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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia
em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto
por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas
temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos,
dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções
específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
Ciências da Natureza e da Matemática.
Nos compilados, deparamos-nos com
modelos de exercícios re solvidos e
CONEXÃO ENTRE comentados, fazendo com que aquilo que
pareça abstrato e de difícil compreensão
DISCIPLINAS torne-se mais acessível e de bom
entendimento aos olhos do aluno. Por
INCIDÊNCIA DO hNAS Atento às constantes mudanças dos meio dessas resoluções, é possível
grandes vestibulares, é elaborada, a rever, a qualquer momento, as explica
PRINCIPAIS PROVAS cada aula e sempre que possível, uma ções dadas em sala de aula.
De forma simples, resumida e dinâmica, seção que trata de interdisciplinaridade.
essa seção foi desen volvida para As questões dos vestibulares atuais não
sinalizar os assuntos mais abordados no exigem mais dos candidatos apenas o
puro co
Enem e nos principais vestibulares
nhecimento dos conteúdos de cada área,
ÁREAS DE
voltados para o curso de Medicina em
todo o território nacional. de cada disciplina. Atualmente há muitas CONHECIMENTO DO ENEM
perguntas interdisciplinares que abran Sabendo que o Enem tem o objetivo de
gem conteúdos de diferentes áreas em avaliar o desem penho ao fim da
uma mesma questão, como Biologia e escolaridade básica, organizamos essa
Química, História e Geografia, Biologia e seção para que o aluno conheça as
TEORIA Ma diversas habilidades e competências
Todo o desenvolvimento dos conteúdos temática, entre outras. Nesse espaço, o abordadas na prova. Os livros da
teóricos de cada co leção tem como aluno inicia o contato com essa realidade “Coleção Vestibulares de Medicina”
principal objetivo apoiar o aluno na resolu por meio de explicações que relacionam contêm, a cada aula, algumas dessas
ção das questões propostas. Os textos a aula do dia com aulas de outras habilidades. No compilado “Áreas de
dos livros são de fácil compreensão, disciplinas e conteúdos de outros livros, Conhecimento do Enem” há modelos de
completos e organizados. Além disso, sempre utilizando temas da atualidade. exercícios que não são apenas
contam com imagens ilustrativas que Assim, o aluno consegue entender que resolvidos, mas também analisados de
complementam as explicações dadas em cada disciplina não existe de forma maneira expositiva e descritos passo a
sala de aula. Quadros, mapas e isolada, mas faz parte de uma grande passo à luz das habilidades estudadas no
organogramas, em cores nítidas, engrenagem no mundo em que ele vive. dia. Esse recurso constrói para o
também são usados e compõem um VIVENCIANDO estudante um roteiro para ajudá-lo a
conjunto abrangente de informações apurar as questões na prática, a
para o aluno que vai se dedicar à rotina Um dos grandes problemas do identificá-las na prova e a resolvê-las
intensa de estudos. conhecimento acadêmico é o seu com tranquilidade.
distanciamento da realidade cotidiana, o
que difi culta a compreensão de
determinados conceitos e impede o
MULTIMÍDIA aprofundamento nos temas para além da DIAGRAMA DE IDEIAS
superficial me morização de fórmulas ou
No decorrer das teorias apresentadas, regras. Para evitar bloqueios na Cada pessoa tem sua própria forma de
oferecemos uma cui dadosa seleção de aprendizagem dos conteúdos, foi aprendizado. Por isso, criamos para os
conteúdos multimídia para complementar desenvolvida a seção “Vi venciando“. nossos alunos o máximo de recursos
o repertório do aluno, apresentada em Como o próprio nome já aponta, há uma para orientá-los em suas trajetórias. Um
boxes para facilitar a compreensão, com preo cupação em levar aos nossos alunos deles é o ”Diagrama de Ideias”, para
indicação de vídeos, sites, filmes, a clareza das relações entre aquilo que aqueles que aprendem visualmente os
músicas, livros, etc. Tudo isso é eles aprendem e aquilo com que eles têm conte
encontrado em subcategorias que fa contato em seu dia a dia. údos e processos por meio de esquemas
cilitam o aprofundamento nos temas cognitivos, mapas mentais e
estudados – há obras de arte, poemas, fluxogramas.
imagens, artigos e até sugestões de Além disso, esse compilado é um resumo
aplicati vos que facilitam os estudos, com APLICAÇÃO DO de todo o conteúdo da aula. Por meio
conteúdos essenciais para ampliar as CONTEÚDO dele, pode-se fazer uma rápida consulta
habilidades de análise e reflexão crítica, aos principais conteúdos ensinados no
em uma seleção realizada com finos Essa seção foi desenvolvida com foco dia, o que facilita a organização dos
critérios para apurar ainda mais o nas disciplinas que fa zem parte das estudos e até a resolução dos exercícios.
conhecimento do nosso aluno.
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SUMÁRIO
BIOLOGIA
EVOLUÇÃO E ECOLOGIA 5 AULAS 1 E 2:
ORIGEM DA VIDA 7 AULAS 3 E 4: EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS
18 AULAS 5 E 6: TEORIAS EVOLUTIVAS 26 AULAS 7 E 8:
ESPECIAÇÃO 36
a
Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas,
i
percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da
c
n
humanidade.
ê
C
H Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
2 desenvolvimento científico e tecnológico.
H Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.
a
Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
i
p
H Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas
m
o
6 tecnológicos de uso comum.
C
H Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e
a instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
H9 Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou
fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
H1 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos
0 em sistemas naturais, produ tivos ou sociais.
H1 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos
1 envolvidos em produtos biotecnológicos.
H1 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses
2 contraditórios.
C
Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana,
relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H1 Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno,
4 defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.
H1 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de
5 organização dos sistemas biológicos.
Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H1 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
7 físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.
H1 Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou
9 solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
H2 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
0
H2 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da
1 termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
C
Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar
intervenções científicotecnológicas.
H2 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
4
H2 Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou
6 minerais, identificando transfor mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H2 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou
7 benefícios.
H2 Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em
8 diferentes ambientes, em especial em ambientes brasileiros.
H2 Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a
9 produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais.
H3 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
0 implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
C
AULA
BIOLOGIA
CIÊNCIAS DA NATUREZA
EVOLUÇÃO E
e suas tecnologias ECOLOGIA
TEORiA DE
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
fundamental para resolver as
ques tões de ecologia, que são
interdisciplinares e pedem temas
atuais com relação aos impactos
ambientais.
As questões se concentram
principalmente na área da
ecologia, sendo cadeia e teia
alimentar assuntos recorrentes.
Compre ender a origem da vida
Compreensão de teias e cadeias e a evolução dos seres vivos é a
alimenta res, assim como a base para o entendimento da
interação entre os seres vivos, é interação entre os organismos.
evidências e teorias evolutivas, lamarckistas e darwinistas.
como seleção natural, Uma prova muito bem elaborada
costumam aparecer com certa e in terdisciplinar que exige
frequência. conhecimentos básicos de
Normalmente, usa casos atuais ecologia para resolver questões
de im pactos ambientais para de cadeia e teia alimentar.
abordar assuntos básicos de Apesar de o as sunto tratado ser
ecologia. Saber relacionar pro de caráter intermediário, a
A ecologia aparece como área múltipla interação entre as áreas
blemas ecológicos com
de destaque. Interações pode aumentar o nível de
conteúdos simples, é essencial.
ecológicas e teias alimentares dificuldade.
Além disso, é importante saber
são corriqueiros. Além disso,
identificar e utilizar discursos
mais aparece é a interação entre origem da vida e relações Prova com forte presença de
os seres vivos (teias alimen tares ecológicas. ecologia – cadeias alimentares,
e relações ecológicas). Problemas ambientais, relações relações ecológicas e problemas
Prova bem comparativa, com ecológicas e conceitos básicos ambientais são os principais
questões que misturam relacionados à ecologia assuntos. Além disso, há
diferentes áreas da Biologia. (população, comunidade e questões sobre teorias
Aparecem assuntos como ecossistema) são muito evolutivas e hipóteses de origem
Prova com poucas questões de especiação, su cessão ecológica, presentes. da vida.
ecologia, sendo que o tema que
a abiogênese) e dinâmica populacional. Tam
bém estão presentes temas como teorias
evolutivas e teias alimentares.
UFMG
o
E
ÊI
cladogramas e aplicação das teorias lamar
l R C ckista e darwinista. Em ecologia, a prova é
o
U similar à do Enem, com ênfase em proble
n
T mas ambientais e relações ecológicas.
c
e
A
1
Com perfil similar à Fuvest e questões bem
t N específicas, os temas mais frequentes são
E teorias e evidências evolutivas, problemas
s
a
A
M
ambientais e relações ecológicas.
D
u
A
e
I
O
abordados são relações ecológicas e pro
V
blemas ambientais.
A C
Nesta prova, há questões principalmente
6
Essas divisões facilitam o estudo, a pesquisa
e a construção do conhecimento biológico.
Entre tanto, integrar essas subáreas é
fundamental, pois permite um olhar amplo
que possibilita a compreensão da
complexidade dos seres vivos e dos
ORIGEM DA VIDA ambientes em todos os seus níveis de or
ganização: organismos, populações,
comunidades biológicas, ecossistemas,
biomas, biocoras, biociclos e biosfera.
2. Formação da Terra
CN AULAS Antes de abordarmos a origem da vida, é
necessário tratar da origem da Terra.
Fonte: Youtube
e registro de dados, discus são de resultados o
g
Para iniciar o estudo da biologia, são A escala do tempo geológico representa a linha do
necessárias algumas re flexões e tempo A
subdivisões nessa ciência. Por exemplo, a desde o surgimento da Terra até o presente. Na
zoologia estuda os animais e os seus escala, essa
desdobramentos; as plantas, por sua vez, são A
funcionamento das células são dis cutidos evolução é indicada por uma sequência de
pela citologia; as interações entre os seres eventos. Dessa A
são abordadas pela ecologia; os forma, o tempo da história da Terra é marcado por
mecanismos e padrões de herança do determi
material genético são estudados pela N
e formando, de uma só vez, o Universo. A nados eventos geológicos e pode ser calculado
por métodos
essa grande ex plosão dá-se o nome C
resultado direto dessa explosão. dividem hierarquicamente essa escala em: éons,
L
eras, M
O
7
ER PERÍOD INÍCIO EVENTOS
A O (milhões de
anos)
a
c
Quaternári 1,6 Clima flutuando entre frio e ameno. Avanços e recuos glaciais. Extinção de
i
o muitos mamíferos e aves de grande porte. Primeiros humanos modernos
do gênero Homo.
o
n
Neogeno 23 Surgimento e formação de montanhas. Início da glaciação nos hemisférios
Norte e Sul. Elevação do Panamá e consequente união das Américas do
e
Paleogeno 65 Clima ameno a frio. Mares continentais largos e rasos. Elevação dos Alpes e
Himalaia. A América do Sul separa-se da Antártica. Clima ameno a muito
quente no final do período. Primeiros mamíferos insetívoros e primatas.
Expansão extensiva de mamíferos e aves. Irradiação de famílias de
mamíferos placentários. Primeiros macacos do Novo Mundo. Formação
inicial de pradarias. Aves carnívoras gigantes, incapazes de voar, eram
predadores comuns.
a
c
Cretácio 135 Clima ameno em todo o período. Níveis dos mares elevados. A África e a
i
América do Sul se separam. Clímax dos dinossauros e répteis marinhos,
seguido da extinção destes grupos. Início da irradiação de mamíferos
o
Jurássico 205 Clima ameno. Os níveis dos continentes são baixos com grandes áreas
cobertas pelos mares. Primeiras aves. Abundância de dinossauros.
Crescimento exuberante de florestas.
c
Permiano 290 Glaciação extensiva do Hemisfério Sul no início do período. Elevação dos
i
Apalaches. Aridez marcante em algumas áreas. Origem das coníferas,
cicadófitas e ginkgos. Desaparecem os tipos anteriores de florestas.
o
a
Carbonífer 355 Clima quente com pequena variação sazonal nos trópicos. Níveis das terras
P
o baixos. Áreas pantanosas com a formação de depósitos de carvão.
Irradiação dos anfíbios. Abundância de tubarões. Samambaias com
esporos e árvores com “casca”. Primeiros répteis. Insetos gigantes.
Grandes florestas de pteridófitas.
Devoniano 410 Mares na maior parte das terras, com montanhas locais. Primeiros peixes
com nadadeiras raiadas e nadadeiras lobadas. Primeiros tetrápodes
terrestres.
Siluriano 438 Clima ameno. Topografia em geral plana. Primeiros peixes com mandíbulas.
Primeiros invertebrados terrestres.
Ordovician 510 Clima ameno. Mares rasos. Continentes em geral com topografia plana. Os
o mares cobrem boa parte do atual território dos Estados Unidos. Glaciação
no final do período. Primeiros vertebrados (peixes sem mandíbula).
Invertebrados marinhos em abundância. Primeiras plantas terrestres.
Cambriano 570 Extensos mares invadindo os continentes existentes. Origem de vários filos
e classes de invertebrados. Primeiros cordados. Moluscos com conchas.
Abundância de trilobitas.
a
c
- 2.500 Extensivo bombardeamento de meteoritos e instabilidade geológica nas
i
primeiras fases dessa era. Os primeiros organismos eucariontes
apareceram há cerca de 2 bilhões de anos. Grande diversificação da vida há
o
t
o
n
- 4.600 Formação da crosta terrestre e início dos movimentos continentais. Os
a primeiros fósseis (seres unicelulares) são conhecidos de 3,5 bilhões de
e
anos atrás. Origem da vida.
u
o
l
8
A seguir, serão analisados os principais tante diferente daquele em que surgiram os
períodos e suas características. O objetivo primeiros peixes. Os oceanos haviam
dessa abordagem é apresentar uma visão avançado e retrocedido vá rias vezes, e as
geral de como a vida se manifestou e se esta plantas vasculares terrestres, que haviam
beleceu na Terra. surgido no período anterior, chamado de Silu
riano, eram abundantes.
Os primeiros microrganismos surgiram no
planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos. No fim da Idade dos Peixes, um grupo
ancestral de pei xes de água doce iniciou a
Os primeiros peixes ancestrais apareceram
adaptação à vida terrestre e originou os
no fim do pe ríodo Cambriano, em que os
primeiros anfíbios. No período seguinte,
oceanos eram largos, rasos e cálidos.
apareceram os répteis, primeiros
Registros fósseis indicam que esses peixes,
vertebrados terres tres, assim como os
di ferentemente dos peixes de hoje,
primeiros insetos alados.
possuíam apenas duas barbatanas
rudimentares e não tinham mandíbulas. Os primeiros mamíferos surgiram no período
Triássico, assim como os primeiros
No período Devoniano, conhecido como
dinossauros. No período se guinte,
Idade dos Peixes, ocorreu uma grande
apareceram as primeiras aves.
proliferação de peixes que possuíam
mandíbulas adaptadas para digerir diversos No período Cretáceo, ocorreu a extinção dos
tipos de alimentos. O ambiente desse dinossauros. No fim desse período,
período era bas aconteceu uma grande irradiação adaptativa
dos mamíferos, fato que originou muitas das como manifestações da vontade dos deuses.
ordens de animais conhecidas atualmente.
Para Aristóteles, por exemplo, os
Alguns mamí
organismos surgiam a partir do princípio
feros insetívoros deram origem a um grupo de
ativo, uma energia presente em substâncias
animais com polegares oponíveis e com
inanimadas e capaz de formar vida
unhas no lugar de garras denominados
espontaneamente. Des sa interpretação,
primatas.
surgiu a teoria da geração espontânea, ou
A lenta movimentação dos continentes teoria da abiogênese, segundo a qual os
terrestres, deno minada deriva continental, seres vivos origi nam-se da matéria bruta de
originou, há 250 milhões de anos, um modo contínuo.
supercontinente denominado Pangeia. Há A teoria da geração espontânea perdurou
aproximadamente 200 milhões de anos, teve até meados do século XIX, quando diversos
início a se paração da Pangeia. Há 90 cientistas a contestaram e, por meio de
milhões de anos, a América do Sul experimentos, demonstraram que um ser
descolou-se da África. Há 50 milhões de vivo só se origina de outro ser vivo.
anos, a Índia uniu-se à Ásia, e, cinco milhões
de anos depois, a Austrália separou-se da ▪ Teoria da abiogênese: Os seres vivos
Antártica. surgem da ma téria bruta de maneira
contínua (geração espontânea).
