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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM

NICOLAS ROBERTO LIEBELT E LEONARDO RIBEIRO MEIRA

​RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO


ENSINO FUNDAMENTAL

PONTA GROSSA, PR.

2023
NICOLAS ROBERTO LIEBELT E LEONARDO RIBEIRO MEIRA

​RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO


ENSINO FUNDAMENTAL

Relatório de Estágio apresentado para


disciplina de “O Estágio e a Formação do
Docente de Língua Portuguesa e
Literatura” na Universidade Estadual de
Ponta Grossa.

Orientadora: Charlott Eloize Leviski.

PONTA GROSSA, PR.

2023
​1. INTRODUÇÃO

A disciplina de estágio é parte fundamental do processo de formação do docente e


parte integral da formação em um curso de licenciatura, Pimenta e Lima (2006) caracterizam
o momento do estágio como um meio de integrar o curso de formação com o campo social,
no qual são realizadas as práticas educativas, ou seja, é no momento do estágio que o docente
em formação tem a oportunidade de aplicar o que aprendeu em seu curso de formação, na sua
futura área de atuação, a sala de aula, assim tendo a oportunidade de ver-se professor por um
breve momento.

Em Almeida (1995), temos a concepção de que o estágio é dividido em três


momentos: observação (onde o estagiário vai para o campo a fim de observar e fazer
anotações sobre a classe em que irá atuar, conhecer o ambiente da escola, a organização, a
gestão, os alunos, o ritmo da aula, etc.), participação (onde pode ser requisitado ao estagiário
a participação em momentos da aula, para que o mesmo já possa se projetar em algumas
situações que poderão acontecer durante o momento das regências) e regência das aulas (o
momento de maior ansiedade, onde o estagiário assume o papel de professor e aplica as aulas
planejadas para a(s) turma(s) escolhida(s), sendo observado pela professora regente da turma
em questão e pela professora que ministra a matéria de estágio na instituição de ensino
superior a qual o estagiário está vinculado).
O conjunto de fatores e experiências que constituem o momento de estágio são parte
vital do processo de formação do docente, por isso deve ser um espaço de desenvolvimento
pessoal e profissional, da criação de revisão de técnicas pessoais de ensino e gestão de
pessoas e principalmente de permitir-se vivenciar a prática docente em sua forma mais pura e
cristalina.

​1.1. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

Depois de um processo de votação para a escolha do campo de estágio para os alunos


da disciplina de estágio, o escolhido por nosso grupo, por conta da proximidade com nossas
residências, foi o Colégio Estadual 31 de Março, situado no Bairro Uvaranas, Rua Almirante
Barroso, número 2019.

FIGURA 1 – FACHADA DO COL. ESTADUAL 31 DE MARÇO


Fonte: Felipe Prates (2023)

As salas de aula do colégio comportam adequadamente as turmas do colégio, que


possuem um volume considerável (média de 30 alunos por sala) e os materiais estão em bom
estado.

FIGURA 2 – SALA DO OITAVO ANO A DO COL. 31 DE MARÇO

Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)


1.2. CARACTERIZAÇÃO DA PROFESSORA REGENTE/SUPERVISORA TÉCNICA DE
ESTÁGIO
Nosso estágio foi supervisionado pela professora regente de Língua Portuguesa,
Daniela Bassoni.

Durante alguns momentos de hora atividade da prof. Daniela, conversamos com ela
sobre alguns aspectos que permeiam sua atuação enquanto docente de Língua Portuguesa, tais
como: comportamento das turmas, como é a atuação na rede estadual e principalmente, a
chegada das novas tecnologias (o dispositivo Educatron e as plataformas online Leia Paraná e
Redação Paraná) e como elas mudaram o cotidiano da sala de aula).

Sobre as turmas, Daniela atua em três turmas de oitavo ano do ensino fundamental,
8A, B e C. Segundo ela, a turma A é extremamente agitada e descompromissada, apenas um
grupo seleto de alunos realiza as atividades propostas com dedicação e afinco, enquanto a
maioria dos alunos trata o conteúdo com descaso, tendo ainda um outro grupo que passa boa
parte do tempo da aula realizando conversas paralelas e piadas que atrapalham o andamento
do conteúdo e o planejamento da professora para as aulas praticamente nunca é concluído
integralmente.

No 8A, além do ambiente antes descrito, há a presença de uma aluna especial, uma
garota que apresenta uma deficiência intelectual que faz com que sua idade mental seja
semelhante a de uma criança de aproximadamente 5 anos de idade, em uma turma cuja média
etária é de 13~14 anos. Segundo a professora, o colégio e a rede estadual oferecem pouco
suporte para essa aluna, e os professores tentam adaptar a si e seus planejamentos para
acomodar as necessidades da aluna especial, tudo dentro das capacidades que eles têm, que
são um tanto quanto limitadas. No caso de Língua Portuguesa, a professora traz um caderno
com atividades adaptadas para ela, focadas mais para a modalidade de alfabetização. O
caderno precisa ficar na escola e só ser entregue para a criança no horário das aulas, para
evitar o extravio do material.

Já a turma B é um pouco mais contida, ainda existem os problemas de desatenção e


falta de compromisso, mas em um grupo muito menor de alunos. Uma boa parte dos
estudantes realiza o que é proposto, ainda não com o nível de dedicação esperado, mas ainda
realizam. O planejamento se desenvolve melhor nessa turma, mesmo que ainda ocorram
problemas que afetam o andamento.

Em contraste com a turma A, a turma C é a com o melhor desempenho e dedicação


nas atividades propostas, os alunos mostram realmente gostar do conteúdo e prestam muito
mais atenção na fala da professora, além de realizarem as atividades com cuidado e capricho,
mostrando aptidão e habilidades notáveis.

Já sobre a atuação no estado, Daniela destaca as dificuldades típicas da atuação em um


ambiente de educação público, alunos pouco compromissados, famílias vindas de
comunidades marcadas pela violência e ilegalidade, pouco suporte vindo do governo,
modificações na grade curricular e carga horária, que antes era de apenas de cinco aulas de
LP, para três aulas de LP e duas de redação (o que torna a grade ainda mais complicada no
novo ensino médio), novas tecnologias e falhas constante em tecnologias mais antigas (como
por exemplo o RCO (Registro de Classe Online), entre outras razões.

