Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
editoração eletrôniCa
Felipe Lopes Santos
Letícia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira
imagenS
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN: 978-85-9542-195-0
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusi-
vo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2022
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
QUÍMICA
ATOMÍSTICA 5
AULAS 1 E 2: MODELOS E ESTRUTURAS ATÔMICAS 7
AULAS 3 E 4: ÍONS E DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA 16
AULAS 5 E 6: TABELA PERIÓDICA 22
AULAS 7 E 8: PROPRIEDADES PERIÓDICAS 28
QUÍMICA GERAL 37
AULAS 1 E 2: PROPRIEDADES DA MATÉRIA 39
AULAS 3 E 4: DIAGRAMAS DE MUDANÇAS DE ESTADOS 46
AULAS 5 E 6: SISTEMAS 52
AULAS 7 E 8: ANÁLISE IMEDIATA 58
CÁLCULOS QUÍMICOS 67
AULAS 1 E 2: GRANDEZAS QUÍMICAS 69
AULAS 3 E 4: FÓRMULAS E LEIS PONDERAIS 78
AULAS 5 E 6: INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA 84
AULAS 7 E 8: ESTEQUIOMETRIA: PUREZA, RENDIMENTO E EXCESSO DE REAGENTE 90
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de
produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
Competência 1
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações
científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, con-
H8
Competência 3
Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos,
aspectos culturais e características individuais.
Competência 4
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos
Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Competência 5
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas,
H17
como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 6
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos,
H22
ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais,
H23
sociais e/ou econômicas.
Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 7
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 8
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual,
H30
coletiva ou do ambiente.
QUÍMICA
ATOMÍSTICA
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O tema de propriedades da tabela periódi- Esta frente é abordada de maneira bem Os assuntos abordados aparecem de ma-
ca é cobrado de forma teórica ao comparar interdisciplinar, com assuntos como os neira bem contextualizada com as outras
diferentes elementos. modelos atômicos e as propriedades da frentes de Química. Nessa prova, ocorre
tabela periódica. com frequência o tema distribuições ele-
trônicas e como ele se relaciona com as
propriedades da tabela periódica.
Entender a dinâmica da distribuição ele- O tema distribuição eletrônica e sua rela- Os assuntos desta frente são cobrados em O tema propriedades periódicas é cobrado
trônica e como ela se relaciona com as ção com as propriedades da tabela peri- conjunto com os assuntos das outras, sen- em conjunto com os assuntos das outras
propriedades periódicas são importantes ódica são abordados de tal maneira que do o tema propriedades periódicas o mais frentes.
para questões relacionadas à esta e as são necessários para o entendimento de recorrente.
outras frentes. diversas questões.
UFMG
O assunto de propriedades da tabela peri- Distribuição eletrônica e propriedades da O assunto abordado nesta frente se relacio-
ódica é cobrado de forma teórica ao com- tabela periódica são os temas mais cobra- na bastante com as outras pelo estudo de
parar diferentes elementos, assim como dos nesta frente. propriedades da tabela periódica.
é necessário para interpretar e entender
outras questões.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Esta frente é abordada de maneira concei- O tema distribuição eletrônica e proprie- Interpretação e bom entendimento dos
tual, com ênfase nos assuntos de tabela dades de tabela periódica são cobrados de conceitos são importantes para a resolução
periódica e distribuição eletrônica. maneira teórica, a interpretação e o bom das questões de distribuição eletrônica e
entendimento do conceito são importantes. propriedades da tabela periódica, que são
cobrados de maneira bem teórica.
6
5. As reações químicas comuns não passam de uma reor-
ganização dos átomos.
6. Os compostos são formados pela combinação de áto-
Lei de Lavoisier
CN
(conservação da massa)
AULAS
1E2
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 3 e 7 3, 8, 17 e 24
ESTANHO + AR ÓXIDO DE ESTANHO
+ ESTANHO NÃO
REAGIDO + AR
DESOXIGENADO
2. Modelos atômicos
2.1. Modelo de Dalton (bola de bilhar)
multimídia: vídeo
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
7
Thomson submeteu esses gases a voltagens elevadíssimas
(cerca de 10.000 volts); em consequência, surgiu uma lumi-
nescência na parede oposta ao cátodo (eletrodo negativo)
que recebeu o nome de raios catódicos. Em seguida, foi apli-
cado um campo elétrico externo e, por fim, verificou-se que o
feixe de raios catódicos era desviado, sempre indo na direção
e sentido da placa carregada positivamente. Thomson con-
cluiu que essas emissões possuíam cargas negativas. multimídia: site
Independentemente do tipo de gás utilizado no experimento,
o resultado era sempre o mesmo. Com isso, Thomson chegou https://phet.colorado.edu/sims/html/rutherford-scattering/
à conclusão lógica de que essas cargas negativas estavam latest/rutherford-scattering_pt_BR.html
presentes em toda e qualquer matéria e eram parte integran-
te delas. Assim, provou-se que, ao contrário do que Dalton
havia afirmado, o átomo não era indivisível, pois possuía uma
partícula subatômica negativa, que foi denominada elétron.
2.3. Modelo de Rutherford
Tubo de Crookes (sistema solar ou sistema planetário)
A Em 1911, Ernest Rutherford (1871-1937), ao estudar a tra-
jetória de partículas α (partículas positivas) emitidas pelo
C elemento radioativo polônio, bombardeou uma fina lâmina
de ouro.
Em seus experimentos, ele observou que a maioria das par-
tículas α atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvio
em sua trajetória; de fato, algumas sofriam desvio, e outras,
C - Cátodo (-) | A - Ânodo (+)
em número muito pequeno, batiam na lâmina e voltavam.
O
Lâmina
de ouro
Partículas alfa
8
No entanto, havia uma questão a ser respondida: se o ouro modelo não poderia existir, pois, de acordo com o eletromag-
apresenta núcleos positivos, como explicar o fato de a lâ- netismo, os elétrons, como qualquer carga em movimento
mina de ouro ser eletricamente neutra? acelerado, ao girarem ao redor do núcleo emitiriam radiação
(energia) e, ao emitirem essa radiação, eles perderiam ener-
Rutherford, para completar o seu modelo, imaginou que
gia. Assim, o elétron deveria gradativamente emitir radiações
elétrons giravam ao redor do núcleo, uma vez que, se es-
e cada vez mais se aproximar do núcleo, em uma órbita espi-
tivessem parados, acabariam se chocando com o núcleo
ralada, até finalmente se chocar contra ele, “acabando” com
positivo devido à atração eletrostática. Em síntese, o átomo
o átomo. Entretanto, isso nunca foi observado (caso ocorresse,
seria semelhante ao Sistema Solar.
o átomo “duraria” aproximadamente 10-11 segundos).
Rutherford defendeu que o átomo era uma partícula mui-
O modelo atômico de Rutherford também não explica-
tíssimo pequena composta de duas regiões: uma interna,
va os espectros atômicos (ou descontínuos): os átomos,
o núcleo, onde estaria concentrada praticamente toda a
quando submetidos à baixa pressão e sob alta tensão (na
massa do átomo – de carga elétrica positiva, composta por
forma gasosa, dentro de uma lâmpada), não emitiam um
partículas denominadas prótons (nessa época ainda não
espectro contínuo, mas apenas algumas linhas coloridas,
sabiam da existência dos nêutrons); outra externa, de mas-
permanecendo o restante totalmente escuro, consideran-
sa desprezível, onde estariam os elétrons, diminutas partí-
do somente o espectro visível ao olho humano (lembran-
culas negativas em movimento ao redor do núcleo, região do que, na época, qualquer fonte luminosa – seja a luz
essa que foi denominada de eletrosfera. A eletrosfera (ou do Sol ou de lâmpadas incandescentes – apresentava es-
seja, o tamanho do átomo) seria cerca de 10 mil a 100 mil pectro contínuo; a Física Clássica não conseguia explicar
vezes maior que o núcleo. a existência do espectro descontínuo).
Lâmpada
2.4. Modelo clássico incandescente Espectro contínuo
9
Em 1913, o cientista dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) § Os elétrons absorvem ou emitem uma quantida-
aprimorou o modelo atômico de Rutherford utilizando a de bem definida de energia (quantum de energia)
teoria quântica proposta por Max Planck, segundo a qual ao saltar de uma órbita estacionária para outra.
a energia não é emitida de forma contínua, mas em ”paco- Ao retornar à órbita de origem, o elétron emite ou
tes” denominados quantum de energia. Veja os principais absorve um quantum de energia (igual ao absor-
postulados de Bohr: vido em intensidade), na forma de luz de cor bem
§ Os elétrons descrevem na eletrosfera sempre órbitas definida ou outra radiação eletromagnética, como
circulares ao redor do núcleo, denominadas órbitas es- ultravioleta ou raios X (denominado fóton). Essa
tacionárias. Girando em uma órbita estacionária, o energia é exatamente igual à diferença de energia
elétron não emite nem absorve energia. entre as órbitas em questão. Esse salto é chamado
de salto quântico.
§ Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham uma
determinada quantidade de energia (quantum) e assumem Dessa forma, o modelo atômico de Rutherford, corrigido
valores bem determinados de energia em cada órbita esta- pelas ponderações de Bohr, ficou conhecido como modelo
cionária, sendo impossível ocupar estados intermediários. atômico de Rutherford-Bohr.
VIVENCIANDO
O uso de fogos de artifício é muito comum em festas de fim de ano, e a química exerce um papel essencial nessas
celebrações. Tudo começa com a teoria de Niels Bohr, que afirma que, quando um átomo recebe energia, seu elétron
é deslocado para um nível mais energético, que é o que chamamos de estado excitado. Quando esse elétron perde
energia e desce para o nível de origem, a energia é dissipada em forma de luz (fótons) no espectro visível. Como
cada elemento químico possui órbitas com níveis de energia com valores diferenciados, o fóton de energia emitido
será diferente para cada um. Assim, cada elemento químico emitirá uma cor característica. Dessa maneira, se for
utilizado, por exemplo, oxalato de estrôncio (SrC2O4) ou nitrato de estrôncio ((Sr(NO3)2), será fornecido o íon Sr2+, que
resultará na cor vermelha; ou se for usado cloreto ou nitrato de cobre (CuCℓ2 e NH4Cu(NO3)3), será produzido o íon
Cu2+, que fornecerá a cor verde ou azul. A seguir, uma tabela mostra as cores dos elementos ao sofrerem excitação
por uma chama:
Sódio Amarelo
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Estrôncio Vermelho
Bário Verde
Ferro Dourado
Cálcio Amarelo
Alumínio Branco
Cobre Verde
10
§ Para o elemento sódio (Na, Z = 11), que possui massa
23: 11
23
Na ou 11Na23.
Observe que o número de nêutrons não está indicado, sen-
do necessário tirar a diferença entre o número de massa e
número atômico (N = A – P) para descobrir o número de
nêutrons existentes no átomo.
multimídia: site
3.1. Elemento químico
https://phet.colorado.edu/sims/html/build-an-atom/la-
test/build-an-atom_pt_BR.html Elemento químico é o conjunto de átomos com o
mesmo número atômico (Z).
O
18
§ Para o elemento ferro (Fe, Z = 26), que possui massa 8 0,20
56: 26
56
Fe ou 26Fe56.
F
19
9 100
11
Nota: isótopos pertencem sempre ao mesmo elemento Como X e Y são isóbaros ⇒ a = 137
químico, uma vez que possuem o mesmo Z. São, portanto,
Como Y e Z são isótopos ⇒ c = 56
representados pelo mesmo símbolo.
Como X e Z são isótonos ⇒ a – b = 138 – c
O único caso em que os isótopos possuem nomes e símbo-
los diferentes é o do elemento hidrogênio: Substituindo os valores de a e c, calculados anteriormente:
§ 1 1 H
⇒ prótio ou hidrogênio leve (H) 137 – b = 138 – 56 ⇒ b = 55
§ 1 2 H
⇒ deutério ou hidrogênio pesado (D) b = número atômico de X.
§ 1 3 H
⇒ trítio ou tritério (T) Alternativa C
2. O germânio (Ge) apresenta o número atômico 32 e o nú-
4.2. Isóbaros mero de massa 72. Qual das proposições seguintes é falsa?
a) Cada núcleo de germânio contém 32 prótons.
Isóbaros são átomos com o mesmo número de massa (A) b) É isóbaro do átomo de selênio, de número atômico
e números diferentes de prótons (P = Z) e nêutrons (N). 34 e número de massa 72.
c) Cada átomo de germânio contém 32 nêutrons.
Nota: isóbaros são sempre átomos de elementos químicos d) Um átomo de germânio contém 32 elétrons.
diferentes. e) O núcleo representa uma fração muito pequena no
volume do átomo de germânio.
§ e
6C
14
⇒ A = 14
7N
14
Resolução:
§ 26
F e e 27
57
o ⇒ A = 57
C
57
c) contém nêutrons;
II. Y tem número atômico 56, número de massa 137 e é
d) concentra praticamente toda a massa do átomo;
isótopo de Z.
e) contém prótons e nêutrons.
III. O número de massa de Z é 138.
Resolução:
O número atômico de X é:
a) 53 b) Incorreta – As partículas presentes na eletrosfera
b) 54 possuem carga negativa.
c) 55 c) Incorreta – A eletrosfera não contém nêutrons.
d) 56 d) Incorreta – A região central do átomo (núcleo) é
e) 57 que contém praticamente toda a massa do átomo,
não a eletrosfera.
Resolução: e) Incorreta – A eletrosfera comporta apenas partícu-
A partir do enunciado, pode-se montar o seguinte esquema: las de carga negativa (elétrons).
X
56Y cZ
a 137 138
b Alternativa A
12
4. (ETF-SP) No fim do século XIX, começaram a aparecer
evidências de que o átomo não era a menor partícula
constituinte da matéria. Em 1897, tornou-se pública a
demonstração da existência de partículas negativas,
por um inglês de nome:
a) Dalton.
b) Rutherford.
c) Bohr. multimídia: livro
d) Thomson.
e) Proust.
Peter W. Atkins e Loretta Jones - Princípios de
Química – Questionando a Vida Moderna e o
Resolução: Meio Ambiente
O cientista que descobriu a existência de partículas nega- O livro encoraja estudantes a pensarem e a desenvolve-
tivas (elétrons) foi o Thomson, através da experiência com rem uma compreensão sólida da química, desafiando-os
tubo de raio catódico. a questionarem e a obterem um nível mais alto de enten-
dimento da matéria. A obra apresenta a química como
Alternativa D algo atual e dinâmico ao mostrar a relação entre ideias
químicas fundamentais e suas aplicações.
O Grande Colisor de Hádrons (em inglês Large Hadron Collider – LHC) foi inaugurado em 10 de setembro
de 2008. Trata-se do maior acelerador de partículas do mundo. Um dos principais objetivos do LHC é tentar
explicar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço. Uma dessas
experiências envolve a partícula bóson de Higgs. Essas informações podem ser obtidas por meio do choque
entre as partículas, como choques entre próton e elétron, próton e próton, próton e antipróton... Um feixe de
partículas é acelerado até atingir uma energia de aproximadamente 7 TeV (tera elétron-volt), e, a partir desse
choque, é possível obter as informações desejadas.
13
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 3
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
MODELO 1
(Enem) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de cozimento sobre a
chama azul do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor pode suscitar interpretações
diversas, relacionadas às substâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de cozinha (NaCℓ), nela se
encontram carboidratos, proteínas e sais minerais.
Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela
a) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro;
b) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama;
c) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato;
d) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio;
e) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse tipo de exercício é típico para se trabalhar atribuições teóricas do Enem. Na questão, era necessário
recordar os conceitos básicos característicos dos modelos atômicos.
No caso da abordagem da questão, para se chegar a uma alternativa é necessário fazer a associação
com o único metal citado no enunciado, isto é, o sódio, pois não são citadas outras possibilidades para a
mudança da cor da chama, como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao
derramamento da água de cozimento.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Pressupõe-se então que, na água de cozimento, estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do
NaCℓ.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte
de energia externa, e a cor visualizada é o amarelo.
RESPOSTA Alternativa B
14
DIAGRAMA DE IDEIAS
MODELO DE ÁTOMO
DALTON INDIVISÍVEL
MESMO
ELETROSFERA
ISÓTOPO NÚMERO ATÔMICO
(ELÉTRONS)
(PRÓTONS)
ÁTOMO
MESMO
NÚCLEO
+ ISÓTONO NÚMERO DE
ELETROSFERA NÊUTRONS
NÚCLEO MESMO
PRÓTONS ISÓBARO NÚMERO DE
+
NÊUTRONS MASSA
15
elétron, ele se transforma no ânion cloreto (Cℓ–) e
passa a ter 17 prótons, 18 nêutrons e 18 elétrons.
(e-)
ÍONS E
elétron
e-
DISTRIBUIÇÃO
ELETRÔNICA
3E4
tron, ele torna-se um cátion sódio (Na+) e passa a ter
11 prótons, 12 nêutrons e 10 elétrons.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
elétron (e-)
1e5 3 e 17
1. Íons
Como já foi visto, elétrons e prótons são partículas que
compõem o átomo e possuem, respectivamente, carga ne-
gativa e positiva. Assim, se houver o mesmo número de
elétrons e prótons, a carga total do átomo será nula, pois a
2. Camadas eletrônicas do
carga positiva de cada próton será compensada pela carga átomo: distribuição eletrônica
negativa do elétron correspondente. Afirma-se, então, que
um átomo nessa situação está eletricamente neutro. 2.1. Diagrama de Linus Pauling
Um problema para os químicos era elaborar uma teoria
Quando um átomo possui prótons e elétrons em igual
consistente que explicasse como os elétrons se distribuíam
quantidade, ele está eletricamente neutro.
ao redor dos átomos, dando-lhes as características de rea-
ção observadas em nível macroscópico.
Em certas situações, um átomo pode ganhar ou perder elé-
trons. Nesses casos, sua carga total deixa de ser zero, ele Foi o cientista americano Linus C. Pauling (1901-1994)
deixa de ser eletricamente neutro e passa a ter carga elétrica. quem apresentou a teoria mais aceita até o momento acerca
Afirma-se que o átomo se transformou em um íon. da distribuição eletrônica. Pauling foi pioneiro na aplicação
da Mecânica Quântica em Química e, em 1954, recebeu o
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
16
Na figura, as setas indicam a ordem crescente dos níveis
de energia:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10
2 8 1 8 3 2 3 2 18 8 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d107p6
K
2.2. Distribuição eletrônica por subníveis
L H:
1 1s1
M N O P Q
nível 1 ⇒
Uma das principais características dessas camadas é que camada K
cada uma delas pode comportar um número máximo de
elétrons. Observe a tabela a seguir: n.º de elétrons = 1
K=1
Camada (nível) K L M N O P Q
12
Mg: 1s2 2s22p6 3s2
Número máximo
2 8 18 32 32 18 8 nível 1 nível 2 nível 3
de elétrons
camada K camada L camada M
n.º de elétrons = 2 n.º de elétrons = 8 n.º de elétrons = 2
Pauling apresentou essa distribuição dividida em níveis e
subníveis de energia. Os subníveis são divisões dos níveis ou K=2 L=8 M=2
17
por exemplo, possui a seguinte distribuição eletrônica: interações entre essas partículas; no entanto, parte de um
pressuposto muito exigente: o de que a posição e o mo-
1s2 2s22p6 3s23p6 4s23d6 ou K = 2; L = 8;
mento de todas as partículas são, de fato, conhecidos.
