Você está na página 1de 146

Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA VIVENCIANDO


NAS PRINCIPAIS PROVAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras.
o território nacional. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato
em seu dia a dia.
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever,
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.

MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos
conteúdos de cada área, de cada disciplina. DiAGRAMA DE iDEiAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão,
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros,
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
estudos e até a resolução dos exercícios.

HERLAN FELLiNi
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor-editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
Leticia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

Projeto gráfico e capa


Raphael de Souza Motta

Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-48-8

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para
fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou
empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
SUMÁRIO

FÍSICA
CINEMÁTICA E DINÂMICA
Aulas 17 e 18: Cinemática vetorial 6
Aulas 19 e 20: Movimento circular 13
Aulas 21 e 22: Transmissão de MCU 22
Aulas 23 e 24: Introdução às leis de Newton 29
Aulas 25 e 26: Forças peso, normal e de tração e sistema de corpos 39

ÓPTICA GEOMÉTRICA
Aulas 17 e 18: Espelhos planos 54
Aulas 19 e 20: Espelhos esféricos: estudo geométrico 64
Aulas 21 e 22: Espelhos esféricos: estudo analítico 74
Aulas 23 e 24: Refração da luz 80
Aulas 25 e 26: Refração da luz em prismas 89

ELETRODINÂMICA
Aulas 17 e 18: Associação de resistores em série 100
Aulas 19 e 20: Associação de resistores em paralelo 107
Aulas 21 e 22: Potência dissipada por efeito Joule 117
Aulas 23 e 24: Amperímetro, voltímetro e ponte de Wheatstone 127
Aulas 25 e 26: Estudo do gerador 138
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O movimento circular é abordado nas transmis- A prova exige a aplicação da segunda lei
sões de movimento em engrenagens e polias. de Newton, relacionando, às vezes, com
Questões conceituais de dinâmica também cargas elétricas em um campo elétrico.
estão presentes.

Um dos temas mais cobrados é o movimento Os temas mais cobrados são movimento Os temas mais cobrados são transmissão de
circular, que exige a interpretação de imagens e circular e aplicação das leis de Newton, movimento circular e aplicação das leis de
coleta de informações, com atenção às equações do exigindo interpretação de imagens e Newton, exigindo interpretação de imagens e
movimento circular e leis de Newton. coleta de informações, tendo atenção às coleta de informações
equações do movimento circular e inter-
pretação dos tipos de forças
envolvidas.

A prova diferencia os tipos de força em um A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
corpo, associando-as, às vezes, na transmissão porém, movimento circular aparece com temas, porém, movimento circular e porém, movimento circular e segunda lei de
de movimento, exigindo interpretação de ima- alguma frequência. segunda lei de Newton podem aparecer Newton aparecem com alguma frequência,
gens e coleta de informações, tendo atenção com alguma frequência. tendo atenção à manipulação das equações.
às leis de Newton.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predomi-
porém, movimento circular e leis de Newton práticas, que exigem as leis de Newton nância de temas, porém, movimento circular e
aparecem com alguma frequência, com diferenciando os tipos de força envolvidas. segunda lei de Newton podem aparecer com
questões teóricas e que exigem um alto nível alguma frequência.
de manipulação nas equações.

A prova traz questões conceituais e práticas, A prova tem uma grande variação de temas, A interpretação das forças aplicadas em um
que exigem leis de Newton diferenciando os porém, segunda lei de Newton aparece com corpo e o estudo do movimento circular sem-
tipos de forças envolvidas. alguma frequência, cobrando os tipos de pre estão presentes na prova, com questões
forças envolvidas. que exigem interpretação de imagens.
CINEMÁTICA E DINÂMICA
AULAS 17 e 18 2. Velocidade vetorial instantânea
__›
A velocidade vetorial instantânea v é um vetor de
módulo igual à velocidade escalar instantânea, com dire-
ção tangente à trajetória no instante considerado. A figura
a seguir representa o deslocamento de uma partícula entre
os pontos A e B.__Na __posição X e Y, a velocidade vetorial
› ›
instantânea vale v x e v y, respectivamente.
CINEMÁTICA VETORIAL

Uma partícula tem velocidade vetorial constante se o módulo,


COMPETÊNCIAS: 5e6 a direção e o sentido do vetor velocidade forem constantes.

HABILIDADES: 17 e 20
Se uma partícula estiver realizando um movimento retilí-
neo uniforme variado e acelerado, apesar de a direção e o
sentido do vetor velocidade serem constantes, o módulo da
velocidade aumenta.
1. Velocidade vetorial
___
média

O deslocamento vetorial d entre dois pontos ___› ___›quaisquer Assim, a velocidade vetorial é variável:
(S1 e S2) é dado pela diferença dos vetores r1 e r2 : __› __› __›
v1 Þ v2 Þ v3
___› ___› ___› Exemplo:
d = r2 – r1
Considere o movimento de um automóvel em uma trajetória
circular, como na figura a seguir, realizado com velocidade es-
calar constante. Nesse caso, diz-se que o automóvel tem mo-
vimento circular e uniforme. Entretanto, o vetor velocidade do
automóvel é variável. No esquema da figura está representada
__› __› __›
a velocidade vetorial em três pontos da trajetória: v 1, v 2 e v 3.

Considere
___› que uma partícula realiza um deslocamento ve-
torial d em um intervalo de tempo 't. Então, a velocidade
vetorial média da partícula, no intervalo de tempo Dt , é:
___›
____› d
vm = ___
Dt

Pelo fato de o__ valor de Dt ser sempre positivo, a___›direção e



o sentido de v m são iguais ao do deslocamento d___› (para os
deslocamentos que não sejam nulos, isto é, para d diferen-
te de zero).

6
O módulo da velocidade vetorial não se altera, isto é, a
velocidade escalar é constante:
4. Aceleração vetorial média
__ __ __ Considere__› uma partícula que, no instante t1, tenha velo-
__›
u v›1 u = u v›2 u = u v›3 u cidade v 1, e no instante t2, tenha velocidade vetorial v 2. A
aceleração vetorial ___média dessa partícula entre os instan-

A direção e o sentido da velocidade vetorial são__dife- tes t1 e t2 é o vetor a m, dado por:
› __›
rentes
__› ao longo do tempo e, portanto, os vetores v 1, v 2 __› __›
___› › __
e v 3 são diferentes: v2 – v1
Dv = ______
a m = ___
__› __› __› Dt t2 – t1
v1 Þ v2 Þ v3

3. Aceleração vetorial Aplicação do conteúdo


Sempre que existir uma aceleração vetorial, a velocidade 1. Uma partícula percorre um trajeto circular com velo-
vetorial de um corpo vai variar. É o que ocorre, por exem- cidade escalar constante de 6 m/s. A velocidade vetorial
plo, no caso do movimento circular e uniforme. Foi visto da partícula, nos instantes t1 e t2, está indicada na figura
a seguir. Calcule o módulo da aceleração vetorial média
que, embora a velocidade escalar se mantenha constante,
entre os instantes t1 e t2.
o mesmo não ocorre com a direção da velocidade veto-
rial. Na figura a seguir, supondo que a partícula tenha
movimento circular e uniforme:

Resolução:
A velocidade escalar é constante, então, o módulo da velo-
cidade vetorial é constante:
__ __
__› __› u v›1 u = u v›2 u = 6 m/s
uv 1 u = u v 2 u
__›
Assim, a aceleração escalar é nula, mas: A variação de velocidade Dv é dada pela soma vetorial:
__› __› __› __› __› __› __›
(direção de v 1) Þ (direção de v 2) Dv = v 2 – v 1 = v 2 + (–v 1)

Assim:
__› __›
v1 Þ v2

Portanto, no movimento circular e uniforme a aceleração


vetorial não é nula.
O módulo da variação pode ser obtido pelo teorema
de Pitágoras:
__ __ __
u Dv› u2 = u v›2 u2 + u- v›1u2 = (6)2 + (–6)2 = 2 · 36 Ÿ
__›
Ÿ u Dv u = 6dXX 2 m/s

Assim, o módulo da aceleração vetorial média é calculado


multimídia: vídeo usando a seguinte relação:
__›
u a› u = u Dvu ___
___
FONTE: YOUTUBE m Dt
Física Total - Aula 07 - vetor - Considerando o intervalo de tempo:
Vetores e operações vetoriais
Dt = (7 s) – (4 s) = 3 s

7
__› ___›
Como Dt > 0, a direção e o sentido dos vetores Dv e a m aceleração centrípeta (acp). Como foi visto, o módulo
são iguais, como ilustrado pela figura a seguir: da velocidade não se altera, mas a aceleração centrípeta
modifica a direção e o sentido do vetor velocidade.
A direção da aceleração centrípeta é perpendicular ao ve-
tor velocidade e com sentido para o centro da circunferên-
cia. O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
__
ua m u = u D___
v u = ____
__› ›
6dXX
2 = 2dXX 2
2 m/s2 v ou
acp = __ acp = v2R
Dt 3 R

5. Aceleração vetorial:
tangencial e centrípeta
Há dois tipos de aceleração vetorial responsáveis por alte-
rar o vetor velocidade. A aceleração vetorial tangen-
cial altera o módulo e o sentido da velocidade vetorial. A
aceleração vetorial tangencial é sempre tangente ao vetor
velocidade. A outra aceleração vetorial altera a direção do
vetor velocidade e é denominada aceleração vetorial __›
centrípeta (ou normal). A aceleração vetorial centrípeta A velocidade v do ponto material é sempre tangente à tra-
é sempre perpendicular (normal) ao vetor velocidade. jetória descrita.
___›
total a é dado pela soma vetorial
Assim, o vetor aceleração ____ Embora tenha módulo constante, varia em direção.
› _____›
da aceleração tangencial at e a aceleração centrípeta acp :
___› ___› _____›
a = at + acp

Devido ao fato de as duas componentes serem ortogonais,


isto é, são perpendiculares entre si, o módulo da aceleração
total pode ser calculado pelo teorema de Pitágoras:
multimídia: vídeo
a2 = at2 + acp2
FONTE: YOUTUBE
Prova visual da fórmula da aceleração centrípeta

Aplicação do conteúdo
1. Em determinado instante, o módulo da aceleração
vetorial de um corpo é de 25 m/s². Se, nesse instante, o
módulo da aceleração tangencial é de 20 m/s², calcule:
a) A aceleração centrípeta.
6. A aceleração centrípeta b) O módulo da velocidade nesse instante, sabendo
que o raio da curva é de 60 m.
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade Resolução:
linear de uma partícula é sempre o mesmo. Desse modo, a) Usando a equação da aceleração total:
o deslocamento angular (arco) percorrido pela partícula é
sempre o mesmo para intervalos de tempo iguais. Contudo, a2 = at2 + acp2
por se tratar de uma grandeza vetorial, a velocidade não é (25)2 = (20)2 + acp2
constante, pois sentido e direção variam ao longo do tempo. acp2 = 225
Devido à varição do vetor velocidade de uma partícula, acp = 15 m/s2
existe uma aceleração agindo sobre ele. No movimento b) Lembrando a relação entre a aceleração centrípeta
circunferencial uniforme, essa aceleração é denominada e o módulo da velocidade:

8
2
v
acp = __ 3. (IFSul) Uma partícula de certa massa movimenta-se so-
R bre um plano horizontal, realizando meia volta em uma
v2
15 = ___ circunferência de raio 5,00 m. Considerando S = 3,14 a
60 distância percorrida e o módulo do vetor deslocamento
v = 30 m/s são, respectivamente, iguais a:
2. A velocidade, em m/s,
__› de uma__› partícula
__› puntiforme
__› no a) 15,70 m e 10,00 m. c) 15,70 m e 15,70 m.
instante t é dada por v 0 = 1,0 i – 2,0j __+ 5,0k . Após
__› dois
__› b) 31,40 m e 10,00 m. d) 10,00 m e 15,70 m.

segundos,
__› sua velocidade é dada por v 2 = 4,0i – 2,0j + Resolução:
1,0k . No intervalo de tempo considerado, o módulo da
aceleração média, em m/s2, é: A distância percorrida corresponde ao comprimento de meia volta.
a) 25,0. c) 1,0. d = SR = 3,14 · 5 Ÿ d = 15,70 m.
b) 5,0. d) 2,5. __›
O módulo do vetor deslocamento (|r |) corresponde ao
Resolução: comprimento da seta ligando os pontos inicial e final, ou
seja, o próprio diâmetro.
Deve-se obter a variação da velocidade e calcular a velo- __› __›
cidade média: ___› ___› |r | = D = 2R = 2 · 5 Ÿ |r | = 10,00 m
____› vf – v0
vm = _____ Alternativa A
Dt
__› __› __› __› __› __›
____›(4,0i – 2,0j + 1,0k ) – (1,0i – 2,0j + 5,0k )
vm = ________________________________
2s
__› __›
____›(3,0i – 4,0k )
vm = __________
2s
Assim, calcula-se o módulo da velocidade vetorial média:
____ (32 + 42)
u vm› u2 = _______
2 multimídia: site
Obtendo:
____
u vm› u = __25 = 2,5 m/s www.colegioweb.com.br/cinematica-vetorial/o-que-e-
cinematica-vetorial.html
Então, a alternativa correta é a letra D. www.grupoescolar.com/pesquisa/cinematica-vetorial.html
Alternativa D efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/cinematica_v/

VIVENCIANDO
A cinemática vetorial sintetiza a descrição de fenômenos cinéticos através de um espaço bidimensional. Velocidade e
aceleração são entidades geométricas, assim como qualquer grandeza vetorial. Sempre será possível criar um diagrama
vetorial para descrever adequadamente um evento cinemático. Os eventos cinemáticos estão presentes numa infinidade
de formas no cotidiano.
Centrípeto, do latim centripetus, é aquilo que atrai para o centro ou que se move em sua direção. A aceleração cen-
trípeta é a grandeza vetorial associada à mudança de direção da velocidade de um corpo que executa percurso de
tipo curvilíneo, seja ele uniforme ou não. Na máquina de lavar, na montanha-russa ou num brinquedo no parque de
diversão que executa um looping, a aceleração centrípeta está presente e pode ser descrita.

9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Vetor era o nome dado pelos romanos para quem carregava algo. Trata-se da junção de duas palavras: veho (levar)
+ or (aquele que faz). Historicamente, o vetor sempre carrega algo, e nas ciências o vetor carrega informação. Entre-
tanto, os vetores que informam direção, sentido e valor de uma grandeza só surgiram no século XIX. Na forma visual
utilizada na Física, eles apareceram pela primeira vez no livro The Barycentric Calculus, escrito pelo matemático ale-
mão August Ferdinand Möbius (1790-1868), no qual são apresentados diretamente segmentos de reta, denotados
por letras do alfabeto.
Muitos matemáticos se dedicaram à tarefa de conceber números complexos como pontos no plano bidimensional,
ou seja, como vetores bidimensionais. Entre eles está Carl Friedrich Gauss (1777-1855), conhecido como “príncipe
da matemática”, que fez um uso crucial de números complexos representados como vetores para provar o teorema
fundamental da álgebra (1799).

10
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20

Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

Finalizando o estudo do movimento dos móveis e sendo requisitada novamente a habilidade 20, o aluno terá
que descrever o movimento dos móveis compreendendo o caráter vetorial. Assim, a compreensão do estudo do
movimento é dada em sua forma plena, e o aluno deverá utilizar todo o conhecimento acumulado até então.

MODELO 1
(Enem) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem esquerda, conforme
mostra a figura. Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no rio.
Sabe-se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem e
máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador procura man-
tê-lo sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a mesma potência.

Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é:

c) e)
a)

b) d)

ANÁLISE EXPOSITIVA
A componente vertical da trajetória do barco se mantém com velocidade constante, enquanto a componente
horizontal vai perdendo intensidade a uma taxa constante ao longo do caminho.

RESPOSTA Alternativa D

11
DIAGRAMA DE IDEIAS

CINEMÁTICA VETORIAL

VETORES DECOMPOSIÇÃO

ACELERAÇÃO VELOCIDADE POSIÇÃO

PERPENDICULAR MESMA DIREÇÃO VELOCIDADE DESLOCAMENTO


À VELOCIDADE DA VELOCIDADE LINEAR VETORIAL

ACELERAÇÃO ACELERAÇÃO VELOCIDADE DESLOCAMENTO


CENTRÍPETA TANGENCIAL ANGULAR ESCALAR

12
AULAS 19 e 20

MOVIMENTO
CIRCULAR p
arco AB = __S
T = ______
Raio R
Na figura anterior, as distâncias OA e OB possuem a mes-
ma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 igual a S. Se as medidas de S e R forem iguais, tem-se
u = 1 rad.
HABILIDADES: 1, 6,17 e 20
Assim, sendo u um ângulo expresso em radianos, vale a
relação: S = uR
A partir da medida do arco de uma circunferência completa
(S = 2pR), obtém-se a conversão de grau para radiano e
1. Grandezas angulares vice-versa:
Durante uma corrida de automóveis em um autódromo, 2pR = 2p rad, que equivale a 360°
u = ____
R
a vibração toma conta dos espectadores ao observarem o
carro de seu piloto preferido surgir no início da reta. Depois Desse modo: 2p rad ; 360° e p rad ; 180°
de atravessar a reta, o carro desaparece e, momentos de-
pois, surge outra vez no início da reta.
2. Deslocamento angular e
Obviamente, os carros só reaparecem no início da reta
porque realizam algumas curvas durante seu trajeto. velocidade angular no MCU
Dessa maneira são conduzidos novamente para aque- Uma partícula se move sobre uma circunferência de raio
le ponto, completando mais uma volta e iniciando a R e, durante o intervalo de tempo 't, percorre o arco PQ ,
p

volta seguinte. do ponto P ao ponto Q, de comprimento DS. O ângulo Du


é o deslocamento angular da partícula no intervalo de
tempo Dt.

ΔS

CORRIDA DA NASCAR, NA CALIFÓRNIA, EUA, 2010.


Assim, para Du expresso em radianos, o comprimento DS
No estudo desses tipos de movimento, chamado de curvi-
e o deslocamento angular Du da partícula se relacionam
líneo, as grandezas lineares não são suficientes. É necessá-
com o raio R da circunferência pela equação:
rio o tratamento matemático com grandezas angulares.
Para isso, será relembrada a relação entre arco e ângulo
DS = Du · R
medido em radianos (rad).

13
'S
vm = ___
Aplicação do conteúdo 't
p
1. Uma partícula percorre um arco PQ , que corresponde
a um ângulo central Du = 60°, sobre uma circunferência A velocidade angular média (Zm) da partícula é calcu-
p
de raio R = 30 cm. Calcule o comprimento do arco PQ . lada de modo similar. Contudo, em vez de usar a distância
'S percorrida, o cálculo é realizado com a distância an-
gular Du. Assim, a velocidade angular média da partícula
durante o intervalo de tempo Dt é:
Du
vm = ___
Dt

2. Durante o intervalo de tempo Dt = 2 segundos, uma


partícula se desloca sobre uma circunferência, per-
p
correndo o arco PQ correspondente ao ângulo central
Du = 120°. Calcule a velocidade angular média da par-
tícula nesse intervalo de tempo.
Resolução:

É preciso recordar a relação da geometria plana vista an-


teriormente:
180° ; p radianos ; p rad

Assim, calcula-se o deslocamento angular fazendo a se-


guinte regra de três:
180° p rad
60° x rad Resolução:
p rad, isto é:
Ou seja: x = __
3 Deve-se obter o valor do deslocamento angular em radianos:
p rad
Du = 60º = __
3 180° p rad 2p rad
Ÿ x = ___
Portanto, com 'T dado em radianos, calcula-se o compri- 120° x rad 3
mento do arco:
Assim:
p (30 cm) = 10p cm
DS = (Du) · R = __
3 ( ) 2p rad e Dt = 2 s
Du = ___
3
Usando a aproximação p > 3,14, tem-se:
Portanto, a velocidade angular média é:
DS > 10(3,14) cm Ÿ DS > 31,4 cm
2p rad
___
Na figura a seguir, uma partícula percorre o arco de circun- vm = Du
___ = 3
______ p rad/s
Ÿ vm = __
p Dt 2s 3
ferência PQ , de comprimento DS, no intervalo de tempo
Dt. A velocidade escalar média da partícula é dada Considerando Du dado em radianos, a velocidade média
pela razão entre o espaço percorrido e o intevalo de tempo: linear e a velocidade média angular podem ser relaciona-
das por:
Ds = ______ = Du · R
(Du) · R ___
DS = (Du) · R Ÿ ___
Dt Dt ( )
Dt
Ou seja:
vm = vm · R

Da mesma forma que para a velocidade escalar média se


define a velocidade escalar instantânea, para a velocidade
angular média se define uma velocidade angular

14
instantânea (v). Em geral, as velocidades angulares média
e instantânea são diferentes. Entretanto, no caso de movi-
4. Período e frequência
mento uniforme, ou seja, com a velocidade angular instantâ- Serão estudados dois conceitos bastante importantes na
nea constante, tem-se Zm = Z. Para os valores instantâneos, Física e que estão relacionados a fenômenos que se repe-
vale uma equação semelhante à equação anterior: tem com a mesma regularidade. Os exemplos a seguir
ilustram alguns desses fenômenos:
v=v·R
ƒ a alternância entre o dia e a noite devido à rotação da
3. Um disco gira em torno de um eixo que passa por seu Terra em torno do seu eixo;
centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s. A figura
indica a posição dos pontos A e B sobre o disco. ƒ a alternância das estações do ano decorrentes do mo-
vimento de translação da Terra em torno do Sol;

ƒ a alternância das fases da Lua durante as semanas.


Em todas essas situações, e também em outras, ocorre uma
alternância regular de eventos. O intervalo de tempo gasto
para que o evento volte a se repetir é o período T.
Observe:

Sendo a = 4,0 cm, a distância do ponto O ao ponto A e b =


2,0 cm, a distância do ponto O ao ponto B, calcule:
a) A velocidade linear do ponto A.
b) A velocidade linear do ponto B.

Resolução:
a) O raio de trajetória do ponto A é a = 4,0 cm
ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA COM BASE EM ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE:
Assim: CIÊNCIAS DA TERRA E DO UNIVERSO –
DA GEOLOGIA À EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO.
vA = v · R = v · a = (1,5 rad/s) (4,0 cm) SÃO PAULO: MODERNA, 2008. P. 241.
vA = 6,0 cm/s
b) O raio da trajetória do ponto B é b = 2,0 cm.

vB = v · R = v · b = (1,5 rad/s) (2,0 cm)


vB = 3,0 cm/s

A velocidade linear v também é denominada velocidade


escalar ou velocidade tangencial. multimídia: site

brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-circular-
3. Aceleração angular (Jm) uniforme-mcu.htm
O quociente entre a variação da velocidade angular e o
www.physicsclassroom.com/class/circles/Lesson-1/
intervalo de tempo gasto é a aceleração angular média.
Mathematics-of-Circular-Motion
Jm = DZ
___(rad/s2)
Dt ƒ O período de rotação da Terra em torno do seu próprio
eixo é de 23,93 h.
Relação entre a e J:
ƒ O período de translação da Terra ao redor do Sol é de
Dv = DZ.R (dividindo ambos os membros por Dt) Ÿ
365,25 dias.
Ÿ Dv DZ· R Ÿ
___ = _____
Dt Dt a = J∙ R ƒ O período de revolução da Lua é de 27,32 dias.

15
Uma segunda grandeza, intimamente relacionada com o Uma partícula realiza movimento circunferencial unifor-
período, é a frequência f. A frequência é definida como me se sua trajetória for uma circunferência e o movimen-
o número n de vezes que um evento se repete em um in- to for realizado com velocidade angular constante. Os
tervalo de tempo (por exemplo, um segundo, um minuto, movimentos dos ponteiros de um relógio exemplificam
uma semana, etc): perfeitamente esse tipo de movimento. A velocidade an-
n
f = __ gular do ponteiro dos minutos, por exemplo, pode ser cal-
't culada a partir do comprimento percorrido em uma volta
Da definição de período, durante o intervalo corresponden- completa igual a 2S radianos e o período T.
te a um período, Dt = T, o evento se repete uma vez, isto é,
n = 1. Dessa forma, a frequência e o período são inversa-
mente proporcionais:
1 ou T = __
f = __ 1
T f
Qualquer unidade de tempo pode ser usada para o perío-
do. No SI, a unidade de tempo é o segundo. As unidades
mais usuais de frequência são: rotações por segundo (rps),
rotações por minuto (rpm) e rotações por hora (rph). No SI,
O movimento dos ponteiros é periódico. O ponteiro dos
é usada a rps, que é denominada hertz (Hz).
minutos passará novamente pela mesma indicação no re-
lógio depois de 60 minutos.
5. Movimento Du = 2p Du Ÿ v = ___
v = ___ 2p
Dt = T Dt T
circular uniforme
Por motivos de segurança, o movimento de uma roda-gi- Sendo T = _1f Ÿ v = 2pf
gante ocorre sem trancos e sem solavancos. A roda-gi-
A velocidade linear da extremidade do ponteiro pode ser cal-
gante gira de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir
culada se o valor do raio da trajetória circular for conhecido.
a velocidade da rotação, com exceção do início e do final
do movimento. Sendo v = vR, tem-se:
2pR ou
v = ____ v = 2pRf
T

5.1. Função horária angular


A seguir, será determinada a função horária do movimento
circunferencial uniforme.

Esse movimento de giro constante também ocorre em di-


versas situações do cotidiado, como o movimento das pás Considerando o instante inicial como t0 = 0, a partir da
de um ventilador, de um liquidificador ou de uma máquina fórmula da velocidade angular, segue que:
de lavar roupas. Du Ÿ
v = ___
Depois de iniciarem seu funcionamento, os dispositivos Dt
mencionados executam um movimento circunferen- Du = v · Dt Ÿ
cial uniforme (MCU). O estudo desse tipo de movi- u – u0 = v · (t – t0) Ÿ
mento é importante, pois é necessário nos projetos de
u = u0 + v · t
diversos equipamentos.

16
Dessa forma, a posição angular u pode ser calculada para o instante de tempo t. Essa função horária angular do MCU pode
ser obtida a partir da função horária do MRU, dividindo-se todos os termos pelo raio R da circunferência:
S = S0 + vt
S0 __
__S = __ + vt
R R R
u = u0 + v · t

VIVENCIANDO

Muitos objetos comuns no dia a dia executam


movimentos circulares uniformes. Na famosa vitro-
la ou toca-discos, os vinis giram com velocidades
constantes (33 ou 45 rotações por minuto), en-
quanto são tocados por uma agulha que percorre
as trilhas gravadas nos discos. O relógio de pon-
teiro também possui dois ponteiros que executam
movimentos com velocidades diferentes. Outros
diversos aparelhos realizam movimentos circulares
uniformes, como a máquina de lavar roupa e os
ventiladores. Os astros celestes e os satélites artifi-
ciais são outros exemplos, uma vez que percorrem
o espaço executando movimentos circulares.

6. Aceleração do MCU 7. Movimento circular


Como o movimento é circular e uniforme e possui velocida- uniformemente variado
de tangencial constante (aT = 0), a aceleração resultante é
Anteriormente foi analisado o caso em que um móvel des-
dada somente pela componente centrípeta.
creve uma trajetória circular com velocidade angular cons-
2
v mas v = Z·R então a = a = Z2·R tante. Entretanto, para o caso em que a velocidade varia
a = aC = __
R C
uniformemente, tem-se que:
v–v
Dv ______0
g = __Dt
=
t – t0
Em que g representa a aceleração angular.
Fazendo t0 = 0
v = v0 + g · t
v + v0
Du = ______
multimídia: vídeo Sendo vm = ___ , pode-se dizer que:
Dt 2
FONTE: YOUTUBE u = u0 + v0 · t + __1 · g · t2
Física - Relação entre a velocidade 2
Assim como:
angular e velocidade...
v2 = v02 + 2 · g · Du

17
Aplicação do conteúdo
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em uma
trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo que no
início da contagem dos tempos a moto se encontra na
origem dos arcos, determine:
a) a frequência e o período;
b) a velocidade angular do movimento;
c) a velocidade escalar linear; THE ROSINSON ANENOMETER
d) o módulo da aceleração centrípeta;
e) as funções horárias do movimento sob as formas Se necessário, considere S|3.
linear e angular; a) 3 rpm. c) 720 rpm.
3p rad.
f) o tempo decorrido para descrever um ângulo de ___ b) 200 rpm. d) 1200 rpm.
2
Resolução: Resolução:

a) Pela definição de frequência e período, tem-se: Dados: v = 18 km/h = 5 m/s; r = 25 cm; S = 3


1 volta
__ v = 2 Srf Ÿ f = ____ 5
v = __________ 5
= ___
n
___
f= Ÿf= 2
______ 1 Hz
Ÿ f = __ 2 Sr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5
Dt 1s 2 5 ∙ 60 rmp Ÿf = 200 rpm
Hz = ___
1 Ÿ T = __
1 ŸT=2s 1,5
T = __
f 1
__
2 Alternativa B
b) A velocidade angular é dada por:
3. (Uece) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No
1 Ÿ v = p rad/s
v = 2pf Ÿ v = 2p · __ dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido à
2 contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve-
c) A velocidade linear é: locidade de rotação da Terra tem variações em relação
aos relógios atômicos que geram e mantêm a hora le-
v = vR = p · 3 = 3p Ÿ v = 3p m/s
gal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado por: a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s para so-
mente então passar a 1º de julho. Como essa correção
(3p)2 ___
v2 = _____ 2
acp = __ = 9p = 3p2 Ÿ acp = 3p2 m/s2 é feita no horário de Greenwich, no Brasil a correção
R 3 3 ocorreu às 21h, horário de Brasília. Isso significa que,
e) em média, a velocidade angular do planeta
Forma linear: Forma angular: a) cresceu;
s = s0 + vt, u = u0 + Zt b) manteve-se constante e positiva;
como s0 = 0 e v como u0 = 0 rad e v = c) decresceu;
= 3S m/s = p rad/s d) é sempre nula.
Substituindo-se: Substituindo-se: Resolução:
s = 0 + 3pt Ÿ u = 0 + pt Ÿ u = pt Sabendo que as 24h contadas no relógio correspondem ao
s = 3pt tempo em que a Terra completa uma volta em relação ao
3p rad
f) O tempo para descrever o ângulo Du = ___ Sol e sabendo que:
2
será obtido pela função horária angular 'T = Z . t Du
vm = ___
Dt
3p = pt Ÿ t = 1,5 s
___
2 Se foi acrescido 1 segundo no tempo total e o deslocamento
angular é o mesmo, logo a velocidade angular média decresceu.
2. (Unicamp) Anemômetros são instrumentos usados
para medir a velocidade do vento. A sua construção Alternativa C
mais conhecida é a proposta por Robinson em 1846,
que consiste em um rotor com quatro conchas hemisfé- 4. (Uece) Durante uma hora o ponteiro dos minutos de
ricas presas por hastes, conforme figura abaixo. Em um um relógio de parede executa um determinado deslo-
anemômetro de Robinson ideal, a velocidade do vento camento angular. Nesse intervalo de tempo, sua veloci-
é dada pela velocidade linear das conchas. Um anemô- dade angular, em graus/min é dada por:
metro em que a distância entre as conchas e o centro
de rotação é r = 25 cm em um dia cuja velocidade do a) 360. c) 6.
vento é v = 18 km/h teria uma frequência de rotação de: b) 36. d) 1.

18
Resolução: Resolução:
Para uma volta completa, tem-se um deslocamento angu- Foi dado no enunciado que vT = ___ S rad/h. Para poder
12
lar de 2S radianos ou 360º. utilizar esse dado, é necessário fazer a conversão para uni-
dades do SI.
O tempo necessário para o ponteiro dar uma volta comple-
S rad/s
vT = ________
ta é de 60 minutos. 12 · 3600
Assim: Para saber em qual latitude a Terra terá uma velocidade
Du = ___
v = ___ 360º v = 6 graus/minuto. igual a velocidade do som,
Dt 60 min v=v·R
Alternativa C 340
v ________
R = __
Z=________
S
5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir. 12 · 3600

R = 4896 km
Comparando com a ilustração fornecida no exercício, che-
ga-se à conclusão de que esse fato será observado na La-
titude de 40º.

Alternativa C
O gráfico da figura acima mostra a variação do raio da
Terra (R) com a latitude () . Observe que foram acres-
centadas informações para algumas latitudes, sobre a
menor distância entre o eixo da Terra e um ponto P na
superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, R cos ) Con-
siderando que a Terra gira com uma velocidade angular
ZT = S/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a latitude de P
quando a velocidade de P em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
multimídia: vídeo
Dados: vsom = 340 m/s; S = 3. FONTE: YOUTUBE
a) 0º. d) 60º. e) 80º. Física Total - Aula 11 - Introdução à cinemática angular
b) 20º. c) 40º.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como uma
reta, uma vez que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Em geral, os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são o conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
No caso do π, a principal curiosidade é a obtenção de um valor constante, não importando o tamanho do círculo analisa-
do. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de construções de veículos e es-
truturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5 a.C. A primeira fórmula exata para π,
baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século XVII, por meio da série de Madhava-Leibniz:

π = __4 – __4 + __4 – __4 + __4 – ___


4 + ___
4 – ...
1 3 5 7 9 11 13

19
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20

Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 se faz presente na caracterização do movimento circular ou circunferencial. Relacionando com as


grandezas já definidas, como velocidade linear e aceleração tangencial, são apresentadas as grandezas velocidade
angular e aceleração centrípeta. O aluno passa a estudar os movimentos não retilíneos, sempre aplicados em
situações cotidianas.

MODELO 1
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o movimento de
satélites. Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho, considerando o módulo da
velocidade constante.

Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro quadrinho, é:
a) nulo;
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido;
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto;
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra;
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de trazer uma história em quadrinhos, o
aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades e acelerações que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme, sendo nulo o
módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.

RESPOSTA Alternativa A

20
DIAGRAMA DE IDEIAS

DESLOCAMENTO
ANGULAR

VELOCIDADE
ANGULAR

CONSTANTE PERÍODO

VARIÁVEL

MCU FREQUÊNCIA

MCUV

21
AULAS 21 e 22

LIGAÇÃO POR CORREIA. POLIAS E CORREIA SE MOVIMENTAM NO MESMO SENTIDO.


TRANSMISSÃO DE MCU

COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6
multimídia: vídeo
HABILIDADES: 1, 6,17 e 20 FONTE: YOUTUBE
Transmissão de Movimento Circular -
Questão ENEM 2013

Nos dois tipos de ligações, se não houver escorregamento


1. Transmissão do movimento das polias ou engrenagens, a velocidade escalar de qual-
quer um dos pontos externos (periféricos) será igual à velo-
circular uniforme cidade escalar da correia, ou seja:
Em geral, os motores possuem uma frequência de rotação vA = vB
fixa. Entretanto, diversos sistemas girantes acionados por
esses motores precisam de frequências de rotação dife- Assim, a partir da relação entre as velocidades linear e an-
rentes daquela do motor. Dessa forma, para modificar as gular (v = vR) e da relação entre a velocidade angular e a
frequências de rotação, são utilizadas diversas polias co- frequência (v = 2pf), pode-se escrever:
nectadas por correias ou engrenagens. vA = vB Ÿ
vARA = vBRB Ÿ
2pfARA = 2pfBRB Ÿ

fARA = fBRB

Essa relação mostra que a frequência e o raio são inversa-


mente proporcionais. Dessa forma, em um sistema acopla-
do, a roda de maior raio tem frequência menor.
Nota: A engrenagem é um elemento mecânico que serve
Por meio de uma ligação com uma correia, ou através do para imprimir torque e rotação. A engrenagem é uma roda
contato direto, o movimento circular de uma polia ou en- dentada (polia + dentes). Para as engrenagem, tem-se as
grenagem pode ser transmitido para outra. seguintes relações:
N N
fA·NA = fB·NB ou __A = __B onde (N ... número de dentes)
RA RB
vãos
dentes

CONTATO ENTRE RODAS OU ENGRENAGENS. NESSE CASO,


HÁ INVERSÃO DO SENTIDO DO MOVIMENTO.

