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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA VIVENCIANDO


NAS PRINCIPAIS PROVAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras.
o território nacional. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato
em seu dia a dia.
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever,
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.

MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos
conteúdos de cada área, de cada disciplina. DiAGRAMA DE iDEiAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão,
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros,
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
estudos e até a resolução dos exercícios.

HERLAN FELLiNi
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor-editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
Leticia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

Projeto gráfico e capa


Raphael de Souza Motta

Imagens
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-62-4

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para
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SUMÁRIO

FÍSICA
DINÂMICA
Aulas 27 e 28: Decomposição de forças e plano inclinado 6
Aulas 29 e 30: Força de atrito 11
Aulas 31 e 32: Força elástica 21
Aulas 33 e 34: Dinâmica no movimento circular uniforme 29

ÓPTICA
Aulas 27 e 28: Lentes esféricas: estudo geométrico 40
Aulas 29 e 30: Lentes esféricas: estudo analítico 50
Aulas 31 e 32: Óptica da visão 56
Aulas 33 e 34: Instrumentos ópticos 65

ELETRODINÂMICA
Aulas 27 e 28: Estudo e associação de geradores 76
Aulas 29 e 30: Receptores 84
Aulas 31 e 32: Capacitores 89
Aulas 33 e 34: Associação de capacitores 98
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova apresenta questões práticas e numé- A prova apresenta questões práticas e


ricas, tendo com maior frequência a dinâmica numéricas, tendo com maior frequência a
do movimento circular e força de atrito, sempre dinâmica do movimento circular (rotação
envolvendo outros assuntos, como cinemática de planetas), sempre envolvendo outros
e energia. assuntos, como cinemática e energia.

A prova possui grande incidência de dinâmica do Podem aparecer questões sobre força de A prova apresenta questões práticas e numé-
movimento circular, apresentando questões numéri- atrito e elástica, exigindo interpretação ricas, tendo com maior frequência a dinâmica
cas e que envolvam diferentes ramos da mecânica. de imagens e coleta de informações, do movimento circular e força de atrito, sempre
com atenção às equações do movimento envolvendo outros assuntos, como cinemática
circular. e energia.

Dentre os temas deste livro, plano inclinado e A prova tem uma grande variação de temas; A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de temas;
força de atrito podem aparecer na prova. porém, dinâmica circular e força elástica mas; porém, força de atrito pode aparecer porém, dinâmica circular e força elástica
aparecem com alguma frequência. com alguma frequência. podem aparecer mais facilmente.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas; A prova apresenta questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, dinâmica circular e as leis de Newton práticas que abordam as leis de Newton, cia de temas. Porém, movimento na dinâmica
aparecem com alguma frequência, em diferenciando os tipos de forças envolvi- circular pode aparecer com alguma frequência.
questões teóricas e que exigem manipulações das, como força elástica e atrito.
de equações.

A prova apresenta questões conceituais e A prova tem uma grande variação de temas; A prova aborda a interpretação das
práticas, que abordam as leis de Newton, porém, dinâmica circular aparece com alguma forças aplicadas em um corpo e o estudo da
diferenciando os tipos de forças envolvidas, frequência, cobrando os tipos de forças dinâmica circular, em questões que exigem
como força elástica e atrito. envolvidas. interpretação de imagens.
DINÂMICA

5
27 e 28
y
F AULAS
F
F Fy
y

θ
x
Fx Fx
DECOMPOSIÇÃO DE
FORÇAS E PLANO É preciso encontrar ​___› duas forças perpendiculares, cuja soma
resulte na força F ​.   Assim, um sistema de eixos
_​__› perpendicu-
INCLINADO lares é posicionado
​___› na origem do vetor F ​ .

  A componente
denominada F ​x  , ao longo _​__› do eixo x (horizontal), e a com-
ponente denominada F ​y  , ao longo do eixo y (vertical), satis-
fazem essas condições.
​___› ​___›
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 Os módulos de F ​x   e F ​y   podem ser obtidos a partir de rela-
ções trigonométricas aplicadas ao triângulo retângulo colori-
HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20 do da figura anterior, conhecendo o valor do ângulo θ.

cateto oposto __Fy


senθ = _________________
​   ​  = ​   ​ ⇒ Fy = F ⋅ senθ

hipotenusa F

1. Introdução   
​   ​ 
F
cateto adjacente __
cosθ = ___________________ = ​  x ​ ⇒ Fx = F ⋅ cosθ
hipotenusa F
Quando a resultante das forças sobre um corpo é deter-
​___›
minada, encontra-se somente uma força que atua sobre Note que o ângulo θ é formado por F ​  e o eixo horizontal.
esse corpo e que causa o mesmo efeito das demais forças.
A seguir, será estudado o processo inverso, denominado
decomposição de forças. Serão determinadas as com- Aplicação do conteúdo
ponentes, ou seja, os pares de forças que são perpendicu-
1. Sobre uma superfície horizontal plana, perfeitamente
lares, mas que juntas possuem o mesmo efeito da força lisa, é apoiado um bloco de massa m =_​__8,0 kg. A partir

decomposta. de certo instante, uma força constante F ​  , de intensida-
de F = 130 N, é aplicada sobre o bloco, de tal forma que
1.1. Componentes perpendiculares a direção da força forma um ângulo q com a horizontal,
como ilustra a figura. Considere g = 10 m/s2.
de uma força
Observe na​___›figura a seguir o processo de composição de
uma força F ​​ .  

y
F F
Fy Fy

θ
x
Fx Fx

y ​ 5  ​ e cosθ = ___


Sabendo que senθ = ___ ​ 12 ​,  calcule:
13 13
F F
Fy Fy a) o módulo da força normal exercida pela superfície
horizontal sobre o bloco;
b) o módulo da aceleração do bloco.
θ
x
Resolução: ​___› ___
​›
Fx a) Sobre Fx P ​ ,  a força normal N ​
​___› o bloco atuam o peso ​    e a
força F ​  (figura a seguir). O módulo do peso vale:

6
P = m ⋅ g = (8,0 kg) ⋅ (10 m/s2) ⇒ P = 80 N 2. No sistema em equilíbrio representado a seguir, o
bloco A, de massa m = 4,0 kg, está ligado a três fios
ideais. Sabendo que senθ = 0,80 e cosθ = 0,60, calcule
as intensidades das trações nos três fios.
Considere g = 10 m/s2.

_​__›
A força​___›F ​  deve ser decomposta em uma
​___› componente hori-
zontal F ​x   e uma componente vertical F ​y  . Assim, o esquema
de forças é refeito como na figura a seguir:

Resolução:

Na figura, todas as forças do sistema foram identificadas,


observando que nas extremidades de um mesmo fio as
trações devem ter a mesma intensidade. Como o ponto B
está em equilíbrio, a resultante das forças sobre esse ponto
é nula.

_​__› _​__›
Os mólulos de F ​x   e F ​y   são obtidos a partir do triângulo sombreado:

Fy = F senθ = (130) ​___


13 (  )
​  5  ​   ​= 50 N ⇒
⇒ Fy = 50 N
Fx = F cosθ = (130) ​___
13 (  )
​  12 ​   ​= 120 N ⇒
⇒ Fx = 120 N
___›
Como P = 80 N e Fy = 50 N,ou seja,Fy < P,F ​y  não tem intensida-
de suficiente para levantar o bloco, movimentando-se ape-
nas
___› na direção horizontal, sendo puxado pela componente O peso do corpo é:
F ​x  . Assim, as forças devem se cancelar na direção vertical:
N + FY = P P = mg = (4,0 kg)(10 m/s2) = 40 N

N + 50 = 80 ⇒ N = 30 N Como o corpo está em equilíbrio, a tração T1 deve ser igual


b) Como as forças na direção vertical se cancelaram, ao peso, ou seja:
a› resultante das forças sobre o bloco é a componente
___
Fx  , e a aceleração do bloco é: T1 = P ⇒ T1 = 40 N
___› ___› ___›
Fx = m ⋅ a
A tração T ​3   é decomposta nas componentes T ​3x   e T ​3y   . Do
120 = (8,0) ⋅ a ⇒ a = 15 m/s2 triângulo retângulo sombreado, tem-se:

7
aceleração adquirida por objetos em planos inclinados
perfeitamente lisos, isto é, desconsiderando o atrito cau-
sado pelo plano inclinado.

Considere um bloco de massa m abandonado sobre um


plano inclinado, como na figura a seguir. O plano
​___› inclinado
T3x = T3 ⋅ cosθ = T3 ⋅ (0,60)
um ângulo θ com a horizontal. O peso P ​  e a força nor-
tem ___
​›
T3y = T3 ⋅ senθ = T3 ⋅ (0,80) mal N ​
​   (perpendicular à superfície de contato) são as únicas
forças que atuam no bloco (isso não seria verdade se exis-
tisse atrito do bloco com o plano). Considerando o eixo x
Assim, é possível refazer o esquema de forças que atuam ao longo da direção do movimento (paralelo à superfície
sobre o ponto B. O equilíbrio na direção vertical fornece o no plano), é preciso decompor o peso em relação à direção
valor de T3: do movimento. Observe que a força normal é perpendicu-
lar à direção do movimento, e, por isso, não tem influência.
_​__› _​__›
O peso tem as componentes P ​x   e P ​y  , chamadas respecti-
vamente de componente tangencial e componente nor-
mal ao movimento.

     

T3y = T1
T3 ⋅ (0,80) = 40 ⇒ T3 = 50 N
De modo equivalente, o equilíbrio na direção horizontal
fornece o valor de T2:
T2 = T3x
T2 = T3 ⋅ (0,60)
T2 = (50 N)(0,60) ⇒ T2 = 30 N

1.2. Plano inclinado


O escorregador é um brinquedo quase sempre presente
nos parques para crianças. Trata-se de um exemplo de
plano inclinado, ou seja, uma superfície inclinada em re- Depois da decomposição, o esquema inicial de forças é
lação à direção horizontal. A seguir, será determinada a substituído pelo esquema da última figura.

8
Do triângulo retângulo colorido da figura central, obtém-se Px = m ⋅ a
as componentes do peso:
P ⋅ senθ = m ⋅ a
Px = P ⋅ senθ
mg ⋅ senθ = m ⋅ a ⇒ a = g ⋅ senθ
Py = P ⋅ cosθ É importante observar que a aceleração no bloco no plano
inclinado não depende da massa do bloco, ela depende
Na direção y, as forças se cancelam, pois não há movi- apenas da aceleração gravitacional e da inclinação do pla-
mento: no em relação à horizontal.

N = Py Entretanto, lembre-se de que o atrito foi desprezado e que


as únicas forças que agiam sobre o bloco eram o peso e a
A resultante das forças
​___› que atuam sobre o bloco é a com-
força normal. A aceleração terá outro valor, caso existam
ponente tangencial P ​x  : outras forças atuando sobre o bloco.

VIVENCIANDO

No livro The nature of light and color in the open air, o astrônomo holandês Marcel Minnaert apresenta a expli-
cação para diversos fenômenos ópticos interessantes, como o arco-íris, as sombras coloridas e as miragens. Uma
das questões abordadas por Minnaert é a de que as pessoas têm a tendência de superestimar inclinações. Às vezes,
quando uma pessoa está subindo uma grande ladeira, acredita que a pirambeira tem uma inclinação de 40º ou 50º
ou até mais. Mas isso é uma ilusão. Ao contrário dos exercícios propostos no Estudo Orientado, as inclinações da
grande maioria das ruas não ultrapassam 15º. As declividades máximas recomendadas pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT) são de 9% (cerca de 5º), isso para vias com baixo volume de tráfego.

Baldwin Street

A Baldwin Street, localizada em Dunedin, na Nova Zelândia, é considerada a rua mais inclinada do mundo. Seu com-
primento é de 350 metros e ela possui uma inclinação de 19° nos trechos mais íngremes. A rua é pavimentada com
um concreto especialmente desenhado para garantir que os carros não deslizem.

9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O plano inclinado está muito presente no cotidiano. Isso ocorre porque, para subir um plano com velocidade constan-
te, basta a aplicação de uma força de módulo igual ao peso, multiplicado pelo seno do ângulo do plano inclinado
(lembre-se de que, nesse caso, o ângulo é um número compreendido entre 0 e 1). Dessa forma, a força terá módulo
menor que o peso do próprio corpo; assim, é mais vantajoso elevar um móvel por meio de um plano inclinado do
que elevá-lo verticalmente. Devido a esse fato, é muito comum na construção civil a fabricação de rampas para o
deslocamento de materiais. Esse conhecimento já era utilizado na construção das pirâmides para o deslocamento dos
massivos blocos (que chegam a ter toneladas de massa).

DIAGRAMA DE IDEIAS

DECOMPOSIÇÃO
DE FORÇAS

FORÇA PLANO
INCLINADA INCLINADO

ÂNGULO ENTRE ÂNGULO ENTRE


FORÇA E HORIZONTAL PLANO E HORIZONTAL

FX = F ∙ COS Ɵ FY = F ∙ SEN Ɵ PX = P ∙ SEN Ɵ PY = P ∙ COS Ɵ

10
O coeficiente de atrito é um parâmetro que depende dos
AULAS 29 e 30 tipos de materiais que estão em contato e das característi-
cas das superfícies, como o grau de polimento. Entretanto,
o coeficiente de atrito não depende da velocidade do corpo
e da área de contato entre o corpo e a superfície.
Na tabela a seguir, são fornecidos os valores aproximados
dos coeficientes de atrito cinético para alguns pares de ma-
FORÇA DE ATRITO teriais. Essa tabela serve apenas como exemplo, e os seus
valores não devem ser memorizados.

Coeficientes de atrito cinético para


alguns pares de materiais

material μC

madeira sobre madeira 0,2


COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6
aço sobre aço 0,6
HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20 gelo sobre gelo 0,03

borracha sobre concreto seco 0,8

Observe que o coeficiente de atrito é um número adimen-


1. Força de atrito cinético sional, ou seja, não tem unidade de medida. O coeficiente
de atrito é uma relação entre duas forças.
Considere um bloco deslizando
​___› sobre uma superfície áspe- Da equação FA = μC ⋅ N, pode-se obter o coeficiente de
ra. Uma força de atrito F ​A   , exercida pela superfície, agirá atrito fazendo:
sobre o bloco em sentido oposto ao sentido de movimento
do bloco. A força de atrito existe devido às imperfeições ​ F  ​ 
μc = __A
ou irregularidades da superfície. Às vezes, essas irregulari- N
dades não podem ser vistas a olho nu, mas elas existem e
podem ser observadas através de uma lente de aumento
ou de um microscópio (instrumento que amplia a imagem
Aplicação do conteúdo
de objetos).
1. Um bloco de massa m = 4,0 kg está em repouso sobre
uma superfície plana e horizontal.
___› A partir de certo ins-
___›
tante, uma força vertical F ​  1 e uma força horizontal F ​  2
(como indica a figura), tais que F1 = 25 N e F2 = 20 N,
são aplicadas sobre o bloco. Sabendo que o coeficiente
8   ​
de atrito cinético entre o bloco e a superfície é μc = ​ ___
15
e considerando g = 10 m/s2, calcule o módulo:

___›
No exemplo da figura, a força de atrito (F ​A  ) é denominada
força de atrito cinético ou força de atrito dinâmico.
O módulo dessa força, determinado experimentalmente, é
dado por:

FA = μC ⋅ N

a) da força normal exercida pela superfície sobre o bloco;


Em que μC é um coeficiente denominado coeficiente b) da força de atrito exercida pela superfície sobre o bloco;
de atrito cinético (ou dinâmico) e N é a intensidade c) da aceleração adquirida pelo bloco;
da força normal exercida sobre o corpo pela superfície. d) da força exercida pela superfície sobre o bloco.

11
Resolução: 2. Um bloco de massa m é lançado sobre uma ___› superfície
plana e horizontal com velocidade inicial v ​  0. Depois de
a) Admite-se que ___ o bloco se movimenta para a direita, no percorrer a distância x, o bloco para devido a ação da

sentido da força F ​2  . No esquema a seguir, todas as for- força de atrito entre a superfície e o bloco.
ças ___que atuam
___› sobre o bloco foram
___› identificadas: além

de F ​1   e F ​2   , existem
___› o peso P ​ ,

  a força normal N e a
força de atrito F ​A   , com sentido oposto ao do movimento.

___›
Sabendo que |v ​0  | = 12 m/s, g = 10 m/s2 e que o coeficiente de
atrito cinético entre o bloco e a superfície é μC = 0,40, calcule:
a) o módulo da aceleração do bloco durante o movimento;
b) a distância x percorrida pelo bloco.

Resolução:

O peso é dado por: a) Durante o movimento do bloco, depois do


lançamento, as forças que atuam no bloco são
P = m ⋅ g = (4,0 kg) ⋅ (10 m/s2) = 40 N ___› ___›
o peso P ​ ,  a força normal N e a força de atrito F ​A  
F1 = 25 N, F1 < P, o bloco, portanto, permanece
___› sobre a su- (sentido oposto ao movimento). Como o bloco não se
perfície, ou seja, não é erguido pela força F 1  . Como o movi- movimenta na direção vertical, as forças nessa dire-
mento fica restrito à direção horizontal, as forças na direção ção devem se anular.
vertical devem se anular, e, assim, obtém-se a força normal: ​___›
N ​
​   
N + F1 = P
N + 25 = 40 ⇒ N­
___› = 15 N
b) O módulo da força de atrito F ​A   é dado por:
FA = μC ⋅ N

(  )
8
FA = ​___
​    ​    ​ ⋅ (15 N) ⇒ FA = 8 N
15
c) A força resultante é a soma das forças na direção
horizontal. O módulo da resultante é F2 – FA. Pela se-
gunda Lei de Newton, tem-se:
F2 – FA = m ⋅ a N=P
20 – 8 = (4,0) ⋅ a ⇒ a = 3,0 m/s2 Como P = m . g, a força normal pode ser calculada:
d) Observe que a questão pede a força exercida pela N=m⋅g
superfície sobre o bloco, sem especificar se trata-se ___›
da força de atrito ou da força normal. Nesse caso,
O módulo de F ​A   é dado por:
deve-se considerar a resultante de todas ___as forças ___
​› FA = μC ⋅ N = μC ⋅ m ⋅ g

exercidas pela superfície, isto é, a soma de F ​A   e N ​
​   .
___
​›
Depois
___› do lançamento do bloco, apenas a força de atrito
N ​
​   
F ​A   age sobre o bloco e, portanto, é a força resultante. Pela
segunda Lei de Newton, calcula-se a aceleração:
___›
FA = m ⋅ |a ​|  
Então:
___›
m ⋅ |a ​|   = μC ⋅ m ⋅ g
___›
Aplicando o teorema de Pitágoras, tem-se: |a ​|   = μC ⋅ g
F2 = FA2 + N2 Lembre-se de que o módulo da aceleração não depende
F = (8) + (15)
2 2 2 da massa. Substituindo μC = 0,40 e g = 10 m/s2, obtém-se:
____ ___›
F2 = 289 ⇒ F = √
​ 289 ​  N ⇒ F = 17 N |a ​|   = (0,40)(10 m/s2) = 4,0 m/s2

12
Considerando a velocidade escalar inicial (v0 = 12 m/s) positiva,
a aceleração escalar a será negativa (movimento retardado):
a = – 4,0 m/s2
b) Usando a equação de Torricelli, pode-se calcular a
distância x. Então:
v2 = v02 + 2aΔs
multimídia: vídeo
0 = (12) + 2(–4,0)x
2
Fonte: Youtube

Daí obtém-se a distância percorrida: Força de atrito (cinético / dinâmico)


- Mãozinha em Física 008
x = 18 m

VIVENCIANDO

Diversos movimentos observados no cotidiano são possíveis graças à força de atrito. Quando alguém passeia pelo
bairro com seus queridos animais de estimação, os pés da pessoa e as patas dos animais comprimem o chão,
forçando o solo ligeiramente para trás. Como a força de atrito é contrária ao movimento (na direção contrária ao
movimento), ela surge nas patas e nos pés, impulsionando-os para frente.
A função dos pneus é tirar o máximo proveito possível da força de atrito. É por isso que as equipes de Fórmula 1 tro-
cam os pneus com frequência, para que o desgaste dos pneus não atrapalhe a aderência do carro ao solo, causando
diminuição da velocidade. O atrito também é responsável por frear um corpo, desde gotas de chuva em queda livre
até um ônibus espacial na reentrada na atmosfera.

2. Força de atrito estático


Quando uma força é aplicada em um objeto, pela segunda Lei de Newton deve ocorrer uma aceleração. Em algumas situações,
porém, um objeto pode permanecer em repouso mesmo depois da aplicação de uma força. Como não existe movimento, a
força aplicada deve ser anulada por uma força de intensidade igual e sentido oposto, de modo que a resultante das forças sobre
o objeto seja nula. Para objetos sobre superfícies, essa força de resistência existe e ocorre devido ao atrito estático que existe
entre a superfície e o objeto.
Anteriormente, foi estudado o atrito cinético, ou seja, o atrito que existe enquanto um objeto desliza sobre uma superfície. O
atrito estático, por sua vez, é uma força que existe antes de o objeto deslizar pela superfície.
_​__› _​__› _​__›
​   
N ​ ​   
N ​ ​   
N ​

v = 0 =>FA = F1 v = 0 =>FA = F2
1 2

13
Com a ajuda da figura, será detalhado o que ocorre antes Em geral, μe > μC. Contudo, há casos em que μe = μC,
de o bloco sobre a superfície entrar em movimento.
___› Supo- como o caso de teflon sobre teflon.
nha que, depois de uma força horizontal F ​1   ser aplicada
Quando o valor do coeficiente de atrito for fornecido sem
sobre o bloco, ainda não exista movimento, ou seja, o blo-
co permaneça ___em repouso. Desse modo, deve especificar se o valor se refere ao estático ou ao cinético,
› ___› existir uma
força de atrito admite-se que μe = μC.
___› F ​A1   , de sentido oposto ao de F ​1  , que anule
o efeito de F ​1  , ou seja:
FA1 = F1
___›
Se a intensidade da força aumentar e existir uma força F ​2  
agindo sobre o bloco, de modo que o bloco ainda continue em
repouso, então a força de atrito deve ter igualmente aumentado:
FA2 = F2 multimídia: vídeo
Assim, deve haver força de atrito mesmo sem haver desli- Fonte: Youtube
zamento, ou seja, mesmo sem o movimento do bloco sobre Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 10
a superfície. Essa força de atrito é denominada força de
atrito estático. Como exemplificado anteriormente, essa
força de atrito estático tem intensidade variável e depende
da força externa aplicada. Aplicação do conteúdo
Entretanto, haverá movimento para uma determinada in-
1. Considere um bloco de massa m = 20 kg em repouso
tensidade da força aplicada sobre o bloco. Então, a força de
sobre uma superfície plana e horizontal, sob a ação
atrito estático terá uma intensidade máxima. Será indicada exclusiva__​› do peso e da força normal. Uma força ho-
por FA máx a intensidade máxima que a força de atrito está- rizontal ​F ​​   é aplicada sobre o bloco a partir de deter-
tico pode atingir. Quando esse valor é atingido, afirma-se minado instante. Os coeficientes de atrito estático e
que o bloco está na iminência__› de movimento. Qualquer cinemático entre o bloco e a superfície são μe = 0,40 e
aumento na intensidade de F ​  fará com que o bloco se movi- μC = 0,30, respectivamente, e g = 10 m/s2.
​___› ​___›
mente, e a força de atrito passará a ser o atrito cinemático. ​N ​   ​N ​  
Experimentalmente, observou-se que a força de atrito má-
ximo é dada por:
F­A máx = μe ⋅ N

N é a intensidade da força normal sobre o bloco, e me é uma


constante adimensional, denominada coeficiente de atri-
___› ___›
to estático. Do mesmo modo que o coeficiente de atrito Determine a força de atrito F ​A   considerando que F ​   tenha
cinético, esse coeficiente depende dos tipos de materiais do intensidade:
bloco e da superfície e também do estado de polimento das a) F = 40 N.
superfícies em contato. O coeficiente de atrito estático tam- b) F = 60 N.
bém é independente da área de contato entre as superfícies. c) F = 80 N.
A tabela a seguir indica os valores de atrito estático e cine- d) F = 100 N.
mático para algumas combinações de materiais.
Resolução:
Valores aproximados dos coeficientes de atrito a) O peso do bloco é dado por:
estático e cinético para alguns pares de materiais
P = m ⋅ g = (20 kg) ⋅ (10 m/s2) ⇒ P = 200 N
material μe μC
Não há movimento na direção vertical, então as forças se
madeira sobre madeira 0,4 0,2
anulam nessa direção:
aço sobre aço 0,7 0,6
N = P = 200 N
gelo sobre gelo 0,1 0,03
Sabendo a intensidade da força normal, pode-se determi-
borracha sobre concreto seco 1,0 0,8
nar a força de atrito estático máxima:
teflon sobre teflon 0,04 0,04
FA máx = μe ⋅ N = (0,40) ⋅ (200N) ⇒ FA máx = 80 N

14
A força de intensidade F = 40 não é suficiente para tirar o movimento, essa intensidade é superior à força de atrito
bloco do repouso, pois F < FA máx. Assim, tem-se: cinético, sendo capaz de manter o bloco em movimento.
FA = F = 40 N
Nota:
Em geral, a intensidade máxima da força de atrito es-
tático máxima é maior do que a intensidade da força de
b) A força de intensidade de F = 60 N também é menor atrito dinâmico. Essa diferença é causada por algumas
do que a força de atrito estático máxima suportada. ligações entre as moléculas do bloco e as moléculas da
Assim, tem-se: superfície de apoio, enquanto o bloco permanece em re-
pouso. Essas ligações devem ser desfeitas para que se ini-
FA = F = 60 N
cie o movimento, fenômeno que exige uma força maior.

c) Sendo F = 80 N, tem-se:
3. Força de atrito e movimento
É comum afirmarem o seguinte: “A força de atrito é sempre
F = FA máx = 80 N
contrária ao movimento”.
Quando se trata do movimento de deslizamento de um
corpo sobre uma superfície, essa afirmação é válida, uma
vez que a força de atrito cinético tem sentido oposto ao do
Nessa situação, o bloco ainda permanece em repouso, embo-
movimento. Entretanto, a afirmação pode não ser válida no
ra esteja na iminência
___› de movimento; qualquer aumento na
caso de atrito estático.
intensidade de F ​  fará com que o bloco entre em movimento.
A figura a seguir ilustra uma pessoa que se movimenta
d) Sendo F = 100 N e FA máx = 80 N, F > FA máx, o bloco
entrará em movimento. Entretanto, a força de atrito para a direita. Ao caminhar, ___› o chão é empurrado para a
deve ser calculada usando o coeficiente de atrito esquerda com a força – F ​1  . Pela lei de ação e___›reação, o
cinético, uma vez que o bloco está em movimento: chão aplica sobre o pé da pessoa uma força F 1   , de in-
tensidade igual e sentido oposto. Essa força é responsável
FA = μC ⋅ F­N = (0,30)(200 N) = 60 N
pelo movimento da ___pessoa

e tem o mesmo sentido que o
movimento. A força F ​1   é uma força de atrito estático (desde
que o pé da pessoa não deslize).