M = 14; N = 2
4s2 = subnível mais externo Ao lidar com corpos muito pequenos, como os elétrons,
por exemplo, determinar valores como posição e momento
3d6 = subnível mais energético
torna-se uma tarefa um pouco mais complicada. Como co-
nhecer a posição de um elétron?
Quando o átomo de ferro perde 2 elétrons e se transforma
no íon Fe2+, ele passa a ter a seguinte distribuição eletrônica: Para que seja possível medir a posição de um elétron, é
preciso vê-lo e, para vê-lo, é necessário iluminá-lo. Além
1s2 2s22p6 3s23p6 3d6 ou K = 2; L = 8; M = 14
disso, a medida será mais precisa quanto menor for o
Com efeito, se o átomo de ferro perder 3 elétrons e se trans- comprimento de onda da luz utilizada. Nesse caso, a fí-
formar no íon Fe3+, ele terá a seguinte distribuição eletrônica: sica quântica diz que a luz é formada por partículas (fó-
1s2 2s22p6 3s23p6 3d5 ou K = 2; L = 8; M = 13 tons) que têm energia proporcional à frequência dessa
Considere, agora, a formação de um íon negativo, por luz. Assim, para medir a posição de um elétron, é preciso
exemplo: S2–. O enxofre (número atômico = 16) possui a incidir sobre ele um fóton bastante energético, pois quan-
seguinte distribuição eletrônica: to maior for a frequência, menor será o comprimento de
onda do fóton.
1s2 2s22p6 3s23p4 ou K = 2; L = 8; M = 6
Contudo, para iluminar o elétron, o fóton tem de se chocar
última camada última camada
com ele, e esse processo transfere energia ao elétron, fato
Quando o átomo de enxofre ganha 2 elétrons e se trans- que modifica sua velocidade, tornando impossível determi-
forma no íon S2–, ele passa a ter a seguinte distribuição nar seu momento com precisão.
eletrônica: Esse princípio, proposto pelo físico alemão Werner Hei-
1s 2s 2p 3s 3p ou K = 2; L = 8; M = 8
2 2 6 2 6 senberg (1901-1976), conhecido como princípio da in-
certeza de Heisenberg, aplica-se somente ao mundo
3. Princípio da incerteza subatômico, uma vez que a energia do fóton transferida
para um corpo macroscópico não seria capaz de alterar
de Heisenberg sua posição.
Na física tradicional newtoniana, também chamada de
Física Clássica, acreditava-se que, se a posição inicial e o De acordo com o princípio de incerteza de Heisenberg,
momento (massa e velocidade) de todas as partículas de é impossível medir com precisão o momento e a posi-
um sistema fossem conhecidos, seria possível calcular suas ção de um corpo muito pequeno.
interações e prever como o sistema se comportaria. Isso
parece correto caso se saiba descrever com precisão as
VIVENCIANDO
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Segundo um estudo realizado pela Unicamp, a cafeína pode colaborar para a descalcificação dos ossos por meio
da perda de íons Ca2+ presentes neles. De acordo com o estudo: “O consumo frequente de café e de refrigerante
à base de cola (Coca-Cola) promove alterações ósseas e pode aumentar o risco de fraturas, principalmente no
gênero feminino. A conclusão é da tese de doutorado do cirurgião-dentista Amaro Ilídio Vespasiano Silva, defen-
dida recentemente no programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba (FOP), sob a orientação do professor Lourenço Correr Sobrinho. Embora a pesquisa tenha sido feita em
modelo animal (ratos), sustenta o autor, seus resultados podem ser extrapolados para os seres humanos. ‘Estudos
encontrados em literatura específica acompanharam populações (homens e mulheres) que consumiram refrige-
rante à base de cola e chegaram a resultados semelhantes aos encontrados na minha tese’, afirma o pesquisador.
18
Em seu trabalho, que teve a coorientação do professor Francisco Haiter Neto, Amaro Silva também analisou os efeitos
do consumo de refrigerante à base de guaraná (Antárctica) sobre os tecidos ósseos. De acordo com ele, a bebida
causa igualmente alterações na estrutura óssea, mas os resultados não foram determinantes a ponto de reduzir a
resistência do osso, assim como ocorreu com o café e o refrigerante à base de cola. A grande responsável por esse
efeito deletério, informa o pesquisador, é a cafeína, presente nas três bebidas consideradas, em proporções diferentes.
A substância, conforme o cirurgião-dentista, age sobre o metabolismo ósseo. ‘Ela induz a diferenciação de células
precursoras de tecido ósseo em osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. Quando a cafeína está
presente em grande quantidade, ocorre um aumento na diferenciação de osteoclastos, e com isso um aumento
significativo na reabsorção óssea. Como consequência, temos uma redução da massa óssea e o aumento do risco
de fraturas’, detalha.
A ideia de desenvolver o trabalho, conforme o autor, veio da necessidade de saber se a cafeína interferiria na qua-
lidade do osso – estrutura e resistência. ‘Alguns estudos apresentam controvérsias a respeito. O fato de as bebidas
serem amplamente consumidas no Brasil, inclusive por crianças e adolescentes, foi determinante para a escolha do
tema’, diz. Amaro Silva esclarece que as alterações mais pronunciadas nos ossos das fêmeas apuradas na pesquisa
se dão provavelmente por causa de fatores hormonais.
Apesar de o estudo não ter avaliado os teores hormonais, afirma, a grande diferença entre machos e fêmeas está
na variação hormonal. ‘No caso dos seres humanos, a mulher possui um ciclo hormonal que influencia diretamente
sobre o metabolismo do osso. Ocorre que a cafeína interfere sobre esse ciclo, o que faz com que haja maior desmi-
neralização do tecido ósseo’, reforça. Questionado sobre a possibilidade de se fazer um consumo seguro das três
bebidas investigadas, Amaro Silva informa que até o momento a ciência não determinou um valor máximo nesse
sentido. ‘Os estudos apontam que a menor concentração de cafeína, consumida no menor intervalo de tempo, já é
capaz de produzir efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo’, aponta.”
Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/ju/602/consumo-de-cafe-e-refrigerante-de-cola-causa-alteracoes-osseas
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 = 20
4. (Acafe – adaptado) Considerando-se um elemento M
Alternativa B genérico qualquer que apresenta configuração eletrô-
2. Um átomo que possui configuração 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3 nica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5, pode-se afirmar que:
apresenta na camada mais externa: I. seu número atômico é 25;
a) 2 elétrons. d) 12 elétrons. II. possui 7 elétrons na última camada;
b) 3 elétrons. e) 15 elétrons. III. apresenta 13 elétrons na camada 3;
c) 5 elétrons. IV. pertence à família 7A.
19
Resolução:
I. Correto, pois, para descobrir o número atômico, basta
somar o número de elétrons (o átomo M é neutro, logo
o número de prótons é igual ao número de elétrons):
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 + 5 = 25
A diferença da concentração intracelular e extracelular de substâncias e íons através da membrana plasmática pode
ser mantida por transporte passivo (sem gasto de energia, caso da difusão e da osmose) ou por transporte ativo (com
gasto de energia, caso da bomba de sódio e potássio).
O transporte ativo se caracteriza por ser o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, isto
é, ocorre sempre de locais onde estão menos concentrados para os locais onde se encontram mais concentrados.
Esse processo é possível devido à presença de certas proteínas na membrana plasmática que, com o gasto de
energia, são capazes de se combinar com a substância ou íon e transportá-los para a região em que estão mais
concentrados. Para que isso ocorra, a proteína sofre uma mudança em sua forma a fim de receber a substância ou o
íon. É importante ressaltar que a energia necessária para essa mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP
(adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato.
Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio. A concentração de sódio é maior no meio extrace-
lular, enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas
proteínas transportadoras descritas anteriormente, que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e os bombeiam para
fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Caso não
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
20
DIAGRAMA DE IDEIAS
1s2
2s2 2p6
3s2 3p6 3d10
DIVIDIDOS EM
4s2 4p6 4d10 4f14
NÚCLEO ELETROSFERA 5s2 5p6 5d10 5f14
6s2 6p6 6d10
NÍVEIS
7s2 7p6
SUBNÍVEIS
21
atômica), determinadas propriedades se repetiam diversas
vezes, isto é, eram propriedades periódicas.
Então, Mendeleev organizou os elementos em linhas ho-
rizontais seguindo o seguinte critério: quando as proprie-
dades de um elemento eram semelhantes às de outro
TABELA PERIÓDICA da mesma linha, esse elemento era deslocado para uma
nova linha e posto na coluna do elemento com o qual
tinha semelhança. Assim, formaram-se colunas com ele-
mentos que possuíam propriedades químicas semelhan-
tes. As linhas horizontais foram denominadas períodos,
e as colunas, famílias ou grupos.
CN
A tabela de Mendeleev foi eficiente ao demonstrar a perio-
AULAS dicidade das propriedades dos elementos. Restava, no en-
5E6 tanto, encontrar uma explicação para essas propriedades.
Em 1913, o químico inglês Henry Moseley (1887-1915)
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
verificou que as propriedades dos elementos decorriam
1, 5 e 8 3, 17, 29 e 30
da carga nuclear, denominada número atômico (Z). Com a
descoberta de Moseley, foi possível corrigir algumas ano-
malias que haviam sido observadas por Mendeleev.
1. Introdução
A Tabela Periódica ou classificação periódica dos ele-
mentos possibilita a verificação das características dos ele-
mentos e suas repetições, bem como fazer previsões.
Em 1869, Dimitri Ivanovich Mendeleev (1834−1907), pro-
fessor de Química da Universidade de São Petersburgo
(Rússia), escrevia um livro sobre elementos conhecidos na multimídia: vídeo
época, cujas propriedades havia anotado em fichas separa-
Fonte: Youtube
das – cerca de 63.
Elementos Químicos mais perigosos do mundo
Analisando suas fichas, ele notou que, organizando os
elementos em função da massa de seus átomos (massa
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
22
VIVENCIANDO
Os elementos químicos possuem diversas funções no dia a dia. Na área da medicina, eles atuam como antidepressi-
vos, antipsicóticos, ansiolíticos, calmantes, barbitúricos, etc. Muitos artigos da literatura científica apresentam dados
históricos sobre a descoberta do lítio e seu desenvolvimento na psiquiatria, abordando sua descoberta na Austrália,
seu desenvolvimento primeiramente na Europa e, então, nos Estados Unidos. O grande marco na história do lítio
ocorreu em 1954, quando o pesquisador dinamarquês Mogens Schou e colegas publicaram seu primeiro estudo du-
plo-cego do lítio na mania, dando início a um trabalho de toda a vida de Schou na pesquisa do lítio. O uso do lítio no
transtorno bipolar (TB) causou uma revolução na psicofarmacologia, uma vez que forçou os psiquiatras a pensarem
em termos de diagnóstico, pois a utilidade do lítio nos quadros de mania clássica foi consagrada por diversos estudos
científicos e pela prática clínica.
Durante muitos anos, o lítio foi o único estabilizador do humor. Recentemente, outras medicações começaram a ser
utilizadas para esse fim, principalmente os anticonvulsionantes e os antipsicóticos atípicos. Essas medicações, com
características farmacológicas, posológicas e clínicas diferentes, colocaram em cheque o “reinado” do lítio e o seu
papel atual no arsenal terapêutico do TB. O que se observa na prática clínica é um declínio do uso do lítio. Diversos
motivos concorreram para isso: dificuldades posológicas, efeitos adversos graves (raros) e o investimento da indústria
farmacêutica no desenvolvimento de novas medicações.
Entretanto, depois de 50 anos, o carbonato de lítio continua sendo um tratamento de primeira linha para a maioria
dos pacientes bipolares. Os estudos e a prática clínica ainda consagram o lítio como o estabilizador de humor por
excelência. Diretrizes elaboradas por meio de uma abordagem baseada em evidências consagram o lítio como
primeira escolha terapêutica em praticamente todas as fases e apresentações do TB. Conclui-se que os psiquiatras
(principalmente aqueles em formação) devem ser estimulados a conhecer de forma precisa as indicações do lítio e
aprender a utilizar essa medicação, que tem auxiliado tantos pacientes.
23
Nas famílias A, o número do grupo indica a quantidade de
elétrons na camada de valência. Observe no quadro que
alguns grupos possuem nomes:
Nº de
Família Configuração
elétrons
ou Nome do último Componentes
no último
grupo nível
nível
IA – 1
metais
ns1 1
Li, Na, K, multimídia: vídeo
alcalinos Rb, Cs, Fr
metais
Fonte: Youtube
Be, Mg, Ca,
IIA –2 alcalino- ns 2
2
Sr, Ba, Ra As 100 maiores descobertas da Química
-terrosos
família B, Aℓ, Ga,
IIIA – 13 ns2np1 3
do boro In, Tl, Nh
IVA – 14
família do
carbono
ns2np2 4
C, Si, Ge,
Sn, Pb, Fℓ
4. Metais, ametais,
VA –15
família do
nitrogênio
ns2np3 5
N, P, As, Sb,
Bi, Mc
semimetais e gases nobres
O, S, Se, Te, Outra classificação periódica importante é a que divide os
VIA – 16 calcogênios ns2np4 6
Po, Lv elementos em metais, não metais (ou ametais), semimetais
VIIA – 17 halogênios ns2np5 7 F, Cℓ, Br, I, At, Ts e gases nobres, como é possível observar a seguir.
VIIIA gases He, Ne, Ar, Kr, § Metais: formam cátions (íons positivos) e geralmente
ns2np6 8
(Zero) – 18 nobres Xe, Rn, Og são sólidos à temperatura ambiente (exceto o mercú-
rio) com alto ponto de fusão. Eles não se quebram com
b) Famílias B facilidade, mas, na maior parte dos casos, são maleá-
veis – principalmente quando aquecidos à temperatura
Os elementos dessas famílias são denominados elementos adequada – e podem ser transformados em fios finos,
de transição. Uma parte deles ocupa o bloco central da Ta- isto é, são dúcteis. É por esse motivo que costumam ser
bela Periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), denominados ele- usados para moldar chapas e fabricar panelas, utensílios
mentos de transição externa, e apresentam seu elétron domésticos, fios elétricos, etc. São também bons condu-
mais energético em subníveis d (de d1 a d10). tores de eletricidade e calor. Muitos metais se encon-
tram combinados a outros elementos, precisando pas-
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
sar por um processo de separação para serem isolados.
§ Ametais (não metais): cerca da metade dos não me-
3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B
tais são gases, com exceção do bromo, que é líquido. Os
d1 d2 d3 d4 d5 d6 d7 d8 d9 d10 demais são sólidos. Oxigênio, nitrogênio, cloro e flúor
são não metais gasosos; carbono, iodo, fósforo, enxofre,
A outra parte deles está deslocada do corpo central, for- selênio e astato são não metais sólidos. Entre eles, exis-
mando as séries dos lantanídeos e dos actinídeos deno- tem os halogênios: flúor, cloro, bromo, iodo e astato, que
minados elementos de transição interna. reagem com metais e formam sais. O sal comum, por
exemplo, é formado pela combinação de cloro e sódio.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
2s 1
2
2s 2
13
2p1
14
2p2
15
2p3
16
2p4
17
2p5 2p6
deve ser deixado fora dessa classificação devido às suas
3s 1 3s 2
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3p1 3p2 3p3 3p4 3p5 3p6
propriedades muito especiais. Por via de regra, os não
4s 1 4s 2 3d1 3d2 3d3 3d4 3d5 3d6 3d7 3d8 3d9 3d10 4p1 4p2 4p3 4p4 4p5 4p6 metais possuem características opostas às dos metais.
5s 1 5s 2 4d1 4d2 4d3 4d4 4d5 4d6 4d7 4d8 4d9 4d10 5p1 5p2 5p3 5p4 5p5 5p6
6s 1 6s 2 4f 5d2 5d3 5d4 5d5 5d6 5d7 5d8 5d9 5d10 6p1 6p2 6p3 6p4 6p5 6p6 § Semimetais: possuem propriedades intermediárias en-
7s 1 7s 2 5f 6d2 6d3 6d4 6d5 6d6 6d7 6d8 6d9 6d10 7p1 7p2 7p3 7p4 7p5 7p6 tre os metais e os não metais.
4f 1 4f 2 4f 3 4f 4 4f 5 4f 6 4f 7 4f 8 4f 9 4f 10 4f 11 4f 12 4f 13 4f 14 5d1
§ Gases nobres: possuem comportamento químico muito
5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 5f 6d1
particular, sendo usualmente inertes, ou seja, pouco reativos.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
24
5. Períodos Características da
distribuição eletrônica
Localização e
classificação
Na tabela atual, há sete períodos (linhas horizontais), que
correspondem à quantidade de níveis (camadas) eletrôni- 4 camadas (K, L, M e N) 4.º período
Aplicação do conteúdo
1. Um átomo no estado fundamental apresenta normal-
mente 2 elétrons na primeira camada, 8 na segunda, 18
na terceira e 7 na quarta camada. A família e o período
em que se encontra esse elemento são, respectivamente:
a) família dos halogênios, sétimo período;
b) família do carbono, quarto período;
multimídia: site c) família dos halogênios, quarto período;
d) família dos calcogênios, quarto período;
super.abril.com.br/ciencia/os-elementos-da-morte/ e) família dos calcogênios, sétimo período.
