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Caro aluno

Você está recebendo o primeiro livro da Unidade Técnica de Imersão (U.T.I.) do Hexag Vestibulares.
Este material tem o objetivo de retomar os conteúdos estudados nos livros 1 e 2, oferecendo um
resumo estruturado da teoria e uma seleção de questões dissertativas que preparam o candidato
para as provas de segunda fase dos principais vestibulares. Além disso, as questões dissertativas per-
mitem avaliar a capacidade de análise, organização, síntese e aplicação do conhecimento adquirido.
É também uma oportunidade de o estudante demonstrar que está apto a expressar suas ideias de
maneira sistematizada e com linguagem adequada.
Aproveite este caderno para aprofundar o que foi visto em sala de aula, compreender assuntos que
tenham deixado dúvidas e relembrar os pontos que foram esquecidos.
Bons estudos!

Herlan Fellini

SUMÁRIO
BIOLOGIA
BIOLOGIA 1 227
BIOLOGIA 2 247
BIOLOGIA 3 271

FÍSICA
FÍSICA 1 287
FÍSICA 2 299
FÍSICA 3 319

QUÍMICA
QUÍMICA 1 335
QUÍMICA 2 349
QUÍMICA 3 369

225
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Edson Yukishigue Oyama
Felipe Filatte
Herlan Fellini
Kevork Soghomonian
Joaquim Matheus Santiago Coelho
Larissa Beatriz Torres Ferreira
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Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
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Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


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Imagens
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226
BIOLOGIA 1

227
Origem da vida

TEORIAS SOBRE A ORIGEM DA VIDA


Filósofos importantes, como Platão e Aristóteles, aceita-
vam certa explicação sobre a origem dos seres vivos. Dessa
interpretação, surgiu a teoria da geração espontânea ou
teoria da abiogênese, segundo a qual todos os seres vivos
originam-se da matéria bruta de modo contínuo. ausência
de larvas
Essa teoria, entretanto, foi contestada por vários cientistas,
que por meio de seus experimentos provaram que um ser
vivo só se origina de outro ser vivo. Surgiu, então, a atual-
mente aceita teoria da biogênese. frasco fechado com gaze

ƒ Teoria da abiogênese: os seres vivos originam-se da Experimento realizado por Redi, cujo
resultado reforçou a teoria da biogênese.

matéria bruta de maneira contínua. Principais defen-


sores: Aristóteles, Platão, Needhan, Virgílio, Aldovandro, Pasteur
Kricher e Van Helmont. Louis Pasteur, por volta de 1860, por meio de seus céle-
ƒ Teoria da biogênese: os seres vivos originam-se de bres experimentos com balões do tipo “pescoço de cisne”,
outros seres vivos. Principais defensores: Redi, Spallan- conseguiu provar definitivamente que os seres vivos origi-
navam-se de outros seres vivos. Além disso, constatou a
zani e Pasteur.
presença de micróbios no ar atmosférico.
Este experimento mostra que um líquido, ao ser fervido, não per-
Redi de a “força vital”, como defendiam os adeptos da abiogênese,
Por volta de 1660, Francesco Redi começou a combater a pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do
teoria da geração espontânea. Para isso, colocou pedaços líquido, há aparecimento de seres vivos. O experimento rebate
de carne crua dentro de frascos, deixando alguns abertos e ainda outro argumento dos adeptos da abiogênese: a forma-
outros fechados com gaze. Veja esquema do experimento ção de ar viciado impróprio para a vida. O líquido fervido fica,
ao lado. neste caso, em contato com o ar atmosférico através do pes-
coço do balão e não ocorre o aparecimento de seres vivos, pois
Dessa forma, constatou a presença de numerosos ovos e
as gotículas de água que se acumulam nesse pescoço retêm
larvas de insetos sobre a gaze que fechava o recipiente e a
os micróbios contidos no ar que penetra no balão. A partir dos
ausência deles sobre a carne ali contida. Esse experimento
experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter
demonstrou que os insetos eram atraídos pela carne e que
preferência nos meios científicos.
o aparecimento de larvas era, portanto, proveniente dos
numerosos ovos colocados por esses animais. Os resulta- A hipótese da evolução gradual dos
dos de Redi fortaleceram a teoria da biogênese.
sistemas químicos
larvas
Essa hipótese sugere que moléculas orgânicas complexas
foram formadas a partir de moléculas simples nas condições
da Terra primitiva, antes do aparecimento dos seres vivos. Os
gases amônia (NH3), hidrogênio (H), metano (CH4) e vapor
de água da atmosfera primitiva, ao sofrerem os efeitos das
fortes descargas elétricas provenientes das frequentes tem-
pestades e da influência acentuada dos raios ultravioleta do
Sol, reagiram entre si, formando moléculas orgânicas sim-
ples (aminoácidos, açúcares, álcoois). Essas moléculas teriam
sido, então, arrastadas pelas águas da chuva e se acumulado
nos mares primitivos, onde outras reações teriam ocorrido.
frasco aberto
Substâncias orgânicas formaram uma “sopa nutritiva’’.

228
As moléculas de proteína aproximam-se, formando vá- levando muito tempo para se tornarem complexos; portanto,
rios aglomerados proteicos envoltos por várias molécu- os biólogos não aceitam a hipótese autotrófica, porque ela
las de água. Esses aglomerados foram chamados por vai contra a teoria da evolução.
Oparin de coacervados.
Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim A hipótese heterotrófica
uma primitiva organização das substâncias orgâni-
cas, principalmente de proteínas. Supõe que a forma mais primitiva de vida se desenvolveu
de matéria não viva, formando-se em um ambiente com-
Apesar de isolados, os coacervados podiam trocar subs- plexo um ser muito simples, incapaz de fabricar seu alimen-
tâncias com o meio externo, sendo que, em seu interior, to. A hipótese heterotrófica supõe que um ser muito sim-
havia margem para inúmeras reações químicas, permitindo ples evoluiu, vagarosamente, da matéria inanimada, e que
a duplicação e, assim, os primeiros seres vivos. isso aconteceu há milhões de anos, mas não ocorre mais.
De acordo com a hipótese heterotrófica, a vida teria surgido
O experimento de Miller por meio das seguintes etapas, ilustradas ao lado:
Stanley L. Miller construiu um aparelho que simulava as FORMAÇÃO DE AMINOÁCIDOS
condições da Terra primitiva e introduziu nele os gases que
provavelmente constituíam a atmosfera naquela época. FORMAÇÃO DE PROTEÍNAS CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO
Esses gases foram amônia (NH3), hidrogênio (H), metano
FORMAÇÃO DE COACERVADOS APARECIMENTO DE AUTÓTROFOS
(CH4) e vapor de água.
ELETRODOS

TUBO PARA
SURGIMENTO DE HETERÓTROFOS PREDOMÍNIO DE AUTÓTROFOS
CRIAR VÁCUO POLO POSITIVO POLO NEGATIVO

AMÔNIA
METANO
HIDROGÊNIO OBTENÇÃO DE ENERGIA APARECIMENTO DE AERÓBIOS
VAPOR D’AGUA
SÁIDA DO VAPOR

CONDENSADOR
ENTRADA DE ÁGUA

ÁGUA FERVENTE PARA


GERAR VAPOR
Formação de proteínas
Na Terra primitiva, os aminoácidos teriam chegado às rochas
RESULTADOS PARA
ANÁLISE
carregados pelas chuvas. A evaporação da água teria deixa-
Experimento de Miller do os aminoácidos secos sobre a superfície das rochas quen-
tes. Em tais condições, teria ocorrido a formação de ligações
A água, ao ferver, forma vapor e promove a circulação em
peptídicas (síntese por desidratação) pela evaporação de
todo o sistema, de acordo com o sentido das setas. No
água e a consequente formação de proteínas; posteriormen-
balão em que se encontra a mistura gasosa, ocorrem des-
te, tais proteínas seriam levadas aos oceanos pelas chuvas.
cargas elétricas, simulando os raios que, naquela época,
deviam ocorrer com frequência.
Surgimento dos heterótrofos
Então, o experimento de Miller demonstrou que molécu-
Pode-se afirmar que não havia camada de ozônio na Terra
las orgânicas (aminoácidos) poderiam ter-se forma-
primitiva, portanto, a temperatura da superfície terrestre era
do nas condições da Terra primitiva, o que reforça a
muito alta.
hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos.
Nesse cenário, as combinações de elementos simples le-
vavam à formação de substâncias complexas. Assim, foi
A hipótese autotrófica possível a formação de seres unicelulares heterótrofos. A
Como todo ser vivo necessita de alimento para sobreviver, única fonte de energia disponível era a própria sopa nutri-
é lógico admitir que os primeiros seres vivos tenham sido tiva (sem O2); portanto, eram heterótrofos fermentadores
capazes de produzi-lo, isto é, tenham sido autótrofos. Contra – liberavam CO2.
essa hipótese, existe uma objeção de que os autótrofos sin-
tetizam alimentos orgânicos (a partir de substâncias inor- Capacidade de reprodução
gânicas) à custa de uma série extremamente complexa Graças a sua capacidade de retirar alimentos e energia do
de reações químicas, exigindo que o organismo também meio e organizar as moléculas em padrões definidos, os
seja complexo. Acontece, porém, que a teoria da evolução heterótrofos anaeróbios primitivos teriam crescido gradati-
biológica, contra a qual não há objeções sérias, afirma vamente, a tal ponto que teria surgido a luta pela sobrevi-
que os primeiros seres vivos devem ter sido bastante simples, vência devido a problemas no volume celular.

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Nessas condições, eles teriam perecido ou teriam se dividido, Aparecimento dos aeróbios
como meio de reduzir o volume. Nos organismos bem-suce-
didos, teriam surgido os ácidos nucleicos, moléculas que con- Os primeiros autótrofos, a partir de um suprimento de CO2,
trolam os processos básicos de reprodução e organização. Em enzimas de ATP e aparecimento de uma molécula (talvez a
tais condições, o primitivo organismo que tivesse DNA teria clorofila, capaz de absorver a energia luminosa), realizariam
encontrado o meio para se duplicar exatamente, transmitindo uma primitiva fotossíntese.
aos seus descendentes o mesmo padrão de organização con- No processo de fotossíntese, liberam-se moléculas de oxigênio.
seguido após todo o tempo de evolução transcorrido. Portanto, podemos supor que uma certa quantidade de gás te-
nha-se acumulado gradativamente, durante milhares de anos,
Aparecimento dos autótrofos como consequência do aparecimento dos autótrofos. Todavia,
a utilização de oxigênio para a obtenção de energia a partir da
Ao longo do desenvolvimento da vida na Terra, houve diversas
glicose libera muito mais energia do que a retirada de energia
mutações no material genético dos seres vivos. A partir delas,
na ausência de oxigênio, pois a fermentação fornece um sal-
há cerca de 2,7 bilhões de anos atrás, surgiram seres vivos
do energético de apenas 2 ATP, enquanto, na reação com o
unicelulares com capacidade de sintetizar matéria orgânica a
oxigênio, o saldo é de 38 ATP. Teriam, então, levado vantagem
partir de matéria orgânica, ou seja, organismos autótrofos.
os organismos capazes de executar respiração aeróbia, pois,
assim, retirava-se mais energia do alimento disponível.

Evidências evolutivas

A IDEIA DE EVOLUÇÃO EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS


A evolução biológica consiste no conjunto de modifica- Fósseis
ções (mutações) sofridas pelas espécies ao longo de muito
tempo. Essas modificações podem permitir à espécie uma Correspondem à principal e mais notável evidência a favor
melhor adaptação ao meio em que vive, ou seja, realizar do transformismo e, portanto, da evolução. São, por definição,
com mais eficiência seus comportamentos reprodutivo, ali- restos ou vestígios de organismos de épocas remotas conser-
mentar e de exploração de seu habitat. vados até a atualidade. Representam uma evidência evolutiva,
pois mostram-nos que os organismos não foram criados si-
Portanto, uma espécie evoluída é adaptada ao meio em que multaneamente, ou seja, há fósseis de diferentes idades.
vive, não importando o seu grau de complexidade.
Logo, é interessante observar que tanto organismos sim- Datação radioativa dos fósseis
ples, como as bactérias, ou complexos, como os mamíferos, A idade de um fóssil pode ser estimada pela medição de
estão adaptados ao ambiente em que vivem. elementos radioativos presentes nele ou na rocha em que
está fossilizado. Em princípio, quanto mais profundo o ter-
As espécies reno, mais antigo é o fóssil.
Caso o fóssil apresente substâncias orgânicas em sua cons-
Espécies consistem em um conjunto de indivíduos, se-
melhantes anato, fisio e filogeneticamente, capazes de tituição, sua idade pode ser calculada com razoável precisão
realizar fluxo gênico entre si por mecanismos reprodu- pelo método do carbono-14 (14C), um isótopo radioativo
tivos diversos, com produção de descendentes com as do carbono (12C).
mesmas propriedades de transmissão hereditária.

Conceitos
Durante muito tempo, acreditou-se que os seres vivos que
conhecemos hoje, quase 2 milhões de espécies, fossem
exatamente iguais à época de sua criação. Essa teoria é
conhecida como fixismo.
Já o transformismo ou evolucionismo propõe que as es- Estudo comparativo ósseo entre membros anteriores (da esquerda
pécies são mutáveis, ou seja, modificam-se ao longo do tempo. para a direita) de homem, gato, baleia e morcego.

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Estruturas análogas apresentam a mesma função ou papel
Anatomia comparada biológico, porém, apresentam origens embriológicas distintas.
No estudo dos vertebrados, é evidente que existe um padrão Veja a figura a seguir:
esquelético: um crânio ligado a uma coluna vertebral, que
apresenta uma cintura escapular, nela se conectam os mem-
bros anteriores e uma cintura pélvica, na qual estão conecta-
dos os membros posteriores. Portanto, todos os vertebrados,
apesar de diferentes, apresentam características em comum,
o que mostra parentesco e indica um ancestral comum, que,
por evolução, deu origem a todos os subgrupos.

Embriologia comparada
O estudo embriológico dos animais mostra que quanto mais
inicial é a fase de desenvolvimento do embrião, maiores
são as dificuldades de diferenciação e identificação do
grupo estudado. Isso quer dizer que o desenvolvimen-
to embriológico dos animais é extremamente semelhante
nas suas fases iniciais, ocorrendo a diferenciação só mais
tardiamente. Logo, entre espécies ou grupos evolutivamente
próximos existe uma semelhança embriológica muito grande
quanto às fases iniciais do desenvolvimento.

Bioquímica, biologia e Representação de homologia e analogia

genética molecular A homologia é evidente no processo de formação das es-


pécies, a partir de um ancestral comum, e caracteriza o que
Recentemente, estudos nas áreas da bioquímica, biologia e ge- chamamos de irradiação adaptativa.
nética molecular têm mostrado que a presença das mesmas pro-
teínas em organismos de grupos diferentes indica semelhança Estruturas vestigiais
no aparato metabólico e hereditário, o que, sem dúvida nenhu-
Trata-se de características biológicas encontradas em alguns
ma, evidencia parentesco e, portanto, ancestralidade comum.
grupos de seres vivos e que não são mais funcionais em ou-
tros grupos. Como exemplo, na espécie humana, podemos ci-
Homologias e analogias tar os músculos que movem as orelhas, a membrana nictante
Estruturas homólogas apresentam a mesma origem em- nos olhos, o apêndice intestinal, a musculatura abdominal, os
briológica, porém, podem ter destinos funcionais diferentes. dentes do siso e a presença de pelos cobrindo o corpo.

Teorias evolutivas

AS IDEIAS DE LAMARCK mais altos das árvores, que provocariam um desenvolvimento


de ossos e músculos. As girafas com pescoços desenvolvidos
Lamarck acreditava que as características necessárias à transmitiriam essa característica a seus descendentes. Logo, ao
adaptação em um certo ambiente pudessem ser adquiri- longo das gerações, todas as girafas teriam pescoços grandes.
das, simplesmente, pelo uso intensivo do órgão ou estrutu- Para Lamarck, portanto, o ambiente tem um papel direcionador
ra envolvida (1), e que essa “transformação” pudesse ser na modificação das características, ou seja, na adaptação dos
transmitida aos descendentes, ou seja, hereditariamente organismos, uma vez que estes se modificam para atender às
(2). Logo, o lamarquismo está baseado em dois pontos: necessidades impostas pelo meio.
1. Lei do uso e desuso
2. Transmissão hereditária de caracteres adquiridos
Vejamos, neste exemplo, a aplicação dessa ideia: o compri-
DARWINISMO
mento do pescoço das girafas pode ser entendido, se atentar- Darwin, por sua vez, defende a evolução em si como um
mos aos esforços diários nas tentativas de alcançar os ramos processo lento e gradual de pequenas mudanças, que vão

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se acumulando de geração em geração até que resultem em ƒ O mimetismo batesiano (de defesa) consiste na imita-
uma grande mudança em relação aos indivíduos ancestrais. ção de um modelo tóxico ou perigoso por espécies “não
repulsivas” ou inofensivas, que se privam de ser predadas.
Em seu livro A origem das espécies, Darwin expôs a sua
teoria da evolução por seleção natural, tomando como ƒ O mimetismo mülleriano consiste na presença de
pontos de partida duas observações: padrões de coloração semelhantes entre espécies tó-
xicas ou impalatáveis. Devido a esta coloração de ad-
ƒ Os organismos vivos produzem grande número de se-
vertência, ambas ampliam o número de predadores
mentes ou ovos, mas o número de indivíduos nas po-
que passam a evitá-las.
pulações normais é mais ou menos constante, o que só
se pode explicar pela grande mortalidade natural. ƒ O mimetismo reprodutivo é bastante comum entre
plantas que mimetizam a fêmea de insetos e aprovei-
ƒ Organismos de mesma espécie, ou então de uma po- tam a tentativa de acasalamento para sua polinização.
pulação natural, são muito variáveis em forma e com-
portamento, sendo a variabilidade muito influenciada Camuflagem
pela hereditariedade.
Trata-se de um conjunto de técnicas e métodos que permite
Portanto, havendo grande variabilidade e grande mortalida- a um organismo permanecer indistinto do ambiente que o
de, uns organismos terão maior probabilidade de deixar des- rodeia. A camuflagem pode ser vantajosa para o predador,
cendentes do que outros: a tal tipo de reprodução seletiva, que cerca a presa sem ser percebido, e para a presa, que se
Darwin chamou seleção natural. Como Darwin demonstrou, a confunde com o meio, passando despercebida pelo predador.
seleção natural ou “luta pela vida com sobrevivência do mais ƒ Homocromia consiste na coloração semelhante do or-
apto” é o fator orientador da evolução, mas não a causa das ganismo com a do meio onde vive: cascas, galhos e folhas
variações, que ele foi incapaz de descobrir. A dificuldade de de árvores, cor da areia etc.
Darwin só foi resolvida com a descoberta das mutações ex-
ƒ Homotipia consiste na semelhança do indivíduo com
postas pelo mutacionismo, no século XX, por Hugo de Vries,
a forma de estruturas presentes no meio onde vive. É o
que são responsáveis pela origem das variações.
caso dos insetos bicho-folha e bicho-pau, que se asse-
O principal ponto do darwinismo, portanto, é a teoria da melham a folhas e gravetos, respectivamente.
seleção natural, que é a escolha que o ambiente faz das
características mais aptas.
Portanto, o darwinismo pode ser entendido sob três pon-
NEODARWINISMO – TEORIA
tos básicos: SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO
1. Variabilidade intraespecífica
Na época em que Darwin propôs a sua teoria, os mecanis-
2. Seleção natural
mos da herança biológica não eram conhecidos. Apesar de
3. Adaptação
ter sido contemporâneo de Gregor Mendel – pai da genética
–, eles não se conheceram. Descobertas recentes (século XX),
O meio ambiente e a adaptação nos campos da genética, biologia molecular e paleontologia,
Segundo Lamarck, o ambiente tem um papel ativo, deram origem a uma teoria moderna de evolução conhecida
pois atua como um fator de modificação das espécies. Para como neodarwinismo ou teoria sintética da evolução,
Darwin, o ambiente tem um papel passivo, pois atua que integra esses novos conhecimentos às ideias de Darwin,
apenas selecionando as variações mais aptas preexistentes. esclarecendo principalmente as causas da variabilidade.
Ele não conhecia os mecanismos de transmissão hereditária. A moderna teoria sintética da evolução envolve quatro fato-
Isso só foi elucidado com o advento da genética. res básicos: mutação, recombinação genética, sele-
ção natural e isolamento reprodutivo. Os dois primeiros
Exemplos de vantagens adaptativas determinam a variabilidade genética, que é orientada pelos
dois últimos. Três processos acessórios também atuam no pro-
Mimetismo cesso: migração, hibridação e oscilação genética.
Determinados organismos, denominados mímicos, apre- A migração é responsável pelo fluxo gênico, que traz à po-
sentam características que os confundem com outro grupo pulação novos genes. A hibridação consiste no cruzamento
de organismos, os modelos. Em geral, essa semelhança entre popuIações com patrimônios genéticos diferentes. A
dá-se pelo padrão de coloração, textura, forma corporal, oscilação genética ocorre, quando, em populações finitas
comportamento, constituição química. Ela confere ao mí- pequenas, o equilíbrio de Hardy-Weinberg é alterado pelo
mico uma vantagem adaptativa. Existem três tipos de mi- tamanho da população. Se ocorrer mutação rara, o número
metismo: batesiano, mülleriano e reprodutivo. de portadores da mutação será baixo e, pela sua morte,

232
desaparecerá da população. Poderá aparecer novamente, As mutações são aleatórias, ocorrem ao acaso sem que
quando e se ocorrer nova mutação. Esses fatores podem haja relação com a utilidade ou não para que ela venha a
contribuir para a variabilidade genética. ocorrer. Em razão disso, alterações no DNA não são uma
Sob a designação de variabilidade, enquadramos as diferen- estratégia do organismo para se adaptar a alguma situ-
ças existentes entre os indivíduos da mesma espécie. As fontes ação. No entanto, caso ocorra uma mutação favorável,
de variabilidade são as mutações e a recombinação genética. ela será selecionada positivamente; assim, a população
desses indivíduos portadores dessa mutação tenderá a
As variações são submetidas ao meio ambiente, que, pela
seleção natural, conserva as favoráveis e elimina as desfavoráveis. aumentar. Observe-se que mutações não são necessaria-
Assim, quando as condições ambientais se modificam, algumas mente benéficas, podem ser neutras ou prejudiciais para
variações serão vantajosas e permitirão, então, aos indivíduos o organismo.
que as apresentam sobreviver e produzir mais descendentes do A seguir, alguns outros exemplos de seleção natural:
que aqueles que não as têm. Resumindo, temos:
ƒ Melanismo industrial: industrialização na Inglaterra,
1. Variabilidade intraespecífica
as mariposas claras e escuras.
ƒ mutação
ƒ recombinação genética: crossing-over ƒ Resistência de bactérias a antibióticos.
2. Seleção natural ƒ Resistência de moscas ao DDT.
3. Adaptação
Porém, a recombinação genética (crossing-over) pro- Seleção sexual
move o embaralhamento dessas modificações. As muta-
ções ocorrem em todo e qualquer organismo, enquanto Seleção sexual é a seleção natural voltada para o encontro
que a recombinação genética só ocorre naqueles que so- de parceiros e o comportamento reprodutivo.
frem meiose para produzir gametas, nos animais, e espo- Os leões-marinhos machos, por exemplo, brigam entre si para
ros, nos vegetais. Logo, os organismos que se reproduzem demarcar um território e, normalmente, o maior e mais forte
sexuadamente apresentam uma variabilidade muito maior conquista mais fêmeas, logo, deixarão mais descendentes.
em suas populações do que os organismos que se reprodu-
zem assexuadamente, uma vez que sofrem meiose.
Seleção artificial
Tipos de seleção natural A seleção artificial é conduzida pelo homem, consiste na
• Seleção direcional: ocorre quando as condições adaptação e/ou seleção de seres vivos – animais e plantas
ambientais favorecem um único fenótipo. –, cujo objetivo é realçar determinadas características desses
• Seleção estabilizadora: favorece indivíduos de organismos, como a produção de carne, leite, lã e frutas.
fenótipos intermediários, eliminando aqueles de Darwin chegou à conclusão de que a seleção artificial
fenótipos extremos. pode ser comparada à exercida pela natureza sobre as
• Seleção disruptiva: ocorre quando uma popula- espécies selvagens.
ção é submetida a diferentes pressões do ambien-
te, favorecendo indivíduos com fenótipos extremos.

Especiação
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as novas es- (gerando descendentes férteis) e que estão reprodutiva-
pécies se formam. Mas antes de falarmos mais sobre esse mente isoladas de outros grupos semelhantes, em con-
processo, falaremos primeiro sobre o que é uma espécie. dições naturais.
Melhor do que uma única definição para espécie, que facil- ƒ Unidade ecológica: apresenta características
mente a associaria a um termo ou conceito, é preferível consi- próprias e mantém relações bem definidas com o am-
derar diferentes definições. biente e com outras espécies.
ƒ Definição biológica de espécie: são grupos de po- ƒ Unidade gênica: dotada de um patrimônio gênico ca-
pulações naturais potencialmente capazes de se cruzar racterístico, que não se mistura com o de outras espécies

233
e evolui independentemente. Uma espécie, portanto, é o
maior acervo de genes possível em condições naturais.
Especiação é um evento que separa a linhagem que dá ori-
gem a duas ou mais espécies distintas, resultado de uma trans-
formação gradual de uma espécie em outra (anagênese) ou da Entre organismos da mesma espécie, há fluxo gênico,
separação de uma população em duas (cladogênese). que é consequência da semelhança e identidade genética,
além de mesmo número e tipos de cromossomos.
A ORIGEM DAS ESPÉCIES
Uma dada população pode ser submetida a uma separação
Redução de fluxo gênico
em subgrupos a partir de um isolamento geográfico. Esse A especiação, no entanto, também pode ocorrer em po-
isolamento pode ser representado por uma cordilheira, rio, pulações sem barreiras extrínsecas específicas para o fluxo
lago, cachoeira, deserto, entre outros, e permitirá a formação gênico. Suponha uma população distribuída em uma am-
de duas subpopulações A e B. Essas subpopulações, ainda pla faixa geográfica em que o acasalamento não é alea-
pertencentes à mesma espécie, estão submetidas à seleção tório. Indivíduos num determinado ponto cardeal não têm
natural de seus meios, que são diferentes. Logo, as adapta- chance alguma de se acasalarem com indivíduos de outro
ções surgidas em uma subpopulação podem ser diferentes da ponto. Esse fluxo gênico reduzido não implica isolamento
outra e vice-versa. Com isso, teremos uma progressiva dife- total dessa população, mas pode ou não ser suficiente para
renciação ao longo do tempo e enquanto durar o isolamen- caracterizar uma especiação. Provavelmente, a especiação
to, até que, com o fim deste, os indivíduos de novas gerações requer a ocorrência de diferentes pressões seletivas nos
das duas subpopulações podem, então, tentar se reproduzir.
diferentes extremos opostos. Algo assim alteraria a frequ-
No entanto, pode ocorrer que eles não mais se encontrem e
ência gênica nesses indivíduos, a ponto de eles não serem
consigam reproduzir-se, o que quer dizer que estão isolados
mais capazes de se acasalarem, caso estivessem reunidos.
reprodutivamente, ou seja, agora pertencem a espécies
diferentes. Porém, mesmo diferenciados, podem conseguir se
reproduzir, significando que não estão isolados reprodutiva-
mente. Deste modo, constituem raças geográficas.
TIPOS DE ESPECIAÇÃO
Na especiação, o papel crítico mesmo é a redução do flu-
xo gênico. A classificação dos modos de especiação de-
pende do quanto as espécies incipientes podem se separar
geograficamente. Observe na tabela a comparação entre
alguns dos modos de especiação, que, mesmo diferentes,
podem contribuir para a redução de fluxo gênico.
Origem das espécies – especiação. Hipóteses:
A × B = sem descendentes férteis > isolamento reprodutivo > são diferentes
A × B = com descendentes férteis > há fluxo gênico > subespécies / variedades / raças

Modos de especiação Características Representação

Alopátrica
As populações são geograficamente isoladas.
(alo = outros; pátrica = lugar)

Uma pequena população fica isolada na borda de uma


Peripátrica (peri = perto)
população maior.

Parapátrica (para = ao lado) A população é continuamente distribuída.

Simpátrica (sim = igual) População inserida na população ancestral.

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Especiação alopátrica mo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou
reduzem seu sucesso. Os principais tipos de isolamento
Ocorre por isolamento geográfico. pós-zigótico são:
ƒ Mortalidade do zigoto
Especiação peripátrica
ƒ Inviabilidade do híbrido
É um tipo de especiação com isolamento geográfico, na
qual a maior população é separada da menor. ƒ Esterilidade do híbrido

Especiação parapátrica Zigoto é a primeira célula de um novo indivíduo, for-


mada quando o gameta feminino é fecundado pelo
Isolamento geográfico é um mecanismo que não faz parte
gameta masculino.
desse tipo de especiação. Pode ser devido à adaptação a
essas novas áreas, em que conjuntos de indivíduos, gradu- Híbrido é o nome dado a um indivíduo formado pela
almente, tornam-se espécies distintas. A especiação pode união de indivíduos de espécies diferentes. É o resul-
se caracterizar apenas pela distância entre os grupos. tado da mistura genética entre espécies distintas.

Especiação simpátrica
Contrariamente aos tipos anteriores, a especiação simpátrica
Exceção à regra
não requer distância geográfica em larga escala para redução Apesar de a regra dizer que híbridos são estéreis, há re-
do fluxo gênico entre indivíduos de uma população. A simples gistros de exceções a essa regra com filhotes de mula.
exploração de um novo nicho por uma subpopulação pode
contribuir para a redução do fluxo gênico entre indivíduos.
Cladogramas e parentesco evolutivo
Isolamento reprodutivo O processo da evolução determina o relacionamento entre
espécies. Conforme as linhagens (espécies) evoluem e se-
Pode-se dizer que o isolamento reprodutivo é um subprodu- param-se, herdam as alterações e diferenciam seus cami-
to da especiação. Resume-se à incapacidade total ou parcial nhos evolutivos, é produzido um padrão ramificado de
de os indivíduos de duas subpopulações cruzarem-se. Quan- relações evolutivas.
do elas entram em contato, o isolamento reprodutivo impe-
de a mistura de genes dessas subpopulações. Nesse cladograma, o ramo principal mostra o ancestral
comum, e cada ponto de ramificação são eventos de es-
Mecanismos de isolamento reprodutivo peciação que dão origem a novas espécies, a novas ca-
racterísticas. Cada dicotomia indica um ancestral comum
Esses mecanismos podem ser classificados em pré-zigóticos partilhado. Quanto mais próximos os ramos, maior
e pós-zigóticos. Os mecanismos pré-zigóticos impedem a é o grau de parentesco entre os grupos.
fecundação, consequentemente, a formação do zigoto.
Linhagem do Táxon monofilético
táxon A Táxon parafilético
ƒ Isolamento estacional ou sazonal (ramo)

ƒ Isolamento ecológico Linhagem do


táxon D
(ramo)
ƒ Isolamento etológico ou comportamental Táxon Táxon Táxon Táxon
A B C D
ƒ Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica
X espécie ancestral X
(nodo)
Nicho é um termo usado para designar a função ou
Y espécie ancestral Y
papel desempenhado pelos organismos de de- (nodo)

caráter a (sinapomorfia)
terminada espécie em seu ambiente de vida. Isso tempo
inclui suas necessidades alimentares, a temperatura Árvore filogenética: relações filogenéticas ou de parentesco entre os seres vivos
ideal de sobrevivência, os locais de refúgio, as intera-

A EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES


ções com os “inimigos” e com os “amigos”, os locais
de reprodução, entre outros.

A extinção é o desaparecimento completo de uma espé-


Os mecanismos pós-zigóticos são aqueles que inviabili- cie animal ou vegetal, que pode ser ocasionado por proces-
zam a sobrevivência do híbrido ou a sua fertilidade. Mes- sos naturais ou por interferência humana.

235
explorar outros ambientes, abriu novos horizontes para
Os processos naturais a nossa evolução biológica. A seguir, veremos as vanta-
A extinção de espécies acontece naturalmente desde o surgi- gens angariadas com isso.
mento da vida no Planeta. Suas principais causas são as mo-
dificações climáticas, como as desertificações, glaciações e al- Vivendo em campos abertos, os indivíduos que formavam
terações da atmosfera decorrentes das atividades vulcânicas. grupos eram mais favorecidos. Dentre todos aqueles indiví-
Elas tornam o meio ambiente desfavorável à permanência de duos ancestrais do homem, havia aqueles que viviam mais
alguns grupos, que, por seleção natural, desaparecem – isolados e os que viviam em grupos. Assim, ao longo das
temos como principal exemplo os dinossauros. A maioria das gerações, os indivíduos mais isolados eram mais facilmente
espécies, porém, consegue adaptar-se e sobreviver a essas capturados por predadores e não deixavam tantos descen-
mudanças, porque elas costumam ocorrer lentamente. dentes como os que viviam em grupo. Estes últimos, mais
protegidos, deixavam um maior número de descendentes,
que tinham a tendência de se manter no grupo.
Os processos antrópicos (humanos)
Um fator essencial para que essa vocalização pudesse existir
Nas últimas décadas, o homem vem destruindo habitats de é uma pré-adaptação para essa característica. Mas o que
grande diversidade biológica, principalmente por causa da po- é uma pré-adaptacão? Muito simples: são estruturas que
luição das águas, solo e ar, do desmatamento, da caça e pesca já existem naquela espécie e que permitem que o animal
predatórias e da extração ilegal de espécies vegetais. Essas mu- tenha sucesso no novo ambiente.
danças estão acontecendo numa velocidade maior do que a de
adaptação dos seres vivos. Dessa forma, eles não se ajustam O bipedalismo ajudaria na cobertura de extensas áreas, ao
às novas condições de vida e desaparecem. Uma das consequ- mesmo tempo que liberava os membros anteriores desses
ências da extinção das espécies é o desequilíbrio das cadeias animais (braços e mãos) para tarefas de recolher frutas e
alimentares, responsáveis pela transferência de alimento nos manusear alimentos. Desse modo, os indivíduos que tinham
ecossistemas. A redução drástica dos animais carnívoros, por mais habilidade em lidar com o alimento foram favorecidos
exemplo, pode levar à proliferação dos animais herbívoros e, e deixaram mais descendentes, tendo maior sucesso evoluti-
como consequência, haveria escassez de algumas plantas. vo. Chamamos isso de uma “pressão positiva” para os mais
habilidosos, ou seja, aqueles que tivessem mais habilidade
teriam vantagem em relação aos que não tivessem tanta ha-
FILOGENIA DOS SERES VIVOS bilidade, e prevaleceriam em termos de evolução.
Da célula primitiva originaram-se todos os seres vivos. As estruturas da mão também iam sendo selecionadas, que fa-
Portanto, todos descendem de um único ancestral, isto é, cilitavam o manuseio do alimento, gerando maior habilidade.
formam um grupo monofilético. A universalidade do Todos esses fatores, em conjunto, resultaram em um cérebro
código genético para todas as células sugere essa origem mais desenvolvido. Não devem ser deixados de lado também
comum. Uma origem polifilética implicaria a existência os custos de se ter um cérebro maior, pois o cérebro consome
de vários ancestrais para os seres vivos. muita energia. Apenas para se ter uma ideia, o nosso cérebro,
em termos energéticos, custa três vezes mais do que o cérebro

EVOLUÇÃO HUMANA
de chimpanzé, e 22 vezes mais do que um tecido muscular em
repouso. A taxa metabólica específica (por grama) é nove ve-
Você já deve ter reparado que nós, humanos, possuímos zes maior do que o resto do corpo, como um todo. Para bancar
um cérebro muito grande, se comparado com outros ma- esse grande gasto, os nossos ancestrais tinham que ter uma
míferos ou primatas. dieta de melhor qualidade proteica e energética.

Quando o ancestral do homem teve a necessidade de A mudança de dieta retroalimenta a expansão cerebral;
descer das árvores para sobreviver (isso pode ter ocorri- isso significa que, para manter o cérebro, nossos ancestrais
do devido a uma mudança no habitat – menos árvores, tinham que comer melhor, tendo que apresentar, portan-
talvez), teve que lidar com um ambiente relativamente to, um comportamento forrageador (de busca de alimen-
diferente, onde o bipedalismo permitia algumas vanta- to) mais complexo e eficiente, que, por sua vez, fazia uma
gens. Essa característica, associada à possibilidade de pressão seletiva para a expansão cerebral.

Introdução à ecologia

236
Um ecossistema consiste numa rede complexa de rela- químicos do meio.
ções de mútua influência entre a flora, a fauna e os micro-
Os ecossistemas também podem ser subdivididos em pe-
-organismos de uma determinada área ou região e todos
quenas unidades bióticas, conhecidas como comunida-
os elementos físicos naturais (geológicos, climáticos etc.).
des biológicas.
Como nenhum ecossistema natural é completamente se-
O ecossistema é, ainda, caracterizado pelos ciclos da maté-
parado de outro, pode-se considerar que todo o Planeta
ria e pelos fluxos de energia.
constitui um imenso conjunto de ecossistemas, a biosfera.

Níveis de organização ecológicos Cadeias alimentares


A cadeia alimentar é a sequência de transferências de ma-
téria e energia de um organismo para outro, sob a forma
organismo > população > comunidade > de alimento.
ecossistema > bioma > biocora > biociclo > biosfera

ƒ Um conjunto de organismos da mesma espécie, que inte-


rage e habita uma dada região durante um certo perío-
do de tempo, constitui uma população. Cadeia alimentar
ƒ O conjunto de várias populações de espécies diferen- As setas usadas nos diagramas e esquemas de teias e
tes, que interage e habita uma dada área durante um cadeias indicam o sentido da matéria e energia. A cadeia
período de tempo, forma uma comunidade bioló- alimentar é formada por três níveis distintos: produtores,
gica, biota ou biocenose. consumidores e decompositores. Os produtores são os
organismos clorofilados, como as plantas e algas, os únicos
Conceitos fundamentais seres vivos capazes de produzir matéria orgânica que servi-
rá de alimento para toda a biota, por meio da fotossíntese.
ƒ Habitat é o local mais provável de encontrarmos a Esse material orgânico sustenta, direta ou indiretamente,
espécie. É o local onde vive, ou seja, onde realiza suas os organismos consumidores, assim denominados por
atividades. precisarem “consumir” ou ingerir o seu próprio alimento
ƒ Nicho ecológico é o papel e/ou função que a es- (seres heterótrofos).
pécie desempenha no ambiente. Envolve informações Esses consumidores podem ser primários (animais herbívo-
acerca da sua biologia reprodutiva, alimentar e com- ros) ou secundários, terciários e assim por diante (animais
portamental. carnívoros). Quando os dejetos desses animais são lança-
Espécies diferentes podem compartilhar habitats, porém, dos no solo e se juntam a toda matéria morta (animal e
nichos não. A sobreposição de nichos causa competição vegetal) ali presente, entram em ação os chamados orga-
interespecífica que pode levar à mútua exclusão – princí- nismos decompositores, fungos e bactérias.
pio de Gause.
O nicho ecológico é caracterizado pelo total de infor-
Nível trófico
mações que podemos ter acerca de uma espécie: quan- Os organismos em uma cadeia têm à sua disposição
to à biologia alimentar, à biologia comportamental e à quantidades diferentes de energia no alimento que inge-
sua reprodução. rem. A posição que o organismo ocupa na cadeia é cha-
mada de nível trófico. Portanto, quanto mais próximo
Composição e estrutura do início da cadeia está o organismo, maior é a energia
disponível para este organismo. Logo, o número de níveis
dos ecossistemas tróficos em uma cadeia é limitado, visto que as perdas
A zona de transição entre ecossistemas diferentes, cha- energéticas de um nível para outro são muito grandes, ou
mada ecótono, possui características de cada uma das seja, da ordem de 90%.
comunidades fronteiriças e específicas nelas existentes.
Os percursos ou trajetos da matéria e energia nos ecossis-
Os ecossistemas apresentam dois componentes básicos: temas são muito distintos. A matéria sempre cicla, en-
o biótico, representado pelas comunidades biológicas, quanto que a energia flui. Portanto, fala-se em ciclos da
e o abiótico, representado pelos elementos físicos e matéria e fluxo de energia.

237
Pirâmides e eficiência ecológicas

O FLUXO DE ENERGIA
A energia acumulada na matéria orgânica – chamada de
produtividade primária bruta (PPB), por fotossíntese,
Cadeia terrestre Cadeia aquática
pelos produtores não está totalmente disponível para os de biomassa de biomassa
herbívoros, pois os produtores “gastam” uma parcela –
correspondente a processos metabólicos como a respi- ƒ Energia – mostra a energia acumulada em cada ní-
ração celular (RC) para se manterem vivos, o mesmo vel trófico ( cal / g / área).
acontece com os primeiros carnívoros em relação aos
próximos carnívoros. Esse “saldo” é chamado de produ-
Consumidores de
tividade líquida (PL) e é efetivamente a energia que Terceira Ordem

está disponível para ser “ingerida” pelo próximo organis-


Consumidores de
mo sob a forma de matéria orgânica. Segunda Ordem

Isso quer dizer que a energia disponível ao longo da ca-


Consumidores de
deia alimentar diminui e as perdas não podem ser rea- Primeira Ordem
proveitadas, ou seja, o fluxo de energia é unidirecio-
nal e decrescente.
Produtores

AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS Energia captada pelo produtor Energia retida


no sistema vivo
Energia perdida
pelo sistema vivo

São representações gráficas das relações existentes entre


os organismos nas cadeias e teias alimentares.
ƒ Número – mostra a quantidade de organismos em
cada nível trófico.
PRODUTIVIDADE DE
UM ECOSSISTEMA
A produtividade de um ecossistema indica a sua capacida-
de de crescimento e de manutenção de espécies.

PPL = PPB – RC

A produtividade primária de um ecossistema depende, es-


sencialmente, do alto desempenho fotossintético de seus
produtores e, portanto, dos fatores limitantes da fotossínte-
se, como luminosidade, altitude nos terrestres, profundida-
de nos aquáticos, tipo do comprimento de onda luminosa,
temperatura, água líquida disponível, disponibilidade de
nutrientes e pluviosidade.
A eficiência na transferência de energia de um nível tró-
fico para outro é fundamental, pois as taxas das perdas
são enormes, o que impede o acúmulo de biomassa e
o crescimento das populações. Quanto maiores as po-
ƒ Biomassa – mostra a quantidade de biomassa (kg pulações, mais numerosas e interligadas as cadeias ali-
ou g) em cada nível trófico, ou seja, a massa total de mentares de um ecossistema, maior, também, será a sua
todos os organismos vivos em qualquer área dada ou produtividade primária.
seu equivalente em energia.

