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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
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Autores
Edson Yukishigue Oyama
Marcos Navarro

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
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Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Imagens
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-10-5

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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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SUMÁRIO
QUÍMICA
FUNÇÕES INORGÂNICAS E PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Aulas 27 e 28: Óxidos moleculares 6
Aulas 29 e 30: Reações inorgânicas 12
Aulas 31 e 32: Pressão do vapor 21
Aulas 33 e 34: Efeitos coligativos 29

QUÍMICA ORGÂNICA
Aulas 27 e 28: Isomeria geométrica 38
Aulas 29 e 30: Isomeria óptica 44
Aulas 31 e 32: Reações de adição 50
Aulas 33 e 34: Reações de substituição 55

TERMOQUÍMICA E CINÉTICA QUÍMICA


Aulas 27 e 28: Termoquímica: variação de entalpia 62
Aulas 29 e 30: Termoquímica: lei de Hess 71
Aulas 31 e 32: Termoquímica: energia de ligação 77
Aulas 33 e 34: Cinética química: velocidade média de uma reação química 83

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Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.

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FUNÇÕES INORGÂNICAS E PROPRIEDADES COLIGATIVAS:
Incidência do tema nas principais provas

Propriedades coligativas são muito relacionadas Propriedades coligativas têm maior


ao cotidiano, logo, é necessário entender como incidência e podem ser apresentadas junto
elas afetam as propriedades físicas a diversos temas da Química. É necessário
das substâncias. entender a relação de como elas podem
influenciar nas propriedades físicas
das substâncias.

Propriedades coligativas podem ser relacionadas As propriedades coligativas vão agregar O tema de maior incidência é as propriedades
facilmente com qualquer assunto que aborde um entendimento maior nas propriedades coligativas, principalmente a pressão de vapor.
propriedades físicas das substâncias. A pressão de físicas das substâncias e são cobradas É cobrado junto de outros temas relacionados
vapor é o tema mais cobrado, por isso, é importante de um jeito que se deva entender como com as análises das propriedades físicas das
boa interpretação de gráficos e de enunciados. essas propriedades influenciam em certas substâncias, como volatilidade e temperatura
características das substâncias. de ebulição.

Propriedades coligativas têm alta incidência, Propriedades coligativas são cobradas de As propriedades coligativas são sempre Pressão de vapor é o tema mais cobrado e
principalmente quando se trata de questões modo que o candidato deva relacionar da ma- recorrentes e a pressão de vapor acaba pode se relacionar com forças intermolecu-
que cobram um melhor entendimento de neira correta a sua influência nas propriedades sendo frequente, por isso, é importante lares, geometria da molécula, polaridade e
como elas influenciam nas propriedades físicas físicas dos compostos em geral. entender como ela influencia na volatilida- como ela afeta a temperatura de ebulição
dos compostos. de e temperatura de ebulição. e volatilidade.

UFMG

As propriedades coligativas são um dos temas As propriedades coligativas são um dos temas O tema mais exigido é propriedades coliga-
favoritos. É cobrado de maneira um pouco favoritos. É cobrado de maneira um pouco tivas, em que é possível fazer uma relação
mais aprofundada com previsão de tempera- mais aprofundada com previsão de tempera- com boa parte da matéria com a qual está
tura de ebulição e como a pressão de vapor tura de ebulição e como a pressão de vapor relacionada com qualquer análise frente às
pode influenciar ou nos dizer a respeito de pode influenciar ou nos dizer a respeito de propriedades físicas das substâncias.
diversas características diversas características
das substâncias. das substâncias.

As propriedades coligativas são cobradas As propriedades coligativas é o tema mais O tema mais recorrente é as propriedades
principalmente na forma de pressão de vapor, recorrente, quando se trata de questões que coligativas, que vão agregar um entendimento
e é importante entender o conceito e o que cobram um melhor entendimento de como maior nas propriedades físicas das substâncias.
ele afeta, assim como uma boa interpretação elas influenciam nas propriedades físicas Pressão de vapor ocorre com frequência, sendo
de gráficos e boa análise da situação descrita dos compostos. importante entender como ela trabalha com a
no enunciado. volatilidade e temperatura
de ebulição.

5
AULAS ÓXIDOS MOLECULARES
27 E 28
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 HABILIDADES: 17, 21, 24, 25, 26 e 27

1. ÓXIDOS MOLECULARES
OU COVALENTES
Óxidos moleculares ou covalentes são óxidos formados por
ametais e oxigênio.

1.1. Fórmula geral

ExOy
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Na qual E é um ametal: C , Si , N , P , S , Cℓ , Br , I. Tudo sobre gelo seco
Nota: Se o ametal E for o flúor, não há óxidos, mas com-

2. CARÁTER ÁCIDO-BASE
postos denominados fluoretos de oxigênio: OF2, O2F2.

De modo geral, não se determina a fórmula de um óxido DOS ÓXIDOS MOLECULARES


de molecular somente pelo conhecimento do ametal, uma
vez que é muito comum que ele dê origem a mais de um OU COVALENTES
óxido. É o caso, por exemplo, do carbono, que pode dar
Assim como os óxidos iônicos, os óxidos moleculares pos-
origem a dois óxidos: CO e CO2.
suem caráter variado: ácido (maioria), anfótero e neutro.
1. Óxidos ácidos: Reagem com água, formando o seu
1.2. Nomenclatura respectivo ácido; reagem com bases, formando sal e água.
São empregados prefixos para indicar as quantidades de São denominados óxidos ácidos devido à sua propriedade
átomos do ametal e do oxigênio: ácida, similar a ácido.
Exemplos:
1 mono 2 di 3 tri 4 tetr 5 pent 6 hex
SO3(g) + H2O(ℓ) o H2SO4 (aq)
trióxido de
Exemplos: ácido sulfúrico
enxofre
CO CO2 P2O5 (g) + 3 H2O (ℓ) o 2 H3PO4 (aq)
monóxido de carbono dióxido de carbono
pentóxido
SO3 N2O ácido fosfórico
de difósforo
trióxido de enxofre monóxido de dinitrogênio
CO2 (g) + 2NaOH(aq) o Na2CO3 (aq) + H2O(ℓ)
N2O4 P2O5 dióxido de hidróxido carbonato
tetróxido de dinitrogênio pentóxido de difósforo carbono de sódio de sódio
N2O5 (g) + Ba(OH)2 (aq) o Ba(NO3)2 (aq) + H2O(ℓ)
pentóxido de hidróxido
nitrato de bário
dinitrogênio de bário

6
2. Óxidos anfóteros: os óxidos anfóteros se comportam Exemplos:
tanto como óxido básico quanto como óxido ácido, apresen- Na+ O22– o Na2O2 Ca2+ O22– o CaO2
tando um caráter intermediário entre os dois óxidos (como peróxido de sódio peróxido de cálcio
foi explicado na parte de óxidos iônicos). Alguns óxidos de
semimetais possuem características anfóteras, como óxido O peróxido de hidrogênio, cuja solução aquosa é denomi-
de arsênio (Ex: As2O3) e de antimônio (Ex: Sb2O3). nada água oxigenada, é molecular, embora apresente o
grupo – O – O –:
3. Óxidos neutros: também denominados óxidos indi-
ferentes, são óxidos que não reagem com água, nem com H–O–O–H
ácidos, nem com bases. Os mais comuns são monóxido de Em termos de reatividade, os peróxidos reagem com água
carbono (CO), monóxido de nitrogênio (NO) e monóxido ou com ácidos diluídos, produzindo água oxigenada (H2O2).
de dinitrogênio (N2O).
Exemplos:
Nota: O fato de serem “neutros” ou “indiferentes” não
significa que eles não possam participar de outras reações. Na2O2(s) + 2 H2O (ℓ) o 2NaOH (aq) + H2O2 (ℓ)
O CO, por exemplo, pode sofrer combustão:
peróxido hidróxido
2 CO (g) + O2 (g) o 2 CO2 (g) de sódio de sódio

3. PERÓXIDOS K2O2(s) + 2 HC, (ℓ) o 2 KC, (aq) + H2O2 (ℓ)

Peróxidos são compostos que apresentam o ânion [O–O]2– = O2–2 e peróxido cloreto de
de potássio potássio
têm o oxigênio em estado de oxidação (carga) igual a –1.

4. PRINCIPAIS ÓXIDOS MOLECULARES


Fórmula Nome Observação
É um gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito tóxico. É pro-
duzido pela combustão incompleta de compostos contendo carbono. É
CO Monóxido de carbono utilizado como agente redutor, retirando oxigênio de muitos compostos
em processos industriais, como na produção de ferro e de outros metais a
partir de seus minérios.
É um gás incolor e inodoro. É produzido pela combustão completa de com-
CO2 Dióxido de carbono postos contendo carbono. É um dos compostos essenciais para a realização
da fotossíntese. É um dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
É um gás denso, incolor, não inflamável e altamente tóxico. É produzido nat-
uralmente pelos vulcões e pela combustão de compostos de enxofre. É um
SO2 Dióxido de enxofre dos principais causadores da chuva ácida. Pode ser usado como desinfetante,
conservante de alimentos, antisséptico, descolorante (ou branqueador) e an-
tibacteriano
É um gás incolor, irritante, corrosivo, que reage violentamente com a água.
SO3 Trióxido de enxofre É obtido por meio da oxidação do dióxido de enxofre. É um dos principais
causadores da chuva ácida.
Gás tóxico incolor, é produzido nos motores de combustão interna devido à
alta temperatura. A ocorrência de raios também fornece energia suficiente
NO Monóxido de nitrogênio
para que os gases oxigênio e o nitrogênio reajam gerando NO. Contribui
para a degradação da camada de ozônio.
Gás de cor castanho-avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico.
Ele pode ser formado nos motores de combustão interna ou pela reação do
NO2 Dióxido de nitrogênio
NO com O2. É um dos gases responsáveis pela formação de smog fotoquími-
co e a chuva ácida.

Conhecido como sílica, é o óxido mais abundante na crosta terrestre. Pode


se apresentar desde a forma de areia até a forma de cristais de quartzo. É
SiO2 Dióxido de silício
matéria-prima básica para a produção de vidro e usado principalmente na
indústria eletroeletrônica.

7
Na câmara de combustão dos motores, ocorre a seguinte reação:
N2(g) + O2(g) o 2 NO(g)
O monóxido de nitrogênio sofre oxidação:
2 NO(g) + O2(g) o 2 NO2(g)
O dióxido de nitrogênio (NO2) formado, em contato com a
água proveniente da chuva, forma ácidos de acordo com a
seguinte equação:

2 NO2(g) + H2O(,) o HNO3(aq) + HNO2(aq)


multimídia: sites As evidências do aumento nos níveis de chuva ácida vêm
da análise das camadas de gelo oriundas dos glaciares.
www.curiosocia.com/2014/01/co2-e-o-efeito- Desde a Revolução Industrial, vem se verificando uma re-
-estufa.html pentina diminuição do pH da chuva de 6 para 4,5 ou 4.
Também vem sendo observado um aumento das emissões
de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera. As indús-
trias e as centrais termoelétricas queimam combustíveis
5. CHUVA ÁCIDA fósseis, principalmente carvão mineral, cuja combustão é a
principal origem desses gases.
1. O enxofre é uma impureza frequente nos combustíveis
fósseis, principalmente no carvão mineral e no petróleo,
que, ao serem queimados, promovem a combustão desse
elemento, de acordo com as seguintes reações químicas:
S(s) + O2(g) o SO2(g)
2 SO2(s) + O2(g) o 2 SO3(g)
O enxofre e os óxidos de enxofre também podem ser lan-
çados na atmosfera pelos vulcões.
Os óxidos ácidos formados reagem com água para formar
o ácido sulfúrico (H2SO4), de acordo com a equação: multimídia: livros
SO3(g) + H2O(,) o H2SO4(aq)
Química Ambiental, 4.ª ed.,
Pode ocorrer também a seguinte reação, da qual se forma 2011, de Colin Baird
o ácido sulfuroso (H2SO3):
Essa edição oferece um capítulo específico
SO2(g) + H2O(,) o H2SO3(aq)
sobre o gerenciamento de resíduos, uma
2. O nitrogênio (N2) é um gás pouco reativo e muito abordagem ampliada da toxicologia elemen-
abundante na composição da atmosfera. Para reagir com tar, dos combustíveis alternativos e da dispo-
o oxigênio do ar, precisa de grande quantidade de energia, sição de resíduos, além de novas informações
como a liberada numa descarga elétrica ou no funciona- sobre tópicos muito importantes: o uso da
mento de um motor de combustão. Esses motores são os energia, a toxicologia, os hormônios ambien-
maiores responsáveis pela reação de oxidação do nitrogê- tais, o tratamento de águas subterrâneas e
nio. Ao reagirem com água, os óxidos formam ácido nitroso residuais e a disposição do lixo tóxico.
(HNO2) e ácido nítrico (HNO3).

8
VIVENCIANDO

A chuva ácida é a designação dada à chuva, ou a qualquer outra forma de precipitação atmosférica, cuja acidez seja
substancialmente maior que a resultante do dióxido de carbono (CO2) atmosférico dissolvido na água precipitada. A
principal causa da acidificação é a presença, na atmosfera terrestre, de gases e partículas ricas em enxofre e azoto
reativo, cuja hidrólise no meio atmosférico produz ácidos fortes. Assumem particular importância os compostos azo-
tados (NOx) gerados pelas altas temperaturas de queima dos combustíveis fósseis e os compostos de enxofre (SOx)
produzidos pela oxidação das impurezas sulfurosas existentes na maior parte dos carvões e petróleos.
Chuva ácida não seria uma expressão quimicamente adequada, pois, para a Química, toda chuva é ácida devido
à presença do ácido carbônico (H2CO3); no entanto, para a Geografia, toda chuva com pH abaixo do NT (nível de
tolerância pH), igual a aproximadamente 5,5, é considerada ácida.
A chuva ácida pode acarretar sérios danos às trutas, por exemplo, uma vez que, caso caia em um ambiente lacustre
de trutas, abaixo ou acima do NT, os peixes morrerão. Os efeitos ambientais da precipitação ácida levaram diversos
países a tomarem medidas legais restritivas à queima de combustíveis ricos em enxofre, exigindo a adoção de tecno-
logias de redução das emissões de azoto reativo na atmosfera.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Todas as pessoas e animais correm risco de envenenamento por monóxido de carbono. Os sintomas mais comuns do en-
venenamento são: dores de cabeça e no peito, tonturas, confusão, fraqueza, náuseas e vômitos. Esses sintomas podem
facilmente ser confundidos com outras enfermidades, como constipação ou intoxicação alimentar. Em casos mais graves,
pode ocorrer perda de consciência e até morte. A longo prazo, podem surgir sequelas cardíacas e neuronais.
Depois de inalado e difundido para os vasos sanguíneos, o monóxido de carbono combina com a hemoglobina,
formando carboxi-hemoglobina, com muito mais afinidade que o oxigênio (200 a 240 vezes superior), diminuindo a
quantidade de hemoglobina disponível para o transporte de oxigênio. Assim, caso os mecanismos compensatórios
falhem em manter o fornecimento do oxigênio, pode ocorrer o desenvolvimento de hipoxia tecidular.
O monóxido de carbono também inibe a citocromo C oxidase mitocondrial, que tem efeitos de nível inflamatório,
aumentando o estresse oxidativo perivascular.
Os recém-nascidos, crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças cardíacas crônicas, problemas respiratórios ou
anemia fazem parte do grupo de risco devido a sua maior suscetibilidade aos efeitos desse gás.
A exposição a doses relativamente elevadas em pessoas saudáveis pode provocar problemas de visão, redução da
capacidade de trabalho, redução da destreza manual, diminuição da capacidade de aprendizagem, dificuldade na
resolução de tarefas e até mesmo levar à morte.
Concentrações abaixo de 400 ppm no ar causam dores de cabeça e, acima desse valor, são potencialmente fatais,
tanto para plantas e animais quanto para alguns microrganismos.
O monóxido de carbono está associado ao desenvolvimento de doença isquêmica coronária, resultado da interferência
com a oxigenação do miocárdio e do aumento da adesividade das plaquetas e dos níveis de fibrinogênio, o que ocorre
principalmente com os fumantes.

9
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou
26 minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

Uma das formas de controle da chuva ácida é a diminuição da emissão de gases responsáveis pela formação da
chuva ácida, como o SO2, o SO3, etc. Conforme o avanço tecnológico foi se expandido, mais indústrias foram criadas
para aguentar o ritmo acelerado de desenvolvimento, gerando um aumento dos poluentes. Assim, é importante
saber interpretar meios de formação da chuva ácida.

Modelo
(Enem) Muitas indústrias e fábricas lançam para o ar, através de suas chaminés, poluentes prejudiciais às plantas e
aos animais. Um desses poluentes reage quando em contato com o gás oxigênio e a água da atmosfera, conforme as
equações químicas:
Equação 1: 2SO2 + O2 o 2SO3
Equação 2: SO3 + H2O o H2SO4
De acordo com as equações, a alteração ambiental decorrente da presença desse poluente intensifica o(a):
a) formação de chuva ácida;
b) surgimento de ilha de calor;
c) redução da camada de ozônio;
d) ocorrência de inversão térmica;
e) emissão de gases de efeito estufa.

Análise expositiva - Habilidade 26: A análise das alternativas permite chegar à conclusão de que a única
A alternativa correta é a A, pois nela se confirma o conceito de óxidos ácidos que, ao reagirem com a água,
formam seu respectivo ácido, danificando o ecossistema.
Alternativa A

10
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIA PODE SER


INORGÂNICA
QUÍMICA

COMO

PODEM SER ÓXIDOS FORMADOS POR


MOLECULARES

ÁCIDOS NEUTROS AMETAL OXIGÊNIO

NÃO REAGEM COM ÁCIDOS,


AO
BASES OU ÁGUA
REAGIR
COM

FORMA
BASES SAL + ÁGUA

FORMA
ÁGUA ÁCIDO

11
AULAS REAÇÕES INORGÂNICAS
29 E 30
17, 19, 21, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. CLASSIFICAÇÃO DAS ƒ Síntese de hidrácidos:


H2 (g) + Cℓ2 (g) o 2 HCℓ (g)
REAÇÕES QUÍMICAS H2 (g) + F2 (g) o 2 HF (g)
Uma das diversas maneiras de classificar as reações consis- ƒ Reação de óxidos com água
te em relacionar o número de substâncias que reagem e o Óxidos básicos:
número de substâncias originadas dessa reação.
óxidos básicos + água o bases

2. REAÇÕES DE SÍNTESE CaO (s) + H2O (ℓ) oCa(OH)2 (s)


MgO (s) + H2O (ℓ) o Mg(OH)2 (s)
OU ADIÇÃO Na2O (s) + H2O (ℓ) o 2 NaOH (s)
Reações de síntese ou adição ocorrem quando dois ou
mais reagentes originam um único produto. Óxidos ácidos:

A+BoC óxidos ácidos + água o ácidos

Exemplo: CO2 (g) + H2O (ℓ) o H2CO3 (aq)*


O magnésio reage com o oxigênio do ar produzindo óxido
*ESSE ÁCIDO SÓ EXISTE EM SOLUÇÃO AQUOSA.
de magnésio:
2 Mg(s) + O2 (g) o 2 MgO(s) SO3 (g) + H2O (ℓ) o H2SO4 (ℓ)

ƒ Reações entre óxidos ácidos e óxidos básicos


2.1. Reações importantes
óxidos ácidos + óxidos básicos o sais
ƒ Síntese da água:
CaO (s) + CO2 (s) o CaCO3 (s)
2 H2 (g) + O2 (g) o 2 H2O (g) MgO (s) + SO3 (g) o MgSO4 (s)
ƒ Síntese da amônia:
N2 (g) + 3 H2 (g) o2 NH3 (g)

ƒ Síntese do amoníaco:
NH3 (g) + H2O (ℓ) o NH4OH (aq)

ƒ Combustão de substâncias simples – reação com


o oxigênio (O2) produzindo óxidos:
2 Mg (s) + O2 (g) o 2 MgO (s)
2 Ca (s) + O2 (g) o 2 CaO (s)
S (s) + O2 (g) o SO2 (g)
C (s) + O2 (g) o CO2 (g) multimídia: vídeo
COMBUSTÃO COMPLETA DO CARBONO
FONTE: YOUTUBE
C (s) + ½ O2 (g) o CO (g) O metal que faz a água explodir (Superquímica)
COMBUSTÃO INCOMPLETA DO CARBONO

12
3. REAÇÕES DE ANÁLISE ƒ Catálise – decomposição em presença de um catalisador:
catálise
2 H2O2 (ℓ)  2 H2O (ℓ) + O2 (g)
OU DECOMPOSIÇÃO DECOMPOSIÇÃO CATALISADA DA ÁGUA OXIGENADA

Ocorrem quando um único reagente dá origem a dois ou ƒ Decomposição do ácido carbônico (instável):
mais produtos:
H2CO3 (aq) o H2O (ℓ) + CO2 (g)
AoB+C H2SO3 (aq)* o H2O (ℓ) + SO2 (g)
*O ÁCIDO SULFUROSO (H2SO3) TAMBÉM SE DECOMPÕE.
Exemplo:
O NaN3(s) decompõe-se em Na (s) e N2(g) (gás que infla os air ƒ Decomposição do hidróxido de amônio (instável):
bags dos automóveis). NH4OH (aq) o H2O (ℓ) + NH3 (g)**
2 NaN3 (s) o 3 N2 (g) + 2 Na (s) **ESSA BASE SÓ EXISTE EM SOLUÇÃO AQUOSA.

3.1. Reações importantes


ƒ Pirólise – decomposição térmica (', aquecimento).
4. REAÇÕES DE SIMPLES
Exemplos importantes são as decomposições térmicas dos TROCA OU DESLOCAMENTO
carbonatos e bicarbonatos: Ocorrem quando uma substância simples reage com uma
'
composta, dando origem a uma nova substância simples e
CaCO3 (s) o CaO (s) + CO2 (g) a uma nova substância composta.
DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA DO CALCÁRIO QUE PRODUZ CAL VIRGEM
A + XY o AY + X
'
MgCO3 (s) o MgO (s) + CO2 (g) Exemplo:
Quando uma lâmina de zinco é mergulhada numa solução
'
2 NaHCO3 (s) o Na2CO3 (s) + CO2 (g) + H2O (g) aquosa de ácido clorídrico, ocorrem formação de cloreto de
FERMENTO QUÍMICO À BASE DE BICARBONATO DE SÓDIO
zinco e liberação de gás hidrogênio:
 Zn (s) + 2 HCℓ (aq) o ZnCℓ2 (aq) + H2 (g)
'
(NH4)HCO3 (s) o NH3 (g) + CO2 (g) + H2O (g) Para que essas reações ocorram, é necessário que as subs-
FERMENTO QUÍMICO À BASE DE BICARBONATO DE AMÔNIO tâncias simples sejam mais reativas do que o elemento da
substância composta que será deslocado.
ƒ Fotólise – decomposição provocada pela luz:
A + XY o AY + X
Luz
2 H2O2 (ℓ) o 2 H2O (ℓ) + O2 (g) Se A é mais reativo que X, logo será deslocado por A.
DECOMPOSIÇÃO DA ÁGUA OXIGENADA Essa substância simples, denominada simplificadamente
de A, pode ser um metal ou um ametal.
Luz
2 AgCℓ (s) o 2 Ag (s) + Cℓ2 (g)
SAL DE PRATA EM FILME FOTOGRÁFICO

ƒ Eletrólise – decomposição provocada pela passagem


de corrente elétrica:

2
2 H2O (ℓ) corrente elétrica
H2 (g) + O2 (g) REAÇÃO ENTRE ÁCIDO CLORÍDRICO E ALUMÍNIO METÁLICO.

ELETRÓLISE DA ÁGUA

corrente elétrica
2 NaCℓ (ℓ) 2 Na (s) + Cℓ2 (g)
PROCESSO INDUSTRIAL DE OBTENÇÃO DE SÓDIO METÁLICO E GÁS CLORO

corrente elétrica
2 Aℓ2O3 (ℓ) 4 Aℓ (ℓ) + 3 O2 (g) Zn(s) + Cu2+(aq) o Zn2+(aq) + Cu(s)
PROCESSO INDUSTRIAL DE OBTENÇÃO DE ALUMÍNIO ZINCO DESLOCANDO O COBRE

13
VIVENCIANDO

O principal componente dos antiácidos é o bicarbonato de sódio. Conhecido quimicamente como NaHCO3, é um pó
branco que constitui uma mistura cristalina solúvel em água. Esse composto é classificado como alcalino solúvel e é
denominado hidrogenocarbonato de sódio.
O bicarbonato de sódio, quando diluído, libera gás carbônico, segundo a equação:
NaHCO3 + HC, o NaCℓ + H2O + CO2

Como é possível observar, os produtos da reação são: dióxido de carbono, cloreto de sódio e água.
Note que, na presença de água, o NaHCO3 reage com os ácidos, liberando CO2(g), responsável pela efervescência. Ao
ingerir o antiácido, o indivíduo percebe a presença do dióxido de carbono por causa da liberação de gás pela boca.
Os antiácidos estomacais neutralizam o excesso de HCℓ (ácido clorídrico, que auxilia na digestão dos alimentos) do
suco gástrico presente no estômago. O desconforto estomacal pode ser ocasionado por má alimentação, que estimu-
la o estômago a produzir mais ácido clorídrico para auxiliar na digestão, ou ainda por ansiedade e nervosismo. Essas
duas situações ocasionam o desequilíbrio da acidez estomacal.
No entanto, o antiácido possui o seu lado negativo. Como tudo em excesso é prejudicial, se for feita a neutralização do
ácido gástrico diariamente, ocorrerá um aumento de gases no estômago em razão da liberação de CO2 dos efervescentes.

