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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS VIVENCIANDO


De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina culta a compreensão de determinados conceitos e impede
em todo o território nacional. o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
TEORIA
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co- contato em seu dia a dia.
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam
com imagens ilustrativas que complementam as explicações APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos
à rotina intensa de estudos. compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas
MULTIMÍDIA resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati- penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas
o conhecimento do nosso aluno. dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é prova e a resolvê-las com tranquilidade.
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
DIAGRAMA DE IDEIAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran- Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso,
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma- orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
com essa realidade por meio de explicações que relacionam údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de mentais e fluxogramas.
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a
mundo em que ele vive. organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.
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Letícia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

projeto gráfiCo e Capa


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ISBN: 978-85-9542-226-1

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SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA E SEQUÊNCIAS 5
AULAS 35 E 36: FUNÇÃO INVERSA E PARIDADE 7
AULAS 37 E 38: NOÇÕES DE SEQUÊNCIA E PROGRESSÃO ARITMÉTICA 13
AULAS 39 E 40: PROGRESSÃO GEOMÉTRICA E SUA INTERPOLAÇÃO 20
AULAS 41 E 42: PROBLEMAS ENVOLVENDO PA E PG 29
AULAS 43 E 44: INTRODUÇÃO AOS NÚMEROS COMPLEXOS 39

ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE 45


AULAS 35 E 36: COMBINAÇÃO SIMPLES 47
AULAS 37 E 38: BINÔMIO DE NEWTON E TRIÂNGULO DE PASCAL 54
AULAS 39 E 40: PROBABILIDADE: ADIÇÃO 62
AULAS 41 E 42: PROBABILIDADE CONDICIONAL 68
AULAS 43 E 44: ESTATÍSTICA 78

GEOMETRIAS ESPACIAL E ANALÍTICA 97


AULAS 35 E 36: ESFERAS 99
AULAS 37 E 38: INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS 105
AULAS 39 E 40: GEOMETRIA ANALÍTICA: DISTÂNCIA E PONTO MÉDIO 108
AULAS 41 E 42: GEOMETRIA ANALÍTICA: INCLINAÇÃO DA RETA E COEFICIENTE ANGULAR 117
AULAS 43 E 44: GEOMETRIA ANALÍTICA: POSIÇÃO RELATIVA E PERPENDICULARISMO 124
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM

Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais


Competência 1

H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.

Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
Competência 2

H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.

Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 3

H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.


H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 4

H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.


H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.

Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.
Competência 5

H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.


H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.

Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extra-
Competência 6

polação, interpolação e interpretação.


H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.

Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determi-
nação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.
Competência 7

Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não
H27
em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
MATEMÁTICA

5
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
ÁLGEBRA
E SEQUÊNCIAS

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O Enem exigirá conceitos básicos de Todos os temas deste caderno são impor-
logaritmos e exponenciais em situações- tantes para a primeira e segunda fases,
-problema, nas quais o raciocínio lógico portanto, deve-se ter ampla habilidade em
matemático será explorado. Questões de interpretação de gráficos polinomiais do 2.º
função do 2.º grau ocorrem cada vez mais grau, exponenciais e logaritmos.
nessa prova.

Função polinomial do 2.º grau tem grande Em sua segunda fase, possui questões Questões de logaritmos e exponenciais têm
incidência, com questões médias e difíceis, difíceis para todos os temas deste cader- alta incidência na prova, portanto, deve-se
portanto, deve-se saber as condições de no. Funções exponenciais e logarítmicas saber relacionar todas as propriedades de
existência de logaritmos. possuem incidência menor que funções logaritmos e exponenciais.
do 2.º grau.

Funções exponenciais e logarítmicas não A prova exigirá grande habilidade com A prova exigirá firme análise das proprieda- Ocorrem questões elevadas para todos os
possuem grande incidência em sua prova; logaritmos e exponenciais. Funções do 2.º des de logaritmos e exponenciais, podendo temas deste caderno; portanto, deve-se
porém, serão cobradas as propriedades e grau podem ser cobradas com interpreta- ocorrer questões de funções nessas áreas. possuir grande habilidade nas proprieda-
será exigido o modo de trabalhá-las. ção de texto. des logarítmicas.

UFMG
A prova pode cobrar questões medianas A prova possui questões dissertativas e A Faculdade de Ciências Médicas de Minas
e difíceis de funções em todos os temas objetivas com alto grau de dificuldade; Gerais, por possuir uma quantidade de
deste caderno. portanto, deve-se saber resolver logaritmos questões menor, pode exigir diversas áreas
e exponenciais. da matemática dentro de uma questão.
Saber os conceitos deste caderno é fun-
damental.

Oscila em relação ao grau de exigência O processo seletivo exigirá grande conheci- A prova cobra habilidade em resolução de
para as questões de logaritmos e de ex- mento de funções do 2.º grau. problemas do 2.º grau junto com as pro-
ponenciais. Funções do 2.º grau são muito priedades de logaritmos.
bem exploradas nessa prova.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

6
par ordenado
x f(x)
(x, f(x))
–5 3 · (–5) = –15 (–5, –15)

0 3·0=0 (0, 0)

FUNÇÃO INVERSA 1 3·1=3 (1, 3)

E PARIDADE Em seguida, tomam-se os valores obtidos como ima-


gens pela função f e determinam-se as suas imagens
pela função g:

par ordenado
x f(x)
(x, g(x))

MT AULAS
35 E 36
–15 15​ = –5
−​ ___
3
(–15, –5)

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) 0 ​  0 ​= 0
__ (0, 0)
3
5 19, 20 e 21
3 ​  3 ​= 1
__ (3, 1)
3

Nesse caso, afirma-se que g é a função inversa da função f


1. Função inversa e é representada por g(x) = f –1 (x).
​ x ​.
Assim, se f(x) = 3x, f –1(x) = __
1.1. Definição 3
Observe que f –1(x) “desfaz” a transformação feita por f(x).
É denominada função inversa da função bijetora f: A → B a Dessa forma, segue que:
função f –1: B → A, em que os elementos de todos os pares
f[f –1(x)] = f o f –1 = x
ordenados da função f trocam de posição:
Ou seja, a composta de f em f –1 é sempre x. Observe um
exemplo:
​ 2x – ​ e
f(x) = _____ 1 ​ 3x + ​
f –1(x) = _____ 1
3 2
Calculando f[f –1(x)], tem-se:

(
___________
f[f (x)] = ​ 
–1
)
 ​  3x + ​ 1 ​– 1
2 ​_____
2  ​ =________
​ 3x +  ​
1 – 1 = __
​ 3x ​= x
3 3 3
Na função f considerada, é possível destacar duas caracte-
rísticas importantes:

§ o contradomínio de f coincide com sua imagem, isto é,


f = {(1,2), (2,4), (3,6)}
todo elemento do contradomínio é correspondente de
f -1 = {(2,1), (4,2), (6,3)} algum elemento do domínio (f é sobrejetora);
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

No exemplo, é possível observar que a função f associa § cada elemento do contradomínio de f é imagem de um
cada valor de seu domínio ao seu respectivo dobro no único elemento do domínio (f é injetora);
contradomínio. Por outro lado, a função f –1 associa cada
valor de seu domínio à respectiva metade do seu con- § É necessário que a função satisfaça essa duas condi-
tradomínio. ções para que ela seja invertível, ou seja, possua in-
versa. As funções que satisfazem essas duas condições
Observe as funções f e g de domínio real dadas por f(x) =
são denominadas funções bijetoras. Portanto, ape-
​ x ​, sendo que g(x) é a função inversa de f(x).
3x e g(x) = __
3 nas as funções bijetoras possuem inversa.
Inicialmente, são dados alguns valores para x e determina-
Observe a seguir uma função que não é bijetora.
das suas imagens pela função f, formando pares ordenados
(x, f(x)): Seja a função real f(x) = x2 – 2.

7
Considere os elementos x = 3 e x = –3 do domínio de f : ​ 3x  ​
3. Encontre a função inversa f-1(x) sendo f(x) = ____ -1
2
x = 3 ⇒ f(3) = 7 (3, 7) Também é possível encontrar a função inversa de uma fun-
ção afim montando uma tabela de operações e fazendo
x = –3 ⇒ f(–3) = 7 (–3, 7)
a inversa de cada operação. Na função f(x) = ​ 3x - ​
_____ 1 , se
Essa não é uma função bijetora, pois o elemento 7 do con- 2
for calculado, por exemplo, f(5), a primeira operação será
tradomínio de f é imagem de dois elementos, 3 e -3, do seu a multiplicação por 3; em seguida, deve-se subtrair de 1
domínio. Caso essa função possuísse inversa g, o elemento e, por fim, dividir por 2. Para encontrar a inversa, deve-se
7 possuiria duas imagens (3 e -3), e, como foi visto, para partir da variável x realizando as operações inversas (a ope-
uma relação ser função, é necessário que cada elemento ração inversa da soma é a subtração, e a da multiplicação é
do domínio tenha uma única imagem. a divisão) a partir da última operação.
Assim, a função real f(x) = x2 – 2 não possui inversa.
Multiplicação Subtração Divisão
por 3 por 1 por 2
1.2. Determinando a função inversa 3x - 1
_____
x 3x 3x-1 ​   ​
Para se obter a inversa de uma função (caso a função 2
admita inversa, isto é, seja bijetora), deve-se proce- Multiplicação Adição por 1 Divisão
der da seguinte maneira: por 2 por 3
2x + 1
_____
§ Troca-se x por y e y por x. x 2x 2x+1 ​   ​
3

§ Coloca-se o novo y em função do novo x.


​ 2x + ​.
Assim, f -1(x) = _____ 1
3
Modelos: Se f admite inversa, afirma-se que f é invertível. Nesse caso,
a função inversa é única.
1. Obter a lei da função inversa da função f dada por
Observe que o gráfico de f –1 é obtido a partir do gráfico de
y = x + 2.
f por simetria em relação à reta y = x (função identidade).
y=x+2
↓ ↓
x = y + 2 → trocando y por x e x por y
y = x – 2 → isolando y
Assim, y = x – 2 é a lei da função inversa da função dada
por y = x + 2.
2. Se g(x) = 2x + 1 e f[g(x)] = 4x² + 1, encontre a função f(x).
Se for calculada g –1(x), é possível utilizá-la para encontrar
f(x) usando a propriedade g[g –1(x)] = x:
g(x) = y = 2x + 1
Trocando x por y e isolando y, tem-se:
x = 2y + 1 ​ x – ​
y = ____ 1
2
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ x − ​
Assim, g –1(x) = _____ 1 Notas
2
Então, utiliza-se g –1(x) em f[g(x)], substituindo x por g –1(x): § As transformações feitas pela função f são desfeitas
pela função f -1.
f[g(x)] = 4x2 + 1
§ O contradomínio de f é igual ao domínio de f –1.
f​[ g​( g (x) )​  ]​= 4​[ g (x) ]​ + 1
–1 –1 2
§ O domínio de f é igual ao contradomínio de f –1.
x ​ x – ​1
____
2 Pela simetria do gráfico em relação à reta y = x, é

( )
2
 ​  x – ​ 1 ​ + 1
f(x) = 4 ​____ possível observar por que uma função não bijetora não
2 é invertível.
x 2

_________
f(x) = 4 ​  2x + 1
 ​+ 1 = x2 – 2x + 2
4

8
Observe o gráfico da função f(x) = x² + 2, com f: R → R e Perceba que a figura formada não representa uma fun-
a figura simétrica em relação à reta y = x: ção, pois, para um mesmo valor de x > 2, tem-se associa-
dos dois valores distintos de f(x). Observe também que, se
f possuísse inversa, seu domínio seria R (pois o contrado-
mínio de f é R), o que também não é compatível com a
definição de função, dado que uma função deve associar
todos os valores de seu domínio a pelo menos um valor do
contradomínio – o que não é verdade, pois para x < 2 não
há valores associados.

2. Função par
Dada uma função f(x), uma função é denominada par se,
Note que f(x) não é injetora (pois, para valores diferentes de para qualquer x no domínio de f, tem-se f(x) = f(–x).
x, associa-se um mesmo valor de f(x), como f(-1) = 3 e Como consequência, toda função par apresenta simetria
f(1) = 3). A função f(x) também não é sobrejetora, pois seu em relação ao eixo 0y:
contradomínio é R, e seu conjunto imagem é {x [ R | x > 2} .

Modelos:
1. f(x) = x²
Para verificar se uma função é par, deve-se comparar f(x) e f(-x):
f(–x) = (–x)² = x²
Assim, f(–x) = f(x); portanto, a função é par.
Observe o gráfico da função f(x) = x²:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

9
Note que, para todo x, seu oposto –x apresenta a mesma Modelos:
imagem f(x):
1. f(x) = x³
f(1) = f(-1) = 1
Para verificar se a função é ímpar, deve-se comparar f(–x)
f(2) = f(-2) = 4 com –f(x):
f(3) = f(-3) = 9 f(–x) = (–x)³ = –x³
2. f(x) = x4 – 5x² + 4 f(–x) = –f(x) = –x³
Calculando f(-x), tem-se: Como f(-x) = - f(x), a função é ímpar. Observe o gráfico
f(–x) = (–x)4 – 5(–x)² + 4 = x4 – 5x² + 4 da função f(x) = x³:

Assim, f(–x) = f(x); portanto, a função é par. O gráfico da


função é:

3. f(x) = x² + x – 4 ​ 1x ​
2. f(x) = __
Verificando se a função é par: Calculando f(–x), tem-se:
f(–x) = (–x)² + (-x) – 4 ​ 1  ​= – ​__1x ​
__
f(–x) = –x
f(–x) = x² – x – 4 Assim, f(-x) = -f(x); portanto, a função é ímpar. Observe
Observe que, nesse caso, f(–x) Þ f(x); portanto, a função o gráfico:
não é par.

3. Função ímpar
Dada uma função f(x), uma função é denominada ímpar
se, para qualquer x no domínio de f, tem-se f(–x) = –f(x).
Como consequência, toda função ímpar apresenta sime-
tria em relação à origem:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3. f(x) = 3x³ - x
Calculando f(-x) e –f(x), tem-se:
f(–x) = 3(–x)³ – (–x) = –3x³ + x
–f(x) = –(3x³ – x) = –3x³ + x
Como f(-x) = -f(x), a função é ímpar.

10
Assim:
Aplicação do conteúdo h(-x) = f(-x)g(-x) = f(x)(-g(x)) = -f(x)g(x) = -h(x)
Como h(-x) = -h(x), h(x) é ímpar pela definição.
1. Se f(x) é uma função par e g(x) é uma função ímpar,
analise a paridade das funções a seguir: b) fog(x) = f(g(x))
a) h(x) = f(x)g(x) Fazendo x = -x:
b) fog(x) g(-x) = -g(x), pois é ímpar
Resolução: fog(-x) = f(g(-x)) = f(-g(x)) = f(g(x)), pois f(x) é par
a) Fazendo x = -x, tem-se: Assim:
f(-x) = f(x), pois é par fog(-x) = f(g(x)) = fog(x)
g(-x) = -g(x), pois é ímpar Portanto, fog(x) é par.

DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO INVERSA

DETERMINAÇÃO DA
DEFINIÇÃO
FUNÇÃO INVERSA

TROCA-SE X POR Y E Y POR X FUNÇÃO f: A B


FUNÇÃO INVERSA f -1: B A
A f B

COLOCA-SE O NOVO Y EM 1 f -1 2
FUNÇÃO DO NOVO X f
2 f -1 4
f
3 f -1 6
CARACTERÍSTICAS

CONTRADOMÍNIO DE f CONCIDE COM CADA ELEMENTO DO CONTRADOMÍ-


SUA IMAGEM SOBREJETORA NIO DE f É A IMAGEM DE UM ÚNICO
ELEMENTO DO DOMÍNIO INJETORA
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

CONTRADOMÍNIO DE f É O DOMÍNIO DE f É IGUAL AO


IGUAL AO DOMÍNIO DE f -1 CONTRADOMÍNIO DE f -1

APENAS FUNÇÕES BIJETORAS


POSSUEM FUNÇÃO INVERSA

11
FUNÇÃO ÍMPAR FUNÇÃO PAR

PARA QUALQUER x NO DOMÍNIO PARA QUALQUER x NO DOMÍNIO


DE f, TEMOS f (−x) = −f (x) DE f, TEMOS f (x) = f (−x)

TODA FUNÇÃO ÍMPAR APRESENTA


TODA FUNÇÃO PAR APRESENTA
SIMETRIA EM RELAÇÃO À ORIGEM
SIMETRIA EM RELAÇÃO AO EIXO 0y

f (x2) f(x2) = f(–x2)

f (x1) f(x1) = f(–x1)


−x2 −x1
x1 x2
f (−x1) = −f (x1) −x2 −x1 x1 x2

f (−x2) = −f (x2)
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

12
Por outro lado, a sequência dos números naturais menores
do que 6 é um conjunto finito:
(0, 1, 2, 3, 4, 5)
NOÇÕES DE Em geral, o primeiro termo de uma sequência é represen-
SEQUÊNCIA E tado por a1, o segundo, por a2, e assim sucessivamente.

PROGRESSÃO
Quando a sequência possui n termos, tem-se:
(a1, a2, a3, a4, ... , an-2, an-1, an)
ARITMÉTICA Observe que o subscrito representa a posição do termo
da sequência:
a1 = 1.º termo;

MT AULAS
37 E 38
a2 = 2.º termo;
a3 = 3.º termo;
...
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 5 e 6 2, 3, 21, 24 e 26 an = “n-ésimo” termo.

1.1. Determinação dos termos


de uma sequência
1. Noções de sequência e Com o objetivo de descrever uma sequência, em vez de
progressão aritmética escrevê-la de forma explícita, pode-se utilizar uma lei de
formação, isto é, uma expressão matemática que permite
Um conjunto ordenado de elementos é chamado de
determinar qualquer termo da sequência. Há principalmen-
sequência. No cotidiano ocorrem diversos exemplos de
sequência: te duas formas de lei de formação de uma sequência: a
fórmula em função da posição e a fórmula de re-
§ dias da semana: (domingo, segunda-feira, terça-fei- corrência.
ra, ... , sábado);
§ Em função da posição: quando uma fórmula per-
§ meses do ano: (janeiro, fevereiro, março, ... , dezembro); mite calcular qualquer termo an em função de sua
posição n.
§ anos bissextos de 2000 a 2020: (2000, 2004, 2008,
2012, 2016, 2020).
Observe a seguinte sequência que representa os primeiros Aplicação do conteúdo
10 números primos ordenados de maneira crescente:
1. Determine os cinco primeiros termos da sequência
(2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29) definida pela seguinte fórmula de formação:

É possível notar que o elemento 2 é o primeiro termo an = 2n + 1, n ∈ N*


da sequência, enquanto o 3 é o segundo termo, e assim Resolução:
sucessivamente:
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Observe que “n” representa a posição de um determinado


1.º termo: 2
termo an da sequência. Ou seja, para determinar o 1.º ter-
2.º termo: 3 mo, deve-se substituir n por 1, e assim por diante:
3.º termo: 5 1.º termo: a1 = 2 · 1 + 1 = 3
...
2.º termo: a2 = 2 · 2 + 1 = 5
10.º termo: 29
3.º termo: a3 = 2 · 3 + 1 = 7
Uma sequência pode ser finita ou infinita. A sequência
4.º termo: a4 = 2 · 4 + 1 = 9
que representa os números naturais, por exemplo, é um
conjunto infinito: 5.º termo: a5 = 2 · 5 + 1 = 11
(0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... ) Assim, a sequência pedida é: (3, 5, 7, 9, 11).

13
2. Dada a sequência definida pela lei de formação Determine os seis primeiros termos da sequência.
an = 5n – 7, n ∈ N*, faça o que se pede em cada item:
Resolução:
a) Determine o vigésimo termo da sequência.
Observe que a expressão Fn = Fn–1 + Fn–2 indica que um termo
Resolução: Pede-se o termo a20 de posição n = 20;
qualquer Fn da sequência é dado pela soma dos seus dois termos
portanto:
imediatamente anteriores, Fn–1 e Fn–2. É preciso determinar os ter-
a20 = 5 · 20 – 7 = 93 mos da expressão:
b) Determine se o número 43 faz parte da sequência. F1 = 1
Resolução: Como n deve ser um número natural, an
F2 = 1
é substituído por 43; em seguida, deve-se analisar:
F3 = 1 + 1 = 2
43 = 5n – 7 ⇒ 5n = 50 ⇒ n = 10 F4 = 2 + 1 = 3
Assim, 43 faz parte da sequência, sendo o décimo F5 = 3 + 2 = 5
termo. F6 = 5 + 3 = 8

c) Determine se o número 66 faz parte da sequência. Continuando o processo, tem-se:


Resolução: De modo semelhante ao item anterior, an (1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, ...)
é substituído por 66:
​ 73 ​
66 = 5n – 7 ⇒ 5n = 73 ⇒ n = ___
5 2. Progressão aritmética (PA)
Como 73/5 ∉ N*, o número 66 não pertence à se-
quência an. Uma progressão aritmética é um tipo especial de sequên-
cia, isto é, nem toda sequência é uma PA.
§ Pela fórmula de recorrência: quando se expressa
um termo an qualquer da sequência em função do termo
imediatamente anterior an-1, dado o primeiro termo a1.
2.1. Definição
Uma progressão aritmética é uma sequência definida por:

Aplicação do conteúdo a1 = k

1. Determine os quatro primeiros termos da sequência an = an–1 + r, ∀n ∈ N, n ≥ 2,

a1 = 3 Em que k ∈ R é o primeiro termo da sequência, e r ∈ R


an = an–1 + 5, onde n ∈ N* é a razão da PA. Essa definição por recorrência determina
que um termo qualquer an da sequência é igual à soma do
Resolução: termo imediatamente anterior com um valor real r.
Observe que, quando ocorre a fórmula de recorrência, não é pos- Da definição, tem-se:
sível determinar de imediato qualquer termo da sequência, dife-
an = an–1 + r ⇒ r = an – an–1
rentemente da lei de formação em função da posição. É preciso
calcular cada termo na sequência: Portanto, em uma PA:
1.º termo: a1 = 3
A diferença entre um termo qualquer e seu antecessor
2.º termo: a2 = a1 + 5 = 3 + 5 = 8 é sempre constante e igual à razão r.
3.º termo: a3 = a2 + 5 = 8 + 5 = 13
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4.º termo: a4 = a3 + 5 = 13 + 5 = 18 Observe a sequência a seguir:


Assim, os quatro primeiros termos são (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13)
(3, 8, 13, 18). Trata-se de uma PA, pois a diferença entre dois termos con-
secutivos é sempre igual:
2. Uma famosa sequência matemática é definida pela
sua fórmula de recorrência – a sequência de Fibonacci. a2 – a1 = 3 – 1 = 2
Ela pode ser definida como se mostra a seguir:
a3 – a2 = 5 – 3 = 2
F1 = 1, F2 = 1 ...
Fn =
Fn = Fn–1 + Fn-2', n ∈ N*
a7 – a6 = 13 – 11 = 2

14
Assim, a razão r da PA é igual a 2. Resolução:

Observe alguns exemplos de PA: Novamente, tem-se a seguinte propriedade em três termos con-
§ (0, 5, 10, 15, 20, 25) a1 = 0 r=5 secutivos de uma PA:
(2x) +(3)
​  x  ​ = ​ _______
2
__  ​
(
§ ​ ​ __1 ​, 1, ​ ___3 ​, 2, ___
2 2 2 2
​ 5 ​, 3, ___ )
​ 7 ​  ​ ​ 1 ​
a1 = __
2
​ 1 ​
r = __
2
2 2
x1 = –1
x2 = 2x + 3 ⇒ x2 – 2x – 3 = 0 ⇒
§ (100, 80, 60, 40, 20) a1 = 100 r = –20 x2 = 3
§ (7, 7, 7, 7, 7, 7) a1 = 7 r=0 Substituindo os valores obtidos de x na sequência:

De acordo com a razão, é possível classificar as progressões § para x = -1:


aritméticas em três tipos:
§ PA crescente: uma PA é crescente quando a razão r é ( (–1)2
) (
​   ​,3 ​ ⇒ ​ –2, ​ ___1 ​, 3 ​
​ 2 · (–1), ____
2 2 )
positiva e não nula.
​ 5 ​
​ 1 ​ = __
r = 3 – __
Modelo: (1, 4, 7, 10, 13, 16), em que r = 3. 2 2
§ para x = 3:
§ PA decrescente: uma PA é decrescente quando a ra-
zão r é negativa e não nula.
Modelo: (15, 13, 11, 9, 7, 5), em que r = –2.
( (3)2
​ 2 · (3), ___ ) (
​   ​,3 ​ ⇒ ​ 6, ___
2 2 )
​ 9 ​, 3 ​

​ 9 ​– 6 = – __
r = __ ​ 3 ​
§ PA constante: uma PA é constante quando a razão r 2 2
é igual a zero.
Observe que ambas as sequências obtidas são progressões arit-
Modelo: (2, 2, 2, 2, 2, 2), em que r = 0.
méticas; no entanto, somente para x = –1 a PA é crescente,
Observação: se a sequência (a, b, c) é uma PA de razão r, ​ 5 ​> 0. Portanto: x = –1.
pois r = __
2
ocorre o seguinte:
b–a=r 2.2. Representações especiais
c–b=r Em alguns casos, é adequado representar uma PA em fun-
b – a = c – b ⇒ 2b = a + c ção de sua razão. As representações a seguir são especial-
​ a + ​
b = ____ c mente úteis caso o valor da soma S de todos os termos
2
envolvidos seja conhecido:
Ou seja, dados três termos consecutivos de uma PA, o se-
gundo termo é igual à média aritmética entre o pri- § Três termos consecutivos de uma PA:
meiro e o terceiro.
(x – r, x, x + r)
S = (x – r) + x+ (x – r) = 3x
Aplicação do conteúdo
§ Cinco termos consecutivos de uma PA:
1. Determine o valor de x para que a sequência​
x  ​– 2, x, 2x – 1 ​seja uma PA. (x – 2r, x – r, x, x + r, x + 2r)
 ​  __
( )
2
S = (x – 2r) + (x – r) + x + (x + r) + (x + 2r) = 5x
Resolução:
§ Quatro termos consecutivos de uma PA:
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Dada uma PA de três termos consecutivos, o termo do meio é


igual à média aritmética dos outros dois: Nesse caso, é preciso utilizar uma substituição para ga-
​x ​ – 2 + (2x – 1)
__ rantir a representação simétrica da progressão.
X= 2 ( )
(x – 3y, x – y, x + y, x + 3y)
2
Em que r = 2y
Resolvendo a equação:
S = (x – 3y) + (x – y) + (x + y) + (x + 3y) = 4x
​ x ​– 2 + 2x – 1 ⇒ 2x = __
2x = __ ​ x ​+ 2x – 3
2 2
⇒ 4x = x + 4x – 6 ⇒ x = 6

2. Se a sequência (​2x, ​​ x__ ​​, 3)​é uma PA crescente, deter-


2

2
mine o valor de x.

15
Portanto, a PA é dada por
Aplicação do conteúdo
(x – 3y, x – y, x + y, x + 3y), com as seguintes condições:
1. Um triângulo retângulo, de perímetro igual a 12 cm,
(x – 3y) + (x – y) + (x + y) + (x + 3y) = –2
possui o comprimento e seus lados em progressão arit-
mética. Determine os comprimentos dos lados. (x – 3y)2 + (x – y)2 + (x + y)2 + (x + 3y)2 = 6
Efetuando os cálculos, tem-se:
Resolução:
4x = –2
Como há três termos consecutivos de uma PA, é possível repre-
sentá-los da seguinte maneira:
4x2 + 20y2 = 6

(x – r, x, x + r) 4x = –2 ⇒ x = – __ ​ 1 ​
2 2
Representando esquematicamente, tem-se: ( )
4x2 + 20y2 = 6 ⇒ 4 ​ – ​ __1 ​ ​+ 20y2 = 6 ⇒
2
⇒ 1 + 20y = 6 ⇒ 20y2 = 5 ⇒ y2 = __
2
​ 1 ​ ⇒
4
​ 1 ​
⇒ y = ± __
2
Como a PA é crescente, então y é positivo.
Assim, x = – __ ​ 1 ​e y = __ ​ 1 ​. Daí, vem:
Observe que foi atribuído à hipotenusa o comprimento x + r; as- 2 2
x – 3y = – 2; x – y = – 1; x + y = 0; x + 3y = 1
sim, define-se que a progressão aritmética será crescente, pois,
em um triângulo retângulo, a hipotenusa é sempre o maior lado. Portanto, a PA é dada por (–2 –1, 0, 1) e sua razão é r = 1.
Essa representação é especialmente útil quando a soma de todos
3. Determine a PA decrescente de três termos, de forma
os termos é conhecida; no caso, o perímetro do triângulo: que sua soma seja 12 e seu produto seja 28.
(x – r) + x + (x + r) = 12
Resolução:
3x = 12 Representando os três termos da PA em função do termo central
x = 4 cm e da razão, tem-se:

Assim, obtém-se um dos lados do triângulo. Aplicando o Teore- (x – r, x, x + r)


ma de Pitágoras, tem-se: (x – r) + x + (x + r) = 12 (I)
(x – r)2 + x2 = (x + r)2 (x – r) (x) (x + r) = 28 (II)

(4 – r)2 + 42 = (4 + r)2 Da equação (I), tem-se:


16 – 8r + r2 + 16 = 16 + 8r + r2 (x – r) + x + (x + r) = 12 ⇒ 3x = 12 ⇒ x = 4

16 = 16r Substituindo na equação (II):

r = 1 cm (x – r) (x) (x + r) = 28 ⇒ (4 – r) (4) (4 + r) = 28

Uma vez que a razão e um dos termos da PA são conhecidos, (4 – r) (4 + r) = 7


devem ser calculados os termos restantes: (42 – r2) = 7
16 – r2 = 7
(x – r, x, x + r) ⇒ (4 – 1, 4, 4 + 1) ⇒ (3, 4, 5)
r2 = 9 ⇒ r = ± 3
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Portanto, os lados do triângulo são: 3 cm, 4 cm e 5 cm.


Como a PA é decrescente, sua razão deve ser negativa, portanto,
2. Determine quatro números em progressão aritmética r = –3.
crescente, sabendo que sua soma é –2 e a soma de seus
quadrados é 6. Assim, a PA procurada é:

Resolução: (4 – (–3), 4, 4 + (–3))

Utilizando o artifício sugerido, os dois termos centrais serão cha- (7, 4, 1)


mados de x – y e x + y; assim, a razão passa a ser:

(x + y) – (x – y) = x + y – x + y = 2y

Logo, r = 2y.

16
2.3. Fórmula do termo geral da PA Aplicação do conteúdo
O primeiro termo e a razão de uma PA são todos os dados
necessários para encontrar qualquer termo an da progres- 1. Dê a fórmula do termo geral da PA (5, 9,...).
são. O segundo termo a2 é a soma do primeiro termo a1
Resolução:
com a razão r:
Na PA dada, tem-se a1 = 5 e r = 4.
a2 = a1 + r
O terceiro termo é a soma de a2 com a razão r: Daí:

a3 = a2 + r an = a1 + (n – 1)r = 5 + (n – 1) ∙ 4 = 5 + 4n – 4 = 4n + 1

Como já foi visto, a2 = a1 + r; portanto: Assim, a fórmula do termo geral é an = 4n + 1.


a3 = a1 + r + r ⇒ a3 = a1 + 2r 2. Qual é o 20.º termo da PA (2, 8,...)?
Assim, é possível escrever: Resolução:
a2 = a1 + r a1 = 2
Dados: r = 6
a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
n = 20
a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r a20 = a1 + 19r = 2 + 19 . 6 = 116
a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r Assim, a20 = 116.
a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r 3. Qual é o 1.º termo de uma PA em que a10 = 39 e r = 4?
...
Resolução:
Observe que, para se obter o sexto termo a6, toma-se a soma a10 = 39
entre o primeiro termo a1 e (6 – 1)r = 5r. De modo geral, Dados: r = 4
pode-se dizer que, em uma progressão aritmética, tem-se: n = 10
a10 = a1 + 9r ⇒ 39 = a1 + 9 . 4 ⇒
an = a1 + (n – 1)r
⇒ 39 = a1 + 36 ⇒ a1 = 3
Em que:
Então, a1 = 3 e a PA é (3, 7, 11,...).
§ an é o termo de posição n;
4. Numa PA de 14 termos, o 1.º termo é 2 e o último é 28.
§ a1 é o primeiro termo;
Calcule a razão dessa PA.
§ n é a posição do termo an; Resolução:
a1 = 2
§ r é a razão.
Dados: a14 = 28
Caso o objetivo seja relacionar dois termos quaisquer an e
ap da PA, também é possível utilizar diretamente a relação: n = 14
a14 = a1 + 13r ⇒ 28 = 2 + 13r ⇒ 13r = 26 ⇒
an = ap + (n – p)r
⇒r=2
an = a1 + (n – 1)r ⇒ an = a1 + nr – r (I)
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Portanto, r = 2 e a PA é (2, 4, 6, 8,..., 28).


ap = a1 + (p – 1)r ⇒ ap = a1 + pr – r (II)
5. Quantos elementos tem a PA finita (–2, 3,..., 43)?
Fazendo (I) – (II):
Resolução:
an – ap = nr – pr a1 = –2
an – ap = (n – p)r Dados: an = 43
r=5
an = ap + (n – p)r
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 43 = – 2 + (n – 1) · 5 ⇒
⇒ 43 = – 2 + 5n – 5 ⇒ 5n = 50 ⇒ n = 10
Assim, a PA dada tem 10 elementos.

17
6. Numa PA, a10 = –3 e a12 = 11. Calcule o 1.º termo a1 e 9. Determine o valor de x para que os números x2,
a razão r dessa PA. (x + 2)2 e (x + 3)2 sejam, nessa ordem, os três primeiros
termos de uma PA.
Resolução:
Resolução:
a12 = a10 + 2r ⇒ 11 = – 3 + 2r ⇒ r = 7
a1 = x2
a12 = a1 + 11r ⇒ 11 = a1 + 11 . 7 ⇒ a1 = –66 Pelo problema, tem-se a2 = (x + 2)2
Então, a1 = – 66, r = 7 e a PA é a3 = (x + 3)2
(– 66, – 59, – 52, – 45,...) a1 + a3
Como a2 = ______
​   ​, tem-se:
2
7. Numa PA crescente, a2 + a6 = 20 e a4 + a9 = 35. Deter-
mine o 1.º termo a1 e a razão r dessa PA. x2 + (x + 3)2
(x + 2)2 = __________
​   ​(equação em x)
2
Resolução:
Resolvendo a equação:
a2 = a1 + r
​ x + x + ​6x + 9 ⇒
2 2
⇒ a2 + a6 = (a1 + r) + (a1 + 5r) x2 + 4x + 4 = ____________
  
2
a6 = a1 + 5r ⇒ a2 + a6 = 2a1 + 6r ⇒ 2x2 + 8x + 8 = x2 + x2 + 6x + 9 ⇒
a4 = a1 + 3r
⇒ a4 + a9 = (a1 + 3r) + (a1 + 8r) ⇒ 8x – 6x = – 8 + 9 ⇒ 2x = 1 ⇒ x = __ ​ 1 ​
2
a9 = a1 + 8r ⇒ a4 + a9 = 2a1 + 11r Verificação:

()( )( ) ()()()
​  1 ​  ​, ​__
​  1 ​+ 2 ​, ​ ​ __1 ​+ 3 ​ ⇒ ​ __ ​  5 ​  ​, ​__
​  1 ​  ​, ​__ ​  7 ​  ​
2 2 2 2 2 2
Resolvendo o sistema a partir dos dados do problema: ​__
2 2 2 2 2 2
–2a1 – 6r = –20 (I)
2a1 + 6r = 20
PA: ​( __
4 4 4)
⇒ ​ 25 ​, ___
​ 1 ​, ___ ​ 49 ​  ;​ razão: ___
​ 24 ​= 6
4
2a1 + 11r = 35 2a1 + 11r = 35 (II) ​ 1 ​.
Portanto, o valor procurado é x = __
2
Fazendo (I) + (II), tem-se: 5r = 15 ⇒ r = 3. 10. Um corpo caindo livremente (desprezando-se a
resistência do ar) tem, no final do primeiro segundo,
Substituindo r = 3 na equação (I): velocidade de 9,8 m/s; velocidade de 19,6 m/s no final
do segundo seguinte; de 29,4 m/s no final do terceiro
– 2a1 – 6(3) = – 20 ⇒ 2a1 = 20 – 18 ⇒
segundo; e assim por diante. Continuando nesse ritmo,
​ 2 ​ ⇒ a1 = 1
⇒ a1 = __ qual será sua velocidade no final do décimo segundo?
2
Assim, a1 = 1 e r = 3. A PA é (1, 4, 7, 10, 13,...). Resolução:
8. Quantos são os múltiplos de 8 compreendidos entre É preciso estabelecer a PA (9,8; 19,6; 29,4;...), na qual
100 e 1.000? a1 = 9,8 e r = 9,8, e determinar o termo a10:
Resolução: an = a1 + (n – 1) r ⇒ a10 = 9,8 + 9 . 9,8

§ O primeiro número múltiplo de 8 e maior do que 100 é 104. ⇒ a10 = 98 m/s


§ O último número múltiplo de 8 e menor do que 1.000 é 992. Assim, no final do décimo segundo, sua velocidade será de
Então, os múltiplos de 8 compreendidos entre 100 e 1.000 cons- 98 m/s.
tituem a PA (104, 112,..., 992)
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a1 = 104
Nessa PA, tem-se: r = 8
an = 992
Deve-se calcular o número n de termos da PA:
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 992 = 104 + (n – 1) 8 ⇒
⇒ 992 = 104 + 8n – 8 ⇒
⇒ 8n = 992 – 104 + 8 ⇒ 8n = 896 ⇒ n = 112
Portanto, existem 112 múltiplos de 8 compreendidos entre 100
e 1.000.

18
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO
PROGRESSÃO ARITMÉTICA
r = an + 1 - an

TERMO GERAL TERMO GERAL CONHECENDO


REPRESENTAÇÕES ESPECIAIS an = a1 + (n - 1)r QUALQUER TERMO
an = ap + (n - p)r

PARA 3 TERMOS
(x - r , x , x + r) CLASSIFICAÇÕES
S = x - r + x + x + r = 3x

PARA 4 TERMOS
(x - 3y , x - y , x + y , x + 3y) PA CRESCENTE
Onde r = 2y r>0
S = (x - 3y) + (x - y) + (x + y) + (x + 3y) = 4x
PA DECRESCENTE
PARA 5 TERMOS r<0
(x - 2r, x - r, x, x + r, x + 2r)
S = (x - 2r) + (x - r) + x + (x + r) + (x + 2r) = 5x PA CONSTANTE
r=0

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19
§ Produção em 2018 = produção em 2017 · 1,10 =
242.000 · 1,10 = 266.200

§ Produção em 2019 = produção em 2018 · 1,10 =


PROGRESSÃO 266.200 · 1,10 = 292.820

GEOMÉTRICA E SUA § Produção em 2020 = produção em 2019 · 1,10 =


292.820 · 1,10 = 322.102
INTERPOLAÇÃO Nessas condições, a produção anual no período será re-
presentada pela sequência (200.000, 220.000, 242.000,
266.200, 292.820, 322.102).
Nessa sequência, cada termo, a partir do segundo, é obtido a

MT
partir da multiplicação do termo anterior por um número fixo (no
AULAS caso, 1,10), ou seja, a produção anual teve uma taxa de cresci-
39 E 40 mento relativo constante de 10% em relação ao ano anterior.
Sequências com esse tipo de lei de formação são denomi-
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
nadas progressões geométricas. No exemplo dado, o valor
1, 5 e 6 2, 3, 21, 24 e 26
1,10 é chamado de razão da progressão geométrica e
indicado por q (no exemplo, q = 1,10). Afirma-se que os
termos dessa sequência estão em progressão geométrica.

