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CURSO INTENSIVO 2023

Física

AULA 15
Eletrodinâmica.

Prof. Lucas Costa

www.estrategiavestibulares.com.br
CURSO INTENSIVO 2023

Sumário
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 3

2 - CORRENTE ELÉTRICA 3
2.1 - A origem da corrente elétrica 4
2.2 - Gerador elétrico 5
2.3 - O sentido e a intensidade da corrente elétrica 6
2.4 - Gráfico 𝒊 × 𝒕 11
2.4.1 - Corrente contínua constante 12
2.4.2 - Corrente contínua pulsante 13
2.4.3 - Corrente alternada 13
2.5 - O princípio da continuidade da corrente elétrica 16
2.5.1. Bipolo elétrico 17
2.6 - Potência elétrica 17
2.6.1 - Valores nominais 20
2.7 - Resistência elétrica 24
2.8 - A primeira Lei de Ohm 25
2.8.1 - Curva característica de um condutor ôhmico 26
2.9 - Efeito Joule 27

3 - RESISTORES 28
3.1 - Potência dissipada num resistor 28
3.1.1 - Resistores em série – corrente constante 29
3.1.2 - Resistores em paralelo – tensão constante 29
3.2 - Segunda Lei de Ohm 33
3.3 - Reostato 36

4 - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 37
4.1 - Associação em série 37
4.2 - Associação em paralelo 39
4.3 - Fusível 46
4.4 - Curto-Circuito 49
4.5 - Aparelhos para medidas elétricas 52
4.5.1 – O amperímetro 52
4.5.2 – O voltímetro 53
4.6 - Ponte de Wheatstone 54

5 - GERADORES 57
5.1 - Gerador elétrico – Força eletromotriz 57
5.1.1 - A equação do gerador 58
5.1.2 - Gerador em aberto 59
5.1.3 - Gerador em curto-circuito 60
5.1.4 - Curva característica de um gerador 60
5.1.5 - Lei de Pouillet 61
5.2 - Potências elétricas no gerador 62
5.2.1 - Rendimento elétrico do gerador 62
5.2.2 - Circuito simples gerador-resistor 63
5.2.3 - Potência máxima fornecida por um gerador 64
5.3 - Associação de geradores 65
5.3.1 - Associação de geradores em série 65
5.3.2 - Associação em paralelo de geradores iguais 66

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 1
CURSO INTENSIVO 2023

6 - AS LEIS DE KIRCHHOFF 68
6.1 - Lei de Kirchhoff das correntes (𝑳𝑲𝑪) ou Lei dos Nós: 69
6.2 - Lei de Kirchhoff das tensões (𝑳𝑲𝑻) ou Lei das Malhas: 72

7 – CAPACITORES 75
7.1 - Capacitância (𝑪) 75
7.2 - Capacitores 76
7.1.1 – Capacitores de placas paralelas 77
7.1.2 – Capacitores esféricos 78
7.3 - Associação de capacitores 79
7.3.1 - Capacitores associados em série 79
7.3.2 - Capacitores associados em paralelo 82

8 - RESUMO DA AULA EM MAPAS MENTAIS 87

9 - LISTA DE QUESTÕES 88
9.1 Já caiu nos principais vestibulares 88

10 - GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 104


10.1 Já caiu nos principais vestibulares 104

11 - QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 105


11.1 Já caiu nos principais vestibulares 105

12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 138

13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 138

14 - VERSÃO DE AULA 138

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 2
CURSO INTENSIVO 2023

1 - Considerações iniciais
Nesta aula de número 15, serão abordados os seguintes tópicos do seu edital:

• Corrente elétrica: abordagem macroscópica e modelo microscópico.

• Propriedades elétricas dos materiais: condutividade e resistividade; condutores e isolantes.

• Dissipação de energia em resistores.

• Potência elétrica.

• Relação entre corrente e diferença de potencial (materiais ôhmicos e não ôhmicos).

• Circuitos simples e capacitores.

Esses assuntos se enquadram no subtópico denominado Eletricidade.

Nesta aula serão abordadas as principais consequências das cargas elétricas em movimento. São
abordados os conceitos de corrente elétrica e das propriedades elétricas dos materiais. A forma como a
energia elétrica é dissipada em resistores e a maneira como os elementos elétricos são organizados em
circuitos também é explicada.

As aulas 14 e 15 são complementares, pois trazem um estudo dividido entre os principais conceitos
relacionados à eletricidade, sendo divididos em eletrostática na primeira e eletrodinâmica na segunda.

2 - Corrente elétrica
Por definição, corrente elétrica nada mais é que o movimento ordenado, ou seja, o movimento
com direção e sentido preferenciais, de portadores de carga elétrica.

Figura 15.1: Elétrons livres em movimento não ordenado (caótico).

Figura 15.2: Elétrons livres em movimento ordenado.

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Além da corrente elétrica gerada pela movimentação ordenada de elétrons livres, podemos ter
uma corrente na qual os portadores de cargas são íons positivos e, neste caso, a chamamos de corrente
iônica.

Figura 15.3: Corrente iônica é o movimento ordenado dos íons positivos.

2.1 - A origem da corrente elétrica


O que provoca a movimentação dos portadores de carga nos materiais condutores?

Para melhor compreensão, vamos tomar duas placas metálicas paralelas 𝐴 e 𝐵, de tal forma que
elas possuem potenciais 𝑉𝐴 e 𝑉𝐵 , respectivamente, com 𝑉𝐴 > 𝑉𝐵 , conforme figura abaixo.

Figura 15.4: Placas A e B carregadas com potenciais 𝑽𝑨 e 𝑽𝑩 , tal que 𝑽𝑨 > 𝑽𝑩.

Podemos dizer que o saldo de cargas elétricas positivas em 𝐴 é maior que em 𝐵. Dessa forma, se
ligarmos as duas placas por meio de um fio metálico, então os elétrons livres irão se deslocar de 𝐵 para
𝐴, isto é, do menor para o maior potencial elétrico, gerando uma corrente elétrica no fio.

Figura 15.5: Fluxo da corrente de elétrons no fio que conecta as placas.

Com isso, quando os elétrons livres começam a sair de 𝐵, o potencial 𝑉𝐵 começa a aumentar e,
simultaneamente, quando os elétrons livres chegam em 𝐴, o potencial 𝑉𝐴 começa a diminuir. Esse
movimento dos elétrons livres ocorre até o momento em que os potenciais elétricos em 𝐴 e em 𝐵 se
igualam.

A corrente elétrica é provocada por uma diferença de potencial elétrico (abreviadamente ddp), ou
tensão elétrica.

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Além da explicação do surgimento do corrente elétrica pela diferença de potencial, podemos


justificar esse fenômeno utilizando o conceito de campo elétrico e força elétrica.

Se ligamos um fio condutor entre as placas 𝐴 e 𝐵, um campo elétrico 𝐸⃗ é criado no interior do fio,
orientado do maior para o menor potencial, como vimos em eletrostática. Devido ao fato de a carga dos
elétrons livres ser negativa, a força elétrica 𝐹𝑒𝑙 que surge nelas tem sentido oposto ao campo. Com isso,
os elétrons livres começam a migrar de 𝐵 para 𝐴, gerando a corrente elétrica no fio. Note que o fio não
está em equilíbrio eletrostático.

Figura 15.6: Força elétrica atuando sobre os elétrons livres e campo elétrico no interior do condutor.

Como vimos em Eletrostática, o módulo do campo elétrico está diretamente relacionado com o
potencial elétrico. Para um campo uniforme, vimos que a relação é dada por:

𝑈=𝐸⋅𝑑

Em que 𝑈 representa a diferença de potencial. Dessa forma, podemos ver que quando a corrente
elétrica cessa, isto é, a diferença de potencial é zero, então o campo elétrico no interior do condutor
também será nulo, resultado que já conhecemos, pois neste instante o condutor entre em equilíbrio
eletrostático.

2.2 - Gerador elétrico


Devemos imaginar um gerador elétrico como um dispositivo capaz de pegar todo elétron que
chega à placa 𝐴 e levar para a placa 𝐵 do exemplo anterior. Assim, os potenciais elétricos das placas nunca
se igualariam e a corrente elétrica no fio não cessaria. Perceba que nesse transporte haveria um
fornecimento de energia aos elétrons.

No mundo real, o dispositivo responsável pela reposição de energia potencial elétrica é o gerador
elétrico. Esse dispositivo precisa ter alguma outra modalidade de energia e transformá-la em energia
potencial elétrica. As pilhas e as baterias são exemplos nos quais a energia química é transformada em
energia potencial elétrica. Em eletrodinâmica, muitas vezes não estamos interessados nos potenciais dos
polos do gerador, mas sim na diferença entre esses potenciais, já que é a diferença de potencial que
garante a corrente elétrica.

Podemos fazer uma analogia de um gerador elétrico com uma bomba hidráulica. Nesse tipo de
montagem, a água flui da região de alta pressão para a região de baixa pressão, cessando o movimento
quando a diferença de pressão desaparece (os níveis do líquido se igualam).

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Figura 15.7: Tanques com água em desnível.

Para que o fluxo de água não cesse, é necessário que haja reposição do líquido, de modo que se
mantenha a diferença de pressão. Para isso, utiliza-se uma bomba hidráulica, como mostrado na figura
abaixo:

Figura 15.8: Bomba hidráulica mantendo os níveis de água no tanque.

2.3 - O sentido e a intensidade da corrente elétrica


No começo do século XIX, quando os cientistas conheceram o fenômeno da corrente elétrica,
outros fenômenos já eram conhecidos. Sabia-se que o calor que flui de corpos de maior temperatura para
corpos de menor temperatura, assim como o fluxo de água dos rios se dá das regiões mais altas para as
regiões mais baixas.

Figura 15.9: O calor flui da vela (em maior temperatura) para o gelo (em menor temperatura).

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Figura 15.10: A água flui de grandes alturas para baixas alturas, como ocorre em cachoeiras, por exemplo.

De forma análoga, foi cogitado que a corrente elétrica surgia da diferença de potencial e deveria
ser um fluxo de cargas que se dirige do maior para o menor potencial. As cargas que obedecem a essa
lógica são cargas positivas e, por isso, eles concluíram na época que a corrente elétrica era um fluxo de
cargas positivas que se moviam do maior para o menor potencial.

Figura 15.11: A corrente elétrica se estabelece do maior para o menor potencial, então, trata-se de um fluxo de cargas positivas.

Porém, no início do século XX, com o avanço dos modelos atômicos, logo se descobriu que a
corrente elétrica na realidade era um fluxo de elétrons livres. Nesse momento, cerca de 100 anos já
haviam se passado e os diversos modelos e aspectos técnicos, que se baseavam na corrente como fluxo
de cargas positivas já eram amplamente usados.

Por essa razão foi convencionado não trocar este sentido e criar uma equivalência entre os
portadores de carga. A carga negativa (−𝑞) que se move em um sentido deve ser substituída por uma
carga positiva (+𝑞) em sentido oposto com igual velocidade.

Figura 15.12: Convenção para movimentação dos portadores de carga na corrente elétrica.

Devemos considerar que a corrente elétrica em um condutor é o movimento ordenado das


cargas positivas que se dirigem do maior para o menor potencial.

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Tenha em mente que os portadores de carga podem ser elétrons livres, íons positivos e íons
negativos. Apesar de considerar que a corrente elétrica vai do maior para o menor potencial em um metal,
em seu interior os portadores de carga (elétrons livres) vão do menor potencial para o maior potencial
elétrico, como mostrado na figura abaixo.

Figura 15.13: Movimento dos elétrons livres e o sentido convencional da corrente elétrica.

De acordo com a convenção, quando consideramos uma corrente elétrica qualquer, tenderemos
a substituir as cargas negativas reais em movimento por cargas positivas imaginárias que se movem em
sentido contrário, de tal forma que se pode presumir que qualquer corrente é constituída unicamente por
cargas positivas. Essa corrente imaginária que criamos, que equivale a corrente real, é denominada
corrente convencional.

Para o exemplo de um líquido, os portadores de carga são íons positivos e negativos que se movem
em direções opostas. Dessa forma, os íons negativos são substituídos por íons positivos em sentido
contrário, estabelecendo o sentido convencional da corrente.

Figura 15.14: Esquema representativo da corrente iônica em um líquido.

Semelhante aos condutores líquidos, podemos estender a ideia de condução para substâncias
gasosas, como por exemplo o que ocorre em tubos fluorescentes. Os efeitos da corrente elétrica se
manifestam em diferentes níveis, com maior ou menor intensidade. Por exemplo, vamos conectar uma
lâmpada aos terminais de uma bateria com força eletromotriz ℰ1 :

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Figura 15.15: Representação da corrente elétrica. Para uma corrente elétrica de baixa intensidade o brilho é fraco.

Quando aumentamos a força eletromotriz ℰ2 , observamos que a lâmpada bilha com mais
intensidade.

Figura 15.16: Representação da corrente elétrica. Para uma corrente elétrica de alta intensidade o brilho é maior.

Os experimentos mostram que a intensidade da corrente elétrica depende da carga que atravessa
o circuito em 1 segundo. Para os casos mostrados, com ℰ2 > ℰ1, em um mesmo intervalo de tempo (1
segundo) passaram mais portadores de carga pela secção transversal do condutor (2). Portanto, a
corrente elétrica no condutor (2) é maior que no condutor (1).

Para medir a corrente elétrica se estabeleceu uma magnitude escalar denominada intensidade de
corrente elétrica (𝑖). No caso da corrente ser contínua, sua magnitude mostra a quantidade de carga que
atravessa a secção transversal do condutor por unidade de tempo. Matematicamente, temos:

|Δ𝑄|
𝑖= Definição da corrente elétrica
Δ𝑡

Em que |Δ𝑄| é o valor da quantidade de carga e Δ𝑡 é o intervalo de tempo. A unidade de corrente


no SI é o ampère (A). Então:

1𝐶
1𝐴 =
1𝑠

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O que significa 𝑖 = 3 𝐴? Se a corrente é contínua (constante), então significa que passam 3 C de


cada pela secção transversal do condutor a cada 1 s.

(2019/QUESTÃO)
Por uma secção transversal de um condutor passam 5 ⋅ 1017 elétrons livres em 20 s. Determine a
intensidade da corrente elétrica no condutor. Suponha que a corrente é contínua.
Comentários

Por esta secção transversal do condutor passam as cargas negativas 𝑒 − , mas podemos substituir
essas cargas pelo seu equivalente 𝑒 + , alterando o sentido de deslocamento.

De acordo com o enunciado, a corrente é contínua, isto é, sua magnitude permanece constante.
Então:

|Δ𝑄|
𝑖=
Δ𝑡

A quantidade de carga que atravessa o condutor é dada por:

|Δ𝑄| = 𝑛 ⋅ |𝑞𝑒 − | = 5 ⋅ 1017 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 = 8 ⋅ 10−2 𝐶

Portanto:

8 ⋅ 10−2
𝑖= = 4 ⋅ 10−3 𝐴 ou 𝑖 = 4 𝑚𝐴
20

Gabarito: 𝟒 𝒎𝑨.
(2019/INÉDITA)
Os celulares são dispositivos essenciais na vida do homem moderno. O principal fator limitante, e
em constante evolução, são as baterias desses dispositivos, que ainda precisam ser recarregadas ao
menos uma vez por dia, em média.

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Novas tecnologias de carregamento rápido tentam amenizar o problema diminuindo o tempo


necessário para que as baterias armazenem carga.
Suponha que um celular, cuja bateria possui 3000 𝑚𝐴ℎ de carga, seja carregado usando uma fonte
convencional de 5,0 𝑉 e 1,0 𝐴. Por outro lado, uma outra versão do mesmo modelo é capaz de ser
carregado com 9,0 𝑉 e 3,0 𝐴, fazendo uso de uma nova fonte de carregamento rápido.
O tempo economizado usando a tecnologia de carregamento rápido, no cenário em que se vai de
zero até 100% da carga é de
a) 12 minutos. b) 40 minutos. c) 2 horas. d) 4 horas.
Comentários

A diferença de potencial maior usada na tecnologia de carregamento rápido gera uma potência
maior para o aparelho, aumentado a transferência de energia e diminuindo o aquecimento da bateria. A
carga transferida efetivamente, contudo, é função da corrente elétrica:

𝑞 𝑞
𝑖= ⟹ ∆𝑡 =
∆𝑡 𝑖

A carga da bateria é de 3000 𝑚𝐴ℎ, ou 3 𝐴ℎ. Isso significa que:

𝑞𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 = 3 𝐴 ⋅ 1ℎ = 3 𝐴ℎ

Isso significa que uma corrente de 3 𝐴 leva 1 hora para carregar o aparelho. Em contrapartida,
também podemos escrever a carga como:

𝑞𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 = 1 𝐴 ⋅ 3ℎ = 3 𝐴ℎ

O que significa que uma carga de 1 𝐴 leva 3h para carregar a mesma bateria. Em suma, teremos
uma economia de duas horas.

Gabarito: “c”.

2.4 - Gráfico 𝒊 × 𝒕
Em muitos casos, devemos analisar como a corrente elétrica varia com o tempo. Podemos ter
diversas curvas que representam a intensidade 𝑖 de uma corrente elétrica qualquer em função do tempo
𝑡, como no gráfico abaixo:

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Figura 15.17: Gráfico de uma corrente elétrica qualquer que atravessa uma secção transversal de um condutor.

Quando representamos a corrente dessa forma, surge uma propriedade muito interessante: a área
abaixo da curva é numericamente equivalente ao módulo da carga elétrico que atravessou a secção
transversal do condutor.

A área compreendida entre a curva e o eixo do tempo, calculada para um intervalo de tempo de
interesse, é numericamente igual ao módulo da carga elétrica que atravessou uma secção transversal
do condutor.

Figura 15.18: No gráfico 𝒊 × 𝒕, tem-se que |𝜟𝑸| ≡ "á𝒓𝒆𝒂".

Podemos classificar as correntes elétricas de acordo com a forma do gráfico 𝑖 × 𝑡.

2.4.1 - Corrente contínua constante


Chamamos de corrente contínua constante aquela que mantém sua intensidade e sentido
constantes no decorrer do tempo. Graficamente, tem-se que:

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Figura 15.19: Corrente contínua constante.

2.4.2 - Corrente contínua pulsante


É aquela cuja intensidade possui máximos e mínimos, periodicamente, embora o sentido
permaneça inalterado.

Figura 15.20: Exemplos de correntes contínuas pulsantes.

2.4.3 - Corrente alternada


É aquela cujo sentido é invertido periodicamente.

Figura 15.21: Exemplos de correntes alternadas.

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Note que, em um condutor metálico percorrido por corrente contínua, os elétrons livres sempre
caminham no mesmo sentido. No caso do condutor ser percorrido por uma corrente alternada, os
elétrons livres oscilam em torno de determinadas posições.

Figura 15.22: Movimento dos elétrons na corrente alternada.

Essa situação ocorre em uma rede elétrica residencial quando algum aparelho é ligado a ela.
Provavelmente você deve ter ouvido falar que a rede elétrica no Brasil tem uma frequência de 60 Hz (lê-
se sessenta hertz).

Isso quer dizer que, por exemplo, quando você liga uma lâmpada na sua casa, o valor algébrico da
corrente estabelecida varia conforme o gráfico da figura abaixo:

Figura 15.23: A corrente alternada.

Perceba que uma variação completa de 𝑖 demora 1/60 s. Por isso, dizemos que ocorreram 60
ciclos a cada segundo. Então, a frequência da rede elétrica é igual a 60 ciclos por segundo, em outras
palavras, 60 Hz.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em um laboratório, um professor de física utiliza um dispositivo para criar uma corrente elétrica
variável que atravessa um fio condutor. A intensidade da corrente no decorrer do tempo é
representada pelo gráfico abaixo:

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Considerando a carga elementar do elétron com 𝑒 = 1,6 ⋅ 10−19 𝐶, a quantidade de elétrons que
atravessou o condutor durante 135 segundos foi de aproximadamente
a) 2,5 ⋅ 1022 b) 2,5 ⋅ 10−19 c) 2,5 ⋅ 1020 d) 2,5 ⋅ 10−16 e) 2,5 ⋅ 1016
Comentários

Podemos calcular a carga total que atravessou o fio condutor através da área sob a curva 𝑖 𝑥 𝑡.
Dividindo a área em três seções, ficamos com:

Calculando as áreas das seções:

(25 + 35) ⋅ 30
𝑆1 = = 900 𝐶
2

𝑆2 = (90 − 30) ⋅ 35 = 2100 𝐶

(35 + 10) ⋅ (135 − 90)


𝑆3 = = 1012,5 𝐶
2

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 15
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A carga total seria então:

𝑞 = 𝑆1 + 𝑆2 + 𝑆3 = 4012,5 𝐶

Assim, a quantidade 𝑛 de elétrons que atravessou o condutor, considerando a carga de cada


elétron pode ser calculada por:

𝑞 =𝑛⋅𝑒

4012,5
𝑛= ≅ 2,5 ⋅ 1022
1,6 ⋅ 10−19

Gabarito: “a”.

2.5 - O princípio da continuidade da corrente elétrica


O princípio da continuidade da corrente elétrica diz que, caso o caminho da corrente elétrica sofra
uma fragmentação, a soma das correntes em cada “galho” será igual à corrente total antes da ramificação.

Figura 15.24: Ramificação da corrente de acordo com a divisão sofrida pelo condutor.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um projetista encontrou o seguinte esquema em uma rede elétrica.

As intensidades das correntes 𝑖1 e 𝑖2 valem, respectivamente:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 16
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a) 24 𝐴 e 21 𝐴 b) 21 𝐴 e 24 𝐴 c) 36 𝐴 e 9,0 𝐴 d) 9,0 𝐴 e 36 𝐴
Comentários

Pelo princípio da continuidade da corrente elétrica, temos:

15 + 6,0 = 𝑖1 𝑖 = 21 𝐴
{ ⇒{1
30 = 6,0 + 𝑖2 𝑖2 = 24 𝐴

Gabarito: “b”.

2.5.1. Bipolo elétrico


Um bipolo elétrico é qualquer dispositivo que contenha dois terminais elétricos que são capazes
de ser ligados a um circuito elétrico. Se o bipolo está inserido em um circuito, a corrente elétrica entra
por um dos seus terminais e sai pelo outro.

De um modo geral, um bipolo pode consumir ou fornecer energia a um circuito elétrico. Alguns
exemplos de bipolos são: resistores, lâmpadas, geradores, entre outros.

Figura 15.25: Lâmpada ligada acesa, exemplo de bipolo elétrico.

2.6 - Potência elétrica


Uma lâmpada incandescente se comporta como um bipolo elétrico submetido a uma diferença de
potencial constante 𝑈 fornecida por uma pilha, sendo percorrido por uma corrente elétrica de intensidade
𝑖, como na figura abaixo:

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Figura 15.26: Corrente elétrica, movimento dos elétrons e diferença de potencial no bipolo elétrico.

Durante um intervalo de tempo Δ𝑡, a lâmpada ganha uma quantidade de energia térmica Δ𝐸, que
é igual à energia potencial elétrica perdida por uma carga 𝑞 que passou pelo bipolo. Então, a potência
recebida pelo dispositivo é de:

𝑬 Potência
𝑷𝒐𝒕 =
∆𝒕

𝑱 [𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂] = 𝑱 [∆𝒕] = 𝒔
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕
𝒔

Em outras palavras, se uma lâmpada trabalha com uma potência de 40 W, por exemplo, significa
que ela recebe 40 J a cada segundo. A potência elétrica, em função das relações entre a energia potência
elétrica, pode também ser escrita como:

𝑷𝒐𝒕 = 𝑽 ⋅ 𝒊 A potência elétrica

[𝑷𝒐𝒕] = 𝑾 [𝑽] = 𝑽 = 𝑽𝒐𝒍𝒕 [𝒊] = 𝑨

(2019/INÉDITA)
Considere um smartphone cuja bateria tem uma capacidade total de 𝑞 = 4000 𝑚𝐴ℎ. Se um
carregador opera com uma potência de 10 𝑊 e uma diferença de potencial de 5 𝑉, o tempo que
esse celular demora para ser completamente carregado, considerando uma eficiência de 75%, é de
a) 2ℎ40 b) 2ℎ00 c) 1ℎ20 d) 4ℎ20
Comentários

Devemos começar determinando a corrente que o carregador fornece para o smartphone:

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𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 10
𝑖= = = 2,0 𝐴
𝑉 5

A bateria do smartphone fornecida em 4000 𝑚𝐴ℎ, parece remeter a uma unidade de corrente,
quando na verdade é uma medida de carga:

𝐶
𝑞 = 4000 𝑚𝐴ℎ = 4 ⋅ 103 ⋅ 10−3 ⋅ ⋅ 3600 𝑠
𝑠

𝑞 = 4 ⋅ 3600 𝐶

A carga é dada pelo produto entre corrente e tempo:

𝑞 = 𝑖 ⋅ ∆𝑡

Isolando o tempo nessa relação, temos:

𝑞
∆𝑡 =
𝑖

4 ⋅ 3600
∆𝑡 = = 7200 𝑠
2,0

Em minutos:

7200
∆𝑡 = = 120 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
60

Não assinale a alternativa “b” como correta ainda. Lembre-se que a eficiência do processo é de
75%, o que deve fazer com que o tempo seja superior a 120 minutos. Para determinarmos esse tempo,
basta dividirmos o tempo por 0,75:

120
∆𝑡 = = 160 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
0,75

Ou, 2 horas e 40 minutos. Pela notação padrão: 2ℎ40.