238
Relações ecológicas

RELAÇÕES ECOLÓGICAS ƒ o caranguejo-bernardo-eremita e a anêmona;


ƒ o pássaro-palito e o crocodilo;
NAS COMUNIDADES ƒ o anu e o gado.
As relações ecológicas representam estratégias esco-
lhidas pelas espécies e selecionadas ao longo do tempo, Mutualismo
para melhor se adaptarem aos ambientes, diminuindo as Trata-se de uma associação com benefícios mútuos. É mais
taxas de competição, explorando de maneira mais eficiente íntima que a cooperação, sendo necessária à sobrevivência
os recursos neles presentes. das espécies, que não podem viver isoladamente.
Divididas em interespecíficas ou heterotípicas, ƒ Bacteriorriza é a associação entre as bactérias do gê-
quando dois ou mais organismos de espécies diferentes nero Rhizobium e as raízes de leguminosas. Nas mi-
estão associados, e intraespecíficas ou homotípi- crorrizas, tem-se uma associação entre fungos e raízes de
cas, quando dois ou mais organismos da mesma espécie árvores florestais. O fungo, que é um decompositor, for-
estão interagindo. nece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes minerais;
As interações ainda podem ser classificadas em harmô- em “troca”, recebe matéria orgânica fotossintetizada.
nicas, quando nenhum dos organismos envolvidos sofre ƒ Cupins ou térmitas e certos protozoários.
algum tipo de prejuízo, e desarmônicas, quando um dos
organismos envolvidos sofre algum tipo de prejuízo ou mes- ƒ O líquen é uma associação entre alga e fungo.
mo a morte.
Comensalismo
Relações harmônicas No comensalismo, uma espécie (comensal) se beneficia,
enquanto a outra (hospedeira) não leva vantagem alguma.
Relações harmônicas Um caso típico é a rêmora ou peixe-piolho, que vive
intraespecíficas ou homotípicas como comensal do tubarão.

Colônias Inquilinismo
São constituídas por organismos da mesma espécie, que É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abri-
se mantêm, anatomicamente, unidos entre si. São exem- go ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeiro), sem
plos de colônias homomorfas as colônias de espongiários, prejudicá-la:
e de colônias heteromorfas a obelia, uma colônia de celen-
ƒ o peixe-agulha e a holotúria;
terados. As colônias polimórficas são estruturadas por vá-
rios tipos de indivíduos adaptados para funções distintas. ƒ epifitismo.
Como exemplo clássico, citamos as caravelas.

Sociedades Relações desarmônicas


São associações de indivíduos da mesma espécie que não Relações desarmônicas
estão ligados anatomicamente e formam uma organização
social que se expressa através do cooperativismo; são re-
intraespecíficas ou homotípicas
presentadas por cupins, vespas, formigas e abelhas. Competição intraespecífica
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mes-
Relações harmônicas interespecíficas ma espécie, quando concorrem pelos mesmos fatores am-
ou heterotípicas bientais, principalmente espaço e alimento. Exemplo de
competição intraespecífica: territorialidade.
Protocooperação
Canibalismo
Trata-se de uma associação entre duas espécies diferentes,
na qual ambas se beneficiam: Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie.

239
Relações desarmônicas e defesa. A camuflagem dos animais, pela cor ou forma, as-
semelham-se ao meio ambiente, com o qual se confundem.
interespecíficas ou heterotípicas
Tanto as presas como os predadores procuram esconder-se.
Acontecem entre indivíduos de espécies diferentes e com-
preendem: competição interespecífica, predatismo, amen- Herbivoria
salismo e parasitismo.
A herbivoria é uma interação em que um organismo conso-
me uma planta, seja inteira ou apenas partes.
Competição interespecífica
A competição entre espécies diferentes se estabelece quan- Parasitismo
do tais espécies possuem o mesmo habitat e o mesmo ni-
cho ecológico. Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na
superfície ou interior de outra, designada hospedeiro.
Amensalismo
Esclavagismo ou sinfilia
Amensalismo é um tipo de associação na qual uma es-
pécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou na Relação ecológica entre indivíduos que se beneficiam da
reprodução por substâncias secretadas por outra espécie, exploração das atividades, do trabalho ou dos produtos de
denominada inibidora. outros organismos.
ƒ Formigas e pulgões ou afídeos
Predatismo ƒ Chupim e outros pássaros
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado
presa, pertencente a uma espécie diferente. Tanto os preda- Resumo das relações ecológicas
dores quanto as presas apresentam adaptações para ataque

relações harmônicas interespecíficas


mutualismo (+ / +) vínculo obrigatório liquens, micorriza, rhizóbio
cooperação (+ / +) sem vínculo obrigatório paguru e anêmona; ruminantes e aves
comensalismo (+ / 0) indiferença epífitas; tubarão e rêmora
relações harmônicas intraespecíficas
sociedade divisão de trabalho insetos sociais: abelha, cupins
colônia vínculo físico água-viva, corais, bactérias

relações desarmônicas interespecíficas


predatismo (+ / –) com morte onça e capivara
parasitismo (+ / –) com exploração sem morte pulga, tênia, esquistossomo
competição (– / –) sobreposição de nichos introdução de espécies
esclavagismo (+ / –) exploração de trabalho pulgões e formigas
herbivoria (+ / –) herbívoro e planta vaca e capim
relações desarmônicas intraespecíficas
canibalismo comer indivíduo da mesma espécie viúva-negra
competição disputa por recursos leões

240
Dinâmica populacional e sucessão ecológica

DINÂMICA POPULACIONAL A SUCESSÃO ECOLÓGICA


NOS ECOSSISTEMAS
A: CAPACIDADE SUPORTE DO MEIO As comunidades podem sofrer mudanças em sua composição
B: POTENCIAL BIÓTICO
C: CRESCIMENTO REAL ao longo do tempo, o que caracteriza a sucessão ecológica.
D: RESISTÊNCIA DO MEIO Durante a sucessão, comunidades vão se sucedendo e alteran-
CURVAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL do, significativamente, o ambiente físico.A comunidade que pri-
meiro se estabelece no ambiente é a ecese ou comunidade
No gráfico apresentado, observa-se a dinâmica das duas cur- pioneira; os estágios sucessionais seguintes são chamados de
vas representativas do crescimento das populações: “S” e seres; e, finalmente, a comunidade que se estabelece ao final
“J”. Os habitats fornecem recursos de diversos tipos: água, é chamada de comunidade clímax, sendo autossuficiente e
refúgio, área mínima comportamental e alimento. Todos homeostática. Ao longo do processo sucessional, aumentam o
esses recursos podem ser compartilhados dentro de alguns número de espécies, habitats, biomassa e interações.
limites que o próprio ambiente determina. A essa caracterís- A sequência de seres que constituem a sucessão primária de
tica “limitada” do ambiente chamamos de capacidade de uma área rochosa ou de um solo desnudo pode ser a seguinte:
suporte: o número de espécies, de indivíduos em cada po-
pulação, os tipos de interações entre os organismos também liquens > bactérias > briófitas > gramíneas > samambaias
determinam e caracterizam essa propriedade do ambiente. > sequência de arbustos > arvoretas > árvores maiores

Resistência do meio (RM) Ao longo da sucessão, teremos aumento do número de es-


A resistência do meio se traduz na quantidade de impactos pécies, de simbioses, de biomassa, de habitats, de produti-
ou alterações que um meio pode sofrer e suportar. vidade primária bruta e da taxa de respiração. A sucessão
nem sempre recupera a formação original, porém alcançará
Capacidade de suporte (CS) uma composição de espécies e uma estrutura máxima para
as atuais condições.
A capacidade de suporte de um ambiente pode ser entendi-
da como o conjunto de limites a que esse meio está imposto. Sucessões primária e secundária
Curva de sobrevivência Fala-se que o processo sucessivo é primário quando ocorre
em substratos (solo, rocha, água ou o corpo de um ser vivo)
A taxa de sobreviventes ao longo da vida para cada es- não previamente ocupados por organismos.
pécie determina a sua curva de sobrevivência, ou seja, em
O processo é considerado secundário quando os referidos
que momento do ciclo de vida há mais mortes e em que
substratos já foram anteriormente ocupados por uma co-
momentos há maior adaptação à vida.
munidade e, consequentemente, contêm matéria orgânica
viva ou morta (detritos, propágulos).
Taxas e parâmetros
I + TN > E + TM
O contingente está aumentando; logo, há crescimento
O contingente populacional é variável e pode sofrer influên-
populacional.
cia de movimentos migratórios. A imigração (I) consiste na
chegada de indivíduosI +àTN < E + TMenquanto que a emi-
população,
O contingente está diminuindo; logo, da
gração (E) consiste na saída de indivíduos a população
população.
está decrescendo.
O total de nascimentos, em =um
I + TN E +intervalo
TM de tempo, carac-
teriza a taxa de tende
O contingente natalidade (TN), enquanto
a ficar constante; logo, a que o total
popula-
de mortes caracteriza a
ção parou de crescer. taxa de mortalidade (TM).

241
U.T.I. - SALA a destruição da vegetação natural. Após a ocorrência de
queimadas em uma floresta, que tipo de sucessão ecoló-
gica ocorre e por quê? Descreva as fases deste processo
1. (Enem adaptado) Em certos locais, larvas de moscas, e algumas das possíveis vegetações correspondentes.
criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para
pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que es- 4. (FEI adaptado) Num ecossistema, um fungo, uma grama,
sas larvas surgem espontaneamente do arroz cozido, tal
uma coruja e um coelho podem desempenhar quais papéis
como preconizado pela teoria da geração espontânea.
em uma cadeia trófica? Se aumentássemos a população de
Cite um dos primeiros pesquisadores que refutou esta
teoria e qual foi seu experimento. coruja, o que ocorreria com a quantidade de grama?

2. (PUC adaptado) Certa espécie animal apresenta uma 5. (Unicamp adaptado) A produtividade primária em um
série de mutações que determinam a variedade de fe- ecossistema pode ser avaliada de várias formas. Nos
nótipos relativos à coloração. Essa diversidade genética, oceanos, um dos métodos para medir a produtividade
orientada pela seleção natural, garante a adaptação dos primária utiliza garrafas transparentes e garrafas escu-
indivíduos dessa espécie a diversos tipos de ambiente. ras, totalmente preenchidas com água do mar, fechadas
O trecho não é referente a Mendel, Darwin ou Lamarck. e mantidas em ambiente iluminado. Após um tempo de
Trata-se de qual teoria evolutiva? Descreva essa teoria. incubação, mede-se o volume de oxigênio dissolvido na
água das garrafas. Os valores obtidos são relacionados à
3. (UFJF adaptado) As queimadas, comuns na estação fotossíntese e à respiração. Por que o volume de oxigê-
seca em diversas regiões brasileiras, podem provocar nio é utilizado na medição da produtividade primária?

U.T.I. - E.O.
1. (Fuvest) Acredita-se que organismos semelhantes a bactérias heterotróficas anaeróbicas tenham sido os primeiros
seres vivos a surgirem na face da Terra. Apresente duas justificativas para essa hipótese.

2. (Unicamp) A evolução biológica é tema amplamente debatido, e as teorias evolucionistas mais conhecidas são as de
Lamarck e Darwin, a que remete a tira do Calvin abaixo.

Quadro 1: Uma das criaturas mais peculiares da natureza, a girafa, está singularmente adaptada ao seu ambiente.
Quadro 2: Sua tremenda altura lhe permite mastigar os suculentos petiscos mais difíceis de alcançar.
Quadro 3: Biscoitos.
a) Como a altura da girafa, lembrada pela tira do Calvin, foi utilizada para explicar a teoria de Lamarck?
b) Como a teoria de Darwin poderia explicar a situação relacionada com a altura da girafa?

3. (UFC) Em 1860, Pasteur conseguiu uma vitória para a teoria da biogênese, enfraquecendo a confiança na abiogê-
nese, com uma experiência simples e completa. Analise o esquema dessa experiência, mostrado a seguir, e descreva
sucintamente o objetivo de cada etapa como também a conclusão da experiência.

242
Etapa 1: A solução nutritiva é colocada no frasco. a) Qual dos seguintes conceitos – ecossistema, ha-
bitat, nicho ecológico – está implícito nesse gráfico?
Etapas 2 e 3: O gargalo do frasco é curvado em S ao ca-
lor da chama e a solução é fervida fortemente durante b) Os dados de mortalidade representados nesse grá-
fico referem-se a que nível de organização: espécie,
alguns minutos.
população ou comunidade?
Etapa 4: A solução é resfriada lentamente e permanece c) Temperatura e salinidade são fatores abióticos que,
estéril muito tempo. nesse caso, provocaram mortalidade das fêmeas do
Etapa 5: O gargalo é quebrado. camarão-da-areia. Cite dois fatores bióticos que tam-
bém possam produzir mortalidade.
4. (UFSCar) Em recente artigo publicado on-line na revis- 7. (Unicamp) Os navios são considerados introdutores
ta científica Evolution, pesquisadores identificaram um potenciais de espécies exóticas através da água de lastro
processo de diversificação gênica nos ecossistemas tro- (utilizada nos tanques para dar aos navios estabilidade
picais de Madagascar, numa população de sapos (Anura quando vazios). Essa água pode conter organismos de
microhylidae) de habitat montanhoso, em que foram diversos grupos taxonômicos. Com certa frequência, le-
identificadas 22 novas espécies. em-se informações relacionadas a essas e introduções:
a) O que é seleção natural e qual o seu papel na evo- I. O mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), um bi-
lução das espécies? valve de água doce originário do sul da Ásia, chegou
b) Segundo o neodarwinismo, além da seleção na- ao Brasil em 1998 e já infestou rios, lagos e reserva-
tural, quais fatores explicam a diversidade entre as tórios da região Sul e do Pantanal. Além de causar
espécies de sapos encontradas? problemas ecológicos, esse invasor ameaça o setor
elétrico brasileiro, a agricultura irrigada, a pesca e o
5. (PUC-MG) O bioquímico russo Oparin, em seu livro A
abastecimento de água devido à sua capacidade de se
origem da vida, admitiu que a vida sobre a Terra surgiu
incrustar em qualquer superfície submersa.
há mais ou menos 3,5 bilhões de anos.
(ADAPTADO DE EVANILDO DA SILVEIRA, “MOLUSCO CHINÊS AMEAÇA
a) CITE dois gases presentes na atmosfera primitiva. AMBIENTE E PRODUÇÃO NO BRASIL”. HTTP://WWW.ESTADAO.
COM.BR/CIÊNCIA/NOTÍCIAS/2004/MAR/18/75.HTM)
b) A que condições estavam submetidos os gases da
atmosfera primitiva? II. As autoridades sanitárias acreditam que o vibrião co-
c) Que compostos químicos se originaram a partir dos lérico, originário da Indonésia, chegou ao Peru através
gases iniciais? de navios e de lá se espalhou pela América latina.
d) Atualmente, sabemos que seres autótrofos consti- (ADAPTADO DE ILÍDIA A.G.M.JURAS, “PROBLEMAS CAUSADOS PELA ÁGUA DE
tuem fonte básica de alimento. No entanto, admite-se LASTRO”. CONSULTORIA LEGISLATIVA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2003.)

que os primeiros organismos devem ter sido heteró- Além de problemas como os citados acima, a introdu-
trofos. A partir de onde os heterótrofos conseguiam ção de espécies oferece risco de extinção de espécies
seu alimento na Terra primitiva? nativas. Explique por quê.
e) Qual o mecanismo utilizado pelos primeiros orga-
nismos para obtenção de energia? 8. (Fuvest) Num campo, vivem gafanhotos que se
alimentam de plantas e servem de alimento para
6. (Fuvest) Analise o gráfico abaixo, relativo à mortali- passarinhos. Estes são predados por gaviões. Essas
dade de fêmeas férteis do camarão-da-areia (Crangon quatro populações se mantiveram em números está-
septemspinosa) em água aerada, em diferentes tempe- veis nas últimas gerações.
raturas e salinidades, durante determinado período.
a) Qual é o nível trófico de cada uma dessas populações?
b) Explique de que modo a população de plantas poderá
ser afetada, se muitos gaviões imigrarem para esse campo.
c) Qual é a trajetória dos átomos de carbono que
constituem as proteínas dos gaviões desde sua ori-
gem inorgânica?
d) Qual é o papel das bactérias na introdução do ni-
trogênio nessa cadeia alimentar?

9. (Fuvest) Devido ao aparecimento de uma barreira


geográfica, duas populações de uma mesma espécie fi-
caram isoladas por milhares de anos, tornando-se mor-
fologicamente distintas.
a) Explique sucintamente como as duas populações
podem ter-se tornado morfologicamente distintas no
decorrer do tempo.
b) No caso de as duas populações voltarem a entrar
em contato, pelo desaparecimento da barreira geo-
gráfica, o que indicaria que houve especiação?

243
10. (Enem adaptado) Segundo a teoria evolutiva mais um tipo de vagalume, o Photuris, cuja fêmea engana e
aceita hoje, as mitocôndrias, assim como os cloroplas- atrai os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser
tos, teriam sido originados de procariontes ancestrais desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima
que foram incorporados por células mais complexas. da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e
Qual característica da mitocôndria que sustenta essa devorado por ela.
teoria? Qual o nome dessa teoria? E qual a função da
BERTOLDI, O.G.; VASCONCELOS, J.R. CIÊNCIAS &
mitocôndria na célula? SOCIEDADE: A AVENTURA DA VIDA, A AVENTURA DA TECNOLOGIA.
SÃO PAULO: SCIPIONE, 2000 (ADAPTADO).
11. (Uerj adaptado) Na maioria dos casos, a energia de
um ecossistema origina-se da energia solar. A figura Qual é o tipo de interação e como é denominada?
abaixo mostra alguns seres componentes do ecossis-
tema de um lago. 17. (Enem adaptado) O menor tamanduá do mundo é
solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando,
geralmente em um emaranhado de cipós, com o corpo cur-
vado de tal maneira que forma uma bola. Quando em ativi-
dade, se locomove vagarosamente e emite um som seme-
lhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote.
A cria é deixada em uma árvore à noite e é amamentada
pela mãe até que tenha idade para procurar alimentos. As
fêmeas adultas têm territórios grandes e o território de um
macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem
sempre diversas pretendentes à disposição para namorar!
CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS, ANO 19, N. 174. NOV.2006 (ADAPTADO)
Considere que, no lago, existam quatro diferentes es-
Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao nicho
pécies de peixes. Cada uma dessas espécies se ali-
ecológico ou habitat? Por quê?
menta exclusivamente de um dos quatro componentes
indicados. Qual seria o peixe que teria melhores con- 18. (Fuvest adaptado) Considere as seguintes compara-
dições de desenvolvimento, em função da disponibi-
ções entre uma comunidade pioneira e uma comunidade
lidade energética?
clímax, ambas sujeitas às mesmas condições ambientais,
em um processo de sucessão ecológica primária:
12. (Fuvest adaptado) “O tico-tico tá comendo meu
fubá/ Se o tico-tico pensa/ em se alimentar/ que vá co- I. A produtividade primária bruta é maior numa comuni-
mer/ umas minhocas no pomar (…)/ Botei alpiste para dade clímax do que numa comunidade pioneira.
ver se ele comia/ Botei um gato, um espantalho e um II. A produtividade primária líquida é maior numa co-
alçapão (…)” munidade pioneira do que numa comunidade clímax.
(ZEQUINHA DE ABREU, TICO-TICO NO FUBÁ). III. A complexidade de nichos é maior numa comunida-
No contexto da música, qual é a teia alimentar da qual de pioneira do que numa comunidade clímax.
fazem parte tico-tico, fubá, minhoca, alpiste e gato?
Comente as afirmativas.
13. (UEL adaptado) Considere o seguinte relato: “O pás- 19. (Unicamp) O gráfico abaixo ilustra as curvas de cres-
saro-palito penetra na boca aberta do crocodilo remo- cimento populacional de duas espécies de mamíferos
vendo os restos de alimento e parasitas encontrados en- (A e B) que vivem na savana africana, um pastador e
tre seus dentes. Assim, o pássaro obtém o seu alimento um predador. Analise o gráfico e responda às questões.
e livra o crocodilo de seus parasitas”. Que tipo de intera-
ção ecológica é essa? E como ela é denominada?

14. (Unesp adaptado) Um gavião, que tem sob suas pe-


nas carrapatos e piolhos, traz preso em suas garras um
rato, com pulgas em seus pelos. Entre o rato e as pulgas,
entre os carrapatos e os piolhos e entre o gavião e o
rato, que tipo de relações interespecíficas existem?

15. Como é denominada a associação existente entre os


ruminantes e as bactérias que vivem em seu estômago?
a) Qual curva representa a população do mamífero
16. (Enem adaptado) Os vagalumes machos e fêmeas predador? Qual das duas espécies tem maior capaci-
emitem sinais luminosos para se atraírem para o aca- dade de suporte (carga biótica máxima)?
salamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie b) Cite duas adaptações defensivas contra predação
e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe apresentadas por mamíferos pastadores da savana.

244
20. (Fuvest) O esquema abaixo representa as principais 21. (Famerp) Um ecossistema é composto tanto por fa-
relações alimentares entre espécies que vivem num tores bióticos (comunidade ou biota) como por fatores
lago de uma região equatorial. abióticos (variáveis físicas e químicas do ambiente).
Nos ecossistemas, tais fatores estão fortemente rela-
cionados, proporcionando diversas interações entre os
seres vivos e o ambiente físico. Um impacto ambiental
é, essencialmente, uma alteração relevante nos compo-
nentes bióticos ou abióticos dos ecossistemas.
a) A queima de combustíveis fósseis (como o óleo diesel
e a gasolina) em veículos automotores promove alteração
direta em fatores bióticos ou em fatores abióticos de um
ecossistema? Justifique sua resposta.
b) Explique de que maneira uma alteração biótica em de-
terminado ecossistema pode gerar um impacto ambiental.

Com relação a esse ambiente:


a) Indique os consumidores primários.
b) Dentre os consumidores, indique quais ocupam um
único nível trófico.
c) Explique como o aumento das populações das aves
pode impactar as populações de mosquitos.

245
BIOLOGIA 2

247
Taxonomia e reinos

Os seres vivos podem ter o corpo constituído por uma ou


mais células, sendo chamados de, respectivamente, unice-
Reprodução
lulares, como as bactérias, e pluricelulares (multicelula- Qualquer ser vivo é capaz de reproduzir-se, ou seja, originar
res), como os animais e plantas. organismos semelhantes. A reprodução pode ser assexu-
Membrana Plasmídeo ada ou sexuada. A reprodução assexuada resulta em por
celular Parede celular Flagelo duas células-filhas, exatamente iguais à célula-mãe que as
originou. A reprodução sexuada é feita a partir da mistura
de material genético, o que ocorre geralmente pela fusão
de duas células especializadas denominadas gametas, que
formam o zigoto ou célula-ovo.

Grânulo DNA
Ribossomos Material genético
Célula bacteriana
Em cada célula aparece uma extensa molécula, o DNA (áci-
Complexidade e organização do desoxirribonucleico), no qual estão contidos os genes.
Passando de pais para filhos, os genes mantêm as caracte-
Os seres vivos são complexos e bastante organizados. Mesmo rísticas específicas de cada organismo.
quando unicelular, o organismo apresenta extrema complexi-
dade, presente tanto na estrutura quanto no funcionamento
da célula. No corpo humano, que é um organismo pluricelular, Evolução
encontramos 200 tipos de célula, que se organizam em qua- O material genético é responsável pelas características de
tro tipos básicos de conjunto, chamados de tecidos: epitelial, um organismo. Mutação é qualquer alteração do material
conjuntivo, muscular e nervoso. Esses tecidos reúnem for- genético que provoca o aparecimento de uma nova carac-
mando órgãos, como a pele, estômago e coração. Por sua vez, terística, conhecida como variação. Quando estas variações
atuando em conjunto, uma série de órgãos passa a constituir são herdáveis, ou seja, passam para as próximas gerações,
um sistema, como é o caso do digestório ou do circulatório. ocorre o processo chamado de evolução: a transformação
sofrida pelos organismos no transcorrer da história da Terra.
Metabolismo
O metabolismo é responsável pelo crescimento, manutenção Biodiversidade: diversidade de
e reparo das células, consequentemente, de todo o organis- espécies e de ecossistemas
mo. Dividimos os processos metabólicos em duas etapas:
Conceito que designa a diversidade biológica existente en-
anabolismo e catabolismo. O termo anabolismo compre-
tre os seres vivos, exprime a riqueza de espécies de uma
ende os processos químicos sintéticos, nos quais substân-
dada região. Engloba, também, a diversificação de habitats
cias mais simples são combinadas para formar outras mais
e ambientes de uma macrorregião.
complexas; o catabolismo abrange processos analíticos, nos
quais as substâncias complexas são quebradas, originando
substâncias mais simples e liberação de energia. A longevidade natural das espécies
A probabilidade de que uma dada espécie se torne extinta
em um certo tempo, depois que ela se separa de outras
espécies, pode ser aproximada como uma constante.

A ancestralidade dos seres vivos


Durante os séculos XIX e XX, deu-se maior importância
aos estudos de arqueologia e dos fósseis, o que ocasionou
descobertas a respeito da evolução. As novas evidências
permitiram afirmar que os seres vivos de hoje derivam de
As atividades metabólicas outros que existiram há milhares de anos.

248
A organização das informações e os graus de semelhanças Alguns autores reúnem Eubactéria e Arqueobactéria em
e diferenças são utilizadas nos estudos de classificação um único reino denominado Monera.
dos seres vivos ou taxonomia.
Domínio Reino
Por volta da metade do século XVIII, o naturalista sueco
Bacteria Eubacteria
Carl von Linnée, ou Lineu, classificou os organismos segun-
Archaea Archaeabacteria
do a estrutura e anatomia dos seres vivos. Esse sistema de
classificação é utilizado até hoje. Protoctista ou (Protista)
Fungi
Eukarya
Plantae (Vegetalia)

OS TRÊS DOMÍNIOS, OS SERES Animalia

VIVOS E OS TIPOS DE CÉLULA Categorias taxonômicas


A análise das sequências do RNA ribossômico permitiu di- e a filogenética
vidir o mundo vivo em três grandes grupos conhecidos por Cada uma das categorias usadas na classificação é deno-
domínios, a saber: Bacteria, Archaea e Eukarya. O domí- minada táxon, assim, o ramo da Biologia que se ocupa
nio Bacteria é constituído pelas chamadas “bactérias verda- da classificação e nomenclatura é chamado taxonomia.
deiras”, seres procariontes nos quais observam-se as células A categoria básica na classificação é a espécie. Espécies
primitivas chamadas de procarióticas ou procariotas. que apresentam características em comum são agrupa-
Archaea é um domínio de organismos conhecidos como ar- das em um gênero. Os gêneros, agrupados em famílias;
queobactérias, também procariontes e com uma característi- as famílias, em ordens; as ordens, em classes; as classes,
ca de viver em ambientes inóspitos com grandes salinidades, em filos ou divisões (para vegetais); e os filos, em reinos.
altas temperaturas, ácidos e outros. O domínio Eukarya inclui Assim, cada uma das categorias é um conjunto composto
todos os demais seres vivos, isto é, protistas (protoctistas),
de vários subconjuntos.
fungos, vegetais e animais. São chamados eucariontes e
possuem as células eucarióticas ou eucariotas. A célula vege- O sistema de Lineu não considerava a ideia de parentesco
tal se diferencia da animal pela presença da parede celular, entre os seres, pois, para ele, todos os seres haviam surgido
dos cloroplastos e de grandes vacúolos. no momento da Criação Divina.

Tubarão Golfinho Homem


Reino Animal Animal Animal
Filo Cordado Cordado Cordado
Classe Chondrichthyes Mammalia Mammalia
Ordem Elasmobranchii Cetacea Primates
Família Carcharhinidae Delphinidae Hominidae
Gênero Negaprion Delphinus Homo
Espécie Negaprion brevirostris Delphinus delphis Homo sapiens

A definição de quais são as características relevantes é Para que seja padronizada a nomenclatura, deve-se seguir
uma tarefa complexa. Devido à falta de informações e à sempre certas regras:
discordância entre os cientistas, o sistema de classificação ƒ os nomes devem estar em latim;
precisa ser constantemente revisado. Atualmente, técnicas
ƒ o primeiro nome deve ser escrito com inicial maiúscula
modernas permitem que sejam comparadas a composição
e o segundo com inicial minúscula; e
química das proteínas e dos genes que compõem os seres
vivos, elucidando algumas relações de parentesco. ƒ nomes devem ser sempre destacados do texto (em ne-
grito, itálico ou sublinhado).
A nomenclatura binomial
Os reinos
De Lineu foi também a ideia de atribuir uma nomenclatura
a cada organismo. Essa nomenclatura é composta por dois Atualmente, destacam-se dois sistemas de classificação que
nomes: o primeiro indica o gênero e o segundo, a espécie – consideram os seis reinos:
por exemplo: Canis lupus (lobo), na qual Canis é o epíteto ƒ Reino Arquea: as arqueobactérias possuem a capaci-
genérico (gênero) e lupus é o epíteto específico. dade de viver em locais onde as condições de vida são

249
extremamente adversas para a grande maioria dos seres ƒ Reino dos Fungos, que inclui os fungos e líquens, com
vivos. Habitam em locais com grande presença de sal, aproximadamente 47 mil espécies descritas.
extremamente ácidos, baixíssima umidade, ausência de
ƒ Reino dos Vegetais, que inclui as plantas, com aproxi-
oxigênio, temperaturas muito elevadas ou muito baixas.
madamente 250 mil espécies descritas.
ƒ Reino Eubacteria, que inclui bactérias e cianobactérias,
ƒ Reino dos Animais, que inclui os animais invertebrados
com aproximadamente 5 mil espécies descritas.
(com cerca de 992 mil espécies descritas – destas, cer-
ƒ Reino dos Protoctistas, que inclui protozoários e algas, ca de 880 mil são artrópodes) e vertebrados (cerca de
com aproximadamente 58 mil espécies descritas. 44 mil espécies descritas).

Vírus

Os vírus são uma estrutura que está no limite entre um ser


ENVELOPE:
vivo e a matéria bruta. Não apresentam célula – e assim MEMBRANA BIMOLECULAR DE
LIPÍDEOS E PROTEÍNAS ESPECÍFICAS
não trazem a unidade básica de vida, não sendo consi- DO VÍRUS

derados seres vivos. Contudo, conseguem se multiplicar CAPSÍDIO: PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS
DNA VIRAL
quando infectam uma célula, algo que uma matéria sem
vida não consegue fazer. Por isso, são alvo de discussão, em H (HEMAGLUTINA)

que alguns autores os consideram seres vivos e outros não. N (NEURAMINIDASE)

ESTRUTURA VIRAL
É formada por uma cápsula proteica, o capsídeo, com di- O vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos.
versas subunidades, os capsômeros. No interior do cap-
sídeo, há um ácido nucleico que, dependendo do tipo de
vírus, pode ser DNA ou RNA.
CLASSIFICAÇÃO
O capsídeo, juntamente com o ácido nucleico que ele en-
Os vírus apresentam formas diversas, e os principais crité-
volve, é denominado nucleocapsídeo. Alguns vírus são
rios de divisão são:
formados apenas por essa estrutura, enquanto outros pos-
suem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsí- ƒ os tipos de ácidos nucleicos: diferenciam-se os desoxir-
deo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ribovírus e os ribovírus;
ou envelopados.
ƒ a simetria do complexo ácido nucleico-cápside (exem-
Envelope consiste em duas camadas de lipídios, deri- plos: bastonete ou esférico);
vadas da membrana plasmática da célula hospedeira, e em
ƒ a presença ou ausência de um envoltório;
moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de
vírus, imersas nas camadas de lipídios. ƒ as propriedades sorológicas do capsídeo e do envoltório; e
ƒ a presença de determinadas enzimas. Alguns ribovírus
apresentam a enzima transcriptase reversa e são co-
nhecidos como retrovírus.
PROTEÍNAS VIARIS ESPECÍFICAS

REPRODUÇÃO
CAPSÍDEO:
PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS
DNA VIRAL

São considerados parasitas intracelulares obriga-


tórios, o que significa que somente se reproduzem pela
invasão e possessão do controle da maquinaria de autorre-
produção celular. Parasita refere-se a um organismo que
se aproveita dos recursos de outro ser vivo, o hospedeiro,
para sobreviver.

250
Esquema de um bacteriófago

Representação ciclo lítico e lisogênico

MECANISMOS DE
MANIFESTAÇÃO VIRAL
ƒ Quando o material genético for DNA.
O bacteriófago é um dos vírus mais estudados, dentre os O DNA viral passa por uma transcrição, sintetizando
quais, aqueles que infectam a bactéria intestinal Escheri- várias moléculas de RNA traduzidas em uma proteína.
chia coli, conhecidos como fagos T. É o caso dos vírus da varíola, da hepatite e da herpes.
Existem dois tipos de ciclo reprodutivo o ciclo lítico e o ƒ Quando o material genético for o RNA.
ciclo lisogênico. Ambos os casos iniciam-se com o vírus
aderindo à superfície da célula bacteriana – há um encaixe A ação viral pode ocorrer por duas vias, de acordo com
específico entre a proteína do vírus e as proteínas da super- o vírus.
fície da célula – e injetando seu material genético, deixando Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais RNA tra-
a cápsula do lado de fora – em alguns vírus, como o cau- duzidos em proteínas pelo maquinário da célula hospe-
sador da gripe, a cápsula penetra nas células, é destruída e deira, como os vírus da gripe, da poliomielite e da raiva.
libera o ácido nucleico. A partir desse momento, começa a
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por meio de
diferenciação entre ciclo lítico e ciclo lisogênico.
uma enzima denominada transcriptase reversa.
No ciclo lítico, o vírus invade a célula, na qual as funções
normais são interrompidas na presença de ácido nucleico
do vírus (DNA ou RNA). Por sua vez, ao mesmo tempo que VIROSES
o vírus é replicado, comanda a síntese das proteínas que
irão compor o capsídeo. Os capsídeos organizam-se e en- Viroses humanas
volvem as moléculas de ácido nucleico, produzindo, então,
novos vírus. Ocorre, assim, a lise, ou seja, a célula infectada Principais viroses que acometem
se rompe e os novos vírus são liberados. os seres humanos
No ciclo lisogênico, o vírus invade a célula hospedeira, 1. Gripe
incorporando o DNA viral ao da célula infectada, fazendo 2. Hepatite
com que seu DNA torne-se parte do DNA da célula invadi- 3. Herpes
da. Uma vez infectada, a célula continua com suas funções 4. Poliomielite
normais, como reprodução e ciclo celular. Ao realizar divisão 5. Raiva
celular, o material genético da célula sofre duplicação, junta- 6. Rubéola
mente com o material genético do vírus que foi incorporado; 7. Sarampo
em seguida, são divididos igualmente entre as células-filhas.
8. Varíola
Assim, uma vez infectada, uma célula começará a transmitir
9. Catapora
o vírus sempre que se multiplicar e todas as novas células
também estarão infectadas. Os sintomas causados por um 10. Caxumba
vírus como este demoram a aparecer em um organismo 11. Dengue
multicelular, e suas causas tendem a ser incuráveis. É o caso 12. Febre chikungunya
do HIV e da herpes. 13. Febre por zika vírus

251
14. Febre amarela ƒ uso de curativos impermeáveis em todos os ferimentos
15. Ebola que eventualmente ocorram;
16. Aids: conhecida também por síndrome da imunode- ƒ impossibilidade de doar sangue; e
ficiência adquirida, é provocada pelo vírus da imuno de-
ficiência humana (HIV – família Retroviridae) e apresen- ƒ separação dos seus próprios objetos de uso pessoal,
ta subtipos 1 e 2. Pode ser transmitida pelo contato com como toalha, alicate de unhas e escova de dente; para
mucosas corporais, áreas feridas do corpo de um indivíduo evitar a contaminação de outras pessoas pelo vírus, e
portador, esperma, secreção vaginal, leite materno ou san- a manifestação de infecções oportunistas no paciente.
gue contaminado pelo vírus. A principal via de transmissão
é o contato sexual (genital, anal ou oral). Mães gestantes Vírus HIV
também podem transmitir o vírus ao feto, assim como pelo O HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) pertence a
uso de objetos perfurocortantes contaminados e que não uma família de retrovírus de mamíferos. Diferentemente do
estejam devidamente esterelizados. Picadas de mosquito herpes vírus, multiplica-se constantemente no hospedeiro,
não são capazes de transmitir o vírus em questão. apesar de algumas células apresentarem vírus em estado
Como seu próprio nome indica, ele faz com que o sistema latente. Os seres humanos e outros primatas são os únicos
imunológico (responsável pela defesa do organismo) enfra- hospedeiros naturais do vírus HIV.
queça – uma vez que ataca os glóbulos brancos, reduzin- Existem duas grandes famílias de vírus HIV: o HIV-1, que cau-
do sua quantidade. Assim, o portador do vírus está sujeito a sa infecções em primatas não humanos, no caso os símios,
adoecer com mais facilidade, inclusive por aquelas doenças encontrados na África ocidental; e o HIV-2, que se subdivide
que não fariam muito mal a pessoas com boa imunidade. Se em, pelo menos, cinco grandes subfamílias e causa a infecção
não tratada, a pessoa fica cada vez mais debilitada podendo na população humana pelo mundo.
morrer. Felizmente, os portadores do vírus têm maior expecta-
O HIV tem como alvo celular os linfócitos T-CD4, respon-
tiva de vida. A terapia antirretroviral (oferecida gratuitamente
sáveis pela proteção do organismo contra agentes infec-
pelo SUS) é capaz de controlar a multiplicação do vírus e, con-
ciosos que penetrem no indivíduo. Ele utiliza essas células
sequentemente, reduzir a destruição dos glóbulos brancos.
e todo o maquinário celular para reproduzir-se, causando
Com isso, a Aids deixou de ser encarada como uma moléstia
a destruição do sistema imunológico do hospedeiro, o que
fatal para transformar-se em doença passível de controle.
o torna suscetível a qualquer infecção oportunista, como
Embora possa provocar efeitos colaterais, estas pessoas uma simples gripe, podendo levá-lo à morte.
podem exercer suas atividades normalmente, exceto em
Todos os tratamentos são associados à supressão da replica-
casos que se apresentem incapacitadas, e terão cuidados
ção do vírus e à repleção das células CD4 periféricas. Durante
constantes para o resto de sua vida, como:
o período gestacional, o bebê está protegido da contaminação
ƒ uso dos fármacos prescritos; contra o HIV, por conta da placenta, mas, em seu rompimento
ƒ adoção da camisinha em todas as relações sexuais e momento do nascimento, o neonatal corre riscos de conta-
(mesmo se tratando de parceiro também HIV positivo); minação, devido ao contato com o sangue da mãe.

QUADRO RESUMO DAS VIROSES


Doença Transmissão
Catapora (varicela) Contato da pele com as bolhas ou pelo ar, que contenha o vírus Varicela zoster.
Caxumba (parotidite infecciosa) Por gotículas de saliva expelidas pelo doente, que contenham o Paramyxovírus sp.
Vertical (placentária), amamentação materna, ato sexual, de pessoa para pessoa e por
Citomegalia
transfusão sanguínea.
Dengue Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus.
Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático). Ocorre quando
Dengue hemorrágica
um indivíduo que teve um tipo de vírus da dengue recebe outro vírus diferente, também da dengue.
A febre chikungunya pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus,
Febre chikungunya
os mesmos que transmitem o vírus da dengue e da febre amarela
O Aedes aegypti infecta-se com o zika vírus toda vez que ele pica uma pessoa ou macaco previamente
infectado. Assim como ocorre na dengue e na febre amarela, o mosquito não torna-se imediatamente
Febre por zica vírus um transmissor do vírus. Após ser ingerido pelo mosquito, o zika vírus ainda precisa de cerca de 10 dias
para multiplicar-se e migrar do sistema digestivo para as glândulas salivares do Aedes. Só a partir deste
momento é que o mosquito passa a ser capaz de transmitir o vírus durante a picada.

252
QUADRO RESUMO DAS VIROSES
Doença Transmissão
Febre aftosa Via respiratória, inalando o Aphthovirus sp.
Febre amarela silvestre Picada da fêmea dos mosquitos Haemagogus sp ou Sabethes sp contendo o Flavivirus sp.
Febre amarela urbana Picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o Flavivirus sp.
Febre hemorrágica do ebola Por meio de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.
Gripe Contato com o ar contaminado pelo Mixovirus influenzae.
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp.
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, transfusão sanguínea.
Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão infectante
Herpes
contendo, por exemplo, o Herpes simplex.
Mononucleose Contato íntimo de secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae.
Papiloma (condiloma) Vertical (placentária); ato sexual; o agente etiológico é o HPV.
Poliomielite (paralisia infantil) Contato direto com secreções faríngeas de doentes.
Hidrofobia (raiva) Por meio da saliva de animais doentes.
Resfriado Contato com o ar contaminado pelos vírus sincicial respiratório, parainfluenza ou rinovírus.
Rubéola Por meio de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
Sarampo Por meio de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
Síndrome da imunodeficiência adquirida Ato sexual (hétero e homo) sem preservativo, seringa contaminada, transfusão sanguínea, via
(Sida ou Aids, em inglês) vertical (placentária).
Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das mucosas e com
Varíola
os objetos de uso do doente.

Imunização
Uma das alternativas para a prevenção de algumas des-
sas doenças virais é a vacinação, processo de imuniza-
ção ativa que consiste na inoculação de antígenos mortos
ou enfraquecidos que estimulam a produção de anticorpos
no organismo. Essa primeira produção de anticorpos – res-
posta imune primária – é lenta e pequena. O segundo
encontro com o antígeno desencadeará a resposta imu- Gráfico que representa o processo de vacinação e a quantidade
de anticorpos produzidos pelo organismo.
ne secundária, que é rápida e produz grande quantidade
de anticorpos. Quando o vírus tem uma taxa de mutação e O processo de imunização passiva, conhecido por sorolo-
reprodução muito alta, como é o caso da gripe, o processo gia, consiste na inoculação de anticorpos prontos para ina-
é ineficaz, pois o antígeno muda muito. tivarem os antígenos que estão parasitando no organismo.

Reino Monera

BACTÉRIAS próvoras e, se utilizam matéria viva, são parasitas. A parede


celular que envolve e protege a membrana plasmática é o
Podem ser encontradas em todos os meios: ar, água, solo citosol (citoplasma). Este possui apenas um tipo de organoi-
ou mesmo no interior de outros organismos. Isso deve-se de, o ribossomo, no qual ocorre a síntese de proteínas. Apre-
ao fato de suportarem grandes pressões, temperaturas ele- senta um único cromossomo constituído por uma molécula
vadas, concentrações osmóticas mortais para outros orga- gigante de DNA unida pelas extremidades (DNA circular), o
nismos e valores de pH radicais. material genético encontra-se disperso no citoplasma.
As bactérias heterótrofas são aquelas incapazes de produ- A célula bacteriana não possui núcleo verdadeiro, uma vez
zirem seu próprio alimento. Quando se nutrem de matéria que não apresenta a membrana que envolve o material
orgânica morta, são conhecidas por decompositoras ou sa- genético (envoltório nuclear ou carioteca).

