Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.
Herlan Fellini
1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor-editorial
Pedro Tadeu Vader Batista
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-06-8
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
2
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 9 e 10: Movimento retilíneo uniformemente variado 6
Aulas 11 e 12: Gráficos do MRUV 17
Aulas 13 e 14: Queda livre e lançamento vertical 29
Aulas 15 e 16: Lançamento oblíquo 38
TERMODINÂMICA
Aulas 9 e 10: Lei geral dos gases 50
Aulas 11 e 12: Primeira lei da termodinâmica 57
Aulas 13 e 14: Segunda lei da termodinâmica 67
Aulas 15 e 16: Introdução à óptica geométrica 77
ELETROSTÁTICA
Aulas 9 e 10: Potencial elétrico 88
Aulas 11 e 12: Trabalho no campo elétrico 96
Aulas 13 e 14: Potencial elétrico no CEU e equilíbrio eletrostático 102
Aulas 15 e 16: Corrente elétrica 110
3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
4
CINEMÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas
Dentre os temas abordados neste caderno, o Dentre os temas abordados neste caderno, Um dos temas deste livro muito cobrado na
de maior incidência no vestibular da Unicamp o de maior incidência no vestibular da prova da Unesp é o de lançamento obliquo. O
é o estudo do MRUV e a interpretação de Unifesp é o estudo da cinemática escalar, aluno deve saber interpretar imagens e coletar
gráficos (MRUV). com questões de MRUV, nas quais se exige informações, dedicando atenção às equações
do candidato a interpretação de gráficos. dos dois movimentos, vertical e horizontal.
Dentre os temas abordados neste caderno, A prova da FMABC tem uma grande variação A prova da Puc de Campinas tem uma grande A prova da Santa Casa tem uma grande
o de maior incidência no vestibular Albert de temas. No entanto, o tema cinemática es- variação de temas. No entanto, o tema cine- variação de temas. No entanto, o tema cine-
Einstein é o estudo da cinemática escalar, calar (MRUV) aparece com alguma frequência. mática escalar (MRUV) aparece com alguma mática escalar (MRUV) aparece com alguma
com questões de movimento uniformemente frequência, exigindo cuidado nas equações frequência, exigindo cuidado nas equações
acelerado (MRUV), exigindo do aluno conhe- horárias de movimento de lançamentos horárias de movimento acelerado.
cimento das equações. oblíquos.
UFMG
O tema cinemática sempre está presente na O tema cinemática sempre está presente A prova da CMMG tem uma grande variação
prova da UEL em questões que exigem um na prova da UFPR. As questões abordadas de temas. No entanto, o tema cinemática es-
alto nível de manipulações em equações exigem análise dos movimentos por meio de calar (MRUV) aparece com alguma frequência,
horárias de movimento. gráficos de velocidade por tempo e posição exigindo cuidado nas equações horárias de
por tempo. movimento de lançamentos oblíquos.
O tema cinemática sempre está presente na A prova da UNIGRANRIO tem uma grande O tema cinemática sempre está presente na
prova da UERJ. As questões abordadas exigem variação de temas. No entanto, o tema cine- prova da FTESM com questões que exigem
análise dos movimentos por meio de gráficos mática escalar (MRUV) aparece com alguma interpretações de gráficos e análise de
de velocidade por tempo e posição por tempo. frequência, exigindo cuidado nas equações figuras (MRUV e lançamento oblíquo) com
horárias de movimento acelerado em um manipulações em equações horárias de
plano inclinado. movimento.
5
AULAS Movimento retilíneo
9 e 10 uniformemente variado
Competências: 5e6 Habilidades: 19 e 20
3. Unidades de aceleração
A razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de
tempo é denominada unidade de aceleração. Por exemplo:
km/h
1 ____
multimídia: vídeo s
Entretanto, essa unidade não pertence ao SI. O exemplo
Fonte: Youtube
seguinte ilustra a unidade de aceleração no SI e seu sig-
Física - Aceleração (Khan Academy)
nificado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua
velocidade é de vi = 5 m/s logo depois de iniciar a queda.
2. Aceleração escalar média Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de
vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v – vi
a = _____
f 25 m/s –
= ____________
5 m/s 20 m/s
= ______
Dt 2 s 2 s
ou
10 sm/s
a = ______
6
Esse resultado demonstra que a velocidade de pedra au- Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a =
menta em 10 m/s a cada 1 s. Assim, no SI, a unidade de 10 m/s2. Dessa forma:
aceleração é 1 (m/s)/s, que se convencionou escrever da
seguinte maneira: No SI, a unidade de aceleração é 1 m/s2. A velocidade
m/s = 1 __
1 ___ m ∙ __
1 m
___ varia de 1 m/s a cada 1 s.
s s s = 1 s2
VIVENCIANDO
Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera, parando
devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; também na
queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil, por isso
“quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber distinguir
entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução de problemas.
v>0 v>0
Aplicação do conteúdo
a>0 a>0
7
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
aceleração constante ⇒ a = am = Dv
___
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h Dt
Determine o valor da aceleração média desse carro entre A tabela abaixo mostra as velocidades escalares de uma
t1 = 3 s e t2 = 9 s. partícula em intervalos de 1 segundo. A velocidade varia
Resolução: de modo regular, ou seja, a cada 1 segundo, o aumento da
velocidade é 2 m/s. Assim, a aceleração escalar é constante
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
e dada por:
a = 2 m/s por segundo = 2 m/s2
t (s) v (m/s)
0 5
A variação de tempo e de velocidade entre os instantes t = 1 7
3 s e t = 9 s será: 2 9
Δt = 9 – 3 = 6 s 3 11
4 13
Δv = v3 – v1 = 60 – 20 = 40 m/s
Dessa forma, a aceleração média será: No caso em que a aceleração é constante e não nula, tem-
se um movimento uniforme.
40 = 6,67 m/s2
Δv = ___
am = ___
Δt 6 se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
Resposta: A aceleração será de 6,67 m/s2.
Nota: Foi visto que a velocidade é a variação do espaço no
tempo; também foi vito que a aceleração é a variação da
velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associa-
da à variação da aceleração no tempo. Todos os exercícios
de cinemática são resolvidos em função da posição, da ve-
locidade, da aceleração e do tempo.
5. Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV) multimídia: sites
Além da aceleração escalar média (am), define-se também a pt.khanacademy.org/science/physics/one-
aceleração escalar instantânea (a), que é a aceleração esca- -dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
lar em um instante de tempo muito curto. Considere o caso acceleration-article
em que a aceleração escalar instantânea é constante. Assim, www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/
em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média cinematica.html
possui o mesmo valor da aceleração escalar instantânea.
8
5.1. Funções horárias É possível demonstrar que a velocidade média no movi-
mento retilíneo uniformemente variado é dada por:
Considere uma partícula realizando um movimento uni-
v + v0
formemente variado em uma linha, como na figura se- vm = _____
guinte. No instante inicial (t = 0), a partícula passa pelo 2
ponto de posição S0 com velocidade escalar v0. Depois de A partir da definição de velocidade média:
algum tempo, em um instante qualquer t, a partícula pas-
S – S0
sa pelo ponto de posição S com velocidade escalar v. A vm = DS
___ = _____
aceleração escalar é constante ao longo de toda trajetória Dt t – t0
É possível combinar ambas as equações de modo que, para
t0 igual a zero, tem-se:
(v0 + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ___________
= 0
v 2 2
Utilizando a função horária da velocidade escalar v = v0 +
a ⋅ t e Ds = s – s0, obtém-se:
Pela definição da aceleração:
(v + v + at)t ________2v t + at2
at
2
v – v0 S – S0 = ___________
0 0 = 0 = v0t + ___
a = Dv
___ = _____
2 2 2
Dt t – t0
Assim:
Rearranjando a equação:
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
v – v0 = a ∙ t 2
Função horária da posição.
Assim:
Nota: Para t0 diferente de zero, temos as equações:
v = v0 + a ∙ t v = v0 + a ∙ (t – t0)
Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo desenvolvi-
do por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:
∆
dXX
x = –b ± ___
2a
sendo:
∆ = b2 – 4ac
Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.
9
Nos mesmos 8 segundos, aplica-se a função horária da ve-
Aplicação do conteúdo locidade escalar para se obter a velocidade final do corpo:
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de ma- v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
neira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo instante,
a velocidade do móvel é de 12 m/s. A partir desse ins-
O enunciado afirma que essa velocidade permanece cons-
tante, nos próximos 5,0 s a distância percorrida pelo
móvel, em metros, é igual a: tante e ainda faltam 2.780 metros para o corpo percorrer.
Assim, o segundo intervalo de tempo será:
a) 10
v = __ ∆S
b) 30 ∆t
c) 60 55 = 2780
____
∆t
d) 70
e) 90 556 s
∆t = ___
11
Resolução: O tempo total será:
O enunciado afirma que a velocidade aumenta a uma taxa 556 = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
11
de 2,4 m/s em 3 s. Assim, a aceleração do móvel será:
Altenativa D
2,4
Δv = ___
a = ___ = +0,8 m/s2
Δt 3 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com mo-
vimento uniformemente variado, com aceleração
Admitindo o início da trajetória o móvel com velocidade de
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posição 10 m
12 m/s, após 5 s aplica-se a função horária da posição em e velocidade escalar 4 m/s no instante t0 = 0.
MRUV para encontrar a distância percorrida.
at
2
S = S0 + v0t + ___
2
0,8(5)2 s
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
= 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
= 60 + 10 = 70 m a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a velocidade
escalar da partícula?
Altenativa D b) Determine a velocidade escalar média da partícula
entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve percor-
rer uma distância de 3.000 m. Os primeiros 220 m ele Resolução:
os percorre em 8 s, sendo que o movimento é uniforme- a) Sabendo que a partícula está em MUV, e sendo
mente acelerado. O restante é percorrido a velocidade a = 6 m/s2, v0 = 4 m/s e S0 = 10 m, tem-se:
constante igual à atingida quando ele alcançou aqueles
220 m. O tempo total aproximado para realizar todo o a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
percurso será de: 2
E para t = 5 s:
a) 20 s
6 ⋅ (5)2
b) 30 s S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
⇒ S = 105 m
2
c) 50 s
v = v0 + a ⋅ t
d) 58 s
E para t = 5 s:
Resolução:
v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre 220 m partin- b) Foi visto que a velocidade média no MUV pode ser
do do repouso. Aplicando a função horária do movimento calculada como:
retilíneo uniformemente acelerado, tem-se:
V + V0
at
S = S0 + v0t + ___
2
vm = ______
f
2 2
(8)²
220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___ Assim, a velocidade média é:
2
64a
___
220 =
2 34 +
vm = ______ 4 38 ⇒
= ___
2 2
220
___
a = = 6,875 m/s2
32 vm = 19 m/s
10
4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motoci- Desprezando a resposta negativa, tem-se t = 16 s, ou seja,
cleta) persegue um automóvel cujo motorista cometeu depois de 16 segundos do instante representado na figura,
uma infração e que se move com velocidade escalar
o guarda alcança o automóvel.
constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante. b) Como o movimento do guarda é uniforme-
mente variado, substituindo t = 16 s na função
8,0 m/s 20 m/s
horária de sua velocidade escalar, obtém-se:
v = v0 + at ⇒ v = 8,0 + 2,0 t
64 m
t = 16 s ⇒ v = 8,0 + (2,0)(16) ⇒ v = 40 m/s
esse instante, o guarda tem velocidade escalar 8,0
N
m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar A velocidade do guarda no instante do encontro é de 40 m/s.
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos
c) Substituindo t = 16 s na equação
dos veículos:
horária da posição do guarda, resulta:
a) A partir do instante representado
na figura, quanto tempo o guarda le- SG = 8,0 t + t²
vará para alcançar o automóvel? t = 16 s ⇒ SG = 8,0(16) + (16)² ⇒ SG = 384 m
b) Qual a velocidade do guar-
da ao alcançar o automóvel? Isto é, o guarda se moveu da posição inicial S0G = 0 até a
c) Determine a distância percorrida pelo
posição SG = 384 m, e, portanto, percorreu a distância de
guarda desde o instante representado na
figura até o instante de encontro. 384 metros.
Resolução:
5.2. Equação de Torricelli
a) Adotemos a posição inicial do guarda como a ori-
gem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0), e Os problemas de MRUV podem ser resolvidos com as fun-
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m). ções horárias da velocidade e da posição. Entretanto, será
G A mostrada a seguir uma equação que relaciona a velocida-
8,0 m/s 20 m/s de e a posição sem envolver o tempo. Essa equação será
0 64 s (m) útil na solução de problemas que não envolvam a variável
tempo no enunciado.
O movimento do guarda é uniformemente variado com S0
= 0, v0 = 8,0 m/s e a 2,0 m/s2, e o automóvel se movimen- Para obter essa equação, o tempo é isolado na função ho-
ta uniformemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s. Assim, rária da velocidade:
as funções horárias das posições para o guarda e para o v – v0
automóvel são: v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = _____
a
guarda (MUV) automóvel (MU) Esse valor de t é substituído na equação horária da posição.
Assim:
a t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt
2
2,0
SG = 0 + 8,0 t + ___ t 2 SA = 64 + 20 t
S = S0 + v0t + ___
2
v–v
at ⇒ S = S0 + v0 _____
2
(
a 0 __
+ )2 ( v – v0 2
a ⋅ _____ )
a
2 Efetuando os cálculos, obtém-se uma equação denomina-
SG = 8,0 t + t 2
da equação de Torricelli:
SG = SA
8,0 t + t² = 64 + 20 t Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de
Galileu durante os últimos três meses de vida do mestre
t² – 12t – 64 = 0 renomado. A partir das equações de Galileu para o MUV,
Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Além
Resolvendo esta equação (de 2.º grau), obtém-se:
disso, Torricelli Inventou o barômetro, instrumento que ser-
t = 16 ou t = –4 ve para medir a pressão atmosférica local.
11
3. (Unicamp) Um automóvel trafega com velocidade
Aplicação do conteúdo constante de 12 m/s por uma avenida e se aproxima de
um cruzamento onde há um semáforo com fiscalização
1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velocidade eletrônica. Quando o automóvel se encontra a uma dis-
escalar constante de 30 m/s. Em determinado instante, tância de 30 m do cruzamento, o sinal muda de verde
o motorista pisa no freio provocando uma desacelera- para amarelo. O motorista deve decidir entre parar o
ção constante de 3,0 m/s2 até o automóvel parar. Cal- carro antes de chegar ao cruzamento ou acelerar o car-
cule a distância percorrida durante a frenagem. ro e passar pelo cruzamento antes do sinal mudar para
vermelho. Esse sinal permanece amarelo por 2,2 s. O
Resolução: tempo de reação do motorista (tempo decorrido entre
o momento em que o motorista vê a mudança de sinal e
A figura a seguir ilustra a situação: o momento em que realiza alguma ação) é 0,5 s.
a) Determine a mínima aceleração constante que o
carro deve ter para parar antes de atingir o cruzamen-
to e não ser multado.
b) Calcule a menor aceleração constante que o carro
deve ter para passar pelo cruzamento sem ser multa-
Considerando a velocidade escalar positiva (mesmo sen- do. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
tido que a orientação da trajetória) e sendo o movimento Resolução:
retardado, a aceleração escalar é negativa: a = –3,0 m/s2. a) O tempo de reação do motorista é 0,5 s e sua veloci-
dade constante é de 12 m/s. Assim, o deslocamento do
A velocidade inicial é v0 = 30 m/s, e a velocidade final é
motorista em MRUV será:
nula (v = 0). Pelas informações fornecidas e devido à falta
de informação sobre o intervalo de tempo, é possível sus- DS
v = ___
Dt
peitar que, provavelmente, a melhor equação a ser usada é
a equação de Torricelli. Assim: DS
12 = ___
0,5
v² = v0² + 2a (S – S0) ∆S = 6 m.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS A distância quando o semáforo muda de verde para amarelo
é 30 m, e a distância na reação é 6 m. Assim, a distância em
Dessa forma:
MRUV é 24 m. Aplicando a equação de Torricelli, tem-se:
DS = 150 m
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
2. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo de
200 metros de comprimento, um automóvel de dimen- (0)2 = (12)2 + 2 ∙ a ∙ 24
sões desprezíveis movimenta-se com velocidade de 25 a = –3 m/s2
m/s. Durante a travessia, desacelera uniformemente,
saindo do túnel com velocidade de 5 m/s. O módulo de Resposta: A mínima desaceleração é de 3 m/s2.
sua aceleração escalar, nesse percurso, foi de:
b) O tempo total é 2,2 s, e o tempo de reação é
a) 0,5 m/s². 0,5 s. Assim, o tempo do carro em MRUV será:
b) 1,0 m/s².
c) 1,5 m/s². ttotal = treação + tMRUV
d) 2,0 m/s². 2,2 = 0,5 + tMRUV
e) 2,5 m/s².
tMRUV = 1,7 s.
Resolução:
Aplicando a função horária da posição em MRUV, desco-
A velocidade inicial é 25 m/s e a final é 5 m/s. A variação de bre-se a aceleração do carro.
at
2
espaço é de 200 m. Aplica-se a equação de Torricelli para S = S0 + v0 t + ___
2
encontrar a desaceleração do corpo. (1,7)2
24 = 0 + 12 ∙ (1,7) + a ∙ _____
2
v² = v0² + 2aDS
a = 2,4 m/s2.
(5)² = (25)² + 2 ∙ a ∙ 200 Resposta: A aceleração será de 2,4 m/s2.
a = –1,5 m/s². 4. (UEL) Um motorista está dirigindo um automóvel a
Assim, o módulo da aceleração é 1,5 m/s . 2 uma velocidade de 54 km/h. Ao ver o sinal vermelho,
pisa no freio. A aceleração máxima para que o automó-
Alternativa C vel não derrape tem módulo igual 5 m/s2. Qual a menor
12
distância que o automóvel irá percorrer, sem derrapar e é possível escrever a função horária da velocidade, que de
até parar, a partir do instante em que o motorista acio- maneira genérica é dada por:
na o freio?
a) 3,0 m v(t) = v0 + a · t
b) 10,8 m
c) 291,6 m
d) 22,5 m E, assim, temos que:
e) 5,4 m v(t) = –3 + 6 ∙ t
Resolução:
Do mesmo modo, pode-se inferir a velocidade inicial e
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, tem-se: aceleração a partir da função da velocidade. Na fun-
ção da velocidade, o coeficiente independente trata-se
1000
v0 = 54 km/h ∙ ______ m 1 h
. ______
= 15 m/s
1 km 3600 s da velocidade inicial e o coeficiente que acompanha
Fazendo um desenho ilustrativo do problema: a variável t é a aceleração. Seja uma dada função da
velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função gené-
rica da posição:
O vetor aceleração é contra a trajetória; dessa forma, tem-
-se uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
obtém-se:
Assim, teremos que:
v² = v0² + 2aDS
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 = 22,5 m
DS = ___
10
Alternativa D
a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
13
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar problemas cotidianos, rela-
cionados também ao movimento de corpos acelerados. O exemplo mais comum disto são os exercícios que en-
volvem veículos de transporte (carros, motos, caminhões) que constantemente mudam sua velocidade ao trafegar
pelas vias públicas. Avaliar qual é a distância que um móvel percorre até frear em um semáforo, por exemplo, é
frequente nas avaliações do Enem, sendo esta uma situação-problema clássica.
Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente entre a cidade de
Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando uma nova tecnologia de frenagem
eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a frenagem cerca de 400 metros antes da estação. Atual-
mente, essa distância caiu para 250 metros, o que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de frenagem depois e
antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2
Análise expositiva 1 - Habilidade 19: Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilida-
B des de sistema de frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação e ma-
nipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedimento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento uniformemente retardado, vem:
v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒
( 20
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m /s2
a = 0 ⇒ 2 · 400
____________________________ ⇒ |a1 – a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 – a2| = 0,3 m/s2.
2∆S a2 = 20 2
_______ ⇒ a1 = 0,8 m/s
2
2 · 250
Alternativa B
14
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo do movimento dos corpos: agora
os corpos podem possuir aceleração não nula. No cotidiano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alter-
ação do seu movimento, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire movimento,
sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente inúmeras vezes até chegar em seu destino. A
mudança da velocidade é algo normal e se faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.
Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a possibilidade de
acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois motoristas, o primeiro atento e o
segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma
emergência, freiam com uma desaceleração igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0
m/s enquanto o desatento, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das
E funções horárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias atuais: moto-
ristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as funções e manipulando as equações o estu-
dante será capaz de perceber qual a real diferença entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1’ ⇒ d1’ = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1’ = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2’ ⇒ d2’ = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2’ = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E
15
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO
VELOCIDADE ALTERAÇÃO DA
REFERENCIAL
INICIAL VELOCIDADE
VELOCIDADE
FINAL
FUNÇÕES CONDIÇÕES
HORÁRIAS INICIAIS
ACELERAÇÃO
16
AULAS Gráficos do MRUV
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
1. Gráfico da aceleração
escalar em função do tempo
No Movimento Retilíneo Uniformemente Variado(M.R.U.V.),
a aceleração escalar a é uma constante e não nula. Em
consequência, o gráfico a x t, da aceleração (no eixo das
ordenadas) em função do tempo (no eixo das abscissas), é
uma reta paralela ao eixo dos tempos.
