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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA VIVENCIANDO


NAS PRINCIPAIS PROVAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras.
o território nacional. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato
em seu dia a dia.
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever,
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.

MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos
conteúdos de cada área, de cada disciplina. DiAGRAMA DE iDEiAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão,
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros,
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
estudos e até a resolução dos exercícios.

HERLAN FELLiNi
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

Autores
Edson Yukishigue Oyama
Marcos Navarro

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Felipe Lopes Santos
Leticia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

Projeto gráfico e capa


Raphael de Souza Motta

Imagens
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ISBN: 978-65-88825-73-0

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para
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SUMÁRIO

QUÍMICA
PROPRIEDADES COLIGATIVAS E ELETROQUÍMICA
Aulas 35 e 36: Propriedades Coligativas: osmometria 6
Aulas 37 e 38: Eletroquímica: oxirredução 12
Aulas 39 e 40: Eletroquímica: introdução a pilhas e processos espontâneos 20
Aulas 41 e 42: Eletroquímica: pilha de Daniell e célula de combustível 29
Aulas 43 e 44: Eletroquímica: eletrólise ígnea 35

QUÍMICA ORGÂNICA
Aulas 35 e 36: Reações de substituição em aromáticos e de eliminação 44
Aulas 37 e 38: Reações de oxidação 51
Aulas 39 e 40: Oxidação de alcenos 57
Aulas 41 e 42: Esterificação, hidrólise e condensação amídica 62
Aulas 43 e 44: Transesterificação e saponificação 65

CINÉTICA QUÍMICA E EQUILÍBRIO QUÍMICO


Aulas 35 e 36: Cinética química: conceitos de velocidade instantânea, lei cinética da
velocidade das reações 74
Aulas 37 e 38: Cinética química: ordem das reações 80
Aulas 39 e 40: Equilíbrio químico: equilíbrios químicos homogêneos 86
Aulas 41 e 42: Equilíbrio químico: deslocamento de equilíbrio 95
Aulas 43 e 44: Equilíbrio químico: equilíbrios iônicos 103
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Os principais temas estão ligados aos números de Os principais assuntos estão relacionados a
oxidação, principalmente assuntos que envolvem pilhas e eletrólise, de maneira bem concisa.
pilhas e eletrólise em situações do cotidiano e que É necessário interpretar as informações e
podem envolver, inclusive, funcionamento de uma entender as diversas aplicações que podem
pilha como produção de insumos na indústria. ser feitas.

É importante reconhecer processos de oxirredu- Cobrado de maneira objetiva, exige Os tópicos relacionados à eletroquímica
ção, mas com ênfase na parte de pilhas e eletróli- conhecimento das principais diferenças entre podem ser cobrados de maneira
se, principalmente relacionados a funcionamento os processos eletroquímicos. interdisciplinar, tornando necessário entender
e aplicações. sua base, principalmente diferenças e
utilidades entre uma pilha e um processo
eletrolítico.

O tópico que aborda os números de oxidação Com questões teóricas, é importante que os Os temas de pilhas e eletrólise são os mais O tema que envolve oxirredução pode ser
é necessário para assimilar os conteúdos conceitos de oxirredução estejam fixados para cobrados, sendo necessário entender as cobrado de maneira interdisciplinar com
de eletroquímica, seus diferentes processos, que seja mais fácil identificar os diferentes diferenças de cada processo e aplicações. Biologia. Assim, é importante diferenciar
aplicações e diferenças. processos eletroquímicos que existem, assim processos de oxidação e redução, bem
como suas aplicações. como entender os diferentes processos
eletroquímicos.

UFMG

É importante a última parte de propriedades É importante que toda a parte de proprieda- O assunto que abrange oxirredução pode ser
coligativas, assim como atentar-se aos pro- des coligativas esteja fixada, assim como é exigido de modo interdisciplinar. É necessário
cessos de oxirredução, pilhas e eletrólise, que muito relevante o tópico de oxirredução, pois é entender os processos de oxidação e redução,
focam em suas diferenças e aplicações. uma das bases da eletroquímica. assim como compreender os diversos proces-
sos eletroquímicos mostrados.

Os assuntos predominantes estão relacionados O tópico principal envolve oxirredução, que O assunto mais cobrado envolve os proces-
aos processos eletroquímicos. É fundamental serve de base para melhor compreensão sos eletroquímicos. É importante dominar
que os conceitos que envolvem oxirredução dos processos eletroquímicos. É impor- o assunto de oxirredução, assim como as
estejam fixados, assim como dominar as tante compreender as diferenças e suas diferenças e aplicações de pilhas e eletrólise.
diferenças entres pilha e eletrólise e suas aplicações.
aplicações.
PROPRIEDADES COLIGATIVAS
E ELETROQUÍMICA

5
AULAS 35 e 36 1. Osmose
A osmose é um processo físico-químico espontâneo de
movimentação do solvente entre dois meios com concen-
trações diferentes de soluto, separados por uma membrana
semipermeável.
PROPRIEDADES A capacidade que cada solvente apresenta de atravessar
uma membrana semipermeável está relacionada com a
COLIGATIVAS: sua pressão de vapor: quanto maior a pressão de vapor
OSMOMETRIA da solução, menor será a capacidade de seu solvente de
atravessar uma membrana semipermeável.
A osmose também é uma propriedade coligativa das
soluções, uma vez que depende somente do número de
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 partículas dissolvidas, e não da natureza dessas partículas
(moléculas ou íons).
HABILIDADES: 17, 21, 24, 25, 26 e 27
Observe o fenômeno da osmose nas figuras:

Osmose entre solvente puro e solução:


As
H2O moléculas
Membrana semipermeável
Molécula de soluto
de água
passam
através da
membrana

Osmose entre soluções com diferentes concentrações:


H2 O As Membrana semipermeável
Moléculas de soluto
moléculas
de água
passam
através da
membrana

Observe que a movimentação das moléculas do solvente ocorre do meio hipotônico (menos concentrado em soluto) para o
meio hipertônico (mais concentrado em soluto) com o objetivo de que a mesma concentração seja atingida em ambos os
meios, tornando-os isotônicos.
A membrana semipermeável é seletiva, visto que ela permite a passagem do solvente, mas não das partículas de soluto. O
papel celofane, a bexiga animal, certos tipos de gelatina e a membrana celular funcionam como membranas semipermeáveis.
Alguns exemplos de osmose no dia a dia:

§ Salgar a carne para conservá-la é uma prática muito comum. Nesse caso, o meio externo está mais concentrado (por
causa do sal), e o meio interno (interior das células da carne) está menos concentrado. Por esse motivo, ocorre a saída de
água das células da carne e dos microrganismos que poderiam causar a deterioração da carne. Como os microrganismos
não conseguem viver em meio muito concentrado de sal, a carne permanece conservada por mais tempo.

6
§ Quando saladas que contêm alface são temperadas,
pode-se verificar que, depois de algum tempo, a alface
3. Leis da osmometria
murcha e ocorre acúmulo de água no recipiente. Isso As leis da osmometria foram descobertas pelo químico
ocorre porque a água difunde das células vegetais da holandês Jacobus H. Van’t Hoff (1852-1911), laureado em
alface (meio menos concentrado) para o meio mais 1901 com o prêmio Nobel de Química. Van’t Hoff desco-
concentrado, que é a solução de vinagre e sal. briu que, em soluções diluídas de solutos não iônicos, a
pressão osmótica independe do soluto e obedece, funda-
mentalmente, a duas leis:

§ Primeira lei – Em temperatura constante, a pressão os-


mótica é diretamente proporcional à concentração molar.

p=K⋅M

Osmoscopia ou osmometria é o estudo e a medição


da pressão osmótica das soluções. § Segunda lei – Em concentração molar constante, a
pressão osmótica é diretamente proporcional à tempe-
ratura absoluta da solução.

p=M⋅T

Para soluções moleculares e diluídas, a equação fun-


damental da osmometria é idêntica à equação dos
gases perfeitos.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube n
p . V = n1 . R . T ⇒ p = ​ __1 ​ . R . T ⇒ p = M . R . T
Experiência - Osmose na Alface V

Em que:

p = pressão osmótica
2. Pressão osmótica (p) R = constante universal dos gases perfeitos
Pressão osmótica é a pressão exercida sobre a solução
para impedir que a osmose ocorra de maneira espontânea. T = temperatura absoluta (K)
Quanto maior a concentração de uma solução, maior será M = concentração molar (mol/L)
a pressão osmótica.
n1 = número de mols do soluto
É interessante notar que, se a pressão mecânica sobre a
solução for maior que a pressão osmótica, o fenômeno
normal se inverterá, ou seja, o solvente passará da solução 3.1. Classificação das soluções
para o lado do solvente puro. Esse processo é denomina-
Considerando duas soluções à mesma temperatura, com
do osmose reversa e é empregado na dessalinização da
pressões osmóticas pA e pB:
água do mar para a obtenção de água potável.
membrana § a solução A é hipertônica em relação à B quando
semipermeável p
pA > pB;

§ a solução A é isotônica em relação à B quando


anteparo p A = p B;

§ a solução A é hipotônica em relação à B quando


pA < pB.
Duas soluções isotônicas também são denominadas soluções
Solvente Puro Solução
isosmóticas ou soluções de igual tonicidade.

7
VIVENCIANDO

É comum a sensação de sede depois da ingestão de doces, como chocolates e balas. Isso ocorre porque os doces
aumentam o nível de glicose extracelular no organismo e geram a hiperglicemia.
Quando uma pessoa ingere muitos doces, o pâncreas libera o hormônio glucagon, que é responsável por interagir
com a glicose e levá-la do meio extracelular para o meio intracelular.
Durante esse processo e depois de consumir muito açúcar, a água é necessária para ajudar na osmose ou difusão
simples da glicose para dentro das células. O responsável por esse processo é o hipotálamo.
Vale lembrar que o açúcar é importante para o organismo, pois garante energia para as funções vitais e atividades
diárias do ser humano.
A necessidade por doces é natural, mas é preciso consumir esse tipo de alimento com muita responsabilidade. Doces
em excesso prejudicam a saúde e podem até levar ao desenvolvimento de diabetes.

3.2. Determinação de Aplicação do conteúdo


massas moleculares
1. Calcule a pressão osmótica, a 27 ºC, de uma solução
A pressão osmótica é um efeito coligativo muito mais pro- aquosa que contém 6 g de glicose (M = 180 g/mol), em
nunciado do que os efeitos tonométrico, ebuliométrico e 820 mL de solução.
criométrico. Por esse motivo, a pressão osmótica pode ser
determinada com precisão e constituir um excelente méto- Resolução:
m
do para determinação de massas moleculares dos solutos. p ⋅ V = ___
​  1  ​ ⋅ R ⋅ T ⇒
M1
Acrescente-se que, numa solução coloidal, os efeitos to-
nométrico, ebuliométrico e criométrico são imperceptíveis. En- ​  6   ​ ⋅ 0,082 ⋅ 300 ⇒ p = 1 atm
p ⋅ 0,82 = ___
180
tretanto, a pressão osmótica pode ser medida e constitui um
dos métodos de determinação da massa média das partículas 2. Uma solução foi preparada com adição de 1,0 grama
coloidais, também denominada massa micelar média. de hemoglobina em água suficiente para produzir 0,10
L de solução. Sabendo que a pressão osmótica (p) dessa
solução é 2,75 mmHg, a 20 ºC, calcule a massa molar da
3.3. Efeito osmótico nas soluções iônicas hemoglobina.

Como a osmose é uma propriedade coligativa, o fator de (R = 62,3 mmHg ⋅ L ⋅ mol–1 ⋅ K–1)
Van’t Hoff (i) também é válido para a equação fundamen-
tal da osmometria, uma vez que, para as concentrações Resolução:
idênticas, as soluções eletrolíticas apresentam efeitos coli-
gativos maiores do que as soluções não eletrolíticas: ​  m   ​ 
p ⋅ V = M R T ⇒ p = _______ R .T ⇒
M ⋅ V(ℓ)

p = M . R .T . i ​  m   ​ R . T
M = ______
π ⋅ V(ℓ)

1 ⋅ 62,3 ⋅ (273 + 20)
Em que: i = 1 + α ⋅ (q – 1); M = ___________
​        ​ ⇒
2,75 ⋅ 0,1
i = fator de Van’t Hoff;
M = 6,63 ⋅ 104 g/mol
a = grau de ionização (ou de dissociação iônica);
q = número de mols de íons originados por mol de soluto; 3. No que se refere a efeitos coligativos, a água do mar
se comporta como uma solução 0,6 M de NaCℓ, com
M = concentração do soluto na solução (mol . L-1). i = 2. Determine a pressão osmótica do mar, a 20°C.

8
Dado R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol-1 ∙ K-1 c) Aℓ(NO3)3 → Aℓ3+ + 3 NO​  3-​  ; logo, o valor de q para
nitrato de alumínio é 4.
Resolução: i = 1 + α ∙ (q – 1) → 3,41 = 1 + α ∙ (4 – 1) → α
= 0,803 ou 80,3%.
Usando a equação fundamental da osmometria, tem-se: d) Pelos cálculos do item c, o grau de dissociação não
é 100%.
π = M . R .T . i ⇒
Calculando a pressão osmótica para α = 100%:
⇒ π = 0,6 ∙ 0,082 ∙ (20 + 273) ∙ 2
Como i = 1 + a(q - 1), considerando a = 1, tem-se:
π = 28,83 atm
i = 1 + 1.(4 - 1) = 4
4. São dissolvidos 0,06 mol de nitrato de alumínio Assim:
[Aℓ(NO3)3] em água suficiente para 1.200 mL de
solução. Sabendo que a solução, a 27 °C, apresenta π = M . R .T . i ⇒
pressão osmótica de 4,2 atm, determine: ⇒ π = 0,05 ∙ 0,082 ∙ (27 + 273) ∙ 4
⇒ π = 4,92 atm.
Dado: R = 0,082 atm ∙L ∙ mol-1 ∙ K-1.
a) A molaridade da solução.
b) O fator de Van’t Hoff.
c) O grau de dissociação do sal.
d) O grau de dissociação do nitrato de alumínio é
100%? Qual seria a pressão osmótica, considerando
que o grau de dissociação do nitrato de alumínio é
de 100% e mantendo todas as condições descritas?
multimídia: site
Resolução:
n1 0,06 mol
a) M = __
​   ​ ⇒ M = _______
​   ⇒ M = 0,05 M.
 ​  g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/05/medicos-ex-
V 1,2 L
plicam-o-que-pode-causar-sede-e-os-beneficios-de-be-
b) π = M . R . T . i ⇒ ber-agua.html
4,2 = 0,05 ∙ 0,082 ∙ (27 + 273) ∙ i ⇒ i = 3,41.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Por que a pressão sanguínea aumenta com a ingestão de sal? Isso tem tudo a ver com a biologia. Com a ingestão de
sal, ocorre um aumento na pressão osmótica, um aumento da quantidade de água nos líquidos extracelulares (san-
gue e tecido entre as células) e um aumento da pressão arterial. A consequência é uma maior entrada de água nas
células devido à osmose. Se não houver um sistema para remover essa água, a célula inchará progressivamente até
estourar (provocando sua morte). O mecanismo fisiológico para a retirada dessa água, e inclusive dos íons produzidos
dentro da própria célula, é o sistema bomba de sódio e potássio.

9
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

A osmose é um processo muito importante presente na natureza. Por isso, é de extrema importância conhecer
seus fundamentos principais e seus mecanismos de funcionamento.

MODELO 1
(Enem) A lavoura arrozeira na planície costeira da região sul do Brasil comumente sofre perdas elevadas devido
à salinização da água de irrigação, que ocasiona prejuízos diretos, como a redução de produção da lavoura.
Solos com processo de salinização avançado não são indicados, por exemplo, para o cultivo de arroz. As plantas
retiram a água do solo quando as forças de embebição dos tecidos das raízes são superiores às forças com que
a água é retida no solo.
WINKEL, H.L.; TSCHIEDEL, M. Cultura do arroz: salinização de solos em cultivos de arroz. Disponível
em: http//agropage.tripod.com/saliniza.hml. Acesso em: 25 jun. 2010 (adaptado).

A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas plantas, o que
provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado pelo(a):
a) aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior que a das células
das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida;
b) aumento da salinidade, em que o solo atinge um nível muito baixo de água, e as plantas não têm força
de sucção para absorver a água;
c) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas não têm força de sucção, fazendo com
que a água não seja absorvida;
d) aumento da salinidade, que atinge um nível em que as plantas têm muita sudação, não tendo força de
sucção para superá-la;
e) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas ficam túrgidas e não têm força de
sudação para superá-la.

ANÁLISE EXPOSITIVA
A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas plantas
(devido ao processo de osmose), o que provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado
pelo aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior do que a das
células das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida.

RESPOSTA Alternativa A

10
DIAGRAMA DE IDEIAS

TEM
SOLUÇÃO SOLVENTE LÍQUIDO

PODE ATRAVESSAR
ESSA PASSAGEM
É DENOMINADA MEMBRANA PERMEÁVEL
SOMENTE AO SOLVENTE

IMPEDIDA QUANDO
APLICA-SE A ÉA
PRESSÃO NECESSÁRIA
OSMOSE PRESSÃO OSMÓTICA
PARA IMPEDIR A OSMOSE
PRESSÃO SUPERIOR
A ELA ACARRETA

OSMOSE RESERVA

USADA NA

DESSALINIZAÇÃO DA
ÁGUA DO MAR

11
Semirreação de redução
AULAS 37 e 38 2 Ag+ + 2 e– → 2 Ag0
ganho de elétrons

Reação Global

Cu0 + 2 Ag+ → Cu2+ + 2 Ag0


ELETROQUÍMICA: Por causa da transferência de elétrons, ocorre uma mu-
dança na carga elétrica das espécies químicas.
OXIRREDUÇÃO Essas cargas elétricas são representadas pelo número
de oxidação (Nox).
Conhecer o número de oxidação de uma espécie química
facilita a compreensão dos processos de oxirredução.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
Como determinar o Nox?
17, 18, 21, 24, 25, 26
2. Número de oxidação (Nox)
HABILIDADES:
e 27

O número de oxidação é a carga que o elemento


1. Oxidação e redução adquire quando faz uma ligação iônica ou a carga
parcial (δ) que ele adquire quando faz uma ligação
As reações que pressupõem perda e ganho de elétrons são
predominantemente covalente.
denominadas reações de oxirredução. Algumas são funda-
mentais no mundo, pois fazem parte dos processos que
permitem a manutenção da vida. Exemplos
Um exemplo de reação de oxirredução é a fotossíntese. As
§ Nos compostos iônicos, o Nox corresponde à própria car-
moléculas de clorofila utilizam energia luminosa para pro-
ga do íon (carga real). Essa carga equivale ao número de
duzir o gás oxigênio:
elétrons perdidos ou recebidos na formação do composto.
6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) → C6H12O6 (aq.) + 6 O2 (g) Nox = +1 Nox = –1
Na  +  Cℓ  →  NaCℓ
Outro exemplo é o metabolismo da glicose no organismo: cede 1 e– recebe 1 e–

C6H12O6 (aq.) + 6 O2 (g) → 6 CO2 (g) + 6 H2O(ℓ)


§ Nos compostos moleculares, não há transferência defi-
Os dois casos são reações de oxirredução (também deno- nitiva de elétrons, mas compartilhamento deles. Dessa
minadas reações de oxidorredução). forma, o Nox corresponde à carga elétrica que o átomo
Todas as reações de oxirredução ocorrem com transferência iria adquirir caso a ligação fosse rompida com transfe-
de elétrons. O processo de transferência pode ser facilmente rência de elétrons entre os átomos.
comprovado por meio de um experimento muito simples. Em consequência, o átomo de maior eletronegatividade
Ao introduzir um fio de cobre (Cu) numa solução aquosa receberia os elétrons do outro átomo:
de nitrato de prata (AgNO3), verifica-se, depois de certo H + Cℓ → HCℓ
tempo, que ocorre a formação de um depósito de prata e
que a solução adquire cor azul, característica dos íons Cu2+. Considerando que o átomo de cloro é mais eletronegativo que
o hidrogênio, o átomo de cloro ficaria com o par de elétrons.
As reações envolvidas podem ser representadas pelas se-
guintes equações: Observe esse e outros exemplos na forma de estrutura de
Lewis (fórmula eletrônica):
Semirreação de oxidação
+1
0 -2
Cu 0
→ Cu 2+
+ 2e

+1
perda de elétrons

12
Nota: apesar de o zinco (Zn) pertencer às famílias B (me-
tais de transição), os compostos dele também apresentam
Nox = +2.
c) Alumínio, Aℓ (família 3A / grupo 13)

Se combinados em compostos, os átomos de alumínio


multimídia: vídeo apresentam número de oxidação +3.

Fonte: Youtube
Árvore de Prata - Oxirredução Exemplos:
+3 +3

Aℓ(OH)3 Aℓ2(SO4)3
3. Cálculo do Nox d) Hidrogênio
1. Substâncias simples (formadas por apenas um ele-
mento químico) Se combinados com ametais, os átomos de hidrogê-
nio apresentam número de oxidação +1 (possuem
Os átomos apresentam número de oxidação zero. menos eletronegatividade que os ametais).

Nesse caso, como os átomos são de um mesmo elemento, Exemplos:


eles apresentam a mesma eletronegatividade; numa eventual
+1 +1 +1 +1
quebra da ligação, nenhum átomo perde ou ganha elétrons.
Exemplos: HCℓ H2S H3PO4 NH3

0 0 0 0 0 0 0 Se combinados com metais, nos hidretos metálicos,


H2 O2 O3 P4 Na Cgrafite S8 os átomos de hidrogênio apresentam número de
oxidação –1 (possuem mais eletronegatividade que
2. Metais representativos (famílias A e Hidrogênio) os metais).
a) Metais alcalinos (família 1A / grupo 1): Li, Na,
K, Rb, Cs e Fr
Exemplos:
–1 –1
Se combinados em compostos, os átomos da família dos
metais alcalinos apresentam número de oxidação +1. NaH CaH2

Exemplos: 3. Oxigênio, O (família 6A / grupo 16)

+1 +1
Se combinados em compostos, os átomos de oxigênio
NaCℓ K2SO4 apresentam número de oxidação –2.
Nota: apesar de a prata (Ag) pertencer às famílias B (me-
tais de transição), os compostos dela também apresentam Exemplos:
Nox = +1.
b) Metais alcalino-terrosos (família 2A / grupo 2): –2 –2 –2 –2 –2
Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra
CaO Na2O H2O Fe2O3 H2SO4
Se combinados em compostos, os átomos da família
dos metais alcalino-terrosos apresentam número de Nos peróxidos, cada átomo de oxigênio apresenta
oxidação +2. número de oxidação –1.

Exemplos:
+2 +2 +2 –1 –1 –1

MgSO4 Ca3N2 BaCℓ2 H2O2 Na2O2 CaO2

13
Nota: quando combinado com o flúor, que é mais eletrone-
gativo, no fluoreto, portanto, o oxigênio apresenta número
4. Variação do Nox nas
de oxidação +2, uma vez que perde dois elétrons para o flúor. reações de oxirredução
+2 Retomando o exemplo da reação entre o cobre e a solução
aquosa de nitrato de prata e associando-o ao conceito de
OF2 Nox, obtém-se:
4. Halogênios (família 7A / grupo 16): F, Cℓ, Br, I
0 +2

Nos compostos, à extrema direita da fórmula, cada Cu0 → Cu2+ + 2 e–


átomo apresenta número de oxidação –1. O cobre sofre uma transformação com perda de elétrons
⇔ aumento do Nox.
Exemplos: A semirreação em que ocorre perda de elétrons é deno-
–1 –1 –1 minada reação de oxidação.
O cobre metálico (Cu) que sofre oxidação é denomina-
NaCℓ CaBr2 FeI3
do agente redutor, uma vez que cede elétrons aos íons
5. O somatório de todos os números de oxidação de um prata (Ag+), provocando a redução desses íons.
composto é zero.
+1 0
Exemplos:
2 Ag+ + 2 e– → 2 Ag0
+1 x –2
A prata sofre uma transformação com ganho de elétrons
H2SO4 ⇔ diminuição do Nox.
2 . (+1) + x + 4 . (– 2) = 0 ⇒ x = +6 A semirreação em que ocorre ganho de elétrons é deno-
minada reação de redução.
+1 x –2 Os íons prata (Ag+) que sofrem redução agem como
HCℓO4 agentes oxidantes, uma vez que recebem os elétrons do
cobre (Cu) que oxidou.
1+ x + 4 . (– 2) = 0 ⇒ x = +7

+1 x –2
5. Variação do Nox nos
H4P2O7
compostos orgânicos
Os números de oxidação usuais dos elementos químicos que
4 . (+ 1) + 2x + 7 . (– 2) = 0 ⇒ x = +5
aparecem mais frequentemente nos compostos orgânicos são:
6. O somatório de todos os números de oxidação de um Hidrogênio: Nox = +1
íon composto é igual à carga desse íon.
Halogênios (F, Cℓ, Br, I): Nox = –1
Exemplos: Oxigênio (O) e enxofre (S): Nox = –2
x –2 Nitrogênio (N) e fósforo (P): Nox = –3
(MnO4)1–
x + 4 . (–2) = –1 ⇒ x = +7

x –2

(PO4)3–
x + 4 . (–2) = –3 ⇒ x = +5 multimídia: site
x +1
https://www.quimicalimentar.com.br/por-que-alimen-
(NH4)1+ tos-estragam/
x + 4 . (+1) = +1 ⇒ x = –3

14
Foi visto que a soma dos números de oxidação de todos
os átomos num composto é igual a zero. Observe alguns O número total de elétrons cedidos é igual
exemplos de cálculos que mostram o número de oxidação ao número total de elétrons recebidos.
do carbono, representado pela letra x:

CH4: x + 4.(+1) = 0 ⇒ x = – 4 6.1. Roteiro para o balanceamento


C2H6: 2x + 6 (+1) = 0 ⇒ x = – 3
.
1. Calcule o Nox de cada elemento.
C2H4: 2x + 4 (+1) = 0 ⇒ x = – 2
.
2. Represente os “ramais” de oxidação e redução com os
CH2Cℓ2: x + 2.(+1) + 2.(–1) = 0 ⇒ x = 0 respectivos números de elétrons cedidos e recebidos.
CCℓ4: x + 4 . (–1) = 0 ⇒ x = 4
3. Escolha uma substância do ramal de oxidação e outra do
ramal de redução. Escolha a substância com maior número
Note que o número de oxidação do carbono varia de –4
de átomos, desde que o Nox das duas substâncias do ramal
para +4, mostrando que ele se comporta ora como ele-
não se repita.
mento eletronegativo, ora como elemento eletropositivo.
4. Multiplique o número de elétrons cedidos ou recebidos
O tipo de cálculo apresentado resulta no número de oxi- pela atomicidade (número de átomos do elemento na
dação global (um valor médio) do carbono no composto. substância) dos elementos que sofrem oxidação e redução.
E se o interesse for descobrir o número de oxidação de um Inverta os resultados obtidos (se possível, simplifique-os),
átomo de carbono específico (isolado) dentro de uma ca- pois eles serão os coeficientes das substâncias escolhidas.
deia carbônica? Para isso, é necessário atribuir esses valo-
res a cada uma das quatro ligações que partem do átomo Exemplo
do carbono considerado: Balanceamento da equação:
§ zero às ligações com outros átomos de carbono (pois CrO3 + SO2 → Cr2O3 + SO3
na covalência C – C , o par eletrônico é repartido por
igual); sofre redução (Nox reduziu) ⇒
recebe / ganha |3 – 6| = 3 elétrons
§ –1 às ligações com o hidrogênio (pois o Nox do hidro-
ramal de redução
gênio é +1); e
+6 –2 +4 –2 +3 –2 +6 –2
§ +1 a cada ligação com elementos eletronegativos –
halogênio, oxigênio, enxofre, nitrogênio, etc. –, pois são CrO3 + SO2 → Cr2O3 + SO3
elementos mais eletronegativos que o carbono. ramal de oxidação
Os exemplos a seguir mostram o número de oxidação de sofre oxidação (Nox aumentou) ⇒ doa /cede |6 – 4|
cada carbono individualmente: = 2 elétrons

–3 –2 –3 –3 0 –3
§ Para o SO2 (sofre oxidação ⇒ agente redutor):
total de elétrons doados
= 1 átomo × 2 elétrons/átomo = 2 elétrons doados

–2 § Para o CrO3 (sofre redução ⇒ agente oxidante):


–3 –1 –3 +3
total de elétrons recebidos
= 2 átomos × 3 elétrons/átomo = 6 elétrons recebidos

–1
De acordo com a regra, os números totais de elétrons
recebidos e cedidos serão os coeficientes “trocados” na
equação:
6. Balanceamento pelo 6 SO2 ⇒ 2 elétrons cedidos
método de oxirredução
O processo de balanceamento se baseia no princípio 2 Cr2O3 ⇒ 6 elétrons recebidos
de que: CrO3 + 6 SO2 → 2 Cr2O3 + SO3

15
Como os coeficientes são múltiplos entre si, podem ser a) NO e H2O.
simplificados: b) Fe e HNO3.

2 : 6 ⇔ 1 : 3 c) Fe e Fe(NO3)2.
d) HNO3 e NO.
Que resulta em: e) HNO3 e Fe
CrO3 + 3 SO2 → 1 Cr2O3 + SO3
Resolução:
Balanceada a equação pelo método das tentativas, final-
mente obtém-se: Calculando os Nox de cada elemento, tem-se:

2 CrO3 + 3 SO2 → 1 Cr2O3 + 3 SO3

− +

Aplicação do conteúdo
1. (UFF) Uma das principais impurezas que existem
nos derivados de petróleo e no carvão mineral é o
enxofre. Quando esses combustíveis são utilizados,
a queima do enxofre produz SO2 de cheiro irritável e
esse, por sua vez, na atmosfera, reage com o oxigê-
nio e se transforma lentamente no SO3. Essa reação
É possível observar que quem reduziu (agente oxidante) foi
é acelerada pela presença de poeira na atmosfera. O o HNO3 e quem oxidou (agente redutor) foi o Fe.
SO3 reage com a água da chuva produzindo o H2SO4, Alternativa E
que é um ácido forte. Durante esse processo, o enxofre
passa por diferentes estados de oxidação. Em relação
às substâncias SO2, SO3 e H2SO4, o número de oxidação 3. (Mackenzie) Um estudante, após ler que o ouro reage
do enxofre é, respectivamente: com água régia, segundo a equação
a) +4, +6, +6.
Au + HCℓ + HNO3 → AuCℓ3+ H2O + NO
b) –4, +4, +6.
c) +2, –3, 0.
afirma que:
d) –2, +3, +6.
e) –4, +6, 0. I. A água régia consiste na mistura de HCℓ com HNO3
na proporção de 3:1, respectivamente.
Resolução: II. O HNO3 é o agente oxidante.

O número de oxidação (Nox) do hidrogênio é +1 e do III. Na reação de 1 mol de ouro, obtém-se dois mols
oxigênio é –2. A partir disso, é possível calcular o Nox do de água.
enxofre em cada composto. Sendo x o Nox do enxofre, IV. O ouro é reduzido a Au3+.
tem-se: Das afirmações feitas, são corretas:
SO2 → x + [2 ∙ (–2)] = 0 x – 4 = 0 → x = +4 a) I , II e III, somente.
SO3 → x + (3 ∙ (–2)] = 0 → x – 6 = 0 → x = +6 b) I e III, somente.
c) II e IV, somente.
H2SO4 → [2 ∙ (+1)] + x + [4 ∙ (–2)] = 0
d) II e III , somente.
→ 2 + x – 8 = 0 → x = +6 e) I, II, III e IV.
Assim, o número de oxidação do enxofre nos compostos Resolução:
SO2, SO3 e H2SO4 será +4, +6 e +6.
Balanceando a equação da reação de ouro com água ré-
Alternativa A
gia, tem-se:
2. (Unitau) Na reação: 1 Au + 3 HCℓ + 1 HNO3 → AuCℓ3 + 2 H2O + 1 NO

Fe + HNO2 → Fe(NO3)2 + NO + H2O Com isso, as afirmativas estão:


não balanceada, o agente oxidante e o agente redutor são, I. Correta, pois a proporção entre HCℓ e HNO3 é de
respectivamente: 3:1, de acordo com a reação balanceada.