Os primatas experimentaram processos Principais defensores: Aristóteles, Platão,
evolutivos distintos nos dois lados do mundo. Needhan, Virgí lio, Aldovandro, Kricher e
No continente americano, eles Van Helmont.
restringiram-se ao ambiente das árvores e
desenvolveram adaptações morfológicas ▪ Teoria da biogênese: Os seres vivos
muito eficientes para esse hábi originam-se de outros seres vivos
to, entre elas uma cauda com grande preexistentes. Principais defensores:
capacidade preênsil. No Velho Mundo, os Redi, Spallanzani e Pasteur.
prossímios geraram novas formas de s
a
i
hominídeos. n
geração espontânea:
origem da vida
U
pelo lodo dos rios. Esses seres, que apare vindo da camisa, transformado pelo odor dos
ciam inexplicavelmente no lodo e na lama, grãos, trans
eram vistos
C
N
partir da camisa e do trigo, como acreditava Van
Ê
C
Helmont, M
U
Como se sabe, os ratos que apareciam não se mas eram atraídos pela mistura. L
formavam a 1
O
9
3.2. Francesco Redi microscópio e a descoberta dos mi
crorganismos, chamados naquela época de
Francesco Redi (1628-1698) começou, por "animálculos", provocaram questionamentos
volta de 1660, a questionar a teoria da acerca da origem desses seres.
geração espontânea. Ao observar
cadáveres em decomposição, Redi notou a 3.3. John Needham
presença de moscas rodeando a carne antes
Dentre os que continuaram defendendo a
do apa
teoria da geração espontânea, pode-se
recimento de larvas. Sua hipótese, então, era
destacar o cientista in glês John T. Needham
que es sas larvas eclodiam a partir de ovos
(1713 -1781), que, por volta de 1745,
depositados pelas moscas. Para testá-la,
realizou uma série de experimentos para
elaborou um experimento com dois frascos
respaldar seu argumento. Após submeter à
contendo carne crua, porém enquanto um
fervura diversos re cipientes contendo
deles permaneceu aberto (grupo controle),
substâncias nutritivas e fechar parte deles
o outro foi obstruído com gaze.
com rolhas enquanto o resto permanecia
De acordo com a teoria da abiogênese, aberto, ele observou o surgimento de
depois de alguns dias deveriam surgir da microrganismos em todos os frascos.
carne moscas e outros insetos. Isso, Needham afirmou que esse fenômeno
contudo, não aconteceu nos frascos ocorria devido à presença, nas partículas
fechados com gaze. orgânicas da infusão, de uma força vital
Nos frascos fechados, Redi não encontrou especial, responsável pelo aparecimen to da
nada sobre a carne, mas constatou ovos e vida microscópica. Assim, com esses
larvas de insetos sobre a gaze que cobria os experimentos, Needham contribuía para o
recipientes. Assim, o experimento fortalecimento da teoria da geração
corroborou sua hipótese ao demonstrar que espontânea.
as moscas eram atraídas pela carne e que o
aparecimento das lar 3.4. Abbey Spallanzani
EXPERIMENTO DE REDI Em 1770, contudo, o cientista italiano Abbey
vas era devido aos ovos depositados Lazzaro Spallan zani (1729-1799) criticou
seriamente os experimentos de Needham e
evidenciou que o aquecimento prolongado
pelos insetos. larvas
de substâncias orgânicas acondicionadas em
recipientes fechados, providos de válvula de
escape, não propiciava o desenvolvimento
de microrganismos. Spallanzani concluiu,
então, que Needham não havia esterilizado
ausência
de larvas
corretamente os frascos. Porém, Needham
Apesar dos resultados de Redi fortalecerem respondeu às críticas afirman
a teoria da bio gênese, o advento do
do que ferver as substâncias hermeticamente tornava o ar
frasco aberto
destruía a "força vital" e que desfavorá
frasco fechado com gaze
fechar os frascos
Esquema do experimento realizado por Francesco Redi (1668)
s
a
i
mos patogênicos que causam azedamento ou acidificação, sem causar alterações físico-químicas no valor
a
nutri
u
tivo dos alimentos. O método consiste em elevar a temperatura do alimento por um determinado tempo e,
e
em
A
seguida, resfriá-lo a uma temperatura inferior a de antes. Por ser um processo rápido, nem todos os seres
E
vivos
R
são eliminados, e, portanto, conservam-se no produto alguns microrganismos benéficos para o ser
T
humano. Para
A
remover 100% dos microrganismos, o alimento deve passar por um processo de esterilização e
posteriormente
A
ser lacrado para evitar novas contaminações. A pasteurização é muito usada na indústria alimentícia,
principal
S
C
mente em leite, sucos, cerveja, polpas de frutas, entre outros.
N
10
consumo do leite. Dentre eles, destaca-se
Pasteurização: outra importante a pasteurização, que, no Brasil, é
contribuição de Pasteur obrigatória.
ratura por longo tempo), mantém a temperatu ra fervido, não perde a suposta “força vital”, como
a 63 °C por 30 minutos. defendiam t
▪ Pasteurização muito rápida: UHT (ultra high pescoço do balão é quebrado, depois da fervura
tem perature, temperatura ultraelevada), do líquido,
mantém a temperatura entre 130 °C e 150 °C
A
Fonte: <http://infoescola.com/microbiologia/pasteurização>. Acesso em: 6 fev. surgem seres vivos. O experimento refuta ainda
2015.As condições da Terra primitiva R
outro ar
Esquema do experimento realizado por Louis Pasteur (1860).
a
U
i T
o
l
líquido, ao ser
o
N
viciado impróprio para a vida. O líquido fervido gargalo retêm
C
fica, nesse
A
D
os micróbios presentes no ar. A partir dos
S
experimentos de
caso, em contato com o ar atmosférico através 1
do pescoço E
predominante
do balão, porém não ocorre o aparecimento de M
seres vivos
N
nos meios científicos.
L
Ê
I
O
11
Haldane, sugere que, na Terra primitiva,
4. Surgimentos dos moléculas orgânicas complexas se for
primeiros seres vivos maram a partir de moléculas simples, antes
do apareci mento dos seres vivos.
De fato, com a consolidação da teoria da
Apesar de a Terra conservar altas
biogênese, a ques tão da origem da vida
temperaturas após a sua formação, o
passou a preocupar cada vez mais os
contato com o espaço cósmico – que é muito
cientistas: se apenas seres vivos podem
frio – possibilitou ligações químicas entre os
originar outros seres vivos, como
elementos,
apareceram as primeiras formas de vida? s
a
i
Para responder a essa pergunta, várias formando substâncias como a água. Portanto, ao
hipóteses foram for muladas. Uma das passo
teorias mais antigas, o criacionismo,
g
o
l
defenso res argumentam que cada ser vivo que o calor da superfície evaporava toda
foi gerado indivi dualmente através de n
substância lí
criação divina e que sua forma é a mesma
c
explica a origem da vida e ape com descargas elétricas (raios). Apenas com o
nas levanta mais questionamentos. gradativo
Z
atualmente é a hipó tese da evolução processo de resfriamento da Terra que foi possível
gradual dos sistemas químicos, o acú
desenvolvida pelo russo Aleksandr Oparin e
U
Essa hipótese, formulada por Oparin e que contribuíam para a formação de uma
C
atmosfera primiti elétrica. Se há alteração no grau de acidez
da solução coloidal, as moléculas de
proteína aproximam-se, formando vários
O COACERVADO
V
12
as condições da Terra
primitiva e introduziram nele
H O2 CH 4
os gases que provavelmente
H2
constituíam a atmosfera
daquele período: amônia ELETRODOS
AMÔNIA
METANO
HIDROGÊNIO
VAPOR D’AGUA
SÁIDA DO VAPOR
Calor.
complexas
A água, ao ferver,
Alteração da acidez do
meio propicia a formação transforma-se em vapor e
de aglomerados proteicos
isolados (coacervados). ocasiona a cir culação em
todo o sistema, conforme
RESULTADOS PARA indicado pelas setas. No
ANÁLISE
balão em que se encontra a
Esquema do experimento de Miller e Urey mistura gasosa, ocorrem
(1953), demonstrando a formação de descargas elétricas
aminoácidos em condições similares às da Terra
*Sopa nutritiva*
Formação de primitiva simulando raios, que deviam
moléculas ser muito
orgânicas
o
l
Conceitos de química são aplicados no famoso experimento de Miller e Urey, dado que envolve
reações químicas U
ender como os átomos e íons se conectam e se comportam para formarem pequenas moléculas
orgânicas, como
S
como foi possível o início da vida a partir de moléculas inorgânicas simples, como metano, nitrogênio,
hidrogênio Ê
13
Dessa forma, o experimento de Miller e Urey como os au tótrofos sintetizam alimentos
demonstrou que moléculas orgânicas orgânicos (a partir de subs tâncias
(aminoácidos) poderiam ter-se formado inorgânicas) à custa de uma série
nas condições da Terra primitiva, o que extremamente complexa de reações
reforçou a hipótese da evolução gradual dos químicas, exige-se que seu próprio
siste organismo também seja complexo - uma
mas químicos. situação menos provável de acontecer
quando comparada ao surgimento de seres
4.3. O experimento de Fox mais simples.
O bioquímico norte-americano Sidney W. Fox
(1912-1998), por meio de experimentos, 4.5. A hipótese heterotrófica
evidenciou a combinação de dois Essa hipótese sustenta que o primeiro ser vivo
aminoácidos através de uma síntese de surgiu em
desidratação.
Entretanto, existe uma objeção a essa teoria:
+ um determinado organismo simples
NH
CCCH ambiente, na forma de evoluiu
R um ser pouco vagarosamente da
NH O HH complexo e incapaz matéria inanimada,
de fabricar seu fato que ocorreu nas
2R O
+
I
nham sido autótrofos.
Alguns cientistas questionam se a vida C
primitiva, uma vez que a superfície do planeta De fato, está comprovado que que existem
era bombardeada frequentemente por meteo s
1
bactérias qui
a
i
E
o M
regi
l
U
o
e V
oceânicos, perto de fontes térmicas, onde existiam hipótese heterotrófica sugere que essa fonte
s
bac teria sido a energia das ligações químicas
e existentes nas imensas quantidades de
substâncias, geradas durante milhares de
térias capazes de utilizar compostos químicos
para obter anos no mar primitivo.
A
Z
Porém, como a presença de gás oxigênio
(O2) era quase nula na atmosfera da época,
E
capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, teriam surgido novos problemas na luta pela
te sobrevivência: com o aumento
C
14
volumétrico do indivíduo, a difusão do
Nessas condições, teria se dividido para
alimento do meio exterior para o interior do
reduzir seu vo lume. Contudo, qualquer
coacervado teria ficado mais lenta por causa
mecanismo de divisão teria ge rado um novo
da distância a ser percorrida; desse modo, o
problema; ao dividir-se, o coacervado teria
coacervado teria começado a sofrer fome.
corrido o risco de se desorganizar e, portanto,
perder as características de sistema condições. Além disso, o uso de oxigênio
complexo adquiridas em muito tempo de para a obtenção da glicose libera muito
evolução. mais energia do que aquela obtida na
ausência de oxigênio, uma vez que a
Nos organismos bem-sucedidos, teriam
fermentação fornece um saldo energético
surgido os ácidos nucleicos, moléculas que
de apenas 2 ATP, enquanto, na reação com
controlam os processos básicos de
o oxigênio, o saldo é de 38 ATP. Dessa
reprodução e organização. Em tais
forma, os organis mos capazes de executar
condições, o orga nismo que tivesse DNA
respiração aeróbia teriam levado vantagem,
teria encontrado o meio para se duplicar de
pois eram capazes de retirar mais energia
maneira exata, transmitindo aos seus descen
do alimento disponível.
dentes o mesmo padrão de organização
adquirido depois de toda evolução
transcorrida.
o
l
capacidade de sintetizar c
consequência do apare
HABILIDADE 15
Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos
biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
MODELO 1
(Enem) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas
como iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas
surgem espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da
geração espontânea. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas ainda no
século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram
experimentalmente que
a) seres vivos podem ser criados em laboratório;
b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos;
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo preexistente;
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados;
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos
cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente.
ANÁLISE EXPOSITIVA
a
i
o
crescimento bacteriano no meio de cultura, que ficava com cor turva.
l
RESPOSTA Alternativa C
u
s
e
16
DIAGRAMA DE IDEIAS
ORIGEM DA VIDA
F. REDI (1660)
FRASCOS COM CARNE TEORIA DA EVOLUÇÃO
ATMOSFERA COM MOLÉCULAS
TEORIA TEORIA
AUTOTRÓFICA HETEROTRÓFICA
o
t
n u
c s
s
e
a
HETEROTRÓFICOS FERMENTADORES S
AUTOTRÓFICOS FERMENTA
A
e C
A
1
E
R
E
M
T
A U
L
N
A
V
17
realização de todas as suas funções vitais
básicas, ou seja, possibilitam o
funcionamentos dos seus metabolis mos
energético, plástico e de controle.
indivíduos, ainda que diferentes uns dos ao meio em que vive, ou seja, realizar com mais
outros em muitos pormenores, ten dem a a
eficiência
i
comuns.
l
u
dos organismos. A partir desse con ceito,
s
originou-se o evolucionismo.
Uma espécie evoluída é adaptada ao meio em que
vive, não Entre os transformistas está Jean-Baptiste de
e
Lamarck (1744 -1829), o qual acreditava que
A
Z
as espécies não são fixas, mas que
importando o seu grau de complexidade. Por descendem de outras, e, por meio de
E
exemplo, um mudanças graduais que se processam
R através de muitas gerações, apresentam
organismo procarionte, unicelular e heterótrofo, diferenças em relação aos ancestrais.
U
como uma
2. Evidências evolutivas
T
D
organismos estão inseridos, permitem traçar
tão adaptado ao seu habitat quanto um organismo relações de parentesco e facilitam a análise
eucarion da diver sidade genética − desde a origem da
S
A
variedade, até o esta belecimento de sua
I
simples, como as bactérias, quanto os complexos, pode levar a diversas conclusões sobre os seus hábitos alimentares.
L
como os Fósseis, datação radiométrica, filogenia,
O
V
constituição quími ca de organismos
e que há uma correspondência entre as modernos e experimentos diversos ace
transformações do meio e e as adaptações
18
nam para linhas de evidência que avançam evidência a fa vor do transformismo e,
para esclarecer a origem da vida. Entretanto, portanto, da teoria evolucionis ta. Por
essas hipóteses são sempre vulneráveis a definição, eles são restos ou vestígios de
mudanças graças ao avanço tecnológico e organis mos de épocas remotas conservados
ao conhecimento científico. A revisão de até a atualidade.
hipóteses é parte es Representam uma evidência evolutiva, pois
sencial da pesquisa científica. fósseis de diferentes idades e/ou
encontrados em distintos estratos geológicos
É importante perceber que Lamarck e, mais
demonstram que os organismos não foram
tarde, Darwin, ambos evolucionistas,
criados simultaneamente. Além disso,
procuraram elucidar o fato por meio de
também corrobo
hipóteses e teorias. A seguir, serão
apresentadas as evi dências evolutivas ram com a ideia que as espécies sofrem
modificações ao longo do tempo, uma vez
descritas pela ciência ao longo dos anos.
que os fósseis não possuem as mesmas
características dos seres vivos atuais.
2.1. Fósseis
O registro fóssil é uma importante evidência
Os fósseis são a principal e mais notável
das mu danças pelas quais passam os
organismos ao longo do tempo e, por meio
da comparação com espécies atuais,
fornece possíveis indicativos de parentesco
evolutivo.
