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Contextualização

histórico-literária
José Saramago
Índice

Vida e obra de José O ano da morte de


Saramago Ricardo Reis

Memorial do
convento

Contextualização histórico-literária – José Saramago


José Saramago
José Saramago nasceu em 1922 na
Golegã, Ribatejo, no seio de uma família de
camponeses.
Em 1924, mudou-se para Lisboa com a
família.
Frequentou algumas escolas e, em 1935,
devido à falta de recursos económicos da família,
é transferido para a Escola Industrial de Afonso
Domingues.

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José Saramago
Em 1940, conclui os estudos de Serralharia
Mecânica. Consegue o seu primeiro emprego
como serralheiro mecânico nas oficinas dos
Hospitais Civis de Lisboa.

Ao longo da sua vida, exerceu várias


profissões: desenhador, editor, funcionário
administrativo, jornalista, tradutor e escritor.

Em 1944, casou-se com a pintora Ilda Reis.


Fruto deste casamento, nasceu, em 1947, Violante,
a sua única filha.

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José Saramago
Publicou o seu primeiro livro, Terra do
Pecado, em 1947. Ficou sem publicar até 1966.

Em 1969, filiou-se no Partido


Comunista Português.
Divorciou-se em 1970.

Após o divórcio, inicia uma relação com a


escritora Isabel da Nóbrega, a quem dedica
Memorial do convento (1982).

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José Saramago
Decidiu viver exclusivamente da
literatura a partir de 1975, por ter ficado
desempregado.

Em 1984, publica O ano da morte de


Ricardo Reis.

Em 1988, casou-se com a jornalista Pilar


de Río.

O governo português vetou a


candidatura ao Prémio Literário Europeu do
livro O evangelho segundo Jesus Cristo.

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José Saramago
Em 1988, recebeu o Prémio Nobel da
Literatura.

Faleceu aos 87 aos, em 2010, em


Lanzarote.

Contextualização histórico-literária – José Saramago


José Saramago
Saramago foi um dos mais aclamados
escritores portugueses. Recebeu muitos prémios
e elogios dos críticos, tendo ficado conhecido
também pela polémica que gerou, em termos
religiosos, devido a algumas das suas obras.

A sua escrita afasta-se das convenções e


normas literárias dominantes no finais do século
XX, combinando características do discurso
literário com o discurso oral, o que torna o seu
estilo único na Literatura Portuguesa.

Contextualização histórico-literária – José Saramago


Memorial do convento

«Deve-se a construção do convento de Mafra ao rei D.


João V, por um voto que fez se lhe nascesse um filho, vão
aqui seiscentos homens que não fizeram filho nenhum à
rainha e eles é que pagam o voto, que se lixam, com
perdão da anacrónica voz.»
Memorial do convento, 1982

Contextualização histórico-literária – José Saramago


Memorial do convento
Com este título, Saramago pretendia
tornar memorável e inesquecível o verdadeiro
obreiro da construção do edifício – o povo –,
que a História ignora, celebrando apenas o
promotor da obra, o rei D. João V.

O narrador apresenta uma lista de nomes


dos trabalhadores, fictícia e simbólica (seguindo o
abecedário), para representar todos os
protagonistas incógnitos que sacrificaram as
vidas na construção do convento de Mafra.

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Memorial do convento
Tempo da narrativa – tempo de duração da ação (28 anos)

1711 1717 1724


• Promessa de D. • Bênção da • Voo da
João V; primeira pedra passarola.
• Encontro de da basílica.
Baltasar e
Blimunda.

1729 1730 1739


• Casamento de D. • Sagração do • Condenação
José com convento de de Baltasar à
Mariana Vitória e Mafra. fogueira.
da Infanta
Bárbara com D.
Fernando.

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Memorial do convento

Visão crítica
Ausência ou
Ignorância desrespeito
Negligência do rei
do povo, dos valores
Vaidade,  Má gestão Opressão face às  Perseguiçã
que vivia Falta de (adultério,
prepotência e  Hipocrisia  Corrupçã do povo necessidades e o religiosa
financeira por sob o produtivida incumpri-
megalomania religiosa o da Justiça pelos dificuldades do por parte da
parte da coroa controlo da de do reino mento de
do rei poderosos povo, que vivia Inquisição
coroa e da votos de
na miséria
Igreja castidade,
assassínios)

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Memorial do convento
Relação entre as personagens

D. João V D. Maria Ana Josefa formalidade

D. João V Povo opressão

D. João V Bartolomeu Lou-


proteção
renço Domenico Scarlatti

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Memorial do convento
Relação entre as personagens

Baltasar Blimunda amor puro e sincero

Baltasar Blimunda
amizade verdadeira
Bartolomeu Lourenço

Baltasar Blimunda
Bartolomeu Lourenço lealdade
Domenico Scarlatti

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Memorial do convento

Linguagem,
estilo e
estrutura

Intertextualidade
Reprodução do
(provérbios, Discurso direto,
Pontuação (ponto discurso no
Bíblia, autores da Citação indireto e
final e vírgula) discurso
Literatura indireto livre
(polifonia)
Portuguesa)

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O ano da morte de Ricardo Reis

«Não se pergunte portanto ao poeta o que


pensou ou sentiu, precisamente para não ter de
o dizer é que ele faz versos.»
O ano da morte de Ricardo Reis, 1984

Contextualização histórico-literária – José Saramago


O ano da morte de Ricardo Reis
O romance tem como protagonista Ricardo Reis, heterónimo criado por
Fernando Pessoa.

Saramago imagina os últimos nove meses de vida de Ricardo Reis, em Lisboa,


após a morte de Fernando Pessoa.

Ricardo Reis é um médico exilado no Brasil desde 1919, por motivos políticos
(é monárquico), e regressa a Portugal em dezembro de 1935.

Contextualização histórico-literária – José Saramago


O ano da morte de Ricardo Reis
No regresso a Lisboa, Reis visita o cemitério dos Prazeres, onde está
sepultado Fernando Pessoa, falecido em novembro de 1935.

Conhece Lídia e Marcenda no hotel onde fica hospedado e terá um


relacionamento amoroso com elas.

Ricardo Reis é confrontado com os acontecimentos que ocorriam em


Portugal e no resto do mundo (regimes totalitários). Chega a ser seguido pela polícia
política.

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O ano da morte de Ricardo Reis
Relação entre as personagens

Espanha França Itália Alemanha

Crises políticas de Política racista e


Golpe de Estado
tendências Governo fascista de nacionalista do
liderado pelo
democráticas e Mussolini. Partido Nazista,
General Franco.
totalitárias. liderado por Hitler.

Contextualização histórico-literária – José Saramago


O ano da morte de Ricardo Reis
Regime ditatorial
Portugal e o
liderado por
Estado Novo
Salazar

Restrições Censura e Mocidade


à liberdade PVDE/PIDE Portuguesa

Contextualização histórico-literária – José Saramago


O ano da morte de Ricardo Reis
A propaganda política portuguesa pretendia passar a imagem de um
Portugal próspero e feliz. Salazar era considerado o «salvador da pátria».

Na realidade, o povo vivia na miséria e o país estava completamente


estagnado.

Em O ano da morte de Ricardo Reis, este contexto histórico e político é


abordado e exposto com ironia.

Simultaneamente, a obra reflete sobre questões sociais, afetivas e éticas: a


opressão vivida, a integridade do ser humano e o relacionamento interpessoal.

Contextualização histórico-literária – José Saramago

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