16
II. Correta, pois o nitrogênio do HNO3 (Nox = +5) Resolução:
reduziu a NO (Nox = +2), sendo um agente oxidante.
III. Correta, pois formaram-se dois mols de água de De acordo com a equação, o composto KMnO4 (Nox
acordo com a reação balanceada. do Mn = +7) reduz a MnCℓ2 (Nox do Mn = +2) e o
IV. Incorreta, pois o ouro foi oxidado a Au+3. HCℓ (Nox do Cℓ = –1) oxida a Cℓ2(Nox do Cℓ = 0).

Alternativa A Composto ∆Nox Atomicidade Coeficientes

Oxida Cℓ2 0 – (–1) = 1 1×2=2 5 Cℓ2


4. (Udesc) Dada a reação química, cuja equação não
Reduz KMnO4 7–2=5 5×1=5 2 KMnO4
está ajustada,

x KMnO4 + y HCℓ → p KCℓ + q MnCℓ2 + r H2O + s Cℓ2 Assim, as incógnitas serão: x = 2, y = 16, p = 2, q = 2, r =
8 e s = 5. O agente oxidante é o KMnO4 e o agente redutor
Ajuste-a com números inteiros menores possíveis e escolha é o HCℓ.
a proposição CORRETA.
Alternativa E
a) O valor de y é 8.
b) O KMnO4 é o agente redutor na reação.
c) O HCℓ é o agente oxidante na reação.
d) O potássio e o hidrogênio se oxidam durante a reação.
e) O manganês se reduz durante a reação.

VIVENCIANDO

O ferro não existe de forma livre na natureza. Ele existe na forma de seus minérios, ou seja, compostos que contêm
ferro. Os principais são hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), siderita (FeCO3), limonita (Fe2O3H2O) e pirita (FeS2).
Para se obter o ferro metálico, é possível realizar transformações nesses minerais. A área que faz a extração de um
metal por meio de seus minerais é a metalurgia, e o ramo que trata apenas da produção de ferro a partir dos minerais
mencionados é a siderurgia, palavra que vem do grego e significa “trabalho feito sobre o ferro”.
Em geral, o mineral utilizado nas siderúrgicas é a hematita, e o processo de produção do ferro é feito em altos-fornos. A princípio,
colocam-se nesses altos-fornos o carvão coque que será queimado para produzir calor. Depois, adiciona-se uma mistura de
hematita, calcário (CaCO3) e carvão coque.
Uma corrente de ar favorece a queima do carvão coque, produzindo-se monóxido de carbono (CO), que reage com a hematita
em uma reação de oxirredução.
Queima do carvão coque:
2 C + O2 → 2 CO
Redução da hematita pelo CO:

3 Fe2O3 + CO → 2 Fe3O4 + CO2

Fe3O4 + CO → 3 FeO + CO2

O óxido de ferro (II) (FeO) reage com o monóxido de carbono, formando ferro metálico (Fe0) e dióxido de carbono:

FeO + CO → Fe + CO2
Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/quimica/producao-ferro.html>.

17
Metais como o ouro e a prata são considerados nobres, ou seja, são metais resistentes à corrosão e à oxidação, diferen-
temente da maioria dos outros metais. A maioria dos metais é encontrada em combinação com outros materiais, como os
minérios. Existem pouquíssimos metais que são encontrados na forma simples.
Entretanto, deve-se ter cautela ao dizer que metais como ouro e prata não sofrem corrosão ou oxidação. A maioria dos
metais está sujeita à oxidação de sua superfície, isto é, a superfície reage com o oxigênio ou com outros componentes do ar.
As maiores exceções são os metais de cunhagem e os metais do grupo da platina – e mesmo estes reagem com compostos
sulfurados e escurecem em ambientes industrialmente poluídos. Todos os outros metais reagem com a umidade e o oxigênio
do ar, mas, enquanto alguns sofrem forte corrosão, outros parecem ser inertes. Na verdade, todos se oxidam, mas, em muitos
casos, a fina camada de óxido adere firmemente à superfície do metal, evitando o prosseguimento da reação, como é o caso
do alumínio e do titânio. Já o ferro forma óxidos porosos que permitem que a corrosão prossiga. Os aços inoxidáveis são
produzidos através de uma liga de ferro com cromo ou níquel, formando um óxido protetor sobre a superfície, cuja espessura
é tão pequena que o brilho e o aspecto metálico da superfície se conservam.
No caso da prata, por exemplo, ela escurece com o tempo, devido à formação de uma película superficial de sulfeto de prata
(Ag2S), que é de cor preta. Esse fenômeno é causado pelo sulfeto de hidrogênio (H2S) do ar e também pelos compostos
sulfurados existentes nos alimentos que entram em contato com talheres de prata.
Além disso, o fato de algumas pessoas exalarem muito ácido úrico escurece a prata rapidamente. Existem pessoas que, se
colocarem uma corrente de prata, ela escurecerá em questão de horas. Essas pessoas devem utilizar somente prata banhada
a ródio. Produtos à base de cloro (água sanitária, por exemplo), água oxigenada e ácidos (produtos de limpeza de pedras, por
exemplo) são grandes responsáveis pelo escurecimento da prata.
Ambientes carregados de ácidos ou sulfatos (salas de revelação de filmes e fotos, salas de impressoras a laser, etc.) são muito
agressivos à prata.
O ouro, por sua vez, é um metal relativamente inerte e que sobrevive com uma corrosão mínima. São as ligas à base de cobre
e/ou prata que corroem facilmente, resultando em compostos da corrosão da prata e do cobre, que deixam uma enriquecida
e possivelmente enfraquecida superfície de ouro.
Até mesmo o ouro está sujeito a ataques corrosivos, podendo apenas ser oxidado em contato com água régia
(mistura 3 HCℓ : 1 HNO3).

18
DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMERO DE
OXIDAÇÃO

RELACIONA-SE PROPRIEDADE
AO CONCEITO DE DE UM

ELEMENTO GERALMENTE
ELETRONEGATIVIDADE ÍONS
QUÍMICO

QUE PODEM
É UMA NA QUAL
PARTICIPAR DE UMA
REAÇÃO
PROPRIEDADE PERIÓDICA QUÍMICA A SOMA DE TODOS
OS NÚMEROS DE
PODE SER OXIDAÇÃO

SERÁ

REAÇÃO DE CARGA
OXIRREDUÇÃO ZERO (NULA)
DE ÍON
SE A ESPÉCIE FOR SE A ESPÉCIE FOR
ELETRICAMENTE ELETRICAMENTE
NEUTRA CARREGADA (ÍON)

NELA HÁ UM
NA QUAL HÁ
N.º TOTAL DE N.º TOTAL DE
ELÉTRONS ELÉTRONS
VARIAÇÃO DO NOX DE
PERDIDOS RECEBIDOS
UM OU MAIS ELEMENTOS
COM DOIS OU MAIS AMBOS SÃO
REAGENTES NA OXIRREDUÇÃO, IGUAIS
PODE SER
UM DELES É
SOFRE
AGENTE REDUTOR AUMENTO DIMINUIÇÃO
DO NOX DO NOX
DENOMINADO DENOMINADA

AGENTE OXIDANTE SOFRE REDUÇÃO


OXIDAÇÃO

EM QUE OCORRE EM QUE OCORRE


SOFRE PERDA DE GANHO DE
ELÉTRONS ELÉTRONS
SOFRE

19
AULAS 39 e 40 1. Introdução
A Eletroquímica é o segmento da Química que estuda os
fenômenos envolvidos na produção de corrente elétrica a
partir da transferência de elétrons em reações de oxirredu-
ção. Além disso, estuda a utilização de corrente elétrica na
ELETROQUÍMICA: produção dessas reações.
INTRODUÇÃO A Esse estudo pode ser dividido em duas partes: pilhas/bate-
PILHAS E PROCESSOS rias e eletrólise.

ESPONTÂNEOS Pilhas e baterias são dispositivos nos quais uma reação


espontânea de oxirredução produz corrente elétrica.

COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
2. Pilhas
A primeira pilha elétrica foi criada em 1800 pelo cientista
HABILIDADES:
5, 17, 18, 21, 24, 25, 26 italiano Alessandro Volta (1745-1827). Era constituída por
e 27 um conjunto de duas placas metálicas de zinco e cobre,
denominadas eletrodos (do grego, “percurso elétrico”), e
por algodão embebido em solução eletrolítica, que conduz
corrente elétrica. Cada conjunto de placas e algodão forma uma célula ou cela eletrolítica.
Nessa cela, os elétrons fluem da lâmina de zinco (Zn) para a de cobre (Cu), mantendo a lâmpada acesa durante um pequeno
intervalo de tempo.
A pilha
de Volta

Terminal
Terminal
Positivo
positivo
Disco
Disco
dedeprata
prata
Terminal
Terminal ou cobre
ou cobre
negativo
negativo Cartão
Cartão ou
ou tecido
Tecido

DDisco
isco
de zinco
de zinco

Pilha de volta

Em 1836, essa descoberta foi aperfeiçoada pelo inglês John Frederick Daniell (1790-1845), que dividiu a cela eletrolítica da
pilha em duas partes, ou seja, em duas semicelas. É essa pilha, denominada pilha de Daniell, que será estudada a seguir.

3. Potencial das pilhas Considere os metais de zinco (Zn) e cobre (Cu). Tanto os
íons Zn2+ como os íons Cu2+ têm uma certa tendência
de receber elétrons; no entanto, os íons Cu2+ são os que
3.1. Potencial de redução e sofrem redução.
potencial de oxidação Assim, é possível concluir que a tendência do Cu2+(aq) de
Anteriormente, foi estudado o fenômeno da oxirredução. sofrer redução é maior que a do Zn2+(aq).

20
Por esse motivo, afirma-se que os íons Cu2+ possuem maior
potencial de redução (Ered).

Cu2+(aq) + 2 e–  → Cu  Ered Cu2+ > Ered Zn2+

Nessa pilha, como os íons Cu2+ sofreram redução, o zinco


sofrerá oxidação, o que permite concluir que o zinco apre-
senta maior potencial de oxidação (Eoxi). multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Zn  → Zn2+(aq) + 2 e–  Eoxi Zn > Eoxi Cu
Como fazer uma superpilha caseira

A espécie que apresenta maior Ered sofre redução; dessa


forma, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre oxidação. 4. Força de oxidantes e de redutores
Observando a tabela anterior, é possível perceber que o Li+(aq)
Em geral, utiliza-se o potencial de redução para se avaliar apresenta o menor potencial de redução (E0 = – 3,04 V) e que
os fenômenos de oxirredução, bem como para fazer o cál- o F2 (g) apresenta o maior potencial de redução (E0 = + 2,89 V).
culo da diferença de potencial de uma pilha.
redução

A tabela a seguir mostra as semirreações de redução de Li+(aq) + 1 e–   Li (s)  E0red = –3,04 V
vários elementos e seus respectivos potenciais de redução, redução
F2 (g) + 2 e–    2 F–(aq)  E0red = +2,89 V
obtidos, experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm (condições
padrão), tomado o hidrogênio como padrão zero. Como o F2(g) apresenta o maior potencial de redução, ele é
o melhor oxidante.

Semirreações de redução E0 (Volt)


Uma vez que a redução é um processo inverso à oxidação,
quanto maior for o E0red de uma espécie, menor será sua fa-
Li1+(aq) + 1 e– → Li (s) –3,05 cilidade em sofrer oxidação, isto é, quanto maior for o Ered,
menor será o Eoxi.
Na1+(aq) + 1 e– → Na (s) –2,71
O Eoxi é numericamente igual ao Ered; , mas com sinal contrário.
Aumenta o caráter oxidante (capacidade de receber elétrons)

Mg2+(aq) + 2 e– → Mg(s) –2,36


redução
Li+(aq) + e–   Li (s)  
Al 3+
(aq)
+ 3 e → Aℓ(s)

–1,68
E0red = –3,04 V/ E0oxi = +3,04 V
Zn2+(aq) + 2 e– → Zn(s) –0,76
redução
F2 (g) + 2e–   2F–(aq)  
Fe2+ (aq) + 2 e– → Fe(s) –0,44
E0red = +2,89 V/ E0oxi = –2,89 V
Ni2+(aq) + 2 e– → Ni(s) –0,23

Pb2+(aq) + 2 e– → Pb(s) –0,13


Como o Li(s) apresenta o maior potencial de oxidação, bem
como o menor potencial de redução, ele é o melhor redutor.
Fe3+(aq) + 3 e– → Fe(s) –0,04

2 H1+ (aq) + 2 e– → H2(g) 0,00 5. Cálculo da voltagem


Cu2+(aq) + 2 e– → Cu(s) +0,34 Nas pilhas, os elétrons fluem, por meio de um fio exter-
no, do eletrodo em que ocorre oxidação (ânodo) para o
I2(s) + 2 e– → 2 I–(aq) +0,54
eletrodo em que ocorre redução (cátodo). Se nesse fio
Ag1+(aq) + 1 e– → Ag(s) +0,80 for instalado um aparelho denominado voltímetro, será
possível medir a força eletromotriz (fem ou ΔE0) da pilha.
Hg2+(s) + 2 e– → Hg(aq) +0,86
Considere o par cobre-alumínio:
Br2(s) + 2 e– → 2 Br–(aq) +1,07 Voltímetro

K+ Cℓ-
Cℓ2 (s) + 2 e– → 2 Cℓ–(aq) +1,36 Ânodo Aℓ Cátodo Cu

Au3+(aq) + 3 e– → Au(s) +1,42 Ponte salina

Aℓ2(SO4)3(aq)
F2(g) + 2 e– → 2 F–(aq) +2,89 CuSO4(aq)

21
O valor indicado em volt (V) pelo voltímetro corresponde à e recebidos nas semirreações:
força eletromotriz da pilha. Nas pilhas comuns, esse valor
Semirreação de redução:
aparece indicado na embalagem externa da pilha.
3 Cu2+ (aq) + 6 e– → 3 Cu (s) E0red = +0,34 V
A diferença de potencial ou ddp (ΔE) de uma pilha depen-
de das espécies envolvidas, das suas respectivas concentra- Semirreação de oxidação:
ções e da temperatura. Por esse motivo, o ΔE é medido na
denominada condição-padrão, que corresponde a espécies 2 Aℓ (s)  →  2 Aℓ3+(aq) + 6 e– E0oxi = +1,68 V
com concentração 1 mol/L e possíveis gases envolvidos _________________________________________
com pressão de 1 atmosfera a 25 ºC. Nessas condições, a
diferença de potencial da pilha será representada por ΔEº. Reação global:

O ΔE0 de uma pilha corresponde à diferença entre os po- 2 Aℓ (s) + 3 Cu2+ (aq) → 2 Aℓ3+(aq) + 3 Cu (s) ΔE0 = +2,02 V
tenciais de redução ou de oxidação das espécies envolvidas:
Nota
ΔE0 = (E0red maior) – (E0red menor) ou
Os valores dos E0 não dependem do número de mol
ΔE0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)
das espécies envolvidas; eles são sempre constantes
nas condições padrão para cada espécie. Em outras
Considere, como exemplo, uma pilha formada por eletro-
dos de alumínio e cobre, cujos E0red são: palavras, ao multiplicar uma semirreação por uma
constante, o valor do E0 não se altera!
E0 (Aℓ3+ / Aℓ0) = –1,68 V   E0 (Cu2+ / Cu0) = +0,34 V
Para calcular o ΔE0 dessa pilha, recorra à equação:
Observando os potenciais, é possível perceber que o cobre,
com maior potencial de redução, reduz-se, ao passo que o ΔE0 = (E0 red maior) – (E0 red menor)
alumínio se oxida:
ΔE0 = (+0,34 V) – (–1,68 V)

Cu2+(aq) + 2 e–  → Cu(s)  E0red = +0,34 V ΔE0 = +2,02 V

A representação dessa pilha pode ser feita assim:


Aℓ(s)  → Aℓ 3+
 + 3 e   E – 0
= +1,68 V
(aq) oxi Aℓ(s) / Aℓ3+(aq) // Cu2+(aq) / Cu(s)
A equação global da pilha pode ser obtida a partir do uso
ânodo (-) sofre cátodo (+) sofre
de coeficientes que igualem o número de elétrons cedidos oxidação menor Eored redução maior Eored

VIVENCIANDO

É muito provável que você já tenha observado que as pilhas têm certas classificações, como AA ou AAA. Essas identi-
ficações indicam os tamanhos de cada uma delas. “De início, as letras eram uma notação usada apenas entre os es-
pecialistas para dar uma ideia do comprimento, do diâmetro e do formato da pilha”, afirma o químico José Maurício
Rosalen, da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto (SP). Com o tempo, o procedimento aca-
bou sendo aceito pelo American National Standards Institute, a instituição que cuida de normas técnicas nos Estados
Unidos, e se tornou popular para classificar as pilhas que usamos em casa. A primeira a surgir foi a bateria usada em
lanternas pequenas. “Ela foi chamada arbitrariamente de C. Depois, quando surgiu uma pilha para lanternas maiores,
ela foi batizada com a letra seguinte do alfabeto, o D”, diz outro químico, Henrique Eisi Toma, também da USP.
Com a diminuição do tamanho dos aparelhos, as pilhas menores foram batizadas de A. Ficou definido que ela mediria
17 mm de diâmetro por 50 mm de comprimento. “Depois, a cada redução de tamanho, ocorreu uma repetição da letra.
O modelo AA, a pilha pequena utilizada em teclados ópticos para computadores, tem 14,2 mm por 50 mm. Já a pilha

22
palito, a AAA usada em controles remotos, mede 10,5 mm por 44,5 mm”, afirma Henrique. Você pode estar se per-
guntando: existe alguma pilha B? A resposta é não! Como os fabricantes não seguiram à risca a sequência do alfabeto
na denominação das baterias, essa letra foi deixada de lado nesse batismo elétrico.

6. Espontaneidade I. Considerando que o ferro sofra oxidação:


Fe(s) + Cu2+(aq)  → Fe2+(aq)  + Cu(s) 
de uma reação ΔEpilha = E0 (Cu2+/Cu0) – E0 (Fe2+/Feo)
Todas as pilhas são reações espontâneas. Assim, seu ΔE 0

sempre apresenta valor positivo. = +0,34 – (– 0,44) = +0,78 V — reação espontânea


Para determinar se uma reação é espontânea e pode cons-
II. Considerando que o cobre sofra oxidação:
tituir uma pilha, deve-se separar a reação global nas duas
semirreações. Cu(s) + Fe2+(aq)  → Fe(s) + Cu2+(aq)

Estudando a espontaneidade da reação: ΔEpilha = E0 (Fe2+/Feo) – E0 (Cu2+/Cu0)

Mg2+(aq)  + Ni(s)  → Mg(s) + Ni2+(aq) = – 0,44 – (+0,34) = –0,78 V — reação não espontânea


semirreações
A transferência de elétrons
redução: Mg2+(aq) + 2 e–  → Mg(s)
éA transferência
espontânea de elétrons é espontânea

oxidação: Ni(s)  → Ni2+(aq) + 2 e–

A primeira semirreação corresponde à redução do


magnésio e, de acordo com a tabela de potenciais, seu Fe2+/Feo –0,44V Cu2+/Cu0 +0,34V
E0red = –2,36 V.
A segunda semirreação corresponde à oxidação do níquel,
cujo potencial de oxidação é igual ao inverso do potencial
de redução mostrado na tabela, isto é, +0,24 V.
Considerando que o ΔE pilha é igual à soma dos potenciais
A transferência de
A transferência de elétrons nãoelétrons
é espontânea
de oxidação e redução, obtém-se:
n ã o é espontânea
ΔEpilha = E0red Mg2+  + E0oxi Ni

ΔEpilha = –2,36 + 0,24


ΔE pilha = –2,12 V

§ Como o ΔEpilha é negativo, conclui-se que a reação entre


Mg2+ e Ni0 não é espontânea e não caracteriza uma pi- multimídia: site
lha. Assim, prever se uma reação de oxirredução pode
ocorrer espontaneamente permite que os químicos
antecipem reações indesejáveis (como a corrosão dos mundoestranho.abril.com.br/ambiente/como-e-
metais, por exemplo) e tomem providências para evitar feita-a-reciclagem-de-pilhas-e-baterias/
que ela ocorra.

Exemplo: 7. Corrosão e proteção


Por meio do potencial da semicela Cu /Cu, que é +0,34
de metais
2+

V, e da semicela Fe2+/Fe, que é –0,44 V, pode-se prever que


a corrosão do ferro por íons cobre (II) é espontânea, mas A corrosão é a deterioração de metais pelo processo
a corrosão do cobre por íons Fe(II) não é espontânea. Ob- eletroquímico que ocorre nas reações de oxirredução.
serve os cálculos. Estima-se que aproximadamente 20% de todo o ferro

23
produzido anualmente sejam utilizados, ao custo de bi- oxida-se e evita a corrosão do ferro, motivo pelo qual é
lhões de dólares, para a reposição de equipamentos que denominado metal de sacrifício.
sofreram corrosão.
Um metal utilizado com essa finalidade é o magnésio, cujo
Por que ocorre a formação da ferrugem? potencial de redução é menor – e, consequentemente, cujo
potencial de oxidação é maior – do que o do ferro:
O ferro, por exemplo, enferruja porque se estabelece uma
diferença de potencial (ddp) entre um ponto e outro do E0red Mg = –2,36 V < E0 red Fe = –0,44 V
objeto de ferro. ou
§ Corrosão do ferro E0oxi Mg = +2,36 V > E0 oxi Fe = +0,44 V
O ferro contém pequenas quantidades de impurezas (den- De acordo com a equação:
tre elas, outros metais). Admite-se, por isso, que o ferro, de
Mg(s)  → Mg2+ + 2 e–
um lado, e as impurezas, de outro, funcionem como dois
polos de uma pilha, possibilitando reações do tipo: Observe que, ao se oxidar, o magnésio perde elétrons para
Reação no ânodo: o ferro, que permanece protegido. As placas de magnésio
deverão ser periodicamente substituídas por outras, uma
2 Fe  →  2 Fe3+ + 6 e–
vez que sofrerão corrosão “ao proteger” o ferro.
Reação no cátodo:

​ 3 ​ O (do ar)  +  3 H2O + 6 e–  →  6 OH–


__ 9. Revestimento do ferro
2 2
Chapas de aço podem ser protegidas por uma película de
Reação global:
estanho, que dá origem à lata comum e com a qual são
__3 ​ O +  3 H O  →  2 Fe(OH)
2 Fe0 + ​  fabricadas, por exemplo, as latas de conserva.
2 2  2 3

Para retardar a corrosão do ferro ou do aço em canaliza-


De fato, as reações são mais complicadas. Parte do ferro é oxi- ções de água, oleodutos, cascos de navios, tanques sub-
dada a Fe2+, e parte, a Fe3+, e a ferrugem é uma mistura de terrâneos de combustíveis, etc., é costume ligar a essas es-
óxidos e hidróxidos hidratados de ferro (II) e ferro (III). truturas blocos de outro metal mais reativo do que o ferro,
Na formação da ferrugem: como o magnésio, o zinco, etc.

§ a presença do ar e da umidade são fundamentais, uma Se o potencial de oxidação for superior ao do ferro, como é
vez que fazem parte da reação (sem água e oxigênio, o o caso do magnésio, ele será corroído mais depressa, retar-
ferro não enferruja); dando, assim, a corrosão do ferro ou do aço. Afirma-se, nesse
caso, que o magnésio funcionou como metal de sacrifício.
§ a presença, no ar, de CO2, SO2 e de outras substâncias
Superfície O solo agindo
ácidas acelera a corrosão, uma vez que deslocam a rea-
do solo como eletrólito
ção catódica para a direita (princípio de Le Chatelier); a Cano
corrosão também é acelerada por várias bactérias que de ferro
Fio de cobre
tornam mais ácido o meio; isolado

§ ambientes salinos, como ocorre no mar e em suas vizi- 30 cm


nhanças, aceleram a formação da ferrugem, pois aumen- Terminal
soldado
tam a condutividade elétrica entre os polos da pilha; é o
que acontece nos cascos dos navios, em pontes como a
Rio-Niterói, em tanques de gasolina enterrados nos
postos à beira-mar, etc.

8. Proteção com eletrodo


Metal de sacrifício
(ânodo de magnésio)

ou metal de sacrifício
Para proteger o metal – ferro ou aço – da corrosão, convém
Aplicação do conteúdo
utilizar um metal que apresente maior tendência para a 1. Considere o seguinte quadro, que mostra o resultado
perda de elétrons (maior potencial de oxidação). Esse metal de reações entre metais e soluções aquosas de íons

24
metálicos. O sinal + indica que a reação ocorreu, e o O potencial da pilha formada pela junção dessas duas se-
sinal – indica que não se observou reação. mirreações será:
a) +1,25 V. d) –1,75 V.
Metal
Pb Cu Zn Ag b) –1,25 V. e) +3,75 V.
Solução
c) +1,75 V.
Pb2+ – + –

Cu2+ + + – Resolução:
Zn2+ – – –
Para calcular o potencial da pilha, usa-se a equação:
Ag + + + +
DE = EOmaior – EOmenor, sendo o potencial maior a reação de
redução do Au e o menor a de Ni. Assim, o potencial da
Da análise do quadro, conclui-se que a afirmativa errada é: pilha será:
a) Dentre os metais, o zinco é o que se oxida mais
facilmente. DE = EOmaior – EOmenor
b) Dentre os íons, Ag+ é o que se reduz mais facilmente.
c) Os íons metálicos não são capazes de oxidar a prata. DE = 1,50 – (–0,25)
d) O chumbo é um redutor mais forte que o cobre. DE = 1,75 V
e) O íon Cu2+ é um oxidante mais fraco que Zn2+.
Resolução: E a reação que ocorre é:

Pegando a linha do Pb2+ e fazendo a reação com os metais 2 Au3+ + 3 Ni → 2 Au + 3 Ni2+


Cu, Zn e Ag, tem-se:
Como se trata de pilha, a reação é espontânea; portanto, o
Reação Ocorre a reação? potencial tem de ser maior que zero para que a reação seja
Pb2+ + Cu → Pb + Cu2+ Não
espontânea (ΔE > 0).
Pb + Zn → Pb + Zn
2+ 2+
Sim
Pb + 2 Ag → Pb + 2Ag
2+ +
Não
Alternativa C
3. (Mackenzie) A reação que ocorre em uma pilha é re-
Seguindo o raciocínio, pode-se ver que Ag+ desloca todos presentada pela seguinte equação:
os outros metais, seguido do Cu2+, Pb2+ e Zn2+. Ou seja,
Ag+ tem uma tendência maior de se reduzir (ou seja, tem Mn + Cu2+ → Mn2+ + Cu
o maior), seguido de Cu2+, Pb2+ e Zn2+ (o zinco é o que Sabendo-se que o potencial de oxidorredução do manga-
tem menor tendência a se reduzir, ou seja, tem o menor nês é igual a +1,05 volts e o do cobre é igual a –0,35 volts,
potencial de redução). Sabendo disso, as afirmativas estão: e admitindo-se que a concentração dos íons é unitária, a
a) Correta, uma vez que o zinco é o que tem menor
voltagem da pilha será:
potencial de redução, ou seja, é o que se oxida com
maior facilidade. a) 0,70 volts.
b) Correta, uma vez que a prata é o que tem maior b) –1,40 volts.
potencial de redução, ou seja, é o que se reduz com c) 1,40 volts.
maior facilidade.
c) Correta, uma vez que a prata é o que tem maior d) –0,70 volts.
potencial de redução, ou seja, é o que se reduz com e) n.d.a.
maior facilidade, sendo nenhum dos metais apresen-
tados capaz de oxidar a prata. Resolução:
d) Correta, pois o chumbo se oxida mais facilmente
que o cobre (chumbo é um agente redutor mais forte Para calcular o potencial da pilha, usa-se a equação:
que o cobre). DE = E0maior – E0menor, sendo o potencial maior a reação de
e) Incorreta, pois o cobre se reduz com mais facili- redução do Mn e o menor a de Cu. Assim, o potencial da
dade que o zinco (cobre é um agente oxidante mais
pilha será:
forte que o zinco).
Alternativa E DE = E0maior – E0menor
2. Considere as seguintes semirreações e os respectivos DE = 1,05 – (–0,35)
potenciais normais de redução (E0):
DE = +1,40 V
Ni2+ + 2 e- → Ni0 E0 = –0,25 V
Au3+ + 3 e- → Au0 E0 = +1,50 V Alternativa C

25
4. (FUVEST) Considere os potenciais padrões de redução: maior que a reação de redução do Ce4+ e menor que a do
Sn4+. As equações das semirreações, bem como a reação
Semirreação (em solução aquosa) Potencial (Volt) global, são:
Ce4+ + e- → Ce3+ +1,61
Semirreação (em
Sn + 2 e → Sn
4+ - 2+
+0,15 Potencial (Volt)
solução aquosa)
Qual das reações deve ocorrer espontaneamente?
a) Ce4+ + Sn4+ → Ce3+ + Sn2+ 2 Ce4+ + 2 e- → 2 Ce3+ + 1,61

b) 2 Ce4+ + Sn2+ → 2 Ce3+ + Sn4+


c) Sn4+ + Ce3+ → Ce4+ + Sn2+ Sn2+ → Sn4+ + 2 e- – 0,15
d) Ce3+ + Sn2+ → Ce4+ + Sn4+

Resolução:
Reação global ΔE (Volt)

Como se trata de pilha, a reação é espontânea; assim, o


potencial tem de ser maior que zero para que a reação seja 2 Ce4+ + Sn2+ → 2 Ce3+ + Sn4+ + 1,46

espontânea (ΔE > 0). Para calcular o potencial da pilha,


usa-se a equação: DE = E0maior – E0menor, sendo o potencial Alternativa B

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Você já deve ter presenciado alguém dizendo que ao se colocar a pilha no congelador sua carga é restituída. Mas
será que realmente dá para recarregar a pilha com esse simples método caseiro? A resposta é não! Esse macete
caseiro rende, no máximo, alguns minutos de sobrevida às pilhas. Elas funcionam convertendo energia química em
energia elétrica, pela reação entre duas substâncias. Esse processo acaba liberando gases como hidrogênio e amô-
nio, por exemplo, em bolhas que se movimentam, dificultando a passagem de corrente elétrica no interior da pilha.
Quando há formação de muitas bolhas na pilha, a resistência do sistema aumenta e, consequentemente, abaixa a
força eletromotriz. “Tudo o que a baixa temperatura faz é congelar esses gases, imobilizando-os em bolhas menores.
Isso desobstrui o trânsito daquela carga elétrica que ainda resta, fazendo uma pilha gasta voltar a funcionar mais um
pouquinho, nada além disso”, diz o físico Cláudio Hiroyuki Furukawa, da Universidade de São Paulo.

26
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A importância da eletroquímica está expressa no cotidiano. Cada vez que são utilizados conceitos físico-químicos, é
importante ter a noção do que está acontecendo no mundo molecular e subatômico. A principal aplicação está dire-
tamente ligada ao uso de aparelhos como carros, pilhas, baterias e qualquer produto que forneça corrente elétrica.

MODELO 1
(Enem) A calda bordalesa é uma alternativa empregada no combate a doenças que afetam folhas de plantas. Sua
produção consiste na mistura de uma solução aquosa de sulfato de cobre (II) (CuSO4) com óxido de cálcio (CaO) e
sua aplicação só deve ser realizada se estiver levemente básica. A avaliação rudimentar da basicidade dessa solu-
ção é realizada pela adição de três gotas sobre uma faca de ferro limpa. Após três minutos, caso surja uma mancha
avermelhada no local da aplicação, afirma-se que a calda bordalesa ainda não está com a basicidade necessária. O
quadro apresenta os valores de potenciais padrão de redução (E0) para algumas semirreações de redução.