Finalmente, sobre as tecnologias que foram introduzidas recentemente nos colégios


estaduais: O Educatron, que é um conjunto de aparelhos (uma televisão smart de 43” com
suporte móvel, computador, webcam, microfone e kit de teclado + mouse para navegação pela
internet pela TV) deve ser utilizado para realizar o registro da presença dos alunos, o que
raramente funciona, sendo assim os professores são obrigados a realizar a chamada manual,
que só é liberada ao acesso após 4 falhas no reconhecimento facial (é comum os professores
forçarem a falha do reconhecimento facial para liberar rapidamente o acesso a chamada
manual, para evitar perda de tempo da aula). Além do Educatron, existem as plataformas Leia
Paraná e Redação Paraná, que são de propriedade do Estado e nas dependências Colégio 31
de Março são utilizadas apenas quinzenalmente, por conta da alta demanda pelo uso do
laboratório de informática onde os programas são acessados, por isso os professores criaram
entre si um sistema democrático de rodízio para o uso dos computadores com os alunos.

A Leia Paraná é uma plataforma de biblioteca pública online, onde os alunos podem
ler diversos livros gratuitamente, separados por ano escolar. A professora leva os alunos para
realizar a leitura bimestral obrigatória (um livro de escolha da professora, que seja da faixa
etária correspondente a dos alunos e converse com o conteúdo das aulas de LP), e após a
finalização dessa leitura, os alunos podem fazer uma leitura recreativa de qualquer livro na
plataforma. Como forma de avaliar a leitura, a plataforma conta com um sistema de Quizzes,
questionários online sobre o conteúdo do livro lido durante a leitura obrigatória, a nota do
questionário conta como parte da avaliação parcial do bimestre.

Redação Paraná é outra plataforma introduzida pela SEED para que os alunos
desenvolvam produções de texto autorais durante as aulas de redação. A professora possui na
plataforma um catálogo de gêneros textuais já definidos para trabalhar, os estudantes podem
ver as especificidades e características do texto, e o mínimo de linhas necessárias para um
texto ideal. Além dos gêneros já estipulados pela SEED, a professora pode escolher trabalhar
um gênero não listado e colocar as orientações para os estudantes manualmente. Após o texto
ser entregue, a professora pode avaliá-los e dar a nota final dentro da própria plataforma, o
que também, assim como o Leia Paraná, contribui para a nota parcial do bimestre.

A regente diz que na teoria, a introdução dos novos recursos tecnológicos é ótima,
porém na prática, a escola oferece pouco suporte para que os docentes possam extrair o
melhor das novas adições. Os laboratórios são pequenos e precisam ser divididos entre vários
professores, os recursos de internet são extremamente limitados e dificilmente funcionam do
jeito que deveriam. Também, os professores são submetidos a situações desagradáveis por
conta da instabilidade do sistema, como ocorreu durante as observações de uma falha no
sistema RCO, acabar com o planejamento da professora Daniela e tomar uma parte
considerável do tempo de aula.

Esses foram alguns pontos abordados na entrevista com a professora regente, que
demonstram certa insatisfação com o rumo que a educação da rede estadual tomou durante o
decorrer dos últimos anos.

​2. METODOLOGIA
A metodologia que estipulamos consistiu em priorizar a produção das notícias dos
alunos, destinando tempo hábil para tal, após assistirem a apresentação e receberem as
orientações da atividade um e dois, sendo elas o preenchimento das partes faltantes da notícia
e a produção de uma notícia nos cartazes, com base nos temas e respectivos materiais
dispostos pelos estagiários. Os objetivos presentes no plano de aula, anexo O, baseam-se na
elaboração de um texto dentro do gênero textual escolhido e na percepção dos elementos que
o compõe - inúmeras vezes persuasivos e impactantes - bem como as partes composicionais
comumente presentes nas produções em notícia, dentro dos veículos da mídia e diferentes
suportes, mesmo que caracterizadas por suas especificidades.

Nesse sentido, concluiu-se que seria interessante destinar um tempo próprio das quatro
regências para que se conseguisse aprender e assimilar com mais profundidade e efetividade o
gênero, muito mais que o seu estudo formal, sequencial e tradicional, mas possibilitando que
os estudantes fizerem seus textos em grupo, refletissem que tipo de notícia fariam, destinado
para qual público, que palavras iriam utilizar na manchete, linha fina, o que e como
desenvolveriam o recorte escolhido etc. Esse processo aproxima-se ao processo de redação de
notícias e, desse modo, faz com que os alunos observem, reflitam e experimentem suas
escolhas, que reforçarão a retomada do conteúdo. Ademais, pensamos no fato de que
infelizmente o sistema de organização do ensino público do Paraná não permite que os
docentes se prolonguem no desenvolvimento dos conteúdos, necessitando serem sucintos a
ponto de não ser possível um real processo de ensino aprendizagem. Assim, as regências
atuariam contra esse fator e potencializando a assimilação dos conteúdos trazidos pelos
estagiários.

Em se tratando do caráter etnográfico da percepção de nossas regências e contatos


com o campo escolar, de acordo com Carniel e Thomaz, a etnografia possui uma dimensão
formacional para os docentes, isto é, os estudos etnográficos do meio atribuem conhecimentos
relevantes acerca do fazer profissional do educador e da percepção do ambiente de trabalho.
O uso da abordagem etnográfica auxilia o docente em formação a refletir sobre os locais que
vivencia sua profissão e como são as trocas que faz com os diferentes indivíduos que
encontra.

É interessante lembrar que observar o meio e traçar raciocínios mais voltados à


etnografia escolar está muito voltado para como o pesquisador vê esse meio, ao que afirma
Peirano. Dependendo de quem é o indivíduo pesquisador será medido e pesado de uma forma
ou de outra um dado, recorrência, acontecimento, atitude coletiva. Mesmo sendo realizado o
estudo do meio há também uma percepção que diretamente entrelaça um ponto de vista
específico e pessoal. Em outras palavras, trata-se de um fazer interpretativo que tende a uma
percepção de certa forma enviesada.

Nós, como graduandos em período de estágio, percebemos que já tínhamos algumas


percepções iniciais ao conhecimento etnográfico, como observar, reconhecer e memorizar
quem são as figuras estudantes que se demonstram ser na sala de aula, desse colégio e
disciplina; como interagem, conversam a depender do interlocutor ou grupo formado; quais
interesses pessoais tinham, como agiam conosco e com a professora regente, estipulando
comparações; como os alunos construíram a sua sala de aula expressando o que pensam,
como agem, do que falam ou não falam perto dos estagiários etc. Colocamo-nos à disposição
da turma mais desafiadora entre os três oitavos observados, aquela que era formada por quase
que “alunos tipo”, referenciais de estudantes comumente lembrados por aqueles que
sentam-se no fundo, à frente; alunos tímidos, quietos; alunos extrovertidos, desinibidos;
criativos, experimentais; com background mais reduzido etc, além do fato da turma do oitavo
A ser escolhida também em função da disponibilidade de cada um e das professoras regente e
supervisora.

