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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral,
com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totali-
zando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla,
de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a
aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
Coordenador-geral
Murilo de Almeida Gonçalves
Editoração eletrônica
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira
Imagens
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Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN
978-85-9542-242-1
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo
por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a in-
clusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo,
fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens pub-
licadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
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SUMÁRIO
ENTRE PENSAMENTOS
FILOSOFIA
AULA 1: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA GREGA 006
AULA 2: FILOSOFIA DE ATENAS 014
AULA 3: ALEGORIA DA CAVERNA 020
AULA 4: ARISTÓTELES 027
AULA 5: FILOSOFIA MEDIEVAL 034
AULA 6: FILOSOFIA POLÍTICA 041
AULA 7: FILOSOFIA MODERNA 049
AULA 8: RACIONALISMO 056
AULA 9: EMPIRISMO 062
AULA 10: ILUMINISMO FRANCÊS 070
AULA 11: ROUSSEAU 077
AULA 12: ILUMINISMO ALEMÃO 083
AULA 13: A ÉTICA DO DEVER: IMPERATIVO CATEGÓRICO 089
AULA 14: TEMPESTADE E ÍMPETO 095
AULA 15: HEGEL 100
AULA 16: ÉTICA UTILITARISTA 106
AULA 17: MATERIALISMO FILOSÓFICO 114
AULA 18: SCHOPENHAUER 120
AULA 19: NIETZSCHE 125
AULA 20: FILOSOFIA DA CIÊNCIA: POPPER 132
AULA 21: FENOMENOLOGIA DO CONHECIMENTO 139
AULA 22: EXISTENCIALISMO 146
AULA 23: ESCOLA DE FRANKFURT 153
AULA 24: HANNAH ARENDT 161
AULA 25: HABERMAS 167
AULA 26: A FILOSOFIA E O PODER 174
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
Competência 2
Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con-
flitos e movimentos sociais.
Competência 3
Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na
vida social.
Competência 4
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
Competência 5
H21 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H22 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construçãodo texto literário.
H23 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
Competência 6
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A Unicamp também utiliza conceitos e Nos últimos anos, pode-se notar a pre-
Temas como liberdade, religiosidade, eu-
temas filosóficos em suas propostas de sença de temas ligados à ética, contra-
tanásia, sanidade/insanidade, egoísmo/
redação. Algumas obras literárias podem tualismo, estética, filosofia da ciência,
altruísmo, política e cidadania, justiça,
estabelecer interdisciplinaridade com a dogmatismo, epistemologia, liberdade,
entre outros, estão presentes na cole-
filosofia. teoria política. Destacam-se os pensado-
tânea de redação dos últimos anos. As
questões de literatura também contêm res e temas da filosofia clássica, moderna
alguns desses temas apresen- e iluminista.
tados.
Nas propostas de redação aparecem te- Nas questões de língua portuguesa dos As propostas dos últimos anos apresen- Conteúdos e temas filosóficos nas ques-
mas, como: uberização (precarização do últimos vestibulares, nota-se a presença taram temas como: desigualdade social, tões discursivas e propostas de redação:
trabalho), realidade e ficção nas obras de de temas como natureza humana (o que liberdade de expressão, imigração, vigi- pós-verdade; racismo e democracia ra-
arte (filosofia da estética), as fronteiras define o ser humano enquanto ser hu- lância e sociedade de controle, direitos cial; liberdade e sociedade de controle.
entre a vida pública e privada do profis- mano), ética, cultura, cidadania e direitos civis e sociais, política e bem-estar social. Para esses temas, pensadores como Só-
sional médico, ética e medicina, corrup- – esses também presentes na prova de Pensadores como Marx, Voltaire, Rousse- crates, Platão, Aristóteles, Nietzsche, Fou-
ção e ética no cenário político História, em especial a cidada- au, Foucault, Kant e Hans Jo- cault, Kant, Rousseau, Voltaire
brasileiro, entre outros nia na Antiguidade. nas são fundamen- são fundamentais.
assuntos. tais.
A área de “Ciências Humanas” inclui os A prova não aborda a Filosofia. A prova não aborda a Filosofia.
conteúdos das disciplinas de Geografia,
História, Sociologia e Filosofia, dialogan-
do com as demais áreas das Ciências
Sociais.
VOLUME ÚNICO
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
multimídia: livro
HABILIDADE(s)
Os pré-socráticos - Coleção “Os
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, pensadores”. São Paulo: Abril, 1999.
1
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Nessa compilação de textos dos primeiros filósofos da
Grécia antiga, temos uma percepção das teorias desses
pensadores.
2. Período pré-socrático
ou cosmológico
Sendo uma explicação racional e sistemática diante da ori-
1. Introdução gem e da transformação da Natureza, a cosmologia (enten-
O mundo helenístico (mundo grego) se beneficiou do mo- dimento racional do universo) afasta-se da mitologia (explica-
mento histórico, quando as cidades-Estados na Grécia antiga ção sobrenatural da natureza e de seus eventos), pois esses
eram prósperos centros comerciais e culturais. Conjuntamen- pensadores buscavam um princípio fundador para todas as
te, o desenvolvimento da cidadania participativa obrigou os coisas, uma origem comum, uma arché (princípio/fundamen-
gregos a debaterem e formularem propostas racionais de ad- to). Os pensadores desse período tiveram a preocupação de
ministração da vida social. Desse modo, favoreceu-se o desen- compreender a physis, ou seja, os aspectos da Natureza ou
volvimento do pensamento humano, isto é, ocorreu a supre- da nossa realidade, que se encontra em movimento. A palavra
macia do logos, que significa “palavra”, “discurso”, “razão”. "filosofia" deriva dos termos gregos philos (amor) e sophia
(sabedoria). Assim, o filósofo, "aquele que ama a sabedoria",
torna-se o verdadeiro investigador da Natureza.
multimídia: vídeo
Mapa do mundo helenístico Fonte: Youtube
Descobrindo a Filosofia com Pondé
- Ep.02: Os Pré-Socráticos
VOLUME ÚNICO
multimídia: livro
HERÁCLITO
FILOSOFIA
PRÉ-SOCRÁTICA
OS PRIMEIROS
PENSADORES NA TALES EMPÉDOCLES
GRÉCIA ANTIGA:
SEPARAÇÃO TUDO É ÁGUA.
GRADUAL A MISTURA DOS
ENTRE MITO E ELEMENTOS
PENSAMENTO FORMAM A
RACIONAL PHYSIS
HERÁCLITO OS ELEMENTOS
(FILOSÓFICO).
SÃO TERRA,
FOGO, AR
TUDO FLUI E ÁGUA.
TUDO É DEVIR
(VIR A SER/
SÃO
MUDANÇA).
INVESTIGADORES DA
DEMÓCRITO
NATUREZA (PHYSIS).
PARMÊNIDES TUDO É
COMPOSTO
BUSCAM EXPLICAR
POR ÁTOMOS.
OS FENÔMENOS DA O SER É E O NÃO
NATUREZA COM SER NÃO É.
UMA ÚNICA
DEFINIÇÃO:
ARCHÉ (PRINCÍPIO/
FUNDAMENTO).
DE UMA FORMA
ONTOLÓGICA E
COSMOLÓGICA.
VOLUME ÚNICO
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgi- A respeito da relação entre mythos e logos (razão) no
mento da Filosofia, assinale a alternativa correta. início da filosofia grega, analise as assertivas e assinale
a alternativa que aponta as corretas.
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenô-
menos e as transformações da natureza e porque a I. O fragmento acima denota a “luta de forças” opostas
vida é como é, tendo como limitador e princípio de na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo
verdade irrefutável as histórias contadas acerca do amor – no início todos os membros que atingiram a cor-
mundo dos deuses. poreidade da vida florescente –, ora
VOLUME ÚNICO
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convic- divididos pela força da discórdia, erram separados nas
ção de que havia alguma substância básica, uma causa linhas da vida. Assim ocorre também com todos os ou-
oculta que estava por trás de todas as transformações tros seres na natureza.
na natureza e, a partir da observação, buscavam des- II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento
cobrir leis naturais que fossem eternas. de Empédocles através de uma estrutura lógica muito
c) Os teóricos da natureza, que desenvolveram seus distante da “verdade” expressa nos relatos míticos dos
sistemas de pensamento por volta do século VI a.C., gregos arcaicos.
IV. O fragmento denota continuidade do pensamento A partir do fragmento citado, escolha a alternativa que
mítico no início da filosofia, pois estão presentes ainda melhor representa o pensamento de Heráclito.
o uso de certas estruturas comuns de explicação.
a) Não existe a noção de “oposto” no pensamento de
a) Apenas II, III e IV estão corretas. Heráclito, pois todas as coisas constituem um único
b) Apenas I, III e IV estão corretas. processo de mudança que expressa a concórdia e a
c) Apenas I e II estão corretas. harmonia do “fluxo” contínuo da natureza.
d) Apenas I e IV estão corretas. b) A equivalência de estados contrários com “o
e) Apenas I, II e IV estão corretas. mesmo” exprime a alternância harmônica de polos
opostos, pela qual um estado é transposto no outro,
11. A filosofia ocidental teve início com os pensadores numa sucessão mútua, como o dia e a noite. Todas as
anteriores a Sócrates, por isso chamados de pré-socrá- Coisas são “Um”, toda a multiplicidade dos opostos
ticos, dos quais a maioria viveu em colônias gregas dis-
constitui uma unidade, e todos os seres estão num
tantes de Atenas. Sobre esses pensadores, pode-se dizer:
fluxo eterno de sucessão de opostos em guerra.
a) Com os pré-socráticos, a filosofia se constitui numa ci- c) Se o morto é vivo, o velho é novo e o dormente
ência particular, e não mais no estudo da realidade total. é desperto, então não existe o múltiplo, mas apenas
b) A mitologia tradicional grega fazia parte das suas o como verdade profunda do mundo. A unidade pri-
doutrinas. mordial é a própria realidade da physis e a multiplici-
c) Pitágoras e os seus discípulos dedicaram-se ao es- dade, apenas aparência.
tudo da política e recusaram a interferência da mate- d) A alternância entre polos opostos constitui um fluxo
mática no estudo da cosmologia. eterno, regido pela “guerra” e pela “discórdia”, que
d) Heráclito defendeu a ideia de permanência subs- ocorre sem qualquer medida e proporção. A guerra entre
tancial e constante do ser, contra a noção de devir. contrários evidencia que a physis é caótica e denota o
e) Os naturalistas, ou fisiólogos da Jônia, dedicavam-se, fato de que o pensamento de Heráclito é irracionalista.
sobretudo, ao estudo do cosmo, e muitos deles busca-
vam o princípio constitutivo do mundo em algum de 14. Os fragmentos abaixo representam três temas fun-
seus elementos: ar, água, terra, ou fogo. damentais que configuram o pensamento de Heráclito
de Éfeso.
12. (UFU) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI “O deus é dia noite, inverno verão, guerra paz, sacieda-
e V a.C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filo- de fome; mas se alterna como fogo, quando se mistura
sofia clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada.”
sua importante contribuição para a dialética. Os dois
“Por fogo se trocam todas (as coisas) e fogo por todas,
fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.
tal como por ouro mercadorias e por mercadorias ouro.”
“Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e
nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973,
p. 85 e 87. Coleção “Os pensadores”.
eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se confor-
me a medida.” A partir das citações acima:
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para
a) explicite quais são esses temas;
a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, con-
tudo, forma-se a água, e da água a alma.” b) comente cada um deles, de modo a caracterizar a
filosofia de Heráclito.
De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a
alternativa incorreta.
a) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão
em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.
b) Para Heráclito, a ideia de que “tudo flui” significa
VOLUME ÚNICO
6. A 7. B 8. B 9. D 10. A
14.
a) O eterno devir (fluxo); a luta dos contrários (opostos);
o fogo (símbolo da filosofia heraclitiana e do logos).
b) De acordo com Heráclito, tudo está em eterno devir,
toda a realidade é um processo constante de mudanças,
em que nada, a não ser a própria mudança, permanece.
A luta entre os contrários é o que mantém o eterno fluxo
de todas as coisas, fazendo, através da luta dos opostos,
com que nada seja igual ao que foi antes. No entanto,
a mudança não é caótica, pois há uma lei que rege o
fluxo eterno de todas as coisas, esta lei é o logos, que,
segundo Heráclito, percebe como unidade aquilo que se
apresenta como multiplicidade. A unidade dada e perce-
bida pelo logos é uma unidade de tensões opostas que
provoca a harmonia. Finalmente, Heráclito afirma que o
fogo é o símbolo de sua filosofia, pois representa como o
fundamento e princípio (arché) de todas as coisas.
CH
muitos jovens procuravam os sofistas para alcançarem status
na cidade, onde o logos era elemento fundamental. Afinal,
COMPETÊNCIA(s)
numa cidade democrática, o cidadão precisava saber falar e
1, 2, 3, 4 e 5 ser capaz de persuadir os outros com o auxílio das palavras.
Em Atenas, as palavras tinham poder.