1. Progressão geométrica (PG) 1.2. Definição


Enquanto a população humana cresce em progressão
Progressão geométrica (PG) é toda sequência de números
geométrica, a produção de alimentos cresce em progres-
não nulos na qual é constante o quociente da divisão de
são aritmética.
Thomas Malthus (economista britânico) cada termo (a partir do segundo) pelo termo anterior. Esse
quociente constante é denominado razão (q) da progres-
são. Ou seja, uma progressão geométrica é uma sequência
1.1. Introdução na qual a taxa de crescimento relativo de cada termo para
A taxa de crescimento relativo de uma grandeza é dada o seguinte é sempre a mesma.
pela razão entre seu aumento e seu valor inicial. Dessa for-
ma, uma grandeza que passa do valor a para o valor b tem Modelos:
​  b a– a​.
taxa de crescimento relativo igual a _____ 1. A sequência (2, 10, 50, 250) é uma PG de quatro termos,
Por exemplo, a taxa de crescimento relativo de uma gran- em que o 1.º termo é a1 = 2 e a razão é q = 5. Observe que:
deza que passa do valor 5 para o valor 8 é igual a 60%, § a1 = 2; a2 = 10 (2 · 5); a3 = 50 (10 . 5);
​ 8 – ​5 = __
pois ____ ​ 3 ​= 60%. a4 = 250 (50 · 5)
5 5
A seguir, serão tratadas as sequências que variam com taxa 250 : 50 = 5; 50 : 10 = 5; 10 : 2 = 5 → quociente
de crescimento relativo constante. Examine, por exemplo, a constante = 5 (razão)
seguinte situação-problema:
§ A taxa de crescimento relativo de a para b é dada
Em 2015, uma empresa produziu 200.000 unidades de
​ b a– ​
por ____ a. Nesse exemplo, i = _____
​ 10 – ​2 = __
​ 8 ​= 4 = 400%.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

certo produto. Uma vez que o aumento anual de produção 2 2


foi sempre de 10% em relação ao ano anterior, quantas Assim, q = 1 + i = 1 + 4 = 5.
unidades a empresa produziu no período de 2015 a 2020? § A sequência (6, –12, 24, –48, 96) é uma PG de cinco
O problema deve ser esquematizado da seguinte forma: termos, na qual a1 = 6 e q = –2, pois:
a1 = 6
§ Produção em 2015 = 200.000
a2 = –12 [–12 = 6(–2), ou seja, a2 = a1 · (–2)]
§ Produção em 2016 = produção em 2015 · 1,10 =
200.000 · 1,10 = 220.000 a3 = 24 [24 = (–12)(–2), ou seja, a3 = a2 · (–2)]
a4 = −48 [−48 = 24(–2), ou seja, a4 = a3 · (–2)]
§ Produção em 2017 = produção em 2016 · 1,10 =
220.000 · 1,10 = 242.000 a5 = 96 [96 = (–48)(–2), ou seja, a5 = a4 · (–2)]

20
De modo equivalente:
2. Da definição decorre que, se ar, as e ap estão em PG,
– 12 : 6 = – 2; 24 : (–12) = –2; então:
– 48 : 24 = – 2; 96 : (–48) = –2 __as ap
​ a  ​ = __
​ a  ​ ⇒ a​2s​= ar · ap
r s
(quociente constante = –2 (razão))
Ou seja, dados três termos consecutivos de uma pro-
§ Taxa de crescimento relativo
gressão geométrica, o termo do meio é a média geo-
​ –12 ​
i = ______– 6 = – ___
​ 18 ​= – 3 = – 300% métrica dos outros dois.
6 6
Assim, q = 1 + i = 1 + (–3) = –2.
2. A sequência (1, 3, 9, 27, 81,...) é uma PG infinita, na Aplicação do conteúdo
qual a1 = 1 e q = 3, pois:
a1 = 1 1. Verifique se a sequência (5, 15, 45, 135, 405) é uma PG.

a2 = 3 (3 = 1 .3, ou seja, a2 = a1 . 3) Resolução:

a3 = 9 (9 = 3 .3, ou seja, a3 = a2 . 3), etc. ​  15 ​ = 3 ​ ___


___ 45 ​ = 3 ​ ___
135 ​ = 3 ​ ___
405 ​= 3
5 15 45 135
​ 3 – ​
Taxa de crescimento relativo: i = ____ 1 = 2 = 200% Assim, a sequência é uma PG de razão 3.
1
Assim, q = 1 + 2 = 3. 2. Determine o 8.º termo de uma PG na qual a4 = 12 e
q = 2.
3. A sequência (10, 10, 10) é uma PG de três termos, em
que o 1.º termo é 10 e a razão é 1, pois: Resolução:

a1 = 10
a2 = 10 (10 = 10 . 1, ou seja, a2 = a1 . 1) Assim:
a3 = 10 (10 = 10 . 1, ou seja, a3 = a2 . 1) a8 = a4 · q4 ⇒ a8 = 12(2)4 ⇒
Taxa de crescimento relativo: a8 = 12 · 16 ⇒ ⇒ a8 = 192
​ 10 – ​
i = ______ 10 = ___
​  0  ​= 0%. Assim, q = 1 + 0 = 1. Portanto, o 8.º termo da PG é 192.
10 10
3. A população de um país é atualmente igual a P0 e
cresce 3% ao ano. Qual será a população desse país da-
Notas
qui a t anos?
1. De modo geral, observa-se que uma sequência (a1,
a2, a3, ..., an, ...) com a1 ≠ 0 é uma PG de razão q ≠ 0 Resolução:
quando: Como a população cresce 3% ao ano, a cada ano a população é
a2 103% da população do ano anterior. Assim, a cada ano a popu-
a2 = a1 · q ⇒ a__
​   ​= q
1 lação é multiplicada por 103% = 1,03.
a
a3 = a2 · q ⇒ a__
3
​   ​= q Depois de t anos, a população será P0 · (1,03)t.
2
a4 Nesse caso, tem-se a PG:
a4 = a3· q ⇒ a__
​   ​= q
3

... P0, P0 . (1,03), P0 . (1,03)2, P0 . (1,03)3, ...,


VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a2 an P0 . (1,03)t, ... de razão 1,03.


an = an – 1 · q ⇒ a__
​   ​= q ⇒ a____
​   ​= q
1 n–1 4. Determine o 4.º termo da PG (ab, a3b2, ...), com a ≠ 0
Comparando, tem-se: e b ≠ 0.

__ a2 __ a3 __ a4 an
____ Resolução:
a​  1 ​ = a​  2 ​ = a​  3 ​= ... = a​  n – 1 ​= q,
a1 = ab a2
a2 = a3b2    q = __ a3b2 ​ ⇒ q = a2b
​ a  ​ ⇒ q = ​ ____
com q = 1 + i, sendo que
1 ab
an – an – 1 Então, tem-se:
i = _______
​  a  ​ (an – 1 ≠ 0)
n–1

é a taxa de crescimento relativo dos termos.

21
Portanto: 1.3. Classificação das
a4 = a1 · q · q · q ⇒ a4 = a1 · q3 ⇒ a4 = ab(a2b)3 ⇒
progressões geométricas
⇒ a4 = ab · a6b3 ⇒ a4 = a7b4
Dependendo da razão q, uma PG pode ser:
Assim, a4 = a7b4.
§ Crescente: a PG é crescente quando q > 1 e os ter-
5. Um tanque tem capacidade C0 de água. Abrindo-se
um tampão do tanque, antes cheio de água, o volume
mos são positivos ou quando 0 < q < 1 e os termos são
da água decresce 4% por minuto. Qual será o volume negativos. Por exemplo:
de água desse tanque depois de t minutos? (2, 6, 18, 54, ...) com q = 3
Resolução: ​ 1 ​
(–40, –20, –10, –5, ...) com q = __
2
Como o volume diminui 4% por minuto, a cada minuto o volume § Decrescente: a PG é decrescente quando q > 1 e os
equivalerá a 96% do volume do minuto anterior. Assim, a cada termos são negativos ou quando 0 < q < 1 e os termos
minuto que passa, o volume é multiplicado por 96% = 0,96. De- são positivos. Por exemplo:
pois de t minutos, o volume da água do tanque será de C0 · 0,96t.
(200, 100, 50, 25, ...) em que q = __​ 1 ​
2
Nesse caso, a PG seria C0, C0 · 0,96, C0 · (0,96)2, C0 · (0,96)3, ..., C0 (–4, –12, –36, –108, ...) em que q = 3
· (0,96)t, ... de razão 0,96.
§ Constante: a PG é constante quando q = 1.
6. Nas progressões geométricas a seguir, qual é a taxa Por exemplo:
de crescimento relativo de cada termo para o seguinte?
a) (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...) (10, 10, 10, ...), em que q = 1
(–5, –5, –5, ...), em que q = 1
Resolução:
Nessa PG, a taxa de crescimento relativo de cada termo para § Alternante: a PG é alternante quando q < 0.
o seguinte é de 100%, o que faz com que cada termo seja Por exemplo:
igual a 200% do termo anterior: (4, –8, 16, –32, ...) em que q = – 2
​ 1 ​
(–81, 27, –9, 3, ...), em que q = – __
( ​  2 – ​
​____
1
1 = 1 → 100% ​
) 3
b) (100, 70, 49, ...)
Resolução:
Cada termo equivale a 70% do termo anterior. A taxa de
crescimento relativo de cada termo para o seguinte é de:

–30% = ​_______
100(
 ​ 70 – 100 ​ –30 ​ → –30% ​
 ​ = ____
100 ) multimídia: vídeo
7. A sequência ​ ​  1
2 6 (
__ ​, ​ 1
)
__ ​, ... ​é uma PG infinita. Determine a
Introdução às progressões geométricas
Fonte: Youtube

razão dessa PG e a taxa de crescimento dos seus termos.

Resolução:
Tem-se a1 = __​ 1 ​e a = __ ​ 1 ​ 1.4. Representações especiais
2 2 6
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Então: Como foi visto em PA, também é possível recorrer a algu-


a2 ​ 1 ​
__
6 ​ 1 ​ · __
q = a​   ​ ⇒ q = ​   ​ ⇒ q = __
__ __ ​ 2 ​ = __
​ 1 ​ mas representações especiais de PG, principalmente se o
1 __1
​   ​ 6 1 3 produto dos termos for conhecido.
2
As principais são:
​ 1 ​.
Assim, q = __
3
x
Taxa de crescimento: § Três termos em PG: ​ ​ __ (
q ​, x, xq .​ )
6
​  1 ​ – __
__
_____
i = ​   ​ =
​ 1 ​
2
1−3
6 = 1 2 = 2 = y3 y ( )
x  ​, _​ x ​, xy, xy3 .​
§ Quatro termos em PG: ​ ​ __

1/2 1/2 3 1 3 Nesse caso, tem-se q = y2.

= − 0,666... ~
= − 66,66% § Cinco termos em PG: ​ ​ __
q2 q (
x  ​, __​ x ​, x, xq, xq2 .​
)
22
(ao passar de a1 para an, avançam (n – 1) termos)
Aplicação do conteúdo
Nessa fórmula:
1. Três números estão em PG de forma que o produto
deles é 729 e a soma é 39. Calcule os três números. § an = termo geral;

Resolução: § n = número de termos (até an)

Nesse tipo de problema sobre PG com três termos consecu- § a1 = 1.º termo
x
tivos, é conveniente representar a sequência na forma ​ ​ __ (
q ​, x, § q = razão
)
xq ​, em que o termo médio é x e a razão é q. Assim, tem-se
o seguinte sistema de equações:
__​  x ​· x · xq = 729 x3 = 729
q Notas
__​  x ​+ x + xq = 39 __​  x ​+ x + xq = 39
q q 1. Observe que a10 = a3q7, pois, ao passar de a3 para a10,
a9
Da 1.ª equação, tem-se: avançam 7 termos; a5 = __ ​  4 ​, pois, ao passar de a9 para
q
____ a5, retrocedem 4 termos; e assim por diante. Dessa for-
3
x3 = 729 ⇒ x = √
​ 729 ​ ⇒ x = 9
ma, é possível estender a definição do termo geral para:
Substituindo na outra equação, tem-se:
an = ak . qn – k
__ 9
q​   ​+ 9 + 9q = 39 ⇒ 9 + 9q + 9q = 39q ⇒
2
(ao passar de ak para an, avançam (n – k) termos)
⇒ 9q – 30q + 9 = 0 ⇒
2

2. Observe a PG finita (a1, a2, a3, a4). Nela, os termos a2


⇒ 3q2 – 10q + 3 = 0;
e a3 são equidistantes dos extremos a1 e a4. Note que:
D = (–10)2 – 4(3)(3) = 64
a2 · a3 = a1q · a3 = a1 · a3q = a1 · a4
​ 10 ± ​8 ⇒ q’ = 3 e q” = __
q = ______ ​ 1 ​
6 3
De modo geral, afirma-se que, numa PG finita, o produ-
Então, para x = 9 e q = 3, tem-se:
x __9 to de dois termos equidistantes dos extremos é igual ao
1.º número: __q​   ​ = 3​   ​= 3 produto dos extremos.
2.º número: x = 9
Generalizando, tem-se que am . an = ak . ap se m + n
3.º número: xq = 9 · 3 = 27 = p + k.
Em consequência, considerando-se três termos consecuti-
​ 1 ​, tem-se:
Para x = 9 e q = __
3 vos (..., ak – 1, ak, ak + 1, ...), segue que a​2 k​= ak – 1 . ak + 1, pois
1.º número: __ x __ 9
q​   ​ = __​ 1 ​= 27 k + k = k – 1 + k + 1.
​   ​
3 3. Muitas vezes, é conveniente colocar o 1.º termo como
2.º número: x = 9
a0, e não a1, ficando o termo geral da PG dado por
3.º número: xq = 9 · __ ​ 1 ​= 3 an = a0 · qn . Por exemplo, se o número de sócios de um
3
clube é 2.000 e cresce 5% ao ano, quantos sócios esse
Assim, os números procurados são 3, 9 e 27. clube terá em 3 anos?
Tem-se uma PG com a0 = 2.000 e razão
2. Fórmula do termo q = 1 + i = 1 + 0,05 = 1,05
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

geral de uma PG Depois de 3 anos, o clube terá:

Em uma progressão geométrica (a1, a2, a3, ..., a3 = a0 · q3 = 2.000 (1,05)3 = 2.315 sócios.
an, ...) de razão q, partindo do 1.º termo, para avançar um
termo basta multiplicar o 1.º termo pela razão q (a2 = a1q);
para avançar dois termos, basta multiplicar o 1.º termo pelo
quadrado da razão q (a3 = a1q2); para avançar três termos,
basta multiplicar o 1.º termo pelo cubo da razão q (a4 = Aplicação do conteúdo
a1q3); e assim por diante. Desse modo, encontra-se o termo
de ordem n, denominado termo geral da PG, que é dado por: 1. Um moeda, ao ser lançada, apresenta dois resultados
possíveis: cara ou coroa. Se forem lançadas duas mo-
an = a1qn – 1 edas diferentes, por exemplo, uma de R$ 0,10 e outra

23
de R$ 0,50, haverá quatro possibilidades: (cara, cara), 6. Quantos elementos tem a PG (8, 32, ..., 231)?
(cara, coroa), (coroa, coroa) ou (coroa, cara). [...] Qual
será o total de resultados possíveis se forem lançadas Resolução:
8 moedas? a1 = 8
Dados: an =231
Resolução:
q=4
Nessa situação, tem-se PG (2, 4, 8, 16, 32, ...) e procura-se o 8.º
an = a1 · qn – 1 ⇒ 231 = 8 · 4n – 1 ⇒
termo:
231 = 23 · 22n – 2 ⇒ 231 = 23 + 2n – 2 ⇒ 231 = 22n + 1 ⇒
an = a1 · qn – 1; a1 = 2; q = 2
a8 = 2 · 28 – 1 = 2 . 27 = 28 = 256 ⇒ 2n + 1 = 31 ⇒ 2n = 30 ⇒ n = 15

Assim, quando 8 moedas diferentes são lançadas, tem-se 256 Assim, a PG tem 15 termos.
resultados possíveis. 7. Determine o valor de x, de modo que os números
x + 1, x + 4 e x + 10 formem, nessa ordem, uma PG.
2. Dê a fórmula do termo geral da PG (2, 4, ...).
Resolução:
Resolução:
Como os números dados são três termos consecutivos de uma
Na PG dada, tem-se a1 = 2 e q = 2:
PG, pela definição, tem-se:
an = a1 · qn – 1 ⇒ an = 2 · 2n – 1 ⇒ an = 21 + n – 1 ⇒
(x + 4)2 = (x + 1) (x + 10) ⇒ x2 + 8x + 16 = x2 + 11x + 10 ⇒
⇒ an = 2n
8x – 11x = 10 – 16 ⇒
Assim, o termo geral da PG dada é an = 2n com n [ N*. ⇒ –3x = –6 ⇒ 3x = 6 ⇒ x = 2
3. Qual é o 7.º termo da PG (2, 6, ...)? Assim, o valor procurado é x = 2, e os números são 3, 6 e 12.

Resolução: 8. Numa PG, tem-se a5 = 32 e a8 = 256. Calcule o primei-


ro termo e a razão dessa PG.
a1 = 2
Dados q = 3 Resolução:
n=7
​ 256 ​ ⇒
a8 = a5 · q3 ⇒ 256 = 32q3 ⇒ q3 = ___
__ 32
a7 = a1 · q6 ⇒ a7 = 2 · 36 ⇒ a7 = 1.458 3
⇒ q3 = 8 ⇒ q = ​√8 ​ ⇒ q = 2
Assim, a7 = 1.458. Determinando a1:
4. Calcule o 1.º termo de uma PG em que a4 = 375 e q = 5. a5 = a1 · q4 ⇒ 32 = a1 · 24 ⇒ 32 = a1 · 16 ⇒ ⇒ a1 = 2

Resolução: Então a1 = 2 e q = 2.
a4 = 375
Dados: q = 5 9. Numa PG, a soma do 3.º e do 5.º termo é igual a 360,
e a soma do 4.º e do 6.º termo é igual a 1.080. Determi-
n=4 ne a razão e o 1.º termo dessa PG.
a4 = a1 · q3 ⇒ 375 = a1 · 53
Resolução:
125a1 = 375 ⇒ a1 = 3
a3 = a1 · q2
Assim, a1 = 3. ⇒ a3 + a5 = a1 . q2 + a1 + q4 ⇒
a5 = a1 · q4
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

5. Numa PG crescente, o 1.º termo é 3 e o 5.º termo é


30.000. Qual é o valor da razão q nessa PG? ⇒ a1(q2 + q4) = 360 (I)

Resolução: a4 = a1 · q3
⇒ a4 + a6 = a1 · q3 + a1 · q5
a1 = 3 a6 = a1 · q5
Dados: a5 = 30.000
= a1 · q(q2 + q4) = 1080 (II)
n=5
Dividindo, membro a membro, (I) e (II), tem-se:
a5 = a1 · q4 ⇒ 30.000_____
= 3 · q4 ⇒ a (q2 + q4)
4
⇒ q = 10.000 ⇒ q = ± ​√10000 ​ ⇒ q = ± 10
___________ ​ 360  ​ ⇒ __
​  1 2 4  ​ = ____ ​ 1 ​ = __
​ 1 ​ ⇒ q = 3
a1 · q(q + q ) 1080 q 3
4

Então, como a PG é crescente, q = 10.

24
Calculando a1:

a1 (q2 + q4) = 360 ⇒ a1 (32 + 34) = 360


⇒ a1 · 90 = 360 ⇒ a1 = 4

Assim, na PG dada, a1 = 4 e q = 3.

10. Suponha que o valor de um carro diminui sempre


30% em relação ao valor do ano anterior. Sendo V o
valor do carro no primeiro ano, qual será o seu valor no
oitavo ano?

Resolução:

Valor no 1.º ano = V


Valor no 2.º ano = 70% de V = 0,7V (diminuição de 30%)
Valor no 3.º ano = 70% de (0,7V) = 0,7 (0,7V) = (0,7)2V
Tem-se, então, uma PG na qual a1 = V e q = 0,7.

Deve-se calcular a8.

an = a1 · qn – 1 ⇒ a8 = a1 · q7 ⇒ a8 = V(0,7)7

Observe o exemplo de an = a0 · qn, com a0 = __ ​ 1 ​e q = 3 e o


Assim, o valor do carro no 8.º ano será (0,7)7V. 4
esboço do gráfico da função correspondente:
11. Em uma progressão geométrica, o 4.º termo vale 7
e o 7.º termo vale 189. Quanto vale o 6.º termo dessa ( ​ 3 ​, __
PG ​ ​ __1 ​, __
4 4 4 4
​ 9 ​, ___)
​ 27 ​, ... ​
progressão?

Resolução:

a7 = a4 · q3, pois, ao passar do 4.º termo para o 7.º, avançamos


três termos. Assim:

189 = 7 · q3 ⇒ q3 = 27 ⇒ q = 3

Analogamente:

a6 = a4 · q2 ⇒ a6 = 7 · 32 ⇒ a6 = 63 ou

a6 = a7 : q ⇒ a6 = 189 : 3 ⇒ a6 = 63

Portanto, o 6.º termo vale 63.

3. Interpretação
geométrica de uma PG
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Já foi visto que o termo geral de uma progressão ge-


ométrica é dado por an = a1 . qn – 1 ou por an = a0 .
qn, quando a enumeração dos termos é iniciada por a0.
Nesse caso, é possível pensar em uma progressão geo-
métrica como uma função que associa a cada número
natural n o valor dado por an = a0 . qn. Essa função é a
4. Interpolação geométrica
restrição aos números naturais da função exponencial Considere o seguinte problema:
a(x) = a0qx. O gráfico dessa função é formado por uma No primeiro semestre de 2019, a produção mensal de
sequência de pontos pertencentes ao gráfico de uma uma indústria cresceu em PG. Em janeiro, a produção foi
exponencial. de 1.500 unidades e, em junho, foi de 48.000 unidades.

25
Qual foi a produção dessa indústria nos meses de fevereiro, Resolução:
março, abril e maio? Deve-se, então, calcular n:
Nessas condições, o problema consiste em formar uma PG ​ 1  ​· 4n – 1 ⇒
an = a1 · qn – 1 ⇒ 64 = ___
16
em que: ⇒ 43 = 4–2 · 4n – 1 ⇒ 43 = 4n – 3 ⇒ n – 3 = 3 ⇒
a1 (produção em janeiro) = 1.500 ⇒n=6
a6 (produção em junho) = 48.000 Assim, a PG deve ter 6 termos, ou seja, é preciso inserir 4 meios
geométricos.
n=6
Inicialmente, deve-se calcular o valor da razão q:
an = a1 · qn – 1 ⇒ 48.000___
= 1500 · q5 ⇒
5
⇒ q5 = 32 ⇒ q = ​√32 ​ ⇒ q = 2
Então, tem-se:
(1.500, 3.000, 6.000, 12.000, 24.000, 48.000)
multimídia: site
Daí, pode-se dizer que:
a2 = produção em fevereiro = 3.000 unidades pt.khanacademy.org/math/algebra/sequences/introduc-
tion-to-geometric-sequences/v/geometric-sequences-
a3 = produção em março = 6.000 unidades -introduction
a4 = produção em abril = 12.000 unidades
a5 = produção em maio = 24.000 unidades
Na realidade, foi realizada a inserção ou interpolação de
quatro meios geométricos entre 1.500 e 48.000.

Aplicação do conteúdo
1. Insira três meios geométricos entre 3 e 48.

Resolução:

Para inserir três meios geométricos entre 3 e 48, é preciso formar


a PG (3, ____, ____, ____, 48), na qual:
a1 = 3
n=2+3=5
a5 = 48

a5 = a1 · q4 ⇒ 48 = 3q4 ⇒ q4 = 16 ⇒
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

___
4
⇒ q = ± ​√16 ​ ⇒ ⇒ q = ± 2

Assim, tem-se:

§ Para q = 2 a PG (3, 6, 12, 24, 48)


§ Para q = −2, a PG (3, –6, 12, –24, 48)
1  ​
2. Quantos meios geométricos é preciso inserir entre ​ ___
16
e 64, de modo que a sequência obtida tenha razão 4?

​ 1  ​
a1 = ___
16
Dados: a = 64
n
q=4
26
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 21

Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

MODELO 1
(Enem) Para comemorar o aniversário de uma cidade, a prefeitura organiza quatro dias consecutivos de atra-
ções culturais. A experiência de anos anteriores mostra que, de um dia para o outro, o número de visitantes no
evento é triplicado. É esperada a presença de 345 visitantes para o primeiro dia do evento.
Uma representação possível do número esperado de participantes para o último dia é:
a) 3 × 345.
b) (3 + 3 + 3) × 345.
c) 33 × 345.
d) 3 × 4 × 345.
e) 34 × 345.

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhecimentos
sobre progressões geométricas para a sua resolução.
Tem-se aqui uma PG de razão 3 e a1 = 345. É preciso desecobrir o a4.
a4 = a1 ∙ q(n – 1)
a4 = 345 ∙3(4 – 1)
a4 = 345 ∙ 33

RESPOSTA Alternativa C

VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA q = __aa__n__ ​
n-1

TERMO GERAL TERMO GERAL CONHECENDO


REPRESENTAÇÕES ESPECIAIS an = = a1·qn−1 QUALQUER TERMO
an = ak . qn - k

PARA 3 TERMOS
CLASSIFICAÇÕES
__x__ , x, xq
q

PARA 4 TERMOS PG CRESCENTE


__x__,__x__ ,xy, xy3 q>1
y3 y
termos positivos
*q = y2
ou
0<q<1
PARA 5 TERMOS termos negativos
__x__ , __x__ , x, xq, xq2
q2 q PG DECRESCENTE
q>1
termos negativos
ou
0<q<1
termos positivos

PG CONSTANTE
q=1

PG ALTERNANTE
q<0
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28
PROBLEMAS
ENVOLVENDO
PA E PG

MT AULAS
41 E 42
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 5 e 6 2, 3, 21, 24, 25 e 26

1. Soma dos termos de uma PA finita


Na tabela a seguir, é possível observar a produção anual de uma empresa num certo período:

Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Produção (em unidades) 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 20.000 22.000 24.000

Quantas unidades a empresa produziu de 2012 a 2019?


Pela tabela, no período de 2012 a 2019, a empresa produziu:
10.000 + 12.000 + 14.000 + 16.000 + 18.000 + 20.000 + 22.000 + 24.000 = 136.000 unidades
Observa-se que:

§ As parcelas formam uma PA finita (razão r = 2.000):


(10.000, 12.000, 14.000, 16.000, 18.000, 20.000, 22.000, 24.000)

§ O número 136.000 representa a soma dos termos dessa PA.

1.1. Fórmula da soma dos termos de uma PA finita


Karl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um matemático alemão. Certo dia, quando Gauss era um estudante de aproximada-
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mente 7 ou 8 anos de idade, seu professor, querendo manter o silêncio em sala de aula por um bom tempo, pediu que os
alunos somassem todos os números de 1 a 100, ou seja, 1 + 2 + 3 + 4 ... + 99 + 100. Para surpresa do professor, Gauss
disse, depois de alguns minutos, que o resultado da soma era 5.050. Observe seu raciocínio:
1 + 2 + 3 + ... + 98 + 99 + 100 (1 + 100 = 101; 2 + 99 = 101 etc.)

Ou seja, 1 + 2 + 3 + 4 + ... + 99 + 100 = 5.050, pois a soma 101 ocorre 50 vezes na sequência.

1.2. Fórmula
O procedimento utilizado por Gauss no caso da PA (1, 2, 3, 4 ... 99, 100) vale de modo geral.

29
Considere a PA finita de razão r (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), Aplicando a fórmula, tem-se:
cuja soma dos seus n termos pode ser escrita por: (a1 + an)n (2 + 198) ⋅ 50
Sn =________
​   ​ ⇒ S50 = ___________
  
​   ​ ⇒
2 2
Sn = a1 + a2 + a3 + … + an –2 + an – 1 + an = ∑​ ni =​  1​(ai)​ ⇒ S50 = 5.000
A soma procurada é igual a 5.000.

3. A soma dos dez termos de uma PA é 200. Se o 1.º


termo dessa PA é 2, calcule a razão r da PA.
Assim, Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + ... + (a1 + an).
Resolução:
​  n ​parcelas iguais a (a1 + an)
__
2 Nessa PA, sabe-se que S10 = 200, a1 = 2 e n = 10.
Então:
n(a + a ) Deve-se calcular a10 aplicando a fórmula da soma:
Sn =___________
​  1  ​n
2 10(a1 + a10) 10(2 + a10)
Essa fórmula permite calcular a soma dos n primeiros ter- Sn = ​ _________
 ​ ⇒ 200 = ​ ______________
 ​ ⇒
2 2
mos de uma PA, em que: ⇒ 20 + 10a10 = 400 ⇒ 10a10 = 380 ⇒
⇒ a10 = 38
§ a1 é o primeiro termo;
Calculando r:
§ an é o enésimo termo;
a10 = a1 + 9r ⇒ 38 = 2 + 9r = 36 ⇒ r = 4
§ n é o número de termos;
Assim, a razão procurada é 4.
§ Sn é o soma dos n termos.
4. A soma dos cinco números de uma PA é 295. Determi-
ne o termo do meio.

Nota Resolução:
A fórmula obtida é equivalente a esta: É possível escrever 5 números em PA assim:
n(ap + aq)
Sn =___________
​   ​, com p + q = n + 1 x – 2r, x – r, x, x + r e x + 2r
2
Somando:
x – 2r + x – r + x + x + r + x + 2r = 295 ⇒

Aplicação do conteúdo ⇒ 5x = 295 ⇒ x = 59


Portanto, o termo do meio é 59.
1. Retome o problema da produção anual de uma em-
presa apresentado no início desta aula. Resolva-o apli-
cando a fórmula da soma dos termos de uma PA finita. Nota
Resolução: Outra maneira de resolver seria utilizando a fórmula:
Sabe-se que a produção anual nesse período é uma PA na qual 5(x – 2r + x +2r) _____
 ​ ⇒ ​ 5 ·  ​
Sn =_____________
  
​  2x = 295 ⇒ x = 59
a1 = 10.000, r = 2.000, n = 8 e an = a8 = 24.000. 2 2

Aplicando a fórmula:
5. A soma Sn dos n primeiros termos de uma PA é 3n2,
n(ap + aq) 8(10000 + 24000) qualquer que seja n. Calcule o 5.° termo dessa progressão.
Sn = ​ ________
 ​ = ______________
  
​   ​= 136.000
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2 2
Assim, no período de 2012 a 2019, a empresa produziu 136.000 Resolução:
unidades. Nessa PA, sabe-se que Sn = 3n2. Então:
2. Calcule a soma dos 50 primeiros termos da PA (2, 6, Para n = 1: S1 = a1 ⇒ 3n2 = a1 ⇒
...). Nessa PA infinita, os 50 primeiros termos formam
uma PA finita, na qual a1 = 2, r = 4 e n = 50. ⇒ 3(1)2 = a1 ⇒ a1 = 3
Para n = 2: S2 = a1 + a2 = 3n2 = 3 + a2 ⇒
Resolução:
⇒ 3(2)2 = 3 + a2 ⇒ a2 = 9
Deve-se calcular an (ou seja, a50):
É possível, então, determinar o valor da razão:
an = a50 = a1 + (n – 1)r ⇒ a50 = 2 + 49(4) ⇒
⇒ a50 = 2 + 196 ⇒ a50 = 198 r = a2 – a1 = 9 – 3 = 6

30
Determinando o 5.º termo da PA: 8. Sabendo que em uma PA a12 vale 13 e a5 vale 7, obte-
a5 = 3 + (5 – 1) · 6 = 27 nha o valor de a8 + a9.

Assim, o 5.º termo dessa PA é 27. Resolução:

6. Determine o valor de x na igualdade Deve-se escrever a PA:


2 + 7 + ... + 2x = 198, sabendo que as parcelas do 1.º (7, a6 , a7, a8 , a9, a10 , a11, 13)
membro formam uma PA.
Observe que a8 e a9 são equidistantes dos termos a5 e a12, por-
Resolução: tanto, pela propriedade vista na dedução da fórmula da soma,
segue que:
Nessa PA, tem-se Sn = 198, a1 = 2, an = 2x e r = 7 – 2 = 5.
a8 + a9 = a5 + a12 = 20.
Determinando n em função de x:
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 2x = 2 + (n – 1)5 ⇒
2. Progressões aritméticas
⇒ 2x = 2 + 5n – 5 ⇒ 5n = 2x + 3 ⇒ n = _____ ​ 2x + ​
3

Aplicando a fórmula da soma, tem-se:


5
de segunda ordem
Da sequência (an) = (0, 3, 8, 15, 24, 35, ...), pode-se formar
n(a +
Sn =________
a )
​   ​ ⇒198 =_____________
1 n
  
​ 
( 5 )
 ​ 2x + ​ 3 ​(2 + 2x)
​_____
 ​ ⇒ uma progressão aritmética tomando as diferenças.
2 2
3, 5, 7, 9, 11, ...
( )
 ​  2x + ​ 3 ​(2 + 2x) = 396 ⇒
⇒ ​_____
5
​ 4x + 4x  ​
⇒ ______________
  
2

5
+ 6 + 6x = 396 ⇒ 2.1. Definição
⇒ 4x2 + 10x + 6 = 1.980 ⇒ 2x2 + 5x – 987 = 0 Uma progressão aritmética de segunda ordem é uma se-
quência (an) na qual, tomando-se as diferenças (an + 1 – an)
Resolvendo a equação do 2.º grau:
entre cada termo e o termo anterior, forma-se uma pro-
2x2 + 5x – 987 = 0 gressão aritmética não estacionária.
D = (5)2 – 4(2) (–987) = 25 + 7.896 = 7.921 Assim, a sequência (an) = (0, 3, 8, 15, 24, 35,..., n2 – 1, ...).
​ - 5 ± ​
x = ______ 89 ⇒ x’ = 21 e x” = – ___
​ 47 ​
4 2
Como a PA é crescente, segue que x = 21. 2.2. Caracterização
7. Determine o valor de: É possível provar que toda sequência na qual o termo
de ordem n é um produto em n do segundo grau é uma
a) S = ​∑ 5i =​  1​(2i)​
progressão aritmética de segunda ordem. Da mesma
Resolução: forma, se (an) é uma progressão aritmética de segunda
O símbolo Σ significa somatório, isto é, deve-se efetuar a ordem, então an é um polinômio do segundo grau em n.
seguinte soma: Assim, se o domínio de uma função quadrática for uma PA,
5
∑​ ​  ​(2i)​= 2 + 4 + 6 + 8 + 10 = 30
i=1
então sua imagem será uma PA de segunda ordem.
Observe que o símbolo da somatória ​∑ i5=​  1​(2i)​ significa que
serão somados os termos 2i com o valor de i indo de 1 até Aplicação do conteúdo
n = 5.
1. Dada a PA de 2.ª ordem, 4, 7, 12 ,19..., determine o
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

b) S =​∑ 30
i =​ 1​(1 + i)​
polinômio de 2.º grau que expressa o termo geral.
Resolução:
Resolução:
S = (1 + 1) + (1 + 2) + ... + (1 + 29)
Observe que:
+ (1 + 30) = 2 + 3 + ... + 31
a1 = 4
Assim, tem-se uma PA em que a1 = 2 e a30 = 31.
a2 = 7 = 4 + 3
Aplicando a fórmula, tem-se: a3 =12 = 4 + 3 + 5
​ 30 ​= 495
S = (2 + 31) ___ a4 = 19 = 4 + 3 + 5 + 7
2
soma dos 3
termos PA (3, 5 e 7)

31
a8 = 4 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 +13 + 15
Aplicação do conteúdo
soma dos 7 termos PA (3, 5, 7, ...)

an = 4 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + 13 + 15 + ... 1. Uma empresa produziu 10.000 unidades de certo


produto em 2015. A cada ano, ela produziu 20% a mais
soma dos n termos PA (3, 5, 7, 9, ...) desse produto em relação ao ano anterior. Quantas uni-
Assim: dades desse produto a empresa produziu no período de
2015 a 2019?
bn-1 = 3 + (n – 1 – 1) . 2 = 3 + 2n – 4 =
Resolução:
= 2n – 1, em que bn é a PA (3, 5, 7, ..., bn)
1.ª maneira:
Então:
(3 + 2n – 1)(n – 1)
3 + 5 + 7 + ... + bn – 1 = ______________
  
​   ​ Ano
Produção
2 (em unidades)
(2 + 2n)(n – 1)
____________
  
​   ​= (n + 1)(n – 1) = n2 – 1
2 2015 10.000
Portanto: 2016 12.000 120% de 10.000 = 12.000
an = 4 + n – 1 ⇒ an = n + 3
2 2
2017 14.400 120% de 12.000 = 14.400, etc..

2018 17.280

3. Fórmula da soma 2019 20.736

dos n primeiros termos No período de 2015 a 2019, a empresa produziu:

de uma PG finita 10.000 + 12.000 + 14.400 + 17.280 + 20.736 = 74.416 unidades


As parcelas formam uma PG finita de razão q = 1,20.
Assim, a soma dos cinco primeiros termos é 74.416.
A soma dos n primeiros termos de uma progressão
1 – qn 2.ª maneira:
geométrica (an­) de razão q ≠ 1 é Sn = a1 · _____
​   ​.
1–q Usando a fórmula:
Como se trata uma PG na qual a1 = 10.000, q = 1,20 e n = 5,
3.1. Demonstração tem-se:
1 – qn 1 – (1, 20)5
Sn = a1 · _____
​   ​ ⇒ S5 = 10.000 · _________
​   ​
Considere a PG finita (a1, a­2, a3, ..., an – 1, an­), sendo Sn a 1–q 1 – 1,20
soma de seus termos: –1,48832
= 10.000 · ________
​   ​= 74.416
–0,20
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an – 1 + a­­n (I)
Multiplique os dois membros dessa igualdade pela razão Assim, no período de 2015 a 2019, a empresa produziu 74.416
q, obtendo: unidades do produto.
2. Determine a soma:
qSn =a1q + a2q + a3q +...+an–1 q +anq
    a) dos dez primeiros termos da PG (3, 6, ...).
a2 a3 a4 an
Resolução:
ou Nessa PG, são conhecidos: a1 = 3, q = 2 e n = 10.
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qSn = a2 + a3 + a4 + ... + an + anq (II) Aplicando a fórmula:


1 – qn
​ 1 – 2  ​
10
Fazendo (I) – (II), obtém-se: Sn = a1 · _____
​   ​ ⇒ S10 = 3 · ______
1–q 1–2
Sn – qSn = a1 − anq ​ 1 – 1024
S10 = 3 · _______  ​= 3.069
–1
Como an = a1qn – 1, então anq = a1qn – 1 q = a1qn A soma pedida é 3.069.

1–qn b) dos termos da PG (2, 22, ..., 210):


Portanto: Sn = a1 · ____
​   ​para q ≠ 1.
1–q Resolução:
Nessa PG, tem-se a1 = 2, q = 2 e n = 10.
​ 1 – 1024
​ 1 – 2  ​= 2 · _______
10
S10 = 2 · ______  ​= 2.046
1–2 –1

32
3. A soma dos termos de uma PG finita é 728. de zero para n suficientemente grande, ou seja,   
​ lim​ qn = 0.
n→`
Sabendo que an­ = 486 e q = 3, calcule o primeiro termo 1–q n

dessa sequência. Sabe-se que Sn = a1 · _____


​   ​, q ≠ 1.
1–q
Resolução: Assim,    ​ 1 – 0 ​, isto é:
​  lim​ S = a1 · ____
n→` n 1–q
Nessa PG, são conhecidos: Sn = 728, an = 486 e q = 3. a
​ lim ​ Sn = ____
   ​  1  ​, – 1 < q < 1
an q – a1 n→` 1–q
Aplicando a fórmula Sn = _______
​   ​para calcular a1:
q–1
486 · 3 – a1 1458 – a1
728 = _________
​   ​ ⇒ 728 =________
​   ​ ⇒ Aplicação do conteúdo
3–1 2
⇒ 1.458 – a1 = 1.456 ⇒ a1 = 1.458 – 1.456 ⇒
1. Calcule o limite da soma dos termos da progressão
⇒ a1 = 2 geométrica ​ 1
__ ​ + ​ 1
__ ​ + ​ 1 1  ​+ ... + ​ __
__ ​ + ​  ___ 1  ​+ ..., n [ N*.
2 4 8 16 2n
Portanto, o primeiro termo da PG dada é a1 = 2.
Resolução:
4. Calcule o valor de x na igualdade 10x + 20x + ... + ​ 1 ​, q = __
Nesse caso, a1 = __ ​ 1 ​, sendo:
1.280x = 7.650, sabendo que os termos do 1.º membro 2 2
a1 _____ ​ 1 ​
__ ​  1 ​
__
formam uma PG. ____ 2 __ 2
Sn = ​   ​ = ​   ​ = ​   ​= 1
1 – q 1 – __ ​ 1 ​ __ ​  1 ​
Resolução: 2 2
Nesse caso, a1 = 10x, q = 2, an­ = 1.280x e Sn = 7.650.
Assim,    ​lim ​ Sn = 1. Isso significa que, quanto maior for n, a soma __ ​ 1 ​
x→` 2
Inicialmente, deve-se determinar n:
​ 1 ​ + __
+ __ ​ 1 ​ + ___
​  1  ​+ ... + __
​ 1  ​ + ... será mais próxima de 1.
1.280x = 10x · 2n – 1 ⇒ 27 = 2n – 1 ⇒ n = 8 4 8 16 2n
a1(qn – 1) 10x(28 – 1) Observe adiante uma interpretação geométrica consi-
Sn =_______
​   ​ ⇒ 7.650 =_________
​   ​ ⇒ derando a área da região quadrada a seguir igual a 1.
q–1 2–1
⇒ 7.650 = 10x · 255 ⇒ 7.650 = 2.550x ⇒ x = 3 Inicialmente, deve-se colorir __ ​ 1 ​dela, depois __
​ 1, depois __
​ 1 ​, e assim
2 4 8
por diante; dessa forma, é possível se aproximar da área total da
Assim, x = 3.
região quadrada, que é 1.

