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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia
em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto
por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas
temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos,
dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções
específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
Ciências da Natureza e da Matemática.
Nos compilados, deparamos-nos com
modelos de exercícios re solvidos e
CONEXÃO ENTRE comentados, fazendo com que aquilo que
pareça abstrato e de difícil compreensão
DISCIPLINAS torne-se mais acessível e de bom
entendimento aos olhos do aluno. Por
INCIDÊNCIA DO hNAS Atento às constantes mudanças dos meio dessas resoluções, é possível
grandes vestibulares, é elaborada, a rever, a qualquer momento, as explica
PRINCIPAIS PROVAS cada aula e sempre que possível, uma ções dadas em sala de aula.
De forma simples, resumida e dinâmica, seção que trata de interdisciplinaridade.
essa seção foi desen volvida para As questões dos vestibulares atuais não
sinalizar os assuntos mais abordados no exigem mais dos candidatos apenas o
puro co
Enem e nos principais vestibulares
nhecimento dos conteúdos de cada área,
ÁREAS DE
voltados para o curso de Medicina em
todo o território nacional. de cada disciplina. Atualmente há muitas CONHECIMENTO DO ENEM
perguntas interdisciplinares que abran Sabendo que o Enem tem o objetivo de
gem conteúdos de diferentes áreas em avaliar o desem penho ao fim da
uma mesma questão, como Biologia e escolaridade básica, organizamos essa
Química, História e Geografia, Biologia e seção para que o aluno conheça as
TEORIA Ma diversas habilidades e competências
Todo o desenvolvimento dos conteúdos temática, entre outras. Nesse espaço, o abordadas na prova. Os livros da
teóricos de cada co leção tem como aluno inicia o contato com essa realidade “Coleção Vestibulares de Medicina”
principal objetivo apoiar o aluno na resolu por meio de explicações que relacionam contêm, a cada aula, algumas dessas
ção das questões propostas. Os textos a aula do dia com aulas de outras habilidades. No compilado “Áreas de
dos livros são de fácil compreensão, disciplinas e conteúdos de outros livros, Conhecimento do Enem” há modelos de
completos e organizados. Além disso, sempre utilizando temas da atualidade. exercícios que não são apenas
contam com imagens ilustrativas que Assim, o aluno consegue entender que resolvidos, mas também analisados de
complementam as explicações dadas em cada disciplina não existe de forma maneira expositiva e descritos passo a
sala de aula. Quadros, mapas e isolada, mas faz parte de uma grande passo à luz das habilidades estudadas no
organogramas, em cores nítidas, engrenagem no mundo em que ele vive. dia. Esse recurso constrói para o
também são usados e compõem um VIVENCIANDO estudante um roteiro para ajudá-lo a
conjunto abrangente de informações apurar as questões na prática, a
para o aluno que vai se dedicar à rotina Um dos grandes problemas do identificá-las na prova e a resolvê-las
intensa de estudos. conhecimento acadêmico é o seu com tranquilidade.
distanciamento da realidade cotidiana, o
que difi culta a compreensão de
determinados conceitos e impede o
MULTIMÍDIA aprofundamento nos temas para além da DIAGRAMA DE IDEIAS
superficial me morização de fórmulas ou
No decorrer das teorias apresentadas, regras. Para evitar bloqueios na Cada pessoa tem sua própria forma de
oferecemos uma cui dadosa seleção de aprendizagem dos conteúdos, foi aprendizado. Por isso, criamos para os
conteúdos multimídia para complementar desenvolvida a seção “Vi venciando“. nossos alunos o máximo de recursos
o repertório do aluno, apresentada em Como o próprio nome já aponta, há uma para orientá-los em suas trajetórias. Um
boxes para facilitar a compreensão, com preo cupação em levar aos nossos alunos deles é o ”Diagrama de Ideias”, para
indicação de vídeos, sites, filmes, a clareza das relações entre aquilo que aqueles que aprendem visualmente os
músicas, livros, etc. Tudo isso é eles aprendem e aquilo com que eles têm conte
encontrado em subcategorias que fa contato em seu dia a dia. údos e processos por meio de esquemas
cilitam o aprofundamento nos temas cognitivos, mapas mentais e
estudados – há obras de arte, poemas, fluxogramas.
imagens, artigos e até sugestões de Além disso, esse compilado é um resumo
aplicati vos que facilitam os estudos, com APLICAÇÃO DO de todo o conteúdo da aula. Por meio
conteúdos essenciais para ampliar as CONTEÚDO dele, pode-se fazer uma rápida consulta
habilidades de análise e reflexão crítica, aos principais conteúdos ensinados no
em uma seleção realizada com finos Essa seção foi desenvolvida com foco dia, o que facilita a organização dos
critérios para apurar ainda mais o nas disciplinas que fa zem parte das estudos e até a resolução dos exercícios.
conhecimento do nosso aluno.
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projeto gráfiCo e Capa
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SUMÁRIO
BIOLOGIA
EVOLUÇÃO E ECOLOGIA 5 AULAS 1 E 2:
ORIGEM DA VIDA 7 AULAS 3 E 4: EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS
18 AULAS 5 E 6: TEORIAS EVOLUTIVAS 26 AULAS 7 E 8:
ESPECIAÇÃO 36

DIVERSIDADE DA VIDA 49 AULAS 1 E 2:


TAXONOMIA E REINOS 51 AULAS 3 E 4: VÍRUS 61 AULAS 5 E
6: REINO MONERA 70 AULAS 7 E 8: REINO PROTOCTISTA I:
PROTOZOÁRIOS 81
CITOLOGIA 91 AULAS 1 E 2: COMPOSIÇÃO QUÍMICA
CELULAR I 93 AULAS 3 E 4: COMPOSIÇÃO QUÍMICA
CELULAR II 104 AULAS 5 E 6:COMPOSIÇÃO QUÍMICA
CELULAR III 111 AULAS 7 E 8: CÓDIGO GENÉTICO E
SÍNTESE PROTEICA 118
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
1

a
Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas,
i
percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da
c

n
humanidade.
ê

e H Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus


p
1 usos em diferentes contextos.
m

C
H Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
2 desenvolvimento científico e tecnológico.

H Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

H Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de


4 conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

a
Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
i

n H Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.


ê
5
t

p
H Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas
m

o
6 tecnológicos de uso comum.
C

H Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e
a instrumentos ou ações científico-tecnológicos.

H8 Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais,


energéticos ou matérias-primas, con siderando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.

H9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou
fenômenos que podem causar alterações nesses processos.

H1 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos
0 em sistemas naturais, produ tivos ou sociais.

H1 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos
1 envolvidos em produtos biotecnológicos.

H1 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses
2 contraditórios.

C
Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana,
relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.

H1 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos


3 seres vivos.

H1 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno,
4 defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

H1 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de
5 organização dos sistemas biológicos.

H1 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica


6 dos seres vivos

Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.

H1 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
7 físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.

H1 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às


8 finalidades a que se destinam.

H1 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou
9 solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar


intervenções científicotecnológicas.

H2 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
0

H2 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da
1 termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

H2 Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em


2 processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.

H2 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando


3 implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.

C
Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar
intervenções científicotecnológicas.

H2 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
4

H2 Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais,


5 econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.

H2 Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou
6 minerais, identificando transfor mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

H2 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou
7 benefícios.

Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar


intervenções científicotecnológicas.

H2 Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em
8 diferentes ambientes, em especial em ambientes brasileiros.

H2 Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a
9 produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais.

H3 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
0 implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

C
AULA
BIOLOGIA

CIÊNCIAS DA NATUREZA
EVOLUÇÃO E
e suas tecnologias ECOLOGIA

TEORiA DE
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
fundamental para resolver as
ques tões de ecologia, que são
interdisciplinares e pedem temas
atuais com relação aos impactos
ambientais.

As questões se concentram
principalmente na área da
ecologia, sendo cadeia e teia
alimentar assuntos recorrentes.
Compre ender a origem da vida
Compreensão de teias e cadeias e a evolução dos seres vivos é a
alimenta res, assim como a base para o entendimento da
interação entre os seres vivos, é interação entre os organismos.
evidências e teorias evolutivas, lamarckistas e darwinistas.
como seleção natural, Uma prova muito bem elaborada
costumam aparecer com certa e in terdisciplinar que exige
frequência. conhecimentos básicos de
Normalmente, usa casos atuais ecologia para resolver questões
de im pactos ambientais para de cadeia e teia alimentar.
abordar assuntos básicos de Apesar de o as sunto tratado ser
ecologia. Saber relacionar pro de caráter intermediário, a
A ecologia aparece como área múltipla interação entre as áreas
blemas ecológicos com
de destaque. Interações pode aumentar o nível de
conteúdos simples, é essencial.
ecológicas e teias alimentares dificuldade.
Além disso, é importante saber
são corriqueiros. Além disso,
identificar e utilizar discursos
mais aparece é a interação entre origem da vida e relações Prova com forte presença de
os seres vivos (teias alimen tares ecológicas. ecologia – cadeias alimentares,
e relações ecológicas). Problemas ambientais, relações relações ecológicas e problemas
Prova bem comparativa, com ecológicas e conceitos básicos ambientais são os principais
questões que misturam relacionados à ecologia assuntos. Além disso, há
diferentes áreas da Biologia. (população, comunidade e questões sobre teorias
Aparecem assuntos como ecossistema) são muito evolutivas e hipóteses de origem
Prova com poucas questões de especiação, su cessão ecológica, presentes. da vida.
ecologia, sendo que o tema que
a abiogênese) e dinâmica populacional. Tam
bém estão presentes temas como teorias
evolutivas e teias alimentares.

UFMG

É uma prova com questões interdiscipli


nares que cobram conteúdos altamente Questões com alto nível de especificidade. Estão presentes
específicos. tanto conceitos evolutivos (especiação e seleção natural)
como eco lógicos (cadeias alimentares, pirâmides e relações É uma prova que privilegia citologia e
ecológicas).

Apresenta questões de temas variados e


não muito cobrados em outros vestibu
s lares, como origem da vida (biogênese e
i
Z
N
sobre especiação, leitura e compreensão de
g

o
E
ÊI
cladogramas e aplicação das teorias lamar
l R C ckista e darwinista. Em ecologia, a prova é
o
U similar à do Enem, com ênfase em proble
n
T  mas ambientais e relações ecológicas.
c

e
A
1
Com perfil similar à Fuvest e questões bem
t N específicas, os temas mais frequentes são
E teorias e evidências evolutivas, problemas
s

a
A
M
ambientais e relações ecológicas.
D
u

genética, de forma que não há muitas


U
s
S
questões sobre ecologia – os temas mais
L

A
e
I
O
abordados são relações ecológicas e pro
V
blemas ambientais.
A C
Nesta prova, há questões principalmente

6
Essas divisões facilitam o estudo, a pesquisa
e a construção do conhecimento biológico.
Entre tanto, integrar essas subáreas é
fundamental, pois permite um olhar amplo
que possibilita a compreensão da
complexidade dos seres vivos e dos
ORIGEM DA VIDA ambientes em todos os seus níveis de or
ganização: organismos, populações,
comunidades biológicas, ecossistemas,
biomas, biocoras, biociclos e biosfera.

2. Formação da Terra
CN AULAS Antes de abordarmos a origem da vida, é
necessário tratar da origem da Terra.

1E2 A Terra surgiu há aproximadamente 4,6


bilhões de anos. Toda a matéria que compõe
relações de parentesco entre as diversas o Universo atual estava com
espécies são respon sabilidade da evolução.
COMPETÊNCIA(s) 4
extremamente pequena e anos, essa esfera teria subita
densa, do tamanho da ponta mente explodido, dando início
HABILIDADE(s) 15 e 16
de uma agulha. a expansão dessa matéria
primida em uma esfera
Há cerca de 14 bilhões de
Ao longo desses bilhões de anos até hoje,
1. Introdução ocorreram muitas mudanças na superfície
A palavra biologia é formada através da terrestre que influenciaram significa
conjugação do grego "bio", que significa tivamente a vida no planeta, como:
"vida", com o sufixo "-logia", que significa movimentos de massas continentais,
"ciência de", "conhecimento de" ou "estu do alterações climáticas, formação e destruição
de". Dessa maneira, é a ciência que estuda a de cadeias de montanhas, extinção e
vida e todos os seus desdobramentos. origem de espécies, etc.
Esse estudo pressupõe um método científico
que, apesar de seguir certos parâmetros,
não possui uma receita universal infalível
para todas as situações e necessita
criatividade e plasticidade para ser aplicado.
Porém, tradicionalmente, o método se
caracteriza por observação, elaboração de
per multimídia: vídeo
guntas (hipóteses testáveis), planejamento e s

realização de experimentos, sistematização


i

Fonte: Youtube
e registro de dados, discus são de resultados o
g

e, por fim, conclusão. Dessa maneira, ge o


l

ra-se conhecimento, que poderá ser n

A origem do planeta Terra documentário


questionado, ampliado e alterado ao longo
completo
do tempo. Com efeito, a ciência e a pesquisa c

são realizadas pelo ser humano e, portanto, t

são direcionadas. A ciência possui uma


s

perspectiva e um olhar parcial, ou seja, é


u

influenciada pela época, sociedade e cul tura e

às quais o pesquisador pertence. Então, é A

um método possível para interpretar os 2.1. Escala do tempo geológico Z

acontecimentos que está su jeito a revisões e E

confrontamentos de novas informações. U

Para iniciar o estudo da biologia, são A escala do tempo geológico representa a linha do
necessárias algumas re flexões e tempo A

considerações, pois existem várias N

subdivisões nessa ciência. Por exemplo, a desde o surgimento da Terra até o presente. Na
zoologia estuda os animais e os seus escala, essa
desdobramentos; as plantas, por sua vez, são A

estudadas pela botânica; as estruturas e o S

funcionamento das células são dis cutidos evolução é indicada por uma sequência de
pela citologia; as interações entre os seres eventos. Dessa A

vivos, e des ses com o meio em que vivem, C


I

são abordadas pela ecologia; os forma, o tempo da história da Terra é marcado por
mecanismos e padrões de herança do determi
material genético são estudados pela N

genética; e o processo adaptativo e as


I

e formando, de uma só vez, o Universo. A nados eventos geológicos e pode ser calculado
por métodos
essa grande ex plosão dá-se o nome C

científico de Big Bang. A expansão do 

Universo continua sendo observada até absolutos ou relativos. Os estudos da evolução da


hoje, o que reforça as hipóteses a favor do vida 1

Big Bang. A formação do Sistema Solar é E

resultado direto dessa explosão. dividem hierarquicamente essa escala em: éons,
L

eras, M
O

períodos, épocas e idades

7
ER PERÍOD INÍCIO EVENTOS
A O (milhões de
anos)
a

c
Quaternári 1,6 Clima flutuando entre frio e ameno. Avanços e recuos glaciais. Extinção de
i
o muitos mamíferos e aves de grande porte. Primeiros humanos modernos
do gênero Homo.
o

n
Neogeno 23 Surgimento e formação de montanhas. Início da glaciação nos hemisférios
Norte e Sul. Elevação do Panamá e consequente união das Américas do
e

Norte e do Sul. Primeiros macacos do Velho Mundo. Mamíferos pastadores


em abundância. Primeiros hominídeos eretos e grandes carnívoros. Aves e
mamíferos marinhos diversificam-se.

Paleogeno 65 Clima ameno a frio. Mares continentais largos e rasos. Elevação dos Alpes e
Himalaia. A América do Sul separa-se da Antártica. Clima ameno a muito
quente no final do período. Primeiros mamíferos insetívoros e primatas.
Expansão extensiva de mamíferos e aves. Irradiação de famílias de
mamíferos placentários. Primeiros macacos do Novo Mundo. Formação
inicial de pradarias. Aves carnívoras gigantes, incapazes de voar, eram
predadores comuns.
a

c
Cretácio 135 Clima ameno em todo o período. Níveis dos mares elevados. A África e a
i
América do Sul se separam. Clímax dos dinossauros e répteis marinhos,
seguido da extinção destes grupos. Início da irradiação de mamíferos
o

o marsupiais e placentários. Primeiras angiospermas. Declínio das


s
gimnospermas. Aparecimento de muitos grupos de insetos.
e

Jurássico 205 Clima ameno. Os níveis dos continentes são baixos com grandes áreas
cobertas pelos mares. Primeiras aves. Abundância de dinossauros.
Crescimento exuberante de florestas.

Triássico 250 Continentes montanhosos, unidos em um supercontinente (Pangeia).


Extensas áreas áridas. Primeiros dinossauros. Primeiros mamíferos.
Crescimento exuberante de florestas com predomínio de coníferas.
a

c
Permiano 290 Glaciação extensiva do Hemisfério Sul no início do período. Elevação dos
i
Apalaches. Aridez marcante em algumas áreas. Origem das coníferas,
cicadófitas e ginkgos. Desaparecem os tipos anteriores de florestas.
o

o Irradiação dos répteis. O período termina com extinção em massa.


e

a
Carbonífer 355 Clima quente com pequena variação sazonal nos trópicos. Níveis das terras
P
o baixos. Áreas pantanosas com a formação de depósitos de carvão.
Irradiação dos anfíbios. Abundância de tubarões. Samambaias com
esporos e árvores com “casca”. Primeiros répteis. Insetos gigantes.
Grandes florestas de pteridófitas.

Devoniano 410 Mares na maior parte das terras, com montanhas locais. Primeiros peixes
com nadadeiras raiadas e nadadeiras lobadas. Primeiros tetrápodes
terrestres.

Siluriano 438 Clima ameno. Topografia em geral plana. Primeiros peixes com mandíbulas.
Primeiros invertebrados terrestres.

Ordovician 510 Clima ameno. Mares rasos. Continentes em geral com topografia plana. Os
o mares cobrem boa parte do atual território dos Estados Unidos. Glaciação
no final do período. Primeiros vertebrados (peixes sem mandíbula).
Invertebrados marinhos em abundância. Primeiras plantas terrestres.

Cambriano 570 Extensos mares invadindo os continentes existentes. Origem de vários filos
e classes de invertebrados. Primeiros cordados. Moluscos com conchas.
Abundância de trilobitas.
a

c
- 2.500 Extensivo bombardeamento de meteoritos e instabilidade geológica nas
i
primeiras fases dessa era. Os primeiros organismos eucariontes
apareceram há cerca de 2 bilhões de anos. Grande diversificação da vida há
o

o 1 bilhão de anos, surgindo os organismos pluricelulares, inclusive algas.


r
Os primeiros metazoários surgiram há mais ou menos 600 milhões de anos,
logo após uma grande glaciação.
e

t
o

n
- 4.600 Formação da crosta terrestre e início dos movimentos continentais. Os
a primeiros fósseis (seres unicelulares) são conhecidos de 3,5 bilhões de
e
anos atrás. Origem da vida.
u

o
l

8
A seguir, serão analisados os principais tante diferente daquele em que surgiram os
períodos e suas características. O objetivo primeiros peixes. Os oceanos haviam
dessa abordagem é apresentar uma visão avançado e retrocedido vá rias vezes, e as
geral de como a vida se manifestou e se esta plantas vasculares terrestres, que haviam
beleceu na Terra. surgido no período anterior, chamado de Silu
riano, eram abundantes.
Os primeiros microrganismos surgiram no
planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos. No fim da Idade dos Peixes, um grupo
ancestral de pei xes de água doce iniciou a
Os primeiros peixes ancestrais apareceram
adaptação à vida terrestre e originou os
no fim do pe ríodo Cambriano, em que os
primeiros anfíbios. No período seguinte,
oceanos eram largos, rasos e cálidos.
apareceram os répteis, primeiros
Registros fósseis indicam que esses peixes,
vertebrados terres tres, assim como os
di ferentemente dos peixes de hoje,
primeiros insetos alados.
possuíam apenas duas barbatanas
rudimentares e não tinham mandíbulas. Os primeiros mamíferos surgiram no período
Triássico, assim como os primeiros
No período Devoniano, conhecido como
dinossauros. No período se guinte,
Idade dos Peixes, ocorreu uma grande
apareceram as primeiras aves.
proliferação de peixes que possuíam
mandíbulas adaptadas para digerir diversos No período Cretáceo, ocorreu a extinção dos
tipos de alimentos. O ambiente desse dinossauros. No fim desse período,
período era bas aconteceu uma grande irradiação adaptativa
dos mamíferos, fato que originou muitas das como manifestações da vontade dos deuses.
ordens de animais conhecidas atualmente.
Para Aristóteles, por exemplo, os
Alguns mamí
organismos surgiam a partir do princípio
feros insetívoros deram origem a um grupo de
ativo, uma energia presente em substâncias
animais com polegares oponíveis e com
inanimadas e capaz de formar vida
unhas no lugar de garras denominados
espontaneamente. Des sa interpretação,
primatas.
surgiu a teoria da geração espontânea, ou
A lenta movimentação dos continentes teoria da abiogênese, segundo a qual os
terrestres, deno minada deriva continental, seres vivos origi nam-se da matéria bruta de
originou, há 250 milhões de anos, um modo contínuo.
supercontinente denominado Pangeia. Há A teoria da geração espontânea perdurou
aproximadamente 200 milhões de anos, teve até meados do século XIX, quando diversos
início a se paração da Pangeia. Há 90 cientistas a contestaram e, por meio de
milhões de anos, a América do Sul experimentos, demonstraram que um ser
descolou-se da África. Há 50 milhões de vivo só se origina de outro ser vivo.
anos, a Índia uniu-se à Ásia, e, cinco milhões
de anos depois, a Austrália separou-se da ▪ Teoria da abiogênese: Os seres vivos
Antártica. surgem da ma téria bruta de maneira
contínua (geração espontânea).
Os primatas experimentaram processos Principais defensores: Aristóteles, Platão,
evolutivos distintos nos dois lados do mundo. Needhan, Virgí lio, Aldovandro, Kricher e
No continente americano, eles Van Helmont.
restringiram-se ao ambiente das árvores e
desenvolveram adaptações morfológicas ▪ Teoria da biogênese: Os seres vivos
muito eficientes para esse hábi originam-se de outros seres vivos
to, entre elas uma cauda com grande preexistentes. Principais defensores:
capacidade preênsil. No Velho Mundo, os Redi, Spallanzani e Pasteur.
prossímios geraram novas formas de s

a
i

primatas, entre eles uma linhagem evolutiva g

de hábito terrestre que originou, há cerca de 3.1. Van Helmont


5 milhões de anos, os primeiros
o

hominídeos. n

Os primeiros hominídeos, parte do gênero


t

Australopithe cus, foram também os Van Helmont (1580-1644), considerado o maior


primeiros a apresentarem nos regis tros fisiologis s

fósseis uma morfologia dos membros


a

inferiores com pletamente adaptada à


s

ta de seu tempo, criou diversas receitas para a


bipedia. O aparecimento do Homo abiogêne
sapiens ocorreu há aproximadamente 400 e

se. Uma delas é a fórmula para se obter ratos por


mil anos. 3. Teorias sobre a meio da Z

geração espontânea:
origem da vida
U

‘’Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é


fechado com
O mistério da origem da vida intriga o ser A

humano desde a Antiguidade. D

Doutrinas milenares da Índia, da Babilônia e uma camisa suja, de preferência de mulher. Um


do Egito ensi navam que rãs, cobras e fermento S

crocodilos eram gerados espon taneamente A

pelo lodo dos rios. Esses seres, que apare vindo da camisa, transformado pelo odor dos
ciam inexplicavelmente no lodo e na lama, grãos, trans
eram vistos
C

N
partir da camisa e do trigo, como acreditava Van
Ê

forma em ratos o próprio trigo’’. I

C
Helmont, M

U

Como se sabe, os ratos que apareciam não se mas eram atraídos pela mistura. L

formavam a 1
O

9
3.2. Francesco Redi microscópio e a descoberta dos mi
crorganismos, chamados naquela época de
Francesco Redi (1628-1698) começou, por "animálculos", provocaram questionamentos
volta de 1660, a questionar a teoria da acerca da origem desses seres.
geração espontânea. Ao observar
cadáveres em decomposição, Redi notou a 3.3. John Needham
presença de moscas rodeando a carne antes
Dentre os que continuaram defendendo a
do apa
teoria da geração espontânea, pode-se
recimento de larvas. Sua hipótese, então, era
destacar o cientista in glês John T. Needham
que es sas larvas eclodiam a partir de ovos
(1713 -1781), que, por volta de 1745,
depositados pelas moscas. Para testá-la,
realizou uma série de experimentos para
elaborou um experimento com dois frascos
respaldar seu argumento. Após submeter à
contendo carne crua, porém enquanto um
fervura diversos re cipientes contendo
deles permaneceu aberto (grupo controle),
substâncias nutritivas e fechar parte deles
o outro foi obstruído com gaze.
com rolhas enquanto o resto permanecia
De acordo com a teoria da abiogênese, aberto, ele observou o surgimento de
depois de alguns dias deveriam surgir da microrganismos em todos os frascos.
carne moscas e outros insetos. Isso, Needham afirmou que esse fenômeno
contudo, não aconteceu nos frascos ocorria devido à presença, nas partículas
fechados com gaze. orgânicas da infusão, de uma força vital
Nos frascos fechados, Redi não encontrou especial, responsável pelo aparecimen to da
nada sobre a carne, mas constatou ovos e vida microscópica. Assim, com esses
larvas de insetos sobre a gaze que cobria os experimentos, Needham contribuía para o
recipientes. Assim, o experimento fortalecimento da teoria da geração
corroborou sua hipótese ao demonstrar que espontânea.
as moscas eram atraídas pela carne e que o
aparecimento das lar 3.4. Abbey Spallanzani
EXPERIMENTO DE REDI Em 1770, contudo, o cientista italiano Abbey
vas era devido aos ovos depositados Lazzaro Spallan zani (1729-1799) criticou
seriamente os experimentos de Needham e
evidenciou que o aquecimento prolongado
pelos insetos. larvas
de substâncias orgânicas acondicionadas em
recipientes fechados, providos de válvula de
escape, não propiciava o desenvolvimento
de microrganismos. Spallanzani concluiu,
então, que Needham não havia esterilizado
ausência
de larvas
corretamente os frascos. Porém, Needham
Apesar dos resultados de Redi fortalecerem respondeu às críticas afirman
a teoria da bio gênese, o advento do
do que ferver as substâncias hermeticamente tornava o ar
frasco aberto
destruía a "força vital" e que desfavorá
frasco fechado com gaze
fechar os frascos
Esquema do experimento realizado por Francesco Redi (1668)
s

a
i

vel ao aparecimento de vida.


VIVENCIANDO
o
A partir dos experimentos realizados por Pasteur para comprovar a teoria da biogênese, criou-se o
l

processo de pasteurização. A pasteurização é utilizada para conservar alimentos, pois elimina


c
microrganis
e

mos patogênicos que causam azedamento ou acidificação, sem causar alterações físico-químicas no valor
a
nutri
u

tivo dos alimentos. O método consiste em elevar a temperatura do alimento por um determinado tempo e,
e
em
A

seguida, resfriá-lo a uma temperatura inferior a de antes. Por ser um processo rápido, nem todos os seres
E
vivos
R

são eliminados, e, portanto, conservam-se no produto alguns microrganismos benéficos para o ser
T
humano. Para
A

remover 100% dos microrganismos, o alimento deve passar por um processo de esterilização e
posteriormente
A

ser lacrado para evitar novas contaminações. A pasteurização é muito usada na indústria alimentícia,
principal
S

C
mente em leite, sucos, cerveja, polpas de frutas, entre outros.
N

10
consumo do leite. Dentre eles, destaca-se
Pasteurização: outra importante a pasteurização, que, no Brasil, é
contribuição de Pasteur obrigatória.

A pasteurização, criada em 1864 por Louis Esse procedimento consiste em submeter


Pasteur, é um procedimento industrial o leite a um grau de aquecimento
empregado no tratamen to do leite, de suficiente para destruir os mi crorganismos
sorvetes, de cervejas, etc. patogênicos presentes nele. O melhor
cuidado nesse procedimento é não causar
O leite in natura é um produto altamente alterações físico-químicas e
perecível, propício ao desenvolvimento de organolépticas ao alimento, bem como não
microrganismos que o acidificam e alterar o valor nutritivo do produto. O leite
azedam. Para evitar esses problemas, pasteurizado, portanto, deve apresentar
tomam-se alguns cuidados, da captação ao
características semelhantes, ao máximo,
O cientista francês Louis Pasteur
ao produto in natura, bem como garantir a
(1822-1895), por volta de 1860, através de
ele mais tempo e condições de conser
seus célebres experimentos com balões do
vação, uma vez que a pausterização destrói
tipo “pescoço de cisne”, conseguiu provar
aproxima
Por meio de novos experimentos, definitiva mente que os seres vivos se
Spallanzani demonstrou que surgiam originam de outros seres vivos. Além disso,
microrganismos quando os recipientes fecha constatou a presença de microrganismos no
dos e submetidos à fervura eram abertos e ar atmosférico. Considerando as críticas dos
entravam em contato com o ar, atestando seguidores da abiogênese sobre a formação
que a “força vital’’ não havia sido destruída. de ar viciado – que seria impróprio para o
Apesar disso, Spallanzani não conseguiu desenvolvimento da vida em recipientes
provar que o aquecimento de material submetidos à fervura e hermeticamente
orgânico em reci pientes fechados não fechados –, Pas
alterava a qualidade do ar. Needham saiu teur realizou os seguintes experimentos
favorecido dessa polêmica, o que reforçou utilizando frascos com gargalos longos e
ainda mais a teoria da geração espontânea. curvos:

3.5. Louis Pasteur


Em razão disso, há limites de O gargalo do frasco é
damente 99% da microbiota esticado e curvado ao fogo
temperatura e de tempo para que
presente no leite. Mas esse
procedimento também traz suas características se mantenham.
desvantagens, embora superadas Existem três tipos de pasteurização:
pelos benefícios. Ele reduz ou
▪ Pasteurização lenta: também
O caldo nutritivo do
frasco com “pescoço de
mesmo elimina as bactérias lácticas conhecida como cisne” matém-se livre
de microrganismos
benéficas para o organismo, altera 1
2 O caldo nutritivo é
despejado em um
o sabor do leite, bem como provoca frasco de vidro

desnaturação da proteína do leite,


Se o gargalo do frasco é
dificultando, por exemplo, a quebrado, surgem
microrganismos no caldo
produção de alguns queijos. 3
4
Se o leite for submetido a O caldo nutritivo
é fervido e
temperaturas elevadas por tempo esterelizado
s

prolongado, seu sabor e cor podem


alterar-se.

LTLT (low temperature long time, baixa tempe


n

ratura por longo tempo), mantém a temperatu ra fervido, não perde a suposta “força vital”, como
a 63 °C por 30 minutos. defendiam t

▪ Pasteurização rápida: HTST (high temperature s

and short time, alta temperatura por pouco u

os adeptos da geração espontânea. Na


tempo), mantém a temperatura a 72 °C por 15
verdade, quando o
segundos. s

▪ Pasteurização muito rápida: UHT (ultra high pescoço do balão é quebrado, depois da fervura
tem perature, temperatura ultraelevada), do líquido,
mantém a temperatura entre 130 °C e 150 °C
A

por um perí odo de 3 a 5 segundos.


