Você está na página 1de 110

Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS VIVENCIANDO


De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina culta a compreensão de determinados conceitos e impede
em todo o território nacional. o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
TEORIA
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co- contato em seu dia a dia.
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam
com imagens ilustrativas que complementam as explicações APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos
à rotina intensa de estudos. compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas
MULTIMÍDIA resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati- penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas
o conhecimento do nosso aluno. dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é prova e a resolvê-las com tranquilidade.
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
DIAGRAMA DE IDEIAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran- Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso,
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma- orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
com essa realidade por meio de explicações que relacionam údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de mentais e fluxogramas.
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a
mundo em que ele vive. organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Coordenação de Material Didático


© Hexag SiStema de enSino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2022
Todos os direitos reservados.

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

reSponSabilidade editorial, programação viSual, reviSão e peSquiSa iConográfiCa


Hexag Editora

editoração eletrôniCa
Felipe Lopes Santos
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira

projeto gráfiCo e Capa


Raphael de Souza Motta

imagenS
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)

ISBN: 978-85-9542-234-6

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusi-
vo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2022
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
NÚMEROS COMPLEXOS E POLINÔMIOS 5
AULAS 45 E 46: NÚMEROS COMPLEXOS: REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA E MÓDULO 7
AULAS 47 E 48: NÚMEROS COMPLEXOS: FORMA TRIGONOMÉTRICA 12
AULAS 49 E 50: POLINÔMIOS 19
AULAS 51 E 52: OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS 30

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES 35


AULAS 45 E 46: MATRIZES E OPERAÇÕES 37
AULAS 47 E 48: MATRIZ INVERSA E EQUAÇÕES MATRICIAIS 51
AULAS 49 E 50: DETERMINANTES 55
AULAS 51 E 52: SISTEMAS LINEARES 68

GEOMETRIA ANALÍTICA 87
AULAS 45 E 46: DISTÂNCIA DE PONTO A RETA, ÂNGULOS E ÁREAS 89
AULAS 47 E 48: CIRCUNFERÊNCIA: EQUAÇÕES REDUZIDA E NORMAL 93
AULAS 49 E 50: CIRCUNFERÊNCIA: POSIÇÕES RELATIVAS 99
AULAS 51 E 52: SECÇÕES CÔNICAS: ELIPSE 106
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM

Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais


Competência 1

H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.

Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
Competência 2

H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.

Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 3

H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.


H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 4

H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.


H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.

Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.
Competência 5

H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.


H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.

Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extra-
Competência 6

polação, interpolação e interpretação.


H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.

Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determi-
nação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.
Competência 7

Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não
H27
em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
MATEMÁTICA

6
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
NÚMEROS COMPLEXOS
E POLINÔMIOS

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova do Enem não tem incidência de Por se tratar de um vestibular tradicional,


questões de números complexos e poli- trará questões sobre números complexos
nômios. Caso haja alguma questão, ela envolvendo polinômios. O candidato deve
será relacionada com outros assuntos da estar atento ao realizar o mecanismo de
Matemática e de baixo nível de dificuldade. Briot-Ruffini.

Em sua primeira fase, a prova apresenta A prova apresenta os conteúdos deste livro, A prova apresenta questões medianas so-
questões diretas sobre polinômios e com mesclando com geometria espacial e até bre números complexos. Já os polinômios
baixa incidência de números complexos. mesmo trigonometria. podem aparecer na forma gráfica ou abor-
dando assuntos de fatoração.

O candidato deve esperar uma questão A prova pode apresentar questões de A prova procura elaborar questões de alto A Santa Casa pode trazer questões diretas
contextualizada, com elevado grau, para polinômios, abordando outras áreas da nível para seus candidatos. Ambos os te- e bem elaboradas sobre os dois grandes
polinômios. Números complexos podem Matemática junto com alguma aplicação mas têm uma boa incidência. temas deste livro. As questões possuirão
aparecer de forma direta em suas questões, científica. um grau mediano.
porém com baixa incidência.

UFMG
A prova não tem uma boa incidência para Números complexos e polinômios são te- Não há uma boa incidência dos temas des-
números complexos, mas aproveita muitos mas com elevado índice de aplicação nesse te livro, porém, quando há alguma questão,
conceitos de polinômios em suas questões. vestibular. observamos um alto nível de dificuldade e
boa elaboração.

A prova apresenta questões de polinômios A prova apresenta questões objetivas que A prova abordará os temas deste livro
e números complexos, com dificuldades serão diretas nas propriedades das opera- com questões medianas e fáceis. O can-
baixa e mediana. ções polinomiais e dos números complexos. didato deve atentar-se a problemas com
polinômios.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

6
Logo:
(​​  ​ 1____1– i ​  )​​ = (​​ ​ 1_____
+  ​ i ​​ = ​​ ​(_____
2 )
10 10 10
1 + ​​i )​
NÚMEROS 2
10

Para calcular (1 + i)10, lembramos que:


COMPLEXOS: (1 + i)2 = 1 + 2i – 1 = 2i
REPRESENTAÇÃO Logo:
GEOMÉTRICA (1 + i)10 = [(1 + i)2]5 = [2i]5 = 32i

E MÓDULO Portanto, a potência é dada por:


( 1 + i )​10 _____
​​ ​_______ = ​​  32i  ​​ = ___
​​  i  ​​
210 1024 32

MT AULAS
45 E 46 2. Representação geométrica
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
dos números complexos
5 20, 21 e 23 Como foi dito, os números complexos podem ser represen-
tados de várias formas. Até agora, foi vista a forma algé-
brica a + bi. Outra maneira de representar um complexo z
é com um par ordenado de números reais. Se z = a + bi,
1. Divisão de números complexos pode-se escrever z = (a, b), notação usada por Gauss.
z1 Por outro lado, a cada par de números reais (a, b) está as-
O quociente __
z​​   ​​entre dois números complexos, com z2 ≠ 0,
2 sociado um único ponto do plano. Logo, pode-se associar

z1 ____
__ z1 · z​
​ a cada número complexo z = a + bi o ponto P do plano de
é dado por z​​   ​​ = ​​  — 2 ​​
2 z · z​
​ 2 2 coordenadas a e b: P(a, b).
O plano cartesiano no qual estão representados os núme-
Aplicação do conteúdo ros complexos é denominado plano complexo ou plano de
1  ​​.
1. Escreva na forma a + bi o número complexo ​​ ____
Argand-Gauss. Diz-se que o ponto P(a, b) é o afixo do nú-
3–i mero complexo a + bi.
Resolução: i

1(3 + i)
​​  1  ​​ = __________
____ ​​  ​​  3 + i  ​​ = ___
 ​​ = _____ ​​  3  ​​ + ___
​​  1  ​​ i
3 – i (3 – i)(3 + i) 9 + 1 10 10
z1
2. Efetue ​​  __
z  ​​, sabendo que z1 = 1 + 2i e z2 = 2 + 5i.
2

Resolução:
__ z 1 + 2i ____________ (1 + 2i) (2 – 5i) 2 – 5i + 4i – 10i2
​​ z1 ​​ = _____
​​   ​​ = ​​    ​​ = _____________
​​     ​​ ä
2 2 + 5i (2 + 5i) (2 – 5i) 22 + 52
R
z1 _____ 12 – i ___ 12 ___ 1
​ __
z2 ​​ = ​​  29 ​​ = ​​ 29 ​​ – ​​ 29 ​​ i
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

z1 ___ Modelos:
Logo, __ ​​ 12 ​​ – ___
z​​  2 ​​ = 29 ​​  1  ​​ i. § Representação geométrica dos números complexos:
29
z1 = 3 – 2i, z2 = 5, z3 = –2i, z4 = 2 + i e z5 = –2 + i
1  ​  ​​ .
10
3. Calcule ​​ ​  ____
1–i ( ) z1 = 3 – 2i ä (3, –2)

Resolução: z2 = 5 ä (5, 0)
z3 = – 2i ä (0, –2)
Escrevendo a base da potência na forma a + bi:
z4 = 2 + i ä (2, 1)
(1 + i) _____
​​  1  ​​ = ____
____ ​​  1  ​· ____
​   ​ ​ = ​​ 1 + i  ​​ = ____
​​ 1 + ​​i
1 – i 1 – i (1 + i) 1 + 1 2 z5 = – 2 + i ä (–2, 1)

7
Aplicação do conteúdo
1. Dados os números complexos z1 = –4 + 2i, z2 = –3i
e z3 = 4, localize, no plano complexo, os pontos corres-
pondentes a cada número.

Resolução:
z1 = – 4 + 2i ä (–4, 2)
z2 = –3i ä (0, –3)
z3 = 4 ä (4, 0)
Notas
1. Os números complexos reais pertencem ao eixo x e
mantêm a correspondência, segundo a qual para cada
número real existe um ponto da reta.
2. Os números imaginários puros pertencem ao eixo y.
3. Os demais números complexos (a + bi, com a ≠ 0 e
b ≠ 0) pertencem aos vários quadrantes, de acordo com
os sinais de a e b.
4. Para cada número complexo existe um único ponto
do plano e vice-versa.
5. A cada complexo z = a + bi pode-se associar um
único vetor, com extremidades no ponto O, origem do 2. Determine os números complexos correspondentes
aos pontos A, B, C, D e E nesta figura.
sistema de coordenadas cartesianas, e no ponto P(a,
b). Nesse plano complexo, além do número complexo
z = a + bi, estão representados outros dois números
complexos, z1 e z2, e a soma deles, z1 + z2 (diagonal do
paralelogramo formado por z1 e z2).

Resolução:
A (3, 0) ä z = 3
B (0, 2) ä z = 2i
C (2, 1) ä z = 2 + i
D (–2, – 1) ä z = –2 – i
6. A associação dos números complexos z = a + bi E (1, –1) ä z = 1 – i
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

aos vetores permite o uso, em diversos campos, dos


números complexos e de suas respectivas grandezas. 3. Dados os pontos correspondentes aos números com-
Exemplo disso é o estudo da eletricidade em grau uni- plexos z1 e z2, descubra os pontos correspondentes aos
versitário. A corrente elétrica, a voltagem, a impedância, números –z1 e –z2.
etc, são tão grandes que podem ser representados por
números complexos.

8
Resolução:

P(1, 1) ä z1 = 1 + i ä –z1 = –1 – i ä P’ (–1, –1)


Q(–2, –1) ä z2 = –2 – i ä –z2 = 2 + i ä Q’ (2, 1)

4. Efetue, algébrica e geometricamente, a adição dos


números complexos z1 = 1 + 2i e z2 = 4 + i.

Resolução:

Algebricamente: z1 + z2 = (1 + 2i) + (4 + i) = 5 + 3i = z3
Essa igualdade vale também para os pontos situados nos
Geometricamente:
eixos e nos demais quadrantes.
Observe que z3 corresponde ao ponto (5, 3), ou seja, ao
Assim, pode-se afirmar que, dado um número complexo
número complexo z3 = 5 + 3i.
z = a + bi, chama-se módulo de z e indica-se por |z| o
número real positivo ou nulo dado por:
|z| = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​

Nota
Há uma conexão interessante com a geometria analí-
tica. Pensando nos complexos z e w como pontos no
plano, o módulo da diferença é a distância entre os dois
pontos: |z – w| = d(z, w).

Observe que a definição geométrica de módulo de um nú-


mero complexo é a mesma de um número real: a distância
do seu afixo até a origem; porém, quando trabalhamos com

3. Interpretação geométrica números reais, eles são representados em uma reta.

do conjugado Aplicação do conteúdo


Geometricamente, o conjugado z​​​​ de z é representado pelo 1. Determine o módulo dos seguintes números complexos:
simétrico de z em relação ao eixo x.
a) z = 2 + 3i
+ bi
Resolução:

Se z = 2 + 3i:

|z| = |2 + 3i| = d​​ XXXXX


4 + 9 ​​= d​​ XXX
13 ​​

b) z = 3i
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
4. Módulo de um Se z = 3i:
número complexo |z| = |3i| = d​​ XX
9 ​​ = 3

Geometricamente, o módulo de um número complexo é c) z = –1 – 2i


a distância da origem do sistema de coordenadas O ao
afixo de z. Resolução:

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo OAP, ob- Se z = –1 – 2i:


tém-se: |z| = | –1 – 2i| = d​​ XXXXXXXXXX
(–1)
   2
+ (–2)2 ​​ = d​​ XXXXX
1 + 4 ​​= d​​ XX
5 ​​

|z|2 = a2 + b2 ä |z| = d​​ XXXXXX


a2 + b2 ​​

9
​​ 1 ​​
d) z = __ 3. Se z1 e z2 são números complexos:
2
Resolução: |z1z2| = |z1||z2|

​​ 1 ​​:
Se z = __ Demonstração:
2
|z| = ​​__  
​ 1 ​  ​​ = __
2 2
​​ 1 ​​
De acordo com a primeira propriedade:

e) z = –3 |z1z2|2 = (z1z2) (​​


z1z2​​) (I)

Resolução: Mas sabe-se que:


Se z = –3:
(​​
z1z2​​) = 
z​​ 1​​ 
z​​ 2​​ (II)
|z| = |– 3| = 3
f) z = 0 Se substituído (II) por (I), obtém-se:

Resolução: |z1z2|2 = z1 z2 
z​​ 1​​ 
​​z2​​ = (z1 
z​​ 1​​) (z2 
z​​ 2​​) = |z1|2|z2|2 = (|z1||z2|)2
Se z = 0:
Uma vez que o módulo é um número positivo ou nulo, extrai-se
|z| = |0| = 0 a raiz quadrada de ambos os membros e chega-se ao que se
2. Descubra a distância do ponto A(1, 2) ao ponto B(5, –1) pretendia demonstrar:
no plano de Argand-Gauss. |z1z2| = |z1||z2|

Resolução:
z = 1 + 2i e w = 5 – i
z – w = –4 + 3i
d(A, B) = |z – w| = | –4 + 3i| = d​​ XXXXXX
16 + 9 ​​= 5

5. Propriedades
envolvendo módulo
1. Se z é um número complexo:

z​​z​​ = |z|2
Demonstração:
Sabe-se que:
z​​z​​= (a + bi) (a – bi) = a2 + b2
|z| = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​
Logo:
2
a2 + b2 ​  )​​ = a2 + b2 = z · —z​​​​
|z|2 = (​​d​ XXXXXX

Portanto, z​​z​​ = |z|2.


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2. Se z é um número complexo:

|z| = |​​z​​|

Demonstração:
Dado z = a + bi, obtém-se:

​​ = a – bi
z​​
|z| = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​
|​​z​​| = d​​ XXXXXXXX
a2 + (–b)2 ​​ = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​
Portanto, |z| = |​​z​​|.

10
DIAGRAMA DE IDEIAS

REPRESENTAÇÃO
NÚMEROS COMPLEXOS
GEOMÉTRICA

DIVISÃO

— Z = a + bi
Z1 Z1 ∙ Z​​​​ 2
__  ​​ = ​​ —
Z2 Z ∙ Z​​​​
2 2

Z1 e Z2 → números complexos Notação de Gauss



Z​​​​ 2​​ → conjugado do n.º complexo Z2 Z = (a, b)

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA Plano de Argand-Gauss


DO CONJUGADO P(a, b) → afixo do
número complexo
i Z = (a, b) = a + bi
Z i
b P(a, b)

O R
O a R

Propriedades
— - Números reais → pertencem ao eixo
Z​​​​
— horizontal
​​​​ = (a, –b) = a – bi
Z​​​​
- Números imaginários → pertencem ao
MÓDULO eixo vertical
- Para cada número complexo existe um
​​ z ​​2 = a2 + b2 único ponto do plano e vice-versa.
​ z ​​ = √a2 +b2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

y Propriedades
P(a, b) —
Z​​Z​​ = ​ Z ​​ 2
ou afixo de —
​​ z = a + bi ​​ Z ​​ = ​ ​Z​  ​​
​​ Z
b ​​ Z1Z2 ​​ = ​​​ Z1 ​​ ​ Z2 ​​
Z1 e Z2 → números complexos
a A Z

11
Foi visto em Trigonometria que:
​ a  ​  sen q = __
cos q = __ ​ b  ​   (como 0 ≤ q < 2p)
|z| |z|
Essas igualdades levam a:
NÚMEROS
​ a  ​ ⇒ a = |z| · cos q
§ cos q = __
COMPLEXOS: FORMA |z|
​ b  ​ ⇒ b = |z| · sen q
§ sen q = __
TRIGONOMÉTRICA |z|
Substituindo esses valores por z = a + bi, obtém-se:
z = a + bi = |z| · cos q + |z| · sen qi = |z|(cos q + i · sen q)
Assim:

MT AULAS
47 E 48
z = |z|(cos q + i · sen q)

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) que é chamada forma trigonométrica ou forma polar de z.


5 20, 21 e 23

Aplicação do conteúdo

1. Forma trigonométrica 1. Determine a representação geométrica e a forma tri-


gonométrica do número complexo dado em cada item:
__
dos números complexos a) z = 1 + i​√3 ​

Sabe-se que um número complexo z = a + bi é representa- Resolução:


do por um ponto do plano com coordenadas (a, b) e coor- a=1
denadas cartesianas do ponto z. Esse mesmo ponto pode b = d​ XX
3 ​
ser representado por suas coordenadas polares:
_​____› Portanto:
​ , indicado por |z| ou ρ, represen-
1. o módulo do vetor Oz ​ __ ________
__ __
tando a distância do ponto P à origem do plano (supondo |z| = |1 + i​√3 ​| = √
​ 12 + (​√3 ​)2 ​ = √
​ 4 ​= 2
|z| ≠ 0); e
_​____› ​ a  ​ = __
§ cos q = __ ​ 1 ​
|z| 2
2. o ângulo q, em que 0 ≤ q < 2p, que o vetor Oz ​
​ forma
com o eixo x; esse ângulo q é denominado argumento de z d
​ XX
​ b  ​ = ___
§ sen q = __
3 ​
​   ​
(ou argumento principal de z) e é indicado por arg(z). |z| 2

Im Assim, q = arg(z) = ​ π


__ ​.
3

Im

ρ
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Re

§ z = a + bi, z ≠ 0 Re
0 1
§ |z| = r = d​ XXXXXX
a2 + b2 ​

§ arg(z) = q

12
Portanto, a forma trigonométrica é dada por: Portanto, a forma trigonométrica é dada por:

(
z = 2​ cos ​ π__ ​+ i · sen ​ π__ ​  ​
3 3 ) z=√
__
(
​ 2 ​ ​ cos ​ 3π
___ ​+ i · sen ​ 3π
4
___ ​  ​
4 )
b) z = - 1 + i
Resolução: 2. Escreva na forma algébrica os seguintes números
a = –1 complexos:
b=1
________ __ ( ​ π ​+ i · sen ​ __
a) z = 2​ cos __ π ​  ​
)
|z| = |–1 + i| = √
​ (-1) + 1  ​= √
​ 2 ​
2 2 4 4
Resolução:
d
​ XX
2 ​
​ a  ​ = ___
§ cos q = __ ​ –1 ​ = – ​ ___ ​ __ __ __ __
__ __
|z| ​dXX 2 ​
d
2
​ XX
2 ​

(
​ 2 ​
2
​√2 ​ 2​√2 ​
z = 2​ ​ ___ ​+ i ∙ ___
​   ​ ​= ____
2
​   ​+ i ∙ ​ ____
2 2 )
2​√2 ​ √
 ​= ​ 2 ​+ i​√2 ​
​ b  ​ = ___
§ sen q = __ ​  1  ​ = ___
​   ​
|z| ​dXX 2 ​ 2 __ __
Assim, z = √
​ 2 ​+ i​√2 ​.
Assim, q = arg(z) = ​ 3π
___ ​.
4
Im
( 7π ​+ i sen ​ ___
b) z = 8​ cos​ ___
6
7π ​  ​
6 )
Resolução:
__

[ ( ​√3 ​
)] [
z = 8​ –cos ​ π__ ​+ i​ –sen ​ π__ ​  ​  ​= 8​ – ​ ___ ​+ i ​ ​ ___
6 6 2
–1 ​  ​  ​
2 ( )]
__
z = –4​√3 ​– 4i
__
Re
Assim, z = –4​√3 ​– 4i.

2. Multiplicação de números complexos na forma trigonométrica


Considere os números complexos z1 e z2 dados na forma trigonométrica:
z1 = |z1|(cos q1 + i · sen q1)
z2 = |z2|(cos q2 + i · sen q2­)
O produto z1z2 é dado por:
z1z2 = |z1|(cos q1 + i · sen q1) |z2| (cos q2 + i · sen q2) ⇒
z1z2 = |z1IIz2| (cos q1 + i · sen q1) (cos q2 + i · sen q2) ⇒
z1z2 = |z1||z2|[(cos q1 · cos q2 – sen q1 · sen q2) + i(sen q1 · cos q2 + sen q2 · cos q1)]
Assim:
z1z2 = |z1||z2| [cos(q1 + q2) + i · sen(q1 + q2)]

O produto de dois números complexos escritos na forma trigonométrica é o número complexo cujo módulo é igual ao
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

produto dos módulos dos fatores e cujo argumento é igual à soma dos argumentos dos fatores reduzida à primeira volta
(0 ≤ arg (z1 z2) < 2p).

Aplicação do conteúdo
​ π ​+ i · sen ​ __
1. Calcule o produto z1z2 com z1 = 2​ cos __ (
π ​  ​ e z = 3​ cos __
​ π ​+ i · sen ​ __
)
π ​  ​.
( )
4 4 2
2 2
Resolução:
Ao substituir os dados do problema pela fórmula, obtém-se:

[ (
4 2 ) (4 2 )] (
z1z2 = 2 · 3​ cos​ ​ π__ ​ + ​ π__ ​  ​+ i · sen​ ​ π__ ​ + ​ π__ ​  ​  ​= 6​ cos ​ 3π
___ ​+ i · sen ​ 3π
4
___ ​  ​
4 )
13
z1
Ao fazer a interpretação geométrica desse problema, obtém-se: O quociente __
z​   ​, para z2 ≠ 0, pode ser obtido assim:
2

4 __z |z1|
​ z1 ​ = ___
​   ​[cos(q1 – q2) + i · sen(q1 – q2)]
2 |z |
2

A demonstração dessa relação pode ser realizada mostran-


|z |
do que o produto de ___
​  1  ​[cos(q1 – q2) + i · sen(q1 – q2)] por
|z2|
z2 é igual a z1.
O quociente de dois números complexos na forma trigono-
métrica, com o segundo número diferente de 0, é o número
complexo cujo módulo é o quociente dos módulos e cujo ar-
gumento é a diferença dos argumentos dos dois números na

( () )
z1
Em z1z2, houve uma rotação positiva a z1 de um ângulo igual ao ordem dada reduzida à primeira volta ​ 0 ≤ arg​__
z​  2 ​  ​< 2p ​.
ângulo de z2. Ou seja, nesse caso, houve uma rotação de ​ π __ ​a z .
2 1
Como o argumento de z1 era ​ __ ​e z1 recebeu uma rotação de ​ π
π __ ​, Aplicação do conteúdo
4 2
π__ π
__ 3π
___
o produto z1 e z2 passa a ter argumento igual a ​   ​ + ​   ​ = ​   ​. O z1 π π
4 2 4 1. Calcule o quociente ​ __ __ __
(
z2 ​para z1 = 2​ cos ​  4 ​+ i · sen ​ 4 ​  ​ e )
módulo, que é 6, corresponde a 2 · 3 ou |z1||z2|. ​ π ​+ i · sen ​ __
z2 = 3​ cos __
(
π ​  ​.
)
2 2

Nota Resolução:
A fórmula da multiplicação de dois números complexos,
de acordo com a qual basta multiplicar os módulos e Ao substituir z1 e z2 na fórmula dada, obtém-se:
somar seus argumentos, é válida para um número z1 2
qualquer finito de valores. Isso levará à potenciação de
__
​  z  ​ = __
2 3 [ ( 4 2 ) (
4 2 )]
​   ​ ​ cos​ ​ π__ ​ – ​ π__ ​  ​+ i · sen​ ​ π__ ​ – ​ π__ ​  ​  ​ =
números complexos. π ​  ​+ i · sen ​ – ​ __
π ​  ​  ​=
​ 2 ​ ​ cos ​ – ​ __
__
3[ ( ) 4 ( )]
4
__
3 [
​ 2 ​ ​ cos ​ 7π
___ ​+ i · sen ​ 7π
4 4 ]
___ ​  ​

3. Divisão de números complexos Assim, __


z1 __2
[ 7π
___ 7π
___
z​  2 ​ = 3​   ​ ​ cos ​  4 ​+ i · sen ​  4 ​  ​. ]
na forma trigonométrica
Dados os números complexos z1 e z2 na forma trigonométrica:
z1 = |z1|(cos q1 + i · sen q1)
z2 = |z2|(cos q2 + i · sen q2­)

4. Potenciação de números complexos na forma


trigonométrica – primeira fórmula de De Moivre
A potência zn, n ∈ N*, é dada por zn = z · z · z ... z .
n vezes
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Se um número complexo z estiver escrito na forma trigonométrica z = |z|(cos q + i · sen q), obtém-se:
zn = z · z · z ... z = |z| · |z| · |z| ... |z| [cos(q + q + ... +q ) + i sen(q + q + q ... q )] ⇒
multiplicação produto de n módulos soma de n soma de n
de n fatores argumentos argumentos

⇒ zn = |z|n[cos(nq) + i · sen(nq)] (fórmula de De Moivre)

Para n = 0, obtém-se:
z0 = |z|0[cos (0 · q) + i · sen (0 · q)] = 1 (cos 0 + i · sen 0) = 1(1 + 0) = 1

14
Assim, é possível afirmar que a potência de ordem n de Uma vez que n ∈ N*, deve-se fazer:
um número complexo escrito na forma trigonométrica é o d
​ XX
1π ​ = ___ 3 ​
n = 1 ⇒ sen​ ___ ​   ​≠ 0
número complexo cujo módulo é igual ao módulo do nú- 3 2
mero elevado a n e cujo argumento é igual ao argumento d
​ XX
2π ​ = ___
n = 2 ⇒ sen​ ___
3 ​
​   ​≠ 0
do número multiplicado por n reduzido à primeira volta 3 2
3π ​= 0 e cos​ ___
n = 3 ⇒ sen​ ___ 3π ​= cos p = –1 < 0
(0 ≤ arg(zn) < 2p).
3 3

___
n = 6 ⇒ sen​   ​= sen 2p = 0 e
Aplicação do conteúdo 6π
___
3
cos ​   ​= cos 2p = 1 > 0
1. Dado o número z = 2​ cos ​ __ π ​  ​, determine z7.
π ​+ i · sen ​ __ 3
4 4 ( ) Assim, o menor valor de n ∈ N* é 6.
Resolução: Nesse caso, tem-se:
__
Na forma trigonométrica, tem-se: (2​√3 ​ i+ 2)6 = 46(cos 2p + i · sen 2p) = 4.096 (real positivo)

[( 4 4 )] (
z7 = ​ 2​ cos ​ π__ ​+ i · sen ​ π__ ​  ​  ​ = 27​ cos 7 · ​ π__ ​+ i · sen 7 · ​ π__ ​  ​ =
7

4 4 ) 5. Radiciação – raízes
z7 = 128​ cos ​ 7π ( ___ ​+ i · sen ​ 7π
4
___ ​  ​
4 ) enésimas de números
( 7π
___
Assim, z = 128​ cos ​   ​+ i · sen ​   ​  ​.
7
4

___
4 ) complexos
Na forma algébrica, tem-se: Dado um número complexo z e um número natural n, n > 1,
__ __

(
__
4
__
4 2 ) (
​√2 ​
z = 2​ cos ​ π__ ​+ i · sen ​ π__ ​  ​= 2​ ___

​ 2 ​
​   ​+ i · ​ ___ ​  ​ =
2 ) definimos em C:

z=√ ​ 2 ​+ i​√2 ​ Raiz enésima de z é um número complexo x tal que xn = z.


z7 = 128​ cos ​ 7π
__ 4
(
___ ​+ i · sen ​ 7π
__
___ ​  ​ =
4 ) Modelos:

​ 2 ​
z7 = 128​ ___ ( √
​ 2 ​
​   ​– i · ___
2
​   ​  ​ =
2 ) 1. 2, –2, 2i e –2i são as raízes quartas do número
__ __ complexo 16.
z7 = 64​√2 ​– 64​√2 ​i
__ __ 2, uma vez que 24 = 16
Assim, z = 64​√2 ​– 64​√2 ​i.
7
–2, uma vez que (–2)4 = 16
2. Determine o menor valor de n ∈ N*, para o qual 2i, uma vez que (2i)4 = 16
(2​dXX
3 ​i + 2)n é real e positivo.
–2i, uma vez que (– 2i)4 = 16
Resolução: Em C há, portanto, quatro raízes quartas de 16.
__
Ao passar o número z = 2 + 2​√3 ​i para a forma trigonométrica, 2. i e – i são as raízes quadradas do número complexo –1.
obtém-se: i, uma vez que i2 = –1
_________
__ ______
|z| = √
​ 22 + (2​√3 ​)2 ​= √
​ 4 + 12 ​= 4 –i, uma vez que (–i)2 = –1
Em C há, portanto, duas raízes quadradas de –1.
​ a  ​ = __
§ cos q = __ ​ 2 ​ = __
​ 1 ​
|z| 4 2 3. 3 e –3 são as raízes quadradas do número complexo 9.
2​dXX
3 ​ d​ XX
3 ​
§ sen q = __ ​ b  ​ = ____
​   ​ = ___
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​   ​ 3, uma vez que 32 = 9


|z| 4 2
–3, uma vez que (–3)2 = 9
Assim, q = ​ π
__ ​ (60º).
3 Em C há, portanto, duas raízes quadradas de 9.
Ao usar a fórmula de De Moivre, obtém-se: 4. 1, –1, i e – i são as raízes quartas do número
complexo 1.
zn = |z|n(cos nq + i · sen nq) =
1, uma vez que 14 = 1
n n
(
z = 4 ​ cos​ nπ
___ ​+ i sen​ nπ
3
___ ​  ​
3 ) –1, uma vez que (–1)4 = 1
i, uma vez que i4 = 1
Para que zn seja real e positivo, deve-se ter:
– i, uma vez que (–i)4= 1
sen​ nπ
___ ​ nπ
___ ​> 0
= 0   cos​  Em C há, portanto, quatro raízes quartas de 1.
3 3

15
5. A única raiz quinta de 0 é 0, uma vez que 0 é o único Assim, sabendo uma delas e sabendo quantas são no total,
número complexo tal que 05 = 0. é possível obter as n – 1 raízes desconhecidas.
A pergunta então é: Quantas são as raízes enésimas de um
número complexo z ≠ 0 e como podemos determiná-las?
Isso será analisado com a segunda fórmula de De Moivre.

5.1. A segunda fórmula de De Moivre


Considere o número complexo z ≠ 0 tal que z = |z|(cosq + i · senq).
Encontrar as raízes enésimas de z significa determinar to-
dos os números complexos distintos do tipo:
w = |w| (cosa + i · sena)
De modo que wn = z, para n > 1, isto é, procurar números
w tais que:
[|w|(cosa + i · sena)]n = |z|(cosq + i · senq)
Da igualdade: Aplicação do conteúdo
wn = |w|n (cos na + i · sen na)n = z = |z|(cosq + i · senq) 1. Determine as raízes cúbicas de –i e interprete-as
geometricamente.
Resulta:
Resolução:
§ |w|n = |z|
Ao escrever z na forma trigonométrica, obtém-se:
§ cos na = cos q
§ sen na = sen q z=–i
a=0
De |w|n = |z|, obtém-se |w| = dn​ XXX
|z| ​(sempre real e positivo). b = –1
________ __
De cos na = cosq e sen na = senq, obtém-se: |z| = √
​ 02 + (–1)2 ​= √
​ 1 ​= 1
+ 2kπ
na = q + 2kp ⇒ a = ​ ________
n ​(com k ∈ Z) ​ 0 ​= 0
§ cos q = __
1
No entanto, para que 0 ≤ a < 2p, é necessário que
​ –1 ​= –1
§ sen q = ___
0 ≤ k ≤ n – 1. 1
Em razão disso, conclui-se que: Assim, q = arg(z) = ​ 3π
___ ​, pois 0 ≤ q < 2p.
2

( ( ​  +n2kπ
|z| ​ ​ cos​ ________
wk = n​dXXX ) (
+ n2kπ
 ​  ​+ i · ​ sen ​ ________ ​  ​  ​ )) Portanto:

(segunda fórmula de De Moivre para k = 0, 1, 2, ..., (n –1)). (


z = 1​ cos ​ 3π
___ ​+ i · sen ​ 3π
2
___ ​ ​
2 )
Ao empregar a segunda fórmula de De Moivre, obtém-se:
Em seguida a k = n – 1, os valores repetem-se. De 0 a n – 1,
obtém-se n raízes distintas.
( + 2kπ
|z| ​ ​ cos ​ ________
wk = n​dXXX  + 2kπ
________
n ​+ i · sen ​  n ​  ​ = )
Observe que essa fórmula também pode ser escrita da se-

( ​ 3π ​ 3π
)
___ ​+ 2kπ ___ ​+ 2kπ
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

guinte maneira: __
2  ​+ i · sen​  2  ​  ​
________ ________
3
= ​√ 1 ​ ​ cos​ 
3 3
wk = n​dXXX [ (
|z| ​ ​ cos​  ​  __n ​+ k · ​ 2π
n ) (
___ ​  ​+ i · sen​ ​  __ ​+ k · ​ 2π
n n )]
___ ​  ​  ​ 3
__
​√ 1 ​= 1 (real positivo)
Uma vez que n = 3, k poderá ser 0, 1 ou 2:
Qualquer número complexo z, não nulo, admite n raízes
enésimas distintas. Todas elas têm módulo igual a dn​ XXX
|z| ​ e § para k = 0
seus argumentos formam uma progressão aritmética de
​ 3π
___ ​+ 2kπ ​  3π
___ ​
​ nθ ​ e razão ___
primeiro termo __ ​ 2π
n ​.
2  ​ = ___
​  ________ ___ ​ = ​ π
​  2 ​ = ​ 3π __ ​
3 3 6 2
Geometricamente, as n raízes são vértices de um polígono
regular de n lados.