Gabarito: “a”.

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2.6.1 - Valores nominais


É muito comum os bipolos elétricos especificarem seus valores nominais de potência e de tensão.
A potência nominal é a potência elétrica consumida pelo dispositivo quando submetido à tensão nominal,
que é a tensão da rede elétrica para a qual o aparelho foi fabricado.

Por exemplo, uma lâmpada (60 𝑊 – 110 𝑉). Esses são os valores nominais informados ao
usuário, mostrando que a lâmpada trabalha com a potencial igual a 60 W, quando submetida a uma ddp
igual a 110 V.

Se essa lâmpada for ligada a uma tensão superior a nominal, ela dissipará uma potência maior e
brilhará mais intensamente, mas sua vida útil será reduzida. Por outro lado, se a lâmpada for ligada a uma
tensão inferior a nominal, a potência dissipada será menor e o seu brilho menos intenso.

Os valores nominais dos dispositivos elétricos são de extrema importância para projetar uma
instalação elétrica. Para garantir a segurança do edifício, utilizamos um dispositivo chamado de disjuntor,
que é responsável por garantir que os bipolos elétricos não sejam rompidos, ou popularmente, se
queimem.

Quando a corrente que atravessa o disjuntor é superior àquela nele especificada, ele abre o
circuito, “abre”, impedindo a passagem de corrente. A grande vantagem do disjuntor em relação ao fusível
é que após cortar a passagem de corrente, ele pode ser religado para que o circuito volte a operar nas
condições normais.

Afinal, o que significa os 220 volts ou os 110 volts em sua casa?

Como já mencionamos, a corrente elétrica que chega em sua residência é alternada e possui
frequência igual a 60 𝐻𝑧. Isso provém do fato da diferença de potencial 𝑈 (𝑈 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) entre os
terminais de sua tomada também ser alternada.

Figura 15.27: Representação de uma tomada simples.

Graficamente, temos que a diferença de potencial em função do tempo, para uma tomada de 220
volts, deve variar, aproximadamente, da seguinte forma:

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Figura 15.28: A variação do potencial elétrico em função do tempo.

Isso quer dizer que nos primeiros 1/120 𝑠, 𝑉𝐴 é maior que 𝑉𝐵 e 𝑈 > 0. Nos próximos 1/120 𝑠, 𝑉𝐴
será menor que 𝑉𝐵 e 𝑈 < 0. Mas por que os valores de máximos da ddp 𝑈 são −310 𝑉 e +310 𝑉
(aproximadamente), se nossa tomada é de 220 V?

Na realidade os 220 V não existem. Eles são apenas uma tensão constante e fictícia que chamamos
de tensão eficaz, na qual o seu aparelho elétrico produziria o mesmo efeito se estivesse trabalhando na
tensão real, que varia entre −310 𝑉 e +310 𝑉. Também chamamos a tensão real de tensão de pico. De
modo análogo, em uma tomada de 110 𝑉, a ddp real varia entre −155 𝑉 e +155 𝑉, aproximadamente.

(2019/INÉDITA)
Nas instalações elétricas domésticas na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, os aparelhos são ligados a
tomadas com 127 V de tensão. Uma notável exceção é o aparelho de ar condicionado, de alta
potência, que é preferencialmente ligado a tomadas de 240 V de tensão.
Considere 2 aparelhos de ar condicionado, de igual potência nominal, projetados para operar: um,
em 127 V e o outro, em 240 V.
Assinale a opção que melhor justifica a escolha do aparelho projetado para operar em 240 V.
a) A corrente é igual nos 2 casos, mas a potência real do aparelho de ar condicionado, que é o
produto da tensão pela corrente, é maior quando a tensão é maior.
b) Como a corrente é, neste caso, menor, o choque elétrico provocado por algum acidente ou
imprudência será também menos perigoso.
c) Como a corrente é, neste caso, maior, o aparelho de ar condicionado refrigerará melhor o
ambiente.
d) Como a corrente é, neste caso, maior, a dissipação por efeito Joule na fiação será menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.
e) Como a corrente é, neste caso. menor, a dissipação por efeito Joule na fiação é também menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.
Comentários

Se os aparelhos possuem mesma potência nominal, temos que a energia gasta pelos aparelhos em
um mesmo intervalo de tempo será igual. A relação entre potência, tensão e corrente é:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 21
CURSO INTENSIVO 2023

Potência média dissipada


𝐏𝐨𝐭 = 𝑽 ⋅ 𝒊
por um resistor

𝑱
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕 [𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒
𝒔

Essa relação nos permite inferir que, para uma mesma potência, quanto maior a diferença de
potencial, menor é a corrente.

Os fios usados nas ligações elétricas não são condutores perfeitos. Dessa maneira, alguma energia
é por eles dissipada. Quanto maior a corrente que atravessa os fios, maior é a energia por eles perdida
devido ao efeito Joule.

Assim, a ligação em 240 V se justifica pela economia não com o aparelho em si, mas com a ligação
elétrica que opera em menores correntes e, consequentemente, com menos perdas.

a) Incorreta. De acordo com a relação da potência, com a tensão e a corrente. Temos que a última
não pode ser igual nos dois casos. Quanto maior a tensão, menor será a corrente.

b) Incorreta. A alternativa traz informações corretas. Contudo, elas não justificam o porquê de a
escolha para o aparelho operar em 240 V.

c) Incorreta. A corrente é menor, conforme demonstrado. Além disso, o fato da corrente ser menor
não se relaciona com a capacidade do aparelho em resfriar o ambiente. O calor advindo da dissipação por
efeito Joule é desprezível se comparado com a capacidade de resfriamento do aparelho.

d) Incorreta. A corrente é menor, conforme demonstrado.

e) Correta. Como a corrente é menor, a dissipação por efeito Joule na fiação é também menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.

Gabarito: “e”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em uma fonte usada em um smartphone, com tecnologia de carregamento rápido, lemos as
seguintes informações em sua etiqueta:

Sabe-se que fontes que operam com essa tecnologia são capazes de alterar a sua diferença de
potencial e a sua corrente elétrica em função da temperatura da bateria a ser carregada.
A máxima potência de operação para essa fonte é de

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 22
CURSO INTENSIVO 2023

a) 12 𝑊 b) 18 𝑊 c) 24 𝑊 d) 50 𝑊 e) 120 𝑊
Admita que a fonte seja capaz de seguir as indicações em sua etiqueta de funcionamento.
Comentários

A diferença de potencial maior usada na tecnologia de carregamento rápido gera uma potência
maior para o aparelho, aumentado a transferência de energia e diminuindo o aquecimento da bateria.

A leitura superior, indica que a fonte é capaz de operar em redes de corrente alternada desde os
100 até os 240 V, e em frequências de 50 a 60 Hz. Após captar a energia, ela deve converter a corrente
para o formato contínuo, com as opções de diferença de potencial e corrente indicadas na parte inferior
da etiqueta. Podemos determinar a potência máxima de operação pelo produto entre a diferença de
potencial e a respectiva corrente de operação:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

Devemos testar os três modos de operação:

𝑃𝑜𝑡1 = 𝑉1 ⋅ 𝑖1 = 5,0 ⋅ 2,5 = 12,5 𝑊


𝑃𝑜𝑡2 = 𝑉2 ⋅ 𝑖2 = 9,0 ⋅ 2,0 = 18 𝑊
𝑃𝑜𝑡3 = 𝑉3 ⋅ 𝑖3 = 12 ⋅ 1,5 = 18 𝑊

Concluímos que a potência máxima de operação é de 18 𝑊.

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um estudante interessado em assar batatas, posiciona uma forma metálica com os vegetais em um
forno elétrico, ligado a uma tensão de 110 𝑉 que é percorrido por uma corrente de 12 𝐴, durante
40 minutos. O tempo, em minutos, que um painel solar fotovoltaico, cuja potência é de 0,45 𝑘𝑊,
levaria para gerar a mesma quantidade de energia necessária para assar as batatas desse estudante
é igual a
a) 2,0 b) 117 c) 150 d) 20 e) 40
Desconsidere trocas de calor com o ambiente. Assuma que tanto o forno elétrico, quantos os painéis
solares fotovoltaicos sejam 100 % eficientes.
Comentários

Para calcularmos o tempo que a placa solar levaria para produzir a mesma quantidade de energia
gasta no forno, precisamos descobrir antes o módulo dessa energia. Podemos calcular aplicando a
definição de potência:

𝐸
𝑃𝑜𝑡 = ⇒ 𝐸 = 𝑃𝑜𝑡 ⋅ ∆𝑡
∆𝑡

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 23
CURSO INTENSIVO 2023

Na qual 𝑃𝑜𝑡 é a potência do aparelho, e ∆𝑡 é o tempo que esse aparelho ficou funcionando. Para
o cálculo da potência elétrica, podemos fazer:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑖 ⋅ 𝑉

𝑃𝑜𝑡 = 12 ⋅ 110 = 1320 𝑊

Então a energia será de:

𝐸 = 1320 ⋅ 40 ⋅ 60 = 3168000 𝐽

Sabendo que a placa solar tem a capacidade de 0,45 𝑘𝑊, para o cálculo do tempo necessário para
a geração dessa quantidade de energia, voltamos à definição de potência:

𝐸 = 𝑃𝑜𝑡 ⋅ ∆𝑡

3,168 ⋅ 106 = 450 ⋅ ∆𝑡

7040
∆𝑡 = 7040 𝑠 = ≅ 117 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
60

Gabarito: “b”.

2.7 - Resistência elétrica


Quando um condutor é submetido a uma tensão elétrica 𝑉, ele é percorrido por uma corrente
elétrica 𝑖. Define-se resistência elétrica como o quociente:

𝑽
𝑹= Definição da resistência elétrica
𝒊

𝑽
[𝑹] = =𝛀 [𝑽] = 𝑽 [𝒊] = 𝑨
𝑨

Note que um condutor não precisa apresentar 𝑅 constante necessariamente, isto é, a sua
resistência pode variar com a corrente, temperatura, geometria do condutor etc. Assim, é muito
importante conhecer a curva característica 𝑈 × 𝑖:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 24
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.29: Curva característica de um condutor não ôhmico.

De acordo com a definição de resistência, vemos que ela é diretamente proporcional à ddp e
inversamente proporcional à corrente. Para determinar a resistência elétrica em cada ponto da curva,
devemos aplicar a definição de resistência, efetuando a divisão 𝑈/𝑖 no ponto desejado. Por exemplo, para
os pontos A e B da curva característica logo acima, temos:

20
𝑅𝐴 = = 10 Ω
{ 2
25
𝑅𝐵 = = 6,25 Ω
4

2.8 - A primeira Lei de Ohm

Georg Simon Ohm (1787 – 1854) foi um físico alemão responsável por estudar, dentre outras
áreas, a eletrodinâmica. Quando a corrente elétrica que atravessa um condutor elétrico é diretamente
proporcional à tensão aplicada entre os seus terminais, temos os denominados condutores ôhmicos. A
primeira lei de Ohm pode ser escrita da seguinte maneira:

𝑽 =𝑹⋅𝒊 Definição da resistência elétrica

𝑽
[𝑽] = 𝑽 [𝑹] = =𝛀 [𝒊] = 𝑨
𝑨

Em outras palavras, condutores ôhmicos são aqueles que apresentam resistência constante, a uma
temperatura constante.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 25
CURSO INTENSIVO 2023

Não confunda resistores ôhmicos com a definição de resistência elétrica. Condutores que não
obedecem à Primeira Lei de Ohm são ditos condutores não ôhmicos, entretanto, conhecendo a curva
característica 𝑈 × 𝑖 do dispositivo, podemos determinar a resistência elétrica em cada ponto de
interesse.

O símbolo de resistência elétrica em esquemas de circuitos elétricos é:

Figura 15.30: Simbologia de resistência elétrica em circuitos.

2.8.1 - Curva característica de um condutor ôhmico


Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante apresenta resistência elétrica constante.
Dessa forma, ao plotarmos um gráfico da tensão pela corrente, temos:

Figura 15.31: Gráfico da tensão pela corrente elétrica no condutor ôhmico.

Note que a resistência independe da tensão aplicada nos terminais do condutor ou da corrente
que o atravessa. Ela só depende da temperatura que no nosso caso foi considerada constante.

Algumas propriedades da curva característica de um condutor ôhmico são que ela é sempre uma
reta, que necessariamente passa pela origem dos eixos. Com um ângulo 𝛼 variando 0 < 𝛼 < 90°.
Também é importante destacar que a resistência é constante é proporcional ao valor da tangente de 𝛼.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 26
CURSO INTENSIVO 2023

2.9 - Efeito Joule


Quando um fio condutor é submetido a uma diferença de potencial, um campo elétrico se
estabelece no interior dele. Com isso, os elétrons são acelerados de tal maneira que eles ganham
velocidade no sentido do campo. Entretanto, logo em seguida, esses elétrons colidem com átomos do
metal e perdem velocidade. Como ainda há campo elétrico, os elétrons livres ganham novamente
velocidade naquele sentido, permitindo que eles colidam novamente com outros átomos, e assim
sucessivamente.

Dessa forma, o condutor permite que os elétrons livres se movam em seu interior, mas impõe uma
grande resistência a esse movimento. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os
átomos passam a oscilar com amplitudes maiores, o que acarreta a elevação da temperatura do fio.

Figura 15.32: Representação do movimento térmico devido aos choques dos elétrons.

Toda energia potencial elétrica perdida pelos elétrons durante as colisões é convertida em energia
térmica. É comum dizer que a energia potencial elétrica é dissipada no condutor. Esse fenômeno de
transformação da energia potencial elétrica em energia térmica recebe o nome de Efeito Joule.

Vale lembrar que o movimento dos elétrons é bem lento, mas se inicia quase instantaneamente
em todos nos pontos do condutor, porque a velocidade de propagação do campo elétrico é muito alta,
próxima à velocidade da luz. As considerações feitas até aqui são bem superficiais perto do que ocorre na
realidade, mas já são o suficiente para atender nossas necessidades no mundo dos nossos vestibulares.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Quando um fio condutor é submetido a uma diferença de potencial, um campo elétrico se
estabelece no interior dele. Com isso, os elétrons são acelerados de tal maneira que eles ganham
velocidade no sentido do campo. Entretanto, logo em seguida, esses elétrons colidem com átomos
do metal e perdem velocidade. Como ainda há campo elétrico, os elétrons livres ganham novamente
velocidade naquele sentido, permitindo que eles colidam novamente com outros átomos, e assim
sucessivamente.
Acerca dos conhecimentos a respeito da eletrodinâmica, assinale a alternativa correta
a) o condutor permite que os elétrons livres se movam em seu interior, mas impõe uma grande
resistência a esse movimento. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 27
CURSO INTENSIVO 2023

átomos passam a oscilar com amplitudes menores, o que acarreta a elevação da temperatura do
fio.
b) O movimento dos elétrons é bem rápido, mas se inicia quase instantaneamente em todos nos
pontos do condutor, porque a velocidade de propagação do campo elétrico é muito alta, próxima à
velocidade da luz.
c) O filamento de uma lâmpada incandescente, aquecedores elétricos de ambiente, ferros elétricos
de passar roupa, chuveiros elétricos, soldadores elétricos são exemplos comuns de resistores. Para
proteger os circuitos e instalações elétricos utilizamos fusíveis – filamento que derrete após uma
determinada corrente que provoca um superaquecimento por efeito Joule. Os fusíveis, contudo,
não podem ser considerados resistores.
d) Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante tem a resistência elétrica constante e
que é função da tensão aplicada nos terminais do condutor.
e) Toda energia potencial elétrica perdida pelos elétrons durante as colisões é convertida em
energia térmica.
Comentários

a) Incorreta. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os átomos passam a
oscilar com amplitudes maiores.

b) Incorreta. O movimento dos elétrons é bem lento no interior do condutor.

c) Incorreta. Os fusíveis também são resistores.

d) Incorreta. Condutores ôhmicos apresentam resistência constante, a uma dada temperatura.

e) Correta. A energia relacionada aos choques dos elétrons é convertida em energia térmica,
fazendo com que o condutor se aqueça.

Gabarito: “e”.

3 - Resistores
O filamento de uma lâmpada incandescente, aquecedores elétricos de ambiente, ferros elétricos
de passar roupa, chuveiros elétricos, soldadores elétricos são exemplos comuns de resistores. Para
proteger os circuitos e instalações elétricos utilizamos fusíveis – filamento que derrete após uma
determinada corrente que provoca um superaquecimento por efeito Joule. Os fusíveis também são
resistores.

3.1 - Potência dissipada num resistor


Como vimos, a potência dissipada em um bipolo elétrico é dada pela expressão 𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖.
Contudo, usando a primeira Lei de Ohm nessa expressão, podemos encontrar outras fórmulas que
agilizaram nossos cálculos, tudo vai depender do que é pedido e fornecido pela questão.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 28
CURSO INTENSIVO 2023

3.1.1 - Resistores em série – corrente constante


Considere a configuração de três resistores em série, como na figura abaixo:

Figura 15.33: Três resistores conectados em série. A corrente que passa por eles é a mesma.

Neste caso, os três resistores são percorridos pela mesma corrente. Dessa forma, se escrevermos
a potência em função da corrente (que é a mesma para todos os resistores) e a resistência, podemos
comparar a potência em cada resistor e teremos como avaliar aquele que dissipa maior resistência, por
exemplo.

Para isso, basta combinar a primeira lei de Ohm e a potência dissipada por um bipolo, buscando
deixar a resistência e a corrente na expressão da potência:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖 e 𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = (𝑅 ⋅ 𝑖) ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2

Para cada um dos resistores, podemos dizer que:

𝑃𝑜𝑡1 = 𝑅1 ⋅ 𝑖 2
𝑃𝑜𝑡2 = 𝑅2 ⋅ 𝑖 2
𝑃𝑜𝑡3 = 𝑅3 ⋅ 𝑖 2
2
{𝑃𝑜𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖
Em que

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3

Com este resultado, podemos ver que o maior resistor dissipará a maior potência, já que a corrente
que passa por todos é a mesma.

3.1.2 - Resistores em paralelo – tensão constante


Considere a configuração de três resistores em paralelo, conforme a figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 29
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.34: Resistores conectados em paralelo. A tensão eles estão sob a mesma diferença de potencial.

Note que neste tipo de configuração a ddp é a mesma nos três resistores. Por isso, é muito
interessante encontrar uma expressão para a potência dissipada no resistor em que um dos termos seja
a ddp 𝑉. Dessa forma, podemos combinar as equações da seguinte forma:

𝑉
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖 e 𝑖 =
𝑅

Combinando as duas relações, temos:

𝑉
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ ( )
𝑅

𝑉2
𝑃𝑜𝑡 =
𝑅

Com esse resultado vemos que a potência é inversamente proporcional a resistência nesse caso.
Portanto, o maior resistor dissipará a menor potência. Para cada um deles e para o circuito equivalente,
temos:

𝑈2
𝑃𝑜𝑡1 =
𝑅1
𝑈2
𝑃𝑜𝑡2 =
𝑅2
𝑈2
𝑃𝑜𝑡3 =
𝑅3
𝑈2
𝑃𝑜𝑡 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
{ 𝑅𝑒𝑞

Na qual:

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 30
CURSO INTENSIVO 2023

Como já vimos, por efeito Joule haverá uma dissipação de energia térmica quando o condutor é
percorrido por uma corrente elétrica. Dessa forma, o resistor elevará a sua temperatura até uma um valor
limite.

(2020/INÉDITA)
Dois resistores são ligados a uma bateria com resistência interna 𝑅𝑖 .

A potência, em Watts, dissipada por 𝑅2 é próxima de


a) 55 𝑊 b) 69 𝑊 c) 75 𝑊 d) 113 𝑊 e) 4500 𝑊
Note e adote:
A bateria possui Força Eletromotriz de 30 𝑉 e resistência interna de 0,20 Ω.
Os resistores 𝑅1 e 𝑅2 apresentam resistências iguais a 8,0 e 12 Ohms respectivamente.
Comentários

Notamos que 𝑅1 foi ligado em paralelo a 𝑅2 , sendo a resistência interna da bateria considerada
em série com o circuito. Devemos calcular a resistência equivalente à ligação em paralelo dos dois
resistores:

𝑅1 ⋅ 𝑅2 8 ⋅ 12 8 ⋅ 12
𝑅𝑒𝑞 = = = = 4,8 Ω
𝑅1 + 𝑅2 8 + 12 20

A resistência total do circuito será de:

𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,8 + 0,2 = 5,0 Ω

Dessa forma, podemos calcular a corrente total no circuito usando a primeira lei de Ohm:

𝑉
𝑉 =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 =
𝑅

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 31
CURSO INTENSIVO 2023

30
𝑖= = 6,0 𝐴
5

Agora podemos calcular a queda de tensão provocada pela resistência interna da bateria:

𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖 = 0,2 ⋅ 6 = 1,2 𝑉

Isso significa que os resistores 𝑅1 e 𝑅2 estão submetidos a uma mesma tensão de:

𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 30 − 1,2 = 28,8 𝑉

Finalmente, podemos calcular a potência dissipada por 𝑅2 :

2
(𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 ) 28,8 ⋅ 28,8
𝑃𝑜𝑡2 = = ≅ 69 𝑊
𝑅2 12

Gabarito: “b”.
(2019/INÉDITA)
Um grupo de estudantes construiu um circuito como o representado na figura abaixo.

Qual o valor da potência, em watts, dissipada pelo resistor R?


a) 10 b) 14 c) 36 d) 54 e) 60
Comentários

Como os resistores do ramo superior estão ligados em paralelo ao resistor do ramo inferior, temos
que a diferença de potencial é a mesma e vale 6 𝑉 em cada. Para o ramo inferior, podemos escrever:

𝑉
𝑉 =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 =
𝑅

12
𝑖= = 3,0 𝐴
4

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 32
CURSO INTENSIVO 2023

Se a corrente total é de 5,0 𝐴, então a corrente no ramo superior é de 2,0 𝐴. A queda de tensão
no resistor de 2,5 Ω é de:

𝑉2,5 = 𝑅2,5 ⋅ 𝑖𝑟𝑎𝑚𝑜

𝑉2,5 = 2,5 ⋅ 2,0 = 5 𝑉

Então a queda de tensão no resistor 𝑅 será de 7,0 𝑉. Finalmente, a potência por ele dissipada é
dada por:

𝑃𝑜𝑡𝑅 = 𝑉𝑅 ⋅ 𝑖𝑟𝑎𝑚𝑜 = 7,0 ⋅ 2,0 = 14 𝑊

Gabarito: “b”.

3.2 - Segunda Lei de Ohm


Dando sequência aos seus trabalhos, George Ohm buscou identificar quais grandezas
influenciariam a resistência elétrica e verificou que ela era função do material, do comprimento do
condutor e da sua secção transversal.

A resistência elétrica 𝑅 de um condutor homogêneo de secção transversal uniforme é diretamente


proporcional ao seu comprimento 𝐿, inversamente proporcional à área 𝐴 de sua secção transversal e
depende do material e da temperatura:

𝑳
𝑹=𝝆⋅ A segunda lei de Ohm
𝑨

[𝑹] = 𝛀 [𝝆] = 𝛀 ⋅ 𝒎 [𝑳] = 𝒎 [𝑨] = 𝒎𝟐

A condutividade elétrica de um material, simbolizada por 𝜎, é a grandeza física definida como o


inverso da resistividade, ou seja:

𝟏
𝝈= A condutividade elétrica
𝝆

𝟏 𝛀−𝟏 𝑺
[𝝈] = = = [𝝆] = 𝛀 ⋅ 𝒎
𝛀⋅𝒎 𝒎 𝒎

O inverso do Ω é o Siemens. A unidade de 𝜎 é o Siemens por metro (𝑆/𝑚).