253
As cianobactérias são produtoras de seu próprio alimento Mesossomo
por meio do fenômeno da fotossíntese, segundo a equação:
Invaginações da membrana celular. Possui diversas fun-
luz
6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2 + 6H20 ções: papel na divisão celular e na respiração.
clorofila

As cianobactérias do passado deram origem aos cloroplas-


tos das células eucarióticas (vegetais e algas). Parede
De acordo com a constituição da parede, as bactérias po-
Caracterização geral das bactérias dem ser divididas em dois grandes grupos:
Na maioria das espécies, a proteção da célula é feita por ƒ Gram-negativas: apresentam-se de cor avermelhada
uma camada extremamente resistente, a parede celular, quando coradas pelo método de Gram.
havendo imediatamente abaixo uma membrana plasmá-
ƒ Gram-positivas: apresentam-se de cor roxa quando
tica que delimita um único compartimento contendo DNA,
coradas pelo método de Gram.
RNA, proteínas e pequenas moléculas.
A habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita Cápsula
populações de bactérias a se adaptar às mudanças de am-
biente. Dois grupos de bactérias distantemente relacionados Muitas bactérias apresentam externamente à parede ce-
são reconhecidos: as eubactérias, que são os tipos comuns lular uma camada viscosa denominada cápsula. São ge-
encontrados na água, solo e organismos vivos maiores; e as ralmente de natureza polissacarídica, e estão relacionadas
arqueobactérias, que são encontradas em ambientes real- com a virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confe-
mente inóspitos, como os pântanos, fontes termais, fundo do re resistência à fagocitose.
oceano, salinas, vulcões, fonte ácidas etc.
Esporos
Morfologia e estrutura O endosporo é uma célula formada no interior da célula
da célula bacteriana vegetativa, altamente resistente ao calor, dessecação e ou-
tros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em
Cromossomo estado latente por longos períodos e depois germinar, dan-
do início à nova célula vegetativa. A esporulação tem iní-
Cromossomo circular, que é constituído por uma única mo-
cio quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos,
lécula de DNA circular, tendo sido também chamado de
geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio.
corpo cromatínico.

Plasmídios Nutrição
Esses elementos extracromossômicos, denominados plas- As bactérias podem ser autótrofas ou heterótrofas. As
mídios, são autônomos, isto é, capazes de autoduplicação autótrofas incluem as fotossintetizantes e as quimios-
independente da replicação do cromossomo, e podem sintetizantes. As bactérias fotossintetizantes, com cloro-
existir em número variável no citoplasma bacteriano. Os fila específica, são as cianobactérias.
ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e As bactérias fotossintetizantes apresentam um pigmento
conferem uma aparência granular ao citoplasma. disperso no hialoplasma, conhecido como bacterioclorofila,
e apresentam um fotossistema simples.
Bactéria Nas quimiossintetizantes, ocorre uma reação química es-
plasmídeo pecífica, que libera energia formando ATP, utilizado na for-
cromossomo mação de carboidratos, como a glicose.
bacteriano
As bactérias podem realizar respiração celular aeróbia, res-
piração anaeróbica ou fermentação (alcóolica ou láctica).

Reprodução das bactérias


A reprodução assexuada mais comum nas bactérias é a di-
Plasmídeo bacteriano
visão binária.

254
ƒ Transdução: moléculas de DNA são transferidas de
uma bactéria à outra usando vírus (bacteriófagos)
como vetores (transmissores).
ƒ Conjugação: o DNA passa diretamente da bactéria
macho para a bactéria fêmea através de microscópi-
cos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias
“macho” possuem em sua superfície.

Importância das bactérias


As bactérias, juntamente com os fungos, são os principais
decompositores dos ecossistemas. Outro destaque é a par-
ticipação essencial de bactérias na ciclagem do nitrogênio;
as cianobactérias fazem esse papel, também, nos ecossiste-
mas aquáticos. Quanto à decomposição, pode-se destacar
a possível competição estabelecida, há milhões de anos, en-
Divisão binária bacteriana tre fungos e bactérias. É conhecido o fato de certos fungos
desenvolverem substâncias que impedem o crescimento de
A reprodução sexuada também existe, sendo a consequên- bactérias. Lembre-se que o primeiro antibiótico conhecido
cia da transferência de segmentos de DNA de uma célula pelo homem foi a penicilina extraída de um fungo do gê-
doadora (macho) para uma célula receptora (fêmea). nero Penicillium.
A passagem de segmentos de DNA entre bactérias pode As bactérias são utilizadas, cada vez mais, em tecnologia
ocorrer de vários modos: destinada à humanidade. Há tempos, elas são utilizadas
ƒ Transformação: bactéria absorve moléculas de DNA dis- em formação de antibióticos e vitaminas, na produção de
persas no meio, provenientes de outras bactérias mortas. laticínios e na produção de vinagre.

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS
A seguir, abordaremos as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano.
Resumo das bacterioses
DOENÇA TRANSMISSÃO AGENTE INFECCIOSO
Antraz Através da inalação de esporos ou ingestão de ali-
Bacillus antracis
(carbúnculo) mentos contaminados, ou ferimentos cutâneos.
Ingestão de alimentos contaminados (ex-
Botulismo Clostridium botulinum
emplo: enlatados de palmito).
Brucelose
Contato com secreções animais contaminadas; com a
(febre ondulante ou Brucella sp.
placenta; fetos abortados; ingestão de leite cru.
do Mediterrâneo)
Cólera Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Vibrio cholerae
Coqueluche (tosse comprida) Contato direto ou indireto com a saliva do doente. Bordetella pertussis
Difteria Contato com a secreção do nariz, ou da gar-
Corynebacterium diphteriae
(crupe) ganta, ou através do leite cru.
Fasciíte necrosante Penetração através de cortes na pele. Estreptococo do tipo A
Febre purpúrica Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou indi-
Haemophilus influenzae
brasileira reto por intermediação mecânica (insetos, toalhas, mãos).
Febre tifoide (tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente. Salmonella typhi
Gonorreia (blenorragia) Contato sexual. Neisseria gonorrhoeae
Lepra (hanseníase) Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.: nasais). Mycobacterium leprae
Penetração no organismo pelas mucosas, pela pele
Leptospirose Leptospira sp.
ferida ou via oral (alimentos contaminados).
Lyrre (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele sucção de sangue. Bonnelia bungdorferi
Meningite meningocócica Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, espirra ou pelo beijo. Neisseria meningitidis
Peste Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa. Yersinia pestis

255
DOENÇA TRANSMISSÃO AGENTE INFECCIOSO
Diplococcus pneumoniae, micoplas-
Pneumonia Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção hospitalar.
mas, clamídias, legionelas etc.
Psitacose Por via respiratória: contato pessoa a pessoa. Chlamydia psittaci
Shigelose (disenteria) Ingestao de água ou de alimentos contaminados. Shigella sp.
Sífilis Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical (placentária). Treponema pallidum
Tetano Penetração dos esporos através de ferimentos perfurantes. Clostridium tetani
Tuberculose Por via respiratória (inalando o bacilo). Mycobacterium tuberculosis
Uretrite Ato sexual. Chlamydia trachomatis

ARQUEAS sido a perda da capacidade de produzir a parede celular,


para ocorrer a evolução da célula eucariótica. A célula,
Elas têm capacidade de viver em ambientes extremos e então, desprovida dessa parede, adquiriu a capacidade de
são divididas em: halófilas extremas, suportando grandes mudar de forma, crescer e envolver substâncias extrace-
salinidades; termófilas extremas, vivendo em temperaturas lulares através da invaginação da membrana plasmática,
superiores a 100 °C. Algumas crescem em ambientes áci- fenômeno conhecido por endocitose. Células procarióticas
dos com pH igual a zero, são as acidófilas. de cianobactérias, por meio da fagocitose, são englobadas,
As arqueas vivem tipicamente em ambientes extremos (ex- originando os cloroplastos. Aí está formada, ao longo do
tremófilas), como fontes termais, fendas vulcânicas, águas tempo, uma célula eucariótica autotrófica.
extremamente salgadas ou geladas, entre outros. Muitas A edição número 76 da revista Scientific American Brasil, de
delas não possuem parede celular, no entanto, há aquelas 2008, noticiou que pesquisadores da Harvard Medical Scho-
nas quais tal estrutura está presente e são constituídas por ol, nos Estados Unidos, conseguiram construir um modelo da
polissacarídeos ou proteínas. Já nas bactérias, a parede está célula primitiva que surgiu há, aproximadamente, 3,5 bilhões
sempre presente, sendo composta por peptidioglicanos. de anos e que deu início à jornada da vida na Terra. A partir
dessa célula primitiva, surgiram os dois tipos fundamentais
CIANOBACTÉRIAS de células: um presente em bactérias e cianobactérias; e o
outro presente em todos os demais seres vivos conhecidos
A maioria das bactérias fotossintéticas é denominada cia- atualmente, exceto vírus. Esse feito científico é de extrema
nobactérias, e, durante longos anos, eram conhecidas por
importância, pois pode fornecer informações mais precisas
algas azuis.
de como esse processo de diversificação aconteceu.
As cianobactérias são maiores que os restantes dos pro-
Diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas
cariontes, não apresentam órgãos locomotores e reali-
zam fotossíntese com o auxílio de pigmentos fotossin- Estrutura Célula procariótica Célula eucariótica
téticos variados, como a clorofila A, os carotenoides Membraba plasmática Presente Presente
(pigmentos amarelos), a ficocianina (pigmento azul) e a Citosol Presente Presente
ficoeritrina (pigmento vermelho). Ribossomos Presente Presente
Algumas cianobactérias são capazes de fixar o nitrogênio Endomembranas Ausente Presente
do ar atmosférico, aproveitando esse gás para construir Envoltório nuclear Ausente Presente
suas proteínas. Mitocôndria Ausente Presente
Presente em
Liberação de toxinas Cloroplasto Ausente
vegetais e algas
Algumas espécies produzem e liberam toxinas na água que 2 ou mais
Cromossomo 1 por célula
podem envenenar outros animais que habitam o mesmo por célula
ambiente ou contaminar a água potável, levando doenças DNA Circular Linear
aos seres humanos. As mais prejudiciais para os seres
humanos são as hepatotoxinas e as neurotoxinas. Teoria da endossimbiose
TEORIA DA ENDOSSIMBIOSE E ORIGEM DAS
As provas que confirmam a teoria endossimbiótica da ori-
gem dos cloroplastos e mitocôndrias são:
CÉLULAS EUCARIONTES VEGETAL E ANIMAL ƒ presença do DNA circular, típico de bactérias;
A célula vegetal originou-se a partir de uma célula pré-eu- ƒ presença de ribossomos para a síntese de suas proteínas;
cariótica heterótrofa. É possível que o primeiro passo tenha ƒ capacidade de autoduplicação.

256
Reino protoctista I: protozoários

PROTOCTISTAS HETERÓTROFOS: Flagelados (mastigóforos)


São protozoários que se locomovem por meio de flagelos.
PROTOZOÁRIOS Reproduzem-se por cissiparidade ou divisão binária. Têm
A maioria desses seres é heterótrofa, e alguns autores di- vida livre, sendo abundantes na água doce e nos mares;
zem que são animais. Caracterizam-se por serem unicelula- outros vivem como parasitas.
res, eucariontes e viverem isolados ou em colônias.
São divididos em quatro classes, de acordo, principalmente, Trypanosoma cruzi
com o modo de locomoção ou forma de reprodução típica: Esse protozoário é causador da doença de Chagas, sendo
transmitida ao homem pela picada do inseto Triatoma in-
festans (percevejo barbeiro), que é hematófago e de hábito
noturno. A picada do inseto não transmite a moléstia,
pois nas suas glândulas salivares não existe a forma infectan-
te. Depois de picar e sugar o hospedeiro, o barbeiro elimina
fezes infectadas com tripanossomos na pele, geralmente no
rosto, daquele. O próprio hospedeiro pode introduzir as fe-
paramécio balantídeo tripanossomo zes contaminadas nas mucosas ou, coçando-se, pode causar
uma escoriação, facilitando a penetração dos tripanossomas.
Outras formas de contato ocorrem na vida intrauterina, por
meio de gestantes contaminadas, transfusões sanguíneas
ou ingestão de caldo de cana; bem mais raras são por in-
gestão de cremes de açaí ou acidentes com instrumentos
de punção em laboratórios, por profissionais da saúde. A
doença possui uma fase aguda e outra crônica. No local
giárdia ameba da picada, a área torna-se vermelha e endurecida, consti-
tuindo o chamado chagoma. Quando essa lesão ocorre
Rizópodes (sarcodinos) próxima aos olhos, leva o nome de sinal de Romaña.

Deslocam-se por pseudópodes e reproduzem-se por cissi- Após um período de incubação, ocorre febre, ínguas por
paridade. Como exemplo, temos a Entamoeba histolystica, todo o corpo, inchaço do fígado e do baço e um vermelhi-
causadora da amebíase. dão no corpo semelhante a uma alergia e que dura pouco
tempo. Nessa fase, nos casos mais graves, pode ocorrer
Os sintomas mais comuns da amebíase são disenteria agu- inflamação do coração. Mesmo sem tratamento, a doença
da com muco e sangue nas fezes, náuseas, vômitos e cóli- fica mais branda e os sintomas desaparecem após algumas
cas intestinais. Existem casos em que a ameba pode passar semanas ou meses.
a parasitar outras regiões do organismo, causando lesões
no fígado, pulmões e, mais raramente, no cérebro. A pessoa contaminada pode permanecer muitos anos ou
mesmo o resto da vida sem sintomas, aparecendo que está
A contaminação é direta. Ocorre pela ingestão de água ou contaminada apenas em testes de laboratório.
alimentos contaminados por cistos.
Eliminar ou evitar o contato com o vetor e melhorar as con-
No ciclo, os cistos passam pelo estômago, resistindo à ação dições das habitações (evitando o pau-a-pique) são as me-
do suco gástrico, chegam ao intestino delgado, quando lhores medidas preventivas.
ocorre o desencistamento. Então, migram para o intestino
grosso e ali se estabelecem. Giardia lamblia
A profilaxia é feita pela ingestão de alimentos bem lavados A giardíase é uma parasitose intestinal que tem como
e/ou cozidos, pela higiene pessoal, pela construção de fossas agente etiológico a Giardia lamblia. A giardíase se mani-
e redes de esgoto e pelo tratamento das pessoas doentes. festa por azia e náusea.

257
A contaminação ocorre quando os cistos maduros são in- Leishmania sp
geridos pelo indivíduo. Os cistos podem ser encontrados
na água (mesmo que clorada), alimentos contaminados Esse protozoário é causador da Leishmaniose, sendo trans-
e, em alguns casos, a transmissão pode se dar por meio mitido pela picada da fêmea do mosquito hematófago
de mãos contaminadas. Phlebotomus (mosquito-palha ou birigui). Entre as princi-
pais espécies de protozoários parasitas do gênero Leishma-
Para se evitar a giardíase, devem-se tomar as mesmas me-
didas profiláticas usadas contra a amebíase, uma vez que nia, destacamos a Leishmania braziliensis, a Leishmania
há ingestão de cistos. donovani e a Leishmania tropica.

Ciclo de vida da leishmaniose

Ciliados sexuada por esporulação. Como exemplos, citamos os


plasmódios e o toxoplasma. No Brasil, são causadores
São protozoários que se locomovem por meio de cílios e da malária o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparium
apresentam reprodução por cissiparidade e conjuga- e Plasmodium ovale. Os protozoários são transmitidos
ção. Um típico representante é o paramécio. Além dos pela picada da fêmea do Anopheles (mosquito-prego). O
vacúolos contrácteis, evidenciam os dois núcleos: o macro- Toxoplasma gondii causa a toxoplasmose e é transmitido
núcleo, relacionado com a nutrição; e o micronúcleo, envol- pela urina de gatos, ratos e também pela ingestão de car-
vido com a reprodução. O paramécio se reproduz assexu- ne contaminada.
adamente por bipartição e sexuadamente por conjugação.
Nesse caso, acontece a fusão temporária de dois indivídu-
os, entre os quais se formam pontes citoplasmáticas para
trocas de partes dos micronúcleos. Após a troca e a fusão
de micronúcleos, os paramécios separam-se e dividem-se
duas vezes, produzindo um total de oito indivíduos.

Esporozoários
Esses protozoários não possuem organelas de loco-
moção, portanto, são parasitas e apresentam reprodução

258
Esporozóitos
do plasmodium

1º Vetor

Hospedeiro Hospedeiro
humano humano
inicial seguinte

Infecção
hepática 2º Vetor

Infecção
sanguínea

Transmissão
no útero

Ciclo de transmissão da malária

Reprodução
Assexuada (divisão binária)
A partir de um indivíduo, ocorre a duplicação do núcleo e posterior divisão do citoplasma.

Sexuada (conjugação)
Ocorre uma troca de material genético que permite um aumento da variabilidade.

Encistamento
Em condições ambientais desfavoráveis, ocorre o encistamento.

Quadro das principais protozooses


Parasita Classe Doença Local de infecção e sintomas Transmissão Profilaxia
• sangue e fígado Picada do mos-
Plasmodium sp. Esporozoário Malária • febre terçã, dores de Combate ao vetor
quito-prego
cabeça, sudorese
Medidas de sanea-
Entamoeba Amebíase • Intestino grosso Alimentos e água
Rizópode mento, higiene pessoal
histolytica (disenteria) • Ulcerações e diarreia contaminados
e com os alimentos
Medidas de sanea-
Giardíase • Intestino delgado Alimentos e água
Giardia lamblia Flagelado mento, higiene pessoal
(disenteria) • Dores abdominais e diarreia contaminados
e com os alimentos
Medidas de sanea-
Balantidium Balantidiose • Intestino Alimentos e água
Ciliado mento, higiene pessoal
coli (disenteria) • Diarreia contaminados
e com os alimentos

Leishmania Úlcera de • Vias respiratórias Picada da fêmea do


Telas, repelentes,
Flagelado • Lesões nas mucosas habitações longe
brasiliensis Bauru mosquito-palha
da boca e do nariz de matas

Trichomonas Trico- • Uretra e próstata (homem); Relação sexual,


Higiene pessoal, com
Flagelado vagina (mulher) piscinas e sanitários,
vaginalis moníase sanitários e piscinas
• Uretrite e corrimentos uso de preservativos
Trypanosoma Doença • Sangue e sistema nervoso
Flagelado Picada da mosca-tsé-tsé Combate à mosca
gambiensis do sono • Lesões nas meninges
Evitar contato com ani-
Toxoplasma Toxoplas- • Mal-estar, prostração, febre; no Fezes de animais
mais domésticos (fezes
Esporozoário feto pode causar retardamento domésticos e via
gondii mose e urina), principalmente
mental, cegueira e hidrocefalite placentária
para mulher gestante

259
Reino protoctista II: algas

PROTOCTISTAS AUTÓTROFOS São considerados os mais importantes produtores no mar


e na água doce. Formam parte do fitoplâncton e são,
São seres eucariotos, unicelulares ou pluricelulares com pig- portanto, alimentos de animais.
mentos fotossintéticos variados, além das clorofilas. Vivem
no mar, na água doce e em ambientes terrestres úmidos. Algas pirrofíceas (filo Dinophyta)
As pirrofíceas são algas unicelulares, eucarióticas, fla-
Algas verdes (filo Chlorophyta) geladas e apresentam uma parede celular impregnada de
São seres unicelulares (isolados ou coloniais) ou plurice- carbonato de cálcio (CaCO3), com clorofila A, xantofilas e
lulares. Os principais pigmentos são as clorofilas A e B e carotenos. Também são chamadas de dinoflagelados.
os carotenos (laranja) e xantofilas (amarelo). A reserva
é representada por amido e as paredes celulares pos- Podem causar as marés vermelhas, que correspondem a um
suem celulose. aumento do número de indivíduos de uma dada espécie, for-
mando manchas de coloração visível nos mares, devido à alta
intensidade. Ocorrem principalmente em águas costeiras ricas em
Algas pardas (filo Phaeophyta) nutrientes. Esse fenômeno causa a morte de peixes, decorrente do
São pluricelulares, possuem um pigmento marrom-amare- consumo exagerado de oxigênio pelo grande número de indivídu-
lado: a fucoxantina ou xantofila (amarelo), que junto os e produção de toxinas das algas.
com a clorofila (verde) dá a cor parda que as distingue dos Essas toxinas agem no sistema nervoso. Os moluscos geral-
outros filos. Além disso, quando exploradas, são utilizadas mente não são sensíveis, mas podem acumular tais toxinas,
diretamente como adubo, fonte de nutrientes e delas se que podem atingir o homem e outros mamíferos através de
extrai o iodo, o ágar-ágar. sua ingestão. Alguns gêneros de Dinophyta (Pyrrophyta) apre-
O corpo é revestido por uma mucilagem chamada algina sentam bioluminescência. Através da oxidação de uma
ou alginato. Essa mucilagem estabilizante é extraída das substância presente em suas células, na luciferina, pela en-
algas pardas e utilizada na fabricação de sorvetes, carame- zima luciferase, ocorre a formação de um produto molecular
los e cosméticos. excitado que libera energia luminosa na forma de fótons.

Algas vermelhas (filo Rodophyta) Euglenoides (filo Euglenophyta)


Conhecidas também pelo nome de rodofíceas, são plu- São unicelulares, não apresentam parede celular e se loco-
ricelulares. Nos plastos além da clorofila, encontra-se movem por flagelos. Vivem principalmente em água doce
outro pigmento predominante, a ficoeritrina (verme- e apresentam um vacúolo pulsátil, que, ao se contrair, ex-
lho), ocorrendo também a ficocianina (azul). As algas pulsa o excesso de água, por osmose em relação ao meio.
vermelhas podem fornecer ágar (ágar-ágar) e a carra-
Os seus cloroplastos realizam a fotossíntese, mas, na au-
gem (carragim), outra mucilagem com finalidade ali-
sência da luz e na escassez de reservas nutritivas, os eu-
mentícia. Algumas espécies revestem-se de carbonato
glenoides são capazes de ingerir partículas alimentares,
de cálcio (CaCO3).
que entram pela boca da célula (citóstoma), passam pela
citofaringe, sofrem digestão de vacúolos digestórios e os
Diatomáceas (filo Bacillariophyta) resíduos são eliminados pelo citopígeo, como em unicelu-
Também chamadas de crisofíceas ou algas doura- lares heterótrofos. Essa capacidade e a estrutura de suas
das, a maioria é unicelular e apresentam os pigmentos células assemelha-se muito a alguns protozoários, o que
caroteno (laranja) e xantofila (amarelo), além da clorofi- culminou com o estudo das euglenas também como pro-
la. As diatomáceas têm suas células recobertas por uma tozoários flagelados. Têm uma região chamada estigma,
carapaça chamada de frústula, que é de dióxido de responsável pela percepção de luz. A reserva é um tipo de
silício (SiO2), podendo ser formadas por duas partes amido conhecido por paramilo.
ou valvas que se encaixam.

260
REPRODUÇÃO NAS ALGAS
As algas apresentam processos de reprodução assexuada por cissiparidade (divisão binária), fragmentação de seus
talos e reprodução sexuada (isogamia, anisogamia e oogamia).

Plasto Valva menor


B

Vacúolo Núcleo Valva maior


Representações esquemáticas de divisão binária em protistas.

Reprodução sexuada União


Fusão
sexual
citoplasmática

Organismos adultos Fusão dos


núcleos e
haploides (n)
formação
do zigoto (2n)

Zigósporo

MEIOSE

Ciclo sexuado da
alga verde
Organismos jovens unicelular
haploides (n) Chlam ydomonas sp.

A reprodução sexuada é comum em quase todas as algas. Cada organismo pode se comportar como um gameta e, ao se fundirem, formam um zigoto.
Esse zigoto sofre meiose e forma quatro novos indivíduos haploides.

A maioria das algas multicelulares apresenta o fenômeno de alternância de gerações.

IMPORTÂNCIA DAS ALGAS


O fitoplâncton é responsável por cerca de 90% do oxigênio atmosférico. Climaticamente, é importante pela
liberação na atmosfera de DMS (dimetil-sulfeto), substância que age como facilitador na formação de núcleos de con-
densação e, portanto, de chuvas.

261
Poríferos e cnidários

INTRODUÇÃO AO ESTUDO celomados os animais cuja cavidade é o celoma, ou seja,


revestida unicamente por mesoderne.
DOS METAZOÁRIOS Em um dos estágios no desenvolvimento embriológico cha-
mado gástrula, que corresponde a uma forma tridimensional
Esses animais são seres multicelulares e heterótrofos, ou seja,
(semelhante a uma pera) com uma cavidade chamada de ar-
obtêm a sua alimentação por ingestão. O reino dos metazo-
quêntero (intestino primitivo), o qual se comunica com o meio,
ários é dividido em dois sub-reinos: parazoários, que in-
através de uma abertura chamada blastóporo, será formada a
cluem as esponjas (poríferos), animais que não apresentam
boca, nos seres protostômios (a grande maioria), ou o ânus,
organização em tecidos, e os eumetazoários, que incluem
nos deuterostômios (equinodermos e cordados).
todos os demais grupos, pois suas células se organizam em
tecidos, órgãos e sistemas.
Chamamos os cnidários, por exemplo, de animais diblásti-
cos, pois formam apenas dois folhetos germinativos: endo-
derme e ectoderme. Já, a partir dos platelmintos, são cha-
mados todos de triblásticos, pois observa-se a presença
de três folhetos embrionários ou germinativos: a ectoderme,
a endoderme e a mesoderme. Nos animais triblásticos
pode-se formar uma cavidade corpórea, que é fundamental
para acomodar órgãos e estruturas internas, para circulação
de substâncias ao longo do corpo, para acolher resíduos ce-
lulares que serão eliminados do corpo e pode, ainda, estar Cladograma dos metazoários
preenchida de líquido sob pressão, que funciona como es-
trutura de sustentação em um esqueleto hidrostático. Cha- A simetria corporal
mam-se acelomados os animais sem cavidade corpórea; A simetria bilateral corresponde a duas metades semelhan-
pseudocelomados os animais cuja cavidade corpórea é tes; a direita e a esquerda .Na simetria radial, há mais de um
revestida pela mesoderme e pela endoderme; e, finalmente, plano imaginário que divide o ser em metades semelhantes.

PORÍFEROS (ESPONGIÁRIOS)
A maioria desses animais é marinha, e não possuem tecidos verdadeiros, que favorece a grande capacidade de
regeneração.

ESPONJA
VIVA REORGANIZAÇÃO
CELULAR
CÉLULAS CAPAZES
DE ORIGINAR
NOVAS ESPONJAS

FORMAÇÃO DE
ESPONJA NOVAS ESPONJAS
DESAGREGADA
ESPÍCULAS

GEMULAÇÃO

REGENERAÇÃO
Esquema representativo da regeneração dos poríferos

262
Estrutura e fisiologia
As esponjas são animais filtradores. Possuem uma cavidade chamada de átrio ou espongiocele, além de coanó-
citos, amebócitos e pinacócitos.
A organização do corpo de um porífero

saída de água

ósculo
porócito
espículas
pinacócitos
poros
espículas
entrada
de água átrio
(espongiocela)
amebócito

colarinho coanócito

flagelo

Existem três tipos estruturais de esponjas – áscon, sícon e lêucon –, que apresentam gradual aumento da superfície de
contato dos coanócitos com a água, de modo que, as esponjas tipo lêucon estão mais adaptadas a promover uma filtração
mais eficiente da água e aproveitam melhor os nutrientes disponíveis.

Câmaras
flageladas

Átrio Átrio

Água Água

Ascon Sycon Leucon

Tipos estruturais das esponjas

Reprodução CNIDÁRIOS (CELENTERADOS)


As esponjas podem se reproduzir de forma sexuada, quando
São organismos com simetria radial, predominantemente
ocorre a união de gametas masculino e feminino, formando um
aquáticos marinhos, podem nadar livremente (medusas)
zigoto que origina uma larva ciliada (anfiblástula), ou assexu-
ou viver fixos (pólipos), no fundo do mar ou dos rios, sozi-
ada, que pode ocorrer por brotamento, regeneração e através
de gêmulas que aparecem mais em esponjas de água doce. nhos ou formando colônias.

Sustentação do corpo A importância da cavidade digestiva


A presença de uma cavidade digestiva permite ao animal
Os espongiários possuem um endoesqueleto. O esquele- ingerir alimentos maiores, que gradativamente sofrerão o
to mineral é constituído por espículas calcárias e silicosas ao ataque de sucos digestivos constituídos por enzimas que
esqueleto orgânico, apresenta-se formado por uma densa catalizarão a sua degradação em substâncias menores
rede de fibras de espongina. absorvíveis e utilizáveis no metabolismo, posteriormente,

263
pelas demais células do corpo. Neste grupo, a digestão é,
portanto, extracelular e intracelular.
Fisiologia
Ainda não possuem sistema respiratório e circulatório definidos.
Os cnidoblastos
Tanto os pólipos como as medusas são animais predado-
Reprodução
res, carnívoros que capturam suas presas descarregando
uma substância urticante, presente em células nos tentá-
Brotamento
culos: os cnidócitos ou cnidoblastos. A reprodução dos celenterados pode ser assexuada e sexuada.

Sistema nervoso difuso Metagênese


e o arcorreflexo A alternância de gerações, em que uma fase se reproduz
assexuadamente e a outra sexuadamente, é conhecida
Esses animais apresentam reações a estímulos externos,
como metagênese. A fase sexuada é representada pela
que os permitem se defenderem ou capturarem sua presa.
forma medusoide.
Trata-se da primeira ocorrência de células nervosas.

Classificação dos cnidários


CLASSES DE CELENTERADOS

Classe Relação pólipo/medusa Representantes

Hydra sp (dulcícolas), Obelia sp (colonial),


Hydrozoa Pólipos predominantes
Physalia sp (caravelas e coloniais)

Scyphozoa Medusas predominantes (água-vivas) Aurelia sp

Actinia sp (anêmonas-do-mar) e corais


Anthozoa Exclusivamente polipoides (com exoesqueletos calcários que par-
ticipam da formação de recifes)

Cubozoa Pólipo dá origem à medusa Chironex fleckerí

Platelmintos

SURGE A SIMETRIA BILATERAL FISIOLOGIA


E A TRIBLASTIA ƒ Nutrição – o sistema digestório é incompleto. A digestão
ocorre nos meios extracelular e intracelular. Existem espécies
Os platelmintos são os primeiros animais nos quais ocorre parasitas, totalmente desprovidas de sistema digestório.
a simetria bilateral; possuem corpo alongado e dorso ven-
ƒ Respiração e trocas gasosas – as espécies de vida
tralmente achatado. Hábitos de vida são variados: nos de
livre são aeróbias e as trocas são realizadas por simples
vida livre existem os parasitas que vivem às custas de outros difusão entre o epitélio permeável do animal e o meio.
seres, explorando-os como ecto ou endoparasitas. Os endoparasitas são anaeróbios.

264
ƒ Excreção – célula-flama.

Células-flama
Poros excretores Canal
excretor
Canal
excretor

Tufo de
cílios

Citoplasma
Cordões nervosos Núcleo
longitudinais
Nervos

ƒ Coordenação nervosa – gânglios cerebroides ou um anel nervoso, ligados a cordões nervosos longitudinais.
cordão nervoso

nervos

gânglio cerebral
ocelo
parte
fotossensível

células com
pigmento

nervos para o célula


gânglio cerebral fotossensível

ƒ Reprodução – normalmente, são hermafrodi-


tas ou monoicos com fecundação interna e um de- A ESQUISTOSSOMOSE -
senvolvimento, que pode ser direto ou indireto. Existem
espécies que se reproduzem assexuadamente, princi-
SCHISTOSOMA MANSONI
palmente por regeneração. A barriga-d’água é uma doença provocada pelo platelminto
Schistosoma mansoni, um verme dioico com nítido dimorfis-

CLASSIFICAÇÃO DOS PLATELMINTOS


mo sexual.
As medidas profiláticas mais comuns são:
ƒ Classe Turbellaria (turbelários): seres de vida 1. Tratamento dos infestados por meio da destruição dos ver-
livre com epitélio ciliado. mes no organismo humano.
Exemplo: planária. 2. Saneamento básico, que impede que os ovos contami-
ƒ Classe Trematoda (trematódios): seres parasitas nem a água.
com epiderme não ciliada e uma ou mais ventosas. 3. Combate aos caramujos hospedeiros intermediários.
Exemplo: Schistosoma.
4. Impedir a penetração das larvas, não tendo contato com
ƒ Classe Cestoda (cestódios): seres parasitas com cor- a água contaminada.
po dividido em anéis ou proglotes.
Exemplos: Taenia solium e Taenia saginata.

265
A TAENIA SP E DOENÇAS 1. não comer carne malpassada;
2. inspeção de matadouros para verificar a presença de
RELACIONADAS cisticercos na carne;

ƒ A teníase é uma doença provocada pela presença das 3. saneamento básico.


formas adultas das tênias ou solitárias (Taenia sagina- ƒ Cisticercose – é a enfermidade causada pela loca-
ta) no intestino delgado humano. A cisticercose é deter- lização da larva no organismo do homem, que passa
minada pela presença das larvas da Taenia solium no ho- a funcionar como hospedeiro intermediário. O homem
mem, localizadas principalmente nos olhos e no cérebro. se infesta ingerindo ovos existentes em água poluída,
São medidas profiláticas: hortaliças e frutos contaminados.

Nematelmintos

OS ASQUELMINTOS (NEMATELMINTOS): ƒ Excreção – célula H.


ƒ Circulação e trocas gasosas – nas espécies de vida
O SURGIMENTO DO TUBO livre, a respiração é aeróbia, cutânea e ocorre por difusão
simples. Nos parasitas, ocorre a respiração anaeróbia.
DIGESTIVO COMPLETO
ƒ Coordenação nervosa – constituído por um anel
Os nematelmintes são organismos vermiformes, ou seja, de nervoso anterior e uma série de cordões nervosos
corpo cilíndrico, mas não segmentado, com típica simetria longitudinais.
bilateral e extremidades afiladas. As principais parasitoses
ƒ Reprodução – os nematoides são, com raras exceções,
que infestam o homem são: ascaridíase, ancilostomía-
animais dioicos, quase sempre com dimorfismo sexual.
se, oxiurose e elefantíase.

Fisiologia ASCARIDÍASE
ƒ Digestão – sistema digestório completo com boca É uma parasitose intestinal cujo agente etiológico é o Ascaris
anterior e ânus posterior. A digestão é exclusivamen- lumbricoides, vulgarmente conhecido como lombriga.
te extracelular.

1. Ovos contendo larva L3 contaminam


2 água e/ou alimentos;
2. Ingestão dos alimentos contaminados
1 7 com os ovos larvados;
3. Passagem do ovo pelo estômago e
8 liberação da larva L3 no intestino
delgado;
6 4. Penetração das larvas na parede
intestinal;
5. Larvas carregadas pelo sistema porta
até os pulmões;
5 3 6. Larvas sofrem muda para L4, sendo
12 que posteriormente rompem os
capilares e caem nos alvéolos, sofrendo
nova muda (L5). Migração das larvas para
4 a faringe;
9 7. Expulsão das larvas pela expectoração
Fezes ou deglutinação das mesmas;
8. Larvas atingem novamente o duodeno
9 transformando-se em adultos. Fêmeas,
11 após a cópula, iniciam a ovoposição.
10 9. Eliminação dos ovos pelas fezes e
contaminação do ambiente;
Ovo infértil 10 a 12. Evolução dos ovos férteis até se
tornarem larvados, com L3.
Ovo fértil
Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides

266
ANCILOSTOMOSE FILARÍASE OU ELEFANTÍASE
Também conhecida por amarelão ou opilação, a ancilosto- O causador da elefantíase é o verme Wuchereria bancrofti,
mose é uma parasitose causada pelos vermes Ancylostoma os vermes adultos parasitam os gânglios e vasos linfáticos.
duodenale e Necator americanus. No Brasil, o principal transmissor é o mosquito Culex fati-
gans, vulgarmente conhecido como pernilongo. A filariose
A ancilostomose causa no homem intensa anemia, va-
provoca edemas que causam deformações, principalmente
riando a gravidade com o grau de infestação. Por isso, o nos membros inferiores.
indivíduo parasitado perde cor, tornando-se amarelado
(daí o nome amarelão) e fraco. A redução de hemácias
afeta o transporte de oxigênio, afetando o coração e ENTEROBIOSE OU OXIUROSE
o cérebro, ocorrendo insuficiência cardíaca, sonolência, A enterobiose ou oxiuríase é uma doença intestinal causada
apatia e confusão mental. A profilaxia envolve higiene, pelo nematelminte Enterobius vermicularis, verme pequeno
saneamento básico e uso de calçados. e filiforme (formato de fio). O sintoma mais típico é o intenso
prurido anal.

Ingestão de ovos com


I
embrião pela pessoa
2

Larvas eclodem no
intestino delgado
3

1
D Ovos nas pregas perianais
Adultos no
Larvas nos ovos maturam lúmen do
em 4 a 6 horas. cFco. 4
I Estágio de Infecção
prenhas migram para
5 a região perianal à noi-
D Estágio de Diagnóstico te, botando os ovos

Ciclo de vida do Enterobius vermicularis

O BICHO-GEOGRÁFICO
Animais silvestres, como o cão e o gato, apresentam parasitas específicos, cujas larvas infestantes só completam o ciclo
quando penetram no hospedeiro próprio. No homem, migrando e realizando um trajeto sinuoso no tecido subcutâneo.
Os agentes etiológicos são o Ancylostoma caninum e o Ancylostoma braziliense.

267
U.T.I. - SALA da função cardíaca? Identifique o grupo ao qual perten-
ce o causador da doença, assim como os filos do vetor
e do hospedeiro.
1. (Unifesp adaptado) Considerando os mecanismos de
replicação do genoma viral, qual a principal diferença 2. (Unifesp) Cientistas criaram em laboratório um bac-
entre o vírus da gripe e o vírus que causa a Aids? teriófago (fago) composto que possui a cápsula protei-
ca de um fago T2 e o DNA de um fago T4. Após esse
2. Dentro da microscopia existe uma diferença eviden- bacteriófago composto infectar uma bactéria, os fagos
te entre o tamanho de vírus e de bactérias. Qual dos produzidos terão:
dois organismo tem sua ação bloqueada por uso de an-
tibióticos? E em que estruturas esses medicamentos a) a cápsula proteica de qual dos fagos? E o DNA,
podem agir? será de qual deles?
b) Justifique sua resposta.
3. (Vunesp) Ao longo do primeiro semestre de 2004, jor- 3. (Unifesp) Agentes de saúde pretendem fornecer um
nais e estações de rádio e TV do interior do Estado de curso para moradores em áreas com alta ocorrência de
São Paulo noticiaram o aumento de casos de cães que tênias (Taenia solium) e esquistossomos (Schistosoma
apresentaram resultado positivo para os testes de de- mansoni). A ideia é prevenir a população das doenças
tecção do agente causador da leishmaniose. Em alguns causadas por esses organismos.
municípios, foram confirmados casos de leishmaniose
humana. Em algumas cidades, o combate à epidemia foi a) Em qual das duas situações é necessário alertar a
feito pela eliminação dos cães infectados. população para o perigo do contágio direto, pessoa a
pessoa? Justifique.
a) A que reino e filo pertence o organismo causador
b) Cite duas medidas – uma para cada doença – que
da leishmaniose?
dependem de infraestrutura criada pelo poder público
b) Como se transmite a doença e por que os cães para preveni-las.
infectados representam perigo ao homem?
4. (Fuvest) Os portadores do vírus HIV, agente causa-
4. (UFSJ adaptado) As esponjas (poríferos), organismos dor da aids (síndrome da imunodeficiência adquirida),
primitivos na escala evolutiva, são insensíveis ao to- são tratados com os chamados coquetéis antivirais, que
que. Já as anêmonas e os corais (cnidários) retraem-se combinam drogas inibidoras da transcriptase reversa
quando os tocamos. A que você atribui esta diferença com drogas inibidoras de proteases.
comportamental nos dois grupos de animais? E qual é
a) Por que a transcriptase reversa é essencial para
a célula de defesa dos cnidários?
que o vírus HIV se multiplique?
5. Digestão somente intracelular, ausência dos sistemas b) Como o vírus HIV causa a imunodeficiência em
nervoso, excretor, circulatório, respiratório e órgãos re- humanos?
produtores e de locomoção também ausentes. São es- 5. (Unirio adaptado) Lineu, em 1735, publicou um traba-
sas as características de qual grupo? Dê um exemplo de lho apresentando um plano para classificação de seres
animal desse grupo. vivos. Nele estavam propostos o emprego de palavras
latinas e o uso de categorias de classificação hierarqui-
6. (Unicamp adaptado) A anemia falciforme é uma doença zadas. Deve-se também a Lineu a regra de nomenclatu-
genética autossômica recessiva, caracterizada pela ra binominal para identificar cada organismo. Seguindo
presença de hemácias em forma de foice e deficiên- as regras proposta por Lineu como devem ser escrito os
cia no transporte de gases. O alelo responsável por nomes das espécies?
essa condição é o HbS, que codifica a forma S da glo-
bina. Sabe-se que os indivíduos heterozigotos para 6. (Unesp adaptado) Uma determinada moléstia que
a HbS não têm os sintomas da anemia falciforme e pode causar lesões nas mucosas, pele e cartilagens é
apresentam uma chance 76% maior de sobreviver transmitida por um artrópode e causada por um pro-
à malária do que os indivíduos homozigotos para o tozoário flagelado. Qual é o nome da doença, do artró-
alelo normal da globina (alelo HbA). Algumas regiões pode transmissor e do agente causador?
da África apresentam alta prevalência de malária e
acredita-se que essa condição tenha influenciado a 7. (Esal-MG) Em relação à malária, mencione a forma in-
frequência do alelo HbS nessas áreas. O que ocorre fectante do parasita e o gênero do transmissor.
com a frequência do alelo HbS nas áreas com alta
incidência de malária? Por quê? 8. (PUC-SP) Na espécie humana, ocorrem várias doenças,
cujos microrganismos causadores estão presentes no san-
gue de pessoas infectadas, podendo inclusive ser transmi-
U.T.I. - E.O. tidos através de transfusões ou por seringas usadas.
a) Cite duas dessas doenças que sejam causadas por
1. (Unesp adaptado) A doença de Chagas atinge milhões protozoários, indicando para cada uma o nome do
de brasileiros, podendo apresentar, como sintomas, pro- parasita responsável.
blemas no miocárdio, que levam à insuficiência cardíaca. b) Escolha uma das doenças por você citadas e indi-
Por que, na doença de Chagas, ocorre comprometimento que dois métodos para sua profilaxia.