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
2
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Parthenon
1. Introdução
A cidade-Estado de Atenas tornou-se um centro cultu- 2.1. Sócrates (470-399 a.C.)
ral, feito este ocorrido no século de Péricles (séc. V a.C.),
época de maior florescimento da democracia ateniense
durante o Período Clássico. Com o controle de quaisquer
ataques de outras cidades, com uma vasta capacidade
náutica, Atenas se favoreceu econômica e culturalmente,
desenvolvendo a Filosofia.
multimídia: música
Fonte: Youtube
Filosofia (composição de Noel Rosa
e execução de Maria Gadú)
multimídia: vídeo
2. Sofismo Fonte: Youtube
Sócrates: o homem que perguntava (parte 1)
Com o crescimento da pólis grega, surgiu uma prática educa-
cional, em que os seus integrantes eram chamados de sofis- Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de
VOLUME ÚNICO
tas, sábios que vendiam o conhecimento, mas direcionavam 470 a.C., e tornou-se um dos principais pensadores da
esse conhecimento conforme as suas próprias convicções. Grécia antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o
Os principais sofistas foram Protágoras de Abdera (490-421 que conhecemos hoje por Filosofia ocidental.
a.C.), Górgias de Leontinos (487-380 a.C.), Pródico de Ceos
(465-395 a.C.), dentre outros. Apresentavam-se como mes- O filósofo ateniense foi um dos maiores críticos à prática
tres da oratória, de modo que, para eles, era possível ensinar do sofismo, pelo direcionamento da verdade pelo sofista,
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Para ler... Mario Sergio Cortella fala sobre Sócrates
Sócrates é um dos personagens mais intrigantes da fi-
losofia grega e conhecido pelos escritos de seus segui- “La mort de Socrate”. Pintura de Jacques-Louis David (1787)
dores, já que ele mesmo nunca escreveu um livro. Para A figura de Sócrates é bem mítica, pois nada escreveu em
falar sobre o pensamento do filósofo e indicar leituras vida. Tudo o que sabemos dele é derivado dos relatos de seu
para quem deseja saber mais do autor do pensamento discípulo mais famoso, o filósofo Platão, e de Aristófanes, um
"conhece-te a ti mesmo", o professor de teologia e fi- dramaturgo grego que ridicularizava a figura de Sócrates
lósofo Mario Sergio Cortella falou sobre os escritos de contra os sofistas. A filosofia socrática visava à maiêutica, que
Platão, talvez aquele que mais tenha reproduzido os significa "o parto das ideias". Para Sócrates, as ideias eram
pensamentos de Sócrates. Para saber mais, leia A Apo- inatas (inatismo) e cabia ao filósofo ajudar as pessoas a libe-
logia de Sócrates. rarem as ideias puras e verdadeiras por meio da maiêutica.
conversas era apresentar a fragilidade das opiniões alheias. sofia ganhou uma característica epistemológica. Após a
Apesar de sua postura questionadora, Sócrates propagava morte de seu mestre, Platão fundou a Academia, um re-
que era o cidadão mais ignorante da Grécia e, mediante isso, cinto onde se discutiam diversos temas, da Matemática,
era necessário aprender com os outros, de forma que lhe foi passando pela Astronomia até a Música. Na Academia,
atribuído a frase “só sei que nada sei”. Por conta de suas o conhecimento deveria ser baseado numa episteme, ou
conversas, realizadas nas praças públicas de Atenas, junto ao seja, numa ciência, com o intuito de ultrapassar o plano
A FILOSOFIA
DE ATENAS
SÓCRATES PLATÃO
CRÍTICO AOS
SOFISTAS
O CONHECIMENTO
É EPISTÉME.
É PRECISO
COMPREENDER O
INDIVÍDUO:
"CONHECE-TE A TI MESMO." FUNDA A
ACADEMIA.
MAIÊUTICA, DIALÉTICA
E IRONIA SOCRÁTICA.
APRENDER É
RECORDAR
UM MODO DE (REMINISCÊNCIA).
INVESTIGAÇÃO O CONHECIMENTO
A BUSCA PELA EPISTÉME ESTÁ EM NOSSA
(CONHECIMENTO ALMA PENSANTE
VERDADEIRO COMPROVADO (INATISMO).
PELO USO DA RAZÃO).
É CONDENADO À MORTE.
VOLUME ÚNICO
4. (UFU) A relação entre mito e filosofia é objeto de po- Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas
lêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns, clássica, podemos afirmar que se trata de uma sociedade:
a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico a) na qual o casamento também tem implicações po-
VOLUME ÚNICO
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, en-
argumentos. quanto coparticipante da criação divina, alcança a
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos verdadeira causa das coisas, a partir do reflexo da
contendores. ideia ou do simulacro que produz.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao b) A participação das coisas às ideias permite admi-
saber por meio dos sentidos. tir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão huma- acessíveis à razão.
na na prova de existência de Deus. c) Os poetas são imitadores de simulacros e, por in-
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possi- termédio da imitação, não alcançam o conhecimento
bilidade do saber humano. das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos fí-
8. (UFU) O diálogo socrático de Platão é obra baseada sicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles
em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e res- e) A alma humana possui a mesma natureza das coi-
postas. Sócrates considerava o diálogo como a forma sas sensíveis, razão pela qual se torna capaz de co-
por excelência do exercício filosófico e o único caminho nhecê-las como tais na percepção de sua aparência.
para chegarmos a alguma verdade legítima.
De acordo com a doutrina socrática: 11. (FCC) Sócrates é um dos personagens mais conheci-
dos e influentes do pensamento ocidental. Embora não
a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma tenha deixado nada escrito, suas ideias foram redigidas
visão antropocêntrica da filosofia. por um de seus discípulos, Platão, que lhe atribui a se-
b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação guinte máxima: “a única coisa que sei é que nada sei”.
filosófica. Com essa máxima, Sócrates expressa que o caminho do
c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do conhecimento
autoconhecimento e é, portanto, de natureza sofística.
a) é impossível e todo o saber possível é uma ilusão.
d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas hu-
b) depende da experiência e não de proposições teóricas.
manos é sanada pelo homem, medida de todas as coisas.
c) desconsidera a opinião sobre assunto que se ignora.
9. (Unicamp) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense d) pressupõe dar opinião sobre assunto que se ignora.
que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de par- e) é limitado porque a razão humana não pode saber
tida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra tudo.
Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que
afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após
interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou
à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por
Gabarito
reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada 1. 01 + 02 + 04 + 16 = 23 2. C 3. C 4. D
sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois:
5. B 6. A 7. A 8. A 9. A 10. C
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se
VOLUME ÚNICO
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
HABILIDADE(s)
MATRIX: IMPACTO FILOSÓFICO
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
3
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
§ Mundo inteligível: as formas puras, as ideias originais.
Essas essências são eternas, imutáveis e únicas. Essas
ideias são recordadas por nossa psiquê (alma pensante).
§ Mundo sensível: o mundo da materialidade, das có-
pias imperfeitas que são percebidas pelos sentidos.
O mundo físico nos ilude constantemente com a sua
aparência de realidade.
multimídia: livro
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
multimídia: música A CAVERNA DE PLATÃO NA ERA DA
Fonte: Youtube SELFIE | LUIS MAURO SÁ MARTINO
Sombras da caverna - Dead Fish.
Ponto Cego. Desk, 2019.
2.1. A felicidade, segundo Platão
Para o filósofo grego Platão, o conceito de felicidade consistia
2. Alegoria da caverna no resultado final de uma vida dedicada a um conhecimento
progressivo. Numa valorização pelo conhecimento, Platão
vai interligar a felicidade com a ciência (conhecimento).
Dessa maneira, o homem só atingirá a felicidade quando
abandonar o mundo sensível em direção ao mundo inteli-
gível. Isso ocorre, pois no mundo inteligível estão as ideias
perfeitas, como a beleza, a coragem, a justiça, a felicidade,
a verdade e o bem.
2.2. Política
Para o filósofo, todos os tipos de governo existentes no
Segundo Platão, o filósofo é o sujeito que consegue enxer- mundo são degenerados por natureza, pois a sua forma
gar as coisas mais claramente do que as outras pessoas. original tende a ter uma versão degenerada, como pode-
Para ilustrar essa ideia, surge a alegoria da caverna, conti- mos observar abaixo.
do no Livro VII de A República:
Forma original Forma degenerada
Um grupo de pessoas acorrentado numa caverna só vê
Aristocracia Oligarquia
sombras e julga que elas são a realidade.
Monarquia Tirania
Democracia Anarquia
DIAGRAMA DE IDEIAS
PLATÃO
ALEGORIA
MUNDO INTELIGÍVEL TODOS OS TIPOS
PARA ILUSTRAR
DE GOVERNOS SÃO
QUE POUCOS
DEGENERADOS
RAZÃO (LUZ) ALCANÇAM O
POR NATUREZA
MUNDO INTELIGÍVEL
DUALISMO E
MUNDO SENSÍVEL FORMA FORMA
REMINISCÊNCIA
ORIGINAL DEGENERADA
GOVERNO IDEAL:
REIS-FILÓSOFOS
ARISTÓTELES. Poética. 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, RACHELS, J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
1991. p. 203. Coleção “Os pensadores” (adaptado).
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálo-
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética go A República, de Platão, sustentava que a correlação
e a questão da mimesis em Platão e Aristóteles, assinale entre justiça e ética é resultado de
a alternativa correta. a) determinações biológicas impregnadas na nature-
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomê- za humana.
nicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequa- b) verdades objetivas com fundamento anterior aos
VOLUME ÚNICO
Gabarito
1.
a) Na concepção da filosofia clássica produzida por
Platão e Aristóteles, a atividade política é própria dos
homens livres, únicos aptos a participar da gestão da
vida coletiva. Assim, a ideia de “animal político” não
está dissociada de uma concepção moral, pois a políti-
ca está relacionada ao ócio e às qualidades da virtude
e da justiça. O ócio é considerado por esses filósofos
atividade considerada hierarquicamente superior ao
labor, sendo esse último tipo de atividade própria dos
artesãos e dos escravos. Assim, o “animal político” se-
ria o cidadão, indivíduo com atribuições morais e inte-
lectuais próprias para a prática política.
b) A crítica à forma de governo democrática está direta-
mente ligada à noção de “animal político” descrita na
letra [A], pois parte de uma concepção que hierarquiza
as aptidões, consideradas naturais, dos indivíduos, de
modo que alguns seriam “naturalmente” aptos à ativi-
dade de pensar e gerir a pólis, enquanto outros seriam
“naturalmente” aptos à guerrear ou a trabalhar. Para
Aristóteles, a sociedade justa seria aquela em que cada
indivíduo realiza a atividade própria da sua “natureza”.
A democracia, portanto, ao igualar os cidadãos, permiti-
ria que indivíduos sem as qualidades morais e intelectu-
ais para exercer a atividade política o fizessem. Portanto,
Aristóteles defende que a melhor forma de governo seria
uma aristocracia em que a sociedade delega a atividade
política àqueles “naturalmente” aptos para exercê-la.
2. C 3. D 4. D 5. E 6. C
VOLUME ÚNICO
7. D 8. B 9. D 10. D 11. A
12. B 13. D
CH
nhecidos como peripatéticos, que significa “os que passeiam”.
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
4
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Grandes Pensadores: Aristóteles
Aristóteles é considerado o primeiro cientista da História.
multimídia: vídeo
VOLUME ÚNICO
Fonte: Youtube
Ação e Razão – Aristóteles
Marco Zingano, professor da Faculdade de Filosofia da
USP, trata das origens do conceito de razão na filosofia
clássica ateniense.
Alexandre, o Grande, foi educado por Aristóteles.
DIAGRAMA DE IDEIAS
ARISTÓTELES
NOVA CONCEPÇÃO
NA BUSCA DO BEM DO CONHECIMENTO:
AS QUATRO CAUSAS DIVERSAS ÁREAS DO
SABER CONECTADAS
ENTRE SI
O SER HUMANO
PRECISA BUSCAR O MOTOR IMÓVEL • RETÓRICA
A JUSTA MEDIDA • FÍSICA
• METAFÍSICA
• LÓGICA
A FINALIDADE DA • POÉTICA
VIDA HUMANA: • ÉTICA E POLÍTICA
O EQUILÍBRIO EM
VOLUME ÚNICO
Gabarito
1. B 2. D 3. A 4. C 5. B
6. C 7. A 8. E 9. B 10. C
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
multimídia: livro
HABILIDADE(s)
Filosofia medieval - STORCK, Alfredo de.
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, São Paulo: Jorge Zahar Editor, 2003.
5
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Esse livro oferece um panorama da filosofia no período
medieval e analisa sua transmissão, principais caracte-
rísticas e formas literárias de expressão, mostrando que
ela não se resume à filosofia cristã.
1. Introdução
Durante o período que corresponde ao Império Romano e
à Idade Média, a filosofia sofreu um processo de reclusão
ao acesso popular, estando cada vez mais reservada a
poucos nichos intelectuais. Desse modo, entre os sécu-
los V e XV, a filosofia e a religião estiveram interligadas
intimamente, tendo diversas correntes filosófico-católicas
que monopolizaram o conhecimento nesse período.
Retrato de Santo Agostinho por Philippe de Champaigne, século XVII.
2.1. Patrística
A patrística é a doutrina religiosa elaborada pelos pais
ou padres da Igreja (por isso o nome), dos séculos II ao
VIII, que tinha como objetivo ordenar as verdades da fé,
para defender-se dos ataques dos hereges. Para consoli-
dar o dogma religioso, parte de uma construção lógica
das ideias e do uso da razão para alicerçar argumentos
teológicos. Os inúmeros textos dessa doutrina almejavam
orientar as ações dos indivíduos de dentro e de fora dos
Ilustração do livro A cidade de Deus, de Agostinho muros da Igreja católica.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Descobrindo a Filosofia com Pondé
- Ep.10: São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino
FILOSOFIA
MEDIEVAL
A RAZÃO ESTÁ
SUBORDINADA AOS
PRECEITOS DA FÉ.
FÉ E RAZÃO SÃO
COMPLEMENTARES. TOMÁS DE AQUINO
AGOSTINHO
PEDRO INFLUÊNCIA
ABELARDO ARISTOTÉLICA
INFLUÊNCIA
PLATÔNICA
O conteúdo de filosofia medieval costuma ser relacionado ao conteúdo de história medieval. O estudante deve
relacionar o contexto sociocultural medieval da Alta e Baixa Idade Média. A mentalidade medieval ocidental
era teocêntrica e esse olhar de mundo pode ser visto nas mais variadas manifestações culturais do período, das
artes até a filosofia. O papel da Igreja na mentalidade medieval não deve ser analisado de forma displicente nos
estudos de Filosofia e de História.
Aplicando para Aprender (A.P.A.) A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor,
é um exemplo de reflexão filosófica sobre a(s)
1. (UEM 2020) “Se é verdade que a verdade da fé cristã a) essência da ética cristã.
ultrapassa as capacidades da razão humana, nem por b) natureza universal da tradição.
isso os princípios inatos naturalmente à razão podem c) certezas inabaláveis da experiência.
estar em contradição com esta verdade sobrenatural.
d) abrangência da compreensão humana.
É um fato que estes princípios naturalmente inatos à
e) interpretações da realidade circundante.
razão humana são absolutamente verdadeiros; são
tão verdadeiros, que chega a ser impossível pensar 3. (Enem) Se os nossos adversários, que admitem a exis-
que possam ser falsos. Tampouco é possível considerar tência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo
falso aquilo que cremos pela fé, e que Deus confirmou Bem, quisessem admitir que essas considerações estão
de maneira tão evidente. Já que só o falso constitui o certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a
contrário do verdadeiro, [...] é impossível que a verdade de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos
da fé seja contrária aos princípios que a razão humana males, pois sendo Ele fonte suprema de Bondade, nunca
conhece em virtude de suas forças naturais. [...] Todavia, poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.
já que a palavra de Deus ultrapassa o entendimento, al-
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro:
guns acreditam que ela esteja em contradição com ele. Sétimo Selo, 2005 (adaptado).