Semirreação de redução E0(V)


Ca2+ + 2 e– → Ca –2,87
Fe + 3 e → Fe
3+ –
–0,04
Cu + 2 e → Cu
2+ –
+0,34
Cu + e → Cu
+ –
+0,52
Fe3+ + e– → Fe2+ +0,77
MOTTA, I.S. Calda bordalesa: utilidades e preparo. Dourados: Embrapa, 2008 (adaptado).

A equação química que representa a reação de formação da mancha avermelhada é:


a) Ca2+(aq) + 2 Cu+(aq) → Ca(s) + 2 Cu2+(aq). d) 3 Ca2+(aq) + 2 Fe(s) → 3 Ca(s) + 2 Fe3+(aq).
b) Ca2+(aq) + 2 Fe2+(aq) → Ca(s) + 2 Fe2+(aq). e) 3 Cu2+(aq) + 2 Fe(s) → 3 Cu(s) + 2 Fe3+(aq).
c) Cu2+(aq) + 2 Fe2+(aq) → Cu(s) + 2 Fe3+(aq).

ANÁLISE EXPOSITIVA
Tem-se a aplicação de uma solução de CuSO4(Cu2+(SO4)2–) em uma placa de ferro (Fe0), concluí-se que
Cu2+ e Fe0 estão envolvidos no processo. A partir do quadro, devem ser selecionadas as equações envol-
vidas, ou seja, aquelas que apresentam Cu2+ e Fe0.
Semirreação de redução E0(V)
Fe3+ + 3 e– → Fe – 0,04
Cu2+ + 2 e– → Cu + 0,34
+0,34 V > -0,04 V
Fe3+ + 3 e- → Fe (×2; inverter)
Cu2+ + 2 e- → Cu (×3; inverter)
Semirreação de Oxidação do Ferro: 2 Fe → 2 Fe3+ + 6 e-
Semirreação de Redução do Cobre: 3 Cu2+ + 6 e- → 3 Cu
Equação Global: 3 Cu2+(aq) + 2 Fe(s) → 3 Cu(s) + 2 Fe3+(aq)

RESPOSTA Alternativa E

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

CELA ELETROQUÍMICA

PODE SER

CELA GALVÂNICA

FORMADA
POR DUAS

INCLUEM SEMICELAS CADA UM


UM TEM SEU

MEIO CONDUTOR POTENCIAL PADRÃO


IÔNICO DE SEMICELA (Eº)

EXPRESSO
ONDE HÁ
NA UNIDADE

FLUXO DE ÍONS VOLT (V)

USADO PARA CALCULAR

USADO PARA PREVER


FORÇA
ELETROMOTRIZ (ΔEº)
ESPONTANEIDADE
MEDIDA COM FORÇAS OXIDANTES CORROSÕES
DE REAÇÃO DE
OU DE REDUTORES DE METAIS
OXIRREDUÇÃO
VOLTÍMETRO
EVITADAS
POR

QUE USA
METAL DE PROTEÇÃO
SACRIFÍCIO CATÓDICA

28
AULAS 41 e 42 Outra função da ponte salina é manter a neutralida-
de elétrica das soluções nas semicélulas: no ânodo,
a contínua oxidação produz um excesso de carga
positiva; no cátodo, a redução provoca excesso de
carga negativa. Os ânions presentes na ponte salina

ELETROQUÍMICA: PILHA se dirigem para o lado com excesso de carga positiva,


e os cátions vão para o lado com excesso de carga ne-
DE DANIELL E CÉLULA gativa, fazendo com que as soluções se mantenham

DE COMBUSTÍVEL eletricamente neutras.

2. Potencial das pilhas


COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
2.1. Potencial de redução e
HABILIDADES: 17, 18, 21, 24, 25, 26 e 27 potencial de oxidação
Os eletrodos na pilha de Daniell são de zinco (Zn) e cobre
(Cu). Tanto os íons Zn2+(aq) como os íons Cu2+(aq)apresentam
certa tendência de receber elétrons; no entanto, os íons

1. A pilha de Daniell Cu2+(aq) são os que sofrem redução. Portanto, pode-se con-
cluir que a tendência do Cu2+(aq) de sofrer redução é maior
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos são unidos que a do Zn2+(aq). Por isso, afirma-se que os íons Cu2+ têm
externamente por um fio condutor, e as duas semicelas são maior potencial de redução (Ered).
unidas por uma ponte salina que contém uma solução sa-
Cu(aq)
2+
+ 2 e– → Cu  Ered Cu > Ered Zn
2+ 2+
turada de KCℓ(aq).
De início, o sistema apresentava este aspecto: Nessa pilha, como os íons Cu2+ sofreram redução, o zinco
sofrerá oxidação, o que permite concluir que ele apresenta
maior potencial de oxidação (Eoxi).
Fio condutor Zn → Zn(aq)
2+
+ 2 e–  Eoxi (Zn) > Eoxi (Cu)
Ponte salina (KCℓ(aq))

Zn Cu
Numa pilha, a espécie que apresenta maior potencial
Algodão ou Algodão ou de redução sofre redução. Assim, a outra espécie, de
lã de vidro lã de vidro
menor potencial de redução e, consequentemente, de
maior potencial de oxidação, sofre oxidação.
SO42- Zn2+ SO42- Cu2+

ZnSO4(aq) (incolor) CuSO4(aq) (Azul)


Depois de certo tempo de funcionamento, a pilha apresen-
ta o seguinte aspecto:
Ponte salina
Trata-se de um dispositivo utilizado em eletroquímica
para unir duas semicélulas. A ponte salina é um tubo e-
Cℓ- Cℓ- K+ K+
e-

de vidro em forma de U invertido, com cada uma das


extremidades mergulhada nas semicélulas de uma Zn(s) Cu(s)

pilha. Ela contém uma solução de sal inerte, como ni-


trato de potássio (KNO3) ou cloreto de potássio (KCℓ),
cuja função é permitir o intercâmbio de íons entre as
semicélulas e fechar o circuito para a corrente con- Zn2+ Zn2+
SO42-
Cu2+

tínua produzida entre os eletrodos mergulhados nas Zn2+ Zn 2+


SO 2-
4 Cu 2+

soluções eletrolíticas dessas semicélulas. ZnSO4(aq)


Ânodo Polo -
CuSO4(aq)
Cátodo Polo +
Oxidação Redução

29
O que é possível observar?
1. No eletrodo de zinco:

§ corrosão da lâmina de Zn.


Esse fato pode ser explicado pela semirreação de oxidação:
Zn(s)  → Zn2+(aq) + 2 e–
lâmina  solução multimídia: vídeo
O eletrodo em que ocorre a oxidação é o ânodo. Fonte: Youtube

2. No eletrodo de cobre: Oxirredução: prego e sulfato de cobre

§ espessamento da lâmina de cobre;

§ diminuição da cor azul da solução.


Esses dois fatos podem ser explicados pela semirreação
4. Cálculo da voltagem
de redução: O ΔE0 de uma pilha corresponde à diferença entre os po-
tenciais de redução e de oxidação das espécies envolvidas:
Cu2+(aq)  +  2 e–  → Cu(s)
solução      lâmina

O eletrodo em que ocorre a redução é o cátodo. ΔE0 = (E0red maior) – (E0red menor) ou
Pela análise dessas duas semirreações, é possível concluir ΔE0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)
que os elétrons fluem do circuito externo do eletrodo de
zinco para o eletrodo de cobre, isto é, os elétrons, uma vez
dotados de carga negativa, migram para o eletrodo posi-
tivo (polo positivo), que, nesse caso, é a lâmina de cobre.
Aplicação do conteúdo
A equação global dos processos ocorridos nessa pilha
pode ser obtida pela soma das duas semirreações: 1. Sabendo que o cobalto pode ceder elétrons espon-
taneamente para os íons Au3+ e considerando a pilha:
ânodo: Zn → Zn2+(aq) + 2e–
Co0 | Co2+ || Au3+ | Au0
cátodo: Cu + 2e → Cu(s)
2+ –

Responda às seguintes perguntas:


reação global: a) Qual é a reação global do processo? Quais as se-
Zn(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s) mirreações?
b) Quem se oxida? Quem se reduz?
c) Qual é o eletrodo positivo e o cátodo? Qual é o
O zinco vai A concentração O ZnSO4 formado negativo e o ânodo?
O Cu
sendo gasto da solução de pela reação d) Em que sentido fluem os elétrons pelo fio?
depositou-se
(corroído). CuSO4 vai aumentou a e) Qual eletrodo será gasto? Qual terá sua massa
sobre a
diminuindo. concentração da chapa aumentada?
solução de ZnSO4. de cobre, f) Qual das duas soluções vai se diluir? Qual vai se
aumentando concentrar?
sua massa.
g) Quais os íons em trânsito na solução? Em que sentido?

Resolução:
3. Representação da pilha a) reação global: 3 Co0 + 2 Au3+ → 3 Co2+ + 2 Au0

Representa a Ponte Salina Semirreações:


Zn(s) / Zn || Cu / Cu(s)
}

2+ 2+
(aq) (aq) 3 Co0  →  3 Co2+ + 6 e–
2 Au3+ + 6 e–  →  2 Au0
Lado esquerdo Lado direito
Ânodo Cátodo b) O Co0 se oxida; o Au3+ se reduz.
Polo - Polo + c) Cátodo é o Au0; ânodo é o Co0.
Oxidação Redução d) Os elétrons fluem pelo fio externo do Co para o Au.

30
e) O Co0 será gasto; portanto, a massa do eletrodo de Pode-se afirmar que esse novo potencial:
ouro será aumentada.
a) permaneceu constante;
f) A solução de Au3+ se diluirá; a solução de Co2+ será
concentrada. b) aumentou;
g) Cátions Co2+ vão em direção ao eletodo de ouro c) diminuiu;
(Au0); Au+3 e o ânion que o acompanha vão em di- d) ficou zero;
reção oposta.
e) não pode ser calculado.
2. Considere o esquema a seguir, que representa uma pi-
lha formada de metal cobre em solução aquosa de sulfato Resolução:
de cobre e metal cádmio em solução de sulfato de cádmio.
A pilha é um gerador químico e, dependendo da sua com-
Voltímetro (ddp) posição, pode ocorrer uma diferença de potencial (ddp).
Como todo gerador, à medida que a pilha vai sendo utiliza-
Ponte salina (KCℓ(aq)) da, o seu ddp vai diminuindo até a capacidade de um dos
Ânodo Cátodo
Cd
Cu eletrodos se esgotar.
A ddp de uma pilha depende de vários fatores, como:

§ Concentração – No início do funcionamento da


pilha, a concentração de íons na solução é maior e,
Cd2+ Cu2+
por isso, a capacidade da outra espécie química de
doar elétrons é a máxima. No entanto, com o tempo,
a concentração desses íons vai diminuindo e a ddp
Uma tabela fornece a informação de que os potenciais diminui gradativamente;
padrões de redução do Cu2+ e do Cd2+ são, respectivamen-
te, +0,34 V e –0,40 V, e que a prata é um elemento mais § Temperatura – A elevação da temperatura aumenta
nobre do que o cobre. Assinale a opção que mostra a or- a velocidade das reações, provocando variações na ddp
dem decrescente de facilidade de oxidação dos três metais da pilha.
citados e a diferença de potencial (ddp) da pilha indicada Quando são adicionados cristais de CuSO4 na respectiva
na figura. solução, aumenta a concentração dos íons Cu2+. Com isso,
a) Cu > Ag > Cd; –0,74 V. o potencial do cobre aumenta e é mantido por mais tem-
b) Cd > Cu > Ag; +0,74 V. po nesse valor, antes de começar a diminuir. Esse fato tem
c) Ag > Cu > Cd; -0,06 V. como consequência o aumento da ddp da pilha e maior
d) Cd > Cu > Ag; +0,06 V.
tempo de utilização da pilha até o ddp zerar.
e) Ag > Cd > Cu; –0,74 V.
Alternativa B
Resolução:

Como a prata é mais nobre, isto é, reduz com mais facilida-


de do que o cobre, e pelos valores dos potenciais padrões 5. Pilha ou célula de combustível
de redução, tem-se que a ordem decrescente de facilidade
Diferentemente das pilhas descritas anteriormente, que
de oxidação dos metais é: Cd > Cu > Ag.
são dispositivos de armazenamento de energia elétrica, as
Calculando o potencial da pilha, segue que: pilhas de combustão são dispositivos de conversão con-
ΔE = Eºmaior – Eºmenor tínua de energia química em energia elétrica. De modo
geral, o raciocínio é simples: a queima dos combustíveis
ΔE = 0,34 – (–0,40) produz energia.
ΔE = +0,74V.
​ 1 ​ O → H2O + calor
H2 + __
2 2
Alternativa B
CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O + calor

3. Uma pilha de Daniell opera em condições padrões óleo combustível + O2 → CO2 + H2O + calor
com soluções aquosas de ZnSO4 e CuSO4, com diferença
de potencial nos terminais de ΔEº. Cristais de CuSO4 são
adicionados na respectiva solução, alterando o poten- Quando esse calor (energia) obtém um rendimento da or-
cial para ΔE, na mesma temperatura. dem de 40%, ele pode ser usado em usina termoelétrica

31
para produzir eletricidade. Considerando que as combustões A acidez também influi no caráter oxirredutor da água.
são reações de oxirredução, o objetivo das pilhas de combus- De acordo com o princípio de Le Chatelier, um aumento
tão é obter a energia liberada pela combustão diretamente da [H+] deslocará o equilíbrio no sentido do H2O, dimi-
na forma de energia elétrica, o que eleva o rendimento para nuindo, portanto, o teor de oxigênio na água.
cerca de 55%.
Na área da odontologia, reações de oxirredução e fenô-
Pilhas desse tipo foram usadas nas espaçonaves Gemini e menos de formação de pilhas também geram consequên-
Apolo e nos ônibus espaciais. Elas funcionam pela reação de
cias importantes. O amálgama usado em obturações, por
combustão entre o hidrogênio e o oxigênio, produzindo água.
exemplo, é preparado da seguinte maneira: mistura-se 1
e– parte de mercúrio com 1 parte de uma liga em pó con-
ânodo cátodo tendo prata, estanho, cobre e zinco; em poucos segundos,
o amálgama torna-se suficientemente maleável para ser
H2
moldado na obturação; em mais alguns minutos, ele se so-
O2
lidifica o suficiente para suportar a mastigação dos alimen-
eletrodos de tos. Com esse tipo de obturação, é possível que alguém, ao
carbono (grafite)
contendo catalisadores morder acidentalmente um pedaço de papel de alumínio,
2H+
H2(excesso) metalíticos usado para embrulhar bombons e chocolates, sinta um
H 2O choque no dente.
solução aquosa
Esse fenômeno ocorre porque o alumínio fecha o circuito
quente de KOH
de uma pilha e provoca reações do tipo:

2 Aℓ0 + 3 Sn2+ + 9 Ag → 2 Aℓ3+ + 3 Ag3Sn


As pilhas de combustíveis apresentam três compartimen-
tos separados uns dos outros por eletrodos porosos e Nessa reação, o alumínio é o ânodo, o amálgama é o cáto-
inertes. O H2 é injetado num compartimento, e o O2, em do, e a saliva funciona como solução eletrolítica. A corrente
outro. Esses gases difundem-se pelos eletrodos e reagem elétrica gerada atinge o nervo do dente, provocando a sen-
com uma solução eletrolítica de caráter básico contida no sação de choque.
compartimento central. Os eletrodos são inertes, formados O uso de metais ou ligas metálicas diferentes em dentes
de grafita e impregnados de platina. As semirreações que vizinhos pode também causar a formação de pilhas. Nesse
ocorrem são:
caso, não só o paciente pode sentir choques na boca, mas
no cátodo: O2 + 4 H+ + 4 e- → 2 H2O também a corrosão das próprias restaurações odontológi-
no ânodo: 2 H2 →  4 H+ + 4 e- cas pode ser mais rápida.
________________________________________
reação global: 2 H2 + O2 → 2 H2O

6. As reações de oxirredução
e os fenômenos biológicos multimídia: site
As formas de vida vegetal e animal na água dependem do
caráter oxidante ou redutor dela, que é dado pela equação:
mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/qual-e-a-
O2 + 4 H+ + 4 e– → 2 H2O diferenca-entre-a-pilha-comum-e-a-alcalina/

O E0 da água varia aproximadamente de +0,3 V (para a


água aerada) a –0,6 V (para a água com pouco ar). Quanto
maior for o valor de Eº, mais oxidante será o meio aquoso.

32
VIVENCIANDO

A Estátua da Liberdade não era originalmente verde. A escultura tem uma camada externa bem fina feita de cobre
que, apesar de ter a espessura de apenas duas moedinhas de um centavo, é bem forte. Para se ter uma ideia da
dimensão da estátua, o cobre utilizado seria suficiente para fazer 30 milhões de moedas.
O cobre não é verde, mas você já viu aquelas moedas de um centavo antigas que ficavam meio esverdeadas com
o tempo? Não acontecia com as que estavam em uso porque elas iam sendo polidas dentro do bolso, da carteira,
etc. Isso porque o cobre sofre um processo de oxidação quando exposto ao oxigênio do ar e da água, quando uma
reação química desenvolve uma crosta geralmente esverdeada em um processo chamado pátina.
Obviamente, o processo era conhecido pelos responsáveis pelo projeto, mas não foi uma preocupação porque a oxi-
dação não gera danos à estrutura. Pelo contrário, a camada verde/azul protege o cobre do processo de corrosão. De
qualquer maneira, é interessante pensar que a estátua foi mudando de cor aos poucos até chegar à sua estética atual
– o processo demorou cerca de trinta anos.

Cartão postal da Estátua da Liberdade, em 1900 – Foto: Detroit Photographic Company

Em 1786, o anatomista italiano Luigi Galvani (1737-1798) dissecou uma rã sobre sua mesa, na qual se encontrava
uma máquina eletrostática. Galvani observou contrações nos músculos do animal no momento em que seu assisten-
te, por acaso, tocou com a ponta de seu bisturi no nervo interno da coxa da rã. Ou seja, isso acontecia no momento
em que os tecidos da rã eram tocados por dois metais diferentes.
Galvani passou a defender, a partir de tal momento, uma teoria que tentava explicar esse fato: a teoria da
“eletricidade animal”. Segundo ele, os metais eram apenas condutores da eletricidade, que, na realidade, estaria
contida nos músculos da rã.
Entretanto, sua teoria estava errada e isso foi constatado pelo físico italiano Alessandro Volta (1745-1827), que
realizou vários experimentos e notou que, quando a placa e o fio eram constituídos do mesmo metal, as convulsões
não apareciam, mostrando que não havia fluxo de eletricidade. Assim, ele passou a defender o conceito (correto)
de que a eletricidade não se originava dos músculos da rã, mas sim dos metais e que os tecidos do animal é que
conduziam essa eletricidade.
Para provar que estava correto, Volta fez um circuito formado por uma solução eletrolítica, ou seja, uma solução com
íons dissolvidos, que ele chamava de condutor úmido ou condutor de segunda classe, colocados em contato com dois
eletrodos metálicos. Esses últimos, Alessandro Volta designava de condutores secos ou condutores de primeira classe.
Ele fez isso por colocar um condutor úmido (que era uma solução aquosa salina) entre dois condutores secos (que eram
metais ligados por um fio condutor). Nesse momento, ele observou que se despertava o fluxo elétrico. Ele passou a
entender também que, dependendo dos metais que ele utilizava, o fluxo da corrente poderia ser maior ou menor. Desse
modo, podemos admitir que a ideia do que é uma pilha já estava sendo entendida e explicada por Volta.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/historia-das-pilhas.htm>.

33
DIAGRAMA DE IDEIAS

TAMBÉM
PILHA CHAMADA DE CELA
ELETROQUÍMICA

ONDE ONDE
OCORRE HÁ
OXIRREDUÇÃO CELA CELA OXIRREDUÇÃO
ESPONTÂNEA GALVÂNICA ELETROLÍTICA NÃO
ESPONTÂNEA
USADA FORMADA
PARA POR DUAS É
GERAÇÃO DE FORÇADA PELA
SEMICELAS
CORRENTE CORRENTE
ELÉTRICA ELÉTRICA
UMA
ATUA
COMO
ÂNODO CÁTODO

ONDE ONDE
OCORRE OCORRE

SEMIRREAÇÃO SEMIRREAÇÃO
DE OXIDAÇÃO DE REDUÇÃO

QUE É QUE É

POLO POLO
NEGATIVO POSITIVO

POIS POIS

DOA RECEBE
ELÉTRONS ELÉTRONS

PARA A DA
PONTE
METÁLICA
DO CIRCUITO

ONDE
HÁ FLUXO DE CORRENTE
ELÉTRONS ELÉTRICA

34
Trata-se de uma reação espontânea, extremamente fácil e
AULAS 43 e 44 violenta, uma vez que permite ao sódio e ao cloro atingi-
rem a configuração eletrônica estável.
Como sempre, o fenômeno também pode ser traduzido por
duas semirreações:

o sódio perde um elétron:


ELETROQUÍMICA: Na → Na+ + e– (oxidação do Na);

ELETRÓLISE ÍGNEA o cloro ganha esse elétron:


Cℓ + e– → Cℓ- (redução do Cℓ);

A espontaneidade dessa reação pode ser confirmada


pelo cálculo de sua fem, com o auxílio da tabela dos po-
tenciais padrão de eletrodo: ΔE0 = 4,07 V. Evidentemen-
COMPETÊNCIAS: 3, 5, 6 e 7 te, a reação inversa não será espontânea, porque essa
reação é a eletrólise.
HABILIDADES:
8, 17, 18, 21, 24, 25, 26
e 27 A reação inversa só vai ocorrer “à força”, uma vez que vai
gastar energia para “arrancar” um elétron do Cℓ– e levá-lo
“de volta” ao Na+. Isso significa forçar o elétron a “subir”
na tabela dos potenciais, do cloro ao sódio, o que vai exigir
1. Eletrólise uma voltagem superior a 4,07 V. É o que está esquemati-
zado na figura a seguir.
Nesta aula, será estudado um fenômeno inverso ao que
ocorre na pilha. Trata-se de um fenômeno em que a corrente
elétrica provoca uma reação de oxirredução: a eletrólise (do
grego: elektron, “eletricidade”, e lysis, “decomposição”).

Eletrólise é a reação de oxirredução provocada por


corrente elétrica.

A eletrólise possui muitas aplicações práticas. Entre as mais


importantes, está a produção de:

§ metais, como Na, K, Mg, Aℓ; 1.2. Como é realizada a eletrólise?


§ não metais, como Cℓ2 e F2; e A eletrólise é realizada com o auxílio de um circuito elétrico,
composto de um gerador elétrico que vai fornecer a energia
§ NaOH.
e de um recipiente denominado célula (ou cuba) eletrolítica.
Com a eletrólise também se realiza a deposição de finas
películas de metais sobre peças metálicas ou plásticas, téc- Fonte de corrente contínua
nica chamada de galvanização, cujos casos mais comuns
são os de deposição de cromo (cromagem), de níquel (ni-
quelagem) e de prata (prateação). Com isso, as peças se
tornam mais brilhantes, bonitas e valiosas, além de resisti-
rem melhor à corrosão.

1.1. Princípios da eletrólise ´ ^

Considere a seguinte reação:


É importante observar que o gerador não pode criar nem
e–
destruir elétrons; ele apenas “injeta” elétrons no circuito
por seu polo negativo e “aspira” um número idêntico de
Na + Cℓ → NaCℓ elétrons por seu polo positivo.

35
Assim: cátodo e polo (–) (redução): 2 Na+ + 2 e– → 2 Na
a) caso não exista um eletrólito na célula, a corrente
ânodo e polo (+) (oxidação): 2 Cℓ → Cℓ + 2 e
– –
elétrica não passará; e 2
_________________________________________________________________
b) caso exista um eletrólito, cada um de seus íons
migrará para o eletrodo de sinal contrário ao seu e lá reação global (eletrólise): 2 Na+ + 2 Cℓ– → 2 Na + Cℓ2
perderá ou ganhará elétrons; fato esse que causará:
§ passagem de corrente elétrica; e A partir da análise da reação global, é possível concluir que
a eletrólise ígnea do cloreto de sódio produz sódio metálico
§ alterações químicas nos íons.
(Na) e gás cloro (Cℓ2), duas substâncias puras indispensá-
Para que tudo isso ocorra, é necessário que: veis na indústria química.
a) a corrente elétrica seja contínua e a voltagem sufi-
ciente para provocar a eletrólise; e Lembre-se: polo positivo “atrai” ânions e polo negativo
b) os íons tenham “liberdade de movimento”: “atrai” cátions.
§ por fusão, ou seja, a substância a ser eletrolisada deve
estar em estado líquido (eletrólise ígnea); ou 2.1. Aplicações da eletrólise
§ por dissolução em um “solvente ionizante”, em geral a ígnea na indústria
água (eletrólise aquosa). Anualmente, a eletrólise ígnea é muito utilizada no pre-
paro de milhões de toneladas de metais que não existem
2. Eletrólise ígnea isolados na natureza (como lítio, sódio, potássio, magnésio,
alumínio, etc.) e que servem como matéria-prima para a
fabricação de medicamentos, alimentos, produtos têxteis
Na eletrólise ígnea, a substância pura está em esta- e derivados do petróleo. Esse processo é realizado a partir
do líquido (fundida), sem que haja água no sistema. da neutralização das cargas dos íons para se obter as subs-
tâncias simples.
Um exemplo desse tipo de eletrólise é a que ocorre com o clo-
reto de sódio (NaCℓ), em que são utilizados eletrodos de plati- 2.1.1. Produção do sódio metálico
na, que são inertes, isto é, não reagem nas condições utilizadas. A obtenção do sódio metálico é feita pela eletrólise ígnea
Cátodo Ânodo do cloreto de sódio (NaCℓ). O composto é aquecido até
801 °C aproximadamente, para que a eletrólise comece.
Além do sódio, obtém-se gás cloro, que é usado no tra-
tamento de água, na produção de PVC e na produção de
Na+()
compostos orgânicos como CCℓ4, CHCℓ3, etc.
C–()
A célula da eletrólise ígnea do NaCℓ tem de ser fechada e
NaC (fundido)
isenta de ar (contém O2) e umidade, pois a água pode reagir
^
violentamente com sódio metálico, podendo causar acidentes.
Fusão do cloreto de sódio: NaCℓ(s) → Na+ (ℓ) + Cℓ– (ℓ)
C2 gasoso

§ Os cátions movimentam-se em direção ao cátodo e


NaC
sofrem descarga elétrica (reação catódica).

§ Os ânions movimentam-se em direção ao ânodo e so-


NaC Fundido
frem descarga elétrica (reação anódica). Na Fundido

Na Fundido
As semirreações que ocorrem nos eletrodos são: Cátodo de aço
cilíndrico
2 Na+() + 2 e- 2 Na ()

– Na+ + e– → Na + 2 Cℓ– → Cℓ2 + 2 e– Tela de ferro

Cátodo Ânodo
Ânodo de grafite
(Redução) (Oxidação) 2 C- () C2(g) + 2 e-

Uma célula de eletrólise para a produção comercial de sódio metálico e


Estabelecida a igualdade entre o número de elétrons perdi- cloro gasoso a partir de NaCℓ fundido.
O sódio líquido flutua no topo do material fundido acima do cátodo e é
dos e o número de elétrons recebidos, e somadas as semir- drenado para um tanque de armazenamento.
reações, obtém-se a reação global da eletrólise: O gás cloro é recolhido acima do ânodo.

36
Eletrodos de
grafite (ânodo)

Fe
(cátodo)
Bolhas de
multimídia: vídeo gás
Fonte: Youtube carbônico Aℓ(ℓ)
Fabricação e obtenção do alumínio
Mistura fundida de Aℓ(ℓ)
criolita e alumina
Célula de eletrólise para a produção de alumínio metálico.
2.1.2. Produção do alumínio metálico
O recipiente de aço atua como cátodo, em que ocorre a re-
O alumínio é um metal bastante utilizado em estruturas e dução dos cátions alumínio, e eletrodos de carbono atuam
em objetos de vários setores da sociedade, como na cons- como ânodos, em que há a oxidação dos ânions oxigênio;
trução civil, nos transportes, em eletroeletrônica, na indús- esse gás oxigênio formado reage com o carbono do eletro-
tria petroquímica e metalúrgica, etc. do e forma o gás carbônico.
O alumínio formado permanece no estado líquido, porque o seu
ponto de fusão é menor que o da mistura “criolita + alumina”,
sendo igual a 660 °C. No entanto, como sua densidade é
maior que a densidade da mistura, ele desce para o fundo
do recipiente, onde é coletado por escoamento.

Aplicação do conteúdo
1. Com relação à eletrólise ígnea do iodeto de magnésio,
MgI2, indique:
a) A semirreação de redução.
b) A semirreação de oxidação.
Minério de bauxita c) A reação global.
d) A substância produzida no cátodo.
O alumínio não aparece na sua forma elementar na natu-
reza, apenas combinado com outros elementos formando e) A substância produzida no ânodo.
compostos como os minérios. O principal minério que pos- Resolução:
sui o alumínio é a bauxita, que contém óxido de alumínio
hidratado (Aℓ2O3 · xH2O) e diversas impurezas. As semirreações que ocorrem são:
Antigamente, o processo realizado para se obter o alumí- Onde ocorre Reação
nio a partir da alumina (Aℓ2O3) da bauxita era caro e ine-
ficiente. Além do mais, a alumina possui ponto de fusão Cátodo Mg2+ + 2 e– → Mg0
em cerca de 2.000 °C, uma temperatura muito elevada.
Ânodo 2 I- → I2 + 2 e–
Contudo, o norte-americano Charles M. Hall (1863-1914)
e o francês Paul Héroult (1863-1914) descobriram que a Global Mg2+ + 2 I– → Mg0 + I2
criolita (Na3AℓF6) atua como fundente da alumina, ou seja,
a criolita consegue baixar o ponto de fusão da alumina a) Semirreação de redução do magnésio:
para cerca de 1.000 °C. Esse método é chamado de Pro- Mg2+ + 2 e– → Mg0
b) Semirreação de oxidação do iodo:
cesso Hall-Héroult ou simplesmente de Processo Hall.
2 I– → I2 + 2 e–
O processo Hall-Héroult consiste em colocar a mistura fun- c) A reação global é:
dida da alumina com a criolita (Aℓ2O3 + Na3AℓF6) num re- Mg2+ + 2 I– → Mg0 + I2
cipiente feito de ferro ou de aço com eletrodos de carbono d) A substância produzida no cátodo é o Mg0.
mergulhados nessa mistura. e) A substância produzida no ânodo é o I2.

