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Caro Aluno,
Esta oficina tem como objetivo geral propor o desenvolvimento de suas habilidades de leitura e
interpretação de textos. Para isso, faremos uso da web aula intitulada As possibilidades de leitura de
um texto, material audiovisual especialmente produzido para você, pelo Setor de Educação de Jovens
e Adultos da Fundação Bradesco. A web aula está disponível para acesso no Portal EJ@ > Biblioteca
Digital > Linguagens > Webaulas > Ensino Médio.
Aqui, você poderá observar as habilidades a ser desenvolvidas e os conteúdos abordados durante a
realização da oficina. Além disso, terá acesso aos exercícios e às sugestões de leituras
complementares e de pesquisas relacionadas aos assuntos que abordaremos.
A oficina sobre as possibilidades de leitura de um texto será conduzida pelo seu monitor da escola ou
polo e tem dia e horário para ocorrer. Portanto, lembre-se de confirmar no calendário a data para a
realização desta atividade. Compareça, participe, tire suas dúvidas e aprimore seus conhecimentos!
Esperamos que este material seja de grande valia para seu aprendizado.
Bons estudos!
II. Conteúdos
Conceitos de texto e contexto
Elementos explícitos e implícitos nos textos verbais e não verbais
Sentido literal e sentido figurado das palavras
Intertextualidade
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III. Exercícios
1. A partir do que você acabou de assistir na web aula As possibilidades de leitura de um texto,
elabore uma breve sentença, relacionando as palavras texto, contexto e sentido.
2. Assim como o exemplo das palavras “silêncio” e “ouro”, vistas na web aula, há outras palavras
que, mesmo sozinhas, podem constituir um texto, dependendo do contexto em que são
empregadas.
Cite o contexto em que as palavras abaixo, sozinhas, podem ser consideradas como um texto:
a) devagar
b) dia e noite
c) ônibus
d) aberto
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Considere as tirinhas a seguir para responder aos exercícios 3 e 4:
4. Assinale a alternativa correta quanto ao que se pode inferir da leitura das tirinhas.
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O texto que se segue é um poema de Ricardo Reis, um dos heterônimos1 de Fernando Pessoa (1888 –
1935), poeta modernista português. Leia-o com atenção para responder às questões 5 e 6:
5. O poema de Fernando Pessoa cita as quatro estações do ano: Primavera, Estio (Verão), Outono e
Inverno. Com qual finalidade?
6. A partir do que você respondeu na questão 5, devemos dizer que as palavras que se referem às
estações do ano foram usadas em seu sentido literal ou figurado? Explique.
1Heterônimo: palavra formada pelos radicais gregos hetero (outro, diferente) e onimo (nome). Significa a criação
imaginária, por parte de um escritor, de um outro escritor com personalidade e estilo de vida próprios, que escreve
e assina textos com características peculiares. Fernando Pessoa destacou-se pela criação de três heterônimos em
sua obra: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
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Assinale a alternativa cujo anúncio publicitário explora, apenas por meio da imagem, o duplo
sentido de uma expressão.
b) e)
c)
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Exageros de Mãe
Já te disse mais de mil vezes que não quero ver você descalço. Nunca vi uma criança tão suja em
toda a minha vida. Quando teu pai chegar você vai morrer de tanto apanhar. Oh, meu Deus do céu,
esse menino me deixa completamente maluca. Estou aqui há mais de um século esperando e o
senhor não vem tomar banho. Se você fizer isso outra vez nunca mais me sai de casa. Pois é, não
come nada: é por isso que está aí com o esqueleto à mostra. Se te pegar outra vez mexendo no
açucareiro, te corto a mão. Oh, meu Deus, eu sou a mulher mais infeliz do mundo. Não chora desse
jeito que você vai acordar o prédio inteiro. Você pensa que seu pai só trabalha pra você chupar
Chica-Bon? Mas, furou de novo o sapato: você acha que seu pai é dono de sapataria, pra lhe dar um
sapato novo todo dia? Onde é que você se sujou dessa maneira: acabei de lhe botar essa roupa não
faz cinco minutos! Passei a noite toda acordada com o choro dele. Eu juro que um dia eu largo isso
tudo e nunca ninguém mais me vê. Não se passa um dia que eu não tenha que dizer a mesma coisa.
