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Capítulo 5 - Especiação Anotações e destaques Detalhes

Capítulo 5

Especiação

A palavra espécie tem origem latina e significa “tipo” ou “aparência”. Um ornitólogo,


por exemplo, consegue diferenciar as espécies de aves por meio da análise de suas
características morfológicas e comportamentais, como tamanho, plumagem, bico, ninho,
canto etc.

Os populares guias de campo – usados para identificar espécies de aves, mamíferos,


insetos ou plantas – existem porque a maioria das espécies constitui uma unidade coesa,
formada por indivíduos com aparência similar, com algumas variações. Desse modo,
pode-se facilmente perceber que todos os canários-da-terra, sejam eles de Minas Gerais
ou do Ceará, pertencem à mesma espécie, embora nem todos os indivíduos apresentem
a plumagem com o mesmo tom de amarelo. Como decidir, então, se indivíduos
semelhantes, mas distinguíveis, devem pertencer a diferentes espécies ou ser
considerados membros de uma mesma espécie?

Uma das principais ideias que guia essas decisões é o conceito biológico de espécie.
Se indivíduos de uma mesma população podem se intercruzar, mas não podem cruzar
com indivíduos de outras populações, eles constituem um grupo distinto no qual ocorre
fluxo gênico, ou seja, eles são unidades evolutivas independentes. Essas unidades
evolutivas independentes são chamadas de espécies.

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Espécie
Há mais de 200 anos, o biólogo sueco Carolus Linnaeus descreveu centenas de
espécies, desenvolvendo um sistema para nomeá-las, que é utilizado até hoje. Como
nada se sabia sobre as relações evolutivas dos organismos que Linnaeus estava
nomeando, ele os classificou com base em suas aparências; em outras palavras, utilizou
o conceito morfológico de espécie. Em muitos casos, espécies que foram reconhecidas
com base em sua morfologia mostraram ser unidades evolutivas independentes.
Atualmente, as espécies continuam sendo identificadas por seu aspecto morfológico,
embora, com frequência, também sejam utilizados dados moleculares.

Uma definição de espécie que tem sido utilizada por muitos biólogos é o conceito
biológico de espécie, proposto por Ernst Mayr, em 1942.

Espécies são grupos de populações naturais que se cruzam ou potencialmente se


intercruzam, estando isolados reprodutivamente de outros grupos.
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O trecho “que se cruzam ou potencialmente se intercruzam” significa que, mesmo
que alguns membros da espécie não estejam no mesmo lugar e, portanto, estejam
impossibilitados de se intercruzar, eles não devem ser classificados como espécies
distintas, pois poderiam intercruzar-se caso estivessem juntos. Ademais, a troca de
material genético afeta o processo evolutivo, haja vista que o fluxo gênico é a principal
razão pela qual uma espécie se mantém como uma unidade coesa. No entanto, decidir se
duas populações são ou não compostas por espécies distintas pode ser difícil, pois a
formação de novas espécies envolve, na maioria das vezes, processos que geram
mudanças contínuas e graduais. As populações de uma espécie podem acumular
mudanças independentemente, até se tornarem incompatíveis reprodutivamente –
podem se tornar incompatíveis antes mesmo de desenvolverem quaisquer diferenças
morfológicas notáveis.

Especiação
A especiação é um evento evolutivo em que ocorre a formação de novas espécies.
Esse evento é marcado pelo isolamento reprodutivo entre populações de uma linhagem.

A especiação pode ser classificada em dois principais tipos: alopátrica e simpátrica.

Especiação alopátrica

A especiação alopátrica ocorre quando há separação geográfica de uma população,


seguida de isolamento reprodutivo. As separações geográficas provocam a divisão da
população em dois ou mais grupos, e, ao longo do tempo, por meio de processos
evolutivos como mutação, recombinação e seleção natural, cada grupo se diferencia até
apresentar o seu próprio conjunto genético.

Caso a separação geográfica deixe de existir e as populações voltem a ter contato,


elas não conseguirão estabelecer fluxo gênico se estiverem isoladas reprodutivamente.
Assim, diz-se que houve especiação e formaram-se duas ou mais espécies diferentes. A
especiação alopátrica é a que tem maior consenso entre os cientistas.

De modo geral, a separação geográfica de uma população ocorre por meio da


formação de uma barreira física, como o soerguimento de uma montanha ou o
surgimento de um rio.

A separação de placas tectônicas, as transgressões marinhas ou as mudanças do


clima também podem ser consideradas barreiras. A pressão distinta exercida por parte
de cada ambiente sobre cada uma das populações é o que faz elas evoluírem de modo
diferente, ao longo do tempo.

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Esquema de especiação alopátrica em uma população de besouros.

De maneira alternativa, a especiação alopátrica pode ocorrer quando alguns


membros de determinada população cruzam uma barreira e formam uma nova
população. Nesse caso, as populações recém-formadas diferenciam-se geneticamente
das populações parentais ao longo do tempo a partir de uma representação incompleta
dos genes encontrados na população-fonte.

As espécies de tentilhões do arquipélago de Galápagos, a 1 000 km da costa do


Equador, demonstram a importância do isolamento geográfico na especiação. Esses
tentilhões podem ter surgido em Galápagos pela especiação de uma única espécie sul-
americana, que colonizou as ilhas. Hoje, existem 14 espécies de tentilhões em
Galápagos, e todas diferem entre si e de seu ancestral comum mais próximo de acordo
com as características ambientais das ilhas que habitam.

A efetividade de uma barreira para impedir o fluxo gênico depende, entre outras
coisas, do tamanho e da mobilidade da espécie em questão. Uma barreira intransponível
para uma lesma terrestre pode ser totalmente desprezível para uma borboleta ou um
pássaro. Populações de plantas polinizadas pelo vento estão isoladas pela distância
máxima que seu pólen atinge ao ser transportado pelo vento, embora as plantas estejam
isoladas, individualmente, por distâncias bem menores. Entre as plantas polinizadas por
animais, a amplitude da barreira é determinada pela distância a qual os animais
percorrem transportando pólen. Mesmo animais com grande capacidade de dispersão
tendem a ser relutantes em cruzar faixas estreitas de hábitat inóspito. Para animais que
não podem nadar ou voar, até pequenos cursos-d'água podem ser barreiras efetivas.

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Especiação simpátrica
A especiação simpátrica ocorre sem que haja separação geográfica de uma
população. Ela pode ocorrer, por exemplo, quando a seleção natural atua em duas
direções opostas ao mesmo tempo, ou seja, favorecendo dois fenótipos diferentes ao
mesmo tempo. Assim, mesmo sem o isolamento geográfico, pode ocorrer especiação
dentro da população.

O modo mais comum de especiação simpátrica é por poliploidia, ou seja, aumento


no número dos cromossomos. A poliploidia pode surgir por mutações que acontecem
durante a divisão celular e que promovem a formação de gametas diploides em vez de
haploides. Durante a fecundação entre gametas diploides, por exemplo, o zigoto
formado terá quatro conjuntos de cromossomos, ou seja, será tetraploide. Tal indivíduo
será incapaz de produzir prole fértil caso cruze com diploides, pois não ocorrerá o
pareamento adequado dos cromossomos.

A poliploidia pode criar novas espécies mais facilmente entre as plantas do que entre
os animais, uma vez que várias espécies de plantas podem reproduzir-se por auto-
fecundação. Estima-se que cerca de 70% das angiospermas e 95% das espécies de
pteridófitas são poliploides. A maioria dessas espécies surgiu como resultado da
hibridização entre duas espécies, seguida por autofecundação.

A velocidade com que a poliploidia é capaz de produzir novas espécies é ilustrada


pelas plantas do gênero Tragopogon, da mesma família do girassol. Esse gênero
compreende plantas herbáceas que crescem em áreas degradadas, ao redor das cidades.
Descuidadamente, as pessoas espalharam essas plantas ao redor do mundo, muito além
de sua distribuição ancestral na Eurásia. Três espécies diploides de Tragopogon foram
introduzidas na América do Norte, no início do século XX: T. porrifolius, T. pratensis e T.
dubius. Dois híbridos tetraploides – T. mirus e T. miscellus –, originados com base nas três
espécies ancestrais, foram descritos, pela primeira vez, em 1950. Ambos os híbridos se
espalharam desde sua descoberta e atualmente ocupam uma área maior que a de seus
ancestrais diploides.

Esquema de especiação simpátrica por poliploidia em plantas do gênero Tragopogon.

Entre os animais, a especiação simpátrica é aparentemente rara, mas pode ser


resultado de uma seleção por pressão seletiva de hábitat. Um bom exemplo de
especiação simpátrica é o caso da mosca-da-fruta (Rhagoletis pomonella) no estado de
Nova York. Até a metade do século XIX, essas moscas faziam a corte, cruzavam e
depositavam seus ovos apenas em frutos do pilriteiro. As larvas aprendiam o cheiro do
pilriteiro à medida que se alimentavam dos frutos e, quando emergiam da fruta,
utilizavam essa memória olfativa para localizar outros pilriteiros, com o objetivo de se
reproduzir e depositar os ovos.
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Cerca de 150 anos atrás, grandes culturas comerciais de maçã foram plantadas no
vale do Rio Hudson. As macieiras são bem parecidas com os pilriteiros, e algumas fêmeas
de Rhagoletis, talvez por engano, depositaram seus ovos nas maçãs. Suas larvas não
cresceram tão bem quanto as larvas depositadas em pilriteiros, mas muitas conseguiram
sobreviver. Essas larvas aprenderam a reconhecer o cheiro das maçãs, de modo que,
quando emergiram como adultos, procuraram macieiras, nas quais cruzaram com outras
moscas que haviam crescido nas maçãs. Atualmente, existem duas subespécies de
Rhagoletis no vale do Rio Hudson: uma se alimenta dos frutos do pilriteiro; e a outra, de
maçãs. As duas subespécies estão isoladas reprodutivamente porque cruzam apenas
com indivíduos crescidos na mesma fruta e emergem da pupa em períodos diferentes.

SAIBA MAIS

Anagênese e cladogênese

Há dois mecanismos evolutivos que levam à especiação: anagênese e


cladogênese. Diz-se que ocorreu anagênese quando há, ao longo do tempo, o
surgimento de uma nova espécie após uma linhagem acumular características
que a tornam diferente da original. É com base nesse mecanismo que uma
determinada característica pode ser modificada e/ou substituída por outra,
acarretando a evolução da espécie. A mutação, a recombinação e a seleção
natural são eventos envolvidos na anagênese.

A cladogênese, por sua vez, ocorre quando uma espécie dá origem a duas ou
mais espécies. Isso pode acontecer quando uma população de uma mesma
espécie é dividida por uma barreira geográfica. Por causa da separação, a
seleção natural vai atuar de maneiras diferentes em cada população, de modo
que serão acumuladas características distintas em cada uma, podendo resultar
em alterações anatômicas e funcionais que impeçam a reprodução entre as duas
populações. Assim, pela ausência de fluxo gênico entre elas, duas espécies
diferentes podem ser originadas com o passar do tempo.

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TOME NOTA

O isolamento geográfico não leva necessariamente à incompatibilidade


reprodutiva. Por exemplo, os plátanos americano e europeu foram separados um
do outro há aproximadamente 20 milhões de anos. Apesar disso, essas plantas
são muito semelhantes morfologicamente
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não possuem características que impeçam o cruzamento entre os indivíduos
dessas duas populações.

Mecanismos de isolamento
reprodutivo
Os processos evolutivos ocorridos em duas ou mais populações, estejam elas isoladas
geograficamente ou não, levam ao acúmulo de diferenças entre elas, o que pode
ocasionar o isolamento reprodutivo. Assim, sem conseguir trocar genes, essas
populações se tornam espécies distintas.

Existem dois tipos de barreiras quanto ao isolamento reprodutivo: barreiras pré-


zigóticas e pós-zigóticas.

Barreiras pré-zigóticas

Os mecanismos de isolamento reprodutivo que operam antes da formação do zigoto


evitam que indivíduos de espécies diferentes cruzem ou que os gametas se encontrem.
As barreiras pré-zigóticas incluem:

Isolamento de hábitat – Indivíduos de espécies diferentes podem selecionar


diferentes lugares no ambiente para viver. Como resultado, eles podem não ter
contato durante seus respectivos períodos de corte, ou seja, eles ficam isolados
reprodutivamente devido à sua localização.

Isolamento sazonal – Muitos organismos têm períodos de acasalamento em


diferentes épocas do ano. Se o período de acasalamento de duas espécies não se
sobrepuser, elas estarão isoladas reprodutivamente pelo tempo.

Isolamento mecânico – Diferenças no tamanho e na forma dos órgãos reprodutivos


podem impedir a cópula. Essa diferença também pode acontecer em plantas, quando
o tubo polínico não consegue se formar no estigma da flor.

Isolamento gamético – Os gametas de uma espécie podem ser incapazes de se


fecundarem por incompatibilidade química entre ambos.

Isolamento etológico – Em várias espécies, a corte é um comportamento essencial


para a reprodução. Após ser cortejada, a fêmea escolhe o parceiro com quem irá
copular. Assim, a corte feita pelo macho deve ser compatível com a espécie da fêmea
cortejada, caso contrário, eles não irão se reproduzir.