22
ZA = ZB

Assim, a relação entre as frequências de rotação é:


ZA = ZB Ÿ
___ 2p Ÿ __
2p = ___ 1 = __

TA TB TA TB
multimídia: vídeo fA = fB
FONTE: YOUTUBE
2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo. Uma
Engrenagem, correia e eixo (Vídeo 8.4 - Volume 1) das polias tem raio de 10 cm, a outra tem raio de 15 cm
e gira com frequência de 30 rpm.
a) Qual é a frequência da polia menor?
Aplicação do conteúdo b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da
polia menor?
1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A menor
tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 cm, girando Resolução:
com frequência de 30 rpm.
a) Ambas as polias estão conectadas por um mesmo
a) Qual é a frequência da polia menor? eixo e, portanto, ambas possuem a mesma velocidade
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da angular e também a mesma frequência. Assim, a po-
polia menor? lia menor tem velocidade angular de 30 rpm.
b) Para a polia menor segue que:
Resolução:
vA = 2p · fA · RA Ÿ
a) Pela fórmula da relação entre raio e frequência
apresentada, tem-se: vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m Ÿ
VA = 0,1p m/s
RA · fA = RB · fB Ÿ
Para a polia maior:
10 · fA = 15 · 30 Ÿ
fA = 45 rpm vB = 2p · fB · RB Ÿ
vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m Ÿ
b) Ambas as polias estão conectadas por uma corrente,
portanto, ambas possuem a mesma velocidade linear vB = 0,15p m/s
(igual a velocidade da corrente). Desse modo, a veloci-
dade pode ser calculada usando qualquer uma das po- 3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os raios das
lias. Assim, usando os dados da polia menor e lembran- polias estão relacionados de modo que Rw = Ry = Rz = 1 __ R ,
2 x
do-se de converter a frequência para o S.I., segue que: e a polia W gira com frequência de 2 Hz. Qual é a frequ-
ência de rotação da polia Z?
vA = 2p · fA · RA Ÿ
vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m Ÿ Resolução:
vA = 0,15p m/s Da figura, tem-se:
e
vB = 0,15p m/s

Contudo, se as polias ou as engrenagens estiverem conecta-


das pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja, girarem fixa-
das em um mesmo eixo, a velocidade angular Z será igual.

POLIAS COAXIAIS.

23
vw = vx Ÿ vw Rw = vxRx Nessas condições, quando o motor girar com frequência
fM as duas rodas do carrinho girarão com frequência fR.
vx = vy (polias com o mesmo eixo)
Sabendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes,
2pfwRw = 2pfxRx que as engrenagens B e D possuem 24 dentes, que não
2pfx = 2pfy há escorregamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto
afirmar que fR em Hz é igual a
2 · __1 Rx = fxRx a) 1,5. c) 2,0. e) 2,5.
2
fx = fy b) 3,0. d) 1,0.

fx = 1 Hz Resolução:
se fx = 1 Hz Ÿ fy = 1 Hz Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n)
são diretamente proporcionais.
Como vy = vz e Ry = Rz, tem-se:
Assim:
vyRy = vzRz
R n 8 __1
RA __
__
2pfyRy = 2pfzRz = C = n___A= ___ =
RB RD B 24 3
fy = fz = 1 Hz A e B estão acopladas tangencialmente:
Assim, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz.
vA = vB Ÿ 2 SfARA = 2 SfBRB Ÿ fARA = fBRB
4. (Unesp) Um pequeno motor a pilha é utilizado para R f
movimentar um carrinho de brinquedo. Um sistema Mas: fA = fM Ÿ fMRA= fBRB Ÿ FB = fM __A = fM __1 Ÿ fB = __M
RB 3 3
de engrenagens transforma a velocidade de rotação
desse motor na velocidade de rotação adequada às B e C estão acopladas coaxialmente:
rodas do carrinho. Esse sistema é formado por quatro f
engrenagens, A,B, C e D, sendo que A está presa ao fC = fB = __M
3
eixo do motor, B e C estão presas a um segundo eixo e
a um terceiro eixo, no qual também estão presas duas C e D estão acopladas tangencialmente:
das quatro rodas do carrinho.
vC = vD Ÿ 2SfCRC = 2SfDRD Ÿ fCRC = fDRD
R f
Mas: fD = fR Ÿ fCRC = fRRD Ÿ FR = fC __C = fR __M __1 Ÿ
RD 33
f__M
Ÿ fR = Ÿ
9
13,5
____
fR = Ÿ fR = 1,5 Hz
9

Alternativa A

VIVENCIANDO
A aplicação mais importante de transmissão de movimento no cotidiano está nas en-
grenagens e polias presente nos sistemas mecânicos, desde um simples relógio até mo-
tores e rotores de automóveis. As engrenagens operam aos pares, os dentes de uma se
intercalando com os espaços entre os dentes de outra. Caso o arranjo dos dentes não
seja circular, aparecerá uma variação entre as velocidades das engrenagens. A maioria
das engrenagens possui formato circular, o que permite o funcionamento preciso dos
mecanismos utilizados no dia a dia.

24
5. (Uece) Em uma obra de construção civil, uma carga
de tijolos é elevada com uso de uma corda que passa
com velocidade constante de 13,5 m/s e sem deslizar
por duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A razão entre a
velocidade angular da polia grande e da polia menor é:
a) 3. c) 2/3.
b) 2. d) 1/2.
Resolução:
multimídia: site
A velocidade linear é a mesma para as duas polias.
ZG __
___ R 27 ZG __1 www.newtoncbraga.com.br/index.php/110-mecatroni-
vG = vM Ÿ ZGRG = ZMRM Ÿ Z = M = ___ Ÿ ŸZ ___ = ca/robotica/12092-polias-e-engrenagens-mec189
M R G
54 M 2
osfundamentosdafisica.blogspot.com.br/2013/06/cursos-
Alternativa D
-do-blog-mecanica_24.html
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-Bicicleta

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores invenções da
humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito como a primeira
representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. Com base em artefatos
encontrados por arqueólogos, aceita-se que os chineses teriam começado a usá-la em torno de 2000 a.C. Muitos sé-
culos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da roda adquirir novas funções
e ganhar eficiência, tornando-se um transporte mais acessível e veloz, contribuindo para transformar as primeiras
aglomerações humanas em cidades maiores, além de dinamizar as formas de geração de energia.

25
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.

A Habilidade 1 é trabalhada nessa aula, pois os movimentos são periódicos; grandezas como período e frequência
são fundamentais na caracterização da transmissão do movimento circular. Assim, é importante que o aluno saiba
como se dá a transmissão do movimento circular, quais são suas grandezas e como elas se relacionam.

HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas
tecnológicos de uso comum.

A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato necessário, por exemplo,
para o estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta. O aluno deve ser capaz de identificar as
informações técnicas, a fim de compreender a situação-problema.

MODELO 1
(Enem) A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época e propiciaram a
invenção de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o
sistema de engrenagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao eixo e movimenta as engre-
nagens fazendo o ponteiro girar. A frequência do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens
está apresentado no quadro.

engrenagem dentes
A 24
B 72
C 36
D 108

A frequência de giro do ponteiro, em rpm é:


a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 81.
e) 162.

26
ANÁLISE EXPOSITIVA
Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado. Cabe ao aluno interpretar a situação-problema
e identificar as passagens matemáticas que o levarão à resposta rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências (f) são
inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:

A frequência do ponteiro é igual à da engrenagem D, ou seja, f = 2 rpm.

RESPOSTA Alternativa B

MODELO 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui três polias
e um motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de segurança, é
necessário que a serra possua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa dessa opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver menor
raio terá maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver maior
raio terá menor frequência.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem sido mais carregada conceitualmente
e até mais carregada nas operações matemáticas. Esse exercício exemplifica muito bem isso.
Para resolvê-lo, é preciso identificar que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de um
ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
No acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma velocidade linear; já no acoplamento
coaxial (mesmo eixo), são iguais as velocidades angulares (Y), as frequências (f) e os períodos (T) de todos os
pontos das duas polias. Nesse caso, a velocidade linear é diretamente proporcional ao raio (v = Y R).

Na montagem P:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v3P.

27
RESPOSTA Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSMISSÃO
DE MCU

EIXO CORREIA CONTATO

VELOCIDADES INVERSÃO DO
MESMO SENTIDO
ANGULARES IGUAIS MOVIMENTO

FREQUÊNCIAS
VELOCIDADES
IGUAIS
LINEARES DE
MESMO MÓDULO

28
Até aqui foi estudado o movimento de um móvel, mas sem
AULAS 23 e 24 que fosse enfatizada a causa do movimento (ou de sua
alteração). Desde o início do curso, tem sido estudado o
ramo da mecânica denominado cinemática. Agora, será
analisado o motivo de um móvel estar em movimento (ou
de alterá-lo). As leis de Newton pertencem ao ramo da me-
cânica denominado dinâmica.
INTRODUÇÃO ÀS
LEIS DE NEWTON

COMPETÊNCIAS: 5e6 multimídia: vídeo


FONTE: YOUTUBE
HABILIDADES: 17 e 20 Física - Primeira Lei de Newton (Khan Academy)

2. Conceitos preliminares
1. As leis de Newton Inércia – Resistência que todo corpo material oferece à
Os estudos de dinâmica e de mecânica clássica se desen- modificação da sua velocidade. A inércia se manifesta pela
volveram baseados principalmente nos trabalhos de Isaac necessidade da ação de uma força para que a velocidade
Newton. Em 1687, foi publicada a obra Princípios Mate- se modifique em relação a um referencial, ou seja, para que
máticos da Filosofia Natural, que resume toda a descrição o móvel tenha uma aceleração diferente de zero.
da natureza do movimento em três leis que hoje são co-
nhecidas como as leis de Newton. Força – Grandeza física que se manifesta pela modifi-
cação que provoca na velocidade de um corpo ou causa
É importante destacar que a construção da Física se de formação. Quando o corpo não está sujeito a nenhu-
deve à contribuição de diversos cientistas e não de tra- ma força, o seu movimento, num referencial determinado,
balhos individuais específicos. As leis de Newton serão é uniforme (velocidade constante, nula ou não). Quando
discutidas a seguir, contextualizadas em situações que uma força atua sobre o corpo, a sua velocidade é variável e
ocorrem no cotidiano. a sua aceleração é diferente de zero.

3. Primeira Lei de Newton


ou Lei da Inércia
A primeira Lei de Newton no movimento foi enunciada da
seguinte maneira:

Todo corpo em estado de repouso ou de movimento re-


tilíneo uniforme permanece nesse estado até que seja for-
çado a mudar seu estado por forças que atuam sobre ele.

Assim, um corpo que esteja inicialmente em repouso entra-


rá em movimento caso atue sobre ele uma força não nula.
Entretanto, caso sejam retiradas repentinamente todas as
forças que atuam em um corpo em movimento, o corpo
ISAAC NEWTON (1643-1727) entrará em movimento retilíneo e uniforme até que alguma

29
força volte a atuar sobre ele. A ideia de que um corpo per- opondo-se à mudança de estado.
manecerá eternamente em movimento retilíneo uniforme é
estranha, pois essa situação não é observada no cotidiano, 3.2. Exemplo 2: 1.ª Lei de Newton
uma vez que os eventos estão sujeitos às forças de resis-
tência ao movimento. Por outro lado, isso é válido para cor- Quando um automóvel inicia uma curva, os passageiros
têm a sensação de serem forçados para fora do carro, o
pos em movimento na imensidão do espaço, em locais onde
que de fato aconteceria, caso a porta estivesse aberta e os
não há influência gravitacional de outros corpos.
passageiros sem a proteção do cinto de segurança. Entre-
A inércia foi definida por Newton como “um poder de tanto, não existe nenhuma força empurrando os passagei-
resistir, através do qual todo corpo, estando em um deter- ros para fora. Os corpos resistem durante a curva porque,
minado estado, manterá esse estado, seja ele de repouso segundo a Lei da Inércia, tendem a continuar em movi-
ou de movimento retilíneo uniforme”. A inércia de um cor- mento retilíneo uniforme.
po será maior quanto mais difícil for alterar seu estado de
movimento. A afirmativa acima, chamada de primeira Lei
de Newton, também é conhecida como Lei da Inércia.

3.1. Exemplo 1: 1.ª Lei de Newton


Considere um ônibus em movimento com velocidade cons-
tante e em linha reta. Apesar de estarem em repouso em
relação ao ônibus, os passageiros estão em movimento re-
tilíneo uniforme em relação ao solo. Ao freiar bruscamen- Uma situação no qual um corpo seja completamen-
te, os passageiros se sentem “empurrados” para a frente, te livre da ação de forças é praticamente impossível.
como na figura a seguir. Esse empurrão ocorre por causa da Contudo, existem situações em que os efeitos de forças
tendência dos corpos de continuarem no mesmo estado de atuantes sobre um corpo são cancelados mutuamente.
movimento, isto é, por causa da inércia dos corpos.

4. Segunda Lei de Newton


ou Princípio Fundamental
da Dinâmica
Verificou-se experimentalmente que a aceleração causada
por uma mesma força atuando sobre corpos com massas
diferentes não é igual. Por exemplo, uma mesma força pro-
voca uma aceleração maior em uma bicicleta do que em
um automóvel. Dessa forma, quanto maior for a massa de
um corpo, mais força será necessária para produzir deter-
minada aceleração.

Caso o ônibus estivesse inicialmente em repouso, ocorreria


um efeito semelhante. Se o ônibus arrancasse e saísse em
A situação será analisada a partir das seguintes experiências:
movimento acelerado, a sensação dos passageiros seria a __› __› __›
de serem “jogados” para trás, assim como na imagem an- Na figura acima, as forças resultantes F 1, F 2, ..., F n atuam
terior. Novamente, pela inércia dos corpos, os passageiros sobre o___mesmo corpo
___› e produzem, respectivamente, acele-
› ___›
“tentariam” se manter em repouso em relação ao solo, rações a 1, a 2, ..., a n.

30
Calculando a razão entre a intensidade de cada força e a Essas duas experiências estabelecem a segunda Lei de
respectiva aceleração, obtém-se: Newton: o Princípio Fundamental da Dinâmica:
F1 __
__ F2 Fn
__ __F
a1 = a2 = ... = an = k Ÿ a = k Ÿ ka = F
A aceleração de um corpo é diretamente proporcional
Assim, a aceleração do corpo duplica quando o módulo
à força resultante que atua sobre ele, inversamente
da força resultante é duplicado. Se o módulo da força re-
proporcional à sua massa e tem a mesma direção e o
sultante for triplicado, a aceleração também a aceleração
mesmo sentido da força resultante.
será triplicada.
Portanto, se a massa de um corpo é constante, a acelera- A segunda Lei de Newton é expressa pela relação:
ção e o módulo da força resultante são diretamente pro- __› ___›
porcionais e têm a mesma direção e sentido. FR = m · a
__›
Na figura a seguir, a força resultante F atua em corpos com
massas diferentes.

a
m FR

Considerando apenas os módulos:

FR = m · a
Nesse caso, a aceleração do corpo cai pela metade ao du-
plicar a massa m do corpo. Se a massa for três vezes maior,
Em que:
a aceleração será de um terço (1/3) da aceleração obtida
pela massa m. ƒ FR: módulo da força resultante que atua sobre o corpo;
Assim, se o módulo da força resultante é constante, a mas- ƒ m: massa do corpo;
sa e a aceleração do corpo são inversamente proporcio-
nais, ou seja, a aceleração é menor quanto maior é a massa ƒ a: módulo da aceleração do corpo.
do corpo: A unidade de força no SI é o Newton (N). O valor de 1 N
corresponde à força necessária para acelerar uma massa
m1a1 = m2a2 = ... = mnan = F
de 1 kg a 1 m/s2.

F = ma Ÿ 1 N = 1 kg · 1 m/s2

4.1. Exemplo 1: 2.ª Lei de Newton


Paulo e Francisco aplicam forças de 3 N e 4 N sobre uma
caixa de 50 kg em repouso sobre um chão liso. O que ocor-
multimídia: vídeo re com a caixa?
FONTE: YOUTUBE A resposta depende da direção e do sentido das forças so-
Física - Segunda Lei de Newton (Khan Academy) bre a caixa.
Se as forças tiveram a mesma direção e o mesmo sentido,
o módulo da força resultante será:
A força resultante que atua sobre um corpo é proporcional
ao produto da massa pela aceleração por ele adquirida. FR = 4 + 3 Ÿ FR = 7 N
Em consequência, o valor da constante k é a medida da
resistência do corpo ao ser acelerado, ou seja, uma medida
de sua inércia. A constante k é denominada massa iner-
cial do corpo (k = m).

31
__________________
Pela segunda Lei de Newton é possível obter a aceleração FR = √F21 + F22 + 2F1F2 · cos 30º Ÿ
do corpo:
___________________________
FR = ma Ÿ 7 = 50a Ÿ a = 0,14 m/s2 FR = √42 + 32 + 2 · 4 · 3 · 0,87 Ÿ

Esse resultado seria o mesmo caso houvesse apenas uma FR > 6,77 N
força de 7 N atuando sobre a caixa, na direção horizontal,
da esquerda para a direita. A direção e o sentido da acele- Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se:
ração são iguais aos da força resultante.
Se as forças forem aplicadas sobre a caixa na mesma dire- FR = ma Ÿ 6,77 = 50a Ÿ a > 0,135 m/s2
ção, mas em sentidos opostos, o módulo da resultante será:

FR = 4 – 3 Ÿ FR = 1 N

Novamente, pela segunda Lei de Newton, obtém-se a


aceleração:
FR = ma Ÿ 1 = 50a Ÿ a = 0,02 m/s2
Assim, a resultante das forças que agem sobre um corpo é
Nesse caso, o resultado seria o mesmo se houvesse apenas
a soma vetorial de todas as forças aplicadas sobre o corpo.
uma força de 1 N atuando sobre a caixa na direção hori-
Apesar de serem, em geral, diferentes, o efeito de todas as
zontal, da esquerda para a direita. A aceleração, novamen-
forças é o mesmo que o da força resultante.
te, tem mesma direção e sentido, nesse caso, horizontal e __›
da esquerda para a direita. Então, a força resultante F R ou simplesmente resultan-
te é expressa por:
Entretanto, se os sentidos das forças forem invertidos, man- __› __› __› __›
tendo a direção horizontal, o módulo da força resultante F R = F 1 + F 2 + ... F n
passa a ser de – 1 N. Nesse caso, o módulo da aceleração
ainda tem o mesmo valor, 0,02 m/s2, mas o sentido passa a
ser da direita para esquerda (igual ao da força resultante).

Caso as direções das forças aplicadas formem um ângulo multimídia: vídeo


de 30°, por exemplo, o módulo da força resultante deverá FONTE: YOUTUBE
ser obtido usando-se a lei dos cossenos modificada. Telecurso 2000 - Aula 08/50 - Física - Leis de Newton

Aplicação do conteúdo
1. Em uma superfície lisa e horizontal, um corpo de
massa 4 kg move-se com velocidade de 12 m/s. Em
determinado momento, uma força constante de 2 N
atua sobre o corpo, em sentido contrário à velocidade,
retardando o movimento. Quanto tempo o corpo leva
para parar?

32
A partir da 2.ª Lei de Newton, obtém-se a aceleração do corpo:

F = ma Ÿ – 2 = 4 · a Ÿ a = – 0,5 m/s2

Para obter o tempo que o corpo leva para parar, é utilizada


a equação horária da velocidade, sabendo que a velocida-
de final é nula: Do enunciado, sabe-se que a velocidade inicial v0 do barco
é nula, e, após percorrer 25 m (DS = 25 m), a velocidade é
v = v0 + at Ÿ 0 = 12 – 0,5 t Ÿ t = 24 s de 18 km/h (v = 18 km/h = 5 m/s). Assim, pode-se obter a
aceleração pela equação de Torricelli:
Assim, o corpo leva 24 s para parar.
v2 = v20 + 2 · a · DS Ÿ 52 = 02 + 2 · a · 25 Ÿ 25 = 50 ·
2. Um barco de 100 kg, conduzido por um velejador a Ÿ a = 0,5 m/s2
com massa de 60 kg, partindo do repouso, se desloca
sob a ação do vento em movimento uniformemente
Pela 2.ª Lei de Newton, calcula-se o valor da força
acelerado, até atingir a velocidade de 18 km/h. A par-
tir desse instante, a velocidade permanece constan- aplicada ao barco, considerando a massa total do
te. Se o barco percorreu 25 m em movimento unifor- conjunto (massa do barco e do velejador) igual a 160
memente acelerado, qual é o valor da força aplicada kg (100 kg + 60 kg):
sobre o barco? Despreze resistências ao movimento
sobre o barco. FR = ma Ÿ FR = 160 · 0,5 Ÿ FR = 80 N

VIVENCIANDO

As leis da física newtoniana estão presentes no dia a dia. Automóveis e outros transportes motorizados são ótimos
exemplos das aplicações da física newtoniana, nos ganhos e perdas de velocidade, com a utilização de acelerador
e/ou freios. Quando um passageiro é jogado para trás no momento em que o ônibus acelera, é possível observar a
inércia atuando.

Da mesmo modo, numa prova típica, um dos cavalos se recusa a pular


um dos obstáculos. Considerando a inércia, o cavaleiro será arremessado
para frente. Outras demonstrações da aplicabilidade da física newtoniana
são encontradas no espaço, onde os satélites orbitam ao redor da Terra
sem o auxílio de propulsores, deslocando-se por inércia. A construção
civil também aplica os conceitos da física newtoniana, possibilitando, por
exemplo, a construção de enormes edifícios.

5. Terceira Lei de Newton ou Lei da Ação e Reação


Observe a situação ilustrada nas figuras a seguir:

33
A princípio, um menino está em repouso sobre um carri- Afirma-se que um corpo está em equilíbrio dinâmico quan-
nho. Considere que o carrinho pode se mover sem ação do sua aceleração é e continuará nula, implicando que a
da resistência do solo. Ao lançar a bola que segura nas força resultante, ou seja, o somatório de todas as forças
mãos, o carrinho e o menino adquirem um movimento que atuam sobre um corpo, seja nula.
oposto ao sentido da bola que foi lançada.
__› É possível classificar as forças em dois tipos: força de con-
Assim, uma força F 1 foi aplicada sobre
__› a bola pelo menino, tato e força de ação a distância.
e, ao mesmo tempo, uma força F 2 em sentido oposto foi
Forças de contato são aquelas em que, vistas de modo ma-
aplicada pela bola ao menino.
croscópico, os corpos estão literalmente em contato. Por
As duas forças têm o mesmo módulo: exemplo, um garoto que chuta uma bola faz com que a
__› __› __› __›
bola altere seu estado de movimento aplicando-lhe uma
uF1 u = uF2u e F1 = – F2
força não nula. Existe contato entre as superfícies, isto é,
Observe agora o exemplo da figura a seguir. Considere no- entre o garoto e a bola.
vamente que não existe resistência do chão ao movimento Forças de ação a distância, como o próprio nome sugere,
do carrinho. atuam sem que haja contato entre as superfícies dos cor-
pos. As forças desse tipo estão relacionadas à existência de
campos de força. A força elétrica de atração ou repulsão
entre cargas elétricas é um exemplo desse grupo de forças.
Outro modo de classificação das forças em relação a um
sistema consiste em verificar se a força é externa ou inter-
na. Se externa, a força é motivada pela ação de um corpo
Em determinado instante,__›o menino A começa a puxar a externo ao sistema; se interna, é motivada por interações
corda e aplica uma força F 1 no menino B, mas os dois se entre corpos que compõem o sistema.
aproximam.__› Isso significa que A está sofrendo a ação de
uma força F 2 aplicada pelo menino B. Como __› no__› exemplo
anterior, o módulo dessas forças é igual: u F 1 u = u F 2 u. Aplicação do conteúdo
__›
Se um__›corpo A exerce uma força F 1 sobre um corpo B, uma 1. (Uece) Um trem, durante os primeiros minutos de sua
força F 2 será exercida de B sobre A, de modo que: partida, tem o módulo de sua velocidade dado por v =
2t, em que t é o tempo em segundos e v a velocidade
em m/s. Considerando que um dos vagões tenha massa
3 · 103 kg, qual o módulo da força resultante sobre esse
__› __› vagão, em newtons?
ƒ F 1 e F 2 têm a mesma direção; a) 3.000.
__› __› b) 6.000.
ƒ F 1 e F 2 têm sentidos opostos; c) 1.500.
__› __› __› __›
ƒ F 1 e F 2 têm o mesmo módulo: u F 1 u = u F 2 u. d) 30.000.

Portanto, vetorialmente: Resolução:


__› __›
Sabendo que a massa do vagão a ser analisado é de 3.000
F1 = – F2
kg e que a velocidade é dada como uma função em relação
Essa é a terceira Lei de Newton, que ficou conhecida como ao tempo, v = 2t, existem duas soluções possíveis.
Lei da
__› Ação
__› e Reação. Contudo, qualquer uma das for- Por comparação com a Função Horária da Velocidade:
ças (F 1 ou F 2) pode ser chamada de ação ou de reação, pois v = v0 + a · t
as duas forças atuam ao mesmo tempo. v=2·t
A definição dada por Newton para a Lei da Ação e Reação Disso, pode-se concluir que:
foi a seguinte: v0 = 0 m/s e a = 2 m/s2
Assim:
Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou
F = m · a = 3.000 · 2
as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são
F = 6.000 N
iguais e dirigidas a partes opostas.
Alternativa B

34
______ ___
2. (Udesc) O airbag e o cinto de segurança são itens de FR = √32 + 42 = √25 = 5 N
segurança presentes em todos os carros novos fabrica-
dos no Brasil. Utilizando os conceitos da primeira Lei de E com a força resultante e a massa, usando a 2.ª Lei de
Newton, de impulso de uma força e variação da quanti- Newton, obtém-se a aceleração:
dade de movimento, analise as proposições. FR
I. O airbag aumenta o impulso da força média atuante FR = m · a Ÿa = __
m
sobre o ocupante do carro na colisão com o painel, au- 5 N
_____
a= = 0,50 m/s2
mentando a quantidade de movimento do ocupante. 10 kg
II. O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante Alternativa C
do carro com o painel, diminuindo assim a força mé-
dia atuante sobre ele mesmo na colisão. 4. (Udesc) Com relação às Leis de Newton, analise as
III. O cinto de segurança impede que o ocupante do proposições.
carro, em uma colisão, continue se deslocando com I. Quando um corpo exerce força sobre o outro, este
um movimento retilíneo uniforme. reage sobre o primeiro com uma força de mesma in-
IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do tensidade, mesma direção e mesmo sentido.
carro em uma colisão, aumentando a quantidade de II. A resultante das forças que atuam em um corpo de
movimento do ocupante. massa é proporcional à aceleração que este corpo adquire.
III. Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou
Assinale a alternativa correta.
de movimento retilíneo uniforme, a menos que uma for-
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. ça resultante, agindo sobre ele, altere a sua velocidade.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. IV. A intensidade, a direção e o sentido da força resultan-
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. te agindo em um corpo são iguais à intensidade, à dire-
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. ção e ao sentido da aceleração que este corpo adquire.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Assinale a alternativa correta.
Resolução: a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
I. Falsa. O airbag reduz a força média sobre o corpo b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
do ocupante do carro durante a colisão com o painel, c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
pois aumenta o tempo de contato entre o sistema d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
corpo-airbag. O impulso permanece o mesmo, que e) Todas afirmativas são verdadeiras.
equivale à diferença de quantidade de movimento.
Resolução:
II. Verdadeira.
III. Verdadeira. Analisando as alternativas, segue que:
IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passageiro I. INCORRETA. Princípio da ação e reação (3.ª Lei de
ao banco evitando que o movimento do seu corpo Newton). O sentido da força de reação é oposto ao
continue por inércia após o choque. A aceleração e a sentido da força de ação.
variação da quantidade de movimento dos ocupantes II. CORRETA. Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se que a força re-
que utilizam o cinto de segurança serão as mesmas sultante é proporcional à aceleração do corpo de massa m.
sofridas pelo automóvel no momento do acidente. III. CORRETA. 1.ª Lei de Newton (Princípio da Inércia).
Um corpo que está em repouso ou em MRU tende a
Alternativa B
permanecer nessa situação até que uma força resul-
3. (PUC-RJ) Duas forças perpendiculares entre si e de mó- tante não nula atue sobre o corpo.
dulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um objeto de massa 10 kg. IV. INCORRETA. A força resultante tem mesma dire-
Qual é o módulo da aceleração resultante no objeto, em m/s2? ção e sentido da aceleração, não necessariamente o
mesmo módulo.
a) 0,13. d) 2,0.
Alternativa D
b) 0,36. e) 5,6.
c) 0,50. 5. (Unisc) Qual dessas expressões melhor define uma
das leis de Newton?
Resolução:
a) Todo corpo mergulhado num líquido desloca um
volume igual ao seu peso.
b) A força gravitacional é definida como a força que
atua num corpo de massa.
c) O somatório das forças que atuam num corpo é
sempre igual ao peso do corpo.
d) A força de atrito é igual ao produto da massa de
De acordo com o Teorema de Pitágoras, obtém-se a força um corpo pela sua aceleração.
resultante sobre o corpo: e) A toda ação existe uma reação.

35
Resolução: 6. (PUC-MG) Entre os instantes t = 0,4 s e t = 0,8 s o
módulo da força resultante sobre o objeto foi aproxi-
A 3.ª Lei de Newton é também chamada de Lei da Ação e madamente de:
Reação. Ela relaciona as forças de contato, tração em cordas
a) 2,0 N. c) 0,2 N.
e demais forças de reação que surgem de uma ação, de igual b) 1,5 N. d) 0,8 N.
intensidade e direção da ação, mas de sentido contrário, for-
ças sempre aplicadas em corpos diferentes e que, portanto, Resolução:
não se anulam quando analisadas nos corpos isolados. 'v = 2 · ________
(0,4 – 0,8)
F = m · a = m ___ = –2 N
't (0,8 – 0,4)
Alternativa E
Alternativa A
Texto para a próxima questão:
Estudando-se o movimento de um objeto de massa 2 kg,
obteve-se o gráfico velocidade x tempo a seguir. A veloci-
dade está em m/s e o tempo, em segundo.

multimídia: site

educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/dinamica-as-leis-
-de-newton.htm
luznafisica.wikidot.com/leis-de-newton-forca-e-movimento
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-movimento.htm

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Galileu Galilei, considerado o primeiro físico no sentido moderno, foi um dos primeiros cientistas a reconhecer a
matemática como ferramenta principal para descrição dos fenômenos naturais. No entanto, foi Newton que sinteti-
zou em sua famosa obra, Princípios matemáticos da filosofia natural (1687), as duas grandes correntes metodológi-
cas da ciência moderna: a matematização e a experimentação. Newton acreditava que a natureza agia de modo a
simplificar ao máximo as suas ações. Nesse sentido, as consequências naturais teriam o mínimo de causas possíveis
e o Universo seria como uma máquina que está constantemente em funcionamento. Esse foi um importante passo
para a filosofia, por fundamentar a ciência que iria influenciar os pensadores iluministas.

36
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A partir dessa aula, o aluno, além de caracterizar o movimento, passará a descrevê-lo e a definir suas causas.
Nesse sentido, o conceito de força é peça fundamental, pois é ela a causadora da mudança do estado de movi-
mento, estando o corpo parado inicialmente ou em movimento retilíneo uniforme. As leis de Newton são peças
essenciais para a compreensão plena das causa da alteração do estado de movimento de um corpo. Nesse
contexto, é aplicada a Habilidade 20, caracterizando a causa do movimento dos corpos terrestres ou celestes.

MODELO 1
(Enem) No dia 27 de junho de 2011, o asteroide 2011-MD, com cerca de 10 m de diâmetro, passou a 12 mil quilô-
metros do planeta Terra, uma distância menor do que a órbita de um satélite. A trajetória do asteroide é apresentada:

A explicação física para a trajetória descrita é o fato de o asteroide:


a) deslocar-se em um local onde a resistência do ar é nula;
b) deslocar-se em um ambiente onde não há interação gravitacional;
c) sofrer a ação de uma força resultante no mesmo sentido de sua velocidade;
d) sofrer a ação de uma força gravitacional resultante no sentido contrário ao de sua velocidade;
e) estar sob a ação de uma força resultante, cuja direção é diferente da direção de sua velocidade.

ANÁLISE EXPOSITIVA

Exercício de rápida resolução para o aluno que possui conhecimentos mínimos em dinâmica. Ao analisar
a trajetória do asteroide, o estudante deve perceber qual é a causa que explica o movimento do mesmo.
Quando a força resultante tem a mesma direção da velocidade, o movimento é retilíneo, podendo ser
acelerado ou retardado, de acordo com os sentidos de ambas as grandezas.
No trecho em que o movimento é curvilíneo, há a componente centrípeta, não tendo a força resultante a
mesma direção da velocidade.

RESPOSTA Alternativa E

37
MODELO 2
(Enem) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um livro revolucionário em que propunha a Terra girando em
torno do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que
a Terra é o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e
pássaros, que não estão presas à Terra, pareceriam estar sempre se movendo do leste para o oeste, justamente
como o Sol. Mas foi Galileu Galilei que, em 1632, baseando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica,
confirmando assim o sistema de Copérnico. Seu argumento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa,
dentro de um vagão de trem em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se
movendo com velocidade constante, a bola também cai junto a seus pés. Isto porque a bola, enquanto cai,
continua a compartilhar do movimento do vagão.
O princípio físico usado por Galileu para rebater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia;
b) de ação e reação;
c) a segunda lei de Newton;
d) a conservação da energia;
e) o princípio da equivalência.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Exercício de baixa dificuldade, mas que requer do estudante conhecimento do assunto em questão, não sendo
possível inferir somente da interpretação do texto-base a resposta correta.
A Lei de Inércia afirma que um corpo tende sempre a manter seu estado de movimento ou de repouso
(manterá se a resultante das forças sobre ele for nula). No caso da bola solta dentro do vagão, a resultante
das forças horizontais é nula, então, por inércia, ela mantém a componente horizontal de sua velocidade,
caindo junto aos pés da pessoa.

RESPOSTA Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

LEIS DE NEWTON

PR*NC¶PIO DA PRINCÍPIO PRINCÍPIO


AÇÃO E REAÇÃO FUNDAMENTAL DA INÉRCIA

EQUILÍBRIO ESTÁTICO
F1 = -F2 FR = m ∙ a
OU DINÂMICO

38
AULAS 25 e 26
g
P
Solo

FORÇAS PESO, NORMAL Considere um corpo de massa m solto a uma determinada


E DE TRAÇÃO E altura do solo. Desconsidere a ação da resistência do ar
sobre o corpo. Nessa situação, a atração da ___Terra é a única
SISTEMA DE CORPOS ›
força que age sobre o corpo, ou seja, o peso P é a resultante
das forças sobre o corpo.

