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ISOLAMENTO GEOGRÁFICO

O isolamento geográfico consiste na separação de uma população por uma barreira geográfica,
formando assim subpopulações. A barreira geográfica pode ser um rio, uma montanha ou um cânion, por
exemplo.

As subpopulações começam a sofrer diferentes pressões e consequentemente os genes selecionados


em uma subpopulação serão diferentes da outra subpopulação. Em virtude da barreira geográfica, as duas
subpopulações ficarão impedidas de cruzar e as diferenças entre elas ficarão cada vez mais acentuadas.
Surgindo assim as subespécies.

Com o tempo estas subespécies podem ficar tão diferentes umas das outras que se torna impossível a
reprodução entre elas. Quando isso acontece temos o isolamento reprodutivo e, consequentemente, o
surgimento de novas espécies.

O conceito de espécie mais aceito é o de Ernst Mayr, que diz que espécie é um conjunto de populações
em que os indivíduos são capazes de cruzar e se reproduzir, produzindo descendentes férteis. O processo
que leva ao surgimento de novas espécies é denominado especiação.

Quando a especiação ocorre em razão de um isolamento geográfico, denominamos de especiação


alopátrica.

Um exemplo muito conhecido deste tipo de especiação é o dos tentilhões das Ilhas Galápagos. Nas
Ilhas ocorrem cerca de 14 espécies de tentilhões e cada um apresenta um bico diferente, especializado à
sua alimentação. Acredita-se que essas espécies apresentavam um ancestral comum e estes indivíduos
migraram para as diferentes ilhas, isolando-se e impedindo o fluxo gênico.

ESPECIAÇÕES

As especiações podem ser entendidas como processos que levam à formação de novas espécies. Elas
ocorrem em virtude das diferenças surgidas no genoma de populações diferentes de uma mesma espécie
que ocasionaram o isolamento reprodutivo e, consequentemente, o aparecimento de duas espécies
diferentes. O isolamento reprodutivo consiste na incapacidade de os indivíduos trocarem os genes através
do cruzamento.

Podemos dividir a especiação em três tipos básicos, tendo em vista aspectos geográficos: especiação
alopátrica, especiação simpátrica e especiação parapátrica.

A especiação alopátrica acontece quando duas populações de uma espécie são separadas por uma
barreira geográfica. Essa barreira geográfica, que pode ser uma montanha, um deserto ou floresta, por
exemplo, causa uma separação espacial (alopatria). Nesse caso, falamos que ocorreu um isolamento
geográfico.

Quando essas populações se separam, podem sofrer diferentes pressões, uma vez que estão em
áreas diferentes. Essas pressões, com o passar do tempo, fazem com que ocorra uma divergência
genética e, consequentemente, um possível isolamento reprodutivo. Muitos consideram esse tipo de
especiação como o principal modelo de especiação.
O efeito do fundador é um tipo especial de especiação alopátrica. Nesse processo, uma pequena parte
de uma grande população migra para fora dos ambientes da população original. A pequena população,
geralmente, é levada à extinção. Entretanto, quando as pequenas populações são bem-sucedidas, elas
são conduzidas a uma especiação mais rápida, em virtude, principalmente, da deriva genética.

Uma evidência da especiação alopátrica pode ser observada em ilhas, em que uma espécie acaba se
diferenciando na aparência e ecologia. O exemplo mais clássico são os dos tentilhões observados por
Darwin nas ilhas Galápagos, que se diferenciam principalmente pela forma do bico que é adaptada ao tipo
de alimentação de cada uma das 14 espécies.

A especiação simpátrica é aquela que ocorre sem que haja separação geográfica. Nesse caso, duas
populações de uma mesma espécie vivem em uma mesma área, mas não ocorre cruzamento entre as
populações. É comum observar que alguma modificação genética impediu esse intercruzamento, gerando
assim diferenças que levarão à especiação. É uma das especiações mais raras.

Acredita-se que a especiação simpátrica seja responsável pela grande quantidade de espécies de
peixes ciclídeos encontrados no lago africano Victoria. Segundo alguns pesquisadores, o lago foi
colonizado por apenas uma espécie ancestral.

Existe ainda a especiação parapátrica, que ocorre quando duas populações de uma mesma espécie
diferenciam-se e ocupam áreas contíguas, mas ecologicamente distintas. Por estarem em áreas de
contato, é possível o intercruzamento, que acaba gerando híbridos. Essas áreas são chamadas de zona
híbrida e acabam se tornando uma barreira ao fluxo gênico entre as espécies que estão se formando.

Podemos citar como exemplo de especiação parapátrica o caso da grama Anthoxanthum. Parte dessa
espécie diferenciou-se graças à presença de metais no solo, passando a ter floração em época diferente, o
que impossibilitou o cruzamento com a população original.

CONCLUSÃO

Isolamento geográfico é a separação física de subpopulações de uma espécie. As barreiras que


isolam as subpopulações podem ser um rio que corta uma planície, um vale que divide dois planaltos ou
um braço de mar que separa ilhas e continentes.

Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie
ancestral. De modo geral, para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se
separem e deixem de se cruzar.

FONTES:
● https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/isolamento-geografico.htm
● SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Especiação"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/especiacao.htm. Acesso em 16 de maio de 2022.

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