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Professor Biologia
Origem e evolução da vida: hipóteses sobre a origem da vida; teoria de Lamarck e teoria de Darwin. 1
A organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização celular. A química dos
organismos vivos: a principal característica da biomolécula. Funções celulares: as organelas, síntese,
transporte, eliminação de substâncias e processos de obtenção de energia; ......................................... 29
Biodiversidade no planeta, no Brasil e na Bahia; espécies ameaçadas. .......................................... 160
Características anatômicas e fisiológicas do corpo humano: sistemas digestório, respiratório,
cardiovascular, urinário, nervoso, endócrino, imunológico, reprodutor e locomotor. ............................. 174
Genética: gene e código genético; fundamentos da hereditariedade, cálculos com probabilidade; bases
mendelianas; aplicações da engenharia genética: clonagem, transgênicos. ........................................ 210
Interação entre os seres vivos: conceitos básicos em ecologia; cadeias e teias alimentares;
bioacumulação; relações ecológicas limitadoras do crescimento populacional. Ecossistemas do Brasil;
biomas regionais e práticas sustentáveis de convivência com os mesmos. ......................................... 254
Ensino de Biologia: construção do conhecimento no ensino da Biologia e relações com ciência,
tecnologia e sociedade; a convivência com o semiárido e relações de transversalidade no ensino
da Biologia. .............................................................................................................................. 311
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br
Evolução
1
Uma ideia bastante antiga, do tempo de Aristóteles, é a de que os seres vivos podem surgir por
geração espontânea (abiogênese). Apesar de conhecer a importância da reprodução, admitia-se que
certos organismos vivos pudesse surgir espontaneamente da matéria bruta. Observações do cotidiano
mostravam, por exemplo, que larvas de moscas apareciam no meio do lixo e poças de lama podiam exibir
pequenos animais. A conclusão a que se chegava era a de que o lixo e a lama haviam gerado diretamente
os organismos.
Entretanto, reconhecia-se que nem toda matéria bruta podia gerar vida. Assim, de um pedaço de ferro
ou pedra não surgia vida; mais de um pedaço de carne, uma porção de lama ou uma poça d´agua eram
capazes de gerar vida. Explicava-se esta capacidade de gerar ou não vida entre os distintos materiais
brutos alegando-se a necessidade de um “princípio ativo” que não esteja presente em qualquer matéria
bruta. O princípio ativo não era considerado algo concreto, mas uma capacidade ou potencialidade de
gerar vida.
Aos ideias a respeito da geração espontânea perduraram por muito tempo, apesar da sua forma
original ter evoluído aos poucos; ainda nos meados do século passado, havia numerosos partidários
dessa teoria, definitivamente destruída pelos trabalhos de Pasteur.
Vamos descrever a partir de agora, alguns marcos na evolução das ideias sobre geração espontânea.
Em meados do século XVII, Francesco Redi realizou uma experiência que representou a primeira
tentativa experimental com finalidade de derrubar geração espontânea. Redi coloca pedaços de carne
em dois grupos de frascos; um dos grupos permanece aberto, enquanto o outro é recoberto por um
pedaço de gaze. Sobre a carne dos frascos abertos, após alguns dias, surgem larvas de moscas; nos
frascos cobertos não aparecem larvas. Redi concluiu que a carne não gera as larvas; moscas adultas
devem ter sido atraídas pelo cheiro de material em decomposição e desovaram sobre a carne. As larvas
nasceram, portanto, dos ovos postos pelas moscas. Essa ideia é ainda reforçada pela observação dos
frascos cobertos: sobre a gaze, do lado externo do frasco, algumas larvas apareceram. À ideia de que os
seres vivos se originam sempre de seres vivos chamamos biogênese.
1 1
Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 1991. Biologia p.118
Needham, porém, responde às críticas de Spallanzani com argumentos aparentemente muito fortes:
“…Spallanzani… selou hermeticamente dezenove frascos que continham diversas substâncias
vegetais e ferveu-os, fechados, por uma hora. Mas, pelo método de tratamento pelo qual ele torturou suas
dezenove infusões vegetais, fica claro que enfraqueceu muito ou até destruiu a força vegetativa das
substâncias em infusão…”
O aquecimento excessivo, segundo Needham, havia destruído o princípio ativo; sem princípio ativo,
nada de geração espontânea! É interessante notar que o próprio Spallanzani não soube refutar esses
argumentos, ficando as ideias da abiogênese consolidadas.
As experiências de Pasteur
Por volta de 1860, O cientista francês Louis Pasteur conseguiu derrubar definitivamente as ideias
sobre geração espontânea da vida. Seus experimentos foram bem semelhantes aos de Spallanzani,
porém com alguns aperfeiçoamentos. Vejamos como Pasteur descreve suas experiências.
“Coloquei em frascos de vidro os seguintes líquidos, todos facilmente alteráveis, em contato com o ar
comum: suspensão de lêvedo de cerveja em água, suspensão de lêvedo de cerveja em água e açúcar,
urina, suco de beterraba, água de pimenta. Aqueci e puxei o gargalo do frasco de maneira a dar-lhe
curvatura; deixei o líquido ferver durante vários minutos até que os vapores saíssem livremente pela
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
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estreita abertura superior do gargalo, sem tomar nenhuma outra precaução. Em seguida, deixei o frasco
esfriar. É uma coisa notável, capaz de assombrar qualquer pessoa acostumada com a delicadeza das
experiências relacionadas à assim chamada geração espontânea, o fato de o líquido em tal frasco
permanecer imutável indefinidamente… Parecia que o ar comum, entrando com força durante os
primeiros momentos (do resfriamento), deveria penetrar no frasco num estado de completa impureza. Isto
é verdade, mas ele encontra um líquido numa temperatura ainda próxima do ponto de ebulição.