COMPETÊNCIAS: 5e6 g
P
HABILIDADES: 17 e 20 Solo

A aceleração do corpo durante a queda e a aceleração da


gravidade, cujo módulo é g, são aproximadamente cons-
tantes; aplicando a segunda Lei de Newton:
1. Peso de um corpo ___› ___›
F = m ˜ a___
___
› ›
De acordo com a segunda Lei de Newton, um corpo em P =m˜g
aceleração sofre ação de uma força. Um objeto abando-
nado próximo à Terra cai com movimento acelerado, o que Observe que, na equação anterior, foi considerada a acele-
indica que uma força age sobre o corpo. Essa força de atra- ração da gravidade vetorialmente. Em módulo:
ção causada pela Terra sobre o corpo ___› é denominada peso
do corpo e é representada por P . A direção da força-peso P=m.g
é a reta que passa pelo centro da Terra e pelo centro do
corpo,___› com sentido para o centro
___› da Terra. Na figura a se- O valor de g depende da altitude e da localização na Terra.
guir, P A é o peso do corpo A, e P B é o peso do corpo B. O conceito de peso também é estendido para outros pla-
A netas e para a Lua. O valor de g, próximo da superfície de
cada planeta ou da Lua, não é o mesmo.

B É comum as palavras “peso” e “massa” serem usa-


PA das como sinônimos. Por exemplo, quando alguém
diz: “O meu peso é de 80 quilos”. No entanto, “quilo”
não é uma unidade de medida, mas apenas um pre-
fixo que significa 103. Também é dito comumente: “O
PB
meu peso é de 80 quilogramas”. Do ponto de vista
da Física, a expressão é incorreta. Peso é uma força
e não uma medida da massa, devendo ser dado em
unidades de força.

Terra
___› ___› Aplicação do conteúdo
Como é possível observar na figura, P A e P B têm direções
1. Dado um corpo de massa m = 10 kg. Sabe-se que, próxi-
diferentes. Entretanto, em uma região relativamente pe-
mo à superfície da Terra, a aceleração da gravidade vale
quena na superfície do planeta, a direção do peso dos gT = 9,8 m/s2 (aproximadamente) e, próximo à superfície
corpos é aproximadamente a mesma, como ilustra a da Lua, a aceleração da gravidade vale gL = 1,6 m/s2
figura a seguir. (aproximadamente). Calcule o peso do corpo:

39
a) Próximo da superfície da Terra. 1.2. O quilograma-força
b) Próximo da superfície da Lua.
No SI, a unidade de força é o newton (N). Contudo, às
Resolução: vezes é usada uma outra unidade que não pertence ao SI:
a) Para a superfície da Terra, gT = 9,8 m/s2. Sendo PT o o quilograma-força, cujo símbolo é kgf.
peso do corpo, tem-se:
PT = m ˜ gT = (10 kg) (9,8 m/s2) Ÿ PT = 98 N O quilograma-força é a intensidade de uma força igual
b) Para a superfície da Lua, gL = 1,6 m/s2. Sendo PL o à intensidade do peso de um corpo de massa 1 kg,
peso do corpo, tem-se: considerando o valor da aceleração da gravidade igual a:
PL = m ˜ gL = (10 kg) (1,6 m/s2) Ÿ PL = 16 N
Observe que o módulo do peso do mesmo corpo de gN = 9,80665 m/s2
massa 10 kg é diferente na superfície da Terra e da Lua.
Então:
P= m ˜ g
p p
 kgf = (1 kg) · (9,80665 m/s2)
1 kgf = 9,80665 N ou 1 kgf #9,81 N

multimídia: vídeo O valor gN é conhecido como valor normal da aceleração


FONTE: YOUTUBE
da gravidade.
Esclarecimento sobre os conceitos de massa e peso ...

1.1. A força-peso e o lançamento de projéteis


No estudo de lançamento de projéteis, o movimento é divi-
dido em duas componentes: uma horizontal e uma vertical.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Força normal e força de contato (Khan Academy)

Desprezando a resistência do ar, a resultante___›das forças


1.3. Força normal
que agem sobre o objeto lançado é o peso P . Supondo A figura a seguir mostra, esquematicamente, uma mesa
que a distância alcançada no lançamento é pequena em sobre a superfície da Terra e um corpo A apoiado sobre a
relação ao tamanho do planeta, a direção do peso tem mesa.___›Como foi visto, a Terra aplica sobre o corpo A uma
a mesma direção da vertical, como ilustrado na figura a força P , chamada de peso do corpo. Pela Lei da Ação e Re-
seguir. Desse modo, o peso é a força que age resultando ação, o corpo
___› A aplica na Terra uma força igual e de sentido
na aceleração do corpo nesse componente do movimento. oposto: -P .
FN
Como
__› na direção horizontal não há forças, a velocidade
( v ox ) nessa direção é constante.
A

P
- FN

-P

Terra

40
Entretanto,
___› o corpo exerce uma força de compressão sobre
a mesa -F N, e, do mesmo modo,___› pela Lei de Ação e Reação,
___› ___›
a mesa aplica uma força F N sobre o corpo. As forças P e -P
formam
___› um ___› par de forças de ação e reação, assim como o
par F N e -F N.
___›
A força F N é uma força de compressão chamada, em mui-
tos casos, de força normal, pois sua direção é perpendi-
cular à superfície de contato (ou “normal” à superfície).
Em geral, apenas as forças que atuam sobre o corpo A
serão importantes, de modo que será adotado o esquema
simplificado de forças conforme a imagem anterior, em que FR = 0 o FN + F – P = 0
aparecem apenas a força-peso e a força normal aplicada FN = 50 N
pela mesa sobre o corpo.
Conclui-se, portanto, que a força normal e o peso não têm,
necessariamente, a mesma intensidade.
Aplicação do conteúdo
2. A figura a seguir ilustra um corpo de massa m = 2,0 kg,
1. Um corpo está em repouso sobre uma superfície plana inicialmente em repouso, sobre uma superfície plana,
e horizontal, como ilustrado na figura a seguir. As únicas horizontal
___› e perfeitamente___› lisa, sob ação apenas de seu
forças que atuam no corpo estão indicadas na figura: a peso P e da força normal ___› F N. A partir de certo instante,
força-peso P e a força normal FN. Sendo a massa do cor- uma força horizontal F de intensidade F = 16 N é apli-
po m = 9,0 kg, e a aceleração da gravidade g = 10 m/s2, cada sobre o corpo.
tem-se:

P = mg = (9,0 kg) (10 m/s2) Ÿ P = 90 N

Por estar em repouso, a resultante das forças sobre o corpo


deve ser nula, e as forças atuantes devem se cancelar:

FR = 0 o FN – P = 0
FN = P = 90 N
Determine a aceleração adquirida pelo corpo.
Nesse caso, a intensidade do peso e da força normal é Resolução:
a mesma.
Considere, agora, que uma força vertical F de intensidade Como
___
› ___›
não existe movimento na direção vertical, as forças
F = 40 N, dirigida para cima, seja aplicada sobre o corpo. P e F N devem se cancelar,
___› ou seja, FN = P. Assim, a força
Como F < P, essa força não é capaz de levantar o corpo, e, resultante é a força F .
desse modo, o corpo permanece em repouso. Novamente,
F=m˜a
as forças devem se cancelar. A nova força normal sobre o
corpo é: 16 = (2,0) ˜ a Ÿ a = 8,0 m/s2.

41
1.4. Sistema de corpos
Nos exemplos estudados, as leis de Newton foram apli-
cadas a um único corpo. Entretanto, é possível aplicá-las
em um conjunto de dois ou mais corpos. Em geral, esse
conjunto é denominado sistema de corpos.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Força de Tração (Bloquinhos) - Mãozinha em Física 004

Aplicação do conteúdo
1.5. Força de tração ou tensão em um fio 1. Como ilustrado na figura a seguir, dois blocos, A e B,
de massa mA = 5,0 kg e mB = 7,0 kg, estão sobre uma
Quando um fio é esticados por uma força, existe uma tensão superfície plana e horizontal sem atrito, ligados por um
sobre o fio. Afirma-se que ocorre no fio uma força de tração. fio ideal, isto é, que não estica e com massa desprezível.

Na figura a seguir, as forças que atuam no sistema de cor-


pos foram separadas.
___›
Sobre o bloco B é aplicada uma força horizontal F de inten-
sidade igual a 36 N. Determine a intensidade da aceleração
do sistema e da força exercida pelo fio sobre o bloco A.
___›
Quando o bloco B é puxado pela força F , o fio sofre uma Resolução:
força de tração de intensidade T1. Pela ação e reação, o fio
aplica sobre o bloco B uma força de intensidade igual a T1.
O fio também exerce sobre o bloco A uma força de inten-
sidade T2, e o bloco A, pela ação e reação, exerce sobre o
fio uma força de intensidade igual a T2. Considerando que Aplicando a segunda Lei de Newton separadamente para
o fio tenha massa mf , pela segunda Lei de Newton, tem-se: cada bloco:
___›
T1 – T2 = mf ˜ |a | bloco A: T = mA ˜ a T = (5,0) ˜ a
Ÿ
Entretanto, como o fio é ideal, sua massa é desprezível, ou bloco B: F – T = mB ˜ a 36 – T = (7,0) ˜ a
seja, mf = 0 (é comum desprezar a massa do fio). Assim, a Somando membro a membro das equações, a tração T é
equação se simplifica: cancelada, e obtém-se:
T1 – T2 = 0 36 = 12 ˜ a Ÿ a = 3,0 m/s2
ou Substituindo o valor da aceleração na equação original do
bloco A (por exemplo), obtém-se:
T 1 = T2
T = (5,0) (3,0) Ÿ T = 15 N
Portanto, fazendo T1 = T2 = T, deve-se refazer o esquema inicial:
A aceleração do conjunto de blocos (ou seja, a aceleração
do sistema) pode ser obtida considerando os dois corpos
como um único corpo, e aplicando a segunda Lei de New-
ton diretamente:
Na prática, o fio não é representado, e o esquema sim-
plificado mostra apenas as forças que atuam nos blocos:

42
F = (mA + mB) ˜ a Resolução:
a) Em primeiro lugar, deve-se determinar os módulos
36 = (5,0 + 7,0) ˜ a Ÿ a = 3,0 m/s2
dos pesos dos blocos:
Bloco A: PA = mA . g = (3,0 kg) (10 m/s2) = 30 N
1.6. Polias
Bloco B: PB = mB . g = (7,0 kg) (10 m/s2) = 70 N
Uma polia ou roldana é uma peça mecânica utilizada,
muitas vezes, para alterar a direção e o sentido de forças. Em cada bloco, também atuará a força de tração do fio, no
Na figura a seguir, os blocos A e B, de massas iguais, res- sentido oposto ao peso, como na figura a seguir.
pectivamente, a mA e mB, estão ligados por um fio ideal
que passa por uma polia (ou roldana) de massa desprezível
(denominada, por esse motivo, polia ideal), a qual pode
girar em torno de um eixo fixo sem atrito.

Como PB > PA, o bloco B deverá descer e o bloco A deverá


subir. Entretanto, a aceleração de ambos os blocos, de mó-
dulo a, é igual. Assim, tem-se:
Máquina de Atwood
T > PA e PB > T
A partir da situação da figura, se os blocos A e B forem Aplicando a segunda Lei de Newton para cada um dos
abandonados em repouso, o sistema permanecerá em re- blocos:
pouso apenas se as massas dos dois blocos forem iguais, ou
bloco A: T – PA = mA ˜ a T – 30= (3,0) ˜ a
seja, mA = mB. Caso umas das massas seja diferente, o bloco Ÿ
de massa maior descerá e o de massa menor subirá. Nesse bloco B: PB – T = mB ˜ a 70 – T = (7,0) ˜ a
caso, o módulo da velocidade e da aceleração dos blocos Somando membro a membro as equações, obtém-se:
será o mesmo. Contudo, se o fio que une os blocos sofrer
deformação, ou seja, se não for um fio ideal, essa relação 70 – 30 = 10 · a
entre a velocidade e a aceleração não será verdadeira. a = 4,0 m/s2.
b) Para calcular o valor da força de tração T, deve-se
substituir o valor do módulo da aceleração em qualquer
Aplicação do conteúdo uma das equações dos blocos. Aplicando para o bloco A:

1. Considere a situação da figura a seguir, em que o bloco


T – 30 = (3,0) (4,0)
A, de massa mA = 3,0 kg, e o bloco B, de massa mB = 7,0 kg,
estão ligados por um fio ideal, através de uma polia T – 30 = 12 Ÿ T = 42 N.
ideal e fixada pelo eixo. Considerando g = 10 m/s2,
e que o sistema foi abandonado a partir do repouso, c) Se o fio exerce força nos blocos, pela Lei da Ação e Re-
calcule: ação, os blocos exercem no fio forças de mesma intensi-
dade e sentido oposto, como ilustrado na figura a seguir.
Portanto, a força total exercida pelos fios sobre a polia é:

a) A aceleração adquirida por cada bloco.


b) A intensidade da tração no fio.
c) A força exercida pela polia em seu eixo. 2T = 2(42 N) = 84 N.

43
Essa força é transferida e aplicada no eixo da polia, que força de intensidade F na extremidade B do fio, é possível
também a transfere para o teto: equilibrar um objeto de peso, em módulo, igual a P = 4F.

1.6.1. Uso das polias

Os guindastes são muito utilizados em construções. Nos


guindastes, um motor aplica na extremidade de um cabo Pode-se observar que, quanto maior o número de polias
de aço uma força menor do que o peso do objeto que móveis, maior é o peso do objeto que é possível manter em
vai levantar. O guindaste consegue levantar o objeto com equilíbrio, ou, de modo equivalente, menor é a força neces-
essa força menor por meio do uso de polias. sária para manter em equilíbrio um objeto de determinado
peso P. A relação entre a força e o peso, nesse sistema de
Existem dois tipos de polias: as fixas e as móveis. As polias ligação de polias, é dada por:
fixas são presas em alguma estrutura fixa e giram apenas P = 2n ˜ F
em torno do seu eixo. As polias móveis, além de girarem
em torno do seu eixo, podem se movimentar livremente. Em que n é o número de polias móveis. Observe que para n = 1
e n = 2, são obtidos os casos estudados anteriormente.
A figura a seguir apresenta uma situação com duas polias,
uma fixa e uma móvel. No eixo da polia móvel, é preso um As polias fixas não podem ser utilizadas para alterar a in-
bloco com peso, em módulo, igual a P. Na extremidade A tensidade da força que atua sobre os objetos presos ao fio.
do fio, é aplicada uma força de módulo F. A função da polia Esse tipo de polia é utilizado apenas para alterar a direção
fixa é transferir a tração causada pela força sobre o fio para e o sentido da força aplicada no fio.
a outra extremidade do fio. Observe que a tração também é
transferida para a outra extremidade do fio, que está preso 1.7. Elevadores em movimento
ao teto. Desse modo, a força total (em módulo, para cima) na (peso aparente)
polia móvel é igual a 2F. Assim, se o peso do objeto for igual
a P = 2F, o sistema permanecerá em repouso. O movimento de um elevador apresenta três fases distin-
tas: movimento acelerado, movimento uniforme e movi-
mento retardado. Por exemplo, ao subir até determinado
andar, o elevador acelera até atingir certa velocidade, que
permanece constante. Ao chegar próximo ao andar de des-
tino, o elevador desacelera até parar completamente. As
três fases ocorrem tanto nas subidas quanto nas descidas.
Os passageiros sentem diferentes sensações em relação ao
peso nessas três fases. A seguir, será calculado o que acon-
tece com a força normal nessas situações.

Na figura a seguir, uma polia móvel foi adicionada ao siste-


ma, totalizando três polias. Do mesmo modo, aplicando uma

44
Aplicação do conteúdo 1.8. Ação a distância e ação por contato
1. Uma pessoa de massa m = 75 kg está em um elevador.
Considere g = 10 m/s2 e calcule a força exercida pelo piso
do elevador sobre a pessoa nos seguintes casos:

Foram estudados diversos casos em que existiam forças


aplicadas sobre os objetos. Contudo, existem diferenças
com relação às forças e seus efeitos. Por exemplo, os imãs
aplicam uma força a distância sobre objetos metálicos. É
possível sentir essa força ao prender um imã na geladeira.
Quando uma pessoa salta, ela sempre retorna para o solo.
Essa pessoa pode ter a impressão de estar presa a algo. En-
a) O elevador está parado.
tretanto, ela está sujeita à ação do campo gravitacional ter-
b) O elevador sobe em movimento acelerado, com
aceleração de módulo a = 4,0 m/s2. restre, como tudo o que está sobre sua superfície. A força gra-
vitacional é exercida a distância, de modo semelhante à força
Resolução: do imã. Esse tipo de força é denominado força de campo.
A pessoa comprime o piso do elevador com força – FN. Pela Nos exemplos anteriores, foram estudadas forças que
Lei de Ação e Reação, o piso aplica a força FN (força normal) agiam sobre fios presos aos objetos. Todavia, existem for-
na pessoa. Assim, as forças que estão aplicadas na pessoa ças que atuam quando os objetos estão em contato entre
são o seu peso e a força normal, sendo o módulo do peso: si, sendo puxados ou empurrados. As forças que existem
nesse caso, quando os objetos se tocam, são denominadas
forças de contato. Nos exercícios envolvendo esse tipo
de força, o tratamento é semelhante aos casos envolvendo
objetos ligados por fios. A diferença é apenas o tipo de
força. Em vez da força de tração no fio, existirá uma força
de contato entre os objetos.

1.9. Força de contato


Na situação em que dois corpos em contato são colocados
em aceleração, haverá um par ação-reação denominado
força de contato de um corpo em relação ao outro. Con-
P = m ˜ g = (75 kg) (10 m/s2) Ÿ P = 750 N sidere a seguinte situação: um corpo A e outro B estão
a) Em repouso, a resultante das forças na pessoa deve sujeitos a uma força F, horizontal e para a esquerda, que
ser nula. Assim: atua somente no corpo A.
FN = P ou FN = 750 N

b) Quando o elevador sobe com a aceleração de


módulo a, o indivíduo também sobe com o mesmo
movimento acelerado, de modo que a intensidade da
força resultante sobre o indivíduo é FN – P. Assim, pela
segunda Lei de Newton:

FN – P = m ˜ a
FN – 750 = (75) (4,0) Ÿ FN = 1050 N
Nas situações envolvendo elevadores em movimento, é útil
fazer um esquema desenhando a pessoa fora do elevador,
como feito no exemplo anterior.

45
Para efeito de representação, foram separados os corpos A e
B da imagem acima e representadas todas as forças envol-
vidas. A força F atuante no corpo A impõe um movimento
acelerado para a direita, que por sua vez empurra o corpo B.
Afirma-se que o corpo A exerce uma força no corpo B, força
que será chamada de FAB. Por sua vez, de acordo com a ação
e reação, o corpo B exercerá em A uma força de mesmo
módulo, mesma direção e sentido oposto FBA.
Lembre-se de que FAB = FBA.

1.10. Efeitos de uma força


Um efeito da atuação de forças sobre um objeto, estudado
anteriormente, é a modificação do estado de movimento
do objeto, como define a segunda Lei de Newton. A ação ƒ 1.° tipo: equilíbrio estático
da força causa uma aceleração do objeto. O equilíbrio estático de um ponto material ocorre quando sua
Entretanto, um possível efeito também causado por uma velocidade vetorial é nula no decorrer do tempo, ou seja, o
força é a deformação do objeto. Se a força for muito in- ponto material está em repouso em relação a certo referencial.
tensa, o limite de resistência do objeto será superado, de- ___›
__›
formando o objeto. Um exemplo disso ocorre quando uma v = 0 Ÿ equilíbrio estático (repouso)
latinha de alumínio é amassada. Quando a força é aplicada
sobre a latinha, sua estrutura não resiste e se deforma. Pelo
Um livro deixado sobre uma mesa, por exemplo, está em equi-
mesmo motivo, os carros se deformam quando colidem.
líbrio estático, pois sua velocidade é nula ao passar do tempo.
Alguns objetos são especialmente projetados para sofrerem
a ação de forças muito intensas. É o caso dos amortecedores ƒ 2.° tipo: equilíbrio dinâmico
dos automóveis. Os amortecedores devem suportar as forças O equilíbrio dinâmico de um ponto material ocorre quando
causadas pelo solavanco, quando os automóveis passam por a velocidade vetorial é constante e não nula no decorrer do
buracos, ou mesmo a força exercida durante uma curva com tempo, ou seja, quando o ponto material está em movi-
velocidade alta. É importante ressaltar que até mesmo esses mento retilíneo uniforme (MRU). A velocidade vetorial
equipamentos sofrem desgastes e podem se deformar. Por é constante em módulo, direção e sentido.
essa razão, é importante a manutenção do automóvel.
__› ___›
v = constante z 0 Ÿequilíbrio dinâmico (MRU)

Quando um carro se movimenta com velocidade constan-


te, seu equilíbrio é dinâmico, pois sua velocidade vetorial é
constante e não nula.

OS OBJETOS SÃO CONSTRUÍDOS PARA SUPORTAR CERTA


INTENSIDADE DE FORÇAS APLICADAS SOBRE ELES.
QUANDO ESSE LIMITE É EXCEDIDO, OS OBJETOS SE DEFORMAM OU SE QUEBRAM.

2. Equilíbrio
Observe a figura a seguir. Você deve ter a impressão de que multimídia: site
o equilibrista está prestes a se movimentar ou de que, se
uma das cadeiras se movimentar, o equilibrista vai cair. Tra- https://pt.khanacademy.org/science/physics/forces-new-
ta-se de um conceito bastante comum sobre equilíbrio. tons-laws/normal-contact-force/a/what-is-normal-force
Entretanto, em Física, o conceito de equilíbrio é mais am- hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mass.html
plo. Em geral, são identificados dois tipos de equilíbrio: es-
pt.wikihow.com/Calcular-Tens%C3%A3o-em-F%-
tático e dinâmico. O caso do equilibrista da imagem é
C3%ADsica
um típico exemplo de equilíbrio estático.

46
VIVENCIANDO

A forças estudadas nessa aula podem ser observadas em diversas situações do cotidiano. Uma brincadeira no ba-
lanço no parque só é possível graças à atuação da força-peso e da força de tração. Os elevadores e guindastes, com
um esquema de polia e contrapesos controlados eletronicamente, utilizam os conceitos compreendidos por essas
forças para funcionar. No elevador, os cabos de tração, feitos geralmente de aço, conectam a cabine ao contrapeso,
passando por uma polia que evita o desgaste do material. Em geral, são entre seis e oito cabos, para garantir a
segurança dos passageiros.
O movimento das marés resulta da força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra. A massa da Lua atrai a massa
de água da Terra. Como a água é fluida, uma protuberância se forma e praticamente acompanha a trajetória da Lua
devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.

47
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 trata das causas do movimento. Nessa aula, o aluno passou a compreender algumas forças
mais famosas, como a força-peso, a força normal e a força tensora em um fio, e passou a estudar como se com-
porta um sistema de corpos quando sujeito à ação de uma ou mais forças. Cabe sempre ao aluno compreender
a situação-problema e relacioná-la com o conteúdo estudado.

MODELO 1
(Enem) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova,
que iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em
órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se
dirigiram ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno”.

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta:
a) se justifica, porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre
da falta de ação da aceleração da gravidade;
b) se justifica, ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada a dele próprio, e que o peso do
telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena;
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de
Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais;
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, nesse caso, sobre o
telescópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita;
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe
naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

ANÁLISE EXPOSITIVA
De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta porque elas versam sobre forma da
órbita, período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se pelo princípio fundamental da
dinâmica, pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio. Como o astronauta e o teles-
cópio estão em órbita, eles tão sujeitos apenas à força-peso e, consequentemente, à mesma aceleração
(centrípeta), que é a da gravidade local, tendo peso aparente nulo.
R = P Ÿ m∙a = m∙g Ÿ a = g
É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que os
corpos estão em estado de imponderabilidade.

48
Apenas para complementar, considerando R = 6400 km o raio da Terra, à altura h = 540 km, o raio da órbita do
telescópio é r = R + h = 6400 + 540 = 6940 km. De acordo com a lei de Newton da gravitação, a intensidade do
( ) 2
( )
6400 2 = 8,5 m/s2.
campo gravitacional num ponto da órbita é g = g0 __Rr , sendo g0 = 10 m/s2. Assim, g = 10 ______
6940
Ou seja, o peso real do telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.

RESPOSTA Alternativa D

MODELO 2
(Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar.
Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o móvel, pois a terceira Lei
de Newton define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de volta, e assim não conseguirá exercer
uma força que possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Ótimo exercício para comparar conceitos científicos com o senso comum, habilidade muito cobrada pelo Enem.
Para a resolução do exercício, é preciso ter em mente que ação e reação são forças de mesma intensidade,
mesma direção e sentidos opostos, porém, não se equilibram, pois não atuam no mesmo corpo.

RESPOSTA Alternativa E

49
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇAS

PESO NORMAL TRAÇÃO

PAR AÇÃO-REAÇÃO
DEPENDE DA MASSA EM FIOS OU CORDAS
DA FORÇA-PESO

VERTICAL P/ PERPENDICULAR SENTIDO DE


BAIXO À SUPERFÍCIE PUXAR

CONTATO FAB = -FBA

50
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A óptica é abordada com enfoque mais conceitual. Questões de refração da luz em prisma
aparecem com frequência, exigindo
interpretação de imagens e aplicação das
leis de refração.

Questões de refração da luz e espelhos esféricos Questões de refração da luz e espelhos Questões de refração da luz aparecem com
aparecem com frequência, exigindo interpretação de esféricos aparecem com frequência, exi- frequência, exigindo interpretação de imagens e
imagens e aplicação das leis de refração. gindo interpretação de imagens, aplicação aplicação das leis de refração.
das leis de refração e conhecimento das
equações de espelhos esféricos.

Questões de refração da luz e espelhos A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
planos aparecem com frequência, exigindo porém, pode aparecer óptica relacionada a temas, porém, podem aparecer espelhos porém, pode aparecer óptica relacionada a es-
interpretação de imagens e aplicação das leis lentes ou espelhos. planos ou côncavos em questões bem pelhos esféricos e às leis de refração, exigindo
de refração. objetivas. interpretação de imagens.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predomi-
porém, espelhos aparecem com alguma fre- cas, que exigem as leis de refração com a nância de temas, porém, podem aparecer
quência, com questões teóricas e que exigem manipulação das equações. espelhos planos ou côncavos.
um alto nível de manipulação nas equações.

Não há predominância de óptica geométrica, A prova tem uma grande variação de temas, Espelhos esféricos têm grande incidência na
mas, eventualmente, podem aparecer ques- porém, pode aparecer óptica relacionada a prova, com questões objetivas.
tões sobre espelhos e teorias sobre as leis de espelhos planos.
refração.
ÓPTICA GEOMÉTRICA

53
Classificação do ponto objeto:
AULAS 17 e 18 Real – quando as partes reais dos raios luminosos inci-
dentes se interceptam.
Virtual – quando as partes virtuais dos raios luminosos
incidentes se interceptam.
Impróprio – quando os raios luminosos incidentes
são paralelos.
ESPELHOS PLANOS
1.2. Ponto imagem
É denominado ponto imagem, com relação a um sistema
óptico, todo ponto de encontro de raios emergentes de
um mesmo feixe luminoso.
COMPETÊNCIAS: 5e6
PII
PIR
HABILIDADES: 17 e 22
PIV

Classificação do ponto imagem:


1. Sistema óptico Real – quando as partes reais dos raios luminosos emer-
gentes se interceptam. O ponto imagem real pode ser pro-
Um sistema óptico é constituído por um conjunto de len-
jetado sobre um anteparo.
tes e espelhos esféricos, cujos centros se encontram sobre
um mesmo eixo. Um sistema óptico também pode designar Virtual – quando as partes virtuais dos raios luminosos
qualquer conjunto de componentes ópticos, como lentes, es- emergentes se interceptam. O ponto imagem virtual não
pelhos, prismas simples ou compostos, utilizados no estudo pode ser projetado sobre um anteparo.
da óptica ou em estudos que utilizem os seus princípios. Impróprio – quando os raios luminosos emergentes são
paralelos.
óptico
Sistema ótico
Nota: os pontos objeto e imagem, com relação a um mes-
mo sistema óptico, são denominados pontos conjugados.
Ponto objeto
Ponto imagem

2. Espelhos planos
O funcionamento dos espelhos pode ser compreendido por
meio do estudo geométrico da luz. Serão estudados as leis
da reflexão da luz e os espelhos planos. Posteriormente,
serão estudados os espelhos esféricos.
“Ao conjunto de superfícies refletoras (ou refratoras) dis-
postas de maneira a serem sucessivamente atingidas por
um mesmo raio luminoso, denominamos sistema óptico”.

1.1. Ponto objeto


É denominado ponto objeto, com relação a um sistema
óptico, todo ponto de encontro de raios incidentes de um
mesmo feixe luminoso.

POR POV

POI

54
2.1. Reflexão A reflexão é difusa quando a luz refletida não obedece à
lei de Snell, sendo transmitida em várias direções. É devido
Reflexão é o fenômeno que ocorre quando uma onda atin- à difusão da luz que é possível enxergar os objetos, sob os
ge a interface que separa dois meios diferentes e retorna, mais diversos ângulos, pois sempre existirá um raio lumino-
parcial ou totalmente, para o meio inicial. so refletido que atingirá a vista.
O fenômeno ocorre com ondas de qualquer natureza, ele-
tromagnéticas (luz), elásticas, acústicas, e é consequência
da diferença de velocidade da onda nos dois meios. Superfície com rugosidade
Reflexão difusa (ou espalhamento)

2.1.1. Leis da reflexão


2.2. Espelhos
Na figura a seguir, um feixe de luz (denominado raio inci- Um espelho é um objeto que reflete de modo regular a
dente RI) se reflete (denominado raio refletido RR) depois maior parte da luz incidente. As superfícies metálicas poli-
de incidir no ponto P de uma superfície plana S que separa das constituem ótimos espelhos. No cotidiano, são utiliza-
dois meios. dos espelhos obtidos com uma fina camada de prata sobre
Considere a reta n, normal à superfície, e que passa pelo uma lâmina de vidro transparente.
ponto P. Verifica-se, experimentalmente, as seguintes leis Na figura a seguir, são ilustradas as representações mais
da reflexão: comuns de espelho plano. A parte de trás dos espelhos é
ƒ O raio incidente, o raio refletido e a normal são copla- indicada pelos traços ou pela parte sombreada.
nares, ou seja, estão no mesmo plano a.

ƒ O ângulo de incidência i é igual ao ângulo de reflexão r:


i=r

Os ângulos i e r são medidos a partir da reta normal n e os


raio incidente e refletido.

S
multimídia: vídeo
α
FONTE: YOUTUBE

A incidência é normal quando o raio incidente é perpen- Porque espelhos refletem as imagens horizontalmente...
dicular à superfície S. Assim, o raio incidente e o refletido
estão sobre a reta normal n, e os ângulos de incidência e
reflexão são nulos.
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir ilustra um espelho plano, sobre o
qual, no ponto P, um raio de luz incide, formando um
ângulo de 25º com a superfície do espelho. Determine
os ângulos de incidência e reflexão.

A reflexão da luz se diz especular ou regular quando


um raio incidente é refletido de acordo com as leis de Snell. Resolução:
É o que ocorre nas superfícies polidas. É necessário traçar a reta n normal à superfície do espelho
e que passa pelo ponto P. O ângulo de incidência i é o
ângulo formado entre o raio incidente e a normal. Como n
Superfície polida é perpendicular ao espelho, deve-se ter:
Reflexão especular
especulas
i + 25° = 90° Ÿ i = 65°

55
O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de incidência: Devido à distância dos pontos F e F’ ao espelho serem iguais,
diz-se que F e F’ são simétricos em relação ao plano do espelho.
r = 65º

2. A figura a seguir representa um raio de luz que é refle- multimídia: vídeo


tido por um espelho plano. Determine o valor da altura x.
FONTE: YOUTUBE
Formação de imagens nos espelhos planos...

Nesse exemplo, foi considerado um ponto arbritário A de in-


cidência do raio de luz. Devido ao fato de a visão humana
Resolução: funcionar de modo que os objetos são vistos na direção que
atingem os olhos, tem-se a impressão de que existe um obje-
Deve-se notar que os dois triângulos na figura possuem to no ponto F’. F’ é a imagem do ponto objeto F.
dois ângulos iguais, a e 90º, e, portanto, são semelhantes.
Assim, pode-se obter a altura x:
12 cm = _____
_____ x Ÿ x = 18 cm
20 cm 30 cm

2.2.1. Imagem formada por espelho plano ƒ O ponto F é um POR (Ponto Objeto Real), pois os raios
de luz são emitidos pela fonte em F.
Na figura a seguir, é possível observar um exemplo de
como a imagem de um objeto é formada em um espelho. ƒ O ponto F’ é um PIV (Ponto Imagem Virtual), pois é ape-
Uma fonte de luz puntiforme F (primária ou secundária) é nas uma imagem e não existe nada atrás do espelho.
colocada em frente à distância d de um espelho plano E. ƒ O ponto F também pode ser fotografado.
Considere a reta auxiliar n, normal ao espelho e que passa
pelo ponto F. Considere, ainda, um raio de luz RI, arbritário, Na figura a seguir, o tamanho do espelho plano é AB. Todos
da fonte F que incide no ponto A do espelho. O prolonga- os raios refletidos estão indicados pela região sombreada.
mento de RR intercepta a reta n no ponto F’. Apenas nessa região sombreada é possível ver a imagem
F’. Nesse caso, apenas o observador O1 consegue observar
Geometricamente, os triângulos FMA e F’MA são con- a imagem F’. O observador O2 está fora da região sombrea-
gruentes; assim: da e, portanto, não pode observar a imagem F’. Essa região
sombreada é denominada campo visual.
Os seguintes passos sintetizam os procedimentos para de-
terminar se um observador pode ou não observar as ima-
gens refletidas por um espelho:
1. Determina-se a imagem F’ do objeto F.

2. A partir da imagem F’, traçam-se duas retas que pas-


sem pelas extremidades do espelho (extremidades A e B).

3. Os observadores na região entre essas duas retas po-


FM = XXX
XXX F’M = d derão ver a imagem F’.

56
incidência e o de reflexão são iguais. Além disso, sabe-se que
a soma dos ângulos deve resultar em 90º, logo:
2 ˜ a = 90º
Finalizando os cálculos, obtém-se:
a = 45º
Assim, o valor do ângulo é de 45º.

Alternativa B.
3. (Unesp) A figura a seguir representa um espelho pla-
no, um objeto, O, sua imagem, I, e cinco observadores
em posições distintas, A, B, C, D e E.
Aplicação do conteúdo
1. (Cesgranrio) A imagem da figura a seguir obtida por
reflexão no espelho plano E é melhor representada por:

Entre as posições indicadas, a única da qual o observador


a) b) c) d) e) poderá ver a imagem I é a posição:
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
Resolução: e) E.

Resolução:
A imagem formada por um espelho plano tem como carac-
terística sempre estar a mesma distância que o objeto se
Foi dada no exercício a posição da imagem do objeto; em
encontra do espelho. Além disso, a imagem de um espelho
seguida, basta determinar a região do espaço na qual o
plano é enantiomorfa, nome dado à característica do es-
observador deve estar localizado para identificar em seu
pelho de formar uma imagem que não sobrepõe o objeto.
campo visual a imagem I. Desenhando, tem-se:
Alternativa B
2. Um raio de luz reflete-se em uma superfície plana e
polida (S), conforme mostra a figura a seguir. O ângulo
entre os raios incidentes (AO) e refletido (OB) mede 90°.