16
§ para k = 1 Para resolvê-la, deve-se fazer uma mudança de variável
xn = y e obter uma equação do segundo grau:
___ ​+ 2kπ ​  3π
​ 3π ___ ​+ 2π ​  7π
___ ​
​  2
________
 ​ = ​  2  ​ = ​  2 ​ = ​ 7π
_______ ___ ___ ​ ay2 + by + c = 0
3 3 3 6
As soluções são y’ e y’’.
§ para k = 2 Volta-se então para as equações anteriores, pois y’ = xn e
y’’ = xn.
___ ​+ 2kπ ​ 3π
​  3π ___ ​+ 4π ​  11π
____
 ​
2
​  ________ 2  ​ = ____
 ​ = ​  _______ ​  2 ​ = ​ 11π
____
 ​
3 3 3 6 Ao resolvê-las, são obtidas as raízes da equação inicial.

Observe que ​ π


__ ​ = ​ 3π
___ ​, ​ 7π
___ ​, ​ 11π ​é uma PA de razão ​ 4π
____ ___ ​.
2 6 6 6 6 Aplicação do conteúdo
w0 = 0 + __ i·1=i
–​√3 ​ 1 1. Resolva a equação 2x3 – 16i = 0 em C.
w1 = ____​   ​ – __ ​   ​i
2__ 2 Resolução:
​√3 ​ 1
w2 = ___ ​   ​ – __
​   ​i
2 2 2x3 – 16i = 0 ⇒ 2x3 = 16i ⇒ x3 = 8i
Interpretando geometricamente, as três raízes cúbicas es- Calcule as raízes cúbicas de 8i:
tão sobre uma circunferência de raio |w| = 1 e dividem a z = 8i
circunferência em três arcos congruentes de ___ ​ 4π ​rad, for- a=0
6 b=8
mando um triângulo equilátero de vértices P0, P1 e P2. Se _________
fosse calculado w3, resultaria que w3 = w0 e P3 coincidiria |z| = √
​ 02 + 82 ​= 8
com P0; e assim por diante: P4 = P1, P5 = P2 , etc. § cos q = __ ​ 0 ​= 0
8
§ sen q = __ ​ 8 ​= 1
8
Assim, q = arg(z) = ​ π __ ​, pois 0 ≤ q < 2p.
2
Portanto:
( )
z = 8i = 8​ cos​ π__ ​+ i sen​ π__ ​  ​
2 2
Uma vez que n = 3, 0 ≤ k ≤ 2, ​ 8 ​= 2 e q = __ ​ π ​, obtém-se:
3
d XX
__ 2
w0 = √
​ 3 ​__+ i
w1 = – ​√3 ​+ i
w2 = –2i

6. Equações binomiais
e trinomiais
Qualquer equação que possa ser reduzida à forma axn + b = 0
(com a ∈ C e b ∈ C, a ≠ 0 e n ∈ N) é denominada
equação binomial.
Para resolvê-la, deve-se isolar xn no primeiro membro e
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

aplicar a segunda fórmula de De Moivre: Portanto, o conjunto solução da equação 2x3 – 16i = 0 é:
__ __
S = {​√3 ​+ i, –​√3 ​+ i, –2i}.
n
​ –b
ax + b = 0 ⇒ x = ___a ​
n

​ –b
Essa equação admite n raízes enésimas de ___
a ​.
Outro tipo muito comum de equação que compreende nú-
meros complexos é o que se pode reduzir à denominada
equação trinomial:
ax2n + bxn + c = 0
(com a ∈ C, b ∈ C e C ∈ C a ≠ 0, b ≠ 0 e n ∈ N)

17
DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS COMPLEXOS

FORMA TRIGONOMÉTRICA
Seja:
Z1 = ​ Z1 ​(cosθ1 + i · senθ1)
Im Z = a + bi Z2 = ​ Z2 ​(cosθ2 + i · senθ2)
b
ou
P(a, b) Multiplicação
Z1 Z2 = | Z1| |​Z2| [cos(θ1 + θ2) + i·sen(θ1 + θ2)]
θ Divisão
​ Z ​= ρ
O a Re Z ​ Z1 ​
_________ ​  1 ​ = ​  ___
__  ​ [cos(θ1 – θ2) + i · sen (θ1 – θ2)]
• |Z ​= ρ = ​√a2 + b2 Z2 ​ Z2 ​
• arg (Z) = θ
Potenciação → fórmula de De Moivre
• a = ​ Z ​· cosθ
Zn = ​ Z ​n [cos(nθ) + i · sen(nθ)]
• b = ​ Z ​· senθ

Z = ​ Z ​(cosθ + i · senθ)
EQUAÇÕES

Binomiais Trinomiais
axn + b = 0 ax + bxn + c = 0
2n

-b ​
xn = ​ __ Mudança de variável
a xn = y
ay2 + by + c = 0
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

18
A segunda figura é um cubo com arestas de medida x, cuja
área total é indicada por:

6x2
E cujo volume é expresso por:

POLINÔMIOS x3
A terceira figura é outro cubo com arestas x + 2, cuja área
total é:

6(x + 2)2 ou 6(x2 + 4x + 4) ou 6x2 + 24x + 24

MT
E cujo volume é expresso por:
AULAS
49 E 50 (x + 2)3 ou x3 + 6x2 + 12x + 8

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5 20, 21 e 23
2. Definição
Expressão polinomial ou polinômio na variável complexa x
é toda expressão da forma:
1. Introdução anxn + an-1xn-1 + an-2xn-2 + ... + a2x2 + a1x + a0
Na resolução de problemas, é frequente a ocorrência de
situações em que a leitura e a compreensão dos enuncia- Em que:
dos levam à formulação de expressões que permitem resol- § an, an-1, an-2, ..., a2, a1­, a0 são números complexos deno-
vê-los por meio de uma equação oriunda das expressões minados coeficientes;
obtidas. Considere que os enunciados de determinados
problemas levem a estas figuras e suas dimensões: § n é um número inteiro positivo ou nulo; e

§ o maior expoente de x, com coeficiente não nulo, é o


grau da expressão.

Observe as seguintes expressões polinomiais:

1. 4x + 6: expressão polinomial do primeiro grau (grau 1).

2. x2 + 3x: expressão polinomial do segundo grau (grau 2).

3. x3: expressão polinomial do terceiro grau (grau 3).

4. 6x2 + (1 – i)x + 5: expressão polinomial do segundo


grau (grau 2).
Por definição, não são expressões polinomiais:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ x–2 + 3x–1 + 1, uma vez que o expoente da variável x


não pode ser negativo.

​ 1 ​ + __
§ x3 + __ ​ 1 ​, uma vez que a variável x não pode apare-
x2 x
A primeira delas é uma região retangular de dimensões x e cer em denominador.
x + 3, cujo perímetro é indicado pela expressão:
§ x + 5x + 6, uma vez que o expoente da variável x não
2x + 2(x + 3) ou 4x + 6
pode ser fracionário.
E cuja área é indicada por:
§ 3​dXXx ​+ 6​dXXx ​+ 2, uma vez que a variável x não pode
x(x + 3) ou x2 + 3x aparecer sob radical.

19
3. Função polinomial Analise-os:
§ se m ≠ 1 e m ≠ –1, o polinômio será do terceiro grau;
As funções complexas f: C é C definidas por expressões § se m = 1, o polinômio será do segundo grau;
polinomiais são denominadas funções polinomiais: § se m = –1, o polinômio será do primeiro grau.
Calcule os valores de a, b e c para os quais o polinômio
§ f(x) = 2x – 1 é uma função polinomial de grau 1.
p(x) = (a + b)x2 + (a – b – 4)x + (b + 2c – 6) seja nulo:
§ g(x) = 3x2 – 2x – 1 é uma função polinomial de grau 2.

§ h(x) = 3x3 – 6x2 + x – 1 é uma função polinomial de grau 3. Se p(x) = 0 ä


§ p(x) = x4 – ix2 é uma função polinomial de grau 4.
Assim, toda função definida por: Ao reunir (I) e (II), obtém-se:

f(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a2x2 + a1x + a0


para todo x complexo, é denominada função polinomial de
Resolvido o sistema, obtém-se a = 2 e b = –2.
grau n, em que n é um número inteiro positivo ou nulo, e
an é diferente de 0. Substituído b em (III), obtém-se:

Se o grau de uma função polinomial for 0, a função será b + 2c – 6 = 0 ä –2 + 2c – 6 = 0 ä


definida por f(x) = a0. ä 2c = 8 ä c = 4
Logo, a = 2, b = –2 e c = 4.
Modelos:
1. f(x) = 5 2. p(x) = –2 5. Valor numérico de
um polinômio
4. Polinômio Considere um polinômio p(x) e um número real a.
A cada função polinomial associa-se um único polinômio O valor numérico do polinômio p(x) para x = a é o número
(ou expressão polinomial) e vice-versa. Por essa razão, é que se obtém ao substituir x por a e ao se efetuarem os
possível se referir indistintamente às funções polinomiais cálculos necessários. Indica-se p(a).
ou aos polinômios.
Portanto, p(a) é o valor numérico de p(x) para x = a.
Modelos:
1. p(x) = 5 é um polinômio de grau 0 ou polinômio constante. Modelos:
2. p(x) = 2x + 1 é um polinômio do primeiro grau. 1. O valor numérico de p(x) = 2x2 – 3x + 5 para x = 4 é:
3. p(x) = x2 – 5x + 6 é um polinômio do segundo grau. p(4) = 2(4)2 – 3(4) + 5 = 32 – 12 + 5 = 25

Assim, p(4) = 25.


4.1. Polinômio identicamente nulo
Define-se o polinômio identicamente nulo (Pin) como o 2. Dado p(x) = 4x3 – 3x2 + 5x – 10, o valor de p(x) para
x = 3 é:
polinômio cujos coeficientes são todos nulos: p(x) = anxn +
an-1xn-1 + ... + a1x + a0 é um polinômio nulo se, e somente p(3) = 4(3)3 – 3(3)2 + 5(3) – 10 =
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

se, an = an-1 = ... = a1 = a0 = 0. p(3) = 108 – 27 + 15 – 10 = 86

Assim, p(3) = 86.


Aplicação do conteúdo
3. Se p(x) = – 3x2 – 7, logo, para x = 1, o valor numérico
1.Dado o polinômio p(x) = (m2 – 1)x3 + (m + 1)x2 – x + 4, de p(x) será:
com m [ R, discuta o grau de p(x).
p(1) = –3 – 7 = –10.
Resolução:
Reduza os coeficientes de x3 e x2 a 0: Portanto, de modo geral, dado o polinômio:
m2 – 1 = 0 ä m2 = 1 m = +​–​1 p(x) = anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a1x + a0
m + 1 = 0 ä m = –1

20
o valor numérico de p(x) para x = a será: Assim:
p(a) = ana + an – 1a
n n–1
+ an – 2a
n–2
+ ... + a1a + a0 p(2) = 0 ä a(2)2 + b(2) + c = 0 ä
ä 4a + 2b + c = 0 (I)

Notas p(–1) = 12 ä a(–1)2 + b(–1) + c = 12 ä


Se a = 1, o valor numérico de p(x) será a soma de ä a – b + c = 12 (II)
seus coeficientes: p(0) = 6 ä a(0)2 + b(0) + c = 6 ä
p(1) = an · 1n + an – 1 · 1n – 1 + an – 2 · 1n – 2 · 1n – 2 + ... + äc = 6 (III)
+ a1 · 1 + a0 ä Substituindo (III) em (I) e (II), obtém-se:
ä p(1) = an + an – 1 + an – 2 + ... + a1 + a0
Se a = 0, o valor numérico de p(x) será o termo
independente:
Resolvido o sistema, obtém-se a = 1 e b = –5.
p(0) = an · 0n + an – 1 · 0n – 1 + an – 2 · 0n – 2 + ... +
Sabendo que a = 1, b = –5 e c = 6, escreve-se:
+ a1 · 0 + a0 ä p(0) = a0
p(x) = x2 – 5x + 6

Calculando p(5):
Aplicação do conteúdo p(5) = (5)2 – 5(5) + 6 = 25 – 25 + 6 = 6
1. Dado o polinômio p(x) = 2x3 – x2 + x + 5, calcule
p(2) – p(–1). Assim, p(x) = x2 – 5x + 6 e p(5) = 6.

Resolução: 6. Igualdade de polinômio


Calculando p(2) e p(–1) separadamente, obtém-se: Dois polinômios serão iguais ou idênticos se, e somente
p(2) = 2(2) – (2) + 2 + 5 = 16 – 4 + 2 + 5 = 19
3 2 se, seus valores numéricos forem iguais para todo a [ C:
p(–1) = 2(–1)3 – (–1)2 + (–1) + 5 = –2 – 1 – 1 + 5 = 1 p(x) = q(x) à p(a) = q(a)(? a [ C)
Assim: Para que isso ocorra, a diferença p(x) – q(x) deve ser o
p(2) – p(–1) = 19 – 1 = 18 Pin. Portanto, dois polinômios p(x) e q(x) serão iguais
se, e somente se, tiverem coeficientes respectivamente
2. Dado o polinômio, na forma fatorada, p(x) = (x2 + 2)2
iguais (os coeficientes dos termos de mesmo grau são
(x3 – 2)5, determine o que se pede em cada item:
todos iguais).
a) a soma de seus coeficientes;
Resolução: Modelo:
Para se obter a soma dos coeficientes, basta fazer: Dados os polinômios p(x) = ax3 + bx2 + cx + d e
q(x) = 2x3 + 5x2 – 4x + 3, obtém-se:
p(1) = (12 + 2)2 (13 – 2)5 = 32 · (–1)5 = –9
b) o termo independente. p(x) = q(x) à a = 2, b = 5, c = –4 e d = 3
Resolução:
7. Raiz de um polinômio
Para se obter o termo independente, basta fazer:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Já foi visto que p(a) é o valor numérico do polinômio p(x)


p(0) = (02 + 2)2 (03 – 2)5 = 22 · (–2)5 = para x = a.
p(0) = 4(–32) = –128
Se um número complexo (real ou imaginário) a for tal que
3. Um polinômio p(x) é do segundo grau. Sabendo que p(a) = 0, esse número a será denominado raiz do polinômio
p(2) = 0, p(–1) = 12 e p(0) = 6, escreva o polinômio e p(x).
determine p(5).
Modelos:
Resolução:
1. Dado o polinômio p(x) = x2 – 7x + 10, obtém-se:
Se p(x) é um polinômio de segundo grau, sua forma é:
p(5) = 0 ä 5 é raiz de p(x).
p(x) = ax2 + bx + c
p(3) = –2 ä 3 não é raiz de p(x).

21
2. Dado o polinômio p(x) = x3 – 3x2 + 2, obtém-se: 3. x3 – 2x2 + x – 2 = 0 é uma equação algébrica do
terceiro grau.
p(1) = 0 ä 1 é raiz de p(x).
p(3) = 2 ä 3 não é raiz de p(x). 4. x4 – 2x3 + x2 + 2x – 2 = 0 é uma equação algébrica
do quarto grau.
3. O número i é raiz do polinômio p(x) = x2 + 1, pois
p(i) = –1 + 1 = 0. 5. 3x2 – 2ix + 1 = 0 é uma equação algébrica do segundo grau.

Aplicação do conteúdo 8.1. Raiz ou zero de uma equação


1. Sabendo que –3 é raiz de p(x) = x3 – 4x2 – ax + 48,
polinomial ou algébrica
calcule o valor de a. anxn + an­– 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
Resolução:
O valor a de x que satisfaz a igualdade, isto é, o valor tal que:
Se –3 é raiz de p(x), logo p(–3) = 0.
Portanto:
anan + an – 1an – 1 + ... + a1a + a0 = 0
p(–3) = (–3)3 – 4(–3)2 – a(–3) + 48 = 0 ä
Modelos:
–27 – 36 + 3a + 48 = 0 ä 3a = 15 ä
äa=5 1. x2 – 7x + 10 = 0 admite x = 5 como raiz:
Assim, a = 5.
(5)2 – 7(5) + 10 = 25 – 35 + 10 = 0
2. O polinômio p(x) = x + ax + bx admite as raízes 6 e 1.
3 2

2. x3 – 3x2 + 2 = 0 admite x = 1 como raiz:


Calcule os coeficientes a e b.

Resolução: (1)3 – 3(1)2 + 2 = 1 – 3 + 2 = 0


Se p(x) admite a raiz 6, logo p(6) = 0.
3. x4 + x3 – x2 – 4 = 0 admite x = –2 como raiz:
p(6) = 63 + a(6)2 + b(6) = 0 ä
ä 216 + 36a + 6b = 0 ä 36 + 6a + b = 0 (–2)4 + (–2)3 – (–2)2 – 4 = 16 – 8 – 4 – 4 = 0
Se p(x) admite a raiz 1, logo p(1) = 0.
4. x2 + 1 = 0 admite x = i como raiz:
p(1) = 13 + a(1)2 + b(1) = 0 ä 1 + a + b = 0

Formando o sistema: i2 + 1 = –1 + 1 = 0

8.2. Conjunto solução de


Ao resolver o sistema, obtém-se a = –7 e b = 6. uma equação algébrica
Assim, a = –7 e b = 6. Trata-se do conjunto de todas as raízes da equação.

8. Equações polinomiais Modelos:


ou algébricas 1. x2 – 7x + 10 = 0 3. x3 + x2 – 4x – 4 = 0

S = {2, 5} S = {–2, –1, 2}


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Equação polinomial ou algébrica é toda equação que pode


ser escrita na forma: 2. 3x – 5 = 0 4. x2 + 1 = 0
anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0 (com an ≠ 0) {}
S = ​ ​ __5 ​  ​
3
S = {–i, i}
da qual os ak (an, an­– 1, ..., a2, a1, a0) são elementos do
conjunto dos números complexos, n [ N* e n representa 8.3. Determinação das raízes
o grau da equação.
de uma equação algébrica
Modelos:
O objetivo é determinar o conjunto solução formado pelas
1. 3x + 1 = 0 é uma equação algébrica do primeiro grau.
raízes de uma equação algébrica, ou seja, resolver a equa-
2. x2 – 3x – 4 = 0 é uma equação algébrica do segundo grau. ção da forma p(x) = 0, da qual p(x) é um polinômio.

22
Foi visto como resolver equações do primeiro e do segundo
grau por meio de fórmulas simples, além de algumas de grau
maior do que 2 por meio de fatoração ou outro artifício:

§ ax + b = 0 (com a ≠ 0) ä x = – __a​ b ​(raiz da equação de q(x) = x2 – 3x + 2


primeiro grau); Portanto:

§ ax2 + bx + c = 0 (com a ≠ 0) ä p(x) = (x + 1) ⋅ q(x) = (x + 1)(x2 – 3x + 2)

ä x = _______ ​dD
​ –b ± ​
XX​
(raízes da equação de segundo grau), Resolvendo x2 – 3x + 2 = 0, de acordo com a fórmula de Bhaska-
2a ra, obtém-se as raízes 1 e 2:
em que D = b2 – 4ac.
q(x) = x2 – 3x + 2 = (x – 1) (x – 2)
Não faltaram esforços para encontrar fórmulas que permi-
tissem resolver qualquer equação algébrica de grau maior Em razão disso, pode-se escrever:
que 2, como estas: p(x) = (x + 1)(x – 2)(x – 1)

§ x4 – 6x2 – 7x + 60 = 0
8.5. Generalização
§ x – 8x – 25x + 44 = 0
4 3 2
Dado o polinômio de grau n, do qual n > 1:
Por fim, concluiu-se que o melhor meio de resolver essas equa-
p(x) = anxn + an­– 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0
ções polinomiais é realizar estimativas de possíveis soluções.
A seguir, serão examinados alguns métodos que permitem se x1, x2, …, xn são raízes de p(x), pode-se escrevê-lo desta
estimar uma ou mais raízes de uma equação polinomial e, forma:
com isso, determinar todas elas.
p(x) = (x – x1) (x – x2) (x – x3)... (x – xn) ⋅ qn(x), com
8.4. Decomposição em q­n (x) = an
fatores de primeiro grau Assim:
Em 1799, o matemático alemão Carl F. Gauss (1777-1855) p(x) = an(x – x1) (x – x2) (x – x3)... (x – xn)
demonstrou o Teorema Fundamental da Álgebra:
da qual xk são as raízes de p(x) e an é o coeficiente de xn.
Toda equação algébrica p(x) = 0 de grau n (n > 1) tem pelo
menos uma raiz complexa (real ou não). Aplicação do conteúdo
1. Uma das raízes da equação 2x3 – 4x2 – 2x + 4 = 0 é 1.
De acordo com esse teorema, é possível mostrar que os Resolva a equação.
polinômios de grau n > 1 podem ser decompostos num
produto de fatores do primeiro grau. Resolução:

Se 1 é raiz de p(x) = 0:
Modelos:
p(x) = (x – 1) ⋅ q1 (x) = 0 ä x – 1 = 0 ou q1 (x) = 0
1. 2 é raiz de p(x) = x2 + 3x – 10, uma vez que p(2) = 0. De acor-
do com o teorema de D’Alembert, p(x) é divisível por x – 2: Se o grau de q1(x) é 2 e sabendo resolver uma equação do se-
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

gundo grau, pode-se dizer que q1(x) = 0 fornece as demais raízes.


Ao determinar q1(x), obtém-se:

q1(x) = x + 5

Portanto: q1(x) = 2x2 – 2x – 4

p(x) = (x – 2) ⋅ q1(x) = (x – 2)(x + 5) Ao determinar as raízes de q1(x) = 0, obtém-se:


2x2 – 2x – 4 = 0
2. –1 é raiz de p(x) = x3 – 2x2 – x + 2, uma vez que p(–1) = 0. De
D = 4 + 32 = 36
acordo com o teorema de D’Alembert, p(x) é divisível
por x + 1: 2 ±
_____
x = ​   ​6 ä x’ = 2 e x” = –1
4

23
Assim, as demais raízes são 2 e –1 e o conjunto solução da equa- gébrica de grau n > 0 tem, no máximo, n raízes diferentes.
ção é S = {–1, 1, 2}.
O número de vezes que uma mesma raiz aparece indica a
2. Resolva a equação x – x – 7x + x + 6 = 0, sabendo
4 3 2 multiplicidade da raiz.
que –2 e 1 são raízes da equação.
Modelos:
Resolução:
1. No polinômio p(x) = x2 – 6x + 9 = (x – 3)2 = (x – 3)
Se –2 e 1 são raízes de p(x), obtém-se: (x – 3), há dois fatores idênticos a x – 3. Nesse caso,
afirma-se que 3 é raiz dupla ou de multiplicidade 2.
p(x) = (x + 2)(x – 1) ⋅ q1(x) = 0.
2. No polinômio p(x) = x3 – 3x – 2 = (x + 1) (x + 1) (x – 2)
Ao dividir p(x) por x + 2 e, em seguida, o coeficiente dessa divi- = (x + 1)2(x – 2), afirma-se que –1 é raiz dupla ou de mul-
são por x – 1, obtém-se: tiplicidade 2, e 2 é raiz simples ou de multiplicidade 1.

3. No polinômio p(x) = x5 – 7x4 + 10x3 + 18x2 – 27x – 27


= (x – 3)3(x + 1)2 = (x – 3)(x – 3)(x – 3)(x + 1)(x + 1), há
três fatores idênticos a (x – 3) e dois fatores idênticos a
(x + 1). Nesse caso, afirma-se que 3 é raiz tripla ou de
multiplicidade 3, e –1 é raiz dupla ou de multiplicidade 2.
q1(x) = x2 – 2x – 3

Ao determinar as raízes de q1(x) = 0, obtém-se. Aplicação do conteúdo


x2 – 2x – 3 = 0 1. Qual é a multiplicidade da raiz 2 do polinômio
D = 16 p(x) = x4 – 5x3 + 6x2 + 4x – 8?

​ 2 ± ​
x = _____ 4 ä x’ = 3 e x” = –1 Resolução:
2
Eliminando sucessivas vezes a raiz 2 do polinômio até que isso
Assim, S = {–2, –1, 1, 3}. não seja mais possível.
3. Determine os valores de a, b e c, sabendo que as raízes
da equação 3x3 + ax2 + bx + c = 0 são 1, –1 e 5.

Resolução:
Se 1, –1 e 5 são raízes da equação p(x) = 0, então p(x) é divisível
por x – 1, x + 1 e x – 5.
O que resulta em:
Assim, tem-se:
p(x) = (x – 2)3(x + 1)

-1 Assim, 2 é raiz tripla ou de multiplicidade 3.

2. Resolva a equação x4 – 3x3 – 3x2 + 7x + 6 = 0, sabendo


que –1 é raiz dupla.
Uma vez que os restos devem ser iguais a zero: Resolução:
Se –1 é raiz dupla da equação, ela pode ser escrita na forma (x
+ 1)2 . q(x) = 0.
Para determinar q(x), deve-se eliminar duas vezes sucessivas a
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

raiz –1 da equação:
Ao substituir os valores de a e b na primeira equação, obtém-se:

a = –15, b = –3 e c = 15

8.6. Multiplicidade da raiz


Na decomposição de um polinômio p(x) de grau n > 0 em
q(x) = x2 – 5x + 6
um produto de n fatores do primeiro grau, são encontrados
dois ou mais fatores idênticos. A equação transforma-se em x2 – 5x + 6 = 0.

Numa equação algébrica de grau n, obtém-se n raízes, das Ao resolvê-la, obtém-se x’= 3 e x” = 2.
quais algumas podem ser iguais, ou seja, toda equação al- Assim, S = {–1, 2, 3}.

24
3. Dada a equação x3 + ax2 – 8x + b = 0, calcule os valo-
res de a e b, de forma que 2 seja raiz dupla da equação.
8.7. Relações de Girard
Resolução: Considere a equação algébrica do segundo grau:

Ao eliminar duas vezes sucessivas a raiz 2, obtém-se: ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0)

Sendo x1 e x2 as suas raízes. A decomposição do primeiro


membro em fatores do primeiro grau é:
ax2 + bx + c = a(x – x1)(x – x2)

Ao reduzir os restos a zero, obtém-se: Ao desenvolver o produto, obtém-se:


ax2 + bx + c = a[x2 – (x1 + x2) x + x1x2­]

Ao dividir todos os termos por a, obtém-se:


Da equação (I), obtém-se:
4a + 4 = 0 ä 4a = – 4 ä a = –1 x2 + __ ​ ac  ​ = x2 – (x1 + x2) x + x1x2
​ ba ​x + __

Ao substituir a = –1 na equação (II), obtém-se: Pela igualdade de polinômios, obtém-se:


–4 – 8 + b = 0 ä b = 12 – (x1 + x2) = __ ​ ba ​e x1x2 = __
​ ba ​ ä x1 + x2 = – __ ​ ac  ​

Assim, a = –1 e b = 12. Conhecidas de estudos anteriores, essas relações se es-


4. Determine uma equação algébrica do quarto grau tabelecem entre os coeficientes e as raízes de uma equa-
que tenha –1 com raiz de multiplicidade 3 e 2 como ção algébrica do segundo grau. A seguir, serão analisadas
outra raiz. equações algébricas de grau maior que 2.
Considere a equação algébrica do terceiro grau.
Resolução:
ax3 + bx2 + cx + d = 0 (a ≠ 0)
De acordo com os dados do problema:
E sejam x1, x2 e x3 as suas raízes.
(x + 1) (x + 1) (x + 1) (x – 2) = 0 ä
Ao decompô-la em fatores do primeiro grau:
ä (x + 1)3 (x – 2) = 0 ä
ä (x3 + 3x2 + 3x + 1) (x – 2) = 0 ä ax3 + bx2 + cx + d = a(x – x1)(x – x2)(x – x3)
ä x4 + x3 – 3x2 – 5x – 2 = 0 Ao desenvolver o produto, obtém-se:
Assim, a equação procurada é ax3 + bx2 + cx + d =
x4 + x3 – 3x2 – 5x – 2 = 0, ou qualquer outra equivalente a ela, = a[x3 – (x1 + x2 + x3)x2 + (x1x2 + x1x3 + x2 x3)x – x1x2x3]
como
2x4 + 2x3 – 6x2 – 10x – 4 = 0. Ao dividir todos os termos por a, obtém-se:
​ ba ​ x2 + __
x3 + __ ​ ac  ​x + __
​ da ​ =
Se for resolvida a equação
= x3 – (x1 + x2 + x3)x2 + (x1x2 + x1x3 + x2 x3)x – x1x2x3
ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0).
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Em R, ou seja, com variáveis e coeficientes reais, será Pela igualdade de polinômios, obtém-se:
possível obter: ​ ba ​ ä x1 + x2 + x3 = – __
– (x1 + x2 + x3) = __ ​ ba ​
§ D > 0 duas raízes reais distintas;
§ D = 0 duas raízes reais iguais, isto é, uma raiz real
​ ac  ​
x1x2 + x1x3 + x2 x3 = __
de multiplicidade 2; e ​ da ​ ä x1x2x3 = – ​ __da ​
– x1x2x3 = __
§ D < 0 nenhuma raiz real.
De forma análoga, considerando a equação algébrica de
Em C, ou seja, com variável e coeficientes complexos,
grau n:
será possível obter:
§ D = 0 uma raiz complexa de multiplicidade 2; e anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + … + a2x2 + a1x + a0 = 0
§ D ≠ 0 duas raízes complexas distintas.

25
cujas raízes x1, x2, x3, x4, ..., xn, são válidas estas relações Portanto, obtém-se:
entre as raízes e os coeficientes: 2x3 + bx2 + cx + d = 0
1. A soma das n raízes é: Da qual resulta:
a 1
x1 + x2 + x3 + ... + xn = – ____
​  an – ​
n
x1 + x2 + x3 = –1 + 1 + 2 = 2 = – ​ ​ __
2()
b ​  ​ ä b = –4

x1x2 + x1x3 + x2x3 = –1 – 2 + 2 = –1 = + ​ ​ __c  ​  ​ ä c = –2


()
2
2. O produto das n raízes é:

a
d
__
()
x1x2x3 = (–1) · 1 · 2 = –2 = – ​ ​   ​  ​ ä d = 4
2
x1 ⋅ x2 ⋅ x3 ⋅ ... ⋅ xn = (–1) __
​  a0 ​
n Assim, os outros coeficientes são b = –4, c = –2 e d = 4, e a
n equação pedida é

3. A soma dos produtos das raízes, quando tomadas: 2x3 – 4x2 – 2x + 4 = 0.


a) duas a duas, é: 3. Sabendo que x1, x2 e x3 são as raízes da equação
x3 – 2x2 – 4x + 1 = 0, calcule x​21​+ x​22​+ x​23​.
a 2
x1x2 + x1x3 + ... + xn – 1xn = ____
​  an – ​
n Resolução:
b) três a três, é: De acordo com as relações de Girard, sabe-se que:
a 3 x1 + x2 + x3 = 2 (I)
x1x2x3 + x1x2x4 + ... + xn – 2xn – 1xn = – ____
​  an – ​
n x1x2 + x1x3 + x2x3 = –4 (II)
c) quatro a quatro, é: x1x2x3 = –1 (III)
a 4 Considerando a relação (I), deve-se elevar ambos os membros
x1x2x3x4 + x1x2x3x5 + ... + xn – 3xn – 2xn – 1xn = ____
​  an – ​
n ao quadrado:
(x1 + x2 + x3)2 = 22 ä
Essas relações entre as raízes e os coeficientes de uma
equação algébrica são denominadas relações de Girard. ä x​21​+ x​22​+ x​23​+ 2x1x2 + 2x1x3 + 2x2x3 = 4 ä
ä x​21​+ x​22​+ x​23​+ 2 (x1x2 + x1x3 + x2x3) = 4
Aplicação do conteúdo Uma vez que x1x2 + x1x3 + x2x3 = –4, obtém-se:
1. Escreva as relações de Girard para a equação algébri- x​21​+ x​22​+ x​23​+ 2 (–4) = 4 ä x​21​+ x​22​+ x​23​= 12
ca x3 + 7x2 – 3x + 5 = 0, considerando x1, x2 e x3 as raízes
da equação. Assim, x​12​+ x​22​+ x​32​= 12.

