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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Imagens
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-06-8

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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
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sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2020
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SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 1 e 2: Vetores 6
Aulas 3 e 4: Introdução ao estudo dos movimentos 18
Aulas 5 e 6: Movimento retilíneo uniforme 28
Aulas 7 e 8: Gráficos do MRU 38

CALORIMETRIA
Aulas 1 e 2: Calor sensível 50
Aulas 3 e 4: Mudanças de estado 61
Aulas 5 e 6: Transmissão de calor 72
Aulas 7 e 8: Expansão térmica de sólidos e líquidos 82

ELETROSTÁTICA
Aulas 1 e 2: Princípios da eletrostática 94
Aulas 3 e 4: Lei de Coulomb 104
Aulas 5 e 6: Campo elétrico 110
Aulas 7 e 8: Força elétrica e campo elétrico 119

3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.

4
CINEMÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas

A cinemática possui grande incidência nas O tema cinemática sempre está presente
provas do ENEM, sempre relacionando na prova da Fuvest, com questões que
com o cotidiano e em praticamente em to- exigem interpretrações gráficas (MRU e
das as questões, e quase sempre possuem MRUV) e manipulações em equações
análise gráfica. horárias de movimento.

O tema cinemática sempre está presente na O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente na
prova da Unicamp, com questões que exigem na prova da Unifesp, com questões que prova da Unesp, com questões que exigem
interpretrações gráficas e manipulações em exigem interpretrações gráficas (MRU e interpretrações gráficas e manipulações em
equações horárias de movimento relacionan- MRUV) e manipulações em equações equações horárias de movimento.
do com dinâmica. horárias de movimento.

O tema cinemática está presente com ques- O tema cinemática está presente com ques- O tema cinemática é cobrado com questões O tema cinemática é abordado com questões
tões que exigem manipulações em equações tões que exigem manipulações em equações de manipulações de equações horárias de que exigem interpretrações gráficas e manipu-
horárias de movimento. horárias de movimento. movimento. lações em equações matemáticas.

UFMG

O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente com
na prova da UEL, com questões que exigem na prova da UFPR. As questões abordadas questões que exigem interpretrações, análise
interpretrações gráficas e manipulações em não apenas exigem interpretrações gráficas de figuras e manipulações em equações
equações horárias de movimento. e manipulações em equações horárias horárias de movimento.
de movimento, mas também
conceitos.

O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente
na prova da Uerj, com questões que exigem na prova da Unigranrio, com questões que nessa prova, com questões que exigem
interpretrações gráficas e manipulações em exigem análise de figuras e manipulações em interpretrações de gráficos e análise de
equações horárias de movimento. equações horárias de movimento. figuras com manipulações em equações
horárias de movimento.

5
AULAS VETORES
1E2
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADE: 17

1. GRANDEZAS VETORIAIS 2. VETOR


As escalares e as vetoriais, são os dois tipos de grande- Representam-se algumas grandezas físicas (grandezas
zas físicas. Uma grandeza escalar é caracterizada apenas vetoriais) por meio de vetores. A notação de um vetor é
pela sua intensidade, ou seja, o valor numérico, acompa- dada por uma letra (maiúscula ou minúscula) com uma
nhado de sua unidade de medida. O tempo, a massa e pequena flecha para a direita acima da mesma. Vetor é
a temperatura de um corpo são exemplos de grandezas um ente matemático representado por um segmento de
escalares. Já as grandezas vetoriais necessitam, além da reta orientado (flecha).
intensidade, da informação quanto à sua direção e seu N
N
No Ne
sentido. Ao dizer, por exemplo, que um carro se move a NO NE
OO LL
40 km/h, a informação sobre sua velocidade está incom- So SO SE
Se

pleta. A velocidade é uma grandeza vetorial e, portanto, é SS


r (reta suporte)
necessário informar a direção e o sentido de deslocamen-

to do carro. Neste caso, poderia ser dito que o carro trafe- v ou v B (final ou extremidade: sentido)
ga na Rua da Consolação (direção) em sentido à Avenida “para onde”

Paulista (sentido). v (vetor v)
θ (direção) linha
Exemplos de grandezas escalares: horizontal
A (origem)
Grandezas escalares Grandezas vetoriais
tempo velocidade
Resumo:
massa aceleração ƒ sentido: é dado pela orientação do segmento.
temperatura deslocamento ƒ direção: é dada pelo ângulo formado entre o vetor e
trabalho posição o eixo horizontal.
energia força elétrica ƒ módulo ou intensidade: é dado pelo comprimento
pressão campo elétrico do segmento orientado (nº + unidade).

potência força magnética


potencial campo magnético
diferença de potencial força gravitacional
quantidade de mol campo gravitacional
carga elétrica força peso
intensidade da
força de reação normal
corrente elétrica
resistência elétrica força elástica
multimídia: livros
capacidade térmica força tensora
calor específico sensível força centrípeta Leonard Mlodonow - A janela de Euclides
calor latente empuxo Livro que aborda de maneira simples, diver-
fluxo magnético quantidade de movimento tida e curiosa a evolução de conceitos-chave
vazão momento de geometria e o modo que o Homem com-
preende o espaço.
capacitância impulso

6
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamente concei-
tos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e as operações
entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe diferença nas
operações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O ponto, “o
que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é definida
como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é formada
por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes, perpendiculares,
coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.

2.1. Vetor e suas características


O vetor pode ser representado por uma letra e um segmen-
to orientado (flecha) sobre a letra:
___›
a
___›
b
Lembrando que as três características de um vetor são: mó-
dulo (ou intensidade), direção e sentido.
Caso eles estejam sobre retas paralelas ou sobre a mesma multimídia: vídeo
reta (denominada reta suporte), a direção de dois vetores
são iguais. Como exemplo, suponha que as retas r e s, na FONTE: YOUTUBE
Física - Introdução a vetores e escalares - parte 1
__figura

___› a seguir, sejam paralelas. Desse modo, os os
____› vetores
___› __

c e d têm direções diferentes, mas os vetores a , b e c (Khan Academy)
possuem a mesma direção.
___› ___›
Os vetores a e b , na figura a seguir, estão orientados
___› __ em

sentidos opostos,___ assim como os vetores b e c . Entre-
› __›
tanto, os vetores a e c têm sentidos iguais. Os sentidos de
dois vetores são iguais quando possuem a mesma direção e
estiverem orientados para o mesmo lado.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Física I - Aula 5 - Grandezas escalares e vetoriais

7
___›
Observações Observando
__

om desenho, concluímos que os vetores A e
F são iguais, pois compartilham de um___›módulo
___› 2u, dire-
ƒ Vetores paralelos: diz-se que dois ou mais vetores ção vertical e sentido norte. Os__vetores C e D também são
são paralelos entre si, quando suas direções (inclina- iguais por terem módulo 2 √2 u, uma direção oblíqua e
ções) forem idênticas, não importando os sentidos sentido nordeste.
dos mesmos.
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional ao seu
ƒ Vetor nulo: denomina-se vetor nulo a todo vetor cujo comprimento. Suponha, por exemplo, que um automóvel
representante é um segmento de reta orientado, nulo, esteja se deslocando com velocidade escalar de 80 km/h
isto é, o início e o fim deste segmento de reta coinci- em sentido norte. Na figura, a flecha __(apontando para o
dem. A representação do vetor nulo é um ponto ( . ). ›
norte) representa o vetor__velocidade v do automóvel; o
Também pode ser representado___› pelo número zero com módulo desse vetor será u v u = 80 km/h. É importante des-

uma flecha acima do mesmo ( 0 ). tacar que todo vetor que possuir mesma direção, mesmo
sentido e mesma intensidade, representando, portanto, a
mesma grandeza, representa uma classe de equipotência.
A intensidade, módulo ou norma de uma grandeza veto-
rial, é o módulo do valor numérico do vetor.
__›
v N
O L
ƒ Vetores simétricos ou opostos: quando dois ve-
tores possuem o mesmo módulo, a mesma direção, S
__›
porém sentidos opostos, diz-se que os mesmos são |v | = 80 km/h
simétricos ou opostos entre si. Se um objeto estiver em repouso, por exemplo, sua veloci-
___›
ƒ Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e somen- dade será nula. Desse modo, o vetor nulo, denotado por 0 ,
te se, tiverem o mesmo módulo, a mesma direção e o pode ser utilizado para representar essa grandeza. A dire-
mesmo sentido. ção e o sentido não são definidos para o vetor nulo. Uma
grandeza pode ter valor numérico igual a zero.
Aplicação do conteúdo O exemplo mais elementar de grandeza vetorial, é o des-
locamento vetorial.
1.Ao olhar a figura, você consegue definir os vetores que:
(UFB adaptado) Suponha que uma partícula desloca-se do ponto P até o
ponto Q, seguindo a trajetória descrita pela figura.

P
Q
a) têm a mesma direção.
b) têm o mesmo sentido.
c) são iguais.
Resolução: ___›
d
___› ___›
a)Os vetores C e D estão
___› ___› em
__› uma direção oblíqua (in-
clinada), os vetores P
___ ___ E , A e F estão na direção vertical,
› ›
e os vetores B e G estão na horizontal.
___› ___›
O deslocamento vetorial
___› realizado pela partícula é repre-
b) Os vetores___C e__D estão no sentido nordeste
› › sentado pelo vetor d .
e os vetores A e F estão no sentido norte.
c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três carac- Que une o ponto inicial P (chamado origem do vetor) ao
terísticas (módulo, direção e sentido) devem ser iguais. ponto final Q (chamado extremidade do vetor).

8
VIVENCIANDO

Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da Física e da
Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou localizar um
destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando localizamos um
destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada instrução realizada,
estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de localização
como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos, cartas de
navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.

direção é oblíqua (inclinada) e o sentido é nordeste, porém


Aplicação do conteúdo o sentido não é citado.
1. (UEM) Na ilustração abaixo, um trabalhador puxa por
uma corda um carrinho que se desloca em linha reta. Como surgiu o vetor

O puxão da corda efetuado pelo trabalhador pode ser des- O conceito formal de vetores, é trabalho de alguns ma-
crito como uma força que: temáticos e físicos que estudavam os números comple-
a) possui somente magnitude. xos, entre eles podemos destacar Willian Rowan Ha-
b) possui somente direção. milton (1805-1865), Josian Willard Gibbs (1839-1903)
c) possui direção e magnitude. e Carl Friedrich Gauss (1777-1855). Porém, conceitos
d) não possui nem direção nem magnitude. mais intuitivos remontam a a Herão de Alexandria (sé-
e) realiza um torque. culo I). e Aristóteles (385-322 a.C.)

2.3. Somando vetores


Diferente da soma de grandezas escalares, ainda assim
as grandezas vetoriais podem ser somadas (ou adiciona-
das).Por exemplo, ao efetuar a soma de 1 kg de tomates
com mais 2 kg de tomates, o resultado sempre será 3 kg
de tomates.
Resolução:
Para somarmos vetores, no entanto, outra abordagem é
Alternativa C necessária. Acompanhe abaixo, uma partícula efetua um
___›
Um vetor força com um módulo (magnitude), uma direção deslocamento a___› do ponto M ao ponto N e, em seguida, um
e um sentido, caracteriza o puxão da corda. Nesse caso, a deslocamento b do ponto N ao ponto P.

9
___› ___› __› ___›
A soma de a e b , o___› vetor s , é obtida ligando a origem de a
à extremidade de b .
P
___›
a
M
___›
___› b ___›
a b
N

___› ___›
P a
___› b
s
M
___›
___› b
a
N

___› ___›
a
O deslocamento final da partícula, que se moveu do ponto b
__›
M ao ponto P, é indicada na figura pelo vetor s . Desse modo,
os dois deslocamentos anteriores__podem ser substituídos por __›
› s
um deslocamento___› único,
___› o vetor s . Esse vetor é a soma (ou
resultante) de a e b , e indicamos:

__› ___› ___› __› ___› ___›


s =a +b s =a +b
___›
Ou: pode-se desenhar
___› um vetor igual a a , a partir da ex-
tremidade de b .
__› ___›
O vetor s é a soma
___› dos vetores, ligamos a origem de b à
extremidade de a .

___›
a

___›
b

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Módulo do vetor soma

___›
2.3.1. Polígono e sua regra b
___› ___› ___›
Para somar dois vetores quaisquer (não nulos), a e b : a
___›
Desenhamos um vetor igual a b (mesmo módulo, mesma
direção
___› e mesmo sentido) a partir da extremidade do
vetor a .

10
__
u s› u2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25
__› __ ___ __
u s u2 = 25 ä u s› u = √25 ä u s› u = 5 unidades
__›
s Para fazer a soma de três ou mais vetores, basta aplicar
este mesmo processo.
___› ___› __›
A seguir, estão representados os vetores a__, b e c . Para ob-
___› ___› ›
b a ter a soma dos três vetores, isto é, o vetor s , tal que:

__› ___› ___› __›


s =a +b +c
A propriedade comutativa na adição de vetores apresenta:
___› ___› ___› ___› ___›
a +b =b +a Desenhamos um vetor igual ao vetor b a partir
___› da extre-
___›
midade de a, e a __partir da extremidade de b desenhamos___
Em caso de um dos vetores ser nulo: › ›
um vetor igual a c__, como na figura. Unindo
__› a origem de a
___› ___› ___› ___› ___› ›
a +0 =0 +a =a à extremidade de c , obtemos o vetor s .

Preste atenção:
__ ___ ___›
u s› u < u a› u + u b u
__› ___› ___›
O módulo de s é menor que a soma dos módulos de a e b .
__›
Portanto, o módulo de___ s ___será

obrigatoriamente igual à

soma dos módulos
___› ___› de a e b , somente no caso em que os
vetores a e b tenham direção e sentido iguais.

Aplicação do conteúdo
__› __›
1. Determinar o módulo da resultante dos vetores x e y
. Cada quadradinho mede uma unidade.

__›
x
__›
y

A regra do polígono pode ser aplicada para qualquer quanti-


dade de vetores, basta adicionar a origem de um vetor à extre-
midade do vetor anterior e, por fim, traçar o vetor resultante.
Resolução:
__›
O módulo de s é obtido aplicando o teorema de Pitágoras 2.3.2. Paralelogramo e sua regra
ao triângulo retângulo sombreado na figura: __› __›
Considere os vetores x e y representados na figura.

__›
x __› __›
__› x y
__› y
s
3

__› __›
4 Desenhe vetores iguais a x e y a partir de uma mesma
origem P.

11
XXX paralelo a PN
A seguir, __o segmento MQ XXX a partir da extremi- b) Os módulos dos vetores são:

XXX paralelo a PM
XXX, de ___›
dade de x (ponto M), e o segmento NQ módulo de ___a : a = 2 N
modo a obter o paralelogramo PMQN. ›
__› __› __› módulo de b : b² = 2² + 3² œ
___
Assim temos o vetor s , que é a soma de x e y , unindo P a Q: œb² = 13 œ b = √13 N
M M M
__›
x
__›
x
__›
x __›
Aplicando a regra do paralelogramo, temos:
s
R² = a² + b² + 2 · a · b · cosa œ
P P Q P Q
__› __› ___ ___
œ 3² = 2² + (√13 )² + 2 · 2 · (√13 ) cosa œ
y y
N N N
___
œ9 = 4 + 13 + 4(√13 ) cosa œ
A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo ___
œcosa = (9 – 4 – 13)/4 (√13 ) œ
da soma de dois vetores quaisquer. –2
œ cosa = ____
___
___› ___› √13
a a
__› 2. Sobre uma superfície lisa (atrito desprezível), um cor-
T T s po está sendo tracionado por duas cordas. Qual a inten-
sidade da força resultante Fr? (UEM)
___› ___›
b b

__ ___ ___› ___ ___›


u s› u² = u a› u² + u b u² + 2 · u a› u · u b u · cos u

___
A regra do paralelogramo é uma prática comum na soma
a) Fr = √19 N
de vetores. __
b) Fr = √8 N
___
Aplicação do conteúdo c) Fr = √34 N
___› ___
1. d) Fr = √49 N
___ (Unesp adaptado) Em escala, temos duas forças a e
› __
b , atuando num mesmo ponto material P. e) Fr = √2 N

Resolução:
Alternativa A
a

P
O ângulo de 120° está no segundo quadrante, onde o cos-
seno é negativo. O valor de cos(120°) é –0,5.
b
1N Aplicando a regra do paralelogramo, temos
1N (Fr)² = (3)² + (5)² + 2 · 3 · 5 · cos(120°) œ
___›
a) Represente
_____› na
_____› figura reproduzida a força R , resultante œ (Fr)² = 9 + 25 + 30(–0,5) œ
___
das forças a e b , e determine o valor de seu módulo, em œ (Fr)² = 34 –15 œ (Fr)² = 19 œ Fr = √19 N.
newtons.
___› ___›
b) Determine o cosa formado entre os vetores a e b . 2.4. Oposto de um vetor
___›
Resolução: Um vetor a ___com a mesma direção, não nulo, e o mesmo
___› ›
a) Pela regra do paralelogramo, temos que |R | = 3 N. módulo de a___, mas com sentido contrário, é denominado

oposto de a .
___› ___›
O vetor oposto de a é indicado por –a .
s
r
___›
a
___›
–a

12
_____› _____› _____›
2.5. Subtração de vetores a) F_____1 +_____F4 +_____F 2
› › ›
De modo semelhante ao que ___se faz com os números reais, b) _____F 1– F_____4+ F_____3
› › ›
___› ›
c) F_____1+ F_____2+ F _____3
diferença de dois vetores a e b é obtida: › › ›
___› ___› ___› ___› d) F_____1 – F_____4 +_____
F2
a – b = a + (–b ) › › ›
___› ___› e) F 1 – F 2+ F3
Isto
___ é, o vetor a – b ___›é obtido efetuando a adição do vetor
› Resolução:
a com o oposto de b .
Alternativa A
Por exemplo ___› ___›
ƒ Dados___› os vetores
___› a___ e b___› da figura, determinaremos o Montar o seguinte diagrama vetorial, de acordo com a re-

vetor d tal que d = a – b . Utilizando a relação apresen- gra do polígono:
tada acima, temos:
___› ___› ___› ___› ___›
d = a – b = a + (–b )
___› _____›
Então, fazemos a adição de a com –b :

Sendo qualquer um desses vetores ponto de partida, o


ponto inicial sempre coincide com o ponto final, tornando
a resultante nula.
___›
2. ___› os vetores representados na figura, obtenha D =
___› Dados
X – Y.

O módulo da diferença de dois vetores quaisquer pode ser


calculado usando a seguinte relação:
___ ___ ___ Resolução:
u d› u² = u ___a› u² + u b› u² – 2 · u ___a› u · u b› u cosu Para a subtração vetorial,soma-se o vetor X com o oposto
___›
___›
___› ___› do vetor Y .
Onde u é o ângulo formado entre os vetores a e b , quando ___› ___› ___› ___› ___› ___›
ambos estão partindo da mesma origem. D = X – Y œ D = X + (–1) Y
___› ___›
Para encontrar o vetor D , invertemos o sentido do vetor Y
Aplicação do conteúdo e aplicamos a regra da poligonal .
1. (UFPI) Os vetores representam quatro forças, todas
de mesmo módulo F. Qual alternativa representa uma
força resultante nula.

13
2.6. Multiplicando e dividindo b)
__›
um vetor por um número x
___› __›
Sendo a um vetor ___não nulo e k um número real não___›nulo. y

Multiplicar o vetor a pelo número k, e obter o vetor b :
___› ___›
b =k·a Resolução:

___› a) Neste caso, temos:


b tem como característica: __› __›
___› ___› x y
ƒ ub u = u k u · ua u
___› ___›
ƒ b tem a mesma direção de a . __›
___› ___› s
ƒ ___
Se k > 0, b tem o mesmo sentido
___› de a , caso seja k < 0,
› __ __ __
b tem sentido oposto ao de a . u s› u = u x› u + u y› u = 3 + 2 = 5 unidades
Sendo assim, temos: __› __› __›
_____› ___› b) O vetor s é a soma de x e y , isto é:
a) F = m . a (m escalar positivo) __›
_____› _____›
x
b) F = |q| . E (q > 0 ou q < 0)
__› __›
Por exemplo s y
___› ___› ___› __› __› __›
ƒ Na figura, representamos
___› ___› os vetores a , 2a e –2a . Note s =x +y
que tanto 2a como ___› –2 a têm
___› módulos iguais ao dobro
do módulo de a . O___vetor 2a tem o mesmo sentido do No entanto, neste caso, temos:
___› › ___›
vetor a e o vetor –2a tem sentido oposto ao do vetor a . __ __ __
u s› u = u x› u – u y› u = 5 – 3 = 2 unidades
___›
___› 2a ___›
a –2a Observação
ƒ Versor é um vetor unitário que possui a mesma dire-
___› __› ção e mesmo sentido do eixo que o contém.
Podemos também dividir o vetor a por k, obtendo o vetor c :
___› y
__› y →
a
c = __ → 1

j →
1 j
i
k 0 1 x

j =1u →
j =1u


i

i k =1u x
0 1
i =1u 0 x
Sendo: →
1
1


i =1u
___› i =1u
z
k
__› |a |
u c u = __ u ... unidade de medida

Quanto à direção e ao sentido de c , valem as mesmas con-


__› 2.7. Projeções ortogonais
siderações feitas para a multiplicação.
___›
ou decomposição ou
Se k = 0, não podemos calcular . a
__ componentes de um vetor
k
O plano cartesiano é o sistema de referenciais que auxil-
2.6.1. Vamos à prática ia adequadamente
___› toda representação vetorial. Seja um
__› __› vetor a , conforme a representação abaixo:
1. Qual a soma dos vetores x e y , se cada quadradinho
tem lados iguais a uma unidade.
y
a)
__› __›
x a
__› θ
y
x

14
___›
A projeção
___› de a, no eixo (x) pode ser representada
___› pelo
vetor a x, bem como a projeção
___› do vetor a no eixo (y) pode
ser representado pelo vetor a y.

A resultante desse sistema de forças tem intensidade:


a) 10 N.
O vetor analisado pode ser representado como uma soma b) 8,0 N.
vetorial, ou seja:
___› ___› ___› c) zero.
a = ax + ay
d) 12 N.
Neste caso: e) 16 N.
___› ___›
ax = 3i Resolução:
___› ___›
ay = 3j Alternativa A
___› ___› __› __› __› __›
Sendo i e j os vetores unitários nas direções indicadas Vamos decompor os vetores F 2 e F 5 nos eixos i e j :
__› __› __› __› __› __›
pelos eixos (x) e (y) respectivamente, desta forma o vetor
O› vetor F 2 será:
__ __› F 2 = (|F 2|__cos

x) i + (|F 2
| senx) j œ
também pode ser representando por:
F 2 = (8cosx) i + (8senx) j (N)
___› ___› ___› __› __› __› __› __› __›
a = 3i + 3j O
__
vetor F 5 será: F =(–1)(|F 5|__cosx) i +(–1)(|F 5| senx) j œ
__ 5
› › ›
F 5 =(–8cosx) i + (–8senx) j (N)
Devemos lembrar que os módulos dos componentes tam- __› __› __› __› __› __›
bém podem ser representados por relações trigonométricas: O vetor F 1 será: F 1 = |F 1| i œ F 1= 12 i (N)
__› __› __› __› __› __›
ay
senθ = __ O vetor F 3 será: F 3 = |F 3| j œ F 3= 15 j (N)
a oay = a · senθ __› __› __› __› __› __›
O vetor F 4 será: F 4 = (–1) |F 4| i œ F 4= –6 i (N)
ax __› __› __› __› __› __›
cosθ = __
a oax = a · cosθ O vetor F 6 será: F 6 = (–1) |F 6| j œ F 6= –7 j (N)
Os vetores unitários, quando indicarem sentido oposto aos Como resultante das forças temos a soma vetorial de
eixos considerados, serão representados por: todas elas:
___› ___› __› __› __› __› __› __› __›
–i e–j Fr = F1 + F2 + F3 + F4 + F5 + F6 œ
__› ___› __› __› __› __›
œ F r = 12__› i + (8cosx) i__› + (8senx)
__› j + 15 j + (– 6) i +
Aplicação do conteúdo (– 8cosx) i + (– 8senx) j + (– 7) j œ
__› __›
1. Em um ponto
__› __› material
__› __› __›P, estão
__› aplicadas seis forças œ F r =__›(12 – 6 + 8cosx – 8cosx) i + ( 15 – 7 + 8senx –
coplanares F 1, F 2, F 3 ,F 4 , F 5 e F 6 , representadas confor- 8senx ) j œ
me figura a seguir, cujas intensidades são, respectiva- __› __› __›
mente, 12 N, 8,0 N, 15 N, 6,0 N, 8,0 N e 7,0 N. œ F r = (6) i + (8) j (N).
__›
Assim, o módulo do vetor F r será: (Fr )²= (6)² + (8)² œ
(Fr )² = 36 + 64 œ
__› ____ __›
œ (Fr )² = 100 œ |F r| = √100 N œ |F r| = 10 N.

15
multimídia: vídeo multimídia: sites
FONTE: YOUTUBE
Cursos Unicamp: Física Geral | I - Aula 4 www.respondeai.com.br/resumos/1/capitu-
los/1
pt.khanacademyorg/math/precalculus/vec-
tors-precalc

CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Hablidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
17 ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática entra como ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no contexto
da física, dessa forma se faz necessário saber o manuseio, aplicabilidade além da capacidade interpretativa dessa
linguagem simbólica. Tal qual o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio diz: “selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e
enfrentar situações-problema.”
A utilização de vetores é inerente à física, dada a grande quantidade de grandezas vetoriais, sendo vital para a
compreensão a fixação deste assunto, mais básico e, como dito anteriormente uma ferramenta, fundamental para
a física.

Modelo
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a posição (6, 6, 7) no
espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.

16
Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção do eixo-x, 3 km
para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o foguete atingiu a posição:
a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).

Análise expositiva - Habilidade 17: No ensino médio o contato inicial que se tem em física com vetores é em
B cinemática. A ideia de representar a posição de um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de
vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como um deslocamento no sentido positi-
vo de cada eixo, devemos somar o número inteiro correspondente ao deslocamento em cada coordenada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).
Alternativa B

DIAGRAMA DE IDEIAS

PROCESSO
MÓDULO
GEOMÉTRICO

VETOR

PROCESSO
DIREÇÃO
ANALÍTICO

SENTIDO

17
AULAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO
3E4 DOS MOVIMENTOS
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 2 e 20

A cinemática é o ramo da mecânica que descreve os movi- Chamado origem dos espaços, o marco zero, foi esco-
mentos, que tem por objeto o estudo do movimento dos cor- lhido arbitrariamente. A partir dessa posição, são medidos
pos sem levar em conta os agentes que o produzem. Os con- os comprimentos que indicam a posição do corpo. O marco
ceitos de posição, velocidade e aceleração ao longo do tempo zero é o referencial.
são tópicos estudados por esse ramo. As dimensões dos corpos
não interferem no estudo de determinado fenômeno, sendo
assim tais corpos serão considerados pontos materiais.

1. A POSIÇÃO DENTRO
O CORPO A ENCONTRA-SE A 10 KM DO MARCO ZERO, E O CORPO B, A 20 KM.
DE UMA TRAJETÓRIA
Determinar a posição de um corpo em cada instante, é o
principal objetivo da cinemática. O conceito de posição
pode ser exemplificado pelas marcações quilométricas de
uma rodovia, ou seja, posição é o lugar geométrico que o
corpo está no instante da observação. Esses marcos podem
ser utilizados para localizar os veículos que nela trafegam.
Na figura abaixo, a posição do carro é determinada pelo
marco km 80.
Chamamos de trajetória o conjunto de diferentes posi-
ções ocupadas, visto que ao longo do tempo, um corpo
pode ter diferentes posições. O deslocamento é a varia-
multimídia: vídeo
ção da posição apresentada pelo corpo durante um inter- FONTE: YOUTUBE
valo de tempo. Como exemplo, um carro que ocupava a Frames of Reference (1960)
posição do marco de km 60 em um instante, e num ins-
tante posterior, a posição do marco km 80, dizemos que o
carro percorreu a distância de 20 km.
Ainda na figura abaixo, existem dois carros, um na posi-
2. GRANDEZA ESCALAR (DISTÂNCIA
ção km 80 e outro na posição km 60, mas se deslocando PERCORRIDA) E GRANDEZA
VETORIAL (DESLOCAMENTO)
em sentidos contrários. Analisando apenas o marco
quilométrico, não é possível determinar o sentido
do movimento. A diferença entre as posições final e inicial ocupadas numa
determinada trajetória, é chamada de deslocamento
escalar.
80 + ΔS = S - S0
Km

O marco quilométrico km 80 localiza o carro nessa estrada e fornece sua posição.


0 S0 S
S0 .... posição inicial
S0 ΔS S ...... posição final
ΔS ... variação de posição
S
ou deslocamento escalar
80
Km
60
Km
O total de movimento realizado por um móvel, é a Distân-
Representação esquemática de posições numa rodovia. cia percorrida.

18
Observação: o deslocamento escalar nem sempre é igual à distância percorrida. Isso só é verdade quando o movi-
mento é sempre no mesmo sentido e a favor da trajetória.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb
Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não pode-
ria existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto
B, o móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro
atingir o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim, infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinitamente,
jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial,
já que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele
atingir essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, infinitamente.”
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a inú-
meros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela Humanidade (gregos,
egípcios, maias etc. tinham a ideia de ciclos). A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse
uma grandeza absoluta. Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do
movimento periódico dos astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo
desapareceria, o que seria um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo
é uma criação da mente humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).

Resolução:
Aplicação do conteúdo
a) A distância percorrida corresponde efetivamente ao que
1. Saindo de um ponto X de uma trajetória, um indiví-
duo caminha até uma posição Y e, em seguida, retorna o indivíduo percorreu, ou seja, 120 m, pois ele se desloca
para o ponto Z. Observe a figura e responda: da posição –30 m e vai até a posição 90 m. Perceba que,
t0 t2 t1 como é um movimento no mesmo sentido e com a mesma
direção da trajetória, a distância percorrida pode ser calcu-
lada através da expressão:
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 S (m)

(X) (Z) (Y) d = DS = S – S0 œ d = 90 – (–30) œ d = 120 m


a) qual a distância percorrida de X até Y?
b) DS = S – S0 œ DS = 90 – (–30) œ DS = 120 m
b) qual o deslocamento efetuado pelo indivíduo de X até Y?
c) Desde o instante t0 até t2, o indivíduo se desloca de X
c) qual a distância percorrida pelo indivíduo do instante t0
para Y e de Y para Z; logo, a distância percorrida é a soma
até t2?
dos segmentos
d) qual o deslocamento total percorrido pelo indivíduo do
— —
instante t0 até o instante t2? d = XY + YZ œ d = 120 + 40 œ d = 160 m

19
d) O deslocamento é calculado pela expressão:
DS = S – S0 œ 'S = 50 – (–30) œ DS = 80 m
3. REFERENCIAL
Se a posição de um corpo é alterada ao longo do tempo em
Observe que, quando o deslocamento se dá em um só relação a um referencial, este está em movimento. Pode-se
sentido, a distância percorrida é numericamente igual ao analisar o movimento de um corpo comparando sua posição
deslocamento (vide itens a e b). em relação a outro corpo, que, nesse caso, será o referen-
2. Partindo de X, uma pessoa efetua voltas em tor- cial. Assim, o estado de movimento ou repouso de um corpo
no de uma praça retangular. Do instante da partida, depende do referencial escolhido. Um mesmo corpo pode
calcule o deslocamento e a distância percorrida, nas estar em repouso em relação a um referencial e em movi-
seguintes situações: mento em relação a outro. A trajetória do corpo também é
dependente do referencial. Os corpos, por sua vez, também
X 400m Y
possuem uma classificação. Se a dimensão do corpo, compa-
rada com a dimensão da trajetória for desprezível, esse será
chamado de ponto material; se ele não puder ser despreza-
do, será chamado de corpo extenso. Existem muitos casos
300m
em que o tamanho do corpo deverá ser considerado.

3.1. Repouso e movimento, definição.


Z W

Quando sua posição em relação a um referencial é


alterada durante o intervalo de tempo, consideramos
a) a distância percorrida por ela até chegar em W;
que um ponto material esta em movimento.
b) o deslocamento até W;
c) a distância percorrida e o deslocamento em uma volta Passageiro
completa. Observador

Resolução:
a) De X até Y, a pessoa percorreu 400 m; de Y até W, per-
correu 300 m; então: O PASSAGEIRO DENTRO DO ÔNIBUS ESTÁ EM MOVIMENTO EM RELAÇÃO À PESSOA EM
— —
d = XY + YW œ PÉ NO PONTO (OBSERVADOR).

œd = 400 + 300


Um ponto material é considerado em repouso quando
œd = 700 m sua posição em relação a um referencial não é altera-
b) O deslocamento de X até W é o valor da hipotenusa, que da durante o intervalo de tempo considerado.
pelo teorema de Pitágoras é:
— — — Motorista Passageiro
(XW)2 = (XY)2 + (YW)2 œ
œDS2 = (400)2 + (300)2 œ
œDS2 = 160.000 + 90.000 œ
Dentro do ônibus, o passageiro está em repouso em relação ao motorista.