Assim, a única posição válida para o observador é a B.

O ângulo de incidência do raio de luz, mede: Alternativa B


a) 30°. b) 45°. c) 60°. d) 90°. e)180°.
4. (Unesp) Dois objetos, A e B, encontram-se em frente
Resolução: um espelho plano E, como mostra a figura. Um observa-
dor tenta ver as imagens desses objetos formadas pelo
No exercício, nota-se um raio de luz que está refletindo numa espelho, colocando-se em diferentes posições, 1, 2, 3, 4
superfície plana; por isso, é possível concluir que o ângulo de e 5, como mostrado na figura.

57
No desenho, foram representadas as imagens e traçada
O observador verá as imagens de A e B superpondo-se uma reta que atravessa as imagens A’ e B’, para ficar mais
uma à outra quando se colocar na posição: clara a localização do observador que verá uma imagem
a) 1.
sobreposta, no caso, o observador na posição 5.
b) 2.
c) 3. Alternativa E
d) 4.
e) 5.

Resolução:

A resolução dessa questão deve ser feita de modo aná-


logo ao exercício resolvido anteriormente. Entretanto, o
exercício não desenhou de imediato a posição das ima- multimídia: vídeo
gens. Assim, é necessário fazer isso. Lembrando que as FONTE: YOUTUBE
imagens, em relação ao espelho, devem ficar a mesma
Óptica - Espelho plano
distância que os objetos estão do espelho; assim:

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A invenção do espelho data de antes de 6000 a.C.. Os espelhos mais antigos foram encontrados na região
onde se encontra atualmente a Turquia. Feitos na Mesopotâmia e no Egito, eram produzidos a partir de
cobre polido, enquanto na China eram produzidos a partir do bronze. No Renascimento, alguns artesãos
europeus aperfeiçoaram um método que consistia em cobrir uma das faces de um vidro com um amálgama
de mercúrio fino. No século XVI, os espelhos já eram populares e excessivamente caros.
A criação de um espelho com um revestimento de prata é atribuída ao químico alemão Justus von Liebig
(1803-1873), no ano de 1835. Os métodos utilizados atualmente na fabricação de espelhos não sofre-
ram muitas variantes desde então, sendo os espelhos produzidos pela sobreposição de camadas finas de
alumínio (ou prata) sobre o cristal de vidro, tendo o seu preço diminuído significativamente, tornando-se
mais acessível.

58
2.2.2. Imagem de um objeto extenso
Do mesmo modo como feito para uma fonte puntiforme,
pode-se obter a imagem de um objeto extenso. Como é
possível observar na figura a seguir, cada ponto do obje-
to tem uma imagem simétrica; desse modo, a imagem do
objeto extenso também é simétrica em relação ao espelho.

Resolução:,
Na figura a seguir, os pontos T, O e P são o topo da cabeça,
o olho e o pé do rapaz, respectivamente. A distância h foi
determinada ao serem traçados os raios que saem da cabe-
ça e dos pés e vão para o olho do rapaz. Essa é a distância
suficiente para que o rapaz enxergue toda a sua imagem.
Os triângulos OXY e OT’P’ são semelhantes, portanto:

Assim:

ƒ As distâncias do objeto ao espelho e da imagem ao


espelho são iguais.

ƒ O tamanho da imagem é igual ao tamanho do objeto.


Na câmara escura de orifício, as imagens produzidas no
anteparo dentro da câmara são imagens invertidas, ou
seja, de cabeça para baixo. Essa inversão não ocorre nos
XXX
___ XX
XY = ___ d ou h = __
h = ___
PZ ou __ H
espelhos planos, que produzem imagens direitas.
XXX PP’ H 2d
T’P’ XXX 2
Na figura a seguir, repare na imagem da menina no es-
pelho. A imagem mostra que a menina passa o batom na H
h = __
2
boca com a mão esquerda, apesar de a menina passar
com a mão direita. O objeto e a imagem são chamados de
enantiomorfos (palavra derivada do grego que significa Assim, a metade da altura do observador é o tamanho do
“formas opostas”). espelho plano necessário para que um observador possa se
ver completamente.
A distância y, do ponto Y do espelho ao solo, é obtida pela
semelhança dos triângulos OPP’ e YZP’.
Portanto: __
XXX
OP = ___
___ 2d ou y = __x
PP’ ou _x = ___
___
XX
YZ ZP’ y d 2

2.2.3. Translação de um espelho plano

Como foi visto, em um espelho plano, a distância entre o


Aplicação do conteúdo objeto e o espelho é igual à distância entre a imagem e o
espelho, sendo que objeto e imagens possuem o mesmo
1. Um rapaz de altura H está de pé em frente a um es-
tamanho. Seja P o ponto em que se encontra o objeto e
pelho vertical e regular. A distância do solo até o olho
do rapaz é x. Qual é a menor altura h do espelho e a P’ o ponto em que se encontra a imagem, vamos chamar
distância y entre o espelho e o solo que permite que o a distância de P ao espelho E, e a distância de P’ ao es-
rapaz enxergue toda a sua imagem? pelho, de d.

59
Para um referencial fixo no ponto P, o espelho é afastado Sendo u o ângulo entre os espelhos, considerando que a
de uma distância x. A nova distância entre o ponto P e o 360º é um número inteiro, essa associação de espelhos
razão ____
u
espelho E será igual a (d + x), assim como a distância entre produz uma quantidade de n imagens, dada pela relação:
o espelho E e a nova posição P’’ da imagem conjugada.
Observe a figura a seguir: 360º – 1
n = ____
u

Entretanto, duas condições são importantes:


360º for um número par, a expressão acima é válida
ƒ Se ____
u
para qualquer posição do objeto entre os espelhos.

360º for um número ímpar, apenas se o objeto P


ƒ Se ____
u
estiver no plano que divide o ângulo T em dois ângulos
iguais (plano bissetor), ilustrado na figura a seguir, a
expressão é confiável.

Inicialmente, tem-se que a distância entre o objeto e a ima-


gem é de 2d. Depois de transladado o espelho de uma
distância x, tem-se que a nova distância entre o objeto e a
imagem é de (2d + 2x).
PP’=2d
PP”= 2(d+x) = 2d+2x
O deslocamento sofrido pela imagem do ponto P é:
D = PP” – PP’
D = 2d + 2x – 2d
D = 2x
Assim, é possível concluir que, se um objeto estiver fixo dian-
te de um espelho que translada retilineamente de uma dis-
tância d, a correspondente imagem transladada, no mesmo
sentido que o espelho, representará uma distância 2d.
Pode-se concluir que, quando o espelho se afasta com uma
velocidade v, a imagem conjugada se afasta com uma ve-
locidade de 2v em relação ao objeto. De forma semelhante,
Aplicação do conteúdo
é possível afirmar que, quando o espelho se aproxima com 1. No exemplo a seguir, determinaremos as imagens de
uma velocidade v, a imagem se aproxima com uma veloci- um objeto puntiforme P colocado entre dois espelhos
dade de 2v em relação ao objeto. que formam ângulo u = 90º entre si.

Resolução:
2.2.4. Associação de dois espelhos planos
Na figura a seguir, uma caneta foi colocada entre dois espe- Em relação ao espelho E1, a imagem de P é I1, e em relação
lhos planos, que formam um determinado ângulo entre si. ao espelho E2 , a imagem do ponto P é I2. Em relação ao
espelho E1, também existe a imagem I3. Desse forma, três
imagens foram formadas. Calculando a quantidade pela
relação acima:

360º = ____
____ 360º = 4 o inteiro par
a 90º
360º – 1 = ____
Então, n = ____ 360º = 4 – 1 = 3, ou seja, três imagens.
a 90º

60
I1 é o ponto onde o raio luminoso incide no espelho, na
posição 1;
I2 é o ponto onde o raio luminoso incide no espelho, exata-
mente na posição 2;
a é o ângulo de rotação do espelho plano, na posição fixa;
D é o ângulo de rotação dos raios refletidos, isto é, é o
ângulo entre Rr1 e Rr2.
Como a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual
a 180º, temos:
2.2.5. Espelhos paralelos D + 2a = 2b
Ao se colocar um objeto entre dois espelhos paralelos D = 2b – 2a
ocorre um efeito curioso. A imagem de um objeto em cada D = 2(b – a)
espelho atua como objeto para o outro espelho, e, desse Porém temos que a = b – a, dessa forma temos:
maneira, forma-se um número infinito de imagens.
D=2a
Sendo assim, podemos definir que o ângulo de rotação dos
raios refletidos é o dobro do ângulo de rotação do espelho.

multimídia: site

www.super.abril.com.br/ciencia/o-que-faz-o-espelho-
-refletir-imagens/
2.2.6. Rotação de um espelho plano www.mundoestranho.abril.com.br/ciencia/como-e-fei-
to-o-espelho/
Considere o caso de um espelho plano rotacionado de um
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-e-luz/
ângulo a. Inicialmente o espelho encontra-se na posição 1,
espelhos-e-reflexao-da-luz.html
e, depois da rotação, vai para a posição 2. O raio incidente
atinge a posição I1 quando o espelho se encontrava na po-
sição 1, fazendo um ângulo a com a N1. Quando o espelho
vai para a posição 2, o raio incidente atinge o espelho no
ponto I2, fazendo com a N2 um ângulo b.

O prolongamento do raio refletido 1 (quando o espelho está


na posição 1) e o raio refletido 2 (quando o espelho está na
posição 2) formam um ângulo que chamaremos de D.

61
VIVENCIANDO

No dia a dia, um indivíduo tem sua imagem refletida inúmeras vezes por múltiplos espelhos planos. A reflexão fornecida
pelos espelhos planos é útil para usos estéticos, pois a imagem fornecida é um reflexo exato da imagem apresentada.
Os espelhos também são amplamente utilizados na decoração, como em prédios espelhados ou na decoração de
interiores. Colocar um espelho que ocupe a parede toda é uma tática eficaz para criar a ideia de que o ambiente é
mais amplo. O uso em corredores, por exemplo, proporciona um efeito de profundidade.

62
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESPELHOS
PLANOS

LEIS DA
IMAGEM
REFLEXÃO

RR E RI SÃO PROLONGAMENTO
SIMÉTRICA
COPLANARES DOS RAIOS
REFLETIDOS

IMAGEM
i=r VIRTUAL
ENANTIMORFA

63
enxergar uma região “mais ampla”. Entretanto, a imagem
AULAS 19 e 20 nesse tipo de espelho é sempre menor do que o objeto.
As características da imagem no espelho côncavo depen-
dem da posição do objeto em relação ao espelho. A ima-
gem do objeto aparecerá direita e maior que o objeto se
ele for colocado bem próximo ao espelho côncavo. Desse
modo, esse tipo de espelho pode ser usado para ampliar o
ESPELHOS ESFÉRICOS: rosto, permitindo uma observação cuidadosa da pele. Con-
tudo, se o objeto for colocado distante do espelho côncavo,
ESTUDO GEOMÉTRICO a imagem aparecerá invertida, isto é, de cabeça para baixo.

COMPETÊNCIAS: 5e6

HABILIDADES: 17, 18 e 22

ESPELHO CÔNCAVO: PARA UM OBJETO PRÓXIMO, A


IMAGEM VIRTUAL É DIREITA E AUMENTADA.

1. Introdução
A seguir serão estudados os espelhos curvos. Um caso
particular de espelho curvo é o espelho esférico. Os
espelhos esféricos são calotas esféricas polidas. A super-
fície refletora pode ser interna à calota, caracterizando um
espelho côncavo, ou externa à calota, caracterizando um
espelho convexo. Observe as figuras a seguir.

ESPELHO ESFÉRICO ESPELHO ESFÉRICO ESPELHO CÔNCAVO: PARA UM OBJETO DISTANTE, A IMAGEM VIRTUAL É INVERTIDA.
CÔNCAVO CONVEXO
A figura a seguir apresenta as características de um espe-
lho esférico. Essa representação é um plano que passa pelo
centro (C) da esfera que deu origem ao espelho.

SEÇÃO MERIDIONAL DE UM ESPELHO ESFÉRICO

OS ESPELHOS RETROVISORES EM AUTOMÓVEIS, ENTRADAS DE Podem ser definidos:


ELEVADORES E GARAGENS SÃO ESPELHOS CONVEXOS.
ƒ Centro de curvatura (C): é o centro da esfera que
O campo visual constitui uma diferença entre espelhos
originou o espelho.
esféricos e espelhos planos. Nos espelhos esféricos, a re-
gião visível é maior. Usando um espelho convexo, é possível ƒ Vértice do espelho (V): é o polo da calota esférica.

64
ƒ Eixo principal: é a reta que passa pelo centro de cur- 1.1. Condições de Gauss para
vatura C e pelo vértice do espelho. espelhos esféricos
ƒ Eixo secundário: qualquer reta que passe por C e ƒ O raio de luz incidente deve ter uma pequena inclina-
intercepte o espelho em um ponto diferente de V, como ção em relação ao eixo horizontal.
as retas r e s na figura a seguir.
ƒ Os raios incidentes devem incidir no espelho numa re-
gião próxima ao espelho.
Em geral, os espelhos esféricos serão analisados com base
nas condições de Gauss.

2. Reflexão em
AS RESTAS R E S SÃO EIXOS SECUNDÁRIOS.
espelhos esféricos
ƒ Raio de curvatura: é o raio R da superfície que deu
Observe as figuras a seguir. Nelas ocorre a reflexão de um
origem ao espelho.
raio incidente (RI) em espelhos côncavo e convexo. Como
ƒ Abertura do espelho: é o ângulo a entre os extre- nos espelhos planos, o ângulo de reflexão é igual ao ângu-
mos do espelho, medido no centro de curvatura. lo de incidência. A reta auxiliar tracejada é a reta que passa
Observe na figura a seguir as representações mais usuais pelo centro de curvatura (C) e pelo ponto de incidência.
dos espelhos côncavos e convexos: Essa reta é normal ao espelho nesse ponto de incidência.

REPRESENTAÇÃO DE UM REPRESENTAÇÃO DE UM
ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO LUZ INCIDENTE E LUZ REFLETIDA NO
ESPELHO ESFÉRICO CONVEXO

Os risquinhos nos extremos indicam a parte de trás dos


espelhos, ou seja, o lado que não é espelhado. Portanto,
o lado espelhado, nos casos acima, é o lado esquerdo
dos espelhos.
Na prática, um espelho esférico é astigmático, isto é, os
raios refletidos de um feixe divergente não se cruzam
exatamente no mesmo ponto; no entanto, para certas
condições, é possível tornar estigmático um espelho es- LUZ INCIDENTE E LUZ REFLETIDA
EM UM ESPELHO CÔNCAVO
férico, ou seja, um ponto objeto conjugar apenas um
ponto imagem. Caso o raio incidente (ou o prolongamento do raio) passe
pelo centro de curvatura do espelho, o raio refletido coinci-
dirá com o raio incidente.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Espelhos esféricos e imagens reais
O PONTO P’ É IMAGEM DO PONTO P.

65
Nos tópicos a seguir serão estudadas algumas caracterís- sentido normal. Como foi visto, o raio refletido (ou o pro-
ticas da reflexão nos espelhos côncavos e convexos que longamento do raio) passa pelo foco do espelho se o raio
auxiliam na determinação das imagens. É importante ob- incide paralelamente ao eixo principal. Pela propriedade de
servar que, para objetos extensos, os raios refletidos não reversibilidade, caso o raio incida em direção ao foco, o raio
se cruzam exatamente no mesmo ponto. Desse modo, eles será refletido paralelamente ao eixo principal.
definem uma região em que se cruzam, isto é, um pequeno
“borrão”. Assim, a imagem fica distorcida. É possível ten-
tar observar esse efeito usando uma colher de sopa como
espelho curvo.
As lentes também produzem imagens levemente distorci-
das. Os sistemas ópticos que produzem imagens distorci-
das são denominados astigmáticos. Quando a imagem
não apresenta distorção, como no caso do espelho plano, ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO
o sistema é denominado estigmático. Se os espelhos es-
féricos têm o ângulo de abertura pequeno, a imagem é O foco (F) dos espelhos esféricos é o ponto médio entre o
produzida com pouca distorção. centro de curvatura do espelho (C) e o vértice (V).

Aplicação do conteúdo
1. O que é um sistema óptico astigmático e qual a dife-
rença dele para um sistema óptico estigmático?

Resolução:

Sistema óptico astigmático é o sistema que produz ima-


gens distorcidas de um objeto analisado. O sistema óptico
estigmático, por sua vez, é o sistema que não produz dis-
torção na imagem em relação ao objeto analisado.

A distância focal (f) é medida entre o foco (F) do espelho


3. Focos de um espelho e o vértice; portanto:

esférico e raios notáveis


f = __R
Considere um feixe de luz paralelo ao eixo principal que 2
incide sobre espelhos esféricos de pequena abertura, como
na figura a seguir. No caso do espelho côncavo, os raios
refletidos se interceptam perto do foco do espelho, isto é,
no ponto F. O foco do espelho côncavo é real. No caso do
espelho convexo, são os prolongamentos dos raios refleti-
dos que interceptam o foco do espelho no ponto F. O foco
de um espelho convexo é virtual.

multimídia: site

www.estudopratico.com.br/espelhos-esfericos/
www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Reflexaodaluz/
espelhoesferico.php
ESPELHO CÔNCAVO: FOCO REAL ESPELHO CONVEXO: FOCO VIRTUAL

Propriedade da reversibilidade da luz: o trajeto de um Os raios de luz que incidem em direção ao centro de curva-
raio de luz no sentido inverso é o mesmo daquele feito no tura são refletidos nessa mesma direção:

66
ESPELHO CÔNCAVO

ESPELHO CÔNCAVO

ESPELHO CONVEXO

Se um raio incidir sobre o vértice (V) de um espelho esféri-


co, o ângulo entre o eixo principal e o raio refletido é igual
ao ângulo entre o eixo principal e o raio incidente. ESPELHO CONVEXO

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os espelhos esféricos também são estudados pelos artistas plásticos. O artista holandês Maurits Cornelis Escher,
famoso por suas representações de espaços impossíveis e transformações geométricas, tem entre suas obras mais
famosas autorretratos usando espelhos convexos. Já o artista britânico Anish Kapoor, um dos grandes escultores con-
temporâneos, é famoso pela grandiosidade de suas obras e pela exploração de dicotomias, como vazio/cheio, corpo/
espírito, céu/terra. Com a intenção de questionar a visão do público que circula pelos espaços, Kapoor tem diversas
obras usando espelhos esféricos espalhadas pelo mundo.

CLOUD GATE – OBRA DE ANISH KAPOOR SITUADA EM CHICAGO.

67
do raio refletido tem a mesma direção e também passa
Aplicação do conteúdo pelo centro de curvatura.
1. Um espelho esférico côncavo possui um raio de Os prolongamentos dos dois raios refletidos traçados se
curvatura de 20 cm. Qual é, então, a distância focal interceptam em um ponto entre o vértice e o foco do espe-
desse espelho? lho, no ponto B’. Esse ponto B’ é a imagem de B. A imagem
Resolução: do ponto A é o ponto A’, abaixo do ponto B’. Assim, a ima-
gem é direita, virtual e menor do que o objeto.
A relação entre distância focal e o raio de curvatura é dada
pela expressão:
f = __R
2
Substituindo o valor do raio de curvatura dado pelo exercí-
cio, obtém-se na expressão:
20
f = ___
2
Finalizando os cálculos, resulta:
f = 10cm
2. Um espelho esférico convexo possui distância focal
de 25 cm. Qual é, então, o valor do raio de curvatura ESPELHO CONVEXO: IMAGEM DIREITA, VIRTUAL E MENOR DO QUE O OBJETO.
desse espelho?

Resolução: 4.2. Espelho côncavo


A relação entre a distância focal e o raio de curvatura é No caso do espelho côncavo, é utilizado o mesmo método
dada pela expressão: para determinar a imagem. Primeiro, deve-se traçar um raio
f = __R que incida paralelamente no espelho; em seguida, deve-se
2 traçar um raio que incida na direção do centro de curvatu-
Substituindo o valor da distância focal dado pelo exercício, ra. Entretanto, existem cinco possibilidades para posicionar
obtém-se na expressão: o objeto em frente ao espelho.
25 = __R
2
Finalizando os cálculos, tem-se: 4.2.1. Caso I: Objeto antes do
centro de curvatura
R = 50cm
Nesse caso, pelas propriedades de reflexão dos raios que
incidem paralelamente e em direção ao centro de curvatu-
4. Imagens em um ra, é possível observar que os raios refletidos se intercep-
tam em um ponto entre o centro de curvatura e o foco.
espelho esférico Assim, a imagem é real, podendo ser projetada em um
Nos próximos tópicos serão determinadas as imagens obti- anteparo. Observa-se, também, que a imagem é invertida e
das por espelhos côncavos e convexos, de pequena abertu- menor do que o objeto.
ra, de um objeto pequeno, linear, fixado perpendicularmen-
te sobre o eixo principal dos espelhos.

4.1. Espelho convexo


Na figura a seguir, o objeto O, de extremos A e B, é fixado
em frente a um espelho esférico convexo. A princípio, para
determinar a imagem desse objeto, deve-se traçar um raio
de luz do extremo B e que incida paralelamente no es-
pelho. Como foi visto, o prolongamento do raio refletido
passa pelo foco do espelho. Em seguida, deve-se traçar um
raio de luz, também do extremo B, mas que incida na dire- ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ANTES DO CENTRO DE CURVATURA:
ção do centro de curvatura do espelho. O prolongamento IMAGEM REAL, INVERTIDA E MENOR DO QUE O OBJETO.

68
multimídia: vídeo ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O FOCO E O VÉRTICE:
IMAGEM VIRTUAL, DIREITA E MAIOR DO QUE O OBJETO.
FONTE: YOUTUBE
Espelhos Esféricos - Experimento

4.2.2. Caso II: Objeto sobre o centro de curvatura


Nesse caso, a imagem também está sobre o centro de
curvatura, sendo invertida e real. O tamanho da imagem multimídia: vídeo
também é igual ao do objeto.
FONTE: YOUTUBE
Espelhos Esféricos - Experimento

4.2.5. Caso V: objeto sobre o foco


Quando o objeto está sobre o foco, os raios refletidos são
paralelos e não se encontram. A imagem é denominada
imagem imprópria e forma-se no infinito.
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O CENTRO DE CURVATURA:
IMAGEM REAL, INVERTIDA E DE MESMO TAMANHO QUE O OBJETO.

4.2.3. Caso III: Objeto entre o


centro de curvatura e o foco
Nesse caso, a imagem do objeto é real e se forma antes do
centro de curvatura. A imagem é invertida e maior do que ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O FOCO: IMAGEM IMPRÓPRIA.
o objeto. Repare que esse caso é o mesmo do caso I, mas
Algumas observações importantes:
trocando a imagem pelo objeto. Isso ocorre por causa da
reversibilidade dos raios de luz. ƒ Quando o objeto e a imagem possuem naturezas
opostas, uma real e outra virtual, a imagem é direita.
ƒ Quando o objeto e a imagem possuem a mesma natu-
reza, real ou virtual, a imagem é invertida.
ƒ Toda imagem real pode ser projetada num anteparo. Nun-
ca uma imagem virtual pode ser projetada num anteparo.

Aplicação do conteúdo
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O CENTRO DE CURVATURA E
O FOCO: IMAGEM REAL, INVERTIDA E MAIOR DO QUE O OBJETO. 1. Um espelho projeta em uma tela a imagem de um
objeto. O espelho é côncavo ou convexo?
4.2.4. Caso IV: Objeto entre o foco e o vértice Resolução:
Traçando os raios refletidos nesse caso, é possível observar Toda imagem projetável ou projetada é uma imagem real.
que eles se interceptam “atrás” do espelho. Assim, a ima- Assim, pode-se concluir que o espelho em questão é cônca-
gem é virtual, direita e maior do que o objeto. vo, pois espelhos convexos formam apenas imagens virtuais.

69
2. (Cesgranrio) Um objeto colocado muito além de C, Resolução:
centro de curvatura de um espelho esférico côncavo, é
aproximado vagarosamente do espelho. Estando o ob- De acordo com o exercício, a imagem é formada por um
jeto colocado perpendicularmente ao eixo principal, a sistema reflexivo. Assim, conclui-se que o sistema óptico
imagem do objeto conjugada por este espelho, antes em questão é baseado em espelhos. Além disso, a imagem
de o objeto atingir o foco, é: é direita e aumentada. Existe apenas uma situação possível
a) real, invertida e se aproxima do espelho; para essas características: quando há um espelho esférico
b) virtual, direita e se afasta do espelho; côncavo numa situação em que o objeto foi posicionado
c) real, invertida e se afasta do espelho; entre o foco e o vértice do espelho. Nesse caso, a imagem
d) virtual, invertida e se afasta do espelho; é também virtual.
e) real, invertida, fixa num ponto qualquer.
Alternativa C
Resolução:
Nos casos em que o objeto está antes do foco de um es- 5. (UFRRJ) Um objeto está a uma distância P do vértice
pelho esférico côncavo, sempre ocorrerá imagem real e de um espelho esférico de Gauss. A imagem formada é
invertida. Além disso, à medida que o objeto se aproxima virtual e menor. Nesse caso, pode-se afirmar que:
do foco, a imagem aumenta de tamanho, e isso acontece a) o espelho é convexo;
simultaneamente ao afastamento da imagem do espelho. b) a imagem é invertida;
Alternativa C c) a imagem se forma no centro de curvatura do espelho;
d) o foco do espelho é positivo, segundo o referencial
de Gauss;
3. (Faap) A respeito de um espelho convexo, sendo o
e) a imagem é formada entre o foco e o centro de curvatura.
objeto real, pode-se afirmar que:
a) forma imagens direitas e diminuídas; Resolução:
b) não forma imagens diminuídas;
Este tipo de imagem só é formada por espelhos esféricos
c) suas imagens podem ser projetadas sobre anteparos;
convexos. Na única situação em que um espelho esférico
d) forma imagens reais;
côncavo forma imagem virtual, ela também será maior. As-
e) suas imagens são mais nítidas que as dadas pelo
espelho plano. sim, a imagem descrita é provocada por um espelho con-
vexo; logo, é virtual, direita e menor.
Resolução:
Alternativa A
O espelho esférico convexo forma sempre um único
tipo de imagem: virtual, direita e menor. Toda imagem
projetável é necessariamente real, não sendo possível
projetar imagens virtuais. Além disso, qualquer espelho
esférico forma imagens distorcidas do objeto, diferente
do espelho plano, que produz imagens sem distorções,
porém enantiomorfas.
Alternativa A

4. (Fatec) Um sistema óptico, composto de um elemento


reflexivo, gera de um objeto real uma imagem direita e
aumentada.

O elemento reflexivo:
a) é um espelho esférico convexo, pois a imagem é virtual;
b) é um espelho esférico convexo, com o objeto colo-
cado nas proximidades de seu vértice;
c) é um espelho esférico côncavo, com o objeto colo-
cado entre o ponto focal e o vértice do espelho;
d) é um espelho plano, pois a imagem é direta;
e) forma uma imagem virtual, pois imagens virtuais
são sempre aumentadas.

70
VIVENCIANDO

Os espelhos esféricos são muito utilizados no cotidiano. Os espelhos convexos aumentam o campo de visão, per-
mitindo a visualização de ângulos que seriam inacessíveis pelos espelhos planos. Geralmente, esse tipo de espelho é
encontrado em corredores de supermercados, farmácias, saídas de estacionamentos e retrovisores de veículos – nos
ônibus nota-se que os espelhos situados acima das portas de saída são sempre espelhos convexos, possibilitando
que o motorista veja os passageiros que estão desembarcando.

Nos espelhos côncavos, as imagens formadas variam de acordo com a posição do objeto. Isso faz com que o seu
uso seja restrito. Os espelhos côncavos podem ser utilizados em alguns tipos de telescópios, projetores e também
em ferramentas nos consultórios odontológicos. Quando o objeto se situa bem próximo do espelho, entre o vértice
e o foco, a imagem resultante é virtual, direta e ampliada, o que resulta em uma melhor ampliação dos detalhes do
objeto refletido.

ESPELHOS CÔNCAVOS USADOS EM GERAÇÃO DE ELETRICIDADE ATRAVÉS DA ENERGIA SOLAR.

71
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 18
Relacionar propriedades físicas, químicas e biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológi-
cos às finalidades a que se destinam.

A Habilidade 18 avalia a capacidade do aluno de relacionar os seus conhecimentos na área de ciências da


natureza com a situação-problema apresentada na questão. Na óptica, é importante que o aluno conheça as
características das imagens formadas pelos diversos espelhos e suas aplicações.

MODELO 1
(Enem) Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou mudar de pista,
muitas vezes causam problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em alguns modelos, distorce a
imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma distância maior do que a real.
Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do motorista, já
que no Brasil se adota a direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica muito mais distante dos
olhos do condutor.
ADAPTADO DE: HTTP://NOTICIAS.VRUM.COM.BR. ACESSO EM: 3 NOV. 2010.

Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais próxima do espelho que este está do ob-
jeto, o que parece estar em conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa aparente contradição
é explicada pelo fato de:
a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor que o objeto;
b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância;
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem pequena;
d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do motorista;
e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral do olho.

ANÁLISE EXPOSITIVA
O espelho convexo forma uma imagem menor que causa no motorista a sensação de que a distância é
menor do que realmente é.
Nossos olhos estão acostumados com imagens em espelhos planos, nos quais imagens de objetos mais
distantes nos parecem cada vez menores.
Esse condicionamento é levado para o espelho convexo: o fato de a imagem ser menor que o objeto é
interpretado pelo cérebro como se o objeto estivesse mais distante do que realmente está.
Essa falsa impressão é desfeita, por exemplo, quando o motorista está dando marcha a ré em uma ga-
ragem e observando a imagem da parede pelo espelho convexo. Ele para o carro quando percebe pela
imagem do espelho convexo que está quase batendo na parede. Ao olhar para trás, por visão direta, ele
percebe que não estava tão próximo assim da parede.

RESPOSTA Alternativa C

72
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESPELHOS
ESFÉRICOS

CALOTAS
ESPELHADAS

ESPELHO ESPELHO
CÔNCAVO CONVEXO

CONVERGENTE DIVERGENTE

PONTOS
NOTÁVEIS

RAIOS NOTÁVEIS

CONSTRUÇÃO
DE IMAGENS

PROLONGAMENTO DOS INTERSECÇÃO EFETIVA


RAIOS REFLETIDOS DOS RAIOS REFLETIDOS

VIRTUAL REAL

73
O vértice do espelho é a origem do sistema de coordena-
AULAS 21 e 22 das. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo principal
do espelho, e o sentido positivo é oposto ao sentido de
incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas (y) é per-
pendicular ao eixo principal e orientado para cima.
Assim, define-se:
p = posição do objeto no eixo das abscissas;
ESPELHOS ESFÉRICOS:
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas;
ESTUDO ANALÍTICO o = altura do objeto;
i = altura da imagem;
f = distância focal = posição do foco no eixo das abscissas.
COMPETÊNCIAS: 5e6 Essas definições também seguem as seguintes propriedades:

HABILIDADES:
ƒ As grandezas reais são positivas.
17 e 22
ƒ As grandezas virtuais são negativas.

ƒ Se i < 0, a imagem é invertida.


Essas grandezas se relacionam pelas seguintes equações:
1. Equações dos –p'
__ 1 + __
1 = __ 1 i ___
A = __
espelhos esféricos f p p’
e o= p

É possível calcular as posições e os tamanhos dos objetos e A grandeza A é o aumento linear transversal. O valor de A
das imagens produzidas pelos espelhos esféricos. Para isso, também pode ser obtido usando a relação:
utiliza-se um sistema de coordenadas cartesianas, como
indicado nas figuras a seguir. A = __oi o A = ____
f
f–p

Se o e i tiverem o mesmo sinal, a imagem será direita. Se os


sinais forem invertidos, a imagem será invertida.
Algumas informações importantes:

ƒ Quando p’ > 0, a imagem será real e passível de ser


projetada.

ƒ Quando A > 0, a imagem será direita.

ƒ Quando A < 0, a imagem será invertida.


COORDENAS DO OBJETO E DA IMAGEM
EM UM ESPELHO CÔNCAVO. ƒ Se |A| < 1, a imagem será menor que o objeto.

ƒ Se |A| = 1, a imagem será do mesmo tamanho que o


objeto.

ƒ Se |A| > 1, a imagem será maior que o objeto.

Aplicação do conteúdo
1. Um objeto real, medindo 6 cm, é colocado perpendi-
cularmente sobre o eixo principal de um espelho esféri-
co convexo, a 36 cm do vértice do espelho. Sabendo que
COORDENADAS DO OBJETO E DA o raio de curvatura do espelho mede 24 cm, determine
IMAGEM EM UM ESPELHO CONVEXO. as características da imagem.

74
Resolução:

Do enunciado, são obtidos os seguintes dados: o = 6 cm,


p = 36 cm, R = 24 cm.
O módulo da distância focal é metade do raio:

24 cm o u f u = 12 cm
R = _____
u f u = __
2 2
A imagem se forma a uma distância da superfície que vale,
Entretanto, o espelho é convexo, então o foco é virtual e a em cm,
distância focal é negativa: f = –12 cm. a) 15.
Calculando p’: b) 20.
c) 30.
__ 1 + __
1 = __ 1 o ____
1 = ___
1 + __
1 o __
1 = ___
–1 – ___
1 o d) 45.
f p p’ -12 36 p’ p’ 12 36 e) 60.
__ -3 – 1 o __
1 = _____ 1 = ___
–4 o p’ = –9 cm
p’ 36 p’ 36 Resolução:

Como p’ < 0, a imagem é virtual. Em primeiro lugar, calcula-se a distância focal: como R =
30 cm, então f = 15 cm. Assim, pode-se calcular p’:
Calculando o tamanho da imagem:
__ 1 + __
1 = __ 1 o ___
1 = ___ 1 o p’ = 20 cm
1 + __
-p __i
__i = ___ (–9)
____ f p p’ 15 60 p’
o p o 6 = – 36 o i = 1,5 cm
Alternativa B
A imagem é direita, pois o e i têm o mesmo sinal.
3. Um objeto, colocado a 20 cm de um espelho côncavo,
A figura a seguir mostra a construção geométrica da imagem.
forma uma imagem real, invertida e de tamanho igual
ao do objeto. Se o objeto for colocado a 10 cm do es-
pelho, a distância da nova imagem que irá se formar
será igual a:
a) 10 cm.
b) 15 cm.
c) 20 cm.
d) 30 cm.
e) Infinita.

Resolução:

Na situação inicial do problema, i = –o, portanto, A = –1.


