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Especiação
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as populações de uma espécie evoluem para se
tornarem espécies distintas. O processo de especiação deu origem a uma enorme diversidade de
organismos.
A especiação ocorre quando há o isolamento reprodutivo entre duas populações. Sendo assim,
foram propostos dois processos para evidenciar como o isolamento reprodutivo pode evoluir: o
primeiro é sendo um subproduto da divergência evolutiva entre duas populações, e a outra forma é
ser favorecido através de um processo chamado reforço, que aumenta o isolamento reprodutivo.[1]
Antecedentes históricos
Ao abordar a questão da origem das espécies, existem duas questões principais: (1) quais são os
mecanismos evolutivos da especiação e (2) o que explica a separação e individualidade das
espécies? Desde a época de Charles Darwin, os esforços para entender a natureza das espécies têm
se concentrado principalmente no primeiro aspecto, e agora é amplamente aceito que o fator
crítico por trás da origem de novas espécies é o isolamento reprodutivo.[5]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Especiação 1/11
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A raridade traz consigo outros custos. Recursos raros e incomuns raramente são vantajosos. Na
maioria dos casos, eles indicam uma mutação (não silenciosa), que é quase certa de ser deletéria.
Portanto, cabe às criaturas sexuais evitarem parceiros com características raras ou incomuns.[ [14]]
[[15]].As populações sexuais, portanto, eliminam rapidamente características fenotípicas raras ou
periféricas, canalizando assim toda a aparência externa. Essa uniformidade de todos os membros
adultos de uma espécie sexual estimulou a proliferação de guias de campo sobre aves, mamíferos,
répteis, insetos e muitos outros táxons, nos quais uma espécie pode ser descrita com uma única
ilustração (ou duas, no caso de dimorfismo sexual). Uma vez que uma população se torna tão
homogênea em aparência como é típico da maioria das espécies, seus membros evitarão o
acasalamento com membros de outras populações que parecem diferentes deles.[[16]] Assim, evitar
parceiros que exibem características fenotípicas raras e incomuns inevitavelmente leva ao
isolamento reprodutivo, uma das marcas da especiação.[ [17]] [[18]] [[19]] [[20]]
Especiação natural
Todas as formas de especiação natural ocorreram ao longo da história evolutiva da vida; embora a
importância relativa de cada mecanismo na formação da biodiversidade atual ainda seja
amplamente debatida na comunidade científica.[24]
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Atualmente, também não há consenso sobre a taxa a que eventos de especiação acontecem na
escala geológica. Uma visão partilhada por muitos biólogos evolutivos é que o número de eventos
de especiação tem se mantido constante ao longo do tempo. Uma posição contrastante foi
inicialmente proposta por Niles Eldredge e Stephen Jay Gould. Ela defende que as espécies se
mantiveram relativamente estáveis durante longos períodos de tempo, pontuado por períodos de
tempo relativamente curtos quando a especiação ocorre. Esta visão é conhecida pela teoria dos
equilíbrios pontuados.
Mecanismo
A especiação se inicia quando uma subpopulação de uma espécie se isola geograficamente, altera o
seu nicho ecológico ou o seu comportamento, de maneira que fique isolada reprodutivamente do
restante da população daquela espécie. Esta subpopulação, ao se isolar e sofrer mutações
cumulativas que alteram, com o passar do tempo, o seu genótipo e, consequentemente, sua relação
com o meio, ou seja, a expressão fenotípica desta, se transformando em uma nova espécie.
Alopátrica
Durante a especiação alopátrica (do grego antigo
allos, "outro" + patrā, "pátria"), a população inicial
divide-se em duas populações geograficamente
isoladas (alopátricas) devido, por exemplo, a
fragmentação do habitat pelo aparecimento de uma
cadeia montanhosa. As populações assim isoladas
vão sofrer diferenciação genotípica e/ou fenotípica,
por:(a) as populações se tornam sujeitas a pressões
seletivas diferentes; (b) elas sofrem deriva genética
independentemente; (c) diferentes mutações
surgem nas duas populações. Após um certo tempo,
quando os indivíduos que faziam parte da mesma Comparação de especiação por alopatria,
espécie voltam a entrar em contato, eles evoluem de peripatria, parapatria e simpatria.
tal forma que estão reprodutivamente isolados e já
não são mais capazes de trocar genes entre si.
