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Planos de aula / Língua Portuguesa / 5º ano / Análise linguística/Semiótica

Rimas e aliterações
Por: Tânia Tavares Paulino / 15 de Dezembro de 2018

Código: LPO5_12ATS02

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Tânia Paulino
Mentor: Eliana Albuquerque
Especialista: Heloísa Jordão
Título da aula: Rimas e aliterações
Finalidade da aula: Exercitar os recursos linguísticos utilizados nos poemas, como as rimas e aliterações.
Ano: 5º ano do Ensino Fundamental
Objeto(s) do conhecimento: Formas de composição de textos poéticos
Prática de linguagem: Análise linguística e semiótica
Habilidade(s) da BNCC: EF35LP31
Esta é a segunda aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. Recomendamos o uso desse plano em sequência.

Materiais complementares

Documento
Atividade ou texto para impressão - Poemas
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/C5g6mgHdtx4rc6EKsByaxQgqNvTxY7bs4Un4EYCGgePQcCXAKWPBgjTDYpvh/atividade-ou-
texto-para-impressao-poemas-lpo5-12ats02.pdf

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Plano de aula

Rimas e aliterações

Slide 1 Sobre este plano


Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a segunda aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. A finalidade desse conjunto de
planos é conhecer a linguagem poética, compreendendo a função das rimas e aliterações na sonoridade do poema.
Materiais necessários: Aparelho de som ou projetor, folhas impressas.
Dificuldades antecipadas : O aluno poderá apresentar dificuldade no reconhecimento das aliterações e sua função na sonoridade do poema.
Referências sobre o assunto:
GEBARA, A. E. L. A poesia na escola; leitura e análise de poesias para crianças. São Paulo: Cortez, 2002 (Aprender e Ensinar com textos, 10)
MOISÉS, C. F. Poeta aprendiz. São Paulo: Companhia Editora Nacional/ Lazuli, 2005 (Lazuli Infantil).
SÃO PAULO (SP). Secretaria da Educação. Ler e escrever: RI- Recuperação Intensiva; material do professor- 5º ano/ Secretaria da Educação,
Fundação para o desenvolvimento da Educação.- 8. ed. rev. e atual. São Paulo: FDE, 2015. P. 125 - 127. Disponível em:
http://lereescrever.fde.sp.gov.br/Handler/ExibImagem.ashx?isnsaj=661&arq=S . Acesso em 28/07/2018

Slide 2 Tema da aula


Tempo sugerido : 5 minutos
Orientações:
Inicie a aula com alguns questionamentos para levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero poema e canções. Sugestões: “Na sua
opinião, o que é uma canção? Você acha que há diferença entre poema e canção? Todo poema pode ser uma canção? Será que toda canção é um
poema?”
Explique que, na aula de hoje, iremos trabalhar com a sonoridade e o ritmo dos poemas e canções.

Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 5 minutos
Orientações:
Inicie a aula apresentando a biografia do poeta Vinicius de Moraes.
Pergunte se alguém conhece o autor ou algum texto escrito por ele.
Explique que algumas poesias do Vinicius de Moraes foram musicadas, isto é, ganharam uma melodia.
Fale que a finalidade da aula será aprender alguns recursos linguísticos usados nas poesias, como: aliteração (repetição de fonemas consonantais
idênticos ou parecidos), assonância (recurso sonoro que consiste em repetir sons vocálicos especialmente em final das frases que se sucedem),
rimas, versos e estrofes.

Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 30 minutos
Orientações
Apresente a canção “ O Relógio” de Vinicius de Moraes, disponível no link http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/cancoes/o-relogio.
Leia o poema para a turma dando destaque especial para a postura e entonação.
Após a leitura, questione se os alunos conhecem esse poema ou se já ouviram a canção. Apresente, também, o vídeo com o poema musicado,
disponível em: https://www.ouvirmusica.com.br/vinicius-de-moraes/87218/ (acesso em 10/10/2018).
Apresente as questões do slide e explique que as rimas podem aparecer no final e/ou no interior dos versos (no poema: embora/hora/demora,
alegria/dia). Explique, também, que as rimas ajudam a imprimir ritmo e sonoridade ao poema.
Sobre a repetição da palavra tic e tac, espera-se que os alunos compreendam que essas palavras imitam o som do relógio, contribuindo com o ritmo e
a sonoridade do poema. Explique que na Língua Portuguesa, palavras que imitam o som de algo são chamadas de onomatopeias.
O uso das palavras dia e noite, repetidas quatro vezes, apresenta a repetição dos fonemas /d/ e /t/. Explique que essa repetição é proposital e tem a
intenção de intensificar o ritmo e produzir um efeito sonoro.
Explique que a repetição harmônica de sons vocálicos, nas palavras dia e noite, repetidas ao longo do poema, chama-se assonância.