4. Limite da soma dos


termos de uma PG infinita
Considere a sequência (a ) = (​ __
n​   ​  )​ com n [ N*, explicitada
1
n
por:
​ 1 ​, __
1, __ ​ 1 ​, __
​ 1 ​, __
​ 1 ​, __
​ 1 ​, __
​ 1 ​, __
​ 1 ​, __
​ 1 ​, ___
​  1  ​, ..., ____
​  1  ​, ... __
​ 1 ​, ...
2 3 4 5 6 7 8 9 10 1000 n
Ou em representação decimal: 2. Mostre que o limite da soma 0,6 + 0,06 + 0,006 + ...,
quando o número de parcelas tende a infinito, é igual
1; 0,5; 0,333...; 0,25; 0,2; 0,16...; 0,142...;
a 2/3.
0,125; 0,11...; 0,1;...;0,001; ...
Observe que, à medida que n cresce indefinidamente (ten- Resolução:
dendo ao infinito), o termo an = __ 1
n​   ​tende a 0 (zero). Indica- 1.ª maneira:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

-se assim:
Somando um número muito grande de termos dessa progres-
n → ` ⇒ __ 1
n​   ​ → 0 são geométrica, encontra-se, aproximadamente, a dízima peri-
Ou: ​ 6 ​ = __
ódica 0,6666 ... = __ ​ 2 ​.
9 3
​ 1 ​= 0
​ lim ​ __
  
n→` n 0,6

( 1
​ Lê-se: limite de __
n​   ​ quando n tende a infinito é igual a 0. ​ ) 0,06
0,006 +
Nas progressões geométricas em que –1 < q < 1, somente 0,0006
nessas condições uma PG infinita converge, ou seja, quando 0,00006
n tende a infinito, qn tende a 0. Nesse caso, qn aproxima-se 0,6666...

33
2.ª maneira: Calculando o limite. 6. Determine a fração geratriz:
​ 1  ​. Assim:
Nesse caso, a­1 = 0,6 e q = ___ a) da dízima periódica simples 0,333...
10
Resolução:
a1 ______ ​  6  ​
___
0,6 ___ 10
   ____
​ lim ​ Sn = ​   ​ = ​   ​ = ​   ​ = __​ 6 ​ = __
​ 2 ​ 0,333... = 0,3 + 0,03 + 0,003 + ...
n→` 1 – q 1 – ___ 1 ___
​   ​ ​   ​ 9 9 3
10 10 = ___ ​  3  ​ + ____
​  3  ​ + ___ ​  3  ​+ ...
10 100 1000
Portanto,    ​ 2 ​.
​ lim ​ Sn = __ As parcelas formam a PG infinita:
n→` 3
3. Determine o limite da soma da PG infinita ​ 1
__ ​ + ​  2
3 9 27
4  ​
__ ​ + ​  ___ (
3  ​, ___
​ ​ ___ ​  3  ​, ___
10 102 103 )
​  3  ​, ... ​, na qual a1 = ___​ 3  ​e q = ___
10
​ 1  ​.
10
+ ... A fração correspondente a 0,333... é o limite da soma dessa
PG infinita.
Resolução:
a1 ______ ​  3  ​ ___
___ ​  3  ​
As parcelas formam uma PG infinita, na qual    ____
​ lim ​ Sn = ​   ​ = ​  10 10
 ​ = ​   ​ = __
___ ​ 3 ​ = __
​ 1 ​
1 – q 1 – ___ 1 ___ 9 9 3
​  2 ​
__ n→`
​   ​ ​   ​
1 9 10 10
a1 = ​   ​e q = ​   ​ = __
__ __ ​ 2 ​.
3 __1
​   ​ 3 Assim, a fração procurada é __ ​ 1 ​.
3 3
a1 b) da dízima periódica composta 0,52121...
​ 2 ​< 1, pode-se usar a fórmula   
Como __ ​ lim ​ Sn = ____ ​   ​:
3 n→` 1–q
Resolução:
​ 1 ​
__ ​  1 ​
__
  
​ lim ​ Sn = ​  3
_____  ​ = ​   ​= 1 __ 3 0,52121... = 0,5 + 0,021 + 0,00021 + ...=
n→`
1 – __ ​ 2 ​ __ ​  1 ​ ​ 5  ​ + ____
= ___ ​  21  ​ + _______
​  21  ​+ ....
3 3 10 1000 100 000
Assim, o valor procurado é 1.

4. Calcule o limite da soma dos termos da Observa-se que a sequência ​ ​ ___ ( 21 ​, ___
103 105 107 )
​  21 ​, ___
​  21 ​,... ​ é uma PG in-

finita, na qual a1 = ___ ​  213 ​e q = ___ ​  1 2 ​.


(
PG ​ ​  1
__ ​, – ​ 1
3 9 27 )
1  ​, ... ​.
__ ​, ​ ___
10 10
21
Resolução: ___
​  3 ​ ​  21  ​
____
– __ ​ 1 ​   
​ lim ​ Sn = ​  ____ a 1
 ​ = ​  10
______ 1000
_______
 ​ = ​   ​ =
1
Nessa PG, tem-se a1 = ​   ​e q = ​   ​= – __
__ ___ 9 ​ 1 ​. 1 – q 1 – ___
3 __1 3
n→`
​  12 ​ 1 – ___ ​  1  ​
​   ​ 10 100
3 ____ 21
​   ​
a1 _______ ​ 1 ​
__ ​  1 ​
__ ​  1 ​
__
= 1000
​ _____ ​ = ____ ​ 100 ​ = ____
​  21  ​ · ___ ​  21  ​ = ____
​  7  ​
   ____
​ lim ​ Sn = ​   ​ = ​  3 _____
 ​ = ​  3 3 ​ 1 ​
 ​ = ​   ​ = __
__ 99
___ 1000 99 990 330
​   ​
n→` 1–q 1
__
( )
1 – ​ – ​   ​  ​ 1 + ​   ​ ​   ​
3
1
__
3 3
4
__ 4
Calculando:
100

​ 1 ​.
Assim, o limite da soma procurada é __ ​ 5  ​ + ___
0,52121... = ___ ​ 165 + ​7 =
​  7  ​ = _______
4 10 330 330
172 86
5. Resolva a equação 5x + ​ 10x
___ ​ + ​  20x
___ ​+ .... = 20, na qual ___ ___
= ​   ​ = ​   ​
3 9 330 165
o primeiro membro é o limite da soma de uma PG in-
finita. ​  86  ​.
Assim, a fração geratriz é ___
165
Resolução: 7. A medida do lado de um triângulo equilátero é 10.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ 10x
___  ​ Unindo-se os pontos médios de seus lados, obtém-se
a1 = 5x, q = ​  3  ​ = __
___ ​ 2 ​ e   
​ lim ​ S = 20 um segundo triângulo equilátero. Unindo-se os pon-
5x 3 n→` n tos médios dos lados desse novo triângulo equiláte-
a1 ro, obtém-se um terceiro, e assim por diante, indefi-
​ lim ​ Sn = ____
   ​   ​ ⇒ 20 = _____ ​  5x  ​ ⇒ 20 = __​ 5x ​
n→` 1–q 2
__ ​  1 ​
__ nidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos
1 – ​   ​
3 3 esses triângulos.
⇒ x = ___​ 20 ​ = __ ​ 4 ​
15 3
​ 4 ​.
Assim, x = __
3

34
Resolução:
Aplicação do conteúdo
Perímetro do 1.º triângulo = 30
Perímetro do 2.º triângulo = 15 1. Determine o produto dos vinte primeiros termos da
PG (3, 6, 12, ...).
​ 15 ​
Perímetro do 3.º triângulo = ___
2 Resolução:
A
1.ª maneira:
Deve-se calcular a soma dos termos da PG infinita 20 ·19
​   ​
______

( )
2
P20 = 320 · 2 = 320 · 2190
​ 15 ​, ... ​, na qual a1 = 30 e q = __
​ 30, 15, ___ ​ 1 ​.
2 2
2.ª maneira:
a
​ lim ​ Sn = ____
   ​  30  ​ = ___
​  1  ​ = ____ ​ 30 ​= 60 a20 = a1 · q19 ⇒ a20 = 3 · 219
n→` 1 – q 1– __ 1
​   ​ __ ​ 1 ​
2 2 P20 = ± d​ XXXXXXXXXX
(3 · 3 · 219)20 ​= ± (32 · 219)10 =
Portanto, a soma dos perímetros é 60. = ±320 · 2190
Como a PG tem apenas termos positivos, então P20 é positivo.

5. Produto dos termos da PG Assim, P20 = 320 · 2190.

2. Determine o produto dos quinze primeiros termos da


Considere uma PG (a1, a2, a3, ..., an – 2, an – 1, an, ...). PG alternante (1, –2, 4, –8 ,...).
O produto Pn dos n primeiros termos dessa PG pode ser Resolução:
obtido de duas maneiras.
1.ª maneira:
15 · 14
1.ª maneira: ​   ​
______
2
P15 = 115 · (–2) = (–2)105 = – 2105
a1 = a1
a2 = a1q 2.ª maneira:
a3 = a1q2 a15 = 1 · (–2)14 = 214
A P15 = ± d​ XXXXXXXX
(1 · 214)15 ​= ± 2105
an = a1 qn –1
Como, entre os quinze primeiros termos, 7 termos são negativos,
o produto é negativo. Assim, P15 = –2105.
Multiplicando-se membro a membro, encontra-se:
6. Problemas envolvendo PA e PG
Para completar o capítulo sobre progressões, a seguir se-
rão analisados problemas que envolvem simultaneamen-
Então: te PA e PG.
soma de PA
 (1+n-1)(n-1) n(n-1) Aplicação do conteúdo
Pn = a1n .q1+2+3+...+n-1 Pn = a1n .q 2 Pn =a1n . q 2

1. São dados quatro números x, y, 6, 4, nessa ordem.


2.ª maneira: Sabendo que os três primeiros estão em PA e os três
Pn = a1 · a2 · a3 · ... · an – 2 · an – 1 · an últimos estão em PG, determine x e y.
Pn = an · an – 1 · an – 2 · ... · a3 · a2 · a1 Resolução:
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​ x + ​.
Se x, y, 6 estão em PA, tem-se y = _____ 6
Multiplicando-se membro a membro, encontra-se: 2
Se y, 6, 4 estão em PG, tem-se 62 = 4y.
Pn2 = (a1 · an)(a2 · an –1)(a3 · an – 2) · ... · Deve-se resolver o sistema formado por essas duas equações:
(an – 2 · a3)( an – 1 · a2)(an · a1)
​ x +6
y = __  ​
Como (a2 · an – 1) = (a3 · an–2) = ... = (a1 · an), então: 2
4y = 36 ⇒ y = 9
Pn2 = (a1an)n ⇒ Pn = ± d​ XXXXX
(a1an)n ​(o sinal correto depende das
condições da PG dada) ​ x + ​6 ⇒ x + 6 = 18 ⇒ x = 12
9 = _____
2
Assim, x = 12 e y = 9.

35
2. A sequência (a, b, c) é uma PG crescente, e a sequên- ção em que os valores devidos evoluem da seguinte forma:
cia (a – 1, b,c) é uma PA. Sabendo que a + b + c = 19, Mês 0: 800,00
determine os valores de a, b e c.
Mês 1: 800,00 + 32,00
Resolução: Mês 2: 832,00 + 32,00
Se (a, b, c) é uma PG, tem-se b2 = ac. Mês 3: ...
Se (a – 1, b, c) é uma PA, tem-se: Mês 4: ...
É possível representar a sequência de valores devidos por uma
​ a – 1 ​
b = _______ + c ⇒ 2b = a – 1 + c
progressão aritmética usando, como 1.º termo, o valor devido
2
após o 1.º período e, como razão, o valor constante a ser pago a
Deve-se, então, resolver o sistema:
título de juros simples:
b2 = ac (I)
r = juro do 1.º período = 0,04 . 800 = 32
2b = a – 1 + c (II)
a + b + c =19 (III) an = a1 + (n – 1)r ⇒ Mn = 832 + (n – 1)32 ⇒
⇒ M6 = 832 + (6 – 1)32 = 992,00
De (II), tem-se:
É importante destacar que essa progressão poderia ser melhor re-
2b = a – 1 + c ⇒ a + c = 2b + 1 (IV) presentada usando-se a0 em vez de a1 no termo geral:
De (III), tem-se: an = a0 + nr ⇒ Mn = 800 + 32n ⇒
a + b + c =19 ⇒ a + c = 19 – b (V) ⇒ M6 = 800 + 32 · 6 = 992,00.

Comparando (IV) e (V), tem-se: No fim do 6.° mês, o valor a ser pago será R$ 992,00.

2b + 1 = 19 – b ⇒ 2b + b = 19 – 1 ⇒ 3b = 18 ⇒ b = 6 4. Numa outra situação, semelhante à anterior, em que


há empréstimo de dinheiro para devolução depois de
Conhecido b = 6, tem-se um novo sistema: certo número de períodos, mas em que o empréstimo
36 = ac é baseado no sistema de juros compostos, os juros cor-
respondentes a cada período não são constantes e, por
a + c = 13
isso, precisam ser calculados no fim de cada período re-
a + c = 13 ⇒ a = 13 – c lativo ao montante atual da dívida. Dessa forma, no fim
do 1.º período, os juros são acrescidos ao capital inicial,
36 = (13 – c) c ⇒ 36 = 13c – c2 ⇒ c2 – 13c + 36 = 0
resultando no montante M1. No fim do 2.º período, os
D = 25 juros são recalculados sobre o montante M1 e somados,
resultando no montante M2­, e assim por diante, até o
c’ = 9 e c” = 4
fim dos períodos contratados, em que o capital empres-
§ c = 9 ⇒ a = 13 – 9 = 4 tado terá se transformado no montante Mn.
§ c = 4 ⇒ a = 13 – 4 = 9 Considere então um empréstimo de R$ 800,00 a ser
pago em 6 meses, à taxa de juros compostos de 4%
Como a PG (a, b, c) é crescente, tem-se a = 4, b = 6 e c = 9.
a.m. No fim dos 6 meses, quanto deverá ser pago para
3. Numa situação em que há empréstimo de dinheiro a quitação da dívida?
para devolução, depois de certo número de períodos, Resolução:
e em que esse empréstimo é baseado no sistema de
juros simples, os juros correspondentes a cada período Antes de iniciar a montagem da sequência de valores devidos,
são constantes e iguais ao valor calculado no fim do 1.º observe que, quando é preciso aumentar um valor em 4%, o
período. Dessa forma, no fim do 1.º período, os juros novo valor é imediatamente obtido ao se multiplicar o valor an-
são acrescidos ao capital inicial, resultando no montan-
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

tigo por 1,04, pois:


te M1. No fim do 2.º período, os juros são acrescidos ao
montante M1, resultando no montante M2, e assim por x1 = x + 0,04x = x (1 + 0,04) = 1,04x
diante, até o fim dos períodos contratados, em que o Denomina-se 1,04 de fator de atualização.
capital emprestado terá se transformado no montante
Mn. Considere então um empréstimo de R$ 800,00 a ser Essa é uma situação em que os valores devidos evoluem da se-
pago em 6 meses, à taxa de juros simples de 4% a.m. guinte forma:
No fim dos 6 meses, quanto deverá ser pago para a qui-
tação da dívida? Mês 0 : 800,00
Mês 1: 800 . 1,04 = 832,00
Resolução:
Mês 2: 832 . 1,04 = 800 . (1,04)2 = 865,28
Os 4% de juros simples cobrados por mês significam 0,04 . Mês 3: 865,28 . 1,04 = 800 . (1,04)3 = ...
800,00 = R$ 32,00 de acréscimo mensal. Essa é uma situa- Mês 4: ...

36
É possível representar a sequência de valores devidos por uma
progressão geométrica usando, como 1.º termo, o valor devido
após o 1.º período e, como razão, o valor do fator multiplicativo
= – ____ [
 ​ 
0,06 (1,06)5
1 – (1,06)5
​  1  ​ ​ ________ ]
 ​  ​ =

que permite a atualização do valor:


~
[ ​ 
0,06 1, 3382
1 – 1,33382 ~
​  1  ​ ​ __________
= – ____  ​  ​= ]
q = 1 + i = 1 + 0,04 = 1,04
~ ​ 0,3382 ​ ~
= ______ = 4,2117
an = a1 · qn – 1 ⇒ Mn = 832 · (1,04)n – 1 ⇒ 0,0803
⇒ M6 = 832 · (1,04)6 – 1 = 1.012,25
Portanto, o valor à vista é:
Novamente, é importante salientar que essa progressão poderia
ser melhor representada usando-se a0 em vez de a1 no termo (
V = 30 ​ ​ ______ ​  1  ​+ ... + ______
1  ​ + ______
(1,06)1 (1,06)2 )
​  1  ​  ​ =
(1,06)5
geral. Assim, o capital inicial seria representado no termo geral: = 30 · 4,2124 = R$ 126,37
an = a0 · qn ⇒ Mn = 800 · (1,04)n ⇒ 6. Um artesão esculpe carrancas utilizadas em embar-
⇒ M6 = 800 · (1,04)6 = 1.012,25 cações que navegam no rio São Francisco. Ele tem em
estoque 15 carrancas e recebe uma encomenda de 87
No fim do 6.º mês, deverão ser pagos R$ 1.012,25. carrancas. Sabendo que ele produz 2 carrancas por se-
5. Na matemática financeira, o valor presente (VP) é o mana, quantos meses serão necessários para o artesão
valor de um bem na data zero, ou seja, no valor de hoje, atender à encomenda?
e o valor futuro (VF) é o valor do mesmo bem daqui a n
VF  ​, em que i é a taxa de juros Resolução:
períodos. Assim, VP = ​ ______
(1 + i)n Como o artesão já tem em estoque 15 carrancas, ele deve produzir
por período (sistema de juros compostos). No cálculo
87 – 15 = 72 carrancas e, como produz 2 carrancas por semana,
do valor à vista de um bem, conhecidos o valor pago de
entrada, o valor das parcelas e a taxa de juros cobrada ​ 72 ​= 36 semanas, ou seja, aproximadamente
serão necessárias ___
2
no parcelamento, é preciso somar o valor presente da 8 meses.
entrada E e de todas as n parcelas P. Note que a en-
Tambem é possível resolver esse problema utilizando o conceito
trada já está no presente; portanto, o VP da entrada já
está no presente; ou seja, o VP da entrada é o próprio de progressão aritmética. Assim, a1 = 17 (lembre-se de que, no
valor. Então: fim da primeira semana, ele terá as 15 carrancas de estoque mais
as duas produzidas nessa semana), r = 2 (número de carrancas
Valor à vista =
produzidas por semana) e an = 87, para que seja possível deter-
P  ​ + ​  ______
E + ​ ______ P  ​ + ​  ______
P  ​+ .... + ​ ______
P  ​
minar o valor de n. Assim:
(1 + i)1 (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 87 = 17 + (n – 1)2 ⇒ 70 = (n – 1)2 ⇒
( 1  ​ + ​  ______
= E + P ​ ​  _____ 1  ​+ .... + ​ ______
(1 +1)i (1 + 1)2
1  ​  ​
(1 +1)n ) ⇒ 35 = n – 1 ⇒ n = 36 semanas > 8 meses.
Calcule o valor à vista de uma calça que é vendida em
cinco vezes sem entrada, em parcelas iguais de R$ 30,00
(a 1.ª parcela vence depois de um mês e as parcelas res-
tantes nos meses subsequentes), com juros de 6% a.m.
Use sua calculadora para fazer as contas.
Resolução:
1 + i = 1 + 0,06 = 1,06

(
Valor à vista = 0 + 30 ​ ​ ______ 1  ​ + ______
​  1  ​ + ... + ______
(1,06)1 (1,06)2
​  1 5 ​  ​
(1,06) )
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Pode-se notar que


​  1  ​ + ______
______ ​  1  ​+ ... + _____​  1  ​é uma PG de razão ____ ​  1  ​, então
(1,06)1 (1,06)2 1,06)5 1,06

( 1  ​ + ______
​ ​ ______ ​  1  ​+ ... + ______
(1,06)1 (1,06)2 )
​  1  ​  ​é a soma
(1,06)5
dos cinco primeiros termos dessa PG, ou seja:

( 1  ​ + ______
​ ​ ______ ​  1  ​+ ... + ______
(1,06)1 (1,06)2
​  1  ​ ​
(1, 06)5 )
____
1,06 [( ) ]
​  1  ​ ​  ​  ​ ____
= ______________
  
​ 
1,06
1  ​  ​5 – 1 ​
 ​=
[  ​ 
1,06 (1,06)5
______________
​   
]
1 – (1,06)5
​  1  ​ ​ ________
____  ​  ​
 ​ =
​  1  ​– 1
____ 1 – 1,06
_______
​   ​
1,06 1,06
37
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROGRESSÃO ARITMÉTICA PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

SOMA DOS TERMOS


Soma dos termos
(a + a )n
Sn = 1 n
2 PG FINITA
Sn = a1 . 1 – qn
1–q
PA Segunda ordem
Sequência na qual as
diferenças (an + 1 − an) entre o PG INFINITA
termo e seu termo anterior S = a1
formam uma PA 1–q

Produto dos Termos


xxxxxxxx
Pn = +x d (a1 . an)n
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

38
Sabe-se que, se x [ R, x 2 ≥ 0. Portanto, a equação
x2 + 1 = 0 não tem solução em R, uma vez que:
x2 + 1 = 0 ä x = ± d​ –1 ​
XXX

INTRODUÇÃO Não existe também um número real x que, elevado ao qua-


drado, resulte –1. Por isso, o conjunto dos números reais
AOS NÚMEROS tem de ser estendido para que se obtenha um novo con-

COMPLEXOS junto denominado conjunto dos números complexos.

2. Conjunto dos
números complexos
MT AULAS
43 E 44
O conjunto C é um conjunto cujos elementos – os núme-
ros complexos – devem ser tais que possam ser somados
e multiplicados. Os elementos também devem possibilitar
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) a extração da raiz quadrada de um número negativo. Lo-
5 19, 20, 21, 22 e 23 gicamente, os números reais precisam ser elementos des-
se conjunto C, e as operações de adição e multiplicação
feitas sobre os números reais no conjunto C devem ser
as mesmas já conhecidas. Observe que, se isso não fosse
1. Introdução observado, o conjunto R não seria um subconjunto de C.

Entre os conjuntos numéricos já conhecidos, o primeiro de- Ao longo do tempo, os elementos do conjunto C, os nú-
meros complexos, foram definidos de diversas maneiras.
les é o conjunto dos números naturais:
Gauss, por exemplo, definiu os números complexos como
N = {0, 1, 2, 3, ..., n, ...} pares ordenados de números reais. Atualmente, a notação
Para que a subtração fosse sempre possível, ele foi estendi- preferida para definir os elementos do conjunto complexo
do e obteve-se o conjunto dos números inteiros: é a forma algébrica.

Z = {..., –n, ..., –2, –1, 0, 1, 2, ..., n, ...}


3. Forma algébrica
Para que também a divisão fosse possível, o conjunto foi
Todo número complexo z pode ser escrito de maneira única
estendido e obteve-se o conjunto dos números racionais,
na forma:
escritos na forma de fração, com numerador e denomina-
z = a + bi (a [ R, b [ R e i2 = –1)
dor inteiros:
Essa é a forma algébrica ou forma binomial de escrever
Q = ​ x = __​ a ​, com a [ Z, b [ Z e b ≠ 0 ​
{ } um número complexo. Observe que um número complexo
b
Em Q, a única divisão impossível é a divisão por 0. escrito nessa forma possui duas partes:
z =   a   +   b  i
Em Q, a equação x2 = 2 não pode ser resolvida, isto é,
as soluções x = d​ XX 2 ​e x = – d​ XX
2 ​não podem ser represen- parte real parte imaginária
a
__
tadas por uma fração ​   ​, com b ≠ 0 e a e b pertencentes de z de z
b
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a Z. d​ XX
2 ​e – d​ XX
2 ​são exemplos dos números denominados
irracionais (I).
Re(z) = a Im(z) = b
A união dos números racionais com os irracionais dá ori-
gem aos números reais (R): i é a unidade imaginária, tal que i2 = –1.
R=QøI Como i2 = – 1, é comum encontrar quem defina i = d​ –1 ​
XXX.

Assim, pode-se identificar N como uma parte de Z, Z Neste livro continuará o uso de i2 = –1.
como uma parte de Q e Q como uma parte de R. É pos-
A existência do i permite que, no conjunto C, exista raiz de
sível escrever: índice par de números negativos, se não bem definida no
N,Z,Q,R conjunto R.

39
Por exemplo, se x [ C e x2 = –25, x = ±5i, porque Resolução:

–25 = (i2) · 25 = i2 52 = (5i)2. z1 + z​22​= (1 + 3i) + (–2 + i)2 =

Quando a unidade b do número complexo é não nula z1 + z​22 = (1 + 3i) + [4 – 4i + i2] =


(ou seja, se b ≠ 0), ele é denominado número imaginário. z1 + z​22 = (1 + 3i) + [4 – 4i + (–1)] =
Observe também que, se b = 0, z = a (número real); se
z1 + z​22 = (1 + 3i) + (3 – 4i) =
a = 0 e b ≠ 0, z = bi, que é um número imaginário puro.
z1 + z​22 = 1 + 3i + 3 – 4i =
Modelos:
z1 + z​22 = 4 – i
§ Em z = 2 + 3i, Re(z) = 2 e Im(z) = 3.
2. Determine o valor real de x para que o número com-
§ Em z = 3, Re(z) = 3 e Im(z) = 0; portanto, z é um nú- plexo:
mero real.
z = (1 – 2x) + 3i seja um número imaginário puro.
§ Em z = –2i, Re(z) = 0 e Im(z) = –2; portanto, z é um
número imaginário puro. Resolução:

De acordo com a forma algébrica, as operações de adição, Para que z seja um número imaginário puro, é necessário que
subtração e multiplicação são intuitivas. Na multiplicação, Re(z) = 1 – 2x = 0 ä x = __ ​ 1 ​.
2
por exemplo, basta aplicar a mesma propriedade distribu- Ao verificar, obtém-se:
tiva usada na multiplicação de binômios, desde que se ob-
serve que i2 é um número e vale –1. Não há necessidade (
z = (1 – 2x) + 3i = ​ 1 – 2 · __
2 )
​ 1 ​  ​+ 3i =

alguma de decorar fórmulas. z = (1 – 1) + 3i =

Modelos: z = 0 + 3i = 3i (número imaginário puro)

§ (2 + 3i) + (–3 + 4i) = (2 – 3) + (3 + 4)i = –1 + 7i ​ 1 ​.


Assim, x = __
2
§ (1 + 2i)(2 – 3i) = 2 – 3i + 4i – 6i2 = 2 + i – 6(–1) = z = 6 – (3x – 5)i seja um número real.
2+i+6=8+i Resolução:
§ (1 + i) – (3 + 2i) = (1 – 3) + (1 – 2)i = –2 – 1i = –2 – i
Para que z seja real, é necessário que Im(z) = 0:
Im(z) = –(3x – 5) = 0 ä – 3x + 5 = 0 ä x = __ ​ 5 ​
Aplicação do conteúdo 3
Ao verificar, para x = __ ​ 5 ​:
1. Dados os números complexos z1 = 1 + 3i e z2 = – 2 + i, 3
calcule as operações indicadas nos itens abaixo:
(
z = 6 – ​ 3 · __
3 )
​ 5 ​– 5 ​i = 6 – (5 – 5)i =

z1 + z2 z = 6 – 0i = 6 (número real)
Resolução: Assim, x = __​ 5 ​.
3
z1 + z2 = (1 + 3i) + (–2 + i) =
3. Efetue as operações indicadas nos itens a seguir.
z1 + z2 = (1 – 2) + (3 + 1)i = –1 + 4i
(1 + i)(1 – i)
z1 z2 Resolução:
Resolução:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

(1 + i)(1 – i) = 1 · 1 – 1i + 1i – i2 =
z1z2 = (1 + 3i) (–2 + i) = –2 + i – 6i + 3i =2
= 1 – i2 = 1 – (– 1) = 1 + 1 = 2
z1z2 = –2 – 5i + 3(–1) = –5 – 5i
i1, i2, i3, i4, i5, i6, i7, i8
z​12​
Resolução:
Resolução:
i1 = i
z​12​= (1 + 3i)2 = 1 + 6i + 9i2 =
i2 = – 1
z​12​= 1 + 6i + 9 (–1) = –8 + 6i
i3 = i2i = (–1)i = –i
z1 + z​22​
i4 = (i2)2 = (–1)2 = 1

40
i5 = i4i = 1i = i 5. Resolva a equação x2 + 4x + 5 = 0.
i6 = i4 i2 = 1(–1) = –1 Resolução:
i7 = i4 i3 = 1(–i) = –i –4 ± d​ 16 – 20 ​ –4 ± d​ –4 ​
XXXXXXX XXX
x = ____________
  
​   ​ =________
​   ​
i8 = i4 i4 = 1 . 1 = 1 2 2
(Impossível em R)
Observe que as potências de i repetem-se depois de i4. De modo
geral: É possível resolvê-la em .
–4 ± d​ 16 – 20 ​ –4 ± d​ –4 ​
XXXXXXX XXX –4 ± 2i
i4n = (i4)n = 1 x = ____________
  
​   ​ =________
​   ​ = ______
​   ​ ä
2 2 2
i4n + 1 = (i4)ni = 1 · i = i ​ –4 + ​
ä x’ = ______ ​ –4 – ​
2i = –2 + i e x’’ = ______ 2i = –2 – i
2 2
i4n + 2 = (i4)ni2 = 1 · (–1) = –1 Ao verificar:
i4n + 3 = (i4)ni3 = 1 · i2 i = 1 · (–1) · i = – i
S = x’ + x” = (– 2 + i) + (– 2 – i) = – 4
Ou seja:
P = x’x” = (–2 + i)(–2 – i) = 4 + 2i – 2i – i2
i
4n + p
=ip
= 4 – (–1) = 5

(2 – 3i)2 – (3 – i)2i O que satisfaz x2 – Sx + P = 0, ou seja, x2 + 4x + 5 = 0.


Resolução:
6. Encontre em cada item o número complexo z indicado.
(2 – 3i) – (3 – i)2i =
2
4z = z – (–9 + 6i)
= 22 – 2 · 2 · 3i + (3i)2 – (6i – 2i2) ä Resolução:
ä (2 – 3i) – (3 – i)2i =
2
4z = z – (–9 + 6i) ä 4z – z = – (–9 + 6i) ä ä 3z = 9 – 6i ä
= 4 – 12i + 9i – 6i + 2i = 4 – 18i – 11 =
2 2 z = 3 – 2i

= –7 – 18i Assim, z = 3 – 2i.


z – i36 = i43 – z
4. Calcule o valor de:
Resolução:
i49 z – i36 = i43 – z ä z + z = i43 + i36 ä
Resolução:
ä 2z = –i + 1 ä z = __ ​ 1 ​ – __
​  i  ​
2 2
i49 = i48 · i = (i4)12 · i = i
​ 1 ​ – __
Assim, z = __ ​  i  ​.
Ou: 2 2
i49 = i48 · i = (i2)24i = (–1)24i = 1i = i iz = z – 1 + 5i
Assim, i = i.
49
Resolução:

i100 Se z = a + bi:
Resolução: i(a + bi) = a + bi – 1 + 5i ä – b + ai =
i100 = (12)50 = (–1)50 = 1
Ou:
= (a – 1) + (b + 5)i ä –b
​ = a –  ​
a=b+5
1
{
Portanto:
i100 = (i4)25 · i0 = i0 = 1
– b = b + 5 – 1 ä –2b = 4 ä b = –2
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Portanto, i100 = 1.
3i15 – i16 a = –2 + 5 = 3

Resolução: Assim, z = 3 – 2i.

i15 = i14 · i = (i2)7 i = (–1)7 i = –1i = –i 7. Calcule o valor de:


i = (i ) = (–1) = 1
16 28 8
(1 + i)2
Assim: Resolução:
3i – i = 3(–i) – 1 = –3i –1
15 16
(1 + i)2 = 12 + 2i + i2 = 1 + 2i + (–1) = 2i
Portanto:
3i15 – i16 = –1 – 3i

41
(1 + i)20 4.1. Propriedades do conjugado
Resolução:
1. Se z = a + bi:
(1 + i)20 = [(1 + i)2]10 = [2i]10 = 210 · i10 = 1.024 · i2 = –1.024
​ = a2 + b2 (que é real, positivo ou nulo)
z · z​
(1 + i)21

Resolução:
Dados ou hipóteses z​    
 = a2 + b2
z​{
= a + bi  ​
​ = a – bi
Tese z​z​
(1 + i)21 = (1 + i)20 · (1 + i) = –1.024 · (1 + i) = –1.024 – 1.024i
Demonstração:
Efetuado o produto z​z​, obtém-se:
4. Conjugado de um  = (a + bi)(a – bi) = a2 – (bi)2 = a2 – (–b2) = a2 + b2
z​z​
número complexo
2. Para o número complexo z, obtém-se:
A propriedade do inverso multiplicativo pode ser escrita
​ 1z ​, tal que
assim: se z ≠ 0, há um único número complexo __ z = z​​ à z é número real
​ 1z ​= 1.
z · __
Demonstração:
Como é possível determinar o número __​ 1z ​na forma algébrica? Se z = a + bi:
Primeiro, é necessário definir o que vem a ser o conjugado z = z​​ à a + bi = a – bi à bi = –bi à b = 0 à z é real
de um número complexo.
O conjugado de um número complexo z = a + bi é o nú- 3. Se z1 e z2 são números complexos:
​ = a – bi.
mero complexo z​
z
​ 1 + z2​= z
​ 1​+ z
​ 2​(o conjugado da soma é igual à soma dos
Modelos: conjugados)
​ = 2 – 3i.
§ Se z = 2 + 3i, z​ Demonstração:
​ = –3 + 4i.
§ Se z = – 3 – 4i, z​
Se z1 = a + bi e z2 = c + di:
​ = 2.
§ Se z = 2, z​  
​ = –5i. z
​ 1 + z2​= (a
​ + bi) + (c   
+ di)​= (a
​ + c) + (b  
+ d)i​
§ Se z = 5i, z​
​ = –i.
§ Se z = i, z​ = (a + c) – (b + d)i = a + c – bi – di =
​ = 0.
§ Se z = 0, então z​ = (a – bi) + (c – di) = z
​ 1​+ z
​ 2​

4. Se z1 e z2 são números complexos:


Aplicação do conteúdo z
​ 1z2​= z​1​· z​2​(o conjugado de um produto indicado é igual
1. Determine o número complexo z, tal que ao produto dos conjugados)
2z – 1 = z​​ + i. Demonstração:
Resolução: Se z1= a + bi e z2 = c + di:
Considere z = a + bi. z1z2 = (ac – bd) + (bc + ad)i ä z
​ 1z2​ =
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

 = (ac – bd) – (bc + ad)i (I)


​ + i à 2(a + bi) – 1 = (a – bi) + i à
2z – 1 = z​
à 2a + 2 bi – 1 = a – bi + i à (2a – 1) + 2bi = Sabe-se que:
= a + (–b + 1)i z
​ 1​= a – bi e ​
Igualadas as partes reais e imaginárias, obtém-se: z
​ 2​= c – di
2a – 1 = a ä a = 1 Portanto:

2b = – b + 1 ä b = __ ​ 1 ​ z
​ 1​ z
​ 2​= (a – bi)(c – di) = (ac – bd) – (bc + ad)i (II)
3
Comparados (I) e (II), conclui-se que:
​ 1 ​ i.
Assim, z = 1 + __
3
z
​ 1z2​= z
​ 1​∙ z
​ 2​

42
2. Dados z = 1 + 2i, encontre o inverso multiplicativo de
Aplicação do conteúdo (
z ​ ​  1
__ ​ou z –1 ​.
)
z
1. Dado z ≠ 0, determine ​ 1
__ ​na forma a + bi, de tal modo
z Resolução:
1
__
que z · ​   ​= 1.
z Primeira maneira:
Resolução:
​  1z ​ = _____
__ ​  1  ​ =   1 – 2i  ​
____________
​ 
1 + 2i (1 + 2i)( 1 – 2i)
Basta multiplicar o numerador e o denominador por z​​, conjugado
de z, que é diferente de 0, uma vez que z ≠ 0. __1 ​ = _______
1 – 2i _____ 1 – 2i _____
1 – 2i __1 __2
z 1​  2 – (2i)2 ​ = 1​  + 4 ​ = ​  5 ​ = 5​   ​ – 5​   ​ i
Portanto:
 ​ 1z ​ = __
Assim: __ ​ 1 ​ – __
​ 2 ​ i
​ 1z ​ = __
__ ​  z​
​  ​ ä _____
​  1  ​ =   a – bi  ​ = ______
___________
​  ​  a – bi ​ 5 5

z​z​ a + bi (a + bi)(a – bi) a2 + b2
Segunda maneira:
​  a  ​ – ______
= ______ ​  b  ​· i 
a2 + b2 a2 + b2 ​  1z ​ = ______
__ ​  2 z​
​  ​ = _____
​ 1 – 2i ​ = __
​ 1 ​ – __
​ 2 ​ i
a + b2 1 + 4 5 5
Assim:

__ ​  2 a 2 ​ – ______
​ 1z ​ = ______ ​  2 b 2 ​i = ______
​  2 z​
​  ​
a +b a +b a + b2

DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS COMPLEXOS C

Forma algébrica Potências de i

}
i =1
0
Quando o expoen-
z = a + bi Conjugado
i1 = i te for maior que 3,
Onde ä a: parte real z​
​ = a – bi
i2 = –1 dividimos por 4 e
b: parte imaginária
i3 = – i elevamos ao resto
i4 = 1

Unidade imaginária Propriedades


i2 = –1
1) z​z​= a2 + b2
2) z = z,
​ se z é um número real
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3) z1 + z2​= z​ 1 + z2



Número real: b = 0
4) 
z1 . z2​= z​ 1 . z2
Número imaginário puro: a = 0 e b ≠ 0

43
ANOTAÇÕES

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

44
MATEMÁTICA

5
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
ANÁLISE
COMBINATÓRIA
E PROBABILIDADE

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

Para o Enem, probabilidades e combinação Combinação aliada a questões de proba-


são temas essenciais em diversas questões. bilidade são os temas mais abordados na
Os conceitos apresentados em números bi- prova.
nomiais devem ser analisados para facilitar
nas questões de probabilidade e estatística.

A prova trará questões sobre combinação e Questões de estatística e probabilidade A banca da Vunesp costuma trazer uma
probabilidades em suas duas fases. Proba- aparecerão na prova, de forma contextu- questão de estatística para a primeira fase.
bilidade condicional aliada ao método do alizada e com elevado grau de dificuldade. Não somente isso, questões de probabili-
binômio pode ser um grande artifício para dade podem ser abordadas em ambas as
o candidato. provas.

A prova mostra a contagem associada a Apresentando questões do cotidiano cientí- A prova não deixará de lado os temas des- O candidato deve atentar-se aos conceitos
problemas do dia a dia. Os conceitos de fico, a prova exigirá do seu candidato todos te livro. Questões um pouco mais diretas e de probabilidade para fazer a prova com
estatística podem ser os menos abordados os temas deste livro. muito bem elaboradas aparecerão para o mais clareza.
nesse vestibular. candidato.

UFMG
A prova trará junto a uma análise de texto Para a prova, o candidato deve estar muni- Questões medianas e difíceis aparece-
os conceitos de probabilidade e estatística. do de todos os temas deste livro e com cla- rão nessa prova. O candidato deve estar
reza na parte de probabilidade e estatística. atento a todos os processos de resolução
para uma questão de combinação e pro-
babilidade.

A prova não deixará de lado questões so- A prova é bem direta abordando todos os Por meio de uma prova muito bem elabo-
bre estatística e sempre abordará questões conceitos deste livro. rada e contextualizada, o candidato deve
contextualizadas para o seu candidato. estar atento aos diversos problemas de
probabilidade. Combinação simples tam-
bém deverá aparecer em sua prova.
Assim, os subconjuntos de 2 elementos são: {A,E}, {A,R},
{A,F}, {A,G}, {E,R}, {E,F}, {E,G}, {R,F}, {R,G}, {F,G}. Esses sub-
conjuntos são denominados combinações simples de 5
elementos tomados com 2 elementos ou tomados 2 a 2.
Deve ser escrito: C5,2.
COMBINAÇÃO Como o número total dessas combinações é 10, escreve-se
SIMPLES C5,2 = 10.
2. Considere um conjunto com 5 elementos e calcule o
número de combinações simples de 3 elementos, ou seja,
o número de subconjuntos com 3 elementos.
Conjunto com 5 elementos: {a, b, c, d, e}.