C
M
U
E O
19
▪ Fossilização por mumificação e a meia-vida do carbono-14 é de 5730 anos.
congelamento: a mumificação ocorre em Isso significa que, nesse período, metade do
regiões desérticas e áridas; já o carbono-14 de uma amostra desintegra-se. Ao
congelamento ocorre em regiões glaciais, mor rer, um organismo que se fossiliza
como a Sibéria, onde foram encontrados contém determinada quan tidade de 14C.
mamutes em perfeito estado de Passados 5730 anos, restará no fóssil apenas
conservação. metade da quantidade de 14C presente no ser
vivo que morreu. Passados mais 5730 anos,
▪ Fossilização por carbonificação: ocorre a metade do que restou também será
mais co mumente com restos vegetais e desintegrada, e assim por diante, até o último
organismos com partes moles. Os restos vestígio de isótopo radioativo na matéria
mortais são comprimidos pelo peso ou orgânica remanescente.
pela compactação das rochas. Durante o Por meio da medição da quantidade residual
processo, em razão do calor e da de carbo no-14 em um fóssil, é possível
compressão, são liberados gases como calcular quanto tempo se passou desde a
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Ao final, morte do ser vivo que o originou. Um fóssil
resta apenas uma película de carbono do que apresente 1/8 do carbono radioativo
organismo. estimado para
De acordo com uma determinação científica,
s
e
Fóssil de mamute
Rochas formadas há alguns milhões de anos
podem ser da tadas por meio do isótopo
No entanto, a datação por meio do urânio-235 (235U), cuja meia-vida é de 700
carbono-14 serve ape nas para fósseis com milhões de anos. Para rochas mais antigas,
menos de 50 mil anos, dado que a meia-vida com centenas de milhões de anos de idade,
desse isótopo é relativamente curta. Para
usa-se o potássio-40, cuja meia-vida é de
datar fósseis mais antigos, empregam-se
1,3 bilhão de anos.
isótopos com meia- -vida mais longa, como é
Um princípio químico, como o tempo de meia-vida do carbono-14, é utilizado para determinar a idade de um
E
fóssil e,
R
assim, estudar o processo evolutivo e a relação entre os indivíduos. A colisão entre raios cósmicos e o
T
nitrogênio-14,
A
presente na atmosfera terrestre, forma o carbono-14. Esse isótopo do carbono pode ligar-se com o
oxigênio, forman
A
do o gás carbônico, que é absorvido pelas plantas. Quando um organismo morre, a quantidade de
S
carbono-14 sofre
A
uma queda, o que resulta em um decaimento radioativo. O tempo de meia−vida do carbono-14 é de 5730
C
anos.
N
I
Dessa forma, um organismo que morreu há 5730 anos apresentará a metade do conteúdo de 14C.
C
20
VIVENCIANDO
n
vez, demonstra
Úmero
tebral que todos os 5 c Ulna
Carpo e Rádio
Metacarpo 1 t
os membros características em
2
a
subgrupos.
A
qual estão
Úmero
ZE
R
conectados os Golfinho s
O estudo
4
5
U
o desenvolvimento
Úmero
D
Ulna
I
C E L
N O
M
ÊI 1 V
U
C
Ulna Úmero
Rádio Carpo 1
2
Metacarpo 3
21
Cavalo mor cegos. Esses diferente. A presença
grupos distintos da característica
Ulna Úmero
Rádio Carpo 1 adotaram, ao longo “asa” permitiu a adap
Metacarpo 3 do tempo, a mesma tação, ou seja, o voo.
estratégia – asa – Nesse caso,
para a locomoção no percebe-se que o
Morcego
meio aéreo, porém a ambiente foi o
2
U
Esquema comparativo de analogia e homologia
2.2.2. Analogia
L
22
Base da espinha dorsal Humana
vídeo
Fonte: Youtube
Vértebras
Sacro
multimídia:
Por Dentro do Apêndice - Por Dentro 7
Cóccix
(cauda vestigial)
gia-homologia.htm
2.3. Bioquímica, biologia e
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/S
eresvivos/ Ciencias/bioevolucao2.php
genética molecular
expressão.
a
i
DNA
Transcrição informação informação A
o S
l
A
o
I
RNA n
C
c
N
e
t ÊI
Transcrição s
a
1
Tradução proteína s
e E
M
(Síntese de RNA) A
Z U
E L
T
Tradução
23
HABILIDADE 15
MODELO 1
ANÁLISE EXPOSITIVA
a
i
o
serem extintos.
l
RESPOSTA Alternativa B
e
24
DIAGRAMA DE IDEIAS
COMPARADA
EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS
FÓSSEIS
OS ORGANISMOS BIOQUÍMICA,
DE ANTIGAMENTE BIOLOGIA E GENÉ
ERAM DIFERENTES TICA MOLECULAR
EMBRIOLOGIA
ADAPTATIVA) s
MESMA FUNÇÃO
s
ÓRGÃOS
R
ANÁLOGOS T
ADAPTATIVA S
ÓRGÃOS N
ÊI
HOMÓLOGOS C
a 1
PODEM APRESENTAR i
g E
FUNÇÕES IGUAIS OU o
l M
DIFERENTES o
n
U
(DIVERGÊNCIA c
e
O
t V
25
EVOLUTIVAS
TEORIAS
nas características e nas adaptações dos
organismos, uma vez que estes se modi
ficam para atender às necessidades impostas
pelo meio.
CN AULAS
5E6
senvolvimento de ossos e músculos. As
girafas com pesco ços desenvolvidos
transmitiriam essa característica a seus
descendentes. Logo, ao longo das gerações,
todas as girafas teriam pescoços grandes.
Para Lamarck, portanto, o ambiente tem um
papel dire cionador e induz modificações
COMPETÊNCIA(s) 4 desenvolvimento do pescoço da girafa ao longo
das gerações
HABILIDADE(s) 15 e 16
mudanças here ditárias dos organismos no mudanças eram hereditáras, ou seja, eram
decorrer do tempo e que o estu do das transmitidas
evidências corroboram essa teoria, é preciso U
ao longo das gera ções. Jean-Baptiste de 3. A ideia da evolução como progresso e melhora.
Lamarck (século XVIII) e Charles Darwin S
Para
(século XIX) foram dois cientistas que se A
2. Lamarckismo Ê
1. A lei do uso e desuso afirmava que era Exemplo: o comprimento do pescoço das girafas
possível ad quirir características necessárias à pode ser
adaptação em um certo s
1
M
para alcançar
g
U
o
c V
e
determinada característica. O lamarckismo é considerado equivocado
t
2. A lei da transmissão dos caracteres adquiri devido ao desuso e à atrofia dos olhos na
e
26
Bico grande e forte que Bico grande e afiado que apanha insetos das parte sementes
esmaga sementes agarra e corta insetos fendas no solo Bico grande e néctar de
grandes e duras Bico curto e fino que Bico pequeno e forte que flor
Representação de alguns tipos de tentilhões e relação dos tipos de bicos com alimentos
desenvolvimento de teorias que, acredita-se, estão cada vez mais próximas de desvendar como os
seres vivos se mo Z
dificaram ao longo do tempo. Pela teoria de Darwin, compreende-se como as bactérias podem ficar
resistentes aos U
antibióticos. O antibiótico, que é uma substância utilizada para combater infecções bacterianas, acaba
com grande A
parte dos microrganismos, mas não é capaz de eliminar formas mais resistentes, que se reproduzem
passando o A
gene de resistência para as próximas gerações. Quando um paciente com infecção bacteriana toma o
antibiótico de A
maneira inadequada ou interrompe o tratamento antes do tempo, possibilita-se que bactérias resistentes
aumentem N
sua população e, consequentemente, retornem com a doença de maneira mais agressiva. Por
i
s
s
o
,
é
i
m
p
o
rt
a
n
t
e
C
tomar antibióticos sempre com recomendação médica e sempre nos horários indicados por esse
profissional.
1
27
3.1. Seleção natural expôs a sua teoria da evolução por seleção
natural, partindo de duas observações:
De acordo com a teoria da seleção natural,
os indivíduos com as características mais ▪ Os organismos vivos produzem um
vantajosas para a sobrevi vência em grande número de sementes ou ovos, mas
determinado ambiente conseguiam resistir e o número de indivíduos nas po pulações
se reproduzir, transmitindo essas normais é mais ou menos constante, o que
características para as próximas gerações. só pode ser explicado pela grande
mortalidade natural.
Em outras palavras, espécies bem
adaptadas pressupõem sempre um agente ▪ Organismos de mesma espécie, ou então
responsável pela seleção dos indivídu os de uma popula ção natural, são muito
mais aptos a determinado habitat. Assim, variáveis em forma e comportamen to,
para Darwin, o meio é um agente seletor − sendo a variabilidade influenciada pela
em oposição à teoria de Lamarck, na qual o hereditariedade.
ambiente induz as mudanças.
No caso dos tentilhões, o agente seletor foi
o alimento, uma vez que as condições
climáticas gerais das ilhas eram pare cidas.
s
a
i
I
é um fato natural e essencial nas espécies silvestres. localizadas no alto (2). Assim, naquele meio,
os indivíduos com a característica "pescoço
C
28
As reflexões do economista Thomas Malthus alimentares crescem em progressão
a respeito do aumento da população aritmética.” Thomas Malthus (1766-1834), colaborador de
humana contribuíram para algumas Darwin.
conclusões de Darwin. De acordo com
Malthus, grande parte do sofrimento
humano, provocado por guerras, fome, doen
ças, etc, deve-se ao aumento da população
humana ultra passar a velocidade de
disponibilidade dos recursos do meio.
“[...] A população humana tende a crescer multimídia: site
para além das pos sibilidades do meio, cresce
exponencialmente, enquanto que os recursos
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/S
eresvivos/ Ciencias/bioselecaonatural.php
substâncias que a torna não palatável aos ▪ O mimetismo batesiano (de defesa) consiste na
seus predadores, os quais aprendem a imita
associar o padrão de coloração ao sabor Gráficos demonstrando a variação na frequência
das características em cada tipo de seleção.
desagradável e evitam capturá-la.
seus portadores e, por isso, foram (Micrurus sp., modelo) e das falsas corais
beneficiados pela seleção natural. (Erithrolampus 1
A
E
D
S U
O
C
V
N
29
co. Ambas, no entanto, são dotadas de
coloração de ad vertência. Mas as falsas
não têm dentes inoculadores de peçonha
e não oferecem perigo a eventuais
predadores.
s
a
i
o
l
Falsa-coral
s
L
reprodução da orquídea.
O
Ophrys apifera
3.2.3. Camuflagem
Trata-se de um conjunto de técnicas e
métodos que permite a um organismo
permanecer indistinto do ambiente que o ro
deia. A camuflagem pode ser vantajosa para
o predador, que cerca a presa sem ser
percebido, e para a presa, que se con funde
com o meio, passando desapercebida pelo
Bicho-pau
predador.
30
tégias que aperfeiçoam a aptidão de deixar
mais descen dentes. Seleção sexual,
portanto, é a seleção natural volta da para o
encontro de parceiros e para o
comportamento reprodutivo.
Os leões-marinhos machos, por exemplo,
brigam entre si para demarcar um território
e, normalmente, o maior e mais forte
conquista mais fêmeas e deixa mais
descendentes.
Leões-marinhos
multimídia: vídeo
a
i
Fonte: Youtube
l
(2008)
t
4. Neodarwinismo:
a
CÓPIA
u
CÓPIA
MUTANTE
MUTANTE
e
integra esses novos conhecimentos às Vale ressaltar que mutações não são
ideias de Darwin e esclarece a causa e o n
destino das variabilidades. e
c
Quatro fatores básicos constituem a
e b
s
e
s
néficas e podem ser neutras ou prejudiciais para o
a
orga
r 1
i E
e U
t O
e
V
31
Por exemplo, no caso de um organismo que
vive num de serto de seca extrema, não é o DISCIPLINAS
ambiente que vai favorecer o aparecimento
de mutações que o ajudem a sobreviver. No Muita atenção ao fato de que mutações são even
entanto, caso ocorra espontaneamente uma tos raros, uma vez que nosso organismo detém
mutação favorável, esta será selecionada me canismos próprios para evitar erros na
positivamente. Assim, a população dos produção de moléculas de DNA.
indivíduos portadores dessa variação ten derá
a aumentar.
CONEXÃO ENTRE
g
dadores por serem mais visíveis. Depois da
as favoráveis e elimina as desfavoráveis. Assim, U
industrialização,
o
quando as L
l
V
condições ambientais se modificam, algumas passaram a ser camu fladas pela fuligem e,
variedades como eram mais vigorosas, foram
aumentando em frequência e substituindo as
e
se tornam vantajosas e permitem aos indivíduos mais visíveis, passaram a ser eliminadas
que as
a pelos pássaros. Assim, o agente seletivo
u
s
foram os predadores das mariposas.
e
E
aqueles que não as têm.
R
N
primeiro ano em que o DDT foi usado
Ê
numa determinada localidade. Algumas,
ras, uma vez que o ambiente proporcionava
as re sistentes, conseguiram sobreviver,
condições para
I
foram selecionadas e se reproduziram.
C
32
INSETICIDA
VARIABILIDADE:
corresponde à
existência
de
sensíveis e
resistentes
(gerados por
mutação)
SELEÇÃO
NATURAL:
representada
INSETICIDA pelo
inseticida, que
elimina os
INSETICIDA
sensíveis e
permite a
sobrevivência
dos resistentes.
ADAPTAÇÃO:
Enquanto na seleção natural o destino das mutações, que surgem a cada geração, depende do
efeito no organismo e de sua interação com o meio, na deriva genética a fixação dos
caracteres acontece ao acaso.
Esse fenômeno evolutivo ocasiona uma mudança nas frequências, sem levar em conta o valor
adaptativo de cada caracterís tica. Para a deriva, as variações são elementos flutuantes que
permanecem ou desaparecem de acordo com a sorte. Quando esse fenômeno é forte, pode
promover a fixação de até mesmo características prejudiciais ao organismo.
Apesar de ocorrer em poupulações grandes finitas, tem efeitos mais profundos em populações
pequenas. Na aula sobre forma ção de espécies, será explicado como decorre o efeito
gargalo e o efeito fundador, eventos específicos de deriva genética.
a
i
o
l
V
33
HABILIDADE 15
MODELO 1
(Enem) No mapa, é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e que não voam.
Avestruz
Ema
Emu
Há evidências mostrando que essas aves, que podem ser originárias de um mesmo
ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato, tal parentesco
ocorra, uma explicação possível para a separação geográ fica dessas aves, como
mostrada no mapa, poderia ser:
a) a grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões de anos, eliminou essas
aves do Hemisfério Norte; b) na origem da vida, essas aves eram capazes de
voar, o que permitiu que atravessassem as águas oceânicas, ocupando vários
continentes;
c) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim que
elas surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes;
d) o afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um
continente único, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes;
e) a existência de períodos glaciais muito rigorosos, no Hemisférico Norte,
provocou um gradativo des locamento dessas aves para o Sul, mais quente.
s
a
i
o
l
e
ANÁLISE EXPOSITIVA
t
A princípio, o ancestral dessas aves vivia em uma mesma área, uma vez que os continentes eram
unidos.
e
A
A migração fez com que diferentes populações se separassem e, posteriormente, com o afastamento
Z
das
E
N
dessas aves a partir do mesmo ancestral.
A
C
RESPOSTA Alternativa D
N
34
DIAGRAMA DE IDEIAS
TEORIAS EVOLUTIVAS
RECOMBINAÇÃO
GENÉTICA MUTAÇÃO
VARIABILIDADE
SELEÇÃO NATURAL
ADAPTAÇÃO
LEI DO USO E DESUSO
DIRECIONAL
HERANÇA DOS
CARACTERES ESTABILIZADORA
ADQUIRIDOS
O AMBIENTE INDUZ
MUDANÇAS NOS
ORGANISMOS DISRUPTIVA
s
ÊI
O AMBIENTE
SELECIONA AS
s
a 1
i
CARACTERÍSTICAS MAIS g
o
E
ADAPTADAS l
o
M
U
n
L
c
O
e
t
V
35
ESPECIAÇÃO
7E8
informações genéticas entre
COMPETÊNCIA(s) 4
1.1.Fluxo gênico populações. Por um lado, essa
HABILIDADE(s) 15 e 16
Os mecanismos de fluxo
gênico promovem a troca de
potencialmente capazes de ge rar
1. A origem das descendentes férteis e que, em
condições na turais, estão
espécies reprodutivamente isoladas de outros
Antes de compreender o processo de grupos semelhantes.
formação das espé cies, é necessário ▪ Unidade ecológica: apresenta
discutir o que de fato é uma espécie.
características pró prias e mantém relações
Melhor que uma única definição, que bem definidas com o am biente e outras espécies.
facilmente a as sociaria a um termo ou A espécie ecológica, então, é formada por um
conceito, é preferível considerar diferentes conjunto de indivíduos que exploram s
descrições. i
g
o mesmo nicho.