Existem duas possibilidades para o gráfico da aceleração.
Caso a aceleração seja favorável à orientação adotada, o
gráfico será uma reta paralela ao eixo horizontal e acima
dele. Entretanto, se a aceleração for contrária à orientação
adotada, o gráfico será uma reta paralela ao eixo horizon-
tal e abaixo do mesmo.
Nos gráficos acima foram assinalados dois triângulos
retângulos em que o cateto vertical corresponde à variação
da velocidade escalar (Dv), e o cateto horizontal representa
a variação do tempo (Dt). A aceleração escalar pode ser
obtida com base no gráfico. Calculando:
a = tg α = Dv
___
Dt
Gráficos da velocidade
escalar em função do tempo
A função horária da velocidade escalar v é uma função
do 1.° grau (v = v0 + at). Assim, o gráfico v × t, da velo-
cidade escalar em função do tempo, é uma reta incli-
nada. Quando a aceleração escalar for positiva (a > 0), a multimídia: vídeo
inclinação da reta será positiva, ou seja, o gráfico será
Fonte: Youtube
crescente; quando a aceleração escalar for negativa G1 - Saiba como interpretar gráficos de
(a < 0), a inclinação da reta será negativa, ou seja, o gráfico movimento
será decrescente. Observe as figuras a seguir.
17
Aplicação do conteúdo
1. Na figura a, está representado o gráfico da velocida-
de escalar em função do tempo de uma partícula. Como
o gráfico é retilíneo, o movimento é uniformemente va-
riado (MUV). A aceleração escalar do movimento, como
foi visto acima, pode ser calculada a partir de um triân-
gulo retângulo qualquer, cuja hipotenusa esteja sobre o Resolução:
gráfico, e os catetos horizontal e vertical, como o triân-
gulo retângulo sombreado na figura b. Para o cateto vertical desse triângulo, tem-se:
|Dv| = 27 – 9 = 18
Entretanto, é possível observar no gráfico que a velocidade
escalar diminui ao longo do tempo. Desse modo, a variação
da velocidade é negativa ∆v < 0, então:
Dv = –18 m/s
Calculando a aceleração:
a = Dv –18 m/s
___ = ______ = –3 m/s2
Dt 6 s
Ou seja, a aceleração escalar é negativa.
Do gráfico, obtém-se a velocidade inicial v0 = 27 m/s, e a
função horária da velocidade escalar é:
v = v0 + at ⇒ v = 27 – 3t
a = Dv 20 m/s
___ = ______
= 5 m/s2
Dt 4 s
Observando ainda a figura, no instante t = 0 a velocidade é
10 m/s, ou seja, a velocidade inicial é v0 = 10 m/s.
Assim, encontra-se a função horária da velocidade escalar:
1.1. Propriedade do gráfico a × t
v = v0 + at ⇒ v = 10 + 5t No gráfico da aceleração pelo tempo a = a(t), tem-se uma
propriedade de grande importância. A área compreendida
O gráfico da aceleração escalar em função do tempo para
entre a função e o eixo das abscissas é numericamente
esse movimento é representado na figura abaixo:
equivalente à variação da velocidade.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Gráficos do MRUV
18
Caso a função v(t) seja decrescente (a aceleração é negativa),
nos instantes em que a velocidade for negativa tem-se mov-
imento retrógrado acelerado, e nos instantes que a veloci-
dade for positiva tem-se movimento progressivo retardado.
19
VIVENCIANDO
As funções parabólicas são aplicadas de diversas maneiras na engenharia, como no uso para construção de antenas
parabólicas e faróis de carro. A construção dos gráficos possibilita a criação de modelos que ajudam a entender e a
prever os desenvolvimentos dos movimentos a serem estudados. Apesar de o universo possuir muitas dimensões,
é possível se deparar com movimentos unidimensionais ou que podem ser aproximados para esse modelo. A porta
automática que abre quando você avança ou o correr de uma cortina são exemplos disso.
O modelo matemático proporcionado pelos gráficos criados permite a compreensão de diversos movimentos acele-
rados, como um carro de Fórmula 1 acelerando em direção à linha de chegada na reta final de um Grand Prix.
Aplicação do conteúdo
1. Um automóvel se move com velocidade constante
de 20 m/s. Então o motorista pisa no freio de modo que
o automóvel adquire movimento uniformemente retar-
dado e para 4 segundos depois. Calcule a distância per-
corrida pelo automóvel durante a frenagem.
Resolução:
c) d)
(4,0)(20)
DS =_______
⇒ Ds = 40 m
2
Dessa forma, o automóvel percorreu 40 m durante a frenagem.
Resolução:
2. (UFLA) O diagrama abaixo, velocidade versus tempo,
representa o movimento de um corpo ao longo de uma Em um gráfico de velocidade em função do tempo no MRUV,
trajetória retilínea. a aceleração constante é o coeficiente angular (tg x).
20
Resolução:
Afirmativa I – Incorreta.
A distância percorrida pelo piloto nos primeiros 8 segundos
será:
(v – v ) ________
(–20 – (+ 20)
∆v = ______
a = tg x = ___ f 0
= =
– 20 m/s².
∆t (tf – t0) (2 – 0)
A velocidade inicial é 20 m/s, e a posição inicial é 10 m;
assim, a função horária do espaço será:
(80) ∙ (8)
DS0-8 = A1 =______
= 320 m
at
2
S(t)= S(0) + v(0) t + ___ 2
2
Afirmativa II – Correta.
S(t) = 10 + 20t –10t2
(80) ∙ (8)
Substituindo o tempo por 2 segundos, tem-se: DS0-9 =______
+ (80) ∙ (9 – 8) =
2
S(2) = 10 + 20 ∙ (2) – 10(2)² = 10 + 40 – 40 = 10 m. = 320 + 80 = 400 m.
A única resposta possível é a alternativa A. Afirmativa III – Correta.
Alternativa A A distância percorrida pelo piloto nos 14 segundos será:
2. (Unesp) No gráfico a seguir são apresentados os va- (80) ∙ (8)
lores da velocidade v, em m/s, alcançada por um dos DS0-14 = A1 + A2 + A3 + A4 = ______
+
2
pilotos em uma corrida em um circuito horizontal e fe- (80 + 20) ∙ (12 – 10)
chado, nos primeiros 14 segundos do seu movimento 80(10 – 8) + _____________
+
2
(20) ∙ (13 – 12)
_________
2
DS0-14 = 320 + 160 + 100 + 10
DS0,14 = 590 m.
Afirmativa IV – Incorreta, pois, como é possível observar no
gráfico, entre os instantes 8 e 10 s o movimento é uniforme,
e nos instantes 10 e 13 s o movimento é retardado (a < 0).
Alternativa A.
21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Matemática e Física estão fundamentalmente relacionadas. O desenvolvimento das duas disciplinas tem diversas
conexões, e o uso de gráficos em experimentos científicos é um passo importante da construção do conhecimento
na Física, além de uma das formas de criar uma interpretação para os eventos e experimentos científicos. Gráficos
são uma técnica gráfica para representar um conjunto de dados, geralmente relacionando duas ou três variáveis.
A parábola, curva gráfica característica de funções polinomiais de equações do 2.º grau, aparece aqui como uma
forma de modelar matematicamente a relação entre espaço × tempo de um móvel em MRUV.
f(x) f(x)
x x
2. Gráfico da posição
em função do tempo
A função horária da posição do movimento retilíneo
uniformemente variado (M.R.U.V.) é uma equação do
segundo grau em t.
a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
Resolução: 2
22
Observe que, à esquerda do ponto A, a posição aumenta
com o tempo, fator que indica uma velocidade positiva (v
> 0); como a aceleração é negativa (a < 0), tem-se um
movimento progressivo retardado. No ponto A, o móvel
tem velocidade nula e nele ocorre a inversão do sentido
do movimento. Por fim, à direita do ponto A, a posição
diminui com o tempo, fator que indica uma velocidade
negativa (v < 0); como a aceleração é negativa (a < 0),
tem-se um movimento retrógrado acelerado.
Aplicação do conteúdo
1. (UFB) O espaço (posição) de um móvel varia com o
tempo conforme o gráfico abaixo.
23
S(0) = 8 t v(t)
a + b(0) + c(0)² = 8 0 –6
a=8 3 0
S(2) = 0 f) A aceleração é uma constante durante todo o
a + b(2) +c(2)² = 0 tempo. Assim a sua função e o seu gráfico serão:
8 + 2b + 4c = 0 a(t) = 2 m/s²
b + 2c = –4 (equação 1)
S(3) = –1
a + b(3) + c(3)² = –1
8 +3b + 9c = –1
–b – 3c = +3 (equação 2)
Ao realizar a soma das equações 1 e 2, tem-se:
(b + 2c) + (–b –3c) = –4 + 3
b + 2c – b – 3c = –1
c=1
É preciso voltar à equação 1 para encontrar b.
b + 2c = –4
b = –6
Dessa forma, a função horária do móvel será:
S(t) = 8 + (–6)t + (1)t²
S(t) = 8 – 6t + 1t²
multimídia: sites
e) Comparando a função horária do móvel com brasilescola.uol.com.br/fisica/graficos-
a função horária da posição em MRUV, tem-se:
movimento-uniformemente-variado.htm
S(t) = 8 – 6t + 1t²
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/mruv/
at²
S(t) = S0 +v0t + ___
2 intro/physics.tutorvista.com/motion/
Assim, segue: S0 = 8 m; v0 = –6 m/s; a = 2 m/s2. motion-graphs.html
Aplicando a velocidade inicial e a aceleração na função ho-
rária da velocidade em MRUV, tem-se: 3. (Unifesp)
v(t) = v0 + at
v(t) = (–6) + (2) ∙ t = –6 +2t .
v(t) = 0
–6 + 2t = 0
t=3s
O gráfico da velocidade é uma reta crescente, pois a ace-
leração é positiva.
24
Em um teste, um automóvel é colocado em movimento Calcule, em cm/s, a velocidade do corpo imediatamente
retilíneo uniformemente acelerado a partir do repouso até após esses 16 s.
atingir a velocidade máxima. Um técnico constrói o gráfico
Resolução:
em que se registra a posição x do veículo em função de sua
velocidade v. Através desse gráfico, pode-se afirmar que a As acelerações são: a1 = 4 cm/s² ; a2 = –3 cm/s² ; a3 = 4 cm/s² ;
aceleração do veículo é:
a) 1,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
b) 2,0 m/s2. locidade final no instante t = 6 s.
c) 2,5 m/s2. v6 = v0 + a1t = 2 + 4(6 – 0) = 26 cm/s.
d) 3,0 m/s2.
e) 3,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
locidade final no instante t = 10 s.
Resolução:
v10 = v6 + a2t = 26 + (–3) ∙ (10 – 6) = 14 cm/s.
É preciso encontrar dois pontos no gráfico e aplicar a Equa- Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
ção de Torricelli para encontrar a aceleração. locidade final no instante t = 10 s.
v16 = v10 + a3t = 14 + (4) ∙ (16 – 10) = 38 cm/s.
v S(t)
0 0
Resposta: A velocidade final será 38 cm/s.
6 9 De maneira mais rápida poderíamos fazer:
v² = v0 + 2 ∙ a ∙ (Sf – S0) ∆v = v – vi
(6)² = (0)² + 2 ∙ a ∙ (9 – 0) onde ∆v é dado pelas áreas A1, A2 e A3:
a = 2 m/s²
∆v = (6 · 4) + (–3 · 4) + (6 · 4) = 36 cm/s
Alternativa B
Logo: v = ∆v + vi
4. (UERJ) Um trem de brinquedo, com velocidade inicial v = 36 + 2 = 38 cm/s
de 2 cm/s, é acelerado durante 16 s.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Telecurso 2000 - Aulas 04/50 - Física - MRUV
25
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 é constantemente acionada nas ciências exatas, e o aluno deverá ser capaz de interpretar fórmulas,
gráficos, tabelas e relações matemáticas traduzindo, interpretando ou colhendo informações conceituais de situações
contextualizadas.
Modelo 1
(Enem 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na segurança do seu produto, um
fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os testes simularam uma colisão de
0,30 segundo de duração, e os bonecos que representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse
equipamento registra o módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos
bonecos, dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para todos os
testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
26
A habilidade 20 cobra do estudante que ele saiba compreender fenômenos mecânicos relacionados ao movimento
dos corpos: posição, velocidade e aceleração são conceitos fundamentais para essa compreensão.
Modelo 2
(Enem) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre estações. Para
isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas estações: a locomo-
tiva parte do repouso em aceleração constante por um terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante
por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?
a) d)
b) e)
c)
Análise expositiva: Em muitos casos, esse tipo de exercício é rápido e de fácil resolução. Apesar de cobrar concei-
C tos, a simplicidade do conteúdo facilita a interpretação da informação.
1.º trecho: movimento acelerado (a > 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade
para cima.
2.º trecho: movimento uniforme (a = 0)→o gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta
crescente.
3.º trecho: movimento desacelerado (a < 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavida-
de para baixo.
Alternativa C
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO
GRÁFICOS MRUV
CONSTANTE
GRÁFICOS
POSIÇÃO VELOCIDADE
28
AULAS Queda livre e lançamento vertical
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
2. Queda livre
Ao serem soltas simultaneamente de uma mesma altura,
uma pedra e uma folha não atingem o solo ao mesmo
tempo: a pedra cairá com mais rapidez e atingirá o solo
primeiro. Galileu elaborou a hipótese de que o ar talvez
exercesse uma ação retardadora maior sobre a folha. Caso
isso acontecesse, a folha gastaria mais tempo do que a
pedra para cair.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tempos depois, foi possível comprovar experimentalmente
que a hipótese de Galileu estava correta: retirando o ar de Experimento: queda livre
um tubo fechado, isto é, fazendo vácuo nesse tubo, e reali-
29
Galileu conseguiu observar que a queda livre é um movi- _____
mento uniformemente acelerado, isto é, a velocidade
de um objeto qualquer em queda livre aumenta sempre
√ 2∙DS
tqueda = ____
g
|g| ⋅ t² Resolução:
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
a) Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
2
v=g·t
SS==99 m
m TÉRREO Vt = ?
|g| ∙ t
2
DS = _____
2
(+)
30
Aplicando a Equação de Torricelli do terceiro andar até o
térreo, tem-se: 3. Lançamento vertical
v² = v3² + 2 ∙ g ∙ DS O módulo da velocidade de um objeto com velocidade
vt² = (11)² +2 ∙ 10 ∙ 9 inicial v0, ao ser lançado para cima, diminui (movimento
_____ retardado) à medida que o objeto sobe. Ao atingir o ponto
Vt = √
301 = 17,3 m/s
mais alto de sua trajetória, sua velocidade é nula. Em se-
Resposta: A velocidade no térreo será aproximadamente guida, o objeto começa a cair e o módulo de sua velocida-
de 17,3 m/s. de aumenta (movimento acelerado). Entretanto, os sinais
b) Aplicando a Equação de Torricelli do andar inicial da velocidade e da aceleração dependem da orientação
até o térreo, tem-se: do sistema de coordenadas. Serão adotadas orientações
vt² = vx² + 2 ∙ g ∙ DS diferentes para ambas as situações.
(17,3)² = (0)² + 2 ∙ g ∙ (3x) 1.º caso – o objjeto é lançado para cima com velocidade
301 ≈ 5,0167
x = ___ inicial v0.
60
Resposta: O tênis caiu do 5.º andar da Vila Olímpica.
3. (PUC-RJ) Uma pedra, deixada cair de um edifício, leva
4 s para atingir o solo. Desprezando a resistência do ar
e considerando g = 10 m/s², escolha a opção que indica redução do
a altura do edifício em metros. módulo da
velocidade
a) 20.
b) 40.
c) 80.
d) 120.
e) 160.
Resolução: Nesse caso, será adotada orientação para cima, ou seja, os
A velocidade inicial é 0 m/s, a aceleração é a da gravidade valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim, a
(g = 10 m/s²) e o tempo de queda é 4 segundos. Assim, a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração será
altura do prédio será: negativa (a = –|g|). Tem-se um movimento progressivo re-
tardado. Adotando |g| = 10 m/s², tem-se:
at²
S= S0 + v0t + ___ v = v0 – |g| ∙ t
2
H = 5t² = 5 · (4)² = 80 m. 1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t – __
2
Alternativa C v2 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ DS
VIVENCIANDO
Bungee jumping e saltos com paraquedas não podem ser considerados movimentos de queda livre, nem mesmo
antes de o elástico começar a puxar a pessoa ou o paraquedas se abrir. Isso porque existe a influência causada pelo
ar, que não pode ser ignorada. Devido à tensão causada pelo tamanho da corda, a pessoa em busca de adrenalina
cai, durante a primeira etapa do bungee jumping, com uma aceleração maior que g.
Os eventos de queda livre só ocorrem se o movimento dos objetos acontece quando a resistência do ar pode ser
desconsiderada, como nos experimentos realizados na Space Power Facility, a maior câmara de vácuo do mundo,
construída em Ohio para testar espaçonaves e para resistir à pressão atmosférica. Ela possui 37 metros de altura e
30 metros de diâmetro. São necessárias 3 horas para bombear o ar todo para fora e formar o vácuo.
31
Quando o objeto atinge sua altura máxima, a sua velocida- Nesse caso, será adotada orientação para baixo, ou seja, os
de instantânea é nula valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim,
a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração
será positiva (a = +|g|). Tem-se um movimento progressi-
vo acelerado. Adotando |g| = 10 m/s², segue:
v = v0 + |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2
v2 = v02 + 2 ∙ |g| ∙ DS
Tanto no primeiro caso quanto no segundo caso, a escolha
da orientação é arbitrária; contudo, deve-se tomar cuida-
do com o sinal das variáveis envolvidas, evitando possíveis
confusões. Sempre teremos as equações do M.R.U.V. em
sua forma genérica:
v = v0 + a ∙ t
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
Para encontrar o instante em que isso ocorre, é preciso 2
substituir v = 0 na equação da velocidade. Assim, tem-se: v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
v Se a orientação for para cima: a = – |g|
tsubida = __
0
|g| Se a orientação for para baixo: a = +|g|
É importante notar que, devido ao fato de a aceleração ser
constante, o tempo de subida e de descida são idênticos.
tsubida = tdescida
v>0
v<0
2
1 1 1
0 0 0
Figura
Figura a
a Figura
Figura b
b Figura
Figura c
c
32
Resolução: Observe que, ao se analisar um problema de queda livre ou
lançamento vertical para cima (livre da resistência do ar),
Como o módulo da aceleração da gravidade é |g| = 10
são utilizadas as equações do MUV fazendo a = + g ou a
m/s², conclui-se que, na subida, o módulo da velocidade
= – g, dependendo da orientação adotada para trajetória.
diminui 10 m/s a cada segundo, e, na descida, o módulo
Se a trajetória for orientada para baixo, tem-se a = + g,
da velocidade aumenta 10 m/s a cada segundo. Assim, é
e, se a trajetória for orientada para cima, tem-se a = – g.
possível construir a seguinte tabela da velocidade escalar
da bolinha em função do tempo.
t (s) v (m/s)
0 30
1 20
2 10
3 0
4 –10
5 –20
6 –30
multimídia: vídeo
Note que, algebricamente, a velocidade diminui 10 m/s a Fonte: Youtube
cada segundo, ou seja, tanto na subida quanto na descida Hammer X Feather - Física na Lua
a aceleração é a = g = –10 m/s².
Fonte: <http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/apollo/apollo15/html/s71-43788.html>
33
2. (PUC-MG) Um helicóptero está descendo vertical- v² = v0² + 2a(S – S0)
mente e, quando está a 100 m de altura, um pequeno
objeto se solta dele e cai em direção ao solo, levando 4 0 = (40)² + 2(–10)(S – 0)
s para atingi-lo. Assim:
Considerando-se g = 10 m/s², a velocidade de descida do S = 80 m
helicóptero, no momento em que o objeto se soltou, vale c) No instante em que o corpo retorna ao solo, sua
em km/h: posição é nula, ou seja, S = 0:
a) 25.
b) 144. s = 40t – (5,0)t²
c) 108.
0 = 40t – (5,0)t²
d) 18.