Resolução: 4. As raízes da equação x3 – 9x2 + 23x – 15 = 0 estão em


PA. Nessa condição, resolva a equação.
De acordo com a equação:
a3 = 1; a2 = 7; a1 = –3; a0 = 5 Resolução:
Se x1, x2 e x3 são as raízes da equação, elas devem ser represen-
Portanto, obtém-se: tadas por:
x1 = a – r
()
x1 + x2 + x3 = – ​ ​ __ 7 ​  ​= –7
1 x2 = a
x3 = a + r
( )
x1x2 + x1x3 + x2x3 = + ​ ​ ___ –3 ​  ​= –3
1
De acordo com as relações de Girard, tem-se:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

5
()
__
x1x2x3 = – ​ ​   ​  ​= –5
1 x1 + x2 + x3 = 9 ä a – r + a + a + r = 9 ä 3a = 9
äa=3
2. Uma equação algébrica do terceiro grau tem raízes
–1, 1 e 2. Sabendo que o coeficiente do termo de tercei- Uma vez que x2 = a = 3 é uma das raízes, obtém-se:
ro grau é 2, determine os outros coeficientes e escreva
p(x) = (x – 3) · q(x) = 0
a equação.

Resolução:
Se a equação é de terceiro grau, sua forma é: q(x) = x2 – 6x + 5 = 0
ax3 + bx2 + cx + d = 0, com a = 2. Ao resolver a equação, obtém-se x’ = 5 e x” = 1.
Assim, S = {1, 3, 5}.

26
5. Resolva a equação x3 – 5x2 + 7x – 3 = 0, sabendo que
uma raiz é dupla. Aplicação do conteúdo
Resolução: 1. Pesquise as raízes racionais da equação
Uma vez que uma raiz é dupla, deve-se indicar as raízes por x1, 3x3 + 2x2 – 7x + 2 = 0.
x1 e x2. Resolução:
De acordo com as relações de Girard, obtém-se: Na equação dada, a0 = 2 e a3 = 3.
x1 + x1 + x2 = 5 ä 2x1 + x2 = 5 (I) p é divisor de 2 ä p [ {–1, 1, –2, 2}.
x1x1 + x1x2 + x1x2 = 7 ä x​21​+ 2x1x2 = 7 (II) q é divisor de 3 ä q [ {–1, 1, –3, 3}.
x1x1 x2 = 3 ä x​21​x2 = 3 (III)
Pela propriedade, as prováveis raízes racionais são:
Da relação (I), tem-se:
p
2x1 + x2 = 5 ä x2 = 5 – 2x1
__
{ ​ 1 ​, __
​  q ​ [ ​ –1, 1, –2, 2, – __
3 3 3 3
​ 1 ​, – __
​ 2 ​, __ }
​ 2 ​  ​

Ao substituir em (II), obtém-se: Ao verificar, obtém-se:


x​21​+ 2x1x2 = 7 ä x​21​+ 2x1(5 – 2x1) = 7 ä p(–1) = 8 ä –1 (não é raiz)
ä x​21​+ 10x1 – 4x​21​– 7 = 0 ä p(1) = 0 ä 1 é raiz
ä – 3 x​21​+ 10x1 – 7 = 0 ä 3x​21​– 10x1 + 7 = 0
A partir da raiz descoberta:
D = 16
​ 10 ± ​
x1 = ______ 4 ä x’ = __
​ 7 ​e x” = 1
6 3
Verificando qual dos valores de x1 é raiz da equação inicial:
3x2 + 5x – 2 = 0
()
p​ ​ __
3
​ 32 ​ ä __
7 ​  ​ = − ___
27
​ 7 ​(não é a raiz da equação) e
3 D = 25 + 24 = 49
p(1) = 0 ä 1 (é a raiz dupla da equação)
​ –5 ±7
x = _____ ​ 2 ​ = __
 ​ ä x’ = __ ​ 1 ​  e ​ –12 ​= –2
x” = ____
6 6 3 6
Portanto, se x1 = 1, obtém-se:
x2 = 5 – 2(1) = 3
{
​ 1 ​, 1 ​.
Assim, S = ​ –2, __
3 }
Assim, S = {1, 3}. Nota
Como as outras duas raízes, além de 1, também são
8.8. Pesquisa de raízes racionais números racionais, elas seriam descobertas se a pesqui-
sa das raízes racionais prosseguisse:
de uma equação algébrica
p(–2) = 0 ä –2 é raiz
de coeficientes inteiros
p(2) = 20 ä 2 não é raiz
Foi visto que as equações polinomiais de grau maior que 2
não têm um processo determinado de resolução por meio
de fórmulas. Deve-se procurar, então, uma ou mais raízes e,
( )
p​ – __​ 1 ​  ​ = ___
3
​ 40 ​ ä – __
9
​ 1 ​não é raiz
3
a partir delas, encontrar todas as raízes. () 1
p​ ​ __ ​  ​= 0 ä __
3
1
​   ​ é raiz
3
É possível demonstrar uma propriedade que auxilia a pes-
quisa das raízes racionais de uma equação algébrica de ( )
p​ – __ ​ 2 ​  ​ = ___
3
​ 20 ​ ä – __
3
​ 2 ​não é raiz
3
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

coeficientes inteiros.
Se o número racional __
p ()
2
__ 8
__ 2
__
p​ ​   ​  ​= – ​   ​ ä – ​   ​não é raiz
3 9 3
q​   ​, com p e q primos entre si, for raiz
de uma equação algébrica de coeficiente inteiros:
2. Resolva a equação x4 + x3 – 7x2 – x + 6 = 0.
anxn + an - 1xn - 1 + an - 2xn - 2 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
Resolução:
p é divisor de a0 e q é divisor de an. Pela equação dada, tem-se a0 = 6 e a4 = 1.
p é divisor de 6 ä p [ {–1, 1, –2, 2, –3, 3, –6, 6}.
q é divisor de 1 ä q [ {–1, 1}.

27
Pela propriedade, as possíveis raízes racionais são: Considere que o número complexo não real z seja raiz des-
p
__
​  q ​ [ {–1, 1, –2, 2, –3, 3, –6, 6} sa equação. Observe que —​z​também o é.

Ao pesquisar, obtém-se: z é raiz ⇒ anzn + an – 1zn - 1 +... + a1z + a0 = 0 ä


————————————
p(–1) = 0 ä –1 é raiz ä a​   
n
zn + an – 1zn – 1 + ... + a1z + a0​= 0
——
p(1) = 0 ä 1 é raiz ä anzn + an – 1​zn – 1​+ ... + a1—​z​+ a0 = 0 ä
ä an​( ​—z​  )​ + an – 1​( ​—z​  )​ + ... + a1—​z​+ a0 = 0 ∴ —​z​é raiz
n n–1
Considerando que –1 e 1 são raízes da equação, deve-se obter
as outras duas raízes:
Aplicação do conteúdo
1. Resolva estas equações.
a) x4 – 9x3 + 30x2 – 42x + 20 = 0, sabendo que 3 + i
p(x) = (x + 1)(x – 1) . q(x) = 0 e q(x) = x2 + x – 6 é uma raiz da equação.

Ao fazer x2 + x – 6 = 0 e resolvendo a equação, obtém-se Resolução:


x’ = 2 e x” = – 3. Se 3 + i é raiz da equação dada, seu conjugado 3 – i também
Assim, S = {–3,–1, 1, 2}. é raiz da equação. Assim:
p(x) = [x – (3 + i)][x – (3 – i)] . q(x) = [(x – 3) – i][(x – 3) + i] . q(x) ä
8.9. Raízes complexas não reais numa ä p(x) = [(x – 3)2 – i2] . q(x) ä
ä p(x) = (x2 – 6x + 10) . q(x)
equação algébrica de coeficientes reais
Considere a equação algébrica x2 – 2x + 2 = 0, que tem to- Calculando q(x), dividindo p(x) por x2 – 6x + 10:
dos os coeficientes reais e pode ser resolvida pela chamada x4 – 9x3 + 30x2 – 42x + 20 x2 – 6x + 10
fórmula de Bhaskara: – x4 + 6x3 – 10x2 x2 – 3x + 2
___
2±√ ​ –4 ​
________
x = ​  2 ±  ​
2i ä x’ = 1 + i e x” = 1 – i
 ​ = ​ _____ – 3x3 + 20x2 – 42x + 20
2 2 + 3x3 – 18x2 + 30x
S = {1 + i, 1 – i} 2x2 – 12x + 20
Observe que a raiz 1 + i é um número complexo não real e – 2x2 + 12x – 20
a outra raiz, 1 – i, é o seu conjugado. 0
q(x) = x2 – 3x + 2
Será demonstrado que, se uma equação polinomial de co-
eficientes reais admitir como raiz o número complexo Ao fazer x2 – 3x + 2 = 0 e resolvendo a equação, obtém-se
x’ = 2 e x” = 1.
a + bi, com b ≠ 0, o complexo conjugado a – bi também
será raiz da equação. Logo, S = {3 + i, 3 – i, 2, 1}.
b) x5 – 3x4 + 5x3 – 15x2 + 4x – 12 = 0, sabendo que i e
Para realizar essa demonstração, é preciso relembrar as 2i são raízes.
propriedades do conjugado de um número complexo es-
Resolução:
tudadas no capítulo anterior.
Dados os números complexos z1 e z2, dos quais —
​z1​e —
​z2​ são Se i e 2i são raízes, e como todos os coeficientes são nú-
seus respectivos conjugados, obtém-se: meros reais, pode-se garantir que seus conjugados –i e –2i
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

também são raízes. Resta descobrir a quinta raiz, que é um


z1 = z2 à —
​z1​= —
​z2​ número real:
———
​z1 + z2​= — ​z1​+ — ​z2​ i 1 –3 5 –15 4 –12

z1 = ​z1​ à z1 é número real –i 1 –3 + i 4 – 3i –12 + 4i –12i 0
——
​z1z2​= — ​z1​ — ​z2​ 2i 1 –3 4 –12 0
—n — n
​ z​ 1​​= (​​  ​z1​​  )​ –2i 1 –3 + 2i –6i 0
1 –3 0
Considerando a equação algébrica de grau n > 1, com to-
dos os coeficientes reais: x–3=0äx=3

anxn + an – 1xn – 1+ ... + a1x + a0 = 0 Assim, S = {i, –i, 2i, –2i, 3}.

28
VIVENCIANDO

Polinômios do segundo grau são polinômios muito simples quando comparados aos polinômios utilizados no cotidi-
ano. Em geral, são usados polinômios de graus muito maiores que 2 para modelamento de funções, uma vez que,
quanto maior o grau, dependendo do modelo matemático utilizado, maior será a precisão da função modelada.

DIAGRAMA DE IDEIAS

POLINÔMIOS FUNÇÃO POLINOMIAL

f :C→ C

f(x) = anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0


DEFINIÇÃO

POLINÔMIO
NULO (PIN)
anx + an – 1x
n n–1
+ an – 2x
n–2
+ ... + a2x + a1x + a0
2 1

- an, an – 1, an – 2, ..., a2, a1, a0 → coeficientes Todos os coeficientes são nulos.


- n → número inteiro positivo ou nulo
- maior expoente de x → grau da expressão an = an – 1 = ... = a1 = a0 = 0

IGUALDADE

DETERMINAÇÃO
p(x) = q(x)
DAS RAÍZES

p(α) = q(α),
∀α ∈ C
1.º grau 2.º grau
ax + b = 0 ax2 + bx + c = 0
x= –b/a √ 2 − 4ac
​  −b b  ​
x = ______________
(raiz) 2a RAIZ
(raízes)
Decomposição em fatores de primeiro grau p(α) = 0
p(x) = an(x – x1)(x – x2)(x –+x3) ... (x – xn) α → raiz do

VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

polinômio p(x)

RELAÇÃO DE GIRARD

Equação do 2.º grau Equação de grau n


ax2 + bx + c = a(x – x1)(x – x2) anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
b ​ (soma) an-1
x1 + x2 = − ​ __ x1 + x2 + x3 + ... + xn = − ​ ___
a an ​
c
__
x1x2 = ​ a ​ (produto) a0
x1 · x2 · x3 · ... · xn = (–1)n ​ __
an ​

29
ax  
– a + bx + 2b
ä _____________
​    ​  7x + 8  ​ ä
 ​ = ________
(x + 2)(x – 1) x2 + x –2
(a + b)x + (–a + 2b) ________
ä ________________
​        ​ = ​  27x + 8  ​
(x + 2)(x – 1) x +x–2

OPERAÇÕES COM
Para que a igualdade se verifique, deve-se ter:

POLINÔMIOS
Ao resolver o sistema, obtém-se a = 2 e b = 5.

2. Se os polinômios p, q e r têm, respectivamente, graus


3, 5 e 1, determine o grau de:

MT
a) p + q
AULAS
Resolução:
51 E 52
Na soma de um polinômio de grau 3 com um de grau
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) 5 prevalece o maior grau. Assim, o grau de (p + q) é 5.
5 20, 21 e 23
b) p · q

Resolução:

1. Operações com polinômios No produto de um polinômio de grau 3 com um de


grau 5 o resultado terá grau 3 + 5 = 8.
A seguir, serão retomados exemplos de operações conheci-
c) p · r – q
das no estudo de expressões algébricas: adição, subtração
e multiplicação de polinômios e multiplicação de um nú- Resolução:
mero real por um polinômio. Em seguida, será estudada
O grau do produto p · r é 3 + 1 = 4. Na subtração p · r – q, pre-
detalhadamente a divisão de polinômios. valece o maior grau, entre o grau 4 de p · r e o grau 5 de q.
1. Se p(x) = 3x2 + 2x – 1 e q(x) = –x3 + 4x2 – 2x – 5, Assim, o grau de (p · r – q) é 5.
obtém-se:
p(x) + q(x) = –x3 + (3 + 4)x2 + (2 – 2)x + (–1 – 5) ä
p(x) + q(x) = –x3 + 7x2 – 6
2. Divisão de polinômios
Considerando dois polinômios p(x) e h(x), com h(x) não
2. Se p(x) = 3x2 – 4x + 1 e q(x) = 5x2 – 3x + 4, obtém-se:
nulo, dividir p(x) por h(x) significa encontrar dois polinô-
p(x) – q(x) = 3x2 – 4x + 1 – 5x2 + 3x – 4 = –2x2 – x – 3 mios q(x) e r(x) que satisfaçam as seguintes condições:

3. Dados p(x) = 2x3 – 4x2 + 5x – 3 e q(x) = 7, obtém-se: 1. p(x) = h(x) · q(x) + r(x)
q(x) · p(x) = 7(2x3 – 4x2 + 5x – 3) = 14x3 – 28x2 + 35x – 21 2. o grau de r(x) não pode ser igual nem maior que o
grau de h(x) ou então r(x) = 0.
4. Dados p(x) = 3x – 4 e q(x) = –2x + 5, obtém-se:
Portanto, afirma-se que:
p(x) · q(x) = (3x – 4)(–2x + 5)= –6x2 + 15x + 8x – 20 ä
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

p(x) · q(x) = –6x2 + 23x – 20 § p(x) é o dividendo;

§ h(x) é o divisor;
Aplicação do conteúdo
§ q(x) é o quociente;
a  ​ + ​  ____
1. Sabendo que ​ _____ b  ​ = ​  ________
7x + 8  ​, determine os
x + 2 x – 1 x2 + x – 2 § r(x) é o resto.
valores de a e b.

Resolução: Para dividir o polinômio, utiliza-se o método da chave, se-


melhante ao empregado para números inteiros.
Uma vez que (x + 2)(x –1) = x2 + x – 2, obtém-se:
a(x – 1) + b(x + 2) ________
______________
​       ​ = ​  27x + 8  ​ ä
(x + 2)(x – 1) x +x–2

30
2.1. Método da chave
Considerando a seguinte divisão de números inteiros:

1º) ​»​ 3º) ​»​


​33 ​7 8 ​33 ​7 8
4 –32 42 Aplicação do conteúdo
17
33 : 8 é 4 1. Efetue a divisão de p(x) = 2x4 – 2x3 – 13x2 + 10x – 1 por
17 : 8 é 2 h(x) = 2x2 + 4x – 3 e faça a verificação.
2º) ​»​ 4º) ​»​ Resolução:
​33 ​7 8 ​33 ​7 8
–32 4 –32 42
1 17
–16
Subtraindo (ou
1
somando
com o sinal trocado): 2 · 8 = 16
33 – 32 = 1 17 – 16 = 1
Ao fazer a verificação, obtém-se:
Observa-se que:
q(x) · h(x) + r(x) = (x2 – 3x + 1)(2x2 + 4x – 3) + (–3x + 2)
q(x) · h(x) + r(x) = (2x4 – 2x3 – 13x2 + 13x – 3) + (–3x + 2)
p(x) = 2x4 – 2x3 – 13x² + 10x – 1

2. O polinômio p(x) = x3 – 4x2 – x + 4 é divisível por


h(x) = x2 – 3x – 4. Nessas condições, resolva a equação
Utilizando a mesma técnica para a divisão de polinômios.
x3 – 4x2 – x + 4 = 0.
1.
Resolução:

x2 : x = x
2.

x(x – 3) = x2 – 3x x3 – 4x2 – x + 4 = (x2 – 3x – 4)(x – 1)


Trocando o sinal: –x2 + 3x Uma vez que x3 – 4x2 – x + 4 = 0, obtém-se:
3. (x2 – 3x – 4)(x – 1) = 0

Assim, a resolução da equação dada recai na resolução já conhe-


cida de equações de graus menores:
–2x : x = –2
(x2 – 3x – 4)(x – 1) = 0 ä x2 – 3x – 4 = 0 ou
4.
x–1=0
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Ao resolver a primeira equação, obtém-se:


x2 –3x – 4 = 0 ä x’ = 4 e x” = –1

Ao resolver a segunda, obtém-se:


–2(x – 3) = –2x + 6 x–1=0äx=1
Trocando o sinal: 2x – 6
Assim, S = {–1, 1, 4}.
Verificamos que:

31
3. Divisão por x – a (dispositivo 5. Deve-se repetir o processo para se obter o novo ter-
mo do quociente:
prático de Briot-Ruffini)
Efetuando a divisão de p(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por
h(x) = x – 2 com o método da chave:

3 · 2 = 6 e 6 + (–2) = 4
De acordo com o quadro, obtém-se:
q(x) = 3x2 + x + 3
r(x) = 4
que é o mesmo resultado obtido pelo método da chave.
Assim:
q(x) = 3x2 + x + 3
3x3 – 5x2 + x – 2 = (x – 2)(3x2 + x + 3) + 4
r(x) = 4
Contudo, há um dispositivo que permite que as divisões Aplicação do conteúdo
por polinômios do tipo x – a sejam efetuadas de uma ma-
neira mais simples e rápida: é o denominado dispositivo 1. Divida p(x) = 2x4 + 7x3 – 4x + 5 por h(x) = x + 3.
prático ou algoritmo de Briot-Ruffini. Resolução:

3.1. Roteiro desse dispositivo Quociente: q(x) = 2x3 + x2 – 3x + 5


prático na divisão de Resto: r(x) = –10
p(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por h(x) = x – 2 Assim, 2x4 + 7x3 – 4x + 5 = (x + 3)(2x3 + x2 – 3x + 5) – 10.

2. Determine o quociente e o resto da divisão de


1. p(x) = 2x2 – 5x + 2 por h(x) = 2x – 1.
Resolução:
2.
Observe que, nesse caso, o coeficiente de x no binômio não é
igual a 1. Para que sejam obtidos o quociente e o resto pedidos,
deve-se dividir todos os coeficientes de p(x) e de h(x) por 2. O
3. Deve-se repetir (ou “baixar”) o primeiro coeficiente quociente procurado será q(x), e o resto também ficará dividido
do dividendo:
( ) r(x)
por 2 · ​ ​ ___ ​  ​.
2 p(x)
___ ​ 5 ​x + 1
​   ​= x2 – __
2 2
h(x)
___
​   ​= x – __ ​ 1 ​
2 2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Ao aplicar o dispositivo prático, obtém-se:


3 · 2 = 6 e 6 + (–5) = 1
4. Multiplica-se o termo repetido pelo divisor e soma-se
o produto com o próximo termo do dividendo:

Quociente: q(x) = x – 2
r(x)
Resto: ___
​   ​= 0 ⇒ r(x) = 0
2
1·2=2e2+1=3 Assim, 2x2 – 5x + 2 = (x – 2)(2x – 1).

32
3. Calcule o valor de m de modo que o polinômio Se x = a, obtém-se:
p(x) = 2x3 + 5x2 + mx + 12 seja divisível por h(x) = x + 3.
p(a) = (a – a) . q(a) + r = 0 · q(a) + r = 0 ⇒ r = p(a)
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. Calcule o resto da divisão de p(x) = 2x3 – x2 + 5x – 3
por h(x) = x – 4.
Para que p(x) seja divisível por h(x), o resto deve ser nulo, ou seja:
–3m + 3 = 0 ⇒ 3m = 3 ⇒ m = 1 Resolução:
De acordo com o teorema de D’Alembert, o resto é igual a:
Assim, m = 1.
p(4) = 2(4)3 – (4)2 + 5(4) – 3 = 128 – 16 + 20 – 3 = 129
4. Efetue a divisão de p(x) por q(x) para Assim, o resto dessa divisão é 129.
p(x) = x3 – (4 + 2i)x2 + 9ix + 2 e q(x) = x – 2i.
2. Determine o valor de a, de modo que o polinômio
Resolução: p(x) = 2x3 + 5x2 – ax + 2 seja divisível por h(x) = x – 2.
Resolução:
Se p(x) é divisível por h(x), o resto da divisão é 0. De acordo com
o teorema de D’Alembert:
Assim, p(x)= q(x) . (x² – 4x + i).
p(2) = 0 ⇒ 2(2)3 + 5(2)2 – a(2) + 2 = 0 ⇒
⇒ 16 + 20 – 2a + 2 = 0 ⇒ 2a = 38 ⇒ a = 19
4. Teorema de D’Alembert Assim, a = 19.
De acordo com o teorema de D’Alembert, o resto da divi-
são de um polinômio p(x) por x – a é p(a).
Antes da demonstração, o teorema será verificado median-
5. Teorema do fator
te um exercício. Se c é uma raiz de um polinômio p(x) de grau n > 0, x – c
é um fator de p(x).
O resto da divisão de p(x) = x3 – x2 – 2x + 3 por x + 2 será
determinado e comparado com p(–2). De acordo com o teorema de D’Alembert, a divisão de p(x)
por x – c resulta um quociente q(x) e um resto p(c) tal que:
§ Pelo método da chave: p(x) = (x – c)q(x) + p(c)
+
-x3 - 2x2 Se c é uma raiz de p(x), p(c) = 0, obtém-se:
p(x) = (x – c)q(x)

Assim, x – c é um fator de p(x).


Consequentemente, p(x) é divisível por (x – a) e por (x – b),
com a ≠ b, se, e somente se, p(x) for divisível por (x – a)
(x – b).
§ Pelo dispositivo prático de Briot-Ruffini:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Aplicação do conteúdo
1. Dados p(x) = x3 + x2 – 10x + 8, determine p(x) para x = 3,
Ao verificar o teorema de D’Alembert: x = 2 e x = 0. Em seguida, escreva p(x) como produto
de dois fatores.
p(–2) = (–2)3 – (–2)2 – 2(–2) + 3 = –8 – 4 + 4 + 3 = –5
Resolução:
Observe a demonstração:
p(3) = (3)3 + (3)2 – 10(3) + 8 = 27 + 9 – 30 + 8 = 14
Considere que a divisão de p(x) por x – a resulta um quo-
p(2) = (2)3 + (2)2 – 10(2) + 8 = 8 + 4 – 20 + 8 = 0
ciente q(x) e um resto r:
p(0) = (0)3 + (0)2 – 10(0) + 8 = 8
p(x) = (x – a) . q(x) + r
Como p(2) = 0, x – 2 é um fator de p(x).

33
De acordo com Briot-Ruffini: Se p(x) é divisível por x + 1, obtém-se:
p(–1) = 0 ⇒ (–1)3 + a(–1)2 + b(–1) + 20 = 0 ⇒
⇒ – 1 + a – b + 20 = 0 ⇒ a – b = – 19

Se p(x) é divisível por x – 4, obtém-se:


Assim, q(x) = x2 + 3x – 4.
p(4) = 0 ⇒ (4)3 + a(4)2 + b(4) + 20 = 0 ⇒
p(x) = (x – 2)(x + 3x – 4)
2
⇒ 64 + 16a + 4b + 20 = 0 ⇒ 4a + b = –21
2. Determine os valores de a e b para que o polinômio Portanto:
p(x) = x3 + ax2 + bx + 20 seja divisível por (x + 1)(x – 4).
a – b = –19
Resolução:
4a + b = –21
Se p(x) é divisível por (x + 1)(x – 4), ele deve ser divisível por
(x + 1) e por (x – 4). Ao resolver o sistema, obtém-se a = –8 e b = 11.

DIAGRAMA DE IDEIAS
OPERAÇÕES COM
POLINÔMIOS

SOMA, SUBTRAÇÃO
DIVISÃO Teoremas
E MULTIPLICAÇÃO

Considerando p(x) = h(x) ⋅ q(x) + r(x) D’ Alembert


p(x) = 3x – 4 O resto da divisão
q(x) = –2x2 – 4x + 2 de um polinômio p(x)
p(x) → dividendo por x – a é p(a).
h(x) → divisor Do fator
Adição → somam-se os termos de mesmo grau
q(x) → quociente Se c é raiz de um
p(x) + q(x) = (3x – 4) + (–2x2 – 4x + 2) =
r(x) → resto polinômio p(x)
p(x) + q(x) = –2x2 – x – 2
Subtração → subtraem-se os termos de mesmo grau
de grau n > 0, x – c
MÉTODO é um fator de p(x).
p(x) – q(x) = (3x – 4) – (–2x2 – 4x + 2) = DA CHAVE
p(x) – q(x) = 3x – 4 + 2x2 + 4x – 2 =
p(x) – q(x) = 2x2 + 7x – 6
I
Multiplicação → multiplicam-se todos os termos II
x2 – 5x + 6
p(x) · q(x) = (3x – 4) · (–2x2 – 4x + 2) = –x2 + 3x x–3 Resto
_____________
p(x) · q(x) = 3x · (–2x2 – 4x + 2) + (–4)(–2x2 – 4x + 2) = x–2 Terá SEMPRE
p(x) · q(x) = –6x3 – 12x2 + 6x + 8x2 + 16x – 8 = –2x + 6 III
p(x) · q(x) = –6x3 – 4x2 + 22x – 8 +2x – 6 o grau menor
_____________
que o divisor
0

1.º passo 2.º passo


Escolher o termo que, Multiplicar III pelo
multiplicado por I , tem divisor. Não se
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

como resultado II esquecer de trocar o


sinal quando passar
BRIOT-RUFFINI para o dividendo

Termo constante Coeficientes de Termo constante


do divisor com x do dividendo do dividendo
sinal trocado p(x) p(x)
Coeficientes do
Resto
quociente
x2 – 5x + 6 ÷ x – 3
- Repete-se o 1.º coeficiente
3+ –6 - Multiplica-se pela raiz
3 1 –5 6 - Soma-se com o próximo coeficiente
1 –2 0 Repetir até o final!

34
MATEMÁTICA

6
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
MATRIZES,
DETERMINANTES E
SISTEMAS LINEARES

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O Enem tem uma boa incidência para sis- A prova abordará um ou até mesmo dois
temas lineares e baixa para matrizes e de- assuntos deste livro em sua primeira ou
terminantes. Para todos os temas, sempre segunda fase. Apresenta questões muito
teremos questões aplicadas ao cotidiano bem elaboradas, nas quais podem aparecer
do candidato. outras áreas da Matemática, como logarit-
mos e trigonometria.

Para ingressar na Unicamp, o candidato A prova apresentará questões muito bem A prova apresenta questões medianas
pode se deparar com questões de matrizes elaboradas e difíceis sobre os temas deste sobre números complexos e matrizes.
e determinantes na prova da primeira fase. livro. Polinômios são cobrados assuntos de um
Já na segunda fase, podemos encontrar grau de dificuldade maior, como Relações
questões muito bem elaboradas sobre sis- de Girard, divisibilidade de polinômios e
temas lineares. teorema de resto.

A prova apresenta matrizes associadas a Os temas abordados neste livro têm baixa A prova não deixará de lado os temas O candidato deve atentar-se aos conceitos
problemas do dia a dia. Os sistemas line- incidência na prova. deste livro. abordados nas aulas de determinantes e
ares podem ser menos abordados nessa levá-los com clareza para a prova.
prova.

UFMG
A prova pode trazer questões sobre matri- Podemos encontrar nessa prova questões Questões difíceis apareceram nessa prova.
zes e determinantes, considerando diversas muito bem elaboradas, de elevado grau O candidato deve estar atento à multipli-
propriedades. Para sistemas lineares, é de dificuldade, com os temas deste livro e cação de matrizes e ao cálculo de deter-
comum aparecer alguma questão contex- envolvendo outras áreas da Matemática. minantes.
tualizada.

A prova poderá trazer questões de mul- Para essa prova, podemos esperar uma Por meio de uma prova muito bem elabo-
tiplicação de matrizes e propriedades de questão sobre os temas deste livro, de for- rada e contextualizada, o candidato deve
determinantes, todas com elevado grau de ma direta e sem contextualização. ficar atento às diversas propriedades dos
dificuldade. determinantes – sistemas lineares também
deverão aparecer.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

36
ou

MATRIZES E 2. Definição
OPERAÇÕES Sejam m e n dois números naturais não nulos.
Denomina-se matriz m x n (lê-se m por n) uma tabela re-
tangular formada por m · n números reais ou qualquer lista
ordenada, disposta em m linhas e n colunas.

Modelos:

MT AULAS
45 E 46 § 2 3 é uma matriz do tipo 2 × 2 (dois por dois).
5 1
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
6 24, 25 e 26 ​  1 ​ –5 1
__
§ 2 é uma matriz do tipo 2 × 3 (dois por três).
2 d​ XX
3 ​ 0

§ Se n = 1, a matriz é chamada matriz coluna. Por exemplo,​

()
1. Introdução dXX
​ ​ 5 ​ ​
___
​  2  ​  ​é uma matriz coluna do tipo 4 × 1.
___
Numa editora, a venda de livros de Matemática, Física e –1
___
​   ​
0
Química, no primeiro trimestre de um ano, pode ser indicada
por esta tabela: Se as matrizes forem linha ou coluna, também são chama-
Janeiro Fevereiro Março das de vetores. Embora essa não seja uma denominação
comum no Ensino Médio, é bastante utilizada no Ensino
Matemática 20 000 32 000 45 000
Superior, principalmente em Computação e Álgebra linear.
Física 15 000 18 000 25 000 É muito comum uma matriz linha como [2 0 5] ser escrita
Química 16 000 16 000 23 000 como (2, 0, 5), em se tratando de vetores.

Se quisermos saber:
3. Representação genérica
§ Quantos livros de Matemática foram vendidos em fevereiro?
Basta olhar o número na primeira linha e na segunda coluna. de uma matriz
Os números da matriz são chamados elementos ou termos
§ Quantos livros de Física foram vendidos em janeiro?
da matriz.
Basta olhar o número na segunda linha e na primeira coluna.
Vamos analisar esta matriz:
§ Quantos livros de Química foram vendidos em março?
Basta olhar o número na terceira linha e na terceira coluna. 3 2 5 –1
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Uma tabela desse tipo, em que os números estão dispostos –5 4 10 0


em 3 linhas e em 3 colunas, denomina-se matriz 3 x 3 (lê- 6 –2 1 ​dXX
2 ​
-se três por três) e pode ser representada por:
Observe:

§ O elemento 3 na primeira linha e na primeira coluna é


indicado:
ou a1,1 (lê-se a um, um) = 3.

§ O elemento –5 na segunda linha e na primeira coluna


é indicado:
a2,1 (lê-se a dois, um) = –5.

37
§ O elemento 6 na terceira linha e na primeira coluna é A lista ordenada (ai1, ai2, ..., ain) chama-se a i-ésima linha ou
indicado: o i-ésimo vetor linha da matriz; e (a1j, a2j, ..., amj); a j-ésima
coluna ou j-ésimo vetor coluna da matriz.
a3,1 (lê-se a três, um) = 6.
Pode-se escrever abreviadamente a matriz A na forma:
§ O elemento 2 na primeira linha e na segunda coluna
A = (aij)m × n com 1 ≤ i ≤ m, 1 ≤ j ≤ n e i, j [ N
é indicado:
a1, 2 (lê-se a um, dois) = 2. Lê-se matriz A, dos elementos aij, do tipo m × n.

