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Léc
Lécio Cordeiro
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Editor: Rua Neto Campelo Jr, 37 – Mustardinha
Lécio Cordeiro Recife – PE – CEP: 50760-330
CNPJ: 00.726.498 / 0001-74
Revisão de texto: I. Est.: 021 538-37 | I. Munic.: 252.009-5
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Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos
Revisão técnica: direitos dos textos contidos neste livro. A Multi Marcas Editoriais
Marcelo Bernardo Ltda. pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições
futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
Projeto gráfico, editoração
eletrônica e ilustrações:
Box Design Editorial Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam,
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original,
Capa uma nova pontuação.
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/
Sophia Karla
Fotos: StefanoT - stock.adobe.com
Impresso no Brasil
É muito comum ouvirmos comentários de que a nossa língua é muito difícil. Você
já ouviu alguém dizer isso? Normalmente essa opinião é seguida de comparações com
outras línguas. Quem pensa que o português é uma língua difícil comumente acredita
que o inglês, por exemplo, é uma língua fácil, que o alemão é feio, que o chinês é extre-
mamente confuso. Mas será mesmo? As pesquisas mostram que esses posicionamentos
sobre as línguas são equivocados.
Na maioria das vezes, essas opiniões negativas surgem da confusão que se faz entre
o que é a língua e o que é a gramática. Por uma série de motivos, é comum as pessoas
entenderem que ambas são a mesma coisa, mas, na verdade, não são. A gramática é
apenas um dos componentes da língua. Apesar disso, na nossa sociedade ela é muito
valorizada. Por isso, existem hoje nas livrarias inúmeros livros de gramática. Mas você
já percebeu que todos eles abordam o assunto sempre da mesma forma? Regras e mais
regras para se decorar, frases sem sentido e sem contexto adequado para ilustrar o es-
tudo, construções linguísticas que nunca usaremos na vida, nenhuma relação entre a
gramática e os outros componentes curriculares.
Foi pensando nisso que tivemos a ideia de escrever uma gramática diferente. Nosso
objetivo foi preparar um livro que realmente ensinasse o conteúdo gramatical como ele
Daniel M Ernst/Shutterstock.com
é: interessante, vivo, real, repleto de possibilidades! Esperamos que você goste e que
passe a ver a gramática de forma diferente.
Bom estudo!
Lécio Cordeiro
Capítulo 1 Capítulo 3
Preposição----------------------------------- 6 Verbo e advérbio-------------------------- 30
1. Conceito-----------------------------------------6 1. Verbo------------------------------------------ 30
2. Combinação e contração--------------------7 2. Advérbio-------------------------------------- 36
3. Locução prepositiva--------------------------8 Atividades------------------------------------ 41
Atividades---------------------------------------10 Desafio---------------------------------------- 48
Desafio-------------------------------------------12 Questões de escrita------------------------ 52
Questões de escrita---------------------------15 Verbos de elocução------------------------ 52
Uso do x e do ch-------------------------------15
Uso das consoantes s e z--------------------16
Capítulo 4
Verbo (2)------------------------------------ 54
Capítulo 2
Pronomes possessivos e indefinidos--- 17 1. Formas nominais dos verbos------------ 54
2. A estrutura dos verbos-------------------- 56
1. Pronomes possessivos-----------------------17 Atividades------------------------------------ 64
2. Pronomes indefinidos------------------------20 Desafio --------------------------------------- 71
3. Pronomes substantivos e Questões de escrita------------------------ 76
pronomes adjetivos---------------------------22 Verbos regulares e
Atividades---------------------------------------23 verbos irregulares-------------------------- 76
Desafio-------------------------------------------26
Questões de escrita---------------------------29
Os pronomes e a coesão--------------------29
Capítulo 8
Capítulo 6 Predicados e concordância nominal-----130
Concordância verbal--------------------- 99
1. Os predicados----------------------------------130
1. Conceito--------------------------------------- 99 2. Concordância nominal-----------------------132
2. Regra geral------------------------------------ 99 Atividades---------------------------------------134
3. A concordância verbal na língua Desafio-------------------------------------------139
falada espontânea------------------------- 102 Questões de escrita---------------------------142
Atividades------------------------------------ 103 Casos especiais de
Desafio---------------------------------------- 107 concordância nominal------------------------142
Questões de escrita------------------------ 110
Casos específicos de
concordância verbal----------------------- 110
1. Conceito
Para entender o que é uma preposição, teremos de voltar às classes de palavras que estudamos
até agora, principalmente os substantivos e os adjetivos. Vamos em frente? Acompanhe o nosso
raciocínio analisando as duas palavras a seguir.
Iasha ; Jezper | Shutterstock
garrafa + água
Na nossa comunicação, raramente palavras como essas são usadas de forma individualizada, in-
dependente. No geral, construímos nossa fala agrupando palavras de acordo com as relações de
sentido que queremos alcançar. Para expressar algumas dessas relações de forma clara, utilizamos
palavras bem específicas: as preposições. Observe:
garrafa de água
garrafa com água
garrafa sem água
Como você pode ver, nessas três situações as palavras destacadas expressam diferentes relações
de sentido. Quando falamos garrafa de água, temos a ideia de uma garrafa na qual colocamos água.
No entanto, ela pode estar eventualmente com água ou sem água.
copos de água
REFLITA
opiniões sobre os temas
presentes para amigos
Como vimos, as preposi-
ções são palavras invariá-
2. Combinação e contração veis, ou seja, não variam
em gênero, número e
Quando a preposição a se junta aos artigos definidos mascu- grau. Diante dessa afir-
linos o, os ou à palavra onde, dizemos que houve combinação, mação, reflita: por que as
uma vez que não se deu a redução da preposição. Observe os preposições destacadas
exemplos a seguir. nos exemplos a seguir es-
tão flexionadas?
Em áreas de alta altitude, é possível encontrar animais
adaptados ao ar rarefeito, como a lhama. Cerca de 27 milhões de
pessoas vivem no bio-
Você quer chegar aonde com este carro? ma caatinga.
A caatinga é marcada
Quando ocorre perda de fonema na ligação da preposição (a, pelo clima semiárido.
de, por, com e em) com outra palavra, dizemos que houve contra- Espera-se que o aluno perceba que a
ção, já que se deu a redução. Observe: flexão ocorre em virtude da junção
da preposição com os artigos.
Nas palavras destacadas, observe que ocorreu variação de gênero e número nas palavras que se
ligaram às preposições.
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APRENDA MAIS
Normalmente, o substantivo que entra para formar essas locuções está no singular, mas o uso
no plural também é possível.
Mehendra_art/Shutterstock.com
O acordo está em vias de conclusão.
O emprego das preposições está relacionado ao valor com que cada uma delas contribui
para a expressão dos enunciados. Vejamos algumas mais usadas diariamente.
Floresta
Amazônica Cerrado
Caatinga
Pantanal
Mata Atlântica
Pampa
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A tundra
A tundra é um bioma muito característico porque só existe em regiões muito altas
ou próximas aos polos. O clima nesses lugares é sempre muito frio, o que influencia
bastante na vida dos organismos que neles vivem.
Como nas regiões em que a tundra se desenvolve o solo permanece gelado ou
coberto de gelo durante a maior parte do ano, esse tipo de vegetação
é rasteiro e rico em musgos e liquens.
A diversidade não é muito grande. Em geral, as plantas são muito pequenas, e há
apenas algumas árvores. Os animais são sempre adaptados ao frio: normalmente,
guardam alimento durante o inverno, e alguns até hibernam.
Os ursos-polares são animais perfeitamente adaptados a esse tipo de am-
biente. Eles têm pelos brancos (se confundem com a paisagem, onde prevalece o gelo),
são excelentes nadadores (podem nadar até 80 km sem parar) e têm uma grossa
camada de gordura por baixo da pele (a gordura os protege do frio e serve
como fonte de energia).
Bob Pool/Shutterstock.com
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Texto 1
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Texto 2
A savana
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Típica paisagem de savana localizada no Quênia, leste da áfrica.
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cução prepositiva pode ser substituída pela preposição sobre, para dar mais objetividade ao
texto.
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Uso do x e do ch
1. Analise o emprego do x nos grupos de palavras a seguir e, em seguida, formule uma regra para
cada um desses usos.
Regra: Emprega-se a letra x depois da sílaba inicial en-. Importante: essa regra não se aplica a
palavras derivadas de outras escritas com ch, como enchapelar (de chapéu) e encharcar (de charco),
por exemplo. Há exceções: encher, enchova, etc.
3. Use sua intuição e suas experiências linguísticas para fazer a correlação abaixo. Considere pa-
lavras escritas com x a partir de sua origem.
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Regra: Emprega-se s nas palavras terminadas em -ês, -esa, -isa, -osa, -oso e -ense.
Regra: Grafam-se com z substantivos abstratos femininos terminados em -ez e -eza que têm
origem em adjetivos.
5. Observe:
pesquisa — pesquisar
canal — canalizar
aviso — avisar
escravo — escravizar
Na grafia de verbos, às vezes ficamos na dúvida se terminam em -isar ou -izar. Como podemos
resolver essa dúvida?
Escrevemos -isar quando a base das palavras correspondentes termina em -s. Se a base não
terminar em -s, escrevemos -izar.
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1. Pronomes possessivos
Analise o texto a seguir.
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O pronome seu se refere à 2a pessoa do discurso, isto é, a pessoa com quem se fala (você).
REFLITA
Já no anúncio a seguir, o pronome seu se refere ao leitor ou à leitora que são pai ou mãe.
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Meu livro.
Tua bolsa.
Teu carro.
Nossa casa.
Seus pertences.
Vossas testemunhas.
Como você pode ver, esses pronomes concordam em número e gênero com a coisa possuída.
Apenas as formas dele, dela, deles, delas e de vocês concordam com o possuidor.
A casa dele.
O tio de vocês.
O time deles.
O amigo delas.
No português brasileiro, os pronomes possessivos podem ser agrupados em dois subsistemas: o pri-
meiro é mais adequado para quando escrevemos ou falamos em contextos formais, e o segundo é mais
apropriado em situações de comunicação menos formais, como na conversação espontânea. Observe:
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2. Pronomes indefinidos
Agora, leia a tirinha a seguir.
Como você pode observar, os termos todo mundo, quase todo mundo, a maioria, vários e al-
guns representam, gradualmente, quantidades indefinidas de pessoas. Nessa gradação, consiste o
humor da tira, pois, ao longo do texto, o menino percebe que não conseguirá convencer o adulto de
que deve ter certo brinquedo apenas porque todo mundo tem.
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Equivale a alguns
Certos conselhos não são bons.
Pronome indefinido
Equivale a bastante
Ele estudou muito hoje.
Advérbio
Equivale a vários
Ele comeu muitos biscoitos.
Pronome indefinido
Pronomes indefinidos
Variáveis Invariáveis
algum, alguma, alguns, algumas alguém
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas ninguém
todo, toda, todos, todas tudo
outro, outra, outros, outras outrem
muito, muita, muitos, muitas nada
pouco, pouca, poucos, poucas cada
certo, certa, certos, certas algo
vário, vária, vários, várias
tanto, tanta, tantos, tantas
quanto, quanta, quantos, quantas
qualquer, quaisquer
APRENDA MAIS
De acordo com a gramática normativa, os pronomes nenhum e nenhuma são variáveis, po-
dendo apresentar a forma plural: nenhuns e nenhumas. No entanto, essas formas já foram
abolidas no português brasileiro.
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Que susto!
Qual não foi meu desgosto quando ela morreu!
Quanta sorte!
Quem diria!
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1. Leia, a seguir, o início do conto Da utilidade dos animais, de Carlos Drummond de Andrade, e
responda às questões propostas.
Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais
de todos os feitios. “É preciso querer bem a eles (1)”, diz a professora, com um sorriso que
envolve toda a fauna, protegendo-a (2). “Eles (3) têm direito à vida, como nós, e, além disso,
são muito úteis. Quem (4) não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente (5)? Cachorro
faz muita falta. Mas não é só ele (6), não. A galinha, o peixe, a vaca... Todos (7) ajudam. [...]”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Da utilidade dos animais. In: Para gostar de ler. 4. ed. São Paulo: Ática, 1979. v. 4, pp. 17–20.
b. O pronome oblíquo a (2) foi utilizado junto à forma verbal protegendo para evitar a repeti-
ção de que palavra?
