul.
Uruguai
Espaço uruguaio
O Uruguai é o menor dos países que compõem o Mercosul
e está localizado a sudeste da América do Sul. Possui atualmente
176.220 km2 de área territorial e faz fronteira ao norte e nordeste
com o Brasil; a sudoeste e oeste com a Argentina; e ao sudeste com
o Oceano Atlântico.
Uruguai: político
N
30º S
Artigas
Artigas Brasil O L
S
Rivera
Salto Salto
Rivera
Tacuarembo
32º S Paisandu
Tacuarembo Melo
Paisandu
Argentina
Cerro Largo
Rio Negro
Fray Bentos Durazno Trinta e três
Mercedes
Durazno
Trindade
Soriano
Flores Flórida
Lavalleja Rocha
São Florida
34º S Colonia José Minas
Colonia del
São JoséCanelones
de Maio Canelones Maldonado
Rocha Oceano
Sacramento
Montevidéu Maldonado
Atlântico
Montevidéu
Relevo uruguaio
Território recoberto por uma ampla área de campos, que são
uma continuidade dos pampas gaúchos, o ambiente uruguaio é
abraçado pelo clima subtropical na área limítrofe com o Brasil e
pelo clima temperado no restante do seu território, cujas tempera-
turas são baixas no inverno e com chuvas bem distribuídas ao longo
Uruguai: relevo
Salto
o
ed
Ha
Tacuarembó
de
ra
Paisandú lh ei Melo
rdi
Co
e
nd
Lagoa
Cordilheira Grande de Durazno Merín
Cordilheira Gra
Fray Bentos Trinta e Três
Mercedes Trinidad
Durazno
Cordi
lheira Grande Inferior
Florida
São José
Rio
Rocha N
Colonia del de Maio
Minas
da
Sacramento O L
ra Canelones
P
ta S
Colonização e tradicionalismo
A Banda Oriental do Rio da Prata, nome da região na época
colonial, era ocupada antes da chegada dos europeus pelos índios
guaranis e charruas, único grupo a dominar a arte da montaria em
cavalos.
Os espanhóis, percebendo a aptidão natural da região, introdu-
ziram a criação do gado bovino para ocupá-la efetivamente. Progres-
sivamente, vários ranchos e estâncias foram surgindo na paisagem.
Porém a área também era cobiçada pelos portugueses, que, em 1680,
fundaram, na margem oposta do Rio da Prata, a colônia de Sacra-
mento, de onde atravessavam o rio para promover saques e captura
do gado. Percebendo que podiam perder suas terras, os espanhóis
atacaram Sacramento, gerando o primeiro conflito da região.
O juramento dos trinta e três orientais. O movimento liderado por Juan Antonio Lavalleja foi decisivo para a independência da província Cisplatina
do Brasil que se tornou o Uruguai.
Matyas Rehak/Shutterstock.com
criação de ovinos e bovinos, tem um peso sig-
nificativo nas exportações. As importações
nacionais são constituídas, quase exclusiva-
mente, por combustíveis e metais. A indús-
tria produz bens alimentares, bebidas, produ-
tos químicos, produtos petrolíferos, têxteis,
calçado, equipamento para os transportes, ta-
baco, produtos de couro e derivados de papel.
Os maiores parceiros comerciais do Uru-
guai são o Brasil, a Argentina, os Estados Uni- Montevidéu, capital do Uruguai. Vista
da Praça da Independência no centro de
dos da América e a Itália. Indicador ambiental: Montevidéu. A cidade é também sede adminis-
trativa do Mercosul e da Aladi.
o valor das emissões de dióxido de carbono, per Com população majoritariamente branca, descendentes de es-
capita é de 2,0. panhóis e italianos, que no conjunto somam 90% do total (6% de
A criação constitui a principal atividade eurameríndios e 4% de afrodescendentes compõem o restante da
população), o Uruguai goza de um padrão de vida semelhante ao
agrícola do Uruguai e representa uma parte dos países europeus: IDH 0,799, expectativa de vida de 77,2 anos,
importante das suas exportações anuais, sob a mortalidade infantil de 8,74/mil nascidos e uma taxa de alfabetiza-
forma de carne, lã e peles. O efetivo é compos- ção que supera os 98%.
to essencialmente de ovinos e bovinos e o país
é um dos primeiros produtores de lã do mun-
Espaço econômico e
do. As principais culturas são as de açúcar, be- tradição
terraba, trigo, arroz, tomates, sorgo e milho.
[...] Pecuária
A produção uruguaia de minérios é rela- A base da economia do Uruguai é a mesma desde o período
tivamente modesta. A principal atividade mi- colonial: a criação de gado na forma extensiva, de onde, além da
carne, exporta-se couro e lã de ovelha. As exportações de carne e lã
neira é a exploração de carreiras de areia e ar- fizeram, ao longo dos anos, o Uruguai atingir o elevado padrão de
gila e das produções de granito, de mármore e
de ouro. Os principais setores industriais são 318 Capítulo 9 – Tranformações socioeconômicas da América Latina
os de lã, algodão, a fibra de seda artificial e so-
bretudo a agro-alimentar, nomeadamente a
carne. Do mesmo modo, a refinação de petró- CG_8ºano_09.indd 318 30/04/2018 09:45:04
leo, o fabrico de cimento, a produção de ves- cipais parceiros comerciais são o Brasil, a Ar- troviária compreende cerca de 3.003 km de
tuários, de aço, de alumínio, de equipamentos gentina, a Alemanha e os Estados Unidos. Os ferrovias. Várias companhias aéreas servem o
elétricos e de produtos químicos são setores têxteis e os seus derivados, a carne, o peixe, o Uruguai, e uma companhia pública assegu-
importantes na economia do país. arroz, e as peles são os seus principais produ- ra voos internos. O transporte fluvial é mui-
A unidade monetária do Uruguai é o tos de exportação. O turismo, nomeadamen- to importante; as vias navegáveis são nume-
peso uruguaio. O sistema bancário do Uru- te proveniente da Argentina, é igualmente rosas. Existem mais de 100 estações de rádio
guai é desenvolvido bem, e compreende nu- uma fonte importante de divisas. O Uruguai e 20 redes de televisão, e cerca de 36 jornais
merosos bancos privados, controlados pelo importa produtos alimentares, produtos quí- são publicados diariamente, a maioria em
Banco Central do Uruguai, que é o único ban- micos e farmacêuticos, materiais de constru- Montevidéu.
co de emissão. ção, matérias plásticas e resinas sintéticas, bem
O comércio externo joga um papel im- como equipamentos de transporte. Disponível em: http://www.voyagesphotosmanu.
portante na economia do País. Além de o O sistema de comunicações uruguaio com/economia_do_uruguai.html. Acesso em :
Uruguai ser membro do Mercosul, seus prin- está em fase de modernização. A rede me- 02/03/2018. Adaptado.
C
318
Stefano Ember/Shutterstock.com
O Uruguai é um dos poucos países que
têm o rastreamento do rebanho bovino
e assim tem conseguido colocação de sua carne
nos mercados mais exigentes do mundo.
Devemos salientar também que fazem parte das exportações
uruguaias o trigo, a soja, o arroz e o milho.
Possuidor do maior rebanho bovino até a década de 1950, o
Uruguai perdeu fôlego econômico quando os preços da carne e da
lã começaram a cair, em virtude da concorrência de outros países.
Atualmente, a já chamada Suíça da América do Sul resiste ao
tempo e vem encontrando no comércio, com os membros do Mer-
cosul, uma alternativa para reviver os tempos de outrora.
Cenário 4
Colômbia
Território
A descoberta das terras da atual Colômbia aconteceu em 1499,
5:04
quando o navegante italiano Américo Vespúcio, a serviço da Espa-
nha, aportou junto com os castelhanos Alonso de Ojeda e Juan de
la Cosa na Península de Guajira, no Mar do Caribe. Dessa região,
penetrou o Golfo da Venezuela, chegando até o Lago Maracaíbo.
Nessa época, a região fazia parte da Venezuela atual. Hoje, as
terras colombianas possuem 1.141.750 km² de extensão. País andi-
no, a Colômbia limita-se com a Venezuela; a oeste com o Oceano
Pacífico; ao sul com o Equador e o Peru; e, ao norte, com o Mar do
Caribe e com o Brasil a sudeste.
Equador
Brasil
N
Peru
Leticia
O L
0 46 km 92 km
S
80º O 70º O
Espaço social
População
Com aproximadamente 49 milhões de habitantes, a Colômbia
apresenta a segunda maior população da América do Sul, que está mais
concentrada na sua porção litorânea e na Cordilheira dos Andes, prin-
cipalmente nas grandes cidades de Bogotá, que atualmente possui 7,6
milhões de habitantes; Cali, com atuais 2,7 milhões de pessoas; e Me-
dellín, que conta com 2,4 milhões de habitantes. A região das planícies
orientais, que compreende mais da metade da área territorial do país,
possui apenas 3% do total da população colombiana.
Como normalmente ocorre em outros países andinos, a maior
parte da população colombiana é constituída de eurameríndios, que
constituem cerca de 58% do total de habitantes. Abaixo, em quanti-
tativo, encontramos os descendentes de espanhóis, com 20%; eura-
fricanos, com 14%; ameríndios, 1%; e 3% de outras etnias.
Panamá
Venezuela
Oceano
Pacífico
Equador 0º
Brasil
Densidade demográfica
39.574 a 253.565
253.565 a 874.532
Peru
874.532 a 1.271.113
N
1.271.113 a 2.025.573
O L
2.025.573 a 7.571.345
80º O 70º O S
Espaço econômico
Principais produtos
País de economia agroindustrial, a Colômbia tem no petróleo
e no carvão mineral, além de outros minerais, seus principais pro-
dutos de exportação. Junto com a agricultura tropical em grandes
latifúndios, constituem mais de 50% do PIB nacional.
Dentre os produtos agrícolas, podemos destacar o cacau, o
café, a cana-de-açúcar, a banana e o algodão, além do milho, cuja
maior parte da produção é voltada para atender às necessidades do
mercado interno.
Quanto à atividade industrial, a Colômbia está ainda aquém
de outras economias da América Latina, apesar de apresentar certo
desenvolvimento, principalmente nos ramos petrolífero, carboquí-
mico, de alimentos e beneficiamento de minerais.
N
arib
e Oceano
oC
O L
Ma
rd Atlântico
S
Panamá
Venezuela
Oceano
Pacífico
5º N
Altitudes
Equador
2.000 m Brasil
1.000 m
0 50 km 100 km
500 m Peru
250 m
0 5º S
80º O 70º O
Principais regiões
Banhado pelo Pacífico e pelo Caribe, o território da Colômbia
é marcado em seus ambientes naturais pela presença imponente da
Cordilheira dos Andes, que cria uma espacialização natural, subdi-
vidida em três regiões:
La Costa
Este ambiente natural é subdividido em duas planícies costeiras:
posztos/Shutterstock.com
Vista do centro da cidade de Cartagena.
É a quinta maior cidade da Colômbia e
a segunda maior da região, depois de Barran-
quilla.
Região andina
Cordilheira Ocidental: Localizada nas proximidades do
Oceano Pacífico e com altitudes que superam os 3.000 m de
altitude. e
Nicarágua
arib
Cordilheira Central: Localizada entre os vales dos rios Cau- oC
rd
Ma
ca e Magdalena, principais rios do país. Apresenta um clima
Costa Rica 10º N
Panamá
frio e algumas das principais cidades do país, como Medellín, Venezuela
Bogotá
Edgar
Brasil 0º
Equador
0
Peru 100 km 200 km
80º O 70º O
O vulcão Nevado del Ruiz, na cordilheira Central, é composto por várias camadas de lava que se Delimitação da cordilheira dos Andes na
alternam com cinza vulcânica endurecida, e também é originário do Período Terciário. Colômbia.
Lhanos
Ambiente úmido formado principalmente pelos rios que des-
cem da região oriental dos Andes, os lhanos constituem-se, am-
bientalmente, numa vasta planície localizada a leste da Cordilheira
Oriental e se apresentam recobertos por savanas nas áreas menos
úmidas e pela Floresta Equatorial nos ambientes superúmidos.
Compreendem mais de 50% de todo o território nacional, porém
apresentam uma baixa densidade demográfica.
Conquista do espaço
Após a chegada em terras colombianas, os conquistadores
espanhóis tiveram que vencer a forte resistência dos índios caraí-
bas, verdadeiros donos da terra litorânea. Dominados os nativos,
os espanhóis fundaram Cartagena e passaram a incursionar pelas
regiões dos Andes, onde se depararam com os chibchas, habitan-
tes nativos que também opuseram uma ferrenha resistência. Com a
força das armas, os espanhóis dominaram os nativos e fundaram a
cidade de Santa Fé de Bogotá, atual capital do país.
Foram anos de miscigenação e introdução de várias culturas do
Reprodução
o objetivo de exportar. Poucos anos depois, foram encontradas na
região jazidas de minerais preciosos, como esmeralda, ouro e pra-
ta, tornando-se uma das mais promissoras do império espanhol na
América. Essas riquezas produziram na Coroa uma crescente sede
de lucros, o que acarretou em elevação de impostos e em conse-
quente insatisfação, fazendo os próprios colonos espanhóis se re-
belarem e, em 1781, detonarem um movimento de independência,
que foi fortalecido pela ajuda de Simón Bolívar, em 1819.
Com a independência, foi criada a Grande Colômbia, que
era constituída dos atuais territórios da Colômbia, do Equador, da
Venezuela e do Panamá. A Grande Colômbia já estava, entretanto,
fadada ao esfacelamento em virtude das disputas regionais internas
e dos interesses estratégicos dos Estados Unidos — que incentiva-
ram uma revolta na região norte para criar um novo país, o Panamá,
e assim construir um canal ligando o Pacífico ao Caribe — e da
Inglaterra, que incentivou o separatismo, criando o Equador.
Família indígena caraíba pintada por
John Gabriel Stedman, 1818.
N
Oceano Atlântico
O L Santa Marta
Barranquilla
S
Cartagena Maracaibo Valencia
Colón Cumaná
Caracas
Panamá
Venezuela
Medellín
Tunja
Império do Brasil
Guayaquil
Equador
Capital
0 124 km 248 km
Capital do país
Espaço dividido
Acontece que o histórico de perdas territoriais colombianas
não ocorreu apenas por interesses políticos internos e externos,
que, como vimos, acarretaram a criação de outros países.
Internamente, narcotraficantes e guerrilheiros controlam, des-
de a década de 1970, pelo menos 25% do território da Colômbia e,
por meio da violência, de sequestros e do terror, impõem a sua lei
e a sua ordem.
Rafal Cichawa/Shutterstock.com
A coca possui benefícios para o organis-
mo humano, como a formação de células
musculares, previne úlceras e gastrite, além de
impedir o mal-estar proveniente das altitudes.