Resolução:
O elemento é do 4.º período, pois apresenta quatro cama-
6. Localização na Tabela Periódica das eletrônicas. Por apresentar 7 elétrons na quarta cama-
A distribuição eletrônica de um elemento permite que seja da, o elemento estará na coluna 7A. Trata-se, portanto, do
determinada sua localização na tabela. halogênio situado no quarto período.
de valência (3s1)
Características da Localização e
distribuição eletrônica classificação
Cℓ ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ⇒ 3 camadas eletrônicas (K,
17 3 camadas (K, L, M) 3.º período
L e M); 3.º período elétron de maior energia situado no sub- bloco p (elemento re-
nível p (3p1) presentativo)
3 elétrons na camada de valência (3s23p1) família 3A (Boro) = 13
Características da Localização e
distribuição eletrônica classificação Por pertencer à família IIIA, o alumínio possui capacidade
3 camadas (K, L, M) 3.º período de realizar três ligações, portanto é um cátion trivalente.
elétron de maior energia situado no
a) (INCORRETA) O alumínio pertence ao grupo 13 – IIIA
bloco p (elemento representativo) da Tabela Periódica.
subnível p (3p5)
7 elétrons na camada de valência c) (INCORRETA) O símbolo do alumínio é Aℓ.
família VIIA (halogênios) = 17
(3s23p5) d) (INCORRETA) O alumínio pertence à família do Boro.
e) (INCORRETA) À temperatura ambiente, o alumínio
Fe ⇒ 1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6 ⇒ 4 camadas eletrôni-
26 é sólido.
cas (K, L, M e N); 4.º período Alternativa B
25
3. Um átomo T apresenta 2 prótons a menos que um áto- 5. Em 15 de março de 2012, o jornal O Estado de São Paulo
mo Q. Com base nessa informação, assinale a opção falsa: anunciou que uma “batalha planetária” estava sendo de-
T Q flagrada pelo comércio das chamadas “terras raras”. O mo-
tivo é que essas terras são indispensáveis às indústrias de
a) gás nobre alcalino-terroso
ponta. “Sem elas, não haveria smartphones, nem celulares,
b) halogênio alcalino trens que andam a mais de 500 quilômetros por hora, nem
c) calcogênio gás nobre veículos híbridos, fazendas eólicas, lâmpadas fluorescen-
d) enxofre silício tes”. Em relação às “terras raras”, é incorreto afirmar que:
e) bário cério a) Quase todos os elementos que compõem as “terras
raras” fazem parte do “bloco f” da Tabela Periódica, ou
Resolução:
seja, do conjunto de grupos cujos elementos possuem
Do enunciado, concluímos que, se Q tem x prótons, T terá (x – 2) o elétron de mais alta energia no orbital atômico f.
prótons. Isso equivale a dizer que Q está duas “casas” à b) São os elementos lantanídeos, aos quais se juntam
o escândio e o ítrio.
frente de T na Tabela Periódica. Assim, basta seguir a Tabela
c) Há 17 elementos considerados “terras raras”, e 15
Periódica para verificar a única opção incorreta (falsa). deles são classificados como metais de transição interna.
Alternativa D d) São os elementos alcalino-terrosos.
e) A maior parte desses elementos que compõem as “ter-
4. O elemento que, no estado fundamental, apresenta ras raras” faz parte do sexto período da Tabela Periódica.
a configuração eletrônica [Ar]4s23d6 é o quarto mais
abundante na crosta terrestre. Assinale a opção corres- Resolução:
pondente ao nome desse elemento. O grupo dos elementos conhecidos como “terras raras” é
a) Magnésio um grupo formado por metais. O termo “terra” foi usado
b) Alumínio durante o século XIX como referência aos óxidos produzidos
c) Oxigênio por esses metais. Nesse sentido, “terra rara” seria um termo
d) Níquel que designava óxidos metálicos de abundância reduzida.
e) Ferro
Os elementos terras raras são elementos do bloco de transi-
Resolução: ção, sendo a maioria (15 deles) pertencente ao grupo dos lan-
Conforme a Tabela Periódica, a distribuição eletrônica do tanídeos (transição interna), localizados no sexto período da
argônio (Ar) é igual a 1s22s22p63s23p6. O elemento desco- tabela. O escândio e ítrio não fazem parte do grupo dos lan-
nhecido será a parte do [Ar], acrescida de 4s23d6, como diz o tanídeos, embora apresentem características físico-químicas
semelhantes, fator que justifica sua inclusão na classificação.
enunciado da questão. Dessa forma, tem-se para o elemen-
to desconhecido [Ar]4s23d6, ou seja, 1s22s22p63s23p64s23d6. Os elementos alcalinos terrosos também formam óxidos
Somando os expoentes (números de elétrons), obtém-se 26, (por isso o termo terroso), mas são representativos, ou seja,
que é o número atômico do ferro. pertencem ao grupo A da Tabela Periódica.
Alternativa E Alternativa D
O chumbo tem envenenado a humanidade desde a invenção de duas coisas complementares: a cerâmica e o vinho.
Potes de cerâmica costumavam ser envernizados com produtos à base de chumbo. Esse verniz reage com o vinho,
constituindo uma substância denominada acetato de chumbo. Também chamado de “açúcar de chumbo”, esse pro-
duto é – como seria de se esperar – doce. Por esse motivo, e porque ajuda a conservar o vinho, o acetato de chumbo
era adicionado de propósito à bebida no Império Romano. E a elite de Roma tomava vinho como se fosse água. Isso,
segundo John Emsley, provavelmente era a causa do comportamento alucinado de imperadores como Calígula e
Nero. Nos séculos seguintes, esse tipo de envenenamento continuou a atacar os bebedores de vinho, mas de forma
acidental ou devido à má-fé de pessoas que usavam o acetato de chumbo para disfarçar o vinho ruim.
26
DIAGRAMA DE IDEIAS
NÚMERO DE
GRUPO (FAMÍLIA) DEFINIDO PELO ELÉTRONS NO
SUBNÍVEL MAIS
ENERGÉTICO
ELEMENTOS ELEMENTOS
REPRESENTATIVOS DE TRANSIÇÃO
27
Exemplos: calor específico, índice de refração, dureza e
massa atômica. É válido ressaltar que a massa atômica
sempre aumenta com o número atômico do elemento.
PROPRIEDADES 2. Eletronegatividade e
PERIÓDICAS eletropositividade
Eletronegatividade é a tendência que um átomo
possui de atrair elétrons quando se encontra “ligado”
a outro átomo de elemento químico diferente numa
substância composta.
CN AULAS
7E8 § Variação da eletronegatividade: cresce da esquer-
da para a direita nos períodos e de baixo para cima nos
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) grupos (famílias).
1, 5 e 8 3, 17, 29 e 30
1. Propriedades periódicas
não está definida
para esses gases.
A Tabela Periódica possibilita deduzir quais elementos têm § Variação da eletropositividade: ocorre de forma
propriedades químicas e físicas semelhantes. Os metais, oposta à da eletronegatividade e também não está de-
semimetais, não metais e gases nobres formam grupos finida para os gases nobres.
subdivididos para facilitar a localização.
A Tabela Periódica não é útil apenas para indicar a massa Eletropositividade é a capacidade que um átomo
atômica, o número atômico e a distribuição eletrônica dos tem de doar elétrons, em comparação a outro átomo,
átomos: ela é utilizada também para observar as proprie- na formação de uma substância composta. É o oposto
da eletronegatividade. Também é denominada caráter
dades periódicas e aperiódicas utilizadas para relacionar as
metálico.
características dos elementos com suas estruturas atômicas.
§ Propriedades periódicas: variam de acordo com o
número atômico, isto é, assumem valores que crescem e
decrescem ao longo de cada período da Tabela Periódica.
Propriedade
4 F
Cl
3 Br
I
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
At
2
1 Ra multimídia: vídeo
Li Na K Rb Cs Fr
Fonte: Youtube
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Número atômico Metais Alcalinos 2
Exemplos: eletronegatividade, raio atômico, energia de
ionização (também denominada potencial de ionização),
eletroafinidade (também denominada afinidade eletrô- 3. Raio atômico
nica), densidade, temperaturas de fusão e ebulição e Devido ao fato de a eletrosfera não possuir um limite bem
volume atômico. definido, o raio atômico é calculado a partir do empacota-
§ Propriedades aperiódicas: os valores da proprieda- mento em sólidos de átomos iguais, definindo distâncias
de variam à medida que o número atômico aumenta, entre os núcleos (d). Assim, considera-se o raio atômico (r)
mas não se repetem em períodos regulares. como sendo a metade da distância entre os núcleos de
d .
dois átomos vizinhos: r = __
2
28
11 prótons 11 prótons
29
Exemplo:13Aℓ (3 níveis de energia no estado fundamen- Representação do processo no qual o átomo ganha um
tal com 3 elétrons no nível mais externo 3s2 3p1) elétron e libera energia:
1ª E.I.: 13Aℓ(g) + 577,4 kJ/mol ⇒ 13Aℓ1+(g) + e– X(g) + e– → X1–(g) + energia
2ª E.I.: 13Aℓ1+ + 1.816,6 kJ/mol ⇒13Aℓ2+ + e–
(g) (g)
§ Variação da eletroafinidade:
3ª E.I.: 13Aℓ + 2.744,6 kJ/mol ⇒ 13Aℓ + e
2+
(g)
3+
(g)
–
4ª E.I.:13Aℓ3+
(g)
+ 11.575,0 kJ/mol ⇒ 13Aℓ4+
(g)
+ e–
multimídia: site
super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-presente-nas-
-atividades-do-dia-a-dia/
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
30
Variação da densidade: Considerando que a escala no eixo das abscissas não co-
meça necessariamente do zero, os números atômicos dos
elementos A, B e C só podem ser, respectivamente:
a) A = 1; B = 9; C = 10.
b) A = 11; B = 18; C = 19.
c) A = 10; B = 19; C = 20.
Observe que os elementos mais densos situam-se no cen- d) A = 12; B = 17; C = 18.
tro e na parte inferior da Tabela Periódica. e) A = 2; B = 10; C = 11.
Exemplos: ósmio (d = 22,5 g/cm ) e irídio
3
Resolução:
(d = 22,4 g/cm3).
Na sequência de oito elementos que vai de A até B, a ener-
2. Volume atômico: gia de ionização, de modo geral, aumenta com o aumento
do número atômico. Isso indica que esses oito elementos
Volume atômico de um elemento é o volume pertencem a um mesmo período da Tabela Periódica. Além
ocupado por 1 mol (6,02 ∙ 1023) de seus átomos disso, a súbita redução da energia de ionização ao passar
no estado sólido. de B para C indica uma mudança de período.
Os oito elementos de A até B devem pertencer, portanto,
Note que o volume atômico não é o volume de um átomo, ao segundo ou ao terceiro período da tabela (períodos que
mas o volume de um conjunto de 6,02 ∙ 1023 átomos. Em têm apenas oito elementos), com A sendo alcalino do pe-
consequência, no volume atômico influi não apenas o volu- ríodo seguinte.
me de cada átomo como também o espaçamento existente Dessa forma, tem-se as seguintes possibilidades:
entre eles.
1.ª possibilidade: A é o lítio (Z = 3), B é o neônio
massa de 6,02 · 1023 átomos do elemento
_______________________________
V = (Z = 10) e C é o sódio (Z = 11).
densidade da substância simples
2.ª possibilidade: A é o sódio (Z = 11), B é o argônio
§ Variação do volume atômico:
(Z = 18) e C é o potássio (Z = 19).
Dentre essas alternativas do teste, a única possível é a b,
que corresponde à segunda possibilidade.
Alternativa B
31
2. A tabela apresenta os valores para duas propriedades atômicas (X e Y) em função do número atômico (Z):
Número
3 4 5 6 7 8 9
Atômico (Z)
x 157 112 88 77 74 66 64
y 1,0 1,6 2,0 2,6 3,0 3,4 4,0
A propriedade X pode corresponder ao raio atômico, pois, com o aumento do número atômico (número de prótons), obser-
va-se diminuição nos valores dessa propriedade.
A propriedade Y pode corresponder à eletronegatividade, pois os valores aumentam com a elevação do número atômico.
Alternativa E
VIVENCIANDO
O flúor é muito utilizado em pastas de dente para proteger de forma mais eficiente os dentes contra cáries, e isso tem um
motivo muito lógico. Os dentes são protegidos por um esmalte que é basicamente constituído por um mineral denomi-
nado hidroxiapatita. A hidroxiapatita é formada por fosfato de cálcio cristalino Ca10(PO4)6(OH)2 e representa um depósito
de 99% do cálcio corporal e 80% do fósforo total. Esse mineral, muito pouco solúvel, dissolve-se em ácido, pois tanto o
P quanto o OH– reagem com H+:
Ca10(PO4)6(OH)2 + 20HCℓ → 10CaCℓ2 + 6H3PO4 + 2H2O
As bactérias que causam a deterioração aderem aos dentes e produzem ácido lático por meio do metabolismo
de açúcar. O ácido lático diminui o pH na superfície dos dentes para menos de 5. Num pH inferior a 5,5, a hidro-
xiapatita começa a dissolver e ocorre a deterioração dos dentes. O íon fluoreto inibe a deterioração dos dentes,
formando apatita fluoretada, Ca10(PO4)6F2, que é menos solúvel e mais resistente a ácidos do que a hidroxiapatita.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
32
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Há vários tipos de componentes que são capazes de conduzir energia elétrica. No entanto, do ponto de vista comercial,
dois são os principais: alumínio e cobre. O cobre é mais caro e, comparativamente, mais pesado do que o alumínio. Então
por que usar cobre?
Basicamente, o tipo de condutor que se aplica melhor às condições impostas é o usado. Peso, custo, aquecimento
e capacidade de condução elétrica são alguns dos fatores físicos e químicos que são levados em consideração na
escolha. Dessa maneira, os condutores de alumínio são mais usados em grandes redes de transmissão, e o cobre, em
instalações domésticas, por exemplo.
Comparativamente, o alumínio já chegou a ser oito vezes mais barato do que um equivalente de cobre. Além dis-
so, o condutor de alumínio tem metade do peso do seu correspondente de cobre. A terceira maior vantagem
desses condutores é resistir melhor à deformação. Todas essas características reduzem os custos do uso desse material em
grandes transmissões, pois as torres podem ser menos robustas e o espaçamento entre elas pode ser maior.
O cobre, por sua vez, possui maior resistência aos fatores externos, como oxidação e corrosão galvânica. Essas ca-
racterísticas reduzem o risco de superaquecimento das fiações. Além disso, o cobre é mais maleável que o alumínio,
favorecendo o uso para aplicações e instalações em que fios flexíveis são necessários ou desejáveis. Outro ponto é o
fato de que a maioria das estruturas existentes já são de cobre, e as conexões cobre-cobre são muito mais confiáveis
que alumínio-cobre.Por fim, a legislação brasileira, por meio da ABNT NBR 5410, impõe restrições legais ao uso de
alumínio em locais com uma ocupação muito densa ou onde o acesso é um pouco mais difícil. Por isso, em hospitais
e hotéis, por exemplo, é proibido usar alumínio.
Cobre – Alumínio
§ Resistividade elétrica:
17,241 Ω · mm²/km – 28,264 Ω · mm²/km
§ Densidade: 8,89 g/cm³ – 2,703 g/cm³
§ Peso (densidade × resistividade):
(17,241 ∙ 8,89) – (28,264 ∙ 2,703)
§ Massa atômica: 63,6 u.a. – 27 u.a.
§ Preço (tonelada): US$ 5.800 – US$ 1.800
33
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são,
de forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas
diferenciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
MODELO 1
(Enem) No ar que respiramos existem os chamados “gases inertes”. Trazem curiosos nomes gregos, que sig-
nificam “o Novo”, “o Oculto”, “o Inativo”. E de fato são de tal modo inertes, tão satisfeitos em sua condição,
que não interferem em nenhuma reação química, não se combinam com nenhum outro elemento e justamente
por esse motivo ficaram sem ser observados durante séculos: só em 1962 um químico, depois de longos e en-
genhosos esforços, conseguiu forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido
e vivaz, e a façanha pareceu tão extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel.
LEVI, P. A tabela periódica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará,1994 (adaptado).
Qual propriedade do flúor justifica sua escolha como reagente para o processo mencionado?
a) Densidade.
b) Condutância.
c) Eletronegatividade.
d) Estabilidade nuclear.
e) Temperatura de ebulição.
ANÁLISE EXPOSITIVA
De acordo com o texto, foi somente em 1962 que um químico, depois de longos e engenhosos es-
forços, conseguiu forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido e
vivaz, e a façanha pareceu tão extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel. Essa informação
descreve a elevada eletronegatividade do flúor, capaz de formar XeF4.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
RESPOSTA Alternativa C
34
DIAGRAMA DE IDEIAS
MENOR PRIMEIROS
MENOR
NÚMERO DE PERÍODOS
RAIO ATÔMICO
CAMADAS DA TABELA
MENOR
MAIOR INTERAÇÃO
ELETROPO-
NÚCLEO-ELÉTRON
SITIVIDADE
35
ANOTAÇÕES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
36
QUÍMICA
QUÍMICA GERAL
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
37
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O tema de mudanças de estado físico e O tema de mudanças de estado e pro- Os temas se relacionam todos entre si, com
suas características são cobradas de ma- priedades físicas são importantes para o grande ênfase nos estudos das proprieda-
neira bem conceitual e interpretativa. melhor entendimento, no momento de des físicas e suas mudanças de estado.
resolver as questões..
Temas como mudança de estado físico e os Os assuntos abordados nesta frente se re- Entender as mudanças de estado físico Entender as mudanças de estado físico e
diagramas são assuntos que sempre incor- lacionam todos entre si, com grande ênfase e suas propriedades é necessário para a suas propriedades auxiliam na resolução e
poram questões mais embasadas. nos estudos das propriedades físicas e suas melhor interpretação de diversas questões entendimento de diversas questões.
mudanças de estado. cobradas.
UFMG
Cobrados de maneira bem conceitual e in- O tema sobre mudanças de estados físicos É necessário um bom entendimento das
terpretativa, o tema de mudanças de esta- são os mais cobrados nesta frente, poden- mudanças de estado físico e como elas se
do físico e suas características são bastante do ser abordado em diferentes tipos de comportam, para resolver a maioria das
recorrentes. questão. questões.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Nesta frente, os temas de propriedades Os assuntos sobre diagrama de mudança Os temas assuntos de diagrama de mudan-
físicas e as características das mudanças de de estado e as propriedades físicas caem ça de estado e propriedades físicas são os
estado são cobradas para melhor entendi- de maneira que se tornam necessários para mais recorrentes e abordados de tal manei-
mento das informações dadas. a resolução de diversas questões. ra que são necessários para a resolução das
diversas questões.
38
1.1. Sólido
No estado sólido, as partículas da matéria estão em agita-
ção térmica mínima. É o estado com mais átomos concen-
trados em um mesmo espaço físico (volume). A sua forma
PR0PRIEDADES e seu volume são fixos.
CN AULAS
1E2
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 2 e 8 4, 7, 29 e 30
1.2. Líquido
No estado líquido, as partículas apresentam maior agita-
1. Estados físicos da matéria ção térmica e estão um pouco mais dispersas. Nesse es-
tado, as substâncias possuem volume fixo, porém a sua
Estados físicos da matéria, estados de agregação forma pode variar.
ou fases são as diferentes formas como a matéria pode se
A água líquida, por exemplo, tem volume fixo, mas assume
apresentar. Forma e volume são alguns fatores que distin-
a forma do recipiente que a contém.
guem cada um dos estados físicos. O estado sólido apresen-
ta forma e volume constante; o líquido possui forma variável
e volume constante; e o gasoso, forma e volume variáveis.
