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https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3558/a-coesao-nos-contos-de-humor
Código: LPO7_05SQA07
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Mariana do Nascimento Ramos
Mentor: Érica Silva
Especialista: Silvia Albert
Título da aula: A coesão nos contos de humor
Finalidade da aula: Identificar elementos de coesão referencial e sequencial em contos de humor a fim de reconhecer os efeitos produzidos por
estes recursos, tais como o resgate de objetos/fato/assuntos no texto e a não repetição indesejada de palavras.
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental
Gênero: Contos de humor
Objeto(s) do conhecimento: Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários.
Prática de linguagem: Análise linguística e semiótica
Habilidade(s) da BNCC: EF67LP36/EF69LP54/EF07LP13
Esta é a sétima aula de uma sequência de 15 planos de aula. Recomendamos o uso deste plano em sequência.
Materiais complementares
Documento
Atividade para impressão
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/vsDuBxa8gaxkuRSnSPW5XW3HKJVGzAJv4jQ3UQwcZb6DctqfsqjjzzwsqQ98/atividade-para-
impressao-lp07-05sqa07.pdf
Documento
Texto completo
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/45wj9rFhRKwv9zYbkm8ru9H3jb6NUJEYD8FRPfdUFsf75Zn6JYXC8NAExeEH/texto-completo-
lp07-05sqa07.pdf
Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 9 minutos.
Orientações:
Projete o vídeo Problemas linguísticos para os alunos, disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=j-PSnhvG5fQ>. Acesso em: 18 nov. 2018.
Procure fazer perguntas que estimulem os alunos a pensar nos problemas de comunicação relacionados à fala do personagem masculino (Gregório
Duvivier), tais como:
Qual é o problema específico da fala dele? Por que não se entende o que ele fala? Onde está o humor no vídeo?
A ideia desta atividade é fazer um primeiro apontamento específico para os elementos de coesão (especialmente os sequenciais) na fala do
personagem de Gregório. No vídeo, fica claro que os erros de uso de conectores fazem com que a fala do personagem se torne quase ininteligível.
Neste momento, o professor pode tentar uma aproximação bastante básica sobre o conceito de coesão e utilizar o saber prévio dos alunos. No vídeo,
fica claro como a falta de coesão prejudica o entendimento do personagem. Ainda que o aluno não tenha este conceito formulado, ele saberá intuir a
respeito dos “erros” de fala dos personagens, pois terá dificuldades para entender o que o convidado quis dizer.
Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 35 minutos.
Orientações:
Separe a turma em grupos de no máximo quatro alunos, para que todos possam participar e compartilhar tarefas.
Distribua a folha de atividades entre os grupos (preferencialmente uma fotocópia por aluno).
Peça para os grupos lerem o texto entre si. Sugestão de tempo para esta atividade: 10 minutos.
Em seguida, peça para os grupos completarem o texto O homem nu . Sugestão de tempo para esta atividade: 15 minutos.
Corrija e debata as respostas em voz alta, lendo as questões respondidas pelos grupos e tirando possíveis dúvidas. Sugestão de tempo para esta
atividade: 10 minutos.
A ideia desta atividade é apresentar para o aluno, dentro do contexto do Conto de humor, o conceito de coesão textual. Pertencendo o texto a uma
unidade de pensamento lógica que precisa seguir certos paradigmas linguísticos para que seja fluente, o aluno irá, naturalmente, fazer esta atividade
de acordo com o conhecimento prévio que possui. A ideia é utilizar este conhecimento e sistematizá-lo com esta atividade, mostrando que as
sugestões e inferências feitas pelos alunos seguem uma lógica linguística.
Durante a correção do exercício, conduza a aula mostrando que, no caso das palavras omitidas na coesão sequencial, o aluno deve entender que o
texto pertence a uma unidade lógica de pensamento apresentada em sequência e que os conectivos são utilizados para dar cabo a esta ideia. No caso
da coesão referencial, o uso de sinônimos, pronomes e omissões de palavras evita repetições indesejadas.
Material complementar: Você pode encontrar a versão da atividade para impressão aqui e o texto completo aqui.