Parapátrica
Na especiação parapátrica, não há separação geográfica completa entre as duas populações
isoladas e apenas uma separação parcial das zonas de duas populações divergentes. A espécie
nova se formará em uma população adjacente. Isso implica que algum fluxo génico pode
ocorrer. Indivíduos das duas populações podem entrar em contacto ou mesmo atravessar a
barreira de tempos a tempos, embora híbridos tenham uma viabilidade reduzida, levando
eventualmente ao reforço das barreiras à reprodução.[25]
Peripátrica
A especiação peripátrica é um tipo especial de especiação alopátrica em que uma das populações
isoladas é consideravelmente menor do que a outra. Assim, novas espécies são formadas em
populações periféricas menores e isoladas que são impedidas de trocar genes com a população
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Nestes casos, como a população é pequena, mecanismos como a deriva genética ou o efeito
fundador são mais importantes, pois populações pequenas sofrem frequentemente do efeito de
gargalo.[carece de fontes?]
Simpátrica
Na especiação simpátrica, as populações divergem quando ainda ocupam a mesma região
geográfica. Este tipo de especiação pode ocorrer muitas vezes em insetos que se tornam
dependentes de plantas hospedeiras diferentes numa mesma área.[27]
A especiação simpátrica pode ocorrer quando as populações divergem em mudança para habitats
ou nichos diferentes, se tornando reprodutivamente isolada em decorrência da seleção natural
resultante, mesmo dentro de uma mesma área geográfica. Isso leva a uma redução do fluxo gênico,
de modo que as populações se tornem espécies diferentes.
Um outro mecanismo que permite a especiação simpátrica é a poliploidia, uma condição na qual
um organismo tem um conjunto extra de cromossomo, leva à especiação simpátrica em plantas.
Nem todos os organismos poliploides estão reprodutivamente isolados das espécies parentais. Por
isso, a duplicação do número de cromossomas não leva necessariamente ao cessar do fluxo génico
entre os recém-criados poliploides e os seus parentais diploides.[28]
Métodos de seleção
Em alguns casos o isolamento reprodutivo pode ocorrer
antes da fecundação, sendo chamado de isolamento
reprodutivo pré-zigótico. Nesse caso pode ocorrer (dentre
outros fatores) por:
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O raciocínio por trás disso é que, se cada um dos pais da prole híbrida selecionou naturalmente
características para seus próprios ambientes, a prole híbrida carregará características de ambos,
portanto não se encaixaria em nenhum nicho ecológico e também em nenhum dos pais. A baixa
aptidão dos híbridos faria com que a seleção favorecesse o acasalamento seletivo, o que controlaria
a hibridização. Isso também pode ser chamado de efeito Wallace em homenagem ao biólogo Alfred
Russel Wallace, que sugeriu no final do século XIX que poderia ser um fator importante na
especiação.[31] Por outro lado, se a descendência híbrida for mais adequada do que seus ancestrais,
então as populações se fundirão novamente na mesma espécie dentro da área com a qual estão em
contato.