Guerrilhas
Áreas dominadas pela guerrilha na Colômbia
Nicarágua Oceano
80º O
rib e
Ca 0 65 km 130 km Atlântico
o
rd
Ma Barranquilla
Costa Rica 10º N
Panamá
Venezuela
Medellin
Bellavista
Colômbia
Território Bogotá
controlado Mesetas
pelas Farc Cáli Uribe
Vista Hermosa
San Vicente
del Caguan La Macarena
Oceano
Pacífico
Quito
0º
Equador
Brasil
Peru
N
Ações militares das Refugiados das áreas
Farc ou contra elas de conflito O L
em países vizinhos na Colômbia 70º O
S
C
328
5:06
América Central
Continental e insular
A América Central é o elo de ligação entre as Américas do Sul
e do Norte. Podemos, geograficamente, subdividi-la em dois blocos
distintos:
ME_CG_8ºano_09.indd 331
América Central: político
0 138 km 276 km
América Capital
250 do Norte
Nassau Cidade muito importante
Golfo do Est I. Andros Cidade importante
B
reito da Flórida
México
Trópico de Câ
ncer Outras cidades
a
Havana Matanzás
E
Rodovia
Cardenas h
str
Oceano
e
Pinar del Rio Sta. Clara
ito
Cienfuegos a Ferrovia
Ciego de Avila I. Caicos Atlântico
de
m (RUN)
Sancti Spiritus I. Turks
Yu
Golfo de I. de Pinos Camagüey
c
a (RUN) N
at
Campeche
0
s
Cuba Holguín I. Grande Inágua
án
20 G O L
r Bayanio Guantánamo
a Manzanillo Puerto Plata
I. Cayman Cap-Haitien S
s
(México) d
Vi
Belize
Guatemala
t i l h a
Dominica
Cobán
Puerto Barrios Puerto I. de Aves Pointe-à-Pitre
0
Cortés
La Ceiba
Trujillo (VEN) Roseau
Quezaltenango Antígua
15 São Pedro Sula I. Martinica(FRA)
l h a s
San José
Puerto Cabezas M a r d a s A n t i l h a s Castries
Sonsonate
El Salvador
São Miguel Choluteca (Mar do Caribe) n Kingstown Barbados
El Salvador La Unión I. Providência
Esteli Nicarágua
P e q u e n a s A São Vicente Bridgetown
Matagalpa (COL) e Granadinas
Chinandega
León I. Aruba
I. de San Andrés (PBS) Granada
Manágua Granada Bluefields (COL) I. Orchila I. Blanquilla St. Georges
I. Curaçau I. Bonaire (VEN)
Masaya (PBS) (VEN)
Rivas (PBS) I. MargaritaPort of
São Carlos I. La Tortuga (VEN) Spain Trinidad
(VEN)
e Tobago
0 Costa Rica
10 Puntaranas Alajuela
Limón
0 0
Oeste de Greenwich 0
75 65 60
331
900 850 800 700
30/04/2018 09:45:08
331
16/05/2018 12:51:37
República das Bananas I
Centro da civilização maia — povo extremamente avançado e
sofisticado —, foi deixada à margem durante muitos anos, visto que
as ilhas caribenhas eram mais produtivas, principalmente no que diz
respeito à produção de açúcar, implantado no início do século XVI.
Esta região serviu de palco para incursos de piratas ingleses e
franceses, que extraíam pau-brasil e outros produtos tropicais para
comercializar na Europa.
Com o passar do tempo, uma empresa estadunidense, a United
Fruit Company, passou a adquirir diversas áreas, onde implantou
gigantescas plantations de açúcar, café, algodão e frutas tropicais,
como abacaxi, laranja e principalmente banana, para exportá-los
aos Estados Unidos e à Europa. Para garantir a compra de terras a
preço baixo e vantagens fiscais, a United Fruit manipulou a política
regional, colocando e tirando ditadores do poder de acordo com os
seus interesses, por isso a denominação pejorativa República das
Bananas. Esta ainda é a base da economia desses países, que, não
por acaso, têm como seu principal parceiro econômico os Estados
Unidos, que absorvem cerca de 50% das suas exportações.
O processo de independência começou no início do século
XIX — quando Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Honduras e
Guatemala se libertaram do domínio espanhol —, penetrou pelo
século XX — quando, em 1903, com auxílio dos Estados Unidos,
uma parte da Colômbia se separou, formando o Panamá — e só
findou em 1981 — quando Honduras Britânicas se libertaram da
Inglaterra, criando o atual Belize. Contudo, esses países passaram
para a esfera de dominação dos Estados Unidos, que instalaram no
poder diversas ditaduras, que só começaram a desaparecer com a
Revolução Sandinista na Nicarágua, em 1979.
Grandes Antilhas
Conjunto constituído por ilhas de grande dimensão — Cuba,
Jamaica, Ilha Hispaniola (Haiti e República Dominicana) e Porto
Rico —, que abarcam 207.022 km2 do total do Caribe.
Pequenas Antilhas
Porção das Antilhas constituída por várias ilhas minúsculas
que se espalham a leste das Grandes Antilhas.
Natureza agressiva
Formado por vulcanismo e tectonismo durante a Era Ceno-
zoica, Período Terciário, o relevo é bastante montanhoso, compos-
to principalmente por dobramentos modernos. O clima tropical
quente e úmido sofre a influência dos ventos alísios e da passagem
de correntes marinhas quentes, que, juntamente com a disposição
do relevo de cada ilha e de cada região, criam áreas muito úmidas,
geralmente recobertas por densas florestas e áreas de baixa umida-
de, onde surgem trechos de estepes e savanas.
República de Bananas II
Daniel-Alvarez/Shutterstock.com
Geografia em cena
Produção
agropecuária e
fome nos países
latinos
Os países não industrializados da América Latina sofrem com
o abastecimento e acesso aos recursos alimentares, mesmo que suas
economias sejam de base agropecuária. A produção agropecuária
nesses países segue dois modelos básicos: agricultura de subsistência;
e plantation, para exportação de gêneros tropicais ou de matérias-pri-
mas como algodão. Esses dois modelos não são capazes de atender
às necessidades básicas de uma população, levando parte dela a ser
submetida à fome absoluta e à desnutrição.
O problema da fome do mundo não é causado pela falta de ali-
mentos, mas pelo baixo nível de renda de grande parte da popula-
ção mundial. Estima-se que pouco mais de 800 milhões de pessoas
no mundo vivam abaixo da linha da pobreza, ou seja, na miséria
total, porque sua renda está abaixo de um dólar e vinte e cinco cen-
tavos por dia. Apesar de ser um número absurdo de pessoas nessa
situação, houve melhorias, pois, no começo da década de 2000,
eram quase 2 bilhões de pessoas em extrema pobreza, sobretudo na
África, sul da Ásia e América Latina.
Outra variável importante que pode nos ajudar a compreender
o fenômeno da fome é a lei da oferta e da procura. A maior oferta
de produtos agrícolas no mercado ajuda a regular o preço e tornar
os alimentos mais baratos para a população. Em geral, os países
menos industrializados tem capacidade produtiva reduzida, devido
à baixa disponibilidade de capital, para adquirir os recursos técni-
cos exigidos para o aumento da produtividade como mão de obra
especializada, máquinas e equipamentos, sistemas de irrigação, in-
sumos agrícolas (fertilizantes, corretivos, pesticidas, etc.) próprios
dos sistemas intensivos de alta produtividade. Brasil, México, Ar-
gentina e Chile são potências agrícolas na América Latina basea-
dos em agricultura empresarial de exportação e agricultura familiar
para atendimento do mercado interno, onde a presença do capital
industrial e de crédito proporciona grande produtividade e maior
oferta dos gêneros agropecuários. Com exceção dessas potências,
todos os outros países latino-americanos sofrem em maior ou me-
nor grau com a situação de baixa produtividade.
Haiti, 12 de janeiro
Direção: Cleonildo Cruz.
Ano: 2012.
Sinopse: O filme mostra a realidade do país dois anos após uma das maiores catástrofes naturais já
vistas nas Américas — mais de 250 mil haitianos morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigados depois
que um terremoto de intensidade sísmica 7 graus atingiu a capital do país, Porto Príncipe, e redon-
dezas. O longa desnuda a realidade social do Haiti, onde 80% das pessoas vivem abaixo da linha da
pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 2 por dia, o desemprego atinge mais de 70% da população
e não existe saneamento básico.
Sinopse: Os personagens da minissérie A Casa das Sete Mulheres estão de volta nessa história de he-
roísmo e paixão. Ferido durante a Guerra do Paraguai (1861–1866), o general brasileiro Antônio de
Souza Netto é recolhido ao hospital. Ali, percebe coisas estranhas acontecendo com outros pacientes
ao seu redor. Numa noite, recebe a visita de um antigo companheiro, sargento Caldeira, ex-escravo.
Juntos, rememoram o passado comum durante Guerra dos Farrapos (1835–1845).
2 O processo de independência dos países de colônia espanhola na América foi protagonizado pela
própria metrópole, Espanha, e suas respectivas colônias. No entanto, Cuba recebeu intervenção de um
país de origem não hispânica na luta contra o domínio espanhol. Qual foi este país e qual foi o motivo
da intervenção?
O país que protagonizou a favor da independência cubana foi os Estados Unidos, em decorrência de
interesses econômicos.
3 (Vunesp) Entre 1864 e 1870, a chamada Tríplice Aliança enfrentou o Paraguai em um conflito que
ficou conhecido como Grande Guerra ou Guerra do Paraguai.
O conflito entre Brasil e Paraguai aconteceu enquanto resultado de uma antiga disputa envolvendo
a livre navegação no Rio da Prata. Possuindo um projeto de orientação expansionista, o governo de
Solano Lopez se transformou em uma séria ameaça aos interesses econômicos que o governo brasileiro
tinha na região.
4 (Unifor – Adaptada)
Observe o gráfico:
2%
2%
20%
Argentina
Quais países possuem as menores partici-
76%
Brasil
Paraguai pações no PIB do Mercosul?
Uruguai
Uruguai e Paraguai.
tos agrícolas com grandes cultivos e destinados à exportação são: banana, cana-de-açúcar, al-
godão e tabaco. Outros produtos de destaque são milho, café, feijão e frutas. A minera-
ção é uma atividade de fundamental importância para alguns países da América Central.
Encerramento
1 (PUC–SP) Para o reconhecimento da independência cubana, a Emenda Platt, de 1901, definindo
as relações entre os Estados Unidos e Cuba, permitia:
a. a intervenção direta dos EUA na organização do exército cubano.
b. a ocupação militar da ilha de Cuba pelos americanos por quarenta anos.
c. X a intervenção americana nos assuntos internos e o estabelecimento de bases na ilha.
d. a arrecadação de 1/3 das rendas da produção açucareira durante trinta anos.
e. a intervenção direta dos EUA na organização das alfândegas cubanas.
2 O canal do Panamá encontra-se localizado no istmo do Panamá, que é um país com território situa-
do ao sul da América Central, esse canal tem como objetivo:
a. X unir o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico.
b. unir a América do Norte a América do Sul.
c. dificultar a navegação dos Estados Unidos.
d. cobrar altos impostos sobre as mercadorias.
3 (Vunesp) “A Guerra chegara ao fim. As cidades, as vilas, as aldeias estavam despovoadas. Sobrevive-
ra um quarto da população — cerca de duzentas mil pessoas — noventa por cento do sexo feminino.
Dos vinte mil homens ainda com vida, setenta e cinco por cento eram velhos acima de sessenta anos ou
garotos menores de dez anos. Os próprios aliados ficaram abismados com a enormidade da catástrofe,
a maior sucedida num país americano”, Mânlio Gancogni e Ivan Boris.
O texto refere-se ao conflito externo em que se envolveu o Império Brasileiro, conhecido como a Guerra:
a. da Cisplatina. b. do Chaco. c. de Canudos.
d. X do Paraguai. e. dos Farrapos.
5 O forte e bem treinado exército paraguaio venceu as primeiras batalhas durante a Guerra do Pa-
raguai, impondo baixas e conquistando territórios. Porém, a partir de certo momento, passou a sofrer
sérias derrotas, que comprometeram suas defesas. A primeira derrota dos paraguaios que ficou célebre
foi a Batalha:
a. X de Riachuelo.
b. de Uruguaiana.
c. de Tuiuti.
d. Humaitá.
9 Para fazer o seu comércio com o exterior, no caso dos produtos que não podem ser transportados
pela aviação comercial, o Paraguai depende:
a. do Chile e da Colômbia.
b. do Chile e do Uruguai.
c. da Colômbia e do Uruguai.
d. da Bolívia e do Chile.
e. X da Argentina e do Brasil.
10 A imagem a seguir enfoca uma associação entre dois aspectos recentes da realidade haitiana,
que são:
arindambanerjee/Shutterstock.com
Objetivos
pedagógicos
Capítulo 10 – Economias latino-americanas de base mineral 343 rubadas de árvores, afetando a biodiversidade
e destruindo os recursos naturais do Planeta.
Anotações
343
Venezuela
Panorama atual da
Venezuela
A Venezuela, está localizada no extremo norte da América do
Sul, banhada pelo Mar do Caribe.
Venezuela: político
0 72 km 344 km
ar
Mar do C ibe
Oceano
Atlântico Granada
Golfo da
Venezuela Coro Distrito
Falcón Federal Trinidad e
Maracaibo São Felipe Caracas Sucre Tobago
Maracay
6 4 Cumana
Zulia 1 2 3 Los Teques 10º N
Barquisimeto Valencia Barcelona Maturin
Lago de
7 São Juan
Maracaibo
9
São
de los Morros
Monagas Tucupita
Valera Carlos
8 Guanare 5 Delta
Mérida Guárico Anzoátegui
Barinas Amacuro
Táchira Barinas Cidade Bolívar
São Cristóvão São Fernando
N Apure
O L
Colômbia Bolívar Guiana
S
Puerto Ayacucho
0º
70º O 60º O
Geografia em cena
Economia
Petróleo
Extremamente dependente do petróleo, a Venezuela está entre
os maiores produtores desse recurso. Contudo, o país só explora
40% de suas reservas, que, atualmente, são consideradas as maiores
do mundo. Hoje, o petróleo constitui 80% de todas as exportações
Agropecuária
Na região andina, principalmente, é possível encontrar plan-
tios de café, cana-de-açúcar, algodão, arroz e milho. No entanto,
mesmo com a produção interna diversificada, a Venezuela não é
autossuficiente e importa aproximadamente 30% dos bens necessá-
rios para o consumo da sua população. Já o setor da pecuária é mais
do que suficiente para alimentar sua população, visto que existem
aproximadamente 17 milhões de cabeças de gado bovino pastorea-
das principalmente na vasta região dos Lhanos.
Alice Nerr/Shutterstock.com
Em 2016, a empresa Coca-Cola suspen-
deu grande parte de sua produção na Ve-
nezuela devido à falta de açúcar.
Indústria
A Venezuela possui um vasto parque industrial, que foi financia-
do em grande parte pelos lucros do petróleo. Portanto, a maioria das
indústrias encontradas no país é de derivados de petróleo. Existem
também siderúrgicas, metalúrgicas e indústrias alimentícias, que uti-
lizam as diversas riquezas produzidas no espaço venezuelano, o que
transforma o país no 4º mais industrializado da América Latina.
Golfo da S
Venezuela Coro Puerto
Cabello Caracas
La Asunción Trinidad e
Carupano
Cumaná
Puerto
Tobago
Barquisimeto (2) La Cruz
Maracaibo San
10º N
Maracay
Felipe Barcelona C
La Arriaga
San Carlos
Guanare Tucupita
Calabouzo
Mérida
Fe
Barinas
Valencia
Fe Ciudad Guayana
San Cristobal CiudadFe El Pao
San Fernando Bolívar D
Fe Au
Ciudad Au
Piar D Au
Colômbia Au
Guiana
D Au
Atividade econômica
D D
Au
Agricultura
Milho Cacau
Arroz Café
Algodão
Pesca
Cana-de-açúcar
Área de pescados
Gado
Mineração Fabricação e
C Carvão Au Ouro processamento de alimentos
Fe Minério de ferro D Diamantes Têxteis Refinaria de açúcar
Químicos Moinhos de farinha de trigo
Energia elétrica
Cimento Processamento de frutos
0 64 km 128 km
Usina hidrelétrica do mar
Brasil
Aço
Usina termelétrica Alumínio
70º O 0º
60º O
Alejandro Solo/Shutterstock.com
Espaço natural
Principais regiões
Totalizando uma área territorial de 912.050 km2, a Venezue-
la apresenta quatro regiões naturais marcadas principalmente pelo
seu relevo.
e
do Carib
are
Coro
u yo
Mar La Asunción
as Toc
Gu
Maracaibo
R.
San Felipe Maracay Caracas
Cumaná
Oceano
Atlântico
Barquisimeto Los Teques
Valencia Barcelona
Trujillo San Juan de Los Morros
Unare
San Carlos Maturin
Tucupita
R.
Guanare
Po
R.
R. Manapire
rtu
gu
Mérida R.
Guanare
es
Barinas
a
R.
Apure
San Cristóbal Ciudad Bolívar
San Fernando o
rauca oc
R. A rin
.O Cuyun
R. Cochivero
p a ro R R. i
apana
R. C
R.
S Guayane
R.
R. Meta C
Esequiba
ua
ua
au
pu
Zona
R. Parag
ra
r
R. Caron
e
en
Pto. Ayacucho
reclamación
i
Ventuar
0 53 km 106 km R. i
5.000
2.000
1.000 R.
O
rin
500 oc
o
250
N
100
O L
0
Metros acima do nível do mar S
Litoral
Região plana onde a extração petrolífera está concentrada e
que pode ser subdividida em duas sub-regiões:
Andry Rodriguez/Shutterstock.com
Ponte General Rafael Urdaneta, sobre o
Lago Maracaibo. Sua construção come-
çou em 1958 e foi inaugurada em 24 de agosto
de 1962, pelo então presidente da Venezuela,
Rómulo Betancourt.
testing/Shutterstock.com
Urbanização
Atualmente, a Venezuela está entre os países mais urbanizados
da América Latina. A despeito das disparidades ainda existentes na
sua sociedade, apresenta os melhores indicadores sociais de toda
essa porção do continente americano. Sua população, de aproxima-
damente 30 milhões de habitantes, não sofre mais com altos ín-
dices de mortalidade infantil, analfabetismo e falta de moradia, a
qual vem sendo superada por iniciativa estatal.