Isto não pode ocorrer.”
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem
(AQUINO, T. de. Suma contra os gentios. Apud ARANHA, M. do mal porque
L de. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2ª ed. p. 103).
a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
A partir do texto citado e de conhecimentos do pensa- b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe
mento filosófico de Tomás de Aquino, assinale o que for de Deus.
correto. c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por na-
01) Fé e razão não se opõem, porque seus princípios tureza, má.
são verdadeiros. d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é opos-
02) Tomás de Aquino tomou por tarefa compatibilizar, to, o mal.
a partir da relação fé e razão, a filosofia aristotélica e) Deus se limita a administrar a dialética existente
com a verdade cristã. entre o bem e o mal.
04) O âmbito do racionalmente demonstrável é restrito
se comparado com a imensidão dos mistérios divinos. 4. Pedro Abelardo foi um filósofo medieval que parti-
cipou de uma acirrada disputa filosófica no século XII.
08) Para Tomás de Aquino, o conteúdo da fé é reve-
Essa disputa centrava-se sobre:
lado por Deus aos homens, segundo a sua sabedoria.
16) A existência de Deus para Tomás de Aquino é tão so- a) a existência de Deus.
mente afirmada pela fé, jamais reconhecida pela razão. b) o predomínio da fé sobre a razão.
c) a questão da existência dos universais.
2. (Enem) Não é verdade que estão ainda cheios de ve-
d) a presença do mal no mundo.
lhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus
e) a morte da alma.
antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada
VOLUME ÚNICO
realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre as- 5. (Enem) “(...) de modo particular, quero encorajar os
sim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, crentes empenhados no campo da filosofia para que ilu-
de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, minem os diversos âmbitos da atividade humana, graças
uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca ao exercício de uma razão que se torna mais segura e
antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, perspicaz com o apoio que recebe da fé.”
se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”
Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Igreja católica sobre as relações entre fé e razão. 1998.
A escolástica:
a) teve em santo Agostinho seu maior expoente e era
teocêntrica.
b) teve em Alberto Magno seu maior expoente e re-
futava o teocentrismo, pregando o antropocentrismo.
c) teve em Tomás de Aquino seu principal expoente
e foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé.
d) considerava que a razão podia proporcionar uma vi-
são completa e unificada da natureza ou da sociedade.
e) pregava o recurso racional da força, sendo este mais
importante do que o exercício da virtude ou da fé.
Gabarito
1. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 2. D 3. D
4. C 5. E 6. C 7. D 8. B
9. A 10. E 11. C
VOLUME ÚNICO
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
6
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
obra, o leviatã (um monstro marinho que simboliza uma for- como se vivessem continuamente num prelúdio de ba-
ça natural incontrolável citado no Antigo Testamento), que talha. Portanto compete ao detentor do poder soberano
deve concentrar todo o poder em torno de si, para, assim, ser o juiz, ou constituir todos os juízes de opiniões e dou-
trinas, como uma coisa necessária para a paz, evitando
ordenar todas as decisões da sociedade. Isso prejudica com- assim a discórdia e a guerra civil.
pletamente a consolidação do pacto social, perdendo com
THOMAS HOBBES
isso o objetivo de preservação da paz entre os homens. O leviatã
FILOSOFIA
POLÍTICA
MAQUIAVEL HOBBES
O GOVERNANTE
(ABSOLUTO) GARANTE
O PRÍNCIPE DEVE AGIR COM
A PAZ E EXERCE
VIRTÙ E ESTAR PREPARADO
O MONOPÓLIO
PARA AS EVENTUALIDADES
DA VIOLÊNCIA.
DA FORTUNA (ACASO).
Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em 4. (Enem) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser
seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidadão sem amado que temido ou temido que amado. Responde-
fortuna, o intelectual de virtù, é correto afirmar: -se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque
a) Os estudos de Maquiavel sobre o reino do ser na é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que
política levam em consideração a tradição idealista de amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos
Platão, Aristóteles e São Tomás de Aquino e rejeitam homens se pode dizer, duma maneira geral, que são in-
A partir da análise histórica do comportamento huma- 7. “Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que
no em suas relações sociais e políticas, Maquiavel defi- temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser
ne o homem como um ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las,
parece-me muito mais seguro ser temido do que ama-
a) munido de virtude, com disposição nata a praticar
do, se só se pode ser uma delas [...]”
o bem a si e aos outros.
b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Portugal:
Publicações Europa-América, 1976, p. 89.
alcançar êxito na política.
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são A respeito do pensamento político de Maquiavel, é cor-
imprevisíveis e inconstantes. reto afirmar que:
d) naturalmente racional, vivendo em um estado a) mantinha uma nítida vinculação entre a política e
pré-social e portando seus direitos naturais. os princípios morais do cristianismo.
e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas b) apresentava uma clara defesa da representação
com seus pares. popular e dos ideais democráticos.
c) servia de base para a ofensiva da Igreja em con-
5. (UFU) Em seus estudos sobre o Estado, Maquiavel bus-
fronto com os poderes civis na Itália.
ca decifrar o que diz ser uma verità effettuale, a “ver-
d) sustentava que o objetivo de um governante era a
dade efetiva” das coisas que permeiam os movimentos
conquista e a manutenção do poder.
da multifacetada história humana/política através dos
tempos. Segundo ele, há certos traços humanos comuns e) censurava qualquer tipo de ação violenta por parte
e imutáveis no decorrer daquela história. Afirma, por dos governantes contra seus súditos.
exemplo, que os homens são “ingratos, volúveis, simu- 8. (Unesp) A China é a segunda maior economia do mun-
ladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro”. (O do. Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fize-
príncipe, cap. XVII) ram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil.
Para Maquiavel: As Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que
disputam com a China. O Japão está de plantão por umas
a) a “verdade efetiva” das coisas encontra-se em pla-
ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe perten-
no especulativo e, portanto, no “dever-ser”.
cem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que
b) fazer política só é possível por meio de um moralis- dos Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de
mo piedoso, que redime o homem em âmbito estatal. lembrar que o gigante americano invadiu o México uma
c) fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qualquer vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete.
influência, que distribui bens de forma indiscriminada.
PETRY, André. O século do Pacífico. Veja, 24.04.2013 (adaptado).
d) a virtù possibilita o domínio sobre a fortuna. Esta
é atraída pela coragem do homem que possui virtù. A persistência histórica dos conflitos geopolíticos des-
critos na reportagem pode ser filosoficamente compre-
6. Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que endida pela teoria:
o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo
a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um es-
acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devi-
tado de emancipação racional da humanidade.
do às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem
b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude
diariamente, os quais escapam à conjectura humana.
com a fortuna como princípios básicos da geopolítica.
Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso
livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte de- c) política de Rousseau, para quem a submissão à von-
cida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos tade geral é condição para experiências de liberdade.
permite o controle sobre a outra metade. d) teológica de santo Agostinho, que considera que o pro-
cesso de iluminação divina afasta os homens do pecado.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).
e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a des-
Em O príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do confiança como condições básicas da natureza humana.
VOLUME ÚNICO
Gabarito
1. Em O Príncipe, ao dedicar sua atenção à análise dos principados
novos, Maquiavel nos remete à importância da virtú e seu confron-
to com os caprichos da fortuna na política. Essa relação virtú-fortu-
na constitui o lugar por excelência para interpretar o pensamento
maquiaveliano sobre a manutenção do poder do príncipe e a se-
gurança do Estado diante da instabilidade do mundo e da condi-
ção humana. A virtú, cuja compreensão se apresenta desvinculada
de uma hierarquia a priori de valores e virtudes morais elevados
segundo modelos tradicionais de legitimação, determina a ação
política do governante no enfrentamento das vicissitudes da re-
alidade (a fortuna) tendo em vista resultados que assegurem seu
propósito de conservar o poder conquistado e evitar as armadilhas
que corroam sua reputação e reconhecimento pelo povo (honra
e glória). Assim, de um lado, por essa orientação pragmática, a
noção de virtú implica compreender a ação política determinada
por uma racionalidade instrumental. O príncipe deve usar todos
os meios necessários para a eficácia da ação. Por sua vez, para
Maquiavel, a ação política move-se sempre na mutabilidade e na
transitoriedade de uma realidade marcada por incertezas e confli-
tos de interesses. Nesse sentido, de outro lado, a noção de virtú im-
plica conceber que a política transita no domínio da contingência.
O príncipe, pelo contínuo exercício da virtú, deve estar preparado
para alterar sua conduta quando os ventos da fortuna e a varia-
ção das circunstâncias o forçam a isso. O sucesso do príncipe não
depende da virtuosidade de seu caráter ou da hereditariedade a
que pertença por uma eventual linhagem. Tampouco submete-se
ao determinismo da sorte. Para alcançar o propósito de manter
seu domínio, não basta a força que lhe permitiu conquistá-lo. É
preciso que o príncipe possua a virtú: a capacidade de controlar e
de antecipar os efeitos da fortuna, isto é, enfrentar e aproveitar as
circunstâncias concretas que se lhe apresentam na arena política,
de modo a interferir nelas, como lhe aprouver, forjando a ocasião e
atuando na necessidade.
2. B 3. B 4. C 5. D 6. C
7. D 8. E 9. B 10. D 11. C
12. B
VOLUME ÚNICO
CH
Embora os homens costumem ferir a minha reputação
e eu saiba muito bem quanto o meu nome soa mal aos
COMPETÊNCIA(s) ouvidos dos mais tolos, orgulho-me de vos dizer que
1, 2, 3, 4 e 5 esta Loucura, sim, esta Loucura que estais vendo é a úni-
ca capaz de alegrar os deuses e os mortais. [...]
HABILIDADE(s) Todos sabem que a infância é a idade mais alegre e agra-
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, dável. Mas, que é que torna os meninos tão amados? Que
7
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 é que nos leva a beijá-los, abraçá-los e amá-los com tanta
afeição? Ao ver esses pequenos inocentes, até um inimigo
se enternece e os socorre. Qual é a causa disso? É a natu-
reza, que, procedendo com sabedoria, deu às crianças um
certo ar de loucura, pelo qual elas obtêm a redução dos
castigos dos seus educadores e se tornam merecedoras
do afeto de quem as tem ao seu cuidado. Ama-se a pri-
meira juventude que se sucede à infância, sente-se prazer
em ser-lhe útil, iniciá-la, socorrê-la. Mas, de quem recebe
a meninice os seus atrativos? De quem, se não de mim,
que lhe concedo a graça de ser amalucada e, por conse-
guinte, de gozar e de brincar? Quero que me chamem de
1. Erasmo de Roterdã mentirosa, se não for verdade que os jovens mudam in-
teiramente de caráter logo que principiam a ficar homens
(1466-1536) e, orientados pelas lições e pela experiência do mundo,
entram na infeliz carreira da sabedoria.
Nascido Herasmus Gerritzsoon, o pensador humanista ne-
ERASMO DE ROTERDÃ
erlandês faz uma crítica mordaz e feroz sobre a insensibi- Elogio da Loucura
lidade dos detentores do poder, sobre a perda dos valores
da vida, com uma sátira da sociedade dos séculos XV e
XVI. Assim, ele redigiu o seu Elogio da Loucura.
multimídia: livro
2. Michel de Montaigne
(1533-1592)
Retrado de Erasmo de Roterdã.
O filósofo francês Michel de Montaigne faz filosofia como
Nesse caso, a Loucura é uma deusa que se apresenta como quem conversa com um amigo. Reintroduzindo a ideia de
condutora das ações humanas, ou seja, a Loucura domina investigação crítica permanente, concebeu uma nova ma-
VOLUME ÚNICO
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube multimídia: livro
Leviatã e as Lógicas da Força e da
Punição | Yara Frateschi
Discurso do método & Ensaios - DESCARTES,
Ora, eu acho, para retomar meu assunto, que não há René. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
nada de bárbaro e selvagem nessa nação, pelo que
dela me relataram, senão que cada um chama de bár- O ceticismo cartesiano consiste numa formulação sistemá-
baro o que não é de seu uso – como, em verdade, não
tica, em que não se trata mais de duvidar por duvidar, mas
parece que tenhamos outro padrão de verdade e de
razão que o exemplo e a ideia das opiniões e usanças de examinar criteriosamente todas as coisas, a fim de nelas
do país de onde somos. Lá sempre a religião perfeita, o descobrir elementos sobre os quais possa recair alguma sus-
VOLUME ÚNICO
regime político perfeito, o emprego perfeito e acabado peita. A dúvida de Descartes é uma metódica, ou seja, con-
de todas as coisas. Eles são selvagens do mesmo modo duzida por um método rigoroso. As regras são as seguintes:
que chamamos de selvagens os frutos que a natureza,
de si e de seu curso ordinário, produziu. Lá onde, na 1. Só aceitar ideias claras e definidas.
verdade, estão os que alteramos por nosso artifício e 2. Dividir cada problema em tantas partes necessárias
desviamos da ordem comum, estão os que deveríamos à solução.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
RENÉ DESCARTES (2) – RELAÇÃO MENTE
E CORPO | PERÍODO RENASCENTISTA
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
RENÉ DESCARTES (1) – PENSO, LOGO
EXISTO | PERÍODO RENASCENTISTA
FILOSOFIA
MODERNA
ERASMO DE
DESCARTES
ROTERDÃ
MONTAIGNE
CRÍTICA FEROZ À
CETICISMO EM
INSENSIBILIDADE
BUSCA DA VERDADE.
DOS PODERES. INVESTIGAÇÃO
CRÍTICA
PERMANENTE.
RACIONALISMO: OS
CONHECIMENTOS
CONFIÁVEIS
ESTÃO NA RAZÃO.
INATISMO.
VOLUME ÚNICO
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
HABILIDADE(s)
Baruch Espinoza
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
Baruch Spinoza foi um dos grandes racionalistas da Filo-
8
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
sofia moderna. Nasceu na cidade de Amsterdã, nos Países
Baixos, em 1632, e faleceu na cidade de Haia, em 1677.
Ele cresceu na Holanda, em família judia e foi criado para
se tornar um rabino. Naquela época, a Holanda era um
dos principais centros da liberdade intelectual na Europa,
atraindo pensadores como Descartes e Locke.
IV. Por atributo entendo aquilo que o intelecto percebe PREPOSIÇÃO XXXI
como a essência da substância. Na medida em que uma coisa está de acordo com nossa
natureza, ela é necessariamente boa.