MT AULAS Combinações simples de 3 elementos: {a, b, c}, {a, b, d}, {a, b,


e}, {a, c, d}, {a, c, e}, {a, d, e}, {b, c, d}, {b, c, e}, {b, d, e}, {c, d, e}.
35 E 36
Cada combinação dessas dá origem a 6 arranjos, permu-
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) tando de todos os modos possíveis seus 3 elementos.
1 2e3
Por exemplo: ao permutar todos os elementos da com-
binação {a, b, c}, são encontrados os arranjos: (a, b, c),
(a, c, b), (b, a, c), (b, c, a), (c, a, b), (c, b, a). Isso significa que
o número de arranjos de 5 elementos tomados 3 a 3 é seis
1. Introdução vezes o número de combinações de 5 elementos tomados 3
O conceito de combinação está intuitivamente associado à a 3, ou seja:
noção de escolha de subconjuntos. A5, 3 = 6C5,3

Por exemplo, para o seguinte conjunto A: Como o 6 foi obtido a partir de permutações dos 3 elemen-
tos de, por exemplo, {a, b, c}, tem-se P3 = 6. Assim:
A = {1, 2, 3, 4, 5}
A5, 3 = P3 · C5,3
Caso o objetivo seja obter todos os subconjuntos de A que
ou
possuem 3 elementos, o resultado será: 5!  ​
______
​ 
A5, 3 (5 –3)! _______
{1,2,3} , {1,2,4} , {1,2,5} , {1,3,4} , {1,3,5} , C5, 3 = ___ ​   ​ = ​  5!  ​= _______
​   ​= ______ ​ 5 · 4 · ​
3! = ​ 20 ​ = 10
___
P3 3! 3!(5 –3)! 3!2! 2
{1,4,5} , {2,3,4} , {2,3,5} , {2,4,5}, {3,4,5}
A cada combinação de n elementos tomados p a p cor-
Assim, se forem escolhidos elementos de 3 em 3 entre 5,
respondem p! arranjos, que são obtidos permutando-se os
será obtido um total de 10 subconjuntos. Observe que o
elementos da combinação, ou seja:
subconjunto {3,2,1} não aparece na lista, pois é o mesmo
subconjunto que {1,2,3}, isto é, quando são tomados An, p (n ​  n!  ​
______
– p)!
os subconjuntos, a ordem dos elementos não importa. A Cn, p = ___
​   ​ =______ ​  n!  ​
​   ​ = ________
p! p! p!(n – p)!
quantidade de subconjuntos de p elementos de um con-
junto de n elementos é denominada combinação de n Assim:
elementos escolhidos de p em p. An, p
Cn, p = ___ ​  n!  ​
​   ​ou Cn, p = ________
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

p! p!(n – p)!
Observe com atenção os dois exemplos a seguir:
1. Ane, Elisa, Rosana, Felipe e Gustavo formam uma equi-
pe. Dois deles precisam representar a equipe em uma apre- Combinações simples de n elementos tomados p a
sentação. Quais e quantas são as possibilidades? p (p < n) são os subconjuntos com exatamente p
elementos que se podem formar com os n elementos
Ane será representada por A; Elisa, por E; Rosana, por R; dados.
Felipe, por F; e Gustavo, por G. É preciso determinar todos
os subconjuntos de 2 elementos do conjunto de 5 elemen- Indica-se por Cn , p, Cpn ou ​pn​ ​  ​o número total de combi-
()
tos {A, E, R, F, G}. A ordem em que os elementos apare- nações de n elementos tomados p a p e calcula-se por
An , p
cem nesses subconjuntos não importa, pois Ane-Elisa, por ​  n!  ​ ou Cn,p = ____
Cn,p = ________ ​   ​
p!(n – p)! p!
exemplo, é a mesma dupla que Elisa-Ane.

47
A6, 3 6 · 5 · 4
C6, 3 = ___
​   ​ = ______
​   ​ = 20
Notas 3! 3·2·1
b) C5, 2
1. A ordem dos elementos não importa, uma vez que
são subconjuntos de um conjunto. Apenas os subcon- Resolução:
juntos que diferem pela natureza dos seus elementos ​  5!  ​ = ____
C5, 2 = ________ ​  5!  ​ = _______
​ 5 · 4 ·  ​
3! = 10
são considerados distintos. 2!(5 – 2)! 2!3! 2! 3!

2. Como foi observado, do mesmo modo que se ob-


​ 5 · 4 ​ = 10
ou C5, 2 = ____
2·1
tém a fórmula da combinação por meio da divisão de c) C​34​
um arranjo pela permutação, pode-se obter a combi-
Resolução:
nação sem o uso da fórmula, calculando o arranjo e
dividindo o resultado pela permutação dos elementos ​  4!  ​ = ____
C43 = ________ ​ 4 · 3! ​ = 4 ou
​  4!  ​ = _____
3!(4 – 3)! 3!1! 3!1!
escolhidos.
C43 = ​ 4______
· 3 · 2 ​ = 4
3·2·1

1.1. Uma propriedade importante ()


d) ​ 4​ ​  ​
2
Resolução:
das combinações
Observe que: () ​  4!  ​ = ____
​ ​4​  ​= ________
2 2!(4 – 2)! 2!2!
​ 4 · ​
​  4!  ​ = ____
2
3 = 6 ou

C3, 2 = C3, 1 , pois C3, 2 = 3 e C3, 1 = 3


() ​ 4 · 2 ​ = 6
​ ​4​  ​= ____
2 2·1
2 +1 = 3
A5, 3 5 · 4 · 3 e) C21, 19
C5, 3 = C5, 2 , pois C5, 3 = ___
​   ​ =_______
​   ​= 10
3! 3 · 2 · 1 Resolução:
3 +2 = 5
A5, 2 5 · 4 ​ 21 · 20
C21, 19 = C21, 2 = ______  ​ = 210
C5, 2 = ___
​   ​ = ____
​   ​= 10 2·1
2! 2 · 1 2. De quantas maneiras diferentes um técnico pode escalar
De modo geral, vale a propriedade: seu time de basquete tendo 12 atletas à sua disposição?
Cn, p = Cn, n – p
Resolução:
Assim:
1.ª maneira:
​  n!  ​ =   
Cn, p = ​_______ n!
_______________
​   ​ = Cn, n – p
(n –p)!p! (n – p)!(n –(n – p)! Usando a fórmula:
Essa propriedade é muito útil para simplificar os cálcu- Deve-se encontrar o número total de subconjuntos (ou
los e é denominada igualdade de combinações comple- combinações de um conjunto de 12 elementos). A ordem
mentares. não importa; cada subconjunto difere um do outro apenas
pela natureza dos seus elementos.
Exemplos
Assim:
​ 100 ·  ​
§ C100, 98 = C100, 2 = _______ 99= 4950
A12, 5 ______________
2·1 ​   ​ = ​ 12
C12, 5 = ____   
  · 11 · 10 · 9 · ​
8 = 11 · 9 · 8
§ C43, 42 = C43, 1 = 43 5! 5·4·3·2·1
= 792
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Portanto, é possível formar 792 times de basquete diferen-


Aplicação do conteúdo tes com 12 atletas.
1. Calcule o valor da combinação simples em cada 2.ª maneira:
item:
a) C6, 3 Sem usar a fórmula:

Resolução: São 5 jogadores a serem escolhidos entre 12. Então, seriam


12 · 11 · 10 · 9 · 8 = 95.040 possibilidades caso se tratasse
​  6!  ​ = ____
C6, 3 = ________ ​  6!  ​ = _________
​ 6 · 5 · 4 ​
· 3! =
3!(6 – 3)! 3!3! 3!3! de um cálculo de arranjo. Como é uma combinação, deve-
-se dividir o resultado pelo fatorial dos elementos escolhi-
​ 6 · 5 · 4 ​ = 20 ou
= ______
3·2·1 dos (5 elementos):

48
​ 12 · 11 ·  ​
10 · 9 · 8= 792
______________
   Assim, o número de diagonais do hexágono convexo é 9.
5!
3. Em um plano são marcados 6 pontos distintos, dos 5. No jogo de truco, cada jogador recebe 3 cartas de
quais 3 nunca estão em linha reta. um baralho de 40 cartas (são excluídas as cartas 8, 9 e
10). De quantas maneiras diferentes um jogador pode
a) Quantos segmentos de reta podem ser traçados receber suas 3 cartas?
ligando-os 2 a 2?
Resolução:
Resolução:
As 3 cartas diferem entre si pela natureza delas e não pela
Marcam-se 6 pontos num plano, em que não existem 3
ordem. Como a ordem não importa, o problema fica resol-
alinhados.
vido calculando:
Como em cada segmento tem-se 2 extremos, e, por exem-
  ​ 40 · 39 ·  ​
C40, 3 =_________ 38= 9.880
plo, o segmento AD​
​ é o mesmo que o segmento DA​ ​ ,o 3·2·1
​ 6 · ​
número de segmentos é C6, 2 = ____ 5 = 15. Assim, cada jogador pode receber suas 3 cartas de 9.880
2 maneiras diferentes.
Assim, pode-se traçar 15 segmentos de retas.
6. O conselho desportivo de uma escola é formado por
2 professores e 3 alunos. Candidataram-se 5 professo-
res e 30 alunos. De quantas maneiras diferentes esse
conselho pode ser eleito?

Resolução:
Se os professores forem escolhidos de x maneiras, e os
alunos de y maneiras, pelo princípio fundamental da con-
tagem serão escolhidos os professores e alunos de xy ma-
neiras. Assim:
b) Quantos triângulos é possível formar tendo sempre
3 pontos, dos 6, como vértices? Escolha dos professores:

Resolução: ​  5!  ​ = _______
C5, 2 = ____ ​ 5 · 4 · ​
3! = ____
​ 5 · 4 ​ = 10
2!3! 2!3! 2·1
Como cada triângulo fica determinado por 3 pontos não ​  30!  ​
Escolha dos alunos: C30, 3 = _____
colineares, tem-se, independentemente da ordem deles: 3!27!

​ 6 · 5 · 4 ​ = 5 · 4 = 20
C6, 3 = ______ ​ 30 · 29 · 28 ​
= _____________
   · 27! = _________
​ 30 · 29 · ​
28 = 4.060
3·2·1 3!27! 3·2
Portanto:
Assim, é possível formar 20 triângulos.
C5, 2 · C30,3 = 10 · 4060 = 40.600
Assim, o conselho pode ser eleito de 40.600 maneiras di-
ferentes.
7. Num voo da ponte aérea Rio-São Paulo, há apenas 7
lugares disponíveis, e um grupo de 10 pessoas preten-
de embarcar nesse voo. De quantas maneiras é possível
lotar o avião?
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
4. Quantas diagonais tem um hexágono convexo? Deve-se procurar todos os subconjuntos (combinações) de
7 pessoas formados de um grupo de 10 pessoas. Assim:
Resolução:
O número de segmentos que unem 2 vértices é, como no C10, 7 = C10, 3 = ​ 10 · 9 · ​
_______ 8 = 120
3·2
exercícios anterior, C6, 2 = 15. Portanto, há 120 maneiras possíveis de lotar o avião.
Nesses 15 segmentos, além das diagonais, estão incluídos 8. Depois de uma reunião de negócios, foram tro-
os 6 lados do hexágono. cados um total de 15 apertos de mão. Sabendo que
Então: cada executivo cumprimentou todos os outros, qual
o número de executivos que estavam presentes nes-
C6, 2 – 6 = 15 – 6 = 9 sa reunião?

49
Resolução: Como em s há 5 pontos e pode-se considerar qualquer um
deles, tem-se:
Trata-se de um problema inverso. Sabe-se que Cn, 2 = 15 e
procura-se o valor de n: 5C3, 2 = 5 · 3 = 15 possibilidades
n(n – 1)(n – 2)! ______
n(n – 1)
​  n!  ​ = ____________
________   
​   ​= ​   ​ Juntando as possibilidades, tem-se:
2!(n – 2)! 2!(n – 2)! 2
= 15 ⇒ n2 – n – 30 = 0 ⇒ n = 6 ou n = –5 3C5, 2 + 5C3, 2 = 30 + 15 = 45

Assim, o número de executivos era 6 (n não pode ser ne- Assim, são determinados 45 triângulos com esses 8 pontos.
gativo).
Outra resolução:
Para conferir, verifique C6, 2 = 15.
Os 8 pontos agrupados 3 a 3 formam
9. Dados 8 pontos num mesmo plano, 5 deles perten-
cem a uma reta, 3 pertencem a outra e nenhum deles ​ 8 · 7 · ​
C8, 3 = ______ 6 = 56
pertence, simultaneamente, às duas retas citadas. 3·2
Os 3 pontos de r agrupados 3 a 3 formam C3, 3 = 1 (não é
triângulo).
Os 5 pontos de s agrupados 3 a 3 formam

​ 5 · 4 · ​
C5, 3 = ______ 3 = 10 (não são triângulos).
3·2
a) Quantas retas eles determinam? Assim, o total de triângulos é:
Resolução: 56 – 1 – 10 = 45
Para cada ponto de r com um dos 5 pontos de s, tem- 10. De quantas maneiras é possível colocar 10 bolas em
-se C5, 1 retas. Como são 3 pontos em r, tem-se 3C5, 1. 3 urnas, de modo que fiquem 2 bolas na primeira urna,
Considerando ainda as retas r e s, tem-se o total de 3C5,1 + 3 bolas na segunda urna e 5 bolas na terceira?
2 retas, ou seja:
Resolução:
​  5!  ​+ 2 = 3 · 5 + 2 = 17
3 · ____
1!4! Há C10, 2 maneiras de escolher as 2 bolas que ficarão na primeira
Assim, ficam determinadas 17 retas. urna. Para cada maneira há C8, 3 possibilidades de escolher as 3
bolas que ficarão na segunda urna. Pelo princípio fundamental da
Outra resolução:
contagem há, então, C10, 2 · C8, 3 maneiras de distribuir as 2 bolas na
5C3, 1 + 2 = 17 primeira urna e as 3 bolas na segunda urna. Para cada uma dessas
possibilidades, há C5, 5 maneiras de colocar as 5 bolas na terceira
b) Quantos triângulos eles determinam?
urna. Portanto, novamente pelo princípio fundamental da contagem,
Resolução: há C10, 2 · C8, 3 · C5, 5 maneiras diferentes de colocar 2 bolas na pri-
Um triângulo fica determinado quando se tem: meira urna, 3 bolas na segunda urna e 5 bolas na terceira urna.

I. Um ponto em r e dois em s; 1.ª urna 2.ª urna 3.ª urna


II. Um ponto em s e dois em r.
2 bolas 3 bolas 5 bolas
Calculando essas duas possibilidades e somando:
em 10 em 8 em 5
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

I. Tem-se 5 pontos em s e precisamos de 2. É preciso com-


biná-los 2 a 2:
C10, 2 C8, 3 C5, 5
​  5!  ​= 10
C5, 2 = ____
2!3!
​ 10! ​ · ____
C10,2 · C8,3 · C5,5 = ____ ​  8!  ​ · ____
​  5!  ​ =
Como em r há 3 pontos e pode-se considerar qualquer um 2!8! 3!5! 5!0!
deles, tem-se: ​ 10 · 9 · 8! ​ · _________
= ________ ​ 8 · 7 · 6 · 5! ​ · __ ​ 1! ​= 45 · 56 ·1 =
2 · 1 · 8! 3 · 2 · 1 · 5! 0!
3C5, 2 = 3 · 10 = 30 possibilidades
= 2.520
II. Da mesma forma, tem-se 3 pontos em r e precisamos de
Assim, existem 2.520 possibilidades de realizar essa dis-
2. Combinando-os 2 a 2, tem-se:
tribuição.
​  3!  ​ = 3
C3, 2 = ____
2!1!

50
2. Problemas que envolvem os 4. Quantos anagramas tem a palavra BANANA?

vários tipos de agrupamento Resolução:


​  6!  ​ = ______________
P63,2,1 = ______ ​ 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 ​ = 60 anagramas
  
  
Os exercícios a seguir são exemplos de aplicação dos vários 3!2!1! 3 · 2 · 1 · 2 · 1 · 1
tipos de agrupamentos estudados e das formas de calcular 5. Quantos números naturais de 2 algarismos (distin-
o número de agrupamentos. O último exercício é a resolu- tos ou não) é possível formar com os algarismos 4, 7,
ção do problema da introdução desta aula. 8 e 9?

Resolução:
Aplicação do conteúdo 4 possibilidades para o 1.º algarismo e 4 para o 2.º:

1. Usando os algarismos 5, 6 e 8, quantos números de 3 4 · 4 = 16 números.


algarismos distintos é possível formar?
6. Usando as 26 letras e os 10 algarismos conhecidos,
Resolução: quantas placas diferentes de automóvel podem ser feitas
de modo que, em cada uma, existam três letras (não repe-
P3 = 3! = 3 · 2 · 1 = 6 números.
tidas) seguidas de quatro algarismos (repetidos ou não)?
2. Usando os algarismos 1, 3, 4, 6 e 9, quantos números
Resolução:
de 3 algarismos distintos é possível formar?
As 26 letras serão agrupadas de 3 em 3 sem repetição:
Resolução:
26 · 25 · 24 = 15.600 agrupamentos de letras
​ 5! ​ = ___________
A5, 3 = __ ​ 5 · 4 · 3 · ​
2 · 1 = 60
2! 2·1 Os 10 algarismos serão agrupados de 4 em 4, com repetição:
ou A5, 3 = 5 · 4 · 3 = 60 números 10 · 10 · 10 · 10 = 10.000 agrupamentos de algarismos. Para
cada agrupamento de letras é possível usar todos os agrupamen-
3. Quantas comissões diferentes de 3 pessoas é possível
tos de algarismos. Então, o total de placas é?
formar para representar um grupo de 10 pessoas?
15.600 · 10.000 = 156.000.000 placas
Resolução:
​ 10! ​ = __________
C10, 3 = ____ ​ 10 · 9 · 8 · 7!
 ​ = 120
3!7! 3 · 2 · 1 · 7!
A10, 3 10 · 9 · 8
ou C10, 3 = ____
​   ​ = _______
​   ​ = 120 comissões
3! 3·2·1

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51
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 2

Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

MODELO 1
(Enem) Como não são adeptos da prática de esportes, um grupo de amigos resolveu fazer um torneio de fute-
bol utilizando videogame. Decidiram que cada jogador joga uma única vez com cada um dos outros jogadores.
O campeão será aquele que conseguir o maior número de pontos. Observaram que o número de partidas
jogadas depende do número de jogadores, como mostra o quadro:
Quantidade de jogadores 2 3 4 5 6 7
Número de partidas 1 3 6 10 15 21

Se a quantidade de jogadores for 8, quantas partidas serão realizadas?


a) 64
b) 56
c) 49
d) 36
e) 28

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhecimentos
sobre análise combinatória para a sua resolução.
O número de partidas pode ser calculado pelo número de combinações de jogadores, 2 a 2.
​  8! ​ = _________
Assim: C8, 2 = ____ 8​  ∙ 7 ∙ 6! ​ = 28 partidas
6!6! 2 ∙ 6!

RESPOSTA Alternativa E
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52
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE COMBINATÓRIA

COMBINAÇÃO SIMPLES

QUANDO A ORDEM
NÃO IMPORTA

Cn.p= n!
p!(n − p!)

n TOTAL DE ELEMENTOS
p N.º DE ELEMENTOS POR GRUPO

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53
1. Introdução
Toda potência da forma (x + y)n, com x ∈ R, y ∈ R e n ∈
BINÔMIO DE N, é conhecida como binômio de Newton.

NEWTON E O desenvolvimento do binômio de Newton é simples em


casos como estes:
TRIÂNGULO § (5x – 7)0 = 1
DE PASCAL § (x + y)1 = x + y

§ (x + y)2 = (x + y) (x + y) = x2 + 2xy + y2

§ (x + y)3 = (x + y)2 (x + y) = x3 + 3x2y + 3xy2 + y3

MT AULAS
37 E 38
Em casos como (x + y)7, (2x – y)5, (x + 2)10 e outros, deve-se
aos conhecimentos adquiridos na análise combinatória.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) Observe nos binômios de Newton desenvolvidos como são
5 19, 20 e 21 os coeficientes de cada termo:

2 2 2
1. (x + y)2 = x2 + 2xy + y2 = 1x2y0 + 2x1y1 + 1x0y2 = x2y0 + x1y1 + x0y2
0 1 2

3 3 3 3
2. (x + y)3 = x3 + 3x2y + 3xy2 + y3 = 1x3y0 + 3x2y1 + 3x1y2 + 1x0y3= x3y0 + x2y1 + x1y2 + x0y3
0 1 2 3
Note que os coeficientes dos desenvolvimentos são as linhas do triângulo de Pascal. Será que isso também acontece com (x + y)4?
De fato:
(x + y)4 = x4 + 4x3y + 6x2y2 + 4xy3 + y4 = 1x4y0 + 4x3y1 + 6x2y2 4x1y3 + 1x0y4 =

4 4 4 4 4
(x + y)4 = x4y0 + x3y1 + x2y2 + x1y3 + x0y4
0 1 2 3 4

Generalizando, pode-se escrever: para x e y ∈ R e n ∈ N:

n n n n n
(x + y)n = xn + xn – 1 y + xn – 2 y2 + … + xn – k yk + … + yn
0 1 2 k n

Observe que os expoentes de x começam em n e decrescem de 1 em 1 até 0, enquanto os expoentes de y começam em 0


VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

e crescem de 1 em 1 até n.

Nota
n
Dados os números naturais n e p, com n ≥ p, o número é denominado número binomial n sobre p.
p

Lembre-se:
n
Cn,p = ​  n!  ​
= ________
p p!(n – p)!

54
Aplicação do conteúdo
1. Efetue o desenvolvimento do binômio em cada item:
a) (x + a)5
b) (2x – a)4

( )
​ 1 ​  ​
6
c) ​ x – __
2
d) (​ ​dXX 5 ​  )4​
3 ​+ d​ XX
Resolução:

5 5 5 5 5 5
a) (x + a)5 = x5 + x4a + x3a2 + x2a3 + xa4 + a5
0 1 2 3 4 5
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
1 5 10 10 5 1
Assim:
(x + a)5 = x5 + 5x4a + 10x3a2 + 10x2a3 + 5xa4 + a5

4 4 4 4 4
b) (2x – a)4 = [2x + (–a)]4 = (2x)4 + (2x)3(–a) + (2x)2(–a)2 + (2x)(–a)3 + (–a)4
0 1 2 3 4
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
1 4 6 4 1
Portanto:
(2x – a)4 = 1 ⋅ 16x4 + 4 ⋅ 8x3(–a) + 6 ⋅ 4x2a2 + 4 ⋅ 2x(–a)3 + 1a4 = 16x4 – 32x3a + 24x2a2 – 8xa3 + a4

6 6 6
( ) [ ( )]
1 ​  6​ = ​ x + ​ – ​ __
1 ​  ​  6​ =
( )1 ​ ​+
( ) 1 ​ ​ +2
c) ​ x –  ​ __ x6 + x5​ – ​ __ x4​ – ​ __
2 2 2 2
0 1 2

6 6 6 5 6
( ) ( ) ( ) ( )
3 6
+ 1 ​ ​ +
x3​ – ​ __ 1 ​ ​ +
x2​ – ​ __
4
1 ​ ​ +
x​ – ​ __ 1 ​ ​
​ – ​ __
2 2 2 2
3 4 5 6

6 6 6 6 6 6 6
Calculando: = = 1; = = 6; = = 15; = 20, tem-se:
0 6 1 5 2 4 3

( )
6
​ 6 ​x5 + ___
​ 1 ​  ​ = x6 – __
​ x – __ ​ 15 ​x4 – ___
​ 20 ​x3 + ___
​ 15 ​x2 – ___
​ 6  ​x + ___ ​ 15 ​x4 − __
​  1  ​= x6 – 3x5 + ___ ​ 5 ​x3 + ___
​ 15 ​x2 – ___
​ 3  ​x + ___
​  1  ​
2 2 4 8 16 32 64 4 2 16 16 64
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

4 4 4 4 4
d) (​ d​ XX 5 ​  )4​ =
3 ​+ d​ XX (​dXX
3 ​)4 + (​dXX
3 ​)3d​ XX
5 ​ + (​dXX
3 ​)2(​dXX
5 ​)2 + d 3 ​(d​ XX
​ XX 5 ​)3 + (​dXX
5 ​)4 =
0 1 2 3 4
= (​dXX
3 ​)4 + 4(​dXX 5 ​+ 6(​dXX
3 ​)3​dXX 5 ​)2 + 4​dXX
3 ​)2(​dXX 3 ​(​dXX
5 ​)3 + (​dXX
5 ​)4 =
d XX XX d
= 9 + 12​ 3 ​· ​ 5 ​+ 6 · 3 · 5 + 20​ 3 ​· ​ 5 ​+ 25 = 124 + 32​dXXX
d XX d XX 15 ​

2. Qual o valor da soma dos coeficientes do desenvolvimento de (3x – y)10?

Resolução:
Para obter apenas a soma dos coeficientes, basta fazer x = y = 1:
S = (3 ⋅ 1 – 1)10 = 210 = 1024

55
10 10 10 10 10
3. Qual o valor de S = + ⋅3+ ⋅ 32 + ... + ⋅ 39 + ⋅ 310?
0 1 2 9 10
Resolução:
Note que S pode ser reescrito como:

10 10 10 10
S= ⋅ 110 ⋅ 30 + ⋅ 19 ⋅ 31 + ⋅ 18 ⋅ 32 + ... + ⋅ 10 ⋅ 310 ⇒ S = (1 + 3)10 = 410
0 1 2 10

2. Termo geral do binômio


No desenvolvimento de (x + y)n, foi visto que:

n n n n n
(x + y)n = xn + xn – 1y + xn – 2y2 + ... + xn – kyk + ... + yn
0 1 2 k n
T1 T2 T3 Tk + 1 Tn + 1

Com isso, o termo geral é dado por:

n
Tk + 1 = xn – kyk
k

Observe que o desenvolvimento tem (n + 1) termos.

Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. Qual é o quinto termo do desenvolvimento de (x + 6 6 6
()
​  1x ​  ​ =
k
Tk + 1 = x6 – k ⋅ ​ __ x6 – k . x–k = x6 – 2k
3)5, de acordo com as potências decrescentes de x?
k k k
Resolução:
O termo independente de x é o de x0, ou seja, se 6 – 2k = 0 ⇒
O valor de T5 é calculado assim: como 5 = k + 1 ⇒ k = 4,
k = 3.
obtém-se:
Assim, o termo independente de x é:
5
T5 = ​  5!  ​x ⋅ 81 = 405x
x5 – 4 ⋅ 34 = ____
4!1! 6
4
T4 = ​ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ​
​  6!  ​ = __________
= ____ ⋅ 3! = 20
3!3! 3!3!
Portanto, o quinto termo de (x + 3)5 é 405x. 3

2. Qual é o sexto termo do desenvolvimento de (x – 2)7? 4. Qual é o termo médio (ou central) no desenvolvimen-
to de (x – 3)6?
Resolução:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
O valor de T6 é calculado assim: como 6 = k + 1 ⇒ k = 5,
Como o binômio está elevado à sexta potência, o desenvolvi-
obtém-se:
mento tem sete termos. É necessário procurar o quarto termo, o
7 7
T6 = x7 – 5(–2)5 = – 25x2 termo central:
5 5
7!  ​ ⋅ 32x2 = –672x2 k+1=4⇒k=3
T6 = – ​ ____
5!2!
6 6
Portanto, o sexto termo do desenvolvimento de (x – 2)7 é –672x2. T4 = x6 – 3(–3)3 = – 27x3 = –20 ⋅ 27x3
3 3
3. Calcule o termo independente de x no desenvolvi-
( )
6
1
__
mento de ​ x +​  x ​  ​ . T4 = –540x3

56
5. No desenvolvimento de (x – 2)50, determine os coefi-
cientes do quarto e do penúltimo termos.
3. Números binomiais e
Resolução: triângulo de Pascal
50 No Ensino Fundamental, foram estudados os produtos no-
O termo geral é dado por Tk + 1 = x50 – k (–2)k.
k táveis, conceito de grande aplicação na resolução de equa-
ções do segundo grau. Com eles, uma expressão passava
§ O quarto termo é o T4; portanto, k + 1 = 4 ⇒ k = 3. da forma fatorada à forma parcelada e vice-versa.
Assim, a expressão (a + b)2, depois de desenvolvida, resul-
50 50
T4 = x50 – 3(–2)3 = – 8x47 tava a2 + 2ab + b2, sua forma parcelada. A passagem des-
3 3 sa forma para a forma anterior correspondia à fatoração.
T4 = –156.800x47 O cubo da soma (a + b)3 também pode ter sido estudado,
mas potências iguais a 4 ou mais certamente não foram
§ O penúltimo termo é o T50; portanto, k + 1 = 50 ⇒ k = 49.
abordadas ainda.
50 Esta aula estuda o desenvolvimento de expressões como
T50 = x50 – 49(–2)49 = –50 ⋅ 249 x
essas para qualquer valor natural do expoente.
49
Portanto, os coeficientes do quarto e do penúltimo termos são 3.1. Números binomiais
–156.800 e –50 ⋅ 249, respectivamente. n
É denominado número binomial o número ​  n!  ​
= ________
6. Qual é o termo em x no desenvolvimento (x + 3) ?
5 8
p p!(n – p)!
Resolução: (n é o numerador e p é a classe do número binomial).
8
O termo geral é dado por Tk + 1 = x8 – k ⋅ 3k
Exemplo
k
O termo em x5 ocorre se 8 – k = 5, ou seja, se k = 3. 5
​  5!  ​ = _____
= ________ ​ 5 ⋅ 4 ⋅ 3! ​ = 10
​  5!  ​ = _______
Assim, o termo em x5 é dado por:
2 2!(5 – 2)! 2! ⋅ 3! 2 ⋅ 1 ⋅ 3!
8
T4 = x8 – 3 ⋅ 33 = 56 ⋅ 27x5 = 1.512x5
3 3.1.1. Propriedade
7. Desenvolvendo o binômio (x2 – 2)5, obtém-se Dois números binomiais são iguais se tiverem o mesmo
(x2 – 2)5 = x10 + mx8 + 40x6 – 80x4 + 80x2 + n; portanto, numerador e:
m + n é:
§ se suas classes forem iguais; ou
a) +48. b) 42. c) –9. d) –42. e) –48.
§ se a soma de suas classes for igual ao numerador (bi-
Resolução: nomiais complementares).
Pretende-se determinar o segundo e o sexto termos.
Para isso, considere o termo geral:
Aplicação do conteúdo
5 5
Tk + 1 = (x2)5 – k (–2)k = x10 – 2k ⋅ (–2)k 1. Obtenha o valor de x, sabendo que
k k
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

7 7
= .
Portanto:
3 x
5
T2 = x8 (–2) = –10x8 Resolução:
1
Sabe-se que a igualdade acontece nessas situações: x = 3
5 ou 3 + x = 7.
T6 = x0 (–2)5 = –32 Se 3 + x = 7, logo x = 4.
5
Assim, os valores de x são x = 3 ou x = 4.
Assim, m = –10 e n = –32; logo, m + n = –42.
Alternativa D

57
3.2. Triângulo de Pascal
É possível dispor os números binomiais em formações triangulares como esta:
0
0

1 1
  
0 1

2 2 2
     
0 1 2

3 3 3 3
        
0 1 2 3

4 4 4 4 4
           
0 1 2 3 4

∙    ∙ ∙    ∙         ∙


n n n n n
            ...   
0 1 2 3 n

ou
0
0

1 1
  
0 1

2 2 2
     
0 1 2

3 3 3 3
        
0 1 2 3

4 4 4 4 4
           
0 1 2 3 4
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∙    ∙ ∙    ∙    ∙


n n n n n
            ...   
0 1 2 3 n

58
Calculando cada número binomial, obtém-se:

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

ou

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

Essa maneira de dispor tais números é conhecida como triângulo de Pascal.

3.3. Propriedades dos números binomiais


Observando o triângulo de Pascal, é possível tirar as seguintes propriedades:

1. Por exemplo:
3 3
= ⇒1+2=3
1 2

4 4
= ⇒1+3=4
1 3
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5 5
= ⇒2+3=5
2 3
De modo geral, como visto no item anterior:

n n
= , pois a + b = n (binomiais complementares)
a b

59
3 3 4
2. Observe: + =
1 2 2

3 3 4
+ =
2 3 3

4 4 5
+ =
2 3 3

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

De modo geral:
n–1 n–1 n
+ = (relação de Stifel)
p–1 p p

3. Observe a soma dos elementos de uma mesma linha no triângulo de Pascal:

0
= 1 = 20
0

1 1
+ = 1 + 1 = 2 = 21
0 1

2 2 2
+ + = 1 + 2 + 1 = 4 = 22
0 1 2

3 3 3 3
+ + + = 1 + 3 + 3 + 1 = 8 = 23
0 1 2 3

4 4 4 4 4
+ + + + = 1 + 4 + 6 + 4 + 1 = 16 = 24
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

0 1 2 3 4

6 6 6 6 6 6 6
Qual seria o valor de + + + + + + ?
0 1 2 3 4 5 6

De modo geral, obtém-se:

n n n n n n
+ + + + ... + + = 2n
0 1 2 3 n–1 n

60
4. Embora menos importantes do que as anteriores, existem também as seguintes propriedades:
§ A soma dos n primeiros elementos de uma coluna é igual ao binomial situado imediatamente à direita e abaixo do
último elemento considerado.
De modo geral, obtém-se:

p p+1 p+2 n n+1


+ + + ... + =
p p p p p+1

§ A soma dos n primeiros elementos de uma diagonal é igual ao binomial situado imediatamente abaixo do último ele-
mento considerado.
De modo geral, obtém-se:

n n+1 n+2 n+p n+p+1


+ + + ... + =
0 1 2 p p

DIAGRAMA DE IDEIAS

BINÔMIO DE TRIÂNGULO DE
NEWTON PASCAL

TERMO GERAL
Disposição de números
Tk + 1 = ( ​ n ) xn – k · yk binomiais em formações
k
triangulares

NÚMERO BINOMIAL 1
n    n!
( ​  p ) = _________
p! (n - p)!
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
PROPRIEDADES 1 5 10 10 5 1
Dois números binomiais são iguais
se tiverem o mesmo numerador e:
• as classes forem iguais; ou
• a soma de suas classes
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

for igual ao numerador PROPRIEDADES


1) ( ​ n ) = ( ​ n )
a b
a+b=n
2) Relação de Stifel
n n- n
( ​  p-- 11 ) + ( ​  p1) = ( ​  p )
3) ( ​ n ) + ( ​ n ) + ( ​  n ) + ( ​ n ) + ... + ( ​ n ) + ( ​ n ) = 2n
0 1 2 3 n-1 n

61
1.1. Consequência da definição
Como consequência da definição teórica de probabilidade,
as propriedades são as seguintes:
1. Impossibilidade ou p(∅) = 0
PROBABILIDADE: Uma vez que um evento qualquer A (A subconjunto de W)
ADIÇÃO pode ser escrito como A ∪ ∅ = ∅, a propriedade P3 pode
ser aplicada:
p(A) = p(A ∪ ∅) = p(A) + p(∅) ⇒ p(∅) = 0

p(∅) = 0

MT AULAS 2. Probabilidade do evento complementar



39 E 40 Observe que, se A​
​ é a notação para “complementar de A”:
 
A ∪ A​
​ = W e A ∩ A​
​ =∅
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
Assim:
7 27, 28, 29 e 30 
p(W) = p(A ∪ A​
​)
Aplicadas P2 e P3, obtém-se:

1 = p(A) + p(​A​) ou, equivalentemente,
1. Definição teórica 
p(​A​) = 1 – p(A)
de probabilidade
Considere o fenômeno aleatório do lançamento de uma 3. Propriedade da união de dois eventos
moeda perfeita.
São conhecidas as probabilidades de ocorrência de dois

​ } ⇒ p(W) = 1
W = {C, C​ eventos quaisquer A e B. O que se busca é a probabilidade
  de que ocorra o evento A ∪ B, ou seja, de que p(A) e p(B)
§ Os subconjuntos de W são: ∅, {C}, {​C​} e {C, C​
​ }. sejam conhecidas e de que se encontre uma expressão
para p(A ∪ B).
​ 1 ​  
P(∅) = 0   p({C}) = __
2 Graças à propriedade P3, sabe-se que, se A ∩ B = ∅,
  p(A ∪ B) = p(A) + p(B) e que se A e B são conjuntos quais-
​ 1 ​  p({C, C​
p({​C​}) = __ ​}) = 1 quer, obtém-se:
2

p(A) > 0 para todo A ⊂ W. A = (A ∩ B) ∪ (A ∩ B​​ ) (I)

B = (A ∩ B) ∪ (​A​ ∩ B) (II)

§ Considerando A = {C} e B = {​C​}, A ∩ B = ∅ e  
  A ∪ B = (A ∩ B​​ ) ∪ (A ∩ B) ∪ (​A​ ∩ B)
​ 1 ​ + __
​ )} = p(W) = 1 = __
p(A ∪ B) = p({C} ∪ {​C​}) = p {(C, C​ ​ 1 ​ =
2 2

= p({C}) + p({​C​}) = p(A) + p(B).
Portanto, pode-se teoricamente considerar a probabilida-
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

de como uma função definida nas partes de um conjunto


(espaço amostral W) com valores reais que satisfaz as se-
guintes propriedades:

§ P1: p(A) > 0, para qualquer A ⊂ W

§ P2: p(W) = 1

§ P3: p(A ∪ B) = p(A) + p(B), se A ∩ B = ∅ (eventos


 
mutuamente exclusivos) Uma vez que (A ∩ B​​ ), (A ∩ B) e (​A​ ∩ B) são dois a dois
disjuntos, pode-se aplicar P3 e obter:
Observe que essas três propriedades aparecem no exem-
 
plo anterior. p(A ∪ B) = p(A ∩ B​
​ ) + p(A ∩ B) + p(​A​ ∩ B) (III)

62
Considerando as probabilidades dos eventos A e B em (I) e (II), obtém-se:
 
p(A) = p(A ∩ B) + p(A ∩ B​​ ) ⇔ p(A ∩ B​
​ ) = p(A) – p(A ∩ B) (IV)
 
p(B) = p(A ∩ B) + p(​A​ ∩ B) ⇔ p(​A​ ∩ B) = p(B) – p(A ∩ B) (V)
Substituídos (IV) e (V) por (III), conclui-se que:
p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B) ⇒
⇒ probabilidade da união de dois eventos

Aplicação do conteúdo
1. No lançamento simultâneo de dois dados perfeitos distinguíveis, qual é a probabilidade de que não saia soma 5?
Resolução:
Nesse caso, como já visto, W tem 36 elementos:
W = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), ..., (6, 5), (6, 6)} ⇒ n(W) = 36
Seja A o evento “sair soma 5”:
A = {(1, 4), (2, 3), (3, 2), (4, 1)} ⇒ n(A) = 4
n(A) 4 __1 
p(A) = ____
​   ​ = ___
​   ​ = ​   ​ e p(​A​) = 1 – p(A) = 1 – __ ​ 8 ​
​ 1 ​ = __
n(Ω) 36 9 9 9

​ 8 ​.
A probabilidade de não sair soma 5 é de __
9
2. No lançamento simultâneo de dois dados perfeitos distinguíveis, qual é a probabilidade de que se obtenha soma
par ou soma múltipla de 3?
Resolução:
Nesse caso, já se sabe que:

W = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), ..., (6, 5), (6, 6)} ⇒ n(W) = 36
Evento A: “sair soma par”:
A = {(1, 1), (1, 3), (1, 5), (2, 2), (2, 4), (2, 6), (3, 1), (3, 3), (3, 5), (4, 2),(4, 4), (4, 6), (5, 1), (5, 3), (5, 5), (6, 2), (6, 4), (6, 6)}
Portanto, n(A) = 18.
Evento B: “sair soma múltipla de 3”:
B = {(1, 2), (1, 5), (2, 1), (2, 4), (3, 3), (3, 6), (4, 2), (4, 5), (5, 1), (5, 4), (6, 3), (6, 6)}
Portanto, n(B) = 12.
A intersecção dos eventos A e B representa o evento “sair soma par e múltiplo de 3”. Se feita a intersecção dos conjuntos, obtém-se:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A ∩ B = {(1, 5), (2, 4), (3, 3), (4, 2), (5, 1), (6, 6)} ⇒ n(A ∩ B) = 6
Assim:
​ 18 ​ = __
p(A) = ___ ​ 1 ​ ​ 12 ​ = __
p(B) = ___ ​ 1 ​ ​ 6  ​ = __
p(A ∩ B) = ___ ​ 1 ​
36 2 36 3 36 6
A probabilidade de se obter “soma par ou soma múltipla de 3” é dada por:
p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B) =
1 ​   +
= ​ __ 1 ​   –   
__
 ​  1 ​   
__
​ 
2 3 6
probabilidade de se probabilidade de se probabilidade de se
obter soma par obter soma múltipla obter soma par e
de 3 múltipla de 3

​ 3 ​ + __
= __ ​ 2 ​ – __
​ 1 ​ = __
​ 4 ​ = __
​ 2 ​
6 6 6 6 3

63
3. Ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, qual é a probabilidade de que essa carta seja vermelha ou um ás?