R esolvendo essa última equação, obtém-se dois valores
Resolução:
para t: t = 0 ou t = 8,0 s. O valor t = 0 corresponde ao ins-
A altura do objeto é 100 m, a sua aceleração é a gravidade
tante inicial (quando S = 0), e o valor t = 8,0 s, ao segundo
(g = 10 m/s²) e o seu tempo é 4 s. Assim, a velocidade
instante em que S = 0 novamente.
inicial será:
at²
S = S0 + v0t + ___ Assim, o intervalo de tempo total de subida e descida é
2
gt² 8,0 segundos. Como o tempo de subida foi 4,0 segundos,
H = v0t + ___
conclui-se que o tempo de descida é de 4,0 segundos, isto
2 (4)²
100 = v0 (4) + 10∙ ___ é, o tempo de subida foi igual ao tempo de descida.
2
100 = 4v0 + 80 É importante ressaltar que não se trata de uma coincidência.
v0= 5 m/s = 18 km/h. Em um lançamento vertical para cima, desprezada a resis-
Alternativa D tência do ar, o tempo de subida é sempre igual ao tempo que
3. Um corpo é lançado para cima a partir do solo, com a o corpo gasta na descida até atingir o ponto de lançamento.
velocidade de módulo 40 m/s. A resistência do ar pode d) Como foi visto acima, a equação horária da velo-
ser desprezada e o módulo da aceleração da gravidade cidade escalar é:
é |g| = 10 m/s². v = 40 – 10t
a) Qual o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura
É sabido que o corpo retorna ao solo no instante t = 8,0 s.
máxima?
b) Qual o valor da altura máxima? Dessa forma, substituindo esse valor na equação, obtém-se:
c) Quanto tempo é gasto na descida, até o corpo v = 40 – 10(8,0)
atingir o solo?
v = –40 m/s
d) Qual a velocidade do corpo ao atingir o solo?
velocidade é negativa em decorrência da orientação da
A
Resolução:
a) Adotando uma trajetória orientada para cima com trajetória escolhida. Contudo, ao retornar ao ponto de lan-
origem no solo, tem-se: S0 = 0 e a = –|g| = –10 m/s². çamento, a velocidade do corpo, em módulo, é a mesma
A velocidade inicial tem o mesmo sentido da trajetó- que ele tinha ao ser lançado.
ria e, portanto, é positiva: v0 = 40 m/s.
4. (CFT) Da janela de um apartamento, uma pedra é lan-
A equação horária da velocidade escalar é:
çada verticalmente para cima, com velocidade de 20 m/s.
v = v0 + at
v = 40 – 10 ⋅ t
No ponto mais alto, a velocidade escalar é nula. Assim:
v=0
0 = 40 – 10t → t = 4,0 s
b) A equação horária da posição é:
S = s0 + v0t + __ a t²
2
10 t² = 40t – (5,0)t²
S = 0 + 40t – ___
2
Como calculado no item (a), a altura máxima ocorre quan-
do t = 4,0 s. Substituindo esse valor na equação acima: Após a ascensão máxima, a pedra cai até a rua, sem resis-
t = 4,0 s → S = 40(4,0) – (5,0)(4,0)² → S = 80 m tência do ar. A relação entre o tempo de subida e o tempo
Essa altura máxima também pode ser calculada pela Equa- 2 . Qual a altura dessa janela, em metros, em
de descida é __
3
ção de Torricelli: relação à rua? (g = 10 m/s2)
34
Resolução: Utilizando a razão entre os tempos de subida e descida,
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se: temos:
t
Smáx = ? Vmáx = 0 m/s ____ 2
subida = __ tdescida = 3 s.
tdescida 3
V0
Assim o tempo total será:
S0 = 0 m V0 = 20 m/s
vmáxima = v0 + gtsubida
0 = –20 + (10)tsubida
tsubida = 2s.
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
É comum nas ciências exatas a aplicação da matemática como ferramenta básica para a tradução dos fenômenos
físicos. Por esse motivo ela está presente em inúmeras questões, sempre exigindo do aluno a compreensão de grá-
ficos, tabelas, fórmulas, etc.
Modelo 1
(Enem) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo
que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve procurar segurá-la o
mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre
durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação.
Distância percorrida pela régua durante a queda (metro) Tempo de reação (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
35
A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido;
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade;
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado;
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado;
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício de fácil compreensão para o aluno que
D estudou o conteúdo.
Desprezando a resistência do ar, ocorre uma queda livre, que é um movimento uniformemente acelerado,
com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão h = 1/2gt2.
Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do tempo
de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.
Alternativa D
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 compreende o estudo dos movimentos dos corpos e abrange da cinemática à astronomia.
Modelo 2
(Enem) O Super-homem e as leis do movimento
Uma das razões para pensar sobre física dos super-heróis é, acima de tudo, uma forma divertida de explorar muitos
fenômenos físicos interessantes, desde fenômenos corriqueiros até eventos considerados fantásticos. A figura se-
guinte mostra o Super-homem lançando-se no espaço para chegar ao topo de um prédio de altura H. Seria possível
admitir que com seus superpoderes ele estaria voando com propulsão própria, mas considere que ele tenha dado um
forte salto. Nesse caso, sua velocidade final no ponto mais alto do salto deve ser zero, caso contrário, ele continuaria
subindo. Sendo g a aceleração da gravidade, a relação entre a velocidade inicial do Super-homem e a altura atingida
é dada por: v2 = 2gH.
A altura que o Super-homem alcança em seu salto depende do quadrado de sua velocidade inicial porque:
a) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar
ao quadrado;
b) o tempo que ele permanece no ar é diretamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é diretamente propor-
cional à velocidade;
c) o tempo que ele permanece no ar é inversamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é inversamente pro-
porcional à velocidade média;
d) a aceleração do movimento deve ser elevada ao quadrado, pois existem duas acelerações envolvidas: a aceleração da
gravidade e a aceleração do salto;
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e esse
tempo também depende da sua velocidade inicial.
36
Análise expositiva 2 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício que cobra do aluno conceitos mais fun-
E damentais em um nível de exigência maior.
Desprezando os efeitos do ar e orientando a trajetória para cima, a aceleração do Super-homem é a = –g.
O gráfico da velocidade em função do tempo até o ponto mais alto está dado a seguir.
A área acinzentada é numericamente igual ao espaço percorrido pelo Super-homem, no caso, a altura H. Assim:
H = área = v/2t
Mas v/2 é a velocidade média vm.
Então, H = vmt.
A equação da velocidade na subida é: v’ = v – gt.
Como no ponto mais alto a velocidade se anula, tem-se:
0 = v – gt ⇒ t = v/g
Assim:
H = vm t ⇒ H = vm (v/g)
Ou seja, a altura atingida é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e
esse tempo também depende da sua velocidade inicial.
Finalizando:
H = (v/2) (v/g) ⇒ v2 = 2gH
Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO DA MOVIMENTO
V0 0
GRAVIDADE VERTICAL
INDEPENDE LANÇAMENTO
V0 = 0
DA MASSA VERTICAL
VERTICAL
QUEDA LIVRE
PARA BAIXO
37
AULAS Lançamento oblíquo
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
Até o momento foram estudados os movimentos de corpos bolas estão sempre na mesma altura. Nota-se também que
que se deslocavam em apenas uma direção; agora serão a bola amarela se move para a direita com velocidade cons-
estudados os movimentos de corpos que variam em duas tante, como se esse movimento horizontal fosse indepen-
direções ao mesmo tempo. dente do movimento vertical.
Para simplificar a situação do lançamento horizontal, serão
utilizados os conteúdos vistos até aqui: em primeiro lugar,
é possível estudar separadamente o movimento em cada
direção, como Galileu observou; em segundo lugar, o mov-
imento na vertical se caracteriza como uma queda livre,
movimento que foi estudado anteriormente.
1. Lançamento horizontal
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Velocidade horizontal
38
Nessa situação, adota-se a orientação com sentido para
baixo. É importante ressaltar que os valores da posição au-
mentam de cima para baixo.
vy = |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2
√
2 ∙ DSy
tqueda = ______
|g|
√
2 ∙ DSy
sendo o tempo de queda tqueda = ______
, pode-se
|g|
a distância horizontal percorrida pelo móvel.
calcular
Sx = S0x + vx ∙ t
______
√
2 ∙ DSy
DSx = vx ∙ ______
|g|
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial Como foi visto, o movimento é uniforme (M.U.) na direção
da componente horizontal e vertical. horizontal. Dessa forma, tem-se:
S = S0 + vt → x = v0t → x = 8t
v2 = vx2 + vy2
Na direção vertical, o movimento é uniformemente variado
(M.U.V.). A velocidade vertical inicial é nula, uma vez que no
Exemplo instante inicial a velocidade não é nula somente na horizontal.
Na situação da figura a seguir, uma pedra é lançada hori- S = S0 + v0t + __ a t2
zontalmente do topo de um edifício com velocidade inicial 2
___› 10
___
v0 . Desprezando
___ a resistência do ar, adotando g = 10 m/s2 y = 0 + 0 ⋅ t + t ⇒ y = 5t2
2
› 2
e supondo |v0 | = 8 m/s, é possível analisar o movimento da
vy = v0y + at
pedra. A distância A, do ponto P ao ponto Q, é denominada
alcance horizontal. vy = 0 + 10t ⇒ vy = 10 t
39
Quando a pedra atinge o solo, sua posição é y = 45 m. É preciso encontrar uma equação que descreva a trajetória
Substituindo na equação horária da posição, tem-se: do movimento. Para isso, elimina-se o tempo na equação
anterior da posição horizontal e se faz a substituição na
45 = 5t² ⇒ t² = 9 ⇒ t = 3 s
equação da posição vertical:
Assim, a pedra demora 3 segundos para atingir o solo. x = 8t ⇒ t = __x
Usando esse intervalo de tempo na equação do movimen- 8
to horizontal, obtém-se o alcance A:
Substituindo:
x=8t
y = 5t² = 5 __x ² ⇒ y = ___
() 5 x²
A = (8)(3) ⇒ A = 24 m 8 64
As aulas de Matemática ensinam que uma equação desse
A velocidade horizontal se mantém constante e igual a
tipo corresponde a uma parábola. Dessa forma, entre os pon-
8,0 m/s durante todo o trajeto, mas a velocidade vertical
tos O e Q, a trajetória da pedra é um arco de parábola.
vy aumenta. Substituindo os valores de t nos instantes da-
dos por t = 1 s, t = 2 s e t = 3 s, nas equações anteriores,
determinam-se os valores de x, y e vy: Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Em uma competição de tiro, o atirador posiciona
t(s) x(m) y(m) vy(m/s) seu rifle na horizontal e faz mira exatamente no centro
do alvo. Se a distância entre o alvo e a saída do cano é d
1 8 5 10 = 30 m, a velocidade de disparo do rifle é 600 m/s, qual
a distância do centro do alvo que o projétil atingirá?
2 16 20 20
Considere g = 10 m/s² e despreze a resistência do ar.
3 24 45 30 a) 0,25 cm.
b) 0,5 cm.
c) 0,75 cm.
d) 1,00 cm.
e) 1,25 cm.
Resolução:
gt²
ΔSy = Voy · t + ___
⇒
2
(10)(0,05)²
⇒ ΔSy = (0) · (0,05) +_________________
⇒
2
⇒ ΔSy = 0 + 0,0125 ⇒ ΔSy = 0,0125 m.
40
2. (Unesp) Uma pequena esfera, lançada com velocida- Resolução:
de horizontal vo do parapeito de uma janela a 5,0 me-
tros do solo, cai num ponto a 10 metros da parede. Con- Na vertical, tem-se um M.R.U.V., e, na horizontal, tem-se
siderando g = 10 m/s² e desprezando a resistência do ar, um M.R.U.
podemos afirmar que a velocidade vo, em m/s, é igual a:
A velocidade inicial vertical é zero e a aceleração é a favor da
5 .
a) ___ trajetória. Aplicando a função horária do MRUV na vertical,
10
tem-se:
b) 10 .
___
5 gt² (10)t²
c) 5.
ΔSy = voy · t + ___
⇒ H = (0) · t + _________
⇒
2 __ __2
d) 10. ⇒ H = 5t² ⇒ t = __
5 √
H ⇒ t = __
5 √
D .
e) 15. A velocidade constante na horizontal é 10m/s. Assim, a
distância D será:
Resolução:
ΔS
D ⇒
vx= ___ x ⇒ 10.t = D ⇒ t = ___
A altura vertical é 5 m, sua velocidade inicial é zero e Δt 10
__
a aceleração é a favor da trajetória. Aplicando a função
√
D = ___ ( )
D = 10
D ⇒ __
2
ΔS Assim, tem-se:
10 ⇒ v0 = 10 m/s
v0= ___ x ⇒ v0= ___
Δt 1 D = 0 m ou D = 20 m
Alternativa D
Como D = 0 m não convém, a distância horizontal será
3. (Fuvest) Um motociclista de MotoCross move-se com 20 metros.
velocidade v = 10 m/s, sobre uma superfície plana, até
atingir uma rampa (em A), inclinada de 45º com a hori- Alternativa A
zontal, como indicado na figura.
2. Lançamento oblíquo
41
todo o movimento (até___a bola atingir o solo). Entretanto,
V0 ›
a componente vertical vy da velocidade varia sob a ação
da aceleração da gravidade (como___no lançamento vertical):
P ›
θ durante a subida, o módulo de vy diminui até se anular
no ponto mais alto M (denominado vértice). Nesse____ ponto,
›
somente a componente horizontal da velocidade v0x não
é nula. Em ___
seguida, a bola começa a cair, de modo que o
›
módulo de v y aumenta.
Sx = S0x + v0x ∙ t
onde v0x = v0 ∙ cos θ
___
› Na direção vertical, o corpo possui aceleração constan-
Diz-se, então,____
que v 0 foi decomposto nas componentes per-
› ____ › te (igual a aceleração da gravidade), realizando um mo-
pendiculares v 0x e v 0y . Considerando o triângulo retângulo
vimento uniformemente variado (M.U.V.). Adotando
sombreado na imagem anterior, tem-se da Trigonometria:
orientação vertical para cima (durante todo o movimento),
cateto oposto __ v0y tem-se que a = –|g|:
sen q = ___________
= v ⇒ v0y = v0 ⋅ sen q
hipotenusa 0
cateto adjacente v0x vy = v0y – |g| ∙ t
cos q = _____________
= __
v0 ⇒ v0x = v0 ⋅ cos q
hipotenusa
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + v0y ∙ t – __
2
Assim, é possível fazer uma comparação: o movimento se-
ria o mesmo
____ se a bola fosse lançada para cima com veloci-
›
dade v 0y dentro de um vagão de trem que se desloca para vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy
____›
a direita com velocidade v 0x . onde v0y = v0 ∙ sen θ
2 · v · senθ
2 · voy _________
A trajetória curva da bola____é mostrada na figura a seguir. A ttotal = tsubida + tdescida = ______ = 0
› |g| |g|
componente horizontal v0x se mantém constante durante
42
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial v 2 ∙ sen(2θ)
da componente horizontal e vertical. A = _________
0
|g|
v2 = vx2 + vy2
Analisando a expressão do alcance horizontal, segue que
A será máximo quando θ = 45º. Nessa situação, tem-se a
Para se calcular a altura máxima atingida pelo móvel, po- seguinte relação:
de-se substituir o tempo total na equação da posição. No
entanto, substituindo vy = 0 na Equação de Torricelli, ob-
tém-se a altura máxima Hmáxima de maneira mais simples. A = 4 ∙ Hmáxima
Sx = S0x + vx ∙ t
2 ∙ v0y
Para o tempo total t = ttotal = _____
, tem-se
|g|
DSx = vx ∙ t
( 2 ∙ v0 ∙ senθ
A = (v0 ∙ cosθ)∙ _________
|g| )
VIVENCIANDO
O lançamento oblíquo é facilmente encontrado nos esportes. Nos saques de uma partida de tênis ou nos arremessos
para a cesta num jogo de basquete, estão presentes as trajetórias parabólicas, em que a altura máxima atingida
pela bola é o vértice da parábola, e a distância que separa o início e o final da jornada da bola é o alcance máximo.
Quando o jogador de futebol cobra uma falta próxima da grande área, é possível observar claramente a trajetória
parabólica da bola, caso a barreira ou o goleiro não atrapalhem o percurso até o gol. A trajetória parabólica também
pode ser identificada no salto em distância, como mostra a figura a seguir.
Fonte: <http://jornal.usp.br/ciencias/cientistas-desvendam-a-fisica-por-tras-da-performance-dos-atletas>
43
O ponto mais alto é atingindo no instante em que vy = 0:
vy = 0 ⇒ 60 – 10t = 0 ⇒ t = 6,0 s
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física Total - Aula 10 - Lançamento
oblíquo no vácuo... t = 6,0 s ⇒ y = 60(6,0) – (5,0) ∙ (6,0)2
A figura ilustra uma bolinha lançada do ponto O, no solo, Portanto, a altura máxima é H = 180 m.
___
›
com velocidade inicial v0 , formando um ângulo θ com a Neste caso, como a bolinha foi lançada a partir do solo, o
horizontal. A bolinha atinge novamente o solo no ponto tempo de subida é igual ao tempo de descida, e, assim, a
P. Desprezando a resistência do ar e adotando o sistema bolinha atinge o ponto P no instante t = 12 s. Substituindo
de coordenadas mostrado na figura, serão determinados o esse valor na equação da posição horizontal, obtém-se o
alcance horizontal A e a altura máxima atingida pela bo- alcance máximo:
linha, supondo g = 10 m/s2, v0 = 100 m/s, sen θ = 0,60 e
cos θ = 0,80. t = 12 s ⇒ x = 80 (12) ⇒ x = 960 m ⇒A = 960 m
Como o eixo está orientado para cima, na vertical, a acele- v2y = v20y – 2(10) ∙ (H – 0)
ração escalar é a = – |g| = –10 m/s2.
0 = 602 – 2(10) ∙ (H – 0)
Inicialmente,
___ realiza-se a decomposição da velocidade ini-
›
cial v 0 , como mostrado na figura. Resolvendo essa equação, obtém-se H = 180 m.
§ A partir do gráfico da velocidade em função do tem-
po até o instante t = 6 s, que é o instante em que
a bolinha atinge a altura máxima. A área sombreada
na figura é numericamente igual à variação de posição
vertical entre t = 0 e t = 6,0 s, ou seja, à altura máxima:
Horizontal Vertical
S = S0 + vt a t2, vy = v0y + at
S = S0 + v0t + __
2
g
x = 0 + v0x ∙ t y = 0 + v0y t – __ t2, vy = v0y – gt
2
x = 80t y = 60t – 5,0t2, vy = 60 – 10 t
44
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
As guerras moldaram o mundo atual e foram decididas pelo poderio bélico. As primeiras catapultas apareceram na
Grécia, entre 400 e 300 a.C., e foram utilizadas por Alexandre, o Grande, em seus cercos e batalhas. Os romanos
aperfeiçoaram as catapultas, inventando o trabuco, que, em vez de usar energia elástica, utilizava energia potencial
gravitacional para lançar seus projéteis.
A utilização de canhões foi comum em guerras e, em certos momentos, foi fator decisivo. Durante a Segunda Guerra
Mundial, os obuseiros – canhões melhorados capazes de alcançar distâncias entre 11 km e 23 km – foram utilizados
em larga escala por ambos os lados. O obuseiro M-10,1, criado para a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos
norte-americanos contra os japoneses e por brasileiros contra os italianos.
O conhecimento a respeito do movimento balístico foi fundamental para a correta utilização de tal peça de artilha-
ria. Depois de ser fixado, é necessário ajustar a sua mira. Por meio de manivelas, o tubo pode ser movido tanto na
horizontal quanto na vertical. A posição correta é calculada a partir da distância do alvo.
Durante a Primeira Guerra Mundial, e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, os aviões foram utilizados
para o lançamento de projéteis. Os pilotos lançavam seus projéteis sem a utilização dos modernos computadores,
que fazem todos os cálculos necessários para acertar o alvo. Nesse caso, tem-se um lançamento horizontal, e o
piloto deveria saber que não deveria abandonar o projétil quando estivesse exatamente acima do alvo, pois, se o
fizesse, o projétil não acertaria o alvo quando atingisse o solo.
45
04) Correto. O alcance (A) de um corpo será:
Aplicação do conteúdo
ΔSx = vx · Δttotal ⇒ A = v0 ∙ cosB ∙ t
1. (UEPG-PR) Um projétil quando é lançado obliqua-
mente, no vácuo, descreve uma trajetória parabólica. 08) Correto. Aplicam-se a função horária da velocidade
Essa trajetória é resultante de uma composição de dois
entre os instantes iniciais e o ponto de máximo para en-
movimentos independentes. Analisando a figura abai-
xo, que representa o movimento de um projétil lançado contrar o tempo de subida.
obliquamente, assinale o que for correto.
vy = v0 · senB – gtsubida ⇒
⇒ 0 = V0 ∙ senB – gtsubida ⇒
senB
⇒ tsubida = v0 ∙ _____g .