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Exibição de macho da família Pipridae para fêmea, em ritual de acasalamento.

Barreiras pós-zigóticas

Os mecanismos de isolamento reprodutivo que operam depois da formação do zigoto


impedem a troca de genes, mesmo que os indivíduos de duas populações cruzem entre
si. As barreiras pós-zigóticas incluem:

Inviabilidade do zigoto híbrido – Os zigotos híbridos não têm o desenvolvimento


embrionário correto, o que torna sua maturação pouco viável e provoca sua morte.

Infertilidade do híbrido – Nesse caso, os híbridos apresentam gônadas defeituosas


ou meiose anômala. Por exemplo, a mula e o burro, prole do cruzamento entre éguas
(Equus caballus) e jumentos (Equus asinus), são estéreis, não produzindo
descendentes.

Inviabilidade do híbrido – A prole híbrida sobrevive e é fértil, mas é pouco adaptada,


o que reduz sua viabilidade na população.

Deterioração da segunda geração – Nesse caso, a primeira geração é normal e fértil,


mas seus descendentes são estéreis, pois, durante a formação dos gametas, a
recombinação genética é incompatível.

Se a prole híbrida sobreviver ou se reproduzir de forma pouco efetiva, as barreiras


pós-zigóticas podem ser reforçadas pelo surgimento de barreiras pré-zigóticas. Mais
dessas barreiras devem evoluir se os indivíduos envolvidos nos cruzamentos híbridos
deixarem menos descendentes vivos do que os indivíduos que se cruzam apenas com
indivíduos da sua própria espécie.

O reforço de barreiras pré-zigóticas foi demonstrado em algumas populações


estudadas em laboratório, mas ainda são poucos os trabalhos que mostram evidências
disso na natureza. Em muitas espécies de plantas, porém, os híbridos são férteis. No
caso de as plantas híbridas atingirem o isolamento reprodutivo, fala-se em especiação
por hibridização.

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A esterilidade do híbrido é um dos mecanismos de isolamento reprodutivo pós-zigótico.

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LEITURA COMPLEMENTAR

O alemão que intuiu o passado da Amazônia

O ornitólogo Jürgen Haffer formulou, em 1969, a teoria dos refúgios florestais. Sua
influência reverbera na academia até hoje

[...]

Os dados e insights adquiridos por Haffer, ao longo de 10 anos de trabalho de


campo de ornitologia nas selvas da Colômbia, levaram-no a formular uma nova
teoria da especiação na Amazônia, a chamada Teoria dos Refúgios.

Haffer percebeu que a elevação dos Andes não poderia ter sido a única
responsável, nem a mais importante variável, para explicar a incrível diversidade
de aves na Amazônia. Haffer passou a defender que a origem da biodiversidade
amazônica se devia às flutuações climáticas no globo durante o período
Pleistoceno, os últimos 2,5 milhões de anos, quando ocorreram ao menos dez
eras glaciais.

Haffer formulou a hipótese da existência, no Pleistoceno, de refúgios florestais.


Com a queda das temperaturas no planeta, a Floresta Amazônica teria em
diversas ocasiões, reduzido sua extensão, suas flora e fauna originais,
permanecendo isoladas por longos períodos em “ilhas” de floresta, cercadas por
“mares” de cerrado. Nesses refúgios florestais, as populações de pássaros teriam
divergido em isolamento, formando subespécies e, eventualmente, dando
origem a novas espécies. Segundo
Avaliar Haffer, a imensidão dos rios amazônicos teria
exercido papel importante como barreira para o contato entre dois grupos de
uma mesma espécie, o que teria contribuído ainda mais para a diversificação e
especiação das aves (em termos científicos, isso se chama especiação por
vicariância).

No Brasil, e apenas para citar dois exemplos, as carreiras de pesquisadores


importantes como o herpetólogo (e sambista) Paulo Vanzolini, do Museu de
Zoologia da Universidade de São Paulo, e o geógrafo Aziz Ab'Saber (1924-2012),
também da USP, foram indelevelmente marcadas pela teoria dos refúgios.

Praticamente ao mesmo tempo, Vanzolini chegava, em 1970, às mesmas


conclusões de Haffer. Para ele estava claro que o processo de especiação podia
ser iniciado por eventos de vicariância. Porém, na Floresta Amazônica, não
parecia haver eventos que justificassem a diversidade de espécies. Por meio de
seus estudos com répteis, Vanzolini propôs que o clima amazônico poderia ter
variado entre semiárido e úmido.

Já Ab'Saber expandiu a teoria dos refúgios (que originalmente só tratava de


aves) para o reino vegetal. Ab'Sáber interpretou quais teriam sido os tipos
vegetacionais que se expandiram e regrediram durante as flutuações climáticas
do Pleistoceno, conceituando os refúgios como sendo as áreas que preservaram
a vegetação úmida, ou seja, remanescentes da vegetação tropical que havia se
expandido no passado.

[...]

MOON, Peter. O alemão que intuiu o passado da Amazônia. O eco, 15 mar. 2020. Disponível em: https://
www.oeco.org.br. Acesso em: 28 jun. 2021.

ATIVIDADES ESSENCIAIS

Questão 01

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O esquema ilustra uma população de insetos separada em duas novas populações por
uma barreira geográfica. Com o passar de milhares de anos, as novas populações
adquirem diferenças entre si.

Uma vez que as duas novas populações ficaram impossibilitadas de realizarem


cruzamentos e, consequentemente, impossibilitadas de gerarem descendentes férteis,
pode-se afirmar que ocorreu o processo de

a) especiação.

b) hibridização.

c) deriva genética.

d) convergência evolutiva.

e) formação de novas raças.

Questão 02
A afirmação “os seres humanos e os macacos possuem um ancestral comum” corrobora a
ideia da especiação por

a) mutação.

b) anagênese.

c) cladogênese.

d) partenogênese.

e) convergência evolutiva.

Questão 03

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Duas espécies de plantas intimamente relacionadas (do mesmo gênero) são encontradas
em uma floresta, produzem flores na mesma época e partilham os mesmos
polinizadores. No entanto, mesmo que ocorra polinização entre indivíduos das duas
espécies, não haverá produção de frutos e sementes. Que tipo de barreira reprodutiva
mantém essas espécies separadas na natureza?

a) Barreira pré-zigótica de isolamento temporal.

b) Barreira pré-zigótica de isolamento gamético.

c) Barreira pós-zigótica de inviabilidade do híbrido.

d) Barreira pós-zigótica de esterilidade do híbrido.

e) Barreira pós-zigótica de isolamento temporal.

Questão 04
Sabendo-se que existem diferentes formas de definir espécie, assinale a opção que
apresenta corretamente seu conceito biológico.

a) O menor grupo diagnóstico de indivíduos onde exista um padrão de ancestralidade e


descendência.

b) Um grupo de organismos que são fenotipicamente similares e que parecem diferentes


de outros grupos de organismos.

c) Uma linhagem ou conjunto de linhagens que ocupam uma zona adaptativa


minimamente diferente de outras linhagens e que evolui separadamente de todas as
outras linhagens.

d) Grupo de organismos atualmente ou potencialmente intercruzantes,


reprodutivamente isolado de outros grupos.

e) Grupo de indivíduos fenotipicamente similares que não podem se intercruzar.

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ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01

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Leia o trecho extraído do livro O maior espetáculo da Terra, do biólogo evolutivo e
escritor britânico Richard Dawkins.

“… imaginemos que toda a terra firme fosse reunida em um imenso continente no meio
de um mar sem outros acidentes geográficos. Não há ilhas perto da costa, nem lagos ou
cordilheiras em terra: nada para quebrar a monótona, uniforme vastidão. Em um mundo
assim, um animal pode ir facilmente de uma parte a qualquer outra, limitado apenas
pela distância, jamais tolhido por barreiras inóspitas. Esse não é um mundo favorável à
evolução. A vida na Terra seria uma tremenda chatice se não houvesse ilhas.”

DAWKINS, Richard. O maior espetáculo da Terra. 2009.

A afirmação de que “esse não é um mundo favorável à evolução” baseia-se na premissa


de que, em um mundo assim, onde animais de reprodução sexuada podem ir facilmente
de uma parte a qualquer outra, pode ocorrer

a) especiação alopátrica, mas não divergência adaptativa.

b) divergência adaptativa, mas não migração.

c) deriva genética, mas não seleção natural.

d) especiação simpátrica, mas não seleção natural.

e) seleção natural, mas não especiação alopátrica.

Questão 02
Do cruzamento entre plantas de trigo de Triticum turgidum (28 cromossomos) e de
Triticum tauschii (14 cromossomos) surgiu um indivíduo estéril de 21 cromossomos.
Erros no processo meiótico deste híbrido permitiram o surgimento do Triticum sativum
(42 cromossomos) em um evento que denominamos de especiação por poliploidia.

O evento descrito corresponde a um caso de especiação

a) alopátrica.

b) simpátrica.

c) por evolução disruptiva.

d) por isolamento reprodutivo.

e) por convergência adaptativa.

Questão 03

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De acordo com evidências científicas, novas espécies surgem normalmente por
diversificação de uma espécie ancestral, por meio de dois diferentes processos: a
especiação alopátrica e a especiação simpátrica. Sobre especiação, analise os seguintes
eventos:

I. Acúmulo de diferenças genéticas entre as populações.

II. Estabelecimento de isolamento reprodutivo.

III. Surgimento de barreira geográfica.

A sequência correta em que esses eventos ocorrem no processo de especiação alopátrica


é

a) III, I e II.

b) II, III e I.

c) I, II e III.

d) I, III e II.

e) III, II e I.

Questão 04

Avaliar
O esquema a seguir se refere a dois modelos de especiação (A e B).

Considere as afirmações relacionadas ao esquema:

I. O modelo A representa um exemplo de especiação alopátrica, que pressupõe a


ocorrência de isolamento geográfico.

II. O modelo A representa especiação por anagênese, que envolve seleção natural e
adaptação a modificações graduais nas condições ambientais.

III. O modelo B representa especiação por cladogênese, que envolve isolamento de


populações, adaptação a diferentes ambientes e isolamento reprodutivo.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) II e III, apenas.

Questão 05

Avaliar
Analise as informações a seguir, relacionadas aos mecanismos de isolamento
reprodutivo.

I. Os sapos do gênero Scaphiopus vivem em diferentes tipos de solo.

II. Existem insetos que acasalam em diferentes horários, durante a noite.

III. As fêmeas de vaga-lumes não respondem aos sinais de luz emitidos pelos machos
de outras espécies.

IV. O pólen de uma espécie de angiosperma é transferido ao estigma de outra espécie,


mas os tubos polínicos não atingem os óvulos devido ao fato de crescerem
lentamente.

Com relação às informações apresentadas, assinale a alternativa correta.

a) Em I, o mecanismo de isolamento é mecânico, e os parceiros potenciais se encontram.

b) Em I e II, os mecanismos de isolamento são, respectivamente, de hábitat e de tempo,


e os parceiros potenciais não se encontram.

c) Em II e III, os mecanismos de isolamento são etológicos, e os parceiros potenciais se


encontram, mas não copulam.

d) Em III, o mecanismo de isolamento é mecânico, e os parceiros potenciais não se


encontram.

e) Em IV, o mecanismo de isolamento reprodutivo é pós-zigótico.

Questão 06

Avaliar
Sobre isolamento reprodutivo, avalie as afirmações a seguir.

I. Os machos das espécies Rana sylvatica e Rana pipiens possuem sons diferentes e
específicos que atraem somente as fêmeas da mesma espécie, esse é um exemplo
de isolamento reprodutivo etológico ou comportamental.

II. Plantas compatíveis que florescem em épocas diferentes são exemplos de


isolamento reprodutivo temporal.

III. Na incompatibilidade gamética, o macho e a fêmea de espécies diferentes tentam


copular, mas os órgãos sexuais são incompatíveis e não há transferência de
esperma.

IV. A mortalidade zigótica, a inviabilidade e a esterilidade do híbrido são exemplos de


mecanismos de isolamento reprodutivo pós-zigóticos.

É correto apenas o que se afirma em

a) I.

b) I e III.

c) III e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

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ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO

Questão 01

Avaliar
(ENEM) O processo de formação de novas espécies é lento e repleto de nuances e
estágios intermediários, gerando uma diminuição da viabilidade entre cruzamentos.
Assim, plantas originalmente de uma mesma espécie que não cruzam mais entre si
podem ser consideradas como uma espécie se diferenciando. Um pesquisador realizou
cruzamentos entre nove populações – denominadas de acordo com a localização onde
são encontradas – de uma espécie de orquídea (Epidendrum denticulatum). No diagrama
estão os resultados dos cruzamentos entre as populações.

Considere que o doador fornece o pólen para o receptor.

FIORAVANTI, C. Os primeiros passos de novas espécies: plantas e animais se diferenciam por meio de
mecanismos surpreendentes. Pesquisa Fapesp, out. 2013. (adaptado)

Em populações de quais localidades se observa um processo de especiação evidente?

a) Bertioga e Marambaia; Alcobaça e Olivença.

b) Itirapina e Itapeva; Marambaia e Massambaba.

c) Itirapina e Marambaia; Alcobaça e Itirapina.

d) Itirapina e Peti; Alcobaça e Marambaia.

e) Itirapina e Olivença; Marambaia e Peti.