A entrada do ar ocorre, então, mais vagarosamente e, quando o líquido se resfriou suficientemente, a
ponto de não mais ser capaz de tirar a vitalidade dos germes, a entrada do ar será suficientemente lenta,
de maneira a deixar nas curvas úmidas do pescoço toda a poeira (e germes) capaz de agir nas infusões…
Depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do frasco foi removido por golpe dado de tal
modo que nada, a não ser as ferramentas, o tocasse, e depois de 24, 36 ou 48 horas, bolores se tornavam
visíveis, exatamente como no frasco aberto ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do
ar.”
Com esta experiência engenhosa, Pasteur também demonstrava que o líquido não havia perdido pela
fervura suas propriedades de abrigar vida, como argumentaram alguns de seus opositores. Além disso,
não se podia alegar a ausência do ar, uma vez que este entrava e saía livremente (apenas estava sendo
filtrado).
Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A primeira relaciona-se aos mitos da
“criação”, ideia criacionista, que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser superior;
essa hipótese, evidentemente, foge ao campo de ação do raciocínio científico, não podendo ser testada
e nem refutada pelos métodos usados pela ciência.
A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do Gênesis, onde Deus origina o homem.
(Foto: Michelangelo/Reprodução)
Uma segunda posição, a panspermia, se refere à possibilidade de a vida ter se originado fora do
planeta Terra e ter sido “semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam trazido “esporos”
Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície da Terra, ao redor de mil toneladas de
meteoritos. Em algumas dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como aminoácidos e
bases nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais
frequente no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente astrônomo inglês, sir Fred Hoyle,
defende a ideia de que material biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle chega a
aceitar que isso aconteceria ainda hoje e que de alguma forma esse material “genético” novo poderia ser
incorporado aos organismos existentes, modificando assim sua evolução!
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consideradas pela maioria dos cientistas; para
começo de conversa, o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera terrestre seria de tal
ordem, que destruiria qualquer forma de vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, aceitar
que a vida apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o problema para diante, já que não esclareceria
como a vida teria surgido fora daqui.
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o
planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil ou seguro verificar
eventos que ocorreram há bilhões de anos, quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no
entanto, os cientistas conseguiram reproduzir algumas das condições originais em laboratório e
descobriram muitas evidências geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. Essa
terceira posição foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936, como veremos nos
itens a seguir.
Nos últimos 120 anos, várias ideias sobre a origem da Terra, sua idade, as condições primitivas da
atmosfera foram surgindo. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que predominam nos
organismos vivos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) também existem fora deles; nos organismos
vivos estes elementos estão combinados de maneira a formar moléculas complexas, como proteínas,
polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos. A diferença básica, então, entre matéria viva e matéria bruta
estaria sobretudo ao nível da organização desses elementos. O químico Wöhler, em 1828, já havia
fornecido a seguinte pista: substâncias “orgânicas” ou complexas, como a ureia, podem ser formadas em
condições de laboratório a partir de substâncias simples, “inorgânicas”. Se as condições adequadas
surgiram da Terra, no passado, então a vida poderia ter aparecido do inorgânico.
Uma simples análise das características que os seres vivos exibem hoje mostra, independentemente
de sua forma ou tamanho, a presença dos mesmos “tijolos” básicos em todos eles: açúcares simples, os
20 tipos de aminoácidos, os 4 nucleotídeos de DNA e os 4 de RNA, e os lipídios. Ora, depois da pista
dada por Wöhler, a que nos referimos, os químicos descobriram que esses compostos podem ser feitos
em laboratório, se houver uma fonte de carbono, de nitrogênio, e uma certa quantidade de energia
disponível. Assim sendo, se as condições adequadas tivessem estado presentes, no passado da Terra,
essas substâncias poderiam ter se formado sem grandes dificuldades.
Várias dessas ideias foram organizadas e apresentadas de forma clara e coerente pelo bioquímico
russo Aleksandr I. Oparin, em 1936, no seu livro “A origem da vida.
A comprovação experimental
O bioquímico Miller tentou reproduzir em laboratório algumas das condições previstas por Oparin.
Construiu um aparelho, que era um sistema fechado, no qual fez circular durante 7 dias uma mistura de
gases: metano, hidrogênio, amônia e vapor de água estavam presentes. Um reservatório de água
aquecido à temperatura de ebulição permitia a formação de mais vapor de água, que circulava arrastando
os outros gases.
2
Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna
Acredita-se hoje que, provavelmente, a composição da atmosfera primitiva foi diferente do que
acreditava Oparin; ela teria contido CO, CO2, H2, N2 e vapor de água (não haveria, portanto, metano nem
amônia; as fontes de carbono seriam o CO e o CO2, enquanto a de nitrogênio seria o N2). Vapor de água
e de gás carbônico teriam sido produzidos pela intensa atividade vulcânica. Mesmo assim, isso não
invalida experimentos do tipo “Miller”. Na realidade, foram feitas desde então muitas variantes dessa
experiência, modificando-se os gases utilizados e colocando-se algumas substâncias minerais; os
cientistas chegaram a obter mais de 100 tipos de “tijolos” orgânicos simples, incluindo nucleotídeos e
ATP.