Do enunciado, obtém-se também p = 20 cm. Com esses
dados, pode-se calcular o foco do espelho:
f o –1 = _____
A = ____ f o 20 – f = f o 2f =
f–p f – 20
20 o f = 10 cm

multimídia: vídeo Na segunda situação, p = 10 cm, que é igual ao valor do


FONTE: YOUTUBE
foco do espelho, f = 10 cm. Foi visto que, nessa situação, a
imagem forma-se no infinito. Calculando:
Professor faz estudo analítico dos
espelhos esféricos - Fórmulas __ 1 + __
1 = __ 1 o ___
1 = ___
1 + __
1 o __
1 =0
f p p’ 10 10 p’ p’
Isso significa que o valor de p’ deve ser infinito para a razão
2. Como mostra a figura a seguir, um objeto é colocado 1/p’ ser igual a zero.
a 60 cm da superfície refletora de um espelho esférico
côncavo, cujo raio de curvatura é de 30 cm. Alternativa E

75
4. A figura a seguir representa um espelho esférico côn- Resolução:
cavo, de distância focal 60 cm e um objeto AB de largu-
ra desprezível e comprimento 30 cm, que está deitado Retirando do enunciado os dados e informações necessá-
sobre o eixo principal do espelho. A distância do ponto
B ao vértice do espelho (V) é de 80 cm.
rias, segue que:
P = 4cm
P’ = 12 cm
Para encontrar o raio de curvatura, é necessário calcular o
valor da distância focal utilizando a fórmula da Equação de
Gauss. Assim:
__1 = __1 + __
1
f P P’
Substituindo pelos valores dados, tem-se:
Desse objeto se formará uma imagem cujo tamanho é, em cm: __1 = __1 + __
1
a) 30. d) 180.
f 4 12
Simplificando a expressão, obtém-se:
b) 60. e) 240.
c) 108. __1 = __ 3 + __
1 => __1 + __
4 => __1 + __1
f 12 12 f 12 f 3
Resolução: Terminando os cálculos, tem-se:
f = 3cm
Do enunciado do problema, obtém-se diretamente f = 60
Utilizando a relação entre a distância focal e raio de cur-
cm e que B está a 80 cm do vértice V. Como AB é igual a
vatura, tem-se:
30cm, o ponto A está a 110 cm (80 cm + 30 cm) de V.
Para determinar o tamanho da imagem A’B’, é necessário f = __R => 3 = __R => R = 6cm
2 2
determinar a distância da imagem de A e da imagem de B.
Alternativa E
Para o ponto A, tem-se: f = 60 cm, p = 110 cm. Calculando:
1 + __
1 = __
__ 1 o ___
1 = ___
1 + __
1
f p p’ 60 110 p’
Assim, obtém-se a posição A’ da imagem de A:
p’ = 132 cm

Para o ponto B, tem-se: f = 60 cm, p = 80 cm. Calculando: multimídia: vídeo


__ 1 + __
1 = __ 1 o ___
1 = ___
1 + __
1 FONTE: YOUTUBE
f p p’ 60 80 p’ Derivação da equação espelho |
Do mesmo modo, obtém-se a posiçao B’ da imagem de B: Óptica geométrica | Física ...

p’ = 240 cm
6. (PUC-MG) Uma pessoa, a 1,0m de distância de um
Por fim, o tamanho da imagem A’B’ é a diferença entre B’ espelho, vê a sua imagem direita menor e distante 1,2m
e A’: dela. Assinale a opção que apresenta corretamente o
tipo de espelho e a sua distância focal:
A’B’ = 240 – 132 = 108 cm
a) côncavo; f = 15 cm;
Alternativa C b) côncavo; f = 17 cm;
c) convexo; f = 25 cm;
5. (Mackenzie) Um objeto real é colocado sobre o eixo d) convexo; f = 54 cm;
principal de um espelho esférico côncavo a 4 cm de seu e) convexo; f = 20 cm.
vértice. A imagem conjugada desse objeto é real e está
situada a 12 cm do vértice do espelho, cujo raio de cur- Resolução:
vatura é:
a) 2 cm. d) 5 cm. Retirando do enunciado os dados e informações necessá-
b) 3 cm. e) 6 cm. rias, segue que:
c) 4 cm. P = 1m

76
Lembrando que a distância entre a pessoa e sua imagem É possível notar que a imagem é menor. Além disso, o exer-
vale 1,2 m, então: cício indica que a imagem é virtual. Assim, se a imagem é
P + P’ = 1,2m virtual e menor, então o espelho em questão é convexo,
com a imagem direita; portanto, i é positivo.
Assim:
Utilizando a Equação do Aumento, tem-se:
P’ = -0,2m (-P)
A = i/o = ___
Sabe-se que a imagem é direita e menor; assim, é pos- P
sível concluir que o espelho em questão é convexo, pois Substituindo pelos valores, obtém-se:
um espelho côncavo, quando forma imagem direita, forma (–P)
0,4 ____
___ = => P’ = 0,2 ˜ 20
obrigatoriamente também uma imagem maior. 2 20
Sabendo que o espelho em questão é convexo, é possível Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, segue que:
concluir que a imagem é virtual, por isso o sinal de corre- __1 = __1 + __
1
ção em P’. f P P’
Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, tem-se: Substituindo pelos valores obtidos, tem-se:
__1 = __1 + __
1 0,2 ___ (-0,8) (-0,8) 0,2
f P P’ __1 = ___ - 1 => __1 = ____ => __1 = ____ => f = - ___
f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8
Substituindo pelos valores dados, tem-se:
Finalizando os cálculos, obtém-se:
__1 = __1 + __
1
f 1 (-0,2) f = – 5 cm.

Realizando as operações necessárias, obtém-se: O sinal indica que o espelho em questão é convexo.
0,2 ___
__1 = ___ (-0,8) (-0,8) 0,2
- 1 => __1 = ____ => __1 = ____ => f = - ___ Alternativa D
f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8
Finalizando os cálculos, tem-se:
f = 0,25 m = 25 cm
O sinal indica que o espelho em questão é convexo.

Alternativa C
7. (PUC) Um objeto, de 2,0 cm de altura, é colocado a 20
cm de um espelho esférico. A imagem que se obtém é multimídia: site
virtual e possui 4,0 mm de altura. O espelho utilizando é:
a) côncavo, de raio de curvatura igual a 10 cm;
b) côncavo e a imagem se forma a 4,0 cm de espelho; www.fisicaevestibular.com.br/novo/optica/optica-
c) convexo e a imagem obtida é invertida; geometrica/estudo-analitico-dos-espelhos-esfericos/
d) convexo, de distância focal igual a 5,0 cm; www.coladaweb.com/fisica/optica/equacao-de-gauss
e) convexo e a imagem se forma a 30 cm do objeto.

Resolução:

Retirando do enunciado os dados e informações necessá-


rias, segue que:
0 = 2 cm.
P = 20 cm.
i = 0,4 cm.

77
VIVENCIANDO
Em 2013, o inglês Martin Lindsay, depois de um dia cansativo de trabalho, foi buscar o seu Jaguar XJ preto, que
estava estacionado no distrito financeiro de Londres, quando percebeu que diversas partes do seu carro estavam der-
retidas. “Não é possível”, pensou Lindsay ao ver seu carro danificado. O estrago não foi causado por um flanelinha
enfurecido com a mesquinhez de Lindsay, mas pelo arranha-céu conhecido Walkie Talkie.
O design arquitetônico exótico de Walkie Talkie foi o responsável pelo derretimento do carro. O físico Chris Shepherd,
do Instituto de Física de Londres, diz: “É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias janelas
planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem em um ponto, focando e concentrando a luz”. A
cor do carro também contribuiu para a absorção do calor e, consequentemente, para o derretimento. A
administração do prédio pagou o conserto do veículo, que custou 946 libras (R$ 3.738).

EDIFÍCIO CONHECIDO COMO WAKIE TALKIE


Uma aplicação interessante de espelhos esféricos acontece nos faróis dos carros. Colocando uma fonte pontual de
luz no foco de um espelho esférico, todos os raios que incidirem no espelho serão refletidos paralelos em relação ao
eixo óptico. Assim, é possível direcionar o feixe de luz.

As antenas parabólicas funcionam seguindo o princípio inverso. Coloca-se a antena no foco, assim todos os raios que
incidirem paralelamente ao eixo serão refletidos passando pelo foco.

78
DIAGRAMA DE IDEIAS

REFERENCIAL DE GAUSS

OBJETO REAL p>0

OBJETO VIRTUAL p<0

IMAGEM REAL p’ > 0

A<0

INVERTIDA i<0

IMAGEM VIRTUAL p’ < 0

A>0

DIREITA i>0

CÔNCAVO f>0

ESPELHO

CONVEXO f<0

79
AULAS 23 e 24

REFRAÇÃO DA LUZ No entanto, foi constatado que o desvio do raio de luz era
devido à mudança de velocidade de propagação da luz nos
diferentes meios. Essa constatação, e também o fato de
que nem sempre os raios se “quebram”, levou à definição
moderna de refração:

COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 A refração da luz ocorre quando a luz é transmitida


entre meios com diferentes velocidades de propa-
HABILIDADES: 3, 17 e 22 gação do feixe luminoso.

1.1. Índice de refração


1. Introdução A velocidade de propagação da luz no vácuo é de
Anteriormente, foi estudada a propagação da luz em um c = 3,00 ˜ 108 m/s, independentemente da frequência.
determinado meio e foi visto o que acontecia quando a Entretanto, em diferentes meios, como no ar, na água ou em
luz incidia em uma superfície e sofria reflexão na mes- um vidro, a velocidade de propagação da luz é menor do que
ma. Agora, será analisado o que ocorre quando um feixe o valor c, dependendo também da frequência.
de luz atinge uma superfície e passa a se propagar em O índice de refração é um número que compara a ve-
um meio diferente. Nesse caso, a luz é transmitida de um locidade de propagação da luz em diferentes meios. Para
meio A para um meio B. Ao atravessar a interface que um determinado meio A e uma frequência específica da
separa esses dois meios, a luz sofre um fenômeno deno- luz, o índice de refração é o número nA, adimensional,
minado refração. definido por:

c
nA = __
vA

Em que vA é a velocidade de propagação da luz no


meio A.
A partir da relação entre a frequência e o comprimento de
onda da luz, vA = fA ˜ OA, é possível reescrever a expressão
EXEMPLO DE REFRAÇÃO DOS RAIOS LUMINOSOS
para o índice de refração como:
QUE PASSAM PELO AR, VIDRO E ÁGUA. c
nA = _____
fA ˜ OA
Se o raio de luz incidir perpendicularmente na superfície de
separação entre os meios, o raio transmitido também terá Observe que sempre vA < c e, portanto, nA é maior do que 1.
direção perpendicular à superfície. Entretanto, se o raio de
luz incidir obliquamente na superfície, ou seja, com uma
inclinação em relação à superfície, a direção do raio trans- Aplicação do conteúdo
mitido será diferente da direção do raio incidente. Dessa
1. A velocidade de propagação da luz monocromática
forma, um observador terá a impressão de que o raio se violeta e da luz monocromática vermelha em certo tipo
quebrou ao atravessar a superfície de separação. Com de vidro é 1,96 ˜ 108 m/s e 1,98 ˜ 108 m/s, respectivamen-
efeito, a palavra refração deriva do latim refractus, que te. Calcule o índice de refração desses dois raios de luz
significa “quebrar”. nesse meio.

80
Resolução: nA
nAB = __
n
A luz violeta se propaga nesse vidro com velocidade v = B

1,96 ˜ 108 m/s. Assim, o índice de refração do vidro para


a luz violeta é: Substituindo a expressão equivalente para cada um dos
3,0 ˜ 108 m/s índices de refração, nAB também é dado por:
n = _vc = ___________ Ÿ n = 1,53
1,96 ˜ 108 m/s
v
Lembre-se de que o índice de refração é adimensional, nAB = v__B
A
pois é o quociente de duas grandezas de mesma unidade.
A luz vermelha se propaga no vidro com velocidade 1,98 . Considerando dois meios, A e B, de índices de refração nA
108 m/s. Portanto, o índice de refração do vidro para a luz e nB, afirma-se que A é mais refringente que B, se nA > nB.
vermelha é:
3,0 ˜ 108 m/s
n = _vc = ___________ Ÿ n = 1,51
1,98 ˜ 108 m/s
No vácuo, o índice de refração é 1 (n = c/c). Como v < c,
o índice de refração de um meio qualquer é:

nt1 multimídia: vídeo


FONTE: YOUTUBE
No ar, apesar de a velocidade de propagação da luz ser
menor do que c, o índice de refração é bem próximo de 1, Física - Refração e Lei de Snell (Khan Academy)
independentemente da frequência, ou cor, da luz. Conside-
rando as cores do arco-íris, determinou-se, experimental-
mente, a seguinte relação entre as velocidades de propa-
gação das diferentes cores, para qualquer meio material: 2. Leis da refração
Considere o caso como ilustrado na figura a seguir, em
vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vazul > vvioleta que um feixe estreito de luz monocromático se propaga
inicialmente no meio A, sofre refração na interface entre os
Lembrando que n = _vc, os índices de refração se relacionam meios A e B e continua se propagando no meio B. O raio
de modo inverso, ou seja: de luz que se propaga no meio A é denominado raio inci-
dente (i), e o raio de luz que se propaga no meio B, depois
nvermelho < nlaranja < namarelo < nverde < nazul < nvioleta de sofrer refração, é denominado raio refratado (r).

Como o índice de refração do vermelho é o menor, seu


desvio também é o menor, da mesma maneira que o índi-
ce de refração do violeta é o maior, e seu desvio também
é o maior.

Meio A
S
Meio B

Desvio

A primeira lei da refração afirma que:

Frequência O raio incidente, o raio refratado e a normal, no


ponto de incidência, estão no mesmo plano.
violeta

amarelo

verm
anil

azul
verde

laranja

elho
do

A normal é uma reta perpendicular à superfície de separa-


O índice de refração entre dois meios, isto é, entre um ção entre os meios A e B, no ponto de incidência, TA é de-
meio A em relação a um meio B, é indicado por nAB e nominado ângulo de incidência e TB é denominado ângulo
definido por: de refração, como indicado na figura anterior.

81
A segunda lei da refração afirma: Resolução:

nA · sen TA = nB · sen TB O índice de refração do vidro é maior que o da água, e,


portanto, o ângulo de refração é maior que o ângulo de
incidência, como mostra a figura. Ao passar do vidro para
Em que nA é o índice de refração do meio A, e nB é o índice
a água, o raio afasta-se da normal. Pela segunda lei de
de refração do meio B.
refração (lei de Snell-Descartes), tem-se:
c e n = __
Sendo nA = v__ c
A
B vB, a expressão pode ser reescrita
como:

c
__ c
__ sen TA _____
_____ sen TB
vA · sen TA = vB · senTB Ÿ vA = vB

Quando o raio de luz está em incidência normal, os ângu-


los são TA = TB = 0° e não ocorre nenhum desvio. Assim,
sen TA = sen TB = 0, e a segunda lei também é válida nv · sen Tv = nA · sen TA
nesse caso.
(1,62) sen 30º = (1,33) (sen TA)
sen TA > 0,609

O ângulo TA,para o qual o seno vale aproximadamente


0,609, é:
TA > 37,5º

Lembre-se de que, quando um raio de luz é refratado para


um meio menos refringente, o ângulo de refração é maior
que o ângulo de incidência, e o raio se afasta da normal.
A segunda lei da refração é conhecida como Lei de Snell- Se o raio se refrata para um meio mais refringente, ocorre
-Descartes, apesar de, muitas vezes, ser referida apenas o oposto, e o raio se aproxima da normal.
como de Lei de Snell.
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, matemáti- 3. Formação de imagens
co e físico francês e um grande estudioso dos fenôme-
nos da luz. É famoso pela criação da geometria analítica Observe a seguir a imagem de um garoto observando uma
e autor do método cartesiano, além ter participado da moeda dentro de um aquário. Sabe-se que o raio de luz
revolução científica. sofre um desvio quando o meio em que ele se propaga é
alterado. Nesse caso, o raio de luz da moeda, ao deixar de
se propagar na água e passar a se propagar no ar, sofre
Aplicação do conteúdo um desvio, afastando-se da normal no ponto de refração.
1. Um raio de luz monocromático i propagando-se em
Entretanto, a visão não compreende essa mudança de
um vidro incide na água com ângulo Tv = 30º, como percurso do raio e entende como se o raio sempre tivesse
mostra a figura. Sabendo que para essa luz os ín- percorrido um trajeto retilíneo. Assim, é como se a moeda
dices de refração do vidro e da água são nv = 1,62 e estivesse na posição M’, indicada na figura, que é a conti-
nA = 1,33, respectivamente, determine o ângulo forma- nuação do raio refratado para dentro da superfície.
do entre a normal e o raio refratado.

Esse mesmo efeito ocorre para o caso da colher mergulha-


da parcialmente em um copo com água. Os raios de luz

82
da parte inferior da colher, que está submersa, sofrem um Agora, será determinada uma relação entre a posição real
desvio ao passarem da água para o vidro e depois do vidro e a posição aparente da imagem que é vista em um siste-
para o ar. Contudo, os raios da parte da colher que não está ma de dioptro plano.
submersa sofrem desvios apenas ao passar do ar para o
Considere um sistema ar–água, como um aquário, repre-
vidro e do vidro para o ar, e, desse modo, o observador tem
sentado na figura a seguir. Será analisada a situação de
a impressão de que esses raios vêm de diferentes posições
um objeto na água, um peixe, por exemplo, e um obser-
e de que a colher parece estar quebrada.
vador no ar. Anteriormente, foi constatado que a imagem
É importante lembrar o princípio da reversibilidade da luz. aparente do peixe forma-se em uma posição mais próxima
Na situação da figura a seguir, o raio de luz que sai do pei- da superfície da água do que a posição real do peixe.
xe (P) e atinge o olho do menino (M) percorre o caminho
XYZ. O menino tem a impressão de que o peixe está na
posição P’. Pelo princípio da reversibilidade da luz, o raio de
luz que vai do olho do menino para o peixe também per-
corre o mesmo trajeto, no sentido inverso, ZYX. Contudo,
para o peixe, o menino está na posição M’.

Quando o objeto é observado de modo que o ângulo de


incidência seja praticamente perpendicular, a seguinte
equação é válida:

nobservador __
______ p’
Assim, faz sentido o fato de que os índios mirem a flecha nobjeto = p
ou a lança em uma posição diferente da posição onde apa-
rentemente eles veem os peixes. A posição onde devem
mirar é um ponto um pouco mais abaixo da posição apa- Em que:
rente do peixe. Esse conhecimento foi adquirido de forma
p: distância do objeto à superfície (distância real do ob-
empírica ao longo do tempo, isto é, na tentativa e no erro.
jeto);
p’: distância da imagem à superfície (distância aparente
do objeto);
A indicação do significado de p e p’ é ilustrada na figura
a seguir:

OBSERVE QUE A IMAGEM APARENTE DO PEIXE A’ É


VIRTUAL E MAIS PRÓXIMA DA SUPERFÍCIE S.
4. Dioptro plano
Um sistema formado por dois meios transparentes de re- Dessa forma, se o observador estiver no meio menos re-
fringências diferentes (índices de refração diferentes) sepa- fringente, a imagem do objeto estará próxima da interface
rados por uma superfície plana é um dioptro plano. Os de separação dos meios. Se o observador estiver no meio
exemplos vistos anteriormente eram constituídos de diop- mais refringente, ocorrerrá o oposto, e a imagem estará
tros planos. mais distante.

83
caso da figura a seguir, em que um raio de luz atravessa a
interface entre a água (meio A) e o ar (meio B).

multimídia: vídeo À medida que o ângulo de incidência aumenta, o ângulo


de refração também aumenta, e mais o raio refratado se
FONTE: YOUTUBE afasta da normal. Para um determinado ângulo de incidên-
Como entortar raios de luz com açúcar cia L, o ângulo de refração é de 90º. Esse valor, L, é deno-
minado ângulo limite de incidência.
A partir da Lei de Snell-Descartes:
Aplicação do conteúdo nA · sen i = nB . sen r Ÿ
1. Um tanque tem 6,0 m de profundidade e está cheio nA . sen L = nB . sen 90º
de um líquido de índice de refração igual a 1,5. Uma
pessoa observa o tanque em uma direção obliqua à su- Como sen 90º = 1, tem-se:
perfície do líquido. Determine a elevação aparente da
profundidade do tanque que a pessoa observa.
nmenor
nB ____
Resolução: senL = __
n =n
A maior

Substituindo os dados fornecidos pelo enunciado do pro-


blema na equação anterior: Se o ângulo de incidência for superior ao ângulo limite, não
n1 __
__ p‘ 1 ___
___ p‘ haverá refração, e a luz incidente será totalmente refletida.
n2 = p Ÿ 1,5 = 6,0 Ÿ p‘ = 4m Esse fenômeno é denominado reflexão total.
Observe que as seguintes condições devem ser satisfeitas
para que ocorra reflexão total:

ƒ A propagação da luz deve ocorrer do meio mais refrin-


gente para o meio menos refringente.

ƒ O ângulo de incidência deve ser maior que o ângulo


limite, isto é, i > L.

Assim, a elevação é: x = p – p’ = 6 – 4 = 2,0 m.

5. Ângulo limite –
reflexão total
Três fenômenos podem ocorrer quando um feixe de luz atinge
multimídia: vídeo
uma superfície: reflexão, refração e absorção. A reflexão
faz com que o raio não atravesse a superfície e permaneça no FONTE: YOUTUBE
mesmo meio em que estava se propagando. A refração per- Refração da luz - Revisão FUVEST #04
mite que a luz atravesse a interface e continue se propagando
no outro meio. A absorção impede que a luz continue se pro-
pagando. Em geral, os três fenômenos ocorrem em quantida-
des diferentes, ou seja, parte do feixe de luz é absorvida, parte Aplicação do conteúdo
é refletida e parte é refratada. A seguir, será analisado um caso
particular muito interessante: a reflexão total. 1. A fibra óptica é construída em uma estrutura cilíndri-
ca de vidro, composta basicamente por dois materiais
Um raio de luz é refratado, afastando-se da normal, ao diferentes, sendo um interno, o núcleo, e outro externo,
atravessar a interface de um meio mais refringente para a casca. A figura mostra, esquematicamente, a estrutura
outro meio menos refringente. Como exemplo, considere o de uma fibra óptica.

84
Os raios que incidem com um ângulo maior do que o limite
sofrem reflexão total.

O mecanismo de funcionamento da fibra óptica é basea-


do na propriedade de reflexão total da luz que ocorre na
interface núcleo–casca. Assim, os feixes de luz podem ser
“guiados” dentro da fibra óptica. Designando por nnúcleo e
ncasca os índices de refração do núcleo e da casca, respecti-
vamente, analise as afirmações a seguir sobre as condições Calculando o valor do ângulo limite:
necessárias para ocorrer a reflexão interna total da luz. n2 · sen L = n1 · sen 90º
I. nnúcleo > ncasca.
II. Existe um ângulo L, de incidência na interface nú- 2 · sen L = 1 · 1
ncasca
cleo-casca, tal que sen L = ____
nnúcleo . 1 Ÿ L = 30º
sen L = __
2
III. Raios de luz com ângulos de incidência i > L so-
frerão reflexo interno total, ficando presos dentro do O valor de r pode ser obtido pelo triângulo 'ABF. Assim:
núcleo da fibra.
__ __
√ 3 __r √3
Quais afirmações são verdadeiras? tg 30º = __r Ÿ___ = Ÿ r = ___ m
1 3 1 3
Resolução:

A reflexão total da luz no interior da fibra óptica necessita


de duas condições:

ƒ A luz deve se propagar do meio mais refringente para


o meio menos refringente (nnúcleo > ncasca).

ƒ O ângulo de incidência da luz deve ser superior ao ân- multimídia: site


gulo limite de incidência para o dioptro núcleo-casca
(i > L). www.explicatorium.com/cfq-8/refracao-da-luz.html
O ângulo limite de incidência, para o dioptro núcleo-cas- www.efisica.if.usp.br/otica/basico/refracao/
ca, é dado por:
nmenor ncasca
www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/fisica/
sen L = ____
n Ÿ sen L = ____
n otica_refracao_da_luz
maior núcleo

Assim, as afirmações I, II e III estão corretas.

2. No fundo de um tanque de profundidade igual a 1 m,


contendo um líquido de índice de refração 2, existe um
ponto luminoso. A luz emitida por esse ponto luminoso
forma uma região circular luminosa na superfície do lí-
quido. Determine o raio dessa região circular luminosa.

Resolução:

Somente um feixe cônico de abertura angular 2L consegue


passar para o ar, ou seja, os feixes cujo ângulo de incidên-
cia são menores do que o ângulo limite. Assim, a região
circular luminosa tem raio 2r. No limite dessa região (con-
torno), os raios incidem com ângulo igual ao ângulo limite.

85
VIVENCIANDO

Quando um canudo é colocado num copo de vidro com água, o canudo parece estar “quebrado”, certo? O fenôme-
no físico responsável por essa ilusão de óptica é a refração. A refração ocorre com a luz quando ela muda de meio
de propagação, como do ar para a água.

Por meio do fenômeno de refração, é possível explorar um fenômeno muito útil denominado reflexão total, atual-
mente usado por 90% das comunicações digitais, como telefonia móvel e fixa, internet banda larga e transferência
de dados em geral. A fibra óptica baseia-se no fenômeno de reflexão interna total, que ocorre quando a luz viaja num
meio mais refringente envolto em um meio menos refringente, sem que a luz consiga mudar de meio de propagação,
propagando-se por meio da reflexão na parte interna da fibra ótica.
A fibra óptica é um material feito de vidro ou de plástico (polímeros) e é capaz de transportar luz em seu interior
por meio da reflexão total da luz. Atualmente, na medicina, as fibras ópticas são utilizadas nos equipamentos en-
doscópios e em cirurgias. Por exemplo, o médico pode ter a visualização dos órgãos internos de um paciente através
do uso de um equipamento de endoscopia que faz uso de fibra óptica, e, assim, podem ser detectadas anormalidades
nos órgãos. Nas telecomunicações, a fibra óptica é utilizada para transmitir sinais por meio de pulsos eletromagnéti-
cos, ou seja, luz, radiação infravermelha ou qualquer outro tipo de radiação eletromagnética. A vantagem em relação
aos cabos de cobre é que a transmissão de dados é mais eficiente e econômica. O grande desafio tecnológico é
descobrir ou criar novos materiais para a confecção de fibras ópticas mais eficientes. No cotidiano, a fibra óptica
é pouco utilizada, mas pode ser encontrada em alguns artigos de decoração, em certos tipos de brinquedos e em
aparelhos de home theater.
ADAPTADO DE: HTTP://WWW.MUNDOEDUCACAO.COM/FISICA/A-UTILIZACAO-FIBRA-OPTICA.HTM

86
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, ecônomicas ou ambientais.

É necessário que o aluno saiba utilizar seus conhecimentos de Física para interpretar e resolver situações-pro-
blema apresentadas na questão.

MODELO 1
(Enem) Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lanças, demonstrando
uma notável habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas tranquilas, o índio deve mirar abaixo da
posição em que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz:
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água;
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água;
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água;
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água;
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar.

ANÁLISE EXPOSITIVA
No exercício proposto, é necessário lembrar-se de que, no dioptro plano, a imagem e o objeto não coin-
cidem na mesma posição.

A figura mostra um raio refletido pelo peixe que atinge o olho do observador. Ao refratar-se da água para
o ar, ele sofre desvio em sua trajetória. O observador vê a imagem do peixe acima de sua posição real.

RESPOSTA Alternativa E

87
DIAGRAMA DE IDEIAS

REFRAÇÃO MUDANÇA DE MEIO

RAIOS DIFERENTES VELOCIDA-


LEIS DE REFRAÇÃO
COPLANARES DES DE PROPAGAÇÃO

LEI DE SNELL-DESCARTES ÍNDICE DE REFRAÇÃO

DO - PARA O +
RAIO SE APROXIMA DE N
REFRINGENTE

DO + PARA O -
RAIO SE AFASTA DE N
REFRINGENTE

i>L REFLEXÃO TOTAL

88
Na figura a seguir, um raio de luz se propaga no ar até
AULAS 25 e 26 atingir obliquamente uma lâmina de faces paralelas. O ín-
dice de refração da lâmina é n, e as faces da lâmina serão
chamadas de F1 e F2.

REFRAÇÃO DA LUZ
EM PRISMAS

COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6

HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22

Aplicando a segunda lei de refração às faces F1 e F2, tem-se:


face F1: nar · sen D = n · sen T
1. Lâmina de faces paralelas face F2: n · sen T = nar · sen E
Nos casos estudados anteriormente de refração da luz, a
interface de separação entre os meios possuía espessura O termo n sen aparece em ambas as equações; assim, po-
desprezível, ou seja, não era considerada. Será estudado a de-se concluir:
seguir o comportamento da luz ao percorrer uma lâmina
nar · sen D = nar · sen E Ÿ sen D sen E Ÿ D = E
delgada e de material diferente. Não é importante que o
meio em volta da lâmina seja o mesmo; no entanto, em O ângulo do raio que sai da lâmina, em F2, é igual ao ân-
geral, esse será o caso. Além disso, na maior parte das situ- gulo de incidência em F1. Dessa forma, o raio emergente
ações, o material em torno da lâmina será o ar. CD é paralelo ao raio incidente AB, como ilustra a figura
anterior. Contudo, houve um deslocamento lateral do raio
de luz ao atravessar a lâmina (também indicado na figura).
C Esse deslocamento é que causa a impressão de “quebra”
do lápis, como é possível observar na figura a seguir:
A D
B C

A D

Seção reta (ou transversal) de uma lâmina com espessura


não desprezível.

NOTE QUE APENAS A PARTE DO LÁPIS ATRÁS DA LÂMINA PARECE


O VIDRO USADO EM UMA JANELA É UM EXEMPLO DE LÂMINA DE FACES PARALELAS. ESTAR DESLOCADA EM RELAÇÃO AO RESTO DO LÁPIS.

89
50º = D + T o 50º > 27º + T o T > 23º
d
Pelo triângulo retângulo ACD, tem-se: sen T = ___
AC
e
Pelo triângulo retângulo ABC, tem-se: cos D = ___
AC
Dividindo membro a membro as equações, tem-se:
sen u __d
____ sen 23º ___
______ d
multimídia: vídeo cos a = e ou cos 27º > 6,0
FONTE: YOUTUBE Os valores do seno e do cosseno na expressão acima são:
Refração da luz no prisma - parte 1 sen 23º > 0,39 e cos 27º > 0,89

Substituindo, encontra-se o valor do deslocamento:


0,39 ___
Aplicação do conteúdo ____ > d Ÿ d > 2,6 cm
0,89 60
1. Considere a figura a seguir, na qual um raio de luz, A expressão acima pode ser generalizada. O desvio d é
propagando-se pelo ar, incide sobre uma lâmina de vi- dado por:
dro com espessura e = 6 cm. Supondo que o índice de
refração do vidro seja m = 5 __ , qual o deslocamento late-
3 sen (i – r)
ral sofrido pelo raio de luz ao sair da lâmina? d = ________
cos r · e

Em que:
i: ângulo de incidência na primeira face;
r: ângulo de refração na primeira face;
e: espessura da lâmina.
Resolução:
Aplicando a segunda lei da refração na face de incidência: 2. Prisma óptico
nar · sen 50º = nvidro · sen D Os prismas ópticos são utilizados, por exemplo, em binó-
culos potentes e em periscópios de submarinos para des-
Como nar = 1, Mvidro= __5 e sen 50º > 0,766 (usando uma
3 viar intencionalmente os raios de luz.
calculadora ou uma tabela trigonométrica), a equação fica:
Um prisma óptico é um material homogêneo, transparente
5 · sen D
1 · (0,766) = __
3 e formado por duas superfícies planas não paralelas. Os
prismas são utilizados para desviar os raios de luz, e o
Assim: modo como esse desvio deve ocorrer depende da aplica-
sen D > 0,46 ção para a qual o prisma foi projetado.

A figura a seguir resume os ângulos característicos de cada


prisma óptico:
Utilizando a tabela trigonométrica ou uma calculadora, ob-
i: ângulo de incidência na 1.ª face (S1);
tém-se: a > 27º.
r: ângulo de refração na 1.ª face (S1);
O deslocamento d pode ser obtido do triângulo ACD. No
entanto, deve-se conhecer o valor de q. Assim: r’: ângulo de incidência na 2.ª face (S2);

90
i’: ângulo de refração na 2.ª face (S1) ou ângulo de emergência;
Aplicação do conteúdo
D1: desvio angular na 1.ª face o D1 = i – r; __
1. Um prisma de vidro tem índice de refração √2 e ân-
D2: desvio angular na 2.ª face o D2 = i’ – r’;
gulo de abertura 75º. Um raio de luz monocromática
D: desvio angular total; é o ângulo formado pelas direções propagando-se no ar incide com ângulo de 45º sobre a
de incidência e de emergência da luz no prisma; normal de uma das faces do prisma. Calcule:
__
√2
A: ângulo de abertura ou ângulo de refringência. Dados: sen 30º = __1, sen 45º = ___
2 2
a) o ângulo de refração na 1.ª face;
b) o desvio angular na 1.ª face;
c) o ângulo de incidência na 2.ª face;
d) o ângulo de refração na 2.ª face;
e) o desvio angular na 2.ª face;
f) o desvio angular total.
Resolução:
__
Dados: A = 75º; n2 = √2 ; nar = 1; i= 45º

a) nar· sen i = n2· sen r Ÿ nar· sen 45º = n2· sen r


__
2.1. Equações do Prisma √2
___
__
1, então r = 30º
= √ 2 · sen r Ÿ sen r = __
2 2
2.1.1. Abertura A b) D1 = i – r Ÿ D1 = 45º – 30º Ÿ D1 = 15º
c) A = r + r’ Ÿ 75º = 30º + r’, então r’ = 45º
O ângulo formado pelas normais às superfícies S1 e S2 tam-
bém é igual a A. Como o ângulo externo é igual à soma
dos internos não adjacentes, segue que:
A = r + r’

2.1.2. Desvio angular total D


A partir da mesma relação do ângulo externo:
D = D1 + D2

Substituindo:
D1 = (i – r)
d) n2· sen r’ = nar· sen i’ Ÿ
D2 = (i’ – r’)
Ÿn2· sen 45º = nar· sen i’ Ÿ
O desvio angular total é: __
__
√2
Ÿ √ 2 · ___ = 1 · sen i’
D = i + i’ – (r + r’) 2
sen i’ = 1 , então i’ = 90º
D = i + i’ – A
e) D2 = i’ – r’ Ÿ D2 = 90º – 45º Ÿ D2 = 45º
f) D = i + i’ – A Ÿ D = 45º + 90º – 75º,
então D = 60º

2. O desvio angular de um prisma é mínimo quando um


raio de luz incide, com ângulo de 45º normal, em uma
das faces. Sabendo que a refringência do prisma é de
60º, determine:

Dado: sen 30º = __1


2
a) o índice de refração do prisma;
b) o desvio mínimo.

91
Resolução: 3.2. Prismas de Porro
O desvio mínimo ocorre quando o raio (dentro do prisma) Ocorrem duas reflexões totais no interior de um Prisma de
é paralelo à base do prisma. Observe a figura:
Porro. Os raios emergem na mesma direção que os raios in-
cidentes, mas com sentidos opostos. O desvio da luz nesse
prisma é de 180º.