O gráfico da intensidade da força de atrito (FA) em função


da intensidade da força aplicada (F) é mostrado a seguir:
FA (N)
80

60

40
Caso o atrito entre o pé da pessoa e o solo fosse muito peque-
20 no, poderia haver deslizamento do pé da pessoa para a es-
querda. Dessa maneira, a afirmação inicial pode ser corrigida:
F(N)
A força de atrito estático se opõe à tendência de deslizamento.
É importante observar que a força de atrito, depois que o
bloco está em movimento, é constante (não depende da
força aplicada); a intensidade da força de atrito é menor
3.1. Força de resistência dos fluidos
que a força de atrito estático máxima. O que acontece se, Líquidos e gases são chamados genericamente de fluidos.
durante o movimento, a força aplicada sobre o bloco tem Ao se movimentar por um fluido, o objeto sofre a ação de
intensidade, por exemplo, de 70 N? Essa força não é capaz uma força de resistência ao movimento denominada força
de retirar o bloco do repouso. Entretanto, com o bloco em de resistência do fluido.

15
Na figura
___› a seguir, o automóvel sofre a força de resistência É impossível calcular precisamente a força de resistência
do ar (F ​1  ), de sentido oposto ao seu movimento. De modo exercida pelos fluidos. Entretanto, existem fórmulas aproxi-
semelhante,___›ao se movimentar, o peixe sofre uma força de madas. Quando a velocidade (v) do corpo é baixa, a força
resistência F ​2   , causada pela água. de resistência (R) é dada por:

FR = k ⋅ v

F1
Em que k é uma constante. Para velocidades mais altas, a
expressão é: F 2

FR = k ⋅ v2

Não é preciso saber o significado de velocidade alta ou


velocidade baixa. Sempre será fornecida a expressão a ser
utilizada em cada caso. A constante k depende de três fa-
tores: a natureza do fluido, a forma do corpo e a área da
F2 maior seção reta do corpo perpendicular ao movimento.
Por se tratar de um cálculo mais complicado, esse valor
também será fornecido.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O estudo das forças de atrito e de suas aplicações está entre os assuntos pesquisados pela tribologia (do grego
tribo, que significa “esfregar“, “atritar“, “friccionar“; e logos, que significa “estudo“). Em 1966, o termo foi usado
oficialmente pela primeira vez, quando o engenheiro mecânico H. Peter Jost escreveu um relatório para o comitê do
departamento inglês de educação e ciência. No relatório, a tribologia foi definida como a “ciência e tecnologia de
superfícies interativas em movimento relativo e dos assuntos e práticas relacionados”.
Leonardo da Vinci (1452-1519), considerado o pai da tribologia moderna, contribuiu significativamente para o de-
senvolvimento da descrição dos fenômenos de atrito e desgaste. Por meio de seus estudos, e utilizando planos
inclinados, da Vinci demonstrou que as forças de atrito são dependentes da força normal ao deslizamento dos
corpos e independentes da área de contato aparente. Ele propôs uma distinção entre atrito de escorregamento e de
rolamento, além de introduzir o coeficiente de atrito como sendo proporcional à força normal.

Tribômetros esquematizados por Leonardo da Vinci

16
Aplicação do conteúdo A força resultante (na vertical) sobre o homem, en-
quanto a velocidade limite não é atingida, tem inten-
1. Ao saltar de um avião, a força que age sobre o pa-
raquedista,
___› juntamente com o paraquedas aberto, é o sidade F dada por:
peso P ​  . À medida que a velocidade vertical (v) de que- F=P–R
da do conjunto aumenta, a força de resistência do ar
também aumenta. Nesse caso, a força de resistência é Pela segunda Lei de Newton, o módulo da aceleração
dada por: vertical do conjunto é:
FR = k ⋅ v2 F=m⋅a
P–R=m⋅a
P​  –  kv2  
P – kv2 = m ⋅ a ⇒ a = ______
m
A aceleração não é constante, pois depende da ve-
locidade da queda. Antes de atingir a velocidade
limite, o movimento não é uniformemente variado,
    e, assim, o gráfico da velocidade escalar em função
do tempo não é retilíneo.
Para esse exemplo, o gráfico da velocidade em
função do tempo é apresentado a seguir.

No instante em que a força de resistência se iguala ao


peso, a resultante das forças no conjunto é nula e a velo-
cidade passa a ser constante. Essa velocidade constante é
denominada velocidade limite (vL).
O valor de vL é:
Devido ao fato de resultar em aceleração que varia
R=P
com o tempo, a resistência do ar é desprezada em
k vL2 = mg problemas como esse.
mg mg
vL2 = ___
k d XXX
​   ​  ⇒ vL = ​ ​ ___
   ​ ​ 
k
   Uma força vertical, chamada de empuxo, também
Supondo que a massa do paraquedista e do paraquedas atua quando existe em problemas envolvendo flui-
juntos seja m = 90 kg, g = 10 m/s2 e k = 25 unidades no dos. Entretanto, essa força é mais significativa no caso
SI, a velocidade limite vale: de líquidos. Em geral, essa força pode ser desprezada
______
para o ar.
√  
90 (10) XXXX
VL = ​ ​ _____
25 d
 ​ ​ 
    900 ​   ​ 
= ​ ​ ___
25
XXX = 6 ⇒ v = 6 m/s
= d​ 36 ​ L

Nota:
O coeficiente k aparece no denominador da fração.
Assim, quanto menor o seu valor, maior será o valor vL.
Se o homem saltasse sem o paraquedas, também
existiria uma velocidade limite, e o paraquedista ad- multimídia: site
quiriria velocidade constante; no entanto, sem o para-
quedas, o valor de k é menor, e a velocidade limite
seria maior. www.infoescola.com/mecanica/forcas-de-atrito/

Lembre-se de que k depende da área da maior seção reta


do corpo perpendicular ao movimento, e a seção reta do
corpo do homem é menor do que a do paraquedas.

17
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 17

Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A Habilidade 17 exige do aluno a manipulação correta de fórmulas matemáticas e o domínio da leitura de


gráficos, tabelas, etc. Quase sempre, é figura obrigatória nos exercícios, visto que a matemática é a linguagem
pela qual o homem consegue compreender o Universo.

HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 exige que o estudante compreenda não só como é o movimento, mas as suas causas; nesse
contexto, é necessário compreender como se dá a força de atrito entre os corpos (em movimento ou não). O
atrito está presente no dia a dia; sem ele não seria possível sair do lugar. Assim, estudar e compreender a força
de atrito é fundamental para um entendimento pleno do movimento de corpos.

MODELO 1
(Enem) Num sistema de freio convencional, as rodas do carro travam e os pneus derrapam no solo, caso a força
exercida sobre o pedal seja muito intensa. O sistema ABS evita o travamento das rodas, mantendo a força de
atrito no seu valor estático máximo, sem derrapagem. O coeficiente de atrito estático da borracha em contato
com o concreto vale μe = 1,0 e o coeficiente de atrito cinético para o mesmo par de materiais é μC = 0,75. Dois
carros, com velocidades iniciais iguais a 108 km/h, iniciam a frenagem numa estrada perfeitamente horizontal
de concreto no mesmo ponto. O carro 1 tem sistema ABS e utiliza a força de atrito estática máxima para a fre-
nagem; já o carro 2 trava as rodas, de maneira que a força de atrito efetiva é a cinética. Considere g = 10 m/s2.
As distâncias, medidas a partir do ponto em que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e 2 (d2) percorrem até
parar são, respectivamente:
a) d1 = 45 m e d2 = 60 m;
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m;
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m;
d) d1 = 5,8 × 102 m e d2 = 7,8 × 102 m;
e) d1 = 7,8 × 102 m e d2 = 5,8 × 102 m.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse exercício corresponde à nova temática do Enem, mais conteudista, cobrando do aluno não apenas a interpre-
tação da questão, mas também a aplicação de fórmulas diversas.
Desconsiderando a resistência do ar, a resultante das forças resistivas sobre cada carro é a própria força
de atrito.
R = Fat ⇒ m|a| = μ N
Como a pista é horizontal, a força-peso e a força normal têm mesma intensidade:
N = P = mg

18
Combinando as expressões obtidas:
m|a| = μ N ⇒ m |a| = μ m g ⇒ |a| = μ g

Como o coeficiente de atrito é constante, cada movimento é uniformemente retardado (MUV), com veloci-
dade final nula.
Aplicando a equação de Torricelli:
V​  2​ - O2   2​ 
v​
v2 = v​  02​  – 2|a| d ⇒ d = _______
​  0  ​    ⇒ d = ______
​  0  ​  
2|a| 2 μg
Dados para as duas situações propostas:
v0 = 108 km/h = 30 m/s; μe = 1; μC = 0,75; g = 10 m/s2.

Assim:

RESPOSTA Alternativa A

MODELO 2
(Enem) Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsito, os quais funcionam para impedir
o travamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado, liberando as rodas quando estão no
limiar do deslizamento. Quando as rodas travam, a força de frenagem é governada pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de atrito Fat entre os pneus e a pista, em função da pressão p aplicada
no pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS, respectivamente, são:
a) d)

b) e)

c)

19
ANÁLISE EXPOSITIVA
Quando o carro não é provido de freios ABS, até um determinado valor de pressão no pedal, a força de
atrito é crescente, até atingir o valor máximo (fat máx); a partir desse valor de pressão, as rodas travam, e a
força de atrito passa a ser cinética (fat cin), constante. Como o coeficiente de atrito cinético é menor que o
estático, a força de atrito cinética é menor que a força de atrito estático máxima.
Para o carro com freios ABS, no limite de travar, quando a força de atrito atinge o valor máximo (fat máx),
as rodas são liberadas, diminuindo ligeiramente o valor da força de atrito, que novamente aumenta até o
limite de travar e, assim, sucessivamente, mesmo que aumente a pressão nos pedais.

RESPOSTA Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA DE ATRITO

ATRITO CINÉTICO ATRITO ESTÁTICO

CORPO EM
CORPO ESTÁTICO
MOVIMENTO

COEFICIENTE DE INTENSIDADE
ATRITO CINÉTICO VARIÁVEL

DEPENDE DA COEFICIENTE DE
FORÇA NORMAL ATRITO ESTÁTICO

CONTRÁRIO AO FORÇA MÁXIMA


MOVIMENTO DE ATRITO

20
Em que k é uma constante de proporcionalidade chamada
AULAS 31 e 32 de constante elástica da mola. O valor de k é específico
para cada mola. A expressão anterior é denominada Lei
de Hooke.
Rearranjando a equação e isolando a constante elástica,
obtém-se:

k = _​ xF ​ 
FORÇA ELÁSTICA
Portanto, no SI:
​ newton
unidade de k = ______ ​  N  ​
= __
 ​  

metro m

No exemplo anterior, a força que age sobre a mola causa


COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 sua deformação de modo a esticá-la, ou seja, aumentar
seu comprimento. Contudo, a Lei de Hooke também é vá-
lida para o caso oposto, quando uma força comprime a
HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20
mola, como ilustra a figura a seguir:

1. Lei de Hooke
A Lei de Hooke expressa a deformação de um corpo quan-
do submetido a uma força. Considere o exemplo da defor-
mação de uma mola: a princípio, uma mola está suspensa,
presa pela extremidade superior e sem nenhuma ação de
qualquer força. Nesse caso, o comprimento da mola é L0.
A Lei de Hooke é uma equação do 1.º grau. Assim, de acor-
Esse comprimento é denominado ​_comprimento
›_
natural da
do com o conteúdo das aulas de Matemática, o gráfico de
mola. Quando uma força vertical F ​
​   é aplicada a outra ex-
F em função de x é uma reta, como indica a figura.
tremidade da mola, ocorre deformação, e seu comprimento
passa a ser L. A diferença (x) entre L e L0 é denominada
deformação da mola.

x = L0 – L

Nos exemplos a seguir, por simplificação, a mola será con-


siderada ideal. Isso quer dizer que a mola tem massa nula
e sua deformação obedece à Lei de Hooke.
Observe que, se for calculada a tangente do gráfico da força
elástica, será obtida a constante da mola.

​ kx∙ ​
tgθ = _​ xF ​ = ____ x  = k
Foi determinado experimentalmente que, se a deformação
x for pequena em comparação​_›_ com o comprimento natural
da mola L0, a intensidade de F ​
​   será linearmente proporcio- É importante registrar que a força elástica é uma força res-
nal a x, ou seja: tauradora, ou seja, caso a mola seja deformada de modo
que seja esticada, a força elástica fará com que a mola
F=k⋅x retorne ao seu estado natural; desse modo, sua orientação
será para dentro da mola, conforme a figura a seguir:

21
Resolução:
a) Para calcular o valor de L, deve-se obter a força agin-
do na extremidade inferior da mola.
_​__›
Fel Fel
A Terra atrai o bloco com uma força P ​ ​ ,   que é o peso do
bloco. O bloco, por sua vez, puxa a mola, e, pela lei de ação
e reação, a mola também puxa o bloco. Assim, entre o
bloco e a mola existe um par de forças de mesma intensi-
Caso a mola seja comprimida, a força elástica, devido ao
dade F, como ilustra a figura. Sendo a massa do corpo m
seu caráter restaurador, será orientada para fora da mola,
= 0,40 kg e g = 10 m/s2, tem-se:
conforme a figura a seguir:

Fel Fel

P = m · g = (0,40 kg)(10 m/s2) ⇒ P = 4,0 N


Como o sistema está em equilíbrio, deve-se ter:
multimídia: vídeo F = P = 4,0 N
Fonte: Youtube Sabendo o valor de F, é possível calcular a deformação da
Física - Introdução às molas e à Lei mola e obter o valor de L. Sendo a constante elástica da
de Hooke (Khan Academy) mola k = 20 N/m, a deformação x sofrida pela mola é cal-
culada pela Lei de Hooke:
4,0 N
F = k · x ⇒ x = _​ F  ​ = ______
​    ​ 
= 0,20 m
k 20 N/m
Aplicação do conteúdo Assim, o comprimento L da mola é:

1. Uma mola ideal, de comprimento natural L0 = 1,40 m, é L = L0 + x = (1,40 m) + (0,20 m) ⇒ L = 1,60 m


presa por uma de suas extremidades ao teto de um apo-
b) Foi visto que, na extremidade inferior, a mola sofre
sento. A seguir, um bloco de massa m = 0,40 kg é pre-
a ação de uma força de intensidade F. Entre a mola
so na extremidade inferior da mola e abandonado, de
e o teto, também existe um par de forças de mesma
modo que, após um certo intervalo de tempo, o sistema
intensidade T (lei da ação e reação). Como a mola está
atinge o equilíbrio. Considerando a constante elástica
em equilíbrio, a resultante sobre a mola é nula e então:
da mola k = 20 N/m e g = 10 m/s2, calcule:
T=F

a) o valor de L; Assim, pode-se adotar o esquema simplificado na figura,


b) a intensidade da força que a mola exerce no teto onde estão assinaladas as intensidades das forças, todas
do aposento. iguais a F. A força que a mola exerce no teto, portanto,

22
tem a mesma intensidade F da força que o corpo exerce Considerando o referencial de energia na situação da mola
na mola: relaxada, determine o módulo da aceleração do rapaz nes-
sa situação, quando a mola está distendida 20 cm.
F = 4,0 N
Dados:
m = 50 kg; k = 25 N/m; x = 20 cm = 2 ∙ 10-1 m.
Resolução:
A intensidade da força elástica que a mola exerce no carri-
nho é dada pela Lei de Hooke:
Fel = kx = 25 ∙ 2 ∙ 10-1 ⇒ Fel = 5 N
Como o carrinho está em repouso, a força elástica exercida
pela mola para a direita tem a mesma intensidade da força
É importante observar que: aplicada pelos pés do rapaz para a esquerda.
§ Caso o sistema não estivesse em equilíbrio, devido a Assim:
mola ser ideal (massa nula), as forças nas suas duas
Frap = Fel = 5 N
extremidades não deveriam ter a mesma intensidade.
Repare que: Pelo princípio da ação e reação, o rapaz recebe do carrinho
uma força de mesma intensidade para a direita, possibili-
T – F = (massa da mola) · (aceleração)
tando que ele acelere.
e se a massa é nula, segue que:
Pelo princípio fundamental da dinâmica:
T – F = 0 ou T = F
Frap = ma ⇒ 5 = 50a ⇒ a = 0,1 m/s2
§ As forças devem agir nas duas extremidades (forças
3. (Unicamp) Sensores de dimensões muito pequenas
de intensidades F e T na figura) para que a mola sofra têm sido acoplados a circuitos microeletrônicos. Um
deformação (esticar ou encolher). Se houver força em exemplo é um medidor de aceleração, que consiste
apenas uma extremidade, a mola não se deformará. de uma massa m presa a uma micromola de constan-
Portanto, na Lei de Hooke, F é a intensidade das duas te elástica ___ k. Quando o conjunto é submetido a uma
​›
forças que atuam nas extremidades da mola ideal. aceleração
​__› ​
a ​  , a micromola se deforma, aplicando uma
força ​F ​  el na massa (ver diagrama a seguir). O gráfico a
2. (Unesp - Adaptado) Um rapaz de 50 kg está inicial- seguir do diagrama mostra o módulo da força aplicada
mente parado sobre a extremidade esquerda da plata- versus a deformação de uma micromola utilizada num
forma plana de um carrinho em repouso, em relação ao medidor de aceleração.
solo plano e horizontal. A extremidade direita da pla-
taforma do carrinho está ligada a uma parede rígida,
por meio de uma mola ideal, de massa desprezível e de
constante elástica 25 N/m, inicialmente relaxada.
O rapaz começa a caminhar para a direita, no sentido da
parede, e o carrinho move-se para a esquerda, distenden-
do a mola. Para manter a mola distendida de 20 cm e o
carrinho em repouso, sem deslizar sobre o solo, o rapaz
mantém-se em movimento uniformemente acelerado.

23
a) Qual é a constante elástica k da micromola?
b) O medidor de aceleração foi dimensionado de for-
ma que essa micromola sofra uma deformação de
0,50 μm, quando a massa tem uma aceleração de
módulo igual a 25 vezes o da aceleração da gravida-
de. Qual é o valor da massa m ligada à micromola?
Resolução:
a) Pela Lei de Hooke e utilizando os valores fornecidos multimídia: vídeo
pelo gráfico, segue que: Fonte: Youtube
µN
___
F = k ∙ x ⇒ 0,8 = k ∙ 0,8 ⇒ k = 1,0 µm
​   ​ = 1,0 N/m Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 06
b) Pela segunda Lei de Newton:
FR = ma = k ∙ x ⇒ m ∙ 25 ∙ 10 = 1,0 ∙ 0,5 ∙ 10-6 ⇒
m = 2,0 ∙ 10-9 kg 2.1. A balança e a massa
As balanças usadas para medir o “peso” das pessoas são
variações do dinamômetro.
Uma balança funciona a partir da deformação de molas e,
portanto, mede a intensidade da força exercida sobre ela.
A escala (mostrador) da balança é graduada em quilogra-
mas, ou seja, indica a massa. Para transformar a unidade
multimídia: vídeo de força (newton) em unidade de massa (quilograma),
Fonte: Youtube lembre-se de que P = mg e isole a massa; assim:
Aprenda a fazer uma potente metralhadora de elásticos
P
m = __
g​   ​ 

2. O dinamômetro O valor medido da intensidade da força é dividido pelo va-


lor da aceleração da gravidade local, e o resultado é dado
O dinamômetro é um aparelho que mede a intensidade no mostrador em quilogramas.
de forças. O princípio de funcionamento do dinamômetro
está relacionado à Lei de Hooke. Considere uma mola
_​›_ com
uma das extremidades fixas. Ao aplicar uma força F ​
​   na ou-
tra extremidade, a mola se deforma até atingir o equilíbrio
em um novo comprimento. O dinamômetro utiliza um pon-
teiro fixo à mola sobre uma escala graduada, de modo que,
quando a mola se deforma, o ponteiro indica a intensidade
da força aplicada. Observe a figura a seguir:

3. Associação de molas
Se o dinamômetro assinalar, por exemplo, 7 N, significa que
Considere duas molas (1 e 2) com constantes elásticas k1 e
uma força de 7 N é exercida em cada extremidade da mola.
k2. Elas podem ser associadas de duas maneiras: em série
O dinamômetro descrito considera que a força aplicada ou em paralelo. Em cada uma dessas associações, é pos-
atua esticando a mola. Entretanto, também existem me- sível substituir as duas molas por uma única que produza
didores que atuam quando a força comprime a mola. Um o mesmo efeito. Trata-se da mola equivalente de constante
exemplo familiar são as balanças comuns. elástica keq.

24
3.1. Associação em paralelo Tem-se:
F = F1 + F2
Observe que, nesse caso, a deformação x sofrida por cada
uma das molas é a mesma. keq ∙ x = k1 ∙ x + k2 ∙ x
keq = k1 + k2
K1 K2
K2 Se você tiver n molas, keq = k1 + k2 + k3 + …. + kn.
1 2
1 2 F1 F2 Observe que, caso a intenção seja aumentar a rigidez da
​___› ​___›
FF 
​  ​1  ​F2 ​2 
F  mola, as molas serão associadas em paralelo.
1

F1 F2

Quando deformadas de x, a mola 1 fica sujeita a uma força


F1 = k1 ∙ x, e a mola 2, a uma força F2 = k2 ∙ x, de tal forma multimídia: site
que a resultante das forças é dada pela soma das mesmas:
F = F1 + F2.
www.todamateria.com.br/lei-de-hooke/
Substituindo essa associação por uma única mola, a força www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
elástica será a mesma, assim como a deformação; quando fe.php
submetida à mesma força F, sofre a mesma deformação x, www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lei-hooke.htm
de modo que F = keq ∙ x.

3.2. Associação em série


Nesse caso, as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F e sofrem deformações diferentes x1 e x2.

A associação em série é tal que, quando as duas molas originais são substituídas por uma mola equivalente à associação, a soma
das deformações das molas 1 e 2 é igual à deformação da mola equivalente. Além disso, a força elástica, que é igual nas molas 1 e
2, também será a mesma na mola equivalente.
Tem-se:
xeq = x1 + x2

​  F  ​  = __
___ ​  F  ​ + __
​  F  ​ 
keq k1 k2

​  1  ​  = __
___ ​  1  ​ + __
​  1  ​ 
keq k1 k2

​ 1   = __
Se você tiver n molas, ___ ​ 1 + ​  1 +
  __ ​  1 +
  __ ​ 1_  ​. 
  …. + __
keq k1 k2 k3 kn
Observe que, caso a intenção seja diminuir a rigidez da mola, a associação em paralelo será a escolhida.