▪ Definição biológica de espécie: são l
o
e
▪ Unidade gênica: dotada de um patrimônio um des locamento genético entre populações
t
gênico afastadas e/ou em processo de divisão
s
a
O intercâmbio de genes é possível devido à
u
A
espécies e evolui de forma independente. manipulação cromossômica e gênica,
Z
E
abreviar os processos necessários à
R
U
especiação e permitir o aparecimento de
T
novas espécies - ou de pelo menos espécies
O processo de formação das espécies é chamado
transgênicas. Deve-se lembrar, no entanto,
espe
A
que a fertilidade é condição obrigatória entre
N
I
partir da qual po de-se afirmar
C
definitivamente que houve especiação a par
alterando gradativamente as frequências ao longo tir de um grupo ancestral. O isolamento
N
das reprodutivo indica a incapacidade total ou
parcial de os indivíduos de duas
Ê
1
ramificação de Logo, para confirmar que houve especiação,
E
deve-se apresentar diferenças genéticas que
uma linhagem, isolando e dividindo a populações interfiram na efici ência do acasalamento
M
original entre as novas espécies. Não há
U necessidade, no entanto, de que sejam
L
em duas ou mais subpopulações (cladogênese). diferenças gené ticas significativas. Seriam
O suficientes mudanças na data, no local ou
nos rituais de acasalamento. Mas elas são
V
36
1.2.1. Mecanismos pré-zigóticos populações ocupam diferentes habitats.
Mesmo vivendo na mesma região
Os mecanismos pré-zigóticos impedem a geográfica, habitam microambientes
fecundação e a formação do zigoto. distintos. Le ões e tigres podem se cruzar
▪ Isolamento estacional ou sazonal – em cativeiro e produzir des cendentes
decorre de di ferenças nas épocas de férteis. Entretanto, em ambiente natural eles
reprodução. Por exemplo: gru pos de rãs não se cruzam, uma vez que vivem em
que vivem em uma mesma lagoa, mas não habitats dferentes
se reproduzem na mesma época; ou ▪ Isolamento etológico ou
espécies de orquí deas que, embora comportamental – de corre de diferentes
habitem a mesma região, florescem em padrões de comportamento de corte.
dias diferentes, o que lhes impede o Antes do acasalamento, representam um
cruzamento. fator de funda mental importância para a
▪ Isolamento ecológico – resulta quando reprodução de diferentes es pécies. O
canto das aves, por exemplo, por ser
específico, atrai apenas parceiros da
mesma espécie. Exceção à regra
▪ Isolamento mecânico ou Apesar de a regra dizer que híbridos são
incompatibilidade anatô mica – resulta estéreis, há re gistros de exceções a essa
da incompatibilidade estrutural dos órgãos regra com filhotes de mula. Considerando
reprodutores. Nos animais, a diferença de que uma égua tem 64 cromossomos, e um
tamanho ou for ma dos órgãos genitais jumento, 62, a principal barreira para esse
impede a cópula. Nas plantas, as tipo de repro dução diz respeito à diferença
estruturas responsáveis pelo encontro dos na quantidade de cromos somos dos pais
da mula. Os 63 cromossomos da mula
gametas podem não se encaixar
constituem um número ímpar, que não pode
perfeitamente em diferentes espécies.
ser dividido em cromossomos pares (a
importância dessa divisão será explicada,
1.2.2. Mecanismos pós-zigóticos quando falarmos sobre divisão celular), o
Os mecanismos pós-zigóticos são aqueles que, em princípio, a tornaria incapaz de
que inviabilizam a sobrevivência do híbrido reproduzir-se. Entre tanto, apesar de alguns
ou a sua fertilidade. Mesmo ocorrendo a casos já terem sido registrados ao redor do
mundo, ainda não há uma explicação para o
cópula, esses mecanismos impedem ou
fato, que permanece sendo estudado por
dificul tam seu desenvolvimento. Os principais
pesquisadores.
tipos de isolamento pós-zigótico são:
que não são capazes de se desenvolver. Com isso, ocorre uma progressiva diferenciação
ao longo do
▪ Esterilidade do híbrido – forma-se o i
devido à presença de gônadas anormais tempo que, mesmo após o fim do isolamento
ou de incompatibilidade dos geográfico e o
espécie. A
ISOLAMENTO Z
S
E
DIFERENCIAÇÃO I
ISOLAMENTO U
C
PROGRESSIVA
N
REPRODUTIVO O
Ê
I
V
37
A especiação também pode acontecer com
populações que convivem em um mesmo
lugar e não possuem barreiras ex trínsecas Está relacionada com o chamado efeito
para o fluxo gênico. Nesse caso, a fundador, fenô meno de deriva genética que
distribuição dos organismos no espaço ou a descreve o estabelecimen to de uma nova
ocorrência de mudanças no com portamento, população a partir da migração de uma
muitas vezes relacionadas a determinadas pequena parcela de indivíduos e de
pres sões seletivas, podem desencadear o genótipos da popula ção original. Do mesmo
processo de formação de novas espécies. modo, a peripátrica aplica-se ao evento de
Modos de Características Representaçã deriva genética denominado efeito gargalo,
especiação o no qual algum evento reduz drasticamente
uma população e sua variabilidade genética.
Alopátrica As
(alo = outros; populações
pátrica = lugar) são
geograficame
nte isoladas.
Parapátrica A população é
(para = ao lado) continuamente
distribuída.
EFEITO GARGALO
Simpátrica População
(sim = igual) inserida na
população
ancestral.
2.2. Especiação periprática
1
a
i
separada da maior. O
o
2.1. Especiação alopátrica V
s
Nessa especiação não há barreiras
Ocorre quando algum tipo de isolamento geográficas presentes. Por exemplo, em
a
geográfico − uma população dispersa continuamen te
por uma grande área com diversificados
u
como longas distâncias ou barreiras físicas − ambien tes, o acasalamento não é aleatório
impede dois ou e o intercâmbio de ge nes entre indivíduos de
e
outros. O que caracteriza de fato uma especiação gênica nesses organismos a ponto de eles
alopátrica não serem mais capazes de se acasalarem
U
T
caso estivessem reunidos.
A
a
i
o
l
3. Filogenia e cladograma c
de parentesco.
eventos de especiação que deram origem a novos carac
A
tipos de dados, desde aspectos moleculares para seus descendentes (término dos ramos). 1
até tra E
os des A
L
I
V
39
site
http://www.qualibio.ufba.br/003.html
TEMPO
Localização dos ancestrais no cladograma. Note como, nessa árvore, B e C
são parentes mais próximos que A e C, pois compartilham um ancestral em
comum mais recente com B que com C.
multimídia:
Enquanto a União Internacional
especiação representa para a Conservação
o desenvolvimento de da Na tureza (UICN),
novas espécies, a até a metade do
extinção é o século XXI, mais de
desaparecimento com 25%
pleto de uma espécie e
pode ocorrer devido a
processos naturais ou
por interferência
D. dentissima humana. Segundo
estimativas atuais, o
D. ob número total de
scura espécies no planeta
varia entre 5 milhões
e 30 milhões. Desse
4. A total, cerca de 1,4
milhão de espécies
Eventos de extinção das foram nomeadas e
especiação descritas pelos
D. melanogaster espécies cientistas. Segundo a
Táxon merofilético Táxon parafilético
A
BCD
principais cau sas são as modificações
o surgimento da vida no planeta. Suas climáticas, como as desertifica
X
atmosfera vulcânicas. Elas
espécie ancestral X (nó)
decorrentes das tornam o meio
ções, glaciações e atividades ambiente
alterações da
Y S
A
houve ao menos cinco gran
I
C
des extinções em massa. A
Tempo
N
ÊI
mais conhecida ocorreu no
fim do Cretáceo e ocasionou
C
espécie ancestral Y (nó)
desfavorável à permanência
o desaparecimento dos
de alguns grupos, que, por
dinossauros. Outra, durante o
1
seleção natural, E
Permiano-triássico, é uma
desaparecem. No entanto, a
M
consegue se adaptar e
O
V
ocasionou a extinção de cer
ca de 95% das espécies
Caráter a (sinapomorfia)
sobreviver a essas
mudanças, pois elas são Árvore filogenética: relações filogenéticas ou de parentesco marinhas e 70% das
terrestres. É importante
entre os seres vivos.
efeito de uma série de fatores
e pontuar que, mesmo com
s
consequências drásticas, os
processos evolutivos dos
a
i
o
l
organismos prosse guiram e
a biodiversidade
o
eventualmente cresceu.
c
s
multimídia: site possível próxima extinção em
e
massa já está em processo e
A
tem como causa as ações
http://www.qualibio.ufba.br/00 humanas. A velocidade de
Z
2.html
R
U
desaparecimento das
T
A
costumam ocorrer espécies é maior do que as
N
lentamente. últimas já registradas e
preocupa os pesquisadores.
A
D
Durante a história terreste
40
4.2. Os processos antrópicos de alimento nos ecossistemas. A redução
drástica dos animais carnívoros, por
Nas últimas décadas, o ser humano vem exemplo, pode levar à proliferação dos
destruindo habitats de grande diversidade animais herbívoros e, como consequência,
biológica, principalmente por causa da haveria escassez de algu mas plantas.
poluição das águas, do solo e do ar, do
desmatamento, da caça e pesca predatórias Em todo o planeta, a quantidade de animais
e da extração ilegal de espécies vegetais. em via de extinção é enorme. Entre eles,
Essas mudanças estão acontecendo numa estão a baleia-azul, o mi co-leão-dourado, o
veloci elefante, o rinoceronte-negro e o go
dade maior do que a de adaptação dos seres rila-das-montanhas (África), o cervo
vivos, que não se ajustam às novas (Tailândia), o panda- -gigante (China), o
condições de vida e desaparecem. pinguim-grande (Islândia e Canadá), o
cavalo-selvagem (Europa Central), o bisão,
Uma das consequências da extinção das ou o boi- -selvagem, e o pelicano-branco
espécies é o desequi líbrio das cadeias (França). Várias espécies vegetais também
alimentares, responsáveis pela transferência correm risco de extinção. É o caso das
orquídeas de Chiapas, no México, das Genes alelos, ou apenas alelos, são
bromélias – típicas das zonas tropicais e
segmentos ho mólogos do DNA que
subtropicais, encontradas no conti nente
representam variações específi cas de um
americano e em parte da África –, das
mesmo gene.
“madeiras de lei”, como mogno, jacarandá,
marfim, cerejeira, im buia, canela, entre Polialelia ou polimorfismo: Quando um
outras, usadas em todo o mundo para a gene pos sui mais de duas formas alélicas.
confecção de móveis e na construção civil. Exemplo: o sistema sanguíneo ABO
No Brasil, o país de maior biodiversidade do possui três alelos e quatro fenótipos
mundo, cer ca de 300 espécies da fauna e
flora estão ameaçadas de extinção:
lobo-guará, onça-pintada, gato-mourisco, Os selecionistas acreditam que a seleção
veado- -campeiro, cervo-do-pantanal, natural é a força predominante capaz de
ariranha, mico-leão, anta, peixe-boi, direcionar os processos evolutivos, sendo
psitacídeos (arara e papagaio) e tucano. A lis que os outros fatores proporcionam, no
ta passa pelos répteis, como o máximo, uma pequena contribuição. O
jacaré-de-papo-amarelo e tracajá, e selecionismo prega que as substituições
estende-se, inclusive, a invertebrados de alélicas ocorrem em consequên
diversos filos, que ocupam os costões e cia de seleção dos mais adaptados, no qual
praias da orla marítima. o novo alelo substituirá um antigo em
função de aumentar o valor adaptativo
Vale lembrar também da extinção de seres dos organismos que o possuem. Assim,
pequenos, par camente estudados ou de os polimorfismos seriam mantidos, quando a
pouco interesse para a sociedade. Dentre coexistência de dois ou mais alelos num
eles, destacam-se os invertebrados e, em loco for vantajosa para o orga
especial, os insetos. Esse grupo possui a nismo ou para a população.
maior quantidade de organis mos e está em
rápido declínio, seu desaparecimento é devi Já os neutralistas acreditam que,
do principalmente ao controle de praga. Por principalmente num nível molecular, a
conta da impor tância dos seus papéis maioria das mudanças evolutivas não está
ecológicos, a extinção de espécies dos relacionada a uma seleção positiva dos
insetos pode causar consequências alelos de maior valor adaptativo, e sim à
irreversíveis. deriva genética, ou seja, à va
riação aleatória das frequências dos alelos.
A teoria neu tralista surgiu no fim dos anos
5. Neutralismo e 1960, quando uma grande quantidade de
dados de sequenciamento de proteínas foi
selecionismo obtida, provendo, pela primeira vez, dados
Vários evolucionistas discordam sobre qual é empíricos para s
relação ao conjunto de alelos; outros acham estritamente o mesmo valor adaptativo, mas que a
que a deriva genética ou a variação maio e
A
E
A
D
ções por mutação e consequente fixação ou
S
extinção aleató
Segundo a teoria neutralista, um loco polimórfico é M
constitu A
I
ria dos alelos. A substituição alélica seria,
C
portanto, um
ído de alelos que tendem a se fixar ou a se
L
estinguir. Assim, N
V
41
processo longo e gradual, no qual a
Os pesquisadores buscam determinar os
frequência dos alelos aumenta ou
motivos que leva ram a essa cefalização
diminui randomicamente até que eles
acentuada no gênero Homo.
sejam perdidos ou fixados por ordem do
acaso. A seguir, de forma simplificada, serão
apontadas algumas ideias a respeito desse
A verdade é que a base da disputa entre
tema.
selecionistas e neu tralistas está relacionada
aos valores adaptativos dos alelos A priori, tentou-se identificar um fator isolado
mutantes. Ambas concordam que a maioria que explicasse essa característica, mas
das novas mutações é deletéria e que logo percebeu-se a limitação desse en
essas alterações não contribuem para a foque. Atualmente, as pesquisas tentam ser
taxa de mutação nem para a quantidade de mais realistas, en
polimorfismos dentro de uma população. A focando uma série de fatores que teriam
diferença está relacionada à proporção agido em conjunto. s
hemofílico, aspecto que até os neutralistas do número de árvores), eles tiveram de lidar com
reconhecem e sabem que a seleção é muito um ambien
importante nesses casos. A abordagem
s
6. Evolução humana
E
Os seres humanos possuem um cérebro Além disso, vivendo em campos abertos, aqueles
grande se compa rado a outros mamíferos T
que per
ou primatas. Um indivíduo adulto tem um A
cérebro de quase 4 kg, para um peso maneciam em grupos eram mais favorecidos
corporal mé dio de aproximadamente 70 kg. (seleção na
Ou seja, aproximadamen te 6% do nosso A
C
época. Ao lon go das gerações, aqueles que
possuíam uma melhor vocali zação eram
viam em grupos geravam descendentes que gradativamente mantidos, enquanto os
possuíam a outros acabavam sendo selecionados
1 negativamente (extintos).