As partículas que formam a matéria não apresentam li-
berdade de movimento no estado sólido, ocorrendo ape-
nas movimentos vibracionais, além de, nesse estado, a
matéria possuir maior densidade. No estado líquido, as
partículas apresentam liberdade de movimento, porém
não estão completamente livres. Por fim, na fase gasosa,
as partículas apresentam ampla liberdade de movimento,
além de a matéria possuir menor densidade.
As substâncias podem sofrer alterações em seu estado fí-
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
sico quando alguns fatores são alterados, como a tempe- 1.3. Gasoso
ratura e a pressão. O estado gasoso é o estado de maior agitação térmica.
Nele, as partículas estão muito afastadas, dispersas no
espaço. Substâncias no estado gasoso possuem forma e
volume variáveis.
O ar atmosférico, por exemplo, não possui forma e nem
volume fixos, adaptando-se ao recipiente (ou espaço)
que o contém.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Estados Físicos da Matéria - Completo - LENAQ
39
1.4. Plasma Ocorre na temperatura de ebulição da
substância. É rápida, visível, turbulenta
Plasma é o quarto estado da matéria e ocorre geralmente Ebulição
e, normalmente, demanda o aqueci-
em condições de altíssimas temperaturas, como no Sol. Lá, mento do líquido.
os átomos de hélio estão a uma temperatura e pressão
muito elevadas, o que faz com que os elétrons se despren- Ocorre quando o líquido entra em
dam de seus átomos. contato com superfícies muito quen-
Calefação tes, a temperaturas acima do seu
ponto de ebulição. É instantânea e
violenta.
Lembre-se: o que caracteriza e define um estado
físico da matéria são as forças atuantes em seu inte- As mudanças de estado podem ser representadas por
rior: a coesão, que aproxima as partículas, e a repul-
equações químicas.
são, que as afasta. Quando a força de coesão supera
a de repulsão, a substância se apresenta na fase de
agregação chamada de estado sólido; quando as Exemplos
forças apresentam a mesma intensidade, ocorre o
estado líquido; quando a força de repulsão supera a Chumbo sólido passando para o
Pb(s) → Pb()
de coesão, ocorre o estado gasoso. estado líquido – fusão.
Va
aç
riz
Co liqu
bl
ão
aç
Su
aç
(
en çã
ão
im
sa o)
(temperatura de ebulição).
bl
çã
Su
Fusão
quido, sob pressão de 1 atm, à temperatura de 0 ºC.
Solidificação Assim, o ponto de fusão da água pura é 0 ºC. Já
Sólido Líquido essa água pura passa do estado líquido para o estado
gasoso, sob a mesma pressão, à temperatura de 100 ºC.
Dessa forma, afirma-se que o ponto de ebulição da
Endotérmico: recebe calor água pura é 100 ºC.
O fator característico para uma substância ser pura é ter
A vaporização pode ocorrer de três formas: o ponto de fusão constante a uma determinada pressão.
Dessa forma, sua determinação constitui um dos métodos
Ocorre naturalmente num líquido a
temperaturas inferiores ao ponto de pelo qual se pode calcular o grau de pureza dessa subs-
Evaporação ebulição. tância. A partir daí, se forem identificadas variações de
É lenta, praticamente imperceptível e temperatura superiores a 1 ºC, essa substância não é mais
superficial. considerada pura.
40
O ponto de ebulição não tem a mesma importância para de- As medições são tão importantes na ciência que o cientista
terminar a pureza de uma substância. Entretanto, do mesmo William Thomson (1824-1907) disse: “Afirmo muitas vezes
modo que no ponto de fusão, quando se determina o ponto que, se você medir aquilo de que está falando e expressar
de ebulição de uma substância pura, não é admissível que em números, você conhece alguma coisa sobre o assunto;
surjam variações superiores a 1 °C na temperatura. Caso isso mas, quando você não o pode exprimir em números, seu
ocorra, é possível concluir que se trata de uma mistura. conhecimento é pobre e insatisfatório”.
Dessa comparação surge o conceito de densidade, enten-
3.2. Previsão do estado dida como a quantidade de matéria (em massa) que ocupa
um determinado espaço (volume), uma propriedade espe-
físico de um material cífica para cada material. Matematicamente:
Considere uma tabela com cinco substâncias desconhecidas.
Substância
Ponto de Ponto de Densidade é o quociente da massa pelo volume do
fusão (ºC) ebulição (ºC) material (a uma dada temperatura).
A –16 80
B 50 80
C –12 48 Essa definição é representada pela seguinte fórmula:
D –100 16
E 25 55
massa
d = ______ m
⇒ d = __
volume v
Qual o estado físico das substâncias a 20 ºC?
Associando a temperatura ao eixo x (abscissas) e colocan-
Para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa
do-se os valores de PF e PE, temos:
em grama por centímetro cúbico (g/cm3 ou g · cm–3)
Ponto de Ponto de ou grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases,
fusão ebulição
temperatura (ºC)
costuma ser expressa em gramas por litro (g/L ou g · L–1).
sólido líquido gasoso
41
VIVENCIANDO
O combustível adulterado é, infelizmente, uma prática muito utilizada por muitos postos de combustíveis para que se
tenha menos gastos, mas é uma prática danosa para os motoristas. Esses componentes adicionados podem ser etanol
à gasolina e água ao álcool acima do permitido. Para se ter uma ideia, segundo a Portaria 678 de 31/08/2011, do
Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a quantidade adicionada de álcool deve estar
entre 20% e 25% em volume.
Se esse limite for ultrapassado, o resultado será que no motor de explosão interna haverá uma mistura “pobre”
de ar/combustível, levando a uma dirigibilidade menor, falhas de funcionamento do motor, diminuição do poder
calorífico da gasolina e perda de desempenho.
Além de etanol, pode-se adicionar também querosene, aguarrás, benzina industrial e até óleo diesel, por serem
mais baratos e perfeitamente miscíveis com a gasolina. Tais adições podem ser prejudiciais aos motoristas, levando
a grandes prejuízos.
Para saber se a gasolina está com boa qualidade, pode ser feito um simples teste de densidade. Basta colocar 50 mL
de gasolina em uma proveta e adicionar 50 mL de solução de cloreto de sódio e misturar os dois sem agitar, apenas
misturando por inversão e deixar em repouso por 15 minutos. A água irá retirar o álcool que estava misturado na
gasolina, pois o etanol possui uma parte polar e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas
da gasolina, que também são apolares, pela força de dipolo induzido. Mas a sua parte polar, caracterizada pela pre-
sença do grupo OH, é atraída pelas moléculas de água, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio,
que são bem mais fortes que as ligações do tipo dipolo induzido. Como a água é mais densa, ela ficará na parte
inferior, e a gasolina, na parte superior.
Para sabermos então se a quantidade de etanol que tinha na gasolina estava dentro dos parâmetros estabeleci-
dos por lei, basta ver quanto de álcool foi retirado dela e ver quanto em porcentagem isso corresponde à amostra
inicial.
Temperatura Temperatura
sólido de Densidade
Substância de Fusão de Ebulição
formato irregular (g/cm3)
(ºC) (ºC)
Álcool –114,5 78,4 0,789
Acetona –94,8 56,2 0,791
volume Naftalina 80,2 218,5 1,145
água
inicial
afirmar que:
a) A acetona evapora mais dificilmente que o álcool.
volume b) As três substâncias encontram-se no estado líquido
final a 60 °C.
volume do sólido = Vfinal - Vinicial
c) À pressão normal (1 atm), 1kg de água entraria em
volume ebulição com maior dificuldade que 1kg de álcool.
inicial
d) A densidade é a propriedade mais adequada para
distinguir o álcool da acetona.
e) A naftalina, a temperatura ambiente, ficaria boian-
Cálculo do volume do sólido: do na superfície da água.
V = Vf – Vi = (65,5 – 50,0) = 15,5 mL (esse foi o Resolução:
volume de água deslocado).
a) Incorreta. De acordo com a tabela, acetona evapora
175,9 g
m ⇒ d = _______ a 56,2 °C, enquanto o álcool evapora a 78,4 °C; Assim,
Então, d = __
v ⇒ d = 11,3 g/mL
a acetona evapora mais facilmente do que o álcool.
15,5 mL
42
b) Incorreta. A 60 °C, o álcool se encontra no es- d) Incorreta. De acordo com a tabela, a densidade do
tado líquido; a acetona, no gasoso; e a naftalina, álcool e da acetona são muito próximas, não sendo
no sólido. muito adequado para distinguir entre si.
c) Correta. Usando mesma quantidade das subs- e) Incorreta. A densidade da água à temperatura am-
tâncias (água e álcool), a água entra em ebulição a biente é de 1,00 g/cm3, sendo a densidade da naf-
100 °C, enquanto o álcool entra em ebulição a talina maior. Assim, a naftalina vai afundar na água.
t78,4 °C, ambas à pressão de 1 atm. Alternativa C
A densidade é uma propriedade fundamental para a química. Ela serve para indicar o
porquê de os objetos afundarem ou flutuarem quando estão sob a água ou qualquer outro
líquido. O que tem de se levar em conta quando se trata de densidade não é simplesmente
a massa de certo material, mas a sua distribuição de massa pela quantidade total de volu-
me. Isso leva a uma assimilação matemática em que certos tipos de material têm uma certa
quantidade de massa para certa quantidade de volume. Se os compostos forem imiscíveis,
é possível obter uma coluna de densidade muito bonita para analisar como as diferentes
substâncias têm diferentes densidades. Observe a imagem:
3. (Enem) O controle de qualidade é uma exigência da A respeito das amostras ou do densímetro, pode-se afirmar que:
sociedade moderna na qual os bens de consumo são a) a densidade da bola escura deve ser igual a
produzidos em escala industrial. Nesse controle de qua- 0,811 g/cm3.
lidade, são determinados parâmetros que permitem b) a amostra 1 possui densidade menor do que
checar a qualidade de cada produto. O álcool combustí- a permitida.
vel é um produto de amplo consumo muito adulterado, c) a bola clara tem densidade igual à densidade da
pois recebe adição de outros materiais para aumentar bola escura.
a margem de lucro de quem o comercializa. De acor- d) a amostra que está dentro do padrão estabelecido
do com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o álco- é a de número 2.
ol combustível deve ter densidade entre 0,805 g/cm3
e) o sistema poderia ser feito com uma única bola de
e 0,811 g/cm3. Em algumas bombas de combustível, a densidade entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3.
densidade do álcool pode ser verificada por meio de um
densímetro similar ao desenhado abaixo, que consiste Resolução:
em duas bolas com valores de densidade diferentes e
verifica quando o álcool está fora da faixa permitida. A densidade do álcool combustível deve ser entre
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Na imagem, são apresentadas situações distintas para 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3. Na imagem, as duas bolas no
três amostras de álcool combustível. combustível da amostra 1 estão flutuando, indicando que a
densidade do combustível é maior do que a densidade das
duas bolas.Assim,a densidade do combustível 1 está acima de
0,811 g/cm3, ou seja, está fora do permitido.
Na amostra 3, ocorre o oposto da amostra 1, pois as duas
bolas estão afundadas, indicando que a densidade das duas
bolas é maior do que a do combustível. Assim, a densidade
do combustível 3 está abaixo de 0,805 g/cm3, ou seja, está
fora do permitido.
Na amostra 2, ocorre a situação intermediária às amos-
tras 1 e 3, sendo que a bola escura flutua e a bola clara
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 afunda. Isso indica que a densidade do álcool combustível
43
está entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3, estando dentro do posições nas três amostras (posição determinada de
permitido. Ao mesmo tempo, é possível concluir que a bola acordo com a densidade da amostra), e isso não ocorre.
preta tem densidade de 0,805 g/cm3 (menos densa), e a d) Correta. As bolinhas possuem densidades diferentes,
sendo assim elas devem ocupar posições distintas den-
bola clara tem densidade 0,811 g/cm3 (mais densa).
tro da amostra, o que pode se verificar na amostra 2.
A partir dessas conclusões, as alternativas estão: e) Incorreta. Como o combustível considerado per-
a) Incorreta. A densidade da bola escura não pode as- mitido está dentro de uma faixa de valores, há uma
sumir esse valor, senão a adulteração não seria notada. necessidade de usar, no mínimo, duas bolas de densi-
b) Incorreta. A amostra 1 possui densidade maior do dades diferentes para verificar se o combustível está
que a permitida, de acordo com as posições das bolas. ou não fora do permitido.
c) Incorreta. Se considerarmos que as bolinhas possuam Alternativa D
a mesma densidade, elas deveriam ocupar as mesmas
HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em
vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Muitas vezes é necessário realizar a fiscalização de postos de gasolina para conferir se não há adulteração do
combustível. Essa adulteração é feita por meio da adição de muita água.
Para verificar se a adulteração procede, é realizado o teste de densidade, propriedade físico-química importan-
tíssima para análises laboratoriais.
MODELO 1
(Enem) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmi-
ca não esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque
a) O barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor que a dele, como
se fosse isopor.
b) O barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na reação, a água perde calor.
c) O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora, tomando calor
da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
d) O barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa. A água de fora
sempre está a uma temperatura maior que a de dentro.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
e) A moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias higroscópicas que diminuem
naturalmente a temperatura da água.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Na questão é necessário o domínio das mudanças de estado da matéria, relacionando-o com o coti-
diano. Trata-se de uma ferramenta muito utilizada pelo Enem nos últimos vestibulares.
O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora (H20(ℓ) + calor
→ H20(v)), absorvendo calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
RESPOSTA Alternativa C
44
DIAGRAMA DE IDEIAS
ENERGIA CINÉTICA
PROCESSO EXOTÉRMICO DAS MOLÉCULAS
TEMPERATURA
S U B L I MA ÇÃ O
FUSÃO EVAPORAÇÃO
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO
S U B L I MA ÇÃ O
45
Observe que, durante o aquecimento, a água sofre fusão a
0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC.
Outra experiência que pode ser realizada em um labora-
CN AULAS
3E4
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 2, 4 e 7 3, 15 e 27
Fonte: Youtube
A partir desses dados, pode-se elaborar um gráfico de tem- Como fazer gelo instantâneo sem química
peratura da amostra de água em função do tempo trans-
corrido no aquecimento. Esse gráfico é conhecido como
curva de aquecimento da água e é representado por: 2. Substância pura e mistura
Os diagramas de estado são muito úteis, pois permitem
identificar imediatamente a natureza de um sistema (por-
ção de matéria em análise).
Substâncias puras são sistemas formados literalmente
por um único tipo de substância. Exemplos: água destilada;
ferro puro; gás oxigênio.
Misturas são sistemas formados por, no mínimo, duas subs-
tâncias. Exemplos: água e sal; água e álcool; ar atmosférico.
46
Para representar substâncias puras ou misturas, os dia-
gramas de mudança de estado apresentam configurações Lembre-se: somente substâncias puras apresentam PF
bastante características. e PE definidos (constantes).
VIVENCIANDO
É muito comum ver em praias e festas as pessoas colocando sal em seus coolers com bebidas. Mas você sabe por
que as pessoas fazem isso?
A água tem uma temperatura de fusão em aproximadamente 0 °C, e a temperatura da água só começa a baixar a
partir do momento em que toda água vira sólido, caso contrário ela ficará em 0 °C sempre. Porém, ao adicionarmos
sal na água, seu ponto de fusão e de ebulição mudam. A sua temperatura de fusão abaixa. Assim, se você colocar
suas bebidas num recipiente onde a temperatura está abaixo de zero, será muito mais eficiente.
A mistura água + sal permite que as bebidas sejam resfriadas mais rapidamente, pois seu diagrama de fase agora
não é uma temperatura constante nos pontos de ebulição e de fusão, mas pode variar conforme o tempo.
47
Lembre-se: misturas comuns não apresentam PF e
nem PE definidos, isto é, a temperatura varia durante a
mudança de estado.
Material PF PE
X Constante Constante
Y Varia Varia
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
48
Resolução:
Conforme o quadro, é possível classificar o material em substância pura ou mistura:
X – Substância pura.
Y – Mistura homogênea.
Z – Mistura eutética.
T – Mistura azeotrópica.
Alternativa A
A fase na qual uma substância se apresenta depende das condições de pressão e temperatura. Assim, para cada
substância, afirma-se que existem pares de valores dessas duas variáveis que correspondem à fase sólida, pares que
correspondem à fase líquida e pares que correspondem à fase gasosa.
Algumas substâncias ditas anômalas fogem da regra de que, quanto maior for a pressão, maior será a temperatura
de mudança de fase. No caso dessas substâncias, quanto maior for a pressão sobre elas, mais baixa será a tempera-
tura de fusão. Dessa forma, o diagrama de fases da água é representado da seguinte maneira:
É possível observar no diagrama que, quando a pressão é 1 atmosfera, a fusão do gelo ocorre a uma temperatura
de 0 ºC. No entanto, quando a pressão exercida é de 8 atmosferas, o gelo se funde a uma temperatura mais baixa,
cerca de –0,06 ºC.
Se você observar o diagrama da água e compará-lo com o de outra substância, perceberá que a linha delimitadora
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
49
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 7
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
MODELO 1
(Enem) Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas
são usadas no meio científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura
mede a “quantidade de calor de um corpo”. Esses significados, no entanto, não conseguem explicar diversas
situações que podem ser verificadas na prática.
Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura?
a) A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo em que estiver fervendo.
b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água.
c) A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a temperatura da água em uma panela.
d) A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca a fim de diminuir sua temperatura.
e) Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que está em seu interior com menor tempera-
tura do que a dele.
ANÁLISE EXPOSITIVA
As referencias teóricas das mudanças de fase das substâncias são fundamentais para a resolução da ques-
tão. É de extrema importância a padronização de experimentos e resultados para que se tenha uma noção
do que acontece com as substâncias durante as mudanças de fases.
Quando se aquece uma substância pura que estava inicialmente no estado sólido, a temperatura aumenta
até atingir o ponto de fusão (PF), em que começa a “derreter”; nesse ponto, a temperatura é constante.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Quando é alcançada a temperatura de ebulição, ou ponto de ebulição (PE), ocorre o mesmo: a temperatura
permanece constante. Isso acontece com qualquer substância pura. Veja a figura a seguir:
RESPOSTA Alternativa A
50
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIAS
MISTURAS
PURAS
PE E PF
EUTÉTICA AZEOTRÓPICA
CONSTANTES
PF CONSTANTE PE CONSTANTE
MISTURA “COMUM”
PF E PE
VARIÁVEIS
51
§ A formação dos materiais ocorre por meio de diferen-
tes associações entre átomos iguais ou diferentes.
Essas associações formam os “átomos compostos”,
que hoje equivalem ao conceito de moléculas.
A hipótese de Dalton e o reconhecimento de que existem
SISTEMAS diversos elementos químicos (átomos) diferentes na na-
tureza levam a uma pergunta muito importante: por que
existe uma variedade tão grande de materiais na natureza?