O que percebemos e postulamos conjuntamente, quase que em unanimidade, após


algumas observações e regências e após as discussões na sala dos professores e no grupo
destinado ao trabalho da disciplina, é que a turma do 8°A não se demonstrou um estorvo, uma
resistência ou alheia às nossas propostas. Como mencionado anteriormente, fomos avisados
que o esse oitavo seria um desafio. Mas, em se tratando da nossa percepção, foi possível
realizar nosso planejamento e obter resultados significativos da construção grupal e conjunta
do conhecimento, norteado pelo conteúdo programado. Assim, a turma teve participação real
nas regências, mesmo que preciso nos dividirmos bem para alcançar a todos. É interessante
ressaltar que diferentemente das outras duplas de observação e regência, nós estávamos em
três, o que de sobressalto já era um aquisitivo para desenvolvermos com mais facilidade
nossas atividades e interações com o meio. Por conseguinte, constatamos que as regências são
vistas de forma diferente pelos educandos em comparação às aulas da professora regente. O
que fizeram e agiram durante as observações e durante as regências foi diferente, em se
tratando do fator atitudinal, pois conosco demonstraram mais colaboração, atenção e
disposição. De forma geral, foi percebido bons relacionamentos e convívios entre os
estudantes, excetuando-se os alunos do grupo do fundo da sala que xingavam-se
frequentemente, atacando-se ao citar aspectos das aparências físicas durante a elaboração dos
cartazes; da aluna que mudou de grupo - o que não conseguimos analisar os motivos, apenas
que ela demonstrou que não queria comentar nada a respeito - e da aluna que não se sentiu
confortável em fazer o trabalho dos cartazes com nenhum dos outros grupos, preferindo fazer
sozinha pois suas amigas não teriam ido à escola naquele dia.

Embora o fato de termos nos colocado durante as regências de forma e postura


profissional e em uma tentativa de centralidade própria de docentes já experientes - não
apenas para garantir uma objetividade e organização da nossa atividade e da atividade dos
grupos formados na turma; perceber como responderiam às nossas indagações e estímulos
através de nossas falas e materiais e poder manter o compromisso de atentar-se aos seus
desempenhos parciais (durante as produções das notícias) e finais (após terem apresentado os
trabalhos) e pontuar qualitativamente seus desempenhos - não se pode deixar de comentar que
nos conectamos em uma certa medida por quem os alunos eram e pela forma que interagiram
positivamente conosco. É muito elementar da natureza humana que os indivíduos se façam e
signifiquem por intermédio de outros indivíduos também, esse caráter é universal e
apresenta-se ainda mais evidente e estritamente relacionado aos indivíduos que são docentes.
Ou seja, o campo que se tem o convívio escolar, as escolas, não é rígido e independente, mas
relacional e processual por fundamento, o que resulta na permanência constante em um
processo de transformação particular dos alunos e, especialmente, dos professores. O campo
escolar é transformador. As escolas da rede pública, sobretudo, são aquelas em que há um
contato mais próximo do profissional às diferentes realidades desiguais da sociedade, o que
tem o potencial de aproximar-se com o outro e a partir desses dois fatores construir
conhecimento em conjunto.

​3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


Durante e após o período das quatro regências no Colégio Est. 31 de Março, tendo
alcançado todas as etapas presentes no plano de aula, foi perceptível um resultado bastante
positivo em relação às produções e, principalmente, à desenvoltura e apropriação dos
conteúdos que os alunos demonstram nos materiais. Ao recolher e ter contato com as
atividades das folhas de sulfite e cartolinas, reconhecemos que houve um entendimento
geral do gênero e do que deveriam produzir. Com a coleta e leitura das notícias, pontuamos
que os grupos se desenvolveram bem, com pequenas exceções. Muitos alunos se
esforçaram, como também muitos não levaram muito a sério as propostas. Dentro do
tempo que tínhamos, as produções foram concretizadas de forma satisfatória. O foco era
que fizerem as notícias e não exatamente que produzissem os cartazes e, assim sendo,
alguns grupos terminam suas notícias no caderno, não completando nas cartolinas, como
mostra o anexo D.

​3.1. OBSERVAÇÃO DAS AULAS

3.1.1. Primeiro dia de observações

Na primeira observação realizada estivemos com o 8 ano C, tendo tal turma assistido
ao filme Tempos Modernos desde a aula anterior e na aula de Língua Portuguesa houve a
continuação. Os estagiários foram muito bem recebidos pela professora regente antes de
entrar no saguão. Os pré-adolescentes já colocados prestavam atenção, em geral, comiam seus
lanches e levantavam para descartar as embalagens no lixo. Estavam bem distribuídos e com
boa visão do projetor, bastante nítido. Nesta turma há um aluno surdo, que possui uma
audição moderada e consegue ouvir a uma curta distância de um emissor vocal. Neste
momento ele não ficou próximo à caixa de som. A escolha do filme inclui-o pois a narrativa é
de compreensão inteligível e a sequência de acontecimentos é visual e objetiva. De todo
modo, a professora intérprete traça alguns comentários ao que demonstra entender bem.
A chamada das duas turmas que estavam presentes é feita conferindo os alunos pelo
nome e tirando as fotos com o celular, o caso da regente. Mesmo o sistema sendo lento e
disfuncional, quando não reconhece/reconhece insuficientemente é necessário fazer a
chamada manualmente. Regente comenta que é uma situação estressante porque inúmeras
vezes não há reconhecimentos dos estudantes pelo sistema nem na luz clara, tendo que
posteriormente tomar espaço da aula para refazer.
Quando era hora de retornar à sala, foi preciso aguardar a outra professora voltar. Pela
carga horária foi comentado pela regente que o estado fez - indiretamente - com que não
houvesse tempo suficiente para a docente fazer seu pré-conselho, por isso aguardamos.
Chegando na outra turma, 8°A, foi cedido alguns instantes para os estagiários se
apresentarem. Já estavam cientes de que passariam pelas observações. Em seguida, foi feita e
refeita a chamada tirando fotos com a própria televisão, já devidamente instalada. A
professora comenta que a cada início de semestre há um nivelamento de seis aulas com todas
as suas turmas e que precisa atender ao que o sistema pede, assim sendo possível de ser
realizado o desafio e a escola não ficando com o “status vermelho” para o estado. Inicia sua
explanação com auxílio dos slides da SEED acerca do gênero reportagem. Mesmo que precise
parar a cada instante para pedir silêncio, tem atenção às contribuições dos alunos,
complementares ao conteúdo. Atualidades de modo geral e as atualidades que perpassam a
realidade e conhecimento dos alunos são consideradas, como dados do IBGE acerca do
mercado de trabalho brasileiro, trabalho infantil e o programa Jovem Aprendiz. A aula
encerra no meio da construção coletiva do conhecimento.
Chegando no 8°B, logo é feita a chamada, o que irá acontecer, também, no início das
outras aulas. A educadora comenta que para os casos da verificação dos educandos não ser
possível pelas fotos, nem marcando as presenças a mão, há um funcionário do colégio que faz
a chamada e que pode ser lançada depois na hora atividade. Quando o sistema não funciona
pela falta de internet na televisão, não há como continuar a sequência didática através dos
livros pois eles não dialogam com o que a SEED dispõe. Mesmo que a opção encontrada
também não seja adequada para a construção do conhecimento, ela é a mais realizável. A
opção foi dar sequência ao filme que estavam trabalhando anteriormente, Escritores da
Liberdade. Boa porção presta atenção ao filme e às pausas que a regente pontua reflexões do
tipo quais são os diferentes pesos e desvantagens a depender de fatores sociais, econômicos,
moradia, a dificuldade que minorias sociais étnicas sofrem etc. Nos cinco minutos finais foi
feita uma retomada das discussões e entrega de carteirinhas.
3.1.2. Segundo dia de observações