Slide 5 Desenvolvimento
Orientações:
Apresente o poema “O pato” de Vinicius de Moares, disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-pato
Acesso em 10/10/2018.
Realize a leitura do poema com ritmo e entonação. Depois, apresente o poema musicado disponível em: https://www.ouvirmusica.com.br/vinicius-
de-moraes/86808/ (acesso em 10/10/18).
Peça que os alunos cantem o poema.
Aponte os questionamentos do slide e, se necessário, anote no quadro as respostas dos alunos.
Explique que, neste poema, foram usados os seguintes recursos: rima e repetição dos fonemas /t/ e /p/ (aliteração : repetição de sons consonantais),
que dão ritmo e imprimem sonoridade aos versos.
Registre junto com os alunos as rimas do poema no quadro: acolá/há, caneco/marreco, cavalo/galo, jenipapo/papo, poço/moço e tigela/panela. E
também as aliterações: pato, pata, para, pateta, pintou, pulou, poleiro, pé, papo, pedaço, jenipapo, poço, panela.
Espera-se que eles percebam que a sonoridade desse poema ocorre por conta das rimas e das aliterações, ou seja, da repetição dos fonemas /t/ e /p/.

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Plano de aula

Rimas e aliterações

Slide 6 Desenvolvimento
Orientações:
Organize os alunos em grupos de quatro crianças. Cada grupo deverá sortear um poema, disponível no material para impressão.
Explique aos grupos, que deverão apresentar uma leitura com ritmo e entonação ou musicalizar o poema. Combine um tempo de cinco minutos para
combinarem como farão a leitura.
Todos os grupos deverão apresentar a leitura do poema, dizendo quem é o autor. Valorize a leitura de todos.

Slide 7 Fechamento
Tempo sugerido : 10 minutos
Orientações:
Proponha que os grupos se reúnam novamente para registrar as respostas aos questionamentos sobre poemas (disponível no material para
impressão).
Faça as intervenções necessárias para que os alunos compreendam que o poema possui uma apresentação diferente dos outros textos, sendo escrito
em linhas mais curtas (versos), por vezes separados por espaços (estrofes), apresentando rimas ao final dos versos. Às vezes, os poemas podem
virar músicas e as letras das músicas podem ser lidas como poemas. Deixe claro também que existem poemas que não apresentam rimas. Os alunos
devem concluir que a leitura de poemas é diferente de outros textos, pois apresentam ritmo, rimas e recursos sonoros. São textos que, geralmente,
expressam sentimentos e emoções.
Promova um debate sobre as conclusões às quais cada grupo chegou e verifique se observaram que as rimas dão ritmo aos poemas e que recursos
como aliteração e assonância também contribuem para o ritmo e a sonoridade.
.

Apoiador Técnico

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LPO5_12ATS02

O relógio

Passa, tempo, tic-tac


Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou muito cansado
Já perdi
Toda alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac…

Vinicius de Moraes. A arca de Noé: poemas infantis.


Disponível em: h
​ ttp://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/cancoes/o-relogio
Acesso em 14/10/18
O pato

Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há.
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

Vinicius de Moraes
Disponível em: h
​ ttp://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-pato
Acesso em: 14/10/18
Poemas para o desafio de leitura

Meu galinho Marinheiro só

Há três noites que não durmo, Eu não sou daqui


o-lá-lá! Marinheiro só
pois perdi o meu galinho, Eu não tenho amor
o-lá-lá! Marinheiro só
Coitadinho, o-lá-lá! Eu sou da Bahia
Pobrezinho, o-lá-lá! Marinheiro só
Eu perdi lá no jardim. De São Salvador
Marinheiro só
Ele é branco e amarelo, Lá vem, lá vem
o-lá-lá! Marinheiro só
Tem a crista vermelhinha, Como ele vem faceiro
o-lá-lá! Marinheiro só
Bate as asas, o-lá-lá! Todo de branco
Abre o bico, o-lá-lá! Marinheiro só
E faz qui-ri-qui-qui Com seu bonezinho
Marinheiro só
Já rodei em Mato Grosso, o-lá-lá! Ó, marinheiro, marinheiro
Amazonas e Pará, o-lá-lá! Marinheiro só
Encontrei, o-lá-lá! Quem te ensinou a nadar
No sertão do Ceará! Marinheiro só
Ou foi o tombo do navio
Domínio público Marinheiro só
Ou o balanço do mar
Marinheiro só.