Com efeito, os átomos, além de permanecerem isolados,
podem combinar-se de formas distintas, formando uma in-
finidade de agrupamentos diferentes que podem constituir
moléculas (“átomos compostos”) ou aglomerado de íons
CN AULAS
5E6
(conceito que será explicado mais adiante).
2. Conceitos fundamentais
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 2 e 8 4, 7, 29 e 30
2.1. Átomo e elemento químico
Átomos são as partículas que formam a matéria. Ele-
mento, por sua vez, é um conjunto formado por átomos
1. Matéria iguais. Em outras palavras, é um conjunto de átomos com
o mesmo número atômico (Z).
Tudo o que tem massa e ocupa espaço é denominado
matéria. Em outras palavras, qualquer coisa que tenha
existência física ou real é matéria. Tudo o que existe no
universo conhecido manifesta-se como matéria ou energia.
A matéria pode ser líquida, sólida ou gasosa. São exemplos
de matéria: papel, madeira, ar, água, pedra, ferro, etc.
As primeiras ideias sobre a estrutura da matéria surgiram na
Grécia, por volta de 450 a.C., com os filósofos Demócrito e
Leucipo. Eles sugeriram que, dividindo-se sucessivamente uma
substância, chegaríamos a uma unidade indivisível, o átomo
(do grego “átomos”, que significa “não divisível”). Cada elemento químico possui um nome e um símbolo,
que é formado pela letra inicial (de forma e maiúscula) de
1.1. A teoria atômica de Dalton seu nome em latim ou grego. No caso de elementos com a
Mais de dois mil anos depois dos filósofos gregos, o cien- mesma inicial, é acrescentada uma segunda letra, minúscula.
tista inglês John Dalton (1766-1844), procurando justificar O símbolo é usado universalmente.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
os resultados obtidos nos experimentos realizados por La- Atualmente existem 118 elementos químicos diferentes
voisier e Proust – que deram origem às leis ponderais –, que, combinados entre si, formam todos os materiais
propôs em 1803 sua teoria sobre a estrutura da matéria, encontrados.
denominada teoria atômica de Dalton:
Observe alguns exemplos a seguir:
§ Toda matéria é constituída por entidades extremamen-
Elemento Símbolo
te pequenas: os átomos.
Carbono C
§ Átomos iguais possuem propriedades iguais, inclusive
Hidrogênio H
a massa.
Sódio (Natrium) Na
§ Átomos diferentes possuem propriedades diferentes,
Prata (Argentum) Ag
inclusive a massa.
Chumbo (Plumbum) Pb
§ Átomos podem combinar-se entre si formando estruturas
Potássio (Kalium) K
quimicamente estáveis.
52
2.2. Molécula Exemplos: substância pura água (H2O); substância pura
gás oxigênio (O2).
Um agrupamento de átomos de um mesmo elemento ou
de elementos diferentes é denominado molécula (“áto-
mo composto” de Dalton), caracterizando, dessa forma,
uma substância. A substância pode ser representada
graficamente por uma fórmula molecular, que indica o Oxigênio
número de átomos de cada elemento existente na molécu- Água
la da substância.
Por meio do modelo de Dalton, é possível compreender
Substância Fórmula
por que uma substância pura pode ser classificada como
água H2O simples ou composta.
álcool C2H6O 1. Substância (pura) simples – constituída por um
açúcar (sacarose) C12H22O11 único elemento químico, isto é, um único tipo de átomo,
independentemente da sua quantidade.
ozônio O3
Exemplos: H2 (hidrogênio); O2 (oxigênio); Fe (ferro);
O número de átomos de cada elemento na molécula S8 (enxofre), etc.
é indicado pelo índice (ou atomicidade). Os ín- 2. Substância (pura) composta ou composto – cons-
dices do hidrogênio e do oxigênio na molécula de tituída por mais de um elemento químico, isto é, mais de
água são, respectivamente, 2 e 1 (o índice 1 sempre um tipo de átomo.
é omitido). Isso demonstra que a molécula de água
Exemplos: H2O (água); CO2 (gás carbônico); C6H12O6 (gli-
é formada por 2 átomos de hidrogênio combinados
cose), HCℓ (ácido clorídrico), etc.
com 1 átomo de oxigênio.
3. Sistemas materiais
Uma porção de matéria é denominada sistema. Geralmente,
essa porção de matéria é isolada para análise ou estudo. Os
sistemas podem ser classificados de duas maneiras:
1. Quanto à constituição (composição) – substância multimídia: vídeo
pura (ou simplesmente substância) ou mistura.
Fonte: Youtube
2. Quanto ao aspecto visual (nem sempre confiável, caso Concurso! - Torre de Líquidos
seja aplicada apenas a visão humana para análise) – ho-
mogêneo ou heterogêneo.
É importante ressaltar que esses dois critérios não são mu- 3.2. Mistura
tuamente excludentes; assim, é possível encontrar: Mistura é a espécie de matéria constituída, literalmente,
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
§ substância pura com aspecto homogêneo (como água pela mistura de duas ou mais substâncias puras.
pura líquida); As misturas têm composição química variável, ou seja, a
proporção de cada uma das espécies que as compõem
§ substância pura com aspecto heterogêneo (como água é variável.
e gelo);
Algumas misturas são tão importantes que possuem
§ mistura homogênea (como água e sal de cozinha); nome próprio.
§ Mistura heterogênea (como água e óleo). § Gasolina – mistura de hidrocarbonetos, que são subs-
tâncias formadas somente por hidrogênio e carbono.
§ Ar atmosférico – mistura de 78% de nitrogênio,
3.1. Substância pura 21% de oxigênio, 1% de argônio e outros gases, como
(ou simplesmente substância) o gás carbônico.
Substância é a matéria constituída por moléculas quimica- § Álcool hidratado – mistura de 96% de álcool etílico
mente iguais. e 4% de água.
53
4. Tipos de mistura § Sistemas bifásicos (2 fases), trifásicos (3 fases), tetra-
fásicos (4 fases) e polifásicos (5 ou mais fases): possuem
As misturas podem ser classificadas em homogêneas e he- mais de uma fase. Portanto, são heterogêneos.
terogêneas, como é possível observar a seguir.
Atenção!
§ Mistura homogênea – é a que apresenta as-
pecto uniforme e propriedades iguais em todos os Não confunda fase e componente de um sistema.
seus pontos. § Fase é cada porção homogênea (e independente
Exemplos: água de torneira, vinagre, ar, álcool hidratado, uma da outra) de um sistema.
cachaça, gasolina, soro caseiro, soro fisiológico e algumas § Componente é cada substância que constitui um
ligas metálicas. sistema.
Por exemplo, o sistema [água + sal (comple-
Importante! tamente dissolvido) + açúcar (completamen-
te dissolvido) + óleo + gelo] apresenta 3 fases
§ As misturas homogêneas são denominadas soluções.
§ Todas as misturas de quaisquer gases são sempre (uma fase líquida, formada pela água contendo o sal
misturas homogêneas. e o açúcar dissolvidos; uma fase líquida, formada pelo
óleo; uma fase sólida, correspondente ao gelo) e 4
componentes (água, sal, açúcar e óleo). Observe que
§ Mistura heterogênea – é a que apresenta aspecto não o gelo também é água!
uniforme e propriedades variáveis de um ponto a outro.
Exemplos: água e óleo (a camada de óleo apresenta
propriedades diferentes da água), água e areia, etc.
Matéria
multimídia: site
Simples Composta Homogênea Heterogênea
https://www.soq.com.br/conteudos/ef/substancias/
4.1. Fases de um sistema p3.php
Cada uma das porções homogêneas que compõem um
sistema heterogêneo é denominada fase.
Exemplos
5.Alotropia
§ A mistura de água e óleo apresenta duas fases: uma
Chamamos de alótropos as substâncias simples formadas pelo
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
54
O ozônio é uma forma alotrópica do elemento oxigênio Em 1985, foi divulgada em uma publicação cientí-
e possui propriedades muito diferentes das do oxigênio. fica a descoberta de uma molécula tridimensional
Enquanto que o gás oxigênio é inodoro e incolor, o gás de carbono, na qual 60 átomos formam uma esfera
ozônio tem coloração azul e odor característico. com 12 pentágonos e 20 hexágonos, como uma bola
de futebol. Em homenagem ao arquiteto e pensador
Nome da
Elemento
químico
substância Fórmula Atomicidade
Figura no
espaço
norte-americano Buckminster Fuller, a molécula foi
simples
chamada de buckminsterfulereno ou simplesmente
Fósforo “bucky-ball” ou fulereno.
P4 tetratômico
branco
Fósforo Além do C60, outras formas de fulereno também são en-
Fósforo
Pn ou P macromolécula contradas, como C70, C76, C84, C92 e C540.
vermelho
grafite Cn ou C macromolécula
Misturas são sistemas formados por duas ou mais substâncias puras e podem se classificar em homogêneas ou heterogêneas.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Mistura homogênea possui as mesmas propriedades ao longo de toda a sua extensão, independente da resolução
óptica usada para examiná-la. Já nas misturas heterogêneas, as propriedades de uma região ou amostra são diferen-
tes daquelas para outra região ou amostra.
A distinção entre os componentes das misturas heterogêneas pode ser vista a olho nu, mas em alguns casos são
necessários aparelhos microscópios, como é o caso do sangue. As diferentes porções constituintes do sangue podem
ser observadas ao microscópio.
O sangue é composto por glóbulos vermelhos (hemácias), que contêm hemoglobina, cuja função primária é o arma-
zenamento e transporte do oxigênio para os tecidos; glóbulos brancos, cujo principal papel é identificar, destruir e
remover qualquer produto estranho que tenha penetrado no organismo; e plaquetas, que atuam principalmente no
mecanismo de coagulação sanguínea.
55
6. Fenômenos Resolução:
a) Correto. Tanto o óleo quanto o tetracloreto de car-
A ciência compreende qualquer acontecimento, fato ou bono são apolares e se misturam entre si.
ocorrência da natureza como um fenômeno. Quando ocor- b) Incorreto. Água e óleo não se misturam por serem
re um fenômeno, há uma alteração no sistema que está polar e apolar, respectivamente.
sendo estudado, ou seja, os estados inicial e final são di- c) Correto. A mistura terá parte polar (água + sacaro-
ferentes. se) e apolar (óleo + tetracloreto de carbono).
Os fenômenos geralmente são classificados de duas maneiras: d) Correto. A sacarose se dissolve em água, sendo um
composto polar.
1. Físico: quaisquer alterações sofridas por um material e) Correto. No sistema I, o óleo fica acima da água;
sem que haja alteração na sua composição. portanto, o óleo é menos denso que água.
Exemplo: suponha que você possua uma tábua (madeira)
Alternativa B
e a corte em partes para fazer uma estante. Essa fragmen-
tação da tábua é um fenômeno físico, uma vez que com- 2. Assinale a alternativa ERRADA.
posição química da tábua inicial e das partes obtidas não a) Tanto oxigênio gasoso como ozônio gasoso são
se altera. exemplos de substâncias simples.
Outros exemplos: a laminação de metais, o amassar do b) Um sistema monofásico tanto pode ser substância
pura quanto uma solução.
papel, a queda de uma pedra, etc..
c) Existem soluções gasosas, líquidas e sólidas.
d) Substância pura é aquela que não pode ser decom-
2. Químico: quaisquer alterações sofridas por um mate-
posta em outras mais simples.
rial de modo que ocorra mudança na sua composição.
e) No ar atmosférico, encontramos substâncias sim-
Exemplo: se um fósforo aceso for aproximado de um pi- ples e substâncias compostas.
res com álcool, o álcool começará a queimar. Essa combus-
tão é um fenômeno químico, uma vez que ocorre alteração Resolução:
da composição química do álcool, que, ao interagir com o a) Correto. Oxigênio (O2) e ozônio (O3) são substân-
oxigênio do ar, converte-se em gás carbônico e água, além cias simples.
de liberar energia. b) Correto. Um sistema monofásico pode ser tanto
C2H5 OH() + 3O2 (g) → 2CO2(g) + 3H2O() + calor uma substância pura (ex.: água pura) quanto uma
solução (ex.: água com açúcar).
Outros exemplos: a formação de ferrugem, a transfor- c) Correto. Solução é uma mistura de duas ou mais
mação do vinho em vinagre, a fabricação do pão, o apodre- substâncias, formando um aspecto homogêneo.
cimento de uma fruta, a decomposição de matéria orgâni- Existem soluções gasosas (ex.: ar, que é uma mistu-
ca, a fotossíntese, a respiração celular, etc. ra dos gases N2, O2, CO2, Ar etc.), soluções líquidas
(ex.: álcool + água) e soluções sólidas (ex.: bronze,
uma mistura de Cu e Sn).
Aplicação do conteúdo d) Incorreto. A substância pura é a espécie de ma-
1. Observando-se o comportamento das substâncias téria constituída por moléculas quimicamente iguais,
nos sistemas a seguir, é INCORRETO afirmar que: podendo ou não ser decomposta em outras mais sim-
ples. Por exemplo, o gás hélio (He) é monoatômico
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
56
São verdadeiras as afirmações: 4. (UFPA) O sistema constituído por água líquida, ferro sólido,
a) I e II. gelo e vapor d’água apresenta:
sistema polifásico.
II. Falso. A maioria dos sistemas polifásicos é uma Gelo
mistura heterogênea. No entanto, um sistema que
contém água com gelo é polifásico, mas não se trata
Água líquida
de uma mistura heterogênea.
III. Falso. Sangue é um exemplo de um sistema mo- Ferro sólido
DIAGRAMA DE IDEIAS
AMOSTRA DE
MATÉRIA
SUBSTÂNCIA
MISTURA
PURA VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
COMPOSTA
SIMPLES HOMOGÊNEA HETEROGÊNEA
(2 OU +
(1 ELEMENTO) (1 FASE) (2 OU + FASES)
ELEMENTOS)
57
Alguns métodos de separação são tão comuns que não
são percebidos como tais. A“escolha” dos grãos de feijão
(catação) e a separação de amendoim torrado das suas
cascas (ventilação) são alguns exemplos de separações
utilizadas no dia a dia.
CN AULAS
7E8
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
2. Misturas heterogêneas
1. Separação de misturas Como foi visto anteriormente, misturas heterogêneas são
sistemas formados por pelo menos dois componentes,
compondo ao menos duas fases distintas.
para a obtenção separada de cada uma das substâncias puras e o ouro (mais denso) permanece no fundo da bateia
que deram origem à mistura, é aplicado um conjunto de pro- (recipiente semelhante a um prato).
cessos físicos denominado análise imediata. Esses proces-
§ Separação magnética: um dos sólidos é atraído por
sos não modificam a composição química das substâncias que
um ímã.
compõesm uma dada mistura. São, portanto, processos físicos.
Exemplo: separação em larga escala de alguns miné-
O conhecimento prévio de algumas das propriedades das rios de ferro de suas impurezas.
substâncias presentes é fundamental para a escolha do me-
lhor método para a separação de misturas. Caso exista uma § Cristalização fracionada: todos os componentes da
mistura de açúcar e areia, por exemplo, é necessário saber mistura são dissolvidos em um solvente que, depois,
que o açúcar se dissolve na água, ao contrário da areia. sofre evaporação, causando a cristalização separada de
cada componente. Essa técnica se baseia na diferença
Dependendo da complexidade da mistura, é preciso utilizar de solubilidade dos sólidos. A cristalização pode ser
vários processos diferentes numa sequência que se baseia induzida por mudanças na concentração, na tempera-
nas propriedades das substâncias presentes na mistura. tura, etc.
58
Exemplo: obtenção de sais a partir da água do A separação das duas fases pode ser realizada de
mar, nas salinas. A evaporação da água possibilita a duas maneiras:
cristalização de diferentes sais, sendo que o último a
§ a mistura é vertida lentamente em um outro frasco;
ser obtido é o cloreto de sódio (NaCℓ), conhecido como
sal de cozinha. § a fase líquida é transferida para um outro frasco
com o auxílio de um sifão (sifonação).
§ Dissolução fracionada: um dos componentes sóli-
dos da mistura é dissolvido em um líquido. § Filtração simples: a fase sólida é separada com o au-
Exemplo: colocando-se uma mistura de sal e areia em xílio de papéis de filtro. A preparação do café e o filtro
um recipiente com água, o sal vai se dissolver e a areia de água são exemplos do uso da filtração no cotidiano.
vai se depositar no fundo do recipiente. Em seguida, uma
filtração separa a areia (fase sólida) da água salgada
Bastão
(fase líquida); evaporando-se a água, obtém-se o sal. de vidro
Mistura
Divulgação
(sólido + líquido)
Funil com
papel de filtro
Sólido separado
Funil com
papel de filtro
Béquer
59
as partículas mais densas, por inércia, são depositadas
no fundo do tubo. Gás limpo
Gás + poeira
Líquido
Condensador
Balão de
destilação
Torneira
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Erlenmeyer
60
VIVENCIANDO
Quando o petróleo é extraído, ele vem cheio de impurezas que são separadas por meio de processos físicos. Por
exemplo, a decantação é utilizada para separar o petróleo da água salgada. Dado que a água é mais densa do que
o petróleo, ela fica na parte de baixo, e o petróleo fica na parte de cima, o que possibilita a separação. Também é
utilizada a filtração para remover impurezas maiores, como areia, argila e pedaços de rochas.
O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos; devido a isso, ele é enviado para as refina-
rias a fim de que seus componentes sejam separados e tenham um melhor aproveitamento. Entretanto, não é conhecido
até o momento nenhum método que consiga separar cada um desses hidrocarbonetos. Por isso, essa separação ocorre
em frações de substâncias, ou seja, separa-se a mistura complexa do petróleo em misturas bem mais simples.
A destilação fracionada é o primeiro método utilizado para esse fim e se baseia na diferença das faixas das tempe-
raturas de ebulição das frações do petróleo.
Para isso, é utilizada uma torre de destilação com uma fornalha na parte inferior, onde o combustível é aquecido. A
torre possui até 50 pratos ou bandejas, sendo que cada um apresenta uma temperatura diferente que vai diminuindo
à medida que a altura aumenta.
Quando o petróleo é aquecido na fornalha, seus componentes vão passando para o estado gasoso. Os componentes
mais pesados (de maior massa molar) não sobem, permanecem líquidos na parte inferior e são separados. As demais
frações no estado gasoso sobem pela torre, e, quando uma dessas frações atinge uma bandeja com uma temperatu-
ra menor que seu ponto de ebulição, ela se liquefaz e é coletada nessa altura da torre. As demais frações, que ainda
permanecem no estado gasoso, passam para a próxima bandeja, e esse processo vai se repetindo. Assim, cada uma
das frações se liquefaz em um dos pratos ou em uma das bandejas e é coletada separadamente.
Condensador
Coluna
de fracionamento
Balão
Saída de água
Entrada de água
Bico Bunsen
Exemplos: separação de misturas de água e álcool. A destilação é muito empregada em indústrias petroquímicas na sepa-
ração dos diferentes derivados do petróleo. Nesse caso, as colunas de fracionamento são divididas em bandejas ou pratos.