E

Fonte: <http://infoescola.com/microbiologia/pasteurização>. Acesso em: 6 fev. surgem seres vivos. O experimento refuta ainda
2015.As condições da Terra primitiva R
outro ar
Esquema do experimento realizado por Louis Pasteur (1860).
a
U

i T

gumento dos defensores da abiogênese: a


g

o
l

O famoso experimento demonstrou que um formação de ar


A

líquido, ao ser
o
N
viciado impróprio para a vida. O líquido fervido gargalo retêm
C

fica, nesse
A

D
os micróbios presentes no ar. A partir dos
S
experimentos de
caso, em contato com o ar atmosférico através 1

do pescoço E

I Pasteur, a teoria da biogênese passou a ser


C

predominante
do balão, porém não ocorre o aparecimento de M

seres vivos
N
nos meios científicos.
L
Ê

I
O

porque as gotículas de água acumuladas no V

11
Haldane, sugere que, na Terra primitiva,
4. Surgimentos dos moléculas orgânicas complexas se for
primeiros seres vivos maram a partir de moléculas simples, antes
do apareci mento dos seres vivos.
De fato, com a consolidação da teoria da
Apesar de a Terra conservar altas
biogênese, a ques tão da origem da vida
temperaturas após a sua formação, o
passou a preocupar cada vez mais os
contato com o espaço cósmico – que é muito
cientistas: se apenas seres vivos podem
frio – possibilitou ligações químicas entre os
originar outros seres vivos, como
elementos,
apareceram as primeiras formas de vida? s

a
i

Para responder a essa pergunta, várias formando substâncias como a água. Portanto, ao
hipóteses foram for muladas. Uma das passo
teorias mais antigas, o criacionismo,
g

o
l

geralmente está associada à religião. Seus o

defenso res argumentam que cada ser vivo que o calor da superfície evaporava toda
foi gerado indivi dualmente através de n
substância lí
criação divina e que sua forma é a mesma
c

desde o princípio, imutável ao longo do


tempo (fixismo). quida, as camadas mais frias da atmosfera
condensavam
Já a panspermia afirma que a vida veio de
s

outra parte do Universo, por meio de s

meteoros e cometas que caíram na Terra. os vapores de água e provocavam violentas


Embora tenham evidências de material e
tempestades
orgânico em meteoritos, essa teoria não A

explica a origem da vida e ape com descargas elétricas (raios). Apenas com o
nas levanta mais questionamentos. gradativo
Z

Não obstante, a teoria mais aceita


E

atualmente é a hipó tese da evolução processo de resfriamento da Terra que foi possível
gradual dos sistemas químicos, o acú
desenvolvida pelo russo Aleksandr Oparin e
U

pelo inglês John Burdon Sanderson


A

mulo de água líquida sobre a superfície, fator que


Haldane na década de 1920. Para se
deu
compreender a teoria de Oparin e Haldane, é N

pre ciso conhecer as condições da Terra A

primitiva. origem aos mares primitivos.


S

4.1. A hipótese da evolução


A

gradual dos sistemas Além disso, intensas atividades vulcânicas


liberavam gases
químicos Ê
N

Essa hipótese, formulada por Oparin e que contribuíam para a formação de uma
C
atmosfera primiti elétrica. Se há alteração no grau de acidez
da solução coloidal, as moléculas de
proteína aproximam-se, formando vários

va bem diferente da atual, formada provavelmente


aglomerados proteicos envoltos por uma
por me
1
porção líquida denominada camada de
E

hidratação ou sol vatação. Esses


tano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e aglomerados foram chamados por Oparin de
vapores de água
M coacervados.
U

(H2O). Todavia, ao contrário da atmosfera atual, a


primitiva PROTEÍNA
L

O COACERVADO
V

não apresentava oxigênio (O2) e nem, H2O


portanto, camada de ozônio (O3). Sem esse
filtro, a radiação ultravioleta não era barrada
e atingia a superfície de forma intensa.

Desse modo, os raios solares, em conjunto camada de solvação


com os efeitos das fortes descargas Esquema do desenvolvimento da camada de solvatação e dos coacervados
elétricas, forneceu a energia neces sária Esses coacervados não eram seres vivos,
para que os gases componentes da mas uma primitiva organização das
atmosfera rea gissem entre si e formassem substâncias orgânicas, principalmente de
moléculas orgânicas simples (aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos, em um
açúcares, álcoois). sistema isolado do meio. Apesar de isolados,
Essas moléculas foram arrastadas pelas os coavervados realizavam trocas com o
águas das chuvas e se acumularam em meio externo e possuíam em seu interior
mares primitivos, quentes e rasos, que condições para a ocorrência de inúmeras
possibilitaram a ocorrência de outras reações químicas.
reações. Assim, a formação de grande Com as constantes reações químicas, alguns
número de substâncias orgânicas, simples e coacervados tor naram-se mais complexos,
complexas, transformou esses mares em chegando inclusive a apresentar capacidade
verda de duplicação. Nesse momento, teriam
deiras "sopas nutritivas". surgido os primeiros seres vivos, que, apesar
As moléculas de proteína dispersas em água de organização simples, eram capazes de
formaram uma solução coloidal com reproduzir-se, dando origem a outros seres
características próprias. vivos. Essa evolução gradual dos sistemas
químicos teve a duração provável de 2
Nos coloides, cada molécula de proteína
bilhões de anos. O esquema a seguir
encontra-se en volvida por várias moléculas
sintetiza essa hipótese.
de água atraídas pela diferen ça de carga

12
as condições da Terra
primitiva e introduziram nele
H O2 CH 4
os gases que provavelmente
H2
constituíam a atmosfera
daquele período: amônia ELETRODOS

(NH3), hidrogênio (H), metano


NH3 (CH4) e vapor de água.
fortes descargas elêtricas e de raios moléculas para a
Gases da ultravioleta, formando moléculas superficie da Terra
atmosfera orgânicas.
primitiva

Moléculas orgânicas simples na


atmosfera
Esses gases sofrem influência de A chuva arrasta essas
TUBO PARA
CRIAR VÁCUO

AMÔNIA
METANO
HIDROGÊNIO
VAPOR D’AGUA
SÁIDA DO VAPOR

ENTRADA DE ÁGUA CONDENSADOR

ÁGUA FERVENTE PARA


GERAR VAPOR
POLO POSITIVO POLO NEGATIVO

Calor.
complexas
A água, ao ferver,
Alteração da acidez do
meio propicia a formação transforma-se em vapor e
de aglomerados proteicos
isolados (coacervados). ocasiona a cir culação em
todo o sistema, conforme
RESULTADOS PARA indicado pelas setas. No
ANÁLISE
balão em que se encontra a
Esquema do experimento de Miller e Urey mistura gasosa, ocorrem
(1953), demonstrando a formação de descargas elétricas
aminoácidos em condições similares às da Terra
*Sopa nutritiva*
Formação de primitiva simulando raios, que deviam
moléculas ser muito
orgânicas

Inúmeras reações químicas ocorrem dando condensação nas altas camadas da


origem aos primeiros seres vivos.
atmosfera, fator que provoca as chuvas. A
Hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos - parte em “U” do sistema simula os mares
proposta por Oparin e Haldane primitivos, que recebiam as chuvas e os
compostos formados na atmosfera.
4.2. O experimento de Miller e Pela análise da água acumulada nessa
Urey parte em “U”, foi pos sível verificar a
formação de moléculas orgânicas, dentre
A hipótese da evolução gradual dos sistemas
elas alguns aminoácidos, substâncias que
químicos foi testada pela primeira vez em
formam as proteínas.
1953 pelos químicos norte- -americanos
Stanley L. Miller (1930-2007) e Harold Urey
(1893-1981). Eles construíram um aparelho
que simulava s

frequentes naquela época.


i

o
l

Em seguida, as substâncias são submetidas o

a um resfria mento para simular a

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS c

Conceitos de química são aplicados no famoso experimento de Miller e Urey, dado que envolve
reações químicas U

que transformavam compostos inorgânicos em compostos orgânicos precursores da vida. Dessa


forma, compre N

ender como os átomos e íons se conectam e se comportam para formarem pequenas moléculas
orgânicas, como
S

aminoácidos, e, posteriormente, moléculas orgânicas maiores, como as proteínas, é fundamental para


entender C

como foi possível o início da vida a partir de moléculas inorgânicas simples, como metano, nitrogênio,
hidrogênio Ê

e vapor de água, que estavam presentes na atmosfera primitiva. 

13
Dessa forma, o experimento de Miller e Urey como os au tótrofos sintetizam alimentos
demonstrou que moléculas orgânicas orgânicos (a partir de subs tâncias
(aminoácidos) poderiam ter-se formado inorgânicas) à custa de uma série
nas condições da Terra primitiva, o que extremamente complexa de reações
reforçou a hipótese da evolução gradual dos químicas, exige-se que seu próprio
siste organismo também seja complexo - uma
mas químicos. situação menos provável de acontecer
quando comparada ao surgimento de seres
4.3. O experimento de Fox mais simples.
O bioquímico norte-americano Sidney W. Fox
(1912-1998), por meio de experimentos, 4.5. A hipótese heterotrófica
evidenciou a combinação de dois Essa hipótese sustenta que o primeiro ser vivo
aminoácidos através de uma síntese de surgiu em
desidratação.
Entretanto, existe uma objeção a essa teoria:
+ um determinado organismo simples
NH
CCCH ambiente, na forma de evoluiu
R um ser pouco vagarosamente da
NH O HH complexo e incapaz matéria inanimada,
de fabricar seu fato que ocorreu nas
2R O
+

alimento. Ou seja, ela condições es


C supõe que um
OH OH NH R +
vez que a teoria da abiogênese afirma
O
pecíficas de milhões de anos atrás. Não
se trata de geração espontânea, uma
2
bruta.
HO que seres complexos
podem surgir de matéria
+
HO N
2C surgi do por meio das etapas unido para compor
RCCC ilustradas abaixo: moléculas maiores e mais
complexas, seme lhantes a
HH Reação que forma as ligações peptídicas entre proteínas.
aminoácidos, por desidratação.
Na Terra primitiva, os
OH Para isso, aqueceu uma aminoácidos teriam chegado
De acordo com a hipótese mistura seca de aminoácidos às ro chas levados pelas
e, depois do resfriamento, chuvas. A evaporação da
heterotrófica, a vida teria
verificou que eles haviam se água teria dei xado os
aminoácidos secos sobre a FORMAÇÃO DE COACERVADOS SURGIMENTO DE AUTÓTROFOS PREDOMÍNIO DE AUTÓTROFOS APARECIMENTO

superfície das rochas


quentes. Em tais condições, HETERÓTROFOS OBTENÇÃO DE ENERGIA DE AERÓBIOS
teria ocorrido a formação de
ligações peptídicas pela
evaporação da água e a
conse quente formação de
proteínas.
FORMAÇÃO DE AMINOÁCIDOS FORMAÇÃO DE PROTEÍNAS CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO APARECIMENTO DE

4.4. A hipótese autotrófica


Ê

I
nham sido autótrofos.
Alguns cientistas questionam se a vida C

surgiu nos mares rasos e quentes da Terra 

primitiva, uma vez que a superfície do planeta De fato, está comprovado que que existem
era bombardeada frequentemente por meteo s
1
bactérias qui
a

i
E

ros. Dessa forma, a crosta terrestre não teria a


miossintetizantes em fontes térmicas sulfurosas de
estabilidade
g

o M
regi
l
U
o

necessária para o desenvolvimento dos seres


L

ões tão profundas que a luz solar não consegue


n
vivos. Para os alcançar.
O
c

e V

defensores dessa teoria, a vida se originou nos


assoalhos Para se manter e se desenvolver, um
s
sistema de coacervados necessitaria de uma
fonte de energia constante e contro lável. A
a

oceânicos, perto de fontes térmicas, onde existiam hipótese heterotrófica sugere que essa fonte
s
bac teria sido a energia das ligações químicas
e existentes nas imensas quantidades de
substâncias, geradas durante milhares de
térias capazes de utilizar compostos químicos
para obter anos no mar primitivo.
A

Z
Porém, como a presença de gás oxigênio
(O2) era quase nula na atmosfera da época,
E

energia e, assim, sintetizar sua própria matéria


esse primeiros seres provavelmente eram
orgânica.
R heterótrofos fermentadores que liberavam
CO2.
U

4.5.1. Capacidade de reprodução


N

Como todo ser vivo necessita de alimento para


sobrevi
Devido a sua capacidade de retirar alimentos
e energia do meio e organizar as moléculas
A

ver, parece lógico admitir que os primeiros tenham em padrões definidos, os


sido heterótrofos-anaeróbios primitivos teriam
crescido gradativamente, a tal ponto que
S

capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, teriam surgido novos problemas na luta pela
te sobrevivência: com o aumento
C

14
volumétrico do indivíduo, a difusão do
Nessas condições, teria se dividido para
alimento do meio exterior para o interior do
reduzir seu vo lume. Contudo, qualquer
coacervado teria ficado mais lenta por causa
mecanismo de divisão teria ge rado um novo
da distância a ser percorrida; desse modo, o
problema; ao dividir-se, o coacervado teria
coacervado teria começado a sofrer fome.
corrido o risco de se desorganizar e, portanto,
perder as características de sistema condições. Além disso, o uso de oxigênio
complexo adquiridas em muito tempo de para a obtenção da glicose libera muito
evolução. mais energia do que aquela obtida na
ausência de oxigênio, uma vez que a
Nos organismos bem-sucedidos, teriam
fermentação fornece um saldo energético
surgido os ácidos nucleicos, moléculas que
de apenas 2 ATP, enquanto, na reação com
controlam os processos básicos de
o oxigênio, o saldo é de 38 ATP. Dessa
reprodução e organização. Em tais
forma, os organis mos capazes de executar
condições, o orga nismo que tivesse DNA
respiração aeróbia teriam levado vantagem,
teria encontrado o meio para se duplicar de
pois eram capazes de retirar mais energia
maneira exata, transmitindo aos seus descen
do alimento disponível.
dentes o mesmo padrão de organização
adquirido depois de toda evolução
transcorrida.

4.5.2. Surgimento dos autótrofos


Com o passar do tempo, a quantidade
relativa de alimento começou a decair e a
competição entre os seres heterótrofos se
multimídia: site
amplificou. A "sopa nutritiva" se diluiu
progressivamente devido ao crescimento
contínuo da população que aumen https://evosite.ib.usp.br/
tou o consumo de matérias orgânicas e à
diminuição da sínte se de tais substâncias,
dado que as condições para formá-las
deixavam de existir. Em contrapartida, graças
à fermentação dos heterótrofos, a atmosfera
tinha taxas cada vez mais altas de gás
carbônico (CO2).
Ao longo do desenvolvimento da vida na
Terra, houve diver sas mutações no material s

genético dos seres vivos. A partir de las, há a


i

cerca de 2,7 bilhões de anos atrás, surgiram


g

o
l

aleatoria mente seres vivos unicelulares com o

capacidade de sintetizar c

matéria orgânica a partir de inorgânica, ou


t

seja, organismos autótrofos. Devido à a

presença de enzimas ATP, ao surgimento de s

pigmentos fotossintetizantes e à capacidade


e

de usar CO2 e captar energia luminosa para


A

realizar uma fotossíntese, esses primeiros


E

autótrofos foram bem-sucedidos no ambiente. U

4.5.3. Surgimento dos aeróbios


A

No processo de fotossíntese, liberam-se


A

moléculas de oxigênio. Dessa forma, é S

possivel supor que uma certa quantidade I

de gás tenha-se acumulado gradativamente, N

durante milhares de anos, como I

consequência do apare 

cimento dos autótrofos. O aumento na 1

concentração de oxigênio tornou a E

atmosfera tóxica para muitos dos seres U

vivos anaeróbios e, portanto, selecionou


L

organismos adaptados às novas V


15

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 15
Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos
biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.

A questão irá testar a capacidade de interpretação de hipóteses científicas por meio


de experimentos e como os resultados desses experimentos apoiam ou refutam a
hipótese. Resultados dentro do esperado podem tornar a hipótese uma lei científica.

MODELO 1

(Enem) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas
como iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas
surgem espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da
geração espontânea. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas ainda no
século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram
experimentalmente que
a) seres vivos podem ser criados em laboratório;
b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos;
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo preexistente;
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados;
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos
cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente.

ANÁLISE EXPOSITIVA

Os experimentos de Redi e Pasteur demonstraram que não é possível o


surgimento de vermes ou microrga nismos por geração espontânea. Nessa
situação, é importante saber analisar o procedimento experimental adotado pelos
cientistas e como os resultados obtidos refutaram a teoria da abiogênese.
O experimento de Redi foi realizado com a utilização de dois frascos com um
pedaço de carne cada. Um frasco permaneceu aberto e o outro foi fechado com
gaze. Com o passar dos dias, ele observou que havia vermes somente no frasco
que permaneceu aberto, refutando a hipótese da abiogênese. Já Pasteur provou
que microrganismos não podem surgir espontaneamente. Ao ferver o meio de
cultura em um recipiente com pescoço de cisne, ele esterilizava o meio e o
acúmulo de líquido no pescoço do recipiente impedia que bactérias do ar
entrassem no meio. Com isso, o meio de cultura permanecia estéril. Essa
condição se invertia quando o pescoço de cisne era retirado, promovendo a
entrada de ar e, consequentemente, o
s

a
i

o
crescimento bacteriano no meio de cultura, que ficava com cor turva.
l

RESPOSTA Alternativa C
u

s
e

16

DIAGRAMA DE IDEIAS

ORIGEM DA VIDA

ABIOGÊNESE (IV A.C.) BIOGÊNESE (XVII)


QUÍMICA (XX)
L. PASTEUR (1860)
VIDA A PARTIR DA PESCOÇO DE CISNE
MATÉRIA BRUTA •
ARISTÓTELES COMPOSTOS
• J.B. VAN HELMONT INORGÂNICOS
PANSPERMIA ORIGINAM MOLÉCULAS
ORGÂNICAS
SERES VIVOS OU SUBS
TÂNCIAS
PRECURSORAS,
VINDAS DE OUTROS
LOCAIS DO COSMO OPARIN E HALDANE
VIDA A PARTIR DE
ALGO VIVO MILLER PRÁTICA
TEORIA

F. REDI (1660)
FRASCOS COM CARNE TEORIA DA EVOLUÇÃO
ATMOSFERA COM MOLÉCULAS

CH ORGÂNICAS 4, NH3, H2, H2O +


DESCARGA ELÉTRICA COACERVADOS

TEORIA TEORIA
AUTOTRÓFICA HETEROTRÓFICA

PRIMEIRO SER VIVO CAPAZ PRIMEIRO SER VIVO s

DE SINTETIZAR SEU NUTRIA-SE DA MATÉRIA i

PRÓPRIO ALIMENTO ORGÂNICA DO MEIO o


l

o
t
n u

c s
s
e
a

HETEROTRÓFICOS FERMENTADORES S

AUTOTRÓFICOS FERMENTA
A

e C

DORES FOTOSSINTETIZANTES AERÓBICOS


I

A

1
E

R
E

M
T

A U

L
N

A
V

17
realização de todas as suas funções vitais
básicas, ou seja, possibilitam o
funcionamentos dos seus metabolis mos
energético, plástico e de controle.

EVIDÊNCIAS 1.1. Fixismo e transformismo


EVOLUTIVAS Durante muito tempo, acreditou-se que os
seres vivos que conhecemos hoje são
exatamente iguais à época de sua criação.
Essa teoria, conhecida como fixismo,
começou a ser questionada com maior vigor
a partir do século XVIII, quando se passou a

CN AULAS acreditar que uma espécie poderia


modificar-se com o tempo, originando uma
ou mais espé

3E4 cies diferentes da anterior.

mamíferos, estão adaptados ao ambiente em Assim, o fixismo, geralmente propagado pela


Igreja, defen
que vivem simplesmente porque as
características que apresentam per mitem a
COMPETÊNCIA(s) 4 por uma divindade e que tempo.
HABILIDADE(s) 15 e 16 conservam uma essência
Já o transformismo propõe
de que as espécies foram imutável, sem a capacidade
que as espécies são mutáveis
originadas simultaneamentes de se modificar ao longo do
gênico entre si por mecanismos
1. A evolução reprodutivos diversos e produzir descenden
O ser humano sempre se interessou pelos tes com as mesmas características (transmissão
seres vivos que o rodeiam. Os caçadores hereditária).
silvícolas, os filósofos gregos, os monges A evolução biológica consiste no conjunto de
da Idade Média, assim como qualquer outro mutações sofridas pelas espécies ao longo do
ser humano de qualquer época. tempo. Essas modifi cações podem permitir à
Todos possuem o discernimento de que os espécie uma melhor adaptação s

indivíduos, ainda que diferentes uns dos ao meio em que vive, ou seja, realizar com mais
outros em muitos pormenores, ten dem a a
eficiência
i

organizar-se em grupos com características g

comuns.
l

seus comportamentos reprodutivo, alimentar e de


Atualmente, denomina-se esse grupos como explo
o

espécies, um conjunto de indivíduos n

semelhantes anatômica, fisiológica e e

filogeneticamente, capazes de realizar fluxo t


ração de seu habitat.
s
a

u
dos organismos. A partir desse con ceito,
s

originou-se o evolucionismo.
Uma espécie evoluída é adaptada ao meio em que
vive, não Entre os transformistas está Jean-Baptiste de
e
Lamarck (1744 -1829), o qual acreditava que
A

Z
as espécies não são fixas, mas que
importando o seu grau de complexidade. Por descendem de outras, e, por meio de
E
exemplo, um mudanças graduais que se processam
R através de muitas gerações, apresentam
organismo procarionte, unicelular e heterótrofo, diferenças em relação aos ancestrais.
U
como uma

2. Evidências evolutivas
T

bactéria que vive em nossos intestinos, pode ser


considerado As evidências evolutivas fornecem
N
informações sobre as condições em que os
A

D
organismos estão inseridos, permitem traçar
tão adaptado ao seu habitat quanto um organismo relações de parentesco e facilitam a análise
eucarion da diver sidade genética − desde a origem da
S

A
variedade, até o esta belecimento de sua
I

frequência. Em outras palavras, auxiliam no


te, pluricelular com tecidos e um autótrofo, como
entendimento dos processos de evolução.
C
um abaca
N

teiro, que é uma árvore frutífera. O mesmo


Ê
raciocínio pode ser
I

feito quando a comparação é feita com o ser



humano.
1

Assim, é interessante observar que tanto os


organismos M

Imagem com fezes fossilizadas de organismos extintos, sua análise


U

simples, como as bactérias, quanto os complexos, pode levar a diversas conclusões sobre os seus hábitos alimentares.

L
como os Fósseis, datação radiométrica, filogenia,
O

V
constituição quími ca de organismos
e que há uma correspondência entre as modernos e experimentos diversos ace
transformações do meio e e as adaptações

18
nam para linhas de evidência que avançam evidência a fa vor do transformismo e,
para esclarecer a origem da vida. Entretanto, portanto, da teoria evolucionis ta. Por
essas hipóteses são sempre vulneráveis a definição, eles são restos ou vestígios de
mudanças graças ao avanço tecnológico e organis mos de épocas remotas conservados
ao conhecimento científico. A revisão de até a atualidade.
hipóteses é parte es Representam uma evidência evolutiva, pois
sencial da pesquisa científica. fósseis de diferentes idades e/ou
encontrados em distintos estratos geológicos
É importante perceber que Lamarck e, mais
demonstram que os organismos não foram
tarde, Darwin, ambos evolucionistas,
criados simultaneamente. Além disso,
procuraram elucidar o fato por meio de
também corrobo
hipóteses e teorias. A seguir, serão
apresentadas as evi dências evolutivas ram com a ideia que as espécies sofrem
modificações ao longo do tempo, uma vez
descritas pela ciência ao longo dos anos.
que os fósseis não possuem as mesmas
características dos seres vivos atuais.
2.1. Fósseis
O registro fóssil é uma importante evidência
Os fósseis são a principal e mais notável
das mu danças pelas quais passam os
organismos ao longo do tempo e, por meio
da comparação com espécies atuais,
fornece possíveis indicativos de parentesco
evolutivo.

Fósseis de Teleósteo (peixe ósseo).

2.1.1. Processo de fossilização


São necessárias condições especiais para
que um fóssil se forme. Dado que os
cadáveres se decompõem, é preciso que os
restos mortais ou os vestígios de um
organismo morto fiquem a salvo da ação de
agentes decompositores e das intempéries
naturais, como o vento, o sol e a chuva. As
condições mais favoráveis à fossilização Processo de fossilização.
ocorrem quan Desde a morte até a descoberta dos restos fósseis.

do o corpo é coberto por sedimentos


imediatamente de pois da morte. 2.1.2. Tipos de fossilização
Com efeito, a fossilização é um processo Dentre os muitos tipos de fossilização,
raro. Em razão disso, a paleontologia destacam-se:
padece com a ausência de fósseis de
▪ Fossilização por âmbar: o âmbar é uma
todas as formas de vida. A grande maioria
resina libe rada por árvores e com
dos seres vivos do passado não foi
capacidade de aprisionar um
fossilizada. Em consequência, existe a s

dificuldade de relacionar diferentes grupos


i

organismo vivo, permitindo a conservação das


de seres vivos. Faltam fósseis de transição partes
que liguem esses grupos. o
g

moles de um ser vivo. n

C
M

U

1 conservação de insetos, pólen e répteis.


L

E O

Preservação por âmbar, muito comum na


V

19
▪ Fossilização por mumificação e a meia-vida do carbono-14 é de 5730 anos.
congelamento: a mumificação ocorre em Isso significa que, nesse período, metade do
regiões desérticas e áridas; já o carbono-14 de uma amostra desintegra-se. Ao
congelamento ocorre em regiões glaciais, mor rer, um organismo que se fossiliza
como a Sibéria, onde foram encontrados contém determinada quan tidade de 14C.
mamutes em perfeito estado de Passados 5730 anos, restará no fóssil apenas
conservação. metade da quantidade de 14C presente no ser
vivo que morreu. Passados mais 5730 anos,
▪ Fossilização por carbonificação: ocorre a metade do que restou também será
mais co mumente com restos vegetais e desintegrada, e assim por diante, até o último
organismos com partes moles. Os restos vestígio de isótopo radioativo na matéria
mortais são comprimidos pelo peso ou orgânica remanescente.
pela compactação das rochas. Durante o Por meio da medição da quantidade residual
processo, em razão do calor e da de carbo no-14 em um fóssil, é possível
compressão, são liberados gases como calcular quanto tempo se passou desde a
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Ao final, morte do ser vivo que o originou. Um fóssil
resta apenas uma película de carbono do que apresente 1/8 do carbono radioativo
organismo. estimado para
De acordo com uma determinação científica,

um organismo vivo indica que a morte deve ter ocorrido há


aproximadamente 22 ou 23 mil anos.
profundo o ter reno, mais antigo é o fóssil.
Caso o fóssil apresente substâncias
orgânicas em sua cons tituição, sua idade
pode ser calculada com razoável precisão
pelo método do carbono-14 (14C), um
isótopo radioa tivo do carbono (12C).

Exemplo de carbonificação recorrente em uma planta licófita.


i

Perceba a cor preta que o vegetal adquiriu. l


o

2.1.3. Datação radioativa dos CONEXÃO ENTRE


fósseis DISCIPLINAS
A idade de um fóssil pode ser estimada pela
o

medição de elementos radioativos


c

presentes nele ou na rocha em que está s

fossilizado. Teoricamente, quanto mais a

s
e

o caso das rochas fossilíferas.


A

Fóssil de mamute
Rochas formadas há alguns milhões de anos
podem ser da tadas por meio do isótopo
No entanto, a datação por meio do urânio-235 (235U), cuja meia-vida é de 700
carbono-14 serve ape nas para fósseis com milhões de anos. Para rochas mais antigas,
menos de 50 mil anos, dado que a meia-vida com centenas de milhões de anos de idade,
desse isótopo é relativamente curta. Para
usa-se o potássio-40, cuja meia-vida é de
datar fósseis mais antigos, empregam-se
1,3 bilhão de anos.
isótopos com meia- -vida mais longa, como é

Um princípio químico, como o tempo de meia-vida do carbono-14, é utilizado para determinar a idade de um
E
fóssil e,
R

assim, estudar o processo evolutivo e a relação entre os indivíduos. A colisão entre raios cósmicos e o
T
nitrogênio-14,
A

presente na atmosfera terrestre, forma o carbono-14. Esse isótopo do carbono pode ligar-se com o
oxigênio, forman
A

do o gás carbônico, que é absorvido pelas plantas. Quando um organismo morre, a quantidade de
S
carbono-14 sofre
A

uma queda, o que resulta em um decaimento radioativo. O tempo de meia−vida do carbono-14 é de 5730
C
anos.
N

I
Dessa forma, um organismo que morreu há 5730 anos apresentará a metade do conteúdo de 14C.
C

20

VIVENCIANDO

Há evidências de que a vida tenha se manifestado há 3,5 bilhões de anos com a


descoberta de microfósseis (fósseis invisí
veis a olho nu) da vida celular procariótica,
frequentemente na forma de estruturas
rochosas encontradas no sul da África e
na Austrália, chamadas estromatólitos,
produzidos por micróbios (maioria
cianobactérias fotossintetizantes), que se
formam quando as células crescem na
superfície marinha e sedimentos
se depositam entre as células ou sobre elas. Assim, uma camada minera
lizada fica abaixo delas, pois as células crescem na direção da luz. Com o
passar do tempo e a repetição do processo, camadas mineralizadas vão
formando uma estrutura rochosa estratificada, o estromatólito.
Ainda hoje, micróbios produzem estromatólitos modernos que são in
crivelmente similares aos antigos. Vistos em corte transversal, ambos
mostram a mesma estrutura de camadas produzidas por bactérias.
Microfósseis de cianobactérias anciãs são eventualmente identificados
nessas camadas. destinos funcionais diferentes. Quando as
estruturas não desempenham funções seme
lhantes, indicando adaptações distintas, as
homologias apontam uma evolução
divergente.
Nesse sentido, é possível citar os membros
anteriores de

POA ciência de Jurassic Park |


Nerdologia 57

multimídia: vídeo 2.2. Anatomia e embriologia


Fonte: Youtube
Fósseis estromatólitos em secções transversais.
comparadas No estudo dos
vertebrados, é evidente a existência de um
vertebrados, que podem se diversificar em
braços, patas dianteiras, nadadeiras ou
asas. Apesar de funcionalidades
diferentes, identifica-se parentesco e, por
2.2.1. Homologia consequência, ancestralidade comum.
Estruturas homólogas apresentam a mesma
origem em briológica, mas podem ter Ulna Rádio

padrão esquelético: membros a


i embriológico dos
animais, por sua
g

um crânio ligado a posteriores. Assim, o


l

uma coluna ver é perceptível que o

n
vez, demonstra
Úmero
tebral que todos os 5 c Ulna
Carpo e Rádio
Metacarpo 1 t

apresenta uma vertebrados, apesar Carpo


Metacarpo
cintura escapular, de diferentes, parentesco e indica 1

onde se co nectam apresentam 4


3
um ancestral 2
3
comum que, por
s

os membros características em
2
a

evolu ção, deu


u

anteriores e uma comum, fator que s

cintura pélvica, na mostra origem a todos os e

subgrupos.
A

qual estão
Úmero
ZE
R

conectados os Golfinho s
O estudo
4
5
U

que, quanto mais inicial é a fase de desenvolvimento do em A

brião, maiores são as é extremamente embriológica muito


dificuldades de semelhante nas suas grande em rela ção às Metacarpo
Rádio Carpo Cavalo

diferenciação e identifi primeiras fases e que a fases iniciais do


cação do grupo distinção só ocorre mais desenvolvimento.
estudado. Isso indica quetarde. Portanto, entre
espécies ou grupos
A

o desenvolvimento
Úmero
D
Ulna

embriológico dos animais evolutivamente próximos,Humano S

existe uma semelhança


A

I
C E L


N O
M

ÊI 1 V
U
C

Ulna Úmero
Rádio Carpo 1

2
Metacarpo 3

21
Cavalo mor cegos. Esses diferente. A presença
grupos distintos da característica
Ulna Úmero
Rádio Carpo 1 adotaram, ao longo “asa” permitiu a adap
Metacarpo 3 do tempo, a mesma tação, ou seja, o voo.
estratégia – asa – Nesse caso,
para a locomoção no percebe-se que o
Morcego
meio aéreo, porém a ambiente foi o
2

origem da estrutura referencial comum


Como exemplo, é
nos grupos é entre as espécies
possível citar as asas
4
completamente distintas, pois, para
5
de insetos, aves e
Estudo comparativo ósseo entre membros anteriores l
o

de golfinho, humano, cavalo e morcego. o

pendentemente em vários grupos que não


A homologia é evidente na formação das possuem ancestral
espécies a partir de um ancestral comum n

que colonizou diferentes meios e nichos


e

ecológicos, apresentando adaptações em comum, convergindo para uma mesma


distintas. Esse processo evolutivo funcionalidade.
caracteriza a irradiação adaptativa.
s

Representação de irradiação adaptativa.