37
2. Analise as seguintes afirmações a respeito da eletró- 4. (Unitau) Assinale a alternativa incorreta:
lise ígnea do CaF2 e indique a única que está incorreta: a) Eletrólise ígnea é a reação química provocada pela
a) A redução ocorre no polo negativo com formação passagem de corrente elétrica através de um compos-
de cálcio. to iônico fundido.
b) A oxidação ocorre no polo positivo com formação b) Eletrólise aquosa é a reação química provocada
de gás flúor. pela passagem de corrente elétrica por meio de uma
c) O cálcio deposita-se no cátodo. solução aquosa de um eletrólito.
d) O gás flúor deposita-se no cátodo. c) Com a eletrólise podemos produzir substâncias na
e) O gás flúor deposita-se no ânodo. indústria química como a soda cáustica e hipocloritos.
d) A ddp negativa indica que a reação é espontânea
Resolução: e que poderá ser usada para gerar corrente elétrica.
e) Na eletrólise de uma solução aquosa de KI, o íon
A reação da eletrólise ígnea do CaF2 é: iodeto, quando volta a ser átomo, perde um elétron.
CaF2(ℓ) → Ca(ℓ) + F2(g)
Resolução:
A redução do cálcio ocorre no cátodo (polo negativo) e a
a) Correta. Na eletrólise ígnea, funde-se o composto
oxidação do flúor ocorre no ânodo (polo positivo). Assim,
iônico primeiro para depois passar uma corrente elé-
as alternativas estão: trica através de eletrodos.
a) Correta, a redução ocorre no polo negativo com b) Correta. Na eletrólise aquosa, passa-se corrente
formação de cálcio metálico. elétrica numa solução aquosa contendo íons.
b) Correta, a oxidação ocorre no polo positivo com c) Correta. Podem ser produzidos soda cáustica
formação de gás flúor. (NaOH) pela eletrólise aquosa de NaCℓ e hipocloritos
c) Correta, o cálcio é formado no cátodo. pela reação entre gás cloro com água ou com soda
d) Incorreta, pois o flúor é formado no ânodo. cáustica em meio aquoso.
e) Correta, o flúor é formado no ânodo. d) Incorreta. A ddp negativa indica que a reação não
é espontânea e tem de fornecer corrente elétrica para
Alternativa D
que a reação ocorra.
3. Qual é a reação que ocorre no ânodo da eletrólise e) Correta. Cada íon perde um elétron quando o iode-
ígnea do NaOH, sabendo-se que o OH– descarrega-se e to sofre oxidação formando iodo molecular.
produz água e oxigênio?
Alternativa D
a) 2 OH– → H2 + ½ O2 + 2 e–.
b) 2 OH– → H2O + ½ O2 + 2 e–.
c) 3 OH– → CO2 + ½ O2 + 1 e–.
d) 2 Na+ + 2 e– → 2 Na.
e) 2 Na+ + 2 OH– → H2O + ½ O2 + 2 Na.
Resolução:
Sabendo que no cátodo ocorre a redução e no âno-
do ocorre a oxidação, segue que:

Onde ocorre Reação


Cátodo 2 Na + 2 e– → 2 Na0
+

Ânodo 2 OH → H O + 1 ​ O
2
​   + 2 e
2 2

2 Na + 2 OH– →
+
Global
​ 1 ​ O2
2 Na0 + H2O + __
2
Assim, a reação que ocorre no ânodo é:
2 OH– → H2O + __ ​ 1 ​ O + 2 e–
2 2
Alternativa B

38
VIVENCIANDO

A obtenção do alumínio é um processo caro e, por isso, é economicamente importante reciclar latas de alumínio. Sua
obtenção começa pela bauxita, de onde é retirada a alumina que, por meio do processo de redução, é transformada
em alumínio. A produção é constituída por uma série de reações químicas. Até mesmo a bauxita é formada por um
processo químico natural, proveniente da infiltração de água em rochas alcalinas em decomposição. Esse minério
pode ser encontrado próximo à superfície com uma espessura média de 4,5 metros. Sua extração é geralmente
realizada a céu aberto com o auxílio de retroescavadeiras. Antes de iniciar a mineração da bauxita, é necessário ter
o cuidado de remover a terra fértil sobre as jazidas, juntamente com a vegetação, e reservá-la para o futuro trabalho
de recomposição do terreno. Esse trabalho, que acontece após a extração, é muito importante para a preservação
do meio ambiente.
Depois de minerada, a bauxita é transportada para a fábrica, onde chega ainda em seu estado natural. Lá, é iniciada
a primeira de muitas reações químicas. A bauxita é moída e acrescida de uma solução de soda cáustica, que a trans-
forma em pasta. Aquecida sob pressão e recebendo novas quantidades de soda cáustica, essa massa se dissolve e
forma uma solução que passa por processos de sedimentação e filtragem. Nessa etapa, são eliminadas todas as
impurezas e a solução restante fica pronta para que dela seja extraída a alumina. Em equipamentos chamados de
precipitadores, a alumina contida na solução é precipitada pelo processo de ”cristalização por semente”. O material
resultante precisa ser lavado e seco por aquecimento. Assim, é obtido o primeiro estágio da produção de alumínio: a
alumina, que se apresenta sob a forma de pó branco e refinado, de aspecto semelhante ao açúcar. Nessa fase, o pro-
cesso químico denominado Bayer é o mais utilizado. Nele, a bauxita é dissolvida em soda cáustica e, posteriormente,
filtrada para separar todo o material sólido, concentrando-se o filtrado para a cristalização da alumina. Esses cristais
são secos e calcinados a fim de eliminar a água. Então, a alumina é finalmente transformada em alumínio por meio
de um processo de eletrólise.
Disponível em: <www.ufpa.br/getsolda/docs_graduacao/Trab_obt_aluminio.pdf>.
O Brasil é um dos maiores produtores de alumínio do mundo e uma das maiores reservas gemológicas do planeta.
Um dos principais minerais presentes é a bauxita. Para a produção de metais em geral, há sempre um impacto
ambiental envolvido, principalmente em relação ao solo e às matas. Três características do solo são principalmente
afetadas com a degradação: perda da camada superficial, alteração da estrutura e perda da matéria orgânica. A
extração de minério, a exemplo de algumas outras atividades de exploração de recursos da natureza, causa o ônus,
evidenciando em seus canteiros de obras um rastro da intensa alteração do ambiente, tanto com referência à paisa-
gem local como em profundidades física e temporal. Os solos das áreas degradadas pela extração de bauxita cos-
tumam ter como característica níveis baixos de nutrientes e apresentam propriedades físico-químicas diferenciadas,
quando comparadas ao solo original. A exploração da bauxita gera derrogação da vegetação, realizando alterações
radicais na paisagem, o que prejudica todo o ecossistema. No processo de identificação dos impactos ambientais,
é preciso levar em conta que todos os trabalhos envolvendo mineração possuem relação direta com escavação e
movimentação de terra. Resultante dessas atividades estão o desflorestamento, a mudança da superfície topográfica
da paisagem, a destruição ou deterioração das camadas superficiais do solo, a instabilização de encostas e terrenos
em geral, a erosão e o assoreamento.

39
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais,
energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.

A reutilização de produtos naturais tem sido uma das principais preocupações do século XXI. Com matérias-pri-
mas cada vez mais escassas, foi necessário começar a pensar mais em fontes renováveis e, consequentemente,
as ciências da natureza se encarregaram de tornar possível novos processos para a preservação desses materiais.

MODELO 1
(Enem) A obtenção do alumínio dá-se a partir da bauxita (Aℓ2O3∙3H2O), que é purificada e eletrolisada numa
temperatura de 1.000 ºC. Na célula eletrolítica, o ânodo é formado por barras de grafita ou carvão, que são
consumidas no processo de eletrólise, com formação de gás carbônico, e o cátodo é uma caixa de aço coberta
de grafita.
A etapa de obtenção do alumínio ocorre no:
a) ânodo, com formação de gás carbônico;
b) cátodo, com redução do carvão na caixa de aço;
c) cátodo, com oxidação do alumínio na caixa de aço;
d) ânodo, com depósito de alumínio nas barras de grafita;
e) cátodo, com fluxo de elétrons das barras de grafita para a caixa de aço.

ANÁLISE EXPOSITIVA
A etapa de obtenção do alumínio ocorre no cátodo, com fluxo de elétrons das barras de grafita (ânodo)
para a caixa de aço (cátodo).

RESPOSTA Alternativa E

40
DIAGRAMA DE IDEIAS

CELA ELETRÓLISE
ELETROQUÍMICA

PODE CHAMADA
SER ONDE
OCORRE OXIRREDUÇÃO
CELA
NÃO
ELETROLÍTICA
ESPONTÂNEA
TEM
É
MEIO CONDUTOR
IÔNICO FORÇADA PELA
CORRENTE
PODE
ELÉTRICA
SER

SUBSTÂNCIA
IÔNICA FUNDIDA
(DERRETIDA)

NESSE CASO
É UMA

ELETRÓLISE
ÍGNEA

41
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O assunto mais recorrente está relacionado com O tema de transesterificação e saponifi-


toda a parte ecológica. Por conta disso, o tema cação é amplamente cobrado devido a
de transesterificação e saponificação é muito sua correlação com a parte ecológica. É
relevante, sendo necessário entender como se relevante entender muito bem as diferenças
dá a produção de biodiesel e processos de das reações, assim como suas aplicações e
reciclagem de gordura. benefícios ambientais.

Transesterificação e saponificação são os tópicos Os conteúdos que abordam as reações de Os temas mais abordados são referentes às
principais abordados. É importante entender suas transesterificação e saponificação são de gran- reações de transesterificação e saponificação,
aplicações, como elas ocorrem e a importância de relevância, já que tratam de assuntos que pois envolvem alguns conceitos de Química
que essas reações têm frente ao ideal ecológico. envolvem algumas áreas da Química verde. verde, a qual é cobrada cada vez mais em
diversos vestibulares.

Os temas mais tratados são aqueles relacio- Os tópicos relacionados às reações de oxirre- Os temas de transesterificação e sapo- As reações orgânicas de oxirredução exigem
nados à Química orgânica, logo, é essencial dução são cobrados de maneira bem direta. Já nificação são cobrados de tal maneira que o aluno compreenda as diferenças nos
entender as reações de oxirredução, suas os assuntos relacionados à transesterificação e que exigem fundamentos baseados nas processos de oxidação e redução, assim
diferenças e aplicações no cotidiano. saponificação exigem conhecimentos referen- diferenças e aplicações práticas. como suas aplicações no cotidiano.
tes às suas diferenças, aplicações e métodos
de obtenção.

UFMG

É relevante entender os diferentes tipos de É comum que sejam cobradas as diferenças Os assuntos que abordam as reações de tran-
reações orgânicas que envolvem oxirredução, que existem nas reações de oxirredução, sesterificação e saponificação são cobrados
porém, é importante também que se entenda porém, torna-se necessário compreender a de modo a identificar as diferenças entra cada
as reações de transesterificação e saponifica- importância das reações de transesterificação reação, assim como suas diferentes aplicações
ção, principalmente suas diferenças. e saponificação. e obtenções.

O tópico que aborda as reações orgânicas Transesterificação e saponificação são As reações orgânicas de oxirredução são
de oxirredução é cobrado de maneira bem assuntos com alta incidência. Por isso, cobradas de maneira bem direta, porém, os
sucinta, porém, é necessário compreender as é necessário entender suas diferenças, temas que abordam transesterificação e sapo-
informações dadas para identificar de maneira reconhecer os padrões das reações e suas nificação exigem o domínio das diferenças e
correta cada tipo de reação. aplicações. aplicações de cada uma das reações.
QUÍMICA ORGÂNICA

43
AULAS 35 e 36

REAÇÕES DE
SUBSTITUIÇÃO EM
AROMÁTICOS E DE Nesse caso, forma-se um produto na posição meta.

ELIMINAÇÃO
1.1.1. Grupos orto-para-dirigentes
Facilitam a reação e orientam a entrada de um segundo
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 grupo para as posições orto e para. É o caso, por exemplo,
do grupo CH3 (metil) no tolueno (metil-benzeno):
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27

1. Reações de substituição
em aromáticos
1.1. Dirigência em aromáticos Outro exemplo: monobromação do fenol

Caso exista um grupo (G) ligado ao anel benzênico, ele in-


fluirá em todas as substituições aromáticas. Ocorrerão duas
situações bem distintas.

Principais grupos orto-para-dirigentes


– NH2 ; – OH; – OCH3 ; – CH3 , – CH2 – CH3 … ;
O primeiro substituinte (átomo ou grupo de átomos) de um radicais alquila
hidrogênio do anel benzênico deve orientar a posição na
F, Cℓ, Br, I
qual ocorrerá a segunda substituição. halogênios

Esse primeiro substituinte (G) será denominado grupo diri-


gente e poderá ser de dois tipos: Apresentam regularmente um átomo ou um grupo de
átomos unidos apenas por ligações simples.
Os grupos orto-para-dirigentes permitem no máximo
três substituições no núcleo (anel) benzênico: duas na
posição orto e uma na posição para.

1.1.2. Grupos meta-dirigentes


Nesse caso, formam-se dois produtos: um na posição Dificultam a reação e orientam a entrada de um segundo
orto e outro em para. grupo para a posição meta. É o caso, por exemplo, do gru-
po COOH (carboxila) no ácido benzoico:

44
ácido m-nitrobenzoico
2. Reações de eliminação
Em geral, uma reação de eliminação é o inverso de uma
Principais grupos meta-dirigentes
reação de adição. É necessário o uso de uma substância
– NO2 ; – SO3H ; – COOH ; – CHO ; – CN (agente) que remova os átomos desejados. O produto
orgânico obtido será uma molécula insaturada.
São grupos de átomos em cuja estrutura há pelo me-
nos uma ligação dupla, tripla ou dativa.

Exemplo molécula saturada       molécula insaturada

2.1. Reações importantes


a) Remoção de haleto de magnésio realizada com
magnésio metálico:

1.2. Reações fora do anel benzênico


haleto orgânico alceno haleto de magnésio
Um hidrocarboneto benzênico (aromático) é formado pelo
anel e por uma ou mais ramificações acíclicas e saturadas Nessa reação, o halogênio (X) será F, Cℓ, Br ou I.
(alquilas), ou seja, ramificações semelhantes às dos alcanos
Exemplos:
(observe a seguir o exemplo do tolueno). As reações no
anel foram vistas no item anterior. Br Br
Observe que as ramificações reagem como se fossem alcanos. Br
1,2-dicloro-etano eteno brometo de magnésio

1,2-dicloro-propano propeno cloreto de magnésio


tolueno
b) Desidratação intramolecular de alcoóis realizada
sob aquecimento, em presença de ácido sulfúrico,
Essa reação é idêntica à da cloração do metano e pode
poderoso agente desidratante:
prosseguir em presença de excesso de cloro:

calor
álcool alceno

Exemplos:
Por fim, observe uma diferença importante:

butan-2-ol but-2-eno

Observe que o hidrogênio é removido (juntamente com o gru-


(é uma substituição eletrofílica) po hidroxila, formando água) do carbono menos hidrogenado.

45
Nesse exemplo, R e R’ são grupos metil, etil, etc.
2-metil-ciclohexanol 1-metil-ciclohexeno
Exemplo:
Nas reações de eliminação em que há saída de HX (HCℓ, HBr,
H2O), dependendo do tamanho da cadeia, pode haver mais
de uma opção para a formação dos produtos. Um exemplo
etanol etanol etoxi-etano
é a eliminação de 2-bromobutano: teoricamente, ela poderia
formar tanto o 1-buteno quanto o 2-buteno, observe:

2 KOH
Álcool
2-bromobutano but-1-eno but-2-eno

Quando isso ocorrer, deve-se aplicar a regra de Zaitsev:

A regra de Zaitsev afirma que o produto majoritário


da reação é o alceno mais estável, ou seja, o alceno
multimídia: vídeo
mais substituído. Fonte: Youtube
O carbono escondido no açúcar (Superquímica)
Seguindo essa regra, o produto majoritário da reação
de eliminação do 2-bromobutano será o but-2-eno. Lem-
brando que, nas reações orgânicas, deve-se escrever so-
mente o(s) produto(s) majoritário(s), a não ser que o exer-
cício solicite todos os produtos. Assim:

KOH
Álcool
2-bromobutano but-2-eno

c) Desidratação intermolecular, em que a eliminação


multimídia: site
de água ocorre entre duas moléculas. O produto for-
mado é um éter:
super.abril.com.br/ciencia/por-que-ficamos-de-ressaca/

VIVENCIANDO

O trinitrotolueno (TNT) é um explosivo. Ele possui coloração amarela e sofre fusão a 81 °C. O TNT faz parte de diver-
sas misturas explosivas, como o amatol, uma mistura de TNT com nitrato de amônia. É preparado pela nitração do
tolueno (C6H5CH3), tendo a fórmula química C6H2CH3(NO2)3.
Na sua forma refinada, o trinitrotolueno é completamente estável e, ao contrário da nitroglicerina, é relativamente
insensível à fricção, impacto ou agitação. Isso significa que é necessário o uso de um detonador para provocar sua
explosão. O TNT não reage com os metais nem absorve a água, podendo ser armazenado por longos períodos de
tempo, ao contrário da dinamite.
O TNT é usado como base de uma grandeza escalar para medir a energia liberada em explosões (ver equivalente em
TNT), especialmente explosões nucleares, assim como hipotéticos eventos de impacto de asteroides, que liberariam
quantidades comparadas a milhares ou milhões de toneladas de trinitrotolueno.

46
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O abuso de bebidas alcoólicas causa muita sede no dia seguinte. Isso ocorre porque, quando o álcool é ingerido, a
tendência é de que a substância seja eliminada por meio da urina, podendo levar à desidratação do organismo. A
sede é uma resposta à necessidade corpórea de repor o líquido perdido.
Como é um composto prejudicial ao bom funcionamento das células, o álcool se torna altamente diurético. “Por isso,
o organismo tenta eliminá-lo de alguma forma“, explica o gastroenterologista da Fundação Riograndense Universi-
tária (Furg), Antônio Silva.
De acordo com o especialista, as bebidas com maior teor alcoólico agravam a desidratação. O médico afirma que
tomar água com a bebida diminui os efeitos da ressaca no dia seguinte.
“Ao tomarmos água intercalada com bebida, ajudamos o organismo a se hidratar. Ao mesmo tempo, bebemos
menos, pois reduzimos a capacidade do estômago de receber líquidos“.

2. (UFPE) Considere as seguintes reações orgânicas:


Aplicação do conteúdo
(A) HCCCH3 + H2 → H2CCHCH3
1. Na reação química representada pela equação a se- (B) CH3CH2Cℓ + OH- → CH2CH2 + Cℓ- + H2O
guir, forma(m)-se, preferencialmente, o(s) produto(s): (C) CH3COOCH2CH3 + H2O → CH3COOH + CH3CH2OH
(D) C6H6 + HNO3 → C6H5NO2 + H2O
É correto afirmar que:
I. ( ) A reação A é uma hidratação.
II. ( ) A reação B é uma substituição.
III. ( ) A reação C é uma hidrólise.
IV. ( ) A reação D produz um composto alifático.
V. ( ) Na reação B, o comprimento da ligação carbo-
no-carbono é alterado.
a) 1,2-dibromo-3-metil-benzeno.
b) 1-bromo-2-metil-benzeno e 1-bromo-3-metil-benzeno. Resolução:
c) 1-bromo-benzeno. A. Reação de hidrogenação parcial.
d) 1-bromo-2-metil-benzeno e 1-bromo-4-metil-benzeno. B. Reação de eliminação.
C. Reação de hidrólise de éster.
Resolução:
D. Reação de nitração (substituição) do benzeno.

Como a reação ocorre na ausência da luz, a substituição A partir disso, segue que:
ocorrerá no núcleo e não na cadeia carbônica. Como o I. Falso, pois a reação é de hidrogenação parcial.
grupo metil é orto-para-dirigente, serão formados dois pro- II. Falso, pois a reação é de eliminação.
dutos diferentes: III. Verdadeiro.
IV. Falso, pois o composto formado é aromático.
V. Verdadeiro, pois o comprimento de uma ligação
simples é maior do que o de uma ligação dupla.

Resposta: F, F, V, F, V

Os produtos formados serão 1-bromo-2-metilbenzeno e 3. (FEI) Um hidrocarboneto A, de fórmula C5H12, sofre


1-bromo-4-metil-benzeno. desidrogenação em presença de um catalisador ade-
quado, formando um hidrocarboneto B. A adição de
Alternativa D água ao composto B forma um álcool terciário. Então:

47
a) o hidrocarboneto A é o pentano;
b) o hidrocarboneto B é o 1-penteno;
c) o álcool é o 2-metil-2-butanol;
d) o hidrocarboneto A é o 2,2-dimetil propano;
e) o álcool é o 2-pentanol.
Resolução:

Um álcool terciário de 5 carbonos teria a fórmula a seguir:

Para descobrir os compostos A e B, é necessário fazer uma reação do fim para o começo. Fazendo uma reação de desidrata-
ção desse álcool, obtém-se o composto B:

Composto B
2-metilbut-2-eno
Em seguida, deve-se hidrogenar o composto B para se obter o hidrocarboneto A:

Composto B Composto A
2-metilbut-2-eno 2-metilbutano

Assim, analisando as alternativas, é o álcool terciário o 2-metil-butan-2-ol (ou 2-metil-2-butanol).

Alternativa C

48
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 24

Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

A padronização de nomenclaturas ao longo da história da química foi fundamental para seu desenvolvimento.
Com o tempo, mais compostos foram sendo sintetizados, surgindo a ideia de se criar uma linguagem para os
novos compostos químicos.

MODELO 1
(Enem) O trinitrotolueno (TNT) é um poderoso explosivo obtido a partir da reação de nitração do tolueno, como
esquematizado.

A síntese do TNT é um exemplo de reação de:


a) neutralização;
b) desidratação;
c) substituição;
d) eliminação;
e) oxidação.

ANÁLISE EXPOSITIVA
A síntese do TNT é um exemplo de reação de substituição.

RESPOSTA Alternativa C

49
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIA

PODE SER

ORGÂNICA

POR EXEMPLO

HIDROCARBONETO

PARTICIPA DE

REAÇÕES

TAIS COMO

SUBSTITUIÇÃO EM
AROMÁTICOS

INCLUI

ALQUILAÇÃO DE ACILAÇÃO DE
HALOGENAÇÃO NITRAÇÃO SULFONAÇÃO
FRIEDEL - CRAFTS FRIEDEL - CRAFTS

PRODUZ PRODUZ

NITROCOMPOSTO HIDROCARBONETO

PRODUZ PRODUZ PRODUZ


ÁCIDO
HALETO CETONA
SULFÔNICO

50
AULAS 37 e 38 2. Outras oxidações dos álcoois
Diante de oxidantes enérgicos, como KMnO4 (permanga-
nato de potássio) ou K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em
presença de H2SO4 (ácido sulfúrico), os álcoois se oxidam,
e os produtos obtidos serão diferentes, conforme o álcool
reagente seja primário, secundário ou terciário:
1. Álcool primário (grupo hidroxila ligado a um car-
REAÇÕES DE OXIDAÇÃO bono primário)
Pode sofrer duas oxidações consecutivas, formando primei-
ramente aldeído e, depois, ácido carboxílico.

COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
álcool primário aldeído ácido carboxílico
etanol etanal ácido etanoico (ácido acético)
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
§ Essa reação é responsável pelo fato de o vinho azedar.
O sabor azedo é devido ao ácido acético (etanoico).
O composto intermediário etanal é responsável pela
“ressaca” causada pela ingestão de bebidas alcoólicas.
1. Combustão 2. Álcool secundário (grupo hidroxila ligado a um car-
A combustão é a mais completa das oxidações. Observe a bono secundário)
equação que representa a oxidação completa do metanol: Pode sofrer uma oxidação, formando cetona.

​ 3 ​ O → CO2 + 2 H2O


CH3OH + __ CH3 — CH — CH3   CH3 — C — CH3
2 2 | ||
OH
O
Os dois álcoois geralmente utilizados como combustíveis álcool secundário cetona
propan-2-ol propanona
são o metanol e o etanol.
O metanol é considerado um bom substituto da gasolina, 3. Álcool terciário (grupo hidroxila ligado a um carbono
principalmente em áreas urbanas em que os níveis de po- terciário)
luição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Não sofre oxidação. No entanto, se as condições de reação
Isso se deve ao fato de sua queima ser mais completa do forem drásticas, a molécula do álcool terciário se quebrará.
que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica. O
etanol é utilizado diretamente ou misturado à gasolina. CH3
No Brasil, o álcool utilizado como combustível é o eta- |
nol hidratado, nos carros movidos a álcool, ou o anidro H3C — C — CH3    não há reação.
(sem água), misturado à gasolina, nos carros movidos a |
gasolina. Sua combustão completa pode ser represen- OH
álcool terciário
tada assim:

H3C – CH2OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O


Identificação de álcoois
As três reações anteriores causam resultados tão dife-
rentes que servem para identificar os álcoois, indican-
do se um álcool desconhecido é primário, secundário
ou terciário.

Observe que o Nox (número de oxidação) de ambos os


átomos de carbono da molécula do etanol sofreu aumento, Observe que a obtenção do aldeído, na primeira reação, e a
o que caracteriza as oxidações. obtenção da cetona, na segunda, correspondem à retirada

51
de hidrogênio. Isso possibilita as desidrogenações cata-
líticas, usadas na indústria (a 300 ºC e utilizando o cobre Diferenciação entre aldeídos e cetonas
como catalisador).
Em laboratório, para diferenciar aldeídos de cetonas
por meio de reações de oxidação, são utilizadas algu-
Exemplo: mas misturas oxidantes:
CH3 — CH2 — OH CH3 — C = O + H2
1. Reagente de Tollens – solução aquosa amoniacal
|
de nitrato de prata.
H
álcool aldeído
R – CHO + 2[Ag(NH3)2]OH → R – COONH4 + 2Ag↓ + 3NH3 + H2O
aldeído
3. Redução
espelho de prata
(adere à parte interna
do tubo de ensaio)

A redução é a reação inversa da oxidação. Na redução, uti-


2. Reagente de Fehling – solução aquosa de sulfato
liza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H], que
de cobre em meio básico e tartarato duplo de sódio
pode ser obtido, por exemplo, a partir da reação entre zinco
e potássio.
e ácido clorídrico.
A redução de aldeídos gera álcoois primários, e a de ceto- R – CHO + 2Cu(OH)2 → R – COOH + Cu2O↓ + 2H2O
aldeído precipitado vermelho
nas, álcoois secundários.
Nota: não é necessário memorizar essas reações,
1. Redução de aldeídos mas estar ciente da existência desses dois testes!

aldeído álcool primário


metanal metanol

2. Redução de cetonas
É possível generalizar uma equação:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Teste de Tollens

cetona álcool secundário

Observe que, em ambas as reações, o Nox (número de oxida-


ção) do carbono sofreu redução, o que caracteriza a redução. 4. Reações com
compostos de Grignard
Exemplos:
Os aldeídos e as cetonas reagem com os compostos de
Grignard (R–MgX, em que R é um grupo – metil, etil, etc. E
X é um halogênio como o cloro), originando um composto
intermediário que se hidrolisa e dá origem a diferentes ál-
coois, de acordo com o esquema:
ácido carboxílico aldeído álcool
ácido etanoico (ácido acético) etanal etanol d

H
|
H3C — C = O + H2 → H3C — C — OH Exemplo:
| |
δ
CH3 CH3 δ
cetona álcool
propanona propan-2-ol

52
VIVENCIANDO

O bafômetro é um aparelho muito utilizado em fiscalizações policiais para averiguar se os motoristas não estão sob
o efeito de álcool no organismo. Ele serve para estimar, por meio de uma reação química, o nível de embriaguez. O
motorista deve soprar com força em um canudinho ligado ao aparelho, que conduz o ar expirado para um dispositivo
que analisa a concentração de álcool presente nessa amostra de ar expelido.
Um dos tipos de bafômetro existentes contém uma solução de dicromato de potássio (K2CrO7) em meio ácido. É esse
composto que reage com o ar assoprado pelo motorista.
O etanol presente no ar expirado é convertido em ácido acético em uma reação de oxirredução, equacionada a seguir:

3CH3CH2OH + 2K2CrO7 + 8H2SO4 → 3CH3COOH + 2Cr2(SO4)3 + 2K2SO4 + 11H2O

Nessa reação, o etanol é oxidado em ácido acético. O cromo alaranjado, inicialmente presente no ânion dicromato,
é reduzido ao íon cromo (III), verde. Medindo a alteração da intensidade da cor da solução (feito por um medidor
contido no bafômetro), é possível estimar o nível de álcool no sangue do motorista.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Muita gente já viu um amigo de ascendência asiática ficar vermelho depois de tomar cerveja. O rubor é causado por
uma enzima inativa no fígado. O que poucas pessoas sabem é que, além do efeito cromático, o consumo de álcool
por quem possui a mutação aumenta cem vezes o risco de câncer do esôfago.
Diante do problema, o NIH – agência estadunidense de sáude – resolveu investir um bom dinheiro para descobrir
alguma substância capaz de reativar a enzima ALDH2. A revista científica Nature Structural and Molecular Biology
publicou um artigo para descrever a estrutura do composto tão esperado, batizado de Alda-1.
Kenneth Warren, do NIH, afirma que a agência continuará apoiando pesquisas para levar a descoberta das bancadas
do laboratório às estantes das farmácias.
“Terá um grande impacto na saúde pública“, afirma Warren. Cerca de um bilhão de pessoas no mundo têm a forma
inativa da ALDH2. A maioria vive no leste asiático, onde 40% da população possui a enzima inativa.
Depois de ingerido, o álcool desce ao intestino, de onde passa para o sangue. Chega a quase todos os tecidos do
corpo e, por fim, é filtrado no fígado. O órgão transforma-o em acetaldeído e, depois, em ácido acético.
Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/geral,ciencia-tem-saida-para-rubor-de-orientais-ao-beber,493540>.

separadamente, verifica-se, nas mesmas condições


Aplicação do conteúdo de pressão e temperatura, que:
a) o volume de gás oxigênio gasto é menor na queima da
1. Admita que a gasolina e o álcool usados como gasolina;
combustíveis sejam formados unicamente por mo- b) a quantidade de gás carbônico produzida é menor
léculas de fórmula C8H18 e C2H5OH, respectivamente. na combustão do álcool;
Assim, ocorrendo a combustão total de quantidades c) a massa total dos produtos obtidos em cada uma
iguais de moléculas de cada uma dessas substâncias, das reações é a mesma;

53
d) a quantidade de gás carbônico produzida na com- Resolução:
bustão da gasolina é menor; O composto metálico LiAlH4 é chamado de hidreto de lítio
e) o volume de vapor de água produzido nas duas e alumínio (um poderoso agente redutor usado em reações
reações é o mesmo.
orgânicas) e é usado para reduzir praticamente qualquer
Resolução: composto orgânico oxigenado a álcool. Assim, a reação de
redução da 2-butanona é:
Montando as equações de combustão do C8H18 e C2H5OH
e balanceando, tem-se:
LiAlH4

C8H18 + 12,5 O2 → 8CO2 + 9 H2O


Forma-se 2-butanol. Como o carbono que está ligado ao
C2H5OH + 3 CO2 → 2 CO2 + 3H2O
grupo hidroxila é assimétrico, formará uma mistura racêmi-
ca, uma vez que não há preferência em formar um ou outro
Considerando que todos os gases estão à mesma pressão
e temperatura, segue que o número de mol de gases é isômero óptico (no caso, d ou l).
numericamente igual ao seu volume. A partir disso, as al-
Alternativa D
ternativas estão:
a) Incorreta, pois a quantidade de oxigênio utilizada 4. (UFF) Por meio da reação de butanona com cloreto
na queima da gasolina é maior. de metilmagnésio (H3C-MgCl), obtém-se o composto X
b) Correta, pois a quantidade de CO2 liberada na que, por sua vez, em reação com a água, origina o com-
combustão do álcool é menor em relação à gasolina. posto denominado:
c) Incorreta, pois na queima de 1 mol de gasolina ob- a) 2-metil-2-butanol. d) 3-metil-2-butanol.
tém-se 514 g de produtos e na queima de 1 mol de b) 2-pentanona. e) 2-pentanol.
álcool obtém-se 142 g de produtos. c) pentanal.
d) Incorreta, pois, de acordo com a equação, a quan-
tidade de CO2 liberada na combustão da gasolina é Resolução:
maior em relação ao álcool.
A sequência da reação é:
e) Incorreta, pois na queima da gasolina são produ-
zidos 9 mols de água, enquanto que, na queima do 1 – Reação entre butanona e cloreto de metilmagnésio:
álcool, são produzidos 3 mols de água.