Esse processo também é muito usado na produção de bebidas alcoólicas (alambique).
61
3.3. Misturas [gás-gás]
Considerando que as misturas de gases sempre são homo-
Tacho de
aquecimento gêneas (soluções gasosas), tem-se:
Garapa fermentada § Liquefação fracionada: a mistura de gases passa
em destilação
por um processo de liquefação e, em seguida, pela des-
Saída de água
Entrada de água
de resfriamento
Serpentina
tilação fracionada.
de resfriamento de resfriamento
Fogo Aguardente
Querosene
300ºC
§ Adsorção: consiste na retenção superficial de gases. Al-
Óleo diesel
370ºC gumas substâncias, como o carvão ativado, possuem
Petróleo
bruto Óleo a característica de reter, em sua superfície, substâncias no
lubrificante
estado gasoso. Uma das principais aplicações da adsor-
Fornalha
ção são as máscaras contra gases venenosos.
400ºC
de cálcio Ca(OH)2. Em seguida, a mistura é submetida a a) Filtrar, aproximar um ímã, adicionar água e destilar.
uma destilação, pois, nessa etapa, somente o álcool destila, b) Adicionar água e destilar.
sendo, portanto, recolhido puro. c) Aproximar um ímã, adicionar água, filtrar e destilar.
Veja na tabela a seguir alguns exemplos de misturas d) Destilar, adicionar água, aproximar um ímã.
azeotrópicas: e) Impossível de separá-la.
Resolução:
Mistura azeotrópica Ponto de ebulição Uma das maneiras de separar a mistura é:
1. Passar um ímã, separando o ferro do sal e do arroz
álcool etílico (95,5%) + água (4,5%) 78,1 ºC (imantação).
2. Adicionar água, para dissolver o sal (dissolução fracionada).
acetona (86,5%) + metanol (13,5%) 56 ºC
3. Filtrar a solução para separar o arroz da solução de
álcool etílico (7%) + clorofórmio (93%) 60 ºC água + sal (filtração).
4. Destilar a solução para obter o sal (destilação).
ácido fórmico (77,5%) + água (22,5%) 107,3 ºC
Alternativa C
62
2. Um copo contém uma mistura de água, acetona, 3. Na preparação do café, a água quente entra em con-
cloreto de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona tato com o pó e é separada no coador. As operações
e o cloreto de sódio estão numa mesma fase líquida, envolvidas nessa separação são, respectivamente:
enquanto que o cloreto de prata se encontra numa
a) destilação e decantação;
fase sólida. Descreva como é possível realizar, em um
laboratório de química, a separação dos componentes b) filtração e destilação;
dessa mistura. c) destilação e coação;
d) extração e filtração;
Resolução: e) extração e decantação.
Primeira etapa: Filtração para separar o cloreto de Resolução:
prata (fase sólida) dos outros componentes.
Segunda etapa: Destilação fracionada para a ob- Quando a água quente entra em contato com o pó do café,
tenção da acetona a partir da coluna de fracionamen- ocorre uma extração, porque são dissolvidos somente os
to e do condensador. compostos solúveis em água, deixando o pó, que é insolú-
Terceira etapa: Destilação simples para separar a água vel, no filtro. Em seguida, ocorre uma filtração.
do cloreto de sódio que restará no balão de destilação.
Alternativa D
Como visto anteriormente, o sangue pode ser classificado como uma mistura homogênea a olho nu. No entanto, com
o auxílio de um microscópio, é possível observar uma mistura heterogênea, pois o sangue é constituído por outros
compostos. Além de tudo, há maneiras diferentes de separar os conteúdos do sangue.
“O sangue pode ser separado em diversos componentes sanguíneos para várias indicações clínicas. No entanto, muitos
países não possuem instalações para a separação de componentes, e o sangue total continua sendo o produto mais uti-
lizado na maioria dos países subdesenvolvidos. O uso de sangue total pode ser a mais segura e sustentável maneira de
cobrir as necessidades transfusionais mais urgentes. No entanto, quando há recursos disponíveis, o uso de componentes
sanguíneos oferece certas vantagens”, segundo a Organização Mundial de Saúde.
A centrifugação é uma das maneiras mais utilizadas na separação do sangue.
Para isso, coloca-se a mistura num aparelho chamado centrífuga, que gira em alta velocidade, depositando no fundo
as partículas sólidas, que são mais densas.
63
A centrífuga é utilizada em laboratórios de análises clínicas para separar os componentes do sangue, e, com ela, é
possível realizar a sedimentação dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas do sangue. A parte sólida do sangue
(glóbulos, plaquetas) é separada da parte líquida, que é o plasma.
Depois de ser centrifugado, o sangue apresenta três fases bem distintas: o plasma sanguíneo, os glóbulos brancos e
as plaquetas e os glóbulos vermelhos.
Plasma (55%)
Glóbulos brancos
e plaquetas (1%)
Glóbulos vermelhos
(44%)
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
64
T ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são,
de forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão, aos poucos, sendo exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas
diferenciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
Meios de extração para purificação da água, dessalinização da água, formas de purificação de uma região
poluída por solventes orgânicos residuais de indústrias e meios de separação de substâncias imiscíveis em um
âmbito ambiental são algumas das principais questões desenvolvidas nesse tipo de habilidade.
MODELO 1
(Enem) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que, em meio alcali-
no, forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a
a) flotação;
b) levigação;
c) ventilação;
d) peneiração;
e) centrifugação.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa questão mostra a dinâmica do Enem em que sempre há uma abordagem relacionada ao cotidiano e
muitas vezes relacionada com problemas ambientais.
Nas estações de tratamento, a água que será consumida pela população precisa passar por uma série de
etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH) + Aℓ (SO ) 2Aℓ(OH) + 3CaSO
2 2 4 3 3 4
O hidróxido de alumínio (Aℓ(OH)3) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em sua
superfície muitas das impurezas presentes na água (floculação). O método de separação comumente usado
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a flotação (faz-se uma agitação no sistema
e as impurezas retidas sobem à superfície da mistura heterogênea).
RESPOSTA Alternativa A
65
DIAGRAMA DE IDEIAS
• VENTILAÇÃO
• CATAÇÃO
• LEVIGAÇÃO
• PENEIRAÇÃO
• DECANTAÇÃO (SIFONAÇÃO)
• FILTRAÇÃO
MISTURAS • CENTRIFUGAÇÃO
HETEROGÊNEAS
• DECANTAÇÃO (FUNIL)
SÓLIDO
• DECANTAÇÃO (CÂMARA DE POEIRA)
GASOSO
LÍQUIDO
• DESTILAÇÃO SIMPLES
MISTURAS
• DESTILAÇÃO FRACIONADA
HOMOGÊNEAS
• LIQUEFAÇÃO FRACIONADA
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
66
QUÍMICA
CÁLCULOS
CIÊNCIAS DA QUÍMICOS
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Cálculo estequiométrico sempre é cobrado, Cálculo estequiométrico e o raciocínio para Ocorre grande incidência em cálculo este-
de tal maneira que o raciocínio para a reso- a resolução das questões são cobrados na quiométrico e o raciocínio utilizado por trás
lução é importante. maior parte da prova. das resoluções é considerado.
O cálculo estequiométrico, assim como o O tema cálculo estequiométrico é cobrado O tema cálculo estequiométrico e o bom O tema cálculo estequiométrico e o bom
raciocínio e a interpretação das informa- de maneira bem direta, sendo necessários entendimento de como se relaciona com as entendimento de como se relaciona com as
ções, são sempre cobradas em questões. boa interpretação e conhecimentos sobre informações são sempre necessários para a informações são sempre necessários para a
as propriedades físicas e químicas das resolução das questões. resolução das questões.
substâncias.
UFMG
É necessário boa interpretação e conhe- Boa interpretação e conhecimentos sobre As questões abordam cálculos estequio-
cimentos sobre as propriedades físicas e as propriedades físicas e químicas das métricos, e todo o raciocínio envolvido na
químicas das substâncias, já que o tema substâncias são necessário para a resolu- resolução da questão é cobrado.
de cálculo estequiométrico é cobrado de ção das questões de cálculo estequiométri-
maneira bem direta. co, que são as mais recorrentes.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
O tema cálculo estequiométrico é abor- O tema cálculo estequiométrico é abor- Por ser abordado de maneira bem direta o
dado junto com as outras frentes, sendo dado de maneira que o aluno precise tema cálculo estequiométrico, o candidato
necessários bom conhecimento em pro- interpretar bem os dados e relacioná-los precisa interpretar bem os dados e relacio-
priedades e características das substâncias. corretamente. ná-los da maneira correta.
68
2. Massa atômica (MA)
2.1. Unidade de massa atômica (u)
GRANDEZAS Os átomos individuais são muito pequenos para serem vis-
tos e pesados. Contudo, pode-se determinar as massas re-
QUÍMICAS lativas de átomos diferentes, ou seja, é possível determinar
a massa de um átomo comparando-a com a massa de um
átomo de outro elemento escolhido como padrão.
Na Conferência da União Internacional de Química Pura
e Aplicada (IUPAC), em 1961, foi adotado como padrão
CN
de massas atômicas o isótopo 12 do elemento carbono
AULAS (12C), ao qual se convencionou atribuir o valor exato de 12
1E2 unidades de massa atômica.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1e2 4e7
1. Introdução
1 da
Uma unidade de massa atômica (1u) corresponde a ___
Para se obter uma quantidade desejada de produtos, é preci- 12
massa de um átomo do isótopo 12 do elemento carbono.
so, tanto nas atividades laboratoriais quanto nas industriais,
conhecer a quantidade de reagentes que se deve usar. O valor de 1u é 1,66 ∙ 10–24 g, que equivale aproximada-
É a partir do cálculo das massas e dos volumes das substâncias mente à massa de um próton ou de um nêutron.
envolvidas nas reações químicas que isso será possível. Muitas
vezes, é necessário determinar também o número de átomos
ou de moléculas das substâncias que reagem ou são produzi-
das. Para isso, é necessário conhecer a massa dos átomos.
A medida de uma grandeza é feita por comparação com
uma grandeza padrão convenientemente escolhida. Dessa
maneira, a medida da massa de um corpo é feita comparan-
do-a com a massa de um padrão adequadamente escolhido. multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Quando se afirma que uma pessoa possui uma massa de
65 kg, é possível interpretar esse resultado da seguinte ma- HAVE YOU EVER SEEN AN ATOM?
neira: a pessoa possui uma massa 65 vezes maior que o
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
69
§ a massa atômica de um átomo de 32S é igual a 32 u; A massa atômica será calculada pela expressão:
A, composto pelos isótopos naturais A1, A2, ..., An, pode ser
§ Número de massa (A) é um número inteiro e po- calculada por:
sitivo, definido como a soma do número de prótons
A1 · %A1 + A2 · %A2 + ... + An · %An
(Z = P) com o número de nêutrons (N), isto é, A = P + N. ____________________________
.
100%
O aparelho usado na determinação da massa atômica é chama-
do de espectrômetro de massa. A medida é realizada com gran- Exemplo
de precisão, e o processo de determinação da massa do átomo
é comparativo com o padrão, ou seja, o átomo de carbono-12. Quando se diz que a massa atômica do elemento cloro é
35,5 u, conclui-se que:
2.3. Massa atômica de um elemento § cada átomo do elemento cloro possui massa, em mé-
dia, igual a 35,5 u;
Um mesmo elemento é formado, muitas vezes, por átomos
de diferentes massas denominados isótopos. § cada átomo do elemento cloro possui massa, em mé-
1 da massa do carbono-12.
dia, 35,5 vezes maior que ___
Ocorrência 12
Elemento Isótopo MA (u)
Natural
12
C 12,000 98,89%
Carbono
13
C 13,0034 1,11%
Sódio 23
Na 22,9898 100%
35
Cℓ 34,9689 75,77%
Cloro
37
Cℓ 36,9659 24,23%
79
Br 78,9183 50,7% multimídia: site
Bromo
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
81
Br 80,9163 49,3%
121
Sb 120,9038 57,3% super.abril.com.br/historia/400-anos-em-10/
Antimônio
123
Sb 122,9042 42,7%
70
Exemplo § 6,02 · 1023 átomos de Aℓ em 27 g de Aℓ (MA(Aℓ) = 27 u);
C6H12O6 (C = 12 u, H = 1 u, O = 16 u) § 6,02 · 1023 átomos de Ca em 40 g de Ca (MA(Ca) = 40 u).
Massa molecular do C6H12O6: MM = (12 · 6) + (1 · 12) + É possível verificar que a massa de 6,02 · 1023 áto-
(16 · 6) = 180 u mos de qualquer elemento é numericamente igual a sua
Significado: cada molécula de C6H12O6 possui massa massa atômica.
1 do
igual a 180 u, ou seja, 180 vezes maior que ___
12
carbono-12. 4.1. Como foi determinado o
Assim: número de Avogadro?
Ernest Rutherford (1831-1937) determinou o número de
Massa molecular é a soma das massas atômicas dos Avogadro contando as partículas a (alfa) emitidas pelo ele-
átomos que compõem a molécula. Ou ainda, massa mento rádio. Cada partícula a se transforma em um átomo
molecular é o número que indica quantas vezes a de hélio. Essas partículas são emitidas com tanta energia,
massa de uma molécula é mais pesada que 1 u, isto que cada uma produz um sinal visível numa placa de sulfeto
1 da massa do átomo de carbono-12.
é, ___ de zinco (ZnS). Esse fator permite contá-las para se descobrir
12
quantos átomos de hélio a amostra de rádio produz em um
determinado intervalo de tempo.
Observe outro exemplo:
Rutherford verificou que 1 g de rádio produz, em um ano,
Quando se diz que a massa molecular da água H2O é 18 u,
cerca de 7,7 · 10–6 g de hélio. Além disso, ele calculou
conclui-se que:
que, nesse tempo, 1 g de rádio emitiria 11,6 · 1017 partí-
§ a massa de uma molécula H2O é igual a 18 u; culas a e, portanto, 11,6 · 1017 átomos de hélio.
1
§ a massa de uma molécula H2O é 18 vezes maior que ___ Assim, temos:
12 7,7 · 10-6 g de He ———— 11,6 · 1017 átomos de He
da massa do átomo de carbono-12;
4 g de He ———— Na
§ uma molécula de água é 1,5 vezes mais pesada que
um átomo de carbono-12.
NA = 6,02 · 1023 átomos
Nota: A massa dos compostos iônicos é chamada de
massa-fórmula (MF).
Por exemplo: NaCℓ ⇒ MF = 58,5 u
Para facilitar, é utilizada a expressão massa molecular tanto
5. Conceito de mol
para os compostos moleculares quanto para os iônicos. Segundo a União Internacional da Química Pura e Aplicada
(IUPAC), mol é a quantidade de matéria que contém tantas
entidades elementares (átomos, moléculas, elétrons, partí-
4. Constante ou número culas, etc.) quantos são os átomos de carbono-12 contidos
71
6. Massa molar (M) Exemplo: Aℓ = 27 u
27 g de Aℓ
É a massa que contém 6,02 · 1023 unidades. Sua unidade
contêm
é g/mol (grama/mol) ou g·mol–1.
VIVENCIANDO
Em uma indústria química, é indispensável saber o que significa um mol. Os químicos trabalham com soluções muitas
vezes perigosas e/ou corrosivas. Contudo, é possível analisar facilmente se um ácido vai trazer prejuízos a quem o estiver
manipulando. Uma solução de ácido sulfúrico muito diluída, com concentração de, por exemplo, 5 mmol/L, não causará
danos se entrar em contato com a pele. É claro que muito tempo de exposição pode causar prejuízos. Nesse sentido, por
precaução, mantenha-se longe de soluções perigosas e esteja sempre acompanhado de um responsável.
A quantidade de mol por litro de solução também influencia em processos industriais. Em condições nas quais há um
aumento na concentração de reagentes, a velocidade da reação pode ser acelerada. Essa técnica é muito usada em
indústrias, onde o aumento da concentração da solução evita desperdício e garante um maior rendimento.
Exemplos
§ CO2 (C = 12 u , O = 16 u)
MCO = (12 · 1) + (16 · 2) = 44 u
2
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Assim, tem-se:
contêm
∙
∙
72
Assim, tem-se:
58,5 g de NaCℓ Aplicação do conteúdo
1. O elemento químico neônio apresenta-se na natureza
contêm
com a seguinte composição isotópica:
90% de 20Ne
6,02 · 1023 fórmulas de NaCℓ 1 mol de fórmulas de NaCℓ
Massa molar do NaCℓ = 58,5 g · mol-1 0,27% de 21Ne
9,73% de 22Ne
6.3. Massa molar de um íon (M)
Considerando as massas atômicas dos isótopos praticamen-
te iguais aos seus números de massa, pede-se para calcular
A massa molar de um íon é a massa em gramas de 1 a massa atômica do elemento neônio.
mol de íons e é numericamente igual à massa do íon
expressa em u. Resolução:
Exemplo
§ CO -23 (C = 12 u, O = 16 u)
MCO 2- = (12 · 1) + (16 · 3) = 60 u 2. Existem dois isótopos do rubídio que ocorrem na na-
3
tureza: 85Rb, que tem massa igual a 84,91 g/mol, e 87Rb,
Assim, tem-se: cuja massa é 86,92 g/mol. A massa atômica do rubídio é
85,47 g/mol. Qual é a porcentagem do 87Rb?
a) 72,1%.
b) 20,1%.
c) 56,0%.
d) 27,9%.
e) 86,9%.
73
4. Determine o número de átomos de hidrogênio conti- 1 mol de CO2 ––– 44 g — 6,02 · 1023 moléculas de CO2
dos em 100,0 g de álcool etílico (C2H6O).
88 g ———— x
(C = 12 u, O = 16 u, H = 1 u)
88 · 6,02 · 1023
x = _____________
moléculas ⇒
Resolução: 44
x ≅ 1,2 · 1024 moléculas de CO2
MC H O = (12 · 2) + (1 · 6) + (16 · 1) = 46 g · mol-1
2 6
1 mol de C2H6O –– 46 g — 6,02 ·1023 moléculas de C2H6O 6. A massa de uma única molécula de ácido acético
(C2H4O2) é:
100 g — x
(C = 12 u; H = 1 u; O = 16 u)
100 · 6,02 · 1023
_____________
x =
moléculas ⇒
46 a) 1,0 · 10-21 g.
x = 1,3 · 1024 moléculas de C2H6O b) 1,0 · 10-22 g.
c) 1,0 · 10-23 g.
Observe, porém, que cada molécula de C2H6O con- d) 1,0 · 10-24 g.
tém 6 átomos de hidrogênio. Conclui-se, então, que há e) 1,0 · 10-25 g.