œDS2 = 250.000
DENTRO DO ÔNIBUS, O PASSAGEIRO ESTÁ EM REPOUSO EM RELAÇÃO AO MOTORISTA.
œ DS = 500 m
c) A distância percorrida em uma volta completa é: A forma da trajetória de um ponto material depende
— — — — do referencial adotado.
d = XY + YW + WZ + ZX œ
œd = 400 + 300 + 400 + 300
A trajetória descrita por um móvel também depende do
œ d = 1.400 m referencial adotado.
e o deslocamento é 'S = 0, pois a posição inicial e final são A imagem abaixo exemplifica as trajetórias diferentes de
o mesmo lugar (X). uma lâmpada em queda livre, em relação a dois referenciais.

20
I. Cascão encontra-se em movimento em relação ao skate
(S)
e também em relação ao amigo Cebolinha.
(T) (T) (T) (T)

Posição 1 Posição 2 Posição 3


II. Cascão encontra-se em repouso em relação ao skate,
A LÂMPADA DESCREVE UMA TRAJETÓRIA RETILÍNEA VERTICAL EM RELAÇÃO AO OBSERVADOR (T).
mas em movimento em relação ao amigo Cebolinha.
EM RELAÇÃO AO OBSERVADOR (S), A TRAJETÓRIA DA LÂMPADA É PARABÓLICA.
III. Em relação a um referencial fixo fora da Terra, Cascão
A escolha do referencial é feita de modo a facilitar a reso-
jamais pode estar em repouso.
lução dos exercícios e totalmente arbitrária.
Estão corretas:
Aplicação do conteúdo a) apenas I.
b) I e II.
1. Um ônibus escolar está parado no ponto de ônibus e c) I e III.
um aluno está sentado em uma das poltronas. Quando d) II e III.
o ônibus entra em movimento, sua posição no espaço
se altera, afastando-se do ponto de ônibus. Nessa situ- e) I, II e III.
ação, podemos afirmar que a conclusão errada é que: Resolução:
a) o aluno sentado na poltrona acompanha o ônibus e, Alternativa D
portanto, também se afasta do ponto de ônibus.
I. Incorreta, pois Cascão está em repouso em relação ao ska-
b) podemos dizer que um corpo está em movimento em te, mas em relação ao Cebolinha ele está em movimento.
relação a um referencial quando a sua posição muda em
relação a esse referencial. II. Correta.
c) o aluno está parado em relação ao ônibus e em movi- III. Correta, pois a Terra gira constantemente em torno de
mento em relação ao ponto de ônibus, se o referencial for seu eixo e em torno do Sol; em relação a um referencial
o próprio ônibus. fixo fora da Terra, Cascão jamais poderia estar em repouso.
d) se o referencial for o ponto de ônibus, o aluno está em
movimento em relação ao ônibus.
e) para dizer se um corpo está parado ou em movimento,
4. VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA
precisamos relacioná-lo a um ponto ou a um conjunto de Definida como a razão entre a variação da posição do cor-
pontos de referência. po e o intervalo de tempo decorrido durante essa variação
na posição. A velocidade escalar de um corpo determi-
Resolução:
na o quão rápido é o seu deslocamento.
Alternativa D
Um ponto material P descreve uma certa trajetória em rela-
Observamos que o aluno está em movimento se o referencial
ção a um determinado referencial. No instante t1 sua posi-
adotado for o ponto de ônibus ou a rua; pois, como vimos,
ção é S1 e no instante posterior t2 sua posição é S2. Durante
a escolha do referencial é arbitrária e é necessário escolher
o intervalo de tempo Dt = t2 – t1, a variação espacial do
apenas um único ponto como referencial. Porém, caso o re-
ferencial escolhido seja o próprio ônibus, ou o motorista do ponto material é DS = S2 – S1. A velocidade escalar média
ônibus, a posição do aluno não irá se alterar em relação ao vm no intervalo de tempo Dt é expressa pela relação:
motorista ou ao ônibus.
2. (PUC-SP) Analise a tirinha da Turma da Mônica consi-
derando os princípios da Mecânica Clássica e defina as
afirmativas mais adequadas.

S2 – S1
vm = DS
___ = _____
Dt t2 – t1

Média ou instantânea, a unidade de velocidade escalar é


expressa em unidade de comprimento por unidade de tem-
po: km/h (quilômetros por hora), m/s (metros por segundo),
mi/h (milhas por hora), cm/s (centímetros por segundo) etc.

21
As unidades de velocidades podem ser convertidas 2. (Cefet) Uma escada rolante de 6 m de altura e 8
umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s e m de base transporta uma pessoa entre dois andares
vice-versa. consecutivos num intervalo de tempo de 20 s. A velo-
cidade média desta pessoa, em m/s, é:
1 km = 1.000 m
a) 0,2.
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s b) 0,5.
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s c) 0,9.
d) 0,8.
Então: 1 ___ 1.000 m= ____
km = _______ 1m
h 3.600 s 3,6 s e) 1,5.

km = ___ m e 1 m/s = 3,6 km/h


1 __ Resolução:
Portanto: 1 ___
h 3,6 s
Alternativa B
× 3,6
km
___ : 3,6 m
__ Em um desenho ilustrativo do problema, percebemos:
h s

Para converter km/h em m/s, divide-se o valor da veloci-


dade por 3,6; para converter m/s em km/h, multiplica-se o
valor da velocidade por 3,6.

Aplicação do conteúdo
1. Combinando tradição e modernidade, o edifício
Taipei 101 é um ícone de Taiwan. O edifício possui 61
elevadores, sendo dois de ultravelocidade. Suas carac-
terísticas de segurança permitem-lhe suportar tufões e
terremotos, que são frequentes nessa região. O espaço percorrido por uma pessoa na escada rolante é
a hipotenusa do triângulo pitagórico. Aplicando o teorema
de Pitágoras, temos:
DS2 = 62 + 82 œ DS2 = 100 œ
____
œ DS = √100 œ DS = 10 m
Assim, a velocidade média da escada rolante será:
DS œ v = ___
vm= ___ 10 œ v = 0,5 m/s
Dt m 20 m

3. (UFJF) Um caminhão em viagem de Juiz de Fora a Belo


Horizonte, pretende passar por Barbacena (cidade situa-
Se um desses elevadores de ultravelocidade sobe, do térreo
da a 100 km de Juiz de Fora e a 180 km de Belo Horizon-
até o 89º andar, percorrendo 380 metros em 40 segundos, te). A velocidade máxima no trecho que vai de Juiz de
conclui-se que a sua velocidade média vale, em m/s: Fora a Barbacena é de 80 km/h e de Barbacena a Belo
a) 4,7. Horizonte é de 90 km/h. Qual o tempo mínimo, em horas,
b) 7,2. de Juiz de Fora a Belo Horizonte, respeitando-se os limi-
c) 9,5. tes de velocidades.
d) 12,2. a) 4,25 h
e) 15,5. b) 3,25 h
c) 2,25 h
Resolução: d) 3,50 h
Alternativa C e) 4,50 h

De acordo com as informações fornecidas pelo enunciado, Resolução:


o deslocamento do elevador foi de DS = 380 m e o inter- Alternativa B
valo de tempo de Dt = 40 s.
No desenho ilustrativo do exercício, temos:
Assim, a velocidade média do elevador é calculada da se-
guinte forma:
DS = ___
vm = ___ 380 ä v = 9,5 m/s
Dt 40 m

22
O intervalo de tempo do primeiro trecho será:
v1= 'S1 œ v1= (S1 – S0) œ 80 = (100 – 0) œ 't1 = ___
100 œ 't = 1,25 h.
't1 't1 't1 80 1

O intervalo de tempo do segundo trecho será:


(280 – 100) 180 œ 't = 2 h
v2= 'S2 œ v2= (S2 – S1) œ 90 =_________ œ 't2 = ___
t2 90 1
't2 't2
Assim, o intervalo de tempo total será:
'ttotal = 't1 + 't2 œ 'ttotal = 1,25 + 2 œ 'ttotal = 3,25 horas.

VIVENCIANDO

O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo no transpor-
te de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elétrica no sistema
metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da matemática e
estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos esportistas, seja
desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade média do jogador
durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito mais). No filme ”Mo-
neyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a elaboração do seu time.

multimídia: sites
interatividade: vídeo pt.khanacademyorg/science/physics/one-di-
FONTE: YOUTUBE mensional-motion/displacement-velocity-ti-
me/a/what-is-displacement
Física - Velocidade Média (Khan Academy)
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/referenciais/
intro/
www.estudopratico.com.br/referencial-movi-
mento-espaco-e-repouso/

4.1. Movimentos progressivo e retrógrado


Quando a posição de um material varia no sentido da orientação positiva da trajetória, o movimento é progressivo. Onde
os valores da sua posição aumentam ao longo do tempo e sua velocidade escalar é positiva.
Retrógrado é quando o ponto material se move no sentido oposto à orientação positiva da trajetória. Os valores da sua
posição decrescem ao longo do tempo e sua velocidade escalar é negativa.

23
v>0 v<0
dades são as do SI. Nesse caso, a unidade da velocidade v
será m/s. Se S estiver em quilômetros (km) e t em horas (h),
a unidade de v será km/h.

Aplicação do conteúdo

© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial


1. A partícula se desloca ao longo do eixo x. Calcule a ve-
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
locidade média da partícula no intervalo entre t = 2 s e
OBSERVE QUE O SINAL ATRIBUÍDO À VELOCIDADE t = 8 s, em m/s.
ESCALAR INDICA O SENTIDO DO MOVIMENTO.

Aplicação do conteúdo
1. Um móvel realiza um movimento uniforme e seu espaço
varia com o tempo segundo a tabela:

t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5

a) Classifique o movimento dizendo se é progressivo ou


Resolução:
retrógrado.
b) Calcule e velocidade escalar do móvel. Observando o gráfico, o corpo encontrava-se na posição
–40 m no instante de tempo t = 2 s e estava na posição
c) Qual é o espaço inicial do móvel?
+20 m no instante de tempo t = 8 s. Desse modo, a veloci-
Resolução: dade média é calculada da seguinte maneira:
a) Podemos perceber pela tabela que o móvel se locomove x – x0 ________
Dx = _____ 20 – (–40)
vm = ___ = = 10 m/s
no sentido contrário à trajetória, pois o espaço ao longo Dt Dt 6
do tempo diminui. Logo, temos um movimento retrógrado
(v < 0).
b) Vamos utilizar o tempo t = 0 s e o tempo
t = 4 s. No primeiro, temos a posição de 20 metros e, no
segundo, de 8 metros. Assim, a velocidade escalar será:
(Sf – So)
v = ∆S
__ œ v = _______ (8 –20)
œ v = _____ œ
∆t (tf – to) (4–0)
œ v = –12
___ œ v = –3 m/s
4
Resposta: –3 m/s
Observação: em um movimento uniforme retrógrado, a ve-
locidade só pode ser negativa, o que confirmamos na letra b.
c) A posição inicial será localizada no início do movimento
(t = 0 s). Temos que para t = 0 s a posição é de 20 metros.

5. FUNÇÃO HORÁRIA
A função que relaciona o espaço S com os instantes de
tempo t correspondentes é a Função horária da posição,
e é representada genericamente por S = f(t). Essa expres-
são é lida: S é uma função de t.
Para fornecer uma função horária, deve-se indicar as uni-
dades do espaço e do tempo: caso S esteja em metros (m)
e t em segundos (s), podemos apenas informar que as uni-

24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
2 desenvolvimento científico e tecnológico.

A compreensão do mundo visto de forma racional, mecânica e cartesiana se faz necessária no universo acadêmi-
co-científico, sendo cada vez mais importante no mundo atual, aonde novas tecnologias são desenvolvidas em
altíssima velocidade.
Dentro dos eixos cognitivos, a habilidade 2 impõe ao aluno a compreensão, dentro das várias áreas do conhecimen-
to, de fenômenos físicos com a intenção de conceber os fenômenos naturais implicando na produção tecnológica. A
compreensão do mundo ao nosso redor é cada vez mais vital para a sobrevivência dentro uma sociedade altamente
desenvolvida e competitiva.
Pertence também a outro eixo cognitivo, enfrentando situações-problema em que o aluno deve saber organizar,
relacionar e interpretar as informações. Problemas relacionados ao transporte, ou mesmo saúde, para e dentro do
desenvolvimento científico são objeto de estudo das ciências naturais. Além, é claro, de cobrar do aluno a construção
de argumentação ao relacionar diferentes informações.

Modelo 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da velocidade mé-
dia de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monóxido de carbono (CO) em dois
tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em linha reta. Os resultados são apresentados
nas duas figuras.

A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o percurso é feito
com o motor:

a) aquecido, em menores velocidades médias e em pista em declive;


b) aquecido, em maiores velocidades médias e em pista em aclive;
c) frio, em menores velocidades médias e em pista em declive;
d) frio, em menores velocidades médias e em pista em aclive;
e) frio, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.

25
Análise expositiva 1 - Habilidade 2: Esse é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico
D do que é exigido no exame. Além de solicitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos individu-
almente, permite ao aluno analisar dois diferentes gráficos da mesma situação-problema. Desse modo requer que o
aluno saiba ligar problemas cotidianos, relacionados ao transporte e saúde, ao mundo técnico-científico relacionado
ao movimento do móvel.
A primeira figura permite concluir que para menores temperaturas (motor frio) e em pista em aclive a emissão de CO é maior ao
compararmos o gráfico de aclive (mais escuro) com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse modo é interessante perceber
que a emissão é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento do veículo, diminuindo conforme aumenta
a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em pista em aclive. A análise acontece do
mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é interessante notar que o veículo emite menos CO quanto maior é a velocidade
média, fato interessante nas grandes cidades, onde o congestionamento de veículos nas grandes vias, e consequentemente a
baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.

Alternativa D

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
O estudo do movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne da construção do
pensamento físico e filosófico. Fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento científico.
Para caracterizar a causa ou efeitos do movimento, é necessário que o aluno domine a linguagem matemática e
científica, primeiro eixo cognitivo para que ele possa enfrentar situações-problema. Também é importante que o
aluno saiba construir sua argumentação baseado no pensamento lógico e dedutivo.
Compreender as causas e efeitos dos movimentos dos corpos pertencentes ao Universo é importante, não só dentro
do mundo acadêmico-científico mas também no cotidiano das pessoas, afinal os indivíduos estão em constante
movimento e cercados por objetos também em movimento. Saber compreender, prever ou antecipar o movimento
dos diferentes objetos é fundamental na produção técnico-científica.

Modelo 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto,
a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta
dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade
máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale
60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h.

Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na veloci-
dade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0

Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Esse exercício é um exemplo de que o aluno deve saber de antemão conceitos
C básicos de movimento, além de dominar a manipulação matemática em equações e fórmulas.
O exercício produz uma situação-problema pertencente ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados: o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a velocidade v1 = 80 km/h; já o segundo
deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando que a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo intervalo de tempo correspondente.

26
v = 'S
't
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, segue que:

' = 't1 + 't2 Ÿ't = 'S1 + 'S2 = ___


80 + ____
60 = 1 + 0,5 Ÿ 't = 1,5 h.
80 120
v1 v2
Alternativa C

DIAGRAMA DE IDEIAS

A A

DESLOCAMENTO

POSIÇÃO POSIÇÃO
ESPAÇO INICIAL FINAL

VELOCIDADE
MÉDIA

INTERVALO
TEMPO DE TEMPO RAPIDEZ

27
AULAS MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME
5E6
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 3 e 20

1. MRU - MOVIMENTO forma, em um estudo unidimensional, o módulo da veloci-


dade é constante, assim, em quaisquer instantes considera-
RETILÍNEO UNIFORME dos a velocidade instantânea será equivalente à velocidade
escalar média:
O conceito de velocidade média é muito importante, po-
rém, é pouco preciso. Por isso, a partir de agora, iremos DS = constante i 0
v = vm = ___
estudar alguns casos específicos de movimento. Dt
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movi-
mentos nos quais o vetor velocidade não se altera, ou seja, Sendo assim, no movimento uniforme, o corpo percorre
direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.

VIVENCIANDO

Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos casos,
afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade instantâ-
nea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas situações,
é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas indústrias,
um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade etc.

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FONTE: YOUTUBE
FONTE: YOUTUBE
MRU (Movimento Retilíneo Uniforme) - Mundo
Física - Cinemática: MRU
Física - ENEM

28
1.1. Função horária Sistema
Internacional
Como visto anteriormente, a função horária de um movi-
S0 o posição inicial
mento é a expressão matemática que fornece a posição metro (m)
para um determinado instante de tempo t. A velocidade S o posição final
escalar instantânea, no movimento uniforme, é constante v o velocidade escalar metro por
e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que (constante e não nula) segundo (m/s)
seja o intervalo de tempo. Portanto:
t o tempo segundo (s)

DS ä v = ___
vm = ___ DS
Dt Dt Desse modo, o espaço S é composto por duas parcelas:
o espaço inicial S0 e o espaço percorrido após o início da
Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem: contagem do tempo, cujo valor é v · t. Adotamos, neste
estudo, o instante inicial (t0 = 0) para que a função horária
S – S0
DS ä v = _____
v = ___ evidencie o comportamento do corpo como se o estudo do
Dt t
movimento se desse a partir daquele instante.
ä v · t = S – S0
Na expressão da função horária, S0 e v são constantes ao
S = S0 + v · t
longo do tempo; a velocidade escalar do movimento é v;
FUNÇÃO HORÁRIA DO MOVIMENTO UNIFORME se o movimento é progressivo, v > 0, e se o movimento é
retrógrado, v < 0, ou seja, quando v > 0, o movimento é a
favor da orientação da trajetória, e quando v < 0, o movi-
mento é contra a orientação da trajetória.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se função
afim, definida como f de \ em \ dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que será
a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.

29
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t S = S0 + v · t œ S = 30 + (–5)t œ S = 30 – 5t
em segundos: Resposta: A função horária é S = 30 – 5t.
progressivo/ b) Para encontrar o instante em que o móvel passa pela
S = S0 + vt S0 v
retrógrado origem dos espaços, basta igualar a posição final a 0. As-
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = +20 m/s v > 0, progressivo sim, temos:
S = 30 – 5t œ 0 = 30 – 5t œ
S = 60 – 9 t S0 = 60 m v = –9 m/s v < 0, retrógrado 30 œ t = 6 s.
5t = 30 œ t = ___
5
S = –40 t S0 = 0 v = –40 m/s v < 0, retrógrado Resposta: O tempo será de 6 segundos.
S = 18 t S0 = 0 v = 18 m/s v > 0, progressivo 2. O espaço inicial de uma bicicleta que descreve um mo-
vimento retilíneo e uniforme é –5 m. Nesse movimento, a
Resumindo os conceitos de movimento uniforme: bicicleta percorre a cada intervalo de tempo de 10 s uma
distância de 50 m. Determine a função horária do espaço
DS
S = S0 + v · t, onde v = constante i 0 v = vm = ___
Dt para esse movimento, e considere-o progressivo.

Resolução:
Para qualquer tipo de trajetória, o MRU é definido por es-
sas funções. A bicicleta percorre 50 metros em 10 segundos, logo, a
velocidade dela será:
∆S œ v = ___
v = __ 50 œ v = 5 m/s
∆t 10
A posição inicial da bicicleta é –5 m e sua velocidade cons-
tante é de 5 m/s, logo, a função horária do movimento será:
S = S0 + v · t œ S = –5 + 5t.
3. (Ufgrs) Um caminhoneiro parte de São Paulo com velo-
cidade escalar constante de módulo igual a 74 km/h. No
mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande
do Sul, com velocidade escalar constante de 56 km/h.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
MRU - Esquema - Função - Tabelas - Gráficos

Em que cidade eles vão se encontrar?


Aplicação do conteúdo a) Camboriú
b) Garopaba
1. (UC-GO) A figura mostra a posição de um móvel, em
movimento uniforme, no instante t = 0. c) Laguna
d) Araranguá
e) Torres
Resolução:
Sendo 5 m/s o módulo de sua velocidade escalar, pede-se: O caminhão A tem posição inicial igual a 0 km, velocidade
a) a função horária dos espaços;
constante de 74 km/h e o sentido é o mesmo da trajetória.
b) o instante em que o móvel pas-
sa pela origem dos espaços.
A função horária do movimento do caminhão A será:

Resolução: SA = S0, A + vA t œ SA = 0 + 74 t œ SA = 74 t
a) A figura nos mostra que o móvel tem uma posição
O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimen-
inicial de 30 m e movimenta-se no sentido contrário da
ta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será de –56
trajetória, logo, a sua velocidade constante é –5 m/s
km/h. A função horária do movimento do caminhão B será:
(movimento retrógrado).
Assim, a função horária do movimento será: SB = S0,B + vBt œ SB = 1300 + (–56)t œ SB = 1300 – 56 t.

30
No ponto de encontro, temos que as posições finais dos
caminhões são iguais, logo:
SA = SB œ 74 t = 1300 – 56 t œ 74 t + 56 t = (m)
1300 œ 130 t = 1300 œ t = ____ 1300 œ t = 10 h 0 100
130
Determine:
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das
duas funções horárias para encontrar a posição final. a) o instante do encontro;
SA = 74 t œ SA = 74(10) œ SA = 740 km b) a posição do encontro.

Os caminhões vão se encontrar na cidade de Garopaba. Resolução:

Alternativa B a) Antes de iniciarmos a resolução, vamos escrever as fun-


ções horárias da posição de cada móvel. Assim:
Galileu Galilei (1564-1642) foi um dos fundadores do pen-
samento científico moderno baseado na experimentação, S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t
fazendo a transição da filosofia natural da antiguidade S1 = 0 + 20 t e S2 = 100 + 15 t
para a ciência moderna. Empregando a matemática às
Encontradas as funções horárias da posição, devemos
suas observações experimentais, Galileu deu importantes
igualar as mesmas para determinar o instante que 1
contribuições ao estudo do movimento uniforme, perce-
encontra 2.
bendo ser impossível distinguir entre dois objetos isolados,
qual está parado ou qual está em movimento, formulou o S1 = S2 œ
princípio da relatividade galineana. 0 + 20 t = 100 + 15 t œ
œ20 t – 15 t = 100 œ
Encontro – o encontro entre móveis significa que os
œ5 t = 100 œ
mesmos passam pela mesma posição na trajetória ao œt = 20 s
mesmo tempo.
Considere 2 móveis (1 e 2) em MRU com funções horárias b) Para encontrarmos a posição do encontro, basta substi-
de posição S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t de modo que tuir o valor do tempo encontrado no item anterior em qual-
eles se encontrem e, se você quiser descobrir o tempo de quer uma das funções horárias. Assim:
encontro é só igualar as duas funções e isolar o tempo. Se S1 = 0 + 20 · 20 œ
desejar encontrar a posição do encontro basta substituir œS1 = 400 m
esse tempo numa das funções. Portanto, a posição do encontro fica a
400 m da origem.

2. Dois veículos movem-se em MRU, um de encontro ao


outro. Suas velocidades escalares têm módulos 22 m/s
e 18 m/s, respectivamente. No instante t = 0 os veículos
ocupam as posições sinalizadas na figura que se segue.

(m)
0 200

Determine:
a) o instante do encontro;
b) a posição do encontro.
Resolução:
A resolução deste exercício é similar ao anterior.
a) Escreva as funções horárias da posição de A e B.
Aplicação do conteúdo SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t

1. Dois móveis, 1 e 2, movem-se com movimento unifor- SA = 0 + 22 t e SB = 200 – 18 t


me e no mesmo sentido num certo trecho retilíneo. Suas
velocidades escalares possuem intensidades respectiva- Nesse exercício a velocidade de B é –18 porque o veículo
mente iguais a 20 m/s e 15 m/s. No tempo inicial zero, os move-se no sentido oposto ao da orientação da trajetória.
móveis encontram-se nas posições indicadas abaixo. Igualando as funções, temos:

31
0 + 22 t = 200 – 18 t œ As velocidades têm a mesma
œ22 t + 18 t = 200 œ
œ40 t = 200 œ
direção e sentidos contrários
œt = 5 s Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó-
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
b) Para determinarmos a posição em que ocorre o encontro,
soma dos módulos das suas velocidades.
basta substituir o valor do tempo em uma das funções. Assim:
SA = 0 + 22 · 5 œ vREL = |vMAIOR| + |vMENOR|
œSA = 110 m
Temos que a posição do encon-
tro é 110 m da origem.
Aplicação do conteúdo
1. Três móveis, A, B e C, encontram-se numa trajetória
retilínea descrevendo movimentos uniformes, de acor-
1.2. Velocidade relativa do com a figura a seguir:
Sejam duas partículas realizando movimentos uniformes, em
relação a um referencial qualquer, em uma mesma trajetória
ou em trajetórias paralelas. A velocidade relativa das duas par-
tículas pode ser calculada escolhendo uma das partículas como
um novo referencial. Como os módulos de suas velocidades Determine:
são constantes em função do tempo, o módulo da velocidade a) a velocidade de A em relação a B;
relativa é dado por: b) a velocidade de B em relação a C;
c) a velocidade de C em relação a A.
DSREL
vREL = ____ Resolução:
Dt
a) O móvel A está na mesma direção e sentido que o corpo
Onde: B, logo a velocidade relativa será:
vREL é a velocidade relativa de um cor-
po em relação a outro; vAB = |vA| – |vB| œ vAB = |5| – |8| œ
Dt é ointervalo de tempo; e œ vAB = –3 m/s.
DSREL é a distância relativa entre os corpos.
Dado que o movimento das partículas é realizado na mes- Temos que o móvel A nunca irá encontrar o móvel B, pois a
ma trajetória ou em trajetórias paralelas, as partículas po- sua velocidade relativa é de afastamento (vAB < 0).
dem se mover no mesmo sentido ou em sentidos opostos, b) O móvel B está na mesma direção porém em um sentido
como ilustrado na figura abaixo. contrário do corpo C, logo a velocidade relativa será:
vBC = |vB| + |vC| œ vBC = |8| + |–4| œ
œ vBC = 8 + 4 œ vBC = 12 m/s.

VA VA Temos que o móvel B irá encontrar o corpo C, pois a sua


velocidade relativa é de aproximação (vBC > 0).
VB VB c) O móvel C está na mesma direção, porém em um sentido
contrário do móvel A, logo, a velocidade relativa será:
vCA = |vC| + |vA| œ vCA =|–4| + |5| œ
œ vCA = 4 + 5 œ vCA = 9 m/s.
Vrelativa = | VB | – | VA | ; VB > VA Vrelativa = | VB | + | VA |
Temos que o móvel C irá encontrar o móvel A, pois a sua
1.2.1. As velocidades têm a mesma velocidade relativa é de aproximação (vCA > 0).
direção e mesmo sentido 2. Duas cidades, A e B, distam entre si 400 km. Da ci-
Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó- dade A parte um móvel P dirigindo-se à cidade B; no
mesmo instante, parte do B outro móvel Q dirigindo-se
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
a A. Os móveis P e Q executam movimentos uniformes
diferença entre os módulos das suas velocidades. e suas velocidades escalares são de 30 km/h e 50 km/h,
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR| respectivamente. A distância da cidade A ao ponto de
encontro dos móveis P e Q, em km, vale:

32
a) 120. A composição de movimento de um barco se movimen-
b) 150. tando em um rio é um problema clássico. Abaixo, está sua
c) 200. descrição, onde:
d) 240.
ƒ vRES é velocidade resultante (velocidade do barco em
e) 250.
relação à margem);
Resolução:
ƒ vREL é velocidade relativa (velocidade do barco em re-
lação à água);
ƒ vARR é velocidade de arrastamento (velocidade da
água em relação à margem).
1. Barco se move no mesmo sentido que as águas do rio
(θ = 0º).
Temos que o móvel P está a favor do movimento e o móvel
Q está contrário. A velocidade de P será +30 km/h e a de Q
será –50 km/h. Como os móveis estão em sentidos opos-
tos, a velocidade relativa entre eles será:
vPQ = |vP| + |vQ| œ vPQ = |30| + |–50| œ
œvPQ = 80 km/h. vRES = vREL + vARR

O intervalo de tempo relativo será:


∆SR 2. Barco se move no sentido oposto que as águas do rio
400 œ ∆t = ___
vPQ = ___ œ 80 = ___ 400 œ
∆t ∆t 80 (θ = 180º).
œ ∆t = 5 h.

Agora, para definir a posição de encontro, basta aplicar o


tempo na função horária de um dos dois móveis.
SA= S0, A + vA t œ SA = 0 + 30(5) œ SA= 150 km vRES = vREL – vARR
Alternativa B
3. Barco atravessa o rio, mantendo a proa perpendicular à
1.3. Composição de movimentos margem (θ = 90º).
O movimento de uma partícula é definido apenas se for
conhecida, ao longo do tempo, a variação da sua posição
e em relação a um determinado referencial. De modo ge-
ral, o referencial não é especificado quando se fala em
velocidade. Nesse caso, adota-se, implicitamente, que o
referencial é a Terra.

v2RES = v2REL + v2ARR


1.3.1. Princípio de Galileu ou princípio
da independência dos movimentos
4. Barco atravessando o rio, sendo que a trajetória resul-
tante é perpendicular à margem.
Em um corpo que está sob ação de vários movimen-
tos simultâneos, cada movimento é realizado como se
os outros não existissem.

Galileu propôs que esses três movimentos ocorrem ao


mesmo tempo: o movimento relativo, o movimento de ar- v2RES = v2REL – v2ARR
rastamento e o movimento resultante.

33
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de
50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta
a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica (no
plano horizontal de voo), a inclinação do avião em rela-
ção à trajetória XY?
A velocidade do barco em relação à correnteza, em km/h,
é de:
a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10.
e) 12.
Resolução:
a) b) o

o
c) d) e) o

Resolução: O tempo é de 30 minutos (0,5 hora) e a distância percor-


rida pelo barco é a largura do rio; logo, a velocidade resul-
O avião segue na direção vertical e, para que isso ocorra,
tante será:
ele deve estar com sua velocidade aplicada para a direita,
∆s œ v
vresultante = __ 4 œv
= ___ = 8 km/h
pois o vento aplica uma velocidade no avião. Segue o ∆t resultante 0,5 resultante

diagrama vetorial:
Aplicando o teorema de Pitágoras nas velocidades, temos:

(vbarco)² = (vcorrenteza)² + (vresultante)² œ (vbarco)² = 62 + 82 œ


(vbarco)2 = 100 œvbarco = 10 km/h

Alternativa D
3. (UFBA) Um pássaro parte em voo retilíneo e horizon-
tal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta,
sem interromper o voo, sobre a mesma trajetória.

50 = 0,2 œ b = 11,5°
senb = ___
250
Alternativa D
2. (PUC) Um barco sai de um ponto P para atravessar um
Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido
rio de 4,0 km de largura. A velocidade da correnteza,
em relação às margens do rio, é de 6,0 km/h. A travessia da árvore para o ninho e que o pássaro mantém, em relação à
é feita segundo a menor distância PQ, como mostra o massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine,
esquema representado a seguir, e dura 30 minutos. em segundos, o tempo gasto na trajetória de ida e volta.

34
Resolução: Resposta: O tempo total será 20 segundos.

Na ida, temos velocidades em mesma direção, porém em


sentidos contrários; logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpassaro| – |vvento| œ vrel = 10 – 5 œ vrel = 5 m/s.

Assim, o tempo de ida será:


vrel = ∆S 75 œ ∆t = ___
___ œ 5 = ___ 75 œ ∆t = 15 s. multimídia: vídeo
∆t1 ∆t1 1 5 1
FONTE: YOUTUBE
Na volta, temos velocidades em mesma direção e sentido;
Aceleração de Super Carros
logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpássaro| + |vvento| œ vrel = 10 + 5 œ vrel = 15 m/s.

Assim, o tempo de volta será:


vrel = ∆S 75 œ ∆t = ___
___ œ 15 = ___ 75 œ ∆t = 5 s.
∆t2 ∆t2 2 15 2

O tempo total será: ∆ttotal = ∆t1 + ∆t2 œ ∆ttotal = 15 + 5


œ ∆ttotal = 20 s.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Como foi visto anteriormente, o movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne
do pensamento físico e filosófico. Trata-se de um fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento
científico. Após o domínio dos conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de tempo e veloci-
dade, partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento. O primeiro e mais
básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante todo o movimento numa trajetória retilínea,
situação essa que é explorada em inúmeras situações-problema em diferentes contextos dentro das ciências natu-
rais: como um automóvel que se desloca com a mesma velocidade numa trajetória retilínea ou o movimento de uma
onda sonora que trafega com velocidade constante.
Desse modo, sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, como compreender fenômenos naturais e enfrentar
situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo cobrado do estudante a capacidade de construir argumentação con-
sistente com a realidade das informações apresentadas e elaborar propostas através do conhecimento obtido.

35
Modelo 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é necessária a
instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no palco. Como a velocidade
com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do que a velocidade com que o sinal elétrico
se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo
cabo ao alto-falante no mesmo instante em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse
problema, um técnico de som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para
o sinal elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680 metros
do palco.

A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:

a) 1,1 × 103 km.


b) 8,9 × 104 km.
c) 1,3 × 105 km.
d) 5,2 × 105 km.
e) 6,0 × 1013 km.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Outro exercício onde há o contraste entre o senso comum e aplicação
D da física. Mesmo sem calcular a resposta, analisando somente as alternativas, já é possível notar que o
comprimento do fio seria quilométrico. Sabendo que as ondas se propagam com velocidade constante, é
possível facilmente calcular o comprimento do fio para que o som chegue no mesmo instante.

O intuito é que o aluno perceba quão absurda seria a ideia proposta.