As conquistas sociais obtidas pela melhor distribuição de ri-
queza passaram a ser ameaçadas após a persistente crise gerada pela
Vista parcial de Caracas, maior cidade da queda no preço do barril do petróleo no mercado internacional e
Venezuela. É também o centro político e pela desastrosa atuação do governo de Nicolás Maduro, devido ao
financeiro do país, bem como seu conglome-
rado urbano mais importante, com uma po- excesso de intervencionismo estatal. O barril de petróleo que, em
pulação total de mais ou menos 4 milhões de 2008, chegou a 140 dólares despencou, em 2015, para 37 dólares.
habitantes.
Não é difícil entender a crise quando sabemos que a Venezuela ex-
portava, em 2016, em torno de um milhão e setecentos mil barris.
Se fizermos um exercício matemático poderemos imaginar qual a
diferença de receita no ano de 2008 para o ano de 2016. A princi-
pal fonte de divisa em moeda forte caiu em quase 400%, causando
convulsões sociais devido à perda de poder aquisitivo pela popu-
lação e pelo desabastecimento de produtos básicos agrícolas e in-
dustriais, pois a Venezuela nunca se preocupou tanto em produzir
no mercado interno porque os petrodólares podiam comprar dos
mercados estrangeiros sem maiores problemas. No entanto, com a
queda das receitas, o governo do país não conseguiu administrar a
falta de produtos básicos, como papel higiênico.
Atualmente, com a grave crise, milhões de pessoas estão desem-
pregadas e passando fome. Muitas fogem da Venezuela para países
vizinhos como Brasil, Colômbia ou Guiana. A situação política no
país também é tensa, devido aos constantes protestos de milhões de
venezuelanos e da atuação dos partidos de oposição, aumentando o
número de mortes em protestos cada vez mais. Até Julho de 2017
foram cem mortos.
Como país urbano, as maiores concentrações populacionais
estão nas grandes cidades, como Caracas, Valencia, Maracay e Ma-
racaibo, todas localizadas ao longo do litoral. As demais regiões são
pouco povoadas, porém a densidade demográfica é de 30 hab./km2.
A população venezuelana é intensamente miscigenada, como
resultado de seu passado colonial, que juntou brancos europeus e
negros africanos aos nativos da terra. Os mestiços compõem 75%
da população; os europeus, 18% (espanhóis, italianos e alemães que
imigraram após a Segunda Guerra Mundial); os afrodescendentes,
4%; e os ameríndios, apenas 3%.
Bolívia
Formação do território
A Bolívia, assim como o Paraguai, é um país sul-americano
sem saída para o mar. O território boliviano, localizado na porção
centro-leste da América do Sul, é de 1.098.580 km2.
Pando 0 87 km 174 km
Cobija
Beni
Santa Ana
Peru Brasil
San Borja
La Paz
Trinidad
Aiquile
Oruro Sucre Puerto Suárez
Potosi
20º S
Uyuni Chuquisaca
Potosí Tarija
Paraguai
Villazon
Tarija
Chile N
Argentina O L
70º O 60º O S
N Território da Bolívia
em 1880
O L
Perdas para:
S
o Chile
o Brasil
0 124 km 248 km
Peru
Território
atual da
Bolívia Brasil
Tarapacá
20º S
Chaco
Antofagasta
Paraguai
Oceano
Pacífico
Argentina
Chile
80º O 70º O 60º O
mundosemfim/Shutterstock.com
km² — e uma pequena taxa de urbanização, concentrada nas gran-
des cidades, como El Alto, La Paz e Santa Cruz de La Sierra, atual-
mente principal centro econômico boliviano em virtude da cultura
de soja e da exploração de gás e petróleo.
A Bolívia sofreu séculos de dominação espanhola e, a partir de
1966, ferozes ditaduras. O direito de votar só foi conseguido no
final da década de 1950 e assumiu um papel decisivo na política
da nação. Em 2005, a população, organizada em sindicatos e gru-
pos indígenas, elegeu o primeiro presidente de origem indígena do
país: Evo Morales. Nesse governo, teve início uma série de reformas
sociais e a nacionalização dos recursos minerais.
econômica
A exploração mineral
S Cobija
Zn
Brasil Petróleo
Sb Antimônio Ag Prata
0 78 km 156 km Bi Bismuto Fe Ferro
Cu Cobre Au Ouro
Sn
Pb Chumbo, W Tungstênio
Peru prata e zinco Zn Zinco
S Enxofre Oleoduto
Zn Trinidad
Sn Estanho Gasoduto
Au
Pb
Sn Indústria
Ag
C La Paz
G C
Petroquímica e
W
Santa Cruz de refinaria de petróleo
Cu Sn Cochabamba la Sierra Sn
Au Roboré
Oruro Mineração
Sb
Sn Pb
Fe
Siderurgia
Pb
Sucre Puerto
Potosi
Pacífico
Oceano
S
Suárez Química
Sn
Zn
20º S
Cu
S Zn Pb Sb
Alimentícia
C
Sn
Bi
Tarija C Cimento
S
Zn
Sb
Pb Paraguai
Chile S
Têxtil
Jess Kraft/Shutterstock.com
N
Pando
Altitude (metros)
O L
Riberalta 3.000
S Asunción
1.500
600
Puerto Health
Nível do mar
Beni Magdalena
Peru
San Borja Trinidad Lhanos Brasil
La Paz
Puerto Acosta
Re g
Lago
Titicaca Concepción
i ão
Cochabamba
A nd
La Paz
Santa Cruz
ina ou
Cochabamba Re
gi
ã
Santa Cruz
o
Oruro
Ocid
do
Oriente
Oruro
ent
Potosí
Camiel 20 ºS
Pacífico
Tarija Tarija
Chile Yaculba Paraguai
Argentina
MP cz/Shutterstock.com
Lhanos de Moxos é uma área de savanas
tropicais na Amazônia Boliviana. Com
6,9 milhões de hectares é mais extensa do que
o Estado da Paraíba.
Dmitry Pichugin/Shutterstock.com
Equador
Território
Equador: mapa político
Esmeraldas Colômbia
Tulcán
Esmeraldas
Carchi
Ibarra
Imbabura
Equador Nueva Loja
0º Pichincha
Quito Sucumbios
Pacífico Guayas
Guayaquil
Chimborazo
Macas
Canar
Azogues Morona-Santiago
Cuenca
Azuay
Machala 0 43 km 86 km
Fonte: Elaborado pelo autor.
El Oro
Loja
Peru
N
Loja
Zamora
O L
Zamora-Chinchipe
S 80 ºC
Espaço natural
O espaço natural do Equador é fortemente marcado pela presen-
ça da Cordilheira dos Andes, que atravessa o país de norte a sul pela
porção central do território, dividindo-o em duas planícies, uma lo-
calizada a oeste e outra localizada a leste. Dessa forma, o espaço equa-
toriano apresenta três ambientes naturais completamente distintos e
que podem ser destacados de acordo com a seguinte disposição:
N 0 33 km 66 km
Altitude (metros) L
O
S Colômbia
San Lorenzo
4.000
Esmeraldas
2.000
Tulcán
500
San
Migu
Nível do mar el Puerto El Carmen
Ibarra de Putumayo
Otavalo
sta
Equador Santo Domingo Cayambe Nueva Loja
Co
0º de los Colorados Aguarico
Quito
La
Chode
Napo
Caráquez
Nuevo Rocafuerte
Ilhas Galápagos Manta Calceta Velasco
Ibarra
Latacunga
Tena
Cu
I. Wolf Portoviejo Ambato rar
ay te
n
Jipijapa
I. Darwin
ie
Baños Puyo
Balzar
Or
Guaranda Riobamba
I. Pinta
o
Vinces Babahoyo
od
Daule
I. Genovesca
I. Marchena Salinas
gi ã
Milagro Pa
sta
Alausi za
Re
Macas
0º
I. Santiago Guavaquil Elby Alfaro
La Libertad
I. Santa Cruz Equador
I. Fernandina Azogues
Superfície total: 283.561 km
2
Cuenca
I. Isabela
I. São Cristóvão Pasage
Sigsig População
I. Santa Maria Machala
I. Española Santa Rosa Mais de 1.000.000
90º O
Loja
La Costa
Trata-se da região localizada a sotavento da Cordilheira dos
Andes. Tem como principal característica uma pequena planície
que varia de 30 km a 200 km de largura do sopé da cordilheira até
o Pacífico.
Por estar próxima da cordilheira, apresenta elevada umidade.
Grande parte das nuvens despeja nessa área chuvas abundantes, que
vão diminuindo em direção aos contrafortes dos Andes, criando
uma variedade de climas que vai do equatorial ao subtropical úmi-
do (na subida dos Andes), passando pelo tropical.
A posição geográfica de La Costa faz com que os raios solares
incidam perpendicularmente sobre o solo, por isso as temperaturas
desse espaço são elevadas.
Uwe Bergwitz/Shutterstock.com
Região Oriental
Localizada a sotavento, ou a leste da cordilheira, a Região
Oriental é formada de baixos planaltos e planícies recobertas pela
Floresta Amazônica, onde domina o clima equatorial superúmido.
Área integrante da Amazônia Legal, abarca mais de 50% do
território do Equador. Em virtude da pluviosidade, apresenta uma
rica hidrografia constituída por rios caudalosos e perenes. No en-
tanto, a natureza agressiva faz com que essa região se constitua num
verdadeiro vazio demográfico, onde menos de 10% da população
consegue sobreviver.
Galápagos
Localizado no meio do Oceano Pacífico, a 1.000 km de distân-
cia do litoral do Equador, o arquipélago de Galápagos é composto
por várias ilhas de origem vulcânica. Ele serve de habitat para uma
Jess Kraft/Shutterstock.com
Estudos indicam que o Arquipelágo de Galápagos surgiu há pelo menos 5 milhões de anos, em
Geografia em cena consequência de erupções de vulcões localizados sob o mar.
Galápagos significa “tar- Foi nessas remotas ilhas que o naturalista inglês Charles Darwin
tarugas”, em espanhol, e dá começou a elaborar a teoria da origem e evolução das espécies. Ele
nome a essas gigantes, que as visitou a bordo do veleiro Beagle, em 1835, e durante alguns dias
são um símbolo das ilhas. observou a exótica fauna. Hoje, Galápagos é um parque nacional
Elas chegam aos 270 quilos e protegido pela Unesco.
a 1,5 metro de ponta a pon-
ta (passando sobre o casco).
Sua digestão demora três Espaço econômico
semanas.
Principais atividades
A economia do Equador é tipicamente primária. O petróleo,
seu maior produto (cerca de 40% das exportações do país), é explo-
rado principalmente no Golfo de Guayaquil.
A nação também apresenta uma elevada produção de café, ba-
nana, açúcar e cacau, principais produtos agrícolas de exportação,
além do arroz, cujas plantações se espalham ao longo da região de
La Costa.
Do litoral, de intensa piscosidade, são extraídos grandes volu-
mes de atum e camarão, destinados tanto à exportação quanto ao
consumo interno.
O Equador tem uma industrialização pouco desenvolvida,
Petróleo Portoviejo
C Puyo
Oleoduto Guaranda
$ Riobamba
Indústria
C Babahoyo
Petroquímica Salinas Macas
Guayaquil
Química
Azogues
Cuenca
Papel
G
Têxtil
Machala
Alimentícia 0 37 km 74 km
G
C Cimento
Loja
Peru
Tabaco
Zamora
$ Centro financeiro
Pesca
Sociedade e espaço 80 ºC
Chile
O território chileno
O Chile na América do Sul
Arica
Iquique
Calama
Guiana Atacama
Antofagasta
Venezuela Suriname
Guiana Francesa
Colômbia
Equador Copiapo
Equador
La Serena
Coquimbo
Viña del Mar
Peru Brasil Valparaíso Santiago
Oceano
Rancagua
Pacífico Bolívia
Talca
Concepcion Chillian
Paraguai Pucon
nio
apricór
o de C
Trópic Puerto Veras
Chile Puerto Montt
Argentina
Oceano Isla de Chiloe
Uruguai Atlântico
Puerto Chacabucco
Coihalque
Espacialidade social
Chilenidade
A população absoluta do Chile em 2016 ultrapassou os 18 mi-
lhões de habitantes. Sua maioria é branca europeia e indígena. Foi
o que revelou uma pesquisa de opinião realizada pela organização
chilena Latinobarómetro. Segundo o estudo, 59% dos chilenos se
declararam brancos; 25%, mestiços; 8%, indígenas; 1%, mulatos;
e 2%, “outra raça”. Esse predomínio de brancos é resultado da cul-
tura espanhola e da entrada de vários imigrantes italianos, russos,
alemães que, após a independência, começaram a aportar no país.
Essa realidade torna a população chilena bastante homogênea,
o que serviu para a criação de uma identidade nacional denomina-
da chilenidade.
shipfactory/Shutterstock.com
Espacialidade
econômica
Principais atividades
Após a independência, as elites oligárquicas associaram-se ao
capital inglês, que passou a incentivar a prática da agricultura co-
mercial para exportação. Contudo, essa atividade não se tornou
produtiva em virtude da perversidade climática do território, que
é extremamente seco ao norte e rigorosamente frio ao sul. Mas,
mesmo assim, na atualidade encontra-se, em áreas irrigadas, uma
elevada produção de frutas, aveia, centeio, trigo, arroz, beterraba
açucareira, batata e uvas.
O Chile, ao contrário de outras grandes 364 Capítulo 10 – Economias latino-americanas de base mineral
economias da América Latina, conseguiu se
manter economicamente estável. No entanto,
após anos de crescimento constante, o Chi- CG_8ºano_10.indd 364 26/04/2018 17:51:49 CG
le sofreu uma desaceleração de sua economia, eleições municipais que prenuncia o resulta- sas sociais uma das suas prioridades. As despe-
devido à queda dos preços internacionais do do das eleições presidenciais no final de 2017. sas das famílias aumentaram e, apesar disso, o
cobre, uma vez que é o primeiro exportador A oposição de direita é igualmente impopular. déficit público se agravou (devido a uma dimi-
mundial desse metal. Além disso, registraram protestos públicos ma- nuição nas receitas de mineração).
[...] ciços contra as reformas do trabalho, da educa- Apesar da crise econômica, a taxa de de-
Considerado durante muito tempo um ção e do sistema de pensões. Michelle Bachelet semprego no Chile diminuiu ligeiramente. A
modelo de transparência política e financeira na foi eleita com base em sua promessa de refor- pobreza continua a afetar quase 15% da popu-
América Latina, o país foi abalado por escânda- mar a Constituição e o sistema tributário. Em lação, e o nível das desigualdades permanece
los de corrupção relativos ao financiamento ile- 2016, a inflação caiu ligeiramente para 3,9% e muito elevado (é um dos países mais desiguais
gal de campanhas eleitorais. A taxa de apoio à a queda dos preços mundiais do cobre resultou da Organização para a Cooperação e Desen-
Presidente Michelle Bachelet é atualmente mui- em uma desaceleração no setor de mineração. volvimento Econômico — OCDE).
to baixa. Em outubro de 2016, a coalizão de cen- Por outro lado, o Governo está tentando limi- Reduzir as desigualdades de renda e di-
tro-esquerda no poder sofreu uma derrota nas tar seus gastos, embora tenha feito das despe- minuir a dependência do país em relação às
364
Anotações
sergej
O vulcão Ojos de Salado teve seu topo escalado, pela primeira vez, em 26 de fevereiro de 1937. Até então, é um posto turístico do deserto do
Atacama.
365
Bryan Busovicki/Shutterstock.com
A Ilha de Páscoa é uma ilha vulcânica, cujo território tem a forma triangular e é o pedaço de
terra mais isolado do mundo, no limite da Polinésia Oriental.