V. Por modo entendo aquilo que existe em outra coisa
pela qual também é concebido. DEMONSTRAÇÃO
VI. Por Deus entendo o ente absolutamente infinito, isto Na medida em que uma coisa está de acordo com nos-
é, uma substância que consta de infinitos atributos, cada sa natureza, ela não pode ser má. Ela será portanto
um dos quais exprime uma essência eterna e infinita. necessariamente ou boa ou indiferente. Nesse último
caso, ou seja, que nãp é boa nem má, nada portanto
Pois tal existência, da mesma forma como a essência derivará de sua natureza que sirva à conservação de
de uma coisa, é concebida como uma verdade eterna nossa natureza, isto é, à conservação da natureza da
e, por isso, não pode ser explicada pela duração ou pelo coisa mesma; mas isso é absurdo; logo, na medida em
tempo, mesmo que por uma duração sem início ou fim. que esteja de acordo com nossa natureza, será portan-
O texto todo faz parte da obra: to necessariamente boa. CQD.
Ética Demonstrada Segundo a Ordem dos Geômetras
Spinoza, in MARCONDES, Danilo. Textos básicos
de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar.
3. Gottfried Wilhelm
Leibniz (1646-1716)
O filósofo alemão Leibniz é uma figura central na histó-
ria da matemática e da filosofia, que concebeu as ideias
de cálculo diferencial e integral, sem sofrer influência dos
estudos de Isaac Newton, interlocutor e adversário intelec-
tual de Leibniz.
PREPOSIÇÃO XXX
Nenhuma coisa pode ser má pelo que tem de comum
com nossa natureza, mas é má para nós na medida em Retrato de Leibniz
que nos é contrária.
multimídia: livro
RACIONALISMO
ESPINOZA LEIBNIZ
TODAS AS MÔNADA
SUBSTÂNCIAS NO CORPO-ALMA =
MUNDO ESTÃO UNIDADE
INTERLIGADAS PLATÃO-ARISTÓTELES
NATUREZA-
MORALIDADE
DEUS TEM
TUDO É UM MÔNADAS
PERFEITAS
CH
§ Dedução: parte de um uma lei geral para se prever
casos particulares.
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
2. John Locke (1632-1704)
HABILIDADE(s)
Considerado o pai do empirismo e do liberalismo político,
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, o inglês John Locke apresentou que a experiência é a única
9
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
fonte das ideias. Para o filósofo, a mente humana é como
uma tábula rasa (folha em branco) que, aos poucos, é
preenchida pelos dados da experiência.
1. Introdução
O empirismo é uma teoria do conhecimento que se de-
senvolveu na Idade Moderna, tendo como o seu princi-
pal direcionamento a experiência na evidência para a Retrato de John Locke
formação de algum tipo de conhecimento e numa níti-
da oposição ao pensamento racionalista, que emerge no O conhecimento é o resultado das operações que a mente
mesmo período histórico. realiza com as ideias, tanto da sensação como da reflexão,
procurando perceber o acordo ou o desacordo entre elas.
multimídia: livro
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Empirismo - MEYERS, Robert G.
John Locke
São Paulo: Vozes, 2017.
John Locke é um dos principais pensadores modernos.
Essa obra traz uma introdução à tradição empirista em
Liberal e teórico empirista, considerava a experiência
filosofia. O livro examina as mais importantes questões
sensorial a fonte geradora do conhecimento humano.
filosóficas sobre o tema, mantendo distância suficiente
das complexidades acadêmicas acerca de Locke, Berke-
ley e Hume, para permitir aos leitores uma visão geral 2.1. A política para Locke
clara do empirismo, sem se perder em detalhes de dis- Locke afirma que o trabalho justifica a propriedade privada,
VOLUME ÚNICO
putas exegéticas sobre filósofos específicos. que ele considerava natural. Essa ideia se baseava na noção
de que, desde que o trabalho do homem lhe pertencia, tudo
Assim, os pensadores adeptos do empirismo valorizavam as o que ele transformava com seu trabalho deveria tornar-se
experiências sensoriais, constituindo um método cientificista seu. De fato, a propriedade é a principal razão porque os
com um processo indutivo. O empirismo desenvolveu-se na homens deixam o estado de natureza e estabelecem o go-
Inglaterra e seus principais nomes são os ingleses John Lo- verno civil, com governo e regras preestabelecidas.
4. David Hume (1711-1776) razão, tem bases não racionais, como a crença e o hábito.
Isso significa que, desconfiando das convicções arraigadas
Nascido na Escócia e considerado o mais importante e pelo hábito, o cientista deve apresentar suas teses como
influente dos empíricos britânicos, levando o empirismo à probabilidades lógicas, e não como certezas irrefutáveis.
sua conclusão lógica, David Hume indica que os homens Tal atitude epistemológica, estendida ao convívio social,
associam ideias e acreditam nessa associação por força tornaria os homens mais tolerantes, democráticos e aber-
do hábito ou costume. tos. Para Hume, a mente humana opera de acordo com a
causalidade. A mente humana realiza a associação entre
Desse modo, Hume conclui que “o costume (hábito) é,
eventos, no entanto, sugere Hume, as associações mentais
pois, o grande guia da vida humana”. Diante disso, ocor-
podem não ter correspondência na realidade, gerando-nos
re a destruição de todos os raciocínios baseados em hipó-
conclusões e expectativas que podem ser irreais.
teses, pois, sem o apoio da experiência, esses raciocínios
tornam-se dogmáticos.
VOLUME ÚNICO
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DAVID HUME (2) – IMAGINAÇÃO, ASSOCIAÇÃO
E CAUSAÇÃO | EMPIRISMO BRITÂNICO
retrato de David Hume
EMPIRISMO
O CONHECIMENTO É
ORIGINADO A PARTIR
DA EXPERIÊNCIA
SENSORIAL
LOCKE HUME
BACON
A EXPERIÊNCIA
QUE É PREENCHIDA
VALIDA O
PELA EXPERIÊNCIA PARA ISSO É CONHECIMENTO
PRECISO ELIMINAR
OS ÍDOLOS QUE
ATRAPALHAM O
O SER HUMANO CONHECIMENTO
A CAUSALIDADE
POSSUI DIREITOS
É ENGANOSA
NATURAIS
(JUSNATURALISMO)
SABER É PODER
VOLUME ÚNICO
a) V, F, V, F. c) F, F, F, V. TEXTO II
b) V, V, F, V. Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma
2. (Enem 2020) Adão, ainda que supuséssemos que ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,
suas faculdades racionais fossem inteiramente perfei- precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva
tas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qual-
e transparência da água que ela o sufocaria, nem da quer impressão sensorial, isso servirá para confirmar
luminosidade e calor do fogo que este poderia consu- nossa suspeita.
mi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades HUME, D. Uma investigação sobre entendimento.
que aparecem aos sentidos, nem as causas que o pro- São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
duziram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a
nossa razão é capaz de extrair, sem auxílio da experiên-
natureza do conhecimento humano. A comparação dos
cia, qualquer conclusão referente à existência efetiva
excertos permite assumir que Descartes e Hume
de coisas ou questões de fato.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. a) defendem os sentidos como critério originário para
São Paulo: Unesp 2003. considerar um conhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado
VOLUME ÚNICO
O patrimônio do pobre reside na força e destreza de Com base no texto e no pensamento de Francis Bacon
suas mãos, sendo que o impedir de utilizar essa força e acerca da verdadeira indução experimental como inter-
essa destreza da maneira que ele considerar adequada, pretação da natureza, é correto afirmar:
desde que não lese o próximo, constitui uma violação a) Na busca do conhecimento, não se podem encon-
pura e simples dessa propriedade sagrada. trar verdades indubitáveis, sem submeter as hipóteses
Adam Smith. A riqueza das nações. ao crivo da experimentação e da observação.
A partir da leitura dos textos, é correto afirmar que: b) A formulação do novo método científico exige sub-
meter a experiência e a razão ao princípio de autori-
a) John Locke defende a democracia, isto é, a igual- dade para a conquista do conhecimento.
dade política entre os homens, ao passo que Adam c) O desacordo entre a experiência e a razão, prevale-
Smith privilegia o trabalho, portanto a desigualdade.
cendo esta sobre aquela, constitui o fundamento para
b) John Locke funda sua teoria política liberal na defe- o novo método científico.
sa da propriedade privada, em sintonia com a defesa d) Bacon admite o finalismo no processo natural, por
da livre iniciativa proposta por Adam Smith. considerar necessário ao método perguntar para que
c) o consentimento para evitar o poder centralizado as coisas são e como são.
do rei, em John Locke, choca-se com a necessidade de e) O estabelecimento de um método experimental,
intervenção econômica, segundo Adam Smith. baseado na observação e na medida, aprimora o mé-
d) a monarquia absolutista é a base da teoria política todo escolástico.
de John Locke, enquanto o Estado não intervencionis-
ta é o suporte da teoria econômica de Adam Smith. 9. (Enem) Todo o poder criativo da mente se reduz a nada
mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar
e) para John Locke, o consentimento é garantido pela
ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e
divisão dos poderes harmonizando-se com a defesa
a experiência. Quando pensamos em uma montanha de
da propriedade coletiva de Adam Smith.
ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consis-
7. (UEL) A figura do homem que triunfa sobre a natu- tentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos
reza bruta é significativa para se pensar a filosofia de conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de
Francis Bacon (1561-1626). Com base no pensamento conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimen-
de Bacon, considere as afirmativas a seguir. tos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cava-
I. O homem deve agir como intérprete da natureza para lo, animal que nos é familiar.
melhor conhecê-la e dominá-la em seu benefício. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano.
São Paulo: Abril Cultural, 1995.
II. O acesso ao conhecimento sobre a natureza depende
da experiência guiada por método indutivo. Hume estabelece um vínculo entre pensamento e im-
III. O verdadeiro pesquisador da natureza é um homem pressão ao considerar que
que parte de proposições gerais para, na sequência e à a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na
luz destas, clarificar as premissas menores. sensação.
IV. Os homens de experimentos processam as informa-
VOLUME ÚNICO
6. B 7. A 8. A 9. A 10. A
tíficas.
11. A 12. 04 + 08 + 16 = 28
12. (UEM) Todas as ideias derivam da sensação ou reflexão.
Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em 13. Hume apresenta a noção de hábito. A relevância dessa no-
branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ção para a teoria do conhecimento é que ela está se contrapondo
ideias; como ela será suprida? (...) De onde apreende to- à noção de casualidade. Ele crê que o hábito é de extrema impor-
dos os materiais da razão e do conhecimento? tância para o conhecimento humano.
CH
comportamento das pessoas.
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
10
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
1.Introdução
O século XVIII costuma ser chamado de Idade do Iluminis-
mo, por causa da disseminação de ideias racionais, pro- Retrato de Voltaire
gressistas, liberais e científicas. Surgido com o enfraqueci-
mento do absolutismo, o iluminismo vem para combater
todos os elementos atrelados ao sistema absolutista e a
influência da Igreja no comportamento das pessoas.
O iluminismo francês despontou como um movimento na
história da filosofia com características sociopolíticas que de-
sencadearam inúmeras transformações históricas e sociais.
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TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA, DE VOLTAIRE
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Diderot
Roberto Romano, professor da Unicamp, comenta a filo-
sofia de Diderot.
4. Montesquieu (1689-1755)
Retrato de Voltaire. O objetivo de Charles-Louis de Secondat, o barão de Mon-
tesquieu, é claro: destacar e analisar separadamente o
aspecto propriamente político e social do homem. Assim,
3. Denis Diderot (1713-1784) Montesquieu quer demarcar o domínio próprio da política
Denis Diderot foi o principal expoente do projeto da Enci- e de sua ciência, que não se confunde com o da religião ou
clopédia – uma obra que sintetiza as luzes: trata de filoso- o da moral. Para muitos que o interpretam, ele inaugura a
fia, ciências, artes, política, economia, geografia e técnicas. sociologia política.
Concebia a Natureza como um grande processo criativo, Sua obra mais famosa, Do espírito das leis (1748),
VOLUME ÚNICO
com o homem como parte de um todo. O filósofo ressalta procura a “natureza e o princípio” subjacentes a diferen-
a relatividade da cultura e a necessidade de mudança – o tes tipos de lei. Classificou formas de governo, de acordo
homem pode ser bom e feliz, contanto que se liberte das com seu “princípio animador”, de modo que o importan-
imposições das autoridades religiosas, metafísicas, filosó- te não é julgar os governos existentes, mas compreen-
ficas ou políticas que teimam em contrariar a razão e a der a natureza e o princípio de cada espécie de governo.
natureza. Porém, seguir as leis da natureza não significa Montesquieu afirmava que:
ILUMINISMO
FRANCÊS
PENSAMENTO
BURGUÊS QUE
SERÁ CONTRA O
ABSOLUTISMO
VOLTAIRE MONTESQUIEU
DIDEROT
NENHUM
LIBERDADE DE
GOVERNANTE OU
EXPRESSÃO
INSTITUIÇÃO DEVE
O CONHECIMENTO
CONCENTRAR
DEVE SER DIFUNDIDO
TODOS OS PODERES
DE UM ESTADO
NINGUÉM DEVE
SER PUNIDO POR
EXPRESSAR A SURGE A
SUA OPINIÃO ENCICLOPÉDIA DIVISÃO DOS
PODERES
• JUDICIÁRIO
DEFESA DA • EXECUTIVO
TOLERÂNCIA E • LEGISLATIVO
DO RESPEITO ÀS
DIFERENÇAS
poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o (Montesquieu, Do espírito das leis)
mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, Com base nos textos, podemos afirmar que, para Mon-
exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de execu- tesquieu,
tar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.
divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma in- c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista
dependente para a efetivação da liberdade, sendo que econômico.
século XVIII, é considerado um dos grandes pensadores substantivos preferidos das almas e dos governos auto-
do iluminismo ou século das luzes. Ele afirma o seguinte ritários. Quem estudar os governos autoritários verá que
sobre a importância de manter acesa a chama da razão:
a “vida cientificamente saudável” sempre foi uma das
“Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio “cientificamen-
ainda renascem algumas cabeças da hidra do fanatismo. te” é quase vago porque o que vem primeiro é mesmo
Parece que seu veneno é menos mortífero e que suas o desejo de higienização de toda forma de vício, sujeira,
goelas são menos devoradoras. Mas o monstro ainda enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado
CH
isolados, porém são basicamente iguais. Nesse estado, os
homens vivem por duas paixões: o desejo de autoconser-
COMPETÊNCIA(s)
vação e a piedade.