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
Resolução: Resolução:
46
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
( ) √ __
2 ⇒ ttotal = √
⇒ ttotal = 2 ∙ ___ 2 s.
2
Aplicando o tempo total na velocidade horizontal, temos:
ΔS __ ΔS
vx = ____x ⇒ 5 ∙ √
2 = ___
__x ⇒ ΔS = 5 ∙ 2 ⇒
Δttotal √
2 x
Habilidades
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 concentra um tema fundamental no ramo das ciências exatas: saber descrever o movimento dos corpos. O
aluno deve ser capaz de descrever qualitativamente o movimento do móvel: saber sua posição, sua velocidade e sua aceleração.
Nesse quesito, o estudo de lançamento horizontal e oblíquo necessita da junção de conceitos estudados anterior-
mente, pois se trata de um assunto mais complexo e que exige mais do estudante.
Modelo 1
(Enem 2.ª aplicação) Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada,
sendo que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do precipício,
de forma que no momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo tempo. No instante em que
saltam, os paraquedistas abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque:
a) possuem a mesma inércia;
b) estão sujeitas à mesma força resultante;
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial;
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda;
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Sendo desprezível a resistência do ar, durante a queda as duas motos
D adquirem a mesma aceleração, que é a aceleração da gravidade.
Alternativa D
47
Modelo 2
(Enem PPL) Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a resultante das
forças que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos os instantes do movimento. Isso não
está de acordo com as interpretações científicas atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.
Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que atua sobre o objeto no
ponto mais alto da trajetória?
a) Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
b) Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
c) Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu movimento.
d) Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é constante.
e) Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o objeto cairá.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: No ponto mais alto da trajetória, a força resultante sobre o objeto é seu
B próprio peso, de direção vertical e sentido para baixo.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
LANÇAMENTO
OBLÍQUO
LANÇAMENTOS
MOVIMENTOS
SIMULTÂNEOS
LANÇAMENTO
V0Y = 0 HORIZONTAL
LANÇAMENTO
V0Y ≠ 0
OBLÍQUO
EM HMÁX ;
VY = 0
48
TERMODINÂMICA: Incidência do tema
nas principais provas
Os principais temas deste livro mais frequentes Dentre os temas abordados neste caderno, Os temas deste livro – lei geral dos gases e a
nas provas da Unicamp são o estudo da lei o de maior incidência no vestibular da 1.ª lei da termodinâmica – aparecem com fre-
geral dos gases e as leis da termodinâmica. Unifesp é a termodinâmica. quência na prova da Unesp. São questões que
São questões que exigem interpretações de exigem interpretações gráficas e manipulações
imagens e gráficos. em equações.
Dentre os temas abordados neste caderno, A prova da FMABC tem uma grande variação A prova da da Puc de Campinas tem uma A prova da Santa Casa tem uma grande
o de maior incidência no vestibular Albert de temas. No entanto, podem aparecer os te- grande variação de temas. Eventualmente variação de temas. No entanto, podem
Einstein é a óptica, relacionada com espelhos mas óptica (relacionando lentes ou espelhos) podem aparecer o tema óptica (relacio- aparecer os temas óptica (relacionando lentes
planos. e lei geral dos gases. nando lentes ou espelhos) e o estudo da ou espelhos) e a termodinâmica, exigindo
termodinâmica. interpretação de gráficos.
UFMG
A prova da UEL tem uma grande variação A prova da UFPR tem uma grande variação A prova da CMMG tem uma grande variação
de temas. Eventualmente podem aparecer de temas. Eventualmente pode aparecer o de temas. Eventualmente podem aparecer o
o estudo dos gases e da termodinâmica tema lei dos gases, exigindo manipulações tema óptica (relacionando lentes ou espelhos)
com questões que exigem um alto nível de das equações. e o estudo da 1.ª lei da termodinâmica.
manipulações matemáticas.
O tema dos gases sempre está presente na A prova da UNIGRANRIO tem uma grande A prova da FTESM tem uma grande varia-
prova da UERJ, apresentando questões mais variação de temas. Eventualmente pode ção de temas. Eventualmente pode aparecer
objetivas. aparecer o tema óptica (relacionando lentes o tema lei dos gases, exigindo manipulações
ou espelhos). das equações e interpretação de gráficos.
49
AULAS Lei geral dos gases
9 e 10
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
N
n = __
NA
50
2.1. Estado normal de um gás 3.1. Transformação isotérmica
Quando um gás se encontra nas condições normais de Durante a transformação do gás de um estado para outro,
temperatura e pressão (CNTP), afirma-se que ele está em caso a temperatura permaneça constante, a transformação
estado normal: será denominada isotérmica. Nesse caso, a Lei Geral dos
p = 1 atm = 760 mmHg e T = 273 K (0°C) Gases fica:
3. Transformações particulares ou
p ⋅ V _____
_____ p ⋅V
A A
= B B
TA TB
51
3.3. Transformação isocórica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, multimídia: vídeo
caso o volume permaneça constante, a transformação será Fonte: Youtube
denominada isocórica, isométrica ou isovolumétrica. Nesse Por que desodorante spray gela as coisas?
caso, a Lei Geral dos Gases fica:
__ p
= constante
3.4. Transformação adiabática
T A transformação de um gás pode acontecer muito rapid-
ou amente, e, nesse caso, a expansão ou compressão de um
gás pode ocorrer sem trocas de calor com o meio externo
__ p p (devido à rapidez da transformação).
1 = __2
T1 T2 Essa transformação é denominada transformação adiabáti-
ca. A relação que satisfaz essa transformação é dada por:
p ⋅ Vg = constante
ou
p1v1g = p2v2g
52
VIVENCIANDO
Apesar de ser útil na caracterização do estado de um gás, a lei geral dos gases pressupõe o comportamento ideal de
um gás, que é impossível de ser obtido na prática; contudo, pode ser considerada prática na maioria das situações.
Os fundamentos da lei geral são utilizados na produção de diversos produtos que presentes no cotidiano, como o
ar-condicionado, o spray aerossol e a geladeira.
O aerossol é constituído por um reservatório de metal e por uma válvula que se conecta a uma mistura entre o pro-
duto (desodorante, repelente, inseticida) e um gás propelente. O produto e o gás se encontram através de um tubo.
Quando a válvula é acionada, a mistura que estava pressurizada dentro da embalagem acaba entrando em contato
com a pressão atmosférica do ambiente, que é diferente da encontrada dentro da lata. A pressão interna do gás,
inicialmente alta, sofre uma diminuição. A diminuição brusca da pressão causa o aumento do volume da mistura, que
acaba sendo espalhada em forma gasosa pelo ambiente.
Note que o plural de mol é mols. M = MC + 2MO = (12 g/mol) + 2(16 g/mol) = 44 g/mol
A massa molar (M) de um elemento é definida como a Assim, calcula-se o número de mols (n) da amostra:
massa de 1 mol de átomos desse elemento. De modo se-
88 g
melhante, para uma substância, a massa molar é a massa m = _______
n = __
= 2 mols
M 44 g/mol
de 1 mol de moléculas dessa substância. Assim, é possível
calcular o número n de mols de átomos de um elemento de P ortanto, essa amostra é composta por 2 mols de moléculas
massa m, a partir da seguinte relação: de CO2, ou seja, existem 2(6,023 × 1023) moléculas de CO2.
2. (G1) Um gás perfeito está sob pressão de 20
m
n = __ atm, na temperatura de 200 K e apresenta um
M volume de 40 litros. Se o referido gás tiver sua
pressão alterada para 40 atm, na mesma tempera-
Note que essa relação também é válida para determinar o tura, isto é, transformação isotérmica, qual será o
número de mols de moléculas de uma substância de massa m. novo volume?
53
Resolução: Resolução:
Como a transformação é isotérmica, pode-se aplicar a fór- Como a transformação é isovolumétrica, ou seja, isocórica,
mula específica para esse tipo de transformação: segue que o volume é constante; assim:
__ p p2
p1 ⋅ V1 = p2 ⋅ V2 1 = __
T1 T2
Substituindo os valores na fórmula, obtém-se: Lembrando que, nessa fórmula, a temperatura deve ser
mantida em kelvin. Substituindo os valores na fórmula,
20 ⋅ 40 = 40 ⋅ V2
obtém-se:
Finalizando os cálculos: ________
2 = __ 4
20 + 273 T2
V2 = 20L
Finalizando os cálculos:
Assim, 20 litros será o novo volume. T2 = 586 K
3. (Unesp) Um gás ideal, inicialmente à temperatura de
Alternativa D
320 K e ocupando um volume de 22,4 L, sofre expansão
em uma transformação isobárica. Considerando que a 5. (UFRGS) Um gás monoatômico sofre uma transfor-
massa do gás permaneceu inalterada e a temperatura mação adiabática durante a qual sua pressão absoluta
final foi de 480 K, calcule a variação do volume do gás. passa de P para 4P. Sendo o volume inicial igual a 1 litro,
podemos afirmar que o volume final será o valor de?
Resolução:
Resolução:
Como a transformação é isobárica, segue que a pressão é
Como a transformação é adiabática, segue que não há tro-
constante; assim:
ca de calor com o meio externo; assim:
__ V V2
1 = __
p1 ⋅ V1 g = p2 ⋅ V2 g
T1 T2
Para um gás monoatômico, segue que a constante de
Substituindo os valores na fórmula, obtém-se:
5 :
transformação vale __
3
____22,4 V2
= ___
P ⋅ 15/3 = 4P ⋅ V25/3
320 480
Finalizando os cálculos: Finalizando os cálculos, obtém-se:
multimídia: sites
www.efeitojoule.com/2009/09/equacao-
de-clapeyron-equacao-clapeyron.html
www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/transf_
termodinamicas.htm
a) 273 K quantumfreak.com/derivation-of-pvnrt-
b) 293 K the-equation-of-ideal-gas/
c) 313 K mundoestranho.abril.com.br/saude/como-
d) 586 K se-forma-o-pum/
e) 595 K
54
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
55
DIAGRAMA DE IDEIAS
LEI GERAL
DOS GASES
VARIÁVEIS
TRANSFORMAÇÕES
DE ESTADO
• ISOTÉRMICA • PRESSÃO
• ISOBÁRICA • VOLUME
• ISOVOLUMÉTRICA • TEMPERATURA
• ADIABÁTICA
56
AULAS Primeira lei da termodinâmica
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
1. Máquinas térmicas
Durante a chamada Revolução Industrial, entre o final
do século XVIII e meados do século XIX, a economia
europeia foi alterada devido a uma série de transforma-
ções tecnológicas.
Um elemento fundamental para essa revolução foi a má- A força exercida pelo gás sobre o êmbolo e o deslocamen-
quina a vapor. Utilizando a força do vapor resultante da to têm o mesmo sentido; assim, o trabalho é dado por:
ebulição da água para produzir movimento, a máquina a τG = FG ⋅ d
vapor era utilizada inicialmente para retirar água do fundo
das minas; aos poucos, porém, passou a ser utilizada nas Chamando de pG a pressão exercida pelo gás sobre o
indústrias e nos transportes. êmbolo, temos:
FG = pG ⋅ A
As máquinas a vapor transformam calor em trabalho
(ou energia mecânica), e por isso são denominadas Substituindo na equação do trabalho, obtém-se:
máquinas térmicas. τG = FG ⋅ d = pG ⋅ A ⋅ d ⇒
57
É possível demonstrar que, mesmo quando a pressão não é Assim como o calor, o trabalho também está relacionado
constante, o trabalho ainda é numericamente igual à área com a transferência de energia. Entretanto, distingue-se pelo
sob o gráfico. A figura a seguir ilustra esse caso. fato de não causar a alteração de temperatura do corpo.
pG Resumidamente, é possível afirmar que, quando o gás rea-
liza trabalho (trabalho interno), seu valor é positivo; quan-
do o trabalho é realizado sobre o gás (trabalho externo),
seu valor é negativo. De modo geral, o módulo do trabalho
é numericamente igual à área abaixo da curva p x V que
caracteriza os estados termodinâmicos do gás. Na transfor-
mação isobárica, a relação é dada por:
τ = p ⋅ DV
Aplicação do conteúdo
1. O gráfico a seguir mostra a mudança de um gás
ideal do estado A para o estado B. Sabendo que
1 atm @ 105 Pa, determine o trabalho realizado pelo gás
na transformação.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Energia interna, calor, trabalho e sua relação...
3. Energia interna
A soma das energias de todas as moléculas de um corpo
determina sua energia interna (U). As energias cinéti-
Resolução: cas dos átomos e das moléculas, assim como as energias
potenciais correspondentes às forças elétricas existentes
gráfico representa a variação de pressão em função do
O entre os átomos ou moléculas, somam-se para compor a
volume do gás. Como foi visto, o trabalho realizado pelo gás, energia interna. No caso de um gás ideal, a energia interna
em módulo, é numericamente igual à área da figura sombre- é proporcional à temperatura absoluta (T) do gás. Assim:
ada no gráfico. Calculando a área do trapézio, segue:
§ Se T aumenta, U aumenta;
(2, 0 atm + 4, 0 atm) (8, 0 L)
|τG| = ______________________
= 24 atm ⋅ L § Se T é constante, U é constante;
2
Como 1 atm = 105 Pa e 1L = 10–3 m3, tem-se: § Se T diminui, U diminui.
No caso de um gás ideal constituído por apenas um átomo
|τG| = 24 ⋅ (105 Pa) ⋅ (10–3 m3) = 2,4 ∙ 103 Pa ⋅ m3 (gás monoatômico), a energia interna é dada por:
58
Lembrando da equação de Clapeyron, pV = nRT, a energia in- § se Q < 0, o sistema perde calor;
terna de um gás ideal pode ser reescrita da seguinte maneira:
§ se τ > 0, o sistema se expande, e o gás realiza trabalho;
3 pV
U = __ § se τ < 0, o sistema se contrai, e o trabalho é realizado
2 sobre o gás.
Sendo U0 a energia interna inicial do sistema, e Uf a energia
interna final, tem-se:
DU = Uf – U0
Assim:
DU > 0 ⇔ Uf > U0
DU < 0 ⇔ Uf < U0
Aplicação do conteúdo
multimídia: vídeo
1. Um gás é comprimido por um agente externo e, ao
Fonte: Youtube mesmo tempo, recebe 400 J de calor de uma chama.
Primeira Lei da Termodinâmica - Energia Sabendo-se que o trabalho do agente externo foi 700 J,
Interna determine a variação de energia interna do gás.
Resolução
59
VIVENCIANDO
As ciências que estudam as propriedades físicas e químicas de diversos elementos e materiais estão relacionadas
com a termodinâmica. Os processos de fabricação de novos componentes exige um conhecimento extenso de como
ocorre a transferência de calor nesses materiais e como eles são usados como matéria-prima para a elaboração de
novas ferramentas, como roupas mais confortáveis e aparelhos eletrônicos mais eficientes.
O desenho e a construção de habitações devem sempre considerar os aspectos de troca de energia, tema central da
termodinâmica. Os projetos residenciais e urbanos levam em conta os limites de conforto do organismo humano, que
acontecem numa pequena faixa de temperatura em torno dos 20 ºC. Assim, é necessário pensar como os materiais
se comportam com as situações climáticas da região. Um exemplo disso é o uso da energia solar em regiões onde se
encontra uma alta incidência de radiação solar para substituir aquecedores de água que funcionam com energia elétrica.
V = constante
__
R = CP – CV
T
Assim:
§ V aumenta ⇒ T aumenta ⇒ U aumenta ⇒ 5.3. Transformação adiabática
⇒ DU > 0 Foi visto que uma transformação adiabática ocorre
§ V diminui ⇒ T diminui ⇒ U diminui ⇒ quando, durante a transformação, o sistema não recebe
e nem cede calor ao meio ambiente (não existe troca de
⇒ DU < 0
calor com o meio).
Por outro lado:
Processos desse tipo ocorrem se o gás está contido em um
Q = τ + DU ⇒ DU = Q – τ recipiente de paredes feitas de um material isolante térmi-
Com isso, o calor e o trabalho se relacionam da seguinte co, ou em um processo em que o gás sofra uma compres-
maneira: são ou expansão muito rápida de modo que não receba ou
60
forneça calor ao meio no curto intervalo de tempo durante
a variação de seu volume. Aplicando a Primeira Lei da Ter- Aplicação do conteúdo
modinâmica a esse caso, tem-se: 1. Qual a energia interna de 3 m³ de gás ideal
Q = t + DU monoatômico sob pressão de 0,5 atm?
⇒ DU = –t
Q=0 Resolução:
Assim:
Para calcular a energia interna do gás, deve-se aplicar a fórmula:
§ Se o gás sofrer uma compressão adiabática:
DU = –t 3 · p · V
U = __
⇒ DU > 0 2
t<0
Substituindo os valores, obtém-se:
Ou seja, a energia interna aumenta e, portanto, sua tempe- 3 · 0,5 · 105 · 3
U = __
ratura também aumenta. 2
Finalizando os cálculos:
§ Se o gás sofrer uma expansão adiabática:
DU = – t U = 2250 J
⇒ DU < 0
t>0
2. (Unirio) Qual é a variação de energia interna de um
Ou seja, a energia interna do gás diminui e, em consequên- gás ideal sobre o qual é realizado um trabalho de 80J
cia, sua temperatura também diminui. durante uma compressão isotérmica?
a) 80 J
Em um gráfico de pressão pelo volume (p x V), uma trans-
b) 40 J
formação adiabática é uma curva denominada curva c) Zero
adiabática. A forma dessa curva é semelhante à de uma d) – 40 J
isoterma, mas com inclinação diferente, como mostrado na e) – 80 J
figura a seguir.
Resolução
Alternativa C
61
Sabe-se também que o calor foi fornecido para o ambiente; Substituindo os valores, obtém-se:
conclui-se que Q = – 10 cal, logo:
τ = 3p ⋅ (3V – V)
∆U = –10 cal Finalizando os cálculos:
Alternativa C
τ = 6 ⋅ p ⋅V
4. Um gás ideal, inicialmente no estado A, sofre uma Voltando à equação inicial, tem-se:
transformação termodinâmica:
Q = 6 ⋅ p ⋅ V + ∆U
A → B: expansão isobárica;
Assim:
O gráfico da pressão em função do volume mostra a trans-
∆U = Q – 6 ⋅ p ⋅ V
formação A → B desse gás:
62
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
63
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano. Como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e
das manifestações artísticas”.
Modelo 1
(Enem) O ar atmosférico pode ser utilizado para armazenar o excedente de energia gerada no sistema elétrico, diminu-
indo seu desperdício, por meio do seguinte processo: água e gás carbônico são inicialmente removidos do ar atmos-
férico e a massa de ar restante é resfriada até –198 ºC. Presente na proporção de 78% dessa massa de ar, o nitrogênio
gasoso é liquefeito, ocupando um volume 700 vezes menor. A energia excedente do sistema elétrico é utilizada nesse
processo, sendo parcialmente recuperada quando o nitrogênio líquido, exposto à temperatura ambiente, entra em
ebulição e se expande, fazendo girar turbinas que convertem energia mecânica em energia elétrica.
MACHADO, R. Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br>. Acesso em: 09 set. 2013 (adaptado).
Análise expositiva 1: O aluno precisa entender as formas de possíveis transformações de energia, como
C calor e trabalho. É necessário Identificar quando o sistema se resfria por essas transformações e identificar
as informações que são relevantes no enunciado.
Alternativa C
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A Matemática é uma ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no contexto da
Física. Assim, faz-se necessário conhecer o manuseio e a aplicabilidade, além da capacidade interpretativa, dessa
linguagem simbólica. Como afirma o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio: “Selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e
enfrentar situações-problema”.
64
Modelo 2
(Enem) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade superior do êmbolo, que
pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através de uma chapa de aquecimento é possível
fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro, medir sua pressão. A partir de diferentes valores de calor for-
necido, considerando o sistema como hermético, o objeto elevou-se em valores ∆h como mostrado no gráfico. Foram
estudadas, separadamente, quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V.
A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação ao V, apresentar:
a) maior pressão de vapor;
b) menor massa molecular;
c) maior compressibilidade;
d) menor energia de ativação;
e) menor capacidade calorífica.
Análise expositiva 2: Para resolver o problema, o aluno precisa saber interpretar gráficos e retirar informações do
E enunciado para aplicar os seus conhecimentos de termodinâmica.