Fauna.
c. O pronome eles (3) foi utilizado pela professora de forma repetida. Para evitar essa repeti-
ção, o autor poderia substituí-lo por um pronome indefinido. Preencha a lacuna a seguir,
realizando essa substituição.
Todos têm direito à vida, como nós, e, além disso, são muito úteis.
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a. Como você pode perceber, a palavra cidades pode ser antecedida por um artigo definido ou
por um pronome indefinido, dependendo da intenção de quem produziu o texto. Imagine
que o objetivo da matéria não é citar todas as cidades, afinal existem muitas no mundo, vá-
rias delas com belos e importantes estádios. Como você escreveria esse título? Importante:
para chamar ainda mais a atenção do leitor, comece com o verbo conhecer flexionado no
modo imperativo.
Sugestão de resposta: Conheça algumas cidades onde não passar pelo estádio é quase uma
ofensa.
Há certas cidades que mesmo quem não é doente por esportes precisa dar uma passada pelo
estádio e conferir toda a história que aconteceu ali
Disponível em: https://catracalivre.com.br/viagem-livre/cidades-onde-nao-passar-pelo-estadio-e-quase-uma-ofensa/. Acesso em:
11/10/2019.
A intenção do autor do texto é citar na matéria todas as cidades onde os estádios são impor-
tantes pontos turísticos? Como essa intenção é evidenciada no subtítulo? Explique.
Não. A intenção do autor é citar algumas cidades onde os estádios são importantes pontos
turísticos. Essa intenção é evidenciada pelo emprego do pronome indefinido certas.
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c. Sílvia e João chegam cedo ao colégio porque sua casa fica perto.
Sílvia e João chegam cedo ao colégio porque a casa deles fica perto.
4. Leia.
Quem optar por não comprar um computador novo pode reaproveitar o antigo micro e
deixá-lo com cara de novo, trocando alguns componentes por versões mais atuais. Esse
procedimento é chamado de upgrade. Nele, os técnicos recomendam especial atenção à
memória, à placa de vídeo e ao disco rígido (HD).
Texto 1
I. No primeiro quadrinho, a palavra eu indica a pessoa que fala. Desse modo, expressa um
ponto de vista baseado no senso comum.
II. No segundo quadrinho, o termo pra gente indica a pessoa que fala mais alguém, nesse
caso, o menino e o adulto.
III. De acordo com a compreensão global da tirinha, o termo pra gente permite a referência
geral a todas as pessoas, incluindo a que fala.
IV. No último quadrinho, a palavra deles funciona como pronome indefinido, pois se refere
aos animais em geral.
V. A palavra deles se classifica como pronome possessivo. Assim, indica a posse dos passari-
nhos que moram na cidade.
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I. Com a intenção de falar diretamente ao leitor, o uso do pronome sua, no Texto 3, é mais
formal que o emprego do pronome tua, no Texto 4.
II. Os dois pronomes foram empregados com o objetivo de se referir ao leitor.
III. Ambos indicam posse, por parte do leitor, referindo-se ao substantivo saúde (Texto 3) e ao
substantivo obra (Texto 4).
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Os pronomes e a coesão
1. Nos textos, os pronomes desempenham uma função muito importante: eles são uma ferra-
menta que contribui bastante para a coesão textual. A coesão é um recurso de conexão lógico-
-semântica que nos auxilia na expressão de nossas ideias, tornando nosso texto mais claro,
direto e atraente para nosso leitor/ouvinte. E os pronomes entram nesse jogo para possibilitar
a indicação das pessoas do discurso, dos objetos de que falamos, dos nossos sentimentos, ou
seja, eles funcionam como elementos de referenciação e nos ajudam a não repetir palavras e
expressões de maneira desnecessária. Pensando nisso, leia com atenção o cartum a seguir.
a. No período abaixo, o pronome pessoal o evita a repetição de que termo expresso anterior-
mente?
b. Identifique as estratégias textuais utilizadas pelo autor do texto para evitar a repetição do
termo meu filho.
Para evitar a repetição do termo meu filho, o autor utilizou os pronomes o e lo. Além disso,
optou pela sua omissão no período “hoje, [meu filho] é um adolescente muito bem-criado”.
c. As três ocorrências do pronome o possuem a mesma classificação?
Não. Enquanto na primeira ocorrência a palavra o é pronome pessoal do caso reto, na segunda
e terceira é pronome demonstrativo (equivale a aquilo).
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1. Verbo
Conceito
Leia com atenção o início da crônica Tempos de amnésia obrigatória, de Martha Medeiros.
Com diferença de poucos dias, uma amiga carioca e um leitor gaúcho me enviaram
vídeos protagonizados pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano. Em um, ele dá uma
entrevista e, no outro, lê os próprios textos. Ambos os programas estão acessíveis pelo
YouTube. Respeito as coincidências [...].
MEDEIROS, Martha. Tempos de amnésia obrigatória. In: A graça da coisa. Porto Alegre: L&PM, 2012.
No capítulo anterior, vimos que os pronomes são palavras que variam em gênero e número, isto
é, eles flexionam para se adaptar às condições em que são utilizados. As palavras destacadas no
texto acima, por sua vez, variam de maneira diferente dos pronomes. Por exemplo, não há nelas in-
dicação de gênero. Na verdade, de forma simples, dizemos que suas variações ocorrem para indicar
cinco categorias fundamentais: tempo, aspecto, modo, número e pessoa. Veja:
30
REFLITA
Aspecto
O conceito de aspecto se refere ao sentido especial expresso pelo verbo ou à duração do pro-
cesso verbal, independentemente da época em que esse processo ocorre. Essa duração pode ser
momentânea ou permanente, passageira ou habitual, concluída ou não concluída, etc.
(1) O rio está limpo. (5) Retorcer (de torcer), esbravejar (de bravejar)
(2) O rio é limpo. (6) Adocicar (de adoçar), escrevinhar (de escrever)
(3) O rio continua limpo. (7) Pestanejar, balancear, choramingar, etc.
(4) O rio estava limpo. (8) Engatinhar, mugir, etc.
Você consegue perceber a diferença de sentido entre essas frases? Como você pôde ver, muda-
mos apenas o verbo, mas há importantes diferenças de aspecto entre elas. Em 1, entendemos que
limpo é uma qualidade passageira, temporária, do rio. Em 2, limpo é uma qualidade permanente. Já
em 3, limpo é uma qualidade que se iniciou no passado e está se prolongando no presente. Por fim,
em 4, limpo era uma qualidade que teve certa duração no passado, mas terminou.
Já nos exemplos de 5 a 8, os verbos expressam sentidos especiais. Em 5, os verbos adquirem valor
aumentativo devido ao acréscimo das partículas re- e es-. Ao contrário, os verbos indicados no item
6 ganham valor diminutivo, resultado do acréscimo das partículas -icar e -inhar. Já os verbos apre-
sentados no item 7 expressam valor frequentativo ou iterativo, indicando repetição do processo. Por
fim, no item 8 os verbos expressam valor imitativo ou onomatopaico, expressando a ação própria
dos nomes de que são originados.
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Por meio dos verbos, podemos nos posicionar em relação aos eventos verbais de três formas ou
modos: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
• Indicativo
Empregamos o modo indicativo quando desejamos expressar algo que indique certeza. Observe:
Como você pode perceber, quem fala essas três frases tem certeza sobre o que está falando
(modo indicativo).
• Presente – Expressa eventos ou estados verbais que ocorrem no momento da fala ou que se
estendem a esse momento. Pode, também, expressar eventos futuros e até progressivos.
Eu sou professor.
Pedro gosta de pizza.
O céu está claro.
Vou para a casa do meu pai e só volto amanhã.
Meu irmão vive no Canadá há vários anos.
Manu está lendo um livro de crônicas.
• Passado (pretérito) – Expressa eventos ocorridos antes do momento presente. Pode ocor-
rer de três formas:
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No português brasileiro, o pretérito mais-que-perfeito está cada vez menos em uso, mes-
mo em textos cultos escritos. Em geral, preferimos expressar esse tempo verbal de forma
composta, utilizando os verbos ter ou haver no imperfeito seguido do verbo principal no
particípio.
João tinha (ou havia) criado uma confusão antes do início do jogo.
Pretérito mais-que-perfeito composto
• Futuro – Expressa eventos que ainda não ocorreram. Pode se processar de três formas. Veja:
• Subjuntivo
O modo subjuntivo é empregado nas situações em que expressamos suposições, hipóteses, pos-
sibilidades, isto é, eventos verbais que dependem de algumas condições. Da mesma forma que o
indicativo, o subjuntivo pode se expressar no presente, no passado (pretérito) e no futuro.
Nesses exemplos, observe que não há certeza sobre “o estado da porta” (modo subjuntivo). Essa
dúvida é colocada nas frases de duas formas: de um lado, por meio dos itens talvez, pensávamos e
se; e, de outro, por meio das formas verbais esteja, estivesse e estiver.
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Volte logo.
Não jogue lixo aqui.
Feche a porta.
Prefira as boas amizades.
Tire-me daqui, por favor.
É importante perceber que a forma verbal é que indica o modo imperativo, não o sentido do que
se diz. Assim, é um engano pensar que só podemos dar ordens a alguém utilizando o modo impera-
tivo. Nesse sentido, podemos expressar uma ordem empregando o modo indicativo, como em Você
pode fechar a porta?, ou mesmo por meio de palavras isoladas, como ocorre na tira a seguir.
APRENDA MAIS
O imperativo é usado comumente em textos instrucionais, que têm como objetivo mostrar
formas de realizar algo por meio de um passo a passo, como nas receitas culinárias e nos
manuais de usuário.
A ação verbal expressa no modo imperativo pode ser afirmativa ou negativa. Como no imperati-
vo quem fala se dirige diretamente a alguém, o verbo só pode ser flexionado considerando a pessoa
com quem se fala:
34
No imperativo afirmativo, a 2a pessoa do singular (tu) e a 2a pessoa do plural (vós) têm origem
na 2a pessoa do presente do indicativo (singular e plural) sem o -s. Já as outras formas do imperativo
afirmativo correspondem às formas do presente do subjuntivo.
No imperativo negativo, as formas verbais correspondentes a todas as pessoas são as mesmas
do presente do subjuntivo. No quadro a seguir, observe a conjugação dos verbos entender e sair no
modo imperativo.
Entender
Presente do indicativo Imperativo afirmativo Presente do subjuntivo Imperativo negativo
eu entendo — que eu entenda —
tu entendes -s entende tu que tu entendas não entendas tu
ele entende entenda você que ele entenda não entenda você
nós entendemos entendamos nós que nós entendamos não entendamos nós
vós entendeis -s entendei vós que vós entendais não entendais vós
eles entendem entendam vocês que eles entendam não entendam vocês
Sair
Presente do indicativo Imperativo afirmativo Presente do subjuntivo Imperativo negativo
eu saio — que eu saia —
tu sais -s sai tu que tu saias não saias tu
ele sai saia você que ele saia não saia você
nós saímos saiamos nós que nós saiamos não saiamos nós
vós saís -s saí vós que vós saiais não saiais vós
eles saem saiam vocês que eles saiam não saiam vocês
Número e pessoa
As categorias de número e pessoa não são específicas dos verbos. Elas só aparecem em sua
estrutura quando eles se flexionam para indicar o tempo. Na maioria das vezes, essa especificação
ocorre de acordo com o número e a pessoa do sujeito da oração, o que caracteriza o fenômeno que
chamamos de concordância verbal.
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2. Advérbio
Conceito
O planisfério abaixo indica a localização do território brasileiro. Observe-o com atenção e leia a
frase que segue.
O L
0 2.604 km 5.208 km
Você certamente se lembra de que adjetivos são palavras que qualificam substantivos. Nessa
frase, por exemplo, a palavra Ocidental atua como adjetivo, pois delimita, especifica, o sentido do
substantivo Hemisfério.