25
VIVENCIANDO

Sempre que um corpo é sujeito a uma deformação e tende a restaurar o formato original, aparece a força elástica.
Caso o corpo não apresente a tendência de retornar ao estado original, ele apresenta uma característica de plastici-
dade. De maneira prática, a força elástica está presente no sistema de suspensão de um carro ou na corda esticada
de um arco, ou mesmo numa bola quando bate contra um obstáculo.
As teorias da força elástica são amplamente usadas nos projetos de estruturas na construção civil para calcular as
dimensões de vigas, colunas e lajes. É necessário considerar o peso que esses elementos vão suportar, além de seu
peso próprio, e dos materiais utilizados (concreto ou aço); as tensões sofridas pelas estruturas não podem ultrapassar
o limite que o objeto aguenta esticar sem se romper.

E para associação de molas em paralelo, a constante elás-


Aplicação do conteúdo tica equivalente ke é dada por:
1. (Acafe) Um sistema com molas é montado como na ke = k1 + k2
figura abaixo, onde a constante elástica de cada uma
delas é, alternadamente, 10 N/m e 20 N/m. Então, simplificando a associação passo a passo, de acordo
com o esquema a seguir:
O valor da constante elástica equivalente do sistema,
em N/m, é:

a) 110. c) 30.
b) 10. d) 20.
Resolução:
Para associação de molas em série, a constante elástica
equivalente ke é calculada com a expressão:
​  1  ​  = __
__ ​  1  ​ + __
​  1  ​ 
ke k1 k2

26
I. O módulo da força aplicada na mola 2 é 200 N.
II. O módulo da força resultante na figura b é 300 N.
lll. As molas possuem a mesma constante elástica k.
lV. A mola 1 aplica uma força de módulo 300 N.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) III - IV. c) I - II - III - IV.
b) I - II - III. d) II - IV.
Resolução:
Assim, a constante elástica equivalente ke é de 20 N/m.
Do enunciado: F1 = 100N
Alternativa D
F2 = 200N
2. (Acafe) Em um brinquedo infantil, um garoto está
Na primeira situação, as molas estão em paralelo. Devido a
suspenso por duas molas 1 e 2 verticais paralelas, onde
atuam as forças de módulos 100 N e 200 N, respecti- isso, a força equivalente que sustenta o garoto é:
vamente, como mostra a figura (a). O mesmo garoto é Feq = F1 + F2 = 100 + 200 Feq = 300 N
suspenso agora com as mesmas molas 1 e 2 associadas
em série, como na figura (b). Na segunda situação, as molas estão em série, e, devido a
isso, a força em cada uma das molas é igual à força equi-
valente do sistema de molas. Como o garoto é o mesmo,
então a força equivalente é a mesma. Assim:
F1 = F2 = 300 N
Agora, analisando as afirmações, segue que:
I. INCORRETA. O módulo da força na mola 2 é 300 N.
II. CORRETA.
III. INCORRETA. As molas possuem constante elástica
diferente, comprovado pela primeira situação (molas
em paralelo), em que as forças são diferentes.
Em relação à segunda situação (figura b), analise as afir- IV. CORRETA.
mações a seguir: Alternativa D

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O físico inglês Robert Hooke (1635-1703), o cientista que postulou a lei física
de deformação causada em um corpo, ficou amplamente conhecido também
por seu temperamento irascível e suas brigas com diversos cientistas ingleses.
Entre eles, Isaac Newton, com quem Hooke travou uma batalha intelectual que
durou anos. A briga aconteceu por causa de divergências entre os cientistas
sobre a natureza da luz e os trabalhos de Newton sobre a gravidade.
Ambos eram membros da Royal Society, uma prestigiosa instituição inglesa
destinada à promoção do conhecimento proporcionado pelas ciências natu-
rais. Quando Newton se tornou presidente da organização, ele não poupou
esforços para obscurecer o trabalho de Hooke, que só foi redescoberto mui-
tos anos depois. Inclusive, nenhum retrato autêntico de Hooke é conhecido
atualmente. Diz a lenda que Newton mandou queimar todos assim que as-
Retrato moderno de Hooke criado
sumiu a presidência da Royal Society. pela artista Rita Greer (2004)

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA ELÁSTICA

LEI DE HOOKE

DEFORMAÇÃO
DA MOLA

ASSOCIAÇÃO CONSTANTE
DINAMÔMETRO DE MOLAS ELÁSTICA

PARALELO SÉRIE

28
Pela Lei da Inércia, a trajetória de um corpo livre da ação de
AULAS 33 e 34 forças é retilínea. Dessa forma, em um movimento curvilíneo
(trajetória curva), deve existir uma força para modificar a di-
reção da partícula. Essa força deve apontar para “dentro”
da curva, como ilustra a figura a seguir (não é necessário
se precocupar, por enquanto, com a direção exata da força).
V3
DINÂMICA NO MOVIMENTO V2
CIRCULAR UNIFORME
F3

V1 F2

COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6
F1

HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20 Existe também um argumento mais formal. Ainda que os


vetores velocidade indicados na figura tenham o mesmo
módulo, existe diferença na direção e no sentido. Assim,
ocorre variação da velocidade e, consequentemente, existe
aceleração. De acordo com a segunda Lei de Newton, se
1. Introdução existe aceleração, deve existir força.
Até aqui, a segunda Lei de Newton foi aplicada aos movi-
mentos retilíneos. Por sua vez, a análise do movimento é
relativamente mais complexa quando a trajetória do mo-
vimento é curva.
© LIUSHENGFILM/Shutterstock

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física Total - Aula 12 - Cinemática
angular - movimento...

2. Movimento circular
uniforme (MCU)
Na figura a seguir, é possível observar o movimento de uma
Considere, por exemplo, o caso representado na figura a
partícula de massa m em uma trajetória circular de raio R.
seguir. A partícula se movimenta em uma trajetória curva,
A resultante das forças que agem sobre a partícula, a partir
e os vetores velocidade (sempre tangentes à trajetória) são da segunda Lei de Newton e das regras de cálculo vetorial,
mostrados em três posições distintas. é uma força cuja direção passa pelo centro do círculo e
V3 com sentido também para o centro. Essa resultante é de-
nominada resultante centrípeta.
V2
trajetória Em cada posição do movimento da partícula, no sentido
horário, estão representados a força resultante e o vetor
velocidade instantânea (tangente à trajetória). Como o
V1 movimento é uniforme, embora sua direção varie, o módu-
lo da velocidade é constante.
__​› __​› __​› __​›
|​v ​ 1  | = |​v ​ 2  | = |​v ​ 3  | = |​v ​ 4  | = v

29
V1 Sabendo que a velocidade angular v é relacionada com a
velocidade escalar e que o raio da trajetória por v = vR, a
aceleração centrípeta pode ser expressa em função de v.
F1
(vR)2 ____
​ v  ​ = ​  _____  = ​  v R ​  = v2R
2 2 2
R ac = __  ​ 
R R R
F2
V2

F4 Aplicação do conteúdo
F3
1. A figura mostra um garoto brincando com um skate
V4
dentro de um tubo cilíndrico de raio R = 1,5 m.
V3 Supondo que a massa do conjunto garoto + skate seja
m = 45 kg e que, ao passar pela posição mais baixa do
O módulo da força resultante (resultante centrípeta) tam- tubo, a velocidade do conjunto seja v = 2,0 m/s, calcule a
bém é constante: força normal exercida pelo tubo sobre o conjunto garoto
__
​› __
​› __
​› __
​› __
​›
|​ F ​ 1 | = |​ F ​ 2 | = |​ F ​ 3 | = |​ F ​ 4 | = ​F ​  C + skate nesse ponto. Considere g = 10 m/s2.

E é dado por:
Disponível em <http://variedadesrap.blogspot.com.br>

​ v  ​ 
2
Fc = m · __
R
__
​› ___
​›
Comparando a segunda Lei de Newton (​F ​ = m · a ​ ​ )  com a
v
__ 2
resultante centrípeta, o termo ​   ​ é o módulo de___ uma acele-
R ​›
ração denominada aceleração centrípeta (​ ​a c ).

​ v  ​ 
2
ac = __
R

De acordo__
​›
com a segunda Lei de Newton,
___ a resultante cen-
​›
trípeta F ​ ​ c  e a aceleração centrípeta  ​a 
​ c  devem ter a mesma
direção e sentido: Resolução:
​__› ___
​› ​___›
​ F ​ c = m ·  
a ​​  c Na figura
___
​›
a seguir, foram assinalados a força normal N ​ ​   e
​  que atuam no conjunto garoto + skate no ponto
o peso P ​
A resultante centrípeta e a aceleração centrípeta, em duas
mais baixo do tubo. Por ser um movimento curvilíneo (cir-
posições distintas, para a partícula da figura são:
cular), a resultante deve apontar para o cento C da​__› traje-
|a1 | = |a2 | = |ac | = ​ __v2 ​  tória. Além disso, FN > P, e a resultante centrípeta  ​F ​ C  tem
R módulo dado por:
​__› ​__›
​ v  ​ 
2
|​ F ​ 1 | = |​ F ​ 2 | = Fc = m · __
R
V1

a1
a2 R
F1 C
V2
F2 N
FN

FC = N – P

30
Assim:
N
FN
​ v  ​ ou N – P = m · __ ​ V  ​ 
2 2
Fc = m · __
R R
Substituindo P = mg:
​ v  ​ 
2
N – mg = m · __ P
R
(2,0)2
N – 45(10) = 45 · _____ ​      ​
1,5 C
N – 450 = 120 ⇒ N = 570 N
R

R
__
​›
C
Como a resultante centrípeta F ​ ​ c  deve apontar para o centro
​__›
C da circunferência, deve-se ter P > N, e módulo de F ​ ​ c  é
dado por:
N
FC
FC = P – N

2. Na figura a seguir, o automóvel passa com veloci- Assim:


dade v = 15 m/s por um trecho em lombada de uma
​ v  ​ 
2
FC = m · __
estrada. Considerando que a lombada seja circular R
com raio R = 150 m e que a massa do automóvel seja
​ v  ​ 
2

m = 1000 kg, calcule a intensidade da força normal P – N = m · __


R
exercida pela estrada sobre o automóvel no ponto mais
alto da trajetória. Considere g = 10 m/s2. Substituindo P = mg:
​ v  ​ 
2
mg – N = m · __
R
​ 15   ​ ⇒
2
(1000)(10) – N = 1000 · ___
150
⇒ N = 8500 N ⇒ N = 8,5 · 103 N

3. O globo da morte é uma atração apresentada em al-


guns circos. O globo é uma superfície esférica feita de
uma tela de metal e dentro do qual alguns motociclitas
se apresentam. Suponha um globo, cujo raio seja R = 3,6
m, e que a massa do conjunto moto + motociclista seja
m = 160 kg. Adotando g = 10 m/s2, calcule:
Resolução:
A força resultante (centrípeta) e as forças verticais (normal
e peso) que atuam no automóvel, no ponto mais alto da
trajetória, estão representados na figura a seguir:

FC

a) A intensidade da força normal exercida pelo glo-


bo sobre a moto, no ponto mais alto da trajetória,
supondo que a velocidade da moto nesse ponto seja
v = 9,0 m/s.

31
​ mv   ​ ou mg = ___
​ mv   ​ 
2 2
b) A velocidade mínima que a moto deve ter no ponto
P = ___
mais alto da trajetória para não perder o contato com R R
o globo. __
v
__2
g = ​   ​  ⇒ v = √​ Rg  ​
R
Resolução:
O valor de v encontrado é o valor mínimo da velocidade
a) A figura
​___›
representa
​___›
a resultante centrípeta e as forças para que a moto não perca o contato com o globo no pon-
normal N ​
​   e peso P ​
​  , no ponto mais alta da trajetória. to mais alto da trajetória. Repare que esse valor mínimo
não depende da massa do conjunto moto + motociclista.
Substituindo os valores dados, encontra-se:
__ _______
FC vmin = ​√ Rg  ​= ​√ (3,6)(10)  
​⇒ vmin = 6,0 m/s
4. Um automóvel percorre um trecho circular de uma
C estrada plana e horizontal, com velocidade de módulo
constante.
__
​› A força centrípeta é, nesse caso, a força de
atrito ​F  ​ A, que impede o automóvel de seguir em linha
reta. Deve-se notar ainda que, se os pneus rolam sem
escorregar, o atrito é estático. Considerando que o raio
da curva seja R = 160 m e que o coeficiente de atrito
estático entre os pneus e a estrada seja me = 0,81, de-
termine a velocidade máxima que o automóvel pode
P alcançar sem derrapar. Considere g = 10 m/s2.
FN

Nesse caso, no ponto mais alto da trajetória,


___
​›
o globo em-
pura a moto para “cima”, de modo que N ​ ​    tem sentido
__
​›
para baixo. Assim, o módulo da resultante centrípeta F ​ ​ c  é
dado por:
___
​›
FC = ​N   ​+ P
Então: Resolução:
FC = m · ​ __v2 ​ 
R A figura___
a seguir indica as ___
forças que atuam no automóvel:
__
​___› ​› ​› ​›
​ v  ​ 
2
P + ​N   ​ = m · __ o peso P ​ ​  ​  e a força de atrito  ​F ​ A  .
​ ,  a força normal N 
___ R
​›
​ v  ​ 
2
mg + ​N   ​ = m · __ N
R
___
​› (9,0)2
(160)(10) + ​N   ​ = 160 · _____ ​      ​⇒
3,6
___
​› ___
​›
⇒ ​N   ​ = 2000 N ⇒ ​N   ​ = 2,0 . 103 N

b) Do item anterior, foi visto que cada vez que o mo-


tociclista passa pelo ponto mais alto, vale a equação:
___
​›
​ mv   ​ 
2
​N   ​ + P = ___
R
Se a velocidade
___
​›
do motociclista nesse ponto diminuir, a for-
ça normal N  ​  ​  deve diminuir, pois P, m e R são constantes. Con-​
sequentemente,
___› o globo não exerce força sobre a moto quando​ Como o automóvel não tem movimento na direção verti-
N  ​  = 0. Substituindo essa condição na equação acima: cal, as forças nessa direção se cancelam:

32
FN = P Nesse caso, tem-se o movimento de um carro em uma pis-
__
​› ta curva e inclinada. A força resultante atuante no móvel
Desse modo, a resultante centrípeta é a força de atrito F ​ ​ A  :
durante uma curva será uma força resultante centrípeta, ou
​ mv ​  
2
FA = FC = ___ seja, necessariamente apontará para o centro da curva. É
R
Como a força de atrito é estática, seu valor máximo (FA máx) possível verificar na figura a seguir o esquema do diagrama
é dado por: de forças.

FA máx = me · FN
Entretanto, não é necessário que FA tenha atingido seu va-
lor máximo para que o automóvel possa realizar a curva,
de modo que:
FA ≤ FA máx ou FA ≤ me · FN
Ou ainda, utilizando a igualdade FN = P:
FA ≤ me · P
Substituindo a força de atrito pela resultante centrípeta:
​  mv ​  ≤ me · P
2
___
R
​  mv ​  ≤ me · mg
2
___
R _______
v ≤ me · R · g ⇒ v ≤ √
2
​ me · R · g ​  Em um movimento curvilíneo sobre uma pista inclinada,
Essa expressão fornece a condição (valores de velocidade) independentemente do atrito, não é necessário que o
para que o automóvel realize a curva sem derrapar. Portan- motorista gire o volante para alterar a direção do mo-
to, a velocidade máxima que o automóvel pode alcançar vimento se ele mantiver a mesma velocidade. Conforme
sem derrapar é: a composição das forças que atuam no carro da figura
anterior, tem-se:
_______
vmáx = ​√ me · R · g  
​ F
tg u = __
​  c ​ 
P
Substituindo os valores dados: ​ m ∙ ​
_____ v2  
___________ ​ mR∙ g ​ 
tg u = _____  
vmáx = ​√ (0,81)(160)(10)  
​⇒ vmáx = 36 m/s
No problema anterior, foi visto que a força de atrito estava v2 = R ∙ g ∙ tg u
relacionada com a força centrípeta quando, por exemplo,
_______
um carro completava uma curva. Agora, será analisado um v=√
​ R ∙ g ∙ tgu  ​ 
caso em que um carro não depende somente da força de
atrito para completar uma curva. Essa situação acontece Em que R é o raio da curva.
quando a pista é sobrelevada (inclinada) e é frequente em
pistas de corridas ovais. Em uma pista sobrelevada, para um carro que deseja re-
alizar a ultrapassagem sobre outro veículo pelo lado de
fora da curva, basta apenas acelerar o veículo, sem girar
o volante, com isso o raio aumenta e o carro “sobe” na
pista inclinada. Entretanto, se o carro quiser aumentar a
velocidade e permanecer no mesmo nível horizontal, basta
que, simultaneamente, aumente a velocidade do veículo e
gire o volante do carro para dentro da curva. Agindo dessa
maneira, o uso da força de atrito impedirá que o carro se
dirija para fora da curva.
De maneira semelhante, se o carro reduzir a velocidade,
tenderá a cair para o centro da curva, porém, para com-
pensar essa queda rumo ao centro da curva, basta girar o
volante para fora da curva.

33
Outro exemplo é o que acontece quando uma bolinha de gude é colocada dentro de um funil que passa a girar. Nesse caso,
pode-se perceber que a bolinha descreve uma curva horizontal. Caso a velocidade da bolinha de gude aumente, a bolinha
“subirá” para a lateral do funil. Caso a velocidade da bolinha diminua, ela “cairá” para o centro do funil.

VIVENCIANDO

Em geral, forças centrípetas ocorrem sempre que um móvel descreve uma trajetória circular. A atração gravitacional
entre o Sol e a Terra ou a atração elétrica entre o próton e o elétron são exemplos clássicos. No dia a dia, a força
centrípeta está presente quando um automóvel passa por uma lombada. Lembre-se de que haverá uma velocidade
limite para que o carro não perca contato com o solo. O mesmo ocorre quando um automóvel percorre uma curva:
haverá uma velocidade máxima para que o carro não deslize para fora da curva e aconteça um acidente.

Desprezando a resistência do ar e a massa do assento,


considerando g = 10 m/s2 e as informações contidas na
figura, a maior velocidade, em m/s, com a qual a garota
pode passar pelo ponto A sem que o saco de areia perca
contato com o solo é igual a:
a) 2. d) 4.
multimídia: vídeo b) 5. e) 1.
c) 3.
Fonte: Youtube
Resolução:
Miniglobo da morte: a porca que grita!
A maior velocidade é aquela para a qual a força normal
que o apoio exerce no saco de areia é nula, ou seja, a tra-
ção na corda tem intensidade igual a do peso.
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Uma garota de 50 kg está brincando em um
balanço constituído de um assento e de uma corda ideal
que tem uma de suas extremidades presa nesse assento
e a outra, em um saco de areia de 66 kg, que está apoia-
do, em repouso, sobre o piso horizontal. A corda passa
por duas roldanas ideais fixas no teto e, enquanto oscila,
a garota percorre uma trajetória circular contida em um
plano vertical de modo que, ao passar pelo ponto A, a
corda fica instantaneamente vertical.

Dados:
R = L = 5 m; ms = 66 kg; mG = 50 kg; g = 10 m/s2
No saco: T = PS ⇒ T = 660 N
m v2
Na garota: T – PG = Fcent ⇒ 660 – 500 = ____
​  G ​
  
R
​  50v ​  = 160 ⇒ v2 = 16 ⇒ v = 4 m/s
2
____
5
Alternativa D

34
2. (UFRGS) Considere, na figura a seguir, a representação a) mRv2
de um automóvel, com velocidade de módulo constan- b) 2mRv2
te, fazendo uma curva circular em uma pista horizontal. c) mRv2/2
d) mRv2/R
e) 8 mRv2

Resolução:
A figura a seguir ilustra a força normal gerada na situação
de gravidade artificial.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-


nas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
A força resultante sobre o automóvel é __________ e, N
portanto, o trabalho por ela realizado é __________.
a) nula – nulo
b) perpendicular ao vetor velocidade – nulo
c) paralela ao vetor velocidade – nulo
d) perpendicular ao vetor velocidade – positivo Nesse caso, tem-se que essa força é a resultante das forças
e) paralela ao vetor velocidade – positivo no movimento circular uniforme.

​ v  ​ 
2
Resolução: N = FC = m ∙ __
R
No movimento circular uniforme, a velocidade tem o módu-
lo constante, mas direção e sentido estão mudando devido Pode-se representar a velocidade tangencial em função da
à existência de força resultante centrípeta perpendicular ao velocidade angular dada com a expressão:
vetor velocidade e ao vetor deslocamento. Assim, o trabalho v=v∙R
da força resultante será nulo, pois, quando a força é perpen-
dicular ao deslocamento, essa força não realiza trabalho. Substituindo na equação anterior, obtém-se uma relação
Alternativa B entre a força normal, o raio e a velocidade angular:
(v ∙ R)2
3. (UPE-SSA 1) Em um filme de ficção científica, uma nave FN = m ∙ ______
​   ​   [ FN = m ∙ v2 ∙ R
espacial possui um sistema de cabines girantes que per- R
mite ao astronauta dentro de uma cabine ter percepção Alternativa A
de uma aceleração similar à gravidade terrestre. Uma re-
presentação esquemática desse sistema de gravidade ar- 4. (Mackenzie) O pêndulo cônico da figura a seguir é
tificial é mostrada na figura a seguir. Se, no espaço vazio, constituído por um fio ideal de comprimento L e um
o sistema de cabines gira com uma velocidade angular w corpo de massa m = 4,00 kg preso em uma de suas ex-
e o astronauta dentro de uma delas tem massa m, deter- tremidades, e a outra é fixada no ponto P descrevendo
mine o valor da força normal exercida sobre o astronauta uma trajetória circular de raio R no plano horizontal. O
quando a distância do eixo de rotação vale R. Considere fio forma um ângulo u em relação à vertical.
que R é muito maior que a altura do astronauta e que
Considere: g = 10,0 m/s2; senu = 0,600;
existe atrito entre o solo e seus pés.
cosu = 0,800.

35
A força centrípeta que atua sobre o corpo é: A resultante centrípeta FC é a componente horizontal da
a) 10,0 N. d) 40,0 N. tração Tx:
b) 20,0 N. e) 50,0 N.
c) 30,0 N. Tx = T ∙ senu = FC
mg
Resolução: Tx = Tsenu ⇒ Fc = ____ ​    ​ ∙ senu ⇒
cosu
Observando o diagrama de corpo livre do corpo e decom- ​ 4 ∙ 10
⇒ FC = _____  ​  
∙ 0,6 = Fc = 30N
pondo a tração na corda nas suas componentes ortogo- 0,8
nais, tem-se: Alternativa C

multimídia: site

www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/
fc.php
Observa-se que: www.educacao.globo.com/fisica/assunto/mecanica/for-
m∙g cas-em-movimentos-circulares.html
TY = P ⇒ T ∙ cosu = m ∙ g ⇒ T = ____
​   ​ 
cosu

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A citocinese é a fase final dos processos de divisão celular das células eucarióticas, em que existe a efetiva sepa-
ração das duas células depois da formação completa dos dois novos núcleos. A citocinese pode ocorrer de duas
formas: centrípeta, realizada pelos animais, em que a célula “se estrangula” de fora para dentro, e a resultante da
força aponta para o centro da célula; e centrífuga, realizada pelos vegetais, em que a resultante da força aponta
para fora, e a separação das células acontece por uma força que afasta os dois núcleos.

36
DIAGRAMA DE IDEIAS

RESULTANTE CENTRÍPETA

ACELERAÇÃO MESMA DIREÇÃO


CENTRÍPETA E SENTIDO

ALTERA DIREÇÃO CENTRO DA


DA VELOCIDADE TRAJETÓRIA

37
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Podem aparecer com alguma frequência ques- Podem aparecer questões que envolvam
tões que envolvam lentes esféricas, exigindo lentes esféricas, exigindo interpretações de
interpretações de imagens. imagens e estudo analítico das lentes.

Dentre os temas abordados neste livro, lentes Dentre os temas abordados neste livro, Podem aparecer com alguma frequência ques-
esféricas possui mais incidência na prova, exigindo lentes esféricas possui mais incidência na tões que envolvam lentes esféricas, exigindo
interpretação de geometria e domínio da equação prova, exigindo interpretação da geometria interpretações de imagens.
de Gauss. e domínio da equação de Gauss.

Dentre os temas deste livro, lentes esféricas A prova tem uma grande variação de temas; A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de temas;
relacionadas a espelhos têm mais incidência porém, lentes esféricas podem aparecer mais mas, mas, eventualmente, podem aparecer porém, lentes esféricas podem aparecer mais
na prova. facilmente. lentes esféricas e espelhos em questões facilmente.
bem objetivas.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas; Não há predominância de temas deste A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, lentes esféricas aparecem com alguma livro; porém, lentes esféricas relacionadas cia de temas. Eventualmente, podem aparecer
frequência, em questões teóricas e que exigem com espelhos podem aparecer na prova. lentes esféricas e espelhos.
manipulações de equações.