Questão 02

Avaliar
Na região ilustrada a seguir existem três populações, A, B e C, formadas por centenas de
roedores. As populações estão isoladas, geograficamente, por uma cordilheira e um rio.

Pesquisadores realizaram os cruzamentos I, II e III entre indivíduos dessas populações e


analisaram a primeira geração de descendentes:

Cruzamento I: os descendentes eram inférteis.

Cruzamento II: 25% dos descendentes morriam nos primeiros dias e os demais, quando
adultos, eram férteis.

Cruzamento III: os cruzamentos não geraram descendentes.

Os cruzamentos realizados pelos pesquisadores comprovam que as populações

a) A e B estão se diferenciando por especiação.

b) A e C estão se diferenciando em subespécies.

c) B e C são subespécies originadas a partir da população A.

d) B e C são populações da mesma espécie em que há ocorrência de letalidade.

e) A e C são populações em que houve isolamento reprodutivo pré-zigótico.

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Questão 03

Avaliar
(Enem) Uma população (momento A) sofre isolamento em duas subpopulações
(momento B) por um fator de isolamento I. Passado um tempo, essas subpopulações
apresentam características fenotípicas e genotípicas que as distinguem (momento C),
representadas na figura pelas tonalidades de cor. O posterior desaparecimento do fator
de isolamento I pode levar, no momento D, às situações D1 e D2.

A representação indica que, no momento D, na situação

a) D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico.

b) D1 existe uma única população distribuída em gradiente.

c) D1 ocorrem duas populações separadas por isolamento reprodutivo.

d) D2 coexistem duas populações com características fenotípicas distintas.

e) D2 foram preservadas as mesmas características fenotípicas da população original A.

Questão 04

Avaliar
Recentemente, uma nova espécie de caramujo aquático foi descrita para a América do
Norte. Os pesquisadores estavam estudando o que acreditavam se tratar de duas
populações de uma espécie bem conhecida, quando observaram que os indivíduos da
população A apresentavam características morfológicas diferentes daquelas observadas
nos indivíduos da população B. Para confirmar que a população A representava uma
nova espécie, os pesquisadores analisaram e compararam o DNA dos indivíduos
provenientes das duas populações e provaram, por meio de experimentos de
laboratório, que esses indivíduos não são capazes de se acasalar. As diferenças
observadas no DNA e o fato de os indivíduos das duas populações não terem acasalado
e, portanto, não gerarem descendentes férteis foram interpretados pelos cientistas como
provas de que essas duas populações correspondem a duas espécies diferentes.

I. O mecanismo de isolamento reprodutivo entre as populações de caramujos poderia


ser do tipo pré-zigótico, já que os indivíduos não foram capazes de se acasalar.

II. Duas populações que se encontram em alopatria podem se tornar espécies


diferentes ao longo do tempo, devido à manutenção do fluxo gênico.

III. Por meio de mutações no DNA e da ausência de fluxo gênico, alelos diferentes vão
sendo fixados nas duas populações, levando à formação de duas espécies
diferentes.

IV. O isolamento geográfico pode resultar em mudanças no fenótipo, que tornam os


indivíduos incompatíveis para a reprodução.

V. O isolamento reprodutivo pode ocorrer em consequência do isolamento geográfico


e da ausência de fluxo gênico entre populações alopátricas.

É correto o que se afirma em

a) I, II e V.

b) I, II, III e IV.

c) I, III, IV e V.

d) III, IV e V.

e) I, II, III, IV e V.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

ATIVIDADES DISCURSIVAS

Questão 01

Avaliar
(FCMSCSP-Adaptada) Na América do Norte existem duas subespécies de corujas
manchadas, a coruja manchada do norte (Strix occidentalis caurina) e a coruja manchada
mexicana (Strix occidentalis lucida), que vivem em áreas geográficas diferentes.

a) Com base somente nas informações apresentadas no texto, qual tipo de especiação
originou essas duas subespécies de corujas? O que caracteriza esse tipo de
especiação?

b) Em um experimento, pesquisadores deixaram uma fêmea de coruja manchada do


norte e um macho de coruja manchada mexicana no mesmo recinto. Então
verificaram que o isolamento etológico não ocorria e que havia postura de ovos
fecundados, porém sem o desenvolvimento de embriões. O que é o isolamento
etológico? Cite o mecanismo de isolamento reprodutivo pós-zigótico que ocorreu
nesses ovos.

Questão 02
(UNICAMP) As figuras a seguir mostram o isolamento, por um longo período de tempo, de
duas populações de uma mesma espécie de planta, em consequência do aumento do
nível do mar pelo derretimento de uma geleira.

PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. Artmed Ed., 2005. p. 416. (adaptado)

a) Qual é o tipo de especiação representado nas figuras? Explique.

b) Se o nível do mar voltar a baixar e as duas populações mostradas em B recolonizarem


a área de sobreposição (figura C), como poderia ser evidenciado que realmente houve
especiação? Explique.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

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Capítulo 6 - Classificação dos seres vivos Anotações e destaques Detalhes

Capítulo 6

Classificação dos seres vivos

Coleção de aves do Museu Nacional de História Natural, localizado em Washington, nos EUA.

Desde os primórdios da humanidade, tentamos compreender a biodiversidade ao


nosso redor. É dela que obtemos alimentos, matéria-prima para a confecção de objetos e
a cura de doenças, entre outros recursos. Assim, há enorme importância em identificar
os seres vivos.

O reconhecimento de espécies, porém, exige certos critérios. As primeiras


classificações biológicas baseavam-se em características anatômicas, hábitos de vida ou
usos atribuídos pelo ser humano, sem considerar o grau de parentesco das espécies. O
sistema de classificação proposto pelo filósofo grego Aristóteles, por exemplo,
classificava os organismos em aquáticos, terrestres e aéreos; já o sistema de Santo
Agostinho classificava os organismos como úteis, nocivos e indiferentes.

O primeiro sistema de classificação com critérios mais robustos foi aquele proposto
no século XVIII pelo cientista sueco Carolus Linnaeus, ou simplesmente Lineu. Além de
organizar os seres vivos com base em uma grande quantidade de características
anatômicas, Lineu também propôs um sistema de nomenclatura, que facilitou bastante a
comunicação entre os cientistas e a compreensão da biodiversidade.

Com o avanço da Sistemática, ramo da Biologia que tem como objetivo classificar os
seres vivos de acordo com suas relações evolutivas, muitos dos agrupamentos propostos
Avaliar 42
por Lineu se revelaram artificiais. Assim, novas propostas de classificação foram feitas e
continuam sendo formuladas.

Página 43

O sistema de classificação proposto


por Lineu
O sistema de classificação biológica proposto por Lineu remonta à Scala Naturae de
Aristóteles, na qual as espécies eram organizadas de maneira linear das mais simples
(plantas) para as mais complexas (animais), com o ser humano ocupando o último nível.
Essa organização era concebida por Lineu como obra divina e partia do pressuposto de
que havia um número fixo de espécies. Assim, conforme novas espécies fossem
descobertas, elas seriam incluídas dentro dos níveis de classificação preestabelecidos.

Embora os critérios considerados por Lineu para agrupar as espécies em cada


categoria fossem diferentes daqueles usados atualmente, as bases desse sistema de
classificação continuam as mesmas. Lineu também propôs uma nomenclatura científica
para denominar as espécies que continua válida até os dias de hoje. Tanto o seu sistema
de classificação quanto a nomenclatura científica foram apresentados em seu livro
Systema naturae, em 1735.

No sistema de classificação proposto por Lineu, os seres vivos foram dispostos em


categorias hierárquicas, sendo a espécie a unidade básica, com base no conceito
tipológico de espécie, vigente desde o século IV a.C., espécie era entendida como um
grupo de organismos semelhantes entre si e diferentes de outros grupos. Todas as
espécies eram consideradas cópias imperfeitas de uma espécie ideal.

O conceito biológico de espécie, proposto em 1942 por Ernst Mayr, diz que:
“Espécies são grupos de populações naturais que se cruzam ou potencialmente
se intercruzam, estando isolados reprodutivamente de outros grupos”. Apesar de
esse conceito ser bem aceito atualmente, ele não pode ser aplicado em espécies
com reprodução assexuada ou espécies extintas que só se conhece pelo registro
fóssil.

No entanto, o conceito evolutivo de espécie, proposto por George Gaylord,


afirma que: “Espécie é uma linhagem derivada diretamente de uma linhagem
única ancestral, com história evolutiva própria e que mantém sua identidade em
relação a outras linhagens equivalentes”. Embora não seja baseado no critério
reprodutivo, esse conceito é difícil de ser aplicado na prática, dada a
complexidade do método envolvido para desvendar a história evolutiva das
espécies.

O sistema atual de classificação dos


seres vivos
Como foi visto, Lineu desenvolveu um sistema hierárquico de classificação que tornou
possível organizar os seres vivos em uma série crescente de grupos. As principais
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categorias ou grupos de indivíduos, também chamados de táxons, utilizados por ele
foram: espécie, gênero, ordem, classe e reino. Entretanto, desde a época de Lineu, esses
grupos foram ampliados consideravelmente e novos níveis hierárquicos foram criados.

Muitas das modificações no sistema proposto por Lineu ocorreram em razão da


aceitação das ideias evolutivas. Assim, a organização da diversidade biológica foi sendo
alterada para tentar resgatar a provável história evolutiva de cada grupo. Atualmente,
entende-se que espécies classificadas em um mesmo gênero devem ser mais
aparentadas entre si do que espécies de gêneros diferentes. Da mesma forma, gêneros
inseridos em uma mesma família devem ser mais aparentados entre si do que gêneros de
famílias diferentes, e assim sucessivamente. Portanto, a classificação biológica deve
considerar as relações evolutivas entre as espécies, ou seja, sua filogenia.

Ainda hoje, as categorias taxonômicas propostas por Lineu são mantidas, tendo sido
acrescentados mais dois táxons: o filo e a família. Tais alterações resultaram em sete
principais categorias hierárquicas, segundo os Códigos Internacionais de Nomenclatura
Zoológica e Botânica.

Admite-se ainda subdividir mais esses sete grupos taxonômicos, originando outros
táxons (superclasse, subclasse, infraclasse, superordem, subordem etc.) para qualquer
grupo de organismos. Atualmente, existem mais de 30 grupos taxonômicos diferentes.
Tal quantidade, apesar de originar um sistema complexo, é necessária para expressar as
relações evolutivas de grupos muito diversos, como é o caso dos insetos.

Esquema dos principais táxons usados atualmente no sistema de classificação biológica. Note
que eles se organizam de forma hierárquica.

Página 44

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A classificação dos seres vivos em
reinos
Em seu sistema de classificação, Lineu defendia a existência de três reinos: o mineral,
o vegetal e o animal. Com o avanço do conhecimento científico, os minerais acabaram
excluídos das classificações biológicas. Em 1866, Ernst Haeckel propôs um novo sistema
de classificação no qual os seres vivos foram divididos em três reinos: animal, vegetal e
protista. Os protistas compreendiam todos os microrganismos conhecidos na época,
como protozoários e bactérias. Já os fungos foram classificados por Haeckel no reino
vegetal.

Os estudos com microscopia logo revelaram que as bactérias eram muito diferentes
dos demais microrganismos, em razão da ausência de núcleo envolvendo seu material
genético. Assim, Herbert Copeland propôs um novo sistema de classificação em 1956,
agrupando os organismos em quatro reinos: Monera (bactérias e cianofíceas), Plantae
(plantas e algas verdes), Animalia (animais) e Protoctista (protozoários, fungos e demais
algas).

Em 1969, com base nas evidências fornecidas pela Bioquímica, a Biologia Molecular e
a Sistemática, um novo sistema de classificação foi proposto por Robert Whittaker. Esse
sistema dividiu os seres vivos em cinco reinos: Monera, Plantae, Animalia, Protista e
Fungi. Nessa nova proposta, foi reconhecido que os fungos não deveriam fazer parte do
reino vegetal, dada sua nutrição heterótrofa, sendo colocados em um reino à parte dos
demais organismos.

A divisão em cinco reinos foi mantida na proposta feita por Lynn Margulis e Karlene
Schwartz na década de 1980, mas elas reclassificaram alguns organismos, a exemplo das
algas, que foram todas incluídas dentro do reino Protoctista.

ANIMALIA

Seres eucariotos e multicelulares;

Heterótrofos;

Com organização tecidual (exceto os poríferos) e formação de embriões


multicelulares;

Representantes: animais invertebrados (por exemplo, insetos e moluscos) e


vertebrados (como mamíferos, anfíbios, répteis, aves e peixes).

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PLANTAE

Seres eucariotos e multicelulares;

Autótrofos fotossintetizantes;

Apresentam célula com parede celular de celulose;

Com organização tecidual e formação de embriões multicelulares;

Representantes: musgos, samambaias, pinheiros, plantas frutíferas etc.