Peru
Destruição do Império
Inca
Peru na América do SulColômbia
0º
80º O 70º O
N
0 73 km 146 km
Equador O L
Tumbes
Iquitos
Tumbes
Loreto
Oceano Piura
Piura
Amazonas
Pacífico
Chachapoyas Moyobamba
Lambayeque
Cajamarca Brasil
Chiclayo
Cajamarca San Martin
La Libertad
Trujillo Pucallpa
Ancash
Huaráz Huánuco
Huánuco
Guiana Ucayali
10º S
Pasco
Venezuela Suriname Cerro
Guiana Francesa de Pasco
Colômbia Lima
Equador Junín
Equador Le Callao Huancayo Madre de Dios
Lima Huancavelica
Puerto Maldonado
Huancavelica Cuzco
Peru Brasil
Ayacucho
Cuzco
Bolívia Ica
Abancay
Ayacucho Apurimac
Bolívia
Puno
icórnio Paraguai Ica
co de Capr
Trópi
Chile
Arequipa
Oceano Uruguai Puno
Arequipa
Pacífico Argentina
Oceano Moquegua
Moquegua
Atlântico
Tacna
Tacna
Chile
Por ser o centro do Império Inca, o Peru, mais do que qualquer
outro país sul-americano, sentiu o impacto da invasão espanhola.
Quando o espanhol Francisco Pizarro chegou às terras que
hoje constituem o atual Peru, encontrou o Império Inca no auge do
seu desenvolvimento, mas sofrendo com a disputa pelo trono en-
tre dois irmãos: Atahualpa e Huascar. Com habilidade, o espanhol
Peru Brasil
Equador
Paraguai
Chile
córnio
co de Capri
Trópi
Oceano
Pacífico
Argentina
Oceano
Atlântico N
O L
Espacialidade natural
Principais regiões
Outrora sede de um vasto império, cuja área territorial se es-
tendia da atual Colômbia até a porção central do Chile e o norte
da Argentina, o Peru atual apresenta uma área de 1.285.20 km²,
constituindo-se no terceiro maior país da América do Sul (Brasil e
Argentina são respectivamente os dois maiores).
Seus limites atuais são o Equador a noroeste, a Colômbia a
nordeste, o Brasil a leste, a Bolívia a sudeste, o Oceano Pacífico
La Costa
Christian Vinces/Shutterstock.com
A cidade de Lima, no Peru, é a terceira maior cidade da América Latina, atrás apenas de São
Paulo e Cidade do México.
La Sierra
Shanti Hesse/Shutterstock.com
te recordar que se trata de duas línguas irmãs
capazes de serem mutuamente inteligíveis.
Acho até possível que, dentro de cem anos, fa-
lemos na América Latina um só idioma, hí-
brido, uma espécie de portunhol ou de espa-
nhoguês. Na realidade, essas duas variantes de O lago Titicaca, no Perú, foi berço de culturas riquissimas, como é o caso dos incas. Pela sua
fertilidade, eles desenvolveram-se em torno dele.
Leitura
complementar
370
tura, 2,7 mil anos atrás, que permitiu aos in- Sua equipe encontrou uma correlação en-
cas se acomodar e prosperar na área de Cuzco, tre as primeiras aparições de colheitas de mi-
onde fica Machu Picchu, diz o autor do estu- lho entre 7000 a.C. — o que mostra a primei-
do, Alex Chepstow-Lusty. ra vez que o cereal teria sido plantado naquela
O pesquisador do Instituto Francês de altitude — e um aumento vertiginoso no nú-
Estudos dos Andes em Lima afirma que o de- mero de parasitas que se alimentam de excre-
senvolvimento da agricultura e o plantio de mentos animais.
milho é um fator crucial para o crescimento Os pesquisadores concluíram que a tran-
de civilizações. “Cereal faz as civilizações”, diz. sição ampla à agricultura só foi possível com
Chepstow-Lusty passou anos analisando um ingrediente extra: fertilizantes orgânicos
os depósitos orgânicos na lama de um peque- usados em grande escala. Em outras palavras,
no lago chamado Marcaccocha, que fica loca- muitos dejetos de lhamas.
lizada entre uma selva e Machu Picchu.
371
América do Sul
não ibérica
Guianas e Suriname
Esta porção do espaço geográfico da América do Sul foi a única
a não ter sido colonizada por ibéricos (espanhóis e portugueses),
apesar de Cristovão Colombo e outros navegantes a serviço da Es-
panha terem costeado e até incursionado neste território durante o
final do século XVI. Coube aos holandeses, a partir de 1621, fincar
as raízes da colonização de exploração. Posteriormente, os france-
ses, em 1626, e os ingleses, em 1651, ocuparam a região, introdu-
zindo, da mesma forma que os holandeses, grandes plantations
açucareiras.
Entretanto, entre o século XVII e o início do século XIX,
tanto a Guiana como o Suriname ficaram nas mãos de diferentes
colonizadores: holandeses, ingleses e franceses. Apenas em 1814,
Holanda, França e Inglaterra dividiram a região entre si.
0 53 km 106 km N
O L
8º N
Mabaruma Oceano
Matthews Ridge
Anna Regna Atlântico
Georgetown
Venezuela
Guiana New Amsterdam
Paramaribo
Totness
Linden
Moengo
Issano St.-Larent du Maroni
Leydoro
Mahdia Apoera
Brownsweg Kourou
Saint-Ele Cayenne
Matoury
Orinduik
Citron Cacao
Goddo Regina
Patience
Apoteri
Bioku
Brasil
62º O 58º O 54º O
tateyama/Shutterstock.com
CG
Suriname professor
A República do Suriname tornou-se colônia holandesa em Professor, comente com seus alunos que
1667, quando da assinatura do Tratado de Breda, entre a Inglaterra
e os Países Baixos, através do qual os primeiros cederam a região. a Guiana Francesa, antes de ser francesa, era
Em 1954, o Suriname tornou-se uma região autônoma do Rei- província da Coroa espanhola e, logo que os
no dos Países Baixos e alcançou a independência em 1975, quando franceses saíram do Brasil, eles se instauraram
passou a ser governada pelo ditador Desi Bouterse, que só deixou o
poder no final da década de 1980, sendo restabelecida a democracia. na Guiana e tomaram posse do local.
Atualmente, seu espaço territorial é de 163.820 km2, onde se
distribui uma população de aproximadamente 542.975 habitantes,
que na maioria são descendentes de indianos e javaneses (nativos da Anotações
Ilha de Java), trazidos para substituir a mão de obra africana após a
abolição da escravidão, em 1873.
tateyama/Shutterstock.com
Guiana Francesa
Embora esteja em território sul-americano, esta região, que foi co-
lônia francesa até 1946, é atualmente um departamento de ultramar
da França, portanto econômica e politicamente integrada a este país.
Nesta porção da América do Sul, as altitudes são relativamente
baixas, predominando planícies ao norte e baixos planaltos ao sul.
Contudo, no oeste da Guiana, fronteira com o Brasil, está localiza-
da uma região montanhosa, onde sobressai a Serra da Pacaraima,
e o seu ponto mais elevado, o Monte Roraima, com 2.870 metros.
Nas áreas litorâneas, surgem planícies em cujas margens desenvol-
veram-se densos manguezais, onde a pesca é bastante praticada.
:51
375
Curioso/Shutterstock.com
O monte Roraima (acima) é uma montanha localizada na América do Sul, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. Constitui um tepui,
um tipo de monte em formato de mesa bastante característico do planalto das Guianas.
Geografia em cena
Fronteiras extremas
Brasil / França – Paris, Amapá
Sim, o Brasil faz fronteira com a França – e é a maior que
eles têm, com quase 700 quilômetros, na Guiana Francesa,
um departamento ultramarino da França que faz divisa com o
Amapá. Lá, a moeda corrente é o euro, o que há anos atrai ama-
paenses em busca de trabalho. Tanto que há muitos brasileiros
francófonos na fronteira. Mesmo assim, a única ponte que liga
o Brasil à Guiana Francesa, sobre o rio Oiapoque, ainda não foi
inaugurada. Ela está pronta desde 2011.
Machuca
Direção: Andrés Wood.
Ano: 2005.
Sinopse: A história transcorre em Santiago, em 1973, e tem como base uma ideia real da época do
governo socialista de Salvador Allende. Gonzalo, um menino de 11 anos, estuda no colégio Saint
Patrick’s, instituição religiosa onde estudam crianças de classe média e alta de Santiago. O sacerdote
McEnroe traz a este colégio um novo grupo de crianças, todas de classe baixa, com o fim de educá-las
sem discriminação e para que aprendam a respeitar-se mutuamente entre eles. Após alguns fatos nas-
ce uma amizade entre Gonzalo e Machuca, mas o enfrentamento social naquela época faz impossível
o sucesso dessa ideia.
El Libertador
Direção: Alberto Arvelo.
Ano: 2014.
Denis Makarenko/Shutterstock.com
que conta a história de Simón
Bolívar, um militar que é con-
siderado herói e libertador na
América Latina por ter lidera-
do a independência de vários
países (Colômbia, Venezuela,
Bolívia, Peru, Equador e Pana-
má) e por ter lutado pelo direi-
to dos índios durante seu curto
período de vida.
2 Observe o mapa abaixo e, de acordo com a divisão histórico-cultural, apresente a divisão da Amé-
rica e crie uma legenda:
A Guiana Francesa: Colônia francesa até 1947, desde então a Guiana Francesa é um departamento
ultramarino francês. Como parte integral da República Francesa, a Guiana Francesa é representada no
senado e na assembleia nacional da França. Seus cidadãos participam das eleições para presidente da
República Francesa.
Guiana Inglesa: A área foi reivindicada inicialmente pelos espanhóis, e logo após pelos neerlandeses,
que organizaram as colônias do Essequibo, Demerara e Berbice. Estas três colônias foram tomadas
pelos ingleses em 1796, oficialmente cedidas ao Reino Unido em 1814, e fundidas numa só colônia
em 1831, passando a chamar-se Guiana Inglesa, cuja capital era Georgetown(conhecida como Sta-
broek antes de 1812). A Guiana tornou-se uma república independente do Reino Unido em 26 de
maio de1966.
Suriname: O Suriname foi primariamente dominado por espanhóis no século XVI e em meados do
século XVII os ingleses estabeleceram-se lá. Embora mercadores neerlandeses tivessem estabelecido
várias colônias na região da Guiana antes, os neerlandeses não tomaram posse do que é hoje o Suriname
até ao Tratado de Breda, em 1667, que marcou o fim da Segunda Guerra Anglo-Holandesa. Depois de
se tornar uma parte autônoma do Reino dos Países Baixos, em 1954, o Suriname conseguiu a indepen-
dência em 1975, quando deixou de ser chamado de Guiana Holandesa.
4 Escreva sobre as quatro regiões naturais da Venezuela, caracterizando cada uma delas:
Litoral – Região plana onde a extração petrolífera está concentrada e que pode ser subdividida em duas
sub-regiões: Litoral Atlântico, a leste, em que estão localizados o delta do Rio Orinoco e o Golfo de
Paria; Litoral Norte, banhado pelas águas do Mar do Caribe.
Região dos Lhanos – Localizada na porção central do país, apresenta uma grande planície drenada
pelos afluentes da margem esquerda do Rio Orinoco e recoberta por uma vasta vegetação de savana,
que é parcialmente ocupada pela pecuária extensiva e por campos de plantio de algodão, arroz, milho,
devido à fertilidade natural do solo.
Região montanhosa – Localizada na porção noroeste da Cordilheira de Mérida (uma extensão dos
Andes), essa região é um maciço natural que separa as vastas planícies dos Lhanos da área onde está
localizado o Lago de Maracaibo. A exploração mineral divide o espaço com culturas de milho, cana-de-
-açúcar, algodão e café. Em virtude da altitude, apresenta clima de temperaturas amenas.
Maciço das Guianas – É a maior região natural da Venezuela e serve como separação natural entre esse
país e o Brasil. É nessa área que se encontra a maior queda-d’água do mundo: o Salto Ángel (979 me-
tros), na região de planaltos e montanhas cujas altitudes superam os 900 metros.
Os incas foram os povos que habitaram uma determinada parte da América do Sul, em especial, a
região da Cordilheira dos Andes. Os países habitados por esses povos foram: Chile, Bolívia, Peru e
Equador. No século XIII foi fundada a própria capital do império desses povos: a sagrada cidade de
Cusco, que hoje, é a capital arqueológica de toda a América Latina. Tais povos foram extintos quando
os espanhóis os dominaram, no ano de 1532.
3 (Vunesp) Mais importante centro de exploração petrolífera da América Latina; renda anual per
capita superior a U$$ 4.700; localizada na parte setentrional da América do Sul; tem em seu território
o Lago Maracaibo. Todas essas referências identificam o(a):
a. X Venezuela. b. Colômbia.
c. Bolívia. d. Suriname.
e. Peru.
4 A América Andina é uma subdivisão da América do Sul. Os países integrantes dessa região apre-
sentam seus territórios cortados pela Cordilheira dos Andes. Todos esses países integram a América
Andina, exceto:
a. X Paraguai. b. Chile.
c. Bolívia. d. Colômbia.
e. Venezuela.
6 (CFTMG)
“Muitos espanhóis acharam tão divertido o pedido do rei Juan Carlos para que o presidente ve-
nezuelano, Hugo Chávez, se calasse que resolveram ouvir as palavras do soberano várias vezes ao dia.
Quase 500 mil pessoas já baixaram o toque para celulares em que se escuta o rei espanhol dizendo
“Por qué no te callas?”. A frase foi dita durante uma discussão com o presidente Chávez na XVII Cúpula
ibero-americana, realizada no Chile.
O novo ringtone já teria gerado uma renda de 2,2 milhões de dólares para as companhias que o
distribuem, segundo o jornal El País. Aproveitando a febre, empresários já estão criando camisetas e
outros produtos com a frase que virou hit. No YouTube, vídeos da discussão também receberam milha-
res de acessos.”
A reportagem acima tem como tema central um fenômeno da sociedade contemporânea, que explicita a:
a. disseminação da ideia de superioridade europeia em relação às suas ex-colônias.
b. manipulação midiática com o objetivo de fortalecer as ações políticas de governos populistas.
c. X apropriação frequente de acontecimentos sociais e políticos pelo mercado da mídia eletrônica.
d. discussão política, deflagradora de sérias crises diplomáticas, como alvo de ridicularização por
pessoas não politizadas.
7 À época da colonização europeia na América, um sistema agrícola amplamente utilizado era basea-
do na grande propriedade monocultora, com produção de gêneros tropicais, voltada para a exportação.
Esse sistema, na atualidade, persiste em países como Brasil, Colômbia, Costa do Marfim, Índia e Malá-
sia, dentre outros. O sistema agrícola descrito acima se refere à:
a. agricultura de subsistência.
b. agricultura de jardinagem.
c. X plantation.
d. agroecologia.
e. permacultura.
3
1
Equador
2
a. X Venezuela, Equador, Trinidad e Toba-
go e Chile.
N
10 Quando chegaram à América, os europeus encontraram inúmeros povos que ocupavam o conti-
nente há milhares de anos. Estes povos posteriormente foram denominados povos pré-colombianos.
Dentre os vários povos pré-colombianos, três se destacaram por terem, de certa forma, encontrado um
desenvolvimento social bem avançado, formando verdadeiros Impérios. Estes povos eram:
a. os Portugueses, Astecas e Jês.
b. X os Astecas, Maias e Incas.
c. os Maias, Astecas e Espanhóis.
d. os Astecas, Tupis e Esquimós.