O poder da argila
Algumas teorias recentes dão conta de que os longos polímeros, como proteinoides e fitas de ácidos
nucleicos, podem ter se formado, como alternativa às rochas quentes da crosta, em “moldes” de argila.
De fato, para ocorrer polimerização, deve haver uma alta concentração das unidades constituintes; na
argila, essa concentração pode ter sido alta. Além disso, a argila pode ter agido como “catalisadora” e
promovido o aparecimento de ligações simples, como as peptídicas, com perda de água. Alguns biólogos
acreditam ainda que a argila foi o meio em que se formaram moléculas RNA, a partir de nucleotídeos
simples. A energia para essa polimerização poderia ter sido proveniente do calor da crosta; ou do calor
do sol, ou ainda da radiação ultravioleta.
Coacervados ou microesferas?
Há mais de um modelo, além da ideia de coacervados, para explicar como moléculas grandes, tipo
proteinoides, teriam se agregado na água, formando estruturas maiores. O pesquisador Fox, colocando
proteinoides em água, obteve a formação de pequeninas esferas.
Bilhões de microesferas podem ser obtidas a partir da mistura de um grama de aminoácidos aquecidos,
algumas delas formando cadeias, de forma muito semelhante a algumas bactérias atuais. Cada
3
Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson
fonte: Biologia; introdução à Biologia pp. 97-105. (Livro 1). São Paulo: Gráfica e 1991.
Uma coisa que é importante entender: na hipótese original de Oparin, não há referência aos ácidos
nucleicos; não se sabia na época que eles constituem os genes. Muita gente então acreditava que os
genes fossem de natureza proteica; afinal, havia sido demonstrada a enorme importância das proteínas
como enzimas, material construtor e anticorpos. Dá para entender, por isso, a ênfase que Oparin dá ao
aparecimento da proteína. No entanto a hipótese original foi readaptada quando ficou patente a identidade
entre genes e ácidos nucleicos.
Acredita-se hoje que a primeira molécula informacional tenha sido o RNA, e não o DNA. Foi feita a
interessantíssima descoberta de que certos “pedaços” de RNA têm uma atividade catalítica: eles
permitem a produção, a partir de um molde de RNA e de nucleotídeos, de outras fitas de RNA idênticas
ao molde! A esses pedaços de RNA com atividade “enzimática”, os biólogos chamam de ribozimas. Isso
permite explicar o eventual surgimento e duplicação dos ácidos nucleicos, mesmo na ausência das
sofisticadas polimerases que atuam hoje.
O DNA deve ter sido um estágio mais avançado na confecção de um material genético estável;
evidentemente, os primeiros DNA teriam sido feitos a partir de um molde de RNA original. Isso lembra
bastante, você vai concordar, o modo de atuação do retrovírus, como o da AIDS!
De qualquer forma, esses “genes nus”, isto é, envolvidos por nada, mas livres na argila ou na água,
podem ter num período posterior “fixado residência” numa estrutura maior, como um coacervado ou uma
microesfera…
Um dos problemas ainda mais perturbadores nessa história toda, relaciona-se ao surgimento do
CÓDIGO GENÉTICO. Em outras palavras, o aparecimento de proteínas ou de moléculas de ácidos
nucleicos com a capacidade de duplicação, nas condições postuladas, pode ser imaginado sem muita
dificuldade, mas permanece extremamente misterioso o método pelo qual as moléculas de ácidos
nucleicos teriam tomado conta do controle da produção de proteínas específicas, que tivessem um valor
biológico e de sobrevivência. Quem sabe o tempo se encarregará de nos fornece novas evidências…
Para entender claramente esta discussão, é útil recordar as equações de três processos biológicos
básicos, fermentação, respiração e fotossíntese, que reproduzimos a seguir.
Existem duas hipóteses sobre a origem da vida: a hipótese autotrófica, que propõe que o primeiro
ser vivo foi capaz de sintetizar seu próprio alimento orgânico, possivelmente por fotossíntese, e a
hipótese heterotrófica, que prevê que os primeiros organismos se nutriam de material orgânico já pronto,
que retiravam de seu meio. A maioria dos biólogos atuais acha a hipótese autotrófica pouco aceitável
devido a um fato simples: para a realização da fotossíntese, uma célula deve dispor de um equipamento
bioquímico mais sofisticado do que o equipamento de um heterótrofo. Como admitir que o primeiro ser
vivo, produzido através de reações químicas casuais, já possuísse esse grau de sofisticação? É claro que
o primeiro ser vivo poderia ter surgido complexo; porém é muito menos provável que isso tenha
acontecido.
Por outro lado, se o primeiro organismo era heterótrofo, o que ele comeria? Hoje os heterótrofos
dependem, para sua nutrição, direta ou indiretamente, dos autótrofos autossintetizantes. No entanto não
se esqueça de que, de acordo com a hipótese de Oparin, o primeiro organismo surgiu num mar repleto
de coacervados orgânicos, que não haviam chegado ao nível de complexidade adequada. Esses
coacervados representam então uma fonte abundante de alimento para nosso primeiro organismo, que
passaria a comer seus “irmãos” menos bem sucedidos.
Admitamos um primeiro organismo heterótrofo, para o qual alimento não era problema. Pode-se obter
energia do alimento através de dois processos: a respiração que depende de O2 molecular, inexistente
na época, e a fermentação, processo mais simples, cuja realização dispensa a presença de oxigênio.