A mesma situação ocorre com a palavra localizado, que adjetiva o substantivo Brasil, e as palavras
Pacífico, Atlântico e Índico, que adjetivam Oceano. E, no termo Círculo Polar Antártico, o adjetivo An-
tártico qualifica o substantivo Círculo, do mesmo modo que o adjetivo Polar. Ou seja, dois adjetivos
para um substantivo.
As regras de funcionamento da nossa língua não permitem que um adjetivo qualifique outro ad-
jetivo. Adjetivos qualificam apenas palavras (ou termos) com valor de substantivos.
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Substantivo
O Brasil está localizado inteiramente no Hemisfério Ocidental.
Adjetivo
Nesse exemplo, o adjetivo localizado é modificado pela palavra inteiramente, que funciona como
advérbio. Para chegar a essa conclusão, tivemos de analisar as características que marcam os ad-
vérbios. A primeira delas é a capacidade de modificar adjetivos, sempre acrescentando algo ao seu
sentido. Se dizemos que os adjetivos são os grandes modificadores dos substantivos, podemos dizer
também que os advérbios são os grandes modificadores dos adjetivos. Constantemente, os advér-
bios intensificam o sentido dos adjetivos. Veja:
Observando bem todos esses exemplos, percebemos a característica mais marcante dos advér-
bios: eles são invariáveis, isto é, não flexionam em gênero (masculino ou feminino) e número (sin-
gular ou plural).
Além dos adjetivos, os advérbios também podem modificar verbos, enunciados e até outros
advérbios.
APRENDA MAIS
Chamamos de enunciado todo ato real de comunicação verbal praticado por uma pessoa
em uma situação única no tempo e no espaço.
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Advérbio
Infelizmente, o Brasil foi transformado em colônia de exploração.
Enunciado
Advérbio
Muito infelizmente, o Brasil foi transformado em colônia de exploração.
Advérbio Enunciado
Como você pode observar, nos dois últimos exemplos os advérbios modificam todo o enunciado,
deixando clara a opinião (e até mesmo a emoção) do enunciador sobre o que disse. Esses advérbios
(em geral terminados em -mente) são chamados de modalizadores.
Concluindo o que vimos até agora, podemos dizer que:
Advérbio é toda palavra invariável que modifica adjetivos, verbos, enunciados ou ou-
tros advérbios, indicando circunstâncias.
A terminação -mente é a marca de grande parte dos advérbios. Na verdade, podemos dizer que
toda palavra, ao aceitar essa terminação, transforma-se em um advérbio. Veja:
38
APRENDA MAIS
Alguns advérbios não admitem o uso de um advérbio intensificador antes, como agora, hoje,
ontem, amanhã, nunca, sempre, demais e meio. Apesar disso, são palavras invariáveis que de-
sempenham naturalmente o papel modificador típico dos advérbios.
Locuções adverbiais
Quando duas ou mais palavras funcionam como advérbio, temos uma locução adverbial. Observe:
= Inicialmente
No início, a corte portuguesa não encontrou metais preciosos no Brasil.
= atualmente
A extração do pau-brasil, espécie em extinção nos dias de hoje, foi uma alternativa.
Classificação
Considerando o sentido que exprimem, os advérbios comumente são estruturados em inúmeras
classes. No entanto, empregamos a maioria deles para localizar no tempo (advérbios de tempo) ou
no espaço (advérbios de lugar) os objetos de que falamos.
Veja os principais advérbios em português e alguns exemplos deles.
1. Lugar – aqui, aí, ali, lá, cá, perto, longe, abaixo, debaixo, acima.
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Iremos, realmente.
Vamos, sim.
Estou efetivamente empenhado.
40
Texto 1
41
a. Neste capítulo, vimos que os verbos podem se apresentar de três modos: indicativo, sub-
juntivo e imperativo. Qual desses modos predomina nesse texto?
O modo indicativo.
d. Como você pôde ver, os verbos no modo indicativo, ao expressar certeza, são os mais ade-
quados em textos expositivos, isto é, textos nos quais predomina a exposição de informa-
ções. Pensando nisso, explique: por que o tempo presente foi mais adequado para esse tipo
de texto?
O emprego dos verbos no presente foi mais adequado porque indica que as características
expostas sobre o ciclo de vida das libélulas são permanentes.
2. Na questão anterior, vimos que o modo indicativo, por expressar certeza, constatação, sobre o
que se diz, é o modo mais adequado para textos expositivos, isto é, textos em que a exposição
de informações é predominante. Pensando nisso, discuta com os seus colegas e o seu profes-
sor: o modo imperativo é mais adequado para que gêneros textuais?
O modo imperativo é muito utilizado em textos que orientam o leitor a ter determinados com-
portamentos ou a realizar certas ações, como as receitas culinárias e os manuais de instrução.
Até lá, as ninfas se alimentam de larvas de peixe, girinos, larvas de mosquitos, etc.
b. A forma verbal destacada poderia ser flexionada no mesmo modo, mas em um tempo dife-
rente sem alterar o sentido da frase? Explique.
Sim. O verbo alimentar pode ser flexionado no futuro simples, também chamado de futuro do
presente: alimentarão.
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5. Transcreva a forma verbal que foi empregada no tempo presente com a finalidade de expres-
sar o futuro.
Vem.
43
b. O termo no Brasil poderia ser retirado do texto sem prejudicar o seu sentido? Explique.
Não. Se o termo no Brasil for retirado, o sentido ficará prejudicado, pois ele especifica o senti-
do do advérbio aqui, ressaltando a insegurança vivida no contexto brasileiro em geral.
44
45
10. Por meio dos advérbios, muitas vezes expressamos uma opinião sobre o que declaramos. Sa-
bendo disso, compare estas duas frases:
c. Explique com suas palavras um sentido que a palavra já pode acrescentar à frase II.
Sugestão de resposta: O advérbio pode acrescentar ao enunciado a opinião de que não há
mais tempo para se reverter o resultado do jogo.
Podemos dizer que a essa frase apresenta um juízo equivalente à frase II, analisada na questão
anterior? Explique.
Não. O advérbio ainda expressa que o conteúdo do que se declara ainda terá certa duração.
Assim, podemos inferir que ainda há tempo para se reverter o resultado do jogo, por exemplo.
46
1 - Tempo/frequência
2 - Ponto de vista/opinião
3 - Delimitação/enquadramento
4 - Extensão/intensidade
5 - Focalização
j. 2 Francamente, não entendo por que você torce por aquele time.
47
Texto 1
I. No último quadrinho, a professora esperava que a turma lhe respondesse que a forma
verbal sou corresponde ao pretérito mais que perfeito.
II. Na frase Eu era bonita, o aspecto indica que o processo verbal teve certa duração no pas-
sado e se concluiu.
III. A construção Se eu disser [...], empregada no último quadrinho, é típica do futuro do pre-
sente.
2. O tempo presente do modo indicativo pode ser empregado para designar processos verbais
que ocorrem de maneira permanente, independentemente do momento da fala. Isso pode ser
verificado em:
a. João anda preocupado com o filho mais novo.
b. A Dinamarca é um dos países com melhor qualidade de vida para a população.
c. Na Dinamarca, a população desfruta de uma boa qualidade de vida.
d. A água congela quando atinge 0 °C.
e. Estamos muito felizes com o desempenho dos alunos na Olimpíada de Matemática.
48
Quando cheguei ao internato em 1920, a cidade teria apenas uns dez mil habitantes.
Texto 2
5. (Unifesp–Adaptada) A charge é uma ilustração que tem como objetivo fazer uma sátira de
alguém ou de alguma situação atual por meio de desenhos caricatos. Com base no Texto 2,
avalie as afirmações a seguir.
49
Texto 3
I. O meio em que ele vive é perigoso.
II. Comi meio pão.
III. Elas estão meio sonolentas.
Como o ser humano
envelhece
Podemos afirmar que a palavra meio fun-
O principal motor do envelhecimento huma-
ciona como advérbio em:
no fica dentro de nossas células. Lá, as mitocôn-
a. I, apenas.
drias fazem a respiração celular para produzir
b. II, apenas.
energia, mas acabam gerando como resíduo
c. III, apenas.
radicais livres, moléculas com um elétron a
d. I e II.
menos e que reagem facilmente, danificando a
e. II e III.
própria célula. Com o tempo, os danos se acu-
50
Verbos de elocução
1. Os verbos podem nos ajudar bastante na expressão das nossas ideias. Em textos narrativos, por
exemplo, é muito comum vermos o emprego de verbos que caracterizam a fala dos persona
gens, os chamados verbos de elocução, ou dicendi (de dizer). Esses verbos indicam emoções,
sentimentos, opiniões, etc., emitidos pelos personagens ao falar. Leia a fábula a seguir procu-
rando identificar esses verbos. Circule-os.
O lobo e o cordeiro
Um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho
chegou e também começou a beber, um pouco mais para baixo.
O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro:
— Como ousa sujar a água que estou bebendo?
— Como sujar? — respondeu o cordeiro. — A água corre daí
para cá, logo eu não posso estar sujando sua água.
— Não me responda! — falou o lobo. — Há seis meses seu
pai me fez a mesma coisa!
— Há seis meses eu nem tinha nascido. Como é que eu
posso ter culpa disso? — perguntou o cordeiro.
— Mas você estragou todo o meu pasto — replicou o lobo.
— Como posso ter estragado seu pasto se nem dentes
eu tenho?
O lobo, não tendo mais como culpar o cordeiro,
não disse mais nada: pulou sobre ele e o devorou.
ABREU, Ana Rosa. Alfabetização. V. 2. Brasília: Fundescola/SEF-MEC, 2000. p.
103.
2. Como você pode ver, em textos narrativos, como a fábula que você acabou de ler, a fala dos
personagens pode ser caracterizada por verbos de elocução, que são empregados com o dis-
curso direto ou discurso indireto e podem indicar algo sobre as emoções e os sentimentos
de quem fala. Pensando nisso, explique: o que os verbos de elocução responder e perguntar,
utilizados pelo narrador para caracterizar as falas do cordeiro, permitem ao leitor saber sobre
o sentimento do cordeiro ao falar?
Os verbos nos levam a pensar que o estado emocional do cordeiro era de neutralidade ao falar.
52
Nos textos narrativos, o narrador normalmente utiliza dois recursos linguísticos para re-
passar a fala dos personagens: o discurso direto e o discurso indireto.
— Como sujar? — respondeu o cordeiro. — A água corre daí para cá, logo eu não
posso estar sujando sua água.
O cordeiro não entendeu por que sujaria a água. Em seguida, explicou que, como a
água corria de cima para baixo do rio, não poderia estar sujando-a.
3. Observando o texto como um todo, podemos dizer que os verbos de elocução empregados
para caracterizar as falas do lobo estão adequados? Explique.
Não. Como o lobo denota agressividade ao falar, seria mais adequado empregar verbos de
elocução que expressassem melhor esse estado de ânimo.
4. Agora, considerando o sentido do texto e o papel dos personagens, coloque verbos de elocu-
ção adequados nas lacunas do texto. Sugestões de resposta.
Um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou e também começou
a beber, um pouco mais para baixo.
O lobo arreganhou os dentes e esbravejou :
— Como é que você tem a ousadia de vir sujar a água que estou bebendo?
— Como sujar? — falou tremendo o cordeiro. — A água corre daí para cá, logo eu não
posso estar sujando sua água.
— Não me responda! — rosnou o lobo. — Há seis meses seu pai me fez a mesma
coisa!
— Há seis meses eu nem tinha nascido. Como é que eu posso ter culpa disso? —
gaguejou o cordeiro.
— Mas você estragou todo o meu pasto — insistiu o lobo.
— Como é que posso ter estragado seu pasto se nem dentes eu tenho?
O lobo, não tendo mais como culpar o cordeiro, não disse mais nada: pulou sobre ele e
o devorou.
53
• Infinitivo
No infinitivo, o verbo se apresenta com valor de um substantivo. A marca do infinitivo é a termi-
nação -r, como em duplicar, respirar, andar, rir e brincar.