Objetivos
pedagógicos
383
América
desenvolvida
Construção e apropriação
A principal teoria sobre o povoamento da América defende
que os primeiros habitantes dessa região chegaram entre 50 mil e
12 mil anos atrás e eram grupos de caçadores que saíram da região
da Ásia oriental e atravessaram o Estreito de Bering durante a últi-
ma grande glaciação.
ing
N
ito de Ber
Alasca O L
Sibéria
Europa Ásia
S
Estre
América
do Norte Oceano
Atlântico
Deserto do Saara
Filipinas
África Terra de Sunda
Nova Guiné
América
Oceano do Sul
Polinésia
Índico Oceania
Oceano
Pacífico
Prováveis rotas do ser humano para a América
Cenário 2
Estados Unidos
O berço das liberdades
democráticas
Considerados o berço das liberdades democráticas, os Estados
Unidos estão localizados na América do Norte, entre o Canadá, ao
ME_CG_8ºano_11.indd 385
Estados Unidos: mapa político
N
Olympia
45º O L
Washington L. Superior
Helena Dakota S
Grandes Lagos Maine
do Norte Augusta
Salem Montana L. Huron Vermont
Boise Bismarck Minnesota New Hampshire
Oregon Montpelier
St. Paul Concord
Pierre Wisconsin L. Ontário Albany Boston
Idaho Michigan Massachusetts
Dakota Madison Nova York Providence
Wyoming L. Eriê Hartford Rhode Island
do Sul Lansing Connecticut
Iowa L. Michigan Pensilvânia Trenton
Sacramento Cheyenne Nebraska Harrisburg Nova Jersey
Carson City Des Moines
Ohio
Washington DC Dover
Salt Lake Lincoln
Illinois Indiana
Nevada City Denver Springfield Delaware
Columbus Virgínia Maryland
Jefferson Indianapolis Ocidental Annapolis
Utah Topeka City
Califórnia Colorado Charleston Richmond
Kansas Frankfort Virgínia
Missouri Kentucky Raleigh
Oceano Santa Fé Nashville Carolina
Arizona Oklahoma Tennessee Norte
Pacífico Colúmbia do
Arkansas Atlanta
Novo México Oklahoma City
Alabama Carolina
Phoenix Little
30º Mississípi Geórgia do Sul
Rock Montgomery Oceano
120º Texas Atlântico
Jackson
Louisiana 75º
Austin Tallahassee
Baton Rouge
Flórida
Golfo do México
160º Alasca
Canadá
60º
Capital do País
Oceano Pacífico
Capital do Estado
385
26/04/2018 17:54:11
385
16/05/2018 12:58:24
norte, e o México, ao sul. Atualmente, incluindo as terras do Alas-
ca, o território estadunidense totaliza uma área de 9.831.510 km2,
o que o torna o quarto maior país do mundo em área territorial.
Esse território está dividido, politicamente, em cinquenta esta-
dos autônomos, dos quais 49 são continentais, incluindo o Alasca,
na fronteira entre a América e a Ásia, no Estreito de Bering, e o
Havaí, no Pacífico; e o Distrito de Colúmbia, distrito federal onde
está localizada a capital, Washington.
Além dos cinquenta estados, os Estados Unidos também pos-
suem cinco territórios de ultramar: Samoa Americana, Guam e as
Ilhas Marianas do Norte, no Pacífico, e Porto Rico e Ilhas Virgens
Americanas, no Caribe. Entretanto, os habitantes nascidos nessas
áreas (exceto na Samoa Americana), mesmo possuindo cidadania
estadunidense, não podem eleger um presidente e têm apenas uma
representação, sem direito a voto, no Congresso.
Cenário 3
As Treze Colônias
A conquista do espaço
Os primeiros colonizadores europeus chegaram ao atual territó-
rio dos Estados Unidos no século XVI. A área de contato inicial foi a
região nordeste, onde viviam numerosos povos indígenas, que, rapi-
damente, passaram a ser exterminados pelas armas de fogo, doenças e
bebidas alcoólicas dos europeus. Contudo, como não havia riquezas
minerais, o território foi pouco explorado e deixado de lado.
Entretanto, na metade do século XVI, a rainha Elizabete I da
Inglaterra, interessada pela colonização da América do Norte, esta-
belece um acordo com duas companhias de comércio para colonizar
essa porção do seu império de ultramar: a Companhia de Plymouth,
que ficou encarregada das terras localizadas no sul, e a Companhia de
Londres, cuja tarefa era desenvolver as terras do norte.
Fechado o acordo, as duas companhias passam a enviar para a
América do Norte levas enormes de colonos.
Rapidamente, uma “maré humana”, constituída de aventu-
reiros de diversas origens, agricultores sem terras, degredados,
órfãos e crianças raptadas, mulheres (na maioria prostitutas), di-
versos grupos protestantes — puritanos, quakers, calvinistas e ba-
tistas —, fugitivos da perseguição imposta pela monarquia ingle-
sa a todos que eram contrários ao anglicanismo e ao absolutismo,
chegou à América.
Tudo começou quando, em 1620, um grupo de aproximada-
mente cem puritanos, os Pais Peregrinos (Pilgrim Fathers), deixou
Reprodução
na costa de Massachusetts, onde rapidamente fundou um próspero
núcleo de colonização chamado New Plymouth.
Contudo, uma coisa deve ser ressaltada: esse núcleo pioneiro,
que possuía formação escolar elevada, tinha enraizado no seu es-
pírito a forte crença de que eram os eleitos de Deus para coloni-
zar a América. Para o bem e para o mal, esse pensamento religioso
marcará de forma vertiginosa a ideologia futura de dominação do
continente americano pelos estadunidenses.
No início da colonização, eram apenas ingleses, porém, com o
passar do tempo, pessoas de outras nacionalidades, como irlandeses,
escoceses, franceses e alemães, perseguidos políticos ou religiosos,
aportaram na América do Norte em busca de paz ou de fortuna.
A Era Elisabetana, no campo político, é
Além destes, milhares de homens negros africanos foram trazidos associada à estabilidade do reino e fortale-
para o trabalho escravo, principalmente nas terras do sul. Isso fez cimento do sentimento de identidade nacional.
com que a população não nativa crescesse rapidamente e já no final
do século XVII ultrapassasse a casa de 3 milhões de pessoas.
As duas primeiras colônias criadas foram Jamestown (atual
Virgínia), em 1607, e Nova Amsterdã, atual Nova York, funda-
da em 1614 por holandeses na maioria saídos do Recife, mas, em
1664, foi dominada pela Inglaterra, que a rebatizou. Com o passar
dos anos, surgiram outras onze colônias, que constituíram as Treze
Colônias pioneiras.
As Treze Colônias
a
n ço
ç
ure
Lago Superior
husetts
an
Lo
o
Sã
io New
R
Hampshire
Fr
Lago Huron
ac
Lago
n
Nova York
a
Lago Michiga
Ontário ss
Ma
v
o
Rhode Island
N
Lago Erie Connecticut
Pensilvânia
Nova Jersey
N
Maryland
O L Delaware
a
hio
Rio O Virgínia
S
Oceano
n
i a
Atlântico
pi
sissi
i s
Carolina do Norte
Mis
L o u
Ri o
Carolina do Sul
e
he
attahooc
Geórgia
0 115 km 230 km
Ch
Rio
Territórios
Espanhóis Capítulo 11 – América desenvolvida: Estados Unidos 387
Golfo do México
oãçudorpeR
Anotações
C
388
Peixe,
e o,
M laç
Me
As Treze Colônias Peixe, c
ereais e madeira ser
rada
mad
Esc
e
Alimentos,
ira
madeira, etc.
ravo
eg
Ru
N
ad
s
m
+r
o um
da O L
Jamaica s An
tilh
Pequenas as
S
Antilhas Escr
avos
Costa
Costa do
do Ouro
Marfim
Oceano
Pacífico Oceano
América
Atlântico
do Sul
4:12
A caminho da
independência
No início, as relações entre a Inglaterra e as Treze Colônias
foram relativamente amistosas, visto que, entre os séculos XVII e
XVIII, o Parlamento, em acordo com o monarca inglês, assumiu
uma atitude de não interferência nos assuntos internos das colô-
nias. Contudo, a relação começa a declinar no exato momento em
Reprodução
rica do Norte estão competindo e tomando seu espaço no mercado
externo. A explosão de animosidades ocorre após a Guerra dos Sete
O nascimento de uma Anos (1756 a 1763), entre a França e a Inglaterra.
superpotência
Reprodução
O território atual dos Estados Unidos
foi colonizado por britânicos, franceses e es-
panhóis; no entanto, foram os britânicos que
mais influenciaram e, por fim, se tornaram he-
gemônicos na formação da sociedade estadu-
O movimento de independência das Tre-
nidense. Desde quando foi fundada a primei- ze Colônias foi influenciado pelas ideias
iluministas, como direito à liberdade e maior
ra colônia na América do Norte, Jamestown, participação popular nas decisões políticas.
tes Apalaches, formando treze colônias. A Guerra dos Sete Anos foi motivada pela posse de territórios
na América do Norte. O campo de luta colocou de lados opostos,
além dos dois países envolvidos diretamente, uma complexa trama
Formação territorial, de aliados na Europa e na América. Ao final do conflito, a vitorio-
independência, expansão e projeto sa Inglaterra obrigou a França a entregar várias de suas possessões
nas Antilhas e na América do Norte. Contudo, a guerra foi muito
imperial dos Estados Unidos da dispendiosa, e os ingleses decidem equilibrar suas contas criando
América uma série de novas leis e impostos sobre os colonos que habitavam
principalmente as colônias do norte.
A conquista e a colonização dos Estados A primeira lei imposta pela Inglaterra contra os colonos foi a Lei
do Açúcar (1764), que elevava os impostos cobrados sobre o açúcar e
Unidos da América foram obras do “expansio- derivados de cana, vinho, artigos de luxo e café importados, além de
nismo europeu”, assim como a Guerra de Inde- obrigá-los a comprarem melaço apenas das Antilhas inglesas.
pendência, que, em 4 de julho de 1776, marcaria
Reprodução
o rompimento dos laços dos colonos americanos
com a metrópole, que resultou na independência
política do primeiro Estado Nacional fora da Eu-
ropa. O nascimento dos Estados Unidos da Amé-
rica seria o primeiro passo para a universalização
do sistema político interestatal inventado pelos
europeus, que se completaria apenas no final do A lei do açúcar está na raiz da insatisfação
século XX. Após sua independência, impulsiona- das Ttreze Colônias, que culminou no
processo de independência, no século XVIII.
dos pela ideologia do Destino Manifesto, os esta-
dunidenses dariam início à sua expansão territo- 390 Capítulo 11 – América desenvolvida: Estados Unidos
rial, conquistando terras que se estenderiam do
Oceano Atlântico, a leste, até o Oceano Pacífico,
a oeste. Essa fase seria denominada de imperialis- CG_8ºano_11.indd 390 26/04/2018 17:54:13
mo interno, marcada pelo genocídio das socieda- Paz com a Grã-Bretanha, em 1784, os estadu- o Novo México; e a Califórnia, em 1848. Em
des indígenas e por conquistas territoriais aos me- nidenses mandavam seus primeiros navios co- 1823, o Presidente James Monroe declarava “a
xicanos. Essa expansão se deu de forma contínua, merciais aos portos asiáticos e, meio século de- América para os americanos” e inaugurava, as-
como aconteceu com os Estados Nacionais que já pois, em 1844, ao lado das grandes potências sim, mais uma doutrina no pretensioso projeto
haviam se transformado em impérios coloniais e europeias, impunham tratados comerciais à de conquista e dominação hegemônica sobre o
em grandes potências. China e posteriormente ao Japão, em 1854. restante dos territórios do continente.
Nesse processo expansionista, muitos ter- No início do século XIX, o governo esta-
ritórios foram anexados após várias vitórias es- dunidense ordenava expedições punitivas do Fonte: LINHARES, Francisco. Neo-hegemonia
tadunidenses nas guerras de conquistas. Outros tipo colonial, ambas no norte da África, onde americana ou multipolaridade anárquica: de
foram comprados ou cedidos como resultado seus navios bombardearam as cidades de Trí- Whestphalia a Globalização do século XXI. Monografia
de acordos. A ideia de expansão era tão forte na poli (capital da Líbia), em 1801, e Argel (capi- de término de curso de Pós-graduação em Relações
formação do Estado norte-americano que, ape- tal da Argélia), em 1815. Em 1819, anexaram a Internacionais pela Faculdade Católica do Ceará, 2007.
nas um ano depois da assinatura do Tratado de Flórida; o Texas, em 1935; o Oregon, em 1846; p. 22 e 23.
C
390
Reprodução
metrópole não se intimidou.
O termômetro das animosidades dispara quando, em 1765,
a metrópole impõe às colônias a Lei do Selo, obrigando todos os
jornais, cartas, contratos e documentos públicos a receber um selo
real. O problema, entretanto, não estava na selagem em si, mas no
fato de que o dinheiro arrecadado com a venda dos selos ia direta-
mente para os cofres da Coroa inglesa.
Dessa vez a reação não ficou apenas em protestos pacíficos. Os
colonos invadiram e depredaram agências postais, queimaram selos
e passaram a boicotar os produtos ingleses. Para eles, a prática da
participação nas decisões administrativas era uma questão de hon-
ra e por esse motivo negavam-se a pagar impostos criados por um
Parlamento (o inglês) no qual não possuíam representantes. Um A Lei estabeleceu que todos os documen-
ano de embates fez com que a Inglaterra suspendesse a Lei do Selo, tos oficiais em circulação na América in-
mas no ano seguinte impôs aos colonos uma nova carga de impos- glesa, além de jornais e livros, eram obrigados a
portar selos comprados.
tos. Agora eram as importações de vidro, corante, papel e chá que
deviam pagar elevadas taxas alfandegárias.
O massacre de Boston
A reação dos colonos a essas novas imposições tinha todos os
ingredientes para ficar na história como uma das manifestações de
protestos mais banais de que se tem conhecimento: os colonos lan-
çaram contra uma sentinela britânica, bolas de neve e pedras. Mas a
reação dos soldados foi brutal: abriram fogo contra os manifestan-
tes, matando cinco de seus participantes.
O fato é que o chamado Massacre de Boston serviu de com-
bustível para alimentar a propaganda a favor da independência.
Muitas insatisfações ainda estavam por vir e as revoltas começam
a tornar-se cada vez mais frequentes. Foi quando, em 1773, a Coroa
inglesa impõe a Lei do Chá, concedendo à Companhia das Índias
Orientais o monopólio da venda de chá para as Treze Colônias.
Reprodução
4:13
Reprodução
A Lei do Chá, em 1773, gerou forte rea-
ção dos colonos, que destruíram carrega-
mentos de chá no episódio que ficou conhecido
como Festa do Chá de Boston.
O Congresso da
Filadélfia
Liderados por Franklin, Adams e Jefferson, os colonos resolve-
ram organizar, no ano de 1774, um congresso para tomarem medi-
das diante de tudo que estava acontecendo (apenas a Geórgia não
enviou representante). Como não existiu consenso em torno da in-
dependência, o congresso não assumiu um caráter separatista, ape-
nas foi elaborada uma petição, que foi enviada ao rei da Inglaterra,
protestando contra as medidas impostas contra as Treze Colônias e
exigindo o fim das mesmas, bem como uma maior participação dos
norte-americanos na vida política da colônia.
Reprodução
New Hampshire
Território de
Washington Vermont
Massachussetts Maine
Minnesota
Oregon Território de M
ic
Nebraska
hi
os Rhode Island
stad Winconsin
ga
emE Nova York Connecticut
n
o s
ad New Jersey
rm Maryland
Nevada fo Iowa Pensilvânia
ns
Indiana
Delaware
tra Ohio
Cal
Illinois Virgínia
Território
o
ifó
nã
Ocidental
de Utah
rni
da
Kansas Virgínia
ain
a
Missouri Kentucky
os
Território
Carolina do Norte
Arkansas Tennessee
i
indígena
tór
Território do (Oklahoma)
ri
Alabama
Mississipi
Ter
Oceano Geórgia
Pacífico
Texas
Louisiana
Flórida
Oceano
G.
Estados da União
da
Atlântico
Pen. da
Ca
do México
lifó
N
Califórnia
lfo
rn
Estados Confederados
Go
ia
O L
Estados escravagistas que 0 168 km 336 km
S
permaneceram na União
O L
Mis
sou
ri
do
ra 0 188 km 376 km
lo
Co
i
sip Limites atuais dos estados
Missis
Alasca
Flórida, comprada da Espanha - 1819
Anexado em 1845
Atlântico
México Território comprado do México - 1848
Reprodução
ricanos”. Explique que essa frase resumia a dou-
trina implantada pelo presidente dos Estados
Unidos, James Monroe, cujos pontos princi-
pais eram: a não criação de novas colônias nas
Américas, a não intervenção de outros povos
(especialmente europeus) em assuntos inter-
nos dos países americanos e a mesma postu-
Os indígenas da América do Norte vi- ra de não intervenção da nação americana em
viam em sociedades de subsistência,
divididos em tribos distintas, estados e grupos conflitos ou guerras dos países europeus com
étnicos. A maioria foi removida de suas terras
para acomodar a expansão estadunidense. suas colônias ou entre si mesmos.