4.1. Reatividade dos metais A fila de reatividade pode ser representada de maneira
simplificada:
Quando uma lâmina de zinco é mergulhada numa solução
aquosa de sulfato de cobre, a solução descolore-se e um de- metais alcalinos e alcalino-terrosos > outros metais > H >
pósito avermelhado de cobre recobre a lâmina de zinco. Tra- metais nobres
ta-se de uma reação que equivale à seguinte representação:
Zn (s) + CuSO4 (aq) o ZnSO4 (aq) + Cu (s) Consultando a fila de reatividade, é possível prever a ocor-
rência ou não de uma reação de deslocamento.
Como os sais em solução aquosa se encontram dissociados,
a representação dessa reação na forma iônica equivale a: 4.1.1. Reações típicas
Zn (s) + Cu2+ (aq) + SO42– (aq) o Zn2+ (aq) + SO42– (aq) + Cu (s)
ou ƒ Reações de ataque de ácidos a metais – ocorrem
Zn (s) + Cu2+ (aq) o Zn2+ (aq) + Cu (s) tão somente nos metais mais reativos que o hidrogênio:
Mg (s) + 2 HCℓ (aq) o MgCℓ2 (aq) + H2 (g)
O que comprova que o zinco é mais reativo que o cobre.
2 Aℓ (s) + 6 HCℓ (aq) o 2 AℓCℓ3 (aq) + 3 H2 (g)
Mediante uma série de reações, foi possível estabelecer Fe (s) + 2 HCℓ (aq) o FeCℓ2 (aq) + H2 (g)
uma fila de reatividade comparativa dos metais, que
pode ser representada genericamente por: Magnésio, alumínio e zinco (mais reativos) deslocam o hi-
drogênio (menos reativo).
K > Na > Li > Ca > Mg > Aℓ > Zn > Fe > Ni > Pb > H >
Cu (s) + HCℓ (aq) o não há reação
Cu > Hg > Ag > Pt > Au
Au (s) + HCℓ (aq) onão há reação
Os metais menos reativos do que o hidrogênio – Cu, Hg, Cobre e ouro (menos reativos) não deslocam o hidrogênio
Ag, Pt, Au – são denominados metais nobres. (mais reativo).

14
ƒ Reações de ataque de soluções aquosas de sais
a metais: 5. REAÇÕES DE DUPLA TROCA
Zn (s) + CuSO4 (aq) o Cu (s) + ZnSO4 (aq) Ocorrem quando dois reagentes compostos (formados por,
no mínimo, dois elementos) reagem entre si. Ao trocarem
Zinco (mais reativo) desloca cobre(menos reativo). seus componentes, dão origem a dois novos compostos.
Ag (s) + FeCℓ2 (aq) o nada ocorre
AB + XY o AY + XB
Prata (menos reativa) não desloca o ferro (mais reativo).
Exemplo:
4.2. Reatividade dos ametais Pb(NO3)2 (aq) + 2 KI (aq) o 2 KNO3 (aq) + PbI2 (s)
Ao misturar uma solução aquosa de C,2 (água de cloro) sais incolores sal pouco solúvel amarelo
a uma solução aquosa de KI, nota-se o aparecimento de
uma coloração castanha originada da formação do I2.
5.1. Condições para ocorrência
A reação ocorrida pode ser representada das seguintes
maneiras:
de uma reação de dupla troca
Cℓ2 (aq) + 2 KI (aq) o 2 KCℓ (aq) + I2 (aq) Reações de dupla troca ocorrem apenas quando ao menos
uma das três condições a seguir é satisfeita.
Na forma iônica: a) Um dos produtos é insolúvel ou menos solúvel que
Cℓ2(aq) + 2 K + –
+2I o 2 K (aq) + 2 Cℓ (aq) + I2 (aq)
+ – os reagentes.
(aq) (aq)
ou A tabela a seguir mostra a solubilidade de substâncias de
Cℓ2 (aq) + 2 I– (aq) o 2 Cℓ– (aq) + I2 (aq) acordo com o ânion e o cátion que as compõem:
Como o cloro (C,) deslocou o iodo (I), é possível con- Ânion Solubilidade Exceções
cluir que ele é mais reativo do que o iodo. –
CH3COO solúveis –––
Mediante reações semelhantes, foi determinada uma fila
NO3– solúveis –––
de reatividade dos ametais:
Cℓ–, Br–, I– solúveis Ag+, Hg2+, Pb2+
F > O > N > Cℓ > Br > I > S > C
SO42– solúveis Ca2+, Sr2+, Ba2+, Pb2+

S2–- , OH– insolúveis 1A, 2A e NH4+


4.2.1. Reações típicas demais insolúveis 1A e NH4+

F2 (g) + 2 NaCℓ (aq) o 2 NaF (aq) + Cℓ2 (g)


Exemplo:
Flúor é mais reativo, por isso desloca o cloro. A reação entre NaC, e AgNO3 ocorre graças à formação de
um composto insolúvel/pouco solúvel (AgC,).
Cℓ2 (g) + 2 NaBr (aq) o 2 NaCℓ (aq) + Br2 (ℓ)
A representação da reação na forma iônica entre NaC, e
Cloro é mais reativo, por isso desloca o bromo.
AgNO3 segue a seguinte regra:
I2 (s) + CaCℓ2 (aq) o não há reação
“Separar os íons dos compostos solúveis e cancelar os íons
Iodo é menos reativo, por isso não desloca o cloro. que não formam o composto insolúvel”.
Na+ (aq) + Cℓ– (aq) + Ag+ (aq) + NO3– (aq) o
AgCℓ(s) + Na+(aq) + NO3– (aq)
ou
C, –
(aq)
+ Ag+
(aq)
o AgCℓ (s)

A equação iônica simplificada mostra que os íons Ag+ com-


binam-se com os íons C,– e precipitam-se como cloreto de
prata, AgC,.

Outro exemplo:
REAÇÃO ENTRE ÁGUA DE CLORO (Cℓ2) E IODETO DE POTÁSSIO (KI). O APARECIMENTO Pb(NO3)2 (aq) + 2 NaI (aq) o PbI2 (s) + 2 NaNO3 (aq)
DA COR CASTANHA OCORRE DEVIDO À FORMAÇÃO DE I2, DESLOCADA PELO CLORO. precipitado

15
Exemplos:
NaCℓ (s) + H2SO4(aq) o Na2SO4 (aq) + 2 HC,(aq)
ácido fixo ácido volátil
Na2CO3 (aq) + H2SO4 (aq) o Na2SO4 (aq) + H2O(,) + CO2 (g)
gás

Substâncias instáveis que se decompõem e formam gás:


H2CO3(aq) WH2O(") + CO2(g)
H2SO3 (aq) WH2O(,) + SO2(g)
NH4OH (aq) W NH3 (g) + H2O(,)

FORMAÇÃO DO IODETO DE CHUMBO (II) (PBI2), UM PRECIPITADO AMARELO.

b) Um dos produtos é mais fraco ou menos ionizado


que os reagentes;
A força dos ácidos já foi estudada anteriormente.
A tabela a seguir mostra a força das bases (hidróxidos). multimídia: sites
Força e Solubilidade Bases manualdaquimica.uol.com.br/fisico-quimica/
fortes e solúveis família 1A reatividade-dos-metais.htm

fortes e parcial- família 2A, exce-


mente solúveis to o Mg(OH)2

fracas e insolúveis
famílias B, incluin- Aplicação do conteúdo
do o Mg(OH)2
1. (Vunesp) Nas estações de tratamento de água, uma
fraca e solúvel NH4OH das etapas do tratamento para obtenção de água po-
tável consiste na eliminação das impurezas que se en-
contram em suspensão. Isso é feito produzindo-se hi-
Exemplos: dróxido de alumínio e sulfato de cálcio na superfície da
água a ser tratada. O hidróxido de alumínio atua como
H2SO4(aq) + 2 NaNO2(aq) o Na2SO4(aq) + 2 HNO2(aq)
floculante, arrastando consigo as impurezas sólidas
ácido forte ácido fraco para o fundo do tanque de decantação. Com base nas
molecular
(pouco ionizado) informações fornecidas, os compostos utilizados nas es-
tações de tratamento de água são:
HCℓ(aq) + NaOH(aq) o NaCℓ(aq) + H2O(ℓ)
muito ionizável iônico iônico a) AℓCℓ3 e NaOH.
c) Um dos produtos é mais volátil do que os rea- b) Aℓ(NO3)3 e KOH.
gentes ou ocorre a formação de gás. c) Aℓ2(SO4)3 e KOH.
Volatilidade é a tendência a se vaporizar (passar do estado d) Aℓ2(SO4)3 e Na2CO3.
líquido para o gasoso). e) Aℓ2(SO4)3 e Ca(HCO3)2.

ƒ Os hidrácidos são em geral gases (muito voláteis). Resolução:


ƒ Os oxiácidos são geralmente líquidos voláteis, com exce- Nas estações de tratamento de água, a floculação é rea-
ção do H2SO4 e do H3PO4, que, em virtude da pouca ten- lizada comumente com a adição de Aℓ2(SO4)3 e cal (CaO)
dência a se vaporizarem, são denominados ácidos fixos. ou cal hidratada (Ca(OH)2), por causa da eficiência e eco-
ƒ Bases e sais são fixos, à exceção do NH4OH, que é volá- nomia. O meio básico necessário para a precipitação do
til, uma vez que se decompõe em NH3 (g) e H2O. agente floculante (Aℓ2(SO4)3) também pode ser conseguido

16
com o uso do Ca(HCO3)2. As equações químicas relativas agem com a base; Cℓ2 reage com a base, mas não acidifica
ao processo são: o meio a ponto de fazer a cor rosa desaparecer):
Ca(HCO3)2 o Ca2+ + 2 HCO3- C,2 (g) + 2 NaOH(aq) o NaCℓ(aq) + NaCℓO(aq) + H2O(ℓ)
HCO + H2O o <H2CO3> + OH
3
- -
NaCℓO (aq) o Na+ (aq) + CℓO-(aq)
Aℓ2(SO4)3 + 6 OH- o 2 Aℓ(OH)3 + 3 SO42-
CℓO-(aq) + H2O(,) o HCℓO(aq) + OH-(aq)
Ca + SO o CaSO4
2+
4
2-
O ânion CℓO- sofre hidrólise, liberando OH- para o meio
Equação Global: (ânion de ácido fraco). Assim, mesmo o NaOH reagindo, o
Aℓ2(SO4)3 (aq) + 3 Ca(HCO3)2 (aq) + 6 H2O(ℓ) meio ainda continua básico, não fazendo a cor da fenolfta-
leína desaparecer.
o 2 Aℓ(OH)3(s) + 3 CaSO4(s) + <CO2 + H2O>
Logo, a reação que ocorreu foi:
Alternativa E
C6H12O6(s) + 3 KCℓO4(,) o 6 CO2(g) + 6 H2O(g) + 3 KCℓ(s)
2. A adição de glicose sólida (C6H12O6) a clorato de po-
tássio (KCℓO3) fundido, a 400°C, resulta em uma reação Alternativa B
que forma dois produtos gasosos e um sólido cristalino.
Quando os produtos gasosos formados nessa reação,
e resfriados à temperatura ambiente, são borbulha-
dos em uma solução aquosa 0,1 mol/L em hidróxido de
sódio, contendo algumas gotas de fenolftaleína, veri-
fica-se a mudança de cor dessa solução de rosa para
incolor. O produto sólido cristalino apresenta alta con-
dutividade elétrica, tanto no estado líquido como em
solução aquosa. Assinale a opção CORRETA que apre-
senta os produtos formados na reação entre glicose e
clorato de potássio:
a) C,O2(g), H2(g), C(s). multimídia: livros
b) CO2(g), H2O(g), KC,(s).
c) CO(g), H2(g), KC,O4(s). Química Inorgânica, 4.ª ed.,
d) CO(g), CH4(g), KC,O2(s). de Shriver & Atkins
e) C,2 (g), H2O (g), K2CO3(s)
A química inorgânica é um tema importante
Resolução: e amplo, abrangendo mais de 100 elemen-
tos. Esse livro trata dos fundamentos quími-
De acordo com a questão, a reação entre glicose sólida cos e dos fatos relevantes sobre compostos
e clorato de potássio fundido formou três produtos, dos inorgânicos de uma maneira precisa e clara.
quais dois são gasosos e um sólido. O conteúdo foi selecionado para oferecer uma
O produto sólido formado apresenta alta condutividade elé- visão equilibrada do tema, enfatizando os as-
trica, tanto no estado líquido como em solução aquosa. Isso pectos mais importantes. Os fenômenos quími-
é uma característica de um composto iônico; ou seja, um cos são interpretados de maneira contextuali-
dos produtos formados é um composto iônico, podendo ser zada. As reações e as estruturas estão inseridas
o item b, c, d ou e (carbono sólido não é composto iônico). em modelos e conceitos químicos abrangentes.
Os gases formados foram borbulhados na solução de hi- O texto é enriquecido por inúmeras ilustra-
dróxido de sódio (NaOH) e foi verificada a mudança de cor, ções, os exemplos esclarecem questionamen-
de rosa (meio básico) para incolor (meio neutro/ácido). Isso tos fundamentais, e os exercícios e problemas
mostra que algum dos gases formados reagiu com a base, no fim dos capítulos reforçam a importância
neutralizando-o. Ou seja, o gás formado tem propriedades da Química no cotidiano.
ácidas. Dentre as alternativas, somente o item b possui um
gás com propriedades ácidas, o CO2 (CO, H2 e CH4 não re-

17
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O titânio e suas ligas são utilizados principalmente devido às suas propriedades mecânicas, adequadas para muitas
aplicações, entre as quais se sobressai uma elevada razão de resistência mecânica/peso. Por outro lado, para algumas
outras aplicações, a principal propriedade do titânio e suas ligas é a elevada resistência à corrosão, que possibilita
seu uso numa ampla variedade de aplicações, como em componentes aeronáuticos, navais e para a utilização na
indústria química.
O titânio comercialmente puro é altamente resistente à corrosão nos ambientes naturais, incluindo água do mar,
fluidos corpóreos e sucos de frutas e de vegetais em geral. O titânio submetido à exposição contínua à água do mar
por cerca de 18 anos apresenta somente uma descoloração superficial. Cloro úmido, enxofre fundido, muitos com-
postos orgânicos (incluindo ácidos e compostos cloretados) e a maioria dos ácidos oxidantes não apresentam efeito
significativo nesse metal. O titânio é usado com frequência na manipulação de soluções salinas (incluindo cloretos,
hipocloretos, sulfatos e sulfetos), gás cloro úmido e soluções de ácido nítrico.
Por outro lado, sais concentrados em temperaturas mais altas, como solução fervente de 30% de AℓCℓ3 em água ou
solução fervente de 70% de CaCℓ2 em água, provocam corrosão no titânio. Soluções quentes ou concentradas de
HCℓ, H2SO4, H3PO4 e ácido oxálico também representam alto risco de corrosão no titânio. Em geral, soluções ácidas
e redutoras corroem o titânio, a não ser que seja realizado o uso de inibidores de corrosão. Contudo, substâncias
fortemente oxidantes, como ácido nítrico com fumaça vermelha e 90% H2O2, podem causar ataque corrosivo no
titânio. Compostos fluoretados ionizáveis, como NaF e HF, ativam a superfície e podem causar corrosão rápida. Nesse
aspecto, o gás cloro seco é especialmente nocivo.
O titânio apresenta limitada resistência à oxidação ao ar em temperaturas superiores a cerca de 650 ºC e interage
com o oxigênio, que se dissolve intersticialmente em temperaturas tão baixas quanto a 427 ºC. Cloretos e hidró-
xidos depositados na superfície do titânio podem acelerar a oxidação. A exposição ao oxigênio líquido ou gasoso,
ao tetróxido de nitrogênio e ao ácido nítrico com fumaça vermelha pode causar reação violenta com o titânio sob
carregamento em impacto.
O titânio pode ser usado como recipiente de hidrogênio líquido ou supercrítico em temperaturas criogênicas, mas,
acima de –100 ºC, o hidrogênio pode ser absorvido e se difundir numa liga, o que pode fragilizar severamente o
titânio. O potencial de fragilização aumenta quando as taxas de difusão do hidrogênio são altas ou quando ocorrem
danos ao revestimento protetor do titânio.
No titânio comercialmente puro e em muitas de suas ligas, zonas de solda são tão resistentes à corrosão quanto o
metal base. Outros processos de fabricação (como o dobramento e a usinagem) também parecem não influenciar
significativamente a resistência à corrosão desse tipo de material.
O titânio comercialmente puro (CP) é o material preferido para a construção de equipamentos usados para o pro-
cessamento de salmouras, na fabricação de bombas, tubulações, fontes de calor, trocadores de calor, cristalizadores,
evaporadores, condensadores e muitos outros dispositivos submetidos à ação corrosiva das salmouras. De modo
geral, as ligas de titânio são menos resistentes à corrosão que o titânio comercialmente puro.

18
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A partir de reações inorgânicas, é possível reverter processos inesperados ou inconvenientes em reações químicas.
Por exemplo, a neutralização é uma técnica muito empregada para diminuir ou aumentar o pH de substâncias que
são acidentalmente derramadas em lugares movimentados.

Modelo
(Enem) Os tubos de PVC, material organoclorado sintético, são normalmente utilizados como encanamento na cons-
trução civil. Ao final da sua vida útil, uma das formas de descarte desses tubos pode ser a incineração. Nesse processo
libera-se HCℓ(g), cloreto de hidrogênio, dentre outras substâncias. Assim, é necessário um tratamento para evitar o
problema da emissão desses poluentes. Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e
borbulhar os gases provenientes da incineração em:
a) água dura;
b) água de cal;
c) água salobra;
d) água destilada;
e) água desmineralizada.

Análise expositiva - Habilidade 19: Nessa questão, espera-se que o aluno compreenda a relação de neutrali-
B zação entre um ácido e uma base. Além disso, é de extrema importância o domínio das matérias anteriores,
como bases e ácidos, pois, dessa forma, será possível chegar à conclusão de que a água de cal, Ca(OH)2, é
uma base e, portanto, capaz de neutralizar um ácido clorídrico.
Alternativa B

19
DIAGRAMA DE IDEIAS

INCLUEM REAÇÕES DE REAÇÕES


INORGÂNICAS

CONHECIDAS
ADIÇÃO SÍNTESE
COMO
POR EXEMPLO

SO3 + H2O ȹ H2SO4 CaO + H2O ȹ Ca(OH)2

CONHECIDAS
DECOMPOSIÇÃO ANÁLISE
COMO
POR EXEMPLO

CaCO3 ń

CaO + CO2 2H2O2 ȹ 2H2O + O2

CONHECIDO
DESLOCAMENTO SIMPLES TROCA
COMO
POR EXEMPLO

METAL 1 SAL 1 METAL 2 SAL 2


FILA DE
OBEDECEM
REATIVIDADE
À
DE METAIS
METAL ÁCIDO H2 SAL

FILA DE
NÃO METAL 1 SAL 1 NÃO METAL 2 SAL 2 REATIVIDADE
OBEDECE À DE AMETAIS

OCORRE QUANDO PELO MENOS


DUPLA TROCA
UMA CONDIÇÃO VIGORA
POR EXEMPLO

REAGENTE PRODUTO
SAL 1 SAL 2 SAL 3 SAL 4
NÃO VOLÁTIL VOLÁTIL

REAGENTES MUITO PRODUTO POUCO


ÁCIDO 1 SAL 2 SAL 2 ÁCIDO 1 DISSOCIADOS OU DISSOCIADO OU
IONIZADOS IONIZADO

REAGENTES PRODUTO
BASE 1 SAL 2 BASE 2 SAL 2
SOLÚVEIS INSOLÚVEL

20
AULAS PRESSÃO DO VAPOR
31 E 32
17, 18, 21, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. EVAPORAÇÃO DE UM LÍQUIDO
EM RECIPIENTE ABERTO
Quando os líquidos estão em recipientes abertos, nota-se
que seu volume diminui.

Em razão das colisões intermoleculares das moléculas


de água, quando algumas moléculas ganham energia
para romper as ligações de hidrogênio, elas saem do
líquido e vão para a atmosfera. Em outras palavras, a
evaporação é um fenômeno físico que ocorre na super-
fície do líquido.

VE = VELOCIDADE DE EVAPORAÇÃO, QUE É SEMPRE


CONSTANTE A UMA DETERMINADA TEMPERATURA

Para um mesmo intervalo de tempo ('t1), o volume de éter VC = VELOCIDADE DE CONDENSAÇÃO

diminui mais do que a água; portanto, o éter evapora mais Nessa temperatura (20 ºC), o ponteiro do manômetro não
facilmente do que a água. Isso ocorre porque o éter é uma mais se altera (17,5 mmHg). Esse vapor exerce pressão nas
molécula pouco polar e suas forças intermoleculares paredes e na superfície da água, pressão essa denominada
são menos intensas do que as da água. pressão de vapor (PV).

éter H3C – CH2 – O – CH2 – CH3 Se a temperatura aumentar, eliminando a fase líquida, não
haverá mais a pressão de vapor, mas uma pressão do vapor
o
fracamente de água.
éter H3C – CH2 – O – CH2 – CH3

2. EVAPORAÇÃO EM RECIPIENTE
FECHADO – PRESSÃO DE VAPOR
Considere 1 L de água a 20 ºC em um recipiente fechado.

21
Conclusão:
H2O(ℓ) W H2O(v) Pv = 17,5 mmHg a 20 ºC
3. A PRESSÃO DE VAPOR DEPENDE
SOMENTE DA NATUREZA DO
Se o sistema for aberto, o equilíbrio H2O(ℓ) W H2O(v) nunca
será alcançado. Por isso as roupas secam no varal. LÍQUIDO E DA TEMPERATURA
Comparando com o éter: A pressão de vapor depende da natureza do líquido. Se
as forças intermoleculares forem de grande intensidade, a
vaporização será difícil e a pressão de vapor será baixa. Se,
ao contrário, as moléculas estiverem presas fracamente ao
líquido, a vaporização ocorrerá facilmente e a pressão de
vapor será alta.
Assim, a 20 °C, a pressão máxima de vapor de água é
17,5 mmHg, e a pressão máxima de vapor do álcool etílico
éter(ℓ) W éter(v) Pv = 442 mmHg a 20º C (etanol), na mesma temperatura, é 44 mmHg. O álcool,
portanto, é mais volátil do que a água.
A uma mesma temperatura, o éter evapora mais facilmente
do que a água, pois as forças intermoleculares que atraem
A pressão de vapor não depende da quantidade de
as moléculas do éter são mais fracas do que as forças inter-
líquido nem do espaço ocupado pelo vapor.
moleculares que atraem as moléculas de água.

2.1. Por que o nome pressão


máxima de vapor?
Antes de atingir o equilíbrio, a velocidade de vaporização
é maior do que a velocidade de condensação. A quanti-
dade de vapor aumenta; assim, a pressão do vapor tam-
bém aumenta. Se atingir o equilíbrio, a concentração de
moléculas na fase de vapor ficará constante, e a pressão
não aumentará mais, ou seja, alcançará seu valor má-
ximo. A velocidade de vaporização é constante porque a
superfície do líquido e a temperatura não mudam. multimídia: vídeo
velocidade FONTE: YOUTUBE
Jardim químico (experiência sobre osmose)
velocidade de
vaporização equilíbrio

velocidade de
4. PRESSÃO DE VAPOR E
PONTO DE EBULIÇÃO
condensação

tempo
Do ponto de vista experimental, a ebulição é caracterizada
pela formação de bolhas no líquido. As bolhas vão até a su-
No equilíbrio, a velocidade de condensação iguala-se à ve- perfície e rebentam. Quando formada no interior do líquido
locidade de vaporização, ou seja, o número de moléculas puro, a bolha contém apenas moléculas no estado gaso-
que deixam o líquido iguala-se ao número de moléculas so do líquido puro. Essas moléculas exercem uma pressão
que retornam para o líquido. contra as paredes internas da bolha.
A pressão máxima de vapor ou a pressão de vapor de equi- Observe uma bolha logo abaixo da superfície do líquido.
líbrio costuma ser indicada apenas por pressão de va- Nesse caso, é possível considerar, aproximadamente, que
por. O vapor em equilíbrio com seu líquido é denominado a força que empurra a bolha para o interior do líquido é a
vapor saturante. mesma que origina a pressão atmosférica.

