Você está na página 1de 96

Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Edson Yukishigue Oyama
Marcos Navarro

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-10-5

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br

2
SUMÁRIO
QUÍMICA
ATOMÍSTICA
Aulas 1 e 2: Modelos e estruturas atômicas 6
Aulas 3 e 4: Íons e distribuição eletrônica 15
Aulas 5 e 6: Tabela periódica 21
Aulas 7 e 8: Propriedades periódicas 27

QUÍMICA GERAL
Aulas 1 e 2: Propriedades da matéria 36
Aulas 3 e 4: Diagramas de mudança de estado 43
Aulas 5 e 6: Sistemas 49
Aulas 7 e 8: Análise imediata 55

CÁLCULOS QUÍMICOS
Aulas 1 e 2: Grandezas químicas 66
Aulas 3 e 4: Fórmulas e leis ponderais 75
Aulas 5 e 6: Introdução à estequiometria 81
Aulas 7 e 8: Estequiometria – pureza, rendimento e excesso de reagente 87

3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.

4
ATOMÍSTICA: Incidência do tema nas principais provas

O vestibular aborda as questões relacionadas


à atomística de forma muito conceitual, com Na Fuvest o assunto abordado nesta frente
pouco envolvimento de cálculos e uma grande se relaciona bastante com as outras pelas
abrangência de assuntos relacionados à outra propriedades da tabela periódica.
parte da química. É uma prova objetiva e clara,
porém o enunciado pode muitas
vezes levar à confusão.

O tema de propriedades da tabela periódica é Esta frente é abordada de maneira bem Os assuntos abordados aparecem de maneira
cobrado de forma teórica ao comparar diferen- interdisciplinar, com assuntos como os bem contextualizada com as outras frentes de
tes elementos. modelos atômicos e as propriedades da Química. Nessa prova, ocorre com frequência
tabela periódica. o tema distribuições eletrônicas e como ele
se relaciona com as propriedades
da tabela periódica.

Entender a dinâmica da distribuição eletrônica O tema distribuição eletrônica e sua relação Os assuntos desta frente são cobrados O tema propriedades periódicas é cobrado em
e como ela se relaciona com as propriedades com as propriedades da tabela periódica são em conjunto com os assuntos das outras, conjunto com os assuntos das outras frentes.
periódicas são importantes para questões abordados de tal maneira que são necessários sendo o tema propriedades periódicas o
relacionadas à esta e as outras frentes. para o entendimento de diversas questões. mais recorrente.

UFMG

O assunto de propriedades da tabela periódica Distribuição eletrônica e propriedades O assunto abordado nesta frente se relaciona
é cobrado de forma teórica ao comparar da tabela periódica são os temas mais bastante com as outras pelo estudo de
diferentes elementos, assim como é necessário cobrados nesta frente. propriedades da tabela periódica.
para interpretar e entender outras questões.

Esta frente é abordada de maneira conceitual, O tema distribuição eletrônica e propriedades Interpretação e bom entendimento dos con-
com ênfase nos assuntos de tabela periódica e de tabela periódica são cobrados de maneira ceitos são importantes para a resolução das
distribuição eletrônica. teórica, a interpretação e o bom entendimento questões de distribuição eletrônica e proprie-
do conceito são importantes. dades da tabela periódica, que são cobrados
de maneira bem teórica.

5
AULAS Modelos e
1e2 estruturas atômicas
Competência: 3 Habilidade: 14

1. O conceito de átomo Lei de Lavoisier


(conservação da massa)
O átomo foi considerado o menor componente de toda a
matéria existente.
A ideia de que a matéria (algo que apresenta massa, que
ocupa lugar no espaço etc.) é formada por partículas indi-
visíveis é muito antiga. Os antigos filósofos gregos chama- ESTANHO + AR ÓXIDO DE ESTANHO
+ ESTANHO NÃO
REAGIDO + AR
ram de átomos (do grego: a = não, tomo = divisão) essas DESOXIGENADO

partículas constituintes da matéria.


Lei de Proust (proporção definida)
Entretanto, a ideia filosófica do átomo não era baseada em
um trabalho experimental (prático); suas deduções eram fi-
losóficas, ou seja, eram resultado de um raciocínio abstrato. 2H2O(ℓ) 2H2(g) + 1O2(g)

2. Modelos atômicos
A proporção se mantém
constante mesmo que
as quantidades de
reagentes e produtos
sejam alteradas.

2.1. Modelo de Dalton (bola de bilhar) 4H2O(ℓ) 4H2(g) + 2O2(g)

Baseado em seus experimentos, o professor inglês John


Dalton (1766-1844) propôs em 1808 uma explicação 2.2. Modelo de Thomson
para a natureza da matéria. (pudim de passas)
Os principais postulados da teoria de Dalton são: Utilizando uma ampola de Crookes, ou seja, um tubo de
vidro fechado contendo um eletrodo positivo (ânodo) e outro
1. Toda matéria é composta por minúsculas partículas
negativo (cátodo), preenchida por gases a pressões extre-
denominadas átomos. mamente baixas, o cientista inglês Joseph John Thomson
2. Os átomos de um determinado elemento são idênticos (1856-1940) fez uma descoberta essencial para a evolução
em massa e apresentam as mesmas propriedades químicas. do modelo atômico.
3. Os átomos de elementos diferentes apresentam massa Thomson submeteu esses gases a voltagens elevadíssimas
e propriedades químicas diferentes. (cerca de 10.000 volts); em consequência, surgiu uma lumi-
nescência na parede oposta ao cátodo (eletrodo negativo)
4. Os átomos são maciços e indivisíveis. Não podem ser que recebeu o nome de raios catódicos. Em seguida, foi apli-
criados nem destruídos. cado um campo elétrico externo e, por fim, verificou-se que o
5. As reações químicas comuns não passam de uma reor- feixe de raios catódicos era desviado, sempre indo na direção
ganização dos átomos. e sentido da placa carregada positivamente. Thomson con-
cluiu que essas emissões possuíam cargas negativas.
6. Os compostos são formados pela combinação de áto-
Independentemente do tipo de gás utilizado no experimento,
mos de elementos diferentes em proporções fixas.
o resultado era sempre o mesmo. Com isso, Thomson chegou
As ideias de Dalton fizeram sentido à sua época, uma à conclusão lógica de que essas cargas negativas estavam
vez que explicavam a conservação da massa durante presentes em toda e qualquer matéria e eram parte integran-
uma reação química (Lei de Lavoisier), bem como fun- te delas. Assim, provou-se que, ao contrário do que Dalton
damentava a Lei de Proust, conhecida também como lei havia afirmado, o átomo não era indivisível, pois possuía uma
da proporção definida. partícula subatômica negativa, que foi denominada elétron.

6
Tubo de Crookes
2.3. Modelo de Rutherford
A
(sistema solar ou sistema planetário)
Em 1911, Ernest Rutherford (1871-1937), ao estudar a
C
trajetória de partículas α (partículas positivas) emitidas
pelo elemento radioativo polônio, bombardeou uma fina
lâmina de ouro.
Em seus experimentos, ele observou que a maioria das par-
C - Cátodo (-) | A - Ânodo (+) tículas α atravessava a lâmina de ouro sem sofrer desvio
em sua trajetória; de fato, algumas sofriam desvio, e outras,
em número muito pequeno, batiam na lâmina e voltavam.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Ampola de Crookes multimídia: sites
Ampola de Crookes https://phet.colorado.edu/sims/html/rutherford-s-
cattering/latest/rutherford-scattering_pt_BR.html

O experimento de Rutherford

Lâmina
de ouro

Tubo de raios catódicos Fonte de partículas alfa


Fonte de eletricidade
Partículas alfa

Em 1897, Thomson propôs um novo modelo atômico, ba-


seado nos experimentos com os raios catódicos: para o Detector de
partículas

cientista, o átomo era uma esfera formada por uma “pasta”


positiva “recheada” de elétrons de carga negativa. Esse mo-
Partículas alfa Núcleo do átomo
delo ficou conhecido como “pudim de passas” e derrubou a
ideia de que o átomo era indivisível, introduzindo a natureza
elétrica da matéria.
A teoria de Thomson ainda explicaria os fenômenos envol-
vendo cargas elétricas, algo em que o modelo de Dalton Átomo de ouro

havia falhado. A partir desse experimento, Rutherford concluiu que:


Modelo atômico de Thomson (“pudim de passas”)
§ O átomo não é uma esfera maciça. Existem grandes
espaços vazios no átomo, dado que a maior parte das
partículas α atravessou a lâmina de ouro.
§ O átomo possui uma região central onde está concentrada
a sua massa. Foi contra essa região, chamada por ele de
núcleo, que as partículas α se chocaram e retornaram.

7
§ O núcleo apresenta carga positiva, pois repeliu a partí- nos átomos, como o fato de os elétrons girarem ao redor do
cula α – que também possui carga positiva. núcleo: Rutherford foi obrigado a admitir que os elétrons gi-
ravam ao redor do núcleo, mas, pelas leis da Física Clássica,
No entanto, havia uma questão a ser respondida: Se o ouro
esse modelo não poderia existir, pois, de acordo com o eletro-
apresenta núcleos positivos, como explicar o fato de a lâ-
magnetismo, os elétrons, como qualquer carga em movimen-
mina de ouro ser eletricamente neutra?
to acelerado, ao girar ao redor do núcleo, emitiriam radiação
Rutherford, para completar o seu modelo, imaginou que (energia) e, ao emitir essa radiação, eles perderiam energia.
elétrons giravam ao redor do núcleo, uma vez que, se esti- Assim, o elétron deveria gradativamente emitir radiações e
vesse parados, acabariam se chocando com o núcleo po- cada vez mais se aproximar do núcleo, em uma órbita espira-
sitivo devido à atração eletrostática. Em síntese, o átomo lada, até finalmente se chocar contra ele, “acabando” com o
seria semelhante ao Sistema Solar. átomo. Entretanto, isso nunca foi observado (caso ocorresse,
Rutherford defendeu que o átomo era uma partícula mui- o átomo “duraria” aproximadamente 10-11 segundos).
tíssimo pequena composta de duas regiões: uma interna, O modelo atômico de Rutherford também não explica-
o núcleo, onde estaria concentrada praticamente toda a va os espectros atômicos (ou descontínuos): os átomos,
massa do átomo – de carga elétrica positiva, composta por quando submetidos à baixa pressão e sob alta tensão (na
partículas denominadas prótons (nessa época ainda não forma gasosa, dentro de uma lâmpada), não emitiam um
sabiam da existência dos nêutrons); outra externa, de mas- espectro contínuo, mas apenas algumas linhas coloridas,
sa desprezível, onde estariam os elétrons, diminutas partí- permanecendo o restante totalmente escuro, consideran-
culas negativas em movimento ao redor do núcleo, região do somente o espectro visível ao olho humano (lembran-
essa que foi denominada de eletrosfera. A eletrosfera (ou do que, na época, qualquer fonte luminosa – seja a luz
seja, o tamanho do átomo) seria cerca de 10 mil a 100 mil do Sol ou de lâmpadas incandescentes – apresentava es-
vezes maior que o núcleo. pectro contínuo; a Física Clássica não conseguia explicar
a existência do espectro descontínuo).
2.4. Modelo clássico Lâmpada
Espectro contínuo
Incandescente
Em 1886, o físico Eugen Goldstein (1850-1930) descobriu,
por meio da modificação da ampola de Crookes, uma par-
tícula que possuía massa e carga positiva. Essa partícula foi Espectro de emissão (descontínuo)
Gás quente
denominada próton. Ernest Rutherford (fazendo o mesmo
experimento que Goldstein) comprovou que essa partícula
estava localizada no núcleo do átomo, com carga positiva
de valor igual a do elétron.

Alguns espectros da luz visível.


Cada elemento tem seu espectro característico.

Em 1913, o cientista dinamarquês Niels Bohr (1885-1962)


aprimorou o modelo atômico de Rutherford utilizando a
teoria quântica proposta por Max Planck, segundo a qual
a energia não é emitida de forma contínua, mas em ”paco-
tes” denominados quantum de energia. Veja os principais
postulados de Bohr:
2.5. Modelo de Bohr (modelo quântico) § Os elétrons descrevem na eletrosfera sempre órbitas
O modelo atômico proposto por Rutherford foi um passo im- circulares ao redor do núcleo, denominadas órbitas es-
portante para a compreensão da estrutura interna do átomo. tacionárias. Girando em uma órbita estacionária, o
No entanto, esse modelo não explicava alguns fatos observados elétron não emite nem absorve energia.

8
§ Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham Dessa forma, o modelo atômico de Rutherford, corrigido
uma determinada quantidade de energia (quantum) pelas ponderações de Bohr, ficou conhecido como modelo
e assumem valores bem determinados de energia em atômico de Rutherford-Bohr.
cada órbita estacionária, sendo impossível ocupar esta-
dos intermediários.
§ Os elétrons absorvem ou emitem uma quantidade bem
definida de energia (quantum de energia) ao saltar de
uma órbita estacionária para outra. Ao retornar à órbita
de origem, o elétron emite ou absorve um quantum de
energia (igual ao absorvido em intensidade), na forma
de luz de cor bem definida ou outra radiação eletro-
magnética, como ultravioleta ou raios X (denominado
fóton). Essa energia é exatamente igual à diferença de
energia entre as órbitas em questão. Esse salto é cha- multimídia: vídeo
mado de salto quântico. Fonte: Youtube
Experimentos de Química - Teste de chama
e a Química...

VIVENCIANDO

O uso de fogos de artifício é muito comum em festas de fim de ano, e a química exerce um papel essencial nessas
celebrações. Tudo começa com a teoria de Niels Bohr, que afirma que, quando um átomo recebe energia, seu elétron
é deslocado para um nível mais energético, que é o que chamamos de estado excitado. Quando esse elétron perde
energia e desce para o nível de origem, a energia é dissipada em forma de luz (fótons) no espectro visível. Como cada
elemento químico possui órbitas com níveis de energia com valores diferenciados, o fóton de energia emitido será dife-
rente para cada um. Assim, cada elemento químico emitirá uma cor característica. Dessa maneira, se for utilizado, por
exemplo, oxalato de estrôncio (SrC2O4) ou nitrato de estrôncio ((Sr(NO3)2), será fornecido o íon Sr2+, que resultará na cor
vermelha; ou se for usado cloreto ou nitrato de cobre (CuCℓ2 e NH4Cu(NO3)3), será produzido o íon Cu2+, que fornecerá
a cor verde ou azul. A seguir, uma tabela mostra as cores dos elementos ao sofrerem excitação por uma chama:
Elemento químico Cor característica
Arsênio Azul
Sódio Amarelo
Potássio Azul ou púrpura
Estrôncio Vermelho
Magnésio Branco ou prata
Lítio Vermelho ou magenta ("rosa choque")
Bário Verde
Ferro Dourado
Cálcio Amarelo
Alumínio Branco
Cobre Verde

9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O Grande Colisor de Hádrons (em inglês Large Hadron Collider – LHC) foi inaugurado em 10 de setembro de 2008.
Trata-se do maior acelerador de partículas do mundo. Um dos principais objetivos do LHC é tentar explicar a origem
da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço. Uma dessas experiências envolve a
partícula bóson de Higgs. Essas informações podem ser obtidas por meio do choque entre as partículas, como choques
entre próton e elétron, próton e próton, próton e antipróton... Um feixe de partículas é acelerado até atingir uma ener-
gia de aproximadamente 7 TeV (tera elétron-volt), e, a partir desse choque, é possível obter as informações desejadas.

3. Números atômico e de massa Assim, temos como exemplos:


§ Para o elemento ferro (Fe, Z = 26), que possui massa
Observe a seguir os dados referentes à composição do átomo:

56: 26
56
​  Fe ou 26Fe56.
Partícula Massa relativa Carga relativa
§ Para o elemento sódio (Na, Z = 11), que possui massa
Nêutron 1 0

23: 11
23
​  Na ou 11Na23.
Prótons 1 +1
1   ​ 
Observe que o número de nêutrons não está indicado, sen-
Elétrons ​ _____ –1
1.836 do necessário tirar a diferença entre o número de massa e
número atômico (N = A – P) para descobrir o número de
nêutrons existentes no átomo.
Em um átomo eletricamente neutro (em equilíbrio
de cargas), o número de prótons (P) é igual ao
número de elétrons (e-).

No estudo dos átomos, duas expressões são fundamentais:

O número atômico (Z) sempre coincide com o nú-


mero de prótons (P).
O número de massa (A) é a soma do número de
prótons (P) com o número de nêutrons (N).
multimídia: sites
Assim:
https://phet.colorado.edu/sims/html/build-
-an-atom/latest/build-an-atom_pt_BR.html
A=P+N

Para representar um átomo, convencionou-se escrever o 3.1. Elemento químico


número atômico na parte inferior esquerda do símbo-
lo e o número de massa na parte superior esquerda
Elemento químico é o conjunto de átomos com o
ou direita:
mesmo número atômico (Z).
 ​E  ou EA
A
1Z   z

10
4. Isótopos, isóbaros e isótonos 4.2. Isóbaros

4.1. Isótopos Isóbaros são átomos com o mesmo número de massa (A)
e números diferentes de prótons (P = Z) e nêutrons (N).
Considere que, em um copo de água, há moléculas forma-
das por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigê-
Nota: isóbaros são sempre átomos de elementos químicos
nio (H2O). Será que todos os átomos de hidrogênio presen-
diferentes.
tes nas moléculas de água são iguais? E os de oxigênio?
§   ​​   e  
​​146C ​​   ⇒ A = 14
​​ 7N
14
A resposta é não. A maioria dos átomos de hidro-
gênio pode ser representada por 1 1​​ H
​​   . Entretanto,  
§ 26  
​​57F​​   e e 27 ​​   o ⇒ A = 57
​​ C
57

existem outros, em menor quantidade, representados por​


​​  e 1 3​​ ​​H.
1H
2
   Qual a diferença entre eles? 4.3. Isótonos
Isótopos são átomos com o mesmo número de pró- Isótonos são átomos com o mesmo número de nêutrons
tons (P = Z) e números diferentes de massa (A) e de (N) e números diferentes de prótons (P = Z) e de massa (A).
nêutrons (N).
Nota: isótonos são sempre átomos de elementos químicos
diferentes.
Como possuem o mesmo Z, são átomos de um mesmo
elemento químico: o hidrogênio. Assim, afirma-se que​​ §   ​​   ⇒ N = 13 – 6 = 7 e  
​​136C ​​   ⇒ N = 14 – 7 = 7
​​7N
14

1 
 ​​  ,  1​​ H
1H  ​​  e  1​​ ​​H
   são isótopos.
2 3

§ 17
​​37C  
​​   ℓ ⇒ N = 37 – 17 = 20 e 20​​   a ⇒
​​C
40

A maioria dos elementos químicos é constituída por dois ⇒ N = 40 – 20 = 20


ou mais isótopos, que ocorrem em diferentes proporções.
Aplicação do conteúdo
Átomos Abundância natural (%)
1. São dadas as seguintes informações relativas aos
1 
​1 H
  99,99 átomos X, Y e Z:

2 
I. X é isóbaro de Y e isótono de Z.
1​​  ​​ H 0,01
II. Y tem número atômico 56, número de massa 137 e é
3 
1​​  ​​ H – isótopo de Z.
6 
III. O número de massa de Z é 138.
3​​  ​​ Li 7,42
O número atômico de X é:
​​7 3​​  Li 92,58 a) 53
b) 54
 ​​  O
​​16 99,76
8 c) 55
d) 56
​​ ​​ O
17
8  0,04
e) 57
​​ ​​ O
18
8  0,20 Resolução:

A partir do enunciado, pode-se montar o seguinte esquema:
​​ ​​ F
19
9  100
 ​​  X
​​    ​​  ​​     ​​ 
56Y cZ
​​  
a 137 138
b 
Nota: isótopos pertencem sempre ao mesmo elemento
Como X e Y são isóbaros ⇒ a = 137
químico, uma vez que possuem o mesmo Z. São, portanto,
representados pelo mesmo símbolo. Como Y e Z são isótopos ⇒ c = 56
O único caso em que os isótopos possuem nomes e símbo- Como X e Z são isótonos ⇒ a – b = 138 – c
los diferentes é o do elemento hidrogênio: Substituindo os valores de a e c, calculados anteriormente:
§ 1 ​​1H
​​   ⇒ prótio ou hidrogênio leve (H) 137 – b = 138 – 56 ⇒ b = 55
§ 1 2​​ H
​​   ⇒ deutério ou hidrogênio pesado (D)
b = número atômico de X.
§ 1 3​​ H
​​   ⇒ trítio ou tritério (T) Alternativa C

11
2. O germânio (Ge) apresenta o número atômico 32 e o nú- Resolução:
mero de massa 72. Qual das proposições seguintes é falsa?
a) Cada núcleo de germânio contém 32 prótons. O cientista que descobriu a existência de partículas nega-
b) É isóbaro do átomo de selênio, de número atômico tivas (elétrons) foi o Thomson, através da experiência com
34 e número de massa 72. tubo de raio catódico.
c) Cada átomo de germânio contém 32 nêutrons.
Alternativa D
d) Um átomo de germânio contém 32 elétrons.
e) O núcleo representa uma fração muito pequena no
volume do átomo de germânio.
Resolução:

O átomo de germânio apresenta 32 prótons (logo, 32 elé-


trons), 40 nêutrons e número de massa 72. Assim, as alter-
nativas a e d estão corretas, e a alternativa c está errada.
O átomo de germânio e o átomo de selênio apresentam o
número de massa 72; logo, eles são isóbaros. A alternativa
b está correta. multimídia: livros
O tamanho do átomo é de 10 mil a 100 mil vezes maior do
que o núcleo, representando uma fração muito pequena. A Peter W. Atkins e Loretta Jones - Princípios
de Química – Questionando a Vida Mod-
alternativa e está correta. erna e o Meio Ambiente
Alternativa C O livro encoraja estudantes a pensar e desen-
volver compreensão sólida da química, os de-
3. O átomo de Rutherford (1911) foi comparado ao sistema safiando a questionar e a obter nível mais alto
planetário (o núcleo atômico representa o Sol, e a eletros- de entendimento da matéria. A obra apresenta
fera, os planetas). Eletrosfera é a região do átomo que: a Química como algo atual e dinâmico, ao mos-
a) contém as partículas de carga elétrica negativa; trar a relação entre ideias químicas fundamen-
b) contém as partículas de carga elétrica positiva; tais e suas aplicações.
c) contém nêutrons;
d) concentra praticamente toda a massa do átomo;
e) contém prótons e nêutrons.

Resolução:
b) Incorreta – As partículas presentes na eletrosfera
possuem carga negativa.
c) Incorreta – A eletrosfera não contém nêutrons.
d) Incorreta – A região central do átomo (núcleo) é
que contém praticamente toda a massa do átomo,
não a eletrosfera.
e) Incorreta – A eletrosfera comporta apenas partícu-
las de carga negativa (elétrons).

Alternativa A

4. (ETF-SP) No fim do século XIX, começaram a aparecer


evidências de que o átomo não era a menor partícula
constituinte da matéria. Em 1897, tornou-se pública a
demonstração da existência de partículas negativas,
por um inglês de nome:
a) Dalton.
b) Rutherford.
c) Bohr.
d) Thomson.
e) Proust.

12
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

A interpretação cientifica de teorias é de extrema importância para o progresso da sociedade contemporânea.


Com o passar do tempo, as teorias relacionadas às moléculas e aos átomos foram se diversificando e, com isso, houve
um desenvolvimento e uma consolidação da teoria sobre o que é a matéria.
Compreender as diferentes teorias da atomística é fundamental para a resolução de situações em que se colocam di-
ferentes concepções históricas provindas desde a Antiguidade e que perduram até hoje, conferindo um pensamento
crítico quanto às diferentes abordagens dessas teorias.

Modelo
(Enem) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de cozimento sobre a chama azul
do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor pode suscitar interpretações diversas, relaciona-
das às substâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de cozinha (NaCℓ), nela se encontram carboidratos,
proteínas e sais minerais.

Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela


a) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro;
b) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama;
c) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato;
d) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio;
e) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela.
Análise expositiva - Habilidade 3: Esse tipo de exercício é típico para se trabalhar atribuições teóricas do Enem.
B Na questão, era necessário recordar os conceitos básicos característicos dos modelos atômicos.
No caso da abordagem da questão, para se chegar a uma alternativa é necessário fazer a associação com o único me-
tal citado no enunciado, isto é, o sódio, pois não são citadas outras possibilidades para a mudança da cor da chama,
como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao derramamento da água de cozimento.
Pressupõe-se, então, que, na água de cozimento, estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do NaCℓ.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte de energia
externa, e a cor visualizada é o amarelo.
Alternativa B

13
DIAGRAMA DE IDEIAS

MODELO DE ÁTOMO
DALTON INDIVISÍVEL

MODELO DE DESCOBRIMENTO RAIOS


THOMSON DO ELÉTRON CATÓDICOS

MODELO DE DIVISÃO DA ELETROS-


RUTHERFORD FERA E DO NÚCLEO

MODELO DE ELÉTRONS EM DIFEREN-


n=1
BOHR n=2 TES NÍVEIS DE ENERGIA
n=3

MESMO
ELETROSFERA
ISÓTOPO NÚMERO ATÔMICO
(ELÉTRONS)
(PRÓTONS)

ÁTOMO
MESMO
NÚCLEO
+ ISÓTONO NÚMERO DE
ELETROSFERA NÊUTRONS

NÚCLEO MESMO
PRÓTONS ISÓBARO NÚMERO DE
+
NÊUTRONS MASSA

14
AULAS Íons e distribuição eletrônica
3e4
Competências: 1e5 Habilidades: 3 e 17

1. Íons Exemplo
§ Um átomo de cloro eletricamente neutro tem 17
Como já foi visto, elétrons e prótons são partículas que
prótons, 18 nêutrons e 17 elétrons. Ao ganhar um
compõem o átomo e possuem, respectivamente, carga ne-
elétron, ele se transforma no ânion cloreto (Cℓ–) e
gativa e positiva. Assim, se houver o mesmo número de
passa a ter 17 prótons, 18 nêutrons e 18 elétrons.
elétrons e prótons, a carga total do átomo será nula, pois a
carga positiva de cada próton será compensada pela carga
elétron (e-)
negativa do elétron correspondente. Afirma-se, então, que
e-
um átomo nessa situação está eletricamente neutro.

Quando um átomo possui prótons e elétrons em igual


quantidade, ele está eletricamente neutro.
e-

Em certas situações, um átomo pode ganhar ou perder elé-


trons. Nesses casos, sua carga total deixa de ser zero, ele § Um átomo de sódio eletricamente neutro tem 11 pró-
deixa de ser eletricamente neutro e passa a ter carga elétrica. tons, 12 nêutrons e 11 elétrons. Ao perder um elé-
Afirma-se que o átomo se transformou em um íon. tron, ele torna-se um cátion sódio (Na+) e passa a ter
11 prótons, 12 nêutrons e 10 elétrons.
Quando um átomo eletricamente neutro perde ou re-
cebe elétrons, ele se transforma em um íon. elétron (e-)
e -

Um átomo neutro que recebe elétrons passa a ficar com


excesso de cargas negativas, isto é, transforma-se em um
íon negativo ou ânion. Por outro lado, se um átomo neu-
tro perde elétrons, ele passa a ter excesso de prótons e se
transforma em um íon positivo ou cátion.