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 33
CURSO INTENSIVO 2023

Sobre o fluxo de elétrons entre dois pontos através de um fio condutor, é correto afirmar que
a) Só ocorre se o potencial elétrico dos dois pontos for o mesmo.
b) Ocorre do maior para o menor potencial elétrico.
c) Ocorre de forma aleatória.
d) Independe da condutividade do fio condutor.
e) É diretamente proporcional à resistividade do material.
Comentários

a) Incorreta. O fluxo de elétrons depende de uma diferença de potencial elétrico.

b) Correta. Corrente elétrica é o nome dado para o fluxo de elétrons, cuja intensidade é medida
em coulomb por segundo (ampère), que segue de um ponto com maior potencial para outro com menor
potencial elétrico, logo, não existe onde essa diferença de potencial também não existir. O material que
está sendo atravessado pelos elétrons influencia diretamente na corrente, uma vez que a resistividade
elétrica, que causa resistência a esse fluxo eletrônico é uma característica intrínseca a cada material.

c) Incorreta. O fluxo de elétrons é ordenado.

d) Incorreta. O material com o qual o fio é construído interfere em sua resistência e na corrente
estabelecida a partir de determinada diferença de potencial elétrico.

e) Incorreta. A corrente é inversamente proporcional à resistividade do material com o qual o fio


condutor é construído.

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Para chegar até as zonas residenciais, a energia elétrica necessita atravessar uma complexa rede de
transmissão. Suponha que para o abastecimento da zona urbana do município de Campinas a rede
de transmissão possua um comprimento 120 quilômetros, sendo usado um condutor cilindro com
120 𝑚𝑚2 de seção transversal reta, e resistividade de 1,75 μΩ ⋅ 𝑚. Considerando que não ocorra
variação na resistividade em toda a extensão da fiação, o valor da resistência elétrica desse condutor
é próximo de
a) 25,2 Ω. b) 1,75 Ω. c) 1,75 𝑘𝛺. d) 25,2 μΩ.
Comentários

Aplicando a 2ª Lei de Ohm, lembrando de converter as unidades, temos:

(120 ⋅ 103 m) ⋅ (1,75 ⋅ 10−6 Ω𝑚)


R= = 1750 Ω = 1,75 kΩ
120 ⋅ 10−6 𝑚2

Gabarito: “c”.
(2019/INÉDITA)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 34
CURSO INTENSIVO 2023

Uma resistência foi construída na forma de bastão de 10 𝑐𝑚 de comprimento e seção transversal


quadrada de 10 𝑚𝑚 de lado. Esse elemento foi ligado a uma tensão de 210 𝑉 e usada para aquecer
água. Se durante 34 𝑠 verificou-se que 6,8 ⋅ 103 𝑐𝑎𝑙 foram fornecidos ao líquido, temos que a
condutividade elétrica do material é aproximadamente de
a) 13 𝑆/𝑚 b) 19 𝑆/𝑚 c) 23 𝑆/𝑚 d) 37 𝑆/𝑚 e) 54 𝑆/𝑚
Note e adote:
Considere a resistividade do material e o calor específico da água constantes naquele intervalo de
temperatura.
Admita que 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽 e assuma que toda a energia fornecida ao bastão foi absorvida pela água.
Comentários

A potência dissipada pelo material é igual ao calor fornecido ao líquido no referido intervalo de
tempo:

𝑄
𝑃=
Δ𝑡

Podemos escrever a potência fornecida por um resistor elétrico em função da sua resistência
elétrica e da diferença de potencial a qual está submetido:

𝑄 𝑈2 𝑄
𝑃= ⇒ =
Δ𝑡 𝑅 𝛥𝑡

2102 6,8 ⋅ 103 ⋅ 4,2


=
𝑅 34

2102 ⋅ 34 210 ⋅ 210 ⋅ 34 21 ⋅ 5 ⋅ 1


𝑅= = = = 52,5 Ω
6,8 ⋅ 103 ⋅ 4,2 68 ⋅ 10 ⋅ 42 2⋅1⋅1

Pela segunda lei de Ohm, podemos determinar a resistividade do material:

𝐿 𝑅⋅𝐴
𝑅 =𝜌⋅ ⇒𝜌=
𝐴 𝐿

Devemos nos lembrar que a condutividade elétrica do material é dada pelo inverso da sua
resistividade:

1 𝐿 10 ⋅ 10−2 1 ⋅ 10−1
=𝜎= = =
𝜌 𝑅 ⋅ 𝐴 52,5 ⋅ (10 ⋅ 10−3 )2 52,5 ⋅ 10−4

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 35
CURSO INTENSIVO 2023

𝜎 = 0,019 ⋅ 103 = 19 𝑆/𝑚

Gabarito: “b”.

3.3 - Reostato
Chamamos de reostato o dispositivo eletrônico que possui resistência variável. Ele pode ser
representado por dois tipos de símbolos:

Figura 15.35: As duas simbologias de reostatos que são utilizadas em circuitos elétricos.

Um exemplo muito comum é o reostato de cursor, em que a variação da resistência elétrica é


definida pela variação contínua do comprimento de um filamento condutor.

Figura 15.36: Esquema simplificado de um reostato de cursor.

Basicamente, ele utiliza a segunda lei de Ohm, já que a resistência é diretamente proporcional ao
comprimento do fio.

(2019/QUESTÃO)
Um filamento metálico é esticado de modo que seu comprimento triplique e o volume permanece
inalterado. Qual deve ser a nova resistência do fio, se no início era 𝑅0 ?
Comentários

Antes e depois de esticar o fio, o volume será o mesmo. Então:

𝑉𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑉𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 ⇒ 𝐴0 ⋅ 𝐿0 = 𝐴 ⋅ 𝐿

Mas o comprimento final é 3 vezes o inicial. Assim:

𝐴0
𝐴0 ⋅ 𝐿0 = 𝐴 ⋅ 3 ⋅ 𝐿0 ⇒ 𝐴 =
3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 36
CURSO INTENSIVO 2023

Pela segunda lei de Ohm, a resistência final é de:

𝐿 3 ⋅ 𝐿0 𝐿0
𝑅=𝜌⋅ =𝜌⋅ = 9 ⋅ (𝜌 ⋅ )
𝐴 𝐴0 𝐴0
3

𝑅 = 9 ⋅ 𝑅0

Gabarito: 𝑹 = 𝟗 ⋅ 𝑹𝟎 .

4 - Associação de resistores
É muito comum em circuitos elétricos a necessidade de determinar uma resistência que teria a
mesma corrente quando submetido a mesma tensão. Nessas ocasiões, a configuração dos resistores pode
ser classificada em três categorias: série, paralela ou mista. O resistor equivalente à associação é o único
que, quando submetido à mesma ddp que a associação inicial, é atravessado pela mesma corrente.

4.1 - Associação em série


Dizemos que dois ou mais resistores estão associados em série quando são interligados de tal
modo que, ao serem percorridos por uma corrente elétrica, ela terá a mesma intensidade em todos eles.
Esquematicamente, temos que:

Figura 15.37: N resistores conectados em série são percorridos pela mesma corrente elétrica.

A corrente que passa pelos resistores, nessa configuração, será a mesma. Portanto:

𝑖1 = 𝑖2 = 𝑖3 = ⋯ = 𝑖𝑛 = 𝑖

A associação de resistores citada pode ser trocada por um resistor equivalente, tal que:

Figura 15.38: Pela primeira Lei de Ohm, quando o resistor equivalente é submetido à uma ddp U, a corrente percorrida nele é de mesma
intensidade i.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 37
CURSO INTENSIVO 2023

É importante destacar que a soma das diferenças de potencial surgidas em cada um dos resistores
é igual a diferença de potencial total entre os resistores ligados em série, 𝑉. Em decorrência desse fato,
podemos escrever para a resistência equivalente de resistores ligados em série:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑁 Resistência equivalente para associações em série

Dizemos que a resistência elétrica 𝑅𝑒𝑞 é igual à soma das resistências elétricas dos resistores
associados em série. É importante destacarmos que a ddp a qual está submetido o resistor é diretamente
proporcional à sua resistência elétrica. Portanto, quem possui maior resistência elétrica terá a maior
queda de tensão nele. Se as resistências dos resistores associados em série são iguais à 𝑅, então a
resistência equivalente é dada por:

Resistência equivalente para associações em série de


𝑅𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ 𝑅
resistores de mesma resistência

Nesse caso, cada resistor está submetido à mesma diferença de potencial.

(2019/QUESTÃO)
Determine a resistência equivalente entre os pontos 𝑎 e 𝑏, e entre os terminais 𝑐 e 𝑑.

Comentários

Para determinarmos a resistência equivalente entre 𝑎 e 𝑏, devemos aplicar uma fonte entre estes
pontos e analisar como se distribui a corrente no circuito, como na figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 38
CURSO INTENSIVO 2023

Como o circuito está aberto nos pontos 𝑐 e 𝑑, nos dois resistores de 4 Ω não passa corrente elétrica
(𝑖 = 0). Dessa forma, os resistores de 4 Ω podem ser retirados do circuito sem prejudicar o funcionamento
do circuito.

Dessa forma, há corrente passando apenas nos resistores de 3 Ω, 2 Ω, 6 Ω e 1 Ω. Note que esses
resistores serão percorridos pela mesma corrente e estão em série. Portanto:

𝑅𝑒𝑞 𝑎𝑏 = 3 + 2 + 6 + 1 = 12 Ω

Pela mesma linha de raciocínio, para determinar a resistência equivalente entre 𝑐 e 𝑑, devemos
colocar uma fonte entre esses pontos, como no circuito da figura abaixo:

Então, os pontos 𝑎 e 𝑏 estão abertos e não há corrente passando por eles. Assim, a corrente entre
𝑖 deverá passar pelos resistores de 4 Ω, 6 Ω e 4 Ω, formando uma associação em série. Logo, a resistência
equivalente entre 𝑐 e 𝑑 é dada por:

𝑅𝑒𝑞𝑐𝑑 = 4 + 6 + 4 = 14 Ω

Gabarito: 𝑹𝒆𝒒𝒄𝒅 = 𝟏𝟒 𝛀.

4.2 - Associação em paralelo


Dois ou mais resistores estão em paralelo quando seus terminais estão conectados nos mesmos
pontos 𝑎 e 𝑏, como mostrado na figura abaixo:

Figura 15.39: Associação de N resistores em paralelo. Eles estão submetidos a mesma diferença de potencial.

Como um exemplo, se ligarmos três lâmpadas em paralelo a uma fonte de tensão, teremos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 39
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.40: Circuito formado por três lâmpadas em paralelo.

Note que as três lâmpadas estão submetidas à mesma ddp da fonte. Como bem sabemos, a
corrente irá se estabelecer do polo positivo (maior potencial) para o polo negativo (menor potencial).
Entretanto, em cada lâmpada terá uma corrente determinada pelo valor de sua resistência:

Figura 15.41: Representação do circuito formado pelas lâmpadas.

Nesse tipo de configuração os resistores estão conectados aos mesmos terminais, por isso eles
estão submetidos à mesma diferença de potencial:

𝑉𝐴𝐵 = 𝑉1 = 𝑉2 = 𝑉3

Já a corrente elétrica 𝐼, proveniente da fonte, se divide no ponto 𝐴 em três partes, isto é, se reparte
para cada resistor:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 40
CURSO INTENSIVO 2023

𝐼 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3

Este fato pode ser explicado pela conservação da carga elétrica no condutor. A carga que flui pelos
condutores não se acumula em nenhuma parte do condutor. Então, a quantidade de carga que chega em
um segundo no ponto de ramificação 𝐴 é a igual à quantidade de carga sai deste ponto em um segundo.

Figura 15.42: Ramificação da corrente elétrica em um nó.

Como consequência, teremos:

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞𝐴𝐵 𝑅1 𝑅2 𝑅3

Embora fizemos para 3 lâmpadas (3 resistores), podemos aplicar a mesma ideia para 𝑛 resistores
e o resultado seria:

1 1 1 1 Resistência equivalente para


= + + ⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛 associações em paralelo

É interessante analisar essa relação para alguns casos particulares. Se tivermos 𝑛 resistores de
resistência 𝑅 em paralelo, então a resistência elétrica equivalente é dada por:

1 1 1 1 1 𝑛 𝑅
= + + ⋯+ ⇒ = ⇒ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅 𝑅 𝑅 𝑅𝑒𝑞 𝑅 𝑛

Nessas condições, todos os resistores serão percorridos pela mesma corrente elétrica 𝑖. Então, se
a corrente total é 𝐼, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 41
CURSO INTENSIVO 2023

𝐼
𝑖=
𝑛

Como a corrente é inversamente proporcional à resistência, o ramo que tiver a maior resistência
terá a menor corrente passando por ele. Pense sempre que a movimentação de cargas busca o caminho
que oferece a menor resistência.

Outra importante observação a ser feita é a de que a resistência equivalente de uma associação
em paralelo é sempre menor que a menor das resistências associadas.

Uma regra prática simples para obter a resistência do resistor equivalente para associação de dois
resistores em paralelo é a seguinte:

𝑅1 ⋅ 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2

Dizemos que a resistência do resistor equivalente é o produto pela soma dos dois resistores
associados.

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre 𝐴 e 𝐵, se todos os resistores possuem resistência igual a 𝑅.

Comentários

Nesse tipo de problema, é conveniente nomear os pontos da associaçao para verificar qual tipo de
associação está em jogo. Deve-se levar em conta que se não existe resistência entre dois pontos de um
condutor, estes pontos são equivalentes e recebem nomes iguais. Portanto:

Assim, verificamos que todos os resistores estão associados em paralelo entre os pontos 𝐴 e 𝐵.
Portanto, temos 9 resistores de resistências iguais a 𝑅 conectados em paralelo. Logo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 42
CURSO INTENSIVO 2023

𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
9
Gabarito: 𝑹𝒆𝒒 = 𝑹/𝟗

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em um banheiro foi instalada uma lâmpada incandescente e um chuveiro elétrico em paralelo,
conforme a figura abaixo.

Sabendo que a diferença de potencial entre A e B é de 120 𝑉, conclui-se que a potência dissipada
no chuveiro é de
a) 4,8 𝑘𝑊 b) 5,3 𝑘𝑊 c) 1,0 𝑘𝑊 d) 3,9 𝑘𝑊
Comentários

Como o circuito está em paralelo, cada componente está em uma diferença de potencial de 120 𝑉.
Portanto, a potência do chuveiro é:

V 2 1202
Pot = = = 4800 𝑊 = 4,8 𝑘𝑊
R 3

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma bateria de tensão 𝑉 = 18 𝑉 e resistência interna 𝑟𝑖 = 0,60 Ω é conectada com um arranjo de
resistores cuja resistência nominal vale 𝑅1 = 3,0 Ω e 𝑅2 = 12 Ω , tal como a figura.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 43
CURSO INTENSIVO 2023

Qual a potência aproximada dissipada pela resistência interna da bateria?


A) 9,0 W B) 12 W C) 18 W D) 22 W
Comentários

Devemos começar pelo cálculo da resistência equivalente do circuito. Como os resistores 𝑅1 e 𝑅2


foram ligados em paralelo, temos que a resistência equivalente em paralelo é dada por:

𝑅1 ⋅ 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2

3,0 ⋅ 12 3,0 ⋅ 12 3,0 ⋅ 12


𝑅𝑒𝑞 = = =
3,0 + 12 15 15

1,0 ⋅ 12
𝑅𝑒𝑞 = = 2,4 Ω
5,0

Dado que os resistores foram ligados em série à bateria, a resistência total será dada pela soma
de suas resistências:

𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 = 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅𝑖 = 2,4 + 0,6 = 3,0 Ω

Sabemos pela lei de Ohm-Pouillet que a força eletromotriz de um gerador é igual ao produto da
intensidade da corrente pela resistência total do circuito.

𝑉 18
𝑖= = = 6,0 𝐴
𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 3,0

De posse da corrente que atravessa o circuito, podemos calcular a potência dissipada pela
resistência interna da bateria:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 44
CURSO INTENSIVO 2023

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2 = 0,60 ⋅ 6,02 = 0,6 ⋅ 36 = 21,6 ≅ 22 𝑊

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Considere um circuito formado por uma bateria ideal e dois resistores A e B, como mostrado na
figura.

Com base nos dados apresentados, considere as seguintes afirmativas:


1. Os dois resistores estão submetidos à mesma tensão.
2. A razão 𝑖𝐴 /𝑖𝐵 entre as correntes que atravessam os dois resistores vale 2/3.
3. A corrente total que atravessa o circuito vale 2,5 𝐴.
4. A potência dissipada pelo resistor A vale 24 𝑊.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Comentários

1) Correta. A ligação em paralelo faz com que ambos os resistores estejam submetidos aos 12V
fornecidos pela bateria.

2) Correta. Como os resistores A e B foram ligados em paralelo, sabemos que a diferença de


potencial a qual estão submetidos é a mesma e podemos escrever:

𝑉𝐴 = 𝑉𝐵

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 45
CURSO INTENSIVO 2023

𝑅𝐴 ⋅ 𝑖𝐴 = 𝑅𝐵 ⋅ 𝑖𝐵

𝑖𝐴 𝑅𝐵 8,0 2
= = =
𝑖𝐵 𝑅𝐴 12 3

3) Correta. Devemos, primeiramente, calcular a resistência equivalente do circuito:

12 ⋅ 8 12 ⋅ 8
𝑅𝑒𝑞 = =
12 + 8 20

6⋅8
𝑅𝑒𝑞 = = 0,6 ⋅ 8 = 4,8 Ω
10

Agora podemos calcular a corrente total que atravessa o circuito:

𝑉 12
𝑖= = = 2,5 𝐴
𝑅𝑒𝑞 4,8

4) Incorreta. Devemos calcular a potência dissipada por A:

𝑉2
𝑃𝑜𝑡 =
𝑅

122
𝑃𝑜𝑡 = = 12 𝑊
12

Gabarito: “d”.

4.3 - Fusível
Denominamos por fusível o dispositivo eletrônico que é associado em série a um circuito ou a um
ramo de um circuito com a finalidade de protegê-lo. Basicamente, ele é um condutor feito de um material
com baixo ponto de fusão (chumbo e estanho são ótimos materiais para fusíveis).

Figura 15.43: Desenho esquemático de um fusível no circuito composto de dois resistores em série.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 46
CURSO INTENSIVO 2023

Se o fusível é atravessado por uma corrente elétrica cuja intensidade é maior que um certo valor,
ele se funde, interrompendo a passagem da corrente. Um dos fusíveis mais utilizado em circuito
elétrico de carros e em instalações elétricas (no quadro de entrada) é o fusível de cartucho.

Figura 15.44: Exemplo de fusível de cartucho, vista em perspectiva e em corte.

Geralmente, a intensidade da corrente máxima suportada pelo fusível vem registrada em sua
superfície. Note que uma vez fundido o fusível, ele deve ser descartado. Assim, surgiu a necessidade de
desenvolver um dispositivo que apenas interrompesse a passagem de corrente elétrica, caso ela
excedesse o valor desejado e, depois, quando a corrente se reestabelecer ao valor correto, ele fosse capaz
de ser conectado novamente ao circuito.

Assim, foram criados os disjuntores, dispositivos capazes de interromperem automaticamente a


passagem da corrente quando sua intensidade excede certo valor. Ele é baseado no efeito magnético da
corrente elétrica e têm a vantagem da reutilização imediata após sanado o defeito que originou à
sobrecarga da corrente.

(2019/QUESTÃO)
A figura mostra uma associação de resistores mista e os fusíveis que suportam correntes máximas
iguais a 5,0 𝐴. Diga quais fusíveis se danificarão.

Comentários

Inicialmente, devemos determinar qual a corrente total no circuito e a corrente que passa em cada
resistor. Para isso, é necessário determinar a resistência equivalente. Note que os dois resistores de 2 Ω
estão em série. Então:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 47
CURSO INTENSIVO 2023

Dessa forma, temos o seguinte circuito:

Portanto:

𝑅𝑒𝑞 = 3,0 + 4,0//6,0//4,0

𝑅𝑒𝑞 = 4,5 Ω

A corrente total que passa pelo circuito é de:

72
𝐼= = 16 𝐴
4,5

Logo, a ddp no resistor de 3 Ω é de:

𝑈1 = 3 ⋅ 16 = 48 𝑉

Consequentemente, a ddp nos terminais em paralelo é de:

𝑈2 = 72 − 48 = 24 𝑉

Portanto, a corrente em cada ramo em paralelo é dada por:

24 24 24
𝑖1 = = 6 𝐴; 𝑖2 = = 4 𝐴; 𝑖3 = =6𝐴
4 6 4

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 48
CURSO INTENSIVO 2023

Como os fusíveis podem suportar até 5 𝐴, então 𝑓1 e 𝑓3 se danificam. Quando 𝑓1 e 𝑓3 se danificam,


o circuito fica aberto nesses ramos e agora temos uma nova configuração do circuito:

Agora, a nova corrente que passa por 𝑓2 é dada por:

72 72
𝑖 ′′ = = = 8𝐴
3+6 9
Novamente, a corrente é superior a aquela suportada pelo fusível 𝑓2 . Logo, ele também se danifica.

Gabarito: Os 3 fusíveis se danificam.

4.4 - Curto-Circuito
Quando ligamos um fio condutor de resistência desprezível aos terminais de um resistor, a ddp
nos terminais desse resistor torna-se nula. Esquematicamente:

Figura 15.45: Representação de um resistor em curto-circuito.

Como a corrente elétrica busca o caminho de menor resistência, se o fio condutor ligado entre os
terminais 𝐴 e 𝐵 tem resistência nula, então toda corrente passará por ele e não haverá corrente elétrica
passando por 𝑅.

Assim, dizemos que o resistor 𝑅 está em curto-circuito. Para efeitos práticos, é como se o resistor
fosse retirado do circuito. Assim, podemos considerar que os pontos 𝐴 e 𝐵 ligados pelo condutor são
coincidentes, já que eles possuem o mesmo potencial.

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre os terminais 𝑀 e 𝑁.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 49
CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Nomeando os pontos que possuem o mesmo potencial, temos:

Note que os resistores de 3 Ω e de 6 Ω estão em curto-circuito. Portanto, eles podem ser retirados
do circuito sem danificar a análise dele. Então:

Com isso, o resistor equivalente entre os pontos 𝑀 e 𝑁 é de:

𝑅𝑒𝑞 𝑀𝑁 = 2 + 4 = 6 Ω

Gabarito: 𝑹𝒆𝒒 = 𝟐 + 𝟒 = 𝟔 𝛀.
𝑴𝑵

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre os terminais 𝑥 e 𝑦.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 50
CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Quando queremos mostrar que um fio passa por outro sem haver contato, representamos pelo
símbolo:

Assim, podemos nomear os pontos que possuem o mesmo potencial elétrico:

Podemos notar que o resistor de 4 Ω está curto-circuitado. Além disso, vemos que os demais
resistores estão sofrendo a mesma diferença de potencial, já que seus terminais estão com os mesmos
nomes. Então, o circuito é equivalente a:

Portanto:

6
𝑅𝑒𝑞𝑥𝑦 = = 2Ω
3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 51
CURSO INTENSIVO 2023

Gabarito: 𝑹𝒆𝒒𝒙𝒚 = 𝟐 𝛀.

Com estes exercícios, vemos um padrão para resolver problemas que envolvam associação de
resistores:
1) Nomeie os pontos com os mesmos potenciais e pontos com diferentes potenciais adiciona um novo
nome.
2) Redesenhe o seu circuito colocando de tal forma que você possa enxergar melhor a disposição das
conexões, destacando os pontos onde você deseja calcular a resistência equivalente.
3) Simplifique seu circuito até chegar no único resistor entre os pontos desejado.

4.5 - Aparelhos para medidas elétricas


Chamamos de amperímetro o instrumento utilizado para medir a intensidade de corrente e
voltímetro o aparelho destinado para medir a diferença de potencial (ddp) entre dois pontos do circuito.

Quando usamos um instrumento de medida, desejamos que ele afira a grandeza física desejada
sem alterar as configurações do circuito.

Entretanto, essa condição é meramente teórica já que os aparelhos de medidas elétricas são
constituídos por condutores e se torna inevitável que, quando adicionados a um circuito, não causem
interferências. Chamamos de amperímetro e de voltímetro ideal aqueles que não causam alterações
quando inseridos no circuito.

4.5.1 – O amperímetro
O amperímetro é um aparelho que deve ser associado em série com o elemento do circuito ou no
trecho do circuito em que se deseja medir a corrente que por ali passa, pois o aparelho deve ser
atravessado pela corrente.

Dessa forma, para que o amperímetro não altere a medição desejada, ele deve possuir resistência
interna nula (𝑹𝑨 = 𝟎). Obviamente, pela primeira lei de Ohm, a ddp entre os terminais deste aparelho
deve ser nula também. Esquematicamente:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 52
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.46: O amperímetro deve ser associado em série no local onde deseja-se medir a intensidade da corrente. Se o amperímetro é
ideal, sua resistência elétrica deve ser praticamente zero e considerada nula.

