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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB

INSTITUTO DE LETRAS – IL
Disciplina: D
Laboratório
EPTO. DE LINGUÍSTICApara
de Literatura Ensino Fundamental
, PORTUGUÊS E LÍNGUASe Médio
CLÁSSICAS – LIP
Professora: Adriana de Fátima Alexandrino Lima Barbosa

Aluna: Priscilla Haueisen Dias Ruas

Matrícula: 170154386

Sequência Didática Expandida


Disciplina: Língua Portuguesa/ Literatura

Escola de implementação
Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb)

Município da escola Brasília


Professora Priscilla Ruas
Público Alunos do 3° ano do ensino médio
Obra Quarto de Despejo
Autora Carolina Maria de Jesus

Cronograma

Observação: as aulas de leitura de obras são semanais (há tempo hábil para completar as
leituras de cada encontro). O objetivo é que a sequência seja aplicada em um bimestre

Aula 0 Diagnóstico e orientações


Aula 1 motivação
Aula 2 introdução
Aula 3 Leitura
Aula 4 Leitura
Aula 5 Leitura
Aula 6 Leitura
Aula 7 Primeira Interpretação
Aula 8 Contextualização
Aula 9 Segunda Interpretação
Aula 10 Expansão

Diagnósticos dos participantes:

Anteriormente de iniciar a aplicação da sequência didática, é imprescindível que a professora


realize um diagnóstico das/os alunas/os que participarão do processo. Como a sequência será
implementada no contexto de pandemia, em que há uma série de restrições para encontros e
para realização de atividades, uma das verificações mais importantes de se fazer é sobre o
acesso ou não dos alunos à internet e a dispositivos. Como precaução, será disponibilizado
agendamento para o uso do laboratório de informática do CEMEB.

O intuito das atividades é testar formas para que os alunos experienciem a interação com
outros alunos, na medida do possível, e que sejam motivados a se sentirem mais conectados
com realidades presentes no contexto atual, mesmo que dentro de um contexto de
isolamento. Diante disso, a obra escolhida a ser trabalha tem como um dos principais temas a
desigualdade, miséria, fome que são temas que apesar de sempre estarem presentes na
realidade brasileira, estão sendo enfatizados, já que a situação da pandemia evidencia ainda
mais tais questões.

Para além de tais observações, a professora deve se atentar também para:

 Os alunos já tiveram contato com livros literários para além daqueles que fazem parte
do cânone?
 Há alunos que tem por hábito fazer registro em diário ou escrever de forma geral?
 Os alunos já tiveram acesso a livros escritos por mulheres? Em que proporção?
 Há alunos com dificuldades específicas em relação ao uso do português padrão?
 Os alunos gostam de ler? Tem hábito de leitura? Quais os gêneros eles geralmente
gostam mais?
 Há algum/uns aluno tímido ou com dificuldade de expor suas ideias na turma?
 Há algum aluno com dificuldade de usar ferramentas tecnológicas?
 Há algum aluno que não tenha acesso à conexão?
 Há alunos com dificuldade de leitura e/ou escrita?
 Todos os alunos têm acesso ao livro indicado?
 Há exemplares disponíveis na biblioteca?
 Quantos alunos há na turma?
 Qual é a faixa etária?
 Há algum aluno muito mais velho ou muito mais novo?
 Há algum aluno com alguma dificuldade específica fisicamente, psicologicamente,
familiar, social?
 Há algum aluno que esteja vivenciando alguma dificuldade especifica por causa do
contexto de pandemia?

Após a professora realizar o diagnóstico, com base nas questões levantadas, é importante
avaliar se seria necessário efetuar adaptações da sequência didática e se de fato será possível
prosseguir com as atividades com o uso de ferramentas tecnológicas. É importante que a
professora esteja atenta às questões levantadas ao longo de todo o processo para interferir,
ajustar, adaptar o que for necessário para o bom aproveitamento da turma. Caso haja muitos
alunos sem acesso ou condições de participar, o ideal é ajustar a sequência ou substitui-la por
outra. É muito importante que a aplicação da sequência não promova exclusão, já que um dos
temas da obra é justamente esse.
Motivação:

A atividade da motivação será realizada em duas etapas: de forma assíncrona e de forma


síncrona.

Atividade Assíncrona

Para a primeira etapa, a professora orientará os alunos a pensarem em locais específicos da


cidade, tirem fotos e refletir sobre qual parte deveria ser cada uma, caso a cidade fosse uma
casa e aqueles fossem seus cômodos. A professora pede para eles fazerem a relação com os
seguintes cômodos: Sala de televisão; Quarto; Banheiro; Cozinha; Jardim; Quarto de despejo.