§ O elemento d​ XX
2 ​na terceira linha e na quarta coluna é
indicado: Aplicação do conteúdo
a3, 4 (lê-se a três, quatro) = d​ XX
2 ​. 1. Escreva a matriz A = (aij)3 X 2, tal que aij = 3i – 2j + 4.
Resolução:
Portanto,
Pelos dados do problema, a matriz deve ter 3 linhas e 2 colunas:
§ para representar o elemento de uma matriz, usa-se a1,1 a1,2
uma letra com dois índices: o primeiro indica em que
A = a2,1 a2,2
linha o elemento encontra-se, e o segundo, em que
coluna; por exemplo, a2, 3 é o elemento que está na a3,1 a3,2
segunda linha e na terceira coluna;
aij = 3i – 2j + 4 é a “lei de formação” da matriz. Cada ter-
§ o elemento genérico de uma matriz A será indicado mo da matriz é definido substituindo-se i e j pelos valores
por ai,j , do qual i representa a linha e j representa a correspondentes.
coluna na qual o elemento encontra-se; ele é chamado
a1,1 = 3 · 1 – 2 · 1 + 4 = 5
de ij-ésimo elemento da matriz; e
a1,2 = 3 · 1 – 2 · 2 + 4 = 3
§ a matriz A, do tipo m × n, será escrita, genericamente, a2,1 = 3 · 2 – 2 · 1 + 4 = 8
deste modo:
a2,2 = 3 · 2 – 2 · 2 + 4 = 6
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n
a3,1 = 3 · 3 – 2 · 1 + 4 = 11
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n
a3,2 = 3 · 3 – 2 · 2 + 4 = 9
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n 5 3
. . . . .
. . . . . Portanto, a matriz pedida é A = 8 6 .
. . . . .
am,1 am,2 am,3 ... am,n 11 9

ou 2. Escreva a matriz X = (aij), com 1 ≤ i ≤ 3 e 1 ≤ j ≤ 3, tal


aij = 1 para i = j
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n que ​      ​.
a     
ij
= 0 para i ≠ j
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n Resolução:
. . . . . A matriz deve ter três colunas, tal que:
. . . . .
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

. . . . .
am,1 am,2 am,3 ... am,n a11 = a22 = a33 = 1
a12 = a13 = a21 = a23 = a31 = a32 = 0
ou
1 0 0
Assim, X = 0 1 0 .
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n
0 0 1
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n
Dependendo de certas características, algumas matrizes
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n
. . . . . recebem nomes especiais, como a matriz linha e a matriz
. . . . . coluna, já vistas.
. . . . .
am,1 am,2 am,3 ... am,n A seguir, vamos conhecer mais algumas matrizes.

38
4. Matriz quadrada 6. Matriz diagonal
Consideremos uma matriz m × n. A matriz quadrada de ordem n, em que todos os elemen-
tos acima e abaixo da diagonal principal são nulos, é cha-
Se m = n (o número de linhas é igual aos números de colunas),
mada matriz diagonal.
diz-se que a matriz é quadrada de ordem n.

Modelos: Modelos:

§ 3 5 é uma matriz quadrada de ordem 2 (m = n = 2). 1 0 0 0


2 6
2 0 0 0 –1 0 0
3 0
5 3 10 0 3 0 0 0 3 0
0 0 –5 0 0 0 4 ​ 1 ​
0 – __
§ –1 –4 6 é uma matriz quadrada de ordem 3 3
(m = n = 3).
​ 1 ​
2 ​ 0 – __
​dXX
2
Numa matriz diagonal, aij = 0 para i ≠ j.

Numa matriz quadrada de ordem n, os elementos a11, a22,


a33, ..., ann formam a diagonal principal da matriz (são os 7. Matriz identidade
elementos aij com i = j).
A matriz quadrada de ordem n, em que todos os elemen-
tos da diagonal principal são iguais a 1 e os outros ele-
1 3 10
mentos são iguais a zero, é chamada matriz identidade,
3 2 –3 0 8 cujo símbolo é In
–1 6
     5 –1 6
diagonal principal diagonal principal
Modelos:

A outra diagonal da matriz quadrada nomeia-se de dia- I3 = I2 =


gonal secundária (são os elementos aij com i + j = n + 1).

1 3 10
3 2 –3 0 8
–1 6 I5 = I1 = [1]
     5 –1 6
diagonal secundária diagonal secundária

5. Matriz triangular aij = 1, para i = j


Numa matriz identidade, temos
   ​   ​.
aij = 0, para i ≠ j
Consideremos uma matriz quadrada de ordem r.
Se os elementos acima ou abaixo da diagonal principal 8. Matriz nula
forem todos nulos, diz-se que a matriz é triangular.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

No conjunto das matrizes, a matriz em que todos os ele-


Modelos: mentos são iguais a zero denomina-se matriz nula, que
pode ser simbolizada como do tipo m × n por 0m × n matriz
1 5 7 –9 nula quadrada de ordem n por 0n.
0 3 ​ 2 ​
8 – __ São exemplos de matriz nula:
2 0 0 3
8 3 0 0 0 0 –1
3 0
7 9 –5 0 0 0 4 2 5 03 × 2 = 02 = O3 =
matriz triangular matriz triangular matriz triangular
inferior superior inferior

Numa matriz triangular, aij = 0 para i > j ou aij = 0 para i < j. 01 x 4 = [0 0 0 0]

39
Na matriz nula do tipo m × n há aij = 0, ? i, j, com 1 ≤ i ≤ m
e 1 ≤ j ≤ n. § Se A = eB= , A ≠ B, uma vez que

A e B não têm o mesmo tipo.

Aplicação do conteúdo
1. Determinar x e y para que sejam iguais as matrizes
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
e .

Introdução aos polinômios |


Resolução:
Algebra 1 | Khan Academy
As duas matrizes têm a mesma ordem (2).
Para que as matrizes sejam iguais, é necessário que haja:
9. Igualdade de matrizes
Consideremos duas matrizes A e B, de mesmo tipo m × n,
no caso 3 × 2: Resolvido esse sistema de equação do primeiro grau:

A=     B =

3x + 2y = 7 ä 3x + 2(2) = 7 ä 3x + 4 = 7 ä 3x = 3
Em matrizes de mesmo tipo, os elementos que ocupam a äx=1
mesma posição são denominados elementos correspon-
dentes. Logo, x = 1 e y = 2

Portanto, nas matrizes A e B, são considerados elementos


correspondentes: 10. Adição de matrizes
Consideremos duas matrizes A e B do tipo 2 x 3.

A=     B =
    
Vamos determinar uma matriz C, tal que cij = aij + bij:
Duas matrizes A e B são iguais se, e somente se, tiverem o c11 = a11 + b11 = 3 + 1 = 4
mesmo tipo e seus elementos correspondentes forem iguais. c22 = a22 + b22 = 8 + 0 = 8
Dada as matrizes A = (aij)m x n e B = (bij)m x n, simbolicamente há: c21 = a21 + b21 = 2 + 7 = 9

A = B à aij = bij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n c13 = a13 + b13 = (–2) + (–1) = –3


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

c12 = a12 + b12 = 5 + (–4) = 1


Modelos: c23 = a23 + b23 = (–6) + 2 = –4

§ as matrizes são quadradas ou seja:


A + B = C
de ordem 2 e os elementos correspondentes são iguais.
+ =
§ ∫ as matrizes são do
=
mesmo tipo 3 × 2 e os elementos correspondentes são iguais.

40
A matriz C assim obtida denomina-se soma da matriz A com a matriz B ou soma das matrizes A e B.
Portanto, dadas duas matrizes A e B do mesmo tipo m X n, denomina-se soma da matriz A com a matriz B, que são repre-
sentadas por A + B, a matriz C do tipo m x n na qual cada elemento é obtido adicionando-se os elementos correspondentes
de A e B.
Se A = (aij) e B = (bij), são matrizes do tipo m x n, a soma A + B é a matriz C = (Cij) do tipo m x n tal que:
cij = aij + bij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n

10.1. Propriedades da adição de matrizes


Já foram estudadas no Ensino Fundamental as propriedades da adição de números reais. Com a definição dada para adição
de matrizes, é possível confirmar que essas propriedades são válidas para a adição de matrizes.

Nota
Se A = (aij) m x n, logo –A = (–aij)m x n.

Números reais Matrizes m × n

Comutativa a+b=b+a A+B=B+A

Associativa (a + b) + c = a + (b + c) (A + B) + C = A + (B + C)

Elemento neutro a+0=0+a=a A+0=0+A=A

Elemento oposto a + (–a) = (–a) + a = 0 A + (–A) = (–A) + A = 0

Cancelamento a=bàa+c=b+c A=BàA+C=B+C

10.2. Matriz oposta de uma matriz A


Denomina-se matriz oposta de uma matriz A (representada por –A) a matriz que, somada com A, resulta uma matriz nula.

Modelos:

§ Se A = , a matriz oposta de A é , uma vez que + = .


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ Se B = , a matriz oposta de B é , uma vez que + = .

11. Subtração de matrizes


Se A e B forem duas matrizes do tipo m x n, denomina-se diferença entre A e B (representada por A – B) a soma da matriz
A com a matriz oposta de B.

A – B = A + (–B)

41
Por exemplo: 12.1. Propriedades
Se a e b forem números reais e A e B, matrizes de mesmo
tipo, a demonstração é esta:
(a + b) A = a · A + b · A a (b · A) = (a · b)A
a(A + B) = a · A + a · B 1 ·A =A

Pode-se também definir A – B assim:


Dadas as matrizes A = (aij)m × n e B = (bij)m × n, A – B = C tal
13. Matriz transposta
que cij = aij – bij para 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n. de uma matriz dada
Seja A uma matriz m × n.

12. Multiplicação de um Denomina-se matriz transposta de A (indicada por At) a


matriz n × m cujas linhas são, ordenadas, as colunas de A.
número real por uma matriz Modelos:
Dada a matriz A = , determinar A + A.
§ A=

A+A= + =
§ A=
Considerando que A + A = 2A:

2A = 2 = =
§ A=

2A =
Se A = (aij) é do tipo m × n, logo At = (bij) é do tipo n × m
O produto de um número real pela matriz A é uma matriz e bji = aij.
obtida da multiplicação do número real pelos elementos
de A. 13.1. Propriedades da matriz transposta
Portanto, se A é uma matriz m × n, de elementos aij, e a é Observe as propriedades com matriz transposta:
um número real, aA é uma matriz m × n cujos elementos (At)t = A   (aA)t = aAt   (A + B)t = At + Bt
são bij = a · aij.

Modelos: 14. Matriz simétrica


§ Se A = , então: Observe esta matriz A e sua transposta At.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3A = = A=   At =

Se comparadas, observa-se que A = At, fato que permite


§ Se A = : dizer que A é matriz simétrica.
Dada uma matriz quadrada A = (aij), diz-se que A é
matriz simétrica se, e somente se, aji = aij, para todo
1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ n.
Observe que os elementos da matriz simétrica A e At são
simétricos em relação à diagonal principal.

42
15. Matriz antissimétrica 3
B= 1
Observe estas matrizes quadradas:
0
Terminada a primeira fase, verificou-se o total de pontos
A=   At =
feitos pelos países participantes, pontuação que pode ser
registrada numa matriz representada por AB (produto de A
por B). Como foi obtida a matriz da pontuação de cada país?
Se comparadas, observa-se que A = –At, fato que permite Brasil: 3 ⋅ 3 + 0 ⋅ 1 + 0 ⋅ 0 = 9
dizer que A é matriz antissimétrica. Note que cada elemen- Croácia: 0 ⋅ 3 + 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 0 = 2
to aij é o oposto de aji.
Austrália: 1 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 0 = 4
Por definição, dada a matriz quadrada A = (aij)n, diz-se que A Japão: 0 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 2 ⋅ 0 = 1
é matriz antissimétrica se, e somente se, aij = –aji, para todo
1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ n.
9
2
16. Multiplicação de matrizes AB =
4
A multiplicação de matrizes não é uma operação tão sim- 1
ples como as já estudadas. No caso delas, não basta multi-
plicar os elementos correspondentes. Esse exemplo sugere como deve ser feita a multiplicação de
Considere a seguinte situação: durante a primeira fase da matrizes. Observe a relação entre as ordens das matrizes:
Copa do Mundo de Futebol realizada na Alemanha, em
A4 × 3  ⋅  B3 × 1  =  AB4 × 1
2006, o grupo F era formado por quatro países: Brasil, Cro-
ácia, Austrália e Japão. Esta tabela registra os resultados
(números de vitórias, empates e derrotas) de cada um. Tra-
ta-se de uma tabela e uma matriz A, do tipo 4 × 3.
16.1. Definição matemática da
Vitória Empate Derrota multiplicação de matrizes
Brasil 3 0 0 Dada uma matriz A = (aij) do tipo m × n e uma matriz
B = (bij) do tipo n × p, o produto da matriz A pela matriz
Croácia 0 2 1
B é a matriz C = (cij) do tipo m × p, tal que o elemento cij
Austrália 1 1 1 é calculado pela multiplicação ordenada dos elementos da
Japão 0 1 2 linha i, da matriz A, pelos elementos da coluna j, da matriz
B, e pela soma dos produtos obtidos.
3 0 0 Para dizer que a matriz C é o produto de A por B, ela será
0 2 1 indicada por AB.
A=
1 1 1 Observe que só definimos o produto AB de duas matrizes
0 1 2 se o número de colunas de A for igual ao número de linhas
de B; além disso, observe que o produto AB tem o mesmo
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Pelo regulamento da Copa, cada resultado (vitória, empate número de linhas de A e o mesmo número de colunas de B.
ou derrota) tinha pontuação correspondente a 3 pontos, 1
ponto ou 0 ponto, fato registrado nesta tabela e em uma Am × n  ⋅  Bn × p  =  ABm × p
matriz B, do tipo 3 × 1.

Aplicação do conteúdo
Número de pontos
Vitória 3 3 2
3 1
Empate 1 1. Dados A = 5 0 eB= , determine AB.
6 2
Derrota 0 1 4

43
Resolução:
Uma vez que A é uma matriz 3 × 2 e B é uma matriz 2 × 2, o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B.
Portanto, está definido o produto AB, que será matriz 3 × 2:
c11 c12 3 2 3⋅3+2⋅6 3⋅1+2⋅2 21 7
3 1
AB = c21 c22 = 5 0 = 5⋅3+0⋅6 5⋅1+0⋅2 = 15 5
6 2
c31 c32 1 4 1⋅3+4⋅6 1⋅1+4⋅2 27 9

3 × 2     2 × 2                           3 × 2

3 0
1 3 2
2. Dados A = eB= 4 –2 , determine o elemento c21 da matriz C = AB.
0 5 –1
1 6

Resolução:
A multiplicação de matrizes não é comutativa.
A é uma matriz 2 × 3
AB será uma matriz 2 × 2 Modelos:
B é uma matriz 3 × 2
2 5 –3 2
C11 C12 § Dadas as matrizes A = eB= ,
AB = –1 3 4 6
C21 C22 calculemos AB e BA.
C21: usa-se a segunda linha de A e a primeira coluna de B:
0 ⋅ 3 + 5 ⋅ 4 + (–1) ⋅ 1 = 19 A é uma matriz 2 × 2
AB existe e será uma matriz 2 × 2
B é uma matriz 2 × 2
Portanto, c21 = 19.

1 1 2 5 –3 2 14 34
3. Seja a matriz A = . AB = =
0 1 –1 3 4 6 15 16

A soma dos elementos da matriz A100 é:


a) 102.   b) 118. c) 150.
B é uma matriz 2 × 2
BA existe e será uma matriz 2 × 2
d) 175. e) 300. A é uma matriz 2 × 2

Resolução:
–3 2 2 5 –8 –9
Ao calcular algumas potências de A, percebe-se um padrão: BA = =
4 6 –1 3 2 38
1 1 1 1 1 2
A =
2
⋅ =
0 1 0 1 0 1 Notamos que AB ≠ BA.

§ Se A é uma matriz do tipo 2 × 3 e B uma matriz do tipo


1 2 1 1 1 3
A =
3
⋅ = 3 × 4, pode-se calcular AB, mas não se pode calcular BA.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

0 1 0 1 0 1
Trata-se de mais um caso em que AB ≠ BA.
1 100
A100 = 1 0 2 0
0 1 § A= eB= .
–1 1 1 2
Logo, a soma de seus elementos é: 1 + 100 + 0 + 1 = 102.
A é de ordem 2 e B é de ordem 2. Logo, pode-se calcular
16.2. Propriedades da multiplicação de matrizes AB, bem como BA.
As propriedades da multiplicação dos números reais já são 1 0 2 0 2 0
conhecidas. Vamos estudar agora que apenas algumas de- AB = =
las são válidas para a multiplicação de matrizes. –1 1 1 2 –1 2

44
2 0 1 0 2 0 1 –1 5 5 0 0
BA = = AB = =
1 2 –1 1 –1 2 –2 2 5 5 0 0
Nesse caso, AB = BA. Se isso ocorrer, diz-se que as ma-
trizes A e B comutam, ou A comuta com B, ou A e B Se A e B são matrizes, tal que AB = 0 (matriz nula), não se
são comutáveis. pode garantir que uma delas seja nula.

Conclusão: num produto de duas matrizes A e B, é essen-


cial a ordem em que os fatores aparecem, uma vez que a Nota
multiplicação de matrizes não é comutativa, ou seja, AB A definição de multiplicação de matrizes e o fato de
nem sempre é igual a BA.
ela não ser comutativa exigem a análise cuidadosa
da propriedade do elemento neutro.
Nota
Sempre que forem possíveis as multiplicações en-
Por exemplo, seja A uma matriz quadrada de ordem 3:
volvidas, são válidas estas deduções:
§ A = B ⇒ AC = BC (multiplicar a mesma matriz 2 –1 0
à direita)
§ A = B ⇒ CA = CB (multiplicar a mesma matriz à A= 3 4 2
esquerda) –1 –2 5
Atenção O que ocorre se for feito Al3 e l3A?
Não é valida a dedução A = B ⇒ AC = CB, uma vez
que a multiplicação de matrizes não é comutativa.
2 –1 0 1 0 0 2 –1 0
Na multiplicação de matrizes não vale a propriedade
Al3= 3 4 2 0 1 0 = 3 4 2 =A
do cancelamento.
–1 –2 5 0 0 1 –1 –2 5

1 2 3 0 1 0 0 2 –1 0 2 –1 0
§ Dadas as matrizes A = ,B=
1 2 4 7 l3A = 0 1 0 3 4 2 = 3 4 2 =A
11 2 0 0 1 –1 –2 5 –1 –2 5
eC= , calculemos AB e AC.
0 6
Seja A uma matriz não quadrada, por exemplo, do tipo
1 2 3 0 11 14
AB = = 5 3 1
1 2 4 7 11 14 2 × 3: A = .
–1 0 2
1 2 11 2 11 14 Pode-se fazer: 
AC = =
1 2 0 6 11 14 1 0 0
5 3 1 5 3 1
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A2×3· I3 = 0 1 0 = =A
Note que é possível ter AB = AC, com B ≠ C. –1 0 2 –1 0 2
0 0 1
Se A, B e C são matrizes, tal que AB = AC, não se pode
garantir que B e C sejam iguais.
Na multiplicação de matrizes não vale 1 0 5 3 1 5 3 1
I2 · A2×3 = = =A
a propriedade do anulamento. 0 1 –1 0 2 –1 0 2

1 –1 5 5 Pode-se escrever:
§ Dadas as matrizes A = eB= ,
–2 2 5 5 § se A é uma matriz quadrada de ordem n, logo
não nulas, calculemos AB. Aln = lnA = A; e

45
§ se A é uma matriz do tipo m × n, com m ≠ n, logo Com a igualdade de matrizes:
Aln = lmA = A. x=2
–y + 2z = 3
As propriedades associativa e distributiva
2x + z = 1
valem para a multiplicação de matrizes.
§ x=2
Na multiplicação de matrizes, pode-se demonstrar que § 2x + z = 1 ⇒ 2(2) + z = 1 ⇒ 4 + z = 1 ⇒ z = –3
sempre é possível efetuar as multiplicações envolvidas:
§ –y + 2z = 3 ⇒ –y + 2(– 3) = 3 ⇒ –y – 6 = 3 ⇒
A (BC) = (AB)C ⇒ –y = 9 ⇒ y = –9
(A + B)C = AC + BC
2
A(B + C) = AB + AC
Logo, a matriz procurada é X = –9 .
Escolha três matrizes A, B e C e verifique essas propriedades.
–3

17. Uma propriedade envolvendo 2. Se A =


2 1
, determine a matriz X tal que AX = I2.
transposta de matriz produto 0 3

Caso haja produtos envolvidos, haverá mais uma proprie- Resolução:


dade da multiplicação de matrizes: a b
X é uma matriz quadrada de ordem 2, ou seja, X = .
(AB) = B A
t t t
c d

Portanto:
Aplicação do conteúdo
2 1 a b 1 0
=
1 0 0 2 0 3 c d 0 1
1. Dadas as matrizes A = 0 –1 2 eB= 3 ,
2a + c 2b + d 1 0
=
2 0 1 1 0a + 3c 0b + 3d 0 1
determine a matriz X na equação matricial AX = B.
Com a igualdade de matrizes:
Resolução: 2a + c = 1
Pela definição de multiplicação de matrizes, a matriz X 2b + d = 0
deve ter: 3c = 0
3d = 1
§ número de linhas = número de colunas de A; e
​ 1 ​, b = – ​ __1 ​, c = 0 e d =  ​ __1 ​.
Que resulta em a = __
2 6 3
§ número de colunas = número de colunas de B.
​  1 ​ – ​ __
__ 1 ​
x Logo, a matriz pedida é X = 2 6 .
0 __1
​   ​
Logo, X é uma matriz 3 × 1, ou seja, X = y . 3
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

z
Portanto:

1 0 0 x 2
0 –1 2 y = 3 ⇒
2 0 1 z 1
multimídia: site
x 2
⇒ –y + 2z = 3 https://pt.khanacademy.org/math/precalculus/precalc-
-matrices
2x + z 1

46
VIVENCIANDO

Matriz é um assunto que, no Ensino Médio, pode ser entediante, mas que, no Ensino Superior, é visto como funda-
mental. Podemos entender que as matrizes são vários sistemas lineares perfeitamente enfileirados, sendo que cada
linha traz uma informação.
No ramo das ciências tecnológicas, podemos destacar dois impressionantes usos:
1. Codificação e compressão de imagens e vídeos. Os algoritmos utilizados pelas máquinas são formados por matriz-
es, sendo que cada linha e cada coluna da matriz simboliza um pixel da imagem a ser comprimida e descomprimida.
2. Google Pagerank. O Google, através de algoritmos também em forma de matrizes, ordena a “relevância” de cada
site e os deixa em forma de ranking, em que o site mais importante ocupa o topo da página de resultados da busca.

VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

47
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 25
Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de
gráficos e tabelas.

MODELO 1
(Enem) Um aluno registrou as notas bimestrais de algumas de suas disciplinas numa tabela. Ele observou que
as entradas numéricas da tabela formavam uma matriz 4×4, e que poderia calcular as médias anuais dessas
disciplinas usando produto de matrizes. Todas as provas possuíam o mesmo peso, e a tabela que ele conseguiu
é mostrada a seguir.

1.º bimestre 2.º bimestre 3.º bimestre 4.º bimestre


Matemática 5,9 6,2 4,5 5,5
Português 6,6 7,1 6,5 8,4
Geografia 8,6 6,8 7,8 9,0
História 6,2 5,6 5,9 7,7

Para obter essas médias, ele multiplicou a matriz obtida a partir da tabela por:

a) d) e)
b) c)

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhe-
cimentos sobre operações com matrizes e aplicações para a sua resolução.
A média de cada matéria é a soma das notas dividida por 4, e a única matriz que possibilita essa condição é a
da alternativa [E]. Então para determinar a média devemos ter:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

. =

RESPOSTA Alternativa E

48
DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZES

DEFINIÇÕES IGUALDADE DE MATRIZES

ELEMENTOS CORRESPONDENTES
Tabela retangular NAS MATRIZES SÃO IGUAIS
formada por m linhas DADO:
e n colunas A = (Aij)m×n e B = (Bij)m×n

a11 a12 ... a1j A = B ⇔ Aij = Bij, COM 1 ≤ i ≤ m E 1 ≤ j ≤ n


a21 a22 ... a2j A = (aij)m×n, com 1 ≤ i ≤ m,
1 ≤ j ≤ n e i, j ∈ N
...
...

...

ai1 ai2 ... aij

CLASSIFICAÇÃO

MATRIZ QUADRADA MATRIZ DIAGONAL MATRIZ TRIANGULAR

n.º de colunas = n.º de linhas MATRIZ QUADRADA NA QUAL Matriz quadrada na qual os
Diagonal principal: TODOS OS ELEMENTOS elementos acima ou abaixo da
Elementos aij com i = j ACIMA E ABAIXO DA DIAGONAL
diagonal principal são nulos.
PRINCIPAL SÃO NULOS.
a11 a12 a13
a21 a22 a23 aij = 0 para i ≠ j aij = 0 para i > j ou SUPERIOR

a31 a32 a33


aij = 0 para i < j INFERIOR
Diagonal secundária:
Elementos aij com i + j = n +1
a11 a12 a13
a21 a22 a23 MATRIZ IDENTIDADE (IN)
a31 a32 a33
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Matriz quadrada na qual os


elementos da diagonal princi-
MATRIZ NULA pal são iguais a 1 e os outros
elementos são iguais a 0.
Todos os elementos da matriz são iguais a zero
aij = 1, para i = j
aij = 0, ∀i, j, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ i ≤ n aij = 0, para i ≠ j

49
MATRIZES

ADIÇÃO OPERAÇÕES MATRIZ TRANSPOSTA (AT)

Cm×n = Am×n + Bm×n Matriz cujas linhas são as


colunas de uma matriz dada.

cij = aij + bij A = (aij) m × n


Propriedades: At = (bji) n × m
- Comutativa tal que
- Associativa bji = aij

MATRIZ OPOSTA DE UMA MATRIZ MATRIZ SIMÉTRICA

Representação → –A Matriz simétrica de A, se, e somente


Matriz que somada com A se, aij = aji é verdadeira
resulta em uma matriz nula.

A–A=0

MATRIZ ANTISSIMÉTRICA
SUBTRAÇÃO
Matriz antissimétrica se, e somente
Dados : Am×n, Bm×n se, aij = –aji

C=A–B MULTIPLICAÇÃO
cij = aij – bij
Am×n · Bn×p = ABm×p

MULTIPLICAÇÃO POR Propriedades:


UM NÚMERO NATURAL - Não é comutativa.
- Não vale a propriedade do cancelamento.
Matriz = Am×n - Não vale a propriedade do anulamento.
n.º real = α - É associativa e distributiva.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

αAm×n = Bm×n
α · aij = bij

Propriedades:
(α + β)A = αA + βA
α(A + B) = αA + αB
α(β · A) = (α · β)A
1·A=A

50
Nota
Caso exista a possibilidade da matriz inversa, ela será
analisada nos exemplos de aplicação. Foi optado pela
MATRIZ INVERSA obtenção da matriz inversa a partir da resolução de sis-
temas lineares, método que se mostra não muito práti-
E EQUAÇÕES co com matrizes de ordens maiores do que 2. Existem
outros métodos de determinação da matriz inversa que
MATRICIAIS empregam determinantes. Contudo, mesmo esses ou-
tros métodos não são práticos. A noção teórica da ma-
triz inversa prepondera sobre sua determinação prática.

MT AULAS Aplicação do conteúdo


47 E 48 5 8
1. Verifique se existe a matriz inversa de A = .
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) 2 3
6 24, 25 e 26 Em caso afirmativo, determine-a.
Resolução:
Seja X a matriz quadrada de ordem 2 procurada, isto é,

1. Matriz inversa de X=
a b
.
uma matriz dada c d

Considere uma matriz quadrada A, de ordem n. Se X é Por definição, é necessário que haja:
uma matriz tal que AX = In e XA = In, ela é denominada
matriz inversa de A e é indicada por A–1. 5 8 a b 1 0
= ⇒
Caso exista a matriz inversa de A, afirma-se que A é uma 2 3 c d 0 1
matriz inversível ou não singular.
5a + 8c 5b + 8d 1 0
Modelo: ⇒ =
2a + 3c 2b + 3d 0 1
1 –1
§ A matriz A = é invertível e sua matriz Pela igualdade de matriz há os sistemas:
2 0 5a + 8c = 1
(I) , que resulta em a = –3 e c = 2.
2a + 3c = 0
0 ​  1 ​
__
2 5b + 8d = 0
inversa é A-1 = . (II) , que resulta em b = 8 e d = –5.
2b + 3d = 1
–1 ​  1 ​
__
2
a b –3 8
Resultado: X = = , para o qual
Observe que: AX = I2. c d 2 –5
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

0 ​  1 ​
__ Segue agora, se XA = I2:
1 –1 2 1 0
= e
2 0 0 1 –3 8 5 8 1 0
–1 ​  1 ​
__ =
2 2 –5 2 3 0 1

–3 8
0 ​  1 ​
__ Pode-se dizer, pois, que é a matriz inversa de
2 1 –1 1 0 2 –5
=
2 0 0 1
–1 ​  1 ​
__ 5 8 –3 8
2 , ou seja, A–1 = .
2 3 2 –5

51
2. Determine a matriz inversa de A =
3 2
,
2. Equações matriciais
se existir. 6 4 Dadas as operações de adição, subtração e multiplicação de
Resolução: matrizes e de multiplicação de um número real por uma ma-
triz, é possível resolver equações cujas incógnitas são matrizes.
Seja X a matriz quadrada de ordem 2 procurada, tal que
Essas equações são denominadas equações matriciais.
a b
X= .
c d Aplicação do conteúdo
Por definição, é necessário que haja:
1 –3 –1 –3
3 2 a b 1 0 1. Se A = 1 5 eB= 1 –5 , obtenha a matriz X,
= ⇒
6 4 c d 0 1 2 0 2 4
3a + 2c 3b + 2d 1 0 tal que X + A = B.
⇒ =
6a + 4c 6b + 4d 0 1 Resolução:
X + A = B ⇒ X + A + (–A) = B + (–A) ⇒
Pela igualdade de matrizes, há os sistemas:
⇒X+0=B–A⇒X=B–A
3a + 2c = 1 ⋅ (–2) –6a – 4c = –2
(I) ⇒ ⇒ 0 = –2 (impossível)
6a + 4c = 0 6a + 4c = 0 –1 –3 1 –3
X= 1 –5 – 1 5 =
3b + 2d = 0
(II)
6b + 4d = 1 2 4 2 0

Se o sistema (I) é impossível, não há necessidade da reso- –1 –3 –1 3 –2 0


lução do sistema (II). X= + =
1 –5 –1 –5 0 –10
Pode-se afirmar que a matriz A não admite inversa ou que
a matriz A não é invertível ou que é singular. 2 4 –2 0 0 4
3. Há um método prático para obter a inversa de matrizes –2 0
2 x 2 utilizando o conceito de determinantes de matrizes:
Assim, a matriz pedida é X = 0 –10 .
a b
Seja uma matriz quadrada A = , sua inversa é 0 4
c d
3 7

( )
d ​ – _____
  ​ _____ ​  b  ​
det(A)     det(A) 2. Se A = 2 eB= 4 , resolva a equação matricial
dada por A = ​ ​     ​​ a  ​ ​ ​, ou seja, deve-se trocar os
-1
c  ​   ​
− ​ _____ _____
det(A) det(A) –1 –3
elementos da diagonal principal; em seguida, muda-se o sinal 2X + A = 3B.
dos elementos da diagonal secundária. Por fim, devem ser divi- Resolução:
didos todos os elementos pelo determinante da matriz A. Esse
método somente é aplicável a matrizes 2 x 2. Veja também que, 2X + A = 3B ⇒ 2X = 3B – A ⇒ __ ​ 1 ​(2X) = __
​ 1 ​(3B – A) ⇒
2 2
se o determinante da matriz A é nulo, a matriz não é inversível. ​ 1 ​(3B – A)
⇒ X = __
2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Obtenha a inversa da matriz A = ​ ​ 2​ 1​ ​  ​


-2 3 ( ) § Determinemos, inicialmente, 3B – A:
Resolução:
7 3 21 –3 18
Primeiro, deve-se calcular o determinante de A: 3B – A = 3 4 – = 12 + –2 =
2 10
det(A) = 2 · 3 – 1 · (–2) = 8
–3 –1 –9 1 –8
Trocando os elementos da diagonal principal, invertendo
o sinal dos elementos da diagonal secundária e dividindo § Determinemos, agora, a matriz X:
todos os elementos pelo determinante de A, tem-se:
18 9

( )( )
​ 3 ​ – __
​ 1 ​ ​ 3 ​ –​ __1 ​
__ __ 1
__
X = ​   ​   10 = 5
A =​ ​ ​ ​  ​  ​= ​ ​ ​ ​ 8 ​  ​
–1 8 8 8 2
 ​ __2 ​  ​ __2 ​  ​ __1 ​  ​ __1 ​ –8 –4
8 8 4 4
52
9 2 3 4 3
4. Dadas as matrizes A = eB= ,
Logo, a matriz procurada é X = 5 . –1 0 –7 –3
–4 resolva a equação matricial XA = B.