268
9. (Unesp adaptado) Considerando as doenças gripe, 12. (Ufop adaptado) Monteiro Lobato criou o persona-
paralisia infantil, gonorreia, doença de Chagas, ama- gem Jeca Tatu, o brasileiro do meio rural que andava
relão, cólera, tuberculose e febre amarela, responda: descalço e, por isso, era acometido por uma vermino-
quais delas são passíveis de tratamento com antibió- se que o deixava fraco, pálido (com características de
ticos? Por quê? anemia) e magro. Monteiro Lobato retratava o perso-
nagem: “ele está assim; ele não é assim”. Quais são os
10. (UFC) As verminoses ainda acometem uma grande vermes causadores dos sintomas apresentados pelo
parcela da população, principalmente as de baixa renda. personagem em questão?
Doenças como ascaridíase e amarelão (ancilostomose)
ainda são bastante comuns, principalmente em crianças. 13. (Unesp adaptado) Maré vermelha deixa litoral
a) Qual a característica comum a essas doenças em em alerta
relação ao seu modo de contágio? Uma mancha escura formada por um fenômeno co-
b) Outras doenças bastante comuns são a teníase e a nhecido como “maré vermelha” cobriu ontem uma
cisticercose, causadas por vermes do gênero Taenia. Qual parte do canal de São Sebastião (...) e pode provocar a
a diferença entre essas duas doenças no que se refere ao morte em massa de peixes. A Secretaria de Meio Am-
contágio e ao local de alojamento do parasita? biente de São Sebastião entrou em estado de alerta.
O risco para o homem está no consumo de ostras e
11. (Mackenzie adaptado) As verminoses representam moluscos contaminados.
um grande problema de saúde, principalmente nos paí- (JORNAL “VALE PARAIBANO”, 01.02.2003.)
ses subdesenvolvidos. A falta de saneamento, de campa-
nhas de esclarecimento público, de higiene pessoal e de A maré vermelha é causada por qual organismo?
programas de combate aos transmissores leva ao apare-
14. Nos poríferos existem estruturas denominadas gêmu-
cimento de milhares de novos casos na população bra-
las. Explique o que são e para que servem.
sileira. Cite três verminoses causadas por nematódeos.

269
BIOLOGIA 3

271
Composição química celular

A análise do conteúdo celular revela a existência de com-


ponentes minerais e orgânicos.

ÁGUA
ƒ Solvente universal
ƒ Termorregulação
ƒ Transporte de células e de substâncias
ƒ Eliminação de excretas celulares
ƒ Função lubrificante

A quantidade de água varia de acordo com a taxa meta- Devido à tensão superficial, alguns insetos são capazes de pousar sobre
a água e não afundar-se.
bólica. Quanto maior a atividade química (metabolismo) de
um órgão, maior o teor hídrico. ƒ Adesão – a água tem a tendência de se unir à molé-
culas polares.
A taxa de água, em geral, decresce com a idade e, final-
mente, com a espécie. Por exemplo, na espécie humana há ƒ Capilaridade – fenômeno físico resultante das intera-
64% de água, nas medusas 98% e nos esporos e semen- ções entre as forças de adesão e coesão da molécula
tes vegetais, 15%. de água. Esse fenômeno é muito utilizado pelas plan-
tas no transporte de substâncias da raiz até as folhas.
Outras propriedades da água
ƒ Coesão – Capacidade de uma substância permanecer SAIS MINERAIS
unida. Nos líquidos intra e extracelular, encontramos grande va-
ƒ Tensão superficial riedade de sais minerais dissociados em cátions e ânions.
Principais sais minerais
Componente dos ossos e dentes. Ativador de certas enzimas, participando de processos como a contração
Cálcio (Ca2+)
muscular e a coagulação.
Magnésio (Mg2+) Faz parte da molécula de clorofila; é necessário, portanto, à fotossíntese.
Presente na hemoglobina do sangue, pigmento fundamental para o transporte de oxigênio. Componente de
Ferro (Fe2+)
substâncias importantes na respiração e na fotossíntese (citocromos e ferrodoxina).
Tem concentração intracelular sempre mais baixa que nos líquidos externos. A membrana plasmática, por
Sódio (Na+) transporte ativo, constantemente bombeia o sódio, que tende a penetrar por difusão. Importante compo-
nente da concentração osmótica do sangue juntamente com o K+.
É mais abundante dentro das células. Por transporte ativo, a membrana plasmática absorve o potássio do
Potássio (K+) meio externo. Os íons sódio e potássio estão envolvidos nos fenômenos elétricos que ocorrem na
membra-na plasmática, na conUSBÎÍP muscular e na condução nervosa.
Componente dos ossos e dentes. Está no ATP, molécula energética das atividades celulares. É parte inte-
Fosfato (PO4–3)
grante do DNA e RNA, no código genético.
Cloro (Cl–) Componente dos neurônios (transmissão de impulsos nervosos).

Iodo (I ) Entra na formação de hormônios tireoidianos.

CARBOIDRATOS Podemos citar os seguintes polímeros: proteínas, ácidos


nucleicos e polissacarídeos, cujos monômeros são, respec-
Entre os compostos orgânicos, aparecem os polímeros, tivamente, aminoácidos, nucleotídeos e monossacarídeos.
moléculas gigantes (macromoléculas) formadas por uma Os glicídios são também conhecidos como açúcares, saca-
cadeia de moléculas chamadas de monômeros. rídeos, carboidratos ou hidratos de carbono. São moléculas

272
compostas principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio. Apresentam fórmula geral CnH2nOn. São monossacarídeos impor-
tantes: glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose. A junção de dois monossacarídeos dá origem a um dissacarídeo. Quando
temos muitos monossacarídeos ligados, ocorre a formação de um polissacarídeo, tal como amido, glicogênio, celulose, quitina etc.
Os glicídios são a fonte primária de energia para as atividades celulares e possuem também funções estruturais.

PRINCIPAIS MONOSSACARÍDEOS
Carboidrato Papel biológico
Ribose (5C) Uma das matérias-primas necessárias à produção de ácido ribonucleico.

Desoxirribose (5C) Matéria-prima necessária à produção de ácido desoxirribonucleico (DNA).


É a molécula mais usada pelas células para obtenção de energia. Sintetizada pelos seres clorofilados, na
Glicose (6C)
fotossíntese. Abundante em vegetais, no sangue e no mel.
Frutose (6C) Muito comum em frutas e, também, apresenta papel fundamentalmente energético.
Galactose (6C) Um dos monossacarídeos constituintes da lactose do leite. Papel energético.

PRINCIPAIS DISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Sacarose glicose + frutose Cana-de-açúcar e beterraba Papel energético
Lactose glicose + galactose Leite Papel energético
Maltose glicose + glicose Vegetais Papel energético

PRINCIPAIS POLISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Amido (n) moléculas de glicose raízes e caules reserva energética vegetal
Celulose (n) moléculas de glicose parede de células vegetais sustentação
Glicogênio (n) moléculas de glicose fígado e músculos reserva energética animal
Quitina (n) moléculas de glicose exoesqueleto de artrópodes sustentação

No corpo, o fígado e o músculo são responsáveis por armazenar glicogênio e o sangue, pela glicose.

LIPÍDIOS ƒ LDL (lipoproteína de baixa densidade) – leva o coleste-


rol até o sangue (colesterol “ruim”).
Compreendem um grupo muito heterogêneo, cuja caracte- ƒ HDL (lipoproteína de alta densidade) – tira o colesterol
rística comum é a insolubilidade em água e a solubilidade do sangue (colesterol “bom”).
em solventes orgânicos.
O acúmulo de LDL está vinculado com infarto do miocárdio,
ƒ Glicerídeos (ácido graxo mais glicerol) – compostos pois o aumento de colesterol no sangue pode ocasionar o en-
pelos óleos e as gorduras. A principal diferença entre
tupimento de artérias que nutrem o coração. Dessa forma, não
os óleos e as gorduras é que os óleos são de origem
chega um aporte de oxigênio e nutrientes para as células car-
vegetal e a gordura, de origem animal.
díacas e essas entram em falência, o que caracteriza o infarto.
ƒ Cerídeos (ácido graxo mais glicerol de cadeias longas) –
os principais representantes são as ceras. Exemplos: cera
do ouvido, maçã (proteção contra desidratação) e outros.
Funções gerais dos lipídios
ƒ Membrana plasmática
ƒ Fosfolípideos (ácido graxo, glicerol e fosfato) – princi-
pais componentes da membrana plasmática. Possuem ƒ Energia
uma parte hidrofílica (contato com o meio aquoso) e ƒ Reserva energética
hidrofóbico (contato com o meio não aquoso).
ƒ Vitaminas (A, D, E e K)
ƒ Esteroides – são os lipídeos que formam os hormônios ƒ Hormônios (andrógenos, progesterona etc.)
sexuais (testosterona, progesterona, estradiol). Outro
componente desse grupo é o colesterol. O colesterol ƒ Prostaglandinas:ajudam na proteção contra a desseca-
pode ser classificado quanto ao tipo de lipoproteína ção e excesso de transpiração.
que o transporta. ƒ Isolamento térmico, elétrico e mecânico

273
VITAMINAS ƒ Vitamina K (anti-hemorrágica) – a sua falta retar-
da o processo de coagulação. Encontrada em vegetais
ƒ Vitamina A (antixeroftálmica) – evita a “cegueira verdes, tomate, castanha, espinafre, alface, repolho, cou-
noturna”; xeroftalmina, “olhos secos” em crianças; ce- ve, óleos vegetais.
gueira total. Pode ser encontrada em vegetais amarelos
(cenoura, abóbora, batata-doce, milho), pêssego, nec-
tarina, abricó, gema de ovo, manteiga, fígado.
METABOLISMO CELULAR
Podemos considerar mais duas ideias sobre metabolismo
ƒ Vitamina B1 (tiamina) – evita a perda de apetite,
celular: anabolismo – reações químicas de síntese, que a
fadiga muscular, nervosismo, beribéri (homem) e po-
partir de moléculas menores produzem moléculas maiores;
lineurite (pássaros). Encontrada em cereais na forma
e catabolismo – reações químicas de degradação que
integral e pães, feijão, fígado, carne de porco, ovos, fer-
transformam moléculas grandes em unidades menores.
mento de padaria, vegetais de folhas.
ƒ Vitamina B2 (riboflavina) – evita a ruptura da mu-
cosa da boca, lábios, língua e bochechas. Encontrada
A glicose e o metabolismo
em vegetais de folhas (couve, repolho, espinafre etc.), Como já mencionado, a glicose é o combustível mais uti-
carnes magras, ovos, fermento de padaria, fígado, leite. lizado pelos seres vivos, substância altamente energética
cuja quebra no interior das células libera a energia arma-
ƒ Vitamina B (PP – ácido nicotínico) – previne a
zenada nas ligações químicas e produz resíduos, entre eles
inércia e falta de energia, nervosismo extremo, distúr-
gás carbônico e água.
bios digestivos, pelagra (homem) e língua preta (cães).
Encontrada no levedo de cerveja, carnes magras, ovos, A energia liberada é utilizada na realização de ativida-
fígado, leite. des metabólicas.
ƒ Vitamina B6 (piridoxina) – evita doenças de pele,
distúrbios nervosos, inércia e extrema apatia. Encon- A energia sob a forma de ATP
trada no lêvedo de cerveja, cereais integrais, fígado, Cada vez que ocorre a “desmontagem” da molécula de
carnes magras, peixe, leite. glicose, a energia não é simplesmente liberada para o
ƒ Vitamina B12 (cianocobalamina) – evita a anemia meio. Ela é transferida para outras moléculas – chama-
perniciosa. Encontrada no fígado, leite e seus deriva- das de adenosina trifosfato (ATP) –, que servirão de
dos, carnes, peixes, ostras e leveduras. reservatórios temporários de energia.

ƒ Vitamina C (ácido ascórbico – antiescorbútica) –


previne escorbuto, inércia e fadiga em adultos, insônia PROTEÍNAS
e nervosismo em crianças, sangramento das gengivas,
As proteínas são polímeros, nos quais os monômeros são
inflamações nas juntas, dentes alterados, escorbuto. En-
moléculas de aminoácidos (AA).
contrada em frutas cítricas (limão, lima, laranja), tomate,
couve, repolho e outros vegetais de folha, pimentão, mo-
rango, abacaxi, goiaba, caju.
ƒ Vitamina D (ergosterol – precursor da vitamina
D – antirraquítica) – atua no metabolismo do cálcio
e do fósforo. Mantém os ossos e os dentes em bom
estado. Previne o raquitismo, problemas nos dentes, os-
sos fracos, contribui para os sintomas da artrite, raqui-
tismo, osteomalácia (adultos). Encontrada no levedo,
óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, manteiga.
Estrutura básica do aminoácido
ƒ Vitamina E (tocoferol – antioxidante) – promove
a fertilidade. Previne o aborto. Atua no sistema nervoso A ligação química entre dois AA chama-se ligação pep-
involuntário, sistema muscular e músculos involuntários. tídica, e acontece sempre entre o C do radical ácido de
Previne a esterilidade do macho. Oxidação de ácidos gra- um AA e o N do radical amina do outro AA. Veja a figura
xos insaturados e enzimas mitocondriais. Encontrada no a seguir:
óleo de germe de trigo, carnes magras, laticínios, alface,
óleo de amendoim.

274
Formação da ligação peptídica

Os aminoácidos podem ser classificados em essenciais, quando não são produzidos pelo organismo e, portanto, devem
estar presentes em sua dieta; e naturais, quando podem ser produzidos pelo organismo.

Aminoácidos naturais Aminoácidos essenciais


Asparagina (Asn) Prolina (Pro) Cisteína (Cis) Metionina (Met) Triptofano (Tri)
Glutamina (Gln) Alanina (Ala) Tirosina (Tir) Isoleucina (Iso) Valina (Val)
Arginina (Arg) Glutamato (Glu) Serina (Ser) Leucina (Leu) Treonina (Tre)
Histidina (His) Aspartato (Asp) Glicina (Gli) Lisina (Lis) Fenilalanina (Fen)

Apesar de existirem somente 20 AA, o número de proteí- requerida pelas reações, tornando-as mais espontâneas e
nas possível é praticamente infinito. As proteínas diferem aumentando suas velocidades.
entre si devido à quantidade de aminoácidos na molécula, Uma mesma enzima não catalisa duas reações diferentes.
aos tipos presentes e a sua sequência na molécula. Duas A especificidade das enzimas é explicada pelo modelo da
proteínas podem ter os mesmos AA nas mesmas quantida- chave (reagente) e fechadura (enzima). As enzimas são
des, porém, se a sequência dos AA for diferente, as proteí- reutilizáveis, ou seja, a mesma molécula pode ser usada
nas serão diferentes. diversas vezes. Um inibidor enzimático tem forma seme-
lhante ao substrato (reagente). Encaixando-se na enzima,
Estrutura proteica bloqueia a entrada do substrato, inibindo a reação química.
A sequência dos AA na cadeia polipeptídica é o que cha- Cinética enzimática
mamos de estrutura primária da proteína.
A temperatura, o pH e a concentração do substrato são
As estruturas secundária e terciária são resultantes da fatores importantes na determinação da velocidade da
interação entre aminoácidos não adjacentes, principalmen- atividade enzimática.
te por ligações de hidrogênio: a secundária é a mudança
de conformação local da cadeia polipeptídica, enquanto a
terciária é a sua conformação tridimensional.

Desnaturação proteica
Vários fatores, tais como temperatura, grau de acidez (pH),
concentração de sais e outros podem alterar a estrutura
espacial de uma proteína, sem alterar a sua estrutura pri-
mária. Mas a principal consequência é a perda do papel
biológico. Esse fenômeno é chamado de desnaturação.

Funções das proteínas


Uma das funções das proteínas é a função estrutural, pois
fazem parte da arquitetura das células e tecidos dos or-
ganismos. Além da função estrutural, as proteínas atuam
como enzimas ou biocatalisadoras das reações bioquímicas
que ocorrem nas células. Diminuem a energia de ativação

275
Hormônios Funções
São substâncias químicas que desempenham a função de O DNA é o material genético propriamente e possui duas
mensageiras e apresentam diferentes naturezas químicas. propriedades fundamentais: replicação e transcrição.

ÁCIDOS NUCLEICOS: DNA Replicação (duplicação)


Ao final, há a produção de duas novas moléculas – filhas,
Composição química cada uma das quais com uma cadeia nova recém-sinteti-
zada e uma outra, que pertencia à molécula-mãe. Por esse
O ácido desoxirribonucleico (DNA) é um polímero defini- motivo, a replicação é chamada de semiconservativa, dado
do como polinucleotídeo, por ser constituído por uma que cada molécula-filha conserva na sua estrutura uma
sucessão de unidades menores, os nucleotídeos. das metades da molécula-mãe.
As bases nitrogenadas pertencem a duas categorias: pú-
ricas e pirimídicas. As púricas são a adenina (A) e a
guanina (G). As pirimídicas são a citosina (C) e a timina
(T). Observe a figura:

Relações de Chargaff
Modelo da Duplicação semiconservativa

A = T e C = G ou A/T = 1 e C/G = 1
Transcrição
Na transcrição, o DNA cromossômico sintetiza o RNA nu-
clear, para o qual transcreve a sequência de nucleotídeos
Estrutura representada pela mensagem genética. Saindo do núcleo,
“O corrimão da escada” é constituído por grupos fosfato o RNA leva a mensagem genética para os ribossomos.
ligados a desoxirriboses em uma ligação fosfodiéster. Cada
degrau é formado por uma base púrica (A ou G) ligado a
uma base pirimídica (C ou T). Em cada degrau, as bases são
ÁCIDOS NUCLEICOS: RNA
unidas por ligações de hidrogênio.
Estrutura
Existem vírus que apresentam DNA formado por uma ca-
O RNA difere do DNA em três aspectos:
deia única de nucleotídeos. Evidentemente que, neste caso,
não ocorre a relação de Chargaff, pois as quantidades de A 1. Possui ribose (pentose), em vez de desoxirribose.
e T, bem como de C e G são diferentes. 2. A base pirimídica uracila ou uracil substitui a timina, que
não existe no RNA.
Localização do DNA nas células 3. Sua molécula é formada por apenas uma fita ou cadeia
simples. Portanto, não existe pareamento nem igualdade
Evidencia uma cor púrpura e indica os cromossomos no
nas quantidades de bases.
núcleo. Pequena quantidade de DNA também é encontra-
da nos cloroplastos e mitocôndrias. A enzima responsável pelo processo é a RNA-polimerase.

276
O RNAm é a cópia da mensagem genética, ou seja, do
Tipos de RNA e suas funções gene. É enviada para os ribossomos.
Existem três tipos de RNA: RNA-ribossômico (RNAr), RNA-
-mensageiro (RNAm) e RNA-transportador (RNAt), e todos O RNAt tem como função o transporte de aminoácidos do
estão relacionados com o processo da síntese proteica. hialoplasma para os ribossomos, onde são encadeados se-
quencialmente para formar uma proteína.
O RNAr, associado a nucleoproteínas, forma os ribossomos,
organoides citoplasmáticos granulares responsáveis pela
síntese de proteínas.

Código genético e síntese proteica

O DOGMA CENTRAL DA CÓDIGO GENÉTICO


GENÉTICA MOLECULAR No caso do código genético, existem quatro símbolos, re-
presentados pelos quatro tipos de nucleotídeos, abreviados
A relação DNA–RNA–proteínas é conhecida como o dog- pela letra inicial: A, C, G e U.
ma central da genética molecular, que estuda as atividades
gênicas celulares por meio da ação dessas macromoléculas.
Códons de iniciação e terminalização
ƒ Replicação – é o processo de replicação do DNA,
A síntese de uma proteína é iniciada quando um ribos-
na intérfase, que determina a divisão celular respon-
somo se organiza, no RNAm, sobre o códon de iniciação
sável pelo crescimento, regeneração e reprodução
AUG. Esse códon codifica o aminoácido metionina (Met),
dos organismos.
de forma que todas as proteínas começem com a metioni-
ƒ Transcrição – por meio da transcrição, o DNA forma na. A cadeia termina quando o ribossomo atinge um dos
o RNA mensageiro (RNAm), para o qual transcreve a três códons de terminalização ou finalização representados
mensagem genética, na verdade, uma receita para sín- por UAA, UAG e UGA.
tese de uma proteína.
ƒ Tradução – na tradução, o ribossomo, de acordo com Propriedades do código genético
as instruções codificadas no RNAm, seleciona e enca- O código genético apresenta duas propriedades: degene-
deia os aminoácidos, sintetizando a proteína. ração e universalidade. Dizemos que o código é degenera-
do porque a maioria dos aminoácidos é codificada por dois
ou mais códons.
O código é universal porque cada códon codifica sempre
o mesmo aminoácido em qualquer organismo, inclusive
os vírus.

Etapas da síntese proteica


ƒ Transcrição
A primeira etapa da síntese proteica e, portanto, da ação
gênica, é a transcrição, que corresponde à formação do
RNA mensageiro. O gene que codifica uma proteína sinte-
tiza o RNAm. Destacando-se do DNA, o RNAm atravessa
um poro do envoltório nuclear, e atinge o citoplasma, em
que se associa a um ribossomo, formando um molde para
a síntese de uma proteína.

Modelo da ação gênica ƒ Tradução

277
MUTAÇÃO
Conceito
A mutação gênica é uma mudança na estrutura do gene.
Consiste numa alteração na sequência de bases do DNA
ocorrida por um erro no processo de replicação. A mutação
pode alterar o código genético e, consequentemente, uma
característica do organismo.

Tipos de mutação
ƒ Substituição – consiste na substituição de uma base
por outra, transição, que é a substituição de purina
por purina (A por G ou G por A) ou pirimidina por pi-
rimidina (C por T ou T por C); e transversão, que é a
troca de purina por pirimidina ou vice-versa.
ƒ Deleção ou deficiência – é a perda de bases.
ƒ Inserção – é a colocação de um ou mais nucleotídeos.

Modelo representativo da tradução

Introdução à citologia

Teoria celular teriam aparecido o retículo endoplasmático, o aparelho de


Golgi, os lisossomos e as mitocôndrias. Pelo mesmo proces-
ƒ Todos os organismos vivos são formados por células. so surgiria a membrana nuclear, principal característica das
ƒ Todas as reações metabólicas de um organismo ocor- células eucariontes.
rem em nível celular.
ƒ As células originam-se unicamente de células preexistentes. Teoria da simbiose de procariontes
ƒ As células são portadoras de material genético. (teoria endossimbiótica)
Segundo essa teoria, alguns procariontes passaram a viver
ORIGEM DAS CÉLULAS em simbiose no interior de alguma célula, criando células
A questão da origem das células está diretamente relacio- mais complexas e mais eficientes. Vários dados apoiam a
nada com a origem da vida em nosso planeta. suposição de que as mitocôndrias e os cloroplastos surgi-
ram por esse processo.
Teoria da invaginação da membrana
plasmática (teoria de Robertson) Teoria mista
Por mutação genética, alguns procariontes teriam passado É possível que as organelas que não contêm DNA, como o
a sintetizar novos tipos de proteínas, e isso levaria ao desen- retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi, tenham se
volvimento de um complexo sistema de membranas, que, formado a partir de invaginações da membrana celular, en-
invaginando-se da membrana plasmática, teria dado origem quanto as organelas com DNA (mitocôndrias, cloroplastos)
às diversas organelas delimitadas por membranas. Assim, apareceram por simbiose entre procariontes.

278
ORGANIZAÇÃO CELULAR DE SERES PROCARIONTES E EUCARIONTES
COMPARAÇÃO ENTRE PROCARIONTES E EUCARIONTES
Procariontes Eucariontes
Organismo Bactéria e cianobactéria Protoctistas, fungos, plantas e animais

Tamanho da célula Geralmente de 1 a 10 micrômetros Geralmente de 5 a 100 micrômetros

Metabolismo Aeróbico ou anaeróbico Aeróbico e anaeróbico


Núcleo, mitocôndrias, cloroplastos, retículo
Organelas Ribossomos endoplasmático, complexo de Golgi,
lisossomos, ribossomos, centríolos
Longas moléculas de DNA contendo muitas regiões não
DNA DNA circular no hialoplasma
codificantes: envolvidas por uma membrana nuclear
Sintetizados no mesmo com- RNA sintetizado e processado no núcleo,
RNA e proteína
partimento: hialoplasma proteínas sintetizadas no citoplasma
Ausência de citoesqueleto, fluxo citoplasmáti- Citoesqueleto composto de filamentos de proteínas, fluxo
Citoplasma
co, ausência de endocitose e exocitose citoplasmático, presença de endocitose e exocitose
Cromossomos se separam pela ação
Divisão celular Cromossomos se separam ligados ao mesossomo
do fuso do citoesqueleto
Maioria multicelular, com diferen-
Organização celular Maioria unicelular
ciação de muitos tipos celulares
Tempo de existência Cerca de 3 bilhões de anos Cerca de 1 bilhão de anos

carioteca. No citoplasma estão presentes um complexo sis-


A organização da célula tema membranoso, organelas membranosas e granulares,
A membrana plasmática além de estruturas proteicas microtubulares e microfilamen-
tosas, que conferem forma à célula.
A membrana plasmática “seleciona” as substâncias que en-
tram na célula e dela saem, de acordo com suas necessida- Membrana plasmática
des. Diz-se, portanto, que ela possui permeabilidade seletiva.
Consiste de uma dupla camada contínua (uma bicamada) de
O citoplasma e os organoides celulares moléculas de lipídios, na qual as proteínas estão embebidas.

O citoplasma é o constituinte celular mais volumoso; for- Existem três classes principais de moléculas lipídicas da
mado pelo citosol e pelos organoides celulares. membrana: fosfolipídios, esteróis e glicolipídios.
As proteínas de membrana são responsáveis pela maioria
O núcleo das funções, tal como o transporte de pequenas moléculas
Situado, geralmente, na parte central da célula, o núcleo hidrossolúveis pela bicamada lipídica.
apresenta uma membrana, a carioteca, que envolve o cario- Conclui-se, portanto, que a membrana é relativamente fluida,
plasma, líquido (cariolinfa ou nucleoplasma) no qual estão pois as moléculas de proteínas apresentam certa liberdade
imersos o nucléolo e os cromossomos, onde encontram-se de movimentação. Por isso, o modelo de Singer e Nicholson
os genes, elementos responsáveis pela coordenação das di- é denominado mosaico fluido.
versas atividades celulares, constituídos por DNA.
Especializações da membrana
A célula procariótica ƒ Microvilosidades
Possui estrutura celular muito simples. Está presente a ƒ Invaginações de base
membrana plasmática e o material genético (cromatina) ƒ Especializações de contato
aparece disperso no hialoplasma, onde a única organela
ƒ Desmossomos
presente é o ribossomo.
ƒ Interdigitações
A célula eucariótica ƒ Junções estreitas ou oclusivas
Possui estrutura celular mais complexa, apresentando mem- ƒ Junções comunicantes ou nexos
brana plasmática, o citoplasma e o núcleo envolvido pela ƒ Glicocálix e reconhecimento intercelular

279
Parede celular para isso, com o trabalho de proteínas carreadoras ou
permeases (proteínas transportadoras).
A parede celular é uma estrutura rígida. Por isso, as cé-
lulas que a possuem têm menos possibilidade de modi- ƒ Osmose – transporte de água através de uma mem-
ficar sua forma. brana semipermeável.

Transporte ativo (com gasto de energia)


As funções da membrana plasmática
ƒ Bomba de sódio e potássio
ƒ Manutenção da integridade celular
ƒ Reconhecimento intercelular
ƒ Permeabilidade seletiva

A permeabilidade seletiva e os
transportes de membrana
Transporte passivo (sem gasto de energia)
ƒ Difusão passiva – neste processo não há consu- Funcionamento da bomba Na+ / K+ ATPase.
mo de energia.
ƒ Difusão facilitada – algumas substâncias passam ƒ endocitose (fagocitose ou pinocitose)
através da membrana, por transporte passivo, contando, ƒ exocitose (excreção ou secreção)

Citoplasma

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS
Ribossomos Membranas

Ribossomos
São as organelas que sintetizam as proteínas. O ribossomo
consiste em RNA ribossômico e nucleoproteínas estruturais.

Retículo endoplasmático
É uma rede de estruturas tubulares e vesiculares acha- O retículo endoplasmático com suas cisternas.
tadas, sendo que os túbulos e as vesículas são interco-
nectados uns aos outros. Pode ser dividido em rugoso
(região do retículo endoplasmático em que estão aderi-
Complexo de Golgi
dos vários ribossomos, e que portanto tem capacidade Formado por camadas empilhadas de delgadas vesículas
de sintetizar proteínas) e liso. achatadas.

Funções do retículo endoplasmático Funções do complexo de Golgi


ƒ Produção de lipídios ƒ Secreção de enzimas digestivas
ƒ Desintoxicação ƒ Formação do acrossomo do espermatozoide
ƒ Armazenamento de substâncias ƒ Síntese de glicoproteínas
ƒ Produção de proteínas ƒ Síntese de glicolipídios

280
ƒ Formação da lamela média em células vegetais
Peroxissomos
ƒ Formação do lisossomo
Contêm oxidases e não hidrolases. Enzimas que degradam
gorduras e aminoácidos têm também grande quantidade
da enzima catalase, que converte o peróxido de hidrogênio
(água oxigenada) em água e gás oxigênio.

Mitocôndrias
São formadas por duas bicamadas lipídicas: uma membra-
na externa e uma membrana interna.
As mitocôndrias produzem moléculas de ATP.

Plastos
São orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de
Formação da lamela média em células vegetais recém-formadas (isso é
plantas e de algas.
legendada)
Centríolos
Lisossomos São estruturas citoplasmáticas que estão presentes na maio-
São vesículas responsáveis pelo processo de digestão in- ria dos organismos eucariontes, não ocorrendo nos vegetais
tracelular. superiores, fungos complexos e nematoides.
ƒ Tipos de lisossomo:
1. Lisossomo primário;
Função dos centríolos
2. Lisossomo secundário; ƒ Orientar a divisão celular
3. Corpúsculo residual; ƒ Originar cílios e flagelos
4. Vacúolo autofágico.
Autofagia – quando os lisossomos digerem uma partícu- Citoesqueleto
la pertencente à própria célula.
O citoplasma de uma célula eucariótica é sustentado e or-
Heterofagia – quando a partícula digerida pelos lisosso- ganizado por um citoesqueleto de filamentos intermediá-
mos é proveniente do meio extracelular. rios, microtúbulos e filamentos de actina.

Núcleo

A intérfase é o período que separa duas divisões e carac-


teriza-se por intensa atividade celular. O ENVOLTÓRIO NUCLEAR
Heterocromatina
Carioplasma
Carioteca E O NUCLEOPLASMA
(envoltório
Também chamado de envelope nuclear, é constituído por
nuclear)
uma dupla membrana com duas lâminas, externa e in-
Poro terna, separadas pelo espaço perinuclear e providas de
uma série de poros. Os poros do envoltório intervêm na
regulação das trocas entre o núcleo e o citoplasma.

Eucromatina Nucléolo
Composição do núcleo celular durante a intérfase

281
O NUCLÉOLO A forma do cromossomo
Nucléolos são corpúsculos intranucleares ricos em RNA ribossô-
mico. A função do nucléolo é a produção dos ribossomos.

A CROMATINA 1 2 3 4
No núcleo interfásico, os filamentos de DNA (cromonemas) 1. Telocêntrico
estão representados por um amontoado de grânulos e fila- 2. Acrocêntrico
mentos dificilmente observados ao microscópio óptico. As 3. Submetacêntrico
4. Metacêntrico
porções enroladas são chamadas de condensadas, e as dis-
tendidas, descondensadas. Os cromonemas são constituí- Tipos de cromossomo
dos por DNA e proteínas básicas, chamadas de histonas.
A eucromatina aparece descondensada na intérfase, sendo
geneticamente ativa, ou seja, capaz de produzir o RNA-men-
A DUPLICAÇÃO DOS CROMOSSOMOS
sageiro. A heterocromatina apresenta-se condensada, sen- A duplicação cromossômica é feita longitudinalmente e
do chamada de inativa por não produzir o RNA-mensageiro. acontece no período S.

A ESTRUTURA CROMOSSÔMICA O NÚMERO DE CROMOSSOMOS


Cada cromossomo é constituído por uma única molécula E A PLOIDIA
de DNA associada a proteínas. A célula que possui apenas um conjunto simples de cromos-
somos é dita haploide, ou seja, tem apenas um único exem-
plar de cada tipo de cromossomo. Pode-se dizer, também, que
apresenta apenas um genoma, que é o conjunto das molé-
culas de DNA que a célula possui. Lembre-se que uma molé-
cula de DNA é equivalente geneticamente a um cromossomo.
A célula diploide possui dois conjuntos de cromossomos,
ou pares de homólogos ou, ainda, dois genomas. O geno-
ma é representado por (n).

Divisão celular: mitose

CICLO CELULAR E MITOSE Em S (S de síntese), há a síntese de DNA, permitindo a


replicação da molécula e a consequente duplicação dos
O ciclo compreende duas etapas: intérfase e mitose filamentos de cromatina. Nesta fase, cada filamento ou
ou divisão celular. molécula de DNA aparece constituído por duas cromátides
unidas pelo centrômero.
A intérfase Durante a G2, em menor escala, a célula novamente cres-
ce e sintetiza proteínas necessárias para a divisão celular,
Na intérfase, distinguimos três fases designadas por: G 1,
como os microtúbulos que formarão o fuso mitótico. A se-
S e G 2.
guir, a célula entra em M, etapa que corresponde à divisão
A fase G 1 (do inglês gap, intervalo) é caracterizada por celular, ou mitose.
dois processos: crescimento e diferenciação. Nesta fase,
acontece a síntese de proteínas, processo que depende da
atividade dos genes.

282
Características e funções da mitose A MITOSE E AS ORGANELAS
A mitose é o processo de divisão celular que permite a distri-
buição dos cromossomos e dos constituintes citoplasmáticos CITOPLASMÁTICAS
da célula-mãe, equitativamente, entre as duas células-filhas. Organelas que se autoduplicam, como é o caso de cloro-
A mitose é dividida em duas etapas: a cariocinese, ou divi- plastos e mitocôndrias, dobram a cada ciclo celular e são
são do material genético do núcleo, e a citocinese, ou divi- distribuídas pelas células-filhas.
são do citoplasma. A cariocinese é um processo dividido em

DIFERENÇAS ENTRE A MITOSE


quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Variação da quantidade de ANIMAL E A VEGETAL


DNA no ciclo celular
ƒ Mitose astral e anastral
PrófasePrófase
até anáfase
e metáfase

ƒ Citocinese
Anáfase e citocinese
Telófase
Quantidade de DNA

Telófase

G1 S G2 Tempo

Na variação da quantidade de material genético no ciclo celular, note


como, na mitose, a quantidade de DNA se mantém ao final da divisão.

283
U.T.I. - SALA Qual será a sequência de aminoácidos que resultará da
tradução da sequência inicial de RNA mensageiro, refe-
rente a um dos genes deste vírus indicada em 1?
1. O esquema abaixo representa uma célula animal.
4. (Unifesp) O esquema representa parte da membrana
plasmática de uma célula eucariótica.

Cite os nomes das estruturas em 1, 2, 3, 4 e 5 e uma


função de cada.

2. (Unifesp adaptado) Acidentes cardiovasculares estão a) A que correspondem X e Y?


entre as doenças que mais causam mortes no mundo. b) Explique, usando o modelo do “mosaico fluido” para
Há uma intricada relação de fatores, incluindo os here- a membrana plasmática, como se dá a secreção de pro-
ditários e os ambientais, que se conjugam como fatores dutos do meio intracelular para o meio extracelular.
de riscos. Considerando os estudos epidemiológicos até
agora desenvolvidos, altas taxas de colesterol no san- 5. (Fuvest) No desenho abaixo, estão representados dois
gue aumentam o risco de infarto do miocárdio. cromossomos de uma célula que resultou da 1ª divisão
da meiose de um indivíduo heterozigótico AaBb.
a) Em que consiste o “infarto do miocárdio” e qual a
relação entre altas taxas de colesterol e esse tipo de
acidente cardiovascular? Qual tipo de colesterol está
envolvido e por quê?
b) Considerando a relação entre os gases O2 e CO2 e
o processo de liberação de energia em nível celular,
explique o que ocorre nas células do miocárdio em
uma situação de infarto.

3. (Unifesp adaptado) No ano de 2009, o mundo foi alvo


da pandemia provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), Esquematize esses cromossomos, com os genes men-
causando perdas econômicas, sociais e de vidas. O re- cionados:
ferido vírus possui, além de seus receptores proteicos,
uma bicamada lipídica e um genoma constituído de 8 a) no final da intérfase da célula que originou a célula
genes de RNA. Considerando: do desenho.
1. a sequência inicial de RNA mensageiro referente a b) nas células resultantes da 2ª divisão meiótica da
um dos genes deste vírus: célula do desenho.
c) em todas as células resultantes da meiose que ori-
5’ AAAUGCGUUACGAAUGGUAUGCCUACUGAAU 3’
ginou a célula do desenho.
2. a tabela com os códons representativos do código
genético universal: 6. (UFPR adaptado) Abaixo, pode-se observar a repre-
sentação esquemática de uma membrana plasmática
celular e de um gradiente de concentração de uma pe-
quena molécula “X” ao longo dessa membrana.

Descreva o transporte por difusão simples e facilitada,


relacione gasto energético e gradiente de concentração.

284
U.T.I. - E.O. GAC
GGC
ácido aspártico
glicina
1. (Unifesp adaptado) Recomenda-se frequentemente aos UCA serina
vestibulandos que, antes do exame, prefiram alimentos UGG triptofano
ricos em carboidratos (glicídios) em vez de gorduras (lípi-
dios), pois estas são digeridas mais lentamente. Além da a) Escreva a sequência de bases nitrogenadas do RNA
função energética, os carboidratos exercem também fun- mensageiro, transcrito a partir desse segmento de DNA.
ções estruturais, participando, por exemplo, dos sistemas b) Utilizando a tabela de código genético fornecida,
de sustentação do corpo de animais e vegetais. indique a sequência dos três aminoácidos seguintes à
Cite duas estruturas, uma no corpo de um animal e ou- metionina, no polipeptídio codificado por esse gene.
tra no corpo de um vegetal, em que se verifica a função c) Qual seria a sequência dos três primeiros aminoácidos
estrutural dos carboidratos. de um polipeptídio codificado por um alelo mutante des-
se gene, originado pela perda do sexto par de nucleotí-
2. (Ufscar) Há exatamente dez anos, em 13 de abril de deos (ou seja, a deleção do par de bases T = A)?
1998, nasceu Bonnie, cria de um carneiro montanhês e
da ovelha Dolly, o primeiro animal clonado a partir de 5. (Unifesp) Muitas gelatinas são extraídas de algas.
uma célula adulta de outro indivíduo. O nascimento de Tais gelatinas são formadas a partir de polissacarídeos
Bonnie foi celebrado pelos desenvolvedores da técnica e processadas no complexo golgiense sendo, posterior-
de clonagem animal como uma “prova” de que Dolly era mente, depositadas nas paredes celulares.
um animal saudável, fértil e capaz de ter crias saudáveis. a) Cite o processo e as organelas envolvidos na for-
(FOLHA ONLINE, 13.04.2008.) mação desses polissacarídeos.
a) Apesar de gerar animais aparentemente “férteis b) Considerando que a gelatina não é difundida atra-
e saudáveis”, qual a principal consequência para a vés da membrana da célula, explique sucintamente
evolução das espécies se a clonagem for realizada em como ela atinge a parede celular.
larga escala? Justifique sua resposta. 6. (Unifesp adaptado) Parte da bile produzida pelo nosso
b) Como se denomina o conjunto de genes de um organismo não é reabsorvida na digestão. Ela se liga às
organismo? Qual a constituição química dos genes? fibras vegetais ingeridas na alimentação e é eliminada
pelas fezes. Recomenda-se uma dieta rica em fibras para
3. (Unifesp) Alguns antibióticos são particularmente
pessoas com altos níveis de colesterol no sangue. Qual é
usados em doenças causadas por bactérias. A tetraci-
a relação que existe entre a dieta rica em fibras e a dimi-
clina é um deles; sua ação impede que o RNA trans-
nuição dos níveis de colesterol no organismo? Justifique.
portador (RNAt) se ligue aos ribossomos da bactéria,
evitando a progressão da doença. 7. (Unifesp) Uma fita de DNA tem a seguinte sequência
a) Que processo celular é interrompido pela ação da de bases 5’ATGCGT3’.
tetraciclina? Qual é o papel do RNAt nesse processo? a) Considerando que tenha ocorrido a ação da DNA-
b) Em que local, na bactéria, ocorre a síntese do polimerase, qual será a sequência de bases da fita
RNAt? Cite dois outros componentes bacterianos en- complementar?
contrados nesse mesmo local. b) Se a fita complementar for usada durante a trans-
4. (Fuvest adaptado) Abaixo está representada a sequ- crição, qual será a sequência de bases do RNA resul-
ência dos 13 primeiros pares de nucleotídeos da região tante e que nome recebe esse RNA se ele traduzir
codificadora de um gene. para síntese de proteínas?

--- A T G A G T T G G C C T G --- 8. (Unesp) Um estudante colocou dois pedaços recém-


--- T A C T C A A C C G G A C --- -cortados de um tecido vegetal em dois recipientes, I e
II, contendo solução salina. Depois de algumas horas,
A primeira trinca de pares de bases nitrogenadas à es- verificou que no recipiente I as células do tecido vege-
querda, destacada em negrito, corresponde ao aminoá- tal estavam plasmolisadas. No recipiente II, as células
cido metionina. A tabela a seguir mostra alguns códons mantiveram o tamanho normal. Qual a conclusão do
do RNA mensageiro e os aminoácidos codificados por estudante quanto:
cada um deles. a) a concentração das soluções salinas nos recipien-
tes I e II, em relação ao suco celular desse tecido?
Códon do RNAm Aminoácido
b) O que significa dizer que em I as células estavam
ACC treonina plasmolisadas?
AGU serina
9. (UFPR) O atual modelo de estrutura da membrana
AUG metionina
plasmática celular é conhecido por modelo do mosai-
CCU prolina co fluido, proposto em 1972 pelos pesquisadores Sin-
CUG leucina ger e Nicholson. Como todo conhecimento em ciência,
esse modelo foi proposto a partir de conhecimentos

285
prévios. Um importante marco nessa construção foi II. O raquitismo é uma doença que surge pela falta de
o experimento descrito a seguir. Hemácias humanas, ____________.
que só possuem membrana plasmática (não há mem-
III. A xeroftalmia, que pode levar à cegueira, é consequ-
branas internas) foram lisadas (rompidas) em solução
ência da falta de __________.
de detergente, e os lipídios foram cuidadosamente
dispersos na superfície da água. Foi então medida a IV. O beribéri é causado pela falta de ____________.
área ocupada por esses lipídios na superfície da água
e ficou constatado que ela correspondia ao dobro do 16. (UFRN adaptado) Embora seja visto como um vilão,
valor da superfície das hemácias. o colesterol é muito importante para o organismo hu-
a) Que conclusão foi possível depreender desse ex- mano. Dê exemplos dessa afirmação.
perimento, com relação à estrutura das membranas
celulares? 17. (Uerj) O gráfico a seguir demonstra a distribuição ci-
b) Baseado em que informação foi possível chegar a toplasmática do número de ribossomos isolados e polir-
essa conclusão? ribossomos, em comparação com o número de cadeias
polipeptídicas em formação durante um certo período
10. (Cefet-MG) A ilustração abaixo refere-se à composi- de tempo.
ção celular de seres vivos

Analisando a figura e a partir de seus conhecimentos a) Defina a relação existente entre os ribossomas iso-
quais são as diferenças de uma célula animal e uma cé- lados e a formação das cadeias polipeptídicas. Justi-
lula vegetal? fique sua resposta.
b) Descreva a estrutura das cadeias polipeptídicas e a
11. (PUC) Preencha de forma correta as lacunas do texto.
dos polirribossomos.
No homem, a carência da vitamina ________ provoca a
chamada cegueira noturna, um problema visual caracte- 18. (UFF) O esquema a seguir representa a participa-
rizado por dificuldade para enxergar em situações de luz ção de organelas no transporte de proteínas de uma
fraca. Essa vitamina é necessária, pois associa-se a proteí- célula eucariótica.
nas dos bastonetes, os quais são células fotorreceptoras da
_________, que permitem a visão da luminosidade.

