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Planos de aula / Língua Portuguesa / 5º ano / Oralidade

Produzindo o texto oral


Por: Janira Alencar Vieira De Sousa / 09 de Janeiro de 2019

Código: LPO5_05SQA12

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Janira Sousa
Mentor: Luciana Chiele
Especialista: Heloísa Jordão

Título da aula: Produzindo o texto oral

Finalidade da aula: Produzir crônica oral, atentando para as características do gênero e desta prática de linguagem, como narrativa curta e do
cotidiano, linguagem simples, tom de voz audível, transmissão de sentimentos e emoções, dentre outras.

Ano: 5º ano do Ensino Fundamental

Gênero: Crônica

Objeto(s) do conhecimento: Formas de composição de gêneros orais/variação linguística/ relato oral/registro formal e informal

Prática de linguagem: Oralidade

Habilidade(s) da BNCC: EF35LP10/EF35LP11/EF15LP13

Esta é a 12ª aula de uma sequência de 15 planos de aula. Recomendamos o uso deste plano em sequência.

Materiais complementares

Documento
Atividade para impressão - 'O melhor amigo'
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/rquCnjJfCyB6dAxSgwSYFHVV4HUZuUSBJWzC4nJtgyzWKwESmgTKzK3ugv8p/atividade-para-
impressao-o-melhor-amigo-lpo5-05sqa12.pdf

Documento
Atividade para impressão - Texto 'A última crônica'
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/AadVYFNeJcYDH7VUsMWfb9WT8fuJgpGfy8gKarhhAZ6ztgdGyMSNqkmcbmyZ/atividade-para-
impressao-texto-a-ultima-cronica-lpo5-05sqa12.pdf

Documento
Atividade para impressão - Cartão de registro
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/qnY7a2Muyphp7CsMdbwrcHRBvNY4M6wEvnQVT5NZRkRrPTyJqba8tm6wwMeF/atividade-
para-impressao-cartao-de-registro-lpo5-05sqa12.pdf

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Plano de aula

Produzindo o texto oral

Slide 1 Sobre este plano


Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a 12ª aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Crônica e no campo de atuação Artístico-literário/Vida
cotidiana.
A aula faz parte do módulo Oralidade.
Materiais necessários: - Cópias dos textos para todas as duplas, de acordo com a crônica escolhida por elas ( esta ou esta).
- Microfone, caixa de som.
- Recursos audiovisuais, de acordo com o planejamento de cada dupla (projetor, câmera etc.).
Informações sobre o gênero: A palavra crônica vem do grego chronos, e o gênero, de fato, possui uma ligação direta com o tempo, pois tem por base
fatos simples, do cotidiano, expostos em linguagem literária. Os textos se caracterizam por ser narrativas curtas, com tempo, espaço e personagens
reduzidos e predominância de linguagem coloquial. Nesta aula, as crônicas exploradas são textos orais; logo, o foco dar-se-á às peculiaridades
desta prática de linguagem.
Dificuldades antecipadas : O processo de retextualização (neste caso, transformar um texto escrito em oral) não é tão simples, visto que exige
estratégias e habilidades relacionadas a ambas as práticas de linguagem. Desta forma, é importante acompanhar a produção dos alunos, a fim de
observar as dificuldades que se apresentarem e ajudá-los a saná-las.
Referências sobre o assunto:
Fonte: Avaliação em Língua Portuguesa - Contribuições para a prática pedagógica, Beth Marcuschi e Lívia Suassuna (orgs.), disponível em:
http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8.pdf. Acesso em: 4/11/2018.
Fonte: Variação linguística e ensino, Janice Helena Chaves Marinho e Maria da Graça Costa Val, disponível em:
http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/Col.%20Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Letramento/Col%20Alf.Let.%2015%20Variacao_Linguist
. Acesso em: 10/11/2018.

Slide 2 Tema da aula


Tempo sugerido : 1 minuto.
Orientações: Leia o tema da aula, exposto na lâmina 2 para os alunos, explicando-o brevemente.

Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 7 minutos.
Orientações:
Explique aos alunos que hoje eles executarão o planejamento iniciado na aula anterior ( Aula 11). Leia para o grupo a introdução exposta no slide 3 e,
em seguida, solicite a um aluno que leia o primeiro tópico.
Chame outro aluno para realizar a leitura do segundo tópico e assim sucessivamente até que os cinco tópicos tenham sido contemplados. Após cada
leitura, tire dúvidas e dê as explicações necessárias para garantir a compreensão de todos.
Enfoque com a turma o objetivo final da atividade (tópico 3 do slide) e relembre que suas apresentações comporão um sarau, do qual todos
participarão.
Obs.: Se a escola dispuser de um espaço para apresentações, como um auditório, por exemplo, o evento pode ser realizado lá. Neste caso, podem ser
convidados alunos de outros grupos para apreciação.

Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 35 minutos.
Orientações:
Distribua o tempo da seguinte maneira: 10 minutos para a preparação + 25 minutos para as apresentações.
Explique aos alunos que o tempo de preparação deve ser destinado a toda a organização da apresentação (elaboração de materiais, ensaio etc.).
Durante este tempo, circule entre as duplas a fim de fazer intervenções e/ou ajustes necessários - no que se refere à preparação e aos objetivos e às
características desta prática discursiva, tais como: a entonação e a articulação das palavras a fim de ser compreendidos por todos; as estratégias
pensadas para substituir a função do narrador (no caso do texto dramatizado); o ritmo conferido ao texto, caso optem pela leitura deste; a
complementação da linguagem verbal por meio de gestos e expressões faciais; a transmissão de emoções por meio da fala.
Você pode auxiliar na adequação do discurso, na articulação e no ritmo do texto, no repertório corporal a fim de complementar a linguagem verbal,
na entonação mais adequada ao texto escolhido (já que são dadas uma crônica humorística e uma reflexiva) ou em outras questões que se façam
presentes.
Dê início às apresentações. Todos os alunos da turma participarão do sarau, apreciando-o e se apresentando. Se a escola dispuser de um espaço para
apresentações, reserve-o e convide outros alunos/turmas para assistir.
Materiais complementares:
- Caso deseje acessar as crônicas utilizadas para a retextualização, clique aqui e aqui.

Slide 5 Fechamento

Tempo sugerido : 7 minutos.


Orientações:
Leia a consigna exposta na lâmina 5 para o grupo e explique-a. Informe também que eles terão 2 minutos para o registro e destine os 5 minutos
finais para a socialização com os colegas.
No momento em que as duplas expuserem suas aprendizagens, abra um espaço de fala para os demais. Pergunte-lhes se concordam, o que pensam
sobre a colocação do colega, o que acharam da apresentação da dupla em questão etc.
Materiais complementares:
- Para imprimir os cartões de registro, clique aqui.

Apoiador Técnico
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Plano de aula

Produzindo o texto oral

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O melhor amigo

A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio


ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância.
Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu
quarto.
– Meu filho? – gritou ela.
– O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça?
Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar
comovê-la. Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que
estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…
Seus olhos súplices aguardavam a decisão.
– Um filhote? Onde é que você arranjou isso?
– Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe?
Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de isso. Insistiu ainda:
– Deve estar com fome, olha só a carinha que ele faz.
– Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo!
– Ah, mamãe… – já compondo uma cara de choro.
– Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já disse que não quero
animais aqui em casa. Tanta coisa para cuidar, Deus me livre de ainda inventar
uma amolação dessas.
O menino tentou enxugar uma lágrima, não havia lágrima. Voltou para o
quarto, emburrado:
A gente também não tem nenhum direito nesta casa – pensava. Um dia
ainda faço um estrago louco. Meu único amigo, enxotado desta maneira!
– Que diabo também, nesta casa tudo é proibido! – gritou, lá do quarto, e
ficou esperando a reação da mãe.
– Dez minutos – repetiu ela, com firmeza.
– Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho.
– Você não é todo mundo.
– Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao
colégio, não faço mais nada.
– Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a sua costura.
– A senhora é ruim mesmo, não tem coração!
– Sua alma, sua palma.
Conhecia bem a mãe, sabia que não haveria apelo: tinha dez minutos
para brincar com seu novo amigo, e depois… ao fim de dez minutos, a voz da
mãe, inexorável:
– Vamos, chega! Leva esse cachorro embora.
– Ah, mamãe, deixa! – choramingou ainda: – Meu melhor amigo, não
tenho mais ninguém nesta vida.
– E eu? Que bobagem é essa, você não tem sua mãe?
– Mãe e cachorro não é a mesma coisa.
– Deixa de conversa: obedece sua mãe.
Ele saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe chegou a se preocupar:
meninos nessa idade, uma injustiça praticada e eles perdem a cabeça, um
recalque, complexos, essa coisa.
– Pronto, mamãe!
E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia vendido seu melhor
amigo por trinta dinheiros.
– Eu devia ter pedido cinqüenta, tenho certeza que ele dava murmurou,
pensativo.

SABINO, Fernando. In: A


​ vitória da infância​. São Paulo: Ática, 2015.
A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto
ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me
assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca
do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher
da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a
faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta
perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de
uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a
noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café,
enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu
último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar
fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das
últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da
humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença
de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido
pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou
correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que
compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.
Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente
retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no
balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel,
vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve,
concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher
suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença
ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.

O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no


pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho
que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três,
pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na
bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma
caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho.
Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente
na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as
velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e
sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas,
muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos:
“Parabéns pra você, parabéns pra você…” Depois a mãe recolhe as velas, torna a
guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos
sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura –
ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O
pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do
sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas
acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

SABINO, Fernando. In: A


​ s melhores crônicas de Fernando Sabino​. São Paulo: Best
Bolso, 2018.
Com esse estudo eu aprendi… Com esse estudo eu aprendi…

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Com esse estudo eu aprendi… Com esse estudo eu aprendi…

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