VIVENCIANDO

Segundo um estudo realizado pela Unicamp, a cafeína pode colaborar para a descalcificação dos ossos por meio
da perda de íons Ca2+ presentes neles. De acordo com o estudo: “O consumo frequente de café e de refrigerante
à base de cola (Coca-Cola) promove alterações ósseas e pode aumentar o risco de fraturas, principalmente no
gênero feminino. A conclusão é da tese de doutorado do cirurgião-dentista Amaro Ilídio Vespasiano Silva, defen-
dida recentemente no programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba (FOP), sob a orientação do professor Lourenço Correr Sobrinho. Embora a pesquisa tenha sido feita em

15
modelo animal (ratos), sustenta o autor, seus resultados podem ser extrapolados para os seres humanos. ‘Estudos
encontrados em literatura específica acompanharam populações (homens e mulheres) que consumiram refrige-
rante à base de cola e chegaram a resultados semelhantes aos encontrados na minha tese’, afirma o pesquisador.
Em seu trabalho, que teve a coorientação do professor Francisco Haiter Neto, Amaro Silva também analisou os efeitos
do consumo de refrigerante à base de guaraná (Antárctica) sobre os tecidos ósseos. De acordo com ele, a bebida
causa igualmente alterações na estrutura óssea, mas os resultados não foram determinantes a ponto de reduzir a
resistência do osso, assim como ocorreu com o café e o refrigerante à base de cola. A grande responsável por esse
efeito deletério, informa o pesquisador, é a cafeína, presente nas três bebidas consideradas, em proporções diferentes.
A substância, conforme o cirurgião-dentista, age sobre o metabolismo ósseo. ‘Ela induz a diferenciação de células
precursoras de tecido ósseo em osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. Quando a cafeína está
presente em grande quantidade, ocorre um aumento na diferenciação de osteoclastos, e com isso um aumento
significativo na reabsorção óssea. Como consequência, temos uma redução da massa óssea e o aumento do risco
de fraturas’, detalha.
A ideia de desenvolver o trabalho, conforme o autor, veio da necessidade de saber se a cafeína interferiria na qua-
lidade do osso – estrutura e resistência. ‘Alguns estudos apresentam controvérsias a respeito. O fato de as bebidas
serem amplamente consumidas no Brasil, inclusive por crianças e adolescentes, foi determinante para a escolha do
tema’, diz. Amaro Silva esclarece que as alterações mais pronunciadas nos ossos das fêmeas apuradas na pesquisa
se dão provavelmente por causa de fatores hormonais.
Apesar de o estudo não ter avaliado os teores hormonais, afirma, a grande diferença entre machos e fêmeas está
na variação hormonal. ‘No caso dos seres humanos, a mulher possui um ciclo hormonal que influencia diretamente
sobre o metabolismo do osso. Ocorre que a cafeína interfere sobre esse ciclo, o que faz com que haja maior desmi-
neralização do tecido ósseo’, reforça. Questionado sobre a possibilidade de se fazer um consumo seguro das três
bebidas investigadas, Amaro Silva informa que até o momento a ciência não determinou um valor máximo nesse
sentido. ‘Os estudos apontam que a menor concentração de cafeína, consumida no menor intervalo de tempo, já é
capaz de produzir efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo’, aponta.”
Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/ju/602/consumo-de-cafe-e-refrigerante-de-cola-causa-alteracoes-osseas

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A diferença da concentração intracelular e extracelular de substâncias e íons através da membrana plasmática pode
ser mantida por transporte passivo (sem gasto de energia, caso da difusão e da osmose) ou por transporte ativo
(com gasto de energia, caso da bomba de sódio e potássio).
O transporte ativo se caracteriza por ser o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, isto
é, ocorre sempre de locais onde estão menos concentrados para os locais onde se encontram mais concentrados.
Esse processo é possível devido à presença de certas proteínas na membrana plasmática que, com o gasto de
energia, são capazes de se combinar com a substância ou íon e transportá-los para a região em que estão mais
concentrados. Para que isso ocorra, a proteína sofre uma mudança em sua forma a fim de receber a substância ou
o íon. É importante ressaltar que a energia necessária para essa mudança é proveniente da quebra da molécula de
ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato.
Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio. A concentração de sódio é maior no meio extrace-
lular, enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas

16
proteínas transportadoras descritas anteriormente, que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e os bombeiam para
fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Caso não
houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração desses íons iria se igualar.
Assim, a bomba de sódio e potássio é importante, uma vez que estabelece a diferença de carga elétrica entre os
dois lados da membrana, fator que é fundamental para as células musculares e nervosas, e promove a facilitação da
penetração de aminoácidos e açúcares. Além disso, a manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula
é essencial para a síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para o meio extracelular permite a
manutenção do equilíbrio osmótico.

2. Camadas eletrônicas do De acordo com o princípio de incerteza de Heisenberg,

átomo: distribuição eletrônica


é impossível medir com precisão o momento e a posi-
ção de um corpo muito pequeno.

2.1. Princípio da incerteza de Heisenberg


Na física tradicional newtoniana, também chamada de
2.2. Diagrama de Linus Pauling
Física Clássica, acreditava-se que, se a posição inicial e o Um problema para os químicos era elaborar uma teoria
momento (massa e velocidade) de todas as partículas de consistente que explicasse como os elétrons se distribuíam
um sistema fossem conhecidos, seria possível calcular suas ao redor dos átomos, dando-lhes as características de rea-
interações e prever como o sistema se comportaria. Isso ção observadas em nível macroscópico.
parece correto caso se saiba descrever com precisão as Foi o cientista americano Linus C. Pauling (1901-1994)
interações entre essas partículas; no entanto, parte de um quem apresentou a teoria mais aceita até o momento acerca
pressuposto muito exigente: o de que a posição e o mo- da distribuição eletrônica. Pauling foi pioneiro na aplicação
mento de todas as partículas são, de fato, conhecidos. da Mecânica Quântica em Química e, em 1954, recebeu o
Ao lidar com corpos muito pequenos, como os elétrons, Nobel de Química pelo seu trabalho relativo à natureza das
por exemplo, determinar valores como posição e momento ligações químicas e, em 1962, recebeu o Nobel da Paz devi-
torna-se uma tarefa um pouco mais complicada. Como co- do a sua militância contra as armas nucleares.
nhecer a posição de um elétron? Ele provou experimentalmente que os elétrons são dis-
Para que seja possível medir a posição de um elétron, é postos nos átomos em ordem crescente de energia. De
preciso vê-lo e, para vê-lo, é necessário iluminá-lo. Além fato, todas as vezes que um elétron recebe energia, ele
disso, a medida será mais precisa quanto menor for o salta para uma camada mais externa em relação à qual
comprimento de onda da luz utilizada. Nesse caso, a fí- ele se encontrava. No momento da volta para sua ca-
mada de origem, o elétron emite luz devido à energia
sica quântica diz que a luz é formada por partículas (fó-
absorvida anteriormente.
tons) que têm energia proporcional à frequência dessa
luz. Assim, para medir a posição de um elétron, é preciso Para entender a proposta de Pauling, é necessário analisar
incidir sobre ele um fóton bastante energético, pois quan- o conceito de camadas eletrônicas. Esse princípio define
to maior for a frequência, menor será o comprimento de que a distribuição dos elétrons em torno do átomo se faz
onda do fóton. em sete camadas, identificadas pelas letras K, L, M, N, O,
P e Q:
Contudo, para iluminar o elétron, o fóton tem de se chocar
com ele, e esse processo transfere energia ao elétron, fato
que modifica sua velocidade, tornando impossível determi-
nar seu momento com precisão.
Esse princípio, proposto pelo físico alemão Werner Hei- 2 8 1 8 32 3 2 1 8 8
senberg (1901-1976), conhecido como princípio da in-
certeza de Heisenberg, aplica-se somente ao mundo K
subatômico, uma vez que a energia do fóton transferida L
para um corpo macroscópico não seria capaz de alterar
sua posição. M N O P Q

17
Uma das principais características dessas camadas é que
cada uma delas pode comportar um número máximo de
elétrons. Observe a tabela a seguir:

Camada
K L M N O P Q
(nível)
Número
máximo de 2 8 18 32 32 18 8
elétrons

Pauling apresentou essa distribuição dividida em níveis e multimídia: sites


subníveis de energia. Os subníveis são divisões dos níveis ou
camadas, representados pelas letras s, p, d, f. Cada subnível
www.agracadaquimica.com.br/index.
também comporta um número máximo de elétrons. php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=28&id=617

Subnível s p d f

Número máximo
de elétrons
2 6 10 14 2.3. Distribuição eletrônica por subníveis
1
H: 1s1
Representação s2 p6 d10 f14
nível 1 ⇒

Segundo Pauling, a distribuição eletrônica não era somente camada K


uma ocupação dos espaços vazios nas camadas da eletros- n.º de elétrons = 1
fera pelos elétrons. Eles se distribuem segundo a energia
de cada subnível, numa sequência crescente em que ocu- K=1
pam primeiro os subníveis de menor energia e, por último, 12
Mg: 1s2 2s22p6 3s2
os de maior. nível 1 nível 2 nível 3
Observe a seguir o diagrama de energia de Pauling, que camada K camada L camada M
define a ordem energética crescente que, por sua vez, re- n.º de elétrons = 2 n.º de elétrons = 8 n.º de elétrons = 2
sulta na sequência de distribuição dos elétrons.
K=2 L=8 M=2
Diagrama de Linus Pauling
Sc: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1
1s2 21

2s2 2p63s2 Note que o subnível 4s2, segundo a ordem de energia, apa-
(K) 1; 2e- 1s2 rece antes do subnível 3d1. Entretanto, é possível reordenar
3p64s2 os subníveis segundo o número do nível. Assim, tem-se a
3d104p65s2
(L) 2; 8e
- 2s2 2p6 chamada ordem geométrica ou ordem de camadas:
4d105p66s2
4f145d106p67s2
(M) 3; 18e- 3s2 3p6 3d10 Sc ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d1 4s2
21
5f146d10 7p6
(N) 4; 32e - 4s2 4p6 4d10 4f14
Observe que, na ordem geométrica, o último subní-
(O) 5; 32e - 5s2 5p6 5d10 5f14 vel – mais distante do núcleo – é o 4s2. Esse subnível
localiza-se na camada de valência do átomo. Assim:
(P) 6; 18e- 6s2 6p6 6d10

(Q) 7; 8e- 7s2 7p6 O subnível mais energético nem sempre é o mais
afastado (externo) do núcleo.
Na figura, as setas indicam a ordem crescente dos níveis
de energia: No caso do escândio (Sc), o subnível mais energético é o
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 3d1, apresentando 1 elétron; enquanto o mais distante do
5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d107p6 núcleo (mais externo) é o 4s2, com 2 elétrons.

18
A distribuição eletrônica do escândio por camadas pode ser 2. Um átomo que possui configuração 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3
obtida tanto pela ordem energética como pela ordem geo- apresenta na camada mais externa:
métrica e é representada por: K =2 ; L = 8; M = 9; N = 2. a) 2 elétrons.
b) 3 elétrons.
2.4. Distribuição eletrônica nos íons c) 5 elétrons.
d) 12 elétrons.
A distribuição eletrônica nos íons é semelhante à distribui- e) 15 elétrons.
ção eletrônica nos átomos eletricamente neutros. Contudo,
Resolução:
é importante ressaltar que os elétrons que o átomo ganhou
ou perdeu (para se transformar em um íon) serão inseridos A camada mais externa é indicada pelo coeficiente maior,
ou retirados da última camada eletrônica, e não do subní- no caso, 3. Somando-se, então, os expoentes de 3s23p3,
vel mais energético. O átomo de ferro (número atômico = temos: 2 + 3 = 5.
26), por exemplo, possui a seguinte distribuição eletrônica:
Alternativa C
1s2
2s 2p
2 6
3s 3p2 6
4s 3d ou K = 2; L = 8;
2 6
3. Dê a configuração eletrônica do íon sódio Na+, saben-
M = 14; N = 2 do que o número atômico do sódio é 11.
4s2 = subnível mais externo Resolução:
3d6 = subnível mais energético
Distribuição eletrônica do átomo de sódio (11Na):
Quando o átomo de ferro perde 2 elétrons e se transforma 1s2 2s22p6 3s1 ou K = 2; L = 8; N = 1
no íon Fe2+, ele passa a ter a seguinte distribuição eletrônica:
última camada
1s2 2s22p6 3s23p6 3d6 ou K = 2; L = 8; M = 14
Quando o átomo de sódio (Na) perde 1 elétron e se transforma
Com efeito, se o átomo de ferro perder 3 elétrons e se trans- no íon (11Na+), ele passa a ter a seguinte distribuição eletrônica:
formar no íon Fe3+, ele terá a seguinte distribuição eletrônica:
1s2 2s22p6 ou K = 2; L = 8
1s 2s 2p 3s 3p 3d ou K = 2; L = 8; M = 13
2 2 6 2 6 5

Considere, agora, a formação de um íon negativo, por 4. (Acafe – adaptado) Considerando-se um elemento M
exemplo: S2–. O enxofre (número atômico = 16) possui a genérico qualquer que apresenta configuração eletrô-
nica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5, pode-se afirmar que:
seguinte distribuição eletrônica:
I. seu número atômico é 25;
1s2 2s22p6 3s23p4 ou K = 2; L = 8; M = 6
II. possui 7 elétrons na última camada;
última camada última camada III. apresenta 13 elétrons na camada 3;
IV. pertence à família 7A.
Quando o átomo de enxofre ganha 2 elétrons e se trans-
forma no íon S2–, ele passa a ter a seguinte distribuição Estão corretas as afirmações:
a) I, II e III somente.
eletrônica:
b) I e III somente.
1s2 2s22p6 3s23p6 ou K = 2; L = 8; M = 8 c) II e IV somente.
d) I e IV somente.
Aplicação do conteúdo e) II, III e IV somente.
1. Um átomo neutro, cuja configuração eletrônica 1s2 Resolução:
2s22p6 3s23p6 4s2, tem como número atômico: I. Correto, pois, para descobrir o número atômico, basta
a) 10. somar o número de elétrons (o átomo M é neutro, logo
b) 20. o número de prótons é igual ao número de elétrons):
c) 18. 2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 + 5 = 25
d) 2.
e) 8. II. Falso, pois a última camada do átomo M é 4, e, pela
configuração eletrônica, há 2 elétrons na camada 4.
Resolução: III. Correto, na camada 3 há 2 + 6 + 5 = 13 elétrons
(3s2 3p6 3d5).
Basta somar os expoentes que aparecem na distribuição
IV. Falso, pois, como a configuração eletrônica termina
eletrônica para descobrir o número atômico: em 3d5, pertence à família B (7B para ser mais exato),
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 = 20 não pertencendo à família A (ou 7A)
Alternativa B Alternativa B

19
DIAGRAMA DE IDEIAS

1s2
2s2 2p6
3s2 3p6 3d10

DIVIDIDOS EM
4s2 4p6 4d10 4f14
ÁTOMO ELETROSFERA 5s2 5p6 5d10 5f14
6s2 6p6 6d10
NÍVEIS
7s2 7p6

SUBNÍVEIS

20
AULAS Tabela periódica
5e6
Competências: 1, 5 e 8 Habilidades: 3, 17, 29 e 30

A tabela periódica ou classificação periódica dos ele- da carga nuclear, denominada número atômico (Z). Com a
mentos possibilita a verificação das características dos ele- descoberta de Moseley, foi possível corrigir algumas ano-
mentos e suas repetições, bem como fazer previsões. malias que haviam sido observadas por Mendeleev.
Em 1869, Dimitri Ivanovich Mendeleev (1834 1907), profes-
sor de Química da Universidade de São Petersburgo (Rús-
sia), escrevia um livro sobre elementos conhecidos na época,
1. Lei periódica atual (Moseley)
cujas propriedades havia anotado em fichas separadas – Quando os elementos químicos são agrupados em ordem
cerca de 63. crescente de número atômico (Z), é possível observar a repeti-
ção periódica de diversas propriedades. Os elementos quími-
Analisando suas fichas, ele notou que, organizando os cos estão dispostos em ordem crescente de número atômico
elementos em função da massa de seus átomos (massa na tabela periódica atual, originando os períodos na horizon-
atômica), determinadas propriedades se repetiam diversas tal (linhas) e as famílias ou grupos na vertical (colunas).
vezes, isto é, eram propriedades periódicas.
Então, Mendeleev organizou os elementos em linhas horizon-
tais seguindo o seguinte critério: quando as propriedades de
um elemento eram semelhantes às de outro da mesma linha,
esse elemento era deslocado para uma nova linha e posto
na coluna do elemento com o qual tinha semelhança. Assim,
formaram-se colunas com elementos que possuíam proprie-
dades químicas semelhantes. As linhas horizontais foram de-
nominadas períodos, e as colunas, famílias ou grupos.
A tabela de Mendeleev foi eficiente ao demonstrar a perio-
dicidade das propriedades dos elementos. Restava, no en-
tanto, encontrar uma explicação para essas propriedades.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Em 1913, o químico inglês Henry Moseley (1887-1915)
As 100 maiores descobertas da Química
verificou que as propriedades dos elementos decorriam

21
2. Organização da 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

tabela periódica
3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B

2.1. Famílias ou grupos


d1 d2 d3 d4 d5 d6 d7 d8 d9 d10
Atualmente, a tabela periódica é formada por 18 famílias
ou grupos. A outra parte deles está deslocada do corpo central, for-
Existem duas maneiras de identificar as famílias ou os gru- mando as séries dos lantanídeos e dos actinídeos.
pos. A mais comum é indicar cada família por um algarismo Essas séries constituem 15 colunas. O elétron mais energé-
romano, seguido das letras A e B. Por exemplo: IA, IIA, VB. tico está localizado em subníveis f (de f1 a f14).
As letras A e B indicam a posição do elétron mais energé-
O esquema a seguir apresenta o subnível ocupado
tico nos subníveis.
pelo elétron mais energético dos elementos da ta-
Na outra maneira, os grupos são indicados por algarismos bela periódica.
arábicos de 1 a 18, eliminando-se as letras A e B. Essa for- 1 18

1s 1 1s 2
ma foi proposta no final da década de 1980 pela União 2s 1
2

2s 2
13

2p1
14

2p2
15

2p3
16

2p4
17

2p5 2p6

Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). 3s 1


3s 2
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3p 1
3p 2
3p 3
3p 4
3p 5
3p6

4s 1 4s 2 3d1 3d2 3d3 3d4 3d5 3d6 3d7 3d8 3d9 3d10 4p1 4p2 4p3 4p4 4p5 4p6

a) Famílias A e B 5s 1 5s 2 4d1 4d2 4d3 4d4 4d5 4d6 4d7 4d8 4d9 4d10 5p1 5p2 5p3 5p4 5p5 5p6

6s 1 6s 2 4f 5d2 5d3 5d4 5d5 5d6 5d7 5d8 5d9 5d10 6p1 6p2 6p3 6p4 6p5 6p6

Os elementos que formam essas famílias são denominados 7s 1 7s 2 5f 6d2 6d3 6d4 6d5 6d6 6d7 6d8 6d9 6d10 7p1 7p2 7p3 7p4 7p5 7p6

elementos representativos. Seus elétrons mais energéticos 4f 1 4f 2 4f 3 4f 4 4f 5 4f 6 4f 7 4f 8 4f 9 4f 10 4f 11 4f 12 4f 13 4f 14 5d1

estão localizados nos subníveis s ou p. 5f 1


5f 2
5f 3
5f 4
5f 5
5f 6
5f 7
5f 8
5f 9
5f 10
5f 11
5f 12
5f 13
5f 14
6d1

Nas famílias A, o número do grupo indica a quantidade de


elétrons na camada de valência. Observe no quadro que
alguns grupos possuem nomes:
Nº de
Família Configuração
elétrons
ou Nome do último Componentes
no último
grupo nível
nível
metais Li, Na, K,
IA – 1 ns1 1
alcalinos Rb, Cs, Fr
metais Be, Mg, Ca,
IIA –2 alcalino- ns2 2
Sr, Ba, Ra
-terrosos

IIIA – 13
família
do boro
ns2np1 3
B, Aℓ, Ga,
In, Tl, Nh
multimídia: sites
família do C, Si, Ge,
IVA – 14 ns2np2 4
carbono Sn, Pb, Fℓ phet.colorado.edu/sims/html/build-an-a-
família do N, P, As, Sb, tom/latest/build-an-atom_pt_BR.html
VA –15 ns np
2 3
5
nitrogênio Bi, Mc
O, S, Se, Te,

3. Metais, ametais,
VIA – 16 calcogênios ns2np4 6
Po, Lv

VIIA – 17 halogênios ns2np5 7 F, Cℓ, Br, I, At, Ts


VIIIA gases
ns2np6 8
He, Ne, Ar, Kr, semimetais e gases nobres
(Zero) – 18 nobres Xe, Rn, Og
Outra classificação periódica importante é a que divide os
elementos em metais, não metais (ou ametais), semimetais
b) Famílias B e gases nobres, como é possível observar a seguir.
Os elementos dessas famílias são denominados elementos
de transição. Uma parte deles ocupa o bloco central da ta-
bela periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), e apresenta seu
elétron mais energético em subníveis d (de d1 a d10).

22
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Elementos Químicos mais perigosos do mundo
§ Metais: formam cátions (íons positivos) e geral-
mente são sólidos a temperatura ambiente (exceto
o mercúrio) com alto ponto de fusão. Eles não se
quebram com facilidade, mas, na maior parte dos
casos, são maleáveis – principalmente quando
aquecidos à temperatura adequada – e podem ser
transformados em fios finos, isto é, são dúcteis. É
por esse motivo que costumam ser usados para mol-
dar chapas e fabricar panelas, utensílios domésticos,
fios elétricos, etc. São também bons condutores de
eletricidade e calor. Muitos metais se encontram
combinados a outros elementos, precisando passar
multimídia: sites
por um processo de separação para serem isolados. super.abril.com.br/ciencia/os-elementos-da-
-morte/
§ Ametais (não metais): cerca da metade dos não
metais são gases, com exceção do bromo, que é líqui-

4. Períodos
do. Os demais são sólidos. Oxigênio, nitrogênio, cloro
e flúor são não metais gasosos; carbono, iodo, fósforo,
enxofre, selênio e astato são não metais sólidos. Entre Na tabela atual, há sete períodos (linhas horizontais), que
eles, existem os halogênios: flúor, cloro, bromo, iodo e correspondem à quantidade de níveis (camadas) eletrôni-
astato, que reagem com metais e formam sais. O sal cos apresentados pelos elementos químicos.
comum, por exemplo, é formado pela combinação de
cloro e sódio. Be ⇒ 1s2 2s2 ⇒ 2 camadas eletrônicas (K e L); 2.º período
4
K L
Os não metais não são bons condutores de eletricidade
Cℓ ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ⇒ 3 camadas eletrônicas (K, L
ou calor; os sólidos normalmente se quebram ao serem 17
K L M e M); 3.º período
dobrados. Eles possuem ponto de fusão baixo (com ex-
ceção do carbono na forma de grafite ou diamante). Em
geral, não reagem com ácidos diluídos. O hidrogênio
deve ser deixado fora dessa classificação devido às suas
5. Localização na
propriedades muito especiais. Por via de regra, os não tabela periódica
metais possuem características opostas às dos metais. A distribuição eletrônica de um elemento permite que seja
determinada sua localização na tabela.
§ Semimetais: possuem propriedades intermediárias en-
tre os metais e os não metais. Observe alguns exemplos de como se pode localizar o ele-
mento químico a partir da distribuição eletrônica:
§ Gases nobres: possuem comportamento químico
muito particular, sendo usualmente inertes, ou seja, Na ⇒ 1s2 2s22p6 3s1
11
pouco reativos. camadas (níveis): K = 2; L = 8; M = 1

23
Características da Fe ⇒ 1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6 ⇒ 4 camadas eletrôni-
Localização e classificação 26
distribuição eletrônica cas (K, L, M e N); 4.º período
3 camadas (K, L, M) 3.º período
elétron de maior energia Características da Localização e
bloco s (elemento representativo)
situado no subnível s (3s1) distribuição eletrônica classificação
1 elétron na camada família IA (metais alca-
de valência (3s1) linos) = Grupo 1 4 camadas (K, L, M e N) 4.º período

17
Cℓ ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ⇒ 3 camadas eletrônicas (K, elétron de maior energia situado bloco d
K L M L e M); 3.º período no subnível d (3d6) (elemento de transição)
2 elétrons na camada de valência
Características da Localização e (4s2) + 6 elétrons no subnível de família VIIIB = 8
distribuição eletrônica classificação maior energia (3d6)
3 camadas (K, L, M) 3.º período
elétron de maior energia situa-
bloco p (elemento representativo)
do no subnível p (3p5)
7 elétrons na camada de valên-
família VIIA (halogênios) = 17
cia (3s23p5)

VIVENCIANDO

Os elementos químicos possuem diversas funções no dia a dia. Na área da medicina, eles atuam como antidepressi-
vos, antipsicóticos, ansiolíticos, calmantes, barbitúricos, etc. Muitos artigos da literatura científica apresentam dados
históricos sobre a descoberta do lítio e seu desenvolvimento na psiquiatria, abordando sua descoberta na Austrália,
seu desenvolvimento primeiramente na Europa e, então, nos Estados Unidos. O grande marco na história do lítio
ocorreu em 1954, quando o pesquisador dinamarquês Mogens Schou e colegas publicaram seu primeiro estudo du-
plo-cego do lítio na mania, dando início a um trabalho de toda a vida de Schou na pesquisa do lítio. O uso do lítio no
transtorno bipolar (TB) causou uma revolução na psicofarmacologia, uma vez que forçou os psiquiatras a pensarem
em termos de diagnóstico, pois a utilidade do lítio nos quadros de mania clássica foi consagrada por diversos estudos
científicos e pela prática clínica.
Durante muitos anos, o lítio foi o único estabilizador do humor. Recentemente, outras medicações começaram a ser
utilizadas para esse fim, principalmente os anticonvulsionantes e os antipsicóticos atípicos. Essas medicações, com
características farmacológicas, posológicas e clínicas diferentes, colocaram em cheque o “reinado” do lítio e o seu
papel atual no arsenal terapêutico do TB. O que se observa na prática clínica é um declínio do uso do lítio. Diversos
motivos concorreram para isso: dificuldades posológicas, efeitos adversos graves (raros) e o investimento da indústria
farmacêutica no desenvolvimento de novas medicações.
Entretanto, depois de 50 anos, o carbonato de lítio continua sendo um tratamento de primeira linha para a maio-
ria dos pacientes bipolares. Os estudos e a prática clínica ainda consagram o lítio como o estabilizador de humor
por excelência. Diretrizes elaboradas por meio de uma abordagem baseada em evidências consagram o lítio como
primeira escolha terapêutica em praticamente todas as fases e apresentações do TB. Conclui-se que os psiquiatras
(principalmente aqueles em formação) devem ser estimulados a conhecer de forma precisa as indicações do lítio e
aprenderem a utilizar essa medicação, que tem auxiliado tantos pacientes.

24
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O chumbo tem envenenado a humanidade desde a invenção de duas coisas complementares: a cerâmica e o vinho.
Potes de cerâmica costumavam ser envernizados com produtos à base de chumbo. Esse verniz reage com o vinho,
constituindo uma substância denominada acetato de chumbo. Também chamado de “açúcar de chumbo”, esse
produto é – como seria de se esperar – doce. Por esse motivo, e porque ajuda a conservar o vinho, o acetato de
chumbo era adicionado de propósito à bebida no Império Romano. E a elite de Roma tomava vinho como se fosse
água. Isso, segundo John Emsley, provavelmente era a causa do comportamento alucinado de imperadores como
Calígula e Nero. Nos séculos seguintes, esse tipo de envenenamento continuou a atacar os bebedores de vinho, mas
de forma acidental ou devido à má-fé de pessoas que usavam o acetato de chumbo para disfarçar o vinho ruim.