Resolução:
Evento V: “a carta é vermelha”; evento A: “a carta é ás”.
Evento (V ∪ A): “a carta é vermelha ou ás”
p(V ∪ A) = p(V) + p(A) – p(V ∩ A)
Num baralho com 52 cartas, há 26 cartas vermelhas e 26 cartas pretas. Há também 4 ases, dos quais 2 são vermelhos.
Portanto:
​ 26 ​ = __
p(V) = ___ ​ 1 ​ ​ 4  ​ = ___
p(A) = ___ ​  1  ​ p(V ∩ A) = ___
​ 2  ​ = ___
​  1  ​
52 2 52 13 52 26
Assim:
​ 1 ​ + ___
P(V ∪ A) = __ ​  1  ​ – ___
​  1  ​ = ___
​ 14 ​ = ___
​  7  ​
2 13 26 26 13

​ 7  ​.
A probabilidade de a carta retirada ser vermelha ou um ás é de ___
13
4. Se A e B são eventos mutuamente exclusivos e p(A) = 0,25 e p(B) = 0,5, determine:

a) p(​A ∪ B​).
b) p(A ∪ B).

c) p(​A​).

d) p(​B​).
e) A probabilidade do evento “A mas não B”.
Resolução:

a) p(​A ∪ B​) = 1 – p(A ∪ B) =
1 – [p(A) + p(B) – p(A ∩ B)]

p(​A ∪ B​) = 1 – (0,25 + 0,5) = 0,25
Pois p(A ∩ B) = 0, já que (A ∩ B) = ∅ (mutuamente exclusivos).
b) p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B)
= 0,25 + 0,5 – 0 = 0,75.

c) p(​A​) = 1 – p(A) = 1 – 0,25 = 0,75.

d) p(​B​) = 1 – p(B) = 1 – 0,5 = 0,5.

e) “A mas não B” é equivalente a “A e não B”: A ∩ B​​ .

Uma vez que A ∩ B​
​ = A – (A ∩ B), obtém-se

​ ) = p(A) – p(A ∩ B) = 0,25 – 0 = 0,25.
P(A ∩ B​

5. Certa máquina produziu 50 parafusos, dos quais 5 eram defeituosos. Ao retirar ao acaso 3 parafusos, qual é a pro-
babilidade de que:
a) Os três sejam perfeitos?
b) Os três parafusos sejam defeituosos?
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

c) Pelo menos dois sejam defeituosos?


d) Pelos menos um seja defeituoso?
Resolução:
a) Calculando o número de elementos do espaço amostral, n(W) = número de 50 elementos tomados 3 a 3.

50
n(W) = ​  50!  ​ = _____________
= _____ 50 · 49 · 48 · 47!
​     ​
3!47! 3 · 2 · 47!
3
= 50 · 49 · 8

64
Evento A: os três parafusos são perfeitos d) Evento E: “pelo menos um é defeituoso”, que é
o complementar do evento A: “os três são perfeitos”
45 (que é o mesmo de “nenhum é defeituoso”).
n(A) = ​  45!  ​ = _____________
= _____ 45 · 44 · 43 · 42!
​     ​
3!42! 3 · 2 · 42!
3 Assim:

= 15 · 22 · 43 p(E) = p(​A​) = 1 – p(A) = 1 – 0,72398 = 0,27602.
n(A) 15 ⋅ 22 ⋅ 43
p(A) = ____
​   ​= _________
​   ​ ≈ 0,72398 6. Se a probabilidade de sair cara com uma moeda vi-
n(Ω) 50 ⋅ 49 ⋅ 8
ciada é o dobro da probabilidade de sair coroa, qual é a
b) Evento B: os três parafusos defeituosos podem probabilidade de sair cara?
Resolução:
5
ocorrer de maneiras.
Se a moeda é viciada, os eventos elementares não são equipro-
3
váveis. Sabe-se, no entanto, que P(W) = 1. Desse modo: P(C) =

Assim: 2P(​C​) (enunciado).
5 Portanto:
n(B) = ​  5!  ​= 5 · 2 = 10
= ____   1
3 ⋅ P(​C​) = 1 e P(​C​) = __
​   ​
3!2! 3
3
Assim:
n(B)  2
p(B) = ____ ​  10  ​ ≈ 0,0005
​   ​ = ________ P(C) = 1 – P(​C​) = __
​   ​
n(Ω) 50 ⋅ 49 ⋅ 8 3
c) Evento C: pelo menos 2 parafusos são defeituo-
1.2. Resumo das probabilidades calculadas
sos, ou seja, ou 2 ou 3 são defeituosos. Chamando de
D o evento “2 são defeituosos” e de B o evento “três Evento Probabilidade
são defeituosos”, obtém-se C = D ∪ B.
n(A)
A p(A) = ​  ____ ​
p(C) = p(D ∪ B) = p(D) + p(B) – p(D ∩ B) n(Ω)


A​ 1 – p(A)
Como D ∩ B = ∅, p(D ∩ B) = 0, logo:
A∪B p(A) + p(B) – p(A ∩ B)
p(C) = p(D) + p(B).   
​ ∩ B​
A​ ​ p(​A ∪ B​)
Basta calcular p(D).   
​ ∪ B​
A​ ​ p(​A ∩ B​)

5 45 A ∩ B​
​ p(A) – p(A ∩ B)
Para cada escolhas de 2 defeituosos, há possi-
2 1
bilidades para o outro parafuso ser perfeito, ou seja:

5 45
n(D) =
2 1
Assim:

5 45 5 45
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
p(D) = 2 1 = 2 1 =
Probabilidade básica
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

50 50
3 3

​  5!  ​ ⋅ ___
____ ​ 45! ​
2!3!
________
​  44! ​  9  ​ ≈ 0,02296
 ​ = ___
50!
_____
​   ​ 392
3!47!
p(C) = p(D) + p(B) ≈ 0,02296 + 0,0005
= 0,02346. multimídia: site

https://pt.khanacademy.org/math/precalculus/prob-
-comb/basic-prob-precalc/v/basic-probability
65
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O tópico de probabilidade tem grande afinidade com a biologia, mais especificamente com a genética. Os exemplos são
inúmeros, desde a probabilidade de herdar uma doença dos ancestrais e a probabilidade de compatibilidade do material
genético para teste de paternidade até exemplos de casos verificados pela primeira Lei de Mendel (lei de segregação de
fatores). Assim, classificar primeiro os indivíduos entre homozigóticos e heterozigóticos, alelos dominantes e recessivos,
e definir o seu espaço amostral, é um passo fundamental para partir para os cálculos probabilísticos.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 28

Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 28 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de conhecimentos sobre probabilidade.

MODELO 1
(Enem) Em uma central de atendimento, cem pessoas receberam senhas numeradas de 1 até 100. Uma das
senhas é sorteada ao acaso.
Qual é a probabilidade de a senha sorteada ser um número de 1 a 20?
a) 1/100
b) 19/100
c) 20/100
d) 21/100
e) 80/100

ANÁLISE EXPOSITIVA
A senha que se deseja sortear deve ter números de 1 a 20. Então, tem-se vinte números desejáveis em cem
casos totais. Como probabilidade é a razão entre o que desejamos e o todo, o resultado será 20/100.

RESPOSTA Alternativa C
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

66
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROBABILIDADE

ESPAÇO AMOSTRAL W EVENTOS PROVÁVEIS


n(E)
​   ​ = n. o de casos favoráveis ​
o
Conjunto de todos os casos possíveis de um P (E) = ____
n(Ω) n. de casos possíveis
experimento aleatório

CÁLCULOS DAS PROBABILIDADES


EVENTO E
Evento Probabilidade
Subconjunto do espaço amostral
n(A)
A p(A) = ​  ____ ​
n(Ω)

EVENTO COMPLEMENTAR ​A​ 1 – p(A)

Dois ou mais eventos são complementares se A∪B p(A) + p(B) – p(A ∩ B)


  
juntos formam um espaço amostral ​A​ ∩ B​
​ p(​A ∪ B​)
  
​A​ ∪ B​
​ p(​A ∩ B​)

A ∩ B​
​ p(A) – p(A ∩ B)

VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

67
Denota-se por A/B o “evento A condicionado ao fato de
que o evento B já ocorreu”, e, por P(A/B), denota-se a pro-
babilidade condicional de ocorrer A, uma vez ocorrido B.
Nesse exemplo, P(A/B) é a probabilidade de sair cara exa-
PROBABILIDADE tamente duas vezes, dado que saiu cara no primeiro lan-
çamento.
CONDICIONAL Foi visto que:
​ 1 ​
p(A/B) = p(A’) = __
2
Assim:
n(A’) n(A > B)
p(A/B) =____
​   ​ = _______
​   ​

MT AULAS n(B’) n(B)


Ao dividir ambos os termos da fração por n(V) ≠ 0, ob-
41 E 42 tém-se:
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) n(A > B)
_______
​   ​
_______n(V) p(A > B)
7 27, 28, 29 e 30 p(A/B) = ​   ​ = _______
​   ​
n(B)
____ p(B)
​   ​
n(V)
Portanto:
1. Probabilidade condicional p(A > B)
p(A/B) = _______
​   ​ ou p(A > B) = p(A/B) · p(B)
p(B)
Considere a situação a seguir:
Uma moeda foi lançada três vezes. Foi visto que, nesse
caso, o espaço amostral é:
Aplicação do conteúdo
        1. Ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, qual
V = {CCC, CC​C​, C​C​C, C​C​​C​, ​C​CC, ​C​C​C​, ​C​​C​C, ​C​​C​​C​}
é a probabilidade de sair um ás vermelho de copas?
Considere o evento A: o resultado foi cara exatamente
Resolução:
duas vezes.
   Nesse caso, n(V) = 52.
​ 3 ​
A = {CC​C​, C​C​C, ​C​CC} é p(A) = __
8 Evento A: sair ás vermelho
Agora, considere que, ao ser lançada a moeda três vezes, Evento B: sair copas
“o resultado do primeiro lançamento foi cara”. Qual é a O que o problema pede é p(A/B), ou seja, a probabilidade de sair
probabilidade de resultar cara exatamente duas vezes? ás vermelho de copas.
O espaço amostral passa a ser B com: Evento A: {ás de copas, ás de ouros}
     Evento B: {cartas de copas} ä n(B) = 13
B = {CCC, CC​C​, C​C​C, C​C​​C​} e A’ = {CC​C​, C​C​C}
A > B = {ás de copas} ä n(A > B) = 1
Do qual A’ = A > B, e a probabilidade pedida é:
​ 13 ​.
​ 1  ​e p(B) = ___
Assim, p(A > B) = ___
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

n(A’) 2 __1
P(A’) =____
​   ​ = __
​   ​ = ​   ​ 52 52
n(B’) 4 2
Portanto:
A probabilidade do evento “sair cara em ambos os lança-
​  1  ​
___
mentos” foi modificada pela presença do evento condicio- 52 ​  1  ​
P(A/B) = ​   ​ = ___
___
nante “o resultado do primeiro lançamento foi cara”. 13
___
​   ​ 13
52
Definindo: Assim, ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, a pro-
§ evento A: exatamente dois dos três lançamentos dão ​ 1  ​.
babilidade de sair ás vermelho de copas é de ___
   13
cara é A = {CC​C​, C​C​C, ​C​CC}
2. Uma família planejou ter 3 crianças. Qual é a probabi-
§ evento B: o primeiro lançamento dá cara é B = {CCC, lidade de que a família tenha 3 homens, uma vez que a
  
CC​C​, C​C​C, C​C​​C​} primeira criança que nasceu é homem?

68
Resolução: 1.1. Eventos independentes
Nesse caso, ao classificar M de mulher e H de homem, obtém-se:
O conceito de independência de eventos é muito relevante
V = {HHH, HHM, HMM, MMM, MMH, em probabilidade. Analisando um exemplo, será definido o
MHH, HMH, MHM} ä n(V) = 8 que são eventos independentes.
Evento A: a família tem 3 homens ä A = {HHH} Considere o experimento “lançar dois dados perfeitos de
Evento B: a primeira criança é homem ä cores diferentes”. Seja A o evento “sair o 6 no primeiro
ä B = {HHH, HHM, HMH, HMM} dado”, e B, “sair o 3 no segundo dado”.
A > B = {HHH}; p(A > B) = __ ​ 1 ​; p(B) = __​ 4 ​ = __
​ 1 ​ Observe que:
8 8 2

p(A > B) __ ​ 1 ​


__ § n(V) = 36
_______
P(A/B) = ​  8 ​ 1 ​
 ​ = ​   ​ = __
p(B) __1
​   ​ 4 § A = {(6, 1), (6, 2), (6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}
2
3. Dois dados perfeitos são lançados. Qual é a probabi- § B = {(1, 3), (2, 3), (3, 3), (4, 3), (5, 3), (6, 3)}
lidade de sair soma 8, uma vez que, no primeiro dado,
​ 6  ​ = __
§ p(A) = ___ ​ 1 ​
ocorreu o 3? 36 6
Resolução: ​ 6  ​ = __
§ p(B) = ___ ​ 1 ​
36 6
V = {(1, 1), (1, 2), ..., (6, 5), (6, 6)} ä n(V) = 36 § A > B = {(6, 3)} ä p(A > B) = ___ ​ 1  ​
36
Evento A: sair soma 8 ä A = {(2, 6), (3, 5),
​  1  ​
___
(4, 4), (5, 3), (6, 2)} 36
§ p(B/A) = P(B > A)/P(A) = ​   ​ = __
___ ​ 1 ​
__1
​   ​ 6
Evento B: sair 3 no primeiro dado ä B = {(3, 1), (3,2), (3,3), 6
(3,4), (3,5), (3,6)}
Dessa forma, p(B) = p(B/A) = __​ 1 ​, isto é, a probabilidade de
6
​ 1  ​; p(B) = ___
A > B = {(3,5)}: p(A > B) = ___ ​ 6  ​ = __
​ 1 ​ “sair 3 no segundo dado” não foi afetada pelo fato de
36 36 6
“sair 6 no primeiro dado”. Em outras palavras: a probabili-
p(A > B) ___ ​  1  ​
___
36 dade de ocorrer B não dependeu da ocorrência de A.
_______
P(A/B) = ​   ​ = ​   ​ = __​ 1 ​
p(B) __1
​   ​ 6
6 Nesse caso, afirma-se que A e B são eventos independen-
tes. A probabilidade de ocorrer um deles não depende do
4. Numa população de 500 pessoas, 280 são mulheres
fato de ter ou não ocorrido o outro.
e 60 exercem a profissão de advogado, 20 das quais
do sexo feminino. Tomando ao acaso uma dessas pes- Desse modo, também é verdade que p(A) = p(A/B).
soas, qual é a probabilidade de que, se for mulher, seja p(A > B)
Portanto, como p(A/B) = _______
​   ​, obtém-se:
advogada? p(B)

Resolução: p(A > B) = p(A/B) · p(B) = p(A) · p(B)


p(A)
Evento A: a pessoa exerce advocacia
Evento B: a pessoa é do sexo feminino Assim, o fato de A e B serem eventos independentes é
equivalente a dizer que p(A > B) = p(A) · p(B).
Procurando p(A/B)
Em razão disso, a definição é:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Dois eventos A e B de um espaço amostral V (com


p(A) ≠ 0 e p(B) ≠ 0) são independentes somente se
p(A/B) = p(A). De modo equivalente:
p(A > B) = p(A) · p(B)
De outro modo: em vez de estudar toda a população, é possí-
vel se restringir às mulheres e perguntar qual é a probabilidade Pode-se afirmar, portanto, que dois eventos A e B são de-
de que uma mulher tomada ao acaso seja advogada. Assim: pendentes se p(A > B) ≠ p(A) · p(B).

​ 20  ​ = ___
P(A/B) = ___ ​  1  ​
280 14

69
Caso ocorra mistura de sexos, por exemplo, 3 meninos e 1
Aplicação do conteúdo menina, 2 meninos e 2 meninas, etc., e se não for especifi-
1. Considere uma cria de cachorros com 3 filhotes. Se- cada a ordem de ocorrência, aplica-se o método binomial.
jam os eventos A (obtenção de pelo menos dois ma- Para isso, é preciso retomar as potências do binômio (a + b)n,
chos) e B (obtenção de pelo menos um de cada sexo). conhecidas como binômio de Newton:
Os eventos A e B são independentes? Por quê?
(a + b)1 = 1a + 1b
Resolução:
m: macho; f: fêmea (a + b)2 = (a + b)(a + b) = a2 + ab +
ba + b2 = 1a2 + 2ab + 1b2
V = {mmm, mmf, mfm, fmm, mff, fmf, ffm, fff}
(a + b)3 = (a + b)2 (a + b) = 1a3 + 3a2 b + 3ab2 + 1b3
A = {mmm, mmf, mfm, fmm} ä p(A) = __ ​ 1 ​
2
(a + b)4 = (a + b)3 (a + b) = 1a4 +
B = {mmf, mfm, fmm, fmf, ffm} ä p(B) = __ ​ 3 ​
4 4 a3b + 6a2b2 + 4ab3 + 1b4
A > B = {mmf, mfm, fmm} ä p(A > B) = __ ​ 3 ​
8
(a + b)5 = (a + b)4(a + b) = 1a5 + 5a4b
​ 3 ​ = __
Assim: __ ​ 3 ​.
​ 1 ​ · __
8 2 4 + 10a3b2 + 10a2b3 + 5ab4 + 1b5
Uma vez que p(A > B) = p(A) · p(B), A e B são independentes.
Os coeficientes são os elementos do triângulo de Pascal,
2. Uma fábrica produz três produtos, A, B e C. Qual é a
conhecidos como números binomiais:
probabilidade de se selecionar, ao acaso, um produto de-
feituoso A, se 30% dos produtos produzidos pela fábrica 1
são produtos A e 5% dos produtos A são defeituosos?
1 1
Resolução:
1 2 1
D: selecionar produto defeituoso
D > A: selecionar produto defeituoso A 1 3 3 1

​ 30  ​ = ___
p(A) = ___ ​  3  ​ ​  5  ​ = ___
p(D/A) = ___ ​  1  ​ 1 4 6 4 1
100 10 100 20
​  3  ​ =
​ 1  ​ · ___
p(D > A) = p(D/A) · p(A) = ___ 1 5 10 10 5 1
20 10
​  3  ​= 1,5%
= ___ Pode ser escrito assim:
200
Portanto, p(D > A) = 1,5%. ​ ​ __0 ​  ​
0 ()
3. São realizados dois lançamentos sucessivos de um ​( ​ __1 ​  )​ ​( ​ __1 ​  )​
0 1
dado perfeito. Qual é a probabilidade de ocorrer o nú-
mero 5? ​( ​ __2 ​  )​ ​( ​ __2 ​  )​ ​( ​ __2 ​  )​
0 1 2
​( ​ __3 ​  )​ ​( ​ __3 ​  )​ ​( ​ __3 ​  )​ ​( ​ __3 ​  )​
Resolução:
0 1 2 3
​ 1 ​
A: ocorrência de 5 no primeiro lançamento ä p(A) = __
​( ​ __4 ​  )​ ​( ​ __4 ​  )​ ​( ​ __4 ​  )​ ​( ​ __4 ​  )​ ​( ​ __4 ​  )​
6
​ 1 ​
B: ocorrência de 5 no segundo lançamento ä p(B) = __ 0 1 2 3 4
6
​( ​ __5 ​  )​ ​( ​ __5 ​  )​ ​( ​ __5 ​  )​ ​( ​ __5 ​  )​ ​( ​ __5 ​  )​ ​( ​ __5 ​  )​
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A e B são independentes. Procurando p(A > B).


0 1 2 3 4 5
​ 1 ​ · __
p(A > B) = p(A) · p(B) = __ ​ 1 ​ = ___
​  1  ​
6 6 36
Em que, como já foi visto:
1.2. O método binomial ​ ​ __n ​  ​ = ________
​  n!  ​ ou ​
An,k
 ​ __n ​  ​ = ___
O método do produto de probabilidade é aplicado para
() k k!(n – k)! k k!
​   ​ ()
calcular a probabilidade de todas as crianças de uma Trata-se do número total de combinações de n objetos to-
família serem meninos ou todas serem meninas. Se um mados k a k, ou seja, é o número de subconjuntos de k
casal planejou ter 4 filhos, a probabilidade de que todos elementos tomados de um conjunto com n elementos.
sejam meninos é:
​  1 ​ · __
__ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = ___
​  1  ​
2 2 2 2 16

70
Observe a seguir como aplicar o método binomial. Assim:
1. Considere uma família com duas crianças. § p(MMM) = p(M) · p(M) · p(M) = p · p · p = p3
Seja M o nascimento de um menino e F o nascimento de
uma menina: § p(MMF) = ppq = p2q

§ p(M) = p = __ ​ 1 ​ § p(MFM) = pqp = p2q


2 p+q=1
​ 1 ​
§ p(F) = q = __ § p(FMM) = q ·p ·p = p2q
2
§ V = {MM, MF, FM, FF} § p(MFF) = pqq = pq2

Uma vez que é sabido, experimentalmente, que cada § p(FMF) = qpq = pq2
nascimento é independente de nascimentos anteriores,
§ p(FFM) = qqp = pq2
obtém-se:
§ p(FFF) = qqq = q3
§ p(MM) = p(M) · p(M) = p · p = p2 = __ ​ 1 ​
4 Desconsiderada a ordem do nascimento, as possibilidades
§ p(MF) = p(M) · p(F) = p · q = __ ​ 1 ​ = __
​ 1 ​ · __ ​ 1 ​ se reduzem para MMM, MMF, MFF e FFF, e as probabilida-
2 2 4
des correspondentes se reduzem para:
§ p(FM) = p(F) · p(M) = q · p = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __ ​ 1 ​
2 2 4
§ p(MMM) = p3
§ p(FF) = p(F) · p(F) = q · q · q2 = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __ ​ 1 ​
2 2 4
Observe que a probabilidade total é igual a 1: § p(MMF) = 3p2q

​ 1 ​ + __
__ ​ 1 ​ + __
​ 1 ​ + __
​ 1 ​= 1 § p(MFF) = 3pq2
4 4 4 4
Sem considerar a ordem dos nascimentos, pode-se escrever: § p(FFF) = q3
p2 + 2pq + q2 = 1 Essas probabilidades podem ser escritas da seguinte ma-
neira:
probabilidade de probabilidade de probabilidade de
nascerem dois nascerem nascerem duas p3 + 3p2q + 3pq2 + q3 = 1
meninos 1 menino e meninas
1 menina Trata-se da expressão do binômio (p + q)3 = 1.
MM MF + FM FF Portanto, é possível dizer que:

Assim: § A probabilidade de que as 3 crianças sejam meninos é:


​ 1 ​ · __
p3 = p · p · p = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __
​ 1 ​
§ a probabilidade de nascerem dois meninos é p2, ou 2 2 2 8
seja: § A probabilidade de que nasçam 2 meninos e 1 menina é:
​  1 ​ · __
__ ​ 1 ​ = __ ​ 1 ​
2 2 4 ​ 1 ​ · __
3p2q = 3ppq = 3 · __ ​ 1 ​ · __ ​ 3 ​
​ 1 ​ = __
2 2 2 8
§ a probabilidade de nascer um menino e uma menina
(sem considerar a ordem) é 2pq, ou seja: § A probabilidade de que nasçam 1 menino e 2 meninas é:

2 · __ ​ 1 ​ · __​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ ​ 1 ​ · __


3pq2 = 3pqq = 3 · __ ​ 1 ​ · __ ​ 3 ​
​ 1 ​ = __
2 2 2 2 2 2 8
§ a probabilidade de nascerem duas meninas q2, ou seja: § A probabilidade de que nasçam 3 meninas é:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

__​  1 ​ · __​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ q3 = qqq = __ ​ 1 ​ · __​ 1 ​ · __ ​ 1 ​


​ 1 ​ = __
2 2 4 2 2 2 8
Observe que: Observe que:
​ 3 ​ + __
​ 1 ​ + __
__ ​ 3 ​ + __ ​ 1 ​ = __ ​ 8 ​= 1
() ()
0 1()
1p2 + 2pq + 1q2 = ​ ​ __2 ​  ​ p2 + ​ ​ __2 ​  ​pq + ​ ​ __2 ​  ​ q2
2
Note também que:
8 8 8 8 8

= (p + q)2 = 12 = 1
1p3 + 3p2q + 3 pq2 + 1q3
2. Considere o nascimento de três crianças e as mesmas
representações do exemplo anterior. () ()
0 1 ()
2 ()
= ​ ​ __3 ​  p​ 3 + ​ ​ __3 ​  p​ 2q + ​ ​ __3 ​  p​ q2 + ​ ​ __3 ​  q​ 3
3
Nesse caso, as possibilidades de nascimento são dadas por:
V = {MMM, MMF, MFM, FMM, MFF, FMF, FFM, FFF}

71
Generalizando, a probabilidade de nascerem n crianças, Segunda maneira: realizar as devidas substituições na fórmula
das quais k sejam meninos e n – k sejam meninas numa geral e os cálculos.
família, é dada por: Para exemplificar, observe a resolução do item b. Qual é a proba-
p(k meninos, n – k meninas) = ​ ​ __n ​  p​ kqn – k() bilidade de nascerem 3 meninos e 1 menina?
k
Ao aplicar essa fórmula, está sendo utilizado o método ​ 1 ​
n = 4, k = 3, n – k = 4 – 3 = 1 e p = q = __
2
binomial.
( )( ) ( )
3
Assim: P(3M, 1F) = ​ ​ __4 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = ________
​  4!  ​ · __
​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __
​ 1 ​
Essa probabilidade é um termo da expansão binomial 3 2 2 3!(4 – 3)! 8 2 4
(p + q)n.
1.3. Outras aplicações do
método binomial
Aplicação do conteúdo
O método binominal pode ser aplicado em problemas
1. Um casal pretende ter 4 filhos e quer saber qual é a cujas estruturas sejam análogas às estruturas dos seguin-
probabilidade de nascerem: tes exemplos:
a) 4 meninos; 1. Um dado é jogado 7 vezes. Qual é a probabilidade de
b) 3 meninos e 1 menina; sair o número 5 quatro vezes?
c) 2 meninos e 2 meninas;
d) 1 menino e 3 meninas; e
Probabilidade de sair o 5 em cada jogada: p = __ ​ 1 ​
6
e) 4 meninas. Probabilidade de não sair o 5 em cada jogada: q = 1 – p = __ ​ 5 ​
6
( )( ) ( )
4 3
Resolução: Probabilidade de sair o 5 em 4 das 7 jogadas: ​ ​ __7 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __5 ​  ​
4 6 6
Nesse caso, n = 4. Há duas maneiras de resolver o problema. 54
_____· 7
= ​  7 ​= 1,56%
Primeira maneira: desenvolver (p + q)4 para obter p4 + 6
4p3q + 6 p2q2 + 4pq3 + q4 e efetuar os cálculos.
2. Uma prova é constituída de 10 exercícios em forma de
a) 4 meninos. A probabilidade é dada por p4. teste com 5 alternativas em cada teste. Caso um aluno
Uma vez que p = __​ 1 ​, obtém-se ​ ​ __
2 2 () ( )
1 ​  4​ = ​ ​ ___
1  ​  .​
16
“chute” todas as respostas, qual será a probabilidade de
ele acertar 6 exercícios?
b) 3 meninos e 1 menina. A probabilidade é dada por
4p3q. Observe a correspondência: ​ 1 ​
Probabilidade de acertar uma questão: p = __
5
3 meninos  e  1 menina Probabilidade de errar (não acertar) uma questão:
ç ç
o expoente do p é 3 o expoente do q é 1 ​ 4 ​
q = 1 – p = __
5
Uma vez que p = q = __ ​ 1 ​, obtém-se 4p3q
2 Probabilidade de acertar 6 das 10 questões: ​ ​ ___
6 5 5 ( )( ) ( )
10 ​  ​ ​  ​ __1 ​  6​ ​ ​ __4 ​  4​

()
3
1
__ 1
__
= 4 ​ ​   ​  ​ · ​   ​ = ​   ​ . 1
__
2 2 4 Generalizando:
c) 2 meninos e 2 meninas. A probabilidade é dada § Uma experiência é realizada n vezes, independente-
por 6p2q2.
mente.
Observe a correspondência outra vez. Isso sempre
ocorre. § Em cada uma das n vezes, um evento A tem probabi-
Uma vez que p = q = __ ​ 1 ​, obtém-se 6p2q2
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2 lidade p de ocorrer.

( )( )
2 2
1
__ 1
__ 3
__
= 6 ​ ​   ​  ​ ​ ​   ​  ​ = ​   ​. § A probabilidade de A não ocorrer em cada vez é dada
2 2 8
por q = 1 – p.
d) 1 menino e 3 meninas. A probabilidade é dada por

( )( )
4pq3 = 4 ​ ​ __
2 2
1 ​  3​ = __
1 ​  ​ ​  ​ __ ​ 1 ​
4
§ A probabilidade de A ocorrer em k das n vezes é dada
por ​ ​ __n ​  ​ pkqn – k.
e) 4 meninas. A probabilidade é dada por k ()
()1 ​  4​ = ___
q4 = ​ ​ __
2
​ 1  ​
16 Aplicação do conteúdo
Observe que:
1. Uma moeda é lançada 8 vezes. Qual é a probabilidade
​  1  ​ + __
___ ​ 1 ​ + __ ​ 3 ​ + __
​ 1 ​ + ___
​  1  ​= 1
16 4 8 4 16 de sair cara 5 vezes?

72
Resolução:
Em cada lançamento:
​ 1 ​; e
§ a probabilidade de sair cara é p = __
2
§ a probabilidade de não sair cara é q = 1 – __​ 1 ​ = __
​ 1 ​.
2 2
Assim, a probabilidade de sair cara 5 vezes é:

( )( ) ( )
5 3
​ ​ __8 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = ____
​  8!  ​ · ___
​  1  ​ · __
​ 1 ​ = ___
​  7  ​= 0,21875 = 21,875%
5 2 2 5!3! 32 8 32
Portanto, ao lançar uma moeda 8 vezes, a probabilidade de sair cara 5 vezes é de ___ ​ 7  ​(aproximadamente 22%).
32

2. Aplicações de probabilidade à genética


A genética é provavelmente o ramo da Biologia que mais utiliza conceitos matemáticos da teoria das probabilidades. Consi-
derando que a probabilidade trabalha com eventos aleatórios, não há nada mais aleatório do que o encontro de dois tipos
de gametas com genes determinantes. Um indivíduo heterozigoto para determinada característica (Aa) forma dois tipos de
espermatozoides: A e a. Se uma mulher também for heterozigota, poderá formar óvulos A e a. O fato de o espermatozoide
A ou a ser o responsável pela fecundação depende apenas do acaso, bem como depende apenas do acaso o fato de a célula
feminina A ou a ser a fecundada.
Recorde o esquema.

Recorde o quadro de possibilidades com suas respectivas probabilidades.

Aplicação do conteúdo
1. Um casal heterozigoto com pigmentação normal teve como primeiro descendente uma criança albina.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a) Qual é a probabilidade de que seus próximos dois filhos sejam albinos?


Resolução:
O fato de a primeira criança ser albina não influenciará a hereditariedade das futuras crianças. Trata-se, portanto, de eventos inde-
pendentes. Lembre-se de que o albinismo é determinado por um gene recessivo a.

73
Portanto, a probabilidade de cada criança ser albina, Assim:
em qualquer nascimento, é de __​ 1 ​ou 25%. Assim:
4 P(ser mudo ou ser cego) = p(A ou B)
p(segunda criança será albina) = __ ​ 1 ​ = p(A) + p(B) – p(A e B)
4
​ 1 ​
p(terceira criança será albina) = __ = 0,0050 + 0,0085 – 0,0006
4
= 0,0129
​ 1 ​ · __
p(segunda e terceira crianças serão albinas) = __ ​ 1 ​ = ___
​  1  ​ ou
4 4 16
6,2% 4. João e sua esposa Maria têm pigmentação normal.
b) Qual é a probabilidade de que seus próximos dois João é filho de um homem de pigmentação normal e
filhos tenham pigmentação normal? de mulher albina; Maria é filha de uma mulher de pig-
Resolução: mentação normal e de pai albino. Qual é a probabilida-
de de João e Maria terem uma criança albina do sexo
A probabilidade de que cada um dos seus próximos dois fi-
masculino?
lhos tenha pigmentação normal é de __ ​ 3 ​ ou 75%, uma vez
4 Resolução
​ 1 ​ AA + __
que __ ​ 1 ​Aa, ou seja, __
​ 1 ​ + __ ​ 3 ​.
​ 1 ​ = __
4 2 4 2 4
Assim:
p(segunda e terceira crianças terão pigmentação normal)
​ 3 ​ · __
= __ ​ 3 ​ = ___
​  9  ​ou 56%
4 4 16
c) Qual é a probabilidade de pelo menos um dos seus
próximos dois filhos ser albino e menino?
Resolução:
Assim:
A probabilidade de pelo menos um dos próximos dois filhos
​ 1 ​e p(sexo masculino) = __
p(criança albina) = __ ​ 1 ​
ser albino é: 4 2
Uma vez que os eventos “ser criança albina” e “ser do sexo mas-
​ 9  ​ = ___
1 – ___ ​  7  ​ou 43%
16 16 culino” são independentes, obtém-se:
Uma vez que a probabilidade de ser menino é de __ ​ 1 ​, a pro-
2 ​ 1 ​ · __
p(ser criança albina do sexo masculino) = __ ​ 1 ​ = __
​ 1 ​ou 12,5 %.
babilidade de pelo menos uma criança ser menino e albina é: 2 4 8

​ 1 ​ · ___
__ ​  7  ​ = ___
​  7  ​ou 21% 5. A queratose (anomalia na pele) é causada por um
2 16 32 gene dominante Q. Uma mulher com queratose, cujo
2. Num cruzamento Aa x Aa, sabe-se que as combina- pai não possuía a anomalia, casa-se com um homem
ções AA, Aa, aA e aa são igualmente prováveis, cada com queratose, cuja mãe não apresentava queratose.
uma com probabilidade de ​ 1
__ ​. Sabe-se também que Aa
Se esse casal tiver dois filhos, qual será a probabilidade
4
e aA não podem ser distinguidas biologicamente. Qual de os dois apresentarem queratose?
é a probabilidade de ocorrer Aa ou aA?
Resolução:
Resolução:
​ 1 ​; p(aA) = __
Dado que: P(Aa) = __ ​ 1 ​.
4 4
Aa e aA são mutuamente exclusivos ä p(Aa > aA) = 0. Assim:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ 1 ​ + __
p(Aa ou aA) = __ ​ 1 ​– 0 = __
​ 2 ​ = __
​ 1 ​
4 4 4 2

3. Numa população humana, a probabilidade de mudos


é estimada em 0,005, a probabilidade de cegos, em
0,0085, e a probabilidade de mudos e cegos, em 0,0006. ​ 3 ​. Como o evento “pri-
Portanto, p(cada criança ter queratose) = __
Qual é a probabilidade que um indivíduo, tomado ao 4
meira criança ter queratose” é independente do evento “segun-
acaso, seja mudo ou cego?
da criança ter queratose”, obtém-se:
Resolução: ​ 3 ​ · __
p(as duas crianças terem queratose) = __ ​ 3 ​ = ___
​  9  ​ou 56%
4 4 16
Nesse caso, “ser mudo” não exclui a possibilidade de “ser cego”;
portanto, os eventos não são mutuamente exclusivos.

74
6. No homem, o albinismo é determinado por um gene
recessivo a, ao passo que a pele normal é determinada
pelo alelo dominante A. Um casal de pigmentação normal
tem um filho albino. Calcule o que se pede em cada item:
a) Qual a probabilidade de aparecer na descendência
uma filha de pigmentação normal?
Resolução:
Situação genética:
Pai   ×   Mãe
Aa Aa
​ 1 ​AA
__ ​ 2 ​Aa
__ ​ 1 ​ aa
__
4 4 4

​ 3 ​ normais albino


__
4

Probabilidade de ser do sexo feminino = __ ​ 1 ​


2
Probabilidade de ser de pigmentação normal = __ ​ 3 ​
4
Probabilidade combinada = __​ 3 ​ · __ ​ 3 ​
​ 1 ​ = __
4 2 8
b) Se o casal tiver quatro filhos, qual a probabilida-
de de três serem de pigmentação normais e um ser
albino?
Resolução:
(p + q)4 = p4 + 4p3q + 6 p2q2 + 4 pq3 + q4

()
3
4p3q = 4 ​ ​ __3 ​  ​ · __ ​ 1 ​= 4 · ___
​ 27 ​ · __
​ 1 ​ = ___​ 27 ​
4 4 64 4 64
ou

( )( ) ( )
3 1
​ ​ __4 ​  ​ ​  ​ __3 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = 4 · ___
​ 27 ​ · __
​ 1 ​ = ___ ​ 27 ​
3 4 4 64 4 64

VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

75
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 28

Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 28 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de conhecimentos sobre probabilidade.

MODELO 1
(Enem) Numa escola com 1.200 alunos foi realizada uma pesquisa sobre o conhecimento desses em duas
línguas estrangeiras, inglês e espanhol.
Nessa pesquisa, constatou-se que 600 alunos falam inglês, 500 falam espanhol e 300 não falam qualquer um
desses idiomas.
Escolhendo-se um aluno dessa escola ao acaso e sabendo-se que ele não fala inglês, qual a probabilidade de
que esse aluno fale espanhol?
a) 1/2 b) 5/8 c) 1/4 d) 5/6 e) 5/14

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhecimentos
sobre probabilidade para a sua resolução.
Total de alunos = 1200
A partir do diagrama de Venn, tem-se:
(600 – x) + x + (500 – x) + 300 = 1200
⇒ –x = 1200 – 600 – 500 – 300
x = 200
Assim, os alunos que não falam inglês somam: 300 + 300 = 600.

A probabilidade de um aluno que não fala inglês falar espanhol é:


300/600 = 1/2

RESPOSTA Alternativa A
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

76
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROBABILIDADE
EVENTOS INDEPENDENTES
CONDICIONAL

Probabilidade de ocorrer A e B são eventos independentes


um evento A, sabendo-se se um deles não depende do fato
que já ocorreu o evento B de ter ou não ocorrido o outro
P(A/B) =
P(A>B) P(A>B) = P(A) . P(B)
P(B)

VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

77
1. Introdução
Pesquisas são muito comuns em diversas atividades hu-
manas.

§ As indústrias costumam realizar pesquisas entre os


ESTATÍSTICA consumidores antes do lançamento de um novo pro-
duto no mercado.

§ As pesquisas eleitorais fornecem elementos para que


os candidatos direcionem a campanha.

§ A pesquisa do desempenho dos atletas ou das equipes


em uma partida ou em um campeonato interfere no

MT AULAS
43 E 44
planejamento dos treinamentos.

§ Para organizar sua programação, emissoras de TV


COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) utilizam pesquisas que mostram a preferência dos
7 27, 28, 29 e 30
espectadores.
A realização de uma pesquisa compreende muitas etapas,
como escolha da atmosfera, coleta e organização de da-
dos (informações), resumo dos dados (em tabelas, gráficos,
etc.) e interpretação dos resultados.
A parte da Matemática que trata desses assuntos é a Estatística. A seguir, serão estudadas noções de Estatística, como a cons-
trução e a interpretação de gráficos como estes:
Intenção de voto por escolaridade do eleitor (em %)

2. Termos de uma pesquisa estatística


2.1. População e amostra
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Caso se deseje saber qual a disciplina favorita entre os alunos de uma classe, é possível consultar todos os alunos dessa classe.
No entanto, isso não é possível quando se pretende pesquisar sobre a intenção de voto dos eleitores do estado de São Paulo,
uma vez que não é possível consultar todos os eleitores que constituem o universo estatístico.
Recorre-se, então, ao que se chama de atmosfera, ou seja, um grupo de eleitores que, consultado, permite que se chegue ao
resultado mais próximo possível da realidade.
É comum aparecer na publicação das pesquisas quantos eleitores foram consultados, uma vez que a escolha da atmosfera
(quantos e quais eleitores) é fundamental para o resultado.
Será chamado de U o universo estatístico e de A uma amostra:
A,U

78
2.2. Indivíduo ou objeto Aplicação do conteúdo
Cada elemento que compõe a amostra é um indivíduo ou ob-
jeto. Na pesquisa de intenção de voto, os indivíduos são pesso- 1. Observe a pesquisa (enquete), encontrada em um site
as. Se uma pesquisa considerar marcas de lâmpadas para tes- de esportes, em 12 de junho de 2007, sobre a expecta-
tiva dos internautas a respeito da ausência de alguns
tar sua durabilidade, cada marca será um objeto da pesquisa. jogadores na Copa América.