M

U
Esquema comparativo de analogia e homologia

2.2.2. Analogia
L

entre asas de diferentes animais


O

Estruturas análogas obrigatoriamente a locomoção no meio aquático, sem dúvida


apresentam a mes ma função ou papel que nadadeiras seriam mais adaptadas,
biológico, mas possuem origens em independentemente de sua origem –
briológicas distintas. Assim, apesar de caracterizando analogia. Essa situação é
serem indício de condições evolutivas chamada de conver gência adaptativa.
similares, não são evidências de
parentesco.
As estruturas análogas surgem de um
processo denominado evolução convergente.
Devido a contextos ecológicos e a s

pressões seletivas semelhantes, as estruturas


g
evoluem inde
As estruturas vestigiais são características
biológicas re duzidas que modificaram ou
perderam sua funcionalidade principal.
Embora encontrada nessas condições em
alguns grupos de seres vivos, em outros a
estrutura pode ser bem desenvolvida. Assim,
é possível traçar parentesco entre as
espécies que a possuem.
O ceco, o apêndice vermifome e a a base da
espinha dor sal humana são exemplos de
Representação de convergência evolutiva. órgãos vestigiais. Todas essas
Exemplo de convergência evolutiva: rãs, características estão pouco desenvolvidas na
crocodilos e hipo pótamos possuem os olhos espécie hu mana, enquanto em outras estão
e as narinas posicionados acima da mais desenvolvidas − o que denota
superfície da água. Isso permite que eles modificação e evolução ao longo do tempo.
permaneçam ocultos, ao mesmo tempo que Por exemplo, ao passo que o apêndice cecal
possibilita respirarem e obser varem ao seu não possui função aparente em animais
redor. As estruturas não possuem mesma ori carnívoros, em herbívoros ele é bem
gem evolutiva, foram as pressões ambientais desenvolvido e possui papel essencial na
similares que selecionaram os caracteres digestão de celulose.
mais adaptados ao meio.

2.2.3. Estruturas vestigiais

22
Base da espinha dorsal Humana
vídeo
Fonte: Youtube

Vértebras

Sacro

multimídia:
Por Dentro do Apêndice - Por Dentro 7

Cóccix
(cauda vestigial)

Base da espinha dorsal humana


Intestino
COELHO delgado SER HUMANO HOMEM
Intestino delgado
Ceco HOMEM
Ceco
Intestino
Intestino grosso
delgado
Apêndice Intestino Intestino
multimídi
Ceco
COELHO
Ceco
Apêndice
Intestino
delgado
grosso Intestino
delgado a: site
Apêndice Ceco
Apêndice delgado
vermiforme
http://mundoeducacao.bol.uol.co
vermiforme
Ceco
m.br/biologia/analo
Esquema comparativo entre o intestino de coelhos e de seres humanos. Replicação
informação

gia-homologia.htm
2.3. Bioquímica, biologia e
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/S
eresvivos/ Ciencias/bioevolucao2.php
genética molecular

Estudos nas áreas de bioquímica, biologia e


genética mole cular têm mostrado que a
presença das mesmas proteínas em
organismos de grupos diferentes indica
semelhança no aparato metabólico e
hereditário, o que, sem dúvida, evi dencia
parentesco e, portanto, ancestralidade
comum. O esquema abaixo ilustra os
processos básicos e universais que
envolvem o material genético e a sua s

expressão.
a
i

DNA
Transcrição informação informação A

(Síntese proteica) Ribossomo A

o S

l
A
o
I

RNA n
C
c

N
e

t ÊI

Transcrição s

a 

1
Tradução proteína s

e E

M
(Síntese de RNA) A

Z U

E L

T
Tradução

Mecanismos para expressão do material genético. O

23

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 15

Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos


biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.

O exercício testa a capacidade do aluno de interpretar o processo biológico (queda


do meteorito e o impacto ambiental causado) e relacioná-lo à extinção dos
dinossauros.

MODELO 1

(Enem) Paleontólogos estudam fósseis e esqueletos de dinossauros para tentar


explicar o desaparecimento desses animais. Esses estudos permitem afirmar que
esses animais foram extintos há cerca de 65 milhões de anos. Uma teoria aceita
atualmente é a de que um asteroide colidiu com a Terra, formando uma densa
nuvem de poeira na atmosfera.
De acordo com essa teoria, a extinção ocorreu em função de modificações no planeta quet
a) Desestabilizaram o relógio biológico dos animais, causando alterações no
código genético. b) Reduziram a penetração da luz solar até a superfície da
Terra, interferindo no fluxo energético das teias tróficas.
c) Causaram uma série de intoxicações nos animais, provocando a
bioacumulação de partículas de poeira nos organismos.
d) Resultaram na sedimentação das partículas de poeira levantada com o
impacto do meteoro, provocan do o desaparecimento de rios e lagos.
e) Evitaram a precipitação de água até a superfície da Terra, causando uma
grande seca que impediu a retroalimentação do ciclo hidrológico.

ANÁLISE EXPOSITIVA

Entender o fenômeno das extinções corretamente é de grande importância para


dominar esse processo biológico. Existe a crença de que o impacto por si só foi a
grande causa das extinções dos dinossauros há 65 milhões de anos. Na
verdade, a Terra já vinha passando por alterações climáticas consideráveis que
foram potencializadas devido aos efeitos da queda do meteoro. Dentre esses
efeitos, a formação de uma camada de poeira foi determinante, uma vez que
reduziu drasticamente a incidência de luz na superfície terrestre, diminuindo
assim a captação de energia dos produtores e comprometendo as teias
alimentares. Como os dinossauros eram muito numerosos, sofreram
drasticamente com esse processo a ponto de
s

a
i

o
serem extintos.
l

RESPOSTA Alternativa B
e

24

DIAGRAMA DE IDEIAS
COMPARADA

EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS

FATORES QUE COMPROVAM


A EVOLUÇÃO BIOLÓGICA

FÓSSEIS

OS ORGANISMOS BIOQUÍMICA,
DE ANTIGAMENTE BIOLOGIA E GENÉ
ERAM DIFERENTES TICA MOLECULAR

EX: ANIMAIS COM AS MESMAS


PROTEÍNAS EVIDENCIAM UM
PARENTESCO
ANATOMIA
COMPARADA
ÓRGÃOS VESTIGIAIS
EX: ANIMAIS COM COLUNA
VERTEBRAL / ANIMAIS SEM O CECO BEM DESENVOLVIDO EM
COLUNA VERTEBRAL HERBÍVOROS E POUCO DE
SENVOLVIDO EM CARNÍVOROS.

EMBRIOLOGIA
ADAPTATIVA) s

ORIGEM DISTINTA, MAS


a

MESMA FUNÇÃO
s

ÓRGÃOS
R

ANÁLOGOS T

MESMA ORIGEM CONVERGÊNCIA A

ADAPTATIVA S

ÓRGÃOS N

ÊI

HOMÓLOGOS C

a 1

PODEM APRESENTAR i

g E

FUNÇÕES IGUAIS OU o
l M

DIFERENTES o

n
U

(DIVERGÊNCIA c

e
O

t V

25

EVOLUTIVAS

TEORIAS
nas características e nas adaptações dos
organismos, uma vez que estes se modi
ficam para atender às necessidades impostas
pelo meio.

CN AULAS
5E6
senvolvimento de ossos e músculos. As
girafas com pesco ços desenvolvidos
transmitiriam essa característica a seus
descendentes. Logo, ao longo das gerações,
todas as girafas teriam pescoços grandes.
Para Lamarck, portanto, o ambiente tem um
papel dire cionador e induz modificações
COMPETÊNCIA(s) 4 desenvolvimento do pescoço da girafa ao longo
das gerações
HABILIDADE(s) 15 e 16

Representação do ambiente induzindo o

1. Introdução dos, de maneira complementar, defendia que


essas
Z

Entendendo que a evolução é o conjunto de E

mudanças here ditárias dos organismos no mudanças eram hereditáras, ou seja, eram
decorrer do tempo e que o estu do das transmitidas
evidências corroboram essa teoria, é preciso U

entender como ocorrem as alterações nas A

espécies com o transcorrer do tempo. Outra aos descendentes.


N

questão importante é o modo como essas A

modificações, se favoráveis, permanecem D

ao longo das gera ções. Jean-Baptiste de 3. A ideia da evolução como progresso e melhora.
Lamarck (século XVIII) e Charles Darwin S
Para
(século XIX) foram dois cientistas que se A

destacaram na tentativa de explicar essas e Lamarck, o aumento da complexidade e da


outras questões. perfeição
C

2. Lamarckismo Ê

seriam o destino natural e esperado de cada


A teoria de Lamarck, publicada em 1809, espécie.
C

baseava-se em três pontos principais:


1. A lei do uso e desuso afirmava que era Exemplo: o comprimento do pescoço das girafas
possível ad quirir características necessárias à pode ser
adaptação em um certo s
1

ambiente pelo uso intensivo do órgão ou estrutura


E

entendido, se pensarmos nos esforços diários


envolvi
i
a

M
para alcançar
g
U
o

os ramos mais altos das árvores, como um


l

da. Enquanto, do mesmo modo, o desuso poderia


atrofiar L
resultado do de
o
O
n

c V

e
determinada característica. O lamarckismo é considerado equivocado
t

pela biologia contemporânea: os


lamarckistas defendem que os bagres cegos
s

das grutas de Ipiranga perderam a visão


u

2. A lei da transmissão dos caracteres adquiri devido ao desuso e à atrofia dos olhos na
e

ausência da luz; no entanto, foi demonstrado


A
que tais animais simplesmente descendem adaptação do organismo ao meio, que é
de formas com visão atrofiada (mutações), fundamental para a compreensão do
que surgiram e se fixaram ao acaso, quer na processo evolutivo.
presença, quer na ausência de luz.
Outro questionamento dessa teoria foi
realizado por Weis mann, em experiências
3. Darwinismo
cortando caudas de camundongos por Na teoria de Charles Darwin, a evolução é
sucessivas gerações e mostrando que não defendida como um processo lento e gradual
havia atrofia desse apêndice. Ele foi autor da de pequenas alterações que vão se
teoria da “continuidade do plasma acumulando até resultarem em uma grande
germinativo”, segundo a qual o germe é mu dança em relação aos indivíduos
imortal, não sendo as alterações provocadas ancestrais.
pelo meio ambiente transmissíveis aos Em sua viagem ao redor do mundo, de
descendentes. dezembro de 1831 a outubro de 1836, a
Apesar de algumas de suas interpretações bordo do navio inglês H.M.S. Beagle, Darwin
sobre a evolu ção terem sido refutadas, observou e colheu espécimes de animais e
Lamarck foi um dos primeiros cientistas a plantas que o levaram a elaborar sua teoria
criticar o fixismo e a introduzir o conceito de evolucionista.

26
Bico grande e forte que Bico grande e afiado que apanha insetos das parte sementes
esmaga sementes agarra e corta insetos fendas no solo Bico grande e néctar de
grandes e duras Bico curto e fino que Bico pequeno e forte que flor

Locais visitados por Darwin a bordo do H.M.S. Beagle.

Representação de alguns tipos de tentilhões e relação dos tipos de bicos com alimentos

esmaga sementes grandes fendas no solo


e duras Bico pequeno e forte
Bico grande e afiado que que parte sementes
agarra e corta insetos Bico grande e fino que tira
Bico curto e fino que néctar de flores
apanha insetos das
Bico grande e forte que

Foi com base na observação desses


espécimes que surgi Representação de alguns espécimes de tentilhões,
Representação de alguns tipos de tentilhões e relação dos tipos de bicos com alimentos

ram as ideias sobre a possível mutabilidade


Darwin notou também as semelhanças entre
das espécies. Darwin realizou muitas
os espécimes de tentilhões habitantes das
pesquisas e amadureceu sua teoria
ilhas e do continente. Desse fato, ele
evolutiva durante 20 anos, culminando na
concluiu que aquelas diferentes espécies de
publicação do livro A origem das espécies
pássa ros de Galápagos se originaram de
por meio da seleção natural.
uma única espécie an cestral, a qual
O naturalista viajou pela América do Sul, provavelmente deixara o continente sul-ame
passou pelo Bra sil, pela Austrália e por ricano para viver nas ilhas. Assim, por
diversos arquipélagos, como o de seleção natural, foram originados indivíduos
Galápagos, no oceano Pacífico, a cerca de adaptados aos diversos modos de vida do
mil quilômetros da costa sul-americana, que ambiente. Nesse sentido, é provável que a
ofereceu a ele o material indispen sável ao diversificação da espécie original ocorreu
desenvolvimento de sua teoria de seleção como resultado das diferentes alimentações
natural. A fauna desse arquipélago, e habitats existentes em cada ilha.
principalmente os jabutis-gigantes e os
pássaros, chamou sua atenção de modo
particular.
Ele observou que diferentes espécies de
tentilhões ficavam restritas a diferentes ilhas, VIVENCIANDO
bem como o formato do bico dos espécimes relacionando os tipos de bicos com os alimentos.
desses pássaros adequava-se à necessidade
de consumir os alimentos disponíveis em
cada uma das ilhas. O naturalista inglês Alfred Russel Wallace
(1823- 1913) estudou as faunas da
Amazônia e das Índias orientais. Ele
desenvolveu a teoria de que as espécies se
modificam por seleção natural. De posse do
manuscrito que relatava as pesquisas de
Wallace, Darwin resolveu publicar seus s

estudos. Assim, em 1858, a pesquisa dos


i

dois foi apresentada para a comunidade


o
l

científica de Londres. Darwin é o nome de n

destaque da teoria da evolução, embora as e

ideias de Wallace tenham sido mui s

to bem elaboradas. A publicação do livro A a

origem das espécies, que possui uma s

ampla gama de informações sobre a


evolução, tornou Darwin mais conhecido,
uma vez que o trabalho de Wallace não foi
tão amplo. Não obstante, Wallace merece
créditos quando se trata da teoria da
evolução por seleção natural.

Alfred Russel Wallace


A elucidação dos processos evolutivos possibilitou a compreensão dos parentescos entre espécies e
permitiu o
e

desenvolvimento de teorias que, acredita-se, estão cada vez mais próximas de desvendar como os
seres vivos se mo Z

dificaram ao longo do tempo. Pela teoria de Darwin, compreende-se como as bactérias podem ficar
resistentes aos U

antibióticos. O antibiótico, que é uma substância utilizada para combater infecções bacterianas, acaba
com grande A

parte dos microrganismos, mas não é capaz de eliminar formas mais resistentes, que se reproduzem
passando o A

gene de resistência para as próximas gerações. Quando um paciente com infecção bacteriana toma o
antibiótico de A

maneira inadequada ou interrompe o tratamento antes do tempo, possibilita-se que bactérias resistentes
aumentem N

sua população e, consequentemente, retornem com a doença de maneira mais agressiva. Por
i
s
s
o
,
é
i
m
p
o
rt
a
n
t
e
C

tomar antibióticos sempre com recomendação médica e sempre nos horários indicados por esse
profissional.
1

27
3.1. Seleção natural expôs a sua teoria da evolução por seleção
natural, partindo de duas observações:
De acordo com a teoria da seleção natural,
os indivíduos com as características mais ▪ Os organismos vivos produzem um
vantajosas para a sobrevi vência em grande número de sementes ou ovos, mas
determinado ambiente conseguiam resistir e o número de indivíduos nas po pulações
se reproduzir, transmitindo essas normais é mais ou menos constante, o que
características para as próximas gerações. só pode ser explicado pela grande
mortalidade natural.
Em outras palavras, espécies bem
adaptadas pressupõem sempre um agente ▪ Organismos de mesma espécie, ou então
responsável pela seleção dos indivídu os de uma popula ção natural, são muito
mais aptos a determinado habitat. Assim, variáveis em forma e comportamen to,
para Darwin, o meio é um agente seletor − sendo a variabilidade influenciada pela
em oposição à teoria de Lamarck, na qual o hereditariedade.
ambiente induz as mudanças.
No caso dos tentilhões, o agente seletor foi
o alimento, uma vez que as condições
climáticas gerais das ilhas eram pare cidas.
s

a
i

Já em animais que viviam em regiões muito g

frias, a temperatura teria atuado como


l

agente seletor. Consegui riam sobreviver


n

nesse ambiente apenas os indivíduos com t

características corpóreas vantajosas, como


s

uma espessa ca mada de gordura que s

atuasse como isolante térmico. e

Na segunda metade do século XIX, Charles


Z

Darwin apresen tou, com bases sólidas,


R

evidências das modificações sofridas pelas


T

espécies, formulando uma explicação sobre N

os possíveis mecanismos que atuariam no


A

processo de evolução biológica. S

Foto com diversas variedades do milho. Note como a diferença


Em seu livro A origem das espécies, Darwin
A

I
é um fato natural e essencial nas espécies silvestres. localizadas no alto (2). Assim, naquele meio,
os indivíduos com a característica "pescoço
C

comprido" estariam mais aptos a sobreviver


Ê

Desse modo, havendo variabilidade e grande e, portanto, a se reproduzir (3).


mortalida
C
Essas girafas com um pescoço um pouco
 mais longo que o de seus pais transmitiriam
de, alguns organismos tem maior chance de aos seus descendentes a variação (4) e,
1
deixar des após muitas gerações, o comprimento do
E
pescoço des ses animais teria aumentado,
cendentes do que outros. Darwin denominou esse modificando uma característi ca da espécie
tipo de (5).
M

Portanto, o Darwinismo pode ser entendido


reprodução diferencial como seleção a partir de cin co acontecimentos
natural.
L
fundamentais:
O

Logo, a seleção natural ou a “luta pela vida 1. Variabilidade intraespecífica


com a sobre vivência do mais apto” é o fator 2. Adaptação
orientador da evolução e não a causa das 3. Seleção natural
variações. A origem destas só foi desven
4. Reprodução diferecial e
dada com a descoberta das mutações,
teoria exposta no século XX por Hugo de hereditariedade 5. Tempo
Vries e denominada Mutacionismo.
A teoria da seleção natural é o principal Observações
ponto do darwinismo. Na época, essas
Em todas as espécies e populações existe
ideias foram duramente com batidas,
a variação, sob forma de diferenças
principalmente por considerar o ser humano
individuais.
como mais uma espécie animal.
A maioria dos organismos produz
Os indivíduos que nascem não são idênticos descendentes em número muito maior do
e, mesmo dentre os descendentes de um que o número dos que conse guem
mesmo casal, ocorreriam variações das sobreviver até a idade reprodutiva.
características − como os diferentes tama
Conclusões
nhos de pescoço (1).
Darwin concluiu que existe uma competição
Porém, por conta das condições específicas
ou “luta” pela sobrevivência, na qual muitos
do ambiente, nem todos estariam
indivíduos são eliminados. As
adaptados. No caso, girafas com pes coço
características que favorecem os indivíduos
maior teriam mais disponibilidade de alimento
nesse proces so de eliminação são
do que as outras, principalmente em épocas
de escassez, quan do as poucas folhas estão transmitidas às gerações posteriores.

28
As reflexões do economista Thomas Malthus alimentares crescem em progressão
a respeito do aumento da população aritmética.” Thomas Malthus (1766-1834), colaborador de
humana contribuíram para algumas Darwin.
conclusões de Darwin. De acordo com
Malthus, grande parte do sofrimento
humano, provocado por guerras, fome, doen
ças, etc, deve-se ao aumento da população
humana ultra passar a velocidade de
disponibilidade dos recursos do meio.
“[...] A população humana tende a crescer multimídia: site
para além das pos sibilidades do meio, cresce
exponencialmente, enquanto que os recursos
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/S
eresvivos/ Ciencias/bioselecaonatural.php

3.1.1. Tipos de seleção natural


▪ Seleção direcional: ocorre quando as
condições am bientais favorecem um dos
fenótipos extremos.

▪ Seleção estabilizadora: favorece


indivíduos de fe nótipos intermediários,
eliminando aqueles de fenóti pos
extremos. Danaus plexippus (borboleta-monarca)

▪ Seleção disruptiva: ocorre quando uma 3.2.2. Mimetismo


população é submetida a diferentes
pressões do ambiente, favorecen do Determinados organismos, denominados
indivíduos com fenótipo dos dois extremos. m
í
GERAÇÃO 1
m
i
POPULAÇÃO DE
INDIVIDUOS c
Caráter Caráter Caráter
o
POPULAÇÃO NA GERAÇÃO 1 GERAÇÃO 2 POPULAÇÃO NA GERAÇÃO 2
s
,
a
POPULAÇÃO DE
p
INDIVIDUOS
r
e
Caráter Caráter Caráter

3.2.1. Coloração de advertência s


a

sentam características que os confundem com


Há animais que produzem e armazenam
outro grupo
substâncias quí micas nocivas, além de i

possuírem cores bastante vitsosas. o


l

Trata-se da chamada coloração de de organismos, os modelos. Em geral, essa


advertência, que sinali za aos possíveis semelhança o

predadores que eles não devem ser ingeri n

dos, pois são perigosos. e

ocorre por padrão de coloração, textura, formato


corporal, t

comportamento, constituição química, etc. Ela


confere ao s

mímico uma vantagem adaptativa. Existem três


tipos de A

A rã de cor vermelha vibrante possui um veneno muito perigoso.


mimetismo: batesiano, mülleriano e reprodutivo. R

A borboleta-monarca, de coloração laranja e SELEÇÃO DIRECIONAL


U

preta, é um animal facilmente visível no SELEÇÃO ESTABILIZADORA SELEÇÃO DISRUPTIVA


T

ambiente. Essa espécie, no en tanto, produz


A

substâncias que a torna não palatável aos ▪ O mimetismo batesiano (de defesa) consiste na
seus predadores, os quais aprendem a imita
associar o padrão de coloração ao sabor Gráficos demonstrando a variação na frequência
das características em cada tipo de seleção.
desagradável e evitam capturá-la.

3.2. Estratégias adaptativas


verdadeiras
A seguir, serão destacados casos de C

adaptações que con feriram vantagens aos 

seus portadores e, por isso, foram (Micrurus sp., modelo) e das falsas corais
beneficiados pela seleção natural. (Erithrolampus 1

A
E
D

ção de um modelo tóxico ou perigoso por aesculapi, imitadoras). As verdadeiras são


espécies “sa bastante temi M

S U

das em razão da alta potência do seu veneno


A

borosas” ou inofensivas, que escapam de ser neurotóxi


predadas.
L

O
C

V
N

O mesmo ocorre no caso das cobras-corais

29
co. Ambas, no entanto, são dotadas de
coloração de ad vertência. Mas as falsas
não têm dentes inoculadores de peçonha
e não oferecem perigo a eventuais
predadores.
s

a
i

o
l

Falsa-coral
s

Limenitis archippus (borboleta-vice-rei)


e

▪ O mimetismo reprodutivo é bastante comum


R
entre
U

Coral-verdadeira plantas que mimetizam a fêmea de insetos e


▪ O mimetismo mülleriano ocorre quando aproveitam
duas ou mais espécies assumem
A

características uma da outra, como


a tentativa de acasalamento para sua polinização.
veneno ou sabor desagradável. Devido à Éo
coloração de advertência semelhante, A

ambas ampliam o núme


caso da Ophrys apifera, orquídea bastante comum
ro de predadores que passam a evitá-las.
no
Quanto por compartilharem as mesmas S

estratégias adaptativas de advertência I

ao predador. Assim, ambas ampliam o nú Mediterrâneo e vulgarmente chamada


mero de predadores que passam a N
erva-abelha. Suas
evitá-las. Ê

flores lembram as fêmeas de uma espécie de


É o caso da borboleta-vice-rei (Limenitis
abelha (Eu
archippus) que apresenta grande C

semelhança com a borboleta-monarca 

(Danaus plexippus). As duas possuem cera nigrilabris). Essas semelhanças atraem os


sabor desagradá vel e são tóxicas, sendo machos,
evitadas por pássaros predadores que
1

aprender a evitar insetos com a sua que acabam polinizando as flores e


padronagem.
contribuindo para a M

L
reprodução da orquídea.
O

Ophrys apifera
3.2.3. Camuflagem
Trata-se de um conjunto de técnicas e
métodos que permite a um organismo
permanecer indistinto do ambiente que o ro
deia. A camuflagem pode ser vantajosa para
o predador, que cerca a presa sem ser
percebido, e para a presa, que se con funde
com o meio, passando desapercebida pelo
Bicho-pau
predador.

▪ Homocromia: consiste na coloração


semelhante do organismo com a do meio
onde vive: cascas, galhos e folhas de
árvores, cor da areia, etc.

▪ Homotipia: consiste na semelhança do Bicho-folha


indivíduo com a forma de estruturas
presentes no meio onde vive. É o caso
dos insetos bicho-folha e bicho-pau, que
3.3. Seleção sexual
se asse melham a folhas e gravetos, O indivíduo mais apto não é
respectivamente. necessariamente o mais rápi do, maior ou
mais forte. Aptidão pressupõe habilidade de
sobreviver, encontrar um parceiro, produzir
descendência e, finalmente, deixar seus
genes na próxima geração.
Produzir filhotes, cuidar de sua prole – da
qual alguns não sobreviverão – e exibir-se
Camaleão para atrair o sexo oposto são estra-

30
tégias que aperfeiçoam a aptidão de deixar
mais descen dentes. Seleção sexual,
portanto, é a seleção natural volta da para o
encontro de parceiros e para o
comportamento reprodutivo.
Os leões-marinhos machos, por exemplo,
brigam entre si para demarcar um território
e, normalmente, o maior e mais forte
conquista mais fêmeas e deixa mais
descendentes.

Leões-marinhos

3.4. Seleção artificial


moderna teoria sintética da evolução:
Darwin também estudou espécies cultivadas
mutação, recombinação genética, sele
pelo ser hu mano, o que o muniu de
ção natural e deriva genética. Os dois
argumentos a favor da seleção dos mais
primeiros determi nam a origem da
aptos. Alguns animais domésticos e vegetais
variabilidade genética, a qual é orientada
cul tivados pertenciam a espécies com
pelos dois últimos.
representantes ainda em estado selvagem.
Contudo, as características dos or ganismos As diferenças existentes entre os indivíduos
domesticados diferiam das dos selvagens, e, de uma mesma espécie se enquadram sob
em alguns casos, esses seres poderiam ser a designação de variabilidade. Essa
classificados como pertencentes a espécies diversidade genética é gerada por meio de
diferentes. mutações e recom binações, as quais
alteram a sequência de bases nitrogenadas
A seleção artificial conduzida pelo ser
humano consiste na adaptação e/ou seleção nos ácidos núcleicos. A seleção natural e a
de seres vivos, com o objetivo de re alçar deriva genética descrevem como essas
determinadas características desses características são fixadas nas espécies.
organismos para a produção de carne, leite,
lã e frutas, por exemplo. 4.1. Mutação
Darwin chegou à conclusão de que a seleção É importante salientar que a mutação é
artificial pode ser comparada à exercida pela aleatória. Por ocorrer ao acaso, não possui
natureza sobre as espécies selva gens. A luta relação com sua utilidade e não aparece
pela vida foi substituída pela escolha humana como resposta do organismo a uma
dos indivíduos que melhor atendem aos seus situação ambiental. Além disso, mutações
objetivos. não são necessariamen
te sinônimo de evolução. Elas contribuem
para a evolução biológica quando são
herdáveis, como quando estão pre sentes
em gametas.
CÓPIA
CÓPIA
CORRETA
CORRETA

multimídia: vídeo
a
i

Fonte: Youtube
l

Evolução da Forma - Documentário c

(2008)
t

4. Neodarwinismo:
a

CÓPIA
u

CÓPIA

teoria sintética da evolução


s

MUTANTE
MUTANTE
e

Quando Darwin propôs a sua teoria, os A

processos da heran ça biológica ainda eram E

desconhecidos. Apesar de Darwin ter sido U

contemporâneo de Gregor Mendel A

(1822-1884) – pai da genética –, eles não A

se conheceram. Descobertas recentes do D

século XX nos campos da genética, da


S

Demonstração de uma mutação: troca de nucleotídeo


biologia molecular e da paleontologia A

deram origem a uma nova teoria da durante a replicação do dna.


C

evolução, conhecida como neodarwinismo N

ou teoria sintética da evolução, que


Ê

integra esses novos conhecimentos às Vale ressaltar que mutações não são
ideias de Darwin e esclarece a causa e o n
destino das variabilidades. e
c
Quatro fatores básicos constituem a
e b
s 
e
s
néficas e podem ser neutras ou prejudiciais para o
a
orga
r 1

i E

a nismo − tal interpretação depende das condições


mdo meio M

e U

n que essa mutação se insere. L

t O

e
V

31
Por exemplo, no caso de um organismo que
vive num de serto de seca extrema, não é o DISCIPLINAS
ambiente que vai favorecer o aparecimento
de mutações que o ajudem a sobreviver. No Muita atenção ao fato de que mutações são even
entanto, caso ocorra espontaneamente uma tos raros, uma vez que nosso organismo detém
mutação favorável, esta será selecionada me canismos próprios para evitar erros na
positivamente. Assim, a população dos produção de moléculas de DNA.
indivíduos portadores dessa variação ten derá
a aumentar.