Estabeleçamos, a título de hipótese mais provável, que o primeiro organismo deva ter sido um
heterótrofo fermentador. A abundância inicial de alimento permite que os primeiros organismos se
reproduzam com rapidez; não se esqueça também de que todos os mecanismos da evolução biológica,
como a mutação e seleção natural, estão atuando, adaptando os organismos e permitindo o aparecimento
de características divergentes.
Surge a respiração
Um resíduo do processo fotossintético é o oxigênio molecular; por evolução devem ter surgido mais
tarde os organismos capazes de respirar aerobicamente, que utilizaram o O2 acumulado durante milhões
de anos pelos primeiros autótrofos.
A respiração, não se esqueça, permite extrair do alimento maior quantidade de energia do que a
fermentação. Seguramente o modo de vida “respirador” representa, na maioria dos casos, uma grande
vantagem sobre o método “fermentador”; não devemos estranhar que a maioria dos organismos atuais
respire, apesar de ter conservado a capacidade de fermentar.
Lembre-se, ainda, de que a presença de oxigênio molecular na atmosfera acaba permitindo o
aparecimento na atmosfera da camada de ozônio, que permite a filtração de grande parte da radiação
ultravioleta emitida pelo sol. Essa radiação é fortemente mutagênica; porém os organismos aquáticos
estariam parcialmente protegidos, já que a água funciona como um filtro para ela. De qualquer maneira,
o aparecimento do ozônio prepara o terreno para uma futura conquista do ambiente seco, caso alguns
organismo um dia se aventurem a fazer experiência.
É muito provável que os primeiros organismos tenham sido mais complexos do que os vírus atuais,
porém mais simples do que as células mais simples que se conhecem.
Um citologista chamado Robertson acredita que, por evolução, os organismos iniciais devam ter
“experimentado” vários tipos de membranas. A vantagem de uma membrana envolvente é clara: ela
fornece proteção contra choques mecânicos e, portanto, maior estabilidade à estrutura; porém ela
representa uma barreira entre o organismo e o alimento a seu redor, o que é uma desvantagem.
Assim, a membrana ideal deveria ser resistente, com um certo grau de elasticidade, sem deixar de ser
suficientemente permeável. Num certo estágio da evolução dos seres vivos, apareceu a membrana
lipoproteica, que reúne todos esses atributos e certamente foi um sucesso total, já que todos os seres
vivos atuais de estrutura celular a possuem.
Nesse estágio, pode-se falar em organismos procariontes, muito semelhantes às mais simples
bactérias atuais.
Uma membrana traz, entretanto, alguns problemas adicionais: ela se constitui, de certa forma, num
obstáculo para o crescimento da estrutura viva. Vamos explicar: à medida que a célula cresce, seu volume
aumenta, assim como a superfície de sua membrana; porém a superfície cresce MENOS
proporcionalmente, do que o volume. Desse modo, a célula MAIOR se alimenta PIOR. A única forma de
restabelecer a relação favorável entre superfície e volume é a divisão da célula, que, assim, nunca pode
passar de um certo tamanho.
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Portanto o volume dos primeiros organismos é limitado, já que a partir de um certo tamanho tem de
acontecer divisão celular. Robertson propõe que, por evolução biológica, alguns organismos devem ter
adquirido a capacidade genética de dobrar sua membrana para fora (evaginação). Dessa forma, sem
mudanças apreciáveis de volume, aumentaria a superfície em contado como meio. Perceba que na
proposta de Robertson fica implícita a ideia de que todos os orgânulos celulares membranosos tiveram a
mesma origem; membranas nucleares, do retículo, do Golgi e plasmática nada mais seriam do que
dobramentos de uma primitiva membrana.
Na célula atual, de fato, verificam-se dois fatos que apoiam fortemente as ideias de Robertson:
Há comunicação entre todas as membranas celulares, que se apresentam formando um sistema
membranoso único.
Todas as membranas celulares têm a mesma composição e são lipoproteicas.
Assim teriam aparecido, muito provavelmente, as primeiras células eucarióticas, que, em alguns casos,
levaram vantagem quando competiam com os procariontes. Apesar disso, os procariontes continuaram
existindo: são, como sabemos, as inúmeras espécies de bactérias e as cianofíceas atuais.
Uma teoria muito em voga atualmente a respeito da origem das organelas celulares é a endossimbiose.
Trata-se da seguinte ideia: alguns organismos procariontes teriam sido “engolidos” por células maiores
de eucariontes, ficando no interior da célula, mas com capacidade de reprodução independente e
realizando determinadas funções. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos possam ter se originado
dessa forma. As mitocôndrias podem ter sido um dia bactérias independentes; os cloroplastos, talvez
cianofíceas ou baterias fotossintetizantes.
Os argumentos a favor dessa ideia são muito fortes: cloroplastos e mitocôndrias possuem material
genético próprio, semelhante ao DNA de bactéria. Esse DNA tem capacidade de duplicação, de
transcrição; ribossomos existentes no interior desses orgânulos produzem também proteínas próprias.
Por fim, ambos os orgânulos têm a capacidade de se reproduzir no interior da célula “hospedeira”.
Uma “troca de favores” poderia ter se estabelecido entre a célula maior e a menor. No caso da
mitocôndria, que teria obtido proteção e alimento, sua presença teria permitido que a célula maior
aprendesse a RESPIRAR oxigênio, com todas as vantagens inerentes. A simbiose com um procarionte
A evolução biológica
Atualmente os seres vivos estão adaptados ao meio em que vivem, isto é, entre os seres vivos e o
ambiente há um ajuste com papel fundamental para a sua sobrevivência. O flamingo rosa se alimenta de
cabeça para baixo, adaptando-se à procura de alimento no lodo em que vive; os cactos suportam o meio
desértico seco graças às adaptações nele existentes; os beija-flores, com seus longos bicos, estão
adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. Esses e numerosos outros
exemplos são reveladores da perfeita sintonia que existe entre os seres e os seus ambientes de vida.