Nesse caso, os ângulos r e r’ são iguais e, assim, o ângulo


de refringência é A = 2r.
Uma consequência de ocorrer o desvio mínimo é que, se
r = r’, necessariamente i = i’. Assim, o desvio mínimo Dm
OS RAIOS INCIDENTES SOFREM DESVIO DE 180º.
é dado por Dm = 2i – A.
Dados: A = 60º; i = 45º
a) A = 2r Ÿ
Aplicação do conteúdo
60º = 2r Ÿ r = 30º 1. A figura a seguir ilustra um prisma retangular, cujos
Assim: __ ângulos da base são iguais a 45º, um objeto AB e o olho
√2 __ de um observador. Devido à reflexão total, os raios de
nar · sen i = n2 · r Ÿ1 · ___ 1 Ÿ n = √2
= n2 · __
2 2 2 luz do objeto são refletidos na base do prisma e são vis-
b) Dm = 2i – A F Dm = 2 · 45º – 60º Ÿ Dm = 30º tos pelo observador. A base do prisma funciona como
um espelho plano.

3. Prismas de reflexão total Obtenha a imagem A’B’ do objeto AB, vista pelo observador.
Os prismas de reflexão total alteram a direção de propagação
da luz a partir de uma ou mais reflexões totais da luz dentro do
prisma. Um tipo comum de prisma de reflexão total tem a seção
reta de um triângulo retângulo isósceles, feito de vidro, de índice
de refração 1,5 e ângulo-limite, quando imerso no ar, igual a 42º.

3.1. Prismas de Amici


Em um Prisma de Amici, os raios incidem perpendicular-
mente sobre uma das faces. No interior do prisma, o ân-
gulo de incidência na face oblíqua é maior do que o ân- Resolução:
gulo limite e ocorre reflexão total. Assim, os raios refletidos
emergem perpendicularmente na outra face. O desvio so-
frido pela luz entre a incidência e a emergência é de 90º.

Observe que a orientação da imagem é diferente da orien-


OS RAIOS INCIDENTES SOFREM DESVIO DE 90º. tação do objeto.

92
2. A figura ilustra uma reflexão total em um prisma. De- velocidade de propagação v da luz desse meio, conclui-se que
termine, para o raio incidente esquematizado, o valor o índice de refração do material é maior para a luz violeta do
do índice de refração do prisma. A visão transversal do que para a luz vermelha, ou seja, o índice de refração de
prisma é um triângulo retângulo isósceles.
um material depende da cor da luz incidente.

LUZ BRANCA

vermelho
laranja
vermelho
amarelo
verde
laranja
azul
anil violeta
amarelo
verde
azul
anil violeta

PRISMA

DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA


__
√2 vvermelha > vvioleta Ÿ nvermelha < nvioleta
Dados: sen 45º = ___,n =1
2 ar
O arco-íris é um fenômeno natural produzido pela disper-
Resolução:
são da luz. Ao penetrar em uma gota de água, parte da
O ângulo de incidência na face oblíqua do prisma (hipote- luz é refratada para o interior da gota, emergindo de novo
nusa do triângulo) é de 45º. Como ocorre reflexão total da para a atmosfera depois de sofrer outra refração na interfa-
luz, segue que 45º > Ÿ sen 45º > sen L. Então: ce da gota com o ar. Do modo como ocorre em um prisma,
__
nar √ 2 __ a primeira refração dispersa a luz nas suas componentes
sen 45º > n Ÿ > n1 , pois sen L = __
__ ___ 1
np .
p 2 p (espectro visível), e a segunda refração acentua a dispersão
__
Assim: np > √2 ocorrida na primeira superfície da gota.
No arco-íris, é possível observar a cor vermelha no anel
mais externo e a luz violeta no anel mais interno. As outras
aparecem nos anéis intermediários.

LUZ BRANCA

GOTAS DE CORES DO ARCO-ÍRIS


multimídia: vídeo CHUVA Ao atravessar as gotas
de chuva, a luz solar
FONTE: YOUTUBE se segmenta em uma
faixa de cores.

Dispersão
NO ARCO-ÍRIS, MILHÕES DE GOTAS PRODUZEM O ESPECTRO VISÍVEL DA LUZ SOLAR.

4. Dispersão da luz Isaac Newton foi um estudioso da luz e de seus fenô-


A decomposição da luz branca nas cores presentes no ar- menos. Entre os anos de 1670 e 1672, ele demons-
co-íris é denominada dispersão da luz. A luz branca (luz do trou, utilizando prismas, que a luz branca era formada
Sol), depois de atingir uma das faces de um prisma óptico por todas as cores do arco-íris.
(ou, por exemplo, um dos cantos de um aquário), emerge
na face oposta do prisma como um pincel de luz colorido.
Essa faixa luminosa colorida foi nomeada por Isaac New-
ton de espectro visível.
Foi constatado experimentalmente que, de todas as cores, a luz
vermelha sofre o menor desvio e a luz violeta, o maior desvio.
Essa diferença de desvios deve-se às diferentes velocidades de
propagação da luz de cada cor nos meios materiais transparen- multimídia: vídeo
tes. Assim, a luz vermelha sofre o menor desvio devido ao fato
FONTE: YOUTUBE
de sua velocidade de propagação dentro do prisma ser maior
que a da luz violeta. Lembrando que o índice de refração n de O Que São Miragens? | Ep. 38
um meio material transparente é inversamente proporcional à

93
5. Refração da luz
na atmosfera
Em um determinado meio podem ocorrer diferenças de den-
sidade. Essas diferenças afetam a propagação da luz nesse
meio. Por exemplo, na atmosfera, as camadas de ar possuem
densidades diferentes entre si. Nesse caso, devido à variação
de densidade, a velocidade de propagação da luz se altera, e
o índice de refração do meio também se modifica.
Na figura anterior, o raio de luz do objeto P sofre inúmeras
Em relação ao aumento de altitude, o índice de refração
reflexões totais. Um observador, ao olhar atenciosamente
das camadas de ar diminui. Assim, um raio de luz prove-
para os raios refratados, tem a impressão de ver a imagem
niente do espaço, ao atravessar a atmosfera, segue uma
invertida de P, o ponto P’. Devido ao fato de o observador
trajetória curvilínea e, ao ser observado da Terra, é visto em
ver o objeto e sua imagem ao mesmo tempo, ocorre a ilu-
uma posição aparente – produzida pela refração da luz na
são de que existe água no solo para refletir a luz do objeto.
atmosfera – diferente da sua posição real.
Esse fenômeno também explica o porquê, em dias quentes,
Observe a ilustração desse processo na imagem a seguir. A tem-se a impressão de que as estradas estão molhadas.
situação é semelhante à observação de um objeto mergu-
lhado na água.

A APARÊNCIA MOLHADA DA PISTA SE DEVE À


REFRAÇÃO TOTAL DA LUZ VINDA DO CÉU AO
ATRAVESSAR AS CAMADAS DE AR COM
Devido a esse efeito causado pela refração, o Sol pode ser DIFERENTES TEMPERATURAS E, PORTANTO,
visto no poente mesmo depois de ter ultrapassado a linha DIFERENTES ÍNDICES DE REFRAÇÃO.

do horizonte.
As miragens possuem uma origem semelhante. O desvio
da luz ocorre devido às camadas de ar com diferentes den-
sidades. A diferença de densidade é causada pela diferença
de temperatura do ar. Um caso comum é a observação apa-
rente da existência de água próxima ao solo muito quente.
Uma miragem é uma expressão genérica que designa multimídia: vídeo
ilusões ópticas provocadas principalmente por efeitos at- FONTE: YOUTUBE
mosféricos. Em dias quentes, as camadas de ar nas pro- Explicando o Efeito Fatamorgana -
ximidades do solo são mais quentes do que as camadas arquivo de pesquisa...
superiores. Consequentemente, os raios de luz que vão em
direção ao solo atravessam camadas de ar do índice de
refração cada vez menores, afastando-se das normais.
6. Fata Morgana
Fata Morgana é um efeito de ilusão óptica, uma miragem
que se deve a uma inversão térmica. Objetos que se encon-
tram no horizonte, como ilhas, falésias, barcos ou icebergs,
adquirem uma aparência alargada e elevada, similar aos
“castelos de contos de fadas”. Com tempo calmo, a se-
paração regular entre o ar quente e o ar frio (mais denso)
DESERTO NO EGITO, ONDE SE OBSERVA AO FUNDO UMA MIRAGEM perto da superfície terrestre pode produzir uma imagem
DE SOLO MOLHADO. invertida, sobre a qual a imagem distante parece flutuar.

94
Em 2015, chineses ficaram assustados ao ver uma ci-
dade no céu. Tratava-se apenas de uma ocorrência de
Fata Morgana.

Os efeitos Fata Morgana costumam ser visíveis de manhã,


depois de uma noite fria. Comum nos mares árticos, com
o mar muito calmo, é também habitual nas superfícies ge-
ladas da Antártica.

multimídia: site

www.super.abril.com.br/ciencia/por-que-o-ceu-e-azul/
www.alunosonline.uol.com.br/fisica/dispersao-luz.html
www.axpfep1.if.usp.br/~otaviano/miragens.html

95
VIVENCIANDO

Os fenômenos de dispersão da luz estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Algumas pessoas acreditam
que o mar é azul devido a uma reflexão do céu; no entanto, o mar não fica completamente acinzentado num dia nu-
blado. O mar só reflete a cor azul porque a absorção da luz é seletiva, e quando a luz penetra na água ela absorve o
espectro eletromagnético das radiações que correspondem à luz vermelha. O azul é a cor complementar à vermelha;
assim, a que consegue atravessar é o azul. Dessa forma, apesar da água no seu copo ser transparente, se você fizer
uma piscina branca, a água vai aparentar ser levemente azulada. Em resumo, quanto maior a quantidade de água,
mais azul ela vai parecer.

EXEMPLO DE COMO A ÁGUA VAI FICANDO AZULADA DE ACORDO COM A QUANTIDADE

O céu é azul por outra explicação. Foi visto que a luz branca é formada por todas as cores do espectro visível e
que sofre refração ao ser transmitida de um meio para outro. Além disso, o ângulo de refração depende da cor da
luz. Na atmosfera, as cores são separadas devido à refração, e o céu é azul justamente devido à refração da luz
azul, que se espalha mais em comparação ao vermelho e laranja. Esse fenômeno é chamado de espalhamento
rayleigh, que explica a dispersão de ondas eletromagnéticas por átomos ou partículas menores que o comprimen-
to de onda das radiações. No caso do céu, o espalhamento da luz ocorre pelas moléculas das substâncias que
compõem a atmosfera.

96
DIAGRAMA DE IDEIAS

REFRAÇÃO

LÂMINA DE FACES
REFRAÇÃO TOTAL PRISMA ÓPTICO
PARALELAS

RAIO EMERGENTE
DISPERSÃO DE LUZ
PARALELO AO
RAIO INCIDENTE

DESLOCAMENTO ABERTURA
LATERAL DO
RAIO DE LUZ

DESVIO ANGULAR

REFRAÇÃO AMICI REFRAÇÃO PORRO

97
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Dentre os temas abordados neste caderno, a A prova exige compreender a associação


prova do Enem geralmente cobra o assunto de resistores e a função dos dispositivos
de potência elétrica exigindo do aluno as dos circuitos, tendo atenção aos conceitos
aplicações das equações, com outros temas da fundamentais de potência elétrica
física, como calorimetria. dissipada, relacionando com outros temas
da Física.

A prova exige interpretar os circuitos elétricos, A prova exige interpretar os circuitos A prova exige interpretação dos circuitos elétri-
compreendendo a associação de resistores e sua elétricos, compreendendo a associação de cos, compreensão da associação de resistores
função, tendo atenção aos conceitos fundamentais resistores, tendo atenção aos conceitos e sua função, tendo atenção aos conceitos
de potência elétrica dissipada e interpretações de fundamentais de potência elétrica dissi- fundamentais de potência elétrica dissipada,
gráficos. pada e relacionando com outros temas relacionando com outros temas da Física.
da Física.

A prova exige atenção aos conceitos funda- Dentre os temas abordados, potência elétrica A prova tem uma grande variação de Dentre os temas abordados, associação de re-
mentais de potência elétrica dissipada em um é o assunto mais frequente, exigindo a aplica- temas, porém, pode aparecer potência elé- sistores é o assunto mais frequente, associado
circuito, relacionando, às vezes, com outros ção das equações. trica dissipada em questões bem objetivas. à potência elétrica dissipada.
temas da Física.

UFMG

A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, potência elétrica aparece com alguma cas, que exigem conceitos fundamentais de cia de temas, porém, pode aparecer potência
frequência, com questões teóricas e que circuitos elétricos e potência dissipada. elétrica.
exigem um alto nível de manipulações nas
equações.

A prova traz questões conceituais e práticas, A prova tem uma grande variação de temas, Há uma grande incidência de associação de
que exigem conceitos fundamentais de porém, pode aparecer potência elétrica resistores relacionada à potência elétrica, com
circuitos elétricos e potência dissipada. associada a outros temas da Física. questões objetivas.
ELETRODINÂMICA
A associação dos resistores no circuito pode ser realizada em
AULAS 17 e 18 série ou paralela; pode ocorrer também uma combinação
desses dois modos, denominada associação mista.

2. Associação de
resistores em série
ASSOCIAÇÃO DE Na associação em série, os resistores são ligados em se-
RESISTORES EM SÉRIE quência por apenas um de seus terminais. A figura a seguir
apresenta o caso da associação de dois e três resistores em
série, respectivamente.

COMPETÊNCIAS: DOIS RESISTORES EM SÉRIE TRÊS RESISTORES EM SÉRIE


2, 5 e 6
Observe que, na figura da esquerda, a ligação entre o re-
HABILIDADES: 5, 17 e 21 sistor R1 e o resistor R2 é feita unindo apenas um dos ter-
minais de cada resistor. Na associação em série, a corrente
elétrica que passa por um resistor é igual à corrente elétrica
que passa pelos outros resistores.

1. Resistência equivalente
Anteriormente, foi estudado um circuito elétrico composto
por um gerador ligado a um resistor; também foi analisado
como calcular a corrente elétrica que passa por esse resis-
tor. Entretanto, os circuitos frequentemente são compostos
por mais de um resistor, como é possível observar na figura multimídia: vídeo
a seguir. Nesse caso específico, a pilha é o gerador do cir- FONTE: YOUTUBE
cuito e fornece corrente elétrica para quatro resistores.
#2 Circuitos Elétricos em Série - IFÍSICA

2.1. Propriedades da associação


de resistores em série
Em uma associação em série, a soma das tensões par-
ciais de cada resistor é igual à tensão total U forneci-
da pelo gerador.
Nesta aula, será demonstrado como determinar a resistên-
cia elétrica equivalente do circuito. Essa resistência é deter- Na figura a seguir, o circuito em série é composto por
minada por todos os resistores do circuito e, por definição, dois resistores e um gerador. O gerador fornece a corrente
é dada por: elétrica i que passa pelos dois resistores, dado que a corren-
tensão do gerador te elétrica é constante em um circuito em série.
Req = __________________ = __ UŸ
U = Req · i
intensidade da corrente i

Sendo que Req é a resistência equivalente, U é a tensão do


gerador (pilha) e i é a intensidade da corrente elétrica for-
necida pela fonte. O fato de existir uma resistência equiva-
lente para o circuito elétrico indica que todos os resistores
do circuito podem ser substituídos por um único resistor de
resistência elétrica Req, de forma que a corrente elétrica no
circuito permanece a mesma.

100
A tensão em cada resistor, denominada tensão parcial, é
dada por:
U1 = R1 · i e U2 = R2 · 1

Pelo Princípio da Conservação da Energia, a tensão total


no circuito deve ser:
U = U 1 + U2 multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Nesse caso, o circuito era composto por apenas dois resis-
Física - Circuitos - parte 2 (Khan Academy)
tores. Contudo, para uma quantidade n de resistores, vale a
relação de que a tensão total é a soma das tensões parciais:
U = U1 + U2 + U3 + ... + Un
Aplicação do conteúdo
A soma das resistências associadas em série 1. Na figura a seguir, um circuito elétrico é formado por
em um circuito é igual à resistência equivalente quatro resistores ligados em série.
desse circuito.

No caso do circuito de dois resistores da figura acima, a


tensão total é dada pela soma das tensões parciais, como
foi demonstrado. Assim, substituindo o valor de cada ten- a) Calcule a resistência equivalente entre os extremos
A e B do circuito elétrico.
são pelo produto da resistência elétrica de cada resistor
b) Se uma tensão U = 44 V for fornecida ao circuito
pela corrente elétrica, obtém-se: elétrico através dos extremos A e B, qual será a inten-
U = U1 + U2 = R1 · i + R2 · i sidade da corrente elétrica nos resistores?
Resolução:
No entanto, pela definição de resistência equivalente, a a) Pela expressão determinada acima, a resistência
tensão é dada por U = Req · i equivalente é:

Comparando as equações, obtém-se a resistência equiva- Req = R1 + R2 + R3 + R4


lente do circuito: Req = 2,0 + 1,0 + 5,0 + 3,0 Ÿ Req = 11 :
b) Como foi visto, a corrente elétrica no circuito elétri-
Req · i = R1 · i + R2 · i
co acima é a igual à corrente elétrica em um circuito
formado por um único resistor de resistência elétrica
Simplificando a expressão: igual à resistência equivalente.

Req = R1 + R2 Ou seja:

Da mesma maneira, vale para um número de n resistores


associados em série. Assim:
U = _____
U = Req · i Ÿ ___ 44 V = 4,0 ampères Ÿ
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn Req 11 V
Ÿi = 4,0 A
A expressão acima adquire uma forma simplificada quan-
2. Na figura a seguir, um circuito elétrico é formado por um
do os resistores do circuito possuem o mesmo valor de re-
gerador ideal de tensão U = 60 V e dois resistores. Calcule:
sistência elétrica, ou seja, R1 = R2 = ... = Rn = R. Assim, a
resistência do circuito é:

Req = n · R

Nota: Na associação de resistores em série, a resistência a) a resistência equivalente do circuito;


equivalente sempre terá um valor maior do que qualquer b) a intensidade da corrente no circuito;
resistência individual que participe da associação. c) a ddp entre os extremos de cada resistor.

101
Resolução:
a) A resistência equivalente do circuito (Req) é dada por:

Req = R1 + R2 = (2,0 V) + (3,0 V) = 5,0 V Ÿ


Ÿ Req = 5,0 V

Dessa forma, o circuito de dois resistores é equivalente ao


multimídia: vídeo
circuito representado na figura a seguir, formado por um
resistor de resistência Req. FONTE: YOUTUBE
O que é resistor ou resistência elétrica - Lei de Ohm

2.2. Método para identificar


a associação em série
Considere uma associação qualquer, como na figura a seguir:

b) A corrente elétrica no circuto é determinada utilizando a


resistência equivalente do circuito (como na figura anterior):

U = Req · i Ÿ 60 = (5,0) · i [ i = 12 A
c) A sigla ddp (diferença de potencial) é a tensão (U)
em cada resistor (tensão parcial).
Para calcular a tensão em cada resistor, aplica-se a Lei de
Ohm em cada resistor:

É possível identificar a associação em série de duas ma-


neiras: analisando a corrente elétrica ou os potenciais.
Em primeiro lugar, imagine uma corrente i que, saindo da
fonte U, não terá outro caminho a não ser passar pelos
resistores R1, R2, R3 e R4. Como a mesma corrente passa
pelos resistores, pode-se dizer que eles estão associados
em série.
U1 = R1 · i = (2,0 V)(12 A) = 24 V Ÿ U1 = 24 V
U2 = R2 · i = (3,0 V)(12 A) = 36 V Ÿ U2 = 36 V

Verificando a tensão total no circuito:

U1 + U2 = U U = 60 V (confere com o valor inicial)


24 V + 36 V = 60V

3. Dois resistores de resistências R1 = 3 V e R2 = 7 V são


ligados em série a uma bateria de 120 V. Calcule:
a) a resistência equivalente;
b) a corrente total do circuito.

Resolução: Outro método é analisando os potenciais. O gerador é a


fonte de tensão (ddp) que, ao longo do circuito, será “con-
a) Req = R1 + R2 o Req = 3 + 7 = 10 V sumida” pelos resistores; assim, cada resistor produz uma
U o i = ___
120 = 12 A queda de tensão entre seus terminais. Considerando o
b) iT = ___
Req T
10 mesmo circuito anterior, proceda da seguinte maneira:

102
antes e depois de cada resistor, insira uma letra representa- Resolução:
do o potencial naquele ponto. Em uma associação em série, a resistência equivalente será
a soma de todos os resistores envolvidos. Tem-se m resisto-
res R1 e n R2; assim, a resistência equivalente será:

Req = m · R1 + n · R2

Aplicando a 1.ª lei de Ohm, a corrente elétrica será:


U œ i = __________
i = ___ U
Req (mR1 + nR2)
Alternativa A

Numa associação em série, as letras não se repetem. 3. (UFCE) Entre os pontos 1 e 2 do circuito representado
na figura, é mantida uma diferença de potencial de 110
V. A intensidade de corrente, através da lâmpada L, é
Aplicação do conteúdo 0,5 A, e o cursor K do reostato está no ponto médio
entre seus terminais 3 e 4.
1. (UE-MT) A diferença de potencial entre os extremos de
uma associação em série de dois resistores de resistên-
cias 10 V e 100 V é 220V. Qual é a diferença de potencial
entre os extremos do resistor de 10 V, nessas condições?

A resistência elétrica da lâmpada é:


a) 200 Ω
b) 150 Ω
c) 120 Ω
Resolução: d) 80 Ω
e) 140 Ω
R1 = 10 V ; R2 = 100 V;
Resolução:
Assim a resistência equivalente será:
Para achar a resistência do reostato, aplica-se a 2.ª Lei de Ohm.
Req = R1 +R2 œ Req = 10 + 100 œ Req = 110 V r.ø
R = ____
A
Aplicando a 1.ª Lei do Ohm, tem-se: Assim, quando metade do comprimento do reostato é “cor-
Utotal = Req ∙ i œ 220 = 110 ∙ i œ i = 2 A tada”, resta somente metade da sua resistência total.
Tem-se uma associação em série; portanto, a corrente
é comum para os dois resistores. Assim a d.d.p. do Rreostato = 100 Ω
resistor de 10 Ω será: A parte do reostato que funciona e a lâmpada estão asso-
U10 = R10 · i œ U10 = 10 · 2 œ U10 = 20 V. ciados em série; dessa forma, a resistência equivalente será:
Resposta: 20 V. Req = Rreostato + Rlampada œ Req = 100 + R .
2. (FATEC-SP) Associam-se em série m resistores de resis- Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
tência elétrica R1 e n resistores de resistência elétrica R2. U œ 100 + R = ___
110 œ
Req = __
i 0,5
œ100 + R = 220 œ R = 120 Ω
Alternativa C
Quando submetidos a uma diferença de potencial U (nos ter- 4. (UFPB) Dois resistores idênticos são associados em série.
minais da associação), a corrente elétrica em cada resistor será: Se, ao serem percorridos por uma corrente de 2 A, produ-
zem no total uma queda de potencial de 252 V, qual o valor,
U
a) _________ mnU
d) _______ em Ohms, da resistência de cada um desses resistores?
(mR1 + nR2) (R1 + R2)
nU(R1 + R2) Resolução:
Um
b) ________ e) _________
n(R1 +R2)) m A resistência será chamada de R; assim, a resistência equi-
valente será:
U(m + n)
c) _______
(R1 + R2) Req = R + R œ Req = 2R

103
Sendo a corrente da associação em série 2 A e a ddp total Assim, a ddp da resistência x será:
252 V, a resistência de cada um será: U +U œ
U œ2R = ___ 126 œ R = 63 V
252 œR = ___ Utotal = Uaparelho + Ux œ U = ___
Req = __ 10 x
i 2 2
œ Ux = U – ___ U œ U = ___ 9U.
Resposta: A resistência de cada um será 63 V. 10 x 10
5. (Unesp) Um estudante adquiriu um aparelho cuja espe- Sendo a associação em série, as correntes serão iguais e
cificação para o potencial de funcionamento é pouco usu- assim a resistência X será:
al. Assim, para ligar o aparelho, ele foi obrigado a cons- Uaparelho U 0,1U 0,9U
truir e utilizar o circuito constituído de dois resistores, iaparelho = ix œ _____ = __x œ ____ = ____ œRx = 9R.
com resistências X e R, conforme apresentado na figura. R Rx R Rx
Alternativa C

Considere que a corrente que passa pelo aparelho seja


muito pequena e possa ser descartada na solução do pro- multimídia: site
blema. Se a tensão especificada no aparelho é a décima
parte da tensão da rede, então a resistência X deve ser: pt.wikihow.com/Calcular-Resist%C3%AAncias-em-
a) 6R b) 8R c) 9R d) 11R e) 12R -S%C3%A9rie-e-em-Paralelo
Resolução: www.physicsclassroom.com/class/circuits/Lesson-4/Se-
A relação da ddp do aparelho é: ries-Circuits
Utotal www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-current/chpt-
U aparelho = ____ . 5/simple-series-circuits/
10

VIVENCIANDO

A associação em série é utilizada com o intuito de diminuir a corrente


em determinado trecho do circuito; uma vez que a associação em série
produz uma resistência equivalente maior, a corrente produzida pela
fonte será menor.
Um exemplo de associação em série é o pisca-pisca de Natal.
Como a associação é feita em série, caso uma lâmpada queime, o
circuito ficará aberto e todas as restantes se apagarão.

104
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver pro-
blemas sociais.

A habilidade 5 exige do aluno conhecimento técnico em montagem de circuitos elétricos. O aluno deve ser
capaz de decidir qual circuito possui determinadas características, isto é, além da contextualização, o exercício
pode exigir que o aluno escolha qual circuito cabe para cada situação.

MODELO 1
(Enem) Para ligar ou desligar uma mesma lâmpada a partir de dois interruptores, conectam-se os interruptores
para que a mudança de posição de um deles faça ligar ou desligar a lâmpada, não importando qual a posição
do outro. Essa ligação é conhecida como interruptores paralelos. Esse interruptor é uma chave de duas posições
constituída por um polo e dois terminais, conforme mostrado nas figuras de um mesmo interruptor. Na posição
I, a chave conecta o polo ao terminal superior e, na posição II, a chave o conecta ao terminal inferior.

O circuito que cumpre a finalidade de funcionamento descrita no texto é:


a) b) c)

d) e)

ANÁLISE EXPOSITIVA
Rápido e prático, o exercício cobra do aluno rapidez na hora de tomar uma decisão. O único circuito que fecha
tanto para a posição I como para a posição II é o circuito da alternativa E.

RESPOSTA Alternativa E

105
DIAGRAMA DE IDEIAS

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

SÉRIE

TENSÃO TOTAL DIVIDIDA


MESMA CORRENTE
ENTRE OS RESISTORES

106
AULAS 19 e 20

ASSOCIAÇÃO DE 2. Propriedades da associação


RESISTORES EM de resistores em paralelo
PARALELO A ligação de resistores em paralelo possui características
próprias, como a associação em série. Essas característi-
cas serão analisadas usando como referência os circuitos
mostrado nas figuras anteriores.
COMPETÊNCIAS: 2e5

A soma das intensidades da corrente elétrica em cada


HABILIDADES: 5, 7 e 17
resistor de uma associação em paralelo é igual à in-
tensidade da corrente elétrica total no extremo da li-
gação dos resistores.

1. Associação de Essa propriedade decorre do fato de que, pela conservação


de carga elétrica, toda corrente elétrica que atinge os resi-
resistores em paralelo stores deve ser a mesma ao sair dos resistores. Observe a
Na associação de resistores em paralelo, os terminais de fórmula para o caso da ligação de três resistores em paralelo:
um dos lados de cada resistor são ligados entre si, e a i = i1 + i2 + i3
mesma ligação é realizada com os terminais do outro lado
Entretanto, essa propriedade é válida para uma quantidade
do componente. Na figura a seguir, observe dois circuitos
n de resistores associados em paralelo.
elétricos formados por um gerador e, respectivamente, dois
e três resistores ligados em paralelo.
A tensão elétrica nos extremos de resistores associa-
dos em paralelo é a mesma para todos os resistores
da associação.

Na ligação da figura anterior, os terminais dos resistores


estão ligados ao gerador por meio dos fios conectados aos
pontos A e B. Dessa maneira, a tensão do gerador é a mes-
ma entre os pontos A e B e, consequentemente, a mesma
para cada resistor da associação em paralelo.
No ponto A de cada figura, todos os resistores estão liga-
No caso da ligação de três resistores da figura, sendo U a
dos por um dos seus terminais. O mesmo ocorre no pon-
ddp do gerador, e sendo U1, U2 e U3 a ddp nos resistores R1,
to B. Assim, toda a corrente elétrica que atinge o ponto A
R2 e R3, respectivamente, segue que:
se divide entre os resistores até atingir o ponto B, onde é
restabelecida. U 1 = U2 = U 3 = U

Esses mesmos circuitos elétricos podem ser representados Assim, pode-se determinar a intensidade parcial de cor-
como na figura a seguir: rente elétrica em cada resistor:
U ; i = __
i1 = __ U ; i = __
U
R1 2 R2 3 R3
Como no circuito em série, é possível encontrar a corrente
elétrica no circuito usando uma resistência equivalente
U.
para o circuito: i = ___
Req

107
Substituindo o valor das correntes elétricas parciais e a cor- Resolução:
rente elétrica dada por uma resistência equivalente, tem-se:
i = i1 + i2 + i3 A resistência equivalente é dada pela equação:
U = __
___ U + __
U + __
U 1 + __
1 = __ 1 + __
1 + __
1
___
Req R1 R2 R3 Req R1 R2 R3 R4
Dividindo todos os numeradores da equação pela ddp U,
Substituindo os valores de cada resistência:
obtém-se:
___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1 + __
1 Ÿ ___
1 = __
1 + __ 6 + __
2 + __ 3 = ___
12
___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1 Req 6 3 1 2 Req 6 6 6 6 6
Req R1 R2 R3
Note que a soma foi feita depois de encontrado o mmc. O re-
A soma do inverso das resistências de resistores as- sultado da soma é o inverso da resistência equivalente; assim,
sociados em paralelo é igual ao inverso da resistência para encontrar o valor correto, deve-se inverter o resultado:
equivalente dessa ligação em paralelo. 1 = ___
___ 12 [ R = 0,5 V
Req 6 eq

2. (Uece)
Observe que:

ƒ A expressão para o cálculo da resistência equivalente


é válida para n resistores associados em paralelo.

ƒ No cálculo da resistência equivalente, deve-se encon-


trar o mmc dos denominadores e realizar uma soma
de frações; o inverso do resultado obtido é a resistência
equivalente. A resistência equivalente R, entre os pontos P e Q, em
Note que, numa associação em paralelo, a resistência ohms, da combinação de resistores mostrada na figura é:
equivalente sempre terá um valor menor do que qualquer a) 0,15.
b) 6,67.
resistência individual que componha a associação.
c) 9,33.
d) 15,00.
e) 22,5.

Resolução:

A resistência equivalente será:


multimídia: vídeo 1 = ___
___ 1 + ___
1 œ ___
1 = ___
1 + ___
1 = 0,1 + 0,05
Req R1 R2 Req 10 20
FONTE: YOUTUBE
Resistores - Associação em œ 1 = 0,15Req œ
Paralelo - Eletrodinâmica - Física 20 œ R ≈ 6,67 :
œReq = ___
3 eq

Alternativa B
Aplicação do conteúdo
1. Determine a resistência equivalente do circuito for-
mado pela associação em paralelo de quatro resistores,
ilustrados na figura a seguir.

multimídia: vídeo
6Ω FONTE: YOUTUBE
Vídeo 27 Experiência com Física Leis
de OHM e Resistores Parte 2 2

108
3. Casos particulares Aplicação do conteúdo
ƒ Quando o circuito for formado por apenas dois resis-
1. Considere o circuito elétrico da figura, formado por
tores associados em paralelo, a expressão para calcular
um gerador e dois resistores em paralelo.
a resistência equivalente poderá ser simplificada:
a) Determine a resistência equivalente entre os pon-
tos A e B.
b) Calcule a intensidade da corrente em cada resistor e
a intensidade total da corrente fornecida pelo gerador.

1 = __
___ 1 + __ R2
1 = _____ R1 R2 + R1
1 = ______
+ _____ = ___
Req R1 R2 R1 · R2 R1 · R2 Req R1 · R2

R1 · R2
Req = ______
R1 + R2

produto Resolução:
Req = ______
soma a) Aplicando a equação para calcular a resistência
equivalente, tem-se:
É importante destacar que essa regra é válida apenas para
dois resistores em paralelo. Essa regra não é valida para 1 = __
___ 1 + __
1 = ___
1 + ___
1 =
uma quantidade maior de resistores. Req R1 R2 3,0 6,0
2,0 + 1,0 3,0 1
ƒ Quando o circuito for formado por n resistores idênti- = ________ = ___ = ___ Ÿ
6,0 6,0 2,0
cos, isto é, de mesma resistência R, então a resistência
equivalente será dada por: Req = 2,0 V
R
Req = __
n Nesse caso, existem apenas dois resistores em paralelo, o
que permite o uso da regra prática:
As figuras a seguir ilustram circuitos de resistores idênticos produto ______R1 . R2 __________
(3,0) . (6,0)
Req = ______
soma = = =
associados em paralelo: R1 + R2 (3,0) + (6,0)
18 = 2,0 Ÿ Req = 2,0 V
= ___
9,0
b) Para cada um dos resistores, a ddp é igual a 12 V,
igual à fem do gerador; assim, a corrente elétrica em
cada resistor vale:
12 [ i = 4,0 A
U = R1 · i1 Ÿ 12 = 3,0 · i1 Ÿ i1 = ___
1 = __1 + __1 = __2 [ R = __R
___ 3,0 1
Req R R R eq 2 12 [ i = 2,0 A
U = R2 · i2 Ÿ 12 = 6,0 · i2 Ÿ i2 = ___
DOIS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO 6,0 2
A intensidade total i da corrente fornecida pelo gerador
é igual à soma das correntes elétricas em cada resistor.
Dessa forma:

i = i1 + i2 Ÿ i = 4,0 + 2,0 [ i = 6,0 A

2. O circuito elétrico abaixo é formado por dois resistores


1 = __1 + __1 + __1 = __3 [ R = __R
___ em paralelo. Calcule as intensidades da corrente i1 e i2.
Req R R R R eq 3
TRÊS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO

Nesse caso, a corrente elétrica será dividida igualmente


entre os resistores.

109
Resolução:
Em primeiro lugar, é preciso determinar a resistência equi- a)
valente entre os pontos A e B.
R1 · R2 __________
(3,0) · (6,0) ___
Req = ______ = = 18 b)
R1 + R2 (3,0) + (6,0) 9,0
[ Req = 2,0 V c)
Assim, é utilizada a definição de resistência equivalente
d)
para encontrar a ddp entre os terminais A e B:
e)
UAB = Req · i = 2,0 · 9,0 Ÿ UAB = 18 V
Resolução:
R
a) Req = __
Essa tensão é igual para cada um dos resistores. Assim, a
5
corrente elétrica em cada um deles vale: b) Tem-se uma associação em paralelo com 3 resis-
UAB = R1 · i1 Ÿ tores idênticos; assim, a resistência equivalente será:
R
Req = __ __R
Ÿ 18 = 3,0 · i1 = ___18 [ i = 6,0 A n œ Req = 3
3,0 1 c) Tem-se uma associação em série com 4 resistores
18 [ i = 3,0 A
UAB = R2 · i2 Ÿ 18 = 6,0 · i2 Ÿ i2 = ___
6,0 2 idênticos; assim, a resistência equivalente será:

Observe que: Req = R + R + R + œ Req = 4R


i1 + i2 = 6,0 A + 3,0 A [ i = 9,0 A d) Tem-se uma associação em série com 3 resistores
idênticos; assim, a resistência equivalente será:
Como esperado, esse valor é igual à corrente elétrica antes
Req = R + R + R + œ Req = 3R
de atingir os resistores.
e) Req = R
3. (UFRJ) A menor resistência equivalente dos circuitos a
seguir é (considere que as resistências são todas iguais): Alternativa A

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O resistor, da forma encontrada hoje nos circuitos e processadores, foi patenteado pelo engenheiro e inventor norte-
-americano Otis Bobby Boykin em 16 de junho de 1959. Os resistores inventados por Boykin, mais baratos e duráveis
do que os que existiam até então, foram inicialmente usados na fabricação de televisores e rádios. A criação de Otis
foi amplamente utilizada pelo exército dos Estados Unidos para o controle de mísseis guiados. Mais tarde, a patente
foi comprada pela empresa IBM, que usou os resistores para criar os processadores utilizados em seus computadores.
Otis também é famoso por outras invenções, como uma unidade de controle para marca-passos.