Na primeira aula do segundo dia de observações assistimos ao lado dos alunos a


apresentação do trabalho dos Doutores Palhaços, ao que os alunos em muito interagiram.
Neste momento, a intérprete de Libras não sinalizava para o aluno surdo, posto que estava
sentado bem na frente, nas primeiras cadeiras. Além de ouvir quando o emissor está próximo
a ele, o estudante também faz leitura labial.

Muitas conversas paralelas dificultam a apresentação, mas que conseguiu ser


finalizada passando todos os slides e reflexões. O sinal bate para o recreio e os alunos se
retiram. 20 minutos após o recreio, os alunos foram organizados no pátio para o sorteio das
rifas de formatura, apesar da demora em fazerem silêncio. Logo após o sorteio, dirigimos para
a sala do 8° A.

Uma das alunas passa mal e a regente conversa com a pedagoga a respeito no pátio.
Logo após, a aluna volta para casa e a regente para a sala. É feita a acolhida dos estudantes
retomando as ideias e princípios dos Doutores Palhaços. Houve uma aluna que expôs uma
fala pessoal discriminatória acerca do trabalho dos profissionais. Em seguida, a regente
comenta com os alunos enquanto faz a chamada que o governo faz com que docentes percam
tempo fazendo chamada. Há alunos de outra sala jogando bola na quadra ao lado, mas não
atrapalham o andamento da aula. Na sala do 8°A há uma aluna que possui múltiplas
deficiências e uma mentalidade e raciocínio de uma criança de cinco a seis anos. A aluna
recebe atividades específicas da professora. Ao querer falar com a professora, a regente pede
que aguarde um pouco - enquanto termina de falar - e, em seguida, ouve o que a aluna diz.
Nesse momento, haviam mais 20 minutos para a aula, mas, a professora não deu sequência.
Retira-se para conferir que horas terminava sua aula e rapidamente os alunos levantam da
carteira e começam a conversar. A regente retorna, pega seus materiais e nos dirigimos, nós
quatro, para a próxima turma.

Não muito depois de chegarmos ao 8°B, duas alunas assinam ocorrência por chegarem
depois do professor, não devendo se retirarem da sala. Logo após, a professora pede para que
os alunos abram as janelas e traça elogios a uma aluna que estava com seus desenhos em cima
da carteira. Comenta que desenha muito bem e que é uma artista e mostra ao restante da
turma alguns dos seus desenhos, impulsionando-a positivamente. Os alunos silenciam-se, a
regente faz a chamada e retoma a palestra a que os alunos assistiram. Ouve as contribuições e
comentários e constrói coletivamente um senso de inteligência emocional, uma das pautas da
palestra. Instiga os alunos através de perguntas e deixa instantes para que pensem e
respondam, de maneira bastante receptiva.

O conteúdo programático da reportagem é retomado e é comentado sobre a dualidade


Jovem Aprendiz e trabalho infantil. Os alunos precisam responder no caderno a questão do
slide. Enquanto isso, a regente se interessa em perguntar a uma aluna sobre uma outra colega
que estava com uma situação familiar relacional difícil e que havia tentado suicidar-se. Após
alguns minutos pergunta aos alunos se terminaram e estes colaboram falando suas respostas
quando solicitadas. A regente acolhe uma das respostas que estava incorreta e pergunta ao
aluno porque ele acredita estar certa, levando-o a entender qual era o equívoco de sua
resposta.

Ao tentar passar para o próximo slide ou voltar ao início, a internet não carrega. Não
houve outra opção senão iniciar a próxima aula da SEED, que continha o mesmo conteúdo.
De toda forma, os slides da aula anterior que estavam no meio são deixados para trás. Um
aluno traça um comentário maldoso acerca da palestra dos Doutores Palhaços e a professora
não dá sequência aos slides e comenta sobre a natureza desse comentário. Logo após,
inicia-se uma leitura coletiva da reportagem presente no slide, porém, o sinal bate e a leitura é
totalmente interrompida, bem como a aula, pois os alunos levantam-se. A regente encerra sua
matéria na televisão enquanto tenta dar atenção às alunas que vêm falar com ela na mesa.

Voltamos ao 8°A, agora, para a segunda aula do dia. A chamada é feita entre assobios,
risadas e alunos em pé. Regente tenta mostrar aos estagiários como é o quizz, mas ele não
carrega. Decide ir até a aluna de educação especial e conversar com ela para, então, sair para
buscar os livros didáticos, acompanhada de dois alunos. Enquanto estão fora, uns alunos
levantam-se e saem da sala e outros conversam alto, assobiam, correm, empurram-se e até
tomam da mão um do outro o material escolar. Ao verem a regente aproximando-se, correm e
sentam nos lugares, mas logo continuam a conversar e a falar palavras de baixo calão. A
professora conta até três e não silenciam-se. Ela extravasa e fala que o corpo pedagógico está
cansado de tentar ajudar e eles não colaborarem. Mesmo assim, ainda há um ou outro aluno
que não se demonstra importar com o que a professora acabou de dizer.