:15
397
Reprodução
a entrada em seu país de pessoas provenien-
tes da América Latina, da África ou de regiões
pobres da Ásia.
Anotações
Os americanos estavam convictos de que
eram o “povo eleito” para colonizar a
América e, aos poucos, foram anexando, com
ou sem guerras, territórios ingleses, franceses e
mexicanos (ao lado).
Reprodução
A Política do Big Stick foi a justificati-
va dos Estados Unidos para expandir e
anexar territórios como forma de defender sua
soberania.
C
398
Reprodução
pelos Estados Unidos, que já haviam tentado comprá-la dos espanhóis.
No final do século XIX, a ilha tornou-se a maior produtora de açúcar
do mundo e, por esse motivo, passou a atrair para suas fronteiras gran-
de volume de investimentos de capital norte-americano. Mais do que
nunca, interessado nos lucros que podiam ser repatriados de Cuba para
os cofres estadunidenses, o “Big Brother” passa a ajudar o movimento
de independência cubana (1895), liderado por José Martí, derrotando
militarmente a Espanha. O butim da Guerra Hispano-Americana foi
muito valioso: Porto Rico, no Caribe, e as Filipinas, no Pacífico, são
anexados pelos Estados Unidos. Além disso, os Estados Unidos im-
põem a inclusão da Emenda Platt na Constituição cubana de 1901, Com a Emenda Platt, que foi adicionada
à constituição de Cuba, o governo cubano
que instituía o direito de intervenção dos Estados Unidos no país, bem foi obrigado a entregar uma faixa de terra para
como a concessão de uma área de 117 km2, a Baía de Guantánamo, que que os norte-americanos montassem uma base
militar na Baía de Guantánamo.
ainda hoje é uma base militar norte-americana em território cubano.
Posteriormente, essa política imperialista estende-se para o Pa-
namá — região que nessa época pertencia à Colômbia —, onde
os Estados Unidos, por interesses estratégicos e comerciais, preten-
diam estabelecer a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico por
meio da construção de um canal.
Acontece que não eram só os Estados Unidos que tinham tal in-
teresse; a França e a Inglaterra eram outras potências que cobiçavam
a região. Numa jogada de mestre, os Estados Unidos conseguem, em
1901, comprar as ações da companhia francesa de Ferdinand Lesseps,
que havia projetado o canal do Panamá, mas falido oito anos antes, pa-
ralisando o projeto. Ainda havia, entretanto, um problema: convencer
a Colômbia, onde estava localizado o Panamá, que não aceitava, sob
hipótese alguma, intervenção estrangeira no seu território.
Como é comum das grandes potências, os Estados Unidos pas-
sam a incentivar o nascente movimento panamenho de independên-
cia, que acontece em 1903. Em retribuição aos “bons” serviços pres-
tados à causa panamenha, os Estados Unidos recebem, na forma de
posse perpétua, a zona do canal e áreas limítrofes e efetivam a cons-
trução do canal, conquistando a hegemonia na América Central, que
se amplia, posteriormente, para toda a América Latina.
0 62 km 124 km Canal do
Panamá Oceano
4:16
Costa
Atlântico
Ma
Rica r do Caribe
Panamá
N
O L
Colômbia
S
Oceano
Pacífico Capítulo 11 – América desenvolvida: Estados Unidos 399
C
400
Cenário 5
A maior potência
industrial do
mundo
Industrialização precoce
Estados Unidos: concentração industrial precoce e contínua expansão urbana
Canadá 0 235 km 470 km
Região industrial antiga
(Manufacturing Belt)
Seattle
Região industrial nova
Portland
e de alta tecnologia
Cidades onde estão instaladas
Buffalo
montadoras norte-americanas
Boston
Minneapolis Detroit
Gary
Cidades fronteiriças onde
estão implantadas várias
Nova York indústrias “maquiladoras”
Salt Lake City Chicago
4:16 Filadélfia
São Francisco
Minério de ferro
Denver Cleveland Pittsburg
Vale do Baltimore
Silício
Bases da Nasa
Kansas Oceano Limite entre Snow Belt e Sun Belt
Wichita City St. Louis
Atlântico Siderúrgica
Petroquímica
Los Angeles Huntsville
São Diego
Automobilística
Atlanta
Birmingham
Tijuana Mexicali Tucson
Têxtil
Nogales Dallas
Cabo
Têxtil – implantação recente de
El Paso
Oceano Ciudad Canaveral indústrias de ponta
Juarez Austin Nova Orleans N
Pacífico Houston
Aeronáutica
Leredo
México
Novo Laredo Golfo do Cabo Kennedy
Miami
O L Aeroespacial (Nasa)
Brownsville
México Tecnopolos
Matamoros S
Andrey Bayda/Shutterstock.com
A indústria automobilística é a principal
fonte de renda de Detroit. A cidade abri-
ga a sede da General Motors e a sede da Ford
Motor Company, em Dearborn, na região me-
tropolitana.
Ao longo da primeira metade do século XX, diversas obras
de infraestrutura foram desenvolvidas com o objetivo de tornar a
região mais dinâmica e produtiva, dentre as quais se destacam a in-
terligação do Rio São Lourenço aos Grandes Lagos pelos canais e
eclusas — criando um canal de escoamento até o Oceano Atlân-
tico e facilitando tanto a chegada de matérias-primas e máquinas
industriais como o escoamento da produção — e a construção de
ferrovias interligando os principais centros industriais.
Descentralização
industrial
Até a Segunda Grande Guerra, a região do manufacturing belt
foi a grande responsável pela produção industrial dos Estados Uni-
dos, porém, em virtude de alterações na conjuntura interna e inter-
nacional, podemos dizer que o período pós-Segunda Guerra marca
o início do processo de descentralização industrial estadunidense.
Metrópoles Densidades
Grande lago Migrações
do Escravo
Península
2 do Labrador
2 a 4 milhões de habitantes 15 a 50 hab./km Zonas de crescimento
2
Mais de 4 milhões de habitantes Mais de 50 hab./km Zonas de estagnação ou declínio
Minneapolis
Detroit Buffalo Boston
Milwaukee
Nova York
Chicago
S. Francisco Cleveland Filadélfia
Denver
Indianápolis Pittsburgh Baltimore
Cincinatti Washington
Los Angeles Kansas City
St. Louis
San Diego
Atlanta
N Dallas Oceano
O L
Houston Nova Orleans
Atlântico
S Tampa
Miami
lfo do México
Trópic
Go
o de Câ
ncer
Sun Belt
Surge, dessa forma, o sun belt, ou cinturão do sol, denomi-
nação para uma nova espacialização industrial que se espalha por
diversas novas e emergentes áreas do sul e do oeste. Contudo, o
Cinturão do Sol não apresenta áreas quentes; a área industrial, lo-
calizada em Seattle, na costa sudoeste, na fronteira com o Canadá,
apresenta climas frios, inclusive com invernos bastante rigorosos,
com temperaturas abaixo de 0 ºC.
N
Baía de
Manufacturing belt (40% da produção industrial) Fábricas
Hudson americanas no México (Maquiadoras)
O L Grande lago
Grande centroindustrial em reconversão Principais tecnopolos Península
do Escravo
O Velho Sul revitalizado pela indústria do automóvel Deslocalizações interiores do Labrador
S
Regiões de alta tecnologia do Sun Belt Deslocalizações para o exterior
Terra Nova
Limite do Sun Belt (50% da produção industrial) Feedlots (criação intensiva de bovinos)
G. do
Região fronteiriça utilizando mão de obra barata Agroindústria poderosa São Lourenço
Seattle
Canadá
Para a Ásia
e Pacífico
Minneapolis
Boston
St. Paul
Nova York
São Detroit
Francisco Filadélfia
Cleveland
Salt Lake City Denver Chicago
Pittsburgh Washington
Silicon
Valley
St. Louis
Califórnia
Santa Fé
Phoenix
Los Angeles
Oceano Atlanta
Pacífico
Dallas Oceano
Texas
Nova Orleans
Atlântico
San Antônio
Tampa
México Houston
CG
G.
Flórida
da
0 195 km 390 km
do México
Pen. da
Ca
lfo
Go
lifó
Para o México
Califórnia
Miami
rn
e América Latina
ia
Dreamframer/Shutterstock.com
Comente que a população estaduni-
dense é superada em número pela popula-
ção da China (país mais populoso do mun-
do) e da Índia e que há uma grande corrida
tecnológica do Japão com os Estados Uni-
dos, duas potências tecnológicas.
O motor dos Estados Unidos é a inova-
ção tecnológica, o modelo do Vale do
Anotações
Silício.
Rapidamente começaram a surgir, à sombra de diversas univer-
sidades, grandes centros industriais de alta qualificação tecnológica.
Boston, onde atualmente está sedimentado um amplo complexo
informático, é um bom exemplo dessa nova forma produtiva, uma
vez que absorve o fabuloso trabalho de diversos cientistas do MIT
(Massachusetts Institute of Technology), agregando-o ao processo
produtivo. O centro efervescente da região industrial da Costa do
Pacífico é o Vale do Silício, grande parque industrial eletrônico
e de informática estruturado em torno na Baía de São Francisco,
na Califórnia, onde empresas como a Packard, Apple e Hewlett
produzem computadores, softwares e programas, “embalados” pelas
mãos e mentes de cientistas e técnicos da Universidade de Stanford. Geografia em cena
Nessa região também podemos encontrar outros parques in-
dustriais, principalmente em virtude da atuação militar dos Estados Impulsionado pela Se-
Unidos na Bacia do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e a gunda Guerra Mundial e
Guerra Fria, especificamente as Guerras da Coreia (1950–1953) e pela Guerra Fria, O Vale do
do Vietnã (1960–1976). Na maioria, são indústrias bélicas, aeroes- Silício, localizado na Cali-
paciais e náuticas, mas também são encontradas indústrias de tecidos, fórnia, concentra um con-
alimentícias e de aparelhos eletroeletrônicos, que estão espalhadas junto de indústrias de forte
pelas cidades de Portland, no Estado de Oregon, Los Angeles e San potencial tecnológico.
Francisco, na Califórnia, além de Seattle, no Estado de Washington.
ESB Professional/Shutterstock.com
:17
405
Sul e sudeste
Tradicionalismo
A região sudeste, que esteve grande parte da história dos Estados
Unidos voltada para a produção agropecuária, passou a desenvolver
uma variada série de indústrias de base ao longo do século XX. Nes-
se contexto de industrialização encontramos os grandes complexos
petroquímicos, sediados em Dallas e Houston, no Texas; as grandes
exploradoras de petróleo e gás, no Mississipi e na Louisiana; e o gran-
de centro industrial localizado ao redor da cidade de Birmingham,
no Estado da Geórgia, onde as abundantes jazidas carboníferas e
de minério de ferro, encontradas nos Montes Apalaches, fornecem
abundante matéria-prima para a produção de diversos bens.
Contudo, ao longo da segunda metade do século passado, essa
região, em virtude da Guerra Fria, passou por um processo de ino-
vação tecnológica, em que se destacam:
Peter Etchells/Shutterstock.com
Leitura
complementar
Os cinturões
Cinturão do Milho (Corn Belt), Cinturão Ao longo do tempo, os Estados Unidos foram vivenciando
do Trigo (Wheat Belt) e o Cinturão Verde, uma retração da importância do manufacturing belt e uma ascensão
do sun belt e da Costa Oeste. O tradicionalismo fordista cede lugar
onde se cultivam hortaliças e se pratica a cria- a um modelo produtivo mais dinâmico, ancorado na flexibilidade,
ção extensiva de gado leiteiro.
Essa região vem passando por transfor- 406 Capítulo 11 – América desenvolvida: Estados Unidos
mações significativas na medida em que áreas
monocultoras vão cedendo espaço a novas
culturas, como a do sorgo e a da pecuária, esta CG_8ºano_11.indd 406 26/04/2018 17:54:17
última visando ao abastecimento das agroin- A cultura de frutas e cítricos espalha-se Hoje, o setor agrário contribui com me-
dústrias que processam a carne. pelas áreas costeiras do país, do Golfo do Mé- nos de 3% do PIB, e o setor de agronegócios
Na região dos Apalaches, encontramos xico até a porção central da costa leste, na cha- responde por 20% dele. O dinamismo da agri-
áreas que produzem hortifrutigranjeiros mada agricultura do Sol. cultura norte-americana apresenta algumas
para abastecer a região mais urbanizada do Na Costa Oeste desenvolve-se uma agri- fragilidades, entre elas o problema dos sub-
país, juntamente com a criação de gado lei- cultura irrigada nas áreas áridas, onde se cul- sídios aos produtores das regiões menos de-
teiro e avicultura. tivam frutas, além de ser uma importante re- senvolvidas, como o Velho Sul e a Nova In-
Do Texas até a Virgínia predomina o Cotton gião vinícola. No sul da Califórnia aparecem glaterra, no nordeste do país, e forte erosão e
Belt (Cinturão do Algodão), onde as áreas áridas as dry farmings, uma forma de explorar o solo salinização do solo pelo cultivo incessante e
texanas são irrigadas. Também se destaca a pe- revolvendo-o com o uso de máquinas agrí- com os cuidados necessários.
cuária. Áreas anteriormente ocupadas pelo al- colas, trazendo para a superfície as camadas
godão vão sendo substituídas principalmente mais úmidas e mais fáceis de serem trabalha- Fonte: MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do
pela avicultura. das, aliada à irrigação. Brasil. 3. ed. São Paulo: Harbra, 2006. p. 691–692.
C
406
A maior agropecuária
do Planeta
Os Estados Unidos apresentam uma das mais fortes, moder-
nas e produtivas agropecuárias do mundo atual. Seus aproximados
42% de área territorial ocupada por essa atividade são divididos de
forma igualitária entre pastagens (criação de gado) e gêneros agrí-
colas, o que faz com que esse país seja o maior produtor de soja e
milho do mundo, bem como um dos cinco maiores produtores de
algodão, carne, trigo, frango e açúcar.
A conjugação de fatores históricos e o desenvolvimento de mo-
dernas tecnologias contribuíram para essa condição. Em primeiro
lugar, o fácil acesso à terra criado pela Homestead Act acarretou uma
ampliação da área produtiva. Em segundo, os crescimentos indus-
triais e populacionais acarretaram o desenvolvimento de tecno-
logias que, a partir de práticas intensivas, tornaram essa atividade
cada vez mais produtiva.
Com o passar do tempo, essa modernização fez surgir na pai-
sagem uma cadeia produtiva agroindustrial, onde empresas rurais
passaram a produzir bens para as indústrias de alimentos e a consu-
mir máquinas e insumos de várias indústrias. Esse processo de me-
canização progressiva foi aos poucos reduzindo a oferta de serviços
e provocando um direcionamento de trabalhadores da agropecuá-
ria para outras atividades, principalmente urbanas.
B Brown/Shutterstock.com
4:17
Organização espacial da
agropecuária
Ao longo do tempo, os Estados Unidos produziram uma or-
ganização espacial da prática agropecuária em extensas e especia-
lizadas zonas chamadas belts (cinturões), onde em cada cinturão,
predomina a produção de um produto por meio da utilização de
técnicas modernas, voltadas, principalmente, para o mercado.
Grande Lago
do Urso Baía de
Terra Nova
G. do
Canadá
Oceano
São Lourenço
Pacífico
Nebraska
Chicago
Colorado
N
Oceano
Califórnia
O L
Arizona
Kansas City
St. Louis Atlântico
S
Novo México
Cinturão do trigo (wheat belt)
Cinturão do milhoOceano
(corn belt) Texas
Pacífico
Cinturão do algodão (cotton belt)
Cinturão dos laticínios (dairy belt) Flórida
G.
da
Pen. da
Ca
Produtos subtropicais
do México
lifó
Califórnia
lfo
rn
Go
ia
Agricultura irrigada
0 213 km 426 km
México
Criação extensiva
Grandes centros abatedores de gado
Pen. do
Iucatã
Principais cinturões
Cotton belt (cinturão do algodão): Esta área agropecuária,
onde o clima é quente, está voltada, desde o século XIX, prin-
cipalmente para a produção de algodão.
Dairy belt (cinturão dos laticínios): Área agropecuarista
cujo principal objetivo é atender às necessidades de consumo
dos grandes centros urbanos. Apresenta uma diversificação
Espaço social
Densidade demográfica
Segundo o United States Census Bureau, a população dos Estados
Unidos foi estimada, em novembro de 2017, em 326.273.687 habitan-
tes. Nesse conjunto, estão incluídos 12 milhões de imigrantes ilegais, o
que torna o país o terceiro mais populoso do mundo, superado apenas
pela China e pela Índia. Seu crescimento populacional, de 0,98% ao
ano, faz com que os Estados Unidos sejam o único país do conjunto
dos desenvolvidos com esse ritmo de crescimento populacional.
