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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral,
com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totali-
zando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla,
de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a
aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
Coordenador-geral
Murilo de Almeida Gonçalves
Editoração eletrônica
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira
Imagens
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN
978-85-9542-239-1
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por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a in-
clusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo,
fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens pub-
licadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não rep-
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SUMÁRIO
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA5
AULAS 1 E 2: FORMAÇÃO DE PALAVRAS 007
AULAS 3 E 4: ARTIGOS, SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS 015
AULAS 5 E 6: VERBOS: NOÇÕES PRELIMINARES E MODOS INDICATIVO E SUBJUNTIVO 023
AULAS 7 E 8: VERBOS: MODO IMPERATIVO E VOZES VERBAIS 030
LITERATURA 33
AULAS 1 E 2: FUNDAMENTOS PARA O ESTUDO LITERÁRIO: ARTE E TÉCNICA 035
AULAS 3 E 4: TROVADORISMO E HUMANISMO 044
AULAS 5 E 6: RENASCIMENTO: CLASSICISMO E LUÍS VAZ DE CAMÕES 053
AULAS 7 E 8: QUINHENTISMO E ESTÉTICA BARROCA 060
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.
Competência 1
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.
Competência 2
Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade.
Competência 3
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para
H11
diferentes indivíduos.
Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.
Competência 4
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e
H14
étnicos.
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
Competência 5
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constitu-
Competência 6
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Competência 7
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção,
H24
chantagem, entre outras.
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da
Competência 8
própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social,
Competência 9
no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tec-
nologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.
ENTRE
LETRAS
GRAMÁTICA
LIVRO
TEÓRICO
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Como uma prova transversal, a exigência Vê-se maior incidência de temas que se Bastante objetivo, o vestibular da Unesp
de conhecimentos tende a se alargar a orientam sobre os processos de forma- exige domínio acerca dos sentidos deno-
outros assuntos. Dessa maneira, é com- ção de palavras e a utilização das vozes tativos e conotativos que uma palavra
preensível que se veja os significados verbais. No mais, assuntos como a apli- pode ter em determinado contexto, além
textuais que a mudança de classes de cação de classes de palavras em determi- da compreensão de classes gramaticais.
palavras, a pontuação ou mesmo aspec- nados contextos surgem com frequência. Tempos verbais e suas aplicações tam-
tos coesivos podem provocar bém são frequentes.
no texto.
Nesse vestibular, aspectos semânticos de Os temas de maior incidência são a com- Concordâncias verbal e nominal, regên- Bastante direto e objetivo, o vestibular
um termo dentro de seu contexto são o preensão conotativa e denotativa de ter- cia e aspectos sintáticos na dinâmica da Santa Casa faz exigências de com-
ponto de partida para a resolução das mos no âmbito de determinado texto e de um texto aparecem com frequência preensão sobre vozes verbais e classes
questões. Também, poderá ser exigido do o uso das pontuações para a construção nas provas. De igual modo, as diferentes gramaticais. É seguro, então, entender os
candidato compreender as possibilidades de sentido. Além disso, temas que atra- situações que conduzem a pontuação procedimentos textuais que configuram
de variação linguística. vessam conhecimentos a respeito das também aparecem com frequência. as especificidades destes temas. Tam-
classes gramaticais. bém, a atenção à pontuação
é uma constante.
CMMG
CIÊNCIAS MÉDICAS
A prova da UEL cobra conhecimentos A Semântica é trabalhada em contexto, Questões que exigem conhecimentos
gramaticais apenas na segunda fase. sempre em comparação e por relações de sobre elementos coesivos e figuras de
Questões que associam a semântica à equivalência. Além disso, questões objeti- linguagem, bem como aspectos se-
interpretação de textos literários são co- vas que abordem a Morfologia do portu- mânticos que podem aparecer em um
muns, além de um trabalho mais direcio- guês podem, também, aparecer com uma texto, seja por expressões denotativa ou
nado à formação de palavras e às classes grande incidência. conotativa.
gramaticais (substantivo, adje-
tivo e verbo).
O uso de vozes verbais e os processos Os temas de maior incidência são classes Essa prova é bastante flexível no que diz
de formação de palavras. Igualmente, o de palavras e pontuação. Por isso, com- respeito aos temas que aborda. Faz exi-
sentido de determinado tempo verbal na preender aspectos morfológicos e recur- gências sobre tempos e modos verbais,
dinâmica textual, bem como os prejuízos sos coesivos é essencial para a resolução elementos coesivos e funções sintáticas.
que a mudança de um modo verbal a de suas questões. Apesar disso, de modo geral, suas questões
outro pode provocar a um texto. são bastante objetivas.