Não há predominância de temas deste livro. A prova tem uma grande variação de temas, Lentes esféricas e espelhos esféricos têm gran-
Eventualmente, podem aparecer questões mas, eventualmente, pode aparecer óptica em de incidência na prova em questões objetivas.
sobre lentes esféricas. lentes esféricas.
ÓPTICA

39
imagens ampliadas ou reduzidas e sem grandes deforma-
AULAS 27 e 28 ções das imagens.
Para simplificar as situações, o ar será considerado como o
meio externo às lentes. É importante destacar que as lentes
são normalmente constituídas de vidro, acrílico ou cristal.

LENTES ESFÉRICAS: 2. Classificação das lentes


ESTUDO GEOMÉTRICO Com relação à espessura, as lentes podem ter bordas finas
ou espessas. Cada uma das faces da lente pode ser plana,
côncava ou convexa. Quando uma lente for citada, deve-se
informar, primeiramente, a face de maior raio de curvatura.
A figura a seguir ilustra diferentes tipos de lentes.
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6

HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22

plano- côncavo-
1. Introdução -convexa -convexa

A direção dos raios de luz é modificada por uma lente


esférica. Uma lente é construída com um material ho-
mogêneo e transparente. Em geral, o material que “en-
volve” a lente é o mesmo. Nos casos que serão estudados
a seguir, esse material é o ar. plano- convexo-
As lentes são muito usadas para minimizar deficiências da -côncava -côncava
visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. Com
efeito, o olho humano funciona de modo semelhante a
uma lente. Nesta aula, serão estudados os tipos diferentes As seis lentes da figura são divididas em dois grupos: lentes
de lentes e a formação das imagens dessas lentes. de bordas finas (biconvexa, plano-convexa e côncavo-con-
vexa) e lentes de bordas espessas (bicôncava, plano-cônca-
va e convexo-côncava).
Em relação ao comportamento óptico, as lentes também
são classificadas em dois grupos: convergentes e diver-
gentes. Um feixe de luz, ao incidir paralelamente em uma
lente, pode ser desviado de dois modos distintos:

§ 1.º caso: o feixe de luz é desviado para um ponto ao emer-


gir da lente. Esse tipo de lente é chamado de convergente.

§ 2.º caso: o feixe de luz é desviado para direções dife-


rentes ao emergir da lente. Esse tipo de lente é chama-
do de divergente.

Entretanto, é importante observar que o comportamento


desses dois tipos de lente depende da relação entre os ín-
Exemplos do uso de lentes no cotidiano: lente de contato, um dices de refração do meio e da lente. Assim, uma lente de
conjunto de lentes de uma máquina fotográfica e uma lupa.
bordas finas será convergente se o índice de refração da
A luz atravessa as duas interfaces da lente: uma vez ao lente for maior que o índice de refração do meio. Nesse
incidir sobre a lente e outra ao emergir da lente. Assim, caso, as lentes de bordas espessas serão divergentes. Con-
ocorrem duas refrações. Essas refrações podem produzir tudo, se a relação dos índices de refração for invertida, ou

40
seja, se as lentes tiverem índices de refração menores que
os do meio, então as lentes de bordas finas serão divergen-
tes e as de bordas espessas serão convergentes.

lente convergente        lente divergente

O eixo óptico é representado pela reta horizontal, e a len-


te é representada pela reta vertical. Nos extremos da reta
vertical, o sentido das setas indica se a lente é convergente
ou divergente. As setas apontando “para fora” da lente in-
dicam uma lente convergente. As setas apontando “para
dentro” da lente indicam uma lente divergente.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Lentes Esféricas - Aula #1

Feixe de raios paralelos incidindo em uma lente bicôncava (divergente).


3. Focos principais de
uma lente esférica
Existem dois focos principais nas lentes: o foco principal
objetivo Fo e o foco principal imagem Fi. Os dois fo-
cos são simétricos em relação ao centro óptico, mesmo nas
lentes com raios de curvatura diferentes nas duas faces.
Considere os seguintes esquemas:

Feixe de raios paralelos incidindo em uma


lente biconvexa (convergente).

A nitidez e a deformação das imagens formadas pelas


lentes dependem de certas condições. Essas condições são
denominadas condições de nitidez de Gauss:

§ a espessura das lentes deve ser desprezível em relação


ao raio de curvatura das faces;

§ os raios de luz devem incidir próximo ao eixo principal


e com baixa inclinação.
As figuras a seguir indicam a representação esquemática
das lentes delgadas.

41
i

Definem-se:

§ Foco principal objeto Fo: ponto do eixo principal cuja


imagem é imprópria. Ao sairem desse foco e atravessa-
rem a lente convergente, os raios de luz emergem pa-
ralelos ao eixo principal. Fo é real na lente convergente
e virtual na lente divergente.
§ O raio de luz que incide em uma direção que passa
§ Foco principal imagem Fi: ponto do eixo principal onde pelo foco principal objeto Fo emerge da lente paralela-
se forma a imagem de um objeto impróprio. Os raios
mente ao eixo principal.
que incidem paralelos ao eixo principal, tanto nas len-
tes convergentes como nas divergentes, concentram-se
(efetivamente ou em prolongamento) em Fi sobre o
eixo principal. O foco é real para as lentes convergentes
e virtual para as divergentes.

§ A distância de FO até o centro óptico da lente é a dis-


tância focal objeto f.

§ A distância de Fi até o centro óptico da lente é a distân-


cia focal imagem f’.

§ O pontos Ao e Ai, denominados antiprincipais, são pon-


tos simétricos entre si, sobre o eixo principal, distantes
do dobro das distâncias focais da lente. A­o é o ponto
antiprincipal objeto, e Ai é o ponto antiprincipal ima-
gem.

4. Raios luminosos
particulares
De maneira semelhante ao estudo dos espelhos esféricos,
será representado o comportamento de raios particulares
que atravessam uma lente esférica delgada.

§ O raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal § O raio de luz que incide em uma direção que passa
emerge da lente em uma direção que passa pelo foco pelo centro óptico da lente não sofre desvio ao atra-
principal imagem Fi. vessar a lente.

42
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Lentes convergentes

5.1. Primeiro caso: lentes convergentes


I. Um objeto extenso (vela) é posicionado em uma distân-
cia maior que o ponto antiprincipal objeto (A0).
Propriedades da imagem i:
§ real
§ invertida
§ menor

§ Todo raio de luz que incide numa direção que passaria


pelo antiprincipal objeto A0 emerge da lente numa di-
reção que passaria pelo antiprincipal imagem Ai

II. Um objeto extenso (vela) é posicionado sobre o ponto


antiprincipal objeto (A0).
Propriedades da imagem i:
§ real
§ invertida
§ tamanho igual

5. Construção geométrica III. Um objeto extenso (vela) é posicionado entre o ponto


antiprincipal objeto (A0) e o foco principal objeto (F0).
de imagens Propriedades da imagem i:
Os aspectos da imagem conjugada por uma lente esféri-
§ real
ca dependem da posição do objeto em relação à lente. A
construção (ou determinação) das imagens é realizada a § invertida
partir das propriedades dos raios particulares. § maior

43
5.2. Segundo caso: lentes divergentes
Para as lentes divergentes, a imagem de um objeto real
(vela) é independente da posição do objeto. A imagem
sempre é virtual, direita e menor do que o objeto; além
disso, é sempre formada entre o foco principal imagem (Fi)
e o centro óptico (O).
Propriedades da imagem i:
§ virtual
§ direita
IV. Um objeto extenso (vela) é posicionado sobre o foco § menor
principal objeto (F0).
Propriedades da imagem i:

§ Imprópria

Aplicação do conteúdo
1. Na figura, o é um objeto real e i é a imagem corres-
V. Um objeto extenso (vela) é posicionado entre o foco pondente formada por uma lente esférica delgada de
principal objeto (F0) e o centro óptico (O). eixo principal xx’.

Propriedades da imagem i:

§ virtual

§ direita

§ maior

a) Determine, graficamente, o centro óptico e os focos


dessa lente.
b) A lente é convergente ou divergente? Justifique.
Resolução:
a) Ligando a extremidade do objeto com a extre-
midade da imagem, determina-se no eixo principal
o centro óptico O (pois o raio que passa por O não
sofre desvio).

multimídia: vídeo
Um raio que parte do objeto e incide na lente paralela-
Fonte: Youtube
mente ao eixo principal emerge da lente passando pelo
Lentes divergentes foco até a imagem. O foco Fo é simétrico a Fi em relação
à lente.

44
A figura que representa, de forma CORRETA, o resultado
do gráfico desse experimento é
a)

b)
b) A lente é convergente porque a imagem é inverti-
da. Além disso, o segundo raio traçado aproxima-se
do eixo principal.

2. (UFRGS) Na figura a seguir, O representa um objeto real


e I sua imagem virtual formada por uma lente esférica. c)

Assinale a alternativa que preenche as lacunas do enun-


d)
ciado abaixo, na ordem em que aparecem.

Com base nessa figura, é correto afirmar que a lente é


__________ e está posicionada __________.
a) convergente – à direita de I
b) convergente – entre O e I e)
c) divergente – à direita de I
d) divergente – entre O e I
e) divergente – à esquerda de O
Resolução:

A lente é divergente e está posicionada à direita da ima- Resolução:


gem, com mostra a figura. De acordo com a imagem real para dois pontos na lente
convexa, tem-se a seguinte construção de imagens:

Alternativa C
3. (UPE-SSA) Fotógrafos amadores e profissionais estão
utilizando cada vez mais seus smartphones para tirar
suas fotografias. A melhora na qualidade das lentes e É possível observar que, à medida que se aumenta a dis-
dos sensores ópticos desses aparelhos está populari- tância do objeto D, a distância da imagem d fica menor,
zando rapidamente a prática da fotografia, e o número sendo as duas inversamente proporcionais.
de acessórios e lentes, que se acoplam aos aparelhos,
só cresce. Um experimento foi conduzido a fim de pro- Assim, o gráfico correto entre essas duas distâncias apre-
duzir um acessório que consiste de uma lente convexa. senta uma curva chamada hipérbole e está representado
A distância d da imagem real formada por um objeto na alternativa [E].
posicionado sobre o eixo da lente, a uma distância D
até ela, foi anotada em um gráfico. Alternativa E

45
4. (Ifsul) No laboratório de Física de uma escola, um aluno c)
observa um objeto real através de uma lente divergente.

A imagem vista por ele é


a) virtual, direita e menor;
b) real, direita e menor;
c) virtual, invertida e maior; (Apenas a metade inferior da vela é vista, e com a mes-
d) real, invertida e maior. ma intensidade luminosa que a da imagem formada na
montagem 1).
Resolução:
d)
Uma lente divergente, qualquer que seja a posição do ob-
jeto em relação à lente, produzirá imagens com as mes-
mas características, ou seja, a imagem será virtual, direita
e menor.
Alternativa A
5. (PUC-RS) Analise a situação em que diferentes raios
(Toda a vela é vista, e com a mesma intensidade luminosa
luminosos emanam de um mesmo ponto de uma vela e que a da imagem formada na montagem 1).
sofrem refração ao passarem por uma lente. e)

Montagem 1: A vela encontra-se posicionada entre o foco e


o dobro da distância focal (ponto antiprincipal) de uma lente
convergente. A imagem da vela está projetada no anteparo.

(Toda a vela é vista, e com uma intensidade luminosa me-


nor que a da imagem formada na montagem 1).

Resolução:
Montagem 2: A metade inferior da lente foi obstruída por
uma placa opaca. A figura mostras dois raios, (a) e (b), saindo da chama da
vela e outros dois, (c) e (d), saindo da base da vela. Apenas
os raios refratados (a’) e (c’) atingem o anteparo. Vê-se,
assim, que forma-se a imagem da vela inteira, porém ela
fica mais tênue, pois os raios que são barrados pela placa
deixam de contribuir com sua luminosidade.
Na montagem 2, a imagem projetada no anteparo será:
a)

(Apenas a metade superior da vela é vista, e com uma


intensidade luminosa menor que a da imagem formada
na montagem 1).
b)

multimídia: site

(Apenas a metade superior da vela é vista, e com a mes- www.infoescola.com/optica/lentes-esfericas/


ma intensidade luminosa que a da imagem formada na
montagem 1).

46
VIVENCIANDO

O estudo das lentes esféricas é um dos grandes avanços proporcionados pela óptica geométrica, que propõe o trata-
mento da luz como um conjunto de raios que cumprem o princípio de Fermat, utilizando-se no estudo da transmissão
da luz por meios homogêneos (lentes, espelhos), a reflexão e a refração. Os estudos da óptica geométrica permitiram
a invenção de equipamentos que proporcionaram avanços tecnológicos importantes para diversas áreas do conheci-
mento, como os microscópios e os telescópios.
As lentes esféricas estão presentes no cotidiano, muito em função da sua utilização para a correção de problemas de
visão, mas também devido ao seu uso em projetores, máquinas fotográficas, lupas, etc.

47
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.

Dentro do contexto da óptica geométrica, a luz, que é uma forma de radiação eletromagnética, pode ser
refratada por lentes esféricas de forma conveniente para uma dada situação. É o caso das lentes esféricas
utilizadas em óculos para correção de ametropias ou na utilização de telescópios, projetores, binóculos, etc.
Diante disso, a Habilidade 22 pode cobrar que o aluno saiba identificar como ocorre a interação da luz com a
lente e perceber se existe uma convergência ou uma divergência dos raios solares. Para tanto, é fundamental
conhecer quais são os tipos de lentes.

MODELO 1
(Enem) Um experimento bastante interessante no ensino de ciências da natureza constitui em escrever palavras
em tamanho bem pequeno, quase ilegíveis a olho nu, em um pedaço de papel e cobri-lo com uma régua de
material transparente. Em seguida, pinga-se uma gota d’água sobre a régua na região da palavra, conforme
mostrado na figura, que apresenta o resultado do experimento. A gota adquire o formato de uma lente e per-
mite ler a palavra de modo mais fácil em razão do efeito de ampliação.

Qual é o tipo de lente formada pela gota d’água no experimento descrito?


a) Biconvexa. c) Plano-convexa.
b) Bicôncava. d) Plano-côncava.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse exercício cobra que o aluno saiba reconhecer os diferentes tipos de lentes e relacionar aquela formada pela
gota d’água. É fundamental que o aluno conheça os nomes e os tipos de lentes.
A figura mostra uma vista frontal da gota sobre a régua. Nota-se que a gota forma uma lente plano-convexa.

RESPOSTA Alternativa C

48
DIAGRAMA DE IDEIAS

LENTES ESFÉRICAS

BORDAS FINAS BORDAS GROSSAS

NO AR NO AR
CONVERGENTE DIVERGENTE

FOCO REAL FOCO VIRTUAL

RAIOS NOTÁVEIS

CONSTRUÇÃO
IMAGEM REAL IMAGEM VIRTUAL
DE IMAGENS

PARA UMA ÚNICA PARA UMA ÚNICA


LENTE: INVERTIDA LENTE: DIREITA

49
AULAS 29 e 30 1. Estudo analítico das
lentes esféricas
O estudo anterior abordou os aspectos geométricos do
estudo das lentes esféricas; a seguir, será aprofundado o
aspecto analítico do estudo das lentes esféricas.

LENTES ESFÉRICAS: 1.1. Convenção de sinais


ESTUDO ANALÍTICO O referencial para o estudo das lentes é o referencial de
Gauss. Esse referencial tem origem no centro óptico da
lente e consiste de dois eixos perpendiculares que se inter-
ceptam nesse ponto. A figura a seguir ilustra o referencial.
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 O ponto O é o centro óptico.

HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22

luz incidente luz emergente

objeto real objeto virtual


p>0 p<0

eixo dos objetos 0 eixo das imagens

imagem virtual imagem real


p’ < 0 p’ > 0

O eixo das abscissas (eixo horizontal) é o eixo principal, e a orientação é diferente em relação aos objetos e imagens.

§ Eixo dos objetos: orientação contrária ao sentido da luz incidente.

§ Eixo das imagens: orientação no mesmo sentido da luz emergente.

O eixo das ordenadas (eixo vertical), perpendicular ao eixo Por convenção, têm-se as seguintes relações:
principal, é orientado com sentido positivo para cima. Em relação à lente:

A imagem real de um objeto fica do lado oposto ao § lente convergente: f > 0;


objeto, enquanto a imagem virtual fica do mesmo § lente divergente: f < 0.
lado que o objeto.
Em relação ao objeto e imagem:
§ i e o têm o mesmo sinal ⇒ imagem direita em relação
Em relação às variáveis relacionadas aos objetos e ima-
ao objeto;
gens, serão denominados:
§ i e o têm sinais contrários ⇒ imagem invertida em
§ p: distância do centro óptico (O) ao objeto; relação ao objeto.
§ o: tamanho do objeto; Em relação à posição do objeto e da imagem:
§ p’: distância do centro óptico (O) à imagem; § objeto real: p > 0;

§ i: tamanho da imagem. § objeto virtual: p < 0;

50
§ imagem real: p’ > 0; p’ 8
b) ​ ​ __oi  ​​ = – ​ __ i
___ ___
p ​ ⇒ ​     ​ = – ​    ​ ⇒ i = –10 cm ⇒ |i| = 10 cm
30 24
§ imagem virtual: p’ < 0. p’ 10 cm
​ oi  ​ = – ​ __
c) A = __ _____ 1
__
p ​ = ​ 30 cm ​ ⇒ A = – ​ 3 ​ 
1.2. Equações das lentes esféricas
As mesmas equações dos espelhos esféricos são válidas 2. Vergência das
para as lentes esféricas.
lentes esféricas
__ 1 ​  + ​ __
​ 1 ​ = ​ __ 1  ​   (equação de Gauss) A convergência ou vergência (C) de uma lente é o in-
f p p' verso da distância focal:
p' ____
​ oi  ​ = – ​ __
A = __ f
p ​  = ​ f -  p ​  ​ 1 ​ 
C = __
f

Observe que:
Quanto maior o valor da vergência, mais potente é a lente,
§ se A > 0, o e i têm mesmo sinal, então a imagem é direita; isto é, o desvio da luz incidente é maior.

§ se A < 0, o e i têm sinais opostos, então a imagem Como a unidade de medida de f, no SI, é o metro (m), a
é invertida; unidade de vergência é o inverso do metro (m-1), denomi-
nado de dioptria (di). A palavra “grau” é frequentemente
usada em Medicina em vez de “dioptria”.

Lente convergente (f > 0) ⇒ C > 0


Lente divergente (f < 0) ⇒ C < 0

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Lente olho de peixe caseira para celular Aplicação do conteúdo
1. Uma lente possui vergência igual a –4 di. Determine:
a) o tipo de lente;
b) a distância focal da lente.
Aplicação do conteúdo
1. Em uma lente convergente de distância focal f = 6 cm, Resolução:
um objeto real, de 30 cm de altura, é colocado a uma a) A vergência e a distância focal têm o mesmo sinal. Nesse
distância de 24 cm da lente. caso, a vergência da lente é negativa, então a distância fo-
cal também é negativa. Logo, a lente é divergente.
a) Qual é a posição da imagem?
b) Qual é a altura da imagem? b) A vergência de uma lente é dada por C = ​ __ 1 ​ . Então:
f
c) Qual o aumento linear transversal?
​ 1 ​ ⇒ f = – ​ __
–4 di = __ 1 ​ m ⇒ f = –25 cm
Resolução: f 4
a) Dados: p = 24 cm, o = 30 cm e f = 6 cm.
Como p = 24 cm (p > f), o objeto está à esquerda de Ao­. 3. Elementos geométricos
​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​ ⇒ __
​ 1 ​ = ___
​  1  ​ + __
​  1  ​ ⇒ p’ = 8 cm
f p p’ 6 24 p’ das lentes esféricas
A figura a seguir ilustra os elementos geométricos definidos
adiante para as lentes esféricas. A lente é biconvexa, com
O índice de refração n2, imersa no ar, de índice de refração n1.

A0 F O F A § C1 e C2: centros de curvatura de cada uma das faces;

§ R1 e R2: raios de curvatura de cada uma das faces;

51
§ O eixo principal é definido pela reta C1C2;
n1 n2 n1
§ V1 e V2: vértices de cada uma das faces; R2

§ e: espessura da lente (distância entre V1 a V2); C1


R1 C2
§ O: centro óptico da lente.

C1 V2 O V1 C2
Aplicação do conteúdo
R1
1. Uma lente côncavo-convexa tem raios de 40 cm e 20 cm,
R2
respectivamente, e índice da refração igual a 2. Se a lente
n1
estiver imersa no ar, determine:
a) a distância focal;
b) a convergência (em dioptrias);
4. Fórmula dos c) a posição da imagem de um objeto colocado a 30
cm da lente.
fabricantes de lentes Resolução:
A equação de Edmond Halley relaciona os elementos geo- a) A lente é côncavo-convexa (Rcôncava > Rconvexa).
métricos de uma lente esférica de acordo com as conven- Dados: R1 = – 40 cm (côncava), R2 = 20 cm (convexa),
ções de sinais estabelecidos anteriormente. Essa equação n2 = 2, n1 = 1

(  ) ( 
é utilizada pelos fabricantes de lentes para determinar a n
distância focal das lentes (equação dos fabricantes). ​ 1 ​  = ​ __
__
f
​  1  ​ + __
​ n2 ​ – 1  ​ ⋅ ​ __
1 R1 R2 )
​  1  ​   ​ ⇒

(  ) ( 
​  1 ​  = ​ __
__
f
n
​  1  ​ + __
​ n2 ​ – 1  ​ ⋅ ​ __
R1 R2 )
​  1  ​   ​
⇒ __
f (  ) ( 
​ 1 ​  = ​ __
​ 2  ​– 1  ​ ⋅ ​ – ​ ___
1
1  ​ + ___
40 20 )
​  1  ​  ​
1
​ 1 ​ = – ​ ___
⇒ __ 1  ​ + ___
​  1  ​ ⇒ f = 40 cm
f 40 20
b) Colocando a distância focal em metros:
Na equação, tem-se:
f = 40 cm = 0,4 m.
§ f: distância focal da lente; Então:
§ n1: índice de refração do meio exterior; ​ 1 ​ ⇒ C = ___
C = __ ​  1   ​ ⇒ C = 2,5 di
f 0,4
§ n2: índice de refração da lente; c) A distância do objeto é 30 cm, então,
p = 30 cm. Assim:
§ R1 e R2: raios de curvatura das faces.
​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​ ⇒ ___ ​  1  ​ = ___
​  1  ​ + __
​  1  ​ ⇒ ___
​  1  ​ – ___
​  1  ​ ⇒
No caso de uma das faces da lente ser plana, o valor de R f p p’ 40 30 p’ 40 30
é muito grande (R tende ao infinito), ou seja: ⇒ __ ​ 3 – 4 ​ ⇒ p’ = –120 cm
​  1  ​ = ____
p’ 120
​  1  ​ = 0
R2 → ∞ ⇒ __
R2
Assim, a equação dos fabricantes é simplificada (apenas
um termo para a face curva):

(  ) (  (  )
n n
​  1 ​  = ​ __
__
f 1
​  1  ​ + __
​  n2 ​ – 1  ​ ⋅ ​ __
R 1
R 2)
​  1  ​   ​ ⇒ __
​ 1 ​  = ​ __
f 1
​  1  ​ 
​ n2 ​ – 1  ​ ⋅ __
R1

A curvatura das faces é identificada em relação aos sinais multimídia: vídeo


de R1 e R2. Adota-se a seguinte convenção:
Fonte: Youtube
§ face côncava: R < 0 (raio de curvatura negativo); Ótica14 - vergência, associação de lentes
§ face convexa: R > 0 (raio de curvatura positivo).

52
5. Associação de
lentes esféricas
Nos sistemas ópticos, a luz emergente de uma lente incide
sobre outra lente. Dessa forma, o sistema é uma associação
de duas lentes. Essas associações de lentes são utilizadas
em microscópios ópticos, telescópios e outros aparelhos
destinados a aumentar a capacidade visual. Resolução:
Observe na figura a seguir que, em ambos os casos, a ima- Inicialmente, determina-se a posição da imagem formada
gem A’B’ produzida pela lente L1, do objeto AB, comporta- pela lente I.
-se como um objeto para a lente L2. Assim, dependendo do
tipo de lentes associadas, a imagem final A”B” é maior ou
menor do que o objeto inicial.