Em alguns problemas surge o termo galvanômetro, que é um instrumento análogo ao


amperímetro, mas utilizado para medir correntes muito pequenas

4.5.2 – O voltímetro
O voltímetro é um aparelho que deve ser associado em paralelo entre os pontos nos quais deseja-
se medir a ddp. Para nenhuma corrente seja desviada para o voltímetro, temos que sua resistência deve
ser muito alta, isto é, 𝑹𝑽 → ∞. Esquematicamente:

Figura 15.47: Voltímetro ideal (resistência muito alta), ligado em paralelo ao resistor 𝑹𝟐 , medindo a ddp entre os terminais deste
resistor, sem desviar corrente que passa em 𝑹𝟏 e em 𝑹𝟐 .

Na prática, os amperímetros e os voltímetros não são ideais, isto é, eles possuem uma pequena
resistência (amperímetro) e a resistência não é infinita (voltímetro). Entretanto, um bom amperímetro
tem resistência elétrica muito pequena, da ordem de 10−1 Ω, e um bom voltímetro deve ter resistência
da ordem de 104 Ω.

Em muitos exercícios de vestibulares, os aparelhos de medidas são ideais. Somente quando


mencionado ou em casos que levando a suspeita sobre a idealidade dos aparelhos que se deve levar em
conta como instrumentos reais, alterando a forma de trabalhar com o circuito.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Voltímetros e amperímetros são equipamentos muito utilizados por eletricistas para medir,
respectivamente, a diferença de potencial entre dois pontos, e a corrente elétrica que atravessa um
fio condutor. As especificações e maneiras de instalar esses equipamentos em um circuito elétrico
influenciam diretamente o seu funcionamento.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 53
CURSO INTENSIVO 2023

Sobre esses medidores, é correto afirmar que


a) um amperímetro ideal tem resistência interna infinita, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
b) um voltímetro ideal tem resistência interna infinita, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
c) um amperímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
d) um amperímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em paralelo com os outros
dispositivos do circuito.
e) um voltímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
Comentários

a) Incorreta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de corrente
com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

b) Incorreta. O voltímetro deve ser ligado em paralelo no circuito, ligando os dois pontos entre os
quais se deseja saber a diferença de potencial. A resistência ideal é infinita, para que nenhuma corrente
seja dividida e atravesse o equipamento.

c) Correta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de corrente
com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

d) Incorreta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de
corrente com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

e) Incorreta. A resistência de um voltímetro ideal é infinita, para que nenhuma corrente seja
dividida e atravesse o equipamento.

Gabarito: “c”.

4.6 - Ponte de Wheatstone


Trata-se de uma associação especial de resistores, que tem a sua utilidade prática quando ela está
equilibrada. Embora tenha sido idealizada por S. H. Christie no ano de 1833, ela foi usada nas condições
de equilíbrio elétrico por Charles Wheatstone com a finalidade de determinar o valor de uma resistência
desconhecida, tendo conhecimento do valor das outras três resistências.

Na configuração de uma ponte Wheatstone, 𝑅1 e 𝑅4 são resistências conhecidas, 𝑅3 é variável,


porém conhecida. Já 𝑅2 é uma resistência desconhecida. É muito importante a presença de um
galvanômetro ligando os pontos 𝐶 e 𝐷, pois ele indicará uma condição crucial para o equilíbrio da ponte.
Esquematicamente, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 54
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.48: Representação esquemática de uma ponte de Wheatstone.

Para determinar 𝑅2 , devemos variar 𝑅3 até que a corrente que passa pelo galvanômetro seja nula.
No momento que isto acontecer, os potenciais em 𝐶 e 𝐷 serão iguais (𝑉𝐶 = 𝑉𝐷 ) e podemos dizer que a
ponte está em equilíbrio.

Quando a ponte está equilibrada, ou seja, não há corrente passando pelo galvanômetro, 𝑅1 e 𝑅2
são percorridas por uma mesma corrente 𝑖, ao passo que 𝑅4 e 𝑅3 são percorridas por uma mesma
corrente 𝑖 ′ .

Aplicando a primeira Lei de Ohm em cada resistor, podemos deduzir que em uma ponte de
Wheatstone equilibrada, os produtos das resistências de ramos opostos são iguais:

𝑅1 ⋅ 𝑅3 = 𝑅2 ⋅ 𝑅4

Em suma, conhecendo 𝑅1 , 𝑅3 e 𝑅4 , você será capaz de determinar 𝑅2 que era desconhecida.

(FAAP-SP)
No circuito indicado na figura a intensidade da corrente no gerador é 𝐼 = 7,0 𝐴 e no ramo 𝐴𝐵 é 𝐼1 =
5,0 𝐴. Calcule a tensão entre os terminais do gerador ideal.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 55
CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Se a corrente que chega ao ponto A é de 7,0 A e a corrente no ramo 𝐴𝐵 é de 5,0 A, então a corrente
no 𝐴𝐷 é igual 2,0 A. Dessa maneira, a queda de tensão no ramo 𝐴𝐷 e no ramo 𝐴𝐵 são dadas por:

𝑈𝐴𝐷 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 = 13 ⋅ 2,0 = 26 𝑉

𝑈𝐴𝐵 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = 4 ⋅ 5,0 = 20 𝑉

Fazendo uma menos a outra, temos:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 − (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) = 26 − 20

𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = 6 𝑉

Ou seja, a corrente que passa pelo resistor de 6 Ω, temos:

𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = 6 ⋅ 𝑖 ′ = 6

∴ 𝑖 ′ = 1,0 𝐴

Note que 𝑉𝐵 > 𝑉𝐷 , já que 𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = +6 𝑉. Então a corrente no resistor de 6 Ω vai de B para D.


Logo, chega ao nó D 2,0 𝐴 do ramo 𝐴𝐷 e 1,0 𝐴 do ramo 𝐵𝐷. Assim, a corrente pelo ramo 𝐷𝐶 é de 2,0 +
1,0 = 3,0 𝐴. Com isso, a diferença de potencial entre os terminais do resistor deste ramo é de:

𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 = 2,0 ⋅ 3,0 = 6,0 𝑉

Portanto, a diferença de potencial da fonte 𝐸 é de:

𝐸 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 = (𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 ) + (𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 ) = 26 + 6 = 32 𝑉

Perceba que a corrente que chega ao nó B por 𝐴𝐵 é de 5,0 A. Como sai 1,0 A para o ramo 𝐵𝐷,
então deverá ir 4,0 A para o ramo 𝐵𝐶. Logo, a tensão neste ramo é de:

𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 3,0 ⋅ 4,0 = 12 𝑉

Apenas para verificação, note que:

(𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + (𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 ) = 20 + 12 = 32 𝑉 = 𝐸

Poderíamos ter escolhido qualquer um dos dois caminhos. Note ainda que a ponte de Wheatstone
apresentada nesse exercício não está equilibrada, pois:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 56
CURSO INTENSIVO 2023

13 ⋅ 3,0 ≠ 2,0 ⋅ 4,0

𝑖 6 Ω = 1,0 𝐴

Por isso, foi uma informação muito valiosa ele ter mencionado os valores das correntes.

Gabarito: 𝑬 = 𝟑𝟐 𝑽.

5 - Geradores
O gerador elétrico é um equipamento capaz de converter energia, seja ela química, mecânica,
solar, dentre outras, em energia elétrica. Em um gerador existem dois polos, um de maior e outro de
menor potência elétrico, e sua função é manter constante a diferença de potencial entre esses dois polos.

5.1 - Gerador elétrico – Força eletromotriz


Devido à diferença de potencial há uma movimentação dos elétrons livre, definindo uma corrente
elétrica. Espontaneamente, essa diferença de potencial tenderia a zero e a corrente elétrica cessaria. A
função de pilhas, baterias, geradores elétricos, células fotoelétricas e termopilhas é manter entre seus
terminais uma ddp.

O termo força eletromotriz não se refere a uma força propriamente dita, mas ao trabalho das
forças externas para mover as partículas eletrizadas de um extremo a outro pelo interior dessas fontes e,
dessa forma, manter a corrente elétrica no circuito ao qual está conectado.

Podemos dizer que a força eletromotriz (𝑓𝑒𝑚) é o trabalho por unidade de carga que as forças
externas realizam para transladar as partículas carregadas. Esquematicamente, temos:

Figura 15.49: Representação de uma fonte.

Podem existir dois tipos de geradores, os ideais e os reais. Um gerador ideal: é aquele que possui
resistência interna nula (𝑟𝑖𝑛𝑡 = 0). Assim, não há dissipação de energia no seu interior e, dessa forma, ele
entrega para o circuito externo toda 𝑓𝑒𝑚 ℰ da fonte. Esquematicamente:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 57
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.50: Representação de um gerador ideal.

Por outro lado, um gerador real: é aquele que possui resistência interna não nula (𝑟𝑖𝑛𝑡 ≠ 0). Na
prática, é impossível existir um gerador sem resistência interna. Dessa forma, a ddp que um gerador real
entrega ao circuito externo é menor que a sua 𝑓𝑒𝑚, pois há uma queda de tensão igual a 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 dentro
do próprio gerador. Esquematicamente:

Figura 15.51: Representação de um gerador real onde a resistência interna é não nula.

5.1.1 - A equação do gerador


Considere uma pilha ligada a uma pequena lâmpada com a seguinte representação esquemática:

Figura 15.52: Gerador real ligado a uma lâmpada.

Para determinar a diferença de potencial que a fonte entrega ao circuito externo, iremos analisar
a queda de tensão do ponto B até o ponto A. Adotando como nulo o potencial de B, 𝑉𝐵 = 0, quando a
corrente passa pela resistência interna do gerador há uma queda de tensão nela dada pela primeira lei de
Ohm (𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖). Logo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 58
CURSO INTENSIVO 2023

𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Em seguida, há uma elevação do potencial elétrico de C para A, promovido pela força eletromotriz:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 = ℰ

Portanto:

𝑉 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = (𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 ) − (𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 ) = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Assim, chegamos à equação característica de um gerador:

𝑉 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 Equação característica de um gerador

Lembre-se que o sentido da corrente elétrica dentro do gerador é do polo negativo para o polo
positivo.

5.1.2 - Gerador em aberto


Quando um gerador está em aberto, não há corrente elétrica passando por ele (𝑖 = 0). Pela
equação característica do gerador, vemos que:

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 0 ⇒ 𝑈 = ℰ

Obviamente, isso ocorre somente quando o gerador não está conectado a nenhum circuito
externo e, assim, a ddp é também denominada por tensão em aberto do gerador. Uma forma de medir a
𝑓𝑒𝑚 de um gerador é conectá-lo a um voltímetro de boa qualidade (𝑅𝑉 → ∞) e, dessa forma, ter uma
boa aproximação do valor da 𝑓𝑒𝑚 do gerador.

Figura 15.53: Gerador em aberto. Um voltímetro de resistência interna muito alta é capaz de medir com boa aproximação o valor da
𝒇𝒆𝒎 𝓔.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 59
CURSO INTENSIVO 2023

5.1.3 - Gerador em curto-circuito


Um gerador está em curto-circuito quando seus terminais estão ligados por um fio de resistência
elétrica desprezível, como na figura abaixo:

Figura 15.54: Representação de uma pilha em curto-circuito.

Nessa situação física, a ddp 𝑈 entre os terminais do gerador é nula, ou seja, toda a força
eletromotriz (ℰ) que ele produz está aplicada em sua resistência interna (𝑟𝑖𝑛𝑡 ). Aplicando a equação
característica do gerador, podemos encontrar a corrente elétrica nessa ocasião:


𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 0 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖𝑐𝑐 ∴ 𝑖𝑐𝑐 =
𝑟𝑖𝑛𝑡

Em que 𝑖𝑐𝑐 é denominada corrente de curto-circuito.

5.1.4 - Curva característica de um gerador


Analisando a equação característica 𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖, vemos que ela é uma função do primeiro grau
em 𝑖, em que ℰ é o coeficiente linear e 𝑟𝑖𝑛𝑡 é o coeficiente angular da reta. Graficamente, temos:

Figura 15.55: Curva característica de um gerador elétrico.

Da análise matemática, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 60
CURSO INTENSIVO 2023

ℰ ℰ
𝑡𝑔 𝜃=𝑁 = ⇒ 𝑡𝑔 𝜃=𝑁 𝑟𝑖𝑛𝑡
𝑖𝑐𝑐 ℰ
𝑟𝑖𝑛𝑡

Para o gerador ideal (𝑟𝑖𝑛𝑡 = 0), temos a seguinte equação característica:

Figura 15.56: Curva caraterística de um gerador ideal.

Tenha sempre em mente que considerar um determinado gerador como ideal é uma aproximação
muito boa, geralmente.

5.1.5 - Lei de Pouillet


Considere um gerador elétrico de 𝑓𝑒𝑚 ℰ e resistência interna 𝑟𝑖𝑛𝑡 , conectado a um único resistor
de resistência elétrica 𝑅, como na figura abaixo:

Figura 15.57: Circuito gerador e um único resistor.

A ddp 𝑈 entre os terminais do resistor é dado pela primeira lei de Ohm:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

Por outro lado, sabemos que a ddp entregue pelo gerador é dada pela equação característica:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 61
CURSO INTENSIVO 2023

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Igualando as duas equações, temos:


𝑅 ⋅ 𝑖 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 𝑖 =
𝑟𝑖𝑛𝑡 + 𝑅

A Lei de Pouillet fornece a intensidade da corrente elétrica em um circuito simples do tipo gerador-
resistor. Caso o circuito externo tenha mais de um resistor, será necessário fazer uma associação de
resistores para encontrar o resistor equivalente à associação e, assim, poder usar a Lei de Pouillet.
Futuramente, iremos aprender as Leis de Kirchhoff e ampliaremos nosso poder de resolução de circuitos
elétricos.

5.2 - Potências elétricas no gerador


Inicialmente, vamos definir alguns conceitos importantes quando falamos de potência. Como
vimos anteriormente pelo efeito Joule, quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica, ele
libera uma quantidade de energia térmica. Podemos sentir um resistor esquentar quando ele é percorrido
por uma corrente elétrica.

Entretanto, essa dissipação de energia pode ser útil, dependendo de como foi empregado o
resistor, como por exemplo, em um chuveiro elétrico. Por outro lado, essa energia térmica pode ser inútil
e totalmente indesejada, como ocorre em fios de ligação de um notebook ou no interior de uma pilha.
Sendo assim, sempre que dissermos energia desperdiçada estamos nos referindo a aquela que foi
dissipada inutilmente.

5.2.1 - Rendimento elétrico do gerador


Ao conectar um gerador em um circuito externo, parte da potência elétrica total é transferida para
o circuito e outra parte é desperdiçada internamente na própria resistência interna. Diante disso,
podemos definir um rendimento elétrico (𝜂) para um gerador da seguinte forma:

𝑃𝑜𝑡𝑢
𝜂=
𝑃𝑜𝑡𝑡

Como 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑈 ⋅ 𝑖 e 𝑃𝑜𝑡𝑡 = ℰ ⋅ 𝑖, podemos reescrever o rendimento elétrico em função da ddp


fornecida pela fonte e sua 𝑓𝑒𝑚:

𝑈⋅𝑖 𝑈
𝜂= ⇒ 𝜂=
ℰ⋅𝑖 ℰ

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 62
CURSO INTENSIVO 2023

Observe que como a potência útil é sempre menor que a potência total, o rendimento elétrico é
sempre um número entre 0 e 1:

0 ≤ 𝜂 ≤ 1 ou 0 ≤ η ≤ 100% (em porcentagem)

5.2.2 - Circuito simples gerador-resistor


Vamos voltar ao circuito simples que utilizamos na Lei de Pouillet:

Figura 15.58: Circuito simples formado por um gerador e um resistor.

Já vimos que a equação característica do gerador é dada por:

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

E quando olhamos para o resistor, escrevemos que:

𝑈 =𝑅⋅𝑖

Então, escrevemos a Lei de Pouillet:

ℰ = (𝑅 + 𝑟𝑖𝑛𝑡 ) ⋅ 𝑖

Note que 𝑟𝑖𝑛𝑡 + 𝑅 representa a resistência equivalente do circuito. Então:

ℰ = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖

Assim, em um circuito simples (apenas uma fonte e uma associação de resistores) podemos
escrever que a 𝑓𝑒𝑚 é igual ao produto da resistência elétrica total do circuito pela intensidade da corrente
elétrica.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 63
CURSO INTENSIVO 2023

5.2.3 - Potência máxima fornecida por um gerador


A máxima potência útil de um gerador se dá quando a corrente que o percorre vale metade de sua
corrente de curto circuito:

Figura 15.59: Gráfico da potência útil em função da corrente.

A potência máxima útil será dada pelo produto entre a diferença de potencial do gerador e
corrente que o atravessa para a situação:

𝑃𝑚á𝑥 = (𝜀 − 𝑟 ⋅ 𝑖) ⋅ 𝑖

E a corrente de curto circuito é dada por:

𝜀
𝑖𝑐𝑐 =
2⋅𝑟

Unindo as duas relações, temos:

𝜀 𝜀
𝑃𝑚á𝑥 = (𝜀 − 𝑟 ⋅ )⋅
2⋅𝑟 2⋅𝑟

Finalmente:

𝜀2 Potência máxima útil de


𝑃𝑚á𝑥 = um gerador
4⋅𝑟

(2019/QUESTÃO)
Com o objetivo de aquecer um recipiente no menor tempo possível, conecta-se um gerador de 𝑓𝑒𝑚
ℰ = 60 𝑉 e resistência interna 𝑟𝑖𝑛𝑡 = 3,0 Ω e dispõe-se de dois resistores, um de 9,0 Ω e outro dois
de 6, 0 Ω.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 64
CURSO INTENSIVO 2023

Se a quantidade de calor necessária para ferver a água é de 2,4 ⋅ 105 𝑐𝑎𝑙, determine o intervalo de
tempo mínimo necessário. Adote 1,0 𝑐𝑎𝑙 = 4,0 𝐽 e que as perdas calor do recipiente para o
ambiente seja nula.
Comentários

A potência elétrica é igual ao calor trocado pelo tempo. Então:

𝑄 𝜀2 𝑄
𝑃𝑚á𝑥 = ⇒ =
Δ𝑡𝑚í𝑛 4 ⋅ 𝑟 Δ𝑡𝑚í𝑛

602 2,4 ⋅ 105 ⋅ 4,0


=
4⋅3 Δ𝑡𝑚í𝑛

Δ𝑡𝑚í𝑛 = 3,2 ⋅ 103 𝑠

Gabarito: 𝚫𝒕𝒎í𝒏 = 𝟑, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟑 𝒔.

5.3 - Associação de geradores


Podemos associar dois ou mais geradores em série, em paralelo ou de forma mista. É muito
comum em lanternas, rádios e outros aparelhos elétricos, combinar pilhas para atingir uma determinada
ddp, conforme a especificação do aparelho.

A seguir, vamos estudar como associar geradores em série e em paralelo, para chegarmos a um
único gerador equivalente capaz de, quando percorrido por uma corrente de intensidade igual à da que
percorre a associação, mantém entre seus terminais a mesma ddp entre os terminais da associação. Dessa
forma, diante de uma associação de geradores, devemos determinar os valores da 𝑓𝑒𝑚 ℰ e a resistência
interna 𝑟 que definem as características do gerador equivalente.

5.3.1 - Associação de geradores em série


Dizemos que dois geradores estão associados em série quando são ligados em sequência, de tal
forma que cada polo de um gerador está conectado ao polo de sinal oposto do próximo gerador ou do
anterior. A figura abaixo ilustra uma associação em série.

Figura 15.60: Associação de N geradores em série. Note que todos são percorridos pela mesma corrente elétrica.

Dessa forma, podemos determinar um gerador equivalente que é percorrido pela mesma corrente
𝑖 que a da associação e mantém a mesma ddp entre os seus terminais.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 65
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.61: Representação do gerador equivalente.

Para que o gerador seja equivalente à associação, devemos ter que:

ℰ𝑒𝑞 = ℰ1 + ℰ2 + ⋯ + ℰ𝑁 e 𝑟𝑒𝑞 = 𝑟1 + 𝑟2 + ⋯ + 𝑟𝑁

Diante desse resultado, vemos que ao associar geradores em série, aumentamos a 𝑓𝑒𝑚 e a
resistência interna. Caso os geradores associados sejam iguais, então:

ℰ𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ ℰ e 𝑟𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ 𝑟

5.3.2 - Associação em paralelo de geradores iguais


Neste tipo de conexão, todos os polos positivos dos geradores são ligados entre si e todos os polos
negativos também, como na figura abaixo:

Figura 15.62: Conexão de n geradores idênticos em paralelo.

Como os 𝑛 geradores são idênticos, a corrente que atravessa a associação se divide em 𝑛 partes
iguais, isto é, 𝑖/𝑛. Além disso, os geradores associados mantêm a ddp 𝑈 entre os terminais 𝑥 e 𝑦. Portanto,
o gerador equivalente é dado por:

𝑈 = ℰ𝑒𝑞 − 𝑟𝑒𝑞 ⋅ 𝑖

Para cada gerador associado, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 66
CURSO INTENSIVO 2023

𝑖
𝑈 =ℰ−𝑟⋅
𝑛

Então:

𝑟
ℰ𝑒𝑞 − 𝑟𝑒𝑞 ⋅ 𝑖 = ℰ − ⋅𝑖
𝑛

Para os fins desejados, devemos ter que:

𝑟
ℰ𝐸𝑞 = ℰ e 𝑟𝑒𝑞 =
𝑛

Representativamente:

Figura 15.63: Representação do gerador equivalente para uma associação em paralelo.

Diante desse resultado, podemos concluir que na associação de geradores iguais em paralelo, a
𝒇𝒆𝒎 se mantém e há apenas uma diminuição na resistência interna.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um carro elétrico operado através de controle remoto possui os eixos dianteiro e traseiro, de
potência máxima de 10 𝑊, ligados em série com uma bateria de 9,0 𝑉 e um sistema de recuperação
de energia, como mostrado na figura.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 67
CURSO INTENSIVO 2023

Para que o carrinho ande em sua máxima velocidade, a força eletromotriz devolvida ao sistema pelo
aparelho de recuperação de energia deve ser próxima de
a) 12 V b) 9,0 V c) 6,5 V d) 3,9 V e) 1,3 V
Comentários

Primeiro devemos entender que para que o carrinho ande em sua velocidade máxima, a potência
que chega nos eixos deve ser a máxima. Com isso, podemos calcular a corrente.

𝑃 = 𝑖 2 ⋅ 𝑅 ∴ 10,00 = 𝑖 2 ⋅ 2,50 ∴ 𝑖 = 2,00 𝐴

Aplicando a lei das malhas, temos que:

𝜀1 − 𝑖 ⋅ 0,05 − 𝑖 ⋅ 2,5 − 𝑖 ⋅ 2,5 − 𝑖 ⋅ 0,1 + 𝜀2 = 0

9,00 − 2 ⋅ 0,05 − 2 ⋅ 2,50 − 2 ⋅ 2,50 − 2 ⋅ 0,1 + 𝜀2 = 0

9 − 0,1 − 10,00 − 0,2 + 𝜀2 = 0

𝜀2 = 1,3 𝑉

Gabarito: “e”.

6 - As leis de Kirchhoff
Utilizamos as leis de Kirchhoff para a resolução de circuitos com duas ou mais malhas. Antes de
mostrar as leis de Kirchhoff propriamente ditas, vamos fazer algumas considerações utilizando a tabela
de ddp para alguns bipolos elétricos, supondo que o valor do potencial de A é 𝑥:

Elemento 𝑽𝑨 𝑽𝑩 𝑼𝑨𝑩

𝑥 𝑥−𝑅⋅𝑖 𝑅⋅𝑖

𝑥 𝑥−ℰ ℰ

𝑥 𝑥 − ℰ′ ℰ′

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 68
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.64: Para resolver o circuito em questão, devemos aplicar as leis de Kirchhoff.

Agora, vamos fazer algumas definições, utilizando nosso circuito acima. Um nó é ponto do circuito
onde a corrente se divide. No nosso exemplo isso ocorre em 𝐵 e 𝐶. Um ramo é trecho do circuito
percorrido pela mesma corrente. No nosso caso: 𝐴𝐵, 𝐸𝐹, 𝐵𝐸 e 𝐵𝐶𝐷𝐸. Já uma malha é um conjunto de
ramos que formam um percurso fechado. No nosso exemplo: 𝐴𝐵𝐸𝐹𝐴, 𝐵𝐶𝐷𝐸𝐵 e 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐴. Diante
dessas definições, podemos enunciar as leis de Kirchhoff:

6.1 - Lei de Kirchhoff das correntes (𝑳𝑲𝑪) ou Lei dos Nós:


O somatório das correntes que entram em um nó é igual ao somatório das correntes que saem do
nó. Matematicamente:

(∑ 𝒊𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒎 ) = (∑ 𝒊𝒔𝒂𝒆𝒎 )
𝒏ó 𝑿 𝒏ó 𝑿

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
52
O circuito a seguir foi montado com resistência equivalente igual a 23 𝛺, utilizando resistores de
resistências 𝑅𝛼 = 2,0 𝛺 e 𝑅𝛽 = 3,0 𝛺 e 𝑅𝛾 . Analisando o circuito, representado abaixo, é correto
afirmar que o valor da resistência 𝑅𝛾 vale

a) 1,2 𝛺 b) 2,7 𝛺 c) 3,6 𝛺 d) 4,0 𝛺 e) 5,5 𝛺


Comentários

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 69
CURSO INTENSIVO 2023

Para resolver uma questão de circuito como essa, precisamos condensar os resistores em série e
paralelo, até que haja apenas um resistor sendo representado por uma resistência equivalente. Vamos
enumerar os resistores para facilitar a compreensão da resolução deste exercício.