Primeiramente, deve-se perceber que o intervalo de tempo deverá ser o mesmo, tanto para o sinal via cabo quanto
para o som. Assim sendo, basta igualar as equações:
Lcabo d Lcabo 680 Ÿ L = (2,6 3 108) Ÿ L = 5,2 3 108 m = 5,2 3 105 km.
'tsinal = 'tsom Ÿ ____
v = ____ _________
vsom Ÿ 2,6 3 108 = ____ cabo cabo
sinal 340

Alternativa D

Habilidade
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares, textos publicados
em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos, fenômenos, explicações cientifica-
mente inverídicas. Além disso, não é raro quando o senso comum acaba levando a uma conclusão equivocada.
Nesse contexto, exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpretações baseadas no
senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a interpretação técnico-científica. Problemas
que envolvam referencial, movimento, velocidade relativa são ótimos nesse quesito.

Modelo 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma alti-
tude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca parada perto de sua face. Apanhando-a
rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de um projétil alemão.
PERELMAN, J. APRENDA FÍSICA BRINCANDO. SÃO PAULO: HEMUS, 1970.

O piloto consegue apanhar o projétil, pois:

a) Ele foi disparado em direção ao avião francês, freado pelo ar e parou justamente na frente do piloto.
b) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade visivelmente superior.
c) Ele foi disparado para cima com velocidade constante, no instante em que o avião francês passou.
d) O avião se movia no sentido oposto ao dele, com velocidade de mesmo valor.
e) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade de mesmo valor.

36
Análise expositiva 2 - Habilidade 3: Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso co-
E mum que muitas vezes nos leva a respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um
referencial traz conclusões corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava parado em relação ao
piloto, o estudante compreende que o movimento depende do referencial adotado, pois, se estava parado
em relação ao piloto, estava em movimento em relação ao solo, por exemplo.

Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o projétil se encontra parado
em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a mesma velocidade, com o mesmo módulo, mesma
direção e mesmo sentido.

Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

KM/H
POSIÇÃO
INICIAL MOVIMENTO
FUNÇÃO
VELOCIDADE HORÁRIA
REFERENCIAL CONSTANTE DA POSIÇÃO

POSIÇÃO MOVIMENTOS
INICIAL SIMULTÂNEOS

MOVIMENTO
REFERENCIAL
RELATIVO

37
AULAS GRÁFICOS DO MRU
7E8
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17, 19 e 20

1. GRÁFICO HORÁRIO DO ƒ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a


velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula mo-
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME vimenta-se a favor da trajetória.

O gráfico horário do movimento é o gráfico da função


horária de um movimento em um sistema de coordenadas
cartesianas. No movimento retilíneo uniforme (MRU), S (eixo
das ordenadas) é uma função do 1.º grau em t (eixo das abs-
cissas), e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
Lembre-se de que:
S = S0 + v ∙ t
v z ƒ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a
velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
S0 o posição inicial movimenta-se no sentido contrário da trajetória.
S o posição final
v o velocidade constante e não nula
t o tempo
Como foi visto anteriormente, em MRU existem dois tipos
V<0
de movimento:

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Uma determinada função do primeiro grau pode ser representada por um gráfico, sendo este uma reta. Existem duas possibili-
dades para esse gráfico: crescente (o valor da variável dependente cresce com os valores da variável independente) ou decrescente
(os valores da variável dependente diminuem quando os valores da variável independente crescem). De maneira fácil, relacionamos
a função crescente ao sinal positivo do coeficiente da variável e a função decrescente ao sinal negativo do coeficiente da variável.

38
2. GRÁFICO DA VELOCIDADE DO Pontos
P1
t
t1
S
S1
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME P2 t2 S2

Assim, pela definição de tangente, tem-se:


v = constante
cateto oposto ∆S œ
tgD =________________œ tgD = __
cateto adjacente ∆t
O gráfico da velocidade (eixo das ordenadas) em função do œtgD = v.
tempo (eixo das abscissas) será sempre uma reta paralela
ao eixo t. Portanto, no gráfico S × t, a tangente do ângulo que a
função horária forma com o eixo 0 t é numericamente igual
Como no MRU a velocidade é constante ao longo do tem- à velocidade escalar da partícula. Trata-se de uma grande-
po, a ordenada terá o mesmo valor para todos os pontos za numérica, uma vez que a velocidade é uma grandeza
(instantes de tempo). vetorial dimensional e a tgD é adimensional.
Caso o movimento seja progressivo, a velocidade será po- Outra propriedade é que, quando o gráfico cruza o eixo 0S,
sitiva e estará acima do eixo. Já em um movimento retró- obtém-se a posição inicial (S0).
grado, a velocidade será negativa e estará abaixo do eixo.
Nota: quando o movimento é progressivo (v > 0), o ângulo
Progressivo
D formado será agudo (0º < D < 90º). Já em movimento
retrógrado, o ângulo será obtuso (90º < D < 180º).

v> 0
Exemplo de gráficos horário e de velocidade
para movimento progressivo

Retrógrado

v< 0 Corpo B Corpo A


t(s) S(m) t(s) S(m)
0 0 0 4

3. PROPRIEDADE DO GRÁFICO HORÁRIO 2


5 20
8 2
5
8
14
Observe novamente o gráfico horário do movimento S × t. É possível inferir que a velocidade do corpo B é maior do que a
velocidade do corpo A. Isso pode ser afirmado, pois a tangente
de ângulos agudos aumenta à medida que o ângulo aumenta.
Comprovando o que foi dito anteriormente, tem-se:
∆S SA – S0A
vA =NtgD œ vA = ___A œ vA = ______ œ
∆t tA – t0
14 – 4 œ v = 2 m/s
œ vA = _____
5–0 A

∆S SB – S0B
vB =NtgE œ vB = ___B œ vB = ______ œ
∆t tB – t0
20 – 8 œ v = 4 m/s
œvB = ______
5–2 B

39
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função Corpo A Corpo B
do tempo será: t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6
4 0 1 0
5 -3 2 -6

Podemos inferir que a velocidade do corpo B é maior em


módulo do que a velocidade do corpo A. Isso pode ser afir-
mado, uma vez que a tangente de ângulo obtuso diminui,
em módulo, à medida que o ângulo aumenta.
Exemplo de gráficos horário e de velocidade ∆S SA – S0A
para movimento retrógrado vA =NtgD œ vA = ___A œ vA = ______ œ
∆tA tA – t0A
0 – 12 – 0 œ v = –3 m/s
œ vA = _____
4 A

∆S SB – S0B
vB =NtgE œ vB = ___B œ vB = ______ œ
∆tB tB – t0B
(-6) – 0
œvB = ______ œ vB= –6 m/s
2–1
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função
do tempo será:

VA

VB

VIVENCIANDO

A interpretação de gráficos é fundamental no nosso cotidiano, como em notícias jornalísticas ou em apresentações


empresariais.
De maneira rápida e eficaz, é possível sintetizar inúmeras informações e apresentá-las na forma gráfica. Saber com-
preender gráficos é uma poderosa habilidade para sintetizar o movimento dos corpos. De maneira prática e visual,
todas as informações ficam disponíveis ao leitor.

Aplicação do conteúdo
1. (UFSC) Dois trens partem, em horários diferentes, de
duas cidades situadas nas extremidades de uma ferro-
via, deslocando-se em sentidos contrários. O trem azul
parte da cidade A com destino à cidade B, e o trem ver-
melho da cidade B com destino à cidade A. O gráfico
representa as posições dos dois trens em função do ho-
rário, tendo como origem a cidade A (d = 0).

40
Considerando a situação descrita e as informações do grá- Analisando o gráfico, é correto afirmar:
fico, assinale a(s) proposição(ões) correta(s) e sua soma:
a) É nulo o deslocamento da partícula de 0 a 15 s.
01) O tempo de percurso do trem vermelho é de 18 horas.
b) A velocidade da partícula é negativa entre 0 e 10 se-
02) Os dois trens gastam o mesmo tempo no percurso: gundos.
12 horas.
c) A aceleração da partícula vale 20 m/s2.
04) O módulo da velocidade média dos trens é de 60 km/h.
d) A velocidade da partícula é nula no instante 10 s.
08) O trem azul partiu às 4 horas da cidade A.
e) A velocidade da partícula é constante e vale 20 m/s.
16) A distância entre as duas cidades é de 720 km.
Resolução:
32) Os dois trens se encontram às 11 horas.
Resolução:
01) Incorreto. O trem vermelho parte às 6 horas da cidade
B e chega à cidade A às 18 horas; assim, o intervalo de
tempo será:
∆tvermelho = tf – t0 œ ∆tvermelho = 18 – 6 œ
œ∆tvermelho = 12 h.
02) Correto. O trem azul parte às 4 horas da cidade A e
chega à cidade B às 16 horas, tendo um intervalo de tempo No gráfico de espaço em função do tempo de MRU, temos
igual ao do trem vermelho. sempre uma reta e, quando ela é crescente, a velocidade
será constante e positiva. A velocidade da partícula será:
∆tazul = tf – t0 œ ∆tazul = 16 – 4 œ (200 – 0)
∆S œ v =_______ 200 œ
œ∆tazul = 12 h v = tgx œ v = ___ œ v = ___
∆t (20 – 10) 10
v = 20 m/s.
04) Correto. O módulo da velocidade média dos trens será:
∆S œ |v | = ___
720 œ |v | = 60 km/h. Alternativa E
|vm| = ___
∆t m 12 m

08) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da


cidade azul às 4 horas. 4. PROPRIEDADE DO GRÁFICO V × T
16) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da A representação gráfica das funções horárias nos trazem
origem (0 km) e chega aos 720 km, e o contrário acontece muitas informações para o estudo do movimento de um
com o trem vermelho. corpo. Se considerarmos a função horária das velocidades,
no MRU teremos, graficamente, um retângulo composto
32) Correto. No ponto de encontro, as posições dos trens pelo valor da velocidade e pelo intervalo de tempo conside-
são iguais; assim, tem-se: rado para o estudo. A área sob a curva será numericamente
SA = SV œ S0, A + vA(tf – t0) = S0,V + vV(tf – t0) œ igual ao deslocamento do móvel.
0 + 60(t – 4) = 720 – 60(t – 6) œ Considere um ponto material em movimento retilíneo uni-
œ 60 t – 240 = 720 – 60 t + 360 œ forme, com velocidade v. O espaço percorrido até o instan-
1320 œ t = 11 h te de tempo t1 é S1, e o espaço percorrido até o instante de
œ 120 t = 1320 œ t = ____
120 tempo t2 é S2.
Resposta: A soma das corretas é 62.
Tem-se:
2. (PUC-PR) O gráfico mostra a variação da posição de
uma partícula em função do tempo. S2 = S0 + v(t2 – t0)
S1 = S0 + v(t1 – t0)

Para calcular o deslocamento S2 – S1, subtrai-se a segunda


equação da primeira, obtendo:
S2 – S1 = v t2 – v t1 ou S2 – S1 = v(t2 – t1)
É possível demonstrar que o deslocamento DS = S2 – S1
pode ser representado pela área de um retângulo, definido

41
pelo gráfico da velocidade em função do tempo. Considere
o seguinte gráfico da velocidade do movimento.

Aplicação do conteúdo
O produto da base AB pela altura BC resulta na área do 1. (Fatec) Um objeto se desloca em uma trajetória retilí-
retângulo ABCD. No entanto, a base AB representa o in- nea. O gráfico a seguir descreve as posições do objeto
tervalo de tempo Dt = t2 – t1, e a altura BC do retângulo em função do tempo.
representa a velocidade v.
Assim:
AABCD = AB ∙ BC = v ∙ Dt ?AABCD =N DS = S2 – S1
Admita-se aqui, sem demonstração, que quando o dia-
grama de velocidade não é uma reta paralela ao eixo dos
tempos, o movimento não é uniforme.
Para qualquer movimento, é válida essa propriedade do
gráfico da função horária da velocidade no tempo. Sua
aplicação é geral e, em diversos casos, muito útil. Como é
possível observar nos exemplos abaixo: Analise as seguintes afirmações a respeito desse movimento:
I. Entre t = 0 s e t = 4 s, o objeto executou um movi-
mento retilíneo uniformemente acelerado.
II. Entre t = 4 s e t = 6 s, o objeto se deslocou 50 m.
III. Entre t = 4 s e t = 9 s, o objeto se deslocou com uma
velocidade média de 2 m/s.
Deve-se afirmar que apenas:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) II e III são corretas.

Resolução:

I. Incorreta, pois o objeto se desloca em uma reta indicando um


Nota: É importante lembrar que o deslocamento será pos- movimento retilíneo e uniforme, no qual a aceleração é nula.
itivo quando a área calculada estiver acima do eixo x e será II. Incorreta, pois o objeto entre os instantes t = 4 s e t = 6 s
negativo quando a área estiver abaixo do eixo x. fica todo o tempo na posição de 50 metros.
III. Correta. A velocidade média do objeto entre os instan-
tes 4 s e 9 s será:
(60 – 50)
∆S œ v =_______ 10 œ
vm = __ œ vm = ___
∆t m
(9 – 4) 5
œ vm = 2 m/s.

Alternativa C

42
2. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta a história Resolução:
que melhor se adapta ao gráfico.
a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o homem está em
um MRU progressivo. Assim, a velocidade será calculada
pela tangente do gráfico.
(40 – 0)
∆S œv = ______
v = tgx œ v= __
∆t (10 – 0)
40 œ v = 4 m/s
œ V = ___
10
Resposta: a velocidade será 4 m/s.
b) Como o homem do instante t = 10 s em diante não sai
a) Assim que saí de casa, lembrei que deveria ter
da posição de 40 metros; assim, sua velocidade no instante
enviado um documento para um cliente por e-mail.
Resolvi voltar e cumprir essa tarefa. Aproveitei para
t = 20 s é 0 m/s.
responder a mais algumas mensagens e, quando me 4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em função do
dei conta, já havia passado mais de uma hora. Saí tempo de um objeto que se move em trajetória retilínea.
apressada e tomei um táxi para o escritório.
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado no pon-
to corri para pegá-lo. Infelizmente, o motorista não
me viu e partiu. Após esperar algum tempo no ponto,
resolvi voltar para casa e chamar um táxi. Passado
algum tempo, o táxi me pegou na porta de casa e
deixou-me no escritório.
c) Eu tinha acabado de sair de casa, quando tocou o
celular e parei para atendê-lo. Era meu chefe, dizendo
que eu estava atrasado para uma reunião. Minha sor-
te é que, nesse momento, estava passando um táxi.
Acenei para ele e poucos minutos depois, eu já estava No intervalo entre 0 a 4 h, o objeto percorre efetivamente
no escritório. qual distância, em relação ao ponto inicial?
d) Tinha acabado de sair de casa quando o pneu furou. a) 0 km
Desci do carro, troquei o pneu e finalmente pude ir para
b) 1 km
o trabalho.
c) 2 km
e) Saí de casa sem destino – estava apenas com von-
d) 4 km
tade de andar. Após ter dado umas dez voltas na qua-
dra, cansei e resolvi entrar novamente em casa. e) 8 km

Resolução: Resolução:
Pelo gráfico de posição em função do tempo, é preciso encon- O deslocamento de um objeto em um gráfico de veloci-
trar uma história na qual a pessoa saia de casa rapidamente dade em função do tempo será calculado pela área sob
por uma distância considerável, pare por um tempo, volte, a curva. Áreas acima do eixo do tempo serão positivas, e
pare de novo e vá diretamente ao seu destino sem parar. áreas abaixo do eixo serão negativas.

Alternativa B Entre os instantes t = 1 h e t = 2 h, temos:

3. (UFSCar) O gráfico da figura representa a distância ∆S1 = A1 œ ∆S1 = 1 ∙ 4 œ ∆S1 = 4 km.


percorrida por um homem em função do tempo. Qual é
o valor da velocidade do homem quando: Entre os instantes t = 2 h e t = 3 h temos:

∆S2 = A2 œ∆S2 = 1(–6) œ ∆S2 = –6 km.

Entre os instantes t = 3 h e t = 4 h, temos:

∆S3 = A3 œ ∆S3 = 6 ∙ 1 œ ∆S3 = 6 km.

Assim, o espaço total será:


∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 + ∆S3 œ

a) t = 5 s; œ∆Stotal = 4 + (–6) + 6 œ ∆Stotal = 4 km.


b) t = 20 s. Alternativa D

43
5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) combinam 6. O gráfico abaixo representa a velocidade do veículo
um encontro em uma praça próxima às suas casas. O numa viagem em função do tempo. Determine:
gráfico, a seguir, representa a posição (x) em função do
tempo (t), para cada uma, no intervalo de 0 a 200 s. Con-
sidere que a contagem do tempo se inicia no momento
em que elas saem de casa.

a) o deslocamento do veículo na viagem;


b) a velocidade média do veículo em km/h.

Resolução:
Referindo-se às informações, é correto afirmar que durante
o percurso: a)

a) a distância percorrida por Beatriz é maior do que a per-


corrida por Ana.
b) o módulo da velocidade de Beatriz é cinco vezes menor
do que o de Ana.
c) o módulo da velocidade de Carla é duas vezes maior do
que o de Beatriz.
d) a distância percorrida por Carla é maior do que a percor-
Pelo gráfico, é possível observar que o veículo percorreu as
rida por suas amigas.
primeiras três horas com velocidade constante de 90 km/h
Resolução: e as duas últimas com velocidade de 60 km/h.
A variação de espaço de Ana será: O primeiro deslocamento será numericamente igual à área 1.
∆SA = 500 – 0 œ ∆SA = 500 m. ∆S1 = A1 œ ∆S1 = 90(3 – 0) œ ∆S1 = 90 · 3 œ ∆S1 =
270 km
A variação de espaço de Beatriz será:
O segundo deslocamento será numericamente igual à área
∆SB = 500 – 400 œ ∆SB = 100 m. 2.
A variação de espaço de Carla será: ∆S2 = A2 œ ∆S2 = 60(5 – 3) œ ∆S2 = 60 · 2 œ ∆S2 =
120 km
∆SC = 500 – 450 œ ∆SC = 50 m.
Assim, o deslocamento total será:
A velocidade de Ana será:
∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 œ ∆Stotal = 270 + 120 œ
∆S 500 œ v = 2,5 m/s.
vA = ___A œ vA= ___ œ ∆Stotal = 390 km.
∆t 200 A

Resposta: O deslocamento será de 390 km.


A velocidade de Beatriz será:
b) A velocidade média do veículo será:
∆S 100 œ v = 0,5 m/s. ∆S œ v = ______
390 œ v = ___ 390 œ
vB = ___B œ vB= ___ vm = __
∆t 200 B
∆t m
(5 – 0) m 5
œ vm = 78 km/h.
A velocidade de Carla será:
Resposta: A velocidade média será de 78 km/h.
∆S 50 œ v = 0,25 m/s.
vC = ___C œ vC = ___
∆t 200 C

Alternativa B

44
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A habilidade 17 sempre será recorrente nas ciências da natureza, pois a matemática é a linguagem com a qual o
homem interpreta a Natureza. Para sintetizar uma série de informações, será recorrente a apresentação dos dados
em forma de gráficos ou tabelas. Se, na aula anterior, foi visto que a posição é uma função do tempo, agora é possível
traçar o gráfico que representa o movimento. Isso sintetiza muito a informação e aumenta a capacidade de análise.

Modelo 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos os veículos
trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55 km/h a máxima velocidade
permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permitiu a elaboração da distribuição percentual de
veículos de acordo com sua velocidade aproximada.

A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:

a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.
Análise expositiva 1 - Habilidade 17: Nesse exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velo-
B cidade média na interpretação estatística do gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a velocidade
média dos carros que trafegam na avenida cuja velocidade média é de 55 km/h. Típico exercício do Enem, contextuali-
zado com os problemas sociais, exige interpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média, basta calcular a média ponderada das
velocidades, na qual a quantidade de cada carro corresponde ao peso. Assim, obtém-se:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1
Vm = ________________________________________________________
100
vm = 44 km/h

Alternativa B

45
Habilidade
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de analisar métodos em solucionar problemas. Como diz o
quarto eixo cognitivo: “Relacionar informações representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis
em situações concretas para construir argumentação consistente”. Aqui, essa capacidade pode ser explorada fa-
zendo com que o estudante tenha de confrontar dados gráficos ou tabelas a fim de tomar uma decisão a respeito.

Modelo 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida em km por uma pessoa em certo período de tempo. A escala
de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando
são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
Análise expositiva 2 - Habilidade 19: Nesse exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em
C questão, sendo necessário que ele relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de tempo
para qual a unidade de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estudante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando a 3 km/h ou 4 km/h. Nesse caso, 10 km são percorridos
em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada em 10 minutos, e não
em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, dessa forma, o diagrama é compatível com essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos, sua velocidade deveria ser de 4 km/min = 240 km/h. Fórmula 1 tudo
bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja próximo de 1000 km/h.
Alternativa C

46
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESPAÇO

RELAÇÕES
MATEMÁTICAS
RAPIDEZ VELOCIDADE

DESCRIÇÃO DO
MOVIMENTO

TEMPO

47
CALORIMETRIA: Incidência do tema
nas principais provas

Questões práticas tanto teóricas quanto O tema calorimetria é recorrente na


com manipulação matemática. prova da Fuvest, com manipulação das
equações e cobrança de questões um
pouco mais teóricas.

O tema calorimetria é recorrente na prova da O tema calorimetria é recorrente na prova O tema calorimetria é recorrente na prova da
Unicamp, com maior cobrança em manipula- da Unifesp, com a cobrança de leitura de Unesp, com cobrança de leitura de gráficos,
ção de equações relacioanada com diversos gráficos, manipulação das equações e, manipulação das equações e, eventualmente,
assuntos da calorimetria. eventualmente, questões teóricas. questões teóricas.

O tema calorimetria é cobrado com ques- O tema calorimetria é cobrado com ques- O tema calorimetria é recorrente com a O tema eletrostática é abordado com questões
tões que exigem aplicação e manipulação tões que exigem aplicação e manipulação manipulação de equações e, eventualmente, que exigem interpretrações gráficas e manipu-
das equações. das equações. questões teóricas. lações em equações matemáticas.

UFMG

O tema calorimetria é abordado na prova da O tema calorimetria tem abordagem com O tema calorimetria exige manipulação das
UEL relacionando transmissão de calor com questões que não apenas exigem interpre- equações e, eventualmente, questões teóricas.
manipulação das equações matemáticas. trações gráficas e manipulações de fórmulas
matemáticas, mas também conceitos

O tema calorimetria é recorrente na prova da O tema calorimetria é cobrado na prova da Não há uma cobrança grande no tema
Uerj, com cobrança de interpretação de gráfi- Unigranrio por leitura de gráficos e manipula- calorimetria, porém, eventualmente, apa-
cos (calor por temperatura) e manipulação das ção das equações. recem questões que exigem manipulação
equações matemáticas. matemática.
AULAS CALOR SENSÍVEL
1E2
COMPETÊNCIA: 6 HABILIDADE: 21

1. INTRODUÇÃO intervalo de tempo, o grupo de moléculas possuirá uma


energia cinética média; nessa condição, é possível dizer
Diversos conceitos novos estão relacionados ao estudo que os corpos estarão em mesma temperatura, ou seja, em
da termologia. A noção de equilíbrio, por exemplo, ser- equilíbrio térmico.
ve para as mais diversas áreas do conhecimento humano. A transferência espontânea de energia de um corpo para
Contudo, nessa grande área que envolve as transferências outro, devido à existência de diferença de temperatura en-
de calor, suas causas e consequências, definir adequada- tre eles, recebe o nome de transferência de energia térmica.
mente conceitos tornará a compreensão física dos fenôme- A energia térmica transferida nesse processo é o calor.
nos algo mais sólido e duradouro.
A transferência de calor é cessada quando o equilíbrio
O próprio conceito de temperatura, que está associado às térmico é atingido, ou seja, quando os corpos estão na
energias cinéticas médias das moléculas que compõem o mesma temperatura.
corpo, oferece a exata noção de que o calor é transferi-
do do corpo de maior temperatura para o corpo de menor
temperatura, até que possam atingir juntos aquilo que é Nota:
conceituado como equilíbrio térmico. Por se tratar de um processo, a transferência de ener-
O termo energia cinética das moléculas refere-se à gia térmica, ou seja, calor, só é possível se houver dife-
energia cinética de translação das moléculas. Quando for rença de temperatura entre os corpos. Justamente por
necessário fazer referência à energia cinética de rotação se tratar de um processo, um corpo não pode estar ou
das moléculas, será utilizado diretamente o termo energia possuir calor, mas sim transferi-lo.
de rotação das moléculas. A grandeza termodinâmi-
ca relacionada à energia cinética média de translação das
moléculas é a temperatura.
Dessa forma, quando a temperatura de um corpo aumenta, a
energia cinética de suas partículas também aumenta. Quan-
do a temperatura do corpo diminui, a energia cinética de suas
partículas também diminui. É necessário lembrar que a ener-
gia de um sistema termodinâmico também é composta pela
energia potencial das moléculas, cujo somatório repre-
senta a energia necessária para desagregar as moléculas.
A estrutura física que caracteriza os sólidos indica que as
moléculas que os compõem possuem um nível de agitação,
multimídia: vídeo
ou seja, uma energia cinética média, menor que a organi- FONTE: YOUTUBE
zação de um gás em mesmas condições termodinâmicas. Temperatura: História do termômetro
Assim, são percebidas as transferências de energias para
as partículas mais próximas. A energia térmica em trânsito
é chamada de calor. 2. ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Os gases, por sua vez, possuem moléculas com maior grau A verificação do grau de agitação das partículas que consti-
de energia cinética. As moléculas portadoras de maiores tuem um corpo é realizada de maneira indireta. A tempera-
energias cinéticas realizam colisões com outras molécu- tura de um corpo pode ser estimada pelo equilíbrio térmico
las menos energéticas. Nessas colisões, são percebidas entre dois ou mais corpos. Assim, existem estados termodinâ-
transferências energéticas de tal forma que, depois de um micos que servem como referência para a construção do que

50
se denomina escala termométrica. Todos os corpos possuem
características térmicas; são exatamente essas características Duc ___
___ Du
= F
termossensíveis que permitem a construção de aparelhos de 5 9
medição, como os termômetros de mercúrio.
A definição da escala se fundamenta na escolha adequa- Duc = DT
da de pontos de referência. O ponto de gelo, condição em
que gelo e água se apresentam em equilíbrio térmico em Em 1742, o físico Anders Celsius (1701-1744) propôs a
pressão normal, e o ponto de vapor, condição em que água escala de temperatura que leva o seu nome, mas que ori-
e vapor de água se apresentam em equilíbrio em condi- ginalmente era conhecida como sistema centígrado. Daniel
ções normais de pressão, podem ser escolhidos. Existe uma Gabriel Fahrenheit (1686-1736) foi, além de físico e enge-
equação de conversão entre as escalas termométricas que nheiro, um vendedor de termômetros. Ele criou o termôme-
pode ser utilizada para as mais diversas conversões. Por tro de mercúrio, além, é claro, da escala de temperatura que
exemplo, quando se deseja converter um valor genérico de leva o seu nome e que é ainda muito utilizada em países
temperatura θc, medido em grau Celsius, em seu respectivo anglo-saxões.
valor θf , medido em grau Fahrenheit. Para tanto, compa-
rando a razão entre os segmentos a e b da figura a seguir, Aplicação do conteúdo
essa relação não depende das unidades de medida.
1. O álcool, ou etanol, possui ponto de fusão igual a
Assim:
–114 °C e ponto de ebulição igual a +78,5 °C. É por
isso que, em temperatura ambiente (cerca de 20 °C), o
álcool permanece em estado líquido. Passando para a
escala kelvin, o ponto de fusão e o ponto de ebulição
do etanol são, respectivamente, iguais a:
a) –387 e –194,65.
b) +159 e +351,5.
c) +387,25 e +194,65.
d) –159 e –351,5.
e) +159 e –351,5.
Resolução:

uc – 0 _______
__a = ______ u – 32 uc ______
u – 32 Sabe-se que, para transformar a temperatura de graus Cel-
= f ä ___ = f
b 100 – 0 212 – 32 100 180 sius para kelvin, é preciso somar 273:
TK = θC + 273
Simplificando: uc ______
__ u – 32
= f Assim, basta substituir cada temperatura desejada para o
5 9
ponto de fusão:

Essa é a equação de conversão entre graus Celsius e graus TK = –114 + 273 = 159 K
Fahrenheit. Da mesma forma, é possível utilizar a conver- Para o ponto de ebulição:
são utilizando a unidade kelvin, onde T representa a tem-
peratura em kelvin: TK = 78,5 + 273 = 351,5 K

uc ______
u – 32 ______ Alternativa B
__ = f = T – 273
5 9 5 2. Na escala Fahrenheit, qual é a temperatura que cor-
responde a 40 °C?
Em 1848, William Thomson (1824-1907), conhecido como
a) 313
Lorde Kelvin, estabeleceu a escala absoluta, que leva o seu
b) 4,444
nome. Ele determinou a menor temperatura possível, cujo c) 39,2
valor é 0 K (zero kelvin). d) 2,25
Caso seja necessário converter variações de temperatura, e) 104
pode-se trabalhar com as equações apresentadas anterior- Resolução:
mente e alcançar às seguintes equações de conversão
para a variação de temperaturas: Sabe-se que a relação entre as escalas Fahrenheit e Celsius é:

51
__
5
θ - 32
θC ______
= F
9
3. EFEITOS MACROSCÓPICOS
DA VARIAÇÃO DA ENERGIA
Basta substituir TC = 40 ºC e encontrar o correspondente INTERNA DEVIDO AO CALOR
em Fahrenheit.
θF - 32 As relações de transferências de calor, tanto para o corpo
40 = ______
__
5 que recebe quanto para o corpo que cede, podem eviden-
9
ciar relações de causa e consequência, nas quais é possível
TF = 104 ºF isolar três efeitos:
Alternativa E ƒ variação de temperatura;
3. O verão de 1994 foi particularmente quente nos Esta- ƒ mudança de estado físico; e
dos Unidos da América. A diferença entre a máxima tem-
peratura do verão e a mínima do inverno anterior foi de ƒ dilatação térmica.
60 °C. Qual o valor dessa diferença na escala Fahrenheit?
Para as duas primeiras consequências, serão caracteriza-
a) 108 °F
das as quantidades de calor transferidas para substâncias
b) 60 °F puras: caso um corpo, ao ganhar energia, aumente a en-
c) 140 °F ergia potencial de ligação das moléculas, pode ocorrer a
d) 33 °F desagregação das moléculas e o estado físico pode mu-
e) 92 °F dar. Esse tipo de energia é denominado calor latente.
Resolução: 1. Se houver variação de temperatura: calor sensível;

Primeiramente, é preciso identificar que o exercício não 2. Se houver mudança de estado físico: calor latente.
pede a transformação de uma dada temperatura de uma
escala em outra, mas a transformação de uma variação de
temperatura numa escala em outra. A relação entre as es-
calas Fahrenheit e Celsius é:
∆θC ___
____ ∆θ
= F
5 9
Substituindo o valor fornecido, obtém-se:
∆θF
60 = ___
__
5 9
θF = 108 ºF
Alternativa A
multimídia: sites
www.sensacaotermica.com.br/
pt.khanacademy.org/science/chemistry/
thermodynamics-chemistry/internal-ener-
gy-sal/a/heat
mundoeducacao.bol.uol.com.br/ sica/
equacao-fundamental-calorimetria.htm
educacao.uol.com.br/disciplinas/sica/calori-
metria-o-estudo-dos-fenomenos-detransfe-
rencia-de-calor.htm
multimídia: vídeo pt.khanacademy.org/science/biology/water-
-acids-and-bases/water-as-a-solid-liquid-an-
FONTE: YOUTUBE
dgas/a/specic-heat-heat-of-vaporization-and-
O universo. Temperatura = movimento - ca-
-freezing-of-water
lor = transferência

52
4. DIAGRAMA DE a) Temperatura
25 ºC
AQUECIMENTO DE ÁGUA
Caso seja observado o fornecimento de calor a um bloco Quantidade de calor
0 ºC
de gelo, inicialmente a –20 °C, será possível verificar que:
ƒ Inicialmente a temperatura aumenta até atingir 0 °C
-18 ºC
(ponto de fusão), indicando que a entrada de calor está
aumentando a energia cinética das moléculas.
b) Temperatura
ƒ A partir daí, o gelo permanece com a temperatura cons-
25 ºC
tante, apesar de receber calor, e passa a mudar de estado
físico. Isso ocorre porque as moléculas estão aumentan-
Quantidade de calor
do sua energia potencial, e não a energia cinética. 0 ºC

ƒ Terminada a fusão, tem-se apenas água a 0 °C, que, à


medida que recebe mais calor, aumenta a temperatura -18 ºC

até 100 °C (ponto de ebulição).


c) Temperatura
ƒ Durante a vaporização, a temperatura permanece cons-
25 ºC
tante mais uma vez, apesar do recebimento de calor,
porque as moléculas, à medida que se desagregam,
Quantidade de calor
aumentam a energia potencial, permanecendo a ener- 0 ºC
gia cinética constante.
ƒ Finalmente, após a vaporização completa da água, o va- -18 ºC

por, ao receber mais calor, volta a aumentar a energia


d) Temperatura
cinética de suas moléculas, aumentando a temperatura.
25 ºC

Quantidade de calor
0 ºC

-18 ºC

e) Temperatura
25 ºC

Fusão Quantidade de calor


0 ºC
Recebe Q1 Recebe Q2 Recebe Q3 Recebe Q4 Recebe Q5

Calor Calor Calor Calor Calor


sensível latente sensível latente sensível
Gelo Gelo Água Água Vapor Vapor
-20°C 0°C 0°C 100°C 100°C 120°C -18 ºC

Vaporização (ebulição)
Resolução:
Aplicação do conteúdo
Vale lembrar que existem dois tipos de calor: sensível e la-
1. (PUC) Uma forma de gelo com água a 25 ºC é colo- tente. O calor sensível é aquele fornecido a algum material
cada num freezer de uma geladeira para formar gelo. de forma a variar a sua temperatura. O calor latente, por
O freezer está no nível de congelamento mínimo, cuja sua vez, é o calor fornecido a um material para que ocorra
temperatura corresponde a –18 ºC. a mudança de estado físico. Durante essa etapa de mudan-
As etapas do processo de trocas de calor e de mudança de ça de estado, não há variação de temperatura.
estado da substância água podem ser identificadas num Assim, fica fácil perceber que o gráfico mostrado na alter-
gráfico da temperatura x quantidade de calor cedida. nativa A é a resposta correta.
Qual dos gráficos a seguir mostra, corretamente (sem con- No primeiro momento, a água é resfriada até uma tempe-
siderar a escala), as etapas de mudança de fase da água e ratura de 0 °C. Em seguida, passa pela etapa de solidifica-
de seu resfriamento para uma atmosfera? ção, na qual a temperatura permanece constante. Por fim,

53
o gelo continua a resfriar até atingir o equilíbrio térmico A unidade usual da capacidade térmica é cal/°C; no SI é
com a temperatura do freezer em –18 °C. J/K. Para simplificar, será considerado que a capacidade
Alternativa A térmica dos corpos é constante durante os experimentos.
Contudo, é importante saber que, na prática, a capacidade
térmica pode variar com a temperatura.