CONEXÃO ENTRE

Para compreender o conceito de neodarwinismo, é necessário o conhecimento básico


sobre genética e bioquímica. Por meio de mutações no DNA, que são erros ao acaso ou
nas bases nitrogenadas ou em cromossomos, o indivíduo pode desenvolver
características benéficas. Assim, esse organismo torna-se mais apto ao meio em que vive,
tendo mais chances de sobreviver e de passar seus genes aos descendentes. Dessa
forma, duas áreas da biologia, como a bioquími
ca dos ácidos nucleicos e as teorias evolutivas, interagem e se completam.
permutação gênica só ocorre na queles que
sofrem meiose − para produzir gametas, nos
animais, e esporos, nos vegetais. Logo, os
organismos que se reproduzem
sexuadamente apresentam uma variabili
4.2. Recombinação ou dade maior em suas populações do que os
permutação gênica organismos que se reproduzem
assexuadamente
A recombinação genética (crossing-over)
promove a troca de sequências de bases
nitrogenadas entre cromossomos ho
4.3. Seleção natural
mólogos, durante a divisão celular Como já exposto nas outras aulas, as
conhecida como meiose. variações são subme tidas ao meio
ambiente, que, pela seleção natural,
Assim, enquanto as mutações podem
ocorrem em todo e qualquer organismo, a conserva
s
a
i

g
dadores por serem mais visíveis. Depois da
as favoráveis e elimina as desfavoráveis. Assim, U
industrialização,
o
quando as L

l
V

no século XIX, as mutantes escuras


o

condições ambientais se modificam, algumas passaram a ser camu fladas pela fuligem e,
variedades como eram mais vigorosas, foram
aumentando em frequência e substituindo as
e

mariposas claras. Estas, por se tornarem


s

se tornam vantajosas e permitem aos indivíduos mais visíveis, passaram a ser eliminadas
que as
a pelos pássaros. Assim, o agente seletivo
u

s
foram os predadores das mariposas.
e

possuem sobreviver e produzir mais descendentes


do que
A

E
aqueles que não as têm.
R

A seguir, alguns exemplos de seleção


N
natural:
A

Melanismo industrial: antes da Revolução


Industrial na Foto da mariposa Biston Betularia, ilustrando a camuflagem
S
na árvore o exemplo do melanismo industrial.
A

▪ Resistência de moscas ao DDT: quase


I

Inglaterra no século XVIII, predominavam as


mariposas cla todas as mos cas foram mortas durante o
C

N
primeiro ano em que o DDT foi usado
Ê
numa determinada localidade. Algumas,
ras, uma vez que o ambiente proporcionava
as re sistentes, conseguiram sobreviver,
condições para
I
foram selecionadas e se reproduziram.
C

Assim, os descendentes foram herdando


sua camuflagem. Às vezes apareciam mutantes as características e logo ultrapassaram

escuras que, em número os tipos de moscas menos
1 resistentes naquela área. Essa mudança
apesar de serem mais robustas, eram eliminadas na população teve como consequência a
pelos pre perda de eficácia do inseticida.
E

32

INSETICIDA

VARIABILIDADE:
corresponde à

existência
de
sensíveis e
resistentes
(gerados por
mutação)
SELEÇÃO
NATURAL:
representada
INSETICIDA pelo
inseticida, que
elimina os
INSETICIDA
sensíveis e
permite a
sobrevivência
dos resistentes.

ADAPTAÇÃO:

4.4. Deriva genética


é o predomínio dos insetos resistentes ao
inseticida quando o produto está presente no
meio.

Enquanto na seleção natural o destino das mutações, que surgem a cada geração, depende do
efeito no organismo e de sua interação com o meio, na deriva genética a fixação dos
caracteres acontece ao acaso.
Esse fenômeno evolutivo ocasiona uma mudança nas frequências, sem levar em conta o valor
adaptativo de cada caracterís tica. Para a deriva, as variações são elementos flutuantes que
permanecem ou desaparecem de acordo com a sorte. Quando esse fenômeno é forte, pode
promover a fixação de até mesmo características prejudiciais ao organismo.
Apesar de ocorrer em poupulações grandes finitas, tem efeitos mais profundos em populações
pequenas. Na aula sobre forma ção de espécies, será explicado como decorre o efeito
gargalo e o efeito fundador, eventos específicos de deriva genética.

a
i

o
l

V
33

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 15

Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos


biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.

Por meio do modelo de mapa-múndi apresentado na questão, e munido do


conhecimento prévio de que esses continen tes eram unidos há milhões de anos
(Pangeia), o aluno deverá relacionar essa situação com o fenômeno biológico da
migração e, posteriormente, refletir sobre como a separação dos continentes foi capaz
de criar a diversidade observada.

MODELO 1

(Enem) No mapa, é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e que não voam.

Avestruz

Ema
Emu

Há evidências mostrando que essas aves, que podem ser originárias de um mesmo
ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato, tal parentesco
ocorra, uma explicação possível para a separação geográ fica dessas aves, como
mostrada no mapa, poderia ser:
a) a grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões de anos, eliminou essas
aves do Hemisfério Norte; b) na origem da vida, essas aves eram capazes de
voar, o que permitiu que atravessassem as águas oceânicas, ocupando vários
continentes;
c) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim que
elas surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes;
d) o afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um
continente único, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes;
e) a existência de períodos glaciais muito rigorosos, no Hemisférico Norte,
provocou um gradativo des locamento dessas aves para o Sul, mais quente.
s

a
i

o
l

e
ANÁLISE EXPOSITIVA
t

A princípio, o ancestral dessas aves vivia em uma mesma área, uma vez que os continentes eram
unidos.
e

A
A migração fez com que diferentes populações se separassem e, posteriormente, com o afastamento
Z
das
E

massas continentais, essas populações ficassem isoladas geograficamente. Isso favoreceu o


U
surgimento
T

N
dessas aves a partir do mesmo ancestral.
A

C
RESPOSTA Alternativa D
N

34

DIAGRAMA DE IDEIAS

TEORIAS EVOLUTIVAS

LAMARCK DARWIN NEODARWINISMO


TEORIA SINTÉTICA
DA EVOLUÇÃO

RECOMBINAÇÃO

GENÉTICA MUTAÇÃO

VARIABILIDADE

SELEÇÃO NATURAL
ADAPTAÇÃO
LEI DO USO E DESUSO
DIRECIONAL

HERANÇA DOS
CARACTERES ESTABILIZADORA
ADQUIRIDOS

O AMBIENTE INDUZ
MUDANÇAS NOS
ORGANISMOS DISRUPTIVA
s

ÊI

O AMBIENTE 

SELECIONA AS
s

a 1
i

CARACTERÍSTICAS MAIS g

o
E

ADAPTADAS l

o
M

U
n
L
c

O
e

t
V

35

ESPECIAÇÃO

CN AULAS Representação dos eventos de anagênese e cladogênse,


respectivamente

7E8
informações genéticas entre
COMPETÊNCIA(s) 4
1.1.Fluxo gênico populações. Por um lado, essa
HABILIDADE(s) 15 e 16
Os mecanismos de fluxo
gênico promovem a troca de
potencialmente capazes de ge rar
1. A origem das descendentes férteis e que, em
condições na turais, estão
espécies reprodutivamente isoladas de outros
Antes de compreender o processo de grupos semelhantes.
formação das espé cies, é necessário ▪ Unidade ecológica: apresenta
discutir o que de fato é uma espécie.
características pró prias e mantém relações
Melhor que uma única definição, que bem definidas com o am biente e outras espécies.
facilmente a as sociaria a um termo ou A espécie ecológica, então, é formada por um
conceito, é preferível considerar diferentes conjunto de indivíduos que exploram s

descrições. i

g
o mesmo nicho.
▪ Definição biológica de espécie: são l
o

grupos de po pulações naturais


o

e
▪ Unidade gênica: dotada de um patrimônio um des locamento genético entre populações
t
gênico afastadas e/ou em processo de divisão
s

a
O intercâmbio de genes é possível devido à
u

semelhança e identidade genética, como


característico, que não se mistura com o de
outras número e tipos de cromos somos. A partir
s
dos conhecimentos desenvolvimentos pela
engenharia genética é possível, por meio de
e

A
espécies e evolui de forma independente. manipulação cromossômica e gênica,
Z

E
abreviar os processos necessários à
R

U
especiação e permitir o aparecimento de
T
novas espécies - ou de pelo menos espécies
O processo de formação das espécies é chamado
transgênicas. Deve-se lembrar, no entanto,
espe
A
que a fertilidade é condição obrigatória entre
N

os descendentes de toda e qualquer espécie


ciação. Pode ocorrer por meio de mudanças natural.
A
evolutivas

1.2. Isolamento reprodutivo


D

contínuas e de transformações graduais dos


caracteres, O isolamento reprodutivo é a condição a
S

I
partir da qual po de-se afirmar
C
definitivamente que houve especiação a par
alterando gradativamente as frequências ao longo tir de um grupo ancestral. O isolamento
N
das reprodutivo indica a incapacidade total ou
parcial de os indivíduos de duas
Ê

gerações e, como consequência, resultando em subpopulações se reproduzirem entre si.


C
uma es Quando essas subpopulações entram em

contato, o isolamento reprodu tivo impede a
pécie nova (anagênese). Ou a partir da mistura de genes.

1
ramificação de Logo, para confirmar que houve especiação,
E
deve-se apresentar diferenças genéticas que
uma linhagem, isolando e dividindo a populações interfiram na efici ência do acasalamento
M
original entre as novas espécies. Não há
U necessidade, no entanto, de que sejam
L
em duas ou mais subpopulações (cladogênese). diferenças gené ticas significativas. Seriam
O suficientes mudanças na data, no local ou
nos rituais de acasalamento. Mas elas são
V

migração de genes favorece a variabilidade


porque pos sibilita introduzir caracteres necessárias e podem evoluir por seleção
novos. Por outro lado, também pode natural ou por deriva genética.
dificultar a especiação, uma vez que permite

36
1.2.1. Mecanismos pré-zigóticos populações ocupam diferentes habitats.
Mesmo vivendo na mesma região
Os mecanismos pré-zigóticos impedem a geográfica, habitam microambientes
fecundação e a formação do zigoto. distintos. Le ões e tigres podem se cruzar
▪ Isolamento estacional ou sazonal – em cativeiro e produzir des cendentes
decorre de di ferenças nas épocas de férteis. Entretanto, em ambiente natural eles
reprodução. Por exemplo: gru pos de rãs não se cruzam, uma vez que vivem em
que vivem em uma mesma lagoa, mas não habitats dferentes
se reproduzem na mesma época; ou ▪ Isolamento etológico ou
espécies de orquí deas que, embora comportamental – de corre de diferentes
habitem a mesma região, florescem em padrões de comportamento de corte.
dias diferentes, o que lhes impede o Antes do acasalamento, representam um
cruzamento. fator de funda mental importância para a
▪ Isolamento ecológico – resulta quando reprodução de diferentes es pécies. O
canto das aves, por exemplo, por ser
específico, atrai apenas parceiros da
mesma espécie. Exceção à regra
▪ Isolamento mecânico ou Apesar de a regra dizer que híbridos são
incompatibilidade anatô mica – resulta estéreis, há re gistros de exceções a essa
da incompatibilidade estrutural dos órgãos regra com filhotes de mula. Considerando
reprodutores. Nos animais, a diferença de que uma égua tem 64 cromossomos, e um
tamanho ou for ma dos órgãos genitais jumento, 62, a principal barreira para esse
impede a cópula. Nas plantas, as tipo de repro dução diz respeito à diferença
estruturas responsáveis pelo encontro dos na quantidade de cromos somos dos pais
da mula. Os 63 cromossomos da mula
gametas podem não se encaixar
constituem um número ímpar, que não pode
perfeitamente em diferentes espécies.
ser dividido em cromossomos pares (a
importância dessa divisão será explicada,
1.2.2. Mecanismos pós-zigóticos quando falarmos sobre divisão celular), o
Os mecanismos pós-zigóticos são aqueles que, em princípio, a tornaria incapaz de
que inviabilizam a sobrevivência do híbrido reproduzir-se. Entre tanto, apesar de alguns
ou a sua fertilidade. Mesmo ocorrendo a casos já terem sido registrados ao redor do
mundo, ainda não há uma explicação para o
cópula, esses mecanismos impedem ou
fato, que permanece sendo estudado por
dificul tam seu desenvolvimento. Os principais
pesquisadores.
tipos de isolamento pós-zigótico são:

▪ Mortalidade do zigoto – trata-se da


fecundação entre gametas de espécies 2. Tipos de especiação
diferentes que pode levar à formação de
zigoto pouco viável e com desenvolvi A especiação é resultado do consequente
mento embrionário irregular, problemas isolamento reprodutivo das espécies. Esse
que inibem o progresso do embrião e evento evolutivo pode ocorrer tanto pela
podem causar sua morte. existência de um empecilho geográfico
quanto pela redução do fluxo gênico.
▪ Inviabilidade do híbrido – diz respeito à
cópula entre indivíduos de espécies Quando há algum obstáculo geográfico,
diferentes, à formação do zigoto e à morte formam-se duas ou mais populações que, ainda
prematura do embrião devido à in pertencentes à mesma espécie, estarão
compatibilidade entre os genes maternos e submetidas às diferentes pressões seletivas de
paternos. Algumas espécies de rã, embora seus meios. Logo, as variabilidades e adaptações
habitem a mesma lagoa e eventualmente surgidas em uma subpopulação podem ser
se cruzem, geram híbridos in terespecíficos diferentes das surgidas na outra.s

que não são capazes de se desenvolver. Com isso, ocorre uma progressiva diferenciação
ao longo do
▪ Esterilidade do híbrido – forma-se o i

híbrido in terespecífico, porém este é estéril o


l

devido à presença de gônadas anormais tempo que, mesmo após o fim do isolamento
ou de incompatibilidade dos geográfico e o

cromossomos herdados de pais de n

diferentes espécies. Exemplo clássico e

desse caso é do burro ou da mula. com a possibilidade de encontro dos indivíduos


Trata-se de um híbrido estéril, resultado das duas t

do cruzamento entre o jumento (Equus s

asinus) e a égua (Equus caba lus). O u

burro e a mula são considerados híbridos subpopulações, pode resultar em isolamento


inte reprodutivo. s

respecíficos e não constituem uma terceira e

espécie. A

ISOLAMENTO Z

Híbrido é o nome dado a um indivíduo GEOGRÁFICO R

formado pela união de indivíduos de U

espécies diferentes. É o resulta do da A

mistura genética entre espécies distintas. A


D
1

S
E

DIFERENCIAÇÃO I
ISOLAMENTO U
C

PROGRESSIVA
N
REPRODUTIVO O
Ê

I
V

37
A especiação também pode acontecer com
populações que convivem em um mesmo
lugar e não possuem barreiras ex trínsecas Está relacionada com o chamado efeito
para o fluxo gênico. Nesse caso, a fundador, fenô meno de deriva genética que
distribuição dos organismos no espaço ou a descreve o estabelecimen to de uma nova
ocorrência de mudanças no com portamento, população a partir da migração de uma
muitas vezes relacionadas a determinadas pequena parcela de indivíduos e de
pres sões seletivas, podem desencadear o genótipos da popula ção original. Do mesmo
processo de formação de novas espécies. modo, a peripátrica aplica-se ao evento de
Modos de Características Representaçã deriva genética denominado efeito gargalo,
especiação o no qual algum evento reduz drasticamente
uma população e sua variabilidade genética.
Alopátrica As
(alo = outros; populações
pátrica = lugar) são
geograficame
nte isoladas.

Peripátrica Uma pequena


(peri = perto) população
fica isolada da
população
maior.

Representação do efeito fundador.

Parapátrica A população é
(para = ao lado) continuamente
distribuída.

EFEITO GARGALO

Simpátrica População
(sim = igual) inserida na
população
ancestral.

POPULAÇÃO INICIAL INDIVÍDUOS QUE NOVA POPULAÇÃO


REDUÇÃO DA POPULAÇÃO SOBREVIVEM
C


2.2. Especiação periprática
1

É um tipo particular de especiação com isolamento


M
geográfico,
U

na qual uma subpopulação menor é


s

a
i

separada da maior. O

o
2.1. Especiação alopátrica V

Representação do efeito gargalo.


l

2.3. Especiação parapátrica


n

s
Nessa especiação não há barreiras
Ocorre quando algum tipo de isolamento geográficas presentes. Por exemplo, em
a
geográfico − uma população dispersa continuamen te
por uma grande área com diversificados
u

como longas distâncias ou barreiras físicas − ambien tes, o acasalamento não é aleatório
impede dois ou e o intercâmbio de ge nes entre indivíduos de
e

pontos distantes é reduzido. Porém, a


diminuição do fluxo gênico não implica
A

mais grupos de se acasalarem regularmente entre isolamento total dessa população. Em


Z
si ou com conjunto com pressões ambientais dis tintas
nos extremos opostos, altera-se a frequência
E

outros. O que caracteriza de fato uma especiação gênica nesses organismos a ponto de eles
alopátrica não serem mais capazes de se acasalarem
U

T
caso estivessem reunidos.
A

é a presença de um algum obstáculo geográfico


N
que provoca
A

a redução significativa, não necessariamente a


D
extinção, do
S

fluxo gênico entre as futuras novas


I
espécies.
38
2.4. Especiação simpátrica acontecer entre insetos herbívoros que optem
por uma nova planta hospedeira.
Diferente dos tipos anteriores, a especiação
simpátrica não necessita de distância
geográfica em larga escala para a di Nicho é um termo usado para designar a
minuição do fluxo gênico entre os indivíduos função ou o papel desempenhado pelos
de uma popula ção, esse fenômeno acontece organismos de deter minada espécie em
com organismos que habitam áreas seu ambiente de vida. Isso inclui suas
sobrepostas. necessidades alimentares, a temperatura
ideal de so brevivência, os locais de refúgio,
A formação de novas espécies ocorre em as interações com outros seres vivos, os
virtude de mudanças aleatórias no material locais de reprodução, etc.
genético associadas a determinadas
pressões seletivas e a alterações no com
portamento. A simples exploração de um
novo nicho por uma subpopulação pode
contribuir para a redução do fluxo gênico
entre indivíduos. Ocasionalmente, pode VIVENCIANDO
Por exemplo, há cerca de 200 anos, os para maçã pode ser o começo da
ancestrais da mosca- -da-maçã depositavam especiação simpátrica.
seus ovos exclusivamente em frutos de
espinheiros, seu habitat original. Algumas
populações passaram a utilizar maçãs
domésticas (espécie exótica) como depósito,
o que caracteriza isolamento de habitat. As
fêmeas preferem os mesmos tipos de frutos
onde cresceram; os ma chos tendem a
procurá-las também nos tipos de frutos onde multimídia: site
cresceram. Resultado: moscas de
espinheiros cruzam com as moscas de
espinheiros, e as da maçã, com as da maçã. brasilescola.uol.com.br/biologia/especiaca
Assim, o fluxo gênico entre essas populações o.htm
ficou reduzido. A mudança de espinheiro

O estudo do termo “especiação” permite compreender como surgem novas espécies e


como outras podem ser extintas ao longo do tempo. A interferência humana no meio
ambiente − como o desmatamento, o assoreamento dos rios e as construções de
cidades, estradas e hidrelétricas − causa o aparecimento de barreiras geográficas, o que
altera o fluxo gênico das populações e contribui para o isolamento reprodutivo. Esse fato
pode ocasionar o surgi
mento de novas espécies, assim como o desaparecimento de outras. Dessa forma, é
possível propor mecanismos de conscientização e educação ambiental para minimizar a
interferência humana na evolução das espécies.

a
i

o
l

3. Filogenia e cladograma c

ços morfofisiológicos e evidências evolutivas. Assim, novos e

conhecimentos e descobertas podem alterar as relações e, a

Conforme as espécies, a partir de linhagens ancestrais, se e

portanto, a filogenia daqueles grupos.


A

separam, herdam alterações e diferenciam seus caminhos E

No cladograma, cada ponto (nó) indica um ancestral co R

evolutivos, é produzido um padrão ramificado de relações T

mum partilhado e as ramificações a partir dele mostram os A

de parentesco.
eventos de especiação que deram origem a novos carac
A

O estudo e a elaboração de hipóteses acerca cendentes. Lembre-se de que a leitura temporal


da história evolutiva dos organismos é da árvore
chamado filogenia. O clado grama (árvore
N

filogenética) é uma representação gráfica do


filogenética é sempre do ancestral (raiz do
grau de parentesco entre espécies e das cladograma)
mudanças que ocorreram ao longo do tempo. C

Para sua elaboração, utilizam-se diversos


tipos de dados, desde aspectos moleculares para seus descendentes (término dos ramos). 1

até tra E

teres e grupos. Nas terminações estão localizados


M

os des A
L

I
V

39
site

http://www.qualibio.ufba.br/003.html

TEMPO
Localização dos ancestrais no cladograma. Note como, nessa árvore, B e C
são parentes mais próximos que A e C, pois compartilham um ancestral em
comum mais recente com B que com C.

multimídia:
Enquanto a União Internacional
especiação representa para a Conservação
o desenvolvimento de da Na tureza (UICN),
novas espécies, a até a metade do
extinção é o século XXI, mais de
desaparecimento com 25%
pleto de uma espécie e
pode ocorrer devido a
processos naturais ou
por interferência
D. dentissima humana. Segundo
estimativas atuais, o
D. ob número total de
scura espécies no planeta
varia entre 5 milhões
e 30 milhões. Desse
4. A total, cerca de 1,4
milhão de espécies
Eventos de extinção das foram nomeadas e
especiação descritas pelos
D. melanogaster espécies cientistas. Segundo a
Táxon merofilético Táxon parafilético

Cladrograma mostrando as relações de parentesco entre as espécies de


Linhagem do
Drosophila (mosca-da-fruta). Os pontos de ramificação dessa filogenia de táxon A (ramo)

Drosophila representam eventos de especiação ocorridos há muito tempo. Linhagem do

da fauna e flora terrestre devem desaparecer.


parafilético manofilético Essa organi zação calcula que quase um
quarto das 4.600 espécies de mamíferos
A extinção de espécies acontece de forma
conhecidas corre risco de extinção. natural desde

4.1. Os processos naturais


Táxon Táxon Táxon Táxon táxon D (ramo)

A
BCD
principais cau sas são as modificações
o surgimento da vida no planeta. Suas climáticas, como as desertifica
X
atmosfera vulcânicas. Elas
espécie ancestral X (nó)
decorrentes das tornam o meio
ções, glaciações e atividades ambiente
alterações da
Y S

A
houve ao menos cinco gran
I

C
des extinções em massa. A
Tempo
N

ÊI
mais conhecida ocorreu no
fim do Cretáceo e ocasionou
C
espécie ancestral Y (nó)

desfavorável à permanência 
o desaparecimento dos
de alguns grupos, que, por
dinossauros. Outra, durante o
1

seleção natural, E

Permiano-triássico, é uma
desaparecem. No entanto, a
M

das maiores registradas e


U

maioria das espécies L

consegue se adaptar e
O

V
ocasionou a extinção de cer
ca de 95% das espécies
Caráter a (sinapomorfia)
sobreviver a essas
mudanças, pois elas são Árvore filogenética: relações filogenéticas ou de parentesco marinhas e 70% das
terrestres. É importante
entre os seres vivos.
efeito de uma série de fatores
e pontuar que, mesmo com
s
consequências drásticas, os
processos evolutivos dos
a
i

o
l
organismos prosse guiram e
a biodiversidade
o

eventualmente cresceu.
c

Para muitos cientistas, a


s

s
multimídia: site possível próxima extinção em
e
massa já está em processo e
A
tem como causa as ações
http://www.qualibio.ufba.br/00 humanas. A velocidade de
Z

2.html
R

U
desaparecimento das
T

A
costumam ocorrer espécies é maior do que as
N
lentamente. últimas já registradas e
preocupa os pesquisadores.
A

D
Durante a história terreste

40
4.2. Os processos antrópicos de alimento nos ecossistemas. A redução
drástica dos animais carnívoros, por
Nas últimas décadas, o ser humano vem exemplo, pode levar à proliferação dos
destruindo habitats de grande diversidade animais herbívoros e, como consequência,
biológica, principalmente por causa da haveria escassez de algu mas plantas.
poluição das águas, do solo e do ar, do
desmatamento, da caça e pesca predatórias Em todo o planeta, a quantidade de animais
e da extração ilegal de espécies vegetais. em via de extinção é enorme. Entre eles,
Essas mudanças estão acontecendo numa estão a baleia-azul, o mi co-leão-dourado, o
veloci elefante, o rinoceronte-negro e o go
dade maior do que a de adaptação dos seres rila-das-montanhas (África), o cervo
vivos, que não se ajustam às novas (Tailândia), o panda- -gigante (China), o
condições de vida e desaparecem. pinguim-grande (Islândia e Canadá), o
cavalo-selvagem (Europa Central), o bisão,
Uma das consequências da extinção das ou o boi- -selvagem, e o pelicano-branco
espécies é o desequi líbrio das cadeias (França). Várias espécies vegetais também
alimentares, responsáveis pela transferência correm risco de extinção. É o caso das
orquídeas de Chiapas, no México, das Genes alelos, ou apenas alelos, são
bromélias – típicas das zonas tropicais e
segmentos ho mólogos do DNA que
subtropicais, encontradas no conti nente
representam variações específi cas de um
americano e em parte da África –, das
mesmo gene.
“madeiras de lei”, como mogno, jacarandá,
marfim, cerejeira, im buia, canela, entre Polialelia ou polimorfismo: Quando um
outras, usadas em todo o mundo para a gene pos sui mais de duas formas alélicas.
confecção de móveis e na construção civil. Exemplo: o sistema sanguíneo ABO
No Brasil, o país de maior biodiversidade do possui três alelos e quatro fenótipos
mundo, cer ca de 300 espécies da fauna e
flora estão ameaçadas de extinção:
lobo-guará, onça-pintada, gato-mourisco, Os selecionistas acreditam que a seleção
veado- -campeiro, cervo-do-pantanal, natural é a força predominante capaz de
ariranha, mico-leão, anta, peixe-boi, direcionar os processos evolutivos, sendo
psitacídeos (arara e papagaio) e tucano. A lis que os outros fatores proporcionam, no
ta passa pelos répteis, como o máximo, uma pequena contribuição. O
jacaré-de-papo-amarelo e tracajá, e selecionismo prega que as substituições
estende-se, inclusive, a invertebrados de alélicas ocorrem em consequên
diversos filos, que ocupam os costões e cia de seleção dos mais adaptados, no qual
praias da orla marítima. o novo alelo substituirá um antigo em
função de aumentar o valor adaptativo
Vale lembrar também da extinção de seres dos organismos que o possuem. Assim,
pequenos, par camente estudados ou de os polimorfismos seriam mantidos, quando a
pouco interesse para a sociedade. Dentre coexistência de dois ou mais alelos num
eles, destacam-se os invertebrados e, em loco for vantajosa para o orga
especial, os insetos. Esse grupo possui a nismo ou para a população.
maior quantidade de organis mos e está em
rápido declínio, seu desaparecimento é devi Já os neutralistas acreditam que,
do principalmente ao controle de praga. Por principalmente num nível molecular, a
conta da impor tância dos seus papéis maioria das mudanças evolutivas não está
ecológicos, a extinção de espécies dos relacionada a uma seleção positiva dos
insetos pode causar consequências alelos de maior valor adaptativo, e sim à
irreversíveis. deriva genética, ou seja, à va
riação aleatória das frequências dos alelos.
A teoria neu tralista surgiu no fim dos anos
5. Neutralismo e 1960, quando uma grande quantidade de
dados de sequenciamento de proteínas foi
selecionismo obtida, provendo, pela primeira vez, dados
Vários evolucionistas discordam sobre qual é empíricos para s

o principal mecanismo responsável pela examinar as teorias relacionadas à substituição de


flutuação das frequências alélicas numa genes/ a

população. Alguns acham que a seleção na i

tural é a mais importante força direcionadora


o

alelos. O neutralismo não diz que todos os alelos


da alteração possuem
nas frequências alélicas, ou seja, na
l

proporção de um tipo de gene alelo em


n

relação ao conjunto de alelos; outros acham estritamente o mesmo valor adaptativo, mas que a
que a deriva genética ou a variação maio e

aleatória dessas frequências é que tem


t

um papel de destaque nessas mu a

ria das variações não afetam a sobrevivência e


danças.
reprodução u

Genes são trechos de DNA que


e

dos organismos − ou seja, nem toda característica


armazenam a infor mação para a síntese
é uma
de proteínas. A

Locus gênico se refere à localização de


adaptação selecionada de acordo com pressões
um gene no cromossomo. ambientais.
E
Ê
R
I

Assim, as frequências podem ser determinadas ao os processos moleculares importantes para o


acaso. Se andamento da C

A 

evolução são resultado de um contínuo surgimento


N

gundo eles a seleção opera de maneira


das varia
secundária. 1

E
A

D
ções por mutação e consequente fixação ou
S

extinção aleató
Segundo a teoria neutralista, um loco polimórfico é M

constitu A

I
ria dos alelos. A substituição alélica seria,
C
portanto, um
ído de alelos que tendem a se fixar ou a se
L

estinguir. Assim, N
V

41
processo longo e gradual, no qual a
Os pesquisadores buscam determinar os
frequência dos alelos aumenta ou
motivos que leva ram a essa cefalização
diminui randomicamente até que eles
acentuada no gênero Homo.
sejam perdidos ou fixados por ordem do
acaso. A seguir, de forma simplificada, serão
apontadas algumas ideias a respeito desse
A verdade é que a base da disputa entre
tema.
selecionistas e neu tralistas está relacionada
aos valores adaptativos dos alelos A priori, tentou-se identificar um fator isolado
mutantes. Ambas concordam que a maioria que explicasse essa característica, mas
das novas mutações é deletéria e que logo percebeu-se a limitação desse en
essas alterações não contribuem para a foque. Atualmente, as pesquisas tentam ser
taxa de mutação nem para a quantidade de mais realistas, en
polimorfismos dentro de uma população. A focando uma série de fatores que teriam
diferença está relacionada à proporção agido em conjunto. s

relativa de mutações neutras entre as


a

mutações não deletérias. Enquanto os Quando os ancestrais dos humanos tiveram a


selecionistas consideram que poucas g
necessidade de
mutações são seletivamen l
o

te neutras, os neutralistas acreditam que


o

descer das árvores para a sobrevivência (o que


a maioria delas é seletivamente neutra. pode ter ocor
n

Para encerrar, é óbvio que algumas c

características apresen tam um valor


t

rido devido a uma mudança no habitat, como a


adaptativo muito maior do que outras. Por
diminuição
exemplo, um hemofílico apresenta um valor s

adaptativo muito mais baixo que um não a

hemofílico, aspecto que até os neutralistas do número de árvores), eles tiveram de lidar com
reconhecem e sabem que a seleção é muito um ambien
importante nesses casos. A abordagem
s

selecionista pode ser complementar, e não A

antagônica, à neutralista. te diferente, no qual ser bípede oferecia algumas


Z
vantagens.

6. Evolução humana
E

Os seres humanos possuem um cérebro Além disso, vivendo em campos abertos, aqueles
grande se compa rado a outros mamíferos T
que per
ou primatas. Um indivíduo adulto tem um A

cérebro de quase 4 kg, para um peso maneciam em grupos eram mais favorecidos
corporal mé dio de aproximadamente 70 kg. (seleção na
Ou seja, aproximadamen te 6% do nosso A

peso é composto de massa cefálica. D

tural de comportamento). Assim, ao longo das


gerações, os adaptação em um animal, deve-se tentar
S identificar a pré-adaptação que pos sibilitou o
aparecimento daquela característica.
A

indivíduos isolados eram predados mais


C
facilmente e não No caso da evolução humana. Esses grupos
N ancestrais que vocalizavam, mesmo em
grunhidos, foram selecionados
Ê

deixavam muitos descendentes, enquanto aqueles


que vi positivamente pelo meio ambiente daquela
I

C
época. Ao lon go das gerações, aqueles que
possuíam uma melhor vocali zação eram
viam em grupos geravam descendentes que gradativamente mantidos, enquanto os

possuíam a outros acabavam sendo selecionados
1 negativamente (extintos).