VOLUME 1
LC
desfazer (radical com encaixe de um prefixo)
recentemente (radical com encaixe de um sufixo)
COMPETÊNCIA(s)
1e8 § Desinências: são os morfemas que indicam flexões de
palavras variáveis. São subdivididas em desinência-
AULAS HABILIDADE(s)
1, 2, 3, 4, 26 e 27
-nominal (em que ocorrem flexões de gênero e de nú-
mero) e desinência-verbal (com flexão modo-tempo
1E2 e número pessoa).
Exemplos:
a) desinência-nominal: garota / garotas / exaus-
ta / exaustas
b) desinência-verbal: derrubar / derrubamos
/ derrubassem / derrubaria
§ Vogal temática: é um morfema vocálico que se
1. Morfologia: acrescenta aos radicais antes das desinências. Temos
dois tipos:
formação de palavras a) Vogal temática nominal
Neste tópico, estudaremos os processos de estruturação e
Em radicais nominais (paroxítonos ou proparoxítonos) são
formação de uma palavra em língua portuguesa.
acrescentadas as vogais átonas “-a”, “-e” ou “-o” que in-
dicarão classe gramatical.
Palavra: unidade linguística de som e significado que
entra na composição dos enunciados da língua. Exemplo:
revista / inteligente
Embora representem uma totalidade, as palavras podem b) Vogal temática verbal
ser decompostas de modo que reconheçamos as unida-
des menores que as compõem. Esses elementos menores Indicam a conjugação dos verbos. Funcionam da seguinte
são todos dotados de significação e recebem o nome de maneira: Vogal “-a” = (1ª conjugação) / Vogal “-e” = (2ª
morfemas. conjugação) / Vogal “-i” = (3ª conjugação)
Exemplo:
Morfema: unidades mínimas de uma palavra, que pos-
suem significação. convida / escreve / sorri
A tabela abaixo traz significados de prefixos e radicais, alguns frequentemente usados no dia a dia.
Prefixos latinos Significados Exemplos
a–, ab–, abs– afastamento, separação abstenção, abdicar
a–, ad–, ar–, as– aproximação, direção adjunto, advogado, arribar, assentir
e–, es–, ex– movimento para fora, privação emergir, expelir, escorrer, extrair, exportar, esvaziar, esconder, explodir
atmo– ar atmosfera
aero– ar aerodinâmica
VOLUME 1
GRAMÁTICA
NORMATIVA CLASSES DE
PALAVRAS
• SUFIXAL • JUSTAPOSIÇÃO
• PREFIXAL • AGLUTINAÇÃO
• IMPRÓPRIA
• REGRESSIVA
• PARASSINTÉTICA
VOLUME 1
LC
a ao, aos à, às * — —
1, 2, 3, 4, 26 e 27
3E4
* A junção de “a” (preposição) + “a” (artigo) é o que dá origem
ao fenômeno da crase, que será discutido em momento oportuno.
Exemplos:
Foi localizado, ontem, o jovem serial-killer que
havia fugido da cadeia. (O artigo definido nos
transmite a ideia de que a notícia da fuga do jo-
vem era de conhecimento dos leitores, ou seja, o
substantivo era conhecido.)
multimídia: letra e música
Foi localizado, ontem, um jovem serial-killer que
havia fugido da cadeia. (O artigo indefinido nos Fonte: Youtube
transmite a ideia de que a fuga do jovem era no- A canção, em seu refrão, recorre às propriedades semân-
vidade para os leitores, ou seja, o substantivo era ticas do emprego dos artigos: “Ele é o homem /Eu sou
desconhecido.) apenas uma mulher”.
Esse cara (Caetano Veloso)
1.2.4. Artigo como particularizador ou generalizador Ah! Que esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Exemplos: Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Garfield é um gato. (O artigo indefinido marca a Ele está na minha vida porque quer
ideia de que Garfield é mais um entre os vários ga- Eu estou pra o que der e vier
tos no mundo, ou seja, generaliza o substantivo.) Ele chega ao anoitecer
Garfield é o gato. (O artigo definido marca a ideia Quando vem a madrugada ele some
Ele é quem quer
de que Garfield é um gato especial em relação a
Ele é o homem
outros gatos, ou seja, particulariza e destaca o Eu sou apenas uma mulher
substantivo.)
Exemplos:
cadeira; porta; sala; cidade; homem.
multimídia: letra e música
§ Concreto: nomeia os seres de existência concreta,
Fonte: Youtube
real, palpável “a pedra” ou “a porta”, por exemplo e
também seres dos quais já se constituiu uma imagem A canção é composta por substantivos de diferentes
histórica “a bruxa” ou “a fada”, por exemplo. naturezas.