Aplicação do conteúdo Por pertencer à família IIIA, o alumínio possui capacidade


de realizar três ligações, portanto é um cátion trivalente.
1. Um átomo no estado fundamental apresenta normal- a) (INCORRETA) O alumínio pertence ao grupo 13 – IIIA
mente 2 elétrons na primeira camada, 8 na segunda, 18 da tabela periódica.
na terceira e 7 na quarta camada. A família e o período c) (INCORRETA) O símbolo do alumínio é Aℓ.
em que se encontra esse elemento são, respectivamente:
d) (INCORRETA) O alumínio pertence à família do Boro.
a) família dos halogênios, sétimo período; e) (INCORRETA) À temperatura ambiente, o alumínio
b) família do carbono, quarto período; é um sólido.
c) família dos halogênios, quarto período;
d) família dos calcogênios, quarto período;
Alternativa B
e) família dos calcogênios, sétimo período. 3. Um átomo T apresenta 2 prótons a menos que um áto-
mo Q. Com base nessa informação, assinale a opção falsa:
Resolução:
T       Q
O elemento é do 4.º período, pois apresenta quatro cama- a) gás nobre   alcalino-terroso
das eletrônicas. Por apresentar 7 elétrons na quarta cama- b) halogênio   alcalino
da, o elemento estará na coluna 7A. Trata-se, portanto, do c) calcogênio    gás nobre
halogênio situado no quarto período. d) enxofre     silício
Alternativa C e) bário     cério

2. O alumínio que tem número atômico igual a 13: Resolução:


a) pertence ao grupo IA da tabela periódica; Do enunciado, concluímos que, se Q tem x prótons, T terá (x – 2)
b) forma cátion trivalente; prótons. Isso equivale a dizer que Q está duas “casas” à
c) tem símbolo Am; frente de T na tabela periódica. Assim, basta seguir a tabela
d) pertence à família dos metais alcalino-terrosos; periódica para verificar a única opção incorreta (falsa).
e) é líquido à temperatura ambiente.
Alternativa D
Resolução:
4. O elemento que, no estado fundamental, apresenta
Aℓ ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1
13 a configuração eletrônica [Ar]4s23d6 é o quarto mais
M=3 abundante na crosta terrestre. Assinale a opção cor-
respondente ao nome desse elemento.
Características da Localização e
distribuição eletrônica classificação a) Magnésio
3 camadas (K, L, M) 3.º período b) Alumínio
elétron de maior energia situado no bloco p (elemento
subnível p (3p1) representativo) c) Oxigênio
3 elétrons na camada de valência família 3A (Boro) d) Níquel
(3s23p1) = 13 e) Ferro

25
Resolução: c) Há 17 elementos considerados “terras raras”, e 15
deles são classificados como metais de transição interna.
Conforme a tabela periódica, a distribuição eletrônica d) São os elementos alcalino-terrosos.
do argônio (Ar) é igual a 1s22s22p63s23p6. O elemento e) A maior parte desses elementos que compõem as “ter-
desconhecido será a parte do [Ar], acrescida de 4s23d6, ras raras” faz parte do sexto período da Tabela Periódica.
como diz o enunciado da questão. Dessa forma, tem-
-se para o elemento desconhecido [Ar]4s23d6, ou seja, Resolução:
1s22s22p63s23p64s23d6. Somando os expoentes (números O grupo dos elementos cconhecidos como “terras raras” é
de elétrons), obtém-se 26, que é o número atômico do um grupo formado por metais. O termo “terra” foi usado
ferro. durante o século XIX como referência aos óxidos produzidos
Alternativa E por esses metais. Nesse sentido, “terra rara” seria um termo
que designava óxidos metálicos de abundância reduzida.
5. Em 15 de março de 2012, o jornal O Estado de São
Paulo anunciou que uma “batalha planetária” estava Os elementos terras raras são elementos do bloco de tran-
sendo deflagrada pelo comércio das chamadas “terras sição, sendo a maioria (15 deles) pertencente ao grupo dos
raras”. O motivo é que essas terras são indispensáveis lantanídeos (transição interna), localizados no sexto perío-
às indústrias de ponta. “Sem elas, não haveria smar- do da tabela. O escândio e ítrio não fazem parte do grupo
tphones, nem celulares, trens que andam a mais de 500
dos lantanídeos, embora apresentem características físico-
quilômetros por hora, nem veículos híbridos, fazendas
eólicas, lâmpadas fluorescentes”. Em relação às “terras -químicas semelhantes, fator que justifica sua inclusão na
raras”, é incorreto afirmar que: classificação.
a) Quase todos os elementos que compõem as “terras Os elementos alcalinos terrosos também formam óxidos
raras” fazem parte do “bloco f” da Tabela Periódica, ou (por isso o termo terroso), mas são representativos, ou seja,
seja, do conjunto de grupos cujos elementos possuem pertencem ao grupo A da tabela periódica.
o elétron de mais alta energia no orbital atômico f.
b) São os elementos lantanídeos, aos quais se juntam Alternativa D
o escândio e o ítrio.

DIAGRAMA DE IDEIAS

PERÍODO DEFINIDO PELA CAMADA

NÚMERO DE
FAMÍLIA (GRUPO) DEFINIDA PELO ELÉTRONS NO
SUBNÍVEL MAIS
ENERGÉTICO

ELEMENTOS ELEMENTOS
REPRESENTATIVOS DE TRANSIÇÃO

TERMINAM COM TERMINAM COM


CONFIGURAÇÃO CONFIGURAÇÃO
s ou p d ou f

26
AULAS Propriedades periódicas
7e8
Competências: 1, 5 e 8 Habilidades: 3, 17, 29 e 30

1. Propriedades periódicas § Propriedades aperiódicas: os valores da proprieda-


de variam à medida que o número atômico aumenta,
A Tabela Periódica possibilita deduzir quais elementos têm mas não se repetem em períodos regulares.
propriedades químicas e físicas semelhantes. Os metais, Exemplos: calor específico, índice de refração, dureza e
semimetais, não metais e gases nobres formam grupos massa atômica. É válido ressaltar que a massa atômica
subdivididos para facilitar a localização. sempre aumenta com o número atômico do elemento.
A Tabela Periódica não é útil apenas para indicar a massa
atômica, o número atômico e a distribuição eletrônica dos
átomos: ela é utilizada também para observar as proprie-
dades periódicas e aperiódicas utilizadas para relacionar as
características dos elementos com suas estruturas atômicas.
§ Propriedades periódicas: variam de acordo com o
número atômico, isto é, assumem valores que crescem e
decrescem ao longo de cada período da tabela periódica.

Propriedade
multimídia: livros
4 F Para Que Servem os Elementos Químicos
Cl Essa obra reúne informações úteis relacionadas com
3 Br
I
At as origens principais das propriedades, aplicações
2 diversas e usos mais comuns dos elementos quí-
1 Ra micos reconhecidos pela IUPAC. Destinada ao pú-
Li Na K Rb Cs Fr blico em geral, a obra foi elaborada de modo claro
10 20 30 40 50 60 70 80 90 e objetivo, podendo ser consultada independen-
Número atômico temente da formação cientíca, técnica ou cultural
do leitor. Por suas características, o livro pode ser
recomendado para a contextualização do ensino
de Química e áreas afins, de modo a atender à
filosofia de ação didática preconizada pelos Parâ-
metros Curriculares Nacionais.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Metais Alcalinos 2
Exemplos: eletronegatividade, raio atômico, energia de
ionização (também denominada potencial de ionização),
multimídia: vídeo
eletroafinidade (também denominada afinidade eletrô- Fonte: Youtube
nica), densidade, temperaturas de fusão e ebulição e A Força dos Ímãs de Neodímio!
volume atômico.

27
2. Eletronegatividade Eletropositividade é a capacidade que um átomo tem
e eletropositividade de doar elétrons, em comparação a outro átomo, na for-
mação de uma substância composta. É o oposto da ele-
tronegatividade. Também é denominada caráter metálico.
Eletronegatividade é a tendência que um átomo
possui de atrair elétrons quando se encontra “ligado”
a outro átomo de elemento químico diferente numa
substância composta.

§ Variação da eletronegatividade: cresce da esquer-


da para a direita nos períodos e de baixo para cima nas
famílias (grupos).

Os gases nobres não se


incluem nessa propriedade.
A eletronegatividade
não está definida
para esses gases.

§ Variação da eletropositividade: ocorre de forma


oposta à da eletronegatividade e também não está de-
finida para os gases nobres.

multimídia: sites
super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-pre-
sente-nas-atividades-do-dia-a-dia/

VIVENCIANDO

O flúor é muito utilizado em pastas de dente para proteger de forma mais eficiente os dentes contra cáries, e isso tem um
motivo muito lógico. Os dentes são protegidos por um esmalte que é basicamente constituído por um mineral denomi-
nado hidroxiapatita. A hidroxiapatita é formada por fosfato de cálcio cristalino Ca10(PO4)6(OH)2 e representa um depósito
de 99% do cálcio corporal e 80% do fósforo total. Esse mineral, muito pouco solúvel, dissolve-e em ácido, pois tanto o
P quanto o OH– reagem com H+:

Ca10(PO4)6(OH)2 + 20HCℓ → 10CaCℓ2 + 6H3PO4 + 2H2O

As bactérias que causam a deterioração aderem aos dentes e produzem ácido lático por meio do metabolis-
mo de açúcar. O ácido lático diminui o pH na superfície dos dentes para menos de 5. Num pH inferior a 5,5,
a hidroxiapatita começa a dissolver e ocorre a deterioração dos dentes. O íon fluoreto inibe a deterioração
dos dentes, formando apatita fluoretada, Ca10(PO4)6F2, que é menos solúvel e mais resistente a ácidos do
que a hidroxiapatita.

28
3. Raio atômico 3.1. Raio iônico
Devido ao fato de a eletrosfera não possuir um limite bem Já foi visto que átomos podem perder ou ganhar elétrons,
definido, o raio atômico é calculado a partir do empacota- tornando-se íons (cátions e ânions, respectivamente).
mento em sólidos de átomos iguais, definindo distâncias 1. Raio do cátion: ao perder elétrons, a repulsão da
entre os núcleos (d). Assim, considera-se o raio atômico (r) nuvem eletrônica diminui, reduzindo o seu tamanho. In-
como sendo a metade da distância entre os núcleos de clusive, pode-se perder o último nível de energia. Quanto
​​ d ​​​. 
dois átomos vizinhos: r = __ menor a quantidade de níveis, menor o raio. Assim:
2
raio do átomo > raio do cátion.

11 prótons 11 prótons

11 elétrons –1e– 10 elétrons


r Na Na+
11 11
3 níveis de energia 2 níveis de energia
d
§ Variação do raio atômico: 1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6

raio Na > raio Na+


2. Raio do ânion: de maneira semelhante, quando um
átomo ganha elétrons, aumenta a repulsão da nuvem ele-
trônica, ampliando o seu tamanho. Assim, raio do átomo <
raio do ânion.
8 prótons 8 prótons
Nos grupos (colunas verticais): aumenta de cima para
baixo, pois, nesse sentido, aumenta o número de camadas 8 elétrons 10 elétrons
+2e–
eletrônicas (níveis de energia) do átomo. Assim, um átomo O O2-
8 8
do 2.º período (lítio, por exemplo) tem apenas dois níveis 2 níveis de energia 2 níveis de energia
de energia e terá raio atômico menor que um átomo do
3.º período (sódio, da mesma família, por exemplo) que 1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p6
apresentar três níveis de energia. raio O < raio O2-
Nos períodos (linhas horizontais): em um mesmo pe-
Para um mesmo elemento:
ríodo, o número de camadas eletrônicas é o mesmo; no
entanto, quando o número atômico (número de prótons) raio do cátion < raio do átomo < raio do ânion
aumenta, também aumenta a atração que o núcleo exer-
(neutro)
ce sobre a eletrosfera, diminuindo o tamanho do átomo e
consequentemente o raio atômico. Assim, o raio atômico
cresce da direita para a esquerda nos períodos. Numa série de isoeletrônicos (espécies – átomos, nêu-
trons, cátions ou ânions – que apresentam o mesmo nú-
mero de elétrons), terá maior raio aquele que tiver menor
número atômico.

Exemplo: todas as espécies a seguir apresentam 10 elé-


trons, isto é, são isoeletrônicas:

O2–, 9F1– , 10Ne, 11Na1+ e 12Mg2+


8

De acordo com o número atômico, a ordem crescente de


raio será:
multimídia: sites 12
Mg2+ < 11Na1+ < 10Ne < 9F1– < 8O2–

phet.colorado.edu/sims/html/build-an-a- Observe que, quando o número atômico (número de


tom/latest/build-an-atom_pt_BR.html prótons) decresce, a carga nuclear que atrai a eletrosfera
também diminui e, assim, o raio aumenta.

29
4. Energia ou potencial § Variação da eletroafinidade:

de ionização

Energia (ou potencial) de ionização é a energia


necessária para remover um elétron de um átomo (ou Não por acaso, a eletroafinidade varia de acordo com a
íon) na fase gasosa. eletronegatividade, uma vez que quanto mais eletronega-
tivo for um átomo, maior será a sua tendência em ganhar
elétrons. Observe também que a eletroafinidade não está
Exemplo:13Aℓ (3 níveis de energia no estado fundamen-
definida para os gases nobres.
tal com 3 elétrons no nível mais externo 3s2 3p1)

1ª E.I.: 13Aℓ(g) + 577,4 kJ/mol ⇒ 13Aℓ1+(g) + e– 6. Outras propriedades


2ª E.I.: 13Aℓ + 1.816,6 kJ/mol ⇒13Aℓ + e
1+ 2+ –
(g) (g)
periódicas
3ª E.I.: 13Aℓ2+ + 2.744,6 kJ/mol ⇒ 13Aℓ3+ + e–
(g) (g) Existem outras propriedades periódicas de menor impor-
4ª E.I.:13Aℓ3+
(g)
+ 11.575,0 kJ/mol ⇒ 13Aℓ4+
(g)
+ e– tância. Por esse motivo, não serão aprofundadas maiores
explicações para a variação dessas propriedades. Contudo,
Assim: 1.ª EI < 2.ª EI < 3.ªEI<<<4.ªEI abordaremos algumas delas.
À medida que o íon se torna cada vez mais positivamente 1. Pontos de fusão e de ebulição: na tabela periódica,
carregado, é preciso cada vez mais energia para retirar um em condições ambientes, tem-se:
elétron de sua camada mais externa.
Gases: H2 (g) ; N2 (g) ; O2 (g) ; F2 (g) , Cℓ2 (g).

4.1. Variação da energia de ionização Líquidos: Br2 (ℓ); Hg (ℓ).

Nas famílias e nos períodos, a energia de ionização aumen- Sólidos: os demais elementos.
ta conforme diminui o raio atômico. De fato, quanto menor Variação do ponto de fusão e do ponto de ebulição:
o tamanho do átomo, maior será a atração do núcleo pela
eletrosfera e, assim, mais difícil será retirar um elétron.

As setas indicam o aumento do ponto de fusão (o


carbono é uma exceção, com ponto de fusão

5. Eletroafinidade ou de aproximadamente 3.550 °C). O tungstênio é


o metal de maior ponto de fusão (aproximadamente
afinidade eletrônica 3.422 °C), sendo utilizado na fabricação de filamentos
de lâmpadas incandescentes.
2. Densidade:
Eletroafinidade é a quantidade de energia liberada Chama-se densidade absoluta (d) ou
por um átomo, no estado gasoso, ao ganhar um elé- massa específica de um elemento o quociente entre
tron. Os átomos com afinidade eletrônica elevada têm ​ m
sua massa (m) e seu volume (v): d = __v ​. 
a tendência de ganhar um ou mais elétrons, adquirindo
estabilidade (configuração eletrônica dos gases nobres). Variação da densidade:

Representação do processo no qual o átomo ganha um


elétron e libera energia:

X(g) + e– → X1–(g) + energia

30
Observe que os elementos mais densos situam-se no cen- § Variação do volume atômico:
tro e na parte inferior da tabela periódica.
Exemplos: ósmio (d = 22,5 g/cm3) e irídio
(d = 22,4 g/cm3).
3. Volume atômico:

Volume atômico de um elemento é o volume


ocupado por 1 mol (6,02 ∙ 1023) de seus átomos
no estado sólido. Observe que, na família, a variação do volume atômico é
semelhante à do raio atômico; nos períodos, à esquerda da
Note que o volume atômico não é o volume de um áto- linha tracejada, o aumento do volume atômico acompanha
mo, mas o volume de um conjunto de 6,02 ∙ 1023 átomos. o do raio atômico; à direita da linha tracejada, a variação é
Em consequência, no volume atômico influi não apenas oposta, pois, nos elementos situados nessa região (princi-
o volume de cada átomo como também o espaçamento palmente os não metais), o espaçamento entre os átomos
existente entre eles. é relativamente grande.

massa de 6,02 · 1023 átomos do elemento


V = _______________________________
   
​​       ​​
densidade da substância simples

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Há vários tipos de componentes que são capazes de conduzir energia elétrica. NO entanto, do ponto de vista comercial,
dois são os principais: alumínio e cobre. O cobre é mais caro e, comparativamente, mais pesado do que o alumínio. Então
por que usar cobre?
Geralmente, a principal aplicação do alumínio é em grandes redes de transmissão. O cobre é a opção no caso de instala-
ções domésticas e urbanas.
Basicamente, o tipo de condutor que se aplica melhor às condições impostas é o usado. Peso, custo, aquecimento
e capacidade de condução elétrica são alguns dos fatores físicos e químicos que são levados em consideração na
escolha. Dessa maneira, os condutores de alumínio são mais usados em grandes redes de transmissão, e o cobre, em
instalações domésticas, por exemplo.
Comparativamente, o alumínio já chegou a ser oito vezes mais barato do que um equivalente de cobre. Além dis-
so, o condutor de alumínio tem metade do peso do seu correspondente de cobre. A terceira maior vantagem
desses condutores é resistir melhor à deformação. Todas essas características reduzem os custos do uso desse material em
grandes transmissões, pois as torres podem ser menos robustas e o espaçamento entre elas pode ser maior.
Possui maior resistência aos fatores externos, como oxidação e corrosão galvânica. Essas características reduzem o
risco de superaquecimento das fiações. Além disso, o cobre é mais maleável que o alumínio, favorecendo o uso para
aplicações e instalações em que fios flexíveis são necessários ou desejáveis. Outro ponto é o fato de que a maioria
das estruturas existentes já são de cobre, e as conexões cobre-cobre são muito mais confiáveis que alumínio-cobre.
Por fim, a legislação brasileira, por meio da ABNT NBR 5410, impõe restrições legais ao uso de alumínio em locais
com uma ocupação muito densa ou onde o acesso é um pouco mais difícil. Por isso, em hospitais e hotéis, por exem-
plo, é proibido usar alumínio.

31
Cobre – Alumínio
§ Resistividade elétrica:
17,241 Ω · mm²/km – 28,264 Ω · mm²/km
§ Densidade: 8,89 g/cm³ – 2,703 g/cm³
§ Peso (densidade × resistividade):
(17,241 ∙ 8,89) – (28,264 ∙ 2,703)
§ Massa atômica: 63,6 u.a. – 27 u.a.
§ Preço (tonelada): US$ 5.800 – US$ 1.800

2.ª possibilidade: A é o sódio (Z = 11), B é o argônio (Z


Aplicação do conteúdo = 18) e C é o potássio (Z = 19).
1. O gráfico a seguir mostra a variação do potencial de
Dentre essas alternativas do teste, a única possível é a b,
ionização (eixo das ordenadas) em função do número que corresponde à segunda possibilidade.
atômico (eixo das abscissas).
Alternativa B
2. A tabela apresenta os valores para duas proprieda-
des atômicas (X e Y) em função do número atômico (Z):

Número
3 4 5 6 7 8 9
Atômico (Z)
x 157 112 88 77 74 66 64
y 1,0 1,6 2,0 2,6 3,0 3,4 4,0

As propriedades X e Y são, respectivamente:


Considerando que a escala no eixo das abscissas não co-
a) Eletronegatividade e volume atômico.
meça necessariamente do zero, os números atômicos dos b) Primeira energia de ionização e afinidade eletrônica.
elementos A, B e C só podem ser, respectivamente: c) Raio atômico e volume atômico.
a) A = 1; B = 9; C = 10. d) Eletronegatividade e primeira energia de ionização.
b) A = 11; B = 18; C = 19. e) Raio atômico e eletronegatividade.
c) A = 10; B = 19; C = 20. Resolução:
d) A = 12; B = 17; C = 18.
e) A = 2; B = 10; C = 11. A propriedade X pode corresponder ao raio atômico, pois,
com o aumento do número atômico (número de prótons),
Resolução: observa-se diminuição nos valores dessa propriedade.
Na sequência de oito elementos que vai de A até B, a ener- A propriedade Y pode corresponder à eletronegatividade, pois
gia de ionização, de modo geral, aumenta com o aumento os valores aumentam com a elevação do número atômico.
do número atômico. Isso indica que esses oito elementos
pertencem a um mesmo período da tabela periódica. Além Alternativa E
disso, a súbita redução da energia de ionização ao passar
de B para C indica uma mudança de período.
Os oito elementos de A até B devem pertencer, portanto,
ao segundo ou ao terceiro período da tabela (períodos que
têm apenas oito elementos), com A sendo alcalino do pe-
ríodo seguinte.
Dessa forma, tem-se as seguintes possibilidades:
1.ª possibilidade: A é o lítio (Z = 3), B é o neônio (Z =
10) e C é o sódio (Z = 11).

32
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementa-
ção da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são, de
forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas diferen-
ciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.

Modelo
(Enem) No ar que respiramos existem os chamados “gases inertes”. Trazem curiosos nomes gregos, que significam “o
Novo”, “o Oculto”, “o Inativo”. E de fato são de tal modo inertes, tão satisfeitos em sua condição, que não interferem
em nenhuma reação química, não se combinam com nenhum outro elemento e justamente por esse motivo ficaram
sem ser observados durante séculos: só em 1962 um químico, depois de longos e engenhosos esforços, conseguiu
forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido e vivaz, e a façanha pareceu tão ex-
traordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel.
LEVI, P. A tabela periódica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará,1994 (adaptado).

Qual propriedade do flúor justifica sua escolha como reagente para o processo mencionado?
a) Densidade.
b) Condutância.
c) Eletronegatividade.
d) Estabilidade nuclear.
e) Temperatura de ebulição.

Análise expositiva - Habilidade 30: De acordo com o texto, foi somente em 1962 que um químico, depois de
C longos e engenhosos esforços, conseguiu forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor
ávido e vivaz, e a façanha pareceu tão extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel. Essa informação descreve
a elevada eletronegatividade do flúor, capaz de formar XeF4
Alternativa C

33
DIAGRAMA DE IDEIAS

MENOR PRIMEIROS
MENOR
NÚMERO DE PERÍODOS
RAIO ATÔMICO
CAMADAS DA TABELA

MENOR
MAIOR INTERAÇÃO
ELETROPO-
NÚCLEO-ELÉTRON
SITIVIDADE

MAIOR MAIOR MAIOR


ELETRONE- ENERGIA DE AFINIDADE
GATIVIDADE IONIZAÇÃO ELETRÔNICA

34
QUÍMICA GERAL: Incidência do tema
nas principais provas

É uma prova totalmente conceitual, onde


são abordados os assuntos dessa frente É necessário um bom entendimento das
e de outras ao mesmo tempo. Algo muito mudanças de estado físico e como elas se
comum são as diversas perguntas que mui- comportam.
tas vezes são feitas em uma questão. O
uso do cotidiano é um artifício
muito utilizado.

O tema de mudanças de estado físico e suas O tema de mudanças de estado e Os temas se relacionam todos entre si, com
características são cobradas de maneira bem propriedades físicas são importantes para grande ênfase nos estudos das propriedades
conceitual e interpretativa. o melhor entendimento, no momento de físicas e suas mudanças de estado.
resolver as questões.

Temas como mudança de estado físico e os Os assuntos abordados nesta frente se Entender as mudanças de estado físico e Entender as mudanças de estado físico e
diagramas são assuntos que sempre incorpo- relacionam todos entre si, com grande ênfase suas propriedades é necessário para a melhor suas propriedades auxiliam na resolução e
ram questões mais embasadas. nos estudos das propriedades físicas e suas interpretação de diversas questões cobradas. entendimento de diversas questões.
mudanças de estado.

UFMG

Cobrados de maneira bem conceitual e O tema sobre mudanças de estados físicos são É necessário um bom entendimento das
interpretativa, o tema de mudanças de estado os mais cobrados nesta frente, podendo ser mudanças de estado físico e como elas se
físico e suas características são bastante abordado em diferentes tipos de questão. comportam, para resolver a maioria das
recorrentes. questões.

Nesta frente, os temas de propriedades físicas Os assuntos sobre diagrama de mudança Os temas assuntos de diagrama de mudan-
e as características das mudanças de estado de estado e as propriedades físicas caem de ça de estado e propriedades físicas são os
são cobradas para melhor entendimento das maneira que se tornam necessários para a mais recorrentes e abordados de tal manei-
informações dadas. resolução de diversas questões. ra que são necessários para a resolução
das diversas questões.

35
AULAS Propriedades da matéria
1e2
Competências: 1, 2 e 8 Habilidades: 4, 7, 29 e 30

1. Estados físicos da matéria Uma bola de boliche, por exemplo, pode ser colocada em
qualquer tipo de recipiente e não assumirá a forma do reci-
piente. Seu volume também não sofrerá alteração.

1.2. Líquido
multimídia: vídeo
No estado líquido, as partículas apresentam maior agita-
Fonte: Youtube ção térmica e estão um pouco mais dispersas. Nesse es-
Estados Físicos da Matéria - Completo - tado, as substâncias possuem volume fixo, porém a sua
LENAQ
forma pode variar.
A água líquida, por exemplo, tem volume fixo, mas assume
Estados físicos da matéria, estados de agregação a forma do recipiente que a contém.
ou fases são as diferentes formas como a matéria pode se
apresentar. Forma e volume são alguns fatores que distin-
guem cada um dos estados físicos. O estado sólido apresen-
ta forma e volume constante; o líquido possui forma variável
e volume constante; e o gasoso, forma e volume variáveis.
As partículas que formam a matéria não apresentam li-
berdade de movimento no estado sólido, ocorrendo ape-
nas movimentos vibracionais, além de, nesse estado, a
matéria possuir maior densidade. No estado líquido, as
partículas apresentam liberdade de movimento, porém
não estão completamente livres. Por fim, na fase gasosa, 1.3. Gasoso
as partículas apresentam ampla liberdade de movimento, O estado gasoso e o estado de maior agitação térmica.
além de a matéria possuir menor densidade. Nele, as partículas estão muito afastadas, dispersas no
espaço. Substâncias no estado gasoso possuem forma e
As substâncias podem sofrer alterações em seu estado fí-
volume variáveis.
sico quando alguns fatores são alterados, como a tempe-
ratura e a pressão. O ar atmosférico, por exemplo, não possui forma e nem
volume fixos, adaptando-se ao recipiente (ou espaço)
1.1. Sólido que o contém.

No estado sólido, as partículas da matéria estão em agita-


ção térmica mínima. É o estado com mais átomos concen-
trados em um mesmo espaço físico (volume). A sua forma
e seu volume são fixos.

36
1.4. Plasma Ocorre na temperatura de ebulição da
substância. É rápida, visível, turbulenta
Plasma é o quarto estado da matéria e ocorre geralmente Ebulição
e, normalmente, demanda o aqueci-
em condições de altíssimas temperaturas, como no Sol. Lá, mento do líquido.
os átomos de hélio estão a uma temperatura e pressão
muito elevadas, o que faz com que os elétrons se despren- Ocorre quando o líquido entra em con-
tato com superfícies muito quentes, a
dam de seus átomos. Calefação
temperaturas acima do seu ponto de
ebulição. É instantânea e violenta.

Lembre-se! As mudanças de estado podem ser representadas por


O que caracteriza e define um estado físico da matéria equações químicas.
são as forças atuantes em seu interior: a coesão, que
aproxima as partículas, e a repulsão, que as afasta. Exemplos
Quando a força de coesão supera a de repulsão, a
Chumbo sólido passando para o
substância se apresenta na fase de agregação chama- Pb(s) → Pb()
estado líquido – fusão.
da de estado sólido; quando as forças apresentam a
Água líquida passando para água
mesma intensidade, ocorre o estado líquido; quando a H2O() → H2O(s)
sólida (gelo) – solidificação.
força de repulsão supera a de coesão, ocorre o estado
gasoso. Dióxido de carbono sólido (“gelo
CO2(s) → CO2(g) seco”) passando diretamente para o
estado gasoso – sublimação.

Nitrogênio gasoso passando para

2. Mudanças de estado físico


N2 (g) → N2 ()
nitrogênio líquido – liquefação.