​  1 ​ = ​ __
__ 1  ​ + __​  1   ​ ⇒ ___​  1  ​ = ___
​  1  ​ + __
​  1   ​ ⇒
f p1 p’1 10 20 p’1
​  1   ​ = ___
⇒ __ ​  1  ​ – ___
​  1  ​ ⇒ __ ​  1   ​ = ____
​ 2 –  ​1   ⇒ p’1 = 20 cm
1.º caso: associação convergente-convergente p’1 10 20 p’1 20
A distância entre as lentes é de 60 cm, então, a distância d
da imagem i1 à lente II é:
d = 60 – 20 = 40 cm

A imagem i1 se comporta como um objeto para a lente II,


então, p2 = 40 cm.
Assim, calcula-se a distância da imagem final:
2.º caso: associação convergente-divergente
​  1  ​ = __
__ ​  1  ​ + __
​  1   ​ ⇒ ___
​  1  ​ = ___
​  1  ​ + __
​  1   ​ ⇒ __ ​ 8 – 3 ​ ⇒
​  1   ​ = ____
f2 p2 p’2 15 40 p’2 p’2 120
É possível demonstrar que a associação de lentes esféricas
p’2 = 24 cm
delgadas, ou lentes justapostas, pode ser substituída por
uma lente equivalente dada pela equação:
Portanto, a imagem final está a 24 cm da lente II.
2. (UFPR) Sabe-se que o objeto fotografado por uma
Ceq = C1 + C2 câmera fotográfica digital tem 20 vezes o tamanho da
imagem nítida formada no sensor dessa câmera. A dis-
Em que a vergência da lente equivalente é dada pela soma tância focal da câmera é de 30 mm. Para a resolução
das vergências individuais. desse problema, considere as seguintes equações:
A = – p’/p = i/o e 1/f = 1/p + 1/p’.
Assinale a alternativa que apresenta a distância do ob-
Aplicação do conteúdo jeto até a câmera.
a) 630 mm
1. Duas lentes, I e II, de distâncias focais 10 cm e 15 cm,
respectivamente, e eixos ópticos coincidentes, separa- b) 600 mm
das de 60 cm, formam um sistema óptico. Determine a c) 570 mm
localização da imagem final de um objeto AB colocado d) 31,5 mm
a 20 cm da lente I. e) 28, 5mm

53
Resolução:
O sensor da câmera capta uma imagem real. Assim, o aumento
​  -1 ​ 
linear transversal é A = ___
20
Das equações dadas:
​  f   ​ ⇒ –__
A = __ ​  30   ​⇒ p = 630 mm
​  -1 ​ = __
f – p 20 30 – p
Alternativa A

3. (UFRGS) Um objeto real está situado a 12 cm de uma


lente. Sua imagem, formada pela lente, é real e tem uma
altura igual à metade da altura do objeto. Tendo em vista
essas condições, considere as afirmações a seguir.
A posição da imagem sobre o eixo óptico e o fator de am-
I. A lente é convergente.
pliação da imagem do boneco valem, respectivamente:
II. A distância focal da lente é 6 cm.
III. A distância da imagem à lente é 12 cm. a) 2,0 m à direita da lente e –2.
b) 2,0 m à esquerda da lente e –1.
Quais delas estão corretas? c) 4,0 m à direita da lente e –1.
a) Apenas I. d) 6,0 m à esquerda da lente e –1.
b) Apenas I e II. e) 6,0 m à direita da lente e –2.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III. Resolução:
e) I, II e III. Para resolução da questão, foi dado que:
Resolução: f = 2,0 m
Dados: p = 12 cm; A < 0 e p´ > 0 (imagem real); p = 3,0 m
i = – o/2 (imagem invertida).
Observe que o foco é um valor positivo, pois a lente é
I. Verdadeira. Somente uma lente convergente pos-
convergente.
sui uma imagem real.
II. Falsa. Tem-se que o aumento pode ser dado por: Utilizando a equação de Gauss, pode ser encontrada a
posição da imagem em relação à lente.
A = i/o = f/(f – p)
– 1/2 = f/ (f – 12) ​  1 ​ = __​ 1 ​+ __
__ ​  1 ​ 
f p p’
– f + 12 = 2f
3f = 12 ​  1 ​ = __​ 1 ​– __​ 1 ​
__
p’ 2 3
f = 4 cm
III. Falsa. O aumento pode ser dado por:
__ ​ 3 –  2​  
​  1 ​ = ____
p’ 6
A = i/o = – p’/p
p’ = 6,0 m
– 1/2 = – p’/12
p’ = 6 cm Ou seja, a imagem encontra-se 6 metros à direita da lente.

Alternativa A. Para a ampliação da imagem, tem-se que:


p’ – 6
4. (CEFET-MG) Um boneco é colocado em frente a uma A = –__
​  p ​ = ___
​    ​  = – 2
lente delgada convergente, de distância focal igual a 3
2,0 m. Alternativa E

54
DIAGRAMA DE IDEIAS

LENTES ESFÉRICAS

EQUAÇÕES
ESTUDO ANALÍTICO
DE GAUSS

• CONVERGENTE FOCO REAL f>0


LENTES
• DIVERGENTE FOCO VIRTUAL f<0

• REAL f>0
OBJETO
• VIRTUAL f<0

i<0
PARA UMA ÚNICA LENTE
• REAL INVERTIDA p’ > 0
IMAGEM PARA UMA ÚNICA LENTE
• VIRTUAL DIREITA p’ < 0
i>0

55
A pupila, um diafragma regulável, e o cristalino, uma len-
AULAS 31 e 32 te convergente deformável, localizam-se atrás da córnea.
A luz penetra nos olhos através da pupila. Esse orifício se
localiza em um disco denominado íris. É a íris que determi-
na a cor dos olhos (azul, castanho, verde, etc.).
O cristalino (lente) é ligado aos músculos ciliares. Esses mús-
culos, ao se contraírem, permitem que o cristalino se deforme,
ÓPTICA DA VISÃO alterando a convergência da lente (aumenta ou diminui).
Na câmara anterior, entre a córnea e a lente, existe um lí-
quido denominado humor aquoso. Na câmara posterior,
entre a lente e a retina, existe outro líquido denominado
humor vítreo.
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 Na retina está a “mancha amarela”. No centro dessa
mancha amarela, há uma depressão da ordem de __ ​ 1 ​  mm
4
HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22 denominada “fóvea central”. O início do nervo óptico loca-
liza-se nessa região e, justamente nesse ponto, a retina não
apresenta receptores visuais. Então, não existem imagens
formadas nesse local (ponto cego).
normal
1. O olho humano objeto
lente

imagem

Observe a imagem formada pela lente (projetada nitidamente sobre


a retina de um olho normal) e o esquema
geométrico da formação da imagem.

1.1. Acomodação visual


O bulbo ocular pode ser compreendido como um sistema
óptico formado por uma lente delgada convergente, na
qual o centro óptico se localiza a aproximadamente 20 mm
de distância da retina.
A reta que passa pelo centro da pupila e pelo centro geo-
O órgão responsável pelo sentido da visão é o bulbo métrico do bulbo é o eixo óptico do bulbo ocular. Contu-
ocular. Esse órgão tem um formato aproximadamen- do, o eixo visual passa pelo centro da pupila e pela fóvea
te esférico com diâmetro aproximado de 20 mm. Ao central e não é o mesmo que o eixo óptico. O tamanho
bulbo ocular se prendem três pares de músculos des- da imagem projetada na retina depende do ângulo visual
tinados a orientá-lo. A parede do bulbo é formada por do objeto.
três camadas:
A visualização de um objeto, sem deformações, depende
§ Esclerótica: camada exterior opaca e esbranquiça- da formação nítida da imagem sobre a retina. Como a po-
da. Na parte anterior, essa camada é mais abaulada e sição da retina não se altera, a imagem sempre é formada
transparente, formando a córnea. na mesma posição. Assim, para que seja possível visualizar
tanto objetos próximos quanto distantes, a distância focal
§ Coroide: camada pigmentada e vascularizada, res- da lente (cristalino) deve variar. Com isso, os músculos ci-
ponsável pela circulação sanguínea do órgão. liares movimentam a lente para que a imagem seja focali-
§ Retina: membrana nervosa de células sensitivas da zada corretamente.
visão. Essas células se ligam ao centro da visão do cé- Ao olhar objetos distantes, o anel muscular está relaxado e
rebro pelo nervo óptico. a lente é esticada em função da tensão das fibras.

56
§ Ponto próximo – PP: distância mínima de visão ní-
tida. Nesse caso, o olho conjuga uma imagem nítida
sobre a retina com esforço máximo de acomodação. Os
músculos ciliares estão totalmente contraídos.
A distância mínima da visão nítida aumenta (visão dis-
tinta) à medida que um indivíduo envelhece. Isso se deve
ao fato de a lente ir perdendo sua flexibilidade. Além
disso, a distância de ponto próximo também varia de
pessoa para pessoa.
Para um olho normal (olho emetrope), a distância do
Ao olhar objetos próximos, o anel muscular é contraído, ponto próximo ao olho é de aproximadamente 25 cen-
diminuindo a tensão das fibras na lente. tímetros.

1.2. Adaptação visual


A adaptação visual é o controle da quantidade de luz
que entra no olho. Quando a quantidade de luz é baixa,
o diâmetro da pupila varia entre 8 e 10 mm. Quando a
quantidade é alta, o diâmetro varia de 1,5 a 2 mm. Essa
variação é controlada pela íris.
A pupila diminui e a sensitividade da retina diminui ao re-
ceber uma quantidade de luz crescente.
Os cones e bastonetes formam os receptores visuais.
Duas situações distintas da visão: os músculos ciliares
ajustam a lente para observar objetos relativamente Os cones possibilitam a visão colorida. Os cones são pre-
distantes; e ajustam a lente para observar objetos mais dominantes na mancha amarela. Na fóvea central, existem
próximos ao olho.
Ilustração produzida com base em: CUTNELL, J. D.; JOHSON, K. W. Física. exclusivamente cones em número aproximado de 10 mil.
6. ed. Rio de Janeiro; LTC, 2006. v. 2. p. 301. No total, o olho possui cerca de 7 milhões de cones e 120
milhões de bastonetes. Na fóvea central, cada cone é liga-
A acomodação visual é o ajuste automático da vergên- do a uma fibra nervosa. Fora da fóvea, vários cones podem
cia do olho para a distância do objeto visado, para que a estar ligados à mesma fibra nervosa.
imagem seja formada nitidamente sobre a retina, indepen- Os bastonetes possibilitam a visão noturna, pois são insensíveis
dentemente da distância do objeto em relação ao olho. às diferenças de cor. Entretanto, os bastonetes são os principais
responsáveis pela adaptação visual. Uma substância denomi-
nada púrpura visual ou rodopsina é responsável pela sensi-
L bilidade dos bastonetes. Quando a luz é muito intensa, essa
o F’ i substância desaparece; quando a intensidade da luz é baixa,
essa substância é regenerada. Essa regeneração da rodopsi-
na depende da presença da vitamina A. A falta dessa vitamina
causa a impossibilidade de adaptação do olho à visão noturna.
d = 25 cm
Formação da imagem sobre a retina de um objeto distante 25 cm do olho.

A acomodação visual permite a observação nítida de objetos


entre um intervalo máximo e mínimo de distância. Esse in-
tervalo é denominado intervalo de acomodação visual.

§ Ponto remoto – PR: distância máxima de visão ní-


tida. Nesse caso, o olho conjuga uma imagem nítida
multimídia: vídeo
sobre a retina sem esforço algum de acomodação. Os Fonte: Youtube
músculos ciliares estão totalmente relaxados. O pon- Biofísica do olho e problemas
to remoto pode ser real, virtual ou impróprio; para um de visão - Mundo Física
olho emetrope, o ponto remoto se situa no infinito.

57
2. Defeitos da visão

© Rawpixel/Shutterstock
Os principais defeitos da visão são: miopia, hipermetropia,

© Bublyk Tamara/Shutterstock
presbiopia, astigmatismo e estrabismo.

2.1. Miopia
O olho míope é mais alongado do que o olho normal,
o que causa a convergência dos raios luminosos em uma
posição anterior à posição da retina. Assim, a imagem de Visão de uma pessoa com miopia
objetos distantes é formada antes da retina, e uma pessoa
Como o olho míope não consegue observar objetos dis-
com miopia não enxerga distintamente (nitidamente) ob-
tantes, afirma-se que o seu ponto remoto PR não é infi-
jetos distantes. Entretanto, para objetos próximos, a nitidez
nito, ou seja, é um valor finito. Desse modo, a miopia é
da imagem é perfeita.
corrigida ao se utilizar uma lente divergente que traz a
Por não se tratar de um defeito na lente, a acomodação imagem de um objeto localizado no infinito para o ponto
visual é realizada normalmente. O ponto próximo passa a remoto da pessoa, formando uma imagem virtual. Apli-
ocupar uma distância menor que 25 cm. cando a equação de Gauss para lentes esféricas, tem-se:
A correção da miopia é realizada por meio de lentes ​  1 ​ = __
__ ​ 1 ​ + __ ​  1  ​ 
divergentes. f p p’
​  1 ​ = __
__ ​ 1  ​ + ___​  1  ​  
f ∞ –PR
​  1 ​ = 0 + ____
__ ​  1  ​  
f –PR

​ 1 ​ = ___
V = __ ​  1  ​  
f –PR

A miopia pode ocorrer por dois motivos: o primeiro é quan-


do o olho é mais alongado do que o normal; nesse caso,
trata-se de miopia de campo. Quando a miopia ocorre de-
vido ao fato de a córnea ser muito acentuada, causando
uma vergência muito alta da lente, afirma-se que se trata
de miopia de curva. Nesse caso, associa-se ao olho uma
lente divergente.

Os raios paralelos passam pela lente e divergem (se afastam),


depois passam pelo olho e convergem (se aproximam).

Nota: o fato de o ponto remoto PR de um olho míope ser


um valor finito causa uma diminuição do valor do ponto
próximo PP.

multimídia: vídeo 2.2. Hipermetropia


O olho hipermetrope é menos alongado do que o olho
Fonte: Youtube
normal, de modo que a distância entre a lente e a retina
54 - A visão e os defeitos mais comuns é menor. Assim, a imagem é formada depois da retina. Ao
aumentar o esforço de acomodação, o olho hipermetrope

58
é capaz de diminuir a distância focal e “trazer” a imagem córnea possui uma curva muito baixa, ou seja, uma baixa ver-
sobre a retina. Com o máximo esforço de acomodação, o gência. Por isso, associa-se ao olho uma lente convergente.
ponto próximo está além dos 25 cm.
A correção de hipermetropia é realizada por meio de
lentes convergentes.

2.3. Presbiopia ou vista cansada


A presbiopia tem redução do intervalo de acomodação. Ao
envelhecer, a lente se enrijece e os músculos ciliares (que
realizam o trabalho de acomodação) perdem elasticidade.
Com isso, o intervalo de acomodação diminui. Esse proble-
ma da visão é comum em pessoas com mais de 40 anos. A
presbiopia pode se sobrepor à miopia ou à hipermetropia.
A presbiopia, juntamente com a miopia, é caracterizada por
um pequeno intervalo de acomodação e próximo da vista.
Quando a presbiopia ocorre juntamente com a hiperme-
Os raios paralelos passam pela lente e convergem, tropia, é caracterizada por um intervalo de acomodação
depois passam pelo olho e convergem mais.
pequeno e longe da vista.
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A correção da presbiopia é realizada por meio de lentes


bifocais.
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2.4. Astigmatismo
O astigmatismo ocorre devido à imperfeição da simetria do
sistema óptico em torno do eixo óptico. Tanto imperfeições
na curvatura da córnea quanto da lente podem causar esse
problema da visão.
Visão de uma pessoa com hipermetropia A correção do astigmatismo é realizada por meio de len-
Como o olho hipermetrope não consegue observar objetos tes cilíndricas, de modo que o raio de curvatura compen-
próximos, afirma-se que o seu ponto próximo PP é um valor se a deficiência do diâmetro da córnea.
maior que 0,25 m. Desse modo, a hipermetropia é corrigida
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ao se utilizar uma lente convergente que traz a imagem de


um objeto localizado a 0,25 m do olho para o ponto próxi-
© Bublyk Tamara/Shutterstock

mo da pessoa, formando uma imagem virtual. Aplicando a


equação de Gauss para lentes esféricas, tem-se:

​  1 ​ = __
__ ​ 1 ​ + __
​ 1  ​ 
f p p’

​ 1 ​ = ____
__ ​  1   ​  + ____
​  1  ​  
f 0,25 -PP

A hipermetropia pode ser causada por dois motivos: o olho


hipermetrope é menos alongado do que o normal ou a Visão de uma pessoa com astigmatismo

59
2.5. Estrabismo a) 4 ∙ 10-3 mm
b) 5 ∙ 10-3 mm
O estrabismo é causado pela impossibilidade de as retas c) 4 ∙ 10-2 mm
visuais de ambos os olhos terem a mesma direção, simul- d) 5 ∙ 10-4 mm
taneamente, sobre o ponto visado. e) 2 ∙ 10-4 mm
A correção do estrabismo é realizada por meio de lentes Resolução:
prismáticas. Essa lentes desviam os raios luminosos pro-
Por semelhança de triângulos:
venientes dos objetos fazendo com que as imagens fiquem p’
__ i i 20 mm 6 mm ∙ 20 mm
sobre as linhas visuais dos dois olhos. ​    ​  = __
​   ​ ⇒ ____
​      ​ =​  ________  ⇒ i = ___________
 ​   ​   ​  

[ i = 4 ∙ 10-2 mm
o p 6 mm 3000 mm 3000 mm
Alternativa C
3. A miopia é um problema de visão. Quem tem esse
problema, enxerga melhor de perto, mas tem dificulda-
de de enxergar qualquer coisa que esteja distante. Três
alunos, todos eles totalmente contrários ao bullying,
fizeram afirmações sobre o problema da miopia:

multimídia: site Aluno 1: o defeito é corrigido com o uso de lentes convergentes.


Aluno 2: a imagem de objetos distantes é formada antes
da retina.
www.educabras.com/vestibular/materia/fisica/optica/au-
las/optica_da_visao_defeitos_na_visao_humana Aluno 3: ao observar uma estrela no céu, a imagem da es-
trela será formada depois da retina, em função da distância.
www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/fisica/optica_
visao Fizeram afirmações CORRETAS:
a) os alunos 1 e 3;
www.efisica.if.usp.br/otica/basico/visao/
b) os alunos 2 e 3;
c) apenas o aluno 2;
Aplicação do conteúdo d) apenas o aluno 1.
Resolução:
1. (Unifesp) Um estudante observa que, com uma das
duas lentes iguais de seus óculos, consegue projetar so- Para a correção da miopia são utilizadas lentes divergentes,
bre o tampo da sua carteira a imagem de uma lâmpada pois a imagem se forma antes da retina e seu uso força os
fluorescente localizada acima da lente, no teto da sala. raios luminosos a se encontrarem sobre a retina, possibilitando
Sabe-se que a distância da lâmpada à lente é de 1,8 m
e desta ao tampo da carteira é de 0,36 m. a visão mais nítida. Com isso, apenas o aluno 2 estava correto.
a) Qual a distância focal da lente? Alternativa C
b) Qual o provável defeito de visão do estudante?
4. (Espcex-Aman) Um estudante foi ao oftalmologista
Justifique.
reclamando que, de perto, não enxergava bem. De-
Resolução: pois de realizar o exame, o médico explicou que tal
a) Da equação de Gauss, tem-se: fato acontecia porque o ponto próximo da vista do
rapaz estava a uma distância superior a 25 cm e que
​  1 ​ = __
__ ​ 1 ​ + __
​  1  ​  ⇒ __
​ 1 ​ = ___
​  1  ​  + ____
​  1   ​  ⇒ f = 0,30 m ele, para corrigir o problema, deveria usar óculos com
f p p’ f 1,8 0,36 “lentes de 2,0 graus“, isto é, lentes possuindo vergên-
b) Como a lente utilizada é convergente (f > 0), o pro- cia de 2,0 dioptrias.
vável defeito de visão do estudante é a hipermetropia.
Do exposto acima, pode-se concluir que o estudante deve
2. (UPF) Uma pessoa com visão perfeita observa um adesi- usar lentes:
vo, de tamanho igual a 6 mm, grudado na parede na altura a) divergentes com 40 cm de distância focal;
de seus olhos. A distância entre o cristalino do olho e o b) divergentes com 50 cm de distância focal;
adesivo é de 3 m. Supondo que a distância entre esse cris- c) divergentes com 25 cm de distância focal;
talino e a retina, onde se forma a imagem, é igual a 20 mm, d) convergentes com 50 cm de distância focal;
o tamanho da imagem do adesivo formada na retina é:
e) convergentes com 25 cm de distância focal.
Resolução:
Pelo descrito no enunciado, o estudante não enxergava
bem porque o seu ponto próximo era superior a 25 cm.

60
Esse tipo de problema é característico do problema de vi- De acordo com o texto, a miopia causada por essa doença
são denominado hipermetropia. Para correção do problma, deve-se ao fato de, ao tornar-se mais intumescido, o crista-
é necessária uma lente convergente. lino ter sua distância focal:
a) aumentada e torna-se mais divergente;
Como é dado que a vergência da lente a ser usada é de 2
b) reduzida e torna-se mais divergente;
dioptrias, tem-se que:
c) aumentada e torna-se mais convergente;
​ 1 ​ [ m-1]
V = __
f d) aumentada e torna-se mais refringente;
​ 1 ​ 
2 = __ e) reduzida e torna-se mais convergente.
f
f = 50 cm Resolução:

Alternativa D Considerando o cristalino uma lente biconvexa simétrica e


que as duas faces estejam em contato com o mesmo meio,
5. (Unesp) Dentre as complicações que um portador de pela equação do fabricante de lente, tem-se:

(  )
diabetes não controlado pode apresentar está a cata-
rata, ou seja, a perda da transparência do cristalino, a ​  1 ​ = (nrel – 1) ​ __
__ 1   ​  
​  1 ​  + __​ 1 ​    ​ ⇒ __​ 1 ​ = (nrel – 1) __​ 2 ​   ⇒ f = ________ R
f R R f R 2(nrel – 1)
lente do olho. Em situações de hiperglicemia, o crista-
lino absorve água, fica intumescido e tem seu raio de A distância focal é diretamente proporcional ao raio de
curvatura diminuído (figura 1), o que provoca miopia curvatura. Assim, se o raio de curvatura diminui, o cristalino
no paciente. À medida que a taxa de açúcar no sangue tem sua distância focal reduzida.
retorna aos níveis normais, o cristalino perde parte do
excesso de água e volta ao tamanho original (figura 2). Da equação da vergência, V = __ ​ 1 ​ , a vergência é inversa-
f
A repetição dessa situação altera as fibras da estrutura mente proporcional à distância focal. Então, se a distância
do cristalino, provocando sua opacificação.
focal é reduzida, o cristalino torna-se mais convergente.
(www.revistavigor.com.br. Adaptado.)
Alternativa E

61
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.

A Habilidade 22 exige que o aluno compreenda como ocorre a interação da luz, um tipo de radiação eletro-
magnética, com a matéria. Essa habilidade pode ser inserida, por exemplo, dentro do contexto da óptica da
visão, comparando o funcionamento do olho humano com uma câmara escura, por exemplo; para isso, o aluno
deve compreender princípios básicos da óptica geométrica.
Assim, o estudante deve conhecer as diferentes doenças ligadas à visão: miopia, hipermetropia, astigmatismo
e presbiopia, além das correções para cada uma dessas doenças.

MODELO 1
(Enem) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (lbn al-Haytham, 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra,
o Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da visão e outros aspectos da
óptica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos
científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a imagem invertida de
edificações em tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris;
b) retina;
c) pupila;
d) córnea;
e) cristalino.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Exercício de rápida resolução que cobra do aluno a capacidade de relacionar diferentes temas dentro da
óptica geométrica.
A estrutura do olho análoga à imagem invertida utilizada na figura é a retina. Quando a imagem é forma-
da na retina, ela é reduzida e invertida. Ao chegar ao córtex cerebral, ela é processada.

RESPOSTA Alternativa B

62
MODELO 2
(Enem) O avanço tecnológico da medicina propicia o desenvolvimento de tratamento para diversas doenças,
como as relacionadas à visão. As correções que utilizam laser para o tratamento da miopia são consideradas
seguras até doze dioptrias, dependendo da espessura e curvatura da córnea. Para valores de dioptria superiores
a esse, o implante de lentes intraoculares é mais indicado. Essas lentes, conhecidas como lentes fácicas (LF)
são implantadas junto à córnea, antecedendo o cristalino (C), sem que esse precise ser removido, formando a
imagem correta sobre a retina (R).
O comportamento de um feixe de luz incidindo no olho que possui um implante de lentes fácicas para correção
do problema de visão apresentado é esquematizado por:
a) d)

b) e)

c)

ANÁLISE EXPOSITIVA
Exercício também de rápida resolução que relaciona como a física é aplicada junto com a biologia dentro
do olho humano.
No olho míope, a imagem de um objeto distante forma-se antes da retina. A função da lente é tornar o
feixe incidente mais largo (divergente) para que, após atravessar o cristalino, o feixe convergente tenha
vértice sobre a retina.

RESPOSTA Alternativa B

63
DIAGRAMA DE IDEIAS

OLHO HUMANO

• CÓRNEA LENTE CONVERGENTE


• CRISTALINO LENTE CONVERGENTE AJUSTÁVEL
• RETINA SENSOR NA VISÃO NERVO ÓPTICO
• PUPILA DIAFRAGMA REGULÁVEL

AMETROPIAS
• MIOPIA LENTE DIVERGENTE
• HIPERMETROPIA LENTE CONVERGENTE
• ASTIGMATISMO SENSOR NA VISÃO

64
§ diafragma ou abertura: sistema regulador da quan-
AULAS 33 e 34 tidade de luz que entra na máquina fotográfica;

§ obturador: bloqueia ou permite que os raios lumino-


sos passem para o anteparo;

§ disparador: dispositivo para controlar o obturador e


permitir a exposição da película por um intervalo de

INSTRUMENTOS ÓPTICOS tempo suficiente para que seja sensibilizada;

§ película fotossensível: filme ou chapa.