• Particípio
O particípio apresenta o valor de adjetivo. A marca do particípio é a terminação -do, que varia
conforme a palavra à qual se refere. Observe:
1. Governo recolhe água de praias atingidas por óleo no litoral para análise
Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/24/governo-recolhe-agua-de-praias-atingidas-por-oleo-no-litoral-
para-analise.ghtml. Acessado em: 25/10/2019.
54
De acordo com a norma-padrão, com os verbos auxiliares ter e haver, usamos o particípio regular. Veja:
55
• Gerúndio
Por fim, o gerúndio se caracteriza pela terminação -ndo. Essa forma nominal apresenta o valor de
adjetivo ou de advérbio.
Valor adjetival
O jogo entre o Liverpool e o Real Madrid está esquentando.
APRENDA MAIS
Essa conquista do Império Romano pelos povos bárbaros representa simbolicamente o fim
do mundo antigo e o início da Idade Média, um dos períodos mais longos da história da hu-
manidade, pois durou até 1453 d.C., quando os turcos otomanos conquistaram a cidade de
Constantinopla.
Como vimos no capítulo anterior, os verbos são uma classe de palavras que possui muitas carac-
terísticas. E a principal delas é a capacidade de se adaptar às pessoas gramaticais. Assim, se analisar-
mos a palavra conquistaram isoladamente, perceberemos a sua adaptação à 3ª pessoa gramatical
(plural): eles. Veja:
56
Considerando o que vimos sobre os modos e tempos verbais no capítulo anterior, que ou-
tras informações podem ser percebidas na análise da forma verbal conquistaram?
A forma conquistaram representa a ação de conquistar; essa ação ocorreu, de fato (modo
indicativo) e foi realizada por muitas pessoas (na verdade, povos…).
Por outro lado, se analisarmos isoladamente a forma verbal conquistamos, perceberemos que a
ação foi praticada no passado e por mais de uma pessoa, incluindo a que fala (nós).
Essa análise é possível porque os verbos são constituídos de três pequenas partes que nos pas-
sam essas informações: o radical, a vogal temática e a desinência.
O radical é a parte da estrutura dos verbos que possui seu significado básico. Geralmente, o
radical é o mesmo em todas as formas do verbo, como conquistar (conquistei, conquistou,
conquistaremos, conquistaram). Mas há verbos que, ao flexionar, apresentam variações no
radical, como trazer (trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem). Veremos mais detalhes
sobre isso ainda neste capítulo.
A vogal temática aparece depois do radical e indica a conjugação à qual o verbo pertence.
Exemplo: no verbo conquistar, a vogal temática é a. Ela indica que esse verbo pertence à 1ª
conjugação (verbos terminados em -ar).
A desinência indica a pessoa, o modo, o tempo e o número. Exemplo: na forma verbal con-
quistaram, a terminação -ram é a desinência — indica o modo (indicativo), o tempo (pretéri-
to perfeito), a pessoa (3a) e o número (plural).
Reprodução.
A invasão de Roma pelos povos bárbaros não se deu num momento
específico. Eles foram se aproximando, ultrapassando fronteiras e mis-
turando, gradativamente, sua cultura com a dos romanos. O Curso do
Império: Destruição, 1836, de Thomas Cole. Óleo sobre tela, 99,7 cm x
161 cm. Museu da Sociedade Histórica de Nova York.
57
Conquist a r
+ +
Radical Vogal temática Desinência do infinitivo
Conquist a ra m
+ + Desinência de + Desinência de
Radical Vogal temática
modo e tempo pessoa e número
• Flexão verbal
As variações, indicadas pelas desinências, são o que chamamos de flexões. O quadro a seguir
detalha essas flexões de acordo com a norma-padrão.
58
Como vimos no capítulo anterior, o modo indicativo se caracteriza por expressar certeza sobre o
que se declara. Ele é usado quando se quer expressar algo que seguramente acontece, aconteceu
ou acontecerá.
De acordo com a norma-padrão, no modo indicativo, o presente, o passado e o futuro flexionam
da seguinte forma:
• Presente – O verbo indica algo que ocorre no momento da declaração. Tanto pode se referir
ao momento imediato quanto a fatos habituais ou permanentes.
APRENDA MAIS
De acordo com a norma-padrão, a flexão de tempo deve ser feita tendo em vista o mo-
mento em que a ação verbal ocorre. Assim, seria um erro empregar o presente, por exem-
plo, para indicar ações passadas. No entanto, na prática, não é bem assim que ocorre. Em
manchetes de jornais e revistas, por exemplo, o tempo presente é muitas vezes empregado
indicando fatos já ocorridos. A intenção é reforçar o sentido de novidade sobre o que se
noticia.
Já em textos que tratam de temas históricos é comum que os verbos sejam conjugados no
presente, mesmo que se refiram a eventos passados. Nesse caso, a intenção é aproximar o
leitor dos fatos apresentados. Chamamos esse emprego de presente histórico.
A crise interna romana gerou a sua debilidade e criou condições que dificultaram a rea-
ção do império.
59
Os bárbaros eram povos que viviam fora dos limites de Roma, não falavam latim e pos-
suíam uma cultura diferente da dos romanos.
Antes da sua fase final, o Império Romano fora dividido em duas partes: uma ocidental e
outra oriental.
Reprodução.
Representação em xilogravura das muralhas de Constantinopla, capital do Império
Romano do Oriente. Crônica de Nuremberg, 1493, Hartmann Schedel (1440–1514).
• Futuro do pretérito – Indica um evento verbal que aconteceria, com certeza, desde que outro
evento se realizasse. Observe, no exemplo a seguir, que o evento indicado pelo futuro do pre-
térito pode remeter a um tempo passado.
60
Modo indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
Presente
eu conquisto eu vivo eu parto
tu conquistas tu vives tu partes
ele conquista ele vive ele parte
nós conquistamos nós vivemos nós partimos
vós conquistais vós viveis vós partis
eles conquistam eles vivem eles partem
Pretérito imperfeito
eu conquistava eu vivia eu partia
tu conquistavas tu vivias tu partias
ele conquistava ele vivia ele partia
nós conquistávamos nós vivíamos nós partíamos
vós conquistáveis vós vivíeis vós partíeis
eles conquistavam eles viviam eles partiam
Pretérito perfeito
eu conquistei eu vivi eu parti
tu conquistaste tu viveste tu partiste
ele conquistou ele viveu ele partiu
nós conquistamos nós vivemos nós partimos
vós conquistastes vós vivestes vós partistes
eles conquistaram eles viveram eles partiram
Pretérito mais-que-perfeito
eu conquistara eu vivera eu partira
tu conquistaras tu viveras tu partiras
ele conquistara ele vivera ele partira
nós conquistáramos nós vivêramos nós partíramos
vós conquistáreis vós vivêreis vós partíreis
eles conquistaram eles viveram eles partiram
Pretérito mais-que-perfeito composto
eu tinha conquistado eu tinha vivido eu tinha partido
tu tinhas conquistado tu tinhas vivido tu tinhas partido
ele tinha conquistado ele tinha vivido ele tinha partido
nós tínhamos conquistado nós tínhamos vivido nós tínhamos partido
vós tínheis conquistado vós tínheis vivido vós tínheis partido
eles tinham conquistado eles tinham vivido eles tinham partido
61
• Flexão do subjuntivo
Também no capítulo anterior, vimos que o modo subjuntivo indica que um processo verbal incer-
to está subordinado a alguma condição. Assim, esse modo verbal é empregado quando se deseja dar
o sentido de incerteza ou de possibilidade de um evento verbal vir a acontecer.
• Presente – Indica um desejo ou um acontecimento provável, mas sobre o qual não há certeza.
Em geral, essa flexão ocorre depois de expressões como é possível que, talvez, tomara que, etc.
Não era possível que os romanos percebessem as mudanças culturais introduzidas pelos
bárbaros.
Tomara que eu faça uma boa prova.
• Pretérito imperfeito – Expressa um fato que poderia ter acontecido mediante certa condição.
Essa condição é introduzida pela palavra se. O emprego desse tempo é acompanhado normal-
mente de outro verbo, flexionado no futuro do pretérito do indicativo.
62
Futuro do subjuntivo
Quando as provas estiverem corrigidas, passarei as notas.
Futuro do presente do indicativo
Futuro do subjuntivo
Se nós estudarmos juntos, aprenderemos melhor.
Futuro do presente do indicativo
Na tabela a seguir, veja a conjugação de alguns verbos regulares no modo subjuntivo, conforme
a norma-padrão.
Modo subjuntivo
Presente
que eu conquiste que eu viva que eu parta
que tu conquistes que tu vivas que tu partas
que ele conquiste que ele viva que ele parta
que nós conquistemos que nós vivamos que nós partamos
que vós conquisteis que vós vivais que vós partais
que eles conquistem que eles vivam que eles partam
Pretérito imperfeito
se eu conquistasse se eu vivesse se eu partisse
se tu conquistasses se tu vivesses se tu partisses
se ele conquistasse se ele vivesse se ele partisse
se nós conquistássemos se nós vivêssemos se nós partíssemos
se vós conquistásseis se vós vivêsseis se vós partísseis
se eles conquistassem se eles vivessem se eles partissem
Futuro
quando eu conquistar quando eu viver quando eu partir
quando tu conquistares quando tu viveres quando tu partires
quando ele conquistar quando ele viver quando ele partir
quando nós conquistarmos quando nós vivermos quando nós partirmos
quando vós conquistardes quando vós viverdes quando vós partirdes
quando eles conquistarem quando eles viverem quando eles partirem
63
Texto
Em 338 a.C., o Rei Filipe II vence os exércitos das cidades de Tebas e Atenas na Batalha de
Queroneia, conquistando a hegemonia na região. Possuía um filho chamado Alexandre, nas-
cido em 356 a.C., que, desde os dezesseis anos, era regente do seu reino, ou seja, ajudava seu
pai a governar a Macedônia. Alexandre era aluno do filósofo Aristóteles, de quem recebeu
formação intelectual e moral.
Em 336 a.C., o Rei Filipe é assassinado, e Alexandre assume o trono. O novo rei marca pro-
fundamente seu início de governo enfrentando uma revolta na cidade de Tebas. Após vencer
os tebanos, ele destrói toda a cidade, para servir de exemplo aos outros que quisessem se
revoltar. Seu próximo passo é mais ousado: libertar as cidades gregas na Ásia Menor que eram
dominadas pelo Império Persa. Reunindo um exército formado por soldados de todas as cida-
des gregas — 30 mil soldados de infantaria e 5 mil de cavalaria (montados) —, Alexandre segue
para onde hoje é o território da Turquia para encontrar o poderoso exército persa. Em grandes
batalhas contra os persas, Alexandre conquista imensos territórios e constrói o maior império
que um grego já havia construído. Em 332 a.C., Alexandre conquista a cidade fenícia de Tiro,
responsável pelos navios persas, e, no mesmo ano, marchando pela Palestina, toma o Egito
sem nenhuma resistência. A essa altura, toda a costa mediterrânea já pertence a Alexandre.
MENEZES, Fernando; CARVALHO, Paula. História Contextualizada. 6º ano. 2 ed. Recife: Construir, 2015. p. 185. Adaptado.
64
2. Discuta com os seus colegas e o seu professor: por que razão os autores empregaram verbos
flexionados no presente do indicativo para se referir a eventos passados?
O emprego do presente do indicativo no texto confere certa atualidade aos fatos passados, o
que contribui para cativar a atenção do leitor.
Em 338 a.C., o Rei Filipe II vence os exércitos das cidades de Tebas e Atenas na Batalha de
Queroneia, conquistando a hegemonia na região. Possuía um filho chamado Alexandre,
nascido em 356 a.C., que, desde os dezesseis anos, era regente do seu reino, ou seja, ajuda-
va seu pai a governar a Macedônia. Alexandre era aluno do filósofo Aristóteles, de quem
recebeu formação intelectual e moral.
4. Leia.
O feudo, em geral, (I) é dividido em três partes: o manso senhorial, que (II) correspondia
às terras do senhor; o manso servil, que (III) eram as terras habitadas e cultivadas pelos
servos; e as terras comunais, onde (IV) ficavam os bosques e pomares, que (V) serviam
tanto aos servos quanto aos senhores.