A professora incentiva que eles façam essa relação também com o local onde vivem, mas isso
não deve ser uma imposição. O interessante de relacionar o local que eles vivem é gerar uma
maior identificação com a obra (que retrata essa relação do local em que a autora vive) e com
a autora.

Além de relacionar esses cômodos com a cidade, a professora pede que os alunos façam
cadastro no Whiteboard (o manual para uso da ferramenta será enviado aos alunos). A
professora explica que a plataforma servirá de “quadro de sentimentos” um local para que os
alunos criem seus registros sobre o livro que será trabalhado e construam coletivamente um
pensamento crítico sobre a obra. Apesar dos distanciamentos pela falta de contato presencial,
o quadro de sentimentos será uma ferramenta que possibilitará ao grupo um contato virtual
constante.

No whiteboard, os alunos devem registar as relações entre locais da cidade e cômodos,


adicionar uma imagem que represente essa relação e uma frase, poesia ou possível diálogo
(fictício ou não) de algum morador desse local.

Whiteboard para a aula motivacional:


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0JCQTcxNzYyLTEyRTAtNDJFMS1CMzI0LTVCMTMxRjQyNEUzRA==

Atividade Síncrona

No primeiro encontro do grupo, cada aluno terá a oportunidade de compartilhar suas relações
feitas entre a cidade e o cômodo de uma casa que foram adicionadas ao quadro do
whiteboard da atividade de motivação.

Após essas trocas, a professora conduzirá ao debate com as seguintes questões:

1. Qual local da cidade/cômodo você acha o mais confortável e qual seria o mais
desconfortável?
2. Como são as pessoas que frequentam tais locais?
3. Que tipo de história você espera que tais cômodos nos conte?

A professora fala brevemente sobre as divisões sociais na cidade e as desigualdades no


Brasil. Posteriormente a professora apresenta ao grupo o livro “quarto de despejo”. E
continua o debate:
4. Por que será que o livro se chama “quarto de despejo”? Que relação teria com a
cidade?
5. No quarto de despejo é possível ter que tipo de história?
6. No quarto de despejo é possível que alguém leia ou escreva textos literários?

A professora deve incentivar a fala e a escuta de cada e estimular que os alunos comentem
a partir das percepções dos outros. Essa prática é importante para que os alunos já
tenham em mente sobre a importância de considerar o outro para sua construção crítica,
já que a literatura deve ser compreendida como em diálogo com outras ideias e
perspectivas mundo, outros sentimentos, indignações, admirações, ou seja, uma relação
dialógica.

O objetivo da conversa inicial é que os leitores iniciem a obra com curiosidade e com
vontade descobrir mais sobre os detalhes do livro e que já percebam a importância de se
aperfeiçoar o espírito crítico em relação ao mundo real e ao outro. Ao fim da aula
professora mostra o livro rapidamente para os alunos e pede para que eles estejam com
seus exemplares no próximo encontro. A professora enfatiza que preferencialmente eles
tenham um exemplar físico, pois apesar das aulas virtuais, várias atividades incentivarão a
leitura em ambientes ao ar livre para o contato com a natureza e para aguçar a observação
dos leitores.

Observações para todas as aulas síncronas:

 para os alunos sem acesso à internet em casa, a professora deve estar atenta aos
agendamentos e as possibilidades de acesso no laboratório de informática da escola.
Os alunos que fizerem a primeira atividade manual, pode compartilhar pela webcam.
 Os encontros síncronos são realizados com a webcam ligada, na medida do possível.

Introdução

O segundo encontro síncrono é iniciado com a professora apresentando o livro aos alunos.
A professora pede para que os alunos leiam (cada aluno lê uma parte) a apresentação e o
prefácio. Neste momento, a professora conduz os alunos para refletirem sobre algumas
características do livro, tais como: capa, ilustrações (interessante pensar na versão da
editora ática com imagens com cores fortes e a favela de cabeça para baixo), nota dos
editores (que falam sobre a linguagem fora da gramática padrão); contracapa.

A professora conduz a discussão para os elementos que mais chamam atenção dos alunos.