Nome das coisas (Karnak)
§ Abstrato: nomeia elementos não palpáveis, como sen-
timentos, sensações, qualidades, estados, noções e ações. Nomes se dão às coisas / Nomes se dão
Nomes se dão às pessoas / Nomes se dão
Exemplos:
Exemplos:
mar – mares; rapaz – rapazes.
cidadão – cidadãos; irmão – irmãos; órgão – órgãos.
§ Substantivos oxítonos terminados em “–s“ e “–z“ fa-
§ Fazem o plural em “–ães”. zem o plural em “–es“.
caminho de se tornar um bom “localizador” de determi- der que os conhecimentos a respeito de elementos mais
nadas categorias sintáticas. Isso porque o substantivo é básicos de classificação de adjetivos (ligados à morfolo-
núcleo (parte essencial de uma categoria sintática, que gia) não são efetivamente exigidos em provas de
comporta maior carga de sentido) de categorias que es- vestibulares. Hoje em dia, as provas esperam que os
tudaremos mais adiante como sujeito, objeto direto,
Observação 1
São invariáveis os adjetivos referentes a cores se o último elemento ou ambos forem substantivos: blusas vermelho-sangue;
vestidos cor de rosa; blusas verde-limão.
Exemplos
Ele é um atleta pobre (sem recursos financeiros / sem dinheiro)
Ele é um pobre atleta (um atleta medíocre / sem grandes habilidades)
Embora a posição mais tradicional de inserção do adjetivo seja posterior ao substantivo, a gramática normativa autoriza
a inversão de posições; desde que, é claro, estejamos atentos sobre possíveis mudanças de sentido. Nos exemplos apresen-
tados acima, a mudança de posição entre as palavras “atleta” e “pobre” criou nuances variadas de sentido. É importante
ressaltar que isso não ocorrerá sempre. Por exemplo, dizer que “o Brasil precisa de um jornalismo novo” e dizer que “o
Brasil precisa de um novo jornalismo” (em que modificamos as posições do adjetivo “novo” em relação ao substantivo
“jornalismo”) não muda efetivamente nada do ponto de vista do sentido.
b) O adjetivo possui funções de organização textual
Os adjetivos exercem o importante papel de auxiliar nos processos descritivos de um texto. Em termos mais claros, os adjeti-
vos são responsáveis por compor sentenças que, por exemplo, caracterizem os personagens de uma narrativa (suas roupas,
atitudes, etc.) ou que apresentem detalhes a respeito de uma localização (detalhes de uma cidade, ou ambiente florestal),
entre outras caracterizações. Em textos literários brasileiros do período romântico, por exemplo, havia a necessidade de se
evidenciar características que valorizassem a nação. Por esse motivo, encontramos obras em que há grandes processos de
adjetivação caracterizando o ambiente brasileiro (o livro Iracema, de José de Alencar, é um grande exemplo).
c) A locução adjetiva
A locução adjetiva é uma categoria morfológica em que utilizamos duas estruturas (em geral, uma preposição + um substan-
tivo) que, no final, funcionam como um único adjetivo (caracterizando um substantivo). Um detalhe importante é que a es-
trutura que funciona locução adjetiva nos permite, em alguns casos, “enxergar” um adjetivo por trás dela. Vejamos exemplos:
Exemplos
Preciso imprimir a fatura do mês
GRAMÁTICA
NORMATIVA
CLASSE DAS
PALAVRAS
SUBSTANTIVO ADJETIVO
LC
SUBJUNTIVO amar, brincar, falar
§ 2.a conjugação: indicada pela vogal temática –e–
COMPETÊNCIA(s)
1e8 nascer, crescer, morrer
§ 3.a conjugação: indicada pela vogal temática –i–
AULAS HABILIDADE(s)
1, 2, 3, 4, 26 e 27 dormir, sorrir, partir
5E6
O verbo pôr e seus derivados são considerados de 2.ª
conjugação por conta de um processo fonológico ao
longo da história que suprimiu a vogal temática –e–.
Em um estágio anterior da língua portuguesa, a sua
forma original era poer.
Exemplo:
Pode deixar, amanhã eu falo com o Roberto.
Exemplo:
Sempre viajamos com nossos pais para Aparecida do Norte
Exemplo:
A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Exemplo:
O gerente indicou um candidato para a vaga.
Exemplo:
O novo filme de Almodóvar tem agradado crítica e público.
Exemplo:
Ele caminhava quando o foi atingido por uma bicicleta.