A figura a seguir mostra as mudanças de estado da maté-


ria, também conhecidas como mudanças de fase ou mu- 3. Temperaturas de
danças de estado de agregação: mudança de estado
Exotérmico: cede calor
3.1. Pontos de fusão (PF)
Gasoso e de ebulição (PE)
A temperatura na qual uma substância passa do estado só-
lido para o estado líquido é denominada ponto de fusão
(temperatura de fusão). A temperatura na qual uma subs-
tância passa do estado líquido para o estado gasoso a uma
determinada pressão é denominada ponto de ebulição
(temperatura de ebulição).
ão

Va

po
im

A água pura passa do estado sólido para o estado lí-


riz
Co liqu
bl

ão

nd efa

a
Su

çã
(
en çã

quido, sob pressão de 1 atm, à temperatura de 0 ºC.


im

o
sa o)
bl

çã
Su

Assim, o ponto de fusão da água pura é 0 ºC. Já


Fusão
essa água pura passa do estado líquido para o estado
Solidificação
gasoso, sob a mesma pressão, à temperatura de 100 ºC.
Sólido Líquido Dessa forma, afirma-se que o ponto de ebulição da
água pura é 100 ºC.
O fator característico para uma substância ser pura é ter
Endotérmico: recebe calor
o ponto de fusão constante a uma determinada pressão.
Dessa forma, sua determinação constitui um dos métodos
A vaporização pode ocorrer de três formas:
pelo qual se pode calcular o grau de pureza dessa subs-
tância. A partir daí, se forem identificadas variações de
Ocorre naturalmente num líquido a
temperaturas inferiores ao ponto de temperatura superiores a 1 ºC, essa substância não é mais
Evaporação ebulição. considerada pura.
É lenta, praticamente imperceptível e
superficial.
O ponto de ebulição não tem a mesma importância para de-
terminar a pureza de uma substância. Entretanto, do mesmo

37
modo que no ponto de fusão, quando se determina o ponto Analisando cada substância:
de ebulição de uma substância pura, não é admissível que § Substância A: abaixo de –16 ºC é sólida. Acima de 80
surjam variações superiores a 1 °C na temperatura. Caso isso ºC é gasosa. Assim, a 20 ºC, ela é líquida.
ocorra, é possível concluir que se trata de uma mistura.
§ Substância B: abaixo de 50 ºC é sólida. Acima de 80
ºC ela é gasosa. Assim, a 20 ºC, ela é sólida.
3.2. Previsão do estado § Substância C: abaixo de –12 ºC é sólida. Acima de 48
físico de um material ºC ela é gasosa. Assim, a 20 ºC, ela é líquida.
Considere uma tabela com cinco substâncias desconhecidas. § Substância D: abaixo de –100 ºC é sólida. Acima de
16 ºC é gasosa. Assim, a 20 ºC, ela é gasosa.
Substância Ponto de fusão (ºC) Ponto de ebulição (ºC)
A –16 80
§ Substância E: abaixo de 25 ºC é sólida. Acima de 55
B 50 80 ºC é gasosa. Assim, a 20 ºC, ela é sólida.
C –12 48
D
E
–100
25
16
55
4. Densidade ou
massa específica
Qual o estado físico das substâncias a 20 ºC?
Novas medições foram criadas ao longo do tempo devido
Associando a temperatura ao eixo x (abscissas) e colocan- às exigências cotidianas e às necessidades da ciência. É co-
do-se os valores de PF e PE, temos: mum a afirmação, por exemplo, de que o chumbo “pesa”
Ponto de Ponto de
mais do que a madeira. Ao se colocar na água 1 kg de
fusão ebulição chumbo e 1 kg de madeira, percebe-se que o chumbo
temperatura (ºC)
sólido líquido gasoso afunda, enquanto a madeira flutua. Contudo, tal compa-
ração só se torna justa e racional quando realizada entre
volumes iguais.

VIVENCIANDO

O combustível adulterado é, infelizmente, uma prática muito utilizada por muitos postos de combustíveis, para que se tenha
menos gastos, mas é uma prática danosa para os motoristas. Esses componentes adicionados podem ser etanol à gasolina e
água ao álcool acima do permitido. Para se ter uma ideia, segundo a Portaria 678 de 31/08/2011, do Ministério de Estado da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a quantidade adicionada de álcool deve estar entre 20% e 25% em volume.
Se esse limite for ultrapassado, o resultado será que no motor de explosão interna haverá uma mistura “pobre” de ar/
combustível, levando a uma dirigibilidade menor, falhas de funcionamento do motor, diminuição do poder calorífico
da gasolina e perda de desempenho.
Além de etanol, pode-se adicionar também querosene, aguarrás, benzina industrial e até óleo diesel, por serem mais baratos
e perfeitamente miscíveis com a gasolina. Tais adições podem ser prejudiciais aos motoristas, levando a grandes prejuízos.
Para saber se a gasolina está, com boa qualidade, pode ser feito um simples teste de densidade. Basta colocar 50 mL de
gasolina em uma proveta e adicionar 50 mL de solução de cloreto de sódio e misturar os dois sem agitar, apenas mistu-
rando por inversão e deixar em repouso por 15 minutos. A água irá retirar o álcool que estava misturado na gasolina, pois
o etanol possui uma parte polar e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina, que
também são apolares, pela força de dipolo induzido. Mas a sua parte polar, caracterizada pela presença do grupo OH, é
atraída pelas moléculas de água, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio, que são bem mais fortes que
as ligações do tipo dipolo induzido. Como a água é mais densa, ela ficará na parte inferior, e a gasolina, na parte superior.
Para sabermos então se a quantidade de etanol que tinha na gasolina estava dentro dos parâmetros estabelecidos
por lei, basta ver quanto de álcool foi retirado dela e ver quanto em porcentagem isso corresponde à amostra inicial.

38
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A densidade é uma propriedade fundamental para a química. Ela serve para indicar o
porquê dos objetos afundarem ou flutuarem quando estão sob a água ou qualquer outro
líquido. O que tem de se levar em conta quando se trata de densidade não é simplesmente
a massa de certo material, mas a sua distribuição de massa pela quantidade total de volu-
me. Isso leva a uma assimilação matemática em que certos tipos de material têm uma certa
quantidade de massa para certa quantidade de volume. Se os compostos forem imiscíveis,
é possível obter uma coluna de densidade muito bonita para analisar como as diferentes
substâncias têm diferentes densidades. Observe a imagem:

As medições são tão importantes na ciência que o cientista O gelo flutua sobre a água do mar porque a densidade do
William Thomson (1824-1907) disse: “Afirmo muitas vezes gelo (0,92 g/cm3) é menor do que a densidade da água do
que, se você medir aquilo de que está falando e expressar mar (1,03 g/cm3).
em números, você conhece alguma coisa sobre o assunto;
mas, quando você não o pode exprimir em números, seu Aplicação do conteúdo
conhecimento é pobre e insatisfatório”.
1. Para verificar se um objeto é de chumbo puro, um
Dessa comparação surge o conceito de densidade, enten- estudante realiza a seguinte experiência:
dida como a massa dos “pedaços” iguais (volumes iguais) a) Determina a sua massa (175,90 g).
de materiais diversos. Matematicamente: b) Imerge-o totalmente em 50,0 mL (volume inicial)
de água contida numa proveta.
c) Lê o volume da mistura água + metal (65,5 mL =
Densidade é o quociente da massa pelo
volume final).
volume do material (a uma dada temperatura).
Com os dados obtidos, calcula a densidade do metal, com-
para-a com o valor registrado numa tabela de proprieda-
Essa definição é representada pela seguinte fórmula: des específicas de substâncias e conclui que se trata de
chumbo puro. Qual o valor calculado para a densidade, em
massa  m ​  g/mL, à temperatura da experiência?
d = ​ ______ ⇒ d = ​ __
 ​  v
volume
Resolução:

Para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa


sólido de
em grama por centímetro cúbico (g/cm3 ou g · cm–3) formato irregular

ou grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases,


costuma ser expressa em gramas por litro (g/L ou g · L–1).
volume
água
inicial

volume
final
volume do sólido = Vfinal - Vinicial
volume
inicial

39
Cálculo do volume do sólido: densidade do álcool pode ser verificada por meio de um
densímetro similar ao desenhado abaixo, que consiste
V = Vf – Vi = (65,5 – 50,0) = 15,5 mL (esse foi o em duas bolas com valores de densidade diferentes e
volume de água deslocado). verifica quando o álcool está fora da faixa permitida.
175,9 g Na imagem, são apresentadas situações distintas para
m ​​ ​  ⇒ d = _______
Então, d = ​ ​​ __ ​​  ⇒ d = 11,3 g/mL
 ​​  
v 15,5 mL três amostras de álcool combustível.
2. A tabela abaixo apresenta os valores de algumas pro-
priedades físicas de 3 substâncias:

Temperatura Temperatura de Densidade


Substância
de Fusão (ºC) Ebulição (ºC) (g/cm3)
Álcool –114,5 78,4 0,789
Acetona –94,8 56,2 0,791
Naftalina 80,2 218,5 1,145
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Analisando-se os dados contidos na tabela, é correto
afirmar que: A respeito das amostras ou do densímetro, pode-se afirmar que:
a) A acetona evapora mais dificilmente que o álcool. a) a densidade da bola escura deve ser igual a
b) As três substâncias encontram-se no estado líquido 0,811 g/cm3.
a 60 °C. b) a amostra 1 possui densidade menor do que
c) À pressão normal (1 atm), 1kg de água entraria em a permitida.
ebulição com maior dificuldade que 1kg de álcool. c) a bola clara tem densidade igual à densidade da
d) A densidade é a propriedade mais adequada para bola escura.
distinguir o álcool da acetona. d) a amostra que está dentro do padrão estabelecido
e) A naftalina, a temperatura ambiente, ficaria boian- é a de número 2.
do na superfície da água. e) o sistema poderia ser feito com uma úni-
ca bola de densidade entre 0,805 g/cm3 e
Resolução: 0,811 g/cm3.
a) Incorreta. De acordo com a tabela, acetona evapora Resolução:
a 56,2 °C, enquanto o álcool evapora a 78,4 °C; Assim,
a acetona evapora mais facilmente do que o álcool.
A densidade do álcool combustível deve ser entre 0,805 g/
b) Incorreta. A 60 °C, o álcool se encontra no estado
líquido; a acetona, no gasoso; e a naftalina, no sólido.
cm3 e 0,811 g/cm3. Na imagem, as duas bolas no combus-
c) Correta. Usando mesma quantidade das substân- tível da amostra 1 estão flutuando, indicando que a densi-
cias (água e álcool), a água entra em ebulição a 100 dade do combustível é maior do que a densidade das duas
°C, enquanto o álcool entra em ebulição a 78,4 °C, bolas. Assim, a densidade do combustível 1 está acima de
ambas à pressão de 1 atm. 0,811 g/cm3, ou seja, está fora do permitido.
d) Incorreta. De acordo com a tabela, a densidade do
álcool e da acetona são muito próximas, não sendo Na amostra 3, ocorre o oposto da amostra 1, pois as duas
muito adequado para distinguir entre si. bolas estão afundadas, indicando que a densidade das
e) Incorreta. A densidade da água à temperatura am- duas bolas é maior do que a do combustível. Assim, a den-
biente é de 1,00 g/cm3, sendo densidade da naftalina sidade do combustível 3 está abaixo de 0,805 g/cm3, ou
maior. Assim, a naftalina vai afundar na água. seja, está fora do permitido.
Alternativa C Na amostra 2, ocorre a situação intermediária às amos-
tras 1 e 3, sendo que a bola escura flutua e a bola clara
3. (Enem) O controle de qualidade é uma exigência da
sociedade moderna na qual os bens de consumo são afunda. Isso indica que a densidade do álcool combustível
produzidos em escala industrial. Nesse controle de qua- está entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3, estando dentro do
lidade, são determinados parâmetros que permitem permitido. Ao mesmo tempo, é possível concluir que a bola
checar a qualidade de cada produto. O álcool combustí- preta tem densidade de 0,805 g/cm3 (menos densa), e a
vel é um produto de amplo consumo muito adulterado, bola clara tem densidade 0,811 g/cm3 (mais densa).
pois recebe adição de outros materiais para aumentar
a margem de lucro de quem o comercializa. De acor- A partir dessas conclusões, as alternativas estão:
do com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o álco- a) Incorreta. A densidade da bola escura não pode as-
ol combustível deve ter densidade entre 0,805 g/cm3 sumir esse valor, senão a adulteração não seria notada.
e 0,811 g/cm3. Em algumas bombas de combustível, a b) Incorreta. A amostra 1 possui densidade maior do

40
que a permitida, de acordo com as posições das bolas.
c) Incorreta. Se considerarmos que as bolinhas pos-
suam a mesma densidade, elas deveriam ocupar as
mesmas posições nas três amostras (posição deter-
minada de acordo com a densidade da amostra), e
isso não ocorre.
d) Correta. As bolinhas possuem densidades diferentes,
sendo assim elas devem ocupar posições distintas den-
tro da amostra, o que pode se verificar na amostra 2.
e) Incorreta. Como o combustível considerado per-
mitido está dentro de uma faixa de valores, há uma multimídia: livros
necessidade de usar, no mínimo, duas bolas de densi-
dades diferentes para verificar se o combustível está Peter W. Atkins e Loretta Jones -
ou não fora do permitido. Princípios de Química – Questionando
a Vida Moderna e o Meio Ambiente
Alternativa D
O livro encoraja estudantes a pensar e desen-
volver uma compreensão sólida da química,
desafiando-os a questionar e a obter enten-
dimento da matéria. A obra apresenta a Quí-
mica como algo atual e dinâmico, ao mostrar
a relação entre ideias químicas fundamentais
e suas aplicações.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

Muitas vezes é necessário realizar a fiscalização de postos de gasolina para conferir se não há adulteração do com-
bustível. Essa adulteração é feita por meio da adição de muita água.
Para verificar se a adulteração procede, é realizado o teste de densidade, propriedade físico-química importantíssima
para análises laboratoriais.

Modelo
(Enem) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmica não
esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque
a) O barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.
b) O barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na reação, a água perde calor.
c) O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora, tomando calor da moringa e do
restante da água, que são assim resfriadas.
d) O barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a uma
temperatura maior que a de dentro.
e) A moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a
temperatura da água.

41
Análise expositiva - Habilidade 7: Na questão é necessário o domínio das mudanças de estado da matéria,
C relacionando-o com o cotidiano. Trata-se de uma ferramenta muito utilizada pelo Enem nos últimos vestibulares.
O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora
(H20(ℓ) + calor → H20(v)), absorvendo calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
Alternativa C

DIAGRAMA DE IDEIAS

PROCESSO ENDOTÉRMICO ENERGIA CINÉTICA


DAS MOLÉCULAS
TEMPERATURA

ENERGIA CINÉTICA
PROCESSO EXOTÉRMICO DAS MOLÉCULAS
TEMPERATURA

S U B L I MA ÇÃ O

FUSÃO EVAPORAÇÃO
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO

S U B L I MA ÇÃ O

42
AULAS Diagramas de
3e4 mudança de estado
Competências: 1, 4 e 7 Habilidades: 3, 15 e 27

1. Diagramas de
mudança de estado
As mudanças de estado podem ser representadas por grá-
ficos denominados diagramas de mudança de estado ou
curvas de aquecimento e/ou resfriamento. Esses gráficos
mostram as mudanças de estado físico e a variação de
temperatura dos materiais quando aquecidos ou resfriados.
Quando uma amostra é aquecida, é possível medir a sua Observe que, durante o resfriamento, a água condensa a
temperatura e o tempo transcorrido durante o experimento.
100 ºC e torna-se sólida a 0 ºC.
A partir desses dados, pode-se elaborar o gráfico de tem-
peratura da amostra × tempo transcorrido no aquecimento.
Atenção!
Veja alguns exemplos:
A temperatura na qual uma substância pura sofre solidifica-
Considere uma amostra de água sólida a –40 ºC que é ção (ponto de congelamento) é igual à temperatura na qual
aquecida até chegar ao estado gasoso (a 120 °C). É pos- ela sofre fusão. A temperatura na qual uma substância pura
sível registrar, ao longo do experimento, a temperatura e o sofre condensação/liquefação é igual à temperatura na qual ela
sofre ebulição.
tempo transcorrido desde o início.
A partir desses dados, pode-se elaborar um gráfico de tem-
peratura da amostra de água em função do tempo trans-
corrido no aquecimento. Esse gráfico é conhecido como
curva de aquecimento da água e é representado por:

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Como fazer gelo instantâneo sem química
Observe que, durante o aquecimento, a água sofre fusão a
0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC.
Outra experiência que pode ser realizada em um labora-
2. Substância pura × mistura
tório equipado é acompanhar a temperatura e o tempo Os diagramas de estado são muito úteis, pois permitem
transcorrido durante o resfriamento de uma amostra de identificar imediatamente a natureza de um sistema (por-
água, partindo do estado gasoso (a 120 °C) até o estado ção de matéria em análise).
sólido (a –40 °C). O gráfico que representa a temperatura Substâncias puras são sistemas formados literalmente
dessa amostra em função do tempo no resfriamento é cha- por um único tipo de substância. Exemplos: água destilada;
mado de curva de resfriamento da água: ferro puro; gás oxigênio.

43
VIVENCIANDO

É muito comum ver em praias e em festas pessoas colocando gelo e sal às bebidas em seus coolers. Mas você sabe
por que as pessoas fazem isso?
A água tem uma temperatura de fusão em aproximadamente 0 °C, e a temperatura da água só começa a baixar a
partir do momento em que toda água vira sólido, caso contrário ela ficará em 0 °C sempre. Porém, ao adicionarmos
sal na água, seu ponto de fusão e de ebulição mudam. A sua temperatura de fusão abaixa. Assim, se você colocar
suas bebidas num recipiente onde a temperatura está abaixo de zero, será muito mais eficiente.
A mistura água + sal permite que as bebidas sejam resfriadas mais rapidamente, pois seu diagrama de fase agora
não é uma temperatura constante nos pontos de ebulição e de fusão, e sim podendo variar conforme o tempo.

Misturas são sistemas formados por, no mínimo, duas


substâncias. Exemplos: água e sal; água e álcool; ar at-
mosférico.
Para representar substâncias puras ou misturas, os dia-
gramas de mudança de estado apresentam configurações
bastante características.

2.1. Substâncias puras


Apresentam dois patamares: trechos horizontais que corres- É possível perceber que a curva de resfriamento é inversa
pondem ao ponto de fusão e ao ponto de ebulição constantes. à curva de aquecimento.

Considere o exemplo da água (PF = 0 °C e


PE = 100 °C ao nível do mar, onde a pressão atmosférica
2.2. Misturas (homogêneas)
é igual a 1 atm). Não apresentam patamares, mas trechos inclinados que
indicam a variação da temperatura durante as duas mu-
danças de estado. Assim, misturas (homogêneas) não pos-
suem ponto de fusão nem ponto de ebulição definidos.
Considere o exemplo de uma solução aquosa de NaCℓ:

Lembre-se: somente substâncias puras apresentam PF


e PE definidos (constantes).

Outra experiência que pode ser realizada é acompanhar a Lembre-se: misturas comuns não apresentam PF e nem
temperatura e o tempo transcorrido durante o resfriamento PE definidos, isto é, a temperatura varia durante a mu-
de uma amostra. Dessa maneira é obtida a curva de resfria- dança de estado.
mento do material:

44
2.3. Misturas especiais A análise do gráfico permite concluir que todas as alterna-
tivas estão corretas, EXCETO:
Existem misturas que demonstram um comportamento
a) A mudança de estado ocorreu durante 10 minutos.
bastante particular em relação às temperaturas de mudan- b) O sistema libera calor durante o resfriamento.
ça de estado. São as misturas eutética e azeotrópica. c) A temperatura em que ocorre a mudança do estado
§ A mistura eutética comporta-se, durante a fusão, da substância é 35 °C.
como se fosse uma substância pura. Ela possui ponto d) A temperatura da substância caiu 5 °C/min até o
início da mudança de estado físico.
de fusão constante, mas a sua temperatura de ebulição
e) A substância se apresentava nos dois estados físicos
varia.
entre 5 e 15 minutos
Resolução:
a) Correta. O tempo que permaneceu constante (mu-
dou de estado) foi de 10 minutos.
b) Correta. O processo de resfriamento ocorre com
liberação de calor.
c) Correta. A temperatura que permaneceu constante
(mudou de estado) foi de 35 °C.
d) Incorreta. A média de decaimento da temperatura
foi de 50 – 35/5 – 0 = 3 ºC/min.
e) Correta. Durante a mudança de estado físico, estão
presentes os dois estados físicos (sólido + líquido ou
§ A mistura azeotrópica comporta-se, durante a ebu- líquido + gás).
lição, como se fosse uma substância pura. Ela apresen-
Alternativa D
ta ponto de ebulição constante, mas a sua temperatura
de fusão é variável. 2. O quadro abaixo apresenta a variação de temperatu-
ra durante a fusão e a ebulição dos materiais X, Y, Z e T.
Exemplo: Mistura de álcool etílico (96%) e água (4%),
que sofre ebulição (ferve) a 78,1 ºC. Material PF PE
X Constante Constante
Y Varia Varia
Z Constante Varia
T Varia Constante

Observando o quadro, é possível afirmar que X, Y, Z e T são


PE = 78,1 respectivamente:
a) substância pura, mistura homogênea, mistura eu-
tética, mistura azeotrópica;
b) mistura homogênea, substância pura, mistura eu-
tética, mistura azeotrópica;
c) mistura homogênea, substância pura, mistura aze-
otrópica, mistura eutética;
d) substância pura, mistura homogênea, mistura aze-
Aplicação do conteúdo otrópica, mistura eutética;
e) mistura eutética, mistura azeotrópica, mistura ho-
1. Uma substância foi resfriada no ar atmosférico. Du-
mogênea, substância pura.
rante o processo, foram feitas medidas de tempo e tem-
peratura que permitiram construir este gráfico: Resolução:
Conforme o quadro, é possível classificar o material em subs-
tância pura ou mistura:
X – Substância pura.
Y – Mistura homogênea.
Z – Mistura eutética.
T – Mistura azeotrópica.
Alternativa A

45
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A fase na qual uma substância se apresenta depende das condições de pressão e temperatura. Assim, para cada
substância, afirma-se que existem pares de valores dessas duas variáveis que correspondem à fase sólida, pares que
correspondem à fase líquida e pares que correspondem à fase gasosa.
Algumas substâncias ditas anômalas fogem da regra de que, quanto maior for a pressão, maior será a temperatura
de mudança de fase. No caso dessas substâncias, quanto maior for a pressão sobre elas, mais baixa será a tempera-
tura de fusão. Dessa forma, o diagrama de fases da água é representado da seguinte maneira:

É possível observar no diagrama que, quando a pressão é 1 atmosfera, a fusão do gelo ocorre a uma temperatura
de 0 ºC. No entanto, quando a pressão exercida é de 8 atmosferas, o gelo se funde a uma temperatura mais baixa,
cerca de –0,06 ºC.
Se você observar o diagrama da água e compará-lo com o de outra substância, perceberá que a linha delimitadora
entre as fases sólida e líquida apresenta uma inclinação para a esquerda.
A inclinação quer dizer que é possível fundir a água por meio de um simples aumento de pressão.
De acordo com a Física, a pressão nada mais é do que a força aplicada dividida pela superfície da área de contato.
Um exemplo claro de como a Física e a Química trabalham juntas são os patinadores de gelo. Como os patins são
muito finos, sua superfície é muito pequena e o seu peso é grande, a pressão exercida pela lâmina quando os patins
deslizam na superfície faz o gelo derreter. Na realidade, os patins deslizam sobre uma fina película de água líquida,
e não sobre a água sólida.

46
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

A interpretação científica de teorias é de extrema importância para o progresso da sociedade contemporânea.


Com o passar do tempo, as teorias relacionadas às moléculas e aos átomos foram se diversificando e, com isso, houve
um desenvolvimento e uma consolidação da teoria sobre o que é a matéria.
Compreender as diferentes maneiras de como as substâncias passam de um estado físico da matéria para outro é de
extrema importância para a consolidação do conhecimento relacionado ao cotidiano. Essas mudanças estão muito
presentes no dia a dia, e situações-problema surgem com frequência apresentando temas como: condensação e pre-
cipitação da chuva nas nuvens, processos de evaporação da água e derretimento das geleiras devido ao efeito estufa.

Modelo
(Enem) Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas são
usadas no meio científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura mede a
“quantidade de calor de um corpo”. Esses significados, no entanto, não conseguem explicar diversas situações que
podem ser verificadas na prática.

Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura?
a) A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo em que estiver fervendo.
b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água.
c) A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a temperatura da água em uma panela.
d) A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca a fim de diminuir sua temperatura.
e) Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que está em seu interior com menor temperatura do que a dele.

Análise expositiva - Habilidade 3: As referencias teóricas das mudanças de fase das substâncias são fundamen-
A tais para a resolução da questão. É de extrema importância a padronização de experimentos e resultados para que se
tenha uma noção do que acontece com as substâncias durante as mudanças de fases.
Quando se aquece uma substância pura que estava inicialmente no estado sólido, a temperatura aumenta até atingir o ponto de
fusão (PF), em que começa a “derreter”; nesse ponto, a temperatura é constante.
Quando chega na temperatura de ebulição ou ponto de ebulição (PE), ocorre o mesmo: a temperatura permanece constante. Isso
acontece com qualquer substância pura. Veja a figura a seguir:

Alternativa A

47
DIAGRAMA DE IDEIAS

SUBSTÂNCIAS
MISTURAS
PURAS

PE E PF
EUTÉTICA AZEOTRÓPICA
CONSTANTES

PF CONSTANTE PE CONSTANTE

48
AULAS Sistemas
5e6
Competências: 1, 2 e 8 Habilidades: 4, 7, 29 e 30

1. Matéria uma infinidade de agrupamentos diferentes que podem


constituir moléculas (“átomos compostos”) ou aglomera-
Tudo o que tem massa e ocupa espaço é denominado do de íons (conceito que será explicado mais adiante).
matéria. Em outras palavras, qualquer coisa que tenha
existência física ou real é matéria. Tudo o que existe no
universo conhecido manifesta-se como matéria ou energia.
2. Conceitos fundamentais
A matéria pode ser líquida, sólida ou gasosa. São exemplos
de matéria: papel, madeira, ar, água, pedra, ferro, etc.
2.1. Átomo e elemento químico
Átomos são as partículas que formam a matéria. Ele-
As primeiras ideias sobre a estrutura da matéria surgiram
mento, por sua vez, é um conjunto formado por átomos
na Grécia, por volta de 450 a.C., com os filósofos Demó-
iguais. Em outras palavras, é um conjunto de átomos com
crito e Leucipo. Eles sugeriram que, dividindo-se sucessiva-
o mesmo número atômico (Z).
mente uma substância, chegaríamos a uma unidade indi-
visível, o átomo (do grego “átomos”, que significa
“não divisível”).