22
Quando o líquido é aquecido, a pressão de vapor na bolha au-
menta e, a uma certa temperatura, iguala-se à pressão atmos- 6. INFLUÊNCIA DA
férica e escapa do líquido. Essa é a temperatura de ebulição.
PRESSÃO EXTERNA SOBRE A
TEMPERATURA DE EBULIÇÃO

6.1. Altitude e pressão de vapor


Altitude Temperatura
em relação Pressão aproximada
Localidade
ao nível do (mmHg) de ebulição
mar (m) da água (ºC)
Rio de Janeiro 0 760 100

São Paulo 750 700 97,7

Ponto de ebulição é a temperatura na qual a pressão Cidade do México 2.240 540 92


de vapor do líquido se iguala à pressão que existe so- Monte Everest 8.848 230 70
bre a superfície do líquido.
À medida que a pressão sobre a água diminui, ela evapora
com mais facilidade; em consequência, a ebulição torna-se
mais fácil.
Se a pressão sobre a água baixar de 760 para 525 mmHg,
baixará também sua temperatura de ebulição, que passará
de 100 ºC para 90 ºC (gráfico).

5. DIAGRAMA DA PRESSÃO DE
VAPOR VERSUS TEMPERATURA A água pode até mesmo ferver em temperatura ambiente.
Para isso, basta que a pressão sobre ela diminua bastante
– o que pode ser obtido com o aparelho bomba de vácuo.
etílico

6.2. Cozinhando mais rápido


Considere a situação contrária: a pressão sobre a água é
maior que 1 atm ou 760 mmHg. Por analogia, conclui-se
que a água deve ferver a uma temperatura superior a 100 ºC.
Se a pressão aumentar de 760 para 1.500 mmHg, a tem-
peratura de ebulição da água aumentará de 100 ºC para
T ºC 120 ºC (gráfico da pressão máxima de vapor da água em
EM CONDIÇÕES AMBIENTES, QUANTO MAIOR A PRESSÃO MÁXIMA DE
função da temperatura).
VAPOR, MENOR O PONTO DE EBULIÇÃO E MAIS VOLÁTIL O LÍQUIDO.

23
Gasoso
Ÿ

Um exemplo prático desse fenômeno são as panelas de


pressão. Quando a panela é fechada, depois de receber a
água e o alimento, à pressão atmosférica ambiente, uma
quantidade de ar fica aprisionada em seu interior multimídia: sites
Quando a panela é aquecida, a evaporação da água aumenta
e a pressão de seus vapores soma-se à pressão do ar já exis- www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=osmo-
tente. A pressão total será maior que a pressão do ambiente. se+reverso
Com isso, a temperatura de ebulição da água aumenta e os
alimentos são cozidos mais rapidamente. Lembre-se, porém,
de que poderá ocorrer uma explosão se a pressão no inte- Aplicação do conteúdo
rior da panela aumentar demasiadamente. Por esse motivo, 1. Em um recipiente fechado, há dois componentes (ben-
as panelas de pressão possuem duas válvulas de segurança: zeno e tolueno), ambos presentes em duas fases (fase
uma de contrapeso, que se abre se a pressão no interior da líquida e fase vapor) em equilíbrio. Na fase líquida, há
uma mistura equimolar dos dois componentes. Sabe-
panela se tornar excessiva, e outra adicional, vermelha, que
-se que o benzeno tem ponto de ebulição de 80,1 °C a
salta da panela se a válvula de contrapeso não funcionar. 1 atm, e o tolueno ferve a 110,8 °C sob 1 atm de pressão.
Com relação a esse sistema:
6.3. As mudanças de estado a) indique e justifique sua indicação de qual compo-
das substâncias puras nente é mais volátil;
b) estabeleça, com a devida justificativa, qual dos
Assim como a água, qualquer substância possui seu res- componentes predominará na fase vapor.
pectivo diagrama de fases (ou de estados).
Resolução:
Evidentemente, cada substância terá seu ponto triplo em a) O benzeno é mais volátil do que o tolueno, uma vez
diferentes condições de temperatura e pressão. No dia- que seu ponto de ebulição (80,1 ºC) é menor que o
grama do gás carbônico (CO2), seu ponto triplo (T) está do tolueno (110,8 ºC).
situado na pressão de 5,11 atm, à temperatura de 56 °C b) À mesma temperatura, o benzeno tem maior pres-
abaixo de zero. Em pressão ambiente (1 atm), o CO2 passa são de vapor do que o tolueno. Portanto, no vapor
do sistema em equilíbrio (fase gasosa), haverá maior
diretamente do estado sólido para o gasoso (ponto A), à
número de moléculas de benzeno do que de tolueno.
temperatura de 78 °C abaixo de zero. Por isso, o CO2 sóli-
do é usado como “gelo” para conservar sorvetes e outros 2. (FGV) Considere clorofórmio, etanol e água, todos
alimentos; aos poucos, com o calor ambiente, o CO2 sólido líquidos, à temperatura ambiente. A dependência das
sublima-se – em vez de se liquefazer, como acontece com pressões de vapor dos três líquidos em função da tem-
peratura é mostrada no gráfico a seguir.
o gelo comum –, razão pela qual é chamado de gelo-seco.

24
apresenta também ligações de hidrogênio e o clo-
rofórmio apresenta interação do tipo dipolo perma-
nente. Entre os dois tipos de interação, a ligação de
hidrogênio é a interação mais forte.
e) Falsa, pois o etanol entra em ebulição a 60 °C, de
acordo com o gráfico.

Alternativa B

3. (UFMG) Um balão de vidro, que contém água, é aque-


cido até que essa entre em ebulição. Quando isso ocorre:

No topo de uma certa montanha, a água ferve a 80 °C. ƒ desliga-se o aquecimento e a água para de ferver;
Nesse local, dentro dos limites de erro de leitura dos dados,
ƒ fecha-se, imediatamente, o balão; e, em seguida,
pode-se afirmar que:
a) a pressão atmosférica é igual a 800 mmHg; ƒ molha-se o balão com água fria; então,
b) o clorofórmio, em sua temperatura de ebulição, ƒ a água, no interior do balão, volta a ferver por
apresenta pressão de vapor igual à do etanol a 60 °C;
alguns segundos.
c) o etanol entrará em ebulição a uma temperatura
menor que a do clorofórmio; Assim sendo, é CORRETO afirmar que, imediatamente após
d) a água apresenta forças intermoleculares mais fra- o balão ter sido molhado, no interior dele:
cas que a dos outros dois líquidos; a) a pressão de vapor da água aumenta;
e) o etanol entrará em ebulição a 78 °C. b) a pressão permanece constante;
Resolução: c) a temperatura da água aumenta;
d) a temperatura de ebulição da água diminui.
Pela análise do gráfico, tem-se:
Resolução:

No momento em que o balão é fechado, a ebulição é inter-


rompida, pois a pressão interna impede que as moléculas
de água entrem em ebulição. Quando o balão é molhado
com água fria, ocorre uma redução da pressão interna,
devido à condensação do vapor de água. Com isso, as
moléculas de água que estão no estado líquido passam
para o estado de vapor, mesmo que a temperatura esteja
menor do que a temperatura de ebulição, para alcançar a
sua pressão de vapor máxima.
Alternativa D
Quando a água ferve a 80 °C, a pressão externa (atmosfé-
rica) local é de aproximadamente 350 mmHg. Além disso, 4. (UFMG) Analise este gráfico, em que está representa-
da a variação da temperatura de fusão e da temperatu-
a temperatura de ebulição do clorofórmio e do etanol nes-
ra de ebulição em função da massa molar para F2, Cℓ2,
sa pressão será de 40 °C e 60 °C, respectivamente. Com Br2 e I2, a 1 atm de pressão:
esses dados, é possível analisar os itens:
a) Falsa, pois a pressão atmosférica é menor do que
800 mmHg (aproximadamente 350 mmHg).
b) Verdadeira, pois quando o clorofórmio entra em
ebulição (40 °C), a pressão de vapor é igual à do eta-
nol a 60 °C, que é a sua temperatura de ebulição.
c) Falsa, pois o etanol entra em ebulição a 60 °C, en-
quanto o clorofórmio entra a 40 °C, ou seja, a uma
temperatura maior.
d) Falsa, pois a água apresenta interação do tipo li-
gação (ou ponte) de hidrogênio, enquanto o etanol

25
Considerando-se as informações contidas nesse gráfico e ou- a) Incorreta, pois a curva 1 representa a de ebulição.
tros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que: Isso pode ser verificado comparando as curvas 1 e 2
a) a temperatura de fusão das quatro substâncias no ponto do Br2, que é líquido, à temperatura am-
está indicada na curva 1; biente (25 °C).
b) as interações intermoleculares no Cℓ2 são dipolo b) Incorreta, pois a interação intermolecular no Cℓ2 é
permanente-dipolo permanente; dipolo induzido-dipolo induzido, porque é uma mo-
lécula apolar.
c) as interações intermoleculares no F2 são menos in-
tensas que no I2; c) Correta, pois apesar de ambas as moléculas serem
apolares (interação intermolecular é dipolo induzi-
d) o Br2 se apresenta no estado físico gasoso, quando
do-dipolo induzido), apresentam intensidades dife-
a temperatura é de 25 °C.
rentes na sua interação intermolecular. Por isso, o F2
entra em ebulição a temperaturas mais baixas.
Resolução:
d) Incorreta, pois, à temperatura de 25 °C, o Br2 se
apresenta no estado líquido (de acordo com o gráfico
Considerando a temperatura ambiente a 25 °C e a pressão ou pelo considerado).
de 1 atm, os compostos F2 e Cℓ2 são gasosos, Br2 é líquido
Alternativa C
e I2 é sólido. A partir disso, tem-se que as alternativas estão:

VIVENCIANDO

Como o próprio nome diz, a osmose reversa ocorre em sentido contrário ao da osmose. Nela, o solvente se desloca
no sentido da solução mais concentrada para a menos concentrada, isolando-se, assim, o soluto.
O processo de osmose reversa tem sido usado com o intuito de tornar potável a água por meio da dessalinização.
A osmose reversa acontece por influência da pressão osmótica que se aplica sobre a superfície na qual se encontra
a solução hipertônica, o que impede o solvente, no caso a água, de ser transportado para o meio mais concentrado.
Isso permite que a água vá sendo isolada do sal. Tal processo passou a ser usado pelos cientistas por volta da década
de 1960.
Atualmente, a osmose reversa é considerada uma saída para o problema previsto da escassez de água. A ausência
de água potável em diversas regiões do globo estimula a utilização dessa técnica.

As principais aplicações da osmose reversa são as seguintes:


ƒ Na dessalinização de águas salobras, tem sido usada, no Nordeste do Brasil, como solução para a problemática
da seca nessa região.
ƒ Na indústria, é utilizada na fabricação de alguns tipos de bebidas, como certas águas minerais.
ƒ Na área da saúde, recebe destaque, principalmente, nos processos de hemodiálise.
ƒ Na agropecuária, utiliza-se a osmose reversa na dessedentação de animais, na irrigação e na hidroponia, embora,
nesse setor, ainda haja pouca difusão da técnica.
ƒ Atua ainda em outras áreas distintas, como na geração de energia e na biotecnologia.

Na década de 1950, os estudos sobre osmose reversa foram iniciados pelos cientistas Reid e Breton, na Flórida. Loeb e
Sourirajan deram continuidade aos estudos acerca desse assunto. Estes últimos desenvolveram a primeira membrana de
acetato de celulose assimétrica. Em meados da década de 1980, foi desenvolvida a primeira membrana de composto
poliamídico, que facilitava o processo de osmose reversa por ter maior absorção de solvente e menor de soluto.

26
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Engenheiros anunciaram um novo método para tornar a água dos oceanos potável. O procedimento, que utiliza um
novo tipo de material de filtragem, conhecido como perforene, é bem mais econômico que a dessalinização tradicional.
Até hoje, a demanda por água potável tem levado alguns países a realizarem o procedimento de osmose reversa a partir
da água do mar. Nesse procedimento, um solvente, no caso a água, é separado de um soluto, no caso, o sal, por uma
membrana permeável ao solvente e impermeável ao soluto. Isso ocorre quando se aplica uma grande pressão sobre
esse meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Contudo, trata-se de um processo complicado e caro, que
demanda uma intensa quantidade de energia durante a operação, o que torna a prática restrita a países muito ricos.
Entretanto, engenheiros da Lockheed Martin anunciaram um novo filtro que reduz em 99% o custo da dessalinização. A
redução ocorre porque o novo material encontrado para ser utilizado, o perforene, é composto de grafeno e tem orifícios
de praticamente um nanômetro de tamanho.
Esses oríficios permitem a passagem da água do mar, mas são tão pequenos que conseguem reter os íons de sal. De acor-
do com a equipe, folhas de filtro de grafeno possuem praticamente um átomo de espessura e despendem menor quan-
tidade de energia para que a água as atravesse. Além disso, aponta-se que o material é 500 vezes mais fino e mil vezes
mais forte do que o melhor filtro disponível, o que faz com que a energia exigida para o processo também seja cem vezes
menor. Para os cientistas, a perspectiva é otimista e pode auxiliar países subdesenvolvidos na realização do processo.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às
18 finalidades a que se destinam.

As propriedades coligativas são fundamentais no cotidiano. Cada vez que são utilizados conceitos físico-químicos,
é importante ter a noção do que está acontecendo no mundo molecular e subatômico. A principal aplicação está
diretamente ligada ao uso de substâncias corriqueiras, como álcool, água, acetona, etc., em que é possível analisar
e observar a forma com que essas substâncias evaporam com facilidade.

Modelo
(Enem) Se, por economia, abaixarmos o fogo sob uma panela de pressão, logo que se inicia a saída de vapor pela
válvula, de forma simplesmente a manter a fervura, o tempo de cozimento:
a) será maior, porque a panela “esfria”;
b) será menor, pois diminui a perda de água;

27
c) será maior, pois a pressão diminui;
d) será maior, pois a evaporação diminui;
e) não será alterado, pois a temperatura não varia.

Análise expositiva - Habilidade 18: Na Habilidade 18 é importante entender os processos de mudança de


E fases das substâncias. Se determinada massa de água está se vaporizando, sob pressão normal, o fenôme-
no está ocorrendo a 100 ºC e, se você aumentar o tamanho da chama, a temperatura da água continuará
sendo de 100 °C, apenas a vaporização será mais rápida.
Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

SOLUÇÃO
LÍQUIDA

TEM

SOLVENTE
LÍQUIDO

TEM

EQUILÍBRIO ENTRE PRESSÃO


LÍQUIDO E VAPOR DE VAPOR
PERMITE
GRAFICAMENTE
AVALIAR A
EXPRESSA NA
INFLUÊNCIA DA
CURVA DE PRESSÃO
PRESSÃO SOBRE O
DE VAPOR
PONTO DE EBULIÇÃO

FAZ PARTE DO

DIAGRAMA
DE FASES
GRÁFICO
RELATIVO A

MUDANÇAS
DE FASES

INFLUENCIADAS POR

VARIAÇÕES DE VARIAÇÕES DE
TEMPERATURA PRESSÃO

28
AULAS EFEITOS COLIGATIVOS
33 E 34
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 HABILIDADES: 17, 21, 24, 25, 26 e 27

1. EFEITOS COLIGATIVOS 2. CLASSIFICAÇÃO DA


Efeitos coligativos são alterações observadas num sol- NATUREZA DAS SOLUÇÕES
vente que dissolve um soluto não volátil. Regularmente, esse
soluto é um açúcar (glicose, sacarose), um sal (NaCℓ, CaCℓ2,
Na2SO4, etc.) ou outra substância solúvel e não volátil. 2.1. Soluções moleculares
A dissolução de um soluto não volátil em um solvente provoca: Nas soluções moleculares, todas as partículas dissolvidas
são moléculas, uma vez que o soluto não sofre dissociação
1. diminuição da pressão de vapor do solvente; ou ionização, dissolvendo-se sem sofrer alterações.
2. elevação do ponto de ebulição (temperatura de ebuli-
ção) do solvente; Exemplo
3. diminuição do ponto de congelamento (temperatura de Ao se dissolver um mol de sacarose (C12H22O11) em água,
fusão) do solvente; e obtém-se como resultado um mol (6,0 u 1023) de partícu-
4. aumento da pressão osmótica do solvente. las dissolvidas em solução, uma vez que não há alteração
nas moléculas do composto.
A intensidade com que as propriedades coligativas ocorrem de-
pende especificamente da quantidade de partículas presentes
na solução, mas não depende da natureza dessas partículas. 2.2. Soluções iônicas
Esses fenômenos podem ser explicados a partir das in- As soluções iônicas são formadas por íons dissolvidos no
terações que ocorrem entre as partículas do soluto e as solvente, resultado da dissociação de uma substância iôni-
moléculas do solvente. Essas interações dificultam tanto a ca ou da ionização de uma substância molecular, que, por
passagem do solvente para o estado de vapor como seu sua vez, é resultado da interação com o solvente.
congelamento (solidificação).
NaCℓ o Na+ + Cℓ–

Os efeitos coligativos só dependem do número de 1 mol 1 mol de cátions 1 mol de ânions


partículas do soluto dissolvido. 6 · 1023 cátions 6 ·1023 ânions

O número de partículas de soluto na solução depende:


a) do número de íons presentes em cada fórmula do com-
posto: o NaCℓ (1Na+ e 1Cℓ–) pode liberar até 2 íons para
cada fórmula dissolvida; o CaCℓ2 pode liberar até 3 íons
por fórmula dissolvida (1Ca2+ e 2Cℓ–);
b) do grau de ionização ou do grau de dissociação desse
composto a uma dada temperatura: considere o ácido sul-
fúrico, H2SO4(aq), com grau de ionização D = 61% a 18 ºC. A
ionização de uma molécula de H2SO4 é dada pela expressão:
1H2SO4(aq) + 2H2O(ℓ) o 2H3O+(aq) + 1SO42–(aq)
multimídia: vídeo
1 MOLÉCULA 3 PARTÍCULAS EM SOLUÇÃO
FONTE: YOUTUBE
Como fazer um ovo dobrável Se forem consideradas 100 moléculas de H2SO4 nas condi-
ções descritas, será obtido:

29
(B)
2 · 61(H3O+) + 1 · 61(SO42–) = 183
100 moléculas (total de partículas na solução)
100 – 61 = 39 (moléculas não ionizam)

Significa que cada 100 moléculas de H2SO4 dissolvidas em


água dão origem a 222 partículas em solução.

2.3. O fator de Van’t Hoff


O cientista holandês Jacobus Henricus Van’t Hoff (1852- A pressão máxima de vapor de uma solução formada por um
1911) detectou que o número de partículas numa solução soluto não volátil é menor do que a de um solvente puro, pois
poderia ser calculado pelo produto do número de partícu- as interações entre as partículas do soluto e as moléculas do
las dissolvidas por um certo fator i que, em sua homena- solvente reduzem a evaporação das moléculas do solvente.
gem, é conhecido como fator de Van’t Hoff.
Quanto maior for o número de partículas de soluto não volá-
Van’t Hoff demonstrou que o fator de correção (i) podia ser til em solução, maior será a diminuição absoluta da pressão
calculado pela relação: máxima de vapor. Essa variação ('p) é chamada de abaixa-
mento absoluto da pressão máxima de vapor ('p = p0 – p2).
i = 1 + D × (q – 1)
No diagrama ELV, esse fenômeno fica bem evidente:
Em que:
D = grau de ionização ou dissociação; e
q = no total de íons liberados na ionização ou dissociação.
No exemplo anterior, i = 1 + 0,61 · (3 1) = 2,22
Assim, o número de partículas dissolvidas na solução de
H2SO4 será:
N = 100 · i = 100 ˜ 2,22 = 222 partículas (mistura de mo-
léculas de H2SO4 não ionizadas, cátions H+ e ânions SO42–)
3.1. Lei de Raoult
3. TONOSCOPIA OU TONOMETRIA A pressão de vapor de uma solução (ou melhor, do
solvente na solução) de um soluto não eletrólito e não
volátil é igual ao produto da fração em quantidade de
Estudo da redução da pressão máxima de vapor de
matéria (fração em mols) do solvente pela pressão de
um solvente provocada pela adição de um soluto não
vapor do solvente puro, numa dada temperatura.
volátil.

Numa solução aquosa de NaCℓ (b), a quantidade de molé- O conceito é representado na seguinte equação:
culas de água que passa para o estado de vapor é menor do
Psolução = xsolvente · Psolvente puro
que na água pura (a), a uma mesma temperatura.
(A) Em que:
nsolvente
xsolvente = fração molar do solvente =n___________
+n soluto solvente

A Lei de Raoult é válida somente para soluções diluídas e


moleculares. No caso das soluções iônicas, como o abai-
xamento relativo da pressão máxima de vapor, trata-se de
uma propriedade coligativa, ou seja, depende do número
de partículas dispersas; deve ser introduzido nas equações
o fator de correção de Van’t Hoff (i).

30
VIVENCIANDO

A pressão exercida por um vapor quando ele está em equilíbrio termodinâmico com o líquido que lhe deu origem é
denominada pressão de vapor, ou seja, a quantidade de líquido (solução) que evapora é igual à quantidade que se
condensa. A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a pressão
de vapor, mais volátil será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição em relação a outros líquidos com
menor pressão de vapor à mesma temperatura de referência.
A pressão de vapor é uma propriedade física que depende do valor da temperatura. Qualquer que seja a temperatura,
a tendência é a de o líquido se vaporizar até atingir o equilíbrio termodinâmico com o vapor; em termos cinéticos,
esse equilíbrio se manifesta quando a taxa de líquido vaporizado é igual à taxa de vapor condensado. Uma subs-
tância líquida entra em ebulição quando a pressão do sistema do qual faz parte atinge a pressão de vapor dessa
substância. Esse ponto é denominado ponto de ebulição ou temperatura de ebulição. O ponto de ebulição normal é
a temperatura de ebulição da substância à pressão de uma atmosfera.
Em locais com maior altitude, onde a pressão atmosférica é menor, a temperatura de ebulição das substâncias líqui-
das são mais baixas, uma vez que sua pressão de vapor precisa se igualar a um valor menor (considerando que o
sistema é aberto).

4. EBULIOSCOPIA OU 5. CRIOSCOPIA OU CRIOMETRIA


EBULIOMETRIA
Estudo da diminuição da temperatura de congela-
mento (ponto de fusão) de um solvente em uma
Estudo do aumento da temperatura de ebulição de solução de soluto não volátil.
um líquido (solvente) causado pela dissolução de um
solvente não volátil. Quanto maior for a concentração de soluto não volátil,
maior será a redução da temperatura de congelamento do
Quanto maior for a concentração do soluto, maior solvente (tc = tc/solvente puro - tc/solução) e menor será a
será a elevação da temperatura de ebulição do sol- temperatura de congelamento desse solvente:
vente (te = te/solução  te/solvente puro) e maior será a tempe-
ratura de ebulição desse solvente:
Temperatura de con-
Líquido
gelamento
Temperatura
Líquido
de ebulição
Água pura 0 ºC

Água pura 100 ºC


Solução aquosa
de glicose 1 –1,86 ºC
Solução aquosa de mol/L
100,52 ºC
glicose 1 mol/L
Solução aquosa
Solução aquosa de de glicose 2 –3,72 ºC
101,04 ºC
glicose 2 mol/L mol/L

31
2. Uma solução aquosa de glicose (C6H12O6) de 0,5 mol/L
ferve a 100,26 ºC e congela a –0,93 ºC, a 1 atm. Deter-
mine a temperatura de ebulição TE e a temperatura de
congelamento TF de soluções aquosas de 0,5 mol/L de
NaCℓ e 0,5 mol/L de Aℓ2(SO4)3, a 1 atm.
Resolução:
Para a solução de glicose, nota-se que 0,5 mol/L de glicose elevou
a temperatura de ebulição em 0,26 ºC ('tE = 0,26 ºC) e diminuiu
a temperatura de congelamento em 0,93 ºC ('tC = 0,93 ºC).
Para a glicose:
multimídia: sites 1C6H12O6(aq) o 1C6H12O6(aq)

educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-en- 0,5 mol/L 0,5 mol/L


sino/diminuindo-tensao-superficial-agua.htm No caso do NaCℓ, há o dobro da concentração de partícu-
las, uma vez que ele se dissocia:

1NaCℓ(aq) o 1Na+(aq) + 1Cℓ–(aq)


Aplicação do conteúdo 0,5 MOL/L 0,5MOL/L 0,5 MOL/L
1,0 MOL/L
1. (UFU) As substâncias que ocorrem na natureza encon-
tram-se normalmente misturadas com outras substân- Como a concentração de partículas nessa solução (1,0 mol/L)
cias formando misturas homogêneas ou heterogêneas. será o dobro da concentração de partículas da solução de
As misturas homogêneas, ao contrário das heterogê- glicose (0,5 mol/L), os efeitos coligativos também serão
neas, podem ser confundidas, na aparência, com subs- “dobrados”:
tâncias puras. Uma forma de diferenciar as misturas
homogêneas de substâncias puras é determinar as 'tE = 2 u 0,26 °C = 0,52 °C Ÿ TE
propriedades físicas do sistema em questão como pon- = 100 + 0,52 = 100,52 °C
to de fusão (PF), ponto de ebulição (PE), densidade e
condutividade elétrica. Considerando esse fato, as se- 'tF = 2 u 0,93 °C = 1,86 °C Ÿ
guintes afirmativas em relação à água do mar estão TF = 0 – 1,86 = –1,86 °C
corretas, EXCETO:
Para o Aℓ2(SO4)3, obtém-se:
a) A densidade da água do mar é maior que a densi-
dade da água pura. 1Aℓ2(SO4)3(aq) o 2Aℓ3+(aq) + 3SO42–(aq)
b) A água do mar tem pressão de vapor superior à da 1 u 0,5 MOL/L 2 u 0,5 MOL/L 3 u 0,5 MOL/L
água pura. 2,5 MOL/L
c) A água do mar contém compostos iônicos e mole-
Como a concentração de partículas nessa solução (2,5 mol/L)
culares dissolvidos.
será cinco vezes maior que a concentração de partículas da
d) A água do mar congela numa temperatura inferior
à da água pura.
solução de glicose (0,5 mol/L), os efeitos coligativos tam-
bém serão cinco vezes maiores:
Resolução:
'tE = 5 u 0,26 °C = 1,30 °C Ÿ
a) Correta, pois a água do mar contém sais dissolvidos, o ŸTE = 100 + 1,30 = 101,30 °C
que aumenta a sua densidade em relação à agua pura. 'tF = 5 u 0,93 °C = 4,65 °C Ÿ
b) Incorreta, pois, como a água do mar contém sais ŸTF = 0 – 4,65 = –4,65 °C
dissolvidos (solutos não voláteis), a sua pressão de va-
por é menor (ou seja, inferior) do que a da água pura. Em resumo:
c) Correta. Exemplo de composto iônico dissolvido:
Concentração
NaCℓ. Exemplo de compostos moleculares dissolvidos: Solução de partículas 'tF TE (ºC)
'TF TF (ºC)
(ºC) (ºC)
gás oxigênio (O2). do soluto
d) Correta, pois, como a água do mar contém sais dis- água pura 0 — 100 — 0
solvidos (solutos não voláteis), a temperatura de con-
C6H12O6 0,5 mol/L 0,26 100,26 0,93 –0,93
gelamento é mais baixa (mais negativa) do que a da
água pura. NaCℓ 1,0 mol/L 0,52 100,52 1,86 –1,86

Aℓ2(SO4)3 2,5 mol/L 1,30 101,30 4,65 –4,65


Alternativa B

32
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os detergentes são substâncias tensoativas, ou seja, diminuem a tensão superficial e a capacidade das moléculas de
se manterem fortemente unidas. Com as ligações, as moléculas enfraquecidas são umedecidas pela água, facilitando
a lavagem do objeto. Em outras palavras, o detergente se torna um solvente mais potente porque, em pequenos
grupos de moléculas, a água penetra melhor na superfície suja. Isso ocorre porque as longas moléculas do detergente
contêm dois grupos de átomos: uns que se dissolvem facilmente em gordura, mas não em água; e outros que se
dissolvem em água, mas não em gordura. Por isso, a solução água-detergente consegue emulsionar a gordura, isto
é, quebra as películas de gordura em uma infinidade de gotículas microscópicas, que ficam dispersas na solução. A
espuma tem um efeito mecânico na limpeza: mantém as partículas de sujeira sólida em suspensão, evitando que se
redepositem na superfície lavada.