Alternativa E
65
DIAGRAMA DE IDEIAS
TERMODINÂMICA
TRANSFORMAÇÕES
ΔU = 0 ISOTÉRMICA
= P • ΔV ISOBÁRICA
=0 ISOVOLUMÉTRICA
Q=0 ADIABÁTICA
66
AULAS Segunda lei da termodinâmica
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
1. Transformação cíclica
Em um ciclo: DUciclo = 0
67
A quantidade de calor recebida pelos gás é totalmente
transformada em trabalho realizado pelo gás, isto é, todo o 2. Segunda lei da termodinâmica
calor é convertido em trabalho. A segunda Lei da Termodinâmica foi enunciada de maneiras
Em ciclo realizado no sentido anti-horário: diferentes, embora equivalentes. Uma delas é a seguinte:
tciclo < 0 e Qciclo < 0
“O calor não pode fluir espontaneamente de um cor-
O gás fornece calor devido a um trabalho realizado pelo po de temperatura menor para um outro corpo de
meio exterior sobre o gás, ou seja, o trabalho é convertido temperatura mais alta”.
em calor cedido pelo gás.
b ∙
t = ____ h
2
MÁQUINA τ
Substituindo os valores:
(5 – 1) ∙ (600 – 200)
t = ________________
2 Q2
t = 800 ou 8 ∙ 10 J 2
Esquema de uma máquina térmica
Além disso, numa transformação cíclica, a energia interna
Assim:
do gás não varia, ou seja, a variação da energia interna é
nula; assim: Q1 = τ + |Q2|
DU = 0 Ou:
Alternativa B τ = Q1 – |Q2|
68
Essa relação demonstra que a diferença entre o calor da
fonte quente e a fonte fria é igual ao trabalho realizado Aplicação do conteúdo
em cada ciclo. 1. Uma máquina térmica recebe, a cada ciclo, uma quan-
tidade de calor Q1 = 500 J da fonte quente, e fornece
O rendimento de uma máquina térmica h (lê-se “eta”) uma quantidade de calor Q2 = 400 J para a fonte fria.
define-se por: Cada ciclo é executado em um intervalo de tempo
Dt = 0,25 s. Determine:
t
h = __ a) o trabalho realizado pela máquina em cada ciclo;
Q1
b) o rendimento da máquina;
c) a potência útil da máquina.
Substituindo τ = Q1 – |Q2|, obtém-se:
Resolução:
t Q1 – | Q2 | |Q2|
h = __ = ________
⇒ h = 1 – __
a) t = Q1 – Q2 = 500 J – 400 J ⇒ t = 100 J
Q1 Q1 Q1
b) η = __
t = _____
100 J
⇒ η = 0,20 = 20%
Q1 500 J
Nessa expressão, nota-se que o rendimento seria de
100% caso todo o calor fosse convertido em traba- t = _____
c) Pu = ___ 100 J
= 400 J/s ⇒ Pu = 400 W
Dt 0,25 s
lho, nesse caso, Q2 = 0. Contudo, sempre há uma
quantidade de calor Q2 transferido à fonte fria e, por-
tanto, sempre t < Q1 e Q2 > 0. Por esse motivo, o
rendimento de uma máquina térmica é sempre me-
3. O ciclo de Carnot
Depois de as primeiras máquinas térmicas terem sido cons-
nor do que 100%. No caso das máquinas a vapor,
truídas no início do século XVIII, a primeira análise teórica
o rendimento é aproximadamente 0,15 (ou 15%).
dessas máquinas surgiu em 1824, em uma obra do físico
O rendimento de uma máquina térmica também é de-
francês Nicolas Leonard Sadi Carnot (1796-1832).
nominado eficiência.
Carnot nasceu em Paris e, apesar de ter morrido com ape-
A potência útil (Pu) de uma maquina térmica é a razão en-
nas 36 anos, foi de vital importância para o desenvolvimen-
tre o trabalho τ realizado por ela e o intervalo de tempo Dt
to da termodinâmica. Ele estudou as máquinas térmicas,
gasto para realizá-lo.
além de ter enunciado a Segunda Lei da Termodinâmica da
seguinte maneira: “Para haver conversão contínua de calor
t
Pu = __
Dt em trabalho, um sistema deve realizar ciclos entre fontes
No SI sua unidade é o watt (W), que representa a razão quentes e frias, continuamente. Em cada ciclo, é retirada
uma certa quantidade de calor da fonte quente (energia
entre joule e o segundo.
útil), que é parcialmente convertida em trabalho, sendo o
restante rejeitado para a fonte fria (energia dissipada)”.
Em seu trabalho de 1824, Carnot mostrou que uma máqui-
na térmica, operando com uma fonte quente à temperatu-
ra T1, e uma fonte fria à temperatura T2, tem rendimento
máximo quando executa um ciclo especial, denominado
ciclo de Carnot, representado na figura a seguir. Esse ci-
clo é formado pelas seguintes transformações (duas isotér-
micas e duas adiabáticas), na seguinte ordem:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Mauá - O Imperador e o Rei
O filme mostra o enriquecimento e a falência
de Irineu Evangelista de Sousa, mais conhecido
como barão de Mauá, considerado o primeiro
grande empresário brasileiro.
69
T
1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre uma hmáx = 1 – __ 300 K
2 = 1 – _____ = 1 – 0,60 ⇒
expansão isotérmica AB à temperatura T1. T1 500 K
⇒ hmáx = 0,40 = 40%
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a temperatura T2.
4. Máquinas frigoríficas
3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma com-
pressão isotérmica CD à temperatura T2.
4. Compressão adiabática DA; o gás volta ao seu estado Diferentemente das máquinas térmicas, as máquinas frigo-
inicial à temperatura T1. ríficas retiram o calor de uma fonte fria e o fornecem para
uma fonte quente. Obviamente, esse processo não ocorre
A seguinte relação é válida para esse ciclo: espontaneamente, pois, de acordo com a Segunda Lei da
Termodinâmica, a tendência natural do calor é fluir de um
__|Q | T2
2 = __
corpo quente para um corpo frio. Assim, é necessário rea-
Q1 T1
lizar trabalho (por exemplo, por meio de um motor) que
faça com que o calor siga um percurso não natural. Essa
Já foi visto que o rendimento (ou eficiência) de uma máqui- é a base de funcionamento de aparelhos como o ar-condi-
na térmica qualquer é dado por: cionado e o refrigerador doméstico.
t = Q
h = __
1
– |Q2|
______
|Q2|
⇒ h = 1 – __
FONTE QUENTE T2
Q1 Q1 Q1
Q2
O rendimento de uma máquina realizando o ciclo de Car-
not pode ser calculado a partir das temperaturas das fontes
τ
quente e fria. Substituindo as variáveis Q1 e |Q2| pelos valo- MÁQUINA
T T1 – T2 Q1
h = 1 – __
2 = _____
T1 T1
FONTE FRIA T1
Aplicação do conteúdo
1. Uma máquina térmica funciona entre duas fontes
às temperaturas de 227 ºC e 27 ºC. Qual o rendimento
máximo possível para essa máquina?
Resolução:
Tem-se:
T1 = 227 °C = 500 K
T2 = 27 °C = 300 K multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O maior rendimento possível é obtido usando um ciclo de Noções de entropia
Carnot:
70
Nas máquinas frigoríficas é usado um fluido que, durante Q
parte do ciclo, é gás e, no restante do ciclo, permanece na e = __
1
|t|
forma líquida.
Dessa forma, a máquina térmica transforma calor em tra- Em que Q1 é o calor retirado da fonte fria, e τ é o trabalho
balho, fazendo com que o fluido (vapor) execute um ciclo realizado pelo motor. Considerando o calor Q2 enviado à
no sentido horário: fonte quente, reescreve-se a equação do ciclo, isolando
o trabalho:
Q1 + |t| = |Q2| ou |t| = |Q2| – Q1
VIVENCIANDO
Como foi visto ao longo das aulas sobre termodinâmica, o estudo dos gases foi fundamental na história da humani-
dade, não só pela construção de dirigíveis, mas principalmente como ferramenta para as revoluções industriais. As
máquinas térmicas, por sua vez, permitiram a construção de bombas de água, tornando possível a extração de carvão
a grandes profundidades, a criação de máquinas que aumentaram a produtividade nas indústrias (por exemplo, na
produção têxtil), o advento do motor a combustão, que está presente nos automóveis utilizados cotidianamente, e a
criação da geladeira, onde são guardados e conservados os alimentos.
71
rário. Nesse caso ele é denominado refrigerador de Carnot.
Aplicação do conteúdo Para o refrigerador de Carnot também vale a equação:
1. Tem-se uma máquina térmica frigorífica que realiza, Q |Q2|
durante um ciclo completo, um trabalho de 4 ∙ 104 J e __1 = __
cede, à fonte fria, 12 ∙ 104 J. Com essas informações, T1 T2
calcule a eficiência da máquina frigorífica. Assim, pode-se expressar o rendimento em função das
temperaturas das fontes fria e quente:
Resolução:
Q1 T
A eficiência de uma máquina frigorífica é dada pela eCarnot = ______
= _____
1
|Q2| – Q1 T2 – T1
seguinte equação:
Q
e = __
1
|τ|
Substituindo pelos valores, obtém-se:
12 ∙ 104
4
e = ______
4 ∙ 10
Logo:
e=3
72
Desse modo, pode-se definir processos irreversíveis como
aqueles processos que, por meios naturais, ocorrem apenas
7.1. Motor a combustão
em um sentido. Dessa forma, quando ocorre um processo De modo geral, o motor a combustão é uma máquina tér-
irreversível, a entropia do sistema sempre aumenta. Já os mica que transforma a energia da queima de certos gases
processos reversíveis são aqueles em que, depois de ocorrer em trabalho. Um motor padrão é composto por quatro fases.
uma pequena mudança, é possível reverter essa mudança, Na primeira, o gás preenche um cilindro à medida que um
de forma que o sistema volte às suas condições iniciais. pistão abre espaço, mantendo uma pressão constante. Na
Tecnicamente, processos reversíveis são uma idealização, fase 2, o pistão comprime a mistura gasosa numa transfor-
uma vez que na natureza todos os processos envolvem mação adiabática, de tal forma que, no final do processo, a
turbulência ou atrito, ou ainda algum outro aspecto que os temperatura e a pressão do gás estão com valores elevados.
torna irreversíveis. Na terceira fase, uma faísca faz com que o gás entre em
combustão devido a reações químicas entre o gás e o ar.
A definição de entropia para um sistema em que ocorre
Novas substâncias são produzidas, causando uma rápida ex-
uma transformação isotérmica é a razão entre a quantidade
de calor que o sistema troca pela temperatura do sistema pansão do gás e outra transformação adiabática. Por fim, na
última fase, os gases decorrentes da queima são expulsos do
durante a transformação reversível:
cilindro por meio de uma transformação isobárica.
Q
DS = __
T
A unidade de entropia S no SI é o joule por kelvin J/K.
Para o cálculo da entropia de uma transformação irreversí-
vel, devido ao fato de a entropia ser uma variável de esta-
do, basta escolher um processo reversível que interligue os
mesmos dois estados do processo irreversível. A entropia
calculada será equivalente à do processo irreversível.
Agora, é possível reescrever a Terceira Lei da Termodinâmi- 7.2. Ciclo de Otto
ca em termos da entropia:
Idealizado por Beau de Rochas (1815-1893), mas colocado
Quando ocorrem mudanças em um sistema fechado, sua en- em prática, em 1875, pelo engenheiro Nikolaus Otto (1832-
tropia nunca diminui; ela pode crescer para processos irrever- 1891), é o motor que se encontra na maioria dos automó-
síveis ou permanecer constante para processos reversíveis: veis atualmente. É composto dos seguintes processos:
DS ≥ 0 1. Admissão isobárica (0-1).
Nota: No ciclo de Carnot todas as transformações
2. Compressão adiabática (1-2).
são reversíveis.
3. Combustão isocórica (2-3).
multimídia: sites
cienciaetecnologias.com/demonio-de-
maxwell/
www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_
carnot.htm
coral.ufsm.br/gef/Calor/calor28.pdf
73
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A Revolução Industrial, que ocorreu na Europa entre os séculos XVIII e XIX, foi um conjunto de mudanças estruturais
no modo de produção, quando o trabalho artesanal foi substituído pelo trabalho assalariado e pelo uso das máquinas.
Até o final do século XVIII, a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. Nesse sentido,
um artesão conhecia todo o processo produtivo de seu produto. Com o passar do tempo, começaram a surgir grandes
oficinas, em que diversos artesãos, realizando manualmente todo o processo, fabricavam os produtos, mas eram subor-
dinados ao proprietário da manufatura.
Devido à sua localização, ao fato de possuir uma rica burguesia em expansão e ter sofrido um êxodo rural, a Inglaterra
possuía as características que fizeram com que estivesse na vanguarda da Revolução Industrial entre 1760 e 1860.
Com o desenvolvimento tecnológico, as oficinas se transformaram em pequenas fábricas; nas indústrias de tecidos
de algodão surgiu o tear mecânico. Nessa época, o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a contin-
uação da revolução, tanto para o transporte da mercadoria quanto para a produção. A Inglaterra possuía reservas
de minas de carvão mineral, mas máquinas de bombear água eram necessárias para a exploração das minas – com
a máquina a vapor foi possível explorar minas a grandes profundidades. O carvão era utilizado para movimentar a
locomotiva a vapor, aquecer os fornos das indústrias ou alimentar algumas máquinas a vapor.
No início da Revolução Industrial, as fábricas não eram um bom local de trabalho: condições de trabalho precárias,
longas jornadas de trabalho, baixo salário, péssima iluminação, falta de ventilação, muita sujeira e até mesmo cas-
tigos físicos por parte dos patrões forçaram revoltas e greves dos trabalhadores, que passaram a se organizar por
meio de sindicatos, exigindo melhores condições de trabalho, melhores salários e direitos trabalhistas.
74
Para achar o trabalho necessário, deve-se aplicar outra fórmula:
Aplicação do conteúdo Q
1. Quanto trabalho deve ser realizado por um refrigera- |t| = e____
1
carnot
dor Carnot para transferir 1,0 J sob a forma de calor de Substituindo, tem-se:
um reservatório a 7,0 ºC para um a 27 ºC?
1
|t| = ___
Resolução: 14
Assim:
Para calcular o valor do trabalho necessário, deve-se, ini-
cialmente, calcular a eficiência da máquina: |t| = 0,071 J
T
ecarnot = _____
1 2. O que é entropia?
T2 – T1
Substituindo os valores, tem-se:
Resolução:
(7 + 273)
_________________
ecarnot =
(27 + 273)–(7 + 273) Quantidade termodinâmica de um sistema físico associada
Finalizando os cálculos, tem-se: ao grau de desordem desse sistema. Quanto mais desorde-
nado o sistema, maior sua entropia.
ecarnot = 14
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano. Como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e
das manifestações artísticas”.
Modelo
(Enem) Aumentar a eficiência na queima de combustível dos motores a combustão e reduzir suas emissões de poluen-
tes são a meta de qualquer fabricante de motores. É também o foco de uma pesquisa brasileira que envolve expe-
rimentos com plasma, o quarto estado da matéria e que está presente no processo de ignição. A interação da faísca
emitida pela vela de ignição com as moléculas de combustível gera o plasma que provoca a explosão liberadora de
energia que, por sua vez, faz o motor funcionar.
Disponível em: <www.inovacaotecnologica.com.br>. Acesso em: 22 jul. 2010 (adaptado).
No entanto, a busca da eficiência referenciada no texto apresenta como fator limitante:
a) O tipo de combustível, fóssil, que utilizam. Sendo um insumo não renovável, em algum momento estará esgotado.
b) Um dos princípios da termodinâmica, segundo o qual o rendimento de uma máquina térmica nunca atinge o ideal.
c) O funcionamento cíclico de todo os motores. A repetição contínua dos movimentos exige que parte da energia seja
transferida ao próximo ciclo.
d) As forças de atrito inevitável entre as peças. Tais forças provocam desgastes contínuos que com o tempo levam qualquer
material à fadiga e ruptura.
e) A temperatura em que eles trabalham. Para atingir o plasma, é necessária uma temperatura maior que a de fusão do
aço com que se fazem os motores.
75
Análise expositiva - Habilidade 21: Nessa questão, o aluno precisa se lembrar do enunciado da Segunda Lei
B da Termodinâmica e relacioná-la com o rendimento para a máquina de Carnot.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
TERMODINÂMICA
DEGRADAÇÃO
DE ENERGIA
RENDIMENTO
ENTROPIA
MÁXIMO
ANTI-HORÁRIO HORÁRIO
MÁQUINA MÁQUINA
FRIGORÍFICA TÉRMICA
76
AULAS Introdução à óptica geométrica
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 22
Os corpos luminosos são capazes de produzir e emitir Um feixe é divergente quando todos os raios que o consti-
luz própria, como o Sol, a chama de uma vela ou o fil- tuem são oriundos de um mesmo ponto.
amento de uma lâmpada incandescente acesa. Os cor-
pos iluminados, por sua vez, não produzem luz própria,
mas refletem a luz que incide sobre eles. Assim, apesar de
emitirem luz, a origem da luz não é o corpo, ela apenas foi
absorvida e reemitida pelo objeto. Feixe divergente
O exemplo da figura a seguir ilustra esses dois tipos de Por fim, um feixe é chamado de convergente quando todos
corpos. O Sol emite luz própria, e parte dessa luz atinge os raios se cruzam num determinado ponto.
a árvore que, por sua vez, reflete uma parte dessa luz em
direção aos olhos do observador, o que torna possível
enxergar a árvore. Os corpos luminosos são denominados
fontes primárias de luz, e os corpos iluminados são de-
Feixe convergente
nominados fontes secundárias de luz.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Faça um holograma para celular (muito
fácil!)
77
3. Classificação dos meios A figura a seguir apresenta o comportamento dos raios de
luz em meios transparente, translúcido e opaco.
A luz não se propaga somente no vácuo, mas também em
diferentes tipos de meios materiais.
Quando é possível observar claramente os objetos através
de um meio, como o vidro polido, o meio é denominado
transparente.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Princípios da óptica geométrica
Quando as propriedades de um material, como composi-
ção química, densidade, entre outras, são iguais, o meio
Conheça a seguir os princípios básicos da óptica geométrica:
é denominado homogêneo. O meio não homogêneo é
chamado de heterogêneo. § Lei da Propagação Retilínea da Luz
Quando as propriedades do meio são independentes da di- A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos e
reção, o meio é denominado isotrópico. No entanto, se as transparentes.
propriedades dependerem da direção, o meio é anisotrópi-
§ Reversibilidade dos Raios Luminosos
co. Por exemplo, a velocidade da luz atravessando um cristal
pode depender da direção em que a luz incide no cristal; as- A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido será
sim, esse meio é anisotrópico em relação à velocidade da luz. igual se o sentido do raio de luz for invertido.
78
§ Lei da Independência dos Raios Luminosos
A trajetória de um raio luminoso não é afetada por outro
que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem trajetórias
independentes, ainda que se cruzem.
Aplicação do conteúdo
1. Entre os princípios da Óptica Geométrica, talvez o
mais importante, seja o princípio da Propagação Retilí-
nea da Luz. Explique de forma sucinta esse princípio.
Resolução:
O Princípio da Independência dos Raios Iluminosos garante
que os raios que se cruzam ortogonalmente não alteram
suas trajetórias, isto é, cada raio segue sua trajetória nor-
malmente como se nada tivesse acontecido.
79
O eclipse lunar ocorre quando a Lua não recebe ne- Em que:
nhuma luz proveniente do Sol devido ao bloqueio da luz
o é o tamanho do objeto.
pela Terra, que é muito maior do que a Lua. Nesse eclipse,
não é possível observar a Lua. i é o tamanho da imagem.
p é a distância do objeto ao orifício.
Aplicação do conteúdo p' é a distância da imagem ao orifício.
1. Quando ocorre um eclipse solar parcial?
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Um dos métodos para medir o diâmetro do Sol
O eclipse solar parcial ocorre quando a Lua se encontra
consiste em determinar o diâmetro de sua imagem
entre o Sol e a Terra, de modo que a Lua impeça total ou nítida, produzida sobre um anteparo, por um orifício
parcialmente que a luz solar atinja determinadas regiões pequeno feito em um cartão paralelo a esse anteparo,
da Terra. A Lua projeta na Terra uma região de sombra, na conforme ilustra a figura. Em um experimento realizado
qual o eclipse solar é total, e uma região de penumbra, na por esse método, foram obtidos os seguintes dados:
qual o eclipse solar é parcial. I. diâmetro da imagem = 9,0 mm
II. distância do orifício até a imagem = 1,0 m
2. O que é o eclipse lunar?
III. distância do Sol à Terra = 1,5 · 1011 m
Resolução: Qual é, aproximadamente, o diâmetro do Sol medido
O eclipse lunar ocorre quando a Terra se encontra entre o Sol por esse método?
e a Lua, de modo que a Lua não receba luz proveniente do
Sol, pois ela fica na região de sombra provocada pela Terra.
Uma vez que a Lua não recebe luz, não é possível vê-la.