12. (UFMG adaptado) Segundo estudo feito na Etiópia,


crianças que comiam alimentos preparados em pane-
las de ferro apresentaram uma redução da taxa de
anemia de 55% para 13%. Como pode ser explicada
essa redução?

13. Preencha de forma correta as lacunas do texto.

Pessoas que sofrem de osteoporose apresentam a redu-


ção de ________ no organismo, o que leva a fragilidade
dos ossos e pode causar fraturas. A dieta do paciente a) Nomeie as estruturas indicadas, respectivamente,
deve ser rica em ________ e _______ . pelos números 1, 2, 3, 4, e 5, identificando as orga-
nelas envolvidas na síntese de enzimas lisossomais.
14. Qual a diferença entre macronutrientes e micro- b) Cite uma função de cada uma das estruturas 1, 2 e 5.
nutrientes?
19. (UFRJ) A célula possui diversas organelas com fun-
15. (PUC-PR adaptado) Analise as afirmações sobre avita- ções próprias e que, muitas vezes, estão relacionadas
minoses ou doenças de carência, que são formas de es- entre si. Dos processos como digestão intracelular, di-
tados mórbidos, ou seja, são doenças causadas pela falta fusão e transporte ativo, em qual deles a mitocôndria
ou carência de uma ou mais vitaminas no organismo: tem participação imprescindível? Explique.

I. O escorbuto é uma doença que se instala pela falta 20. Como se dá a ligação peptídica?
de __________.

286
FÍSICA 1

287
VETORES

ADIÇÃO DE VETORES __ ___ ___› ___ ___›


u s› u² = u a› u² + u b u² + 2 · u a› u · u b u · cosu

Regra do polígono SUBTRAÇÃO DE VETORES


___› ___›
a
b
___›
a
___›
b
___› ___›
a
b

__›
s ___›
___› b
d
__› ___› ___›
s =a +b ___›
a
Regra do paralelogramo
M
__›
x
___ ___ ___
P u u d› u² = u ___a› u² + u b› u² – 2 · u ___a› u · u b› u cos u

COMPONENTES DE UM VETOR
N
M
__›
x __›
P u s
y
__›
y __›
N ay __›
a__
T
A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo ›
ax
da soma de dois vetores quaisquer.

___› ___› x
a a
__› ___› ___› ___›
T T s a = ax + ay
___› ___›
b b senθ = ay/a oay = a · senθ
cosθ = ax/a oax = a · cosθ

288
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MOVIMENTOS

VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA v<0

S2 – S1
vm = DS
___ = _____
Dt t2 – t1

MOVIMENTOS PROGRESSIVO

© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial


E RETRÓGRADO
v>0
0 1 2 3 4 5

0 1 2 3 4 5

MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (MRU)

As velocidades têm a mesma


DS = constante i 0
v = vm = ___
Dt direção e mesmo sentido
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR|

FUNÇÃO HORÁRIA As velocidades têm a mesma


direção e sentidos contrários
DS ä v = ___
vm = ___ DS vREL = |vMAIOR| + |vMENOR|
Dt Dt
Princípio de Galileu ou
S = S0 + v · t
princípio da independência
dos movimentos
VELOCIDADE RELATIVA
Em um corpo que está sob ação de vários movimentos
DSREL simultâneos, cada movimento é realizado como se os
vREL = ____ outros não existissem.
Dt

289
vRES = vREL + vARR v2RES = v2REL + v2ARR

vRES = vREL – vARR v2RES = v2REL – v2ARR

GRÁFICOS DO MRU

GRÁFICO HORÁRIO DO MOVIMENTO ƒ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado,


a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
RETILÍNEO UNIFORME se movimenta no sentido contrário da trajetória.

S = S0 + v ∙ t
v z

ƒ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressi-


vo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
se movimenta a favor da trajetória.

V<0

GRÁFICO DA VELOCIDADE DO
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME

v = constante

290
Progressivo PROPRIEDADE DO GRÁFICO V × t

V>0

Retrógrado

V<0

MOVIMENTO RETILÍNEO
UNIFORMEMENTE VARIADO

ACELERAÇÃO ESCALAR MÉDIA FUNÇÕES HORÁRIAS


v2 – v1
am = 'v
___ = _____
't t2 – t1 v = v0 + a ∙ t

MOVIMENTOS ACELERADO
v+v
vm = _____0
2
E RETARDADO
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2
ƒ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 – o movimento é
acelerado (a e v têm o mesmo sinal).
ƒ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 – o movimento é
retardado (a e v têm sinais diferentes).
EQUAÇÃO DE TORRICELLI
v² = v0² + 2a(S – S0)
MOVIMENTO RETILÍNEO
UNIFORMEMENTE VARIADO (MRUV)

Aceleração constante Ÿ a = am = 'v


___
't

291
GRÁFICOS DE MRUV

GRÁFICO DA ACELERAÇÃO Propriedade do gráfico a × t


ESCALAR EM FUNÇÃO DO TEMPO

Propriedade do gráfico V × t

GRÁFICOS DA VELOCIDADE
ESCALAR EM FUNÇÃO DO TEMPO

a = tgα = 'v
___
't

292
GRÁFICO DA POSIÇÃO EM
FUNÇÃO DO TEMPO

a > 0 Ÿ concavidade para cima


a < 0 Ÿ concavidade para baixo S’

S’

ACELERAÇÃO ESCALAR POSITIVA: A > 0

ACELERAÇÃO ESCALAR NEGATIVA: A < 0

QUEDA LIVRE E LANÇAMENTO VERTICAL

QUEDA LIVRE LANÇAMENTO VERTICAL


v
v = v0 + |g| ˜ t tsubida = __0
|g|

|g| ˜ t²
S = S0 + v0 ˜ t + ____
2 tsubida = tdescida

v² = v0² + 2 ˜|g| ˜ 'S v02


Hmáxima = _____
2 ∙ |g|

|g| ∙ t2
'S = _____
2

_____


2∙'S
tqueda = ____
g

293
LANÇAMENTO OBLÍQUO

LANÇAMENTO HORIZONTAL Sy = S0y + v0y ∙ t – __1 ∙ |g| ∙ t2


2

vy = |g| ∙ t 1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2
vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy
______
2 ∙ DS
2
vy = 2|g| ∆S tqueda =
√ ______y
|g|
em qual v0y = v0 ∙ senθ

______
2 ∙ DS v0y
DSx = vx ∙
√ ______y
|g|
tsubida = tdescida = __
|g|

LANÇAMENTO OBLÍQUO v2 = vx2 + vy2

cateto oposto v0y


senT = ___________ = __v0 Ÿ v0y = v0 ˜ senT v20y
hipotenusa
Hmáxima = _____
cateto adjacente v0x 2 ∙ |g|
cosT = _____________ = __v0 Ÿ v0x = v0 ˜ cosT
hipotenusa

v02 ∙ sen(2θ)
Sx = S0x + v0x ∙ t A =_________
|g|
em qual v0x = v0 ∙ cosθ

vy = v0y – |g| ∙ t

294
U.T.I. - SALA U.T.I. - E.O.
1. Um navio parte de um porto navegando 68 km em 1. Em uma brincadeira de caça ao tesouro, o mapa diz
direção leste. Em seguida, para atingir seu destino, na- que para chegar ao local onde a arca de ouro está en-
vega mais 100 km na direção norte. O comandante, ao terrada, deve-se, primeiramente, dar dez passos na di-
perceber um erro de cálculo na trajetória, desloca-se reção norte, depois doze passos para a direção leste,
mais 20 km na direção oeste e 36 km na direção sul, em seguida, sete passos para o sul, e finalmente oito
atingindo, assim, seu objetivo. Determine o desloca- passos para oeste.
mento total do navio em relação ao porto de origem.

2. Um ciclista, ao cruzar um bairro, percorre três ave-


nidas. A primeira avenida (2000 m), o ciclista percorre
com velocidade média de 10 m/s; a segunda avenida
(400 m), com velocidade média de 8 m/s; e a última ave-
nida (1800 m), com velocidade média de 12 m/s. Calcule
a velocidade média do ciclista para cruzar o bairro. A partir dessas informações, responda aos itens a seguir.
a) Desenhe a trajetória descrita no mapa, usando um
3. Dois carros se deslocam numa pista, ambos no mes- diagrama de vetores.
mo sentido e com velocidades constantes. O carro que
b) Se um caçador de tesouro caminhasse em linha
está na frente desenvolve uma velocidade de 28 m/s e
reta, desde o ponto de partida até o ponto de chega-
o que está atrás desenvolve uma velocidade de 33 m/s.
da, quantos passos ele daria?
Num certo instante, a distância entre eles é de 205 m.
Determine em quanto tempo ocorre a ultrapassagem e Justifique sua resposta, apresentando os cálculos en-
as distâncias percorridas por ambos os carros. volvidos na resolução deste item.

4. Um avião supersônico, partindo do repouso, é subme- 2. Um entregador de pizza ao fazer uma entrega, partiu
tido a uma aceleração constante de 5 m/s². Para fazer da pizzaria e percorreu uma distância de 6 km, até virar à
a decolagem, o avião tem que estar a uma velocidade esquerda em uma __ segunda rua, para então percorrer uma
de 200 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário distância de 3√3 km até chegar ao ponto de entrega.
para o avião atingir a velocidade de decolagem e a dis- Dado que as ruas formam entre elas um ângulo de 30°,
tância percorrida na decolagem. determine a distância da pizzaria até ponto de entrega.

5. O gráfico abaixo descreve a posição de um móvel 3. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o corredor dos 100
em MRUV. Determine a aceleração e a velocidade ini- metros rasos Usain Bolt venceu a prova com o tempo de
cial do móvel. 9 segundos e 81 centésimos de segundo. Um radar foi
usado para medir a velocidade de cada atleta e os va-
lores foram registrados em curtos intervalos de tempo,
x(m) gerando gráficos de velocidade em função do tempo. O
gráfico do vencedor é apresentado a seguir.
10

0 4,0 8,0 t(s)

6. Em uma cobrança de tiro de meta, o goleiro chuta a


bola a uma velocidade inicial de 20 m/s a um ângulo de
30º com a horizontal. Sabendo que o chute corresponde Considerando o gráfico de V × t, responda aos itens a seguir.
a um lançamento oblíquo, determine o alcance máximo a) Calcule a quantidade de metros que Bolt percorreu
da bola. desde o instante 2,5 s até o instante 4,5 s, trecho no
Dados: qual a velocidade pode ser considerada aproximada-
mente constante.
• g = 10 m/s²
b) Calcule o valor aproximado da aceleração de Usain
• sen(30°) = 0,5 Bolt nos instantes finais da prova, ou seja, a partir
• cos(30°) = 0,87 de 9s

295
4. Um carro com uma velocidade de 90 km/h passa pelo sistema de coordenadas, os deslocamentos serão dados
km 360 de uma rodovia às 7h40min. Às 9h00min, o em função do tempo (em segundos) por:
motorista reduz sua velocidade para 60 km/h, perma-
necendo assim até 10h40min. Determine a distância x(t) = v0cos(θ)t e y(t) = v0sen(θ)t – __1 gt2
2
percorrida e a velocidade média do carro.
FONTE: <WWW.FISICA.UFPB.BR/PROLICEN/CURSOS/CURSO!/MR35IP.HTML>
5. Um trem de 60 m de comprimento, com movimento a) Esboce o gráfico do deslocamento de y em função
retilíneo uniforme, demora 1 minuto para ultrapassar do tempo.
completamente uma ponte de 180 m de comprimento. b) Qual valor mínimo da velocidade inicial v0 deve ser
Qual é a velocidade escalar do trem? imposto ao projétil para que, ao ser lançado com ângulo
θ = 45°, ultrapasse a muralha de 18 metros__de altura
6. Se um motorista percorrer uma distância d a 30 km/h, com 2 metros de folga? Use g = 10 m/s2 e √2 = 1,41.
gastará 2 h a menos do que se a percorrer a 12 km/h. c) A que distância da muralha a catapulta se encon-
Qual é o valor de d? tra, ou seja, qual o valor de d?

7. Maurício parte de São Paulo, com pretensão de viajar 11. Duas motos A e B passaram, simultaneamente, no
com velocidade constante igual a 80 km/h. Meia hora instante t = 0, pela posição zero de uma mesma traje-
após a partida de Maurício, seu amigo Pedro parte do tória retilínea. Suas velocidades escalares variam com o
mesmo lugar, para o mesmo destino. Pretendendo al- tempo, segundo o gráfico abaixo. Determine o instante
cançar Maurício, Pedro pretende manter uma velocida- da posição do encontro das motos.
de constante de 100 km/h. Em quanto tempo e em qual
distância de São Paulo, Pedro alcança Maurício?
v(m/s) A

8. Um ônibus circular faz determinado percurso em 90


minutos, se manter uma velocidade média de 60 km/h. 8,0 B
Quanto tempo seria economizado se o motorista fizesse
o mesmo percurso com velocidade média de 75 km/h?

9. Em um feriado prolongado, uma família decide passar 2,0


uns dias na praia, a 200 km da capital. A mãe sai de casa
às 14 h e mantém velocidade constante de 80 km/h. Às 0 3,0 t(s)
14:45 h o pai sai, e mantém velocidade constante du-
rante todo o trajeto. Os dois chegam juntos na casa de 12. Um automóvel passa por um ponto A com veloci-
praia. Calcule a velocidade média do pai. dade v1 = 20 m/s, mantendo-a constante durante 5 s.
Ao final desse intervalo de tempo, sua velocidade cai
10. Os professores de História e de Física lançaram um instantaneamente para v2 = 10 m/s, que permanece
desafio a uma turma de terceiro ano do Ensino Médio, constante por 15 s. A seguir, fica parada durante 20 s e,
para que compreendessem alguns métodos de comba- finalmente, adquire aceleração constante a durante 10
te em larga escala. O professor de História descreveu s, alcançando um ponto B.
alguns combates medievais, onde eram feitos cercos a
Se a velocidade média é vm = 11 m/s (no percurso total),
castelos de grandes muralhas. Com o objetivo de causar
determine a aceleração no último trecho.
maior dano aos castelos e assim levá-los à rendição, os
exércitos invasores faziam uso de grandes catapultas,
capazes de atirar enormes projéteis para dentro das 13. Uma partícula inicialmente em repouso descreve
muralhas dos castelos. um movimento retilíneo uniformemente variado e, em
O professor de Física forneceu o seguinte diagrama es- 20 s, percorre metade do espaço total previsto. Qual é o
quemático: tempo necessário para a partícula percorrer a segunda
metade do trajeto?

14. Um motorista dirige um carro com velocidade constan-


te de 80 km/h, em linha reta, quando percebe uma “lomba-
da” eletrônica indicando a velocidade máxima permitida
de 40 km/h. O motorista aciona os freios, imprimindo uma
desaceleração constante, para obedecer à sinalização e
passar pela “lombada” com a velocidade máxima permi-
tida. Observando-se a velocidade do carro em função do
tempo, desde o instante em que os freios foram acionados
até o instante de passagem pela “lombada”, podemos tra-
A partir dele, explicou que os projéteis eram lançados çar o gráfico abaixo. Determine a distância percorrida en-
com uma velocidade inicial v0 e um ângulo θ em relação tre o instante t = 0, em que os freios foram acionados, e o
ao plano. Considerando que o projétil parte da origem do instante t = 3,0 s, em que o carro ultrapassa a “lombada”.

296
Dê sua resposta em metros.

15. Um balão sobe verticalmente com movimento uni-


forme. Seis segundos após a partida, o piloto abando-
na uma pedra que alcança o solo 9 s após a saída do
balão. Determine (em metros) a altura em que a pedra
foi abandonada.

16. Um objeto é atirado verticalmente de baixo para


cima com velocidade v0 = 40 m/s. Uma pessoa situada a
75 m de altura o vê passar na subida e, após um intervalo
de tempo ∆t, o vê voltar. Desprezando a resistência do
ar e supondo a aceleração local da gravidade 10 m/s2,
o tempo ∆t decorrido entre as duas observações foi de:

17. Um canhão lança um projétil obliquamente, fazendo


um ângulo de 30° com a horizontal, de uma altura igual
a 55 m. Dado que a velocidade de lançamento é igual
a 100 m/s, determine o alcance horizontal do canhão.

18. Um projétil é lançado obliquamente no ar, com velo-


cidade inicial v0 = 40 m/s, a partir do solo. No ponto mais
alto de sua trajetória, verifica-se que ele tem velocidade
igual à metade de sua velocidade inicial. Qual a altura
máxima, em metros, atingida pelo projétil? (g = 10m/s2)

19. Um atleta, lançador de dardos, na última Olimpíada,


atingiu a marca de 62,5 m. Sabendo que, no instan-
te do lançamento, o ângulo formado pelo dardo e a
horizontal era de 45°, determine a velocidade inicial
do lançamento.

20. Um corpo foi lançado horizontalmente de uma al-


tura igual a 320 m com alcance horizontal de 200 m.
Determine a velocidade de lançamento do corpo.

297
FÍSICA 2

299
CALOR SENSÍVEL

ESCALAS TERMOMÉTRICAS uc – 0 _______


__a = ______ u – 32
= f
b 100 – 0 212 – 32
uc ______
ä ___
100
u – 32
= f
180
372 K
uc ______
__ u – 32
Simplificando: = f
5 9

uc ______
u – 32 ______
T __ = f = T – 273
5 9 5

Duc ___
___ Du
= F
5 9

272 K Duc = DT

DIAGRAMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA

Capacidade térmica de um corpo (C)

Q
C = ___ [ Q = C · Du
Du

300
Calor específico de uma Sistema termicamente isolado
substância (c)

Matematicamente:
Qrecebido = – Qcedido

Qrecebido + Qcedido = 0

CALORÍMETRO REAL
Qcalorímetro = Ccalorímetro · Du
Ccalorímetro = E · cágua
C=m·c

Q = C · Du
POTÊNCIA
Q
P = ___
Q = m · c · Du Dt

MUDANÇAS DE ESTADO

ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA

CALOR LATENTE DE MUDANÇA DE FASE


Q = mtransformada · L

301
ƒ Unidades de L:
Usual: cal/g
S.I.: J/kg
O sinal de L está relacionado à absorção ou à liberação de calor pelo corpo:
L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor.

Diagrama de aquecimento da água

Diagrama de resfriamento da água

Sobrefusão ou superfusão

NA SOBREFUSÃO (OU SUPERFUSÃO), UMA SUBSTÂNCIA SE ENCONTRA NO ESTADO


LÍQUIDO COM TEMPERATURA INFERIOR A SUA TEMPERATURA DE SOLIDIFICAÇÃO.

302
ƒ F representa a pressão máxima de vapor (que depende
Vaporização da temperatura); e
A ebulição é o processo de vaporização que acontece
ƒ f representa a pressão parcial de vapor na atmosfera
quando a substância atinge uma determinada temperatu-
(que caracteriza o grau de umidade).
ra. Esse processo é turbulento.
A evaporação acontece em qualquer temperatura nos
líquidos, no entanto, especificamente na sua superfície
livre. A água líquida, por exemplo, quando colocada em
um prato, desaparece após determinado tempo, ou seja, a
água é vaporizada (transforma-se em vapor) e misturada
aos outros gases da atmosfera.
A calefação é um processo rápido de vaporização e ocorre MAIS ENERGÉTICAS: EVAPORAÇÃO
MOLÉCULAS DE VAPOR COM POUCA ENERGIA VOLTAM AO LÍQUIDO.
quando o aumento de temperatura é brusco. Esse processo MOLÉCULAS COM POUCA ENERGIA PERMANECEM NO LÍQUIDO.
acontece, por exemplo, ao colocarmos pequenas quantida-
des de água em uma frigideira bem quente. A vaporização
da água nesse caso é bastante rápida, quase instantânea. DIAGRAMA DE FASE
Evaporação Pressão e estado físico
ƒ Quanto maior a pressão atmosférica, menor será a
velocidade.
ƒ A atmosfera, pressionando a superfície do líquido, difi-
culta a vaporização.
ƒ Quanto mais o líquido for volátil, maior será a
velocidade.
ƒ Como a área livre é maior, mais moléculas estão nes-
VAPOR
sa superfície, o que aumenta a probabilidade de haver
moléculas “escapando” da superfície do líquido.
ƒ Quanto maior for a temperatura do líquido, maior a
velocidade.
ƒ As moléculas, com temperatura maior e, portanto, mais
agitadas, têm maior velocidade e, consequentemente,
maior facilidade de “escapar”.
ƒ Quanto mais úmido estiver o ar, maior será a pressão LÍQUIDO

parcial do vapor e menor será a velocidade. Substâncias mais comuns


Com o ar mais úmido, poderá ocorrer de as moléculas de O comportamento normal do volume em função do estado
vapor presentes no ar aderirem à superfície do líquido, físico está resumido na figura abaixo.
condensando-se.

mevaporação A · (F – f)
vevaporação = _______ = K_______
pe
Dt

Onde:
ƒ K representa a volatilidade do líquido;
ƒ A representa área da superfície livre do líquido;
ƒ pe representa a pressão externa a que o líquido está
submetido;

303
Estado gasoso e temperatura crítica

Comportamento da água
Observando o diagrama de fases da água, é possível perce-
ber que a curva de fusão é decrescente. Assim, a tempera-
tura de fusão diminui com o aumento da pressão. Logo, é
possível derreter o gelo em uma temperatura menor, caso
ele esteja em uma pressão maior.

TRANSMISSÃO DE CALOR

CONDUÇÃO TÉRMICA Fluxo de calor na condução


térmica (lei de Fourier)

Q
f = ___
Dt

304
O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é diretamente
proporcional à diferença de temperatura entre os extremos
(T1 – T2), à área de secção reta (A) e inversamente propor-
cional ao comprimento (L).

A ∙ (T1 – T2)
f = k · _________
L micro-ondas

CONVECÇÃO
Convecção é o processo de transferência de calor por meio
do deslocamento de matéria do fluido de um local para outro.

Emissão de radiação
Foi constatado experimentalmente que todas as substân-
cias, a qualquer temperatura acima do zero absoluto, emi-
tem radiação e que a frequência de ondas mais emitidas é
proporcional à temperatura absoluta T.

Baixa temperatura
A convecção, juntamente com a diferença de calor específi-
co entre areia e água, também explica o sentido das brisas
nas proximidades da praia. Média

Alta temperatura

Absorção de radiação
Todo bom emissor de radiação também é um bom ab-
sorvedor. Além disso, os corpos com cores mais escu-
ras emitem e absorvem mais rapidamente a radiação.

EFEITO ESTUFA
IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com ve-
locidade de c = 3 × 108 m/s e são classificadas de acordo
com suas frequências ou comprimentos de onda.
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de rádio,
as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravioleta, os raios
X e os raios gama também são ondas eletromagnéticas.

305
EXPANSÃO TÉRMICA DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS

DILATAÇÃO LINEAR DOS SÓLIDOS

'LŸaL = _______
tgv =___
50,1 – 50
'T 0 100 – 0
0,1
___ 0,001
'L = L – L0 Ÿ aL0 = Ÿ a = _____ Ÿ
100 50
'T = T – T0 Ÿ a = 2,10 °C–1
–5

A experiência mostra que a variação de comprimento DL e a


variação de temperatura 'T são relacionadas por:
DILATAÇÃO SUPERFICIAL
DA = A – A0
'L = DL0 ˜ 'T
'A = b ∙ A0 ˜ 'T

D = 'L 1
___ ˜ ___
L0 'T

L = L0(1 + D ˜ 'T)

DL
dilatação relativa = ___
L0
DL
___ = α ∙ Dθ
L0 b=2∙α

Gráfico da dilatação linear A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]


L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]

Gráfico da dilatação superficial

0 0

'A= b ∙ A
tgv = ___
tgv = DL/Du = aL0 'T 0

306
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS
DV = V – V0
Coeficientes de dilatação volumétrica de alguns líquidos
a 20 ºC
'V = g ∙ V0 ˜ 'T Líquido g (ºC–1)
álcool etílico 1,2 ∙ 10–3
gasolina 0,95 ∙10–3
g=3∙α glicerina 0,5 ∙ 10–3
mercúrio 18,2 ∙ 10–3

V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

Gráfico da dilatação volumétrica


V (θ) = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente

gaparente = glíquido – grecipiente

DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA

'V= g ∙ V
tgv = ___
'T 0

LEI GERAL DOS GASES

EQUAÇÃO DE CLAPEYRON p = 1 atm = 760 mmHg e T = 273 K (0 °C)

pV
___
T
= constante TRANSFORMAÇÕES PARTICULARES
pV
___ =R˜n
T
ou pA ˜ VA ______
_____ p ˜V
= B B
TA TB
pV = nRT

Estado normal de um gás Transformação isotérmica


O estado normal de um gás é definido quando o gás
se encontra nas condições normais de temperatura e pres- pV = constante ou p1V1 = p2V2
são (CNTP).

307
T2 > T1
T1

Transformação isobárica
V = constante
__ V1 __
__ V
ou = 2
T T1 T2
Transformação adiabática

p ˜ VJ = constante

ou

p1V1J= p2V2J

Transformação isocórica
ou isovolumétrica
MOL
__p = constante p1 __
__ p 1 mol = 6,023 × 1023 partículas
ou = 2
T T1 T2

308
p ˜V p2 ˜V2
p ˜V ____
____ = 1 1 + ____
NA = 6,023 × 1023 partículas/mol = 6,023 × 1023 mol–1
T T1 T2

m
n = __
M Lei das pressões parciais
(lei de Dalton)
MISTURA DE GASES PERFEITOS p ˜V ____
____
T
=
p’ ˜V ____
T
+
p” ˜V
T
n = n1 + n2
Sejam p, V, n e T as varáveis termodinâmicas da mistura, p = p' + p"
pela equação de Clapeyron temos que:
p ˜V
n = ____
R˜T

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

TRABALHO REALIZADO POR UM GÁS ENERGIA INTERNA


ƒ Se T aumenta, U aumenta.
ƒ Se T é constante, U é constante.
ƒ Se T diminui, U diminui.

3 nRT
U = __
2

WG = pG ˜ 'V 3 pV
U = __
2

pG
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
pG

ƒ Se Q > 0, o sistema recebe calor.


ƒ Se Q < 0, o sistema perde calor.

pG
ƒ Se W > 0, o sistema se expande e o gás realiza trabalho.
ƒ Se W < 0, o sistema se contrai e o trabalho é realizado
sobre o gás.
Sendo U0 a energia interna inicial do sistema e Uf a energia
interna final, temos:
'U = Uf – U0

309
Portanto: ƒ No caso de expansão isobárica, 'V > 0 e
'U > 0, ou seja:
'U > 0 œ Uf > U0
Q–W>0 ou Q>W
'U < 0 œ Uf < U0

ƒ No caso de compressão isobárica, 'V < 0 e


TRANSFORMAÇÕES PARTICULARES 'U < 0, ou seja:
Q–W<0 ou Q<W
Transformação isotérmica
Q = W + 'U
Ÿ Q = W Transformação adiabática
'U = 0
Q = W + 'U
Ÿ 'U = –W
Transformação isocórica Q=0
Q = W + 'U
Ÿ Q = 'U ƒ Se o gás sofrer uma compressão adiabática:
W=0 'U = –W
Qv = m ∙ cV ∙ ∆u
W<0 Ÿ 'U > 0

Ou, ainda, o calor molar à pressão constante CV. ƒ Se o gás sofrer uma expansão adiabática:
QV = n ∙ CV ∙ ∆u 'U = –W
Ÿ 'U < 0
W> 0
Transformação isobárica
V = constante
__
T

ƒ V aumenta Ÿ T aumenta ŸU aumenta Ÿ 'U > 0


ƒ V diminui Ÿ T diminui ŸU diminui Ÿ 'U < 0
Q = W + 'U Ÿ 'U = Q – W

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

TRANSFORMAÇÃO CÍCLICA DUBC = QBC – WBC

DUCD = QCD – WCD

DUDA = QDA – WDA

Em um ciclo: 'Uciclo = 0
Em um ciclo: Q = W
Ciclo horário: Wciclo > 0
Ciclo anti-horário: Wciclo < 0
Wciclo = WABCDA = WAB + WBC + WCD + WDA
Qciclo = QABCDA = QAB + QBC + QCD + QDA
DUciclo = DUABCDA = DUAB + DUBC + DUCD + DUDA = 0
DUciclo = Qciclo – Wciclo
DUAB = QAB – WAB SENTIDO HORÁRIO

310
CICLO DE CARNOT

SENTIDO ANTI-HORÁRIO

Em um ciclo realizado no senti-


do horário: Wciclo > 0 e Qciclo > 0

Em ciclo realizado no sentido anti-horário: 1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre uma ex-
Wciclo < 0 e Qciclo < 0 pansão isotérmica AB, à temperatura T1.
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a temperatura T2.
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA 3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma com-
pressão isotérmica CD, à temperatura T2.
4. Compressão adiabática DA; o gás volta a seu estado
“O calor não pode fluir espontaneamente de um cor-
inicial, à temperatura T1.
po de temperatura menor para um outro corpo de
temperatura mais alta.”
|Q2| __
__ T
= 2
Q1 T1

“O calor flui espontaneamente de um corpo quente T T1 – T2


K = 1 – __2 = _____
para um corpo frio. O inverso só ocorre com a realiza- T1 T1
ção de trabalho.”

MÁQUINAS FRIGORÍFICAS
“É impossível, para uma máquina térmica que opera
em ciclos, converter integralmente calor em trabalho.”

Q1 + |W_ = |Q2|
ESQUEMA DE UMA MÁQUINA TÉRMICA

Q1 = W + |Q2|

W = Q1 – |Q2|
W
K = __
Q1
W Q - |Q | |Q2|
K = __ = ______
1 2
Ÿ K = 1 – __
Q1 Q1 Q1
W
Pu = __
't

311
5. Abertura de válvula (4-5).
6. Exaustão isobárica (5-0).

Eficiência de uma
máquina frigorífica
Q
e = __1 Ciclo de Diesel
_W_
1. Uma compressão isentrópica, isto é, sem o aumento da
Q1 + |W_ = |Q2| ou |W_ = |Q2| – Q1 entropia do sistema (1-2).
Q1 2. Fornecimento de calor à pressão constante (isobárico) (2-3).
e = ______
|Q2| – Q1 3. Expansão isentrópica, sem o aumento da entropia do
sistema (3-4).
4. Por fim, uma transformação isovolumétrica, enquanto o
Refrigerador de Carnot calor é cedido (4-1).
Q1 __
__ |Q |
= 2
T1 T2
Q1 T1
eCarnot = ______ = _____
|Q2| – Q1 T2 – T1

TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA


As transformações naturais sempre resultam em
um aumento da entropia do universo.

Q
DS = __
T

DS t

Ciclo de Otto
1. Admissão isobárica (0-1).
2. Compressão adiabática (1-2).
3. Combustão isocórica (2-3).
4. Expansão adiabática (3-4).

312
INTRODUÇÃO A ÓPTICA GEOMÉTRICA

ÓPTICA GEOMÉTRICA
CLASSIFICAÇÃO DOS
RAIOS LUMINOSOS
PRINCÍPIOS DA
ÓPTICA GEOMÉTRICA
FEIXE PARALELO ƒ Lei da propagação retilínea da luz
A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos e
transparentes.
ƒ Reversibilidade dos raios luminosos
FEIXE DIVERGENTE A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido é igual,
se o sentido do raio de luz for invertido.
ƒ Lei da Independência dos raios luminosos
A trajetória de um raio luminoso não é afetada por outro
FEIXE CONVERGENTE
que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem trajetórias
independentes, mesmo que se cruzem.
CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS
Meio transparente
PROPAGAÇÃO RETILÍNEA DA LUZ

Meio translúcido

Sombra e penumbra

Meio opaco

313
_y = __
y'
x x'

REFLEXÃO E REFRAÇÃO DA LUZ

Eclipse solar

Eclipse lunar

CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO A cor de um corpo

314
U.T.I. - SALA 5. O gráfico p x T abaixo representa 4 transformações
termodinâmicas sofridas por um gás ideal. Na transfor-
mação 1 o 2 são adicionados 400 J de calor ao gás,
1. Quando o Sol está a pino, uma menina coloca um lápis levando esse gás a atingir a temperatura de 350 K no
de 7,0 × 10-3 m de diâmetro, paralelamente ao solo e ponto 2.
observa a sombra por ele formada pela luz do Sol. Ela
nota que a sombra do lápis é bem nítida quando ele está
próximo ao solo, mas, à medida que vai levantando o lá-
pis, a sombra perde a nitidez até desaparecer, restando
apenas a penumbra. Sabendo-se que o diâmetro do Sol é
de 14 x 108 m e a distância do Sol à Terra é de 15 x 1010
m, pode-se afirmar que a sombra desaparece quando a
altura do lápis em relação ao solo é de (em m)?

2. Um professor de Física decidiu criar uma escala ter-


mométrica, utilizando para isso um composto líquido
“x” desconhecido. Após criar a escola termométrica, o
Determine:
professor fez a medição dos pontos de fusão e ebulição
da água, em sua escala termométrica denominada es- a) a variação da energia interna do gás no processo
cala Z. O gráfico abaixo determina os pontos anotados 1 o 2;
pelo professor. Após o experimento o professor deter- b) a temperatura do gás no ponto 5;
minou o calor específico no estado líquido “x” e o calor c) a variação da energia interna do gás em todo o
latente de vaporização do líquido. processo termodinâmico 1 o 5.

6. Um motor de Carnot opera entre duas fontes de


temperaturas a 200 ºC e 20 ºC, respectivamente. Se
o trabalho desejado for de 15 kJ, determine a trans-
missão de calor do reservatório de temperatura alta
e a transmissão de calor para o reservatório de tem-
peratura baixa.

Th = 200 ºC

• Dados: Motor

• cx = 0,8 cal/g °C
• Lvx = 30 cal/g
x Tvaporização(x) = 80 °C
TL = 20 ºC
a) Obtenha uma equação de conversão entre as es-
calas Z e Celsius.
b) Determine a quantidade de calor necessária
para vaporizar 50 g do líquido em questão, inicial- U.T.I. - E.O.
mente a uma temperatura igual a 20 °C.
1. (UFPR 2018) No desenvolvimento de uma certa má-
3. Um abrigo na região da Antártida é mantido em uma quina térmica, o ciclo termodinâmico executado por um
temperatura de 20 °C devido ao uso de um aquece- gás ideal comporta-se como o apresentado no diagra-
dor elétrico. As paredes do abrigo são todas compos- ma P × V (pressão × volume) a seguir.
tas pelo mesmo material, de condutividade térmica
k = 0,05 J/s.m. °C e de espessura « = 26 cm. Dado que as
dimensões do abrigo são 2 · 3 · 4 m3 e a temperatura fora
do abrigo é de –40 °C, determine a potência do aquece-
dor para manter o abrigo na temperatura de 20 °C.

4. Um recipiente de vidro encontra-se completamente


cheio de um líquido a 0 °C. Quando se aquece o conjunto
até 80 °C, o volume do líquido que transborda corresponde
a 4% do volume que o líquido possuía a 0 °C. Sabendo que
o coeficiente de dilatação volumétrica do vidro é 27 · 10–6 a) Qual o trabalho realizado pelo gás durante o
°C–1, determine o coeficiente de dilatação real do líquido. processo AB?

315
b) Sabendo que a temperatura do gás no ponto B a) Qual é a quantidade total de líquido (em kg) que deve
vale TB = 300 K, determine a temperatura do gás no passar pela serpentina de modo a derreter todo o gelo?
ponto C. b) Quanto de calor (em kcal) a água (formada pelo
c) O processo DA é isotérmico. Qual a variação de gelo derretido) ainda pode retirar − do líquido que
energia interna do gás nesse processo? passa pela serpentina − até que a temperatura de
saída se iguale à de entrada (28 ºC)?
2. Uma escala de temperatura arbitrária X está relaciona-
da com a escala Celsius, de acordo com o gráfico abaixo. 6. Num calorímetro ideal, misturam-se 200 g de gelo a
0 ºC com 200 g de água a 40 ºC. Sabendo que o calor de
fusão do gelo é de 80 cal/g, qual é a temperatura de equi-
líbrio térmico e qual é a massa do gelo que se funde?

7. Quantas calorias são transmitidas por metro qua-


drado de um cobertor de 2,5 cm de espessura, durante
uma hora, estando a pele a 33 °C e o ambiente a 0 °C?
O coeficiente de condutibilidade térmica do cobertor é
0,00008 cal/s · m · °C.

Quanto valem, respectivamente, as temperaturas de fu- 8. Uma barra de alumínio (K = 0,5 cal/s · cm · °C) está em con-
são do gelo e de ebulição da água, sob pressão normal, tato numa extremidade com gelo em fusão e na outra
na escala X? com vapor de água em ebulição sob pressão normal. Seu
comprimento é 25 cm e a seção transversal tem 5 cm2 de
3. O gráfico abaixo representa a temperatura θ (ºC) área. Sendo a barra isolada lateralmente e dados os ca-
em função do tempo de aquecimento (t min) da água lores latentes de fusão do gelo e de vaporização da água
contida numa panela que está sendo aquecida por um (LF = 80 cal/g; LV = 540 cal/g), determine a massa do gelo
fogão. A panela contém inicialmente 0,2 kg de água e que se funde em meia hora.
a potência calorífica fornecida pelo fogão é constante.
9. Têm-se duas barras A e B de comprimentos LA = 0,8 LB
à temperaturas TA = TB e de coeficiente de dilatação li-
near aA = 5aB, sendo aB = __1 ∙ 10−4 ºC−1. Nessas condições,
3
de quanto é o aumento ∆T da temperatura de ambas,
para que as barras alcancem o mesmo comprimento?

10. Um líquido, cujo coeficiente de dilatação é 20 ·


10–4 ºC–1, a 0 ºC, preenche completamente um frasco,
cuja capacidade é 1000 ml. Se o material com que o
frasco é fabricado tem coeficiente de dilatação linear
20 · 10–6 ºC–1, qual é o volume de líquido que transbor-
Dados: da quando o conjunto é aquecido até 50 ºC?
• Lvaporização da água = 540 cal/g
11. Na figura, a plataforma A é sustentada pelas barras
• CH O = 1 cal/g ºC
2 B e C. A 0 ºC, o comprimento de C é três vezes maior que
o de B. Para que a plataforma A se mantenha horizontal
a) Determine a quantidade de calor absorvida pela em qualquer temperatura, qual deve ser a relação entre
água no primeiro minuto. os coeficientes de dilatação linear das barras B e C?
b) Determine a massa de água que ainda permanece
na panela após 3,7 min de aquecimento. A

4. Uma câmara escura cúbica, de lado 10 cm, encontra-


-se a uma distância de 20 m de uma árvore de altura 8 B C
m. Qual a altura da imagem projetada sobre o anteparo
fosco da câmara escura?

5. Um recipiente isolado contém uma massa de gelo,


M = 5,0 kg, à temperatura T = 0 ºC. Por dentro desse reci- 12. Um mergulhador, a 4,0 m de profundidade, ao res-
piente, passa uma serpentina pela qual circula um líqui- pirar, solta uma bolha de ar de volume 10 mL. A bolha
do que se quer resfriar. Suponha que o líquido entre na sobe até a superfície, onde a pressão é atmosférica.
serpentina a 28 ºC e saia dela a 8 ºC. O calor específico Considerando que a temperatura da bolha permaneceu
do líquido é cL = 1,0 cal/(g · ºC), o calor latente de fusão constante e que a pressão aumenta cerca de 1,0 atm
do gelo é LF = 80 cal/g e o calor específico da água é a cada 10 m de profundidade, determine o volume da
CA = 1,0 cal/(g · ºC). bolha de ar ao atingir a superfície.

316
13. O diagrama a seguir indica três transformações de Calcule hMAQ e compare com hCARNOT.
um gás perfeito, sendo uma delas isotérmica. A tempe-
ratura do gás no estado 2 é 360 K. Determine: 17. Uma máquina de Carnot é operada entre duas fon-
tes, cujas temperaturas são, respectivamente, 327 ºC e
227 ºC. Admitindo-se que a máquina receba da fonte
quente uma quantidade de calor igual a 1000 cal por
ciclo, pede-se:
a) o rendimento máximo térmico da máquina;
b) o trabalho realizado pela máquina em cada ciclo;
c) a quantidade de calor rejeitada para a fonte fria.

18. Tem-se uma máquina térmica frigorífica que realiza,


a) a pressão e a temperatura no estado 3; durante um ciclo completo, um trabalho de 4 · 104 J e
b) o trabalho realizado pelo gás na transformação 1 o 3. cede, à fonte fria, 12 · 104 J. Determine a quantidade
de calor absorvida pela fonte quente e a eficiência da
14. Um sistema é composto por um cilindro com êm- máquina térmica.
bolo móvel, de massa 200 kg e área A = 100 cm2, que
contém inicialmente 2,4 litros de um gás ideal a 27 ºC. 19. (UFPR 2018) Numa experiência para demonstrar prin-
Aquece-se o sistema até a temperatura estabilizar-se cípios de calorimetria, um estudante fez o seguinte pro-
em 127 ºC. A pressão atmosférica é igual a 105 N/m2. cedimento: colocou 100 g de água, na forma de gelo, a
Determine o volume final do gás e o trabalho mecânico 0 °C, num recipiente vazio, e o aqueceu até obter água
realizado. a 10 °C. Na sequência, ele removeu aquela quantidade
Adote g = 10 m/s2 de água do recipiente e colocou novamente 100 g de
água, só que agora líquida, a 0 °C, no recipiente vazio,
15. Determinada massa de gás monoatômico ideal so- e forneceu a mesma quantidade de calor utilizada na
fre a transformação cíclica ABCDA mostrada no gráfico. etapa anterior. Sabe-se que, no local, água congela a
As transformações AB e CD são isobáricas, BC é isotér- 0 °C o calor latente de fusão da água vale L = 80 cal/g,
mica e DA é adiabática. Considere que, na transforma- e o calor específico da água (tomado como constante
ção AB, 700 kJ de calor tenham sidos fornecidos ao gás em toda a faixa de temperatura da experiência) vale
e que, na transformação CD, ele tenha perdido 750 kJ de c = 1 cal/g° C. Além disso, desprezam-se todas as perdas
calor para o meio externo. de calor para o ambiente, e a capacidade térmica do
recipiente também deve ser desprezada.
Considerando esses dados, determine a temperatura
final da massa de água após a segunda etapa.

20. Um aparelho fotográfico rudimentar é constituído


por uma câmara escura com um orifício numa face e
um anteparo de vidro fosco na face oposta. Um objeto
luminoso em forma de L se encontra a 2 m do orifício e
a sua imagem no anteparo é 5 vezes menor que o seu
tamanho natural. Determine a largura d da câmara.