3. (PUC-MG) Das soluções a seguir, aquela que ferve em 4. (UEL) A adição de um soluto não volátil a um solven-
temperatura mais alta é a solução 0,1 mol/L de: te dificulta sua ebulição e seu congelamento. Isso pode
a) glicose (C6H12O6) ser útil na prática quando, por exemplo, se pretende
cozinhar um ovo mais rápido ou então quando é ne-
b) ácido clorídrico (HCℓ)
cessário evitar o congelamento da água do radiador de
c) hidróxido de sódio (NaOH) carros em países muito frios. Considere as duas solu-
d) sulfato de sódio (Na2SO4) ções aquosas de NaCℓ, conforme o quadro, e analise as
afirmativas a seguir.
Resolução:
Solução Massa do soluto (g) Volume de água (L)
Como a concentração das soluções é igual para todos, a
solução que vai ferver à temperatura mais alta é a que tem A 117 1,0
maior quantidade de partículas.
B 234 1,0
Calculando a quantidade de partículas de cada solução,
tem-se: I. A solução B tem pressão de vapor menor que a da
a) Glicose (C6H12O6) – como é um composto molecu- solução A, na mesma temperatura.
lar que não ioniza, não há formação de novas partícu- II. As soluções A e B apresentam pontos de ebulição
las. Assim, a quantidade de partículas é 1. menores que o da água pura.
b) Ácido clorídrico (HCℓ) – considerando que o grau III. Independentemente da quantidade de soluto, as
de ionização (D) seja de 100%, serão formadas duas duas soluções apresentam o mesmo ponto de ebulição.
partículas ionizadas: H+ e Cℓ-. Assim, a quantidade de IV. A solução B entra em ebulição a uma temperatura
partículas formadas é 2. mais alta que a solução A.
c) Hidróxido de sódio (NaOH) – composto iônico Estão corretas apenas as afirmativas:
que se dissocia totalmente, formando duas partícu-
a) I e IV. d) I, II e III.
las: Na+ e OH-. Assim, a quantidade de partículas
b) II e IV. e) I, III e IV.
formadas é 2.
c) II e III.
d) Sulfato de sódio (Na2SO4) – composto iônico que se
dissocia totalmente, formando três partículas: 2Na+ e Resolução:
SO2-4 . Assim, a quantidade de partículas formadas é 3.
Como o volume das soluções é igual para todos, a solução que vai
Nesse caso, a solução que vai ferver à temperatura mais ferver à temperatura mais alta é a que tem maior quantidade em
alta é a solução de sulfato de sódio (Na2SO4), por formar o mol de partículas. A solução A tem quantidade menor de mol de
NaCℓ do que a solução B. Assim, segue que as afirmativas estão:
maior número de partículas.
I. Correta, uma vez que a solução B tem quantidade maior de
Alternativa D mol de NaCℓ do que a solução A, o que diminui mais a pressão
de vapor em relação à solução A.

33
II. Incorreta, pois ambas as soluções contêm sais dissolvidos
(solutos não voláteis), fazendo com que a temperatura de ebu-
lição seja maior que a da água pura.
III. Incorreta, pois o aumento da temperatura de ebulição depende
da quantidade (em mol) do composto dissolvido na água.
IV. Correta, uma vez que a solução B tem quantidade maior
de mol de NaCℓ do que a solução A, tendo temperatura de
ebulição mais alta que a solução A.

Alternativa A
multimídia: livros
Química: meio ambiente, cidadania,
tecnologia - Vol. 1 – Martha Reis

A coleção Química, de autoria de Martha Reis,


traz textos que relacionam conceitos com o
cotidiano e discutem temas atuais, com rique-
za de exercícios e questões de vestibulares. A
obra desenvolve de forma sistemática os con-
teúdos segundo a divisão clássica, comumente
utilizada na disciplina, iniciando com Química
Geral, seguida de Físico-Química e finalizando
com Química Orgânica.

34
DIAGRAMA DE IDEIAS

SOLUÇÃO

SOLVENTE
SOLUTO
LÍQUIDO
A PROPORÇÃO DE
AMBOS DETERMINA A
ATENÇÃO AO
CÁLCULO SE FOREM

SOLUTOS QUE CONCENTRAÇÃO


PRODUZEM TOTAL DE PARTÍCULAS
SOLUÇÕES IÔNICAS DE SOLUTO

PROPRIEDADES
COLIGATIVAS

SÃO

EFEITO EFEITO EFEITO


TONOSCÓPICO EBULIOSCÓPICO CRIOSCÓPICO

ÉO ÉO ÉO

ABAIXAMENTO DA AUMENTO DA ABAIXAMENTO DA


PRESSÃO MÁXIMA TEMPERATURA DE TEMPERATURA DE INÍCIO
DE VAPOR INÍCIO DE EBULIÇÃO DE CONGELAMENTO

REGIDO PELA

LEI DE
RAOULT

35
QUÍMICA ORGÂNICA: Incidência do tema nas principais provas

No Enem, temos uma abordagem em que é É importante saber como diferentes isome-
observada como os estudos da isomeria desen- rias afetam determinadas propriedades. O
volveram diversos produtos do dia a dia. tema de reações orgânicas é cobrado de
modo a analisar e interpretar as informa-
ções que o enunciado fornece.

As reações orgânicas exigem reconhecer suas O tema isomeria é tratado de tal forma O tema isomeria é cobrado de um jeito em que
diferentes características, já os assuntos de isomeria que se deva reconhecer algumas diferentes se aprofunde mais em relação às propriedades
sempre são cobrados de maneira que se deva identi- propriedades que as substâncias adquirem. Em físico-químicas das substâncias. As reações
ficar suas diferenças e suas diferentes propriedades. relação às reações orgânicas, deve-se analisar orgânicas são trabalhadas de modo que se
as informações dadas pela questão para deva saber determinadas características das
relacionar de maneira correta o reações.
que se pede.

Reações orgânicas têm grande incidência, Isomeria é cobrada de uma forma que se O assunto abordado em reações orgânicas A abordagem de reações orgânicas cobra o
sempre cobradas de maneira que o candidato deva entender as diferentes características é trabalhado de modo que se deva conhe- conhecimento das peculiaridades das reações.
deva reconhecer as características das reações, físico-químicas que podem surgir com a cer as condições e entender a formação Em isomeria, temos cobrança com as caracte-
para que seja possível determinar qual é o mudança do tipo de isômero. Em relação a do produto. Em relação à isomeria, temos rísticas físico-químicas das substâncias.
tipo de reação, assim como a formação dos reações orgânicas, é necessário saber as abordagem mais relacionada às carac-
produtos ou possíveis reagente características das reações. terísticas físico-químicas das
utilizados. substâncias.

UFMG

Reações orgânicas exige interpretação das O tema isomeria é tratado de forma que se O principal assunto são as Isomerias optica
informações dadas no enunciado, para que deva reconhecer algumas diferentes pro- e geométrica, é necessário reconhecer as
seja identificada o tipo de reação e suas priedades físico-químicas que as substân- condições para que ocorram assim como
características. Isomeria é cobrada de maneira cias adquirem. As reações orgânicas são é importante entender as diferenças nas
em que se deva reconhecer as diferentes trabalhadas de modo que se deva saber propriedades físico químicas de cada tipo de
propriedades físico-químicas das determinadas características isomeria.
substâncias. das reações.

Reações orgânicas cobram identificar algumas A abordagem de isomeria é focada nas As reações orgânicas exigem reconhecer
características das reações, assim como iden- características físico-químicas das substâncias. suas diferentes características. Em relação
tificar os reagentes utilizados e os produtos Em reações orgânicas, é necessário boa inter- à isomeria, temos uma abordagem mais
formados. Em isomeria, deve-se compreender pretação para captar as diferenças entre cada relacionada às características físico-químicas
as diferenças físico-químicas características condição e característica da reação. das substâncias.
de determinados tipos.

37
AULAS ISOMERIA GEOMÉTRICA
27 E 28
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. ISOMERIA ESPACIAL com a mesma fórmula molecular, C2H2Cℓ2. As fórmulas es-


truturais podem ser representadas da seguinte maneira:
Na isomeria espacial, a diferença entre os isômeros é per-
ceptível apenas depois de analisada a fórmula estrutural C C
Note que os dois átomos
espacial. Existem dois tipos de isomeria espacial: geomé- C C plano imaginário
(em perfil) de cloro estão do
H H
trica (cis-trans ou Z-E) e óptica. Neste capítulo será mesmo lado do plano
estudada a isomeria geométrica. Cis-1,2-dicloroeteno ou Z-1,2- imaginário, disposição
dicloroeteno denominada CIS.

H C Note que os dois átomos


C C plano imaginário
H (em perfil) de cloro estão em
C
lados opostos do plano
Trans-1,2-dicloroeteno imaginário, disposição
ou E-1,2-dicloroeteno denominada TRANS.

As diferentes disposições espaciais dos átomos causam


alterações nas propriedades físicas dos compostos. A tem-
multimídia: vídeo peratura de ebulição, por exemplo, é diferente, pois as dis-
FONTE: YOUTUBE posições dos átomos provocam diferença na polaridade
Pontociência - Isomerização das moléculas.
cis-trans do ácido maleico

2. ISOMERIA GEOMÉTRICA
(CIS-TRANS OU Z-E)
Isômeros geométricos ou cis-trans são moléculas que
possuem a mesma fórmula molecular e a mesma
fórmula estrutural plana, mas cujas estruturas espa-
ciais diferem.
No isômero cis (do latim, “próximo a”) ou Z (inicial da pa-
lavra alemã zusammen, “juntos”), os ligantes de maior
massa molecular ficam do mesmo lado do plano da
dupla ligação ou do ciclo. No isômero trans (do latim, “at-
ravés de”) ou E (inicial da palavra alemã entgegen, “opos-
tos”), os ligantes de maior massa molecular ficam do
lado oposto ao do plano da dupla ligação.
Se dois átomos de hidrogênio, por exemplo, um de cada
carbono do eteno (etileno), forem substituídos por dois
átomos de cloro, serão formadas duas estruturas diferentes

38
Condições necessárias para ocorrer isomeria ciclo com pelo
menos 3 átomos
geométrica (cis-trans)
Dupla ligação entre dois átomos de carbono.
Ligantes diferentes entre si em cada um dos dois áto-
A D
mos de carbono que “cercam” a dupla ligação:
A D B E
C C plano imaginário
B E (em perfil) Com A z B e D z E

Com A z B e D z E
Exemplos:
Exemplos:
ƒ Apresentam isomeria geométrica:

H3C – C = C – CH3 H3C – C = C – CH2 – CH3 H3C – C = C – CH3
| | | | | |
H H H CH3 Cℓ H
ƒ Não apresentam isomeria geométrica: H CH3
H2C = C – CH3 H3C – C C – CH3 H3C – C { C – CH3
| | | C H
Cℓ H CH3
“repetiu” H “repetiu” CH3 tem tripla ligação,
não dupla
CH22

C C

C C
H H

multimídia: sites
manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/ Br C
isomeria-geometrica-ou-cis-trans.htm H CH3

2.1. Isomeria geométrica em


compostos de cadeia cíclica (fechada)
Nas cadeias cíclicas também pode ocorrer isomeria geométrica.

Condições necessárias para ocorrer isomeria


geométrica (cis-trans) em compostos de cadeia
cíclica (fechada)
São encontrados dois ligantes diferentes entre si em
pelo menos dois átomos de carbono do ciclo:

39
multimídia: livros multimídia: livros
Química Orgânica 1, de John Mcmurry Química Orgânica 2, de John Mcmurry
Obra editada em dois volumes e em uma Segundo volume da obra, o livro apresenta
versão combo, apresenta um texto claro um texto claro e legível, com a preocupação
e legível, com a preocupação básica de básica de mostrar a beleza e a lógica da Quí-
mostrar a beleza e a lógica da Química Or- mica Orgânica, tornando um assunto con-
gânica, tornando um assunto considerado siderado complexo em algo simples de ser
complexo em algo simples de ser entendi- compreendido pelos leitores.
do pelos leitores. O autor privilegia, entre
outras características, a organização e a
estratégia de ensino, a apresentação dos
tópicos de maneira modular e o reforço dos
principais conceitos por meio de inúmeros
problemas. O livro é destinado a disciplinas
relativas à Química Orgânica dos cursos de
Química, Farmácia e Engenharia Química.

VIVENCIANDO

A gordura trans é um tipo de gordura (ácido graxo) que difere em sua ligação química de outros ácidos graxos insatura-
dos. Ela contém ácidos graxos na configuração trans devido a um processo de hidrogenação que ocorre naturalmente (a
partir da fermentação de bactérias em animais ruminantes) ou artificialmente (a partir da indústria alimentícia).
Os alimentos derivados de animais ruminantes, como o leite e a carne, possuem gorduras trans, mas em quantidades
insignificantes. Atualmente, o maior consumo dessa gordura está relacionado aos alimentos industrializados, em que
a gordura trans também pode ser reconhecida como gordura hidrogenada.
Um óleo encontrado na natureza, por exemplo, possui os átomos distribuídos em posição paralela. Entretanto, quando é
submetido ao tratamento industrial de hidrogenação, a estrutura química do óleo é alterada, fazendo com que os ácidos
graxos fiquem com os átomos em alinhamento transversal, constituindo parte da confecção da gordura trans.

40
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O governo dos Estados Unidos determinou que o uso de gordura trans nos alimentos não é seguro e exigiu que
os produtos que apresentassem esse componente fossem retirados do mercado. A decisão foi da Administração de
Remédios e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) do país.
“Os óleos vegetais parcialmente hidrogenados, principal fonte de gordura trans nos alimentos processados, não são
geralmente considerados seguros para serem utilizados na alimentação humana”, indicou a FDA em comunicado.
Diversas provas científicas já mostraram que o consumo de gordura trans eleva o nível do chamado colesterol ruim,
assinalou a entidade. Segundo o comunicado da agência, a determinação vai reduzir significativamente o uso de
fósforo nos alimentos.
Desde 2006, os fabricantes foram obrigados a incluir informações de conteúdo de gordura trans nos rótulos. Entre
2003 e 2012, a FDA estimou que o consumo de gordura diminuiu 78% no país e que a nova regra de rotulagem foi
um dos fatores a puxar a queda.
A gordura trans é utilizada pela indústria alimentícia para aumentar o sabor e o tempo de conservação dos produtos.
Ela é prejudicial à saúde por elevar os níveis de colesterol ruim, a lipoproteína de baixa densidade (em inglês, LDL), e
diminuir o colesterol bom, a lipoproteína de alta densidade (em inglês, HDL). Essas alterações nas taxas aumentam o
risco de doenças, como infarto e acidente vascular cerebral.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade

24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

A padronização de nomenclaturas, ao longo da história da Química, foi essencial para seu desenvolvimento. Com o
passar dos anos, mais compostos foram sendo sintetizados, originando a ideia de se criar uma linguagem para os
novos compostos químicos sintetizados na época.

41
Modelo
(Enem) Em algumas regiões brasileiras, é comum se encontrar um animal com odor característico, o zorrilho. Esse odor
serve para proteção desse animal, afastando seus predadores. Um dos feromônios responsáveis por esse odor é uma
substância que apresenta isomeria trans e um grupo tiol ligado à sua cadeia.

A estrutura desse feromônio, que ajuda na proteção do zorrilho, é:


a)

b)

c)

d)

e)

Análise expositiva - Habilidade 24: A análise de modelos tridimensionais nas moléculas é de extrema importân-
B cia na Química. Para analisar a molécula de forma adequada, é necessário traçar um plano em relação à dupla
ligação e, com isso, estabelecer uma posição aos grupos mais pesados, no caso desse exercício, em posição trans.

Trans
H3C H

C C

H CH2 SH
Grupo tiol

Alternativa B

42
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIAS SÃO TÊM MESMA FÓRMULA


ISÔMEROS
DIFERENTES MOLECULAR

PODEM TER

MESMA FÓRMULA
ESTRUTURAL PLANA

NESSE CASO, TÊM

DIFERENTES
CONFIGURAÇÕES
ESPACIAIS

NESSE CASO, TÊM

ISÔMEROS
GEOMÉTRICOS
(CIS-TRANS)

PODEM OCORRER COM

DUPLA C=C CICLO

A CONDIÇÃO É A CONDIÇÃO É

R1 R3 R1 R3
C C C C
R2 R4 R2 R4
R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4 R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4

43
AULAS ISOMERIA ÓPTICA
29 E 30
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. SUBSTÂNCIAS
OPTICAMENTE ATIVAS luz natural prisma de luz polarizada
Nicol
A luz natural é um tipo de energia radiante. Nela, as vi-
brações ocorrem em todos os planos do eixo x/y, que re- luz polarizada
presenta a direção de propagação do raio luminoso. luz natural

x y prisma de
Nicol

Caso fosse possível observar os planos de vibração da luz As substâncias atravessadas pela luz polarizada são classi-
natural, o esquema seria este: ficadas em dois grupos:
a ƒ substâncias opticamente inativas, que não des-
d1 b viam o plano de vibração da luz polarizada; e
ƒ substâncias opticamente ativas, que desviam o
plano de vibração da luz polarizada; se o desvio do
plano for para a direita, essas substâncias são denomi-
nadas dextrogiras; se for para a esquerda, são deno-
c1 c
minadas levogiras.

b1 d
a1

Em que aa1, bb1, cc1 e dd1 seriam os planos de vibração da


luz natural “vistos de frente”.
Luz polarizada é uma luz cujas ondas vibram em um úni-
co plano (aa1, bb1, cc1, dd1 ou em qualquer outro plano
não representado na figura). multimídia: vídeo
Existem substâncias que, quando atravessadas pela luz na- FONTE: YOUTUBE
tural, absorvem as ondas que vibram em todos os planos, ISOMERIA ÓPTICA (optic isomerism)
com exceção das ondas de um deles. Essas substâncias
transformam a luz natural em luz polarizada e são deno-
minadas polarizadoras.
2. ISOMERIA ÓPTICA
Na prática, o polarizador mais utilizado é o prisma de Nicol,
Isomeria óptica é o caso de isomeria espacial em que os
constituído por dois cristais de calcita colados com “bálsa-
isômeros apresentam mesma fórmula molecular e
mo de Canadá”.
mesma fórmula estrutural plana, ou seja, são por elas
Observe o esquema a seguir: indistinguíveis, mas diferem pela atividade óptica.

44
Casos de isomeria óptica: Observe a seguir exemplos de compostos que apresentam um
carbono assimétrico na molécula e, em razão disso, são repre-
ƒ Isomeria óptica em compostos com carbono
sentados por um par de antípodas ópticos e por um racêmico:
assimétrico (C*)
Carbono assimétrico ou quiral (C*) é o que se liga a qua- H OH NH2
| | |
tro ligantes diferentes entre si. Esses ligantes podem ser áto-
H3C – C – C* – CH3 H3C – C* – CH2 – Cℓ
mos, grupos (radicais metil, etil, etc.) ou grupos funcionais. | | |
H H H
Condição necessária para ocorrer isomeria óptica butan-2-ol 1-cloro-2-amino-propano

Carbono assimétrico ou quiral com quatro ligantes diferentes:


A ƒ Número de isômeros opticamente ativos
Conhecido n, ou seja, o número de carbonos assimétricos
C
B E (C*) diferentes numa molécula, é possível calcular o núme-
ro de isômeros opticamente ativos e o número de racêmi-
D cos (misturas opticamente inativas), a partir do emprego
Com A z B z D z E
das fórmulas de Van´t Hoff:

Número de isômeros
Número de racêmicos
opticamente ativos
Toda molécula formada por um carbono assimétrico é as-
simétrica, ou seja, não possui um plano de simetria. Essa 2n 2n – 1 = (2n) / 2
molécula sempre é dotada de dois isômeros opticamente
ativos, um dextrógiro e outro levógiro, cujas moléculas Nota: Essas fórmulas permitem concluir que o número de racê-
funcionam como objeto e imagem em relação a um espe- micos é a metade do número de isômeros opticamente ativos.
lho plano.
Espelho plano
Exemplo:
O O
C C
OH HO número de carbonos as-
OH Cℓ
simétricos (C*) = n = 2
| | número de isômeros optica-
H3C – C* – C* – CH3
| | mente ativos = 2n = 22 = 4
H OH OH H
H H
número de racêmicos = 2n – 1 =
CH3 CH3
= (2n) / 2 = (22) / 2 = 2
ácido láctico dextrógiro ácido láctico levógiro
“objeto” “imagem”

A todo isômero dextrógiro corresponde um levógiro. Am- 2.1. Isomeria óptica em


bos desviam o plano de vibração da luz polarizada do mes- compostos cíclicos
mo ângulo para lados opostos. Dessa forma, o primeiro Em compostos cíclicos também ocorre isomeria. Deve-se
isômero desviará de +D, e o segundo, de –D. Um dos isô- considerar a existência do carbono quiral para que a quan-
meros é antípoda óptico ou enantiomorfo do outro. tidade de isômeros possa ser determinada.
O composto cíclico com assimetria molecular deve ter car-
Racêmico ou mistura racêmica bono com ligantes diferentes. Considere o composto 2-me-
Quando são misturadas quantidades iguais dos dois til-1-cloro-ciclopropano.
antípodas ópticos (levógiro + dextrógiro), obtém-se
o racêmico, que é uma mistura opticamente inativa,  H H
isto é, não causa desvio no plano de vibração da luz.
C
Essa mistura é inativa por compensação externa, ou 3
seja, o desvio que o levógiro causa é compensado/ H CH3
1 2
anulado pelo dextrógiro. C C
C H

45
Observe que há dois carbonos no anel (1 e 2) que podem
ser considerados como quirais. A quantidade de isômeros
opticamente ativos é: 2n = 22 = 4.