Aplicação do conteúdo
1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, veri-
fica-se como consequência uma variação de temperatura
igual a 50 °C. Determine a capacidade térmica desse corpo.

Resolução:

Como, por definição, a capacidade térmica é dada pela ra-


multimídia: vídeo zão entre o calor e a variação de temperatura, segue que:
FONTE: YOUTUBE Q 300 cal cal
C = ___= ______ = 6 ___
Calor específico da água ∆T 50 ºC °C

5.2. Calor específico de


5. O CALOR SENSÍVEL uma substância (c)
No exemplo anterior, foi realizada uma comparação entre
Quando a mesma quantidade de calor é fornecida a um bal-
um balde com água e um copo com água. A diferença bá-
de com água e a um copo com água, é possível verificar que,
sica entre ambos é a quantidade de água.
no balde, ocorre uma pequena variação de temperatura, ao
passo que, no copo, a variação de temperatura é bem maior. É possível argumentar que a capacidade térmica do corpo
de água contido no balde é maior do que a capacidade
Isso acontece porque o balde com água tem maior inércia
térmica do corpo de água contido no copo, uma vez que o
térmica do que o copo com água. Lembramos que inér-
cia mecânica representa a resistência que todos os corpos primeiro apresenta maior massa.
materiais têm à modificação do seu estado de movimento.
Assim, a inércia térmica é a resistência que todos os corpos
materiais têm à modificação de sua temperatura.
Entretanto, por tradição, será utilizado o termo capacida-
de térmica em vez de inércia térmica.

5.1. Capacidade térmica de um corpo (C)


Capacidade térmica é a relação entre a quantidade de
calor recebido ou cedido por um corpo e a correspondente
variação de temperatura Du. No balde, com um número maior de moléculas (uma
vez que há mais massa), a energia é transferida para um
A capacidade térmica representa a quantidade de calor ne-
número maior de moléculas, e, portanto, o acréscimo
cessária para variar a temperatura do corpo em uma unidade.
da energia de uma molécula é menor. Dessa for-
Dessa forma, é possível fazer uma analogia com a mecâni- ma, a evidência do aumento de temperatura se mostra
ca, associando capacidade térmica à inércia térmica, ao menos perceptível.
medir a dificuldade de se variar a temperatura de um corpo.
Ou seja, quanto maior a capacidade térmica de um corpo,
maior a quantidade de calor necessária para aumentar sua
temperatura. Em linguagem matemática:

Q
C = ___ [ Q = C · Du
Du

54
No copo, com um número menor de moléculas (uma ƒ Se um corpo perde calor (saída de calor do corpo), Q terá
vez que a massa é menor), a energia é transferida para valor negativo, e a variação de temperatura será negativa.
um número menor de moléculas, e, portanto, a evidência O nome da unidade caloria vem de uma teoria abando-
do aumento da energia de uma molécula é maior, nada. A teoria calórica propunha a existência do fluido
tornando mais perceptível o aumento da temperatura. calórico que escorria de um corpo para outro, diminuindo
A capacidade térmica é proporcional à massa do corpo. a temperatura do primeiro e aumentando a do segundo.
Entretanto, também depende do material de que é feito o Historicamente, uma caloria é a energia necessária para ele-
corpo. Assim, pode-se relacionar a capacidade térmica, a var de 14,5 °C, para 15,5 °C a temperatura de 1 g de água.
quantidade de água e um fator referente ao material: Desde 1948, por definição, 1 caloria equivale a 4,1868 joules.

C=m·c Aplicação do conteúdo


1. (UFPR) Para aquecer 500 g de certa substância de 20 °C
De acordo com essa expressão, a capacidade térmica (C) é para 70 °C, foram necessárias 4 000 calorias. A capacida-
proporcional à massa (m). de térmica e o calor específico valem, respectivamente:
a) 8 cal/°C e 0,08 cal/g ∙ °C.
O fator c, calor específico sensível, representa a inércia b) 80 cal/°C e 0,16 cal/g ∙ °C.
térmica de uma unidade de massa do material de que é c) 90 cal/°C e 0,09 cal/g ∙ °C.
cal .
feito o corpo. No caso da água, o valor é 1 ___
g°C d) 95 cal/°C e 0,15 cal/g ∙ °C.
Para aquecer 1 g de água a 1 °C é necessário 1 caloria; e) 120 cal/°C e 0,12 cal/g ∙ °C.
para aquecer 1 g de rocha a 1 °C é necessário apenas 0,21
Resolução:
caloria. Dessa forma, é “mais fácil” aquecer 1 g de rocha
do que aquecer 1 g de água. Em primeiro lugar, é preciso identificar os valores fornecidos:
Assim, quando o Sol surge ao amanhecer, a areia da praia Q = 4000 cal
(rocha) se aquece mais do que a água, pois, quanto menor é
o calor específico sensível, maior é a variação de temperatura. 'T= 70 °C – 20 °C = 50 °C

Lembrando que: m = 500 g


Sabe-se que a capacidade térmica é dada pela razão en-
Q = C · Du
tre o calor recebido e a variação de temperatura:

Q 4000 cal cal


É possível escrever a seguinte relação: C = ___= ______ = 80 ___
∆T 50 ºC °C

Q = m · c · Du O calor específico sensível, por sua vez, é dado pela razão


entre a capacidade térmica e a massa:
Seguem algumas observações importantes a respeito da
capacidade térmica e do calor específico sensível: cal
80 ___
C
__
c=m= ºC
_____ cal
= 0,16 ___
ƒ A capacidade térmica de um sistema composto é equi- 500 g gºC
valente à soma das capacidades térmicas individuais
dos componentes do sistema. Alternativa B

ƒ O calor específico de uma substância depende do esta- 2. (Mackenzie) Em uma manhã de céu azul, um banhista
na praia observa que a areia está muito quente e a água
do físico em que ela se encontra.
do mar está muito fria. À noite, esse mesmo banhista ob-
ƒ A capacidade térmica é uma característica de um cor- serva que a areia da praia está fria e a água do mar está
po, enquanto o calor específico sensível é uma caracte- morna. O fenômeno observado deve-se ao fato de que:
rística de uma substância. a) a densidade da água do mar é menor que a da areia.
b) o calor específico da areia é menor que o calor
específico da água.
5.3. Convenção de sinais c) o coeficiente de dilatação térmica da água é maior
De acordo com as equações anteriores, pode-se inferir que: que o coeficiente de dilatação térmica da areia.
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se para
ƒ Se um corpo recebe calor (entrada de calor no corpo), Q terá a água do mar.
valor positivo, e a variação de temperatura será positiva. e) a agitação da água do mar retarda seu resfriamento.

55
Resolução: Afirma-se que um sistema está termicamente isolado quando
as partes do sistema (os corpos) trocam calor apenas entre si,
O calor específico sensível da água é muito maior que o da
mas não com o exterior do sistema. Para conseguir esse cená-
areia. Enquanto que cágua = 1 cal/g°C e o careia = 0,12 cal/
rio, é necessário o uso de um recipiente que isole seu conteúdo
g°C. Isso significa que, para quantidades de massas iguais
termicamente do meio externo. Esse recipiente tem paredes
que receberam a mesma quantidade de calor, a variação
isolantes térmicas, denominadas paredes adiabáticas.
de temperatura é maior no caso da areia. Dito isso, segue
o problema: devido ao calor específico sensível da água ser Utiliza-se um termômetro para monitorar a temperatura
maior, durante o dia a temperatura da água varia menos; do interior. Assim, obtém-se um equipamento que recebe o
dessa forma, a temperatura final da água será menor que nome de calorímetro.
a da areia, que, devido ao menor calor específico sensível, Além do termômetro, são necessários um agitador e um
teve uma maior variação de temperatura, acarretando uma aquecedor caso se deseje interferir mecânica ou termica-
maior temperatura final. Assim, durante o dia, a água está mente no conteúdo no recipiente.
fria, e a areia, quente.
Quando os corpos são colocados no calorímetro, eles tro-
À noite, ocorre o resfriamento tanto da areia quanto da cam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação
água; porém, devido ao menor calor específico sensível, a da energia, todo calor cedido por um dos corpos será ab-
areia sofre uma maior variação de temperatura e, assim, sorvido por outro dentro do calorímetro. Assim, a equação
sua temperatura final será menor que a da água, que, por de transferência de calor para os corpos no interior no ca-
ter o calor específico sensível maior, possui uma menor lorímetro é dada por uma soma das quantidades de calor
variação de temperatura; logo, sua temperatura final será igualada à zero, uma vez que toda a transferência de calor
maior. Dessa forma, fica explicado porque, à noite, a água só ocorre entre os corpos em seu interior.
está morna, enquanto a areia está fria. Termômetro

Alternativa B Agitador Aquecedor

3. Um amolador de facas, ao operar um esmeril, é atin-


Matematicamente:
Matematicamente:
gido por fagulhas incandescentes, mas não se queima.
Isso acontece porque as fagulhas: Q recebido = -Q cedido
Qrecebido = –Qcedido
a) têm calor específico muito grande. Q recebido+Q cedido =0

b) têm temperatura muito baixa.


c) têm capacidade térmica muito pequena.
5 volts
Qrecebido + Qcedido = 0
d) estão em mudança de estado.
e) não transportam energia.
Resolução:
Apesar de as fagulhas possuírem altas temperaturas, devido Aplicação do conteúdo
a sua pequena constituição, possuem pouca massa e, con- 1. Dentro de um calorímetro, cuja capacidade térmica é
sequentemente, uma capacidade térmica muito pequena. desprezível, colocou-se um bloco de chumbo com 4 kg,
Como o calor é proporcional à capacidade térmica, o calor a uma temperatura de 80 °C. O calorímetro contém 8
kg de água a uma temperatura de 30 °C. Considerando
trocado entre o amolador e as fagulhas é muito pequeno.
cchumbo = 0,0306 cal/g.°C e cágua =1 cal/g°C, determine a
Alternativa C temperatura final do sistema.
Resolução:
5.4. Sistema termicamente isolado Para sistemas de trocas de calor, segue que:
Qágua + Qchumbo = 0
mágua cágua 'Tágua + mchumbo cchumbo'Tchumbo = 0
1 cal
8000 g · ____ · (θ – 30 ºC)
gºC
0,0306 cal
+ 4000 g ________ (θ – 80 ºC) = 0
gºC
θ | 30,7 ºC
Assim, a temperatura final do sistema é de aproximada-
mente 30,7 °C.

56
5.5. Calorímetro real Aplicação do conteúdo
Um calorímetro real consegue impedir com eficácia a troca 1. Deseja-se aquecer 1,0 L de água que se encontra ini-
de calor entre os corpos em seu interior e o meio externo. cialmente à temperatura de 10 ºC até atingir 100 ºC sob
No entanto, participará das trocas tendo como referência a pressão normal, em 10 minutos, usando a queima de
própria capacidade térmica. carvão. Sabendo-se que o calor de combustão do car-
vão é 6 000 cal/g e que 80% do calor liberado na sua
Nesses casos, é preciso considerar o calor trocado entre os queima é perdido para o ambiente, a massa mínima de
corpos e o calorímetro. carvão consumida no processo, em gramas, e a potência
média emitida pelo braseiro, em watts, são:
Se o problema fornecer a capacidade térmica do calorí-
a) 15 e 600.
metro, use:
b) 75 e 600.
Qcalorímetro = Ccalorímetro · Du c) 15 e 3000.
d) 75 e 3000.

Certos problemas também podem fornecer o equiva-


lente em água do calorímetro. Equivalente em água Resolução:
corresponde à massa de água, cuja capacidade térmica é
O calor necessário Qnec para aquecer a água será dado pelo
a mesma do calorímetro. Em outras palavras, com o valor calor sensível:
do equivalente em água (E), é possível obter a capacidade
térmica do calorímetro da seguinte forma: Qnec = m ˜c ˜∆T =
1000 g ˜1 cal/g °C ˜(100 – 10) °C = 9 ˜ 104 cal
Ccalorímetro = E · cágua
Como somente 20% do calor fornecido pela combustão
Por exemplo, se o equivalente em água de um calorímetro do carvão Qforn representa o Qnec:
é 25 g, e o calor específico da água é 4 J/g °C, então: Qnec
Qforn = ___ = 4,5 ˜ 105 cal
0,2
Ccalorímetro = E · cágua = 25 · 4 = 100 J/°C
Logo, a massa de carvão será dada pela razão entre a
quantidade total de calor emitida pela combustão e o calor
5.6. Potência de combustão por grama de carvão.
A definição de potência é dada pela razão entre a quanti- 4,5 ˜ 105 cal
m = _________ = 75 g
dade de calor transferido da fonte para o corpo ou de um 6000 cal/g
corpo para outro, pelo intervalo de tempo decorrido nesse Para o cálculo da potência, devemos transformar as unida-
processo. A relação matemática pode ser escrita assim: des para o Sistema Internacional:
Qforn ________________
4,5 ∙ 105 cal ∙ 4 J/cal
Q P = ____ = = 3000 W
P = ___ ∆t 10 min ∙ 60 s/min
Dt
Alternativa D

É comum que se utilize como unidade da potência caloria


por segundo, cal/s. No SI, a unidade da potência é J/s, de-
nominado watt, representado pelo símbolo W.

57
VIVENCIANDO

No dia a dia, é comum as pessoas observarem as tabelas nutricionais que existem nos alimentos. Elas contêm o
equivalente mecânico em calorias e em joules que o alimento fornecerá àquele que o consumir.

POR PORÇÃO
ENERGIA GORDURA SATURADOS AÇUCARES SAL

Principalmente em dias frios, é comum as pessoas dizerem que “o frio não existe”, que ele é apenas uma questão
psicológica. “Quente” ou ‘frio” são comparações realizadas entre a temperatura de um determinado objeto e a nossa
temperatura corporal. O calor, por sua vez, é a energia térmica em trânsito. Por isso, deve-se tomar cuidado com o
vocabulário e diferenciar o termo técnico, presente em um livro, do termo usado informalmente no cotidiano.

58
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da
termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do
conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecno-
lógica e das manifestações artísticas”.

Modelo 1
(ENEM) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água até 70 °C. No
entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30 °C. Por isso, deve-se misturar a água aquecida com a
água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se encontra a 25 °C.

Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à temperatura ideal?
a) 0,111
b) 0,125
c) 0,357
d) 0,428
e) 0,833

Análise expositiva 1 - Habilidade 21: O Enem tem cobrado temas típicos dos principais vestibulares do
B país, entre eles a troca de calor entre dois corpos. Nesse exercício, o estudante precisa dominar os conceitos
básicos de calorimetria e saber utilizar a fórmula.
Q1 + Q2 = 0 Ÿ mQ ∙ c ∙ (30 – 70) + mF ∙ c ∙ (30 – 25) = 0
mQ ___
___ 50
mF = 40 = 0,125
Alternativa B

Modelo 2
(ENEM) As altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos fatores que provo-
cam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o superaquecimento e consequentes danos a
esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas de refrigeração, em que um fluido arrefecedor com pro-
priedades especiais circula pelo interior do motor, absorvendo o calor que, ao passar pelo radiador, é transferido
para a atmosfera.

Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico
b) Alto calor latente de fusão
c) Baixa condutividade térmica
d) Baixa temperatura de ebulição
e) Alto coeficiente de dilatação térmica

59
Análise expositiva 2 - Habilidade 21: Esse é um exercício típico do que é exigido pelo Enem. Nessa ques-
A tão, é necessário que o aluno saiba interpretar o problema e, principalmente, entender a propriedade do
fluido que está relacionada a esse problema.
Da expressão do calor específico sensível: Q = –m ∙ c ∙ DU
O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer sobreaquecimento. Para isso, de acordo com a expressão acima, o fluido deve
ter alto calor específico.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

TERMÔMETRO

TEMPERATURA

ESCALAS VARIAÇÃO DE
TERMOMÉTRICAS TEMPERATURA

• KELVIN (ZERO ABSOLUTO)


• CELSIUS
• FAHRENHEIT CALOR SENSÍVEL

• NÃO ALTERA O
ESTADO FÍSICO
• POTÊNCIA

CALOR
MASSA
ESPECÍFICO

CAPACIDADE
TÉRMICA

60
AULAS MUDANÇAS DE ESTADO
3E4
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 21

1. ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA


Gasoso

Em física básica são três os estados físicos da matéria: sólido,


líquido e gasoso. O estado sólido é aquele onde as molécu-
las estão mais fortemente ligadas e mais próximas, dando

ão

Va

po
im

riz
Co liqu
bl

ão

nd efa


Su
ao corpo uma forma fixa. Já no estado líquido as moléculas

(
en çã

ão
im

sa o)
bl

çã
Su

o
estão relativamente próximas e com uma força de atração Fusão

mediana, o corpo já não possui uma forma fixa; a substância Solidificação

no estado líquido acaba por se adaptar ao formato do reci-


piente que a contém. Por último, no estado gasoso a subs-
tância além de não ter forma fixa, acaba tendo uma grande
variação em sua forma e volume. A força de atração entre as
moléculas é a menor entre os três casos citados.
Observação: em física avançada existem mais outros dois es-
tados da matéria – o plasma e o condensado de Bose-Einstein.
Cada processo de alteração de um estado físico para outro
recebe um nome que o identifica. Ao passar do estado sólido
para o líquido acontece a fusão, do líquido para o gasoso
acontece a vaporização. Já o oposto, passar do gasoso para multimídia: sites
o líquido é chamado de condensação ou liquefação e passar
do estado líquido para o sólido é chamado de solidificação. educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/
Quando ocorre de a substância passar do estado sólido para mudancas-de-estado.html
o gasoso, sem passar para o estado líquido, ou o oposto, www.estudopratico.com.br/mudancas-de-es-
passar do estado gasoso para o sólido é chamado de subli- tado-fisico-da-materia/
mação. Todo processo endotérmico é aquele em que a subs- brasilescola.uol.com.br/quimica/graficos-mu-
tância recebe calor, já no exotérmico ela cede calor. danca-estado-fisico.htm
pt.khanacademy.org/science/chemistry/states-
-of-matter-and-intermolecular-forces

2. CALOR LATENTE DE
MUDANÇA DE FASE
O fornecimento de calor para um corpo pode evidenciar
muitas consequências, uma delas é a mudança de estado
físico, o calor fornecido é utilizado para alterar a organiza-
ção microscópica, ou seja, o estado de agregação das mo-
multimídia: vídeo léculas, modificando apenas o valor da energia potencial,
FONTE: YOUTUBE mas não a energia cinética das moléculas.
IES: Fusão do gelo no ar e na água A fusão dos sólidos de estrutura cristalina e a ebulição dos
líquidos em geral obedecem a três leis básicas:

61
1. Para uma determinada pressão, cada substância possui Diagrama de resfriamento da água
uma temperatura de fusão e outra de ebulição.
2. Para uma mesma substância, as temperaturas de fusão
e de ebulição variam com a pressão.
3. Se, durante a fusão ou a ebulição de uma substância, a
pressão permanecer constante, sua temperatura também
permanecerá constante.
A quantidade de calor Q por unidade de massa m neces-
sária para efetuar a transição de fase de uma substância é
denominada de calor latente L.
Assim, o calor necessário para efetuar a mudança de fase Aplicação do conteúdo
de um corpo é diretamente proporcional à sua massa. 1. Podemos estimar quanto é o dano de uma queima-
Logo, matematicamente: dura por vapor da seguinte maneira: considere que
0,60 g de vapor condense sobre a pele de uma pessoa.
Q = mtransformada · L Suponha que todo o calor latente é absorvido por uma
massa de 5,0 g de pele. Considere que o calor especí-
fico da pele é igual ao da água. Considere o calor la-
tente de vaporização da água como Lv = (1000/3) cal/g.
ƒ Unidades de L:
Calcule o aumento de temperatura da pele devido à
Usual: cal/g absorção do calor, em ºC.
a) 0,60
S.I.: J/kg
b) 20
O sinal de L está relacionado à absorção ou à liberação de c) 40
calor pelo corpo: d) 80
e) 333
L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor. Resolução:

Para a água, na pressão de 1 atm, os valores são: A quantidade de calor trocada pelo vapor para condensar
é igual ao calor sensível responsável por aumentar a tem-
Lfusão 80 cal/g peratura da pele.
Lsolidificação –80 cal/g Qlatente = Qsensível
Lvaporização 540 cal/g
mv ∙ Lv = mp ∙ c . ∆T
Lliquefação –540 cal/g
Isolando a variação de temperatura e substituindo os valo-
Diagrama de aquecimento da água res fornecidos no enunciado:
∆T = [0,6 g ∙ (1000/3) cal/g]/(5 g ∙ 1 cal/g °C)
∆T = 40 °C
Alternativa C
2. A mudança do estado físico de determinada substân-
cia pode ser avaliada em função da variação da tempe-
ratura em relação ao tempo, conforme o gráfico a seguir.
Considere que o composto encontra-se no estado sólido.

Fusão

Recebe Q1 Recebe Q2 Recebe Q3 Recebe Q4 Recebe Q5

Calor Calor Calor Calor Calor


sensível latente sensível latente sensível
Gelo Gelo Água Água Vapor Vapor
-20°C 0°C 0°C 100°C 100°C 120°C

Vaporização (ebulição)

62
No gráfico, encontra-se a substância no estado líquido ƒ Resfriamento da água de 100 °C a 0 °C
nos pontos:
Q3 = m ˜ c ˜ ∆T= 100 ˜1˜ (0 – 100) = –10000 cal
a) I, II e IV.
b) III, IV e V. ƒ Congelamento da água
c) II, III e IV.
Q4 = m ˜ Ls= 100 ˜ (–80) = –8000 cal
d) I, III e V.
A quantidade de calor cedida até essa última etapa é:
Resolução:
Q = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 = –73500 cal
Ao ser submetida ao aquecimento de uma substância pura que
esteja no estado sólido, teremos dois pontos em que a tempera- O restante da quantidade de calor cedida é para resfriar o
tura permanece constante à pressão constante. Primeiramente, gelo até a temperatura:
há o aquecimento do sólido até o momento em que alcançado
Q5 = –75000 – (–73500) = –1500 cal
o ponto de fusão, no qual encontramos duas fases distintas
(sólido e líquido) sem que haja alteração da temperatura (re- Q5 = m ˜ cg ∆T o –1500 = 100 ˜ 0,5 ˜(T– 0) oT = –30 ºC
gião II do gráfico). Ao derreter todo o sólido, resta apenas o Portanto, o gelo (fase sólida) estará à temperatura final de
líquido, que ao absorver mais calor, aumenta sua temperatura
–30 ºC.
até que a pressão de vapor atinja a pressão atmosférica (região
III), neste ponto estamos diante de mais uma mudança de fase Alternativa A
(líquido para vapor) e a temperatura permanece constante até
4. (UFF) Uma bola de ferro e uma bola de madeira, ambas
que todo o líquido vaporize (região IV). No gráfico, temos líqui- com a mesma massa e a mesma temperatura, são retira-
do quando começa a fusão até o término da vaporização, ou das de um forno quente e colocadas sobre blocos de gelo.
seja, corresponde aos pontos II, III e IV.
Alternativa C
3. (G1 – Ifsul) Sendo:

ƒ o calor específico da água líquida igual a 1 cal/g °C;


ƒ o calor específico do gelo igual a 0,5 cal/g °C; Marque a opção que descreve o que acontece a seguir.
a) A bola de metal esfria mais rápido e derrete mais gelo.
ƒ o calor específico do vapor de água igual a 0,5 cal/g °C;
b) A bola de madeira esfria mais rápido e derrete
ƒ o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g; menos gelo.
c) A bola de metal esfria mais rápido e derrete menos gelo.
ƒ o calor latente de solidificação da água igual a –80 cal/g;
d) A bola de metal esfria mais rápido e ambas derretem
ƒ o calor latente de vaporização da água igual a 540 cal/g; e a mesma quantidade de gelo.
e) Ambas levam o mesmo tempo para esfriar e derretem
ƒ o calor latente de condensação do vapor de água igual
a –540 cal/g. a mesma quantidade de gelo.

Usando os dados acima, a fase e a temperatura de Resolução:


100 g de vapor de água, inicialmente a 130 °C quan- As quantidades de calor sensível liberadas por cada uma
do cede 75000 cal serão, respectivamente: das bolas são transferidas para os blocos de gelos.
a) sólida e –30 ºC.
Como o ferro tem maior condutividade térmica que a ma-
b) líquida e 30 ºC.
deira, ele transfere calor mais rapidamente, sofrendo um
c) sólida e –67 ºC.
resfriamento mais rápido.
d) líquida e 67 ºC.
A quantidade de calor sensível de cada esfera é igual, em
Resolução:
módulo, à quantidade de calor latente absorvida por cada
Calculemos a quantidade de calor cedida em cada uma das bloco de gelo.
etapas. O sinal (–) significa calor cedido.
|Qbola|= |Qgelo|
ƒ Resfriamento do vapor de 130 °C a 100 °C
m ∙ c ∙ |∆T| = mgelo ∙ Lgelo
Q1 = m ˜ cv ˜ ∆T = 100 ˜ 0,5 ˜ (100 – 130) = –1500 cal
mgelo = ( m ∙ c ∙ |∆T|) / Lgelo
ƒ Condensação do vapor
Como as massas das bolas são iguais e as variações de
Q2 = m ˜ LC = 100 (–540) = –54000 cal temperatura também, a massa de gelo fundida em cada

63
caso é diretamente proporcional ao calor específico do ma- e sabendo que o valor do kWh é igual a R$ 0,28. Calcule o
terial que constitui a bola. Assim, analisando a expressão, custo aproximado, em reais, devido a esse procedimento.
vemos que funde menor quantidade de gelo a bola de ma- Despreze qualquer tipo de perda e considere que toda
a potência fornecida pelo micro-ondas, supostamente
terial de menor calor específico, no caso, a de metal.
constante, foi inteiramente transferida para a água du-
Alternativa C rante seu funcionamento.
5. (PUC) Um cubo de gelo de massa 100 g e tempera- a) 0,50
tura inicial –10 °C é colocado no interior de um mi- b) 0,40
cro-ondas. Após 5 minutos de funcionamento, resta- c) 0,30
va apenas vapor de água. Considerando que toda a d) 0,20
energia foi totalmente absorvida pela massa de gelo e) 0,10
(desconsidere qualquer tipo de perda) e que o forneci-
mento de energia foi constante, determine a potência Resolução:
utilizada, em W. Q = Q1 + Q2
Pressão local = 1 atm Q = m · c · ∆Tm · L
–1 –1
Calor específico do gelo = 0,5 cal∙g ∙ ºC Q = 1000 · 1 · (100 – 20) + 1000 · 540
–1 –1
Calor específico da água líquida = 1,0 cal ∙ g ∙ ºC Q = 620000 cal = 2604 kJ
–1
Calor latente de fusão da água = 80 cal ∙ g Como 1 kWh = 3,6 ∙ 106 J
Calor de vaporização da água = 540 cal ∙ g–1 Temos que Q = 0,72 kWh, dessa forma o custo C será de:
1 cal = 4,2 J C = 0,28 ∙ 0,72 = R$ 0,20 aproximadamente.
a) 1008
Alternativa D
b) 896
c) 1015
d) 903
e) 1512
Resolução:
A quantidade de calor total é igual ao calor sensível do
gelo de –10 °C até 0 °C, mais o calor latente de fusão do
gelo, mais o calor sensível da água de 0 °C a 100 °C e mais
o calor de vaporização da água.
Equacionando:
Q = Qgelo + Qfusão + Qágua + Qvaporização Ÿ multimídia: vídeo
Ÿ Q = m cgelo ∆Tgelo + m Lfusão + m cágua ∆Tágua + m Lvap Ÿ FONTE: YOUTUBE

Q = 100 (0,5) [0 – (–10)] + 100 (80) + 100 (1) (100 – 0) Calor específico e calor latente de fusão...
+ 100 (540) Ÿ
Q = 500 + 8000 + 10000 + 54000 = 72500 cal 2.1. Sobrefusão ou superfusão
Transformando em joules: Durante o resfriamento de um líquido, eventualmente po-
dem ser atingidas temperaturas abaixo da que corresponde
Q = 72 ∙ 500 (4,2) = 304 ∙ 500 J
à de solidificação da substância, e ainda assim a substância
Calculando a potência: se mantém líquida.
Q 304500
P = ___ = _______ = 1015 W
∆t 300
Alternativa C
6. (PUC) Dona Salina, moradora de uma cidade litorânea
paulista, resolve testar o funcionamento de seu recém-
-adquirido aparelho de micro-ondas. Decide, então, vapo-
rizar totalmente 1 litro de água inicialmente a 20 °C. Para
tanto, o líquido é colocado em uma caneca de vidro, de
pequena espessura, e o aparelho é ligado por minutos. NA SOBREFUSÃO (OU SUPERFUSÃO), UMA SUBSTÂNCIA ENCONTRA-SE NO ESTADO
LÍQUIDO COM TEMPERATURA ABAIXO DA SUA TEMPERATURA DE SOLIDIFICAÇÃO.
Considerando que D. Salina obteve o resultado desejado

64
água é vaporizada (transforma-se em vapor) e misturada
aos outros gases da atmosfera.
A calefação é um processo rápido de vaporização e
ocorre quando o aumento de temperatura é brusco. Esse
processo acontece, por exemplo, ao colocarmos peque-
nas quantidades de água em uma frigideira bem quente.
A vaporização da água, nesse caso, é bastante rápida,
quase instantânea.

Evaporação

O estado de equilíbrio da sobrefusão é metaestável, ou


seja, existe equilíbrio, aparentemente, porém, ocorre a mu-
dança muito lenta do estado físico da substância. A intro-
dução de uma pequena porção sólida ou uma agitação
perturba o fenômeno e provoca uma brusca solidificação,
parcial ou total, do líquido. A temperatura aumenta e atin-
ge o ponto de solidificação. Esse aumento de temperatura
ocorre porque a queda de energia potencial (característica
da solidificação) é compensada pelo aumento da energia
cinética das moléculas.
Vulgarmente, a perda de “calor erroneamente sensível” O processo de evaporação ocorre na superfície livre do líqui-
torna-se perda de calor “latente”. do, onde as moléculas têm diferentes energias: algumas estão
O estado de superaquecimento, isto é, quando a subs- mais agitadas e outras menos. Ao colidirem umas com as ou-
tância atinge temperaturas superiores à temperatura de tras, as partículas mais agitadas perdem parte de sua energia
ebulição sem que ocorra a ebulição, pode ocorrer ao se para as partículas menos agitadas. Desse modo, a energia
aquecer uma substância no forno micro-ondas. Se o aque- cinética das moléculas da superfície aumenta e, então, aca-
cimento é feito por uma chama, existem correntes de con- bam por se libertar da superfície do líquido: evaporam.
vecção no sistema e essas perturbam suficientemente o As moléculas que conseguiram se vaporizar obtiveram ener-
sistema, fervendo a substância quando a temperatura de gia cinética das demais moléculas do líquido. Assim, as molé-
ebulição for atingida. culas restantes no líquido ficam com energia cinética menor,
O superaquecimento também é um estado metaestável. e assim, a temperatura do líquido diminui.
Desse modo, qualquer perturbação no sistema diminui seu Portanto, o processo de evaporação resfria o líquido rema-
estado de energia potencial. nescente.
Os fatores listados a seguir influenciam na velocidade de
2.2. Vaporização evaporação:
A passagem do estado líquido para o estado gasoso de
ƒ Quanto maior a pressão atmosférica, menor será a
uma substância é denominada vaporização, e pode ocorrer
velocidade.
de três modos: ebulição, evaporação e calefação.
ƒ A atmosfera, pressionando a superfície do líquido, difi-
A ebulição é o processo de vaporização que acontece
culta a vaporização.
quando a substância atinge uma determinada temperatu-
ra. Esse processo é turbulento. ƒ Quanto mais o líquido for volátil, maior será a velo-
A evaporação acontece em qualquer temperatura nos cidade.
líquidos, no entanto, especificamente na sua superfície ƒ Como a área livre é maior, mais moléculas estão nes-
livre. A água líquida, por exemplo, quando colocada em sa superfície, o que aumenta a probabilidade de haver
um prato, desaparece após determinado tempo, ou seja, a moléculas “escapando” da superfície do líquido.