Alternativa B

2. (Mackenzie) O nome de um composto que não sofre oxi-


dação, quando em presença de KMnO4 em meio ácido, é:
2 – Reação do composto intermediário com água:
a) etanol; d) 1-butanol;
b) 2-pentanol; e) propanal.
c) 2-metil-propanol;

Resolução: Assim, o produto formado é o 2-metil-butan-2-ol (ou


Todas as alternativas tratam de álcool ou aldeído. Enquan- 2-metil-2-butanol).
to o aldeído sofre oxidação, o tipo de álcool que não sofre Alternativa A
oxidação é o álcool terciário. Dentre as alternativas, o único
álcool terciário é o 2-metil-propanol.

Alternativa C

3. (ITA) Qual opção se refere ao(s) produto(s) da reação


entre 2-butanona e o hidreto metálico LiAlH4?
a) Butano.
multimídia: site
b) 1-Butanol.
c) Ácido butanoico. www.fciencias.com/2014/10/02/teste-de-tollens-labo-
d) Mistura racêmica de 2-butanol. ratorio-online/
e) Ácido propanoico e ácido etanoico.

54
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 24

Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Entender a forma com que as moléculas se dispõem no espaço é fundamental, ainda mais quando se trata de
química orgânica. Quando um composto é analisado, algumas de suas propriedades físicas podem ser a chave
para a identificação do composto.

MODELO 1

(Enem) A maioria dos alimentos contém substâncias orgânicas, que possuem grupos funcionais e/ou ligações
duplas, que podem ser alteradas pelo contato com o ar atmosférico, resultando na mudança do sabor, aroma
e aspecto do alimento, podendo também produzir substâncias tóxicas ao organismo. Essas alterações são
conhecidas como rancificação do alimento.
Essas modificações são resultantes de ocorrência de reações de:
a) oxidação;
b) hidratação;
c) neutralização;
d) hidrogenação;
e) tautomerização.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Essas modificações são resultantes de ocorrência de reações de oxidação.

RESPOSTA Alternativa A

55
DIAGRAMA DE IDEIAS

REAÇÕES ORGÂNICAS

INCLUEM

É O OPOSTO DE
OXIDAÇÃO REDUÇÃO

PODEM ENVOLVER

ÁLCOOL

ÁLCOOL ÁLCOOL ÁLCOOL


PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO

OXIDA A OXIDA A NÃO É OXIDADO


OU SOFRE

ALDEÍDO CETONA

OXIDA A
NÃO É OXIDADA
OU SOFRE
ÁCIDO QUEBRA DE
CARBOXÍLICO CADEIA

56
§ Teste de Bayer
AULAS 39 e 40 Alcenos e ciclanos (cicloalcanos) possuem a mesma fórmu-
la geral CnH2n. Por isso, é frequente a ocorrência de alcenos
e ciclanos isômeros.
Para diferenciá-los em laboratório, o químico alemão Adolf
Von Baeyer (1835-1917) elaborou um teste baseado na
oxidação branda com KMnO4 (de cor violeta).
OXIDAÇÃO DE ALCENOS alceno  
[O] brando/H2O
   reage
[O] brando/H2O
ciclano     não reage

Alcenos reagem porque possuem ligação dupla; os cicla-


nos, não. Em razão disso, a cor violeta do KMnO4 desapa-
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 rece se a substância for alceno, mas não desaparece se for
ciclano. Esse é o teste de Baeyer.
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27

1. Oxidação de alcenos
Alcenos (alquenos) sofrem reações de oxidação de três tipos: multimídia: vídeo
§ oxidação branda; Fonte: Youtube
§ ozonólise; Teste de Baeyer
§ oxidação enérgica.
Cada caso ocorre de acordo com o meio reacional, que
compreende os reagentes utilizados, o pH e a temperatura. 3. Ozonólise
2. Oxidação branda O agente oxidante [O] é o ozônio (O3) na presença de
água e zinco metálico (Zn).
O agente oxidante, representado como [O], é o perman-
ganato de potássio (KMnO4) em meio neutro ou ligeira-
mente básico, diluído e “a frio” (a baixas temperaturas). Os átomos de oxigênio do ozônio se ligam aos carbonos
da dupla ligação do alqueno, originando um composto
intermediário instável denominado ozoneto ou ozonida, o
O KMnO4 é denominado reativo de Bayer, cuja solução
qual, por sua vez, hidrolisa-se, dando origem a aldeídos e/
aquosa apresenta coloração violeta.
ou cetonas.
Exemplos: O zinco reage com o H2O2 que é produzido na reação, evi-
tando que ele oxide o aldeído produzido e transformando-
OH OH
|  | -o em ácido carboxílico. A presença de água é fundamental
[O] brando/H O
H3C – CH = CH2 H3C – CH – CH2
2
para evitar as explosões que poderiam ocorrer caso a ozo-
propeno   diálcool vicinal
nólise fosse realizada na sua ausência.

    OH OH Exemplo:
   |  |
[O] brando/H O [O]/H2O/Zn
H3C – C = C – CH3
2
H3C – C – C – CH3 H3C – C = CH – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3 + H2O2
|  |  |  | |           |    |
  
H CH3 H  CH3 CH3          CH3   H
metil-but-2-eno    diálcool vicinal cetona aldeído
           

57
4. Oxidação enérgica H3C – C = CH2
[O] enérgico
H3C – C = O + CO2 + H2O
|          |
H           OH
O agente oxidante é o KMnO4 (permanganato de potás-
sio) ou o K2Cr2O7 (dicromato de potássio) concentrados,
2. Carbono secundário (ligado a dois outros carbonos) pro-
em meio ácido e “a quente” (com aquecimento).
duz ácido carboxílico:
[O] enérgico
H3C – C = C – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3
O alceno reage com um agente oxidante capaz de quebrar | | | |
a molécula na ligação dupla; além disso, caso seja formado H H OH HO
aldeído, é capaz de oxidá-lo a ácido carboxílico. ácido carboxílico

3. Carbono terciário (ligado a três outros carbonos)


[O] enérgico produz cetona:
H3C – C = CH – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3 + H2O2 [O] enérgico
|          |    | H3C – C = C – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3
CH3          CH3   OH | | | |
cetona ácido carboxílico H3C CH3 H3C CH3
cetona

Se a ligação dupla encontrar-se na extremidade da cadeia, A importância dessa reação consiste na quebra da molécu-
o − CH2 terminal vai se transformar em ácido carbônico, la do alceno em moléculas menores, as quais, se identifica-
que se decompõe em CO2 e H2O. das, permitem a identificação do alceno inicial. É possível
determinar a posição da ligação dupla inicial antes de a
[O] enérgico
oxidação enérgica ocorrer.
H3C – HC = CH2 H3C – C = O + O = C – OH
|     |
OH    OH

H2CO3

ácido carbônico (H2CO3) é instável


e se decompõe em CO2 e H2O.

O produto obtido na oxidação enérgica depende da


multimídia: site
posição da ligação dupla.
1. Carbono primário (em extremidade de cadeia) produz www.fciencias.com/2014/10/02/teste-de-tollens-labo-
CO2 e H2O: ratorio-online/

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os alcenos reagem com uma solução de permanganato de potássio (KMnO4) em meio básico, a frio, ocorrendo a oxi-
dação do alceno (o Nox dos carbonos da insaturação aumenta) e a formação de um diol vicinal (um diálcool em que
os grupos OH encontram-se em carbonos vizinhos). Além disso, a solução, que era violeta, fica descorada e aparece
um precipitado castanho, que é o MnO2 – óxido de manganês (IV).
Decomposição da solução de permanganato de potássio:

2KMnO4 + H2O → 2KOH + 2MnO2 + 3[O]


reagente de óxido de
Bayer manganês (IV)
(violeta) (castanho)

58
Oxidação branda de um alceno:
[O]/H2O
H2C CH2 H2C CH2

||

|
| |
OH OH

Essa reação é importante, pois permite verificar visualmente se ocorreu a reação química. Os alcenos formam isôme-
ros com muitos cicloalcanos, isto é, possuem a mesma fórmula molecular, mas estruturas e propriedades diferentes.
Os ciclanos não reagem com o reagente de Baeyer, sendo que a solução permanece na cor violeta. Assim, se o
objetivo for identificar se determinada substância é um alceno ou um cicloalcano, basta colocá-la para reagir com
o permanganato: se formar o precipitado castanho, é um alceno; se permanecer violeta, é um ciclano. Esse é o cha-
mado teste de Baeyer.

Mostre a utilidade ou não de cada um desses procedimen-


Aplicação do conteúdo tos para distinguir esses dois álcoois, indicando os produ-
1. Para determinar o alqueno de uma amostra da fór- tos formados na desidratação e na oxidação.
mula molecular C4H8, um químico realizou a oxidação Resolução:
enérgica do composto e obteve gás carbônico, água e
um ácido carboxílico. Item I. Fazendo a desidratação dos compostos e posterior
Com base nessas informações, qual é o nome do alqueno adição de bromo nos produtos formados, tem-se:
presente na amostra? 1-butanol:

Resolução:
I. Como na oxidação enérgica ocorreu a produção de gás
carbônico (CO2), o alqueno deve apresentar uma dupla li-
gação na extremidade da cadeia.
[O], enérgica 2-butanol:
= CH2   CO2 + H2O
II. Como o outro produto obtido é um ácido carboxílico, o
alqueno deve apresentar cadeia normal, e o ácido formado
deve ter 3 carbonos.
[O], enérgica
H3C — CH2 — C =   H3C — CH2 — C = O
| |
H OH Nota: na desidratação do 2-butanol, o produto majoritário
Conclusão: o alceno em questão é o H 3C – CH2 – CH = CH2 é o 2-buteno.
(but-1-eno) Conclusão: apesar de formarem produtos diferentes, o pro-
cedimento I não é útil para distinguir os dois álcoois, pois o
2. Para distinguir o 1-butanol do 2-butanol foram propostos
dois procedimentos:
produto da desidratação de ambas as reações descoram a
solução de bromo, não sendo possível distinguir a olho nu.
I. Desidratação por aquecimento de cada um desses compos-
Item II. Fazendo a oxidação parcial dos compostos e pos-
tos com ácido sulfúrico concentrado e isolamento dos produ-
terior adição de reagente de Tollens (solução amoniacal de
tos formados. Adição de algumas gotas de solução de bromo
nitrato de prata utilizada para diferenciar aldeídos de ceto-
em tetracloreto de carbono (solução vermelha) aos produtos
nas) nos produtos formados, tem-se:
isolados e verificação da ocorrência ou não de descoramento.
1-butanol:
II. Oxidação parcial de cada um desses compostos com
dicromato de potássio e isolamento dos produtos forma-
dos. Adição de reagente de Tollens aos produtos isolados e
verificação da ocorrência ou não de reação (positiva para
aldeído e negativa para cetona). Como forma aldeído, positivo para reagente de Tollens.

59
2-butanol:

Como forma cetona, negativo para reagente de Tollens.


Conclusão: o procedimento II é útil para distinguir 1-butanol do 2-butanol.
3. Dê as equações orgânicas que representam a ozonólise em presença de zinco e água dos seguintes compostos:
1. 2-metilpent-2-eno.
2. 2-metil-but-1-eno.
3. 4-etil-2,5-dimetilepta-2,4-dieno.
Resolução:
2-metilpent-2-eno: forma propanona e propanal.

2-metil-but-1-eno: forma metanal e butanona.

4-etil-2,5-dimetilepta-2,4-dieno: forma butanona, 2-oxobutanal e propanona.

4. A e B são dois compostos orgânicos de mesmo peso molecular que, por oxidação com permanganato de potássio
em meio ácido, geram como produtos, respectivamente, butanona e o ácido butanoico.
a) Qual o tipo de isomeria existente entre os compostos A e B? Justifique sua resposta.
b) Qual o produto orgânico resultante da desidratação do composto B?

Resolução:

Para identifcar quais são os compostos A e B, deve-se realizar uma reação inversa, ou seja, redução dos produtos: butanona
provém do 2-butanol, e ácido butanoico provém do 1-butanol.
a) A isomeria que tem entre 1-butanol e 2-butanol é de posição.
b) A reação de desidratação do composto B (1-butanol) é:

Intermolecular:

Intramolecular:

60
DIAGRAMA DE IDEIAS

REAÇÕES
ORGÂNICAS

INCLUEM

OXIDAÇÃO

PODE ENVOLVER

ALCENO

PODE SOFRER

OXIDAÇÃO BRANDA OXIDAÇÃO


(DI-HIDROXILAÇÃO) ENÉRGICA

EMPREGADA NO OZONÓLISE CAUSA

CAUSA
TESTE DE BAEYER ROMPIMENTO DA
MOLÉCULA NA DUPLA

61
AULAS 41 e 42
O O
|| ||
R – C – OH + H – N – R' R – C – N – R' + H2O
| |
H H

ESTERIFICAÇÃO,
ácido carboxílico amina amida água

HIDRÓLISE E
CONDENSAÇÃO AMÍDICA
2.1. Aminoácidos
Os aminoácidos importantes apresentam estrutura típica:

COMPETÊNCIAS: 3, 5, 6 e 7

HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27

O grupo R pode ser: –H, –OH, –CH3 ou outros agrupamen-


1. Esterificação e hidrólise tos atômicos.
A esterificação ocorre quando um ácido reage com um Observe que os aminoácidos apresentam o grupo ami-
álcool, produzindo éster e água; a reação inversa é deno- no (–NH2), de caráter básico, e carboxila (–COOH), cujo
minada hidrólise de éster. caráter é ácido. Por esse motivo, aminoácidos – iguais ou
diferentes – podem sofrer reação de condensação amídi-
esterificação
ca e formar os polipeptídeos, que, por sua vez, constituem
R – C   + HO – R'      R – C   +  H2O as proteínas:
hidrólise

ácido carboxílico    álcool     éster     água


Verifica-se experimentalmente que, se essas reações ocor-
rerem entre um ácido carboxílico e um álcool primário, a
água será formada pela hidroxila (OH) do ácido e pelo hi-
drogênio do grupo OH do álcool.
+ H2O
Exemplo

ligação peptídica ou amídica


ácido etanoico etanol etanoato de etila água
(acético)

Caso sejam utilizados álcoois secundários ou terciários, a


água será formada pela hidroxila (OH) do álcool e pelo hi-
drogênio do grupo OH do ácido.

2. Condensação amídica multimídia: vídeo


– formação de amidas Fonte: Youtube
Ácidos carboxílicos reagem com aminas e formam amida Reação de Esterificação
e água.

62
Exemplos:

VIVENCIANDO

O compositor Johann Sebastian Bach adorava um cafezinho. Assim como os escritores Voltaire e Balzac e muitas outras
grandes mentes. Contudo, o tipo de trabalho que eles realizavam não necessariamente era beneficiado por um elevado
consumo de café – a não ser que eles fossem gênios tão grandes a ponto de encarar a construção das suas obras como
um trabalho simples, natural, como se estivessem em uma linha de montagem, fazendo tudo sem pensar demais.
O consenso geral nos estudos sobre cafeína indica que ela pode melhorar a produtividade, mas principalmente em
certos tipos de atividade. Para pessoas cansadas que estão realizando um trabalho relativamente direto, que não
exige muito pensamento abstrato ou raciocínio, o café demonstrou aumentar a quantidade e a qualidade dos resul-
tados. A cafeína também demonstrou ajudar na criação e na retenção de “memória declarativa”, o tipo que é mais
usado por estudantes para lembrar de listas ou decorar respostas de questões para provas.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os ésteres são substâncias comuns na natureza. São encontrados:


§ nos óleos e nas gorduras;
§ nas essências de frutas, de madeiras e de flores;
§ nas ceras, como a de carnaúba e a de abelhas; e
§ nos fosfatídeos, como os existentes no ovo e no cérebro.

Os ésteres essenciais de flores e frutas são normalmente formados por cadeias de carbono pequenas e médias (até
oito carbonos), possuem aroma agradável e estão presentes em flores e frutos. Eles podem ser obtidos artificialmente
e empregados em alimentos, como refrigerantes, sorvetes, doces, balas e em xaropes diversos. Um exemplo é o formi-
ato de etila (HCOOC2H5), empregado como extrato artificial para xaropes de groselhas, rum, etc.
Alguns ésteres são utilizados isoladamente, como o acetato de amila, com forte aroma de banana (comercialmente
chamado, inclusive, de essência de banana). O acetato de octilo é usado como essência artificial de laranja. São
usados outros compostos com outras substâncias, para formular essências diversas, como o acetato de etila, que
participa de formulações de essências artificiais de maçã, pera, framboesa, pêssego, groselha, etc.
Os lipídios e gorduras e as ceras orgânicas ou cerídeos também são ésteres.

63
c)
Aplicação do conteúdo
1. (PUC-SP) A partir do etanol, podemos obter muitos
compostos orgânicos, como, por exemplo, o eteno, o d)
acetato de etila, o etanal e o etano.

e)

3. Num polipeptídio que possui 84 ligações peptídicas, os


respectivos números de aminoácidos, de grupamento(s)
amino-terminal e grupamento(s) ácido-terminal são:
a) 84, 1, 1. d) 84, 85, 85.
No esquema a seguir, os processos indicados por I, II, III e b) 85, 1, 1. e) 1, 85, 85.
IV são, respectivamente, reações de: c) 85, 84, 84.
a) oxidação, desidratação, redução e esterificação;
b) oxidação, desidratação, oxidação e hidrólise; Resolução:
c) redução, hidratação, desidrogenação e esterificação; Para cada n aminoácidos que reagem para formar um peptí-
d) redução, oxidação, hidrogenação e hidrólise; deo, formam-se (n-1) ligações peptídicas. Por exemplo, quando
e) desidrogenação, redução, oxidação e esterificação. 2 aminoácidos reagem entre si, forma-se 1 ligação peptídica.
Resolução:
Assim, se um peptídeo possui 84 ligações peptídicas, foram
Reação I – parte do etanol e formou etanal; ocorreu rea- usados 85 aminoácidos.
ção de oxidação. A ligação peptídica fica entre 2 aminoácidos; portanto, em
Reação II – parte do etanol e formou eteno; ocorreu rea- uma ponta do peptídeo sobra um grupo amina, e, na outra
ção de desidratação intramolecular. ponta, sobra um grupo carboxila.
Assim, os respectivos números são: 85, 1 e 1.
Reação III – parte do etanol e formou etano; ocorreu re-
ação de redução. Alternativa B

Reação IV – parte do etanol e formou etanoato de etila;


ocorreu reação de esterificação.

Alternativa A

2. Indique o nome do éster formado nas reações de es-


terificação a seguir:
a) ácido propanoico e etanol; multimídia: site
b) ácido acético e etanol;
c) ácido butanoico e 2-propanol;
mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/esteres-aro-
d) ácido metanoico e etanol;
ma-sabor-artificial-alimentos.htm
e) ácido metilpropanoico e metanol.

Resolução:
a)

b)

64
Como na estrutura do lipídeo existem três grupos, ele é
AULAS 43 e 44 classificado como um triéster e também denominado trigli-
cérido ou triglicerídeo.
Um triglicérido pode ser obtido a partir de diferentes ácidos
graxos e apresentar até três radicais diferentes (R, R’ e R”).

§ Se prevalecerem radicais insaturados, esse triglicérido


TRANSESTERIFICAÇÃO será um óleo. Em geral, os óleos são de origem ve-

E SAPONIFICAÇÃO getal e, à temperatura ambiente, apresentam-se no


estado líquido.

§ Se pelo menos dois desses radicais forem saturados, o


triglicérido será classificado como gordura. Em geral, as
gorduras são de origem animal e, à temperatura am-
COMPETÊNCIAS: 3, 5, 6 e 7 biente, apresentam-se no estado sólido.

Exemplos:
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 O O
C15 H31 – C – O – CH2 C17 H33 – C – O
O O
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O
O O
1. Óleos e gorduras C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O
Os ésteres são substâncias muito abundantes na natureza O triglicerídeo 1,2 –Odipalmitato
triglicério
-3-oleato1,2 - dipalmitato-
de flicerila apresenta dois O triglicério
e podem ser classificados em três grupos: essências de fru-
3-oleato de glicerila apresenta
radicais saturados
glicerila o
tas, lípides e ceras. (C15H31–) e um radical insaturado (C17H33 –).
Portanto, trata-se de umasaturados
dois radicais gordura.
(C15H31– apresenta os
a. Essências de frutas ) e um radical insaturado insaturados; po
O (C17H33 O– ); portanto, trata-se de um ó l e o .
Os ésteres de ácidos e álcoois com pequeno número de áto- de uma g o r d u r a .
mos de carbono compõem o grupoCdas 15 H31 – C – O – CH2
essências de frutas. C17 H33 – C – O – CH2
O O
Exemplos:
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O – CH
O O
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O – CH
butanoato de etila (um dos componentes
O triglicério
da essência de abacaxi) 1,2 - dipalmitato- O trioleato
O triglicerídeo triglicério
de gliceria ou ttroleína
r i o l eapresenta
a t o osdtrês e
3-oleato de glicerila apresenta g linsaturados
radicais i c e r i l a. Portantoou, trata-se de tumr o l e.í n a
óleo

dois radicais saturados (C15H31– apresenta os três radicais


Dessa forma, genericamente pode-se concluir que:
) e um radical insaturado insaturados; portanto, trata-se
acetato de octila (um dos
17H33 – ); portanto, trata-se
(Ccomponentes de um ó l e o .
de uma
da essência de abacaxi) gordura. Nas gorduras, predominam radicais
b. Lípides de ácidos graxos saturados.
Também chamados de lipídeos ou lipídios, os mais impor- Nos óleos, predominam radicais de
tantes lípides são os óleos e as gorduras, cujas estruturas ácidos graxos insaturados.
são semelhantes. Os lípides são sintetizados por organis-
mos vivos a partir de ácidos graxos e glicerol.
Genericamente:

acído glicerol lipídeo


graxo Gorduras são sólidos à temperatura ambiente

65
um éster proveniente de um ácido graxo numa reação des-
se tipo, o sal formado receberá o nome de sabão.
Como a principal fonte natural de ácidos graxos são os óleos
e as gorduras (triglicerídeos), suas hidrólises alcalinas consti-
tuem o principal processo para a produção de sabões.
A equação genérica a seguir representa a hidrólise alcalina
de um óleo ou de uma gordura:

O- Na+ O- Na+ O- Na+

Glicerina Sabão Sabão Sabão


Óleos são líquidos à temperatura ambiente.
4. Transesterificação
c. Ceras Trata-se da reação entre um álcool e um éster, da qual se
Embora as ceras sejam uma mistura complexa de diversos obtém outro álcool e outro éster.
compostos orgânicos, seus principais constituintes são és- Genericamente:
teres de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa, ambos
não ramificados.

Neste exemplo, R, R’ e R’’ são cadeias carbônicas.

2. Reações dos ésteres Observe que R’ e R” são simplesmente “trocadas” entre a


molécula do álcool e a molécula do éster, gerando um novo
1. Hidrogenação álcool e um novo éster.
A hidrogenação de óleos de soja, milho ou caroço de al-
godão permite a obtenção de gorduras vegetais hidroge-
nadas sólidas ou semissólidas, de acordo com o grau de
hidrogenação. Genericamente:

hidrogenação óleos hidrogenação gordura vegetal


margarina ←⎯⎯⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→
parcial insaturados total hidrogenada

2. Hidrólise ácida (reação inversa da esterificação) multimídia: site


Na hidrólise de um éster, o meio ácido (H+) catalisa a rea-
ção e produz ácido carboxílico e álcool. www.biodieselbr.com/destaques/2005/combustivel-
-renovavel.htm
De forma simplificada:
O H+ O
R- C + H +
OH - R- C + HO - RÕ
éster
O -R água
ácidoácido
OH
carboxílico álcool 2.1. Biodiesel
A transesterificação mais importante é a que utiliza triés-
3. Hidrólise alcalina ou saponificação teres – óleos ou gorduras – como matéria-prima e permite
Quando em solução aquosa de base inorgânica ou de sal a obtenção do biodiesel, sendo catalisada por uma base
básico, um éster dá origem a um sal orgânico e a um álcool. forte (NaOH, KOH).

De forma simplificada: Genericamente:

éster base sal álcool

A hidrólise alcalina de um éster é denominada generica-


mente reação de saponificação, porque, se for utilizado gordura álcool "Biodiesel" Glicerina

66
Se, por exemplo, o álcool utlizado for o metanol, obtém-se: Observe o esquema:

Glicerídeo Metanol "Biodiesel" Glicerina

multimídia: vídeo sabão

Fonte: Youtube
Faça sabão com óleo de cozinha usado ...

2.2. Características dos sabões


Os sabões facilitam os processos de limpeza graças à sua
ação detergente (do latim detergere, “limpar”). Essa ação
detergente é justificada pela estrutura do sabão, que apre-
senta uma parte apolar e uma parte polar.

parte
apolar
(hidrofóbica) detergente
parte polar
(hidrofílica)
Tanto os sabões quanto os detergentes são derivados
de ácidos sulfônicos, uma vez que apresentam, respec-
Os detergentes são compostos orgânicos sintéticos, cuja
tivamente, os grupos COO– e SO3–, denominados aniô-
estrutura assemelha-se à dos sabões, e apresentam o
mesmo tipo de ação sobre óleos e gorduras. Os deter- nicos. Atualmente, utiliza-se um terceiro tipo, denomi-
gentes mais comuns são sais de ácidos sulfônicos com nado catiônico, no qual a parte ativa da molécula é um
longas cadeias. cátion (NH4+).
Em geral, esse tipo de composto é denominado sal de
amônio quaternário, uma vez que apresenta quatro grupos
ligados ao nitrogênio com carga positiva. Embora esses de-
tergentes catiônicos não sejam tão eficientes na remoção
apolar polar
de sujeiras, o uso deles é muito difundido, pois têm elevado
poder germicida.
As moléculas do sabão e do detergente têm uma parte
apolar (hidrofóbica), que se liga à gordura (cujas molécu- Tanto os detergentes quanto os sabões diminuem a ten-
las são apolares) e uma parte com carga polar (hidrofílica), são superficial da água e são chamados genericamente de
que se liga à água (molécula polar). surfactantes.

67
VIVENCIANDO

O biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo. Ele pode ser usado em carros e em qualquer
outro veículo com motor a diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (óleo de soja, gordura animal, óleo de
algodão), é um combustível que emite menos poluentes do que o diesel.
Os preços da gasolina, do diesel e dos derivados de petróleo tendem a subir cada vez mais. A cada ano, o consumo
aumenta e as reservas diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada ameaça de guerra ou crise
internacional, o preço do barril de petróleo dispara. Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do
biodiesel podem ser minimizados por meio da venda dos coprodutos gerados durante o processo de transesterifica-
ção, como glicerina, adubo e ração proteica vegetal. Em função da importância do biodiesel, o estabelecimento de
padrões de qualidade se constitui como um fator primordial para a sua adoção ser bem-sucedida.
A história do biodiesel começa junto com a história do século XX. Embora os combustíveis de origem orgânica só
tenham surgido como uma ideia viável bem mais tarde, principalmente depois da explosão do preço do petróleo,
na década de 1970, no início do funcionamento dos motores a diesel, já há relatos do uso de óleo vegetal para
movê-los.
No processo de produção do biodiesel, a molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos
ligadas a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. O processo para a transformação do óleo vegetal
em biodiesel chama-se transesterificação. Quando os pesquisadores calculam o balanço energético líquido para um
biocombustível, eles consideram a energia exigida para produzir a colheita (coisas como fertilizantes, pesticidas e
diesel de trator), e então somam a energia necessária para processar a planta colhida em etanol ou biodiesel. Eles
subtraem a quantia de energia que entra no processo da quantia de energia que sai.
A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel. O processo se inicia juntando o
óleo vegetal com um álcool (metanol, etanol, propanol, butanol) e catalisadores (que podem ser ácidos, básicos ou enzimáti-
cos). Para o exemplo mais comumente empregado, em que se utiliza o metanol e, como catalisador, a soda cáustica, tem-se:

Nesse processo, obtém-se um éster metílico de ácido graxo (biodiesel) e glicerina como subproduto, que é removida
por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor que o triacilglicerol utilizado
como matéria-prima.
A glicerina formada é usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos. O preço da glicerina era alto
quando começou-se a produzir biodiesel em grande quantidade (por volta de 2002), mas caiu bastante em regiões
como a Europa, onde havia mais produção que consumo.
Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Transesterifica%C3%A7%C3%A3o>.

Aplicação do conteúdo
1. O biodiesel é um combustível obtido a partir de fontes renováveis, complementar ao óleo diesel mineral, que
apresenta uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos. No Brasil, a partir do lançamento do Programa
Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em dezembro de 2004, pelo Governo Federal, o biodiesel avançou
significativamente, tornando-se um valioso instrumento de geração de riqueza e inclusão social. Atualmente, sua
adição ao diesel mineral é obrigatória numa proporção de 11%, aumentando a importância desse produto. Sua ob-

68
tenção pode ser feita a partir de um processo chamado Resolução:
transesterificação, que consiste na reação química de:
a) um álcool, como metanol, com um triglicerídeo de
A reação de transesterificação é:
origem vegetal, como óleo de pinhão-manso;
b) um álcool, como butanol, com um triglicerídeo de
origem animal, como sebo bovino;
c) um álcool, como etanol, com um ácido graxo de
origem vegetal, como óleo de soja;
d) um álcool, como isopropanol, com um triglicerídeo
de origem vegetal, como óleo de milho;
3. (Enem) Metade do volume de óleo de cozinha con-
e) um álcool, como etanol, com um ácido graxo obti- sumido anualmente no Brasil, cerca de dois bilhões de
do de óleos residuais, como óleo de fritura. litros, é jogada incorretamente em ralos, pias e bueiros.
Estima-se que cada litro de óleo descartado polua mi-
Resolução: lhares de litros de água. O óleo no esgoto tende a criar
uma barreira que impede a passagem da água, causa
A transesterificação é uma reação entre um triglicerídeo e entupimentos e, consequentemente, enchentes. Além
um álcool, como o metanol, conforme mostra a equação disso, ao contaminar os mananciais, resulta na mortan-
dade de peixes. A reciclagem do óleo de cozinha, além
química a seguir. Em geral, o álcool empregado é o me- de necessária, tem mercado na produção de biodiesel.
tanol ou o etanol, pois, dessa forma, forma-se também o Há uma demanda atual de 1,2 bilhão de litros de biodie-
glicerol, de grande valor comercial. sel no Brasil. Se houver planejamento na coleta, trans-
porte e produção, estima-se que se possa pagar até
R$ 1,00 por litro de óleo a ser reciclado.
“Programa mostra caminho para uso do óleo de fritura na
produção de biodiesel”
Disponível em: <http://www.nutrinews.com.
br>. Acesso em: 14 fev. 2009 (Adaptação).

B
De acordo com o texto, o destino inadequado do óleo de
Alternativa A cozinha traz diversos problemas. Com o objetivo de contri-
buir para resolver esses problemas, deve-se:
2. O biodiesel é um combustível renovável (biocom- a) utilizar o óleo para a produção de biocombustíveis,
bustível) e biodegradável, obtido, comumente, a como etanol;
partir da reação de transesterificação entre um tria-
b) coletar o óleo devidamente e transportá-lo às em-
cilglicerol, de origem animal ou vegetal, e um álco-
presas de produção de biodiesel;
ol, na presença de um catalisador ácido ou básico.
Óleos vegetais de residências e de estabelecimentos c) limpar periodicamente os esgotos das cidades para
comerciais, como bares e restaurantes, têm sido utili- evitar entupimentos e enchentes;
zados como uma fonte viável de triacilglicerol, que é d) utilizar o óleo como alimento para os peixes, uma
quimicamente constituído, principalmente, de ácidos vez que preserva seu valor nutritivo após o descarte;
graxos insaturados: o linoleico (2 insaturações) e o e) descartar o óleo diretamente em ralos, pias e buei-
oleico (1 insaturação). ros, sem tratamento prévio com agentes dispersantes.
Resolução:
a) O etanol é um biocombustível derivado da cana-
-de-açúcar, portanto, não é produzido por meio do
processamento do óleo de cozinha.
b) A coleta e o devido transporte do óleo para as
empresas destinadas à produção de biodiesel é uma
solução ecologicamente correta, principalmente por
estar reciclando e evitando a poluição de mananciais
Com base nessas informações, faça o que se pede: e morte de animais.
c) A limpeza periódica dos esgotos evitaria apenas o
Indique os produtos da reação química de formação de
problema de enchentes causadas pelo entupimento
biodiesel a partir do triacilglicerol com o metanol, em dos mesmos. No entanto, não resolveria os problemas
meio básico. causados pelo destino inadequado do óleo.