PROTOCTISTA

Seres eucariotos, unicelulares ou multicelulares;

Autótrofos ou heterótrofos;

Sem organização tecidual ou formação de embriões;

Representantes: protozoários (como as amebas e os paramécios), algas


(unicelulares e multicelulares) e mixomicetos.

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MONERA

Seres procariotos e unicelulares;

Heterótrofos ou autótrofos;

Apresentam célula com parede celular de peptidioglicano (polissacarídio);

Sem organelas membranosas, como mitocôndrias ou cloroplastos;

Representantes: bactérias e arqueas.

FUNGI

Seres eucariotos, unicelulares ou multicelulares;

Heterótrofos, geralmente decompositores;

Sem organização tecidual ou formação de embriões;

Apresentam célula com parede celular de quitina (polissacarídio);

Representantes: mofos, cogumelos, leveduras etc.

Página 45

A classificação dos seres vivos em


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domínios
Evidências moleculares, particularmente por meio do RNA ribossômico, mostraram
que alguns dos reinos formam grupos artificiais, ou seja, sem significado evolutivo. Este
é o caso do reino Protoctista, que alguns biólogos defendem que poderia ser dividido em
até oito reinos distintos. É o caso também do reino Monera, que abrange dois grupos
bioquimicamente muito distintos de organismos procariontes: as arqueas e as
eubactérias.

Árvore filogenética mostrando as relações evolutivas entre os cinco reinos com base em dados
moleculares. Note que os reinos Monera e Protoctista não apresentam um ancestral comum
exclusivo como os reinos Plantae, Fungi e Animalia.v

Atualmente, Monera é um termo que se refere ao agrupamento de Bacteria e


Archaea, não sendo mais considerado como reino.

O reino Protoctista (ou Protista) também não tem mais significado do ponto de
vista filogenético, sendo o termo Protista usado apenas para se referir
informalmente aos seres eucariontes e unicelulares.

Com base nessas evidências, Carl Woese e colaboradores propuseram, em 1990, que
os seres vivos fossem classificados em três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya.

Árvore filogenética mostrando as relações evolutivas entre três domínios. Note que o domínio
Archaea é mais próximo evolutivamente de Eukarya do que de Bacteria.

Os três domínios formam grupos com ancestrais comuns exclusivos


(monofiléticos), motivo pelo qual fala-se atualmente em domínios em vez de
reinos.

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BACTERIA

Domínio que reúne as bactérias, organismos unicelulares e procariotos,


encontrados tanto no solo quanto na água, podendo apresentar vida livre ou
atuar como parasitas.

ARCHAEA

Domínio constituído pelas arqueas, organismos unicelulares e procariotos que


se distinguem das bactérias pela composição da parede celular. Nesse grupo,
destacam-se os grupos extremófilos, isto é, que vivem em condições extremas de
temperatura, salinidade ou pH.

EUKARYA

Domínio formado por todos os organismos eucariontes, isto é, que apresentam


núcleo delimitando o material genético. São os animais, os fungos, as plantas e
os protistas (protozoários e algas).

Página 46
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Nomenclatura científica
Lineu também desenvolveu um sistema para nomear os seres vivos, que ainda hoje
continua válido. Como todos os cientistas no mundo utilizam o mesmo sistema de
nomenclatura científica, evitam-se possíveis confusões que ocorreriam caso fosse
utilizado o nome popular ou se fosse considerada a diferença da língua de cada país.
Como exemplo, pode-se citar a raiz comestível de nome científico Manihot esculenta.

Manihot esculenta é o nome científico da macaxeira, também conhecida como aipim ou


mandioca, dependendo da região do Brasil.

No sistema de nomenclatura científica que propôs, Lineu definiu uma série de regras
que devem ser seguidas rigorosamente na denominação de uma nova espécie. A seguir,
são apresentadas algumas dessas orientações.

Na designação de uma nova espécie, o idioma empregado deve ser o latim; caso o
termo seja derivado de outra língua, deverá ser latinizado.

Na grafia de uma espécie, sempre são utilizadas duas palavras, daí falar-se em
sistema binomial. A primeira dessas palavras é o epíteto genérico, que se refere ao
gênero; é sempre um substantivo e deve ser escrito com a letra inicial maiúscula. A
segunda palavra refere-se ao epíteto específico, que é geralmente um adjetivo, sendo
escrito com a primeira letra minúscula. Ambos os termos devem ser destacados do
restante do texto. Esse destaque pode ser feito em itálico ou sublinhando essas
palavras. Exemplos de nomes científicos são: Homo sapiens (ser humano), Canis
familiaris (cachorro doméstico) e Solanum tuberosum (batata-inglesa).

O epíteto específico pode ser substituído por “sp.” quando não se sabe a identificação
exata de uma espécie, mas apenas o gênero. Assim, pode-se falar Felis sp. para se
referir a uma espécie de gato, por exemplo. Quando for se referir a várias espécies
pertencentes ao gênero Felis, deve-se usar a abreviatura “spp.”.

No caso de subespécies, ou seja, do nível taxonômico inferior à espécie, usa-se um


trinômio. Por exemplo: uma das populações de canários-da-terra (Sicalis flaveola) que
habita o Brasil é chamada de Sicalis flaveola brasiliensis, enquanto a outra, que ocorre
no Peru, é conhecida como Sicalis flaveola valida.

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O epíteto específico nunca deve ser escrito sozinho, uma vez que ele pode ser comum
a várias espécies pouco aparentadas. Por exemplo, o epíteto “domestica” aparece
tanto no nome científico da mosca (Musca domestica) quanto no de um marsupial
(Monodelphis domestica).

Ao aparecer pela primeira vez no texto, o nome científico deve ser escrito de forma
completa, citando o epíteto genérico e o específico por extenso. Nas outras vezes em
que aparecer, o epíteto genérico pode ser abreviado. Por exemplo, se o nome
científico Homo sapiens já tiver sido citado uma primeira vez, na seguinte poderá ser
escrito apenas como H. sapiens.

Os demais níveis taxonômicos também seguem regras de nomenclatura, que variam


de acordo com a área de estudo. Na Botânica, -ales é a desinência para ordem; e -
aceae, para família. Por exemplo, a ordem das gramíneas é Graminales, e alguns
exemplos de famílias são Rosaceae, Cucurbitaceae, Solanaceae e Palmaceae. Já na
Zoologia, não há padrão para ordem, apenas para família, cuja desinência deve ser -
idae. Exemplos de famílias de mamíferos são Canidae, Felidae e Ursidae. Nenhuma
dessas categorias deve ser grafada com destaque.

Exemplos de espécies que apresentam mesmo epíteto específico: Musca domestica (1) e
Monodelphis domestica (2).

Página 47

ATIVIDADES ESSENCIAIS

Questão 01
Avaliar
De acordo com o sistema atual de classificação dos seres vivos que foi proposto por
Lineu, assinale a alternativa que apresenta, em ordem decrescente, a classificação
biológica.

a) Reino → Ordem → Classe → Filo → Gênero → Família → Espécie

b) Reino → Filo → Classe → Ordem → Família → Gênero → Espécie

c) Reino → Família → Ordem → Classe → Filo → Gênero → Espécie

d) Reino → Filo → Gênero → Ordem → Família → Classe → Espécie

e) Reino → Gênero → Filo → Ordem → Família → Classe → Espécie

Questão 02
Entre as categorias taxonômicas apresentadas a seguir, assinale aquela na qual os
indivíduos apresentam maior grau de características semelhantes.

a) Ordem

b) Classe

c) Família

d) Reino

e) Gênero

Questão 03
O sistema de nomenclatura científica binomial foi proposto por Lineu e é válido até os
dias atuais. Assinale a alternativa em que o nome da espécie está de acordo com as
normas propostas por esse sistema.

a) TAENIA solium

b) Taenia saginata

c) ascaris lumbricoides

d) Canis lupus

e) Dieffenbachia SEGUINE

Questão 04

Avaliar
A respeito da classificação dos seres vivos em domínios e reinos, é correto afirmar que

a) o domínio Eukarya está evolutivamente mais próximo do domínio Bacteria.

b) o domínio Bacteria compreende as bactérias e cianobactérias eucariontes e


unicelulares.

c) o domínio Eukarya engloba seres eucarióticos dos reinos Protista, Fungi, Plantae e
Animalia.

d) a proposta classifica os organismos vivos em três reinos: Archaea, Bacteria e Eukarya.

e) os domínios são uma categoria superior a reino e dividem os seres vivos em três
grupos diferentes: um grupo de procarionte e dois grupos de eucariontes.

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01
Phytophthora infestans e Solanum tuberosum são nomes científicos de um fungo e de
uma planta, respectivamente. Segundo as regras de nomenclatura científica,

a) para plantas e para fungos há normas diferentes, pois as definições de espécie não
são iguais.

b) infestans e tuberosum podem ser usados na denominação de espécies de outros


gêneros.

c) Solanum tuberosum é filogeneticamente mais próxima de Allium tuberosum do que de


Solanum lycopersicum.

d) tanto o nome do gênero quanto o epíteto específico podem ser utilizados de maneira
abreviada.

e) os nomes dos gêneros devem começar com letra maiúscula apenas quando iniciarem
frases.

Questão 02
Um estudante de biologia observou, na Serra de Baturité-Ceará, os pássaros Eupsittula
cactorum (periquito-do-sertão) e Pyrrhura griseipectus (periquito-de-cara-suja).
Considerando as regras de nomenclatura, é correto afirmar que esses animais pertencem

a) à mesma espécie.

b) a espécies diferentes.

c) ao mesmo gênero.

d) à mesma subespécie.

e) à mesma espécie, mas a gêneros diferentes.

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Questão 03
O quadro apresenta organismos da fauna e da flora brasileiras e informações sobre cada
um deles.

Nome popular e informação complementar Nome científico

Inseto barbeiro (hematófago) Triatoma brasiliensis

Morceguinho-das-casas (insetívoro) Tadarida brasiliensis

Árvore leiteiro (frutífera) Sebastiania brasiliensis

De acordo com os dados fornecidos no quadro e seus conhecimentos sobre classificação


biológica, esses organismos pertencem à mesma unidade taxonômica, denominada

a) espécie.

b) classe.

c) domínio.

d) reino.

e) ordem.

Página 48

Questão 04

Avaliar
O cladograma ilustra a evolução dos seres vivos com base na classificação em domínios
proposta por Carl Woese.

Com base na análise da ilustração e do conhecimento atual a respeito desse modelo de


classificação biológica, pode-se afirmar:

a) A comparação bioquímica do RNA ribossômico dos seres analisados foi o principal


critério utilizado pelo pesquisador para dividir os seres vivos em três domínios.

b) Essa classificação contradiz conceitos darwinistas ao considerar uma origem


independente entre os grupos representados.

c) O domínio Bacteria se modificou intensamente ao longo da evolução, o que o


aproxima filogeneticamente dos seres mais complexos do domínio Eukarya.

d) Relações de endossimbiose que favoreceram reações bioenergéticas ocorreram entre


seres do domínio Archaea e Eukarya.

e) A proximidade filogenética é considerada equivalente entre os três grupos


representados devido à presença de um ancestral comum a todos os organismos na
base do cladograma.

Questão 05

Avaliar
Analise o seguinte esquema como representativo das principais categorias sistemáticas,
partindo de reino, e identifique a alternativa correta que descreve e caracteriza tais
categorias. Para efeito de simplificação, cada categoria está representada por um
subconjunto.

a) As categorias representadas são: A – Filo; B – Ordem; C – Família; D – Classe; E –


Gênero; e F – Espécie.

b) Filo congrega organismos com características morfológicas, fisiológicas e


comportamentais semelhantes e está representado pelo subconjunto B.

c) Organismos anatomicamente semelhantes, que convivem em um mesmo hábitat,


apresentam o mesmo tipo de reprodução, sendo classificados em uma mesma
família, que está representada pelo subconjunto C.

d) O subconjunto B representa uma classe, que é constituída por uma ou mais ordens.

e) Espécie compreende organismos morfofisiologicamente semelhantes, capazes de


cruzar naturalmente entre si, gerando descendentes férteis; está representada pelo
subconjunto E.

Questão 06

Avaliar
Os biólogos agrupam os seres vivos de acordo com as regras de nomenclatura e
classificação, utilizando-se dos critérios taxonômicos e filogenéticos. Entre os estudiosos
da classificação, destaca-se Karl Von Linné (1707-1778), também conhecido como Lineu.
Suas ideias sobre classificação biológica foram publicadas no livro Systema Naturae.

Considerando os aspectos de taxonomia e sistemática, assinale o que for correto.

I. Lineu ponderava que critérios de semelhança entre os organismos devem ser o


ponto de partida de todas as classificações. Dessa forma, espécies de um mesmo
gênero são mais aparentadas entre si do que com espécies de outros gêneros.

II. O sistema de nomenclatura de espécies criado por Lineu ficou conhecido por
nomenclatura binomial. Este sistema é utilizado até os dias de hoje e, segundo as
regras internacionais de nomenclatura, a primeira palavra deve indicar o gênero
(escrita com inicial maiúscula) e a segunda, o epíteto específico (com inicial
minúscula). Ambas devem ser escritas em itálico ou sublinhado, por exemplo, Homo
sapiens.