E
tendência de viverem agrupados. O ambiente fora das árvores era bem mais
M hostil, pois conti nha um maior número de
variáveis. Nas árvores, a quantidade de
U
V
alimento é maior do que em um campo
Assim, as populações que tinham indivíduos aberto. É possível afirmar que, para se obter
com maior capacidade de solucionar a mesma quantidade de alimento encontrada
problemas para manter a coesão desses facilmente em 10 m2 na floresta, esses
grupos obtiveram maior sucesso. Essa homens primitivos deveriam percorrer 10.000
resolução de problemas era facilitada m2 em seu novo habitat.
quando havia uma vocalização complexa O fato de ser bípede era uma grande
(pré-requisito para a linguagem humana). vantagem na cober tura dessas extensas
Uma pré-adaptação para a vocalização foi áreas, além de liberar os membros
um fator funda mental para que essa anteriores desses animais (braços e mãos)
característica pudesse existir. para recolher as frutas e manusear os
alimentos. Assim, os mais habilidosos com
Pré-adaptações são estruturas que já
os alimentos foram favorecidos e tiveram
existem naquela espécie e que permitem
maior su cesso evolutivo, deixando mais
que o animal tenha sucesso no ambiente. O
descendentes. Na ciência, isso é conhecido
ancestral humano já possuía uma estrutura
como “pressão positiva” para os mais ha
física para vocalização (garganta, glote,
bilidosos, ou seja, aqueles que têm mais
estruturas para passagem do ar, etc.). Ele só
habilidade levam vantagem em relação aos
pôde desenvolver a linguagem porque já
menos habilidosos e prevalece riam em
possuía essas pré-adaptações (no caso,
termos de evolução. Outras estruturas, como
pré-adap
as da mão, também foram se modificando e
tacões para a linguagem). teriam sido sele cionadas a cada geração.
Um outro exemplo seriam as abelhas, que Algumas alterações facilitavam o manuseio
também vivem em grupo e precisam se do alimento, gerando maior habilidade.
comunicar. Como elas não desen volveram Dessa forma, os membros anteriores foram
nenhuma estrutura de vocalização ou de
lentamente se mo dificando e assumindo a
comuni cação sonora, comunicam-se por
forma que conhecemos, ou seja, com o
meio de sinais químicos, estruturas
polegar opositor aos outros dedos,
desenvolvidas a partir de pré-adaptações
possibilitando uma maior
espe cíficas. Ao se analisar uma determinada
42
firmeza e precisão nos movimentos. Além de
facilitar o manu seio dos alimentos, esse fator
permitiu que o homem ancestral segurasse
galhos, pedras e outros objetos. Em conjunto,
todos esses fatores resultaram em um
cérebro mais desenvolvido.
a
i
o
l
C
U
L
1 O
V
E
43
ossos longos ossos longos mais delgados
espessos e curvos
Evolução humana – hominídeos
ossos longos com ossos longos com pouca
grandes áreas para superfície para ligação
cérebro, tecnologia, ▪ cérebro grande; ligação de músculos de músculos
linguagem e cultura
▪ dependência total do uso
de utensí lios;
▪ linguagem simbólica
completa; e ▪ capacidades
s
a
i
através de processos l
o
complexos de transmissão o
da informação de geração c
em geração. t
animais;
s
hidratos de carbono; A
▪ consumo retardado da
Z
comida ad quirida; e
A cultura é um processo tipicamente humano: a
▪ partilha dos alimentos. evolução
R
▪ inexistência de caninos S
grandes que possam ser hábitos cuja renovação depende muito mais do
usados em contexto de
interação social. A
surgimento
I
44
formado ou aleijado. No entanto, a
descoberta acabou se consolidando com
outros achados em várias partes da Euro pa
e do Oriente Médio, provocando uma enorme
polêmica. Mostrou-se, pela primeira vez, que
havia o registro histórico de um ser muito
semelhante ao ser humano, que não mais
existia e poderia ser um ancestral em comum
de macacos atuais e seres humanos. A
descoberta deu um grande impul so à
aceitação das teorias de Darwin pelos
cientistas e incen tivou a busca desenfreada
por fósseis de hominídeos cada vez mais
antigos, o que veio a acontecer somente no
século XX, inicialmente na África, mas
Da esquerda para a direita, os crânios do Australopithecus
também na Ásia e Oceania. afarensis, um dos mais antigos hominídeos encontrados; do
Australopithecus africanus, um hominídeo mais recente que o
afarensis; do Homo habilis, uma das primeiras espécies
africanas do gênero; e de um Homem de Neandertal.
C
E
N
Ê
M
I
U
C
O
V
1
45
HABILIDADE 15
MODELO 1
a
i
o
l
t
s
46
O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é:
a) A alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da
pelagem dos roedores. b) O fluxo gênico entre as diferentes populações, que
mantém constante a grande diversidade inter populacional.
c) A seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a
sobrevivência diferencia da de indivíduos com características distintas.
d) A mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais
escuro, têm maior ocor rência e capacidade de alterar significativamente a cor
da pelagem dos animais.
e) A herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se
adaptarem a diferentes am bientes e transmitirem suas características
genéticas aos descendentes.
ANÁLISE EXPOSITIVA
RESPOSTA Alternativa C
s
a
i
o
l
47
DIFERENCIAÇÃO
PROGRESSIVA
ISOLAMENTO REPRODUTIVO
ESPECIAÇÃO PÓS-ZIGÓTICO
• MORTALIDADE DO ZIGOTO
ISOLAMENTO
• MECÂNICO DE NOVAS OU
• COMPORTAMENTAL ESPÉCIES ESTERILIDADE
FORMAÇÃO • INVIABILIDADE DO HÍBRIDO
ALOPÁTRICA PERIPÁTRICA PARAPÁTRICA SIMPÁTRICA
A
M
Z
U
E
L
ISOLAMENTO R
U
O
GEOGRÁFICO
V
T
A ISOLAMENTO
GEOGRÁFICO,
N
POPULAÇÃO MENOR
A
D
s
a
i S DE UMA MAIOR
SEM ISOLAMENTO
g A
o I
o
C
N
GEOGRÁFICO,
GRANDES ÁREAS
n
CLADOGRAMA c
Ê
SEM ISOLAMENTO
e
t C
a
GEOGRÁFICO,
u
s
1
OCUPAÇÃO DE
e
E
NICHOS DISTINTOS
48
AULA
BIOLOGIA
DIVERSIDADE
CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias DA VIDA
TEORiA DE
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
protozoários. A maioria das
questões abor da a forma de
contágio e profilaxia, sempre
trazendo doenças do cotidiano.
o
E
ÊI
como malária e doença de Chagas) são
l R C temas muito presentes nas provas da Uerj.
o
U Com perfil similar à Fuvest e questões bem
específicas, os temas mais frequentes são
n
T
c
e
A 1 doenças virais e bacterianas, comparação
t N entre os reinos e anatomia comparada dos
E
filos animais.
s
A
M
a
u
D
U
vivos e diferenciar os principais grupos (rei
s L
nos e filos) são competências fundamentais
S
O
para ter sucesso nessa prova.
A
e
I
V
50
organização
Os seres vivos são complexos e apresentam
organização própria. Mesmo os organismos
unicelulares apresentam extrema
TAXONOMIA complexidade, tanto na estrutura quanto no
funcionamento da célula. O corpo humano,
E REINOS exemplo de organismo pluricelular,
apresenta 200 tipos de células, que se
organizam em quatro tipos básicos de
conjuntos, chamados de tecidos epitelial,
conjuntivo, muscu lar e nervoso. Os
grupos desses tecidos se reúnem formando
1.2. Complexidade e
Mitocôndria
Citosol
COMPETÊNCIA(s) 4
Ribossomos
Vacúolo
1.3. Metabolismo
Nucléolo
caracterizados por:
▪ estrutura celular;
Membrana nuclear
▪ reprodução;
▪ complexidade e organização;
▪ material genético;
▪ metabolismo;
▪ adaptação; Grânulos
secretores
a
i
de células. A célula é a menor por ção capaz nutenção e reparo das células e,
de apresentar as propriedades de um ser consequentemente, de
vivo: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Os
n
Parede Celular
Parede celular
e
Parede Celular
Membrana
Os principais processos metabólicos são: anabo A
celular
Membrana
Z
E
Membrana
celular
lismo e catabolismo. O termo anabolismo com R
celular
Plasmídeo outras mais complexas,
Plasmídeo
Plasmídeo resultando em armazenamen
DNA
DNA
Flagelo
DNA Flagelo
Flagelo S
Grânulo
T
Grânulo
preende os processos
A
I
Grânulo
Célula bacteriana.
substâncias mais simples são
Célula bacteriana. combinadas para formar
Ribossomos
Ribossomos Ribossomos
N
A
Ê
D I
e crescimento. O catabolismo originando substâncias mais
simples e ocasionando
se refere a processos C
V
M
liberação de energia.
1
51
GENITOR A GENITORA B
GENITORA A
o
s
i
l
FUSÃO
As atividades PRODUZ GAMETAS
metabólicas.
PRODUZ
o GAMETAS
m
s
i
GAMETAS
l
n GAMETAS
A
DIVISÃO
desencadear uma reação num organismo. o
1.5. Reprodução e
52
diversidade bio lógica existente entre os
seres vivos de espécies diferentes, entre
seres da mesma espécie, assim como
também englo ba a diversificação de habitats
e ambientes.
O conceito ganhou destaque a partir da
década de 1980, a partir da discussão sobre
o risco de extinção de espécies e dos
impactos ambientais gerados pelas
populações hu manas que comprometiam a
sobrevivência das gerações futuras e a
disponibilidade de recursos para elas. Hoje,
sa bemos que a biodiversidade é essencial
para manutenção dos ecossistemas.
Esquema simplificado da evolução dos organismos Em locais com grande biodiversidade, há
maior possibilida de de existir organismos
2. Biodiversidade: resistentes a mudanças ambien tais, de
forma que populações com baixa diversidade
diversidade de ficam mais vulneráveis a patógenos e ao
ambiente.
espécies e de
Existem, aproximadamente, 2 milhões de
ecossistemas espécies conheci das e 15 mil espécies são
Biodiversidade é o conceito que designa a descritas pelos cientistas por ano. Ainda
assim, estima-se que existam entre 5 e 30
milhões de espécies no planeta, com a em plantas com flores e alguns animais.
maioria das espécies con centrada nos
A quantidade de informação genética em um
trópicos.
organismo e o número de espécies
Segundo a União Internacional para a constituem apenas uma parte da
Conservação da Na tureza (UICN), mais de diversidade biológica sobre a Terra.
25% desse total correm sério risco de ESPÉCIES CONHECIDAS E ESTIMADAS
extinção até 2050. Os principais fatores para
extinção de espécies é o desaparecimento formas de espécie espécies
de seus habitats, devido ao desmatamento, vida s totais
ao avanço das cidades e à degradação conhecid estimadas
as
ambiental, como a poluição das águas e do
ar. insetos e 874.161 30 milhões
artrópodos
É preciso que a diversidade biológica seja
reconhecida enquanto um recurso global arbustos e 248.400 de 275 mil a mais
árvores de 400 mil
para que possa ser registrada, usada e,
acima de tudo, preservada. Além das perdas invertebrados 116.873 Podem chegar a
poucos milhões
de bio
diversidade devido à extinção de espécies, ervas e arbustos 73.900 Não disponível
outras duas circun tâncias estão colaborando
para atribuir urgência a esse tema: o microrganismos 36.900 Não disponível
crescimento desenfreado das populações
humanas, que conso mem os recursos peixes 19.056 21 mil
ambiente.
mamíferos 4.000 95% já conhecidas
conhecido. Z
idênticos. N
O
V
53
2.2. Florestas tropicais: ter a estabilidade do clima ao compor o ciclo da
água por
centros de biodiversidade s
primária. I
M
Vegetação da mata Atlântica. Disponível em: <www.mudasnativas.org>.
U
O
Acesso em: 22 dez. 2015.
V
g
efeito, devido à aceleração da extinção das
l
o
espécies, talvez a possibilidade desse
o
n
conhecimento escape da humanidade para
As florestas tropicais também são importantes sempre.
para man
c É fato que o conhecimento da diversidade
e
t
biológica signifi cará pouco para a vastidão como polinizadoras de plan tas, agentes
da humanidade, a não ser que existam controladores de ervas-daninhas e parasitas
motivações para utilizá-lo. e predadoras de pestes de insetos, ou seja,
podem ser usadas como controles
O ser humano não depende completamente
biológicos. As bactérias, leveduras e ou tros
nem mesmo de 1% das espécies vivas para
microrganismos vão continuar a produzir
sobreviver, e o restante per manece
novos remé dios, alimentos e procedimentos
esquecido, sem ser testado. No curso da
de restauração do solo.
história, de acordo com estimativas feitas, as
pessoas se utilizaram de 7.000 tipos de Na realidade, a questão se resume a uma
plantas na alimentação, predominantemente decisão ética: De que maneira os seres
trigo, centeio, milho e cerca de uma dúzia de humanos valorizam os mundos naturais nos
outras espécies altamente domesticadas. quais se desenvolveram e de que maneira en
Não obstante, existem pelo menos cerca de tendem seu status como indivíduos?
75 mil plantas comestíveis, e muitas delas Os humanos são fundamentalmente
são su periores, em termos nutricionais, a mamíferos e espíritos livres que alcançaram
plantas que estão sendo largamente esse alto nível de racionalidade pela criação
utilizadas. Outras podem ser substitutas do perpétua de novas opções. A filosofia natural
pe tróleo e são fontes potenciais de novos e a ciência trouxeram alívio para o que
remédios e de fibras. poderia ser o paradoxo essencial da
Além disso, entre os insetos existem muitas existência humana.
espécies que são potencialmente superiores
54
A vontade da expansão perpétua ou de tanto externa quanto internamente, e dos já
liberdade pessoal é básica ao espírito extintos, através de fósseis, o que permitiu
humano. Para sustentá-la, é preciso a mais classificá-los e compará-los.
delicada e conhecedora administração do
Durante os séculos XIX e XX, os estudos de
mundo vivo que se possa planejar. A
arqueologia e dos fósseis adquiriram maior
princípio, expansão e administra
importância, e as evidências decorrentes
ção podem parecer objetivos conflitantes,
permitiram afirmar que os seres vivos de hoje
mas, na realida de, o que acontece é o
derivam de outros que existiram há milhares
oposto.
de anos.
Reflita...
Na Biologia, já foram utilizados diversos
critérios na classi ficação dos organismos.
Quais seres vivos estão relacionados Aristóteles, no século IV a.C., clas sificou os
a sua vida? De que maneira você animais em aéreos, terrestres e aquáticos.
Santo Agostinho classificou os animais em
interfere no ambiente deles? Que
úteis, nocivos e indife rentes ao homem. No
sentimentos eles despertam em você? entanto, com o passar do tempo, esses
critérios se mostraram inadequados.
Você acha que a diversidade de
espécies é maior agora, no seu Em meados do século XVIII, o naturalista
ambiente, ou era maior no am biente sueco Carl von Linnée, ou Lineu, classificou
antes de ele ser ocupado pelo os organismos segundo a es trutura e
homem? anatomia dos seres vivos. Esse sistema de
classi ficação é utilizado até hoje e é
denominado taxonomia.
2.4. Classificando e ordenando
a biodiversidade Classificar é separar em grupos de acordo
com suas semelhanças e diferenças e, no
A biodiversidade é estudada há muito tempo.
caso da biologia, de acordo com seu grau
Desenhos encontrados em cavernas indicam
de parentesco.
o provável interesse dos homens em
registrar e reconhecer os seres vivos. O
avanço da ciência levou a uma investigação Desde os tempos mais remotos até nossos
mais sistemática dos seres vivos atuais, dias, a classifica ção das “coisas”, animais e
vegetais ajudou a humanidade a s
compreender o seu ambiente. Além disso, é d
fundamental no desenvolvimento de nossa e
capacidade intelectual, já que s
s
produção de conhecimentos. i
o
l
homem, você diria que o grau de semelhanças podem ser estruturais, etológicas
parentesco é maior entre: (comporta t
▪ golfinho e tubarão;
s
▪ tubarão e homem?
e
classificação dos seres vivos é denominada das podem possuir significados diferentes,
táxon. Dessa forma, o ramo da Biolo gia que considerando-se a N
em comum são agrupadas em um gênero. dem ter surgido separadamente em cada grupo.