A’ x'= 1
p y' = 9 ⋅10-3
p’
Substituindo na fórmula, obtém-se:
y
Através da semelhança de triângulos, é válida a seguinte 9 ⋅ 10
-3
________
= ______
11
relação: 1,5 ⋅ 10 1
p' i Resolvendo a expressão, tem-se:
__
p = __
o
y = 9 ⋅ 10-3 1,5 ⋅ 1011
80
Terminando os cálculos, resulta:
y = 13,5 ⋅ 108 = 1,35 ⋅ 109 m
Alternativa D
81
monocromático não existe na realidade, uma vez que não Quando se trata de feixes de luz, tem-se as seguintes co-
é possível criar um feixe com uma única frequência, mas res primárias: azul, vermelho e verde. Suas combinações
uma faixa de frequência. Um feixe é chamado de policro- produzem as cores secundárias: ciano, magenta e amarelo.
mático quando é composto por diferentes cores.
luz vermelha + luz verde = sensação visual de amarelo
Para que o olho humano tenha a sensação de branco, não
luz vermelha + luz azul = sensação visual de magenta
é necessário que todas as cores do arco-íris o atinjam. Um
cruzamento de um feixe de luz vermelha, um feixe de luz luz verde + luz azul = sensação visual de ciano.
azul e um feixe de luz verde atuando simultaneamente nos
olhos do observador é o suficiente para causar a sensação
visual de luz branca.
Aplicação do conteúdo
1. O que é refração da luz?
Resolução:
Magenta Refração da luz é o nome dado ao fenômeno da passa-
gem da luz para um meio diferente do meio proveniente.
Existem dois tipos: a refração regular e a difusa. Nos meios
transparentes, ocorre a refração regular; e nos meios trans-
lúcidos, ocorre a refração difusa.
O triângulo foi inventado ou foi descoberto pela Matemática? Na verdade, esse objeto matemático, amplamente utili-
zado no estudo dos fenômenos da propagação retilínea da luz, foi definido matematicamente. Definir é atribuir forma
e nome a um determinado objeto que apresenta determinadas características. Assim, a definição é arbitrária. O nome
triângulo foi atribuído à forma dos objetos que ocupam o espaço interno limitado por três segmentos de reta que con-
correm, dois a dois, em três pontos diferentes, formando três lados e três ângulos internos que somam 180°.
Na geometria plana, considera-se que dois triângulos são semelhantes quando guardam uma proporção entre eles,
de forma que seus ângulos sejam iguais, e os lados do primeiro triângulo sejam proporcionais aos lados do segundo.
Os triângulos semelhantes são usados em diversas áreas, como na arquitetura, para a estabilização de pontes, e na
fotografia, para determinação de amplas distâncias.
82
7.1. A cor de um corpo proveniente da fonte sem refletir nenhuma; assim, o corpo
apresentará a cor preta.
Como foi visto, os fenômenos de reflexão, transmissão e
Alternativa C
absorção da luz dependem das características do meio e
da cor da luz.
Por exemplo, se a luz branca incidir sobre um material que
reflete todas as cores, o objeto terá cor branca; caso o ma-
terial não reflita nenhuma cor, sua cor será preta. Entre-
tanto, pode acontecer de o meio refletir apenas uma cor.
Observe o exemplo a seguir:
multimídia: sites
brasilescola.uol.com.br/fisica/conceitos-
basicos-otica-geometrica.htm
fep.if.usp.br/~profis/arquivos/GREF/
optica08-1.pdf
spie.org/Documents/Publications/00%20
STEP%20Module%2003.pdf
O abacate absorve todas as cores da luz branca que inci-
de sobre ele, com exceção da luz verde, que é refletida de
modo difuso; dessa forma, a fruta é vista na cor verde. A
maçã absorve todas as cores, com exceção da luz verme-
lha, que é refletida de modo difuso; assim, a maçã é vista
na cor vermelha.
A cor de um corpo diante do olho humano depende da
luz que ele reflete. Contudo, por convenção, considera-se
a cor “principal” do corpo aquela que ele apresenta ao ser
iluminado por luz branca.
Aplicação do conteúdo
1. (Ufes) Um objeto amarelo, quando observado em
uma sala iluminada com luz monocromática azul, será
visto:
a) amarelo;
b) azul;
c) preto;
d) violeta;
e) vermelho.
Resolução:
Tem-se, nesse caso, um objeto amarelo. Isso significa que,
quando esse corpo é exposto à luz branca, constituída de
várias cores, ele absorve todas as outras cores e reflete a
cor amarela.
Se esse corpo for levado para uma sala que projeta uma
luz monocromática azul, o objeto absorverá a única cor
83
VIVENCIANDO
Os conceitos básicos de óptica geométrica são utilizados para iluminação em ambientes, em espetáculos de teatro
ou shows de música, em que a combinação de feixes de luzes distintos produz efeitos espetaculares de luz, cor e
sombra. A correta iluminação em estúdios de fotografia e cinema elimina sombras e penumbras que atrapalhariam
a imagem fotografada.
No cotidiano, a absorção da luz pode ser percebida nas vestimentas das pessoas. Em um dia claro e quente, não é
aconselhável a utilização de roupas escuras, uma vez que esse tipo de cor absorve mais radiação e, em consequência,
a roupa fica mais quente. Num dia quente e iluminado, é recomendável a utilização de roupas de cores claras. Em dias
frios, por outro lado, o oposto se torna verdade, e é recomendável a utilização de cores escuras, pois absorvem mais calor.
Habilidade
Habilidade 22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e a matéria em suas manifesta-
22 ções em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
A habilidade 22 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos de radiação, que são importantes para o
entendimento de óptica geométrica.
Modelo
(Enem) É comum aos fotógrafos tirar fotos coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas fluorescentes, que
contêm uma forte composição de luz verde. A consequência desse fato na fotografia é que todos os objetos claros,
principalmente os brancos, aparecerão esverdeados. Para equilibrar as cores, deve-se usar um filtro adequado para
diminuir a intensidade da luz verde que chega aos sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se
o conhecimento da composição das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo
= vermelho + verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt>. Acesso em: 20 de maio 2014 (adaptado).
Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a fotografia apresente as cores naturais dos objetos?
a) Ciano.
b) Verde.
c) Amarelo.
d) Magenta.
e) Vermelho.
84
Análise expositiva - Habilidade 22: Para resolver a questão, o aluno precisa ter domínio sobre introdução geomé-
D trica, em especial a parte que envolve os conhecimentos sobre cor de um corpo.
Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
ÓPTICA GEOMÉTRICA
LUZ
PROPAGAÇÃO
INDEPENDÊNCIA REVERSIBILIDADE
RETILÍNEA
FORMAÇÃO
ECLIPSE CÂMARA ESCURA
DE SOMBRA
85
ELETROESTÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas
Exige análise de gráficos e aplicação Os temas deste livro mais cobrados são corren-
prática de conceitos teóricos. te elétrica (exigindo atenção em cargas elétricas
relacionadas com outros temas da eletricidade)
e potencial elétrico.
Os temas deste livro mais cobrados são Dentre os temas abordados neste Um dos temas deste livro mais cobrado é o de
corrente elétrica (exigindo atenção em cargas caderno, corrente elétrica é o assunto mais corrente elétrica, com atenção aos conceitos
elétricas relacionadas com outros temas da frequente, ligando-se com outros temas da fundamentais de cargas elétricas relacionados
eletricidade) e potencial elétrico. eletricidade. com outros temas da eletricidade.
Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno,
corrente elétrica é o assunto mais frequente, corrente elétrica é o assunto mais frequente, corrente elétrica é o assunto mais frequente corrente elétrica é o assunto mais frequente
ligando-se com outros temas da eletricidade, ligando-se com outros temas da eletricidade, na prova da Puc de Campinas, ligando-se com na prova da Santa Casa, ligando-se com
como potência elétrica e campo magnético. como potência elétrica e circuitos elétricos. outros temas da eletricidade, como potência outros temas da eletricidade, como potência
elétrica e potencial elétrico. elétrica e circuitos elétricos.
UFMG
A prova da UEL tem uma grande variação A prova da UFPR tem uma grande variação de A prova da CMMG tem uma grande variação
de temas. Eventualmente pode aparecer o temas. Eventualmente podem aparecer os te- de temas. Eventualmente pode aparecer o
tema corrente elétrica relacionado com outros mas corrente elétrica e potencial elétrico, com tema corrente elétrica (com especial cuidado
assuntos da eletricidade em questões mais questões que exigem interpretação gráfica. na definição de corrente elétrica), com ques-
objetivas e que exigem um alto nível de tões mais objetivas.
manipulações matemáticas.
O tema corrente elétrica está presente na pro- Dentre os temas abordados neste caderno, Não há uma cobrança grande do tema
va da UERJ. Eventualmente aparece o assunto corrente elétrica é o assunto mais frequente eletrostática; eventualmente, porém,
trabalho do campo elétrico, com questões na prova da UNIGRANRIO, ligando-se com aparecem questões que exigem análise de
mais objetivas. outros temas da eletricidade, como potência figuras e manipulação matemática do tema
elétrica e circuitos elétricos. corrente elétrica relacionado com circuitos
elétricos.
87
AULAS Potencial elétrico
9 e 10
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
A seguir, serão estudadas duas grandezas associadas a um Q = +4,0 mC = +4,0 ∙ 10–6 C
campo vetorial conservativo: energia potencial elétrica
d = 2,0 cm = 2,0 ∙ 10–2 m
e potencial elétrico. Em um campo elétrico conservativo,
o trabalho realizado ao se mover uma carga de prova in- k ⋅Q⋅q 4,0 ∙ 10–6 ⋅ 3,0 ∙ 10–9
Epot =_______
0 = (9,0 ∙ 109)_________________
=
depende da trajetória realizada pela carga; com efeito, ele d 2,0 ∙ 10–2
depende apenas da posição inicial e final da carga. 5,4 ∙ 10–3 J.
Considere um sistema formado por uma carga elétrica A carga de prova possui energia potencial de 5,4 ∙ 10–3 J.
pontual Q (carga fonte) e uma carga de prova q, separadas É possível dizer também que a energia potencial elétrica
pelas distancia d. associada ao par de cargas q e Q vale 5,4 ∙ 10–3 J.
A energia potencial elétrica para esse sistema formado
pelo par de cargas é: 2. Potencial elétrico
§ proporcional ao produto das duas cargas, Q e q; Uma carga elétrica isolada Q (chamada de carga fonte)
§ inversamente proporcional à distância d entre as cargas. gera à sua volta um campo elétrico. Considere um ponto P,
fixo próximo à carga fonte, como na figura a seguir. Con-
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no
referencial adotado, a energia potencial vale: sidere também que uma carga de prova q seja trazida do
infinito até o ponto P.
Q
Epot = k0 ∙ __
q
d
Aplicação do conteúdo
A unidade de potencial elétrico no SI é o volt, homenagem
1. No vácuo, uma carga de prova q = +3,0 nC está a uma ao pesquisador italiano Alessandro Volta (1745-1827).
distância de 2,0 cm de uma carga fonte Q = +4,0 mC.
Determine a energia potencial da carga de prova. (k0 = Assim, as unidades volt, joule e coulomb estão relaciona-
9,0 ∙ 109 unidades SI). das por:
Resolução: 1 joule
1 volt = ________
Para aplicar a equação, é preciso ter todas as unidades 1 coulomb
no SI:
88
Em geral, a grandeza física potencial é simbolizada pela equação. Dessa forma, o potencial elétrico no ponto P não
letra V. Atente-se para não confundir com a respectiva uni- depende da carga de prova. Se o ponto P estiver no infinito,
dade, o volt, também simbolizado por V. a distância d é infinita e o potencial no infinito é nulo.
É importante ressaltar que:
§ O potencial elétrico é definido para um ponto P próxi-
mo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
§ O potencial elétrico é uma grandeza escalar e pode ser
positivo ou negativo, conforme o sinal da carga fonte Q.
Q>0⇔V>0
Q<0⇔V<0
Resolução:
2.1. Potencial elétrico gerado Inicialmente, é necessário deixar todas as unidades no SI:
por uma carga elétrica pontual Q = +8,0 µC = +8,0 ∙ 10–6 C
Considere novamente o sistema de cargas formado por
d = 4,0 cm = 4,0 ∙ 10–2 m
uma carga fonte Q e uma carga de prova q, separadas por
uma distância d, como na figura a seguir. A carga de prova Substituindo na equação do potencial elétrico, tem-se:
q possui energia potencial elétrica dada pela equação: Q +8,0 · 10-6
Vp = k0 __
= (9,0 ∙ 109) _________
= +18 ∙ 105 V ⇒
d 4,0 · 10-2
Vp = +1,8 ∙ 106 V
89
Q Q
V = E ∙ d = k0 __
2 ∙ d ⇒ V = k0 __
. Q = 8,0 pC = 8,0 ∙ 10–12 C;
d d
Q ∙ q d = 2,0 mm = 2,0 ∙ 10–3 m.
A força elétrica, dada pela lei de Coulomb Fe = k0_____
2 ,0
d Então, pela equação do potencial, calcula-se V:
tem a direção da reta que une os centros das duas cargas,
podendo ter o sentido de afastamento, caso as cargas se- Q 8,0 ∙ 10–12
V = k0 __
= 9,0 ∙ 109 ∙ _________
⇒
jam de mesmo sinal (repulsão), ou de aproximação (atra- d 2,0 ∙ 10–3
ção), caso as cargas sejam de sinais contrários. Alternativa
72 ∙ 10
–3
⇒ V = ________ ⇒ V = 36 V
[B] incorreta. 2,0 ∙ 10–3
O campo elétrico é a razão entre a força e a carga de prova b) A energia potencial é dada por:
Fe Q Epot = q ⋅ V.
E = __ __
q 0 = k0 d 2 . Assim, ele não depende apenas da carga Q,
mas também da distância entre as cargas. Alternativa [C] Sendo q = 5,0 ∙ 10–12 C, tem-se:
incorreta.
Epot = 5,0 ∙ 10–12 ∙ 36 = 180 ∙ 10–12 ⇒
A energia potencial elétrica é dada pelo produto do po-
⇒ Epot = 1,8 ∙ 10–10 J
tencial elétrico e a carga de prova, então Ep = q0 ∙ V = q0 ∙
Q k ∙ Qq
k0 __
⇒ Ep = ______
0 .0 A alternativa [D] está incorreta, pois
d d 2.2. Potencial elétrico de
a dependência é com o inverso de d.
diversas cargas elétricas
Alternativa A
Foi visto como calcular o potencial elétrico de uma carga.
Agora, considere que, em uma certa região do espaço, esté
2. 1. 1. Comparações entre o campo um conjunto de n partículas eletrizadas com cargas elétricas
elétrico e o potencial elétrico Q1, Q2,..., Qn. Juntas, essas cargas geram um campo elétrico
§ Ambos são gerados por uma carga fonte Q e aplicam- nessa região. Considere também um ponto P fixo próximo a
-se a um ponto P, distante d da carga fonte. essas partículas. Calcule o potencial elétrico resultante nesse
ponto P. Para isso, siga o seguinte procedimento:
§ O potencial elétrico em P é uma grandeza escalar, en-
quanto o campo elétrico é vetorial, isto é, tem módulo,
direção e sentido.
§ O potencial elétrico depende do sinal da carga gera-
dora (pode ser positivo ou negativo); o campo elétrico,
porém, só depende do módulo dessa carga.
90
Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
Aplicação do conteúdo
multimídia: vídeo
1. Duas partículas eletrizadas com cargas elétricas Q1 =
4,0 ∙ 10–7 C e Q2 = –2,0 ∙ 10–7 C estão fixas nos extremos Fonte: Youtube
do segmento AB, cujo ponto médio é M. Mapeamento de equipotenciais de terminais
Conjunto de superfícies equipotenciais
lineares
–2 ∙ 10
–7
V2 = 9,0 ∙ 109 ∙ _________ = –9 ∙ 104 ⇒
2 ∙ 10–2
⇒ V2 = –9,0 ∙ 104 V
b) O potencial elétrico resultante no ponto M é dado
pela soma dos dois valores anteriores: VM = V1 + V2
(levando-se em conta os sinais).
Para facilitar a conta, são expressados os dois valores na
mesma potência 104:
VM = (+18 ∙ 104) + (–9,0 ∙ 104) ⇒
Linhas de equipotenciais de uma carga pontual Q positiva
⇒ VM = +9,0 ∙ 104 V
Quando as linhas de força aparecem juntamente com as
linhas equipotenciais, ambas devem formar um ângulo
3. Equipotenciais reto em cada cruzamento, uma vez que são sempre per-
pendiculares.
São denominadas de equipotenciais as linhas ou superfí-
cies imaginárias cujos pontos possuem o mesmo potencial. As linhas de força de um campo elétrico uniforme são retas
Em geral, as representações de campo elétrico são feitas paralelas. As linhas equipotenciais são, assim, perpendicu-
por um conjunto de superfícies equipotenciais. lares a cada uma delas. Nesse caso, as equipotenciais são
paralelas entre si.
91
08) dois objetos eletrizados por contato são afasta-
dos um do outro por uma distância D. Nesta situa-
ção, podemos afirmar que existe um ponto entre eles
onde o vetor campo elétrico resultante é zero;
16) o meio em que os corpos eletrizados estão imer-
sos tem influência direta no valor do potencial elétri-
co e do campo elétrico criado por eles.
Campo elétrico uniforme. As linhas de força estão representadas Resolução:
por linhas cheias, e as linhas equipotenciais por linhas tracejadas
01) Falsa. As cargas somente se distribuem unifor-
Nas figuras abaixo, é possível identificar dois casos particu- memente pela superfície de um corpo eletrizado se
lares. O campo elétrico é gerado por duas cargas elétricas ele for de material condutor perfeitamente esférico e
do mesmo módulo. estiver em equilíbrio eletrostático.
02) Falsa. São as cargas negativas, isto é, os elétrons
Em ambas as figuras, convenciona-se que: são transferidos de um corpo para outro por meio da
§ linhas cheias são linhas de força; eletrização por atrito.
04) Falsa. Pelo contrário, dias úmidos prejudicam a
§ linhas tracejadas são linhas equipotenciais. eletrização dos corpos devido ao excesso de umidade
do ar, que funciona como se fosse um fio terra, des-
carregando os corpos mais rapidamente através das
moléculas polares da água na fase vapor.
08) Verdadeira. Quando se faz eletrização por conta-
to, depois de separadas as cargas assumem o mesmo
sinal de carga elétrica; com isso, o vetor campo elétrico
se anula em um ponto entre os dois corpos eletrizados.
16) Verdadeira. Tanto o potencial elétrico como o
campo elétrico são influenciados pelo meio em que
Campo elétrico de duas cargas elétricas opostas estão imersos, basta verificar a presença da constante
eletrostática do meio (k) nas equações de ambas.
Q Q
V = k __
e E = k __
2
d d
2. (Udesc) Ao longo de um processo de aproximação de
duas partículas de mesma carga elétrica, a energia po-
tencial elétrica do sistema:
a) diminui;
b) aumenta;
c) aumenta inicialmente e, em seguida, diminui.
d) permanece constante;
e) diminui inicialmente e, em seguida, aumenta.
Resolução:
Campo elétrico de duas cargas elétricas positivas
Sabendo que a energia potencial elétrica é dada por Ep
k∙Q∙q
= ______
,
se a distância entre as partículas diminui, a
Aplicação do conteúdo d
energia potencial Ep aumenta.
1. (UFSC) O ato de eletrizar um corpo consiste em gerar
uma desigualdade entre o número de cargas positivas e Alternativa B
negativas, ou seja, em gerar uma carga resultante dife-
rente de zero. Em relação aos processos de eletrização
e às características elétricas de um objeto eletrizado, é 4. Gráfico do potencial elétrico
correto afirmar que:
Dada a expressão para o potencial elétrico de carga pun-
01) em qualquer corpo eletrizado, as cargas se distri- tiforme, sendo o potencial uma função da distância, V = V
buem uniformemente por toda a sua superfície; (d), tem-se:
02) no processo de eletrização por atrito, as cargas
positivas são transferidas de um corpo para outro; k ∙Q
04) em dias úmidos, o fenômeno da eletrização é poten- V(d) = _____
0
d
cializado, ou seja, os objetos ficam facilmente eletrizados;
92
Analisando o gráfico, é possível observar que, quanto mais
próximo à carga negativa, menor é o potencial elétrico; por
outro lado, quanto mais distante à carga elétrica negativa,
maior é o potencial elétrico.
Para uma carga positiva (Q > 0), o gráfico do potencial em Sendo uma carga elétrica Q negativa (Q < 0), foi visto que,
função da distância à partícula é da seguinte forma: quanto mais próximo a ela, menor será o valor do poten-
cial elétrico; e, quanto mais distante da carga, maior será
o potencial elétrico. Assim, VA < VB < VC. É sabido que, no
campo elétrico, a carga puntiforme negativa é convergente,
ou seja, o campo é de aproximação. Dessa forma, o sentido
da linha de força também é de aproximação, coincidente-
mente na mesma direção em que o potencial diminui.