Não quero mais ver você brincando com esses moleques, esta é a última vez que estou lhe avisando.
FERNANDES, Millôr. Texto extraído do livro "'10 em Humor", Editora Expressão e Cultura - Rio de Janeiro, 1968, pág. 15.
Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_exageros.asp>. Acesso em: 25 fev. 2011.
8. As frases em destaque no texto apresentam expressões em sentido figurado. Cite quais são essas
expressões e o que elas significam.
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Nesta tirinha, o efeito de humor decorre do duplo sentido (literal e figurado) de uma expressão.
Explique o que ocorre.
11. Na tirinha abaixo, há uma situação semelhante à da questão anterior. Explique o que acontece.
ZIRALDO. O Menino Maluquinho. Disponível em: <www.maluquinho.com.br>. Acesso em: 22 jun. 2011.
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12. A paródia é um tipo de intertextualidade que consiste na distorção intencional do texto original,
com objetivos críticos, irônicos ou apenas cômicos; é uma forma de ridicularizar ou de contestar
outros textos. Na paródia, há uma ruptura com as ideologias impostas, um choque de
interpretação, em que o texto original tem seu sentido transformado, o que leva o leitor a uma
reflexão sobre a verdade por meio do raciocínio e da crítica. Alguns programas humorísticos
fazem uso contínuo dessa arte, abordando com frequência os assuntos do cotidiano de maneira
cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão.
b)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
Meu bem você me dá... água na boca. (...)
Há mais de 50 anos adoçando nossas vidas.
Disponível em: e) Nosso céu tem mais estrelas,
<http://3.bp.blogspot.com/_FHPv_76soOk/SOA91GIETjI/AAA Nossas várzeas têm mais flores,
AAAAAABw/LxfLJxnuTVU/s400/moca.jpg>. Acesso em: 25 fev.
2011.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
DIAS, Gonçalves.
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13. Com relação às Figuras 1 e 2, a seguir, é correto afirmar:
Figura 1:
Figura 2:
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/>. Acesso em: 22 jun. 2011.
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O humor é um dos elementos principais das tirinhas, é o que torna esse tipo de texto tão divertido,
mesmo quando trata de um tema sério. Para que o humor aconteça, ao elaborar a tirinha, o autor
deve ter a sensibilidade de expressar o cômico, o engraçado, por meio de vários recursos. Ao leitor,
por sua vez, cabe decodificar esses recursos para achar graça, demonstrando a sensibilidade de
perceber o que o autor quis transmitir.
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/níquel/>. Acesso em: 22 mar. 2010.
Onde está o humor desta tirinha? Está no fato de o autor ter relacionado a fase da adolescência com
o personagem Pinóquio. Nessa fase da vida, muitos jovens entram em crise por causa do
aparecimento de espinhas no rosto. Com Pinóquio, a crise da adolescência é a mesma, mas o
inusitado é que, sendo um boneco de madeira, em vez de espinhas aparecem cupins em seu rosto.
Note ainda que, como dissemos anteriormente, para compreender a mensagem e encontrar o
humor, achar graça, também foi necessário ativar seus conhecimentos sobre o que acontece na fase
da adolescência e também sobre a história do Pinóquio.
Podemos, então, identificar o humor em uma tirinha por meio de jogos de linguagem, da falta de
lógica, do inusitado, do duplo sentido de uma mensagem e da relação que os elementos da tirinha
possuem com outros conhecimentos.
Ironia é o recurso da linguagem que tem a finalidade de fazer graça ou mostrar irritação, em que se
declara o contrário do que se pensa. Um exemplo simples de ironia é a seguinte cena: a mãe pega os
filhos no flagrante, desobedecendo a uma ordem ou fazendo uma grande bagunça e diz: “Muito
bonito!”.
É claro que a mãe não acha nada bonito. As palavras escolhidas por ela têm a finalidade de dizer, de
forma irônica, que ela não está gostando nada do que encontrou.
