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Fernando Pessoa

Mensagem
Retoma
de conteúdos

Encontros – 12.o ano ▪ Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Miguel Magalhães


Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Friso cronológico
IDADE Séc. XV-XVI Séc. XVII Séc. XIX Séc. XX
MÉDIA RENASCIMENTO BARROCO ROMANTISMO REALISMO MODERNISMO

Fernando Pessoa
1888-1935

Mensagem (1934)
Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Retoma de Imaginário épico


conteúdos Mito sebastianista
Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Imaginário épico

Luís de Camões Fernando Pessoa


 Os Lusíadas  Mensagem
Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Epopeia que narra a coragem e a glória dos


Luís de feitos lusitanos no mar, apresentando uma
Camões visão heroica do mundo que tem como matéria
épica a viagem de Vasco da Gama à Índia e os
Os Lusíadas feitos dos Portugueses.

Viagem de Vasco Feitos históricos dos


da Gama à Índia portugueses
· Exploração e  Narração de feitos passados:
conhecimento dos por Vasco da Gama ao rei de
mares. Melinde (Cantos III, IV e V);
Imaginário

· Vitória por Paulo da Gama ao Catual


épico

relativamente aos (Canto VIII).


inimigos e às forças  Narração de feitos futuros:
da Natureza. profecias de Júpiter (Canto II),
do Adamastor (Canto V), de
uma ninfa e de Tétis (Canto X).
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❶ Exaltação das características do povo português que lhe


conferem o estatuto de herói: coragem, ousadia,
patriotismo, espírito de sacrifício, fé em Deus.

❷ Comparação dos portugueses com os heróis e deuses


da Antiguidade Clássica (e sua superação).
❸ Ilha dos Amores: recompensa dos portugueses
(comunhão com o divino; acesso ao conhecimento).
Imaginário
épico

Imortalização / Divinização
MITIFICAÇÃO DO HERÓI
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O imaginário épico espelhado na Mensagem é


Fernando marcado pelo diálogo intertextual com Os
Pessoa Lusíadas.

Mensagem Há episódios e figuras desta epopeia que são


liricamente recriados nos poemas da obra de
Pessoa.
Ex.: “O Mostrengo” → relação intertextual
com o episódio do
Adamastor
Imaginário

A dimensão épica da Mensagem


épico

manifesta-se mais no seu núcleo


histórico do que na forma da obra.

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Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Luís de Camões Fernando Pessoa


 Os Lusíadas  Mensagem
Os Lusíadas são uma epopeia Na Mensagem, os heróis
que narra a coragem e a glória funcionam como símbolos;
dos feitos lusitanos no mar, como refere Jacinto do
apresentando uma visão Prado Coelho, “o assunto da
heroica do mundo que tem Mensagem não são os
como matéria épica a viagem portugueses ou eventos
de Vasco da Gama à Índia e os concretos, mas a essência de
feitos dos Portugueses. Portugal e a sua missão por
cumprir.”
Imaginário
épico