Os gêneros são agrupados em famílias; as Por exemplo, Ê
55
Agora, observe a classificação de cada um estudo que realizou nos escritos de Charles
deles: Darwin sobre evolução, o qual criou a
primeira representação gráfica para esses
tubarão golfinho homem
parentescos e que permitiu a Haeckel criar o
Reino Animal Animal Animal conceito de árvore filogenética.
e l
o
m t
o
s
a e
o
E
Espé A
56
Esses organismos ainda assim apresentam organismos com ca racterísticas muito
diferenças entre si: as células vegetais distintas e foi criado o Reino dos Pro tistas,
apresentam parede celular, cloroplas tos e no qual incluem-se algas microscópicas,
grandes vacúolos, enquanto estas estruturas fungos e diversos seres unicelulares.
estão au sentes nas células animais. Assim, observando-se águas de poças, lagos
Alguns autores reúnem eubactéria e e mares, foi descoberto um universo
arqueobactéria em um único reino microscópico: amebas, paramécios,
denominado Monera. O esquema abaixo bactérias, fungos e euglenas eram
representa uma possível origem evolutiva considerados protistas. Percebendo as
dos seres vivos a partir de um ancestral diferenças das células procariotas das bacté
comum. rias e cianobactérias, criou-se o Reino dos
Moneras.
Em meados do século XX, com a justificativa
de que os fun gos apresentam características
de vegetais e de animais, foi criado o Reino
dos Fungos.
Apesar de existirem outras divisões
atualmente, os organis mos podem ser
agrupados em cinco reinos:
3.3. Os Reinos ▪ Reino dos Moneras, que inclui bactérias
e cianobacté rias, com aproximadamente 5
Por muito tempo, admitiu-se a existência de
mil espécies descritas.
apenas dois reinos: o animal e o vegetal,
englobando apenas organis mos ▪ Reino dos Protoctistas, que inclui
pluricelulares. Os animais eram aqueles que protozoários e al gas, com
se deslo cavam, alimentavam-se e aproximadamente 58 mil espécies
respiravam; enquanto os vege tais eram descritas.
verdes, sésseis e realizavam fotossíntese. ▪ Reino dos Fungos, que inclui fungos e
Contudo, foram identificados alguns líquens, com aproximadamente 47 mil
espécies descritas. “batizados” pela população com nomes
▪ Reino dos Vegetais, que inclui as denominados pela comunidade científica
plantas, com aproxi madamente 250 mil como popu lares ou vulgares. Esses
espécies descritas. nomes podem designar um conjunto muito
amplo de organismos, incluindo, algu mas
▪ Reino dos Animais, que inclui os animais
vezes, até grupos não aparentados.
inverte brados (com cerca de 992 mil
espécies descritas, sen do que, dessas, Também pode acontecer de animais de
cerca de 880 mil são artrópodes) e uma mesma espécie receberem vários
vertebrados (cerca de 44 mil espécies nomes, como ocorre com a onça-pintada,
descritas). cujo nome científico é Panthera onca.
Existem seres que não se encaixam em
A planta Manihot esculenta, cuja raiz é
nenhum dos rei nos existentes – os vírus –,
pois apresentam características únicas: muito aprecia da como alimento,
eles não formam células (são formados de dependendo da região do Brasil, é
s
eletrônico, que pode ampliar a imagem até Dessa forma, percebemos que a nomenclatura
popular
cerca de 100 mil vezes. t
intracelulares influenza e
obrigatórios
em que a população, de modo geral, fala o mesmo
Monera procariontes, bactérias e cia idio A
autótrofos ou nobactérias Z
heterótrofos E
autótrofos ou
heterótrofos
S
pluricelulares,
autótrofos
comunicação de diversos profissionais, como
médicos, N
pluricelulares,
heterótrofos zoólogos, botânicos e todos aqueles que estudam os
C
seres vivos. 1
Nomenclatura popular E
57
Para que a linguagem científica se tornasse universal, criou-se um método para nomear
as espécies. Baseado nos princí pios da linguagem e da escrita, foi escolhida uma língua
morta, o latim, ou seja, uma língua que não possui mais falantes nativos. Línguas vivas
estão sujeitas a constantes transformações em suas estruturas gramaticais, o que
acarretaria em alterações dos nomes científicos. O latim é uma velha língua
indo-europeia do ramo itálico, originalmente falada no Lácio, região próxima à cidade de
Roma. Foi largamente difundida, principalmente na Europa Ocidental, como a língua
oficial da República Romana, do Império Romano e, posteriormente, da Igreja Católica
Romana.
VIVENCIANDO
a
i
o
l
C
58
HABILIDADE 16
Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos
biológicos ou na organização ta xonômica dos seres vivos.
MODELO 1
Monera Archaea
Eubacteria
Protista Eukarya
Fungi
Plantae
Animalia
ANÁLISE EXPOSITIVA
Entender que os seres vivos podem ser classificados de acordo com aspectos morfológicos,
fisiológicos e evolutivos é de grande importância para o início do entendimento da
diversidade biológica. Saber que existem seres vivos com características semelhantes e
saber agrupá-los é essencial para o início dos estudos de seres vivos. Do ponto de vista s
evolutivo, a classificação filogenética é aquela que leva em consideração a ancestralidade entre os grupos de
seres a
vivos, demonstrando quais são os táxons que são mais proximamente relacionados entre si. A classificação
propos o
ta por Woese leva em consideração aspectos filogenéticos, representando assim uma classificação mais coesa.
O c
RESPOSTA Alternativa C 1
59
DIAGRAMA DE • REPRODUÇÃO
IDEIAS
TAXONOMIA E REINOS
CLASSIFICAÇÃO, ORDENAÇÃO E
NOMENCLA
TURA DOS SERES VIVOS
(BIODIVERSIDADE)
SISTEMA NATURAL DE LINEU
• ESTRUTURA CELULAR
• COMPLEXIDADE E • FILO (DIVISÃO)
ORGANIZAÇÃO • CLASSE
FILOGENÉTICA HERNS
• MATERIAL GENÉTICO • HAECKEL PARENTESCO • ORDEM
METABOLISMO • E ANCESTRALIDADE • FAMÍLIA
ADAPTAÇÃO ORGANIZAÇÃO • GÊNERO
• REATIVIDADE HIERÁRQUICA • ESPÉCIE
• EVOLUÇÃO
• REINO
3 DOMÍNIOS 5 REINOS
• PROTOCTISTA
• BACTÉRIA • ARCHAEA • • FUNGI
EUKARYA • PLANTAE (METAPHYTA) •
• MONERA ANIMALIA (METAZOA)
LATIM
o
l
60
VÍRUS
COMPETÊNCIA(s) 4
CN AULAS 3
formados por uma cápsula capsídeo, com diversas
E4 proteica bastante complexa, subunidades, os
que apresen ta uma região proteicas em sua extremidade
HABILIDADE(s)
denominada cabeça, com
16
Capsídeo: Proteínas virais específicas formato poligo nal, envolvendo
Envelope: Membrana bimolecular
uma molécula de DNA, e uma
de lipídeos e proteínas
específicas do vírus região de nominada cauda,
com formato cilíndrico, livre. Colar
DNA viral contendo fibras
H (Hemaglutina)
N (Neuraminidase)
1. Introdução
Os vírus estão no limite entre
Vírus da Influenza a um ser vivo e a matéria bruta.
(Vírus envelopado) Eles não possuem célula, a
unidade básica de vida, mas
O vírus é uma partícula basicamente proteica con seguem se multiplicar
quando infectam outra célula,
algo que uma matéria sem vida
não é capaz de fazer. Por isso
são alvo de discussão, sendo
que alguns autores os
consideram seres vivos, e
outros, não.
vírus
Cabeça
a
i
o
l
que pode ser constituído por DNA nos Além dos tipos já citados, os vírus podem ser
chamados desoxirribovírus, por RNA nos classificados e
citomegalovírus.
s
apenas por essa estrutura e são chamados − como os retrovírus, ribovírus que apresentam a
de não envelopados, enquanto outros enzima
possuem um envoltório ou envelope externo
A
Proteínas
virais especí cas
Capsídeo: Proteínas
virais especí cas
3. Reprodução
M
61
considerados parasitas intracelulares
Os vírus apresentam proteínas externas com
obrigatórios, o que significa que se
encaixes es pecíficos para as proteínas da
reproduzem apenas pela invasão e
superfície da célula que pode ser sua
possessão do controle da maquinaria de
hospedeira. Após o encaixe entre ambas, a
autorreprodução celular. O termo vírus
entrada na célula pode ocorrer por meio de:
refere-se, geralmente, às partículas que
infectam eucariontes, enquanto o termo - fusão entre o envoltório viral e a membrana
bacteriófa plasmática, seguida da liberação do material
go, ou fago, descreve aqueles que infectam genético no interior da célula, como ocorre
procariontes. Há ainda aqueles que infectam com o HIV;
apenas fungos, denomina dos micófagos. - injeção do material genético viral na célula,
Os vírus carregam uma pequena quantidade deixando a cápsula do lado de fora, como os
de ácido nuclei co (seja DNA, RNA ou os bacteriófagos;
dois), sempre envolto pelo capsídeo. As - endocitose, como o Influenza.
proteínas que compõem o capsídeo são
específicas para cada tipo de vírus. São as Após invadir a célula, os bacteriófagos, que
moléculas de proteínas virais que são vírus de estrutura complexa,
apresentam dois ciclos reprodutivos: o ciclo
determinam qual tipo de célula o vírus pode
lítico e o lisogênico.
infectar.
No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, que
tem suas funções normais interrompidas célula invadida. Uma vez infectada, a célula
devido à presença do áci do nucleico do continua com suas funções normais, como
vírus (DNA ou RNA). Ao mesmo tempo em reprodução e ciclo celular. Ao realizar a
que o vírus é replicado, ele comanda a divisão celular, o DNA da célula sofre duplica
síntese das proteínas que irão compor o ção, juntamente com o DNA do vírus que foi
capsídeo. Os capsídeos or ganizam-se e incorporado. Em seguida, os materiais
envolvem as moléculas de ácido nucleico, genéticos são divididos igual mente entre as
produzindo, então, novos vírus. Ocorre, células-filhas. Assim, uma vez infectada,
assim, a lise, ou seja, a célula infectada se
uma célula começará a transmitir o vírus
rompe e os novos bacterió fagos são
sempre que se multiplicar, e todas as novas
liberados. Os vírus que se reproduzem dessa
células também estarão in fectadas. Os
maneira em organismos multicelulares
causam sintomas que aparecem sintomas causados por um vírus de ciclo li
imediatamente. sogênico demoram para aparecer em um
organismo mul ticelular, e suas causas
No ciclo lisogênico, ao invadir a célula tendem a ser incuráveis. É o caso da AIDS
hospedeira, o vírus incorpora seu próprio (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida –
DNA ao da célula infectada, fazendo com em português: SIDA) e da herpes.
que o DNA viral se torne parte do DNA da
O bacteriófago injeta DNA na
bactéria
As vezes, um profago se solta do
DNA cromossomo bacteriano,
iniciando um ciclo lítico
Cromossomo
bacteriano
DNA viral
A bactéria se rompe
n
a
i
o
l
o
A bactéria se reproduz, copiando o profago e
e
AZE
R
UT
OU
Prófago
transmitindo às
descendentes
AI
proteínas virais, que, reunidas ao DNA,
C constituem novos bacteriófagos
A
N O DNA do bacteriófago liga- se ao
N
A
ÊI
C
cromossomo bacteriano (profago)
Uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não lisogênica e iniciar o ciclo lítico sob determinadas condições
naturais
1
E
e artificiais, como radiações ultravioleta, raios-X ou determinados agentes químicos.
M
62
VIVENCIANDO
Atualmente, uma aplicação importante dos vírus ocorre na área de biotecnologia. O
bacteriófago é um tipo específi co de vírus que infecta bactérias, utilizando-as como vetor
para a transmissão de material genético para uma célula. Esse processo está envolvido
na produção de insulina in vitro por bactérias.
plantas conta minadas crescem menos do
que as sadias, além de apare cerem
manchas em folhas, flores e frutos. Os
mecanismos de transmissão dos vírus são
diversos e podem ocorrer por
meio de agentes, como verme, fungo ou
4. Processos de insetos – no mo mento em que eles se
alimentam e vão de planta em planta –, ou
manifestação viral através do pólen e das sementes contendo
Os processos variam de acordo com o ácido o vírus. Outro mecanismo é a difusão
nucleico (RNA ou DNA): mecânica, na qual o vírus cristalizado se
instala nos vegetais devido à manipulação
▪ Quando o material genético for DNA. realizada pelo homem. O vírus do mosaico
O DNA viral passa por uma transcrição, do tabaco, por exemplo, é transmitido por
sintetizando várias moléculas de RNA difusão mecânica.
traduzidas em uma proteína. É o caso dos
vírus da varíola, da hepatite e da herpes.
5. Viroses
s
o
l
Os vírus, em grande parte compostos de origem viral. Essas doenças atingem as folhas
RNA e não en velopados, provocam a (causando o
e
s
efeitos que podem ocasionar o não
amadurecimento das h
A
E
u
uvas e o definhamento progressivo da planta.
C
U
manos podem ser afetados por alguma infecção
T
A
viral. Veja
N 1
C
m
Diversas doenças que atingem os seres humanos
d
são cau N
Ê
e
I
o
V
63
5.2.1. Principais viroses que humana não apresenta anticorpos e que são
mais trans missíveis. De acordo com a
atingem transmissão entre os países e a taxa de
os seres humanos contaminação da doença, configuram
1. Gripe: causa coriza, tosse, espirros, pandemias como a da Gripe H1N1 que
mal-estar, fraqueza, dores musculares e de ocorreu em 2009.
garganta. É transmitida por gotí culas de Além da vacinação, medidas de higiene
saliva suspensas no ar. A gripe é provocada pessoal simples também atuam na
pelo vírus Influenza, da família dos prevenção da doença, como lavar as mãos
ortomixovírus. Possui três subtipos: A, B e constantemente e cobrir a boca ao tossir ou
C; sendo os subtipos A e B os mais fre espirrar.
quentes entre seres humanos. 2. Hepatite: a contaminação por hepatite A
Dado que os vírus Influenza se modificam ocorre por meio da ingestão de água e
constantemen te, não existem fármacos alimentos que contêm o vírus. Já as
hepatites B e C podem ser contraídas
100% eficazes a serem utiliza dos no
através de relações sexuais desprevenidas
tratamento da doença. De acordo com as
e do uso de objetos con
reco mendações da Organização Mundial da
taminados por sangue que contenham o
Saúde (OMS),
vírus. Apesar de apresentar outros
são desenvolvidas anualmente variadas sintomas, o principal órgão afetado pela
vacinas contra os tipos virais da gripe que hepatite é o fígado.
ocorreram com maior frequência no ano
anterior, protegendo as pessoas vacinadas 3. Herpes: suas formas de transmissão são
com eficácia considerável. As vacinas são o contato direto ou com objetos
recomendadas para pessoas com 60 anos contaminados. Manifesta-se por pequenas
de idade ou mais, portadores de doenças feridas na pele ou mucosas. Quando afeta a
s
crônicas ou imunocomprometidas e
a
i
o
n
contaminadas, desencadeia, em um pri meiro
derada uma infecção sexualmente momento, febre, tosse, corrimento nasal,
c
transmissível. sensibilida de à luz e conjuntivite.
Posteriormente, esses sintomas se
e
a
acentuam e surgem manchas vermelhas pelo
u
e
8. Varíola: é transmitida pelo uso de objetos
contamina dos, pelo contato com secreções
ingestão de água ou alimentos contaminados. Em
das feridas de pessoas doentes e, o mais
casos
A
Z
comum, por gotículas de saliva. Acre dita-se
E
que, devido ao uso da vacina, foi erradicada
graves, afeta o sistema nervoso e as musculaturas, do mundo. Causa grandes e numerosas
R
o que feridas pelo corpo, além de febre, fadiga e
U
T
dores. Pode levar à morte.
gera o quadro de paralisia infantil quando atinge 9. Catapora: transmitida principalmente pela
A
crianças. saliva ou contato com objetos contaminados.
N
Causa pequenas e numerosas feridas
Apresenta vacina distribuída pelo Ministério da espalhadas pelo corpo e que provocam
Saúde. bastante desconforto devido à coceira
A
D
excessiva. Pode causar febre e dor de
S cabeça. Apresenta vacina distribuída pelo
A
Ministério da Saúde.
5. Raiva: embora possa ser transmitida pela
arranhadura 10. Caxumba: semelhante à catapora, a
caxumba pode ser transmitida pela saliva.