2.3. Variável
Uma indústria automobilística que pretende lançar um
novo modelo de carro faz uma pesquisa para sondar a pre-
ferência dos consumidores sobre o tipo de combustível, o
número de portas, a potência do motor, o preço, a cor, o
tamanho, etc. Cada uma dessas características é uma vari-
ável da pesquisa.
Na variável “tipo de combustível”, a escolha pode ser entre Nota: o resultado dessa enquete promovida pelo UOL Espor-
álcool e gasolina. Esses são valores ou realizações da vari- te refere-se a frequentadores do site e não tem valor científico.
ável “tipo de combustível”. Por que o aviso de que o resultado da enquete não tem
valor científico?
2.4. Variável qualitativa Resolução:
Numa pesquisa com pessoas, as variáveis consideradas Porque a pesquisa não foi feita com um universo estatís-
podem ser sexo, cor de cabelo, esporte favorito e grau de tico (população) generalizável, de modo que seu resulta-
instrução. Nesse caso, as variáveis, que são qualitativas, do é muito específico. Ela se refere apenas à população
apresentam como possíveis valores uma qualidade (ou de usuários da internet, aos frequentadores do site. Seria
atributo) dos indivíduos pesquisados.
inadequado dizer que aproximadamente 61% da popula-
As variáveis qualitativas também podem ser ordinais, caso ção brasileira acredita que Kaká fará muita falta na Copa
exista uma ordem nesses valores, ou nominais, caso não América, sabendo que o perfil da população brasileira é
ocorra essa ordem. “Grau de instrução” é uma variável diferente do perfil dos usuários da internet.
qualitativa ordinal, uma vez que seus valores podem ser
ordenados (fundamental, médio, superior, etc.). 2.6. Frequência absoluta e
frequência relativa
2.5. Variável quantitativa
Considere que entre um grupo de turistas em excursão te-
As variáveis de uma pesquisa, como altura, peso, idade em nha sido realizada uma pesquisa sobre a nacionalidade de
anos e números de irmãos são quantitativas, uma vez que
cada um e que o resultado dela tenha sido o seguinte:
seus possíveis valores são númericos.
Pedro: brasileiro; Ana: brasileira; Ramón: espanhol; Laura:
As variáveis quantitativas podem ser discretas, tratando-se
espanhola; Cláudia: brasileira; Sérgio: brasileiro; Raul: argen-
de contagem (números inteiros), ou contínuas, tratando-se
tino; Nelson: brasileiro; Silvia: brasileira; Pablo: espanhol.
de medida (números reais).
O número de vezes que um valor variável é citado repre-
§ “Número de irmãos” é uma variável quantitativa dis-
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

senta a frequência absoluta desse valor.


creta que pode ser contada (0, 1, 2, etc.).
No exemplo, a variável é “nacionalidade”, e a frequência
§ “Altura” é uma variável quantitativa contínua que pode absoluta de cada um de seus valores é: brasileira: 6; espa-
ser medida (1,55 m, 1,80 m, 1,73 m, etc.). nhola: 3; e argentina: 1.
Quadro-resumo dos tipos de Há também a frequência relativa, que registra a frequência
variáveis de uma pesquisa absoluta em relação ao total de citações.
No exemplo, tem-se:

§ frequência relativa da nacionalidade brasileira: 6 em 10


​  6  ​ ou __
ou ___ ​ 3 ​ou 0,6 ou 60%;
10 5

79
§ frequência relativa da nacionalidade espanhola: 3 em Renato: 14 a., 46,0 kg e 1,72 m
​ 3  ​ou 0,3 ou 30%; e
10 ou ___ Roberto: 14 a., 47,0 kg e 1,69 m
10
§ frequência relativa da nacionalidade argentina: 1 em Saul: 14 a., 51,0 kg e 1,73 m
​ 1  ​ou 0,1 ou 10%.
10 ou ___ Sérgio: 14 a., 49,0 kg e 1,66 m
10
É possível associar a frequência relativa de um evento à
probabilidade de que ele ocorra. Quando o número total 2.8.1. Primeira situação
de citações é suficientemente grande, a frequência relativa Ao elaborar a tabela de frequência da variável “idade”, apa-
se estabiliza em torno de um número que expressa a pro- recem como possíveis valores 14 anos, 15 anos e 16 anos.
babilidade de ocorrência desse evento.
Idade FR FR
Contagem FA
(anos) (fração) (%)
2.7. Tabela de frequências
14 13 ​  13
___  ​ 65
A tabela que mostra a variável e suas realizações (valores), 20
com as frequências absoluta (FA) e relativa (FR), é denomi-
15 4 4  ​ = ​  1__ ​
​  ___ 20
nada tabela de frequências. 20 5

3  ​
​  ___
Nacionalidade FA FR 16 3
20
15

Brasileira 6 60% Total 20 1 100


Espanhola 3 30%

Argentina 1 10% 2.8.2. Segunda situação


Total 10 100%
Para a variável “altura”, aparecem muitos valores diferen-
tes, o que torna inviável que conste na tabela uma linha
2.8. Tabelas de frequências das para cada valor. Em casos como esse, agrupam-se os valo-
variáveis quantitativas res em intervalos (ou classes).
Como foi visto, a variável quantitativa tem seus possíveis 1. Calcula-se a diferença entre a maior e a menor altura re-
valores indicados por números. Na elaboração dessas tabe- gistrada para obter-se a amplitude total (1,79 – 1,62 m =
las de frequências, podem ocorrer duas situações. 0,17 m).
Considere como exemplo um grupo de alunos. Eles tiveram 2. Escolhe-se o número de intervalos (geralmente superior a
as idades (em anos), o “peso” (em quilogramas) e a altura quatro) conveniente (um pouco acima da amplitude total) e
(em metros) registrados: determina-se a amplitude de cada intervalo (classe). Nesse
Alberto: 14 a., 49,0 kg e 1,73 m caso, para 6 intervalos registra-se 0,18 m : 6 = 0,03 m.
Alexandre: 14 a., 46,5 kg e 1,66 m 3. Elabora-se a tabela de frequências:
Carlos: 16 a., 53,0 kg e 1,78 m
Altura FR FR
Cláudio: 15 a., 50,0 kg e 1,75 m Contagem FA
(em classes) (decimal) (%)
Eduardo: 14 a., 51,0 kg e 1,68 m
1,62 1,65 2 0,10 10
Flávio: 15 a., 49,0 kg e 1,70 m
Geraldo: 14 a., 44,0 kg e 1,62 m
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

1,65 1,68 3 0,15 15


Gilberto: 15 a., 51,0 kg e 1,72 m
Hélio: 14 a., 48,3 kg e 1,68 m 1,68 1,71 6 0,30 30

José Carlos: 16 a., 52,0 kg e 1,79 m


1,71 1,74 4 0,20 20
José Luís: 14 a., 49,0 kg e 1,74 m
Lúcio: 14 a., 46,5 kg e 1,65 m 1,74 1,77 3 0,15 15
Marcos: 15 a., 48,0 kg e 1,63 m
Mário: 14 a., 48,5 kg e 1,69 m 1,77 1,80 2 0,10 10

Maurício: 16 a., 50,0 kg e 1,70 m


Total 20 1,00 100
Milton: 14 a., 52,0 kg e 1,75 m

80
Nota
As classes (intervalos) foram obtidas a partir de 1,62 m, aos quais foram adicionados 0,03 (1,62 + 0,03 = 1,65, 1,65 + 0,03
= 1,68, e assim por diante).

O símbolo indica intervalo fechado à esquerda e aberto à direita. A altura 1,68 m, por exemplo, não foi registrada
no intervalo 1,65 1,68 m, mas foi colocada no intervalo 1,68 1,71 m.

Retomando os termos de estatística em estudo.


Foi realizada uma pesquisa para traçar o perfil dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola com 5 classes,
cada uma com 45 alunos. Para tanto, foram selecionados 5 alunos de cada classe, que responderam a um questionário, a
partir do qual foi elaborada a seguinte tabela:

Idade Número Número Desempenho


Altura Peso Cor de
Nome Sexo (anos/ de Hobby do Manequim em
(cm) (kg) cabelo
meses) irmãos sapato Matemática
Antônio M 15 a 4 m 156 49 2 Castanho Esporte 36 38 ótimo
Arthur M 14 a 7 m 166 48 0 Castanho Esporte 39 38 bom
Áurea F 15 a 2 m 165 66 1 Castanho Música 36 42 insuficiente
Bruno M 14 a 8 m 175 63 0 Castanho Patinação 40 42 regular
Carla F 14 a 5 m 165 57 2 Loiro Música 36 40 regular
Cláudia F 15 a 3 m 164 50 2 Loiro Dança 36 38 bom
Domingos M 14 a 6 m 163 51 1 Castanho Esporte 36 38 bom
Edite F 14 a 7 m 160 60 3 Castanho Música 36 40 ótimo
Esther F 14 a 7 m 175 65 1 Castanho Esporte 37 42 bom
Fabio M 14 a 5 m 150 38 1 Ruivo Esporte 34 36 insuficiente
Fernando M 15 a 11 m 146 38 0 Castanho Aeromodelismo 34 36 regular
José M 14 a 10 m 165 52 1 Castanho Dança 38 38 regular
Laura F 14 a 0 m 165 53 2 Castanho Dança 36 38 bom
Lúcia F 14 a 8 m 167 65 2 Castanho Música 37 42 bom
Mário M 15 a 4 m 165 50 3 Loiro Patinação 36 38 insuficiente
Mauro M 14 a 11 m 163 54 4 Castanho Esporte 38 40 ótimo
Nívea F 15 a 2 m 164 63 1 Loiro Esporte 38 42 bom
Orlando M 14 a 8 m 159 64 2 Castanho Música 37 42 regular
Patrícia F 15 a 1 m 158 43 1 Loiro Dança 36 36 insuficiente
Paula F 14 a 11 m 163 53 1 Castanho Dança 36 38 bom
Renata F 14 a 3 m 162 52 1 Castanho Dança 36 38 ótimo
Roberto M 14 a 2 m 167 53 0 Castanho Esporte 40 38 ótimo
Sandra F 14 a 10 m 167 58 1 Loiro Dança 40 40 ótimo
Teresa F 15 a 9 m 155 49 0 Castanho Patinação 35 36 ótimo
Vânia F 15 a 2 m 152 41 3 Castanho Música 34 36 bom

A partir da tabela dada, pode-se afirmar que:


VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

1. O universo estatístico é constituído de 225 alunos.


2. A amostra dessa pesquisa é constituída de 25 alunos.
3. “Cor de cabelo” é uma variável qualitativa nominal.
4. “Número de irmãos” é uma variável quantitativa discreta.
5. “Desempenho em Matemática” é uma variável qualitativa ordinal.
6. “Altura” é uma variável quantitativa contínua.
​ 7  ​ou 0,28 ou 28%.
7. “Dança” é um valor da variável “hobby”, cuja frequência absoluta é 7 e cuja frequência relativa é ___
25
8. A tabela de frequências da variável “número de irmãos” é esta:

81
Irmãos Contagem FA FR FR
Não é preciso contar os votos para saber quem foi eleito.
Pela quantidade de marcações, nota-se que Adriano foi es-
0 5 5  ​= 0,2
​  ___ 20% colhido para representante, e Luciana, para vice.
25
Com uma simples olhada, obtém-se a informação desejada.
1 10 ​  10
___  ​= 0,4 40%
25 Essa é uma característica importante dos gráficos estatísticos.

2 6 6  ​= 0,24
​  ___ 24%
25 3.1. Gráfico de segmentos
3 3 3  ​= 0,12
​  ___ 12% A tabela mostra a venda de livros em uma livraria no se-
25
gundo semestre de determinado ano:
4 1 1  ​= 0,04
​  ___ 4%
25 Meses Livros vendidos
Total 25 1 100% Julho 350
Agosto 300
9. A tabela de frequência da variável “peso” (em quilogra- Setembro 400
mas), com os valores em classes, mostra: Outubro 400
Novembro 450
Amplitude total: 66 – 38 = 28
Dezembro 500
Número de intervalos: 5
Amplitude relativa: 30 : 5 = 6 A situação do exemplo estabelece uma correspondência
que pode ser expressa por pares ordenados (julho, 350),
Peso (kg) Contagem FA FR (agosto, 300), etc. Aplicando eixos cartesianos, é possível
localizar os pares ordenados e construir um gráfico de
38 44 4 16%
segmentos. Os gráficos de segmentos são utilizados, prin-
cipalmente, para mostrar a evolução das frequências dos
44 50 3 12%
valores de uma variável durante certo período.

50 56 9 36%

56 62 3 12%

62 68 6 24%

Total 25 100%

3. Representação gráfica
A representação gráfica fornece uma visão de conjunto
mais rápida do que a observação dos dados numéricos. Por
A posição de cada segmento indica crescimento, decrésci-
isso, os meios de comunicação oferecem com frequência a
mo ou estabilidade. A inclinação do segmento, por sua vez,
informação estatística por meio de gráficos.
sinaliza a intensidade do crescimento ou do decréscimo.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Considere uma situação em que, na votação para repre-


A partir do gráfico, pode-se afirmar que:
sentante e vice-representante do primeiro ano do Ensino
Médio, um aluno anota os votos com um “x” ao lado do § de julho para agosto, as vendas caíram;
nome do candidato, enquanto seus colegas votam. Ao ter-
minar a votação, pode-se observar o seguinte “desenho”. § de setembro para outubro, as vendas permaneceram
estáveis;
Adriano x x x x x x x x x x x x x
Letícia x x x x x x x
§ o crescimento de agosto para setembro foi maior que o
de outubro para novembro;
Luciana x x x x x x x x xx
Marino x x x x x x § o mês com maior número de vendas foi dezembro; e
Magda x x x x
§ no mês de outubro, foram vendidos 400 livros.

82
Exemplos Com os dados da tabela, é possível construir o gráfico
de barras:
1. Crescimento da população brasileira de 1940 a 2000:

2. Saldo da balança comercial brasileira em 2006:

3.2. Gráfico de barras


A partir do “desempenho em Química” demonstrado
pelos alunos de uma classe, um professor elaborou a se-
guinte tabela:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Desempenho em Química FA FR multimídia: livro


Insuficiente 6 15%
O sinal e o ruído: por que tantas previsões
Regular 10 25% falham e outras não – Nate Silver
Livro do estatístico estadunidense que conseguiu pre-
Bom 14 35%
ver a vitória do Barack Obama para a presidência dos
EUA. No livro, o autor conta como conseguiu prever a
Ótimo 10 25%
vitória por meio de complexas análises estatísticas das
Total 40 100%
pesquisas de voto.

83
Exemplos
1. Consumo de energia um uma residência em 2006:

Em cada gráfico de setores, o círculo todo indica o total


(1.000 espectadores ou 100%), e cada setor indica a ocu-
pação de uma sala. No traçado do gráfico de setores, de-
termina-se o ângulo correspondente a cada setor, por regra
de três. Observe o caso da sala A.
2. Inflação acumulada de alguns países em 2006: Ao aplicar a frequência absoluta, obtém-se:
​  300  ​ = ____
____ ​  x  ​ ä 1000x = 108000º ä x = 108º
1000 360°
Ao aplicar a frequência relativa (em %), obtém-se:
​  30  ​ = ____
____ ​  x  ​ ä 100x = 10800º ä x = 108º
100 360°
Exemplos
1. Leitores de um jornal avaliam a manchete do dia anterior:

2. Número de cheques compensados e de cartões de cré-


dito (1991-2006):
Fonte: Revista Veja, 23 maio 2007.

3.3. Gráfico de setores


Em um shopping center há três salas de cinema. O núme-
ro de espectadores em cada uma delas, num determina-
do dia da semana, foi de 300 na sala A, 200 na sala B e
500 na sala C.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Situação representada em uma tabela de frequência e, de- 3. Remuneração média, em maio de 2007, por ramo de
pois, em gráficos de setores. atividade:

Sala FA FR

A 300 300  ​ = ​  ___


​  ____ 3  ​ 30%
1000 10

B 200 2  ​ = ​  1__ ​
​  ___ 20%
10 5

C 500 5  ​ = ​  1__ ​
​  ___ 50%
10 2

84
§ Histograma com as classes (intervalos) relacionadas às
Aplicação do conteúdo frequências absolutas:

1. Este gráfico mostra a distribuição da população bra-


sileira por regiões, de acordo com o Pnad 2007.

Considerando que a população total do Brasil registra-


da foi de aproximadamente 184 milhões de habitantes
e que no gráfico o ângulo da região Centro-Oeste é de
25º, calcule a população da região Centro-Oeste, em
porcentagem e em número de habitantes.

Resolução:

§ Histograma com as classes relacionadas às frequências


relativas (em porcentagem):

360º — 100%
25º — x
x = 7%
7% de 184.000.000 = 13.000.000
Assim, a população da região Centro-Oeste para 2007 corres-
ponde a aproximadamente 7% da população do Brasil, ou seja,
13.000.000 de habitantes.

3.4. Histograma
Quando uma variável tem seus valores indicados por clas- É frequente o uso, como representante de cada classe, do
ses (intervalos), é comum o uso de um tipo de gráfico de- valor médio correspondente (por exemplo, 155 representa
nominado histograma. a classe 150 160).
Os segmentos que ligam em sequência os pontos médios
Exemplo das classes superiores formam um gráfico de segmentos
denominado polígono de histograma, que será usado em
§ Considere a “altura” (em centímetros) dos alunos de assuntos posteriores.
uma classe, agrupada em intervalos, e os gráficos cor-
respondentes às frequências absolutas e relativas:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Altura (cm) FA FR
140 150 6 15%

150 160 10 26%

160 170 12 30%

170 180 8 20%

180 190 4 10%

85
Exemplo Em revistas e jornais, é comum a ilustração de diversos ti-
pos de gráficos com figuras relacionadas ao assunto, para
§ Gols marcados em vários momentos de uma partida, torná-los mais atraentes. São os pictogramas.
nas quatro primeiras rodadas de um campeonato bra-
sileiro de futebol Exemplos

Foi visto como os vários tipos de gráficos são utilizados para


representar e interpretar dados estatísticos. É importante
escolher sempre qual deles é o mais adequado à situação
analisada.

Aplicação do conteúdo
1. Construa a tabela de frequências e os gráficos de barras e de setores para a variável hobby desta tabela.

Resolução:

Hobby Contagem FA FR

Esporte (E) 8 8  ​ =0,32


​  ___ 32%
25
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Música (M) 6 ​  6  ​= 0,24


___ 24%
25

Patinação (F) 3 ​  3  ​= 0,12


___ 12%
25

Dança (D) 7 7  ​= 0,28


​ ___ 28%
25

Aeromodelismo (A) 1 ​  1  ​= 0,04


___ 4%
25
Total 25 1 100%

​  4  ​ = ____
___ ​  x  ​ ä 100x = 1440° ä x = 14,4°
100 360°
A cada 4%, corresponde um setor de 14,4º.

86
Tempo (min) Contagem FA FR

43 46 3 10%

46 49 6 20%

49 52 12 40%

52 55 3 10%

55 58 6 20%

Total 30 100%

b) Histograma relacionando as classes e suas frequên-


cias absolutas
Resolução:
E: 32% (8 · 4%) é 8 · 14,4º = 115,2
M: 24% (6 · 4%) é 6 · 14,4º = 86,4º
P: 12% (3 · 4%) é 3 · 14,4º = 43,2º
D: 28% (7 · 4%) é 7 · 14,4º = 100,8º
A: 4% é 14,4º
Assim:
115,2 + 86,4 + 43,2 + 100,8 + 14, 4 = 360,0º

4. Medidas de
2. Numa prova, foi anotado o tempo que cada aluno tendência central
gastou para concluí-la (em minutos): 56; 57; 49; 51; 46;
A partir da idade das pessoas de um grupo, é possível es-
50; 50; 47; 44; 57; 53; 50; 43; 55; 48; 56; 49; 51; 47; 46;
tabelecer uma única idade que caracteriza o grupo todo.
54; 52; 55; 45; 49; 50; 48; 51. A partir desses dados, cons-
Considerando a temperatura de vários momentos em um
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

trua o que se pede em cada item.


a) Tabela de frequências com os valores em 5 classes.
mês qualquer, pode-se determinar uma só temperatura
que forneça uma ideia aproximada de todo o período.
Resolução:
Avaliando as notas dos vários trabalhos de um aluno no
Substituindo o menor valor pelo maior valor, a amplitude bimestre, é possível registrar com apenas uma nota seu
total será: aproveitamento no bimestre.
57 – 43 = 14 Em situações como essas, o número obtido é a medida
Sabendo que são 5 classes e escolhendo o número 15, a da tendência central dos vários números empregados. A
amplitude de cada classe será: média aritmética é a mais conhecida entre as medidas de
tendência central. Além dela, serão estudadas também a
15 : 5 = 3
mediana e a moda.

87
4.1. Média aritmética (MA) A média aritmética é empregada como medida de ten-
dência central, isto é, como forma de, mediante um único
Considerando um grupo de pessoas com 22, 20, 21, 24 e número, dar uma ideia das características de determinado
20 anos, observa-se que: grupo de números. Entretanto, convém ressaltar que em al-
MA =    ​ 22 + 20 + 21 + 24 + 20 = ___
___________________
 ​ ​ 107  ​ = 21,4 gumas situações a presença de um valor bem maior ou bem
5 5
menor que os demais faz com que a média aritmética não
A média aritmética, ou simplesmente a média de idade do
consiga traçar o perfil correto do grupo.
grupo, é 21,4 anos.
Se, ao medir de hora em hora a temperatura em deter- Considere um grupo de pessoas com idades de 2, 3, 2, 1, 2 e
minado local, registraram-se 14 ºC às 6h; 15 ºC às 7h; 50 anos. A média de idade, que é de 10 anos, não caracteriza
15 ºC às 8h; 18 ºC às 9h; 20 ºC às 10h; e 23 ºC às 11h, a idade desse grupo. Em casos como esse, são usadas outras
observa-se que: medidas de tendência central, como a moda e a mediana.

​ 14 + 15 + 15   + ​


18 + 20 + 23 = ___
MA = _______________________
    ​ 105
 ​= 17,5 4.3. Moda (Mo)
6 6
No período das 6h às 11h, a temperatura média foi de Em Estatística, moda é a medida de tendência central defi-
17,5 ºC. nida como o valor mais frequente de um grupo de valores
Para um aluno que fez vários trabalhos durante o bimestre e observados.
obteve as notas 7,5; 8,5; 10,0; e 7,0, observa-se que: No grupo de pessoas com idades de 2, 3, 2, 1, 2 e 50 anos,
a moda é 2 anos (Mo = 2) e demonstra mais eficiência
7,5 + 8,5 + 10,0 + 7, 0 ___
    ​ = ​ 33 ​= 8,25
MA = ​ __________________ para caracterizar o grupo do que a média aritmética.
4 4
Nesse bimestre, o aluno teve média de 8,25. Se a temperatura medida de hora em hora, das 6h às
11h, apresentou os resultados 15 ºC, 15 ºC, 18 ºC,
Generalizando, pode-se afirmar que, dados os n valores x1,
20 ºC e 25 ºC, afirma-se que, nesse período, a moda foi
x2, x3, ..., xn de uma variável, a média aritmética é o número
15 ºC, ou seja, Mo = 15 ºC.
obtido da seguinte maneira: n
No caso de um aluno que anotou durante dez dias o tem-
∑​ ​  ​  xi​ po gasto em minutos para ir de sua casa à escola e cujos
x + x + x3 +...+ xn
MA = _______________
i=1
​  1 2 n ​
   = registros foram 15 min, 14 min, 18 min, 15 min, 14 min, 25
n
min, 16 min, 15 min, 15 min e 16 min, a moda é 15 min,
4.2. Média aritmética ponderada ou seja, Mo = 15 min.
Considere o caso de um aluno que faz vários trabalhos com Se as notas obtidas por um aluno foram 6,0; 7,5; 7,5; 5,0; e
pesos diferentes, ou seja, com graus de importância dife- 6,0, afirma-se que a moda é 6,0 e 7,5 e que a distribuição
rentes. Se, no decorrer do bimestre, ele obteve 6,5 na prova é bimodal.
(peso 2), 7,0 na pesquisa (peso 3), 6,0 no debate (peso 1) e
7,0 no trabalho de equipe (peso 2), a média dele, que nes- Nota
se caso é denominada média aritmética ponderada, será: Se não houver repetição de números, como 7, 9, 4, 5 e
2 · 6,5 + 3 · 7,0 + 1 · 6,0 + 2 · 7,0 8, não haverá moda.
MP = __________________________
   
​      ​ ä
2+3+1+2

​ 13
ä    + 21 + ​
______________ ​ 54 ​= 6,75
6 + 14 = ___ 4.4. Mediana (Me)
8 8
A mediana é outra medida de tendência central.
É possível simplificar quando se calcula a média aritmética
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Dados n números em ordem crescente ou decrescente, a


de números que se repetem. Para obter a média aritmética mediana será:
de 7, 7, 7, 9, 9, 9, 9, 9, 11 e 11, observa-se que:
§ o número que ocupar a posição central se n for ímpar; e
3 · 7   
+ 5 · 9 +  ​
MP = ________________
​    2 · 11 ä ___________
​ 21 + 45 ​
+ 22 ä
3+5+2 10 § a média aritmética dos dois números que estiverem no
centro se n for par.
​ 88 ​ ä 8,8
ä ___
10 Numa classe, foram anotadas as faltas durante um período
Portanto, 8,8 é a média aritmética dos números 7, 9 e 11, de 15 dias: 3, 5, 2, 0, 2, 1, 3, 4, 7, 0, 2, 3, 4, 7 e 5.
com frequência 3, 5 e 2, respectivamente. Em ordem crescente, tem-se:
Observe que esse também é um exemplo de média ponde- 0,0,1,2,2,2,3 3, 3,4,4,5,5,7,7
rada, cujos pesos são as frequências 3, 5 e 2. ç
7 valores Me 7 valores

88
Exemplos: Moda:
A maior frequência é 15, que corresponde ao valor 1 irmão.
§ Uma vez que 15 é ímpar, o termo médio é o oitavo.
Assim, Mo = 1 irmão.
Assim, a mediana é 3, simbolicamente Me = 3.
Mediana:
§ As idades dos alunos de uma equipe são 12, 16, 14, Uma vez que o total de frequências é 40 (número par),
12, 13, 16, 16 e 17 anos. os valores centrais são o vigésimo e o vigésimo primeiro​
Para determinar a mediana desses valores, deve-se ogani-
zá-los na ordem crescente (ou decrescente).
(___
2 )
​ 40 ​= 20 e 21 ​.
Se dispostos na ordem crescente, virão os 8 valores cor-
12, 12, 13, 14, 16, 16, 16, 17 respondentes a 0 irmão, seguidos dos 15 valores de 1
irmão, e assim por diante. Portanto, o vigésimo e o vi-
As duas
posições gésimo primeiro valores serão, ambos, 1 irmão. Assim,
centrais
​ 1 + ​
Me = _____ 1 = 1 irmão.
2
Uma vez que se obteve um número par de valores (8), de- § Pesquisa sobre “peso” (em quilogramas) de um grupo
ve-se calcular a média aritmética entre os dois centrais, que de pessoas:
são o quarto e o quinto termos.
Assim, a média é dada por: Peso (kg) FA
40 44 1
​ 14 + ​
Me = _______16 = ___
​ 30 ​= 15
2 2 44 48 3
Simbolicamente, Me = 15 anos.
48 52 7
4.5. Média aritmética, moda e mediana
52 56 6
a partir de tabelas de frequências
56 60 3
Utilizando os valores (números ou intervalos) e as frequências
absolutas das tabelas de frequências das variáveis quantita- Total 20
tivas, é possível calcular a MA, a Mo e a Me de seus valores.
A partir da tabela em que os pesos estão agrupados em
Exemplos: classes, considere em cada classe o valor médio (VM) e
§ Pesquisa sobre “número de irmãos” de cada aluno de anexe uma nova coluna à tabela:
uma classe. 44 – 40 = 48 – 44 = 52 – 48 – 56 – 52
Número de irmãos FA = 60 – 56 = 4 ä __​ 4 ​= 2
2
0 8
40 + 2 = 42 (frequência 1)
1 15
44 + 2 = 46 (frequência 3)
2 12
48 + 2 = 50 (frequência 7)
3 5
52 + 2 = 54 (frequência 6)
Total 40
56 + 2 = 48 (frequência 3)
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Média aritmética:
Peso (kg) FA VM
​ 8 · 0 + 15 · 1  
+ ​
12 · 2 + 5 · 3 ä
MA = ______________________
   
40 40 44 1 42
​ 0 + 15 +  ​
ä ______________
   24 + 15 = ___
​ 54 ​= 1,35 irmão 44 48 3 46
40 40
48 52 7 50

Nota 52 56 6 54
Embora 1,35 irmão pareça absurdo, é correto um va- 56 60 3 58
lor desse tipo, assim como 1,5 gol por partida, 7,2 me-
dalhas por Olimpíada, etc. A média aritmética é uma Total 20
medida de tendência.

89
Calcule MA, Mo e Me usando valores médios e suas fre- § Grupo C: 6 anos, 62 anos, 39 anos, 4 anos, 8 anos, 1 ano
quências.
Média aritmética: ​ 6 + 62 + 39  ​
+ 4 + 8 + 1 = ___
Ma = ___________________
   ​ 120
 ​= 20 anos
6 6
​ 1 · 42 + 3 · 46 + 7  
·  ​
50 + 6 · 54 + 3 · 58
MA = _______________________________
    Uma vez que a medida de tendência central não é suficien-
20
te para caracterizar o grupo C, é conveniente utilizar medi-
​ 42 + 138 + 350
        ​+ 324 + 174 = ____
= _______________________ ​ 1028
 ​
20 20 das que expressem o grau de dispersão de um conjunto de
= 51,4 kg dados. As mais usadas são a variância e o desvio padrão.
Moda:
A frequência maior 7 indica o intervalo 48 – 52, represen-
5.1. Variância (V)
tado por 50, que é o ponto médio. Assim, Mo = 50 kg. A ideia básica de variância é tomar os desvios dos valores
Mediana: x1 em relação à média aritmética (x – MA). No entanto, a
soma desses desvios é igual a 0 (graças a uma proprieda-
Uma vez que o total das frequências é 20 (número par), de da média). Uma opção possível é considerar o total dos
os dois valores centrais são o décimo e o décimo primei- n

ro. Dispostos os valores médios em ordem crescente e de quadrados dos desvios ∑


​ ​  ​  (xi – MA)2​e expressar a variância
i=1
acordo com suas frequências, o décimo é 50 kg, e o décimo
(V) como a medida dos quadrados dos desvios, ou seja:
​ 50 + ​
primeiro, também. Assim, Me = _______ 50 = 50 kg. n
2
∑​ ​  ​  (xi – MA)2​
5. Medidas de dispersão .
i=1

n
As medidas de tendência central mais usadas são a média
aritmética, a moda e a mediana, cujo objetivo é concentrar Exemplo:
em um único número os diversos valores de uma variável Descobrir a variância nos grupos A, B e C, citados anterior-
quantitativa. mente.
Neste item, serão estudados casos em que elas são insufi- § Grupo A (20; 20; 20; 20; 20; 20)
cientes.
MA = 20
Considere a seguinte situação:
Desvios: 20 – 20 = 0; todos iguais a 0.
O critério de aprovação em um concurso estabelece que o
candidato deve realizar 3 provas e obter com suas notas V=0
média igual ou maior que 6,0. Nesse caso, a informação de Quando todos os valores são iguais, afirma-se que não
que o candidato obteve média 7,5 é suficiente para concluir houve dispersão; por isso, a variância é 0.
que ele está aprovado.
§ Grupo B (22; 23; 18; 19; 20; 18)
Considere, agora, outra situação:
MA = 20
Uma pessoa é encarregada de dirigir atividades de lazer para
um grupo de 8 pessoas, cuja média de idade é 20 anos. Nes- Desvios: 22 – 20 = 2; 23 – 20 = 3
se caso, apenas a informação da média não é suficiente para 18 – 20 = –2; 19 – 20 = –1
planejar as atividades, uma vez que há grupos com média
20 – 20 = 0; 18 – 20 = –2
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

de idade de 20 anos e características totalmente diferentes.


22 + 32 + (–2)2 + (–1)2 + 02 + (–2)2
Observe alguns grupos possíveis: V = ___________________________
   
​    
 ​
6
§ Grupo A: 20 anos, 20 anos, 20 anos, 20 anos, 20 anos, = ​ 4_________________
+9 + 4 + ​
   1 + 0 + 4 = ___
​ 22 ​= 3,6
6 6
20 anos
§ Grupo C (6; 62; 39; 4; 8; 1)
​ 20 + 20 + 20  
+ ​
20 + 20 + 20 = ___
Ma = _______________________
    ​ 120
 ​ = 20 anos MA = 20
6 6
§ Grupo B: 22 anos, 23 anos,18 anos, 19 anos, 20 anos, Desvios: 6 – 20 = - 14; 62 – 20 = 42;
18 anos
39 – 20 = 19
​ 22 + 23 + 18  
+ ​
19 + 20 + 18 = ___
Ma = _______________________
    ​ 120
 ​ = 20 anos
6 6

90
4 – 20 = –16; 8 – 20 = –12; 1 – 20 = –19
(–14) + 42 + 19 + (–16) + (–12)2 + (–19)2
2 2 2 2
V = __________________________________
    
​     ​ 196 +1764 + 361  
 ​ = ___________________________
    + ​
256 + 144 + 361 = ​ 3082___
 ​ = 513,6
6 6 6
A variância é suficiente para diferenciar a dispersão dos grupos: o grupo A não tem dispersão (V = 0) e o grupo C tem uma
dispersão maior que a do grupo B (513,6 > 3,6).
Entretanto, não é possível expressar a variância na mesma unidade dos valores da variável, uma vez que os desvios são
elevados ao quadrado. Por isso, definiu-se que a medida de dispersão é denominada desvio padrão.

5.2. Desvio padrão (DP)


O desvio padrão (DP) é a raiz quadrada da variância. Ele facilita a interpretação dos dados, uma vez que é expresso na mes-
ma unidade dos valores observados (conjunto de dados). No exemplo que está sendo analisado, tem-se:

§ Grupo A: DP = d​ XX
0 ​= 0 anos

§ Grupo B: DP = d​ 3,6 ​
XXX = 1,9 anos

§ Grupo C: DP = d​ 513,6 ​
XXXXX = 22,6 anos

Resumindo: se x1, x2, x3, ..., xn são os n valores de uma variável quantidade x, tem-se:
n

∑​ ​  ​  xi​
i–1
§ A média aritmética dos valores de x: MA =
n
n

∑​ ​  ​  (xi – MA)2​
i=1
§ A variação de x: V =
n
§ O desvio padrão de x: DP = d​ XX
V ​

Nota
1. Se todos os valores da variável forem iguais, o desvio padrão será 0.
2. Quanto mais próximo de 0 for o desvio padrão, mais homogênea será a distribuição dos valores da variável.
3. O desvio padrão é expresso na mesma unidade da variável.

Aplicação do conteúdo
1. Num treinamento de salto em altura, os atletas realizam 4 saltos cada um. Veja as marcas obtidas por três atletas:
§ atleta A: 148 cm, 170 cm, 155 cm e 131 cm;
§ atleta B: 145 cm, 151 cm, 150 cm e 152 cm;
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ atleta C: 146 cm. 151 cm, 143 cm e 160 cm.

Com base nesses dados, responda aos seguintes itens:


a) Qual deles obteve melhor média?

Resolução:

Ao calcular a média de cada atleta, obtém-se:

Atleta A
148 + 170 + ​155 + 131 = ___
MA = ​ ___________________
   ​ 604
 ​= 151 cm
4 4

91
Atleta B
145 + 151 + ​ 150 + 152 = ___
MA = ​ ___________________
   ​ 598
 ​= 149,5 cm
4 4
Atleta C
146 + 151 + ​ 143 + 160 = ___
MA = ​ ___________________
   ​ 600
 ​= 150 cm
4 4
Assim, o atleta A obteve a maior média: 151 cm.
b) Qual deles foi mais regular?
Resolução:
A maior regularidade será verificada a partir do desvio padrão.
Atleta A
(148 – 151)2 + (170 – 151)2 + (155 – 151)2 + (131 – 151)2
____________________________________________
V =     
​     ​ = ________________ ​ 9 + 361 + ​
   16 + 400= ___
​ 786
 ​= 196,5 cm
4 4 4
DP = d​ 196,5 ​
XXXXX = 14 cm

Atleta B
(–4,5)2 + (1,5)2 + (0,5)2 + (2,5)2 _____________________
20,25 + 2,25 + 0,25 + 6,25 ___
V = ​ ________________________
      
 ​=    ​   ​ = ​ 29 ​= 7,25
  
4 4 4
DP = d​ 7,25 ​
XXXX = 2,7 cm

Atleta C
(–4)2 + 12 + (–7)2 + 102 16 + 1 + 49 + 100 = = ___
V = __________________
  ​   ​ = ​  _______________
    ​ ​ 166
 ​= 41,5
4 4 4
DP = d​ 41,5 ​
XXXX = 6,4 cm

Assim, o atleta B foi o mais regular, uma vez que seu desvio padrão é o menor: aproximadamente 2,7 cm.

2. O histograma mostra o resultado de uma pesquisa sobre altura (em centímetros) entre os alunos de uma classe.
Calcule o desvio padrão dessa variável.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
No histograma, os valores da variável são intervalos; por isso, é preciso usar seus pontos médios:

92
Média aritmética: Previsões do tempo, resultados eleitorais, mortalidade cau-
​ 2 · 156 + 5 · 162
         + 8 · 168 + 6  ​
· 174 + 4 · 180 ⇒
MA = ____________________________________
sada por doenças, entre outras, são probabilidades calcu-
2+5+8+6+4 ladas por frequências relativas de pesquisas estatísticas.
312 + 810 + 1344 + 1044 + 720 = ____
⇒ MA = __________________________
​        ​ ​ 4230 ​
Nesses casos, quanto maior for o histórico de dados a ser
25 25 analisado, melhor será a previsão.
= 169,2 cm
Número de jogadas FA (cara) FR (cara)
Desvios (xi – MA):
2 2 100%
156 – 169,2 = – 13,2; 162 – 169,2 = – 7,2 200 94 47%
2.000 1.034 51,7%
168 – 169,2 = – 1,2; 174 – 169,2 = 4,8
20.000 10.091 50,45%
180 – 169,2 = 10,8

Variância:
2(–13,2)2 +______________________________
5(–7,2)2 + 8(–1,2)2 + 6(4,8)2 + 4(10,8)2 Aplicação do conteúdo
= _________
V     
​     ​
25
348,48 + 259,2 + 11,52 + 138,24 + 456,56 1. Um dado foi lançado 1.200 vezes, com o seguinte re-
V = __________________________________
    
​      ​ sultado:
25
​ 1214
V = ____  ​= 48,56 cm Face Número de vezes
25
Desvio padrão 1 248
2 355
DP = d​ 48,96 ​
XXXXX = 6,97 cm
3 175
4 180
6. Estatística e probabilidade 5 126
6 116
A estatística também é utilizada para estimar a probabilidade
de ocorrência de um evento, principalmente se ela não puder a) Trace uma tabela de frequências relativas
que expresse os resultados em porcentagem.
ser calculada teoricamente pela razão P =   ​  evento  ​.
____________
espaço amostral Resolução:
Se, como se diz, a probabilidade de ocorrer um acidente de
avião é de uma em um milhão, é porque a frequência re- Face Número de vezes Frequência relativa
lativa de ocorrência de acidentes é de um acidente a cada
1 248 20,7%
um milhão de decolagens. Ao longo dos anos, ocorrerão
mais decolagens, o que pode mudar essa probabilidade. 2 355 29,6%

Dos anos 1960 para cá, a frequência relativa de acidentes 3 175 14,6%
aéreos no mundo diminuiu cerca de 15 vezes. Isso significa 4 180 15,0%
que a probabilidade de ocorrer um acidente nos anos 1960 5 126 10,5%
era 15 vezes maior do que agora.
6 116 9,7%
Quanto maior for a quantidade de experimentos, melhor
será a estimativa da probabilidade ao empregar a frequên- b) Na sua opinião, o dado jogado é honesto?
cia relativa. Ao jogar uma moeda duas vezes, é possível que Justifique sua resposta.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

ocorra duas vezes cara. Seria absurdo afirmar que a probabi- Resolução:
lidade de ocorrer cara é de 100%, uma vez que a quantida-
Aparentemente, há uma tendência maior em sair as faces 1 e
de de experimentos é muito pequena e insuficiente para que
2 do que as outras. Como 1.200 é um número razoavelmen-
se faça tal afirmação. Contudo, ao jogar uma moeda 200
te grande, a frequência relativa deveria ser aproximadamen-
vezes, é possível observar algo como 94 caras e 106 coroas; te igual ao valor teórico da probabilidade (que é de 16,6%).
se jogada 2.000 vezes, 1.034 caras e 966 coroas; 20.000 Com 1.200 jogadas, o resultado teórico esperado seria o de
vezes, 10.091 caras e 9.909 coroas. sair cerca de 200 vezes cada face. Pode-se afirmar, portanto,
Na tabela a seguir, percebe-se que a frequência relativa ten- que o dado aparenta não ser honesto.
de ao valor teórico de 50% para a probabilidade de ocorrer
cara ou coroa, o que é chamado de lei dos grandes números.