65
ƒ Quanto maior for a temperatura do líquido, maior a volume bem definido, sendo, como nos sólidos, difícil
velocidade. comprimi-las.
ƒ As moléculas, com temperatura maior, e, portanto, mais No estado gasoso, as substâncias não têm nem forma
agitadas, têm maior velocidade e, consequentemente, nem volume definido, ou seja, é relativamente fácil com-
maior facilidade de “escapar”. primir um gás.
ƒ Quanto mais úmido estiver o ar (maior a pressão par-
cial do vapor), menor será a velocidade. 3.1. Pressão e estado físico
Com o ar mais úmido, poderá ocorrer de as moléculas de Para determinada pressão, a temperatura dos sólidos é
vapor presentes no ar aderirem à superfície do líquido, con- menor do que dos líquidos, e a temperatura desses, por
densando-se. sua vez, é menor do que a dos gases. Isso ocorre devido
ao aumento da agitação das moléculas (aumento da
mevaporação energia cinética de translação). O movimento é tal que
A · (F – f)
vevaporação = _______ = K_______
pe a interação entre as moléculas impede que se mante-
Dt
nham agregadas.
Por outro lado, o estado de agregação das moléculas
Onde: pode ser modificado alterando-se a pressão que é exer-
cida pela vizinhança (geralmente a atmosfera) sobre a
ƒ K representa a volatilidade do líquido.
substância. Comprimindo uma massa gasosa, por exem-
ƒ A representa área da superfície livre do líquido. plo, é possível aproximar as moléculas o suficiente para
ƒ pe representa a pressão externa a que o líquido está que elas se agreguem, mudando de fase para o estado
submetido. líquido (e até sólido).

ƒ F representa a pressão máxima de vapor (que depende


da temperatura).
ƒ f representa a pressão parcial de vapor na atmosfera
(que caracteriza o grau de umidade).

Vapor
Mais energéticas: evaporação
Moléculas de vapor com pouca energia: voltam ao líquido.
Moléculas com pouca energia permanecem no líquido

3. DIAGRAMA DE FASE
O estado de agregação das moléculas de uma substância é
representado por sua fase ou por seu estado físico.
No estado sólido, as moléculas encontram-se tão agre-
gadas que não têm a possibilidade se de moverem umas
pelas outras.
No estado líquido, existe alguma mobilidade das mo-
léculas, o que faz com que uma substância nesse es-
tado não tenha um forma definida. Entretanto, a inte-
ração é suficiente para que as moléculas ocupem um Líquido

66
VIVENCIANDO

A água é uma substância que tem constantemente seu estado físico alterado e é de suma importância para a manu-
tenção da vida no planeta. O ciclo da água é fundamental para o reabastecimento de água em rios, lagos e nascentes
e influencia o clima em todas as partes do globo.

A água é uma substância que tem constantemente seu estado físico alterado e é de suma importância para a manu-
tenção da vida no planeta. O ciclo da água é fundamental para o reabastecimento de água em rios, lagos e nascentes
e influencia o clima em todas as partes do globo.

3.2. Substâncias mais comuns


O comportamento normal do volume em função
do estado físico está resumido na figura abaixo.
Gasoso

O diagrama de fase é um gráfico que relaciona as fases


da substância com a pressão e temperatura. Cada ponto no
Redução de temperatura
Aumento de pressão
mantendo a temperatura constante

gráfico corresponde a uma combinação de pressão e tem-


mantendo a pressão constante

peratura bem definida, determinando a fase da substância.


As linhas no diagrama de fase dividem as fases e indicam
valores de pressão e temperatura, nas quais diferentes fa-
Líquido
ses podem coexistir.
Para a maioria das substâncias, as linhas de fusão, vaporiza-
ção e sublimação têm inclinação positiva e a temperatura de
Sólido
mudança de estado aumenta com o aumento da pressão.
Observe, a seguir, o diagrama de fases do dióxido de car-
Como observamos na figura anterior, para a maior parte bono:
das substâncias, na passagem do estado gasoso para o
líquido e do líquido para o sólido, ocorre a redução do vo-
lume. Observe, portanto, que é possível fazer essa transição
de fase reduzindo a temperatura ou aumentando a pressão
exercida sobre a substância.
Conclui-se, assim, que o estado físico de uma substância
não é determinado apenas pela temperatura, mas também
pela pressão.

67
Observando o diagrama de fases, é possível concluir que:
ƒ aumentando a pressão, o ponto de fusão aumenta (a
curva de fusão é crescente).
ƒ aumentando a pressão, o ponto de ebulição aumenta
(a curva de ebulição é crescente).

3.3. Comportamento da Observando o diagrama de fases acima, é possível concluir que:


água e do bismuto ƒ aumentando a pressão, o ponto de fusão diminui (a
A água e o bismuto, ao passarem do estado líquido para curva de fusão é decrescente).
o estado sólido, ao contrário das demais substâncias, au-
mentam de volume. ƒ aumentando a pressão, o ponto de ebulição aumenta
Sólido (a curva de ebulição é crescente).

Aplicação do conteúdo
Líquido
1. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.

Gasoso

Esse comportamento da água ocorre porque, ao se soli-


dificar, as ligações entre as moléculas, que são pontes de Uma máquina de café expresso possui duas pequenas cal-
hidrogênio, formam cristais, cuja geometria afasta as molé- deiras mantidas sob uma pressão de 1,0 MPa. Duas resis-
culas. A figura abaixo ilustra a estrutura da água no estado tências elétricas aquecem separadamente a água no inte-
líquido e no estado sólido. rior das caldeiras até as temperaturas TA ºC, na caldeira com
H2O líquida H2O sólida água para o café, e TB ºC, na caldeira destinada a produzir
vapor d’água para aquecer leite. Assuma que a temperatu-
ra do café na xícara, TC ºC, não deve ultrapassar o ponto de
ebulição da água e que não há perdas térmicas, ou seja, TC
= TA. Considerando o diagrama de fases no gráfico acima,
quanto vale, aproximadamente, o menor valor, em kelvins,
da diferença TB – TA?
Dado: 1,0 atm = 0,1 MPa
Observando o diagrama de fases da água, é possível perce- a) 180
ber que a curva de fusão é decrescente. Assim, a tempera- b) 130
tura de fusão diminui com o aumento da pressão. Portanto, c) 80
é possível derreter o gelo em uma temperatura menor caso d) 30
ele esteja em uma pressão maior. e) Zero

68
Resolução:
3.4. Regelo da água
Do enunciado, sabe-se que existem duas caldeiras, com Devido à geometria de seus cristais, O volume da água au-
temperaturas TA e TB e que ambas se encontram à pressão menta quando se solidifica. Desse modo, o aumento de
constante de 1 MPa. Ainda do enunciado, a caldeira A é pressão sobre o gelo (água sólida) “quebra” os cristais,
destinada para a água do café, e a B, para o vapor d’água tornando-a líquida. O efeito contrário, ou seja, a redução
para aquecer o leite. da pressão, pode reverter o processo e provocar o regelo.

© PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK
A temperatura do café na xícara é TC e TC = TA.
Derretendo de
Congelamento baixo do arame
sobre o arame
No processo de fazer o café ou do vapor, quando a caldeira
liberar o líquido contido nelas, a pressão sofrerá uma redu-
ção brusca para o valor de 1 atm (0,1 Mpa).
Com base nisso, é possível concluir que:
Pesos
1. Para que a água na xícara não seja vaporizada na produ-
DO MESMO MODO, UM PATINADOR AO USAR PATINS AUMENTA A PRESSÃO
ção do café, a temperatura TA deve ser de 100 °C, uma vez SOBRE A SUPERFÍCIE DO GELO, TORNANDO O DESLIZAR MAIS FÁCIL.
que, depois da redução de pressão, esta estaria no limite
da vaporização da água na pressão de 1 atm. A figura anterior exemplifica o experimento de Tyndall que
demonstra o derretimento do gelo devido à pressão aplicada
2. Para que o líquido já saia da caldeira B como um gás, TB sobre ele por um arame preso a dois pesos. O regelo da água
= 180 °C, ou seja, a caldeira B terá seu ponto de opera- ocorre acima do arame assim que o arame desce. Dessa ma-
ção de 1 atm e 180 °C em cima da curva de vaporização neira, o arame atravessa o bloco, que permanece inteiro.
do líquido.
Dessa forma, pode concluir-se que a diferença de tempera- Aplicação do conteúdo
tura entre TA e TB é de 80 °C. Como a variação de tempera- 1. (IFSUL) Quando um patinador desliza sobre o gelo, o
tura em graus Celsius é igual à variação de temperatura em seu movimento é facilitado porque, enquanto ele anda,
kelvin, logo a variação em kelvin é também igual a 80 K. o gelo transforma-se em água líquida, o que faz com
que diminua o atrito entre os patins e o gelo.
Alternativa C
2. (IFSUL) A panela de pressão permite que o cozi-
Se o gelo encontra-se a uma temperatura inferior a 0°, por
mento dos alimentos ocorra mais rapidamente que que a água líquida é formada pela passagem do patinador?
em panelas comuns. a) A temperatura do gelo aumenta devido ao movi-
mento relativo entre os patins e o gelo.
Se, depois de iniciada a saída de vapor pela válvula, bai- b) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela
xarmos o fogo para economizar gás, o tempo gasto no lâmina dos patins diminui o ponto de fusão do gelo.
cozimento: c) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela
a) aumenta, pois a temperatura diminui dentro lâmina dos patins aumenta o ponto de fusão do gelo.
da panela. d) A temperatura do gelo não varia devido ao movi-
b) diminui, pois a temperatura aumenta dentro mento relativo entre os patins e o gelo.
da panela. Resolução:
c) aumenta, pois diminui a formação de vapor dentro
da panela. A temperatura de mudança de fase de uma substância
d) não varia, pois a temperatura dentro da panela depende da pressão. Para a água, o aumento de pressão
permanece constante. diminui o ponto de fusão. No caso, o aumento de pressão
Resolução: devido aos patins diminui a temperatura de fusão do gelo,
causando o derretimento.
Durante a mudança de fase de uma substância pura e
cristalina, a temperatura permanece constante e depen- Alternativa B
de somente da pressão. O aumento de pressão aumenta
a temperatura do ponto de ebulição da água. Atingida a 3.5. Estado gasoso e temperatura crítica
ebulição, basta mantê-la que a temperatura não se altera, O estado gasoso pode ser subdividido em dois tipos: vapor
não variando o tempo de cozimento. Em fogo alto a fervura e gás. Toda substância possui uma temperatura denomi-
é mais violenta, mas a temperatura é a mesma. nada temperatura crítica. Acima dessa temperatura, as
Alternativa D moléculas estão tão agitadas que, por maior que seja o

69
aumento da pressão, não é possível forçar as moléculas a
se agregarem, ou seja, não é possível mudar o estado físico
3.6. Sublimação
da substância. A sublimação de uma substância ocorre quando existe a
mudança direta do estado sólido para o estado gasoso.
Abaixo da temperatura crítica, o estado gasoso é denomi- Esse processo ocorre em temperaturas e pressões abaixo
dos valores do ponto triplo. A região no diagrama de fases
em que ocorre sublimação é ilustrada na figura abaixo.

Vapor

Líquido

nado vapor, e, acima dessa temperatura, é denominado gás.


O “gás” de cozinha é, na verdade, “vapor” de cozinha, pois
coexiste com o estado líquido.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Gelo seco com café

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usada nas ciências físicas,
17 químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A Física, a Química e a Biologia têm como finalidade entender e descrever a natureza e seus fenômenos. Uma fer-
ramenta essencial para a Física é a Matemática. Por muito tempo, a Física serviu como fonte de inspiração para a
Matemática. Com ela, foi possível explicar de maneira gráfica os fenômenos e até mesmo quantificá-los.

70
Modelo
(Enem) A Terra é cercada pelo vácuo espacial e, assim, ela só perde energia ao irradiá-la para o espaço. O aquecimen-
to global que se verifica hoje decorre de pequeno desequilíbrio energético, de cerca de 0,3%, entre a energia que a
Terra recebe do Sol e a energia irradiada a cada segundo, algo em torno de 1 W/m2. Isso significa que a Terra acumula,
anualmente, cerca de 1,6 × 1022 J. Considere que a energia necessária para transformar 1 kg de gelo a 0 °C em água
líquida seja igual a 3,2 × 105 J. Se toda a energia acumulada anualmente fosse usada para derreter o gelo nos polos
(a 0 °C), a quantidade de gelo derretida anualmente, em trilhões de toneladas, estaria entre:
a) 20 e 40.
b) 40 e 60.
c) 60 e 80.
d) 80 e 100.
e) 100 e 120.

Análise expositiva 1 - Habilidade 17: O aluno precisa saber interpretar o problema e identificar as informações
B relevantes ao problema. Além disso, é necessário um conhecimento da fórmula de quantidade de calor latente e de
transformação de unidade.
Q = m ∙ L Ÿ 1,6 ∙ 1022 = m ∙ 3,2∙105 Ÿ m = 5 ∙ 1016 kg
m = 50 trilhões de toneladas
Alternativa B

DIAGRAMA DE IDEIAS

CALOR TEMPERATURA
AQUECIMENTO LATENTE CONSTANTE

MUDANÇA DE
DIAGRAMAS
ESTADO

ESTADOS DA
RESFRIAMENTO MATÉRIA

SÓLIDO

LÍQUIDO

PROCESSO PROCESSO GASOSO


EXOTÉRMICO ENDOTÉRMICO

• SOLIDIFICAÇÃO • FUSÃO
• CONDENSAÇÃO • VAPORIZAÇÃO EVAPORAÇÃO
• SUBLIMAÇÃO • SUBLIMAÇÃO EBULIÇÃO
CALEFAÇÃO

71
AULAS TRANSMISSÃO DE CALOR
5E6
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 3 e 21

Foi visto anteriormente que a energia térmica flui espon-


Corpo quente Corpo frio
taneamente das regiões de maior temperatura para as re-
giões de menor temperatura. Agora, serão abordadas as
formas de propagação de calor.

1. CONDUÇÃO TÉRMICA
Experimente fazer brigadeiro utilizando uma colher com-
pletamente de aço inoxidável (sem a proteção de madeira
ou de plástico). Com o tempo, não será possível segurar
a colher devido à temperatura alta que ela terá atingido.
Átomos com Átomos com
O calor é transferido para a colher pela extremidade em maior agitação menor agitação
contato com o brigadeiro e, em seguida, é transferido para
toda a colher. Isso ocorre porque as moléculas do brigadei- Corpos em contato
ro, aquecidas, colidem com as moléculas da extremidade Extremidade Extremidade
menos quente menos fria
da colher que estão em contato com o brigadeiro.
A agitação das moléculas da extremidade é “trans-
Extremidade Extremidade
mitida” às moléculas vizinhas por meio da interação quente Calor fria
(força) que existe entre elas e através das múltiplas
colisões que ocorrem entre os elétrons ligados “mais
fracamente” aos átomos.

Por esse motivo, os materiais que apresentam elétrons externos


(da última camada) ligados mais fracamente aos átomos são
melhores condutores de calor. É o que ocorre com os metais.
A madeira é um bom isolante térmico (ou um péssimo con-
dutor). Por isso, é utilizada para revestir os cabos dos talheres
e das panelas. É interessante observar que a madeira é um
multimídia: sites mau condutor mesmo quando está em alta temperatura (cor
avermelhada). Assim, é comum ver shows de pessoas que
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/ caminham descalças sobre a brasa sem queimar os pés.
propagacao-do-calor.html
www.if.ufrgs.br/~leila/propaga.htm
midia.atp.usp.br/ensino_novo/termodinamica/
ebooks/propagacao_calor.pdf
www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ul-
t305u10688.shtml
www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm

72
Embora a temperatura da madeira seja suficientemente O gelo é utro exemplo de mau condutor. Os esquimós cons-
alta, o pouco tempo de contato faz com que haja pouco troem suas casas de gelo, os iglus, por esse motivo. O gelo,
calor transferido da madeira para o pé, sendo insuficiente por ser mau condutor, permite pouca transferência de calor
para queimá-lo. de seu interior para o exterior do iglu, mesmo estando a tem-
peraturas baixas. Dessa forma, o calor irradiado por uma fo-
gueira ou pelas reações do corpo humano terá um maior in-
tervalo de tempo para a sua absorção, proporcionando uma
temperatura mais agradável do que a temperatura externa.
A maior parte dos líquidos e dos gases são maus conduto-
res de calor. O ar, sendo um péssimo condutor de calor, faz
com que os materiais porosos também sejam maus con-
dutores de calor. Esse é o caso dos cobertores de lã (a lã
possui uma camada de ar entre os pelos) e do isopor.

VIVENCIANDO

No dia a dia, é possível observar inúmeras aplicações práticas de condução, convecção e irradiação. A condução, por
exemplo, está presente na escolha correta de materiais, como em panelas (o metal é um bom condutor), materiais
que sejam isolantes térmicos para a construção de casas em regiões que possuem temperaturas muito baixas, na
escolha de plástico ou madeira para o cabo da panela, nas roupas que utilizamos, em um beduíno que anda pelo
deserto totalmente coberto por roupas de lã (lembrando que a lã é um bom isolante térmico devido aos bolsões de
ar que se formam entre o tecido) ou nas plumagens das aves, que, assim como a lã, retêm bolsões de ar, servindo de
isolante térmico.
A convecção, por sua vez, está presente nas geladeiras ou na escolha correta da posição do ar-condicionado (na parte
superior de uma sala) ou do aquecedor (na parte inferior de uma sala) a fim de otimizar o processo, na brisa marítima
e na terrestre. Infelizmente, também está presente na inversão térmica, que ocorre quando o ar carregado de poluentes
acaba ocupando regiões mais baixas da atmosfera, causando prejuízos à saúde da população de uma cidade.
A irradiação térmica, por exemplo, está presente na construção de estufas para fins agrícolas. A energia solar é co-
letada e transformada em energia elétrica, que pode abastecer casas e eletrodomésticos. Na cozinha, alimentos são
aquecidos em micro-ondas, assados são embrulhados em papel alumínio a fim de conservar o calor, além, é claro, da
presença da garrafa térmica.

Aplicação do conteúdo a)
1. (Cefet) Estudantes de uma escola participaram de
uma gincana e uma das tarefas consistia em resfriar
garrafas de refrigerante. O grupo vencedor foi o que
conseguiu a temperatura mais baixa. Para tal objeti-
vo, as equipes receberam caixas idênticas de isopor b)
sem tampa e iguais quantidades de jornal, gelo em
cubos e garrafas de refrigerante. Baseando-se nas
formas de transferência de calor, indique a monta-
gem que venceu a tarefa.

73
c) frios). A cor branca apresenta maior índice de refletivida-
de de luz, diminuindo a absorção e, consequentemente, o
aquecimento do tecido.
Alternativa C
d)
1.1. Fluxo de calor na condução
térmica (lei de Fourier)
e)

Resolução:

O jornal (papel) é um mau condutor térmico, isto é, um


bom isolante térmico. Assim, para evitar a troca de calor
entre o ambiente externo e o sistema proposto, o ideal é
montar o sistema com o jornal no topo, funcionando como
uma tampa.
Como o ar frio é mais denso do que o ar quente e, con-
sequentemente, ficará concentrado no fundo do isopor, o
gelo deve ficar por cima do refrigerante.
Q
Alternativa E f = ___
Dt
2. (PUC) Ainda nos dias atuais, povos que vivem no
deserto usam roupas de lã branca como parte de seu
vestuário para se protegerem do intenso calor, já que a O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é diretamente
temperatura ambiente pode chegar a 50 ºC durante o proporcional à diferença de temperatura entre os extremos
dia. Para nós, brasileiros, que utilizamos a lã principal- (T1 – T2), à área de secção reta (A), e inversamente propor-
mente no inverno, a atitude dos povos do deserto pode
cional ao comprimento (L).
parecer estranha ou equivocada, contudo ela pode ser
explicada pelo fato de que:
a) a lã é um excelente isolante térmico, impedin- A ∙ (T1 – T2)
do que o calor externo chegue aos corpos das f = k · _________
L
pessoas e a cor branca absorve toda a luz evi-
tando que ela aqueça ainda mais as pessoas.
A constante k é a constante de condutividade térmica, me-
b) a lã é naturalmente quente e, num am-
biente a 50 ºC, ela contribui para resfriar dida em cal · s–1 · m–1 °C–1, e depende do material.
um pouco os corpos das pessoas. Nota: Para uma parede, a lei é igualmente válida. Sendo L
c) a lã é um excelente isolante térmico, impedin- a espessura da parede e A a área da secção transversal da
do que o calor externo chegue aos corpos das parede, o fluxo de calor através da parede é:
pessoas e a cor branca reflete toda a luz, dimi-
nuindo assim o aquecimento da própria lã. k · A ∙ (T1 – T2)
d) a lã é naturalmente quente, e o branco é uma f = ____________
L
“cor fria.” Esses fatos combinados contribuem
para o resfriamento dos corpos daquelas pessoas.
Resolução:
Os brasileiros usam lã, que é um isolante térmico, para
impedir que o calor se propague do corpo (mais quente)
para o meio ambiente (mais frio). No caso dos povos do
deserto, eles usam lã para impedir a passagem do calor do L
meio ambiente (mais quente) para os próprios corpos (mais

74
Nesse sentido, se o objetivo for resfriar por meio do pro-
Aplicação do conteúdo cesso de convecção, o processo deve ser realizado de cima
1. (IFSC) A lei de Fourier, ou lei da condução térmica, para baixo, como é o caso da geladeira. O congelador si-
serve para analisar e quantificar o fluxo de calor atra- tua-se na parte superior para receber o calor oriundo dos
vés de um sólido. Ele relaciona esse fluxo de calor com alimentos através da convecção. O ar em baixa tempera-
o material, com a geometria do corpo em questão e à tura, depois de resfriado pelo congelador, fica mais denso
diferença de temperatura na qual está submetido. e desce para trocar calor com os alimentos. A geladeira é
Para aumentar o fluxo de calor de um corpo, sem alterar o feita de prateleiras vazadas (grades) para não impedir que
material e a diferença de temperatura, deve-se: a convecção ocorra; por esse motivo as prateleiras não de-
a) manter a área da secção transversal e au- vem ser recobertas com panos ou plásticos.
mentar a espessura (comprimento) do corpo. Outra exemplo são os aquecedores, que ficam na parte
b) aumentar a área da secção transversal e
inferior de um ambiente. Devido à convecção, o ar quen-
a espessura (comprimento) do corpo.
c) diminuir a área da secção transversal e
te tende a ocupar regiões mais altas. Assim, o aquecedor
a espessura (comprimento) do corpo. aquece uma camada mais baixa do ar contido numa sala,
d) diminuir a área da secção transversal e au- que adquire uma temperatura maior do que o ar contido
mentar a espessura (comprimento) do corpo. numa camada superior; por convecção esse ar sobe, e o
e) aumentar a área da secção transversal e di- ar que estava acima desce. Como o aquecedor continua
minuir a espessura (comprimento) do corpo. em funcionamento, ele aquece a nova camada inferior de
Resolução: ar, que, por convecção, mais uma vez, tenderá a ocupar
regiões mais altas. Devido a esse processo, todo o ar do
De acordo com a lei de Fourier, o fluxo de calor (f) através
ambiente passa a ter uma temperatura mais elevada.
de um sólido de comprimento L, de secção transversal A,
sendo ∆θ a diferença de temperatura entre suas extremi- Já um aparelho de ar-condicionado é instalado na parte su-
dades, é dado pela expressão: perior de um ambiente, uma vez que seu funcionamento é o
oposto do aquecedor. Ao retirar calor de uma camada supe-
k · A · ∆θ
f = ________
L rior, esta tem sua temperatura diminuída, e, por convecção,
tenderá a ocupar camadas inferiores. Uma nova camada de
Dessa forma, para aumentar o fluxo, é possível aumentar
ar acaba tomando o lugar mais alto da antiga; porém, como
a área da secção transversal, aumentar a diferença de
o ar-condicionado continua em funcionamento, essa nova
temperatura ou diminuir o comprimento.
camada de ar também será resfriada e acabará descendo,
Alternativa E processo que resfriará todo o ar de um ambiente.

2. CONVECÇÃO
Juntamente com a diferença de calor específico entre areia
e água, a convecção também explica o sentido das brisas
O processo de transferência de calor por meio do deslo- nas proximidades da praia:
camento de matéria do fluido de um local para outro é
denominado convecção.
Essa movimentação da matéria é causada pela diferença
Menor pressão
de densidade criada pelo desequilíbrio térmico do sistema.
Em geral, as partes em maior temperatura são menos den- Brisa marítima
sas e tendem a subir, enquanto as partes em menor tem-
peratura são mais densas e tendem a descer. Menor temperatura Maior temperatura

Por causa desse comportamento da convecção, os proces-


sos de aquecimento por condução devem ser realizados
de baixo para cima. É por esse motivo que as panelas são
colocadas sobre o fogo e não abaixo dele.

Quente e menos
densa, a água sobre

Água fria torna-se Brisa terrestre


mais densa e desce

75
Durante o dia, o ar acima da areia está mais quente que o As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com ve-
ar acima da água, pois a areia se encontra em uma tem- locidade de c = 3 · 108 m/s e são classificadas de acordo
peratura mais alta e acaba aquecendo mais o ar que se com suas frequências ou comprimentos de onda.
encontra acima dela. Como o ar quente tende a subir, ele
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de
acaba criando um vácuo que deve ser preenchido, e assim
rádio, as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravi-
o ar que estava acima da água ocupa o seu lugar. Essa
oleta, os raios X e os raios gama também são ondas
ocorrência é chamada de brisa marítima. O oposto ocor-
eletromagnéticas.
re à noite, quando a água está a uma temperatura maior e
consequentemente o ar que está acima dela acaba sendo
aquecido. Mais uma vez, por convecção, o ar quente sobe
criando uma região de vácuo, que é ocupada pelo ar que se
encontrava acima da areia. Essa ocorrência é denominada
brisa terrestre.
Ondas de rádio Ondas infravermelhas Ondas luminosas

Aplicação do conteúdo
Antenas Tvs e rádios Radares Controles Lampâdas Luz solar Máquinas Elementos
remoto de raios - X radioativos

1. (IFSUL) Em certos dias de inverno, é comum aconte-


Ondas de rádio Infravermelho Ultravioleta Raios - X Raios gama
cer o fenômeno físico chamado inversão térmica, que
faz aumentar a concentração de poluentes no ar que
a população respira, causando doenças respiratórias, ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
principalmente, em crianças e idosos.

Isso ocorre porque a:


a) densidade das camadas superiores do ar atmosfé- Aplicação do conteúdo
rico é maior que a densidade das camadas inferiores. 1. (UECE) O uso de fontes alternativas de energia tem
b) temperatura das camadas inferiores do ar atmos- sido bastante difundido. Em 2012, o Brasil deu um im-
férico é igual à temperatura das camadas superiores.
portante passo ao aprovar legislação específica para
c) temperatura das camadas superio-
micro e mini, geração de energia elétrica a partir da
res do ar atmosférico é maior que a tem-
peratura das camadas inferiores. energia solar. Nessa modalidade de geração, a ener-
d) a temperatura das camadas superio- gia obtida a partir de painéis solares fotovoltaicos
res do ar atmosférico é menor que a tem- vem da conversão da energia de fótons em energia
peratura das camadas inferiores. elétrica, sendo esses fótons primariamente oriundos
Resolução: da luz solar. Assim, é correto afirmar que essa energia
é transportada do Sol à Terra por:
A concentração de poluentes no ar aumenta porque a
a) convecção.
temperatura das camadas superiores do ar atmosférico
b) condução.
é maior que a temperatura das camadas inferiores, fator c) indução.
que dificulta o fenômeno da convecção. d) irradiação.
Alternativa C Resolução:
O processo de transmissão de calor através do espaço,
3. IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO por meio de ondas eletromagnéticas, é denominado irra-
diação. Esse é o único processo de transmissão de calor
A condução ocorre preferencialmente em sólidos, e a con-
que ocorre no vácuo, ou seja, em que não há necessidade
vecção só pode ocorrer em fluidos (líquidos ou gases). As-
de um meio material.
sim, como a energia térmica do Sol chega à Terra?
Alternativa D
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra por
meio de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é de-
nominada radiação. Essa transferência é possível por- 3.1. Emissão de radiação
que os campos elétricos e magnéticos podem existir em Por meio de experimentos, foi constatado que todas as
regiões onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia substâncias, a qualquer temperatura acima do zero abso-
radiante pode se propagar sem a necessidade de um luto, emitem radiação, e que a frequência de ondas mais
meio material. emitidas é proporcional à temperatura absoluta T:

76
No fogão elétrico:

Baixa temperatura

Média

Alta temperatura

A superfície do Sol, por estar a altas temperaturas (compa-


radas às da superfície terrestre), emite ondas em alta fre-
quência, grande parte na faixa do espectro visível. Por ou-
tro lado, o planeta Terra está a temperaturas bem menores,
de modo que a energia radiante emitida está a frequências
mais baixas do que a luz visível. Trata-se de radiações in-
fravermelhas.
As radiações infravermelhas, quando atingem nossa pele, Aplicação do conteúdo
causam-nos a sensação de calor. Assim, recebem o nome
de radiação térmica. 1. (Unicamp) Um isolamento térmico eficiente é um
constante desafio a ser superado para que o homem
possa viver em condições extremas de temperatura.
3.2. Absorção de radiação Para isso, o entendimento completo dos mecanismos
de troca de calor é imprescindível.
Todo bom emissor de radiação também é um bom absor-
vedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras emi- Em cada uma das situações descritas a seguir, você deve
tem e absorvem mais rapidamente a radiação. reconhecer o processo de troca de calor envolvido.
Dessa forma, os corpos escuros, quando expostos ao sol, I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades
aquecem-se mais rapidamente, e, quando anoitece, res- vazadas, para facilitar fluxo de energia térmica até o con-
friam-se também mais rapidamente. gelador por __________.
O comportamento oposto ocorre com os objetos de super- II. O único processo de troca de calor que pode ocorrer no
fícies claras. vácuo é por __________.
Superfícies espelhadas praticamente não absorvem a ener- III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo entre as pa-
gia que as atinge, refletindo a maior parte dela. redes duplas de vidro para evitar que o calor saia ou entre
A regra seguinte é válida para todos os corpos: a tempera- por __________.
tura aumenta quando o corpo está absorvendo mais radia- Na ordem, os processos de troca de calor utilizados para
ção do que está emitindo; e a temperatura diminui quando preencher as lacunas corretamente são:
o corpo emite mais radiação do que absorve. a) condução, convecção e radiação.
b) condução, radiação e convecção.
Convecção
c) convecção, condução e radiação.
d) convecção, radiação e condução.

Resolução:

I. Convecção. Nas antigas geladeiras, as prateleiras são


grades vazadas para que o ar frio (mais denso) desça, en-
Fonte Condução
de calor quanto o ar quente (menos denso) sobe. Nas modernas
geladeiras, existe o dispositivo que injeta ar frio em cada
Irradiação compartimento, não mais necessitando de grades vazadas.

77
II. Radiação. Esse processo se dá através da propagação Resolução:
de ondas eletromagnéticas, não havendo movimento de
massa, ocorrendo, portanto, também no vácuo. I. Incorreta. Ondas eletromagnéticas quando absorvidas
transformam-se em energia térmica.
III. Condução. Na verdade, condução e convecção são os
processos que movimentam massa. II. Correta. Correntes convectivas formam-se em fluidos,
quando há diferenças de temperaturas causando movi-
Alternativa D mento de massas por diferenças de densidades.
2. (UTF-PR) A garrafa térmica tem como função manter seu III. Incorreta. A condução dá-se molécula a molécula, não
conteúdo em temperatura praticamente constante durante ocorrendo, portanto, no vácuo.
um longo intervalo de tempo. É constituída por uma am-
pola de vidro cujas superfícies interna e externa são espe- Alternativa B
lhadas para impedir a propagação do calor por ________.
As paredes de vidro são más condutoras de calor evitan-
do-se a ________ térmica. O vácuo entre as paredes da
4. EFEITO ESTUFA
ampola dificulta a propagação do calor por _________ e A energia irradiada pelo Sol é absorvida pelo planeta Terra
e por sua atmosfera. Essa energia é composta por ondas de
__________.
frequências altas (luz visível, ultravioleta) por causa de sua
Marque a alternativa que completa o texto corretamente: temperatura alta. A atmosfera é transparente em relação
a) reflexão – transmissão – condução – irradiação
à maior parte dessa radiação, principalmente à luz visível,
b) condução – irradiação – irradiação – convecção
que atinge a superfície do planeta e é por ela absorvida.
c) irradiação – condução – convecção – condução O Sol emite ondas curtas, enquanto a Terra, em baixa tempera-
d) convecção – convecção – condução – irradiação tura, emite ondas longas, a radiação terrestre. O vapor d’água,
e) reflexão – irradiação – convecção – condução o dióxido de carbono, e outros “gases estufa” presentes na
Resolução: atmosfera refletem e/ou absorvem as ondas longas que, de
outra forma, seriam irradiadas da Terra para o espaço exterior.
As paredes espelhadas refletem ondas eletromagnéticas
A superfície da Terra “reirradia” essas ondas, em frequências
evitando propagação por radiação; as paredes são más
infravermelhas, por estar em uma temperatura menor. Para
condutoras de calor para evitar a propagação por condu-
esse tipo de radiação, a atmosfera é opaca, ou seja, os gases
ção e, finalmente, o vácuo entre as paredes impede a pro-
atmosféricos absorvem e reemitem essas radiações de volta
pagação por convecção e condução. para a Terra, mantendo a superfície do planeta aquecida.
Alternativa C Esse fato é benéfico! Caso não fosse o efeito estufa, a tem-
peratura média da superfície da Terra seria algo em torno
3. (UFSM) As plantas e os animais que vivem num ecos-
sistema dependem uns dos outros, do solo, da água e de –18 ºC.
das trocas de energia para sobreviverem. Um processo Entretanto, os gases como o dióxido de carbono (emitido na
importante de troca de energia é chamado de calor.
combustão) intensificam esse efeito, causando um problema
ambiental, aumentando demasiadamente as temperaturas
Analise, então, as afirmativas:
da superfície terrestre e ocasionando o aquecimento global.
I. Ondas eletromagnéticas na região do infravermelho são
O efeito tem esse nome por ser semelhante ao que ocorre
chamadas de calor por radiação.
nas estufas de flores, que usam vidros como cobertura. O vi-
II. Ocorre calor por convecção, quando se estabele- dro é transparente à luz visível, mas opaco às ondas de calor.
cem, num fluido, correntes causadas por diferenças Além disso, impede a subida do ar quente por convecção,
de temperatura. mantendo a temperatura interna acima do convencional.
III. Calor por condução pode ocorrer em sólidos, líquidos, Radiação com comprimento
de ondas curtas vindas do Sol
gases e, também, no vácuo. transmitida através do vidro

Está(ão) correta(s):
a) apenas I. A energia irradiada com
comprimento de onda
b) apenas II. longa não é transmitida
através do vidro e fica
presa no interior
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.