69
d) O óleo causa contaminação de mananciais e, portanto, é tóxico para os peixes.
e) O descarte do óleo diretamente nos ralos, pias e bueiros só contribuirá para o entupimento dos mesmos, provocando
enchentes nos períodos chuvosos.

Alternativa B

ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Uma das maneiras mais ecológicas de uso de automóveis e outros veículos movidos por um motor de combus-
tão interna é por meio do uso do biodiesel, que consiste em uma reação de transesterificação.

MODELO 1
(Enem) Pesquisadores avaliaram a qualidade da água potável distribuída em cidades brasileiras. Entre as várias
substâncias encontradas, destacam-se as apresentadas no esquema. A presença dessas substâncias pode ser
verificada por análises químicas, como uma reação ácido-base, mediante a adição de hidróxido de sódio.

Apesar de não ser perceptível visualmente, por causa das condições de diluição, essa análise apresentará re-
sultado positivo para o(a):
a) cafeína; d) benzo[a]pireno;
b) atrazina; e) dipirona sódica.
c) triclosan;

ANÁLISE EXPOSITIVA
Apesar de não ser perceptível visualmente por causa das condições de diluição, essa análise apresentará resulta-
do positivo para o triclosan, pois esse composto apresenta a função fenol, que tem caráter ácido.

RESPOSTA Alternativa C

70
DIAGRAMA DE IDEIAS

REAÇÕES
ORGÂNICAS

INCLUEM

SAPONIFICAÇÃO

O O
R C +NaOH R C +R' OH
O R' O–Na+

TRANSESTERIFICAÇÃO

O R' OH
O
R OH + R' O R" +
R O R"

PRODUÇÃO DO BIODIESEL

O O
H2C O C R1 3R2 O C R1
O +
OH- H2C OH
HC O C R1 + 3R2 OH
O HC OH

H2C O C R1
H2C OH

71
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Todos os assuntos deste livro se conectam: o Os tópicos que abordam cinética química
tema sobre ordem de reação é cobrado de ma- ocorrem em questões bem concisas,
neira bem direta, já os que abrangem equilíbrio porém, ao ser abordada cinética química,
químico exigem a compreensão da importância deve-se levar em consideração o entendi-
de cada variável e propriedade que pode ser mento do comportamento que pode ser
mudada. adquirido ao mudar algumas
variáveis.

As questões levantadas frente aos tópicos de O tema que envolve os equilíbrios quími- De maneira interdisciplinar, o assunto de
cinética química sempre são bem diretas e su- cos são bem recorrentes e cobrados de equilíbrios químicos trata das alterações
cintas, porém, em relação ao tema de equilíbrios tal maneira que exige o entendimento de decorrentes das variações e alguns fatores. É
químicos, deve-se ter plena compreensão das todas as variáveis que podem ser manipu- importante interpretar essas alterações, assim
possíveis variações que podem ser causadas e ladas e quais as consequências. como os resultados disso.
seus resultados.

Os assuntos que abordam cinética química Os assuntos mais cobrados são aqueles O tema principal abordado é dos A cinética química é tratada de maneira bem
são cobrados de maneira bem sucinta, porém, relacionados aos equilíbrios químicos. É equilíbrios químicos. É necessário que se direta. É importante entender as influências
ao entrarmos no âmbito do equilíbrio químico, importante interpretar bem os comandos das tenha um bom entendimento da base da que uma reação pode sofrer; em relação aos
é necessário que se tenha pleno entendimento questões, assim como as informações dadas, matéria, para que seja possível reconhecer equilíbrios químicos, é importante interpretar
das variações de alguns fatores e interpretar para que se possa analisar os efeitos na os efeitos causados pela mudança de os dados e as condições, para entender o
os resultados. mudança de alguns fatores. algumas variáveis. resultado de qualquer variação.

UFMG

É interessante entender que a cinética química Temos como tema principal o equilíbrio quí- A matéria de cinética química é tratada de for-
é a base para o equilíbrio químico, logo, é mico, logo, é preciso que se tenha consciência ma bem direta; já em relação aos equilíbrios
importante conhecer as possíveis alterações das possíveis alterações nas variáveis, assim químicos, é importante que todas as condições
nas variáveis, para que se possa compreender como os resultados obtidos. e suas alterações sejam avaliadas, para que se
os efeitos causados. possa concluir o efeito da maneira correta.

O conteúdo que contempla os equilíbrios Os equilíbrios químicos necessitam de boa É importante perceber que cinética química e
químicos é cobrado de maneira que exige uma interpretação e entendimento da base do equilíbrio químico estão diretamente ligados.
boa interpretação e conhecimento da matéria, assunto, já que é comum as questões cobra- É necessário também que se entenda todo o
visto que é necessário entender as diversas rem o entendimento de diversas mudanças tipo de perturbação que pode ser causado nas
mudanças de alguns fatores que podem levar de variáveis e como elas influenciam o variáveis, como elas vão se comportar frente
a resultados distintos. resultado final. a isso e qual será o resultado final.
CINÉTICA QUÍMICA E
EQUILÍBRIO QUÍMICO

73
AULAS 35 e 36 1. Condições para
ocorrência de reações
Diversos fatores são responsáveis pela ocorrência de uma
CINÉTICA QUÍMICA: reação química, desde que entre eles haja uma tendência à
CONCEITOS DE VELOCIDADE reação (afinidade química). Também é necessário que exis-
ta contato, o que vai permitir a colisão entre as moléculas,
INSTANTÂNEA, LEI possibilitando a quebra de ligações e a formação de novas
CINÉTICA DA VELOCIDADE ligações.

DAS REAÇÕES
2. Teoria da colisão
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 Em todas as reações, os átomos que formam os reagentes
se reordenam, originando produtos. Entretanto, nem todos
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 os choques entre as partículas que compõem os reagentes
dão origem a produtos (choques não eficazes). Os choques
eficazes ou efetivos são os que resultam em quebra e for-
mação de novas ligações.
No momento em que ocorre o choque em uma posição favorável, forma-se uma estrutura intermediária entre os reagentes
e os produtos denominada complexo ativado.

Complexo ativado é o estado de transição entre reagentes e produtos, em cuja estrutura há ligações enfraquecidas (que
existem nos reagentes) e formação de novas ligações (que existem nos produtos).

Exemplo da formação do complexo ativado

No estado inicial, tem-se as No estado de transição, tem-se No estado final, tem-se as


moléculas dos reagentes. o chamado complexo ativado. moléculas dos produtos.

Para que ocorra a formação do complexo ativado, as moléculas dos reagentes devem apresentar energia suficiente e colisão
em geometria favorável. Essa energia é denominada energia de ativação (Ea).

Energia de ativação (Ea) é a energia mínima que as moléculas devem ter para reagir ao se chocarem, ou seja, para que
haja colisão efetiva.

74
Esse fato ocorre tanto para as reações exotérmicas intensifica a velocidade da reação, mas não a quantidade
quanto para as endotérmicas. O diagrama delas que do produto formado.
indica o caminho da reação e a entalpia pode ser repre-
Considere estas duas fogueiras abaixo e assuma que são
sentado por:
feitas com o mesmo tipo e quantidade de lenha.
Entalpia
entalpia
Complexo ativado ativado
complexo

Prod.
Hp
Reag Ea H 1 2
Hr
A rapidez da combustão da lenha será maior na fogueira 2,
Caminho
caminhoda
dareação
reação
uma vez que a superfície de contato com o ar será maior.
DH > 0 (reação endotérmica)

Entalpia
entalpia
Complexo ativadoativado
complexo

Ea
Reag.
Hr multimídia: vídeo
H
Prod. Fonte: Youtube
Hp

Caminho
Experimentoteca - Velocidade de reação
caminhodada
reação
reação

DH < 0 (reação exotérmica)

Experimentalmente, reações diferentes apresentam energias 3.2. Temperatura


de ativação diferentes. Reações exotérmicas necessitam de A energia cinética das moléculas aumenta com a elevação
um valor de energia de ativação sempre menor que reações da temperatura, o que implica maior número de choques
endotérmicas, portanto ocorrem mais rapidamente. efetivos com aumento da velocidade da reação.

§ Por que os alimentos são guardados em geladeiras?


3. Fatores que influenciam a Quando a temperatura é baixada, a velocidade de qual-
velocidade de uma reação quer reação diminui, razão pela qual os alimentos demo-
ram mais tempo para estragar.

3.1. Superfície de contato De acordo com a regra de Van’t Hoff, os alimentos devem
deteriorar quatro vezes mais rapidamente à temperatura
Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocor- ambiente (25 °C) do que em uma geladeira a 5 °C.
re na superfície dele.
§ Regra de Van’t Hoff
Assim, quanto mais fragmentado (disperso) for esse re-
agente, maior será o número de choques e maior será a Se houver um acréscimo de 10 °C na temperatura, a velo-
velocidade da reação. cidade da reação poderá dobrar ou triplicar.
Exemplo:
Quanto maior for a superfície de contato dos reagen-
tes, maior será a velocidade da reação. temperatura 5 ºC 15 ºC 25 ºC

velocidade V 2V 4V

Para pesquisar o efeito da superfície de contato na veloci-


dade, considere a seguinte reação: 3.3. Catalisador
CaCO3(s) + 2 HCℓ(aq) → CaCℓ2(aq) + H2O(ℓ) + CO2(g) O sistema digestório converte os nutrientes em substâncias
que podem ser absorvidas e utilizadas pelas células. Essa
A efervescência no CaCO3(s) é mais acentuada na forma de transformação é realizada por enzimas, que constituem ca-
pó (maior superfície de contato). O aumento da superfície talisadores biológicos e são altamente específicas.

75
velocidade média das moléculas (devido ao aumento da
Catalisadores são substâncias capazes de acelerar energia cinética) e a velocidade da reação (consequência
uma reação sem sofrer alteração permanente, ou seja, do aumento da energia cinética). A única grandeza que
não são consumidas durante a reação. não muda é a energia de ativação, que depende de cada
reação. O que muda a energia de ativação é o catalisador.
Os catalisadores criam um caminho alternativo que exige Alternativa A
menos energia de ativação, fazendo com que a reação se
processe mais rapidamente. 2. (UFSCar-SP) Não se observa reação química visível
com a simples mistura de vapor de gasolina e ar atmos-
energia férico, à pressão e temperatura ambientes, porque:
Ea reação sem catalisador
a) a gasolina não reage com o oxigênio à pressão ambiente;
Ea reação com catalisador
b) para que a reação seja iniciada, é necessário o for-
H
necimento de energia adicional aos reagentes;
c) a reação só ocorre na presença de catalisadores
caminho da reação
heterogêneos;
d) o nitrogênio do ar, por estar presente em maior
Notas quantidade e ser pouco reativo, inibe a reação;
§ Um catalisador acelera a reação, mas não au- e) a reação é endotérmica.
menta seu rendimento, ou seja, ele produz a Resolução:
mesma quantidade de produto num período
A reação entre gasolina e ar atmosférico não é visível de-
menor de tempo.
vido à energia de ativação da reação. Por isso que é neces-
§ O catalisador não altera o DH da reação. sária uma faísca ou alguma fonte de energia para que a
§ Um catalisador acelera tanto a reação direta reação entre gasolina e ar atmosférico ocorra. Assim, é ne-
quanto a inversa, uma vez que diminui a ener- cessário fornecer uma energia adicional aos reagentes para
gia de ativação de ambas. que eles atinjam a energia de ativação e ocorra a reação.

Alternativa B
3.4. Concentração dos reagentes 3. (Fuvest) NaHSO4 + CH3COONa → CH3COOH + Na2SO4
A velocidade de uma reação depende também da concen- A reação representada pela equação acima é realizada se-
tração dos reagentes, uma vez que ela está relacionada gundo dois procedimentos:
com o número de choques entre as moléculas. I. Triturando reagentes sólidos.
Quanto maior for a concentração dos reagentes, maior será II. Misturando soluções aquosas concentradas dos
reagentes.
a velocidade da reação.
Utilizando mesma quantidade de NaHSO4 e mesma quan-
Em reações com reagentes gasosos, se a pressão for aumen- tidade de CH3COONa nesses procedimentos, à mesma
tada, ocorrerá uma diminuição de volume, e, consequente- temperatura, a formação do ácido acético:
mente, haverá aumento nas concentrações dos reagentes. a) é mais rápida em II porque em solução a frequência de
colisões entre os reagentes é maior;
b) é mais rápida em I porque no estado sólido a concen-
Aplicação do conteúdo tração dos reagentes é maior;
c) ocorre em I e II com igual velocidade porque os reagen-
1. Na cinética de uma reação, o aumento da temperatura
tes são os mesmos;
provoca aumento de todas as seguintes grandezas, exceto:
d) é mais rápida em I porque o ácido acético é liberado na
a) energia de ativação; forma de vapor;
b) energia do sistema; e) é mais rápida em II porque o ácido acético se dissolve
c) número de colisões entre as moléculas dos reagentes; na água.
d) velocidade média das moléculas;
Resolução:
e) velocidade da reação.
Os fatores que influenciam a velocidade da reação são
Resolução:
superfície de contato (I), temperatura, concentração dos
Quando a temperatura da reação se torna mais elevada, reagentes (II) e catalisador. Assim, os itens estão:
a energia do sistema aumenta (porque tem mais calor), a) Correto, pois em solução os reagentes têm uma fre-
ocorre um número maior de colisões entre as moléculas quência de colisão muito maior do que os reagentes em
reagentes (aumento da energia cinética), elevam-se a estado sólido.

76
b) Incorreto, pois se ambos estiverem no estado sóli- b) ESCREVA o fator responsável por essa diferença
do, a reação ocorrerá muito devagar, ou não ocorrerá, de velocidade.
pois não há meio para poder haver a troca de íons. c) COMPARE os complexos ativados formados nos
c) Incorreto, pois não tem como garantir que ambos os dois caminhos da reação.
itens ocorrerão na mesma velocidade. No item I, depende d) A reação ocorre pelos dois caminhos no mesmo
de quanto os reagentes sólidos estão triturados e, no item sistema? JUSTIFIQUE sua resposta.
II, depende de quão concentrado as soluções estarão. Resolução:
d) Incorreto, pois o estado em que o produto é forma- a) A curva I é o caminho mais rápido, pois tem a me-
do não interfere na velocidade da reação. nor energia de ativação.
e) Incorreto, pois a solubilidade do(s) produto(s) não b) O fator responsável é o catalisador.
afeta a velocidade da reação.
c) O complexo ativado da curva I é diferente da curva
Alternativa A II. A energia do complexo ativado II é maior do que o
complexo ativado I.
4. (UFMG) As curvas I e II representam caminhos possí-
d) Não, pois apesar de partir dos mesmos reagentes
veis para a reação de hidrogenação do propeno.
e o produto ser igual nas duas curvas, a curva I é
catalisada e a curva II não é catalisada.
CURVA II

∆H

CURVA I

H3C = CHCH3
+ H3CCH2CH3
H2

coordenada da reação
multimídia: site
a) INDIQUE a curva que corresponde ao caminho da
reação mais rápida.
www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/enzimas.htm

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A manutenção da vida depende da ocorrência ininterrupta de uma série de reações químicas. No entanto, a tempe-
ratura de aproximadamente 36 °C e o pH próximo da neutralidade (7,0), condições apresentadas pelo organismo
humano, não são favoráveis ao desenvolvimento de todas essas reações. Como exemplo, a digestão das proteínas
em aminoácidos é um processo que ocorre diariamente no trato digestório. Essa “quebra“ de proteínas também
ocorre normalmente em laboratórios que desejam obter os aminoácidos em sua forma livre. A diferença está no fato
de que, para conseguir romper as ligações peptídicas fora do organismo humano, os cientistas precisam submeter as
proteínas a processos de fervura em meio ácido ou básico.
Então, seria possível concluir que uma reação que precisa de fervura e condições extremas de pH não ocorrerá facil-
mente no interior do organismo humano, onde a temperatura é muito mais baixa e o pH nem sempre é o ideal para
a ocorrência dessa reação, mas ela acontece.
Será que existe algum mediador, algum mecanismo que acelere essas reações dentro do organismo? A resposta é
sim. As enzimas é que fazem esse papel atuando como catalisadores biológicos.
Catalisadores são substâncias com a capacidade de acelerar reações químicas, sem participar delas como reagentes,
isto é, eles participam da reação, aumentam sua velocidade, mas são recuperados inalterados ao final dela.
Na maioria das vezes, as velocidades das reações catalisadas por enzimas têm um aumento da ordem de 106 a 1012
vezes em relação às velocidades das reações não catalisadas. As enzimas são classificadas de acordo com o tipo de
reação que catalisam.

77
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

A química é a disciplina que estuda a transformação da matéria. Para que essas transformações ocorram,
é necessário que ocorra uma reação química através do choque entre duas substâncias. Uma energia é
necessária para formar a nova substância. O ramo que estuda o movimento das moléculas em uma reação
química é denominado cinética química.

MODELO 1
(Enem) A hematita (a-Fe2O3), além de ser utilizada para obtenção do aço, também é utilizada como um catali-
sador de processos químicos, como na síntese da amônia, importante matéria-prima da indústria agroquímica.
MEDEIROS, M.A.F. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 32, n. 3, ago. 2010 (adaptado).

O uso da hematita viabiliza economicamente a produção da amônia, porque:


a) diminui a rapidez da reação;
b) diminui a energia de ativação da reação;
c) aumenta a variação da entalpia da reação;
d) aumenta a quantidade de produtos formados;
e) aumenta o tempo do processamento da reação.

ANÁLISE EXPOSITIVA
O uso do catalisador provoca a diminuição da energia de ativação da reação.

RESPOSTA Alternativa B

78
DIAGRAMA DE IDEIAS

REAÇÃO QUÍMICA

TEM

RAPIDEZ DE REAÇÃO

DEPENDE DOS FATORES

CONCENTRAÇÃO TEMPERATURA SUPERFÍCIE DE CATALISADOR


DOS REAGENTES CONTATO

INFLUENCIA POR
FIGURA NA
O VALOR DA EXEMPLO

LEI CINÉTICA CONSTANTE ENZIMA


CINÉTICA (K)

OBTIDA POR

EXPERIMENTOS
CINÉTICOS

79
AULAS 37 e 38 1. Equação da velocidade
1.1. Lei de Guldberg-Waage

A velocidade de uma reação é diretamente propor-


CINÉTICA QUÍMICA: cional ao produto das concentrações em quantidades

ORDEM DAS REAÇÕES de matéria dos reagentes elevadas a determinados


expoentes.

Para a reação química realizada à temperatura T:


COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
aA + bB +... → produtos

HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 A velocidade é dada por:

V = velocidade da reação
k = constante da velocidade (a uma dada temperatura)
V = k · [A]x · [B]y = [A] e [B] = concentrações em mol/L dos reagentes
x e y = expoentes determinados experimentalmente,
denominados ordem da reação

Quando a reação ocorre em uma única etapa, trata-se de uma reação elementar; nesse caso, os expoentes x e y correspon-
dem aos coeficientes estequiométricos a e b.
Assim: v = k [ A ]a [ B ]b

§ ordem da reação em relação a A = a

§ ordem da reação em relação a B = b

§ ordem total da reação = a + b


Entretanto, a maioria das reações não é elementar, ou seja, ocorre em mais de uma etapa.

2. Mecanismo de reações A velocidade da reação é dada pela expressão:

O mecanismo de uma reação é a série de etapas que leva os v = k[A]2 · [B]


reagentes aos produtos. Nesse mecanismo, há etapas lentas
e rápidas. A etapa mais lenta é a determinante da velocida-
de. A velocidade da reação global é a velocidade da etapa
3. Determinação experimental da
mais lenta. equação da velocidade da reação
Considere a reação 2 A + 3 B → A2B3, que se processa em A escolha de uma equação matemática que represente a varia-
duas etapas: ção da velocidade da reação com a concentração dos reagen-
tes deve se basear exclusivamente em dados experimentais.
§ Primeira etapa: 2 A + B → A2B (lenta)
Exemplo:
§ Segunda etapa: A2B + 2 B → A2B3 (rápida) 2A+3B→C
A velocidade da reação global deve ser calculada a partir Observe na tabela a variação da velocidade com as con-
da velocidade da etapa lenta dessa reação global. centrações obtidas experimentalmente:

80
[A] mol/L [B] mol/L V mol/L × min
Considere a seguinte reação:
2 H2 + 2 NO → N2 + 2 H2O
primeira
0,3 0,1 0,5
experiência Em que a lei experimental da velocidade é:
segunda v = k [H2]1 · [NO]2
0,6 0,1 1,0
experiência Essa reação é de terceira ordem, que é equivalente à ordem
terceira
0,6 0,2 4,0
de reação com referência a uma espécie determinada.
experiência
Essa reação é de primeira ordem em relação ao hi-
drogênio e de segunda ordem em relação ao monó-
Segundo a lei de Guldberg Waage, a equação da ve- xido de nitrogênio.
locidade, baseada na equação global (portanto, inade-
quada), seria:
v = k [A]2 · [B]3
5. Interpretação do conceito
No entanto, considerando a tabela experimental de varia- de ordem de reação
ção de velocidade, deve-se deduzir a equação da velocida- A ordem de uma reação significa uma dependência entre a
de na qual x e y serão determinados, uma vez que não concentração do reagente e a velocidade da reação.
são necessariamente 2 e 3.
Exemplo:
Comparando a primeira com a segunda experiência, no-
v = k [X]2
ta-se que a concentração de B é a mesma e que Reação de segunda ordem: se dobrada a concentração de
a concentração de A dobrou; consequentemente, a X, quadruplica-se a velocidade da reação.
velocidade também dobrou. Por esse motivo, é evidente que a ordem de uma reação só
pode ser determinada experimentalmente.
Mediante um exemplo, é possível determinar a ordem
Comparando a segunda com a terceira experiência, de reação.
verifica-se que a concentração de A é a mesma e
que a de B dobrou; consequentemente, a velocida- Exemplo:
de quadruplicou. A reação química entre cloreto de mercúrio (II), HgCℓ2, e
oxalato de potássio, K2C2O4:
2 HgCℓ2(aq) + K2C2O4(aq) → 2 KCℓ(aq) + 2 CO2(g) + Hg2Cℓ2(s)
Conclusão
A velocidade varia com a primeira potência de [A] e com a Foi estudada em solução aquosa, sendo determinada a
segunda potência de [B]. quantidade de matéria de Hg2Cℓ2 que precipita. Foram re-
alizados três experimentos, modificando as concentrações
v = k [A]1 · [B]2 iniciais (mol/L) dos reagentes:
Quantidade
Tempo/
Experimento [HgCℓ2] [K2C2O4] de matéria
min
Hg2Cℓ2/mol

1 0,0836 0,404 60 O,0064

2 0,0836 0,202 60 0,0016

multimídia: vídeo 3 0,0418 0,404 60 0,0032

Fonte: Youtube Determinar a equação de velocidade e identificar as ordens


Pasta de dente de elefante ... para cada um dos reagentes e a ordem total.
Se a equação de velocidade for dada por
v = k · [HgCℓ2]a · [K2C2O4]b:
4. Ordem de uma reação § Experimento 1:
A ordem de uma reação é a soma dos expoentes de con- 0,0064
______
​   ​  
= k(0,0836)a (0,404)b (I)
centração que aparecem na lei experimental da velocidade. 60

81
§ Experimento 2: a) permanece constante;
b) duplica;
0,0016
______ c) fica quatro vezes maior;
​   ​
  = k(0,0836)a (0,202)b (II)
60 d) fica 16 vezes maior;
§ Experimento 3: e) fica 8 vezes maior.
______ 0,0032
​   ​  
= k(0,0418)a (0,404)b (III) Resolução:
60
Dividindo (I) por (II): A equação da velocidade é dada por v = k1 [A2] [B2]3.
______0,0064
​   ​ 
  k(0,0836)a (0,404)b Duplicadas as concentrações molares de A e de B, obtém-se:
​  60   ​ = _______________
______ ​ 
    ​ V’ = k1[2A2][2B2]3 ⇒
0,0016
______ k(0,0836)a (0,202)b
​   ​


60 ⇒ v’ = k1 · 2 · 23 · [A2][B2]3 ⇒
Obtém-se: 4 = 2b ou 22 = 2b [ b = 2 ⇒ v’ = 16 k1 [A2] [B2]3
E dividindo (I) por (III): Dividindo v’ por v, obtém-se:
______0,0064
​   ​   k(0,0836)a (0,404)b 16k1[A2][B2]3
​  60  ​ 
______ _______________
=   
​   ​ ​  v’
__ __________ ⇒ v’ = 16 v
v ​  = v = ​  k1[A2][B2]3 ​ 

0,0032
______ k(0,0418)a (0,404)b
​   ​  
60 Alternativa D
Obtém-se: 2 = 2a ou 21 = 2a [ a = 1 3. Num laboratório, foram realizados diversos experi-
mentos para a reação:
A ordem em relação ao HgCℓ2 é 1; em relação ao K2C2O4 é
2; e a ordem total é 3. 2 H2(g) + 2 NO(g)  N2(g) + 2 H2O(g)
Com os resultados das velocidades iniciais obtidos, mon-
Aplicação do conteúdo tou-se a seguinte tabela:

[H2] [NO] V
1. A reação genérica “A + 2 B → produtos” que se pro- Experimento
(mol/L) (mol/L) (mol/L · s)
cessa em uma única etapa tem velocidade constante
de 0,3 L·mol-1·min-1. Qual a velocidade da reação em 1 0,10 0,10 0,10
(L·mol-1·min-1), se as concentrações de A e B forem, res- 2 0,20 0,10 0,20
pectivamente, 2,0 e 3,0 mol/L?
3 0,10 0,20 0,40

Resolução: 4 0,30 0,10 0,30

5 0,10 0,30 0,90


Como o enunciado diz que a reação “A + 2 B → produ-
tos” se processa em uma única etapa (reação elementar), Com base nessa tabela, é possível afirmar que a lei de ve-
a equação equivalente é v = k · [A] · [B]2. locidade para a reação é:
a) v = k [H2].
Lembre-se de que, numa reação elementar, é possível usar
b) v = k [NO].
como expoentes da lei da velocidade os próprios coeficien-
c) v = k [H2] [NO].
tes (1 e 2) da equação – o que também é admitido se o d) v = k [H2] 2[NO].
problema não fornecer dados suficientes para determinar e) v = k [H2] [NO]2.
os expoentes da lei da velocidade.
Resolução:
Aplicados os dados do problema nessa fórmula, obtém-se:
v = 0,3 · (2,0) · (3,0)2 ⇒ v = 5,4 L·mol-1·min-1. Comparados os experimentos 1 e 2 e mantida constante
a concentração de NO (0,10 mol/L), ao dobrar a concen-
2. A reação A2(g) + 3 B2 (g) → 2 AB3(g) está se processando tração de H2 de 0,10 mol/L para 0,20 mol/L, a velocidade
em um recipiente fechado e em condições tais que a também dobra, passando de 0,10 mol/L · s para 0,20 mol/L · s.
velocidade obedece à equação: Isso indica que a velocidade é diretamente proporcional à
concentração de H2.
v = k1 [A2] [B2]3.
Comparados os experimentos 1 e 3, mantida constante a
Se duplicadas as concentrações molares de A e de B e se concentração de H2 (0,10 mol/L), dobra-se a concentração
todas as demais condições permanecerem constantes, no- de NO de 0,10 mol/L para 0,20 mol/L; consequentemente,
ta-se que a velocidade da reação: a velocidade é multiplicada por 4.

82
Comparados os experimentos 1 e 5, a concentração de H2 [CℓO-] [corante] Velocidade
(0,10 mol/L) permanece constante e a concentração de NO Experimento
(mol/L) (mol/L) inicial (mol/L . s)
triplica, passando de 0,10 mol/L para 0,30 mol/L. Conse- 1 1,7 ∙ 10-3 1,7 ∙ 10-2 1,7 ∙ 10-4
quentemente, a velocidade torna-se 9 vezes maior. Essas 2 3,4 ∙ 10-3 1,7 ∙ 10-2 3,4 ∙ 10-4
duas comparações (1 com 3 e 1 com 5) indicam que a 3 1,7 ∙ 10 -3
3,4 ∙ 10-2
3,4 ∙ 10-4
velocidade depende do quadrado da concentração de NO.
a) A reação é de primeira ordem em relação ao hipo-
Assim, a fórmula da velocidade é:
clorito e de segunda ordem em relação ao corante.
v = k [H2] [NO]2 b) A reação é de primeira ordem em relação a ambos
os reagentes.
Alternativa E c) A reação é de segunda ordem em relação a ambos
os reagentes.
4. A reação NO2(g) + CO(g) → CO2(g) + NO(g) é de segunda d) A constante de reação é 121 mol-1 · L · s-1.
ordem em relação ao NO2(g) e de ordem zero em relação e) A constante de reação é 121 mol · L-1· s-1.
ao CO(g). Em determinadas condições de temperatura e
pressão, essa reação ocorre com velocidade V. Se a con- Resolução:
centração de NO2(g) for triplicada e a concentração de
CO(g) for duplicada, a nova velocidade de reação V’ será
igual a: Comparando o experimento 1 com o 2, a [corante] mante-
ve constante e [CℓO-] dobrou; nisso, a velocidade da reação
a) 3v. d) 12v.
dobrou. Isso mostra que a ordem em relação à [CℓO-] é um.
b) 6v. e) 18v.
c) 9v. Comparando o experimento 1 com o 3, a [CℓO-] mante-
ve constante e a [corante] dobrou; nisso, a velocidade da
Resolução:
reação dobrou. Isso mostra que a ordem em relação à [co-
De acordo com o enunciado, a lei da velocidade da reação é: rante] é um.
V = k · [NO2]2 · [CO]0 ou V = K · [NO2]2 Assim, a equação da velocidade da reação é:
Quando a concentração de NO2(g) é triplicada e a concen- V = K ∙ [CℓO-]1 ∙ [corante]1
tração de CO(g) é duplicada, tem-se:
Para calcular o valor da constante, utilizam-se os valores do
V’ = K ∙ [3 ∙ NO2]2 ∙ [2 ∙ CO]0
experimento 1:
V’ = K ∙ 32 ∙ [NO2]2 ∙ 1
V = K ∙ [CℓO-]1 ∙ [corante]1
V’ = 9 ∙ k ∙ [NO2] → V’ = 9V
2
1,7 ∙ 10-4 = k ∙ 1,7 ∙ 10-3 ∙ 1,7 ∙ 10-2
Alternativa C
K = 5,88 L ∙ mol-1 ∙ s-1
5. O íon hipoclorito é o principal ingrediente da água Alternativa B
sanitária, que é amplamente empregada como alvejan-
te. A reação de hipoclorito com corantes produz subs-
tâncias incolores. Analise os resultados abaixo, obtidos
para a reação de um corante com hipoclorito, e assinale
a alternativa correta.