1.1. A teoria atômica de Dalton


Mais de 2 mil anos depois dos filósofos gregos, o cientista
inglês John Dalton (1766-1844), procurando justificar os
resultados obtidos nos experimentos realizados por Lavoi-
sier e Proust – que deram origem às leis ponderais –,
propôs em 1803 sua teoria sobre a estrutura da matéria,
denominada teoria atômica de Dalton:
Cada elemento químico possui um nome e um símbolo,
§ Toda matéria é constituída por entidades extremamen- que é formado pela letra inicial (de forma e maiúscula) de
te pequenas: os átomos. seu nome em latim ou grego. No caso de elementos com a
§ Átomos iguais possuem propriedades iguais, inclusive mesma inicial, é acrescentada uma segunda letra, minúscula.
a massa. O símbolo é usado universalmente.
§ Átomos diferentes possuem propriedades diferentes, Atualmente existem mais de 100 elementos químicos
inclusive a massa. diferentes que, combinados entre si, são responsáveis
pela grande variedade de materiais encontrados.
§ Átomos podem se combinar entre si formando estruturas
quimicamente estáveis. Observe alguns exemplos a seguir:
§ A formação dos materiais ocorre por meio de diferen-
tes associações entre átomos iguais ou diferentes. Elemento Símbolo
Essas associações formam os “átomos compostos”,
Carbono C
que hoje equivalem ao conceito de moléculas.
Hidrogênio H
A hipótese de Dalton e o reconhecimento de que existem
diversos elementos químicos (átomos) diferentes na na- Sódio (Natrium) Na
tureza levam a uma pergunta muito importante: por que Prata (Argentum) Ag
existe uma variedade tão grande de materiais na natureza?
Chumbo (Plumbum) Pb
Com efeito, os átomos, além de permanecerem isolados,
Potássio (Kalium) K
podem se reunir em diferentes formas possíveis, formando

49
2.2.Molécula Exemplos: substância pura água (H2O); substância pura
gás oxigênio (O2).
Um agrupamento de átomos de um mesmo elemento ou
de elementos diferentes é denominado molécula (“áto-
mo composto” de Dalton), caracterizando, dessa forma,
uma substância. A substância pode ser representada
graficamente por uma fórmula molecular, que indica o Oxigênio
número de átomos de cada elemento existente na molécu- Água
la da substância.
Por meio do modelo de Dalton, é possível compreender
Substância Fórmula por que uma substância pura pode ser classificada como
água H2O simples ou composta.
álcool C2H6O 1. Substância (pura) simples – constituída por um úni-
co elemento químico, isto é, um único tipo de átomo, inde-
açúcar (sacarose) C12H22O11
pendentemente da sua quantidade.
ozônio O3
Exemplos: H2 (hidrogênio); O2 (oxigênio); Fe (ferro); S8
(enxofre), etc.
O número de átomos de cada elemento na molécula
é indicado pelo índice (ou atomicidade). Os ín- 2. Substância (pura) composta ou composto – cons-
dices do hidrogênio e do oxigênio na molécula de tituída por mais de um elemento químico, isto é, mais de
água são, respectivamente, 2 e 1 (o índice 1 sempre um tipo de átomo.
é omitido). Isso demonstra que a molécula de água Exemplos: H2O (água); CO2 (gás carbônico); C6H12O6 (gli-
é formada por 2 átomos de hidrogênio combinados cose), HCℓ (ácido clorídrico), etc.
com 1 átomo de oxigênio.
3.2. Mistura
3. Sistemas materiais
A uma porção de matéria é denominada sistema. Geralmen-
te, essa porção de matéria é isolada para análise ou estudo.
Os sistemas podem ser classificados de duas maneiras:
1. Quanto à constituição (composição) – substância
pura (ou simplesmente substância) ou mistura.
2. Quanto ao aspecto visual (nem sempre confiável, caso
seja aplicada apenas a visão humana para análise) – ho-
mogêneo ou heterogêneo.
É importante ressaltar que esses dois critérios não são mu-
tuamente excludentes; assim, é possível encontrar:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
§ substância pura com aspecto homogêneo (como água Concurso! - Torre de Líquidos
pura líquida);
§ substância pura com aspecto heterogêneo (como água
e gelo); Mistura é a espécie de matéria constituída, literalmente,
pela mistura de duas ou mais substâncias puras.
§ mistura homogênea (como água e sal de cozinha);
As misturas têm composição química variável, ou seja, a
§ Mistura heterogênea (como água e óleo). proporção de cada uma das espécies que as compõem
é variável.
3.1. Substância pura Algumas misturas são tão importantes que possuem
(ou simplesmente substância) nome próprio.
Substância é a matéria constituída por moléculas quimica- § Gasolina – mistura de hidrocarbonetos, que são subs-
mente iguais. tâncias formadas somente por hidrogênio e carbono.

50
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Misturas são sistemas formados por duas ou mais substâncias puras e podem se classificar em homogêneas ou heterogêneas.
Mistura homogênea possui as mesmas propriedades ao longo de toda a sua extensão, independente da resolução
óptica usada para examiná-la. Já nas misturas heterogêneas, as propriedades de uma região ou amostra são diferen-
tes daquelas para outra região ou amostra.
A distinção entre os componentes das misturas heterogêneas pode ser vista a olho nu, mas em alguns casos são
necessários aparelhos microscópicos, como é o caso do sangue. As diferentes porções constituintes do sangue podem
ser observadas ao microscópio.
O sangue é composto por glóbulos vermelhos (hemácias), que contêm hemoglobina, cuja função primária é o arma-
zenamento e transporte do oxigênio para os tecidos; glóbulos brancos, cujo principal papel é identificar, destruir e
remover qualquer produto estranho que tenha penetrado no organismo; e plaquetas, que atuam principalmente no
mecanismo de coagulação sanguínea.

§ Ar atmosférico – mistura de 78% de nitrogênio,


Matéria
21% de oxigênio, 1% de argônio e outros gases, como
o gás carbônico.
§ Álcool hidratado – mistura de 96% de álcool etílico Substância Pura Mistura
e 4% de água.

4. Tipos de mistura Simples Composta Homogênea Heterogênea

As misturas podem ser classificadas em homogêneas e he-


terogêneas, como é possível observar a seguir. 4.1. Fases de um sistema
§ Mistura homogênea – é a que apresenta as- Cada uma das porções homogêneas que compõem um
pecto uniforme e propriedades iguais em todos os sistema heterogêneo é denominada fase. A fase pode ser
seus pontos. contínua ou fragmentada.
Exemplos: água de torneira, vinagre, ar, álcool hidratado, Exemplos
cachaça, gasolina, soro caseiro, soro fisiológico e algumas
ligas metálicas. § A mistura de água e óleo apresenta duas fases: uma
porção homogênea formada pela água e outra forma-
da pelo óleo.
Importante!
§ A mistura de água, sal e areia apresenta duas fases:
§ As misturas homogêneas são denominadas solu- uma porção homogênea formada pela água contendo
ções. o sal dissolvido e uma fase sólida constituída pela areia.
§ Todas as misturas de quaisquer gases são sempre
misturas homogêneas. § O granito, pedra bastante utilizada em construção, pos-
sui três fases sólidas (quartzo, mica e feldspato).
§ Mistura heterogênea – é a que apresenta aspecto não Em relação ao número de fases, os sistemas são classi-
uniforme e propriedades variáveis de um ponto a outro. ficados como:
Exemplos: água e óleo (a camada de óleo apresenta § Sistemas monofásicos: possuem uma única fase.
propriedades diferentes da água), água e areia, etc. Portanto, são homogêneos.

51
§ Sistemas bifásicos (2 fases), trifásicos (3 fases), tetra- O ozônio é uma forma alotrópica do elemento oxigênio
fásicos (4 fases) e polifásicos (5 ou mais fases): possuem e possui propriedades muito diferentes das do oxigênio.
mais de uma fase. Portanto, são heterogêneos. Enquanto que o gás oxigênio é inodoro e incolor, o gás
ozônio tem coloração azul e odor característico.
Atenção! Nome da
Elemento Figura no
Não confunda fase e componente de um sistema. substância Fórmula Atomicidade
químico espaço
§ Fase é cada porção homogênea (e independente simples

uma da outra) de um sistema. Fósforo


§ Componente é cada tipo de matéria que consti- P4 tetratômico
branco
tui um sistema.
Fósforo
Por exemplo, o sistema [água + sal (comple- Fósforo
Pn ou P macromolécula
tamente dissolvido) + açúcar (completamen- vermelho
te dissolvido) + óleo + gelo] apresenta 3 fases
(uma fase líquida, formada pela água contendo o sal
O fósforo branco é muito tóxico e forma cristais que se
e o açúcar dissolvidos; uma fase líquida, formada pelo
fundem a 44 °C. Ele queima espontaneamente em conta-
óleo; uma fase sólida, correspondente ao gelo) e 4
to com o ar ou em atmosfera de oxigênio. O fósforo verme-
componentes (água, sal, açúcar e óleo. Observe que
lho (também chamado de fósforo amarelo), não é tóxico e
o gelo também é água!).
apresenta-se como um pó inodoro que se funde a 72 ºC. Ele
queima em atmosfera de oxigênio somente por aquecimento.
Nome da
Elemento Figura no
substância Fórmula Atomicidade
químico espaço
simples

grafite Cn ou C macromolécula

diamante Cn ou C macromolécula
Carbono

multimídia: sites
fulereno C60 macromolécula

https://www.soq.com.br/conteudos/ef/subs-
tancias/p3.php
Em 1985, foi divulgada em uma publicação científica a
descoberta de uma molécula tridimensional de carbono,
na qual 60 átomos formam uma esfera com 12 pentágo-
5.Alotropia nos e 20 hexágonos, como uma bola de futebol. Em ho-
menagem ao arquiteto e pensador norte-americano
Trata-se da característica que alguns elementos químicos
Buckminster Fuller, a molécula foi chamada de buck-
possuem de formar várias substâncias simples diferentes
-minsterfulereno ou simplesmente “bucky-ball” ou fulereno.
(formas ou variedades alotrópicas ou, ainda, alótropos).
Além do C60, outras formas de fulereno também são en-
contradas, como C70, C76, C84, C92 e C540.
Exemplos
Nome da
Nome da Elemento Figura no
substância Fórmula Atomicidade
Elemento Figura no químico espaço
simples
substância Fórmula Atomicidade
químico espaço
simples enxofre
S8 macromolécula
gás oxigênio O2 rômbico
diatômico
Enxofre
Oxigênio
enxofre
gás ozônio O3 triatômico S8 macromolécula
monoclínico

52
As duas as estruturas são ciclos, mas as moléculas se apre- a) o óleo deve ser solúvel em tetracloreto de carbono;
sentam em arranjos diferentes, que resultam em cristais de b) a água e o óleo não são miscíveis, por serem am-
formatos diferentes e com propriedades diferentes. O mono- bos apolares;
clínio se apresenta na forma de cristais opacos e em formato c) juntando-se os conteúdos dos sistemas I, II e III,
de agulhas, enquanto o rômbico (mais comum) se apresenta obtém-se uma mistura heterogênea;
d) a sacarose é um composto polar;
na forma de cristais mais transparentes e maiores.
e) o óleo é menos denso que a água.

6. Fenômenos Resolução:
a) Correto. Tanto o óleo quanto o tetracloreto de car-
A ciência compreende qualquer acontecimento, fato ou bono são apolares e se misturam entre si.
ocorrência da natureza como um fenômeno. Quando ocor- b) Incorreto. Água e óleo não se misturam por serem
re um fenômeno, há uma alteração no sistema que está polar e apolar, respectivamente.
sendo estudado, ou seja, os estados inicial e final são di- c) Correto. A mistura terá parte polar (água + sacaro-
ferentes. se) e apolar (óleo + tetracloreto de carbono).
Os fenômenos geralmente são classificados de duas maneiras: d) Correto. A sacarose se dissolve em água, sendo um
composto polar.
1. Físico: quaisquer alterações sofridas por um material e) Correto. No sistema I, o óleo fica acima da água;
sem que haja alteração na sua composição. portanto, o óleo é menos denso que água.
Exemplo: suponha que você possua uma tábua (madeira) Alternativa B
e a corte em partes para fazer uma estante. Essa fragmen-
tação da tábua é um fenômeno físico, uma vez que a cons- 2. Assinale a alternativa ERRADA.
tituição íntima da tábua inicial e a das partes obtidas são a) Tanto oxigênio gasoso como ozônio gasoso são
exatamente as mesmas. exemplos de substâncias simples.
b) Um sistema monofásico tanto pode ser substância
Outros exemplos: a laminação de metais, o amassar do
pura quanto uma solução.
papel, a queda de uma pedra, etc..
c) Existem soluções gasosas, líquidas e sólidas.
d) Substância pura é aquela que não pode ser decom-
2. Químico: quaisquer alterações sofridas por um mate- posta em outras mais simples.
rial de modo que ocorra mudança na sua composição. e) No ar atmosférico, encontramos substâncias sim-
Exemplo: se um fósforo aceso for aproximado de um pi- ples e substâncias compostas.
res com álcool, o álcool começará a queimar. Essa combus-
tão é um fenômeno químico, uma vez que ocorre alteração Resolução:
da constituição íntima do álcool, que, ao interagir com o a) Correto. Oxigênio (O2) e ozônio (O3) são substân-
oxigênio do ar, converte-se em gás carbônico e água, além cias simples.
de liberar energia. b) Correto. Um sistema monofásico pode ser tanto
uma substância pura (ex.: água pura) quanto uma
C2H5 OH() + 3O2 (g) → 2CO2(g) + 3H2O() + calor
solução (ex.: água com açúcar).
Outros exemplos: a formação de ferrugem, a transfor- c) Correto. Solução é uma mistura de duas ou mais
mação do vinho em vinagre, a fabricação do pão, o apodre- substâncias, formando um aspecto homogêneo. Exis-
cimento de uma fruta, a decomposição de matéria orgâni- tem soluções gasosas (ex.: ar, que é uma mistura dos
ca, a fotossíntese, a respiração celular, etc. gases N2, O2, CO2, Ar etc.), soluções líquidas (ex.:
álcool + água) e soluções sólidas (ex.: bronze, uma
mistura de Cu e Sn).
Aplicação do conteúdo d) Incorreto. A substância pura é a espécie de ma-
1. Observando-se o comportamento das substâncias téria constituída por moléculas quimicamente iguais,
nos sistemas a seguir, é INCORRETO afirmar que: podendo ou não ser decomposta em outras mais sim-
ples. Por exemplo, o gás hélio (He) é monoatômico
e não pode ser decomposto em algo mais simples,
enquanto a molécula de água (H2O) pode ser decom-
posta em algo mais simples, como H2 e O2.
e) Correto. No ar encontramos tanto substância sim-
Óleo Água Água
+ + + ples (ex.: Ar, N2, O2) quanto substância composta (ex.:
Tetracloreto
Água Sacarose de carbono CO2, H2O(v)).

I II III Alternativa D

53
3. (Mackenzie) Dadas as afirmações, à vista desarmada: 4. (UFPA) O sistema constituído por água líquida, ferro
I. Toda mistura heterogênea é um sistema polifásico. sólido, gelo e vapor d’água apresenta:
II. Todo sistema polifásico é uma mistura heterogênea. a) 3 fases e 3 componentes.
III. Todo sistema monofásico é uma mistura homogênea. b) 3 fases e 2 componentes.
IV. Toda mistura homogênea é um sistema monofásico. c) 4 fases e 2 componentes.
d) 4 componentes e 6 fases.
São verdadeiras as afirmações:
e) 2 fases e 2 componentes.
a) I e II.
b) I e III. Resolução:
c) II e IV.
d) II e III. Vapor d’água
e) I e IV.
Resolução: Gelo
I. Verdadeiro. Misturas heterogêneas possuem, neces-
sariamente, mais de uma fase. Assim, trata-se de um
sistema polifásico. Água líquida
II. Falso. A maioria dos sistemas polifásicos é uma
mistura heterogênea. No entanto, um sistema que Ferro sólido
contém água com gelo é polifásico, mas não se trata
de uma mistura heterogênea. O sistema terá 2 componentes (ferro sólido e água, lembrando
III. Falso. Sangue é um exemplo de um sistema mo-
que água líquida, gelo e vapor d’água são água).
nofásico (a olho nu) e é uma mistura heterogênea.
Outro exemplo é o leite. O sistema terá 4 fases: ferro sólido, água líquida, gelo e
IV. Verdadeiro. Toda mistura homogênea tem apa- vapor d’água.
rência uniforme a olho nu; trata-se, portanto, de um
sistema monofásico. Alternativa C

Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

AMOSTRA DE
MATÉRIA

SUBSTÂNCIA
MISTURA
PURA

COMPOSTA
SIMPLES HOMOGÊNEA HETEROGÊNEA
(2 OU +
(1 ELEMENTO) (1 FASE) (2 OU + FASES)
ELEMENTOS)

54
AULAS Análise imediata
7e8
Competências: 1, 2 e 8 Habilidades: 4, 7, 29 e 30

1. Separação de misturas A seguir, serão abordados alguns desses principais processos


de separação.

2. Misturas heterogêneas

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Como separamos coisas aparentemente... multimídia: vídeo
inseparáveis?
Fonte: Youtube
O Segredo das Coisas - Ouro
Substâncias puras são raramente encontradas na natureza.
Por esse motivo, são utilizados métodos de separação para Como foi visto anteriormente, misturas heterogêneas são
se obter uma substância pura. sistemas formados por pelo menos dois componentes,
compondo ao menos duas fases distintas.
Para a separação dos componentes de uma mistura, isto
é, para a obtenção separada de cada uma das substâncias
puras que deram origem à mistura, é aplicado um conjunto
2.1. Misturas heterogêneas
de processos físicos denominado análise imediata. Esses [sólido-sólido]
processos não modificam a composição química das subs- § Catação: os componentes sólidos são separados usan-
tâncias que compõesm uma dada mistura. Então, trata-se de do a mão ou uma pinça.
fenômenos físicos. Exemplo: escolher feijão, separando-o de pedras, grãos
indesejados e outros detritos.
O conhecimento prévio de algumas das propriedades das
substâncias presentes é fundamental para a escolha do me- § Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma
lhor método para a separação de misturas. Caso exista uma corrente de ar.
mistura de açúcar e areia, por exemplo, é necessário saber Exemplo: separação dos grãos de arroz de suas cascas,
que o açúcar se dissolve na água, ao contrário da areia. que são arrastadas pela corrente de ar.

Dependendo da complexidade da mistura, é preciso utilizar § Levigação: o sólido menos denso é separado por uma
vários processos diferentes numa sequência que se baseia corrente de água.
nas propriedades das substâncias presentes na mistura. Exemplo: separação, no garimpo, de areia do ouro.
Alguns métodos de separação são tão comuns que não A areia (menos densa) é arrastada pela água corrente,
são percebidos como tais. A“escolha” dos grãos de feijão e o ouro (mais denso) permanece no fundo da bateia
(catação) e a separação de amendoim torrado das suas (recipiente semelhante a um prato).
cascas (ventilação) são alguns exemplos de separações § Separação magnética: um dos sólidos é atraído por
que utilizadas no dia a dia. um ímã.

55
Exemplo: separação em larga escala de alguns miné-
rios de ferro de suas impurezas.
2.2. Misturas heterogêneas
[sólido-líquido]
§ Cristalização fracionada: todos os componentes da
mistura são dissolvidos em um solvente que, depois, § Decantação: a fase sólida se sedimenta por ser mais
sofre evaporação, causando a cristalização separada de densa, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente.
cada componente. Essa técnica se baseia na diferença A separação das duas fases pode ser realizada de
de solubilidade dos sólidos. A cristalização pode ser duas maneiras:
induzida por mudanças na concentração, na tempera-
tura, etc. § A mistura é vertida lentamente em um outro frasco;

Exemplo: obtenção de sais a partir da água do § A fase líquida é transferida para um outro frasco com o
mar, nas salinas. A evaporação da água possibilita a auxílio de um sifão (sifonação).
cristalização de diferentes sais, sendo que o último a Sifão
ser obtido é o cloreto de sódio (NaCℓ), conhecido como
sal de cozinha.
§ Dissolução fracionada: um dos componentes sóli-
dos da mistura é dissolvido em um líquido.
Exemplo: colocando-se uma mistura de sal e areia em
um recipiente com água, o sal vai se dissolver e a areia
vai se depositar no fundo do recipiente. Em seguida, uma
filtração separa a areia (fase sólida) da água salgada
(fase líquida); evaporando-se a água, obtém-se o sal.
Divulgação

Líquido + Sólido

Líquido
Inaugurada no dia 29 de Outubro de 2011, a Salina Peixe-Boi está § Filtração simples: a fase sólida é separada com o au-
localizada na zona rural do Município de Porto do Mangue-RN,
a 90 km da cidade de Mossoró-RN. Conta com uma área salgada
xílio de papéis de filtro. A preparação do café e o filtro
utilizada de 2.500 hectares. Em sua primeira colheita, foram produzidas de água são exemplos do uso da filtração no cotidiano.
cerca de 240 mil toneladas de sal, o equivalente a 35% de sua
capacidade. Atualmente a salina oferta cerca de 90 empregos direto.

§ Peneiração ou tamisação: utilizada para separar só- Bastão


lidos formados por partículas de dimensões diferentes. de vidro
Mistura
Exemplo: separação de areia e cascalho (pedras) nas (sólido + líquido)

obras de construção civil. Funil com


papel de filtro
§ Fusão fracionada: utilizada para separar sólidos Sólido separado
Funil com
cujos pontos de fusão são muito diferentes. papel de filtro

Exemplo: como é possível separar uma mistura de ferro,


Béquer
chumbo e estanho? O estanho funde-se a 231 ºC; o chum-
bo, a 327 ºC; e o ferro, a 1.536 ºC. Deve-se derreter (fundir)
Líquido separado
primeiro o estanho, depois o chumbo e, por último, o ferro.
Cada metal, ao ser derretido, é separado dos demais.
§ Sublimação: é utilizada quando um dos sólidos, por
§ Filtração a vácuo: o processo de filtração pode ser
aquecimento, sublima (passa diretamente do estado
acelerado pela utilizaçãoo de uma trompa de vácuo
sólido para o gasoso), e o outro permanece sólido.
que “suga” o ar existente na parte interior do kitas-
Exemplo: sal (ou areia) e iodo, que sublima ao ser aqueci- sato, o que possibilita um escoamento mais rápido
do (obs.: naftalina e enxofre também sofrem sublimação). do líquido.

56
2.4. Misturas heterogêneas
Sólido separado
[gás-sólido]
§ Decantação: a mistura passa através de obstáculos
em forma de zigue-zague; nesse processo as partículas
sólidas perdem velocidade e se depositam.
Nas indústrias, esse processo é realizado em um equipa-
Sucção de ar
mento denominado câmara de poeira ou chicana, con-
Vácuo
forme o esquema:
Líquido separado

Gás limpo
§ Centrifugação: o processo de decantação é acelera- Gás + poeira
do pelo emprego de um aparelho denominado centrí-
fuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, Partículas sólidas

as partículas mais densas, por inércia, são depositadas


§ Filtração: a mistura passa através de um filtro, onde o
no fundo do tubo.
sólido fica retido.
Líquido

Sólido Exemplos: esse processo é muito empregado nas


indústrias, principalmente para evitar o lançamento
de partículas sólidas na atmosfera. A filtração também
é utilizada nos aspiradores de pó, onde o sólido é retido
(poeira) à medida que o ar é aspirado.

3. Misturas homogêneas
Centrífuga
3.1. Misturas homogêneas
2.3.Misturas heterogêneas [sólido-líquido]
[líquido-líquido] Nas misturas homogêneas sólido-líquido (soluções), o com-
ponente sólido encontra-se totalmente dissolvido no líquido,
§ Decantação: são separados líquidos imiscíveis com fator que impede a sua separação por filtração.
densidades diferentes; o líquido mais denso acumula-se
Os métodos mais utilizados de separação dos componen-
na parte inferior do sistema. Em laboratório, é utilizado
tes desse tipo de mistura são baseados nas diferenças das
o funil de decantação (funil de separação ou funil
suas temperaturas de ebulição (pontos de ebulição):
de bromo).
Termômetro
Exemplo: no sistema composto por água e óleo, a água,
mais densa, desloca-se para a parte inferior do funil e é
escoada abrindo-se a torneira de modo controlado. A de-
Condensador
cantação também pode ser realizada de um modo mais
rudimentar, utilizando-se um sifão (sifonação).

Líquido menos denso

Líquido mais denso Balão de


destilação

Torneira

Erlenmeyer

57
§ Evaporação: a mistura é fica em repouso ou é aque-
Gás 20º C
cida até o líquido (componente mais volátil) sofrer eva- 150ºC
poração. Contudo, esse processo apresenta um incon- Gasolina
200ºC
veniente: a perda do componente líquido.
Querosene

§ Destilação simples: a mistura é aquecida em uma 300ºC

Óleo diesel
aparelhagem apropriada, de tal maneira que o com- 370ºC
Petróleo
ponente líquido inicialmente é vaporizado e, a seguir, bruto Óleo
lubrificante
sofre condensação, sendo recolhido em outro frasco. A Fornalha

seguinte aparelhagem é utilizada em laboratório:


400ºC

3.2. Misturas homogêneas Resíduo sólido: parafilas,


ceras, asfalto, piche

[líquido-líquido]
§ Destilação fracionada: são separados os líquidos
miscíveis cujas temperaturas de ebulição são diferentes.
No processo de aquecimento da mistura, é separado pri-
meiramente o líquido de menor temperatura de ebulição
(o mais volátil); em seguida, é separado o líquido com
temperatura de ebulição intermediária, e assim sucessi-
vamente, até o líquido de maior temperatura de ebulição
(o menos volátil). Uma coluna de fracionamento é
acoplada à aparelhagem de destilação simples. Conhe-
cendo-se a temperatura de ebulição de cada líquido, é multimídia: vídeo
possível saber, pela temperatura indicada no termômetro,
Fonte: Youtube
qual deles está sendo destilado (eliminado do sistema). Frações de Petróleo Bruto e seus usos
Termômetro
(em inglês)

Condensador
Há casos de misturas homogêneas de líquidos que não po-
Coluna
de fracionamento
dem ser separadas por processos físicos como a destilação.
Balão
Isso ocorre porque essas misturas, denominadas misturas aze-
Saída de água
otrópicas, destilam em proporções fixas e constantes, como
Entrada de água se fossem uma substância pura. O álcool etílico, por exemplo,
Bico Bunsen
forma com a água uma mistura azeotrópica (95,5% de álcool
e 4,5% de água) que destila à temperatura de 78,1 °C.
Dessa forma, para obter o álcool anidro ou o álcool ab-
Exemplos: separação de misturas de água e álcool. A soluto (álcool puro), são utilizados processos químicos:
destilação é muito empregada em indústrias petroquímicas adiciona-se à mistura azeotrópica (água e álcool) óxido de
na separação dos diferentes derivados do petróleo. Nesse cálcio (CaO), que reage com a água, produzindo hidróxido
caso, as colunas de fracionamento são divididas em ban- de cálcio Ca(OH)2. Em seguida, a mistura é submetida a
dejas ou pratos. Esse processo também é muito usado na uma destilação, pois, nessa etapa, somente o álcool destila,
produção de bebidas alcoólicas (alambique). sendo, portanto, recolhido puro.
Veja na tabela a seguir alguns exemplos de misturas
azeotrópicas:
Tacho de
aquecimento

Garapa fermentada Mistura azeotrópica Ponto de ebulição


em destilação
álcool etílico (95,5%) + água (4,5%) 78,1 ºC
Saída de água
de resfriamento
Entrada de água
de resfriamento Serpentina
de resfriamento
acetona (86,5%) + metanol (13,5%) 56 ºC
Fogo Aguardente
álcool etílico (7%) + clorofórmio (93%) 60 ºC
O esquema mostra o tradicional alambique usado para preparar bebidas
ácido fórmico (77,5%) + água (22,5%) 107,3 ºC
alcoólicas provenientes da fermentação de açúcares ou cereais.

58
VIVENCIANDO

Quando o petróleo é extraído, ele vem cheio de impurezas que são separadas por meio de processos físicos. Por
exemplo, a decantação é utilizada para separar o petróleo da água salgada. Dado que a água é mais densa do que
o petróleo, ela fica na parte de baixo, e o petróleo fica na parte de cima, o que possibilita a separação. Também é
utilizada a filtração para remover impurezas maiores, como areia, argila e pedaços de rochas.
O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos; devido a isso, ele é enviado para as refina-
rias a fim de que seus componentes sejam separados e tenham um melhor aproveitamento. Entretanto, não é conhecido
até o momento nenhum método que consiga separar cada um desses hidrocarbonetos. Por isso, essa separação ocorre
em frações de substâncias, ou seja, separa-se a mistura complexa do petróleo em misturas bem mais simples.
A destilação fracionada é o primeiro método utilizado para esse fim e se baseia na diferença das faixas das tempe-
raturas de ebulição das frações do petróleo.
Para isso, é utilizada uma torre de destilação com uma fornalha na parte inferior, onde o combustível é aquecido. A
torre possui até 50 pratos ou bandejas, sendo que cada um apresenta uma temperatura diferente que vai diminuindo
à medida que a altura aumenta.
Quando o petróleo é aquecido na fornalha, seus componentes vão passando para o estado gasoso. Os componentes
mais pesados (de maior massa molar) não sobem, permanecem líquidos na parte inferior e são separados. As demais
frações no estado gasoso sobem pela torre, e, quando uma dessas frações atinge uma bandeja com uma temperatura
menor que seu ponto de ebulição, ela se liquefaz e é coletada nessa altura da torre. As demais frações, que ainda
permanecem no estado gasoso, passam para a próxima bandeja, e esse processo vai se repetindo. Assim, cada uma
das frações se liquefaz em um dos pratos ou em uma das bandejas e é coletada separadamente.

3.3. Misturas [gás-gás] Gás nitrôgenio (N2)


TE = -196° C

Considerando que as misturas de gases sempre são homo-


gêneas (soluções gasosas), tem-se:
§ Liquefação fracionada: a mistura de gases passa Ar líquido
[-200° C]
Gás argônio (Ar)
por um processo de liquefação e, em seguida, pela des- TE = -186° C

tilação fracionada.