E
tendência de viverem agrupados. O ambiente fora das árvores era bem mais
M hostil, pois conti nha um maior número de
variáveis. Nas árvores, a quantidade de
U

V
alimento é maior do que em um campo
Assim, as populações que tinham indivíduos aberto. É possível afirmar que, para se obter
com maior capacidade de solucionar a mesma quantidade de alimento encontrada
problemas para manter a coesão desses facilmente em 10 m2 na floresta, esses
grupos obtiveram maior sucesso. Essa homens primitivos deveriam percorrer 10.000
resolução de problemas era facilitada m2 em seu novo habitat.
quando havia uma vocalização complexa O fato de ser bípede era uma grande
(pré-requisito para a linguagem humana). vantagem na cober tura dessas extensas
Uma pré-adaptação para a vocalização foi áreas, além de liberar os membros
um fator funda mental para que essa anteriores desses animais (braços e mãos)
característica pudesse existir. para recolher as frutas e manusear os
alimentos. Assim, os mais habilidosos com
Pré-adaptações são estruturas que já
os alimentos foram favorecidos e tiveram
existem naquela espécie e que permitem
maior su cesso evolutivo, deixando mais
que o animal tenha sucesso no ambiente. O
descendentes. Na ciência, isso é conhecido
ancestral humano já possuía uma estrutura
como “pressão positiva” para os mais ha
física para vocalização (garganta, glote,
bilidosos, ou seja, aqueles que têm mais
estruturas para passagem do ar, etc.). Ele só
habilidade levam vantagem em relação aos
pôde desenvolver a linguagem porque já
menos habilidosos e prevalece riam em
possuía essas pré-adaptações (no caso,
termos de evolução. Outras estruturas, como
pré-adap
as da mão, também foram se modificando e
tacões para a linguagem). teriam sido sele cionadas a cada geração.
Um outro exemplo seriam as abelhas, que Algumas alterações facilitavam o manuseio
também vivem em grupo e precisam se do alimento, gerando maior habilidade.
comunicar. Como elas não desen volveram Dessa forma, os membros anteriores foram
nenhuma estrutura de vocalização ou de
lentamente se mo dificando e assumindo a
comuni cação sonora, comunicam-se por
forma que conhecemos, ou seja, com o
meio de sinais químicos, estruturas
polegar opositor aos outros dedos,
desenvolvidas a partir de pré-adaptações
possibilitando uma maior
espe cíficas. Ao se analisar uma determinada

42
firmeza e precisão nos movimentos. Além de
facilitar o manu seio dos alimentos, esse fator
permitiu que o homem ancestral segurasse
galhos, pedras e outros objetos. Em conjunto,
todos esses fatores resultaram em um
cérebro mais desenvolvido.

Imagem comparativa da estrutura das mãos em primatas

Quanto maior o cérebro, maior o consumo de


energia. O cérebro humano, em termos flexibilidade tremenda, pois o cérebro vai
energéticos, consome três ve zes mais do crescendo (e montando as ligações entre os
que o cérebro do chimpanzé e 22 vezes mais neurônios), sempre se ajustando ao
do que um tecido muscular em repouso. A ambiente e facilitando o aprendizado direto
taxa metabólica específica (por grama) é ainda na formação cerebral.
nove vezes maior do que a do resto do
corpo como um todo. Para suprir essa
demanda energética, os ancestrais
necessitavam de uma dieta de melhor
qualidade proteica e energética. Comparação entre a pelve humana e a de chipamzé
Comparação entre a pelve humana e a de um chimpanzé.

No nascimento, o cérebro humano tem


cerca de 25% do peso do cérebro de um
adulto; aos quatro anos de idade, esse
valor é de 84,1%. Chimpanzés nascem com
47% do peso do cérebro de um adulto; aos
quatro anos, já têm 100% do peso total.
Comparação entre o crânio do Australopithecus,
do chimpanzé e do ser humano
Com isso, é possível perceber outra
restrição para um cérebro muito grande e
A mudança de dieta retroalimenta a flexível: a redução da taxa reprodutiva, pois
expansão cerebral; isso significa que, para os pais devem cuidar dos filhotes por um
manter o cérebro, nossos ancestrais período de tempo maior.
precisavam se alimentar melhor,
apresentando, assim, um comportamento O bipedalismo, associado à possibilidade de
forrageador (de busca de alimento) mais explorar ou tros ambientes, além de exigir
complexo e eficiente, que, por sua vez, fazia mais do cérebro, abriu novos horizontes
uma pressão seletiva para a expansão para a evolução biológica humana. A seguir,
cerebral. as vantagens angariadas com isso:
▪ desenvolvimento da habilidade para o
Existem outros obstáculos a serem
transporte de alimentos;
superados para o au mento do cérebro, além
do alto custo energético. O tama nho da ▪ redução de pelos sobre as áreas do corpo
pélvis (bacia) das fêmeas é um dos não expostas ao sol forte;
exemplos. No ▪ liberação das mãos para diferentes usos,
inclusive para cuidar dos filhos;
▪ redução do consumo de energia em
caminhadas a ve locidades normais; e
▪ aumento do horizonte de visão e
aperfeiçoamento da proteção contra
predadores.
s

a
i

o
l

nascimento, o feto deve passar pela junção Z

pélvica da fêmea; para isso, a cabeça não R

pode ser muito grande. Essa restrição é T

uma das razões para o crescimento


A

contínuo do cérebro, mesmo depois do A

nascimento. Isso faz com que os bebês D

sejam extremamente dependentes das


S

mães, mas, por outro lado, gera uma C

C
U

L

1 O

V
E

43
ossos longos ossos longos mais delgados
espessos e curvos
Evolução humana – hominídeos
ossos longos com ossos longos com pouca
grandes áreas para superfície para ligação
cérebro, tecnologia, ▪ cérebro grande; ligação de músculos de músculos
linguagem e cultura
▪ dependência total do uso
de utensí lios;
▪ linguagem simbólica
completa; e ▪ capacidades
s

a
i

cognitivas desenvolvi das g

através de processos l
o

complexos de transmissão o

da informação de geração c

em geração. t

dieta e subsistência ▪ proteínas de grandes u

animais;
s

▪ consumo significativo de 6.1. Evolução cultural


plantas ri cas em e

hidratos de carbono; A

▪ consumo retardado da
Z

comida ad quirida; e
A cultura é um processo tipicamente humano: a
▪ partilha dos alimentos. evolução
R

reprodução e ▪ laços sexuais e


U

sociedade econômicos fortes entre


machos e fêmeas;
da humanidade se tornou muito mais cultural do
▪ crianças dependentes; A
que bio
▪ adolescência prolongada;
N

▪ vida social organizada em lógica. Cultura, portanto, é o acúmulo de


torno de um lugar conhecimentos e
central; e A

▪ inexistência de caninos S

grandes que possam ser hábitos cuja renovação depende muito mais do
usados em contexto de
interação social. A
surgimento
I

locomoção e habitat ▪ porte ereto e locomoção


de novas técnicas do que das mutações em si. Foi
bípede; e ▪ habitats essa evo
abertos. N

lução cultural que permitiu a formação dos grupos


C
sociais, a
Homo sapiens Homo sapiens 

neanderthalensis sapiens domesticação de animais, o cultivo de plantas e o


crânio achatado crânio abaulado 1
domínio
E

testa curta testa evidenciada


do homem sobre a natureza, causando, ao
osso supraorbital ausência/redução acentuada mesmo tempo, M

bastante expandido do osso supraorbital U

graves problemas a outras espécies.


órbitas oculares grandes órbitas oculares pequenas
L

face projetada para a face curta


frente 6.2. Apontamentos sobre a
ausência de queixo presença de queixo origem do ser humano
osso occipital achatado osso occipital abaulado Em meados do século XIX, a teoria de
Charles Darwin so bre o mecanismo da governo e instaurar a anarquia, tão temida
evolução das espécies estremeceu o mundo pelos governantes (é preciso não esquecer
da ciência. A consequência lógica e que a influência da Revolução Francesa
irrefutável de tudo o que ele havia ainda se fazia sentir e que o socialismo
descoberto era a de que a espécie humana acabava de nascer como movimento político
não teria sido criada separadamente dos e social, ame açando tirar o poder dos velhos
outros seres vivos, como afirmavam as privilégios da monarquia, da elite econômica,
Escrituras das três maiores religiões etc.).
monoteístas, mas evoluído a partir de
Em terceiro lugar, havia um argumento
espécies já extintas, antecessoras também
científico sólido contra a hipótese defendida
dos macacos, como o chim panzé, o gorila e
por Darwin e seus seguidores: até então,
o orangotango.
não havia qualquer evidência concreta de
Na época, esse era um conceito inaceitável. que os registros fósseis comprovassem a
Primeiro, por que refutava os dogmas progressão evolutiva dos hominídeos.
religiosos, que ainda ocupavam um lugar
O castelo cuidadosamente montado pelos
central no comando das sociedades
opositores de Darwin começou a
ocidentais. Darwin teve uma educação desmoronar quando foram descobertos os
teológica em Cambridge, estava destinado a primeiros esqueletos de um ser
ser um pároco da Igreja anglicana e evidentemente muito mais antigo que o
descendia de uma próspera família de Homo sapiens sapiens (a espécie moder
proprietários rurais, profissionais liberais e na do ser humano), o Homem de Neandertal,
industriais. Seus amigos eram todos encontrado em escavações no vale do rio
conservadores ou ligados à religião e ao Neander, na Alemanha (“tal” significa “vale”,
governo, forte mente opostos à noção de em alemão).
evolução das espécies como um mecanismo
As observações mostraram um ser com
independente do Criador.
postura ereta, cor po e membros
Segundo, porque temia-se que, ao aceitar praticamente iguais aos nossos, mas com
esse conceito, o ser humano perderia seu um crânio com semelhanças ao de um gorila.
lugar especial, rebaixando-se a mais um
A descoberta foi atacada na época, e seus
animal entre os animais. Para a classe
opositores ar gumentaram que o fóssil
dominan tes hegemônica, essa constatação
pertencia a um ser humano de-
poderia "liberar os ins tintos mais baixos" da
população, que poderia revoltar-se contra o

44
formado ou aleijado. No entanto, a
descoberta acabou se consolidando com
outros achados em várias partes da Euro pa
e do Oriente Médio, provocando uma enorme
polêmica. Mostrou-se, pela primeira vez, que
havia o registro histórico de um ser muito
semelhante ao ser humano, que não mais
existia e poderia ser um ancestral em comum
de macacos atuais e seres humanos. A
descoberta deu um grande impul so à
aceitação das teorias de Darwin pelos
cientistas e incen tivou a busca desenfreada
por fósseis de hominídeos cada vez mais
antigos, o que veio a acontecer somente no
século XX, inicialmente na África, mas
Da esquerda para a direita, os crânios do Australopithecus
também na Ásia e Oceania. afarensis, um dos mais antigos hominídeos encontrados; do
Australopithecus africanus, um hominídeo mais recente que o
afarensis; do Homo habilis, uma das primeiras espécies
africanas do gênero; e de um Homem de Neandertal.

A ciência chegou à conclusão de que o ser


humano evo luiu gradativamente a partir de humano é uma espécie recente e que são
espécies que hoje sabemos terem se poucos os trechos compartilhados, as
originado na África subequatorial entre 5 e 6 evidências sugerem que não havia
mi lhões de anos atrás. separação total entre as espécies e que
ainda era possível o cruzamento. Além
Além disso, descobriu-se que o Neandertal disso, a falta acasalamen to não era
não é nosso an tepassado, mas sim uma motivada por diferenças genéticas, mas por
subespécie que surgiu em paralelo com o incompatibilidade de comportamento, que
Homo sapiens sapiens e que se extinguiu há impedia uma aproximação entre as
cerca de 60 mil anos, por motivos espécies.
desconhecidos. Ambos descendem de duas Os principais estágios da evolução humana
espécies de hominídeos ancestrais, que,
anos estágios da evolução
entre um milhão a 500 mil anos atrás, atrás
começaram a emigrar da África para outros
4 milhões Australopithecus afarensis
continentes: o Homo erectus e o Homo
habilis. 3,2 “Lucy” (Australopithecus afarensis)
milhões
O Homo sapiens sapiens provavelmente tem
2,5 Australopithecus de várias espécies
apenas 100 mil anos de existência como milhões
espécie independente, um período
extremamente curto em termos geológicos, 2 milhões Homo habilis

ou mesmo para a idade total do gênero 1,6 milhão Homo erectus


Homo. Trata-se de uma espécie que está há
pouquíssimo tempo na superfície deste 1,4 milhão Os Australopithecus sofrem extinção.

planeta. 1 milhão O Homo erectus se estabelece na Ásia.


Uma conclusão surpreendente no estudo
dos hominídeos é que, provavelmente, 400 mil O Homo erectus se estabelece na Europa.
O Homo sapiens começa a evoluir.
existiram muitas espécies de hominíde os
ancestrais que foram extintas sem deixar 250 mil Formas arcaicas do Homo sapiens.
marcas. A linha sobrevivente, em O Homo erectus sofre extinção.

determinadas épocas históricas, chegou a 125 mil Homo neandertalensis


ter um número extremamente reduzido de
indivíduos. Um estudo recente do DNA 100 mil O Homo sapiens se desenvolve
plenamente na Ásia e na África.
mitocondrial (que é transmitido ape nas
através da linha feminina, diferentemente do 40 mil O Homo sapiens (Cro-Magnon) se
DNA, que tem componentes maternos e desenvolve.
paternos) mostrou que houve uma época
35 mil Os Neandertais sofrem extinção.
no passado em que existiam apenas cerca O Homo sapiens permanece como a
de 40 mil seres humanos em toda a face da única espécie hu mana sobrevivente.
Terra. Qualquer grande desastre natural ou
epidemia teria inviabilizado essa espécie.
Esses estudos de biologia molecular s

também evi denciaram que toda a i

humanidade descende, provavelmen te, de o


l

não mais do que seis indivíduos que


o

habitaram o sul da África, sendo que uma


c

dessas mulheres é responsável por 60% de s

todos os genomas da humanidade atual,


a

enquanto que outras cinco são


s

responsáveis pelos 40% restantes. A

Inclusive, novos conhecimentos moleculares E

possibilita ram descobrir também que o DNA U

atual de seres huma nos possui alguns A

poucos trechos de material genético de


N

outros hominídeos. Isso evidencia que os


A

hominídeos não só coexistiam, como S

cruzaram entre si. Considerando que o ser


A

C
E
N

Ê
M
I

U
C


O

V
1

45

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A evolução biológica e a antropologia cultural e social caminham juntas para explicar a


história do ser humano na Terra. Por meio de registros fósseis, como o tipo de arcada
dentária, é possível estimar qual seria a alimentação daquele espécime e também qual
seria o crânio. A partir dessas informações, é viável recriar o contexto onde
possivelmente os indivíduos estavam inseridos, como os caçadores-coletores, os quais
tinham uma distribuição de trabalho e uma divisão social. Desse modo, é possível
reproduzir as interações entre os indivíduos de uma sociedade de 200 mil anos atrás.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 15

Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos


biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
HABILIDADE 16
Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos
biológicos ou na organização ta xonômica dos seres vivos.

Nesta questão sobre diversidade fenotípica associada ao ambiente ocupado, é


fundamental a interpretação corre ta do modelo apresentado, associando a cor da
pelagem com a cor do ambiente. Com isso, será possível entender como os
processos evolutivos estão ocorrendo.

MODELO 1

(Enem) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região


na América do Norte. A pela gem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o
escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito
semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do
solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de
cor, distribuída ao longo de um gradiente sul-norte. Na figura, encontram-se
representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é
representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição
geográfica no mapa.

a
i

o
l

t
s

46
O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é:
a) A alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da
pelagem dos roedores. b) O fluxo gênico entre as diferentes populações, que
mantém constante a grande diversidade inter populacional.
c) A seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a
sobrevivência diferencia da de indivíduos com características distintas.
d) A mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais
escuro, têm maior ocor rência e capacidade de alterar significativamente a cor
da pelagem dos animais.
e) A herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se
adaptarem a diferentes am bientes e transmitirem suas características
genéticas aos descendentes.

ANÁLISE EXPOSITIVA

Compreender como os mecanismos evolutivos são capazes de produzir padrões


encontrados de acordo com o meio ambiente onde as espécies habitam é
primordial para entender a situação proposta. Observa-se nesse esquema que a
coloração dos ratos varia de acordo com o ambiente que ocupam, ou seja, ratos
de pelagem mais escura vivem em ambientes em que o solo é mais escuro. O
que ocorre é que provavelmente a pelagem com cor parecida ao substrato
confere uma vantagem adaptativa. Pode-se entender esse processo por meio da
seguinte situação: presumivelmente existiam ratos de todas as cores em todos os
ambientes. Aqueles que tinham coloração diferente do substrato eram predados
de maneira mais fácil e, com isso, foram extintos. Por outro lado, aqueles com
pelagem semelhante ao ambiente sobreviviam, pois conseguiam passar des
percebidos pelo predador e transmitiam essa cor de pelagem aos descendentes.
Esse mecanismo evolutivo é denominado seleção natural e foi proposto por
Charles Darwin.

RESPOSTA Alternativa C
s

a
i

o
l

47

CONEXÃO ENTRE REPRODUTIVO


PRÉ-ZIGÓTICO
DISCIPLINAS • SAZONAL
• ECOLÓGICO

DIFERENCIAÇÃO
PROGRESSIVA

ISOLAMENTO REPRODUTIVO
ESPECIAÇÃO PÓS-ZIGÓTICO

• MORTALIDADE DO ZIGOTO
ISOLAMENTO
• MECÂNICO DE NOVAS OU
• COMPORTAMENTAL ESPÉCIES ESTERILIDADE
FORMAÇÃO • INVIABILIDADE DO HÍBRIDO
ALOPÁTRICA PERIPÁTRICA PARAPÁTRICA SIMPÁTRICA
A
M

Z
U
E
L

ISOLAMENTO R

U
O

GEOGRÁFICO
V
T

A ISOLAMENTO
GEOGRÁFICO,
N

POPULAÇÃO MENOR
A

D
s

a
i S DE UMA MAIOR
SEM ISOLAMENTO
g A

o I

o
C

N
GEOGRÁFICO,
GRANDES ÁREAS
n

CLADOGRAMA c
Ê

SEM ISOLAMENTO
e

t C

a
 GEOGRÁFICO,
u

s
1
OCUPAÇÃO DE
e
E
NICHOS DISTINTOS

48
AULA
BIOLOGIA

DIVERSIDADE
CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias DA VIDA

TEORiA DE
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
protozoários. A maioria das
questões abor da a forma de
contágio e profilaxia, sempre
trazendo doenças do cotidiano.

A zoologia é o terceiro tema mais


aborda do na Fuvest. Com
relação a essa área, as
perguntas são frequentemente
comparati vas, analisando os
grupos de seres vivos. Assim, é
Parasitologia é um tema fundamental a compreensão da
marcante e englo ba doenças estrutura celular de todos os
causadas por vírus, bactérias e reinos e orga nismos existentes.
seres vivos, que não aborda aparecer nas questões da
grupos específicos, ao contrário, Unifesp.
abrange um vasto número de Zoologia também aparece como
grupos, sem ponto de destaque dentro desta
pre comparando-os. prova. A abordagem mais usada
Doenças causadas por vírus sempre é a relação entre os or
(como a den gue), bactérias e ganismos, suas semelhanças e
É uma prova generalista com diferenças.
protozoários costumam
relação às características dos
teorias evolutivas e na Biologia, a PU C-Camp cobra
taxonomia dos seres vivos. conhecimentos acerca da
Prova essencialmente anatomia comparada dos filos
comparativa e com questões animais e da classificação dos
que misturam diferentes áreas seres vivos.
da Biologia. Há presença de Além de protozooses, a Santa
assuntos como diversidade de Casa cobra conhecimentos
seres vivos e comparação entre específicos e comparativos
os reinos e entre os filos animais. sobre os mais variados seres
Com poucas questões de vivos, de vírus a vertebrados.
Essa prova possui maior foco em

Apresenta questões de temas variados e


UFMG não muito cobrados em outros vestibula
s res, como taxonomia dos seres vivos e di
a versidade do Reino Monera. Também estão
É uma prova com questões interdiscipli presentes temas como zoologia e anatomia
nares que cobram conteúdos altamente comparada dos diferentes filos animais.
específicos. É importante reconhecer carac
terísticas dos seres vivos e saber comparar
os diferentes reinos e filos.

Questões com alto nível de especificidade. Estão presentes


conteúdos relacionados a doenças virais e bacterianas e
anatomia comparada dos diferentes filos animais. Saber ler cladogramas, classificar seres
i
Z
N
ses (doenças causadas por protozoários,
g

o
E
ÊI
como malária e doença de Chagas) são
l R C temas muito presentes nas provas da Uerj.
o
U Com perfil similar à Fuvest e questões bem
específicas, os temas mais frequentes são

n
T
c

e
A 1 doenças virais e bacterianas, comparação
t N entre os reinos e anatomia comparada dos
E
filos animais.
s
A
M
a

u
D
U
vivos e diferenciar os principais grupos (rei
s L
nos e filos) são competências fundamentais
S

O
para ter sucesso nessa prova.
A
e
I
V

A C Relações evolutivas, taxonomia e protozoo

50
organização
Os seres vivos são complexos e apresentam
organização própria. Mesmo os organismos
unicelulares apresentam extrema
TAXONOMIA complexidade, tanto na estrutura quanto no
funcionamento da célula. O corpo humano,
E REINOS exemplo de organismo pluricelular,
apresenta 200 tipos de células, que se
organizam em quatro tipos básicos de
conjuntos, chamados de tecidos epitelial,
conjuntivo, muscu lar e nervoso. Os
grupos desses tecidos se reúnem formando

CN AULAS órgãos, como pele, estômago e coração.


Por sua vez, atuando em conjunto, os órgãos
passam a constituir um sistema, como é o
1E2 caso do digestório ou do circulatório.

1.2. Complexidade e
Mitocôndria

HABILIDADE(s) 16 Membrana celular

Citosol
COMPETÊNCIA(s) 4
Ribossomos
Vacúolo

▪ reatividade; A complexa estrutura celular.


Núcleo

1.3. Metabolismo
Nucléolo

1. Os seres vivos Centríolos

Os seres vivos, objeto de Complexo

estudo da Biologia, podem ser


Lisossoma
golgiense

caracterizados por:
▪ estrutura celular;
Membrana nuclear

▪ reprodução;
▪ complexidade e organização;
▪ material genético;
▪ metabolismo;
▪ adaptação; Grânulos
secretores

que ocorre den tro do organismo. A maioria


deles envolve energia.
A manutenção da vida ocorre por meio das
atividades celulares, as quais são
realizadas à custa de energia proveniente
de alimentos. O conjunto dessas atividades
é chamado de metabolismo. Nelas, estão
▪ evolução. envolvidos
s

a
i

1.1. Estrutura celular diferente processos responsáveis pelo


crescimento, ma
Todos os seres vivos são formados por o
g

unidades estruturais e funcionais chamadas l

de células. A célula é a menor por ção capaz nutenção e reparo das células e,
de apresentar as propriedades de um ser consequentemente, de
vivo: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Os
n

seres vivos podem ter o corpo constituído


e

por apenas uma célula, os unice lulares, todo o organismo.


como as bactérias, ou por mais de uma
s

célula, os pluricelulares, como os animais.


u

Parede Celular

Parede celular
e

Parede Celular

Membrana
Os principais processos metabólicos são: anabo A
celular

Membrana
Z

E
Membrana
celular
lismo e catabolismo. O termo anabolismo com R

Metabolismo é todo e qualquer processo U

celular
Plasmídeo outras mais complexas,
Plasmídeo
Plasmídeo resultando em armazenamen
DNA

DNA
Flagelo

DNA Flagelo
Flagelo S
Grânulo
T

Grânulo
preende os processos
A

I
Grânulo

químicos sintéticos, nos quais to de energia, formação de


C

novas estruturas celulares


A

Célula bacteriana.
substâncias mais simples são
Célula bacteriana. combinadas para formar
Ribossomos

Ribossomos Ribossomos
N
A
Ê

D I
e crescimento. O catabolismo originando substâncias mais
simples e ocasionando
se refere a processos C

nos quais as substâncias


complexas são quebradas,

V
M

liberação de energia.
1

51
GENITOR A GENITORA B
GENITORA A
o

s
i
l

FUSÃO
As atividades PRODUZ GAMETAS
metabólicas.
PRODUZ
o GAMETAS
m

s
i
GAMETAS
l

n GAMETAS
A

célula-ovo. Por meio de sucessi


vas divisões, o zigoto origina um novo organismo.
ORGANISMO
GENITOR
1.4. Reatividade
A reatividade é a capacidade que os seres
vivos possuem de reagir aos estímulos do
meio ambiente. Os estímulos podem ser s

definidos como qualquer alteração física ou


i

quí mica do ambiente capaz de


o
l

DIVISÃO
desencadear uma reação num organismo. o

São exemplos a capacidade olfativa de um CELULAR


c

cão e o movimento de um girassol em t


e

relação à posição do Sol. s

1.5. Reprodução e

Todo ser vivo é capaz de se reproduzir, ou Z

seja, gerar or ganismos semelhantes. A R

reprodução pode ser assexua da ou T

sexuada. A divisão de uma bactéria em N

duas célu las-filhas, exatamente iguais à A

célula-mãe que as gerou, S

é o exemplo mais comum de reprodução


A

assexuada. A reprodução sexuada, por sua


C

vez, ocorre através da fusão de duas


Ê

células especializadas denominadas 

gametas, que formam o zigoto ou 1


ZIGOTO

reprodução sexuada 1.7. Adaptação


Adaptação é qualquer modificação de
1.6. Material genético estrutura, função ou comportamento que
Cada célula possui uma região nuclear onde permite a um organismo explorar de maneira
há uma ou mais moléculas de ácido mais eficiente o meio em que vive. Por meio
desoxirribonucleio, o DNA. Nessa molécula, da adaptação, o ser vivo amplia as
estão contidos os genes que controlam todas possibilidades de sobrevi
as atividades celulares. Passando de pais vência e reprodução.
para filhos, os genes carregam as
características específicas de cada 1.8. Evolução
organismo.
A expressão do material genético, ou seja,
dos genes, é responsável pelas
características de um organismo. Qual quer
mutação do material genético que provoque
o apa recimento de uma nova característica é
conhecida como variação. É por meio das
variações que opera o processo

DNA: macromolécula constituída


por uma dupla hélice.
E
ORGANISMO FILHO B cuja definição é a organizamos no decorrer
M

UL chamado de evolução, transformação de uma do tempo.


ORGANISMO FILHO A
OV
população de
reprodução assexuada

52
diversidade bio lógica existente entre os
seres vivos de espécies diferentes, entre
seres da mesma espécie, assim como
também englo ba a diversificação de habitats
e ambientes.
O conceito ganhou destaque a partir da
década de 1980, a partir da discussão sobre
o risco de extinção de espécies e dos
impactos ambientais gerados pelas
populações hu manas que comprometiam a
sobrevivência das gerações futuras e a
disponibilidade de recursos para elas. Hoje,
sa bemos que a biodiversidade é essencial
para manutenção dos ecossistemas.
Esquema simplificado da evolução dos organismos Em locais com grande biodiversidade, há
maior possibilida de de existir organismos
2. Biodiversidade: resistentes a mudanças ambien tais, de
forma que populações com baixa diversidade
diversidade de ficam mais vulneráveis a patógenos e ao
ambiente.
espécies e de
Existem, aproximadamente, 2 milhões de
ecossistemas espécies conheci das e 15 mil espécies são
Biodiversidade é o conceito que designa a descritas pelos cientistas por ano. Ainda
assim, estima-se que existam entre 5 e 30
milhões de espécies no planeta, com a em plantas com flores e alguns animais.
maioria das espécies con centrada nos
A quantidade de informação genética em um
trópicos.
organismo e o número de espécies
Segundo a União Internacional para a constituem apenas uma parte da
Conservação da Na tureza (UICN), mais de diversidade biológica sobre a Terra.
25% desse total correm sério risco de ESPÉCIES CONHECIDAS E ESTIMADAS
extinção até 2050. Os principais fatores para
extinção de espécies é o desaparecimento formas de espécie espécies
de seus habitats, devido ao desmatamento, vida s totais
ao avanço das cidades e à degradação conhecid estimadas
as
ambiental, como a poluição das águas e do
ar. insetos e 874.161 30 milhões
artrópodos
É preciso que a diversidade biológica seja
reconhecida enquanto um recurso global arbustos e 248.400 de 275 mil a mais
árvores de 400 mil
para que possa ser registrada, usada e,
acima de tudo, preservada. Além das perdas invertebrados 116.873 Podem chegar a
poucos milhões
de bio
diversidade devido à extinção de espécies, ervas e arbustos 73.900 Não disponível
outras duas circun tâncias estão colaborando
para atribuir urgência a esse tema: o microrganismos 36.900 Não disponível
crescimento desenfreado das populações
humanas, que conso mem os recursos peixes 19.056 21 mil

naturais de forma acelerada, e as


aves 9.040 98% já
descobertas da ciência acerca das conhecidas
potencialidades da diversidade biológica
para os seres humanos e para o meio répteis e anfíbios 8.962 95% já conhecidas

ambiente.
mamíferos 4.000 95% já conhecidas

2.1. Quantificar a total 1.439.992 Excede a


30 milhões
biodiversidade:
riqueza de espécies
s

Quantificar a biodiversidade é uma tarefa a


i

difícil. Existem habitats que se mantêm o


g

pouquissímo explorados, como re cifes de


l

coral e solos do fundo do mar, e outros que c

foram devastados antes de serem t

estudados, o que impossibilita que a a

riqueza de espécies da Terra, ou seja, o s

verdadeiro número de espécies seja


e

conhecido. Z

Além da riqueza de espécies, os seres vivos U

são diferentes entre si, mesmo aqueles que


T

pertecem a mesma espécie. Ex ceto por


N

casos de partenogênese ou de gêmeos


A

idênticos, virtualmente não há dois S

membros da mesma espécie gene ticamente I

idênticos. N

Isso faz com que cada espécie seja um C

repositório de uma imensa quantidade de 

informação genética. O número de genes é


1

de aproximadamente 4×103 nas bactérias, M

4×104 em alguns fungos e de 4×105 ou mais


U

O
V

53
2.2. Florestas tropicais: ter a estabilidade do clima ao compor o ciclo da
água por
centros de biodiversidade s

Mesmo com as ações antrópicas s

intensificadas principal mente após o século e


meio da Evapotranspiração.
XX, as florestas tropicais ainda pos suem A

maior diversidade quando comparadas com Z

as regiões subtropicais ou temperadas. R

Isso se deve a algumas características


T

como a extensão terri torial dessas florestas


N

e por receberem mais energia advinda do


A

Sol, o que permite maior produtividade S

primária. I

M
Vegetação da mata Atlântica. Disponível em: <www.mudasnativas.org>.
U

O
Acesso em: 22 dez. 2015.
V

2.3. O que fazer e por quê?


Vegetação do Parque Nacional da Serra do Pardo, na
Floresta Amazônica brasileira A diversidade biológica mais ameaçada é
O Brasil possui 30% das florestas tropicais também a me nos pesquisada. Além disso,
existes no mun do e os exemplos brasileiros não há nenhuma perspectiva de que a tarefa
são a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica científica seja completada antes de que uma
e as matas ciliares (de beira de rios). grande parte das espécies desapareça. É
provável que, no mundo, não mais do que
Os solos desses biomais são, em geral, 1.500 profissionais sistematas sejam
pobres. A rápida ciclagem de matéria competentes para lidar com milhões de
orgânica e a manutenção dos nu trientes na espécies en contradas nas florestas tropicais
biomassa são os principais responsáveis por úmidas.
sua exuberância. Esse solo é rico em
microrganismos que aceleram a Ademais, esse número pode estar em queda
decomposição da matéria vegetal – uma devido à dimi nuição das oportunidades
folha pode ser decomposta em seis profissionais, à restrição de fundos para
semanas, enquanto numa floresta pesquisa e à priorização de outras
temperada levaria um ano para degradar-se. disciplinas. De 1979 a 1983, o declínio foi
acompanhado pela diminuição em mais de
Retirada a camada vegetal da floresta, a 50% do número de publicações em ecologia
lixiviação e a ero são transformam e degradam a tropical. O problema da conservação tropical
paisagem. Após isso, a re cuperação é lenta e é, desse modo, potenciali zado pela falta de
incapaz de recriar o mesmo ambiente devido à conhecimento e pela escassez de pesquisa.
perda da serrapilheira, camada de nutrientes em
decomposição sob o solo, e do banco de Caso não ocorra um esforço no sentido de
sementes, reser vatório de sementes capazes de defesa e compreen são da biodiversidade, a
substituir as plantas adul s
compreensão desses aspectos impor tantes
a

da vida ficará cada vez mais distante. Com


tas e dispersas pelas mesmas.
i

g
efeito, devido à aceleração da extinção das
l
o
espécies, talvez a possibilidade desse
o

n
conhecimento escape da humanidade para
As florestas tropicais também são importantes sempre.
para man
c É fato que o conhecimento da diversidade
e

t
biológica signifi cará pouco para a vastidão como polinizadoras de plan tas, agentes
da humanidade, a não ser que existam controladores de ervas-daninhas e parasitas
motivações para utilizá-lo. e predadoras de pestes de insetos, ou seja,
podem ser usadas como controles
O ser humano não depende completamente
biológicos. As bactérias, leveduras e ou tros
nem mesmo de 1% das espécies vivas para
microrganismos vão continuar a produzir
sobreviver, e o restante per manece
novos remé dios, alimentos e procedimentos
esquecido, sem ser testado. No curso da
de restauração do solo.
história, de acordo com estimativas feitas, as
pessoas se utilizaram de 7.000 tipos de Na realidade, a questão se resume a uma
plantas na alimentação, predominantemente decisão ética: De que maneira os seres
trigo, centeio, milho e cerca de uma dúzia de humanos valorizam os mundos naturais nos
outras espécies altamente domesticadas. quais se desenvolveram e de que maneira en
Não obstante, existem pelo menos cerca de tendem seu status como indivíduos?
75 mil plantas comestíveis, e muitas delas Os humanos são fundamentalmente
são su periores, em termos nutricionais, a mamíferos e espíritos livres que alcançaram
plantas que estão sendo largamente esse alto nível de racionalidade pela criação
utilizadas. Outras podem ser substitutas do perpétua de novas opções. A filosofia natural
pe tróleo e são fontes potenciais de novos e a ciência trouxeram alívio para o que
remédios e de fibras. poderia ser o paradoxo essencial da
Além disso, entre os insetos existem muitas existência humana.
espécies que são potencialmente superiores

54
A vontade da expansão perpétua ou de tanto externa quanto internamente, e dos já
liberdade pessoal é básica ao espírito extintos, através de fósseis, o que permitiu
humano. Para sustentá-la, é preciso a mais classificá-los e compará-los.
delicada e conhecedora administração do
Durante os séculos XIX e XX, os estudos de
mundo vivo que se possa planejar. A
arqueologia e dos fósseis adquiriram maior
princípio, expansão e administra
importância, e as evidências decorrentes
ção podem parecer objetivos conflitantes,
permitiram afirmar que os seres vivos de hoje
mas, na realida de, o que acontece é o
derivam de outros que existiram há milhares
oposto.
de anos.