Ecológico
A seleção ecológica é "a interação dos indivíduos com seu ambiente durante a aquisição de
recursos".[32] A seleção natural está inerentemente envolvida no processo de especiação, pelo qual,
"sob a especiação ecológica, populações em diferentes ambientes ou populações que exploram
diferentes recursos, experimentam contrastes pressões de seleção natural sobre as características
que direta ou indiretamente trazem a evolução da reprodução isolamento".[33]
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Seleção sexual
É amplamente reconhecido que a seleção sexual pode conduzir a especiação em muitos clados,
independentemente da seleção natural.[36] No entanto, o termo "especiação", neste contexto, tende
a ser usado em dois sentidos diferentes, mas não mutuamente exclusivos. O primeiro e mais
comumente usado sentido refere-se ao "nascimento" de novas espécies. Ou seja, a divisão de uma
espécie existente em duas espécies separadas, ou o surgimento de uma nova espécie a partir de
uma espécie progenitora, ambos impulsionados por uma "moda passageira" biológica (uma
preferência por um recurso, ou recursos, em um ou ambos sexos, que não têm necessariamente
quaisquer qualidades adaptativas).[36][37][38] No segundo sentido, "especiação" refere-se à
tendência generalizada de criaturas sexuadas a serem agrupadas em espécies claramente
definidas,[39] em vez de formar um continuum de fenótipos no tempo e no espaço - o que seria o
mais conseqüência óbvia ou lógica da seleção natural. Isso foi de fato reconhecido por Darwin
como problemático. Existem várias sugestões de como a escolha do parceiro pode desempenhar
um papel significativo na resolução do dilema de Darwin.[39] Se a especiação ocorre na ausência de
seleção natural, ela pode ser referida como especiação não ecológica.
Especiação artificial
Espécies novas foram criadas por seleção de animais de pecuária, mas as datas iniciais e os
métodos usados para dar origem a tais espécies não são claros. Por exemplo, a ovelha doméstica
(Ovis aris) foi criada através de hibridação, e já não produz descendentes férteis com o muflão
(Ovis orientalis), que é uma das espécies que lhe deu origem.[40] Gado domesticado, por outro
lado, ainda pode ser considerado como a mesma espécie que várias variedades de gado selvagem,
porque conseguem produzir descendentes férteis com estas variedades.[41]
A criação de novas espécies em laboratório que melhor foi documentada, realizou-se no fim dos
anos 80 por William Rice e G.W. Salt. Estes cientistas criaram mosquinha-da-fruta, Drosophila
melanogaster, usando um labirinto com três escolhas diferentes tais como escuro/claro e
seco/molhado. Cada geração era colocado no labirinto, e o grupo de moscas que saía em duas das
oito possíveis saídas eram separadas para procriar dentro do seu próprio grupo. Após trinta e cinco
gerações, os dois grupos e os seus descendentes não conseguiam procriar entre eles, mesmo
quando essa era a única oportunidade de se reproduzir.[42]
Diane Dodd também foi capaz de demonstrar especiação alopátrica por isolamento reprodutivo em
Drosophila pseudoobscura após apenas oito gerações usando diferentes tipos de comida, amido e
maltose.[43] A experiência de Dodd tem sido facilmente replicada por outros, incluindo outras
espécies de moscas da fruta e alimentos.[44]
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Genética
A especiação por poliploidia tem sido especialmente importante na história evolutiva das plantas,
embora ela tenha contribuído também para a especiação em animais, ainda que em menor
escala.[47] A reprodução de espécies poliploides de sucesso às vezes é assexuada, por
partenogênese ou apomixia, pois por razões desconhecidas muitos organismos assexuados são
poliploides. Casos raros de mamíferos poliploides são conhecidos, mas na maioria das vezes
resultam em morte pré-natal.
A hibridização é um meio importante de especiação em plantas, uma vez que a poliploidia (tendo
mais de duas cópias de cada cromossomo) é tolerada em plantas mais prontamente do que em
animais.[48][49] A poliploidia é importante em híbridos, pois permite a reprodução, com dois
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Quando a hibridação que leva a especiação não resulta numa mudança do número de
cromossomas chama-se especiação por hibridação homoploide. É considerado muito raro mas já
foi demonstrado em borboletas do género Heliconius[51] e em girassóis. Especiação poliploide, que
envolve mudanças no número de cromossomas, é um fenômeno mais comum, especialmente em
plantas.
Ver também
Evolução
Conceito biológico de espécie Livro: Evolução
Referências
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