83
VIVENCIANDO

As enzimas são substâncias orgânicas, geralmente proteínas, que catalisam reações biológicas pouco espontâneas
e muito lentas. O poder catalítico de uma enzima relaciona a velocidade das reações com a energia despendida
para que elas aconteçam. Assim, na presença de uma enzima catalisadora, a velocidade da reação é mais rápida, e
a energia utilizada é menor. Por esse motivo, as enzimas praticamente regem todo o funcionamento celular interno,
favorecendo o metabolismo anabólico (construção) e catabólico (degradação), bem como externo, por meio de sina-
lizadores catalíticos estimulantes ou inibitórios atuantes em outras células (hormônios, por exemplo).
Existem no organismo diferentes tipos enzimáticos, reguladores das diversas vias metabólicas, estendendo-se por
todo o corpo humano, mas em pequenas quantidades. A grande especificidade de uma enzima é determinada pelo
tamanho e pela forma tridimensional, formando regiões de afinidade com os reagentes (substratos). Essa comple-
mentaridade é denominada combinação chave-fechadura. Alguns fatores influenciam na atividade catalítica das
enzimas, como concentração enzimática, concentração do substrato, potencial hidrogeniônico (pH) e temperatura.
Considerando a concentração das moléculas de enzimas, quanto maior o seu teor, maior será a velocidade da reação,
seguindo proporcionalmente a quantidade suficiente de substratos para reagir com as enzimas. Conforme a demanda no
consumo de reagentes vai ocorrendo, a velocidade da reação decai gradativamente. Quando a concentração do substrato
aumenta, a velocidade tende a um limite determinante, de acordo com a quantidade de enzimas no sistema. A partir
desse ponto, nenhuma influência terá o substrato sobre a velocidade, pois todas as enzimas já se encontraram ocupadas.
Cada enzima também possui um pH ótimo para desempenhar suas funções, seja no estômago, no caso das pepsinas em
pH ácido (por volta de 2 – muito baixo), ou em qualquer outro órgão ou tecido, na boca ou na corrente sanguínea, e cada
uma em seu local requer condições favoráveis para potencializar sua atuação. Para a otimização das reações biológicas,
mediadas por catalisadores, é necessário uma temperatura adequada, que varia de acordo com o tipo de enzima. Baixas
temperaturas podem causar inativação, e altas temperaturas podem causar desnaturação enzimática.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os catalisadores biológicos são produzidos pelas células e atuam nas reações metabólicas do organismo. As enzimas
são os principais catalisadores biológicos. Em geral, são proteínas (embora nem toda proteína seja uma enzima), mas
há exceções – como é o caso das ribozimas, que não são moléculas proteicas, mas moléculas de ácido ribonucleico
(RNA). São exemplos de enzimas a amilase, a lipase e a desidrogenase.
Os catalisadores não biológicos, por sua vez, são substâncias químicas, geralmente inorgânicas, que promovem o
aumento da velocidade de reações químicas. Um exemplo é o sulfato de manganês (substância inorgânica), que
catalisa positivamente a reação entre ácido oxálico e permanganato de potássio em meio ácido.
Os catalisadores químicos são importantes em vários processos, sendo alguns utilizados industrialmente. Exemplos: auto-
móveis têm conversor catalítico no sistema de escapamento com o objetivo de acelerar a conversão de gases poluentes
em substâncias menos tóxicas; a catálise heterogênea é usada na produção de margarinas, síntese de fertilizantes, etc.

84
DIAGRAMA DE IDEIAS

REAÇÃO QUÍMICA

OCORRE POR
MEIO DE UM

MECANISMO

PODE TER

UMA SÓ ETAPA DUAS OU MAIS ETAPAS

CARACTERIZANDO CARACTERIZANDO

CADA ETAPA É UMA


REAÇÃO ELEMENTAR REAÇÃO NÃO
ELEMENTAR

QUE OCORRE A VELOCIDADE GLOBAL


MEDIANTE É DETERMINADA PELA

COLISÃO EFETIVA ETAPA MAIS LENTA


(ETAPA DETERMINANTE)

85
estes reagem entre si formando novamente moléculas de
AULAS 39 e 40 reagentes. Uma reação reversível nunca é completa num
único sentido.
Depois de 15 minutos de reação, observa-se que as concen-
trações PCℓ3 e Cℓ2, que vinham aumentando, não se alteram
mais, bem como a concentração de PCℓ5, que vinha dimi-
EQUILÍBRIO QUÍMICO: nuindo, também não se altera mais. Parece que a reação
EQUILÍBRIOS QUÍMICOS “parou”. Na verdade, a reação alcançou o equilíbrio. Em
outras palavras, a velocidade de reação (v) no sentido direto
HOMOGÊNEOS igualou-se à velocidade no sentido inverso:

Equilíbrio químico ⇒ vdireta = vinversa


COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7

HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 O equilíbrio químico é um estado dinâmico. Isso não sig-
nifica paralisação da reação. Como as velocidades direta e
inversa são iguais, as concentrações dos reagentes e dos
produtos permanecem constantes (mas não iguais). A re-
ação continua se processando, sem, no entanto, alterar as
1. Reações reversíveis concentrações em quaisquer sentidos.
Considere um recipiente de 1 L com 2,0 mol de PCℓ5(g) A maioria das reações químicas é reversível e alcança um
a uma certa temperatura, a ponto de dar início ao pro- equilíbrio químico a uma certa temperatura e depois de
cesso de decomposição de PCℓ5(g), cujo mecanismo de certo tempo.
reação provoca o aparecimento de PCℓ3(g) e Cℓ2(g), con-
forme a equação: Considere ao alcançar o equilíbrio:

PCℓ5(g)  PCℓ3(g) + Cℓ2(g) PCℓ5  PCℓ­3 + Cℓ2

Depois de três minutos, haverá uma quantidade significativa Mede-se a concentração de PCℓ5 e encontra-se: [PCℓ5] =
de moléculas de PCℓ3(g) e de Cℓ2(g), que naturalmente vão 0,4 mol/L (concentração no equilíbrio).
se chocar entre si. Dependendo da temperatura, da energia De fato, reagiram até o equilíbrio 2,0 – 0,4 = 1,6 mol/L
cinética das moléculas, pode ocorrer a reação inversa: (concentração inicial) e formaram-se, simultaneamente 1,6
PCℓ3(g) + Cℓ2(g)  PCℓ5(g) mol de PCℓ3 e 1,6 mol de Cℓ2, uma vez que os coeficientes
da equação são 1 : 1.
Com efeito, as duas reações vão ocorrer simultaneamen-
te, com a decomposição e a formação do PCℓ5 numa re-
ação reversível. Reação PCℓ5 (g)  PCℓ3 (g) + Cℓ2 (g)

Reações reversíveis processam-se, simultaneamente, Início 2,0 mol 0 0


em ambos os sentidos. Reagem 1,6 mol — —

Formam-se — 1,6 mol 1,6 mol


Por convenção, a notação de uma reação reversível é feita
Restam no
com duas flechas, uma das quais indica o sentido direto 0,4 mol 1,6 mol 1,6 mol
equilíbrio
(da esquerda para a direita), e a outra, o sentido inverso
(da direita para a esquerda).
No recipiente, há constante transformação de PCℓ5 em
PCℓ5(g)  PCℓ3(g) + Cℓ2(g) PCℓ3 e Cℓ2, e vice-versa, cujas concentrações permanecem
constantes. Em outras palavras, o número de moléculas de
Numa reação reversível, à medida que os reagentes são PCℓ5 que se decompõem é igual ao número de moléculas
consumidos simultaneamente à formação dos produtos, de PCℓ5 que se formam.

86
As concentrações no equilíbrio são: 1,6
O grau de equilíbrio, portanto, é: a = ___
​   ​  = 0,8 ou seja, 80%.
2,0
[PCℓ5] = 0,4 mol/L; [PCℓ3] = 1,6 mol/L e [Cℓ2] = 1,6 mol/L

Nota
3. Constante de equilíbrio
Num sistema reversível genérico:
Numa reação reversível, os catalisadores influenciam
1
igualmente na reação direta e na inversa. Eles não aA + bB cC + dD
2
aumentam o rendimento da reação, apenas influem
no tempo para que o sistema alcance o equilíbrio, que É possível escrever as expressões da lei da ação das massas
será sempre menor na presença dos mesmos. para os dois sentidos (desde que se admita que a reação
seja elementar, que ela ocorra em uma única etapa):

sentido direto: v1 = k1 · [A]a · [B]b


sentido inverso: v2 = k2 · [C]c · [D]d

A velocidade da reação direta (v1) vai diminuir em razão


do consumo gradual de A e de B. A velocidade da reação
inversa (v2) vai aumentando com o tempo em razão da for-
multimídia: vídeo mação de C e D.
Fonte: Youtube Certo tempo depois – que varia de acordo o tipo de reação
Experiência de Equilíbrio Químico ... – as concentrações de A, B, C e D permanecem inalteradas.
Nessa fase, as velocidades v1 e v2 igualam-se, sinal de que
o sistema atingiu o equilíbrio químico, como se diz:
Mais um exemplo
1
N2 (g) + 3 H2 (g) 
2
2 NH3 (g)

O sentido 1 é o sentido direto e representa a síntese da


amônia. O sentido 2 é o sentido inverso e representa a
decomposição da amônia.
No equilíbrio interagem simultaneamente:
N2 (gás nitrogênio) No equilíbrio, v1 = v2 , o que revela a igualdade das
H2 (gás hidrogênio) expressões:
k [C]c [D]d
NH3 (gás amônia) k1 · [A]a · [B]b = k2 · [C]c · [D]d ä __
​  1 ​ = ______
​   
 ​= Kc
k2 [A]a [B]b
E no equilíbrio, a velocidade da reação que forma a NH3 é
igual à velocidade da reação que forma N2 e H2. Por definição, a constante de equilíbrio em termos
de concentrações corresponde a

2. Grau de equilíbrio [C]c · [D]d


Kc = _______
​  a  
 ​  
O grau de equilíbrio (a) de um reagente corresponde à [A] · [B]b
relação entre a quantidade de mol consumida e a quanti-
dade de mol inicial desse reagente.
A constante de equilíbrio depende da natureza dos rea-
quantidade de mol de reagente consumido gentes, dos produtos e da temperatura.
a = ________________________________
​    
    ​
quantidade de mol de reagente no início Comparados os valores de Kc em diferentes temperaturas, é
possível saber a que temperatura o rendimento da reação
O grau de equilíbrio pode ser multiplicado por 100 e ex-
foi maior.
presso em porcentagem.
No equilíbrio do exemplo anterior, consideram-se: Exemplo:
quantidade de mol de PCℓ5 inicial = 2,0 mol e A 1.000 °C, a constante de equilíbrio de uma reação correspon-
quantidade de mol de PCℓ5 consumido até o equilíbrio = 1,6 mol. de a 4 · 10–3 e, a 2.000 °C, ela vale 36 · 10–3. Isso mostra que, a

87
2.000 °C, a reação direta foi mais favorecida. Se a temperatura Se estabelecida uma relação entre QC e KC, obtém-se:
for mais alta, haverá maior produção no sentido direto.
__Q
​  C ​ = 1 ä o sistema está em equilíbrio.
KC
4. Interpretação do valor de Q
​ __C ​ ≠ 1 ä o sistema não está em equilíbrio.
KC
kc e extensão da reação
Considere as seguintes situações de equilíbrio e as respec- Considere este outro equilíbrio a 100 ºC, cujo valor da
tivas constantes: constante (Kc) é igual a 0,2:
N2O4 (g)  2 NO2 (g)
1. Kc > 1
A concentração dos produtos (indicados no numerador) é Considerando três experimentos realizados à temperatura
maior que a dos reagentes (indicados no denominador), in- de 100 ºC, obtém-se:
formação que permite observar que a reação direta preva-
lece sobre a inversa. Ou seja, em equilíbrio, as quantidades [NO2] [N2O4]
dos produtos são maiores do que as dos reagentes.
Experimento 1 2 mol/L 2 mol/L
É o caso da reação:
Experimento 2 0,2 mol/L 0,2 mol/L
2 NO(g) + O2 (g)  2 NO2 (g)
Experimento 3 0,1 mol/L 0,1 mol/L
[NO ]2
KC = ________ ä KC = 6,45 · 105
​  2 2   ​ 
[NO] [O2]
Ao analisar os experimentos, calcula-se o quociente de
equilíbrio:
2. Kc < 1
[NO ]2
A concentração dos reagentes (denominador) é maior que QC = _____
​  2    ​
[N2O4]
a dos produtos (numerador), o que indica que a reação
inversa prevalece sobre a direta. Ou seja, as quantidades Em seguida, relacionam-se seus valores com Kc::
dos produtos são menores do que as dos reagentes.
É o caso da reação:
Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3
N2 (g) + 3 H2 (g)  2 NH3 (g)

[NH3]2
KC = _______
​  ä KC = 2,37 · 10–3
  ​  (2)2
QC = ___
​   ​  = 2
(0, 2)2
QC = _____
​   ​   = 0,2
(0, 1)2
QC = _____
​   ​   = 0,1
[N2] [H2]3 2 0,2 0,1
KC = 0,2 KC = 0,2 KC = 0,2

Conclusão
Q Q 0,2 Q 0,1
Quanto maior for o valor de Kc maior será a extensão __ ​  2  ​=
​  C ​ = ___   10 __
​  C ​ = ___
​   ​ = 1 __
​  C ​ = ___
​   ​ = 0,5
KC 0,2 KC 0,2 KC 0,2
da ocorrência da reação direta.
Quanto menor for o valor de Kc maior será a extensão
da ocorrência da reação inversa.
É possível concluir que:
1. no experimento I, o sistema não está em equilíbrio;
para atingi-lo, o valor de Qc = 2 deve igualar-se ao
do Kc, o que ocorrerá com a diminuição da [NO2] e o
5. Quociente de equilíbrio (Qc) aumento da [N2O4];
2. no experimento II, o sistema está em equilíbrio (Kc = Qc); e
Quociente de equilíbrio (QC) é a relação entre as con- 3. no experimento III, o sistema também não está em
centrações em mol/L dos participantes em qualquer situação, equilíbrio; para ser alcançado, o valor de Qc = 0,1 deve
mesmo que o equilíbrio não esteja estabelecido. É expresso igualar-se ao do Kc = 0,2, o que ocorrerá com o au-
da mesma maneira que a constante de equilíbrio (Kc). mento da [NO2] e a diminuição da [N2O4].

88
VIVENCIANDO

A perda de biodiversidade de ecossistemas marinhos causa a erosão de plataformas continentais, que não apresen-
tarão mais corais, que, por sua vez, ajudam a fixar os sedimentos. Estima-se que até 2100, cerca de 70% dos corais
de águas frias estarão expostos a águas corrosivas.
Por outro lado, outras pesquisas apontam para a direção oposta, afirmando que alguns microrganismos se benefici-
am com esse processo. Isso se deve ao fato de que a acidificação dos oceanos possui também uma consequência que
é, para alguns microrganismos marinhos, positiva. A diminuição do pH altera a solubilidade de alguns metais, como
o ferro (III), que é um micronutriente essencial para o plâncton, tornando-o, assim, mais disponível, favorecendo um
aumento da produção primária, que causa maior transferência de CO2 para os oceanos.
Além disso, o fitoplâncton produz um componente chamado dimetilssulfeto, que, ao ser lançado para a atmosfera,
contribui para a formação de nuvens que refletem os raios solares, controlando o aquecimento global. Esse efeito é
positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano devido à saturação desse gás nas águas, situação
sob a qual o fitoplâncton, pela menor oferta de ferro (III), produzirá menos dimetilssulfeto.

6. Unidades da constante 6.2. Relação entre Kp e Kc


de equilíbrio Pode-se relacionar as duas constantes usando a expressão:

As unidades da constante de equilíbrio serão função da Kp = Kc · (R · T)Dn


sua respectiva expressão matemática. R =            
constante universal dos gases
   
   
​ ​
na qual:            
T = temperatura absoluta do equilíbrio
Em equilíbrio:        
​  ​
Dn = (c + d) – (a + b)
PCℓ5 (g)  PCℓ3 (g) + Cℓ2 (g)
Essa relação pode ser facilmente demonstrada a partir da
Obtém-se: expressão da equação dos gases perfeitos (equação de
[PCℓ3] [Cℓ2] ______(mol/L)2 Clapeyron) em pressões parciais.
Kc = ​ ​ _________ ​​ 

= ​   ​ 
= mol/L
[PCℓ5]  (mol/L)
Em equilíbrio: Exemplos:
N2 (g) + 3 H2 (g)  2 NH3 (g) 2 NH3(g)  N2(g) + 3 H2(g)
Obtém-se: Dn = (1 + 3) – (2) = 2
[NH3] 2
(mol/L)
2 PN2 · (PH2)3
Kc = _______
​    = ______
 ​  ​   
 ​= (mol/L)–2 Kp = ________
​   ​  (atm)2 ä Kp = Kc · (R · T)2
[N2] [H2] (mol/L)4
3
(PNH3)2

6.1. Constante de equilíbrio em Os reagentes em fase líquida não são incluídos na constan-
te Kp, uma vez que os líquidos não são significativamente
termos de pressões parciais (Kp) influenciados pela pressão.
Considere a seguinte reação genérica:
Cℓ2(g) + H2O(ℓ)  HCℓ(aq) + HCℓO(aq)
aA(g) + bB(g)  cC(g) + dD(g)
​  ​  1   ​ ​ (atm
Kp = ____   –1)
pCℓ
Para equilíbrios gasosos, pode-se exprimir a constante de
2

Os reagentes em fase sólida não são incluídos nem na


equilíbrio em termos das pressões parciais dos reagentes e
constante Kp nem na constante Kc:
dos produtos:
Fe2O3(s) + 3 CO(g)  2 Fe(s) + 3 CO2(g)
(p )c (p )d
Kc =_______
​  C a D b  ​ [CO ]3 (Pco )3
(pA) (pB) Kc = _____
​  2 3 ​ e Kp = ______
​  23 ​ ä
  Kp = Kc
[CO] (Pco)

89
Observe que Dn = 3 – 3 = 0; portanto, (R · T)Dn = 1. Resolução:
Nesse caso, o valor correspondente às constantes é um
número adimensional. Montando a tabela, tem-se:

Reação A + BC + D

Início 1 1 0 0

Reagem ​  3__  ​ ​  3__  ​ — —


4 4

multimídia: site Formam-se — — ​  3__  ​ ​  3__  ​


4 4

Sobram no equilíbrio ​  1__  ​ ​  1__  ​ ​  3__  ​ ​  3__  ​


www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitu- 4 4 4 4
de/1382-acidificacao-dos-oceanos-um-grave-problema-
-para-o-planeta.html [C] · [D] ​  3 ​ · __
__ ​ 3 ​ 
______
KC = ​   ​ ä KC = ​  4  ​ ä KC = 9
____ 4
[A] · [B] ​  1 ​ · __
__ ​ 1 ​ 
4 4
3. No equilíbrio químico:
Aplicação do conteúdo
N2 (g) + 3 H2(g)  2 NH3(g)
1. No equilíbrio:
verifica-se que Kc = 2,4 · 10–3 (mol/L)–2 a 727 °C.
H+(aq) + HS–(aq)  H2S(aq)
Calcule o valor de Kp nas mesmas condições.
verificou-se que a concentração de cada espécie química é: Resolução:
T = 727 + 273 = 1.000 K
[H+] = 4,0 · 10–7 mol/L; [HS–] = 1,0 · 10–1 mol/L; [H2S]
= 4,0 · 10–1 mol/L R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1

Calcule a constante de equilíbrio em termos de concentrações. Dn = 2 – 4 = – 2


Kp = Kc · (R · T)Dn = 2,4 · 10–3 · (0,082 · 1.000)–2
Resolução:
2,4 · 10–3
ä Kp = 2,4 · 10–3 · (82)–2 = ________
​   ​  
Substituindo os valores no equilíbrio, tem-se: (82)2

[H S] ä Kp = 3,57 · 10–7 (atm)–2


Kc = ________
​  + 2    ​ 
[H ] [HS–]
4. Um recipiente fechado contém o sistema gasoso re-
presentado pela equação:
4,0 · 10–1
Kc = _________________
​   
    ​
(4,0 · 10–7) (1,0 · 10–1) 2 SO2 + O2  2 SO3,

ä Kc = 1,0 × 107 (mol/L)–1 sob pressão de 6 atm e constituído por 0,4 mol de SO2, 1,6
mol de O2 e 2,0 mol de SO3.
2. Em um recipiente de 1 litro, um mol de um composto A
reage com um mol de composto B conforme a equação:
Determine o valor da constante de equilíbrio do sistema
em termos de pressões parciais.

A(gás) + B(gás)  C (gás) + D(gás) Resolução:

​ 3 ​ de mol
Quando se estabelece o equilíbrio, verifica-se que __ Quantidade total de gases presentes no equilíbrio:
4
de cada um dos reagentes A e B foram transformados em n = 0,4 + 1,6 + 2,0 = 4,0 mol
C e D. pSO nSO
___ 0,4
​   ​2  = ____  ä pSO2 = ___
​ n ​ 
2
​   ​ · 6 = 0,6 atm
Determine a constante de equilíbrio. P 4,0

90
Analogamente, tem-se: a) 0,030. d) 0,430.
nO 1,6 b) 0,046. e) 1,150.
PO2 = ___
​  n ​2  · P ä PO2 = ___​   ​ · 6 = 2,4 atm c) 0,230.
4,0
nSO3 2,0 Resolução:
pSO3 = ___
​  n ​  · P ä pSO3 = ___ ​   ​ · 6 = 3,0 atm
4,0
(p )2 CO(g) + H2O(g) ∫ CO2(g) + H2(g)  K1 = 0,23
(3,0)2
Kp = __________
​  SO3
  ​   = ________
​    ​ 
(pSO ) · PO
2
(0,6)2 · 2,4 [CO ][H ]
2 2 K1 = ________
​  2 2    ​ 
ä Kp = 10,4 atm [CO][H2O]
CH4(g) + H2O(g) ∫ CO(g) + 3 H2(g)  K2 = 0,20
5. (UFRGS) Abaixo estão mostradas duas reações em fase
gasosa, com suas respectivas constantes de equilíbrio. [CO][H2]3
K2 = ________
​    ​ 
[CH4][H2O]
CO(g) + H2O(g) ∫ CO2(g) + H2(g)   K = 0,23
CH4(g) + 2 H2O(g) ∫ CO2(g) + 4 H2(g)
CH4(g) + H2O(g) ∫ CO(g) + 3 H2(g)   K = 0,20 [CO ][H ]4
Keq = _________
​  2 2 2   ​ 
Pode-se concluir que, nessas mesmas condições, a cons- [CH4][H2O]
tante de equilíbrio para a reação: [CO2][H2] ________
[CO][H2]3 _________
[CO2][H2]4
________
​   
 ​ 
· ​   
 ​ 
= ​    ​ 
CH4(g) + 2 H2O­(g) ∫ CO2(g) + 4 H2(g) [CO][H2O] [CH4][H2O] [CH4][H2O]2

é de: K1 · K2 = Keq ä 0,23 · 0,20 = 0,046.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Qualquer tipo de alteração, por menor que seja, pode mudar drasticamente o meio ambiente. As alterações de tem-
peratura, do clima, do nível de chuva ou até do número de animais podem causar o total desequilíbrio ambiental. O
mesmo pode ser dito sobre a alteração do pH (índice que indica o nível de alcalinidade, neutralidade ou acidez de
uma solução aquosa) dos oceanos.
Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como
alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons e moluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando
ao seu desaparecimento. Em quantidades normais de absorção de CO2 pelo oceano, as reações químicas favorecem
a utilização do carbono na formação de carbonato de cálcio (CaCO3), utilizado por diversos organismos marinhos
na calcificação. O aumento intenso das concentrações de CO2 na atmosfera e a consequente diminuição de pH das
águas oceânicas acabam por alterar o sentido dessas reações, fazendo com que o carbonato dos ambientes marinhos
se ligue com os íons H+, ficando menos disponível para a formação do carbonato de cálcio, essencial para o desen-
volvimento de organismos calcificadores.
A diminuição das taxas de calcificação afeta, por exemplo, o estágio de vida inicial desses organismos, bem como sua
fisiologia, reprodução, distribuição geográfica, morfologia, crescimento, desenvolvimento e tempo de vida. Além dis-
so, afeta também a tolerância a mudanças na temperatura das águas oceânicas, tornando-os mais sensíveis, interfe-
rindo na distribuição de espécies. Ambientes que naturalmente apresentam altas concentrações de CO2, como regiões
vulcânicas hidrotermais, são demonstrações dos ecossistemas marinhos futuros, apresentando baixa biodiversidade
e elevado número de espécies invasoras.

91
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 27
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

As principais reações químicas que acontecem no cotidiano são reações de equilíbrio. No corpo humano, ocorre
o equilíbrio entre oxigênio e hemoglobinas, que constantemente transportam o oxigênio para os pulmões.

MODELO 1
(Enem) Vários ácidos são utilizados em indústrias que descartam seus efluentes nos corpos d’água, como rios e
lagos, podendo afetar o equilíbrio ambiental. Para neutralizar a acidez, o sal carbonato de cálcio pode ser adi-
cionado ao efluente, em quantidades apropriadas, pois produz bicarbonato, que neutraliza a água. As equações
envolvidas no processo são apresentadas:
I. CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l)  Ca2+(aq) + 2 HCO3(aq)

II. HCO3– (aq)  H+(aq) + CO32–(aq) K1 = 3,0 × 10–11

III. CaCO3(s)  Ca2+(aq) + CO32–(aq) K2 = 6,0 × 10–9

IV. CO2(g) + H2O(l)  H+(aq) + HCO–3(aq) K3 = 2,5 × 10–7


Com base nos valores das constantes de equilíbrio das reações II, III e IV a 25 °C, qual é o valor numérico da
constante de equilíbrio da reação I?
a) 4,5 × 10–26
b) 5,0 × 10–5
c) 0,8 × 10–9
d) 0,2 × 105
e) 2,2 × 1026

ANÁLISE EXPOSITIVA

[I]

[II]

[III]
K2 = [Ca2+][CO32-]
[IV]

92
Observa-se que:

RESPOSTA Alternativa B

93
DIAGRAMA DE IDEIAS

É
EQUILÍBRIO QUÍMICO EQUILÍBRIO DINÂMICO

TEM PODE TER

CONSTANTE DE CONSTANTE DE
REAÇÃO REAÇÃO EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO
DIRETA INVERSA DAS CONCENTRAÇÕES (KC) DAS PRESSÕES (KP)

COM
REPRESENTADA POR
VELOCIDADES IGUAIS

QUE
K
NADA INFORMA SOBRE A
VELOCIDADE DA REAÇÃO
SEU VALOR
DEPENDE DA
PODE TER PODE
TER
TEMPERATURA VALOR MUITO VALOR MUITO
E DA REAÇÃO ALTO BAIXO

NO CASO DE NO CASO DE

REAÇÃO REAÇÃO
MUITO POUCO
ESPONTÂNEA ESPONTÂNEA

94
AULAS 41 e 42

EQUILÍBRIO QUÍMICO: multimídia: vídeo


DESLOCAMENTO Fonte: Youtube

DE EQUILÍBRIO Sangue do diabo ...

COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
2. Efeito da concentração
Considere o seguinte equilíbrio:
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
C(s) + CO2(g)  2CO(g)

Ele servirá de exemplo para este estudo. O seu comporta-


mento será analisado em três situações.
1. Princípio de Le Chatelier 1. Adição de CO2
Foi visto que, se um sistema está em equilíbrio, a velocida-
Se for adicionado CO2 ao equilíbrio, imediatamente ocor-
de da reação direta é igual à velocidade da reação inversa,
rerá um aumento na concentração desse composto, que
e as concentrações em mol/L de todos os participantes
vai causar o aumento do número de choques entre o C e o
permanecem constantes.
CO2. Isso favorecerá a formação de CO, ou seja, o equilíbrio
Caso não ocorra a ação de nenhum agente externo so- se deslocará para o lado direito (∫).
bre esse equilíbrio, ele tende a permanecer nessa situação Outra maneira de entender o deslocamento desse equi-
indefinidamente. Entretanto, se for exercida uma ação ex- líbrio seria por meio de uma análise da expressão do Kc.
terna sobre esse equilíbrio, ele tende a reagir de maneira a
minimizar os efeitos dessa ação. [CO]2
Kc = ____
​   ​ 
[CO2]
Esse é o princípio de Le Chatelier (1884).
Quando o CO2 é introduzido no equilíbrio, sua concentra-
ção aumenta ([CO2]↑); como a constante Kc não varia, a
Quando se aplica uma força em um sistema em
equilíbrio, ele tende a se reajustar no sentido de di- concentração do CO também deve aumentar ([CO]↑) para
minuir os efeitos dessa força. manter a igualdade matemática.
Se fosse adicionado C(s) ao equilíbrio, não haveria altera-
ção, uma vez que a concentração de um sólido é constante.
Os fatores que podem afetar a condição de equilíbrio de
um sistema são:

§ concentração; Nota
§ pressão; A adição de sólidos não altera o equilíbrio químico.
Em outras palavras, afirma-se que a adição de sólidos
§ temperatura. não desloca o equilíbrio.
O princípio de Le Chatelier é fácil de ser compreendido se
for considerado que a constante de equilíbrio depende so-
mente da temperatura. 2. Adição de CO
A seguir, será analisada a influência de cada um dos fatores Se for adicionado CO ao equilíbrio, imediatamente ocor-
que podem afetar o equilíbrio. rerá o aumento na concentração desse composto ([CO]↑).

95
Com isso, uma parte desse CO será transformada em CO2
([CO2]↑) e em C. Nesse caso, o equilíbrio se deslocará para
3. Efeito da pressão
a esquerda (ê). Se a pressão sobre um equilíbrio gasoso aumentar, em
temperatura constante, esse equilíbrio se deslocará no sen-
Dos casos 1 e 2, chega-se à importante conclusão:
tido da reação capaz de diminuir esse aumento da pressão.
Para que isso ocorra, o equilíbrio se deslocará para onde
A adição de substâncias a um sistema em equilíbrio exista o menor número de moléculas gasosas.
favorece a reação que o consome. Em outras pala-
De forma semelhante, se a pressão sobre um equilíbrio ga-
vras, se uma substância for adicionada a um equilíbrio
químico, esse equilíbrio se deslocará para o sentido
soso diminuir, esse equilíbrio se deslocará para onde exista
em que a substância é consumida. o maior número de moléculas gasosas.

Para uma reação genérica: Considere o seguinte equilíbrio a uma temperatura constante:

reagentes é produtos 2 SO2(g) + O2(g)  2 SO3(g)


2 mol 1 mol 2 mol
§ Se houver adição de um reagente ä o equilíbrio 3 mol 2 mol
se deslocará para a direita.
Se a pressão aumentar, o equilíbrio se deslocará para a
§ Se houver adição de um produto ä o equilíbrio direita (é) e favorecerá a formação do SO3 (g), uma vez
se deslocará para a esquerda. que, nesse sentido, a quantidade de moléculas gasosas
diminuirá; em consequência, a pressão também diminuirá.
3. Remoção de CO Outra maneira mais simples de analisar o efeito produzido
Se parte do CO presente no equilíbrio for retirada, ime- pela variação de pressão em um equilíbrio é associar o nú-
diatamente ocorrerá a diminuição na concentração desse mero de mol ao volume.
composto (ç [CO]); em consequência, a velocidade da rea- Nas mesmas condições, considere:
ção inversa diminuirá. Assim, a velocidade da reação direta
1 mol  1 volume (1 V)
será maior e favorecerá a formação de CO, ou seja, o equi-
2 mol  2 volumes (2 V)
líbrio se deslocará para a direita (é).
Outra maneira de entender o deslocamento desse equilí- Assim:
brio é analisar a expressão do Kc.
[CO]2
Kc = ____
​   ​ 
[CO2]
Observe que, se a [CO] diminuir, a única forma de manter a
igualdade será diminuir a de [CO2].