UTBP/Shutterstock.com
G. do
São Lourenço
Oceano
Pacífico
O L
S Oceano
Hab./km
2
Atlântico
G.
menos de 2
da
do México
lifó
Califórnia
lfo
rn
Go
de 17,1 a 35
ia
0 182 km 364 km
mais de 35,1
Kichigin/Shutterstock.com
Principais
concentrações urbanas
dos Estados Unidos
Um dos países mais urbanizados do Planeta, os Estados Uni-
dos apresentam, como vimos, a maioria da sua população vivendo
em zonas urbanas, das quais despontam nove cidades com popula- Cí
Geografia em cena
Hudson
Grande lago
do Escravo
Península
do Labrador
Principais megalópoles dos Estados Unidos na virada do século XX para o XXI Terra Nova
Círculo Polar Ártico
G. do
São Lourenço
Seattle Tacoma
Portland Minneapolis
Boston
Detroit
Sacramento Milwaukee Nova York
Cleveland
Denver Chicago Filadélfia
Pittsburgh Baltimore
San Francisco
Kansas City Washington
Cincinatti
Los Angeles St. Louis Norfolk
Phoenix Atlanta
San Diego Dallas Oceano
Megalópole
Houston
Nova Orleans Atlântico
Tampa
Aglomerações urbanas
Miami
G.
Tróp
da
ic o de Pen. da
Ca
México
cer
o
lfo d
Califórnia
rn
Go
15
ia
Oceano 10
N
Pacífico
5
3
2 0 174 km 348 km O L
1
Pen. do
S
Iucatã
Boswash
Esta região, que vai de Boston a Washington, apresenta um
comprimento de aproximadamente 700 km e está localizada no
nordeste dos Estados Unidos, onde habitam aproximadamente 50
milhões de pessoas, espalhadas pela região metropolitana de Bos-
ton, Filadélfia, Baltimore, Washington D.C. e Nova York, metró-
pole central desta gigantesca megalópole.
Boswash
Boston
Springfield
Providence
Cranston
Hartford New Bedford
Middletown
Meriden
N New Haven
Bridgeport
O L
S
Levittown
Nova York
Trenton
Filadélfia
km
00
–+7
Baltimore Oceano
Washington
Atlântico
0 49 km 98 km
Cidade central
Cidade secundária
Sansan
A mais recente megalópole formada nos Estados Unidos uni-
fica os espaços metropolitanos das cidades de San Francisco, Sacra-
mento, Los Angeles e San Diego. Recebe esse nome em decorrência
de possuírem iniciais com nomes de santos. Região de crescimento
acelerado, a Sansan apresenta atualmente mais de 23 milhões de
habitantes, cuja maioria se concentra na região metropolitana de
Los Angeles, segunda maior metrópole do país, com mais de 3,5
milhões de habitantes e com uma região metropolitana de popula-
ção superior a 19 milhões de pessoas.
A megalópole californiana
N 0 59 km 118 km
O L
S Sacramento
San
Francisco
Nevada
Oceano San José
Pacífico
5 milhões ou mais
1 a 5 milhões
500 mil a 1 milhão San
250 a 500 mil Diego
10 a 250 mil
Cenário 8
6,3/mil nascidos.
Esses indicadores sociais, entretanto, nem sempre abrangeram
toda a sociedade estadunidense ao longo da história. A parcela de
não brancos, constituída por indígenas, negros e latino-america-
nos, vive ainda vítima do preconceito e da discriminação racial, sem
gozar plenamente dessa qualidade de vida.
Constituída por uma população majoritariamente branca,
79,8%, de origem europeia e protestante, (hispânicos, que somam
:19
417
Library of Congress
Os aristocratas latifundiários e escravistas Alguns, como o pastor Martin Luther King, pregavam a de-
do Sul, após a Guerra de Secessão, esti-
mulavam os grupos racistas de perseguição aos sobediência pacífica e a resistência não violenta como forma de
negros, como o Ku Klux Klan, que os matava alcançar os direitos civis. É célebre o seu discurso de 28 de agos-
enforcados ou queimados na fogueira. Acima,
passeata do Ku Klux Klan, em Washington, Es- to de 1963, ao final da Marcha sobre Washington por Trabalho e
tados Unidos, nos anos 1920. Liberdade, que reuniu mais de 250 mil pessoas no Memorial Lin-
coln. Outros lutavam de forma mais radical, como o afro-ameri-
cano convertido ao islamismo Malcolm X, assassinado em 21 de
fevereiro de 1965 durante um comício no bairro do Harlem. Ou
através de organizações de luta, como os Panteras Negras (Black
Panther Party), partido negro revolucionário estadunidense, fun-
dado em 1966, em Oakland, Califórnia, e que originalmente era
chamado Partido Pantera Negra para Autodefesa (Black Pan-
ther Party for Self-Defense). Sua finalidade original era patrulhar
guetos negros para proteger os residentes dos atos de brutalidade
da polícia. De orientação marxista e revolucionária, defendiam
o armamento de todos os negros, a isenção do pagamento de im-
postos, a libertação de todos os negros da cadeia e o pagamento de
compensação por séculos de exploração branca.
418
www.marines.mi
empresas numa taxa maior do que os residentes
nativos. Alguns economistas argumentam que
também é mais provável que aqueles que se mu-
dam para outro país assumam o risco de come-
çar seu próprio negócio, disse Ian Hathaway,
diretor de pesquisa do CAE.
“Em segundo lugar, a experiência de ser
Martin Luther King Jr. era pastor protes- imigrante ensina a ser criativo e a lidar com a
tante. Ele liderou uma grande marcha con-
tra o racismo com mais de um milhão de pessoas, ambiguidade e a adversidade. O terceiro pon-
em Washington. Era adepto das estratégias paci-
fistas de Gandhi, não agia com violência e prega- to é que os imigrantes não têm conexões so-
va o boicote contra os produtos provenientes das
empresas racistas. ciais importantes para encontrar trabalho – o
Cansados de toda essa opressão, os afro-americanos começa- que é, de longe, como a maioria das pessoas
ram a lutar de diversas formas para conquistar os direitos que lhes consegue emprego”, acrescentou.
eram negados.
Após vários anos de luta, em 1965 foi proclamada a Lei dos Hathaway não hesita em ressaltar que a
Direitos Civis, ampliando para os Direitos Democráticos todos manutenção do programa Dreamers e medi-
aqueles nascidos em solo dos Estados Unidos. Contudo, ainda hoje
das como a criação de vistos especiais para em-
existe uma forte discriminação contra o negro no país e é visível na
paisagem de cidades como Nova York a segregação socioespacial, preendedores imigrantes têm mais do que um
em que os negros estão jogados em guetos, onde a violência e a falta aspecto simplesmente humanitário.
de serviços sociais são flagrantes.
“A partir de uma perspectiva humanitá-
ria, o dano é óbvio — nós podemos estar des-
Cenário 9 truindo famílias e enviando crianças e jovens
adultos para países com os quais eles têm pou-
Imigração ca ou nenhuma conexão. Mas há certamente
um impacto econômico. É provável que em
duas ou três décadas, essas 800 mil crianças
Os hispânicos e jovens adultos fundem dezenas de milhares
Como maior potência econômica do mundo, os Estados Uni- de companhias americanas — alguns poderão
dos são o destino de milhares de habitantes de outros países do até ir parar na Fortune 500.”
mundo, que diariamente tentam entrar em seu território de forma
legal ou ilegal, o que o torna o país que mais recebeu imigrantes ao
longo da sua história recente. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/
A relação, porém, dos Estados Unidos com os que tentam en-
internacional-42392649. Acessado: 03/03/2018.
trar no país nem sempre foi, ou é, amistosa. Apenas em alguns mo-
mentos na história, como durante a conquista do oeste e até o final
da Guerra da Secessão, quando aproximadamente 4 milhões de
imigrantes europeus, principalmente ingleses, irlandeses, italianos
e alemães, desembarcaram em Nova York e passaram a incorporar
Anotações
Capítulo 11 – América desenvolvida: Estados Unidos 419
419
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
200
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
0–
0–
0–
0–
0–
0–
0–
0–
0–
0–
0–
200
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
8
9
9
Como mostra o gráfico acima, a partir da segunda metade do sé-
culo XX a imigração para os Estados Unidos cresceu continuamente,
chegando a atingir o quantitativo de aproximadamente 9 milhões en-
tre os anos de 1990 e 2000, quando começa a decrescer, principalmen-
te pela dura política de imigração implantada após o episódio do 11 de
Setembro, quando imigrantes muçulmanos legais sequestraram aviões
e os jogaram contra as torres gêmeas do World Trade Center.
Ryan M Bolton/Shutterstock.com
Painéis metálicos
4,5 metros Concreto até
de altura 1,2 metro
de profundidade
Entrada entre as cercas
serve para veículos da
patrulha da polícia de
fronteira
Como maneira de coibir a imigração clandestina, o governo norte-americano adotou uma política de intensificação da vigilância nas áreas limítrofes
e sancionou, em 2006, uma lei que autorizou a construção de uma barreira dupla de 1.100 km ao longo da fronteira com o México, que se estende
por 3.300 km. O governo mexicano repudiou a decisão unilateral de seu aliado do Nafta.
Fahrenheit 11 de Setembro
Direção: Michael Moore.
Ano: 2004.
JStone/Shutterstock.com
Moore investiga como os
Estados Unidos se tornaram
alvo de terroristas, a partir
dos eventos ocorridos no
atentado de 11 de setembro
de 2001. Os paralelos entre
as duas gerações da família
Bush que já comandaram o
país e ainda as relações entre
o ex-presidente americano,
George W. Bush, e Osama
Apesar de ser diretor de cinema, Michael Moore também ficou conhecido como ativista político.
Bin Laden.
Sinopse: Cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King Jr., que acompa-
nha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de
Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais
iguais para a comunidade afro-americana.
WTC/Shutterstock.com
-moderno ou global. O atentado que destruiu as
2 Explique a razão pela qual mexicanos vivem o constante desejo de migrar para os Estados Unidos.
Atraídos pelas possibilidades de trabalho e enriquecimento nos EUA, milhares de pessoas tentam cru-
zar sua fronteira com o México, onde muitas fábricas norte-americanas, conhecidas como “maqui-
ladoras”, instalaram-se nos últimos anos na fronteira com o objetivo de utilizar a mão de obra barata
3
“Seja você negro, branco, índio ou oriental
Não importa a pele ou nacionalidade
Somos todos iguais, todos sentimos dor
Todos podemos amar, somos todos humanos
Somos todos, todos iguais...”
Banda Deserdados
Com base no trecho da letra da música O racismo não deve existir, responda se existe alguma relação
com o contexto social vivido nos Estados Unidos durante a segunda parte do século XX.
Sim. A população norte-americana viveu uma intensa luta pela igualdade. Muitos lugares da cidade
foram divididos entre brancos e negros, gerando uma verdadeira segregação racial.
Library of Congress
Ela retrata o episódio mais importante da história dos Estados Unidos, a Guerra da Secessão. Sobre esse
conflito, aponte as causas que o motivaram.
As colônias do Sul tinham uma economia agrária, tendo como base a mão de obra escrava, enquanto
5 Após as definições das Trezes Colônias, os americanos continuaram com seu projeto de povoa-
mento. Logo em seguida houve a Marcha para o Oeste. O que foi esse episódio e quais foram as suas
principais consequências?
A Marcha para o Oeste foi a continuação do projeto de povoamento norte-americano, que levou à ocu-
pação de novas terras a partir das Trezes Colônias. Em pouco tempo, os americanos se aproximaram
da costa pacífica. No entanto, além da ocupação de novos espaços, o extermínio da população indígena
Encerramento
1 (Mackenzie) “É o centro da polarização econômica dos Estados Unidos. Concentra metade da
população do país e 80% do seu parque industrial. Essa população basicamente urbana forma o maior
mercado consumidor mundial e constitui a maior concentração urbano-industrial do mundo.”
O trecho se refere:
a. à região de Los Angeles.
b. à grande região das Planícies Centrais.
c. ao Sun belt.
d. à planície dos Grandes Lagos.
e. X ao nordeste do país.
3 (Fatec) No caso da história americana, um dos eventos mais retratados pela memória social é, sem dúvi-
da, a chamada Marcha para o Oeste. Mesmo antes do surgimento do cinema, esses temas já faziam parte das
imagens da história americana. A fronteira foi um tema constante dos pintores do século XIX. A imagem
das caravanas de colonos e peregrinos, da corrida do ouro, dos cowboys, das estradas de ferro cruzando os
desertos, dos ataques dos índios marcam a arte, a fotografia e também a cinematografia americana.
CARVALHO, Mariza Soares de. In: http://www.historia.uff.br/primeirosescritos/files/pe02-2.pdf. Acessado em:
29.08.2009.
4 (PUC–SP) A expansão dos Estados Unidos em direção ao oeste, na primeira metade do século
XIX, envolveu, entre outros fatores, a:
a. intervenção norte-americana na guerra de independência do México, da América Central e de Cuba.
b. anexação militar do Alasca, resultado de longo conflito armado com a Rússia.
c. Guerra de Secessão, que opôs os escravistas dos estados do sul aos abolicionistas do norte.
d. implantação de um sistema legal rigoroso nas áreas ocupadas, evitando conflitos armados na
região.
e. X remoção indígena, transferindo comunidades indígenas que viviam a leste do rio Mississipi para
outras regiões.
6 Julgue as afirmativas a seguir em V, para verdadeiro, ou F, para falso, sobre a Guerra de Secessão
(1861–1865).
A guerra civil norte-americana envolveu duas sociedades distintas: a do sul, baseada nas manufa-
turas, e a do norte, baseada na economia agrária de exportação.
Ao final da guerra civil norte-americana, aprovou-se, através de uma Emenda à Constituição, a
abolição da escravidão em todo o território americano, em 1865.
A população escrava dos estados do sul foi declarada livre, em 1863, por Lincoln, em função de
uma necessidade militar.
Descontentes com a eleição de Lincoln para presidente, os estados do sul, liderados pela Carolina
do Sul, separaram-se dos estados do norte e autodenominaram-se Estados Confederados.
A sequência correta de respostas encontra-se na alternativa
a. F, F, V, V. b. X F, V, V, V.
c. V, F, V, F. d. V, V, F, F.
7 (PUC–SP) As lutas por direitos civis nos Estados Unidos na década de 60 (século XX) tiveram,
entre suas características centrais, a:
a. ausência de mulheres e a manutenção do caráter patriarcal da sociedade norte-americana.
b. defesa dos interesses das grandes corporações industriais e o questionamento da legislação tra-
balhista.
c. união entre os movimentos ambientalista e gay e a escolha do arco-íris como símbolo comum
desses dois grupos.
d. proposta de saídas pacíficas para os conflitos internos americanos e a insistência numa política
internacional belicosa.
e. X mobilização dos negros norte-americanos pela busca da ampliação de seus direitos e pelo fim
das leis raciais segregacionistas.
1
2
3
N
0 276 km 552 km O L
9 Observe o mapa:
Grande lago
do Escravo
Península
do Labrador
O L
IV
III
0 276 km 552 km
II I
No mapa dado, a área demarcada e as cidades assinaladas I, II, III e IV, de grande importância econô-
mica, são, respectivamente,
a. Ranching belt – Miami, Dallas, São Francisco e Los Angeles.
b. Dry farming – Nova Orleans, Miami, São Francisco e Seattle.
c. Manufacturing belt – Miami, Nova Orleans, Los Angeles e São Francisco.
d. X Sun belt – Miami, Houston, Los Angeles e São Francisco.
e. Green belt – Miami, Dallas, Seattle e São Francisco.
Objetivos
pedagógicos
429
Imensidão
territorial
Espaço natural
Com uma área territorial de 9.984.610 km2, o país é o segundo
maior do Planeta, sendo superado apenas pela Rússia, que possui
17.098.240 km2.