Analisando as os pontos de mesmos potenciais, ficamos com:

Através dessa análise podemos perceber que os resistores 3, 4 e 7 estão em curto-circuito, pois há
um caminho preferencial, por onde a corrente passa sem resistência. Podemos então reescrever o circuito
sem esses elementos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 70
CURSO INTENSIVO 2023

Agora pomos começar a condensar nossos resistores. Os resistores 1 e 2 estão em série, e podem
ser substituídos por um resistor equivalente fazendo-se:

𝑅𝑒𝑞(1,2) = 2 + 2 = 4 𝛺

Os resistores 5 e 6 se encontram em paralelo e podem ser substituídos por um resistor equivalente


fazendo-se:

1 1 1 3+2 5
= + = = 𝛺
𝑅𝑒𝑞(5,6) 2 3 6 6

6
𝑅𝑒𝑞(5,6) = 𝛺
5

Dessa forma, nosso novo circuito fica da seguinte maneira:

Agora, os dois resistores equivalentes se encontram interligados em série. Podemos os unir em


um único resistor:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 71
CURSO INTENSIVO 2023

6 26
𝑅𝑒𝑞(1,2,5,6) = 4 + = 𝛺
5 5

No momento que temos apenas dois resistores em paralelo no circuito, podemos calcular o
resistor equivalente total.

1 1 1 1
= = +
𝑅𝑒𝑞(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) 52 26
(23) 𝑅𝛾 ( 5 )

23 1 5
= +
52 𝑅𝛾 26

1 23 5 13 1
= − = =
𝑅𝛾 52 26 52 4

𝑅𝛾 = 4,0 𝛺

Gabarito: “d”.

6.2 - Lei de Kirchhoff das tensões (𝑳𝑲𝑻) ou Lei das Malhas:


O somatório das tensões ao longo de uma malha é nulo.

Sempre que resolvermos circuitos elétricos utilizando as Leis de Kirchhoff, devemos adotar para
cada ramo um sentido da corrente elétrica. Em seguida, aplicamos a 𝐿𝐾𝑇 no circuito com o objetivo de
diminuir a ordem do sistema de equação a ser obtido. Por exemplo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 72
CURSO INTENSIVO 2023

Figura 15.65: Aplicação da LKC no nó B.

Depois, em cada malha, arbitraremos um sentido de percurso e aplicaremos a 𝐿𝐾𝑇, obtendo o


sistema de equações:

Figura 15.66: Aplicação de LKT em cada malha.

Rodando a malha 𝐹𝐴𝐵𝐸𝐹 e a malha 𝐸𝐵𝐶𝐷𝐸, temos as seguintes equações:

−𝑟1 ⋅ 𝑖1 + ℰ1 − 𝑅1 ⋅ 𝑖1 − ℰ2 − 𝑟2 ⋅ 𝑖2 − 𝑅2 ⋅ 𝑖1 = 0
{
+𝑟2 ⋅ 𝑖2 + ℰ2 − 𝑅3 ⋅ (𝑖1 − 𝑖2 ) − ℰ3 − 𝑟3 ⋅ 𝑖3 = 0

Por fim, resolvemos o sistema de equações. As correntes com sinal negativo deverão ter seus
sentidos invertidos. Vamos resolver um circuito como exemplo. Considere o circuito da figura abaixo:

Inicialmente, arbitramos para ramo um sentido de corrente elétrica.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 73
CURSO INTENSIVO 2023

No segundo passo, aplicamos a LKC no circuito para diminuir a ordem do sistema de equações que
será obtido. Por isso, ao invés de escrever 𝑖3 , nós substituiremos no circuito 𝑖3 por 𝑖1 + 𝑖2 . No terceiro
passo, aplicamos a LKT para cada malha fechada, obtendo as equações algébricas. Para a malha 𝐹𝐴𝐵𝐸𝐹:

35 − 10 ⋅ 𝑖1 − 5 ⋅ (𝑖1 + 𝑖2 ) = 0

15𝑖1 + 5𝑖2 = 35 (𝑒𝑞. 1)

Malha 𝐷𝐶𝐵𝐸𝐷:

30 − 15 ⋅ 𝑖2 − 5 ⋅ (𝑖1 + 𝑖2 ) = 0

5𝑖1 + 20𝑖2 = 30 (𝑒𝑞. 2)

Último passo, resolvemos as equações algébricas. Para isso, basta fazer 4 ⋅ (𝑒𝑞. 1) − (𝑒𝑞. 2):

4 ⋅ (15𝑖1 + 5𝑖2 ) − (5𝑖1 + 20𝑖2 ) = 4 ⋅ 35 − 30

55𝑖1 = 110 ⇒ 𝑖1 = 2 𝐴

Portanto:

15 ⋅ 2 + 5𝑖2 = 35 ⇒ 𝑖2 = 1 𝐴

Finalmente, temos:

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Dada a malha elétrica abaixo formada por 4 resistores de mesma resistência (𝑅 = 10 Ω), e três
geradores.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 74
CURSO INTENSIVO 2023

Sabendo que 𝜀1 = 30 𝑉, 𝜀2 = 10 𝑉, e a corrente que atravessa o circuito é igual a 2,0 𝐴. Nessa


situação, a força eletromotriz (ε3 ) é próxima de
a) 30 𝑉 b) 40 𝑉 c) 50 𝑉 d) 60 𝑉 e) 70 𝑉
Comentários

Definindo o sentido da corrente no sentido anti-horário, e aplicando a Lei das Malhas, temos:

ε1 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − ε2 − 𝑅 ⋅ 𝑖 + ε3 = 0

30 − 10 ⋅ 2 − 10 ⋅ 2 − 10 ⋅ 2 − 10 − 10 ⋅ 2 + ε3 = 0

30 − 90 + ε3 = 0 ∴ ε3 = 60 𝑉

Gabarito: “d”.

7 – Capacitores
Um Capacitor é um componente capaz de armazenar cargas elétricas em um campo elétrico,
acumulando um desequilíbrio interno de carga elétrica. A sua manipulação em um circuito o torna capaz
de liberar grande quantidade de energia elétrica em pouco tempo, tendo grande aplicação em
instrumentos como o flash usado em câmeras fotográficas.

7.1 - Capacitância (𝑪)


Tomando como referencial no infinito, o potencial de um condutor isolado e esférico, com raio 𝑅,
carregado com carga 𝑄, é expresso por:

𝑄
𝑉=𝐾
𝑅
Ao manipularmos algebricamente fazendo a relação de carga por potencial do corpo, temos que:

𝑄 𝑅
=
𝑉 𝐾
Observamos que essa relação mostra que a quantidade de cargas que um condutor pode reter é
proporcional ao seu potencial elétrico e essa razão depende das dimensões e da forma do corpo, como
𝑅 𝑄
mostra 𝐾. Essa relação 𝑉 é chamada de capacitância (𝐶):

𝑄 𝑅
𝐶= =
𝑉 𝐾

A capacitância é uma grandeza física que mede a capacidade de armazenar cargas para uma dada
diferença de potencial. Ela depende exclusivamente da geometria do condutor e do meio onde ele se
encontra. Sua unidade no SI é o farad (𝐹), em homenagem ao físico experimentalista Michael Faraday:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 75
CURSO INTENSIVO 2023

[𝑄] 𝐶
[𝐶] = = =𝐹
[𝑉] 𝑉

É importante destacar que a capacitância não depende do material que é feito o condutor, apenas
de sua forma, de suas dimensões e do meio que o envolve. Além disso, quando dois condutores têm o
mesmo formato, aquele que possui as maiores dimensões tem maior capacitância.

Ainda nesse tópico, é possível demonstrar que, em um mesmo meio, se dois condutores possuem o
mesmo volume, aquele que mais se aproxima de uma esfera terá maior capacitância. Por isso, dizemos
que condutores com forma de fio têm capacitância menor quando comparado com as de condutores de
outros formatos, desde que tenham o mesmo volume.

(2020/INÉDITA)
Considere um condutor isolado e carregado positivamente carregado de capacitância igual a 1𝑝𝐹.
Qual deve ser a carga fornecida a esse condutor para que seu potencial sofra um acréscimo de
200 𝑉?
Comentários

Notamos que o condutor não teve a sua geometria alterada e não mudou de meio, logo, sua
capacitância não alterou. Logo, podemos dizer que:

𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Assim, a variação de carga será de:

Δ𝑄 = 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐶. 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶(𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) = 𝐶. Δ𝑉

Ou seja:

Δ𝑄 = 𝐶. Δ𝑉

Substituindo valores, temos:

Δ𝑄 = (1 ⋅ 10−12 ) ⋅ 200

Δ𝑄 = 2 ⋅ 10−10 𝐶

Gabarito: 𝚫𝑸 = 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟎 𝑪.

7.2 - Capacitores
Capacitores são dispositivos elétricos constituídos de dois condutores com cargas iguais e opostas,
capaz de armazenar energia potencial elétrica, devido ao acúmulo de cargas elétricas. A capacitância do
dispositivo é definida pela razão:

𝑄
𝐶=
𝑉

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 76
CURSO INTENSIVO 2023

Em que 𝑄 é o módulo da carga em dos condutores e 𝑉 é a intensidade da diferença de potencial


entre as duas superfícies condutoras. A capacitância de um capacitor depende de dois fatores apenas,
sendo eles o isolante entre as armaduras (superfícies condutoras) e a geometria de cada armadura, bem
como da posição relativa entre elas.

Para calcularmos a sua capacitância, sempre colocaremos cargas iguais e opostas nas armaduras
e determinaremos a diferença de potencial entre elas. Vale lembrar que obtemos o potencial a partir do
campo elétrico devido às cargas.

7.1.1 – Capacitores de placas paralelas

Figura 15.65: Capacitor de placas paralelas.

Trata-se de um dos capacitores mais utilizados. Constitui-se de duas placas paralelas, formadas
por folhas metálicas delgadas, separadas e isoladas uma da outra por um filme plástico bem fino.

Seja 𝐴 a área da superfície (área lateral de cada placa condutora) e a 𝑑 a distância de separação
entre as placas. Para minimizar os efeitos de bordas e garantir a uniformidade do campo, constrói-se o
capacitor de tal forma que 𝑑 seja muito menor que a largura das placas.

Com isso, carrega-se uma das placas com uma carga +𝑄 e a outra com uma carga −𝑄. As cargas
se distribuem uniformemente pelas armaduras e como as superfícies estão muito próximas, podemos
dizer que o campo elétrico entre elas se aproxima muito do campo entre dois planos infinitos.

Como capacitância é a razão da carga pela diferença de potencial, temos que:

𝑄 𝜀∙𝐴
𝐶= =
𝑉 𝑑

Notamos que a capacitância é proporcional a área das placas e inversamente proporcional a


distância que separa as armaduras. Como podemos ver pela expressão logo acima, a capacitância
depende das dimensões, da forma e da disposição geométrica das placas condutoras, e das propriedades
do meio isolante entre os condutores (𝜀).

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 77
CURSO INTENSIVO 2023

7.1.2 – Capacitores esféricos

Figura 15.66: Capacitor esférico.

Considere uma esfera menor carregada com uma carga +𝑄 e uma casca carregada com carga −𝑄.
Podemos calcular o potencial em cada superfície da seguinte forma:

𝑄 𝑄
𝑉1 = 𝐾 −𝐾
𝑅1 𝑅2

𝑄 𝑄
𝑉2 = 𝐾 −𝐾 =0
𝑅2 𝑅2

Dessa forma, a diferença de potencial é dada por:

𝑄 𝑄
∆𝑉 = 𝑉1 − 𝑉2 = 𝐾 −𝐾
𝑅1 𝑅2

1 1
∆𝑉 = 𝐾𝑄 ( − )
𝑅1 𝑅2

𝑅2 − 𝑅1
∆𝑉 = 𝐾𝑄 ( )
𝑅1 ∙ 𝑅2

Portanto, a capacitância será:

𝑄
𝐶=
∆𝑉
1 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝐾 𝑅2 − 𝑅1

4𝜋𝜀 ∙ 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝑅2 − 𝑅1

Quando as duas superfícies esféricas possuem raios muito próximos, podemos dizer que a
diferença entre os raios é muito pequena (𝑑 = 𝑅2 − 𝑅1 ) e se chamarmos um deles de 𝑅 o produto 𝑅1 ∙
𝑅2 ≈ 𝑅 2 . Assim, a capacitância se tornaria:

4𝜋𝜀 ∙ 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝑅2 − 𝑅1

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 78
CURSO INTENSIVO 2023

𝜀 ∙ (4𝜋 ∙ 𝑅 2 )
𝐶=
𝑑
Mas, 4𝜋𝑅 2 é a área superficial da esfera, portanto novamente teríamos:

𝜀∙𝐴
𝐶=
𝑑

Com resultado, podemos concluir que um capacitor se torna um capacitor de placas paralelas
quando fazemos as duas superfícies externas esféricas com raios muito próximos.

7.3 - Associação de capacitores


É comum combinar dois ou mais capacitores para obter valores desejados de capacitâncias,
conforme as especificações de projeto.

7.3.1 - Capacitores associados em série


Dizemos que dois ou mais capacitores estão em série quando a soma das tensões é igual à
diferença de potencial a que o sistema é submetido. Se estão descarregados, irão possuir a mesma carga,
que é igual à carga total da associação. Este fato decorre da indução total nas placas.

Quando a placa positiva de 𝐶1 adquire carga +𝑄, será induzida uma carga −𝑄 na outra placa. Com
isso, a placa 𝐶2 mais próxima de 𝐶1 será induzida com carga +𝑄 e assim por diante. Dessa forma. Todos
os capacitores terão a mesma carga 𝑄.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 79
CURSO INTENSIVO 2023

A diferença de potencial entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é dada pela soma das diferenças de potenciais em
cada capacitor:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = Δ𝑉1 + Δ𝑉2 + Δ𝑉3

Como:

𝑄 𝑄 𝑄
Δ𝑉1 = , Δ𝑉2 = , Δ𝑉3 =
𝐶1 𝐶2 𝐶3

Por definição, a capacitância equivalente entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é dada por:

𝑄𝑒𝑞
𝐶𝑒𝑞 =
VA − VB

Como a carga é a mesma para cada capacitor, assim como para a capacitância equivalente, então:

𝑄 𝑄 𝑄 𝑄
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

Para o caso de 𝑛 capacitores associados em série, a soma das tensões é igual a tensão equivalente:

𝑈𝑒𝑞 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3 + ⋯ + 𝑈𝑛

𝑄 𝑄 𝑄 𝑄 𝑄
= + + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛

1 1 1 1 1
= + + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛

Caso os 𝑛 capacitores iguais, a capacitância equivalente será:

1 1 1 1
= + +⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶 𝐶 𝐶

𝐶
𝐶𝑒𝑞 =
𝑛

(2020/INÉDITA)
Considere três capacitores combinados em série, inicialmente descarregados. O ponto 𝐴 é ligado ao
polo positivo de uma bateria de corrente contínua e o terminal 𝐵 ao polo negativo. Nesse processo,
𝐶1 fica com carga de 15 𝜇𝐶.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 80
CURSO INTENSIVO 2023

Calcule:
a) as cargas elétricas dos outros capacitores da associação.
b) a diferença de potencial em cada capacitor.
c) a diferença de potencial da bateria.
d) a capacitância equivalente entre 𝐴 e 𝐵.
e) a energia armazenada na associação.
Comentários

a) Na associação em série temos como propriedade fundamental que a carga adquirida deve ser a
mesma em cada capacitor. Assim, as cargas nos outros capacitores também serão de 15 𝜇𝐶.

𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄3 = 15 𝜇𝐶

b) Vamos utilizar a definição de capacitância para determinar a diferença de potencial em cada


capacitor:

𝑄1 15 𝜇𝐶
Δ𝑉1 = = =3𝑉
𝐶1 5 𝜇𝐹

𝑄2 15 𝜇𝐶
Δ𝑉2 = = = 5𝑉
𝐶2 3 𝜇𝐹

𝑄3 15 𝜇𝐶
Δ𝑉3 = = = 1,5 𝑉
𝐶3 10 𝜇𝐹

c) A diferença de potencial da bateria é a soma das diferenças de potenciais em cada capacitor em


série:

Δ𝑉𝐴𝐵 = Δ𝑉1 + Δ𝑉2 + Δ𝑉3

Δ𝑉𝐴𝐵 = 3 + 5 + 1,5 = 9,5 𝑉

d) Utilizando a definição de capacitância equivalente, temos que:

𝑄 15 𝜇𝐶
𝐶𝑒𝑞 = = ≅ 1,58 𝜇𝐹
Δ𝑉𝐴𝐵 9,5

Ou ainda:

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 81
CURSO INTENSIVO 2023

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 5𝜇𝐹 3𝜇𝐹 10𝜇𝐹

30
𝐶𝑒𝑞 = 𝜇𝐹 ≅ 1,58 𝜇𝐹
19
e) Podemos calcular a energia da combinação somando as energias armazenadas em cada
dispositivo ou calcular a energia armazenada no capacitor equivalente:

30
2
𝐶𝑒𝑞 ∙ Δ𝑉𝐴𝐵 (19 ⋅ 10−6 ) ∙ (9,5)2
𝐸𝑃 = = = 71,25 ⋅ 10−6 𝐽
2 2
Gabarito: a) 𝟏𝟓 𝝁𝑪 b) 𝟑 𝑽, 𝟓 𝑽 e 𝟏, 𝟓 𝑽 c) 𝟗, 𝟓 𝑽 d) 𝟏, 𝟓𝟖 𝝁𝑭 e) 𝟕𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟔 𝑱

7.3.2 - Capacitores associados em paralelo


Dizemos que dois ou mais capacitores estão em paralelo quando a diferença de potencial a que
eles estão submetidos é a mesma.

Nessa configuração, cada capacitor terá sua respectiva carga 𝑄1, 𝑄2 e 𝑄3 . Pela definição de
capacitância, temos:

𝑄1 = 𝐶1 ∙ ΔV, 𝑄2 = 𝐶2 ∙ ΔV, 𝑄3 = 𝐶3 Δ𝑉

Assim, a carga total é dada pela soma das cargas:

𝑄𝑒𝑞 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3

O capacitor equivalente nessa combinação possuirá a carga total, sob a diferença de potencial Δ𝑉,
onde a capacitância equivalente é dada pela definição:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 82
CURSO INTENSIVO 2023

𝑄𝑒𝑞
𝐶𝑒𝑞 =
Δ𝑉
𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 𝑄1 𝑄2 𝑄3
𝐶𝑒𝑞 = = + +
Δ𝑉 Δ𝑉 Δ𝑉 Δ𝑉

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3

Para o caso de 𝑛 capacitores associados em paralelo, a soma das cargas é igual a carga equivalente:

𝑄𝑒𝑞 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + ⋯ + 𝑄𝑛

𝐶𝑒𝑞 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) = 𝐶1 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + 𝐶2 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + 𝐶3 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + ⋯ + 𝐶𝑛 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 )

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 + ⋯ + 𝐶𝑛

(2020/INÉDITA)
Calcule a capacitância equivalente entre 𝑋 e 𝑌.

Comentários

Vamos simplificar nossa combinação de capacitores de forma a facilitar nosso problema. Para isso,
vamos dar o nome para todos os pontos que estão em potenciais diferentes:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 83
CURSO INTENSIVO 2023

Entre os pontos 𝐴 e 𝐶 temos dois capacitores em paralelo, logo a capacitância será dada por:

𝐶𝐴𝐶 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

A partir daí teremos uma nova configuração de capacitores:

Entre os pontos 𝐴 e 𝐷 temos dois capacitores em série no ramo da direita, logo:

2𝐶
(𝐶𝐴𝐷 )𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = =𝐶
2
Agora, temos a nova configuração:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 84
CURSO INTENSIVO 2023

Com isso, podemos determinar a capacitância equivalente entre 𝐴 e 𝐷, pois os dois capacitores
estão em paralelo:

𝐶𝑒𝑞𝐴𝐷 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

Então, chegamos a nova configuração de capacitores:

Nesse momento, somos capazes de determinar a capacitância equivale entre 𝐴 e 𝐵 no ramo mais
à direita, já que temos dois capacitores em série:

2𝐶
(𝐶𝐴𝐵 )𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = =𝐶
2

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 85
CURSO INTENSIVO 2023

Então, nossa combinação de capacitores se resumiu a:

Assim, a capacitância equivalente entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é expressa por:

𝐶𝑒𝑞𝐴𝐵 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 86
CURSO INTENSIVO 2023

8 - Resumo da aula em mapas mentais


Use o(s) mapa(as) mental(ais) como forma de fixar o conteúdo e para consulta durante a resolução
das questões. Não tente decorar as fórmulas específicas para cada situação, ao invés disso entenda como
deduzi-las.

Tente elaborar os seus mapas mentais, eles serão de muito mais fácil assimilação do que um
montado por outra pessoa. Além disso, leia um mapa mental a partir da parte superior direita, e siga em
sentido horário.

O mapa mental foi disponibilizado como um arquivo .pdf na sua área do aluno.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 87
CURSO INTENSIVO 2023

9 - Lista de questões

9.1 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2019/ENEM)

Uma casa tem um cabo elétrico mal dimensionado, de resistência igual a 10 𝛀, que a conecta à rede
elétrica de 120 V. Nessa casa, cinco lâmpadas, de resistência igual a 200 𝛀, estão conectadas ao mesmo
circuito que uma televisão de resistência igual a 50 𝛀, conforme ilustrado no esquema. A televisão
funciona apenas com tensão entre 90 V e 130 V.

O número máximo de lâmpadas que podem ser ligadas sem que a televisão pare de funcionar é:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

2. (2019/ENEM - PPL)

Uma das formas de se obter energia elétrica é usar uma lente convergente circular para concentrar os
raios de sol em um único ponto, aquecendo um dispositivo localizado nesse ponto a uma temperatura
elevada. Com a transformação da energia luminosa em energia térmica, pode ser criado vapor-d ’água
que moverá uma turbina e gerará energia elétrica. Para projetar um sistema de geração de energia
elétrica, a fim de alimentar um chuveiro elétrico de 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 de potência, sabe-se que, neste local, a
energia recebida do Sol é 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝑾/𝒎𝟐 . Esse sistema apresenta taxa de eficiência de conversão em
energia elétrica de 50% da energia solar incidente. Considere √𝝅 = 𝟏, 𝟖. 3Qual deve ser, em metro, o
raio da lente para que esse sistema satisfaça aos requisitos do projeto?

a) 0,28 b) 0,32 c) 0,40 d) 0,80 e) 1,11

3. (2018/ENEM - PPL)

Com o avanço das multifunções dos dispositivos eletrônicos portáteis, como os smartphones, o
gerenciamento da duração da bateria desses equipamentos torna-se cada vez mais crítico. O manual
de um telefone celular diz que a quantidade de carga fornecida pela sua bateria é de 𝟏. 𝟓𝟎𝟎 𝒎𝑨𝒉.
A quantidade de carga fornecida por essa bateria, em coulomb, é de

a) 90 b) 1.500. c) 5.400. d) 90.000. e) 5.400.000.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 88
CURSO INTENSIVO 2023

4. (2018/ENEM)

Ao pesquisar um resistor feito de um novo tipo de material, um cientista observou o comportamento


mostrado no gráfico tensão versus corrente.

Após a análise do gráfico, ele concluiu que a tensão em função da corrente é dada pela equação 𝑽 =
𝟏𝟎 ⋅ 𝒊 + 𝒊𝟐 .O gráfico da resistência elétrica (R) do resistor em função da corrente (i) é.

a) b)

c) d)

e)

5. (2018/ENEM)

Alguns peixes, como o poraquê, a enguia-elétrica da Amazônia, podem produzir uma corrente elétrica
quando se encontram em perigo. Um poraquê de 1 metro de comprimento, em perigo, produz uma
corrente em tomo de 2 ampères e uma voltagem de 600 volts.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 89
CURSO INTENSIVO 2023

O quadro apresenta a potência aproximada de equipamentos elétricos.

O equipamento elétrico que tem potência similar àquela produzida por esse peixe em perigo é o(a)

a) exaustor. b) computador. c) aspirador de pó.

d) churrasqueira elétrica. e) secadora de roupas.