MENEZES, Fernando; CARVALHO, Paula. História Contextualizada. 7º ano. 2 ed. Recife: Construir, 2015. p. 33. Adaptado.
65
5. O texto que você vai ler agora servirá de base para um trabalho interessante que faremos com
os verbos. Leia-o com atenção, observando, principalmente, o emprego das formas verbais.
O feudo
O feudo era uma propriedade na qual o seu dono, o senhor feudal, exercia seus poderes.
Era a principal unidade produtiva medieval e tinha caráter autossuficiente. Em geral, os feudos
dividiam-se em:
Manso senhorial (1) – Eram as melhores terras e onde ficava o castelo, que reunia um
conjunto de armazéns, oficinas, estábulos e a morada do senhor.
Manso servil (2) – Local habitado e cultivado pelos servos.
Manso comunal (3) – Eram terras comuns, em geral uma área de floresta ou pântano
destinada à caça e à coleta de lenha, sementes comestíveis, raízes, frutas, ervas e mel.
Nessas terras, o direito de caça ficava com a nobreza.
66 2
Corveia – Consistia em trabalhar cerca de três dias por semana, de graça, no manso
senhorial.
Talha – Era o imposto que correspondia a uma parte de tudo o que os servos produziam
no manso servil. Geralmente pagava-se com 2/3 ou 1/2 da produção.
Banalidades – Eram as taxas pagas pelo uso das instalações do feudo, tais como celeiro,
moinho e forno.
Tostão de Pedro – Era o dízimo, ou seja, o pagamento feito para a Igreja, correspondente
à décima parte da produção agrícola. Era utilizado para a manutenção da capela local.
APRENDA MAIS
67
pertencia ao senhor.
uso comum.
que era usada para fazer pão. Do mesmo modo que o forno, o moinho também
tinha um custo.
trabalhar ao menos três vezes por semana, sem que recebessem nada por isso.
6. Para sermos mais objetivos, principalmente na escrita, às vezes podemos substituir um bloco
de palavras por apenas um verbo. Faça isso nas frases a seguir. Observe o modelo:
68
69
8. Nos pares de frases a seguir, escreva, nas lacunas, a forma verbal equivalente. Observe a pes-
soa, o modo e o tempo.
f. A casa e o terreno ainda estão à venda, mas o proprietário não tem intenção de baixar o preço.
Aquela casa ainda está à venda, mas os proprietários não têm intenção de
baixar o preço.
g. A caixa contém dois frascos de perfume de que vocês certamente gostarão muito.
As caixas contêm dois frascos de perfume de que você certamente gostará muito.
70
Texto 1
I. Como termina em -or, que indica o infinitivo, a forma verbal amor é uma variação do ver-
bo amar.
II. A forma verbal colocou está flexionada no pretérito perfeito, 3a pessoa do singular. Essa
flexão pode ser percebida por meio do seu radical.
III. O tempo presente registrado na forma começa indica uma certeza que ultrapassa o instan-
te da fala.
71
Texto 2
4. Sobre o emprego das palavras postar e dirigindo no Texto 2, assinale a afirmação incorreta.
a. A palavra postar indica o uso da forma nominal que chamamos de infinitivo.
b. Poderíamos substituir a palavra postar por publicar, o que não alteraria o sentido do
texto.
c. A palavra dirigindo indica o uso do gerúndio com função adverbial.
d. A forma nominal dirigindo assume valor adjetivo ao qualificar o substantivo Facebook.
e. A palavra dirigindo poderia ser substituída pela oração enquanto dirigia, o que não mu-
daria o sentido do texto.
N AV E G U E
72
GD_2020_7A_001a144.indd 73
FÁCIL SEGUIR
OS PASSOS E
Texto 3
COMBATER O
MOSQUITO EM
SEU APARTAMENTO
E V CÊ?
JÁ COMBATEU O MOSQUITO HOJE? OU CONDOMÍNIO.
Faça a manutenção
do beiral das janelas
para não acumular água. 13
PRONTO.
1 2 Agora, repita esses passos
Coloque os lixos em sacos plásticos, sempre e fique livre
Não deixe água Mantenha as 3 12 mantenha a lixeira bem fechada e
acumulada sobre garrafas com a descarte corretamente. dos focos do mosquito.
a laje. boca virada para
baixo, evitando o
acúmulo de água.
Mantenha
baldes e 11
Observe o bacias secos
4 depósito de água ou abrigados
dos bebedouros. da chuva.
Lave os
bebedouros
de animais
semanalmente
com bucha ou
5 escova.
10
Retire a água Deixe os
acumulada em ralos limpos e
eletrodomésticos aplique telas.
e móveis da área
de serviço e
da varanda.
6 9 PROTEJA SUA FAMÍLIA.
Observe os A MUDANÇA COMEÇA POR VOCÊ.
Encha os pratinhos vasos sem uso. Saiba mais sobre combate, causas e sintomas
de vasos de em saude.gov.br/combateaedes
plantas com areia Verifique a manutenção da
até a borda. área de depósito de lixo.
7 8
73
Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/se-
tembro/12/Para-apartamentos.pdf. Acessado em: 29/10/2019. Adaptado.
23/03/21 17:13
5. A respeito do Texto 3, são feitas as afirma-
7. Leia.
ções a seguir. Analise-as com atenção.
75
1. O radical da maioria dos verbos não apresenta variações. Neles, o que varia são as indicações
de modo, tempo, pessoa e número, isto é, as desinências. São os chamados verbos regulares,
que se conjugam exatamente como cantar, bater e partir. Em todas as formas, o radical desses
verbos não muda. Outros verbos, porém, ao serem conjugados, sofrem também variações no
radical, ou seja, não apresentam regularidade em todas as suas formas. Por esse motivo, esses
verbos são chamados de irregulares, como ver, ouvir, odiar, caber, ter e trazer. Para visualizar
essa distinção na prática, complete as tabelas a seguir com as formas adequadas.
76
77
l. Se eu vir (vir / ver) a professora depois da prova, irei tirar algumas dúvidas.
a. troxer – querer.
b. trouxer – querer.
c. trouxer – quiser.
d. trouxer – quizer.
e. truxer – quizer.
78
1. Classificar
Classificar as coisas do mundo é uma ação que desempenhamos diariamente, e esse hábito exis-
te desde que o ser humano passou a interferir no meio em que vive. Aprendemos a classificar no
momento em que começamos a falar, usando palavras diferentes para nomear objetos diferentes.
Na maioria das vezes, fazemos isso de forma inconsciente. Basta dar uma boa olhada em nossa
casa. Nela, os objetos estão organizados segundo algum critério de classificação, que, em geral, é ba-
seado nas semelhanças. Por isso é que sapatos são guardados juntos em sapateiras; livros também,
geralmente em estantes. Meias, roupas íntimas, calças, blusas, produtos de limpeza, ferramentas...
Por esse motivo, mesmo que você entre em uma casa pela primeira vez, é de se esperar que as
toalhas de banho estejam guardadas juntas em alguma gaveta; que as panelas estejam na cozinha,
em um armário; que as roupas limpas estejam em um guarda-roupa ou em uma cômoda, e as usa-
das estejam no cesto de roupas sujas. Não esperamos encontrar uma escova de dentes na geladeira,
porque não há semelhança entre o que fazemos com ela (escovar nossos dentes) e o que fazemos
com coisas que ficam na geladeira (comidas e bebidas que precisam ser resfriadas).
Quando vamos classificar algo, precisamos escolher algumas características que nos permitam
juntar ou separar os objetos. Logo, precisamos estabelecer um critério de classificação. Por exem-
plo: se você quisesse classificar os chocolates abaixo, provavelmente os dividiria usando o critério
da cor. Assim, haveria um grupo de chocolates azuis, um grupo de chocolates amarelos, um grupo
de chocolates vermelhos, etc. Freer/Shutterstock.com
79
REFLITA
A organização e a classificação dos termos que compõem os períodos são estudadas por uma
parte específica da gramática: a sintaxe. Vamos deixar isso mais claro? No estudo dos seres vivos,
taxonomia é a ciência que estuda a sua classificação, indicando, entre outras, as categorias de gê-
nero e espécie. Veja:
Do mesmo modo que a taxonomia estuda e classifica os seres vivos, podemos dizer que a sintaxe
estuda e classifica os termos que formam os períodos.
Neste capítulo, vamos estudar os dois termos mais comuns na formação dos períodos: o sujei-
to e o predicado. Mas antes precisamos entender mais alguns detalhes sobre a organização dos
períodos.
80
Adoro eu chocolate.
Organizadas dessa maneira, essas palavras não formam um enunciado natural da nossa língua,
pois não seguem as regras gramaticais. Por esse motivo, dizemos que essa construção é agramati-
cal. Naturalmente, as regras de organização e classificação internas da língua nos levam a estruturar
esses termos de forma correta, ou seja, gramatical. Observe:
Eu adoro chocolate.
Apesar de inconsciente, essa organização considera, digamos, a “natureza” das palavras que com-
põem esse enunciado. Veja:
Para preencher tanto o lugar A quanto o lugar B, a língua nos oferece uma série de opções:
Eu adoro chocolate.
Lia adora feijoada.
Eu e Paula adoramos Pedro.
Carla e João adoram gatos.
Como você pode ver, A e B são ocupados por termos que têm valor substantivo. Mas não é qual-
quer substantivo que pode ocupar esses lugares. Há outras regras e até relações de sentido que
limitam as possibilidades de organização dos termos. Do mesmo modo que uma escova de cabelo
não é guardada na geladeira, certas palavras não podem ser colocadas nos lugares A ou B. Por isso,
em um contexto denotativo, construções como estas são agramaticais:
A denotação corresponde ao uso das palavras no seu sentido literal. Já a conotação ocorre
quando uma palavra não é usada em seu sentido literal. Portanto, a conotação diz respeito a
uma maneira pessoal de ver o mundo, as pessoas, as situações, etc.
Assim, em um contexto denotativo, não faz sentido dizer, por exemplo, Aquele homem é um
gato, pois um ser humano não pode ser um felino. Mas, em um contexto conotativo, essa frase
é possível. Nesse caso, a palavra gato significa bonito e indica uma maneira de ver particular
de quem fala.
3. Sujeito e predicado
Você percebeu que todos os termos que ocupam o lugar A nas estruturas que vimos determinam
a flexão do verbo? Esse termo é o que chamamos de sujeito.
Por muito tempo, o sujeito foi entendido como o ser que pratica a ação expressa pelo verbo. En-
tretanto, uma oração como A campainha está tocando e os exemplos que vimos com o verbo adorar
contradizem essa definição, pois em nenhuma dessas frases o verbo expressa ação.
Você se lembra de quando estudamos as desinências verbais, no capítulo anterior? Vimos que
os verbos sofrem variações para se adaptar à pessoa gramatical que acompanham. Então, vamos
analisar o período que deixou Serafim em dúvida.
82
Nesse período, observamos que o verbo estar foi flexionado na 3a pessoa do singular (ela) para
concordar com o termo que acompanha (a campainha), que é o seu sujeito. Assim, em outras pala-
vras, dizemos que:
Uma forma prática para identificar o sujeito de uma oração consiste em fazer a pergunta ao ver-
bo. Esse procedimento é bastante simples e funciona na maior parte dos casos. Veja:
• Pronomes substantivos
• Numerais
83
O sujeito em geral apresenta um núcleo, isto é, a palavra mais importante, pois concentra seu
significado básico. Em regra, o núcleo do sujeito tem valor substantivo. Assim, nos três últimos casos
lidos, dizemos que o sujeito não é exatamente um numeral, uma oração ou um verbo. Dizemos que
o sujeito é um numeral, uma oração ou um verbo que funciona como substantivo, por isso pode ser
substituído por pronomes.
Quando o sujeito é formado por apenas um núcleo, temos um sujeito simples, como em Eles são
espécies diferentes. Já quando possui mais de um núcleo, temos um sujeito composto, como em
Égua e jumento são espécies diferentes.