Calcule o trabalho realizado pelas forças de pressão do


gás na expansão AB e a variação de energia interna so-
frida pelo gás na transformação adiabática DA.

16. A figura abaixo representa o funcionamento de uma


máquina térmica.

TQ = 550ºC

TF = 27ºC

317
FÍSICA 3

319
PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA

INTRODUÇÃO
A eletrostática é o ramo da Física que estuda as proprie-
dades das cargas elétricas em repouso e suas interações.
Vejamos os princípios que fundamentam a eletrostática. OS CORPOS A E B ESTÃO ELETRIZADOS COM QUANTIDADES DE CARGAS Q1 E Q2.
APÓS A TROCA DE CARGAS ENTRE OS CORPOS, A E B ESTÃO
ELETRIZADOS COM QUANTIDADES DE CARGAS Q’1 E Q’2.

CARGAS ELÉTRICAS
Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2 = constante
carga elétrica do próton: e+ = +1,6 · 10–19 C
carga elétrica do elétron: e– = –1,6 · 10–19 C Essa expressão é válida somente se o sistema for eletrica-
mente isolado.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de

ELETRIZAÇÃO POR ATRITO


carga elétrica é o coulomb, cujo símbolo é C, em homena-
gem a Charles Coulomb.

Q = n · |e|

Na qual, a carga Q é positiva, se houver prótons em exces-


so, ou negativa, se houver elétrons em excesso. A quantida-
de de elétrons ou prótons em excesso é dada por n.

PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO
E REPULSÃO No processo de eletrização por atrito, os corpos ele-
trizados apresentam, ao final do processo, cargas
Cargas elétricas de sinais opostos se atraem, e cargas elétricas de sinais opostos.
elétricas do mesmo tipo se repelem.

ELETRIZAÇÃO POR CONTATO

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO
DAS CARGAS ELÉTRICAS
Em um sistema isolado eletricamente (ou seja, não há
transferências de cargas elétricas com o ambiente externo),
A POSITIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS; COLOCADOS EM CONTATO,
a quantidade de carga elétrica, em excesso, é constante. DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO, ELÉTRONS LIVRES VÃO DE B PARA A;
APÓS O PROCESSO, A E B APRESENTAM-SE ELETRIZADOS POSITIVAMENTE.

320
Na eletrização por indução, o induzido ficará eletrizado
com cargas elétricas de sinais opostos às cargas elétri-
cas apresentadas pelo indutor. A carga do indutor não
A NEGATIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS: COLOCADOS EM CONTATO, se altera.
DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO, ELÉTRONS
VÃO DE A PARA B; APÓS O PROCESSO, A E B APRESENTAM-
SE ELETRIZADOS NEGATIVAMENTE.

ELETRIZAÇÃO POR CONTATO ENTRE ESFERAS CONDUTORES DE MESMO RAIO Se um corpo eletrizado A atrair um condutor B, poderá
B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao de A
ou estar neutro.
Q1 + Q2 + ... +Qn
Q’ =______________
n

Reprodução

No processo de eletrização por contato, os corpos UMA PEQUENA ESFERA


eletrizados, ao final do processo, ficam eletrizados NEUTRA DE ISOPOR
É ATRAÍDA QUANDO
com cargas elétricas de mesmo sinal. APROXIMADA DA ESFERA
METÁLICA ELETRIZADA
DE UM GERADOR
ELETROSTÁTICO.

ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO


Reprodução

O FILETE DE ÁGUA
DESVIA-SE DA VERTICAL
AO SER ATRAÍDO POR
UM BASTÃO PLÁSTICO
PREVIAMENTE ELETRIZADO
POR ATRITO COM UM
PEDAÇO DE FLANELA.

ELETROSCÓPIOS

CONDUTOR B, NEUTRO E ISOLADO; APROXIMANDO A DE B, OCORRE INDUÇÃO


ELETROSTÁTICA; LIGANDO
B À TERRA, ELÉTRONS DE B ESCOAM PARA A TERRA;
A LIGAÇÃO DE B COM A TERRA É DESFEITA; O INDUTOR A É
AFASTADO E B ESTÁ POSITIVAMENTE ELETRIZADO.

321
LEI DE COULOMB

FORÇAS ENTRE CARGAS


ELÉTRICAS PUNTIFORMES

As interações eletrostáticas podem ser evidenciadas


pela força percebida entre portadores de cargas elé-
tricas. Essas interações podem ser atrativas ou repul-
sivas, sendo atrativas entre portadores de cargas elé-
tricas de sinais opostos, e repulsivas entre portadores
de cargas elétricas de mesmo sinal. De acordo com
a terceira lei de Newton, para cada ação existe uma
reação, de mesma direção, mesma intensidade, senti-
dos opostos e que atuam em corpos diferentes. Assim,
caracterizaremos as forças de interações elétricas.

+ –

+ +

A intensidade da força de interação entre duas cargas


elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos das cargas e inversamente pro-
porcional ao quadrado da distância entre as cargas.

FORÇA ELÉTRICA DE VÁRIAS _____› _____› _____›


CARGAS PUNTIFORMES FIXAS Na carga Q1: F e1 = F 2,1 + F 3,1
_____› _____› _____›
Sejam cargas puntiformes fixas Q1, Q2 e Q3. A cada par de car- Na carga Q2: F e2 = F 1,2 + F 3,2
gas, temos uma
_____› força
_____› elétrica,
_____› _____› seja
_____› de atração
_____› ou de repulsão; _____› _____› _____›
logo, temos F 1,2, F 1,3, F 2,3, F 2,1, F 3,1 e F 3,2. A força resultante Na carga Q3: F e3 = F 1,3 + F 2,3
elétrica que atua em cada partícula será a soma vetorial de
todas as forças que as outras cargas exercem sobre ela.

322
CAMPO ELÉTRICO

CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO CAMPO ELÉTRICO DE VÁRIAS


CARGAS PUNTIFORMES FIXAS

+ –

___›
O campo elétrico resultante E R em P, devido as várias ___›
cargas
___› ___›Q1, Q2, ..., Qn, é dado pela soma vetorial de E 1,
E 2, ..., E n, na qual cada campo elétrico parcial é determi-
nado como se a carga correspondente estivesse sozinha:
___› ___› ___› ___›
E R = E 1 + E 2 + ... + E n
Esse é o princípio da superposição dos campos elétricos.

LINHAS DE FORÇA

INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO


As linhas de força são linhas tangentes, em cada
ponto, ao vetor campo elétrico naquele ponto. O
sentido de orientação é o mesmo do campo elétrico.

CAMPO ELÉTRICO DE UMA


CARGA PUNTIFORME Q FIXA
|Q|
E = k0 · ___

CARGA PUNTIFORME Q > 0.


GRÁFICO DE E × D AS LINHAS DE FORÇA PARTEM DAS CARGAS POSITIVAS.

323
DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE MESMO MÓDULO E POSITIVAS.
EM N, O VETOR CAMPO ELÉTRICO É NULO.
CARGA PUNTIFORME Q < 0.
AS LINHAS DE FORÇA CHEGAM ÀS CARGAS NEGATIVAS.

DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE MESMO MÓDULO E DE SINAIS OPOSTOS.


DUAS CARGAS PUNTIFORMES DE SINAIS OPOSTOS E MÓDULOS DIFERENTES

FORÇA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO

CAMPO ELÉTRICO UNIFORME (CEU)

LINHAS DE FORÇA DE UM CAMPO UNIFORME

CAMPO ELÉTRICO UNIFORME ENTRE DUAS PLACAS ELETRIZADAS

324
PÊNDULO ELETROSTÁTICO F
tgθ = __e
P

POTENCIAL ELÉTRICO

ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA Q˜q


Epot = k0 ____
d
Q
Epot = k0 ∙ __ q
d
Epot = q ˜ V

Q
V = k0 __
POTENCIAL ELÉTRICO d

POTENCIAL ELÉTRICO DE
DIVERSAS CARGAS ELÉTRICAS
Epot
V = ___
q

POTENCIAL ELÉTRICO GERADO POR


UMA CARGA ELÉTRICA PONTUAL

325
Q
V = k0 __
d

Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn

EQUIPOTENCIAIS CAMPO ELÉTRICO DE DUAS CARGAS ELÉTRICAS POSITIVAS

GRÁFICO DO POTENCIAL ELÉTRICO

CONJUNTO DE SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS

(Q > 0)

(Q < 0)
LINHAS EQUIPOTENCIAIS DE UMA CARGA PONTUAL Q POSITIVA

Linhas de força e potencial elétrico


+

CARGA Q > 0

CARGA Q < 0
CAMPO ELÉTRICO UNIFORME. AS LINHAS DE FORÇA ESTÃO REPRESENTADAS
POR LINHAS CHEIAS, E AS LINHAS EQUIPOTENCIAIS, POR LINHAS TRACEJADAS.
O potencial elétrico diminui no mesmo sentido da
linha de força.

CAMPO ELÉTRICO DE DUAS CARGAS ELÉTRICAS OPOSTAS

326
TRABALHO NO CAMPO ELÉTRICO

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO WAB = q(VA – VB)

DA ENERGIA
TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA EM
Energia não se cria, energia não se perde, energia UM CAMPO ELÉTRICO UNIFORME
apenas se transforma de um tipo em outro, em
quantidades iguais.

Se entre todas as forças que atuam num corpo as úni-


cas que realizam trabalho não nulo são forças con-
servativas, a energia mecânica do corpo é constante.

TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA

CARGA PUNTIFORME DESLOCADA DE A PARA B SOB A AÇÃO DE UMA FORÇA ELÉTRICA

DESLOCAMENTO DA CARGA DE PROVA ENTRE A E B WAB = F ˜ d

Epot = q ˜ VA e Epot = q ˜ VB
A B WAB = q ˜ E ˜ d

POTENCIAL ELÉTRICO NO CEU E


EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO

POTENCIAL ELÉTRICO NO
CAMPO ELÉTRICO UNIFORME

VARIAÇÃO DA INTENSIDADE DO CAMPO ELÉTRICO


E E VARIAÇÃO DO POTENCIAL ELÉTRICO V, EM
FUNÇÃO DA ABSCISSA X TOMANDO EM UMA
LINHA DE FORÇA, E NO MESMO SENTIDO DESTA,
PARA UMA CARGA GERADORA POSITIVA.

327
Relação entre o potencial e a No interior de um condutor eletrizado em equilíbrio
intensidade do campo elétrico eletrostático, o potencial não é nulo e tem o mesmo
valor em todos os pontos.

E˜d=U

WAB = E ˜ d ˜ q

WAB = q(VA – VB) = q ˜ U


SUPERFÍCIE ESFÉRICA UNIFORMEMENTE ELETRIZADA

U
E = __
d CÁLCULO DO POTENCIAL ELÉTRICO
V ___
1__ 1N
m= C

EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO
Q
Em um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático, as Vext = k0 __
cargas elétricas em excesso se localizam na sua superfície. d

Q
Vsup = k0 __
R

Q
Vint = Vsup = k0 __
R

CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO

CONDUTOR ALONGADO COM CARGAS ELÉTRICAS


AGLOMERADAS NAS SUAS EXTREMIDADES

Nos pontos internos de um condutor eletrizado em


equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é sempre
nulo, independentemente de sua forma geométrica.

328
|Q|
Ep = k0 ___2
Gráfico do campo elétrico de
d um condutor carregado

Gráfico do potencial elétrico


de um condutor carregado

EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO ENTRE


PARA UMA DISTRIBUIÇÃO POSITIVA (Q > 0)
DUAS ESFERAS INTERLIGADAS

Q’1 ___
___ Q’
= 2
R1 R2
PARA UMA DISTRIBUIÇÃO NEGATIVA (Q < 0)

CORRENTE ELÉTRICA E LEIS DE OHM

INTRODUÇÃO SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA

O sentido convencional
da corrente elétrica

329
INTENSIDADE DA FORÇA ELETROMOTRIZ (FEM)
CORRENTE ELÉTRICA energia elétrica Eelétr
f.e.m. = ____________ Ÿ f.e.m. = ___
carga elétrica |Q|

PILHA DE 1,5 V BATERIA DE 12 V

e = 1,6 × 10–19 C
A f.e.m. e a tensão elétrica

|Q| = n ˜ |e| f.e.m. = tensão entre os polos Ÿ U = f.e.m.

|Q|
im = ___
't Símbolo do gerador ideal
|Q|
i = ___ œ |Q| = i ˜ 't
't

Propriedade gráfica

VOLTÍMETRO

GERADOR ELÉTRICO

VOLTÍMETRO

O gerador elétrico possui dois polos ativos: um po-


sitivo, de maior potencial elétrico, e um negativo, de
menor potencial elétrico. O gerador é capaz de pro-
duzir corrente elétrica em um circuito, e mantém uma
diferença de potencial elétrico entre seus dois polos.

330
PRIMEIRA LEI DE OHM
d.d.p.
__________________ U = constante
= constante Ÿ __
intensidade de corrente i

U=R
__
i

A intensidade de corrente i e a ddp são diretamente


proporcionais para determinados resistores, mantidos
SEGUNDA LEI DE OHM
a uma temperatura constante:
U=R∙i r∙ø
R = ____
A
Em que:
Resistor ôhmico e não ôhmico
ƒ R é a resistência elétrica do resistor;
Comportamento de um resistor ôhmico ƒ r é a resistividade do material;
Diferença de Intensidade Resistência ƒ A é a área da secção transversal do material; e
potencial d.d.p., de corrente do resistor
U (em V) i (em A) R (em Ω) ƒ ø é o comprimento do material.
1,0 0,5 2,0
2,0 1,0 2,0
3,0 1,5 2,0
4,0 2,0 2,0
5,0 2,5 2,0

Curva característica de um resistor ôhmico


RESISTOR EM FORMA DE FIO CILÍNDRICO,
DE COMPRIMENTO L E ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSALBATQUE PUBLIC VERO VISSITI
LISTI, NOS, ERICAPERIS, QUID REI PROPORTU SENDAM UT L. CUPIO, ORI FACI ETIUS
ET ATELLER FECTUM IN DENDIUR ESIMERNIT VICAE INCEMENAM NOXIMMO CASDAM.

GERCENAT. RATIUS HORBERI CONSCRIS PRIT, CATUS OC MUS LA NOCAE TE DEM


AVES VOCCHUMULTUS FACCIS PAT FACTUS, FORTESIT. NOS ARIVIVIT VIVIRIBUS
CONFESSOLI COMMORAE QUI IN DIT, FECERFERENA, VESTORARE PATRENATEM
INTIAM, ET OCREI IUS, ET CONSULUM DIUS BONDAM COMPOTALA QUI PLICERIS,
SENTEREM VENI SUS CONST NE PERIU SERET VIRMIS VERIVICAE PUBLIUM HEBESIT,
QUAM OMNOSULIC FITI, CON PRIO, DUCESCERI PROPONTEM UBLIAM CAM OBSED ATA
PUBLICON NIUM VIDICON DI, UR. VALIUMUSA MAIOREMUS, OMNICIO CTORTELABIS.

ES CEPERI CONIMILI, SE ATUS OC TAM PRACCION TERENAM FITRA VERIBERTERIS


U=R MEDI, CATURBIT; NOXIMOV ERIONLO SSENA, PALABEME NUM NESILISQUI PULTIAE
tgu = __
i

331
U.T.I. - SALA Com base no esquema acima, que representa a configu-
ração das linhas de forças e das superfícies equipoten-
ciais de um campo elétrico uniforme de intensidade E =
1. Considere quatro esferas metálicas idênticas, separa- 8,0 ∙ 102 V/m, determine:
das e apoiadas em suportes isolantes. Inicialmente, as es-
feras apresentam as seguintes cargas: QA = 8 C, QB = 4 C, a) a distância entre as superfícies equipotenciais VA =
QC = 0 C (neutra) e QD = –8 C. Faz-se, então, a seguinte 100 V e VB = 80 V;
sequência de contatos entre as esferas: b) o trabalho da força elétrica que age em uma carga
I. Contato entre as esferas A e B e esferas C e D. Após os q = 2,0 · 10–6 C quando deslocada de A para B.
respectivos contatos, as esferas são novamente separadas. 6. Um pássaro pousa em um dos fios de uma linha de
II. Contato apenas entre as esferas C e B. Após o conta- transmissão de energia elétrica. O fio de cobre conduz
to, as esferas são novamente separadas. uma corrente igual a 1∙103 A e a ddp entre os pés do
III. Contato apenas entre as esferas A e C. Após o conta- passarinho é igual a 3∙10–3 V. Determine a distância que
to, as esferas são separadas. separa os pés do passarinho.
Determine a carga da esfera C, após as sequências Dados:
de contatos descritas. • Área da secção transversal do fio = 70 mm2
• Resistividade do cobre: 2,1∙10–2 Ω · mm2/m
2. Duas pequenas esferas A e B, de mesmo diâmetro e
inicialmente neutras, são atritadas entre si. Devido ao
atrito, 6 · 1012 elétrons passam da esfera A para a B. Em
seguida, as esferas são separadas em uma distância de U.T.I. - E.O.
4 mm. Determine a força de interação elétrica entre as
1. A figura a seguir mostra três esferas iguais, A e B,
cargas A e B na situação descrita.
fixas sobre um plano horizontal e carregadas eletrica-
Dados: mente com QA = +20 nC e QB = +8 nC, e C, que pode des-
• |e–| = 1,6 · 10–19 C lizar sem atrito sobre o plano, carregada com QC = –4
• k = 9 ∙ 109 N · m2/C2 nC. Não há troca de carga elétrica entre as esferas e o
plano. Estando solta, a esfera C dirige-se de encontro à
3. Duas esferas A e B de raios desprezíveis, com cargas esfera A, com a qual interage eletricamente, retornando
QA = +8 ∙ 10–2 C e QB = –3 · 10–2 C, estão separadas por de encontro a B, e assim por diante, até que o sistema
uma distância igual a 4 cm. Determine: atinge o equilíbrio, com as esferas não mais se tocando.
Dado: k = 9 · 109 N · m²/C² Nesse momento, as cargas A, B e C, em nC, serão, res-
pectivamente:
a) a intensidade do campo elétrico no ponto médio A C B
entre as partículas.
b) a força elétrica exercida em uma partícula C, com
carga QC = + 2 · 20–2 C colocada no ponto médio +20 nC –4 nC +8 nC
entre A e B.
2. Tem-se 3 esferas condutoras idênticas A, B e C. As es-
4. No campo elétrico gerado por uma carga Q = 1,2 · 10–4 C,
feras A (positiva) e B (negativa) estão eletrizadas com
são dados dois pontos A e B, no vácuo, conforme a figura
cargas de mesmo módulo Q, e a esfera C está inicial-
abaixo. Determine:
+Q A B mente neutra. São realizadas as seguintes operações:
+ 1) Toca-se C em B, com A mantida à distância, e em se-
q guida, separa-se C de B.
30 cm 2) Toca-se C em A, com B mantida à distância, e em se-
60 cm guida, separa-se C de A.

a) os potenciais elétricos de A e de B; 3) Toca-se A em B, com C mantida à distância, e em se-


b) o trabalho da força elétrica que atua sobre uma car- guida, separa-se A de B.
ga elétrica q = 3 · 10–2 C, no deslocamento de A para B. Determine a carga final das esferas A, B e C.
5. O esquema a seguir representa um campo elétrico uni-
3. Duas cargas Q1 (1,8 C) e Q2 (5 C) estão fixas nos pontos
forme e duas superfícies equipotenciais.
+ –
A e B. Uma terceira carga q é inserida em um ponto p, en-
+ – tre Q1 e Q2, de acordo com a figura. Determine a distância
B –
+
+ –
x entre Q1 e p, em que a carga q fique em equilíbrio.
+ – Q1 q Q2
A
+ –
+ –
+ – x
+ –
d 16 cm
110 V 80 V

332
4. Sabe-se, atualmente, que os prótons e nêutrons não elétrico resultante (direção, sentido e valor do ângulo
são partículas elementares, mas sim partículas forma- com a reta AB) e determine o módulo do vetor campo
das por três quarks. Uma das propriedades importantes elétrico em função de k, q e d no centro do triângulo.
do quark é o sabor, que pode assumir seis tipos diferen- C
tes: top, bottom, charm, strange, up e down. Apenas os
quarks up e down estão presentes nos prótons e nos –q
nêutrons. Os quarks possuem carga elétrica fracioná- d
ria. Por exemplo, o quark up tem carga elétrica igual a
qup = +2/3 e, e o quark down qdown = –1/3 e, em que e é
o módulo da carga elementar do elétron.
a) Quais são os três quarks que formam os prótons e +q +q
os nêutrons? B A
b) Calcule o módulo da força de atração eletrostática
9. Um próton é injetado no ponto O e passa a se mover
entre um quark up e um quark down separados por
no interior de um capacitor plano de placas paralelas,
uma distância d = 0,2 × 10–15 m. Caso necessário, use
cujas dimensões estão indicadas na figura abaixo.
k = 9 × 109 e Nm2/C2 e = 1,6 × 10–19 C.

5. Uma lâmina muito fina e minúscula de cobre, con-


tendo uma carga elétrica, flutua em equilíbrio numa
região de um campo elétrico uniforme, de intensidade
25 kN/C, cuja direção é vertical e cujo sentido se dá de
cima para baixo. Considerando que a massa da lâmina
é igual a 8 mg, determine o número de elétrons em
excesso na lâmina.
Dados:
• carga do elétron: 1,6 × 10–19 C __ ›
O próton tem velocidade inicial v 0 com módulo 1,0 × 105
• g = 10 m/s2
m/s e direção formando um ângulo igual a 45° com o eixo x
horizontal. O campo elétrico está orientado na direção do
6. Considere o arranjo de cargas a seguir.
eixo y conforme mostrado na figura. Considere a massa do
P
próton igual a 1,6 × 10–27 kg e sua carga igual 1,6 × 10–19 C.
q2 Supondo que somente o campo elétrico uniforme no in-
terior do capacitor atue sobre o próton, calcule qual deve
ser o mínimo módulo deste campo para que o próton
d não colida com a placa inferior.
90º
10. A presença de íons na atmosfera é responsável pela
existência de um campo elétrico dirigido e apontado
q1 q3 para a Terra. Próximo ao solo, longe de concentrações
d urbanas, num dia claro e limpo, o campo elétrico é uni-
Considerando que q2 = q3 = q, determine a razão entre q1 forme e perpendicular ao solo horizontal e sua intensi-
e q, para que no ponto p o vetor campo elétrico seja nulo. dade é de 100 V/m. A figura mostra as linhas de campo
e dois pontos dessa região, M e N.
7. Nos pontos A, B e C de uma circunferência de raio 5
cm, fixam-se cargas elétricas puntiformes de valores 7 M
μC, 3 μC e 4 μC , respectivamente. Determine: E
a) a intensidade do vetor campo elétrico resultante
no centro do círculo; 2,5 m
b) o potencial elétrico no centro do círculo. (Considere
N
as cargas no vácuo, onde k = 9 × 109 N × m2/C2.)
A

Determine o trabalho da força elétrica para transportar


B um elétron do ponto M ao ponto N.
e– = 1,6 · 10–19 C

11. Três cargas elétricas são dispostas no vácuo de


C acordo com a figura a seguir. Dado que Q1 = 5 ∙ 10–6 C,
8. Considere as cargas puntiformes colocadas nos vér- Q2 = –8 ∙ 10–6 C e Q3 = 9 ∙ 10–6 C, determine o potencial
tices de um triângulo equilátero. Desenhe o campo elétrico no ponto P.

333
P

+ 1m
Q1 1m
2m

Q2 Q3 +

16.Um resistor cilíndrico feito de zinco (rzinco = 6 · 10–8 Ω ∙ m),
apresenta um comprimento de 20 m e área transversal de
12. Uma partícula A, com carga qA = 2 · 10–7 C, gera um 6 ∙ 10–5 m2. Determine a resistência elétrica deste resis-
campo elétrico ao seu redor. Determine o trabalho da tor e a corrente que atravessa o resistor, quando nele
força elétrica para deslocar um próton de um ponto for aplicada uma d.d.p. de 200 V.
p1 (distante 2 cm) de A, até um ponto p2 (distante 5
cm de A).
17. O feixe de elétrons num tubo de televisão percorre
Dado: K = 9 · 109 N · m2/C2 uma distância de 36 cm no espaço evacuado entre o
emissor de elétrons e a tela do tubo, sendo que a ve-
13. Um elétron penetra numa região de campo elétrico locidade dos elétrons é aproximadamente 6 ∙ 107 m/s.
uniforme de intensidade 360 N/C, com velocidade ini- Se a corrente no feixe é 2,0 mA, calcule o número de
cial v0 = 4,0 ∙ 106 m/s na mesma direção e sentido do elétrons que há no feixe em qualquer instante. (carga
campo. Sabendo-se que a massa do elétron é igual a do elétron = 1,6 . 10–19 coulombs).
9,0 · 10–31 kg e a carga do elétron é igual a –1,6 ∙ 10–19
C, determine: 18. O gráfico da corrente elétrica em função do tempo
a) a energia potencial elétrica no instante em que a através e de um condutor metálico é dado abaixo. De-
velocidade do elétron, no interior desse campo, é nula; termine a quantidade de carga elétrica que atravessa
b) a distância percorrida pelo elétron até atingir ve- uma secção transversal do condutor, de 0 a 5 s.
locidade nula. i(A)
14. Uma carga pontual de 8 μC e 2 g de massa 5
é lançada horizontalmente com velocidade de 20
m/s num campo elétrico uniforme de módulo 2,5
kN/C, com direção e sentido conforme mostra a
figura a seguir. A carga penetra o campo por uma 0 1 4 5 t(s)
região indicada no ponto A, quando passa a so-
frer a ação do campo elétrico e também do campo 19. Dois resistores de resistência R1 = 5 Ω e R2 = 10 Ω
gravitacional, cujo módulo é 10 m/s 2, direção ver- são associados em série fazendo parte de um circuito
tical e sentido de cima para baixo. elétrico. A tensão U1 medida nos terminais de R1 é igual
a 100 V. Nessas condições, determine a corrente que
passa por R2 e a tensão em seus terminais.

A V0 E 20. Determine a resistência equivalente, a corrente em


(m, q) cada resistor e a tensão, para a associação abaixo:
g
10 Ω 8Ω 5Ω
A B

12 V
Ao considerar o ponto A a origem de um sistema de co-
ordenadas x0y, determine as velocidades vx e vy, quan-
do a carga passa novamente pela posição x = 0 em m/s.

15. Uma partícula de massa 2 g, eletrizada com carga


elétrica positiva de 120 μC, é abandonada do repou-
so no ponto A de um campo elétrico uniforme, no qual
o potencial elétrico é 500 V. Devido a ação do campo
elétrico, a partícula adquire movimento e se desloca
até um ponto B. Sabendo-se que o potencial elétrico
do ponto B é de 200 V, determine a velocidade dessa
partícula ao passar pelo ponto B.

334
QUÍMICA 1

335
MODELOS E ESTRUTURAS ATÔMICAS

O que é átomo? Modelo de Rutherford (sistema


Átomo é o menor componente de toda a matéria existente. solar ou sistema planetário)
Em 1911, Ernest Rutherford, ao estudar a trajetória de
MODELOS ATÔMICOS partículas D (partículas positivas), percebeu que a maioria
das partículas D atravessava a lâmina de ouro sem sofrer
desvio em sua trajetória; que algumas sofriam desvio; po-
Modelo de Dalton rém outras, em número muito pequeno, batiam na lâmina
e voltavam.
(bola de bilhar)
Em 1808, o professor inglês John Dalton, baseado em suas ex- O experimento de Rutherford
periências, propôs uma explicação para a natureza da matéria.
1. Toda matéria é composta por minúsculas partículas
Lâmina
chamadas átomos. de ouro
Fonte de
partículas alfa
2. Os átomos de um determinado elemento são idênticos
em massa e apresentam as mesmas propriedades químicas. Partículas
alfa
3. Átomos de elementos diferentes apresentam massa e
propriedades diferentes. Detector de
partículas
4. Átomos são maciços e indivisíveis. Não podem ser cria-
dos, nem destruídos.
5. As reações químicas comuns não passam de uma reor- Partículas alfa Núcleo do
átomo
ganização dos átomos.
6. Os compostos são formados pela combinação de áto-
mos de elementos diferentes em proporções fixas.
Átomo de ouro
Modelo de Thomson
(pudim de passas) A partir deste experimento, Rutherford concluiu que:
Utilizando uma ampola de Crookes, o cientista inglês Jo- ƒ o átomo não é uma esfera maciça. Existem grandes es-
seph John Thomson verificou que o feixe de raios catódicos paços vazios, visto que a maior parte das partículas D
era desviado, sempre indo na direção e sentido da placa atravessou a lâmina de ouro;
carregada positivamente. Concluiu, portanto, que estas
emissões possuíam cargas negativas, além disso, estas ƒ o átomo possui uma região central, onde está con-
cargas negativas estavam presentes em toda e qualquer centrada a sua massa. Foi contra essa região, denom-
matéria e eram parte integrante delas. inada por ele de núcleo, que as partículas D se cho-
caram e retornaram;
Desse modo, provou-se que, ao contrário do que Dalton
havia afirmado, o átomo não era indivisível, pois possuía ƒ esse núcleo apresenta carga positiva, pois repeliu a
partícula D – que também possui carga positiva.
uma partícula subatômica negativa, que ficou denomina-
da elétron.
Assim, em 1897, propôs um novo modelo atômico, para Modelo clássico
Thomson, o átomo era uma esfera formada por “pasta“ O físico Eugen Goldstein descobriu, em 1886, o próton,
positiva “recheada“ de elétrons de carga negativa. Esse comprovando que essa partícula apresentava carga posi-
modelo ficou conhecido como “pudim de passas“. tiva de valor igual a do elétron.

336
O número atômico (Z) sempre coincide com o
número de prótons (P).

Dessa forma:

A=Z+N

Elemento químico
Modelo de Böhr (modelo quântico) Elemento químico é o conjunto de átomos com o
mesmo número atômico (Z).
Em 1913, o cientista Niels Bohr aprimorou o modelo atô-
mico de Rutherford e foram propostos os seguintes postu-
lados, os chamados postulados de Bohr:
ƒ Na eletrosfera, os elétrons descrevem sempre órbitas ISÓTOPOS, ISÓBAROS E ISÓTONOS
circulares ao redor do núcleo, denominadas órbitas es-
tacionárias. Movendo-se em uma órbita estacioná-
ria, o elétron não emite nem absorve energia.
Isótopos
ƒ Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham
Isótopos são átomos com o mesmo número de
uma determinada quantidade de energia (quantum)
e assumem valores bem determinados de energia em prótons (P = Z) e diferentes números de massa (A) e
cada órbita estacionária, não sendo possível ocupar es- de nêutrons (N).
tados intermediários.
ƒ Ao saltar de uma órbita estacionária para outra, os elé-
trons absorvem ou emitem uma quantidade bem defi- Isóbaros
nida de energia (quantum de energia) e, ao retornar à
órbita de origem, o elétron emite ou absorve um quan-
Isóbaros são átomos com o mesmo número
tum de energia igual ao absorvido em intensidade, na
de massa (A) e diferentes números de prótons
forma de luz de cor bem definida ou outra radiação
(P = Z) e nêutrons (N).
eletromagnética, como ultravioleta ou raios X (deno-
minado fóton).

NÚMEROS ATÔMICO E DE MASSA Isótonos


Observe os dados, a seguir, referentes à composição
do átomo. Isótonos são átomos com o mesmo número de
nêutrons (N) e diferentes números de prótons (P = Z)
Partícula Massa relativa Carga relativa e de massa (A).

Nêutron 1 0
Próton 1 +1

Elétron 1
_____ –1
1.836

Em um átomo eletricamente neutro (em


equilíbrio de cargas), o número de prótons (P) é
igual ao número de elétrons (E).

337
ÍONS E DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

ÍONS
Quando um átomo está eletricamente neutro, ele pos- 2 8 18 32 32 18 8
sui prótons e elétrons em igual quantidade.
K

L
Quando um átomo eletricamente neutro perde ou re-
M N O P Q
cebe elétrons, ele se transforma em um íon.

Uma das principais características destas camadas é que


Um átomo neutro que recebe elétrons passa a ficar com cada uma delas possui um número máximo de elétrons
excesso de cargas negativas, ou seja, transforma-se em que pode comportar. Pauling apresentou essa distribuição
um íon negativo ou ânion. Por outro lado, se um átomo dividida em níveis e subníveis de energia, em que subníveis
neutro perde elétrons, passa a ter excesso de prótons
são divisões dos níveis ou camadas, representados pelas le-
e se transforma em um íon positivo ou cátion.
tras s, p, d, f. Cada subnível também apresenta um núme-
Exemplos: ro máximo de elétrons.

ƒ Ânion cloreto (Cℓ–): Diagrama de Linus Pauling

1s2
2s2 2p63s2
2
- (K) 1; 2e- 1s
3p64s2
2 6
3d104p65s2
2s 2p
(L) 2; 8e-
4d105p66s2
3s2 3p6 3d10 4f145d106p67s2
(M) 3; 18e-
ƒ Cátion sódio (Na+):
4d10 5f146d10 7p6
4s2 4p6 4f14
(N) 4; 32e-

5s2 5p6 5d10 5f14


(O) 5; 32e-

(P) 6; 18e- 6s2 6p6 6d10

(Q) 7; 8e- 7s2 7p6

CAMADAS ELETRÔNICAS DO ÁTOMO: Na figura, as setas indicam a ordem crescente dos níveis

DIAGRAMA DE LINUS PAULING


de energia:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10
Os elétrons são dispostos nos átomos em ordem crescente 6p6 7s2 5f14 6d107p6
de energia, visto que todas as vezes que o elétron rece-
be energia, ele salta para uma camada mais externa em
relação à qual ele se encontra, e, no momento da volta Distribuição eletrônica nos íons
para sua camada de origem, ele emite luz, em virtude da Serão inseridos ou retirados elétrons da camada eletrônica
energia absorvida anteriormente. mais externa (camada de valência).

338
TABELA PERIÓDICA

ORGANIZAÇÃO DA Características da
distribuição eletrônica
Localização e classificação

TABELA PERIÓDICA 3 camadas (K, L, M) 3º período


elétron de maior energia bloco s elemento (rep-
situado no subnível s (3s1) resentativo)
Famílias ou grupos 1 elétron na camada família IA (metais al-

Hoje, a tabela periódica é constituída por 18 famílias de valência (3s1) calinos) = grupo 1

ou grupos. Cℓ Ÿ 1s2 2s2 2p6 3s 2 3p 5 Ÿ 3 camadas eletrônicas


17
K L M (K, L e M); 3º período
Períodos Características da Localização e
Na tabela atual, existem sete períodos (linhas horizontais), distribuição eletrônica classificação
que correspondem à quantidade de níveis (camadas) ele- 3 camadas (K, L, M) 3º período
elétron de maior energia situado no bloco p (elemento repre-
trônicos apresentados pelos elementos químicos.
subnível p (3p5) sentativo)
7 elétrons na camada de valência família 7A (halogênios) =
LOCALIZAÇÃO NA (3s23p5) 17

TABELA PERIÓDICA Fe Ÿ 1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6 Ÿ 4 camadas eletrônicas


26
(K, L, M e N); 4º período
A distribuição eletrônica de um elemento permite que de-
terminemos sua localização na tabela. Características da Localização e
distribuição eletrônica classificação
Exemplo de como se pode localizar o elemento químico a 4 camadas (K, L, M e N) 4º período
partir da distribuição eletrônica: elétron de maior energia situado no bloco d (elemento de tran-
subnível d (3d6) sição)
Na Ÿ 1s2 2s22p6 3s1
11 2 elétrons na camada de valência (4s2) + 6
família 8B = 8
camadas (níveis): K = 2; L = 8; M = 1 elétrons no subnível de maior energia (3d6)

PROPRIEDADES PERIÓDICAS
A tabela periódica permite deduzir quais elementos têm
propriedades químicas e físicas semelhantes, e as proprie-
dades periódicas variam de acordo com o número atômico,
ou seja, assumem valores que crescem e decrescem ao lon-
go de cada período da tabela periódica.
OS GASES NOBRES NÃO SE INCLUEM NESSA PROPRIEDADE. A

ELETRONEGATIVIDADE
ELETRONEGATIVIDADE NÃO ESTÁ DEFINIDA PARA ESSES GASES.

ELETROPOSITIVIDADE
É a tendência que um átomo possui de atrair elétrons. É a capacidade que um átomo tem de doar elétrons.
ƒ Variação da eletronegatividade: cresce da esquer- ƒ Variação da eletropositividade: ocorre de forma
da para a direita nos períodos e de baixo para cima nas oposta à eletronegatividade e também não está defini-
famílias (grupos). da para os gases nobres.

339
Representação do processo no qual o átomo ganha um
elétron e libera energia.

X(g) + e– o X1–(g) + energia


ƒ Variação da eletroafinidade: a eletroafinidade va-
ria de acordo com a eletronegatividade, uma vez que
quanto mais eletronegativo for um átomo, maior é a
RAIO ATÔMICO sua tendência de ganhar elétrons.
ƒ Variação do raio atômico: nas famílias (colunas
verticais), aumenta de cima para baixo, e nos períodos
(linhas horizontais), cresce da direita para a esquerda.

OUTRAS PROPRIEDADES
PERIÓDICAS
Raios iônicos
1. Pontos de fusão e de ebulição
1. Raio do cátion: ao perder elétron, a repulsão da nu-
vem eletrônica diminui, diminuindo o seu tamanho. Variação do ponto de fusão e do ponto de ebulição.

2. Raio do ânion: ao ganhar um elétron, aumenta a re-


pulsão da nuvem eletrônica, aumentado o seu tamanho.

ENERGIA OU POTENCIAL
DE IONIZAÇÃO
É a energia necessária para remover um elétron de um áto- 2. Densidade
mo (ou íon) na fase gasosa. Variação da densidade.
Obs.: à medida que o íon se torna cada vez mais positiva-
mente carregado, é necessário cada vez mais energia para
retirar um elétron de sua camada mais externa.
ƒ Variação da energia de ionização: nas famílias e
nos períodos, a energia de ionização aumenta confor-
me diminui o raio atômico

3. Volume atômico
É o volume ocupado por 1 mol (6,02 ∙ 1023) de seus
átomos no estado sólido.
Variação do volume atômico.

ELETROAFINIDADE OU
AFINIDADE ELETRÔNICA
É a quantidade de energia liberada por um átomo, no esta-
do gasoso, ao ganhar um elétron.

340
LIGAÇÃO IÔNICA

Produzida entre íons positivos (cátions) e negati-


vos (ânions), logo, um cátion se une com um ânion for-
Regra para formulação das
mando, assim, um composto iônico, o qual é formado por substâncias iônicas
várias partículas que se distribuem no espaço originando
uma estrutura denominada retículo cristalino. Ax+ By – Ÿ AyBx

TEORIA DO OCTETO
Um átomo é estável, se possuir 8 elétrons na camada de Propriedades das
valência ou 2 elétrons, se a camada de valência for a K. substâncias iônicas
Átomos tendem a adquirir uma configuração estável, isto é, ƒ São sólidos em condições normais de temperatura
uma configuração semelhante à de um gás nobre. Para isso, (25 °C) e pressão (1 atm).
os átomos ligam-se através dos elétrons de valência.
ƒ São duros e quebradiços.
Importante: o número total de elétrons cedidos deve
ƒ Possuem pontos de fusão e de ebulição elevados.
ser igual ao número total de elétrons recebidos.
ƒ Em solução aquosa (dissolvidos em água) ou no estado

FÓRMULA ELETRÔNICA DE LEWIS


líquido (fundidos), conduzem corrente elétrica.
ƒ Seu melhor solvente é a água, pois são polares como ela.
Esta fórmula representa os elementos e os elétrons do seu
último nível (elétrons de valência) indicando-os por • ou X.

ℓ ℓ

LIGAÇÕES COVALENTE E METÁLICA

Ocorre entre átomos de ametais (não metais) – incluin- Fórmula Fórmula Pares
do o hidrogênio – mediante compartilhamento de pares Classificação
eletrônica estrutural eletrônicos
de elétrons.
1 par
A A A –A Ligação simples
eletrônico

2 pares
A A A =A Ligação dupla
eletrônicos
Representação da ligação covalente
3 pares
A A A ;A Ligação tripla
a. Fórmula eletrônica, fórmula de Lewis ou eletrônicos
estrutura de Lewis
O compartilhamento dos pares eletrônicos é representado c. Fórmula molecular
por bolinhas (•) dentro de retângulos. Mostra apenas quais e quantos átomos têm a molécula.
b. Fórmula estrutural plana
Os pares eletrônicos compartilhados são representados por
traços (–) que unem os átomos participantes da ligação.

341
Ligação covalente LIGAÇÃO METÁLICA
coordenada ou dativa O metal é um aglomerado de átomos neutros e cátions
São ligações covalentes adicionais usando pares eletrôni- mergulhados em uma nuvem (ou mar) de elétrons livres e
cos de um único átomo. É representada por uma seta (é) mantidos unidos.
na fórmula estrutural.
HNO3 Propriedades dos metais
ou 1. Brilho característico.
2. Alta condutividade térmica e elétrica, graças aos
elétrons livres.
Propriedades das substâncias 3. Altos pontos de fusão e ebulição característicos dos me-
moleculares (covalentes) tais, à exceção do mercúrio.
4. Maleabilidade – os metais são facilmente maleáveis,
1. São encontradas nos três estados físicos.
transformados em lâminas.
2. Apresentam ponto de fusão e ponto de ebulição meno-
res que os dos compostos iônicos. 5. Ductibilidade – os metais também são facilmente trans-
formados em fios.
3. Se puros, não conduzem eletricidade, à exceção do
grafite, que é condutor.
4. Se em estado sólido, apresentam retículos moleculares
ou retículos covalentes.

GEOMETRIA E POLARIDADE MOLECULARES

É o estudo da distribuição espacial dos átomos em uma molécula.

Orientação
Número de
Fórmula (geometria) das Disposição Geometria
nuvensao redor
eletrônica nuvens (pares dos ligantes molecular
do átomo central
eletrônicos)

Sempre
Linear O=C=O
2
H—C;N
Linear

Angular

3
2 átomos ligantes Trigonal plana
(triangular) Trigonal plana

342
Orientação
Número de
Fórmula (geometria) das Disposição Geometria
nuvensao redor
eletrônica nuvens (pares dos ligantes molecular
do átomo central
eletrônicos)

Angular

2 átomos ligantes

N Piramidal
4

3 átomos ligantes
g
Tetraédrica

Tetraédrica
4 átomos ligantes

ƒ Bipirâmide Trigonal: acontece quando há cinco Ligação entre átomos de diferentes eletronegatividades ä
nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo ligação covalente polar.
central, todas fazendo ligação química.
Para comparar a intensidade de polarização das ligações,
ƒ Octaédrica: acontece quando há seis nuvens ele- recorre-se à escala de eletronegatividade de Pauling:
trônicas na camada de valência do átomo central e
todas fazem ligações químicas.