O INVENTOR E ENGENHEIRO OTIS BOYKIN

110
Numa associação em série, as letras se repetem. Na ima-
4. Método para identificar gem anterior, R1, R2 e R3 estão associados em paralelo.
a associação em paralelo
Considere a associação da figura a seguir.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Associação de Resistores - Agora eu aprendo!

É possível identificar a associação em paralelo de duas


maneiras: analisando a corrente elétrica ou analisando
os potenciais.
5. Associação mista
Até aqui foram estudados dois casos distintos de ligação de
Imagine uma corrente i que, saindo da fonte U, encontra resistores: em série e em paralelo. De um modo geral, porém,
uma bifurcação onde se divide. Isso ocorre porque, natu- os circuitos elétricos são compostos por ambos os modos de
ralmente, a resistência equivalente num circuito é sempre o ligação de resistores. Esse tipo de associação é denominado
menor valor possível. Assim, pode-se dizer que os resistores associação mista. Observe na figura a seguir um exemplo
que são percorridos por correntes oriundas dessa divisão simples de associação mista, em que dois resistores em para-
estão associados em paralelo. lelo são associados em série com outro resistor.

EXEMPLO DE ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES.

Para analisar esse tipo de circuito, são divididas as partes


em série e em paralelo do circuito, cada uma sendo resolvi-
Outro método é analisando os potenciais. O gerador é da individualmente. Esse processo deve ser repetido até
a fonte de tensão (ddp) que, ao longo do circuito, será que seja determinada a resistência equivalente do circuito.
“consumida” pelos resistores. Assim, cada resistor produz
Nos exemplos a seguir, a resistência equivalente para parte
uma queda de potencial entre seus terminais. Utilizando o
do circuito em paralelo será denominada de RP,e a resistên-
mesmo circuito anterior, é possível proceder da seguinte
cia equivalente da parte em série será denominada RS.
maneira: antes e depois de cada resistor, colocar uma letra
representado o potencial naquele ponto. Quando resis-
tores possuem os mesmos potenciais em seus terminais, Aplicação do conteúdo
eles estão associados em paralelo.
1. Sejam os resistores R1 = 2 V e R2 = R3 = R4 = 12 V
associados como na figura a seguir. Calcule a resistência
equivalente entre os pontos A e B.

111
Resolução: Observe que foram considerados “dois” resistores,
mas, na verdade, um deles é fictício, pois se trata da
Em primeiro lugar, deve ser identificada a associação em resistência equivalente RS. Por fim, pode-se calcular a
paralelo dos resistores R2, R3 e R4. Como esses resistores resistência equivalente de toda a associação. O equi-
possuem o mesmo valor de resistência, a resistência equi- valente em paralelo, RP, está associado em série ao
valente é dada por: resistor de 5 V.
12 = 4 V
RP = ___
3 Req = RP + 5 = 5 + 10 V
Assim, os três resistores do circuito são substituídos por um
único resistor de resistência RP: Assim, a resistência equivalente dessa associação mista é
de 10 V.

3. (ITA-SP) No circuito elétrico da figura, os vários ele-


mentos têm resistências R1, R2 e R3 conforme indicado.

O circuito resultante é uma associação em série entre os


resistores R1 e RP. Novamente, determina-se a resistência
equivalente do circuito, considerando agora a associação
em série:

Req = R1 + RP = 2 + 4 = 6 V

Assim, a resistência equivalente do circuito é de 6 ohm. Sabendo que R3 = R1/2, para que a resistência equivalente
entre os pontos A e B da associação da figura seja igual a
2. Calcule a resistência equivalente do circuito a seguir:
2R2, a razão r = R2/R1 deve ser:
a) 3/8.
b) 8/3.
c) 5/8.
d) 8/5.
e) 1.

Resolução:

Resolução: Na parte mais superior do paralelo, há 2 resistores R3 em


série; assim, a resistência equivalente deles será:
O circuito é uma associação mista de resistores. Os resisto-
res de 4 V e de 6 V estão conectados em série, e ambos Req1 = R3 + R3 œ Req1 = 2R3 œ
estão associados em paralelo ao resistor de 10 V. Por fim,
essa associação em paralelo está associada em série com œReq1 = 2(R1/2) œ Req1 = R1.
o resistor de 5 V.
Essa resistência equivalente 1 está em paralelo com uma
Para encontrar a resistência equivalente da parte paralela resistência R1.
do circuito, é preciso encontrar a resistência equivalente da
associação em série dos resistores 4 V e 6 V: 1/ Req2 = 1/ Req1 + 1/R1 œ
œ1/ Req2 = 1/R1 + 1/R1 œReq2 = R1/2 .
RS = 4 + 6 = 10 V
Essa resistência equivalente 2 está em série com uma re-
Dessa maneira, pode-se determinar a resistência equivalen- sistência R1.
te da associação em paralelo entre RS e o resistor de 10 V. Req3 = Req2 + R1 œ
Como a resistência dos dois resistores têm o mesmo valor: œReq3 = R1/2 + R1 œ Req3 = 3R1/2.

10 = 5 V Essa resistência equivalente 3 está em paralelo com outras


RP = ___
2 duas resistências R1,

112
1/ Req4 = 1/ Req14+ 1/R1 + 1/R1 œ 1/ Req4

= 1/(3R1/2) + 2/R1 œ 1/ Req4 = (2/3R1) + 2/R1


œ 1/ Req4 = (2 + 6)/3R1 œ Req4 = 3R1/8.

A resistência equivalente total é 2R2; assim, tem-se:


multimídia: site
Reqtotal = 3R1/8 + R2 œ

œ 2R2 = 3R1/8 + R2 œ R2 = 3R1/8 . www.educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/


associacao-de-resistores.html
A razão r será: www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/gerador/
assoc_geradores/
r = R2/R1 œ r = (3R1/8)/R1 œ r = 3/8 . www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/associacao-
Alternativa A resistores-paralelo.htm

VIVENCIANDO

Equipamentos eletrônicos são utilizados em diferentes aplicações, como comunicação, transporte, entretenimento,
etc. Os conversores analógico-digital (ADC) e os conversores digital-analógico (DAC) são componentes que utilizam
as associações de resistores em paralelo e mistas para gerar uma representação digital a partir de uma grandeza
analógica ou vice-versa. Esse sinal digital é representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica.

EXEMPLO DE UM CONVERSOR ADC DE 8 CANAIS.

Os conversores ADC e DAC são amplamente utilizados em dispositivos de medição, controle e digitalização de áu-
dio e vídeo. Como a maioria dos sinais captados, como temperatura ou som, é analógica, essas duas interfaces de
conversão são necessárias para permitir que equipamentos eletrônicos digitais processem os sinais analógicos. Nos
laboratórios e indústrias, esses conversores são utilizados para passar as indicações de um termômetro para a forma
digital; isso possibilita que o computador processe os dados e execute as ações necessárias.

113
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5

Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 exige do aluno a capacidade de dimensionar circuitos elétricos ou o uso cotidiano de dispositi-
vos elétricos. No caso específico dos temas tratados, o aluno será capaz de analisar a associação em paralelo
e a associação mista a fim de identificar, partindo de suas propriedades, quando cada uma deve ser utilizada.

HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo
em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

A Habilidade 7 requer do estudante a capacidade de selecionar parâmetros, a partir de testes de controle, e


fazer a comparação entre materiais. No caso específico dos temas tratados, a comparação se faz necessária
para a escolha correta do tipo de associação entre os resistores.

MODELO 1
(Enem) Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que passa
por esse componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma, evita
que a corrente elevada danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja ali-
mentado por uma fonte de tensão U e que o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.

Qual é o máximo valor da tensão U para que o fusível não queime?


a) 20 V
b) 40 V
c) 60 V
d) 120 V
e) 185 V

114
ANÁLISE EXPOSITIVA
Para resolver a questão, o estudante deve saber reconhecer cada componente do circuito e como eles se rela-
cionam. Apesar de serem realizados pequenos cálculos, a complexidade do exercício se dá pela sequência de
procedimentos necessários.
Para a resolução, é preciso começar redesenhando o circuito:
60  60 

30 

i F = 0,5 A
120  40 
A C
F
60 
i = 1,5 A

i’ = 1 A

Como uma corrente de 0,5 A deve passar pelo fusível, a corrente i’, que deve passar pelo resistor de 60 W em
paralelo com ele, deve ser de:
120 · 0,5 = 60 · i’ Ÿ i’ = 1 A
Assim, por BC deve passar uma corrente de:
i = iF = i’ = 0,5 + 1 Ÿ i = 1,5 A
Resistência equivalente no ramo AC:
120 · 60 + Ÿ 40 R = 80 :
RAC = ________
120 + 60 AC

Como os ramos estão em paralelo, pode-se calcular U como:


U = RAC · i = 80 · 1,5
? U = 120 V

RESPOSTA Alternativa D

115
DIAGRAMA DE IDEIAS

ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES

RESISTOR
PARALELO
EQUIVALENTE

RESISTORES MESMA
DOIS RESISTORES TENSÃO
IGUAIS

R Req= PRODUTO CORRENTE


Req= n SOMA TOTAL

SOMATÓRIA DAS
CORRENTES

116
Como a tensão (ddp) nos terminais do chuveiro é constan-
AULAS 21 e 22 te (por exemplo, 220 V), a variação da potência obtida pela
U2 .
variação da resistência é P = __
R

POTÊNCIA DISSIPADA
POR EFEITO JOULE

2. Curto-circuito
COMPETÊNCIAS: 2e5 A figura a seguir representa um circuito formado por uma
lâmpada ligada a uma pilha. No caso da figura da esquer-
HABILIDADES: 5, 6 e 17 da, a ligação está correta e o circuito funciona, acendendo
a lâmpada. No caso da figura da direita, uma ligação extra
foi feita, por meio dos pontos A e B. Nesse caso, a lâmpada
deixa de acender. Mas atenção! Não realize esse experi-
mento na prática, pois os fios e a pilha se aquecerão, e a
1. Reostato pilha poderá explodir, causando um acidente. Nesse caso, o
motivo para a lâmpada não acender é a ligação extra entre
O reostato é um dispositivo que permite controlar o va- A e B, permitindo que a corrente elétrica circule pelo circui-
lor da resistência de um resistor, isto é, são resistores cuja to através desse caminho (praticamente sem resistência),
resistência é variável. Observe no diagrama a seguir a re- deixando de percorrer o caminho da lâmpada.
presentação do funcionamento de um reostato. A corrente
elétrica percorre o circuito e atinge o resistor no ponto C
(ponto médio do resistor ligado entre A e B). Se o ponto C,
chamado de cursor, for colocado próximo do ponto B, pra-
ticamente não haverá nenhuma resistência; por outro lado,
se o cursor for colocado próximo do ponto A, a corrente
elétrica percorrerá todo o resistor.

Observe que o circuito elétrico da direita percorrido pela


corrente elétrica é mais curto; por isso, afirma-se que houve
um curto-circuito.
Usando a lei de Ohm no condutor, tem-se:
Por meio desse mecanismo, é possível controlar a tempera- VA – VB = Ri Ÿ VA – VB = 0 Ÿ VA = VB
tura da água em um chuveiro elétrico, por exemplo. Quanto
menor a resistência elétrica do chuveiro, maior a potência dis- Como os pontos A e B possuem o mesmo potencial, é
sipada, e, consequentemente, maior a temperatura da água. possível tomá-los como eletricamente coincidentes em
um novo esquema do circuito; por esse motivo, a lâmpada
O esquema a seguir representa o reostato e a chave (Ch)
(resistor) pode ser removida do circuito, pois não haverá
de um chuveiro. Entretanto, em vez de ser constituída por
corrente elétrica através da lâmpada. O diagrama a seguir
um único resistor e um cursor, a resistência do chuveiro
ilustra o circuito inicial, a ligação feita entre a A e B, e o
é formada por uma ligação de resistores em série. Nes-
curto-circuito final.
se caso, o chuveiro tem apenas dois resistores. Quando a
chave Ch do chuveiro se encontra na posição A, o chuveiro
está desligado; na posição B, apenas uma resistência é li-
gada, e o chuveiro se encontra na posição inverno (menor
resistência). Na posição C, duas resistências são ligadas, e
o chuveiro está na posição verão.

117
Às vezes ocorrem curtos-circuitos nos eletrodomésticos. Em
geral, eles ocorrem devido ao desgaste dos fios, que pre-
3. Fusível
judica seu isolamento. Quando os fios entram em contato
entre si, ocorre o curto-circuito.

Um fusível é um dispositivo utilizado para a proteção, evi-


tando que uma corrente maior do que a suportada pelo cir-
cuito danifique-o. Um fusível é formado por um filamento
multimídia: vídeo de uma liga metálica com baixo ponto de fusão. Quando a
FONTE: YOUTUBE corrente ultrapassa um determinado valor, devido ao efeito
Experimento sobre curto circuito UNESP Joule, o filamento acaba fundindo, e o circuito abre.
Assis-Física 2-2014 Em geral, num esquema de um circuito, um fusível é repre-
sentado por um dos seguintes símbolos:

multimídia: vídeo O disjuntor é outro aparelho utilizado para a proteção de


circuitos elétricos. A sua principal diferença em relação ao
FONTE: YOUTUBE
fusível é sua capacidade manual de desligamento do circui-
CURTO-CIRCUITO!!! Será que vai explodir? to. Além disso, depois do desligamento do circuito devido a
uma corrente alta, o disjuntor é passível de rearmamento,
pois ele não é danificado no processo.
Aplicação do conteúdo
1. (Uespi) A resistência equivalente entre os terminais A
e B da bateria ideal no circuito elétrico a seguir é igual a:

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
O que é potência elétrica?
a) R d) 4R
b) 2R e) 5R
c) 3R
Resolução: 4. Potência elétrica
No diagrama a seguir, um resistor, de resistência R, é sub-
As resistências mais externas da figura aos pontos A e B
metido a uma ddp U. A corrente elétrica nesse circuito é
entram em curto-circuito devido ao fio elétrico que une os
i. Durante um intervalo de tempo Dt, uma quantidade de
nós do circuito. Assim, a única resistência que funcionará
carga igual a DQ passa pelo circuito.
é a de 2R.

Alternativa B

118
Nesse intervalo de tempo, as cargas elétricas se movimen- bateria de 12 V, será preciso colocar uma resistência elétri-
taram pelo circuito impulsionadas por uma força elétrica, ca, em série, de aproximadamente:
isto é, o deslocamento das cargas entre os pontos A e B a) 0,5 Ω
ocorreu devido à ação de uma força sobre as cargas. En- b) 4,5 Ω
tretanto, quando uma força age causando deslocamento, c) 9,0 Ω
existe a realização de trabalho, e, como já foi visto em ele- d) 12 Ω
trostática, esse trabalho é dado por: e) 15 Ω

t = DQ · U Resolução:
A corrente elétrica que passará pela lâmpada será:
A potência P é o trabalho realizado para movimentar as
cargas durante um intervalo de tempo. Dessa forma, para P = U ∙ i œ 2,25 = 4,5 i œ i = 0,5 A
o intervalo 't do deslocamento das cargas DQ entre os A associação está em série, logo a corrente da resistência será
pontos A e B do diagrama acima: de 0,5A. É possível também encontrar a ddp da resistência.
DQ
t = ___
___ Utotal = Uresis + Ulâmpada œ 12 = Uresis + 4,5 œ
·U
Dt Dt
œ Uresis = 7,5V.
DQ
t equivale à potência P, e a razão ___
A razão ___ é igual à Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
Dt Dt
intensidade de corrente i no circuito, então:
R = Uresis/i œ R = 7,5/0,5 œ R = 15Ω.
P = Ui Alternativa E
Assim, obtém-se a potência do resistor, que é o produto da cor- 2. (PUC-MG) Uma lâmpada incandescente tem as se-
rente que o atravessa e a ddp a que está submetido. guintes especificações: 100W e 120V.

No caso do diagrama anterior, foi utilizado um resistor


no circuito; contudo, esse componente poderia ser uma
lâmpada incandescente, um ferro de passar roupa, uma
torradeira, etc. A fórmula acima permite calcular a potên-
cia elétrica consumida (ou dissipada) por qualquer um
desses componentes.
Pela 1.ª lei de Ohm, é possível substituir U = Ri ou i = U/R Para que essa lâmpada tenha o mesmo desempenho quan-
na expressão acima da potência e obter duas expressões do for ligada em 240V, é necessário usá-la associada em
equivalentes para calcular a potência: série com um resistor. Considerando-se essa montagem, a
2
potência dissipada nesse resistor adicional será de:
U
P = Ri2 e P = __ a) 50W
R
b) 100W
No SI, a unidade de potência é o watt (W). c) 120W
d) 127W
e) 200W
Aplicação do conteúdo
Resolução:
1. (Fuvest) Uma estudante quer utilizar uma lâmpada
(dessas de lanterna de pilhas) e dispõe de uma bateria
A corrente elétrica da lâmpada e do resistor será:
de 12 V.
i = P/U œ i = 100/120 œ i = 5/6A.

A ddp do resistor associado em série será:


Utotal = Ulâmpada + Uresis œ 240 = 120 + Uresis œ

œUresis = 120 V.
Utilizando a equação da potência, tem-se:
A especificação da lâmpada indica que a tensão de opera-
P = Uresis ∙ i œ P = 120 ∙ (5/6) œ P= 100W.
ção é 4,5 V e a potência elétrica utilizada durante a ope-
ração é de 2,25 W. Para que a lâmpada possa ser ligada à Alternativa B

119
3. (UFMA) A figura abaixo representa um circuito elétri-
E = P · Dt
co formado por associação de resistores, alimentados
através de uma bateria de 12 V. Determine a potência
dissipada pelo resistor de 9Ω. Observe que E é energia, P é potência e Dt é o tempo.
Substituindo a potência, pode-se então calcular a energia
dissipada por efeito Joule:
E = R · i2 · Dt
2
U · ∆t
E = R · i2 · ∆t ou E = i · U · ∆t ou E = __
R

Obs.: E = Q (calor sensível ou calor latente)


Q = m · c · ∆T

Resolução: Em que:
Q.....quantidade de calor sensível ou calor sensível
A resistência equivalente do paralelo será:
m.......massa do corpo
Req1 = (18.9)/(18+9) œ Req = 6 Ω.
∆T......variação de temperatura (∆T= T – T0)
A resistência equivalente total será:
c........calor específico (é uma característica do material que
Req,total = 1,9 + 6 + 2 + 0,1 œ Req,total = 10Ω.
constitui o corpo)
Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se: Q=m.L
itotal = Utotal/Req,total œ i = 12/10 œ i = 1,2A.
Em que:
A ddp do paralelo será:
Q.....quantidade de calor latente ou calor latente
Uparalelo = itotal . Req1 œ Uparalelo = 1,2 ∙ 6 œ
m.......massa do corpo
œ Uparalelo = 7,2V
L........calor latente específico
Assim a potência do resistor de 9Ω será:
Essa energia térmica dissipada por efeito Joule é a finalida-
P = U²/R œ P = (7,2)²/9 œ P = 5,76W. de de alguns aparelhos, como o ferro de passar roupas e o
Resposta: A potência será de 5,76W. chuveiro elétrico. No entanto, em outros aparelhos, como
um computador, esse efeito não é desejado.

5. Energia dissipada No Sistema Internacional, a unidade de medida para ener-


gia é Joule, porém é muito comum o uso de kWh.
por efeito Joule
A energia de 1kWh equivale à energia dissipada por um
Ao utilizar algum equipamento elétrico, é possível perceber
aparelho de mil watts de potência ligado durante uma
um aquecimento do aparelho depois de certo tempo de
hora, ou seja, equivale a 3,6 . 106 J.
uso (no ferro de passar roupas o aquecimento é bastante
rápido). Esse aquecimento é causado por um efeito que
ocorre nos resistores do circuito elétrico do equipamento. Aplicação do conteúdo
Quando uma corrente elétrica atravessa um resistor, parte
da energia elétrica é transferida para os átomos do resistor; 1. Um ferro elétrico consome uma potência de 1.100 W
quando ligado em 110 V. Calcule:
em consequência, esses átomos ficam com uma energia
maior de oscilação (comumente afirma-se que esses áto- Dados: P = 1100 W; U = 110 V;
mos ficam “mais agitados”), e essa agitação aumenta a
energia térmica. Dessa forma, ao passar por um resistor, Dt = __1 h = 1 800 s.
2
a energia elétrica é transformada em energia térmica, e o a) a intensidade da corrente utilizada pelo ferro elétrico;
resultado é o aumento de temperatura. Esse efeito é deno- b) a resistência elétrica do ferro;
minado efeito Joule. c) a energia elétrica consumida pelo ferro elétrico em
0,5 hora de uso, em quilowatts-hora, e o gasto em
Como a potência é dada pela razão entre energia e tempo, reais sabendo que o preço do quilowatt-hora é de
pode-se escrever, de forma equivalente: R$ 0,40.

120
Resolução: 3. (Fuvest) Um chuveiro elétrico, ligado em média uma
hora por dia, gasta R$ 10,80 de energia elétrica por
a) Utilizando a fórmula da potência, tem-se: mês. Se a tarifa cobrada é de R$ 0,12 por quilowatt-ho-
ra, então a potência desse aparelho elétrico é:
P = Ui Ÿ 1 100 = 110 Ÿ i = 10 A
a) 90W d) 3000W
b) Pela 1.ª lei de Ohm, obtém-se a resistência elétrica:
b) 360W e) 10.800W
U = Ri Ÿ 110 = R · 10 Ÿ R = 11 V c) 700W
c) A energia elétrica consumida é medida pelo traba- Resolução:
lho realizado. Assim:
1 · 3 600 Ÿ A energia gasta por mês desse chuveiro será:
W = P Dt Ÿ W = 1 100 · __
2 1kWh ∙ R$10,80 œ E = 90 kWh
E = ____
Ÿ W = 1,98 · 10 J 6 R$0,12
Em um dia, o chuveiro é ligado por uma hora; então, con-
Em kWh: siderando um mês com 30 dias, tem-se 30 horas de gasto
de energia. Aplicando a equação da potência, segue que:
1 kWh 3,6 . 106 J
90 œ P = 3 kW œ P = 3000 W
E œ P = ___
P = ___
x 1,98 . 106 J Ÿ x = 0,55 kWh Dt 30
Portanto, o gasto é de 0,55 · 0,40 = 0,22 reais. Alternativa D
4. (Fuvest) Um fogão elétrico, contendo três resistências
2. Uma resistência de imersão de 4 V, colocada dentro
iguais associadas em paralelo, ferve uma certa quanti-
de um recipiente com água, foi ligada a uma fonte de
dade de água em 5 minutos. Qual o tempo que levaria
tensão de 110 V. Considerando que o recipiente tenha
se as resistências fossem associadas em série?
80 kg de água, qual o tempo necessário para aumentar
a temperatura da água de 20º C para 70º C? (Use: calor a) 3 min d) 30 min
específico da água = 1 cal/gº C; 1 cal = 4,2 J.) b) 5 min e) 45 min
c) 15 min
Dados: R = 4 V; U = 110 V; m = 80 kg = 80 000 g;
Resolução:
c = 1 cal/gºC; uf = 70 ºC; Ti = 20º C.

Resolução: Em primeiro lugar, é preciso calcular as resistências equiva-


lentes em série e em paralelo, e, depois, as suas respectivas
É preciso saber quanto de energia será necessária para au- potências.
mentar a temperatura da água. Assim, calcula-se a quan- Req,s = R + R + R œ Req,s = 3R.
tidade de calor:
Req,p = R/n œ Req,s = R/3.
Q = mc (uf – ui) Ÿ Q = 80 000 . 1 (70 – 20) Ÿ
Ps=U²/Req,s œ Ps = U²/3R.
Ÿ Q = 4 · 106 cal
Pp=U²/Req,p œ Pp=U²/(R/3) œ Pp=3U²/R.
Transformando para Joule: Outra noção muito importante é a de que nos dois aqueci-
6
Q = 4 · 10 · 4,2 = 16,8 · 10 J 6 mentos a mesma energia é gasta; assim, tem-se:

Assim, a resistência deve fornecer essa mesma quantidade Esérie = Eparalelo œ Ps · Dts = Pp ∙ Dtp œ
de calor (considerando que toda energia elétrica consumi- œ (U²/3R) ∙ Dts
da pelo resistor é transformada em calor):
= (3U²/R) ∙ 5 œ Dts /3 =15
(110)2
U2 · Dt = Q Ÿ _____
Q Ÿ PDt = Q Ÿ __ · Dt = 16,8 · 106 œ Dts = 45 min.
R 4
Ÿ
Alternativa E
Ÿ Dt ù 5,55 · 103 s ou Dt ù 1h32min

6. Lâmpada incandescente
Thomas Edison (1847-1931) foi um dos inventores mais
famosos de todos os tempos. Ele registrou “apenas” 2.332
patentes em seu nome. Entre elas é possível citar: estra-
das de ferro eletromagnéticas (todas as grandes cidades

121
utilizam trem e metrô para a mobilidade urbana), câmera
cinematográfica, bateria de carro elétrico, fonógrafo, em-
balagem à vácuo, máquina para voto eletrônico, rodas de
borracha e aquela pela qual ele é famoso mundialmente,
a lâmpada incandescente com filamento de carbono (atu-
almente utiliza-se filamento de tungstênio), que foi inven-
tada em 1879.
A lâmpada incandescente é formada por um fio de tungs-
tênio em forma de espiral, denominado filamento, coloca-
do dentro de um bulbo de vidro para evitar a oxidação. O
bulbo é preenchido por um gás inerte, como o nitrogênio
ou argônio, para evitar a sublimação do filamento. Ao ser
percorrido por uma corrente elétrica, o filamento se aque-
ce, tornando-se incandescente e emitindo luz.

Qual é o valor da resistência:


a) Na posição “verão”?
b) Na posição “inverno”?

Resolução:

a) Na posição verão, o chuveiro opera com menor po-


tência (4.400 W), pois não se deseja água muito quente.
A menor potência é obtida com uma maior resistência do
chuveiro (sendo que a tensão tem valor constante). Assim, a
chave deve ser conectada em B, e o valor da resistência será:

2 2
U Ÿ 4 400 = ____
P = __ 220 Ÿ R = 11 V.
R R

b) No inverno, o chuveiro opera com maior potência


(6.600 W), pois se deseja água muito quente.
A maior potência é obtida com uma resistência menor.
Desse modo, a chave deve ser conectada em A, e o valor
da resistência será:

2 2
U Ÿ 6 600 = ____
P = __ 220 Ÿ R = 7,3 V
R R

multimídia: vídeo 2. Considere duas lâmpadas, A e B, idênticas, a não ser


pelo fato de que o filamento de B é mais grosso que
FONTE: YOUTUBE
o filamento de A. Quando ligadas a uma d.d.p. de 110
Como fazer uma lâmpada caseira volts, qual das lâmpadas será mais brilhante?
(experiência de elétrica)
Resolução:

A lâmpada mais brilhante será a que produzir maior po-


Aplicação do conteúdo tência para essa ddp. A partir da potência em função da
1. A seguir está ilustrado um chuveiro elétrico, com suas
tensão e da resistência, deve-se substituir o valor da resis-
especificações impressas e o esquema do circuito elétri- tência em função da área da seção transversal do filamen-
co da parte interna, destacando-se o resistor, a chave e to (A), do comprimento (ℓ) e da resistividade (r):
os pontos onde ela se conecta para regular a tempera-
2 2
tura desejada da água, ou seja, inverno (água quente) e
P = __ U ·A
U = _____
verão (água morna). R r·ℓ

122
Como r e ℓ são iguais para as duas lâmpadas A e B, a po-
tência será diferente devido à área A da seção transversal
dos filamentos. Devido ao filamento de B ser mais grosso,
a lâmpada B brilhará mais do que a lâmpada A.

multimídia: site

www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Ele-
trodinamica/potencia.php
www.mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/como-
-funciona-o-chuveiro-eletrico/

VIVENCIANDO
Hoje em dia, a energia dis-
sipada por efeito Joule é
facilmente identificável. Esta-
mos cercados por aparelhos
eletrônicos: smartphones,
televisores, computadores,
liquidificadores, geladeiras,
lâmpadas, fogões elétricos,
batedeiras, chuveiros, etc.
Todos acabam se aquecen-
do durante o funcionamento.
Às vezes o seu aquecimento
é utilizado de maneira pro-
veitosa: o chuveiro esquenta
a água para o banho. Outro
exemplo cotidiano da ação
do efeito Joule é a torradeira,
esquematizada na imagem
ao lado:

Entretanto, nem sempre esse


aquecimento é benéfico, como
no caso de smartphones e
computadores.
O superaquecimento pode fazer
o computador começar a funcionar de uma forma não esperada. Com exceção da placa de vídeo, os componentes de um
computador ou smartphone devem funcionar a temperaturas menores que 55 ºC. Por isso, é necessário estar atendo ao efeito
Joule nos equipamentos.

123
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Em relação à Habilidade 5, caberá ao aluno dimensionar a potência elétrica nos diferentes circuitos elétricos
analisando as diferentes associações e suas implicações com a potência empregada em cada resistor, assim
como a potência total fornecida.

HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação, utilização de aparelhos ou sistemas tec-
nológicos de uso comum.

É muito frequente a leitura de informações técnicas de manuais elétricos a respeito da potência elétrica, e a Habili-
dade 6 cobra justamente isso, a capacidade de interpretação de manuais de instalação de aparelhos de uso comum.

MODELO 1
(Enem) As células fotovoltaicas transformam luz em energia elétrica. Um modelo simples dessas células apre-
senta uma eficiência de 10%. Uma placa fotovoltaica quadrada com 5 cm de lado, quando exposta ao sol do
meio-dia, faz funcionar uma pequena lâmpada, produzindo uma tensão de 5,0 V e uma corrente de 100 mA.
Essa placa encontra-se na horizontal em uma região onde os raios solares, ao meio-dia, incidem perpendicular-
mente à superfície da Terra, durante certo período do ano.
A intensidade da luz solar, em W/m2, ao meio-dia, nessa região é igual a:
a) 1 u 102. b) 2 u 102. c) 2 u 103. d) 1 u 106. e) 2 u 106.

ANÁLISE EXPOSITIVA 1
No Enem não basta apenas interpretar o exercício. Apesar de mais carregado em passagens matemáticas,
faz-se necessário um profundo conhecimento do assunto.
Para a sua resolução, separando o que é fornecido, tem-se:
Dados: U = 5 V; i = 100 mA = 0,1 A; L = 5 cm; K = 10% = 0,1.
A potência elétrica (útil) para acender a lâmpada é:
PU = Ui = 5 u 0,1 Ÿ PU = 0,5 W.
Essa potência é 10% da potência (total) incidente na placa fotovoltaica.
P PU ___
0,5
K = ___U Ÿ PT = ___
K = Ÿ PT = 5 W
PT 0,1
A área de captação de energia da placa é:
A = L2 = 5 u 5 = 25 cm2 Ÿ A = 25 u 10-4 m2.
A intensidade da radiação incidente é:
P 5 = 0,2 u 104 W/m2 Ÿ I = 2 u 103 W/m2.
I = __T = ________
A 25 u 10-4

RESPOSTA Alternativa C

124
MODELO 2
(Enem) O manual de utilização de um computador portátil informa que a fonte de alimentação utilizada para
carregar a bateria do aparelho apresenta as seguintes características:

Qual é a quantidade de energia fornecida por unidade de carga, em J/C, disponibilizada à bateria?
a) 6
b) 19
c) 60
d) 100
e) 240

ANÁLISE EXPOSITIVA 2
Apesar de ser um exercício de rápida resolução matemática, cobra-se que o estudante saiba ler e reconhe-
cer o manual de um aparelho (uma fonte de alimentação, no caso), fato muito comum em questões do
Enem, sempre bem contextualizadas.
Para resolver, é preciso utilizar duas expressões para a potência:

W = U___
Ÿ ___
q
Ÿ = U Ÿ = 19 J/C
∆t ∆t

RESPOSTA Alternativa B

125
DIAGRAMA DE IDEIAS

POTÊNCIA

POTÊNCIA
REOSTATO ENERGIA RENDIMENTO
ELÉTRICA

U2 PU
P= E = P ∙ ∆t ‫=ؠ‬
R PT

U2
P=U∙i P= P = R ∙ i2
R

126
AULAS 23 e 24 2. Amperímetro ideal
O amperímetro é um aparelho capaz de medir a corrente
elétrica por meio de um componente do circuito. Assim,
deve ser ligado em série com esse elemento. Idealmente,
o amperímetro não deveria alterar a resistência elétrica do
trecho do circuito ao qual é conectado, de modo a não
AMPERÍMETRO, alterar a corrente elétrica nesse trecho. Entretanto, isso se
VOLTÍMETRO E PONTE limita à teoria, pois sempre haverá uma pequena resistên-
cia elétrica dos componentes eletrônicos do amperímetro.
DE WHEATSTONE Então, define-se:

Amperímetro ideal é um medidor de intensidade de


COMPETÊNCIAS: 2e5 corrente cuja resistência elétrica é nula (RA = 0).

HABILIDADES: 5, 7 e 17 Tratando-se de um amperímetro ideal, a ddp entre seus ter-


minais é nula, e sua ligação em série com qualquer outro
elemento do circuito pode ser feita sem alterar a corrente
elétrica do circuito.
Na figura da esquerda a seguir, uma corrente i atravessava
1. Introdução os dois resitores do circuito. Na figura da direita, um ampe-
Dois equipamentos de medida são fundamentais nos la- rímetro ideal foi ligado em série entre os dois resistores e,
boratórios de eletricidade: o amperímetro e o voltímetro. O por ser ideal, não modificou a corrente elétrica do circuito.
amperímetro é o medidor da intensidade de corrente elé-
trica (em ampères), e o voltímetro faz a medida da tensão
elétrica (ddp) entre dois pontos de um circuito elétrico.
(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE ANTES DE SE INSERIR O AMPERÍMETRO.
É comum o uso do multímetro, como o da imagem a (DIREITA) DEPOIS DA INSERÇÃO DO AMPERÍMETRO, A
seguir, que tem as funções desses dois medidores em um INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA NÃO FOI ALTERADA.

único equipamento.