Exemplo:
Enquanto existiram, as Lojas Arapuã abriam as portas às 10 horas.
Exemplo:
Pretendíamos ir à Bahia, mas os preços subiram muito.
Exemplo:
O avião já decolara quando o passageiro atrasado chegou.
Exemplo:
O avião já tinha / havia decolado quando o passageiro atrasado chegou.
Exemplo:
O medicamento estará disponível no mercado em setembro.
VOLUME 1
Exemplo:
Na África, quantos não estarão mortos de fome!
Exemplo:
Em dois anos, você terá terminado o seu mestrado.
b) Futuro do pretérito: indica ação futura que não se concretizará por conta de uma relação com fato passado. Sua
estrutura apresenta também alguns outros usos particulares que veremos a seguir:
Exemplo:
Eu participaria da São Silvestre se não tivesse torcido o tornozelo.
Exemplo:
O suspeito teria sido visto próximo à residência da vítima alguns dias antes.
Exemplo:
Poderia me passar os talheres, por gentileza?
Formas compostas
As formas compostas do subjuntivo também indicam nuances de incerteza e dependem de algum elemento de suporte
para realização da conjugação. São apenas três tempos utilizados: Pretérito perfeito composto, Pretérito mais-que-
-perfeito composto e Futuro composto. Vejamos:
Exemplo: É essencial que tenham discutido esse problema na reunião.
MORFOLOGIA
VERBOS VOZES
MODOS
TEMPOS TEMPOS
• PRESENTE • PRESENTE
• PRETÉRITO • PRETÉRITO IMPERFEITO
PERFEITO • FUTURO
IMPERFEITO
MAIS-QUE-PERFEITO
• FUTURO
DO PRESENTE
DO PRETÉRITO
VOLUME 1
LC
Vejamos alguns exemplo iniciais:
§ João cortou árvores.
COMPETÊNCIA(s) O fato (cortou) é praticado pelo sujeito (João).
1e8 Portanto, o verbo está na voz ativa.
§ Árvores foram cortadas por João.
AULAS HABILIDADE(s)
1, 2, 3 e 27 O sujeito (árvores) é alvo, ou seja, sofre a ação de
7E8 João. Portanto, o verbo está na voz passiva.
§ João cortou-se com o machado.
O sujeito (João) é agente e também alvo da ação
de cortar. Portanto, o verbo está na voz reflexiva.
Exemplo:
Consertam-se televisores. pronome reflexivo verbo
VIVENCIANDO
DIAGRAMA DE IDEIAS
MORFOLOGIA
VERBOS VOZES
• ATIVA
• PASSIVA
• REFLEXIVA
MODOS
AFIRMATIVO
NEGATIVO
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LITERATURA
LIVRO
TEÓRICO
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Como o Enem não possui uma lista A maior parte das questões de literatura
obrigatória de livros, as questões con- se refere às obras de leitura obrigató-
templam o conhecimento acerca dos di- ria. Neste livro, encontram-se algumas
ferentes gêneros literários e das escolas questões de anos anteriores sobre o
literárias, bem como de seus principais Humanismo, bem como sobre gêneros
representantes. literários e as estéticas medieval e qui-
nhentista.
A maior parte das questões de literatura As questões da UNIFESP contemplam o Como a Unesp não possui uma lista obri-
da Unicamp se refere às obras de leitura conhecimento das escolas literárias, bem gatória de livros, as questões contemplam
obrigatória. Neste livro, encontram-se como de seus principais representantes. o conhecimento das escolas literárias,
algumas questões de anos anteriores Neste livro, estão presentes questões so- bem como de seus principais representan-
sobre Humanismo e Classicismo, bem bre gêneros literários, Trovadorismo, Hu- tes. Neste livro, estão presentes questões
como sobre gêneros literários e as es- manismo, Classicismo e Quinhentismo. sobre gêneros literários, Trovadorismo,
téticas medieval, clássica e Humanismo, Classicismo e
quinhentista. Quinhentismo.
A prova em questão exige seus conhe- A maior parte das questões de literatura Como a PUC-Camp não possui uma lista A prova da Santa Casa exige seus conhe-
cimentos acerca dos gêneros literários se refere às obras de leitura obrigatória. obrigatória de livros, as questões con- cimentos acerca dos gêneros literários
e dos movimentos literários no Brasil e Neste livro, encontram-se algumas ques- templam o conhecimento acerca dos di- e dos movimentos literários no Brasil e
em Portugal. Neste livro, estão presentes tões de anos anteriores sobre gêneros ferentes gêneros literários e das escolas em Portugal. Neste livro, estão presentes
questões sobre gêneros literários, Tro- literários e as estéticas medieval, clássica literárias, bem como de seus principais questões sobre gêneros literários, Tro-
vadorismo, Humanismo, Classicismo e e quinhentista. representantes. vadorismo, Humanismo, Classicismo e
Quinhentismo. Quinhentismo.