III. No sistema atual de classificação, não são consideradas válidas as seguintes


categorias taxonômicas: Classe e Ordem.

IV. De acordo com as regras internacionais de nomenclatura, o nome das famílias dos
animais recebe o sufixo “idae”, por exemplo, Felidae. Já para as plantas, para a
designação de famílias, utiliza-se, em geral, a terminação “aceae”, por exemplo,
Rosaceae.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.

a) I e II

b) II e IV

c) I, II e III

d) I, II e IV

e) II, III e IV

ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO

Questão 01

Avaliar
(ENEM) A classificação biológica proposta por Whittaker permite distinguir cinco grandes
linhas evolutivas utilizando, como critérios de classificação, a organização celular e o
modo de nutrição. Woese e seus colaboradores, com base na comparação das
sequências que codificam o RNA ribossômico dos seres vivos, estabeleceram relações de
ancestralidade entre os grupos e concluíram que os procariontes do reino Monera não
eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo.

Whittaker (1969) Woese (1990)

Cinco reinos Três domínios

Archaea
Monera
Bacteria

Protista

Fungi
Eukarya
Plantae

Animalia

A diferença básica nas classificações citadas é que a mais recente se baseia


fundamentalmente em

a) tipos de células.

b) aspectos ecológicos.

c) relações filogenéticas.

d) propriedades fisiológicas.

e) características morfológicas.

Página 49

Questão 02

Avaliar
Relacione, corretamente, os domínios e reinos da natureza com as características dos
seus respectivos organismos, numerando a Coluna II de acordo com a Coluna I.

Coluna I Coluna II

( ) São procariontes, unicelulares,


1. Archaea incluem organismos autótrofos,
heterótrofos e parasitas.

( ) São procariontes, unicelulares, a


maioria é anaeróbica, suas paredes
2. Bacteria celulares não apresentam
peptidioglicanos e podem habitar
ambientes extremos.

( ) São eucarióticos, pluricelulares e


3. Protista
autótrofos.

( ) São eucarióticos, pluricelulares e


4. Fungi
heterótrofos por ingestão.

( ) São eucarióticos, unicelulares ou


5. Plantae pluricelulares, autótrofos ou
heterótrofos.

( ) São eucarióticos, unicelulares ou


6. Animalia pluricelulares e heterótrofos por
absorção.

A sequência correta, de cima para baixo, é

a) 2, 1, 5, 6, 3, 4.

b) 1, 2, 6, 5, 4, 3.

c) 3, 4, 1, 2, 6, 5.

d) 4, 3, 5, 1, 2, 6.

e) 2, 1, 5, 3, 4, 6.

Questão 03

Avaliar
Considere as fichas taxonômicas a seguir, apresentando os táxons, sendo que sempre a
linha superior refere-se a uma categoria mais abrangente que a linha inferior.

1 2 3 4

Metazoa Metazoa Metazoa Metazoa

Chordata Chordata Chordata Chordata

Mammalia Mammalia Mammalia Mammalia

Carnivora Carnivora Carnivora Carnivora

Procyonidae Canidae Canidae Canidae

Chrysocyon
Potos flavus Canis latrans Canis lupus
brachyurus

Analise as afirmativas a seguir, baseando-se nas informações apresentadas nas fichas, e


assinale a alternativa correta.

a) Independentemente do hábito alimentar de cada um dos animais, e embora nem


todos possam ser considerados carnívoros, todos pertencem à ordem Carnivora.

b) Os indivíduos 2, 3 e 4 pertencem ao mesmo gênero, embora sejam de famílias


distintas.

c) Os indivíduos 3 e 4 pertencem a gêneros distintos.

d) Todos os indivíduos apresentam a mesma ordem e a mesma família, variando apenas


as subfamílias.

e) Também podem ser classificados como pertencentes ao reino Metazoa um gato, um


cogumelo, uma capivara e uma bactéria.

Questão 04

Avaliar
No intervalo dos estudos para a prova de Biologia, três amigos, Paulo, Ricardo e Thiago,
conversavam à mesa de uma lanchonete enquanto esperavam o lanche que haviam
pedido. Para passar o tempo, um deles propôs o seguinte desafio: considerando o
sistema de classificação taxonômica de cinco reinos, cada um deveria listar os reinos aos
quais pertenciam os organismos que deram origem aos ingredientes de seus respectivos
lanches. Pagaria a conta aquele cujo lanche contasse com o menor número de reinos
representados.

Paulo havia pedido omelete com queijo fresco, presunto e cebola; Ricardo pediu pão de
fermentação natural recheado com coalhada seca e ervas; Thiago pediu filé de frango
com cogumelos frescos grelhados em azeite de oliva.

O resultado do desafio foi:

a) Thiago pagou integralmente a conta.

b) Ricardo pagou integralmente a conta.

c) empate, e cada um pagou seu lanche.

d) Paulo e Thiago dividiram a conta.

e) Ricardo e Thiago dividiram a conta.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

ATIVIDADES DISCURSIVAS

Questão 01
(UNESP) Divulgou-se recentemente (Revista Pesquisa Fapesp, nº 100, junho de 2004) a
identificação de uma nova classe dos Cnidaria, chamada de Staurozoa. A característica
marcante das medusas adultas de uma das duas ordens dessa nova classe é que elas
vivem agarradas a rochas ou algas por meio de uma estrutura chamada pedúnculo. Antes
da proposição de um sistema de classificação biológica por Lineu em 1758, alguns
naturalistas consideravam os cnidários como plantas. A natureza animal desses
organismos somente foi reconhecida no século XIX, quando alguns naturalistas os
classificaram juntamente com as esponjas.

a) Essa mudança, proposta recentemente, de uma nova classe para os cnidários altera
ou fere de alguma forma os critérios gerais de classificação biológica propostos por
Lineu em 1758? Justifique sua resposta.

b) Considerando que a classificação biológica tem levado em conta as características


dos organismos, por que foi sugerida uma nova classe, e não um novo filo de animais,
no presente caso?

Questão 02

Avaliar
(UNESP) Alunos de uma escola, em visita ao zoológico, deveriam escolher uma das
espécies em exposição e pesquisar sobre seus hábitos, alimentação, distribuição etc. No
setor dos macacos, um dos alunos ficou impressionado com a beleza e a agilidade dos
macacos-pregos. No recinto desses animais, havia uma placa com a identificação:

Nome vulgar: Macaco-prego (em inglês, Ring-tailed monkeys ou Weeping capuchins).


Ordem: Primates. Família: Cebidae. Espécie: Cebus apella.

Essa foi a espécie escolhida por esse aluno. Chegando em casa, procurou informações
sobre a espécie em um site de busca e pesquisa na internet. O aluno deveria digitar até
duas palavras-chaves e iniciar a busca.

a) Que palavras o aluno deve digitar para obter informações apenas sobre a espécie
escolhida?

b) Justifique sua sugestão.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

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Capítulo 7 - Sistemática filogenética Anotações e destaques Detalhes

Capítulo 7

Sistemática filogenética

Os fósseis descobertos pelos paleontólogos são de extrema importância para


entendermos a história evolutiva dos seres vivos na Terra. É o caso do fóssil de Tiktaalik
encontrado no Canadá em 2004. A partir de estudos desse fóssil, pode-se concluir que o
Tiktaalik provavelmente é o animal que representa a transição da vida aquática para a
vida terrestre, pois, ao mesmo tempo que possuía escamas, características de peixes,
apresentou também um pescoço, característica dos primeiros Tetrapoda. Esse animal é
uma evidência da evolução.

Por meio de registros fósseis como esse, temos alguns recortes de retratos da
diversidade de espécies no passado e podemos fazer inferências sobre a história
evolutiva da diversidade de seres vivos que encontramos hoje. Além do registro fóssil,
algumas adaptações dos seres vivos são consideradas evidências da evolução, como a
camuflagem, o mimetismo e o aposematismo. Tais características são adaptações, pois
conferem menor probabilidade de que os indivíduos sejam predados e, assim, tenham
mais chances de sobreviver e deixar descendentes. Outras adaptações, como o
desenvolvimento de asas em mamíferos, aves e insetos, bem como nadadeiras em peixes
e mamíferos, também são evidências da evolução uma vez que surgiram como resultado
de pressões seletivas similares em espécies distintas, com histórias evolutivas distantes.

Com o avanço de novas técnicas, foi possível verificar evidências da evolução


comparando o desenvolvimento dos embriões de diferentes espécies, bem como os
dados moleculares de seu material genético. As semelhanças e diferenças encontradas
em estudos de anatomia comparada, de embriologia, análises moleculares etc.,
contribuem para a sistemática filogenética, área da Biologia que possibilita fazer
inferências nas relações evolutivas entre os seres vivos, agrupando-os conforme o grau
de parentesco.

Avaliar 50
Representação de espécie de Tiktaalik, gênero do período Devoniano com adaptações para a vida
aquática e terrestre.

Página 51

Os fundamentos da sistemática
filogenética
A sistemática filogenética ou cladística é a área da Biologia que se propõe a agrupar
as espécies de acordo com suas relações evolutivas. Os fundamentos dessa escola de
classificação biológica foram propostos em 1950 pelo biólogo alemão Willi Hennig
(1913-1976) e continuam válidos até hoje.

No método desenvolvido por Hennig para resgatar a história evolutiva de um grupo


de espécies, é necessário avaliar os indícios fornecidos pelo registro fóssil, pelos estudos
de anatomia e/ou pelas análises moleculares, a fim de encontrar semelhanças que
sugiram uma ancestralidade comum. Essas características são usadas, então, para
construir hipóteses de agrupamentos, as quais são expressas na forma de diagramas
ramificados chamados de cladogramas ou árvores filogenéticas.

Em um cladograma, cada nó representa o ancestral comum hipotético mais recente, e


os ramos representam as espécies ou táxons mais elevados, como gêneros, famílias etc.
As bifurcações indicam o momento em que um ancestral comum se dividiu em duas
linhagens distintas, dando origem a duas espécies, por exemplo. Esse evento é chamado
de cladogênese. Já os traços que cortam os ramos representam o surgimento de
novidades evolutivas, isto é, características que só existem nas espécies daquele ramo.
Quando as novidades evolutivas ocorrem dentro de uma espécie sem formar dois clados
distintos, mas gerando especiação, esse evento é chamado de anagênese.

Os cladogramas podem ser esquematizados


Avaliar
com linhas diagonais ou com ângulos
retos, conforme se vê a seguir.
Cladogramas hipotéticos de quatro espécies: A, B, C e D. Todos esses diagramas mostram a
mesma informação sobre a história evolutiva dessas espécies.

Na sistemática filogenética, as novidades evolutivas, também chamadas de


sinapomorfias, devem ser entendidas como caracteres no estado derivado que são
compartilhados por duas ou mais espécies. Isso significa que, quando um caráter no
estado primitivo (plesiomórfico) sofre mudança no ancestral comum dessas espécies,
estas herdam o caráter no estado derivado (apomórfico). A apomorfia é uma condição
derivada que tem potencial para definir um novo grupo.

Por exemplo, o polegar opositor, presente no ser humano, nos chimpanzés, nos
gorilas, nos orangotangos e nos gibões, é o estado derivado do caráter “posição do
polegar em relação aos demais dedos da mão”. O polegar não opositor, estado primitivo
desse caráter, está presente nos primatas mais basais, como os macacos do Velho Mundo
e do Novo Mundo. Essa é uma das evidências que sustenta a hipótese de que os primatas
antropoides compartilham um ancestral comum exclusivo, formando um grupo natural
ou grupo monofilético. Já a presença de polegar não opositor não deve ser usada como
evidência para agrupar os macacos do Velho Mundo com os do Novo Mundo, uma vez
que essa característica não pode ser entendida como uma homologia. Usá-la resultaria
em agrupamentos artificiais, que não refletem a verdadeira história evolutiva das
espécies.

Mão de gorila. O polegar opositor foi uma novidade evolutiva que permitiu a manipulação de
ferramentas pelos primatas antropoides.

Página 52

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Interpretando um cladograma

Ao analisar um cladograma, é possível obter uma série de conclusões sobre as


relações evolutivas de um grupo de espécies. Para entender melhor, considere o
cladograma a seguir.

Cladograma mostrando as relações evolutivas entre as principais linhagens de primatas.

Todas as espécies de primatas possuem um ancestral comum exclusivo,


representado pelo primeiro nó do cladograma. Por essa razão, esses animais
foram classificados na ordem Primatas.

O grupo formado pelos gibões (C), orangotangos (D), gorilas (E), chimpanzés (F) e
seres humanos (G) é monofilético, uma vez que esses ramos compartilham um
ancestral comum exclusivo, representado pelo terceiro nó do cladograma.

A sinapomorfia que sustenta o monofiletismo do grupo CDEFG é a presença de


polegar opositor (1). Outros grupos monofiléticos desse cladograma são FG, EFG,
DEFG, BCDEFG e ABCDEFG.

Os macacos do Novo Mundo (A) e do Velho Mundo (B) não formam um grupo
monofilético, pois não compartilham um ancestral comum exclusivo. Se o grupo
AB existisse em algum sistema de classificação, ele seria considerado um grupo
artificial ou grupo parafilético.