6. (2018/ENEM - PPL)

Ao dimensionar circuitos elétricos residenciais, é recomendado adequadamente bitolas dos fios


condutores e disjuntores, de acordo com a intensidade de corrente elétrica demandada. Esse
procedimento é recomendado para evitar acidentes na rede elétrica. No quadro é especificada a
associação para três circuitos distintos de uma residência, relacionando tensão no circuito, bitolas de
fios condutores e a intensidade de corrente elétrica máxima suportada pelo disjuntor.

Com base no dimensionamento do circuito residencial, em qual(is) do(s) circuito(s) o(s) equipamento(s)
é(estão) ligado(s) adequadamente?

a) Apenas no Circuito 1. b) Apenas no Circuito 2.

c) Apenas no Circuito 3. d) Apenas nos Circuitos 1 e 2.

e) Apenas nos Circuitos 2 e 3.

7. (2018/ENEM)

Muitos smartphones e tablets não precisam mais de teclas, uma vez que todos os comandos podem ser
dados ao se pressionar a própria tela. Inicialmente essa tecnologia foi proporcionada por meio das telas
resistivas, formadas basicamente por duas camadas de material condutor transparente que não se
encostam até que alguém as pressione, modificando a resistência total do circuito de acordo com o
ponto onde ocorre o toque. A imagem é uma simplificação do circuito formado pelas placas, em que A
e B representam pontos onde o circuito pode ser fechado por meio do toque.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 90
CURSO INTENSIVO 2023

Qual é a resistência equivalente no circuito provocada por um toque que fecha o circuito no ponto A?

a) 1,3 𝒌𝛀 b) 4,0 𝒌𝛀 c) 6,0 𝒌𝛀 d) 6,7 𝒌𝛀 e) 12,0 𝒌𝛀

8. (2020/FUVEST/1ª FASE)

Um fabricante projetou resistores para utilizar em uma lâmpada de resistência 𝑳.Cada um deles deveria
ter resistência 𝑹. Após a fabricação, ele notou que alguns deles foram projetados erroneamente, de
forma que cada um deles possui uma resistência 𝑹𝑫 = 𝑹/𝟐. Tendo em vista que a lâmpada queimará
se for percorrida por uma corrente elétrica superior a 𝑽/(𝑹 + 𝑳), em qual(is) dos circuitos a lâmpada
queimará?

(A) 1, apenas. (B) 2, apenas. (C) 1 e 3, apenas. (D) 2 e 3, apenas. (E) 1, 2 e 3.

9. (2019/FUVEST/1ª FASE)

Uma bateria de tensão 𝑽 e resistência interna 𝑹𝒊 é ligada em série com um resistor de resistência 𝑹. O
esquema do circuito está apresentado na figura. A potência dissipada pelo resistor 𝑹 é dada por

𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑹 𝑽𝟐 𝑹 𝑽𝟐
𝐚) 𝐛) 𝐜) 𝐝) 𝐞)
𝑹 (𝑹 + 𝑹𝒊 ) (𝑹 + 𝑹𝒊 )𝟐 (𝑹 + 𝑹𝒊 ) (𝑹 − 𝑹𝒊 )

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 91
CURSO INTENSIVO 2023

10. (2019/FUVEST/1ª FASE)

Um chuveiro elétrico que funciona em 𝟐𝟐𝟎 𝑽 possui uma chave que comuta entre as posições “verão”
e “inverno”. Na posição “verão”, a sua resistência elétrica tem o valor 𝟐𝟐 Ω, enquanto na posição
“inverno” é 𝟏𝟏 Ω. Considerando que na posição “verão” o aumento de temperatura da água, pelo
chuveiro, é 𝟓 ℃, para o mesmo fluxo de água, a variação de temperatura, na posição “inverno”, em ℃,
é

𝐚) 𝟐, 𝟓 𝐛) 𝟓, 𝟎 𝐜) 𝟏𝟎, 𝟎 𝐝) 𝟏𝟓, 𝟎 𝐞) 𝟐𝟎, 𝟎

11. (FUVEST)

O gráfico das diferenças de potencial nos extremos de um dispositivo elétrico, em função das
intensidades de corrente, foi o seguinte:

a) Qual o tipo de dispositivo elétrico em questão?

b) Qual a resistência elétrica desse dispositivo quando percorrido por uma corrente de intensidade 𝟐, 𝟎 ⋅
𝟏𝟎−𝟑 𝑨?

12. (2010/FUVEST)

Medidas elétricas indicam que a superfície terrestre tem carga elétrica total negativa de,
aproximadamente, 600.000 coulombs. Em tempestades, raios de cargas positivas, embora raros,
podem atingir a superfície terrestre. A corrente elétrica desses raios pode atingir valores de até 300.000
A. Que fração da carga elétrica total da Terra poderia ser compensada por um raio de 300.000 A e com
duração de 0,5 s?

a) 1/2 b) 1/3 c) 1/4 d) 1/10 e) 1/20

13. (2020/UNESP/1ª FASE)

Na maioria dos peixes elétricos as descargas são produzidas por órgãos elétricos constituídos por
células, chamadas eletroplacas, empilhadas em colunas. Suponha que cada eletroplaca se comporte
como um gerador ideal.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 92
CURSO INTENSIVO 2023

Suponha que o sistema elétrico de um poraquê, peixe elétrico de água doce, seja constituído de uma
coluna com 5000 eletroplacas associadas em série, produzindo uma força eletromotriz total de 𝟔𝟎𝟎 𝑽.

Considere que uma raia-torpedo, que vive na água do mar, possua um sistema elétrico formado por
uma associação em paralelo de várias colunas, cada uma com 750 eletroplacas iguais às do poraquê,
ligadas em série, constituindo mais da metade da massa corporal desse peixe.

Desconsiderando perdas internas, se em uma descarga a raia-torpedo conseguir produzir uma corrente
elétrica total de 𝟓𝟎 𝑨 durante um curto intervalo de tempo, a potência elétrica gerada por ela, nesse
intervalo de tempo, será de

(A) 3500 W. (B) 3000 W. (C) 2500 W. (D) 4500 W. (E) 4000 W.

14. (2018/UNESP)

Para obter experimentalmente a curva da diferença de potencial U em função da intensidade da


corrente elétrica i para uma lâmpada, um aluno montou o circuito a seguir. Colocando entre os pontos
A e B resistores com diversos valores de resistência, ele obteve diferentes valores de U e de i para a
lâmpada.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 93
CURSO INTENSIVO 2023

Considerando que a bateria de 𝟗, 𝟎 𝑽, os aparelhos de medida e os fios de ligação sejam ideais, quando
o aluno obteve as medidas 𝑼 = 𝟓, 𝟕𝟎 𝑽 e 𝒊 = 𝟎, 𝟏𝟓 𝑨, a resistência do resistor colocado entre os pontos
A e B era de

a) 𝟏𝟎𝟎 𝛀 b) 𝟑𝟑 𝛀 c) 𝟓𝟔 𝛀 d) 𝟔𝟖 𝛀 e) 𝟐𝟐 𝛀

15. (2018/UNESP)

A figura mostra o circuito elétrico que acende a lâmpada de freio e as lanternas traseira e dianteira de
um dos lados de um automóvel.

Considerando que as três lâmpadas sejam idênticas, se o circuito for interrompido no ponto P, estando
o automóvel com as lanternas apagadas, quando o motorista acionar os freios,

a) apenas a lanterna dianteira se acenderá.

b) nenhuma das lâmpadas se acenderá.

c) todas as lâmpadas se acenderão, mas com brilho menor que seu brilho normal.
d) apenas a lanterna traseira se acenderá.

e) todas as lâmpadas se acenderão com o brilho normal.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 94
CURSO INTENSIVO 2023

16. (2002/UNESP)

Dentre as medidas de emergência para contenção do consumo de energia elétrica, o governo cogitou
reduzir de 5% o valor atual da tensão da rede. Considerando que, para uma alteração dessa ordem, a
resistência de uma lâmpada de filamento pode ser considerada constante, determine a porcentagem
de redução que esta providência traria

a) no valor da corrente que passa pela lâmpada e

b) no valor da potência dissipada pela lâmpada.

17. (VUNESP)

Mediante estímulo, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟓 íons de 𝑲+ atravessam a membrana de uma célula nervosa em


𝟏, 𝟎 milissegundo. Calcule a intensidade dessa corrente elétrica, sabendo-se que a carga elementar é
𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪.

18. (1995/VUNESP)

Um resistor de resistência 𝑹 está inserido entre os pontos 𝑷 e 𝑸 de um circuito elétrico, como mostra
a figura adiante.

Se as correntes que passam pelos fios 1 e 2, que chegam a 𝑷, são, respectivamente, 𝒊𝟏 e 𝒊𝟐 , a diferença
de potencial entre 𝑷 e 𝑸 será igual a:

a) (𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )/𝑹 b) (𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )𝑹/(𝒊𝟏 ⋅ 𝒊𝟐 ) c) 𝑹/(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )

d) (𝒊𝟏 ⋅ 𝒊𝟐 )𝑹/(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 ) e) 𝑹(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )

19. (2020/UNICAMP/1ª FASE)

Em analogia com um circuito elétrico, a transpiração foliar é regulada pelo conjunto de resistências
(medidas em segundos/metro) existentes na rota do vapor d’água entre os sítios de evaporação
próximos à parede celular no interior da folha e a atmosfera. Simplificadamente, há as resistências dos
espaços intercelulares de ar (𝒓𝒆𝒊𝒂 ), as induzidas pela presença dos estômatos (𝒓𝒆𝒔𝒕 ) e da cutícula (𝒓𝒄𝒖𝒕 )
e a promovida pela massa de ar próxima à superfície das folhas (𝒓𝒄𝒍 ). O esquema abaixo representa as
resistências mencionadas.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 95
CURSO INTENSIVO 2023

A tabela a seguir apresenta os valores das resistências de duas espécies de plantas (espécie 1 e espécie
2).

Tendo em vista os dados apresentados e considerando que a condutância é o inverso da resistência,


assinale a alternativa que indica a espécie com menor transpiração e sua respectiva condutância total
à difusão do vapor d’água entre os sítios de evaporação e a atmosfera.

a) espécie 𝟏; 𝟒𝟖 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔. b) espécie 𝟏; 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔.

c) espécie 𝟐; 𝟑𝟎 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔. d) espécie 𝟐; 𝟐𝟎𝟎 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔.

20. (2020/UFPR)

As propriedades elétricas de dois resistores A e B foram investigadas, e os dados obtidos para eles foram
dispostos na forma de um gráfico 𝑽 𝒙 𝒊, em que 𝑽 é a tensão aplicada e 𝒊 é a corrente elétrica que por
eles circula. As curvas para os resistores A (linha cheia) e B (linha tracejada) são apresentadas na figura
ao lado.

Com base nos dados apresentados, considere as seguintes afirmativas:

1. O resistor B é ôhmico.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 96
CURSO INTENSIVO 2023

2. Os resistores têm resistências iguais quando submetidos a uma tensão de 𝟏𝟎 𝑽.

3. A potência dissipada pelo resistor A quando submetido a uma tensão de 𝟐𝟎 𝑽 vale 𝟎, 𝟔 𝑾.

4. O resistor B apresenta uma resistência de 𝟓𝟎  quando submetido a uma tensão de 𝟓 𝑽.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

21. (2020/UECE)

Quatro condutores constituídos por diferentes materiais, mas de mesmo comprimento, foram
submetidos a diferentes tensões elétricas enquanto mantido a temperatura constante. O gráfico
representa a diferença de potencial em função da corrente elétrica observada para cada um dos objetos
testados.

Admitindo-se que os dois únicos condutores ôhmicos testados possuem a mesma espessura, aquele de
maior condutividade elétrica é o de número

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

22. (UEL)

Considere as seguintes afirmativas a respeito de um segmento AB de um fio metálico por onde passa
uma corrente elétrica contínua e constante.
I. a corrente elétrica em AB é um fluxo de elétrons.

II. a carga elétrica total de AB é nula.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 97
CURSO INTENSIVO 2023

III. há uma diferença de potencial elétrico entre os extremos de AB.

Quais destas afirmativas são verdadeiras?

a) somente I b) somente II c) somente III d) somente I e II e) I, II e III

23. (UFRGS)

O gráfico representa a intensidade de corrente elétrica 𝒊 em função do tempo 𝒕 em dois condutores, 𝑿


e 𝒀. Sendo 𝒒𝒙 e 𝒒𝒚 as cargas elétricas que, durante os quatro primeiros segundos, passam
respectivamente por uma seção transversal dos condutores 𝑿 e 𝒀, qual a diferença 𝒒𝒙 − 𝒒𝒚 ?

a) 1 C b) 2 C c) 3 C d) 6 C e) 8 C

24. (UFSM)

Corrente elétrica, em um condutor metálico, é o movimento.

a) desordenado dos portadores de carga elétrica, independente do campo elétrico aplicado.

b) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
espontâneo,

c) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
independente do campo elétrico aplicado.

d) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido,
dependente do campo elétrico aplicado.

25. (UFSM)

Uma lâmpada permanece acessa durante 5 minutos pôr efeito de uma corrente de 2 A, fornecida por
uma bateria. Nesse intervalo de tempo, a carga total (em C) liberada é:

a) 0,4 b) 2,5 c) 10 d) 150 e) 600

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 98
CURSO INTENSIVO 2023

26. (IME)

A intensidade da corrente elétrica em um condutor metálico varia, com o tempo, de acordo com o
gráfico a seguir.

Sendo o módulo da carga elementar 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪, determine:


a) a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 8 s

b) o número de elétrons que atravessa uma secção do condutor durante esse mesmo tempo

c) a intensidade média da corrente entre os instantes 0 s e 8 s

27. (AFA-2001)

Uma pequena esfera condutora, isolada eletricamente, é carregada com uma quantidade de carga 𝑸.
Em seguida essa esfera é aterrada através de um resistor de 𝟎, 𝟐𝟓 𝛀. A carga da esfera é descarregada
em 𝟎, 𝟓 𝒔 através da resistência, que dissipa uma potência de 𝟎, 𝟓 𝑾. A carga
𝑸, em coulombs, vale

a) 2 b) 4 c) √𝟐 d) √𝟐/𝟐

28. (UNIFEI 2007)

Aplica-se uma diferença de potencial aos terminais de um resistor que obedece à Lei de Ohm. Sendo U
a diferença de potencial, R a resistência do resistor e I a corrente elétrica, qual dos gráficos abaixo não
representa o comportamento deste resistor?

a) b) c) d)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 99
CURSO INTENSIVO 2023

29. (UNIFEI 2007)

O gráfico abaixo mostra como a corrente elétrica, no interior de um condutor metálico, varia com o
tempo. Determine a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 6 (seis) segundos?

30. (UEL)

Na figura a seguir está esquematizado um trecho de um circuito elétrico, onde 𝒊𝟏 , 𝒊𝟐 , 𝒊𝟑 e 𝒊𝟒 são as


intensidades das correntes elétricas não nulas que passam pelos fios que se cruzam no ponto 𝑷.

Qual a relação entre as intensidades dessas correntes?

a) 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 b) 𝒊𝟑 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒 c) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟐

d) 𝒊𝟏 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 + 𝒊𝟐 e) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟑 = 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒

31. (UNIFESP-2007)

Uma das especificações mais importantes de uma bateria de automóvel é o ampere-horo (𝑨𝒉), uma
unidade prática que permite ao consumidor fazer uma avaliação prévia da durabilidade da bateria. Em
condições ideais, uma bateria de 𝟓𝟎 𝑨𝒉 funciona durante 𝟏 𝒉 quando percorrida por uma corrente

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 100


CURSO INTENSIVO 2023

elétrica de intensidade 𝟓𝟎 𝑨, ou durante 𝟐𝟓 𝒉, se a intensidade da corrente for 𝟐 𝑨. Na prática, o


ampere-hora nominal de uma bateria só é válido para correntes de baixa intensidade - para correntes
de alta intensidade, o valor efetivo do ampere-hora chega a ser um quarto do valor nominal. Tendo em
vista essas considerações, pode-se afirmar que o
ampere-hora mede a

a) potência útil fornecida pela bateria.

b) potência total consumida pela bateria.

c) força eletromotriz da bateria.

d) energia potencial elétrica fornecida pela bateria.

e) quantidade de carga elétrica fornecida pela bateria.

32. (UNIFESP-2007)

Uma das grandezas que representa o fluxo de elétrons que atravessa um condutor é a intensidade da
corrente elétrica, representada pela letra 𝒊. Trata-se de uma grandeza

a) vetorial. porque a ela sempre se associa um módulo, uma direção e um sentido.

b) escalar, porque é definida pela razão entre grandezas escalares: carga elétrica e tempo.

c) vetorial. porque a corrente elétrica se origina da ação do vetor campo elétrico que atua no interior
do condutor.

d) escalar, porque o eletromagnetismo só pode ser descrito por grandezas escalares.

e) vetorial, porque as intensidades das correntes que convergem em um nó sempre se somam


vetorialmente.

33. (1995/CESGRANRIO)

A intensidade da corrente elétrica que percorre um componente eletrônico, submetido a uma ddp
constante, varia, em função do tempo, de acordo com o gráfico a seguir:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 101


CURSO INTENSIVO 2023

Sobre a resistência elétrica desse componente, é correto afirmar que, com o passar do tempo, ela:

a) decresce uniformemente. b) aumenta uniformemente. c) tende para zero.

d) tende para um valor constante. e) tende para infinito

34. (1995/UFMG)

O gráfico a seguir mostra como varia a tensão elétrica em um resistor mantido a uma temperatura
constante em função da corrente elétrica que passa por esse resistor.

Com base nas informações contidas no gráfico, é correto afirmar que:

a) a corrente elétrica no resistor é diretamente proporcional à tensão elétrica.

b) a resistência elétrica do resistor aumenta quando a corrente elétrica aumenta.

c) a resistência do resistor tem o mesmo valor qualquer que seja a tensão elétrica.

d) dobrando-se a corrente elétrica através do resistor, a potência elétrica consumida quadruplica.

e) o resistor é feito de um material que obedece a Lei de Ohm.

35. (2008/UFSCar)

Semelhante ao desembaçador de vidros de um carro, existe no mercado um desembaçador especial


para espelhos de banheiro, frequentemente embaçados pela condensação do vapor de água que
preenche o ambiente após um banho. A ideia do dispositivo é secar uma área do espelho para que esse
possa ser utilizado mesmo após ter sido usado o chuveiro.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 102


CURSO INTENSIVO 2023

Suponha que a resistência elétrica não sofra alteração significativa de seu valor com a mudança de
temperatura.

a) Atrás do espelho, colado sobre o vidro, encontra-se o circuito esquematizado, originalmente


construído para ser utilizado sob uma diferença de potencial de 𝟏𝟏𝟎 𝑽. Determine o que ocorrerá com
a corrente elétrica se o desembaçador for ligado a uma diferença de potencial de 𝟐𝟐𝟎 𝑽.

b) Determine o novo valor da potência dissipada, supondo que dois dos fios resistivos tenham sido
rompidos durante a montagem do espelho e que o desembaçador não danificado dissipe 𝟒𝟎 𝑾 quando
ligado em 𝟏𝟏𝟎 𝑽.

36. (PUC – SP)

No interior de um condutor homogêneo, a intensidade de corrente elétrica varia com o tempo, como
mostra o diagrama abaixo.

Pode-se afirmar que o valor médio da intensidade de corrente, entre os instantes 𝟏 𝒎𝒊𝒏 e 𝟐 𝒎𝒊𝒏, é de:
𝟏 𝟏𝟎𝟑
a) 𝟔 𝑨 b) 𝑨 c) 𝟓𝟎𝟎 𝑨 d) 𝟎, 𝟓 𝑨 e) 𝟎, 𝟎𝟓 𝑨
𝟔

37. (1991/ITA)

Determine a intensidade de corrente que atravessa o resistor R 2 da figura, quando a tensão entre os
pontos A e B for igual a V e as resistências R1, R2 e R3 forem iguais a R.

a) 𝑽/𝑹. b) 𝑽/𝟑𝑹. c) 𝟑𝑽/𝑹. d) 𝟐𝑽/𝟑𝑹. e) nenhuma das anteriores.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 103


CURSO INTENSIVO 2023

10 - Gabarito das questões sem comentários

10.1 Já caiu nos principais vestibulares


1. B 2. E 3. C

4. D 5. D 6. E

7. C 8. D 9. C

10. C 11. a) Ôhmico b) 1,85 𝑘Ω 12. C

13. D 14. E 15. C

16. a) 5% b) 9,75%. 17. 3,2 ⋅ 10−11 𝐴 18. E

19. B 20. D 21. C

22. E 23. A 24. D

25. E 26. a) Δ𝑄 = 320 𝑚𝐶 27. D


b) 𝑛 = 2 ⋅ 1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠
c) 𝑖𝑚 = 40 𝑚𝐴

28. D 29. 180 𝑚𝐶 30. A

31. E 32. B 33. D

34. B 35. a) 𝑖 também dobrará. 36. D


b) 32 W

37. A

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 104


CURSO INTENSIVO 2023

11 - Questões resolvidas e comentadas

11.1 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2019/ENEM)

Uma casa tem um cabo elétrico mal dimensionado, de resistência igual a 10 𝛀, que a conecta à rede
elétrica de 120 V. Nessa casa, cinco lâmpadas, de resistência igual a 200 𝛀, estão conectadas ao mesmo
circuito que uma televisão de resistência igual a 50 𝛀, conforme ilustrado no esquema. A televisão
funciona apenas com tensão entre 90 V e 130 V.

O número máximo de lâmpadas que podem ser ligadas sem que a televisão pare de funcionar é:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
Comentários

Como as lâmpadas estão em paralelo com a televisão, quando mais lâmpadas ligadas menor será
a tensão na televisão. Sendo assim, a televisão deverá funcionar com a sua tensão mínima de 90 V. Para
saber a corrente que passa pela televisão, aplicamos a primeira Lei de Ohm:

𝑉𝑇𝑉 = 𝑅𝑇𝑉 ⋅ 𝑖 𝑇𝑉

90 = 50 ⋅ 𝑖 𝑇𝑉

𝑖 𝑇𝑉 = 90/50 = 1,8 𝐴

Aplicando a primeira Lei de Ohm no cabo, para descobrimos a corrente proveniente da rede
elétrica:

𝑉𝑐 = 𝑅𝑐 ⋅ 𝑖 𝑇

120 − 90 = 10 ⋅ 𝑖 𝑇

𝑖 𝑇 = 30/10 = 3 𝐴

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 105


CURSO INTENSIVO 2023

Como a tensão em cada lâmpada é igual a tensão da televisão, calculamos a corrente que passa
por cada uma:

𝑉𝐿 = 𝑅𝐿 ⋅ 𝑖𝐿

90 = 200 ⋅ 𝑖𝐿

𝑖𝐿 = 90/200 = 0,45 𝐴

Como a corrente total é 3 A, e a da televisão é 1,8 A, a corrente que passará sobre as N lâmpadas
acessas será 1,2 A. Como cada lâmpada precisa de 0,45 A, fazendo a divisão teremos a quantidade máxima
de lâmpadas que podem estar acessas para que a televisão funcione com sua tensão mínima:

𝑁 = 1,2/0,45 = 2,67

Sabendo que não podemos ter um número fracionário de lâmpadas, e a sua quantidade não pode
ser superior a 2,67, o número máximo de lâmpadas que podem ficar acessas são 2.

Gabarito: “b”.

2. (2019/ENEM - PPL)

Uma das formas de se obter energia elétrica é usar uma lente convergente circular para concentrar os
raios de sol em um único ponto, aquecendo um dispositivo localizado nesse ponto a uma temperatura
elevada. Com a transformação da energia luminosa em energia térmica, pode ser criado vapor-d ’água
que moverá uma turbina e gerará energia elétrica. Para projetar um sistema de geração de energia
elétrica, a fim de alimentar um chuveiro elétrico de 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 de potência, sabe-se que, neste local, a
energia recebida do Sol é 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝑾/𝒎𝟐 . Esse sistema apresenta taxa de eficiência de conversão em
energia elétrica de 50% da energia solar incidente. Considere √𝝅 = 𝟏, 𝟖. 3Qual deve ser, em metro, o
raio da lente para que esse sistema satisfaça aos requisitos do projeto?

a) 0,28 b) 0,32 c) 0,40 d) 0,80 e) 1,11


Comentários

Como a conversão é de 50%, a energia aproveitada por 𝑚2 é:

50% ⋅ 1000 W/𝑚2 = 500𝑊/𝑚2

Sendo assim, a cada 𝑚2 são gerados 500 W, para gerar 2000 W será necessária uma área A:

𝐴 = 2000/500 = 4 𝑚2

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 106


CURSO INTENSIVO 2023

Sabendo que a lente é circular, para saber o raio da lente usaremos a área de um círculo:

𝐴 = π ⋅ 𝑟 2 = 4𝑚2

𝑟 2 = 4/ π

r = √4/π = 2/√π = 2/1,8 ≅ 1,11 𝑚

Gabarito: “e”.

