CAMPUS PROFESSOR ALEXANDRE ALVES DE OLIVEIRA (PARNAÍBA) CURSO: LICENCIATURA EM LETRAS INGLÊS DISCIPLINA: DIDÁTICA GERAL – PEC PROFESSORA MA. NATHANA LOPES
TRABALHO AVALIATIVO 3º eixo (Peso 5,0)
1- Com base no filme Entre os Muros da Escola, dirigido por Laurent Cantet e refletindo em paralelo com nossa Disciplina de Didática, faça a produção de uma resenha crítica.
O filme em pauta, se insere em uma escola pública da periferia com alunos
adolescentes, e como acontece a relação do professor de Francês com esta turma. Notamos logo no início da interação do professor com a turma, a incapacidade para motivar os alunos sobre a disciplina proposta para o aprendizado, o docente exige respostas rápidas demais, fazendo muitas questões em sequência, assustando os estudantes e não dando tempo hábil de resposta. Além disso, a maioria das atividades são monótonas, o que causa um desinteresse por parte da turma, algo que poderia ser reavaliado por meio de uma didática aprimorada e um plano de aula modificado, atendendo uma melhor compreensão e dinamismo como objetivo do aprendizado. A didática, como fomentadora de métodos e mecanismos catalisadores do conhecimento, disponibiliza uma abordagem diferenciada para facilitar a aprendizagem. Na película, a sala de aula é constituída de diversos alunos dos mais variados setores da sociedade, e até de países diferentes, nesse caso, o professor de Francês não considera essa diferença e trata todos com a mesma abordagem de ensinar, o que para a didática teria que ser repensado. Em virtude disso, cada aluno aprende de um jeito diferenciado, em uma turma composta das mais variadas etnias, o docente deve buscar metodologias que se adéquem para uma melhor compreensão dos diferentes, no caso do filme, ensinar francês através de poemas para alunos que não tem essa profundidade em textos literários, não foi muito eficiente, pois não levou em consideração o interesse deles. Prosseguindo, um ponto crucial a se notar é a atitude do professor em relação aos estudantes, percebemos assim, que o docente em muitas cenas discute ferrenhamente com os alunos, elevando sua voz e transparecendo ira em sua face. Como formador de conhecimento, o comportamento de ser modelado para priorizar o aprendizado, e não opiniões pessoais. O filme mostra isso de maneira tão nítida, que em dado momento o professor de francês emite um palavrão em relação à duas alunas, o que desencadeia uma briga em sala de aula, enquanto um aluno, no ímpeto da raiva, fere outra no nariz, gerando hematomas. O que causa espanto, é que o professor ao expulsar o aluno e o levar para a diretoria, ainda esboça um soco no estudante, revelando um total descontrole emocional ao lidar com a situação que saiu do controle. A didática nos fornece meios de compreender que não somos competidores tentando mostrar que o professor sabe mais que a classe, mas cooperadores na construção mútua do tema ou conteúdo. Por consequência disso, um dos alunos envolvidos na briga, é expulso da escola, gerando um clima hostil na relação professor-aluno, pois a turma fica com receio do docente se distanciando ainda mais dos objetivos que deveriam ser alcançados. Diante disso, em dado momento, quando os alunos estão lendo em voz alta os textos que falam sobre as disciplinas que eles mais gostavam e porque, os estudantes citam todas as outras matérias da escola, enquanto o professor fica perplexo ao perceber que a disciplina de francês não é mencionada por nenhum deles. Diante disso, o interesse fica evidente que não foi desenvolvido durante as aulas, atividades didáticas mais bem elaboradas poderiam ser de suma importância, bem como uma atitude de não confrontamento, mas de auxílio por parte do lecionador, ocasionaria em um desfecho totalmente diferente do que podemos acompanhar no filme. Outro fato importante, é quando o professor convoca os pais dos alunos para conversar, alegando que o problema das notas baixas e a falta de disciplina seria dos alunos, porém em nenhum momento o docente se avalia, para tentar perceber se o seu método didático está condizente com aquela sala de aula. Sabemos, pois, que a didática fomenta percepções para se entender que cada turma é diferente da outra, ainda que na mesma escola, inclusive cada aluno diferente do outro, como foi supracitado. Em outra cena, o mestre vai ao pátio da escola debater com os alunos sobre o relatório de turma, causando alvoroço desnecessário, o filme apresenta o comportamento que um professor não deveria seguir, entendemos que o ensinador é um ser social que precisa entender as demandas dos alunos e tratar todos imparcialmente. Ainda no caso da expulsão, percebemos que tanto aluno como professor erraram na maneira de se comportar e reagir, porém, apenas o estudante foi punido sendo expulso. Levamos em consideração que essa situação ocorreu depois da reunião com os professores, em que o professor reclamava de as notas dos alunos estarem baixas, entretanto, a disciplina estava sendo ministrada de maneira não tão eficiente, de modo monótono, desenvolvendo discussões fortes demais entre os alunos, e desmotivando boa parte deles. A atividade sobre o autorretrato que cada um tinha que elaborar, mesmo que tenha uma proposta boa, se revelou fraca ao não ter um objetivo claro. A didática, como ciência pedagógica, poderia ter ajudado a analisar primeiramente a situação da sala, e desenvolver métodos para melhor ensino do conteúdo da disciplina de francês no filme, dessa forma, sendo um aprendizado qualitativo e de interesse por parte dos estudantes. Em síntese, o filme “Entre os muros da escola” é intrigante para nos fazer questionar os métodos pedagógicos tanto em escolas públicas quanto em particulares, já que muitos professores não possuem experiência, e os que possuem não buscam especialidades nas teorias da disciplina de Didática, o que poderia evitar muitos problemas sociais e metodológicos.