Atenção! Oxigênio líquido (O2)


TE = -183° C

A liquefação fracionada é empregada na separação Placas perfuradas permitem a ascenção de gases


dos componentes do ar atmosférico: N2, O2 e outros e a queda de líquidos

gases. Depois da liquefação do ar, a mistura líquida


é destilada, e o primeiro componente a ser obtido é
4. Análise cromatográfica
o N2, pois ele apresenta menor PE (–196 °C); em se- ou cromatografia
guida, obtém-se o O2, que possui maior PE (–183 °C).
Trata-se de um método relativamente recente utilizado
§ Adsorção: consiste na retenção superficial de para a separação e identificação dos componentes de uma
gases. Algumas substâncias, como o carvão ati- mistura. A palavra cromatografia vem do grego chroma
vado, possuem a característica de reter, em sua (cor). Os primeiros compostos separados por esse método
superfície, substâncias no estado gasoso. Uma das apresentavam colorações diferentes. A cromatografia tem
principais aplicações da adsorção são as máscaras a vantagem de permitir até mesmo a separação de compo-
contra gases venenosos. nentes em quantidades muito pequenas.

59
Aplicação do conteúdo
1. Uma maneira rápida e correta de separar uma mis-
tura de ferro, sal de cozinha e arroz é, na sequência:
a) Filtrar, aproximar um ímã, adicionar água e destilar.
b) Adicionar água e destilar.
c) Aproximar um ímã, adicionar água, filtrar e destilar.
d) Destilar, adicionar água, aproximar um ímã.
e) Impossível de separá-la.
Resolução:
Uma das maneiras de separar a mistura é:
1. Passar um ímã, separando o ferro do sal e do arroz
(imantação).
2. Adicionar água, para dissolver o sal (dissolução
fracionada).
3. Filtrar a solução para separar o arroz da solução de
água + sal (filtração).
4. Destilar a solução para obter o sal (destilação).
Alternativa C
2. Um copo contém uma mistura de água, acetona, clore-
to de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona e o clo-
reto de sódio estão numa mesma fase líquida, enquanto
que o cloreto de prata se encontra numa fase sólida.
Descreva como é possível realizar, em um laboratório de
química, a separação dos componentes dessa mistura.

Resolução:
Primeira etapa: Filtração para separar o cloreto de
prata (fase sólida) dos outros componentes.
Segunda etapa: Destilação fracionada para a ob-
tenção da acetona a partir da coluna de fracionamen-
to e do condensador.
Terceira etapa: Destilação simples para separar a água
do cloreto de sódio que restará no balão de destilação.

3. Na preparação do café, a água quente entra em con-


tato com o pó e é separada no coador. As operações
envolvidas nessa separação são, respectivamente:
a) destilação e decantação;
b) filtração e destilação;
c) destilação e coação;
d) extração e filtração;
e) extração e decantação.

Resolução:

Quando a água quente entra em contato com o pó do café,


ocorre uma extração, porque são dissolvidos somente os
compostos solúveis em água, deixando o pó, que é insolú-
vel, no filtro. Em seguida, ocorre uma filtração.
Alternativa D

60
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Como visto anteriormente, o sangue pode ser classificado como uma mistura homogênea a olho nu. No entanto, com
o auxílio de um microscópio, é possível observar uma mistura heterogênea, pois o sangue é constituído por outros
compostos. Além de tudo, há maneiras diferentes de separar os conteúdos do sangue.
“O sangue pode ser separado em diversos componentes sanguíneos para várias indicações clínicas. No entanto, muitos
países não possuem instalações para a separação de componentes, e o sangue total continua sendo o produto mais uti-
lizado na maioria dos países subdesenvolvidos. O uso de sangue total pode ser a mais segura e sustentável maneira de
cobrir as necessidades transfusionais mais urgentes. No entanto, quando há recursos disponíveis, o uso de componentes
sanguíneos oferece certas vantagens”, segundo a Organização Mundial de Saúde.
A centrifugação é uma das maneiras mais utilizadas na separação do sangue.

Para isso, coloca-se a mistura num aparelho chamado centrífuga, que gira em alta velocidade, depositando no fundo
as partículas sólidas, que são mais densas.

A centrífuga é utilizada em laboratórios de análises clínicas para separar os componentes do sangue, e, com ela, é
possível realizar a sedimentação dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas do sangue. A parte sólida do sangue
(glóbulos, plaquetas) é separada da parte líquida, que é o plasma.
Depois de ser centrifugado, o sangue apresenta três fases bem distintas: o plasma sanguíneo, os glóbulos brancos e
as plaquetas e os glóbulos vermelhos.

Plasma (55%)

Glóbulos brancos
e plaquetas (1%)

Glóbulos vermelhos
(44%)

61
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementa-
30 ção da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são, de
forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão, aos poucos sendo, exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas diferen-
ciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
Meios de extração para purificação da água, dessalinização da água, formas de purificação de uma região poluída
provocados por solventes orgânicos residuais de industrias e meios de separação de substâncias imiscíveis em um
âmbito ambiental são uma das principais questões desenvolvidas nesse tipo de habilidade.

Modelo
(Enem) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que, em meio alcalino,
forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio aderem.

O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a
a) flotação;
b) levigação;
c) ventilação;
d) peneiração;
e) centrifugação.
Análise expositiva - Habilidade 30: Esta questão mostra a dinâmica do Enem em que sempre há uma
A abordagem relacionada ao cotidiano e muitas vezes relacionada com problemas ambientais.
Nas estações de tratamento, a água que será consumida pela população precisa passar por uma série de
etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH)2 + Aℓ2(SO4)3  2Aℓ(OH) + 3CaSO
3 4

O hidróxido de alumínio (Aℓ(OH)3) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em sua superfície
muitas das impurezas presentes na água (floculação). O método de separação comumente usado para retirar
o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a flotação (faz-se uma agitação no sistema e as impurezas
retidas sobem à superfície da mistura heterogênea).
Alternativa A

62
DIAGRAMA DE IDEIAS

• VENTILAÇÃO
• CATAÇÃO
• LEVIGAÇÃO
• PENEIRAÇÃO
• DECANTAÇÃO (SIFONAÇÃO)
• FILTRAÇÃO
MISTURAS • CENTRIFUGAÇÃO
HETEROGÊNEAS

• DECANTAÇÃO (FUNIL)

SÓLIDO
• DECANTAÇÃO (CÂMARA DE POEIRA)
GASOSO

LÍQUIDO

• DESTILAÇÃO SIMPLES

MISTURAS
• DESTILAÇÃO FRACIONADA
HOMOGÊNEAS

• LIQUEFAÇÃO FRACIONADA

63
CÁLCULOS QUÍMICOS: Incidência do tema
nas principais provas

O conteúdo abordado é puramente conceitual


e é cobrada uma boa base de matemática para A maior incidência está relacionada com
resolução em tempo mínimo de muitos exercí- os cálculos estequiométricos, assim como
cios. As questões abordam de forma constante todo o raciocínio envolvido na resolução
mais do que apenas um conteúdo, tendo em das questões.
vista o aprendizado do aluno
como um todo.

Cálculo estequiométrico sempre é cobrado, de Cálculo estequiométrico e o raciocínio para Ocorre grande incidência em cálculo estequio-
tal maneira que o raciocínio para a resolução a resolução das questões são cobrados na métrico e o raciocínio utilizado por trás das
é importante. maior parte da prova. resoluções é considerado.

O cálculo estequiométrico, assim como o O tema cálculo estequiométrico é cobrado de O tema cálculo estequiométrico e o bom O tema cálculo estequiométrico e o bom
raciocínio e a interpretação das informações, maneira bem direta, sendo necessários boa entendimento de como se relaciona com as entendimento de como se relaciona com as
são sempre cobradas em questões. interpretação e conhecimentos sobre as pro- informações são sempre necessários para a informações são sempre necessários para a
priedades físicas e químicas das substâncias. resolução das questões. resolução das questões.

UFMG

É necessário boa interpretação e conhe- Boa interpretação e conhecimentos sobre As questões abordam cálculos estequiométri-
cimentos sobre as propriedades físicas e as propriedades físicas e químicas das subs- cos, e todo o raciocínio envolvido na resolução
químicas das substâncias, já que o tema tâncias são necessário para a resolução das da questão é cobrado.
de cálculo estequiométrico é cobrado de questões de cálculo estequiométrico, que são
maneira bem direta. as mais recorrentes.

O tema cálculo estequiométrico é abordado O tema cálculo estequiométrico é abordado de Por ser abordado de maneira bem direta o
junto com as outras frentes, sendo necessários maneira que o aluno precise interpretar bem tema cálculo estequiométrico, o candidato
bom conhecimento em propriedades e os dados e relacioná-los corretamente. precisa interpretar bem os dados e relacio-
características das substâncias. ná-los da maneira correta.
AULAS Grandezas químicas
1e2
Competências: 1e2 Habilidades: 4e7

1. Introdução Quando se afirma que uma pessoa possui uma massa de


65 kg, é possível interpretar esse resultado da seguinte ma-
neira: a pessoa possui uma massa 65 vezes maior que o
padrão utilizado para medir a sua massa, isto é, 1 kg.
E qual será a grandeza utilizada para medir a massa de um
átomo ou de uma molécula?

2. Massa atômica (MA)

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O QUE É A QUÍMICA
Para se obter uma quantidade desejada de produtos, é preci-
so, tanto nas atividades laboratoriais quanto nas industriais,
conhecer a quantidade de reagentes que se deve usar.
É a partir do cálculo das massas e dos volumes das substâncias multimídia: vídeo
envolvidas nas reações químicas que isso será possível. Muitas
Fonte: Youtube
vezes, é necessário determinar também o número de átomos
ou de moléculas das substâncias que reagem ou são produzi- HAVE YOU EVER SEEN AN ATOM?
das. Para isso, é necessário conhecer a massa dos átomos.
A medida de uma grandeza é feita por comparação com 2.1. Unidade de massa atômica (u)
uma grandeza padrão convenientemente escolhida. Dessa Os átomos individuais são muito pequenos para serem vis-
maneira, a medida da massa de um corpo é feita comparan- tos e pesados. Contudo, pode-se determinar as massas rel-
do-a com a massa de um padrão adequadamente escolhido. ativas de átomos diferentes, ou seja, é possível determinar
a massa de um átomo comparando-a com a massa de um
átomo de outro elemento escolhido como padrão.
Na Conferência da União Internacional de Química Pura
e Aplicada (IUPAC), em 1961, foi adotado como padrão
de massas atômicas o isótopo 12 do elemento carbono
(12C), ao qual se convencionou atribuir o valor exato de 12
unidades de massa atômica.

multimídia: sites
super.abril.com.br/historia/400-anos-em-10/

66
​ 1  ​ da
Uma unidade de massa atômica (1u) corresponde a ___ Elemento Isótopo MA (u) Ocorrência Natural
12
massa de um átomo do isótopo 12 do elemento carbono. 79
Br 78,9183 50,7%
Bromo
O valor de 1u é 1,66 ∙ 10–24 g, que equivale aproximada- 81
Br 80,9163 49,3%
mente à massa de um próton ou de um nêutron. 121
Sb 120,9038 57,3%
Antimônio 123
Sb 122,9042 42,7%
2.2. Massa atômica (MA)
A massa atômica de um elemento é, então, determinada
pela média ponderada das massas dos isótopos naturais
Massa atômica é o número que indica quantas vezes
que compõem esse elemento:
a massa de um átomo de um determinado elemento é
​  1  ​ ​da massa do átomo de 12C.
maior que 1u, ou seja, ___ O elemento magnésio, por exemplo, é constituído pelos
12
seguintes isótopos naturais:
A massa de um átomo de um determinado elemento é ob- Mg ⇒ 23,985 u — 78,99 %
24

tida comparando-a com a unidade de massa atômica (1u).


Mg ⇒ 24,986 u — 10,00 %
25

Exemplo Mg ⇒ 25,982 u — 11,01 %


26

Quando se diz que a massa atômica do átomo de 32S é A massa atômica será calculada pela expressão:
igual a 32 u, conclui-se que:
23,985 ∙
× 79% + 24,986 ∙
× 10% + 25,982 ∙
× 11%
§ a massa atômica de um átomo de 32S é igual a 32 u; ​​ ______________________________________
         ​
100%
= 24,31 u.
§ a massa atômica de um átomo de 32S é igual a 32 vezes
​  1  ​ do átomo de carbono-12;
a massa de ___ Esse é o valor encontrado nas tabelas periódicas. No caso
12
§ a massa de um átomo de 32S é igual a 2,7 vezes a mas- de elementos artificiais ou muito raros, as tabelas apresen-
sa de um átomo de carbono-12. tam a massa do isótopo mais estável.
Assim:
Atenção:
§ Não confunda massa atômica com número Massa atômica de um elemento é a média pondera-
de massa. da das massas atômicas dos isótopos naturais que
o compõem.
§ Massa atômica (MA), como foi visto, é uma medida
​  1  ​ da
feita em relação à unidade adotada (u), que vale ___
12
massa do isótopo 12C. Assim sendo, a massa atômica de um elemento hipotético
A, composto pelos isótopos naturais A1, A2, ..., An, pode ser
§ Número de massa (A) é um número inteiro e po-
calculada por:
sitivo, definido como a soma do número de prótons
(Z = P) com o número de nêutrons (N), isto é, A = P + N. A1 · %A1 + A2 · %A2 + ... + An · %An
​  ____________________________
        ​ .
100%
O aparelho usado na determinação da massa atômica é chama-
do de espectrômetro de massa. A medida é realizada com gran-
de precisão, e o processo de determinação da massa do átomo Exemplo
é comparativo com o padrão, ou seja, o átomo de carbono-12. Quando se diz que a massa atômica do elemento cloro é
35,5u, conclui-se que:
2.3. Massa atômica de um elemento § cada átomo do elemento cloro possui massa, em mé-
Um mesmo elemento é formado, muitas vezes, por átomos dia, igual a 35,5 u;
de diferentes massas denominados isótopos. § cada átomo do elemento cloro possui massa, em mé-
​  1  ​ da massa do carbono-12.
dia, 35,5 vezes maior que ___
Elemento Isótopo MA (u) Ocorrência Natural 12
12
C 12,000 98,89%
Carbono

Sódio
13

23
C
Na
13,0034
22,9898
1,11%
100%
3. Massa molecular (MM)
Os átomos se reúnem para formar moléculas. A massa de
Cℓ
35
34,9689 75,77%
Cloro uma molécula é a soma das massas atômicas dos átomos
Cℓ
37
36,9659 24,23%
que compõem essa molécula.

67
Visto que as moléculas são formadas por um grupo de Por exemplo: NaCℓ ⇒ MF = 58,5u
átomos ligados entre si, o padrão usado como base para Para facilitar, é utilizada a expressão massa molecular tanto
identificar as massas dessas moléculas é o mesmo usado para os compostos moleculares quanto para os iônicos.
para os átomos: a unidade de massa atômica (u).

Exemplo 4. Constante ou número


C6H12O6 (C = 12 u, H = 1 u, O = 16 u) de Avogadro (Na)
Massa molecular do C6H12O6: MM = (12 · 6) + (1 · 12) + Considere as seguintes amostras: 12 g de carbono, 27 g de
(16 · 6) = 180 u alumínio e 40 g de cálcio.
Significado: cada molécula de C6H12O6 possui massa Verifica-se experimentalmente que o número de átomos n
​ 1  ​ do
igual a 180 u, ou seja, 180 vezes maior que ___ existentes em cada uma das amostras é o mesmo, embo-
12
carbono-12. ra elas possuam massas diferentes. No entanto, quantos
átomos existem em cada uma dessas amostras? Várias ex-
Assim:
periências foram realizadas para determinar esse número,
conhecido como número de Avogadro (Na), e o valor en-
Massa molecular é a soma das massas atômicas dos contrado foi 6,02 · 1023.
átomos que compõem a molécula. Ou ainda, massa
molecular é o número que indica quantas vezes a Dessa forma, o número de Avogadro é o número de áto-
massa de uma molécula é mais pesada que 1u, isto mos em x gramas de qualquer elemento, sendo x a massa
​  1  ​  da massa do átomo de carbono-12.
é, ___ atômica do elemento. Assim, existem:
12
§ 6,02 · 1023 átomos de C em 12 g de C (MA(C) = 12u)
Observe outro exemplo: § 6,02 · 1023 átomos de Aℓ em 27 g de Aℓ (MA(Aℓ) =27u)
Quando se diz que a massa molecular da água H2O é 18u, § 6,02 · 1023 átomos de Ca em 40 g de Ca (MA(Ca) =40u)
conclui-se que:
É possível verificar que a massa de 6,02 · 1023 áto-
§ a massa de uma molécula H2O é igual a 18u; mos de qualquer elemento é numericamente igual a sua
​  1  ​  
§ a massa de uma molécula H2O é 18 vezes maior que ___ massa atômica.
12
da massa do átomo de carbono-12;
§ uma molécula de água é 1,5 vezes mais pesada que
um átomo de carbono-12.
Nota: A massa dos compostos iônicos é chamada de
massa-fórmula (MF).

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Em 1811, quando Avogadro elaborou a tese de que, dadas as mesmas condições de temperatura e pressão, dois gases
diferentes ocuparão o mesmo volume e conterão o mesmo número de moléculas, o mundo da ciência foi revolucionado.
Entretanto, anos mais tarde, foi que ele ganhou o reconhecimento (póstumo) que merecia por conta de sua tese. Tal
tese foi de extrema importância e vital no desenvolvimento de indústrias automotivas, farmacêuticas, químicas etc. Seu
número, mais conhecido como 6,02 ∙ 1023, é responsável pela precisa relação matemática entre moléculas e átomos.
Pode-se dizer, por exemplo, que a cada 1 mol de água tem-se 6,02 ∙ 1023 moléculas, o que corresponde a 18 g.
Esse meio de medida é muito importante, com esse numero pôde-se ter uma nova forma de unidade de concentração, con-
hecida como concentração molar. O número de mol também é importante para evitar doses letais e na produção de antído-
tos. A dose letal do cianureto, por exemplo, é 5 mg/kg, se passarmos isso para mol obteremos aproximadamente 2 mmol/kg.

68
4.1. Como foi determinado Assim:

o número de Avogadro? Mol é uma quantidade de 6,02 · 1023 partículas quaisquer.

Ernest Rutherford (1831-1937) determinou o número de


Avogadro contando as partículas a (alfa) emitidas pelo ele-
Exemplo
mento rádio. Cada partícula a se transforma em um átomo § 1 mol de átomos contém 6,02 · 1023 átomos.
de hélio. Essas partículas são emitidas com tanta energia,
§ 1 mol de moléculas contém 6,02 · 1023 moléculas.
que cada uma produz um sinal visível numa placa de sulfeto
de zinco (ZnS). Esse fator permite contá-las para se descobrir § 1 mol de íons contém 6,02 · 1023 íons.
quantos átomos de hélio a amostra de rádio produz em um § 1 mol de elétrons contém 6,02 · 1023 elétrons, etc.
determinado intervalo de tempo.
Rutherford verificou que 1 g de rádio produz, em um ano,
cerca de 7,7 · 10–6 g de hélio. Além disso, ele calculou 6. Massa molar (M)
que, nesse tempo, 1 g de rádio emitiria 11,6 · 1017 partí- É a massa que contém 6,02 · 1023 unidades. Sua unidade
culas a e, portanto, 11,6 · 1017 átomos de hélio. é g/mol (grama/mol) ou g·mol–1.
Assim, temos:
7,7 · 10-6 g de He ———— 11,6 · 1017 átomos de He 6.1. Massa molar de um elemento (M)
4 g de He ———— Na
A massa molar de um elemento é a massa em gra-
NA = 6,02 · 1023 átomos mas de 1 mol de átomos desse elemento, isto é,
6,02 · 1023 átomos. A massa molar de um elemento
é numericamente igual à sua massa atômica expressa
5. Conceito de mol em gramas.

Segundo a União Internacional da Química Pura e Aplicada


(IUPAC), mol é a quantidade de matéria que contém tantas Exemplo: Aℓ = 27u
entidades elementares (átomos, moléculas, elétrons, partí- 27 g de Aℓ
culas, etc.) quantos são os átomos de carbono-12 contidos
em 0,012 kg do carbono-12. contêm

Constante de Avogadro é o número de átomos de 12C con-


6,02 · 1023 átomos de Aℓ 1 mol de átomos de Aℓ
tidos em 0,012 kg de 12C, e seu valor é 6,02 · 1023 mol–1. Massa molar do Aℓ = 27 g · mol-1

VIVENCIANDO

Em uma indústria química, é indispensável saber o que significa um mol. Os químicos trabalham com soluções muitas
vezes perigosas e/ou corrosivas. Contudo, é possível analisar facilmente se um ácido vai trazer prejuízos a quem o estiver
manipulando. Uma solução de ácido sulfúrico muito diluída, por exemplo, (5 mmol/L), não causará danos se entrar em
contato com a pele. É claro que muito tempo de exposição pode causar prejuízos. Nesse sentido, por precaução, man-
tenha-se longe de soluções perigosas e esteja sempre acompanhado de um responsável.
A quantidade de mol por litro de solução também acelera processos industriais. Em condições nas quais há um
aumento na concentração de reagentes, a velocidade da reação pode ser acelerada. Essa técnica é muito usada em
indústrias, onde o aumento da concentração da solução evita desperdício e garante um maior rendimento.

69
6.2. Massa molar de uma substância (M) Nota: Com frequência, o tipo de partícula à qual se refere o
termo mol é omitido. Por exemplo, diz-se 1 mol de magné-
sio, quando o correto seria 1 mol de átomos de magné-
A massa molar de uma substância é a massa em gra- sio. Assim, 1 mol de magnésio = 1 mol de átomos de
mas de 1 mol de moléculas da referida substância. magnésio = 6,02 · 1023 átomos de magnésio.
A massa molar de uma substância é numericamente
igual à sua massa molecular expressa em u. 6.4. Determinação da quantidade
de substância ou quantidade de
Exemplos mol ou “número de mol” (n)
A partir de uma amostra que apresenta determinada mas-
§ CO2 (C = 12 u , O = 16 u) sa de um elemento químico ou substância e conhecendo
MCO = (12 · 1) + (16 · 2) = 44 u sua massa molar, é possível determinar quantos mol e
2
quantas entidades (átomos, moléculas, etc.) químicas com-
Assim, tem-se:
põem essa amostra.
Considere uma amostra de massa igual a m (em gra-
contêm
mas), de uma espécie química cuja massa molar é igual
a M (g · mol–1). A partir desses dados, pode-se determinar
a quantidade ou número de mol (n) que constitui a espécie
∙ química utilizando a relação matemática:

§ NaCℓ (Na = 23, Cℓ = 35,5)


MFNaCℓ = 23 + 35,5 = 58,5 u m  ​
n = ​ __
Assim, tem-se: M

58,5 g de NaCℓ Aplicação do conteúdo


1. O elemento químico neônio apresenta-se na natureza
contêm
com a seguinte composição isotópica:

6,02 · 1023 fórmulas de NaCℓ 1 mol de fórmulas de NaCℓ 90% de 20Ne


Massa molar do NaCℓ = 58,5 g · mol-1 0,27% de 21Ne
9,73% de 22Ne
6.3. Massa molar de um íon (M)
Considerando as massas atômicas dos isótopos praticamen-
te iguais aos seus números de massa, pede-se para calcular
A massa molar de um íon é a massa em gramas de 1 a massa atômica do elemento neônio.
mol de íons e é numericamente igual à massa do íon
expressa em u. Resolução:

Exemplo
§ CO​ -23​  (C = 12u , O = 16 u)
MCO  2-​ ​   = (12 · 1) + (16 · 3) = 60 u 2. Existem dois isótopos do rubídio que ocorrem na na-
3 
tureza: 85Rb, que tem massa igual a 84,91 g/mol, e 87Rb,
Assim, tem-se:
cuja massa é 86,92 g/mol. A massa atômica do rubídio é
85,47 g/mol. Qual é a porcentagem do 87Rb?
a) 72,1%
b) 20,1%
c) 56,0%
d) 27,9%
e) 86,9%

70
Resolução: 5. Quantas moléculas existem em 88 g de dióxido de
carbono (CO2)?
A questão apresenta o cálculo inverso da questão an-
terior. Com efeito, anteriormente foram dadas as abun- (C = 12 u, O = 16 u)
dâncias dos isótopos e foi pedida a massa atômica média.
Resolução:
Agora, é dada a massa atômica média, pedindo-se a abun-
dância de um dos isótopos.
MCO = (12 · 1) + (16 · 2) = 44 g ∙ mol–1
A porcentagem pedida do 87Rb será chamada de x. 2

1 mol de CO2 ––– 44 g — 6,02 · 1023 moléculas de CO2


Sendo assim, a porcentagem do outro isótopo (85Rb) será
(100 – x )%. Esquematizando o cálculo como na questão 88 g ———— x
88 · 6,02 · 1023
anterior, segue: x = _____________
​ 
    ​  moléculas ⇒
44
x ≅ 1,2 · 1024 moléculas de CO2
Resolvendo a equação, temos: x ≅ 27,9 %
6. A massa de uma única molécula de ácido acético
Alternativa D (C2H4O2) é:

3. Quantos mol de átomos correspondem a 280 g de (C = 12u; H = 1u; O = 16u)


ferro? (Fe = 56 u)
a) 1,0 · 10-21.
Resolução: b) 1,0 · 10-22.
c) 1,0 · 10-23.
1 mol de átomos de Fe –– 56 g –– 6,02 · 1023 átomos de Fe
d) 1,0 · 10-24.
x–– 280 g e) 1,0 · 10-25.
280 · ​ 1 
x = ​ _______  mol de átomos ⇒ x = 5 mol de átomos Resolução:
56
de Fe
MC2H4O2 = (12 · 2) + (1 · 4) + (16 · 2) = 60 g · mol-1
4. Determine o número de átomos de hidrogênio conti- 1 mol de moléculas C2H4O2 ––– 60 g — 6,02·1023 moléculas
dos em 100,0 g de álcool etílico C2H6O.
x —— 1 molécula de CO2
(C = 12 u, O = 16 u, H = 1 u)
​  60  23 ​ 
x = _________ g ⇒ x ≅ 1 · 10–22 g
Resolução: 6,02 · 10
Alternativa B
MC H O = (12 · 2) + (1 · 6) + (16 · 1) = 46 g · mol-1
2 6

1 mol de C2H6O –– 46 g — 6,02 ·1023 moléculas de C2H6O


100 g — x
100 · 6,02 · 1023
_____________
x =  
​   ​  moléculas ⇒ x = 1,3 · 1024
46
moléculas de C2H6O

Observe, porém, que cada molécula de C2H6O con-


tém 6 átomos de hidrogênio. Conclui-se, então, que há
6 · 1,3 · 1024 átomos de hidrogênio, ou seja: 7,8 · 1024
átomos de hidrogênio

71
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conserva-
4 ção, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

A industrialização avançou de forma significante durante o século passado. A máquina movida a vapor foi um dos
maquinários responsáveis por um extraordinário progresso industrial e tecnológico.
Entretanto, houve consequências, como a poluição. Na habilidade 4 é possível interpretar em termos quantitativos e
mensurar a quantidade de gases poluentes lançados na atmosfera. É muito comum a aplicação desses conhecimen-
tos para cálculos da quantidade de substâncias causadoras da poluição no ambiente.

Modelo
(Enem) A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares adquirem níveis altos de nutrientes, especialmente
fosfatos e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição. Os nutrientes são assimila-
dos pelos produtores primários e o crescimento desses é controlado pelo nutriente limítrofe, que é o elemento menos
disponível em relação à abundância necessária à sobrevivência dos organismos vivos. O ciclo representado na figura
seguinte reflete a dinâmica dos nutrientes em um lago.

A análise da água de um lago que recebe a descarga de águas residuais provenientes de lavouras adubadas revelou
as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e fósforo (0,2 mol/L). Nessas condições,
o nutriente limítrofe é o
a) C.
b) N.
c) P.
d) CO2.
e) PO4.

72
Análise expositiva - Habilidade 30: Nessa habilidade o aluno deve demonstrar domínio de problemas envolvendo
B proporcionalidade entre as substâncias de reações químicas e dominar a mudança de unidade de gramas para mol e vice-
-versa.
O nutriente limítrofe é aquele encontrado em menor quantidade. Conforme o enunciado, algas e outros organismos
fixadores e nitrogênio e outros fotossintéticos assimilam C, N, P nas razões atômicas 106:16:1.
A partir dos valores das concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e fósforo (0,2
mol/L), é possível calcular a proporção deles na água do lago.