Apesar de comum nas gramáticas, essa distinção não é muito relevante. Na verdade, o mais im-
portante é perceber se o sujeito é singular ou plural, pois essa informação determina a flexão do
verbo (no singular ou plural) para acompanhá-lo. Está difícil? Não se preocupe, isso é fácil. É como
na Matemática. Veja:
1 + 1 = 2
Singular Singular Plural
1 + 2 = 3
Singular Plural Plural
Plural
Cavalo e zebra são animais do mesmo gênero.
Singular + Singular
Singular
A escola é muito importante para a formação de uma criança.
Singular
84
Chamamos de períodos as frases formalmente completas, isto é, aquelas que possuem todos os
elementos necessários à sua compreensão, inclusive verbo. Comumente, dizemos que o período
apresenta dois componentes fundamentais: o sujeito e o predicado. Se você já sabe identificar o
sujeito, sabe também identificar o predicado. De forma bem resumida, dizemos que o predicado é
todo o período, sendo excluído o sujeito. Veja:
APRENDA MAIS
Reprodução.
O médico, botânico e zoólogo sueco Carl Von Linné (1707–
1778) acreditava que o estudo da natureza mostrava a organi-
zação da criação divina.
Retrato de Carl Von Linné, 1775, de
Alexander Roslin. Óleo sobre tela,
56 cm x 46 cm. Nationalmuseum.
4. Tipos de sujeito
Quanto à sua natureza, o sujeito pode se apresentar de quatro maneiras: determinado, indeter-
minado, implícito (desinencial) ou oracional.
• Sujeito determinado
Como a própria classificação deixa claro, esse sujeito está explícito normalmente na estrutura do
período. Todos os exemplos que vimos até agora neste capítulo apresentam sujeito determinado.
85
Observe que o sujeito desinencial existe; ele apenas ficou oculto por uma questão de economia
linguística. Como a ocultação dos termos da oração é chamada de elipse, o sujeito desinencial pode
ser identificado também como sujeito elíptico, ou oculto.
• Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado não aparece explícito no período. Assim, dizemos que existe um termo
que funciona como sujeito, mas ele não se apresenta claramente na estrutura do período. Ou seja,
não se pode identificar esse sujeito.
Em um contexto denotativo, a indeterminação do sujeito só ocorre com verbos que expressam
ações realizadas por humanos. Observe:
Nesses exemplos, observe que o verbo expressa uma ação realizada por humanos e fica flexiona-
do na 3a pessoa do plural, mesmo que a ação provavelmente tenha sido desempenhada por apenas
uma pessoa. Por isso, uma construção como Estão miando no telhado é agramatical.
Já uma construção como Dois gatos estão miando no telhado é gramatical, pois é uma construção
natural da língua. Atenção: nesse caso, o sujeito é determinado: dois gatos.
Muitas vezes, o papel do sujeito é ocupado por palavras ou expressões de sentido indeterminado
(muitas pessoas, todo mundo, muita gente). Por serem identificadas na oração, essas expressões
funcionam como sujeito determinado simples em frases como:
86
Nesse caso, nenhum termo disponível na nossa língua poderia ocupar a função de sujeito nesse
enunciado. Assim, o sujeito do verbo chover não é indeterminado. Na verdade, ele não existe, pois
o verbo chover é impessoal. Nessa situação, o verbo fica flexionado sempre na 3a pessoa do singular
(ele). Veja alguns exemplos de orações sem sujeito.
• Verbos que denotam fenômenos atmosféricos, como chover, trovejar, relampear, nevar,
ventar, gear.
• Haver em orações equivalentes às construídas com existir.
• Estar, haver, fazer e ser nas indicações de tempo.
• Passar + de exprimindo tempo decorrido.
87
a. As tirinhas são textos em quadrinhos cujo objetivo é produzir humor, geralmente por meio
de uma ação ou fala inesperada por parte do leitor. Pensando nisso, indique qual é a fala
responsável por quebrar a expectativa do leitor.
Suas lombrigas?
b. Essa tirinha critica, de forma humorada, a dificuldade de se definir o sujeito de acordo com
um conceito incompleto. Mas existe outra definição problemática ainda muito comum.
Faça uma pesquisa em outras gramáticas à procura dessa definição.
Esperamos que os alunos levem para a sala de aula a seguinte definição: sujeito é o ser sobre
o qual se declara algo.
c. Agora, explique por que, utilizando a definição que você encontrou, não seria tão simples
identificar o sujeito em um período como Minha barriga roncou.
Caso utilizássemos a definição encontrada para localizar o sujeito da oração retirada da tirinha,
poderia ocorrer alguma confusão, pois seria possível a conclusão de que o sujeito seria o pró-
prio menino que fala, pois é a respeito dele que se declara algo (ele está faminto).
88
3. Uma definição tradicional de sujeito diz que ele é o ser que pratica a ação. Explique por que
essa definição não se aplica às orações abaixo.
Em nenhuma dessas orações o verbo expressa ação. Sendo assim, pela definição tradicional,
não seria possível identificar o sujeito.
4. Agora, usando a definição de sujeito que estudamos neste capítulo, identifique-o nos períodos
analisados na questão anterior e o substitua por um pronome pessoal.
89
6. Complete as lacunas com o sujeito mais adequado. Se for necessário, faça uma rápida pesquisa.
b. Linné criou o sistema de classificação dos seres vivos que utilizamos hoje.
90
Carl Linné expressou sua vocação científica desde cedo. Aos 5 anos, ele cuidava sozinho
de um jardim, pois já se mostrava muito interessado por botânica. Mais tarde, aos 20 anos,
começou a faculdade de Medicina, onde aprimorou seus estudos sobre plantas. Isso mes-
mo, naquela época os médicos estudavam botânica também. O conhecimento aprimora-
do da botânica era fundamental, pois receitavam ervas para os seus pacientes.
91
Texto 1
92
N AV E G U E
93
94
95
96
I. Tendo como base o objetivo comuni- 13. Sobre o verbo destacado na frase “Quando
cativo do Texto 2, haveria maior ex- percebeu, muitas coisas já haviam aconte-
pressividade no período acima se o cido”, é correto afirmar que:
mesmo destaque utilizado na palavra a. Não possui sujeito.
zika fosse dado, também, à palavra b. Possui sujeito simples e claro.
microcefalia. c. Tem sujeito oculto.
II. As formas verbais teve e nasceu pos- d. É impessoal.
suem o mesmo sujeito, por isso estão e. Está flexionado no futuro do presente.
flexionadas na 3a pessoa do singular.
III. Os verbos utilizados no período es- 14. Em todas as alternativas, o termo em ne-
tão flexionados no modo indicativo, o grito exerce a função de sujeito, exceto
que sinaliza certeza sobre a declara- em:
ção feita. a. Quem sabe o que ele será capaz de
fazer?
Está correto o que se afirma apenas em: b. Raramente se vê o céu nesse aglo-
a. I. merado de edifícios.
b. II. c. Amanheceu um dia lindo, por isso
c. III. todos correram às piscinas.
d. I e III. d. Estava o menino esperando o ali-
e. II e III. mento.
e. As pessoas que estão insatisfeitas
12. Na expressão faz calor, o verbo está em- com as decisões da diretoria devem
pregado impessoalmente. Assinale a op- procurar seus direitos.
freepik.com
ção em que o verbo destacado também é
impessoal.
a. A chuva caiu a noite inteira, sem parar.
b. Existe muita polêmica sobre o as-
sunto.
97
b. O falante até pode identificar a pessoa responsável pela ação verbal, mas prefere não deixar
claro quem é para não ser responsabilizado pelo que diz. É o que ocorre geralmente nas
fofocas e nos boatos.
Estão dizendo que você vai ser reprovado.
Disseram que Nanda e Márcio estão namorando escondido.
2. Na tirinha abaixo, ocorre outra situação comum para o uso do sujeito indeterminado: o falante
prefere não revelar a pessoa que realizou a ação verbal. Observe e, em seguida, responda ao
que se pede.
Por que o menino preferiu empregar a forma verbal disseram no segundo quadrinho em vez
de Isabele disse?
Ele preferiu empregar o verbo na 3a pessoa do plural para indeterminar o sujeito e, assim, não
revelar à professora que quem lhe fez a declaração foi sua amiga Isabele.
98
1. Conceito
No capítulo anterior, estudamos o sujeito. Vimos que ele é o termo que, na oração, está em
relação de concordância com o verbo. Neste capítulo, vamos estudar como se dá essa relação e
trabalharemos com os verbos observando as mudanças que eles sofrem para concordar com o seu
sujeito. Essa relação é chamada de concordância verbal.
2. Regra geral
A regra geral da concordância verbal é bem simples.
99
Com base nesses exemplos e na regra geral de concordância verbal, podemos tirar mais algumas
conclusões:
1. O verbo flexiona na 1ª pessoa do singular se o sujeito é ou pode ser representado pelo pro-
nome eu.
100
4. O verbo flexiona na 1ª pessoa do plural se o sujeito é ou pode ser representado pelo pro-
nome nós.
5. O verbo flexiona na 2ª pessoa do plural se o sujeito é ou pode ser representado pelo prono-
me vós. Esse tipo de concordância ocorre mais especificamente em textos muito formais.
Já na língua falada espontânea, o verbo é flexionado normalmente na 3ª pessoa do plural.
Veja um exemplo de cada.
6. O verbo flexiona na 3ª pessoa do plural se o sujeito é ou pode ser representado pelo pro-
nome eles, elas ou vocês.
101
102
1. Reescreva as frases a seguir, passando os termos destacados para o plural. Faça apenas as mo-
dificações necessárias e observe as regras da gramática normativa.
f. Fez-se greve.
Fizeram-se greves.
g. A direção avaliou que, para uma decisão acertada, devia-se considerar, além dos dados ob-
jetivos, a informação recebida.
A direção avaliou que, para uma decisão acertada, deviam-se considerar, além dos dados ob-
jetivos, as informações recebidas.
Embora seja o maior produtor e consumidor de feijão do mundo, o Brasil não faz o
mesmo com o arroz.
103
Na lista dos maiores produtores de arroz do mundo, o Brasil aparece entre os dez maiores.
Pesquisas mostram que, com o aumento do consumo de arroz no Brasil, em poucos anos
3. Agora, preencha as lacunas com os verbos indicados. Observando o contexto, flexione-os ade-
quadamente.
damente. A sojicultura cria uma nova fronteira agrícola, onde se multiplicam empresas
Os imigrantes europeus introduziram essa prática entre o século XIX e o início do século XX,
época em que houve intensos fluxos imigratórios. Atualmente, nessa região passado
e presente convivem lado a lado, pois, ao longo do século XX, várias empresas agrícolas
104
A pecuária brasileira
(permanecer) em segundo plano, pois as melhores terras passaram (passar) a ser utilizadas
para o cultivo da cana-de-açúcar, ao longo da faixa litorânea da Colônia. No século XX, o Brasil
ção, etc. Durante esse processo de ocupação, os pecuaristas compraram (comprar) as terras a
preços muito baixos, o que estimulou (estimular) a formação de latifúndios voltados para a
criação do gado bovino. Os estados do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, de Mato Grosso
e de Goiás estão (estar) no topo do ranking de criação do gado bovino, atividade que
coloca (colocar) o Brasil em uma posição de destaque no exterior. A produção da carne bo-
vina se direciona (direcionar) para os grandes centros consumidores, como Estados Unidos
destaque, pois tem (ter) crescido aceleradamente no Brasil para atender ao mercado
interno. Esse crescimento reflete (refletir) uma mudança de hábito do brasileiro, que
passou (passar) a consumir mais carne de frango do que bovina, devido ao preço mais
acessível.
PERNAMBUCO, Heitor. Geografia sem fronteiras. 7º ano. Recife: Construir, 2018. Adaptado.
APRENDA MAIS
O avanço da soja e da pecuária em áreas da Floresta Amazônica vem causando graves da-
nos ambientais. Especialistas afirmam que, se nada for feito para impedir o desmatamento
da floresta, a Amazônia pode se tornar uma área semelhante ao cerrado ou mesmo igual à
região semiárida nordestina.
105
possibilitar – seguir – levar – originar – figurar – voltar – dever – chegar – ter – poder
O avanço da soja
APRENDA
MAIS
Espécie exótica inserida no Brasil para ser produzida em lar-
milhões de hectares
PERNAMBUCO, Heitor. Geografia sem fronteiras. 7º ano. Recife: Construir, 2014. p. 85.