Carga Q < 0
(Q > 0)
De maneira geral, podemos dizer que:
Analisando o gráfico, é possível perceber que, quanto mais
próximo à carga positiva, maior é o potencial elétrico; e, O potencial elétrico diminui no mesmo sentido da li-
quanto mais distante da carga, menor é o potencial elétrico. nha de força.
Para uma carga negativa (Q < 0), todos os valores do po-
tencial elétrico serão negativos; Assim, o gráfico da função Por exemplo, analisando a figura a seguir:
do potencial elétrico em função da distância à partícula é
da seguinte forma:
93
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 é quase onipresente nos exercícios da prova de ciências da natureza, uma vez que ela cobra do aluno a
capacidade de relacionar os fenômenos naturais com diferentes formas de linguagem, fórmulas matemáticas e a capaci-
dade de interpretação gráfica.
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 cobra do aluno a capacidade de interpretar os processos naturais ou tecnológicos relacionados ao eletro-
magnetismo e termodinâmica. De forma abrangente esta habilidade cobra do aluno conhecimento em duas grandes
áreas. Por isso, talvez questões relacionadas ao eletromagnetismo tenham aparecido um pouco menos em provas anteri-
ores, salvo é claro a prova de 2017, na qual esteve muito mais presente.
Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação, e é uma estratégia
eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa característica eletrofisiológica está presente
na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras de Purkinje,
responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca.
Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+ a polaridade celular pode
atingir valores de até +10 mV o que se denomina despolarização celular. A modificação no potencial de repouso pode
disparar um potencial de ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo que está representado
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte
94
celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular, respectivamente?
a) Fases 0 e 2.
b) Fases 0 e 3.
c) Fases 1 e 2.
d) Fases 2 e 0.
e) Fases 3 e 1.
Análise expositiva - Habilidade 17 e 21: Essa é uma excelente questão, onde o estudante é cobrado tanto na parte
B interdisciplinar, quanto na interpretação gráfica do potencial de membrana em relação ao tempo. o estudante deve
relacionar conceitos, fenômenos com as fases destacadas no gráfico.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização ocorre quando o potencial
está voltando ao potencial de repouso, como acontece na fase 3.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGA
ELÉTRICA
95
AULAS Trabalho no campo elétrico
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 21
1. Introdução Sendo tAB o trabalho total realizado pelas forças que atuam
na partícula entre os pontos A e B, pode-se demonstrar que:
O trabalho da energia elétrica será abordado a partir do
mv 2 mvA2
potencial e da energia potencial elétrica. Antes, porém, é τAB = ____
B - ____
2 2
necessário definir alguns conceitos, como trabalho, energia
cinética e energia mecânica. Tais conceitos vão ser revistos Note que, na equação acima, vB é o módulo da velocidade
mais detalhadamente em outra oportunidade. no fim do percurso, e vA é o módulo da velocidade no início
do percurso.
1.1. Trabalho de uma força Como será visto, a equação acima tem bastante utilidade,
Considere um corpo que se move _____ em trajetória
_____ retilínea, e, por esse motivo, os físicos decidiram definir a energia
› ›
efetuando um deslocamento d . Sendo F uma das forças cinética (Ec) de uma partícula de massa m e velocidade v
que atuam sobre corpo, suponha que essa força seja constan- do seguinte modo:
te (em módulo, direção e sentido) e forme_____› um ângulo u com
mv
2
_____› Ec = ____
o deslocamento d
. O trabalho da força F
é definido por: 2
3. Princípio da
conservação da energia
Todo movimento ou atividade ocorre por meio da transfor-
t = F · d · cos u
mação de um tipo de energia em outra forma de energia.
No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J.
1.2. O trabalho total “Energia não se cria, energia não se perde, en-
ergia apenas se transforma de um tipo em outro, em
Suponha que um corpo esteja sob a ação de várias forças. quantidades iguais”
O trabalho total ao longo de um deslocamento é definido
como a soma dos trabalhos de cada força:
ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ... A soma de energia cinética com todas as energias poten-
___›
ciais de um corpo é denominada energia mecânica (EM):
das forças for F r , é possível demonstrar que
Se a resultante___
› EM = EC + EP
o trabalho de F r é igual ao trabalho total:
Assim: Ec é a energia cinética do corpo; e Ep é a energia
tFr = ttotal
potencial desse corpo (incluindo-se todas as energias po-
tenciais)
2. Teorema da energia cinética É possível demonstrar que:
Considere que uma partícula de massa m passe por um
ponto A com velocidade A e, em seguida, passe por um A energia mecânica do corpo será constante se, dentre
ponto B com velocidade B, movendo-se ao longo de uma todas as forças que atuarem sobre ele, as únicas que
trajetória qualquer. realizarem trabalho não nulo forem conservativas.
96
4. Trabalho da força elétrica Essa maneira de calcular o trabalho pode ser aplicada
apenas para campos ditos conservativos. Como o campo
elétrico é um campo conservativo, é possível utilizar esse
método para obter o trabalho.
Aplicação do conteúdo
1. Em uma região onde há campo elétrico, uma carga
elétrica negativa q = –4,0 nC é deslocada de um pon-
to A, de potencial +5,0 V, até um ponto B, de potencial
–5,0 V. Determine o trabalho da força elétrica.
multimídia: vídeo
Resolução:
Fonte: Youtube
TRABALHO FORÇA ELÉTRICA HD Calcule o trabalho usando a equação:
τAB = q(VA – VB).
Para determinar o trabalho da força elétrica sobre uma car-
ga de prova, considere a situação da figura a seguir. Uma Substituindo os valores dados, tem-se:
carga de prova q é movida do ponto A para o ponto B, em
τAB = –4,0 · 10–9 [(+5,0) – (–5,0)] = –4,0 · 10–9 · 10
uma região onde existe um campo elétrico. A carga elétrica
⇒ ⇒ τAB = –4,0 · 10–8 J
fonte que dá origem ao campo elétrico foi omitida por sim-
plificação. O movimento da carga de prova pode ocorrer
espontaneamente por ação de um agente externo (oper- sinal negativo do trabalho indica que ocorre uma re-
O
ador). Devido ao fato de estar em uma região de campo sistência ao movimento, isto é, na situação considerada, a
elétrico, uma força elétrica F atua sobre a partícula. força elétrica opõe-se ao deslocamento da carga.
97
Então: Uma carga puntiforme q > 0 abandonada livremente no
τAB = 3,0 · 10 –11
J ponto A sofrerá a ação exclusiva da força elétrica F e se
deslocará ao longo da linha de força que liga o ponto A e o
É importante saber: o trabalho da força elétrica é es-
ponto B. Nesse deslocamento, o trabalho será:
pontâneo. Uma carga livre deixada em um local onde há
campo elétrico vai se deslocar naturalmente e, por conse- ——
τAB = F ⋅ AB
⇒ τAB = F ⋅ d
quência, haverá trabalho da força elétrica. As cargas posi-
tivas se deslocam naturalmente no sentido decrescente do
potencial elétrico, enquanto as cargas negativas se deslo- Considerando que F = q ⋅ E, obtém-se:
cam no sentido crescente do potencial elétrico. Resumindo:
τAB = q ⋅ E ⋅ d
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Campo elétrico | Carga elétrica, energia
elétrica e voltagem
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Potencial elétrico, trabalho no campo elétrico
Carga puntiforme deslocada de A para B sob a ação - Fisica
de uma força elétrica
98
6. Diferença de potencial (d.d.p.) a) a velocidade dos elétrons ao atingirem a placa cole-
tora é a mesma dos elétrons no fio externo à ampola;
b) se quisermos saber a velocidade dos elétrons é
É chamada de d.d.p. entre dois pontos de um campo elétrico
necessário conhecermos a distância entre as placas;
a razão entre o trabalho realizado pela força elétrica para
c) a energia fornecida pela fonte aos elétrons coletados
deslocar uma carga entre esses pontos e o valor da carga: é proporcional ao quadrado da diferença de potencial.
τ
VA – VB = UAB = U = ___
AB d) a velocidade dos elétrons ao atingirem a placa co-
|q| letora é de aproximadamente 1,0 × 107 m/s;
Notas: e) depois de algum tempo a corrente vai se tornando
§ no SI, a d.d.p. é expressa em J/C = V(volt); nula, pois a placa coletora vai ficando cada vez mais
negativa pela absorção dos elétrons que nela chegam.
§ se q é + ⇒ VA – VB > 0 ⇒ VA > VB;
Resolução:
se q é – ⇒ VA – VB < 0 ⇒ VA < VB.
U = 250 V qe = – 1,6 ∙ 10-19 C
Aplicação do conteúdo i = 5 mA me = 9,11 ∙ 10-31C
1. Na figura a seguir, o campo elétrico tem intensidade
E = 4,5 N/C. No ponto A, é abandonada uma partícula Pelo teorema da energia cinética:
eletrizada de carga elétrica q = 4,0 pC. Despreze a ação
da força gravitacional. A partícula desloca-se espontan- DEc = DFR
eamente no sentido da linha de força. Determine o tra- mv02
m ∙
v
2
_____ – ____
= |q| U
balho da força elétrica no deslocamento AB. 2 2
9,11 · 10 ∙ v
____________
-31 2
= 1,6 ∙ 10-19 ∙ 250
2
v2 ≈ 87,82 ∙ 10-2
Resolução: Alternativa D
Tem-se:
q = 4,0 pC = 4,0 · 10–12 C
E = 4,5 N/C
d = AB = 20 cm = 20 · 10–2 m
99
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Nesse caso, a habilidade 21 exige que o aluno domine conceitos eletromagnéticos, especificamente a definição de po-
tencial elétrico, de polarização e despolarização. Como se trata de uma área mais abstrata, os exercícios são altamente
contextualizados com o intuito de mostrar ao aluno que, apesar de abstrato, o tema está presente no cotidiano.
Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação, e é uma estratégia
eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa característica eletrofisiológica está presente
na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras de Purkinje,
responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca.
Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV, e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+, a polaridade celular pode
atingir valores de até +10 mV, o que se denomina despolarização celular. A modificação no potencial de repouso pode
disparar um potencial de ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo que está representado
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte
celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+.
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular, respectivamente?
a) Fases 0 e 2
b) Fases 0 e 3
c) Fases 1 e 2
d) Fases 2 e 0
e) Fases 3 e 1
Análise expositiva - Habilidade 21: Mesmo apresentando um texto acompanhado de um gráfico, o exercício possui
B rápida resolução. Cabe ao aluno saber reconhecer aquilo que é pedido e extrair a resposta do gráfico fornecido.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização ocorre quando o
potencial está voltando ao potencial de repouso, o que ocorre na fase 3.
Alternativa B
100
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRABALHO DE
FORÇA ELÉTRICA
VARIAÇÃO DE
ENERGIA CINÉTICA
TRABALHO TRABALHO
MOTOR RESISTENTE
101
AULAS Potencial elétrico no CEU
13 e 14 e equilíbrio eletrostático
V ___
1 __ 1N
m = C
Assim:
102
02) A diferença de potencial elétrico, na atmosfera,
entre um ponto A e um ponto B, situando 2 m abaixo
de A, é de 200 V.
04) Cátions existentes na atmosfera tendem a mov-
er-se para cima, enquanto que ânions tendem a mov-
er-se para a superfície terrestre.
08) O trabalho realizado pela força elétrica para des-
locar uma carga elétrica de 1 μC entre dois pontos, A
e C, distantes 2 m entre si e situados a uma mesma
altitude, é 200 μJ.
16) Este campo elétrico induzirá cargas elétricas em
uma nuvem, fazendo com que a parte inferior desta,
multimídia: vídeo voltada para a Terra, seja carregada positivamente.
Fonte: Youtube Resolução:
O elétron-volt 01) Verdadeira. A Terra é geralmente negativa.
02) Verdadeira. U = Ed ⇒ U = 100 ∙ 2 = 200 V
04) Falsa. O campo elétrico está orientado para baixo. As-
Aplicação do conteúdo sim, as cargas positivas tendem a se mover para baixo.
08) Falsa. Eles estão numa mesma superfície de
1. Dois planos equipotenciais, p1 e p2, são represen- equipotencial.
tados na figura abaixo. Os potenciais elétricos nesse
16) Verdadeira. Igual ao item 4.
planos são V1 = 40 V e V2 = 5,0 V, respectivamente. Sa-
bendo que a intensidade do campo elétrico é constan- 01 + 02 + 16 = 19
te e igual a 5 V/m , determine a distância (d) entre os
dois planos equipotenciais. 3. (Unirio)
Resolução:
Uma superfície plana e infinita, positivamente carregada, ori-
Aplica-se a equação da diferença de potencial em um campo gina um campo elétrico de módulo 6,0 · 107 N/C. Considere
elétrico uniforme: que os pontos B e C da figura são equidistantes da superfície
carregada e, além disso, considere também que a distância
U
E ⋅ d = U ⇒ d = __ entre os pontos A e B é de 3,0 m, e entre os pontos B e C é de
E
Mas: 4,0 m. Com isso, os valores encontrados para a diferença
de potencial elétrico entre os pontos A, B e C, ou seja: UAB,
U = V1 – V2 UBC e UAC são, respectivamente, iguais a:
a) Zero; 3,0 · 108 V; 1,8 · 108 V.
Substituindo os valores dos potenciais, obtém-se: b) 1,8 · 108 V; zero; 3,0 · 108 V.
V1 – V2 _______
40 – 5,0 ___ c) 1,8 · 108 V; 1,8 · 108 V; 3,0 · 108 V.
d = ______
= = 35 m ⇒ d = 7,0 m
d) 1,8 · 108 V; 3,0 · 108 V; zero.
E 5,0 5,0
e) 1,8 · 108 V; zero; 1,8 · 108 V.
2. (UFPR) Um físico realiza experimentos na atmosfera
Resolução:
terrestre e conclui que há um campo elétrico vertical e
orientado para a superfície da Terra, com módulo E = UAB = E ∙ dAB = 6 ∙ 107 ∙ 3 = 1,8 · 108 V
100 N/C. Considerando que para uma pequena região
da superfície terrestre o campo elétrico é uniforme, é UBC = 0 V, pois estão numa mesma superfície de equipotencial
correto afirmar:
UAC = UAB = 1,8 ∙ 108 V
01) A Terra é um corpo eletrizado, com carga elétrica
negativa em excesso. Alternativa E
103
2. O equilíbrio eletrostático No interior de um condutor eletrizado em equilíbrio
As cargas elétricas em um condutor se movimentam à eletrostático, o potencial não é nulo e tem o mesmo
procura de uma posição de equilíbrio. Quando as cargas valor em todos os pontos.
atingem essa posição, e não há mais movimento, afirma-se
que o condutor atingiu o seu equilíbrio eletrostático. Caso houvesse dois pontos, A e B, no interior do condutor
Depois de atingir o equilíbrio eletrostático, o condutor adquire tal que VA > VB, existiria trabalho da força elétrica que mov-
certas propriedades físicas que serão abordadas a seguir. imentaria espontaneamente os elétrons livres de B para
A, o que perturbaria o equilíbrio eletrostático do condutor.
Em um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostá-
Dessa maneira, o potencial deve ser o mesmo em todos os
tico, as cargas elétricas em excesso se localizam na
pontos do interior do condutor.
sua superfície. O pesquisador inglês Michael Faraday (1791-1867)
elaborou um experimento interessante. Em um dia de
tempestades elétricas, permaneceu dentro de uma grande
As cargas em excesso possuem o mesmo sinal, isto é, ou são gaiola construída de arame metálico. Apesar de a gaiola ter
positivas ou são negativas. Por se repelirem mutuamente e sido atingida por raios (descargas elétricas), conta-se que
por não se movimentarem no condutor, ficam na superfície. Faraday, ao sair dela, relatou não ter sentido nenhum choque
No caso de um condutor esférico, a distribuição de cargas elétrico. Essa gaiola foi denominada Gaiola de Faraday.
é simétrica e uniforme, como é possível observar na figura.
O uso da Gaiola de Faraday se tornou consagrado, e, atu-
almente, uma malha de ferro, que não aparece externa-
mente, é construída em torno de grandes edifícios para
proteger as pessoas que estejam em seu interior contra
descargas elétricas provocadas por tempestades.
Fórmula da densidade
A Gaiola de Faraday
Condutor alongado com cargas elétricas Adiante, será estudado o que ocorre com uma esfera eletri-
aglomeradas nas suas extremidades zada isolada de outras cargas. A partir daqui, será admitido
que a esfera sempre está em equilíbrio eletrostático. Con-
Nos pontos internos de um condutor eletrizado em forme foi visto anteriormente, em uma esfera, as cargas
equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é sempre elétricas em excesso distribuem-se uniformemente pela
nulo, independentemente de sua forma geométrica. sua superfície, como mostra a figura a seguir.
104
Convém recordar duas propriedades importantes: Para qualquer ponto no interior da esfera, foi visto que o po-
tencial é constante e igual ao potencial na superfície. Assim:
§ Em todos os pontos internos o campo elétrico é nulo.
§ Em todos os pontos (internos ou da superfície da esfera) Q
Vint = Vsup = k0 __
o potencial elétrico é constante, ou seja, todos os pontos R
têm o mesmo valor de potencial elétrico, não nulo.
A seguir, será demonstrado como determinar o valor do po- 4. Cálculo do campo elétrico
tencial elétrico e a intensidade do campo elétrico e do po- Foi visto que, nos pontos internos da esfera, o campo elé-
tencial elétrico para os pontos externos e próximos da esfera. trico é nulo. Será determinado agora o campo elétrico nos
pontos externos. Nas figuras a seguir, foi representado o
campo elétrico em um ponto P, através do seu vetor E.
Lembre-se de que as cargas positivas geram um campo de
afastamento, e as negativas, um campo de aproximação.
3. Cálculo do potencial elétrico Note que essa equação não é válida para calcular o campo
elétrico em pontos na superfície da esfera.
Inicialmente, será calculado o potencial elétrico em um pon-
to P fora da esfera. Existe uma simetria na distribuição de
Aplicação do conteúdo
cargas na esfera, além da uniformidade na distribuição em
sua superfície. Assim, podemos admitir que toda a carga Q 1. Uma esfera metálica de raio R = 4,0 cm, no vácuo,
esteja concentrada no centro (ponto O) da esfera. Sendo d a tem a sua superfície uniformemente carregada com
uma carga elétrica de 12 nC. Adotando k0 = 9,0 · 109
distância do centro O ao ponto P, o potencial pode ser obtido
unidades do SI, determine:
pela seguinte equação, vista em aulas anteriores:
a) O potencial elétrico em um ponto da superfície da esfera.
b) O potencial elétrico em um ponto P distante 12 cm
do centro da esfera.
c) A intensidade do campo elétrico no ponto P do
item anterior.
Resolução:
a) Cálculo potencial elétrico é igual para qualquer
ponto da superfície da esfera:
Dessa forma, ajustando as unidades:
105
b) Como a esfera tem raio de 4,0 cm, e o ponto P está
a 12 cm do centro, o ponto P é externo à esfera.
4.1. Gráfico do Potencial Elétrico
Assim: d = 12 cm = 12 · 10–2 m
de um Condutor Carregado
Considere o potencial elétrico uma função da distância,
Então:
isto é, V = V (d). Seu gráfico é do tipo:
Q
12 · 10–2
–9
Vext = k0 __
⇒ VP = 9 · 109 · _______
d 12 · 10
= 9,0 · 102 ⇒ VP = 9,0 · 102 V
106
VIVENCIANDO
Os para-raios
De que maneira as indústrias fabricantes de para-raios costumam testar seus produtos antes de colocá-los à venda?
Um dos testes consiste em submeter o produto a descargas elétricas semelhantes aos raios. Para simular um raio
causado por uma nuvem eletrizada, uma esfera de cobre de aproximadamente 1 metro de diâmetro é suspensa, a
mais ou menos 10 metros do chão, e ligada a um gerador de cargas elétricas para ser eletrizada. Abaixo da esfera
é colocado o para-raios que será testado. A esfera, eletrizada, atinge potenciais de alguns milhões de volts e produz
uma descarga elétrica que salta e atinge o para-raios. Um engenheiro elétrico de operações verifica pessoalmente, a
poucos metros do local, o funcionamento correto do para-raios. Entretanto, o engenheiro se protege dentro de uma
Gaiola de Faraday contra as descargas elétricas que circulam no ambiente.
O efeito de blindagem eletrostática, conhecido como Gaiola de Faraday, é amplamente utilizado para proteger equi-
pamentos que não podem ser submetidos a influências elétricas externas, ou na proteção de passageiros de aviões
ou carros. Os veículos, ao serem atingidos por relâmpagos, protegem seus tripulantes, uma vez que as cargas elétricas
serão distribuídas pelas estruturas metálicas.
O forno de micro-ondas e a ressonância magnética são outras duas aplicações cotidianas da blindagem eletrostática.