CMMG
CIÊNCIAS MÉDICAS
Estão presentes questões sobre gêneros A maior parte das questões de literatu- A maior parte das questões de literatura
literários, Trovadorismo, Humanismo, ra da UFPR se refere às obras de leitura se refere às obras de leitura obrigatória.
Classicismo e Quinhentismo. obrigatória. Neste livro, estão presentes Neste livro, encontram-se algumas ques-
questões sobre gêneros literários, Tro- tões sobre gêneros literários e as esté-
vadorismo, Humanismo, Classicismo e ticas medieval, clássica e quinhentista.
Quinhentismo.
O vestibular da Uerj não exige os con- Como a Ungranrio não possui uma lista A Souza Marques exige seus conheci-
teúdos contidos neste livro, exceto os das obrigatória de livros, as questões con- mentos acerca dos gêneros literários e
aulas 1 e 2. templam o conhecimento acerca dos di- dos movimentos literários brasileiros.
ferentes gêneros literários e das escolas Neste livro, estão presentes questões so-
literárias, bem como de seus principais bre gêneros literários e sobre a estética
representantes. quinhentista.
FUNDAMENTOS
PARA O
apresentada seja consideravelmente rasa, ela possui seu
ESTUDO fundo de verdade, já que esboça dois lados dessa relação:
LITERÁRIO: expressão e técnica. A arte, assim, pode ser entendida
ARTE E como uma forma de representação da realidade (feita a
LC
ressalva de que essa realidade, é claro, sempre perpassa
TÉCNICA a maneira como cada indivíduo percebe e experimenta o
COMPETÊNCIA(s) mundo). Por conta disso, a arte costuma ser conjugada,
5 também, com o conceito de mimesis.
Na Antiguidade Clássica, tanto Platão como Aristóteles tra-
AULAS HABILIDADE(s)
15, 16 e 17
balhariam para o desenvolvimento do conceito. Primeiro,
1E2
Platão o tenta definir como uma forma de discussão acerca
do que se extrai do mundo das ideias. Contudo, é só com a
famosa Poética de Aristóteles que o termo ganha força ao
ser apresentado como imitação / emulação da realidade.
Nesse mesmo livro, Aristóteles associa o conceito à Lite-
ratura, observando que as diferentes formas de expressão
literária tendiam a mimetizar a realidade a partir de dife-
rentes perspectivas.
A imitação (mimese) de uma ação é o mito (fábula)...
A parte mais importante é a da organização dos fatos,
1. Arte: representação pois a tragédia é a imitação, não de homens, mas de
ações, da vida, da felicidade e da infelicidade (pois a
e resistência infelicidade resulta também da atividade)... Daí resulta
serem os atos e a fábula a finalidade da tragédia. Sem
“A literatura é uma transfiguração da realidade”
ação, não há tragédia.
– Antonio Candido
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Antônio Carvalho.
São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1959.)
§ Conclusão ou Epílogo: Encerramento das aventu- As rimas são caracterizadas normalmente como um dos
ras e conclusão dos feitos heroicos. principais fatores que corroboram para a rítmica do poe-
ma. Elas são, por definição, a repetição de sons ao final de
dois ou mais versos. É claro que isso não implica que todo
1.3.1.1. A narrativa poema possua uma rima, ou que elas estejam sempre ao
final do verso, há quem classifique os sons fortes do verso
O gênero épico dá origem às formas narrativas mais co-
como rimas internas. Assim, quando as rimas acontecem
nhecidas, como o conto, a novela, a crônica e, é claro, o
ao final do verso, são chamadas de rimas externas, quando
romance. Todos esses gêneros têm em comum o seu cará-
dentro do verso, rimas internas. Vejamos alguns exemplos
ter narrativo, isto é, a organização de fatos que se sucedem
e classificações para as rimas:
dentro de um tempo-espaço específico.
“A narrativa está presente em todos os tempos, em to- Tipos de rimas
dos os lugares, em todas as sociedades, começa com a § Ricas – entre palavras de classes gramaticais diferentes:
própria história da humanidade. (...) é fruto do gênio do
narrador ou possui em comum com outras narrativas Cristina e ensina
uma estrutura acessível à análise”.
§ Pobres – entre palavras de mesma classe gramatical:
– BARTHES, Roland. A aventura semiológica, pp. 103-104.
Precisava esconder sua afeição...