É pedido que abram o livro na página 48, contendo o tema “adolescer”, e que
escrevam no caderno que “a internet não funcionou e trabalhamos o conteúdo com o auxílio
do livro didático, analisando uma reportagem”. A internet após minutos volta a funcionar,
contudo é dado sequência ao livro. Antes de passar para o segundo texto, tendo sido feita a
leitura do primeiro, a regente comenta que o próximo texto trata sobre hiperlink e
hiperconectividade e pede para que os alunos digam se sabem algo a respeito e o que.
Algumas noções deste tema são feitas em conjunto antes da leitura. A regente pede para o
aluno bastante agitado ler a manchete e a leitura seguir de acordo com as filas. Enquanto os
alunos leem, ouve e acolhe em silêncio o que a aluna especial comenta. Houve estudantes que
registaram a fazer a leitura, mas, gentilmente são incentivados a fazê-la. Batem à porta e os
alunos pedem para dar um comunicado sobre a apresentação de hip-hop do dia seguinte.
Nesse intermédio encerra o tempo da aula sem a conclusão da leitura da notícia. Os livros são
recolhidos e entregues as carteirinhas.

3.1.3. Último dia de observações

No último dia de observações fomos às turmas dos oitavos B, A e C. No 8°C, a aula


foi de leitura, realizada no laboratório de informática. Entrando na sala, a professora regente
inicia comentando sobre alguns pontos discutidos no conselho de classe e a nova orientação
sobre o sinal e a entrada dos alunos nas salas de aula. Inicia a fazer a chamada e precisa
refazê-la pois o sistema não reconheceu a quantidade mínima de estudantes. Logo após, segue
dando orientações de como acessar o Leia PR. Aqueles que não conseguirem entrar pelo
sistema pedir permissão para ser concluído o login, devem ficar na biblioteca lendo os livros
pelos tablets disponibilizados (se também não fosse possível, deveriam ler algum dos livros
da biblioteca). Depois de ler o texto proposto, podem fazer uma leitura livre. Esta aula foi
destinada para a leitura e estudo da caracterização do gênero crônica. A professora comenta
com os estagiários que é preciso abordar os gêneros literários que serão cobrados no concurso
do Agrinho. Houve uma aluna que perguntou para a professora porque não foi liberado na
plataforma as questões após atingir 20% da leitura, ao que não soube responder e pediu que
apenas continuasse. Por fim, encerra-se o tempo da aula e os alunos desligam os eletrônicos.

Já no 8°A, antes que pudesse ser dado as primeiras orientações da aula, um professor
representante da formatura passa para dar alguns avisos. Logo após, a regente pede para que
os livros sejam distribuídos pelos estagiários, enquanto inicia seu warm up sobre o assunto: o
uso do celular por adolescentes. Comenta que seus filhos, por exemplo, não são permitidos de
usarem celular ainda e que quando ficarem pré-adolescentes o uso será regrado. Um dos
discentes questiona porque não os deixa usar atualmente e a docente explica os perigos do uso
na infância e mesmo na adolescência. Os estudantes demonstram interesse.

Inicia-se a leitura coletiva de um texto presente no livro e faz-se pequenas pausas para
complementar o conteúdo, mencionando o mal hábito de passar informações pela internet e,
recentemente, pelos grupos do Telegram e Discord com pessoas desconhecidas e não
identificáveis. Ademais, é comentado sobre um caso de vazamento de conteúdo íntimo de
uma adolescente por um aplicativo e as consequências que essa visibilidade causou para a
garota em todo o município. Por conseguinte, a leitura é retomada. Os alunos que ficavam
tímidos para ler tinham mais tempo para fazê-lo. Uma aluna fala em voz alta que está
“dormindo durante a leitura” e a professora faz uma ocorrência no caderno de ocorrências. O
texto se desenvolve e traz recomendações para os pais sobre o uso do celular dos filhos, ao
que os alunos comentam como é essa realidade em suas casas, se existe ou não, e o restante
ouve ativamente. A aula conclui-se tendo sido alcançadas as reflexões e a leitura.

Por fim, a última aula observada foi no 8°C. A chamada não carrega, são entregues as
carteirinhas e metade dos alunos se retiram para assistir a apresentação de hip-hop no pátio. É
feito um círculo e cada um comenta como está se sentindo nesse dia, com exceção dos
estagiários. A regente demonstra-se afetuosa, interessada e atenta a como os alunos dizem
estar. Comenta que uma aluna entregou um ingresso perdido a ela e salienta o ato de
honestidade já que cada ingresso tinha um custo. Um dos alunos pergunta se pode
compartilhar algo e a professora abre espaço para isso. Em seguida, volta para a temática da
aula, mesmo que ouvindo a vivência dos alunos de forma menos pontual e objetiva. A roda de
conversa expande para temas paralelos, mas não complementares ao que havia sido
planejado. Os alunos participam ativamente. Volta ao livro e interrompe para ouvir
contribuições dos estudantes sobre o tema. Houve alunos muito oralmente e outros menos,
mas todos demonstraram interesse e conforto com a conversa. A primeira aula termina e,
sendo geminadas, inicia-se a segunda aula. Esta não foi observada formalmente por todos os
estagiários, apenas por aqueles que pudessem e quisessem observar uma aula extra, a décima
primeira.

3.2. REGÊNCIAS
A versão final do plano de aula utilizado pode ser encontrada no anexo O.

​ FIGURA 3 - Início da primeira regência na turma do 8A

Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)

Apesar do nervosismo, as regências foram iniciadas na turma do 8A após uma breve


apresentação nossa e do conteúdo que seria trabalhado.
A apresentação do conteúdo (gênero notícia) foi feita por meio de uma conversa com
os alunos sobre o que eles já conheciam do gênero, e conforme eles apontavam os pontos que
já eram de seu conhecimento, as ideias foram anotadas no quadro na forma de um brainstorm.
Após o registro dos aspectos principais da notícia no quadro, foi feita uma apresentação de
slides (presente no anexo N) que elaborava melhor o conteúdo e mostrava os elementos
constituintes da notícia na prática com um exemplo de notícia real, que foi lida por um dos
alunos.
Após o momento de introdução do conteúdo, foi explicada a primeira atividade
planejada para as regências: os alunos foram separados em grupos, cada grupo trabalharia um
tema (música e atualidades; bullying e violência; esportes) e em seguida cada um recebeu uma
folha contendo uma notícia fictícia com alguns elementos (lead, manchete, corpo do texto,
etc.) faltantes (presente nos anexos H, I e J), que eles teriam que reconhecer e completar de
maneira adequada. Durante todo o momento de desenvolvimento e elaboração da atividade, e
nós nos disponibilizamos para auxiliar e sanar dúvidas pontuais dos grupos individualmente.
Enquanto os grupos completavam a notícia, a aluna inclusa, Rafaela, recebeu
atividades adaptadas (presentes nos anexos K, L e M), preparadas pelo estagiário Leonardo.
O andamento dos grupos foi relativamente tranquilo, a grande maioria estava se
esforçando para atingir os resultados propostos, porém também havia uma parcela menor de
alunos com dificuldade, apresentando falta de vontade de ler as partes da notícia presente na
folha e dando respostas desconexas do enunciado.
A aula acabou sem que grande parte dos alunos conseguisse terminar a atividade em
tempo hábil, portanto prometemos alguns minutos da próxima aula para que pudessem
retomar e concluir as produções.