1, 2, 3, 4 e 5
Desse modo, Rousseau demonstra que o homem primitivo
HABILIDADE(s) (o bom selvagem) parecia viver em unidade orgânica con-
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, sigo mesmo, em total harmonia, ao passo que o homem
11
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 moderno vivia afastado da igualdade, apontando todos os
passos que o homem deu desde a liberdade no estado de
natureza até a vida desregrada e servil em sociedade.
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Jean-Jacques Rousseau
DIAGRAMA DE IDEIAS
ROUSSEAU
A SOCIEDADE CIVIL
A SOCIEDADE É FORMADA
CONSOLIDA A
DESIGUALDADE ENTRE
OS SERES HUMANOS
POR UM
CONTRATO SOCIAL
(CONTRATUALISMO) POIS TEM A PROPRIEDADE
PRIVADA COMO BASE
reito. Afirmo, pois, que a soberania, não sendo senão São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 243 e 259.
o exercício da vontade geral, jamais pode alienar-se,
Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil,
e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo,
só pode ser representado por si mesmo. O poder pode propriedade e natureza humana no pensamento de
transmitir-se; não, porém, a vontade.” Rousseau, assinale a alternativa correta.
(ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Apud ARANHA, M. L. a) A instauração da propriedade decorre de um ato legí-
de A. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1993, p. 229). timo da sociedade civil, na medida em que busca aten-
A partir desse fragmento e do pensamento político de der às necessidades do homem em estado de natureza:
Rousseau, assinale o que for correto. b) A instauração da propriedade e da sociedade civil
cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e
01) O contrato social para Rousseau se origina do con-
de distanciamento da natureza.
sentimento unânime, em que cada associado se aliena de
todos os seus direitos. c) A fundação da sociedade civil é legitimada pela
02) Ao alienar-se em favor da comunidade, cada asso- racionalidade e pela universalidade do ato de instau-
ciado nada perde, pois, como povo incorporado, mantém ração da propriedade privada.
sua soberania. d) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a
04) A soberania do povo para Rousseau é inalienável, ou instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessi-
seja, não pode ser representada. dade da propriedade para garantir a subsistência.
08) Como a vontade geral é a soma da vontade de to- e) A sociedade civil e a propriedade são expressões
dos (considerados individualmente), ela não pode ser a da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capaci-
expressão da lei. dade de aperfeiçoamento.
16) O homem, no pensamento político de Rousseau, é li-
vre na medida em que oferece o livre consentimento à lei. 4. (UFU) O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o
primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de
2. (Unicamp) Leia o trecho a seguir. dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, as-
ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser sassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero
mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um humano aquele que, arrancando as estacas ou enchen-
direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) do o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: “Defen-
Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma dei-vos de ouvir esse impostor; estarei perdidos se es-
multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quecerdes que os frutos são de todos e que a terra não
quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, pertence a ninguém!”
e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da
algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se,
desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 87.
caso se queira, de uma agregação, mas não de uma as-
sociação; nela não existe bem público, nem corpo político. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensa-
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. mento político de Rousseau, é correto afirmar:
[1762]. São Paulo: Abril, 1973, p. 28 e 36.
a) A desigualdade é um fato natural autorizada pela
Sobre Do contrato social, publicado em 1762, e seu au- lei natural, independentemente das condições sociais
tor, é correto afirmar que: decorrentes da evolução histórica da humanidade.
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, b) A finalidade da instituição da sociedade e do go-
defende a necessidade de o Estado francês substituir verno é a preservação da individualidade e das dife-
os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. renças sociais.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa,
c) A sociabilidade tira o homem do estado de natureza
ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato
VOLUME ÚNICO
10. (UFSM) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer Tomando como referência as ideias do texto, explique a
o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com diferença entre estado de natureza e estado civil.
você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza”
descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo durante as
guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em primei- Gabarito
ra mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem
uma autoridade soberana não pode haver nenhuma se- 1. 01 + 02 + 04 + 16 = 23 2. B 3. B
gurança, nenhuma paz.
4. D 5. E 6. C 7. E 8. A
LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 9. E 10. C
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
12
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Retrato de Kant
Afirma também que não podemos conhecer a realidade julgamentos sintéticos (juízos sintéticos).
das coisas e do mundo, o que ele trata de noúmeno (nú- Os juízos são ordenações lógicas que conectam o sujeito ao
mero) (a coisa em si). Isso ocorre porque a razão huma- seu predicado. Quando o predicado está implicitamente con-
na só pode conhecer aquilo que recebe em formas, como tido no sujeito, temos um juízo analítico. Um exemplo disso
cor e tamanho, e em categorias, como os elementos que é a sentença o quadrado possui quatro lados congruentes
organizam o conhecimento. e quatro ângulos internos retos – o predicado é uma mera
DIAGRAMA DE IDEIAS
KANT
UNE O
REVOLUÇÃO
RACIONALISMO
COPERNICANA
COM O EMPIRISMO
(CRITICISMO)
O OBJETO SE
O PROCESSO DE REGULA PELA
OBTENÇÃO DO FACULDADE DE
CONHECIMENTO CONHECER
TEM VÁRIAS
FORMAS:
HÁ INTERAÇÃO ENTRE
O SUJEITO PENSANTE O INDIVÍDUO
E O FENÔMENO APLICA SUA
PERCEBIDO PELOS ANÁLISE
SENTIDOS PERANTE O
FENÔMENO
A PRIORI (ANTES
DA EXPERIÊNCIA)
PELA RAZÃO
VOLUME ÚNICO
A POSTERIORI (DEPOIS
DA EXPERIÊNCIA)
PELA
EXPERIÊNCIA
informações corretas sobre o criticismo kantiano é: Segundo essa formulação do imperativo categórico por
a) A razão estabelece as condições de possibilidade Kant, uma ação é considerada ética quando:
do conhecimento; por isso independe da matéria do a) privilegia os interesses particulares em detrimento
conhecimento. de leis que valham universal e necessariamente.
b) O conhecimento é constituído de matéria e forma. b) ajusta os interesses egoístas de uns ao egoísmo
Para termos conhecimento das coisas, temos de orga- dos outros, satisfazendo as exigências individuais de
nizá-las a partir da forma a priori do espaço e do tempo. prazer e felicidade.
CH
liberdade), todo e qualquer homem é capaz de abandonar
a menoridade e concluir o processo de esclarecimento.
COMPETÊNCIA(s)
Conforme dito anteriormente, Kant ressalta que, para ha-
1, 2, 3, 4 e 5
ver esclarecimento, a liberdade é condição fundamental:
HABILIDADE(s) só se pode raciocinar se o direito ao questionamento for
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
amplamente garantido. O filósofo reconhece, contudo, que
13
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 as restrições às liberdades são bastante comuns (ainda
mais em sua época). Finalmente, o filósofo conclui que
ter esclarecimento não se trata somente de se adquirir um
profundo conhecimento sobre determinado tema, mas sim
combinar esse conhecimento à conquista da autonomia e
da emancipação humana.
mo. Para o filósofo, todo indivíduo vive uma situação de tre si um quadro de paz perpétua, tendo como força motriz
menoridade em algum momento de sua vida: nesse caso, a racionalidade, conjunto com os requisitos da maioridade
a menoridade é natural, pois é o mesmo que imaturidade. intelectual. Diante disso, todos os países devem respeitar
O filósofo diz que nenhum ser humano nasce inteiramente um pacto de não agressão, visando a uma ética universal,
pronto para o raciocínio; uma criança demora até atingir a que respeita todos os seres humanos existentes no plane-
autossuficiência, por exemplo. ta, sem violar as regras locais de seus respectivos países.
DIAGRAMA DE IDEIAS
KANT
O HOMEM,
ATINGINDO A
UTILIZANDO
MAIORIDADE ÉTICA DO DEVER SUA RAZÃO, TEM
INTELECTUAL
O DEVER
DE CONSTRUIR
COMEÇA A TER UM RAZÃO PRÁTICA UM CAMINHO
POSICIONAMENTO
SEGURO, QUE
CRÍTICO
RESPEITE A TODOS
VOLUME ÚNICO
d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos dos seres racionais entre si, relação essa em que von-
“propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam tade de um ser racional tem de ser considerada sempre
ao bem próprio e ao bem do outro. e simultaneamente como legisladora, porque de outra
e) O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na forma não podia pensar-se como fim em si mesmo. A ra-
razão prática pura, e as leis morais devem ser independen- zão relaciona, pois, cada máxima da vontade concebida
tes de qualquer condição subjetiva da natureza humana. como legisladora universal com todas as outras vonta-
des e com todas as ações para conosco mesmos, e isto
10. (UEL)
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
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HABILIDADE(s)
Romantismo
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
14
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Destacam-se nesse período: os poetas alemães Schlegel
(1772-1829), Novalis (1772-1801); os escritores alemães
Schiller (1759-1805) e Goethe (1749-1832); os composi-
tores alemães Beethoven (1770-1827), Schumann (1810-
1856) e Brahms (1833-1897), o austríaco Schubert (1797-
1828) e o polonês Chopin (1810-1849).
multimídia: livro
§ imaginação e sonho;
§ culto pelo exótico;
§ nacionalismo;
§ valorização do passado;
§ desejo de reforma e engajamento político.
A literatura alemã passa a ser original com esse movimen-
to, espalhando uma nova forma de arte para o mundo. O
movimento romântico será fundamental para a formação
dos processos revolucionários nacionalistas, destacando a
Primavera dos Povos (1848) e as unificações nacionais da
Itália (1870) e da Alemanha (1871). Friedrich Schiller
2. Da arte à liberdade
O poeta e filósofo Friedrich Schiller (1759-1805) acredi-
tava que os homens não estavam preparados para a li-
berdade, pois não sabiam, de forma inata, como lidar em
plenitude com ela. Assim, é preciso educar o homem
para a liberdade através da arte. O ser humano é um
indivíduo que participa tanto do mundo sensível como do
inteligível, de modo que existe uma oposição entre ma-
téria e forma, necessidade e liberdade – e esses conflitos
geram um jogo de caráter lúdico que os reconcilie, tendo
como objetivo o belo. A arte, nessa medida, prenuncia a
possibilidade da realização da liberdade, pois ela possibili-
VOLUME ÚNICO
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO
A HUMANIDADE
CULTURAL ALEMÃO
TEM A RAZÃO,
ROMANTISMO
MAS TAMBÉM É
GOETHE E SCHILLER SENTIMENTO
CONTRÁRIO ÀS RESPOSTA AO
LIMITAÇÕES MOVIMENTO
DA RAZÃO ILUMINISTA
FRANCÊS.
É PRECISO
VALORIZAR O
SENTIMENTO
VOLUME ÚNICO
CH
elementos. Entretanto, esses elementos podem sofrer
alterações, por não serem fixos, ao passo que o momen-
COMPETÊNCIA(s) to histórico carrega consigo elementos culturais e ideais
1, 2, 3, 4 e 5 de tal período, sofrendo mudanças ao longo do tempo.
Assim, segundo o filósofo, cada época tem seu próprio
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
tipo de sabedoria, na qual não podemos menosprezar o
conhecimento do passado. Aqui, vemos que, para Hegel,
15
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
a filosofia e a história estão entrelaçadas, sem
uma separação nítida.
Retrato de Hegel.
VOLUME ÚNICO
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Fonte: Youtube multimídia: vídeo
Hegel | A Dialética Hegeliana Fonte: Youtube
Hegel
É um movimento circular que não se fecha, ou seja, um mo-
vimento em espiral, pois cada momento final, que seria a sín-
tese, se torna a tese de um movimento posterior, de caráter
mais avançado. Sendo que, para compreender essa dialética,
é necessário buscar o Absoluto, superando o entendimento
comum atingindo a certeza completa e global. VOLUME ÚNICO
DIAGRAMA DE IDEIAS
EXISTE UM DIALÉTICA
DINAMISMO NO HEGEL
HEGELIANA
MUNDO
• TESE
• ANTÍTESE
A ARTE COMO
• SÍNTESE (TESE)
PRODUTO DO
UM MOVIMENTO ESPÍRITO
O ESPÍRITO, O
ZEITGEIST: ABSOLUTO.
ESPÍRITO DO EXPRESSÃO
TEMPO SENSÍVEL DA IDEIA
A HISTÓRIA
CAMINHA PARA O
PROGRESSO, PARA
A REALIZAÇÃO
VOLUME ÚNICO
DA LIBERDADE.
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
16
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
O pensador promulgou o princípio da utilidade como pa- epicurismo, pois visa a maximização da felicidade e a dimi-
drão de ação correta por parte dos indivíduos e pelo Es- nuição das dores. O utilitarismo preocupa-se com decisões
tado, de modo que essas ações ganham uma validade/ que resultem em ações concretas para a alegria do maior
aprovação, quando desencadeiam a felicidade, enquanto número possível de pessoas. É uma ética consequencialista
outras ações são inválidas/reprovadas, quando causam a e pragmática, diferente da ética kantiana do dever e dos
infelicidade ou a própria dor. princípios universalistas do idealismo alemão.
como numa escala de valores. Por exemplo, o prazer intelec- A liberdade é um bem em si mesmo como num meio para
tual é de um tipo melhor que os prazeres que são sensuais a felicidade e o progresso. O Estado e suas instituições não
ou instintivos. Essa condição é direcionada indutivamente, devem, pois, ditar regras sobre a vida dos indivíduos e cer-
pois Mill questiona: “Quem preferiria ser um jabuti feliz, vi- cearem suas liberdades. A liberdade é um bem maior e só
vendo uma vida extremamente longa, do que ser uma pes- deve possuir alguma sanção segundo o princípio do dano,
soa vivendo numa vida normal?”. evitando males para outros indivíduos.
sociedade na qual vive, mas, apesar disso, suas ações 3.3.1. Mill e o sufrágio feminino
são legítimas, do ponto de vista ético.
Muitos volumes dos escritos de Mill tratam de assuntos de
Uma simples observação deveria bastar contra a confusão interesse social e político. Estes incluem escritos sobre pro-
dos ignorantes que supõem que aqueles que defendem blemas políticos específicos na Índia, América, Irlanda, Fran-
ça e Inglaterra, sobre a natureza da democracia e sobre a
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Filosofia política: o utilitarismo
Curso Livre de Humanidades, com o professor Luis Al-
berto Peluso, da PUC-Campinas.