Reflita...
Na Biologia, já foram utilizados diversos
critérios na classi ficação dos organismos.
Quais seres vivos estão relacionados Aristóteles, no século IV a.C., clas sificou os
a sua vida? De que maneira você animais em aéreos, terrestres e aquáticos.
Santo Agostinho classificou os animais em
interfere no ambiente deles? Que
úteis, nocivos e indife rentes ao homem. No
sentimentos eles despertam em você? entanto, com o passar do tempo, esses
critérios se mostraram inadequados.
Você acha que a diversidade de
espécies é maior agora, no seu Em meados do século XVIII, o naturalista
ambiente, ou era maior no am biente sueco Carl von Linnée, ou Lineu, classificou
antes de ele ser ocupado pelo os organismos segundo a es trutura e
homem? anatomia dos seres vivos. Esse sistema de
classi ficação é utilizado até hoje e é
denominado taxonomia.
2.4. Classificando e ordenando
a biodiversidade Classificar é separar em grupos de acordo
com suas semelhanças e diferenças e, no
A biodiversidade é estudada há muito tempo.
caso da biologia, de acordo com seu grau
Desenhos encontrados em cavernas indicam
de parentesco.
o provável interesse dos homens em
registrar e reconhecer os seres vivos. O
avanço da ciência levou a uma investigação Desde os tempos mais remotos até nossos
mais sistemática dos seres vivos atuais, dias, a classifica ção das “coisas”, animais e
vegetais ajudou a humanidade a s
compreender o seu ambiente. Além disso, é d
fundamental no desenvolvimento de nossa e
capacidade intelectual, já que s
s

a finalidade de organizar as ideias e cendem de um mesmo ancestral e que um maior


sistematizar os hábitos é nortear a grau de a

produção de conhecimentos. i

o
l

semelhança reflete um parentesco mais próximo.


Reflita... Essas o

Comparando um golfinho, um tubarão e o c

homem, você diria que o grau de semelhanças podem ser estruturais, etológicas
parentesco é maior entre: (comporta t

▪ golfinho e tubarão;
s

mentais), ecológicas, citológicas ou bioquímicas.


▪ golfinho e homem; ou u

▪ tubarão e homem?
e

Que critério utilizou? A priori, nenhum desses tipos de semelhanças é


mais impor Z

tante que os demais. Contudo, as semelhanças


3. Taxonomia e Filogenia compartilha U

Cada uma das categorias usadas na A

classificação dos seres vivos é denominada das podem possuir significados diferentes,
táxon. Dessa forma, o ramo da Biolo gia que considerando-se a N

se ocupa da classificação e nomenclatura é A

chamado taxonomia. A categoria básica na história evolutiva. Além disso, algumas


classificação é a espécie. De acordo com o semelhanças podem D

conceito biológico de espécie, dois orga S

nismos pertencem a mesma espécie A

quando, em condições naturais, podem ser um indicativo enganoso de parentesco, uma


cruzar e gerar descendentes férteis. vez que po I

Espécies que apresentam características


C

em comum são agrupadas em um gênero. dem ter surgido separadamente em cada grupo.
Os gêneros são agrupados em famílias; as Por exemplo, Ê

famílias, em ordens; as ordens, em I

classes; as classes, em fi los ou divisões


retomando a comparação entre tubarão, golfinho e
(para vegetais); os filos, em reinos; e os
homem.
reinos estão ainda agrupados em domínios. 

Assim, cada uma das categorias é um


1

conjunto composto de vários subconjuntos. Quais organismos você colocaria no mesmo


O sistema de Lineu não considerava a ideia g
de parentesco entre os seres, pois ele r
acreditava que todos os seres haviam u
surgido no momento da criação divina. O p
sistema de Lineu consiste em um catálogo o
metódico de plantas e animais, reunindo-os
s
em grupos maiores e grupos subordinados.
e
Atualmente, a ciência demonstra que todos os f
s o
e
s
r
e s
e deles? L
M
U
O

organizá-los baseando-se somente na aparência V

55
Agora, observe a classificação de cada um estudo que realizou nos escritos de Charles
deles: Darwin sobre evolução, o qual criou a
primeira representação gráfica para esses
tubarão golfinho homem
parentescos e que permitiu a Haeckel criar o
Reino Animal Animal Animal conceito de árvore filogenética.

Filo Cordado Cordado Cordado


s

Class Condríctie Mamífero Mamífero i

e l
o

Orde Elasmobrânquio Cetáceo Primata c

m t

Famíli Carcarrinídeo Delfinídeo Hominíde u

o
s

a e

Gêner Negaprion Delphinus Homo Z

o
E

Negaprion Delphinus Homo


T

Espé A

brevirostris delphis sapiens


cie N

O homem e o golfinho pertencem à classe


I

dos mamífe ros, portanto apresentam N

semelhanças mais relevantes do ponto de


I

vista evolutivo do que as semelhanças 

observa das entre o golfinho e o tubarão. 1

Indivíduos da mesma espécie são mais M

aparentados que in divíduos do mesmo


U

gênero, indivíduos do mesmo gênero são O


Árvore da vida de Darwin
mais aparentados que indivíduos da mesma V

família, e assim por diante. Ser mais 3.1. A nomenclatura binomial


aparentado significa ter compartilhado um A ideia de atribuir uma nomenclatura para
ancestral em comum mais próximo. Por cada organismo também foi de Lineu. Essa
exemplo, você e seu irmão têm ancestrais nomenclatura é composta por dois nomes: o
comuns mais próximos (seus pais) do que primeiro indica o gênero, e o segundo, a
você e seu primo, cujos ancestrais comuns espécie. Por exemplo: Canis lupus (lobo), na
são os seus avós. qual canis é o epíteto genérico (gênero), e
Definir quais características são relevantes é lupus é o epíteto espe cífico. Dessa forma,
uma tarefa com plexa e faz com que as várias espécies podem ter o primeiro nome
classificações sejam constantemente re igual, mas o segundo nome será diferente. A
visadas a partir das novas descobertas nomen
científicas. Atualmente, técnicas modernas clatura foi criada para que houvesse uma
permitem comparar a composição química padronização in ternacional dos nomes,
das proteínas e dos genes que compõem os facilitando o trabalho de cientistas.
seres vivos, eluci dando algumas relações de A onça-parda, por exemplo, tem ampla
parentesco. distribuição geo gráfica, sendo conhecida por
Em 1866, Herns Haeckel estabeleceu um diversos nomes: puma, leão- -da-montanha,
novo campo de estudo para designar as cougar, pantera-americana, catamount,
relações de origem e parentes co entre os panter. No entanto, todos os cientistas
seres, a filogenia. Isso foi possível a partir do reconhecem-na pelo nome de Felis concolor.
característica de viver em ambientes inóspi
Para que a nomenclatura seja padronizada,
tos, com grandes salinidades, altas
certas regras devem ser seguidas:
temperaturas, ácidos, etc.
▪ os nomes devem estar em latim;
▪ o primeiro nome deve ser escrito com Procariontes são os seres que
inicial maiúscula, e o segundo, com inicial apresentam protocé lulas, ou seja, células
minúscula; e com material genético disperso no
▪ nomes devem ser sempre destacados do hialoplasma, pois não apresentam núcleo
texto (em ne grito, itálico ou sublinhado). diferen ciado e nem organelas
membranosas.
3.2. Os três domínios
A partir da análise de sequências de RNA O domínio Eukarya inclui todos os demais
ribossômico, atu almente dividimos o mundo seres vivos, isto é, protistas (protoctistas),
vivo em três grandes grupos, conhecidos por fungos, vegetais e animais.
domínios: Bacteria, Archea e Eukarya.
O domínio Bacteria é formado pelas Eucariontes são os seres que apresentam
chamadas “bactérias verdadeiras”, seres eucélulas, ou seja, células com sistemas
procariontes cuja parede celular apresen ta internos membranosos; portanto, têm
peptídeoglicanos como componente núcleo típico, uma vez que o material
principal. Archaea é um domínio de genético é envolto por membrana –
bactérias, também procariontes e com pa carioteca – cujo hialoplasma abriga
rede celular de composição variada, sem organelas membranosas.
peptideoglicano. Estas possuem a

56
Esses organismos ainda assim apresentam organismos com ca racterísticas muito
diferenças entre si: as células vegetais distintas e foi criado o Reino dos Pro tistas,
apresentam parede celular, cloroplas tos e no qual incluem-se algas microscópicas,
grandes vacúolos, enquanto estas estruturas fungos e diversos seres unicelulares.
estão au sentes nas células animais. Assim, observando-se águas de poças, lagos
Alguns autores reúnem eubactéria e e mares, foi descoberto um universo
arqueobactéria em um único reino microscópico: amebas, paramécios,
denominado Monera. O esquema abaixo bactérias, fungos e euglenas eram
representa uma possível origem evolutiva considerados protistas. Percebendo as
dos seres vivos a partir de um ancestral diferenças das células procariotas das bacté
comum. rias e cianobactérias, criou-se o Reino dos
Moneras.
Em meados do século XX, com a justificativa
de que os fun gos apresentam características
de vegetais e de animais, foi criado o Reino
dos Fungos.
Apesar de existirem outras divisões
atualmente, os organis mos podem ser
agrupados em cinco reinos:
3.3. Os Reinos ▪ Reino dos Moneras, que inclui bactérias
e cianobacté rias, com aproximadamente 5
Por muito tempo, admitiu-se a existência de
mil espécies descritas.
apenas dois reinos: o animal e o vegetal,
englobando apenas organis mos ▪ Reino dos Protoctistas, que inclui
pluricelulares. Os animais eram aqueles que protozoários e al gas, com
se deslo cavam, alimentavam-se e aproximadamente 58 mil espécies
respiravam; enquanto os vege tais eram descritas.
verdes, sésseis e realizavam fotossíntese. ▪ Reino dos Fungos, que inclui fungos e
Contudo, foram identificados alguns líquens, com aproximadamente 47 mil
espécies descritas. “batizados” pela população com nomes
▪ Reino dos Vegetais, que inclui as denominados pela comunidade científica
plantas, com aproxi madamente 250 mil como popu lares ou vulgares. Esses
espécies descritas. nomes podem designar um conjunto muito
amplo de organismos, incluindo, algu mas
▪ Reino dos Animais, que inclui os animais
vezes, até grupos não aparentados.
inverte brados (com cerca de 992 mil
espécies descritas, sen do que, dessas, Também pode acontecer de animais de
cerca de 880 mil são artrópodes) e uma mesma espécie receberem vários
vertebrados (cerca de 44 mil espécies nomes, como ocorre com a onça-pintada,
descritas). cujo nome científico é Panthera onca.
Existem seres que não se encaixam em
A planta Manihot esculenta, cuja raiz é
nenhum dos rei nos existentes – os vírus –,
pois apresentam características únicas: muito aprecia da como alimento,
eles não formam células (são formados de dependendo da região do Brasil, é
s

material genético envolvido por uma a


i

cápsula proteica) e só se repro duzem


g

conhecida por aipim, macaxeira ou mandioca.


dentro de células hospedeiras. Existem o

cerca de mil grupos de vírus identificados e


o

só é possível vê-los através de microscópio


c

eletrônico, que pode ampliar a imagem até Dessa forma, percebemos que a nomenclatura
popular
cerca de 100 mil vezes. t

Reino características representante a

s pode variar bastante, mesmo num país como o


Brasil, u

Vírus parasitas HIV, ebola, s

intracelulares influenza e

obrigatórios
em que a população, de modo geral, fala o mesmo
Monera procariontes, bactérias e cia idio A

autótrofos ou nobactérias Z

heterótrofos E

ma oficial. A situação é ainda mais complexa quando R

Fungi eucariontes, bolores, cogu U

unicelulares ou melos, leveduras, T

pluricelulares, orelhas-de-pau se considera o mundo inteiro, com diversos idiomas.


heterótrofos
A

Protoctis eucariontes, algas e Assim, entendemos a necessidade da adoção de


ta unicelulares ou protozoários uma
pluricelulares, A

autótrofos ou
heterótrofos
S

nomenclatura padrão internacional, para facilitar a A

Plantae eucariontes, plantas


I

pluricelulares,
autótrofos
comunicação de diversos profissionais, como
médicos, N

Animalia eucariontes, animais Ê

pluricelulares,
heterótrofos zoólogos, botânicos e todos aqueles que estudam os
C

seres vivos. 1

Nomenclatura popular E

Nomear os seres vivos que compõem a U

biodiversidade trata-se de uma etapa do O

trabalho de classificação. Mui tos seres são

57

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Para que a linguagem científica se tornasse universal, criou-se um método para nomear
as espécies. Baseado nos princí pios da linguagem e da escrita, foi escolhida uma língua
morta, o latim, ou seja, uma língua que não possui mais falantes nativos. Línguas vivas
estão sujeitas a constantes transformações em suas estruturas gramaticais, o que
acarretaria em alterações dos nomes científicos. O latim é uma velha língua
indo-europeia do ramo itálico, originalmente falada no Lácio, região próxima à cidade de
Roma. Foi largamente difundida, principalmente na Europa Ocidental, como a língua
oficial da República Romana, do Império Romano e, posteriormente, da Igreja Católica
Romana.

VIVENCIANDO

A taxonomia auxilia os cientistas na classificação das espécies, pois utiliza uma


nomenclatura universal. Uma espécie possui o mesmo nome em qualquer lugar do
mundo. Dessa forma, uma espécie não pode ser classificada mais de uma vez. Quando
um pesquisador no Brasil lê um artigo de um laboratório da Inglaterra e deseja replicar os
expe rimentos, ele precisa saber, para obter as mesmas condições experimentais, qual
espécie de animal ou vegetal foi usada. Nesse contexto, a classificação dos seres vivos
é extremamente importante.

a
i

o
l

C

58

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 16
Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos
biológicos ou na organização ta xonômica dos seres vivos.

Neste exercício, a habilidade exigida é o conhecimento de duas diferentes


classificações taxonômicas dos seres vivos. Com isso, é fundamental conhecer o
sistema de classificação de Lineu e o sistema filogenético para responder à questão.

MODELO 1

(Enem) A classificação biológica proposta por Whittaker permite distinguir cinco


grandes linhas evolutivas utili zando, como critérios de classificação, a organização
celular e o modo de nutrição. Woese e seus colaboradores, com base na
comparação das sequências que codificam o RNA ribossômico dos seres vivos,
estabeleceram relações de ancestralidade entre os grupos e concluíram que os
procariontes do reino Monera não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo.
Whittaker (1969) Cinco Woese (1990)Três domínios
reinos

Monera Archaea

Eubacteria

Protista Eukarya

Fungi

Plantae

Animalia

As diferenças básicas nas classificações citadas é que a mais recente se


baseia fundamentalmente em: a) Tipos de células.
b) Aspectos ecológicos.
c) Relações filogenéticas.
d) Propriedades fisiológicas.
e) Características morfológicas.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Entender que os seres vivos podem ser classificados de acordo com aspectos morfológicos,
fisiológicos e evolutivos é de grande importância para o início do entendimento da
diversidade biológica. Saber que existem seres vivos com características semelhantes e
saber agrupá-los é essencial para o início dos estudos de seres vivos. Do ponto de vista s
evolutivo, a classificação filogenética é aquela que leva em consideração a ancestralidade entre os grupos de
seres a

vivos, demonstrando quais são os táxons que são mais proximamente relacionados entre si. A classificação
propos o

ta por Woese leva em consideração aspectos filogenéticos, representando assim uma classificação mais coesa.
O c

cladograma abaixo demonstra a representação filogenética desses grupos. s

Bacteria Archaea Eukarya


A

RESPOSTA Alternativa C 1

59

DIAGRAMA DE • REPRODUÇÃO

IDEIAS

TAXONOMIA E REINOS

CLASSIFICAÇÃO, ORDENAÇÃO E
NOMENCLA
TURA DOS SERES VIVOS
(BIODIVERSIDADE)
SISTEMA NATURAL DE LINEU

• ESTRUTURA CELULAR
• COMPLEXIDADE E • FILO (DIVISÃO)
ORGANIZAÇÃO • CLASSE
FILOGENÉTICA HERNS
• MATERIAL GENÉTICO • HAECKEL PARENTESCO • ORDEM
METABOLISMO • E ANCESTRALIDADE • FAMÍLIA
ADAPTAÇÃO ORGANIZAÇÃO • GÊNERO
• REATIVIDADE HIERÁRQUICA • ESPÉCIE
• EVOLUÇÃO
• REINO
3 DOMÍNIOS 5 REINOS
• PROTOCTISTA
• BACTÉRIA • ARCHAEA • • FUNGI
EUKARYA • PLANTAE (METAPHYTA) •
• MONERA ANIMALIA (METAZOA)

NOMENCLATURA BINOMIAL PARA ESPÉCIES

LATIM

EPÍTETO GENÉRICO HOMO SAPIENS EPÍTETO ESPECÍFICO


s
EM DESTAQUE (ITÁLICO OU NEGRITO)
a
i

o
l

60

VÍRUS

COMPETÊNCIA(s) 4

CN AULAS 3
formados por uma cápsula capsídeo, com diversas
E4 proteica bastante complexa, subunidades, os
que apresen ta uma região proteicas em sua extremidade
HABILIDADE(s)
denominada cabeça, com
16
Capsídeo: Proteínas virais específicas formato poligo nal, envolvendo
Envelope: Membrana bimolecular
uma molécula de DNA, e uma
de lipídeos e proteínas
específicas do vírus região de nominada cauda,
com formato cilíndrico, livre. Colar
DNA viral contendo fibras
H (Hemaglutina)

N (Neuraminidase)
1. Introdução
Os vírus estão no limite entre
Vírus da Influenza a um ser vivo e a matéria bruta.
(Vírus envelopado) Eles não possuem célula, a
unidade básica de vida, mas
O vírus é uma partícula basicamente proteica con seguem se multiplicar
quando infectam outra célula,
algo que uma matéria sem vida
não é capaz de fazer. Por isso
são alvo de discussão, sendo
que alguns autores os
consideram seres vivos, e
outros, não.

2. A estrutura do Placa basal

vírus
Cabeça

que pode infectar organismos vivos Os vírus medem entre 0,03 µm


Os vírus que mais se e 0,3 µm (cerca de dez a cem
diferenciam dessa estrutura vezes menor do que as
bactérias) e são formados por
são os bacteriófagos, que Fibra da cauda
uma cápsula proteica, o
infectam bactérias. Eles são
moléculas de proteínas virais, específicas
para cada
s

a
i

tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios. g

o
l

capsômeros. Apresentam material genético


n

que pode ser constituído por DNA nos Além dos tipos já citados, os vírus podem ser
chamados desoxirribovírus, por RNA nos classificados e

ribovírus ou por ambos no caso dos t

citomegalovírus.
s

de outras formas, como pelas enzimas que


O capsídeo, juntamente com o ácido nucleico apresentam
que ele en volve, é denominado u

nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados e

apenas por essa estrutura e são chamados − como os retrovírus, ribovírus que apresentam a
de não envelopados, enquanto outros enzima
possuem um envoltório ou envelope externo
A

ao nucleocapsídeo e são denomina dos vírus


E

transcriptase reversa − ou pela sua transmissão −


encapsulados ou envelopados.
c
Esquema de um Bacteriófago.
o
O envelope é formado por duas camadas m
de lipídios, derivadas da membrana o
plasmática da célula hospedeira, e por
o não apre
s
R

Proteínas
virais especí cas

Capsídeo: Proteínas
virais especí cas

sentam essas propriedades e permanecem


inertes, capazes
Adenovírus
DNA viral
U

arbovírus, transmitidos por artrópodes.


A

3. Reprodução
M

até de cristalizar-se, como alguns minerais. Por


isso, são

Quando estão no interior das células, os vírus


apresentam
L

(Vírus não envelopado)


OV

algumas propriedades dos seres vivos. Fora delas,

61
considerados parasitas intracelulares
Os vírus apresentam proteínas externas com
obrigatórios, o que significa que se
encaixes es pecíficos para as proteínas da
reproduzem apenas pela invasão e
superfície da célula que pode ser sua
possessão do controle da maquinaria de
hospedeira. Após o encaixe entre ambas, a
autorreprodução celular. O termo vírus
entrada na célula pode ocorrer por meio de:
refere-se, geralmente, às partículas que
infectam eucariontes, enquanto o termo - fusão entre o envoltório viral e a membrana
bacteriófa plasmática, seguida da liberação do material
go, ou fago, descreve aqueles que infectam genético no interior da célula, como ocorre
procariontes. Há ainda aqueles que infectam com o HIV;
apenas fungos, denomina dos micófagos. - injeção do material genético viral na célula,
Os vírus carregam uma pequena quantidade deixando a cápsula do lado de fora, como os
de ácido nuclei co (seja DNA, RNA ou os bacteriófagos;
dois), sempre envolto pelo capsídeo. As - endocitose, como o Influenza.
proteínas que compõem o capsídeo são
específicas para cada tipo de vírus. São as Após invadir a célula, os bacteriófagos, que
moléculas de proteínas virais que são vírus de estrutura complexa,
apresentam dois ciclos reprodutivos: o ciclo
determinam qual tipo de célula o vírus pode
lítico e o lisogênico.
infectar.
No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, que
tem suas funções normais interrompidas célula invadida. Uma vez infectada, a célula
devido à presença do áci do nucleico do continua com suas funções normais, como
vírus (DNA ou RNA). Ao mesmo tempo em reprodução e ciclo celular. Ao realizar a
que o vírus é replicado, ele comanda a divisão celular, o DNA da célula sofre duplica
síntese das proteínas que irão compor o ção, juntamente com o DNA do vírus que foi
capsídeo. Os capsídeos or ganizam-se e incorporado. Em seguida, os materiais
envolvem as moléculas de ácido nucleico, genéticos são divididos igual mente entre as
produzindo, então, novos vírus. Ocorre, células-filhas. Assim, uma vez infectada,
assim, a lise, ou seja, a célula infectada se
uma célula começará a transmitir o vírus
rompe e os novos bacterió fagos são
sempre que se multiplicar, e todas as novas
liberados. Os vírus que se reproduzem dessa
células também estarão in fectadas. Os
maneira em organismos multicelulares
causam sintomas que aparecem sintomas causados por um vírus de ciclo li
imediatamente. sogênico demoram para aparecer em um
organismo mul ticelular, e suas causas
No ciclo lisogênico, ao invadir a célula tendem a ser incuráveis. É o caso da AIDS
hospedeira, o vírus incorpora seu próprio (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida –
DNA ao da célula infectada, fazendo com em português: SIDA) e da herpes.
que o DNA viral se torne parte do DNA da
O bacteriófago injeta DNA na
bactéria
As vezes, um profago se solta do
DNA cromossomo bacteriano,
iniciando um ciclo lítico

(lise), liberando novos


vírus

Cromossomo
bacteriano
DNA viral
A bactéria se rompe
n

Ciclo Lítico Ciclo Lisogênico t

a
i

o
l

o
A bactéria se reproduz, copiando o profago e
e

AZE
R

UT
OU
Prófago
transmitindo às
descendentes

D O DNA viral se duplica. Há produção de


S

AI
proteínas virais, que, reunidas ao DNA,
C constituem novos bacteriófagos
A
N O DNA do bacteriófago liga- se ao
N

A
ÊI

C
cromossomo bacteriano (profago)

Uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não lisogênica e iniciar o ciclo lítico sob determinadas condições

naturais
1

E
e artificiais, como radiações ultravioleta, raios-X ou determinados agentes químicos.
M

62

VIVENCIANDO
Atualmente, uma aplicação importante dos vírus ocorre na área de biotecnologia. O
bacteriófago é um tipo específi co de vírus que infecta bactérias, utilizando-as como vetor
para a transmissão de material genético para uma célula. Esse processo está envolvido
na produção de insulina in vitro por bactérias.
plantas conta minadas crescem menos do
que as sadias, além de apare cerem
manchas em folhas, flores e frutos. Os
mecanismos de transmissão dos vírus são
diversos e podem ocorrer por
meio de agentes, como verme, fungo ou
4. Processos de insetos – no mo mento em que eles se
alimentam e vão de planta em planta –, ou
manifestação viral através do pólen e das sementes contendo
Os processos variam de acordo com o ácido o vírus. Outro mecanismo é a difusão
nucleico (RNA ou DNA): mecânica, na qual o vírus cristalizado se
instala nos vegetais devido à manipulação
▪ Quando o material genético for DNA. realizada pelo homem. O vírus do mosaico
O DNA viral passa por uma transcrição, do tabaco, por exemplo, é transmitido por
sintetizando várias moléculas de RNA difusão mecânica.
traduzidas em uma proteína. É o caso dos
vírus da varíola, da hepatite e da herpes.

▪ Quando o material genético for o RNA.


A ação viral pode ocorrer de duas maneiras,
dependendo do vírus.
Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais
RNA tradu zido em proteínas pelo maquinário
da célula hospedeira, como o vírus da gripe,
da poliomielite e da raiva. É possível
visualizar as manchas causadas pela doença do mosaico.
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por Um dos vírus de plantas mais estudados é o
meio de uma enzima denominada vírus do mosaico do tabaco (TMV). Isso
transcriptase reversa. A partir desse ácido ocorre por causa da sua organização
nucleico, incorporado ao material genético da simplificada e da compreensão de seu ci clo
célula parasitada, são produzidos vários RNA de vida. Inicialmente estudado pelo cientista
traduzidos em pro Wendel Stanley (1904-1971), ele provoca o
teínas que atuam no controle metabólico do aparecimento de manchas de coloração
hospedeiro, como o vírus da AIDS. esverdeada ou amarelada na su perfície das
folhas.