Fonte: USDA/Conab (2019).
Adaptado.
Colheita mecanizada de soja em Campo Grande (MT). O Estado do Mato Grosso é o maior pro-
dutor de soja do Brasil. Em 2019, sua produção foi de 32 milhões de toneladas, com uma área
plantada de 9,7 milhões de hectares.
106
Texto
O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) é uma planta pertencente à família das rosá-
ceas, que possui espécies frutíferas de interesse econômico, tais como a macieira, a pereira e
o marmeleiro. A Fragaria x ananassa é uma planta nativa de regiões que possuem clima tem-
perado da Europa e das Américas. A espécie de morangueiro produzida comercialmente nos
dias de hoje é um híbrido natural, resultante de um cruzamento casual entre duas espécies
americanas que foram levadas à França.
O morango é um pseudofruto, pois se origina de uma única flor com vários ovários. O de-
senvolvimento de cada ovário produz uma fruta. Cada um dos pequenos pontos escuros do
morango (chamados popularmente de sementes) é cientificamente conhecido como aquênio,
que, na verdade, é o verdadeiro fruto. A porção suculenta do morango origina-se do receptá-
culo floral, assim como se dá na maçã e na pera, onde os frutos verdadeiros são a parte central
endurecida que contém as sementes.
Com grande aceitação pelo mercado consumidor, graças à sua atraente coloração e ao aro-
ma e sabor que agradam bastante, o morango é considerado, assim como a uva tinta e o mir-
tilo, uma das principais espécies em conteúdo de flavonoides. Flavonoides são compostos fe-
nólicos com atividade antioxidante, cujo consumo está associado à prevenção da maioria das
doenças crônicas de risco e degenerativas, por combaterem os radicais livres. Na vida prática,
o morango é muito utilizado, tanto ao natural quanto como ingrediente de sobremesas — na
forma de doces e tortas — e ainda de sucos, iogurtes e geleias.
No Brasil, a produção comercial do morango é feita em vários estados, com cultivos varia-
dos, a depender da adaptabilidade da espécie ao clima subtropical ou temperado da região de
cultivo. Oito estados brasileiros se destacam como os maiores produtores: Minas Gerais, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás e Rio de Janeiro, além
do Distrito Federal. São cultivados cerca de 3,5 mil hectares, estando estes, na maioria, frag-
Xico Putini/Shutterstock.com
mentados em pequenas propriedades rurais familiares. Tudo isso faz do cultivo do morango
uma atividade de relevância econômica e social.
ANTUNES, Luís Eduardo Corrêa. A cultura do morango. 2. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. pp. 9–11. Adaptado.
107
109
REFLITA
Leia:
Presente do indicativo
Nem eu nem você poder esquecer essa data.
110
111
112
Agora que você conhece mais essa regra, preencha as lacunas com a forma verbal indicada.
c. Ir – presente do indicativo.
Um quarto da produção de carne bovina brasileira para exportação vai para
Hong Kong.
g. Ir – presente do indicativo.
A Arábia Saudita é o principal importador da carne de frango brasileira. Segundo o IBGE, cerca
de um quinto da produção vai para esse país.
8. Assinale a opção em que a norma culta da língua admite só uma concordância verbal.
a. A maioria das pessoas aqui não sabe do que está falando.
b. Somente um quarto da casa foi construído.
c. Grande parte dos materiais se perdeu.
d. A tabela mostra que 1% dos funcionários sempre se atrasam.
e. Segundo o IBGE, 10% da carne de frango para exportação vai para o Japão.
113
Colorimos essa seta propositalmente com a cor preta para deixá-la parecida com aquelas setas
que aparecem nas placas de sinalização, pois ambas têm a mesma finalidade: indicar a direção do
trânsito (passagem, caminho).
Agora, pensando nisso, leia atentamente estas estruturas.
114
Verbos transitivos
Nos exemplos 1 e 2, podemos dizer que, durante a leitura, o sentido vem do sujeito (Lugar A),
“transita” pelo verbo e termina no Lugar B. Por esse motivo, dizemos que os verbos machucar e pre-
cisar são transitivos. Para ter sentido completo, esses verbos exigem (regem) os termos que ocupam
o Lugar B. Esses termos são necessários para completar o sentido do verbo. Assim, caso eles fossem
retirados, o sentido ficaria incompleto. Veja:
APRENDA MAIS
Outros verbos regem complementos que se ligam a eles de forma indireta, isto é, por meio de um co-
nectivo: as preposições. Assim, esses verbos são agrupados na categoria dos transitivos indiretos (VTI),
e os seus complementos são chamados de objetos indiretos (OI). Verbos como precisar, gostar,
lembrar são comumente empregados como transitivos indiretos. Observe:
115
Por fim, dentro da categoria dos verbos transitivos, estão os verbos que regem, ao mesmo tem-
po, um objeto direto e um objeto indireto. Por esse motivo, são chamados de transitivos diretos e
indiretos.
Preposição
Os esportes coletivos ajudam os atletas a ampliarem o espírito de equipe.
VTDI OD OI
Preposição
O técnico deu uma oportunidade ao jogador.
VTDI OD OI
Preposição
Muitas crianças preferem esportes coletivos a esportes individuais.
VTDI OD OI
Verbos intransitivos
Os verbos intransitivos, como o próprio nome sugere, não regem complementos, isto é, têm
significação completa. No “trânsito” da leitura, o sentido para no verbo. Veja:
VI
O jogo terminou.
Meu time venceu.
Como você pode perceber, esses dois períodos possuem sentido completo. O verbo exige o sujei-
to (Lugar A) e dispensa o complemento (Lugar B).
A transitividade verbal depende sempre do uso, da forma como o verbo está sendo empregado.
Assim, é possível que um mesmo verbo seja empregado ora como intransitivo, ora como transitivo.
116
O termo que exprime estado ou característica do sujeito por meio de um verbo de ligação é
chamado de predicativo do sujeito. Já quando um estado ou uma característica são atribuídos ao
objeto direto ou indireto por meio de um verbo de ligação (geralmente subentendido), dizemos que
se trata de predicativo do objeto.
Empregamos o predicativo do objeto para indicar uma consideração, um julgamento ou uma opi-
nião. Por esse motivo, normalmente o predicativo do objeto é antecedido de verbos que expressem
esse sentido, como considerar, julgar, avaliar, achar e acreditar.
Como você pode perceber, quando o objeto segue um verbo terminado em r, s ou z, suprimimos
essas letras do verbo e acrescentamos a letra l ao pronome oblíquo o ou a.
Já quando o objeto é empregado após uma forma verbal terminada em som nasal (ão, õe, m),
acrescentamos a letra n ao pronome oblíquo (buscaram / buscaram-na).
117
VTDI OI OD
O técnico indicou ao atacante uma jogada.
O técnico indicou-lhe uma jogada.
VTDI OD OI
Deixaram um recado para você.
Deixaram-lhe um recado.
VTDI OI OD
Perguntaram à atleta qual é a sua modalidade.
Perguntaram-lhe qual é a sua modalidade.
Os pronomes o, a, os e as atuam sempre como objeto direto. Já os pronomes me, te, se, nos e
vos podem exercer a função de objeto direto ou objeto indireto, de acordo com a transitividade do
verbo que complementam.
VTD OD
Os presidentes receberam as delegações olímpicas.
Os presidentes receberam-nas.
VTD OD
Convidaram a atleta para a cerimônia.
Convidaram-na para a cerimônia.
VTDI OD VTD
Nunca te pedi um favor. O juiz me chamou.
OI OD
OI VTI
VTDI Esse silêncio me dói.
Enviei-te todos os relatórios.
OI OD OI VTI
Essa proposta te interessa?
De acordo com a gramática normativa, os pronomes pessoais retos só podem atuar como com-
plementos verbais quando antecedidos de preposição, como em Estou falando com ela. Assim, ape-
sar de comuns na fala espontânea, são consideradas inadequadas construções como Eu vi ele; Você
chamou ela; Ela falou com eu. Nesses casos, a norma gramatical determina o uso adequado do
pronome oblíquo.
Eu o vi.
Você a chamou.
Ela falou comigo.
118
119
3. Como vimos, o verbo de ligação é aquele que, sendo praticamente vazio de conteúdo signifi-
cativo, tem a função de ligar um sujeito ou um objeto a um atributo, chamado de predicativo.
Pensando nisso, identifique os períodos em que há verbo de ligação.
120
4. Na nossa comunicação diária, empregamos muitas expressões formadas por verbo de ligação
e predicativo do sujeito. Nos períodos abaixo, substitua o predicativo do sujeito por outro de
sentido equivalente. Sugestões de resposta.
I. Lívia é feliz.
II. Lívia está feliz.
Como você pode perceber, em I o falante, ao se referir a uma característica permanente, defi-
nitiva do sujeito, empregou o verbo de ligação ser. Já em II, o falante empregou o verbo estar,
porque deseja se referir a um estado passageiro do sujeito. Esse traço de sentido (passageiro
x permanente) corresponde a uma das atribuições do que chamamos de aspecto verbal (nós
estudamos isso no Capítulo 3). Pensando nisso, indique a frase que você empregaria se quises-
se dizer que seu cachorro come o tempo todo.
Texto 1
122
Texto 1
1. Como você sabe, a língua nos oferece inúmeras possibilidades para a construção dos nossos
enunciados. Dependendo das nossas intenções, escolhemos termos específicos para alcançar
nossos objetivos comunicativos. Com base no Texto 1, responda às questões a seguir.
124
bertin (quem inventou os Jogos Olímpicos), “O importante, nos Jogos Olímpicos, não é
entre os competidores. Ninguém entra em uma partida, de qualquer que seja o esporte,
para perder. O importante é saber perder , perder com dignidade, perder com
honradez, perder lutando até o final, sendo ético e jogando dentro das regras preestabe-
lecidas. Da mesma forma, é fundamental saber ganhar , ganhar por mérito, ga-
nhar por competência. Assim, ao praticar uma modalidade esportiva, é fundamental ter
perde.
MORAES, Armando; COSTA, Maria da Soledade. Cidadania Moral e Ética. 6º ano. Recife: Construir, 2017, p. 88.
Texto 2
125
Durante algumas práticas corporais (de aventura ou não), o nosso corpo libera várias subs-
tâncias químicas, dentre elas a adrenalina, a endorfina e a dopamina.
A adrenalina é liberada quando estamos nos preparando para iniciar uma prática corporal,
geralmente em situações que misturam medo e tensão. Nesse momento, muitas vezes temos
sensações de boca seca, aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas, etc.
A endorfina, por sua vez, é liberada durante a prática corporal, dando-nos uma boa sensa-
ção de alívio das dores geradas pela própria atividade.
Ao término da prática corporal, nosso cérebro libera a dopamina, possibilitando-nos sen-
sações de prazer. E é justamente essa sensação que muitos amantes das práticas corporais de
aventura buscam. Essa busca se torna preocupante quando o atleta desenvolve dependência
da dopamina. Quanto mais o seu corpo a libera, mais ele a deseja. Estudos realizados pelo
Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo afirmam que a falta
dessa substância em um organismo já viciado pode causar-lhe depressão, ansiedade e atitu-
des agressivas, exatamente como ocorre com dependentes químicos quando estão longe das
drogas.
Portanto, a prática corporal de aventura com o objetivo de sentir bem-estar é um alerta,
pois pode ser sinal de dependência da dopamina. Assim, em vez de o atleta melhorar sua qua-
lidade de vida, pode desenvolver problemas psicológicos e sociais.
VIEIRA, Lucas. Educação Física na Escola. 6º ano. Recife: Construir, 2020.
Sky Antonio/Shutterstock.com
126
Durante algumas práticas corporais (de aventura ou não), o nosso corpo libera várias subs-
tâncias químicas, dentre elas a adrenalina, a endorfina e a dopamina.
d. Como você pode perceber, o termo que completa o sentido do verbo liberar é bastante
longo. Reescreva-o de modo a torná-lo mais objetivo.