UTILITARISTA
AS AÇÕES
SÃO BOAS, POIS
PROMOVEM A
FELICIDADE
BENTHAM STUART MILL
A ÉTICA DAS
CONSEQUÊNCIAS,
O SER HUMANO DOS RESULTADOS, OS PRAZERES
BUSCA O PRAZER DO PRAGMATISMO DO HOMEM TÊM
UM QUADRO DE
SATISFAÇÕES
PROCURA
EVITAR A DOR
PRINCÍPIO
DO DANO
sociedade sobre o indivíduo deveria ser claramente limi- tário e ser um dos pioneiros na defesa da emancipa-
tada. Visando estabelecer o justo limite da soberania do ção da mulher.
indivíduo sobre si mesmo, ele afirma que “(...) o único
16) Karl Marx e Friedrich Engels criticaram a demo-
objetivo a favor do qual se possa exercer legitimamente
cracia burguesa fundada no liberalismo, que, para
pressão sobre qualquer membro de uma comunidade
eles, dissimulava o poder político do capitalista pro-
civilizada, contra a vontade dele, consiste em prevenir
prietário dos meios de produção e legitimava o domí-
danos a terceiros. Não basta que se leve em conta o pró-
nio sobre o operariado expropriado.
BENTHAM, Jeremy. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. 8. (Ifam) O filósofo liberal John Stuart Mill, um dos prin-
cipais expoentes do utilitarismo, colocou a liberdade
Essa é a proposta de um sistema conhecido como pa- como a “pedra de toque” de sua teoria política. Esta se
nóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina baseia no princípio de que:
nas sociedades contemporâneas, exercido preferencial- a) os interesses da maioria não podem ser conciliados
mente por mecanismos com os da minoria, já que no sistema democrático
a) religiosos, que se constituem como um olho divino esta é governada por aquela.
controlador que tudo vê. b) a esfera da liberdade individual deve ser ampliada,
b) ideológicos, que estabelecem limites pela aliena- em nome do interesse próprio, a despeito de causar
ção, impedindo a visão da dominação sofrida. danos à sociedade como um todo.
c) repressivos, que perpetuam as relações de domina- c) a liberdade se restringe ao direito do indivíduo de
ção entre os homens por meio da tortura física. participar como cidadão dos negócios públicos (do
d) sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo Estado), através da elaboração da lei.
por meio do olhar como instrumento de controle. d) o governo deve visar à felicidade para um número
e) consensuais, que pactuam acordos com base na cada vez maior de pessoas.
compreensão dos benefícios gerais de se ter as pró- e) a liberdade, entendida como a não interferência do
prias ações controladas. Estado na esfera privada, é inconciliável com a igual-
VOLUME ÚNICO
Gabarito
leva a pensar sobre importantes questões da ética nor-
mativa, da metaética e da teoria da ação. A doutrina
tem o mérito de considerar e ao mesmo tempo avaliar a
importância das consequências da ação humana, como 1. E 2. B 3. D 4. 01 + 04 + 08 + 16 = 29
também de colocar em primeiro plano a satisfação das
5. E 6. D 7. C 8. D 9. E
necessidades e dos interesses humanos da maioria.
10. D
10. (Enem) A moralidade, Bentham exortava, não é uma
questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade 11.
a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a a) O obstáculo é a ideia de justiça, que é vista como
maior quantidade de felicidade possível neste mundo. um valor superior ao útil ou ao conveniente. Neste
Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar caso, a justiça tem de ser encarada como um senso
qual curso de conduta promoveria a maior quantidade natural, próprio do ser humano.
de felicidade para todos aqueles que serão afetados. b) Stuart Mill considera que a noção de justiça é um
RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. conjunto de componentes de ordem emocional, como
Barueri-SP: Manole, 2006. no caso do ser humano defender-se de um mal, e ra-
cional, que está estritamente fundamentada na ideia
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em de justiça que acarreta aos seres humanos sentimen-
conformidade com uma tos mais intensos, como a segurança, aspectos dos
a) fundamentação científica de viés positivista. mais desejáveis.
b) convenção social de orientação normativa.
c) transgressão comportamental religiosa.
d) racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.
TRECHO 1
TRECHO 2
CH
1848 (Primavera dos Povos). Assim, a filosofia precisava
associar-se com a realidade, precisava sair do cam-
COMPETÊNCIA(s) po das ideias e ir para o mundo prático.
1, 2, 3, 4 e 5
17
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
da realidade, de forma que o ser humano precisava ser con-
siderado como um ser natural e social, e não só no campo
ideológico. Só que, apesar de conter esse caráter mais práti-
co, essa filosofia ainda não atinge completamente as ações
práticas, sendo uma relação menos abstrata, porém, ainda
longe da praticidade real.
Sua estrutura filosófica consiste em valorizar o indivíduo
como elemento criador das ideias, ou seja, o pensa-
mento surge do homem, e não o ser humano que
1. Introdução surge do pensamento.
O seu interesse filosófico está no processo de formação da
Tendo como uma recusa do idealismo de Hegel, emergiu o
ideia de Deus no pensamento humano. A religião, para Feuer-
materialismo, uma visão material da realidade. Entre
bach, representa o reflexo fantástico da natureza humana. O
os contestadores, o pensador que teve maior destaque foi
seu pensamento pode ser resumido na máxima: “Não é Deus
o alemão Ludwig Feuerbach. quem cria o homem, mas o homem quem criou Deus”.
multimídia: livro
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Deus é Burguês e a Religião é o Ópio do
Proletariado - Clóvis de Barros Filho
MATERIALISMO
FILOSÓFICO
FEUERBACH
É PRECISO MUDAR
ALIENAÇÃO O MUNDO E
RELIGIOSA: NÃO APENAS
DEUS É UMA COMPREENDÊ-LO
CRIAÇÃO HUMANA
É PRECISO
QUESTIONAR ESSA
ALIENAÇÃO
VOLUME ÚNICO
Gabarito
1. B 2. 01 + 02 + 16 = 19 3. A 4. E
5. C 6. A 7. C 8. 08 + 16 = 24
9. C 10. D 11. D
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
HABILIDADE(s)
O pensamento de Schopenhauer
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
O professor de Filosofia Leandro Chevitarese fala sobre
18
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
o pensamento de Arthur Schopenhauer.
Selo com o retrato de Schopenhauer. A vontade, manifestada na vida humana na forma de de-
sejo, gera sofrimento ao não ser obtida e gera tédio ao ser
Numa aproximação com o pensamento oriental, o filósofo
realizada. Por isso, "viver é sofrer". Assim como os estói-
polonês é o primeiro pensador ocidental a valorizar essa cos, que buscavam a apatia (ausência de paixões), Scho-
filosofia. Não seguindo uma dualidade cartesiana entre penhauer defende a busca de estratégias para aplacar o
razão e vontade, Schopenhauer define que a vontade é a desejo que se manifesta em nossa vida.
essência da subjetividade, ou seja, é a própria essência do
“eu”, isso para os animais se expressa como instinto. Von-
tade é a força que movimenta a vida, o mundo, a 1.3.A arte como libertadora da vontade
natureza. Vontade é a potencialidade que está em todos Schopenhauer foi um dos filósofos que mais valorizou a
os seres e objetos da natureza, é a força originária presente arte, pois é a arte que fornece um ponto de tranquilidade,
na natureza e que quer se manifestar. de modo que, durante um curto período, conseguimos es-
Para ele, essa vontade é a essência do mundo, cau- capar do ciclo infinito da luta e do desejo.
sando a dor no indivíduo. Sendo fruto de um desconten- A contemplação estética, para o filósofo, seria uma forma
tamento do próprio estado do ser, impulsionando uma de escapar do sofrimento da realidade. A contemplação
realização que não será alcançada, gerando, com isso, um leva o indivíduo a uma identificação com a essência do
arrependimento, uma espécie de sofrimento. Para inter- mundo, desencadeando nesse ser uma ruptura com a dor.
romper essa ordenação de vontade que gera sofrimento, Schopenhauer valoriza a música como o maior condutor da
Schopenhauer aponta a arte como ferramenta de anu- vontade, de uma forma individualizada e própria. Segundo
lação da vontade no homem, o que faz ele esquecer o pensador: “A música exprime a mais alta filosofia numa
do seu sofrimento, e não extingui-lo. linguagem que a razão não compreende.” Assim, a música é
Com isso, o filósofo não extingue o sofrimento, ele apre- a melhor forma da arte.
senta que é preciso saber que a razão não tem controle
total perante a vontade, mas é preciso saber conviver e
observar as coisas boas desse sofrimento.
Para Schopenhauer, causar mal às outras pessoas é tam-
bém causar mal a si próprio. Com isso, a moral básica scho-
penhaueriana consiste em ensinar a compaixão.
multimídia: vídeo
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Schopenhauer
Esse vídeo apresenta como o pensamento de Scho-
penhauer sofreu influência do budismo e analisa uma
nova postura sobre a vida.
VOLUME ÚNICO
multimídia: vídeo
Coisa em si significa aquilo que está presente indepen-
Fonte: Youtube
dentemente de nossa percepção, portanto, aquilo que
Schopenhauer e o mundo como propriamente é. Para Demócrito, ela era a matéria dota-
vontade e representação da de forma: e, no fundo, era-o ainda para Locke; para
Kant, era = x; para mim, ela é vontade.
DIAGRAMA DE IDEIAS
SCHOPENHAUER
O QUE LEVA AO
SOFRIMENTO O MUNDO É REGIDO
PELA VONTADE
A ARTE AJUDA O
HOMEM A SE LIBERTAR
VOLUME ÚNICO
PROVISORIAMENTE
DA VONTADE
CH
vilização ocidental, crítica à massificação, à visão de mundo
burguesa e ao conservadorismo cristão.
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
19
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Friedrich Nietzsche, por Scarlett Marton
A professora da USP Scarlett Marton, umas das maiores
estudiosas do alemão Nietzsche, conversa sobre o pen-
samento intempestivo do filósofo.
1. Friedrich Nietzsche
1.1. Sócrates: o início da decadência
(1844-1900)
Nietzsche acrescenta que a sociedade permanece nesse es-
Após a leitura das obras de Schopenhauer, Friedrich Nietzs-
tado doentio devido à continuidade de hábitos consolidados
che empreendeu uma crítica radical à moral. Desenvolven-
pelos filósofos iniciados por Sócrates. A crítica perante os
do uma crítica intensa dos valores morais, chegou à
pensadores atenienses aprofunda-se quando estes demons-
conclusão de que não existem as noções absolutas
traram que era preciso seguir uma espécie de moral, um con-
de bem e de mal. Para ele, as concepções morais surgem
junto pré-definido de valores, condicionando o belo, o certo e
com os homens, a partir das necessidades dos homens. As-
o errado para todos os integrantes da sociedade.
sim, os seres humanos são os verdadeiros criadores dos
valores morais, sobretudo nas religiões. De modo que foi com Sócrates o começo da decadência
Portanto, ao compreendermos que os valores presentes em humana, pois foi o pensador ateniense, com sua dialética,
nossa vida são construções humanas, temos o dever de re- que direcionou as conversas e moldou conforme os seus
fletir sobre nossas concepções morais e enfrentar o desafio próprios valores o rumo das falas, julgando os valores mo-
de viver por nossa própria conta e risco. rais dos seus interlocutores, colocando como o caminho
correto do pensamento a sua interpretação dos fatos, Além
de conduzir o interlocutor a calar-se perante as imposições
ilusórias revestidas de verdade.
VOLUME ÚNICO
Retrato de Nietzsche.
multimídia: livro
choque de paradoxos, o livro retrata o ermitão Zaratustra, na corda-bamba. Zaratustra se dirigiu então ao povo
um personagem que, após dez anos isolado nas monta- com estas palavras:
nhas, decide contar para a sociedade a boa nova: “Deus Eu vos anunciou o além-do-homem. O homem existe
está morto, e é a vez dos seres humanos”. para ser superado. Que fizestes para o superar? [...]
Zaratustra também é o anunciador do “além do homem” Entretanto, Zaratustra olhava a multidão e ficava assom-
(übermensch), um estágio que o ser humano pode alcan- brado. A seguir, assim falou:
DIAGRAMA DE IDEIAS
NIETZSCHE
SÓ OBEDECE
ATUA COM A
AOS VALORES DE
É PRECISO PRÓPRIA VONTADE
ORIGEM RELIGIOSA
QUESTIONAR INDEPENDENTE
DAS MASSAS
COM O INTUITO
DE DOMINAÇÃO FILOSOFAR COM UM
É PRECISO AFIRMAR
SOCIAL MARTELO NA MÃO
A VONTADE
DE POTÊNCIA E
ROMPER COM OS
IDEAIS METAFÍSICOS.
PARA QUEBRAR AS
IDEIAS IMPOSTAS
VOLUME ÚNICO
oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inú- verdade elas precisam ser avalizadas por uma ciência
til; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado ama- institucionalizada".
releceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e
se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam 6. (Unimontes) O pensamento de Nietzsche (1844-1900)
em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes orienta-se no sentido de recuperar as forças inconscien-
secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se tes, vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante
querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! séculos. Para tanto, critica Sócrates por ter encaminha-
a) "Hoje, não desejamos o gado moral nem a a) É caracterizada pelo ódio aos instintos; negação
ventura gorda da consciência". da alegria.
b) "O verme se retrai quando é pisado. Isso indica sabe- b) É negativa, baseada na negação dos instintos vitais.
doria. Dessa forma ele reduz a chance de ser pisado de c) É transcendental; seus valores estão no além-mundo.
novo. Na linguagem da moral: a humildade". d) É positiva, baseada no sim à vida.
c) "À força de querer buscar as origens nos tornamos
caranguejos. O historiador olha para trás e acaba crendo 10. (UFSJ) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e
para trás". Dionísio, respectivamente, como
d) "Há um ódio contra a mentira e a dissimulação que a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo
procede duma sensível noção de honra; há outro ódio segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.
semelhante por covardia, já que a mentira é interdita
pela lei divina. Ser covarde demais para mentir...". b) movimento e niilismo: polos de tensão na existên-
cia humana.
8. (Unesp) "Em algum remoto rincão do sistema solar c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de inter-
cintilante em que se derrama um sem-número de sis-
venção e subversão de toda moral humana.
temas solares, havia uma vez um astro em que animais
inteligentes inventaram o conhecimento. d) razão e desordem: dimensões complementares da
realidade.
Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história
universal: mas também foi somente um minuto. Passa- 11. (UFFS – FEPESE) Para lidar com o tratamento dos va-
dos poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os lores no pensamento de Nietzsche, o conceito da “morte
animais inteligentes tiveram de morrer. Assim poderia al- de Deus” é essencial.
guém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado
suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico Assinale a alternativa que reflete esse conceito.
e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto a) A morte de Deus desvaloriza o mundo.
humano dentro da natureza. Houve eternidades em que b) A morte de Deus gera necessariamente o super-homem.
ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada
c) A morte de Deus implica a perda das sanções so-
terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e somente
brenaturais dos valores.
seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como
se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudésse- d) A morte de Deus exige o retorno a Apolo e a Dionísio.
mos entender-nos com a mosca, perceberíamos então e) A morte de Deus impossibilita a superação dos va-
que também ela boia no ar (...) e sente em si o centro lores hoje aceitos.
voante deste mundo".
NIETZSCHE. O livro das citações. 2008. 12. (UFU/2 2a Fase): Leia atentamente o texto a seguir.
“O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou
Sobre o texto, é correto afirmar que:
completamente o homem, e o mergulhou como que
a) seu teor acerca do lugar da humanidade na história em um profundo lamaçal: então, no sentimento de to-
do universo é antropocêntrico. tal abjeção, fazia brilhar de repente o esplendor de
b) o autor revela uma visão de mundo cristã.
VOLUME ÚNICO
Gabarito
1. A 2. D 3. D 4. B 5. C
6. A 7. A 8. C 9. D 10. D
11. C
12.
a) "Moral de escravo”: este é um dos conceitos-chave
do pensamento nietzschiano, conforme o programa do
vestibular: "a moral do escravo é caracterizada pelo ódio
dos impotentes".
b) Há mais de uma frase ou expressão que pode ser re-
tirada do texto para responder a esta pergunta, seguem
abaixo alguns exemplo:
1) "O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou
completamente o homem, e o mergulhou como que em
um profundo lamaçal";
2) "[...] no sentimento de total abjeção, fazia brilhar de
repente o esplendor de uma piedade divina";
3) "[...] de tal modo que o surpreendido, atendido pela
graça, lançava um grito de embevecimento e por um
instante acreditava carregar o céu inteiro em si". Ob-
serva-se, nesta frase, que o "surpreendido" é o fraco
que se acredita forte por "carregar o céu inteiro dentro
de si".
c) O cristianismo, para Nietzsche, nega o valor vida. Nes-
se sentido, nega igualmente tudo o que a ele se relacio-
na (saúde, criatividade, força). O objetivo de Nietzsche é
revalorizar o equilíbrio entre as forças instintivas e vitais
do homem que foram subjugadas pela filosofia socráti-
co-platônica e pelas religiões.
VOLUME ÚNICO
CH
De modo que, o filósofo estabelece uma distinção clara
entre a lógica da falseabilidade e sua metodologia apli-
COMPETÊNCIA(s)
cada. A lógica utilizada é simples: se um único metal
1, 2, 3, 4 e 5
ferroso não é afetado por um campo magnético, não
HABILIDADE(s) é possível que todos os metais ferrosos sejam afetados
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, por campos magnéticos.
20
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Dessa forma, enquanto defende a falseabilidade como o
critério de demarcação para a ciência, Popper afirma a
possibilidade de que, na prática, uma única prova conflitante
ou contrária nunca é metodologicamente suficiente para re-
futar uma teoria. Esse fato condiciona que teorias científicas
sejam frequentemente mantidas, embora tenham sofrido o
processo de refutação.
O filósofo enfatiza que não existe um único caminho para
1. Karl Raimund Popper a teoria científica. A ciência se inicia com problemas e não
com observações, a observação seria o segundo passo do
(1902-1994) método científico. Seguindo um critério de Popper, a física,
a química, entre outras, são ciências; enquanto a psicologia
O filósofo austro-britânico Karl Popper apresenta a ideia de
que as ciências empíricas nunca podem ser provadas, mas é pré-ciência, e a astrologia é uma pseudociência.
podem ser falsificadas, isso significa que podem e devem
ser examinadas por diversos experimentos decisivos. Uma
ciência empírica é aquela que pode ser falseada (tornada
falsa) pelos fatos, ou seja, pode ser desmentida pelos fatos.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Karl Popper, Science, & Pseudoscience:
Crash Course Philosophy #8
1.1. O Conhecimento
O crescimento do conhecimento humano procede de nos-
sos problemas e de nossas tentativas de resolvê-los. Essas
tentativas devem ir além do conhecimento existente, re-
querendo um salto da imaginação. Por essa razão, Popper
dá ênfase especial ao papel desempenhado pela imagina-
Fotografia de Karl Popper. ção criativa independente na formulação da teoria.
VOLUME ÚNICO
Popper faz uma distinção entre ciência e não ciência, de Os cientistas, para o filósofo, são solucionadores de proble-
modo que afirma que a indução nunca é realmente uti- mas, pois apresentam uma centralidade e uma prioridade
lizada na ciência e a indução está contida na não dos problemas, de modo que o solucionar o problema será
ciência. Segundo o filósofo, não existe uma metodologia o primeiro passo para o início da ciência, seguindo um pro-
única específica para a ciência. cesso dedutivo.
multimídia: livro
OS PARADIGMAS
EXISTE A CIÊNCIA PASSAM POR
E A NÃO CIÊNCIA CRISES E SÃO
SUBSTITUÍDOS POR
NOVOS PARADIGMAS
CIENTÍFICOS:
A INDUÇÃO NÃO REVOLUÇÃO
É CONFIÁVEL. O CIENTÍFICA
CAMINHO DEDUTIVO
É MAIS ADEQUADO
DE MODO QUE AS
CRISES DIRECIONAM
O ANDAMENTO
DA CIÊNCIA
A VALIDADE DA
CIÊNCIA SURGE COM
O COMPROMISSO
CIENTÍFICO
d) da preservação de saberes populares. dos singulares, por mais elevado que seja o número
e) da demonstração de ausência de evidências empíricas. destes últimos".
Fonte: POPPER, K. R. A lógica da investigação científica. Tradução
3. (UEL) "As experiências e erros do cientista consistem de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.3.
de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas ve-
zes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper,
em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a experi- assinale a alternativa correta:
mente num campo contextual de problemas e soluções 12. (UEL) Uma das afirmações mais conhecidas e citadas
concretas. […] Os paradigmas são estabelecidos nos mo- de Galileu, que reflete o novo projeto da ciência da natu-
mentos de revolução científica […] Portanto, para Kuhn, reza, é a seguinte: "A filosofia está escrita neste grandís-
a ciência se desenvolve por meio de rupturas, por saltos simo livro que aí está aberto continuamente diante dos
e não de maneira gradual e progressiva". (E. C. Santos) olhos (digo, o universo), mas não se pode entendê-lo se
Sobre a concepção de ciência de Kuhn, é incorreto afir- primeiro não se aprende a entender a língua e conhecer
mar que os caracteres nos quais está escrito.
Gabarito
1. C 2. E 3. A 4. A 5. E
6. B 7. A 8. E 9. A 10. C
11. C 12. E
VOLUME ÚNICO
CH COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
21
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
Fotografia de Husserl.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Merleau-Ponty: Filosofia e Percepção
O professor de Filosofia da USP Franklin Leopoldo e Sil-
va comenta sobre a teoria de Merleau-Ponty.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube 3.1. O Corpo para Merleau-Ponty
Café Filosófico: Fenomenologia e existencialismo O corpo é a fonte de conhecimento, pois o corpo e
o mundo são constituídos da mesma matéria, mas é me-
diante o corpo que percebemos o mundo. E diante disso,
3. Maurice Merleau- conseguimos perceber tudo que está ao redor do mundo, e
assim podemos realizar operações mentais, fantasiar, dese-
-Ponty (1908-1961) jar e atribuir significados às coisas.
O filósofo francês Merleau-Ponty desenvolve sua teoria Merleau-Ponty desejava combater os empiristas e intelec-
sobre a Fenomenologia, tendo grande influência do pen- tualistas de sua época, que acreditavam numa separação
samento de Edmund Husserl. Entretanto, ao desenvolver a mente-corpo. Para o filósofo francês, a percepção é ativa e
sua própria filosofia, nega a doutrina de Husserl. representa a primeira abertura do ser ao mundo da vida. Pois
não existe uma separação independente de corpo
e mente, o nosso corpo pode nos propiciar conhecimento,
isso ocorre porque não estamos no espaço e no tempo, mas
somos no espaço e no tempo. Com a mediação do corpo, as
nossas experiências são classificadas e organizadas, sendo
um processo que ocorre antes mesmo de nossa linguagem.
Seguindo essa lógica, para Merleau-Ponty não devemos
pensar numa dicotomia (interior/exterior, corpo/mente);
mas precisamos compreender uma unidade, a qual o corpo
expressa e capta sensações desse mundo e reflete outros
tipos de sentimentos para o mundo. Com esse posiciona-
mento o filósofo ultrapassou as visões de sua época, de
modo que o ser humano não possui um corpo, ele é corpo.
Assim, a verdade não está contida somente no interior do
homem, ela está em toda parte, sendo a base da consciên-
cia. O corpo se torna meio de comunicação com o mundo,
enquanto a experiência motora representa uma forma de
retrato de Merleau-Ponty.
acessarmos esse mundo. A percepção é o contato imedia-
to com o mundo e o corpo é fonte sensorial de interação
Para Merleau-Ponty, a construção teórica se faz na ma- e compreensão do mundo. A racionalidade consciente é
neira de se portar do corpo e na captação de impressões uma ação posterior à percepção. Merleau-Ponty contraria
VOLUME ÚNICO
dos sentidos. De modo que o corpo é um organismo como o dualismo cartesiano e afirma a integração mente-corpo.
uma configuração integral a ser explorada. Com isso, o O corpo não é uma entidade material separada de uma
homem seria o núcleo de debates sobre o conhecer, como mente abstrata transcendente. A mente é corpo e o corpo
é criado e percebido em seu corpo. Merleau-Ponty con- é mente – em oposição ao dualismo, afirma-se a unidade.
verte o processo fenomenológico para uma mo- Não somos uma consciência pura, somos uma consciência
dalidade existencial. corpórea, um corpo animado por uma consciência.
FENOMENOLOGIA
ESTUDO DA
CONSCIÊNCIA E MERLEAU-PONTY
DOS OBJETOS DA HUSSERL
CONSCIÊNCIA
PARA
COMPREENDERMOS
É PRECISO VOLTAR PAR ENTENDER OS OS FENÔMENOS
ÀS COISAS MESMAS FENÔMENOS DO MUNDO
NÃO EXISTE
BUSCANDO UM SEPARAÇÃO
INTERROGATÓRIO MENTE-CORPO
Gabarito
1. C 2. D 3. B 4. E
5. 01 + 02 + 08 = 11 6. 02 + 16 = 18
7. B 8. C 9. A 10. D
VOLUME ÚNICO
CH
das pela angústia. A angústia é entendida como o sen-
timento profundo que temos ao perceber a instabilidade
COMPETÊNCIA(s)
de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem ga-
1, 2, 3, 4 e 5
rantia de que nossas expectativas sejam realizadas. Assim,
HABILIDADE(s) vivemos num mundo onde tanto é possível a dor como o
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
prazer, o bem como o mal, o amor como o ódio.
22
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
1. Introdução
O Existencialismo é uma corrente filosófica, cunhada pelo
filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, que trata da con- retrato de Kierkegaard.
dição da existência humana e da busca das realizações das
A relação do homem consigo mesmo é marcada pela in-
escolhas do indivíduo.
quietação e pelo desespero. Isso ocorre por duas razões: ou
O pensamento existencialista defende, em primei- porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as
ro lugar, que a existência vem antes da essência. De possibilidades que realizou ou porque não conseguiu realizar
modo que o homem é livre para fazer as suas escolhas. o que pretendia, fracassando diante de suas expectativas.
A relação do homem com Deus seria a única via para a
superação da angústia e do desespero.
multimídia: música
Fonte: Youtube
Human - Rag’n’Bone Man. Human. Sony, 2017. multimídia: vídeo
Nessa canção de Rag’n’Bone, a ideia do existencia-
Fonte: Youtube
lismo está presente, pois nossas ações intensificam
Kierkegaard – Razão e Fé: Existencialismo
consequências para os outros, e não podemos culpar
ninguém por isso. Vídeo que apresenta a filosofia existencialista de
Kierkegaard.
VOLUME ÚNICO
Retrato de Sartre.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
QUEM SOMOS NÓS? | Lugar de Mulher É | Maria
Lygia Quartim de Moraes. (Simone de Beauvoir)
EXISTENCIALISMO
A EXISTÊNCIA VEM
ANTES DA ESSÊNCIA
ESTAMOS
ELE PODE-SER
SE SENTE CONDENADOS
IMPERFEITO A SER LIVRES
A VIDA É SEMPRE
A RELAÇÃO COM UM PROJETO O FUTURO ESTÁ
DEUS FAZ O HOMEM SEMPRE ABERTO
SUPERAR A SUA
ANGÚSTIA
BEAUVOIR
CH
sa, a indústria cultural, o processo de desumanização do
homem, entre outros.
COMPETÊNCIA(s)
De um modo geral, essa escola pretende exercer um papel
1, 2, 3, 4 e 5
de denúncia da realidade, e não apresenta uma pretensão
HABILIDADE(s) de fechar uma teoria ou criar um pensamento único. Seu ob-
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, jeto é, assim, muito mais o de suscitar um tema para a análi-
23
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 se conjunta, podendo ser reaberto a qualquer instante. Essa
proposta de inacabamento do assunto proposto se reflete na
maneira pela qual o Instituto desenvolve seus trabalhos, ou
seja, a forma de ensaios, artigos e resenhas.
2. Horkheimer (1895-1973)
e Adorno (1903-1969)
1. Escola de Frankfurt
o esporte para assisti-los pela televisão. Para encontrar o despertar do homem, pela via da arte, em toda as suas ins-
sagrado, não é mais necessário estar juntos com os demais tâncias, na literatura, no cinema ou nas artes plásticas. Em
fiéis e fazer orações com eles, basta ligar a televisão ou o seu ensaio A obra de arte na era da reprodutibilidade técni-
rádio no horário marcado e será possível ter o sagrado em ca, Benjamin realiza uma reflexão sobre as mudanças esté-
domicílio. Com o esporte, é mais fácil comer pipoca à frente ticas da sociedade contemporânea. Enquanto Adorno vê a
da TV do que ir a um estádio, ou jogar aquela partida com indústria cultural de maneira negativa e alienante, Benjamin
Retrato de Marcuse.
ESCOLA DE
FRANKFURT
SENDO PRODUZIDO
EM MASSA
A PROPAGANDA
ENCANTA O
PRODUTO PARA
SER VENDIDO
ADORNO: A INDÚSTRIA
CULTURAL PRODUZ ALIENAÇÃO.