O ramo E tem a mesma idade que o grupo FG, uma vez que ambos partem do
mesmo nó nesse cladograma. Já os ramos A, B, C e D são mais antigos, sendo A o
grupo basal, ou seja, o ramo que surgiu primeiro na história evolutiva dos
primatas.

O ramo E é grupo-irmão do grupo FG. Da mesma forma, D é grupo-irmão de EFG;


C é grupo-irmão de DEFG; B é grupo-irmão de CDEFG; e A é grupo-irmão de
BCDEFG.

Avaliar
O eixo vertical do cladograma indica o tempo transcorrido na história evolutiva
do grupo representado. Assim, sabe-se que os chimpanzés (F) divergiram dos
seres humanos (G) há cerca de 5 milhões de anos.

É possível deduzir que a taxa de semelhança entre as porções correspondentes


de DNA é maior entre F e G do que entre E e G. De fato, a semelhança de DNA
entre chimpanzés e seres humanos é de 99%, enquanto entre gorilas e seres
humanos é de 98,4%.

O tempo de separação de duas linhagens é inferido por meio de uma técnica


conhecida como relógio molecular, na qual são utilizados dados moleculares obtidos a
partir de trechos de DNA. A dificuldade em se trabalhar com os relógios moleculares está
justamente em determinar com precisão a diferença molecular encontrada em relação
ao tempo de divergência evolutiva, especialmente porque a taxa de evolução não é
constante para cada grupo de seres vivos. Nesse sentido, evidências de outras áreas
podem ser usadas para calibrar o relógio molecular. Por exemplo, os fósseis de
Australopithecus, um dos gêneros mais antigos de hominídeos conhecidos, foram
datados em 4 milhões de anos, o que corrobora a hipótese de que os seres humanos
divergiram dos chimpanzés há 5 milhões de anos.

Página 53

ATIVIDADES ESSENCIAIS

Questão 01
Observe os cladogramas a seguir e assinale a afirmativa correta. Considere A, B e C como
três espécies distintas.

a) Os dois cladogramas mostram relações evolutivas distintas.

b) As espécies A e B fazem parte, obrigatoriamente, de um gênero distinto de C.

c) A, B e C formam um grupo monofilético.

d) A, B e C não compartilham um ancestral comum.

e) A, B e C formam um grupo artificial.

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Questão 02
(ENEM) A árvore filogenética representa uma hipótese evolutiva para a família
Hominidae, na qual a sigla “m.a.” significa “milhões de anos atrás”. As ilustrações
representam, da esquerda para a direita, o orangotango, o gorila, o ser humano, o
chimpanzé e o bonobo.

Considerando a filogenia representada, a maior similaridade genética será encontrada


entre os seres humanos e

a) gorila e bonobo.

b) gorila e chimpanzé.

c) gorila e orangotango.

d) chimpanzé e bonobo.

e) bonobo e orangotango.

Questão 03

Avaliar
O cladograma demonstra o grau de parentesco entre cinco grupos de animais
vertebrados.

De acordo com esse cladograma, quais animais apresentam maior semelhança genética?

a) Sapo e jacaré.

b) Jacaré e pardal.

c) Pardal e coelho.

d) Sardinha e sapo.

e) Coelho e sardinha.

Questão 04

Avaliar
Os três domínios da vida são conhecidos como Bacteria, Archaea e Eukarya. O domínio
Eukarya inclui três reinos de eucariontes multicelulares: Plantae, Fungi e Animalia.
Evidências recentes sugerem que os reinos Fungi e Animalia apresentam parentesco
mais íntimo entre si do que com o reino Plantae.

A relação de parentesco entre os reinos Fungi e Animalia é mais bem representada


pelo(s) cladograma(s)

a) I.

b) III.

c) I e II.

d) II e IV.

e) I e III.

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01

Avaliar
A árvore filogenética a seguir, que é baseada em dados moleculares, reúne, em um
mesmo grupo, os grandes felinos. O nó 2 reúne as espécies que rugem; o nó 3, as que não
têm essa capacidade.

O'BRIEN, S.; JOHNSON, W. A evolução dos gatos. Scientific American Brasil, ano 6, n. 63, p. 56-63, ago. 2007.
(adaptado)

Com relação a essa árvore filogenética, é correto afirmar que

a) a Panthera leo é mais aparentada com a pantera-nebulosa do que com o tigre.

b) os felinos rugidores surgiram depois dos não rugidores.

c) as panteras-nebulosas representam o gênero Panthera, que não tem a capacidade de


rugir.

d) cada nó representa um evento de extinção de uma espécie.

e) o leão e o leopardo compartilham mais características entre si do que a onça e o


leopardo.

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Questão 02

Avaliar
Os cladogramas (1 e 2) a seguir ilustram relações filogenéticas entre os táxons
hipotéticos A, B, C, D e E.

1 2

Considerando os conceitos da sistemática filogenética, analise as afirmativas seguintes.

I. No cladograma 1, os táxons A e B isolados constituem um grupo monofilético.

II. Os cladogramas 1 e 2 apresentam uma mesma hipótese filogenética.

III. No cladograma 2, há quatro grupos de táxons que compartilham um ancestral


comum.

IV. No cladograma 1, o táxon C é mais próximo evolutivamente de E do que o grupo D.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

a) Apenas I e III.

b) Apenas II e III.

c) Apenas II e IV.

d) Apenas III e IV.

e) Apenas I, III e IV.

Questão 03

Avaliar
Os conhecimentos sobre a história evolutiva dos seres vivos, seu grau de parentesco e
sua distribuição no planeta são hoje uma valiosa ferramenta que contribui para a criação
de estratégias de conservação da biodiversidade. Um dos ramos da Biologia que se
dedica a estudar e realizar a classificação biológica dos seres vivos é a sistemática.

Sobre essa área do conhecimento, selecione a alternativa correta.

a) A sistemática foi criada por Charles Darwin e se dedica a compreender as relações de


parentesco entre os seres vivos com base em suas características morfológicas.

b) A sistemática dos seres vivos surgiu com Carl von Linné e estabelece graus de
parentesco dos seres vivos com base em suas características evolutivas.

c) A sistemática se dedica ao estudo das relações de parentesco evolutivo entre os


diferentes grupos de seres vivos, classificando-os de acordo com suas características
morfológicas, fisiológicas, genéticas e suas combinações.

d) A sistemática se dedica unicamente ao trabalho de nomear e descrever espécies com


base em suas características morfológicas e comportamentais.

e) A sistemática se dedica a nomear os seres vivos e a agrupá-los de acordo com seu


grau de parentesco utilizando apenas suas características de desenvolvimento
embrionário.

Questão 04
Considere o cladograma a seguir.

Suponha que uma via bioquímica relacionada ao etileno tenha sido encontrada em
diversas ordens de plantas terrestres e algas vermelhas, mas não em algas pardas.

De acordo com o cladograma, faria sentido essa via bioquímica ser encontrada em algas
verdes, dado que essas algas são

a) mais aparentadas às algas pardas e vermelhas do que às plantas terrestres.

b) mais aparentadas às plantas terrestres e às algas vermelhas do que às algas pardas.

c) intermediárias evolutivas entre as algas vermelhas e as plantas terrestres.

d) originárias do grupo das plantas terrestres.

e) mais evoluídas do que as algas pardas.

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Questão 05
O cladograma hipotético a seguir representa relações de parentesco entre 10 espécies
recentes de seres vivos.

SANTOS, C. M. D. Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica.


Scientiae zudia, São Paulo, v. 6, n. 2, 2008. p. 179-200. (adaptado)

Existem quantos grupos monofiléticos supraespecíficos para esses táxons?

a) 5

b) 6

c) 7

d) 8

e) 9

Questão 06

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A diversificação evolutiva é um fenômeno biológico que se encontra refletido na
composição molecular dos organismos atuais. A hemoglobina, por exemplo, é uma das
moléculas cujas diferenças na composição de aminoácidos são utilizadas para se deduzir
relações evolutivas entre espécies. Considere as espécies animais A, B, C, D e E, cujas
moléculas de hemoglobina possuam diferenças na composição de aminoácidos. Em
relação à hemoglobina da espécie A, as hemoglobinas das espécies B, C, D e E possuem
45, 8, 67 e 32 aminoácidos diferentes, respectivamente.

Sendo assim, assinale o diagrama que melhor representa as relações evolutivas entre
essas espécies.

a)

b)

c)

d)

e)

Página 55

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ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO
Questão 01
Os cladogramas são representações gráficas do processo evolutivo de grupos de seres
vivos.

O cladograma a seguir ilustra a complexa relação evolutiva entre as tartarugas, os


lagartos, as cobras, as aves, os dinossauros não aviários e os crocodilianos.

A interpretação do cladograma permite afirmar que evolutivamente

a) os dinossauros não aviários são mais próximos das cobras do que dos lagartos.

b) a proximidade entre as aves e os crocodilianos é maior que a proximidade entre as


tartarugas e os lagartos.

c) os crocodilianos e as tartarugas compartilham um ancestral comum que não é


ancestral das aves.

d) os lagartos e os crocodilianos compartilham um ancestral comum que não é ancestral


das cobras.

e) as cobras são mais próximas das aves do que dos crocodilianos.

Questão 02

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Teorias sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2), que passou a infectar os humanos,
surgiram em 2019. Foi aventada a possibilidade de transmissão zoonótica. Um estudo
filogenético, com mais de 2 mil genomas únicos de coronavírus, apresentou a provável
descendência de alguns coronavírus e alertou sobre a importância de investigar os vírus
como estratégia global de monitoramento de endemias, e não apenas em situações de
emergência sanitária.

MACHADO, Denis J. et al. Cladistics, Londres, v. 37, out. 2021, p. 461-488. (adaptado)

O cladograma a seguir apresenta as relações filogenéticas entre os diversos vírus do


gênero Betacoronavirus (Beta-CoV), incluindo seus respectivos hospedeiros.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 15 jun. 2021. (adaptado)

Com base no cladograma, é correto afirmar que os betacoronavirus de

a) artiodáctilos são os grupos-irmãos dos HCoV-4408 e SARS-CoV-2 de humanos, por


meio de hospedeiros intermediários.

b) morcegos são os grupos-irmãos dos SARS-CoV-2 e HCoV-OC43 de humanos, por meio


de hospedeiros intermediários.

c) artiodáctilos são os grupos-irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de


humanos.

d) morcegos são os grupos-irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de humanos.

e) roedores são os grupos-irmãos dos SARS-CoV, SARS-CoV-2 e MERS-CoV de humanos.


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Página 56

Questão 03

Avaliar
Considere a matriz binária representada a seguir, na qual “0” significa ausência e “1”
presença de determinadas características (c1, c2, c3, c4, c5) em cinco espécies hipotéticas
(E1, E2, E3, E4 e E5).

Espécies

E1 E2 E3 E4 E5
Característi
cas

C1 1 1 1 1 1

C2 0 1 1 1 0

C3 0 0 1 1 0

C4 0 0 0 1 0

C5 1 0 0 0 1

Assinale a alternativa que mostra o cladograma que melhor representa o grau de


similaridade entre as espécies E1, E2, E3, E4 e E5.

a)

b)

c)

d)

e)

Avaliar
Questão 04

Avaliar
A árvore filogenética a seguir foi construída com base nas informações contidas na
tabela que a sucede.

Traço derivadoA

Glând Escam
Garras
Mandí Pulmõ ulas as
Táxon ou Moela Penas Pelos
bula es mamá querat
unhas
rias inosas

Lampr
eia
(grupo - - - - - - - -
extern
o)

Perca + - - - - - - -

Salam
andra
+ + - - - - - -

Lagart
o
+ + + - - - - +

Croco
dilo
+ + + + - - - +

Pomb
o
+ + + + + - - +

Camu
ndong + + + - - + + -
o

Chimp
anzé
+ + + - - + + -

A Sinal de adição indica presença do traço, sinal de subtração indica a ausência.

Com base nos dados apresentados, é correto afirmar que os números I, II e III, na figura,
correspondem, respectivamente, a

a) mandíbula, pulmões, moela.

b) pulmões, garras ou unhas, pelos e glândulas mamárias.

c) mandíbula, garras ou unhas, escamas queratinosas.

Avaliar
d) pulmões, moela, dentes incisivos com crescimento constante.
e) garras ou unhas, escamas queratinosas, penas.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

Página 57

ATIVIDADES DISCURSIVAS

Questão 01
(UNESP) De acordo com resultados de estudos moleculares recentes, os Ctenóforos
seriam o grupo mais distante de todos os outros animais. Esses resultados diferem das
visões tradicionais sobre momentos importantes na evolução animal, como o da origem
dos neurônios e do sistema nervoso. Observe os cladogramas a seguir, que representam
duas hipóteses para a origem dos neurônios e do sistema nervoso nos animais.

RYAN, J. Zoology. São Paulo: Elsevier, 2014. (adaptado)

Com base nos dados dos cladogramas, indique se a presença dos neurônios nos
Ctenóforos, Cnidários e Bilatérios é classificada como homologia ou como analogia nas
hipóteses I e II, respectivamente. Justifique sua resposta em cada caso.