3. Resolva o sistema de equações matriciais, ou seja, Resolução:


X + Y = A + 3B
determine as matrizes X e Y, tal que , A ordem de X é 2 × 2, pois X2 × 2 ⋅ A2 × 2 = B2 × 2.
2X – Y = 3A – 2B
a b
3 0 1 –2 Se X for representado por :
da qual A = eB= .
c d
–1 2 0 4
Resolução: a b 2 3 4 3
⋅ = ⇒
c d –1 0 –7 –3
Considere, inicialmente, o sistema:
X + Y = A + 3B 2a – b = 4 2c – d= –7
⇒ 3X = 4A + B ⇒ ⇒ e ⇒
2X – Y = 3A – 2B
3a = 3 3c = –3
​ 4A + ​B
⇒ X = ______
3 ⇒ a = 1, b = –2, c = –1, d = 5
​4A +
 ​B + Y = A + 3B ⇒ 4A + B + 3Y = 3A + 9B ⇒
X + Y = A + 3B ⇒ ______
3
⇒3Y = 3A + 9B – 4A – B ⇒ 3Y = 8B – A ⇒ Y = ______ ​ 8B – ​
3
A (
​  1  ​ ​ ___
Logo, X = ​___
–1 5 )
–2 ​  ​

Cálculo da matriz X
​ 4A + ​
X = ______ B = __
​ 4 ​A + __
​ 1  ​B ⇒
3 3 3
3 0 1 –2
​ 4 ​
⇒ X = __ ​ 1 ​
+ __ ⇒
3 –1 2 3 0 4

4 0 ​  1 ​
__ 2 ​
– ​ __ ​  13 ​ – ​ __
___ 2 ​
X= + 3 3 = 3 3
4 ​
– ​ __ ​  8 ​
__
0 __4
​   ​ 4
__
– ​   ​ 4
3 3 3 3

Cálculo da matriz Y

1 –2 3 0
​ 8 ​
Y = __ ​ 1 ​
– __ =
3 0 4 3 –1 2

​ 8 ​
__ 16 ​
– ​ ___ 1 0 ​ 5 ​
__ 16 ​
– ​ ___
Y= 3 3 – = 3 3
32
___ 1 ​
– ​ __ ​ 2 ​
__ __1
0 ​   ​ 3 3 ​   ​ 10
3 3
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

53
DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZ INVERSA FORMA DE EQUAÇÃO

AX = In
XA = In
Resoluções de equações cujas
X será matriz inversa (A ).
–1 incógnitas são matrizes.

A → matriz quadrada
X = A–1 → matriz inversa
In → matriz identidade Utilizamos as operações de
A será uma matriz inversível adição, subtração e multi-
ou não singular. plicação (por número real
ou por outra matriz).
A obtenção da matriz inversa
é dada a partir da resolução
de sistemas lineares.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

54
da diagonal principal menos o produto dos elementos da
diagonal secundária.
a11 a12
Dada a matriz A = , seu determinante é indi-
a21 a22
cado assim:
DETERMINANTES det A = a11 ⋅ a22 – a12 ⋅ a21
ou
a11 a12
det A = = a11 ⋅ a22 – a12 ⋅ a21
a21 a22

MT AULAS
49 E 50
Por exemplo, o determinante da matriz A (det A), do qual

A=
6 3
é dado por:
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) 2 –4
6 24, 25 e 26
6 3
det A = = 6 ⋅ (–4) – 3 ⋅ 2 = –24 – 6 = – 30
2 –4

1. Introdução
Toda matriz quadrada possui, associada a ela, um número de- 4. Determinante de matriz
nominado determinante da matriz, obtido por meio de opera-
ções que envolvem todos os elementos da matriz. Os determi-
quadrada de ordem 3
nantes surgiram há cerca de 300 anos (apesar de já existirem Considere a matriz genérica de ordem 3:
“esboços” do que seriam determinantes na Matemática chine-
sa, há dois mil anos), associados à resolução de equações linea- a11 a12 a13
res. Atualmente, matrizes e determinantes são uma importante A= a a a
21 22 23
ferramenta matemática, com aplicações em diversas áreas.
a31 a32 a33
Um detalhe importante sobre esse tema deve ser sempre
lembrado: não existe determinante de matriz que não Define-se o determinante da matriz de ordem 3 ao número:
seja quadrada.
a11 a12 a13

2. Determinante de matriz det A = a a a =


21 22 23

quadrada de ordem 1 a31 a32 a33

Considere a matriz quadrada de ordem 1, indicada por A = [a11]. =a11a22a33 + a12a23a31 + a13a32a21 – a13a22a31 – a12a21a33 – a11a32a23
Por definição, o determinante de A é igual ao número a11, Esses seis produtos podem ser obtidos de uma forma
que é indicado assim: det A = a11.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

prática, conhecida como regra de Sarrus, que consiste


Dadas as matrizes A = [4] e B = [–2], escreve-se det A = 4; no seguinte:
det B = –2;
§ Repetem-se as duas primeiras colunas à direita na matriz
det A + det B = 4 + (–2) = 2. e efetuam-se as seis multiplicações como indicado:

3. Determinante de matriz a11 a12 a13 a11 a12

quadrada de ordem 2
a21 a22 a23 a21 a22

a31 a32 a33 a31 a32


Se A for uma matriz quadrada de ordem 2, deve-se cal-
cular seu determinante fazendo o produto dos elementos –(a13 ⋅ a22 ⋅ a31) –(a11⋅ a23 ⋅ a32) –(a12 ⋅ a21 ⋅ a33) a11 ⋅ a22 ⋅ a33 a12 ⋅ a23 ⋅ a31 a13 ⋅ a21 ⋅ a32

55
§ Os produtos obtidos na direção da diagonal principal Resolução:
permanecem com o mesmo sinal. 2 6
a) Inicialmente, obtém-se a matriz A + B = ,
§ Os produtos obtidos na direção da diagonal secundária para depois calcular: –1 1
mudam de sinal.
2 6
§ O determinante é a soma desses valores obtidos. det(A + B) = =2+6=8
–1 1

Modelo: –3 14
3 1 5 b) Obtenção de AB = e, em seguida,
1 –7
A= 1 0 –2 det(AB) = 21 – 14 = 7.
–1 4 –3 c) Cálculo do det A = 6 + 1 = 7 e depois do

–1 5 –7 35
3 1 5 3 1 (det A)B = 7 = .
0 –1 0 –7
1 0 –2 1 0

–1 4 –3 –1 4 4. De acordo com a regra de Sarrus, calcule o determinante


2 3 –1
0 +24 +3 0 +2 +20
da matriz A = 5 2 0 .

det A = 49 1 4 –3
Resolução:
Aplicação do conteúdo
det A = 2 ⋅ 2 ⋅ (–3) + 3 ⋅ 0 ⋅ 1 + 5 ⋅ 4 ⋅ (–1)
– (–1) ⋅ 2 ⋅ 1 – 3 ⋅ 5 ⋅ (–3) – 0 ⋅ 4 ⋅ 2 ⇒
2 ​ –1
​dXX
1. Calcule o determinante . det A = –12 – 20 + 2 + 45 = 15
3 5​dXX
2 ​
Resolução: x 3 5
5. Resolva a equação x+1 2 1 = 0.
d
​ XX
2 ​ –1
2 ​ ⋅ 5​dXX
= d​ XX 2 ​– 3 ⋅ (–1) = 10 + 3 = 13
3 5​dXX
2 ​ 3 2 4
Resolução:

5 2 Pela regra de Sarrus:


2. Resolva a equação = – 1.
x–1 x+3 x · 2 · 4 + 3 · 1 · 3 + (x + 1) · 2 · 5 – 5 · 2 · 3 – 3(x + 1) · 4 – x · 2 · 1 = 0 ⇒
⇒ 8x + 9 + 10x + 10 – 30 – 12x – 12 – 2x = 0
Resolução:
⇒ 4x – 23 = 0 ⇒ 4x = 23 ⇒ x = ___​ 23 ​
4
Cálculo do determinante:
​ 23 ​  ​
S = ​___
4 { }
5 2
= 5(x + 3) – 2(x – 1) = 5x + 15 – 2x + 2 = − 1 1 –1 0
x–1 x+3 2 x
6. Dadas as matrizes A = e B = 2 3 x ,
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3 9
Equação a ser resolvida: –1 2 1
3x + 17 = – 1 ⇒ 3x = – 1 – 17 ⇒ 3x = –18 ⇒ x = –6
determine o valor de x para que se tenha det A = det B.
S = {–6}
Resolução:
3 1 –1 5 § A é a matriz de ordem 2: det A = 2 ⋅ 9 – 3x = 18 – 3x
3. Dadas as matrizes A = eB= ,
–1 2 0 –1 § B é a matriz de ordem 3; de acordo com a regra de
calcule:
Sarrus: det B = 3 + x + 0 – 0 – (–2) – 2x = –x + 5
a) det (A + B)
b) det (AB) ​ 13 ​
det A = det B ⇒ 18 – 3x = –x + 5 ⇒ x = ___
2
c) (det A)B ​ 13 ​ .
Assim, x = ___
2
56
5. Determinante de matriz § Calcule det M de acordo com a regra de Chió:

quadrada de ordem maior que 3 1 6 10


2 – (–7) ⋅ 6 4 – (–7) ⋅ 10
–7 2 4 =
Apesar da definição geral para o cálculo de determinan- 3–6⋅6 –6 – 6 ⋅ 10
tes de matrizes quadradas de qualquer ordem, foram 6 3 –6
priorizadas aqui regras práticas, uma vez que esse assun-
to tem um forte caráter de aplicação, principalmente no 44 74
= = 44 (–66) – 74 (–33) =
Ensino Médio. –33 –66
Assim, a regra prática que será analisada a seguir tem o = –2904 + 2442 = –462
objetivo de agilizar a resolução de um determinante, inde-
pendentemente de sua ordem, podendo até substituir as § De acordo com a regra de Sarrus:
regras já definidas para matrizes de ordens 2 ou 3.
1 6 10
Conhecida como regra de Chió, essa regra consiste no
“rebaixamento” da ordem da matriz, mantendo-se cons- –7 2 4 = –12 + 144 – 210 – 120 – 252 – 12 = –462
tante o valor de seu determinante. Ou seja, a partir de 6 3 –6
determinadas operações, encontra-se uma nova matriz
de ordem um grau menor que a anterior, cujo valor do 1 2 0 –1
determinante seja igual ao da matriz anterior. Aplicada 1 3 69
sucessivamente a regra, é possível encontrar outras ma- Considere a seguinte matriz de ordem 4: .
trizes de ordens cada vez menores, mantendo o valor do Aplique a regra de Chió. 4 1 20
determinante, até que se chegue a uma matriz de ordem –2 2 3 –4
3 ou 2, cujas regras práticas já são conhecidas. Se prefe-
rir, chega-se ao valor do determinante, uma vez que essa 1 2 0 –1
regra aplica-se a matrizes quadradas de qualquer ordem.
1 3 6 9
A conveniência de continuar ou não o processo manifes- =
ta-se ao longo dos exercícios. 4 1 2 0

A princípio, é necessário impor a condição de que o ele- –2 2 3 –4


mento que fica na primeira linha e na primeira coluna, isto
é, a11, seja igual a 1. 3–2⋅1 6–0⋅1 9 – (–1) ⋅ 1

Assim: = 1–2⋅4 2–0⋅4 0 – (–1) ⋅ 4

§ Se a11 = 1, a primeira linha e a segunda coluna da ma- 2 – (–2) ⋅ 2 3 – 0 ⋅ (–2) –4 – (–1)(–2)


triz devem ser “isoladas”.
1 6 10
§ Subtrai-se de cada elemento restante o produto dos
= –7 2 4
dois elementos isolados, pertencentes à linha e à colu-
na desse elemento restante. 6 3 –6
§ Com o resultado dessas subtrações, obtém-se uma
O valor desse determinante é –462, uma vez que a matriz
matriz de ordem menor que a anterior, mas com
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

associada a ele é a própria matriz M, dada anteriormente.


mesmo determinante.
O que ocorre com o cálculo do determinante de uma ma-
Observe a aplicação da regra a uma matriz de ordem 3,
triz de ordem 2 se o seu elemento a11 for igual a 1?
uma vez que, mediante a regra de Sarrus, pode-se verificar
o resultado obtido. § Pela regra de Chió:

1 6 10 1 3
= | 2 – 12 | = |–10| = –10
Seja M = –7 2 4 . 4 2
6 3 –6
Obs.: não confunda as barras laterais com o símbolo de
módulo, estamos trabalhando determinantes.

57
§ Pela regra prática:
6. Teorema de Laplace
1 3
= 1 ⋅ 2 – 3 ⋅ 4 = 2 – 12 = –10 Outro método que permite calcular determinantes de ma-
4 2 trizes é o teorema de Laplace, sendo útil para o cálculo de
determinantes de ordem maior que 3. Em primeiro lugar,
As regras determinam o mesmo resultado. será definido o conceito de cofator de um elemento de
uma matriz.
Aplicação do conteúdo Dada uma matriz A, o cofator de um elemento aij é dado
por Aij = (-1)i+j . Dij , em que Dij é o determinante da matriz
1 3 2 1 restante ao eliminar a linha i e a coluna j da matriz A.

( )
1 2 3
0 1 2 3 Exemplo: Dada a matriz A = ​ ​2​ 3​ ​ 1​ ​  ​, calcule o cofator do
1. Encontre o valor do determinante . 0 2 1
3 4 –1 –2 elemento a12.

–1 0 4 5 Eliminando a primeira linha e a segunda coluna, obtém-se:


1 2 3
Resolução: 2 1
2 3 1 →
Como o elemento a11 é igual a 1, aplica-se a regra de Chió: 0 1
0 2 1
1 3 2 1 Em que o determinante é 2 · 1 – 1 · 0 = 2. Assim:
0 1 2 3 2 1
= A12 = (–1)1+2 . = –1 · 2 = –2
3 4 –1 –2 0 1
–1 0 4 5 Definido o conceito de cofator, é possível então enunciar o
teorema de Laplace:
1–0⋅3 2–0⋅2 3–0⋅1 Dada uma matriz A, seu determinante pode ser obtido
= 4–3⋅3 –1 – 3 ⋅ 2 –2 – 3 ⋅ 1 = escolhendo-se uma fila (linha ou coluna) qualquer e so-
mando seus elementos multiplicados pelos seus respec-
0 – (–1) ⋅ 3 4 – (–1) ⋅ 2 5 – (–1) ⋅ 1 tivos cofatores.
1 2 3
–5 –7 –5
Aplicação do conteúdo
3 6 6 1 0 3 1
1 1 2 0
Ainda de acordo com a regra de Chió: 1. Calcule o determinante da matriz A = .
3 2 1 1
1 2 3
–7 – (–5) ⋅ 2 –5 – (–5) ⋅ 3 –1 0 2 1
–5 –7 –5 = =
6–3⋅2 6–3⋅3
3 6 6
Resolução:
3 10 Para que o teorema de Laplace seja aplicado, deve-se
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

= –9
0 –3 escolher uma fila qualquer, dando preferência a filas que
contenham maior quantidade de termos nulos. Assim, foi
Ou, a partir desse ponto, pela regra de Sarrus: escolhida a segunda coluna:
1 2 3 1 2 1 3 1
0
–5 –7 –5 –5 = 1 1 2 0
3 6 6 3 6 3 2 1 1
     
–1 0 2 1
troca o sinal mantém o sinal

= – 42 – 30 – 90 + 63 + 30 + 60 = – 9

58
Portanto, o determinante de A é dado por:
det(A) = a12 · A12 + a22 · A22 + a32 · A32 + a42 · A42
det(A) = 0 · A12 + 1 · A22 + 2 · A32 + 0 · A42
1 2 0 1 3 1 1 3 1 1 3 1
det(A) = 0 · (–1)1+2 3 1 1 + 1 · (-1)2+2 · 3 1 1 + 2 · (–1)3+2 · 1 2 0 + 0 · (–1)4+2 · 1 2 0
–1 2 1 –1 2 1 –1 2 1 3 1 1

cofator do elemento 0 cofator do elemento 1 cofator do elemento 2 cofator do elemento 0

Repare que nem precisamos calcular o primeiro e o último determinantes, pois serão multiplicados por zero, eis o motivo da
escolha da segunda coluna. Logo, calculando o segundo e o terceiro determinantes apenas, temos:

1 3 1 1 3 1
det(A) = 1 3 1 1 – 2 1 2 0 = 1 · (–6) - 2 · (3) = –6 – 6 = –12
–1 2 1 –1 2 1

7. Propriedades dos determinantes


Ao longo da história, o estudo dos determinantes despertou o interesse de vários matemáticos, o que fez com que muitas
propriedades fossem descobertas.
Algumas são facilmente justificadas, pois são quase intuitivas durante a resolução dos exercícios. Outras, um pouco mais
complexas, requerem justificativas específicas. Mais uma vez, priorizando a aplicação prática do conceito, serão utilizados
exemplos; em alguns casos, sempre que necessário, serão utilizadas matrizes de ordens 2 ou 3, genéricas, para justificar as
propriedades. O objetivo é oferecer condições para que se obtenha 1 na posição a11, para que seja possível aplicar a regra

de Chió e resolver determinantes de qualquer ordem. As


–1 –4 9 –1 –4
propriedades serão apresentadas numa ordem considera-
da conveniente. 2 8 3 2 8 =0
0 0 0 0 0
7.1. Primeira propriedade: fila de zeros 0 0 0 0 0 0

Se todos os elementos de uma linha ou coluna de


uma matriz quadrada M forem iguais a zero, seu de- 7.2. Segunda propriedade: filas
terminante será nulo, ou seja, detM = 0. paralelas proporcionais

Essa propriedade é facilmente reconhecida nos exemplos,


Se uma matriz quadrada M tiver duas linhas ou duas
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

uma vez que todas as parcelas, resultantes da aplicação de


colunas proporcionais, seu determinante será nulo, ou
qualquer regra de resolução de determinantes, contêm sem-
seja, detM = 0.
pre um elemento de cada linha e de cada coluna da matriz.
Por esse motivo, se uma linha (ou coluna) for formada por
zeros, cada parcela conterá pelo menos um fator igual a zero.
Assim, o determinante será nulo. Observe o exemplo: Considere A = .

Portanto:
det A = = kab – kab = 0

59
Ou, por exemplo (observe que os elementos da segunda coluna são o triplo dos elementos correspondentes na primeira coluna):

= =0

7.3. Terceira propriedade: troca de filas paralelas

Se as posições de duas linhas ou duas colunas de uma matriz quadrada M forem trocadas entre si, o determinante da nova
matriz obtida será o oposto do determinante da matriz anterior.

Modelo:

§ A= eB=

A matriz B foi obtida a partir de A, trocando a primeira e a segunda colunas.

Nota
Ao aplicar a regra de Chió, sem que o elemento a11 seja 1, mas desde que haja um elemento igual a 1 em algum lugar
da matriz, é possível obter uma matriz com determinante equivalente, desde que se empregue no máximo duas vezes a
terceira propriedade, isto é, desde que se troque a posição de linhas e colunas.

Modelo:
3 2 0 –1 4 1 2 0 1 4 2 0
2 3 6 9 2 3 6 9 3 2 6 9
4 1 2 0 3 2 0 –1 2 3 0 –1
–2 2 3 –4 –2 2 3 –4 2 –2 3 4

A princípio, a primeira linha é trocada com a terceira linha; em seguida, a “nova” segunda coluna é trocada com a “nova”
primeira coluna.

7.4. Quarta propriedade: multiplicação de uma fila por uma constante


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Se todos os elementos de uma linha (ou de uma coluna) de uma matriz quadrada forem multiplicados por um mesmo
número real k, seu determinante ficará multiplicado por k.

Modelos:

§ , pois = 189 + 140 = 329, e = 27 + 20 = 47 e 7 · 47 = 329.

60
Assim, det (5A) = 52 ⋅ det A.
§ Se A = eB= ​ 1 ​
, o detB = __
2
§ B= ä det B = 15 + 0 + 10 + 6 – 50 + 0 = –19
det A ou det A = 2 detB, uma vez que a segunda coluna
de A é o dobro da segunda coluna de B.

2B = ä
Nota
Essa propriedade pode ser empregada para criar o
det (2B) = 120 + 0 + 80 + 48 – 400 + 0 = –152 = 23 (–19)
elemento “1” na matriz, que, em seguida, vai ocupar
a posição a11 para a aplicação da regra de Chió.
Assim, det 2B = 23 ⋅ det B.
Exemplo:
4 6 2 0 2 3 1 0 7.6. Quinta propriedade:
3 –3 5 2
=2·
3 –3 5 2
= determinante da transposta
–4 5 –3 3 –4 5 –3 3
6 7 –2 4 6 7 –2 4
O determinante de uma matriz quadrada M é
igual ao determinante de sua transposta, ou seja,
quarta propriedade
det M = det (Mt).

1 3 2 0
(–1) · 2 · Mais uma vez, existe a possibilidade de reordenar, por
= 5 –3 3 2
conveniência, os elementos da matriz sem alterar o valor
–3 5 –4 3
do determinante.
–2 7 6 4
Na ordem 2, essa propriedade é quase intuitiva. Observe:
terceira propriedade

= ad – bc

7.5. Consequência: multiplicação


da matriz por uma constante = ad – bc

Se uma matriz quadrada M de ordem n for multipli-


cada por um número real k, seu determinante ficará Ou seja, se A = , também At = e det A = det At.
multiplicado por kn:
det (kMn) = kn · det Mn
Observe que o emprego da regra de Chió é exatamente o
mesmo, seja considerando uma matriz ou sua transposta:
Multiplicar uma matriz por um número real significa multi-
plicar todos os seus elementos por esse mesmo número. Por
isso, se uma matriz quadrada tiver todos os seus elementos det A = =
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

múltiplos de um certo número real k, ao calcular seu deter-


minante será possível aplicar a quarta propriedade para cada
uma de suas linhas (ou para cada uma de suas colunas).
= –48 – 90 = –138

Modelos:
§ A= ä det A = 15 – 8 = 7
det A = =

5A = ä det (5A) = 375 – 200 = 175 = 52 · 7


= –48 – 90 = –138

61
7.7. Sexta propriedade: determinante da matriz triangular

O determinante de uma matriz triangular é igual ao produto dos elementos da diagonal principal.

Modelos:

Como consequência dessa propriedade, pode-se ainda afirmar que:

§ o determinante de uma matriz diagonal é igual ao produto dos elementos da diagonal principal; e

§ se In é a matriz identidade, det In = 1, para qualquer n.

Modelos:

§ = 2 · (–1) · 5 = –10

§ I3 = ä det I3 = =1

7.8. Sétima propriedade: teorema de Binet

Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma ordem, e AB é a matriz produto, det (AB) = (det A) (det B).

Considere:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A=

§ det A = ad – bc
§ det B = xw – yz
§ det A · det B = (ad – bc) (xw – yz) = adxw – adyz – bcxw + bcyz
§ det (AB) = (ax + bz)(cy + dw) – (cx + dz)(ay + bw) = acxy + adxw + bcyz + bdzw – acxy – bcxw – adyz – bdzw = adxw
+ bcyz – bcxw – adyz
Ao comparar, é possível observar que det (AB) = det A · det B.

62
7.9. Oitava propriedade:
teorema de Jacobi Notas
1. Pode-se empregar o teorema de Jacobi (oitava pro-
Seja A uma matriz quadrada. Se todos os elementos priedade) a fim de se permitir o emprego da regra de
de uma linha (ou coluna) forem multiplicados pelo Chió. Por exemplo: se o elemento a11 não for 1 e não
mesmo número e se forem somados os resultados houver nenhum elemento igual a 1 na matriz, pode-se
aos elementos correspondentes de outra linha (ou empregar a oitava propriedade (teorema de Jacobi)
coluna), será formada a matriz B; assim, det A = det B. para criar elementos iguais a 1 na matriz:
3 2 0 –1 1 –1 –6 –10
–1
2 3 6 9 2 3 6 9
=
Modelos: 4 5 2 0 4 5 2 0
–2 2 3 –4 –2 2 3 –4

§ A= ä det A = 9 – 20 = –11
2. Pode-se também criar zeros na matriz, empregando
a regra de Jacobi, facilitando com isso os cálculos:
Ao multiplicar a primeira linha por –2 e ao somarem-se os
resultados à segunda linha, obtém-se: 1 –1 –6 –10 1 0 –6 –10 1 0 –6 –10
+
2 3 6 9 2 5 6 9 3 5 0 –1
B= ä det B = –1 – 10 = –11, ou seja, det A = det B. 4 5 2 0
=
4 9 2 0
=
4 9 2 0
–2 2 3 –4 –2 0 3 –4 –2 0 3 –4
O que pode ser indicado assim: + Chió Chió Chió

5 18 29 5 18 29 5 18 29
9 26 40 9 26 40 9 26 40
0 –9 –24 0 –9 –24 0 –9 –24

§ A=

7.10. Nona propriedade:


Para obter a matriz B, multiplica-se a segunda coluna por 3 determinante da inversa
e somam-se os resultados à terceira coluna:

Seja A uma matriz quadrada invertível e A-1 sua inversa.


B= ​  1  ​.
Assim, det A–1 = ____
det A

Ao aplicar a regra de Sarrus, verifica-se: Essa propriedade é uma consequência do teorema de Binet.
Se A é invertível, por certo existe A–1, e, por definição,
A · A–1 = I.

O que pode ser indicado assim: Assim: det (A · A–1) = det I det A · det A–1 = 1
​  1  ​.
ä det A–1 = ____
det A
Essa propriedade sugere o importante fato de que A é in-
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

vertível se, e somente se, det A ≠ 0.

Aplicação do conteúdo
1. Encontre o valor do determinante.

63
Resolução: determinante é Dij, associado à matriz quadrada que se ob-
tém de A ao se suprimir a linha e a coluna que contêm o ele-
De acordo com o teorema de Jacobi (oitava propriedade), de-
mento aij­considerado. Esse determinante é indicado por Dij.
ve-se multiplicar a segunda coluna por 1 e somar o resultado
à primeira coluna. Em seguida, aplica-se a regra de Chió: Observe:

Ao trocar as posições da linha 1 com a linha 2 (terceira


propriedade), emprega-se novamente a regra de Chió:
O menor complementar de A pelo elemento a23 é um nú-
mero indicado assim:

2. Resolva a equação .

Resolução: Nota
A = (aij) é uma matriz.
Ao empregar a quarta propriedade, coloca-se x em evidên- aij é um elemento da matriz A.
cia na primeira linha e aplica-se a regra de Chió: Dij é um número, uma vez que é um determinante.

x. Modelo:

Ao empregar novamente a quarta propriedade, coloca-se (3 – x) § Se A = , tem-se:


em evidência na primeira linha e aplica-se a regra de Chió:

§ menor complementar de A pelo elemento a21:

D21= = 50 + 3 = 53 (foram suprimidas a segunda


Portanto: linha e a primeira coluna de A)
x(3 – x) = 0 ä x = 0 ou x = 3
§ menor complementar de A pelo elemento a33:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Assim, S = {0, 3}.


D33 = = 12 – 5 = 7 (foram suprimidas a terceira

8. Teorema de Laplace linha e a terceira coluna de A)


O teorema de Laplace permite calcular determinantes de or-
dens quaisquer a partir de uma linha ou coluna da matriz. Para
8.2. Cofator
enunciá-lo, são necessárias algumas definições preliminares.
Se A é uma matriz quadrada de ordem n $ 2, ela é deno-
8.1. Menor complementar minada cofator do elemento aij de A o número real:
Se A é uma matriz quadrada de ordem n $ 2, ela é deno- Aij = (–1)i + j · Dij, do qual Dij é o menor complementar de A
minada menor complementar de A pelo elemento aij, cujo pelo elemento aij.

64
Exemplo
Nota
§ Se A = , tem-se: Se a linha escolhida para o cálculo do determinante tiver
elementos iguais a zero, não será necessário multiplicar
os cofatores pelos zeros, uma vez que o produto será nulo,
§ Cofator de a21: independentemente do valor do cofator. Por isso, ao em-
pregar o teorema de Laplace, as melhores linhas ou colu-
A21 = (–1)2 + 1 · D21 = (–1)3 · = (–1)(–2) = 2 nas para o cálculo do determinante serão as que tiverem
maior quantidade de zeros. Se não houver termos iguais
§ Cofator de a13: a zero, eles podem ser criados mediante o emprego da oi-
tava propriedade dos determinantes (teorema de Jacobi).
A13 = (–1)1 + 3 · D13 = (–1)4 · = (+1)(+ 1) = 1

Aplicação do conteúdo
Nota
1. Calcule o determinante da matriz A empregando o
Observe que Aij = Dij, se i + j for par; e Aij = –Dij, se teorema de Laplace.
i + j for ímpar.
Assim, o teorema de Laplace pode ser enunciado da
seguinte maneira:
O determinante associado a uma matriz quadrada
A de ordem n $ 2 é o número obtido da soma dos
produtos dos elementos de uma linha (ou de uma co-
luna) qualquer pelos respectivos cofatores.
Resolução:

Ao aplicar o teorema de Laplace, serão obtidos determi-


Modelo: nantes de terceira ordem, que podem ser calculados pela
regra de Sarrus. Ao escolher a primeira linha, obtém-se:
§ Se A = é uma matriz de ordem 3, pode-se
det A = a11 · A11 + a12 · A12 + a13 · A13 + a14 · A14

calcular det A a partir de determinantes de ordem 2 e do


teorema de Laplace. Observe:
A11 = (–1)1 + 1 · 1(–24 + 3 + 30 – 18 + 30 – 4) = 17
§ Ao escolher os elementos da primeira linha, obtém-se:
det A = a11 ⋅ A11 + a12 ⋅ A12 + a13 ⋅ A13 =
A12 = (–1)1 + 2 ·
= 2(–1)1 + 1 ⋅ + 3 (–1)1 + 2 · + (–1) (–1)1 + 3 · =

= 2 (–6) –3 (–15) –1 (18) = –12 + 45 – 18 = 15


A13 = (–1)1 + 3 ·
Assim, det A = .
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Observe que não há necessidade de calcular A14, uma vez


O resultado será o mesmo se escolhida uma coluna. que ele será multiplicado por zero. Portanto:
§ Ao escolher os elementos da terceira coluna, obtém-se: det A = 2(17) + 3(–44) + (–1)(–111) + 0 =
det A = a13 · A13 + a23 · A23 + a33 · A33 = = 34 – 132 + 111 + 0 = 13
= (–1) (–1)1 + 3 · + 0 (–1)2 + 3 · + (–3) (–1)3 + 3 · =

= –18 + 33 = 15
2. Calcule det A para A = .
Assim, det A = 15.

65
Resolução: Escolhendo a primeira coluna:

Escolhendo a terceira coluna de A, pois o valor do determi-


nante fica restrito ao cálculo de a33 ⋅ A33: det A = 2 · 3 (–1)1 + 1 . =

= 6 (–8 + 6 + 6 + 2 – 24 – 6) = 6(–24) = –144.


det A = 2 (–1)3 + 3 ·

DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZ QUADRADA
DETERMINANTES maior que três
DE ORDEM...

Regra de Chió
um
Para aplicação des-
det A = a11 sa regra, é necessário
que o elemento a11
DEFINIÇÃO
dois seja igual a 1.

det A = a11 a12 A ideia é fazer com


= a11 · a22 – a12 · a21 que a ordem seja redu-
Número obtido por meio de a21 a22
operações e que está associado zida para que se torne
a uma matriz. três ⇒ Regra de Sarrus mais simples a determi-
nação do determinante.

Repetir as duas
primeiras colunas
det B = a11 a12 a13 a11 a12
Produtos da diagonal
Produtos da diagonal a21 a22 a23 a21 a22
secundária mudam principal mantêm o sinal
de sinal a31 a32 a33 a31 a32
(a13 · a21 · a32)
-(a13 · a22 · a31) -(a12 · a21 · a33) (a12 · a23 · a31)
-(a11 · a23 · a32) (a11 · a22 · a33)

O determinante será a
quatro soma desses valores

Subtrair cada elemento restante da linha que deve


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

ser suprimida do produto dos dois elementos perten-


passo a passo centes à linha e à coluna desse elemento.
1.º elemento = 1
1 2 0 –1 1 6 10
3–2·1 6–0·1 9 – (–1) · 1
1 3 6 9
= 1–2·4 2–0·4 0 – (–1) · 4 = –7 2 4
4 1 2 0
–2 2 3 –4 2 – (–(2) · 2 3 – 0(–2) 4 – (–1)(–2) 6 3 –6

Pronto!
Agora é só resolver o determinante
das formas anteriores.

66
DETERMINANTES PROPRIEDADES

Se uma linha ou coluna de uma matriz


quadrada tiver todos os elementos iguais TEOREMA DE
a 0, seu determinante será nulo. LAPLACE
det A = 0
Permite calcular determinantes de
Se uma matriz quadrada tiver duas linhas qualquer ordem a partir de uma linha ou
ou colunas proporcionais, seu determi- coluna da matriz.
nante será nulo.
det A = 0 Menor complementar

Se houver a troca de posição entre duas A= a11 a12 a13 ... a1n
linhas ou duas colunas, o a21 a22 a23 ... a2n
determinante da nova matriz será o oposto a31 a32 a33 ... a3n
da matriz anterior.
...

...

...
...
an1 an2 an3 ... ann
Se uma matriz quadrada for multiplicada por
O menor complementar de A pelo a23
um número k real, seu determinante ficará
(pode ser qualquer elemento) é um
multiplicado por k também.
número indicado assim:
D23 = a11 a12 a13 ... a1n
Determinante da matriz transposta. a31 a32 a33 ... a3n
det A = det (At)
...

...
...
...

an1 an2 an3 ... ann

O determinante de uma matriz triangular A = (aij­) é uma matriz;


é igual ao produto dos elementos da Aij é um elemento da matriz A;
diagonal principal. Dij é um número determinante.