3. (2018/ENEM - PPL)

Com o avanço das multifunções dos dispositivos eletrônicos portáteis, como os smartphones, o
gerenciamento da duração da bateria desses equipamentos torna-se cada vez mais crítico. O manual
de um telefone celular diz que a quantidade de carga fornecida pela sua bateria é de 𝟏. 𝟓𝟎𝟎 𝒎𝑨𝒉.

A quantidade de carga fornecida por essa bateria, em coulomb, é de

a) 90 b) 1.500. c) 5.400. d) 90.000. e) 5.400.000.


Comentários

O coulomb é uma unidade que pode ser traduzida por ampère - segundo. Sabendo que o prefixo
mili é igual a 10−3, e que cada hora tem 3600 segundos, temos:

𝑄 = 1500 𝑚𝐴ℎ = 1500 ⋅ 10−3 ⋅ 3600 = 5400 𝐶

Gabarito: “c”.

4. (2018/ENEM)

Ao pesquisar um resistor feito de um novo tipo de material, um cientista observou o comportamento


mostrado no gráfico tensão versus corrente.

Após a análise do gráfico, ele concluiu que a tensão em função da corrente é dada pela equação 𝑽 =
𝟏𝟎 ⋅ 𝒊 + 𝒊𝟐 .O gráfico da resistência elétrica (R) do resistor em função da corrente (i) é.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 107


CURSO INTENSIVO 2023

a) b)

c) d)

e)
Comentários

Pela primeira Lei de Ohm:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

𝑅 = 𝑉/𝑖

𝑅 = (10 ⋅ 𝑖 + 𝑖 2 )/𝑖 = 10 + 𝑖

Portanto a resistência tem é uma função de primeiro grau da corrente. Como o gráfico de uma
função de primeiro grau é uma reta, que passa no eixo R pelo coeficiente linear, que é igual a 10, com o
coeficiente angular igual a 1. Sendo assim, o gabarito só pode ser a letra “d”.

Gabarito: “d”.

5. (2018/ENEM)

Alguns peixes, como o poraquê, a enguia-elétrica da Amazônia, podem produzir uma corrente elétrica
quando se encontram em perigo. Um poraquê de 1 metro de comprimento, em perigo, produz uma
corrente em tomo de 2 ampères e uma voltagem de 600 volts.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 108


CURSO INTENSIVO 2023

O quadro apresenta a potência aproximada de equipamentos elétricos.

O equipamento elétrico que tem potência similar àquela produzida por esse peixe em perigo é o(a)

a) exaustor. b) computador. c) aspirador de pó.

d) churrasqueira elétrica. e) secadora de roupas.


Comentários

A potência dissipada em um resistor pode ser calculada multiplicando a tensão pela corrente.
Aplicando ao poraquê, temos:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = 600 ⋅ 2 = 1200 W

Sendo assim, o poraquê em perigo tem potência similar à churrasqueira elétrica.

Gabarito: “d”.

6. (2018/ENEM - PPL)

Ao dimensionar circuitos elétricos residenciais, é recomendado adequadamente bitolas dos fios


condutores e disjuntores, de acordo com a intensidade de corrente elétrica demandada. Esse
procedimento é recomendado para evitar acidentes na rede elétrica. No quadro é especificada a
associação para três circuitos distintos de uma residência, relacionando tensão no circuito, bitolas de
fios condutores e a intensidade de corrente elétrica máxima suportada pelo disjuntor.

Com base no dimensionamento do circuito residencial, em qual(is) do(s) circuito(s) o(s) equipamento(s)
é(estão) ligado(s) adequadamente?

a) Apenas no Circuito 1. b) Apenas no Circuito 2.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 109


CURSO INTENSIVO 2023

c) Apenas no Circuito 3. d) Apenas nos Circuitos 1 e 2.

e) Apenas nos Circuitos 2 e 3.


Comentários

A potência dissipada em um resistor pode ser calculada multiplicando a tensão pela corrente.
Fazendo essa aplicação, para cada um dos circuitos, com equipamento a ser ligado, temos:

𝑃1 = 𝑉1 ⋅ 𝑖1

4200 = 110 ⋅ 𝑖1

𝑖1 = 4200/110 ≅ 38,2 𝐴

𝑃2 = 𝑉2 ⋅ 𝑖2

4200 = 220 ⋅ 𝑖2

𝑖2 = 4200/220 ≅ 19,1 𝐴

𝑃3 = 𝑉3 ⋅ 𝑖3

6600 = 220 ⋅ 𝑖3

𝑖3 = 6600/220 = 30 𝐴

Como somente nos Circuitos 2 e 3 a corrente não ficou acima da corrente máxima permitida pelo
disjuntor, nesses 2 circuitos o dimensionamento está correto.

Gabarito: “e”.

7. (2018/ENEM)

Muitos smartphones e tablets não precisam mais de teclas, uma vez que todos os comandos podem ser
dados ao se pressionar a própria tela. Inicialmente essa tecnologia foi proporcionada por meio das telas
resistivas, formadas basicamente por duas camadas de material condutor transparente que não se
encostam até que alguém as pressione, modificando a resistência total do circuito de acordo com o
ponto onde ocorre o toque. A imagem é uma simplificação do circuito formado pelas placas, em que A
e B representam pontos onde o circuito pode ser fechado por meio do toque.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 110


CURSO INTENSIVO 2023

Qual é a resistência equivalente no circuito provocada por um toque que fecha o circuito no ponto A?

a) 1,3 𝒌𝛀 b) 4,0 𝒌𝛀 c) 6,0 𝒌𝛀 d) 6,7 𝒌𝛀 e) 12,0 𝒌𝛀


Comentários

Observando a imagem, ao se apertar no ponto A teremos 2 resistores de 4 𝑘Ω em paralelo, estando


em série com um outro resistor em série. Sendo assim, faremos primeiro a resistência equivalente dos
dois em paralelo:

1/𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 1/𝑅1 + 1/𝑅2

1/𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 1/4 + 1/4 = 2/4 = 1/2

𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 2 𝑘Ω

Agora, sabendo que essa resistência equivalente está em série com um resistor de 4 𝑘Ω:

𝑅𝑟𝑒𝑞2 = 𝑅𝑟𝑒𝑞1 + 𝑅3 = 2 + 4 = 6 𝑘Ω

Gabarito: “c”.

8. (2020/FUVEST/1ª FASE)

Um fabricante projetou resistores para utilizar em uma lâmpada de resistência 𝑳.Cada um deles deveria
ter resistência 𝑹. Após a fabricação, ele notou que alguns deles foram projetados erroneamente, de
forma que cada um deles possui uma resistência 𝑹𝑫 = 𝑹/𝟐. Tendo em vista que a lâmpada queimará
se for percorrida por uma corrente elétrica superior a 𝑽/(𝑹 + 𝑳), em qual(is) dos circuitos a lâmpada
queimará?

(A) 1, apenas. (B) 2, apenas. (C) 1 e 3, apenas. (D) 2 e 3, apenas. (E) 1, 2 e 3.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 111


CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Na primeira situação, pela primeira lei de Ohm, temos:

𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
𝑖𝐿 = = = =
𝑅𝑒𝑞1 2 ⋅ 𝑅𝐷 + 𝐿 2 ⋅ 𝑅 + 𝐿 𝑅 + 𝐿
2

A lâmpada não queima, pois se encontra atravessada pela corrente limite. Na segunda situação,
temos:

𝑉 𝑉 𝑉
𝑖𝐿 = = =
𝑅𝑒𝑞2 𝑅𝐷 + 𝐿 𝑅 + 𝐿
2 4

Se a corrente é superior à corrente limite, a lâmpada se queima nessa situação. No último caso,
temos que a diferença de potência no ramo superior e inferior é a mesma, já que os dois estão ligados em
paralelo. Isso nos permite escrever que:

𝑉 𝑉 𝑉
𝑖𝐿 = = =
𝑅𝑒𝑞𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑅𝐷 + 𝐿 𝑅 + 𝐿
2

No último caso, a lâmpada também se queima, visto que a corrente é superior ao limite.

Gabarito: “d”.

9. (2019/FUVEST/1ª FASE)

Uma bateria de tensão 𝑽 e resistência interna 𝑹𝒊 é ligada em série com um resistor de resistência 𝑹. O
esquema do circuito está apresentado na figura. A potência dissipada pelo resistor 𝑹 é dada por

𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑹 𝑽𝟐 𝑹 𝑽𝟐
𝐚) 𝐛) 𝐜) 𝐝) 𝐞)
𝑹 (𝑹 + 𝑹𝒊 ) (𝑹 + 𝑹𝒊 )𝟐 (𝑹 + 𝑹𝒊 ) (𝑹 − 𝑹𝒊 )

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 112


CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Devemos começar pelo cálculo da resistência equivalente do circuito. Dado que os resistores
foram ligados em série, a resistência total será dada pela soma de suas resistências:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅 + 𝑅𝑖

Sabemos pela lei de Ohm-Pouillet que a força eletromotriz de um gerador é igual ao produto da
intensidade da corrente pela resistência total do circuito.

𝑽=𝑹⋅𝒊 Lei de Ohm

[𝑽] = 𝑽 = 𝑽𝒐𝒍𝒕 [𝑅] = Ω = 𝑜ℎ𝑚 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒

Daí, temos:

𝑉 = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖

Isolando a corrente nessa relação, temos:

𝑉 𝑉
𝑖= =
𝑅𝑒𝑞 𝑅 + 𝑅𝑖

Finalmente, sabemos que a potência dissipada por um resistor é dada por:

Potência média dissipada


𝑷𝒐𝒕 = 𝑽 ⋅ 𝒊
por um resistor

𝑱
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕 [𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒
𝒔

Para o resistor, teremos:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ 𝑖

Na qual 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 é a diferença de potencial elétrico no resistor. Como sabemos apenas a diferença
de potencial da bateria, devemos novamente usar a lei de Ohm combinada à relação acima descrita para
chegarmos até a relação da potência dissipada por um resistor em função da sua resistência e da corrente
que o atravessa.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 113


CURSO INTENSIVO 2023

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ 𝑖 = 𝑅𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑖𝑅𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ 𝑖 2

Sabemos que a resistência do resistor vale 𝑅 e a corrente foi determinada anteriormente.


Substituindo-se essas informações, temos:

2
𝑉 𝑉2 𝑉2 ⋅ 𝑅
𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ ( ) =𝑅⋅ =
𝑅 + 𝑅𝑖 (𝑅 + 𝑅𝑖 )2 (𝑅 + 𝑅𝑖 )2

Gabarito: “c”.

10. (2019/FUVEST/1ª FASE)

Um chuveiro elétrico que funciona em 𝟐𝟐𝟎 𝑽 possui uma chave que comuta entre as posições “verão”
e “inverno”. Na posição “verão”, a sua resistência elétrica tem o valor 𝟐𝟐 Ω, enquanto na posição
“inverno” é 𝟏𝟏 Ω. Considerando que na posição “verão” o aumento de temperatura da água, pelo
chuveiro, é 𝟓 ℃, para o mesmo fluxo de água, a variação de temperatura, na posição “inverno”, em ℃,
é

𝐚) 𝟐, 𝟓 𝐛) 𝟓, 𝟎 𝐜) 𝟏𝟎, 𝟎 𝐝) 𝟏𝟓, 𝟎 𝐞) 𝟐𝟎, 𝟎

Comentários

Para resolvermos essa questão, é necessário combinarmos a equação fundamental da


calorimetria:

𝑄 = 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃 Equação fundamental da calorimetria

[𝑄] = 𝑐𝑎𝑙 [𝑚] = 𝑔 [𝑐] = 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 ℃) [∆𝜃] = ℃

E a definição da potência:

𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 Definição de potência


𝑷𝒐𝒕 =
∆𝒕

𝑱 [𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎] = 𝐽 [∆𝑡] = 𝑠
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕
𝒔

Lembre-se que o calor é uma forma de energia em transição. Unindo as duas relações, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 114


CURSO INTENSIVO 2023

𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃
𝑃𝑜𝑡 =
∆𝑡

Precisaremos ainda combinar a lei de Ohm:

𝑽=𝑹⋅𝒊 Lei de Ohm

[𝑽] = 𝑽 = 𝑽𝒐𝒍𝒕 [𝑅] = Ω = 𝑜ℎ𝑚 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒

E a potência média dissipada por um resistor:

Potência média dissipada


𝑷𝒐𝒕 = 𝑽 ⋅ 𝒊
por um resistor

𝑱
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕 [𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒
𝒔

Isolando a corrente na lei de Ohm e substituindo-a na equação da potência média dissipada por
um resistor, temos:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑉
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅
𝑅

𝑉2
𝑃𝑜𝑡 =
𝑅

Finalmente, unindo as duas equações, chegamos a:

𝑉 2 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃
=
𝑅 ∆𝑡

Agora devemos substituir as informações de cada caso e fazer a divisão entre as duas:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 115


CURSO INTENSIVO 2023

2202 𝑚∙𝑐∙5
22 = ∆𝑡
220 2 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
11 ∆𝑡

2202 𝑚∙𝑐∙5
22 = ∆𝑡
2202 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
11 ∆𝑡

1
22 = 5 11 5
⇒ =
1 ∆𝜃𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 22 ∆𝜃𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜
11

11 ⋅ ∆𝜃𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 = 5 ⋅ 22

5 ⋅ 22
∆𝜃𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 = = 10,0 ℃
11

Gabarito: “c”.

11. (FUVEST)

O gráfico das diferenças de potencial nos extremos de um dispositivo elétrico, em função das
intensidades de corrente, foi o seguinte:

a) Qual o tipo de dispositivo elétrico em questão?

b) Qual a resistência elétrica desse dispositivo quando percorrido por uma corrente de intensidade 𝟐, 𝟎 ⋅
𝟏𝟎−𝟑 𝑨?
Comentários

a) Pela curva característica 𝑈 × 𝑖 sabemos que se trata de um dispositivo ôhmico, já que apresenta
resistência elétrica constante, seguindo a primeira lei de Ohm.

b) Como o dispositivo elétrico em questão é ôhmico, sabemos que a resistência é numericamente


igual ao coeficiente angular da reta apresentada. Portanto:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 116


CURSO INTENSIVO 2023

18,5
𝑅= ⇒ 𝑅 = 1,85 𝑘Ω
10 ⋅ 10−3
Gabarito: a) Ôhmico b) 𝟏, 𝟖𝟓 𝒌𝛀.

12. (2010/FUVEST)

Medidas elétricas indicam que a superfície terrestre tem carga elétrica total negativa de,
aproximadamente, 600.000 coulombs. Em tempestades, raios de cargas positivas, embora raros,
podem atingir a superfície terrestre. A corrente elétrica desses raios pode atingir valores de até 300.000
A. Que fração da carga elétrica total da Terra poderia ser compensada por um raio de 300.000 A e com
duração de 0,5 s?

a) 1/2 b) 1/3 c) 1/4 d) 1/10 e) 1/20


Comentários

Para uma corrente de 300.000 A com duração de 0,5 s, a carga elétrica que transita é de:

Δ𝑄 = 𝑖 ⋅ Δ𝑡 ⇒ Δ𝑄 = 300.000 ⋅ 0,5 ⇒ Δ𝑄 = 150.000 𝐶

Portanto, a fração de carga elétrica é de:

150.000 1
𝜂= =
600.000 4
Gabarito: “c”.

13. (2020/UNESP/1ª FASE)

Na maioria dos peixes elétricos as descargas são produzidas por órgãos elétricos constituídos por
células, chamadas eletroplacas, empilhadas em colunas. Suponha que cada eletroplaca se comporte
como um gerador ideal.

Suponha que o sistema elétrico de um poraquê, peixe elétrico de água doce, seja constituído de uma
coluna com 5000 eletroplacas associadas em série, produzindo uma força eletromotriz total de 𝟔𝟎𝟎 𝑽.

Considere que uma raia-torpedo, que vive na água do mar, possua um sistema elétrico formado por
uma associação em paralelo de várias colunas, cada uma com 750 eletroplacas iguais às do poraquê,
ligadas em série, constituindo mais da metade da massa corporal desse peixe.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 117


CURSO INTENSIVO 2023

Desconsiderando perdas internas, se em uma descarga a raia-torpedo conseguir produzir uma corrente
elétrica total de 𝟓𝟎 𝑨 durante um curto intervalo de tempo, a potência elétrica gerada por ela, nesse
intervalo de tempo, será de

(A) 3500 W. (B) 3000 W. (C) 2500 W. (D) 4500 W. (E) 4000 W.
Comentários

No poraquê, as 5000 células são ligadas em série, formando a força eletromotriz de 600 V. Nesse
tipo de ligação, a diferença de potencial total é dada pela soma da diferença de potencial de cada uma
das placas, daí:

600 600 6
𝜀𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 = = = 𝑉
5000 5000 50

Já na raia-torpedo, temos 750 placas em série. Isso nos permite calcular a sua diferença de
potencial:

6 75 ⋅ 6
𝜀𝑟𝑎𝑖𝑎 = 750 ⋅ =
50 5

Podemos encontrar a potência dissipada usando a relação:

𝑃𝑜𝑡 = 𝜀𝑟𝑎𝑖𝑎 ⋅ 𝑖

75 ⋅ 6 75 ⋅ 6 ⋅ 50 75 ⋅ 6 ⋅ 50
𝑃𝑜𝑡 = ⋅ 50 = =
5 5 5

𝑃𝑜𝑡 = 75 ⋅ 6 ⋅ 10 = 4500 𝑊

Gabarito: “d”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 118


CURSO INTENSIVO 2023

14. (2018/UNESP)

Para obter experimentalmente a curva da diferença de potencial U em função da intensidade da


corrente elétrica i para uma lâmpada, um aluno montou o circuito a seguir. Colocando entre os pontos
A e B resistores com diversos valores de resistência, ele obteve diferentes valores de U e de i para a
lâmpada.

Considerando que a bateria de 𝟗, 𝟎 𝑽, os aparelhos de medida e os fios de ligação sejam ideais, quando
o aluno obteve as medidas 𝑼 = 𝟓, 𝟕𝟎 𝑽 e 𝒊 = 𝟎, 𝟏𝟓 𝑨, a resistência do resistor colocado entre os pontos
A e B era de

a) 𝟏𝟎𝟎 𝛀 b) 𝟑𝟑 𝛀 c) 𝟓𝟔 𝛀 d) 𝟔𝟖 𝛀 e) 𝟐𝟐 𝛀
Comentários

A força eletromotriz da bateria será equivalente à queda de tensão ocorrida na lâmpada e no


resistor.

𝜀 = 𝑉𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 + 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟

A diferença de potencial da lâmpada nos foi fornecida, pois foi medida pelo multímetro ligado a
ela em paralelo, atuando como um voltímetro, e vale 5,70 𝑉. A corrente que atravessa o resistor também
nos foi fornecida pelo multímetro a ele ligado em série, atuando como um amperímetro, e vale 0,15 𝐴.
Daí, usando a primeira lei de Ohm para a 𝑑𝑑𝑝 do resistor, podemos escrever:

𝜀 = 𝑉𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 + 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟

𝜀 = 𝑉𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎 + 𝑅 ⋅ 𝑖

9,0 = 5,70 + 𝑅 ⋅ 0,15

3,3 = 𝑅 ⋅ 0,15

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 119


CURSO INTENSIVO 2023

3,3
𝑅= = 22 Ω
0,15

Gabarito: “e”.

15. (2018/UNESP)

A figura mostra o circuito elétrico que acende a lâmpada de freio e as lanternas traseira e dianteira de
um dos lados de um automóvel.

Considerando que as três lâmpadas sejam idênticas, se o circuito for interrompido no ponto P, estando
o automóvel com as lanternas apagadas, quando o motorista acionar os freios,

a) apenas a lanterna dianteira se acenderá.

b) nenhuma das lâmpadas se acenderá.

c) todas as lâmpadas se acenderão, mas com brilho menor que seu brilho normal.

d) apenas a lanterna traseira se acenderá.

e) todas as lâmpadas se acenderão com o brilho normal.


Comentários

Caso o motorista acionasse o freio, fechando o interruptor do circuito da lâmpada de freio, e o


ponto P estivesse operando normalmente, teríamos o acendimento, exclusivamente, da lâmpada de freio.
Isso aconteceria porque a corrente não tenderia a atravessar as outras malhas que apresentam
resistência. Dessa forma, a tensão sobre a lâmpada de freio seria a mesma da bateria.

Com a interrupção no ponto P, todas as lâmpadas se acenderiam, já que estariam ligadas em série.
Nesse tipo de ligação, a corrente elétrica é a mesma em todas as lâmpadas. Contudo, a tensão se dividiria
igualmente entre as três, já que são idênticas e apresentam a mesma resistência elétrica. Dessa forma, a
potência também será menor e o brilho delas será menor que o normal.

Gabarito: “c”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 120


CURSO INTENSIVO 2023

16. (2002/UNESP)

Dentre as medidas de emergência para contenção do consumo de energia elétrica, o governo cogitou
reduzir de 5% o valor atual da tensão da rede. Considerando que, para uma alteração dessa ordem, a
resistência de uma lâmpada de filamento pode ser considerada constante, determine a porcentagem
de redução que esta providência traria

a) no valor da corrente que passa pela lâmpada e

b) no valor da potência dissipada pela lâmpada.


Comentários

a) Pela primeira lei de Ohm nas duas situações, temos:

𝑈 = 𝑅 ⋅ 𝑖 (1)
{
0,95𝑈 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ′ (2)

Dividindo membro a membro, temos:

𝑖′
= 0,95 ⇒ 𝑖 ′ = 0,95𝑖
𝑖
Portanto, a porcentagem de redução no valor da corrente é de 5%.

b) Para a potência nas duas condições, temos:

𝑃 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2 (3)
{ ′
𝑃 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ′2 = 𝑅 ⋅ (0,95𝑖)2 (4)

Dividindo novamente membro a membro, temos:

𝑃′
= 0,952 = 0,9025 ⇒ 𝑃′ = 0,9025𝑃
𝑃
Portanto, a porcentagem de redução no valor da potência dissipada é de 9,75%.

Gabarito: a) 5% b) 9,75%.

17. (VUNESP)

Mediante estímulo, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟓 íons de 𝑲+ atravessam a membrana de uma célula nervosa em


𝟏, 𝟎 milissegundo. Calcule a intensidade dessa corrente elétrica, sabendo-se que a carga elementar é
𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪.
Comentários

Pela definição de corrente elétrica, sabemos que:

Δ𝑄
𝑖=
Δ𝑡

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 121


CURSO INTENSIVO 2023

Assim, precisamos saber qual a quantidade de carga que atravessa a membrana. Para isso, basta
ver que a carga associada a cada íon de 𝐾 + é a própria carga elementar. Portanto:

Δ𝑄 = #í𝑜𝑛𝑠 ⋅ 𝑒

Δ𝑄 = 2 ⋅ 105 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 = 3,2 ⋅ 10−14 𝐶

Logo:

3,2 ⋅ 10−14
𝑖= = 3,2 ⋅ 10−11 𝐴
1 ⋅ 10−3
Gabarito: 𝟑, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟏 𝑨.

18. (1995/VUNESP)

Um resistor de resistência 𝑹 está inserido entre os pontos 𝑷 e 𝑸 de um circuito elétrico, como mostra
a figura adiante.

Se as correntes que passam pelos fios 1 e 2, que chegam a 𝑷, são, respectivamente, 𝒊𝟏 e 𝒊𝟐 , a diferença
de potencial entre 𝑷 e 𝑸 será igual a:

a) (𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )/𝑹 b) (𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )𝑹/(𝒊𝟏 ⋅ 𝒊𝟐 ) c) 𝑹/(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )

d) (𝒊𝟏 ⋅ 𝒊𝟐 )𝑹/(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 ) e) 𝑹(𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 )


Comentários

A corrente pela que passa pela resistência 𝑅 é a soma das correntes antes de chegar no nó P.
aplicando a primeira lei de Ohm no resistor 𝑅, temos:

𝑈 = 𝑅 ⋅ 𝑖 = 𝑅 ⋅ (𝑖1 + 𝑖2 )

Gabarito: “e”.

19. (2020/UNICAMP/1ª FASE)

Em analogia com um circuito elétrico, a transpiração foliar é regulada pelo conjunto de resistências
(medidas em segundos/metro) existentes na rota do vapor d’água entre os sítios de evaporação
próximos à parede celular no interior da folha e a atmosfera. Simplificadamente, há as resistências dos
espaços intercelulares de ar (𝒓𝒆𝒊𝒂 ), as induzidas pela presença dos estômatos (𝒓𝒆𝒔𝒕 ) e da cutícula (𝒓𝒄𝒖𝒕 )

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 122


CURSO INTENSIVO 2023

e a promovida pela massa de ar próxima à superfície das folhas (𝒓𝒄𝒍 ). O esquema abaixo representa as
resistências mencionadas.