Questão 02

Avaliar
(FUVEST-Adaptada) A figura mostra um cladograma simplificado das hipóteses
filogenéticas já propostas para a evolução da vida na Terra. Ele inclui dois grupos de
bactérias, seis de protistas, dois de animais, dois de fungos e dois de plantas, e seus
pontos A a P indicam o surgimento de características específicas durante a evolução.

BURKI et al. 2020, Tree 35(1): 43-55. (adaptado)

a) Cite uma característica que aparece no ponto E da hipótese filogenética.

b) Na tabela a seguir, classifique os grupos como monofiléticos ou não monofiléticos.

Monofilético Não monofilético

Bactérias ( ) ( )

Protistas ( ) ( )

Animais ( ) ( )

Fungos ( ) ( )

Plantas ( ) ( )

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

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Capítulo 8 - Plantas e os grandes grupos vegetais Anotações e destaques Detalhes

Capítulo 8

Plantas e os grandes grupos


vegetais

Vale da Serra do Mar, litografia da Mata Atlântica, de Jean-Baptiste Debret, publicada no livro
Voyage pittoresque et historique au Brésil, em 1839.

[...] o enorme tronco de árvore caído e suspenso por cipós, a extraordinária


riqueza botânica, os animais de evidentes conotações simbólicas, tais como: a
onça ou o jaguar, como a fera representativa da América indígena, e a serpente,
associada ao paraíso primitivo bíblico; e a inclusão do diminuto grupo de índios
ao redor de uma fogueira, de modo a ressaltar a monumentalidade da floresta.

COSTA, Thiago; DIENER, Pablo. O Brasil pitoresco de Debret. 2013. Disponível em: http://
periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/download/1673/1274. Acesso em: 6 jul.
2020.

Com cerca de 40 mil espécies de plantas descritas, o Brasil é o país com a flora mais
diversa no mundo, abrigando desde musgos com milímetros de comprimento a árvores
com dezenas de metros de altura. Não é à toa que essa enorme variedade de plantas
impressionou os naturalistas europeus que retrataram as paisagens brasileiras no século
XIX e continua a impressionar os botânicos atualmente. Estima-se que, em média, 250
espécies novas de plantas são descritas, por ano, no Brasil.
Avaliar 58
Acredita-se que as plantas tenham evoluído de um ancestral de algas carofíceas, um
grupo de algas verdes (filo Charophyta). Semelhanças como a presença de clorofila a e b
nos cloroplastos e a parede celular de celulose são alguns dos indícios que sugerem essa
história evolutiva comum entre as plantas e as algas verdes. É válido salientar que as
algas, ao contrário das classificações tradicionais, são atualmente incluídas no reino
Protista.

Página 59

Características das plantas


As plantas são seres eucarióticos, multicelulares e autótrofos, produzindo sua matéria
orgânica por meio do processo de fotossíntese. São classificadas no reino Plantae, grupo
considerado natural pela sistemática filogenética. Entre as características que definem
esse reino está a formação de embriões multicelulares, com desenvolvimento
sustentado pelo organismo materno. Por esse motivo, o termo embriófitas é também
usado para se referir ao reino Plantae.

Outra característica compartilhada por todas as plantas é o ciclo de vida com


alternância de gerações haploides (n), células com um conjunto de cromossomos, e
diploides (2n), células com dois conjuntos de cromossomos. Nesse ciclo de vida, os
gametófitos, que são os organismos haploides, formam gametas que, após a fecundação,
originam o esporófito, um indivíduo diploide. Quando adulto, o esporófito produz
células haploides chamadas de esporos, que, ao germinarem, produzem um gametófito
haploide, fechando, assim, seu ciclo de vida.

Esquema do ciclo de vida das plantas, no qual ocorre alternância de gerações.

O estudo dos diferentes grupos vegetais possibilitou observar que, ao longo da


evolução das plantas, ocorreu uma gradual redução da fase haploide (gametofítica) em
seu ciclo de vida. Assim, os grupos de plantas mais recentes, como as gimnospermas e as
angiospermas, apresentam a faseAvaliar
diploide (esporofítica) como dominante.
Esquema da fase dominante no ciclo de vida dos principais grupos de plantas.

Evolução das plantas


De acordo com o registro fóssil, as primeiras plantas surgiram há cerca de 450 milhões
de anos, a partir de um grupo ancestral de algas verdes, que viviam em ambientes de
água doce. Acredita-se que essas primeiras plantas cresceram nas margens de lagos e
riachos, ficando restritas a ambientes úmidos e sombreados. Assim como as atuais
briófitas, elas deveriam ter uma estrutura bastante simples e apresentar pequeno porte,
dado o risco de desidratação e a dependência da água para a reprodução.

Com o tempo, as plantas evoluíram em diversos grupos, tendo sido selecionadas


linhagens cada vez mais adaptadas ao ambiente terrestre. Os vasos condutores, por
exemplo, permitiram que as plantas vasculares, também chamadas de traqueófitas,
apresentassem porte maior que as briófitas. A presença de sistema radicular, ou seja,
de raízes verdadeiras nas plantas vasculares, favoreceu a absorção de água e a fixação no
solo em ambientes com pouca umidade.

TOME NOTA

Os vasos condutores são formados por células cilíndricas justapostas que


permitem o transporte de seiva mineral (água e sais minerais) e de seiva
orgânica (água e moléculas orgânicas) nas plantas. O fluxo de seiva mineral, das
raízes até as folhas, é realizado pelo xilema; já o fluxo de seiva orgânica, das
folhas até as raízes, é feito pelo floema.

Além disso, a aparição de uma camada de cera que reveste a superfície das folhas,
formando uma cutícula impermeabilizante, impediu a perda de água por
evapotranspiração nessas plantas. Simultaneamente, surgiram os estômatos, estruturas
que possibilitaram as trocas gasosas, por meio da cutícula, entre as folhas e a atmosfera,
necessárias para a realização da fotossíntese.

As pteridófitas são as plantas vasculares mais antigas e, portanto, as primeiras que


conseguiram viver em ambientes mais secos do que os das briófitas. Porém, as
pteridófitas ainda dependem de água para realizar a reprodução, uma vez que seus
gametas são flagelados e, portanto, deslocam-se com auxílio da água.

Isso mudou apenas com as gimnospermas, primeiro grupo de plantas a produzir grão
de pólen, estrutura que abriga, em seu interior, um gameta masculino não flagelado.
Avaliar
Quando o grão de pólen chega à estrutura reprodutora feminina, forma-se o tubo
polínico, que conduz o gameta masculino ao gameta feminino, sem a necessidade de um
meio aquoso. Plantas que apresentam grão de pólen e tubo polínico, como as
gimnospermas e as angiospermas, são chamadas de sifonógamas.

As plantas sifonógamas são também conhecidas como fanerógamas por


apresentarem estruturas reprodutoras bem evidentes, como os estróbilos, nas
gimnospermas, e as flores, nas angiospermas. Já as briófitas e pteridófitas são
chamadas de criptógamas devido à ausência de estruturas reprodutoras evidentes. Esse
grupo, contudo, não tem significado evolutivo.

As gimnospermas também foram o primeiro grupo de plantas a apresentar semente,


estrutura que confere proteção e nutrição ao futuro embrião. Entretanto, as sementes
das gimnospermas são consideradas nuas, uma vez que não ficam encerradas em frutos,
como nas angiospermas. As sementes favorecem a dispersão das plantas ditas
espermatófitas pelo ambiente, possibilitando que os indivíduos da próxima geração se
desenvolvam em um local mais afastado daquele onde viviam os seus progenitores.

Página 60

As últimas novidades evolutivas observadas nas plantas foram as flores e os frutos


das angiospermas. As flores aumentam a eficiência da reprodução devido à atração de
polinizadores, enquanto os frutos conferem proteção e maior dispersão das sementes.
Essa dispersão é potencializada pelo fato de as sementes serem envoltas em material
nutritivo que atrai animais. Ao consumi-las, esses animais espalham as sementes no
ambiente.

Com essas características, as angiospermas apresentaram uma ampla vantagem


adaptativa sobre os demais grupos vegetais, resultando na dominância desse grupo nos
últimos 100 milhões de anos. Atualmente, existem mais de 250 mil espécies de
angiospermas, o que corresponde a mais de 90% das espécies do reino Plantae.

Cladograma que mostra algumas das características compartilhadas pelos diferentes grupos de
plantas. As plantas vasculares e as sem sementes são grupos artificiais, segundo a sistemática
filogenética.

Grandes grupos vegetais


Avaliar
Briófitas

Com cerca de 15 100 espécies descritas em todo o mundo, as briófitas são


classificadas em três grupos: hepáticas, antóceros e musgos.

As briófitas são plantas avasculares, ou seja, sem vasos condutores de seiva. De


acordo com os estudos moleculares, elas formam um grupo artificial do ponto de vista
evolutivo, já que seus representantes não compartilham um ancestral comum exclusivo.

A ausência de vasos condutores é uma das características que impedem as briófitas


de apresentarem grande porte, uma vez que o transporte de substâncias é feito por
difusão célula a célula. Assim, são plantas pequenas e compactas, com apenas alguns
centímetros de comprimento. A falta de um sistema vascular também impede que se fale
em folhas, caules ou raízes verdadeiras nessas plantas; o corpo das briófitas é chamado
de talo, e este pode ser diferenciado em filoides, cauloides e rizoides.

Esquema de um musgo.

As briófitas são bastante dependentes da água, vivendo geralmente em ambientes


úmidos e sombreados. Algumas espécies, porém, podem ser encontradas em ambientes
inóspitos, como rochas nuas, desertos e regiões polares. A ausência de epiderme com
cutícula impermeabilizante é o que torna essas plantas bastante suscetíveis à
desidratação.

A dependência da água das briófitas também se deve ao seu modo de reprodução.


Seus gametas masculinos, chamados anterozoides, são flagelados, necessitando de
água para chegar ao gameta feminino, denominado oosfera.

Outro aspecto relevante das briófitas é a dominância da fase gametofítica (n) sobre a
fase esporofítica (2n) em seu ciclo de vida. Desse modo, o gametófito é a parte perene e
mais visível nessas plantas, ao contrário do que se observa nos demais grupos vegetais.

Página 61

Pteridófitas

Com cerca de 10 500 espécies descritas em todo o mundo, as pteridófitas são


classificadas em quatro grupos: oAvaliar
das samambaias e avencas; o dos licopódios e das
selaginelas; o das psilófitas (gêneros Tmesipteris e Psilotum); e o das cavalinhas (gênero
Equisetum).

As pteridófitas são as primeiras plantas vasculares, tendo surgido por volta de 425
milhões de anos atrás. No Período Carbonífero, havia muitas espécies de pteridófitas
arbóreas, formando grandes florestas. Os estudos em sistemática vegetal sugerem que
elas não formam um grupo natural.

Representação de samambaia arbórea (Dicksonia).

A presença de vasos condutores conferiu maior eficiência no transporte de


substâncias nas pteridófitas, permitindo que elas apresentassem maior porte quando
comparadas às briófitas. Assim, há desde espécies pequenas, como a aquática salvínia, a
espécies arbóreas, a exemplo da samambaiuçu, encontrada nas florestas tropicais
brasileiras.

O surgimento do sistema vascular está relacionado à especialização dos tecidos


vegetativos, o que significa que as pteridófitas apresentam folhas, caules e raízes
verdadeiras. Tais órgãos são observados no esporófito, fase dominante no ciclo de vida
das pteridófitas; os gametófitos (protalos) são muito pequenos e têm vida curta.

O grupo das pteridófitas apresenta, ainda, cutícula impermeabilizante, camada de


cera revestindo as folhas, o que reduz a perda de água por evapotranspiração. Assim,
esse grupo pode ser encontrado em regiões mais ensolaradas do que as das briófitas.
Porém, as pteridófitas ainda são dependentes de água para a reprodução, dada a
presença de gametas masculinos flagelados (anterozoides).

Gimnospermas

Com cerca de 1 000 espécies conhecidas em todo o mundo, as gimnospermas são


classificadas em quatro grupos: o das coníferas, que reúne os pinheiros, os cedros, os
abetos e as sequoias; o das cicas; o das gnetófitas (gêneros Gnetum, Ephedra e
Welwitschia); e o grupo do Ginkgo biloba.

Assim como as pteridófitas, as gimnospermas também são plantas vasculares


(traqueófitas) e apresentam cutícula impermeabilizante. A novidade evolutiva desse
grupo é a formação dos grãos de pólen e do tubo polínico, estruturas que permitem o
gameta masculino (aflagelado) ser conduzido diretamente ao gameta feminino (oosfera),
sem a necessidade de um meio aquoso. As gimnospermas apresentam, ainda, sementes,
que conferem proteção e nutrição ao embrião, além de favorecerem sua dispersão no
ambiente.

Estima-se que as gimnospermas surgiram há aproximadamente 365 milhões de anos,


em um período no qual as alterações climáticas tornaram o ambiente terrestre ainda
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mais seco. Assim, a seleção natural acabou favorecendo as plantas com estruturas que
reduzissem o risco de desidratação e a dependência de água para a reprodução.