A narrativa fará sempre parte das sociedades e, por isso,
é importante instrumento não apenas de análise formal a Na Idade Média, uma imortal paixão
respeito dos seus aspectos literários, mas como matéria- § Toantes – entre sons vocálicos repetidos:
-prima para compreensão de mundo.
hora e bola; saltava e mata
1.3.2. O gênero lírico § Aliterantes – entre sons consonantais idênticos ou
semelhantes:
O gênero lírico surge, também, na Grécia Antiga. Trata-se
de poemas que eram declamados, normalmente, acompa- vozes, veladas, veludosas, vozes
nhados pela lira, instrumento musical, concatenando as-
sim, em uma primeira camada, dois importantes elemen- vagam nos velhos vórtices velozes
tos: o som e a imagem. § Consoantes – entre sons e letras repetidos:
Tal gênero centra-se, sobretudo, na expressão dos senti- terra e serra;
mentos; isso não quer dizer, porém, que diz respeito aos
amoníaco e zodíaco;
sentimentos de quem o declama, mas do conceito de eu lí-
rico, ou voz poética, a voz que fala no poema. Por definição, rutilância e infância
compreendemos eu lírico como um importante elemento § Esdrúxulas – entre palavras proparoxítonas:
das análises de poemas, que corresponde ao sujeito (que
não é necessariamente o poeta) detentor dos sentimentos É um flamejador, dardânico
e sensações expressas no texto. uma explosão de rápidas ideias,
que com um mar de estranhas odisseias
O gênero lírico, assim, surge em consonância com a poe-
VOLUME 1
palavra nos leva ao sentido de ação. É, afinal, o gênero que tante conhecido: a farsa.
compreende o teatro, cuja característica principal é a ence-
nação, a representação de uma determinada realidade. No
teatro, os atores, o eu poético da ação, relacionam-se com
o tu-vós, a plateia.
TEORIA DOS
GÊNEROS
VOLUME 1
LC
em língua portuguesa.
Satíricas Líricas
§ Tematizam o sofrimento (coita d’amor) e a servidão Não me acudis; nem vós, nem Deus
(vassalagem) amorosa; Mas, se sabendo-me abandonado,
ver-vos, senhora, me for dado.
§ Os pronomes utilizados costumam aparecer no mascu- vivendo assim eu quero estar
lino (mia senhor, mia fremosa senhor, mia don (dona); e esperar, e esperar!
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Cruzada - Direção: Ridley Scott - 2005
Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que
guarda luto pela morte de sua esposa e filho. Ele recebe
a visita de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), seu pai, que
é também um conceituado barão do rei de Jerusalém e
dedica sua vida a manter a paz na Terra Santa.
As novelas de cavalaria surgem como narrativas que, de-
rivadas do gênero épico, passam a compor o imaginário
medieval. Trata-se das novelas de reis e rainhas, condes e
princesas, e costumam ser divididas em ciclos e temas.
4. Humanismo: um
Por serem longos poemas, as novelas de cavalaria, quando período de transição
a cultura escrita começa a emergir, passam a ser escritas
em prosa. Portugal, França e Inglaterra tiveram grande in-
fluência dessas narrativas.
§ Ciclo Bretão (ou Arturiano): ciclo inglês, são as
narrativas mais famosas, envolvendo o Rei Arthur e os
cavaleiros da távola redonda.
§ Ciclo Carolíngio: ciclo francês, são menos conheci-
das, Carlos Magno e seus cavaleiros são os heróis da
narrativa.
§ Ciclo Clássico (ou Greco-Latino): ciclo da Anti-
guidade, narram eventos como a Guerra de Tróia e as
aventuras de Alexandre, o Grande. DORÉ, Gustave. Demônios confrontando Dante e Virgílio. Ilustração
para o livro A divina Comédia (Inferno), de Dante Alighieri,
publicado em 1885 – Biblioteca de Artes Decorativas (Paris,
França). A ilustração reflete a confiança dos humanistas. Dante
e Virgílio enfrentam os demônios por meio da razão, que os ajuda
a afastar as “trevas” do pensamento vinculado à Idade Média.
Inês de Castro
Medida Velha
Redondilhas menores: versos com metrificação de 5
sílabas poéticas.
Redondilhas maiores: versos com metrificação de 7
sílabas poéticas.
Obras Medievais
VOLUME 1
TEOCENTRISMO ANTROPOCENTRISMO
TRADIÇÃO ORAL TRADIÇÃO ESCRITA
CANTÍGAS LÍRICAS
TEATRO VICENTINO
• CANTIGAS DE AMOR
PROSA (CRÔNICA)
• CANTIGAS DE AMIGO
POESIA PALACIANA
CANTÍGAS SATÍRICAS
• CANTIGAS DE ESCÁRNIO
• CANTIGAS DE MALDIZER
VOLUME 1
LC
o desenvolvimento das virtudes humanas.