93
2. “O número de acidentes aéreos no Brasil entre 1979 Ao igualarem-se as probabilidades teóricas com as respectivas
e 1998 caiu muito. Foram registrados 403 acidentes, em frequências relativas, obtém-se:
1979, contra 71, em 1998. No mesmo período, o número
de voos aumentou cinco vezes”. Segundo essa afirma- ​  x  ​= 0,198 ä x = 3,96
___
20
ção, se a probabilidade de ocorrer um acidente aéreo ___ y
em 1998 era P, qual foi essa probabilidade em 1979? ​   ​= 0,455 ä y = 9,10
20
Resolução: ___ ​  z  ​= 0,347 ä z = 6,94
20
Suponha que o número de voos, em 1979, seja x:
Uma vez que as quantidades x, y e z de bolinhas são números
​ 71 ​ ä x = ___
P = ___ ​ 71 ​ inteiros, x = 4, y = 9 e z = 7.
5x 5P
Em 1979, a probabilidade era:

​ 403
P2 = ___ 403
___
x ​ ä x = ​ P  ​
2

Assim:
​ 403 ​ ä P2 = _______
​ 71 ​ = ___
___ ​ 403 · ​
5P
5P P2 71
= 28,4P cerca de 28 vezes maior)
multimídia: site
3. Em uma garrafa opaca fechada existem 20 bolinhas
distribuídas entre três cores: preta, vermelha e amarela.
Não é possível ver as bolinhas dentro da garrafa, exce- https://pt.khanacademy.org/math/probability
to quando ela é virada de ponta-cabeça, quando uma
das bolinhas vai para o gargalo e é possível ver sua cor.
Ao longo de vários dias, repetiram-se 2.000 vezes a se-
guinte operação: chacoalhava-se e tombava-se a garra-
fa para então anotar a cor da bolinha que aparecia no
gargalo. Os resultados obtidos foram:

Cor da bolinha Número de vezes


Preta 396

Vermelha 910

Amarela 694

Qual deve ser a quantidade de cada bolinha dentro da


garrafa?
Resolução:
Uma vez que a quantidade de experimentos é grande, pode-se
esperar que a frequência relativa seja aproximadamente igual à
probabilidade teórica. A tabela de frequências relativas é:

Cor da Número Frequências


bolinha de vezes relativas
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Preta 396 0,198

Vermelha 910 0,455

Amarela 694 0,347

Portanto, se tivermos x bolinhas pretas, y bolinhas vermelhas


e z bolinhas amarelas, as probabilidades teóricas serão:
​  x  ​
P(preta) = ___
20
y
P(vermelha) = ___ ​   ​
20
​  z  ​
P(amarela) = ___
20

94
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 27
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela
de frequências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 27 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de análise de dados de gráficos ou tabelas e cálculos estatísticos.

MODELO 1
(Enem) O gráfico apresenta a taxa de desemprego (em %) para o período de março de 2008 a abril de 2009,
obtida com base nos dados observados nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

IBGE. Pesquisa mensal de emprego. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

A mediana dessa taxa de desemprego, no período de março de 2008 a abril de 2009, foi de:
a) 8,1%.
b) 8,0%.
c) 7,9%.
d) 7,7%.
e) 7,6%.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhecimentos
sobre estatística para a sua resolução.
A mediana será dada pela média entre a sétima e a oitava taxa. Em ordem crescente, a mediana será:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

6,8 – 7,5 – 7,6 – 7,6 – 7,7 – 7,9 – 7,9 – 8,1 – 8,2 – 8,5 – 8,5 – 8,6 – 8,9 – 9,0

7,9 + 8,1
⇒ _______
​ ​=8
2

RESPOSTA Alternativa B

95
DIAGRAMA DE IDEIAS

TERMOS

População Amostra Indivíduo Frequência

Variável Objeto Absoluta Relativa

Qualitativa Quantitativa
ESTATÍSTICA

Nominal Ordinal Discreta Contínua

MEDIDAS DE
TENDÊNCIA CENTRAL

Média aritmética Mediana


Moda
(MA) (ME)

Valor mais
MA = x1 + x2 + x3 + ... + xn frequente dos Se N for ímpar Se N for par
n
dados observados

Média aritmética O número que Média aritmética


ponderada ocupa a posição dos dois números
central centrais

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA MEDIDAS DE DISPERSÃO


VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Gráfico de Gráfico de Gráfico de


Histograma Variância (V) Desvio padrão
segmento barra setores

DP = √xxxx
n
S (x – MA)2
V = i=1 V
1
n

96
MATEMÁTICA

5
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
GEOMETRIAS
ESPACIAL E
ANALÍTICA

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O Enem abordará questões sobre a geo- O aluno deve esperar uma questão com
metria de uma esfera e aplicará a questões elevado grau para esferas e questões dire-
do nosso cotidiano. A parte de geometria tas sobre os temas da geometria analítica.
analítica é abordada de forma mais fácil. Ambos os temas podem aparecer na pri-
meira e segunda fases.

A prova pode trazer questões muito bem A prova apresentará para seus candidatos Por apresentar uma prova contextualizada
elaboradas sobre sólidos inscritos e cir- questões sobre geometria analítica, com em grande parte, a Vunesp poderá trazer
cunscritos. Além disso, todos os conceitos elevado grau de dificuldade. questões medianas sobre os temas deste
de geometria analítica deste livro devem livro e do próximo para geometria analítica.
estar bem claros para os candidatos.

O vestibular buscará de seu candidato A prova abordará a geometria de uma es- Esse vestibular compõe sua prova com A prova apresentará questões de elevado
todos os temas deste livro, com questões fera, de forma contextualizada e mediana. questões elevadas para todos as aulas grau aos seus candidatos. Associar todos os
medianas e difíceis. Todos os conhecimentos sobre geometria deste livro. itens de geometria plana para a espacial e
analítica devem ser absorvidos pelo can- analítica é fundamental.
didato.

UFMG
O candidato deve estar atento a todos os A prova exige do seu candidato a parte da A prova exigirá uma boa análise da geo-
temas abordados sobre geometria ana- geometria analítica com elevado grau em metria espacial com questões elevadas.
lítica. suas questões. Associar a geometria plana Além disso, o candidato deve trazer todos
com a analítica também é essencial. os conceitos de geometria analítica deste
livro e do próximo.

As questões de geometria analítica apre- De forma objetiva, a prova abordará todos A prova tem alta incidência de geometria
sentarão alta dificuldade e podem ser ou os temas deste livro. Questões medianas analítica, com questões muito bem elabo-
não apresentadas de forma direta. e elevadas podem aparecer para os can- radas.
didatos.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

98
Essa fórmula será justificada depois da análise do cálculo
do volume da esfera.

ESFERAS

3. Volume da esfera
MT AULAS
35 E 36
Observe a figura a seguir, em que aparece a secção deter-
minada em uma esfera de raio R por plano b.

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2e3 6, 7, 8, 9 e 14

1. Introdução
Considere um ponto C e um número real positivo R qualquer.
A intersecção do plano b com a esfera é um círculo de raio
A esfera de centro C e raio R forma o conjunto de todos r. Se d é a distância de O (centro da esfera) ao plano b,
os pontos do espaço que estão a uma distância menor ou tem-se:
igual a R do ponto C.
R2 = d2 + r2 ⇒ r2 = R2 – d2
A “casquinha” ou a fronteira da esfera é denominada su-
Assim, a área da secção é dada por:
perfície esférica.
p(R2 – d2)
O volume da esfera será determinado a partir do princípio
de Cavalieri. Para isso, considere inicialmente um sólido S
que será obtido da seguinte maneira: de um cilindro equi-
látero de raio R e altura 2R retiram-se dois cones de raio R,
altura R e vértice P.

C = centro da esfera
CP = raio da esfera
PQ = diâmetro da esfera
R = medida do raio da esfera
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2. Área da superfície esférica


Na figura a seguir, estão desenhados três círculos máximos.
A área da superfície esférica é dada pelo quádruplo da área
O volume do sólido S é tal que:
de um dos círculos máximos, ou seja:
volume de S = pR2 · 2R – 2 · __ ​ 1 ​pR2 · R = 2pR3 – __
​ 2 ​pR3
A = 4pR2 3 3
​ 4 ​pR3
= __ cilindro
Por exemplo, se o raio de uma esfera é 9 cm, a área da 3 2 cones
Agora, é possível considerar, apoiados em um plano a, o
superfície esférica é dada, aproximadamente, por:
sólido S e uma esfera E de raio R, conforme mostra a figura
A = 4pR2 = 4 · 3,14 · 92 = 1017,36 cm2 a seguir:

99
b) Qual é a área coberta de água (em km2) em sua
superfície?
Resolução:
A área coberta de água é:
​ 3 ​ A ~
__ ​ 3 ​· 5,09 · 108 ~
= __ = 3,82 · 108 km2
4 4
A área coberta de água é aproximadamente de:
3,82 · 108 km2.
Se um plano b, paralelo a a, seccionar a esfera E, a área
da secção será p(R2 – d2), conforme foi visto. Além disso, 2. Quantos mililitros cabem, aproximadamente, na va-
silha abaixo?
se b também seccionar o sólido S, a secção será uma coroa
circular de raios R e d e também de área igual a p(R2 – d2).
A igualdade das áreas das secções permite concluir, pelo
princípio de Cavalieri, que a esfera E tem o mesmo volume
​ 4 ​ pR3.
que o sólido S: __
3
Pode-se então concluir que, se uma esfera tem raio R, seu
volume é:
​ 4 ​ pR3
V = __
3

Aplicação do conteúdo
Resolução:
1. Responda às questões dos itens a seguir relativas ao
planeta Terra: Calculando:
a) Qual é seu volume e qual é a área de sua superfície? § o volume do cilindro no qual
Resolução: r = 2,5 cm e h = 8 cm:
Sabe-se que a linha do equador tem aproximadamente v = pr2h = p(2,5)2 · 8 = 50p cm3
40.000 km.
§ o volume da esfera na qual R = 7 cm
​ 4 ​ pR3 = __
V = __ ​ 1372p
​ 4 ​p(7)3 = ______ ​ cm3
3 3 3
§ o volume da vasilha
​ 1372p
V = 50p + ______ ​ 1522p
 ​ = ______  ​ cm3
3 3
Considerando p = 3,14, tem-se:
Modelo matemático V = 1.593 cm3.
Considerando a Terra uma figura de forma esférica, tem-se: Como 1 cm3 = 1mø, o volume da vasilha é aproximada-
​ 4 ​ pR3.
V = __ mente 1.593 mø.
3
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Como C = 40.000 km e C = 2pR, deve-se determinar R,


considerando p = 3,14:
40.000 = 2pR ⇒ R = __.___ ​ 40000 ​ ~
= 6.369 km
2p
V = __​ 4 ​pR3 ~ ​ 4 ​· 3,14 · 6.3693 ~
= __ = 1,08 · 1012 km3
3 3
A área da superfície da esfera é dada por A = 4pR2. No
caso do planeta Terra, como R ~ = 6.369 km, tem-se: esfera
= 4 ·3,14 · 6.3692 ~
A~ = 509.485.862 km2
Portanto, o volume aproximado da Terra é 1,08 · 1012 km3,
e sua área aproximada é 5,09 · 108 km2.

100
3. Uma esfera é seccionada por um plano a distante Portanto, seu volume, em m³, será:
12 cm de seu centro. O raio da secção obtida é 9 cm.
Calcule o volume da esfera. ​ 4 ​pr3 = __
v = __ ​ 4 ​p(3)3 = 36pm3
3 3

4. Fuso esférico
Quando uma semicircunferência é rotacionada ao redor
do eixo que passa pelo diâmetro por um ângulo, obtém-se
uma superfície denominada fuso esférico:

Resolução:
Cálculo do raio R da esfera:
R2 = 122 + 92 = 144 + 81 = 225 ⇒ R = 15 cm
Cálculo do volume:
​ 4 ​  pR3 = __
V = __ ​ 4 ​  p(15)3 = V = 4.500p cm3
3 3
Portanto, o volume da esfera é 4.500p cm3.
4. Um cone equilátero está inscrito em uma esfera. O
raio da base do cone é 2 cm. Calcule o volume da esfera. É possível calcular sua área da mesma forma que são cal-
culadas as áreas de setores circulares, ou seja, por meio de
uma proporção. Se o ângulo u fosse 360°, haveria uma
circunferência completa de área 4pr2. Assim:
​ 360º​ = ​ 4____
____ pr2 ​
u Afuso
Afuso = ____
​  u  ​ ∙ 4pr2
360º

Resolução:

__ __
√3 ​
5. Cunha esférica
cos 30º = __ ​ 2 ​ ⇒ ___ ​ ​ 3 ​ ​ = __
​ 2 ​ ⇒ R = ___ ​ 4​  ​
4  ​= ____
​  __ Da mesma forma que se obtém uma superfície ao se ro-
R 2 R ​√3 ​ 3
Calculando o volume da esfera: tacionar uma semicircunferência, também se obtém um
__ __ sólido denominado cunha esférica.
4
__
3
__
3
4
( ) 4​√3 ​ 3 __
____ 4
V = ​   ​  pR = ​   ​  p ​ ​   ​  ​ = ​   ​  p · ​   ​
3
3__ 3
192​
______
27
√3 ​

256p​
_______ √3 ​ 3
= ​   ​ cm
27 __
256p​
_______ √3 ​ 3
Assim, o volume da esfera é ​   ​ cm .
27
5. Sabe-se que foram utilizados 36p m2 de tinta para
pintar completamente a esfera de um reservatório de
água esférico. Calcule o volume de água, em m³, que o
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

reservatório pode armazenar.

Resolução:
Sabe-se que a área de uma esfera é dada por:
Do mesmo modo que uma proporção é utilizada para o
A = 4pr2 cálculo da área do fuso, utiliza-se uma proporção para o
Assim: cálculo do volume da cunha esférica:
​  4 ​πr3
__
A = 4pr2 = 36p 360º
____ 3
____
​   ​ = ​   ​
θ Vcunha
r2 = 9
Vcunha = ____ ​ 4 ​pr3
​  u  ​ ∙ __
r=3m 360º 3

101
Aplicação do conteúdo
1. Dado que um fuso esférico tem área de ​ 3___
p ​ m2 e ân-
2
gulo central de 60°, calcule o volume da cunha esférica
determinada por esse fuso.

Resolução:
Como o ângulo central e a área são conhecidos, é possível
calcular o raio da esfera:
Afuso = ____ ​  u  ​∙ 4pr2
360º
​ 3 ​p = ____
__ ​  60º  ​∙ 4pr2
2 360°
​  3 ​p = __
__ ​ 1 ​∙ 4pr2
2 6
r2 = __ ​ 9 ​
4
r = __ ​ 3 ​ m
2
Assim, seu volume é dado por:
Vcunha = ____ ​  u  ​ ∙ __ ​ 4 ​pr3
360º 3
Vcunha = ____ ​  60º  ​ ∙ __ () ​ 4 ​ p ​ __ ​  3​  ​
3

360° 3 2
Vcunha = __ ​ 1 ​ ∙ __ ​ 4 ​ p ___ ​ 27 ​
6 3 8
Vcunha = __ ​ 3 ​ pm3
4
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

102
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 14
Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a gran-
dezas e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

MODELO 1
(Enem) Uma empresa farmacêutica produz medicamentos em pílulas, cada uma na forma de um cilindro com
uma semiesfera com o mesmo raio do cilindro em cada uma de suas extremidades. Essas pílulas são moldadas
por uma máquina programada para que os cilindros tenham sempre 10 mm de comprimento, adequando o
raio de acordo com o volume desejado.
Um medicamento é produzido em pílulas com 5 mm de raio. Para facilitar a deglutição, deseja-se produzir esse
medicamento diminuindo o raio para 4 mm, e, por consequência, seu volume. Isso exige a reprogramação da
máquina que produz essas pílulas.
Use 3 como valor aproximado para p.
A redução do volume da pílula, em milímetros cúbicos, após a reprogramação da máquina, será igual a:
a) 168.
b) 304.
c) 306.
d) 378.
e) 514.

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando cálculos de volume de sólidos
geométricos (cilindros e esferas) para a sua resolução.
Uma pílula é formada por um cilindro de raio R e altura h e duas semiesferas também de raio R; assim, seu
volume será de:
V = 4/3 ∙ p ∙ R3 + p ∙ R2 ∙ h
Para p = 3, fazendo as diferenças das pílulas com os raios diferentes, tem-se:
Pílula de raio 5 mm = 4/3 ∙ 3 ∙ 5³ + 3 ∙ 5² ∙ 10 = 1.250 mm³
Pílula de raio 4 mm = 4/3 ∙ 3 ∙ 4³ + 3 ∙ 4² ∙ 10 = 736 mm³
Assim, a redução do volume será de 1.250 – 736 = 514 mm³.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

RESPOSTA Alternativa E

103
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESFERAS

FUSO CUNHA
ELEMENTOS ÁREA VOLUME
ESFÉRICO ESFÉRICA

V = 4 p R3
A = 4 p R2 3
R FUSO
Q C P
0
CUNHA

C CENTRO DA ESFERA AFUSO = u . 4 p R2


CP RAIO DA ESFERA 360
QP DIÂMETRO DA
VCUNHA = u . 4 p R3
ESFERA 360 3
R MEDIDA DO RAIO
DA ESFERA
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

104
INSCRIÇÃO E
CIRCUNSCRIÇÃO
DE SÓLIDOS

No triângulo com lados ABC, tem-se: g² = h² + R²

MT AULAS Ao comparar o triângulo ADO, retângulo em D, pode-se


notar uma semelhança com o triângulo ABC, retângulo
37 E 38 em B. Da conformidade desses triângulos, nota-se que
AO= h-r. Assim:
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) h -  ​ r
r  ​ = _____
___
2e5 6, 7, 8, 9, 20, 21, 22 e 23 R g

2.2. Cone inscrito na esfera


A esfera inscrita no cone de raio R possui r como raio e h
1. Introdução como altura.
A seguir, serão analisadas as relações geométricas entre
os sólidos mais utilizados nas provas dos vestibulares. Na
maior parte dos casos, serão realizadas a inscrição e a cir-
cunscrição do par estudado. Durante o desenvolvimento, é
fundamental perceber a utilização de cortes estratégicos
para a elaboração das equações. Os sólidos utilizados se-
rão: esfera, cone, pirâmide quadrada, cubo e cilindro.

2. Esfera e cone
2.1. Circunscrição da esfera Quando os sólidos são divididos em partes e colocados em
Considerando que a esfera inscrita no cone possui r como um plano, o plano apresenta um triângulo com dois lados
raio, h como altura e g como geratriz, tem-se: iguais VAB de base 2r e altura h no raio R. Assim:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Na figura:
Quando o cone é dividido em partes em um plano que § (O) = o ponto central da esfera.
contém seu eixo, o plano apresenta um círculo de raio r § (M) = centro da base do cone.
inscrito num triângulo com dois lados iguais com medidas Considerando que o triangulo OMA é retângulo, tem-se:
2r e altura h proporcionais a g. R2 = r2 + (h - R)2

105
3. Cilindro e cubo 4.2. Cilindro inscrito na esfera
Considere h a altura e r o raio da base do cilindro locali-
3.1. Cilindro inscrito no cubo zado na esfera de raio r. Quando o cilindro é dividido em
partes e colocado em um plano, o plano apresenta um re-
O raio da base do cilindro será R, e h será a sua altura. O
tângulo com medidas 2r e h inscrito no círculo de raio R.
cubo possui a como aresta. Assim:

​  a ​ e h = a
R = ___
2 (2R)2 = (2r)2 + h2

3.2. Cubo inscrito no cilindro


A medida (altura) do cilindro é idêntica à aresta do cubo. O
5. Esfera e cubo
raio R da base do cilindro, por sua vez, representa a meta-
de da diagonal de um quadrado de lado a. 5.1. Esfera inscrita no cubo
Considerando um cubo ABCDEFGH num raio r com ares-
ta a, tem-se:

__
a​√2 ​ e h = a
R = ____
2

4. Esfera e cilindro
4.1. Esfera inscrita no cilindro
A esfera inscrita num cilindro possui r como raio e h como Quando um cubo é dividido por uma superfície que possui
altura. os pontos AB, DC, EF e HG, obtém-se um círculo com raio
r num quadrado MNPQ:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ O raio da base do cilindro é igual ao raio da esfera (R = r).


§ A altura do cilindro é duas vezes maior do que a altura
da esfera (h = 2R).

106
5.2. Cubo inscrito na esfera Quando um sólido é dividido em partes por um plano que
contém o vértice V da pirâmide, os pontos médios M e N
Considerando um cubo ABCDEFGH num raio r com ares- e os lados BC e AD, o plano apresenta um círculo num
ta a, tem-se: triângulo com dois lados iguais com medidas l, h e raio r.

Uma seção do cubo possui pontos A e C, e o centro possui


os pontos ACGE de tamanhos a√2 e a num círculo com
raio r: I
Possuindo um triângulo retângulo VAM, com hipotenusa
g e catetos h e l/2, tem-se:

()
g2 = h2 + __​  l ​  ​
2

2
O triângulo VPO, retângulo em P, é considerado seme-
lhante ao triângulo VAM, retângulo em A. A partir dessa
comparação, percebe-se que VM = g e VO = h – r:
r = _____
___ h​ -  ​r = ___
2r = _____ 2gr
h​ -  ​r ⇒ l = _____ ​
1/2 g l g h-r

O triângulo retângulo possui os pontos EGC de catetos


a√2 e a e hipotenusa 2R. Ao se empregar o teorema de
Pitágoras nesse triângulo, tem-se: __
__ √3 ​
(2R) = (a 2 ​) + a ⇒ 4R = 3a ⇒ R =
2 √ 2 2 2 2 a​
____
2

6. Esfera e pirâmide quadrada


6.1 Inscrição da esfera
A esfera inscrita na pirâmide possui r como raio de uma
base quadrada, l como base e h como altura.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

107
ou seja, a cada ponto do plano corresponde um único par
ordenado (x, y), e a cada par ordenado (x, y) está associado
um único ponto do plano. A relação biunívoca não é única
GEOMETRIA e depende do sistema de eixos ortogonais adotado.

ANALÍTICA: Para estabelecer uma dessas correspondências biunívocas,


são usados dois eixos ortogonais (eixo x e eixo y), cuja
DISTÂNCIA E intersecção é o ponto O, denominado origem do sistema.

PONTO MÉDIO Exemplo


Ao par ordenado de números reais:

§ (0, 0) está associado o ponto O (origem);

MT AULAS
39 E 40
§ (3, 2) está associado o ponto A;

§ (–1, 4) está associado o ponto B;


COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
§ (–2,–3) está associado o ponto C;
2e5 6, 7, 8, 9, 20, 21, 22 e 23
§ (2, –1) está associado o ponto D.

1. Introdução
Esse segmento da Matemática, como o próprio nome su-
gere, associa elementos geométricos a expressões algébri-
cas, proporcionando uma exatidão nas medidas que geral-
mente não é alcançada em resolução geométrica. Observe
o problema a seguir.

Considerando o ponto A (3, 2), afirma-se que o número 3 é


a coordenada x ou a abscissa do ponto A e que o número
2 é a coordenada y ou a ordenada do ponto A.

Na Geometria plana, o centro de gravidade de um triân-


Notas
gulo, denominado baricentro, é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo e pode ser obtido geometricamente 1. Os eixos x e y são denominados eixos coordenados e
com o uso de régua e compasso. dividem o plano em quatro regiões chamadas de qua-
drantes, cuja identificação é realizada como mostra a
O campo da Matemática que será estudado agora propõe
figura.
outro recurso para a resolução desse problema, o algébri-
co, segundo o qual, situados os vértices do triângulo num
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

sistema para a referência, denominado sistema cartesiano


ortogonal, e aplicadas as propriedades já deduzidas na Ge-
ometria plana, pode-se obter o ponto procurado represen-
tado por suas coordenadas.
Acompanhe a seguir as definições dos conceitos necessá-
rios para essa aplicação.

2. Sistema cartesiano ortogonal


Há uma correspondência biunívoca entre os pontos de um
plano e o conjunto dos pares ordenados de números reais,

108
2.
O sinal positivo ou negativo da abscissa e da ordenada
varia de acordo com o quadrante.
2. Se o ponto P pertence ao eixo x, suas coordenadas
são (a, 0), com a ∈ R.
3. Se o ponto P pertence ao eixo y, suas coordenadas -2 -1
são (0, b), com b ∈ R.
4. Se o ponto P pertence à bissetriz dos quadrantes -1
ímpares, suas coordenadas possuem ordenada igual à
abscissa, isto é, são do tipo (a, a), com a ∈ R.

d(A, B) = 3 + 2 = 5
3.

5. Se o ponto P pertence à bissetriz dos quadrantes


pares, suas coordenadas possuem abscissa e ordenada
opostas, isto é, são do tipo (a, –a), com a ∈ R.

3. Distância entre dois pontos


Dados dois pontos, A e B, a distância entre eles, que será d(A, B) = 2 + 4 = 6
indicada por d(A, B), é a medida do segmento de extremi- 4.
dades A e B.

Exemplos
1.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

d(A, B) = 3 – 1 = 2
d(A, B) = 4 – 1 = 3

109
5. É possível determinar uma expressão que indica a distância
entre A e B, quaisquer que sejam A(xA, yA) e B(xB, yB).
O triângulo ABC é retângulo em C, assim, pode-se usar a
relação de Pitágoras:

yB

yA
[d(A, B)]2 = 32 + 22 ⇒ d(A, B) = d​ 13 ​
XXX

6. xA xB

[d(A, B)]2 = 32 + 52 ⇒ d(A, B) = d​ 34 ​


XXX [d(A,B)]2 = (xB – xA)2 + (yB – yA)2 ⇒ d(A,B) =​d(x
XXXXXXXXXXXXX
  B
– xA)2 +(yB – yA)2 ​XX

Nota
A expressão obtida para a distância entre dois pontos A e B independe da localização de A e B, ou seja, vale para quais-
quer A e B. É o caso do segundo, quarto e sexto exemplos analisados anteriormente:

A(–2, –1) e B(3, –1) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[3
   – (–2)]2 + [(–1) – (–1)]2 ​= d​ XXXXXXX
52 + 02 ​= d​ XXX
25 ​= 5

A(–2, 1) e B(–2, 4) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[–
   2 – (– 2)]2 + (4 – 1)2 ​= d​ XXXXXX
02 + 3 ​2 = d​ XX
9 ​= 3

A(–2, 2) e B(1, –3) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[1
   – (–2)]2 + [(–3) – 2]2 ​= d​ XXXXXXXXX
32 + (–5)2 ​= d​ XXX
34 ​
Conclusão: a distância entre dois pontos A e B quaisquer do plano, tal que A(xA, yA) e B(xB, yB), é:
d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXX
(x
  B
– xA)2 + (yB – yA)2 ​
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Aplicação do conteúdo
1. Um ponto P(a, 2) é equidistante dos pontos A(3, 1) e B(2, 4). Calcule a abscissa do ponto P.

Resolução:
Como P é equidistante de A e B:
d(P, A) = d(P, B) ⇒ d​   (2 – a)2 + (4 – 2)2 ​ ⇒ d​ XXXXXXXXXX
(3 – a)2 + (1 – 2)2 ​= d​  
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX (2 – a)2 + 4 ​⇒
(3 – a)2 + 1 ​= d​ XXXXXXXXXX
⇒ (3 – a)2 + 1 = (2 – a)2 + 4 ⇒ 9 – 6a + a2 + 1 = 4 – 4a + a2 + 4 ⇒ –6a + 4a = 4 + 4 – 9 – 1 ⇒
⇒ –2a = –2 ⇒ 2a = 2 ⇒ a = 1

110
Verificando: _____________ __ Assim:
d(P, A) = √ – 1)2 + (1 – 2)2 ​= √ x – x yA – yP
a=1⇒
​ _____________
(3
   ​ 5 ​
__ ​ AP ​ =x_____
r = ___ ​  A– x P ​ =y_____
​   ​
d(P, B) = √
​ (2
   – 1) + (4 – 2)  ​= √
2 2
​ 5 ​ PB P B P – yB

Assim, a abscissa do ponto P é 1.

2. Demonstre que o triângulo com vértices A(–2, 4),


5. Coordenadas do ponto médio
B(–5, 1) e C(–6, 5) é isósceles.
de um segmento de reta

​ , tal que A(xA, yA) e B(xB, yB),
Dado um segmento de reta AB​

determine as coordenadas de M, o ponto médio de AB​
​ .

O ponto M é o ponto divisor que divide o segmento em


duas partes iguais. Se A e B são os pontos extremos do

Um triângulo é isósceles se tiver dois lados con- ​ , com ponto médio M, obtém-se ___
segmento AB​ ​ AM ​= 1.
gruentes (medidas iguais). Calcule as medidas dos MB
lados do triângulo ABC. Assim:
Resolução: x –x x –x
​  AM ​ = ______
§ ___ ​  A M ​ ⇒ 1 =x______
​  A – x M ​ ⇒
d(A, B) = d​ (–5
XXXXXXXXXXXXXXXX
   + 2) + (1 – 4)  ​= d​ 9XXXXX
2 2
+ 9 ​ MB xM – xB M B
x +x
XXX = 3​dXX
= d​ 18 ​ 2 ​ ⇒ 2xM = xA + xB ⇒ xM = ______ ​  A  ​B
2
d(A, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–
   6 + 2)2 + (5 – 4)2 ​= d​ 16
XXXXXX
+ 1 ​ y –y y –y
​  AM ​ = ______
§ ___ ​  A M ​ ⇒ 1 =y______
​  A – y M ​ ⇒
= d​ 17 ​
XXX MB yM – yB M B
y +y
d(B, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–6
   + 5)2 + (5 – 1)2 ​= d​ 1XXXXXX
+ 16 ​ ⇒ 2yM = yA + yB ⇒ yM = _____ ​  A  ​B
2
= d​ 17 ​
XXX

Uma vez que d(A, C) = d(B, C), o triângulo ABC é isósceles.


Aplicação do conteúdo
4. Ponto divisor 1. Se A(1, 3) e B(3,5) são extremos de um diâmetro de
uma circunferência, encontre as coordenadas do centro
Considere A, B e P três pontos do plano cartesiano, de da circunferência e seu raio.

​ numa razão r = ___
maneira que P divide o segmento AB​ ​ AP ​
PB Resolução:
denominada razão de secção. Observe na figura que os tri-
ângulos APC e PBD são semelhantes. Como A e B são extremos do diâmetro, o ponto médio do seg-
mento AB é o centro C, assim:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​ 1 +3
xc = ____ ​= 2
2

​ 3 + ​
yc = _____ 5 =4
2
Portanto, o centro C é o ponto (2, 4). O raio pode ser encontrado
calculando a distância entre C e A:
_____________ __
d(C ,A) √
​(2
   – 1)2 + (4 – 3)2 ​= √
​ 2 ​= R

2. Sendo os pontos A(2,2), B(1,1) e C(6,8) vértices con-


secutivos de um paraelogramo, encontre a coordenada
do quarto vértice D.

111
y –y
Resolução: ​  AG ​= 2 =y______
§ ___ ​  A– y G ​ ⇒ 3yG = yA + 2yM
GM G M
Como A e C são vértices opostos, o ponto médio M entre A e C y +y
_____
⇒ 3yG = yA + 2​  B  ​C ⇒ 3yG = yA + yB + yC
é o encontro das duas diagonais: 2
y + y + y
y ⇒ yG =_________
​  A B
 ​ C
D 3

Aplicação do conteúdo
M C(6,8)
A(2,2) 
1. Determine M, ponto médio de AB​
​ , nos seguintes casos:
a) A(3, –2) e B(–1, –6)
b) A(0, 7) e B(6, 0)
B(1,1)
Resolução:
x a) Considerando M(xM, yM), obtém-se:

(
M ​_____
2 2 )
​ 2 + ​ 8 ​= M(4,5)
​ 2 + ​6 , _____
3 + (–1) 2
xM = _______
​   ​ = __
2
​   ​= 1
2
–2 + ( –6) ___
No entanto, M também é ponto médio da diagonal BD, ​   ​ = ​ –8 ​= –4
yM =________
2 2
assim: M(1, –4)
D +1 Dy + 1
Mx = _____
​  x  ​= 4 My = _____ ​   ​ = 5
2 2 b)
Resolvendo as equações, tem-se: Dx = 7 e Dy = 9, assim, o ​ 0 + ​6 = __
xM = _____ ​ 6 ​= 3
2 2
ponto D é dado por (7, 9).
yM = _____ ​ 7 + ​0 = __ ​ 7 ​
2 2
6. Coordenadas do baricentro ( )
M​3,​ __7 ​  ​ou M(3; 3,5)
2
de um triângulo 2. Uma das extremidades de um segmento é o ponto
Dado um triângulo ABC de vértice A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC), A(7, 13), e a outra é o ponto B(x, y). Se M(–3, 24) é o
determine as coordenadas de G, baricentro do triângulo ABC. ponto médio, determine as coordenadas da extremida-
x +x de B do segmento.
Seja M o ponto médio do lado BC. Portanto, xM = ______ ​  B  ​C e
y +y 2 Resolução:
yM = _____
​  B  ​.C x1 + x2 y1 + y2
2
Seja G o baricentro do triângulo que divide a mediana AM (
Uma vez que M​_____
​   ​, _____
2
​   ​  :​
2 )
em duas partes, uma das quais é o dobro da outra. Nesse
​ 7 + ​x ⇒ 7 + x = – 6 ⇒ x = –13
–3 = _____
​  AG ​= 2.
caso, ___ 2
GM 13 +y
24 = _____
​   ​ ⇒ 13 + y = 48 ⇒ y = 35
2
Assim, B(–13, 35).

3. Calcule o comprimento das medianas de um triângu-


lo de vértices A(2, –6), B(–4, 2) e C(0, 4).
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Assim:
x –x
​  AG ​= 2 =x______
§ ___ ​  A– x G ​ ⇒ 3xG = xA + 2xM
GM G M
xB + xC
⇒ 3xG = xA + 2​ ______  ​ ⇒ 3xG = xA + xB + xC
2
x + xB + xC
⇒ xG =_________
​  A  ​
3

112
Resolução: Os pontos A, B e C estão representados no sistema cartesiano
ortogonal do esquema a seguir.
Ao observar a figura, constata-se que:

M1 é o ponto médio do lado AB​
​ ;

M2 é o ponto médio do lado AC​
​ ;

M3 é o ponto médio do lado BC​
​ .
Cálculo das coordenadas de M1:
​ –4 + ​
x = ______ 2= – 1
2
​ 2 – ​
y = ____ 6= – 2
2
Cálculo das coordenadas de M2:
​ 0 + ​
x = _____ 2= 1
2
​ 4 – ​
y = ____ 6 = –1
2
Cálculo das coordenadas de M3:
G: baricentro (ponto de encontro das medianas)
x + xB + xC y + yB + yC
Sabe-se que xG =_________
​  A  ​ e yG =_________
​  A  ​. Assim:
​ –4 + ​
x = ______ 0 = –2
3 3
2
​ 2 + ​
y = _____ 4= 3 1+ (– 2) + (– 4)
xG = ____________
  
​   ​ = ​ –5 ​
___
2 3 3
Calculando o comprimento das medianas:
1 + 3 +(– 2) __2
 yG = __________
​   ​ = ​   ​
Mediana AM
​ 3​, com A(2, –6) e M3 (–2, 3): 3 3
d(A, M3) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–2
   – 2)2 + (3 + 6)2 ​= d​ 16 + 81 ​= d​ 97 ​
XXXXXXX XXX ​ –5 ​ e __
Dessa forma, as coordenadas do baricentro são ___ ​ 2 ​, ou
3 3
Mediana BM

​ 2​, com B(–4, 2) e M2(1, –1):
_______________
( )
​  –5 ​, __
seja, G = ​___
3 3
​ 2 ​  .​

d(A, M2) = √
​ (1
   + 4)2 + (-1 – 2)2 ​= d​ 25 + 9 ​= d​ 34 ​
XXXXXX XXX

Mediana CM

​ 1​, com C(0, 4) e M1(–1, –2):
_______________
7. Condição de alinhamento
d(C, M1) = √
​ (-1
   – 0)2 + (-2 – 4)2 ​ = d​ 1XXXXXX
+ 36 ​ = d​ 37 ​
XXX
de três pontos
4. Dados os pontos A(5, 12) e B(15, –3), determine o Quando uma reta passa por três pontos distintos, esses três
ponto P do segmento AB, tal que a razão entre as medi- pontos estão alinhados ou são colineares.
 
das de AP​ ​ seja igual a ​ 2
​ e PB​ __ ​.
3
Resolução:
​ AP ​ = __
___ ​ 2 ​
PB 3
Ao fazer P(x, y),obtém-se:
xA – xP 5 – x A, B e C são três pontos alinhados.
​ 2 ​ =x_____
§ __ ​  – x  ​ = _____
​   ​ ⇒ 2(x – 15) = 3(5 – x)
3 P B x – 15 O que ocorre se três pontos A, B e C estiverem alinhados?
⇒ 2x – 30 = 15 – 3x ⇒ 5x = 45 ⇒ x = 9
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

yA – yP 12 – y
§ __​ 2 ​ =y_____
​  – y  ​ = _______
​   ​ ⇒ 2(y + 3) = 3(12 – y)
3 P B y – (– 3)
⇒ 2y + 6 = 36 – 3y ⇒ 5y = 30 ⇒ y = 6
Assim, P(9, 6).

5. De volta à questão proposta na introdução deste capítulo:


Resolução:
Se os vértices de um triângulo são os pontos A(1, 1), B(–2, 3)
e C(–4, –2), determine as coordenadas do baricentro desse tri-
ângulo.

113
Pelo teorema de Tales:
AB x –x Nota
​  AB ​ = ____
___ ​  1 1 ​ ⇒ ___ ​  AB ​ =x_____
​  2– x 1 ​  (I)
AC A1C1 AC 3 1
AB y –y
​  AB ​ = ____
___ ​  2 2 ​ ⇒ ___ ​  AB ​ =y_____
​  2– y 1 ​  (II)
AC A2C2 AC 3 1
Se comparados I e II, obtém-se:
x2 – x1 _____
_____ y2 – y1 ______ y2 – y1 _____ y3 – y1
x​  3 – x1 ​ =y​  3 – y1 ​ ⇒ ​ x2 – x1 ​ =x​  3 – x1 ​
y – y y3 – y1
⇒ ______
​ x 2 – x 1 ​ –x_____​  – x  ​= 0 ⇒
2 1 3 1
⇒ (x3 – x1)(y2 – y1) – (x2 – x1)(y3 – y1) = 0 ⇒
x3y2 – x3y1 – x1y2 + x1y1 – x2y3 + x2y1 + x1y3 – x1y1 = 0 ⇒
⇒ x1y2 – x1y3 + x2y3 – x2y1 + x3y1 – x3y2 = 0
O primeiro termo da igualdade corresponde ao determinante

x1 y1 1 A figura ilustra geometricamente que os pontos da-


x2 y2 1 dos estão numa mesma reta, isto é, estão alinhados;
assim, o processo analítico garante a propriedade.
x3 y3 1
Por esse motivo, pode-se dizer que, se três pontos A(x1, y1), 2. Determine o valor de x de modo que os pontos A (–3,
1), B (x, 2) e C (–3, –1) sejam os vértices de um mesmo
B(x2, y2) e C(x3, y3) estiverem alinhados:
triângulo.
x1 y1 1 Resolução:
D= x y2 1 = 0.
2 Para que A, B e C sejam os vértices de um triângulo, eles não
x3 y3 1 devem estar alinhados.
Portanto:

Nota –3 1 1
Quando é realizado o caminho inverso, verifica-se x 2 1 ≠ 0 ⇒ –6 – 3 – x + 6 – x – 3 ≠ 0 ⇒
também que:
–3 –1 1
x1 y1 1
se D = x –x – x ≠ 3 + 3 ⇒ 2x ≠ –6 ⇒ x ≠ –3
2
y2 1 = 0, A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3)
Assim, x ≠ –3.
x3 y3 1
são pontos colineares (recíproca da propriedade anterior).

Aplicação do conteúdo
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

1. Verifique se os pontos A (–3, 5), B (1, 1) e C (3, –1)


estão alinhados.
Resolução:
Calculando o determinante a partir das coordenadas:

x1 y1 1
D= x y2 1 = –3 + 15 – 1 – 3 – 5 – 3
2

x3 y3 1
= +15 – 15 = 0
Como D = 0, os pontos dados estão alinhados.

114
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 22

Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

Dentro das competências da área 5 do Enem, a habilidade 22 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de conhecimentos básicos de geometria analítica.

MODELO 1
(Enem) Nos últimos anos, a televisão tem passado por uma verdadeira revolução, em termos de qualidade de
imagem, som e interatividade com o telespectador. Essa transformação se deve à conversão do sinal analógico
para o sinal digital. Entretanto, muitas cidades ainda não contam com essa nova tecnologia. Buscando levar
esses benefícios a três cidades, uma emissora de televisão pretende construir uma nova torre de transmissão,
que envie sinal às antenas A, B e C, já existentes nessas cidades. As localizações das antenas estão represen-
tadas no plano cartesiano:

80 90
A torre deve estar situada em um local equidistante das três antenas.
O local adequado para a construção dessa torre corresponde ao ponto de coordenadas:
a) (65; 35).
b) (53; 30).
c) (45; 35).
d) (50; 20).
e) (50; 30).