Talidomida: o maior desastre da história da


medicina
A talidomida foi desenvolvida em 1957 pela compa-
nhia farmacêutica alemã Chemie-Grünenthal. No fim
da década de 1950, a substância passou a ser comer-
cializada na Europa como sedativo para aliviar náu-
multimídia: sites
seas em mulheres grávidas. O medicamento era feito
e vendido na forma de sua mistura racêmica (optica- manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/
mente inativa). Os isômeros da talidomida possuem isomeria-geometrica-ou-cis-trans.htm
atividade óptica, sendo que o dextrogiro ou enantiô-
mero (R) desvia o plano de luz polarizada para a direi-
ta, e o levógiro ou enantiômero (S) desvia o plano de
luz polarizada para a esquerda.
Entretanto, essa diferença na conformação espacial
dos átomos acaba por resultar em diferentes proprie-
dades biológicas, ou seja, diferentes atividades exer-
cidas em um organismo vivo. Com o tempo, desco-
briu-se que somente o isômero dextrogiro ou (R) era
responsável pelas propriedades analgésicas, sedativas
e hipnóticas, enquanto a talidomida levogira (S) é te-
ratogênica, isto é, provoca mutações no feto. multimídia: livros
Química Orgânica – Volume 2, de T. W.
Graham Solomons e Craig B.Fryhle

Química Orgânica mostra a importância da


matéria no cotidiano, como a criação de ma-
teriais que otimizam o dia a dia e a invenção
de métodos químicos que ajudam a suprir re-
Por esse motivo, nasceram muitas crianças com má- cursos no limitado planeta Terra. Os aspectos
-formação. Entre os efeitos colaterais da talidomida estruturais do texto enfatizam o que é a Quí-
estavam: desenvolvimento incompleto ou defeitu- mica Orgânica. O livro apresenta inúmeras
oso dos membros, má-formação do coração (como ferramentas visuais, como mapas conceituais,
a ausência de aurículas), do intestino, dos rins, do detalhes de mecanismo de reações e resu-
útero e da vesícula biliar, defeitos na tíbia e no fêmur, mos temáticos de revisão de mecanismos,
entre outros. conexões sintéticas, dicas de estudo, ilustra-
A partir daí, a mistura racêmica dos medicamentos ções esclarecedoras e problemas.
sintéticos foi banida pela Indústria farmacêutica. Des-
de então, foi aprimorada a produção de medicamen-
tos quirais, que têm em sua estrutura os átomos (na
maioria carbonos) com orientação tridimensional bem
definida. Uma modificação dessa orientação ocasiona
diminuição ou mudanças dos efeitos biológicos, como
ocorreu no caso da talidomida.

46
VIVENCIANDO

Quando se trata de moléculas com imagens especulares não superponíveis (enantiômeros), fala-se em termos de
quiralidade. Um objeto que possui a propriedade de “lateralidade” é um objeto quiral, ou seja, é um objeto que não
pode ser colocado sobre a sua imagem especular de forma que todas as partes coincidam. Em outras palavras, um
objeto quiral não é superponível à sua imagem especular. Exemplos comuns são as mãos, que guardam a relação
de imagem especular entre si (esquerda e direita), mas não podem ser sobrepostas. A mão é, portanto, um objeto
quiral. A quiralidade é fundamental no cotidiano. Muitos medicamentos são quirais. Em geral, apenas uma forma de
imagem especular de uma droga fornece o efeito desejado. A outra forma de imagem especular é geralmente inativa,
menos ativa ou mesmo nociva à saúde, provocando efeitos colaterais sérios ou toxicidade.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A mistura racêmica (racemato) foi descrita pela primeira vez em um trabalho de Louis Pasteur, que utilizou um sal de ácido
tartárico. Em uma análise realizada com luz polarizada, ele percebeu que o referido sal, a princípio opticamente inativo,
isto é, sem causar desvio no plano da luz polarizada, formava dois compostos opticamente ativos ao ser recristalizado.
Contudo, havia um problema referente à observação de Pasteur: uma recristalização, por se tratar de um método de
purificação, não pode resultar em um composto químico diferente; assim, ao purificar o sal de ácido tartárico, deveria
ser obtido o mesmo sal com menos impurezas. Nesse sentido, não seria possível formar dois compostos quirais (que
desviam a luz polarizada) a partir de um composto aquiral (que não tem atividade óptica), pois esse fenômeno só
ocorreria a partir de uma reação química envolvendo quebra de ligações e formação de novas.
Excluindo a possibilidade de se tratar de um composto aquiral, Pasteur concluiu que o composto que ele havia pu-
rificado era uma mistura com proporções iguais de dois enantiômeros, sendo 50% dextrogira e 50% levogira, pois,
embora ambos os enantiômeros provoquem rotação no plano da luz polarizada, por serem espelho um do outro e
estarem na mesma proporção, as rotações ocorrem em direções opostas, sendo canceladas.

47
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Entender a forma com que as moléculas se dispõem no espaço é de suma importância, ainda mais se tratando de
Química Orgânica. Quando é analisado um composto, algumas de suas propriedades físicas podem ser a chave
para saber qual é o composto. Contudo, muitas fórmulas químicas apresentam isômeros, isto é, a mesma fórmula
molecular, com diferença nas fórmulas estruturais. Essa diferença provoca a mudança de propriedades físicas, como
temperatura de ebulição, temperatura de fusão, densidade, etc.

Modelo
(Enem) A talidomida é um sedativo leve e foi muito utilizado no tratamento de náuseas, comuns no início da gravi-
dez. Quando foi lançada, era considerada segura para o uso de grávidas, sendo administrada como uma mistura
racêmica composta pelos seus dois enantiômeros (R e S). Entretanto, não se sabia, na época, que o enantiômero S
leva à malformação congênita, afetando principalmente o desenvolvimento normal dos braços e pernas do bebê.
ADAPTADO DE: COELHO, F.A.S. “FÁRMACOS E QUIRALIDADE”.
CADERNOS TEMÁTICOS DE QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. SÃO PAULO, N. 3, MAIO 2001.
Essa malformação congênita ocorre porque esses enantiômeros:
a) reagem entre si;
b) não podem ser separados;
c) não estão presentes em partes iguais;
d) interagem de maneira distinta com o organismo;
e) são estruturas com diferentes grupos funcionais.

Análise expositiva - Habilidade 24: O exercício exige que o aluno conheça a teoria por trás da isomeria espa-
D cial óptica. Os dois enantiômeros possuem propriedades iguais, e o que difere um do outro é o desvio do
plano da luz polarizada, sendo o R um dextrógiro (desvio da luz para a direita) e o S um levógiro (desvio da
luz para a esquerda). Assim, eles interagem de maneira distinta com o organismo.
Alternativa D

48
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIAS SÃO TÊM MESMA FÓRMULA


ISÔMEROS
DIFERENTES MOLECULAR

MESMA FÓRMULA
ESTRUTURAL PLANA

NESSE CASO, TÊM

DIFERENTES
CONFIGURAÇÕES
ESPACIAIS

POR EXEMPLO

ISÔMEROS
ÓPTICOS

OCORREM AO SATISFAZER

CONDIÇÃO CONDIÇÃO
NECESSÁRIA SUFICIENTE

QUE É É A PRESENÇA DE

AUSÊNCIA DE CARBONO QUIRAL


PLANO DE SIMETRIA (CARBONO
MOLECULAR GARANTE ASSIMÉTRICO)

ACARRETA EM OCORRE SE

ATIVIDADE R3
ÓPTICA R4 C R4
R3
R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4

49
AULAS REAÇÕES DE ADIÇÃO
31 E 32
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. REAÇÕES DE ADIÇÃO 1.2. Halogenação


As reações de adição são características de hidrocarbo- Essa reação compreende os halogênios, dos quais o cloro
netos insaturados, alquenos, alquinos e dienos, e ocorrem (Cℓ2) e o bromo (Br2) são os mais utilizados.
com a quebra da ligação pi (p). H Cℓ Cℓ
A B | | |
| | | | H3C — C = CH2 + Cℓ2 o H3C — CH — CH2
— C = C — + AB o — C — C — PROPENO 1,2-DICLORO-PROPANO
| |
Cℓ Cℓ
| |
1.1. Hidrogenação catalítica H3C — C ; C — CH3 + Cℓ2 o H3C — C = C — CH3
Essas reações ocorrem com o gás hidrogênio (H2) e são BUT-2-INO 2,3-DICLORO-BUT-2-ENO
catalisadas por metais, como Ni, Pt e Pd.
O teste mais comum para verificar se uma cadeia alifática
ruptura D/Ni é insaturada à temperatura ambiente consiste na reação
H2C CH2 + H2 H3C — CH3
com água de bromo (Br2(aq)) ou na solução de bromo em
ETENO (ETILENO) ETANO tetracloreto de carbono (Br2/CCℓ4). Esses sistemas apresen-
tam uma coloração castanha. Se a cadeia for insaturada, a
Os ciclanos de três ou quatro carbonos apresentam anéis in- coloração castanha desaparecerá. Nessas condições, essa
stáveis. Por esse motivo, também sofrem esse tipo de reação reação não ocorrerá com cadeias saturadas.
em virtude da quebra de uma ligação sigma (s) entre carbo-
nos do anel, originando compostos de cadeia aberta. 1.3. Adição de HX
Nesse tipo de reação, os reagentes mais comuns são o clo-
D/Ni reto e o brometo de hidrogênio (HCℓ e HBr).
A adição do hidrogênio (H) e do halogênio (X) aos car-
bonos da insaturação obedece a uma regra experimental
descoberta pelo químico russo Markovnikov em 1868.
H H
| |
H2C — CH2 — CH2

1.1.1. Hidrogenação parcial


D/Ni
HC ; CH + 1H2 H2C = CH2
ETINO (ACETILENO) ETENO (ETILENO)

D/Ni
H2C = C = CH2 + 1H2 H2C = CH — CH3
PROPADIENO PROPENO

1.1.2. Hidrogenação total multimídia: vídeo


D/Ni FONTE: YOUTUBE
HC ; CH + 2H2 H3C — CH3
Acetona com isopor (experiência de Química) ...
ACETILENO ETANO

50
Caso o grupo OH do grupo funcional enol esteja situado
Regra de Markovnikov: o hidrogênio do HX li- no carbono secundário, haverá a formação de uma ceto-
ga-se ao carbono mais hidrogenado da dupla ou na; no entanto, se o grupo OH estiver situado no carbono
tripla ligação. primário, será formado um aldeído.

Cℓ H
| |
H3C — C ; CH + HCℓ o H3C — C = CH
CARBONO MAISROGENADO DA INSATURAÇÃO

1.4. Adição em aromáticos


Por causa da ressonância, os aromáticos regularmente sofrem
reações de substituição. Entretanto, em condições enérgicas
ou em condições especiais, podem sofrer reações de adição.
multimídia: sites
Exemplos:
a) hidrogenação total do benzeno manualdaquimica.uol.com.br/quimica-orga-
nica/reacoes-adicao.htm

Aplicação do conteúdo
1. A hidratação do propeno dará origem a qual dos
compostos abaixo?
b) cloração total do benzeno a) Propano
b) Propan-1-ol
c) Propan-2-ol
d) Propanona
e) Ácido propanoico
Resolução:
Respeitando a regra de Markovnikov, a reação entre prope-
no e água se dá por:

1.5. Reações de hidratação


de alquenos e alquinos
Essas reações consistem na adição de água (H2O ou HOH), Assim, o produto formado é o propan-2-ol (ou 2-propanol)
na presença de catalisadores e em meio ácido, aos hidro-
carbonetos alquenos e alquinos, bem como obedecem à Alternativa C
regra de Markovnikov, isto é, o hidrogênio liga-se ao car-
bono mais hidrogenado da insaturação. 2. Ao realizar a reação de adição do composto metil-
ciclobutano com o ácido bromídrico (HBr), qual será o
H OH composto formado?
| |
a) 2-bromopentano
H2C = CH — CH3 + HOH H2C — CH — CH3
PROPENO PROPAN-2-OL
b) 1-bromopentano
c) 2-bromobutano
d) 1-bromo-2-metilciclobutano
OH H O e) 1-bromo-1-metilciclobutano
| | ||
Resolução:
H3C — C ; CH + HOH o H — C = CH U H3 C — C — CH3
PROPINO PROPEN-2-OL PROPANONA
Respeitando a regra de Markovnikov, a reação entre metil-
ciclobutano e HBr se dá por:

51
4. (UFSC) Assinale as proposições CORRETAS.

Encontre, na relação a seguir, os produtos da adição de 1 mol


de HBr a 1 mol de cada um dos seguintes reagentes:
a) propeno
b) propino
Nessa reação de adição, ocorre abertura do anel, uma vez
01) 1,2-dibromopropano
que os compostos cíclicos de três ou quatro carbonos pos-
02) 2-bromopropano
suem anéis instáveis. Assim, o produto formado é o 2-bro-
04) 1,2-dibromopropeno
mopentano.
08) 2-bromopropeno
Alternativa A 16) 1-cloro-2-bromopropano
32) 1,2,3-tribromopropano
3. Qual é o produto da reação entre 1 mol de 1,3-butadieno 64) 1,1,1-tribromopropano
com 1 mol de gás cloro? Soma ( )
a) 3,4-diclorobut-1-eno
Resolução:
b) 1,2-diclorobut-3-eno
c) 2,3-diclorobut-2-eno Reagindo 1 mol de propeno com 1 mol de HBr, forma-se
d) 1,4-diclorobut-2-eno 2-bromopropano:
e) 1,2,3,4-tetraclorobutano
Resolução:

A reação de adição a um dieno conjugado (dupla e simples


alternado, como 1,3-butadieno) se dá por adição nos car-
bonos da ponta de cada dupla, e as duplas migram para Reagindo 1 mol de propino com 1 mol de HBr, forma-se
onde estava a ligação simples (chamada de adição 1,4): 2-bromopropeno:

Assim, a reação entre 1 mol de 1,3-butadieno com 1 mol


Assim, os itens corretos são os números 2 e 8.
de gás cloro resulta na formação de 1,4-diclorobut-2-eno
(ou 1,4-dicloro-2-buteno). Soma: 10
Alternativa D

VIVENCIANDO

O benzeno é líquido, inflamável, incolor e possui um aroma doce e agradável. Trata-se de um composto tóxico, cujos
vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Quando inalados em pequenas
quantidades por longos períodos, causam sérios problemas sanguíneos, como leucopenia.
O benzeno também é conhecido por ser carcinogênico. É uma substância usada como solvente (de iodo, enxofre,
graxas, ceras, etc.) e matéria-prima básica na produção de muitos compostos orgânicos importantes, como fenol,
anilina, trinitrotolueno, plástico, gasolina, borracha sintética e tintas. A benzina é uma mistura de hidrocarbonetos
obtida principalmente da destilação do petróleo, que possui faixa de ebulição próxima ao benzeno.

52
O nome benzeno deriva do ácido benzoico, que foi descoberto no século XVI e que recebeu esse nome por ter sido
obtido, pela primeira vez, a partir da essência do benjoeiro. A destilação seca de goma de benjoim primeiramente foi
descrita por Nostradamus (1556) e, posteriormente, por Aleixo Pedemontanus (1560) e Blaise de Vigenère (1596). O
nome inicial do composto, benzine, foi dado pelo químico alemão Eilhardt Mitscherlich, em 1833.
Em 1825, o benzeno foi descoberto por Michael Faraday (1791-1867) no gás de iluminação usado em Londres.
Faraday é o mesmo cientista que descobriu vários fenômenos elétricos e determinou as leis da eletrólise. Em 1834, o
químico Edilhardt Mitscherlich determinou a fórmula molecular do benzeno como sendo C6H6.
Durante muitos anos, os químicos se esforçaram para descobrir como os seis átomos de carbono e os seis de hidrogênio
estavam dispostos dentro da molécula do anel benzênico. Já na metade do século XIX, vários cientistas haviam propos-
to diferentes fórmulas estruturais para essa molécula. Entretanto, nenhuma dessas proposições conseguia explicar as
reações apresentadas pelo benzeno. Foi então que Friedrich August Kekulé von Stradonitz, mais conhecido apenas por
Kekulé (1829-1896), em 1865, depois de um sonho, propôs a ideia do anel hexagonal, completada no ano seguinte
com a hipótese da existência de um par de estruturas em equilíbrio, com a alternância de ligações duplas.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A Química Orgânica é uma divisão da Química que foi proposta, em 1777, pelo químico sueco Torbern Olof
Bergman. A Química Orgânica era definida como um ramo químico que estudava os compostos extraídos dos or-
ganismos vivos. Em 1807, Jöns Jacob Berzelius formulou a teoria da força vital. Ela se baseava na ideia de que os
compostos orgânicos precisavam de uma força maior (a vida) para serem sintetizados.
Em 1828, Friedrich Wöhler, discípulo de Berzelius, a partir do aquecimento de cianato de amônio, produziu a ureia,
dando início a queda da teoria da força vital. Essa obtenção ficou conhecida como síntese de Wöhler. Mais tarde,
Pierre Eugene Marcellin Berthelot realizou uma série de experiências a partir de 1854 e, em 1862, sintetizou o ace-
tileno. Em 1866, Berthelot obteve, por aquecimento, a polimerização do acetileno em benzeno e, assim, foi derrubada
definitivamente a teoria da força vital.
A definição de Bergman para a Química Orgânica não era adequada. Então, o químico alemão Friedrich August
Kekulé propôs a nova definição aceita atualmente: “Química Orgânica é o ramo da Química que estuda os compos-
tos de carbono”. Embora a afirmação esteja correta, nem todo composto que contém carbono é orgânico, como o
dióxido de carbono, o ácido carbônico, o grafite, etc., mas todos os compostos orgânicos contêm carbono.
Essa parte da Química, além de estudar estrutura, propriedades, composição, reações e síntese de compostos orgâni-
cos que, por definição, contêm carbono, esses compostos podem conter outros elementos, como o oxigênio e o
hidrogênio. Muitos deles contêm nitrogênio, halogênios e, mais raramente, fósforo e enxofre.

53
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIA QUÍMICA

PODE SER

ORGÂNICA

POR EXEMPLO

HIDROCARBONETOS

PARTICIPAM DE

REAÇÕES

TAIS COMO

REAÇÕES
ADIÇÃO DE ADIÇÃO DE
ENVOLVENDO
ALCENOS ALCINOS
CICLANOS

INCLUI
ADIÇÃO
HIDROGENAÇÃO (COM QUEBRA
CATALÍTICA DE CICLO)

ADIÇÃO DE TÍPICA DE
HALOGÊNIO (X2)

CICLO DE 3C CICLO DE 4C
ADIÇÃO
DE H2O
TEM

ADIÇÃO DE HX
X = HALOGÊNIO ALTA TENSÃO
ANGULAR

REGRA DE
MARKOVNIKOV

54
AULAS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO
33 E 34
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO Em geral, as reações na Química Orgânica processam-se


com a ajuda externa da luz e são mais lentas do que na
Nas reações de substituição, ao menos um átomo de hidro- Química Inorgânica. Isso ocorre porque, regularmente, as
gênio da molécula de um hidrocarboneto é substituído por reações orgânicas são moleculares, enquanto as reações
outro átomo ou grupo de átomos. Essas reações podem ser inorgânicas são iônicas.
representadas genericamente da seguinte maneira: ƒ Mecanismo da substituição em alcanos – substi-
R — H + A B o R — B + HA tuição via radical livre.
a) Início da cadeia – dissociação (por cisão homolítica
sob ação da luz) da molécula de cloro (Cℓ2), liberando áto-
A notação R – H representa um hidrocarboneto que pode
mos de cloro (Cℓ).
pertencer a uma das seguintes classes: alcanos, aromáti-
cos ou ciclanos, com cinco ou mais carbonos. Cℓ •• Cℓ 2Cℓ •
As principais reações de substituição são halogenação, b) Propagação da cadeia – um átomo de cloro (Cℓ)
nitração, sulfonação, alquilação e acilação. reage com um átomo de hidrogênio do metano, produ-
zindo HCℓ e um radical livre (H3C, metil), que reage com
1.1. Halogenação outra molécula de cloro, formando o haleto (H3C — Cℓ) e
liberando um átomo de cloro.
Na halogenação ocorre a substituição de átomo(s) de hi-
drogênio por átomo(s) de halogênio provenientes das suas H H
substâncias simples: F2, Cℓ2, Br2 e I2; as mais comuns são | |
a cloração (Cℓ2) e a bromação (Br2), pois as reações com Cℓ • + H • • C •• H o H •• Cℓ + •C — H (H3C•)
F2, em razão de sua grande reatividade, são explosivas, | |
enquanto as reações com I2 são extremamente lentas. A H H
RADICAL METIL
halogenação de um alcano produz um haleto orgânico (hi-
H3C• + Cℓ • • Cℓ o H3C •• Cℓ + Cℓ •
drocarboneto halogenado).
CLORETO DE METILA
(CLORO METANO)
Exemplo:
c) Término da cadeia – os átomos de cloro se recombi-
ƒ Monocloração do metano. nam, restaurando a molécula de cloro.
H 2 Cℓ• o Cℓ2
|
H—C—H + Cℓ — Cℓ H3C — Cℓ + HCℓ Reação global: Cℓ2 + CH4 HCℓ + H3C — Cℓ
| CLOROMETANO
H Experimentalmente, verifica-se que:
METANO
ƒ Misturas de gás cloro (Cℓ2) e gás metano (CH4) podem
ƒ Nessa reação, o H do CH4 foi substituído pelo Br. ser armazenadas indefinidamente no escuro, sem que
ocorra reação.
ƒ A exposição momentânea da mistura à luz inicia uma
reação violenta. Estudos mostraram que a absorção de
luz pelas moléculas de cloro provoca a dissociação das
moléculas, produzindo radicais livres de cloro. Esses radi-
cais são muito reativos e atacam o metano, retirando áto-
CICLOPENTANO BROMOCICLOPENTANO mos de hidrogênio e produzindo cloreto de hidrogênio e

55
radicais metil. Esses radicais reagem com moléculas de
cloro, produzindo cloreto de metila e radicais de cloro.
1.2. Nitração
Ocorre uma reação em cadeia, e muitas moléculas de Nitração é a reação de um alcano com ácido nítrico, HNO3,
cloreto de metila e cloreto de hidrogênio são produzidas que produz um nitroalcano, um nitrocomposto.
para cada molécula de cloro que sofre fotólise. As cadeias CH3 — H + HO — NO2 o CH3 — NO2 + H2O
terminam graças à recombinação dos radicais de cloro.
NITROMETANO

Exemplo:
Cℓ
|
H2C — CH — CH2 — CH3 + HCℓ (0,7 %)
1.3. Sulfonação
|
CH3
Sulfonação é a reação de um alcano com ácido sulfúrico, H2SO4,
Cℓ que produz um ácido alcano-sulfônico, um ácido sulfônico.
|
H3C — CH — CH2 — CH3 + Cℓ — Cℓ
|
H3C — C — CH2 — CH3 + HCℓ (90 %) CH3 — H + HO — SO3H o CH3 — SO3H + H2O
|
ÁCIDO METIL-SULFÔNICO
CH3
CH3
METILBUTANO

Cℓ
|
H3C — CH — CH — CH3 + HCℓ (9 %)
Em alcanos mais complexos, o halogênio pode atacar a
| molécula em diferentes pontos.
CH3
Cℓ
|

2. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NOS


H3C — CH — CH2 — CH2 + HCℓ (0,3 %)
|
CH3

Diversos fatores influem na porcentagem dos produtos ob- HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS


tidos nesse tipo de reação. Não obstante, é possível prever A seguir, serão indicadas as reações mais comuns e impor-
qual produto será formado em maior quantidade, por meio tantes nos hidrocarbonetos aromáticos.
de uma regra de uso comum que indica a ordem de fac-
ilidade com que um hidrogênio “sai” do hidrocarboneto.
Cterciário > Csecundário > Cprimário
2.1. Halogenação
No equacionamento de reações semelhantes a essa, cos-
tuma-se representar somente o produto obtido em maior
quantidade. Por esse motivo, a reação de monocloração
do metilbutano é frequentemente representada da se-
guinte maneira:
H Cℓ
| |
H3C — C — CH2 — CH3 + Cℓ — Cℓ H3C — C — CH2 — CH3 + HCℓ
| |
CH3 CH3 2.2. Nitração
METILBUTANO 2-CLORO-2-METILBUTANO

2.3. Sulfonação

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Produção de Biodiesel a partir de Óleo Usado

56
2.4. Alquilação de Friedel-Crafts
Trata-se da substituição de um ou mais hidrogênios do anel
aromático por um ou mais radicais derivados de alcanos.

multimídia: sites
2.5. Acilação manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/
reacoes-organicas-substituicao.htm
Trata-se da substituição de um ou mais hidrogênios de um
anel aromático por um ou mais radicais derivados de áci-
dos carboxílicos (R — C = O).
Aplicação do conteúdo
1. Na primeira etapa da reação de alcanos com cloro,
ocorre a troca de apenas um átomo de hidrogênio por
átomo de cloro. Considerando somente essa etapa,
quantos hidrocarbonetos clorados diferentes podem se
formar ao reagirem 2,2-dimetilbutano e cloro?
a) 1
Essas duas reações são denominadas reações de Frie- b) 2
del-Crafts. c) 3
ƒ Mecanismo de substituição nos aromáticos d) 4
e) 5

Resolução:

O composto 2,2-dimetilbutano é:
a) O catalisador (ácido de Lewis) reage com Cℓ2:

Cℓ2 + AℓCℓ3 o Cℓ- [AℓCℓ4]–

b) O benzeno ataca o eletrófilo Cℓ+ (“gosta” de


elétron), formando íon carbônio (cátion com carga
positiva no carbono):

Pelas posições dos carbonos, é possível observar que os


carbonos de números 1, 5 e 6 são simétricos. Assim, subs-
tituindo qualquer um dos três, obtém-se compostos iguais;
no carbono 2 não há como adicionar o cloro, pois ele já
está fazendo quatro ligações. Então, as possibilidades dos
c) Eliminação de próton (H+): compostos monoclorados são:

Assim, as quantidades de compostos monoclorados difer-


HAℓCℓ4 o HCℓ + AℓCℓ3 entes são três.
Essa reação é denominada substituição eletrofílica aromática. Alternativa C

57
2. Escreva a equação da reação de sulfonação do benze- Resolução:
no e dê o nome do produto orgânico formado.
Estrutura do 2-metilbutano:
Resolução:

Nome do composto formado: ácido benzenossulfônico.


3. Aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, divid-
idos em cinco grupos, foi dado o seguinte problema:
que substâncias orgânicas serão obtidas da reação de
monocloração da substância 2-metil-butano, na pre-
sença de aquecimento e luz? Pelas posições dos carbonos, é possível observar que os
carbonos de números 1 e 4 são simétricos. Assim, subs-
As respostas obtidas foram as seguintes:
tituindo em qualquer um dos dois, resulta em compostos
Grupo I: ocorrerá a formação apenas da substância 2-clo- iguais. Então, as possibilidades dos compostos monoclora-
ro-3-metil-butano. dos são:
Grupo II: ocorrerá a formação apenas das substâncias
2-cloro-3-metil-butano e 1-cloro-2-metil-butano.
Grupo III: ocorrerá a formação apenas das substâncias
2,2-dicloro-3-metil-butano; 1-cloro-2-metil-butano; 2-clo-
ro-2-metil-butano; 2-cloro-3-metil-butano e 1-cloro-3-me-
til-butano. 1-cloro-2-metibutano 2-cloro-3-metilbutano

Grupo IV: ocorrerá a formação apenas das substâncias


1-cloro-2-metil-butano; 2-cloro-2-metil-butano e 2-cloro-
-3-metil-butano.
Grupo V: ocorrerá a formação apenas das substâncias
1-cloro-2-metil-butano; 2-cloro-2-metil-butano; 2-cloro- 2-cloro-2-metilbutano 1-cloro-3-metilbutano
-3-metil-butano e 1-cloro-3-metil-butano.
Logo, o grupo que apresentou a resposta correta foi o grupo V.
Assinale a alternativa que corresponde ao grupo que apre-
sentou a resposta correta ao problema. Alternativa E
a) Grupo I d) Grupo IV
b) Grupo II e) Grupo V
c) Grupo III

VIVENCIANDO

O Biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo. Ele pode ser utilizado em automóveis e em
qualquer outro veículo com motor a diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (óleo de soja, gordura animal, óleo
de algodão), trata-se de um combustível que emite menos poluentes do que o diesel.
O preço da gasolina, do diesel e dos derivados de petróleo tendem a subir cada vez mais. A cada ano, o consumo
aumenta e as reservas diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada ameaça de guerra ou crise
internacional, o preço do barril de petróleo dispara.

58
Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do biodiesel podem ser minimizados pela venda dos
coprodutos gerados durante o processo de transesterificação, como a glicerina, o adubo e a ração proteica vegetal.
Devido à importância do biodiesel e da futura regulamentação para sua utilização no país, o estabelecimento de
padrões de qualidade para o biodiesel se constitui como um fator fundamental para o sucesso de sua adoção.
A história do biodiesel começa junto com a história do século XX. Embora a ideia de utilização de combustíveis de
origem orgânica só tenha se tornado viável mais tarde, principalmente depois da explosão do preço do petróleo
na década de 1970, desde o início do funcionamento dos motores a diesel há relatos do uso de óleo vegetal para
movê-los.

Processo de produção de biodiesel


A molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerina, o que
faz dela um triglicídio. O processo para a transformação do óleo vegetal em biodiesel é denominado transesterificação.
Quando os pesquisadores calculam o balanço energético líquido para um biocombustível, eles consideram a energia
exigida para produzir a colheita (coisas como fertilizantes, pesticidas e diesel de trator) e então somam a energia
necessária para processar a planta colhida em etanol ou biodiesel. Eles subtraem a quantia de energia que entra no
processo da quantia de energia que sai.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Reações químicas envolvendo compostos orgânicos são denominadas reações orgânicas. Os tipos básicos de reações
da Química Orgânica são reações de adição, reações de eliminação, reações de substituição, reações pericíclicas, rea-
ções de rearranjo ou transposição e reações redox. Em síntese orgânica, reações orgânicas são usadas na construção
de novas moléculas orgânicas. A produção de muitas substâncias pelo homem, como drogas e plásticos, depende
de reações orgânicas.
A combustão de combustíveis orgânicos e a saponificação de gorduras para fazer sabão são as mais antigas reações
orgânicas. A moderna química orgânica inicia-se com a síntese de Wöhler em 1828. Na história do Prêmio Nobel
de Química, há premiados pela invenção de reações orgânicas específicas, como a reação de Grignard, em 1912, a
reação de Diels-Alder, em 1950, a reação de Wittig, em 1979, e a metátese de olefina, em 2005.

59
ss DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIA QUÍMICA

PODE SER

ORGÂNICA

POR EXEMPLO

HIDROCARBONETOS

PARTICIPAM DE

REAÇÕES

TAIS COMO

REAÇÕES
SUBSTITUIÇÃO SUBSTITUIÇÃO
ENVOLVENDO
EM ALCANOS EM AROMÁTICOS
CICLANOS

SUBSTITUIÇÃO
(SEM QUEBRA
DE CICLO)

TÍPICA DE

CICLO DE 5C CICLO DE 6C

TEM

BAIXA TENSÃO
ANGULAR

60
TERMOQUÍMICA E CINÉTICA QUÍMICA: Incidência do
tema nas principais provas

A termodinâmica é cobrada de maneira bem A termoquímica é cobrada de maneira


concisa, de modo que se deva interpretar as direta, de modo que se deva identificar o
maneiras diferentes de calcular as energias e a tipo de cálculo a ser utilizado, assim como
característica de seu processo. o processo que ocorre devido à energia
envolvida.

A termoquímica requisita boa interpretação de Cálculos termodinâmicos exigem boa O candidato deve compreender as informações
dados, identificar o cálculo de energia correto a ser interpretação do fenômeno e é necessário dadas para utilizar o cálculo correto das
utilizado frente às informações que são dadas e identificar o processo ocorrido, assim como energias. É importante também analisar o tipo
identificar os processos que ocorrem com base na as energias envolvidas nas reações. de processo que ocorre com base nas energias
energia envolvida. envolvidas na reação.

O tema mais abordado é termoquímica, sendo A termoquímica tem como base a interpreta- Na termoquímica, o candidato deve iden- O tema mais cobrado engloba a termoquímica
que o candidato deve interpretar as infor- ção para que seja possível utilizar o método tificar as diferenças de cálculo para utilizar como um todo, sendo importante identificar
mações para realizar o cálculo pelo método correto de cálculo da energia da reação, sendo o método correto e também relacionar a o modelo que deve ser usado parar resolução
correto e também diferenciar o processo que interessante entender os processos que ocor- quantidade de energia envolvida na reação com base nas informações encontradas no
ocorre com base nas energias envolvidas rem devido aos diferentes valores de energia com os diferentes tipos de processos que enunciado.
na reação. que são encontrados. ocorrem.

UFMG

A termoquímica é cobrada de maneira a saber Na termoquímica, é importante salientar os Em termoquímica, é necessário que se
as diferenças nos métodos de cálculo, para a diferentes métodos de cálculo, logo, é neces- compreenda as diferentes formas de cálculo
energia da reação com base nas informações sário saber utilizar cada método na situação que terão base nos dados fornecidos, e é
dadas, e é importante identificar os processos correta, tudo isso com base nas informações importante saber reconhecer os processos
envolvidos analisando as diferentes quanti- dadas, e também relacionar os processos envolvidos para evitar qualquer erro.
dades de energias envolvidas. com as quantidades de energia
envolvidas.

Termoquímica é cobrada de maneira bem O tema termoquímica é cobrado de forma Os cálculos termoquímicos são cobrados de
conceitual. Portanto, é importante conhecer os bem direta. É necessário identificar o método maneira que se deva identificar os processos
diferentes processos e suas implicações, assim correto de cálculo a ser utilizado com base nas envolvidos, assim como o método correto para
como utilizar o método certo no cálculo com informações dadas. o cálculo, tudo isso com base na interpretação
base nas informações dadas. e dados que são fornecidos.

61
AULAS TERMOQUÍMICA: VARIAÇÃO DE ENTALPIA
27 E 28
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. INTRODUÇÃO 1.1.1. Mudanças de estados físicos


O segmento da Físico-Química que estuda os efeitos tér-
micos provocados pelas reações químicas é denominado
termoquímica.
Toda reação química envolve modificações energéticas. Em
geral, essas modificações se manifestam por variações de
calor. Uma reação pode ser exotérmica ou endotérmica.

1.1. Processos exotérmico


H2O(s) o H2O(ℓ) 'H = +7,3 kJ/mol
e endotérmico
A quantidade de calor necessária para provocar a fusão de
Todas as reações químicas e todas as alterações de estado 1 mol de H2O(s) é denominada calor ou entalpia de fusão e
físico causam liberação ou absorção calor. equivale a 7,3 kJ/mol.
ƒ Processos exotérmicos o liberam calor H2O(ℓ) o H2O(v) 'H = +44 kJ/mol
Processos endotérmicos o absorvem calor A quantidade de calor necessária para provocar a vaporiza-
Características Exemplos ção de 1 mol de H2O(ℓ) é denominada calor ou entalpia de
vaporização e equivale a 44 kJ/mol.
ƒ cozimento dos alimentos
(absorve calor)
Reação química 1.1.2. Reações químicas
Endotérmicas

com absorção de ƒ fotossíntese (absorve luz solar)


energia; o sistema ƒ fusão, ebulição e subli- a) Reações exotérmicas ocorrem com liberação de calor.
ganha (recebe) en- mação (absorvem calor)
ergia do ambiente ƒ carregamento de bateria para Exemplos
que o envolve. celular (absorve energia elétrica)
ƒ eletrólise (absorve energia elétrica) ƒ Todas as combustões (queimas) são exotérmicas:
queima do metano:
ƒ combustão (libera luz e calor)
Reação química CH4(g) + 2O2(g) o CO2(g) + 2H2O(ℓ) + calor
Exotérmicas

com liberação de ƒ solidificação e conden-


energia; o sistema sação (libera calor)
queima do carvão:
perde energia ƒ explosão de uma bomba (libera calor)
para o ambiente
ƒ funcionamento de uma pilha C(s) + O2(g) o CO2(g) + calor
que o cerca. (libera energia elétrica)
ƒ As dissoluções em água da maioria dos ácidos tam-
ENDOTÉRMICA EXOTÉRMICA
bém são exotérmicas:
Endotérmica Exotérmica H2SO4(ℓ) + H2O(ℓ) o H3O+(aq) + HSO4–(aq) + calor
b) Reações endotérmicas ocorrem com absorção
sistema sistema de calor.
Exemplos
energia energia
ƒ Síntese do monóxido de nitrogênio:
ambiente ambiente Calor + __1 N2(g) + __1 O2(g) o NO(g)
2 2

62
ƒ Decomposição do carbonato de cálcio: De onde vem essa energia em forma de calor?
Calor + CaCO3(s) o CaO(s) + CO2(g) Essa energia liberada em forma de calor estava contida nos
As reações endotérmicas ocorrem exclusivamente median- reagentes (grafita e oxigênio). Quando os reagentes se trans-
te absorção de calor do meio ambiente. Para que elas se formaram no produto (gás carbônico), a energia foi liberada.
realizem, é necessário que os reagentes sejam aquecidos. Com isso, pode-se concluir que cada substância deve apre-
sentar certo conteúdo de energia denominado entalpia e
2. MEDIDA DO CALOR representado pela letra H.

É possível medir em laboratório, com o auxílio de aparelhos O valor numérico do calor é proveniente da diferença:
denominados calorímetros, a quantidade de calor des- Hfinal – Hinicial.
pendida numa reação. Calor = Hfinal – Hinicial
Agitador elétrico

Recipiente e
Termômetro
de precisão
4. VARIAÇÃO DE ENTALPIA ('H)
tampa isolantes
Não é conhecido nenhum método que determine a ental-
pia de uma substância. Na prática, por meio do uso de
calorímetros, é possível medir a variação de entalpia ('H)
de um processo.
O 'H corresponde ao calor liberado ou absorvido durante
o processo à pressão constante. O cálculo da variação da
entalpia é dado pela expressão genérica:
Béquer com massa de água conhecida
, 'H = Hfinal – Hinicial
O calor despendido na reação faz aumentar ou diminuir a
'H = calor liberado ou absorvido em qualquer processo
temperatura da água. Assim, pode-se concluir que:
físico e/ou químico (pressão constante).
Qreação = Qágua
ƒ 'H nas reações químicas
Qágua = m ˜ c ˜ 't
Q = quantidade de calor Em uma reação química, o estado inicial é dado pelos rea-
gentes, e o estado final, pelos produtos.
m = massa em gramas
cal
c = calor específico da água 1_____
g ˜ ºC ( ) Reagentes o Produtos
't = variação da temperatura (Hinicial = Hreagentes = HR) (Hfinal = Hprodutos = HP)
Joule é a unidade de energia no Sistema Internacional. É
Calor da reação = 'H = HP – HR
simbolizado pela letra J, unidade oficial no Brasil.
Outra unidade muito usada no Brasil é a caloria, equiva-
lente a 4,186 J.
1 cal = 4,186 J; 1 J = 0,238 cal
Em cálculos, é com empregar-se a quilocaloria, que corres-
ponde a 1,0 mil cal, e o quilojoule, que correspondente a
1,0 mil J.
1 kcal = 103 cal = 4 186 J; 1 kJ = 103 J

3. ENTALPIA (H) multimídia: vídeo


A queima da grafita, representada pela equação química a FONTE: YOUTUBE
seguir, libera energia na forma de calor.
Reação exotérmica
C(Graf.) + O2(g) o CO2(g) + calor

63
5.'H EM REAÇÕES EXOTÉRMICAS Assim, a reação pode ser representada por:

Nas reações exotérmicas, como ocorre na liberação de ca- A o B 'H > 0


lor, a entalpia dos produtos (HP) é menor do que a entalpia
dos reagentes (HR).
Entalpia (H)
A o B + calor Ÿ 'H = HP – HR
Produtos
HR > HP Ÿ 'H < 0 HP

Assim, a reação pode ser representada por:


H>0

A o B 'H < 0
Reagentes
HR
Entalpia (H)
Reagentes
HR

H<0 Exemplo:

Produtos 2 NH3(g) o N2(g) + 3 H2(g) 'H = + 92,2 kJ


HP

6.1. Interpretação
Exemplo: Quando 2 mol de NH3(g) decompõem-se em um 1 mol de N2(g)
C(graf.) + O2(g) o CO2(g) 'H = –394kJ e em 3 mol de H2(g), a reação absorve 92,2 kJ do ambiente.
Outra maneira de representar uma equação química de
5.1. Interpretação uma reação endotérmica é:
Quando 1 mol de C(grafita) reage com 1 mol de O2(g), a fim de 2 NH3(g) + 92,2 kJ o N2(g) + 3 H2(g)
dar origem a 1 mol de CO2(g), a reação libera 394 kJ para
Entalpia (H)
o ambiente.
N2(g) + 3 H2(G)
Outra maneira de representar uma equação química de HP
uma reação exotérmica é:
C(graf.) + O2(g) o CO2(g) + 394 kJ ΔH = + 92,2 kJ
ƒ Graficamente: 2 NH3(g)
HR
Entalpia (H)
C(Graf) + O2(g)
HR

ΔH
H ==- -394
394kJkJ

HP
CO2(g) 7. EQUAÇÃO TERMOQUÍMICA
Uma equação termoquímica descreve uma reação quí-
mica representando seus reagentes, seus produtos, seus
estados físicos e a energia envolvida. Essa energia é repre-

6.'H EM REAÇÕES sentada por 'H e é denominada variação de entalpia,


entalpia da reação ou calor de reação.
ENDOTÉRMICAS Se nada for mencionado, considera-se que a reação ocorre
a 1 atm e 25 °C (condições ambiente).
Nas reações endotérmicas, como ocorre na absorção de
calor, a entalpia dos produtos (HP) é maior do que a ental- ƒ Reações endotérmicas ( 'H > 0 )
pia dos reagentes (HR). reagentes o produtos 'H = + calor
A + calor o B Ÿ 'H = HP – HR ou
reagentes + calor o produtos
HR < HP Ÿ 'H > 0

64
Exemplo: –286,6 = HH O – (HH2 + 1/2HO2)
2

H2O (ℓ) o H2 (g) + ½ O2 (g) 'H = + 68,3 kcal –286,6 = HH O – 0


2

ou HH O = 'H = – 286,6 kJ
0
f
2

H2O (ℓ) + 68,3 kcal o H2 (g) + ½ O2 (g)


Esse valor é denominado entalpia (ou calor) padrão de
formação de água líquida e é designado por ∆H0f, em que
7.1. Interpretação o zero indica o estado padrão (a 25 °C e 1 atm), e o índice
f indica que se trata de entalpia de formação.
Quando 1 mol de H2O em estado líquido absorve 68,3 kcal,
ela se decompõe formando 1 mol de hidrogênio e 1/2 mol
de oxigênio, ambos gasosos. 9. FATORES QUE INFLUENCIAM
NAS ENTALPIAS (OU CALORES)
ƒ Reações exotérmicas ( 'H < 0 )
reagentes o produtos 'H = – calor
ou DAS REAÇÕES
reagentes o produtos + calor 1. Quantidade de reagentes e de produtos
Exemplo: C(Graf.) + O2(g) o CO2(g)
C(s) + O2 (g) o CO2 (g) 'H = – 394 kJ 1 mol 1 mol 1 mol
ou 'H = – 94 kcal (25 ºC, 100 kPa)
C(s) + O2 (g) o CO2 (g) + 394 kJ 2 C(graf.) + 2 O2(g) o 2 CO2(g)
2 mol 2 mol 2 mol
7.2. Interpretação 'H = – 188 kcal (25 ºC, 100 kPa)
Quando 1 mol de carbono sólido reage com 1 mol de O2 ga-
soso, forma-se 1 mol de CO2 gasoso e são liberados 394 kJ. A quantidade de calor de um processo ('H) é direta-
mente proporcional à quantidade de matéria (mols)

8. ENTALPIA (OU CALOR) dos elementos do processo.

PADRÃO DE FORMAÇÃO DE
2. Estado físico dos reagentes
UMA SUBSTÂNCIA ('H) Por convenção, a entalpia padrão de substâncias simples
Entalpia (ou calor) padrão de formação de uma substância (compostas por um único elemento químico) no estado fí-
é o calor liberado ou absorvido numa reação que forma 1 sico mais estável é zero.
mol da substância, a partir das substâncias simples corres- Exemplos:
pondentes, estando todos no seu estado padrão.
Elemento Entalpia
Exemplo:
Fe(s) o Ho f = 0 (metais geral-
H2(g) + __1O2(g) oH2O(,) 'H = -286,6 kJ/mol Ferro mente são sólidos)
2
Fe (ℓ) o Ho f z 0 Fe (g) o Ho z 0
Nesse caso, os reagentes são duas substâncias simples no N2 (g) o Ho f = 0 (nitrogênio é gasoso)
estado padrão (estado das substâncias a 25 °C e 1 atm) e Nitrogênio
N2 (ℓ) o Ho f z 0 N2 (s) o Ho z 0
em condições normais de temperatura e pressão (25°C e 1 atm),
tendo entalpia igual a zero (isso será tratado na outra seção H2 (g) o Ho f = 0 (hidrogênio é gasoso)
Hidrogênio
desta aula). Sabe-se também que a entalpia de formação da H2 (ℓ) o Ho f z 0 H2 (s) o Ho z 0
água é de -286,6 kJ/mol. Para calcular a variação de entalpia
(∆H), deve-se utilizar a fórmula: Ho = entalpia padrão a T = 25 °C e P = 1 atm
'H = Hprodutos - Hreagentes Por sua vez, substâncias compostas (formadas por mais de
um elemento) apresentam entalpia diferente de zero. Os
Substituindo os valores da fórmula, tem-se: valores sempre são dados.

65
Exemplos: Hoje, é possível fabricar diamantes sintéticos. Consideran-
do que a entalpia do diamante é elevada, sua produção é
Substância
muito cara, exigindo altas temperaturas (da ordem de 3,0
H2O (s) o Ho f z 0 CO2 (s) o Ho f z 0 NaCℓ (s) o Ho f z 0 mil ºC) e altas pressões (acima de 100 mil atm). Entretan-
H2O (ℓ) o Ho f z 0 CO2 (ℓ) oHo f≠ 0 NaCℓ (ℓ) o Ho f z 0 to, existe um tipo de diamante sintético ultracristalino que
vem sendo produzido a uma temperatura menor que 800
H2O (g) o Ho f z 0 CO2 (g)o Ho f ≠ 0 NaCℓ (g) o Ho f z 0
ºC. Ele é usado para auxiliar no transplante de retinas arti-
ficiais em pessoas que ficaram cegas.
Atenção! Para uma mesma substância há:
Conclusões idênticas valem para as formas alotrópicas de ou-
Ho f (sólido) < Ho f (líquido) < Ho f (gás)
tros elementos químicos. Por esse motivo, é possível afirma que:
A síntese da água sólida libera mais calor do que a síntese
ƒ o enxofre rômbico é mais estável (menos reativo) do
da água gasosa e da água líquida.
que o monoclínico;
H2O(g) 'H: –58 kcal ƒ o fósforo vermelho é mais estável (menos reativo) do
1
__
H2(g) + O2(g) o H O 'H: – 68 kcal que o branco; e
2 2 (ℓ)

H2O(s) 'H: –70 kcal ƒ o oxigênio (O2) é mais estável (menos reativo) do que
o ozônio (O3).
3. Forma alotrópica 4. Temperatura e pressão
Se o elemento formar alótropos (substâncias simples di- Em geral, a pressão não influi nos calores de reações que
ferentes), a forma mais estável (menos energética) tem envolvem sólidos e líquidos. Mesmo em reações com ga-
entalpia zero. ses, a influência da pressão é mínima. Reações perceptíveis
Exemplos: são as que ocorrem sob pressões elevadíssimas (da ordem
de 1.000 atm). Por isso, não se preocupe com a influência
Forma alotrópica Forma alotrópica da pressão em seus cálculos.
Elemento
mais estável menos estável

O2 (g) o Ho f = 0 O3 (g) o Ho f z 0 Aplicação do conteúdo


Oxigênio O2 (ℓ) o Ho f z 0 O3 (ℓ) o Ho f z 0 1. (UNIRIO) Os romanos utilizavam CaO como argamas-
sa nas construções rochosas. O CaO era misturado com
O2 (s) oHo f z 0 O3 (s) o Ho f z 0 água, produzindo Ca(OH)2, que reagia lentamente com
o CO2 atmosférico, dando calcário:
Carbono C (grafite / s) o Ho = 0 C(diamante /s) o Ho z 0
Ca(OH)2(s) + CO2(g) oCaCO3(s) + H2O(g)
C(grafita) + O2(g) o CO2(g) 'H = – 94 kcal
C(diamante) + O2(g) oCO2(g) 'H = – 94,5 kcal Substância ∆Hf (kJ/mol)
Ca(OH)2 -986,1
Uma vez que a combustão da substância simples diamante
CaCO3 -1206,9
libera mais calor, seu conteúdo energético é maior do que o
da substância simples grafita. CO2 -393,5
H2O -241,8
Por que isso ocorre?
A partir dos dados da tabela anterior, a variação de ental-
Isso acontece porque a estrutura cristalina do diamante pos- pia da reação, em kJ/mol, será igual a:
sui maior quantidade de entalpia “acumulada” do que a da
a) +138,2
grafita. Quando o diamante é queimado, essa quantidade
adicional de conteúdo de calor é liberada, o que explica o b) -69,1
maior 'H da reação da grafita. O que está em funciona- c) -2828,3
mento é a contabilidade de energia, ou balanço energético, d) + 69,1
exigida pelo princípio da conservação da energia. e) -220,8
A forma alotrópica de entalpia maior é a mais reativa, e a for- Resolução:
ma alotrópica de entalpia menor é a mais estável – por isso
mais abundante na natureza. No exemplo, a grafita é mais Para calcular a variação de entalpia (∆H), será utilizada
estável e mais abundante na natureza do que o diamante. a fórmula:

66
∆H = Hprodutos - Hreagentes por mol de etanol, e o calor liberado é proporcional à quan-
∆H =(HCaCO3 + HH2O) - (HCa(OH)2 + HCO2) tidade de etanol queimado, pode-se fazer a relação a seguir:
1 mol C2H5OH = 46 g C2H5OH
Substituindo os valores da tabela, tem-se:
46 g C2H5OH — -327 kcal
∆H = [(-1206,9) + (-241,8)] - [(-986,1) + (-393,5)]
115 g — x
∆H = -1448,7-(-1379,6)
x = -817,5 kcal
∆H = -1448,7+1379,6
Assim, a quantidade de calor liberada na queima de 115 g
∆H = -69,1 kJ/mol de etanol é de 817,5 kcal.
Alternativa B Alternativa D
2. O etanol é um composto orgânico cuja ebulição ocor-
re a uma temperatura de 78,4 °C. Pode ser obtido a par-
tir de vários métodos. No Brasil, é produzido através
da fermentação da cana-de-açúcar, já que a sua dispo-
nibilidade agrícola é bastante ampla no nosso país. A
reação química da combustão completa do etanol e o
seu valor da entalpia são dados a seguir:

C2H5OH(,) + 3 O2(g) o 2 CO2(g) + 3 H2O(,) + 327 kcal/mol

Sabendo-se que a entalpia é uma propriedade extensiva,


multimídia: livros
na queima de 115 g desse combustível, a quantidade de
Problemas de Físico-Química,
calor envolvida na reação é de:
de Nelson Santos
a) -327 kcal d) -817,5 kcal
b) +817,5 kcal e) -130,8 kcal Esse livro vem suprir uma lacuna existente: a
c) +327 kcal ausência quase absoluta de livros de Quími-
Resolução: ca para quem busca uma preparação de alto
nível para os concursos do Instituto Militar de
De acordo com a equação, o calor está no lado dos produtos, Engenharia (IME) e do Instituto Tecnológico
ou seja, a reação “produziu” calor; assim, a reação é exotér- de Aeronáutica (ITA).
mica (∆H = -327 kcal/mol). Como o calor formado é dado

VIVENCIANDO

Atualmente, uma das grandes preocupações da humanidade é a poluição do ar, pois, reconhecidamente, trata-se de
um fator de risco para a saúde. O nível de poluição do ar aumenta a cada ano, principalmente nas cidades indus-
triais, onde a emissão de gases tóxicos e partículas pelas indústrias soma-se à poluição provocada pela circulação de
veículos, gerando situações críticas à saúde humana, além de prejudicar as plantas e os animais. Um dos fatores da
poluição do ar é o smog fotoquímico.
A palavra smog é uma combinação dos termos do inglês smoke (fumaça) e fog (neblina). O smog fotoquímico possui
esse nome porque causa na atmosfera uma diminuição da visibilidade. O desenvolvimento desse processo, no qual
um grande número de reações acontecem simultaneamente, está geralmente associado à ocorrência de picos de
ozônio nas grandes cidades, quando a concentração de ozônio ultrapassa os padrões estabelecidos.