I
N
Ela causa inflamação da paró tida e outras
e lambedura de mucosas por um mamífero glândulas salivares, podendo se alastrar pelo
Ê
infectado, sua corpo e infectar testículos, ovários, pâncreas
e cérebro. Causa febre e, em alguns casos,
I
principal forma de transmissão é por meio da meningite. Apresenta va cina distribuída pelo
mordida. São Ministério da Saúde.
1
11. Dengue: há quatro subtipos de vírus que,
conhecidos poucos casos de transmissão entre de modo geral, causam os mesmos
humanos, sintomas, como febre, dores de cabeça,
E
M
dores nas juntas, dores nos olhos e manchas
ocorridos por transplante. Afeta principalmente o avermelhadas pelo corpo. O agravante é que,
sistema depois de um segundo episódio de dengue
U
L
(por subtipo diferente), a manifestação dos
nervoso, podendo ser fatal sem o atendimento sintomas ocorre com mais severidade,
médico podendo levar à dengue hemorrágica.
O
V
Geralmente, epi demias da doença ocorrem
adequado a tempo. Há vacinas e são no verão devido aos períodos chuvosos, que
ministradas para os animais. geram ambientes propícios à proliferação do
vetor da doença, a fêmea do mosquito Aedes
6. Rubéola: a transmissão ocorre pelo aegypti.
contato direto com pessoas contaminadas
ou por meio de gotículas de saliva. Causa 12. Febre chikungunya: também é
febre, aumento dos linfonodos na região do transmitida pela fêmea do mosquito Aedes
pescoço e manchas vermelhas espalhadas aegypti. Além disso, pode ser transmitida de
pelo corpo. Também pode causar dor nas mãe para filho. Na fase aguda, podem
articulações, dor de cabeça e conjuntivite. ocorrer febre alta, dores de cabeça, dores
Apresenta vacina distribuída pelo Ministério musculares, manchas na pele, conjuntivite e
da Saúde. intensas dores nas arti
7. Sarampo: transmitida principalmente por culações (mais característico), que podem
gotículas de saliva de pessoas persistir por um longo período.
64
13. Febre por zika vírus: pode ser anteriormen
assintomática ou apre sentar febre, dores de te, ficavam apenas entre populações animais
cabeça, dores leves nas articulações, silvestres. Os principais sintomas são febre,
erupções cutâneas, conjuntivite, entre outros. dores de cabeça e ab dominais, náusea,
Ainda que os sintomas demorem a passar, conjuntivite e hemorragias internas e
casos graves são raros. A trans missão externas. Em casos graves da doença, é
também ocorre pela picada da fêmea do possível obser var o paciente com
mosquito Aedes aegypti. sangramentos pelo nariz, boca e até mesmo
O zika vírus vem sendo relacionado a casos pelos olhos.
de microcefalia em recém-nascidos, Por ainda não existir um tratamento
caracterizada pelo perímetro cefálico menor específico, os médicos normalmente
que o normal para a idade. Isso se deve a realizam uma terapia com o intuito de au
transmis são da mãe para o feto e as mentar as defesas do corpo, já que o sistema
possíveis sequelas ainda estão sendo imune tam bém é afetado pelo vírus. Além
estudadas. disso, são fornecidos soro intravenoso, para
evitar a desidratação, e medicamentos que
14. Febre amarela: apresenta dois ciclos: o
reduzem a dor e a febre. Apesar de ser uma
urbano, entre humanos, e o silvestre, entre
doença
primatas não huma nos. O Aedes aegypti é o
com alta letalidade, já existem casos de
vetor no ciclo urbano, enquanto o mosquito
cura. Quanto mais cedo se iniciar o
do gênero Haemagogus é responsável pela
tratamento, maiores as chances de um
transmissão no ciclo silvestre. Causa febre,
paciente sobreviver.
pele amarela da, desidratação e afeta o
É fundamental que os pacientes
fígado, além de afetar outros órgãos e poder
ser fatal. Apresenta vacina distribuída pelo diagnosticados com a do ença fiquem
Ministério da Saúde. isolados, para evitar a proliferação. É impor
tante também desinfetar a casa com cloro e
desfazer-se de alguns objetos pessoais do
A fêmea do mosquito Aedes aegypti é paciente, uma vez que eles também podem
hematófaga e, como vimos, responsável conter o vírus. Atualmente, vacinas e me
pela transmissão de diversas doenças. dicamentos estão em fase de testes e
Assim, a principal maneira de prevenção, alguns têm demons trado resultados
co mum a todas essas enfermidades, é por satisfatórios em primatas.
meio da elimi nação de criadouros do 16. AIDS: conhecida também por Síndrome
mosquito. da Imunode ficiência Adquirida, é provocada
pelo vírus da imunodefi ciência humana
(HIV) e apresenta os subtipos 1 e 2. Pode
15. Ebola: doença altamente letal – mata
ser transmitida pelo contato com mucosas
aproximadamen te 90% das pessoas que a
corporais, áreas feridas do corpo de um
contraem. Entre 2013 e 2016, alguns países
indivíduo portador, esperma, se creção
africanos passaram por surtos dessa doença.
vaginal, leite materno ou sangue
Contraída pelo contato direto com pessoas e
contaminado pelo vírus. A principal via de
outros animais contaminados, sua infecção
transmissão é o contato sexual (ge nital,
ocorre através dos fluidos corpo rais – como
anal ou oral) e também pode ser transmitida
suor, sangue, sêmen, saliva, vômitos, fezes e
para o feto durante a gestação e pelo uso
uri na – e pelo consumo de carnes de
de objetos perfurocor tantes contaminados.
animais contaminados. As crenças locais
Como seu próprio nome indica, o vírus enfraquece
contribuem para o aumento de casos na
o siste ma imunológico (responsável pela defesa
África. Um exemplo são os funerais
do organismo) atacando os glóbulos brancos e
tradicionais nos quais o corpo da pessoa
reduzindo sua quantidade. Assim, o portador do
morta é lavado, o que contribui para
vírus está sujeito a adoecer com mais facilidade,
disseminação do vírus. Outro fator é a
inclusive por aquelas doenças que não apresen
destruição dos ecossistemas naturais que
tariam sintomas graves em pessoas com boa
expõe as populações humanas a vírus que,
imunidade. Após 2 a 4 semanas, surgem os exercer suas atividades normalmente se utilizar o
primeiros sintomas que começam com uma medica
fraqueza geral e desenvolvem para fe bre,
A
gân glios nas axilas, virilhas e pescoço. Com mento de forma contínua. U
vida graças a terapia antirretroviral (TARV), tos ou contato direto, como cumprimentar e
oferecida gratuita mente pelo SUS. Ela é capaz de abraçar, não
D
doença a
camisinha em todas as relações sexuais, assim
i
como uma
g
Ê
o
I
l
n
rotina de exames médicos com testes para ISTs.
c
e
Além dis
a
E
pode s
L
V
e
65
5.3. Vírus HIV hospedeiro, o que o torna suscetível a
qualquer infecção opor tunista, como uma
O HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) simples gripe, que pode levá-lo à morte.
pertence a uma família de retrovírus de Para que o genoma viral consiga invadir as
mamíferos (lentivírus) que causam infecções células hospedei ras, ele apresenta três
crônicas persistentes no hospedeiro. O HIV, importantes fases de leitura e infecção
dife rentemente do herpes vírus, multiplica-se celular determinadas pelos seguintes genes
constantemente no hospedeiro, apesar de estruturais:
algumas células apresentarem vírus em
▪ Gag – codifica uma poliproteína,
estado latente. Os seres humanos e os
necessária para que haja a liberação de
primatas são os únicos hospedeiros naturais
proteínas virais estruturais;
do vírus HIV.
▪ Pol – superpõe a gag, codificando três
Existem duas grandes famílias de vírus HIV:
atividades enzi máticas: DNA-polimerase
o HIV-1, que causa infecções em primatas
ou transcriptase reversa, pro tease e uma
não humanos, os símios, en contrados na
integrase, todas necessárias ao processo
África ocidental; e o HIV-2, que se subdivide de invasão celular do vírus à célula
em, pelo menos, cinco grandes subfamílias e hospedeira; e
causa a infec ção na população humana pelo
mundo. ▪ Env – codifica a proteína transmembrana
do envelope responsável pela fixação da
O HIV tem como alvo celular os linfócitos
entrada do vírus na célula.
T-CD4, responsáveis pela proteção do
organismo contra agentes infecciosos. Ele Todos os tratamentos são associados à
utiliza essas células e todo o maquinário supressão da repli cação do vírus e à
celular para repro duzir-se, causando a repleção das células CD4 periféricas. De
destruição do sistema imunológico do acordo com o Department of health and
human services, 2010, nas diretrizes para o cruzada na hora do parto. Duran te a
início de tratamento nos EUA, de vemos gestação, o bebê está protegido da
encontrar valores de CD4 menores que 350 contaminação pelo HIV por causa da
cel/mm3. placenta, mas, no momento do nascimento,
o neonatal corre riscos de contaminação de
O tratamento das gestantes é fundamental
para que não ocorra a contaminação
Envelope RNA
antirretrovirais, pois, de alguma
lipídico maneira não eluci dada, o
material genético integrado à
célula hospedeira se
encontra quiescente em células T
e, a qualquer momento, poderá
ser ativado, caso seja suspenso o
uso do coquetel.
Capsídeo Transcriptase
Além dos tratamentos para os
reversa infectados, há dois tipos de
medicamentos antirretrovirais,
disponibilizados gratuitamen te
Esquema do vírus HIV. pelo SUS: o PEP - Profilaxia
Esquema do vírus HIV. Pós-Exposição para pessoas
vido ao contato com o sangue da que tiveram um possível ou
s
a
mãe. confirmado contato com o vírus -
i
o
Diversos estudos indicam a baixa e o PrEP - Profilaxia
probabilidade de erradi cação do Pré-Exposição para uso
l
t
pelo uso de co quetéis vulneráveis a contaminação pelo
s
a
vírus.
u
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
s
No contexto histórico, como na Revolta da Vacina de 1904, aplicam-se os conhecimentos sobre doenças
A
virais, uma
D
vez que a febre amarela e a varíola faziam parte dessa “campanha de vacinação”. A campanha de
S
vacinação foi
A
obrigatória, e, embora seu objetivo fosse positivo, ela foi realizada de forma violenta e autoritária. Em vários
C
casos,
N
os agentes sanitários invadiam as casas para vacinar as pessoas à força, o que provocou
a revolta. Essa rejeição em C
ser vacinado ocorria porque grande parte da população não compreendia o que era a vacina e temia seus
efeitos.
1
M
U
66
utilizado contra antígenos mui to agressivos e
que se manifestam muito rápido. Exige que
o vírus seja isolado e que, por biotecnologia,
o anticorpo seja produzido em grande
escala. Funciona melhor contra bactérias ou
venenos de certos animais, como as cobras.
que consiste na inoculação de antígenos Febre Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
mortos ou enfraque cidos que estimulam a chikungunya aegypti e Ae des albopictus, os mesmos
produção de anticorpos no organismo. que transmitem o vírus da dengue e da
febre amarela.
Essa primeira produção de anticorpos –
imunização primária – é lenta e pequena. O Febre por O Aedes aegypti infecta-se com o Zika
segundo encontro com o antígeno de Zika vírus vírus toda vez que ele pica uma pessoa
ou macaco previamente infectado.
sencadeará a imunização secundária, que é Assim como ocorre na dengue e na
rápida e produz grande quantidade de febre amarela, o mosquito não torna-se
imediatamente um transmissor do vírus.
anticorpos. Quando o vírus possui uma taxa Depois de ser contraído pelo mosquito,
de mutação muito alta, como é o caso da o Zika vírus ainda precisa de cerca de
gripe, o processo é menos eficaz, pois o 10 dias para multiplicar-se e migrar do
sistema digestivo para as glândulas
antígeno sofre muitas alterações. salivares do Aedes. Só a partir desse
momento é que o mosquito passa a ser
capaz de transmitir o vírus durante a
picada.
o processo de vacinação e a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo. Febre Picada da fêmea dos mosquitos Aedes
amarela aegypti ou Aedes albopictus contendo o
O processo de imunização passiva, urbana Flavivirus sp.
denominado sorolo gia, consiste na
Febre hemor Por meio de secreções corpóreas e
inoculação de anticorpos prontos para rágica do sangue contami nado pelo Filovirus sp.
inativarem os antígenos estranhos que estão ebola
atuando no organismo. É normalmente
Gripe Contato com o ar contaminado pelo
Mixovirus influenzae. (SIDA ou
AIDS, em
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos inglês)
contendo o Han tavirus sp.
Varíola Contato com as secreções das vias
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, respiratórias, com as lesões da pele,
transfusão sanguínea. das mucosas e com os objetos de uso
do doente.
Herpes Contato íntimo com indivíduo
transmissor, a partir de superfície
mucosa ou de lesão infectante
contendo, por exemplo, o Herpes s
simplex.
a
i
da família Herpesviridae. c
(paralisia de doentes. A
infantil)
Z
(raiva) A
parainfluenza ou rinovírus. S
secreções do nariz.
Ê
secreções do nariz. E
adquirida
67
HABILIDADE 16
MODELO 1
ANÁLISE EXPOSITIVA
a
i
o
RESPOSTA Alternativa D
l
68
DIAGRAMA DE IDEIAS
COMPOSIÇÃO
PODEM SER:
VÍRUS
RIBOVÍRUS
CAPSÍDEO
CLASSIFICADOS EM:
ENVELOPADOS
NÃO ENVELOPADOS MATERIAL GENÉTICO
(DNA OU RNA) MATERIAL GENÉTICO RNA
RNA DNA
DESOXIRRIBOVÍRUS
MATERIAL GENÉTICO DNA
ACELULARES
RETROVÍRUS
MATERIAL GENÉTICO RNA
DEPENDENTES DO
“MAQUINÁRIO” CELU LAR CICLO LISOGÊNICO
PARA REPRODUÇÃO,
PARASITAS INTRACELU
LARES OBRIGATÓRIOS
ENZIMA TRANSCRIPTASE
REVERSA
CICLO LÍTICO
PRODUÇÃO DE NOVOS VÍRUS a
a
i
1
g
o
l E
o
M
n
U
c
e L
t
O
s V
69
a vida (como o ciclo do nitro gênio ou do
carbono) seriam interrompidos. Na situação
inversa, os procariontes continuariam
sozinhos, como ocor reu durante mais de 2
bilhões de anos.
REINO MONERA
1.1. Bactérias:
características gerais
As bactérias possuem células esféricas ou
em forma de bastonetes curtos com
tamanhos variados, entre 0,3 µm e 3 µm. Na
CN AULAS
maioria das espécies, a proteção da célula é
feita por uma camada extremamente
resistente, a parede celular. Abaixo, existe
cianobactérias s
que tenham sido os ancestrais de todas as De forma geral, a célula é minúscula e apresenta
formas de vida na Terra. Com efeito, há A
estrutura
cerca de 1,5 bilhões de anos, eram as Z
únicas formas de vida no planeta. formada por uma parede celular que envolve a
As bactérias podem ser encontradas em R
membrana
todos os meios: ar, água, solo ou mesmo no
U
interior de outros organismos. Isso se deve plasmática e o citosol. Possui apenas um tipo de
a sua enorme diversidade, de forma que há A
organoide, o
espécieis que suportam grande pressões, N
temperaturas ele A
radicais.
S
feita mente adaptados aos seus habitats, cula gigante de DNA unida pelas extremidades
portanto, nenhum deles pode ser chamado I
(DNA circular),
de primitivo. C
i
a
ocupando a região da célula conhecida por
nucleoide.
g
o
núcleo ver 1
E
l
70
1.2. A célula bacteriana: agrupam.
Espirilo
Plasmídeo bacteriano
Plasmídeo bacteriano
Formas de Bactérias
Formas de bactérias
Estreptococos Estafilococos
1.2.3.