Antigamente, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos
chamados de fixistas. Estes propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e
a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam
exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza,
não admitia a ocorrência de transformação das espécies, pois acreditava que os organismos eram
distribuídos segundo uma escala de complexidade, em que cada ser vivo tinha seu lugar definido.
Entretanto, partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a ideia da substituição
gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança.
Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao
contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação das espécies é alcançada a
medida que muda o meio. Nessa concepção, os serres mais adaptados ao ambiente em mudança
sobrevivem, já os menos adaptados são eliminados. Essa ideia deu origem ao evolucionismo.
Dentre os exemplos que ilustram a adaptação das espécies às mudanças do meio, três se destacam
por seu caráter clássico:
a) a resistência de bactérias aos antibióticos;
b) a coloração protetora das mariposas da espécie Biston betularia.
Em meados do século passado, a população de certo tipo de mariposa nos arredores de Londres era
constituída predominantemente por indivíduos de asas claras, embora entre elas se encontrassem
algumas de asas escuras. A explicação para esse fato fica lógica se lembrarmos que nessa época os
troncos das árvores eram recobertos por certo tipo de vegetais, os líquenes, que conferiam-lhes uma cor
acinzentada. Na medida em que a industrialização provocou aumento de resíduos poluentes gasosos, os
troncos das árvores passaram a ficar escurecidos, como consequência da morte dos líquenes e do
excesso de fuligem. Nessa região, passou a haver predominância de mariposas de asas escuras, o que
As evidências da evolução
Durante a fase polêmica da discussão evolucionista, muitos argumentos foram utilizados. Uma das
evidências mais importantes da ocorrência de Evolução biológica é dada pelos fósseis, que podem ser
conceituados como “restos ou vestígios de seres vivos de épocas remotas”. Por meio deles, verifica-se
que havia organismos completamente diferentes dos atuais, argumento poderoso para os defensores do
transformismo. Outras evidências evolutivas podem ser citadas: a semelhança embriológica e anatômica
existente entre os componentes de alguns grupos animais, notadamente os vertebrados; a existência de
estruturas vestigiais, como, por exemplo, o apêndice vermiforme humano, desprovido de função quando
comparado aos apêndices funcionais de outros vertebrados. Modernamente, dá-se muito valor à
semelhança bioquímica existente entre diferentes animais. É o caso de certas proteínas componentes do
sangue do homem e dos macacos.
Lamarck x Darwin
A partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de explicação para a Evolução biológica. Jean
Baptiste Lamarck, francês, e Charles Darwin, inglês, foram os que mais coerentemente elaboraram
teorias sobre o mecanismo evolutivo. Foi Darwin, no entanto, o autor do monumental trabalho científico
que revolucionou a Biologia e que até hoje persiste como a Teoria da Seleção Natural das espécies.
A teoria de Darwin
A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil entender as propostas de
Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-se dois ratos, um
cinzento e outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o
albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente em questão favorece a sobrevivência de
indivíduos cinzentos ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens de uma
mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por predadores. Com o tempo, a população de
ratos cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como
É claro que, em ambientes diferentes, variações distintas serão valorizadas. Isso explica por que duas
populações da mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante diversificadas em ambientes
diferentes.
Neodarwinismo
O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também suscitou críticas. A principal era relativa
à origem da variabilidade existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não teve recursos para
entender por que os seres vivos apresentam diferenças individuais. Não chegou sequer a ter
conhecimento dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cruzando plantas de ervilha. O
problema só foi resolvido a partir do início do século XX, com o advento da ideia de gene. E só então ficou
fácil entender que mutações e recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade entre
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as espécies. Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os evolucionistas modernos
conhecem como Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução e que se apoia nas ideias básicas de
Darwin.
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos usados para o seu
combate. Partindo do princípio da existência prévia de variabilidade, uma população bacteriana deve ser
formada por dois tipos de indivíduos: os sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico
deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resistentes, que são selecionadas. As bactérias
resistentes proliferam e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. Qualquer outro
problema de adaptação das espécies a ambientes em modificação pode ser explicado utilizando-se o
raciocínio neodarwinista.
A ideia de Lamarck
Um dos primeiros adeptos do transformismo foi o biólogo francês Lamarck, que, como você verá,
elaborou uma teoria da Evolução, embora totalmente desprovida de fundamento científico.
No mesmo ano em que nascia Darwin, Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) propunha uma ideia
elaborada e lógica. Segundo ele, uma grande mudança no ambiente provocaria numa espécie a
necessidade de se modificar, o que a levaria a mudanças de hábitos.
Se o vento e as águas podem esculpir uma rocha, modificando consideravelmente sua forma, será
que os seres vivos não poderiam ser também moldados pelo ambiente? Teria o ambiente o poder de
provocar modificações adaptativas nos seres vivos?
Lamarck acreditava que sim. Considerava, por exemplo, que mudanças das circunstâncias do
ambiente de um animal provocariam modificações suas necessidades, fazendo que ele passasse a adotar
novos hábitos de vida para satisfazê-las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas
partes do corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras partes não seriam solicitadas,
ficando mais reduzidas, até se atrofiarem. Assim, o ambiente seria o responsável direto pelas
modificações nos seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus descendentes, produzindo um
aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações.
Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei do Uso e Desuso, afirmava
que, se para viver em determinado ambiente fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie
tenderiam a valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com maior frequência, o que o levaria a hipertrofiar.
Ao contrário, o não uso de determinado órgão levaria à sua atrofia e desaparecimento completo ao longo
de algum tempo.
A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. Através dela postulou
que qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que
passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às gerações seguintes, até que ocorresse sua
estabilização.
A partir dessas suas leis, Lamarck formulou sua teoria da evolução, apoiado apenas em alguns
exemplos que observara na natureza. Por exemplo, as membranas existentes entre os dedos dos pés
das aves nadadoras, ele as explicava como decorrentes da necessidade que elas tinham de nadar.
Cornos e chifres teriam surgindo como consequência das cabeçadas que os animais davam em suas
brigas. A forma do corpo de uma planta de deserto seria explicada pela necessidade de economizar água.
Na verdade não podemos simplesmente achar erradas as ideias de Lamarck sem dizer exatamente o
porquê do erro. É preciso saber criticá-las com argumentos que evidenciam o erro nelas contido. Assim,
pode-se dizer que a lei do uso e desuso só será válida se a alteração que ela propõe estiver relacionada
a alterações em órgãos de natureza muscular e, ainda, alterações que não envolvam mudanças no
material genético do indivíduo. A cauda de um macaco sul-americano não cresceu porque o animal
manifestou o desejo de se prender aos galhos de uma árvore. Tal mudança deveria envolver antes uma
alteração nos genes encarregados da confecção da cauda.
Com relação à lei da transmissão das características adquiridas, é preciso deixar bem claro que
eventos que ocorrem durante a vida de um organismo, alterando alguma sua característica, não podem
ser transmissíveis à geração seguinte. O que uma geração transmite à outra são genes. E os genes
transmissíveis já existem em um indivíduo desde o momento em que ele foi um zigoto. E, fatos que
ocorram durante sua vida não influenciarão exatamente aqueles genes que ele deseja que sejam
alterados.
A Especiação
Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie
ancestral. De modo geral, para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se
separem e deixem de se cruzar. Essa separação constitui o isolamento geográfico e pode ocorrer por
migração de grupos de organismos para locais diferentes e distantes, ou pelo surgimento súbito de
barreiras naturais intransponíveis, como rios, vales, montanhas, etc., que impeçam o encontro dos
componentes da espécie original. O isolamento geográfico, então, é a separação física de organismos da
mesma espécie por barreiras geográficas intransponíveis e que impedem o seu encontro e cruzamento.
A mudança de ambiente favorece a ação da seleção natural, o que pode levar a uma mudança inicial
de composição dos grupos. A ocorrência de mutações casuais do material genético ao longo do tempo
leva a um aumento da variabilidade e permite a continuidade da atuação da seleção natural. Se após
certo tempo de isolamento geográfico os descendentes dos grupos originais voltarem a se encontrar,
pode não haver mais a possibilidade de reprodução entre eles. Nesse caso, eles constituem novas
espécies. Isso pode ser evidenciado através da observação de diferenças no comportamento reprodutor,
da incompatibilidade na estrutura e tamanho dos órgãos reprodutores, da inexistência de descendentes
ou, ainda, da esterilidade dos descendentes, no caso de eles existirem. Acontecendo alguma dessas
possibilidades, as novas espécies assim formadas estarão em isolamento reprodutivo, confirmando,
desse modo, o sucesso do processo de especiação.
Podemos dividir a especiação em três tipos, que serão explicados a seguir:
1. Especiação alopátrica;
2. Especiação simpátrica;
3. Especiação parapátrica.
1. Especiação alopátrica
A especiação alopátrica ocorre quando duas espécies são separadas por um isolamento geográfico.
O isolamento pode ocorrer devido à grande distância ou uma barreira física, como um deserto, rio ou
montanha. A especiação bem-sucedida é vista na figura abaixo. Os tentilhões observados por Darwin é
um exemplo dessa especiação na qual ele observou que, nas ilhas Galápagos, eles se diferenciavam
pelo tipo de bico. Além disso, seria uma forma de adaptação à dieta alimentar de cada uma das 14
espécies.
2. Especiação simpátrica
A especiação simpátrica diferencia-se da alopátrica pela ausência da separação geográfica. Nessa
especiação, duas populações de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento
entre as mesmas, resultando em diferenças que levarão à especiação, ou seja, a uma nova espécie. Isso
pode ocorrer pelo fato dos indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbívoros que
experimentam uma nova planta hospedeira.
Moscas que vivem no mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP)
3. Especiação parapátrica
A especiação parapátrica ocorre em duas populações da mesma espécie que também não possuem
nenhuma barreira física, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) entre as espécies. É
uma população contínua, mas que não se cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o
resultado são descendentes híbridos. Um exemplo dessa especiação é o caso das gramíneas
Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem fixadas em um substrato contaminado
com metais pesados.
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, que foram se adaptando para genótipos
tolerantes a esses metais pesados. Ao longo prazo, essas espécies foram adquirindo características
diferentes, como a mudança de floração impossibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico
entre esses grupos.