Fonte: FERNANDO SABINO. In: Para Gostar de Ler. Vol. 3 – Crônicas. Editora Ática, São Paulo, 1996.
Slide 5 Fechamento
Tempo sugerido: 5 minutos.
Orientações:
Conclua, junto à turma, a atividade com as nomenclaturas próprias dos dois tipos de conector que eles utilizaram no exercício: referencial e
sequencial.
A coesão sequencial é responsável por estruturar a progressão textual; a coesão referencial, por meio da relação lógica de palavras, permite ao leitor
identificar os termos dentro do texto.
Procure organizar, nesta parte final, o conteúdo visto ao longo da aula, ressaltando as nomenclaturas próprias aos processos gramaticais vistos
pelos alunos. É importante, nesta etapa final da aula, sintetizar o que foi aprendido, sistematizando o conteúdo e estabelecendo uma relação lógica
entre as classificações e o objeto de estudo (nome e conteúdo).
Procure completar a tabela com exemplos dados pelos alunos (se preferir, anote a tabela no quadro para aproveitar melhor os exemplos dados pelos
alunos no exercício).
Conclua utilizando a ideia de coesão como “costura” de um texto, ou seja, responsável pela união e relação entre as diferentes partes do texto.
Apoiador Técnico
Fernando Sabino
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando _______________ vier a gente
fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.
banho, mas a mulher já se trancara ________ dentro. Enquanto esperava,
resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para
apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um
lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho
poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás
olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro
interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava
que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares,
vindos lá de baixo… Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e
assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal
ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ___________ sem onde se
lanço de escada. __________ respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o
embrulho do pão.
___________ eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em
pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… Percebeu, desorientado, que
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-______ com força entre os andares,
do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais
nada: “Emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com
cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu…
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. __________
FERNANDO SABINO. In: Para Gostar de Ler. Vol. 3 – Crônicas. Editora Ática, São
Paulo, 1996.
Atividade:
Todo texto possui uma fluência, um ritmo próprio de leitura que ajuda na sua
compreensão. O conto O homem nu pertence ao gênero conto de humor e
também possui uma fluência própria, percebida na escolha de palavras e
sequências que melhor compõem a história contada.
1- Depois de lido o conto de Fernando Sabino, complete os espaços em branco
com as palavras que supostamente faltam no texto. Para executar esta
atividade, discuta com seu grupo e preste atenção ao contexto em que a palavra
se encontra.
Folha de respostas do professor:
Obs: A ideia deste exercício não é fazer com que os alunos “adivinhem” as
palavras a ser completadas aleatoriamente, mas que entendam que esse
vocábulos são usados para fazer a conexão entre as partes e as ideias do texto.
O aluno não precisa adivinhar exatamente a palavra usada no texto: basta que
use qualquer palavra com o mesmo sentido da original: pronome, sinônimos,
conectores etc. Durante a correção, pergunte ao aluno por que ele usou tal
palavra a fim de que ele mesmo possa elaborar uma teoria para sua intuição
gramatical.
O homem nu
Fernando Sabino
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem
para tomar um banho, mas a mulher já se trancara ____lá____ dentro. Enquanto
esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço
para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para
um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho
poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás
olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro
interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares,
vindos lá de baixo… Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e
assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal
ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e _____ele______ sem onde se
_____Mas______ eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a
descer.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em
pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… Percebeu, desorientado, que
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a______ com força entre os andares,
botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de
mais nada: “Emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com
cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu…
A ______velha______, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— É um tarado!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era.
lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora,
bateram na porta.
FERNANDO SABINO. In: Para Gostar de Ler. Vol. 3 – Crônicas. Editora Ática, São
Paulo, 1996.
O homem nu
Fernando Sabino
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um
banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer
um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.
Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para
outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo
padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia
aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si
olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro
interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava
que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares,
vindos lá de baixo… Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e
assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal
ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder.
Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e
a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de
escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do
pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em
pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… Percebeu, desorientado, que
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares,
momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do
seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada:
“Emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela
desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu…
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele
FERNANDO SABINO. In: Para Gostar de Ler. Vol. 3 – Crônicas. Editora Ática, São
Paulo, 1996.