A fotografia obtida é nítida quando a imagem se forma
exatamente sobre o plano do filme. Para regular a po-
sição da imagem, existe um mecanismo que controla a
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 distância entre a película fotossensível e a objetiva. As-
sim, é possível regular essa distância de modo a se obter
HABILIDADES: 1, 6, 17 e 22 fotografias nítidas.
Como o princípio do funcionamento da máquina fotográfi-
ca se baseia na formação de imagens com lentes, é válida
a equação de Gauss para as lentes.
1. Instrumentos de projeção
Os instrumentos de projeção, como o projetor de filmes
ou de slides, fornecem imagens reais, uma vez que as
imagens são projetadas sob um anteparo. Entretanto, o
tamanho da imagem pode ser maior ou menor do que o
tamanho do objeto. Por exemplo, a imagem projetada por
multimídia: vídeo
uma máquina fotográfica é menor do que o objeto.
Fonte: Youtube

1.1. Máquina fotográfica Instrumentos Ópticos - Física

A figura a seguir ilustra o mecanismo básico de uma má-


quina fotográfica. O dispositivo óptico forma, a partir de 1.2. Projetores de filmes e de slides
um objeto real, uma imagem real sobre uma chapa foto-
Os projetores são formados por sistemas ópticos que criam
gráfica (filme).
imagens reais, invertidas e ampliadas de objetos reais e
obturador planos. As imagens podem ser projetadas sobre um ante-
paro ou uma tela.
abertura
Os projetores de slides ou filmes utilizam objetos transpa-
rentes, denominados slides ou diapositivos.
bobina de
objeto bobina de alimentação
lente recolhimento
obturador
filme
gate
mecanismo de
focalização
roda dentada
Na máquina fotográfica, a imagem do objeto (em forma
de pirâmide) é projetada no filme pela lente objetiva.
lente
lâmpada e
condensador
Além das lentes, uma máquina fotográfica possui outros roda dentada
componentes importantes. Os principais componentes são:
Um projetor de slides simples possui os seguintes compo-
§ lente ou objetiva: sistema convergente de lentes; nentes principais:

65
§ Espelho côncavo: reflete parte da luz de uma lâmpa- ​  1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​ ⇒ ___ ​  1   ​ = __
​ 1 ​ + ​ ___
1  ​ ⇒ __
​ 1p ​  = 5 – ___
​ 1  ​ ⇒
f p p’ 0,2 p 10 10
da colocada sobre o foco do espelho para um sistema
49
1 ​ = ​ ___
​ __ 10
___
de lentes. p 10 ​ ⇒ p = ​ 49 ​ m
§ Fonte de luz: lâmpada de alta potência.

§ Porta-slides: composto por uma lente convergente 2. Instrumentos de observação


que conjuga uma imagem real na tela. Os instrumentos de observação são utilizados para aumentar
§ Tela ou anteparo: anteparo de projeção da imagem a imagem dos objetos. Nesses equipamentos, a imagem final
dos slides. é virtual. A lupa e o microscópio são instrumentos de obser-
vação e ampliam a imagem de objetos que se encontram
lâmpada
slide tela próximos. No caso de lunetas, telescópios e binóculos, os ob-
jetos se encontram distantes. Em ambos os cabos, indepen-
dentemente do sistema de lentes utilizado, a imagem final
formada dá a impressão de que o objeto está mais próximo.

lente convergente
(objetiva)
2.1. Lupa ou lente de aumento
espelho esférico
côncavo A lupa (ou lente de aumento) é uma lente convergente e
possui distância focal pequena. A imagem formada é virtu-
al, direita e maior do que o objeto.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Óptica - Aula 11 - Instrumentos Ópticos Lupa

Aplicação do conteúdo
1. A distância focal de um projetor cinematográfico é de
20 cm. Uma tela está a 10 m de distância do projetor. A
qual distância da lente o objeto (slide) deve ser coloca-
do para se obter uma projeção nítida?

Resolução:
Dados: f = 20 cm = 0,2 m; p’ = 10 m. A imagem formada pela lupa: virtual, direita e maior do que o objeto.

Na figura, o filme foi colocado invertido no projetor para


que a imagem tenha orientação para cima no anteparo.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Óculos, Lunetas, Telescópios,
Microscópios, Projetores e Lupas

66
2.2. Microscópio composto como cometas, planetas e estrelas. O sistema óptico é com-
posto por duas lentes convergentes: lente objetiva e lente
O microscópio composto, diferentemente da lupa, fornece ocular. A lente objetiva, por sua vez, possui distância focal
um aumento muito grande. Por isso, sua utilização é necessá- da ordem de alguns metros.
ria para visualizar objetos de dimensões bastante pequenas.
A figura a seguir representa a associação de lentes de uma
O sistema óptico do microscópio composto é formado por
luneta. A imagem i do objeto forma-se no plano focal da
duas lentes convergentes associadas sobre o mesmo eixo
objetiva, entre o foco objeto e o centro óptico da ocular,
principal (coaxialmente). Uma delas, denominada objetiva,
pois o objeto está em uma posição muito distante da lente.
tem distância focal pequena (da ordem de milímetros) e é
utilizada próximo ao objeto. A segunda lente, denominada A lente ocular forma a imagem final (i2) utilizando a ima-
ocular, é utilizada para a observação da imagem e funciona gem da lente objetiva como objeto. A imagem final é virtu-
como uma lupa. A imagem final formada é virtual, invertida al, invertida e maior do que o objeto.
e maior do que o objeto.

foc fob
Microscópio composto

A figura a seguir ilustra a formação da imagem observada


em um microscópio composto. O objeto é colocado próxi-
mo ao foco da lente objetiva (L1). Dessa forma, a imagem
formada pela objetiva fica entre o foco e centro óptico da O aumento angular nominal (An) para a luneta é dado por:
lente ocular (L2). Essa imagem se comporta como um ob-
jeto para a ocular, formando a imagem final (i2), virtual, f
invertida e maior do que o objeto (inicial). An = __
​  ob ​ 
foc
O aumento linear transversal do microscópio composto é igual
ao produto dos aumentos lineares transversais e da ocular.
E< que fob é a distância focal da objetiva e foc é a distância
focal da ocular.
A luneta terrestre, ou luneta de Galileu, utiliza uma ocular
divergente em vez de convergente. Isso elimina o fato de
que, na luneta astronômica (com objetiva e ocular sendo
lentes convergentes), a imagem final é invertida. Com a
ocular divergente, tem-se uma imagem final direita em re-
lação ao objeto original.

Amicroscópio = Aobjetiva ⋅ Aocular

2.2.1 Luneta
A luneta amplia a imagem dos objetos de modo semelhan-
te ao microscópio composto. Entretanto, é utilizada para
a observação de objetos localizados a grandes distâncias,

67
Determine:
a) a posição da imagem;
b) o tamanho da imagem;
c) o aumento linear transversal.
Resolução:
Dados: f = 8 cm, o = 6 cm, p = 2 cm.
multimídia: vídeo a) A partir da equação de Gauss, a posição da imagem é:
Fonte: Youtube
TELESCÓPIO HUBBLE - A ÚLTIMA MISSÃO ... ​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​ ⇒ __
​ 1 ​ = __
​ 1 ​ + __
​  1  ​ ⇒ __
​  1  ​ = __
​ 1 ​ – __ 8 ​ 
​ 1 ​ ⇒ p’ = – ​ __
f p p’ 8 2 p’ p’ 8 2 3
cm

2.3. Telescópio b) O tamanho da imagem é obtido a partir da relação


entre as distâncias do objeto e da imagem:
O telescópio é um instrumento óptico utilizado para a ob-
servação de objetos distantes. A objetiva de um telescópio
é um espelho côncavo de grande distância focal (na luneta,
p’ __i
i​    ​ = – ​ __
__ (  )
____
8 ​   ​
​ – ​ __
3
o p ​ ⇒ ​ 6  ​ = – ​  2 ​   ⇒ i = 8 cm
a objetiva é uma lente convergente). O telescópio ainda
utiliza outros espelhos, planos e convexos, para desviar os c) O aumento linear transversal é:
raios de luz até o local de observação. A = __ ​ 8 ​ ⇒ A = __
​ oi  ​ = __ ​ 4 ​ 
6 3
2. Um microscópio tem objetiva com distância focal
de 8 mm e ocular com distância focal de 18 mm. Um
objeto de 2 mm de altura é disposto a 8,4 mm da ob-
jetiva e a distância entre as duas lentes é de 180 mm.
Determine:
a) a que distância da objetiva se formará a primeira
imagem do objeto;
b) o tamanho da primeira imagem formada;
c) a que distância da ocular se formará a imagem final;
d) o tamanho da imagem final;
No telescópio, os raios de luz incidem praticamente paralelos sobre e) o aumento linear transversal do microscópio.
um espelho côncavo. Os raios de luz são desviados para o olho
do observador por um espelho convexo e dois espelhos planos. Resolução:
Dados: fob = 8 mm; foc = 18 mm; p1 = 8,4 mm; d = 180 mm.
A figura a seguir ilustra as relações geométricas do problema.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Energia Mecânica - Sistema Dissipativo de Energia
Uma câmera Imax 3D acompanha os esforços de sete
a) Cálculo da distância da primeira imagem (p1):
astronautas, enquanto eles tentam consertar o telescó-
pio espacial Hubble. ​  1  ​ = __
__ ​  1  ​ + ___
​  1  ​ ⇒ __
​ 1 ​ = ___
​  1   ​ + ___
​  1  ​ ⇒ p’1 = 168 mm
fob p1 p’1 8 8,4 p’1
b) Tamanho da primeira imagem (i1):
Aplicação do conteúdo __ i p’1 __
​  o1 ​  = –  ​ ___
i1 168
___
p1 ​ ⇒ ​  2 ​ = – ​  8,4 ​ ⇒ i1 = – 40 mm
1. Um observador, a 5 cm do centro óptico de uma lupa, c) Cálculo da distância da imagem final (p’2):
cuja distância focal é de 8 cm, observa um objeto, com
6 cm de altura, colocado a 2 cm da lupa. p2 = d – p’1 = 180 – 168 = 12 mm

68
​  1  ​ = __
__ ​  1  ​ + ___
​  1  ​ ⇒ ___
​  1  ​ = ___
​  1  ​ + ___
​  1  ​ ⇒ p’2 = –36 mm 4. (Unesp) A figura a seguir mostra um objeto AB, uma
foc p2 p’2 18 12 p’2 lente convergente L, sendo utilizada como lupa (lente
de aumento), e as posições de seus focos F e F’.
d) Cálculo do tamanho da imagem final (i2):

__i p’2 ____ i2 (–36)


​  2  ​ = – ​ ___ _____
p2 ​ ⇒ ​ –40   ​ = – ​  12 ​  ⇒ i2 = –120 mm
i1
e) Aumento linear transversal do microscópio (Amicroscópio)
é dado pelo produto do aumento linear transversal de
cada uma das lentes:
i i2
Amicroscópio = Aobjetiva . Aocular = __
​ o1 ​ ⋅ __
​   ​ ⇒
i1 a) Copie essa figura. Em seguida, localize a imagem
A’B’ do objeto fornecida pela lente, traçando a tra-
⇒ Amicroscópio = ____ ​ –120 ​ = –60 ou |a| = 60
​ –40 ​  ⋅ ____ jetória de, pelo menos, dois raios incidentes, prove-
2 –40 nientes de A.
3. (IFBA) A câmara de um celular, cuja espessura é de b) A imagem obtida é real ou virtual? Justifique sua resposta.
0,8 cm, capta a imagem de uma árvore de 3,0 m de Resolução:
altura, que se encontra a 4,0 m de distância do orifí-
a) Observe a figura a seguir:
cio da lente, projetando uma imagem invertida em seu
interior. Para simplificar a análise, considere o sistema
como uma câmara escura. Assim, pode-se afirmar que
a altura da imagem, em mm, no interior da câmara é,
aproximadamente, igual a:

a) 6,0.
b) 7,0.
c) 8,0.
d) 9,0.
e) 10,0.
Resolução: b) Virtual, pois a imagem está do mesmo lado que o
objeto em relação ao espelho.
Por semelhança de triângulos, tem-se:
​  di  ​ = __​  i  ​ 
__ ​ di  ​ 
i = o ∙ __
do o do
sendo:
di = distância da imagem
do = distância do objeto
i = tamanho da imagem
multimídia: site
o = tamanho do objeto
efisica.if.usp.br/otica/basico/instrumentos/
Então: mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/os-instrumentos-
0,8 cm -opticos.htm
i = 3 m ∙ ______
​   ​=

 0,6 cm = 6 mm www.coladaweb.com/fisica/optica/instrumentos-opticos
4m
alunosonline.uol.com.br/fisica/instrumentos-opticos.html
Alternativa A

69
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A utilização de instrumentos ópticos é muito presente no cotidiano. Os óculos, por exemplo, que datam do século I,
foram criados para corrigir problemas de visão. Existem também as lentes de contato, a máquina fotográfica, criada pelo
francês Joseph Nicérphore Niépce (1765-1833) no ano de 1826, o telescópio, criado pelo neerlandês Hans Lippershey
em 1608, que também inventou o binóculo, aperfeiçoado depois por Galileu, entre muitos outros intrumentos.

Satélites com potentes telescópios varrem não só o espaço fora da Terra, como a própria superfície da Terra.

70
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descre-
verem e explicarem fenômenos físicos.

MODELO 1

(Enem) A aquisição de um telescópio deve levar em consideração diversos fatores, entre os quais estão o
aumento angular, a resolução ou o poder de separação e a magnitude limite. O aumento angular informa
quantas vezes mais próximo de nós percebemos o objeto observado e é calculado como sendo a razão entre
as distâncias focais da objetiva (F1) e da ocular (F2). A resolução do telescópio (P) informa o menor ângulo que
deve existir entre dois pontos observados para que seja possível distingui-los. A magnitude limite (M) indica
o menor brilho que um telescópio pode captar. Os valores numéricos de P e M pelas expressões: P = ___ 12
​   ​  e M
D
= 7,1 + 5(lod D), em que D é o valor numérico do diâmetro da objetiva do telescópio, expresso em centímetro.
Disponível em: www.telescopiosastronomicos.com.br. Acesso em: 13 maio 2013 (adaptado).

Ao realizar a observação de um planeta distante e de luminosidade, não se obteve uma imagem nítida. Para
melhorar a qualidade dessa observação, os valores de D, F1 e F2 devem ser, respectivamente:
a) aumentado, aumentado e diminuído;
b) aumentado, diminuído e aumentado;
c) aumentado, diminuído e diminuído;
d) diminuído, aumentado e aumentado;
e) diminuído, aumentado e diminuído.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Exercício que exige do estudante saber aplicar os conhecimento de instrumentos ópticos, constituídos por lentes
esféricas, e uma relação matemática apresentada pela banca. Para a resolução, o aluno precisará saber manobrar
nessas equações para achar a relação entre os focos.
De acordo com as expressões de P e M, deve-se aumentar o valor de D, de modo a diminuirmos o menor ângulo
necessário e aumentarmos a magnitude limite. E como o aumento angular é dado por F1/F2, deve-se aumentar
F1 e diminuir F2.

RESPOSTA Alternativa A

71
DIAGRAMA DE IDEIAS

INSTRUMENTOS
ÓPTICOS

MÁQUINA IMAGEM REAL,


FOTOGRÁFICA INVERTIDA
PROJEÇÃO

IMAGEM REAL,
PROJETOR
INVERTIDA E MAIOR

LUPA OU MICROSCÓPIO IMAGEM VIRTUAL,


SIMPLES DIREITA E MAIOR

MICROSCÓPIO LENTES OBJETIVA


COMPOSTO E OCULAR

AMICROSCÓPIO = AOBJETIVA × AOCULAR


OBSERVAÇÃO

LENTES OBJETIVA
LUNETA
E OCULAR

FOB
AN =
FOC

ASSOCIAÇÃO
TELESCÓPIO
DE ESPELHOS

72
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova exige interpretação de circuitos elétri- A prova exige compreensão da função


cos, com atenção à função do gerador e recep- do gerador e receptor no circuito, com
tor em circuitos e dos conceitos fundamentais atenção aos conceitos fundamentais de
de potência elétrica dissipada, relacionando potência elétrica dissipada, relacionando
com outros temas da Física. com outros temas da Física.

A prova exige interpretação de circuitos elétricos, A prova exige interpretação de circuitos A prova exige interpretação de circuitos
compreendendo a função do gerador e receptor, elétricos, compreendendo a função do elétricos, com atenção à função do gerador
com atenção aos conceitos fundamentais de gerador e resistor, com atenção aos con- nesses circuitos e dos conceitos fundamentais
potência elétrica dissipada. ceitos fundamentais de potência elétrica de potência elétrica dissipada, relacionando
dissipada. com outros temas da Física.

A prova exige atenção aos conceitos Dentre os temas abordados neste livro, A prova tem uma grande variação de te- Dentre os temas abordados neste livro,
fundamentais de potência elétrica dissipada gerador associado com potência elétrica é o mas, mas, eventualmente, podem aparecer gerador associado com potência elétrica é o
em um circuito, interpretando a função do assunto mais frequente, exigindo aplicações geradores e potência elétrica dissipada em assunto mais frequente, exigindo aplicações
gerador no circuito, relacionado com outros das equações. questões bem objetivas. das equações.
temas da Física.

UFMG

A prova tem uma grande variação de A prova apresenta questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predominân-
temas, porém geradores elétricos e potência práticas que abordam conceitos fundamen- cia de temas. Eventualmente, podem aparecer
elétrica aparecem com alguma frequência, em tais de circuitos elétricos, com geradores geradores associados com potência elétrica.
questões teóricas e que exigem manipulações elétricos e potência dissipada.
de equações.

A prova apresenta questões conceituais e A prova tem uma grande variação de temas, Há uma grande incidência de associação de
práticas que abordam conceitos fundamentais porém, pode aparecer gerador com potência resistores, que relaciona geradores elétricos
de circuitos elétricos, geradores elétricos e elétrica, associando com outros temas da com potência elétrica, em questões objetivas.
potência dissipada. Física.
ELETRODINÂMICA

75
AULAS 27 e 28 2. Curva característica
de um gerador
A fem e a resistência interna r são constantes em um
gerador elétrico. Assim, a equação do gerador, no plano
U x i, é representada por um segmento de reta decrescen-
ESTUDO E ASSOCIAÇÃO te, como mostra a figura a seguir (observe que a equação
do gerador é uma função do 1.º grau de U em relação a i).
DE GERADORES

COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6
a

HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
O ponto em que o gráfico intercepta o eixo das ordenadas
é justamente o valor da fem, pois, nesse caso, o circuito está
aberto, isto é, i = 0 e, portanto, U = «. Por outro lado, o ponto
em que o gráfico corta o eixo das abscissas é o valor da corren-
1. Corrente de curto-circuito te de curto-circuito. Nesse caso, U = 0; então i = icc.
em um gerador A inclinação da reta (ou a declividade) é numericamente
igual à resistência interna r do gerador:
Caso um fio de resistência elétrica muito baixa (desprezível)
seja ligado entre os terminais de um gerador elétrico, ocorrerá ​ tg a  = ​​ N​  __
​  « ​   ⇒ ​ tg a  = ​​ N​  r
icc
um curto-circuito. As figuras a seguir ilustram essa ligação.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Aula 06 - Física II - Geradores, receptores e potência

Se o gerador for ligado em curto-circuito, a potência elétri-


ca total será integralmente dissipada na resistência interna, 3. Potência útil fornecida
causando superaquecimento e danos ao gerador. É possível obter a potência elétrica fornecida ao circuito a par-
A diferença de potencial entre os terminais do gerador em tir do gráfico da curva característica de um gerador elétrico.
curto-circuito torna-se nula, ou seja, UAB = 0. A corrente elé-
trica no circuito é denominada corrente de curto-circuito icc.
Essa intensidade máxima de corrente elétrica que pode atra-
vessar o gerador pode ser calculada pela equação do gerador:
U = « – ri
Fazendo UAB = 0, e i = icc , obtém-se:

U = « – ri  ⇒  0 = « – ricc  ⇒ icc = __


​ «r ​ 
A = Pu

76
A área destacada no gráfico, terminada por um valor de i, é Substituindo i pelos valores da tabela, obtém-se:
igual à potência útil Pu fornecida ao circuito externo.
i (A) 0 1 2 3 4 5
A potência também pode ser obtida a partir da equação do
gerador. Lembre-se de que a potência é o produto da ddp U (V) 10 8 6 4 2 0

pela corrente elétrica: b) Construindo a curva característica, tem-se:


Pu = Ui = «i – ri2
Considerando a potência útil como uma função da corren-
te, encontra-se a expressão:
Pu (i) = «i – ri2
Essa equação é uma função do 2.º grau na variável i. O
gráfico dessa função é uma parábola, e, devido ao sinal
negativo no termo de segunda ordem, a concavidade da
parábola é “para baixo”.
As soluções dessa equação (ou raízes) são i’ = 0 e i’’ = __
​ «r ​  
(observe que esse valor é justamente o valor da corrente
2. O gráfico representa a curva característica de um ge-
de curto-circuito).
rador. Calcule:
A potência máxima fornecida é obtida pelo vértice dessa
parábola. O valor da corrente que fornece a potência máxi-
ma é o ponto médio entre as raízes, ou seja, i = __ ​  ε  ​  (metade
2r 
ε2
do valor de icc). A potência máxima é Pmax =​ ___  ​  .
4r
Pu

Pu max
a) a fem;
b) a resistência interna;
c) a ddp entre seus terminais para i = 3 A;
d) a intensidade da corrente de curto-circuito;
e) a potência elétrica fornecida para i = 2 A.
i
Resolução:

a) Sendo U = « – ri, para i = 0, obtém-se:

Aplicação do conteúdo 35 = « – r · 0

1. Para uma bateria de resistência interna 2 V e força « = 35 V


eletromotriz 10 V: b) Para U = 0, tem-se:
a) Calcule a diferença de potencial, entre os terminais
da bateria, para as diferentes intensidades de corren- 0 = 35 – r · 5
te elétrica indicadas na tabela. r=7V
c) Para i = 3 A, calcula-se:
i(A) 0 1 2 3 4 5
U = 35 – 7 · 3
b) Construa a curva característica da bateria para os U = 14 V
valores da tabela.
d) Para U = 0, a corrente de curto-circuito é:
Resolução:
a) Usando a equação do gerador, tem-se: 0 = 35 – 7 · icc
U = « – ri  ⇒  u = 10 – 2i icc = 5 A

77
e) Para i = 2 A, segue:
Pu = U · i
Pu = (« – ri) i
Pu = (35 – 7 · 2) · 2
Pu = 42 W

Essa combinação de geradores pode ser simplificada e re-


4. Associação de geradores presentada por apenas um gerador equivalente:

Assim como os resistores, os geradores podem ser asso-


ciados em série, em paralelo ou em uma combinação de
ambas as ligações. Cada associação pode ser represen-
tada por um gerador equivalente. O efeito desse gerador
equivalente no circuito é como a associação real do con- As características da associação em série são:
junto de geradores. § a intensidade da corrente é a mesma em todos os geradores;
§ a fem da associação é a soma das fem dos geradores
associados:
«s = «1 + «2 + ... + «n
A ddp nos terminais extremos da associação é dada pela
soma das diferenças de potencial de cada um dos gera-
dores associados:
multimídia: vídeo Us = U1 + U2 + ... + Un
Fonte: Youtube
A soma das potências fornecidas por cada um dos gerado-
Geradores - Associação em série res associados é a potência fornecida ao circuito externo.
Essa é a vantagem da associação de geradores em série:
Ps = P1 + P2 + ... + Pn
4.1. Associação em série
Da mesma maneira, a soma das resistências internas dos
A associação em série permite aumentar a potência útil
geradores associados é igual à resistência interna do gera-
fornecida ao circuito, pois aumenta a diferença de poten-
dor equivalente:
cial entre os extremos da associação de geradores. Esse
rs = r1 + r2 + ... + rn
tipo de ligação é comum em lanternas, rádios e diversos
aparelhos alimentados por pilhas. A ligação em série de Nesse caso, a resistência interna aumenta, sendo uma des-
geradores é realizada de modo que o polo positivo de um vantagem desse tipo de associação. Contudo, a vantagem
gerador se conecte ao polo negativo de outro gerador. oferecida pela potência supera a desvantagem do aumen-
to da resistência interna.
+ - + - + - + -

A B

A figura representa quatro pilhas associadas em série.