Canadá: político
Baía de Baffin
Território
de Yukon
Terr
it
Whitehorse
ór
os
Pacífico
Oceano
Estreito
i
Yellowknife
Victoria Quebec
Regina
Ontário Charlottetown
Winnipeg
Nova
Escócia
Quebec Fredericton
G
N Beaufort
ro
e
Baía Islândia
nl
O L
ân
de Baffin
M
dia
S Grande Ilha Vitória
te
o
tic
s.
ad lar
e Po
ckenzie
ulo
Círc
Ba
ffi
Grande Lago
steira
n
do Escravo
ia Co
Es
tr. d
Oceano e
Canadá
Mo cho
Hudson
Cade
Ro
Pen.
Pacífico
nta sas
L. Athabasca
Baía
de Oceano
nh
Ungaya
de Hudson Atlântico
as
Edmonton Península
Vancouver do Labrador
Planalto
Altitudes Winnipeg Laurenciano
Terra Nova
2.000
1.000
Grandes Lagos Nova Escócia
500
200 0 148 km 296 km Halifax
0
80º
Cenário 2
Qualidade de vida
Espaço social
Atualmente, o Canadá tem, aproximadamente, 36,5 milhões
de habitantes. Com uma taxa de crescimento anual de apenas 1,2%
ao ano, sua população é considerada estagnada. Por conta da natu-
reza inóspita do seu território, encontra-se muito mal distribuída
e extremamente concentrada, apresentando uma densidade demo-
gráfica de apenas 4 hab./km2. Aproximadamente 80% dos habitan-
tes aglomeram-se na região dos Grandes Lagos, numa faixa de apro-
ximadamente, 150 km, junto à fronteira com os Estados Unidos,
em três grandes áreas urbanas:
Colúmbia
Britânica
Alberta
Saskatchewan Labrador
Manitoba Quebec
Ontário
L. Príncipe
Eduardo
Nova
Escócia
N
O L 0 148 km 296 km
Devido à sua posição no globo terrestre, situado em altas latitudes, nem todo espaço territorial pode ser utilizado pela agricultura no Canadá. Como
podemos observar no mapa, em direção ao norte, o rigor do clima diminui acentuadamente a densidade populacional. Observe também que, ao
longo da fronteira com os Estados Unidos e não distante desta, existem no Canadá áreas mais e menos povoadas.
0 178 km 356 km
Oceano
Glacial Baía
Ártico de Baffin
Alasca
(EUA)
Território
Círculo Polar Ártico Oceano
Terr
de Yukon Iqaluit
Território de Nunavut Atlântico
it
ór os
Whitehorse
i do Yellowknife
Oceano Nor Território Nova
Pacífico oeste
Baía de Nunavik
Hudson
Labrador
Colúmbia
Britânica Alberta Manitoba
Saskatchewan Quebec St. John s
Edmonton
Ontário
1
2
Charlottetown
Victoria
Regina Halifax
Winnipeg Fredericton
Nova
Quebec
Ottawa Escócia
Estados Unidos Grandes
Lagos Toronto
Línguas
Porcentagem da população
cuja língua materna é:
Inglês
100
Outras Capital de país
de 50 a 80 24 % Francês Capital de
província
mais de 80
ou território
Francês
61 % Inglês Limite de
1 – Ilha Príncipe Eduardo N
menos de 80
província
80 e mais %0 ou território 2 – Nova Brunswick
O L
Maurizio De Mattei/Shutterstock.com
aos brasileiros (o hóquei no gelo) e tão pou-
cos problemas, que a escapada de um urso da
floresta costuma ser considerada uma notícia
eletrizante por lá. Pois nenhum desses fatores
têm impedido que brasileiros, que emigram
para ele, se adaptem muito bem. Prova disso Quebec é considerada patrimônio mun-
dial pela Unesco. Berço da civilização
é que só no Quebec, a parte francesa do terri- francesa na América do Norte, é um símbolo de
história viva, com uma mistura de arquitetura,
tório canadense, o número de brasileiros com herança, arte e cultura.
de homicídios foi de 1,8 por 100 mil habi- que a província colonizada por franceses to- Anotações
tantes, em 2006). mou a dianteira no trato do problema. “Foi a
Sim, Quebec quer os brasileiros, mas não primeira a escolher seus imigrantes, mas ago-
qualquer um. Basicamente, interessa à provín- ra as outras já estão seguindo o seu exemplo
cia recrutar homens e mulheres capazes de aju- e aumentando o investimento nos programas
dá-la a resolver dois problemas: o risco de enco- de recrutamento”, diz David Foot, professor
lhimento da população (a taxa de fecundidade de economia da Universidade de Toronto, ele
no Quebec é de 1,7 por mulher, abaixo, portan- mesmo um imigrante britânico.
to, do nível mínimo de reposição, de 2,1) e a es-
cassez de mão de obra qualificada em áreas es- Fonte: Extraído de Thiago Mattos. In: revista Veja.
tratégicas, como tecnologia e química. Edição 2154 de 3 de mar. de 2010. Disponível
São problemas que atingem não apenas em: http://veja.abril.com.br/030310/bonjour-
Quebec, mas todo o Canadá. A diferença é quebec-p-098. shtml. Acessado em: 14 abr. 2016.
C
436
O L
Oceano
75 75
S Glacial Baía 50 50
de
Ártico Baffin
25 25
0 0
Alasca
2000 2005 2010 2000 2005 2010
(EUA)
Círculo Polar Ártico
Lim
i te
do
Pe
Oceano
r
m
af
Pacífico
ro
st
Baía de
Hudson
Chumbo e zinco
Cobre
Ferro Edmonton
Vancouver
Níquel
Calgary
Ouro
Petróleo e gás
Urânio Winnipeg
Montreal
Oceano
Estados Unidos Grandes
Atlântico
Região industrial
Policultura e pecuária leiteira Lagos Toronto
Cultivo de cereais (trigo)
Fachada marítima ativa
Cereais e pecuária
Fluxos transfronteira
Exploração florestal Hidrelétrica
0 187 km 374 km
Fluxo marítimo
Terras não cultivadas São Lourenço, Grandes Lagos Indústrias de papel
Baía de
Hudson
Edmonton
Vancouver
Calgary Winnipeg
Regina
EUA
Chumbo e zinco
Cobre Montreal
Ferro
Toronto
Oceano
N
Atlântico
Níquel Região industrial
Outro Zona de pesca
Petróleo e gás Hidrelétrica O L
Urânio Indústrias de papel S
Como podemos observar no mapa, Toronto, Montreal e o Vale do Rio São Lourenço são as principais áreas industriais do Canadá. No oeste,
destaca-se a região de Vancouver, importante centro industrial.
Principais áreas
industriais
Com essa abundância de recursos naturais, o território cana-
dense passou a ser palco da intervenção de diversas empresas in-
dustriais, nacionais e transnacionais, com o objetivo principal de
transformar esse imenso volume de matérias-primas em produtos
industriais e semibeneficiados para atender às necessidades inter- CG
GoodMood Photo/Shutterstock.com
• Comente que o espaço econômico do Ca-
nadá está caracterizado pela existência de um
diversificado parque industrial e de áreas res-
tritas, porém intensamente exploradas, em
que se desenvolvem atividades agropecuárias.
O quadro natural canadense impõe uma série
de limitações à expansão das atividades eco-
nômicas pelo território. O norte canadense,
por exemplo, especificamente as áreas domi-
nadas pelo clima polar, é coberto por gelo, o
que não favorece o desenvolvimento de ativi-
dades econômicas.
Casa de toras de madeiras, típica da região da Colúmbia Britânica.
• Desperte seus alunos para o fato de o Canadá
deter o domínio de tecnologias bastante avança-
Percebendo a redução continuada da floresta, que desde a dé-
das, condição que o coloca entre os países mais
cada de 1970 perdeu 25% da sua área original, o governo canadense
vem criando normas ambientais rígidas, como a obrigatoriedade de desenvolvidos do mundo. Por isso, o Canadá se
reflorestamento, além do estabelecimento de parques ambientais enquadra entre os países que investem em tecno-
como forma de preservar esse ambiente natural.
A grande área industrial canadense está localizada na região
logias para obter mais recursos financeiros e rea-
dos Grandes Lagos e no Vale do Rio São Lourenço, território con- plicá-los na geração de novas tecnologias.
junto com os Estados Unidos. Ambos os governos, ao longo do
século XX, firmaram parceria para criar um rol de infraestrutura
necessária para promover o desenvolvimento regional. Dessa for-
ma, surgiram rodovias e ferrovias; um grandioso parque de geração
de energia hidrelétrica, a partir da exploração das águas dos lagos; e Anotações
o Rio São Lourenço foi transformado numa vigorosa hidrovia que
interliga os Grandes Lagos ao Atlântico.
Ao longo dessa região, foram-se desenvolvendo cidades indus-
triais, como as francesas Montreal e Quebec, localizadas na mar-
gem direita do Rio São Lourenço, e Toronto e Ottawa, na margem
oposta, onde estão instaladas grandes indústrias automobilísticas,
elétricas, eletrônicas, de papel e celulose, de tecnologia sofisticada
(informática), química e siderúrgica, além de um diversificado par-
que de indústrias de bens de consumo.
Além dessa região, podemos destacar Vancouver, na porção
oeste do país, com seu parque de indústrias pesadas (siderúrgicas
e metalúrgicas) e de celulose, além de uma quantidade de centros
industriais menores, espalhados pela região central e norte do país.
:11
439
Agropecuária
Centralização
agropecuária
Geografia em cena A agropecuária canadense apresenta um elevado grau de quali-
ficação. Altamente intensiva, apresenta grandes volumes de capital
Podem ser compreen- investidos em mecanização, adubos industriais, sementes selecio-
didas como Agricultura Fa- nadas e mão de obra qualificada, o que lhe garante grande produti-
miliar, as atividades agrárias vidade e retorno de capital.
cuja mão de obra é predomi- A grande área de produção agropecuária canadense pode ser
nantemente composta por dividida em três porções:
integrantes da família. Na
maioria dos casos, o agricul- Região dos Grandes Lagos e Vale do Rio São Lourenço – Nes-
tor não é o proprietário das ta região, são cultivados diversos gêneros agrícolas, como cereais, be-
terras e sua produção não terraba açucareira, frutas, legumes e verduras, portanto uma prática
consegue competir com a policultora, espacialmente centralizada nas províncias de Quebec
agricultura comercial. e Ontário, onde é praticada na forma de agricultura familiar; além
dessa atividade, destaca-se a pecuária leiteira, praticada na forma in-
tensiva e com o objetivo de atender ao mercado interno.
Trevor Reeves/Shutterstock.com
ereais
Cerea
pasta
,c
is (para
ira
)
rão
(ve
de
cado
de pap
ais a
re M
Pes
Ce Baía de
o Japão)
el, cereais
Churchill Hudson
Kitimat
Terra Nova
Vancouver Sept-Iles
)
pão
Ma
Halifax
o Ja
deira
Montreal
(para
Cere
Pescado
ais
(tri
go)
Estados Unidos
0 187 km 374 km
do a declaração. cluindo o uso de valores similares para o custo rigosa mudança climática e para a chegada de
Também defende usar uma aproximação social do carbono e outros gases para acessar uma economia mais próspera e limpa”.
científica para realizar decisões sobre futuras os benefícios das medidas regulatórias. A Agência de Proteção Ambiental (EPA)
extrações no Ártico, fomentando o avanço de Muitos grupos ambientais comemo- dos EUA admitiu mês passado o que estudos
tecnologia de energia limpa, e “adotar em 2016 raram as medidas destacadas pelos líderes. anteriores já haviam apontado — que as in-
uma medida ‘fora da curva’ que irá permitir o Michael Levine, conselheiro sênior do Pacífi- dústrias de combustível fóssil estão emitindo
crescimento neutro de carbono da aviação civil co para o Oceana, por exemplo, deu boas-vin- mais metano do que era pensado. E como o
internacional”. A declaração adiciona: das ao que ele viu como “passos vitais em di- metano é o componente principal do gás na-
O Canadá e os EUA irão alinhar aproxi- reção a um futuro sustentável para a região do tural, o anúncio mira no boom do fracking —
mações, refletindo sobre a melhor ciência dis- Ártico”, enquanto a presidente do conselho de um ponto notado pelo poderoso Instituto
ponível para contabilizar os maiores custos à defesa dos recursos naturais, Rhea Suh, dis- Americano de Petróleo (API).
sociedade das emissões de gases do efeito es- se que eles “proclamam um novo dia na nossa “Regulações adicionais ao metano pela
tufa que serão evitadas cortando medidas, in- parceria entre fronteiras para combater a pe- administração poderiam desencorajar a revo-
442
443
As Invasões Bárbaras
Direção: Denys Arcand.
Ano: 2004.
Sinopse: Este filme canadense é uma excelente escolha para quem procura conhecer mais sobre as
influências da cultura francesa no Canadá, pois mostra a vida de Rémi, que busca em sua família e
amigos uma forma de encontrar paz em seus últimos momentos.
Ensaio geográfico
1 Com suas palavras, tente explicar o processo pelo qual foi originada e distribuída a população
do Canadá.
Mais de 32,5% dos canadenses são de origem inglesa e se encontram principalmente junto aos Gran-
des Lagos. Aproximadamente 13,6% são de origem francesa, situados em grande parte junto ao Vale
2 O Canadá se destaca por possuir um dos melhores índices de qualidade de vida do mundo. A
partir dessa afirmação, faça uma breve análise de sua economia.
O Canadá possui um forte potencial energético, o que favorece o desenvolvimento de suas indústrias,
dando origem a grandes polos como Toronto e Montreal, além de nas suas planícies desenvolver-se
uma significativa agricultura mecanizada, tendo como destaque a produção de aveia, cevada e trigo.
O texto caracteriza-se pela ironia, que quando não é bem interpretada, pode parecer uma afirmação.
Apresente os dois problemas canadenses, um econômico e outro político, citados de forma irônica
pela autora.
Falta de mão de obra e região separatista.
4 A abertura de filiais multinacionais americanas no continente asiático tem contribuído para o au-
mento na taxa de desemprego do país. Observe a charge e responda qual sua relação com o Canadá.
A charge demonstra a busca de novas
Reprodução
N
Oceano O L
Glacial Baía
C de Baffin
írc Ártico S
ul
oP
ola
rÁ
rtic
o
Oceano
Atlântico
Península do Labrador.
Baía de
Hudson
Oceano Pacífico
Grandes
Lagos 0 271 km 542 km
Encerramento
1 (ESPM) “País de grande extensão territorial, clima frio e que, apesar de possuir população relativa-
mente pequena, conseguiu consolidar-se como uma das maiores economias do mundo”. O texto acima
caracteriza qual dos países abaixo?
a. Austrália.
b. X Canadá.
c. Brasil.
d. Argentina.
e. Índia.
2 (Cesgranrio) Assinale a opção que não identifica as características da formação geográfica das re-
giões do Canadá.
a. No Vale do São Lourenço e nos Grandes Lagos, encontram-se as grandes metrópoles, que têm
na energia elétrica abundante dos Grandes Lagos, no carvão dos Apalaches e no ferro da Penín-
sula do Labrador os recursos necessários ao seu desenvolvimento.
b. As Províncias Marítimas se destacam por uma policultura e por indústrias de papel; entretanto,
sua mais importante atividade econômica é a indústria pesqueira, favorecida pela Corrente do
Labrador.
c. As Grandes Planícies Centrais são áreas de grandes propriedades, intensa mecanização e bem
servidas de transporte ferroviário, que escoa a importante produção do trigo canadense.
d. X A Colúmbia Britânica, região de alta densidade demográfica e de clima temperado continental,
tem o relevo acidentado, o que permite grande produção de hidroenergia.
e. O Grande Norte, região de mais reduzida densidade demográfica, de climas polar, subpolar e
frio continental, apresenta atividades ligadas ao extrativismo da floresta.
0 667 km 1.334 km
a. Estados Unidos, México e Canadá; as capi-
A tais são as cidades de maior concentração
populacional desses países.
B Oceano b. Estados Unidos, México e Brasil; as capitais
Atlântico
er
estão situadas à beira de lagos.
o de Cânc
Trópic
c. Brasil, Estados Unidos e Canadá; as capitais
N são as cidades de maior concentração popu-
O L lacional desses países.
S
d. X Canadá, Estados Unidos e Brasil; as capitais
não são as cidades de maior concentração
Oceano populacional desses países.
Pacífico
C
e. Canadá, Estados Unidos e Brasil; todas as
Trópico de Capricórnio
capitais localizam-se na porção ocidental
desses países.