Espécie de gramínea à esquerda em um solo não contaminado e à direita, contaminada por metais
pesados (Foto: USP)
Irradiação adaptativa
Há muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos de seres vivos foi possível a partir de um
grupo ancestral cujos componentes, através do processo de especiação, possibilitaram o surgimento de
espécies relacionadas. Assim, a partir de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de
novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses meios. Desse
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 16
modo teriam surgido novas espécies que em muitas características apresentavam semelhanças com
espécies relacionadas e com a ancestral. Esse fenômeno evolutivo é conhecido como Irradiação
Adaptativa, e um dos melhores exemplos corresponde aos pássaros fringilídeos de Galápagos estudados
por Darwin. Originários do continente sul-americano, irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago,
cada grupo adaptando-se às condições peculiares de cada ilha e, consequentemente, originando as
diferentes espécies hoje lá existentes.
Para que a irradiação possa ocorrer, é necessário em primeiro lugar que os organismos já possuam
em seu equipamento genético as condições necessárias para a ocupação do novo meio. Este, por sua
vez, constitui-se num segundo fator importante, já que a seleção natural adaptará a composição do grupo
ao meio de vida.
Convergência adaptativa
Processo que é resultante da adaptação de grupos de organismos de espécies diferentes a um mesmo
hábitat. Por estarem adaptados ao mesmo hábitat, possuem semelhanças em relação à organização de
corpo sem necessariamente possuírem grau de parentesco.
Estes organismos, por viverem num mesmo tipo de ambiente e estarem adaptados ao mesmo,
possuem estruturas que apresentam a mesma função que são chamadas órgãos análogos, como, por
exemplo as asas de um morcego e as patas de um leão.
São semelhantes pela função e não por terem uma mesma origem embrionária ou pelos organismos
possuírem ancestral comum.
Homologia e analogia
Agora que sabemos o que é irradiação adaptativa e convergência adaptativa, fica fácil entender o
significado dos termos homologia e analogia. Ambos utilizados para comparar órgãos ou estruturas
existentes nos seres vivos. Por homologia entende-se semelhança entre estruturas de diferentes
4
EVOLUÇÃO HUMANA
Histórico da paleoantropologia
A moderna área da paleoantropologia começou com o descobrimento do Neandertal e evidências de
outros “homens das cavernas” no século 19. A ideia de que os humanos eram similares a certos macacos
era óbvia para alguns há algum tempo. Mas, a ideia de evolução biológica das espécies em geral não foi
legitimizada até à publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin em 1859. Apesar do primeiro
livro de Darwin sobre evolução não abordar a questão da evolução humana, era claro para leitores
contemporâneos o que estava em jogo. Debates entre Thomas Huxley e Richard Owen focaram na ideia
de evolução humana, e quando Darwin publicou seu próprio livro sobre o assunto (A descendência do
Homem e Seleção em relação ao Sexo), essa já era uma conhecida interpretação da sua teoria—e seu
bastante controverso aspecto. Até muitos dos apoiadores originais de Darwin (como Alfred Russel
Wallace e Charles Lyell) rejeitaram a ideia de que os seres humanos poderiam ter evoluído sua
capacidade mental e senso moral pela seleção natural.
Desde o tempo de Lineu, alguns grandes macacos foram classificados como sendo os animais mais
próximos dos seres humanos, baseado na similaridade morfológica. No século XIX, especulava-se que
nossos parentes mais próximos eram os chimpanzés e gorilas. E, baseado na distribuição natural dessas
espécies, supunha-se que os fósseis dos ancestrais dos humanos seriam encontrados na África e que os
humanos compartilhavam um ancestral comum com os outros antropoides africanos.
Foi apenas na década de 1920 que fósseis além dos de Neandertais foram encontrados. Em 1925,
Raymond Dart descreveu o Australopithecus africanus. O espécime foi Bebé de Taung, um infante de
Australopithecus descoberto em Taung, África do Sul. Os restos constituíam-se de um crânio muito bem
preservado e de um molde endocranial do cérebro do indivíduo. Apesar do cérebro ser pequeno (410
cm3), seu formato era redondo, diferentemente daqueles dos chimpanzés e gorilas, sendo mais
semelhante ao cérebro do homem moderno. Além disso, o espécime exibia dentes caninos pequenos e
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Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/evolucao-humana>. Acesso em abril de 2017.
A Teoria da Savana
Um dos aspectos mais fascinantes da pesquisa paleoantropológica se refere à influência da Teoria da
Savana neste campo científico. A Teoria da Savana é normalmente ligada ao trabalho de Raymond Dart.
Em seu artigo em Nature no ano 1925 Dart sugeriu um cenário evolutivo para a origem do
Australopithecus africanus: por consequência de mudanças climáticas e uma subsequente redução
das matas, o A. africanus abandonou a vida arborícola e passou a se adaptar a uma vida nas savanas.
Este modelo teórico foi aceito pelas gerações seguintes de paleoantropólogos e se tornou a explicação
mais comum nos livros sobre evolução humana, popularizado também em inúmeros livros de ciência
popular. A Teoria da Savana foi vista como um fato indisputável, desde que os fósseis de hominídeos
encontrados na África pareciam confirmar este modelo teórico.
Em 1993, Renato Bender, um cientista brasileiro de residência na Suíça iniciou uma análise histórica
da Teoria da Savana. Os resultados desta pesquisa foram apresentados 1999 em uma dissertação no
Instituto de Esportes e Ciências Esportivas da Universidade de Berna. Neste trabalho foi demonstrado
que a Teoria da Savana não tem sua origem no trabalho de Raymond Dart. Bender provou que a ideia
de uma adaptação à vida nos “campos abertos” é muito antiga, tendo sido já mencionada em 1809 pelo
famoso cientista francês Jean-Baptiste de Lamarck. Este fato é de enorme importância na avaliação
científica da Teoria da Savana, tendo em vista que os descobrimentos dos fósseis não tiveram influência
alguma na formulação destas especulações.