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A ironia é isso: quando falamos uma coisa, querendo dizer outra, quase sempre num tom bem
humorado, mas, na verdade, querendo fazer uma crítica. Este é um recurso muito comum nas
tirinhas. Vamos a um exemplo:
LAERTE. Gato e gata. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/>. Acesso em: 30 mar. 2010.
Após a leitura da tirinha, observa-se, na fala do primeiro quadrinho, que o discurso do gatinho não
indica amor pelo pai, mas sim interesse pelo dinheiro. É, portanto, irônico.
Por tudo o que vimos sobre as tirinhas, você pode perceber que nenhuma delas entrega o assunto
“de mão beijada”. Os textos humorísticos requerem o raciocínio e a capacidade de ler além do que
está escrito.
Por isso, estimule o seu raciocínio. Procure outras tirinhas em sites, jornais e revistas e treine a
leitura, inclusive a leitura em voz alta. Conheça os personagens e fique por dentro de assuntos e
notícias da atualidade. Assim, compreenderá melhor estes e outros textos.
2. Intertextualidade
O poema que você vai ler agora tem tudo a ver com este tema de estudo. Preste atenção:
Tecendo a Manhã
(João Cabral de Melo Neto) E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
Um galo sozinho não tece a manhã: se entretendendo para todos, no toldo
ele precisará sempre de outros galos. (a manhã) que plana livre de armação.
De um que apanhe esse grito que ele A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
e o lance a outro: de outro galo que, tecido, se eleva por si: luz balão
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
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O autor do poema Tecendo a manhã inicia
fazendo uma referência ao conhecido ditado
popular “uma andorinha sozinha não faz
verão” para demonstrar como, em sua visão
poética, se dá o amanhecer: a partir de um
galo capaz de trazer em seu canto a luz, que,
entrelaçada à luz do canto de outros galos,
anula a escuridão da noite e faz surgir a
manhã, como se fosse um tecido de luz.
Disponível em:
<http://fc04.deviantart.com/fs22/f/2007/341/d/0/Nature_Vector
Assim como o canto dos galos se entrelaça _by_KattoDesign.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2010.
no poema, nos textos que produzimos
também entrelaçamos palavras, frases,
imagens, ideias, conhecimentos. Este é o
assunto deste tema de estudo: a intertextualidade, o fato de os textos “conversarem” entre si, a
característica dos textos de sempre possuírem elementos de outros textos.
Sem nos darmos conta, convivemos o tempo todo com textos que, de algum modo, interagem.
Ampliar nosso conhecimento de mundo a partir da leitura de textos diversos significa desenvolver as
habilidades de identificar informações expressas ou subentendidas – como o contexto, os sentidos
das palavras, os recursos verbais e não verbais, os efeitos de humor e crítica e as referências a
elementos diversos –, estabelecer relações entre um texto e outros a que ele se refere e utilizar
esses conhecimentos de leitura para produzir os próprios textos.
BRADESCO, Fundação. Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos: Língua Portuguesa. Ensino Fundamental.
2011.
V. Indicação de pesquisa
FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos: Língua Portuguesa.
Ensino Médio. 2008
Sentido literal e figurado – página 211: “Arte com palavras”
Intertextualidade – página 425: “Intertextualidade”.
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ABRIL COLEÇÕES. Curso preparatório Enem 2010: Linguagens e Códigos – Português. v.5. São Paulo:
Abril, 2010.
ABRIL COLEÇÕES. Curso preparatório Enem 2010: Linguagens e Códigos – Português II e Artes. v.14.
São Paulo: Abril, 2010.
FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos: Língua Portuguesa.
Ensino Médio. São Paulo, 2008.
FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos: Língua Portuguesa.
Ensino Fundamental. 2011.
PLATÃO, Francisco Savioli; FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. 4.ed. São Paulo: Ática,
1999.
esilveira@fundacaobradesco.org.br
Estela Garcia da Silveira
ggaldino@fundacaobradesco.org.br
Gilda dos Santos Galdino
FUNDAÇÃO BRADESCO
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