Cofator
Se A e B são matrizes quadradas de mes-
ma ordem,e AB é a matriz produto, Aij = (–1)i + j · Dij
det (AB) = det A · det B (teorema de Binet).
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Aij → cofator de elemento aij

Se todos os elementos de uma linha ou Dij → menor complementar de A pelo


coluna de uma matriz quadrada forem elemento aij
multiplicados pelo mesmo número e se
forem somados os resultados aos elemen-
tos correspondentes de outra linha ou Determinante da matriz inversa.
coluna, torna-se uma nova matriz; assim: 1  ​
det A-1 = ​ ____
det A = det B det A

67
Se x e y, respectivamente, são as áreas destinadas ao lote
maior e ao menor, tem-se um sistema de duas equações:

SISTEMAS LINEARES
Ao resolver esse sistema por qualquer dos métodos já es-
tudados, obtém-se x = 4.500 e y = 3.500, que é a única
solução do sistema e que é indicada por (4.500, 3.500).
Assim, o maior lote terá uma área de 4.500 m2, e o menor,
uma área de 3.500 m2.
Esses dois problemas revelam que seus dados podem re-

MT
sultar em mais de uma solução e uma única solução.
AULAS
Entretanto, existem casos em que não há solução alguma.
51 E 52
COMPETÊNCIA(s)
6
HABILIDADE(s)
21, 24, 25 e 26
2. Equações lineares
§ 3x + 2y = 7 é uma equação linear nas incógnitas x e y.

§ 2x + 3y – 2z = 10 é uma equação linear nas incógnitas


1. Introdução x, y e z.

Examinemos os seguintes problemas: § x – 5y + z – 4t = 0 é uma equação linear nas incógni-


1. Em uma partida de basquete, dois jogadores marca- tas x, y, z e t.
ram juntos 42 pontos. Quantos pontos marcou cada um?
§ 4x – 3y = x + y + 1 é uma equação linear nas incóg-
Se x e y, respectivamente, são o número de pontos que cada nitas x e y.
jogador marcou, há uma equação com duas incógnitas:
x + y = 42 De modo geral, é denominada equação linear toda
Nessa equação: equação que pode ser escrita da seguinte maneira:
a1x1 + a2x2 + a3x3 +...+anxn = b,
§ Se x = 21, 21 + y = 42 ä y = 21.
Assim, x = 21 e y = 21 constituem uma solução da equa- Em que:
ção, indicada por (21, 21). § x1, x2, x3, ..., xn são as incógnitas;
§ Se x = 30 e 30 + y = 42 ä y =12. § a1, a2, a3, ..., são números reais denominados coe-
Assim, x = 30 e y = 12 constituem outra solução da equa- ficientes das incógnitas; e
ção, indicada por (30, 12). § b é o termo independente.
§ Se x = 16, 16 + y = 42 ä y = 26.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Assim, x = 16 e y = 26 constituem outra solução da equa- Pela definição, não são equações lineares:
ção, indicada por (16, 26). xy = 10
De fato, essa equação admite diversas soluções: x pode x2 + y = 8
assumir um valor qualquer natural de 0 a 42, e y será igual
à diferença entre 42 e o valor atribuído a x. x2 – xy – yz + 22 – 1

Portanto, os dados do problema não são suficientes para Observe as seguintes equações lineares:
determinar o número de pontos marcados por jogador.
1. 3x + 2y = 18
2. Um terreno de 8,0 mil m2 deve ser dividido em dois
lotes. O lote maior deverá ter 1,0 mil m2 a mais que o lote § o par (4, 3) é uma solução da equação, uma vez que
menor. Calcule a área que cada um deverá ter. 3 · 4 + 2 · 3 = 18;

68
§ o par (6, 0) é uma solução da equação, uma vez que
4. um sistema linear 2 × 3 nas incógnitas
3 · 6 + 2 · 0 = 18; e
x, y, e z.
§ o par (5, 1) não é uma solução da equação, uma vez
que 3 · 5 + 2 · 1 ≠ 18.

2. 3x + y – 2z = 8
4. Solução de um sistema linear
Afirma-se que (a1, a2, a3,..., an) é solução de um sistema
§ o terno (2, 4 ,1) é uma solução da equação, uma vez linear, se (a1, a2, a3, ..., an) for solução de cada uma das
que 3 · 2 + 4 – 2 · 1 = 8; equações do sistema, isto é, se satisfizer, simultaneamente,
todas as equações do sistema.
§ o terno (0, 6, –1) é uma solução da equação, uma vez
Observe:
que 3 · 0 + 6 – 2 · (–1) = 8; e
1. (5, 1) é solução do sistema , uma vez que
§ o terno (5, –2, 3), não é uma solução da equação, uma
vez que 3 · 5 + (–2) –2 · 3 i 8. .

Generalizando, dada a equação linear: 2. (2, 3) não é solução do sistema , uma vez
a1x1 + a2x2 + a3x3 +...+anxn = b, que .

a ênupla de números reais (a1, a2, a3,..., an) é solução da


3. (1, 3, –2), é solução do sistema .
equação se, e somente se:
a1a1 + a2a2 + a3a3 +...+anan = b
4. (0, 2, 5) não é solução do sistema .

3. Sistemas de
5. A igualdade ax = b, com
equações lineares
Denomina-se sistema linear m · n o conjunto S de m
incógnita real x, a [ R e b [ R
equações lineares em n incógnitas, que pode ser repre- Observe igualdades desse tipo nos exemplos:
sentado assim: ​ 6 ​= 3, como o único valor real possível
Em 2x = 6, x = __
2
para x.
Em 0x = 7, não há valor real para x, uma vez que não há
número real que, multiplicado por 0, resulte 7.
Em 0x = 0, x pode assumir qualquer valor real, uma vez
que todo número real multiplicado por 0 dá 0.
De modo geral:

§ ax = b, com a i 0 ä x = __a​ b ​é o valor único de x;


Modelos:
§ ax = b, com a = 0 e b i 0 ä não existe valor real para x;
1. é um sistema linear 2 × 2 nas incógnitas.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ ax = b, com a = 0 e b = 0 ä x pode assumir qualquer


xey valor real.
Sua aplicação vai ser estudada nas resoluções de siste-
2. é um sistema linear 2 × 2 nas in- mas lineares.
cógnitas x e y, uma vez que equivale a
6. Sistemas lineares 2 x 2
3. é um sistema linear 3 × 3 nas incóg- 6.1. Resolução pelo método da adição
Resolver um sistema linear significa descobrir seu conjunto
nitas x, y e z. solução S, formado por todas as soluções do sistema.

69
A resolução dos sistemas lineares 2 × 2, em R × R, já
foi vista no Ensino Fundamental mediante métodos como
7. Interação geométrica dos
adição, substituição, comparação e outros. sistemas lineares 2 x 2
Os pares de números reais que são soluções de uma equa-
R x R é conjunto de todos os pares ordenados de
números reais. ção linear com duas incógnitas determinam uma reta (grá-
fico). A intersecção das duas retas das equações do sistema
determina uma solução, se ela existir.
Com os exemplos a seguir, será retomada a resolução pelo
método da adição: Representação gráfica dos três sistemas resolvidos por adição:

1. 1.

​ 51 ​= 3 (valor único de x)


17x = 51 ä x = ___
17

2 x + 5y = 1

​ –17 ​= –1 (valor único de y)


17y = –17 ⇒ y = ____
17
Assim, (3, –1) é o único par de R × R que é solução do
sistema.
O sistema tem S = {(3, –1)} e é um sistema possível e de-
terminado (tem uma única solução, ou seja, o conjunto
solução é unitário).
As retas concorrentes indicam que há um único par que
2. é solução do sistema (sistema possível e determinado).

2.
Se em 0y = –8, não há valor real para y; não há, portanto,
par de números reais que seja solução do sistema. O siste-
ma tem S = Ö e é um sistema impossível (não tem solução
alguma, ou seja, o conjunto solução é vazio).
2x - 4y = 2
3.

x - 2y = 5
Se 0y = 0, a incógnita y pode assumir qualquer valor real.
Se y = a, com a, [ R, e se for substituída em uma das
equações do sistema, obtém-se: As retas paralelas e distintas indicam que não há par que
seja solução do sistema (sistema impossível).
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2x – 6y = 8 ä 2x – 6a = 8 ä 2x = 8 + 6a ä
8 + 6a
ä x = ​ ______
 ​= 4 + 3a 3.
2
O par (4 + 3a, a), com a [ R, é a solução geral do siste-
ma. Para cada valor de a, há uma solução para o sistema,
como (7, 1), (4, 0), (1, –1), conforme a seja respectivamen-
te 1, 0 ou –1.
O sistema tem S = {(4 + 3a, a) | a [ R} e é um sistema
possível e indeterminado (tem infinitas soluções, ou seja, o
conjunto solução é infinito).

70
As retas coincidentes indicam que há infinitos pares que são 2.
soluções do sistema (sistema possível e indeterminado).
Nesse sistema, os coeficientes das mesmas incógnitas nas
duas equações são proporcionais. Contudo, essa propor-
8. Classificação de um cionalidade não se mantém nos termos independentes: 2
sistema linear 2 x 2 está para 3, assim como –6 está para –9, mas não como 5
está para 1. Assim, o sistema é impossível:
Os sistemas podem ser classificados de acordo com sua
solução da seguinte maneira:
–9 1 )
( __​ 23 ​ = ___
​ –6 ​ i __
​ 5 ​ 

3.

Nesse caso, há proporcionalidade entre os coeficientes das


mesmas incógnitas, e essa proporcionalidade mantém-se
nos termos independentes: –6 está para 3, assim como –2
está para 1, assim como 4 está para –2 (ou, ainda, a se-
gunda equação é o oposto do dobro da primeira). Assim, o
sistema é possível e indeterminado:

( ​ ___
–6 –2 4 )
3  ​ = ___
​  1  ​ = ___
​ –2 ​ 
Classificar um sistema linear 2 × 2 é simples. Basta obser-
var suas equações. Veja algumas condições para isso.
9. Discussão de um
§ Caso exista proporcionalidade entre os coeficientes das
mesmas incógnitas e essa proporcionalidade se mante- sistema linear 2 x 2
nha nos termos independentes, o sistema será possível
e indeterminado (SPI). Equações assim são denomina-
Nota
das equivalentes.
O sistema linear pode ser escrito na
§ Caso exista proporcionalidade entre os coeficientes das
mesmas incógnitas e essa proporcionalidade não se man-
tenha nos termos independentes, o sistema será impossí- forma matricial .
vel (SI). Equações assim são denominadas incompatíveis.
§ Caso não exista proporcionalidade entre os coeficien- A partir dessa forma matricial, pode-se aplicar o de-
tes das mesmas incógnitas, o sistema será possível e terminante da matriz dos coeficientes para saber se o
determinado (SPD). sistema é determinado ou não.

Resumindo:

No sistema , a matriz dos coeficientes

é , cujo determinante é D = a1b2 – a2b1.


a1 b1
É fácil observar que, se a__
​   ​ i __
​   ​, D = a1b2 – a2b1 i 0.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2 b2
Por isso, basta o sistema determinante da matriz dos co-
eficientes não ser nulo para o sistema ser determinado.
8.1. Exemplos de classificação
No entanto, se o determinante for nulo, não se pode
de sistemas fazer afirmação alguma, uma vez que restarão duas
possibilidades, SPI e SI. É possível saber que o sistema
1. não é determinado, mas não é possível classificá-lo
sem examinar os valores k1 e k2.
Os coeficientes das mesmas incógnitas nas duas equações
não são proporcionais: 3 é o triplo de 1 e –2 é metade de
–4. Portanto, o sistema é possível e determinado:
Observe o sistema
( ​ 3 ​ i ___
__
1 –4
​ –2 ​ ou 3(–4) i 1(–2) )
71
Nesse sistema de incógnitas x e y, o coeficiente a e o ter- Portanto:
mo independente b são chamados parâmetros, cujos valo- para k i 2, o sistema é possível e determinado
res não estão estabelecidos.
Discutir um sistema significa descobrir para que valores dos para k = 2, o sistema é impossível
parâmetros ele é possível e determinado, possível e inde-
terminado ou impossível. 2. Para que valores de a e b o sistema é
Para saber em que condições o sistema é SPD, pode-se cal- possível e indeterminado?
cular o determinante da matriz dos coeficientes do sistema.
No sistema dado, tem-se: Resolução:

Para que o sistema seja possível e indeterminado, deve ha-


ver inicialmente:
Se a i 6, D i 0, com a garantia de que o sistema é pos-
sível e determinado, independentemente do valor de b.
Se a = 6, D = 0, sem que seja possível classificar o sistema se
Entretanto, apenas D = 0 não garante que o sistema seja
as duas equações não forem observadas. Substituindo a = 6
possível e indeterminado; ele também poderia ser impossí-
no sistema, tem-se:
vel (que não é o caso desejado).
Deve-se substituir a = 2 no sistema e observar as equações:

Nesse caso, haverá proporcionalidade entre os coeficientes das


mesmas incógnitas. Para que ela se mantenha nos termos inde-
pendentes, é necessário que haja b = 2. Nessas condições, as
equações serão equivalentes e o sistema será indeterminado. Se Para que as duas equações sejam equivalentes, é preciso
b i 2, as equações serão incompatíveis e o sistema será possível. que b = 1 (desse modo, a primeira equação passa a valer
o dobro da segunda).
§ para a i 6, o sistema é possível e determinado (SPD)
(para qualquer b [ R); Assim, o sistema é possível e indeterminado para a = 2 e
b = 1.
§ para a = 6 e b = 2, o sistema é possível e indetermi-
nado (SPI); e 3. Determine os valores de a para que o sistema linear

§ para a = 6 e b i 2, o sistema é impossível (SI).


seja possível e determinado.

Aplicação do conteúdo Resolução:

1. Discuta o sistema linear . Para que o sistema seja possível e determinado, deve haver:
Resolução:
Cálculo do determinante dos coeficientes das incógnitas
em função de k: Assim, o sistema será possível e determinado sempre que
a i 3 e a i – 3.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

10. Sistemas lineares 3 x 3


§ D i 0, ou seja, 2 – k i 0 ä k i 2: o sistema é pos-
Considere o sistema de três equações com três incógnitas:
sível e determinado.

§ D = 0, ou seja, 2 – k = 0 ä k = 2: k = 2 deve ser subs-


tituído no sistema e as equações, observadas:

Nessas condições, com k = 2, o sistema terá conjunto solu- Analisando geometricamente, cada uma das equações de-
ção vazio, uma vez que as duas equações são incompatíveis. fine os planos p1, p2 e p3, respectivamente. O termo (x, y,

72
z) é solução desse sistema, se o ponto P(x, y, z) pertencer à 2. Segunda possibilidade: dois planos coincidem e o ter-
intersecção p1 > p2 > p3, isto é, se P estiver simultanea- ceiro é paralelo a eles
mente nos três planos.
Nesse caso, o sistema é impossível, não tem solução (SI).
Associadas a esse sistema, há duas matrizes: a incompleta
Prova de que isso ocorre: L2 é múltiplo de L1, ou seja, L2 = kL1,
(I) e a completa (II).
o que resulta L3 = kl1, mas L3 não é múltiplo de L1 apesar de
l3 = ml1.

Os vetores linha da matriz incompleta são l1 = (a1, b1, c1),


l2 = (a2, b2, c2) e l3 = (a3, b3, c3), e os vetores linha da matriz Exemplo:
completa são L1 = (a1, b1, c1, d1), L2 (a2, b2, c2, d2) e L3 = (a3,
b3, c3, d3). Todos não nulos.

10.1. Possibilidades para as posições


relativas dos três planos no espaço Nesse caso, L2 = 2L1; l3 = 4l1; mas L3 não é múltiplo de L1.
Assim, o sistema não tem solução e é impossível.
Existem oito possibilidades para as posições relativas dos
três planos, p1, p2 e p3, no espaço. 3. Terceira possibilidade: dois planos coincidem e o ter-
ceiro os intersecta segundo uma reta
1. Primeira possibilidade: os três planos coincidem
Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) da reta são soluções.
Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) de p1 são soluções Há, portanto, infinitas soluções. O sistema é possível e in-
do sistema. Há, portanto, infinitas soluções para o sistema: determinado (SPI). Prova de que isso ocorre: L2 = kL1
(portanto, l2 = kl1); mas l3 não é múltiplo de l1.

O sistema é possível e indeterminado (SPI).


Prova de que isso ocorre: L1, L2 e L3 são múltiplos uns dos
outros.
Por exemplo: Exemplo:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Nesse caso, L2 = 2L1, L3 = 4L1 e L3 = 2L2. p1 = p2, mas l3 = (4, 4, –1) não é múltiplo de l1 = (1,1, –1).
Por isso, p3 > p1 é a reta r. Essa reta é formada pelos
Da primeira equação x + y – z = 1, resulta que z = x pontos P(x, y, z), cujas coordenadas são as soluções
+ y – 1. Com isso, as soluções do sistema são todos do sistema:
os pontos da forma (x, y, x + y – 1), da qual x e y
são números reais arbitrários.
Por exemplo, são soluções (1, 1, 1); (1, 2, 2); (2, 5,6); etc.

Se z = 0, y = 1 – x.

73
Portanto, as soluções do sistema são todos os pontos da Exemplo:
forma (x, 1 – x, 0) para qualquer valor real de x. Por exem-
plo: são soluções (1, 0, 0); (2, –1, 0); (6, –5, 0) etc.
4. Quarta possibilidade: os planos são paralelos dois a dois

Nesse caso, o sistema não possui solução; é impossível (SI).


Observe: l2 = 2l1, mas L2 não é múltiplo de L1; e l3 não
Prova de que isso ocorre: cada um dos vetores, l1, l2 e l3
é múltiplo de l1.
é múltiplo do outro, mas os vetores L1­, L2 e L3 não são
múltiplos um do outro, dois a dois. Assim, o sistema é impossível.
6. Sexta possibilidade: os três planos são distintos e
têm uma reta em comum

Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) da reta r são solu-


ções; portanto, há infinitas soluções.
O sistema é possível e indeterminado (SPI). Prova de que
isso ocorre: nenhum dos vetores l1, l2 e l3 é múltiplo do
outro e L3 pode ser escrito, L3 = kL2 + mL1.

Exemplo:
Nesse exemplo há: l1, l2 e l3 múltiplos um do outro, mas
L1, L2 e L3 não múltiplos um do outro, dois a dois.
Esse sistema não tem solução, é impossível.
5. Quinta possibilidade: dois planos são paralelos e o
outro os intersecta segundo retas paralelas r [ s p1 > p2 > p3 = r
p1 e p2 são paralelos; logo, p1 > p2 = Ö. Resultado: p1
Exemplo:
> p2 > p3 = Ö. Portanto, o sistema não tem solução; é
impossível (SI).

Observe: nenhum dos vetores l1, l2 e l3 é múltiplo do


outro, bem como L3 = 2L1 + L2:

2L1 é 2x + 2y + 2z = 2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

L2 é 2x – y + z = 5
4x + y + 3z = 7 é L3
Assim, o sistema é indeterminado.
p1 > p2 > p3 = r. Essa reta é formada pelos pontos P(x,
y, z), cujas coordenadas são as soluções dos sistemas:

Prova de que isso ocorre: l2 = kl1, mas L2 não é múltiplo


de L1, uma vez que p1 // p2; além disso, l3 não é múltiplo
de l1, uma vez que p3 // p1.

74
Portanto, as soluções do sistema são todos os pontos da
( –4 +
2
x _____
forma ​ x, ​ ______
 ​,
2 )
​ 6 – ​ 
3x ​para qualquer valor real de x. São
soluções do sistema: (0, –2,3), (2, –1,0), (–2, –3,6), etc.
7. Sétima possibilidade: os três planos intersectam-se
dois a dois, segundo retas paralelas umas às outras

Nesse caso, o sistema é impossível (SI).


Os vetores l1, l2 e l3 não são múltiplos um do outro, uma
vez que não há paralelismo nem coincidência entre ne-
nhum dos planos. Além disso, é possível provar que l3 =
kl1 + ml2 e que L3 i kL1 + mL2.
Para saber se os vetores (1, 2, –3), (2, 3, 4) e (4, 7, –1) são

LI, deve-se verificar se o determinante é dife-


rente de zero.

Uma vez que i 0, os vetores são LI. Portanto,

esse sistema é possível e determinado (SPD).

Os próximos itens demonstrarão como determinar a solu-


ção de um sistema como esse.
Exemplo

11. Escalonamento de
sistemas lineares
Observe: os vetores l1, l2 e l3 não são múltiplos um do O método do escalonamento é utilizado para classificar,
outro, bem como l3 = 2l2 – l1, mas L3 i 2L2 – L1. resolver e discutir sistemas lineares de quaisquer ordens.
Vejamos: L3 = (9, 3, 5, 5); 2L­2 = (10, 4, 2, 4); – L1 = (–1, –1, A princípio, é necessário saber o que é um sistema linear
3, 1); logo, 2L2 – L1 = (9, 3, 5, 3) e L3 = (9, 3, 5, 5). Portanto, escalonado.
L3 i 2L2 – L1. Considerando um sistema genérico m × n, afirma-se que
Assim, esse sistema é impossível. ele está escalonado se a matriz dos coeficientes tem em
cada uma de suas linhas o primeiro elemento não nulo
8. Oitava possibilidade: os três planos têm um único
situado à esquerda do primeiro elemento não nulo da li-
ponto em comum
nha seguinte. Além disso, linhas com todos os elementos
Nesse caso, o sistema é possível e determinado (SPD). nulos devem estar abaixo de todas as outras. Ao observar
as equações do sistema escalonado, percebe-se que, na li-
É possível provar que o sistema tem uma única solução
nha considerada, a primeira incógnita com coeficiente não
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

se, e somente se, os vetores l1, l2 e l3 forem linearmente


nulo está sempre à esquerda da primeira incógnita com
independentes (LI).
coeficiente não nulo da linha seguinte.
Exemplo:
São exemplos de sistemas escalonados:

75
Se um sistema escalonado tiver mais incógnitas que equa-
ções e pelo menos um coeficiente não nulo em cada equa-
§ ção, ele será possível e indeterminado, uma vez que as
equações que faltam podem ser consideradas todas 0 = 0.
A incógnita que não aparece no começo das equações é
denominada incógnita livre.
12. Classificação e resolução de Nesse exemplo, z é a incógnita livre: z = k, com k [ R,
sistemas lineares escalonados para descobrir a solução geral do sistema.

Para classificar um sistema escalonado, basta observar a últi- Da segunda equação, obtém-se 3y – 6k = 0 ä y = 2k.
ma linha com bastante atenção, uma vez que a última linha Aplicando z = k e y = 2k, obtém-se x + 2k + k = 0 ä
num sistema de n incógnitas é a n-ésima linha; se não existir, x = –3k.
deve ser considerada totalmente nula (0x + 0y + 0z + ... = 0,
Portanto, o sistema é possível e indeterminado e sua solu-
equivale a 0 = 0), como mostrado nos segundo e terceiro
ção geral é (– 3k, 2k, k); k [ R.
exemplos anteriores.
Na última, é possível que haja: 4.
§ uma equação do primeiro grau com uma incógnita
Nesse caso, o sistema é possível e indeterminado (escalo-
(2z = 4; 5w = 0; z = –1, ...): o sistema é SPD;
nado, com duas equações e quatro incógnitas), e são duas
§ uma igualdade sem incógnita que é verdadeira (0 = 0; as incógnitas livres (y e t).
2 = 2; 5 = 5; ...): o sistema é SPI; e Deve-se fazer y = a e t = b, com a [ R e b [ R.
§ uma igualdade sem incógnita que é falsa (0 = 9; 0 = 2; Ao substituir nas equações:
0 = –4; ...): o sistema é SI. 1 – 3b
2z + 3b = 1 ä 2z = 1 – 3b ä z = ______
​   ​
2
Exemplo: 1 – 3b
2x – a + ______
​   ​ – b = 2 ä 4x = 2a – 1 + 3b + 2b + 4 ä
2
1. 2a + 5b + 3
ä 4x = 2a + 5b + 3 ä x = __________
​   ​
4

Sistema 3 x 3 já escalonado (número de equações = nú-


mero de incógnitas)
( ​ 
2a + 5b + 3 ______
Solução geral: ​__________
4
1 – 3b
 ​, a, ​   ​, b  ​
2 )
Da terceira equação resulta z = 2. 13. Determinante da
Da segunda equação, z = 2, obtém-se 4y – 2 × 2 = 0.
Logo, y = 1. matriz incompleta
Na primeira equação, 3x – 2(1) + 2 = –6 e daí x = –2. Da mesma forma que ocorre com o sistema 2 × 2, é pos-
sível usar um determinante para separar sistemas SPD dos
Conclusão: o sistema é possível e determinado, com demais (SPI e SI).
S = {(–2, 1, 2)}. Isso serve para sistemas 3 × 3 e mesmo para sistemas n x
n quaisquer. Num sistema 3 x 3 genérico, tem-se
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2.
,

Sistema 4 × 4 já escalonado.
A quarta equação permite dizer que o sistema é impossível, e o determinante da matriz incompleta seria .
logo, S = Ö. (matriz dos coeficientes)

3. Se D i 0, o sistema (3 × 3 ou n x n) é SPD.

Sistema 2 × 3 já escalonado. (número de equações < nú- Se D = 0, o sistema (3 × 3 ou n x n) não é SPD (portanto,
mero de variáveis) ou SPI ou SI).

76
É possível entender por que o determinante dos coeficien- 14.1. Processo para escalonamento
tes de um sistema n × n não é nulo se o sistema for deter-
minado; basta lembrar que o determinante de uma matriz
de um sistema linear
com uma fila de zeros é sempre nulo (propriedade). Caso o sistema linear não esteja escalonado, será possível
Observe que um sistema escalonado só não tem os coefi- obter, mediante algumas operações elementares, um siste-
cientes da última linha nulos se ele for determinado. ma equivalente a ele e que esteja escalonado. Para transfor-
mar um sistema não escalonado num sistema equivalente
escalonado, pode-se recorrer a alguns procedimentos.
Nota § Trocar a posição das equações:
Conhecida a classificação do sistema, será sempre
possível saber como será o determinante D:
SPD ∫ D i 0  SPI ∫ D = 0   SI ∫ D = 0
§ Multiplicar todos os termos de uma equação pelo mes-
mo número real diferente de zero:
3x – y + z = 5 ä 6x – 2y + 2z = 10
14. Sistemas lineares
§ Multiplicar os dois membros de uma equação por um
equivalentes mesmo número real diferente de zero e somar o resul-
Dois sistemas lineares serão equivalentes se tiverem o mes- tado aos membros correspondentes da outra equação:
mo conjunto solução.

Por exemplo, os sistemas e são

equivalentes, uma vez que, resolvidos, ambos apresentam § Se, no processo de escalonamento, resultar uma equação
S = {(6, 4)}. com todos os coeficientes nulos e o termo independen-
te diferente de zero, essa equação será suficiente para
afirmar que o sistema é impossível, ou seja, tem S = Ö.
Aplicação do conteúdo
0x + 0y + 0z = 7 ä S = Ö
1. Calcule a e b para que os sistemas e
Exemplos de sistemas que são escalonados e, posterior-
sejam equivalentes.
mente, classificados e resolvidos.

Resolução:
1.
Resolvendo o sistema .

Para anular os coeficientes de x na segunda e na terceira


equação:

§ multiplica-se a primeira por –2 e soma-se com a se-


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

gunda; e
Para que os sistemas sejam equivalentes, S = {(7, –2)}, § multiplica-se a primeira por 3 e soma-se com a terceira.
também deve ser equivalente o conjunto solução do outro
sistema dado: Em seguida, trocam-se as posições das duas últimas equa-
ções para que o coeficiente de y seja 1 na segunda equação:
ax + y = 12 ä a(7) + (–2) = 12 ä 7a – 2 = 12 ä
7a = 14 ä a = 2
2x – by = 20 ä 2(7) –b(–2) = 20 ä 14 + 2b = 20
ä 2b = 6 ä b = 3
O sistema obtido está escalonado e é equivalente ao siste-
Assim, a = 2 e b = 3. ma dado. Para resolvê-lo:

77
​ –32 ​= 2
§ z = ____ Portanto, S = Ö.
–16
6.
§ y + 5 · 2 = 13 ä y = 3

§ x + 2 · 3 + 2 = 7 ä x = −1
Sistema possível e determinado, cujo S = {(–1, 3, 2)}.
A incógnita y é livre.
2.
Para y = a, com a [ R, tem-se: x – 3a = 2 e daí x = 2 + 3a.
Assim, o sistema é possível e indeterminado, com solução
geral (2 + 3a, a).
Sistema possível e indeterminado (escalonado é 2 × 3); do
qual z é uma incógnita livre, ou seja, o valor de z pode ser
qualquer número real: 15. Discussão de um
z = a ä –7y + 4a = –8 ä –7y = –8 – 4a ä sistema linear
8 + 4a
ä y = ​ ______
 ​ Caso seja conveniente, o processo de escalonamento
7
também pode ser empregado na discussão de siste-
8 + 4a
x + 2 · ​ ______
 ​ – a = 3 ä 7x + 16 + 8a – 7a = 21 mas lineares.
7 a
5 –  ​
ä 7x = 5 – a ä x = ​ _____
7
Modelo:
(
Solução geral: ​_____
7
a ______
​ 5 – ​, )
​ 8 +  ​,
7
4a a ​.

Analisando o sistema empregando escalonamento.


3.

Sistema sem solução, portanto, S = Ö.


4.

Se 6b – 5 = 0, b = __ ​ 5 ​ , a terceira equação é eliminada


6
(0y = 0), e o sistema fica escalonado com duas equa-
ções e duas incógnitas: SPD com S = {(5, –5)}.
Esse sistema tem o número de equações maior que o nú- Se 6b – 5 i 0, b i __​  5 ​, a terceira equação fica impossível
mero de variáveis (3 × 2). 6
(0y = 6b – 5 i 0), e o sistema será impossível (SI).
Observe com atenção cada passagem.
As duas primeiras equações obtidas formam um sistema Para discutir um sistema qualquer, n × n, é conveniente uti-
lizar o cálculo do determinante da matriz dos coeficientes
​ –11 ​ = 1 e
escalonado que, resolvido, corresponde a y = ____ aliado ao escalonamento.
–11
x = 2 – 3 × 1 = –1.
Em primeiro lugar, calcula-se o determinante, de modo que
O valor y = 1 satisfaz também a terceira equação (7y = 7). seu valor não seja nulo, obtendo com isso as condições dos
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Assim, o sistema dado é possível e determinado e tem parâmetros para que o sistema seja SPD.
S = {(–1, 1)}.
Em seguida, com o mesmo determinante, impõe-se que
seu valor seja nulo para que sejam substituídos no sistema
5. os valores obtidos a partir dessa condição (se houver mais
de um valor para o mesmo parâmetro, haverá mais de um
sistema a ser considerado).
De 2y = –6, obtém-se y = –3, e de 3y = –24, obtém-se Em seguida, escalona(m)-se o(s) sistema(s) obtido(s) até a
y = –8.
última linha e, a partir dela, conclui-se a discussão do siste-
Assim, o sistema é impossível, pois não há, simultanea- ma de acordo com as classificações possíveis dos sistemas
mente, y = –3 e y = –8. lineares escalonados.

78
Aplicação do conteúdo 16. Resolução de sistemas
pela regra de Cramer
1. Discuta o sistema
Uma das regras mais tradicionais na resolução de sistemas
de equações lineares é a regra de Cramer, que apresenta
Resolução:
vantagens e desvantagens sobre outros métodos. A melhor
vantagem é que ela fornece os valores das incógnitas dire-
tamente como quociente de dois determinantes. Por outro
Se D i 0 ä a – 2 i 0 ä a i 2, será obtido SPD. lado, em comparação com o método do escalonamento,
ela apresenta duas desvantagens. A primeira delas é que a
Para D = 0 ä a = 2, é preciso escalonar ou, uma vez que regra de Cramer aplica-se tão somente se o determinante
esse sistema é 2 × 2, é preciso observar as duas equações. da matriz do sistema for diferente de zero; a segunda des-
Substituída a = 2, obtém-se . vantagem é que se trata de uma regra mais trabalhosa,
uma vez que pressupõe o cálculo de quatro determinantes
Os coeficientes da primeira equação são o dobro dos coefi- em vez do escalonamento de um único sistema 3 × 3.
cientes da segunda equação. Por isso, para que haja equações
Considere o sistema de três equações lineares com
​ 1 ​; para que sejam incompatíveis, b i __
equivalentes, b = __ ​ 1 ​. três incógnitas:
2 2
Portanto:

§ a i 2 ∫ SPD

​ 1 ​ ∫ SPI
§ a = 2 e b = __
2
​ 1 ​ ∫ SI
§ a = 2 e b i __ § A princípio, calcula-se D, o determinante da matriz dos
2 coeficientes do sistema (matriz incompleta):

2. Discuta o sistema em função dos

parâmetros a e b.
Resolução:
Se D i 0, é possível prosseguir, uma vez que o sistema é
possível e determinado (SPD).
Se D = 0, não se aplica a regra de Cramer.