6 · 1,3 · 1024 átomos de hidrogênio, ou seja: 7,8 · 1024 Resolução:
átomos de hidrogênio.
MC H O = (12 · 2) + (1 · 4) + (16 · 2) = 60 g · mol-1
2 4 2
5. Quantas moléculas existem em 88 g de dióxido de 1 mol de moléculas C2H4O2 ––– 60 g — 6,02·1023 moléculas
carbono (CO2)?
(C = 12 u, O = 16 u) x —— 1 molécula de CO2
Em 1811, quando Avogadro elaborou a tese de que, dadas as mesmas condições de temperatura e pressão, dois gases
diferentes ocuparão o mesmo volume e conterão o mesmo número de moléculas, o mundo da ciência foi revolucionado.
Entretanto, somente anos mais tarde que ele ganhou o reconhecimento (póstumo) que merecia por causa de sua tese.
Tal tese foi de extrema importância e vital no desenvolvimento de indústrias automotivas, farmacêuticas, químicas, etc.
Seu número, mais conhecido como 6,02 ∙ 1023, é responsável pela precisa relação matemática entre moléculas e átomos.
Pode-se dizer, por exemplo, que a cada 1 mol de água tem-se 6,02 ∙ 1023 moléculas, o que corresponde a 18 g.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Esse meio de medida é muito importante. Com esse numero pôde-se ter uma nova forma de unidade de concentração, co-
nhecida como concentração molar. O número de mol também é importante para evitar doses letais e na produção de antído-
tos. A dose letal do cianureto, por exemplo, é 5 mg/kg, se passarmos isso para mol obteremos aproximadamente 2 mmol/kg.
74
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 4
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de
conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.
A industrialização avançou de forma significante durante o século passado. A máquina movida a vapor foi um
dos maquinários responsáveis por um extraordinário progresso industrial e tecnológico.
Entretanto, houve consequências, como a poluição. Na habilidade 4 é possível interpretar em termos quantita-
tivos e mensurar a quantidade de gases poluentes lançados na atmosfera. É muito comum a aplicação desses
conhecimentos para cálculos da quantidade de substâncias causadoras da poluição no ambiente.
MODELO 1
(Enem) A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares adquirem níveis altos de nutrientes, especial-
mente fosfatos e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição. Os nutrientes
são assimilados pelos produtores primários e o crescimento desses é controlado pelo nutriente limítrofe, que
é o elemento menos disponível em relação à abundância necessária à sobrevivência dos organismos vivos. O
ciclo representado na figura seguinte reflete a dinâmica dos nutrientes em um lago.
A análise da água de um lago que recebe a descarga de águas residuais provenientes de lavouras adubadas
revelou as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e fósforo (0,2 mol/L).
Nessas condições, o nutriente limítrofe é o
a) C.
b) N.
c) P.
d) CO2.
e) PO4.
75
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa habilidade o aluno deve demonstrar domínio de problemas envolvendo proporcionalidade entre as
substâncias de reações químicas e dominar a mudança de unidade de gramas para mol e vice-versa.
O nutriente limítrofe é aquele encontrado em menor quantidade. Conforme o enunciado, algas e
outros organismos fixadores de nitrogênio e outros fotossintéticos assimilam C, N e P nas razões
atômicas 106:16:1.
A partir dos valores das concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e
fósforo (0,2 mol/L), é possível calcular a proporção deles na água do lago.
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
21,2 mol/L 1,2 mol/L 0,2 mol/L
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1mol/L
21,2 mol/L 1,2 mol/L 0,2 mol/L
___________ __________ __________
0,2 0,2 0,2
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
106 mol/L 6 mol/L 1 mol/L
(limítrofe)
(menor quantidade)
RESPOSTA Alternativa B
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
76
DIAGRAMA DE IDEIAS
MASSA
MOLAR
(g.mol-1)
ÍONS
FÓRMULAS
PRESENTE EM:
SUBSTÂNCIA
IÔNICA
77
É por meio do conhecimento das fórmulas das substâncias
que essas proporções são perceptíveis. Por esse motivo, ini-
cialmente serão abordados os diferentes tipos de fórmulas.
FÓRMULAS E LEIS
Fórmula percentual indica a porcentagem, em
massa, de cada elemento que constitui a substância.
PONDERAIS
Um modo de determinar a fórmula percentual é partir da
fórmula molecular da substância, aplicando os conceitos
de massa atômica e massa molecular.
Por exemplo, considerando que a fórmula molecular do
CN AULAS
3E4
metano é CH4 e que as massas atômicas do carbono e do
hidrogênio são, respectivamente, 12 u e 1 u, tem-se:
Massa molecular do CH4 = (12 · 1) + (1 · 4) = 12 + 4 = 16.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1e2 4e7 Desse modo, na massa molecular igual a 16 u, o carbono
participa com 12 u, e o hidrogênio participa com 4 u. Assim:
C: 16 ——— 100%
1. Introdução 12 · 100%
12 ——— x ⇒ x = _________
= 75%
16
Um químico, ao se deparar com um material desconhecido,
procura, utilizando diversas técnicas físicas e químicas, en- H: 16 ——— 100%
contrar a composição desse material. 4 · 100%
4 ——— y ⇒ y = ________
= 25%
16
A primeira providência é realizar a análise imediata do ma-
terial, ou seja, separar por meio de processos puramente
Logo, a fórmula percentual do CH4 é: C75%H25%.
físicos as diversas substâncias presentes na amostra. Es-
ses processos baseiam-se no fato de que o conjunto de
características, como ponto de fusão, ponto de ebulição, 2. Fórmula mínima ou empírica
densidade e solubilidade, é diferente para cada substância,
O primeiro passo ao realizar a análise de uma substância
e, manejando criteriosamente essas diferenças, é possível
desconhecida é determinar sua composição, ou seja, os
separá-las uma a uma.
elementos que a compõem. O segundo passo consiste
Depois que as diversas substâncias da amostra estiverem na determinação das quantidades das massas de cada
separadas, a próxima providência é realizar uma análise elemento. A partir desses dados obtém-se a fórmula per-
elementar de cada uma delas. centual e, com ela, é possível determinar o “número de
mol” (n) de átomos de cada elemento e estabelecer uma
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
78
Com base nesses dados, pode-se determinar a fórmula mí-
nima do composto:
3. Fórmula molecular
§ 1.º passo: É recomendável, quando se trabalha com por- Fórmula molecular indica o número real de áto-
centagem em massa, considerar amostras de 100 g, o que mos de cada tipo na molécula.
possibilita que as porcentagens em massa correspondam
numericamente à massa em gramas de cada elemento: Em certos casos, a fórmula molecular é idêntica à fórmula
75% em massa de carbono ⇒ 75 g de carbono mínima; em outros, porém, é um múltiplo inteiro da fór-
100 g de amostra 25% em massa de hidrogênio ⇒ 25 g de hidrogênio
mula mínima.
§ 2.º passo: A partir dessas quantidades em massa e co- Fórmula Mínima ⇒ Fórmula Molecular
nhecendo as massas atômicas dos elementos, é possível H2O (×1) H2O
79
Fórmula Mínima ⇒ Fórmula Molecular Cx + Hy + Oz
C3H4O3 C6H8O6 12 ∙ x 1∙y 16 ∙ y = 176
M = 88 g · mol-1 M = 176 g · mol-1 ↓ ↓ ↓ ↓
Assim, temos que: 40,9% 4,55% 54,6% 100%
(C3H4O3)n = 176 ⇒ 88 · n = 176 ⇒ n = 2 Cx: 176 —— 100%
Logo, (C3H4O3)2 ⇒ a fórmula molecular da vitamina C é 12 ∙ x —— 40,9%
⇒x=6
C6H8O6.
Hy: 176 —— 100%
§ 2.º método: Relacionando as porcentagens em mas-
1 ∙ y —— 4,55%
sa com a massa molecular do composto.
⇒y=8
C = 40,9%
Oz: 176 —— 100%
H = 4,55% M = 176 g · mol–1
16 ∙ y —— 54,6%
O = 54,6% ⇒z=6
onsiderando que sua fórmula molecular seja CxHyOz, ago-
C Dessa maneira, temos que a fórmula molecular da vitami-
ra é necessário relacionar as porcentagens em massa com na C é C6H8O6.
as massas atômicas e a massa molecular:
VIVENCIANDO
As ideias de cientistas como Proust e Lavoisier são muito úteis até hoje para a indústria química. Em uma indústria,
podem ser produzidas toneladas de determinados materiais. Nessa produção são utilizados reagentes que nem
sempre são baratos. Nesse sentido, é fundamental que tudo o que seja comprado seja aproveitado. Em vista disso, a
lei das proporções definidas ajuda as indústrias químicas a realizarem o cálculo exato para que não ocorram gastos
além do necessário.
80
Esse experimento pode ser representado pela equação: Assim, pode-se enunciar a lei das proporções definidas:
Δ
mercúrio + oxigênio óxido de mercúrio (II)
Toda substância apresenta uma proporção em mas-
(prateado) (incolor) (vermelho)
sa constante na sua composição.
massas dos reagentes massa do produto
*o símbolo Δ indica aquecimento
Essa mesma experiência foi repetida muitas vezes, sempre Aplicação do conteúdo
utilizando balanças e determinando as massas dos reagen-
tes e dos produtos, e permitiu que Lavoisier concluísse que: 1. Considerando que 200 g de mercúrio reagem com-
pletamente com 16 g de oxigênio para formar óxido
de mercúrio, qual seria a massa de oxigênio necessária
Em um sistema fechado, a massa total dos reagentes para produzir 135 g de óxido de mercúrio (II)?
é igual à massa total dos produtos.
Resolução:
Para uma reação genérica:
Δ
Aplicando a Lei de Lavoisier, sabe-se que a reação comple-
A+B C+D ta de 200 g de mercúrio com 16 g de oxigênio resulta em
mA mB mC mD 216 g de óxido de mercúrio (II), pois:
massas dos reagentes produto
Óxido de
Mercúrio + Oxigênio →
Tem-se, então: Mercúrio (II)
200 g + 16 g = 216 g
mA + mB = mC + mD
Para produzir 135 g de óxido de mercúrio, é preciso rela-
4.2. Lei das proporções cionar as proporções.
definidas – Lei de Proust Pela Lei de Proust, tem-se:
Em 1799, Joseph Louis Proust (1754-1826), por meio da
análise da substância água, descobriu que a sua composi- Mercúrio + Oxigênio → Óxido de
Mercúrio (II)
ção era constante, independente de seu processo de obten-
200 g + 16 g = 216 g
ção. Dessa maneira, a água, não importando sua origem ou
seu método de obtenção, sempre é formada por 11,1% em x = 135 g
massa de hidrogênio e 88,9% em massa de oxigênio:
→ Assim:
água hidrogênio + oxigênio
100% 11,1% 88,9% 16
__ 216 ⇒ x = 10 g de oxigênio
___
x = 135
100 g 11,1 g 88,9 g
Assim, a composição da água apresentará sempre uma Dessa maneira, para obter 135 g de óxido de mercúrio (II),
mesma relação entre as massas de hidrogênio e de oxigê- a massa de oxigênio necessária é 10 g.
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
81
Assim: 1 N2(g) 2 NH3(g)
3 H2(g)
+ →
200 = ___
___ 16
y ⇒ y = 6,4 g de oxigênio
Proporção
80
Dessa maneira, 80 g de mercúrio reagiriam completamen-
Em número de 3
te com 6,4 g de oxigênio. No entanto, existem apenas 6 g móleculas móleculas
1 molécula 2 moléculas
de oxigênio, havendo excesso de mercúrio.
Em número de
Pela Lei de Proust: mol
3 mol 1 mol 2 mol
Óxido de
Mercúrio + Oxigênio →
Mercúrio (II) Em volume 3 volumes 1 volume 2 volumes
200 g + 16 g = 216 g
z 6g O enunciado da lei de Gay-Lussac é:
Assim:
200
___ 16
___
z = 6 ⇒ z = 75 g de mercúrio
Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
os volumes dos gases participantes de uma reação
A massa de mercúrio que reagiu foi 75 g. Como a massa química têm entre si uma relação de números inteiros
de mercúrio presente era de 80 g, existem 5 g de mercúrio e pequenos.
em excesso.
Observe abaixo outro exemplo em que os resultados expe-
4.3. Lei volumétrica – Lei de Gay-Lussac rimentais confirmam essa lei. Para isso, considere sempre
Uma das contribuições do cientista francês Gay-Lussac todos os participantes no estado gasoso e nas mesmas
(1778-1850) à Química foi a lei da combinação de volu- condições de pressão e temperatura.
mes, publicada em 1808 e baseada em uma série de ex-
perimentos. Um desses experimentos envolvia a reação
entre o gás nitrogênio e o gás hidrogênio, cujo produto é
a amônia.
Nessa reação, 3 volumes de H2 reagem com 1 volume de
N2, formando 2 volumes de NH3.
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Essa célebre frase dita por Lavoisier revolucionou a
Química. Tido como o pai da Química moderna, Lavoisier teve uma morte trágica. Tudo ocorreu na época da Revo-
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
lução Francesa, quando o Iluminismo predominava e as classes operárias estavam se insurgindo contra a burguesia.
Lavoisier, além de químico, era também um coletor de impostos e banqueiro. A classe oprimida, ao derrubar a classe
dominante, acusou Lavoisier de extorquir dinheiro do povo favorecendo o governo da época. Lavoisier foi executado
em 1794, na guilhotina, em meio à Revolução Francesa.
Aplicação do conteúdo
1. Em determinadas condições de pressão e temperatura, verificou-se que 0,70 L de monóxido de nitrogênio reage com
0,35 L de oxigênio para formar 0,70 L de dióxido de nitrogênio. Mostrar que esses dados estão de acordo com a lei
volumétrica de Gay-Lussac.
82
Resolução:
DIAGRAMA DE IDEIAS
MASSA DOS
LEI DE LAVOISIER PRODUTOS IGUAIS
ÀS DOS REAGENTES
MESMA RELAÇÃO
ENTRE AS MASSAS
LEI DE PROUST
DOS ELEMENTOS
NUMA SUBSTÂNCIA
LEI DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS
PROPORÇÃO
LEI DE GAY-LUSSAC
ENTRE VOLUMES
LEI VOLUMÉTRICA
83
amônia. Contudo, esse exemplo vai contra a Lei de Lavoisier,
pois a soma dos átomos no lado dos reagentes é menor
do que no lado dos produtos. Como afirmou Lavoisier: “na
natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Nesse sentido, para que a equação possa obedecer à Lei
INTRODUÇÃO À de Lavoisier, é necessário fazer o balanceamento da mesma
CN AULAS
5E6
reage com três moléculas de hidrogênio para formar
duas moléculas de amônia. A lei da conservação das
massas foi obedecida. Observe que os coeficientes es-
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) tequiométricos estabelecem uma proporção de 1: 3: 2
1, 2 e 8 4 , 7, 29 e 30 e não indicam o número de mol das moléculas em uma
equação, mas apenas uma relação proporcional entre
os compostos. Por exemplo, a cada 100 mol de nitrogê-
nio, são necessários 300 mol de hidrogênio para reagir
1. Introdução e formar 200 mol de amônia.
O estudo das relações entre as quantidades de reagentes O balanceamento é fundamental para a resolução de qualquer
e/ou produtos numa reação química é denominado es- exercício, principalmente aqueles que envolvem estequiometria.
tequiometria. Essas relações podem ser feitas em mol,
massa, volume, número de moléculas, etc. 2.1. Método das tentativas
É o método mais utilizado e consiste em colocar os coefi-
cientes estequiométricos na equação por meio de tentativa
e erro, até que se atinja um número igual de átomos nos
reagentes e produtos. Embora pareça mais trabalhoso, há
algumas dicas que podem facilitar o trabalho:
84
C2H6O + O2 → 2CO2 + H2O produtos há 7 átomos de oxigênio. Para que o oxigênio seja
balanceado no reagente, mexe-se no composto que ainda
Assim, serão 6 átomos de hidrogênio presentes no reagen-
não teve seu coeficiente alterado, isto é, o gás oxigênio.
te. Como o hidrogênio também se repete apenas uma vez,
é realizado o seu balanceamento: C2H6O + 3O2 → 2CO2 + 3H2O
C2H6O + O2 → 2CO2 + 3H2O A equação tem a mesma quantidade de átomos, ou seja,
ela está balanceada.
Para acertar a quantidade de oxigênio, é necessário obser-
var que, nos produtos, nenhum coeficiente estequiométrico Nota: Caso o balanceamento fosse iniciado pelo oxigênio,
pode ser mudado, pois isso alteraria o que já foi feito. Nos a equação não seria resolvida dessa forma.
VIVENCIANDO
A estequiometria está presente no dia a dia. Qualquer ação que remeta a uma proporção pode ser relacionada com
a estequiometria. Um exemplo claro é o ato de fazer café. O café nada mais é do que uma estequiometria em menor
escala. Se, por exemplo, for colocado muito açúcar em um café, será possível observar que nem todo açúcar vai ser
dissolvido. Esse tipo de situação é chamado de reagente em excesso. Desse modo, no momento de preparar um
produto ou mesmo um café, é muito importante ter em mente a estequiometria da reação.
2.2. Roteiro para resolução de Estabelecer uma regra de três entre as grandezas envolvi-
das (o que se pede e os dados), obedecendo aos coeficien-
problemas de estequiometria tes da equação (os coeficientes indicam a proporção entre
Escrever a equação química da reação envolvida no problema. o número de mol).
É preciso obedecer dois pontos básicos para escrever
Caso seja necessário, faça a transformação do número
corretamente uma equação:
de mol para outra grandeza (massa, volume, número de
a) deve-se representar realmente um fato experimental, moléculas, etc.).
conhecido e bem analisado;
Dadas as massas molares CO (28 g · mol-1), O2 (32 g · mol-1) e
b) é necessário obedecer à Lei de Lavoisier. CO2 (44 g · mol-1) e considerando condições ideais, observe
Acertar os coeficientes estequiométricos da equação. a tabela:
No exemplo 2H2 + 1O2 → 2H2O, deve-se concluir o seguinte: Proporção
2CO(g) + 1O2(g) → 2CO2(g)
em
§ A proporção mínima em que ocorre a reação é de duas mol 2 mol 1 mol 2 mol
moléculas de hidrogênio para uma molécula de oxigênio, massa 2 · 28 = 56 g 1 · 32 = 32 g 2 · 44 = 88 g
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
85
Com efeito, somente 4 g de H2 reagiriam e restariam 6 g n · R
Assim, ao aplicar a equação V = ________ · T
para 1 mol de
P
ao final, uma vez que o H2 foi colocado em excesso. Nesse moléculas do gás, encontra-se o valor:
caso, afirma-se que o O2 é o reagente limitante, pois é con-
V = 22,4 L/mol, quantidade chamada de Volume Molar
sumido totalmente.
nas CNTP.
nH VH
___
n 2 = ___ 2
2 = __
0
2
V 02
1 plicando a regra matemática que afirma que “entre gran-
A
A razão entre volumes não é aplicada quando a substância dezas proporcionais a multiplicação em cruz dá origem a
se encontra em estado líquido ou sólido. Ela é usada apenas produtos iguais”, obtém-se:
para gases e vapores. Gay-Lussac foi o primeiro a observar
essas relações de volume entre substâncias gasosas. 62 · 2
310 ∙ x = 62 ∙ 2 ∙ 98 → x =________ · 98
= 39,2 g de H3PO4
310
Em diversos problemas envolvendo substâncias gaso-
sas, fala-se de Condições Normais de Temperatura § Relacionando mol com mol
e Pressão (CNTP) e também em Condições Am-
Calcule o número de mol de H3PO4 necessário para reagir
bientais (CA).
totalmente com 9 mol de Ca(OH)2.