78
Os gases de estufa dióxido de carbono (CO2), metano O metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido
(CH4) e óxido nitroso (N2O), CFC (CFxCøx) absorvem parte de carbono, é um dos piores gases. Esse gás é produzi-
da radiação infravermelha emitida pela superfície da Ter- do pela flatulência dos ovinos e bovinos. A pecuária
ra e irradiam novamente parte da energia absorvida para a representa 16% da poluição mundial. Um remédio está
superfície do planeta. A superfície recebe maior quantidade sendo desenvolvido para tentar resolver esse problema.
de energia da atmosfera do que a energia que recebe do Sol. Por exemplo, na Nova Zelândia, pensou-se em adotar a
A superfície fica, então, com a temperatura cerca de 30 ºC cobrança de taxas para compensar o efeito dos gases emi-
mais quente do que estaria sem a presença dos gases estufa. tidos pelas vacas.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A propagação de calor está intimamente relacionada com o clima e suas mudanças. O clima é influenciado pela
latitude, pela longitude, pelo relevo, pela maritimidade e pelas massas de ar. Todos esses fatores sofrem ação direta
da radiação solar ou da convecção térmica. A movimentação das massas atmosféricas e dos oceanos, que ocorre
através da convecção, comanda principalmente o clima no globo; relevo, latitude e longitude influenciam pela quan-
tidade de radiação solar recebida em cada região.
A vegetação também tem um importante papel na determinação do clima em cada localidade. Contudo, a urbani-
zação e outras ações do homem vêm ganhando cada vez mais força. A comunidade científica internacional admite
que a principal causa do aquecimento global observado, evidenciado no aumento da temperatura nas últimas
décadas, deve-se à influência humana. Os gases de efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido
nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFC) e também o vapor de água contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3
graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
Uma consequência direta da urbanização no clima das grandes cidades é a inversão térmica que ocorre em
grandes centros urbanos industrializados, quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada de
ar quente e menos densa; como nessas localidades as camadas mais baixas de ar estão repletas de gases poluentes,
oriundos de carros e indústrias, a dispersão desses gases é prejudicada, o que agrava problemas respiratórios.

da mais a transferência de calor. Por essa razão, a transfe-


4.1. Garrafa térmica rência de calor desse material é bem pequena.
O vácuo, no entanto, é o isolante mais poderoso. O
vácuo é a ausência de átomos, sendo que, em um vá-
TAMPA
cuo perfeito, não haveria nenhum átomo. Entretanto, é
impossível criar um vácuo perfeito. No entanto, pode-se
INVÓLUCRO EXTERNO atingir um estado bem próximo da perfeição. A condu-
PAREDES ção e a convecção são eliminados completamente sem
ESPELHADAS
a presença dos átomos.
Em uma garrafa térmica, o elemento principal é a ampola
de vidro de parede dupla, que tem um espaço evacuado
VÁCUO
entre as paredes. Essa ampola é frágil, e é, em geral, pro-
Uma garrafa térmica pode ser feita utilizando uma jarra tegida por um invólucro externo de plástico ou metal. Na
envolvida por um material isolante, como o isopor (polies- maioria das garrafas, essa ampola pode ser desatarraxada
tireno). Por ser um mau condutor de calor, o plástico da e removida
espuma dificulta a transferência de calor. Além disso, o ar É comum que o vidro da ampola seja prateado. Assim, por
aprisionado nas cavidades da espuma reduz a convecção, atuar como um espelho, reduz a radiação infravermelha.
e, por ser também um condutor ruim de calor, diminui ain-

79
Essa combinação do vácuo e do prateamento reduz signi-
ficativamente a transferência de calor por convecção, con-
dução e radiação.
No entanto, mesmo na garrafa térmica os líquidos quentes
se resfriam. Por quê? A resposta é simples: não existem
isolantes perfeitos. Através da tampa, por exemplo, existe
perda de calor, mesmo que seja feita de um bom isolante
térmico. Também ocorre perda de calor devido à condução
de calor da ampola ao revestimento externo, onde ambos multimídia: livros
se encontram. Embora esfrie, o líquido quente colocado
dentro da garrafa se resfria muito lentamente. Aquecimento Global - Frias
Existe alguma diferença se o líquido colocado na garrafa contendas científicas
está quente ou frio? Apresenta um ensaio relacionando o aque-
Não. A garrafa apenas impede a transferência de calor cimento global à ação humana, conforme
através das paredes, evitando que a temperatura do líquido constatações feitas pelo IPCC – Intergo-
no interior se altere. vernamental Panel on Climate Change; um
MARSHALL BRAIN. HOWSTUFFWORKS – COMO FUNCIONAM AS GARRAFAS TÉRMICAS.
segundo texto associando o aquecimento
PUBLICADO EM: 01 ABR. 2000 (ATUALIZADO EM: 25 ABR. 2007). global a um ciclo geológico do planeta
DISPONÍVEL EM: <WWW.CASA.HSW.UOL.COM.BR/GARRAFAS-
TERMICAS2.HTM>. ACESSO EM: 08 AGO. 2010. ADAPTADO.
(opinião defendida pelos cientistas chama-
dos ‘céticos’); e, por fim, um terceiro ensaio
que procura conciliar argumentos das duas
linhas de pensamento.

multimídia: livros
Emissão de gases de efeito estufa
Este livro apresenta estimativas de emissão de multimídia: letra e música
gases de efeito estufa (CH4, CO, N2O e NOX)
FONTE: YOUTUBE
originados da queima de resíduos agrícolas no
Brasil, compreendendo as culturas de cana-de- Aquecimento Global - Mercado Negro
-açucar e de algodão. Essas estimativas inte-
gram o inventário de emissão de gases pro-
venientes de atividades humanas, como parte
do acordo celebrado por países membros da
Convenção Quadro de Mudanças Globais, ini-
ciada durante a Eco 92, no Rio de Janeiro.

80
HABILIDADES ENEM

Habilidades
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

O senso comum costuma transformar palavras e termos de um assunto como tendo o mesmo significado até mesmo
para tentar simplificá-las. O problema é que geralmente esses termos científicos possuem significados bem diferen-
tes, e a utilização equivocada deles dificulta o entendimento do contexto científico.

Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano, como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica
e das manifestações artísticas”.

Modelo
(Enem) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante, são mantidas
em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrigerador com as mãos desprote-
gidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É correto afirmar que:
a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata.
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o alumínio.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade térmica, e a sensação deve-se à dife-
rença nos calores específicos.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica do alumínio
ser maior que a do vidro.
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica do vidro ser
maior que a do alumínio.

Análise expositiva - Habilidades 3 e 21: Esta é uma questão que exige do aluno saber diferenciar conceitos que
D se misturam no cotidiano. É preciso que o candidato saiba diferenciar temperatura de sensação térmica e saiba qual
propriedade física é responsável pela situação apresentada na questão.
A condutividade térmica do alumínio é maior que a do vidro. Assim, o calor será transferido mais rapidamente pelo alumínio.
Alternativa D

81
AULAS EXPANSÃO TÉRMICA DE
7E8 SÓLIDOS E LÍQUIDOS
COMPETÊNCIA: 6 HABILIDADE: 21

A temperatura de um corpo está diretamente relacionada


à energia cinética das moléculas, isto é, com a agitação das 'L = DL0 ˜ 'T
moléculas que formam o corpo. O aumento da agitação
molecular causa o aumento de temperatura do corpo. em que a é uma constante de proporcionalidade chamada
de coeficiente de dilatação linear cujo valor é depen-
Em geral, esse processo provoca um aumento na distância
dente do material.
média entre as moléculas, o que faz com que o corpo sofra
uma expansão (ou dilatação). Da equação apresentada anteriormente, isolando o coefi-
ciente de dilatação linear, obtemos:
O efeito oposto também ocorre, ou seja, a diminuição da
agitação das moléculas é acompanhada por uma redução de D = 'L 1
___ ˜ ___
L0 'T
temperatura e diminuição de volume (contração) do corpo.
Como 'L e L0 têm a mesma unidade, concluímos que:
Nosso estudo estará limitado ao comportamento dos só-
lidos isotrópicos, isto é, sólidos cujas propriedades físicas 1
unidade de D = ___________ = (unidade de 'T)–1
unidade de 'T
não dependem de uma direção privilegiada.
Em geral, adotamos o ºC–1 como unidade de a, mas pode-
1. DILATAÇÃO LINEAR DOS SÓLIDOS ria ser K–1 ou ºF–1.

Inicialmente, vamos estudar a expansão térmica (dilatação) Substituindo 'L por L – L0, obtemos a seguinte equação
dos corpos. A dilatação linear de um corpo é a variação de do comprimento final do corpo após a variação de tem-
seu comprimento em apenas uma direção. Por exemplo, a peratura:
variação do comprimento dos trilhos do trem, a dilatação L – L0 = D ˜ L0 ˜ 'T Ÿ L = L0 + D ˜ L0 ˜ 'T Ÿ
do raio de uma esfera, variações no comprimento de fios
metálicos, ou da aresta de um cubo. Esses casos são estu- L = L0(1 + D ˜ 'T)
dados através da análise da dilatação linear dos corpos.
Na figura abaixo, uma barra tem comprimento inicial L0
A figura abaixo mostra o efeito da dilatação nos trilhos. De-
e temperatura inicial u0. Após o aumento de temperatura,
vido ao aumento em seu comprimento, os trilhos acabaram
seu comprimento passa a ser L a sua temperatura u.
por se curvar.
Chamando a variação de comprimento DL e a variação de
temperatura DT:

'L = L – L0
'T = T – T0
Observação: chamamos de dilatação relativa a por-
A experiência mostra que a variação de comprimento DL e centagem da dilatação comparada ao tamanho inicial do
a variação de temperatura 'T são relacionadas por: objeto. Isto é:

82
DL
dilatação relativa = ___
L0
Observe que:
DL = α ∙ Dθ
___
L0
A tabela a seguir apresenta alguns materiais e seus res-
pectivos coeficiente de dilatação linear α. Perceba que di- 0

ferentes materiais possuem coeficiente de dilatação bem


Como L em função de θ é uma função do primeiro grau,
discrepantes, por exemplo o chumbo αchumbo = 27 ∙ 10–6
temos uma reta com uma certa inclinação, em relação à
°C–1 e a porcelana αporcelanaa= 3 ∙ 10 – 6 °C–1, quase dez
horizontal formando um ângulo v. Temos que:
vezes maior. A escolha do material em situações em que
ocorram variações de temperatura é essencial na constru- DL = aL
tg v = ___
ção civil, por exemplo. Du 0

Material Coeficiente de dilatação linear em °C–1 Aplicação do conteúdo


Chumbo 27 ∙ 10–6 1.
–6
Zinco 26 ∙ 10
Alumínio 22 ∙ 10–6
Prata 19 ∙ 10–6
Ouro 15 ∙ 10–6
Uma barra de aço tem comprimento de 5,000 m a 10
Concreto 12 ∙ 10–6
ºC. Qual será o comprimento da barra se ela for aquecida
Vidro comum 9 ∙ 10–6 até atingir a temperatura de 60 ºC, sabendo-se que o co-
Granito 8 ∙ 10–6 eficiente de dilatação linear do aço é D = 12 · 10–6 °C–1?
Vidro pirex 13,2 ∙ 10–6 Resolução:
–6
Porcelana 3 ∙ 10
As temperaturas inicial e final da barra são T = 10 °C e
T = 60 °C, respectivamente. Assim, a variação de tempe-
ratura é:
'T = T – T0 Ÿ 60 °C – 10 °C = 50 °C

Sendo o comprimento inicial L0 = 5,000 m, calculamos a


variação de comprimento:
'L = DL0 ˜ 'T Ÿ (12 ∙ 10–6) ∙ (5,000) ∙ (50) Ÿ
Ÿ 3,0 ∙ 10–3
'L = 3,0 ∙ 10–3 m = 0,003 m = 3 mm

Portanto, o comprimento final é igual a:


multimídia: vídeo L = L0 + 'L Ÿ
Ÿ 5,000 m + 0,003 m = 5,003 m Ÿ
FONTE: YOUTUBE
Dilatação Superficial (Dilatação Térmica) Ÿ L = 5,003 m

2. (Cesgranrio) O comprimento ℓ de uma barra de latão va-


ria, em função da temperatura é, segundo o gráfico a seguir.
1.1. Gráfico da dilatação linear
Observe a equação deduzida anteriormente, L = L0[1+ α ∙ (θ – θ0)],
podemos representar graficamente o comprimento final L
em função da temperatura θ, isto é, uma função de L = L(θ).

L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]

83
Assim, o coeficiente de dilatação linear do latão, no inter-
valo de 0 °C a 100 °C, vale:
1.2. Lâmina bimetálica
INVAR
a) 2,0 ∙ 10–5 °C–1.
b) 5,0 ∙ 10–5 °C–1. ALUMÍNIO

c) 1,0 ∙ 10–4 °C–1.  = 0 ºC  < 0 ºC  > 0 ºC

d) 2,0 ∙ 10–4 °C–1. invar (Ni + Fe)  INVAR = 1,5 .10– 6 ºC– 1

e) 5,0 ∙ 10–4 °C–1. alumínio  ALUMÍNIO = 22 .10– 6 ºC– 1

Resolução: A lâmina bimetálica é um dispositivo em que duas lâmi-


nas de materiais diferentes são soldadas e unidas forte-
Para sabermos qual é o coeficiente, devemos utilizar a fór-
mente e são utilizadas, por exemplo, como chaveamento
mula da dilatação linear:
elétrico (abertura e fechamento de circuitos elétricos), pois,
DL = DL0 ˜ 'T quando atravessadas por uma corrente elétrica, têm sua
temperatura aumentada, sofrendo assim, o conjunto, uma
Retirando do gráfico, temos: dilatação térmica. Como são constituídas de materiais di-
ferentes, dilatam diferentemente, forçando uma curva na
50,1 – 50,0 = α ∙ 50,0 ∙ 100 direção daquela que tem menor coeficiente de dilatação,
desligando assim o chaveamento, interrompendo a pas-
0,1 sagem da corrente elétrica. Contudo, se diminuirmos a
α = _____3 = 2 ∙ 10–5 °C–1
5 ∙ 10 temperatura, o conjunto também se curvará na direção do
Alternativa A material que possuir o maior coeficiente de dilatação linear.
Este equipamento é muito usado em ferros de passar rou-
3. (ITA) Você é convidado a projetar uma ponte metáli- pa, torradeiras elétricas, estufas elétricas, termostatos e etc.
ca, cujo comprimento será de 2,0 km. Considerando os como chave de segurança.
efeitos de contração e expansão térmica para tempera-
turas no intervalo de –40 °F a 110 °F e que o coeficiente LÂMINA BIMETÁLICA
de dilatação linear do metal é de 12 ∙ 10–6 °C–1, qual a
máxima variação esperada no comprimento da ponte?
(O coeficiente de dilatação linear é constante no inter-
valo de temperatura considerado.)
a) 9,3 m
b) 2,0 m
c) 3,0 m
2. DILATAÇÃO SUPERFICIAL
d) 0,93 m Agora abordaremos o caso em que a dilatação ocorre em
e) 6,5 m duas dimensões. Esta situação ocorre em chapas ou fo-
lhas de metal, na superfície de uma estrutura (uma pon-
Resolução: te), na superfície da calçada ou na parede com azulejos.
A principal diferença deste exercício em relação aos de- Do mesmo modo que para a dilatação linear, imagine um
mais é que a variação de temperatura à que o material corpo cuja área inicial A0, em uma temperatura θ0 , sofra
foi submetido é fornecida na escala Fahrenheit. Para que uma alteração de temperatura para θ. Experimentalmen-
possamos calcular a variação de comprimento, devemos te temos que a variação da área DA é proporcional à área
transformação a variação de temperatura para a Celsius. inicial, à variação de temperatura e a um coeficiente que
depende do material.
DθF = 150
DA = A – A0
DθC ___
____ Dθ
= F
5 9 'A = b ∙ A0 ˜ 'T
250
DθC = ___
3
Aplicando a fórmula da dilatação, temos:
DL = DL0 ˜ 'T
250 = 2 m
DL = 12 ∙ 10–6 ∙ 2 ∙ 103 ∙ ___
3
Alternativa B

84
DA , cuja unidade é defin-
Dessa forma, temos que b = ______ de juntas de dilatação em estruturas de concreto, pontes,
A0 ∙ DT por exemplo, suportando as forças de tensão que se origi-
ida por: nam da expansão superficial da ponte.

1
(unidade de b) = _____________
 (unidade de DT)–1
unidade de DT
b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma
característica que depende do material e relaciona-se ma-
tematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela
seguinte expressão:

b=2∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação super- 3. DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA


ficial podemos escrever: Por fim, temos o caso em que a dilatação ocorre em três
direções: a dilatação volumétrica. Sendo rigoroso, todo
corpo possui três dimensões, portanto, sempre ocorre di-
A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]
latação volumétrica. Os dois casos anteriores, a dilatação
linear e a dilatação superficial, são casos particulares, ou
Observação: quando há um orifício em uma superfície de aproximações, quando a dilatação ocorre preferencialmen-
uma certa substância, e esta passa por um processo de ex- te em apenas uma ou duas direções. Iremos utilizar a dila-
pansão, o orifício também aumenta, esse aumento ocorre tação volumétrica quando os corpos estudados sejam, por
na mesma proporção que a superfície, por isso podemos exemplo, sólidos geométricos ou líquidos (estes apresen-
calcular o aumento do orifício calculando como seria o au- tam unicamente dilatação volumétrica em todos os casos).
mento de uma superfície da mesma substância de mesmo Imagine um corpo cujo volume inicial V0, em uma tem-
tamanho deste orifício. peratura T, sofra uma alteração de temperatura para T.
Experimentalmente, temos que a variação do volume DV é
2.1. Gráfico da dilatação superficial proporcional ao volume inicial, à variação de temperatura
e a um coeficiente que depende do material.
Observe a equação deduzida anteriormente, A = A0 [1+b ∙ (θ – θ0)],
podemos representar graficamente a área final A em fun- DV = V – V0
ção da temperatura θ, isto é, uma função de A = A (θ).
'V = g ∙ V0 ˜ 'T
A(θ) = A0 [1 + b ∙ (θ – θ0)]

cujo gráfico também é uma função do primeiro grau. DV , cuja unidade é defin-
Dessa forma, temos que g = ______
V0 ∙ DT
ida por:

1
(unidade de g) = _____________
 (unidade de DT)–1
unidade de DT
Coeficiente g é chamado coeficiente de dilatação volumé-
trica, é uma característica que depende do material e rela-
ciona-se matematicamente com o coeficiente de dilatação
linear pela seguinte expressão:
0
g=3∙α
Como A em função de θ é uma função do primeiro grau,
temos uma reta com uma certa inclinação, em relação à
horizontal formando um ângulo v. Temos que : Combinando ambas as expressões para a dilatação volu-
métrica, podemos escrever:
'A= b ∙ A
tgv = ___
'T 0 V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
Um claro exemplo da dilatação superficial é a necessidade

85
Observação: quando há um espaço vazio em um volume de uma certa substância, e este passa por um processo de expan-
são, o espaço vazio também aumenta, esse aumento ocorre na mesma proporção que o volume, por isso podemos calcular
o aumento do espaço vazio calculando como seria o aumento de um volume com o mesmo volume deste espaço vazio.

VIVENCIANDO

É comum observarmos juntas de dilatação ao passarmos numa ponte. Ao longo do dia, o concreto é banhado pelo
calor proveniente do Sol, podendo, assim, expandir o seu tamanho. Sem levar este fator em conta, obras de engen-
haria civil acabariam rachando e desmoronando.

Na imagem, vemos uma junta de dilatação, ela possibilita essa movimentação da estrutura, reduzindo a ocorrência
de fissuras na obra.
Pelo mesmo motivo, há uma separação entre os azulejos de uma cozinha, e/ou deixamos pequenos vãos nas calça-
das de cimento, caso contrário, devido à dilatação, elas rachariam.
Você sabia que a Torre Eiffel cresce todo verão? Isso mesmo, a torre feita de metal cresce 15 cm todo verão, mas isto
ocorre porque o metal dilata ao receber calor. Devido ao acréscimo de temperatura no verão, a Torre Eiffel, símbolo
da França, acaba aumentando de tamanho.
Até é possível notar que a torre se curva devido à dilatação.

3.1. Gráfico da dilatação volumétrica


Observe a equação deduzida anteriormente, V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]:
podemos representar graficamente o volume final V em
função da temperatura θ, isto é, uma função de V = V (θ).

V (θ) = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

Cujo gráfico também é uma função do primeiro grau. 0

86
Como V em função de θ é uma função do primeiro grau, Os coeficientes de dilatação volumétrica de alguns líquidos,
temos uma reta com uma certa inclinação, em relação à a 20 ºC, estão representados na tabela. Os valores do coe-
horizontal formando um ângulo θ. Temos que: ficiente desses líquidos são da ordem de 10–3, enquanto os
dos sólidos são da ordem de 10–5. Observamos, então, que
'V= g ∙ V
tg v = ___ os coeficientes de dilatação dos líquidos são muito maiores
'T 0
que os dos sólidos.

Aplicação do conteúdo Coeficientes de dilatação volumétrica


de alguns líquidos a 20 ºC
1. (Mackenzie) Uma chapa de alumínio (α = 2,2·10–5 °C–1), Líquido g (ºC–1)
inicialmente a 20 °C, é utilizada numa tarefa doméstica
no interior de um forno aquecido a 270 °C. Após o equilí- álcool etílico 1,2 ∙ 10–3
brio térmico, sua dilatação superficial, em relação à área gasolina 0,95 ∙10–3
inicial, foi de:
glicerina 0,5 ∙ 10–3
a) 0,55%.
b) 1,1%. mercúrio 18,2 ∙ 10–3
c) 1,65%.
d) 2,2%. Note que os valores dos coeficientes dados pela tabela
e) 4,4%. são válidos a 20 ºC. Na prática, os coeficientes D, E e J
Resolução: dependem da faixa de temperatura que a variação ocorre,
por exemplo, se a temperatura varia de 10 °C a 100 °C,
Para calcularmos a dilatação superficial, precisamos, antes ou se varia de 2000 °C a 3000 °C. Porém, essa variação é
de tudo, saber qual é o coeficiente de dilatação superficial. pequena, e, portanto, na resolução dos exercícios ela será
Lembrando que: desprezada.
b=2∙a Normalmente, o coeficiente de dilatação volumétrica dos
Logo: líquidos é muito superior ao coeficiente de dilatação dos
b = 4,4 ∙ 10–5 ºC–1 sólidos, isso implica que quando um recipiente contém um
líquido e ambos são aquecidos, a dilatação do líquido será
Aplicando na fórmula de dilatação superficial, temos: maior que a dilatação do recipiente. A tabela anterior apre-
DA = b ∙ A0 ∙ Du senta o coeficiente de dilatação volumétrica de algumas
Substituindo os valores temos: substâncias no estado líquido.
DA = 4,4 ∙ 10–5 ∙ A0 ∙ (270 – 20) Imagine a situação como da figura a seguir. Temos um lí-
Queremos uma relação de porcentagem entre o aumento quido dentro de um recipiente, ambos a uma temperatura
e o tamanho inicial, isso matematicamente é: u0, aquecidos até uma temperatura final. O líquido preen-
DA = 0,011
___ che totalmente o recipiente até a altura onde se encontra
A0 o “ladrão”, uma abertura por onde o líquido pode escorrer.
Portanto:
DA = 1,1%
___
A0

Alternativa B

Quando o conjunto é aquecido por uma fonte de calor,


4. DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS ambos, o líquido e o recipiente, dilatam. Porém, devido ao
maior coeficiente de dilatação volumétrica, o líquido ex-
Durante a variação de temperatura dos líquidos, apenas a
pande mais. Assim, parte do líquido escapa pelo “ladrão”
dilatação volumétrica ocorre. Isso ocorre, pois os líquidos
e é recolhido em outro frasco.
assumem a forma dos recipientes onde estão contidos, ou
seja, não existe uma direção específica no qual a dilatação
ocorre. No entanto, é preciso cuidado ao estudar a dila-
tação volumétrica dos líquidos, pois também é necessário
levar em conta a dilatação do recipiente onde são coloca-
dos. Desse modo, tanto a dilatação do líquido como a do
recipiente devem ser consideradas.

87
Erroneamente, algumas pessoas pensam que o líquido que
extravasou é a variação do mesmo. Na verdade, é uma par- Aplicação do conteúdo
te da dilatação do líquido, pois o frasco também expandiu, 1. (PUC) O tanque de gasolina de um automóvel, de
dessa forma foi capaz de comportar mais líquido. Chama- capacidade 60 litros, possui um reservatório auxiliar
remos o líquido recolhido de dilatação aparente do líquido. de retorno com volume de 0,48 litros, que perma-
Matematicamente, temos: nece vazio quando o tanque está completamente
cheio. Um motorista enche o tanque quando a tem-
DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente peratura era de 20 °C e deixa o automóvel exposto
ao Sol. A temperatura máxima que o combustível
Aplicando a expressão para a dilatação do recipiente e do pode alcançar, desprezando-se a dilatação do tan-
líquido, temos: que, é igual a:
DVlíquido = glíquido ∙ V0 líquido ∙ Du
Dados: gasolina = 2,0 · 10–4 °C–1
e a) 60 °C.
DVrecipiente = grecipiente ∙ V0 recipiente ∙ Du b) 70 °C.
c) 80 °C.
Sendo o volume inicial do recipiente igual ao volume inicial do d) 90 °C.
líquido podemos dizer que a dilatação aparente é dada por: e) 100 °C.
DVaparente = (glíquido – g recipiente) ∙ V0 ∙ Du Resolução:
Onde podemos chamar a diferença dos coeficientes de co- Para descobrirmos a temperatura máxima, devemos aplicar
eficiente de dilatação aparente: a fórmula de dilatação volumétrica:
DV = g V0 Du
gaparente = g líquido – g recipiente
Substituindo pelos valores dados, temos:
0,48 = 2 ∙ 10–4 ∙ 60 ∙ (u 20)
5. DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA Isolando a temperatura final e realizando os cálculos, ob-
A água tem um comportamento diferente que a maioria temos:
das substâncias. Em geral, quando a temperatura de uma u = 60 ºC
substância aumenta seu volume também aumenta. Porém,
Alternativa A
não é isso que ocorre para a água.
Sob pressão normal, a experiência mostra que o volume da 2. (FGV) O dono de um posto de gasolina recebeu 4000
L de combustível por volta das 12 horas, quando a tem-
água diminui com o aumento de temperatura entre 0 ºC
peratura era de 35 °C. Ao cair da tarde, uma massa polar
e 4 ºC. E a partir de 4 ºC, o comportamento é semelhante vinda do Sul baixou a temperatura para 15 °C e perma-
ao das outras substâncias, isto é, o volume aumenta com o neceu até que toda a gasolina fosse totalmente vendi-
aumento da temperatura. da. Qual foi o prejuízo, em litros de combustível, que o
dono do posto sofreu?

Dados: coeficiente de dilatação do combustível é de


1,0 · 10–3 °C–1.
a) 4 L
b) 80 L
c) 40 L
m , o menor volume
Como a densidade é calculada por d = __ d) 140 L
V
V ocupado pela massa de água m fornece a maior densi- e) 60 L
dade possível da água. Desse modo, a água tem densidade
Resolução:
máxima (1 g/cm3) a 4 ºC (sob pressão de 1 atm).
V (cm3) d (g/cm3) Para descobrirmos o prejuízo do dono do posto, devemos
1,0000 aplicar a fórmula para dilatação volumétrica:
0,0099
V0 0,0098 DV = g ∙ V0 ∙ Du = 1 ∙ 10–3 ∙ 4000 ∙ (35–15) =
Vmin
0,0097 80 litros
0,0096
0 4 θ (ºC) 0 8 θ (ºC)
2 4 6 10
Alternativa B

88
3. Diz um ditado popular: “A natureza é sábia“. De fato! Ao
observarmos os diversos fenômenos da natureza, ficamos
encantados com muitos pormenores, sem os quais não
poderíamos ter vida na face da Terra, conforme a conhe-
cemos. Um desses pormenores, de extrema importância,
é o comportamento anômalo da água, no estado líquido,
durante seu aquecimento ou resfriamento sob pressão nor-
mal. Se não existisse tal comportamento, a vida subaquá-
tica nos lagos e rios, principalmente das regiões mais frias
de nosso planeta, não seria possível. Dos gráficos abaixo,
o que melhor representa esse comportamento anômalo é:
multimídia: vídeo
a)
FONTE: YOUTUBE
Tema 04 - Propriedades Térmicas de Materiais...

b)

c)
multimídia: sites
parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/
dilatacao-termica-o-que-e-o-que-causa.html
www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/
d)
dilatacao-termica.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-dila-
tacao-termica-no-cotidiano.htm
www.if.ufrj.br/~carlos/inic/luizfernando/mo-
nografiaLuizFernando.pdf

e)

Resolução:

O comportamento anômalo advém do fato de que a água


líquida contrai-se ao ser aquecida de 0 ºC a 4 ºC e dilata-se
quando aquecida a partir de 4 ºC. Assim, a 4 ºC o volume
de dada massa de água é mínimo e a densidade é máxima.
Alternativa A

89
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termo-
21 dinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do con-
hecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica
e das manifestações artísticas”.

Modelo
(Enem) Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para
enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro,
a uma temperatura de 5 °C. Para revender o líquido aos motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível
para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °C, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o
posto compra 20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende.

Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de
1 × 10–3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do combustível, o ganho financeiro que o dono
do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas estaria entre:
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.

Análise expositiva - Habilidade 21: Nesse exercício, o estudante é colocado para interpretar a situação pro-
C posta sendo necessário que relacione a variação do volume do combustível com o lucro obtido pelo dono do posto. O
principal problema é interpretar se o volume dilatado foi ou não comprado pelo dono.
V0 = 20 ∙ 103 L; DT = 30 ºC, g = 10–3 ºC–1
DV = V0 ∙ g ∙ DTŸ DV = 20 ∙ 103 ∙ 10-3 ∙ 30 Ÿ DV = 600 L
$ = 600 ∙ 1,60 ∙ 7
$ = 6720,00

Alternativa D

90
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROPAGAÇÃO COEFICIENTE DE CON-


DE CALOR DUTIVIDADE TÉRMICA

MEIO DE
PROPAGAÇÃO LEI DE FOURIER

FLUIDO VÁCUO SÓLIDO

CONVECÇÃO IRRADIAÇÃO CONDUÇÃO

GARRAFA
TÉRMICA

91
ELETROSTÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas

Analisando gráficos e conceitos teóricos O vestibular da Fuvest aborda com frequência


na prática. questões que exigem manipulações matemáti-
cas entre diversos assuntos da eletrostática.

O vestibular da Unicamp aborda, dentro do O vestibular da Unifesp aborda com O vestibular da Unesp aborda com frequên-
conteúdo de eletrostática, questões um pouco frequência questões teóricas e exige cia questões teóricas e exige interpretações
mais objetivas do que teóricas. interpretações de gráficos. de gráficos.

Essa prova aborda o tema eletrostática com Essa prova aborda o tema eletrostática com O tema eletrostática é cobrado com questões Essa prova aborda com frequência questões
questões que exigem interpretações de figu- questões que exigem interpretações de figu- de manipulações de equações. teóricas e exige interpretações de gráficos.
ras e manipulações de fórmulas matemáticas. ras e manipulações de fórmulas matemáticas.

UFMG

O vestibular da UEL aborda com frequência O tema eletrostática tem abordagem com Nessa prova, o tema eletrostática exige mani-
questões objetivas de eletrostática que exigem questões mais teóricas. pulação das equações e análise de figuras.
manipulação de equações matemáticas.