§ Em seguida, para cada incógnita a ser determinada,


Para D i 0 ä a i 2 (SPD). calcula-se um novo determinante, que é o da matriz
obtida, substituindo-se, na matriz dos coeficientes, a
Com a = 2, obtém-se D = 0.
coluna dos coeficientes da incógnita a ser determinada
pela coluna dos termos independentes:
∫escalonando∫
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Dx (para determinar x) =

Na última linha, vai haver uma igualdade verdadeira, se


b + 1 = 0; portanto, b = –1 (SPI).
A igualdade será falsa para b + 1 i 0 ou b i –1 (SI). Dy (para determinar y) =
Portanto:

§ a i 2 ∫ SPD

§ a = 2 e b = –1 ∫ SPI Dz (para determinar z) =


§ a = 2 e b i –1 ∫ SI

79
D 76
§ O valor de cada incógnita é o quociente de cada um x = __
​  x ​ = ​ ___ ​= 4
D 19
desses determinantes por D, ou seja:
Dy 38
D Dy D y = __
​   ​ = ___
​   ​= 2
x = __
​  x ​  y = ​ __ ​  z = __
​  z ​ D 19
D D D
S = {(4, 2)}
A regra de Cramer pode ser aplicada para qualquer sistema
n x n, com D i 0.
b)
Demonstração dessa regra no sistema 2 × 2.
Considerando tratar-se de um sistema linear genérico, Resolução:
2 × 2, que seja determinado: com O sistema dado pode ser escrito como

__a b1
​ a 1 ​ i __
​   ​, ou seja, a1b2 i a2b1, ou ainda, a1b – a2b1 i 0. ​​ 3 ​ ​ ___
D = __ –1 ​ ​ = 11
2 b2 5 2
Resolução por adição:

​ 1 ​ ​ ___
Dx = ​__ –1 ​  = 6
4 2

​  3 ​ ​ __
Dy = ​ __ 1 ​  = 7
5 4
D 6  ​
x = __ ​  x ​ = ​ ___
D 11
Determinantes de matrizes obtidas a partir do sistema: Dy 7
y = __ ​   ​ = ___
​   ​
a b D 11
D = ​ __
​  a1 ​ ​ __1 ​  = a1b2 – a2b1 i 0
b2
{( 6  ​ · ___
S = ​ ​  ​ ___ )}
​  7  ​  ​  ​
2

c b 11 11
Dx = ​ __
​ c1 ​ ​ __1 ​  = b2c1 – b1c2
2 b
2 2. Resolva a equação matricial
a c1 aplicando a regra de Cramer.
Dy = ​ __
​  a1 ​ ​ __
c  ​  = a1c2 – a2c1
2 2
Resolução:
Comparadas as igualdades (I) e (II) com os valores de D, Dx
e Dy, é possível escrever D · x = Dx e D · y = Dy. Essa equação matricial é equivalente ao sistema

Uma vez que D i 0, há uma única solução para o sistema , do qual é a matriz coeficiente das
dada por:
incógnitas. Portanto:
D Dy
x = __
​  x ​e y = ​ __ ​
D D ​  1 ​ ​ ___
D = ​ __ –1 ​  = 7
2 5

Aplicação do conteúdo
​  4 ​ ​ ___
Dx = ​ __ –1 ​  = 21
1 5
1. Resolva os sistemas pela regra de Cramer.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a) ​  1 ​ ​ _ 4__ ​  = –7
Dy = ​ __
2 1

Resolução: D 21
–5 ​  = 19 i 0 x = __
​  x ​ = ​ ___
 ​= 3
​  2  ​ ​ ___
D = ​___ D 7
3 2
Dy –7
–5 ​  = 76 y = __
​   ​ = ___
​   ​= –1
​  –2 ​ ​ ___
Dx = ​___ D 7
16 2

​ 2 ​ ​ ___
Dy = ​__ –2 ​  = 38 Assim, a solução é , ou seja, x = 3 e y = –1.
3 16

80
D 9
x = __
​  x ​ = ​ __  ​
D 5
3. Resolva o sistema aplicando a regra Dy 12
de Cramer. y = __
​   ​ = ___
​   ​
D 5
Resolução: D 9
z = __
​  z ​ = __​   ​
D 5
O sistema dado não é sistema linear.
​ 1x ​= m e __
Se __ ​ 1y ​= n, o sistema toma a forma de um sistema ​ 9 ​, ___
A solução do sistema é dada pela terna ​__
5 5 5 ( )
​ 9 ​  ​.
​ 12 ​, __
linear 2 × 2 nas incógnitas m e n:

17. Sistemas lineares


homogêneos
D = ​__ 1  ​  ​ = –5
​  1 ​ ​ ___ Caso todos os termos independentes sejam nulos num
2 –3
sistema linear, o sistema será denominado sistema li-
​  3 ​ ​ ___
Dm = ​ __ 1  ​  = –10
near homogêneo.
1 –3
3 ​  = –5 São sistemas lineares homogêneos:
​  1 ​ ​ __
Dn = ​ __
2 1
D
m = ___ ​ –10 ​= 2
​  m ​ = ____
D –5
D –5
n = __
​  n ​ = ___
​   ​= 1 É importante observar que um sistema linear homogêneo
D –5
Portanto: n x n (com n > 2) é sempre possível, uma vez que admite
pelo menos a solução (0, 0, 0), denominada solução trivial,
nula ou imprópria.
Esses sistemas homogêneos, sempre possíveis, são os úni-
cos que podem ser classificados apenas a partir do cál-
culo determinante. Como não há chance de o sistema
( )
​ 1 ​, 1 ​é a solução do sistema inicial.
Assim, ​__
2
homogêneo ser SI, se o determinante for nulo, o sistema
homogêneo será SPI. Ainda assim, para resolver o sistema
4. Resolva o sistema de D = 0, ele deve ser escalonado.

Resolução: Aplicação do conteúdo

1. Verifique se o sistema é determinado ou


indeterminado.
Uma vez que D = 5 i 0, o sistema é SPD, o que permite
prosseguir. Resolução:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ Aplicando o determinante:

§ Aplicando o escalonamento:

O sistema é determinado; logo, S = {(0,0)}.

81
2. Resolva os sistemas:

a)

Resolução:

Se D = 0 e o sistema é homogêneo, ele só pode ser possível e indeterminado.


Determinando a solução geral:
Se y = k e se somada uma das equações, obtém-se

​ 6k ​ = __
4x – 6y = 0 ä 4x – 6k = 0 ä 4x = 6k ä x = __ ​ 3k ​
4 2

​ 3k ​e y = k tirada da primeira equação é também solução da segunda, uma vez que:
A solução x = __
2
6 · __ ​ 3k ​– 9k = 0
2

{( ) }
3k ​,k ​| k [ R ​
S = ​ ​  ​ __
2
b)

Resolução:

Se D i 0 e se o sistema é homogêneo, a única solução do sistema é a trivial, ou seja, S = {(0, 0, 0)}.

3. Determine a para que o sistema admita outras soluções além da solução trivial (0, 0, 0).

Resolução:

Para que um sistema homogêneo 3 x 3 admita outras soluções além da trivial, deve haver D = 0, ou seja:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Assim, a = 1.

82
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 21
Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

MODELO 1
(Enem) Na aferição de um novo semáforo, os tempos são ajustados de modo que, em cada ciclo completo
(verde-amarelo-vermelho), a luz amarela permaneça acesa por 5 segundos, e o tempo em que a luz verde per-
maneça acesa igual a 2/3 do tempo em que a luz vermelha fique acesa. A luz verde fica acesa, em cada ciclo,
durante X segundos e cada ciclo dura Y segundos.
Qual a expressão que representa a relação entre X e Y?
a) 5X – 3Y + 15 = 0
b) 5X – 2Y + 10 = 0
c) 3X – 3Y + 15 = 0
d) 3X – 2Y + 15 = 0
e) 3X – 2Y + 10 = 0

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conheci-
mentos para modelar e resolver problemas a partir da aplicação de expressões algébricas.
Seja Z o tempo que a luz vermelha fica acesa, tem-se:
2Z
X = ___ 3X
​   ​ ⇔ Z = ___
​   ​ e, portanto,
3 2
Y = 5 + X + Z ⇔ Y = 5 + X + ___ 3X
​   ​
2
⇔ 5X – 2Y + 10 = 0

RESPOSTA Alternativa B

VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

83
DIAGRAMA DE IDEIAS

SISTEMAS LINEARES

EQUAÇÕES SISTEMAS SOLUÇÃO DE


LINEARES LINEARES UM SISTEMA

a1x1 + a2x2 + a3x3 + ... + anxn = b a11x1 + a12x2 + a13x3 + ... + a1nxn = b1 (α1, α2, α3, ..., αn)
a21x1 + a22x2 + a23x3 + ... + a2nxn = b2 α1, α2, α3, αn →
S=
................................................. solução de cada uma das
x1, x2, x3, xn → incógnitas
a1, a2, a3, an → coeficientes am1x1 + am2x2 + am3x3 + ... + amnxn = bm equações do sistema
b → termo independente

SISTEMA 2×2 SISTEMA 3×3 CLASSIFICAÇÃO

a1x + b1y = k1 a1x + b1y + c1z = k1


a2x + b2y = k2 a2x + b2y + c2z = k2 Possível Impossível
a3x + b3y + c3z = k3 (SI)
Resolução pelo método
de adição Nesse sistema existem Determinado Indeterminado
duas matrizes associadas:
Interação geométrica (SPD) (SPI)
Os pares de números que - Completa
solucionam o sistema deter- a1 b1 c1
minam uma reta.
a2 b2 c2
a3 b3 c3

- Incompleta
a1 b1 c1 k1
a2 b2 c2 k2
a3 b3 c3 k3
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

84
SISTEMAS LINEARES

REGRA DE SISTEMAS LINEARES


ESCALONAMENTO
CRAMER HOMOGÊNEOS

Método para: Método de resolução de um Quando todos os termos


- classificar sistema possível e determinado independentes das equações
- resolver a1x + b1y + c1z = k1 lineares forem nulos.
- discutir
um sistema linear. a2x + b2y + c2z = k2
Utilizamos determinantes a3x + b3y + c3z = k3
nesse método
SPD → det ≠ 0 a1 b1 c1
SPI → det = 0 det = a2 b2 c2
SI = det = 0 a3 b3 c3
Sistemas equivalentes
Calcular o determinante
- Possuem o mesmo
D ≠ 0 → SPD → Prosseguir
conjunto solução.
D = 0 → Parar, pois não se aplica a regra

Os coeficientes devem ser os elementos


da matriz.

Para determinar x:
k1 b1 c1
D
Dx = k2 b2 c2 ⇒ x = __
​  x ​
D
k3 b3 c3

Para determinar y:
a1 k1 c1
Dy
__
Dy = a2 k2 c2 ⇒ y = ​ D ​
a3 k3 c3
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Para determinar z:
a1 b1 k1
D
Dz = a2 b2 k2 ⇒ z = __
​  z ​
D
a3 b3 k3

85
ANOTAÇÕES

________________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________

86
MATEMÁTICA

6
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
GEOMETRIA ANALÍTICA

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O Enem não possui uma boa incidência O candidato encontrará em ambas as fases
dos temas de geometria analítica. Caso questões com elevada dificuldade sobre
haja, a questão não terá um elevado grau circunferência, envolvendo ou não equa-
de dificuldade. ções da reta. Sessões cônicas elípticas não
possuem incidência considerável na prova.

A prova pode apresentar questões muito A prova sempre apresentará uma questão Por apresentar uma prova contextualizada
bem elaboradas sobre circunferências. sobre os temas deste livro abordando tam- em grande parte, poderá apresentar ques-
Além disso, todos os conceitos de geome- bém conceitos da geometria plana. tões medianas em ambas as fases sobre
tria analítica devem estar bem claros para circunferência e distância entre ponto e
os candidatos. reta.

A prova exigirá de seu candidato todas as A prova abordará a geometria analítica de A prova abordará as três primeiras aulas A prova apresentará questões de elevado
três primeiras aulas deste livro. uma forma contextualizada e mediana. O deste livro, com questões muito bem elabo- grau aos seus candidatos. É fundamental
candidato deve atentar-se ao posiciona- radas e dentro de um grau mediano. associar todos os itens de geometria plana
mento relativo de uma circunferência. e analítica.

UFMG
O candidato deve estar atento a todos os A prova exige de seu candidato a parte de A prova exigirá de seu candidato uma boa
temas abordados sobre geometria ana- geometria analítica, com elevado grau em análise da geometria analítica com ques-
lítica. suas questões. Secções cônicas têm baixa tões elevadas. Além disso, deve trazer todos
incidência em seu vestibular. os conceitos de geometria plana e espacial
para as questões.

As questões de geometria analítica da De forma objetiva, a prova abordará todos A prova tem baixa incidência de geometria
prova apresentarão alta dificuldade e estão os temas deste livro. Questões medianas analítica, porém as questões são muito
incluídas em todos os temas deste livro. e elevadas podem aparecer para os can- bem elaboradas.
didatos.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

88
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a distância do ponto A à reta r pedida nestes

DISTÂNCIA DE itens.
​ x  ​ + __
a) A (–1, 5) e r: __
y
​   ​= 1
PONTO A RETA,
4 3
Resolução:
ÂNGULOS E ÁREAS A equação de r deve ser disposta na forma geral:
y
​  x  ​ + __
__ ​   ​= 1 ä 3x + 4y = 12 ä 3x + 4y – 12 = 0
4 3

A distância de A (–1, 5) a r é:

MT AULAS
45 E 46
​ 3(–1) + 4 · 5 – 12 ​ ​–3
d = ​  ______________
  
d XXXXXX
​ 3 + 4  ​
2 2
+ 20 – ​
 ​ = ​  ___________
d
​ 25 ​
XXX
12 ​ = ​ __
5 ​= 1
5
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) ​ 2 ​(x + 1)
b) A(0, 0) e r: y – 4 = – __
3
2, 3 e 5 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 19, 20, 21,
Resolução:
22 e 23
​ 2 ​(x + 1) ä 3y – 12 = –2x – 2 ä
r: y – 4 = – __
3
ä 2x + 3y – 10 = 0
1. Distância de um A(0, 0)
ponto a uma reta 
d (A, r) = _______________
  
  ____​ ____
​ ​2 · 0 + 32· 0 –2 10 ​ = ​ ​–10 10​dXXX
13 ​
 ​ = ​  10  ​= ​ ______
 ​
​ XXXXXX
d 2 + 3  ​ ​dXXX
13 ​ ​dXXX 13 ​ 13
A geometria plana nos ensina que a distância de um ponto
A a uma reta r é a medida do segmento de extremidades 2. Um triângulo tem os vértices nos pontos A(1, 2), B(–3, –1)
em A e na sua projeção ortogonal sobre r. e C(2, –5). Calcule a medida da altura do triângulo
relativa ao lado BC.

Resolução:
A figura mostra que a medida da altura relativa ao lado
BC é igual à distância entre o ponto A e a reta-suporte do
lado BC.
Equação da reta-suporte do lado BC:

x y 1

Portanto, para calculá-la podemos recorrer a uma aplica- –3 –1 1 = 0 ä –x + 2y + 15 + 2 + 3y + 5x = 0


ção de perpendicularismo entre retas e, em seguida, calcu- 2 –5 1
lar a distância entre dois pontos. ä 4x + 5y + 17 = 0
Se o processo for aplicado para o caso genérico de um Cálculo da medida da altura:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

ponto P(xp, yp) e uma reta r de equação ax + by + c = 0,


| 4 . 1 + 5 . 2 + 17| ____ dXXX
​ 31​ 41 ​
​ 31 ​ ____
chegaremos a uma fórmula para o cálculo da distância d d = _______________
​    ______  ​ = ​   ​ = ​  31  ​ = ______  ​
de P a r: ​√42 + 52 ​ d 41 ​ ​dXXX
​ XXX 41 ​ 41
​ axp + byp + c ​ dXXX
d = ​  __________  ​ ​ 31​ 41 ​
Logo, a medida da altura é ______ ​.
d
​ XXXXXX
a2 + b2 ​ 41
Modelo: 3. São dadas as retas r e s, de equações 2x + 3y – 10 = 0
e 2x + 3y – 6 = 0, respectivamente. Sabendo que essas
Observe a distância do ponto A(3, 5) à reta r de equação retas são paralelas, calcule a distância entre elas.
x + 2y – 8 = 0, calculada no exemplo anterior:
dXX
​ 5​ 5 ​
 · 3 + 2 · 5 – 8 ​ __________
 – 8 = ​ ___
d=​ ​1_____________
    ​ = 3 + 10  ​ 5  ​ = ____  ​= ​dXX
5 ​
d
​ XXXXXX
1 + 2  ​
2 2 ​dXX
5 ​ ​dXX
5 ​ 5

89
Resolução: coeficientes angulares são m1 e m2, respectivamente. Elas
formam entre si o ângulo agudo u.
A geometria plana mostra que a distância entre duas retas
paralelas é igual à distância de um ponto P qualquer de
uma delas a outra reta.
Cálculo das coordenadas de um ponto P qualquer da reta r:
2x + 3y – 10 = 0

Se, arbitrariamente, x = –1, obtemos:


2(–1) + 3y – 10 = 0 ä –2 + 3y – 10 = 0 ä 3y = 12
äy=4

Portanto, P, (–1, 4).


Cálculo da distância de P à reta s u+b=aäu=a–bä
P (–1, 4) e s: 2x + 3y – 6 = 0 tg a – tg b m – m2
tg u = tg(a – b) = ____________
​   ​ = ________​  1  ​
1 + tg a · tg b 1 + m1m2
|axp + byp + c| ​ 2(–1) + 3 · 4 – 6 ​ ____
|4| Para u agudo:
d = ___________
​  _____ ​ = _______________
​    ______ ​ = ​  ___ ​ ä
​√13 ​
 

​ a2+b2 ​ √
​ 22 + 32 ​ m1 – m2
tg u = ​​ ________  ​  ​
1 + m1m2
d = ____ 4​dXXX
​  4  ​ = ​  13 ​
_____ ​.
d
​ XXX
13 ​ 13 § Se r e s forem paralelas, m1 = m2 e u = 0º.
dXXX
​ 4​ 13 ​
Logo, a distância entre as retas é _____  ​. § Se r e s forem perpendiculares, m1 . m2 = –1 e u = 90º.
13
§ Se uma das retas for vertical:

2. Ângulo formado
por duas retas
Convém lembrar que duas retas concorrentes determinam
quatro ângulos e que, conhecido um deles, determinamos
os demais:
Observemos que:

§ r e s são concorrentes e determinam os ângulos de


medidas a, b, g e d.

§ a + b + g + d = 360º u + a = 90º ä u = 90º – a ä

§ a = g e b = d (opostos pelo vértice) ​  1 ​ = __


ä tg u = tg (90º – a) = cotg a = ____ ​  1  ​
tg a m
 
​  1  ​  ​.
Considerando q agudo, tg u = ​__
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ a + b = d + g = 180º m

Aplicação do conteúdo
1. Determine o valor do ângulo formado pelas retas
r: y – 4 = 3 (x – 5) e s: 2x + y – 7 = 0.

Resolução:

§ y – 4 = 3(x – 5) ä m1 = 3
Consideremos duas retas concorrentes r e s oblíquas aos
eixos coordenados e não perpendiculares entre si, cujos § 2x + y – 7 = 0 ä y = –2x + 7 ä m2 = –2

90
Logo: Resolução:


​ 
3 – (–2)
tg u = ​________
1 + 3(–2)    ​  5  ​  ​= ​–1 ​= 1 ä
 ​  ​= ​___
–5
Cálculo da medida do lado BC:

∴ u = 45º d(B, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXX


(0
   + 3)2 + (–1 –1)2 ​= d​ XXXXX
9 + 4 ​= d​ XXX
13 ​

Cálculo da distância entre o vértice A e a reta-suporte do


2. Determine o valor do ângulo agudo formado pelas
retas: r: x = 4 e s: 2x + 6y – 1 = 0. lado BC:

Resolução: x y 1
–3 1 1 = 0 ⇒ x + 3 + 3y + x = 0 ä
§ x = 4 ä r é paralela ao eixo
0 –1 1
​ 1 ​x + __
§ 2x + 6y – 1 = 0 ä y = – __ ​ 1 ​ ä m = – __
​ 1 ​
3 6 3 ä2x + 3y + 3 = 0
O ângulo agudo u formado por r e s é tal que:

 
​ ax + by + c ​ 
​  1  ​  ​= 3 ä q ≈ 72º
tg u = ​___ d = ____________
​  A _____
   A  · 1 + 3 · 2 + 3 ​
 ​ = ​ ​2_____________
    ​ ä ​ 
​ 1 ​
– __ ​√a +b  ​
2 2 d
​ XXXXXX
22 + 32 ​
3
|11| 11
d = ____ ​ = ____
​   ​
3. Área de uma região triangular d 13 ​ d​ XXX
​ XXX 13 ​

Como determinar a área de uma região triangular ABC a Cálculo da área da região triangular:
partir dos pontos A, B e C?
​ 1 ​· d​ XXX
S = __ ​  11  ​ = ___
13 ​ · ____ ​ 11 ​ou 5,5
Pela geometria plana sabemos que a área da região trian- 2 ​ 13 ​ 2
d XXX

gular da figura é dada por: Logo, a área da região triangular é ___ ​ 11 ​ou 5,5 unidades
2
​ 1 ​(BC) · (AH)
S = __ de área.
2
Considerando os pontos não alinhados A(x1, y1), B(x2, y2) e
C(x3, y3) e seguindo a sequência do exemplo anterior, che-
gamos a uma igualdade que facilita o cálculo da área da
região triangular ABC.
Se os vértices de um triângulo são os pontos A(x1, y1), B(x2, y2)
e C(x3, y3), a área dessa região triangular será dada por:
​ 1 ​ ​ D ​
S = __
2
Na geometria analítica:
x1 y1 1
§ d(B, C), expressa a medida do lado BC; e da qual D = x2 y2 1
§ a distância de A à reta-suporte do lado BC expressa a x3 y3 1
medida da altura a AH.
coluna das ordenadas

Aplicação do conteúdo coluna das abscissas


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

1. Se um triângulo ABC tem como vértices os pontos A(1, Cálculo da área da região triangular ABC com A(1, 2),
2), B(–3, 1) e C(0, –1), calcule a área da região triangular. B(–3, 1) e C(0, –1), será:

1 2 1
D = –3 1 1 = 1 + 3 + 6 + 1 = 11
0 –1 1
​ 1 ​ ​D ​ = __
S = __ ​ 1 ​ ​ 11 ​= 5,5
2 2
Logo, a área da região triangular é de ___ ​ 11 ​ou 5,5 unidades
2
de área.

91
2.Dado um paralelogramo de vértices A(0,0), B(1,3), Resolução:
C(4,6) e D(3,3), calcule a área da região interior da figura.
A diagonal AC divide o paralelogramo em dois triângulos
de mesma área, logo podemos calcular a área do triângulo
ABC e multiplicá-lo por 2:
0 0 1
1
__ 1
__
AABC = ​   ​ |D| = ​   ​ 1 __1
2 2 3 1 = 2​   ​|-6| = 3
4 6 1

Logo, a área do paralelogramo é igual a 6.

DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

DISTÂNCIA DE UM ÂNGULO FORMADO ÁREA DE UMA


PONTO A UMA RETA POR DUAS RETAS REGIÃO TRIANGULAR

A y A
s
h
U
a
B r x B H C
b r
projeção ortogonal
de A em r m1 – m2 S = ​ 1__ ​(BC) · (AH)
tgU =​________  ​ 2
A → ponto (xa, ya) 1 + m1 · m2
d(B, C) → medida do lado BC
r → reta ax + by + c = 0
r e s → retas concorrentes não perpendiculares
​ axa + bya + c ​ m1 e m2 → coeficientes angulares
d = ​  ___________ ​
√ a2 + b2 - r e s paralelas m1 = m2 e U = 0º
- r e s perpendiculares m1 · m2 = –1 e U = 90º
d → distância
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

- Se uma das retas for vertical:


y
r
s
1
tg U = __
U m ​
a
x

92
Em seguida, vamos resolver o problema algebricamente,
isto é, encontrar uma equação da circunferência que passa
por esses pontos.

CIRCUNFERÊNCIA: 2. Definição
EQUAÇÕES De acordo com a geometria plana, a circunferência é o
REDUZIDA E NORMAL conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes
de um ponto fixo.

MT AULAS
47 E 48
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2, 3 e 5 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 19, 20, 21,
22 e 23

O ponto fixo é o centro da circunferência (ponto O da fi-


1. Introdução gura) e a distância constante é o raio da circunferência
(AO = OB = OC = r).
Na aula anterior, vimos como se representa uma reta por meio
de uma equação algébrica e a conveniência de se recorrer a
essa representação na resolução de problemas geométricos. 3. Equação da circunferência
Vamos estudar, de maneira análoga, a circunferência, tam- Considerando determinada situação em que a distância
bém geométrica, por meio de sua representação algébrica. entre os pontos P(x, y) e A(5, 3) é igual a 2, qual será a
relação que se pode estabelecer entre x e y?
A definição dela, diretamente associada ao conceito de
distância entre dois pontos, é nosso ponto de partida. Pela fórmula da distância, temos:
De acordo com a geometria plana euclidiana, assim como d(P, A) = d​  
XXXXXXXXXXXXXX
(x – 5)2 + (y – 3)2 ​
dois pontos distintos determinam um reta, três pontos não
colineares determinam uma circunferência. O problema
proposto é: "Dados os pontos A(1,2), B(0,3) e C(-7, -4),
determine geométrica e algebricamente a circunferência
que passa por eles".
Ao posicioná-los num sistema de eixos ortogonais, temos:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Uma vez que d(P, A) = 2, temos:


(x – 5)2 + (y – 3)2 ​= 2 ⇒ (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 ⇒
​d  
XXXXXXXXXXXXXX

⇒ x2 + y2 – 10x – 6y + 30 = 0
Logo, a relação estabelecida é (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 ou
x2 + y2 – 10x – 6y + 30 = 0.

É possível resolvê-lo geometricamente, desde que você re- O conjunto dos pontos P(x, y) situados a uma distância 2
lembre as propriedades da geometria plana. do ponto A(5,3) é a circunferência de centro A(5, 3) e raio 2.

93
Portanto, a relação (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 é satisfeita por Vejamos como ele funciona com a equação normal
todos os pontos P(x, y) da circunferência de centro A(5, 3) x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0:
e raio 2. Dizemos, por isso, que (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 é a
§ Agrupam-se na equação normal os termos em x e os
equação reduzida dessa circunferência.
termos em y, isolando no outro membro o termo inde-
Considerando genericamente O, (a, b) o centro, r o raio e pendente. Deixe um espaço depois dos termos em x e
P(x, y) um ponto da circunferência, obtemos: dos termos em y, e dois espaços no outro termo:
– a)2 + (y – b)2 ​= r ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 = r2
d(P, O) = d​ XXXXXXXXXXXXXX
(x
   x2 – 2x + ____ + y2 + 4y + ___ = 4 + ___ + ___

§ Somam-se a ambos os termos da equação valores con-


venientes, de modo que ambos os termos em x e os
termos em y transformem-se em um quadrado perfeito.
Na prática, os espaços vagos são usados para escrever es-
ses números. O número que completa o quadrado perfeito
em x é o quadrado da metade do inverso do coeficiente
de x, se o coeficiente de x2 for 1. Portanto, uma vez que
o coeficiente de x é –2, metade do inverso de −2 é 1 e o
quadrado de 1 é 1, somamos a ambos os membros:
x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + ___ = 4 + 1 + ___
Por isso, podemos escrever que uma circunferência do cen-
tro O(a, b) e raio r tem equação reduzida: Da mesma forma, o número que completa o quadrado perfei-
to em y é o quadrado da metade do inverso do coeficiente de
(x – a)2 + (y – b)2 = r2 equação reduzida da circunferência.
y, se o coeficiente de y2 for 1. Portanto, uma vez que o coefi-
ciente de y é 4, metade do inverso de 4 é −2 e o quadrado
Nota de −2 é 4, somamos 4 a ambos os membros:
No caso particular de o centro da circunferência estar x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + 4 = 4 + 1 + 4
na origem, ou seja, a = b = 0, a equação da circun- Obtemos, assim, os seguintes quadrados perfeitos:
ferência é x2 + y2 = r2.
x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + 4 = 4 + 1 + 4
(x – 1)2 (y + 2)2 32

Portanto, a equação x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0 representa


3.1. Equação normal da circunferência
uma circunferência de centro (1, –2) e raio 3.
Ao desenvolver a equação da circunferência
(x – a)2 + (y – b)2 = r2, obtemos o que se chama de
Nota
equação normal ou geral da circunferência:
Se os coeficientes de centro de x2 e y2 não forem 1,
x2 – 2ax + a2 + y2 – 2by + b2 – r2 = 0 ⇒
basta dividir toda a equação normal por um número
⇒ x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = 0 conveniente, de forma a torná-los 1.
Na prática é muito comum que as circunferências sejam
representadas por sua equação normal, como a circunfe-
2. Método da comparação
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

rência x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0. À primeira vista, essa


equação não nos permite identificar nem o centro nem o De acordo com esse método, devemos comparar os coeficien-
raio da circunferência em questão. Precisamos, portanto, tes dos termos das duas equações: a equação dada e a teórica.
aprender a obter o raio e o centro de uma circunferência x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = x2 + y2 – 2x + 4y – 4
a partir de sua equação normal. Dois métodos podem nos
auxiliar nessa tarefa. –2a = –2 ⇒ a = 1
–2b = 4 ⇒ b = –2
1. Método de completamento de quadrados
a2 + b2 – r2 = – 4 ⇒ 12 + (–2)2 – r2 = – 4 ⇒
O objetivo desse método é obter os quadrados perfeitos
⇒ 1 + 4 – r2 = – 4 ⇒ r2 = 9 ⇒ r = 3 ( não há raio negativo)
(x – a)2 e (y – b)2 a partir das informações apresentadas
na equação geral. Portanto, o centro da circunferência é (1, –2) e o raio é 3.

94
O método de completar quadrados é o melhor dos dois, d(P, A) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(2 – 1)2 + [(3 + 2)]2 ​= d​ 1XXXXXX XXX ⇒ r = d
+ 25 ​= d​ 26 ​ ​ 26 ​
XXX
uma vez que não compreende a memorização da forma
De acordo com a equação (x – a)2 + (y – b)2 = r2, obtemos:
teórica da equação normal e oferece a possibilidade de
trabalhar da mesma forma com outras equações (não só XXX)2 ⇒ (x – 1)2 + (y + 2)2 = 26 ⇒
(x – 1)2 + (y + 2)2 = (​d26 ​
com a da circunferência). Fica a seu critério a escolha do x + y – 2x + 4y – 21 = 0
2 2

método para resolver os exercícios. Logo, a equação é (x – 1)2 + (y + 2)2 = 26 ou


x2 + y2 – 2x + 4y – 21 = 0.
3.2. Condições de existência Generalizando: numa circunferência de centro C(a, b) e raio
Consideremos a equação genérica Ax2 + By2 + Cxy + Dx + r, seus pontos satisfazem a equação (x – a)2 + (y – b)2 = r2. Re-
Ey + F = 0. Para que ela represente uma circunferência, é ciprocamente, uma equação de variáveis x e y escrita nessa for-
necessário que sejam atendidas três condições: ma representa uma circunferência de centro C(a, b) e raio r > 0.
§ primeira condição: A = B ≠ 0, ou seja, o coeficiente 3. Verifique se a equação x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0 re-
presenta uma circunferência.
de x2 tem de ser igual ao coeficiente de y2;
Condição de existência:
§ segunda condição: C = 0, ou seja, não pode existir
o produto xy; e Em x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0, temos A = B = 1, C = 0,
D = – 4, E = – 8 e F = 19.
§ terceira condição: D2 + E2 – 4AF > 0, ou seja, garan-
timos que o raio é raiz de um número positivo; portan- Ao atender as três condições da existência:
1. A = B ≠ 0, pois A = B = 1
to, um número real.
2. C = 0
3. D2 + E2 – 4AF > 0, pois (– 4)2 + (– 8)2 – 4 ⋅ 1 ⋅ 19 = 4
Aplicação do conteúdo
Logo, a equação inicial representa uma circunferência.
1. Determine a equação de uma circunferência com cen-
Resolução:
tro no ponto O(–3, 1) e raio 3.
Mediante o processo completamento de quadrados e
Resolução: lembrando que x2 – 2ax + a2 = (x – a)2, obtemos:
x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0 ⇒
Usando a equação reduzida, obtemos:
x2 – 4x + ___ + y2 – 8y + ___ = – 19 + ___ + ___ ⇒
(x – a) + (y – b) = r ⇒ (x + 3) + (y – 1) = 3 ⇒
2 2 2 2 2 2
⇒ x2 – 4x + 4 + y2 – 8x + 16 = –19 + 4 + 16
⇒ x + y + 6x – 2y + 1 = 0
2 2 (x – 2)2 (y – 4)2 1

Logo, a equação é (x + 3)2 + (y – 1)2 = 9 ou ⇒ (x – 2)2 + (y – 4)2 = 12


x2 + y2 + 6x – 2y + 1 = 0. Logo, a equação inicial representa uma circunferência de
2. Determine a equação da circunferência com centro centro C(2, 4) e raio 1.
no ponto A(1, –2) e que passe pelo ponto P(2, 3).
4. Obtenha o raio e o centro da circunferência
x2 + y2 + 6x – 4y – 12 = 0.

Resolução:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Método de completamento quadrados:


x2 + 6x + __ + y2 – 4y + __ = 12 + __ + __
x2 + 6x + 9 + y2 – 4y + 4 = 12 + 9 + 4 ⇒
(x + 3)2 (y – 2)2 52

Portanto, a equação x2 + y2 + 6x – 4y – 12 = 0 representa


uma circunferência de centro (–3, 2) e raio 5.