§ No primeiro caso, CNTP, deseja-se dizer que a pressão
é de 1 atm e que a temperatura é de 0 °C ou 273 K. Dado: H3PO4 + Ca(OH)2 → Ca3(PO4)2 + H2O
86
Resolução: § Relacionando grandezas com volume
g ∙ mol-1
Resolução:
m
n(NH ) CO = __ 250
___
42 3 n = 96 ≅ 2,6 mol
Escrever a equação relacionada com o problema.
Ca + HCℓ → H2 + CaCℓ2
Resolução:
ℓ ℓ
87
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Hoje em dia há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são,
de forma geral, tão eficientes quanto os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Sendo assim, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas diferen-
ciadas e baratas, com o intuito de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
A fim de produzir maior quantidade, é interessante utilizar técnicas que possibilitam o aumento da produção e
um maior rendimento nas reações químicas.
MODELO 1
(Enem) Em setembro de 1998, cerca de 10.000 toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4) foram derramadas pelo
navio Bahamas no litoral do Rio Grande do Sul. Para minimizar o impacto ambiental de um desastre desse
tipo, é preciso neutralizar a acidez resultante. Para isso pode-se, por exemplo, lançar calcário, minério rico em
carbonato de cálcio (CaCO3), na região atingida.
A equação química que representa a neutralização do H2SO4 por CaCO3, com a proporção aproximada entre
as massas dessas substâncias é:
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H20 + C02
1 tonelada 1 tonelada sólido gás
reage com sedimentado
Pode-se avaliar o esforço de mobilização que deveria ser empreendido para enfrentar tal situação, estimando
a quantidade de caminhões necessária para carregar o material neutralizante. Para transportar certo calcário
que tem 80% de CaCO3, esse número de caminhões, cada um com carga de 30 toneladas, seria próximo de
a) 100. b) 200. c) 300. d) 400. e) 500.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse tipo de habilidade, os conhecimentos do aluno são testados ao se apresentar um problema encontrado
em muitas indústrias e mineradoras (quando elas desejam conter algum risco ambiental). É possível ter uma
noção correlacionada com o cotidiano, favorecendo a aproximação do aluno em relação aos temas estudados
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
em sala de aula.
Utilizando a proporção aproximada fornecida no enunciado do teste, tem-se:
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H2O + CO2
1t – 1t
10.000 t – 0,80 ∙ m (pureza de 80%)
m = 12.500 t
30 t — 1 caminhão
12.500 t — x
x = 416,67 caminhões ⇒ x ≅ 400 caminhões
RESPOSTA Alternativa D
88
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA
NA QUAL HÁ
QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO
ENVOLVENDO
A QUANTIDADE
EM MOL PODE SER NÚMERO DE
RELACIONADO
• MASSA
• VOLUME
• MOLÉCULAS
• ÁTOMOS
• ÍONS
89
Aplicação do conteúdo
1. Numa reação de neutralização, 10 g de ácido sulfú-
ESTEQUIOMETRIA: rico são adicionados a 7,4 g de hidróxido de cálcio, se-
gundo a equação:
PUREZA, RENDIMENTO H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + 2H2O
E EXCESSO DE Dados: Massas molares (g ∙ mol-1): H2SO4 = 98;
REAGENTE Ca(OH)2 = 74 e CaSO4 = 136.
Pede-se para calcular:
a) a massa de sulfato de cálcio formado;
b) a massa do reagente que “sobra” (em excesso) de-
90
Nota: É preciso insistir que as substâncias não reagem
na proporção em que são misturadas, mas sim na
3. Pureza
proporção em que a equação – ou seja, a Lei de Em geral, os reagentes utilizados nas indústrias não são to-
Proust – determina. Daí o cuidado ao resolver os proble- talmente puros. Isso ocorre porque na forma impura esses
mas que dão as quantidades de dois reagentes. É preciso reagentes são mais baratos; além disso, eles podem não ser
lembrar que é o reagente em falta ou reagente limi- encontrados em sua forma pura na natureza.
tante (fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois,
Assim, ao se realizarem os cálculos estequiométricos da
no instante em que ele acaba, a reação é interrompida.
quantidade de produto que será formada ou da quanti-
dade de reagente que será preciso usar, é preciso levar em
2.1. “Dica” consideração o seu grau de pureza.
Tome cuidado quando o exercício fornecer a quantidade O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de
de duas (ou mais) substâncias na reação química, pois substância pura e a massa total da amostra.
uma das substâncias pode estar em excesso, isto é, não
será totalmente consumida. Nesse caso, para descobrir o
mpura
reagente em excesso e o reagente limitante, é preciso mul- ________
p =m
tiplicar “cruzado” as massas molares pela massa fornecida total (impura)
das substâncias.
O produto maior da multiplicação indica o excesso, e o pro- Por exemplo, o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) é um
duto menor da multiplicação indica o limitante, ou seja, a minério utilizado para fabricar a cal virgem (óxido de cálcio
substância que reage completamente. – CaO). Contudo, além do carbonato de cálcio, esse minério
geralmente vem acompanhado de impurezas em sua consti-
tuição, como areia, carvão e outras substâncias.
Considere que, em 100 g de calcário, apenas 80 g são de
carbonato de cálcio e 20 g são de impurezas. Assim, segue
que o grau de pureza desse minério é 0,8 ou 80%, confor-
me mostrado abaixo:
Como o produto 740 é maior que 725,2, conclui-se que o mpura
H2SO4 está em excesso e o Ca(OH)2 é o limitante. Deve-se, p =m ________
80 = 0,8
= ___
total (impura) 100
portanto, realizar os cálculos por meio do reagente limitante.
p% = p ∙ 100 = 0,8 ∙ 100 = 80%
Aplicação do conteúdo Isso significa que o grau de pureza dessa amostra de cal-
cário é de 80%
1. A combustão completa do gás metano, CH4, dá como
produtos CO2 e H2O, ambos na fase gasosa. Se 1 L de
100% de pureza –––– 100 g de calcário
metano for queimado na presença de 10 L de O2, qual
o volume final da mistura resultante? Suponha todos os x –––– 80 g de carbonato puro
volumes medidos nas mesmas condições de temperatura
e pressão e comportamento ideal para todos os gases. ⇒ x = 80%
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Resolução:
Dessa forma, quando for preciso calcular a massa de pro-
A questão é de resolução simples, pois a proporção dos duto obtida a partir de um reagente impuro, é necessário
volumes gasosos (a P e T constantes) em uma reação quí- primeiro calcular qual é a parte pura da amostra e, em se-
mica coincide com a própria proporção dos coeficientes da guida, efetuar os cálculos com o valor obtido.
equação correspondente. Tem-se:
Aplicação do conteúdo
1. Qual é a massa de óxido de cálcio (CaO) obtida na
decomposição de 250 g de calcário, contendo 80% de
carbonato de cálcio CaCO3?
Dados:
Assim, o volume final da mistura resultante será (1 + 2 + 8) =
Massas molares em g ∙ mol-1: Ca = 40, O = 16, C = 12.
11 L.
91
Resolução: Qual é a massa de ácido sulfúrico produzida a partir de 8
toneladas (t) de enxofre?
A reação é dada por:
(Massas atômicas: S = 32, H = 1, O = 16).
CaCO3 → CaO + CO2
Resolução:
As massas molares são:
M(CaCO3) = 100 g ∙ mol–1
M(CaO) = 56 g ∙ mol–1
5. Rendimento
Como, em indústrias e laboratórios, o rendimento da rea-
ção não é total na maioria das reações químicas realizadas,
92
a quantidade de produto obtido é menor do que a quanti- Entretanto, o enunciado afirma que o rendimento é de
dade esperada teoricamente. apenas 80%.
Isso significa que o rendimento da reação não é igual a É preciso então efetuar o cálculo envolvendo o rendimento
100%, uma vez que a massa total dos reagentes não foi percentual dado:
completamente convertida em produtos.
Isso pode ocorrer devido a diversos fatores. Observe os
mais comuns:
Aplicação do conteúdo
1. Num processo de obtenção de ferro a partir da hema-
tita (Fe2O3), considere a equação não balanceada:
∙ ∙
Fe2O3 + C → Fe + CO
Depois do balanceamento da equação, deve-se realizar o Para compensar essa perda, deve-se partir de uma quanti-
cálculo estequiométrico de forma usual: dade maior que os 19,05 g previstos.
Assim:
De cada 100 —— 50 g de Cu
∙ g de Cu realmente reagem
y —— 19,05 g de Cu
realmente reagem
100 ∙ 19,5
A massa de ferro (3,36 toneladas) seria obtida se a reação ⇒ y = _________
= 38,1 g de Cu serão necessári-
50
tivesse aproveitamento ou rendimento total (100%). os (apenas 50% desse valor reagirá).
93
3. Uma massa de 32,7 g de zinco metálico reage com sendo que o nitrogênio é considerado inerte. Embora não
uma solução concentrada de hidróxido de sódio, produ- participe da reação, o nitrogênio faz parte do ar que reage
zindo 64,53 g de zincato de sódio (Na2ZnO2). e dos gases finais produzidos.
Qual é o rendimento dessa reação? Assim, quando uma reação se processa com a participação
Resolução: do ar, pode ser necessário identificar fatores como: a massa
de oxigênio que reagiu, o volume do ar utilizado, o volume
Diferente dos anteriores, a questão pede agora o rendi- dos gases finais da reação, a quantidade de nitrogênio que
mento da reação. estava presente no ar e nos gases finais e assim por diante.
É preciso realizar, inicialmente, um cálculo estequiométrico Observe o exemplo a seguir e verifique duas formas que
normal, sem pensar no rendimento: podem ser aplicadas para realizar esses cálculos.
Dados: Zn + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2
Uma das formas é aplicando a “Regra de Três“, e a
Massas atômicas: Zn = 65,4; Na = 23; O = 16; H = 1. outra é aplicando a Proporção Estequiométrica citada
(1O2 : 4N2 : 5ar).
Aplicação do conteúdo
1. Um volume de 56 L de metano é completamen-
te queimado ao ar, produzindo gás carbônico e água.
Suponha todas as substâncias no estado gasoso e nas
Passemos, agora, para o cálculo do rendimento porcentual: mesmas condições de pressão e temperatura.
6. Volume de ar nas
reações químicas Observe que esse cálculo corresponde a multiplicar o volu-
me do O2 por 5, de acordo com a proporção já menciona-
O ar seco apresenta cerca de 78% de gás nitrogênio (N2),
da: 1O2 : 4N2 : 5ar.
21% de gás oxigênio (O2) e 1% de outros gases, em volume.
b) Cálculo do volume total dos gases no final da reação
Isso quer dizer que temos uma proporção de aproximada-
mente 1 : 4 : 5 de gás oxigênio, gás nitrogênio e ar total, Pela equação, note que, no final, haverá:
respectivamente.
O ar participa de muitas reações, principalmente nas rea- ∙ ∙ ∙ ∙
ções de oxidação, como as combustões. Na verdade, po-
rém, o único componente do ar que reage é o oxigênio, ⇒ No final da reação tem-se 56 L de
94
CO2 + 112 L de H2O(g) (vapor de água) + a sobra de N2 que Para o flúor:
existe no ar inicial e que não reage.
Ora, sabendo a composição volumétrica do ar, temos:
80 L de N2 ——— 100 L de ar
∙
x ——— 560 L de ar
⇒ x = 448 L de N2
80 L de N2 ——— 20 L de O2 ℓ ℓ
y ——— 112 L de O2
⇒ y = 448 L de N2
∙
Observe que todos esses cálculos são desnecessários, pois,
relembrando a proporção 1O2 : 4N2 : 5ar, percebe-se que
basta multiplicar o volume de O2 por 4 para descobrir o ℓ
volume do N2.
Por fim, o volume da mistura gasosa final será: A massa total dos produtos formados será:
Vfinal = 56 L de CO2 + 112 L de vapor de água + 448 L de mtotal = 200 g de HF + 730 g de HCℓ = 930 g de produtos.
N2 = 616 L de gases no final da combustão. Observe que não se pode somar as duas equações vistas
acima, pois a soma:
7. Misturas de reagentes 2H2 + 1F2 + 1Cℓ2 → 2HF + 2HCℓ
Apenas as substâncias puras possuem fórmulas químicas
e apenas com elas é possível escrever equações químicas. apresenta a proporção de 1 mol de F para 1 mol de Cℓ,
enquanto o enunciado do problema fala em 5 mol de F2 e
Numa mistura (composição variável), estão presentes duas 10 mol de Cℓ2.
ou mais substâncias puras.
Assim, em problemas com misturas de reagentes, o ideal é
Às vezes, deseja-se expressar sua composição (em peso ou resolver as equações químicas separadamente, realizando
em volume) ou mesmo saber quanto de cada componen- o cálculo estequiométrico também separadamente.
te deve ser misturado para formar outra mistura de com-
posição previamente fixada.
7.2. Segundo caso: quando a composição
Nesses problemas, a dificuldade fundamental é: as misturas
não são obrigadas a obedecer a uma proporção constante;
da mistura reagente não é conhecida -- pelo
entretanto, de acordo com a Lei de Proust, toda equação contrário, constitui a pergunta do problema
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
química deve obedecer a uma proporção constante. Uma massa de 24 g de uma mistura de H2 e CO queima
completamente produzindo 112 g de produtos finais.
7.1. Primeiro caso: quando a composição Pede-se para calcular as massas de H2 e de CO existentes
da mistura reagente é dada na mistura inicial (Massas atômicas: H = 1, C = 12, O = 16).
Considere que uma mistura composta por 5 mol de Resolução:
flúor e 10 mol de cloro reage completamente com
As reações mencionadas no problema são:
o hidrogênio.
Qual é a massa total dos produtos formados? (Massas atô- 2H2 + O2 → 2H2O
micas: H = 1; F = 19; Cℓ = 35,5).
2CO + O2 → 2CO2
Resolução:
Considere separadamente as reações do flúor e do cloro e Nesse caso, também não se pode somar as equações, pois
efetue dois cálculos estequiométricos separados. a proporção em que o H2 e o CO estão misturados não é
95
conhecida. Assim, o caminho é trabalhar com cada equa-
ção química separadamente, como foi feito no 1.° caso.
Inicialmente, é preciso adotar o seguinte raciocínio:
Uma vez que a massa total da mistura de H2 e CO (reagen-
tes) é igual a 24 g, se for chamada de x a massa de H2, a
massa de CO será igual a (24 – x) gramas.
De maneira semelhante, a massa total da mistura final
de H2O e CO2 (produtos) também foi dada, sendo igual a
112 g. Assim, se for chamada de y a massa de H2O forma-
da, a massa de CO2 formada será (112 – y) gramas.
Agora, as equações químicas devem ser retomadas separa-
damente, e os cálculos estequiométricos correspondentes
devem ser realizados:
Para o H2, temos:
96
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 29
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a
saúde, a produção de alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.
Com o avanço dos estudos da Tabela Periódica, foi possível separar os elementos em grupos e períodos e clas-
sificá-los como representativos e de transição. Muitos desses elementos têm extrema importância na avaliação
de métodos eficazes e práticos para preservação ambiental.
De forma geral, é importante identificar as características correspondentes desses elementos para que se possa
trabalhar de forma adequada em relação às propriedades específicas de cada elemento.
Para isso, utiliza-se a estequiometria, que leva em conta situações na qual um produto foi extraído e tratado.
Esse tratamento nem sempre acontece com o maior rendimento ou, muitas vezes, é uma amostra impura. A
habilidade 29 tem como objetivo consolidar o raciocínio lógico de forma quantitativa nas reações químicas.
MODELO 1
(Enem) A composição média de uma bateria automotiva esgotada é de aproximadamente 32% Pb, 3% PbO,
17% PbO2 e 36% PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria usada é de 6 kg, onde 19% é
PbO2, 60% PbSO4 e 21% Pb. Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta, o que mais preocupa
é o sulfato de chumbo (II), pois nos processos pirometalúrgicos, em que os compostos de chumbo (placas das
baterias) são fundidos, há a conversão de sulfato em dióxido de enxofre, gás muito poluente.
Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria pode utilizar uma planta mista, ou seja, utilizar o
processo hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do composto de chumbo. Nesse caso, a re-
dução de sulfato presente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbonato de sódio (Na2CO3) 1 M a
45 °C, em que se obtém o carbonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse processo, o material
segue para a fundição para obter o chumbo metálico.
PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4
Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23; O = 16; C = 12
ARAÚJO, R.V.V.; TINDADE, R.B.E.; SOARES, P.S.M.
Reciclagem de chumbo de bateria automotiva: estudo de caso.
Disponível em: http://www.iqsc.usp.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).
Segundo as condições do processo apresentado para a obtenção de carbonato de chumbo (II) por meio da
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
lixiviação por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta residual de uma bateria de 6 kg, qual
quantidade aproximada, em quilogramas, de PbCO3 é obtida?
a) 1,7 kg
b) 1,9 kg
c) 2,9 kg
d) 3,3 kg
e) 3,6 kg
97
ANÁLISE EXPOSITIVA
A estequiometria é uma das áreas mais importantes da Química. Por meio dela é possível aprender sobre a
proporcionalidade das reações químicas e a relação dos reagentes. Para que se tenha um melhor rendimento
possível, é necessário utilizar uma maior quantidade de reagente com maior pureza. Nessa habilidade, é colo-
cada em prova a capacidade do aluno de interpretar e avaliar as condições da estequiometria para um melhor
aproveitamento da reação e de colocar em termos quantitativos a resposta achada.
6 kg (pasta) — 100 %
m (PbSO4) — 60%
m (PbSO4) = 3,6 kg
Obtenção de PbCO3:
RESPOSTA Alternativa C
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
98
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA
NA QUAL HÁ
QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO
• RENDIMENTO 100%
NA QUAL
• RENDIMENTO MENOR QUE 100%
PODE SER UMA
• EXCESSO DE REAGENTE
REAÇÃO COM
• REAGENTES NÃO PUROS
99
ANOTAÇÕES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
VOLUME 1 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
100