Nessa direção, na pintura, na arquitetura, na escultura, na
COMPETÊNCIA(s) literatura, nas mais diversas áreas do conhecimento, um
5 modo de pensar voltado à metodologia científica, racional
e universal, passa a ser desenvolvido.
AULAS HABILIDADE(s)
15, 16 e 17
5E6 NO VESTIBULAR
Por se tratar de um marco na história da Literatura e da
arte de forma geral, o Classicismo, bem como as ativi-
dades de todo o Renascimento, costumam ser utilizadas
como referência em questões de artes, história, literatura,
entre outros. Por conta disso, é importante e interessante
situar outros artistas do período, como Leonardo Da Vin-
ci, famoso pelo La Gioconda (1503) [Mona Lisa].
Além disso, vale destacar Danti Alighieri, autor italia-
1. Classicismo: contexto no do século XIII, mas que em seu texto já anunciava
formas modernas para o período, como o decassílabo.
de produção
“Conhecer a história da nossa língua é conhecer uma
parte importante de nossa história como cidadão e
1.1. A chegada do clássico
como nação” É claro que não se pode deixar de incluir dentre as princi-
– Luiz Carlos Cagliari pais transformações da Idade Moderna para a nação por-
tuguesa a expansão marítima. Afinal, é dela que partirão
Os influxos renascentistas angariados na retomada do co-
importantes percepções para os sonetos de Camões a res-
mércio e no nascimento da burguesia contribuíram para
peito de Portugal. Não obstante, as navegações portugue-
que a Idade Média chegasse ao fim. Agora, o pensamento
sas serão ainda tematizadas no grande épico Os lusíadas
teocêntrico dá lugar a novas concepções de mundo, e, no
(1572). Contudo, é válido dizer que o Classicismo não tem
plano da Arte, uma nova estética toma conta das produ-
início com Luís Vaz de Camões, mas sim com um outro por-
ções: o Classicismo.
tuguês: Sá de Miranda.
multimídia: livro
excelência.
Detalhe do quadro O Nascimento da Vênus, de
Botticelli, Galeria degli Ufizzi, Florença.
O Classicismo alinha-se ao processo cultural denominado Sá de Miranda (1481-1558) foi um importante escritor portu-
Renascimento, o qual, fazendo-se valer com maior intensi- guês. Capaz de escrever em diversos estilos, Sá de Miranda é
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Petrarca#Filosofia
como Medida Nova, trata com um olhar mais filosófi- Documentário português sobre Camões
co e racional para temas como o amor e a existência
humana. Alguns poemas de Camões tecem paralelos
temáticos com a obra do italiano. Camões morre na pobreza, em 1580, coincidentemente, ano
em que Portugal começa a declinar, ficando sob o domínio
força de atração (amor carnal), Amor é fogo que arde sem se ver. In: CAMÕES,
Luís Vaz de. Lírica. São Paulo: Cultrix, 1976.
para a existência no mundo
sensorial. Assim, o puro amor é Transforma-se o amador na cousa amada,
algo desprovido de paixão e que por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
só pode ser experienciado no pois em mim tenho a parte desejada.
desenvolvimento das virtudes do ser.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
O soneto Amor é fogo que arde Em si somente pode descansar,
sem se ver deixa bem claro as pois consigo tal alma está ligada.
contradições a que esse sentimento
Mas esta linda e pura semideia,
está submetido. Por outro lado, que, como um acidente em seu sujeito,
sonetos como Transforma-se o assim como a alma minha se conforma,
amador na cousa amada confirmam está no pensamento como ideia:
que quanto mais desprovido [E] o vivo e puro amor de que sou feito,
de paixão e sensorialidade, como a matéria simples busca a forma.
mais puro será o amor. CAMÕES, Luís de. Lírica – seleção, introdução e
notas de Massaud Moisés. São Paulo: Cultrix, 1972.