5. Viroses
s

As videiras (Vitis spp.) apresentam cerca de 50


doenças de a

5.1. Vírus de plantas


i

o
l

Os vírus, em grande parte compostos de origem viral. Essas doenças atingem as folhas
RNA e não en velopados, provocam a (causando o

maioria das doenças vegetais. Por volta de n

400 tipos de vírus afetam a fertilidade das


e

enrolamento das bordas foliares), causam


plantas economicamente importantes. manchas e ne t

Em geral, a consequência mais comum da s

ação desses ví rus está relacionada ao u

desenvolvimento do vegetal. Ocorre uma crose (apodrecimento de tecidos) de nervuras,


queda na taxa metabólica, ou seja, as entre outros s

e
s
efeitos que podem ocasionar o não
amadurecimento das h
A

E
u
uvas e o definhamento progressivo da planta.
C

U
manos podem ser afetados por alguma infecção
T

A
viral. Veja
N 1

5.2. Viroses humanas A


a seguir as viroses humanas mais frequentes,
D c
o
S

C
m
Diversas doenças que atingem os seres humanos
d
são cau N

Ê
e
I

sadas por vírus. Praticamente todos os tecidos e s


t
ó
a
r M
U

g que para os mecanismos de transmissão e a


prevenção.
ã L

o
V

63
5.2.1. Principais viroses que humana não apresenta anticorpos e que são
mais trans missíveis. De acordo com a
atingem transmissão entre os países e a taxa de
os seres humanos contaminação da doença, configuram
1. Gripe: causa coriza, tosse, espirros, pandemias como a da Gripe H1N1 que
mal-estar, fraqueza, dores musculares e de ocorreu em 2009.
garganta. É transmitida por gotí culas de Além da vacinação, medidas de higiene
saliva suspensas no ar. A gripe é provocada pessoal simples também atuam na
pelo vírus Influenza, da família dos prevenção da doença, como lavar as mãos
ortomixovírus. Possui três subtipos: A, B e constantemente e cobrir a boca ao tossir ou
C; sendo os subtipos A e B os mais fre espirrar.
quentes entre seres humanos. 2. Hepatite: a contaminação por hepatite A
Dado que os vírus Influenza se modificam ocorre por meio da ingestão de água e
constantemen te, não existem fármacos alimentos que contêm o vírus. Já as
hepatites B e C podem ser contraídas
100% eficazes a serem utiliza dos no
através de relações sexuais desprevenidas
tratamento da doença. De acordo com as
e do uso de objetos con
reco mendações da Organização Mundial da
taminados por sangue que contenham o
Saúde (OMS),
vírus. Apesar de apresentar outros
são desenvolvidas anualmente variadas sintomas, o principal órgão afetado pela
vacinas contra os tipos virais da gripe que hepatite é o fígado.
ocorreram com maior frequência no ano
anterior, protegendo as pessoas vacinadas 3. Herpes: suas formas de transmissão são
com eficácia considerável. As vacinas são o contato direto ou com objetos
recomendadas para pessoas com 60 anos contaminados. Manifesta-se por pequenas
de idade ou mais, portadores de doenças feridas na pele ou mucosas. Quando afeta a
s

crônicas ou imunocomprometidas e
a
i

profissionais da saúde. Essas modificações, região genital, é chamada de herpes genital,


que ocorrem no material genético, podem sendo consi
gerar vírus para os quais a população
o

o
n
contaminadas, desencadeia, em um pri meiro
derada uma infecção sexualmente momento, febre, tosse, corrimento nasal,
c
transmissível. sensibilida de à luz e conjuntivite.
Posteriormente, esses sintomas se
e

a
acentuam e surgem manchas vermelhas pelo
u

corpo. Apre senta vacina distribuída pelo


4. Poliomielite: é transmitida por gotículas de
saliva, Ministério da Saúde.
s

e
8. Varíola: é transmitida pelo uso de objetos
contamina dos, pelo contato com secreções
ingestão de água ou alimentos contaminados. Em
das feridas de pessoas doentes e, o mais
casos
A

Z
comum, por gotículas de saliva. Acre dita-se
E
que, devido ao uso da vacina, foi erradicada
graves, afeta o sistema nervoso e as musculaturas, do mundo. Causa grandes e numerosas
R
o que feridas pelo corpo, além de febre, fadiga e
U

T
dores. Pode levar à morte.
gera o quadro de paralisia infantil quando atinge 9. Catapora: transmitida principalmente pela
A
crianças. saliva ou contato com objetos contaminados.
N
Causa pequenas e numerosas feridas
Apresenta vacina distribuída pelo Ministério da espalhadas pelo corpo e que provocam
Saúde. bastante desconforto devido à coceira
A

D
excessiva. Pode causar febre e dor de
S cabeça. Apresenta vacina distribuída pelo
A

Ministério da Saúde.
5. Raiva: embora possa ser transmitida pela
arranhadura 10. Caxumba: semelhante à catapora, a
caxumba pode ser transmitida pela saliva.
I

N
Ela causa inflamação da paró tida e outras
e lambedura de mucosas por um mamífero glândulas salivares, podendo se alastrar pelo
Ê
infectado, sua corpo e infectar testículos, ovários, pâncreas
e cérebro. Causa febre e, em alguns casos,
I

principal forma de transmissão é por meio da meningite. Apresenta va cina distribuída pelo
mordida. São Ministério da Saúde.

1
11. Dengue: há quatro subtipos de vírus que,
conhecidos poucos casos de transmissão entre de modo geral, causam os mesmos
humanos, sintomas, como febre, dores de cabeça,
E

M
dores nas juntas, dores nos olhos e manchas
ocorridos por transplante. Afeta principalmente o avermelhadas pelo corpo. O agravante é que,
sistema depois de um segundo episódio de dengue
U

L
(por subtipo diferente), a manifestação dos
nervoso, podendo ser fatal sem o atendimento sintomas ocorre com mais severidade,
médico podendo levar à dengue hemorrágica.
O

V
Geralmente, epi demias da doença ocorrem
adequado a tempo. Há vacinas e são no verão devido aos períodos chuvosos, que
ministradas para os animais. geram ambientes propícios à proliferação do
vetor da doença, a fêmea do mosquito Aedes
6. Rubéola: a transmissão ocorre pelo aegypti.
contato direto com pessoas contaminadas
ou por meio de gotículas de saliva. Causa 12. Febre chikungunya: também é
febre, aumento dos linfonodos na região do transmitida pela fêmea do mosquito Aedes
pescoço e manchas vermelhas espalhadas aegypti. Além disso, pode ser transmitida de
pelo corpo. Também pode causar dor nas mãe para filho. Na fase aguda, podem
articulações, dor de cabeça e conjuntivite. ocorrer febre alta, dores de cabeça, dores
Apresenta vacina distribuída pelo Ministério musculares, manchas na pele, conjuntivite e
da Saúde. intensas dores nas arti
7. Sarampo: transmitida principalmente por culações (mais característico), que podem
gotículas de saliva de pessoas persistir por um longo período.
64
13. Febre por zika vírus: pode ser anteriormen
assintomática ou apre sentar febre, dores de te, ficavam apenas entre populações animais
cabeça, dores leves nas articulações, silvestres. Os principais sintomas são febre,
erupções cutâneas, conjuntivite, entre outros. dores de cabeça e ab dominais, náusea,
Ainda que os sintomas demorem a passar, conjuntivite e hemorragias internas e
casos graves são raros. A trans missão externas. Em casos graves da doença, é
também ocorre pela picada da fêmea do possível obser var o paciente com
mosquito Aedes aegypti. sangramentos pelo nariz, boca e até mesmo
O zika vírus vem sendo relacionado a casos pelos olhos.
de microcefalia em recém-nascidos, Por ainda não existir um tratamento
caracterizada pelo perímetro cefálico menor específico, os médicos normalmente
que o normal para a idade. Isso se deve a realizam uma terapia com o intuito de au
transmis são da mãe para o feto e as mentar as defesas do corpo, já que o sistema
possíveis sequelas ainda estão sendo imune tam bém é afetado pelo vírus. Além
estudadas. disso, são fornecidos soro intravenoso, para
evitar a desidratação, e medicamentos que
14. Febre amarela: apresenta dois ciclos: o
reduzem a dor e a febre. Apesar de ser uma
urbano, entre humanos, e o silvestre, entre
doença
primatas não huma nos. O Aedes aegypti é o
com alta letalidade, já existem casos de
vetor no ciclo urbano, enquanto o mosquito
cura. Quanto mais cedo se iniciar o
do gênero Haemagogus é responsável pela
tratamento, maiores as chances de um
transmissão no ciclo silvestre. Causa febre,
paciente sobreviver.
pele amarela da, desidratação e afeta o
É fundamental que os pacientes
fígado, além de afetar outros órgãos e poder
ser fatal. Apresenta vacina distribuída pelo diagnosticados com a do ença fiquem
Ministério da Saúde. isolados, para evitar a proliferação. É impor
tante também desinfetar a casa com cloro e
desfazer-se de alguns objetos pessoais do
A fêmea do mosquito Aedes aegypti é paciente, uma vez que eles também podem
hematófaga e, como vimos, responsável conter o vírus. Atualmente, vacinas e me
pela transmissão de diversas doenças. dicamentos estão em fase de testes e
Assim, a principal maneira de prevenção, alguns têm demons trado resultados
co mum a todas essas enfermidades, é por satisfatórios em primatas.
meio da elimi nação de criadouros do 16. AIDS: conhecida também por Síndrome
mosquito. da Imunode ficiência Adquirida, é provocada
pelo vírus da imunodefi ciência humana
(HIV) e apresenta os subtipos 1 e 2. Pode
15. Ebola: doença altamente letal – mata
ser transmitida pelo contato com mucosas
aproximadamen te 90% das pessoas que a
corporais, áreas feridas do corpo de um
contraem. Entre 2013 e 2016, alguns países
indivíduo portador, esperma, se creção
africanos passaram por surtos dessa doença.
vaginal, leite materno ou sangue
Contraída pelo contato direto com pessoas e
contaminado pelo vírus. A principal via de
outros animais contaminados, sua infecção
transmissão é o contato sexual (ge nital,
ocorre através dos fluidos corpo rais – como
anal ou oral) e também pode ser transmitida
suor, sangue, sêmen, saliva, vômitos, fezes e
para o feto durante a gestação e pelo uso
uri na – e pelo consumo de carnes de
de objetos perfurocor tantes contaminados.
animais contaminados. As crenças locais
Como seu próprio nome indica, o vírus enfraquece
contribuem para o aumento de casos na
o siste ma imunológico (responsável pela defesa
África. Um exemplo são os funerais
do organismo) atacando os glóbulos brancos e
tradicionais nos quais o corpo da pessoa
reduzindo sua quantidade. Assim, o portador do
morta é lavado, o que contribui para
vírus está sujeito a adoecer com mais facilidade,
disseminação do vírus. Outro fator é a
inclusive por aquelas doenças que não apresen
destruição dos ecossistemas naturais que
tariam sintomas graves em pessoas com boa
expõe as populações humanas a vírus que,
imunidade. Após 2 a 4 semanas, surgem os exercer suas atividades normalmente se utilizar o
primeiros sintomas que começam com uma medica
fraqueza geral e desenvolvem para fe bre,
A

manchas na pele (sarcoma de Kaposi), calafrios e


E

gân glios nas axilas, virilhas e pescoço. Com mento de forma contínua. U

avanço da doença, doenças oportunistas se T

manifestam, como tuberculose e pneumonia, o É importante ressaltar que o compartilhamento de


que pode levar a morte. Felizmente, hoje em dia obje N

os portadores do vírus têm maior expectativa de A

vida graças a terapia antirretroviral (TARV), tos ou contato direto, como cumprimentar e
oferecida gratuita mente pelo SUS. Ela é capaz de abraçar, não
D

controlar a multiplicação do vírus e, S

consequentemente, reduzir a destruição dos gló transmitem a doença. A principal prevenção é o


bulos brancos. Com isso, a AIDS deixou de ser uso de
encaradas
A

como uma moléstia fatal para transformar-se em


C

doença a
camisinha em todas as relações sexuais, assim
i

como uma
g
Ê
o
I
l

crônica passível de controle. o

n
rotina de exames médicos com testes para ISTs.
c

e
Além dis 

Embora a medicação possa provocar efeitos 1

colaterais, so, materiais cirúrgicos nunca devem ser


compartilhados.
t

a
E

atualmente a maioria das pessoas contaminadas


M

pode s
L

V
e

65
5.3. Vírus HIV hospedeiro, o que o torna suscetível a
qualquer infecção opor tunista, como uma
O HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) simples gripe, que pode levá-lo à morte.
pertence a uma família de retrovírus de Para que o genoma viral consiga invadir as
mamíferos (lentivírus) que causam infecções células hospedei ras, ele apresenta três
crônicas persistentes no hospedeiro. O HIV, importantes fases de leitura e infecção
dife rentemente do herpes vírus, multiplica-se celular determinadas pelos seguintes genes
constantemente no hospedeiro, apesar de estruturais:
algumas células apresentarem vírus em
▪ Gag – codifica uma poliproteína,
estado latente. Os seres humanos e os
necessária para que haja a liberação de
primatas são os únicos hospedeiros naturais
proteínas virais estruturais;
do vírus HIV.
▪ Pol – superpõe a gag, codificando três
Existem duas grandes famílias de vírus HIV:
atividades enzi máticas: DNA-polimerase
o HIV-1, que causa infecções em primatas
ou transcriptase reversa, pro tease e uma
não humanos, os símios, en contrados na
integrase, todas necessárias ao processo
África ocidental; e o HIV-2, que se subdivide de invasão celular do vírus à célula
em, pelo menos, cinco grandes subfamílias e hospedeira; e
causa a infec ção na população humana pelo
mundo. ▪ Env – codifica a proteína transmembrana
do envelope responsável pela fixação da
O HIV tem como alvo celular os linfócitos
entrada do vírus na célula.
T-CD4, responsáveis pela proteção do
organismo contra agentes infecciosos. Ele Todos os tratamentos são associados à
utiliza essas células e todo o maquinário supressão da repli cação do vírus e à
celular para repro duzir-se, causando a repleção das células CD4 periféricas. De
destruição do sistema imunológico do acordo com o Department of health and
human services, 2010, nas diretrizes para o cruzada na hora do parto. Duran te a
início de tratamento nos EUA, de vemos gestação, o bebê está protegido da
encontrar valores de CD4 menores que 350 contaminação pelo HIV por causa da
cel/mm3. placenta, mas, no momento do nascimento,
o neonatal corre riscos de contaminação de
O tratamento das gestantes é fundamental
para que não ocorra a contaminação
Envelope RNA
antirretrovirais, pois, de alguma
lipídico maneira não eluci dada, o
material genético integrado à
célula hospedeira se
encontra quiescente em células T
e, a qualquer momento, poderá
ser ativado, caso seja suspenso o
uso do coquetel.

Capsídeo Transcriptase
Além dos tratamentos para os
reversa infectados, há dois tipos de
medicamentos antirretrovirais,
disponibilizados gratuitamen te
Esquema do vírus HIV. pelo SUS: o PEP - Profilaxia
Esquema do vírus HIV. Pós-Exposição para pessoas
vido ao contato com o sangue da que tiveram um possível ou
s

a
mãe. confirmado contato com o vírus -
i

o
Diversos estudos indicam a baixa e o PrEP - Profilaxia
probabilidade de erradi cação do Pré-Exposição para uso
l

vírus do organismo contaminado preventivo de populações


n

t
pelo uso de co quetéis vulneráveis a contaminação pelo
s

a
vírus.

u
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
s

No contexto histórico, como na Revolta da Vacina de 1904, aplicam-se os conhecimentos sobre doenças
A
virais, uma
D

vez que a febre amarela e a varíola faziam parte dessa “campanha de vacinação”. A campanha de
S
vacinação foi
A

obrigatória, e, embora seu objetivo fosse positivo, ela foi realizada de forma violenta e autoritária. Em vários
C
casos,
N

os agentes sanitários invadiam as casas para vacinar as pessoas à força, o que provocou
a revolta. Essa rejeição em C

ser vacinado ocorria porque grande parte da população não compreendia o que era a vacina e temia seus
efeitos.
1

M
U

66
utilizado contra antígenos mui to agressivos e
que se manifestam muito rápido. Exige que
o vírus seja isolado e que, por biotecnologia,
o anticorpo seja produzido em grande
escala. Funciona melhor contra bactérias ou
venenos de certos animais, como as cobras.

multimídia: vídeo RESUMO DAS VIROSES

Fonte: Youtube Doença Transmissão


Por que pra algumas pessoas o vírus Catapora Contato da pele com as bolhas ou pelo
é leve? | Coronavírus #37 (varicela) ar que con tenha o vírus Varicela zoster.

Caxumba Por gotículas de saliva expelidas pelo


Na literatura médica existem controvérsias (paro doente que contenham o
ao conside rar a AIDS uma doença crônica, tidite Paramyxovírus sp.
infecciosa
devido a sua comple xidade, aos riscos )
envolvidos, à alta taxa de mutação e à
adesão ao tratamento pelos pacientes, o que Citomegalia Vertical (placentária), amamentação
materna, sexual, de pessoa para
pode originar novas gerações virais pessoa e por transfusão sanguínea.
resistentes aos métodos terapêuticos
existentes. Dengue Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
aegypti ou Aedes albopictus.

5.4. Imunização Dengue


hemorrágica
Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
aegypti ou Aedes albopictus (tigre
asiático). Ocorre quando um indivíduo
Uma das opções para a prevenção de que teve um tipo de vírus da dengue
algumas dessas doen ças viróticas é a recebe outro vírus diferente, também da
vacinação, processo de imunização ativa dengue.

que consiste na inoculação de antígenos Febre Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
mortos ou enfraque cidos que estimulam a chikungunya aegypti e Ae des albopictus, os mesmos
produção de anticorpos no organismo. que transmitem o vírus da dengue e da
febre amarela.
Essa primeira produção de anticorpos –
imunização primária – é lenta e pequena. O Febre por O Aedes aegypti infecta-se com o Zika
segundo encontro com o antígeno de Zika vírus vírus toda vez que ele pica uma pessoa
ou macaco previamente infectado.
sencadeará a imunização secundária, que é Assim como ocorre na dengue e na
rápida e produz grande quantidade de febre amarela, o mosquito não torna-se
imediatamente um transmissor do vírus.
anticorpos. Quando o vírus possui uma taxa Depois de ser contraído pelo mosquito,
de mutação muito alta, como é o caso da o Zika vírus ainda precisa de cerca de
gripe, o processo é menos eficaz, pois o 10 dias para multiplicar-se e migrar do
sistema digestivo para as glândulas
antígeno sofre muitas alterações. salivares do Aedes. Só a partir desse
momento é que o mosquito passa a ser
capaz de transmitir o vírus durante a
picada.

Febre aftosa Via respiratória, inalando o Aphthovirus


sp.

Febre Picada da fêmea dos mosquitos


amarela Haemagogus sp. ou Sabethes sp.
silvestre contendo o Flavivirus sp.

o processo de vacinação e a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo. Febre Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
amarela aegypti ou Aedes albopictus contendo o
O processo de imunização passiva, urbana Flavivirus sp.
denominado sorolo gia, consiste na
Febre hemor Por meio de secreções corpóreas e
inoculação de anticorpos prontos para rágica do sangue contami nado pelo Filovirus sp.
inativarem os antígenos estranhos que estão ebola
atuando no organismo. É normalmente
Gripe Contato com o ar contaminado pelo
Mixovirus influenzae. (SIDA ou
AIDS, em
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos inglês)
contendo o Han tavirus sp.
Varíola Contato com as secreções das vias
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, respiratórias, com as lesões da pele,
transfusão sanguínea. das mucosas e com os objetos de uso
do doente.
Herpes Contato íntimo com indivíduo
transmissor, a partir de superfície
mucosa ou de lesão infectante
contendo, por exemplo, o Herpes s

simplex.
a
i

Mononucleos Contato íntimo de secreções orais l

e (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, n

da família Herpesviridae. c

Papiloma Vertical (placentária); ato sexual; o s

(condiloma) agente etiológico é o HPV. u

Poliomielite Contato direto com secreções faríngeas


e

(paralisia de doentes. A

infantil)
Z

Hidrofobia Por meio da saliva de animais doentes. U

(raiva) A

Resfriado Contato com o ar contaminado pelos A

vírus sincicial respiratório, D

parainfluenza ou rinovírus. S

Rubéola Por meio de gotículas de muco e saliva C

ou pelo con tato direto com as N

secreções do nariz.
Ê

Sarampo Por meio de gotículas de muco e saliva 

ou pelo con tato direto com as 1

secreções do nariz. E

Síndrome da Ato sexual sem preservativo, seringa U

imunodefici contaminada, transfusão sanguínea, via L

ência vertical (placentária). O

adquirida

67

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 16

Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos


biológicos ou na organização ta xonômica dos seres vivos.

A compreensão de assuntos correspondentes à saúde pública e a doenças comuns


no território brasileiro é co mumente cobrado no Enem. Entender como o ambiente
molda esses processos biológicos associando isso ao aumento no número de casos
ao longo dos anos é fundamental para a resolução da questão.

MODELO 1

(Enem) A partir do primeiro semestre de 2000, a ocorrência de casos humanos de


febre amarela silvestre extrapolou as áreas endêmicas, com registro de casos em
São Paulo e na Bahia, onde os últimos casos tinham ocorrido em 1953 e 1948. Para
controlar a febre amarela silvestre e prevenir o risco de uma reurbanização da
doença, foram propostas as seguintes ações:
I. Exterminar os animais que servem de reservatório do vírus causador da doença.
II. Combater a proliferação do mosquito transmissor.
III. Intensificar a vacinação nas áreas onde a febre é endêmica e em suas regiões limítrofes.
É efetiva e possível de ser implementada uma estratégia envolvendo a(s) ação(ões)
a) II, Apenas.
b) I e II apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O vírus da febre amarela possui um agente transmissor, o mosquito Aedes aegypti,


que transmite o vírus em regiões urbanas. Impedir a reprodução do mosquito é
uma das estratégias mais eficazes no com bate a essa transmissão, pois diminui a
população do agente transmissor. Além disso, já está disponível uma vacina contra
o vírus, sendo eficaz no sentido de combater o vírus no organismo, além de impedir
a infecção dos mosquitos transmissores.
s

a
i

o
RESPOSTA Alternativa D
l

68

DIAGRAMA DE IDEIAS
COMPOSIÇÃO

PODEM SER:

VÍRUS
RIBOVÍRUS
CAPSÍDEO
CLASSIFICADOS EM:

ENVELOPADOS
NÃO ENVELOPADOS MATERIAL GENÉTICO
(DNA OU RNA) MATERIAL GENÉTICO RNA
RNA DNA
DESOXIRRIBOVÍRUS
MATERIAL GENÉTICO DNA
ACELULARES
RETROVÍRUS
MATERIAL GENÉTICO RNA
DEPENDENTES DO
“MAQUINÁRIO” CELU LAR CICLO LISOGÊNICO
PARA REPRODUÇÃO,
PARASITAS INTRACELU
LARES OBRIGATÓRIOS
ENZIMA TRANSCRIPTASE
REVERSA
CICLO LÍTICO
PRODUÇÃO DE NOVOS VÍRUS a

MULTIPLICAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO s


a
i

1
g

o
l E

o
M
n

U
c

e L

t
O

s V

69
a vida (como o ciclo do nitro gênio ou do
carbono) seriam interrompidos. Na situação
inversa, os procariontes continuariam
sozinhos, como ocor reu durante mais de 2
bilhões de anos.
REINO MONERA
1.1. Bactérias:
características gerais
As bactérias possuem células esféricas ou
em forma de bastonetes curtos com
tamanhos variados, entre 0,3 µm e 3 µm. Na

CN AULAS
maioria das espécies, a proteção da célula é
feita por uma camada extremamente
resistente, a parede celular. Abaixo, existe

5E6 uma membrana citoplasmática que delimita


um único compartimento contendo DNA,
todos os restantes também não existiriam, RNA, proteínas e pequenas moléculas.
pois os ciclos dos químicos essenciais para
interior celular aparece com O único organoide são os ri
COMPETÊNCIA(s) 4 e 8 uma matriz de textura variada, bossomos, que, espalhados no
HABILIDADE(s) 16 e 29 sem, no entanto, conter es interior da célula, conferem
Na microscopia eletrônica, o truturas internas organizadas. essa textura granular.
que envol
1. Bactérias e t
c

cianobactérias s

ve o material genético (envoltório nuclear ou


Os microrganismos conhecidos como a
carioteca).
bactérias vivem na Terra há cerca de 3,8
u

bilhões de anos, existindo evidências de e

que tenham sido os ancestrais de todas as De forma geral, a célula é minúscula e apresenta
formas de vida na Terra. Com efeito, há A
estrutura
cerca de 1,5 bilhões de anos, eram as Z

únicas formas de vida no planeta. formada por uma parede celular que envolve a
As bactérias podem ser encontradas em R
membrana
todos os meios: ar, água, solo ou mesmo no
U

interior de outros organismos. Isso se deve plasmática e o citosol. Possui apenas um tipo de
a sua enorme diversidade, de forma que há A
organoide, o
espécieis que suportam grande pressões, N

temperaturas ele A

ribossomo, no qual ocorre a síntese de


vadas, concentrações osmóticas mortais
proteínas.
para outros orga nismos e valores de pH D

radicais.
S

Assim como os eucariontes, todos os Apresenta um único cromossomo constituído por


procariontes atuais são o resultado de C
uma molé
milhões de anos de evolução, estando per N

feita mente adaptados aos seus habitats, cula gigante de DNA unida pelas extremidades
portanto, nenhum deles pode ser chamado I
(DNA circular),
de primitivo. C

i
a
ocupando a região da célula conhecida por
nucleoide.
g

Por ser procarionte, a célula bacteriana não possui 

o
núcleo ver 1

E
l

Embora algumas espécies sejam patogênicas, a


o

dadeiro, uma vez que não apresenta a membrana maioria é


M

U mutações e pela ação da seleção natural, de


essencial à vida. Caso esse reino desaparecesse forma a utilizar novos tipos de açúcar como
L
da Terra, fonte de carbono e de energia. Na na tureza,
O as bactérias vivem em uma enorme
variedade de nichos ecológicos e mostram
V

As bactérias podem se multiplicar com uma riqueza corresponden te na sua


rapidez, simples mente se dividindo por composição bioquímica básica. Dois grupos
fissão binária. A rápida reprodução é uma de bactérias distantemente relacionados são
estratégia de sobrevivência e perpetuação da reconhecidos. As eubactérias, que são os
es pécie no meio em que vivem, onde, em tipos comuns encontrados na água, no solo
geral, há grande disponibilidade de alimento. e nos organismos vivos maiores, e as
Em condições adequadas, uma simples arqueobactérias, que são encontradas em
célula procariótica pode dividir-se a cada 20 ambientes re almente inóspitos, como
minutos, dando origem a 5 bilhões de células pântanos, fontes termais, fundo do oceano,
(número aproximadamente igual à salinas, vulcões, fonte ácidas, etc.
população humana da terra) em pouco
menos de 11 horas. Existem espécies bacterianas que utilizam
virtualmente qualquer tipo de moléculas
A habilidade em dividir-se rapidamente orgânicas como alimento, in cluindo açúcares,
possibilita que populações de bactérias se aminoácidos, gorduras, hidrocarbonetos,
adaptem às mudanças de ambiente. Sob polipeptídeos e polissacarídeos. Algumas
condições de laboratório, por exemplo, uma podem, também, obter seus átomos de
população de bactérias evolui dentro de carbono do gás carbônico e o seu nitrogênio
poucas se do N2.
manas a partir do surgimento de novas

70
1.2. A célula bacteriana: agrupam.

morfologia e estrutura cocos


isolados

Quanto a sua forma celular, as bactérias bacteriana evidenciando um plasmídeo.


podem ser classifi cadas em quatro grupos Cromossomo Bactéria bacteriano
Plasmídeo
básicos, como na imagem abaixo. Apesar de
serem unicelulares, algumas espécieis se

Espirilo

Plasmídeo bacteriano
Plasmídeo bacteriano
Formas de Bactérias
Formas de bactérias
Estreptococos Estafilococos
1.2.3.
Bacilos
Mesossomo
Vibrião

Os cocos são células esféricas que, quando Os espirilos são células espiraladas e,
agrupadas aos pares, recebem o nome de geralmente, apresen tam-se como células
diplococos; quando o agrupamen to constitui isoladas, assim como os vibriões, que são
uma cadeia de cocos, estes são células no formato de um bastão encurvado.
denominados estreptococos; em grupos
irregulares, lembrando cachos de uva,
recebem a designação de estafilococos. 1.2.1. Cromossomo
Os bacilos são células cilíndricas, em forma As bactérias apresentam um cromossomo
de bastonetes, em geral se apresentam circular, que é constituído por uma única
como células isoladas, porém, oca molécula de DNA circular, também chamado
sionalmente, podem-se observar bacilos aos de corpo cromatínico e que não apre senta
pares (diplobaci los) ou em cadeias proteínas associadas. É possível observar
(estreptobacilos). mais de um cromossomo numa bactéria em
fase de crescimento, uma vez que a divisão a
i

do cromossomo precede a divi são celular. O


terna e a membrana citoplasmática, encontra-se o
cromossomo bacteriano contém todas as espaço
informações necessárias à sobrevivência da o

célula e é capaz de autorreplicação.


o

periplasmático no qual está a camada basal.


1.2.2. Plasmídeo
c

No citoplasma de muitas bactérias, existem a

moléculas meno res de DNA, também


Ácido tecóico
s

circulares, cujos genes não codificam


de parede
e

características essenciais, porém podem Peptidoglicana


A

conferir vantagens seletivas à bactéria que E

as possui. Esses elementos extra U

cromossômicos, denominados plasmídios, A

são autônomos, ou seja, são capazes de A

autoduplicação independente da repli cação D

do cromossomo e podem existir em número


Parede celular
S

variável no citoplasma bacteriano. Observe a C


I

seguir a ultraestrutura N

Esse termo se refere a invaginações da C


I

membrana celular, que podem ser simples 

dobras ou estruturas tubulares ou Membrana


1

vesiculares. Diversas funções têm sido plasmática


E

atribuídas aos me sossomos, como papel na M

divisão celular e na respiração. U

1.2.4. Parede celular:


V

Proteína

Gram-negativas e Gram- 71
Parede celular bacteriana
positivas Gram-positivo

De acordo com a constituição da parede


celular, as bacté rias podem ser divididas
em dois grandes grupos:
▪ Gram-negativas: apresentam-se de cor
avermelhada quando coradas pelo
método de Gram.
Gram-negativo Gram-positivo
▪ Gram-positivas: apresentam-se de cor bactérias apresentando cor apresentam cor arroxeada avermelhada pelo
método de Gram
roxa quando coradas pelo método de
e apresentam um fotossistema simples. Ele
Gram.
permite captar a energia luminosa e disparar a
A parede das Gram-positivas é formada por transformação dessa energia em energia
uma só camada, enquanto a das química que será armazenada na forma de ATP
Gram-negativas é formada por duas cama e, em seguida, transformada em um carboidrato,
das. Entretanto, os dois tipos de parede como a glicose.
apresentam uma camada em comum,
situada externamente à membrana Abaixo, a ultraestrutura de uma cianobactéria nos
citoplasmática, que é denominada camada permite visualizar, dentro do citosol, membranas
basal e compos ta de peptídeoglicano, em empilhadas que formam os tilacoides, os quais,
especial a mureína. A segunda camada, por sua vez, contêm diver sos tipos de pigmentos.
presente somente na células das Inclusões

Gram-negativas, é denominada membrana


Parede celular
Membrana

externa. Entre a membrana ex s


Membrana plasmática Ribossomos fotossintética

externamente à parede cápsula. As cáp sulas


Diversas bactérias
1.2.5. Cápsula apresentam
celular uma camada são geralmente de
viscosa denominada natureza
polissacarídica, apesar Pigmentos
Envoltório viscoso

de existirem cápsulas
Cromatina

constituídas de
proteínas. A cápsula
constitui um dos
antígenos de superfície
das bactérias e Ultraestrutura de uma cianobactéri
sintetizantes. As bactérias fotossintetizantes, com
T
clorofila
A

específica, como as cianobactérias, conhecidas


antiga
A

relaciona-se com a virulência da bactéria, mente como “algas azuis”, utilizam gás carbônico
uma vez que a cápsula confere resistência e água
à fagocitose. S

para a realização da fotossíntese; ou as bactérias


1.2.6. Esporos sulfurosas
C

Quando os nutrientes bacterianos se tornam N

escassos, geral mente pela falta de fontes


Ê

púrpuras e as sulfurosas verdes, que, em vez de


de carbono e nitrogênio, algumas bactérias utilizar a
iniciam o processo de esporulação. A célula I

reduz sua atividade metabólica e o


endosporo é formado no interior dela. Ele é água, usam o ácido sulfídrico (H2S) em sua
altamente resistente ao calor, à dessecação 
fotossíntese.
e a outros agentes físicos e químicos, 1

podendo permanecer em estado latente por E

longos períodos e depois germinar, dando As bactérias fotossintetizantes apresentam um


início a uma nova célula vegetativa. Na M
pigmento
figura a seguir, é possí U

vel observar o processo de formação de disperso no hialoplasma, conhecido como


esporos em bactérias. s O
bacterioclorofila,
V

Nas quimiossintetizantes, ocorre uma reação


química es pecífica que libera energia
formando ATP e, em seguida, transfere-se
para a formação de carboidratos, como a
glicose. Entre as quimiossintetizantes, é
possível citar as nitrobactérias e
a nitrosomonas, que são comuns no solo e
Esporulação bacteriana participam da reciclagem do nitrogênio do
i

planeta.
g

o
l

c
As bactérias heterótrofas realizam digestão
extracorpó rea ao exocitarem enzimas
e
1.3. Nutrição digestistas. Quando se nu trem de matéria
t

s
orgânica morta, são conhecidas por de
compositoras ou sapróvoras, e, se utilizam
a

matéria viva,
s

As bactérias podem ser autótrofas ou são parasitas.


heterótrofas. As
Tanto nas autótrofas quanto nas heterótrofas,
a energia armazenada nos carboidratos
A

autótrofas incluem as fotossintetizantes e as poderá ser utilizada no metabolismo


E
quimios bacteriano para síntese (construção) ou de
R

U
gradação de substâncias necessárias à
manutenção ou reprodução desses consequência, menos ATP, mas o suficiente
organismos. para sua manutenção. Para cada tipo, um
resíduo diferente é formado: na fermentação
A degradação de carboidratos pode ocorrer
alcoólica, gás carbônico (CO2) e álcooletílico
de forma aeróbia (com a participação do
(C2H5 OH), e
oxigênio) ou anaeróbia (sem a participação
na fermentação láctica, ácido láctico
do oxigênio – respiração anaeróbica ou
(C3H6O3). No caso das bactérias
fermentação).
heterotróficas aeróbias, as enzimas
As bactérias anaeróbicas realizam processo presentes no mesossomo permitirão a
similiar à respi ração aeróbica, mas o aceptor degradação da gli cose (C6H12O6), liberando
final não é o oxigênio. Nes se processo, a energia para a formação de ATP, gerando
fermentação, ocorre menor degradação da gás carbônico (CO2) e água (H2O) como
glicose, maior formação de resíduos e, em resíduos.