A professora pede que os alunos leiam em grupo as últimas páginas do livro sobre (não
necessariamente deve-se abordar todas estas perguntas, mas servem como guia para a
reflexão. O mais importante é o debate aberto, a troca e incentivar a participação de
todos):

 Por que Carolina começou a escrever;


 O interesse pela literatura;
 O significado da literatura
 A publicação de sua obra
 O sentimento ao ver o livro Quarto de despejo pronto
 A ideia para o título
 O sucesso do público de Quarto de despejo
 A fama e o relacionamento com intelectuais, políticos, gente rica;
 O relacionamento com o pessoal da favela depois da fama
 O mundo fora da favela
 A literatura como denúncia

Após essa conversa, a professora revela aos alunos o motivo de ter escolhido essa obra:
Carolina Maria de Jesus era mulher, negra, pobre e não completou o estudo formal. A
professora enfatiza que literatura está muito além do cânone, mas se relaciona, assim
como Conceição Evaristo conceitua, com escrevivência, ou seja: a literatura é a vida que se
escreve na vivência de cada pessoa, assim como cada um escreve o mundo que enfrenta.

A professora enfatiza também o fato da falta de espaço e reconhecimento de escritoras


mulheres e negras na literatura brasileira e como é importante que os alunos tenham uma
visão crítica nessa perspectiva e percebam que pretos e pardos e mulheres são a maioria
da população e compõe o patrimônio cultural do país. O desconhecimento de tais autoras
é um desconhecimento da cultura brasileira. A professora menciona sobre a importância
de se ler livros fora do cânone e como o cânone é construído a partir de determinadas
perspectivas. Enfatiza a importância de formar comunidade de leitores que se apropriem
de sua herança cultural e dialoguem com ela.

Adicionalmente, a professora enfatiza que o livro é muito apropriado para o contexto


atual, pois, com o agravamento da pandemia no novo corona vírus, houve o aumento das
desigualdades e das pessoas em situação de fome e miséria. A literatura nos aproxima de
outras realidades e perspectivas e é um fator indispensável de humanização, como pontua
Antônio Cândido, e do reconhecimento do nosso papel social, comunitário e cultural.

Por fim, a professora explica que a turma terá oito encontros (além da aula de motivação e
de introdução):

Página 11 a 58 – 1° encontro

Página 60 a 82 – 2° encontro

Página 84 a 130 – 3° encontro

Página 132 a 191 – 4° encontro

Primeira Interpretação – 5° encontro

Contextualização e Segunda Interpretação – 6° encontro

Segunda Interpretação – 7° encontro

Expansão – 8° encontro

A professora explica que, à medida que os alunos avancem na leitura, eles devem usar o
quadro de sentimentos para registrarem suas observações sobre a obra. A cada encontro
essas observações serão abordadas.

A professora destaca que todas as atividades realizadas comporão a avaliação final.


Quadro de sentimentos:

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Encontros de Leitura

Primeiro encontro:

Os encontros, na fase de leitura, têm como objetivo principal acompanhar o ritmo da sala
e manter o foco na obra.

A professora inicia a aula compartilhando a tela do quadro de sentimentos e orienta a


discussão com os apontamentos feitos pelos alunos. Outras questões podem ser
levantadas:

 Em que espaço a história se passa?


 Quem narra a história?
 Quais são as características mais marcantes dessa narrativa?
 Quem é a personagem principal?
 Como o livro é escrito, que tipo de linguagem, como são as construções?

A professora pede para que os alunos registrem no quadro de sentimentos um trecho


escrito que represente o momento de ruptura da primeira parte do diário. O diário
termina em 1955 e retoma em 1958: o que pode ter ocorrido neste intervalo? O que
representa esse silencio da autora?

Abordar o momento de silencio da autora tem por objetivo despertar a criatividade dos
alunos e fazer com eles se “transportem” para aquela realidade e permitam que o texto os
transforme. A professora não deve se ater às explicações, mas ao exercício de escrita e
imaginação. Trecho que pode ser abordado na apresentação da atividade:

“Deixei o leito para escrever. Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor
de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes brilhantes. Que a
minha vista circula no jardim, e eu contemplo as flores de todas as qualidades [...] É preciso
criar este ambiente de fantasia, para esquecer que estou na favela

Segundo encontro:

A professora pede que alguns alunos compartilhem os trechos construídos para


representar o silencio do diário.

Após a conversa, a professora fala sobre o poder humanizador da literatura e sua


importância para a formação de sujeito leitor crítico e consciente de seu papel social. A
professora pode levantar o seguinte debate:

 Quais questões sociais são abordadas no livro?


 Como as desigualdades, miséria, fome são apresentadas?
 Como as mulheres são retratadas?
 É possível identificar o racismo estrutural?
 Comente sobre a Família monoparental chefiada por mulher?
 Reflita sobre o Uso do tempo e a relação de trabalho e gênero?

Trecho que podem ser abordados:

 Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de


jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.