A tabela a seguir apresenta os valores das resistências de duas espécies de plantas (espécie 1 e espécie
2).

Tendo em vista os dados apresentados e considerando que a condutância é o inverso da resistência,


assinale a alternativa que indica a espécie com menor transpiração e sua respectiva condutância total
à difusão do vapor d’água entre os sítios de evaporação e a atmosfera.

a) espécie 𝟏; 𝟒𝟖 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔. b) espécie 𝟏; 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔.

c) espécie 𝟐; 𝟑𝟎 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔. d) espécie 𝟐; 𝟐𝟎𝟎 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎/𝒔.


Comentários

Devemos calcular a resistência equivalente para as duas espécies. Vamos começar pela espécie 1.
Note que 𝑟𝑒𝑖𝑎 e 𝑟𝑒𝑠𝑡 estão em série:

𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 = 𝑟𝑒𝑖𝑎 + 𝑟𝑒𝑠𝑡 = 10 + 30 = 40 𝑠/𝑚

Esse ramo está ligado em paralelo a 𝑟𝑐𝑢𝑡 . A resistência equivalente entre os dois ramos se dará
pela razão dos inversos, ou pela razão entre o produto e a soma de suas resistências:

𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 ⋅ 𝑟𝑐𝑢𝑡 40 ⋅ 120 40 ⋅ 120


𝑟𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = = = = 30 𝑠/𝑚
𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝑟𝑐𝑢𝑡 40 + 120 160

Finalmente, a resistência total do ramo 1 será dada pela soma dessa resistência com 𝑟𝑐𝑙 , visto que
estão ligadas em série:

𝑟1 = 𝑟𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 + 𝑟𝑐𝑙 = 30 + 50 = 80 𝑠/𝑚

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 123


CURSO INTENSIVO 2023

E a sua condutividade, conforme o enunciado, é dada pelo inverso da sua resistência:

1 1
𝐺1 = = = 125 ⋅ 10−4 𝑚/𝑠
𝑟1 80 𝑠/𝑚

De maneira análoga, para a espécie 2, temos:

𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 = 𝑟𝑒𝑖𝑎 + 𝑟𝑒𝑠𝑡 = 10 + 30 = 40 𝑠/𝑚

Esse ramo está ligado em paralelo a 𝑟𝑐𝑢𝑡 . A resistência equivalente entre os dois ramos se dará
pela razão dos inversos, ou pela razão entre o produto e a soma de suas resistências:

𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 ⋅ 𝑟𝑐𝑢𝑡 40 ⋅ 280 40 ⋅ 280


𝑟𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = = = = 35 𝑠/𝑚
𝑟𝑟𝑎𝑚𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝑟𝑐𝑢𝑡 40 + 280 320

Finalmente, a resistência total do ramo 1 será dada pela soma dessa resistência com 𝑟𝑐𝑙 , visto que
estão ligadas em série:

𝑟1 = 𝑟𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 + 𝑟𝑐𝑙 = 35 + 15 = 50 𝑠/𝑚

E a sua condutividade, conforme o enunciado, é dada pelo inverso da sua resistência:

1 1
𝐺2 = = = 200 ⋅ 10−4 𝑚/𝑠
𝑟2 50 𝑠/𝑚

Se a resistência da primeira espécie é maior, ela terá menor transpiração e sua respectiva
condutância total será de:

𝐺1 = 125 ⋅ 10−4 𝑚/𝑠

Gabarito: “b”.

20. (2020/UFPR)

As propriedades elétricas de dois resistores A e B foram investigadas, e os dados obtidos para eles foram
dispostos na forma de um gráfico 𝑽 𝒙 𝒊, em que 𝑽 é a tensão aplicada e 𝒊 é a corrente elétrica que por
eles circula. As curvas para os resistores A (linha cheia) e B (linha tracejada) são apresentadas na figura
ao lado.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 124


CURSO INTENSIVO 2023

Com base nos dados apresentados, considere as seguintes afirmativas:

1. O resistor B é ôhmico.

2. Os resistores têm resistências iguais quando submetidos a uma tensão de 𝟏𝟎 𝑽.


3. A potência dissipada pelo resistor A quando submetido a uma tensão de 𝟐𝟎 𝑽 vale 𝟎, 𝟔 𝑾.

4. O resistor B apresenta uma resistência de 𝟓𝟎  quando submetido a uma tensão de 𝟓 𝑽.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.


Comentários

1) Verdadeira. Em um condutor ôhmico mantido à temperatura constante, a resistência elétrica é


constante. Dessa forma, se plotarmos um gráfico da tensão pela corrente, temos:

2) Verdadeira. Isso pode ser observado pela sobreposição das curvas quando na tensão de 10V:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 125


CURSO INTENSIVO 2023

3) Verdadeira. De acordo com o gráfico, o resistor A, quando submetido a uma tensão de 20 𝑉, é


atravessado por uma corrente de 30 𝑚𝐴.

A potência por ele dissipada pode ser calculada por:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = 20 ⋅ 30 ⋅ 10−3 = 2 ⋅ 3 ⋅ 102 ⋅ 10−3 = 6 ⋅ 10−1 = 0,6 𝑊

4) Falsa. De acordo com o gráfico, o resistor B é atravessado por uma corrente de 10 𝑚𝐴 quando
submetido a uma tensão de 5 𝑉. Como B é um resistor ôhmico, podemos calcular a sua resistência
tomando esse ou qualquer outro ponto do gráfico fazendo uso da 1ª lei de Ohm:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 126


CURSO INTENSIVO 2023

5 = 𝑅 ⋅ 10 ⋅ 10−3

5
𝑅= = 5 ⋅ 102 = 500 Ω
10−2

Gabarito: “d”.

21. (2020/UECE)

Quatro condutores constituídos por diferentes materiais, mas de mesmo comprimento, foram
submetidos a diferentes tensões elétricas enquanto mantido a temperatura constante. O gráfico
representa a diferença de potencial em função da corrente elétrica observada para cada um dos objetos
testados.

Admitindo-se que os dois únicos condutores ôhmicos testados possuem a mesma espessura, aquele de
maior condutividade elétrica é o de número

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4
Comentários

Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante apresenta resistência elétrica constante.


Daí, os únicos condutores ôhmicos são 1 e 3.

Sabemos que a resistência elétrica 𝑅 de um condutor homogêneo de secção transversal uniforme


é diretamente proporcional ao seu comprimento 𝐿, inversamente proporcional à área 𝐴 de sua secção
transversal e depende do material e da temperatura:

𝐿
𝑅 =𝜌⋅ A segunda lei de Ohm
𝐴

[𝑅] = Ω [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚 [𝐿] = 𝑚 [𝐴] = 𝑚2

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 127


CURSO INTENSIVO 2023

A condutividade elétrica de um material, simbolizada por 𝜎, é a grandeza física definida como o


inverso da resistividade, ou seja:

1
𝜎= A segunda lei de Ohm
𝜌

1 Ω−1 𝑆
[𝜎] = = = [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚
Ω⋅𝑚 𝑚 𝑚

Quanto maior a inclinação maior a resistência elétrica do condutor. Com isso, concluímos que 3
possui menor resistência elétrica que 1 e como consequência menor resistividade e maior condutividade
elétrica.

Gabarito: “c”.

22. (UEL)

Considere as seguintes afirmativas a respeito de um segmento AB de um fio metálico por onde passa
uma corrente elétrica contínua e constante.

I. a corrente elétrica em AB é um fluxo de elétrons.

II. a carga elétrica total de AB é nula.

III. há uma diferença de potencial elétrico entre os extremos de AB.

Quais destas afirmativas são verdadeiras?

a) somente I b) somente II c) somente III d) somente I e II e) I, II e III


Comentários

I. CORRETA. Como visto em teoria, a corrente elétrica é o movimento ordenado dos elétrons livres
de um metal.

II. CORRETA. A quantidade de cargas no fio AB não se altera, há apenas uma movimentação das
cargas.

III. CORRETA. Se existe uma corrente elétrica contínua e constante no fio, isso ocorre porque há
uma diferença de potencial entre os terminais do condutor.

Gabarito: “e”.

23. (UFRGS)

O gráfico representa a intensidade de corrente elétrica 𝒊 em função do tempo 𝒕 em dois condutores, 𝑿


e 𝒀. Sendo 𝒒𝒙 e 𝒒𝒚 as cargas elétricas que, durante os quatro primeiros segundos, passam
respectivamente por uma seção transversal dos condutores 𝑿 e 𝒀, qual a diferença 𝒒𝒙 − 𝒒𝒚 ?

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 128


CURSO INTENSIVO 2023

a) 1 C b) 2 C c) 3 C d) 6 C e) 8 C
Comentários

Como vimos, a área do gráfico 𝑖 × 𝑡 é numericamente igual a carga. Então:

4⋅2 1,5 ⋅ 4
𝑞𝑥 = = 4 𝐶 e 𝑞𝑦 = = 3𝐶
2 2
Portanto:

𝑞𝑥 − 𝑞𝑦 = 4 − 3 = 1 𝐶

Gabarito: “a”.

24. (UFSM)

Corrente elétrica, em um condutor metálico, é o movimento.

a) desordenado dos portadores de carga elétrica, independente do campo elétrico aplicado.

b) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
espontâneo,

c) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
independente do campo elétrico aplicado.

d) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido,
dependente do campo elétrico aplicado.
Comentários

Pela definição de corrente elétrica, sabemos que ela é um movimento ordenado dos portadores
de carga e o sentido da corrente depende do campo elétrico estabelecido no condutor metálico, o que
depende de como foi aplicada a diferença de potencial.

Gabarito: “d”.

25. (UFSM)

Uma lâmpada permanece acessa durante 5 minutos pôr efeito de uma corrente de 2 A, fornecida por
uma bateria. Nesse intervalo de tempo, a carga total (em C) liberada é:

a) 0,4 b) 2,5 c) 10 d) 150 e) 600

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 129


CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Pela definição de corrente elétrica, temos:

Δ𝑄 = 𝑖 ⋅ 𝑡 = 2 ⋅ 5 ⋅ 60 = 600 𝐶

Gabarito: “e”.

26. (IME)

A intensidade da corrente elétrica em um condutor metálico varia, com o tempo, de acordo com o
gráfico a seguir.

Sendo o módulo da carga elementar 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪, determine:

a) a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 8 s

b) o número de elétrons que atravessa uma secção do condutor durante esse mesmo tempo

c) a intensidade média da corrente entre os instantes 0 s e 8 s


Comentários

a) Como bem sabemos, a carga elétrica que atravessa a secção é dada pela área do gráfico, então:

64 ⋅ 10−3 ⋅ 2 −3
64 ⋅ 10−3 ⋅ (8 − 4)
Δ𝑄 = (4
+ − 2) ⋅ 64 ⋅ 10 +
2 2

Δ𝑄 = 64 ⋅ 10−3 ⋅ (1 + 2 + 2) ⇒ Δ𝑄 = 320 𝑚𝐶

Fique atento aos eixos dos gráficos. A corrente no gráfico está em 𝑚𝐴 = 10−3 𝐴.

b) Pela quantização da carga, temos:

Δ𝑄 = 𝑛 ⋅ |𝑞𝑒 − | ⇒ 320 ⋅ 10−3 = 𝑛 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 ⇒ 𝑛 = 2 ⋅ 1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠

c) A intensidade média da corrente entre 0 e 8 s é aquela corrente média que atravessaria a mesma
quantidade de carga. Portanto:

Δ𝑄 = 𝑖𝑚 ⋅ Δ𝑡 ⇒ 320 ⋅ 10−3 = 𝑖𝑚 ⋅ 8 ⇒ 𝑖𝑚 = 40 ⋅ 10−3 𝐴 ⇒ 𝑖𝑚 = 40 𝑚𝐴

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 130


CURSO INTENSIVO 2023

Gabarito: a) 𝚫𝑸 = 𝟑𝟐𝟎 𝒎𝑪 b) 𝒏 = 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟏𝟖 𝒆𝒍é𝒕𝒓𝒐𝒏𝒔 c) 𝒊𝒎 = 𝟒𝟎 𝒎𝑨

27. (AFA-2001)

Uma pequena esfera condutora, isolada eletricamente, é carregada com uma quantidade de carga 𝑸.
Em seguida essa esfera é aterrada através de um resistor de 𝟎, 𝟐𝟓 𝛀. A carga da esfera é descarregada
em 𝟎, 𝟓 𝒔 através da resistência, que dissipa uma potência de 𝟎, 𝟓 𝑾. A carga
𝑸, em coulombs, vale

a) 2 b) 4 c) √𝟐 d) √𝟐/𝟐
Comentários

A potência elétrica é dada por:

𝑃 =𝑈⋅𝑖

E a primeira lei de Ohm em um resistor diz que:

𝑈 = 𝑅⋅𝑖

Combinando as duas equações, temos:

𝑃 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑖 = 𝑅 ⋅ 𝑖2

Dessa forma, podemos determinar a corrente que passa pelo resistor:

0,5 = 0,25 ⋅ 𝑖 2 ⇒ 𝑖 = √2 𝐴

A corrente elétrica que passa pela resistência é justamente a movimentação das cargas da esfera
que foi aterrada. Então:

𝑄 √2
𝑖= ⇒ 𝑄 = 𝑖 ⋅ Δ𝑡 ⇒ 𝑄 = √2 ⋅ 0,5 ⇒ 𝑄 = 𝐶
Δ𝑡 2

Gabarito: “d”.

28. (UNIFEI 2007)

Aplica-se uma diferença de potencial aos terminais de um resistor que obedece à Lei de Ohm. Sendo U
a diferença de potencial, R a resistência do resistor e I a corrente elétrica, qual dos gráficos abaixo não
representa o comportamento deste resistor?

a) b) c) d)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 131


CURSO INTENSIVO 2023

Comentários

Pela definição de um resistor ôhmico, sabemos que ela é constante a uma determinada
temperatura fixada. Portanto, a letra a) está de acordo com a teoria. Além disso, a letra b e a letra c
também estão, pois nelas a resistência permanece constante, mesmo variando a corrente e a tensão. A
única alternativa que apresenta erro no gráfico é a alternativa d, pois a resistência varia com a tensão.
Portanto, a única alternativa que não está correta é a letra d.

Gabarito: “d”.

29. (UNIFEI 2007)

O gráfico abaixo mostra como a corrente elétrica, no interior de um condutor metálico, varia com o
tempo. Determine a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 6 (seis) segundos?

Comentários

A carga que atravessa a secção do condutor em 6s é dada pela área do gráfico que é um trapézio.
Logo:

4+6
Δ𝑄 = ( ) ⋅ 36 ⋅ 10−3 ⇒ Δ𝑄 = 180 𝑚𝐶
2
Gabarito: 𝟏𝟖𝟎 𝒎𝑪.

30. (UEL)

Na figura a seguir está esquematizado um trecho de um circuito elétrico, onde 𝒊𝟏 , 𝒊𝟐 , 𝒊𝟑 e 𝒊𝟒 são as


intensidades das correntes elétricas não nulas que passam pelos fios que se cruzam no ponto 𝑷.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 132


CURSO INTENSIVO 2023

Qual a relação entre as intensidades dessas correntes?

a) 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 b) 𝒊𝟑 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒 c) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟐

d) 𝒊𝟏 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 + 𝒊𝟐 e) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟑 = 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒
Comentários

Pelo princípio da continuidade da carga, sabemos que tudo que entra no nó é igual a tudo que sai
do nó. Então:

𝑖3 + 𝑖4 = 𝑖1 + 𝑖2

Gabarito: “a”.

31. (UNIFESP-2007)

Uma das especificações mais importantes de uma bateria de automóvel é o ampere-horo (𝑨𝒉), uma
unidade prática que permite ao consumidor fazer uma avaliação prévia da durabilidade da bateria. Em
condições ideais, uma bateria de 𝟓𝟎 𝑨𝒉 funciona durante 𝟏 𝒉 quando percorrida por uma corrente
elétrica de intensidade 𝟓𝟎 𝑨, ou durante 𝟐𝟓 𝒉, se a intensidade da corrente for 𝟐 𝑨. Na prática, o
ampere-hora nominal de uma bateria só é válido para correntes de baixa intensidade - para correntes
de alta intensidade, o valor efetivo do ampere-hora chega a ser um quarto do valor nominal. Tendo em
vista essas considerações, pode-se afirmar que o
ampere-hora mede a

a) potência útil fornecida pela bateria.

b) potência total consumida pela bateria.

c) força eletromotriz da bateria.

d) energia potencial elétrica fornecida pela bateria.

e) quantidade de carga elétrica fornecida pela bateria.


Comentários

Pela definição de corrente, sabemos que ampere-hora é uma medida da quantidade de carga, já
que:

Δ𝑞 = 𝑖 ⋅ Δ𝑡

Portanto, você nem precisa ler o texto, apenas ir para pergunta e alternativas.

Gabarito: “e”.

32. (UNIFESP-2007)

Uma das grandezas que representa o fluxo de elétrons que atravessa um condutor é a intensidade da
corrente elétrica, representada pela letra 𝒊. Trata-se de uma grandeza

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 133


CURSO INTENSIVO 2023

a) vetorial. porque a ela sempre se associa um módulo, uma direção e um sentido.

b) escalar, porque é definida pela razão entre grandezas escalares: carga elétrica e tempo.

c) vetorial. porque a corrente elétrica se origina da ação do vetor campo elétrico que atua no interior
do condutor.

d) escalar, porque o eletromagnetismo só pode ser descrito por grandezas escalares.

e) vetorial, porque as intensidades das correntes que convergem em um nó sempre se somam


vetorialmente.
Comentários

Sabemos que corrente é uma grandeza escalar, definida pela razão entre carga elétrica e tempo.

Gabarito: “b”.

33. (1995/CESGRANRIO)
A intensidade da corrente elétrica que percorre um componente eletrônico, submetido a uma ddp
constante, varia, em função do tempo, de acordo com o gráfico a seguir:

Sobre a resistência elétrica desse componente, é correto afirmar que, com o passar do tempo, ela:

a) decresce uniformemente. b) aumenta uniformemente. c) tende para zero.

d) tende para um valor constante. e) tende para infinito


Comentários
𝑈
Pela definição de resistência elétrica (𝑅 = 𝑖 ), sabemos que a resistência é inversamente
proporcional a corrente. Então, se a taxa de crescimento da corrente está diminuindo, pois ela está
convergindo para um valor, quer dizer que a resistência está aumentando e tendendo para um valor
constante.

Gabarito: “d”.

34. (1995/UFMG)
O gráfico a seguir mostra como varia a tensão elétrica em um resistor mantido a uma temperatura
constante em função da corrente elétrica que passa por esse resistor.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 134


CURSO INTENSIVO 2023

Com base nas informações contidas no gráfico, é correto afirmar que:

a) a corrente elétrica no resistor é diretamente proporcional à tensão elétrica.

b) a resistência elétrica do resistor aumenta quando a corrente elétrica aumenta.

c) a resistência do resistor tem o mesmo valor qualquer que seja a tensão elétrica.

d) dobrando-se a corrente elétrica através do resistor, a potência elétrica consumida quadruplica.

e) o resistor é feito de um material que obedece a Lei de Ohm.


Comentários

Note que a curva característica mostra que o resistor não é ôhmico, já que a resistência não é
constante, dado que a temperatura é constante. Assim as alternativas A, C e E estão erradas. Da definição
𝑈
de resistência (𝑅 = 𝑖 ) e pela curva mostrada na questão, quando a corrente aumenta, a tensão aumenta
mais ainda.
𝑈
Dessa forma, o quociente 𝑖 continua crescendo com o aumento da corrente. Portanto, a alternativa B
está correta. Na alternativa D, ele relaciona a potência elétrica no resistor como se ele fosse ôhmico, o
que não é verdade. Portanto, esta alternativa está errada.

Gabarito: “b”.

35. (2008/UFSCar)

Semelhante ao desembaçador de vidros de um carro, existe no mercado um desembaçador especial


para espelhos de banheiro, frequentemente embaçados pela condensação do vapor de água que
preenche o ambiente após um banho. A ideia do dispositivo é secar uma área do espelho para que esse
possa ser utilizado mesmo após ter sido usado o chuveiro.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 135


CURSO INTENSIVO 2023

Suponha que a resistência elétrica não sofra alteração significativa de seu valor com a mudança de
temperatura.

a) Atrás do espelho, colado sobre o vidro, encontra-se o circuito esquematizado, originalmente


construído para ser utilizado sob uma diferença de potencial de 𝟏𝟏𝟎 𝑽. Determine o que ocorrerá com
a corrente elétrica se o desembaçador for ligado a uma diferença de potencial de 𝟐𝟐𝟎 𝑽.

b) Determine o novo valor da potência dissipada, supondo que dois dos fios resistivos tenham sido
rompidos durante a montagem do espelho e que o desembaçador não danificado dissipe 𝟒𝟎 𝑾 quando
ligado em 𝟏𝟏𝟎 𝑽.
Comentários

a) Sabemos que a potência elétrica em um bipolo elétrico é dada por: 𝑃𝑜𝑡 = 𝑈 ⋅ 𝑖. Portanto, se a
ddp dobra, então a corrente também dobrará.

b) Cada fio resistivo dissipa a mesma potência. Se em condições normais o desembaçador dissipa
40 W e temos 10 fios resistivos. Portanto, cada fio resistivo dissipa 4 W. Como 2 fios foram perdidos, a
potência dissipada pelo desembaçador será de 40 − 2 ⋅ 4 = 32 𝑊. Note que isso é possível pois todos os
fios resistivos estão submetidos a mesma diferença de potencial.

Gabarito: a) a corrente também dobrará b) 32 W.

36. (PUC – SP)

No interior de um condutor homogêneo, a intensidade de corrente elétrica varia com o tempo, como
mostra o diagrama abaixo.

Pode-se afirmar que o valor médio da intensidade de corrente, entre os instantes 𝟏 𝒎𝒊𝒏 e 𝟐 𝒎𝒊𝒏, é de:
𝟏 𝟏𝟎𝟑
a) 𝟔 𝑨 b) 𝑨 c) 𝟓𝟎𝟎 𝑨 d) 𝟎, 𝟓 𝑨 e) 𝟎, 𝟎𝟓 𝑨
𝟔

Comentários

O valor médio da intensidade de corrente entre os instantes 1 min e 2 min é aquela que produz a
mesma variação de carga. Ou seja:

Δ𝑄 = 𝑖𝑚 ⋅ Δ𝑡

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 136


CURSO INTENSIVO 2023

Em que Δ𝑄 é calculado pela área do gráfico. Então:

(2 − 1) ⋅ 60
( ⋅ 103 ⋅ 10−3 )
3
Δ𝑄 = 3 ⋅ = 30 𝐶
2
Portanto:

30 = 𝑖𝑚 ⋅ 1 ⋅ 60 ⇒ 𝑖𝑚 = 0,5 𝐴

Gabarito: “d”.

37. (1991/ITA)

Determine a intensidade de corrente que atravessa o resistor R 2 da figura, quando a tensão entre os
pontos A e B for igual a V e as resistências R1, R2 e R3 forem iguais a R.

a) 𝑽/𝑹. b) 𝑽/𝟑𝑹. c) 𝟑𝑽/𝑹. d) 𝟐𝑽/𝟑𝑹. e) nenhuma das anteriores.


Comentários

Perceba que entre os resistores 𝑅1 e 𝑅2 o potencial é 𝑉𝐵 , pois há um fio ligando esse ponto até o
ponto B. A mesma situação ocorre com A, isto é, entre os resistores 𝑅2 e 𝑅3 o potencial é 𝑉𝐴 . Portanto,
𝑅1 , 𝑅2 e 𝑅3 estão submetidos a mesma diferença de potencial 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 . Portanto, a corrente que passa
por 𝑅2 é dada pela primeira lei de Ohm:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = 𝑉 = 𝑅2 ⋅ 𝑖

𝑉 𝑉
𝑖= ⇒ 𝑖=
𝑅2 𝑅

Gabarito: “a”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 137


CURSO INTENSIVO 2023

12 - Considerações finais
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”

Parabéns por mais uma aula concluída. Ela significa menos um degrau até a sua aprovação. É
importante frisar que um dos principais diferencias do Estratégia é o famoso fórum de dúvidas.

O fórum é um ambiente no qual, prevalecendo o respeito, ocorre a troca de informações e o


esclarecimento das dúvidas dos alunos. Para acessar o fórum de dúvidas faça login na área do aluno, no
site do Estratégia Vestibulares. Pelo link https://www.estrategiavestibulares.com.br/ e busque pela opção
“Fórum de Dúvidas”.

13 - Referências Bibliográficas
[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica, volume 5. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física, volume 3. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.

[3] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física, volume 3. 9ª ed. Moderna. 490p.

[4] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física, volume 3. 10ª ed. LTC. 365p.

14 - Versão de Aula

Versão Data Modificações

1.0 29/08/2022 Primeira versão do texto.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 138

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