C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
21,2 mol/L 1,2 mol/L 0,2 mol/L

Dividindo a segunda linha por 0,2, teremos:

C N P
106 mol/L 16 mol/L 1mol/L

21,2 mol/L 1,2 mol/L 0,2 mol/L


___________ __________ __________
0,2 0,2 0,2

C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
106 mol/L 6 mol/L 1 mol/L
(limítrofe)
(menor quantidade)
Alternativa B

73
DIAGRAMA DE IDEIAS

MASSA
MOLAR
(g.mol-1)

ÁTOMO CONTÉM MOLÉCULAS


1 MOL DE
PRESENTE EM: ENTIDADES PRESENTE EM:

• ELEMENTO QUÍMICO SUBSTÂNCIA


• SUBSTÂNCIA MOLECU- MOLECULAR
COMO
LAR MONOATÔMICO
• SUBSTÂNCIA METÁLICA

ÍONS
FÓRMULAS

PRESENTE EM:

SUBSTÂNCIA
IÔNICA

74
AULAS Fórmulas e leis ponderais
3e4
Competências: 1e2 Habilidades: 4e7

1. Introdução Por exemplo, considerando que a fórmula molecular do


metano é CH4 e que as massas atômicas do carbono e do
Um químico, ao se deparar com um material desconhecido, hidrogênio são, respectivamente, 12 u e 1 u, tem-se:
procura, utilizando diversas técnicas físicas e químicas, en-
Massa molecular do CH4 = (12 · 1) + (1 · 4) = 12 + 4 = 16.
contrar a composição desse material.
Desse modo, na massa molecular igual a 16 u, o carbono
A primeira providência é realizar a análise imediata do ma-
participa com 12 u , e o hidrogênio participa com 4 u. Assim:
terial, ou seja, separar por meio de processos puramente
físicos as diversas substâncias presentes na amostra. Es-
C: 16 ——— 100%
ses processos baseiam-se no fato de que o conjunto de
características, como ponto de fusão, ponto de ebulição, 12 · 100%
12 ——— x ⇒ x = ​ _________
 ​  = 75%

16
densidade e solubilidade, é diferente para cada substância,
e, manejando criteriosamente essas diferenças, é possível H: 16 ——— 100%
separá-las uma a uma.
4 · 100%
4 ——— y ⇒ y = ​ ________
 ​ 
 = 25%
Depois que as diversas substâncias da amostra estiverem 16
separadas, a próxima providência é realizar uma análise
elementar de cada uma delas. Logo, a fórmula percentual do CH4 é: C75%H25%.

2. Fórmula mínima ou empírica


O primeiro passo ao realizar a análise de uma substância
1. Submetido à analise imediata desconhecida é determinar sua composição, ou seja, os
2. Submetido à analise qualitativa elementos que a compõem. O segundo passo consiste
na determinação das quantidades das massas de cada
3. Submetido à analise quantitativa elemento. A partir desses dados obtém-se a fórmula per-
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas em centual e, com ela, é possível determinar o “número de
uma reação química é denominado estequiometria – palavra mol” (n) de átomos de cada elemento e estabelecer uma
derivada dos termos gregos stoicheia (partes mais simples) e proporção entre esses valores.
metrein (medida).
É preciso conhecer as proporções entre os elementos que Fórmula mínima indica a menor proporção, em
compõem as diferentes substâncias para que os cálculos números inteiros de mol, dos átomos dos elementos
estequiométricos possam ser efetuados. que compõem uma substância.
É por meio do conhecimento das fórmulas das substâncias
que essas proporções são perceptíveis. Por esse motivo, ini-
cialmente serão abordados os diferentes tipos de fórmulas. Observe, a seguir, como é possível determinar a fór-
mula mínima.
Fórmula percentual
Fórmula percentual indica a porcentagem, em Considere uma amostra que foi submetida à análise qua-
massa, de cada elemento que constitui a substância. litativa e apresenta, como únicos constituintes, carbono e
hidrogênio. A análise quantitativa revelou a existência de
Um modo de determinar a fórmula percentual é partir da 75% em massa de carbono e 25% em massa de hidrogênio.
fórmula molecular da substância, aplicando os conceitos Com base nesses dados, pode-se determinar a fórmula
de massa atômica e massa molecular. mínima do composto:

75
§ 1.º passo: É recomendável, quando se trabalha com
porcentagem em massa, considerar amostras de 100 g, 3. Fórmula molecular
o que possibilita que as porcentagens em massa cor-
respondam numericamente à massa em gramas de Fórmula molecular indica o número real de áto-
cada elemento: mos de cada tipo na molécula.
75% em massa de carbono ⇒ 75 g de carbono
100g de amostra 25% em massa de hidrogênio ⇒ 25 g de hidrogênio
Em certos casos, a fórmula molecular é idêntica à fórmula
mínima; em outros, porém, é um múltiplo inteiro da fór-
§ 2.º passo: A partir dessas quantidades em massa mula mínima.
e conhecendo as massas atômicas dos elementos, é Fórmula Mínima ⇒ Fórmula Molecular
possível determinar o número de mol de átomos de H2O (×1) H2O
cada elemento. CH (×6) C6H6
Assim, temos: P2O5 (×2) P4O10
CH (×2) C2H2
C ⇒ massa atômica = 12 ⇒ massa molar = 12 g · mol-1
Logo, temos:
H ⇒ massa atômica = 1 ⇒ massa molar = 1 g · mol-1

Lembrando que n Fórmula Molecular = [Fórmula Mínima] · n


massa (g)
(n.º de mol de átomos) = __________________
  
​     ​, temos Em que n é um número inteiro.
massa molar · (g mol–1)
A fórmula molecular pode ser determinada de várias
75g maneiras. Observe algumas delas:
C ⇒ n = _________
​     ​ = 6,25 mol de átomos
12 g · mol–1
25g § 1.º método: Calculando a fórmula mínima a partir da
H ⇒ n = ​ ________     ​= 25 mol de átomos porcentagem em massa, .
1 g · mol–1
Esses valores representam a proporção em número de mol Vitamina C (massa molar = 176 g · mol-1)
entre os elementos. Nesse composto, 6,25 mol de átomos
de carbono estão combinados com 25 mol de átomos de C = 40,9% em massa = 40,9 g
hidrogênio. Observe que essa não é a menor proporção e 100 g de vitamina C H = 4,55% em massa = 4,55 g
que ela não está em números inteiros. O = 54,6% em massa = 54,6 g
§ 3.º passo: Depois de determinar a proporção entre os
números de mol dos átomos, é necessário transformá-la Número de mol de átomos:
na menor proporção possível de números inteiros. 40,9g 4,55g
C = _________
​   ​= 3,41 mol; H = ________
 –1      ​ = 4,55 mol;
Isso pode ser realizado dividindo-se os valores em números 12 g · mol 1 g · mol–1
54,6g
de mol pelo menor deles. O = _________
​     ​  = 3,41 mol
16 g · mol–1
C ⇒ n = 6,25 mol; H ⇒ n = 25 mol
Relação entre os números de mol:
C H
3,4 4,5 3,4
C = ___
​   ​ = 1; H = ___
​   ​ = 1,33 mol; O = ___
​   ​ = 1 mol
Relação entre os 6,25 mol
​ _______ ​ 

=1 25 mol ​ 
​ ______  = 4 3,4 3,4 3,4
números de mol 6,25 6,25
Como os valores encontrados não são inteiros, é preciso
Essa é a menor proporção de números inteiros entre os multiplicá-los por um número que permita obter a menor
números de mol dos átomos de cada componente. proporção de números inteiros. Nesse caso, o número ade-
quado é 3. Observe a tabela abaixo:
Assim, 1 mol de átomos de carbono se combina com 4 mol
de átomos de hidrogênio. C H O
1 mol 1,33 mol 1 mol
Logo, a fórmula mínima desse composto é: C1H4 ou CH4. (× 3) (× 3) (× 3)
Resumindo: 3 mol 4 mol 3 mol
a) Determine o número de mol de átomos de cada Fórmula mínima: C3H4O3
elemento.
b) Divida os resultados obtidos pelo menor valor A relação entre a fórmula mínima e a fórmula molec-
encontrado. ular pode ser feita do seguinte modo:

76
Fórmula Mínima   ⇒  Fórmula Molecular
C3H4O3            C6H8O6
4. Leis ponderais
M = 88 g · mol-1        M = 176 g · mol-1 No século XVIII, foram lançadas as bases para o estudo da
estequiometria das reações químicas. Os cientistas consegui-
Assim, temos que:
ram expressar matematicamente as regularidades que ocor-
(C3H4O3)n = 176 ⇒ 88 · n = 176 ⇒ n = 2 rem nessas reações por meio das leis das combinações
Logo, (C3H4O3)2 ⇒ a fórmula molecular da vitamina C é químicas. Essas leis foram divididas em dois grupos:

C6H8O6. § Leis ponderais: relacionam as massas dos participan-


tes de uma reação.
§ 2.º método: Relacionando as porcentagens em mas-
sa com a massa molecular do composto. § Lei volumétrica: relaciona os volumes dos participan-
tes de uma reação.
C = 40,9%
M = 176 g · mol–1
H = 4,55% 4.1. Lei da conservação das
O = 54,6%
massas – Lei de Lavoisier
 onsiderando que sua fórmula molecular seja CxHyOz, ago-
C
Essa lei foi proposta por Antoine Laurent Lavoisier por volta
ra é necessário relacionar as porcentagens em massa com
de 1775 e é popularmente enunciada da seguinte maneira:
as massas atômicas e a massa molecular:
Cx + Hy + Oz Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo
12 ∙ x 1∙y 16 ∙ y = 176 se transforma.
↓ ↓ ↓ ↓
40,9% 4,55% 54,6% 100%
Cx: 176 —— 100%
12 ∙ x —— 40,9%
⇒x=6
Hy: 176 —— 100%
1 ∙ y —— 4,55%
⇒y=8
Oz: 176 —— 100%
16 ∙ y —— 54,6%
⇒z=6 multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Dessa maneira, temos que a fórmula molecular da vitam-
Mundos Invisíveis: Lavoisier, o pai da química
ina C é C6H8O6.

VIVENCIANDO

As ideias de cientistas como Proust e Lavoisier são muito úteis até hoje para a indústria química. Em uma indústria,
podem ser produzidas toneladas de determinados materiais. Nessa produção são utilizados reagentes que nem
sempre são baratos. Nesse sentido, é fundamental que tudo o que seja comprado seja aproveitado. Em vista disso, a
lei das proporções definidas ajuda às indústrias químicas a realizarem o cálculo exato para que não ocorram gastos
além do necessário.

77
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Essa célebre frase dita por Lavoisier revolucionou a
Química. Tido como o pai da Química moderna, Lavoisier teve uma morte trágica. Tudo ocorreu na época da Revo-
lução Francesa, quando o Iluminismo predominava e as classes operárias estavam se insurgindo contra a burguesia.
Lavoisier, além de químico, era também um coletor de impostos e banqueiro. A classe oprimida, ao derrubar a classe
dominante, acusou Lavoisier de extorquir dinheiro do povo favorecendo o governo da época. Lavoisier foi executado
em 1794, na guilhotina, em meio à Revolução Francesa.

Isso significa que, em reação química, a matéria não é cria-


da nem destruída.
4.2. Lei das proporções
definidas – Lei de Proust
A lei da conservação foi proposta por Lavoisier após a rea-
lização, em 1773, do seguinte experimento: Em 1799, Joseph Louis Proust (1754-1826), por meio da
análise da substância água, descobriu que a sua composi-
Lavoisier colocou em um frasco uma quantidade do metal ção era constante, independente de seu processo de obten-
mercúrio (Hg) e, depois de fechar o frasco hermeticamente, ção. Dessa maneira, a água, não importando sua origem ou
determinou sua massa. Em seguida, esse sistema fechado foi
seu método de obtenção, sempre é formada por 11,1% em
colocado em um forno de alta temperatura. Depois de certo
massa de hidrogênio e 88,9% em massa de oxigênio:
tempo, o frasco foi pesado novamente e apresentou a mesma
massa; no entanto, o mercúrio havia reagido com o gás oxigê- água → hidrogênio + oxigênio
nio do ar contido no frasco formando uma nova substância: o 100% 11,1 % 88,9 %
óxido de mercúrio (II).
100 g 11,1 g 88,9 g
Esse experimento pode ser representado pela equação:
Assim, a composição da água apresentará sempre uma
mercúrio + oxigênio
Δ
óxido de mercúrio (II) mesma relação entre as massas de hidrogênio e de oxigê-
(prateado) (incolor) (vermelho)
nio para qualquer massa de água:
massa de hidrogênio
massas dos reagentes massa do produto
massa de hidrogênio _____
________________ 11,1 g __1
*o símbolo Δ indica aquecimento   
  
​   ​ = ​   ​  
= ​   ​ 
massa de oxigênio 88,9 g 8
Essa mesma experiência foi repetida muitas vezes, sempre
utilizando balanças e determinando as massas dos reagen- Na formação da água, deve-se ter a combinação de hi-
tes e dos produtos, e permitiu que Lavoisier concluísse que: drogênio e oxigênio na proporção de 1 para 8 em massa.
Se 1 grama de hidrogênio reagir com 8 gramas de oxigê-
Em um sistema fechado, a massa total dos reagentes nio, o resultado será 9 gramas de água.
é igual à massa total dos produtos. Realizando outros experimentos, observa-se:

hidrogênio +  oxigênio → água


Para uma reação genérica:
Δ Proporção 1 : 8 : 9
A+B C+D
Experimento A 10 g + 80 g 90 g
mA mB mC mD Experimento B 5g + 40 g 45 g

massas dos produto


Assim, pode-se enunciar a lei das proporções definidas:
reagentes

Tem-se, então: Toda substância apresenta uma proporção em mas-


mA + mB = mC + mD sa constante na sua composição.

78
Pela Lei de Proust:
Aplicação do conteúdo Óxido de
Mercúrio + Oxigênio →
1. Considerando que 200 g de mercúrio reagem com- Mercúrio (II)
pletamente com 16 g de oxigênio para formar óxido 200 g + 16 g = 216 g
de mercúrio, qual seria a massa de oxigênio necessária
para produzir 135 g de óxido de mercúrio (II)? z 6g
Assim:
Resolução:
​ 200
___ 16
___
z ​  = ​  6 ​ ⇒ z = 75 g de mercúrio
Aplicando a Lei de Lavoisier, sabe-se que a reação comple- A massa de mercúrio que reagiu foi 75 g. Como a massa
ta de 200 g de mercúrio com 16 g de oxigênio resulta em de mercúrio presente era de 80 g, existem 5 g de mercúrio
216 g de óxido de mercúrio II, pois: em excesso.

Óxido de
Mercúrio + Oxigênio →
Mercúrio(II) 4.3. Lei volumétrica – Lei de Gay-Lussac
200 g + 16 g = 216 g Uma das contribuições do cientista francês Gay-Lussac
(1778-1850) à Química foi a lei da combinação de volu-
mes, publicada em 1808 e baseada em uma série de ex-
Para produzir 135 g de óxido de mercúrio, é preciso rela-
perimentos. Um desses experimentos envolvia a reação
cionar as proporções.
entre o gás nitrogênio e o gás hidrogênio, cujo produto é
Pela Lei de Proust, tem-se: a amônia.
Nessa reação, 3 volumes de H2 reagem com 1 volume de
Mercúrio + Oxigênio → Óxido de
Mercúrio (II) N2, formando 2 volumes de NH3.
200 g + 16 g = 216 g 1 N2(g) 2 NH3(g)
3H2(g)
x = 135 g Proporção
+ →

Assim:
Em número
3 2 molécu-
de 1 molécula
​ 16
__ ​ 216 ​  ⇒ x = 10 g de oxigênio
___
 x ​ = 135 móleculas
móleculas las

Em número
3 mol 1 mol 2 mol
Dessa maneira, para obter 135 g de óxido de mercúrio (II), de mol

a massa de oxigênio necessária é 10 g. Em volume 3 volumes 1 volume 2 volumes

2. Supondo que 80 g de mercúrio são colocados em


contato com 6 g de oxigênio, qual seria o reagente em O enunciado da lei de Gay-Lussac é:
excesso e qual seria sua massa?
Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
Resolução: os volumes dos gases participantes de uma reação
química têm entre si uma relação de números inteiros
Pela Lei de Proust: e pequenos.

Óxido de
Mercúrio + Oxigênio → Observe abaixo outro exemplo em que os resultados ex-
Mercúrio (II)
perimentais confirmam essa lei. Para isso, considere sem-
200 g + 16 g = 216 g pre todos os participantes no estado gasoso e nas mesmas
80 g y condições de pressão e temperatura.
Assim:

​  200 ​  = ___
___ ​ 16
y ​ ⇒ y = 6,4 g de oxigênio
80
Dessa maneira, 80 g de mercúrio reagiriam completamen-
te com 6,4 g de oxigênio. No entanto, existem apenas 6 g
de oxigênio, havendo excesso de mercúrio.

79
Ou seja: 2 : 1 : 2 (uma proporção de números inteiros e
Aplicação do conteúdo pequenos).
1. Em determinadas condições de pressão e temperatu- Nota: É importante lembrar que numa reação química “o
ra, verificou-se que 0,70 L de monóxido de nitrogênio volume dos gases pode não se conservar, mas a massa
reage com 0,35 L de oxigênio para formar 0,70 L de
sempre se conserva (Lei de Lavoisier)”.
dióxido de nitrogênio. Mostrar que esses dados estão
de acordo com a lei volumétrica de Gay-Lussac.

Resolução:

A proporção montada a partir dos volumes fornecidos é:


0,70 : 0,35 : 0,70.

Dividindo-a pelo menor termo da proporção, obtém-se:


0,70 0,35 ____
____ 0,70
​   ​ : ____
​   ​ : ​   ​. 
0,35 0,35 0,35

DIAGRAMA DE IDEIAS

MASSA DOS
LEI DE LAVOISIER PRODUTOS IGUAIS
AOS REAGENTES

LEI DA CONSERVAÇÃO DAS MASSAS

MESMA RELAÇÃO
ENTRE AS MASSAS
LEI DE PROUST
DOS ELEMENTOS
NUMA SUBSTÂNCIA
LEI DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS

PROPORÇÃO
LEI DE GAY-LUSSAC
ENTRE VOLUMES
LEI VOLUMÉTRICA

80
AULAS Introdução à estequiometria
5e6
Competências: 1, 2 e 8 Habilidades: 4, 7, 29 e 30

1. Introdução A reação a seguir indica a síntese da amônia:


N2 + H2 → NH3
O estudo das relações entre as quantidades de reagentes
Conforme essa equação, uma molécula de nitrogênio reage
e/ou produtos numa reação química é denominado es-
com uma molécula de hidrogênio e forma uma molécula de
tequiometria. Essas relações podem ser feitas em mol,
amônia. Contudo, esse exemplo vai contra a Lei de Lavoisi-
massa, volume, número de moléculas, etc.
er, pois a soma dos átomos no lado dos reagentes é menor
2. Balanceamento de do que no lado dos produtos. Como afirmou Lavoisier: “Na
natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
equações químicas Nesse sentido, para que a equação possa obedecer à Lei
de Lavoisier, é necessário fazer o balanceamento da mes-
ma para mostrar que há a conservação de átomos em um
sistema. O balanceamento nada mais é do que o acerto dos
coeficientes estequiométricos na equação. A equação
balanceada é:
N2 + 3H2 → 2NH3

Como é possível observar, uma molécula de nitrogênio


reage com três moléculas de hidrogênio para formar
duas moléculas de amônia. A lei da conservação das
massas foi obedecida. Observe que os coeficientes es-
multimídia: vídeo tequiométricos estabelecem uma proporção de 1: 3: 2
e não indicam o número de mol das moléculas em uma
Fonte: Youtube equação, mas apenas uma relação proporcional entre
Lavoisier e Faraday os compostos. Por exemplo, a cada 100 mol de nitrogê-
De acordo com a lei de Lavoisier, “a soma das massas das nio, são necessários 300 mol de hidrogênio para reagir
substâncias reagentes é igual à soma das massas dos pro- e formar 200 mol de amônia.
dutos da reação”. Assim, o número de átomos presentes O balanceamento é fundamental para a resolução de qualquer
em uma reação nos reagentes deve ser igual à quantidade exercício, principalmente aqueles que envolvem estequiometria.
de átomos presentes nos produtos.

VIVENCIANDO

A estequiometria está presente no dia a dia. Qualquer ação que remeta a uma proporção pode ser relativizada com
a estequiometria. Um exemplo claro é o ato de fazer café. O café nada mais é do que uma estequiometria em menor
escala. Se, por exemplo, for colocado muito açúcar em um café, será possível observar que nem todo açúcar vai ser
dissolvido. Esse tipo de situação é chamado de reagente em excesso. Desse modo, no momento de preparar um
produto ou mesmo um café, é muito importante ter em mente a estequiometria da reação.

81
2.1. Método das tentativas a) deve-se representar realmente um fato experimental,
conhecido e bem analisado;
É o método mais utilizado e consiste em colocar os coefi-
cientes estequiométricos na equação por meio de tentativa b) é necessário obedecer à Lei de Lavoisier.
e erro, até que se atinja um número igual de átomos nos Acertar os coeficientes estequiométricos da equação.
reagentes e produtos. Embora pareça mais trabalhoso, há
No exemplo 2H2 + 1O2 → 2H2O, deve-se concluir o seguinte:
algumas dicas que podem facilitar o trabalho:
§ A proporção mínima em que ocorre a reação é de duas
§ Balancear os elementos que aparecem em menor quan-
moléculas de hidrogênio para uma molécula de oxigênio,
tidade primeiro (normalmente são os metais e ametais,
o que resulta em duas moléculas de água.
com exceção do carbono, do oxigênio e do hidrogênio).
§ Essa proporção sempre é mantida quando a reação se
§ Caso mais de um elemento apareça uma única vez, dê
realiza. Ou seja, para 100 moléculas de H2, são necessárias
preferência àquele com maior número de átomos.
50 moléculas de O2 para produzir 100 moléculas de água
§ Prosseguir o balanceamento deixando por último o (H2O).
carbono, o hidrogênio e o oxigênio (são os elementos
Desse modo, para 2 mol de moléculas de H2 precisa-se de
que mais aparecem em equações químicas).
1 mol de moléculas de O2 para formar 2 mol de moléculas
de água (H2O).
Exemplo:
Realize o balanceamento da seguinte equação: Mol é o número de Avogadro (6,02 · 1023) de par-
C2H6O + O2 → CO2 + H2O tículas. Massa molar é a massa, em gramas, de um
Não é recomendável começar o balanceamento pelo oxi- mol de moléculas e é numericamente igual à massa
gênio ou pelo hidrogênio. Como o carbono é o elemento
molecular da substância. Um mol de qualquer gás, a
que menos se repete (C2H6O e CO2), o balanceamento
deve começar por ele. Substituindo os coeficientes este- 0 ºC e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 22,4 litros.
quiométricos para igualar a quantidade de carbono pre-
sente no reagente e no produto, tem-se: Estabelecer uma regra de três entre as grandezas envolvi-
C2H6O + O2 → 2CO2 + H2O das (o que se pede e os dados), obedecendo aos coeficien-
tes da equação (os coeficientes indicam a proporção entre
Assim, serão 6 átomos de hidrogênio presentes no reagen- o número de mol).
te. Como o hidrogênio também se repete apenas uma vez,
Caso seja necessário, faça a transformação do número
é realizado o seu balanceamento:
de mol para outra grandeza (massa, volume, número de
C2H6O + O2 → 2CO2 + 3H2O moléculas, etc.).
Para acertar a quantidade de oxigênio, é necessário obser- Dadas as massas molares CO (28 g · mol-1), O2 (32 g · mol-1) e
var que, nos produtos, nenhum coeficiente estequiométrico CO2 (44 g · mol-1) e considerando condições ideais, observe
pode ser mudado, pois isso alteraria o que já foi feito. Nos a tabela:
produtos há 7 átomos de oxigênio. Para que o oxigênio seja Proporção
balanceado no reagente, mexe-se no composto que ainda 2CO(g) + 1O2(g) → 2CO2(g)
em
não teve seu coeficiente alterado, isto é, o gás oxigênio. mol 2 mol 1 mol 2 mol
C2H6O + 3O2 → 2CO2 + 3H2O massa 2 · 28 = 56 g 1 · 32 = 32 g 2 · 44 = 88 g
A equação tem a mesma quantidade de átomos, ou seja, volume 2 · 22,4 = 1 · 22,4 = 2 · 22,4 =
ela está balanceada. (gases) 44,8 L 22,4 L 44,8 L
2 · 6 · 1023 = 1 · 6 · 1023 = 2 · 6 · 1023 =
Nota: Caso o balanceamento fosse iniciado pelo oxigênio, moléculas
12 · 1023 6 · 1023 12 · 1023
a equação não seria resolvida dessa forma.
Além da Lei de Lavoisier, a Lei de Proust também merece
atenção especial. As duas leis respondem basicamente por
2.2. Roteiro para resolução de todo o cálculo estequiométrico.
problemas de estequiometria A lei de Proust afirma que “as substâncias reagem em pro-
Escrever a equação química da reação envolvida no problema. porções fixas e definidas”. Por exemplo, no problema sobre
É preciso obedecer dois pontos básicos para escrever a reação do hidrogênio com oxigênio para formar água,
corretamente uma equação: ficou claro que 4 g de H2 reagem sempre com 32 g de O2;

82
8 g reagem com 64 g, e assim por diante. § No primeiro caso, CNTP, deseja-se dizer que a pressão
é de 1 atm e que a temperatura vale 0 °C ou 273 K.
O que aconteceria se 10 g de H2 fossem colocados para
reagir com 32 g de O2? ​ n · R ​
Assim, ao aplicar a equação V = ________ · T 

para 1 mol de
P
Com efeito, somente 4 g de H2 reagiriam e restariam 6 g moléculas do gás, encontra-se o valor:
ao final, uma vez que o H2 foi colocado em excesso. Nesse V = 22,4 L/mol, quantidade chamada de Volume Molar
caso, afirma-se que o O2 é o reagente limitante, pois é con- nas CNTP.
sumido totalmente.
§ As Condições Ambientais são P = 1 atm e
T = 298 K, ou seja, 25 °C.
2.3. Cálculos envolvendo volumes
​ n · R ​
A equação V =________ · T 
de substâncias gasosas P

aplicada a essa situação fornece
um volume molar próximo de 25 L/mol.
Nos exemplos anteriores, os cálculos foram relacionados
com massas, n.º de mol de moléculas, n.º de mol de áto- Aplicação do conteúdo
mos e n.º de moléculas. Todos eles se aplicam a qualquer
reação química, independentemente do estado de § Relacionando massa com massa
agregação (sólido, líquido ou gás) da substância. O ácido fosfórico utilizado em refrigerantes do tipo “cola”
No caso de substâncias gasosas, é possível estabelecer e possível causador da osteoporose pode ser formado a
relações entre volumes, tanto entre os reagentes quanto partir da equação não balanceada:
entre eles e os produtos da reação.
Ca3(PO4)2 + H2SO4 → H3PO4 + CaSO4
O raciocínio envolve a Lei de Avogadro e é bastante simples:
Partindo-se de 62 g de Ca3(PO4)2 e utilizando-se quanti-
O volume ocupado por um gás, sob pressão e tem- dade suficiente de H2SO4, qual será, em gramas, a massa
peratura constantes, é diretamente proporcional ao aproximada de H3PO4 obtida?
seu número de moléculas.
Dados: Ca3(PO4)2 = 310 g · mol-1, H3PO4= 98 g · mol-1

Resolução:
Como o número de moléculas é diretamente proporcional
ao n.º de mol do gás, tem-se V = k ∙ n. Essa constante k
· ​ Acertar os coeficientes da equação:
é dada por ​ R_____
T,  em que T e P são, respectivamente, a
P 1Ca3(PO4)2 + 3H2SO4 → 2H3PO4 + 3CaSO4
temperatura e a pressão do gás, e R é a constante universal
dos gases. Uma avaliação mais detalhada será realizada no Relacionar cada coeficiente com a quantidade em massa
capítulo “Gases ideais”. Dessa forma, teremos: das substâncias envolvidas.
​ n · R ​
V = ________· T 

P
Quando aparecem duas ou mais substâncias gasosas na re-
ação, a razão entre seus números de mol é a mesma que existe
entre seus volumes, desde que sob as mesmas condições de tem-
peratura e pressão. Desse modo, na reação entre H2 (g) e O2 (g)
para formar H2O, é possível escrever da seguinte maneira:
 plicando a regra matemática que afirma que “entre gran-
A
2H2 + 1O2 → 2H2O
dezas proporcionais a multiplicação em cruz dá origem a
nH VH produtos iguais”, obtém-se:
___
​ n 2 ​ = ___ ​ 2 ​ 
​  2 ​ = __
V 1
0
2 02 ​ 62 · 2  ​
310 ∙ x = 62 ∙ 2 ∙ 98 ∙ x = ​ 62 ∙ 2 ∙ 98 → x =________ · 98 
=

A razão entre volumes não é aplicada quando a substância 310
39,2 g de H3PO4
se encontra em estado líquido ou sólido. Ela é usada apenas
para gases e vapores. Gay-Lussac foi o primeiro a observar
§ Relacionando mol com mol
(1809) essas relações de volume entre substâncias gasosas.
Em diversos problemas envolvendo substâncias gasosas, Calcule o número de mol de H3PO4 necessário para reagir
fala-se de Condições Normais de Temperatura e Pres- totalmente com 9 mol de Ca(OH)2.
são (CNTP) e também em Condições Ambientais (CA). Dado: H3PO4 + Ca(OH)2 → Ca3(PO4)2 + H2O

83
Resolução: § Relacionando grandezas com volume

Acertar os coeficientes estequiométricos da equação. Considere a reação:


3(NH4)2CO3 + 2H3PO4 → 2(NH4)3PO4 + 3CO2 (g) + 3H2O

O volume em litros de gás carbônico liberado, quando 250


g de carbonato de amônio reagem com excesso de ácido
fosfórico, é de:
3 ∙ x = 2 ∙ 9 → x = ​​ 18
__ ​ = 6 mol de H PO
Dados: Volume molar nas CNTP = 22,4 L · mol-1
3 3 4

Massas molares (g · mol-1): H = 1, C = 12, N = 14, O =


§ Relacionando mol e massa
16, P = 31.
Quantos gramas de H2 são liberados na reação completa
de 2 mol de cálcio metálico com ácido clorídrico? Resolução:
Dado: H2 = 2 g · mol-1 M(NH ) CO = (14 · 2) + (1 · 8) + (12 · 1)+ (16 · 3) = 96
4 2 3

g ∙ mol-1
Resolução:
​ m
n(NH ) CO = __ 250
___
42 3 n ​ = ​  96 ​   ≅ 2,6 mol
Escrever a equação relacionada com o problema.

