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Resumo:
O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa desenvolvida
durante o estágio supervisionado obrigatório, no 1º ano, do Ensino Médio, em uma escola da
rede pública de ensino do município de Cambé. Nossa preocupação recaiu sobre o ensino e
aprendizagem de análise linguística e semiótica, um dos eixos de ensino da Língua Portuguesa
mais evidenciados na Base Nacional Comum Curricular-BNCC (2018), uma vez que
contempla o trabalho com textos verbais e não verbais em uma perspectiva discursiva
enunciativa, o que traz grandes desafios ao professor. O objetivo da pesquisa foi verificar se o
material didático disponibilizado pelo governo traz em seu bojo atividades que possibilitem
desenvolver nos alunos habilidades de linguagem com gêneros de textos verbais e não verbais.
Para isso, a metodologia de pesquisa empregada foi a de cunho bibliográfico (LUDKE e
ANDRÉ, 1986). Os resultados alcançados demonstraram que o conteúdo da prática de
linguagem de análise linguística e semiótica não é suficiente para o desenvolvimento de
atividades que sejam relevantes para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, uma vez
que não há aprofundamento e não propõe reflexões aos alunos acerca das análises.
1 Introdução
Apresentamos neste artigo, os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola
estadual do Município de Cambé, acerca do conteúdo disponibilizado para as aulas no novo
ensino médio. A motivação da pesquisa se deu devido aos relatos de que o material muitas
vezes precisa ser complementado por ser considerado insuficiente para os conteúdos que
alunos de 15 a 17 anos precisam em razão de obter o conhecimento necessário. Com o estágio
supervisionado obrigatório, entre regência e observações, acompanhamos de perto como os
professores estão lidando com esse material do RCO (Registro Curricular Online)
disponibilizado para o ensino, e como podemos pensar em diferentes estratégias de trabalhar
ele, visto que se trata de algo obrigatório a ser seguido.
2 Revisão de literatura
A análise linguística e semiótica é importante também pelo fato de ser um dos critérios
estabelecidos pela BNCC, que busca sempre relacionar os textos a seus contextos de produção
e o desenvolvimento de habilidades ao uso significativo de diferentes linguagens, em várias
mídias. Como premissa, considera a diversidade cultural, de forma a garantir ao aluno uma
ampliação de repertório e um convívio respeitoso com o diferente. Ou seja, já se tem um
estudo que comprova uma boa participação dos alunos quando se junta a linguagem com as
diferentes mídias, e nesse caso, buscamos relacionar os slides do RCO, sistema
disponibilizado pelo governo, para ver se atende com efetividade a proposta da BNCC, de
garantir a maior participação e atenção dos alunos.
De acordo com a BNCC, cabe ao componente Língua Portuguesa:proporcionar aos
estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a
possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais
permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens (BRASIL, 2017,
p. 65-66).
Cabe então ao educador saber utilizar a linguagem e a imagem para que o conteúdo
aplicado seja passado de uma forma mais clara e transparente para o aluno. Essa questão entra
nas habilidades, pois é a forma e metodologia utilizada para aplicar o conteúdo programado.
3 Observações
Na primeira aula levamos exercícios sobre acentuação, visto que, mesmo se tratando
de turmas do ensino médio, eles possuem grande dificuldade em acentuar as palavras. Foi
passado no quadro sobre oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, com uma aula expositiva
onde copiaram e deram exemplos de palavras de cada classificação. Deu tempo de passar todo
o conteúdo e a sala se manteve em ordem.
Demos uma explicação sobre a estrutura de um artigo de opinião. Não fizemos uso do
RCO, embora esse conteúdo estivesse em slides, e levamos um material com um assunto que
julgamos mais interessante, já que os do RCO eram meio infantis para ensino médio. Usamos
esse texto impresso para fazer a interpretação com os alunos e colocamos a definição de cada
parte da estrutura para que pudessem copiar no quadro.
Explicamos para os alunos sobre os diferentes tipos de argumento que existem,
colocando no quadro cada um deles para que fosse copiado. Eles tiveram uma certa
dificuldade em relação a diferenciar alguns tipos mais parecidos, mas finalizamos a aula sem
dúvidas maiores.
Levamos para os alunos uma reportagem impressa sobre o novo ensino médio e pedi
para que colocassem alguns argumentos e opiniões a respeito do tema em uma folha separada.
Todos eles realizaram a atividade e nos entregaram;
Pedimos para que realizassem a elaboração do artigo de opinião, primeiro passamos as
instruções e posteriormente auxiliamos cada um deles que estavam com dificuldade na carteira
para que pudesse avaliar como estava a produção do texto deles. Percebemos uma dificuldade
na escrita mas deu para notar que compreenderam o que é um artigo de opinião.
Iniciamos a aula distribuindo as provas da Prova Paraná, aguardamos eles realizarem a
prova e expliquei no quadro como deveriam preencher o gabarito. Auxiliamos na carteira
aqueles que possuem laudo e certa dificuldade com coordenação motora para realizar o
preenchimento.
Começamos a aula explicando o contexto histórico do Barroco, já que era aula de
literatura, mostrei também em slides como eram as igrejas da época e as esculturas, pedimos
para que participassem mais da aula e questionamos sobre as imagens, se já tinham visto, se já
visitaram alguma construção assim, entre outras perguntas interativas. Após isso, passamos a
explicar as características do Barroco. Levamos também um poema do Gregório de Matos
para ler e interpretar com os alunos, mostrando onde se localizava as características do
movimento dentro do texto.
Como se tratava de uma aula de produção de texto, fizemos a correção das atividades
sobre os tipos de argumentos que os alunos haviam nos entregado em folha separada,
explicando para eles o que tinham errado e como saber identificar esse tipo de argumento com
exemplos melhores.
Iniciamos a aula de literatura, começando pelo arcadismo, passamos no quadro o
contexto histórico do que estava acontecendo no momento dessa escola literária e levamos
algumas imagens em slide sobre as construções dessa época.
Continuamos a aula sobre arcadismo falando da Literatura e mostrando alguns poemas
onde as características são bem marcantes, como por exemplo, os do autor Cláudio Manuel da
Costa, e também explicamos um pouco sobre os principais autores e a vida deles.
Levamos os alunos na biblioteca para que pudessem localizar livros do arcadismo,
passamos uma lista para eles, se organizaram em grupo, e fizeram pesquisa dentro da
biblioteca de informações que seriam interessantes para eles, já que a professora regente
pretende passar um seminário sobre esse tema futuramente.
Levamos a obra “O Uruguai” de Basílio da Gama para fazer uma interpretação com os
alunos. Por se tratar de uma linguagem mais complexa os alunos não interagiram muito, pois
acreditamos que estavam com dificuldade para entender a obra.
6 Conclusão
Referências
LOURENÇO, Delane Cristina Galiza. A proposta de Análise linguística/Semiótica
na BNCC: a natureza dos objetos de conhecimento. Revista de Literatura e
Linguística, 2019