72
1.4. Reprodução das bactérias ▪ Transdução: as moléculas de DNA são
A divisão binária, bipartição ou transferidas entre as bactérias através de
cissiparidade é a re produção assexuada vírus (bacteriófagos), que são usados
mais comum nas bactérias. Elas não como vetores (transmissores). Os vírus,
possuem reprodução sexuada; entretanto, ao se montarem dentro das bactérias,
podem realizar recombinações genéticas, ou podem eventualmente incluir pedaços de
seja, mistura de genes entre diferentes DNA da bactéria que lhes serviu de
indivíduos. Em certos casos, apenas uma hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o
bacté ria recebe o material genético (a vírus que leva o DNA bacteriano o
receptora) da outra (do adora). transfere junto com o seu. Se a bac
téria sobreviver à infecção viral, pode
passar a incluir os genes de outra
bactéria em seu genoma.
▪ Conjugação: o DNA é transmitido
diretamente da bactéria macho para a
bactéria fêmea através de mi croscópicos
BIPARTIÇÃO CONJUGAÇÃO

Formas de reprodução bacteriana tubos proteicos, chamados pili, que as


REPRODUÇÃO SEXUADA DE BACTÉRIAS
Formas de reprodução bacteriana
As bactérias multiplicam-se rapidamente, por bactérias “macho” possuem em sua
superfície.
bipartição assexuada, constituindo conjuntos
de clones que são de nominados colônias.
Parede celular Membrana plasmática TRANSFORMAÇÃO CONJUGAÇÃO
doador do
1
A célula se alonga e
o DNA é replicado.
plasmídeo

▪ Transformação: a bactéria absorve plasmídeo

moléculas de DNA dispersas no meio, transferência

provenientes de outras bactérias mortas.


de DNA livre da bactéria

bactéria morta gene de resistência


transferência
gene de resistência
A parede celular e a

começam a se dividir. 2 membrana plasmática


DNA (nucleoide)

da bactéria

bastérias recebendo
bactérias
os genes de resistência

os genes são inseridos no

do plasmídeo

Vírus
Transferência de genes
de resistência pelo bacteriógrafo
Paredes intermediárias se formam, separando
completamente as duas cópias de DNA.
plasmídeo ou no
cromossomo da bactéria
TRANSDUÇÃO

3 s

a
i

positores dos ecossistemas e possibilitam a


reciclagem da ma g

o
l

4 As células se separam. o

téria. Elas decompõem a matéria orgânica sem vida


e liberam
Essa grande capacidade reprodutora faz das n

bactérias um excelente material biológico


e

para a investigação genética, pois um


s

os resíduos dessa degradação para o solo ou a


elevado número de gerações surgidas em água. Esses a

pouco tempo possibilita alterações u

importantes no fundo genéti


resíduos correspondem à matéria inorgânica que
co dessas populações. funciona e

Na reprodução sexuada, ocorre a A

transferência de segmen tos de DNA de


Z

como nutrientes para os produtores do


uma célula doadora (macho) para uma cé ecossistema, como E

lula receptora (fêmea). R

Depois da transferência, ocorre a algas e plantas. T

recombinação entre o DNA recebido e o A

cromossomo bacteriano, originan do novas


Outro ponto a ser destacado é a participação
combinações de genes, que serão passadas
essencial
às bactérias-filhas. A

A passagem de segmentos de DNA entre


S

de bactérias na ciclagem do nitrogênio, essencial


bactérias pode ocorrer de modos diversos: para os
Não se identificou até hoje qualquer forma de A

reprodução assexuada em cianobactérias, o


C

produtores construírem aminoácidos e ácidos


que permite afirmar que as variações nas
nucleicos. As
populações derivam fundamentalmente de N

mu tações gênicas. I

bactérias são responsáveis por retirar o nitrogênio


1.5. Importância das bactérias do ar at C

As bactérias, assim como os fungos, são os


mosférico e permitir que seja fixado no solo (as
principais decom
bactérias 1
U

de nitratos. As cianobactérias fazem esse papel,


E

do gênero Rhizobium são fixadoras de nitrogênio) também, O

na forma M
V

73
nos ecossistemas aquáticos. Nesse papel de plasmídios, incorpo rá-los no seu genoma e
decomposição, pode-se destacar a possível gerar maior variabilidade, criando novas
competição estabelecida há mi lhões de anos proteínas capazes de inativar substâncias
entre fungos e bactérias. É conhecido o fato estranhas, como os antibióticos. Assim, são
de certos fungos desenvolverem substâncias necessárias elaborações periódicas de
que impedem o crescimento de bactérias. novos antibióticos, uma vez que a humani
Lembre-se de que o primeiro antibiótico dade tem selecionado linhagens resistentes
conhecido pelo homem foi a penicilina de bactérias.
extraída de um fungo do gênero Penicillium.
Cada vez mais, as bactérias são utilizadas
Nesse sentido, a resistência de linhagens de em tecnologia des tinada à humanidade. Há
bactérias a di versas substâncias derivadas tempos, elas são aplicadas na for mação de
de fungos é antiga. Essa com petição antibióticos e vitaminas, na produção de
evolutiva talvez se assemelhe a de um laticínios, na produção de vinagre, etc.
predador que, ao longo das gerações, Atualmente, são empregadas na
apresenta mecanismos e estra tégias para decomposição de lixo orgânico e produção
tornar sua caçada mais eficaz; de metano (combustível), na degradação de
paralelamente, a população de presas petróleo derramado no mar e na engenharia
desenvolve estratégias de fuga ou genética, processo no qual as bactérias re
camuflagem cada vez mais sofisticadas. cebem pedaços de DNA humano e são
induzidas a produzir proteínas humanas,
como a insulina, por exemplo.

VIVENCIANDO
As bactérias são capazes de utilizar os

“Para começar, quanto à nossa alimentação, as bactérias são amplamente utilizadas


para a fabricação de iogurtes, por exemplo. Você certamente já ouviu falar em
lactobacilos vivos, que estão presentes num produto de marca famosa. Mas de que
modo as bactérias atuam no iogurte? Bem, elas transformam o açúcar contido no leite
(lactose) em ácido láctico.
Desse modo, o leite torna-se azedo, mudando assim o seu pH. Isso faz com que a
proteína do leite se precipite, formando o 'coalho'. Mas, em matéria de alimentação, além
das bactérias que atuam no leite, há também aquelas que modificam o álcool etílico em
ácido acético, formando o vinagre, que tempera saladas e diversos pratos.”
(https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/bacterias-1-conheca-a-importancia-e-as-varias-utilidades-das-bacterias.htm)
tempo incorreto –, uma vez que pode
favorecer o surgimento de linhagens de
bactérias resistentes, dificultando a cura de
várias infecções.
2. Bactérias patogênicas i
s

As bactérias patogênicas são causadoras de A seguir, serão abordadas as principais doenças


doenças e os medicamentos utilizados no g
humanas
combate a elas são os antibi óticos; no l
o

entanto, seu uso não deve ser indiscrimina o

causadas por bactérias:


do – sem receita médica ou por períodos de n

c
O
e

t V

s
garganta e cavidades nasais. Pode causar
1.Cólera: causada pela Vibrio cholerae, é dor, febre e difi culdades de falar e engolir.
a
transmitida via Há vacinas para essa doença.
u

4.Disenterias bacilares: causadas por


s

água ou alimentos contaminados, crus ou diversas bactérias, como a Shigella e


e
malcozidos; a bac Salmonella. Essas bactérias são transmitidas
A pela ingestão de alimentos e água
contaminados. A desidrata ção, causada pela
Z

téria se aloja na parede intestinal e se multiplica,


provocando diarreia, pode causar quadros mais graves,
caso não seja tratada. Saneamento básico e
E

hábitos de higiene constituem as medidas


U

diarreia aguda.
T

A
práticas para evitar o contágio.
5.Febre maculosa: a Rickettsia rickettsii,
N

2.Coqueluche: causada pela Bordetella pertussis, parasita do carra pato-estrela, causa esse
A
causa fe mal. Causa febre alta, vômito, dores
musculares e de cabeça e manchas
D

bre, coriza, tosse seca e, em alguns casos, vômito. vermelhas pelo corpo. A do ença pode levar à
S
O contágio morte. Evitar caminhar em locais onde há in
A

I festação desses carrapatos ou, caso seja


é pelo contato com uma pessoa contaminada e há inviável, utilizar roupas adequadas, como
C
vacina e mangas longas, calça e bota, além de tratar
N os animais domésticos, são maneiras de se
evitar essa doença.
Ê

tratamento disponíveis.
6.Febre tifoide: causada pela Salmonella
C

thypi, provoca úlce ras intestinais, diarreia,


3.Difteria: causada pela Corynebacterium cólica e febre e pode ser prevenida pelo uso
1
diphteriae, é de vacinas e condições de saneamento
E básico satisfatórias.
transmitida pela inalação de gotículas oriundas do 7.Gonorreia: causada pela Neisseria
M
nariz e gonorrhoeae, é uma IST que provoca feridas
U

L
genitais, com sangramento, podendo
da boca de pessoas doentes. Libera toxinas que
afetam a

74
causar infertilidade. O contágio é feito por doença.
meio de sexo des protegido e por transmissão
10. Meningite meningocócica: Neisseria
da mãe para o feto no momento do parto. meningitidis é a bactéria responsável pela
8.Hanseníase: é transmitida pelo bacilo de meningite, caracterizada por dor de cabeça
Hansen (My cobacterium leprae) através da intensa, febre, rigidez da nuca e vômito –
pele e do trato respiratório. Provoca lesões sintomas decorrentes da infecção das
na pele, mucosas e nervos, deixando essas meninges. É transmitida pela saliva e outras
regiões menos sensíveis. secreções da pessoa contaminada. Há
vacinas contra a meningite.
9. Leptospirose: causada pela Leptospira
11. Pneumonia bacteriana: causada pela
interrogans. Ra tos e cães podem portar a
Streptococcus pneumoniae. A inalação pelo
bactéria e, dessa forma, alimentos e objetos
ar é a forma de se contrair essa doença, que
que entraram em contato com a urina desses
causa infecção pulmonar. O tratamento dos
ani mais podem transmitir a doença ao ser
doentes é a principal medida preventiva.
humano. Os princi pais sintomas são febre
alta, dores musculares e de cabeça, náusea, 12. Sífilis: provocada pela Treponema
vômitos, lesões na pele, inflamação e pallidum, essa IST pode ser transmitida por
aumento do fígado e hemorragia digestiva. via congênita. Causa inflamação na pele e
Prevenção de enchentes e tra tamento do nos ossos, apresentando ao redor dos
lixo e da água são maneiras de evitar a órgãos sexuais uma ferida indolor, de bordas
endurecidas. Pode causar, em casos mais nariz e secreções do doente ou por objetos
graves, doenças respiratórias e pa contaminados.
ralisias. O tratamento dos doentes e o uso de
14. Tuberculose: causada pelo bacilo de
preservativo são as formas de se evitar o Koch (Mycobac terium tuberculosis), é
contágio. transmitida pela inalação de gotículas
13. Tracoma: causada pela Chlamydia espalhadas pelo ar. Essa doença atinge os
trachomatis, é uma in flamação da córnea e pulmões e provoca infecções que podem se
conjuntiva que provoca fotofobia, dor e espalhar pelo corpo via sangue e linfa. Há
lacrimejamento. Pode causar cegueira, caso vacinas para evitá-la e essa é a principal
não seja tratada de forma apropriada. É medida preventiva.
transmitida pelo contato direto com olhos,

RESUMO DAS BACTERIOSES

Doença Transmissão Agente infeccioso

Antraz (carbúnculo) Por meio da inalação de esporos ou ingestão de Bacillus antracis


alimentos contamina dos e também por ferimentos
cutâneos.

Botulismo Ingestão de alimentos contaminados (exemplo: Clostridium botulinum


enlatados de palmito).

Brucelose Contato com secreções animais contaminadas; com a Brucella sp


(febre ondulante ou do placenta; fetos abortados; ingestão de leite cru.
mediterrâneo)

Cólera Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Vibrio cholerae

Coqueluche (tosse comprida) Contato direto ou indireto com a saliva do doente. Bordetella pertussis

Difteria (crupe) Contato com a secreção do nariz, ou da garganta, ou Corynebacterium diphteriae


através do leite cru.

Fascite necrosante Penetração através de cortes na pele. Estreptococo do tipo A

Febre purpúrica brasileira Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou Haemophilus influenzae
indireto por inter mediação mecânica (insetos, toalhas,
mãos).

Febre tifoide (tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do Salmonella typhi
doente.

Gonorreia (blenorragia) Contato sexual. Neisseria gonorrhoeae

Lepra (hanseníase) Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.: Mycobacterium leprae
nasais).

Leptospirose Penetração no organismo pelas mucosas, pela pele Leptospira sp


ferida ou via oral (alimentos contaminados).

Lyrre (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. Bonnelia bungdorferi

Meningite meningocócica Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, Neisseria meningitidis
espirra ou pelo beijo.

Peste Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa. Yersinia pestis

Pneumonia Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção Diplococcus


hospitalar. pneumoniae, micoplas
mas, clamídias,
legionelas etc.

Psitacose Por via respiratória: contato pessoa a pessoa. Chlamydia psittaci

Shigelose (disenteria) Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Shigella sp

Sífilis Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical Treponema pallidum


(placentária).

Tetano Penetração dos esporos através de ferimentos Clostridium tetani


perfurantes.

Tuberculose Por via respiratória (inalando o bacilo). Mycobacterium tuberculosis

Uretrite Ato sexual. Chlamydia trachomatis

Febre maculosa Contato com o carrapato-estrela infectado Rickettsia rickettsii

a
i

o
l

75

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Na interação parasita-hospedeiro, são utilizados conceitos de imunologia que mostram a


ação do organismo frente a um agente patogênico. Primeiramente, o patógeno é
metabolizado pela imunidade inata, a qual apresenta esse patógeno, que pode ser uma
bactéria, para a imunidade adquirida que produz células de memória e anticorpos
específicos para cada microrganismo. Assim, quando o indivíduo entra em contato
novamente com o agente patogênico, a reação de eliminação do microrganismo é mais
rápida e eficiente.

térias normais, a parede está sempre presente, sendo com


posta por peptidioglicanos.
As arqueobactérias podem ser divididas em quatro grupos
principais:

▪ Halófilas: sempre vivem em concentrações salinas


autotróficas, mas o seu meca
multimídia: vídeo
nismo de produção de ATP é
Fonte: Youtube
radicalmente diferente do
extremas, dezenas de vezes
Entenda o que é habitual, pois utilizam um
mais salgadas que a água do
Tuberculose pigmento vermelho único –
mar, em locais como salinas,
bacteriorrodopsina – que,
lagos de sal ou soda, entre
através do movimento de
outros. A sua temperatura
3. Arqueas ótima é entre 35 e 50 ºC.
Essas bactérias são
primitiva.
O termo arqueobactéria origina-se do termo I

grego “ar chaio”, que significa “antigo”, “velho” ou N

“arcaico”. Essas bactérias são capazes de viver I

em ambientes extremos e são divididas em: Muitas arqueas não possuem parede
halófilas extremas, que suportam gran des celular. No entanto, C

salinidades, como no Mar Morto, no Great Salt 

Lake e nas Salinas; termófilas extremas, que existem arqueas em que a parede celular está
vivem em temperatu ras superiores a 100°C; e presente e
metanogênicas, que sobrevivem em ambientes
1

anaeróbios, como pântanos, e no intestino dos


E

é constituída por polissacarídeos ou


ruminantes (gado bovino), gerando o gás metano.
proteínas. Já nas bac
Al gumas crescem em ambientes ácidos com pH
M

igual a zero. Atualmente, são encontradas em


L

ambientes menos hostis, no solo, nos oceanos e V

prótons, permite-lhes obter energia.


como os principais componentes s

do picoplâncton (organismos do plâncton com ▪ Metanogênicas: esse grupo de bactérias


a
dimensões foi o primei ro a ser reconhecido como
i

o
único. Vivem em pântanos, no fundo dos
l
oceanos, estações de tratamento de es
menores que 1 µm). Diferem das bactérias gotos e no tubo digestivo de algumas
o
normais, espe espécies de inse tos e vertebrados
herbívoros, onde produzem metano (CH4)
n

como resultado da degradação da


e

cialmente pela natureza química da parede celular.


t
celulose. As reservas de gás natural que
conhecemos são o resul tado do
s

metabolismo anaeróbio obrigatório e


u

Mais próximas evolutivamente com os organismos produtor de metano de bactérias desse


euca tipo no passado. Algu mas conseguem
e

produzir metano a partir de CO2 e H2,


obtendo energia desse processo.
A

rióticos, considera-se que as arqueobactérias


Z
atuais so ▪ Termoacidófilas: vivem em zonas de
E

R
águas ter mais ácidas, com temperaturas
freram poucas alterações em relação aos seus ótimas entre 70 e 150 ºC e valores de pH
ancestrais. perto do 1. Na sua grande maioria,
U

T
metabolizam enxofre e podem ser autotrófi
A

cas, obtendo energia da formação do


Esses procariontes vivem em locais com ácido sulfídrico (H2S) a partir do enxofre
N
condições extre ou heterotróficas.
A

▪ Sulforredutoras: são redutoras de


mamente adversas para outros seres vivos,
provavelmente sulfato. Anaeró bias, podem ser
D

encontradas em poças próximas a fen


das vulcânicas.
S

semelhantes às que existiram na Terra


76

4. Cianobactérias
A maioria das bactérias fotossintéticas são
designadas cia nobactérias, e, durante muito
tempo, foram chamadas de algas azuis.
Esse grupo de bactérias colonizou meios
muito diversificados, devido à sua elevada
autossuficiência, embora a maioria seja de multimídia: vídeo
água doce. Apresentam pequena exigência Fonte: Youtube
de nutrientes, proliferando em qualquer
Watch antibiotic resistance evolve |
ambiente onde haja gás carbônico,
nitrogênio, água, alguns minerais e luz.
Science News

Esse tipo de bactéria teria surgido na Terra


há cerca de 3 bilhões de anos, como definir 4.1. Liberação de toxinas
os estromatólitos encontra dos na Austrália, Algumas espécies produzem e liberam
que se calcula serem já fotossintéticos, toxinas na água que podem envenenar
embora talvez não liberassem ainda outros animais que habitam o mesmo am
oxigênio. biente ou contaminar a água potável, levando
As cianobactérias dominaram completamente doenças aos
a evolução bio lógica durante mais de 2 seres humanos. As mais prejudiciais para os
bilhões de anos, atingindo enorme sucesso. seres humanos são as hepatotoxinas e as
Provavelmente, teriam sido as responsáveis neurotoxinas. O problema é que muitas
pela reins talação e proliferação de formas de dessas toxinas não podem ser eliminadas
vida heterotróficas nos oce anos primitivos, pelo processo de fervura da água ou por
pois teriam sido importantes fontes de métodos tradicionais usa
alimento. dos em estações de tratamento de água.
Elas também podem alterar o gosto e o
Em geral, as cianobactérias têm vida livre, odor da água, tornando-os desagradáveis.
mas podem estabe lecer simbiose com outros
organismos ou formar colônias fila mentosas,
por vezes envolvidas por uma cápsula 5. Micoplasma
mucilaginosa.
É o nome dado às bactérias do gênero
As cianobactérias são maiores que os outros Mycoplasma. Pos suem cerca de 0,3 μm,
procariontes, não apresentam órgãos sendo menores que outras bacté rias. Os
locomotores e realizam fotossín tese com o microbiologistas ainda discutem se as
auxílio de pigmentos fotossintéticos variados, bactérias evoluíram de um ancestral similar
como a clorofila A, os carotenoides aos micoplasmas ou se pertencem a
(pigmentos ama relos), a ficocianina linhagens diferentes. Também se discute pro
(pigmento azul) e a ficoeritrina (pigmento ximidade entre os micoplasmas e os vírus.
vermelho). Esse fator as diferencia das
outras bactérias fotossintetizantes que não A diferença principal entre as bactérias e os
apresentam essa abundância de pigmentos. micoplasmas é que a primeira possui uma
Um dos produtos resultantes da parede celular sólida, e, por esse motivo,
fotossíntese, o oxigênio molecular, é um dos uma forma definida facilitando sua
fatores que mais condiciona a vida das identificação ao microscópio, ao passo que
bactérias. os micoplasmas possuem apenas uma
membrana flexível, que, somada ao
Algumas cianobactérias são capazes de fixar tamanho, dificulta sua identificação, mesmo
o nitrogênio do ar atmosférico, aproveitando quando observados no mais potente dos
esse gás para construir suas proteínas. microscópios eletrônicos.
Os primeiros micoplasmas foram detectados
em 1898 no Instituto Pasteur, em tecidos de
gado com artrite e pleuro- -pneumonia. O s

da-se, ainda, uma possível ligação entre esses


primeiro micoplasma humano foi isolado em
organismos
1932, num abscesso. Desde então, e

descobriram-se muitas estirpes diferentes, A

que são fundamentalmente específicas da e certas doenças relacionadas com o sistema


espécie hospedeira, ou pelo menos de imunitário,
grupos específicos de animais, como Z

felinos, aves, roedores e homem. Desco R

briu-se, também, que, ao contrário das como a diabetes e a esclerose múltipla. U

bactérias, que são afetadas por penicilina –


T

um tipo de antibiótico –, os mi coplasmas N

são controláveis por antibióticos com


tetraciclina. Foram descobertas linhagens 6. Teoria da endossimbiose
que exibiam crescimento com micélios,
semelhante ao dos fungos, o que levou ao e A

surgi mento da designação “micoplasma” D

(mico = fungo). S

Os micoplasmas podem viver dentro de uma


célula, sem matá-la, à semelhança do que origem das células
fazem alguns vírus e bacté rias, mas
também podem viver e crescer fora delas,
eucariontes C

nos flui
N

Ê
s I

vegetal e animal
i

dos corporais, algo que os vírus não são capazes


de fazer.
C

g

o
l
1

São responsáveis por doenças como artrite


E

Acredita-se que a célula vegetal, eucariótica,


reumatoide, in n

c
originou-se a M

e
U
t

flamações alérgicas, pneumonia atípica, entre partir de uma célula procariótica heterótrofa. Essa
outras. Estu célula L
s

O
a

u V

77
possui uma parede celular protetora e endoplasmático, constituindo o retículo
bastante rígida. É pos sível que o primeiro endoplasmático granuloso (rugoso). Células
passo para surgimento da célula eucari ótica procarióticas primitivas são fagocitadas e
tenha sido a perda da capacidade de evoluem para dar origem às mitocôndrias.
produzir a parede celular. A célula, então, Células procarióticas de cia nobactérias, por
desprovida dessa parede, adquiriu a meio da fagocitose, são englobadas, originan
capacidade de mudar de forma, crescer e do os cloroplastos. Material genético dessas
envolver subs tâncias extracelulares através bactérias (DNA) são também incorporados
da invaginação da membrana plasmática, ao DNA da célula que está em evo lução. Aí
fenômeno conhecido por endocitose. está formada, ao longo do tempo, uma célula
euca riótica autotrófica. A evolução dessa
A invaginação da membrana plasmática
célula eucariota primitiva continua com o
desenvolve um con junto de endomembranas
aparecimento da parede celular composta
que se diferenciam no retículo en
principalmente por celulose característica de
doplasmático, no sistema golgiense e no
vegetais.
envoltório nuclear, contornando o material
genético (DNA). Desenvolve-se o cito
DNA
esqueleto constituído por proteínas do tipo
tubulina e actina, dando maior sustentação à DNA

célula. Os ribossomos, inicialmente livres, Célula procariótica

aderem-se às membranas do retículo


Célula procariótica
Endomembranas Ausente Presente

Envoltório nuclear Ausente Presente


Invaginação da membrana celular e
eucariótica com a célula de DNA
envolvente formada Mitocôndria Ausente Presente
Invaginação da membrana celular e
eucariótica com a célula de DNA
envolvente formada
Cloroplasto Ausente Presente em
DNA
vegetais e algas
DNA
Cromossomo 1 por 2 ou mais por
s

a
célula célula
i

Eucariótica primitiva
DNA Circular Línear
g

o
l

Eucariótica primitiva
n

6.1. Teoria da endossimbiose


t

Respiração oxigenada
s

u
com enzimas bacterianas
A endossimbiose é um fenômeno comum
s
Respiração oxigenada
entre os seres vivos. Um dos casos mais
e
com enzimas bacterianas
curiosos ocorre com os corais, celenterados
A que se associam a protistas unicelulares, as
zooxantelas. Estas são dinoflagelados, com
Z

Mitocôndria
E

R
endossimbiose células douradas, que realizam fotossíntese,
U
Mitocôndria produzindo alimento necessário ao
T

endossimbiose
crescimento dos recifes de corais. Como as
zooxantelas realizam fotossíntese, elas
A

A precisam de luz, e, por isso, os corais vivem


em águas tropicais, limpas e a pequenas pro
D

A
fundidades. Outro exemplo são as
Cianobactéria
I

C
mitocôndrias, presentes em células animais
N
Cianobactéria e vegetais, que se acredita que sejam
Ê

I bactérias fagocitadas no passado e que


Cloroplasto
C
viveram em simbiose com aquelas células,
Cloroplasto

endossimbiose realizando respiração celular.
endossimbiose
1
Essa mesma relação simbiótica observa-se
E entre as células ve getais e as cianobactérias
M
Origem da célula eucariótica e a representação que, de acordo com a teoria da en
U
Origem da célula eucariótica e a representação dossimbiose, foram e transformaram-se em
L
da teoria da endossimbiose cloroplastos. As provas que confirmam a
O
da teoria da endossimbiose teoria endossimbiótica da origem dos
V
cloroplastos e mitocôndrias são:
Estrutura Célula Célula
eucariótica ▪ Presença do DNA circular, típico de

Membraba Presente Presente bactérias; ▪ Presença de ribossomos para a


plasmática
síntese de suas proteínas; ▪ Capacidade de
Citosol Presente Presente
autoduplicação.
Ribossomos Presente Presente
78

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 16
Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos
ou na organização taxonômica dos seres vivos.

Esta questão envolve o entendimento da reprodução assexuada e como esse tipo de


padrão biológico pode proporcionar vantagens em ambientes desfavoráveis.

MODELO 1
(Enem)

Fernando Gonsales. Vá Pentear Macacos! São Paulo: Devir, 2004.

São características do tipo de reprodução representado na tirinha:

a) simplicidade, permuta de material gênico e variabilidade genética.


b) rapidez, simplicidade e semelhança genética.
c) variabilidade genética, mutação e evolução lenta.
d) gametogênese, troca de material gênico e complexidade.
e) clonagem, gemulação e partenogênese.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O tipo de reprodução representado na tirinha é a assexuada, que é rápida, simples e


possui semelhança genética entre as células geradoras e geradas. É comum pensar
que, pelo aspecto evolutivo, esse tipo de re produção não é vantajoso, devido à
ausência de variabilidade genética. No entanto, em algumas situações, a
reprodução assexuada pode ser uma grande vantagem. Por exemplo, em uma
população com número reduzido
s

a
i

de indivíduos, esse tipo de reprodução pode ser muito importante para garantir a não extinção,
aumentando g

o
l

rapidamente o número de indivíduos. n

RESPOSTA Alternativa B e

79

DIAGRAMA DE IDEIAS

REINO
MONERA

BACTÉRIAS CIANOBACTÉRIAS
VITAMINAS
• FIXAÇÃO DE N2
• AERÓBIAS
• BIOTECNOLOGIA
• ANAERÓBIAS AUTÓTROFAS
(FOTOSSINTETIZANTES)
FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
LÁCTICA
BACTERIOCLOROFILA
ALGUMAS FAZEM
FOTOSSISTEMA SIMPLES
QUIMIOSSÍNTESE

REPRODUÇÃO

IMPORTÂNCIA ASSEXUADA
DAS BACTÉRIAS (BIPARTIÇÃO)
SEXUADA
• DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA
(CONJUGAÇÃO)
ORGÂNICA • ANTIBIÓTICOS E
DOENÇAS
MORFOLOGIA BACTERIANAS
• COCOS • BACILOS • ESPIRILOS •
VIBRIÃO
ESTREPTOCOCOS
ESTAFILOCOCOS
• FEBRE MACULOSA • FEBRE • PLASMÍDEO
TIFOIDE • GONORREIA
MORFOLOGIA

• CROMOSSOMO DNA
CIRCULAR (RESISTÊNCIA A
ANTIBIÓTICOS)
sa

• CÓLERA
• COQUELUCHE • DIFTERIA DNA CONFERE VANTAGENS
• DISENTERIAS SELETIVAS
T

A
L

O
PAREDE CELULAR
i

g N

INVAGINAÇÕES DA
V

o
l A
• HANSENÍASE •
o
D
LEPTOSPIROSE • MEMBRANA
n

MENINGITE •
c S

DIVISÃO CELULAR
A

PNEUMONIA •
t
I

RESPIRAÇÃO
s C

a N
TUBERCULOSE
SÍNTESE PROTEICA
u ÊI

s C
• MESOSSOMO
e

GRAM-POSITIVAS

A 1

Z
GRAM-NEGATIVAS
• RIBOSSOMOS •
E
E

R
M

U
U

80

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