Geometria de íons
A determinação de sua geometria segue exatamente as
À luz dos itens já discutidos, pode-se estabelecer a se-
mesmas regras usadas para a geometria das moléculas.
guinte relação:

POLARIDADE MOLECULAR
Polaridade das ligações
O acúmulo de cargas elétricas em determinada região é
Polaridade molecular
denominado polo, que pode ser de dois tipos: Como se determina a polaridade ou apolaridade de
uma molécula?
a) Experimentalmente
b) Teoricamente
a. Ligações iônicas
c) Método alternativo para determinação da
As ligações iônicas apresentam máxima polarização. Toda polaridade molecular:
substância iônica é polar por natureza.
número de nuvens eletrônicas ≠ número de átomos iguais
b. Ligações covalentes o molécula polar
Ligação entre átomos de mesma eletronegatividade ä número de nuvens eletrônicas = número de átomos iguais
ligação covalente apolar. o molécula apolar

343
FORÇAS INTERMOLECULARES

São forças de atração que ocorrem entre as moléculas, as


Segundo caso
quais determinam os pontos de fusão e de ebulição e a
solubilidade das substâncias umas nas outras, bem como a Moléculas com mesmo tipo de interação e tamanhos (mas-
tensão superficial e a viscosidade dos líquidos. sas moleculares) diferentes.

ƒ Forças de dipolo-dipolo ou de dipolo per-


Aumenta a massa molecular.
manente: entre moléculas polares

ƒ Forças de dipolo instantâneo + dipolo in- Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.
duzido ou forças de London ou forças de
Van Der Waals: ocorre entre moléculas apolares
Terceiro caso
LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO Moléculas com mesmo tipo de interação e mesma massa
É um caso particular das forças de dipolo permanente (di- molecular.
polo-dipolo). Ocorre em moléculas que apresentam áto-
mos de hidrogênio (elemento com baixa eletronegativida- Diminui a ramificação.
de) com elementos muito eletronegativos, como o flúor, o
Aumenta área de contato entre as moléculas.
oxigênio ou o nitrogênio.

TEMPERATURAS DE FUSÃO (TF OU PF) Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

E DE EBULIÇÃO (TE OU PE)


Primeiro caso
SOLUBILIDADE
Moléculas com tamanhos (massas moleculares) semelhantes. ƒ Substâncias polares tendem a se dissolver em solventes
polares.

Aumenta a intensidade da interação: ƒ Substâncias apolares tendem a se dissolver em sol-


ventes apolares.
dipolo instantâneo-dipolo induzido < dipolo permanente
< ligação de hidrogênio

Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição.

344
U.T.I. - SALA F2
TF (ºC)
–220
TE (ºC)
–188
1. (UERJ 2020) Na tabela periódica proposta pelo russo
Cø2 –101 –35
Dimitri Mendeleiev, os elementos químicos conhecidos
à época foram agrupados de acordo com a ordem cres- Br2 –7 59
cente de suas massas atômicas, deixando-se espaços I2 114 184
livres para outros que ainda seriam descobertos.
HF –83 20
Considere o seguinte fragmento da tabela de Mende- HCø –115 –85
leiev, no qual estão indicados os símbolos químicos de
HBr –89 –67
alguns elementos e suas respectivas massas atômicas.
HI –51 –35
Rb Sr ? Zr Nb Mo ? Dados: H = 1; F = 19; C" = 35,5; Br = 80; I = 127.
85 87 88 90 94 96 100 a) Justifique a escala crescente das temperaturas TF
e TE do F2 ao I2.
Ag Cd In Sn Sb Te I b) Justifique a escala decrescente das temperaturas
108 112 113 118 122 125 127 TF e TE do HF e do HCℓ.
c) Justifique a escala crescente das temperaturas TF e
Símbolo TE do HCℓ ao HI.
Massa atômica 4. (Ufjf 2019) Em breve, telas de telefones celulares serão
produzidas com um material capaz de se autorregene-
Atualmente, a tabela de classificação periódica apresen- rar quando riscado ou mesmo quebrado. Considere um
ta outro modelo de agrupamento, no qual os elementos composto sólido hipotético, constituído por moléculas
químicos encontram-se organizados por famílias. altamente polares e que contenha apenas átomos de
Dentre os elementos presentes no fragmento da tabela carbono, nitrogênio e oxigênio. Quando telas produzidas
de Mendeleiev, indique o número de camadas eletrôni- com esse material forem quebradas, as forças intermole-
cas daquele com maior massa atômica e escreva, ainda, culares serão fortes o suficiente para unir as duas partes:
a fórmula química da substância formada pelo metal as moléculas do material irão se juntar e colar as duas
alcalino terroso e pelo halogênio. partes, restaurando seu estado original.
Sabendo hoje que a massa atômica do telúrio é maior Agora responda aos itens abaixo:
que a do iodo, explique por que esses dois elementos a) Classifique o composto sólido hipotético como iô-
mantêm na classificação periódica atual a mesma posi- nico ou molecular.
ção que tinham na de Mendeleiev. b) Indique qual força intermolecular seria a responsável
pela autorregeneração da tela do telefone celular.
Dado: c) Uma opção para se proteger a tela de vidro co-
mum é o uso de películas adesivas. Os adesivos são
compostos por substâncias apolares e podem aderir a
praticamente qualquer superfície. Qual força intermo-
lecular mantém a película colada ao vidro?

U.T.I. - E.O.
1. Descreva as principais características do átomo de
2. (Unicid) Considere as seguintes substâncias químicas: Dalton, Rutherford e Bohr.
CC"4, HCC"3, CO2, H2S, C"2, H3CCH3 e NH3.
a) Qual o tipo de ligação química que ocorre nessas 2. Com o auxílio da tabela periódica, responda:
moléculas? Classifique-as em substâncias polares e a) Qual a quantidade de prótons e de nêutrons pre-
não polares. sentes no núcleo do 137Cs.
b) Separe essas substâncias de acordo com o tipo b) Faça a distribuição eletrônica em camadas desse átomo.
de interação intermolecular (forças de Van der Waals,
dipolo-dipolo e ligações de hidrogênio) que apre- 3. Três átomos estão representados pelas letras A, B
sentam quando em presença de outras substâncias e C. xA, x+1B e x+2C pertencem a um mesmo período da
iguais a elas. tabela periódica e B é um halogênio. Classifique A e C
segundo seu grupo e justifique.
3. A tabela adiante apresenta os valores das tempera-
turas de fusão (TF) e de ebulição (TE) de halogênios e 4. O elemento bário pode ser encontrado na forma do
haletos de hidrogênio. íon Ba2+. Determine quantos prótons e quantos elé-

345
trons o íon Ba2+ possui e qual apresenta maior raio À medida que a bixina é o principal constituinte da par-
atômico, Ba ou Ba2+? te corante do urucum, responda:
CH3 CH3
5. O cálcio e o bário são elementos que pertencem à H3CO COOH
família 2A (grupo 2) da tabela periódica. Mesmo sendo
da mesma família, seus compostos possuem algumas O CH3 CH3
aplicações distintas, por exemplo: o carbonato de cálcio
é encontrado nos tecidos ósseos, enquanto o carbonato Bixina
de bário pode ser empregado nas armadilhas de ratos
ou na construção civil. Explique por que o raio atômico Qual dos solventes extrai melhor a bixina do urucum:
do elemento cálcio é menor do que o raio atômico do água (H2O) ou clorofórmio (CCℓ3H)? Por quê?
elemento bário.
10. Qual a fórmula unitária resultante da combinação
6. Sabe-se que quanto maior for o raio atômico, me- química entre os átomos de magnésio (Z = 12) e nitro-
nos eletronegativo é o elemento químico. Assim sendo, gênio (Z = 7)?
analise as afirmativas a seguir, identificando, e justifi-
que sua resposta, quando essas forem falsas, por meio 11. A afirmativa “as moléculas dos gases SO2 e CO2
deste critério. apresentam geometria angular e são polares” está cor-
reta? Justifique sua resposta.
I. O potássio (K) é mais eletronegativo que o cálcio (Ca).
II. O frâncio (Fr) é o mais eletronegativo de todos os 12. Desenhe as fórmulas eletrônicas do H2S e do SO2.
elementos. Qual o tipo de ligação existente?
III. O carbono (C) é mais eletronegativo que o silício (Si).
13. (Ebmsp)
7. Na tabela abaixo estão representados alguns elemen-
tos pelas letras A, B, C e D.
a) Coloque-os em ordem crescente de eletronegativi-
dade e de raio atômico.
b) Explique que relação há entre essas duas proprie-
dades periódicas.

O ácido desoxirribonucleico, DNA, é uma macromolécula


que carrega informações genéticas necessárias para a re-
produção e desenvolvimento das células. Essa substância
química é constituída por duas cadeias polinucleotídicas
formadas por grupos fosfato e açúcar desoxirribose al-
8. Alguns produtos químicos, tais como liga de ferro- ternados, com bases orgânicas ligadas às moléculas de
titânio, benzoato de sódio (C7H5O2Na), hexacloroetano açúcar e interligadas duas a duas, de maneira específica,
(C2Cℓ6) e cloreto de cálcio (CaCℓ2), podem ser utilizados como a interação entre a guanina e a citosina, represen-
para obter efeitos especiais em fogos de artifício. tada de maneira simplificada na figura.
A tabela a seguir fornece informações relativas à natureza Considerando essas informações e a figura, identifique
das ligações químicas presentes nesses quatro produtos. o tipo da interação intermolecular entre a guanina e a
citosina e o tipo da interação que une os átomos de ni-
Produto Natureza das trogênio e hidrogênio, nas bases orgânicas, destacando
Efeito qual dessas interações é a mais fácil de ser “rompida”,
químico ligações químicas justificando a sua resposta.
estrelas de
A somente iônica 14. (Uninove – Medicina) O oleocantal é isolado a par-
cor laranja
tir do azeite de oliva extra virgem, é responsável pelo
B somente covalente fumaça
sabor pungente desse tipo de azeite e possui atividade
centelhas biológica análoga à de agentes anti-inflamatórios.
C metálica
branco-amarelada
(JOURNAL OF CHEMICAL EDUCATION, 2014.)
D covalente e iônica assovia
Identifique os produtos químicos A, B, C e D.

9. O urucum é material patenteado por uma companhia


cosmética francesa, que detém os direitos de comercia-
lização do pigmento.

346
a) Qual tipo de ligação química une os átomos cons-
tituintes da molécula de oleocantal?
b) Com base na estrutura apresentada, classifique o
oleocantal como substância polar ou apolar. Justifi-
que sua classificação.

15. (UFPR) A estrutura molecular que compõe as


fibras dos tecidos define o comportamento deles,
como maciez, absorção de umidade do corpo e
tendência ao encolhimento. As fibras de algodão
contêm, em maior proporção, celulose, um políme-
ro carboidrato natural. Já os tecidos sintéticos de
poliéster têm propriedades diferentes do algodão.
O poliéster é uma classe de homopolímeros e copo-
límeros que contém o grupo funcional éster na sua
estrutura, como o politereftalato de etileno.

a) Tecidos de algodão absorvem muito bem a umidade,


diferentemente do poliéster. Com base nas estruturas quí-
micas mostradas, escreva um texto explicando a razão pela
qual a fibra do algodão apresenta essa propriedade.
b) Roupas de tecidos de algodão tendem a encolher após
as primeiras lavagens, principalmente se secas em seca-
doras, diferentemente dos tecidos de poliéster. Isso ocorre
porque as fibras de algodão são esticadas a altas tensões
no processo de tecelagem. Porém esse estado tensionado
não é o mais estável da fibra. Com o movimento propor-
cionado pela lavagem e o aquecimento na secadora, as
fibras tendem a relaxar para conformação mais estável,
causando o encolhimento. Escreva um texto explicando
qual é o tipo de interação responsável por atrair as fibras e
resultar no encolhimento do tecido.

347
QUÍMICA 2

349
PROPRIEDADES DA MATÉRIA

ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA Mudanças de estado físico


ƒ Estados físicos da matéria, estados de agrega-
ção ou fases são as diferentes formas nos quais a ma-
téria pode se apresentar.
ƒ Forma e volume são alguns fatores que distinguem
cada um dos estados físicos.

Sólido
ƒ As partículas estão em agitação térmica mínima.
ƒ Átomos concentrados em um mesmo espaço físico.
ƒ Forma e volume são fixos. Ressublimação

Observação: a vaporização pode ocorrer de três for-


mas, recebendo nomes específicos:

Ocorre naturalmente num


Líquido líquido a temperaturas infe-
ƒ As partículas apresentam maior agitação térmica. Evaporação riores ao ponto de ebulição.
ƒ Estão um pouco mais dispersas. É lenta, praticamente im-
perceptível e superficial.
ƒ As substâncias têm volume fixo.
ƒ A sua forma pode variar. Ocorre na temperatura de ebu-
lição, característica da substân-
Ebulição cia. É rápida, visível, turbulenta
e, normalmente, demanda
o aquecimento do líquido.

Ocorre quando o líquido entra


em contato com superfícies
Calefação muito quentes, a temperaturas
acima do seu ponto de ebuli-
Gasoso ção. É instantânea e violenta.
ƒ Estado de maior agitação térmica.
ƒ As partículas estão muito afastadas, dispersas no espaço.
ƒ Forma e volume variáveis.
TEMPERATURAS DE
MUDANÇA DE ESTADO
Ponto de fusão (PF) e
ponto de ebulição (PE)
Ponto de fusão (temperatura de fusão) é a temperatura
sob a qual uma substância passa do estado sólido para o es-

350
tado líquido. Ponto de ebulição (temperatura de ebulição)
massa Ÿ d = __
d = ______ m
é a temperatura na qual uma substância passa do estado v
volume
líquido para o estado gasoso a uma determinada pressão.
O fator característico para uma substância ser pura é, à de-
Obs.: para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expres-
terminada pressão, ter o ponto de fusão constante.
sa em grama por centímetro cúbico (g/cm3 ou g · cm–3) ou
Do mesmo modo que no ponto de fusão, quando se determi- grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases, cos-
na o ponto de ebulição de uma substância pura, não é admis- tuma ser expressa em gramas por litro (g/L ou g · L–1).
sível que surjam variações superiores a 1 °C na temperatura.

DENSIDADE OU MASSA ESPECÍFICA


Densidade é o quociente da massa pelo volume do
material (a uma dada temperatura).

DIAGRAMAS DE MUDANÇA DE ESTADO

Representações gráficas de mudanças de estado físico.


SUBSTÂNCIA PURA × MISTURA
Exemplo 1: Substâncias puras são sistemas formados por um único
tipo de substância. Exemplos: água destilada; ferro puro;
Curva de aquecimento da água gás oxigênio.
Misturas são sistemas formados por, no mínimo, duas
substâncias juntas. Exemplos: água e sal; água e álcool;
ar atmosférico.

Substâncias puras
Apresentam dois patamares: trechos horizontais que cor-
respondem ao ponto de fusão e ao ponto de ebulição
constantes.

Exemplo 2:

Curva de resfriamento da água

351
Misturas (homogêneas)
Há variação na temperatura durante as duas mudanças
de estado. Portanto, misturas (homogêneas) não possuem
nem ponto de fusão e nem ponto de ebulição definidos.
Vamos exemplificar com uma solução aquosa de NaCℓ:

ƒ Mistura azeotrópica: comporta-se como uma subs-


tância pura somente durante a ebulição. Assim, apre-
senta ponto de ebulição constante, mas a sua tempe-
ratura de fusão é variável.
Exemplo: mistura de álcool etílico (96%) e água (4%),
que sofre ebulição (ferve) a 78,1 ºC.

Misturas especiais
ƒ Mistura eutética: comporta-se como se fosse uma PE = 78,1
substância pura somente durante a fusão. Portanto,
possui ponto de fusão constante, mas a sua tempera-
tura de ebulição varia.
Exemplo: solda de funilaria – mistura de estanho (63%)
e chumbo (37%), que se funde (derrete) a Tf = 183 °C.

SISTEMAS

MATÉRIA Elemento Símbolo

Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espaço, pode Carbono C


ser líquida, sólida ou gasosa. Hidrogênio H
Sódio (Natrium) Na

CONCEITOS FUNDAMENTAIS Prata (Argentum) Ag


Chumbo (Plumbum) Pb
Átomo e elemento químico Potássio (Kalium) K
Átomos são as partículas que formam a matéria. Ele-
mento, por sua vez, é um conjunto de átomos com o mes-
mo número atômico (Z).
Molécula
Um agrupamento de átomos de um mesmo elemento ou
Cada elemento químico recebe um nome e um símbolo.
de elementos diferentes é chamado molécula, caracteri-
Veja alguns exemplos a seguir: zando, assim, uma substância. Essa pode ser representa-

352
da graficamente por uma fórmula molecular, que indica
o número de átomos de cada elemento existente na molé- TIPOS DE MISTURAS
cula da substância. ƒ Mistura homogênea – é a que apresenta aspecto
uniforme e propriedades iguais em todos os seus pon-
Substância Fórmula tos. São chamadas soluções.
água H2O Todas as misturas de quaisquer gases são sempre misturas
álcool C2H6O homogêneas.

cloreto de sódio NaCℓ ƒ Mistura heterogênea – é a que apresenta aspecto não


uniforme e propriedades variáveis de um ponto a outro.
açúcar (sacarose) C12H22O11
Exemplos: água e óleo (a camada de óleo apresenta pro-
ozônio O3 priedades diferentes em relação à água), água e areia etc.
Matéria

SISTEMAS MATERIAIS Substância Pura Mistura


A uma porção de matéria, damos o nome de sistema.
Sistemas podem ser classificados de duas formas:
Simples Composta Homogênea Heterogênea
ƒ Quanto à constituição (composição) – substância
pura (ou, simplesmente, substância) ou mistura.
ƒ Quanto ao aspecto visual (nem sempre confiável, se Fases de um sistema
usarmos apenas a visão humana para análise) – ho- Fase é cada uma das porções homogêneas que com-
mogêneo ou heterogêneo. põem um sistema heterogêneo. A fase pode ser contínua
ou fragmentada.
Substância pura (ou ƒ Sistemas monofásicos: têm uma única fase, logo,
simplesmente substância) são homogêneos.
ƒ Sistemas bifásicos (2 fases), trifásicos (3 fases),
1. Substância (pura) simples – formada por um único
tetrafásicos (4 fases) e polifásicos (5 ou mais
elemento químico, ou seja, um único tipo de átomo, inde-
fases): possuem mais de uma fase, portanto, sempre
pendente da sua quantidade.
são heterogêneos.
Exemplos: H2 (hidrogênio); O2 (oxigênio); Fe (ferro); S8
(enxofre) etc.
ALOTROPIA
2. Substância (pura) composta ou composto – for- É a característica que alguns elementos químicos possuem
mada por mais de um elemento químico, ou seja, mais de de formar várias substâncias simples diferentes (formas
um tipo de átomo. ou variedades alotrópicas ou, ainda, alótropos).
Exemplos: H2O (água); CO2 (gás carbônico); C6H12O6 (gli- Exemplos:
cose); HCℓ (ácido clorídrico) etc.
Nome da
Elemento Figura no
substância Fórmula Atomicidade
químico espaço
Mistura simples

É a espécie de matéria formada, literalmente, pela mistura gás oxigênio O2 diatômico

de duas ou mais substâncias puras. Oxigênio


gás ozônio O3 triatômico

Exemplos:
Fósforo
ƒ gasolina branco
P4 tetratômico
Fósforo
ƒ ar atmosférico Fósforo
Pn ou P macromolécula
vermelho
ƒ álcool hidratado

353
Elemento Nome da
Fórmula Atomicidade Figura no espaço
químico substância simples

macro-
grafite Cn ou C
molécula

macro-
diamante Cn ou C
molécula

Carbono

macro-
fulereno C60
molécula

macro-
enxofre rômbico S8
molécula
Enxofre
macro-
enxofre monoclínico S8
molécula

FENÔMENOS 2. Químico: quaisquer transformações sofridas por um


material, de modo que haja alteração na sua composição.
1. Físico: quaisquer transformações sofridas por um ma- Exemplo: a formação de ferrugem, a transformação do
terial, sem que haja alteração na sua composição. Exem- vinho em vinagre, decomposição de matéria orgânica.
plo: qualquer mudança de estado físico.

ANÁLISE IMEDIATA

MÉTODOS DE SEPARAÇÃO MISTURAS HETEROGÊNEAS


DE MISTURAS Misturas heterogêneas [sólido-sólido]
Para a separação dos componentes de uma mistura, uti-
lizamos um conjunto de processos físicos denominados ƒ Catação: separam-se os componentes sólidos usando
análise imediata. a mão ou uma pinça.

354
Exemplo: escolher feijão. ƒ Filtração simples: a fase sólida é separada com o
auxílio de papéis de filtro.
ƒ Ventilação: o sólido menos denso é separado por
uma corrente de ar.
Exemplo: separação dos grãos de arroz de suas cascas.

ƒ Levigação: o sólido menos denso é separado por uma


corrente de água.
Exemplo: separação, no garimpo, de areia e ouro.

ƒ Separação magnética: um dos sólidos é atraído por


um ímã.
Exemplo: separação em larga escala de alguns minérios
de ferro de suas impurezas.

ƒ Dissolução fracionada: um dos componentes sóli-


ƒ Filtração a vácuo: o processo de filtração pode ser
dos da mistura é dissolvido em um líquido.
acelerado pelo uso de uma trompa de vácuo que
Exemplo: mistura de sal e areia. “suga” o ar existente na parte interior do kitassato.

Métodos Exemplo
Peneiração ou tamisação: usa-
Separação de
da para separar sólidos formados por
areia e cascalho.
partículas de dimensões diferentes.
Fusão fracionada: usada para Separar uma
separar sólidos cujos pontos de fusão mistura de ferro,
são muito diferentes. chumbo e estanho.
Sublimação: é usada quando um
dos sólidos, por aquecimento, sub-
Sal (ou areia)
lima (passa diretamente do estado
e iodo.
sólido para vapor), e o outro perman- ƒ Centrifugação: é uma maneira de acelerar o proces-
ece sólido. so de decantação, utilizando um aparelho denominado
centrífuga. As partículas de maior densidade, por in-
Misturas heterogêneas ércia, são depositadas no fundo do tubo.
[sólido-líquido]
ƒ Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, sedi-
menta-se. Pode ser feita de duas maneiras:
a) Vira-se lentamente a mistura em um outro frasco;
b) Com o auxílio de um sifão, transfere-se a fase líquida
para um outro frasco (sifonação).

Misturas heterogêneas
[líquido-líquido]
ƒ Decantação: separam-se líquidos imiscíveis com
densidades diferentes.

355
Termômetro

Misturas homogêneas
[líquido-líquido]
Misturas heterogêneas [gás-sólido] ƒ Destilação fracionada: são separados líquidos mis-
ƒ Decantação: a mistura passa através de obstáculos, cíveis, cujas temperaturas de ebulição são distantes.
em forma de zigue-zague, onde as partículas sólidas Termômetro

perdem velocidade e se depositam.


Condensador

Coluna
de fracionamento

Balão

Saída de água
Entrada de água
Bico Bunsen

ƒ Filtração: a mistura passa através de um filtro, onde o


sólido fica retido.
Observação: a destilação é muito utilizada em indústrias pe-
troquímicas, na separação dos diferentes derivados do petróleo.

MISTURAS HOMOGÊNEAS
Misturas homogêneas
[sólido-líquido]
O componente sólido encontra-se totalmente dissolvido
no líquido, o que impede a sua separação por filtração.
ƒ Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é
aquecida até o líquido (componente mais volátil) sofrer
evaporação. Esse processo apresenta um inconveni-
ente: a perda do componente líquido.
ƒ Destilação simples: a mistura é aquecida em uma
aparelhagem apropriada, de tal maneira que o compo-
nente líquido inicialmente vaporiza-se e, a seguir, sofre
condensação, sendo recolhido em outro frasco.

356
O ESQUEMA MOSTRA O TRADICIONAL ALAMBIQUE, USADO PARA PREPARAR BEBIDAS ALCOÓLICAS PROVENIENTES DA FERMENTAÇÃO DE AÇÚCARES OU CEREAIS.

ƒ Adsorção: consiste na retenção superficial de gases.


Misturas [gás-gás]
Uma das principais aplicações da adsorção são as más-
ƒ Liquefação fracionada: a mistura de gases passa caras contra gases venenosos.
por um processo de liquefação e, posteriormente, pela
destilação fracionada.
A liquefação fracionada é utilizada na separação dos com- ANÁLISE CROMATOGRÁFICA
ponentes do ar atmosférico: N2, O2 e outros gases. OU CROMATOGRAFIA
A separação e identificação dos componentes de uma mis-
tura, a partir de colorações diferentes. A cromatografia tem
a vantagem de permitir até mesmo a separação de compo-
nentes em quantidades muito pequenas.

DECAIMENTOS RADIOATIVOS

INTRODUÇÃO À RADIOATIVIDADE Fatores químicos, estado físico, pressão e temperatura não


influem na radioatividade de um elemento, uma vez que ela
Radioatividade é o fenômeno pelo qual um núcleo instável depende, mas apenas, do fato de seu núcleo ser instável.
emite espontaneamente determinadas entidades (partícu-
(+)
las e ondas), genericamente chamadas de radiações, trans- bloco de chumbo

raios
formando-se em outro núcleo mais estável. raios
raios
substância radioativa (–)
campo magnético
O esquema mostra o comportamento das radiações , e em um campo eletromagnético.

Das três radiações mencionadas, a gama (g) é a mais pene-


trante – e a mais perigosa para o ser humano –, a beta (b)
tem penetração média e a alfa (a) é a menos penetrante.

357
Emissões radioativas
Principais emissões radioativas

Emissão Constituição Massa Carga Representação Velocidade

alfa 2 prótons e 2 nêutrons 4u +2 a


4
+2
1/10 c

beta 1 elétron >0 –1 b


0
–1
9/10 c
gama onda eletromagnética 0 0 g
0
0
c
C = VELOCIDADE DA LUZ NO VÁCUO = 300 MIL KM/S

Emissão Constituição Massa Carga Representação


1
próton 1 próton 1u +1 +1
p
1
nêutron 1 nêutron 1u 0 0
n
pósitron “elétron positivo” >0 +1 0
–1 b

LEIS DAS EMISSÕES RADIOATIVAS Exemplo


ƒ Se um átomo de 146C emitir uma partícula b, ele se trans-
1a lei: lei de Soddy – emissão forma em 147N. A reação nuclear pode ser representada por:

de partículas a 14
6 C 0
–1b + 14
7 N

Se um átomo X emitir uma partícula a, seu número de Os raios gama (g)


massa diminui em 4 unidades e seu número atômico
diminui em 2 unidades: AZ X 4
a + ZA––42 Y.
ƒ As emissões, radiações ou raios gama (00g) não são
+2
partículas, mas ondas eletromagnéticas semelhantes
à luz, cujo comprimento de onda é muitíssimo menor,
As equações nucleares obedecem a um balanço dos números portanto, cuja energia é muito mais elevada, superando
de massa (A) e das cargas nucleares (Z), que são conservados. inclusive os raios X.
ƒ Sem massa nem carga elétrica, eles não sofrem desvio
ao atravessar um campo elétrico ou magnético.
ƒ As emissões g têm sempre um poder de penetração
bem maior que as partículas a e b.
ƒ Uma emissão g não altera nem o número atômico (Z)
Exemplo nem o número de massa (A) do elemento. Em razão
ƒ Se um átomo de 239 94 Pu emitir uma partícula a, ele se
disso, não se costuma escrever a emissão g nas equa-
235
transforma em 92 U. Essa reação nuclear pode ser re- ções nucleares.
presentada por:
2a + 92U
TRANSMUTAÇÕES
239 4 235
94Pu

2a lei: lei de Soddy-Fajans-Russel ƒ transmutação natural


– emissão de partículas b Ocorre se um elemento químico emitir espontaneamente
uma radiação e transformar-se em outro.
Se um átomo X emitir uma partícula b, seu número
de massa permanece inalterado e seu número atômi- ƒ transmutações artificiais
–1b + Z + 1Y.
0
co aumenta em 1 unidade: AZX A
Ocorre se as transmutações forem obtidas por bombardea-
mento de núcleos estáveis com partículas a, prótons, nêutrons.

358
ENERGIA NUCLEAR Na fissão nuclear, a energia desprendida por um reator nu-
clear transforma a água líquida em vapor, o qual movimenta
Energia proveniente dos núcleos atômicos, mediante rea- uma turbina que produz energia elétrica mediante um gera-
ções de fissão e fusão nucleares. dor. A energia liberada em uma reação de fissão nuclear é
imensamente maior do que as liberadas em reações químicas.
Fissão nuclear
Fusão nuclear
É o processo em que ocorre ruptura do núcleo que é bom-
bardeado com partículas. Fusão nuclear é o processo mediante o qual ocorre a fusão de
dois núcleos mais leves para formar um núcleo mais pesado.
ƒ No processo de fissão ocorre uma reação em cadeia.
Essa reação exige temperatura elevadíssima.
1
n
0
Em 1952, conseguiram realizar a primeira fusão não con-
93
36 Kr 1
0 n trolada, que constituiu a primeira bomba de hidrogênio.
235
92 U 1
n
Digamos que a bomba atômica é a “espoleta” da bomba
0

140
Ba
de hidrogênio, que libera a energia necessária para a fusão.
93 56
36 Kr
1
0 n 1
93 0 n
36 Kr

1 1
1
n 0 n 0 n
0
Nêutron 235 235
U
92 92 U 140
56 Ba 1
n
0
1
0 n
140 93
Ba
56 36 Kr
1
0 n

235
92 U 1
0 n
140
56 Ba
1
0 n

REAÇÃO EM CADEIA DO URÂNIO-235

CINÉTICA DOS DECAIMENTOS RADIOATIVOS

MEIA-VIDA OU PERÍODO DE
SEMIDESINTEGRAÇÃO
Vida-média
Curva de decaimento radioativa
Considere uma amostra de material radioativo de massa
inicial m 0. A cada meia-vida decorrida, a massa da amostra
reduz-se à metade.
CURVA DE DECAIMENTO RADIOATIVO.

De uma quantidade de material radioativo inicial m 0, após


n meias-vidas decorridas chega-se a uma quantidade m,
que será dada por:

m
m = ___n0
2

359
E o tempo total decorrido Dt, desde o valor inicial m 0 até Esquematicamente:
se atingir o valor m, será de:

Dt = n · P

't = n · P
m
m = ___n0
2

INTRODUÇÃO À QUÍMICA ORGÂNICA

Origem da expressão Ponto de Moleculares, na sua maioria, os com-


Química orgânica fusão e de postos orgânicos apresentam pontos
ebulição de fusão e ebulição baixos.
Torbern Olof Bergman, químico sueco (1777), empregou
Os compostos orgânicos, em geral,
pela primeira vez a expressão Química orgânica.
são solúveis em solventes apolares
Solubilidade
ƒ Compostos orgânicos: substâncias de organismos vivos. e insolúveis em solventes polares,
como a água.
ƒ Compostos inorgânicos: substâncias do reino mineral.
As reações orgânicas da maioria das

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS


Velocidade substâncias moleculares e de grande
das reações massa molar são lentas. Por isso, re-
querem o uso de catalisadores.
MOLÉCULAS ORGÂNICAS
Compostos orgânicos CARACTERÍSTICAS DO
Orgânicos são constituídos fundamentalmente por quatro ele-
mentos: C, H, O e N, denominados elementos organógenos.
ÁTOMO DE CARBONO
São dotados de combustão, uma vez que são compostos Postulados de Kekulé
de C e de H, na sua maioria. A queima completa dessas
substâncias produz CO2 e H2O; a incompleta produz CO; e 1. O carbono teria quatro valências.
a parcial, apenas C (fuligem). 2. Os átomos de C poderiam formar cadeias.
Ligações covalentes. Em razão disso, 3. Os átomos de C poderiam unir-se, utilizando uma ou
as forças de atração intermolecu- mais valências.
Ligações e lares predominantes são as forças de
forças inter- dipolo instantâneo-dipolo induzido
e as forças de atração entre dipolos
REPRESENTAÇÃO DE
moleculares
permanentes, dentre elas as ligações CADEIAS CARBÔNICAS
de hidrogênio.
Exemplos
Em princípio, os compostos orgâni-
Ÿ
cos apresentam pouca estabilidade
Estabilidade diante de agentes externos, como
temperatura, pressão, ácidos con- Ÿ
centrados, entre outros.

360
ƒ Primário: ligado a 1 ou a nenhum átomo de carbono.
Ÿ ƒ Secundário: ligado a 2 átomos de carbono.
ƒ Terciário: ligado a 3 átomos de carbono.
ƒ Quaternário: ligado a 4 átomos de carbono.
Ÿ
Exemplo

CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS P = PRIMÁRIO


S = SECUNDÁRIO
T = TERCIÁRIO
De acordo com os átomos Q = QUATERNÁRIO

a ele ligados
Um átomo de carbono pode ser classificado de acordo com
o número de átomos de carbono diretamente ligados a ele.

De acordo com o tipo de ligação (sigma/V e pi/S)


e com o tipo de hibridação (hibridização)
Ligação do Hibridação Ângulo
Ligações
átomo do átomo Geometria entre as Exemplo
estabelecidas
de carbono de carbono ligações
4 simples 4s sp3 tetraédrica 109º28’ CH4
2 simples e trigonal
3s e 1p sp2 120º H2C = O
1 dupla plana
1 simples
2s e 2p sp linear 180º H—C;N
e 1 tripla
2 duplas 2s e 2p sp linear 180º O=C=O

CLASSIFICAÇÃO DAS 2. Quanto à disposição


ƒ Cadeia normal, reta ou linear: se contiver apenas
CADEIAS CARBÔNICAS átomos de carbono primários e/ou secundários.
1. Quanto ao fechamento da cadeia ƒ Cadeia ramificada: se contiver átomos de carbono
terciários e/ou quaternários.
ƒ Cadeia aberta ou acíclica: se percorrida num senti-
do qualquer para chegar a uma extremidade.
3. Quanto à saturação
ƒ Cadeia fechada ou cíclica: se houver fechamento
ƒ Saturada: se entre átomos de carbono houver apenas
na cadeia em forma de ciclo, núcleo ou anel.
ligações simples.
ƒ Cadeia mista: quando um composto apresenta
ƒ Insaturada: se entre átomos de carbono houver liga-
cadeia carbônica com uma parte cíclica e outra parte
ções duplas e/ou triplas.
acíclica ao mesmo tempo na molécula.
ƒ Cadeia alifática ou Cadeia não aromática: 4. Quanto à natureza
pode ser cadeia aberta, fechada ou conter ambas. ƒ Homogênea: se entre átomos de carbono houver
ƒ Cadeia alicíclica: é aquela que apresenta cadeia apenas átomos de carbono.
carbônica fechada saturada ou insaturada, sem a pre- ƒ Heterogênea: se entre átomos de carbono houver
sença de aromaticidade. um ou mais átomos diferentes de carbono.

361
COMPOSTOS AROMÁTICOS RESUMO DAS CADEIAS
Cadeia cíclica com presença do anel aromático (os elétrons CARBÔNICAS
estão em ressonância).
1. Compostos aromáticos mononucleares ou mono-
nucleados: se contiver um único anel benzênico.
2. Compostos aromáticos polinucleares ou polinucle-
ados: se contiver vários anéis benzênicos subdivididos em:
ƒ polinucleares isolados: se os anéis não tiverem áto-
mos de carbono em comum;
ƒ polinucleares condensados: se os anéis tiverem
átomos de carbono em comum.

HIDROCARBONETOS

Compostos formados unicamente por carbono e hidro- Propriedades físicas dos alcenos
gênio podem ser representados, genericamente, por CxHy,
cuja nomenclatura leva o sufixo o. ƒ São insolúveis em água e solúveis em solventes apo-
lares.
Alcanos ou parafinas – ƒ São menos densos que a água.
fórmula geral CnH2n + 2 ƒ Os pontos de ebulição aumentam de forma igual, se-
São hidrocarbonetos alifáticos saturados com ligações gundo o número de carbonos na cadeia.
simples. ƒ Os alcenos são mais reativos do que os alcanos por
possuírem uma ligação dupla, que é mais fácil de
Propriedades físicas dos alcanos ser quebrada.
ƒ Os alcanos são pouco reativos, porque as ligações en- ƒ Sofrem reações de adição e também de polimerização.
tre C – H e C – C são muito estáveis e difíceis de serem
quebradas.
Alcinos (alquinos) –
ƒ São mais utilizados para a queima (combustão), como
combustíveis.
fórmula geral CnH2n – 2
São hidrocarbonetos acíclicos contendo uma única liga-
ƒ Os alcanos são compostos apolares, apresentando in-
ção tripla entre os carbonos em sua cadeia carbônica.
teração dipolo induzido-dipolo induzido entre as mo-
léculas.
ƒ Eles são insolúveis em água e solúveis em solventes
Propriedades físicas dos alcinos
apolares. ƒ São compostos de baixa polaridade.
ƒ Possuem densidades menores que 1 g ∙ cm-3, flutuando ƒ São insolúveis em água e solúveis em solventes apo-
sobre a água. lares.
ƒ São menos densos que a água.
Alcenos (alquenos) – ƒ Têm os pontos de fusão e ebulição crescentes com o
fórmula geral CnH2n aumento do número de carbonos na cadeia.
Também conhecidos como olefinas, são hidrocarbonetos ƒ Os alcinos são preparados em laboratório porque não
acíclicos contendo uma única ligação dupla entre os se encontram livres na natureza, devido a sua tripla li-
carbonos em sua cadeia carbônica. gação, que é muito reativa.

362
Alcadienos (dienos) – Função Grupo funcional Sufixo
fórmula geral CnH2n – 2 Álcool -ol
São hidrocarbonetos acíclicos contendo duas ligações
duplas entre os carbonos em sua cadeia carbônica.
Ácido carboxílico -oico

Cicloalcanos, ciclanos ou
cicloparafinas – fórmula geral CnH2n Aldeído -al

São hidrocarbonetos de cadeia fechada (cíclica) com liga-


ções simples tão somente. Cetona -ona

Cicloalcenos, cicloalquenos, Amina -amina


ciclenos ou ciclolefinas –
fórmula geral CnH2n – 2 Exemplos:
São hidrocarbonetos cíclicos insaturados com uma li-
gação dupla. H3C — CH2 — CH2 — CH3

Nº de
Aromáticos (não há fórmula geral) átomos
Ligação Função Nome

São hidrocarbonetos de cadeia fechada que apresentam 4C ä but simples ä an hidrocarboneto ä o butano
pelo menos um anel benzênico (núcleo aromático).
5 4 3 2 1
H3C — CH2 — C ; C — CH3
NOMENCLATURA OFICIAL IUPAC
Nº de
O nome de uma molécula orgânica é composto de três ele- Ligação Função Nome
átomos
mentos fundamentais:
tripla entre os
prefixo + infixo + sufixo 5C ä pent carbonos 2 e hidrocarboneto ä o pent–2–ino
3 ä 2 – in
ƒ Prefixo: indica o número de átomos de carbono da
cadeia principal.

1C MET 6C HEX 11C UNDEC


2C ET 7C HEPT 12C DODEC
3C PROP 8C OCT 13C TRIDEC
4C BUT 9C NON 14C TETRADEC
5C PENT 10C DEC 15C PENTADEC
Nº de
Ligação Função Nome
ƒ Infixo: indica o tipo de ligação entre os átomos de átomos
carbono. 3C em cadeia
hidrocarboneto
cíclica ä dupla ä en ciclopropeno
äo
cicloprop

GRUPOS ORGÂNICOS OU RADICAIS


Esses radicais se formam por meio de cisão homolítica, que
ƒ Sufixo: indica a função orgânica. No caso específico é um rompimento de uma ligação covalente, em que cada
dos hidrocarbonetos, o sufixo é o. Alguns sufixos bas- um desses átomos fica com um dos elétrons que antes es-
tante usuais: tavam sendo compartilhados na ligação.

363
Esses radicais livres são bastante instáveis, ou seja, pos- 3. Para montar o nome do composto, o grupo substituinte,
suem vida curta, pois eles possuem elétrons livres ou elé- precedido pelo número que designa a sua localização na
trons desemparelhados dos radicais, reagem ativamente cadeia (quando necessário), é colocado em primeiro lugar;
com qualquer molécula próxima, formando novos com- o nome da cadeia principal é colocado em último lugar.
postos. Quando dois radicais orgânicos ligam-se, forma-se
Os grupos devem ser escritos em ordem alfabética.
uma cadeia carbônica.

Exemplo:
Principais grupos ou radicais
Radical Nome
Metil

Etil
4. Quando duas ou mais cadeias de comprimento igual
— Propil ou n-propil competem pela seleção com a cadeia principal, escolher a
que tiver o maior número de substituintes.
Isopropil 5. Quando a ramificação acontecer numa distância igual
em qualquer dos lados da cadeia principal, escolher o
nome em que a soma das posições das rami-
Butil ou n-butil
ficações dá o menor número.
Sec-butil ou
s-butil

Isobutil

PARA HIDROCARBONETOS
Terc-butil
ou t-butil
INSATURADOS (ALCENOS, ALCINOS
E DIENOS) RAMIFICADOS
Vinil ou etenil Nomenclatura segue a mesma regra dos alcanos ramifica-
dos, com algumas diferenças:
Benzil 1. A cadeia principal é a cadeia mais longa, que deve con-
ter a dupla ou a tripla ligação.
2. A numeração da cadeia é sempre feita a partir da ex-
Fenil tremidade mais próxima da ligação dupla ou tripla.
3. É necessário indicar a localização da ligação dupla ou
tripla usando o menor número do átomo da ligação

NOMENCLATURA DE
dupla ou tripla.
4. Para dienos, as regras de nomenclatura dos alcanos e alce-
HIDROCARBONETOS RAMIFICADOS nos são válidas, sendo diferente somente na hora de selecio-
nar a cadeia principal, que deve conter as duas duplas.
É feita de acordo com as seguintes regras da IUPAC:
1. Localizar a cadeia de átomos de carbono Cadeias cíclicas ramificadas
mais comprida (cadeia principal).
ƒ Cicloalcanos (ciclanos) – a nomenclatura de
2. A numeração da cadeia principal começa onde o cicloalcanos ramificados segue as mesmas regras que
substituinte estiver mais próximo, ou seja, de modo a dos alcanos ramificados, acrescentando o pre-
com que se obtenham os menores números possíveis para fixo – ciclo na cadeia principal, seguindo os
os substituintes. Depois, identifique os substituintes. seguintes passos para a numeração das ramificações:

364
ƒ Se apenas um substituinte estiver presente, não será
necessário atribuir sua posição.
Aromáticos ramificados
Se a cadeia principal apresentar apenas um anel benzê-
ƒ Quando dois ou mais substituintes estiverem presentes, nico, ela é chamada simplesmente de benzeno e pode
numeramos o anel começando pelo substituinte, pri- apresentar um ou mais grupos (ramificações).
meiro em ordem alfabética, e o número na direção que
dá aos substituintes o menor número possível.

Exemplo:

Caso haja duas ramificações, são bastante empregados os


prefixos orto- (o), meta- (m) e para- (p), a fim de indicar
as posições 1,2 (ou 1,6); 1,3 (ou 1,5) e 1,4, respectivamente.
Exemplos:

ƒ Cicloalcenos – a nomenclatura de cicloalcenos


ramificados segue as mesmas regras que a dos alce-
nos ramificados, acrescentando-se o prefixo –ciclo na
cadeia principal e seguindo os mesmos passos dos
cicloalcanos para a numeração das ramificações. Só
não será necessário identificar a posição da dupla, pois
sempre irá começar com C1 e C2.