A figura a seguir ilustra a representação simbólica de n ge- multimídia: site


radores associados em série:
www.colegioweb.com.br/geradores-eletricos/associa-
cao-de-geradores.html
www.if.ufrgs.br/cref/?area=questions&id=1046
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/associa-
cao-geradores-eletricos-paralelo.htm

78
4.2. Associação em paralelo
Na associação em paralelo de geradores elétricos, os polos positivos dos geradores são ligados no mesmo ponto do circuito; o
mesmo procedimento é realizado com os polos negativos (obviamente em um ponto diferente, senão ocorrerá um curto-circuito).
Esse tipo de associação só é conveniente quando os geradores têm forças eletromotrizes iguais. Caso contrário, haverá
desperdício de energia.
A associação em paralelo de geradores também aumenta a potência elétrica fornecida ao circuito. Entretanto, o aumento é
causado pela diminuição da resistência interna equivalente da associação.

A figura a seguir ilustra a ligação em paralelo de geradores elétricos:


+ -

+ -
A B

+ -

A figura representa três pilhas associadas em paralelo.

As características da associação em paralelo são:


Aplicação do conteúdo
§ a corrente elétrica é dividida entre os geradores;
1. A figura representa o esquema de um circuito com
§ a fem do gerador equivalente é igual àquela de cada uma lanterna de três pilhas idênticas associadas em sé-
um dos associados: «p = «. rie, com polos A e B, uma lâmpada L cujo filamento tem
resistência 10 V e uma chave interruptora Ch.
A resistência equivalente do conjunto de geradores é dada
pela soma dos inversos das resistências de cada um dos   
B r r r A
geradores do conjunto (resistência equivalente de resisto-
res em paralelo):

__ 1 __ 1 __ 1 __1
r​  p ​ = r​  1 ​ + r​  2 ​ + ... + r​ n ​ 
L Ch
Todavia, se a resistência interna de cada gerador for igual a
A ddp entre A e B é 4,5 V e 4,0 V quando a chave Ch está
r, a resistência equivalente de n geradores será:
aberta e fechada, respectivamente. Calcule:
a) a fem de cada pilha;
__ 1 __1 __1 __1 1 __n
__ __r
r​  p ​ = ​  r ​ + ​  r ​ + ... + ​ r ​   ⇒ ​ rp ​ = ​  r ​   ⇒ rp = n​    ​  b) a intensidade de corrente no circuito com a chave fechada;
c) a resistência interna de cada pilha.

79
Resolução: Resolução:
a) Com a chave Ch aberta, tem-se: a) A fem e a resistência equivalente da associação
i = 0 e UAB = «S = 3.«. em série são:
Assim: UAB = 3«  ⇒  4,5 V = 3 «  ⇒  « = 1,5 V
b) Com a chave Ch fechada, tem-se: «s = 1,5 + 1,5  ⇒  «s = 3 V
UAB = RLi  ⇒  4 = 10i  ⇒  i = 0,40 A
c) A partir da equação do gerador, para o circuito com rs = 0,5 + 0,5 = 1 V
a chave fechada, tem-se:
Aplicando a Lei de Pouillet, calcula-se a intensidade da cor-
UAB = «S – rSi  ⇒ UAB = 3 « – 3 ri 
rente i1:
4 = 3 · 1,5 – 3r · 0,4  ⇒
⇒ 4 = 4,5 – 1,2r   ⇒ «s = (R + rs)i  ⇒  3 = (2 + 1)i,  ⇒ i1 = 1 A
​ 5  ​ V
⇒ r = ___ b) A fem e a resistência equivalente da associação em
12
paralelo são, respectivamente:
2. Duas pilhas iguais de fem « = 1,5 V e resistência in-
0,5
terna r = 0,5 V são associadas de modos diferentes e ​ r  ​ = ___
«p = 1,5V e rp = __ ​   ​ = 0,25 V
ligadas a um resistor de 2 V, conforme as figuras. Cal- 2 2
cule a intensidade da corrente no resistor em cada uma
das associações. Aplicando a Lei de Pouillet, obtém-se:
a) «p = (R + rs) i2  ⇒  1,5 = (2 + 0,25)i  ⇒
⇒  i = 0,67 A

b)

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
G1 - Confira dica de física sobre geradores elétricos

80
VIVENCIANDO

As associações de geradores são muito utilizadas no cotidiano, seja em brinquedos, seja em controles remotos de
televisores. Dependendo do aparelho, esses equipamentos utilizarão pilhas ou baterias associadas em série ou em
paralelo, de acordo com a necessidade.
Para aumentar a tensão, são utilizadas pilhas em série. É possível até mesmo ligar um aparelho que funciona com
tensão de 110 V; para isso, devem ser conectadas em série 73 pilhas de 1,5 V cada uma.
Para aumentar a corrente elétrica, as pilhas devem ser associadas em paralelo; desse modo, no entanto, não ocorre
aumento da tensão. Na associação em paralelo, a resistência interna do gerador equivalente é menor do que quando
os mesmos geradores são associados em série.

81
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas
tecnológicos de uso comum.

A Habilidade 6 exige que o estudante compreenda manuais de instalação de aparelhos elétricos de uso co-
mum. A partir disso, ele deve saber relacionar circuito e fonte de tensão, sabendo reconhecer as diferentes as-
sociações possíveis e suas consequências. Assim, é dever do estudante compreender como ocorre a associação
de geradores e suas particularidades.

MODELO 1
(Enem) Em um laboratório, são apresentados aos alunos uma lâmpada, com especificações técnicas de 6 V e
12 W e um conjunto de 4 pilhas de 1,5 V cada.
Qual associação de geradores faz com que a lâmpada produza maior brilho?
a) d)

b) e)

c)

ANÁLISE EXPOSITIVA
A lâmpada produzirá maior brilho para a associação que produzir a maior potência; como a potência é
proporcional à tensão, o circuito com maior tensão elétrica equivalente proverá o maior brilho.
Tensão equivalente para os circuitos:
[A]: VA = (1,5//1,5//1,5) + 1,5 ⇒ VA = 3 V
[B]: VB = (1,5 + 1,5)//(1,5 + 1,5) ⇒ VB = 3 V
[C]: VC = 1,5 + 1,5 + 1,5 + 1,5 ⇒ VC = 6 V
[D]: VD = (1,5//1,5) + (1,5//1,5) ⇒ VD = 3 V
[E]: VE = 1,5//1,5//1,5 ⇒ VE = 1,5 V

RESPOSTA Alternativa C

82
DIAGRAMA DE IDEIAS

GERADORES

FORÇA
FONTES DE TENSÃO ASSOCIAÇÃO
ELETROMOTRIZ

SÉRIE PARALELO

IDEAL r=0

NÃO IDEAL r≠0

CORRENTE DE
POTÊNCIA
CURTO-CIRCUITO

TOTAL ÚTIL DISSIPADA

RENDIMENTO

83
Os condutores elétricos do receptor também possuem uma
AULAS 29 e 30 determinada resistência elétrica denominada resistência
interna r’. Assim, também ocorre a dissipação de energia
elétrica pelo efeito Joule. A queda de potencial associada é
dada pelo produto r’ · i.
Queda de potencial devido à resistência interna = r’ · i

RECEPTORES A queda de potencial entre os terminais do receptor pode


ser dividida em duas partes: a queda de tensão devido à
resistência interna e a força contraeletromotriz (fcem), que
será indicada por «’. A força contraeletromotriz é a ddp útil
do aparelho. Assim, a fcem corresponde à energia útil de
cada unidade de carga elétrica que atravessou o resistor
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 e que é usada exclusivamente para finalidades específicas
do receptor, como girar o eixo de um motor, recarregar uma
bateria, etc.
HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
fcem = «’
O símbolo utilizado para o receptor é idêntico ao do gera-
dor; no entanto, o sentido da corrente elétrica é o inverso
do sentido da corrente do gerador. A orientação da corren-
1. Introdução te elétrica no gerador é do polo negativo para o positivo
A energia elétrica oriunda de um gerador é totalmente con- (fig.1). No receptor, o sentido é oposto: a corrente é orien-
vertida em energia térmica, por exemplo, pelos resistores (já tada do polo positivo para o negativo (fig.2).
estudados). Entretanto, determinados dispositivos elétricos
transformam a energia elétrica que recebem do gerador em i i
− +
outras formas de energia: são os receptores elétricos. No
entanto, devido ao efeito Joule, parte dessa energia elétrica « r
recebida sempre será convertida em energia térmica. fig.1

i i
− +

«’ r’
fig.2

Como foi visto, a diferença de potencial (ddp) total U for-


necida ao receptor tem duas componentes: a fcem («’) e a
queda de tensão interna (r’ . i). Assim, U é dado por:
O motor elétrico é um exemplo de receptor. O motor elé-
U = «’ + r’ · i
trico converte a maior parte da energia elétrica em energia
mecânica. Alguns tipos de baterias elétricas são recarre- Essa equação é uma função do 1.º grau, pois «’ e r’ são
gáveis, como as atuais baterias de telefones celulares e as constantes. Assim, o gráfico de U em função da corrente i
baterias de automóveis. Ao serem recarregadas, a energia é uma reta inclinada.
elétrica recebida por essas baterias é convertida em uma U(tensão total)
forma de energia armazenável, geralmente em energia
química. É importante observar que ainda não é possível U
armazenar grandes quantidades de energia elétrica.
r '. i

2. Um modelo para o receptor εE'


 U

Um receptor pode ser considerado o oposto de um gera- Eε'


dor: em vez de fornecer corrente elétrica através do polo O
positivo, a corrente elétrica será recebida nesse polo. i i

84
O ponto de interseção da reta com o eixo da tensão total U
(eixo das ordenadas) é a fcem («). A inclinação da reta é rela-
3. Circuitos elétricos
cionada com a resistência interna r’. Essa relação é dada por. com receptor
N
r’ = tg a O circuito elétrico da figura a seguir é formado apenas por
Ou seja, a resistência interna é numericamente igual à tan- gerador e um receptor. O gerador deverá ter uma fem sufi-
gente do ângulo de inclinação da reta. ciente para compensar as perdas de tensão dissipadas nas
duas resistências internas, r e r’.
A variação do potencial elétrico no receptor é representada
pela figura a seguir.

Aplicação do conteúdo
1. Um liquidificador é ligado a uma tomada de tensão § parâmetros do gerador: « e r;
127 V. O motor do liquidificador puxou da rede uma cor-
rente elétrica de intensidade 2,0 A. Sendo de 13,5 V a § parâmetros do receptor: «’ e r’.
resistência do motor, qual o valor da fcem («’)?
São válidas as equações vistas para o gerador e para o
Resolução: receptor:

Os dados fornecidos são U = 127 V (dado pela rede elétri- Gerador: U = « – r . i


ca; é a ddp total), i = 2,0 A e r = 13,5 V.
Receptor: U = «’ + r’ . i
A equação do receptor se aplica aos motores elétricos:
Nesse circuito, a ddp U fornecida pelo gerador é a mes-
U = «’ + r’ · i
ma ddp no receptor, e a corrente elétrica no circuito, i, é
127 = «’ + 13,5 · 2,0 ⇒
constante. Dessa forma, as equações acima podem ser
⇒ 127 = «’ + 27  ⇒ igualadas:
⇒ «’ = 127 – 27
⇒  «’ = 100 V « – r · i = «’ + r’ · i ⇒

⇒ « – «’ = r · i + r’ · i ⇒

⇒ « – «’ = (r + r’) · i
Ou ainda:

« = «’ + (r + r’) · i
multimídia: vídeo
Essa equação fornece a tensão total do gerador, isto é, sua
Fonte: Youtube fem compensa as perdas causadas pelas duas resistências
Receptores Elétricos - Eletrodinâmica internas.
- Física | Euduca
Caso o circuito tenha alguma resistência, a equação de
Pouillet na forma completa, em que R representa a resis-
A tensão de 127 V é a tensão total que o liquidificador rece- tência equivalente do circuito, leva em conta essa perda
be da rede elétrica. Entretanto, para girar o eixo do motor, fo- adicional:
ram utilizados apenas 100 V, pois 27 V foram dissipados nos
seus condutores internos (em razão da resistência interna). « – «’ = (R + r + r’) · i

85
Observe que a ddp nos terminais do gerador e do receptor
não é igual. Isso acontece porque existem potência e resis-
tências adicionais no circuito.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Como fazer um gerador de energia
com imã em casa multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 42
Aplicação do conteúdo
1. O gerador do circuito elétrico da figura a seguir tem os
seguintes parâmetros: « = 44 V e r = 1,5 V. Os parâmetros
do receptor, nesse circuito, são: «’ = 28 V e r’ = 1,5 V. As
resistências dos resistores são: R1 = 2,0 V e R2 = 3,0 V.
4. Potência
Determine: Observe na figura a seguir o balanço energético do receptor,
tanto em termos de energia quanto em termos de potência:

« «´

Para obter a relação para a potência, lembre-se de que a


potência é dada pelo produto da tensão pela corrente elé-
a) a intensidade da corrente elétrica no circuito; trica através dos terminais de um dispositivo. Multiplicando
b) a ddp nos terminais do gerador; ambos os membros da equação do receptor pela intensi-
c) a ddp nos terminais do receptor. dade de corrente elétrica i, obtém-se:
Resolução: U’ = «’ + r’i  ⇒  U’i = «’i + r’i2  ⇒ Pt = Pu + Pd
a) A resistência equivalente do circuito, juntamente
com as duas resistências internas, é dada por: Em que:
Req = R1 + R2 + r + r’ § U’i representa a potência elétrica total Pt fornecida ao
Req = 2,0 V + 3,0 V + 1,5 V + 1,5 V = 8,0 V  ⇒  receptor ou potência recebida;
Req = 8,0 V
§ «’i representa a potência elétrica útil Pu fornecida pelo
Lembrando que a ddp total fornecida pelo gerador vale « = 44 V, receptor;
pode-se escrever:
« = «’ + R · i § r’i2 representa a potência dissipada Pd no receptor.

Observe que as resistências internas já foram consideradas O rendimento elétrico de um receptor é o quociente entre a
no valor de Req. Assim, a corrente elétrica é: potência elétrica fornecida pelo receptor (potência útil Pu) e a
potência elétrica recebida (potência total Pt). Assim:
44 = 28 + 8,0 · i  ⇒  44 – 28 = 8,0 · i 
P
h = __
​  u ​   ⇒  h = ___
​ «‘i  ​  ⇒  h = __
​ «‘  ​
​ 16  ​   ⇒  i = 2,0 A
⇒  16 = 8,0 · i  ⇒  i = ___ Pt U’i U’
8,0
b) Nos terminais do gerador, a ddp é dada por: Se não houver resistência interna, ou seja, se r’ = 0 (recep-
U = « – r · i  ⇒  U = 44 – 1,5 · 2,0 ⇒  U = 41 V tor ideal), o rendimento será máximo: h = 1 ou h = 100%.
c) Nos terminais do receptor, a ddp é dada por: Na prática, sempre existe uma resistência interna; assim, é
U = «’ + r’ · i  ⇒  U = 28 + 1,5 · 2,0 ⇒  U’ = 31 V impossível atingir o rendimento de 100%.

86
No caso em que «’ = 0 V, por exemplo, se as hélices de um
Aplicação do conteúdo ventilador forem travadas, a potência total será integralmen-
1. A curva característica de um receptor é mostrada na
te transformada em potência dissipada, e o receptor vai se
figura a seguir. A partir dos dados da figura, calcule: comportar como um resistor de resistência r’. Em tal situa-
ção, a corrente elétrica tende a subir, e, consequentemente,
o valor da potência dissipada também subirá, o que pode
causar a queima do aparelho e a ocorrência de incêndios.

a) a fcem do receptor;
multimídia: site
b) a resistência interna do receptor;
c) a ddp entre seus terminais para i = 3 A.
www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/receptores-
Resolução: -eletricos
a) Para i = 0  ⇒  U’ = «’  ⇒  «’ = 50 V
b) A resistência interna é dada por tg a = r’. Assim: www.educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/receptores-
eletricos-ventiladores-liquidificadores-e-batedeiras.htm
​ 60 – 50
r’ = ______ ⇒  r’ = 5V
 ​   

2–0
c) A ddp é obtida pela equação do receptor:
U’ = «’ + r’i  ⇒  U’ = 50 + 5i  ⇒  U’ = 50 + 5 · 3 
⇒  U’ = 65 V

VIVENCIANDO

Aparelhos eletrônicos que são receptores elétricos estão por toda parte: smartphones, geladeiras, ventiladores, televi-
sores, etc. A vida moderna foi drasticamente alterada e moldada por esses aparelhos. Os indivíduos são iniciados cada
vez mais cedo no uso desses aparelhos. É mais provável uma criança de 3 anos ter mais intimidade com smartphones
do que adultos com mais de 40 anos.

87
Como no caso da revolução feminina, em que uma simples máquina de lavar roupa foi capaz de mudar a percepção
que as mulheres tinham sobre si mesmas, libertando-as de trabalhos que eram relacionados com o gênero feminino.

DIAGRAMA DE IDEIAS

RECEPTORES

FORÇA CONTRA- CONVERSOR


RECEBE TENSÃO
ELETROMOTRIZ DE ENERGIA

CIRCUITOS
POTÊNCIA
ELÉTRICOS

LEI DE
TOTAL ÚTIL DISSIPADA
POUILLET

RENDIMENTO

88
AULAS 31 e 32

Capacitor plano Capacitor cilíndro Capacitor esférico

Um capacitor é formado por duas partes metálicas sepa-


radas uma da outra, denominadas armaduras ou placas.
CAPACITORES Entre as placas existe um meio isolante, que pode ser ar,
vácuo ou outro material.
Independentemente do tipo, os capacitores serão repre-
sentados nos circuitos por dois traços grossos em paralelo,
que representam as placas, e dois traços finos, que repre-
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 sentam os terminais que saem de cada placa, como na
figura a seguir.
HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
O símbolo do capacitor

O princípio de funcionamento de um capacitor é simples.


Cada placa é carregada eletricamente com cargas elétricas
1. Introdução opostas (+Q e –Q), estabelecendo um campo elétrico no
interior do capacitor. Na figura a seguir, está representada
O capacitor (ou condensador) é um componente eletrôni-
a seção transversal de um capacitor plano e as linhas de
co que armazena pequenas quantidades de carga elétrica,
força geradas por seu campo elétrico.
ou seja, armazena energia elétrica. É importante destacar
que a quantidade de energia armazenada pelo capacitor é Depois de carregado, um capacitor mantém as cargas elétri-
suficiente apenas para pequenas intervenções nos circuitos cas em suas placas, uma vez que elas estão isoladas uma da
elétricos. Um capacitor não armazena energia suficiente outra. É possível observar na figura que não há como um elé-
para substituir uma bateria. tron sair da placa negativa e chegar à positiva, pois o meio
é isolante. Além disso, pode-se concluir que o campo elétri-
co gerado no interior do capacitor é uniforme, uma vez que
suas linhas de força são retilíneas. Na realidade, porém, o
que de fato acontece é que, nas bordas das placas, as linhas
de forças não são retilíneas como é mostrado na figura. Elas
são ligeiramente curvas, o que constitui o chamado efeito
de borda. Entretanto, nos estudos a seguir, esse efeito será
desprezado e o capacitor plano será considerado como um
capacitor ideal. Assim, o campo elétrico no interior do capa-
Capacitor citor será considerado uniforme.
Os capacitores merecem ser estudados com atenção, pois
possuem uma ampla aplicação tecnológica.
É possível encontrar capacitores em diversos equipamentos
eletrônicos, como nos circuitos eletrônicos de aparelhos de
televisão, no flash de máquinas fotográficas, em circuitos
de ignição e em motores de corrente alternada, em que os
capacitores “despejam” sua carga elétrica no circuito em
um curto intervalo de tempo.
Existem três tipos básicos de capacitores, representados a
seguir: o plano, o cilíndrico e o esférico. Dos três tipos, o Seção transversal do capacitor plano. A é a placa
mais utilizado é o capacitor plano. plana positiva, e B, a placa plana negativa.

89
multimídia: vídeo
Gráfico da carga em função da ddp
Fonte: Youtube
Capacitores e capacitância É possível observar no gráfico de carga em função da ddp
que a quantidade de carga elétrica armazenada nas placas
do capacitor é diretamente proporcional à ddp (U) entre
suas placas. Pode-se, então, definir uma constante C:
2. Carga elétrica e Q=C·U
capacitância ou
Como foi visto, as placas de um capacitor carregado apre-
Q
sentam valores opostos: +Q e –Q. Por definição, a carga C = __
​   ​ 
U
elétrica do capacitor é o módulo Q da carga de uma das
placas; assim: Na equação:

​ +Q ​= ​ –Q ​= Q (carga do capacitor) § C é aconstante de proporcionalidade denominada ca-


pacitância ou capacidade do capacitor;
Para que as placas de um capacitor sejam eletrizadas,
é preciso ligá-lo a um gerador de corrente contínua § Q é carga elétrica do capacitor;
(como uma bateria, por exemplo). Dessa maneira, uma § U é ddp ou tensão elétrica da bateria.
das placas é ligada ao polo positivo da bateria e recebe
cargas positivas; a outra placa é ligada ao polo negativo A unidade de capacitância no SI é o farad (F), em home-
e recebe cargas negativas. À medida que o capacitor é nagem ao físico Michael Faraday. Assim:
carregado, a ddp entre as placas vai aumentando, e, em [unidade de carga] coulomb
unidade de _______________
​    ​ = _______
:    ​   ​ 
 = farad
determinado momento, a ddp do capacitor e do gerador capacitância [unidade de tensão] volt
tornam-se iguais. Assim, atinge-se o equilíbrio eletros-
​ C ​  = F
__
tático entre ambos, e então o carregamento de cargas V
no capacitor cessa, uma vez que o capacitor está com- A capacitância de um capacitor depende da sua forma
pletamente carregado. geométrica e do seu tamanho. Dessa maneira, para um
capacitor de placas paralelas de área A separadas por
uma distância d, a capacitância é dada por:

​ A ​ 
C = k · «0 · __
d
Em que:
«0: é a permissividade do espaço;

Gráfico da tensão durante o carregamento do capacitor A: é a área das placas;


d: é a distância entre as placas;
k: é a constante dielétrica (se for vácuo k = 1).
De modo geral, os capacitores são peças muito pequenas
que resultam pequenos valores para a capacitância; por
outro lado, a unidade farad é muito grande. Para se ter
uma ideia dessa discrepância, considere como seria medir
o tamanho de uma caneta usando o quilômetro como uni-
Gráfico da tensão durante o descarregamento do capacitor dade de comprimento. Assim, é muito comum aparecerem

90
nas medidas de capacitância os submúltiplos do farad: mi-
crofarad (mF) = 10–6 F; nanofarad (nF) = 10–9 F; picofarad
(pF) = 10–12 F.

Aplicação do conteúdo
1. Um capacitor de capacitância 2,0 nF foi conectado a multimídia: vídeo
uma bateria de 12 V até ser carregado completamente.
Determine: Fonte: Youtube

a) a carga elétrica adquirida; Para que serve 03: Capacitores


b) a ddp necessária para o capacitor ser carregado
com 60 nC.

Resolução:
4. O capacitor no
a) Sendo C = 2,0 nF e U= 12 V:
circuito elétrico
Q = C · U ⇒ Q = 2,0(nF) · 12(V) ⇒ Q = 24 nC Uma vez que o capacitor é formado por duas placas me-
tálicas com material isolante entre elas, se o capacitor for
b) A capacitância não varia; portanto, para ter uma
nova carga, a ddp deve se alterar: inserido em um ramo de um circuito elétrico, não haverá
passagem de corrente contínua nesse ramo. Na figura a
Q 60 nC ________
 ​ = ​  60 · 10 –9 
–9
Q = C · U → U = __
​   ​ = ​ _____  → U = 30V
 ​  seguir, é possível observar que um capacitor foi inserido no
C 2,0 nF 2,0 · 10
ramo AB, o que fez com que a corrente elétrica se desviasse
pelo ramo CD.
3. Energia de um capacitor i
C D
Sabe-se que o capacitor acumula energia elétrica ao estar
R
carregado. Assim, para calcular a energia de um capacitor,
utiliza-se seu gráfico de carga (Q) · ddp(U), uma vez que i i
a área abaixo da curva é numericamente igual à energia
elétrica, representada por W. C

carga A B
Ainda que não haja passagem de corrente elétrica pelo
Q
capacitor, ele fica polarizado, isto é, uma de suas placas
metálicas fica carregada positivamente, e a outra, nega-
tivamente. Pode-se afirmar que o capacitor adquiriu certa
A
quantidade de carga elétrica Q.