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando conhecimentos sobre geo-
metria analítica para sua resolução.
O ponto procurado é o circuncentro do triângulo ABC.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Os pontos médios dos lados AB e BC são, respectivamente, MC = (50; 20) e Ma = (65; 35). Além disso, o
——
coeficiente angular da reta ​BC​é dado por:
yB – yC
m​—
BC
​= x______
​– x ​
B C

20
​  – 50​
= _______
70 – 60
= –3

115
A equação da mediatriz do lado BC é tal que:
y – yM = –1; m​— ​(x – xM ) ⇔ y – 35 = – __​1​(x – 65)
C BC C -3
65
⇔ y = 1__​x – ___
​ ​+ 35
3 3
Como AB é paralelo ao eixo das abscissas, segue-se que a equação da mediatriz do lado AB é x = xM = 50.
C

Desse modo, a ordenada do circuncentro de ABC é dada por:


65
y – __1​ ​. 50 – ___
​ ​+ 35 = 30
3 3
Portanto, o resultado pedido é (50; 30).

RESPOSTA Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

SISTEMA CARTESIANO DISTÂNCIA ENTRE


PONTO MÉDIO
ORTOGONAL DOIS PONTOS

B(X ,Y ) B(X ,Y )
2.o Quadrante 1.o Quadrante YB B B B B

( - , +) ( + , +) M (X ,Y )
YA A (X ,Y ) M M

A A

3.o Quadrante 4.o Quadrante A (X ,Y )


XA XB A A

(-,-) ( + , -) xA + xB YA + YB
d2(A, B) = (XB - XA)2 + (YB - YA)2 XM = ​ ______ YM = ​ ______
2 2

COORDENADAS CONDIÇÃO DE
DO BARICENTRO ALINHAMENTO DE
DO TRIÂNGULO TRÊS PONTOS
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A(X ,Y )
A A

B(X ,Y )
B B

N M C (X ,Y )
C C
G
A (X ,Y )
A A

C(X ,Y ) P B(X ,Y ) XA YA 1
C C B B

x__________
+ x + x Y + Y + Yc D= XB YB 1 = 0
XG = ​  A B c YG = ​  __________
A B
XC YC 1
2 2

116
Quando a reta r é paralela ao eixo x, diz-se que sua inclina-
ção é zero, ou seja, a = 0º.
GEOMETRIA
ANALÍTICA:
INCLINAÇÃO DA
RETA E COEFICIENTE
ANGULAR Assim, pode-se afirmar que, para cada reta r, o ângulo a é
único e tal que 0º ≤ a < 180º.

MT AULAS
41 E 42
2. Coeficiente angular
de uma reta
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2e5 6, 7, 8, 9, 20, 21, 22 e 23 Considere uma reta r de inclinação a em relação ao eixo x.
O coeficiente angular ou a declividade dessa reta r é o nú-
mero real m, que expressa a tangente trigonométrica de
sua inclinação a, ou seja:
1. Inclinação de uma reta m = tg a
Observe os demais casos, considerando 0º ≤ a < 180º:
1.

Considere a a medida do ângulo que a reta r forma com


o eixo x. A medida a do ângulo é considerada do eixo x
para a reta r, em sentido anti-horário, e é denominada in- Para a = 0º, obtém-se m = tg a = tg 0º = 0.
clinação da reta r.
2.
Quanto à inclinação de retas não paralelas ao eixo x,
existem:
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Para 0º < a < 90º, obtém-se tg a > 0 ä m > 0.


3.
0º < a < 90º 90º < a < 180º

a = 90º Para 90º < a < 180º, obtém-se tg a < 0 ä m < 0.

117
4. No triângulo retângulo ABC (C é reto), tem-se:
d(C,B) ___ Dy y2 – y1
tg (180º – a) = _____ ​   ​ = ​   ​ = _____
​   ​
d(A,C) Dx x1 – x2
como tg (180º – a) = –tg a ⇒
y –y Dy y2 – y1
⇒ – tg a = ______
​ x 2 – x 1 ​ ä m = tg a = ___ ​   ​ =x_____
​   ​
1 2 Dx 2 – x1
Assim:
y –y
m = ______
​ x 2 – x 1 ​
2 1
Para a = 90º, a tg a não é definida. Por esse motivo, se
Note que x2 ≠ x1, uma vez que r não é paralela ao eixo y.
a = 90º, ou seja, se a reta for vertical, ela terá declividade
não definida. Conclusão: se A(x1, y1) e B(x2, y2) forem os pontos distintos
quaisquer na reta r, que não é paralela ao eixo y (x1 ≠ x2),
Entretanto, é possível calcular o coeficiente angular de uma
a declividade ou o coeficiente angular de r, indicado por
reta a partir das coordenadas de dois de seus pontos.
m, será dado por:
Dado que, para a = 0º (reta horizontal) a declividade é 0, e Dy y2 – y1
m = ___
​   ​ =x_____
​   ​
para a = 90º (reta vertical) não há declividade, observe os Dx 2 – x1
casos de 0º < a < 90º e 90º < a < 180º. Portanto, há duas maneiras de se obter o coeficiente angu-
1. 0º < a < 90º lar de uma reta caso ele exista:

§ conhecendo a inclinação a da reta, calcula-se m = tg


a; e

§ conhecendo dois pontos A (x1, y1) e B (x2, y2) da reta,


y –y
calcula-se m = ______
​ x 2 – x 1 ​.
2 1

§ Na prática, é mais difícil obter a informação sobre a


inclinação da reta, por isso é importante não esquecer
y –y y –y
que m =x_____
​  2– x 1 ​ ou m =x_____
​  1– x 2 ​.
2 1 1 2

Nota
Seja r a reta determinada por A(x1, y1) e B(x2, y2) e seja
É possivel utilizar outro método para verificar o ali-
C(x2, y1). nhamento de três pontos: comparar os coeficientes
No triângulo retângulo ABC (C é reto), tem-se: angulares das retas que passam pelos pontos dois a
dois. Por exemplo, na verificação do alinhamento de
d(C, B) ___ Dy y2 – y1
tg a = ______
​   ​ = ​   ​ =x_____
​   ​ três pontos A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3), nota-se que
d(A, C) Dx 2 – x1 y2 – y1 y3 – y2
Assim: ocorre x_____
​  – x  ​ = x_____
​  – x  ​.
y –y 2 1 3 2

m = ______
​ x 2 – x 1 ​ Fica a seu critério usar esse método ou continuar utili-
2 1
zando o determinante para verificar o alinhamento ou
2. 90º < a < 180º
não de três pontos.
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Aplicação do conteúdo
1. Calcule o coeficiente angular da reta que passa pelos
pontos A(2, 3) e B(4, 7).

Resolução:

​ 7 – 3 ​ = __
m = ____ ​ 3 – 7 ​ = ___
​ 4 ​= 2 ou m = ____ ​ –4 ​= 2
A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x2, y1) 4–2 2 2 – 4 –2

118
3. Equação da reta, conhecidos y – 4 = 2 (x – (–1)) ä y – 4 = 2(x + 1)
ä y – 4 = 2x + 2 ä –2x + y – 6 = 0
um ponto a(x0, y0) e ä 2x – y + 6 = 0
a declividade m da reta A equação procurada é 2x – y + 6 = 0.
Dois pontos distintos determinam uma reta, isto é, dados 2. Determine a equação da reta que passa pelos pontos
dois pontos distintos, existe uma única reta que passa pe- A (–1, –2) e B(5, 2).
los dois pontos.
Resolução:
Da mesma maneira, um ponto A (x0, y0) e a declividade m
determinam uma reta r. Considerando P (x, y) um ponto Calcule o coeficiente angular da reta determinada pelos pontos
genérico dessa reta, pode-se chegar a uma equação, de A (–1, –2) e B(5, 2):
variáveis x e y, a partir dos números x0, y0 e m, que será yB – yA 2 + 2 __4 __2
m =x_____
​  – x  ​ = _____
​   ​ = ​   ​ = ​   ​
denominada equação da reta r. B A 5+1 6 3
Usando o ponto A(–1, –2), obtém-se:
Observe como obter a equação da reta que passa por um
ponto A(x0, y0) e tem um coeficiente angular m: ​ 2 ​(x – (–1)) ä y + 2 = __
y – (–2) = __ ​ 2 ​(x + 1)
3 3
ä 3y + 6 = 2x + 2 ä 2x – 3y – 4 = 0

A equação da reta AB é 2x – 3y – 4 = 0.
Outro modo de resolver:
Chamando de P (x, y) um ponto genérico da reta AB, pode-se
afirmar que P, A e B estão alinhados. Portanto:

x y 1 ä – 2x + 5y – 2 + 10 + y – 2x
–1 –2 1 = 0 ä – 4x + 6y + 8 = 0 ä 4x – 6y – 8
5 2 1 ä 2x – 3y – 4 = 0
A equação da reta AB é 2x – 3y – 4 = 0.
Considerando um ponto P(x, y) qualquer sobre a reta, 3. Determine a equação da reta nestes casos.
tem-se:
y–y a) r passa por (4, 7) e é paralela ao eixo x.
m = x_____
​  – x 0 ​ ä y – y0 = m(x – x0)
0

Notas
1. A equação y – y0 = m(x – x0) independe de m ser
positivo ou negativo e da localização do ponto A.
2. Se a reta for paralela ao eixo x, m = 0 e a equação
da reta será dada por y = y0.
3. Se a reta for paralela ao eixo y, todos os pontos da
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

reta terão a mesma abscissa e a equação será dada


por x = x0.
Resolução:
Os pontos de r têm ordenada 7, seja qual for a abscissa.
Aplicação do conteúdo
Assim, a equação de r é y = 7.
1. Determine a equação da reta que passa pelo ponto A
Também pode ser justificado assim: se r é paralela ao eixo x,
(–1, 4) e tem coeficiente angular 2.
seu coeficiente angular é m = 0.
Resolução: Assim, y – 7 = 0 (x – 4) ä y – 7 = 0 ä y = 7.
Recorrendo à equação (y – y0) = m(x – x0), tem-se:

119
b) r passa por (4, 7) e é paralela ao eixo y. O número real n, que é a ordenada do ponto em que a reta
intersecta o eixo y, é denominado coeficiente linear da reta.
y = mx   +   n
↑ ↑
coeficiente angular coeficiente linear
Essa forma é especialmente importante porque permite
obter o coeficiente angular de uma reta a partir de uma
equação, além de expressar claramente a coordenada y
em função de x. Ela é conhecida como forma reduzida da
equação da reta.

Resolução: Aplicação do conteúdo


Se r é paralela ao eixo y, seus pontos têm abscissa 4, seja 1. Determine o coeficiente angular e o coeficiente line-
qual for a ordenada. ar da reta de equação 2x + 3y = 1.

Assim, a equação da reta r é x = 4. Resolução:


4. Encontre a equação da reta a seguir: 2x + 3y = 1 ä 3y = –2x + 1 ä y = – __ ​ 2 ​x + __
​ 1 ​
3 3
​ 2 ​e o coeficiente linear é
Assim, o coeficiente angular é m = – __
1
__ 3
n = ​   ​.
3
2. Determine a forma reduzida da equação da reta que
passa pelos pontos A(–1, 5) e B(–3, –1).

Resolução:
Calculando o coeficiente angular da reta:
y2 – y1 –1 – 5 ___
m = x_____
​  – x  ​ = ______
​   ​ = ​ –6 ​= 3
2 1 –3 + 1 –2
Resolução: Usando o ponto A(–1, 5), obtém-se:
Como temos o ângulo que a reta faz com o eixo x, segue que a y – y1 = m (x – x1) ä y – 5 = 3(x + 1) ä
inclinação da reta é 60° (não 120°, pois a inclinação é dada no
ä y – 5 = 3x + 3 ä y = 3x + 8
sentido anti-horário
__ a partir do eixo x). Assim, tem-se que m =
tg(60º) = √
​ 3 ​. Assim, a equação procurada é y = 3x + 8.

Agora, tem-se o coeficiente angular e um ponto P da reta, por- Outro modo de resolver:
tanto: A equação reduzida da reta é da forma y = mx + n.
y – y0 = m(x__ – x0) Uma vez que ela passa por (–1, 5), obtém-se:
y __– 1 = √
​ 3 ​(x – 0)
​√3 ​x – y + 1 = 0 5 = m(– 1) + n
Uma vez que ela também passa por (–3, –1), resulta em: –1 =
4. Forma reduzida da
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

m (–3) + n.

equação da reta Os valores de m e n serão calculados pela resolução do sistema:

Foi visto que a equação da reta que passa por um ponto


A(x0, y0) com declividade m é dada por:
y – y0 = m(x – x0) Substituindo m = 3 na primeira equação, obtém-se:
Se for escolhido o ponto particular (0, n), ou seja, o ponto 3 – n = – 5 ä –n = –8 ä n = 8.
em que a reta intersecta o eixo y, para o ponto (x0, y0),
Assim, a equação correspondente é y = 3x + 8.
será obtido:
y – n = m (x – 0) ä y – n = mx ä y = mx + n

120
5. Forma segmentária Aplicação do conteúdo
da equação da reta 1. Escreva na forma segmentária a equação da reta que
Considere uma reta r que não passa por (0, 0), intersecta passa pelos pontos (3, –1) e (–2, –4).
o eixo x no ponto A (a, 0) e intersecta o eixo y no ponto Resolução:
B (0, b).
Determinando o coeficiente angular:
​ –3 ​ = __
​ –4 + 1 ​ = ___
m = ______ ​ 3 ​
–2 – 3 –5 5
Usando o ponto (3, –1), obtém-se:
y + 1 = __ ​ 3 ​(x – 3)
5
Obtendo a equação na forma segmentária:
​ 3 ​(x – 3) ä 5y + 5 = 3x – 9 ä
y + 1 = __
5
Calculando o coeficiente angular, obtém-se: 5y y
ä 3x – 5y = 14 ä ___ ​  3x ​ – ___
​   ​= 1 ä ___​  x  ​ + ____
​   ​= 1
14 14 ​  14 ​ ____
___ ​  –14
​ 0 – b ​ ä m = – __a​ b ​
m = ____ 3 5
 ​
a–0
Usando a forma reduzida y = mx + n , da qual m = – __​ ab ​ e Outro modo de resolver:
n = b:
Considere o ponto genérico P(x, y) e faça:
y = – __a​ b ​x + b ä ay = –bx + ab ä bx + ay = ab
x y 1 = 0 ä –x – 2y – 12 – 2 – 3y + 4x = 0 ä 3x
Dividindo os dois membros por ab (a ≠ 0 e b ≠ 0), obtém-se: ___x  ​ + ____ y
ay ab __x __y 3 –1 1 – 5y = 14 ä ​ ___
14 ____
​ 
–14
 ​= 1
​  bx ​ + __
__ ​   ​ = __
​   ​ ä ​   ​ + ​   ​= 1 ​   ​ ​   ​
3 5
ab ab ab a b –2 –4 1
Essa é a forma segmentária da equação da reta que não
passa por (0, 0) e intersecta os eixos nos pontos (a, 0) e
(0, b).

Exemplos:
1. A forma segmentária da equação da reta que corta os
y
​ x ​ + ___
eixos em (5, 0) e (0, –2) é __ ​   ​= 1.
5 –2
y
​ x ​ + __
2. A reta cuja equação na forma segmentária é __ ​   ​= 1
5 2
corta os eixos em (5, 0) e (0, 2).
3. Se y = 2x – 5 é a equação de uma reta na forma reduzi-
da, pode-se chegar à forma segmentária:
y y
y = 2x – 5 ä 2x – y = 5 ä __ ​ 2x ​ – __
​   ​= 1 ä __​  x ​ + ___
​   ​= 1
5 5 __ 5
​   ​ –5
2
Essa reta conta os eixos em ​__
2 ( )
​  5 ​, 0 ​e (0, –5).
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121
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 22

Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

Dentro das competências da área 5 do Enem, a habilidade 22 exige do aluno a capacidade de resolver uma situ-
ação proposta a partir de conhecimentos básicos de geometria analítica.

MODELO 1
(Enem) Para uma feira de ciências, dois projéteis de foguetes, A e B, estão sendo construídos para serem lança-
dos. O planejamento é que eles sejam lançados juntos, com o objetivo de o projétil B interceptar o A quando
esse alcançar sua altura máxima. Para que isso aconteça, um dos projéteis descreverá uma trajetória parabólica,
enquanto o outro irá descrever uma trajetória supostamente retilínea. O gráfico mostra as alturas alcançadas
por esses projéteis em função do tempo, nas simulações realizadas.

Com base nessas simulações, observou-se que a trajetória do projétil B deveria ser alterada para que o objetivo
fosse alcançado.
Para alcançar o objetivo, o coeficiente angular da reta que representa a trajetória de B deverá:
a) diminuir em 2 unidades;
b) diminuir em 4 unidades;
c) aumentar em 2 unidades;
d) aumentar em 4 unidades;
e) aumentar em 8 unidades.

ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando conhecimentos sobre geo-
metria analítica para sua resolução.
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12
O coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (0, 0) e (6, 10) é ___ 16
​ ​ = 2. Portanto, sendo ___
​ ​= 4 o
6 4
coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (0, 0) e (4, 16), pode-se concluir que o coeficiente
angular deverá aumentar em 4 – 2 = 2 unidades.

RESPOSTA Alternativa C

122
DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

INCLINAÇÃO DA RETA E
COEFICIENTE ANGULAR EQUAÇÃO DA RETA

m = tg a
Forma reduzida Forma segmentada
y y r
y
r y = mx + n
m = coeficiente angular B(0, b)
a a
0 0
n = coeficiente linear
x x
A(a, 0)
0 < a < 90º a = 90º 0 x
m = tg a declividade
m>0 não definida x + y
=1
a b
y y

r
a
0 x 0 x

90 < a < 180º


a = 0º
m = tg a
m = tg a = 0
m<0

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123
Assim:

§ na forma y – y0 = m(x – x0), são identificados a in-


GEOMETRIA clinação a da reta (m = tg a) e um ponto da reta

ANALÍTICA: (x0, y0);

POSIÇÃO RELATIVA E § na forma reduzida y = mx + n, são identificados a


inclinação a (m = tg a), o ponto de intersecção da
PERPENDICULARISMO reta com o eixo y (0, n) e ainda o ponto (1, m + n);
y
§ na forma segmentária ​ __ax ​ + ​ __ ​= 1, são identificados os
b
pontos de intersecção da reta com os eixos: (a, 0) e
x1 y1 1

MT AULAS
43 E 44
se for feito x
2

x3
y2
y3
1 = 0, impõe-se o alinha-
1
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) mento de dois pontos genéricos. Nessa forma, são
2e5 6, 7, 8, 9, 20, 21, 22 e 23 identificados, sem calcular o determinante, dois
pontos da reta (x1, y1) e (x2, y2);

§ a forma geral ax + by + c = 0 pode ser obtida a

1. Equação da reta partir de qualquer uma das anteriores e não apre-


senta explicitamente nenhum ponto da reta nem os
na forma geral coeficientes linear e angular.

Toda reta do plano possui uma equação de forma: 2. A mesma reta pode ter várias representações na
forma geral, isto é, x + 2y – 1 = 0, 2x + 4y – 2 = 0.
ax + by + c = 0
Por essa razão, é preferível escrever “obter uma equa-
Nessa equação, a, b e c são constantes, e a e b não são si- ção direta na forma geral”, como no segundo exemplo
multaneamente nulos. Ela é denominada equação da reta de aplicação em seguida.
na forma geral. 3. Dada uma equação de uma reta na forma geral ax
Exemplos: + by + c = 0, seu coeficiente angular pode ser obtido
rapidamente usando mr = ___ ​ –a ​.​
A reta: b
§ y = – ​ __3 ​x + 1 pode ser escrita na forma geral por 4. A reta r tal que ax + by + c = 0 intersecta os eixos nos
pontos ​ – ​ __ac ​, 0 ​e ​ 0,– ​ __c ​  .​
) (
4
3x + 4y – 4 = 0. ( ) b
y
​  x ​ + __
§ __ ​   ​= 1 pode ser dada na forma geral por
2 5
5x + 2y – 10 = 0.
§ y = 5, que é paralela ao eixo x, pode ser dada por
Aplicação do conteúdo
0x + 1y – 5 = 0. 1. Escreva nas formas reduzida, segmentária e geral da
equação da reta que passa pelo ponto (1, – 6), cuja in-
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ x = 2, que é uma reta vertical, pode ser dada por clinação é de 135º.
1x + 0y – 2 = 0.
Resolução:
§ y – 3 = 5(x – 1) pode ser dada por 5x – 1y – 2 = 0.
Pelos dados do problema, é mais conveniente escrever, inicial-
mente, a equação na forma (y – y1) = m(x – x1).
Notas
Uma vez que a = 135º:
1. Foi visto que a equação da reta pode ser escrita de
diversas formas. Na resolução de exercícios, é necessá- m = tg a = tg 135º = –1
rio escolher a mais conveniente em relação aos dados e E uma vez que a reta passa por (1, –6):
à proposta do problema.
y + 6 = –1(x – 1)

124
Em razão disso:
§ a forma reduzida: y + 6 = –x + 1 ⇒
2. Forma paramétrica
⇒ y = –x + 1 – 6 ⇒ y = –x – 5; da equação da reta
§ a forma segmentária: y + 6 = –x + 1 ⇒ Foi visto que a equação de uma reta pode aparecer nas
y
⇒ x + y = – 5 ⇒ ___ ​  x  ​ + __
​   ​= 1; formas geral, reduzida e segmentária.
–5 –5
§ e a forma geral: y + 6 = –x + 1 ⇒ Além delas há mais uma, conhecida como forma paramétri-
⇒ x + y – 1 + 6 = 0 ⇒ x + y + 5 = 0. ca. Nela, as coordenadas x e y dos pontos da reta são dadas
em função de uma terceira variável, t, mediante expressões
2. Determine uma equação da reta na forma geral que do primeiro grau. A variável t é denominada parâmetro.
passa pelos pontos A(1,4) e B(3, –3).
Resolução: Exemplo
Calculando a declividade da reta:
x=t+1
A reta r é definida na forma paramétrica por
y = 2t
​ –3 – 4 ​ = ___
m = _____ ​ –7 ​ x=5+1=6
3–1 2 Para t = 5, tem-se
Considerando o ponto A(1, 4), obtém-se: y = 2 ⋅ 5 = 10
Assim, (6, 10) é um ponto dessa reta. Em geral, pode-se
y – y1 = m(x – x1) ⇒ y – 4 = – ​ __7 ​(x – 1) ⇒
2 concluir que qualquer ponto P da forma (t + 1, 2t) será um
​ 7 ​x + __
⇒ y – 4 = – __ ​ 7 ​ ⇒ 2y – 8 = –7x + 7 ⇒ ponto dessa reta r.
2 2
⇒ 7x + 2y – 15 = 0
Outro modo de resolver: Nota
Considere um ponto P(x, y) qualquer da reta que passa pelos Para determinar uma equação geral de r, é possível
pontos A e B. obter t em uma das equações paramétricas e substi-
tuí-lo na outra:
Como A, B e P estão alinhados, deve-se ter:
x=t+1⇒t=x–1
x y 1 y = 2(x – 1) ⇒ y = 2x – 2 ⇒ 2x – y –2 = 0 (equação
1 4 1 = 0 ⇒ 4x + 3y – 3 – 12 – y + 3x = 0 ⇒ geral de r)
⇒ 7x + 2y – 15 = 0.
3 –3 1

3. Determine os pontos de intersecção da reta de equa- Aplicação do conteúdo


ção 3x – 2y – 12 = 0 com os eixos x e y.
1. Dadas as equações de r na forma paramétrica
Resolução: x = 2t – 1
, determine o que se pede em cada item:
O ponto de intersecção com o eixo x tem ordenada 0. y=t+2
Assim, se y = 0, obtém-se: a) equação reduzida de r;
b) intersecção de r com o eixo x.
3x – 2 ⋅ 0 – 12 = 0 ⇒ 3x – 12 = 0 ⇒ 3x = 12 ⇒ x = 4
Resolução:
Portanto, a reta corta o eixo x no ponto (4, 0).
O ponto de intersecção com o eixo y tem abscissa 0. Assim, se x a) Determinando t na segunda equação:
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= 0, obtém-se: y=t+2⇒t=y–2
3 ⋅ 0 – 2y – 12 = 0 ⇒ –2y = 12 ⇒ y = –6 Substituindo na outra equação:
Portanto, ela corta o eixo y no ponto (0, –6).
x = 2t – 1 ⇒ x = 2(y – 2) – 1 ⇒ 2y – 4 – 1 =
Outro modo de resolver:
= x ⇒ y = __ ​ 5 ​(equação reduzida de r)
​ 1 ​x + __
É possível passar a equação da forma geral para a segmentária: 2 2
b) Se y = 0, tem-se:
3x – 2y – 12 = 0 ⇒ 3x – 2y = 12 ⇒
2y 12 __x ___ y
__ ​ 5 ​= 0 ⇒ x + 5 = 0 ⇒ x = –5
​ 1 ​x + __
​  3x ​ – ___
⇒ ___ ​   ​ = ___
​   ​ ⇒ ​   ​ + ​   ​= 1 2 2
12 12 12 4 –6 Assim, r corta o eixo x em (–5, 0).
Da equação segmentária, obtém-se os pontos procurados (4, 0)
e (0, –6).

125
3. Posições relativas de 3.1. Paralelismo de duas retas
duas retas no plano Considerando uma reta r de equação 2x – 3y + 5 = 0 e
uma reta s de equação 4x – 6y – 1 = 0, qual será a posição
Duas retas r e s contidas no mesmo plano são paralelas ou da reta r em relação à reta s?
concorrentes. Observe:
Observe que a primeira equação equivale a 4x – 6y + 10 = 0.
iguais (coincidentes) se r ∩ s = r
Paralelas Se comparada com 4x – 6y – 1 = 0, percebe-se que não
distintas se r ∩ s = ∅ existe um ponto (x, y) que pertença simultaneamente a r e
perpendiculares se r e s determinam s. Assim, r e s são retas paralelas distintas.
quatro ângulos retos e oblíquas se r e s Como justificar esse fato? Observe a seguir a análise dos
Concorrentes determinam dois ângulos agudos e dois
coeficientes angulares das duas retas.
obtusos
§ Coeficiente angular m1 da reta r:
2x – 3y + 5 = 0 ⇒ –3y = –2x – 5
⇒ 3y = 2x + 5 ⇒ y = __ ​ 5 ​
​ 2 ​x + __
3 3
​ 2 ​ (I).
Assim, m1 = __
  3
r e s: paralelas distintas r//s, com r ∩ s = ∅ § Coeficiente angular m2 da reta s:
4x – 6y – 1 = 0 ⇒ –6y = –4x + 1 ⇒ 6y = 4x – 1
​ 4 ​x – __
⇒ y = __ ​ 1 ​ ⇒ y = __
​ 2 ​x – __
​ 1 ​
6 6 3 6
​ 2 ​ (II).
Assim, m2 = __
  3
a e b: paralelas iguais ou coincidentes a//b, Se comparados (I) e (II), verifica-se que m1 = m2.
com a ∩ b = a ou a = b
Se a1 é a inclinação da reta r e a2 é a inclinação da reta s:
m1 = m2 ⇒ tg a1 = tg a2 ⇒ a1 = a2
(a1 e a2 estão entre 0º e 180º)
Se as inclinações são iguais, as retas são paralelas (r//s), e,
uma vez que __​ 5 ​ ≠ – ​ __1 ​, elas são distintas.
3 6
Observe a seguir figuras que mostram duas retas distintas
e não verticais, que são paralelas:
 
e e f: concorrentes perpendiculares
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

 
p e q: concorrentes oblíquas

A seguir, será analisado como determinar as posições relati-


vas de duas retas do mesmo plano a partir de suas equações. a1 = a2 ⇔ tg a1 = tg a2 ⇔ m1 = m2 ⇔ r // s
Duas retas não verticais r e s são paralelas, se, e somente
se, seus coeficientes angulares forem iguais (m1 = m2).

126
Nota 4. Duas retas do mesmo plano com coeficientes angula-
res diferentes não são paralelas; logo, são concorrentes.
1. Quando as duas retas são paralelas ao mesmo eixo,
elas são paralelas entre si. Nesse caso, não há necessi-
   
dade de recorrer ao coeficiente m.

r//s

Com 0º < a1, a2 < 180º, tem-se: a1 ≠ a2 ⇔ tg a1 ≠ tg


a2 ⇔ m1 ≠ m2 ⇔ r e s: concorrentes.

Aplicação do conteúdo
a//b
1. Verifique, em cada item, a posição relativa das retas
Exemplos dadas por suas equações:
1. a) r: 3x – y + 2 = 0
§ As retas de equações x = 4 e x = –1 são paralelas. y
​ x  ​ + ___
s: __ ​   ​= 1
§ As retas de equações y = 2 e y = 7 são paralelas. 4 10

2. Um caminho prático de verificar o paralelismo de b) r: y = __ ​ 2 ​x – 1


3
duas retas é comparar suas equações gerais. Dadas s: 4x – 6y + 5 = 0
duas retas, r e s, tal que r: ax + by + c = 0 e s: a’x + b’x c) r: x = 8
+ c = 0; basta comparar estas razões: __ ​ a  ​, __
​  b  ​ e __
​  c  ​. s: y – 5 = 3(x – 4)
a' b' c'
​  a  ​ = __
§ Se __ ​  b ​ = __
​  c  ​, trata-se de duas retas paralelas coinci- Resolução:
a' b' c' a) Determinando o coeficiente angular de r e s usan-
dentes (r = s), ou seja, a mesma reta representada de
duas formas diferentes. do a equação na forma reduzida:
r: 3x – y + 2 = 0 ⇒ – y = – 3x – 2 ⇒
​  a  ​ = __
§ Se __ ​  b  ​ ≠ __
​  c  ​, trata-se de duas retas paralelas dis-
a' b' c'
tintas. y = 3x + 2 ⇒ m1 = 3
y
​  x  ​ + ___
s: __ ​   ​= 1 ⇒ 2y = 20 – 5x ⇒
​  a  ​ ≠ __
§ Se __ ​  b  ​, trata-se de duas retas concorrentes. 4 10
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a' b'
y = ___ ​ –5x ​ + 10 ⇒ m2 = – ​ __
5 ​
3. É possivel dizer que, se duas retas r: ax + by + c = 0 2 2
​ a  ​ = __
e s: a’x + b’y + c’ = 0 são tais que __ ​  b  ​, ou seja, ab’ = Se m1 ≠ m2, r e s são concorrentes.
a' b'
a’b, elas são paralelas e vice-versa. b)
É necessário compreender que, se duas retas são ditas r: y = __ ​ 2 ​x – 1 ⇒ m1 = __ ​ 2 ​
3 3
“paralelas iguais” ou “paralelas coincidentes”, signifi- s: 4x – 6y + 5 = 0 ⇒ 6y = 4x + 5 ⇒ y = __ ​ 4 ​
ca que elas são uma só reta que pode ser representada 6
de duas formas diferentes. ​ 5 ​ ⇒ y = __
x + __ ​ 5 ​ ⇒ m2 = __
​ 2 ​x + __ ​ 2 ​
6 3 6 3
5 ​, elas são
Se m1 = m2, r e s são paralelas. Como –1 ≠ ​ __
6
paralelas e distintas.

127
c)
r: x = 8 (r é paralela ao eixo y) Nota
s: y – 5 = 3(x – 4) ⇒ m = 3 Pela resolução de sistemas, é possível verificar a posi-
(s não é paralela a nenhum dos eixos) ção relativa de duas retas de um mesmo plano.
Assim, r e s são concorrentes. § Sistema possível e determinado (um único ponto
comum): retas concorrentes.
2. Determine uma equação da reta na forma geral, que
passa pelo ponto P(2, –3) e é paralela à reta de equação § Sistema possível e indeterminado (infinitos pontos
5x – 2y + 1 = 0. comuns): retas coincidentes.
§ Sistema impossível (nenhum ponto comum): retas
Resolução:
paralelas distintas.
Calculando o coeficiente angular m da reta, cuja equação é
dada:
5x – 2y + 1 = 0 ⇒ –2y = –5x – 1 ⇒ 2y
Aplicação do conteúdo
​ 5 ​x + __
= 5x + 1 ⇒ y = __ ​ 5 ​
​ 1 ​ ⇒ m = __
2 2 2
1. Determine as coordenadas do ponto P de intersec-
De acordo com o problema, a reta procurada deve passar pelo ção das retas r e s, cujas equações são, respectivamen-
ponto P(2, –3) e ter o mesmo coeficiente angular da reta dada, te, 3x + 2y – 7 = 0 e x – 2y – 9 = 0.
​ 5 ​.
isto é, m = __
2 Resolução:
Assim, tem-se:
O problema consiste em resolver o sistema formado pelas equa-
y – y1 = m(x – x1) ⇒ y + 3 = __ ​ 5 ​(x – 2) ⇒
2 ções das duas retas:
⇒ y + 3 = __ ​ 5 ​x – ___
​ 10 ​ ⇒ 2y + 6 = 5x – 10 ⇒ 3x + 2y – 7 = 0
2 2
⇒ 5x – 2y – 16 = 0 x – 2y – 9 = 0
Portanto, a equação procurada pode ser 5x – 2y – 16 = 0.
4x – 16 = 0 ⇒ 4x = 16 ⇒ x = 4
Outro modo de resolver:
Substituindo na segunda equação, por exemplo, obtém-se:
Pretende-se determinar uma reta paralela à reta 5x – 2y + 1 = 0.
4 – 2y – 9 = 0 ⇒ – 2y = 5 ⇒ 2y = –5 ⇒ y = – ​ __5 ​
Portanto, a reta procurada é da forma 5x – 2y + c = 0. Uma vez 2
que P(2, –3) pertence a ela: ​ 5 ​.
Assim, as coordenadas do ponto de intersecção são 4 e – __
2
5(2) – 2(– 3) + c = 0 ⇒ 10 + 6 + c = 0 ⇒
⇒ c = –16 ( )
Ou seja, P​ 4, – ​ __5 ​  .​
2

Assim, a equação procurada é 5x – 2y – 16 = 0.


3.3. Perpendicularismo de duas retas
A figura a seguir mostra a reta r, de inclinação a1, e a reta
3.2. Intersecção de duas retas s, de inclinação a2, tal que r e s são perpendiculares.
A figura a seguir mostra duas retas, r e s, que se intersec-
tam no ponto P(a, b).
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Uma vez que P pertence às duas retas, suas coordenadas


devem satisfazer simultaneamente as equações dessas De acordo com a Geometria plana, no triângulo APB há:
duas retas. a2 = a1 + 90º ⇒ tg a2 = tg (a1 + 90º) ⇒
Para determiná-las, basta resolver o sistema formado pelas sen(1 + 90º) ______
cos 1 1
⇒ tg a2 =___________
​   ​ =–sen
​  ____
1 ​= – cotg 1 = – ​ tg 1 ​
equações das duas retas. cos( + 90º)1

128
Sabendo que tg a2 = m2 e tg a1 = m1, obtém-se: Resolução:
1  ​, com m , m ≠ 0
___
m2 = – ​ m Cálculo do coeficiente angular m1 da reta r:
1 2
1
3x – 2y + 4 = 0 ⇒ –2y = –3x – 4 ⇒
Portanto, se uma reta s, com coeficiente angular m2, é
⇒ 2y = 3x + 4 ⇒ y = __ ​ 3 ​x + 2
perpendicular a uma reta r, com coeficiente angular m1, 2
obtém-se: ​ 3 ​
m1 = __
2
1 Cálculo do coeficiente angular m2 da reta s:
m2 = – ​ ___
m  ​(com m1, m2 ≠ 0)
1 1  ​ ⇒ m = – __
___
m2 = – ​ m ​ 1 ​ ⇒ m2 = – __ ​ 2 ​
1
2
__ 3
​   ​ 3
De modo recíproco, como a perpendicular a uma reta por 2
Equação da reta s:
um ponto é única, uma reta que passa pelo ponto P da
1 y – y1 = m2(x – x1) ⇒ y + 3 = – ​ __2 ​(x – 1) ⇒
reta r, cujo coeficiente angular é m2 = – ​ ___
m1 ​coincide com a
3
⇒ y + 3 = – ​ __2 ​x + __
​ 2 ​ ⇒ 3y + 9 = –2x + 2 ⇒
reta s e é perpendicular a r. 3 3
⇒ 2x + 3y + 7 = 0
Conclusão: dadas as retas r e s, de coeficientes angulares
m1 e m2, obtém-se: Assim, uma equação da reta procurada é 2x + 3y + 7 = 0.
1
r⊥s ⇔ m2 = – ​ ___ Outro modo de resolver:
m1 ​ ou r⊥s ⇔ m1m2 = –1
Se s é perpendicular a r: 3x – 2y + 4 = 0, s: 2x + 3y + k = 0.
Dado que P(1, – 3) pertence à reta s, obtém-se:
Nota
2–9+k=0⇒k=7
Um caminho prático para verificar o perpendicularismo
de duas retas r e s, dadas por suas equações gerais, tal Portanto, uma equação da reta s é 2x + 3y + 7 = 0.
que r: ax + by + c = 0 e s: a’x + b’y + c’ = 0, precisa 3. Determine a equação da mediatriz do segmento,
verificar se a ⋅ a’ + b ⋅ b’ = 0. Caso isso ocorra, elas cujas extremidades são os pontos A(3, 2) e B(–2, –4).
serão perpendiculares.

Aplicação do conteúdo
1. Dadas as retas de equações
2x + 3y – 5 = 0 e 3x – 2y + 9 = 0, demonstre que elas
são perpendiculares.

Resolução: Resolução:
De acordo com a Geometria plana, a mediatriz de um segmento
Cálculo do coeficiente angular m1 da reta de equação 2x +
é uma reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio. Na
3y – 5 = 0: 
figura, M é o ponto médio de AB​
​ .
2x + 3y – 5 = 0 ⇒ 3y = –2x + 5 ⇒
​ 5 ​ ⇒ m1 = – ​ __2 ​
⇒ y = – ​ __2 ​x + __ (
​  3 – ​,
M​____
2
2 ____
2 ) (
​ 2 – ​ 4 ​ ⇒ M​__ )
​  1 ​, – 1 ​
2
3 3 3
Equação da reta AB (reta-suporte do segmento AB):
Cálculo do coeficiente angular m2 da reta de equação 3x – 2y
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

+ 9 = 0: x y 1
3x – 2y + 9 = 0 ⇒ –2y = –3x – 9 ⇒ 3 2 1 = 0 ⇒ 6x – 5y – 8 = 0
-2 -4 1
​ 3 ​x + __
⇒ 2y = 3x + 9 ⇒ y = __ ​ 9 ​ ⇒ m2 = __
​ 3 ​
2 2 2 ‹___›
Equação da mediatriz (⊥​AB ​):
Recorrendo à condição de perpendicularismo:
5x + 6y + k = 0
( )( )​ 3 ​  ​= –1
m1m2 = ​ – ​ __2 ​  ​​ __
3 2 M ∈ mediatriz:
Assim, as retas são perpendiculares. 5​__
2 ()
​  1 ​  ​+ 6(–1) + k = 0 ⇒ k = __ ​ 7 ​
2
2. Dada a reta r com equação 3x – 2y + 4 = 0 e o ponto Portanto, uma equação da mediatriz é
P(1, – 3), encontre a equação da reta s que passa por P
e é perpendicular à reta r. 5x + 6y + __ ​ 7 ​= 0 ou 10x + 12y + 7 = 0.
2

129
4. Considerando o ponto P(4, 6) e a reta r de equação
x + y – 1 = 0, determine as coordenadas da projeção
ortogonal de P sobre a reta r.

Resolução:
A figura mostra o ponto P’, projeção ortogonal de P sobre a reta
r. P’ é o ponto de encontro da reta r com a reta s, perpendicular
a r pelo P.
Cálculo do coeficiente angular m1 da reta r:
x + y – 1 = 0 ⇒ y = –x + 1
m1 = –1
Cálculo do coeficiente angular m2 da reta s:
1  ​ = – ​ ___
___
m2 = – ​ m 1  ​= 1
1 –1
Equação da reta que passa por P (4, 6) e tem coeficiente angular
1:
y – y1 = m2(x – x1) ⇒ y – 6 = 1(x – 4) ⇒
⇒y–6=x–4⇒x–y+2=0
Cálculo das coordenadas do ponto P’
(intersecção de s com r):

x+ y – 1 = 0
x–y+2=0
2x + 1 = 0 ⇒ x = – ​ __1 ​
2
– ​ __1 ​+ y – 1 = 0 ⇒ y = 1 + __ ​ 1 ​ = __ ​ 3 ​
2 2 2
Assim, as coordenadas do ponto P’ são – ​ __1 ​ e __ ​ 3 ​,
VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2 2

( )
​ 3 ​  .​
ou seja, P​ – ​ __1 ​, __
2 2

130
DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA EQUAÇÃO DA RETA

Posições relativas
Forma geral Forma paramétrica
ax + by + c = 0 Coordenadas x e y são
Paralelas Concorrentes todas em função de
uma terceira variável t
Ex: | x = t + 1
| y = 2t
Iguais Distintas Perpendiculares Oblíquas

Os coeficientes angulares Considere as retas r e s com


das retas serão iguais coeficientes angulares m1 e m2.
As retas serão perpendi-
culares somente se:
m . m = –1
2 1

VOLUME 5  MATEMÁTICA e suas tecnologias

131
ANOTAÇÕES

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