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MECANISMOS DE ESPECIAÇÃO

Prof. Luis Gustavo


CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONVERGÊNCIA ADAPTATIVA OU EVOLUÇÃO CONVERGENTE:
É o fenômeno evolutivo onde indivíduos de espécies diferentes
apresentam semelhanças, devido habitarem o mesmo ambiente. As
estruturas análogas comprovam a evolução convergente.
IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
ADAPTATIVA

É o fenômeno evolutivo onde


uma espécie origina várias
outras espécies. A irradiação
é responsável pelo
aparecimento das estruturas
homólogas.
Convergência: a, c, e
Divergência: b, d, f
CONCEITOS DE ADAPTAÇÃO

• Entende-se por adaptação ao conjunto de características que


contribuem para a sobrevivência e reprodução de uma espécie
num determinado meio ambiente.

• Os camelos são capazes de tolerar a escassez de água,


podendo perder até 40% de líquido corpóreo, fato que o
caracteriza como um animal altamente adaptado a vida
desértica.
Outro exemplo de adaptação ocorrido entre as mariposas que
povoaram a cidade de Manchester, nos meados do século XIX,
antes do processo de industrialização da cidade, era marcante o
predomínio das mariposas claras em relação às mariposas
escuras, pertencentes a espécie Biston betularia.
 Especiação é o processo evolutivo pelo
qual as espécies de seres vivos se
formam. Este processo pode ser uma
transformação gradual de uma espécie
em outra (anagênese) ou pela divisão de
uma espécie em duas por cladogênese.
ANAGÊNESE
 A anagênese é a evolução progressiva de espécies que
envolve uma mudança na frequência genética de uma
população inteira.

 Anagênese: compreende processos pelos quais uma


característica surge ou se modifica numa população ao
longo do tempo, sendo responsável pelas “novidades
evolutivas”. É uma evolução contínua que gera uma nova
espécie. Resulta de mutação, permutação, seleção
natural.

CLADOGÊNESE
 A cladogênese corresponde a um processo evolutivo
que gera ramificações nas linhagens de organismos
ao longo de sua história evolutiva e implica
obrigatoriamente em especiação biológica.

 Cladogênese: compreende processos responsáveis


pela ruptura da coesão original em uma população,
gerando duas ou mais populações que não podem
mais trocar genes. Pode ocorrer devido ao
surgimento de barreiras geográficas.
ESPECIAÇÃO
 Divisão de uma espécie em duas reprodutivamente isoladas.
Membros de espécies diferentes possuem diferenças
genéticas, ecológicas, comportamentais e morfológicas.

 Nenhum desses critérios, porém, é suficiente para fornecer


uma definição universal de espécie.

 Muitas espécies, no entanto, diferem por serem


reprodutivamente isoladas (conceito biológico de espécie).
ESPECIAÇÃO NATURAL
 Todos os modos de especiação já
ocorreram na Natureza, embora a
importância relativa de cada um na
formação da biodiversidade atual ainda
seja amplamente debatida na
comunidade científica.

 Atualmente, também não há consenso


sobre a taxa a que eventos de
especiação acontecem na ESCALA
GEOLÓGICA.
 uma nova espécie pode ter as seguintes
relações geográficas com seu ancestral:

 a) Isolamento geográfico (alopatria)


b) Existir em um continnum geográfico
c) Existir dentro da mesma área
(simpatria)
 PRINCIPAIS MODOS DE ESPECIAÇÃO
ALOPATRIA

 Durante a especiação alopátrica, a


população inicial divide-se em duas
populações (geograficamente isoladas)
devido, por exemplo, a fragmentação do
habitat pelo aparecimento de uma cadeia
montanhosa
 As populações assim isoladas vão se
diferenciar genotípica e/ou fenotípicamente
quer por as populações estarem sujeitas a
pressões seletivas diferentes ou por fatores
aleatórios como a deriva genética.
 Biólogos evolutivos concordam que a
alopatria é a forma mais comum de
especiação.
Especiação Alopátrica (gr. Allós = outro,
diferente)
• ocorre isolamento geográfico entre populações com
um mesmo ancestral.
NOTA: Geralmente o ponto inicial básico para que ocorra a especiação é o
isolamento geográfico. A especiação se efetua quando ocorre o isolamento
reprodutivo.
Peripatria

 A especiação peripátrica é um tipo especial de


especiação alopátrica, em que uma das
populações isoladas é bastante menor do que
a outra.

 Nestes casos, como a população é pequena,


mecanismos como a deriva genética ou o
Efeito fundador são mais importantes, pois
populações pequenas sofrem frequentemente
do efeito de gargalo.
Efeito fundador

 O efeito fundador é um fenómeno de


evolução. Acontece quando um
ambiente isolado é invadido por apenas
alguns organismos de uma espécie,
que então se multiplicam rapidamente.
Efeito de gargalo

 O efeito de gargalo é um evento


evolucionário, no qual uma percentagem
significativa da população de uma
espécie morre ou é impedida de se
reproduzir.
 Algumas evidências genéticas sugerem
que as populações humanas sofreram
um efeito de gargalo há 70.000 anos
atrás. Isto resultou na diminuição da
diversidade genética global da espécie
humana.
 Uma teoria indica que a população humana
teria sofrido uma redução drástica do número
de indivíduos devido à erupção do vulcão do
lago Toba , na Indonésia.