As gimnospermas formavam grandes florestas no Período Jurássico, quando se deu o


auge dos dinossauros. Atualmente, compõem a Taiga, floresta de coníferas no Hemisfério
Norte. No Brasil, destaca-se a Mata de Araucárias, na Região Sul.

Araucária ou pinheiro-do-paraná, espécie de gimnosperma comum na Região Sul do Brasil. A sua


semente, chamada de pinhão, é comestível.

As gimnospermas se caracterizam pela presença de estróbilos ou cones, estruturas


reprodutivas popularmente conhecidas como pinhas. Os estróbilos são observados nos
esporófitos e são, normalmente, unissexuados. Os estróbilos masculinos produzem os
grãos de pólen, que são levados geralmente pelo vento até os estróbilos femininos, nos
quais ocorre a fecundação.

Angiospermas

Todas as plantas classificadas como angiospermas formam um grupo natural, o filo


Magnoliophyta ou Anthophyta (do grego, antho, flor; phyta, planta). Trata-se do grupo
mais diverso de plantas, com cerca de 250 mil espécies descritas.

As angiospermas apresentam duas importantes novidades evolutivas: as flores e os


frutos. As flores são estruturas que favorecem a polinização por animais, enquanto os
frutos conferem proteção às sementes, ajudando-as na dispersão. Todas as
angiospermas compartilham as mesmas novidades evolutivas das pteridófitas e
gimnospermas (vasos condutores, cutícula, pólen, tubo polínico e semente).

São plantas de porte variado (herbáceo, arbustivo ou arbóreo), encontradas em


praticamente todos os ambientes, tanto terrestre quanto aquático. Elas podem, ainda,
ser epífitas, crescendo sobre outras plantas, como muitas bromélias e orquídeas, ou até
ser parasitas, a exemplo do cipó-chumbo.

Tradicionalmente, as angiospermas eram classificadas em dois grandes grupos de


acordo com o número de cotilédones, as folhas embrionárias: dicotiledôneas (com dois
cotilédones) e monocotiledôneas (com um cotilédone). Entretanto, evidências recentes
sugerem que as dicotiledôneas não formam um grupo natural; no caso, apenas aquelas
com grão de pólen tricolpado (com três sulcos) formam um grupo monofilético. Assim,
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esse grupo recebeu o nome de eudicotiledôneas (o prefixo eu- significa verdadeiro).

Mandacaru, espécie de angiosperma encontrada na Caatinga, bioma situado na Região Nordeste


do Brasil.

Página 62

Esquema mostrando as principais diferenças entre os dois grandes grupos de angiospermas.

ATIVIDADES ESSENCIAIS

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Questão 01
Assinale a alternativa que ordena corretamente três novidades evolutivas, de acordo
com o seu surgimento no processo de evolução, das plantas terrestres.

a) Sistema vascular, semente, flor.

b) Sistema vascular, flor, semente.

c) Semente, sistema vascular, flor.

d) Semente, flor, sistema vascular.

e) Flor, sistema vascular, semente.

Questão 02
Em termos evolutivos, as angiospermas apresentam duas estruturas que permitiram a
sua adaptação e diversificação. Essas estruturas, que não estão presentes nos outros
grupos de plantas, são

a) flor e fruto.

b) raiz e folha.

c) folha e caule.

d) flor e semente.

e) vaso condutor e semente.

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Questão 03
O reino Plantae é subdividido em filos e alguns deles apresentam plantas vasculares e
outros avasculares. As plantas avasculares não possuem vasos condutores de seiva, e as
plantas vasculares, também chamadas de traqueófitas, possuem esses vasos. Os filos
que apresentam plantas avasculares são

a) Pteridophyta, Bryophyta e Lycophyta.

b) Anthophyta, Pteridophyta e Hepatophyta.

c) Anthocerophyta, Hepatophyta e Lycophyta.

d) Bryophyta, Hepatophyta e Anthocerophyta.

e) Bryophyta, Magnoliophyta e Anthocerophyta.

Questão 04
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Atualmente, encontram-se catalogadas mais de 320 mil espécies de plantas, algumas de
estruturas relativamente simples, como os musgos, e outras de organizações corporais
complexas, como as árvores. Assim sendo, assinale a alternativa que relaciona
corretamente o grupo vegetal a suas características.

a) Gimnospermas: plantas avasculares, com raízes, caule, folhas, flores e frutos, cujas
sementes estão protegidas dentro desses frutos. Exemplo: arroz.

b) Briófitas: plantas de pequeno porte, vasculares, sem corpo vegetativo. Exemplo: algas
cianofíceas.

c) Angiospermas: plantas cujas sementes não se encontram no interior dos frutos.


Exemplo: pinheiros.

d) Gimnospermas: plantas avasculares; possuem somente raízes e caule; plantas de


pequeno porte. Exemplo: musgo.

e) Pteridófitas: plantas vasculares, sem flores; apresentam raízes, caule e folhas;


possuem maior porte do que as briófitas. Exemplo: samambaias.

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01
Ao longo do processo evolutivo, a provável sequência temporal de aparecimento dos
diversos grupos vegetais é

a) briófitas, gimnospermas, angiospermas, pteridófitas.

b) briófitas, pteridófitas, gimnospermas, angiospermas.

c) pteridófitas, briófitas, angiospermas, gimnospermas.

d) pteridófitas, gimnospermas, briófitas, angiospermas.

e) gimnospermas, briófitas, pteridófitas, angiospermas.

Questão 02

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Analise as afirmações apresentadas sobre os grupos vegetais.

I. Gimnospermas apresentam vasos condutores e sementes nuas.

II. Briófitas são vasculares e apresentam geração esporofítica predominante.

III. Angiospermas possuem o fruto formado a partir do desenvolvimento do ovário.

IV. Pteridófitas apresentam geração gametofítica duradoura e esporofítica reduzida.

V. Gimnospermas e angiospermas garantiram a conquista definitiva do ambiente


terrestre também graças ao desenvolvimento do tubo polínico.

Estão corretas as afirmações

a) I, II e III.

b) I, III e V.

c) II, III e IV.

d) II, IV e V.

e) III, IV e V.

Questão 03
Sobre as plantas terrestres, é correto afirmar que

a) os vasos condutores das briófitas possibilitam o transporte de água pelo corpo da


planta.

b) em pteridófitas, há produção de estruturas que protegem o embrião chamadas de


semente.

c) a fase duradora e de vida livre do ciclo de vida das gimnospermas e angiospermas é o


gametófito.

d) nas gimnospermas, ocorreu fechamento dos carpelos e, por isso, as sementes ficam
dentro dos frutos.

e) em briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, o embrião multicelular fica


retido dentro do gametófito feminino.

Questão 04

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De acordo com o cladograma a seguir, é correto afirmar que

a) A é briófita, B é pteridófita e C é espermatófita.

b) C é espermatófita, D é traqueófita e E é angiosperma.

c) C possui sementes, D é espermatófita e E é angiosperma.

d) B é briófita, D é traqueófita e E possui sementes.

e) A é angiosperma, B é espermatófita e D e E são traqueófitas.

Questão 05

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(ENEM) Durante sua evolução, as plantas apresentaram grande diversidade de
características, as quais permitiram sua sobrevivência em diferentes ambientes. Na
imagem, cinco dessas características estão indicadas por números.

A aquisição evolutiva que permitiu a conquista definitiva do ambiente terrestre pelas


plantas está indicada pelo número

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

e) 5.

Página 64

Questão 06

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O Projeto Flora do Brasil 2020 tem como objetivo fazer a divulgação de descrições,
chaves de identificação e ilustrações para todas as espécies de plantas, algas e fungos
conhecidos no país. A tabela a seguir mostra a distribuição das 46 104 espécies nativas
reconhecidas até o momento.

Angiospermas 32 813

Fungos 5 711

Algas 4 747

Briófitas 1 526

Samambaias e licófitas 1 277

Gimnospermas 30

Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://
floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acesso em: 1º abr. 2023.

De acordo com a tabela, o número de espécies nativas brasileiras do reino Plantae,


reconhecidas até o momento, portadoras de vasos condutores de seiva é

a) 32 813.

b) 32 843.

c) 34 120.

d) 35 646.

e) 39 831.

ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO

Questão 01

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O gráfico mostra a evolução da pressão de gás oxigênio na atmosfera terrestre, em cinco
estágios, ao longo de bilhões de anos.

As plantas vasculares teriam surgido durante o estágio indicado por

a) 5.

b) 4.

c) 3.

d) 2.

e) 1.

Questão 02

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A seguir, estão listados grupos de organismos clorofilados e as características que os
distinguem.

I. Traqueófitas – vaso condutor de seiva.

II. Antófitas – flor.

III. Espermatófitas – semente.

IV. Embriófitas – embrião.

V. Talófitas – corpo organizado em talo.

Considere que cada grupo corresponde a um conjunto e que a interseção entre eles
representa o compartilhamento de características. Sendo P um pinheiro-do-paraná
(araucária), indique a alternativa em que P está posicionado corretamente, quanto às
características que possui.

a)

b)

c)

d)

e)

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Página 65
Questão 03
Vegetais são organismos muito importantes na história evolutiva do planeta. Foram
classificados conforme seu grau de complexidade em briófitas, pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas. Em relação às diferenças anatômicas e fisiológicas
desses grupos, assinale a alternativa correta.

a) Angiospermas apresentam flores e frutos e estão sempre separadas em plantas


masculinas e plantas femininas, não apresentando espécies com os dois sexos. A
árvore em si representa a fase gametófito, e o esporófito haploide aparece somente
durante o período reprodutivo.

b) Pteridófitas apresentam uma fase esporofítica duradoura e são as primeiras plantas a


apresentarem vasos condutores de seiva e sementes. A fase gametofítica dura pouco
tempo, sendo representada por uma estrutura denominada protalo. Seu principal
grupo vegetal são as samambaias.

c) Angiospermas podem ser divididas em monocotiledôneas, que apresentam um único


cotilédone e têm folhas com nervuras ramificadas, e em eudicotiledôneas, que
apresentam dois cotilédones e folhas com nervuras paralelinérveas. Outra diferença é
a raiz fasciculada em eudicotiledôneas e raiz axial ou pivotante em
monocotiledôneas.

d) Gimnospermas são representadas por grandes pinheiros e são as primeiras plantas


que apresentam frutos secos, denominados de pinhas. Sua fase duradoura é o
esporófito haploide, que forma o corpo do pinheiro. São importantes
economicamente na construção civil e na culinária, que faz uso dos pinhões em
diversas receitas.

e) Briófitas formam o primeiro grupo a colonizar o ambiente terrestre. Não apresentam


vasos condutores de seiva, o que acaba limitando seu crescimento e seu
desenvolvimento a locais úmidos. Apresentam uma fase gametofítica duradoura
haploide e dependem de água para ocorrer o encontro gamético. Seus principais
representantes são os musgos.

Questão 04

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Em botânica, área da Biologia que estuda os grupos vegetais, um aluno encontrou um
registro faltando partes importantes da identificação dos grupos vegetais. Os conceitos
que faltam estão indicados pelos numerais 1, 2, 3 e 4.

Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Reduzido,
Gametófito 1 Reduzido 2 dependente
do esporófito

Reduzido,
dependente
Esporófito Duradouro 3 Duradouro
do
gametófito

Sementes Não possuem 4 Possuem Possuem

Os conceitos que substituem corretamente os numerais 1, 2, 3 e 4 são:

a) duradouro; reduzido, dependente do esporófito; duradouro; possuem.

b) duradouro; duradouro, dependente do esporófito; reduzido; possuem.

c) reduzido; duradouro, dependente do gametófito; duradouro; possuem.

d) reduzido; reduzido, dependente do gametófito; reduzido; não possuem.

e) duradouro; reduzido, dependente do esporófito; duradouro; não possuem.

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

ATIVIDADES DISCURSIVAS

Questão 01
(UNICAMP) A Mata Atlântica é um ambiente bastante úmido. Nela, é comum encontrar
diversos tipos de plantas verdes, de pequeno porte (alguns centímetros), crescendo
sobre troncos e ramos de árvores, bem como recobrindo certas áreas na superfície do
solo. A reprodução dessas plantas não ocorre por meio de flores, mas, no seu ciclo, há
gametas envolvidos.

a) Que plantas são essas?

b) Qual é o fator que delimita o seu tamanho?

c) Qual é a fase transitória do seu ciclo reprodutivo?

Questão 02

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(UFJF–Adaptada) O cladograma a seguir mostra algumas características compartilhadas
pelos vegetais. Responda corretamente às perguntas sobre esse grupo.

a) A característica A é comum a todos os organismos do reino Plantae, sendo


considerada uma apomorfia do grupo. A característica B é comum somente às
espermatófitas. Nomeie as duas características.

b) Além da característica A no cladograma, cite quatro outras características comuns ao


reino Plantae.

c) Os vegetais apresentam ciclo reprodutivo com alternância de gerações, em que uma


fase haploide é sucedida por uma fase diploide. Quais os nomes dados à fase
haploide e à fase diploide?

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse aqui os vídeos das resoluções.

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