BENJAMIN: A OBRA DE
ARTE PERDEU SUA AURA.
VOLUME ÚNICO
fato de impossibilitar às massas o acesso às obras. arte, o que atrofia com a reprodutibilidade técnica é a aura. A
aura é aquilo que é dado apenas uma vez, ou seja, como está
Assinale a alternativa correta.
demonstrado na passagem do texto, o que configura a aura é
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. sua singularidade, que se materializa na espacialidade e na tem-
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
poralidade. Uma obra é única, assim como o é um pôr do sol ou
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. a sombra ou a percepção de uma cadeia de montanhas. Esse
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. caráter único da obra, isto é, sua identidade, é o que se perde
2. A 3. A 4. B 5. C 6. E
7. B 8. D 9. B 10. C 11. E
VOLUME ÚNICO
CH
ríodo histórico influenciará definitivamente a sua filosofia.
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
24
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Hannah Arendt
O professor Franklin Leopoldo e Silva apresenta a pro-
blemática apresentada pela filósofa Hannah Arendt.
Adentra na Universidade de Berlim em 1924. Transfe- consolidada como uma mera repetição do homem. Essa per-
re-se para a Universidade de Marburg, onde conhece o da da consciência do indivíduo perante o seu semelhante
professor Martin Heidegger, que orientará seus estudos. propicia a esse ser uma prática do mal sem reflexão. Assim,
Os dois mantiveram um relacionamento, que foi dura- a filósofa argumenta que o mal está enraizado em quem
mente criticado devido ao apoio de Heidegger ao Partido o pratica, gerando uma não identificação com o próximo e,
Nazista e, consequentemente, ao antissemitismo. consequentemente, uma mera ação sem juízo.
HANNA ARENDT
PERDA DA BUROCRATIZAÇÃO
CONSCIÊNCIA: LABOR, TRABALHO DA VIDA E
AUSÊNCIA DO (OBRA) E AÇÃO RACIONALIZAÇÃO
PENSAMENTO DA VIOLÊNCIA
CRÍTICO
OS REGIMES
TOTALITÁRIOS
VISAM AO
CONTROLE DA
VIDA PÚBLICA E
PARTICULAR DOS
CIDADÃOS
d) Ao apátrida é garantida ressonância às suas opini- [...] não tem profundidade, e que por esta mesma razão
ões mais significativas. é tão terrivelmente difícil pensarmos sobre ele [...] O
e) Ser um apátrida é ser reconhecido como um indiví- mal é um fenômeno superficial [...] Nós resistimos ao
duo com direitos fora de seu país de origem. mal em não nos deixando ser levados pela superfície
das coisas, em parando e começando a pensar, ou seja,
em alcançando uma outra dimensão que não o horizon-
te de cada dia. Em outras palavras, quanto mais superfi-
Gabarito
1. C 2. B 3. A 4. A 5. C
6. D 7. A 8. A 9. D 10. D
CH
tica repetitiva. Entretanto, segundo Habermas, seguir essa
ideia pode levar a se constituir uma sociedade vazia, sem
COMPETÊNCIA(s) nenhuma perspectiva futura. Como se a vida estivesse fada-
1, 2, 3, 4 e 5 da a um determinismo alienante, de modo a limitar a razão
humana, reduzindo a uma perversidade utilitarista.
HABILIDADE(s)
AULA 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12,
25
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Teoria do Discurso em Habermas
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
retrato de Habermas.
Para entender o mundo contemporâneo: Habermas
O doutor Luís Mauro Sá Martinho comenta sobre o
Habermas demonstra articulações inovadoras em diversas
pensamento de Habermas.
teorias, como o campo do direito, da moral e da educação.
1.1. A crítica à Escola de Frankfurt A estrutura da linguagem cotidiana possui na sua essência
uma exigência racional, sendo a linguagem uma forma de
O filósofo alemão discordou de diversos pontos da Teoria Crí- ação coletiva, pois existe uma compartilhamento objetivo
VOLUME ÚNICO
HABERMAS
A COMUNICAÇÃO
PODE GERAR A ESCOLA DE
CONHECIMENTO FRANKFURT
APEGOU-SE DEMAIS
AOS PROBLEMAS
DA MODERNIDADE
DIANTE DE
UMA PRÁTICA
DEMOCRÁTICA PLENA
O PROJETO
ILUMINISTA
AINDA NÃO FOI
FINALIZADO.
A DEMOCRACIA
DEVE SER
DEFENDIDA COM
O USO DA RAZÃO
E DO CONSENSO
a) se trata da ideia de moral do iluminismo, sobretudo 4. (UEG) "Uma moral racional se posiciona criticamen-
da filosofia de Immanuel Kant, na qual o agir moral e te em relação a todas as orientações da ação, sejam
o princípio da eticidade se fundamentam na razão dos elas naturais, autoevidentes, institucionalizadas ou
sujeitos, que se universaliza após o entendimento. ancoradas em motivos através de padrões de sociali-
b) representa uma eticidade nos moldes do pensa- zação. No momento em que uma alternativa de ação
mento aristotélico, em que o sujeito moral só pode ser e seu pano de fundo normativo são expostos ao olhar
compreendido como membro de uma comunidade de crítico dessa moral, entra em cena a problematização.
cidadãos, e a ética está intimamente ligada à política. A moral da razão é especializada em questões de jus-
c) expressa a visão marxista de moralidade, visto que tiça e aborda em princípio tudo à luz forte e restrita
esta define que qualquer perspectiva de uma moral da universalidade."
autêntica requer a superação da moral de classe e a HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I.
instituição de uma justiça social baseada no diálogo. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 149
d) define a conceituação de moral na perspectiva de
Jürgen Habermas, para quem a ética é discursiva e origi- Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral
na-se das relações intersubjetivas, da construção de con- em Habermas, é correto afirmar:
senso entre os indivíduos e de uma ação comunicativa. a) A formação racional de normas de ação ocorre
independentemente da efetivação de discursos e da
2. (Enem) "Uma norma só deve pretender validez quando autonomia pública.
todos os que possam ser concernidos por ela cheguem
b) O discurso moral se estende a todas as normas de
(ou possam chegar), enquanto participantes de um discur-
ações passíveis de serem justificadas sob o ponto de
so prático, a um acordo quanto à validade dessa norma". vista da razão.
Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
c) A validade universal das normas pauta-se no con-
teúdo dos valores, costumes e tradições praticados no
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser interior das comunidades locais.
estabelecida pelo (a):
d) A positivação da lei contida nos códigos, mesmo
a) Liberdade humana, que consagra a vontade. sem o consentimento da participação popular, garan-
b) Razão comunicativa, que requer um consenso. te a solução moral de conflitos de ação.
c) Conhecimento filosófico, que expressa a verdade. e) Os parâmetros de justiça para a avaliação crítica
d) Técnica científica, que aumenta o poder do homem. de normas pautam-se no princípio do direito divino.
e) Poder político, que se concentra no sistema partidário.
5. (UEL) Elaborada nos anos de 1980, em um contexto
3. (UEL) A utilização da Internet ampliou e fragmentou, de preocupações com o meio ambiente e o risco nu-
simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto im- clear, a Ética do Discurso buscou reorientar as teorias
pacta no modo como o diálogo é construído entre os deontológicas que a antecederam. Um exemplo está
indivíduos numa sociedade democrática. contido no texto a seguir.
HABERMAS, J. O caos da esfera pública. De maior gravidade são as consequências que um con-
VOLUME ÚNICO
Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, Caderno Mais!, p.4-5 (Adaptado) ceito restrito de moral comporta para as questões da
ética do meio ambiente. O modelo antropocêntrico pa-
A partir dos conhecimentos sobre a ação comunicativa
rece trazer uma espécie de cegueira às teorias do tipo
em Habermas, considere as afirmativas a seguir:
kantiano, no que diz respeito às questões da responsa-
I. A manipulação das opiniões impede o consenso ao bilidade moral do homem pelo seu meio ambiente.
usar os interlocutores como meios e desconsiderar o
HABERMAS, Jürgen. Comentários à Ética do Discurso. Trad. de
ser humano como fim em si mesmo. Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p.212
obter algo que desejamos e que sabemos que não re- norizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela
ceberíamos se disséssemos a verdade é um exemplo que “Marx não explicita efetivamente a conexão entre
de racionalidade comunicativa. interação e trabalho, mas sob o título nada específico da
b) Realizar um debate entre os alunos de turma da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comuni-
faculdade buscando decidir democraticamente a me- cativa à instrumental”.
lhor maneira de arrecadar fundos para o baile de for- HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”.
matura é um exemplo de racionalidade instrumental. Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42 (Adaptado)
Gabarito
1. D 2. B 3. B 4. B 5. B
6. D 7. D 8. E 9. D 10. B
11. B 12. C
CH
sociais, portanto, um defensor da liberdade e da igualdade.
Bobbio analisa a política tentando romper todo e qualquer
COMPETÊNCIA(s) autoritarismo e falta de democracia para se pensar o ho-
1, 2, 3, 4 e 5 mem e o ambiente onde este vive.
26
13, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 volvimento da convivência pacífica. Tendo como base con-
solidada os direitos humanos e a paz, de modo que são
assegurados juridicamente todos os direitos desse homem.
Quando isso não ocorre, não existe democracia, e conse-
quentemente não há espaços para que se possa resolver os
conflitos sociais de uma forma pacífica. A democracia seria,
portanto, um regime de governo em que todos são livres
porque são iguais.
1. Introdução
O campo filosófico teve ampla abertura para discutir diver-
sos temas. Tendo como referência as transformações da so-
ciedade e o dinamismo, os estudos filosóficos também pre-
cisaram se adequar à pós-modernidade, não perdendo
o seu caráter questionador, mas apontando novos pontos multimídia: vídeo
de análises e novas problemáticas. Com isso surgem novos Fonte: Youtube
atores nesse campo, como o italiano Norberto Bobbio e o Norberto Bobbio
francês Gérard Lebrun.
Entrevista com o ex-ministro das Relações Exteriores e
atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do
2. Norberto Bobbio (1909-2004) Estado de São Paulo, Celso Lafer, sobre o livro que ele es-
creveu sobre a vida e a obra do filósofo italiano Norberto.
O filósofo italiano Norberto Bobbio conseguiu unir a sua
teoria com a sua ação cotidiana. Tendo uma postura críti-
ca, Bobbio terá atrelado aos seus atos a política, tal qual 2.1. A política
Aristóteles menciona na Grécia Antiga, numa associação
do zoon politikon. Vivenciou o autoritarismo, a ditadura co- Segundo Bobbio a política, entendida como prática hu-
munista e a bipolaridade partidária na Europa. mana, conduz ao poder. Esse poder estaria interligado às
ideias de posse dos meios para que um homem tenha van-
tagem perante o outro. Entretanto, é preciso pensar em sua
legitimação, seja no âmbito familiar (como o poder do pai
ou da mãe), na esfera governamental (como no autoritaris-
mo de um rei ou um déspota) ou pelo poder passado pela
própria população, que elege um governante temporário.
Isso possibilita que existam várias formas de poder: o poder
VOLUME ÚNICO
DIAGRAMA DE IDEIAS
BOBBIO LEBRUN
A POLÍTICA ESTÁ
ATRELADA AOS O QUE É O PODER?
NOSSOS ATOS
Berlim, não retratam a realidade política mas, espe- Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000, p. 93-94
cificamente, posições ideológicas que se caracterizam Os limites do poder no Estado democrático de direito
como conservadoras e revolucionárias. moderno são estabelecidos:
d) Norberto Bobbio se define como um pensador da I. Pela autonomia constitucional entre os poderes judi-
direita e, por isso, atribui à direita uma conotação ciário, legislativo e executivo.
positiva, mesmo sabendo que, na sociedade contem- II. Por normas legais, definidas por processos legítimos,
porânea, sobretudo no momento atual, há profundas que regulam e estabelecem direitos e deveres tanto para
hostilizações para com a noção de direita. governantes quanto para os indivíduos na sociedade.
e) Não se pode falar de uma distinção entre direita e III. Por normas legais que subordinam os poderes judi-
esquerda, segundo Norberto Bobbio, pois tais concei- ciário e legislativo ao poder executivo e asseguram a
tos são frutos da Revolução Francesa e serviram, exclu- prevalência dos interesses do partido majoritário.
sivamente,para responder àquele momento histórico. IV. Por normas legais que assegurem que todos os ci-
dadãos tenham garantias individuais mínimas, como o
5. (UFPR) Segundo Norberto Bobbio (Estado, Governo e
direito à defesa, direito a ir e vir e direito a manifestar
sociedade), o problema da relação entre direito e poder
suas opiniões.
define os limites do exercício de poder pelo Estado. Isto
é, define que “leis” coagem o soberano na imposição A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
de suas decisões sobre o povo. Para Bobbio, historica- a) I e III d) I, II e IV
mente, alguns “limites internos” ao exercício do poder b) II e IV e) I, III e IV
estatal foram constituídos. c) I, II e III
Neste sentido, considere as seguintes afirmativas:
8. (ENEM) Um dos teóricos da democracia moderna,
I. A relação dos Estados soberanos entre si (guerra, im-
Hans Kelsen, considera elemento essencial da democra-
perialismo, etc.).
II. A imposição de leis naturais. cia real (não da democracia ideal, que não existe em
III. A divisão de poderes. lugar algum) o método da seleção dos líderes, ou seja,
IV. A constitucionalização de leis fundamentais. a eleição. Exemplar, neste sentido, é a afirmação de um
juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos, por ocasião
Assinale a alternativa correta: de uma eleição de 1902: "A cabine eleitoral é o templo
a) Somente a afirmativa III é verdadeira. das instituições americanas, onde cada um de nós é um
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. sacerdote, ao qual é confiada a guarda da arca da alian-
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. ça e cada um oficia do seu próprio altar".
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. BOBBIO, N. Teoria geral da política.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Rio de Janeiro: EIsevier, 2000 (adaptado)
VOLUME ÚNICO
6. (UFPR) Segundo Norberto Bobbio (Estado, governo e As metáforas utilizadas no texto referem-se a uma con-
sociedade), o “problema em determinar a origem e o apa- cepção de democracia fundamentada no(a)
recimento do Estado...” implica nas seguintes condições: a) justificação teísta do direito.
I. A longevidade histórica do Estado é solucionável em b) rigidez da hierarquia de classe.
termos empíricos e sociológicos. c) ênfase formalista na administração.
II. A longevidade histórica do Estado não é solucionável d) protagonismo do Executivo no poder.
em termos empíricos e sociológicos. e) centralidade do indivíduo na sociedade.