Exemplo:

365
U.T.I. - SALA Bi o 212Po + b
212

Bi o 210Tℓ + a
214

1. (UFG) Uma solução contendo água e cloreto de sódio Observe o gráfico, cujas curvas representam as varia-
foi inadvertidamente misturada a n-hexano e ciclohexa- ções das massas desses radioisótopos ao longo das
no. Para separar essas quatro substâncias, foi realizada duas horas de duração do experimento.
uma sequência de procedimentos (métodos de separa-
ção), que seguiram um ordenamento lógico, baseado
nas propriedades físicas das substâncias citadas.
Considerando a tabela a seguir:

Ponto Ponto de
Sub- Densidade Polari-
de fusão ebulição
stância (g/mL) dade
(°C) (°C)

H2O 0 100 1 polar


Determine o tempo de meia-vida do radioisótopo 214Bi.
C6H12 6,6 80,7 0,77 apolar
C6H14 –95,3 68,7 0,65 apolar 4. (UEL) As fórmulas de linhas na química orgânica são
muitas vezes empregadas na tentativa de simplificar a
NaCℓ 800,7 1465 2,17 polar notação de substâncias. Dessa maneira, as fórmulas de
a) indique um método de separação capaz de separar linhas para o butano e o metil-butano são representa-
as substâncias polares das apolares; das, respectivamente, por:
b) indique um método de separação capaz de separar
as substâncias polares e outro método de separação
capaz de separar as substâncias apolares.

2. (Unesp 2020) Parte das areias das praias do litoral


sul do Espírito Santo é conhecida pelos depósitos mi-
Considere a substância representada pela estrutura
nerais contendo radioisótopos na estrutura cristalina.
a seguir.
A inspeção visual, por meio de lupa, de amostras des-
sas areias revela serem constituídas basicamente de
misturas de duas frações: uma, em maior quantidade,
com grãos irregulares variando de amarelo escuro a
translúcido, que podem ser atribuídos à ocorrência de
quartzo, silicatos agregados e monazitas; e outra, com
grãos bem mais escuros, facilmente atraídos por um
ímã, contendo óxidos de ferro magnéticos associados
a minerais não magnéticos.
As fórmulas químicas das monazitas presentes nessas
areias foram estimadas a partir dos teores elementares A partir dessas informações, responda aos itens a seguir.
de terras raras e tório e são compatíveis com a fórmula a) Qual a fórmula molecular dessa substância?
b) Quantos substituintes estão ligados na cadeia principal?
Ce3+ 0,494La3+ 0,24Nd3+ 0,20Th4+ 0,05(PO43-).

U.T.I. - E.O.
(FLÁVIA DOS SANTOS COELHO ET AL. “ÓXIDOS DE FERRO E MONAZITA
DE AREIAS DE PRAIAS DO ESPÍRITO SANTO”. QUÍMICA NOVA,
VOL. 28, NO 2, MARÇO/ABRIL DE 2005. ADAPTADO.)

1. Em 1996, o prêmio Nobel de Química foi concedido


a) Qual o nome do processo de separação de misturas
aos cientistas que descobriram uma molécula com a for-
utilizado para separar as partes escuras das claras da areia
ma de uma bola de futebol, denominada fulereno (C60).
monazítica? Com base na fórmula química apresentada,
Além dessa substância, o grafite e o diamante também
demonstre que a monazita é eletricamente neutra.
são constituídos de carbono. Os modelos moleculares
b) O principal responsável pela radioatividade da areia dessas substâncias encontram-se representados abaixo.
monazítica é o tório-232, um emissor de partículas
alfa. Escreva a equação que representa essa emissão
e calcule o número de nêutrons do nuclídeo formado.
Dados: Th (Z = 90); Ra (Z = 88).

3. Em um experimento, foi utilizada uma amostra con-


tendo partes iguais dos radioisótopos bismuto-212 e Fulereno Diamante

bismuto-214. Suas respectivas reações nucleares de de-


caimento estão indicadas abaixo: Grafite

366
Após observar as imagens anteriores, responda: novamente filtrada, obtendo-se, como resíduo no
a) Qual o tipo de ligação existente? filtro, outro componente da mistura inicial.
b) Qual a relação entre as três estruturas? • Etapa 3: o líquido filtrado na etapa 2 foi evaporado,
obtendo-se o último componente da mistura inicial.
2. Para um químico, ao desenvolver uma análise, é Indique qual componente da mistura é recuperado em
importante verificar se o sistema com o qual está tra- cada uma das etapas do procedimento empregado para
balhando é uma substância pura ou uma mistura. De- a separação da mistura inicial.
pendendo do tipo de mistura, podemos separar seus
componentes por diferentes processos. Assinale as afir- 5. (USCS – Medicina) Em uma cooperativa de recicla-
mativas a seguir, classificando-as em certo ou errado e gem foi triturada uma mistura dos plásticos polieti-
justificando sua resposta. leno tereftalato (PET), polietileno de alta densidade
a) Uma mistura homogênea pode ser separada atra- (PEAD), policloreto de vinila (PVC) e poliestireno (PS),
vés de decantação. cujas densidades são 1,38 g/mL, 0,96 g/mL, 1,25 g/mL
b) A mistura álcool e água pode ser separada por fil- e 1,06 g/mL, respectivamente.
tração simples. A separação dos grânulos plásticos obtidos após a tri-
c) A mistura heterogênea entre gases pode ser sepa- turação foi feita colocando-se a mistura em soluções
rada por decantação. apropriadas, conforme o esquema a seguir:
d) Podemos afirmar que, ao separarmos as fases sóli-
das e líquida de uma mistura heterogênea, elas serão
formadas por substâncias puras.
e) O método mais empregado para a separação de
misturas homogêneas sólido-líquido é a destilação.

3. O gás dióxido de enxofre (SO2) pode ser produzido pela


decomposição do tiossulfato de sódio (Na2S2O3), confor-
me a equação descrita, reagindo com a água da atmos-
fera e produzindo a chuva ácida. Em altas concentrações,
a) Cite o nome da técnica empregada na separação
esse gás reage ainda com a água dos pulmões formando
dos diferentes tipos de plástico. Para qual tipo de mis-
ácido sulfuroso (H2SO3), o que provoca hemorragias.
turas tal técnica pode ser utilizada?
S2O3–2(aq) + 2H3O+(aq) oS(s) + SO2(g) + 3H2O(ℓ) b) Quais são os plásticos correspondentes às letras W,
X, Y e Z respectivamente?
Dados: H = 1; S = 32; O = 16.
6. Numa sequência de desintegração radioativa que se
a) Cite um procedimento físico que pode ser empre-
inicia com o 218
84Po, cuja meia-vida é de 3 minutos, a emis-
gado para separar o enxofre sólido da mistura resul-
são de uma partícula alfa gera o radioisótopo X, que, por
tante da decomposição do tiossulfato de sódio. Justi-
sua vez, emite uma partícula beta, produzindo Y.
fique sua resposta.
b) Escreva a equação representativa da reação do di- a) Partindo-se de 40 g de Polônio-218, qual a massa,
óxido de enxofre com a água dos pulmões e determi- em gramas, restante após 12 minutos de desintegra-
ne o teor percentual, em massa, de enxofre presente ção? Apresente os cálculos.
no produto formado. Apresente os cálculos. b) Identifique os radioisótopos X e Y, indicando suas
respectivas massas atômicas.
4. (Famema) O quadro fornece informações sobre as
solubilidades em água e em etanol de três substâncias 7. O radioisótopo 222 do 86Rn, por uma série de de-
inorgânicas. sintegrações, transforma-se no isótopo 206 do 82Pb.
Determine o número de partículas alfa e o número
Solubilidade Solubilidade de partículas beta envolvidas nessas transformações.
Substância
em água em etanol
84A o 82 B o 83 C o 84 D o 82E,
8. Na sequência radioativa 216 212 212 212 208
KCℓ solúvel insolúvel
temos, sucessivamente, emissões de quais partículas?
Aℓ2O3 insolúvel insolúvel
KOH solúvel solúvel 9. O criptônio-89 possui o tempo de meia-vida igual a 3,16
minutos. Dispondo-se de uma amostra contendo 4,0 · 1023
Uma mistura dessas três substâncias foi separada em seus átomos desse isótopo, responda:
componentes, executando-se o seguinte procedimento:
a) Defina o tempo de meia-vida.
• Etapa 1: etanol foi adicionado a essa mistura, se-
guindo-se de filtração e o líquido filtrado foi eva- b) Para esta amostra, ao fim de quanto tempo restarão
porado, obtendo-se um dos componentes da mis- 1,0 · 1023 átomos?
tura inicial. 10. (EBM-SP) Movimentos como “Outubro Rosa” esti-
• Etapa 2: ao resíduo retido no filtro utilizado na eta- mulam a associação entre empresas e profissionais de
pa 1, foi adicionada água e a mistura resultante foi saúde com o objetivo de alertar a população sobre a

367
prevenção e o tratamento do câncer de mama, causa 12. (UFJF-Pism 2) A quercetina, cuja estrutura química
mais frequente de morte por câncer em mulheres. Um está representada abaixo, está associada com proces-
dos tratamentos do câncer utiliza radioisótopos que sos de inibição de inflamação óssea. Com relação à sua
emitem radiações de alta energia, como a gama, 00 J efi- fórmula estrutural bem como a de seu análogo estrutu-
cientes na destruição de células cancerosas que são ral A, responda aos itens a seguir.
mais susceptíveis à radiação, por se reproduzirem ra-
pidamente. Entretanto é impossível evitar danos às
células saudáveis durante a terapia, o que ocasiona
efeitos colaterais como fadiga, náusea, perda de ca-
belos, entre outros. A fonte de radiação é projetada
para o uso das radiações gama, já que as radiações
alfa, 24a e beta,-10b são menos penetrantes nos tecidos
e nas células. Um dos radionuclídeos usados na radio-
60
terapia é o cobalto, 27 Co.
Com base nas informações e nos conhecimentos sobre
radioatividade:
a) apresente um argumento que justifique o maior
poder penetrante das radiações gama em relação às
radiações alfa e beta.
b) represente, por meio de uma equação nuclear, o
decaimento radioativo do cobalto 60 com a emissão
de uma partícula beta, indicando o símbolo, o número
atômico e o número de massa do elemento químico
obtido após emissão da partícula.

11. (PUC-RJ) O ácido sórbico é um ácido orgânico, cuja


fórmula molecular é C6H8O2. Ele é uma substância uti-
lizada como conservante de alimentos. Recentemente,
em uma operação deflagrada pela Polícia Federal, foi a) Represente a fórmula molecular da quercetina.
constatado que, em algumas amostras de carne bovi- b) Classifique todos os carbonos numerados como
na, este ácido estava presente em quantidade supe- primário, secundário, terciário ou quaternário.
rior à permitida pela Agência Nacional de Vigilância
c) Informe a hibridização dos átomos de carbono nu-
Sanitária (Anvisa).
merados na estrutura.

Sobre o ácido sórbico e sua utilização como conservan-


te alimentar, responda o que se pede.
a) Indique na estrutura química do ácido sórbico a
hibridização de cada átomo de carbono.
b) Na lista da Anvisa, a quantidade máxima de ácido
sórbico permitida como conservante em carne bovi-
na é de 0,02 g por 100 g de carne. Se uma análise,
em uma amostra de 100 g de carne, indicar a pre-
sença de 40% de ácido sórbico acima da quantidade
máxima permitida, qual é a quantidade de matéria,
em mol, de ácido sórbico presente nessa amostra?
Expresse o resultado sob notação científica.

368
QUÍMICA 3

369
GRANDEZAS QUÍMICAS

INTRODUÇÃO MASSA MOLECULAR (MM)


A medida de uma grandeza é feita por comparação com A massa de uma molécula é a soma das massas atômicas
uma grandeza padrão convenientemente escolhida. Desta dos átomos que constituem essa molécula.
forma, a medida da massa de um corpo é feita comparan-
do-a com a massa de um padrão adequadamente escolhido. Exemplo:
C6H12O6 (C = 12 u, H = 1 u, O = 16 u)
MASSA ATÔMICA (MA) Massa molecular do C6H12O6:
MM = (12 · 6) + (1 · 12) + (16 · 6) = 180 u
Unidade de massa atômica (u)
Átomos individuais são muito pequenos para serem vistos
e pesados. Porém, podemos determinar a massa de um CONSTANTE OU NÚMERO
DE AVOGADRO (NA)
átomo comparando-a com a massa de um átomo de outro
elemento, escolhido como padrão.
1 da
Uma unidade de massa atômica (1 u) corresponde a ___ Sejam as seguintes amostras: 12 g de carbono, 27 g de
12
massa de um átomo do isótopo 12 do elemento carbono. alumínio e 40 g de cálcio.
O valor de 1 u é 1,66 · 10–24 g, e corresponde aproximada- Experimentalmente, verifica-se que o número de átomos n,
mente à massa de um próton ou de um nêutron. existentes em cada uma das amostras, é o mesmo, embora
elas possuam massas diferentes. Porém, quantos átomos
existem em cada uma dessas amostras? Várias experiên-
Massa atômica é o número que indica quantas vezes cias foram realizadas para determinar esse número conhe-
a massa de um átomo de um determinado elemento é cido como número de Avogadro (NA) e o valor encontrado
1 da massa do átomo de 12C.
maior que 1 u, ou seja, ___
12 é 6,02 · 1023.
Assim, o número de Avogadro é o número de átomos em x
gramas de qualquer elemento, sendo x a massa atômica
Observação: não confunda massa atômica com número
do elemento. Portanto, existem:
de massa!
ƒ 6,02 · 1023 átomos de C em 12 g de C
ƒ Número de massa (A) é um número inteiro e positivo,
(MA(C) = 12u)
definido como a soma do número de prótons (Z = P)
com o número de nêutrons (N), ou seja, A = + N. ƒ 6,02 · 1023 átomos de Aℓ em 27 g de Aℓ
(MA(Aℓ) = 27u)
O aparelho utilizado na determinação da massa atômica
chama-se espectrômetro de massa. ƒ 6,02 · 1023 átomos de Ca em 40 g de Ca
(MA(Ca) = 40u)
Massa atômica de um elemento Podemos verificar que a massa de 6,02 · 1023 átomos de qual-
Um mesmo elemento é constituído, muitas vezes, por áto- quer elemento é numericamente igual a sua massa atômica.
mos de diferentes massas, denominados isótopos.
A massa atômica de um elemento é, então, determinada
pela média ponderada das massas dos isótopos naturais
CONCEITO DE MOL
Mol é a quantidade de matéria que contém tanto as en-
que compõem esse elemento:
tidades (átomos, moléculas, elétrons, partículas etc.) ele-
mentares quantos os átomos de carbono-12 contidos em
A1 · %A1 + A2 · %A2 + ... + An · %An 0,012 kg do carbono-12.
M = ___________________________
100% Portanto, é uma quantidade de 6,02 · 1023 partículas quaisquer.

370
Exemplos: Massa molar de uma substância (M)
ƒ 1 mol de átomos contém 6,02 · 10 átomos.
23

A massa molar de uma substância é a massa em


ƒ 1 mol de moléculas contém 6,02 · 1023 moléculas.
gramas de 1 mol de moléculas da referida substância.
ƒ 1 mol de íons contém 6,02 · 1023 íons. A massa molar de uma substância é numericamente
igual à sua massa molecular expressa em u.
ƒ 1 mol de elétrons contém 6,02 · 1023 elétrons etc.

MASSA MOLAR (M) Massa molar de um íon (M)


É a massa que contém 6,02 · 1023 unidades. Sua unidade
A massa molar de um íon é a massa em gramas de 1
é g/mol (grama/mol) ou g · mol–1.
mol de íons e é numericamente igual à massa do íon
expressa em u.
Massa molar de um elemento (M)

A massa molar de um elemento é a massa em


Número de mol (n)
gramas de 1 mol de átomos desse elemento, ou seja, massa em gramas
n = _____________________
6,02 · 1023 átomos. A massa molar de um elemento é massa molar em grama/mol
numericamente igual à sua massa atômica expressa m
em gramas. n = __
M

FÓRMULAS E LEIS PONDERAIS

INTRODUÇÃO FÓRMULA PERCENTUAL


Quando um químico se depara com um material desco-
nhecido, ele procura, através de diversas técnicas físicas e Indica a porcentagem, em massa, de cada elemento
químicas, encontrar a composição desse material. que constitui a substância.
A primeira providência é fazer a análise imediata do mate-
rial; a próxima providência é fazer uma análise elementar
de cada uma delas.
FÓRMULA MÍNIMA OU EMPÍRICA
Fórmula mínima: indica a menor proporção, em
números inteiros de mol, dos átomos dos elementos
que constituem uma substância.
1. Submetido à analise imediata.
2. Submetido à analise qualitativa.
3. Submetido à analise quantitativa. FÓRMULA MOLECULAR
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas em
uma reação química é chamado estequiometria, e para
Fórmula molecular: indica o número real de áto-
efetuarmos os cálculos estequiométricos, devemos conhe-
cer as proporções entre os elementos que formam as dife- mos de cada tipo na molécula.
rentes substâncias.

371
Observação: em alguns casos, a fórmula molecular é Tem-se, então:
igual à fórmula mínima; em outros, porém, é um múltiplo
inteiro da fórmula mínima. mA + mB = mC + mD

LEIS PONDERAIS Lei das proporções definidas


Relacionam as massas dos participantes de uma reação. – lei de Proust
Lei da conservação das
massas – lei de Lavoisier Toda substância apresenta uma proporção em mas-
sa constante na sua composição.
Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma.
Lei volumétrica – lei de Gay-Lussac
Isso significa que, em reação química, a matéria não é cri-
ada nem destruída.
Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
Em um sistema fechado, a massa total dos reagentes os volumes dos gases participantes de uma reação
é igual à massa total dos produtos. química têm entre si uma relação de números inteiros
e pequenos.

Para uma reação genérica:



A+B C+D
mA mB mC mD

massas dos reagentes produto

ESTEQUIOMETRIA

Estequiometria é o estudo das relações entre as quanti-


dades de reagentes e/ou produtos numa reação química.
Cálculos envolvendo volumes
Essas relações podem ser feitas em mol, massa, volume, de substâncias gasosas
número de moléculas etc. Não se aplica a razão entre volumes quando a substância
se encontra como líquido ou sólido. Ela é usada apenas
Roteiro para resolução de para gases e vapores. Em vários problemas envolvendo
problemas de estequiometria substâncias gasosas, fala-se de Condições Normais de
Temperatura e Pressão (CNTP) e também em Condições
ƒ Escrever a equação química da reação envolvida no problema.
Ambiente (CA). O volume molar é próximo de 25 L/mol nas
ƒ Acertar os coeficientes estequiométricos da equação. condições ambientes e 22,4 L/mol nas CNTP.
ƒ Estabelecer uma regra de três entre as grandezas. Se
necessário, fazer a transformação do número de mol
para outra grandeza. CASOS PARTICULARES
Observação: além da lei de Lavoisier, merece atenção es- DE ESTEQUIOMETRIA
pecial a lei de Proust. As duas leis respondem basicamente
por todo o cálculo estequiométrico. Excesso de reagente
A lei de Proust afirma que “as substâncias reagem em pro- As reações químicas ocorrem sempre em uma proporção
porções fixas e definidas”. constante. Se uma das substâncias que participa da reação

372
estiver em quantidade maior que a proporção correta, ela ƒ Podem ocorrer perdas de produto durante a reação,
não será consumida totalmente. Essa quantidade de subs- como ao serem usadas aparelhagens de má qualidade.
tância que não reage é chamada excesso.
Logo, as substâncias não reagem na proporção em Rendimento (R) é o quociente entre a quantidade de
que nós as misturamos, mas sim na proporção em produto realmente obtida em uma reação e a quanti-
que a equação – ou seja, a lei de Proust – determi- dade que teoricamente seria obtida, de acordo com a
na, e devemos sempre nos lembrar de que é o reagente equação química correspondente.
em falta ou reagente limitante (fator limitante) que
“comanda” toda a reação, pois, no instante em que ele
acaba, a reação será interrompida. Quantidade real
Rendimento: _______________
Quantidade teórica
Pureza
Geralmente, os reagentes utilizados nas indústrias não são
totalmente puros. %R = R ∙ 100

Portanto, ao realizar os cálculos estequiométricos da quan-


tidade de produto que será formada ou da quantidade de Volume de ar nas reações químicas
reagente que teremos que usar, temos que levar em con- O ar participa de muitas reações, principalmente nas re-
sideração o seu grau de pureza. ações de oxidação, como as combustões. Na realidade,
O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de porém, o único componente do ar que reage é o oxigênio,
substância pura e a massa total da amostra. sendo que o nitrogênio é considerado inerte.
Dessa forma, quando uma reação se processa com a par-
mpura ticipação do ar, pode ser necessário encontrarmos fatores
p = ________
mtotal (impura) como: qual a massa de oxigênio que reagiu, qual o volume
do ar utilizado, qual o volume dos gases finais da reação,
quanto de nitrogênio estava presente no ar e nos gases
%p = p ∙ 100 finais e assim por diante.

Assim, quando for preciso calcular a massa de produto ob- Misturas de reagentes
tido a partir de um reagente impuro, temos que, primeiro, Somente as substâncias puras têm fórmulas químicas e
calcular qual é a parte pura da amostra e, depois, efetuar somente com elas podemos escrever equações químicas.
os cálculos com o valor obtido.
Às vezes, é preciso saber quanto de cada componente deve
ser misturado para formar outra mistura de composição
Reações consecutivas previamente fixada.
Nesse tipo de problema, é indispensável que: Nesses problemas, a dificuldade fundamental é: as misturas
não são obrigadas a obedecer a uma proporção constante.
ƒ Todas as equações estejam balanceadas individualmente.
ƒ As substâncias “intermediárias” sejam canceladas. 1° caso: quando a composição
ƒ Daí para diante, recaímos num cálculo estequiométrico da mistura reagente é dada
comum. O ideal é resolver as equações químicas separadas, efetu-
ando o cálculo estequiométrico também separadamente.
Rendimento
Quando o rendimento da reação não é total, a quantida- 2° caso: quando a composição
de de produto obtido é menor que a quantidade esperada da mistura reagente não é
teoricamente.
conhecida, pelo contrário, constitui
Isso pode acontecer devido a diversos fatores:
a pergunta do problema
ƒ Podem ocorrer reações paralelas à que desejamos.
Neste caso, não podemos somar as equações porque
ƒ A reação pode ficar incompleta por ser reversível. não conhecemos a proporção. Assim sendo, o caminho

373
é trabalhar com cada equação química separadamente,
como foi feito no 1° caso. Inicialmente, vamos adotar o Volumes iguais de gases quaisquer, à mesma pressão e
seguinte raciocínio: temperatura, contêm o mesmo número de moléculas.

LEIS FÍSICAS DOS GASES

VOLUME MOLAR P ·V = n · R ·T
O volume ocupado por um mol de qualquer substância é
chamado volume molar. Da qual:
Um conjunto de valores de pressão e temperatura padroni- ƒ P é a pressão exercida pelo gás e é expressa em milíme-
zados no estudo dos gases é: 1 atm e 0 ºC. Essas condições tros de mercúrio (mm de Hg) ou em atmosfera (atm).
experimentais são chamadas condições normais de tempe-
ratura e pressão (CNTP ou TPN). ƒ V é o volume ocupado pelo gás.

Experimentalmente, verifica-se que o volume molar de litros (L).


qualquer gás ou vapor, se medido nas condições normais ƒ T é a temperatura absoluta do gás.
de temperatura e pressão, corresponde a 22,4 litros.
Kelvin (K)

Vmolar (CNTP) = 22,4 L/mol ou 22,4 L · mol–1 ƒ n é o número de mol.


m (mol).
n = __
M
ƒ R é a constante universal dos gases.
Equação de estado de um gás
(atm L ∙ mol-1 ∙ K-1).
A partir de estudos experimentais dos gases, o francês Clap-
eyron estabeleceu uma relação matemática entre as variáveis
de estado de um gás. Essa relação é chamada equação de
estado de um gás ideal ou equação de Clapeyron:

TRANSFORMAÇÕES GASOSAS

Em estado gasoso, as substâncias: 2. A velocidade das partículas de um gás é maior quanto


1. não apresentam forma definida; maior for a temperatura.
2. não apresentam volume próprio; 3. A força de atração entre as partículas gasosas é prati-
camente nula.
3. sofrem grandes variações de volume, se as condições de
pressão e temperatura a que estão submetidas forem alteradas; 4. Submetidas à mesma temperatura, moléculas de gases
apresentam a mesma energia cinética média.
4. apresentam baixa densidade;
5. As partículas de um gás movem-se em linha reta.
5. exercem pressão: quanto maior a quantidade de gás em
6. A distância entre as partículas gasosas é muito maior do
um recipiente, maior a pressão por ele exercida.
que o tamanho das partículas.
7. Um gás tanto ocupa todo o volume do recipiente quanto
TEORIA CINÉTICA DOS GASES pode escapar dele.
1. As partículas de um gás estão em movimento constante 8. Os gases são altamente compressíveis. No entanto, sob
e desordenado. qualquer aumento de pressão, as partículas se aproximam,

374
reduzindo o volume ocupado. Gráfico pressão-volume
9. A pressão exercida pelos gases é determinada pelo
número de colisões por unidade de tempo, entre as
partículas e as paredes do recipiente, portanto, quanto
maior a quantidade de gás maior é o número de partículas,
o número de colisões e a pressão. A pressão exercida por
um gás confinado num recipiente aumenta com o aumen-
to da temperatura.
Sob o ponto de vista microscópico, o estado de um gás
é caracterizado por três variáveis: volume, temperatura e
pressão, denominadas variáveis de estado.
ƒ Volume – espaço ocupado por uma substância. No
caso dos gases, o volume de uma dada amostra é igual P1 · V1 = P2 · V2
ao volume do recipiente que a contém.
ƒ Temperatura – é a medida do grau de agitação das
partículas.
Lei de Charles/Gay-Lussac
“À pressão constante, o volume ocupado por uma mas-
ƒ Pressão – definida como força por unidade de área.
sa fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura

LEIS FÍSICAS DOS GASES


absoluta”.
Essa transformação gasosa é chamada de isobárica.
Uma dada massa de gás sofre uma transformação se ocor-
rerem variações nas suas variáveis de estado.

Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada massa de gás
ocupa um volume inversamente proporcional à pressão
exercida sobre ele”.
Essa transformação gasosa é chamada de isotérmica.

Experiência de Boyle-Mariotte

Graficamente:

375
Se a temperatura aumentar, aumenta a energia cinética Graficamente:
das moléculas. Portanto, para manter a pressão constante,
ocorre um aumento do volume.

Conclusão:

V1 __
__ V
= 2
T1 T2

Se a temperatura aumentar, aumenta a energia cinética


Lei de Gay-Lussac das moléculas. Com isso, aumenta também o número de
colisões, bem como (e consequentemente) a força aplicada
“A um volume constante, a pressão exercida por uma de-
em uma determinada área, ou seja, a pressão.
terminada massa fixa de gás é diretamente proporcional à
temperatura absoluta”. Conclusão:
Essa transformação gasosa é denominada isocórica, iso- P1 __
__ P
= 2
métrica ou isovolumétrica. T1 T2

Gás ideal × gás real


Um gás ideal é aquele cujo comportamento experimental
obedece às equações matemáticas até aqui vistas.

Equação geral dos gases


Permite conhecer o volume de um gás em determinadas
condições de temperatura e pressão e determinar seu novo
volume em outras condições de temperatura e pressão.

P · V = cte ä (para determinada massa fixa de gás).


____
T
ou

P1V1 ____
____ PV
= 2 2
T1 T2

MISTURAS GASOSAS

EQUAÇÃO GERAL DOS ƒ Para uma mistura qualquer, contendo dois ou


mais gases, a equação fica assim representada:
GASES NUMA MISTURA P1 · V1 _____
_____ +
P2 · V2 P ·V
+ ... = ____
T1 T2 T
A mistura entre dois ou mais gases sempre constitui um

PRESSÃO PARCIAL
sistema homogêneo.
ƒ Para uma mistura gasosa qualquer, a quantidade
em mol resulta: Corresponde à pressão que este gás exerceria, caso estivesse
sozinho ocupando o mesmo volume e à mesma temperatura
Sn = n1 + n2 + ... da mistura.

376
Para o gás A: PA · V = nA · R · T
A pressão total do sistema corresponde à soma das Para a mistura: PTOTAL ∙ V = nTOTAL R ∙ T
pressões parciais exercidas pelos gases que compõem
PA ____
____ n nA
a mistura. =n A = PA = = ____
n . Ptotal
PTOTAL TOTAL TOTAL
A conclusão acima é chamada de lei de Dalton.
Fazendo relação idêntica com o volume parcial, temos:
Mostrando matematicamente, temos que:
Para o gás A: P · VA = nA · R · T
PTOTAL = P1 + P2 + P3 + ... + Pn ou PTOTAL = Sp Para a mistura: P ∙ VTOTAL = nTOTAL R ∙ T

VA ____
____ n nA
A pressão exercida pela mistura gasosa está dire- = n A = VA = =____
n . Vtotal
VTOTAL TOTAL TOTAL
tamente relacionada à quantidade de partículas de
cada gás. Logo, quanto mais partículas de gases houver, nA
ƒ A razão n____ é chamada de fração molar (X), que cor-
maior será a pressão parcial de cada gás e, consequente- TOTAL

mente, maior será a pressão total. responde a um quociente entre uma quantidade
de mol e a quantidade total de mol da mistura.

VOLUME PARCIAL ƒ A fração molar é adimensional e é sempre um número


menor que 1.
Corresponde ao volume que este gás ocuparia, caso esti-
ƒ A soma das frações molares de cada gás numa mistura
vesse sozinho submetido à pressão P da mistura, na tem-
é sempre igual a 1.
peratura T da mistura.
VA
ƒ A razão ____ é chamada de fração volumétrica,
VTOTAL
O volume que um gás ocupa em uma mistura gaso-
que corresponde a um quociente entre um vo-
sa é exatamente igual à soma dos volumes parciais
de todos os gases que compõem a mistura. lume do gás e o volume total da mistura.

A conclusão acima é chamada de lei de ƒ Essa razão é adimensional.


Amagat. Mostrando matematicamente, temos que: ƒ A soma das frações volumétricas é igual a 1.

VTOTAL = V1 + V2 + V3 + ... + Vn ou VTOTAL = Sv


nA ____ P VA ____
XA = n____ = A = ____ = % em volume= 1
TOTAL PTOTAL VTOTAL 100%

FRAÇÃO MOLAR
Relacionando a pressão parcial de um gás A com a pres-
são total da mistura e tirando a razão entre eles, temos:

DENSIDADE DOS GASES, EFUSÃO E DIFUSÃO GASOSA


m com a equação de Clapey-
DENSIDADE DOS GASES Relacionada a expressão d = __
ron, obtém-se a equação:
V

A densidade é uma grandeza que relaciona a massa e o


volume ocupado por certa amostra de matéria. P·M
d = ____
R·T
m
d = __
V
A densidade de um gás pode ser calculada mediante essa ex-
pressão, mas, em razão de o volume de um gás ser facilmente DIFUSÃO E EFUSÃO
afetado pelas condições de pressão e temperatura, o cálculo A difusão gasosa é o processo espontâneo de transporte
de sua densidade deve considerar os valores dessas grandezas. de massas gasosas num sistema. As moléculas movem-se

377
espontaneamente de modo que o gás sempre ocupe o condições de temperatura e pressão. Logo, a velocidade de
maior volume possível. escoamento de um gás é inversamente proporcional à raiz
quadrada de sua densidade. Essa lei é válida tanto para
A efusão é o escoamento espontâneo das moléculas gas-
difusão quanto para efusão.
osas através de orifícios, como um gás que atravessa pare-
des porosas ou tubos capilares na separação de misturas ___ ___
gasosas. VA
___ MB
dB ___
__
Um gás com maior densidade tem velocidade menor
que a de outro gás com menor densidade, nas mesmas √ √
VB = dA = MA

378
U.T.I. - SALA 4. (UFG) Uma lata de refrigerante tem o volume total
de 350 mL. Essa lata está aberta e contém somente
o ar atmosférico, e é colocada dentro de um forno
1. (Unicamp) O processo de condenação por falsifica- a 100 °C. Após a lata atingir essa temperatura, ela
ção ou adulteração de produtos envolve a identificação é fechada. A seguir, tem sua temperatura reduzida a
do produto apreendido. Essa identificação consiste em 25 °C. Com o decréscimo da temperatura, ocorre
descobrir se o produto é aquele informado e se os com- uma redução da pressão interna da lata que levará
ponentes ali contidos estão na quantidade e na concen- a uma implosão. Ante o exposto, calcule a pressão
tração indicadas na embalagem. no interior da lata no momento imediatamente an-
Dados: citrato de sildenafila (C22H30N6O4S · C6H6O7;666,7 g/mol) terior à implosão e o volume final após a implosão.
e tadalafila (C22H19N3O4;389,4 g/mol).

U.T.I. - E.O.
a) Considere que uma análise da Anvisa tenha desco-
berto que o comprimido de um produto apresentava
5,2 . 10–5 mol do princípio ativo citrato de sildenafi-
la. Esse produto estaria ou não fora da especificação, 1. Uma vez que as massas atômicas do oxigênio
dado que a sua embalagem indicava haver 50 mg e do sódio são, respectivamente, 16 e 23, então a
dessa substância em cada comprimido? Justifique sua massa de 23 átomos de oxigênio é a mesma que
resposta. a de 16 átomos de sódio. Essa afirmativa é verda-
b) Duas substâncias com efeitos terapêuticos seme- deira ou falsa? Justifique.
lhantes estariam sendo adicionadas individualmen-
te em pequenas quantidades em energéticos. Essas 2. Considere uma xícara que contém 180 mL de água.
substâncias são o citrato de sildenafila e a tadalafila. Determine, respectivamente, o número de mol de mo-
Se uma amostra da substância adicionada ao ener- léculas de água, o número de moléculas de água e o
gético fosse encontrada, seria possível diferenciar entre número total de átomos (massas atômicas = H = 1,0; O
o citrato de sildenafila e a tadalafila, a partir do teor = 16; Número de Avogadro = 6,0 · 1023; densidade da
de nitrogênio (N = 14 g/mol) presente na amostra? água = 1,0 g/mL).
Justifique sua resposta.
3. O limite de O3 na troposfera, permitido por lei, é
2.(UFPR) O carbonato de sódio é um composto largamente de 160 microgramas por m3 de ar. No dia 30/07/95,
usado para corrigir o pH em diversos sistemas, por exem- na cidade do Rio de Janeiro, foi registrado um índi-
plo, água de piscina. Na forma comercial, ele é hidratado, ce de 760 microgramas de O3 por m3 de ar. Quantos
o que significa que uma quantidade de água está incluída mol de O3 por m3 de ar foram encontrados acima do
na estrutura do sólido. Sua fórmula mínima é escrita como limite permitido por lei, no dia considerado?
Na2CO3 · xH2O, em que x indica a razão de mols de água (Dado: 1 micrograma = 10–6 g)
por mol de Na2CO3. O valor de x pode ser determina-
do através de uma análise gravimétrica. Uma amostra 4. Estudos apontam que a amônia (NH3), adicionada
de 2,574 kg do sal hidratado foi aquecida a 125 °C, de ao tabaco, aumenta os níveis de absorção de nicotina
modo a remover toda a água de hidratação. Ao término, pelo organismo. Nos cigarros brasileiros, nos quais
a massa residual de sólido seco foi de 0,954 kg. os níveis médios de amônia são de 14 mg/cigarro,
Dados: M(g/mol): Na2CO3 = 106; H2O = 18. encontram-se, aproximadamente, quantas moléculas
de amônia por cigarro?
a) Calcule a quantidade de matéria presente no sal
seco. Mostre claramente seus cálculos. 5. Em uma prova de atletismo, um atleta gasta cer-
b) Calcule a quantidade de matéria de água que foi remo- ca de 720 kcal, o que equivale a 180 g do carboi-
vida pelo aquecimento. Mostre claramente seus cálculos. drato C3H6O3. A partir dessas informações, é cor-
c) Calcule a razão entre os resultados dos itens b) e a). reto afirmar que essa quantidade de carboidrato
d) Forneça a fórmula mínima do sal hidratado incluin- corresponde a quantos mol de carboidrato?
do o valor de x.
6. O hidrogênio, por ser mais leve que o ar, foi muito
3. (Udesc) Os compostos reduzidos de enxofre, prin- usado no passado para encher balões dirigíveis. Con-
cipalmente o sulfeto de hidrogênio (H2S), um gás de tudo, existe um grande risco de explosão. Sabe-se que
cheiro desagradável, são formados por atividade bac- a produção de hidrogênio pode ser realizada a partir
teriana anaeróbica em “lixões”. Ele pode ser removi- do metano com vapor de água, segundo a seguinte
do do ar por uma variedade de processos, entre eles, reação não balanceada CH4(g) + H2O(g) o CO2(g) + H2(g).
o bombeamento através de um recipiente com óxido
Qual a massa de CH4, em kg, consumida nesse processo
de ferro (III) hidratado, o qual se combina com sulfeto
para produzir um volume de gás hidrogênio nas CNTP
de hidrogênio:
capaz de encher um balão dirigível de 560 m3?
Fe2O3 · H2O(s) + 3H2S(g) o Fe2S3(s) + 4H2O(ℓ)
Se 208 g de Fe2S3 são obtidos pela reação, qual a quan- 7. Um balão de volume constante de 273 L é cheio com
tidade de H2S removida? Considere que Fe2S3 · H2O está oxigênio gasoso até alcançar a pressão interna de 4,1 atm
em excesso e que o rendimento da reação é de 100%. a 0 ºC. De acordo com estas informações, determine:

379
Dados: massa molar do O2 = 32 g · mol–1 tanque de 82 L, à temperatura de 300 K e pressão de
R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1 150 atm, sofre combustão. Admita que o metano ar-
mazenado no tanque se comporte como um gás ideal.
a) o número de mol do gás, no balão;
Dados: R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1; H = 1; C = 12; O = 16.
b) a massa do gás, no balão.
Reação: CH4 + O2 o CH2O + H2O
8. O air bag é uma bolsa de náilon fino, com volume de
cerca de 80 litros e que, em caso de colisão, é preenchi- 12. (UEPG) Foram misturados 5,0 g de cloreto de sódio e
da rapidamente (# 40 ms) com N2 gasoso. O N2 gasoso é 18,0 g de nitrato de prata ambos em solução aquosa, o
proveniente da seguinte sequência de reações: que levou à formação de um precipitado branco de clo-
2NaN3(s) o 2Na(s) + 3N2(g) reto de prata. Com relação à reação ocorrida, assinale
o que for correto.
10Na(s) + 2KNO3(s) o K2O + 5Na2O(s) + N2(g)
Dados: Na = 23; O = 16; Ag = 108; N = 14.
Sabendo-se que a massa molar do NaN3 é igual a 65 g/mol 01) A equação balanceada para essa reação é a se-
e considerando-se que, nas condições de reação, (I) 1 mol guinte: NaCℓ(aq) + AgNO3(aq) o NaNO3(aq) + AgCℓ(s).
de NaN3 produz, ao final do processo, 1,6 mol de N2 com 02) O reagente em excesso na reação é o NaCℓ.
100% de rendimento e (II) 1 mol de N2 gasoso ocupa um 04) A massa que sobra do reagente em excesso após
volume de, aproximadamente, 25 litros, calcule a massa a ocorrência da reação é de 3,5 g.
de NaN3 necessária para produzir 4 (quatro) litros de N2
08) A massa do precipitado de AgCℓ formado é de
nessas condições. Apresente seus cálculos.
44,1 g.
9. Nos frascos de desodorante spray, usavam-se como 16) O reagente limitante da reação é o AgNO3.
propelentes compostos orgânicos conhecidos como 13. (UFTM) O cloreto de cálcio, por ser um sal higroscópi-
clorofluorocarbonos. As substâncias mais emprega- co, absorve umidade com facilidade. Devido a essa pro-
das eram CCøF3 (Freon 12) e C2Cø3F3 (Freon 113). Num priedade, é utilizado como agente secante nos laborató-
galpão abandonado, foi encontrado um cilindro supos- rios de química e pode ser preparado a partir da reação
tamente contendo um destes gases. Identifique qual é de calcário com ácido clorídrico.
o gás, sabendo-se que o cilindro tinha um volume de
10,0 L, a massa do gás era de 85 g e a pressão era de CaCO3(s) + 2HCℓ(aq) o CaCℓ2(aq) + H2O(ℓ) + CO2(g)
2,00 atm a 27 °C. A partir do resfriamento da solução aquosa de cloreto
Dados: massas molares em (g · mol–1): H = 1, C = 12, de cálcio, resultante da reação apresentada, forma-se
F = 19, Cℓ = 35,5. o CaCℓ2(s).
a) Descreva os processos de separação envolvidos na
10. (UFG) Um cilindro contendo 64 g de O2 e 84 g de obtenção do sólido CaCℓ2.
N2 encontra-se em um ambiente refrigerado a –23 °C. b) Calcule a massa de cloreto de cálcio que pode ser
O manômetro conectado a esse cilindro indica uma obtida a partir da reação de 625 g de calcário conten-
pressão interna de 4 atm. Além disso, o manômetro do 80% de CaCO3 com excesso de solução de HCℓ.
também indica um alerta de que as paredes do cilin-
dro suportam, no máximo, 4,5 atm de pressão. Devi- 14. (Unesp) O cloreto de cobalto(II) anidro, CoCℓ2 é um
do a uma falha elétrica, a refrigeração é desligada sal de cor azul, que pode ser utilizado como indicador
e a temperatura do ambiente, em que o cilindro se de umidade, pois torna-se rosa em presença de água.
encontra, se eleva a 25 °C. Obtém-se esse sal pelo aquecimento do cloreto de co-
Dado: R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1 balto(II) hexa-hidratado, CoCℓ2 · 6H2O de cor rosa, com
liberação de vapor de água.
a) Calcule o volume do cilindro e a pressão parcial de
cada gás nas condições iniciais em que o cilindro se sal anidro (azul) +
sal hexa-hidratado (rosa) aquecimento
encontrava. + vapor de água
b) Demonstre, por meio de cálculos, se as paredes do Determine aproximadamente a massa de sal anidro
cilindro vão resistir à nova pressão interna, a 25 °C, obtida pela desidratação completa de 0,1 mol de
após a falha elétrica. sal hidratado.
11. Recentemente, identificou-se um aumento da con- Dados: Co = 58,9; Cℓ = 35,5.
centração de metanal (CH2O) (formaldeído) no ar da
cidade de São Paulo, possivelmente ocasionado por
combustão incompleta em motores de automóveis
adaptados para uso de gás natural. Admita que o gás
natural seja constituído exclusivamente por metano e
que, durante o processo de combustão, 1% dessa subs-
tância se converte apenas em formaldeído e água.
Determine a massa, em gramas, de metanal formado
quando todo o metano, originalmente contido em um

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