Bacilos
Mesossomo
Vibrião
Os cocos são células esféricas que, quando Os espirilos são células espiraladas e,
agrupadas aos pares, recebem o nome de geralmente, apresen tam-se como células
diplococos; quando o agrupamen to constitui isoladas, assim como os vibriões, que são
uma cadeia de cocos, estes são células no formato de um bastão encurvado.
denominados estreptococos; em grupos
irregulares, lembrando cachos de uva,
recebem a designação de estafilococos. 1.2.1. Cromossomo
Os bacilos são células cilíndricas, em forma As bactérias apresentam um cromossomo
de bastonetes, em geral se apresentam circular, que é constituído por uma única
como células isoladas, porém, oca molécula de DNA circular, também chamado
sionalmente, podem-se observar bacilos aos de corpo cromatínico e que não apre senta
pares (diplobaci los) ou em cadeias proteínas associadas. É possível observar
(estreptobacilos). mais de um cromossomo numa bactéria em
fase de crescimento, uma vez que a divisão a
i
seguir a ultraestrutura N
Proteína
Gram-negativas e Gram- 71
Parede celular bacteriana
positivas Gram-positivo
de existirem cápsulas
Cromatina
constituídas de
proteínas. A cápsula
constitui um dos
antígenos de superfície
das bactérias e Ultraestrutura de uma cianobactéri
sintetizantes. As bactérias fotossintetizantes, com
T
clorofila
A
relaciona-se com a virulência da bactéria, mente como “algas azuis”, utilizam gás carbônico
uma vez que a cápsula confere resistência e água
à fagocitose. S
planeta.
g
o
l
c
As bactérias heterótrofas realizam digestão
extracorpó rea ao exocitarem enzimas
e
1.3. Nutrição digestistas. Quando se nu trem de matéria
t
s
orgânica morta, são conhecidas por de
compositoras ou sapróvoras, e, se utilizam
a
matéria viva,
s
U
gradação de substâncias necessárias à
manutenção ou reprodução desses consequência, menos ATP, mas o suficiente
organismos. para sua manutenção. Para cada tipo, um
resíduo diferente é formado: na fermentação
A degradação de carboidratos pode ocorrer
alcoólica, gás carbônico (CO2) e álcooletílico
de forma aeróbia (com a participação do
(C2H5 OH), e
oxigênio) ou anaeróbia (sem a participação
na fermentação láctica, ácido láctico
do oxigênio – respiração anaeróbica ou
(C3H6O3). No caso das bactérias
fermentação).
heterotróficas aeróbias, as enzimas
As bactérias anaeróbicas realizam processo presentes no mesossomo permitirão a
similiar à respi ração aeróbica, mas o aceptor degradação da gli cose (C6H12O6), liberando
final não é o oxigênio. Nes se processo, a energia para a formação de ATP, gerando
fermentação, ocorre menor degradação da gás carbônico (CO2) e água (H2O) como
glicose, maior formação de resíduos e, em resíduos.
72
1.4. Reprodução das bactérias ▪ Transdução: as moléculas de DNA são
A divisão binária, bipartição ou transferidas entre as bactérias através de
cissiparidade é a re produção assexuada vírus (bacteriófagos), que são usados
mais comum nas bactérias. Elas não como vetores (transmissores). Os vírus,
possuem reprodução sexuada; entretanto, ao se montarem dentro das bactérias,
podem realizar recombinações genéticas, ou podem eventualmente incluir pedaços de
seja, mistura de genes entre diferentes DNA da bactéria que lhes serviu de
indivíduos. Em certos casos, apenas uma hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o
bacté ria recebe o material genético (a vírus que leva o DNA bacteriano o
receptora) da outra (do adora). transfere junto com o seu. Se a bac
téria sobreviver à infecção viral, pode
passar a incluir os genes de outra
bactéria em seu genoma.
▪ Conjugação: o DNA é transmitido
diretamente da bactéria macho para a
bactéria fêmea através de mi croscópicos
BIPARTIÇÃO CONJUGAÇÃO
da bactéria
bastérias recebendo
bactérias
os genes de resistência
do plasmídeo
Vírus
Transferência de genes
de resistência pelo bacteriógrafo
Paredes intermediárias se formam, separando
completamente as duas cópias de DNA.
plasmídeo ou no
cromossomo da bactéria
TRANSDUÇÃO
3 s
a
i
o
l
4 As células se separam. o
mu tações gênicas. I
na forma M
V
73
nos ecossistemas aquáticos. Nesse papel de plasmídios, incorpo rá-los no seu genoma e
decomposição, pode-se destacar a possível gerar maior variabilidade, criando novas
competição estabelecida há mi lhões de anos proteínas capazes de inativar substâncias
entre fungos e bactérias. É conhecido o fato estranhas, como os antibióticos. Assim, são
de certos fungos desenvolverem substâncias necessárias elaborações periódicas de
que impedem o crescimento de bactérias. novos antibióticos, uma vez que a humani
Lembre-se de que o primeiro antibiótico dade tem selecionado linhagens resistentes
conhecido pelo homem foi a penicilina de bactérias.
extraída de um fungo do gênero Penicillium.
Cada vez mais, as bactérias são utilizadas
Nesse sentido, a resistência de linhagens de em tecnologia des tinada à humanidade. Há
bactérias a di versas substâncias derivadas tempos, elas são aplicadas na for mação de
de fungos é antiga. Essa com petição antibióticos e vitaminas, na produção de
evolutiva talvez se assemelhe a de um laticínios, na produção de vinagre, etc.
predador que, ao longo das gerações, Atualmente, são empregadas na
apresenta mecanismos e estra tégias para decomposição de lixo orgânico e produção
tornar sua caçada mais eficaz; de metano (combustível), na degradação de
paralelamente, a população de presas petróleo derramado no mar e na engenharia
desenvolve estratégias de fuga ou genética, processo no qual as bactérias re
camuflagem cada vez mais sofisticadas. cebem pedaços de DNA humano e são
induzidas a produzir proteínas humanas,
como a insulina, por exemplo.
VIVENCIANDO
As bactérias são capazes de utilizar os
c
O
e
t V
s
garganta e cavidades nasais. Pode causar
1.Cólera: causada pela Vibrio cholerae, é dor, febre e difi culdades de falar e engolir.
a
transmitida via Há vacinas para essa doença.
u
diarreia aguda.
T
A
práticas para evitar o contágio.
5.Febre maculosa: a Rickettsia rickettsii,
N
2.Coqueluche: causada pela Bordetella pertussis, parasita do carra pato-estrela, causa esse
A
causa fe mal. Causa febre alta, vômito, dores
musculares e de cabeça e manchas
D
bre, coriza, tosse seca e, em alguns casos, vômito. vermelhas pelo corpo. A do ença pode levar à
S
O contágio morte. Evitar caminhar em locais onde há in
A
tratamento disponíveis.
6.Febre tifoide: causada pela Salmonella
C
3.Difteria: causada pela Corynebacterium cólica e febre e pode ser prevenida pelo uso
1
diphteriae, é de vacinas e condições de saneamento
E básico satisfatórias.
transmitida pela inalação de gotículas oriundas do 7.Gonorreia: causada pela Neisseria
M
nariz e gonorrhoeae, é uma IST que provoca feridas
U
L
genitais, com sangramento, podendo
da boca de pessoas doentes. Libera toxinas que
afetam a
74
causar infertilidade. O contágio é feito por doença.
meio de sexo des protegido e por transmissão
10. Meningite meningocócica: Neisseria
da mãe para o feto no momento do parto. meningitidis é a bactéria responsável pela
8.Hanseníase: é transmitida pelo bacilo de meningite, caracterizada por dor de cabeça
Hansen (My cobacterium leprae) através da intensa, febre, rigidez da nuca e vômito –
pele e do trato respiratório. Provoca lesões sintomas decorrentes da infecção das
na pele, mucosas e nervos, deixando essas meninges. É transmitida pela saliva e outras
regiões menos sensíveis. secreções da pessoa contaminada. Há
vacinas contra a meningite.
9. Leptospirose: causada pela Leptospira
11. Pneumonia bacteriana: causada pela
interrogans. Ra tos e cães podem portar a
Streptococcus pneumoniae. A inalação pelo
bactéria e, dessa forma, alimentos e objetos
ar é a forma de se contrair essa doença, que
que entraram em contato com a urina desses
causa infecção pulmonar. O tratamento dos
ani mais podem transmitir a doença ao ser
doentes é a principal medida preventiva.
humano. Os princi pais sintomas são febre
alta, dores musculares e de cabeça, náusea, 12. Sífilis: provocada pela Treponema
vômitos, lesões na pele, inflamação e pallidum, essa IST pode ser transmitida por
aumento do fígado e hemorragia digestiva. via congênita. Causa inflamação na pele e
Prevenção de enchentes e tra tamento do nos ossos, apresentando ao redor dos
lixo e da água são maneiras de evitar a órgãos sexuais uma ferida indolor, de bordas
endurecidas. Pode causar, em casos mais nariz e secreções do doente ou por objetos
graves, doenças respiratórias e pa contaminados.
ralisias. O tratamento dos doentes e o uso de
14. Tuberculose: causada pelo bacilo de
preservativo são as formas de se evitar o Koch (Mycobac terium tuberculosis), é
contágio. transmitida pela inalação de gotículas
13. Tracoma: causada pela Chlamydia espalhadas pelo ar. Essa doença atinge os
trachomatis, é uma in flamação da córnea e pulmões e provoca infecções que podem se
conjuntiva que provoca fotofobia, dor e espalhar pelo corpo via sangue e linfa. Há
lacrimejamento. Pode causar cegueira, caso vacinas para evitá-la e essa é a principal
não seja tratada de forma apropriada. É medida preventiva.
transmitida pelo contato direto com olhos,
Coqueluche (tosse comprida) Contato direto ou indireto com a saliva do doente. Bordetella pertussis
Febre purpúrica brasileira Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou Haemophilus influenzae
indireto por inter mediação mecânica (insetos, toalhas,
mãos).
Febre tifoide (tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do Salmonella typhi
doente.
Lepra (hanseníase) Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.: Mycobacterium leprae
nasais).
Lyrre (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. Bonnelia bungdorferi
Meningite meningocócica Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, Neisseria meningitidis
espirra ou pelo beijo.
a
i
o
l
75
em ambientes extremos e são divididas em: Muitas arqueas não possuem parede
halófilas extremas, que suportam gran des celular. No entanto, C
Lake e nas Salinas; termófilas extremas, que existem arqueas em que a parede celular está
vivem em temperatu ras superiores a 100°C; e presente e
metanogênicas, que sobrevivem em ambientes
1
o
único. Vivem em pântanos, no fundo dos
l
oceanos, estações de tratamento de es
menores que 1 µm). Diferem das bactérias gotos e no tubo digestivo de algumas
o
normais, espe espécies de inse tos e vertebrados
herbívoros, onde produzem metano (CH4)
n
R
águas ter mais ácidas, com temperaturas
freram poucas alterações em relação aos seus ótimas entre 70 e 150 ºC e valores de pH
ancestrais. perto do 1. Na sua grande maioria,
U
T
metabolizam enxofre e podem ser autotrófi
A
4. Cianobactérias
A maioria das bactérias fotossintéticas são
designadas cia nobactérias, e, durante muito
tempo, foram chamadas de algas azuis.
Esse grupo de bactérias colonizou meios
muito diversificados, devido à sua elevada
autossuficiência, embora a maioria seja de multimídia: vídeo
água doce. Apresentam pequena exigência Fonte: Youtube
de nutrientes, proliferando em qualquer
Watch antibiotic resistance evolve |
ambiente onde haja gás carbônico,
nitrogênio, água, alguns minerais e luz.
Science News
(mico = fungo). S
nos flui
N
Ê
s I
vegetal e animal
i
g
o
l
1
c
originou-se a M
e
U
t
flamações alérgicas, pneumonia atípica, entre partir de uma célula procariótica heterótrofa. Essa
outras. Estu célula L
s
O
a
u V
77
possui uma parede celular protetora e endoplasmático, constituindo o retículo
bastante rígida. É pos sível que o primeiro endoplasmático granuloso (rugoso). Células
passo para surgimento da célula eucari ótica procarióticas primitivas são fagocitadas e
tenha sido a perda da capacidade de evoluem para dar origem às mitocôndrias.
produzir a parede celular. A célula, então, Células procarióticas de cia nobactérias, por
desprovida dessa parede, adquiriu a meio da fagocitose, são englobadas, originan
capacidade de mudar de forma, crescer e do os cloroplastos. Material genético dessas
envolver subs tâncias extracelulares através bactérias (DNA) são também incorporados
da invaginação da membrana plasmática, ao DNA da célula que está em evo lução. Aí
fenômeno conhecido por endocitose. está formada, ao longo do tempo, uma célula
euca riótica autotrófica. A evolução dessa
A invaginação da membrana plasmática
célula eucariota primitiva continua com o
desenvolve um con junto de endomembranas
aparecimento da parede celular composta
que se diferenciam no retículo en
principalmente por celulose característica de
doplasmático, no sistema golgiense e no
vegetais.
envoltório nuclear, contornando o material
genético (DNA). Desenvolve-se o cito
DNA
esqueleto constituído por proteínas do tipo
tubulina e actina, dando maior sustentação à DNA
a
célula célula
i
Eucariótica primitiva
DNA Circular Línear
g
o
l
Eucariótica primitiva
n
Respiração oxigenada
s
u
com enzimas bacterianas
A endossimbiose é um fenômeno comum
s
Respiração oxigenada
entre os seres vivos. Um dos casos mais
e
com enzimas bacterianas
curiosos ocorre com os corais, celenterados
A que se associam a protistas unicelulares, as
zooxantelas. Estas são dinoflagelados, com
Z
Mitocôndria
E
R
endossimbiose células douradas, que realizam fotossíntese,
U
Mitocôndria produzindo alimento necessário ao
T
endossimbiose
crescimento dos recifes de corais. Como as
zooxantelas realizam fotossíntese, elas
A
A
fundidades. Outro exemplo são as
Cianobactéria
I
C
mitocôndrias, presentes em células animais
N
Cianobactéria e vegetais, que se acredita que sejam
Ê
HABILIDADE 16
Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos
ou na organização taxonômica dos seres vivos.
MODELO 1
(Enem)
ANÁLISE EXPOSITIVA
a
i
de indivíduos, esse tipo de reprodução pode ser muito importante para garantir a não extinção,
aumentando g
o
l
RESPOSTA Alternativa B e
79
DIAGRAMA DE IDEIAS
REINO
MONERA
BACTÉRIAS CIANOBACTÉRIAS
VITAMINAS
• FIXAÇÃO DE N2
• AERÓBIAS
• BIOTECNOLOGIA
• ANAERÓBIAS AUTÓTROFAS
(FOTOSSINTETIZANTES)
FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
LÁCTICA
BACTERIOCLOROFILA
ALGUMAS FAZEM
FOTOSSISTEMA SIMPLES
QUIMIOSSÍNTESE
REPRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA ASSEXUADA
DAS BACTÉRIAS (BIPARTIÇÃO)
SEXUADA
• DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA
(CONJUGAÇÃO)
ORGÂNICA • ANTIBIÓTICOS E
DOENÇAS
MORFOLOGIA BACTERIANAS
• COCOS • BACILOS • ESPIRILOS •
VIBRIÃO
ESTREPTOCOCOS
ESTAFILOCOCOS
• FEBRE MACULOSA • FEBRE • PLASMÍDEO
TIFOIDE • GONORREIA
MORFOLOGIA
• CROMOSSOMO DNA
CIRCULAR (RESISTÊNCIA A
ANTIBIÓTICOS)
sa
• CÓLERA
• COQUELUCHE • DIFTERIA DNA CONFERE VANTAGENS
• DISENTERIAS SELETIVAS
T
A
L
O
PAREDE CELULAR
i
g N
INVAGINAÇÕES DA
V
o
l A
• HANSENÍASE •
o
D
LEPTOSPIROSE • MEMBRANA
n
MENINGITE •
c S
DIVISÃO CELULAR
A
PNEUMONIA •
t
I
RESPIRAÇÃO
s C
a N
TUBERCULOSE
SÍNTESE PROTEICA
u ÊI
s C
• MESOSSOMO
e
GRAM-POSITIVAS
A 1
Z
GRAM-NEGATIVAS
• RIBOSSOMOS •
E
E
R
M
U
U
80