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Mito sebastianista

Almeida Garrett Fernando Pessoa


 Frei Luís de Sousa  Mensagem
Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Nasce
O então umatransforma-se
Sebastianismo versão
Mito particular
Morto
num mito: de messianismo,
D. Sebastião
quando emépocas
há Alcácerde
sobretudo
Quibir,
crise de como
e tendo
aparece influência
sido uma judaica,
Portugal
sebastianista o Sebastianismo:
anexado
esperança pela crê-seem
de Espanha
melhores que toda
1580,
dias, de
esta
mais opressão,
Portugal estava
justiça e detodo estegrandeza.
perante
maior o
sofrimento,
período
O maistoda
mito (como negroesta
damiséria,
é próprio sua
dos
toda esta
História:
mitos) crise
sendoserá
foiperdera vencida
toda a àscom
adaptado
o aparecimento
opulência
realidades ede de momento.
D. Sebastião
grandiosidade
cada do Em
(numa
início do
1640, manhã
por século,decom
alturas nevoeiro…),
da a batalha
Restauração
que
da libertará
de independência
Alcácer Portugal
Quibir doso era
perdeu
nacional,
castelhanos
melhor
D. João IV, e“Encoberto”.
da osua da sua opressão
juventude e dose
lhe
seusrestituirá
militares,a ficou
antigaendividado
grandeza.
Infopédia [em linha, consult. 11-06-2015,
Defende-se
com que D. dos
o pagamento Sebastião
resgates nãoe
com supressões]
morreu
sofreu onem podiacastelhano,
domínio ter morrido. que
[…]
o vai oprimir.
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Almeida Desfecho
Antecedentes
da ação
Desenvolvimentodada
ação
ação
•• D.Os Madalena
Dá-se início àcasa com D.irda
cerimónia João depalácio
tomada Portugal.
de de D.
Garrett governadores
• hábito
D. Joãopor
Manuel para
decidem
de Portugal
D.seManuel
afastareme D.
para
desaparece
o
pestena
daMadalena
queBatalha
há em de
Frei Luís de Alcácer Quibir.
(morte social).
Lisboa.
Sousa •• D. Manuel
Madalena
Maria incendeia
morre procura
(morte o física).
próprio
D. Joãopalácio e muda-se
de Portugal
com a família
durante setepara
anos.o palácio de D. João.
•• D.
D. Manuel
Madalenae Maria
casavão
coma Lisboa, deixando
D. Manuel D.
de Sousa
Madalena sozinha com Frei Jorge.
Coutinho.
• Chega o Romeiro, que transmite a D. Madalena o
• Nasce Maria.
Mito sebastianista

recado de que D. João de Portugal está vivo – o


• Telmo, antigo
seu primeiro escudeiro de D. João de
marido.
• Portugal,
Conhecendo serve a família
a verdade, D. de D. Madalena.
Manuel e D. Madalena
decidem professar votos religiosos.
• Dilacerado por um conflito interior, Telmo
conversa com o Romeiro e reconhece a sua
verdadeira identidade.
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Almeida MITO SEBASTIANISTA


Em Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett faz eco de um
Garrett nacionalismo que vai buscar as suas raízes ao mito
Frei Luís de sebastianista surgido na sequência da perda da
Sousa independência, depois do desaparecimento de D.
Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578,
segundo o qual o jovem Rei regressaria quando
Portugal mais necessitasse dele.
Este mito tornou-se matéria-prima recorrente
Mito sebastianista

da literatura, sobretudo em momentos


históricos em que era preciso galvanizar o
espírito nacionalista. Em Frei Luís de Sousa, a
resistência dos portugueses à anexação de
Portugal pela Espanha, no século XVII serve a
Garrett para dar o exemplo à época da criação
da obra, o século XIX, e promover o espírito
nacionalista.
Fernando Pessoa – “Mensagem”: retoma de conteúdos ● Manual, p. 135

Na Mensagem, Pessoa recupera e Fernando


reformula o mito sebastianista como
galvanizador do espírito português: na sua Pessoa
obra, o Sebastianismo deixa ter um Mensagem
carácter passivo, de espera por um
salvador, para ter um carácter ativo.

A figura histórica de D. Sebastião é


substituída por uma figura mítica que não
Mito sebastianista

tem rosto, e que, por isso, pode ser


preenchida por qualquer português.
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O Sebastianismo na Mensagem
Quinto Império Figura de D. Sebastião
É representado pelo Não o caído em Alcácer-
Portugal quinhentista, Quibir, mas aquele que
não o das conquistas, sonhou reerguer
mas o das Descobertas, Portugal, simboliza a
animado por um imagem do Portugal que
espírito evolutivo e deve acontecer.
difusor de cultura,
Mito sebastianista

Ex.: “Nevoeiro”
ultrapassando as
fronteiras naturais
através da ação
espiritual.
Ex.: “O Quinto Império”

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