FIGURA 4 - Desenvolvimento da primeira atividade com os grupos já formados

Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)


FIGURA 5 - Aluna Rafaela realizando atividades adaptadas enquanto os estagiários orientam
os grupos
Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)

FIGURA 6 e 7 - Grupos produzindo a atividade proposta pelos estagiários


Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)

Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)


Durante a segunda aula, como combinado anteriormente, os alunos tiveram tempo para
finalizar a atividade da aula anterior, então se organizaram novamente nos grupos e
retomaram as produções.
Com as produções devidamente finalizadas (presentes nos anexos A, B e C),
explicamos a próxima atividade: os alunos continuariam com os mesmos grupos, mas agora
ao invés de completar as partes faltantes, eles teriam de produzir suas próprias notícias com
todas as partes explicadas durante as aulas anteriores. Para a produção os grupos receberam
uma cartolina branca e algumas imagens com ilustrações relacionadas aos temas de cada
grupo (que seriam os mesmos da primeira atividade). Após todos os grupos finalizarem, eles
apresentariam sua notícia para o resto da turma, explicando sobre o tema, processo de
produção e indicando as partes estruturais da notícia em seu texto.
Após as instruções, os grupos começaram a montar suas próprias notícias, diferente da
atividade anterior, o cartaz gerou muito mais dúvidas, que sanamos pouco a pouco ou foram
sanadas pelos colegas de grupo.
O sinal bateu, marcando o fim da segunda aula, assim nos dirigimos para a sala dos
professores do colégio, para analisarmos as produções dos alunos, que por sinal, em grande
parte, atingiram um nível satisfatório, mostrando que a turma tinha um conhecimento
interessante sobre o gênero.
Para a retomada dos trabalhos na terceira aula, os grupos se juntaram novamente e
voltaram a pensar e produzir suas notícias, e assim foi até o fim da aula, onde assim como na
primeira atividade, não houve tempo para os alunos finalizarem seus cartazes do jeito que
gostariam (o que de certa forma mostra que eles gostariam de produzir mais e enfeitar melhor
suas produções, indicando dedicação ao que foi proposto), por isso tentamos tranquilizá-los,
dizendo que poderiam deixar o texto da notícia no caderno (onde a maioria escreveu o
rascunho de suas notícias) e apresentar somente os cartazes (presentes nos anexos D até E),
lendo o texto no caderno durante a próxima aula.
Na quarta e última regência, os cartazes que haviam sido recolhidos por nós na aula
anterior, foram devolvidos aos grupos para que pudessem apresentar suas produções para os
colegas.

FIGURA 8 - Grupo 1 (Música e Atualidades) apresentando sua notícia para os colegas

Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)

FIGURA 9 - Grupo 2 (Esportes) apresentando sua produção


Fonte: Prof. Charlott Eloize Leviski (UEPG) (2023)
Após o fim das apresentações, houve uma conversa com os estudantes sobre como foi
a experiência de aplicar as regências na turma em questão, que foi desafiador por ser o
primeiro contato nosso com uma sala de aula real, mas que a turma colaborou muito e as
produções foram um sucesso. Também foram muito elogiadas a qualidade dos textos e o
compromisso com as atividades propostas. Por fim, agradecemos muito e reforçamos a
colaboração da turma, destacando que apesar de algumas dificuldades apresentadas nos
textos, não existem erros na sala de aula, que é lá é um lugar de aprender e melhorar, e nesse
ponto os alunos estavam de parabéns.

4. CONCLUSÃO

Desde a etapa inicial das observações e estudos do meio, percebemos e compreendemos


coisas que nunca poderíamos imaginar enquanto éramos estudantes. Percebemos que ser
docente é uma profissão difícil, a realidade é complicada, o sistema (em todos os sentidos)
não ajuda, mas o que guia os docentes nessa jornada é o amor e a vontade de ensinar, e é por
isso que nós acadêmicos estamos aqui também, iniciando nossa jornada no caminho do
conhecimento também
Assim, nossa experiência no ensino fundamental terminou e podemos dizer que foi um
sucesso, houve dificuldades, mas superamos todas. A experiência foi fundamental para
sabermos como é a realidade do ensino público e principalmente, da sala de aula e
considerarmos se realmente é isso que queremos fazer.
Podemos dizer que o processo de estágio foi satisfatório e cumpriu com seus objetivos,
foi um capítulo importantíssimo na nossa formação como docentes e estamos curiosos e
ansiosos para saber o que as próximas empreitadas na disciplina trarão!

​REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Jane Soares de. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de
professores. Cad. Pesquisa, São Paulo, n. 93, p. 22-23, maio. 1995. Disponível em:
<http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/649.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2021.

FGV EESP. Perda de aprendizado no Brasil durante a pandemia da Covid-19 e o


avanço da desigualdade educacional. São Paulo: Centro de aprendizagem em avaliação e
resultados para o Brasil e África lusófona. 2020.

LIMA, T. C. S.; MIOTO, R. C. T.; DAL PRÁ, K. R.. A documentação no cotidiano da


intervenção dos assistentes sociais: algumas considerações acerca do diário de campo. Revista
Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 93-104, 2007.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2003. 311 páginas.

PANNUNZIO, M. I. M. et al. O diário de bordo como instrumento de aprendizagem e


avaliação no processo de educação pela arte. In: ANAIS DA REUNIÃO ANUAL DA SBPC,
57, 2005, Fortaleza. Anais... Fortaleza: [s. n.], 2005. Disponível em:
<http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/senior/RESUMOS/resumo_3139.html>.
Acesso em: 09 abr. 2021.

PEIRANO, Mariza. (2014). Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos,


Porto Alegre, v.20, n.42, p.377-391, dez. 2014. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?
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PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista


Poiesis, v. 3, n. 3 e 4, 2006. p. 5-24.

PIMENTA, S. G.. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In:


PIMENTA,
S. G. (Org). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez Editora,
1999, p.15-24.

SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Língua Portuguesa. Curitiba: [s.


n.], 2008. 102 p.

______. Projeto Político Pedagógico: Colégio Estadual Professor Colares Ensino


Fundamental e Médio. Ponta Grossa: [s. n.], 2010. 25 páginas.