3. Voltímetro ideal
O voltímetro é um aparelho capaz de medir a ddp entre os
dois terminais de um dos elementos do circuito elétrico. As-
sim, sua ligação deve ser em paralelo com esse elemento.
De modo semelhante ao amperímetro, o voltímetro não
deve alterar a ddp do componente que está medindo a
MULTÍMETRO tensão. Dessa forma, o voltímetro não pode permitir que a
Quando um amperímetro ou um voltímetro é colocado em corrente elétrica desse elemento seja parcialmente desvia-
circuito elétrico, sua representação será feita a partir dos da e, portanto, deve possuir uma resistência elétrica muito
símbolos representados a seguir. maior que a daquele elemento. Não obstante, isso acon-
tece apenas na teoria, pois, devido aos seus componentes
metálicos, sempre haverá uma pequena fuga de corrente
para o voltímetro.
Então, define-se:
SÍMBOLOS DO AMPERÍMETRO

Voltímetro ideal é um medidor de tensão com resis-


tência elétrica infinitamente grande (RV o `).
SÍMBOLOS DO VOLTÍMETRO

127
Não há circulação de corrente elétrica em um voltímetro galvanômetro um resistor apropriado para funcionar como
ideal, e então o voltímetro pode ser ligado em paralelo com voltímetro ou como amperímetro.
qualquer elemento do circuito.
Observe, na figura da esquerda, que uma corrente elétrica
i percorre o circuito de três resistores. A ddp em cada um
deles é obtida pela Lei de Ohm (U = R · i). Na figura
da direita, um voltímetro ideal foi corretamente ligado em
paralelo com o resistor R2, e nada se modificou: mesma
intensidade de corrente nos resistores e a mesma ddp em multimídia: vídeo
cada um. O voltímetro ideal não modificou a corrente elé-
FONTE: YOUTUBE
trica do resistor R2. Nesse caso, o voltímetro mede apenas
Voltímetros e amperímetros
a ddp entre os terminais de R2: U = R2 · i.

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um trecho de um circuito
elétrico composto por três resistores em série. Uma am-
perímetro ideal foi ligado em série entre os resistores
R1 e R2, e um voltímetro ideal foi ligado em paralelo
com o resistor R2. Os valores das resistências elétricas
são: R1 = 2,0 V, R2= 2,5 V e R3 = 3,0 V. Sabendo que a
(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE ANTES DE SE INSERIR O VOLTÍMETRO. leitura no amperímetro foi de 4,0 A, determine a leitura
(DIREITA) DEPOIS DA LIGAÇÃO EM PARALELO DO VOLTÍMETRO COM no voltímetro.
R2, NÃO HÁ ALTERAÇÃO DA DDP E DA CORRENTE ELÉTRICA.

Galvanômetro – Trata-se de um componente básico do


circuito de amperímetros e voltímetros capaz de detectar
correntes elétricas por meio de dispositivos mecânicos que
se movem pela ação da força eletromagnética produzida
pela corrente. É composto por uma agulha fixa a uma bo-
bina móvel entre os polos de um imã, estando a bobina Resolução:
acoplada a uma mola espiralada. Quando uma corrente
atravessa a bobina, é estabelecido um torque que a faz Como o voltímetro é ideal, a corrente elétrica em R2 não é
girar. A posição da agulha numa escala graduada, segundo alterada e, portanto, a intensidade de corrente elétrica que
uma calibração, fornece a medição. passa pelos três resistores, e também no amperímetro, é a
mesma, isto é, igual 4,0 A (leitura do amperímetro).
O voltímetro lê a ddp nos terminais de R2 que se calcula por:
U = R2 · i = 2,5 · 4,0 Ÿ U = 10,0 V

Assim, o voltímetro lê o valor de 10 V.


2. Considere o mesmo trecho do circuito anterior. A fi-
gura a seguir mostra a nova posição dos medidores no
circuito. O voltímetro foi conectado em paralelo com
os resistores R1 e R2, e o amperímetro foi colocado em
série com R3. Sabendo que amperímetro acusou uma
Símbolos: corrente elétrica de intensidade 4,0 A, determine:

G G

Nota: o galvanômetro interfere no funcionamento de um


circuito elétrico. Como um aparelho de medida não deve
afetar o circuito, corrige-se o inconveniente associando ao

128
a) A leitura no voltímetro. A intensidade de corrente será i, dada por:
b) A resistência equivalente entre os pontos A e B.
i = i1 + i2 Ÿ i = 6,0 + 4,8 Ÿ i = 10,8 A
Resolução:
a) A intensidade de corrente que passa nos três resis- No circuito elétrico dado na figura:
tores é a mesma e é igual ao valor dado pelo amperí-
ƒ O amperímetro 1 indica a intensidade total da corrente
metro, valendo 4,0 A.
elétrica: 10,8 A;
Como o voltímetro está ligado entre os pontos M e N, sua
medida é a soma das tensões elétricas de R1 com R2. Sendo ƒ O amperímetro 2 indica apenas a intensidade da cor-
Uv essa soma de tensões: rente elétrica que passa por R2, ou seja, 4,8 A.

Uv = U1 + U2 Ÿ Uv = R1 · i + R2 · i 4. (Fuvest) Considere a montagem abaixo, composta por


quatro resistores iguais R, uma fonte de tensão F, um
medidor de corrente A, um medidor de tensão V e fios
Uv = 2,0 · 4,0 + 2,5 · 4,0 Ÿ Uv = 18,0 V de ligação. O medidor de corrente indica 8,0 A e o de
b) O amperímetro é ideal e sua resistência elétrica é tensão 2,0 V. Pode-se afirmar que a potência total dissi-
nula (RA = 0). Assim, o voltímetro não altera a resistên- pada nos quatro resistores é, aproximadamente, de:
cia entre os extremos A e B. Assim, pode-se escrever:

Req = R1 + R2 + R3 Ÿ Req = 2,0 + 2,5 + 3,0 Ÿ

Ÿ Req = 7,5 V R

R R
3. No circuito da figura, dois resistores estão ligados em
paralelo. Um voltímetro ideal está indicando uma ddp R
de 12,0 V. As duas resistências têm valores R1 = 2,0 V e
R2 = 2,5 V. Determine a leitura nos amperímetros ideais a) 8W
1 e 2 inseridos no circuito.
b) 16W
c) 32W
d) 48W
e) 64W
Resolução:

Tem-se uma associação mista com um paralelo de resis-


tência R e a outra parte com 3 resistências R em série. Na
segunda parte, o voltímetro indica 2V, portanto, os outros
resistores também têm uma ddp de 2V. Logo, a ddp da
Resolução:
bateria será 6V.
Em primeiro lugar, devem ser calculadas as intensidades
A resistência equivalente será:
das correntes elétricas que passam por R1 e por R2 usando
a Lei de Ohm. Como os amperímetros são ideais (RA = 0), a 1/Req = (R ∙ 3R)/(R + 3R) œ Req = 3R²/4R œ
ddp de cada resistor não é afetada. Para efeito de cálculo, œ Req = 3R/4.
é como se esses aparelhos de medida, ideais, não existis- Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
sem. Como os resistores estão em paralelo, em ambos os
resistores a ddp vale 12,0 v. A corrente elétrica é dada por: Req = Utotal/itotal œ 3R/4 = 6/8 œ R = 1Ω.

U A potência total será:


U = R · i Ÿ i = __
R
P = U²/Req œ P = U²/(3R/4) œ P = 36/(3/4) œ
Em R1, tem-se:
œP = (36 ∙ 4)/3 œ P= 48W
12 v = 6,0 A
i1 = _____
2,0 V Alternativa D
Em R2, tem-se: 5. (Mackenzie) No laboratório de Física, monta-se o cir-
12 v = 4,8 A cuito elétrico a seguir, com um gerador ideal e os inter-
i2 = _____
2,5 V ruptores (chaves) K1, K2 e K3.

129
História
O circuito descrito foi inventado em 1833 pelo físico
inglês Samuel Hunter Chritie (1784-1865), com a fi-
nalidade de medir resistências elétricas. Contudo, foi
sir Charles Wheatstone (1802-1875) que ficou famoso
Estando somente o interruptor K1 fechado, o amperímetro
com o invento, pois foi o responsável por sua divul-
ideal acusa a passagem de corrente elétrica de intensidade
gação, 10 anos mais tarde. Por esse motivo, o circuito
5 A. Fechando todos os interruptores, a potência gerada
leva hoje o nome de ponte de Wheatstone.
pelo gerador é
a) 300 W d) 450 W
b) 350 W e) 500 W
c) 400 W

Resolução:

Na condição inicial, somente a chave K1 está fechada; as-


sim, somente o resistor de 6Ω irá funcionar. Aplicando a 1.ª
Lei de Ohm, tem-se:
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
U = R · i œ U = 6.5 œ U = 30V.
Ponte de wheatstone - Medidor elétrico ohmímetro
Depois de fechar todas as chaves, os 3 resistores funciona-
rão em paralelo. A resistência equivalente será:
1/Req = 1/6 + 1/4 + 1/12 œ 1/Req = (2 + 3 + 1)/12
œ 6Req = 12 œ Req =2Ω.
5. Equilíbrio da ponte
Assim, a indicação do amperímetro na condição final será: de Wheatstone
i = U/R œ i = 30/2 œ i = 15A. Um caso particularmente interessante da ponte de Whe-
atstone é aquele em que o amperímetro não acusa passa-
A potência gerada será: gem de corrente elétrica. Nesse caso, o circuito se encontra
P = U · i œ P = 30 · 15 œ P= 450W. em equilíbrio ou balanceado.
Alternativa D
5.1. Propriedades da ponte de
Wheatstone em equilíbrio
4. Ponte de Wheatstone
ƒ A intensidade de corrente elétrica em R1 é igual à de R4,
A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico bastan-
e a intensidade de corrente elétrica em R2 é igual à de R3:
te específico, formado por resistores. O diagrama a seguir
i4 = i1 e i3 = i2
ilustra o circuito elétrico da ponte de Wheatstone. Quatro
resistores são ligados como um losango. Na diagonal BC é ƒ Por não haver corrente elétrica entre B e C, a ddp nos
ligado um amperímetro muito sensível, capaz de detectar terminais do resistor r é nula, isto é, a ddp entre B e C é
a passagem de corrente elétrica de baixíssima intensidade; nula. Assim, o potencial elétrico em B e C é igual:
em série com ele é ligado ainda uma resistência r. Nos vér-
VB = VC
tices A e D é ligado um gerador elétrico, responsável pela
corrente elétrica no circuito.

NA PONTE DE WHEATSTONE EM EQUILÍBRIO, O


AMPERÍMETRO NÃO ACUSA CORRENTE ELÉTRICA.

130
Por causa dessa segunda propriedade, a ddp entre os pon-
tos A e B e A e C é igual, ou seja:
VA – VB = VA – VC Ÿ UAB = UAC

Do mesmo modo, conclui-se que:

(VB – VD) = (VC – VD) Ÿ UBD = UCD

Por causa das propriedades anteriores e da Lei de Ohm,


encontra-se a relação entre as resistências para que ocorra NA PONTE EM EQUILÍBRIO, A LÂMPADA
NÃO ACENDE, POIS A DDP ENTRE B E
o equilíbrio:
C É NULA. NÃO HÁ CORRENTE.
UAB = UAC Ÿ R1 · i1 = R2 · i2 Nota: Na prática, a ponte de Wheatstone é conhecida
UBD = UCD Ÿ R4 · i4 = R3 · i3 como ponte de fio, em que os resistores de resistências
elétricas R3 e R4 são substituídos por um fio homogêneo de
Sendo i4 = i1 e ainda i3 = i2, resulta: seção transversal constante.
R1 · i1 = R2 · i2 O cursor, que está ligado ao galvanômetro, desliza sobre
R4 · i1 = R3 · i2 o fio homogêneo até encontrar uma posição de equilíbrio
da ponte.
Dividindo-se as duas expressões acima membro a membro,
obtém-se:
R1 __
__ R
= 2
R4 R3
R1 · L3 = R2 · L4
R1 · R3= R2 · R4

Aplicação do conteúdo
Essa expressão indica que, quando a ponte de Wheatstone
está em equilíbrio, o produto das resistências dos resistores 1. Na ponte de Wheatstone da figura, os terminais A e
opostos é constante. Esse produto é denominado produto D são ligados ao gerador, e a lâmpada L não se acende.
cruzado entre as resistências. São conhecidas as resistências: R1 = 3,0 V; R2 = 6,0 V;
R3 = 5,0 V.
A ponte de Wheatstone pode ser utilizada para medir o
valor de uma resistência elétrica, pois, conhecendo os va-
lores de R1, R2 e R3, é possível calcular o valor da quarta
resistência R4.
De modo equivalente, se o produto cruzado dos resisto-
res R1, R2, R3 e R4 de uma ponte de Wheatstone é igual,
pode-se afirmar que a ponte está em equilíbrio. Em conse-
quência, a corrente elétrica é nula no elemento ligado na
diagonal BC. Esse elemento poderá ser um amperímetro,
a) Determine o valor de R4.
um resistor, uma lâmpada, etc.
b) Se os três resistores anteriores forem trocados por
três resistores idênticos de resistência R, qual será o
valor de R4 para que a lâmpada não se acenda?
Resolução:
a) A ponte de Wheatstone está em equilíbrio, pois
a lâmpada não se acendeu (não há corrente elétrica
entre B e C). Vale, portanto, o produto cruzado entre
as resistências dos quatro resistores. Assim, determi-
na-se o valor de R4:

R1 · R3 = R2 · R4 Ÿ 3,0 · 5,0 = 6,0 · R4 Ÿ


NA PONTE EM EQUILÍBRIO NÃO PASSA CORRENTE ELÉTRICA
PELO RESISTOR CENTRAL, NA DIAGONAL BC. Ÿ R4 = 2,5 V

131
b) Do mesmo modo, aplica-se a regra do produto cruzado:
R1 · R3 = R2 · R4 Ÿ R · R = R · R4 Ÿ R4 = R

2. Na figura a seguir está representada uma ponte de Wheatstone um pouco diferente. O formato geométrico não é
um losango, mas um retângulo. Determine o valor de R para que a lâmpada (L) não se acenda. São dados: R1 = 9,0 V;
R2 = 16,0 V.

Resolução:

Para que a lâmpada não se acenda, a ponte deve estar em equilíbrio. Assim, pelo produto cruzado, a resistência R deve valer:
R1 · R2 = R · R Ÿ R2 = R1 · R2 Ÿ R2 = 9,0 · 16,0

9,0 · 16,0 = 3,0 · 4,0 Ÿ R = 12,0 V


R = dXXXXXXXX

3. (Unicamp) No circuito a seguir a corrente na resistência de 5Ω é nula.

a) Determine o valor da resistência X.


b) Qual a corrente fornecida pela bateria?

Resolução:
a) A corrente no resistor de 5Ω é nula, caracterizando uma Ponte de Wheatstone. Aplicando a equação do produto cruza-
do das resistências em uma ponte equilibrada, tem-se:
1 · x = 3 · 2 œ x = 6Ω.
b) Como não há passagem de corrente no resistor de 5Ω, pode-se simplesmente “tirá-lo” do circuito e fazer a resistência
equivalente do mesmo.

1/Req = 1/(1+3) + 1/(2+6) œ 1/Req= 1/4 + 1/8 œ 1/Req= (2+1)/8 œ Req= 8/3 Ω.

8/3Ω

132
Assim a corrente total será: Resolução:
i = U/Req œ i = 12/(8/3) œ i = 36/8 œ i = 4,5A .
Se o galvanômetro indica zero nas duas ocasiões, a relação
4. (Mackenzie) No circuito abaixo, para que ambos os am- cruzada das resistências na ponte de Wheatstone continua
perímetros ideais, A1 e A2, indiquem zero, é necessário que válida independente da tensão. Assim, tem-se:
as resistências R1 e R2 valham, respectivamente, em ohms:
(10 + 5) · 15 = 5 · (20 + R) œ 20 + R = 225/5 œ

R = 45 – 20 œ R = 25Ω.

Alternativa A

a) 10 e 120
b) 40 e 90
c) 90 e 40
d) 40 e 10
e) 10 e 40
Resolução:
multimídia: site
No circuito, as correntes dos amperímetros ideais são nu-
las; assim, tem-se duas pontes de Wheatstone. www.educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagne-
tismo/medidores-em-circuitos.html
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências
na ponte equilibrada do amperímetro A1, tem-se: www.fisicaevestibular.com.br/novo/eletricidade/eletro-
dinamica/aparelhos-de-medicao-eletrica-amperime-
10 · R1 = 20 · 20 œ R1 = 40Ω. tros-e-voltimetros/
Agora, deve-se fazer a resistência equivalente da ponte do www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/
amperímetro A1. 8858-como-funciona-a-ponte-de-wheatstone-ins529
1/Req = 1/(10+20) + 1/(20+40) œ 1/Req
= 1/30 + 1/60 œ 1/Req = (2+1)/60
œ Req = 20Ω.
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências
na ponte equilibrada do amperímetro A2, tem-se:
20 · R2 = 30 · 60 œ R2 = 90Ω.
Alternativa B
5. (Mackenzie) No circuito a seguir, a ddp entre os ter-
minais A e B é de 60V e o galvanômetro G acusa uma
intensidade de corrente elétrica zero. Se a ddp entre os
terminais A e B for duplicada e o galvanômetro continu-
ar acusando zero, poderemos afirmar que:

a) a resistência R permanecerá constante e igual a 25 Ω;


b) a resistência R permanecerá constante e igual a 15 Ω;
c) a resistência R permanecerá constante e igual a 10 Ω;
d) a resistência R, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω;
e) a resistência R, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.

133
VIVENCIANDO

Os amperímetros possuem diversos usos na indústria. Amperímetros com zero central, ou analógicos, são mais
utilizados, pois possuem alta durabilidade e medições precisas. Eles são usados em quadro de distribuição de baixa
tensão, monitorando toda a instalação elétrica. Um tipo especial de amperímetro analógico, que é utilizado para
medir altas correntes em carros e caminhões, possui um ímã de barra articulada que move o ponteiro e um ímã.
+12V
A
LDR D1
ORP12 R3 R Out
10kΩ
Dp-amp
TR1 Reby
741
VD R5
D -
VC A 2N2222
D + 1kΩ
VR1 R1
LDR at
normal light 10kΩ
levels
B Dv

PONTE DE WHEATSTONE USADA EM UM SENSOR DE LUZ

A capacidade de fornecer medições extremamente precisas é o principal benefício de uma ponte de Wheatstone.
Variações nas configurações da ponte de Wheatstone podem ser usadas para medir capacitância, indutância, im-
pedância e outras características físicas, como a quantidade de gases combustíveis em uma amostra. Existem algumas
variações famosas, como as chamadas ponte de Kelvin e ponte Carey Foster, desenvolvidas para medir resistências
muito baixas. Em muitos casos, o significado de medir a resistência desconhecida está relacionado com a avaliação
do impacto de algum fenômeno físico (como força, temperatura, pressão, etc.), o que permite a utilização da ponte
de Wheatstone na medição indireta desses fenômenos.

134
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Nessa aula, o aluno deverá empregar a Habilidade 5 a fim de saber dimensionar os circuitos e dispositivos elétri-
cos, utilizando os aparelhos de medidas, como amperímetro, voltímetro, galvanômetro ou multímetro.

HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em
vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

Caberá ao aluno a capacidade de saber escolher qual tipo de associação é necessária para realizar as medições
que se fazem necessárias. Além disso, partindo das medidas, caberá ao aluno a tomada de decisão de qual cir-
cuito é ideal para a utilização.

MODELO 1
(Enem) Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de tensão
e corrente em uma cozinha. Nesse ambiente, existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpada (L),
conforme a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a corrente total e a corrente
na lâmpada. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros (A).

Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a) d)

b) e)

c)

135
ANÁLISE EXPOSITIVA 1
Para a resolução desse exercício, o estudante deve saber como funciona os instrumentos de medidas, tanto
o amperímetro quanto o voltímetro, e saber que tipo de associação deve ser feita a fim de se ter a medição
desejada.
Desse modo, o voltímetro deve ser ligado em paralelo com o trecho de circuito onde se quer medir a tensão
elétrica, isto é, entre os terminais fase e neutro.
Para medir a corrente total, o amperímetro deve ser instalado no terminal fase ou no terminal neutro.
Para medir a corrente na lâmpada, o outro amperímetro deve ser ligado em série com ela.

RESPOSTA Alternativa E

MODELO 2
(Enem) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma
lâmpada (L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a diferença de potencial entre dois
pontos, e um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:
a) d)

b) e)

c)

ANÁLISE EXPOSITIVA 2
Trata-se de um exercício de rápida resolução, mas que necessita de conhecimento técnico prévio do assunto,
característica das questões do Enem desde 2009.
Nesse exercício, é importante saber que o amperímetro deve ser ligado em série com a lâmpada, e o voltí-
metro, em paralelo.
RESPOSTA Alternativa C

136
DIAGRAMA DE IDEIAS

MEDIDORES

PONTE DE
VOLTÍMETRO AMPERÍMETRO
WHEATSTONE

LIGADO EM ASSOCIAÇÃO
EQUILÍBRIO
PARALELO EM SÉRIE

IA = 0 RV = ∞ RA = 0

137
AULAS 25 e 26
gerador

turbina

ESTUDO DO GERADOR
ƒ Em uma usina termoelétrica, uma turbina também é
acionada para produzir energia mecânica em um ge-
rador. Entretanto, o movimento de rotação da turbina
COMPETÊNCIAS:
é causado pela passagem de vapor de água. Para a
2e5
produção do vapor de água, um reservatório de água
é aquecido, provocando a ebulição da água. Dessa for-
HABILIDADES: 5, 6 e 17
ma, a energia térmica é convertida em energia elétrica.
A imagem a seguir mostra um esquema simplificado de
uma usina termoelétrica:

1. Introdução
O equipamento capaz de converter alguma forma de ener-
gia em energia elétrica é denominado gerador elétrico.
Apesar de o nome passar a impressão de que a energia é
gerada, o que ocorre é apenas a transformação de uma
forma de energia em outra.
A seguir estão listados alguns exemplos de geradores elétricos: Esses três exemplos ilustram a conversão de diferentes ti-
ƒ A pilha é um gerador eletroquímico. Nesse tipo de ge- pos de energia em energia elétrica. O gerador elétrico é
rador, a energia química armazenada na pilha é con- utilizado basicamente para produzir a corrente elétrica em
vertida em energia elétrica. A figura a seguir ilustra um circuito elétrico.
esquematicamente o interior de uma pilha:
contato metálico
ligado ao bastão
+ 2. Gerador ideal
de carbono Um gerador é ideal quando é capaz de transferir para
isolante as cargas elétricas toda a energia elétrica produzida. A
bastão de tensão elétrica medida entre os polos de um gerador
carbono recebe o nome de força eletromotriz (fem) e é repre-
pasta sentada pelo símbolo H.
capa de zinco
A principal característica de um gerador ideal é manter
isolante
constante a ddp (U) fornecida ao circuito, independente-
proteção externa
mente da intensidade da corrente.
contato metálico
com a capa -
de zinco

ƒ Em uma usina hidroelétrica, o movimento da água cau-


sa a rotação de uma turbina. O movimento mecânico
de rotação é transferido para um gerador, que transfor-
ma a energia mecânica em energia elétrica. A figura a
seguir ilustra esquematicamente os principais compo-
nentes em uma usina hidroelétrica: GERADOR IDEAL (U = E)

138
O simbolo r representa a resistência interna do gerador.

A figura a seguir é o gráfico da variação do potencial das


cargas em um gerador real, desde o polo negativo até o
multimídia: vídeo polo positivo. A diferença de potencial VB para VA corres-
FONTE: YOUTUBE ponde à fem « do gerador, levando em conta a queda de
potencial ri devido à resistência interna. A ddp útil do ge-
Como fazer um gerador de energia com imã em casa
rador, isto é, a ddp que pode ser utilizada por um circuito
externo, é VA – VB = U.

3. Características dos geradores


3.1. Força eletromotriz (fem)
A força eletromotriz do gerador (fem), representada
por « (épsilon), é responsável pela ddp fornecida pelo ge-
rador. Por exemplo, existem pilhas com diferentes tensões,
como 1,5 V e 12 V. Essa diferença está relacionada ao tra-
balho da força elétrica no interior da pilha para mover as
cargas do terminal negativo ao positivo (do menor poten-
cial para o maior). Por definição, a fem e o trabalho estão
relacionados por:
A ddp U, disponível ao circuito externo, é igual à diferença
t entre a fem e a queda de potencial interna correspondente
« = ___
DQ ao produto ri. Matematicamente, esses termos se relacio-
nam pela expressão:
Em que t é o trabalho realizado e DQ é a quantidade de
carga levada do polo negativo ao positivo. U = « – ri

Observe que o termo fem, apesar de ser referido como uma


Os valores de « e r são constantes.
força, não é precisamente uma força, ou seja, trata-se de
um nome inadequado. A fem representa a quantidade de
energia total transferida à unidade de carga dentro do
Nota
gerador durante o processo de transformação de determi-
nada energia em energia elétrica. Essa equação representa um gerador elétrico real.
Para um gerador ideal, não ocorre dissipação interna
Sempre ocorrem “perdas” energéticas nos processos fí-
de energia, e, portanto, r = 0. Para o gerador ideal, a
sicos, ou seja, os dispositivos não transferem totalmente
ddp e a fem são iguais ( U = «).
a energia para os sistemas que alimentam. Essas perdas
ocorrem devido à transformação de parte da energia em
energia térmica (calor).
A fem correspondente à ddp seria o caso ideal se entre
os polos de um gerador não ocorresse perda de energia
elétrica. A ddp é constante para cada gerador.

(
No SI, a unidade de medida de fem é volt lembre-se de
)
que V = __J .
C
Diferentemente dos geradores ideais, ocorre perda de
multimídia: vídeo
energia elétrica nos geradores reais. Essa perda deve-se FONTE: YOUTUBE
à resistência interna do gerador. Geradores elétricos reais Geradores e receptores de energia elétrica
são representados pelo símbolo a seguir:

139
Quando as cargas elétricas passam pelo farol, a energia po-
4. Potência no gerador elétrico tencial das cargas é transformada em energia térmica (ca-
Foi visto anteriormente que a potência elétrica em um tre- lor), fazendo o filamento do farol se aquecer e emitir luz. A
cho de circuito é o produto da ddp (U) entre as extremida- bateria fornece energia potencial às cargas no polo negati-
des desse trecho pela intensidade de corrente no mesmo vo (menor potencial), enviando-as para o terminal positivo
trecho do circuito. Assim, a potência de um gerador elétrico (potencial maior). Esse ciclo é repetido enquanto a bateria
é obtida multiplicando-se a ddp do gerador pela corrente conseguir transformar energia química em energia elétrica,
elétrica no gerador: isto é, enquanto houver energia química disponível.
U = « – ri Ÿ Ui = ei – ri2 Observe que a corrente elétrica no circuito é constante. Mes-
mo se os fios que ligam o farol à bateria fossem trocados
O primeiro termo, Ui, é a potência que o gerador fornece por fios mais espessos, o funcionamento do circuito seria o
ao circuito externo, ou seja, a potência útil Pu. Essa é a mesmo e a corrente se manteria constante. Isso ocorre por
potência disponível para um circuito elétrico externo. causa da conservação das cargas elétricas. Não pode haver
acúmulo de cargas nos dispositivos do circuito. Se houvesse
Pu = Ui acúmulo, a diferença de potencial seria variável com o tempo.
No segundo termo da equação, o valor Hi corresponde à
potência total do gerador Pt: Aplicação do conteúdo
Pt = «i 1. O gerador representado na figura a seguir é percorri-
do por uma corrente de intensidade 1 A. Calcule:
Essa potência é o valor que seria fornecido ao circuito ex-
terno caso não houvesse perda de energia elétrica.
O valor ri2 é a potência dissipada internamente Pd,
ou seja, é a perda de energia elétrica que ocorre e que não
Dados: « = 3 V; r = 0,5 V; i = 1 A; Dt = 20 s.
pode ser utilizada pelo circuito externo:
a) A ddp entre os terminais A e B.
Pd = ri 2 b) A potência dissipada no gerador.
c) O rendimento do gerador.
Essa potência é dissipada pelo gerador em forma de calor. d) A energia disponível ao circuito externo se o gera-
dor permanecer ligado por 20 s.
O rendimento do gerador é a relação entre a potência útil
Resolução:
e a potência total. Quanto menor for a parcela de ener-
gia elétrica dissipada, maior será o rendimento do gerador. a) Pela equação do gerador, tem-se:
Em geral, o rendimento é representado pela letra grega h U = « – ri Ÿ U = 3 – 0,5 · 1 Ÿ U = 2,5 V
(eta). Assim, o rendimento h de um gerador elétrico real
b) A potência dissipada é:
é dado pelo quociente:
Pd = ri2 Ÿ Pd = 0,5 W
P U
h = __u = __
Pt «
c) O rendimento é:
2,5
U Ÿ h = ___
h = __
« Ÿ
Considere o seguinte exemplo de uma aplicação da ener- 3
gia potencial elétrica em um farol de automóvel (lâmpada) Ÿ h = 0,83 ou n = 83%
ligado a uma bateria. d) A energia útil (Eútil) entregue ao circuito externo é:

Eútil = Pu · 't Ÿ Eútil = U i Dt Ÿ


Ÿ Eútil = 2,5 · 1 · 20 Ÿ Eútil = 50 J

2. A ddp entre os terminais de uma bateria, em um cir-


cuito aberto, é de 12 V. Se houver uma corrente elétrica
de 2 A no gerador, a potência fornecida a um circuito
A BATERIA É A FONTE DE FEM «, E R É SUA RESISTÊNCIA INTERNA. externo será de 20W. Calcule a fem e a resistência in-
O FAROL FAZ PARTE DO CIRCUITO EXTERNO (RESISTÊNCIA R). terna da bateria.

140
Resolução: Resolução:
Sendo « = 20 V, r = 1 V, Req = 4 V, pode-se aplicar a Lei
Em circuito aberto, não existe corrente elétrica na bateria:
de Pouillet:
i = 0 Ÿ U = « Ÿ « = 12 V
« = (Req + r) i
A potência fornecida ao circuito externo é a potência útil:
20 = (4 + 1) i
Pu = Ui Ÿ 20 = U · 2 Ÿ U = 10 V
i=4A
Pela equação do gerador, tem-se:
2. A figura ilustra um circuito formado por um gerador
U = « – ri Ÿ 10 = 12 – r · 2 Ÿ r = 1 V elétrico que pode ser ligado a um ou dois resistores
dependendo da ligação de uma chave Ch. Se a chave
Ch estiver aberta, a corrente elétrica terá intensidade
5. Lei de Pouillet de 10 A; se a chave Ch estiver fechada, a intensidade
da corrente elétrica será de 16 A. Calcule a resistência
Considere novamente o circuito que representava de ma-
interna r e a fem « do gerador.
neira simples o circuito elétrico do farol de um automóvel.
Nesse circuito, a bateria é o gerador elétrico, e o farol é um
resistor externo de resistência elétrica R.

Resolução:

Para a situação da chave aberta, obtém-se o seguinte circuito.


O físico francês Claude Pouillet (1790-1868) verificou que
a diferença de potencial entre os polos do gerador é a mes-
ma que nos terminais do resistor. Portanto:
UAB = « – ri e UAB = Ri
Igualando as equações, segue que:
« – ri = Ri

Assim, o valor de « é dado por:


Aplicando a Lei de Pouillet, tem-se:
« = (R + r)i
« = (3 + r) · 10
Essa expressão ficou conhecida como Lei de Pouillet.
Para a situação com a chave fechada, deve-se determinar
a resistência equivalente das duas resistências do circuito:
Aplicação do conteúdo 3 Ÿ R = 1,5 V
Req = __
2 eq
1. A fem e a resistência interna de um gerador são, res-
pectivamente, 20 V e 1 V. Esse gerador é ligado direta-
mente a um resistor de 4 V, como na figura. Calcule a
intensidade da corrente elétrica no circuito.

Aplicando a Lei de Pouillet para o circuito com essa resis-


tência equivalente, tem-se:
« = (1,5 + r) · 16

141
O valor de « é o mesmo para ambas as equações. Assim,
igualando as equações, determina-se a resistência interna
do gerador:
(3 + r) · 10 = (1,5 + r) · 16 Ÿ r = 1 V

Substituindo r = 1 V na primeira equação, determina-se


o valor de «: multimídia: site
« = (3 + 1) · 10 Ÿ « = 40 V
www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/geradores-
eletricos
www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/gerador/forca_ele-
tromotriz_gerador/

VIVENCIANDO

Os exemplos de geradores no cotidiano são diversos. Os geradores são a forma majoritária de proporcionar energia
elétrica para as redes urbanas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, teve a sua
maior produção anual estabelecida em 2016, com a geração de 103.068.366 MWh de energia.
Os geradores tambem são utilizados em automóveis e
em outras formas de transporte. Geradores de pequena
escala também fornecem um bom suporte para as ne-
cessidades emergenciais de energia em hospitais, pré-
dios residenciais, estádios de futebol, shopping centers
e pavilhões de exposições.
Na construção civil, principalmente em obras de grande
magnitude, a falta de energia elétrica causa a paralisa-
ções das obras, o que gera atrasos e prejuízos financeiros.
Nesses casos, os geradores elétricos se apresentam como
USINA DE ITAIPU, LOCALIZADA NO RIO PARANÁ
uma solução para obtenção de energia temporária. Em
diversas indústrias são comuns as “paradas programadas”, que acontecem para que ocorra a manutenção da rede
elétrica. Assim, o suprimento de energia no decorrer desses processos acontece por meio de geradores elétricos.

142
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Nessa aula, o aluno empregará a Habilidade 5 na montagem de circuitos com geradores, desde a utilização de
um gerador ideal até um gerador real, aprendendo a identificar suas diferenças e implicações.

HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas
tecnológicos de uso comum.

Faz-se necessária a interpretação correta de manuais de instalação de aparelhos elétricos. Além disso, o aludo
deve saber reconhecer a força eletromotriz fornecida e a resistência interna do gerador.

MODELO 1
(Enem) Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar possíveis invasores.
Uma cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de aproximadamente 10.000 V. Para
que não seja letal, a corrente que pode ser transmitida através de uma pessoa não deve ser maior do que 0,01
A. Já a resistência elétrica corporal entre as mãos e os pés de uma pessoa é da ordem de 1.000 :.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve possuir
uma resistência interna que, em relação à do corpo humano, é:
a) praticamente nula;
b) aproximadamente igual;
c) milhares de vezes maior;
d) da ordem de 10 vezes maior;
e) da ordem de 10 vezes menor.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Ótimo exercício que apresenta características de interdisciplinaridade, condizente com a prova de Ciências
da Natureza, mostrando que Física, Química e Biologia se relacionam normalmente. Além do excelente
diálogo com diferentes ramos da ciência, o conhecimento matemático e físico do problema é de alto nível,
exigindo do aluno o conhecimento da estrutura de um gerador elétrico.
Sendo r o valor da resistência interna do gerador, pela primeira Lei de Ohm segue que:
V = (r + R)i
10000 = (r + 1000)0,01
r = 99900 : ≈ 106 :
Em relação à resistência elétrica do corpo humano:
106 = 103
__r = ___
R 103

Ou seja, o valor da resistência deve ser cerca de 1.000 vezes maior.


RESPOSTA Alternativa C

143
DIAGRAMA DE IDEIAS

GERADOR

NÃO IDEAL FONTE DE TENSÃO

r≠0 IDEAL

LEI DE POUILLET r=0

U=
POTÊNCIA POTÊNCIA
TOTAL ÚTIL

POTÊNCIA
DISSIPADA

144
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científ-
ico-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
146

Você também pode gostar