Método da comparação:
Resolução:
x2 + y2 – 2ax – 2bx + (a2 + b2 – r2) = x2 + y2 + 6 x – 4 y – 12 = 0
De acordo com a figura, r = d(P, A). Portanto: (circunferência de centro (a, b) e raio r).

95
–2a = 6 ⇒ a = –3 Considerando que a equação da circunferência (reduzida
ou geral) é obtida a partir da condição d(P, C) = r, podemos
–2b = – 4 ⇒ b = 2
escrever:
a2 + b2 – r2 = –12 ⇒ (–3)2 + 22 – r2 = –12 ⇒
§ d(P, C) = r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 = r2 ⇔
9 + 4 – r2 = – 12 ⇒ r2 = 25 ⇒ r = 5 (não há raio negativo)
(x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 = 0 ⇔ P ∈ λ
Portanto, o centro da circunferência é (–3, 2) e o raio é 5.
§ d(P, C) < r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 < r2 ⇔
(x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 < 0 ⇔ P é interno a λ
4. Posições relativas de um § d(P, C) > r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 > r2 ⇔
ponto e uma circunferência (x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 > 0 ⇔ P é externo a λ
Se tivermos um ponto P(x1, y1) e uma circunferência λ1 de
centro C(a, b) e raio r, as posições relativas de P e λ1 serão: Aplicação do conteúdo
1. o ponto pertence à circunferência: 1. Dê a posição do ponto P relativa à circunferência em
cada item:
a) P(3,2) e λ: x2 + y2 – 6x + 5 = 0
Resolução:
Substituindo:
32 + 22 – 6 ⋅ 3 + 5 = 9 + 4 – 18 + 5 = 18 – 18 = 0
Logo, P ∈ λ.
b) P(5, –1) e λ: x2 + y2 – 6x – 2y + 8 = 0
Nesse caso, as coordenadas do ponto devem satisfazer a
equação da circunferência, e a distância entre P e C é igual a r. Resolução:

2. o ponto é interno à circunferência: Substituindo:


52 + (–1)2 – 6 ⋅ 5 – 2 (–1) + 8 = 25 + 1 – 30 + 2 + 8 =
= 36 – 30 = 6 > 0
Logo, P é externo a λ.
c) P(4, 3) e λ: x2 + y2 = 36

Resolução:

Substituindo:

Nesse caso, a distância do ponto ao centro é menor que 42 + 32 – 36 = 16 + 9 – 36 = –11 < 0


o raio. Logo, P é interno a λ.
3. o ponto é externo à circunferência: 2. Neste exemplo, vamos resolver algebricamente o
problema proposto na introdução da aula.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Determine uma equação da circunferência circunscrita ao


triângulo de vértices A(1, 2), B(0, 3) e C(–7, –4).

Resolução:
A equação da circunferência é
λ:(x – a)2 + (y – b)2 – r2.
§ A(1, 2) ∈ λ: (1 – a)2 + (2 – b)2 = r2 (I)
§ B(0, 3) ∈ λ: (–a) + (3 – b) = r
2 2 2
(II)
Nesse caso, a distância do ponto ao centro é maior que
o raio. § C(–7, 2) ∈ λ: (–7 – a) + (–4 – b) = r
2 2 2
(III)

96
Ao igualar (I) e (II), obtemos: Logo, a reta que passa por N com coeficiente angular
m­S = –1 é:
1 – 2a + a2 + 4 – 4b + b2 = a2 + 9 – 6b + b2 ⇒
⇒ –2a + 2b – 4 = 0 ⇒ - a + b – 2 = 0
y + __
2 ( )
​ 1 ​= –1 ​ x + __
​ 7 ​  ​ ⇒ 2y + 1 = –2x – 7 ⇒ 2x + 2y + 8 = 0 ⇒
2
x+y+4=0
Ao igualar (II) e (III), obtemos:
Centro O da circunferência
a2 + 9 – 6b + b2 = 49 + 14a + a2 + 16 + 8b + b2 ⇒
A intersecção das duas mediatrizes (retas concorrentes) é
⇒ – 14a –14b = 56 ⇒ a + b = – 4 obtida pela resolução do sistema
–a + b = 2 x–y+2=0
Ao resolver o sistema , encontramos:
a+b=–4
x+y+4=0
λ: (x + 3)2 + (y +1)2 = r2
Ao resolver esse sistema, encontramos x = –3 e y = –1.
Para encontrar o valor de r, empregamos a equação (I):
Logo, O(–3, –1).
(1 – a)2 + (2 – b)2 = r2 ⇒ (1 + 3)2 + (2 + 1)2 = r2 ⇒ r2 = 25
Raio da circunferência:
Portanto, a equação procurada é:
Distância do centro ao vértice B (poderia ser qualquer um
(x + 3) 2 + (y + 1)2 = 25. dos três vértices);
Outra maneira de resolver d(0, B) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(3 – 0)2 + (–1 – 3)2 ​= d​ XXXXXX
9 + 16 ​= 5
Lembramos que na geometria plana o centro da circunfe- Portanto, raio = 5.
rência circunscrita a um triângulo é o circuncentro, ou seja, A equação procurada é (x + 3)2 + (y + 1)2 = 25.
é o encontro das mediatrizes do triângulo. Vamos, portan-
to, obter a equação de duas mediatrizes e o ponto de in-
tersecção delas. O centro da circunferência será esse ponto
e o raio será a distância do centro a um dos três vértices.
Mediatriz do lado AB
Denominando a mediatriz do lado AB como reta r, pode-
mos relacionar seus coeficientes angulares, que são per-
pendiculares, da seguinte forma:

​ 3 – 2 ​
mAB = ____ = –1   mr = m ​ –1  ​ = ___
___ ​ –1 ​= 1
0 –1 AB –1
Ponto médio de AB: M ​ __ ( )
​ 5 ​  ​
​  1 ​,__
22
Desse modo, a reta que passa por M com coeficiente an-
gular mr = 1 é:

y – __
2 (
​ 5 ​= 1 ​ x – __)
​ 1 ​ ​ ⇒ 2y – 5 = 2x – 1 ⇒
2
⇒ 2x – 2y + 4 = 0 ⇒ x – y + 2 = 0

Mediatriz do lado BC
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Analogamente ao cálculo anterior, denominamos a media-


triz de BC como reta s e obtemos:

​  – 4 – 3) ​= 1
mBC = (_______
(– 7 – 0)
​  1  ​= –1
___
mS = – m
BC

(
Portanto, ponto médio de BC: N ​ – ​ __7 ​, – __
2 2 )
​ 1 ​  ​

97
DIAGRAMA DE IDEIAS

CIRCUNFERÊNCIA

DEFINIÇÃO EQUAÇÃO REDUZIDA

Conjunto de todos os pontos r


de um plano equidistantes de y
um ponto fixo b O (a, b)
B
r A
r
0 a x
r O
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
C
Centro da circunferência na
A, B, C → pontos sobre a circunferência origem, ou seja a = b = 0
r → raio x2 + y2 = r2
O → centro

CONDIÇÕES DE
EQUAÇÃO NORMAL
EXISTÊNCIA

Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0


x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = 0
Equação genérica
Para obter o raio e as coordenadas do cen-
tro, precisamos completar quadrados 1.ª condição
da equação dada.
A=B≠0
2.ª condição
C=0
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3.ª condição
D2 + E2 – 4AF > 0

Garante que o raio seja


um número positivo e real.

98
3. A reta t é exterior à circunferência:

CIRCUNFERÊNCIA:
POSIÇÕES
RELATIVAS
Nesse caso, a distância do centro da circunferência à reta
é maior que o raio. A reta e a circunferência não têm pon-
to comum.

MT AULAS
49 E 50
A partir das equações, vejamos como identificar qual des-
ses casos existe.

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2, 3 e 5 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 19, 20, 21,
Aplicação do conteúdo
22 e 23
1. São dadas a reta r, de equação 2x + y – 1 = 0, e a
circunferência de equação x2 + y2 + 6x – 8y = 0. Qual é a
posição da reta r em relação à circunferência?
1. Posições relativas de uma Resolução:
reta e uma circunferência Calculemos, inicialmente, as coordenadas do centro e o
Consideremos as três possíveis posições de uma reta em raio da circunferência:
relação a uma circunferência.
x2 + y2 + 6x – 8y = 0 ⇒
1. A reta t é secante à circunferência:
x2 + 6x + 9 + y2 – 8y + 16 = 9 + 16 ⇒
(x + 3)2 + (y – 4)2 = 25
Logo, C(–3, 4) e r = 5.

Vamos determinar, agora, a distância do centro à reta:


|2 (–3) + 1 (4) – 1| ___
______________ |–3| 3
d =  
​   ​ = ​   ​ = ___
​   ​ ≅ 1, 3
d
​ 2XXXXXX
2
+ 1  ​
2 d 5 ​ ​dXX
​ XX 5 ​

Nesse caso, a distância do centro da circunferência à reta Comparando d e r, obtemos d < r (1,3 < 5).
é menor que o raio. A reta e a circunferência têm dois
Logo, a reta r é secante à circunferência
pontos comuns.

2. A reta t é tangente à circunferência: Outra maneira de resolver:


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Se houver os pontos comuns à reta e à circunferência, eles


serão as soluções do sistema formado por suas equações:
2x + y – 1 = 0 ⇒ y = 1 – 2x
x2 + y2 + 6x – 8y = 0

Ao substituir y na segunda equação, obtemos:

x2 + y2 + 6x – 8y = 0 ⇒ x2 + (1 – 2x)2 + 6x – 8 (1 – 2x) = 0
Nesse caso, a distância do centro da circunferência à reta
⇒ x2 + 1 – 4x + 4x2 + 6x – 8 + 16x = 0 ⇒
é igual ao raio. A reta e a circunferência têm um único
ponto comum. ⇒ 5x2 + 18x – 7 = 0

99

O cálculo de ∆ será suficiente para determinar quantos Determinamos a equação reduzida da reta CP​ ​ e dela tira-
pontos comuns têm a reta e a circunfêrencia e qual a po- mos o coeficiente angular (m1):
sição relativa:
 y

​  x  ​ ​ __ ​ ​ __1 ​  ​= 0 ⇒ 3x + 5y – 2 – 15 + y – 2x = 0 ⇒
​___
–1 3 1
∆ = 182 + 140 = 324 + 140 = 464 > 0
⇒ 6y = –x + 17 ⇒ – y = –1/6x + 17/6 ⇒ m1 = –1/6
O valor de ∆ > 0 indica que há dois valores reais e distintos
A reta t procurada passa por P(5, 2) e é perpendicular à
de x e, consequentemente, há dois pontos comuns à reta
e à circunferência.
reta CP. Logo, seu coeficiente angular é 6, pois ​__
6 ()
​ 1 ​  ​6 = –1.
Portanto, a equação de t é y – 2 = 6 (x – 5) ou 6x – y – 28 = 0.
Logo, a reta é secante à circunferência.
3. A reta de equação x – y + k = 0 é tangente à circunfe-
Nota rência de equação x2 + y2 = 9. Calcule o valor de k.

A resolução completa do sistema permite descobrir quais Resolução:


são os dois pontos comuns à reta e à circunferência. Se a reta é tangente à circunferência, a distância do centro
até a reta é igual ao raio.
2. O ponto P(5, 2) pertence à circunferência de equação
x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0. Determine a equação da reta Centro e raio da circunferência:
t tangente a essa circunferência em P.
x2 + y2 = 9 ⇒ (x – 0)2 + (y – 0)2 = 32
Resolução:
Lembre-se de que se uma reta t é tangente a uma circunfe- Portanto, C(0, 0) e r = 3.
​_____›
rência de centro C em P, t é perpendicular à reta suporte CP ​
​ . Distância do centro (0, 0) à reta 1x – 1y + k = 0:

​ ​1 × 02–1 ×2  ​
 0 + k ​= ​ ___
​k ​
d = _____________
    ​
d
​ 1XXXXXX
+ 1  ​ d
​ XX 2 ​

Cálculo de k, sabendo que d = r:


 
​k ​ ​= 3 = ​k ​= 3​dXX
​  ___ 2 ​= k = ±3​dXX
2 ​
d
​ XX
2 ​

Outra resolução:

Ao calcular as coordenadas do centro C e o raio r, obtemos: Se a reta é tangente à circunferência, o sistema formado
pelas duas equações tem uma única solução:
x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0 ⇒
⇒ x2 + 2x + 1 + y2 – 6y + 9 = 27 + 1 + 9 ⇒ x–y+k=0⇒x=y–k

⇒ (x + 1)2 + (y – 3)2 = 37 x2 + y2 = 9

Portanto, C(–1, 3) e r = d​ 37 ​


XXX.
Ao substituir x na segunda equação, obtemos:
Vamos determinar o coeficiente angular m1 da reta que x2 + y2 = 9 ⇒ (y – k)2 + y2 = 9 ⇒ y2 – 2ky + k2 xy2 – 9 =
passa pelos pontos C(–1, 3) e P(5, 2); 0 ⇒ 2y2 – 2ky + k2 – 9 = 0
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ 2 – 3 ​= – __
m1 = _____ ​ 1 ​
5+1 6 Para que a solução seja única, devemos ter D = 0:
Calculemos, agora, a equação da reta t que passa pelo D = 4k2 – 8(k2 – 9) = 0 ⇒
ponto P (5, 2) e tem inclinação 6:
⇒ 4k2 – 8k2 + 72 = 0 ⇒
y – 2 = 6 (x – 5) ⇒ y – 2 = 6x – 30 ⇒ 6x – y – 28 = 0
​ 72 ​= 18 ⇒
⇒ – 4k2 + 72 = 0 ⇒ k2 = ___
4
Logo, a equação pedida é 6x – y – 28 = 0. ⇒ k = ± d​ 18 ​
XXX = ± 3​dXX2 ​

Outra maneira de resolver: 4. O ponto P(1, –2) é externo à circunferência de equa-


ção (x – 1)2 + (y – 2)2 = 8. Determine as equações das
Obtemos o centro C(–1, 3) como na primeira resolução. retas tangentes à circunferência que passam por P.

100
Resolução: Observamos na figura que o raio da circunferência pedida é
igual à distância entre o centro C e a reta t, portanto:
Pela equação dada, temos C(1, 2) e r = d​ XX
8 ​.
|1(1) + 1(3) + 2| _________
|1 + 3 + 2| ___
|6| 6 ____ dXX
r =_____________
  
​   ​= ​  ​   ​ = ​ 6​  ​
 ​ = ​   ​ = ___ 2 ​ = 3​dXX
2 ​
d
​ 1XXXXXX
2
+ 1  ​
2 d
​ XX
2 ​ d
​ XX 2 ​ 2
2 ​ d​ XX
A equação da circunferência pedida, sabendo que a = 1, b = 3
e r = 3​dXX
2 ​, é:
(x – a)2 + (y – b)2 = r2 ⇒ (x – 1)2 + (y – 3)2 = (3​d2 ​
XX)2⇒

⇒(x – 1)2 + (y – 3)2 = 18 ⇒


⇒ x2 + y2 – 2x – 6y – 8 = 0

Considerando o coeficiente angular m das retas t1 e t2, po-


2. Posições relativas de
demos escrever a equação geral dessas retas, lembrando
que passam por P(1, –2):
duas circunferências
Duas circunferências distintas podem ter dois, um ou
y + 2 = m(x – 1) ⇒ y + 2 = mx – m ⇒ nenhum ponto comum.
mx – y – 2 – m = 0
A partir das equações das duas circunferências podemos
Uma vez que a distância entre o centro C(1,2) e a reta descobrir quantos e quais são os pontos comuns e resolver
de equação mx – y – 2 – m = 0 deve ser igual ao raio r, o sistema formado por elas; bem como podemos identificar
obtemos: a posição relativa usando os dois raios e a distância entre
|m(1) – 1(2) – 2 – m| |m – 2 – 2 – m| __
________________
  
​      ​ = d​ XX 8 ​ ⇒   ____________
​  ​ 8 ​ ⇒
 ​ = √ os centros.
d
​ XXXXXX
m2 + 1 ​ d
​ XXXXXX
m2 + 1 ​
|–4| 4  ​= √
__ Considere uma circunferência de centro C1 e raio r1 e outra de
⇒ _______
​  8 ​ ⇒ ______
 ​ = d​ XX ​  _____ ​ 8 ​ ⇒ centro C2 e raio r2. A distância entre os centros será d(C1, C2).
d
​ XXXXXX
m2 + 1 ​ √
​ m2+1 ​
​  16  ​= 8 ⇒ 8m2 + 8 = 16 ⇒ 8m2 – 8 = 0 ⇒
⇒ ______ Observe as possíveis posições relativas das duas circunferências.
m2 + 1
⇒ m2 – 1 = 0 ⇒ m2 = 1 ⇒ m’ = 1 e m’’ = –1 1. Dois pontos comuns:

Calculemos, agora, as equações das retas t1 e t2, substituin-


do o valor de m na equação geral mx – y – 2 – m = 0.
Para m’ = 1, temos:
(1)x – y – 2 – 1 = 0 ⇒ x – y – 3 = 0
Para m” = –1, temos:
(–1)x – y – 2 – (–1) = 0 ⇒ –x – y – 1 = 0 ⇒ x + y + 1 = 0
Logo, as equações das retas tangentes t1 e t2 são x – y – 3 = 0
e x + y + 1 = 0. Secantes

5. Determine a equação da circunferência com centro |r1 – r­2| < d(C1,C2) < r1 + r­2
no ponto C(1, 3) e que é tangente à reta t de equação 2. Um ponto comum:
x + y + 2 = 0.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:

Tangentes exteriores

d(C1 , C2) = r1 + r2

101
b) x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 e x2 + y2 – 2x – 2y – 98 = 0
Resolução:
x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0

x2 + y2 – x – 2y – 98 = 0 ∙ (–1)

x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0
Tangentes interiores

d(C1,C2) = |r1 – r­2| –___________________
x2 – y2 + 2x + 2y + 98 = 0
3. Nenhum ponto comum: –18x + 198 = 0 ⇒ 18x = 198 ⇒ x = ___ ​ 198 ​ ⇒ x = 11
18
Ao substituir x na primeira equação, obtemos:
x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 ⇒
⇒ 112 + y2 - 20 ⋅ 11 – 2y + 100 = 0 ⇒
⇒ y2 – 2y + 1 = 0
D=0
​ 2 ± ​
0= 1
Circunferências externas
y = _____
2
d(C1 , C2) > r1 + r2
(11, 1) é o único ponto comum às duas circunferências;
ou portanto, elas são tangentes.
As circunferências tangentes podem ser externas ou
internas. É possível determinar sua posição relativa por
meio da distância entre os centros das circunferências
e por meio de seus raios (lembrando que os centros das
circunferências e o ponto de tangência estão sempre
alinhados).

Circunferência interna à outra

0 ≤ d(C1 , C2) < |r1 − r2|

Aplicação do conteúdo
1. Verifique nestes itens a posição relativa das duas
circunferências dadas. Se forem secantes ou tangentes,
determine os pontos comuns:
a) x2 + y2 = 30 e (x – 3)2 + y2 = 9
Circunferências tangentes externamente
Resolução: d(C1, C2) = r1 + r2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Ao resolver o sistema formado pelas duas equações, ob- ou


temos:
x2 + y2 = 30
(x – 3)2 + y2 = 9 ⇒ x2 + y2 – 6x = 0 ⇒
30 – 6x = 0 ⇒ 6x = 30 ⇒ x = 5
Ao substituir x na primeira equação, obtemos:

x2 + y2 = 30 ⇒ 52 + y2 = 30 ⇒ y2 = 5 ⇒ y = ± d​ XX
5 ​
Circunferências tangentes internamente
Logo, as duas circunferências são secantes e seus pon-
tos comuns são (5, d​ XX
5 ​) e (5, –​dXX
5 ​). d(C1, C2) = |r1 – r2|

102
Consideremos a primeira equação: Se ∆ < 0, não há solução para o sistema e as circunferên-
cias não têm ponto comum. Vejamos qual das duas situa-
x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 ⇒
ções se verifica:
⇒ x2 – 20x + 100 + y2 – 2y + 1 = –100 + 100 + 1 ⇒
⇒ (x – 10)2 + (y – 1)2 = 12
C1(10, 1) e r1 = 1
Consideremos, agora, a segunda equação:
x2 + y2 – 2x – 2y – 98 = 0 ⇒
⇒ x2 – 2x + 1 + y2 – 2y + 1 = 98 + 1 + 1 ⇒
⇒ (x – 1)2 + (y – 1)2 = 102
C2(1, 1) e r2 = 10 d < r1 − r2

Calculemos a distância entre os centros C1 e C2:

d(C1 , C2) = d​  


XXXXXXXXXXXXXXX
(10 – 12) + (1 – 12) ​= d​ 81 ​
XXX = 9

Uma vez que os raios medem r1 = 1 e r2 = 10 e 9 = |1 – 10|,


o resultado é d(C1, C2) = |r1 – r2|
Logo, as circunferências são tangentes internamente e o
ponto comum é (11, 1).
c) (x + 2)2 + (y – 2)2 = 1 e x2 + y2 = 1
d > r1 + r2
Resolução:
Ao calcular a distância entre os centros C1(–2, 2) e C2(0, 0),
Na circunferência (x + 2)2 + (y – 2)2 = 1, temos C(– 2, 2) obtemos:
e r = 1.
d(C1, C2) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(–2 – 0)2 + (2 – 0)2 ​= d​ XX
8 ​
Na circunferência x + y = 1, temos C (0 , 0) e r = 1.
2 2
Uma vez que os raios medem r1 = 1 e r2 = 1 e d​ XX
8 ​> 1 + 1,
Ao esboçar o gráfico, vemos que as circunferências não obtemos d > r1 + r2.
têm ponto comum e são externas:
Logo, as circunferências são externas.
d) (x – 3)² + (y – 2)² = 9 e x² + y² – 6x – 4y + 12 = 0

Resolução:

A circunferência (x – 3)2 + (y – 2)2 = 9 tem C(3, 2) e r = 3.


x2 + y2 – 6x – 4y + 12 = 0 ⇒
Resolvamos analiticamente. ⇒ x2 – 6x + 9 + y2 – 4y + 4 = –12 + 9 + 4 ⇒
Pelo sistema, obtemos: ⇒ (x – 3)2 + (y – 2)2 = 1
(x + 2)2 + (y – 2)2 = 1 ⇒ Portanto, a circunferência (x – 3)2 + (y – 2)2 = 1 tem C(3, 2)
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

x2 + y2 + 4x – 4y + 4 + 4 – 1 = 0 ⇒ 4x – 4y = –8 e r = 1.

1
4x – 4y = –8 ⇒ x – y = –2
x2 + y2 = 1

Substituindo x na segunda equação:


x2 + y2 = 1 ⇒ (y – 2)2 + y2 = 1 ⇒
⇒ y2 – 4y + 4 + y2 – 1 = 0 ⇒ 2y2 – 4y + 3 = 0
∆ = 16 – 24 = –8 < 0

103
DIAGRAMA DE IDEIAS

POSIÇÕES RELATIVAS CIRCUNFERÊNCIA

PONTO E
CIRCUNFERÊNCIA

Ponto pertence à circunferência Ponto externo à circunferência Ponto interno à circunferência

P
P
d d
P
C C C d

d=r ⇒ d>r ⇒ d<r ⇒

⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 = 0 ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 > 0 ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 < 0

RETA E
Secante Exterior Tangente
CIRCUNFERÊNCIA
r r r
A
d A
d
d
O O
B

d<r d>r d=r

Secante Tangentes exteriores

d d
C1 C2 C1 C2
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ r1 – r2 ​< d < r1 + r2 d = r1 + r2

104
POSIÇÕES RELATIVAS CIRCUNFERÊNCIA

CIRCUNFERÊNCIA E
CIRCUNFERÊNCIA

Tangentes interiores Internas Externas

d d d
C2
C1 C1 C2 C1 C2

d = |r1 – r2| O < d < |r1 − r2| d > r1 + r2

VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

105
SECÇÕES CÔNICAS:
ELIPSE

Ao construir o gráfico ponto a ponto, tem-se:


AF1 + AF2 = BF1 + BF2 = CF1 + CF2 = … = JF1 + JF2 = …

MT AULAS = LF1 + LF2 = … = 2a (constante), da qual 2a > 2c.

51 E 52
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2, 3 e 5 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 19, 20, 21,
22 e 23

1. Origem
Considere um cone circular reto. Utilizando um plano incli-
nado em relação ao eixo que intersecte todas as geratrizes
do cone, monta-se um corte como este:
A elipse é o conjunto de todos os pontos do plano que
satisfazem essa propriedade.

Se o plano for paralelo ao


plano da base, obtemos uma
circunferência, que também
é uma secção cônica.

Nesse caso, a secção cônica obtida é denominada elipse.

1.1. Definição e elementos


VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Considere, a princípio no plano do papel, dois pontos fixos


F1 e F2, tais que a distância entre eles seja 2c:

Suponha que será marcada uma série de pontos, de modo


que a soma das distâncias desses pontos aos pontos fixos F1 e
F2 seja sempre constante e maior que 2c. Na prática, isso pode
ser feito com o auxílio de um lápis, dois alfinetes e barbante.

106
Portanto, a elipse é o lugar geométrico dos pontos de um Da qual a = OA1 = OA2, c = OF1 = OF2 e b tal que b2 =
plano, de modo que a soma de suas distâncias a dois pon- a2 – c2. Essa equação é denominada equação reduzida da
tos fixos, denominados focos F1 e F2, seja constante, igual a elipse de focos nos eixos x e centro na origem.
2a e maior que a distância entre os focos (2a > 2c).
Observe:
Na figura, tem-se:

§ F1 e F2, focos da elipse, cuja distância entre eles é a


distância focal (2c);

§A
​ 1A2​, eixo maior da elipse, cuja medida é a soma que
consta da definição (2a);

§ B​ 1B2​, eixo menor da elipse, cuja medida é 2b;

§ o centro da elipse (intersecção dos eixos da elipse e


  
ponto médio de F​ 1F2​, A
​ 1A2​e B​ 1B2​); e

§ o número e = __a​ c ​, denominado excentricidade da elipse


(0 < e < 1).
Se os focos da elipse estiverem sobre o eixo y e o centro,
na origem, conforme a figura, a equação reduzida da elipse
Nota
será dada por:
—— ——
1. B​ 1B2​ ≅ OA
​ 2​, uma vez que ambos têm medida a. y2
​  x2 ​ + __
2
__ ​  2 ​= 1
2. No DB1OF2 é possível observar que b2 + c2 = a2. b a
Essa relação é fundamental na determinação dos Por analogia, chega-se às equações da elipse com um cen-
elementos da elipse. tro qualquer, O(x0, y0), e os eixos paralelos aos eixos x e y:

1. F​ 1F2​é paralelo ao eixo x, a = OA1, b = OB1 e a > b.
1.2. Equação da elipse
Considere a elipse com as extremidades do eixo maior nos
pontos A1(–a, 0) e A2(a, 0), do eixo menor em B1(0, b) e
B2(0, –b) e, consequentemente, o centro em O(0, 0).
Considere um ponto P(x, y) qualquer da curva.

De acordo com a definição, observa-se que:


PF 1 + PF 2 = A1F1 + A1F2 = A1A2 = 2a

(x – x0)2 ______
______ (y – y0)2
​  2 ​ + ​  2 ​ =1
a b

2. F​ 1F2​é paralelo ao eixo x, a = AO1, b = OB 1 e a > b.
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Em razão disso, tem-se


PF2 + PF1 = 2a ⇒ ​d  
(x – c)2 + (y – 0)2 ​+ ​d  
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
(x + c)2 + (y – 0)2 ​= 2a
Se essa igualdade for desenvolvida e se a2 – c2 for substitu-
ído por b2 (relação fundamental da elipse), obtém-se:
y2 (x – x0)2 ______
(y – y0)2
​  x2 ​ + __
2
__ ​  2 ​= 1 ______
​  2 ​ + ​  2 ​ =1
a b b a

107
Uma vez que a elipse passa pelo ponto P(3, 2), tem-se:
Aplicação do conteúdo
​  9  ​ + __
___ ​  4  ​= 1 ⇒ __​ 1 ​ + __
​  4  ​= 1 ⇒ __ ​ 3 ​ ⇒ b2 = ___
​  4  ​ = __ ​ 16 ​
36 b2 4 b2 b2 4 3
1. Determine a equação da elipse de focos F1(3, 0) e
Ao substituir a equação original, obtém-se:
F2(–3, 0) e vértice 2, que são as extremidades do eixo y2 3y2
​  x  ​ + ___ ​  x  ​ + ___
2 2
maior A1(5, 0) e A2(–5, 0).
___ ​   ​= 1 ⇒ ___ ​   ​= 1 ⇒ 4x2 + 27y2 = 144
36 ___ ​  16 ​ 36 16
3
Resolução: 3y2
​  x  ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é ___ ​   ​ = 1 ou 4x2+27y2 = 144.
36 16
De acordo com os dados, os focos estão no eixo x e tem-se:
4. A equação 5x2 + 9y2 – 20x – 18y – 16 = 0 representa
a=5ec=3 uma elipse de eixo maior paralelo ao eixo x. Determine
a2 = b2 + c2 ⇒ 25 = b2 + 9 ⇒ b2 = 16 o centro e os focos dessa elipse.

Nesse caso, a equação reduzida é:


y2 y2 Resolução:
​  x2 ​ + __ ​  x  ​ + ___
2 2
__ ​  2 ​= 1 ⇒ ___ ​   ​= 1
a b 25 16
y2 Uma vez que A1A2 é paralelo ao eixo x, deve-se escrever a
​ x  ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é ___ ​   ​= 1 equação na forma:
25 16
(x – x0)2 ______
______ (y – y0)2
​  2 ​ + ​  2 ​ =1
a b
Ao desenvolver a equação dada, tem-se:
5x2 + 9y2 – 20x – 18y – 16 = 0 ⇒
⇒ 5x2 – 20x + 9y2 – 18y = 16 ⇒
⇒ 5(x2 – 4x + 4) + 9(y2 – 2y + 1) = 16 + 20 + 9 ⇒
⇒ 5(x – 2)2 + 9(y2 – 2y + 1) = 16 + 20 + 9 ⇒
(x – 2)3 (y – 1)2
⇒ 5(x – 2)2 + 9(y – 1)2 = 45 ⇒ ______
​   ​ + ______
​   ​= 1
9 5
De acordo com a equação, conclui-se que:
2. Conhecendo os focos F1(0, d​ XX3 ​) e F2(0, – d​ XX
3 ​) e a excen-
1
__
tricidade e = ​   ​, determine a equação da elipse.
a2 = 9 ⇒ a = 3
2
b2 = 5 = b = d​ XX
5 ​
Resolução:

De acordo com os dados do problema, tem-se:


c = d​ XX 3 ​
e = __a​ c ​ = __
​ 1 ​ ⇒ a = 2c = 2​dXX3 ​
2
a2 = b2 + c2 ⇒ (2​dXX 3 ​)2 ⇒ 12 = b2 + 3 ⇒ b2 = 9
3 ​)2 = b2 + (​dXX
Ao fazer c2 = a2 – b2, obtém-se:
Os focos estão localizados no eixo y. Em razão disso:
c2 = 9 – 5 = 4 ⇒ c = 2
y2 y2
​  x2 ​ + __ ​ x  ​ + ___
2 2
__ ​  2 ​= 1 ⇒ __ ​   ​= 1 ⇒ 4x2 + 3y2 = 36
b a 9 12 Portanto, tem-se:
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

y2
​ x  ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é __ ​   ​= 1 ou 4x2 + 3y2 = 36. F1(2 – 2, 1) ⇒ F1(0, 1)
9 12
F2(2 + 2, 1) ⇒ F2(4, 1)
3. Numa elipse, as extremidades do eixo maior são os
pontos A1(6, 0) e A2(–6, 0). Sabendo que a elipse passa Assim, essa elipse tem centro O(2, 1) e focos F1(0, 1) e (4, 1).
pelo ponto P(3, 2), determine sua equação.

Resolução:

De acordo com os dados do problema, tem-se a = 6.


Uma vez que o eixo maior está sobre o eixo x, tem-se:
y2 y2
​  x2 ​ + __ ​  x  ​ + __
2 2
__ ​  2 ​= 1 ⇒ ___ ​  2 ​= 1
b a 36 b

108
DIAGRAMA DE IDEIAS

ELIPSE

DEFINIÇÃO E RELAÇÃO
EQUAÇÃO
ELEMENTOS FUNDAMENTAL

B1
b2 + c2 = a2 Centro no eixo de origem
b a
y2
​  x 2 ​+ __
2
__ ​  2 ​= 1
a b
A1 F1 O c F2 A2
Foco paralelo ao eixo x com a > b

B2 (x - x0)2 ______
______ (y - y0)2
​   ​ + ​   ​= 1
a2 b2
F1 e F2 → focos
|F1 F2| = 2c Foco paralelo ao eixo y com a > b

A1A2 → eixo maior (x - x0)2 ______


(y - y0)2
______
​  + ​   ​= 1
|A1 A2| = 2a b2 a2
B1B2 → eixo menor
|B1 B2| = 2b
O → centro
Excentricidade ⇒ e = ​ c__  ​(0 < e < 1)
b

VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

109
ANOTAÇÕES

________________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
VOLUME 6  MATEMÁTICA e suas tecnologias

_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________

110

Você também pode gostar