No micro-ondas, a blindagem eletrostática não permite que escapem as ondas eletromagnéticas que esquentam
os alimentos, pois a casca metálica que reveste o interior do equipamento e
a malha metálica que cobre o visor de vidro funcionam como uma Gaiola de
Faraday. Para o exame de ressonância magnética, são necessárias salas de
exames equipadas com uma cabine de radiofrequência. Essa cabine consiste
numa caixa de alumínio ou outro material similar e serve para proteger o fun-
cionamento do equipamento, que pode sofrer alteração de ondas de radiof-
requência externas que causariam interferências nos resultados dos exames.
5. Equilíbrio eletrostático § As cargas das duas esferas passam a ser Q’1 e Q’2, res-
pectivamente, e por conservação da carga elétrica:
entre duas esferas interligadas
Na figura a seguir, duas esferas condutoras, 1 e 2, inicial- Q’1 + Q’2 = Q1 + Q2
mente isoladas uma da outra, foram carregadas com car-
gas elétricas Q1 e Q2, respectivamente. As esferas foram
interligadas por um fio condutor, mas foram mantidas u seja, a soma das cargas das duas esferas permanece
O
constante, uma vez que nenhuma carga foi inserida ou
afastadas a fim de evitar a indução eletrostática. Depois de
retirada do sistema.
serem conectadas, ocorreu uma troca de cargas elétricas
devido à diferença de potencial elétrico entre ambas. § Devido ao equilíbrio, os potenciais se igualam, V1 = V2,
assim:
Q’ Q’ Q’ Q’2
k0 ___
1 = k0 ___
2 ⇒ ___
1 = ___
R1 R2 R1 R2
107
Aplicação do conteúdo
1. Uma esfera de raio R1 = 2,0 cm e carregada com carga
Q1 = 6,0 pC e uma esfera de raio R2 = 6,0 cm carrega-
da com carga Q2 = –2,0 pC são conectadas por um fio e
mantidas afastadas uma da outra. Depois de atingirem o
equilíbrio eletrostático, qual é a carga de cada uma delas?
Resolução:
108
DIAGRAMA DE IDEIAS
CAMPO UNIFORME Ed = U
GAIOLA DE
FARADAY
CARGA NA DENSIDADE
EQ. ELETROSTÁTICO
SUPERFÍCIE SUPERFICIAL
CAMPO
INTERIOR NULO
POTENCIAIS
IGUAIS
109
AULAS Corrente elétrica
15 e 16
Competências: 2, 5 e 6 Habilidades: 5, 17 e 21
ELETRÓNS
110
Essa convenção não foi alterada, pois, sob o ponto de vista No SI, a unidade da intensidade de corrente elétrica é o
do eletromagnetismo, o movimento de cargas negativas ampère, de símbolo A, em homenagem ao físico francês
em determinada direção é equivalente ao movimento de André-Marie Ampère (1775-1836).
cargas positivas na direção oposta.
A unidade de carga elétrica, o Coulomb (C), é definida a
O sentido da corrente elétrica é indicado, também por con- partir da equação anterior: Q = i ⋅ Dt. Em unidades:
venção, por uma flecha com a letra i.
ampère · segundo = coulomb
i i
BATERIA
multimídia: vídeo
Assim, o valor absoluto da quantidade de carga elétrica Q
Fonte: Youtube
que atravessou a seção S é:
Física Total - Aula 61 - eletrod-
|Q| = n ⋅ |e| inâmica - corrente elétrica
111
para o ânodo e o cátodo, respectivamente. Esse efeito 2. Durante um intervalo de tempo ∆t = 16 s, uma quanti-
é aplicado na galvanização de metais (cromeação, dade de 2,0 · 1022 elétrons atravessou a seção transversal
de um condutor. Sendo e = 1,6 · 10–19 C o valor de carga
prateação, niquelação, etc.).
elétrica elementar, determine:
§ Efeito Magnético – quando um condutor é percorri- a) a carga elétrica que atravessa o condutor;
do por uma corrente elétrica e produz nas suas proxim- b) a intensidade média da corrente elétrica.
idades um campo magnético. Esse efeito é facilmente Resolução:
comprovado pela deflexão da agulha imantada de uma
a) Sendo |Q| = n ∙ e, obtém-se a carga elétrica:
bússola colocada próxima do condutor.
|Q| = (2,0 · 1022) ⋅ (1,6 · 10–19 C) ∴
§ Efeito Luminoso – quando a corrente elétrica Q = 3,2 · 103 C
atravessa um gás, sob baixa pressão, ocorre emissão de
b) A intensidade média (im) da corrente vale:
luz. Esse efeito é aplicado nas lâmpadas fluorescentes,
lâmpadas de vapor de sódio, etc. |Q| 3,2 · 10³ C _________
im = ___
= _________
= 32 · 10²
C
=
Dt 16 s 16 s
§ Efeito Térmico ou Efeito Joule – quando os elétrons
livres colidem com os átomos, ocorre o aquecimento do Cs
= 2,0 · 10² __
condutor. Esse efeito é aplicado em aparelhos que pro- = 2,0 · 10² A
duzem calor (aquecedores elétricos: chuveiros, tornei-
ras, ferros elétricos, etc.).
7. O gerador elétrico
6. O amperímetro Para se produzir uma corrente elétrica é necessário um gera-
dor elétrico. Os geradores elétricos mais comuns e conheci-
A intensidade da corrente elétrica que passa por um fio é dos são: pilha comum, bateria de automóvel, bateria de celu-
medida por um aparelho chamado amperímetro. lar, os grandes e potentes geradores das hidroelétricas, etc.
A figura a seguir mostra um amperímetro ligado a um cir-
cuito. No mostrador do aparelho é indicada a intensidade
da corrente elétrica que o atravessa.
|Q|
i = ___
⇔ |Q| = i ⋅ ∆t = 4,0 A ⋅ 120 s ⇒
Dt
⇒ |Q| = 480 C
112
É através do polo positivo que o gerador fornece corrente é uma relação entre energia elétrica e carga elétrica. Assim,
elétrica ao circuito. Depois de atravessar o circuito, a cor- a origem do termo, pensando-se que se tratava de uma
rente retorna ao gerador pelo polo negativo. Na figura aci- força aplicada às cargas elétricas, é equivocada.
ma é possível observar um circuito composto por uma ba-
As pilhas e baterias comuns indicam o valor de sua f.e.m.
teria e uma lâmpada. O sentido convencional da corrente
elétrica está indicado pelas setas.
Os polos de um gerador são, comumente, chamados de
ativos passivos. Isso significa que, mesmo em um circuito
desligado, existe potencial nos polos do gerador.
113
9. O Voltímetro
O aparelho utilizado para medir a diferença de poten-
cial (d.d.p.) entre os polos de um gerador é denomina-
do voltímetro. O voltímetro é comumente chamado
de medidor de voltagem.
a) Quais são os pontos de mesmo potencial elétrico?
b) Qual é a d.d.p. em cada lâmpada?
c) Quanto indicaria um voltímetro se fosse conectado
às extremidades dos fios 1 e 2?
Resolução:
a) Os pontos de um mesmo fio têm o mesmo potencial.
VA = VC = V1 e VB = VD = V2
Voltímetro
No entanto: V1 > V2
Para medir a d.d.p. de uma pilha, deve-se ligar o voltímetro
b) A ddp (tensão elétrica U) em cada lâmpada é a
em paralelo com a pilha, como ilustra a figura a seguir.
mesma, pois:
§ em L1 ⇒ U1 = VA – VB= U ∴ U1 = 6,0 V
§ em L2 ⇒ U2 = VC – VD = U ∴ U2 = 6,0 V
1,5V 1,5 volt c) O voltímetro indicaria a d.d.p. entre fios, ou seja:
d.d.p. = 6,0 V
Aplicação do conteúdo
1. Um gerador elétrico fornece às partículas elétricas
que o atravessam 6,0 J para cada 4,0 C de carga elétrica.
Quanto vale sua f.e.m.?
Resolução:
Eelétrica _____6,0 J
f.e.m. = _____
= = 1,5 J/C ⇒
Q 4,0 C
⇒ f.e.m. = 1,5 V multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
2. No circuito da figura a seguir, duas lâmpadas, L1 e L2, Novo Telecurso - Ensino Médio - Física -
estão ligadas a um gerador por meio de fios ideais. O Aula 41 (1 de 2)
gerador é ideal e sua f.e.m. é de 6,0 V.
114
11. Resistor e resistência No SI, a unidade de resistência elétrica é ohm, simboliza-
do por W (letra grega ômega), em homenagem ao físico
O resistor é um elemento cuja função exclusiva em um cir- George Simon Ohm.
cuito elétrico é transformar energia elétrica em energia tér- Assim, um resistor que, submetido à d.d.p. de 1 V, deixa-se
mica. Em geral, os resistores são condutores feitos de aço, atravessar por uma corrente elétrica de intensidade 1 A,
tungstênio ou carvão. Diversos aparelhos eletrodomésticos tem resistência elétrica de 1 W.
que requerem um aquecimento elétrico possuem resis-
unidade d.d.p.
tores, como o ferro elétrico de passar roupa, o chuveiro Unidade de resistência = _____________
= ______
volt V
= __
unidade corrente ampère A
elétrico, a torneira de água quente, o secador de cabelos, =Ω
os aquecedores elétricos de ambiente, as lâmpadas incan-
descentes, etc.
Aplicação do conteúdo
Embora conduza corrente elétrica, o resistor é feito de um
material que dificulta a passagem dos elétrons. A medida 1. Um resistor de resistência elétrica R = 6,0 Ω foi sub-
metido a uma d.d.p. 24,0 V. Determine a intensidade de
dessa dificuldade é denominada resistência elétrica.
corrente elétrica que atravessa o resistor.
Nos circuitos elétricos, o resistor será representado por uma
linha em ziguezague, como na figura a seguir. Resolução:
12. Primeira lei de OHM Os resistores que obedecem à Lei de Ohm são denomina-
dos resistores ôhmicos. Entretanto, nem todos os resistores
O físico alemão George Simon Ohm (1787-1854) descobriu, são ôhmicos, e os que escapam à Lei de Ohm são denomi-
em seus experimentos de eletricidade, que a intensidade da nados resistores não ôhmicos.
corrente elétrica em um condutor estava relacionada com a
d.d.p. em seus extremos. Ele percebeu que, ao variar a d.d.p., Os resistores fabricados com metais ou carbono são exem-
a intensidade da corrente elétrica também variava. plos de resistores ôhmicos. O gráfico da d.d.p. pela corrente
elétrica em um resistor ôhmico é uma reta. A tabela e o gráfi-
Usando um resistor metálico e mantendo-o a uma tem-
co a seguir ilustram o comportamento de um resistor ôhmico.
peratura constante, verificou que a razão entre a d.d.p. e a
corrente elétrica se mantinha constante:
Comportamento de um resistor ôhmico
d.d.p.
__________________
= constante ⇒ __
U = constante Diferença de Intensidade Resistência
intensidade de corrente i potencial d.d.p., de corrente do resistor
U (em V) i (em A) R (em Ω)
Essa constante é a resistência do resistor, indicada por R. 1,0 0,5 2,0
Assim, a relação entre corrente elétrica, d.d.p. e resistência 2,0 1,0 2,0
em um condutor é: 3,0 1,5 2,0
4,0 2,0 2,0
U = R
__
5,0 2,5 2,0
i
A propriedade acima é válida para diversos tipos de metais. 12.2. Curva característica de um resistor ôhmico
Essa é a Primeira Lei de Ohm:
Considerando um resistor ôhmico, ou seja, que obedeça
a relação de Ohm R = __ U , em que R é constante, pode-se
Para determinados resistores, mantidos a uma tempe- i
ratura constante, a intensidade de corrente i e a d.d.p.
escrever a d.d.p. em função da corrente. Plotando o gráfico,
são diretamente proporcionais: é possível notar que se trata de uma função linear com in-
clinação crescente, afinal a resistência sempre é um núme-
U=R∙i
ro constante e positivo.
115
U(i) = R ⋅ i A resistência elétrica do filamento da lâmpada é de 100 W.
Esse valor é bastante elevado; no entanto, se a temperatu-
ra do filamento aumentar ainda mais, o filamento pode se
fundir e a lâmpada deixa de funcionar.
Popularmente se diz que a lâmpada queimou.
Resolução:
U = _____
a) R = __ 60 V = 10 ohms ⇒ R = 10 Ω
i 6,0 A
b) Como a resistência elétrica se mantém constante:
R = 10 Ω
Aplicação do conteúdo
1. Uma lâmpada incandescente é um exemplo de resis-
tor presente no nosso cotidiano. O filamento aquecido
dessas lâmpadas atinge uma temperatura aproximada
de 1.300ºC. Submetido à tensão elétrica de 110 V, a cor-
rente elétrica no filamento tem intensidade de 1,1 A.
Determine a resistência elétrica desse filamento.
Resolução:
VIVENCIANDO
A corrente elétrica é um fenômeno que permite o uso da energia elétrica, a principal fonte de energia
do mundo moderno. A utilização em larga escala da eletricidade se deve à multiplicidade de efeitos pro-
duzidos pela corrente. Não é possível visualizar diretamente o fluxo de elétrons; no entanto, seus efeitos
são percebidos facilmente, como ao ligar o interruptor de uma lâmpada, o computador ou o smartphone.
No Brasil, a energia elétrica é gerada em sua maior parte por hidrelétricas, mas também é gerada por
meio de termelétricas e usinas nucleares. Obtida a partir da conversão de outros tipos de energia, a
eletricidade é transportada através de um sistema composto de quatro etapas: geração, transmissão, dis-
tribuição e consumo. A eletricidade é fundamental para tornar funcional os aparelhos criados para serem
utilizados no dia a dia. Celulares, televisores, computadores, máquinas de lavar roupa e muitos objetos
comuns nos lares brasileiros são movidos à base de energia elétrica.
116
3. O gráfico a seguir foi obtido para um resistor subme- Em que:
tido a diversas tensões elétricas.
R: é a resistência elétrica do resistor;
r (lê-se “rô”): é a resistividade do material;
A: é a área da secção transversal do material;
ø: é o comprimento do material.
Essa relação expressa o fato de que, quanto maior é o con-
dutor, maior é a dificuldade que as cargas elétricas têm
para atravessá-lo. A dificuldade de circulação das cargas
a) Calcule a resistência elétrica considerando os va- é menor à medida que for maior a área da secção trans-
lores do ponto 1. versal do material. Cada tipo de material também oferece
b) Calcule novamente a resistência elétrica consid- uma dificuldade diferente à circulação das cargas, que é
erando agora os valores do ponto 2. chamada de resistividade. Dessa forma, a resistência do
c) O resistor é ôhmico? resistor é diretamente proporcional ao comprimento (ø) e
inversamente proporcional à área (A).
Resolução:
A característica de resistividade (r) de cada material no SI
U
a) Sendo U = R ⋅ i ⇒ R = __ tem unidade V · m.
i
No ponto 1, tem-se U1 = 10 V e i1 = 2,5 A.
Georg Simon Ohm candidatou-se a uma vaga para
10 V = 4,0 ohms ⇒ R1 = 4,0 Ω
R1 = _____ professor em uma universidade; contudo, para tal, era
2,5 A necessária a produção de um trabalho de pesquisa inédi-
b) No ponto 2, tem-se U2 = 20 V e i2 = 5,0 A to. Realizando experiências com eletricidade, Ohm per-
cebeu experimentalmente relações matemáticas entre as
20 V A = 4,0 ohms ⇒ R2 = 4,0 Ω
R2 = ____ dimensões dos fios e as grandezas elétricas. Nascia então
5,0
seu conceito sobre resistência elétrica.
c) O resistor é ôhmico, pois R1 = R2. Esse resultado já
era esperado, uma vez que a curva características dos Em 1827, Ohm apresentou um trabalho defendendo que a
resistores ôhmicos é sempre uma reta oblíqua passando intensidade da corrente elétrica era diretamente proporcio-
pela origem. nal à diferença de potencial e inversamente proporcional a
essa nova grandeza física, a resistência elétrica. Somente
13. Segunda lei de OHM em 1849, cinco anos antes de falecer, Ohm conseguiu al-
cançar o seu tão sonhado cargo de professor universitário.
r∙ø R = R0 ∙ [1 + a (u – u0)]
R = ____
A
Em que R0 é a resistência a uma temperatura u0.
117
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
0
0,6 1 t(s)
Área do Fio 2 > Área do Fio 1
No intervalo de tempo entre zero e 0,6 s, a quantidade
de carga elétrica que atravessa uma seção transversal do Q2 > Q1
fio é maior para o fio ...... do que para o outro fio; no
intervalo entre 0,6 s e 1,0 s, ela é maior para o fio ...... do Desse modo, nesse intervalo de tempo, passou mais carga
que para o outro fio; e no intervalo entre zero e 1,0 s, ela pelo fio 2.
é maior para o fio ...... do que para o outro fio.
a) 1 – 1 – 2 Alternativa D
b) 1 – 2 – 1 2. (Acafe) A insegurança das pessoas quanto a assaltos
c) 2 – 1 – 1 em suas residências faz com que invistam em acessóri-
d) 2 – 1 – 2 os de proteção mais eficientes. A cerca elétrica é um
e) 2 – 2 – 1 adicional de proteção residencial muito utilizado hoje
em dia, pois tem como um de seus objetivos afugentar
Resolução: o invasor dando-lhe um choque de aproximadamente
10 mil volts de forma pulsante, com 60 pulsos por se-
Entre 0 s e 0,6 s, é possível observar que a área do gráfico gundo. Dessa forma, um ladrão, com perfeita condição
do fio 2 é maior; assim, a quantidade de carga no fio 2 foi de saúde, recebe o choque e vai embora, pois não che-
maior nesse intervalo. ga a ser um choque mortal.
118
Distância do quadro
Bitola 127V 220V
2,5 mm2 até 29 m até 70 m
4,0 mm2 30 a 48 71 a 116m
6,0 mm2 49 a 70 m -
10, 0 mm2 71 a 116 m -
119
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A habilidade 5, dentre todos os conteúdos abordados em Física 3, é a de maior frequência nas provas do Enem. Possui um
caráter muito mais concreto, pois faz com que o aluno saiba dimensionar circuitos elétricos, que naturalmente são muito mais
presentes no cotidiano da vida moderna. Saber calcular corrente, potência e resistência são os exemplos mais comuns dos
assuntos mais abordados. A leitura de tabelas, de gráficos e dos esquemas é naturalmente presente nesse tipo de exercício.
Modelo 1
(Enem) A resistência elétrica de um fio é determinada pela suas dimensões e pelas propriedades estruturais do
material. A condutividade (σ) caracteriza a estrutura do material, de tal forma que a resistência de um fio pode ser
determinada conhecendo-se L, o comprimento do fio e A, a área de seção reta. A tabela relaciona o material à sua
respectiva resistividade em temperatura ambiente.
Tabela de condutividade
Material Condutividade (S·m/mm2)
alumínio 34,2
cobre 61,7
ferro 10,2
prata 62,5
tungstênio 18,8
Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que apresenta menor resistência elétrica é aquele feito de:
a) tungstênio;
b) alumínio;
c) ferro;
d) cobre.
e) prata.
Modelo 2
Enem 2017) Dispositivos eletrônicos que utilizam materiais de baixo custo, como polímeros semicondutores, têm
sido desenvolvidos para monitorar a concentração de amônia (gás tóxico e incolor) em granjas avícolas. A polianilina
é um polímero semicondutor que tem o valor de sua resistência elétrica nominal quadruplicado quando exposta a
altas concentrações de amônia. Na ausência de amônia, a polianilina se comporta como um resistor ôhmico e a sua
resposta elétrica é mostrada no gráfico.
120
O valor da resistência elétrica da polianilina na presença de altas concentrações de amônia, em ohm, é igual a:
a) 0,5 × 100.
b) 0,2 × 100.
c) 2,5 × 105.
d) 5,0 × 105.
e) 2,0 × 106.
Análise expositiva - Habilidade 5: Trata-se de um exercício que possui uma rápida resolução e exige que o aluno
E saiba ler e interpretar o gráfico fornecido, além, é claro, de domínio do assunto.
Escolhendo o ponto (1, 2) do gráfico, tem-se:
U
r = __ 1
= ______ ⇒ r = 0,5 · 106 Ω
i 2·10-6
Como a resistência quadruplica nas condições dadas, obtém-se:
R = 4r = 4 · 0,5 · 106
∴ R = 2 · 106 Ω
Alternativa E
121
DIAGRAMA DE IDEIAS
CORRENTE ELÉTRICA
CONDUTOR E
LEIS DE 0hm CORRENTE ELÉTRICA
ISOLANTE
MOVIMENTO DE
DDP
CARGAS ELÉTRICAS
RESISTOR E
TENSÃO
RESISTÊNCIA
122