Ca + HCℓ → H2 + CaCℓ2

Acertar os coeficientes estequiométricos da equação.


HCℓ ℓ

§ Relacionando massa ou mol com moléculas

Dada a reação balanceada:


2Fe + 6HCℓ → 2FeCℓ3 + 3H2

Qual o número de moléculas de gás hidrogênio produzidas


pela reação de 224 g de ferro?
Dado: Fe = 56 g · mol-1

Resolução:

ℓ ℓ

84
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade

30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementa-
ção da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Hoje em dia há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são, de
forma geral, tão eficientes quanto os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Sendo assim, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas diferenciadas e
baratas, como intuito de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
A fim de produzir maior quantidade, é interessante utilizar técnicas que possibilitam o aumento da produção e um
maior rendimento nas reações químicas.

Modelo
(Enem) Em setembro de 1998, cerca de 10.000 toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4) foram derramadas pelo navio
Bahamas no litoral do Rio Grande do Sul. Para minimizar o impacto ambiental de um desastre desse tipo, é preciso
neutralizar a acidez resultante. Para isso pode-se, por exemplo, lançar calcário, minério rico em carbonato de cálcio
(CaCO3), na região atingida.

A equação química que representa a neutralização do H2SO4 por CaCO3, com a proporção aproximada entre as massas
dessas substâncias é:
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H20 + C02
1 tonelada 1 tonelada sólido gás
reage com sedimentado

Pode-se avaliar o esforço de mobilização que deveria ser empreendido para enfrentar tal situação, estimando a quan-
tidade de caminhões necessária para carregar o material neutralizante. Para transportar certo calcário que tem 80%
de CaCO3, esse número de caminhões, cada um com carga de 30 toneladas, seria próximo de
a) 100.
b) 200.
c) 300.
d) 400.
e) 500.

85
Análise expositiva - Habilidade 30: Nesse tipo de habilidade, os conhecimentos do aluno são testados
D ao se apresentar um problema encontrado em muitas indústrias e mineradoras (quando elas desejam
conter algum risco ambiental). É possível ter uma noção correlacionada com o cotidiano, favorecendo a
aproximação do aluno em relação aos temas estudados em sala de aula.
Utilizando a proporção aproximada fornecida no enunciado do teste, tem-se:
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H2O + CO2
1t – 1t
10.000 t – 0,80 ∙ m (pureza de 80%)
m = 12.500 t
30 t — 1 caminhão
12.500 t — x
x = 416,67 caminhões ⇒ x ≅ 400 caminhões
Alternativa D

DIAGRAMA DE IDEIAS

CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA

NA QUAL HÁ

QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO

ENVOLVER
A QUANTIDADE
EM MOL PODE SER NÚMERO DE
RELACIONADO
• MASSA
• VOLUME
• MOLÉCULAS
• ÁTOMOS
• ÍONS

86
AULAS Estequiometria - pureza,
7e8 rendimento e excesso de reagente
Competências: 1, 2 e 8 Habilidades: 4, 7, 29 e 30

1. Casos particulares b) a massa do reagente que “sobra” (em excesso) de-


pois da reação.

de estequiometria É preciso calcular a massa efetiva de ácido sulfúrico que vai


reagir com 7,4 g do hidróxido de cálcio.
Neste capítulo, serão estudados casos especiais de cálculo
estequiométrico:
§ Excesso de reagente
§ Pureza
§ Reações consecutivas
§ Rendimento 7,40 ∙ 98
⇒ x = ________
​   ​   
= 9,8 g de H2O4
74
§ Volume de ar
§ Misturas de reagentes Como a massa de ácido sulfúrico adicionada é de 10 g, e só
vão reagir 9,8 g, é possível dizer que o ácido sulfúrico está
2. Excesso de reagente em excesso e o hidróxido de cálcio é o reagente limitante.
Cálculo da massa em excesso de ácido sulfúrico: (10 – 9,8) =
As reações químicas ocorrem sempre em uma proporção
0,2g, o que responde à pergunta (b) do problema.
constante, que corresponde ao número de mol indicado
pelos coeficientes. Caso uma das substâncias que participa Ao contrário do ácido sulfúrico, que, na questão, é o re-
da reação esteja em quantidade maior que a proporção agente em excesso, afirma-se que hidróxido de cálcio é
correta, ela não será consumida totalmente. Essa quanti- o reagente em falta. Em outras palavras, o hidróxido de
dade de substância que não reage é denominada excesso. cálcio é o reagente limitante da reação, pois será o primei-
ro reagente a acabar ou se esgotar, colocando, assim, um
Geralmente, o reagente mais barato é usado em quan-
ponto final na reação e determinando as quantidades de
tidade maior do que a exigida pela proporção correta. A
produtos que poderão ser formados.
finalidade disso é aumentar a velocidade da reação, além
de garantir que toda a quantidade colocada do reagente De fato, pode-se calcular:
mais caro seja totalmente convertida no produto desejado.
O reagente que é consumido totalmente e, por isso, deter-
mina o fim da reação, é denominado reagente limitante.

Aplicação do conteúdo
7,4 ∙ 136
1. Numa reação de neutralização, 10 g de ácido sulfú- ⇒ y = ________
​   ​   
= 13,6 g de CaSO4 será formado
rico são adicionados a 7,4 g de hidróxido de cálcio, se-
74
na reação entre 9,8 g de H2SO4 e 7,4 g de Ca(OH)2.
gundo a equação:
H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + 2H2O Isso responde à pergunta (a) do problema. Observe que o
cálculo foi realizado a partir dos 7,4 g de Ca(OH)2 (reagen-
Dados: Massas molares (g ∙ mol-1): H2SO4 = 98; Ca(OH)2 te limitante), mas nunca poderia ter sido realizado a partir
= 74 e CaSO4 = 136. dos 10 g de H2SO4 (reagente em excesso), pois o resultado
Pede-se para calcular: seria falso. Isso porque os 10 g de H2SO4 não podem reagir
a) a massa de sulfato de cálcio formado; integralmente por falta de Ca(OH)2.

87
Nota: É preciso insistir que as substâncias não reagem
na proporção em que são misturadas, mas sim na 3. Pureza
proporção em que a equação – ou seja, a Lei de Em geral, os reagentes utilizados nas indústrias não são to-
Proust – determina. Daí o cuidado ao resolver os proble- talmente puros. Isso ocorre porque na forma impura esses
mas que dão as quantidades de dois reagentes. É preciso reagentes são mais baratos; além disso, eles não são encon-
lembrar que é o reagente em falta ou reagente limi- trados em sua forma pura na natureza.
tante (fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois,
no instante em que ele acaba, a reação é interrompida. Assim, ao se realizarem os cálculos estequiométricos da
quantidade de produto que será formada ou da quanti-
dade de reagente que será preciso usar, é preciso levar em
2.1. “Dica” consideração o seu grau de pureza.
Tome cuidado quando o exercício fornecer a quantidade O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de
de duas (ou mais) substâncias na reação química, pois substância pura e a massa total da amostra.
uma das substâncias pode estar em excesso, isto é, não
será totalmente consumida. Nesse caso, para descobrir o mpura
reagente em excesso e o reagente limitante, é preciso mul- ________
p =m
​    ​  
total (impura)
tiplicar “cruzado” as massas molares pela massa fornecida
das substâncias.
Por exemplo, o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) é um
O produto maior da multiplicação indica o excesso, e o pro-
minério utilizado para fabricar a cal virgem (óxido de cálcio
duto menor da multiplicação indica o limitante, ou seja, a
– CaO). Contudo, além do carbonato de cálcio, esse minério
substância que reage completamente.
geralmente vem acompanhado de impurezas em sua consti-
tuição, como areia, carvão e outras substâncias.
Considere que, em 100 g de calcário, apenas 80 g são de
carbonato de cálcio e 20 g são de impurezas. Assim, segue
que o grau de pureza desse minério é 0,8 ou 80 %, confor-
me mostrado abaixo:
Como o produto 740 é maior que 725,2, conclui-se que o
mpura
H2SO4 está em excesso e o Ca(OH)2 é o limitante. Deve-se, ________
p =m
​    ​   ​  80  ​ = 0,8
= ___
portanto, realizar os cálculos por meio do reagente limitante. total (impura) 100
p% = p ∙ 100 = 0,8 ∙ 100 = 80%
Aplicação do conteúdo
1. A combustão completa do gás metano, CH4, dá como
Isso significa que o grau de pureza dessa amostra de cal-
produtos CO2 e H2O, ambos na fase gasosa. Se 1 L de cário é de 80%
metano for queimado na presença de 10 L de O2, qual
o volume final da mistura resultante? Suponha todos os
100 % de pureza –––– 100 g de calcário
volumes medidos nas mesmas condições de temperatura
e pressão e comportamento ideal para todos os gases. x –––– 80 g de carbonato puro

Resolução: ⇒ x = 80%

A é de resolução simples, pois a proporção dos volumes


Dessa forma, quando for preciso calcular a massa de pro-
gasosos (a P e T constantes) em uma reação química coin-
duto obtido a partir de um reagente impuro, é necessário
cide com a própria proporção dos coeficientes da equação
primeiro calcular qual é a parte pura da amostra e, em se-
correspondente. Tem-se:
guida, efetuar os cálculos com o valor obtido.

Aplicação do conteúdo
1. Qual é a massa de óxido de cálcio (CaO) obtida na
decomposição de 250 g de calcário, contendo 80% de
carbonato de cálcio CaCO3?
Assim, o volume final da mistura resultante será (1 + 2 + 8)
= 11 L. Dados: Massas molares em g ∙ mol-1: Ca=40 ,O=16, C= 2.

88
Resolução: (Massas atômicas: S = 32, H = 1, O = 16).

A reação é dada por: Resolução:


CaCO3 → CaO + CO2

As massas molares são:


M(CaCO3) = 100 g ∙ mol–1
M(CaO) = 56 g ∙ mol–1
Reação global:
Descobrindo quanto de carbonato realmente há na amos-
tra e que poderá reagir:
100 g de —— 80 g de CaCO3
calcário (porque a pureza é de 80%)
250 g de —— x
calcário
⇒ x = 200 g de CaCO3 2. (Fuvest) Duas reações que ocorrem na produção do
ferro são representadas por:

2C(s) + O2(g) → 2CO(g)


Fe2O3(s) + 3CO(g) → 2Fe(s) + 3CO2(g)

O monóxido de carbono formado na primeira reação é


consumido na segunda. Considerando apenas essas duas
etapas do processo, calcule a massa aproximada, em qui-
logramas, de carvão consumido na produção de 1 tonelada
de ferro (Massas atômicas: Fe = 56, C = 12, O = 16).
4. Reações consecutivas Resolução:
Nesse tipo de problema, é indispensável que: Multiplicando a 1.ª equação por três e a 2.ª equação por
§ Todas as equações estejam balanceadas individual- dois, temos:
mente.
6C(s) + 3O2(g) → 6CO(g)
§ As substâncias “intermediárias” sejam canceladas; em
2Fe2O3(s) + 6CO(g) → 4Fe(s) + 6CO2(g)
certos problemas, isso obriga a “multiplicar” ou “divi-
dir” uma ou outra equação por números inteiros con-
Equação global:
venientes que levem ao cancelamento desejado.
Daí para diante, recai-se num cálculo estequiométrico
comum, em que a regra de três é estabelecida em fun-
ção da equação química que resulta da soma das equa- ∙ ∙
ções intermediárias.
⇒ x = 321 kg de C
Aplicação do conteúdo
Observe que foi necessário multiplicar a 1.ª equação por
1. A fabricação industrial do ácido sulfúrico a partir do
enxofre processa-se por meio das três reações consecu- três e a 2.ª por dois para podermos “cancelar” o CO que
tivas dadas a seguir: está presente tanto na 1.ª como na 2.ª equação.

5. Rendimento
Quando, em indústrias e laboratórios, o rendimento da rea-
ção não é total na maioria das reações químicas realizadas,
Qual é a massa de ácido sulfúrico produzida a partir de 8 a quantidade de produto obtido é menor do que a quanti-
toneladas (t) de enxofre? dade esperada teoricamente.

89
Isso significa que o rendimento da reação não é igual a É preciso então efetuar o cálculo envolvendo o rendimento
100%, uma vez que a massa total dos reagentes não foi percentual dado:
completamente convertida em produtos.
Isso pode ocorrer devido a diversos fatores. Observe os
mais comuns:
§ Podem ocorrer reações paralelas às reações desejadas,
e, com isso, uma parte de um ou de ambos os reagen- 2. Sabe-se que o cobre metálico reage com ácido nítrico
tes é consumida, formando produtos indesejáveis. diluído e produz o gás óxido de nitrogênio (II), água e
um composto iônico no qual o cobre tem número de
§ A reação pode ficar incompleta por ser reversível; desse
oxidação +2.
modo, parte do produto formado é novamente conver-
tida em reagentes. Calcule a massa de metal que deve reagir com o ácido
§ Podem ocorrer perdas de produto durante a reação, nítrico e produzir 4,48 L de gás (CNPT), em um processo
como ao serem usadas aparelhagens de má qualidade no qual o rendimento é de 50 %.
ou devido a algum erro do operador.
Dados: 3Cu + 8HNO3 → 2NO + 4H2O + 3Cu(NO3)2
Rendimento (R) é o quociente entre a quantidade de Cu = 63,5; N = 14; O = 16.
produto realmente obtida em uma reação e a quan-
tidade que teoricamente seria obtida, de acordo com
Resolução:
a equação química correspondente.
A questão é do “tipo inverso” à questão anterior. De fato,
na anterior, dava-se a quantidade do reagente e pedia-se a
Quantidade real
_______________ quantidade do produto formado; agora, é dada a quantida-
Rendimento (em %) =  
  
​   ​ ∙ 100
Quantidade teórica de do produto e pedida a quantidade do reagente necessá-
rio à reação. Pelo cálculo estequiométrico usual, tem-se:

Aplicação do conteúdo
1. Num processo de obtenção de ferro a partir da hema-
tita (Fe2O3), considere a equação não balanceada: ∙ ∙
Fe2O3 + C → Fe + CO

Utilizando-se 4,8 toneladas (t) de minério e admitindo-se


um rendimento de 80% na reação, qual a quantidade de
ferro produzida?  ontudo, o enunciado afirma que o rendimento da reação
C
Dados: Massas atômicas: C = 12, O = 16, Fe = 56 é de 50%, o que indica que apenas 50% do cobre inicial
Resolução: será aproveitado na reação.
Para compensar essa perda, deve-se partir de uma quanti-
Depois do balanceamento da equação, deve-se realizar o
dade maior que os 19,05 g previstos.
cálculo estequiométrico de forma usual:
Assim:
De cada 100 —— 50 g de Cu
g de Cu realmente reagem

y —— 19,05 g de Cu
realmente reagem

100 ∙ 19,5
⇒ y = _________
​   ​​  = 38,1 g de Cu serão necessári-
A massa de ferro (3,36 toneladas) seria obtida se a reação 50
os (apenas 50% desse valor reagirá).
tivesse aproveitamento ou rendimento total (100%).
3. Uma massa de 32,7 g de zinco metálico reage com
Entretanto, o enunciado afirma que o rendimento é de uma solução concentrada de hidróxido de sódio, produ-
apenas 80%. zindo 64,53 g de zincato de sódio (Na2ZnO2).

90
Qual é o rendimento dessa reação? Assim, quando uma reação se processa com a participação
do ar, pode ser necessário identificar fatores como: a massa
Resolução:
de oxigênio que reagiu, o volume do ar utilizado, o volume
Diferente dos anteriores, a questão pede agora o rendi- dos gases finais da reação, a quantidade de nitrogênio que
mento da reação. estava presente no ar e nos gases finais e assim por diante.

É preciso realizar, inicialmente, um cálculo estequiométrico Observe o exemplo a seguir e verifique duas formas que
normal, sem pensar no rendimento: podem ser aplicadas para realizar esses cálculos.

Dados: Zn + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2


Uma das formas é aplicando a “Regra de Três“, e a
Massas atômicas: Zn = 65,4; Na = 23; O = 16; H = 1. outra é aplicando a Proporção Estequiométrica citada
(1O2 : 4N2 : 5ar).

Aplicação do conteúdo
1. Um volume de 56 L de metano é completamen-
te queimado ao ar, produzindo gás carbônico e água.
Suponha todas as substâncias no estado gasoso e nas
mesmas condições de pressão e temperatura.
Passemos, agora, para o cálculo do rendimento porcentual:
CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O
Quantidade real
_______________
Rendimento =   
  
​   ​ ∙ 100 Composição volumétrica do ar: 20% de O2 : 80% de N2.
Quantidade teórica
a) Qual o volume de ar necessário à combustão?

64,53 b) Qual o volume total dos gases no final da reação?


⇒ Rendimento = _____
​   ​  
∙ 100 = 90%
71,7
Resolução:

Ou, ainda, de outra maneira: Como se trata de um cálculo estequiométrico entre volu-
mes gasosos, nas mesmas condições de pressão e tempe-
ratura, a resolução é imediata – basta seguir os coeficien-
tes da equação balanceada:
a) Cálculo do volume de ar necessário à combustão
Se o volume de oxigênio é 2 ∙ 56 = 112 L, o volume de
Note, pelos três exemplos acima, que o cálculo estequiométrico ar será:
é sempre realizado normalmente. Os cálculos do rendimento
são feitos à parte e equivalem a cálculos de porcentagens.

6. Volume de ar nas
reações químicas Observe que esse cálculo corresponde a multiplicar o volu-
me do O2 por 5, de acordo com a proporção já menciona-
O ar seco apresenta cerca de 78 % de gás nitrogênio (N2), da: 1O2 : 4N2 : 5ar.
21 % de gás oxigênio (O2) e 1 % de outros gases, em vo- b) Cálculo do volume total dos gases no final da
lume. Isso quer dizer que temos uma proporção de apro- reação
ximadamente 1 : 4 : 5 de gás oxigênio, gás nitrogênio e ar Pela equação, note que, no final, haverá:
total, respectivamente.
O ar participa de muitas reações, principalmente nas rea-
ções de oxidação, como as combustões. Na verdade, po- ∙ ∙ ∙ ∙
rém, o único componente do ar que reage é o oxigênio, ⇒ No final da reação tem-se 56 L de
sendo que o nitrogênio é considerado inerte. Embora não
participe da reação, o nitrogênio faz parte do ar que reage CO2 + 112 L de H2O(g) (vapor de água) + a sobra de N2 que
e dos gases finais produzidos. existe no ar inicial e que não reage.

91
Ora, sabendo a composição volumétrica do ar, temos: Para o flúor:

80 L de N2 ——— 100 L de ar
x ——— 560 L de ar
⇒ x = 448 L de N2 ∙
Pode-se, também, calcular o volume inerte de N2 usando-
-se o volume de O2 (já calculado anteriormente):
Para o cloro:
80 L de N2 ——— 20 L de O2
y ——— 112 L de O2 ℓ ℓ

⇒ y = 448 L de N2

Observe que todos esses cálculos são desnecessários, pois,
relembrando a proporção 1O2 : 4N2 : 5ar, percebe-se que
basta multiplicar o volume de O2 por 4 para descobrir o
volume do N2. ℓ

Por fim, o volume da mistura gasosa final será: A massa total dos produtos formados será:
Vfinal = 56 L de CO2 + 112 L de vapor de água + 448 L de mtotal = 200 g de HF + 730 g de HCℓ = 930 g de produtos.
N2 = 616 L de gases no final da combustão.
Observe que não se pode somar as duas equações vistas

7. Misturas de reagentes
acima, pois a soma:

Apenas as substâncias puras possuem fórmulas químicas 2H2 + 1F2 + 1Cℓ2 → 2HF + 2HCℓ
e apenas com elas é possível escrever equações químicas.
Numa mistura (composição variável), estão presentes duas apresenta a proporção de 1 mol de F para 1 mol de Cℓ,
ou mais substâncias puras. enquanto o enunciado do problema fala em 5 mol de F2 e
10 mol de Cℓ2.
Às vezes, deseja-se expressar sua composição (em peso ou
em volume) ou mesmo saber quanto de cada componen- Assim, em problemas com misturas de reagentes, o ideal é
te deve ser misturado para formar outra mistura de com- resolver as equações químicas separadamente, realizando
posição previamente fixada. o cálculo estequiométrico também separadamente.

Nesses problemas, a dificuldade fundamental é: as misturas


não são obrigadas a obedecer a uma proporção constante;
7.2. 2.° caso: quando a
entretanto, de acordo com a Lei de Proust, toda equação composição da mistura reagente
química deve obedecer a uma proporção constante. não é conhecida - pelo contrário,
constitui a pergunta do problema
7.1. 1.° caso: quando a composição Uma massa de 24 g de uma mistura de H2 e CO queima
da mistura reagente é dada completamente produzindo 112 g de produtos finais.
Considere que uma mistura composta por 5 mol de Pede-se para calcular as massas de H2 e de CO existentes
flúor e 10 mol de cloro reage completamente com na mistura inicial (Massas atômicas: H = 1, C = 12, O = 16).
o hidrogênio.
Resolução:
Qual é a massa total dos produtos formados? (Massas atô-
micas: H = 1; F = 19; Cℓ = 35,5). As reações mencionadas no problema são:

Resolução:
2H2 + O2 → 2H2O
Considere separadamente as reações do flúor e do cloro e
efetue dois cálculos estequiométricos separados. 2CO + O2 → 2CO2

92
Nesse caso, também não se pode somar as equações, pois Para o CO, temos:
a proporção em que o H2 e o CO estão misturados não é
conhecida. Assim, o caminho é trabalhar com cada equa-
ção química separadamente, como foi feito no 1.° caso.
Inicialmente, é preciso adotar o seguinte raciocínio:
Uma vez que a massa total da mistura de H2 e CO (reagen-
tes) é igual a 24 g, se for chamada de x a massa de H2, a
massa de CO será igual a (24 – x) gramas;
De maneira semelhante, a massa total da mistura final Temos, portanto, um sistema algébrico de duas incógnitas
de H2O e CO2 (produtos) também foi dada, sendo igual a que, resolvido, fornecerá as massas do H2 e CO na mistura
112 g. Assim, se for chamada de y a massa de H2O forma- inicial (reagentes):
da, a massa de CO2 formada será (112 – y) gramas. x = 10 g de H2 e y = 14 g de CO
Agora, as equações químicas devem ser retomadas separa-
damente, e os cálculos estequiométricos correspondentes
devem ser realizados:
Para o H2, temos:

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a
29 produção de alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.

Com o avanço dos estudos da tabela periódica, foi possível separar os elementos em grupos e períodos e classi-
ficá-los como representativos e de transição. Muitos desses elementos têm extrema importância na avaliação de
métodos eficazes e práticos para preservação ambiental.
De forma geral ,é importante identificar as características correspondentes desses elementos para que se possa
trabalhar de forma adequada em relação às propriedades específicas de cada elemento.
Para isso, utiliza-se da estequiometria, que leva em conta situações na qual um produto foi extraído e tratado. Esse
tratamento nem sempre acontece com o maior rendimento ou, muitas vezes, é uma amostra impura. A habilidade 29
tem como objetivo consolidar o raciocínio lógico de forma quantitativa nas reações químicas.

93
Modelo
(Enem) A composição média de uma bateria automotiva esgotada é de aproximadamente 32 % Pb, 3 % PbO, 17 %
PbO2 e 36 % PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria usada é de 6 kg, onde 19 % é PbO2, 60 %
PbSO4 e 21 % Pb. Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta, o que mais preocupa é o sulfato de chum-
bo (II), pois nos processos pirometalúrgicos, em que os compostos de chumbo (placas das baterias) são fundidos, há
a conversão de sulfato em dióxido de enxofre, gás muito poluente.

Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria pode utilizar uma planta mista, ou seja, utilizar o processo
hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do composto de chumbo. Nesse caso, a redução de sulfato
presente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbonato de sódio (Na2CO3) 1 M a 45°C, em que se obtém o
carbonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse processo, o material segue para a fundição para obter
o chumbo metálico.

PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4

Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23; O = 16; C = 12


ARAÚJO, R.V.V.; TINDADE, R.B.E.; SOARES, P.S.M.
Reciclagem de chumbo de bateria automotiva: estudo de caso.
Disponível em: http://www.iqsc.usp.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).

Segundo as condições do processo apresentado para a obtenção de carbonato de chumbo (II) por meio da lixiviação
por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta residual de uma bateria de 6 kg, qual quantidade apro-
ximada, em quilogramas, de PbCO3 é obtida?

a) 1,7 kg
b) 1,9 kg
c) 2,9 kg
d) 3,3 kg
e) 3,6 kg
Análise expositiva - Habilidade 29: A estequiometria é uma das áreas mais importantes da Química. Por
C meio dela é possível aprender sobre a proporcionalidade das reações químicas e a relação dos reagentes. Para
que se tenha um melhor rendimento possível, é necessário utilizar uma maior quantidade de reagente com maior
pureza. Nessa habilidade, é colocada em prova a capacidade do aluno de interpretar e avaliar as condições da es-
tequiometria para um melhor aproveitamento da reação e de colocar em termos quantitativos a resposta achada.
6 kg (pasta) — 100 %
m (PbSO4) — 60%
m (PbSO4) = 3,6 kg

Obtenção de PbCO3:

PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4


303 g __________ 267 g
3,6 kg _________ m(PbCO3)
m(PbCO3) = 3,17 kg

Para um rendimento de 91 %, vem:


3,17 kg — 100 %
m(PbCO3) — 91 %
m(PbCO3) = 2,9 kg
Alternativa C

94
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA

NA QUAL HÁ

QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO

• RENDIMENTO 100%
NA QUAL
• RENDIMENTO MENOR QUE 100%
PODE SER UMA
• EXCESSO DE REAGENTE
REAÇÃO COM
• REAGENTES NÃO PUROS

95

Você também pode gostar