Essa prova aborda questões teóricas e objeti- O vestibular da Unigranrio aborda o tema Não há uma cobrança grande no tema ele-
vas que exigem do aluno a manipulação das eletrostática com questões que exigem trostática, porém, eventualmente, aparecem
formulas matemáticas dos principais temas interpretações de figuras e manipulações de questões que exigem análise de figuras e
(campo elétrico e potencial elétrico). fórmulas matemáticas. manipulação matemática.
AULAS PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA
1E2
COMPETÊNCIAS: 1e5 HABILIDADES: 3 e 17

O ramo da Física que estuda as propriedades das cargas Nesse modelo, o átomo é constituído de prótons, elétrons
elétricas em repouso e suas interações é denominado e nêutrons. O átomo pode ser divido em duas partes: a
eletrostática. primeira, o núcleo (composto de prótons e nêutrons); a
segunda, a eletrosfera (composta de elétrons). A atração
elétrica descrita por Tales e por tantos outros físicos é justi-
ficada pela existência da carga elétrica. A carga elétrica
é uma propriedade intrínseca da matéria e existem dois
tipos: as positivas e as negativas.
No modelo atômico, a carga elétrica dos prótons foi deno-
minada de carga positiva, e a carga elétrica dos elétrons,
de carga negativa. O nêutron, como o próprio nome su-
gere, não possui carga elétrica. As denominações de cargas
positivas e negativas e sua associação com os prótons e
multimídia: vídeo elétrons se devem a razões históricas.
FONTE: YOUTUBE A constatação do módulo e das características das cargas
Eletrostática História e teoria 15 elétricas que prótons e elétrons portam só se mostrou pos-
sível empiricamente. A carga elétrica que cada umas dessas

1. CARGAS ELÉTRICAS partículas porta é chamada carga elétrica elementar, e


esse é o menor valor percebido livremente na natureza. Des-
Há mais de dois mil anos a humanidade observa e descreve sa forma, é possível dizer que a carga elétrica é quantizada, e
os fenômenos elétricos. O filósofo grego Tales de Mileto seu valor em módulo é dado por: |e| = 1,6 · 10–19 C.
(640-548 a.C.) constatou que, após atritar âmbar com lã,
os materiais se atraíam. Da palavra âmbar originou-se a carga elétrica do próton: e+ = + 1,6 · 10–19 C
palavra elétron e eletricidade. Ao longo da história, inú- carga elétrica do elétron: e– = – 1,6 · 10–19 C
meros cientistas contribuíram para o desenvolvimento da
teoria da eletricidade. No entanto, para que houvesse uma No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de
profunda compreensão do assunto, foi necessário o desen- carga elétrica é o coulomb, cujo símbolo é C, em homena-
volvimento do modelo atômico, sendo o átomo o bloco bá- gem a Charles Coulomb.
sico de toda matéria. Atualmente, o modelo atômico mais
difundido é o modelo planetário. Um corpo é dito neutro quando possui a mesma quantidade
de prótons e elétrons. Por sua vez, um corpo será chamado
Elétron de corpo eletrizado se o número de cargas elétricas posi-
Próton
tivas for diferente do número de cargas elétricas negativas.
Sabe-se que, em módulo, um próton possui a mesma quan-
tidade de carga elétrica do que um elétron. Dessa forma,
o excesso de carga elétrica que um corpo tem só pode ser
múltiplo natural da carga elétrica elementar, ou seja:

Q = n · |e|

Neutron Na qual a carga Q é positiva se houver prótons em excesso,


Núcleo
ou negativa se houver elétrons em excesso. A quantidade
de elétrons ou prótons em excesso é dada por n.

94
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Desde a antiguidade, o homem se pergunta do que é feita Depois de realizar diversas experiências, Ernest Rutherford
a matéria. Demócrito de Abdera foi um dos primeiros pen- percebeu que, na verdade, o átomo era composto por um
sadores a postular a existência de um componente básico núcleo maciço composto pelas cargas positivas, sendo or-
para todas as coisas: o átomo. Muito tempo depois, foi bitado pelas cargas negativas.
na química que a ideia atômica ressurgiu. Primeiramente,
Por fim, o modelo atômico foi corrigido por Niels Henrick Da-
com John Dalton, que no começo do século XIX reinven-
vid Bohr, utilizando a mecânica quântica. Ele postulou que:
tou a ideia, postulando a existência de esferas maciças e
indivisíveis, extremamente pequenas, onde cada elemen- I. Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas cir-
to químico distinto era composto de um átomo diferente, culares, chamadas de camadas eletrônicas, com energia
com propriedades iguais ao elemento, mas diferente entre constante e determinada. Cada órbita permitida para os
elétrons possui energia diferente.
os diferentes átomos; por fim, as reações químicas seriam
apenas a união ou separação de diferentes arranjos atômi- II. Os elétrons, ao se movimentarem numa camada, não
cos. Seu átomo ficou conhecido como bolas de bilhar. absorvem nem emitem energia espontaneamente.
Após Dalton, Joseph John Thomson sugeriu outro mod- III. Ao receber energia, o elétron pode saltar para ou-
elo atômico, incluindo propriedades elétricas, uma vez tra órbita mais energética. Dessa forma, o átomo fica
que a eletricidade já era conhecida e estudada. Seu instável, pois o elétron tende
modelo ficou conhecido como pudim de passas, pois a voltar à sua órbita original.
o átomo seria constituído de um pudim, representando Quando o átomo volta à sua
carga elétrica positiva, e pequenas passas espalhadas, órbita original, ele devolve a
que representariam a carga negativa, uniformemente energia que foi recebida em for-
distribuídas pelo pudim. ma de luz ou calor.

Aplicação do conteúdo 2. PRINCÍPIO DA


1. Um corpo condutor inicialmente neutro perde 5 · 1013 ATRAÇÃO E REPULSÃO
elétrons. Considerando a carga elementar e = 1,6 · 10–19 C,
qual será a carga elétrica no corpo após essa perda de elétrons? A percepção das interações elétricas entre portadores de
excessos de cargas elétricas é dada por forças que podem
Resolução: ser atrativas ou repulsivas. Em uma situação em que exis-
Sendo a carga do corpo igual a Q, segue que: tem corpos eletrizados com o mesmo tipo de cargas elé-
tricas, por exemplo, cargas elétricas positivas, a repulsão
Q = n · |e|
é percebida. Essa força surge, por exemplo, ao se aproxi-
Sendo n o número de elétrons ou prótons em excesso, marem dois bastões de vidro eletrizados positivamente ou
nesse caso, prótons, portanto: dois panos de lã eletrizados negativamente.
Q = 5 · 1013 · |1,6 · 10–19|
Terminando os cálculos, obtém-se:
Q = 8 · 10–6 C
Isto é:
Q = 8 μC
Lembrando que Q > 0, pois o corpo tem prótons em excesso.

95
Entretanto, caso um dos bastões de vidro seja carregado
positivamente e um dos panos de lã seja carregado negati- 4. CONDUTORES E ISOLANTES
vamente, haverá atração entre os corpos. Assim: Um bastão de vidro e um pano de lã, ao serem atritados
um com o outro, evidenciam, em cada um dos corpos,
Cargas elétricas de sinais opostos se atraem, e cargas
um excesso de cargas elétricas nas regiões atritadas. Isso
elétricas do mesmo tipo se repelem.
ocorre porque o vidro é um material isolante ou dielé-
trico. As cargas elétricas, nesses materiais, conservam-se
no local onde houve o processo de eletrização.

3. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO
DAS CARGAS ELÉTRICAS
O princípio da conservação das cargas elétricas estabelece que:

Em um sistema isolado eletricamente (ou seja, em


que não há transferências de cargas elétricas com o
ambiente externo), a quantidade de carga elétrica em Entretanto, se essa experiência for repetida com um bastão
excesso de que um sistema isolado se mostra porta- metálico sendo segurado por um cabo de vidro conectado
dor é constante. ao bastão, a eletrização também ocorre, mas o excesso de
elétrons se espalha por toda a sua superfície. As cargas em
excesso se distribuem pela superfície externa dos materiais
Por exemplo, considere um corpo A carregado com carga
metálicos devido ao fato de existirem, em sua superfície,
Q1, e um corpo B carregado com carga Q2.
elétrons conhecidos por elétrons livres. Assim, esse tipo de
Suponha que, após haver troca de carga entre os corpos, material é denominado condutor.
as novas quantidades de carga sejam Q’1, para o corpo A,
e Q’2, para o corpo B.

OS CORPOS A E B ESTÃO ELETRIZADOS COM QUANTIDADES DE CARGAS Q1 E Q2.


APÓS A TROCA DE CARGAS ENTRE OS CORPOS, A E B ESTÃO
ELETRIZADOS COM QUANTIDADES DE CARGAS Q’1 E Q’2.

Pelo princípio da conservação das cargas elétricas, a quan-


tidade de carga elétrica total é igual antes e depois da tro-
ca, ou seja:

Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2 = constante

Essa expressão é válida somente se o sistema for eletrica-


mente isolado.

96
Esses elétrons ocupam as posições mais distantes do nú-
cleo do átomo, e, por isso, estão ligados fracamente a ele. 5. ELETRIZAÇÃO POR ATRITO
Em consequência, esses elétrons abandonam mais facil- Quando dois corpos compostos por diferentes materiais
mente o átomo. Nos materiais isolantes, a forma como são são atritados, é possível perceber, em ambos, o que é de-
distribuídos e como ocorrem as interações faz com que es- nominado desequilíbrio eletrostático, ou seja, corpos com
ses elétrons não possuam os mesmos graus de liberdade excesso de um determinado tipo de carga elétrica. Isso
que existem nos elétrons presentes em superfícies metáli- ocorre porque um dos dois materiais possui uma tendência
cas; os elétrons estão fortemente ligados. maior em portar o excesso de elétrons. Da mesma forma,
Como não existem condutores e isolamentos perfeitos, em relação ao primeiro, o segundo corpo possui uma maior
a denominação de materiais condutores ou isolantes é tendência em ceder os elétrons de camadas mais externas,
apenas prática. A melhor forma para a classificação é ficando com excesso de cargas elétricas positivas.
dada por bons condutores elétricos e maus condu- Como exemplo, ao se atritar um pedaço de seda e um bas-
tores elétricos. tão de vidro inicialmente neutros, uma certa quantidade
Assim, todos os corpos são condutores elétricos, bons ou de elétrons do vidro é transferida para o pedaço de seda.
maus. Se o experimento anterior fosse repetido sem o isola- Então, a seda adquire eletrização negativa (excesso de
mento devido, ao segurar o bastão diretamente com a mão, elétrons) e o vidro adquire eletrização positiva (excesso de
o corpo se comportaria como um bom condutor, e não se- prótons). É importante destacar que, ao final do processo
riam percebidos quaisquer excessos de cargas elétricas. Des- de eletrização, devido à conservação da quantidade de car-
se modo, o bastão não se eletriza, pois suas dimensões são gas elétricas que compõem o sistema de corpos, a quanti-
muito reduzidas em relação às dimensões da Terra. dade de carga que um dos dois corpos envolvidos terá em
excesso será, em módulo, idêntica a do outro corpo.
Um condutor eletrizado é neutralizado quando em
contato com a Terra.

Quando um condutor isolado, carregado positivamente,


é conectado à Terra, sua carga é neutralizada por cargas
elétricas negativas que são transferidas da Terra para o
condutor. Caso o condutor esteja carregado negativa-
mente, a transferência de cargas ocorre de modo con-
trário: as cargas negativas são transferidas do condutor
para a Terra.

CONDUTOR POSITIVAMENTE ELETRIZADO LIGADO À TERRA,


NEUTRALIZADO DEVIDO A ELÉTRONS PROVENIENTES DA TERRA.

No processo de eletrização por atrito, os corpos eletri-


zados apresentam, ao final do processo, cargas elétri-
cas de sinais opostos.

A chamada série triboelétrica é uma lista de diferentes


materiais postos em ordem de tal forma que, quando atri-
tados dois materiais, aquele que está numa posição acima
CONDUTOR NEGATIVAMENTE ELETRIZADO LIGADO À TERRA, na lista fica carregado positivamente, e aquele que está
NEUTRALIZADO DEVIDO AO ESCOAMENTO DE ELÉTRONS PARA A TERRA. mais abaixo na lista fica carregado negativamente.

97
1. pele humana seca 11. alumínio 21. prata Sabe-se que, inicialmente, tanto a lã quanto o bastão de
2. couro 12. papel 22. ouro vidro estavam descarregados, assim, temos que: Q1 = Q2
= 0. Logo:
3. pele de coelho 13. algodão 23. platina
4. vidro 14. aço 24. poliéster 0 + 0 = –12 μC + Q’2
5. cabelo humano 15. madeira 25. isopor Terminando os cálculos, obtém-se:
6. nylon 16. âmbar 26. filmes PVC
Q’2 = + 12 μC
7. lã 17. borracha dura 27. vinil
8. chumbo 18. níquel 28. silicone Assim, resulta que o vidro está com um carga de +12 μC.
9. pele de gato 19. cobre 29. teflon 3. Um pedaço de papel higiênico e uma régua de plás-
10. seda 20. latão tico estão eletricamente neutros. A régua de plástico é,
então, friccionada no papel higiênico. Depois do atrito,
Por exemplo, se forem atritados seda e isopor, a seda, que deve-se esperar que:
antecede o isopor na ordem da lista, ficará carregada po- a) somente a régua fique eletrizada.
sitivamente, enquanto o isopor ficará carregado negativa- b) somente o papel fique eletrizado.
mente. Já se forem atritados seda e lã, como a seda sucede c) ambos fiquem eletrizados com cargas de
a lã na ordem da lista, a seda ficará carregada negativa- mesmo sinal e mesmo valor absoluto.
mente, enquanto a lã ficará carregada positivamente. d) ambos fiquem eletrizados com cargas de
sinais contrários e mesmo valor absoluto.
e) nenhum deles ficará eletrizado.

Resolução:

A eletrização por atrito faz com que os corpos atrita-


dos adquiram cargas de sinais contrários, pois um dos
corpos vai retirar elétrons do outro, ou seja, um corpo
ficará com excesso de elétrons, e o outro com excesso
de prótons, ficando, respectivamente, um negativo e o
outro positivo. Além disso, pelo princípio da conserva-
multimídia: vídeo ção das cargas elétricas, ambos terão o mesmo valor
absoluto de carga.
FONTE: YOUTUBE
Processos de eletrização Alternativa D

Aplicação do conteúdo 6. ELETRIZAÇÃO POR CONTATO


1. Um aluno realiza um experimento que consiste em A eletrização por contato é o processo de eletrização
atritar lã num bastão de vidro, fazendo, assim, a lã ga-
nhar elétrons e, por consequência, fazendo o vidro per-
associado ao contato entre um corpo eletrizado e outro
der elétrons. Após o experimento, quando estes dois que pode ou não estar eletrizado. É importante destacar
corpos forem aproximados, haverá atração ou repulsão? que, nesse processo, assim como em qualquer outro, a
quantidade de carga do sistema é conservada; contudo, ao
Resolução: final do processo, os corpos ficam com o mesmo tipo de
Como os corpos possuem cargas de sinais opostos, have- carga elétrica.
rá atração, isto é, a lã está com carga negativa, enquanto
Ao colocar em contato um condutor A, eletrizado positiva-
o vidro apresenta carga positiva.
mente, com um condutor B, inicialmente neutro, o condu-
2. Com base no exercício anterior, se a lã ganhou uma car- tor B adquire eletrização positiva. Essa eletrização ocorre
ga no valor –12 μC, de qual foi a carga que o vidro ficou? quando o condutor A retira parte dos elétrons livres de B.
Entretanto, A continua eletrizado positivamente, mas com
Resolução:
menor quantidade de carga, uma vez que a quantidade
Sabe-se, pelo princípio da conservação das cargas elétricas, de prótons em excesso diminuiu. O condutor B, por sua
que as cargas se conservam, ou seja: vez, fica com uma menor quantidade de elétrons depois do
Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2 contato e, portanto, eletriza-se positivamente.

98
Aplicação do conteúdo
1. Antes de sair do banheiro de sua casa, um garoto
que estava com os pés descalços toca no interruptor
instalado incorretamente, com o objetivo de apagar
a lâmpada, mas recebe um choque elétrico. O menino
então chama o seu pai, que averigua a situação e toca
também no interruptor, mas, calçado com um par de
chinelos de borracha, não recebe choque. Explique con-
ceitualmente por que o pai do garoto não recebeu o
choque elétrico.
A POSITIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS; COLOCADOS EM CONTATO,
DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO,
ELÉTRONS LIVRES VÃO DE B PARA A; APÓS O PROCESSO, A
Resolução:
E B APRESENTAM-SE ELETRIZADOS POSITIVAMENTE. A borracha é um material isolante, ou seja, um mau condu-
No entanto, se A estivesse carregado negativamente, par- tor elétrico, por isso dificulta a transmissão e/ou corrente de
te de seus elétrons em excesso seriam transferidos para o elétrons. Quando o pai usa o calçado de borracha, impede
condutor B. Dessa forma, o condutor A permaneceria ne- o contato elétrico entre o interruptor e o solo, por isso não
gativo (apesar de ficar com um menor número de elétrons recebe o choque. Já o menino tinha seus pés como ligação
em excesso), e o condutor B, por adquirir mais elétrons, entre o solo e o interruptor. Sabe-se que o corpo huma-
seria eletrizado negativamente. no é um bom condutor de eletricidade, por isso recebeu
o choque.
2. Um corpo eletrizado com carga Q a = –5 ∙ 10 –9 C é
colocado em contato com outro corpo com carga
Q b = 7 ∙ 10–9 C. Qual é a carga dos dois objetos
após ter sido atingido o equilíbrio eletrostático?
A NEGATIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS: COLOCADOS EM
CONTATO, DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO, ELÉTRONS VÃO DE A PARA B; Resolução:
DEPOIS DO PROCESSO, A E B APRESENTAM-SE ELETRIZADOS NEGATIVAMENTE.
Para descobrir qual é a situação final de equilíbrio, deve-se
Se os condutores A e B forem iguais, por exemplo, a duas aplicar a fórmula:
esferas condutoras de mesmo material e dimensão, as Qa + Qb
Q’ = __
cargas em quantidade e sinais serão idênticas para os 2
dois corpos. Substituindo os valores, temos:
-9 -9
–5 · 10 + 7 · 10
Q’ = __
2
Finalizando a conta, obtém-se:
Q’ = 1 · 10–9 C
Ou seja:
Q’ = 1 nC
ELETRIZAÇÃO POR CONTATO ENTRE ESFERAS CONDUTORAS DE MESMO RAIO.

Nesse caso de condutores idênticos, a carga final para cada 7. ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO
condutor pode ser calculada pela média aritmética das cargas: Ao aproximarmos um condutor A, carregado positivamen-
te, de um condutor B neutro, sem que haja contato, alguns
Q1 + Q2 + ...+Qn elétrons livres de B serão atraídos por A e serão acumula-
Q' = _____________
n dos na região de B mais próxima de A. Isso faz com que a
região de B mais afastada de A fique com uma quantidade
No processo de eletrização por contato, os corpos ele- menor de elétrons e, portanto, com excesso de cargas po-
trizados, ao final do processo, ficam eletrizados com sitivas. Esse processo de separação de cargas em um con-
cargas elétricas de mesmo sinal. dutor pela presença de outro corpo eletrizado é chamado
de indução eletrostática. O condutor A é chamado de
indutor, e B, de induzido.

99
de suas cargas elétricas negativas é atraída pelo corpo A, e
suas cargas positivas são repelidas. As forças de atração e
repulsão dependem das distâncias entre as cargas e, nes-
se caso, como as cargas negativas do induzido estão mais
próximas das cargas positivas do indutor, a intensidade da
força de atração é maior que a de repulsão, de modo que a
força resultante é de atração.
Caso o indutor seja afastado, o induzido voltará à sua con-
dição inicial, na qual as cargas elétricas não estavam sepa-
radas. Pode-se realizar o seguinte procedimento para que
o induzido se mantenha eletrizado:
1. Aproxima-se o indutor do induzido;
2. Conecta-se ao induzido um outro condutor, e este à Ter-
ra (fio-terra);
3. Retira-se o fio-terra;
4. Somente após os procedimentos acima, afasta-se o indutor. Caso um corpo eletrizado A atraia um condutor B, po-
derá B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao
de A ou estar neutro.

Nota: Só existe atração ou repulsão elétrica entre partícu-


las quando se trata de partículas elétricas, ou seja, prótons
No condutor induzido, os elétrons em excesso se espalham ou elétrons; não havendo força elétrica, trata-se de uma
pela superfície do condutor. Caso o indutor esteja carrega- partícula neutra, um nêutron, por exemplo. Diferentemen-
do negativamente, os elétrons livres do induzido vão escoar te, quando analisamos corpos extensos, em que um corpo
para a Terra, quando a conexão do fio-terra for feita. Desse neutro é atraído por um corpo carregado, pode haver atra-
modo, no final do processo, o induzido ficará carregado ção ou repulsão caso estejam carregados.
positivamente.

CONDUTOR B, NEUTRO E ISOLADO; APROXIMANDO A DE B, OCORRE INDUÇÃO


ELETROSTÁTICA; LIGANDO B À TERRA, ELÉTRONS DE B
ESCOAM PARA A TERRA; A LIGAÇÃO DE B COM A TERRA É DESFEITA;
O INDUTOR A É AFASTADO E B ESTÁ POSITIVAMENTE.
UMA PEQUENA ESFERA NEUTRA DE ISOPOR É ATRAÍDA QUANDO APROXIMADA
DA ESFERA METÁLICA ELETRIZADA DE UM GERADOR ELETROSTÁTICO.
Na eletrização por indução, o induzido ficará eletriza-
REPRODUÇÃO

do com cargas elétricas de sinais opostos às cargas


elétricas apresentadas pelo indutor. A carga do indutor
não se altera.

É possível explicar porque ocorre atração dos corpos ao se


aproximar um corpo eletrizado de um condutor neutro, a
partir do fenômeno da indução eletrostática.
Considere um condutor metálico B, neutro, suspenso por
um fio isolante. Quando é aproximado de B um corpo A O FILETE DE ÁGUA DESVIA-SE DA VERTICAL AO SER ATRAÍDO POR UM BASTÃO
com carga positiva, o condutor B é induzido, uma parcela PLÁSTICO PREVIAMENTE ELETRIZADO POR ATRITO COM UM PEDAÇO DE FLANELA.

100
O primeiro registro de observações de fenômenos elétri-
cos, como dito anteriormente, pertence a Tales de Mileto. 8. ELETROSCÓPIOS
O estudo científico só foi ocorrer muito tempo depois com Os aparelhos utilizados para verificar a eletrização de um
William Gilbert (1544-1603). Em seus estudos sobre ele- corpo são denominados eletroscópios. O pêndulo elétri-
tricidade estática, Gilbert utilizou âmbar, que, em grego, é co é um desses aparelhos e é constituído por uma esfera
chamado elektron, dando origem à palavra eletricidade, de material leve (isopor ou cortiça), recoberta por uma ca-
cunhando, assim, entre outros termos, a força elétrica. mada metálica fina e suspensa por um fio isolante (seda ou
náilon) em uma haste-suporte.
Inúmeros cientistas contribuíram para o desenvolvimento
da teoria da eletricidade. Entre eles é possível citar Ben- Pode-se determinar a eletrização de um corpo A aproxi-
jamin Franklin (1706-1790), inventor do para-raios, que mando-o da esfera do pêndulo elétrico. Se a esfera não se
imaginou o fluido elétrico como sendo apenas um tipo mover, o corpo A não está eletrizado. Contudo, se a esfera
de espécie, onde um corpo poderia ficar eletrizado posi- for atraída, o corpo A está eletrizado.
tivamente ou negativamente. Quando atritado, um corpo
ganharia e outro perderia a mesma quantidade do flui-
do, mantendo a soma líquida total das cargas constante.
Franklin percebeu também que um globo metálico não
conseguiria manter eletricidade no seu interior. Além disso,
ele relacionou o relâmpago com descargas elétricas iguais
às produzidas por uma garrafa de Leiden.
Foram os franceses Charles Augustin Coulomb (1736-
Aplicação do conteúdo
1806) e Charles Fraçois de Cisternay du Fay (1698-1739) 1. Uma esfera metálica, positivamente carregada, é
que perceberam que existiam apenas dois tipos de fluidos aproximada, sem encostar, da esfera do eletroscópio. Em
elétricos, sendo que a designação de positivo e negativo foi qual das seguintes alternativas melhor se representa a
configuração das folhas do eletroscópio, e suas cargas,
dada por Benjamin Franklin.
enquanto a esfera positiva estiver perto de sua esfera?

Aplicação do conteúdo
1. A figura abaixo representa um condutor A, eletri-
camente neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de A um
corpo B carregado positivamente. Pode-se afirmar que:

Resolução:
Ao se aproximar uma carga positiva, pelo princípio da
atração e repulsão, elétrons de todo o eletroscópio serão
atraídos a ficarem fixos na esfera, inclusive das folhas, ou
seja, os elétrons das folhas vão migrar e se concentrar na
a) os elétrons da Terra são atraídos para A. esfera. Com essa migração, as folhas ficarão com excesso
b) os elétrons de A escoam para a Terra. de prótons e, assim, ficarão positivas. Ficando ambas posi-
c) os prótons de A escoam para a Terra. tivas, elas irão se repelir, logo, irão abrir.
d) os prótons da Terra são atraídos para A. Alternativa C
e) há troca de prótons e elétrons entre A e B.
Resolução: 8.1. Gerador de Van de Graaff
Há elétrons e prótons em abundância na Terra. Isso causa
como consequência o fato de que todo corpo carregado,
quando conectado à Terra, fica descarregado. Quando o
corpo B, positivamente carregado, é aproximado do corpo
A, ocorre, pelo princípio da atração e repulsão, a tendên-
cia para atrair elétrons. Assim, os elétrons da Terra serão
atraídos e irão migrar para a esfera A.

Alternativa A

101
O gerador Van de Graaff, criado por Robert Van de Graaff
(1901-1967), é uma máquina utilizada para acumular car-
ga elétrica, produzindo, assim, altas tensões elétricas em
uma esfera de metal. Baseia-se no princípio de eletrização
por atrito, no qual uma correia é atritada com uma roldana
de plástico. Hoje em dia, é muito comum a utilização de um
gerador de Van de Graaff em shows de Física.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Aprenda a fazer uma máquina de choques caseira

multimídia: sites
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletriza-
cao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao-
-condutores-e-isolantes.html
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletro-
magnetismo/carga-eletrica-e-eletrizacao.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/proces-
sos-eletrizacao.htma multimídia: vídeo
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condu- FONTE: YOUTUBE
tores-isolantes-eletricos.htm FIBRA - GERADOR DE VAN DER GRAAF (18/03/15)

VIVENCIANDO

A eletricidade está presente em todos os lugares no dia a dia moderno e tecnológico. Fu-
gindo um pouco do óbvio, observe algumas aplicações cotidianas da eletricidade. Em cami-
nhões que carregam combustíveis, existe uma corrente metálica que é arrastada pelo chão
a fim de descarregar para a Terra um possível excesso de carga elétrica, que se deve ao
atrito do caminhão com o ar e que poderia originar uma faísca e provocar uma explosão. Ao
caminhar sobre carpetes com os pés descalços, é possível, através do atrito entre eles, que
a pessoa possua um excesso de cargas, e, ao encostar em um objeto ou em outra pessoa,
pode-se gerar um pequeno choque devido à descarga elétrica. Em dias secos, é mais fácil eletrizar por atrito, por
exemplo, ao escovarmos os cabelos; a repulsão elétrica entre os fios de cabelo será maior, e atrair pequenos objetos
com a escova será mais fácil. Já em dias úmidos, o efeito é menor. Isso se deve ao fato de que as moléculas de água
presentes no ar acabam roubando os elétrons e dificultando a eletrização por atrito.

102
DIAGRAMA DE IDEIAS

CARGA
ELÉTRICA

ELETRIZAÇÃO DOIS TIPOS

CONTATO INDUÇÃO ATRITO

CARGA CARGA
POSITIVA NEGATIVA

CARGA
FUNDAMENTAL

103
AULAS LEI DE COULOMB
3E4
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20

Ao aplicar sistematicamente o método científico em seus


problemas, o físico francês Charles Augustin Coulomb
(1736-1806) desmistificou a eletricidade. Para a deter-
minação da força elétrica, Coulomb utilizou da fórmula
newtoniana para atração gravitacional entre dois corpos. O físico Charles Coulomb determinou a relação que expri-
Era de conhecimento geral a lei da gravitação de Newton me o módulo da interação existente entre dois portadores
m1· m2 de cargas elétricas, conhecida como lei de Coulomb.
Fg a __ , isto é, que a atração era proporcional ao
d2
produto das massas e inversamente proporcional ao qua-
drado da distância que as separava. Coulomb, ao perceber A intensidade da força de interação entre duas cargas
elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
semelhanças entre essas forças, pois em ambas atuava a
produto dos módulos das cargas e inversamente pro-
distância (ação fantasmagórica à distância), utilizou-se
porcional ao quadrado da distância entre as cargas.
dessa fórmula para supor a sua fórmula para força elétri-
ca. Para provar sua teoria, Coulomb utilizou a balança de
torção, utilizada por Henry Cavendish, fazendo algumas
alterações e melhorias.

Na qual k é uma constante eletrostática que depende do


meio físico em que estão inseridas as cargas elétricas que
compõem o sistema estudado. Para o vácuo, essa constan-
te é denotada por k0 e é chamada de constante eletrostáti-
ca do vácuo ou simplesmente constante eletrostática, e seu
valor, determinado experimentalmente, é:

1. FORÇAS ENTRE CARGAS


ELÉTRICAS PUNTIFORMES: Nota: A constante eletrostática k é definida a partir da
constante de permissividade elétrica «, que, no vácuo, as-
LEI DE COULOMB sume o valor «0 = 8,854187 · 10–12 F · m–1. Assim, a cons-
tante eletrostática no vácuo é:
1
k0 = ____
As interações eletrostáticas podem ser evidenciadas 4S«0
pela força percebida entre portadores de cargas elé-
tricas. Essas interações podem ser atrativas ou repul- Aplicação do conteúdo
sivas, sendo atrativas entre portadores de cargas elé- 1. Duas partículas de cargas elétricas Q1 = 4 · 10–16 C
tricas de sinais opostos e repulsivas entre portadores e Q2 = 6 · 10–16 C estão separadas no vácuo por uma
de cargas elétricas de mesmo sinal. De acordo com distância de 3,0 · 10–9 m. Sendo k0 = 9 · 109 N · m2/C2,
a terceira lei de Newton, para cada ação existe uma a intensidade da força de inte ação entre elas, em
newtons, é de:
reação, de mesma direção, mesma intensidade, senti-
dos opostos e que atuam em corpos diferentes. Assim, Resolução:
serão caracterizadas as forças de interações elétricas. Para o cálculo da força entre as partículas, é preciso aplicar
a fórmula da lei de Coulomb:

104
k0 · |Q1| · |Q2|
F = __ .
d2
Substituindo os valores do exercício, obtém-se:
9 · 109 · 4 · 10-16 · 6 · 10-16.
F = _____________________
(3 · 10-9)2
Finalizando os cálculos, temos:
F = 2,4 · 10–4 N
2. Duas cargas elétricas puntiformes encontram-se num
determinado meio e interagem mutuamente por meio
de uma força eletrostática, cuja a intensidade F varia multimídia: vídeo
com a distância d entre elas de acordo com o diagrama FONTE: YOUTUBE
da figura. Determine a intensidade da força de intera-
ção eletrostática entre essas cargas, quando a distância Força Elétrica - Lei de Coulomb
entre elas for de 0,5 m.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Resolução: Lei de Coulomb
Para calcular, é preciso retirar alguns valores do gráfico,
como para d = 0,1 m, temos F = 9 N, assim:
ko · |Q1| · |Q2|
F = __
d2
ko · |Q1| · |Q2|
9 = __
0,12
Por consequência, tem-se:

9 · 0,12 = k0 · |Q1| · |Q2|

Assim:

k0 · |Q1| · |Q2| = 9 · 10–2 multimídia: sites


O valor do produto dos valores constantes foi encontrado;
pt.khanacademy.org/science/physics/electri-
agora é possível encontrar o valor da força:
c-charge-electric-force-and-voltage#charge-
k0 · |Q1| · |Q2| electricforce
F = __ . mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-
d2
9 · 0,12 -eletrica.htm
F = __ . www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm
(5 · 10-1)2
Finalizando, temos: educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-
-ensino/medindo-forca-eletrica-repulsao.htm
F = 0,36 N

105
2. FORÇA ELÉTRICA DE VÁRIAS
CARGAS PUNTIFORMES FIXAS
Sendo n o número de elétrons em excesso de um corpo ele-
Considere cargas puntiformes fixas Q1, Q2, Q3. A cada par trizado negativamente, sua carga elétrica, em módulo, vale:
de cargas, tem-se uma_____›força_____› elétrica,
_____› _____›seja_____›de atração
_____› ou de
repulsão; logo, temos F 1,2, F 1,3, F 2,3, F 2,1, F 3,1 e F 3,2. A força
resultante elétrica que atua em cada partícula será a soma
vetorial de todas as forças que as outras cargas exercem Essa expressão é utilizada para calcular a carga elétrica de
sobre ela, ou seja: um corpo carregado positivamente, e, nesse caso, n é o nú-
mero de prótons em excesso ou o número de elétrons em
falta no corpo. O excesso de cargas elétricas que um corpo
porta, é múltiplo natural da carga elétrica elementar.
É preciso lembrar que força é uma grandeza vetorial. Dessa for-
ma, suas operações, causas e consequências devem respeitar
os métodos e procedimentos inerentes aos estudos vetoriais.