SOUSA, Maurício de. Turma da Mônica Jovem: O mestre dos vilões. 31. ed. Barueri:
Editora Panini, 2019. 132 páginas.

SOUZA, E. M. F.; FERREIRA, L. G.. Ensino remoto emergencial e o estágio


supervisionado nos cursos de licenciatura no cenário da pandemia Covid-19. Revista Tempos
e Espaços em educação, [S. l.], v. 13, n. 32, p. 1-20, out. 2020.
TOKARNIA, Mariana. Brasil tem 4,8 milhões de crianças e adolescentes sem internet
em casa: Pandemia evidencia desigualdades para acessar rede, diz especialista. Rio de Janeiro,
17 mai. 2020. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-05/brasiltem-48-milhoes-de-criancas
-e-adolescentes-sem-internet-em-casa.>. Acesso em: 03 abr. 2021.
ANEXO A
Atividade desenvolvida no primeiro momento da regência na turma do oitavo ano A. (tema:
Música e Atualidades)

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO B
Atividade desenvolvida no primeiro momento da regência na turma do oitavo ano A. (tema:
Esportes)

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO C
Atividade desenvolvida no primeiro momento da regência na turma do oitavo ano A. (tema:
Bullying e Violência)

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO D
Segunda atividade produzida nas regências 3 e 4, cartaz com uma notícia autoral do grupo.
(tema: Bullying e Violência)

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO E
Segunda atividade produzida nas regências 3 e 4, cartaz com uma notícia autoral do grupo.
(tema: Música e Atualidades)

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO F
Trecho ampliado da imagem do Anexo F.

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO G
Trecho ampliado da imagem do Anexo E.

Fonte: Leonardo Ribeiro Meira (2023)


ANEXO H
Atividade produzida para os alunos do 8A, executada nas aulas 1 e 2 da regência. (tema:
Música e Atualidades)

Fonte: Nicolas Roberto Liebelt (2023)


ANEXO I
Atividade produzida para os alunos do 8A, executada nas aulas 1 e 2 da regência. (tema:
Bullying e Violência)

Fonte: Nicolas Roberto Liebelt (2023)


ANEXO J
Atividade produzida para os alunos do 8A, executada nas aulas 1 e 2 da regência. (tema:
Esportes)

Fonte: Nicolas Roberto Liebelt (2023)


ANEXO K
Atividade 1 - Aluna especial

Fonte: Mundo Educação (2023)



​ANEXO L
Atividade 2 - Aluna especial

Fonte: Mundo Educação (2023)


ANEXO M
Atividade 3 - Aluna especial

Fonte: Mundo Educação (2023)


ANEXO N
Slides aula 1
Fonte: Felipe Prates (2023)

ANEXO O
Versão final do plano de aula
PLANO DE AULA
ESTAGIÁRIAS/OS: Nicolas Liebelt, Leonardo Meira, Felipe Prates.
COLÉGIO: Colégio Estadual 31 de Março.
PROFESSORA REGENTE: Daniela Bassoni
PÚBLICO-ALVO: 8° ano - Ensino Fundamental II (8°A)
DURAÇÃO: 4 aulas de 50 minutos cada
CONTEÚDO: Gênero textual notícia
CAMPOS DE ATUAÇÃO: jornalístico/midiático
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: leitura, análise linguística/semiótica e produção de texto.

OBJETIVOS:
(EF69LP07) Produzir textos considerando sua adequação ao contexto de produção e circulação –
os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo escrito ou
oral, à variedade linguística apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada
às propriedades textuais e do gênero, estipulando um plano de elaboração e produzindo e
editando o texto, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, refletir sobre as
escolhas e produções realizadas etc.
(EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a
elaboração do título e escolhas lexicais) e seus efeitos de sentido.
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do
relatar, tais como notícias.