 Esta erupção teria provocado variações


extremas nos níveis de vários parâmetros
ambientais, incluindo a diminuição da
temperatura atmosférica global e o
consequente rebaixamento do nível dos
oceanos e mares.
Fotos do Lago Toba
Exemplo no mundo animal do
efeito gargalo
 Um exemplo clássico do efeito de
gargalo foi o que aconteceu com o
elefante marinho, cuja população caiu
para 30 indivíduos em 1890, mas que
agora tem um efetivo de dezenas de
milhares
Parapatria

 Na especiação parapátrica, não há


separação geográfica completa entre
as duas populações isoladas. Isso
implica que algum fluxo gênico pode
ocorrer.
 Fluxo gênico - é a transferência de
genes de uma população para outra.
 Indivíduos das duas populações
podem entrar em contato ou mesmo
atravessar a barreira de tempos a
tempos
Um exemplo dessa especiação é o caso das gramíneas
Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem fixadas
em um substrato contaminado com metais pesados.
Simpatria

 Na especiação simpátrica, as
populações divergem quando ainda
ocupam a mesma área.

 Este tipo de especiação pode ocorrer


muitas vezes em insetos que se
tornam dependentes de plantas
hospedeiras diferentes numa mesma
área.
Especiação Simpátrica (gr. Syn = juntos)

• não ocorre isolamento geográfico entre populações com um


mesmo ancestral.
• os mecanismos envolvidos neste tipo de especiação ainda são
pouco conhecidos.
• uma hipótese são os casos de seleção disruptiva, em que novas
espécies podem surgir em uma mesma região geográfica
Algumas espécies de:

Trigo Tabaco Batata

Poliploides
• Durante a formação dos gametas eventualmente ocorrem
algumas não-disjunções cromossômicas, gerando gametas
diploides.

• gameta 2n + gameta 2n = zigoto 4n (que no caso das plantas


citadas desenvolvem plantas adultas 4n).

• Na meiose, indivíduos 4n formam gametas 2n.

• se um gameta 2n fecundar outro gameta n, produzido por


uma planta normal 2n, forma-se um indivíduo estéril 3n –
quando o número de cromossomos é ímpar o
emparelhamento de homólogos durante a meiose não ocorre
e os gametas não se formam.

• Assim, plantas 4n ficam reprodutivamente isoladas das


plantas normais 2n, podendo polinizar apenas outras plantas
4n. Dado o isolamento reprodutivo, pode-se dizer que estas
plantas originaram outra espécie.
Conceito de raça e subespécie
• Populações de mesma espécie que diferem em determinadas
características e estão adaptadas a ambientes diferentes. Na natureza,
porém, essas subespécies raramente se cruzam.

• A formação de subespécies representa uma etapa de transição na


origem de novas espécies.
TIPOS DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO

 Em alguns casos o isolamento


reprodutivo pode ocorrer antes da
fecundação, sendo chamado de
isolamento reprodutivo pré-zigótico .
Nesse caso pode ocorrer (dentre outros
fatores) por:
 Mudança de Comportamento
(etológico)- O comportamento de um
dos sexos não é compreendido pelo
outro sexo, por exemplo no momento da
corte.
 Habitat - Duas populações ocupam a
mesma região, mas tem habitats
diferentes. Estas duas populações estão
isoladas e não trocarão genes entre si.
 Inadequação Anatômica (morfológica)-
Todo o indivíduo e/ou seus órgãos
reprodutivos se alteram a ponto de não
se adequarem fisicamente à ocorrência
do ato sexual.
 Mudança no ciclo reprodutivo
(isolamento sazonal)- Ciclos
reprodutivos não se ajustam, impedindo
o sucesso da reprodução. Ex: duas
espécies de aves que habitam mesma
região, porem com periodos de
reprodução diferentes ao longo do ano.
 Em outros casos o isolamento
reprodutivo é atingido após a
fecundação - Pós-zigótico - onde o
desenvolvimento do zigoto é inviável.

 Essa falta de sucesso na reprodução


configura uma alteração importante na
carga gênica dos envolvidos, a ponto de
ocasionar a falta de estabilização
necessária na(s) formação(ões) do(s)
novo(s) indivíduo(s) gerado(s).
Reforço do isolamento reprodutivo

 Reforço é um processo através do qual


a seleção natural aumenta o isolamento
reprodutivo. Pode ocorrer quando duas
populações da mesma espécie estão
separadas e voltam a estar em contacto.
 Se o seu isolamento reprodutivo
fosse completo, então elas já seriam
duas espécies separadas.

 Se o isolamento reprodutivo é
incompleto, então acasalamentos
posteriores darão origem a híbridos,
que podem ou não ser férteis.
HÍBRIDO

 Híbrido designa uma produção genética entre


duas espécies vegetais ou animais distintas, que
geralmente não podem ter descendência devido
aos seus genes incompatíveis.
 A mula, por exemplo, é um híbrido de jumento
com cavalo e é totalmente estéril.
 Atualmente, os cientistas estão tentando
recriar o mamute, animal pré-histórico,
através de inseminação artificial de sêmen
destes animais (que foram encontrados
congelados em algumas partes do planeta)
em fêmeas de elefante, que são seus
descendentes.
 Se conseguirem, este animal será um
híbrido de elefante com mamute, e
provavelmente também será estéril.
Fim!!!

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