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Durante algumas práticas corporais (de aventura ou
não), o nosso corpo libera hormônios, como adrenalina, endorfina e dopamina.
a. Nesse contexto, o verbo causar atua como transitivo direto e indireto. Identifique os seus
complementos.
O pronome lhe é o objeto indireto e os termos depressão, ansiedade e atitudes agressivas é
o objeto direto.
127
7. Analise com atenção a imagem a seguir. Imagine que ela será utilizada para ilustrar o Texto 2.
Crie legendas para ela, seguindo as orientações dadas. Se necessário, utilize informações do
texto.
• Tirolesa.
• Prática corporal de aventura.
IMPORTANTE
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: A tirolesa é uma prática corporal de aventura que
coloca a vida do praticante em perigo.
128
Portanto, a prática corporal de aventura com o objetivo de sentir bem-estar é um alerta, pois
pode ser sinal de dependência da dopamina. Assim, em vez de o atleta melhorar sua qualida-
de de vida, pode desenvolver problemas psicológicos e sociais.
129
1. Os predicados
Leia o texto a seguir.
No capítulo anterior, vimos que alguns verbos exigem complementos (transitivos), outros não
exigem complementos (intransitivos) e outros apenas ligam o sujeito ou o objeto a seu atributo
(verbos de ligação).
Vimos, também, que o conceito de predicado é bastante simples e está intimamente associado
ao sujeito. Relembre:
Sujeito VTI
O sistema colonial visava ao enriquecimento da metrópole.
Predicado verbal
130
Sujeito VTI
O colonialismo visava à geração de imensos lucros provenientes da exploração colonial.
Predicado verbal
Sujeito VTD
A nova terra possuía uma imensa riqueza vegetal e animal.
Predicado verbal
Ttatty/Shutterstock.com
Na imagem, réplica de um navio cargueiro do século XVII, da Companhia Holandesa
das Índias Orientais, que hoje serve para visitação em Amsterdã, nos Países Baixos.
Já quando o período é formado por sujeito, verbo de ligação e predicativo, o termo que exerce a
predicação, como vimos no capítulo anterior, é o nome que funciona como núcleo do predicativo.
Assim, nesse caso, dizemos que esse é um predicado nominal.
131
2. Concordância nominal
Você observou que, nos exemplos que vimos até agora, o predicativo concorda em gênero e nú-
mero com o termo que qualifica? Veja:
Observe que a palavra feita está flexionada no feminino singular para concordar com a palavra a
que se refere — extração. Mas a concordância nominal não ocorre somente com o predicativo. Na
verdade, como o próprio conceito deixa claro, podemos dizer simplesmente que essa concordância
132
Na fase inicial…
O mecanismo da concordância nominal se estende por todas as palavras do período que variam
em gênero e número. Essas palavras devem concordar sempre com os termos aos quais se referem.
Veja mais um exemplo:
Uma solução prática para colonizar a nova terra foi dividi-la em quinze lotes.
REFLITA
No início do período colonial, a extração do pau-brasil era feita pelo povo indígena.
Como você pode notar, o adjetivo indígena está concordando corretamente com o
substantivo povo. No entanto, o emprego do substantivo povo no singular está inade-
quado. Reflita: a concordância nominal é um fenômeno exclusivamente sintático?
Espera-se que o aluno perceba que, de fato, a concordância é um fenômeno exclusivamente
sintático, por isso não há inadequação sintática na construção povo indígena. No entanto, é
preciso entender que o sentido do texto não se constrói unicamente com a sintaxe. Assim,
buscando a informação histórica correta perceberemos que o termo em análise deveria
ser empregado no plural, pois havia vários povos indígenas, naquela época, envolvidos na
extração do pau-brasil. Assim, há um erro semântico no uso do singular.
Como você pode perceber, a concordância nominal é um fenômeno natural da língua que se pro-
cessa de maneira muito simples. Somente construções muito específicas geram dúvida. Veremos
alguns desses casos na seção Questões de escrita.
133
APRENDA MAIS
Coroa portuguesa.
Pernambuco Duarte Coelho
Os nobres que receberam essas ter-
ras foram chamados de donatários e não Bahia Francisco Pereira Coutinho
eram seus proprietários. Não podiam ven-
dê-las, mas podiam doar pedaços delas (as
Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia
sesmarias). Existia um contrato feito entre
a Coroa e os donatários que estabelecia as
regras de uso, assim como hoje, quando Porto Seguro Pero de Campos Tourinho
se aluga um imóvel. Os documentos que
estabeleciam essas regras eram a Carta de
Espírito Santo Vasco Fernandes Coutinho
Doação, que delimitava o tamanho da ca-
pitania, e o Foral, que salientava os direitos
São Tomé Pero de Góis
e as obrigações atribuídos aos donatários.
Os problemas e as dificuldades da co- São Vicente Martim Afonso de Sousa (2º Quinhão)
lonização eram inúmeros: falta de comu- Santo Amaro Pero Lopes de Sousa (1º Quinhão)
São Vicente Martim Afonso de Sousa (1º Quinhão)
nicação, lutas contra os indígenas, invasão
estrangeira e falta de recursos. Por isso, Santana Pero Lopes de Sousa (2º Quinhão)
a. Se a palavra ilhas fosse grafada no singular, seria necessário fazer alguma mudança no período?
Explique.
Sim. A palavra algumas deveria ser grafada também no singular, para concordar com ilha.
b. Como vimos na questão anterior, a palavra ilhas deve ser grafada no plural. Por quê?
Porque o seu emprego no singular alteraria o sentido da informação veiculada, pois o modelo
de sistema de capitanias já havia sido implantado em mais de uma ilha do Atlântico, conforme
a informação vista no boxe Aprenda Mais, no Arquipélago dos Açores e no da Madeira.
c. Tendo em vista o que refletimos nos itens A e B, é correto afirmar que a flexão de número
da palavra ilha depende de uma informação que está fora do texto?
Sim. A flexão da palavra ilha no plural está associada a uma informação extratextual.
d. É correto afirmar que a flexão de número da palavra algumas depende de uma informação
que está fora do texto?
Não. A palavra algumas, por sua vez, deve ser grafada no plural simplesmente para concordar
com ilhas. Essa flexão, portanto, não depende da informação extratextual.
Nesta questão, queremos mostrar aos alunos que a flexão de gênero e número dos substantivos está mais as-
sociada, em geral, a fatores semânticos, enquanto a flexão dos seus determinantes e pós-determinantes está
associada a fatores sintáticos.
3. Uma regra importante da concordância nominal diz o seguinte:
Quando uma ou mais palavras se referem a dois ou mais substantivos de gêneros diferen-
tes, elas devem ser empregadas no masculino plural.
a. O primeiro governador-geral, Tomé de Sousa, chegou aqui em 1549, trazendo consigo uma
comitiva de mais de mil pessoas, entre elas 120 funcionários públicos para auxiliá-la na
administração da Colônia.
O primeiro governador-geral, Tomé de Sousa, chegou aqui em 1549, trazendo consigo uma
comitiva de mais de mil pessoas, entre elas 120 funcionários públicos para auxiliá-lo na admi-
nistração da Colônia.
c. Para ajudar Tomé de Sousa, a Coroa criou algum cargo, como os de ouvidor-mor, provedor-
mor e capitão-mor.
Para ajudar Tomé de Sousa, a Coroa criou alguns cargos, como o de ouvidor-mor, provedor-
-mor e capitão-mor.
d. Mesmo com o governo-geral aqui implantado, continuava muito difícil administrar as colô-
nias, porque o território era muito grande e as informações demoravam a ser transmitida.
Mesmo com o governo-geral aqui implantado, continuava muito difícil administrar as colônias,
porque o território era muito grande e as informações demoravam a ser transmitidas.
APRENDA MAIS
Wikipédia.
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Os Governos-gerais (1549)
O modelo de capitanias hereditárias organizado por Portugal não funcionou bem no Bra-
sil, o que se deveu principalmente à autonomia dos donatários, que enfrentavam a Coroa
portuguesa descumprindo a Carta de Doação e o Foral. Assim, em 1548, Portugal criou outro
modelo de administração política, chamado de Governo-geral, pelo qual a Coroa portuguesa
centralizava a administração e exercia um enorme controle sobre todos os aspectos sociais,
econômicos e políticos do Brasil.
Portugal elaborou também um documento chamado de Regimento, o qual estabelecia
várias regras e dava plenos poderes aos governadores-gerais: eram escolhidas pela própria
Coroa e, em sua maioria, pertenciam à nobreza, sendo, portanto, bastante ligadas ao rei. As
principais obrigações dos governadores-gerais eram:
Wikipédia.
merciantes e produtores, além de empresas,
buscavam obter favores do funcionamento
público da Colônia a fim de evitar pagamento
de impostos e tributos — prática que recebeu
o nome de clientelismo.
A partir de 1572, o modelo político de go-
vernadores-gerais foi modificado por D. Se-
bastião, então rei de Portugal. Ficou estabe-
lecido dois governos-gerais: um com sede em
Salvador e outro no Rio de Janeiro. No ano de
1578, houve a reunificação, que, na prática, D. Sebastião se transformou em um mito após o seu
resultou na fundação da primeira capital do desaparecimento na Batalha de Alcácer-Quibir, no nor-
te da África. A sua morte abriu as portas à crise dinás-
Brasil, Salvador, que se destacava em função tica que colocou os reis da Espanha no trono portu-
da força produtiva de cana-de-açúcar. guês. Cristóvão de Morais. Retrato do Rei D. Sebastião,
COUTO, Fábio. Projeto Contextualizando Saberes – História. 7º ano. 1571–1574. Óleo sobre tela, 100 cm x 85 cm. Museu
Recife: Construir, 2019. Adaptado. Nacional de Arte Antiga.
137
O modelo de capitanias hereditárias organizado por Portugal não funcionou bem no Bra-
sil, o que se deveu principalmente à autonomia dos donatários, que enfrentavam a Coroa
portuguesa descumprindo a Carta de Doação e o Foral.
Texto 1
5. Leia.
4. Sobre os recursos linguísticos utilizados no
Texto 2, é correto afirmar que:
• Pessoas com mais de 60 anos
a. Na frase A gripe matou 1.381 pes-
• Crianças de 6 meses a menores de 6
soas em 2018, a palavra sublinhada
anos
140
Com essas expressões, a gramática normativa determina que o substantivo e o verbo aos quais
elas se associam devem ser flexionados no singular. Pensando nisso, para cada uma dessas
expressões escreva uma frase tendo como tema o sistema colonial implantado por Portugal
no Brasil.
Sugestões de resposta: Nem um nem outro governador-geral conseguiu impedir as invasões
francesas. Nem uma nem outra capitania foi vencida pelas dificuldades. Um ou outro nobre foi
escolhido pelo rei para receber uma capitania.
2. Tal e qual também são palavras que muitas vezes nos deixam em dúvida quanto à concordân-
cia. Mas a regra é fácil: na norma culta, elas devem concordar em número com a palavra a que
se associam. Sabendo disso, analise as frases a seguir.
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4. As palavras bastante e meio às vezes causam dúvida porque, dependendo da situação, podem
ter funções variadas. Bastante pode ser advérbio (equivalente a muito, muita, suficiente) ou
pronome indefinido (equivalente a muito, muitos, muita, muitas, suficientes). Já meio pode
ser advérbio (equivalente a um pouco) ou numeral fracionário (equivalente a metade). Saben-
do disso, preencha as lacunas com a forma mais adequada.
Bastante
a. Os governadores-gerais enfrentaram bastantes dificuldades.
b. Bastantes indígenas ajudaram a construir a cidade de Salvador.
c. O sistema de Governo-geral durou bastante , pois se estendeu até o século XVIII.
d. Para fazer parte das câmaras de vereança, era necessário ter bastantes posses.
Meio
e. Estou achando essa prova sobre sistema colonial meio difícil.
f. As relações entre o Governo-geral e a Igreja ficaram meio balançadas no governo de
Duarte da Costa.
g. A Igreja ficou meio aborrecida com o Governador Duarte da Costa por causa de desen-
tendimentos entre ele e o Bispo Fernandes Sardinha.
h. Já estudei este capítulo duas vezes e meia .
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