Aplicação do conteúdo
1. Três cargas elétricas encontram-se alinhadas no vá-
cuo. Sendo Q1 = 2 μC, que está a 3 m de Q3 = 4 μC, e Q2 =
2 μC, que está a 3 m de Q3; determine a força resultante
sobre Q3.

_____› _____› _____›


Na carga Q1: F e1 = F 2,1 + F 3,1
_____› _____› _____›
Na carga Q2: F e2 = F 1,2 + F 3,2
_____› _____› _____› Resolução:
Na carga Q3: F e3 = F 1,3 + F 2,3
Se elas estão alinhadas, então há duas forças aplicadas em
Quanto maior for a quantidade de cargas elétricas envolvi-
Q3, na mesma direção, mas em sentidos opostos, pois Q1
das, mais complicado será calcular a força elétrica resultan-
e Q2 possuem o mesmo sinal de carga. Aplicando a lei de
te. Por isso será importante detalhar cada força envolvida,
Coulomb, a resultante será:
representar geometricamente seu vetor, prestando atenção
se a força é de atração ou de repulsão, para o cálculo veto-
* *
k0 · |Q1| · |Q3| __
k · |Q | · |Q3|
rial da força resultante. Fr = __ 2
– 0 22 .
d d
Substituindo os valores, temos:
Considerações importantes
ƒ Massa do elétron: 9,1 · 10–31 kg
*
9 · 109 · 2 · 10-6 · 4 · 10-6 – __
Fr = __
9 *
9 · 109 · 2 · 10-6 · 4 · 10-6
9
ƒ Massa do próton: 1,67 · 10–27 kg
Observa-se que os valores das forças são os mesmos; logo,
1 C é, em eletrostática, uma carga enorme. Em virtude dis-
temos:
so, são muito utilizados os submúltiplos do Coulomb:
ƒ 1 milicoulomb = 1 mC = 10–3 C Fr = 0 N
ƒ 1 microcoulomb = 1 mC = 10 C –6
2. Considere duas cargas elétricas pontuais, sendo uma
ƒ 1 nanocoulomb = 1 nC = 10–9 C delas Q1, localizada na origem de um eixo x, e a outra
ƒ 1 picocoulomb = 1 pC = 10–12 C Q2, localizada em x = L. Uma terceira carga pontual, Q3,
é colocada em x = 0,4 L. Considerando apenas a intera-
A carga de um elétron ou de um próton é a menor car- ção entre as três cargas pontuais e sabendo que todas
ga elétrica livre encontrada na natureza. Essas cargas são Q2
elas possuem o mesmo sinal, qual é a razão __ para
iguais em valores absolutos, constituindo a chamada carga Q1
elementar (e): que fique submetida a uma força resultante nula?

106
Resolução: Simplificando, tem-se:

Segue a representação do caso: F = 1 · 106 · q


Como o módulo da força já é conhecido, é interessante
saber a direção e sentido; para somá-las vetorialmente,
temos então:
__› __›
*F 1 * = * F 2 *
Usando a lei de Coulomb, temos:

k0 · |Q1| · |Q3| __
__ k · |Q | · |Q3|
2
= 0 22
d d Como já se sabe que as forças têm mesmo módulo, é fá-
Assim, temos: cil concluir que, na horizontal, a soma das componentes é
|Q1| __ |Q2| nula, enquanto que, na vertical, a soma das componentes
__ =
(0,4L) (0,6L)2
2 será o dobro.
Retirando, por geometria, temos:
Por consequência, temos:
FQ1Y = F · sen(30º)
Q
(0,6L)2 __
__ = 2
(0,4L)2 Q1 Assim, teremos como FER a força elétrica resultante,
Q2 de módulo:
__ = 2,25 FER = 2 · F · sen(30º)
Q1
3. Duas cargas elétricas puntiformes idênticas Q1 e Q2, cada Logo:
uma com 1 · 10–7 C, encontram-se fixas sobre um plano
horizontal, como pode ser observado na figura abaixo. FER = 2 · 1 · 106 · q · 0,5
Uma terceira carga q, de massa 10 g, encontra-se em equi-
Terminando os cálculos, obtém-se:
líbrio no ponto P, formando, assim, um triângulo isósceles
vertical. Sabendo que as únicas forças que agem em q são FER = 1 · 106 · q
as de interação eletrostática com Q1 e Q2 e seu próprio
peso, o valor dessa terceira carga é: Por fim, sabe-se que a deve anular a própria força peso do
corpo q, logo:
FER = P
Substituindo:
1 · 106 · q = 10 · 10–3 · 10

Adote: k0 = 9 · 109 N · m2/C2; g = 10 m/s2 Finalizando:

Resolução: q = 1 · 10–7 C

Para que o corpo de carga q fique em equilíbrio, é neces-


sário que a força resultante seja nula, ou seja, a soma das
forças elétricas com a força peso deve ser zero.
Sabendo que Q1 e Q2 são positivas, é fácil concluir que q
deve ser positiva também, para que ocorra força de repul-
são; caso contrário, q nunca iria ficar em equilíbrio.
Assim, há duas forças de repulsão aplicadas em q com
direções diferentes, mas de mesmo módulo, F, que vale:
k0 · |Q1| · |q| multimídia: vídeo
F = __
d2 FONTE: YOUTUBE
9 · 109 · 1 · 10-7 · q Cabo de guerra elétrico - experiência de Física
F = _____________________
9 · 10-4

107
2.1. Medição da carga elementar
A carga elementar, cujo valor corresponde em módulo a
1,6021176462 ∙ 10–19 C, possui uma incerteza apenas no
dois últimos algarismos. Deve-se a Robert Andrews Milli-
kan (1858-1953) a primeira medida. Em um atomizador,
Millikan eletrizou gotículas de óleo; quando era atingido
o equilíbrio dinâmico, Millikan igualou a força peso com a
força elétrica, percebendo que todos os valores de carga
elétrica em excesso para cada gotícula de óleo era múl-
tiplo de um certo valor. Ele deduziu que o valor de cada
carga elementar era de 1,64 ∙ 10–19 C. multimídia: sites
pt.khanacademy.org/science/physics/electri-
Atomizador c-charge-electric-force-and-voltage#charge-
Lâmina positivamente
electricforce
Bateria
energizada
Goticolas mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-
de Óleo
Fonte de
alta tensão
-eletrica.htm
Microscópio
www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm
educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-
Campo
Lâmina negativamente
energizada
elétrico uniforme -ensino/medindo-forca-eletrica-repulsao.htm

VIVENCIANDO

A força elétrica é uma das quatro forças fundamentais da Natureza. Graças à força
elétrica, há união entre os diferentes átomos, moléculas etc., possibilitando condições
para que a vida exista. A atração e a repulsão elétrica estão presentes quando um
pente é capaz de atrair pequenos corpos depois de ser atritado com o cabelo de uma
pessoa. Elas também ocorrem nos processos em que gotículas de água são ionizadas
a fim de atrair pequenas partículas de poeira ou sujeira, processo que ocorre nas cha-
minés industriais ou em climatizadores, por exemplo.

108
DIAGRAMA DE IDEIAS

CARGA
ELÉTRICA

GRANDEZA
VETORIAL
DEPENDE DO INVERSO
FORÇA ELÉTRICA DA DISTÂNCIA AO
AÇÃO A QUADRADO
DISTÂNCIA

NATUREZAS NATUREZAS
OPOSTAS IGUAIS

ATRAÇÃO REPULSÃO

109
AULAS CAMPO ELÉTRICO
5E6
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 21

1. CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO


Em Física, é muito comum criarmos modelos que possam
tornar nossa compreensão da natureza mais adequada às
nossas observações e aos dados coletados. Exatamente
aqui se enquadra o conceito de campo elétrico. Como vi-
mos anteriormente, as interações entre portadores de car-
gas elétricas podem ser analisadas do ponto de vista das
forças existentes entre esses portadores. Uma carga elétri-
ca puntiforme Q, ou uma distribuição de cargas, origina um
campo elétrico no espaço ao seu redor. Ao colocamos multimídia: vídeo
uma carga de prova__› q, puntiforme, em um ponto P dessa
região, uma força F e, de origem elétrica, age sobre a carga q. FONTE: YOUTUBE
Campo elétrico

De modo equivalente, a carga elétrica de prova q também


produz um campo elétrico, a força de origem elétrica tam-
bém age sobre Q ou sobre as cargas da distribuição.
Michael Faraday (1791-1867) inovou ao introduzir na Físi-
ca o conceito das linhas de força, que, mais tarde, origina-
riam a ideia de campo. James Clerk Maxwell (1831-1879), multimídia: vídeo
aluno de Faraday, apoiou-se principalmente nos trabalhos FONTE: YOUTUBE
de seu professor e de Ampère para a formulação da sua Linhas de campo elétrico - Cargas iguais e anel
teoria eletromagnética, descrevendo desde os campos ele-
tromagnéticos até a sua propagação em seu trabalho Tre-
atise on Eletricity and Magnetism. Nesse trabalho, Maxwell
unificou as leis de Coulomb, Oersted, Ampère, Biot-Savart,
2. INTENSIDADE
___
DE CAMPO ELÉTRICO

O
__› campo elétrico E foi definido a partir da força elétrica
Faraday e Lenz expressando todas essas leis em apenas
F , sendo a razão entre a força eletrostática e o módulo da
quatro equações.
carga de prova q.

A unidade de campo elétrico é definida por:

110
No Sistema Internacional de Unidades (SI), tem-se:
3. CAMPO ELÉTRICO DE UMA
CARGA PUNTIFORME Q FIXA
newton = 1__
1 unidade de E = 1 _______ N
coulomb C

No SI, é utilizado o volt por metro (V/m), que é equivalente A seguir, são___›apresentadas as características do vetor cam-
ao newton por coulomb (N/C). po elétrico E em um ponto P, devido a uma carga punti-
forme Q, fixa no ponto O.
Aplicação do conteúdo Intensidade:
1. Um corpo esférico carregado com uma carga Q = 5 C
positiva provocou em uma carga de prova q = 2 C uma Igualando as equações Fe = |q| · E (definida acima) e a lei
força de repulsão de 20 N de intensidade. Calcule qual |Q| . |q|
de Coulomb, Fe = k0 ·______, tem-se:
foi o valor do campo gerado pelo corpo. d²
|Q| · |q|
Resolução: |q| · E = k0 · ______

Pela definição de campo elétrico, tem-se:
|Q|
F E = k0 · ___
E = __q d²

Sendo F a força elétrica provocada, e q a carga de prova, O gráfico de E em função de d, mantendo a carga Q fixa, é
cujo valor, nesse caso, é 2 C. apresentado na figura a seguir:
Assim, substituindo na fórmula, temos:
20
E = __
2
Terminando os cálculos, temos:
E = 10 N/C

GRÁFICO DE E VERSUS D

Aplicação do conteúdo
1. Calcule o valor do campo elétrico produzido por uma
carga Q = 5 μC, num ponto que dista 5 cm dessa carga.

Adote: k0 = 9 · 109 N · m2/C2


Resolução:
Aplicando a fórmula do campo elétrico, tem-se:

k0 · |Q|
multimídia: sites E = __ .
d2
Substituindo os valores, obtém-se:
guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-
-de-fisica-campo-eletrico/ 9 · 109 · 5 · 10-6.
E = __
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo- 52 · 10-4
-eletrico.htm Realizando os cálculos, resulta:
www.todamateria.com.br/campo-eletrico/
www.efeitojoule.com/2009/01/campo-eletri- E = 1,8 · 107 N/C
co-e-conceito-campo.html Direção:
www.rc.unesp.br/showdesica/99_Explor_Ele- __›
A direção do campo é a mesma da força F e.
trizacao/paginas%20htmls/Campo%20el%-
C3%A9trico.htm Sentido:

111
ƒ 1.° caso: a carga Q é positiva (Q > 0) ƒ 2° caso: a carga Q é negativa (Q < 0)
Se em P for colocada a carga pontual ___› q > 0, as cargas se Se em P for colocada a carga de prova___› q > 0, as cargas se
repelem (pois
__› Q > 0 e q > 0). Então E , em P, tem o mesmo __› q > 0, segue-se que E em P tem o mesmo
atraem. Como
sentido de F e, isto é, de Q para P. sentido de F e, isto é, de P para Q.

Se em P for colocada a carga ___› pontual q < 0, as cargas se


__› Como q < 0, então E , em P, tem sentido oposto ao
atraem.
de F e, e, isto é, de Q para P. Observando as duas situações,
Se em P for colocada a carga ___› q < 0, as cargas se repelem.
é possível___› verificar que, Q > 0, o sentido do vetor campo Como__› q < 0, segue-se que E em P tem sentido oposto ao
elétrico E em P é de Q para P, qualquer que seja o sinal da
de F e, isto é, de P para Q. Observe agora
___› que, sendo Q <
carga de prova.
0, o sentido do vetor campo elétrico E em P é de P para Q.

___›
O campo elétrico E produzido por uma carga posi- ___›
O campo elétrico E produzido por carga negativa fixa
tiva fixa é de afastamento (divergente) em qual-
é de aproximação (convergente) em qualquer ponto.
quer ponto.

VETORES CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR Q > 0 FIXA VETORES CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR Q < 0 FIXA

112
4. CAMPO ELÉTRICO DE VÁRIAS k0 · |Q|
E = __
d2
CARGAS PUNTIFORMES FIXAS Substituindo os valores, tem-se:
Considere as cargas puntiformes fixas Q1, Q2..., Qn. Caso a 9 · 109 · 12
E = __
carga___›Q1 estivesse sozinha, originaria em P o campo elé- 22
___› Q2 estivesse sozinha, originaria em P o
trico E 1. Se a carga Assim:
campo elétrico E 2, e assim por diante,
___› até Qn que, sozinha, E = 2,7 · 1010 N/C
originaria em P o campo elétrico E n.
Calculando o valor do campo elétrico produzido pela
carga B:
9 · 109 · 20
E = __
22
Assim:
E = 4,5 · 1010 N/C
Lembre-se de que, para cargas positivas, o campo tem sen-
tido divergente à carga; para cargas negativas, o campo
tem sentido convergente à carga, ou seja:
___›
O campo elétrico resultante E R em P, devido
a várias___ cargas Q1, Q2, ..., Qn, é dado pela soma veto-
› ___› ___

rial de E 1,E 2, ...,E n, na qual cada campo elétrico parcial
é determinado como se a carga correspondente esti-
vesse sozinha:
___› ___› ___› ___›
E R = E 1 + E 2 + ... + E n
Esse é o princípio da superposição dos campos elé-
tricos.

Aplicação do conteúdo
1. Represente abaixo, separadamente, os vetores 2. Sabendo-se que o vetor campo elétrico no ponto A é
campo elétrico produzidos por duas cargas QA = 12 nulo, a relação entre d1 e d2 é:
C e QB = –20 C, no ponto P, situado a 2 m de distân- q
cia de ambas as cargas.

d1
__
a) = 4.
d2
d1
__
b) = 2.
d2
d1
__
c) = 1.
d2
d1 __
d) __ = 1.
Resolução: d2 2
Calculando o valor do campo elétrico produzido pela d1 __
e) __ = 1.
carga A: d2 4

113
Resolução: Sendo E-q o campo produzido pela carga –Q, e Eq o campo
produzido pela carga +Q.
Para que as distâncias sejam encontradas, é preciso anali- Decompondo-se os campos, obtém-se:
sar os campos elétricos no ponto A gerado por cada carga.
Se o campo no ponto A é nulo, isso significa que os campos
de A e B possuem o mesmo módulo e direção, mas em
sentidos opostos.
Sendo Ed1 e Ed2, os campos produzidos pela carga +4q e
+q, respectivamente, temos:
Ed1 = Ed2
Lembrando que:
Substituindo:
|E–q| = |Eq|
k · |+q|
k0 · |+4q| ________
________
2
= 0 2 Calculando o módulo de Eq:
d1 d2
Simplificando: k0 · 125 · 10-6
Eq = ________
d2
+4q ________
________ +q
2
= 2 Por Pitágoras, é possível descobrir que d = 5 cm, segue então:
d1 d2
9 · 109 · 125 · 10-6
Eq = __
Logo: (5 · 10-2)2
d12
__ Terminando os cálculos, tem-se:
=4
d22 Eq = 45 · 107 N/C
d1
__ =2 Calculando as componentes, temos:
d2
Eqy = E–qy = Eq · sen(a) e Eqx = E–qx = Eq · cos(a)
Alternativa B
Analisando os sentidos, observa-se que as componentes ho-
3. Duas cargas puntiformes no vácuo, de mesmo valor rizontais se anulam, enquanto as verticais são somadas, logo:
Q = 125 μC e de sinais opostos, geram campos elétricos
no ponto P (vide figura). Qual o módulo do campo elé-
ER = 2 · Eqy
trico resultante, em P, em unidades de 107 N/C? Substituindo:
ER = 2 · Eq · sen(a)
Sabendo que o sen(a) = 3/5, temos:
ER = 2 · 45 · 107 · __3
5 ()
Concluindo, temos:
ER = 54 · 107 N/C

Resolução:
Para o cálculo do valor do campo elétrico resultante no
5. LINHAS DE FORÇA ___›
ponto P, é preciso somar, vetorialmente, os campos produ- A cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor E .
zidos por –Q e +Q . Esse campo elétrico pode ser representado
___› desenhando-se
Esquematizando os vetores, segue: um número conveniente de vetores E , conforme indicado
na figura a seguir:

114
Um campo elétrico também pode ser representado utili-
zando linhas de força.

As linhas de força são linhas tangentes, em cada pon-


to, ao vetor campo elétrico naquele ponto. O sentido
de orientação é o mesmo do campo elétrico.

DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE SINAIS OPOSTOS E MÓDULOS DIFERENTES

As linhas de força em uma determinada região represen-


___›
tam, aproximadamente, a direção e sentido do vetor E nes-
sa região.
As figuras a seguir mostram linhas de força de alguns cam-
DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE MESMO MÓDULO E POSITIVAS.
pos elétricos particulares:
EM N, O VETOR CAMPO ELÉTRICO É NULO.

CARGA PUNTIFORME Q > 0.


AS LINHAS DE FORÇAS PARTEM DAS CARGAS POSITIVAS.

DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE MESMO MÓDULO E DE SINAIS OPOSTOS

O número de linhas de força por unidade de área é


proporcional à quantidade de carga elétrica do corpo
ou partícula.

Aplicação do conteúdo
1. Observe o desenho das linhas de força do campo ele-
CARGA PUNTIFORME Q < 0. trostático gerado pelas pequenas esferas carregadas
AS LINHAS DE FORÇAS CHEGAM ÀS CARGAS NEGATIVAS. com cargas elétricas e.
Quanto maior for o módulo da carga que origina o campo
elétrico, maior será o número de linhas de força. Na figura
a seguir, o módulo da carga positiva é maior que o da carga
negativa. Nas regiões em que as linhas estão mais próxi-
mas, a concentração de linhas de força é maior e o campo
elétrico é mais intenso. O campo elétrico é mais intenso
em A do que em B, por exemplo. No ponto N, o campo
elétrico é nulo.

115
a) Qual é o sinal do produto QA · QB?
b) Em que ponto, C ou D, o vetor cam-
po elétrico resultante é mais intenso?
Resolução:
a) Observando a figura, é possível notar que as
linhas de campo saem de QA e entram em QB.
Assim, a carga QA é positiva, e QB é negativa.
Portanto, o produto entre suas cargas resul-
tará num valor negativo. Assim, QA · QB < 0.
b) No ponto C, o vetor campo elétrico é mais
intenso, pois ele se encontra numa região em que as multimídia: vídeo
linhas de campo são mais próximas umas das outras.
FONTE: YOUTUBE
Física Geral III - Aula 2 - Campo Elétrico - Parte 1

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.

Fenômenos eletromagnéticos estão presentes no cotidiano do mundo moderno. Desde a Segunda Revolução
Industrial, a eletricidade tomou conta da vida das pessoas. Entretanto, ainda trata-se de uma área mais abstrata
da física, uma vez que o objeto de estudo é pequeno demais aos olhos. A habilidade 21 cobra justamente que
o estudante seja capaz de perceber, relacionar e interpretar os fenômenos eletromagnéticos cotidianos e trazer
à luz a verdade por meio de respostas científicas.

Modelo 1
(Enem) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e geram intensas descar-
gas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como atestam as faíscas (Figura 2) que ele produz.
O experimento fica mais interessante quando se aproxima do gerador em funcionamento, com a mão, uma lâmpada
fluorescente (Figura 3). Quando a descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por
breves instantes. Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo, se
a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga ocorrer entre eles, a
lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

116
A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a uma descarga elétri-
ca, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.

Análise expositiva 1 - Habilidades 21: Talvez pelo fato de ser um assunto mais abstrato em comparação
B a outros da Física, o eletromagnetismo, quando cobrado, possui um viés mais teórico que outros assuntos
abordados. Essa questão é de rápida resolução e cobra do aluno a capacidade de identificar o fenômeno
físico corretamente.
O campo elétrico gerado pelos corpos eletrizados faz com que as partículas existentes no interior das lâmpadas mo-
vam-se, chocando-se umas com as outras, emitindo luz.
Alternativa B

Modelo 2
(Enem) Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os raios, que podem
ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens (descarga ascendente) ou entre uma
nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes podem ocorrer por causa do acúmulo de cargas elétricas
positivas ou negativas, que induz uma polarização oposta no solo.

Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a):


a) campo magnético da Terra.
b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.
d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.
e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.
Análise expositiva 2 - Habilidades 21: Excelente questão, pois cobra do aluno a explicação de um fe-
D nômeno natural muito comum, que é a ocorrência de relâmpagos. O estudante deve ser capaz de explicar
cientificamente o fato, utilizando-se dos seus conhecimentos em eletricidade.
O aumento do campo elétrico entre as nuvens e o solo favorece o deslocamento de partículas carregadas (íons) que
causam as descargas elétricas.
Alternativa D

117
DIAGRAMA DE IDEIAS

CARGA
ELÉTRICA

DEPENDE DO INVERSO
GRANDEZA
CAMPO ELÉTRICO DA DISTÂNCIA AO
VETORIAL
QUADRADO

CARGA NEGATIVA CARGA POSITIVA

CAMPO CAMPO
CONVERGENTE DIVERGENTE

118
FORÇA ELÉTRICA E
AULAS
CAMPO ELÉTRICO
7E8
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20

__› ___›
1. FORÇA ELÉTRICA E Observe que F e e E são grandezas
__› físicas diferentes,
___› ainda
que sejam grandezas vetoriais: F e é força e E é vetor campo
CAMPO ELÉTRICO elétrico.

Como foi visto nas aulas anteriores, se houver uma distri-


buição de partículas, a força resultante que atua sobre uma
partícula é a soma vetorial de todas as forças individuais
que atuam sobre a partícula. Da mesma forma, se hou-
ver uma distribuição de partículas, o campo resultante é a
soma vetorial dos campos individuais.
O módulo da força elétrica entre duas partículas é dado por: Aplicação do conteúdo
1. Uma partícula carregada com uma carga de 5 C está
imersa num campo elétrico de 10 N/C. Qual é o módulo
da força que irá atuar na partícula?

E o módulo do campo criado por uma partícula é dado pela Resolução:


expressão: Para o cálculo da força, é preciso utilizar a fórmula de rela-
ção entre força elétrica e campo elétrico:
F=q·E

Substituindo pelos valores do exercício, obtém-se:


O campo elétrico existe independentemente da carga de pro-
va. Ele só depende da carga Q que origina o campo, porém só F = 5 · 10
é possível perceber a existência dele quando é colocada uma Assim:
carga de prova q e constatada a existência da força elétrica.
F = 50 N
No entanto, a relação entre força e campo elétrico tende a
facilitar o processo. Caso seja conhecido o campo resultan- 2. Uma carga elétrica puntiforme com carga de 4,0 C é
te num determinado ponto, o cálculo para se conhecer a colocada em um ponto P do vácuo e fica sujeita a uma
força elétrica de intensidade 1,2 N. O campo elétrico
força resultante nesse ponto se torna muito mais simples.
nesse ponto P tem intensidade de:

Resolução:

Para o cálculo do campo, é preciso utilizar a fórmula de


relação entre força elétrica e campo elétrico:
Assim como a força elétrica, o campo elétrico é uma gran-
F=q·E
deza vetorial. Os dois sempre terão a mesma direção, mas
o sentido depende do sinal da carga de prova q. Substituindo pelos valores do exercício, obtém-se:

1,2 = 4 · E
Assim:
F = 0,3 N/C

119
2. CAMPO ELÉTRICO UNIFORME (CEU)
___›
Campo elétrico uniforme é aquele em que o vetor E é o
mesmo em todos os___› pontos. Dessa forma, em cada ponto
do campo, o vetor E tem a mesma intensidade, a mesma
direção e o mesmo sentido.
As linhas de força de um campo elétrico uniforme são retas
paralelas igualmente espaçadas e com o mesmo sentido.

E E E
multimídia: vídeo
E E E
FONTE: YOUTUBE
Força Elétrica E E

LINHAS DE FORÇA DE UM CAMPO UNIFORME

É possível criar um campo uniforme com duas placas


eletrizadas com cargas elétricas de sinais opostos.
Para que isso ocorra, a distância entre as placas deve
ser muito pequena comparada com suas dimensões.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
A Lei de Coulomb (atração e re-
pulsão) entre duas cargas...
CAMPO ELÉTRICO UNIFORME ENTRE DUAS PLACAS ELETRIZADAS

Aplicação do conteúdo
___›
1. Considere o campo elétrico uniforme, E , representa-
do pelo conjunto de linhas de força na figura a seguir.
Sobre o campo elétrico nos pontos A, B e C, marcados
com o sinal, é correto afirmar que:

multimídia: sites
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletriza-
cao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao- a) é mesmo em todos os pontos;
-condutores-e-isolantes.html b) o campo elétrico do pon-
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/proces- to A é igual ao do ponto B;
sos-eletrizacao.htma c) o campo elétrico do pon-
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condu- to A é igual ao do ponto C;
tores-isolantes-eletricos.htm d) o campo elétrico do ponto B é
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromag- maior que o do ponto C;
netismo/forca-eletrica-e-campo-eletrico.html e) o campo elétrico do ponto A é me-
nor que o do ponto B.

120
Resolução: 2.º caso: a carga é lançada
Por definição, um campo elétrico uniforme é um campo perpendicularmente às linhas de força
que tem a mesma intensidade em todos os pontos. →
E
Alternativa A

V0

2.1. Movimento de uma carga q + →

elétrica puntiforme num CEU F



E

1.º caso: a carga é lançada →


V0
paralelamente às linhas de força
ou abandonada do repouso → − q
F

E Nesse caso, a carga executará um lançamento horizontal.

3.º caso: a carga é lançada


obliquamente às linhas de força
q
+ → + y

m v0 v hmáx → →
E g
A B +

V0 →
P

F

q α
Considere uma partícula de massa m, eletrizada com carga +
0 A x
elétrica q, a partir do repouso ou lançada com velocidade
v0 do ponto A, como mostra a figura. Sobre a carga atuará Nesse caso. a carga executará um lançamento oblíquo.
uma força F de intensidade F = IqI ∙ E. Pela segunda lei de
Newton, FR = m ∙ a. Aplicação do conteúdo
Então, IqI ∙ E = m ∙ a Ÿ a = rIqI ∙ __ E
m 1. Uma carga elétrica puntiforme q = 4 μC, cuja massa
é m = 2 ∙ 10– 6 kg, é abandonada, a partir do repouso,
Analisando a fórmula acima, é possível perceber que a ace-
num ponto P de um campo elétrico uniforme de módulo
leração é constante e que a partícula executará um MRUV. E = 2 ∙ 105 N/C, conforme a figura. Determine:
Notas: a) o módulo da força elétrica que age na carga elétrica;
1. v = v0 + a ∙ t; b) a aceleração do movimento da carga elétrica q;
2
t ;e c) a velocidade da carga elétrica q ao passar por Q,
S = S0 + v0 ∙ t + a ∙ __ distante 20 cm de P.
2
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ 'S Despreze as ações gravitacionais.

2. Análise do sinal da aceleração. E

Considere o eixo referencial do movimento, orientado no q, m, v0 = 0


sentido do campo elétrico. P Q
A aceleração será positiva para cargas elétricas positivas
d
que se deslocam no sentido positivo do eixo ou para car-
gas elétricas negativas que se deslocam no sentido nega-
tivo do eixo. Resolução:
a) Sendo a carga elétrica positiva, implica que a força elétri-
A aceleração será negativa para cargas elétricas posi- ca tem o mesmo sentido que o campo elétrico. O módulo
tivas que se deslocam no sentido negativo do eixo ou da força elétrica que atua na carga elétrica q é dado por:
para cargas elétricas negativas que se deslocam no sen- F = IqI ∙ E Ÿ F = 4 ∙ 10– 6 ∙ 2 ∙ 105 Ÿ
tido positivo do eixo. ŸF = 8 ∙ 10–1 N Ÿ F = 0,8 N

121
b) Pelo Princípio Fundamental da Dinâmica, FR = m ∙ a.
F
Sendo a força elétrica a força resultante que atua na car- tgθ = __e
ga elétrica, tem-se: P
E
a = r IqI ∙ __ 105
___
m Ÿ a = 4 ∙ 10 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 10 Ÿ
–6 6

a = 4 ∙ 105 m/s2
θ θ
c) Sendo o movimento da carga elétrica um MRUV, é
possível aplicar a equação de Torricelli: T
P
vQ2 = vP2 + 2 ∙ a ∙ DS Ÿ
ŸvQ2 = 0 + 2 ∙ 4 ∙ 105 ∙ 0,2 Ÿ T

ŸvQ = 4 ∙ 102 m/s A


Fe
Fe
A

3. PÊNDULO ELETROSTÁTICO
P

Essa relação trigonométrica entre a força elétrica e o peso é


Como foi visto, dois corpos carregados com cargas opostas uma poderosa informação, pois simplifica significativamen-
se atraem. Considere dois corpos esféricos idênticos (de te a resolução dos exercícios. Um raciocínio semelhante po-
mesma massa m) A e B, presos por fios ideais e isolantes deria ser realizado caso as cargas fossem de sinais iguais e
carregados com cargas de mesmo módulo, mas de sinais houvesse repulsão ou se fosse informado o campo elétrico.
opostos. Quando próximos a eles, passa a atuar em cada
um uma força elétrica. No entanto, já atuavam, e conti- Aplicação do conteúdo
nuam atuando, a força peso, uma vez que o corpo possui 1. Um pêndulo simples, cuja extremidade inferior é com-
massa e está imerso no campo gravitacional terrestre, e a posta por um corpo de massa “m“ e carga elétrica posi-
força tensora no fio, pois o fio está tencionado. tiva “q“, está imerso em um campo elétrico uniforme de
intensidade “E“, conforme a ilustração a seguir. Conside-
re como “g“ o módulo da aceleração da gravidade local.

A B
A B

Primeiramente, deve-se indicar cada força que atua


em cada corpo. A força peso é dada pela fórmula
k0 |Q1| · |Q2| a) Represente, em uma figura, todas as forças
P = m · g, e a força elétrica é dada por Fe =_________ . que atuam sobre o corpo de massa “m“.
d2
b) Expresse, em termos das grandezas “m“,
“q“, “E“ e “g“, se o ângulo é correspon-
dente à situação de equilíbrio acima.
Resolução:

T T
a) Seguem as forças que estão sen-
do aplicadas no corpo:
Fe Fe
A B
A P P
B
Assim, no equilíbrio, a soma das forças será nula, e é pos-
sível afirmar que o módulo da força tensora é igual ao mó-
dulo da soma vetorial da força elétrica e da força peso.
______
T = √ P2 + Fe2

No equilíbrio, o fio e a horizontal formam um ângulo fixo b) A soma da força P com a força elétrica resultará
θ. Utilizando as relações métricas no triângulo retângulo, é em uma força que irá igualar a força T em módu-
possível escrever que: lo. Por geometria, não é difícil visualizar que:

122
Fel Resolução:
tan(θ) = __
P
Logo: De modo análogo à solução anterior, tem-se:
E·q
tan(θ) = ____

Então:
m·g
( )
E·q
θ = arctan ____
m·g
Além disso, sabe-se que:

( )
E·q
θ = arctan ____
m·g
k0 · |q|
E = _____
d2
2. Duas bolinhas iguais, de material dielétrico, de massa
m, estão suspensas por fios isolantes de comprimento 1
k0 = _______
L, presos no ponto P (ver a figura a seguir). 4 · π · «0
Substituindo a segunda e a terceira equações na primeira,
obtém-se:

(
θ = arctan ____2
q2
4 · π. «0 · m · g · d )

As bolinhas são carregadas com cargas “q”, iguais em mó-


dulo e sinal, permanecendo na posição indicada. Calcule o multimídia: vídeo
ângulo θ em função de “m”, “g”, “q”, “d” e «0 (permissi- FONTE: YOUTUBE
vidade elétrica do ar). Péndulo eletrostático

DIAGRAMA DE IDEIAS

CARGAS
ELÉTRICAS

DEPENDEM DO INVERSO
GRANDEZA
CAMPOS ELÉTRICOS DO QUADRADO
VETORIAL
DA DISTÂNCIA

NA PRESENÇA DE
OUTRA CARGA:
FORÇA ELÉTRICA

123

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