Domínio público

Senhora Dona Sancha Doce vida

Senhora dona Sancha, Brigadeiro e amigo


coberta de ouro e prata, Fazem dos dias domingo
descubra o teu rosto, Da chuva, sol permanente
queremos ver a tua cara. E o mundo na casa da gente.

Que anjos são esses GARCIA, Eliana. ​Doce poesia. E


​ stúdio Ideia.
que andam por aí Superbom 20 anos, Campos dos
de noite e de dia, Goytacazes, Rio de Janeiro, 2017.
Pai-Nosso e Ave-Maria.

Somos filhos de uma rei,


netos da rainha.
Senhor rei mandou dizer
que escolhesse uma pedrinha.
Domínio público.
Autopsicografia Dizem?

O poeta é um fingidor Dizem?


Finge tão completamente Esquecem.
Que chega a fingir que é dor Não dizem?
Disseram.
A dor que deveras sente.
Fazem?
E os que lêem o que escreve, Fatal.
Na dor lida sentem bem, Não fazem?
Não as duas que ele teve, Igual.
Mas só a que eles não têm.
Por quê
E assim nas calhas da roda Esperar?
Tudo é
Gira, a entreter a razão,
Sonhar.
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa.Dizem? Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/downl
Fernando Pessoa. Autobiografia.
oad/texto/pe000006.pdf​ Acesso em:
Disponível em:
14/10/18
http://www.dominiopublico.gov.br/downl
oad/texto/pe000006.pdf​ Acesso em:
14/10/18

Doce poesia Canção do exílio

Rainha vestida de chita Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá,
A boneca da menina
As aves que aqui gorjeiam,
É o único brinquedo inteiro Não gorjeiam como lá.
Que ela tem
Cabelos grudados na cabeça Nosso céu tem mais estrelas,
Olhos não mexem também Nossas várzeas têm mais flores,
Rosto amarelo, roupa de chita Nossos bosques têm mais vida,
Laço de fita desbotado Nossa vida mais amores.
Desengonçada, sem graça
Em cismar, sozinho, à noite,
Não fala, não anda
Mais prazer encontro eu lá;
Mas é a rainha Minha terra tem palmeiras.
Do reino encantado Onde canta o Sabiá[...]
Dos seus brinquedos quebrados.

GARCIA, Eliana. D
​ oce poesia. E
​ stúdio Ideia. Primeiros Cantos, 1847. In: ​Literatura
Superbom 20 anos, Campos dos Comentada - Gonçalves Dias.​ (Org. Beth Brait).
Goytacazes, Rio de Janeiro, 2017. São Paulo: Abril Educação, 1982. p.11.
Historinha Mineira de Minas

Era uma vez Eu sou mineira de Minas,


Uma menina fada mineira de Minas Gerais.
Que queria mudar o mundo Eu sou carioca da gema,
Pegou dez colheres de brisa Carioca da gema do ovo.
Muitas dúzias de solidariedade Rebola-bola
você diz que dá, que dá.
Quatro xícaras de semantes
Você diz que dá na bola,
Um quilo de fermento
mas na bola você não dá.
Uma dose de humor
Alegria a granel Domínio público
Uma pitada de olhar de criança
Dúzias de fraternidade
Misturou, misturou
Balançou, balançou
Formou uma bola tão grande
Que cobriu a Terra
Que foi ficando pequena, pequena
E a bola da menina, grande, grande
Que engoliu a Terra

GARCIA, Eliana. D
​ oce poesia. E
​ stúdio Ideia.
Superbom 20 anos, Campos dos
Goytacazes, Rio de Janeiro, 2017.

Fui no mar Pombinha

Fui no mar buscar laranja, Pombinha, quando tu fores,


coisa que o mar não tem. Escreve pelo caminho.
Voltei toda molhadinha Se não achares papel,
das ondas que vão e vêm. nas asas do passarinho.

Fui no mar da vida um dia, Do bico faz um tinteiro.


fui buscar amor também. Da língua, pena dourada.
O amor que eu queria, Dos dentes, letra miúda.
ai, meu Deus, no mar não tem! Dos olhos, carta fechada.

Nas ondas fui embalada A pombinha voou, voou


até que a praia voltei Ela foi-se embora e me deixou.
sozinha, triste e molhada
das lágrimas que chorei! Domínio público

Domínio público

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