Conclusão
Conclusão
A remoção de substâncias para um sistema em
equilíbrio favorece a reação que a produz. Em outras O aumento da pressão desloca o equilíbrio para o
palavras, se uma substância de um equilíbrio químico lado com menor volume gasoso (menor número de
for removida, esse equilíbrio se deslocará para o sen- moléculas gasosas).
tido em que a substância é formada.
A diminuição da pressão desloca o equilíbrio para o
Para uma reação genérica: lado com maior volume gasoso (maior número de
moléculas gasosas).
reagentes é produtos

§ Se houver remoção de um reagente ä o equilíbrio


se deslocará para a esquerda.
Observe que a variação na pressão só afeta sistemas com
pelo menos um componente (reagente ou produto) gasoso.
§ Se houver remoção de um produto ä o equilíbrio
Considere o seguinte equilíbrio:
se deslocará para a direita.
CaCO3(s)  CaO(s) + CO2(g)

96
Aumentar a pressão vai deslocar o equilíbrio para a esquer- 2. N2(g) + O2(g)  2 NO(g) DH > 0
da, o lado com menor volume gasoso – de fato, o volume é
A reação direta (é) é endotérmica.
igual a zero, uma vez que os reagentes são sólidos.
Portanto:
Se um gás inerte (um gás que não reage) for adicionado a
um sistema em equilíbrio, ocorrerá um aumento da pressão § o aumento da temperatura ä desloca o equilíbrio no
total do sistema. Entretanto, como não há variação da con- sentido da reação endotérmica (para a direita); e
centração nem das pressões parciais de cada gás compo-
nente do equilíbrio, a adição do gás inerte não vai provocar § a diminuição da temperatura ä desloca o equilíbrio no
deslocamento de equilíbrio. sentido da reação exotérmica (para a esquerda).
Em relação à constante de equilíbrio (Kc), há aumento da

4. Efeito da temperatura temperatura que favorece a reação endotérmica (para a


direita). Assim, [NO] aumenta e [N2] e [O2] diminuem:
Além de provocar deslocamento do equilíbrio, a tempera- [NO2]2 è
tura é o único fator responsável por alterações na própria Kc = __________
​    ​ 
ä Kc aumenta
[N2] ç [O2] ç
constante de equilíbrio (Kc).
Num sistema em equilíbrio há sempre duas reações: a endo-
térmica, que absorve calor, e a exotérmica, que libera calor.
(direta)
O aumento da temperatura favorece a reação que ab-
sorve calor, isto é, desloca o equilíbrio para o sentido
endotérmico.
A diminuição da temperatura favorece a reação Dos exemplos 1 e 2, chega-se à importante conclusão:
que libera calor, isto é, desloca o equilíbrio para o
sentido exotérmico.
Considere uma reação genérica:

reagentes é produtos
Exemplos:
1. N2(g) + 3 H2(g)  2 NH3(g) DH < 0 § Se a reação for endotérmica (DH > 0) ä Kc au-
A reação direta (∫) é exotérmica (DH < 0). menta com o aumento da temperatura.

Portanto: § Se a reação for exotérmica (DH < 0) ä Kc diminui


com o aumento da temperatura.
§ o aumento da temperatura ä desloca o equilíbrio no
sentido da reação endotérmica (para a esquerda); e

§ a diminuição da temperatura ä desloca o equilíbrio no


sentido da reação exotérmica (para a direita).
Se a variação da temperatura for relacionada com a cons-
tante de equilíbrio (Kc), deve-se considerar que uma ele-
vação da temperatura favorecerá a reação endotérmica.
Assim, [N2] e [H2] aumentam e [NH3] diminui:
multimídia: site
[NH3]2 ç
Kc = __________
​      ​ ä Kc diminui
[N2] è [H2]3 è salabioquimica.blogspot.com.br/2015/04/controle-do-
-ph-sanguineo.html

(direta)
5. Efeito de catalisadores
Catalisadores são substâncias que aumentam a velocida-
de das reações químicas graças à diminuição da energia

97
de ativação. Numa situação de equilíbrio, a diminuição da c) Como variam as concentrações de N2 e H2 em t3?
energia de ativação produzida pelo catalisador tem o mes- d) Como variam as concentrações de NH3 e de H2 em
mo valor para a reação direta e para a inversa. t4, quando N2 é retirado?

Como o aumento de velocidade da reação produzido pelo Resolução:


catalisador é o mesmo, tanto para a reação direta como Considerando que, quando ocorre a adição de qualquer
para a inversa, esse aumento não altera o equilíbrio. participante do equilíbrio, há um aumento brusco em sua
Considere a reação genérica: concentração (è) e a partir desse instante sua concentra-
ção diminui gradativamente até atingir uma nova situação
A  B de equilíbrio demonstrada graficamente por uma reta pa-
ralela à abscissa:
a) No instante t1 ocorreu um aumento brusco na con-
centração do N2.
b) A variação de concentração não altera a constante
de equilíbrio (Kc).
c) No instante t3 ocorreu um aumento brusco na con-
centração de NH3, o que provocou deslocamento do
equilíbrio para a esquerda: N2 + 3 H2  2 NH3, fazen-
do com que as concentrações de N2 e H2 aumentassem.
d) Quando o N2 é retirado no instante t4, o equilíbrio
desloca-se para a esquerda, e, com isso, a concentra-
ção de NH3 diminui e a de H2 aumenta.

2. Considere o seguinte sistema em equilíbrio:

2 H2S(g) + 3 O2 (g)  2 H2O(g) + 2 SO2(g)


DH = -247,85 kcal
Diga o que ocorrerá com a concentração do dióxido de en-
Da qual teq 1 > teq 2. xofre, SO2, quando o equilíbrio for alterado por:
a) remoção de sulfeto de hidrogênio (H2S);
b) aumento da temperatura;
Catalisadores não alteram (não deslocam) equilíbrios, c) aumento da pressão; e
apenas fazem com que eles sejam atingidos em d) adição de oxigênio.
menor intervalo de tempo.
Resolução:
a) Removendo-se H2S, o equilíbrio desloca-se no sen-
Aplicação do conteúdo tido de repor esse H2S, isto é, para a esquerda (primei-
ro membro da equação), de acordo com o princípio
1. O gráfico representa alterações na concentração das de Le Chatelier.
espécies N2, H2 e NH3, que estão em equilíbrio no instan- b) Aumentando-se a temperatura, o equilíbrio deslo-
te t0, sob pressão e temperatura constantes. ca-se para o sentido que absorve calor, isto é, sentido
endotérmico, que no caso é o primeiro membro da
Analise o gráfico e responda: equação (DH > zero).
c) Diz o princípio de Le Chatelier que, aumentan-
concentração mol/L
do-se a pressão, o equilíbrio desloca-se no sentido
de menor volume. Nesse exercício, a reação parte
(NH3) de 5 volumes (2 H2S + 3 O2) e chega a 4 volumes
(H2) (2 H2O + 2 SO2). Consequentemente, o aumento de
pressão deslocará esse equilíbrio para a direita, que
(N2) é o sentido de menor volume.
d) A adição de oxigênio desloca o equilíbrio para a
direita (segundo membro), de modo a consumir o oxi-
t0 t1 t2 t3 t4 t5
gênio adicionado.
3. A síntese de HI é um processo exotérmico que, no
a) Que substância foi adicionada ao sistema em t1?
equilíbrio, pode ser representado pela equação:
b) Que variação sofre a constante de equilíbrio (Kc)
quando variam as concentrações em t2? H2(g) + I2(g)  2 HI(g)

98
Com relação a esse processo, é CORRETO afirmar que: 4. No estado gasoso, ocorre a reação representada pela
a) quando abaixarmos a temperatura, o equilíbrio equação 3 H2 + N2 → 2 NH3
será deslocado para a direita;
b) quando adicionarmos uma pequena quantidade de
As porcentagens de conversão dos reagentes em NH3, em di-
hidrogênio, o equilíbrio será deslocado para a esquerda. ferentes condições de temperatura e pressão, estão resumidas
c) quando retirarmos uma parte do iodo, o equilíbrio na tabela.
será deslocado para a direita.
Porcentagens de conversão
d) quando adicionarmos um catalisador, o equilíbrio Pressão
em três temperaturas
será deslocado para a direita.
(atm) 200 ºC 400 ºC 600 ºC
Resolução: 1 15,3% 0,44% 0,05%
100 80,6% 25,1 4,47%
a) Correto. Como a reação de formação de HI é exo-
1.000 98,3% 80,0 31,5%
térmica, a diminuição da temperatura favorece o sen-
tido que libera calor, ou seja, no sentido de formação a) A reação de síntese da amônia é exotérmica ou
do HI. endotérmica? Justifique a resposta.
b) Incorreto. Quando adicionarmos uma pequena b) Justifique a relação que existe, a uma dada tempe-
quantidade de hidrogênio, ou seja, aumentarmos a ratura, entre o aumento da pressão e a porcentagem
concentração de H2, a reação será deslocada para o de conversão dos reagentes em NH3.
sentido de formação do HI.
c) Incorreto. Quando retirarmos uma parte do iodo, ou Resolução:
seja, diminuirmos a concentração de I2, a reação será
deslocada no sentido de formação do H2 e I2. a) Mantendo a pressão constante e variando a tempe-
d) Incorreto. Quando é adicionado um catalisador, o ratura, é possível perceber na tabela que, à medida que
equilíbrio é atingido mais rapidamente, mas não se aumenta a temperatura, a porcentagem de conversão di-
desloca para nenhum lado. minui. Assim, a reação de síntese da amônia é exotérmica.
b) Quando a pressão no sistema aumenta, o equi-
Alternativa A líbrio é deslocado para o sentido de menor número
de mol de gases. Nos reagentes, tem-se 4 mol de
gases (3 mol de H2 + 1 mol de N2), e, nos produtos,
tem-se 2 mol de gases; portanto, para temperatura
constante, com aumento da pressão, aumenta-se a
porcentagem de conversão da amônia.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Quando alguém sofre uma parada respiratória, é conveniente a realização de uma respiração boca a boca. As para-
das respiratórias podem ser causadas por algum trauma ou acidente na região do bulbo. O bulbo, região do tronco
encefálico, apresenta o centro do comando respiratório. Ele percebe a acidose por meio da ação de prótons sobre
quimiorreceptores. Isso induz o aumento da frequência respiratória, uma forma de expulsar o dióxido de carbono e
deslocar o equilíbrio no sentido de redução de prótons. Em alcaloses, ao contrário, a frequência respiratória é reduzi-
da. Assim, o sistema respiratório, sob coordenação do bulbo, participa do controle de pH sanguíneo.
Uma pessoa não pode prender sua respiração por muito tempo, pois a acidose ocasionada aumenta o estímulo
respiratório bulbar. Esse é o motivo de afogamentos, já que o pH sanguíneo diminui ao longo do mergulho, e o bulbo
induz a respiração debaixo d’água. Isso justifica o mergulhador hiperventilar antes do mergulho, para aumentar o pH
e, com isso, aumentar o tempo de mergulho.

99
O bulbo faz parte do sistema nervoso e se encontra entre a ponte e a medula espinhal.
Nele se encontra o centro de controle respiratório.

100
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

As principais reações químicas que acontecem no cotidiano são reações de equilíbrio. No corpo humano, ocorre
o equilíbrio entre oxigênio e hemoglobinas, que constantemente transportam o oxigênio para os pulmões. Os
corais, por exemplo, estão sendo ameaçados devido ao aumento da temperatura do planeta, pois, dessa forma,
há mudanças no equilíbrio, fazendo com que eles sejam, aos poucos, “dissolvidos” em água.

MODELO 1
(Enem) A formação de estalactites depende da reversibilidade de uma reação química. O carbonato de cálcio
(CaCO3) é encontrado em depósitos subterrâneos na forma de pedra calcária. Quando um volume de água rica
em CO2 dissolvido infiltra-se no calcário, o minério dissolve-se formando íons Ca2+ e HCO3-. Numa segunda
etapa, a solução aquosa desses íons chega a uma caverna e ocorre a reação inversa, promovendo a liberação
de CO2 e a deposição de CaCO3, de acordo com a equação apresentada.
Ca2+(aq) + 2 HCO3(aq)

 CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) ∆H = +40,94 kJ/mol
Considerando o equilíbrio que ocorre na segunda etapa, a formação de carbonato será favorecida pelo(a):
a) diminuição da concentração de íons OH– no meio;
b) aumento da pressão do ar no interior da caverna;
c) diminuição da concentração de HCO–3 no meio;
d) aumento da temperatura no interior da caverna;
e) aumento da concentração de CO2 dissolvido.

ANÁLISE EXPOSITIVA

A formação de carbonato será favorecida pelo aumento da temperatura, ou seja, o equilíbrio será deslocado para a direita.

RESPOSTA Alternativa D

101
DIAGRAMA DE IDEIAS

EQUILÍBRIO
QUÍMICO

PODE DE ACORDO
SOFRER COM O
DESLOCAMENTO PRINCÍPIO DE
LE CHATELIER

NÃO É PROVOCADO
POR
PRINCÍPIO DE
LE CHATELIER

POR
VARIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO PRESSÃO TOTAL TEMPERATURA
DE UM
PARTICIPANTE QUE

QUE CAUSA ALTERA O


VALOR DE K

VARIAÇÃO DA POIS HÁ
POIS HÁ
PRESSÃO TOTAL CASOS
CASOS
EM QUE
EM QUE
ISSO OCORRE
COM REAÇÃO K É FUNÇÃO K É FUNÇÃO
ENDOTÉRMICA CRESCENTE DA DECRESCENTE
EXOTÉRMICA
TEMPERATURA DA
TEMPERATURA

102
Assim:
AULAS 43 e 44 HNO2  H+ + NO2–

HNO2  H+ + NO2–
No início 0,02 0 0

Ionizam-se ​  15  ​ · 0,02 = 0,003


___ — —
EQUILÍBRIO QUÍMICO: 100
Formam-se — 0,003 0,003
EQUILÍBRIOS IÔNICOS Há no
0,02 – 0,003 = 0,017 0,003 0,003
equilíbrio

A constante de ionização do ácido nitroso é:


COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
[H+][NO–2] (0,003) (0,003)
Ka = _______
​   ​ ä Ka = ​ ____________
      ​  j 5,3 · 10–4 mol/L
[HNO2] (0,017)
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
Generalizando: eletrólito BA com grau de ionização a.

   quantidade ionizada em mol


​     ​
Ki = _____________________
quantidade inicial em mol
1. Introdução
Considere uma solução aquosa contendo uma substância 1.1. Lei da diluição de Ostwald
AB dissolvida, substância essa ionizada (se for molecular)
ou dissociada (se for substância iônica). Trata-se, portanto,
de um eletrólito. Ela apresenta certo grau de ionização ou A lei da diluição de Ostwald relaciona o grau de ionização
grau de dissociação (a). com o volume (diluição) da solução. É possível deduzi-la
usando a tabela já explicada nos cálculos do equilíbrio.
BA(aq)  B+(aq) + A–(aq)
Considere n (mol) do eletrólito BA, dissolvidos em V (litros)
Na solução, há um equilíbrio simultâneo com íons e partí- de solução e apresentando o grau de ionização igual a a.
culas não ionizadas (ou não dissociadas). Tem-se:
BA(aq)  B+(aq) + A–(aq)

Quantidade inicial de BA = n
Quantidade ionizada = a · n
BA
B+ A– BA(aq)  B+(aq) + A–(aq)

Em razão disso, pode-se escrever a constante de equilíbrio, Início n 0 0


que será denominada constante de ionização (ou constan-
Ioniza-se a·n — —
te de dissociação iônica):

[B+] · [A-]
Forma-se — a·n a·n
Ki = ________
​   ​   
[BA]
No equilíbrio n–a·n a·n a·n
Para ácidos, pode-se anotar Ka e, para bases, Kb em vez Concentração
de Ki.
n – an
_____
​     
 ​ ​ an ​  
___ ​ an ​​  
___
no equilíbrio V V V

Exemplo:
Assim, as concentrações no equilíbrio são:
Considere que na solução 0,02 mol/L de ácido nitroso a 25 °C
haja 15% de moléculas ionizadas (que é o grau de ionização). ​ n – an
[BA] = ______ ​  
V

103
Ao fatorar n, obtém-se: § Terceira etapa:
n(1 – a)
[BA] = _______
​   ​    HPO2–4 + H2O  H3O+ + PO3–4
V
ou abreviadamente: HPO2–4  H+ + PO3–
As concentrações dos íons são: 4

[H+] · [PO3–4]
+
​  an ​ ; [A–] = ___
[B ] = ___ ​  an ​  Do qual obtém-se: Ki = _________
​   ​  
V V 3 [HPO2–
4
]

Portanto: O grau de ionização da primeira etapa é sempre muito maior


do que o grau de ionização das etapas subsequentes.
Ki = _______
2
​  na   ​ 
v(1 - a) a1 > a2 > a3
Em razão disso, obtém-se:
Como __​  n ​  é igual à concentração em mol/L (M) inicial da
V
solução, obtém-se: Ki1 > Ki2 > Ki3

Ki = M _____
2
​  a   ​   Observe na tabela a constante de ionização de alguns áci-
(1 - a) dos fracos em soluções aquosas de mesma molaridade:

A Lei de Ostwald é empregada preferencialmente para so- Ácido Ka (25 °C)


luções diluídas e eletrólitos fracos (a < 5 %). Observe que Ácido nitroso (HNO2) 5,0 · 10–4
ela relaciona a constante de equilíbrio (Ki) com o grau
Ácido acético (H3CCOOH) 1,8 · 10–5
de ionização (a).
Ácido hipocloroso (HCℓO) 3,2 · 10–8
Como a maioria dos casos práticos refere-se a monoáci-
Ácido cianídrico (HCN) 4,0 · 10–10
dos ou monobases, o denominador (1 – a) é praticamente
igual a 1, desde que a seja muito pequeno (a < 5 %):
O ácido com maior Ka é o HNO2, que origina solução com
a<5%ä1–aj1 maior “acidez”, isto é, é mais forte do que os outros.

Em consequência, a Lei de Diluição resulta:

Ki = a2 · M
2. Efeito do íon comum
O efeito do íon comum corresponde a uma aplicação do
De acordo com essa equação, quanto maior for a constan- princípio de Le Chatelier aos equilíbrios iônicos.
te de ionização Ki, mais ionizado estará o ácido (maior é a), Considere, por exemplo, um ácido fraco (HCN) em solução
ou seja, maior será sua força. aquosa:
Se a ionização ocorrer em etapas, será necessário escrever HCN  H+ + CN–
tantas constantes quantas forem as etapas.
[H+][CN–]
Ka = _______
​   ​
  
[HCN]
Exemplo:
Se o sal NaCN (derivado do próprio ácido) for adicionado
Ionização do ácido fosfórico H3PO4 à solução de HCN:
§ Primeira etapa:
NaCN é Na+ + CN–
H3PO4 + H2O  H3O+ + H2PO–4
Essa dissociação é total, uma vez que todo sal de sódio é
ou abreviadamente: H3PO4  H+ + H2PO–4 eletrólito forte e libera o ânion CN–, que é comum ao ácido.
[H+] · [H2PO4–] O aumento de [CN–] desloca o equilíbrio:
Do qual obtém-se: Ki = ​ __________
 ​   
1 [H3PO4]
HCN  H+ + CN–
§ Segunda etapa:
no sentido de formação do HCN (princípio de Le Chatelier),
H2PO–4 + H2O  H3O+ + HPO2–4 ou seja, diminui a ionização do ácido HCN.
ou abreviadamente: H2PO–4  H+ + HPO2–4 O mesmo aconteceria a uma solução de base fraca se a ela
[H ] · [HPO ]
+ 2– fosse adicionado um sal da própria base.
Do qual obtém-se: Ki = ​ __________ ​

  4
2 [H2PO4–] É o caso, por exemplo, de NH4OH e NH4Cℓ, respectivamente.

104
Resolução:
O efeito do íon comum é o deslocamento da posição
de equilíbrio de um eletrólito (um ácido ou base geral- HCℓ H+ Cℓ–
mente fracos), causado pela adição de um segundo Início 2,0 mol —­ —
eletrólito (geralmente mais forte, como um sal muito
solúvel), que tem um íon em comum com o primeiro. Variação 1,8 mol 1,8 mol 1,8 mol

Equilíbrio 0,2 mol 1,8 mol 1,8 mol

Concentração
3. Efeito de íons não comuns no equilíbrio
0,07 mol 0,60 0,60

É importante lembrar que há íons não comuns a um equilí-


[H+] · [C–] _________
[Produtos] ________ 0,60 · 0,60
brio iônico e que podem deslocá-lo. Kc = _________
​   
 ​ 
= ​   ​  
= ​   ​  j 5,14.

[Reagentes] [HC] 0,07
Considere, por exemplo, a dissociação de um ácido:
2. Em uma solução 0,05 mol/L de ácido cianídrico (HCN),
HCN  H+ + CN– a porcentagem de moléculas ionizadas é 2%, em deter-
Se uma base for adicionada à solução desse ácido, vai minada temperatura.
ocorrer a dissociação da base: Determine o valor da constante de ionização do HCN nes-
NaOH  Na + OH + – sas condições.

Os íons OH– da base vão neutralizar os íons H+ do ácido, de Resolução:


acordo com a reação: A concentração inicial do HCN é 0,05 mol/L. Portanto, em
um litro de solução, há 0,05 mol de moléculas dissolvidas.
H+ + OH–  H2O
Das moléculas inicialmente adicionadas, apenas 2% so-
Isso equivale a retirar H+ do equilíbrio: frem ionização.
HCN  H+ + CN– Assim:
O que, de acordo com o princípio de Le Chatelier, vai deslo- nº de moléculas ionizadas  ​· 100
a% = ____________________
​   
  
cá-lo para a direita (lado de H+ e CN–), ou seja, vai forçar a nº de moléculas dissolvidas
dissociação do ácido. Esse fato é importante porque, con- nº moléculas ionizadas
ä 2 = _________________
​        ​· 100
sequentemente, a base pode consumir todo o ácido, tanto 0,05 mol
o ácido já dissociado em H+ e CN– como as moléculas de
HCN ainda não dissociadas. número de moléculas ionizadas
= 0,02 · 0,05 mol = 0,001 mol
Outro exemplo em que se pode visualizar o deslocamento
de um equilíbrio iônico ocorre ao se dissolver K2Cr2O7 em
água causando o seguinte equilíbrio: HCN H+ CN–

Cr2O72– + H2O  2 CrO42– + 2 H+ Início 0,050 mol —­ —


alaranjado amarelo

0,001
Variação 0,001 mol 0,001 mol
mol
Se algumas gotas de solução concentrada de NaOH forem
adicionadas a esse equilíbrio, a solução consumirá os H+ do se- 0,001
gundo membro, e o equilíbrio se deslocará no sentido do CrO42–. Equilíbrio 0,049 mol 0,001 mol
mol

Em consequência disso, a coloração da solução passará de Concentração 0,001 0,001


0,049 mol/L
alaranjada para amarela. no equilíbrio mol/L mol/L

[H+] · [CN–] ___________


0,001 · 0,001
Aplicação do conteúdo Ka = _________
​ 
[HCN]
 ​  
= ​ 
0,049
 ​  j 2 · 10–5

1. Dissolveram-se 2 mol de HCl em água suficiente para


Observe que o valor Kc << 1 indica que o equilíbrio favorece
formar 3 litros de solução, sendo que 1,8 mol das molé-
culas sofreram ionização. o reagente HCN em detrimento dos produtos H+ e CN–, o
que permite concluir que se trata de um ácido pouquíssimo
Calcule a constante de ionização Ki. ionizado, muito fraco.

105
3. O ácido nitroso (HNO2) apresenta em uma solução 5 ∙ M = 0,1 mol/L = 10–1 mol/L
10–3 mol/L, grau de ionização igual a 5%.
0,9
a = 0,9 % = ___
​    ​ = 9 · 10–3
100
Determine sua constante de ionização.
[H+] = a · M = 9 · 10–3 · 10–1
Resolução:
[H+] = 9 · 10–4 mol/L
De acordo com a lei da diluição de Ostwald, como se trata
de um ácido fraco (a << 1), obtém-se: A constante de ionização pode ser calculada por:
2
Ki = a² · [HNO2] = (5%)2 · (5 · 10–3) Ki = _____
​  a    ​ · M
1–a
= (5 · 10–2) 2 · (5 · 10–3) = 1,25 · 10–5.
(9 · 103)2
ä Ki = _________
​    · 10–1 j 8 · 10–6 mol/L
 ​ 
1 – 9 · 10–3
4. Calcule a concentração hidrogeniônica ([H+]) e a cons-
tante de ionização do ácido acético (H3CCOOH) numa
solução 0,001 M com grau de ionização de 2%. Outra resolução:

Resolução: Chega-se ao mesmo resultado pelo seguinte raciocínio:


CH COOH  H+ + CH3COO–
3
Como é um ácido fraco (a << 1), aplica-se a lei de diluição ácido acético acetato

de Ostwald “simplificada”:

Ki = a² · M = a² · [H3CCOOH] = CH3COOH  H+ + CH3COO–


= (2%)2 · (1 · 10–3) = 4 · 10–7 Início 0,1 0 0

Ioniza-se 0,9 % de 0,1 = 9 · 10–4 — —


Cálculo da [H+]: a equação do equilíbrio é

H3CCOOH(aq)  H+(aq) + H3CCOO– (aq) Forma-se — 9 · 10–4 9 · 10–4

No equilíbrio 0,1 – (9 · 10–4) j 0,1* 9 · 10–4 9 · 10–4


nº moléculas ionizadas  
a = __________________
​   
  
nº moléculas dissolvidas * Como a concentração 9 ·10–4 é muito menor em relação a
0,1, a diferença entre os dois números de fato não existe.
(  nº moléculas ​ 
​   
V
= ___________________
​   
   ​
)
ionizadas 
​ _________________ ​

( 
[H+][CH3COO–]
nº moléculas ​ 
​   
V
dissolvidas 
​ __________________ )
​ Ki = ___________
​   
[CH3COOH]
 ​  

(9 · 10–4)2
Pela equação da ionização, o número de moléculas ä Ki = ________
​   ​  j 8 · 10–6 mol/L.

0,1
ionizadas corresponde ao número de íons H+ for-
mados. Portanto: 6. O ácido nitroso (HNO2) é um ácido fraco; sua constan-
te de ionização vale 2,5 · 10–4. Calcule, no equilíbrio, a
[H+] concentração de íons H+ numa solução 0,10 M de ácido.
a = _________
​  ä [H+] = a · [H3CCOOH]
   ​ 
[H3CCOOH]
Resolução:
Substituídos os valores, obtém-se:

[H+] = 2% · 0,001 mol/L = (2 · 10–2) · (1 · 10–3) mol/L HNO2(aq)  H+(aq) + NO–2(aq)


= 2 · 10–5 mol/L.
HNO2(aq)  H+(aq) + NO–2(aq)
5. Calcule a concentração em mol/L de íons H e a cons-
+
Início 0,10 0 0
tante de ionização do ácido numa solução 0,1 mol/L
com grau de ionização 0,9%.
Ioniza-se x — —

Resolução: Forma-se — x x

CH3COOH  H+ + CH3COO– No equilíbrio 0,10 – x x x


ácido acético acetato

106
[H+][NO–2] do como fertilizante em plantações de cana-de-açúcar.
Ki = ________
​  ä
 ​ 
  Para tornar o vinhoto um fertilizante melhor, propõe-se
[HNO2]
diminuir a sua acidez e acrescentar nitrogênio.
​  X · X  ​ 
ä 2,5 ·10–4 = _______ a) Das seguintes substâncias (NaOH, NH4OH, NH4NO3
0,10 – X e NaC), escolha aquela a ser adicionada à solução de
vinhoto para torná-la um melhor fertilizante. Justifique.
Como se trata de ácido fraco, X é pequeno e 0,10 – X j
b) Sabendo-se que o vinhoto é ácido, explique por
0,10 que a solubilidade da amônia em vinhoto é maior do
​  X    ​ 
2
2,5 · 10–4 = ____ que em água pura.
0,10
ä X2 = 2,5 · 10–5 = 25 · 10–6 Resolução:
a) O NH4OH, uma vez que, das substâncias relacio-
X = ​dXXXXXXXX
25 · 10–6 ​ 
= 5 · 10–3 nadas, apenas ela e o NaOH são básicas e podem,
ä [H+] = 5 · 10–3 mol/L. portanto, diminuir a acidez, bem como, das duas, só o
NH4OH contém nitrogênio.
Outra resolução: b) Ao solubilizar-se em água, a amônia reage com a
água, formando o cátion amônio e o ânion hidroxila
É o caso de também aplicar a lei de diluição de Ostwald: em um equilíbrio ácido-base (equação 1). Com o au-
mento da concentração de H+ – no caso do vinhoto
Ki = a2 · M –, a hidroxila é protonada (equação 2), deslocando o
equilíbrio da equação 1 no sentido da formação do
2,5 · 10–4
ä a2 = ________
​   ​   
= 2,5 · 10–3 = 25 · 10–4 produto, ou seja, ela consome mais amônia se com-
0,10 parada com a água pura.
ä a = 5 · 10–2 (ou seja, 5 %)
NH3(g) + H2O(ℓ)  NH4+(aq) + OH­(aq)  eq. 1
Em seguida, obtém-se a concentração em mol/L dos íons H+:
[H+] = a · M = (5 · 10–2) · 10–1 OH-(aq)+ H+(aq)  H2O(ℓ)  eq. 2

ä [H+] = 5 · 10–3 mol/L NH3(g)+ H+(aq)  NH4+(ag)  equação total


7. Considere a solução aquosa de uma substância de
fórmula HA, na qual existe o equilíbrio: 9. (UFSCar) Quando se dissolve cloreto de cobalto (II) em
ácido clorídrico, HCℓ(aq), ocorre o seguinte equilíbrio:
HA (aq)
 H+(aq) + A–(aq)
vermelho amarelo [Co(H2O)6]2++ 4 C–(aq)  [CoC4]2–
(aq)
+ 6 H2O()
rosa azul
Sabe-se que HA tem cor vermelha e que A– tem cor amare-
la. Explique por que a adição de: DH > 0
a) suco de limão (ácido) deixa a solução vermelha; e
b) soda cáustica (básica) deixa a solução amarela. À temperatura ambiente, a cor dessa solução é rosa.
a) O que acontece com a cor da solução quando ela é
Resolução: aquecida? Justifique a resposta.
b) O que acontece com a cor da solução quando se
a) Por ser ácido, o suco de limão provoca aumento da
adiciona mais ácido clorídrico? Justifique a resposta.
concentração de íons H+, aumento esse que acarreta
deslocamento do equilíbrio para a esquerda, de acor-
Resolução:
do com o princípio de Le Chatelier, fazendo com que
a cor vermelha predomine. a) Se houver aquecimento, o equilíbrio desloca-se
b) Os íons OH– da soda cáustica (NaOH) reagem com para o lado direito, uma vez que o aumento da tem-
os íons H+ participantes do equilíbrio e reduzem sua peratura favorece a reação endotérmica e a solução
concentração (pela neutralização: H+ + OH– é H2O). passa a adquirir a cor azul, graças ao aumento da
Consequentemente, o equilíbrio é deslocado para a concentração da espécie [CoCℓ4]2– .
(aq)
direita, fazendo com que a cor amarela predomine. b) Ao adicionar mais ácido clorídrico (HCℓ), a concen-
tração molar de Cℓ– aumenta (efeito do íon comum);
8. (UFRJ) O vinhoto é um resíduo aquoso, subproduto do o equilíbrio vai se deslocar para o lado direito, e a
processo de produção de álcool a partir do licor de fer- solução vai adquirir a cor azul.
mentação da cana-de-açúcar, rico em potássio e fósforo,
mas pobre em nitrogênio; o vinhoto vem sendo utiliza-

107
DIAGRAMA DE IDEIAS

OCORRE OCORRE QUE


ENTRE ENTRE TEM
EQUILÍBRIO
ÁCIDOS BASES Kb
IÔNICO

QUE
TEM ALTO Kb
K INDICA
Ka
ALTA
SEU VALOR
DISSOCIAÇÃO
ALTO Ka DEPENDE DE
INDICA REAÇÕES
CARACTERIZANDO
ALTA IONIZAÇÃO
TEMPERATURA BASES FORTES
CARACTERIZANDO

ÁCIDOS FORTES

108
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
110

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