O U ddp Há uma ddp entre as duas placas do capacitor que será


chamada de U e que está relacionada com a sua capaci-
Assim, tem-se que a energia W é dada pela área do triân- tância C e com a carga Q. Como foi visto, elas se relacio-
gulo hachurado, ou seja: nam pela equação:
Q·U Q=C·U
​ b ·  ​h  ⇒ W = ____
W = ​ N​  A = ____ ​   ​ 

2 2
Observe no circuito da figura que o capacitor e o resistor
Ou, ainda, como Q = C · U estão sob a mesma ddp, uma vez que estão ligados em
paralelo. Assim:
​ U ​ 
W = C · U · __
2 ddp no capacitor = d.d.p. no resistor = R · i
Assim:
Desse modo, para a resolução de um circuito elétrico que
​ C · U²
W = _____  ​   contenha um capacitor inserido em um de seus ramos, de-
2 ve-se:

91
§ retirar o ramo do capacitor; A intensidade da corrente pode ser calculada pela Lei de
Pouillet:
§ resolver o circuito, calculando as intensidades de corrente;
ε = r · i + R · i ⇒ ε = (r + R) · i
§ calcular a ddp entre os dois pontos, onde estava o ramo
do capacitor; ​  ε   ​ ⇒ i = ________
i = ____ ​  12   ​  ​  12  ​ ⇒ i = 3,0A
= ___
r+R 1,0 + 3,0 4,0
§ recolocar o ramo retirado e calcular a carga elétrica b) Recolocando o ramo do capacitor novamente:
do capacitor. M A
= 12 V
r = 1,0  R = 3,0  C = 5,0 nF

N B

A ddp no ramo AB do capacitor é a mesma do ramo MN do


resistor, pois eles estão em paralelo. Para o resistor, tem-se:
multimídia: vídeo U = R · i ⇒ U = 3,0 · 3,0 ⇒ U = 9,0 V
Fonte: Youtube
A carga elétrica Q adquirida pelo capacitor é dada por:
Ciência todo dia
Q = C · U ⇒ Q = 5 nF · 9 V ⇒ Q = 45 nC
2. (Esc. Naval) Observe a figura a seguir.

Aplicação do conteúdo
1. Para o circuito da figura, tem-se os seguintes valores:

§ força eletromotriz do gerador: E = 12 V;


§ resistência interna do gerador: r = 1,0 V;
§ resistência: R = 3,0 V; Até o instante da abertura da chave CH, o circuito repre-
§ capacitância: C = 5,0 nF. sentado na figura anterior se encontrava em regime per-
manente. Desde o instante da abertura da chave até a lâm-
M A
pada se apagar completamente, observa-se que a energia
 armazenada no capacitor de capacitância 2,0 F sofre uma
r C variação de 0,25 J. Considerando a lâmpada como uma
i
resistência R, qual é o valor de R, em ohms?
N B a) 1/2
Determine: b) 1/3
a) a intensidade de corrente elétrica que percorre c) 1/4
o circuito;
b) a ddp no capacitor e a carga elétrica nele acumulada. d) 1/5
e) 1/6
Resolução:
a) No capacitor não passa corrente elétrica devido Resolução:
ao material isolante existente entre as placas. Assim,
pode-se retirá-lo temporariamente do circuito com a Se houve uma variação de energia de 0,25 J na descarga
finalidade de calcular a intensidade da corrente elé- do capacitor, então:
trica no circuito.
​ U ​ 
2
E = C ∙ __
i 2
0,25 ∙ 2
U2 = ______
​   ​   
2
= 12 V U = 0,5 V
i R = 3,0  Como o capacitor está em paralelo com a lâmpada (ou a
r = 1,0  i
resistência R), sabe-se que a tensão em cima da lâmpada é
i
a mesma que a tensão em cima do capacitor.

92
V0,5 + VR = 2 a) 100 J
V0,5 = 2 – 0,5 b) 150 J
V0,5 = 1,5 V c) 200 J

Em regime permanente, não existe corrente circulando d) 300 J


pelo capacitor; assim: e) 400 J

i0,5 = iR Resolução:
V0,5 VR
___ A energia em um capacitor é dada por:
​   ​  = __ ​   ​ 
0,5 R Q∙U
E = ____
​   ​  
1,5 0,5
___ 2
​   ​  = ___ ​   ​  
0,5 R Analisando o ponto em que a tensão é 4 kV, a carga Q = 0,10 C.
0,5 ∙ 0,5 Substituindo os valores na equação, segue que:
R = _______
​   ​

  0,10 ∙ 4 ∙ 103
1,5 E = __________
​   ​  ⇒ E = 200J

2
R = __ ​ 1 ​ Ω Alternativa C
6
Alternativa E
4. (Ifsul) Analise as seguintes afirmativas, referentes a
um capacitor de placas planas e paralelas:
I. A capacitância do capacitor depende da carga ar-
mazenada em cada uma de suas placas em determi-
nado instante.
II. A diferença de potencial elétrico entre as placas
do capacitor depende da capacitância e da carga de
multimídia: vídeo cada placa.
III. Quando as placas do capacitor se aproximam, sem que
Fonte: Youtube outros fatores sejam alterados, a sua capacitância aumenta.
Capacitores | Capacitância e aplicações | Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
Mãozinha 112
a) I e III apenas.
b) III apenas.
3. (PUC-PR) Fibrilação ventricular é um processo de c) II e III apenas.
contração desordenada do coração que leva à falta de d) I, II e III.
circulação sanguínea no corpo, chamada parada cardior-
respiratória. O desfibrilador cardíaco é um equipamento Resolução:
que aplica um pulso de corrente elétrica através do co- εA ​ , a ca-
ração para restabelecer o ritmo cardíaco. O equipamento I. INCORRETA. Conforme a expressão: C = ​ ___
d
é basicamente um circuito de carga e descarga de um pacitância depende: da área das placas, da distância en-
capacitor (ou banco de capacitores). Dependendo das ca- tre elas e do dielétrico que preenche o espaço entre elas.
racterísticas da emergência, o médico controla a energia Q
II. CORRETA. A ddp no capacitor é U = __ ​   ​ .
elétrica armazenada no capacitor dentro de uma faixa de C
5 a 360 J. Suponha que o gráfico dado mostra a curva de III. CORRETA. Conforme a expressão: C = ___ ​ εA ​ , a ca-
carga de um capacitor de um desfibrilador. O equipamen- d
pacitância é inversamente proporcional à distância
to é ajustado para carregar o capacitor através de uma
entre as placas. Logo, diminuindo a distância entre
diferença de potencial de 4 kV. Qual o nível de energia
elas, a capacitância aumenta.
acumulada no capacitor que o médico ajustou?
Alternativa C

5. (EPCAR-AFA) Duas grandes placas metálicas idênti-


cas, P1 e P2, são fixadas na face dianteira de dois carri-
nhos, de mesma massa, A e B.

Essas duas placas são carregadas eletricamente, consti-


tuindo, assim, um capacitor plano de placas paralelas.
Lançam-se, simultaneamente, em sentidos opostos, os car-
rinhos A e B conforme indicado na figura a seguir.

93
Q ε ∙A
C = __
​   ​  e C = _____
​  0  ​
  
U d
Em que:
C é a capacitância;
U é a diferença de potencial;
Q é a intensidade da carga elétrica (constante);
d é a distância entre as placas;
Desprezadas quaisquer resistências ao movimento do siste-
ma e considerando que as placas estão eletricamente isola- ε0 é a permissibilidade absoluta no vácuo;
das, o gráfico que melhor representa a ddp, U, no capacitor, A é a área da placas.
em função do tempo t contado a partir do lançamento é:
Igualando as duas equações e explicitando U, tem-se:
a)
Q
U = ___
​    ​  d
ε0A
​  a ​ t2
Para o movimento uniformemente variado (MUV): d = v 0t = __
2
Aplicando na equação anterior, fica-se com uma função qua-
b) drática entre U e t obtendo-se uma parábola com a concavi-
dade voltada para baixo, devido à aceleração negativa.

( 
Q
U = ___ ​ a ​ t2  ​
​    ​  ​ v0t + __)
ε0A 2
Alternativa A

c)

d)

multimídia: site

www.mundodaeletrica.com.br/como-funcionam-
os-capacitores/
Resolução:
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/capacito-
As duas placas carregadas com cargas contrárias consti- res.htm
tuem um capacitor. Nele, existe uma força de atração entre www.aulasdefisica.com.br/wp-content/uplo-
as placas que são lançadas em sentido contrário, consti- ads/2011/09/Resumo-de-Capacitores.pdf
tuindo um movimento uniformemente variado. Essa força
será responsável por desacelerar cada placa até que elas
parem na máxima distância entre elas tendo a máxima di-
ferença de potencial. Em seguida, iniciam o movimento de
aproximação, diminuindo a diferença de potencial à medi-
da que se aproximam, de acordo com as equações:

94
VIVENCIANDO

Capacitores podem ser empregados em diversos circuitos. Os capacitores são encontrados em circuitos retificadores
e circuitos ressonantes, como no caso de um rádio, em que a antena capta ondas que são emitidas pelas estações
de transmissão com frequências diferentes. Como os capacitores são capazes de bloquear correntes contínuas e
alternadas de baixa frequência, eles são utilizados em alto-falantes para separar os sons agudos.

95
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta
aula, foi definido o que é um capacitor e qual é a sua utilidade em circuitos. A Habilidade 5 cobra justamente
que o aluno conheça os diferentes dispositivos e suas funcionalidades.

MODELO 1
(Enem) Atualmente, existem inúmeras opções de celulares com telas sensíveis ao toque (touchscreen). Para de-
cidir qual escolher, é bom conhecer as diferenças entre os principais tipos de telas sensíveis ao toque existentes
no mercado. Existem dois sistemas básicos usados para reconhecer o toque de uma pessoa:

§ O primeiro sistema consiste de um painel de vidro normal, recoberto por duas camadas afastadas por es-
paçadores. Uma camada resistente a riscos é colocada por cima de todo o conjunto. Uma corrente elétrica
passa através das duas camadas enquanto a tela está operacional. Quando um usuário toca a tela, as
duas camadas fazem contato exatamente naquele ponto. A mudança no campo elétrico é percebida, e as
coordenadas do ponto de contato são calculadas pelo computador.

§ No segundo sistema, uma camada que armazena carga elétrica é colocada no painel de vidro do monitor.
Quando um usuário toca o monitor com seu dedo, parte da carga elétrica é transferida para o usuário, de
modo que a carga na camada que a armazena diminui. Esta redução é medida nos circuitos localizados em
cada canto do monitor. Considerando as diferenças relativas de carga em cada canto, o computador calcula
exatamente onde ocorreu o toque.
Adaptado de: http://eletronicos.hsw.uol.com.br. Acesso em: 18 set. 2010.

O elemento de armazenamento de carga análogo ao exposto no segundo sistema e a aplicação cotidiana


correspondente são, respectivamente:
a) receptores e televisor;
b) resistores e chuveiro elétrico;
c) geradores e telefone celular;
d) fusíveis e caixa de força residencial;
e) capacitores e flash de máquina fotográfica.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Dispositivos que armazenam carga elétrica são denominados capacitores ou condensadores. A carga
armazenada é descarregada num momento oportuno, como por meio do filamento de uma lâmpada de
máquina fotográfica, emitindo um flash.

RESPOSTA Alternativa E

96
DIAGRAMA DE IDEIAS

• PLANO
ARMAZENA
• CILÍNDRICO CAPACITORES
CARGA ELÉTRICA
• ESFÉRICO

• ÁREAS DAS PLACAS


CAPACITÂNCIA • DISTÂNCIA DAS PLACAS
• PERMISSIVIDADE DE MEIO

ENERGIA
ARMAZENADA

97
AULAS 33 e 34 2. Capacitor equivalente
Uma associação de capacitores pode ser representada por
apenas um capacitor equivalente que se comporte com as
mesmas propriedades da associação. A capacitância do capa-
citor equivalente é denominada capacitância equivalente.
Para que haja equivalência entre o capacitor equivalente e a
ASSOCIAÇÃO DE associação, as seguintes propriedades devem ser satisfeitas:

CAPACITORES
A

U
Ceq (Q)
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6

HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
B
Capacitor equivalente

§ A ddp da associação de capacitores e a ddp do capaci-


tor equivalente devem ser iguais:
1. Introdução Ueq = U
A associação de capacitores é realizada a partir da conexão
§ A carga elétrica armazenada pelo capacitor equivalen-
entre dois ou mais capacitores. A figura a seguir ilustra dois
te deve ser igual à carga da associação:
modos diferentes de ligação entre os capacitores.
Qeq = Qassoc = Q
A Em consequência, a capacitância equivalente é dada por:
Q
C = Qeq · U  ou  Ceq = __ ​   ​ 
A U
B
A seguir, serão estudadas as associações em série e em
paralelo. Será analisada qual deve ser a relação entre a ca-
pacitância equivalente e a capacitância de cada um dos
B capacitores associados.

Associação de capacitores em paralelo

A
B
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Capacitores em paralelo

Associação de capacitores em série

A associação em paralelo é feita conectando ambos os


terminais dos capacitores. A associação em série é feita co-
nectando apenas um terminal de cada capacitor.
3. Associação de
Para simplificar, o capacitor será nomeado por sua capa- capacitores em paralelo
citância. Desse modo, ao fazer referência ao capacitor de As figuras a seguir ilustram a associação de dois ou
capacitância C1, será mencionado apenas capacitor C1. mais capacitores.

98
A Nesse tipo de associação, as placas de mesma polaridade
são ligadas entre si, isto é, as placas positivas são ligadas a
placas positivas, e as placas negativas são ligadas a placas
negativas. Assim, a carga elétrica da associação é igual à
soma das cargas elétricas parciais de cada capacitor:
C1 C2
Qeq = Q1 + Q2 + Q3 = Q

Assim, encontra-se a seguinte relação:


Q1 = C1 · U   Q2 = C2 · U   Q3 = C3 . U
B Q1 + Q2 + Q3 = C1 · U + C2 . U + C3 · U
Dois capacitores em paralelo
Q = (C1 + C2 + C3) · U
A

Pela definição de capacitância equivalente, tem-se:


C2 C3
Q = Ceq · U
C1

Ceq = C1 + C2 + C3
B Essa equação pode ser generalizada para n capacitores em
Três capacitores em paralelo paralelo, e, assim:
Os capacitores associados em série podem ser carregados a partir Ceq = C1 + C2 + ... + Cn
da ligação de uma bateria nos terminais A e B da associação.
A capacitância equivalente de uma associação em pa-
A
ralelo é igual à soma das capacitâncias parciais.
+

+ + +
C1 C2
-
- -
Aplicação do conteúdo
-
B
1. Calcule a capacitância equivalente da associação de
3 capacitores ligados em paralelo.
Capacitores em paralelo ligados aos terminais de uma bateria
A
A polaridade adquirida pelos capacitores é determinada
pela polaridade de ligação da bateria. As placas dos ca- 2,0 µF 5,0 µF 6,0 µF
pacitores ligadas ao polo positivo da bateria adquirem
polaridade positiva (carga positiva). As placas conectadas B
ao lado negativo da bateria adquirem polaridade negativa
(carga negativa). Resolução:
A ddp em cada capacitor é igual à ddp da bateria: Nesse caso, a capacitância equivalente é dada pela soma
das capacitâncias de cada um dos capacitores:
U = VA – VB
Ceq = C1 + C2 + C3 ⇒ Ceq = 2,0 mF + 5,0 mF + 6,0 mF
Na associação em paralelo, a ddp de todos os capa- ⇒ Ceq = 13,0 mF
citores são iguais.

Cada capacitor terá a sua própria carga elétrica. Assim:


2. Calcule a carga elétrica acumulada por uma associa-
Q1 = carga elétrica do capacitor C1 ção em paralelo, conhecidas as capacitâncias e a tensão
Q2 = carga elétrica do capacitor C2 elétrica fornecida pela bateria.

Q3 = carga elétrica do capacitor C3 Dados: C1 = 2,0 mF e C2 = 3,0 mF.

99
A

9.0 V C1 C2

Resolução:

Em primeiro lugar, calcule a capacitância equivalente da Em razão da ocorrência de indução total entre as duas pla-
associação: cas, na associação em série todos os capacitores adquirem
a mesma carga elétrica Q.
Ceq = C1 + C2 = 2,0 mF + 3,0 mF ⇒ Ceq = 5,0mF
Q1 = Q2 = Q3 = Q
A A
Entretanto, as cargas não se somam e a carga da associa-
9.0 V C1 C2 Ceq ção é apenas Q.
B
B
A carga elétrica de uma associação de capacitores em
série é igual à carga Q de cada um dos capacitores.
A seguir, aplique a definição de capacitância equivalente:
Q = Ceq · U ⇒ Q = 5,0 mF · 9,0 ⇒ Q = 45,0mC
4.1. Outras propriedades da
associação em série
Em uma associação em série, a tensão em cada um dos capaci-
tores é determinada pela capacitância individual dos capacitores:
Q
Q = C · U  ou  U = __ ​   ​ 
C
multimídia: vídeo Assim:
Q Q Q
Fonte: Youtube U1 = __
​  1 ​   U
  = __
​  2 ​   
  U3 = __
​  3 ​ 
C1 2 C2 C3
Associação de capacitores em série
A tensão entre os terminais da associação é a soma das
tensões parciais de cada um dos capacitores:
UAB = U1 + U2 + U3
4. Associação de O capacitor equivalente deverá ter ddp igual à ddp total da
capacitores em série associação e carga igual a Q. Assim:
Na associação em série, o terminal de um capacitor é li- A
gado a outro de forma sequencial. Observe, nas figuras a
seguir, a ligação em série de capacitores:
+
Ceq (Q) U
-
C1 C2
A B
B
Associação AB de dois capacitores em série
Capacitor equivalente
C1
Q
A C2
C3 UAB = ___
​    ​ 
Ceq
B
Associação AB de três capacitores em série Utilizando as equações de cada um dos capacitores, ob-
tém-se:
Para os capacitores serem carregados, a associação em
série deve ser ligada a uma bateria pelos terminais A e B, Q Q Q __ Q
___
​     ​ = __
​    ​ + __ ​  1   ​ = __
​    ​ + ​    ​ ⇒ ___ ​  1  ​ + __
​  1  ​ + __
​  1  ​ 
como na figura. Ceq C1 C2 C3 Ceq C1 C2 C3

100
Generalizando essa equação para n capacitores associados Para determinar a capacitância equivalente de um circuito
em série, encontra-se: de associação mista de capacitores, deve-se reduzir pro-
gressivamente o circuito em combinações simplificadas de
​  1   ​ = __
___ ​  1  ​ = __
​  1  ​ + __
​  1  ​ + ... + __
​ 1  ​  associações em série ou em paralelo. Esse procedimento
Ceq C1 C2 C3 Cn varia de caso para caso.

A seguir, serão analisados alguns exemplos de como deter-


Em uma associação de capacitores em série, o inverso
minar a capacitância equivalente. Observe que:
da capacitância equivalente é igual à soma dos inversos
das capacitâncias parciais. Cs = capacitância equivalente de uma associação de capa-
citores em série.
Cp = capacitância equivalente de uma associação de capa-
citores em paralelo.

Aplicação do conteúdo
1. Determine a capacitância equivalente da associação
multimídia: vídeo AB indicada na figura, adotando os seguintes valores
de capacitância: C1 = 5,5 mF; C2 = 6,5 mF; C3 = 4,0 mF:
Fonte: Youtube
C1
Capacitores em série

A B
C3

Aplicação do conteúdo C2

1. Calcule a capacitância da seguinte associação de ca- Resolução:


pacitores em série: Como C1 e C2 estão em paralelo, as suas capacitâncias de-
vem ser somadas para se obter Cp. Os capacitores Cp e C3
compõem, então, uma associação em série:
6,0 µF 12 µF 4,0 µF
C1
Resolução: Cp C3 Ceq
A B A B
Utilizando a expressão para a capacitância equivalente: C3
(12,0 µF) (4,0 µF) (3,0 µF)

​  1   ​ = __
​  1  ​ + __
​  1  ​ + __
​  1  ​ ⇒ ___
​  1   ​ = ______
​  1   ​  ​  1   ​ 
C2
___ + ______
Ceq C1 C2 C3 ______ C 6,0 mF 12 mF
+ ​  1   ​ 
eq
Cp = C1 + C2 = 5,5 mF + 6,5 mF ⇒ Cp = 12,0 mF
4,0 mF
2,0 1,0 3,0 6,0 ​  1   ​ = __
___ ​  1  ​ + __
​  1  ​ = _______
​  1   ​  ​  1   ​ 
+ ______ ​  4   ​ 
= _______ ⇒
= _____
​    ​ + _____
​    ​ + _____
​    ​ = _____
​    ​  Ceq C1 C2 12,0 mF 4,0 mF 12,0 mF
12 mF 12 mF 12 mF 12 mF
12 mF
Ceq = _____
​   ​  ⇒ Ceq = 3 mF
​ 12  ​ mF ⇒ Ceq = 2,0 mF
Ceq = ___ 4
6,0
2. Considere a associação mista de capacitores mostrada
na figura a seguir, em que C1 = 3,0 mF está em série com
5. Associação mista C2 = 6,0 mF. Essa associação, por sua vez, está em parale-
lo com C3 = 7,5 mF. Determine a capacitância equivalente
A associação mista é a ligação de capacitores, tanto em
entre os terminais A e B da associação mista.
série como em paralelo, em um mesmo circuito elétrico.
Por exemplo, um capacitor pode ser ligado em paralelo A
em uma associação em série incial. A figura a seguir ilustra
exemplos de associações mistas. C1
C3
C2
A B A B

Exemplos de associação mista de capacitores B

101
Resolução: Desse modo, o capacitor equivalente terá carga de 900 mC,
assim como cada um dos capacitores associados em série:
Como C1 e C2 estão em série, deve-se calcular sua capaci-
tância equivalente Cs; assim:
Q1 = Q2 = Q = 900 mC
C + C2 C ·C
​  1  ​ = __
__ ​  1  ​ + __
​  1  ​ ⇒ __
​  1  ​ = ______
​  1 ⇒ Cs = ______
 ​  ​  1 2  ⇒
 ​ 
Cs C1 C2 Cs C1 · C2 C1 + C2 c) A ddp em cada um dos capacitores é individual, ou
seja, cada capacitor terá sua própria ddp, e o somató-
3,0 · 6,0 18,0
Cs= ________
​    mF = ____
 ​  ​   ​ mF ⇒ Cs = 2,0 mF rio delas será igual aos 45 V da associação.
3,0 + 6,0 9,0
Um novo circuito paralelo é obtido. Desse modo, a capaci- Q1 = C1 · U ⇒ 900 mC = 60 mF · U1 ⇒
tância equivalente é: ⇒ U1 = 15 V
A Q2 = C2 · U ⇒ 900 mC = 30 mF · U2 ⇒
⇒ U2 = 30 V
Cs C3 Observe que 15 V + 30 V = 45 V (ddp da associação).

Ceq = Cs + C3 ⇒ Ceq = (2,0 + 7,5) mF ⇒ Ceq = 9,5 mF

No caso da associação de apenas dois capacitores em sé-


rie, a capacitância equivalente também pode ser calculada
pela expressão: multimídia: site
C ·C
Ceq = ______
​  1 2  ​ 
C1 + C2 www.colegioweb.com.br/capacitores/associacao-de-
capacitores.html
3. A figura mostra uma associação de capacitores C1 = 60 mF
e C2 = 30 mF. A associação é submetida a uma ddp de 45 V www.infoescola.com/eletricidade/associacao-de-
entre terminais A e B. Determine: capacitores/

A B
C1 C2

a) a capacitância equivalente;
b) a carga de cada capacitor;
c) a ddp em cada capacitor.

Resolução:
a) A capacitância equivalente pode ser obtida pela
associação de dois capacitores em série:
C ·C
Ceq = ______
​  1 2  ​  ​ 60 · 30 
⇒ Ceq = _______ mF ⇒
 ​ 
C1 + C2 60 + 30

⇒ Ceq = 20 mF
b) A carga da associação é calculada pela capacitân-
cia equivalente:

Q = Ceq · U ⇒ Q = 20 mF · 45 V ⇒

⇒ Q = 900 mC

102
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta
aula, caberá ao aluno saber reconhecer e aplicar as diferentes associações entre os capacitores.

MODELO 1
(Enem) Um cosmonauta russo estava a bordo da estação espacial MIR quando um de seus rádios de comunica-
ção quebrou. Ele constatou que dois capacitores do rádio de 3 μF e 7 μF ligados em série estavam queimados.
Em função da disponibilidade, foi preciso substituir os capacitores defeituosos por um único capacitor que
cumpria a mesma função.
Qual foi a capacitância, medida em μF, do capacitor utilizado pelo cosmonauta?
a) 0,10
b) 0,50
c) 2,1
d) 10
e) 21

ANÁLISE EXPOSITIVA
Como os capacitores estavam ligados em série, a capacitância do capacitor equivalente é dada por:
CC
Ceq = _______ ​ 3 ∙ 7 
= _____
​  1 2  ​   ​  ⇒ Ceq = 2,1 μF
C1 + C2 3 + 7

RESPOSTA Alternativa C

103
DIAGRAMA DE IDEIAS

CAPACITORES

ASSOCIAÇÃO

SÉRIE PARALELO

CAPACITOR
EQUIVALENTE

CARGAS TENSÕES
IGUAIS IGUAIS

TENSÃO NOS SOMATÓRIA CARGA SOMATÓRIA


TERMINAIS
= DAS TENSÕES EQUIVALENTE
= DAS CARGAS

104
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científ-
ico-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tec-
nológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.

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