67
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A respiração celular pode ser de dois tipos: respiração anaeróbia (sem utilização de oxigênio) e respiração aeróbia
(com utilização de oxigênio).
A respiração celular é o processo de obtenção de energia mais utilizado pelos seres vivos. Na respiração, ocorre a
liberação de dióxido de carbono, energia e água e o consumo de oxigênio e glicose, ou outra substância orgânica,
como lipídios.
Do ponto de vista da fisiologia, o processo pelo qual um organismo vivo troca oxigênio e dióxido de carbono com o
seu meio ambiente é denominado ventilação. No caso específico das células, a operação é executada pela mitocôndria.
Do ponto de vista da bioquímica, respiração celular é o processo de conversão das ligações químicas de moléculas
ricas em energia que poderão ser usadas nos processos vitais.
O processo básico da respiração celular é a quebra da glicose ou glicólise, que pode ser representado pela seguinte
equação química:

C6H12O6 + 6O2 o 6CO2 + 6H2O + energia

Nutrientes (energia química) + O2 o CO2 + H2O + energia (alguma parte que se perde sob a forma de calor e outra
parte que é armazenada na forma de ATP).
A respiração aeróbia requer oxigênio. Na glicólise, é formado o piruvato (também denominado ácido pirúvico), bem
como 2ATP. Cada piruvato que entra na mitocôndria é oxidado a um composto com dois carbonos (acetato) que,
depois, é combinado com a coenzima-A, produzindo NADH e liberando CO2.
Em seguida, inicia-se o ciclo de Krebs. Nesse processo, o grupo acetil é combinado com compostos com quatro carbo-
nos, formando o citrato (6C). Por cada ciclo que ocorre, libera-se 2CO2, NADH e FADH2. No ciclo de Krebs, obtém-se
2ATP. Numa última fase – cadeia transportadora de elétrons (ou fosforilação oxidativa) –, os elétrons removidos da
glicose são transportados ao longo de uma cadeia transportadora, criando um gradiente protônico que permite a
fosforilação do ADP. O aceptor final de elétrons é o O2, que, depois de se combinar com os elétrons e o hidrogênio,
forma água.

68
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou
26 minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

A forma mais comum de se medir a energia gerada numa reação química é por meio da entalpia. Essa entalpia
normalmente é expressa em kJ/mol, isto é, há uma correlação direta entre o número de mol e a energia liberada ou
absorvida. Essa energia pode ser decorrente de um processo endotérmico ou exotérmico e tudo está ligado ao tipo
de reação que acontece naquele sistema.

Modelo
(Enem) Um dos problemas dos combustíveis que contêm carbono é que sua queima produz dióxido de carbono.
Portanto, uma característica importante, ao se escolher um combustível, é analisar seu calor de combustão (∆Hco), de-
finido como a energia liberada na queima completa de um mol de combustível no estado padrão. O quadro seguinte
relaciona algumas substâncias que contêm carbono e seu ∆Hco.

substância fórmula ∆Hco (kJ/mol)


benzeno C6H6(ℓ) –3268
etanol C2H5OH(ℓ) –1368
glicose C6H12O6(s) –2808
metano CH4(g) –890
octano C8H18(ℓ) –5471

Nesse contexto, qual dos combustíveis, quando queimado completamente, libera mais dióxido de carbono no ambi-
ente pela mesma quantidade de energia produzida?
a) Benzeno d) Octano
b) Metano e) Etanol
c) Glicose

Análise expositiva - Habilidade 26: Para a resolução, é necessário ter conhecimento de algo muito pedido nas pro-
C vas em geral: a relação entre número de mol e entalpia. O primeiro passo para resolver a questão é calcular a quan-
tidade de CO2 produzida quando se obtém 1.000 kJ de energia (por exemplo), utilizando uma regra de três simples.
n.° de moléculas de C —— energia liberada (kJ/mol)
X moléculas de C —— 1.000 kJ
Esse cálculo deverá ser feito para todas as substâncias.
Cálculo para a glicose:
6 —— 2.808
X —— 1.000
X = 2,13 mol de CO2

69
Para as outras substâncias, você encontrará os seguintes valores:
Benzeno = 1,83 mol de CO2
Etanol = 1,46 mol de CO2
Metano = 1,12 mol de CO2
Octano = 1,46 mol de CO2
Alternativa C

DIAGRAMA DE IDEIAS

EXEMPLO
REAÇÃO
QUÍMICA
TRANSFORMAÇÃO
MUDANÇA DE
FASE
PODE ENVOLVER

PODE SER TRANSFERÊNCIA PODE SER


DE CALOR

MEDIDO
PARA FORA POR UM PARA DENTRO
DO SISTEMA DO SISTEMA
O QUE CALORÍMETRO O QUE
CARACTERIZA A CARACTERIZA A
TRANSFORMAÇÃO TRANSFORMAÇÃO

PERMITE
EXOTÉRMICA ENDOTÉRMICA
DETERMINAR

VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (∆H)

∆H < 0 ∆H > 0
PODE SER PODE SER

TERMOQUÍMICA

70
AULAS TERMOQUÍMICA: LEI DE HESS
29 E 30
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. DIAGRAMAS ENERGÉTICOS
(ENTÁLPICOS)
Em geral, as transformações físicas ou químicas da maté-
ria são representadas por gráficos, explicitando a troca de
energia (ganho ou perda) do sistema. É comum que a re-
presentação de reagentes e produtos traga seus respectivos
coeficientes estequiométricos e seus valores de energia que
permitem calcular o DH.

multimídia: vídeo
1.1. Reações endotérmicas (DH > 0) FONTE: YOUTUBE
Exemplo: Pedra que pega fogo na água (experiência)

Essa é a Lei da Aditividade dos Calores de Reação ou Lei


de Hess.
De acordo com ela, pode-se calcular a variação de entalpia
de uma reação pela soma algébrica de equações químicas
cujos DH são conhecidos.
2.1. Reações exotérmicas (DH < 0) Por exemplo, a partir das seguintes equações:
Exemplo: I. C(Graf.) + O2(g) o CO2(g) 'H = – 393 kJ
II. H2(g) + ½ O2(g) o H2O(<) 'H = – 285,5 kJ
III. CH4(g) + 2 O2(g) o CO2(g) + 2 H2O(<) 'H = –889,5 kJ
É possível determinar a variação de entalpia da reação de
formação do metano, CH4, reação que não permite medi-
das calorimétricas precisas de seu calor de reação, pois é
lenta e apresenta reações secundárias.

2. LEI DE HESS
Assim, a soma algébrica das reações dadas deve resultar
na reação de formação do metano, cujo DH pretende-se
Em 1849, o químico suiço Germain Henri Hess (1802-1850), ao determinar:
efetuar inúmeras medidas dos calores de reação, verificou que:
C(graf.) + 2 H2(g) o CH4(g) DH = ?

O calor liberado ou absorvido numa reação química não Entretanto, para se obter essa equação, devem ser efetua-
depende dos estados intermediários pelos quais a rea- das as seguintes operações:
ção passa, depende apenas dos estados inicial e final
da reação. ƒ multiplicar a reação II por 2 para que o número de mols
de H2(g) seja igual a 2; consequentemente, o DH tam-
bém será multiplicado por 2;

71
ƒ inverter a reação III para que o CH4(g) passe para o se- Para aplicar a Lei de Hess a fim de calcular o calor de for-
gundo membro da equação; por esse motivo, o DH mação do SO3, é necessário dividir as duas equações por 2
também terá seu sinal invertido; portanto, se a reação e somá-las em seguida.
for exotérmica, com o sentido invertido passará a ser
endotérmica e vice-versa; e S(S) + O2(g) o SO2(g) DH1 = – 296,8 kJ
ƒ somar algebricamente as equações e os DH. SO2(g) + __1 O2(g) o SO3(g) DH2 = – 97,8 kcal
2
______________ ______________
I. C(graf) + O2(g) o CO2(g) DH1 = – 393 kJ
S(s) + __3 O2(g) o SO3(g) DH = DH1 + DH2 =
II. 2 H2(g) + O2(g) o 2H2O(<) DHII = – 571 kJ 2
DH = – 296,8 + (–97,8)
III. CO2(g) + 2 H2O(<) o CH4(g) + 2 O2(g) DHIII = +889,5 kJ
Assim: DH = –394,6 kJ
_________________________ ______________
2. Dadas as equações termoquímicas:
C(Graf.) + 2 H2(g) o CH4(g) DH = DH1 + DHII + DHIII =
DH = – 74,5 kJ C(grafite) + O2(g) o CO2(g) DH1 = – 393,3 kJ
C(diamante) + O2 (g) o CO2(g) DH2 = – 395,2 kJ
Calcule a variação da entalpia da transformação:
C(grafite) o C(diamante) DH = ?

Resolução:

Nesse problema, ao contrário do anterior, se forem soma-


das as duas equações dadas na forma como estão escritas,
não será obtida a equação pedida. Contudo, basta inverter
multimídia: livros
a segunda equação – e o valor do DH2 correspondente – e
Química geral, de João Usberco somá-la à primeira; dessa maneira, pode-se obter a equa-
ção termoquímica pedida:
Essa reformulação da coleção Química está
Equação inalterada:
baseada em sugestões e comentários envia-
dos por professores, que analisaram a obra e C(grafite) + O2(g) o CO2(g) DH1 = – 393,3 kJ
sua funcionalidade em sala de aula. Mantendo
Equação invertida:
o rigor científico necessário, o livro apresenta
uma linguagem clara e direta para aprofundar CO2(g) + C(diamante) o O2(g) DH2 = + 395,2 kJ
a relação entre os conteúdos da Química e a
Soma:
vivência cotidiana, evidenciando a interdepen-
dência entre teoria e prática. C(grafite) o C(diamante) DH = DH1 + DH2 Ÿ
DH = –393,3 + 395,2 = + 1,9 kJ

3. Dadas as equações:
Aplicação do conteúdo
Fe2O3(s) + 3 C(grafite) o 2 Fe(s) + 3 CO2(g) ∆H0 = + 489 kJ
1. Considere as seguintes equações termoquímicas:
FeO(s) + C(grafite) o Fe(s) + CO(g) ∆H0 = + 155,9 kJ
2 S(s) + 2 O2(g) o 2 SO2(g) DH1 = –593,6 kJ
C(grafite) + O2(g) o CO2(g) ∆H0 = - 393 kJ
2 SO2(g) + O2(g) o 2 SO3(g) DH2 = –97,8 kcal
CO(g) + __1 O2(g) o CO2(g) ∆H0 = - 282,69 kJ
Calcule o calor de formação de um mol de SO3 gasoso, 2
em kJ. Calcule o valor de ∆H0 para a reação:

Resolução: Fe(s) + __1 O2(g) o FeO(s)


2
a) -266,21 kJ.
A equação que representa a formação de um mol de b) +266,21 kJ.
trióxido de enxofre é: c) -30,79 kJ.
d) +222,79 kJ.
S(s) + __3 O2(g) o SO3(g) e) -222,79 kJ.
2

72
Resolução: Não se usa a equação Fe2O3(s) + 3 C(grafite) o 2 Fe(s) + 3 CO2(g),
porque há Fe2O3, composto que não há na reação global.
Pela Lei de Hess, segue que:
Alternativa A
Fe(s) + CO(g) o FeO(s) + C(grafite) ∆H = -155,9 kJ (inverte)
C(grafite) + O2(g) o CO2(g) ∆H = -393 kJ (mantém)
CO2(g) oCO(g) + 1/2O2(g) ∆H = + 282,69 kJ (inverte)
_________________________________________
Fe(s) + 1/2 O2 o FeO(s) ∆H = - 266,21 kJ

VIVENCIANDO

A usina termoelétrica é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor gerado pela queima de com-
bustíveis fósseis, como carvão mineral, óleo, gás, entre outros, ou por outras fontes de calor, como a fissão nuclear
em usinas nucleares.
Essas usinas funcionam do seguinte modo: primeiramente, aquece-se uma caldeira com água que será transformada
em vapor, cuja força movimentará as pás de uma turbina que, por sua vez, movimentará um gerador.
Uma maneira de se aquecer o caldeirão é pela queima de combustíveis fósseis. Depois da queima, eles são soltos na
atmosfera e causam grandes impactos ambientais. Outra maneira de aquecimento é utilizando a energia nuclear por
meio de reações nucleares como a quebra (fissão) do urânio.
Depois do vapor ter movimentado as turbinas, ele é enviado a um condensador para ser resfriado e transformado
em água líquida. Em seguida, para iniciar um novo ciclo, é enviado de volta ao caldeirão. O vapor pode ser resfriado
por água de um rio, lago ou mar, mas esse processo causa danos ecológicos devido ao aquecimento da água, que
provoca uma diminuição do oxigênio. Outra maneira de resfriar o vapor é utilizando água armazenada em torres;
essa água, por sua vez, é enviada em forma de vapor à atmosfera, alterando o regime de chuvas.
Um dos maiores problemas das usinas termoelétricas é o papel que elas desempenham no aquecimento global, por
meio do efeito estufa, e na formação de chuvas ácidas devido à queima de combustíveis. No caso das usinas termo-
elétricas de Angra dos Reis, que usam energia nuclear como fonte de calor, além da poluição térmica ainda existe o
problema do lixo atômico.
No entanto, essas usinas não apresentam apenas desvantagens. Uma de suas vantagens é o fato de que elas podem
ser construídas próximo a centros urbanos, diminuindo as linhas de transmissões e desperdiçando menos energia.
Também são usinas que produzem uma quantidade constante de energia elétrica durante o ano inteiro, ao contrário
das hidrelétricas, que têm a produção dependente do nível dos rios. No Brasil, as térmicas complementam a matriz
energética de hidrelétricas, sendo ligadas apenas quando há necessidade (como em períodos de estiagem).

73
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Na física nuclear, o processo de fissão nuclear é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois átomos menores
pelo bombardeamento de partículas como nêutrons. Os isótopos formados pela divisão possuem massa parecida,
mas geralmente seguem a proporção de massa de três para dois. O processo de fissão é uma reação exotérmica
em que ocorre liberação. A fissão é considerada uma forma de transmutação nuclear, uma vez que os fragmentos
gerados não são do mesmo elemento que o isótopo gerador.
A energia liberada no processo de fissão nuclear é resultado da conversão de parte da massa nuclear em energia,
prevista pela ideia relativística de massa-energia; essa massa nuclear, que se transforma em energia, não é composta
por quarks, mas é o resultado da força forte, uma das quatro forças fundamentais, cuja partícula mensageira é o
glúon (do inglês glue, “cola”). A força forte, nas distâncias subatômicas, é a mais forte de todas as quatro e é o que
mantém quarks, nêutrons e prótons coesos no núcleo do átomo. A energia que essa força dispensa é percebida como
massa e é parte da massa total do núcleo (razão pela qual a massa do núcleo é ligeiramente maior do que a massa
de todos os seus componentes somadas, pois o glúon não possui massa).
A força forte é menor quanto menos numerosas são as partículas componentes do átomo. Dessa forma, parte da massa
resultante da energia dispensada pela força forte é convertida em energia. A maior parte da energia liberada nesse
processo, conhecido como fissão (em que normalmente um átomo de urânio-235 recebe um nêutron, tornando-se urâ-
nio-236, oscilando e ficando instável até se fragmentar em criptônio e bário), é do tipo luminosa; no entanto, uma parte
considerável é convertida em partículas fundamentais mais raras, como o neutrino do elétron, o múon ou o pósitron.
A formação de antipartículas, como o pósitron ou o antimúon, é geralmente seguida pela interação com suas partícu-
las, o que também libera energia; assim, é comum a energia liberada da fissão, que é também um tipo de conversão
massa-energia, ser confundida com esse outro tipo de conversão massa-energia.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou
26 minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.

A forma mais comum de se medir a energia gerada numa reação química é por meio da entalpia. Essa entalpia
normalmente é expressa em kJ/mol, isto é, há uma correlação direta entre o número de mol e a energia liberada ou
absorvida. Essa energia pode ser decorrente de um processo endotérmico ou exotérmico e tudo está ligado ao tipo
de reação que acontece naquele sistema.

74
Modelo
(Fuvest) A energia liberada na combustão do etanol de cana-de-açúcar pode ser considerada advinda da energia solar,
uma vez que a primeira etapa para a produção do etanol é a fotossíntese. As transformações envolvidas na produção
e no uso do etanol combustível são representadas pelas seguintes equações químicas:

6CO2(g) + 6H2O(g) o C6H12O6(aq) + 6O2(g)

C6H12O6(aq) o 2C2H5OH(") + 2CO2(g) ∆H = –70 kJ/mol

C2H5OH(") + 3O2(g) o 2CO2(g) + 3H2O(g) ∆H = –1235 kJ/mol

Com base nessas informações, podemos afirmar que o valor de ∆H para a reação de fotossíntese é:
a) –1305 kJ/mol.
b) +1305 kJ/mol.
c) +2400 kJ/mol.
d) –2540 kJ/mol.
e) +2540 kJ/mol.

Análise expositiva - Habilidade 26: Aplicando a Lei de Hess, tem-se:


E

Alternativa E

75
DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSFORMAÇÃO

PODE ENVOLVER

TRANSFERÊNCIA
DE CALOR

VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (∆H)

ENTALPIA: ENTALPIA:
LEI DE
PADRÃO DE PADRÃO DE
HESS
COMBUSTÃO FORMAÇÃO

REFERE-SE À REFERE-SE À

REAÇÃO DE REAÇÃO DE
COMBUSTÃO FORMAÇÃO

COM OS
A PARTIR DOS
PARTICIPANTES NO

ELEMENTOS NO
ESTADO PADRÃO
ESTADO PADRÃO

76
AULAS TERMOQUÍMICA: ENERGIA DE LIGAÇÃO
31 E 32
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

1. ENERGIA DE LIGAÇÃO Para se determinar o DH de uma reação a partir dos valo-


res de energia de ligação, é necessário considerar:
A quebra das ligações dos reagentes e a formação de no- ƒ que todas as ligações dos reagentes são rompidas e
vas ligações nos produtos ocorrem em todas as reações determinar a quantidade de energia consumida nesse
químicas. O estudo da variação de energia compreendida processo; e
nesses processos permite determinar a variação de ental-
ƒ que as ligações dos produtos foram todas formadas a
pia das reações.
partir de átomos isolados e determinar a quantidade
Para que ocorra a quebra de ligação dos reagentes, de energia liberada nesse processo.
é necessário fornecer energia; assim, trata-se de um
DH será correspondente à soma algébrica das energias
processo endotérmico.
compreendidas nos dois processos, o de ruptura e o de for-
À medida que se formam ligações entre os pro- mação de ligações.
dutos, há liberação de energia, isto é, ocorre um
É importante ressaltar que esse método fornece valores apro-
processo exotérmico.
ximados de DH. Esse método é muito útil na previsão da
A energia absorvida na quebra de uma ligação é numerica- ordem de grandeza da variação de entalpia de uma reação.
mente igual à energia liberada na sua formação. Entretanto,
a energia de ligação é definida para a quebra de ligações. Exemplos
A — A o A + A DH = + x kJ 1 H — H(g) o H(g) + H(g) DH = + 436 kJ
A + A o A — A DH = – x kJ A quebra de 1 mol de ligações H — H(g) absorve 436 kJ,
em razão disso:
Energia de ligação é a energia absorvida na quebra
a energia de ligação H — H(g) = + 436 kJ/mol
de 1 mol de ligações, no estado gasoso, a 25 ºC e 1 atm.
1 Cℓ — Cℓ(g) o Cℓ(g) + Cℓ(g) DH = +242,6 kJ
A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente. e a energia de ligação Cℓ — Cℓ(g) = +242,6 kJ/mol
Na tabela a seguir, estão relacionadas as energias de algu- Exemplo do cálculo do DH que compreendeu as energias
mas ligações. de ligação:
Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25 ºC CH4(g) + 3 Cℓ2(g) o HCCℓ3(g) + 3 HCℓ DH = ?
N—N 39 C—C 85,5 H Cℓ
| Cℓ — Cℓ |
N=N 100 C = O (no CO2) 192,0 H—C—H + Cℓ — Cℓ o H — C — Cℓ 3 H — Cℓ
| Cℓ — Cℓ |
N;N 225,8 C—S 65 H Cℓ

C—C 82,6 C=S 128


Dados:
C=C 145,8 N—H 93,4
Ligação Energia (kJ)
C;C 199,6 P—H 76
C—H 413,4
C—N 72,8 C—H 98,8 C — Cℓ 327,2
C=N 147 O—H 110,6 Cℓ — Cℓ 242,6

C;N 212,6 S—H 83 H — Cℓ 431,8

77
Energia absorvida nas quebras de ligações:
4 (C — H) = 4 (413,6) = 1.653,6 kJ Aplicação do conteúdo
3 (Cℓ — Cℓ) = 3 (242,6) = 727,8 kJ 1. Observe a seguir a reação de cloração do etano na
presença de luz:
energia total absorvida = 2.381,4 kJ
Energia liberada nas formações das ligações: H3C – CH3 + Cℓ2 o H3C – CH2 – Cℓ + HCℓ
1C — H = 1 (413,6) = 413,6 kJ Sabe-se que ela apresenta uma variação de entalpia igual
3C — Cℓ = 3 (327,2) = 981,6 kJ a –35 kcal ∙ mol-1. Considerando os valores das energias
3H — Cℓ = 3 (431,8) = 1.295,4 kJ de ligação presentes na reação, determine a energia da
energia total liberada = 2.690,6 kJ ligação C – Cl no composto CH3Cℓ.
Uma vez que a energia liberada é maior do que a ab- C – H = 105 kcal ∙ mol–1
sorvida, a reação será exotérmica e seu valor absoluto: Cℓ – Cℓ = 58 kcal ∙ mol–1
2.381,4 – 2.690,6 = –309,2 kJ H – Cℓ = 103 kcal ∙ mol–1
REAGENTE PRODUTO C – C = 368 kcal ∙ mol–1
Assim: a) –97 kcal ∙ mol–1 d) – 95 kcal ∙ mol–1
b) – 96 kcal ∙ mol–1 e) 95 kcal ∙ mol–1
CH4(g) + 3 Cℓ2(g) o HCCℓ3(g) + 3 HCℓ DH = –309,2 kJ
c) 96 kcal ∙ mol–1
Conhecidas as energias de ligação no estado gasoso:
Resolução:
H—H 'H = 104 kcal/mol
Cℓ — Cℓ 'H = 58 kcal/mol A reação de cloração do etano é:
H — Cℓ 'H = 103 kcal/mol Cℓ
~
Calcule o DH da reação: H3C — CH3 + Cℓ — Cℓ oH3C — CH2 + H — Cℓ
H2(g) + Cℓ2(g) o 2 HCℓ(g)
Para o reagente: energia absorvida (sempre positiva,
De acordo com as fórmulas estruturais para escrever a equação: independentemente do sinal dos valores fornecidos). Nos
reagentes, tem-se o etano com a ligação C – H seis vezes
H — H + Cℓ — Cℓ o 2 H — Cℓ
e com a ligação C – C uma vez, e o reagente Cℓ2 com a
Para que a reação ocorra, é preciso romper 1 mol de liga- ligação Cℓ – Cℓ uma vez. Assim, tem-se:
ções H — H e 1 mol de ligações Cℓ — Cℓ e formar 2 mol
de ligações H — Cℓ. ER = 6 ∙ EC – H + EC – C + ECℓ – Cℓ
ER = 6 ∙ 105 + 368 + 58 = + 1056
Em termos energéticos, obtém-se:
energia consumida na quebra das ligações dos reagentes Para o produto: energia liberada (sempre negativa, inde-
= + (104 + 58) = +162 kcal pendentemente do sinal dos valores fornecidos). Nos pro-
energia liberada na formação das ligações dos produtos dutos, tem-se 1 mol do cloroetano, que apresenta a ligação
= – (2 ∙ 103) = –206 kcal C – H cinco vezes, a ligação C – C uma vez e a ligação
C – Cℓ uma vez, além de 1 mol do produto HCℓ, que apre-
DH = + 162 – 206 o DH = –44 kcal
senta a ligação H – Cℓ uma vez. Assim, tem-se:
Ep = 5 ∙ Ec – H + E C – C + EC - Cℓ + EH – Cℓ
EP = 5 ∙ 105 + 83 + EC – Cℓ + 103 – (996 + EC – Cℓ)
Portanto, segue que:
∆H = ER + EP
−35 = 1056 + (−996 − ECℓ – Cℓ) ECℓ − Cℓ = +95 kcal ∙ mol-1
Alternativa E
2. (Uncisal) No processo de Haber-Bosch, a amônia é
obtida em alta temperatura e pressão, utilizando fer-
ro como catalisador. Essa amônia tem vasta aplicação
multimídia: vídeo como fonte de nitrogênio na fabricação de fertili-
zante e como gás de refrigeração. Dadas as energias
FONTE: YOUTUBE de ligação, H – H = 436 kJ/mol, N {N = 944 kJ/mol e
Reações de combustão H – N = 390 kJ/mol, a entalpia de formação de 1 mol
de amônia é:

78
1N2(g) + 3H2(g) o 2NH3(g) Resolução:
a) –88 kJ/mol. d) +88 kJ/mol. Em primeiro lugar, deve-se determinar a quantidade de
b) –44 kJ/mol. e) +600 kJ/mol. energia absorvida no reagente (ER) e liberada no produto
c) +44 kJ/mol. (EP) da reação:
Resolução: Para o reagente: tem-se 1 mol do N2 com a ligação N {N
e 1 mol do O2 , que apresenta a ligação O = O. Assim, tem-se:
Em primeiro lugar, é importante reescrever a equação química
demonstrando todas as ligações existentes em cada molécula: ER − EN = N + EO = O
1N { N + 3H − H o 2 H − N − H ER = 950 + 500 = + 1450
I
H
Para o produto: tem-se 2 mols do NO:
Em seguida, deve-se determinar a quantidade de energia ab-
sorvida no reagente (ER) e liberada no produto (EP) da reação: Ep = −2 ∙ EN = 0
Para o reagente: tem-se o N2 com a ligação N {N e 3
mol de H2 , que apresenta a ligação H – H. Assim, tem-se: Com esses dados, basta utilizar a expressão para o cálculo
do ∆H envolvendo a energia de ligação:
ER = EN { N + 3 ∙ EH − H
'H = ER − Ep
ER = 944 + 3 ∙ 436 = +2252
+90 = 1450 − 2 ∙ EN = O o EN = O = 680 kj ∙ mol-1
Para o produto: tem-se 2 mol de NH3, que possui três
ligações N − H. Assim, tem-se:
Alternativa B
EP = 3 ∙ 2 ∙ EN - H
EP= 6 ∙ 390 = 2340 4. (Mackenzie) O gás propano é um dos integrantes do
GLP (gás liquefeito de petróleo) e, dessa forma, é um
Portanto, segue que: gás altamente inflamável. A seguir está representada
∆H = ER + EP a equação química NÃO BALANCEADA de combustão
completa do gás propano.
'H = +2252 − 2340 = −88 kj ∙ mol -1
C3H8 (g) + O2 (g) o CO2 (g) + H2O (v)
Como a questão quer energia para a formação de 1 mol de
amônia, tem-se que: Na tabela, são fornecidos os valores das energias de ligação, todos
88 = 44 kj ∙ mol-1 nas mesmas condições de pressão e temperatura da combustão.
'H = – ___
2 Ligação Energia de ligação (kj ∙ mol-1)
Alternativa B
C−H 413
3. (Unicesumar-SP) A ligação covalente que mantém os O=O 498
átomos de nitrogênio e oxigênio unidos no óxido ní-
trico, NO, não é explicada pela regra do octeto, mas a
C=O 744
sua energia de ligação pode ser calculada a partir dos C−C 348
dados fornecidos a seguir. O−H 462
Dados: Assim, a variação de entalpia da reação de combustão de
Energia de ligação N {N : 950 kJ ∙ mol–1; um mol de gás propano será igual a:
a) –1670 kJ. d) – 4160 kJ.
Energia de ligação O = O : 500 kJ ∙ mol–1; b) – 6490 kJ. e) + 4160 kJ.
Entalpia de formação do NO: 90 kJ ∙ mol–1. c) +1670 kJ.

A partir dessas informações, é possível concluir que a ener- Resolução:


gia de ligação entre os átomos de nitrogênio e oxigênio no
Balanceando a equação de combustão do propano, tem-se:
óxido nítrico é:
C3H8 (g) + 5O2 (g) o 3CO2 (g) + 4H2O (v)
N2(g) + O2 (g) o 2NO(g)
Agora, é possível determinar a quantidade de energia absor-
a) 90 kJ ∙ mol–1. d) 1360 kJ ∙ mol–1. vida no reagente (ER) e liberada no produto (EP) da reação:
b) 680 kJ ∙ mol–1. e) 1530 kJ ∙ mol–1.
c) 765 kJ ∙ mol–1.
Para o reagente:

79
ER = 8 ∙ EC − H 2 ∙ EC − C + 5 ∙ EO = O
ER = 8 ∙ 413 + 2 ∙ 348 + 5 ∙ 498 = 6490
Para o produto:
EP = 3 ∙ 2 ∙ EC = O + 4 ∙ 2 ∙ EO - H
EP = 6 ∙ 744 + 8 ∙ 462 = 8160
Com esses dados, basta utilizar a expressão para o cálculo
do ∆H envolvendo a energia de ligação:
multimídia: livros
'H = ER − Ep
'H = 6490 − 8160 Completamente Química –
' = − 1670 kJ Química Orgânica, de Martha Reis
Alternativa A Esse livro da coleção Completamente Química
desenvolve a teoria com rigor científico e
auxilia no entendimento, partindo do que é
palpável e do que pode ser sentido, tocado
e observado. O livro traz também atividades
distribuídas de forma sistemática, organizada
e graduada.

VIVENCIANDO

A energia solar é proveniente da luz e do calor do Sol. É utilizada em diferentes tecnologias, como o aquecimento solar, a
energia solar fotovoltaica, a energia heliotérmica, a arquitetura solar e a fotossíntese artificial. Dependendo da forma como
capturam, convertem e distribuem a energia solar, as tecnologias solares são caracterizadas como ativas ou passivas. Entre
as técnicas solares ativas estão o uso de painéis fotovoltaicos, concentradores solares térmicos das usinas heliotérmicas e os
aquecedores solares. Entre as técnicas solares passivas estão a orientação de um edifício para o Sol, a seleção de materiais
com massa térmica favorável ou propriedades translúcidas e a projeção de espaços que façam o ar circular naturalmente.
Na geração fotovoltaica, a energia luminosa é convertida diretamente em energia elétrica. Nas usinas heliotérmicas,
a produção de eletricidade ocorre em duas etapas: primeiro, os raios solares concentrados aquecem um receptor; em
seguida, o calor (350 °C-1.000 °C) é utilizado para iniciar o processo convencional da geração de energia elétrica
por meio da movimentação de uma turbina. No aquecimento solar, a luz do Sol é utilizada para aquecer a água de
casas e prédios (≈80 °C), sem o objetivo de gerar energia elétrica.
No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1.410 W/m² de energia, medição feita numa superfí-
cie normal (em ângulo reto). Cerca de 19% dessa energia são absorvidos pela atmosfera e 35% são refletidos pelas
nuvens. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz ultraviole-
ta. As plantas utilizam diretamente essa energia no processo de fotossíntese. As pessoas usam essa energia quando
queimam lenha ou combustíveis minerais. Existem técnicas experimentais para criar combustível a partir da absorção
da luz solar em uma reação química de modo similar à fotossíntese vegetal, mas sem a presença desses organismos.
A radiação solar, juntamente com outros recursos secundários de alimentação, como a energia eólica, a energia das
ondas, a hidroeletricidade e a biomassa, são responsáveis por grande parte da energia renovável disponível na Terra.
Apenas uma minúscula fração da energia solar disponível é utilizada.

80
Em 2011, a Agência Internacional de Energia afirmou que “o desenvolvimento de tecnologias de fontes de energia
solar acessíveis, inesgotáveis e limpas terá enormes benefícios a longo prazo. Ele vai aumentar a segurança energéti-
ca dos países através da dependência de um recurso endógeno, inesgotável e, principalmente, independente de
importação, o que aumentará a sustentabilidade, reduzirá a poluição, reduzirá os custos de mitigação das mudanças
climáticas e manterá os preços dos combustíveis fósseis mais baixos. Essas vantagens são globais. Sendo assim, entre
os custos adicionais dos incentivos para a implantação precoce dessa tecnologia devem ser considerados investimen-
tos em aprendizagem; que devem ser gastos com sabedoria e precisam ser amplamente compartilhados”.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O processo no qual dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam outro núcleo de maior número atômico é
denominado fusão nuclear. A fusão nuclear requer muita energia e geralmente libera muito mais energia do que
a energia consumida. Quando ocorre com elementos mais leves que o ferro e o níquel (que possuem as maiores
forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo, portanto, mais estáveis), ela geralmente libera energia, e, com
elementos mais pesados, ela consome. Ainda não foi encontrada uma maneira de controlar a fusão nuclear, como
acontece com a fissão.
O principal tipo de fusão que ocorre no interior das estrelas é o de hidrogênio em hélio, em que dois prótons se fun-
dem em uma partícula alfa (um núcleo de hélio), liberando dois pósitrons, dois neutrinos e energia. Contudo, dentro
desse processo, ocorrem várias reações individuais, que variam de acordo com a massa da estrela. Para estrelas do
tamanho do Sol ou menores, a cadeia próton-próton é a reação dominante. Em estrelas de massa elevada, predo-
mina o ciclo CNO.
É importante destacar que há conservação da energia. Assim, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e do
núcleo de hélio e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela soma do produto dessa reação nuclear
para calcular a energia produzida.
Utilizando a equação E = mc², é possível calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massas. Uma vez que
o valor de c é muito grande (cerca de 3 × 108 m/s), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma enorme
quantidade de energia. Esse fato levou muitos engenheiros e cientistas a iniciarem projetos para o desenvolvimento de
reatores de fusão (tokamaks), de modo a gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de poucos cm³ de deutério, um isótopo
de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão).

81
DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSFORMAÇÃO

PODE ENVOLVER

TRANSFERÊNCIA
DE CALOR

VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (∆H)

PODE SER CALCULADA


UTILIZANDO

ENERGIA DE
LIGAÇÃO

E CONSIDERANDO QUE

QUEBRA DE FORMAÇÃO DE
LIGAÇÕES LIGAÇÕES

É PROCESSO É PROCESSO
QUE QUE

ABSORVE LIBERA
CALOR CALOR

82
AULAS CINÉTICA QUÍMICA: VELOCIDADE
33 E 34 MÉDIA DE UMA REAÇÃO QUÍMICA
12, 17, 18, 24, 25, 26
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 HABILIDADES:
e 27

D[H ] u D[H2] u
1. CINÉTICA QUÍMICA Vm de consumo de H2 = – _____2 ou _____
Dt
D[NH ]
Dt

Existem transformações em que os sinais de mudança são Vm de formação de NH3 = + ______3


Dt
percebidos apenas depois de um longo tempo. Em outras
transformações, os sinais aparecem rapidamente. Os reagentes são consumidos durante a reação e sua
quantidade diminui com variação do tempo, enquanto
Os gases tóxicos CO e NO, que existem nos escapamentos os produtos são formados e suas quantidades aumentam
dos automóveis, combinam-se formando os inofensivos com o tempo. É possível representar graficamente:
CO2 e N2.
[ ]
CO(g) + NO(g) o CO2 + __1 N2 (g)
2
Entretanto, sob condições normais, a velocidade dessa re-
ação é muito baixa, demorando muito tempo para o CO
e NO serem convertidos totalmente em CO2 e N2. Por sua NH3
vez, quando um comprimido efervescente é dissolvido em
água, o aparecimento do sinal de mudança é imediato.
H2

2. VELOCIDADE DAS REAÇÕES tempo


N2

A velocidade média de consumo de um reagente


ou de formação de um produto é calculada em função Com relação à velocidade média de consumo ou formação,
da variação da quantidade de reagentes e produtos pela pode-se afirmar que ela diminui com o passar do tempo,
variação de tempo. pois a quantidade que reage torna-se cada vez menor.
D Quantidade
Vm = ___________ Vm
D Tempo
O mais usual é representar as quantidades em mol/L e
indicá-las sobre colchetes; mas elas também podem ser
representadas pela massa, quantidades em mols, volume
gasoso, etc. O intervalo de tempo pode ser representado
por segundos, minutos, horas, etc.
Quando é calculada, a variação da quantidade consumida
(reagentes) será negativa, pois a variação corresponde à
tempo
quantidade final menos a inicial. Para evitar o surgimen-
to de velocidade negativa, utiliza-se o sinal negativo na
expressão ou a variação em módulo sempre que se fizer A velocidade média de uma reação química é o quo-
referência aos reagentes. ciente da variação da concentração molar de um dos
reagentes (ou produtos) da reação pelo intervalo de
Exemplo: tempo em que essa variação ocorre.

N2(g) + 3H2(g) o 2NH3(g)


D[N ] u D[N2] u Retornando à reação N2 + 3H2 o 2 NH3, pode-se afirmar
Vm de consumo de N2 = – _____2 ou _____
Dt Dt que a velocidade média dessa reação, em relação ao NH3, é:

83
variação da concentração molar do NH3 (mol/L)
Vm = ___________________________________
intervalo de tempo

No estudo da cinética química, é comum a concentra-


ção molar ser indicada entre colchetes; assim, [NH3] in-
dica a concentração molar do NH3. Considerando que,
na Matemática, é comum o uso da letra grega delta
(D) para indicar variações, a fórmula acima pode ser
abreviada para:
D[NH ]
Vm = ______3
Dt
Nessa expressão, D[NH3] é a diferença entre a concentra-
multimídia: vídeo
ção molar final e a concentração inicial do NH3 no intervalo FONTE: YOUTUBE
de tempo Dt. Efeito do catalisador sobre a rapidez da reação
Considere, por exemplo, que a reação N2 + 3 H2 o 2 NH3
forneça os seguintes resultados sob determinadas condi-
ções experimentais:
3. A VELOCIDADE MÉDIA E A
Tempo de Variação da concentração ESTEQUIOMETRIA DAS REAÇÕES
reação (min) molar do NH3 (mol/L)
Na reação:
0 0
2NH3(g) o N2(g) + 3H2(g)
5 20,0 Para a qual são apresentados os dados:
10 32,5
[NH3] (mol/L) 8,0 4,0 2,0 1,0
15 40,0
Tempo (h) 0 1,0 2,0 3,0
20 43,5
No intervalo de tempo entre 0 h e 1 h, serão calculadas as ve-
locidades de consumo de NH3(g) e de formação de N2(g) e H2(g):
Utilizando os dados dessa tabela, obtém-se, de acordo com
4,0 – 8,0
a definição, as seguintes velocidades médias: consumo de NH3: Vm = – _______ = 4,0 mol · L–1 · h–1
1,0 – 0
20,0 – 0
ƒ no intervalo de 0 a 5 min: Vm = _______ Ÿ 2,0 – 0
formação de N2: Vm = ______ = 2,0 mol · L–1 · h–1
5–0 1,0 – 0
Vm = 4,0 mol/L · min
6,0 – 0
32,5 – 20,0 formação de H2: Vm = ______ = 6,0 mol · L–1 · h–1
ƒ no intervalo de 5 a 10 min: Vm = _________ – 5 Ÿ 1,0 – 0
10
Vm = 2,5 mol/L · min Observe que esses valores guardam entre si as proporções
dos coeficientes estequiométricos da equação:
40,0 – 32,5
ƒ no intervalo de 10 a 15 min: Vm = _________ Ÿ
15 – 10 o
2NH3(g) 1N2(g) + 3H2(g)
Vm = 1,5 mol/L · min
2 : 1 : 3
43,5 – 40,0
ƒ no intervalo de 15 a 20 min: Vm = _________ Ÿ
20 – 15 4,0 mol · L–1 · h–1 : 2,0 mol · L–1 · h–1 : 6,0 mol · L–1 · h–1
Vm = 0,7 mol/L · min
Define-se como rapidez ou velocidade média de uma rea-
Observe que esse cálculo é muito semelhante ao cál- ção, no intervalo de tempo em questão, o seguinte resultado:
culo de velocidade média realizado em Física. De fato,
4,0 mol · L–1 · h–1 2,0 mol · L–1
caso constasse, na segunda coluna da tabela anterior, Vm da reação = _____________ = __________ =
2 1
“quilômetros rodados por um automóvel” em vez de –1 –1
6,0 mol · L · h
“concentração molar”, o mesmo cálculo teria fornecido = _____________ = 2,0 mol · L–1 · h–1
3
a velocidade média do automóvel em cada um dos in-
tervalos de tempo. ƒ Os denominadores são os coeficientes estequiométricos

84
De modo geral, define-se velocidade média de uma reação c) 5 mol/h
da seguinte maneira:
Resolução:
Para a reação genérica aA +bB o cC + dD, a rapidez ou 13 O o 4CO + 5H O
C4H10(g) + ___
velocidade média (sem especificação de se referir a 2 (g) 2(g) 2 (g)

reagente ou produto) é dada por: 1 mol 4 mol


VA __ VC __
VB __ VD 4 mol nCO2
Vm da reação = __
a =b =c =d nCO2 = 16 mol de CO2

Aplicação do conteúdo Assim, em 1 hora (60 min):

1. Num dado meio em que ocorre a reação 20 min 16 mol de CO2


60 min (1 h) nCO2
N2O5 o N2O4 + 1__ O , observou-se a seguinte variação
2
2
na concentração de N2O5 em função do tempo: nCO2 = 48 mol de CO2
Alternativa A
N2O5 (mol/L) 0,233 0,200 0,180 0,165 0,155

Tempo (s) 0 180 300 540 840 4. (Mackenzie) X + 2Y o Z

Calcule a velocidade média da reação no intervalo de 3 a 5 min. Na reação acima equacionada, observou-se a variação na
concentração de X em função do tempo, segundo a tabela
Resolução: a seguir:
DN2O5 0,180 – 0,200
Vm = – _____ Ÿ Vm = –___________
Dt 300 – 180 tempo (s) 0 120 240 360 720
Vm = 0,000167 mol/L · s-1 [x] mol/litro 0,255 0,220 0,200 0,190 0,100
Vm = 1,67 · 10-4 mol/L · s-1

2. A amônia é um produto básico para a produção de


No intervalo de 4 a 6 minutos, a velocidade média da rea-
ção em mol/litro∙min é:
fertilizantes. Ela é produzida cataliticamente, em altas
a) 0,010.
pressões (processo Haber), conforme a equação:
b) 0,255.
N2 + 3H2 o 2NH3 c) 0,005.
d) 0,100.
Se a velocidade de produção de amônia foi medida como:
e) 0,200.
D[NH ]
velocidade = ______3 = 2,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1, a velocida-
Dt Resolução:
de da reação em termos de consumo de N2 será:
De acordo com a tabela, a velocidade média da reação
Resolução:
(para o X) no intervalo de 4 a 6 min (240 a 360 s) é:
A proporção estequiométrica da equação nunca pode ser ∆n o ∆V = –_____________
(0,190 – 0,200)
desobedecida. Assim, para produzir 2,0 · 104 mol/L de NH3 ∆V = – ___
∆t 6–4
por segundo, a reação deverá consumir 1,0 · 104 mol/L de ∆V = 0,005 mol · L-1 min-1
N2 por segundo (basta olhar para a equação).
∆V = 5 · 10-3 mol · L-1 · min-1
N2 + 3H2 o 2NH3
1 mol 2 mol Alternativa C
VN2 2,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1
VN2 = 1,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1
3. A combustão do butano é representada pela equação:
13 O o 4CO + 5H O
C4H10(g) + ___ 2(g) 2 (g)
2 (g)
Se houver um consumo de 4 mols de butano a cada 20 mi-
nutos de reação, o número de mols de dióxido de carbono
produzido em 1 hora será:
a) 48 mol/h d) 16 mol/h
b) 4 mol/h e) 8 mol/h

85
VIVENCIANDO

Como o próprio nome indica, os catalisadores biológicos são produtos biológicos (produzidos pelas células) e atuam
nas reações metabólicas do organismo. As enzimas são os principais catalisadores biológicos. Em geral, são proteínas
(embora nem toda proteína seja uma enzima), mas há exceções, como é o caso das ribozimas, que não são moléculas
proteicas, mas moléculas de ácido ribonucleico (RNA). Exemplos de enzimas: amilase, lipase e desidrogenase. É inte-
ressante destacar que a atividade normal de cada enzima depende de pH, temperatura, especificidade (cada enzima
atua sobre um determinado substrato), etc.
Os catalisadores não biológicos são substâncias químicas, geralmente inorgânicas, que aumentam a velocidade de
reações químicas. Por exemplo: o sulfato de manganês (que é uma substância inorgânica) catalisa positivamente a
reação entre ácido oxálico e permanganato de potássio em meio ácido. Os catalisadores químicos são importantes em
diversos processos e alguns são utilizados industrialmente. Os automóveis, por exemplo, possuem conversor catalítico
no sistema de escapamento com o objetivo de acelerar a conversão de gases poluentes em substâncias menos tóxicas.
A catálise heterogênea, por sua vez, é utilizada na produção de margarinas, na síntese de fertilizantes, etc.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As enzimas são substâncias orgânicas, geralmente proteínas, que catalisam reações biológicas pouco espontâneas e muito len-
tas. O poder catalítico de uma enzima relaciona a velocidade das reações com a energia despendida para que elas aconteçam.
Na presença de uma enzima catalisadora, a velocidade da reação é mais rápida e a energia utilizada é menor. Por
essa razão, as enzimas praticamente controlam todo o funcionamento celular interno favorecendo o metabolismo
anabólico (construção) e catabólico (degradação). Elas também atuam no funcionamento celular externo por meio
de sinalizadores catalíticos estimulantes ou inibitórios atuantes em outras células (hormônios, por exemplo).
No organismo, existem diferentes tipos enzimáticos, reguladores das diversas vias metabólicas, estendendo-se por
todo o corpo humano, embora em pequenas quantidades.
A grande especificidade de uma enzima é determinada pelo tamanho e pela forma tridimensional, formando regiões
de afinidade com os reagentes (substratos). Essa complementaridade é denominada combinação chave-fechadura.
Alguns fatores influenciam na atividade catalítica das enzimas, como: concentração enzimática, concentração do
substrato, potencial hidrogeniônico (pH) e temperatura.
Considerando a concentração das moléculas de enzimas, quanto maior o seu teor, maior será a velocidade da reação,
seguindo proporcionalmente a quantidade suficiente de substratos para reagir com as enzimas. Conforme a deman-
da no consumo de reagentes vai ocorrendo, a velocidade da reação decai gradativamente.
Quando a concentração do substrato aumenta, a velocidade tende a um limite determinante de acordo com a quan-
tidade de enzimas no sistema. A partir desse ponto, o substrato não terá nenhuma influência sobre a velocidade, pois
todas as enzimas já se encontram ocupadas.

86
Cada enzima possui um pH ótimo para desempenhar suas funções, seja no estômago, no caso das pepsinas em pH
ácido (por volta de 2 – muito baixo), ou em qualquer outro órgão ou tecido. Cada enzima requer condições favoráveis
para potencializar sua atuação.
Para a otimização das reações biológicas mediadas por catalisadores, é necessária uma temperatura adequada, que
varia de acordo com o tipo de enzima. Baixas temperaturas podem causar inativação, e altas temperaturas podem
causar desnaturação enzimática.

DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSFORMAÇÃO

TEM
ESTUDADA
PELA
RAPIDEZ DE
CINÉTICA QUÍMICA
REAÇÃO

GRÁFICO DE
QUANTIDADE × TEMPO

PODE SER CALCULADA


A PARTIR DE UM
PODE TER

CURVA CURVA
DECRESCENTE CRESCENTE

TÍPICA DE TÍPICA DE

REAGENTE PRODUTO

POIS É POIS É

CONSUMIDO FORMADO

VELOCIDADE MÉDIA VELOCIDADE MÉDIA


DE CONSUMO DE FORMAÇÃO

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