VOLUME 1
Artes Plásticas
Nos ombros de um Tritão... vai Dione, Os Portugueses e as Ninfas na Ilha dos Amores (ilustração do episódio
composição alusiva ao Canto II (est. do Canto IX de Os Lusíadas de Camões, de Bordalo Pinheiro
XXI) de Os Lusíadas de Camões,
figurando Dione e um grupo de
ninfas num mar revolto, perto de
VOLUME 1
LC
de Pero Vaz de Caminha, comunicando ao rei o “achamento”
de novas terra, fosse uma literatura do Brasil, mas sim, uma li-
COMPETÊNCIA(s) teratura feita no Brasil (quem nem mesmo se chamava assim,
5 na época). Além disso, vale dizer que essa mesma literatura
não tinha, então, pretensões artísticas. Na verdade, eram car-
AULAS HABILIDADE(s)
15, 16 e 17
tas, diários, crônicas, narrativas, dessa grande empreitada ao
7E8
Novo Mundo. É claro, porém, que desse material é possível
extrair literatura e, também, a história que nos precede.
Há, nessa literatura, que muito caracteriza-se como uma
literatura de informação, por meio das cartas ao rei e
das narrativas de viagens (temos, aqui, duas concepções de
gênero textual que se misturam), um valor documental e
historiográfico que não pode ser esquecido. Por outro lado,
em meio ao período que chamamos de Quinhentismo, e
que compreende o século XVI nas terras portuguesas além
do Atlântico, encontramos também o que será dada como
1. Quinhentismo literatura de formação, uma vez que a expansão marí-
“Os descobrimentos e a astronomia copernicana provo- tima constituiu esse projeto de dominação leste-oeste dos
caram o descentramento da percepção bíblica medieval povos europeus e, nessa direção, trouxe consigo valores
de mundo. A Terra deixava de ser o centro do universo, morais associados à religião católica. De tal modo, esse
Jerusalém deixava de ser o centro da Terra e o homem segundo grupo constitui a produção textual voltada à ca-
deixava de estar no centro da criação. ( ... ) A crença
tequização dos povos nativos empreendida pelos jesuítas.
dominante no pensamento europeu era de que a totali-
dade da criação, incluindo a história da humanidade, se As produções desse período, portanto, merecem atenção
movia de leste para oeste.” literária, já que trabalham com os primeiros registros em
– Klaas Woortrnann língua portuguesa em território nacional. Não obstante,
Muitas transformações marcaram o século XVI e parte dos na história da Literatura no Brasil, sabe-se que os textos
anos anteriores. Várias foram as descobertas no campo das produzidos nesse período servirão de base e/ou serão re-
artes e das ciências. Hoje, somos uma espécie de legado des- tomados em futuras produções, de Gregório de Matos até
se momento, em que um grande golpe abateu o pensamento Oswald de Andrade.
teocêntrico e, de uma centrada visão de mundo, surgiram estu-
dos que comprovaram a esfericidade do planeta Terra, o Helio- 1.1. Literatura de informação
centrismo, entre outras percepções humanas e astronômicas. A literatura de informação diz respeito aos primeiros regis-
Assim, as grandes navegações conduziram à “descoberta” tros sobre a geografia, a fauna, a flora e os nativos do
de um Novo Mundo, que há muito já figurava no imaginário território brasileiro. Tem como marco inicial a “certidão de
europeu. Nesse ínterim, entender o que se chama de Litera- nascimento da literatura brasileira”, isto é, a Carta (1500)
tura Brasileira a partir de 1500 é, justamente, entender que de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel. Além
se trata de uma literatura que NÃO era produzida por brasi- disso, registros de viagens, diários e crônicas são outros
leiros. Nessa direção, é imprescindível rever o próprio concei- textos documentais do período.
to de brasileiro e pensar de que maneira a língua portuguesa
Sobretudo, portanto, narrativos, os textos de informação
foi utilizada diante do que foi o processo de colonização.
nos colocam diante de reflexões importantes, na medida
Grandes críticos literários brasileiros afirmam que a Lite- que exprimem a visão do colonizador, com sua moral e
ratura começa a tomar ares verdadeiramente brasileiros a
VOLUME 1
5. somente a glória de Deus. Pelo fato de Portugal estar sob domínio espanhol no perí-
odo, a produção barroca, mesmo que vislumbre a língua
O protestantismo nasceu em decorrência da resistên- portuguesa, costuma ser associada à Espanha. Afinal, en-
cia à Igreja Católica, em especial, a partir da recusa tre as manifestações barrocas da Europa (o efuísmo inglês,
VOLUME 1
e da denúncia de abusos cometidos pela instituição: o marinismo italiano, o preciosismo francês, entre outros),
como a venda de indulgências aquela que dá nome e ecoa no primeiro poeta brasileiro é
o gongorismo espanhol – nome que advém do poeta Luís
de Gôngora (1561-1627).
VOLUME 1
QUINHENTISMO
LITERATURA DE LITERATURA DE
INFORMAÇÃO FORMAÇÃO
CARTAS /
CATEQUESE
NARRATIVAS