 Esquecendo-se êles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rustico. Eu até
acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de
preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na
cabeça êle já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero
voltar sempre preta”.

 O senhor Manuel apareceu dizendo que quer casar-se comigo. Mas eu não quero
porque já estou na maturidade. E depois, o homem não há de gostar de uma mulher
que não pode passar sem ler. E que levanta para escrever. E que deita com lápis e
papel debaixo do travesseiro. Por isso é que eu prefiro viver só para o meu ideal .

A professora orienta os alunos a formarem duplas e pede que, para o próximo encontro,
cada um da dupla destaque um trecho da próxima parte do livro que lhe chame atenção. A
dupla deve trocar entre si sobre suas percepções e cada um deve registrar: um trecho e/ou
poesia e/ou reflexão e/ou registro de imagem que represente como aquele trecho se
aproxima das suas vivências e formas de perceber o mundo. Os registros devem ser feitos
no quadro de sentimentos.

Terceiro encontro:

A aula se inicia com as duplas apresentando seus trechos escolhidos. É importante que
cada um leia em voz alta, vocalizando e performando o trecho selecionado, e explique
para turma por que aquela parte chamou atenção e quais relações encontradas com suas
experiências e vivências e percepções da realidade.

Após uma troca entre o grupo, a professora pergunta se alguém está tendo alguma
dificuldade sobre o livro e reforça sobre o calendário de leitura e sobre a importância de
eles continuarem a registrar suas impressões no quadro de sentimento.

A professora levanta algumas questões abordadas no livro em relação as variações


linguísticas, preconceito linguístico, cita atores consagrados que também produziram
textos que não correspondiam às regras da gramática padrão (como Guimarães Rosa).

A professora inicia um debate sobre o que é literatura e apresenta o conceito de


escrevivência de Conceição Evaristo.
Após dar esse destaque, a professora pede que, para o próximo encontro, se organizem
trios (diferentes das duplas), para trocarem percepções sobre o próximo trecho separado
para leitura. O trio deve elaborar um podcast no formato de um episódio de comentários
literários com no máximo 9 minutos. É necessário que todos participem das gravações.
Dica de ferramenta para gravação do podcast:
https://play.google.com/store/apps/details?id=fm.anchor.android&hl=pt_BR&gl=US

Tutorial: https://canaltech.com.br/apps/como-fazer-podcast-com-anchor/

Quarto encontro:

A professora seleciona (ou pede voluntários) dois grupos (aleatórios) e apresenta os


podcasts. Posteriormente, abre debate para que todos participem com suas percepções.

A professora reforça sobre a importância de eles continuarem a registrar as partes


importantes do livro e seus sentimentos no quadro de sentimentos. Pede que eles
relacionem o livro com suas vivências.

A professora aborda alguns elementos com os alunos, tais como:

 gênero textual (veracidade histórica e ficcionalidade reinterpretativa);


 A escrita da experiência vivenciada ou a literatura de testemunho
 Tipos de narrador;
 figuras de linguagem.

A partir da finalização da leitura, a professora pede para que os alunos separem algum
texto de qualquer gênero, para a próxima aula, que dialogue com o livro.

A professora explica sobre intertextualidade e fala sobre a importância do diálogo entre


textos e perspectivas e a importância disso para a formação de uma cultura de letramento
e um senso crítico de leitor.

Primeira interpretação

Este encontro tem por objetivo perceber a apreensão global da obra feita pelos alunos. Na
conversa sobre a primeira interpretação deve se ter um diagnóstico sobre a impressão
geral sobre o título, sobre a forma de escrita, sobre os temas tratados e o impacto que ele
teve na sua sensibilidade como leitor. Como um dos objetivos da sequência é a formação
de uma comunidade de leitores, é importante que, nessa etapa, a professora se atente
para possíveis dificuldades com a leitura, perda de ritmo e desestímulo por parte dos
alunos ao longo e todo o processo.

Como atividade, a professora pede para que os alunos apresentem os textos selecionados
no encontro anterior e estabeleçam os diálogos, semelhanças e diferenças entre eles.

Deve ficar claro para o grupo a importância que a leitura individual de cada aluno tem para
o processo. A professora deve incentivar a liberdade do aluno e fazer intervenções
mínimas. É importante que o objetivo da reflexão não tenha como fim fazer juízo de valor
da obra, mas, sim, promover reflexão. É um momento de pensar em como o aluno
compreendeu a obra e não seu julgamento crítico.
Após reflexão sobre as apresentações. a professora pede para que cada um prepare para a
próxima aula um depoimento ou entrevista sobre a interpretação da obra e que incorpore
ao quadro de sentimentos. Os materiais devem ser acompanhados de imagens.