ENCAMINHAMENTOS PEDAGÓGICOS
Aula 1
Warm up
Inicialmente serão tomados os primeiros minutos para o recebimento dos alunos e apresentação
dos professores. Em seguida, será apresentado que a proposta das próximas aulas é trabalhar o
gênero notícia e perguntado aos alunos o que conhecem a respeito dela e as suas primeiras
impressões. Em seguida, será construído coletivamente um brainstorm no quadro, anotando as
principais características e contribuições apontadas pelos alunos, estando centralizada a palavra
“notícia”. O professor Leonardo irá projetar os slides na televisão enquanto os professores Felipe
e Nicolas realizaram o warm
up (5min).
Introdução
Após esse momento inicial, com auxílio dos slides será apresentado e lido para os alunos um
exemplo de notícia. Caso algum aluno se disponha a ler, poderá fazê-lo. Logo após, o gênero
textual será explicado de forma geral e as suas características e partes mais comuns, no que diz
respeito às especificidades estruturais da manchete, linha fina, LIDE e corpo do texto
(informações secundárias e detalhes). Serão mencionados alguns dos principais ambientes de
veiculação e suporte (jornais, revistas, televisão, redes sociais e sites) e alguns tipos de notícias,
presentes em jornal impresso, portal de notícias, podcasts, programa de TV etc. (15min).
Por conseguinte, os professores Leonardo e Felipe irão explicar aos alunos que a turma será
dividida em 6 equipes de 5 alunos cada (considerando uma média de 30 alunos em sala),
enquanto o professor Nicolas anota no quadro o enunciado da atividade. A cada duas equipes
haverá um tema, sendo eles música e atualidades, bullying e violência e esportes. Os temas
poderão ser escolhidos pelos alunos, mas, caso não consigam chegar a um acordo comum, um
dos professores fará um sorteio para a distribuição. Os alunos receberão o material impresso para
a atividade, notícias com partes incompletas, não preenchidas pelas partes estruturantes de
manchete, linha fina, LIDE e corpo do texto. Os alunos deverão organizar-se em conjunto
(5min).
Desenvolvimento
Feita a divisão de grupos/equipes e escolha de temas com o auxílio dos professores, a atividade
consistirá na leitura e reflexão do material entregue e no diálogo e estipulação de propostas entre
os participantes do grupo, para que façam escolhas com base nas disposições do material e as
preencham as notícias. Poderão usar uma das folhas do material para rascunho e a outra para a
versão que será entregue. Durante a realização da atividade, os professores Felipe, Nicolas e
Leonardo irão passar por cada grupo individualmente, ouvindo e respondendo dúvidas pontuais
dos alunos, compartilhando ideias e orientações e ajudando na condução da produção. Como a
apresentação dos slides será, de certa forma, breve, neste momento os alunos serão orientados de
maneira mais profunda acerca do gênero, sendo esclarecido os pontos que sentem estar
insuficientes ou incertos na compreensão do grupo sobre o gênero, mas, também, por exemplo,
quais recortes uma equipe de redação faz para noticiar algum acontecimento, que fatos decide
noticiar, quais detalhes prefere evidenciar e quais prefere ofuscar, que escolhas de palavras e
construção de sentenças faz para elaborar uma manchete, linha fina etc., qual ordenamento de
fatos é mais congruente para o entendimento, que tipo de abordagem sobre um ocorrido os
veículos de informação fazem a depender do viés ideológico, cultural, político e social que têm
concordância, como a notícia é um emprego e especificidade da linguagem nas diversas mídias e
campos discursivos, como e em que medida pode impactar nas perspectivas da sociedade e de
mundo dos indivíduos, entre outros aprofundamentos. Todos os grupos devem ser assistidos
(20min).
Atividade extra: caso os grupos não consigam finalizar em uma aula, poderão ter os minutos
iniciais da aula 2 para se reunir e concluir (15min).
Conclusão
Após a realização da atividade, os professores recolherão os materiais e os alunos poderão voltar
aos seus lugares. Será orientado que aqueles que quiserem e puderem trazer material colorido na
próxima aula (tais como canetinhas, lápis de cor, marca textos) poderão trazê-los (5min).
Aula 2 e 3
Warm up
Os professores Felipe e Nicolas farão a retomada do gênero notícia e o que foi realizado na aula
anterior, além de apresentar a proposta da segunda e terceira regência, enquanto o professor
Leonardo anota no quadro o enunciado da atividade (10min).
Introdução
Os alunos deverão organizar-se, unindo as carteiras e cadeiras, nos mesmos grupos da atividade
anterior. A cada grupo será entregue uma cartolina na qual deverão produzir uma notícia em
conjunto. Os três temas, os mesmos trabalhados na aula 1, poderão ser escolhidos pelos alunos,
mas, caso não consigam chegar a um acordo comum, um dos professores fará um sorteio para a
distribuição. A notícia terá base nos temas elencados, mas ficará a critério dos grupos reproduzir
uma notícia já existente, a partir de algum acontecimento do conhecimento público ou se criarão
uma notícia apenas com o tema. Será exposto aos alunos as devidas orientações e que tal
elaboração pode envolver fatos de suas realidades pessoais, casos comuns ao tema ou uma
elaboração de uma criação inicial que o grupo refletiu. A elaboração das notícias levará duas
aulas. Desse modo, será possível um aprofundamento das noções do gênero, suas funções,
articulações e empregos da linguagem. Os professores irão auxiliar os grupos da mesma forma
que ocorreu na aula 1, ouvindo suas dúvidas e expondo esclarecimentos acerca do gênero textual
durante a produção em grupo. Dessa forma, a atividade poderá ser aproveitada de forma mais
significativa em função do tempo destinado tanto na introdução quanto no desenvolvimento para
as aulas 2 e 3. Ademais, é importante salientar que se caso os alunos não conseguirem finalizar a
atividade da aula 1, o tempo de 15min usados no início da aula 2 serão abrangidos pela
introdução, que terá, assim, 25 min para iniciar a atividade com as cartolinas (40min).
Desenvolvimento
Com auxílio das imagens e ilustrações trazidas pelos professores, os grupos deverão propor,
assim, uma manchete, linha fina, LIDE e corpo do texto de acordo com o tema do grupo. As
informações secundárias e detalhes das notícias (corpo do texto) serão redigidas em dois
parágrafos cada. Os professores passarão por cada grupo observando, auxiliando na produção e
ouvindo dúvidas que surjam (40min).
Atividade extra: caso os alunos consigam finalizar os trabalhos antes do tempo previsto, os
grupos deverão compartilhar com o restante da turma os trabalhos que realizaram na aula 1. O
professor Leonardo fica responsável por levar as atividades novamente para a segunda e terceira
aulas.
Conclusão:
Os cartazes serão recolhidos pelos professores para devidas verificações e os alunos poderão
recolher seus materiais e voltarem suas carteiras aos lugares (10min).
Aula 4
Warm up
Os professores Nicolas e Leonardo farão a retomada do que foi realizado nas últimas aulas e
apresentarão o que será feito na última regência, a apresentação dos cartazes, enquanto o
professor Felipe anota no quadro o enunciado da atividade (5min).
Introdução
Logo após a orientação dada no warm up, os alunos deverão organizar-se nos grupos formados
nas aulas 2 e 3. Não há necessidade de mover as carteiras dos lugares. Os alunos serão
orientados que terão alguns instantes para decidir quem irá apresentar o cartaz na frente da
turma, sendo preferencialmente dois alunos e estando o restante do grupo também à frente da
turma. Os alunos irão compartilhar de maneira concisa qual era o tema do grupo, a notícia
produzida, as escolhas tomadas no processo e as razões. Também deverão expor as manchetes e
linhas finas escritas (5min).
Desenvolvimento
Cada grupo terá 5 minutos para apresentação, contando com seis grupos (30min).
Conclusão
Após a finalização das apresentações, um dos cartazes será sorteado e os alunos integrantes do
grupo ganharão um prêmio surpresa. O restante da turma receberá um mini certificado de
participação. Feito o sorteio, o professor Felipe entregará os prêmios para o grupo sorteado, o
professor Nicolas entregará os mini certificados de participação para o restante da turma e o
professor Leonardo comentará sobre as observações e correções que foram feitas acerca das
atividades de completar as notícias e produzir as próprias notícias. Por fim, os professores farão
suas últimas considerações e agradecimentos (10min).
RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
Lousa, giz, televisão para projeção dos slides, material impresso para a primeira e cartolina para
a segunda atividade, material colorido (canetinhas, lápis de cor, marca texto), papel e caneta
(caso seja feito o sorteio de temas).

AVALIAÇÃO
Participação em sala de aula nos momentos de interação com os professores e/ou colegas, leitura
e preenchimento nas notícias pelos grupos, elaboração e montagem dos cartazes e produção oral
(pequena apresentação).

REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.
GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Ática, 2011.
LEFFA, Vilson J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: Produções de materiais
de ensino: teoria e prática. Educat, 2003.
SILVA, E. Uma sequência didática para produção de reportagem. E-book didático. Salvador:
UFBA, 2021.
CELEPAR. Língua Portuguesa - 8o ano - Referencial Curricular do Paraná. Disponível em:
<http://www.referencialcurriculardoparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
101>. Acesso em: 20 jun. 2023.

​6. ASSINATURAS

Charlott Eloize Leviski.


Assinatura da orientadora.

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