Opções de banco de imagem gratuitos: https://rockcontent.com/br/blog/melhores-


bancos-de-imagens-gratuitos/

Os depoimentos podem ser feitos individualmente ou em duplas. Os Alunos podem


apresentá-los em formato de texto, podcast (precisa ter texto de base para sua produção)
de até 5 minutos, vídeo de animação (ferramenta possível para elaboração da animação:
https://www.powtoon.com/new-dashboard/#/home?
toolbarState=default&toolbarWidget=myPowtoons – tutorial:
https://www.youtube.com/watch?v=5sWRfZhB_r8

As entrevistas devem ser feitas em duplas. Cada um deve questionar o outro sobre suas
impressões em relação a obra. A partir da resposta, cada um deve escrever texto
apontando opiniões divergentes, semelhantes e aprofundando alguma questão.

Contextualização e Segunda Interpretação

Após a leitura da obra completa a professora apresentará aos alunos elementos de


contextualização da obra. A professora contextualizará a obra principalmente com base na
abordagem temática que tem o objetivo de: buscar a repercussão de temas dentro da
obra. É necessário não permitir que a obra seja deixada de lado por causa do foco no
tema, a professora deve usar o tema para deixar a discussão sobre a obra mais
interessante. Alguns Temas abordados: prostituição, raça, miséria, fome, papel da mulher,
o poder da escrita.

Antes de iniciar, a professora pede que cada aluno registre na ferramenta “mentimeter”
(https://www.mentimeter.com/) uma palavra que expresse aquilo que mais chamou
atenção de cada aluno sobre a obra. Além da interação entre os alunos, essa é uma forma
também de a professora identificar os temas que mais chamaram atenção do grupo para
ser trabalhado na etapa de contextualização

Além da contextualização com base no tema, outros pontos podem ser abordados (a
professora deve ser ater ao tempo hábil para tais conteúdos, tendo como princípio a livre
discussão e reflexão do grupo e não a quantidade de conteúdo):

 Contextualização crítica: revisão crítica do que já foi publicado sobre a autora


(sobre a questão de o livro ser visto como material sociológico). Fazer confronto
entre tempo e espaço para despertar nos alunos a perspectiva do tempo e do
leitor que a obra carregou ao longo dos anos e como isso foi se alterando, na
medida que a perspectiva crítica da sociedade também se alterou. A professora
não deve tratar a crítica especializada como voz autorizada para tratar sobre o
texto, mas é um complemento para ampliar a percepção do texto. Deve-se ter
espaço para o aluno construir com o grupo sua perspectiva crítica.
 Presentificadora: qual é a relação do tema com o presente. O aluno deve
encontrar no seu mundo social elementos de identidade com a obra
 teórica: com foco para que os alunos abordem sobre: o que é literatura, como se
faz literatura, lugar de fala, quem pode escrever, verossimilhança;
Com base na contextualização, os alunos serão orientados a produzirem material (fotos,
vídeos, textos) para trabalho final. O trabalho será comparativo entre a primeira e a
segunda interpretação. Além estruturar no trabalho final os elementos da obra que foram
abordados ao longo da sequência, o aluno deve fazer relato de sobre sua evolução na
leitura e como essa experiência repercutiu na sua experiência como leitor. A professora
incentivará que os alunos retomem aos locais em que fizeram as fotografias para o
exercício de motivação para obterem outras imagens e desenvolverem comparações entre
o seu contato inicial com a obra e seu contato final.

Após finalizada essa etapa, haverá apresentação entre o grupo.

Expansão

Para a expansão, a professora orientará a turma a organizar uma live a ser apresentada
para toda a escola. Os alunos terão que se organizar autonomamente para: realizar a
programação da live; fazer a divulgação, elaborar uma performance de trechos do livro,
organizar o chat de perguntas e gravar o evento. A live deverá tratar sobre as reflexões
abordados sobre o livro ao longo das aulas.

Avaliação

A avaliação será realizada com base nas atividades desenvolvidas ao longo do processo.
Além disso, a professora realizará um encontro no Parque da Cidade (todos com máscara)
e reunirá o grupo em círculo para uma conversa final sobre como as atividades foram
trabalhadas e a avaliação final da professora com base nas participações em sala e na
produção coletiva do quadro de sentimentos. Na ocasião, além da nota da professora, o
grupo dará uma nota para cada aluno. Será uma oportunidade de conversa e
compartilhamento de percepções.

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