A partir desta análise, Bender sugeriu que a Teoria da Savana se denominasse “Freilandhypothesen”,
uma palavra alemã que pode ser traduzida pela expressão “Hipótese dos Campos Abertos” (HCA).
Bender insistiu no uso desta expressão no plural, afim de abranger as diferentes versões deste grupo de
especulações que foram publicadas nos últimos 200 anos da história da HCA.
Totalmente independente de Bender, e a partir de outras considerações, sugeriu também o Professor
Phillip Tobias, um paleoantropólogo de renome internacional da África do Sul, um distanciamento das
HCA. Nos últimos anos vários paleoantropólogos também passaram a se distanciar destas especulações,
reconhecendo que estas não tenham a base científica antigamente tida como certa. Um dos exemplos
mais impressionantes deste distanciamento podemos ver na obra Biology, um livro clássico de Campbell
e Reece (2006, 848-849) e muito influente no campo biológico.
Através desta gradual perda de suporte na HCA, os cientistas passaram a se interessar por
explicações alternativas dentro do mundo científico. Uma das alternativas é a Teoria Aquática, também
conhecida por Aquatic Ape Theory ou Aquatic Ape Hypothesis. O interessante nesta teoria é o fato que
ela foi divulgada e desenvolvida durante muito tempo em obras populares, não tendo apoio de cientistas.
Bem ao contrário: até poucos anos atrás esta teoria era normalmente mencionada como um exemplo
clássico de uma especulação infundada. A situação está mudando rapidamente. Por exemplo a médica
suíça Nicole Bender-Oser escreveu uma dissertação histórica sobre a origem da Teoria Aquática (teoria
esta formulada pela primeira vez pelo médico alemão Max Westenhöfer em 1923). Este trabalho foi
honorado no ano 2004 pela Universidade de Berna. Além disso, na obra acima citada de Campbell e
Reece, a Teoria Aquática é apresentada como a alternativa mais convincente entre as atuais opções da
literatura especializada.
Gênero Australopithecus
Australopithecus anamensis
Australopithecus afarensis
Australopithecus africanus
Australopithecus garhi
Gênero Paranthropus
Paranthropus aethiopicus
Paranthropus boisei
Paranthropus robustus
Gênero Homo
Na taxonomia moderna, o Homo sapiens é a única espécie existente desse gênero, Homo. Do mesmo
modo, o estudo recente das origens do Homo sapiens geralmente demonstra que existiram outras
espécies de Homo, todas as quais estão agora extintas. Enquanto algumas dessas outras espécies
poderiam ter sido ancestrais do H. sapiens, muitas foram provavelmente nossos “primos”, tendo
especificado a partir de nossa linhagem ancestral.
Ainda não há nenhum consenso a respeito de quais desses grupos deveriam ser considerados como
espécies em separado e sobre quais deveriam ser subespécies de outras espécies. Em alguns casos,
isso é devido à escassez de fósseis, em outros, devido a diferenças mínimas usadas para distinguir
espécies no gênero Homo.
A palavra homo vem do Latim e significa “pessoa”, escolhido originalmente por Carolus Linnaeus em
seu sistema de classificação. É geralmente traduzido como “homem”, apesar disso causar confusão, dado
que a palavra “homem” pode ser genérica como homo, mas pode também referir-se especificamente aos
indivíduos do sexo masculino. A palavra latina para “homem” no sentido específico ao gênero é vir,
cognato com “virile” e “werewolf”. A palavra “humano” vem de humanus, a forma adjetiva de homo.
Homo habilis
Viveu entre cerca de 2,4 a 1,5 milhões de anos atrás (MAA). H. habilis, a primeira espécie do gênero
Homo, evoluiu no sul e no leste da África no final do Plioceno ou início do Pleistoceno, 2,5–2 MAA, quando
divergiu do Australopithecines. H. habilis tinha molares menores e cérebro maior que os
Australopithecines, e faziam ferramentas de pedra e talvez de ossos de animais.
Homo erectus
Viveu entre cerca de 1,8 (incluindo o ergaster) ou de 1,25 (excluindo o ergaster) a 0,70 MAA. No
Pleistoceno Inferior, 1,5–1 MAA, na África, Ásia, e Europa, provavelmente Homo habilis possuía um
cérebro maior e fabricou ferramentas de pedra mais elaboradas; essas e outras diferenças são suficientes
para que os antropólogos possam classificá-los como uma nova espécie, Homo erectus. Um exemplo
famoso de Homo erectus é o Homem de Pequim; outros foram encontrados na Ásia (notadamente na
Indonésia), África, e Europa. Muitos paleoantropólogos estão atualmente utilizando o termo Homo
ergaster para as formas não asiáticas desse grupo, e reservando a denominação Homo erectus apenas
para os fósseis encontrados na região da Ásia e que possuam certas exigências esqueléticas e dentárias
que diferem levemente das do ergaster.
Homo ergaster
Viveu entre cerca de 1,8 a 1,25 Milhões de anos. Também conhecido como Homo erectus ergaster
Homo heidelbergensis
O Homem de Heidelberg viveu entre cerca de 800 a 300 mil anos atrás. Também conhecido como
Homo sapiens heidelbergensis e Homo sapiens paleohungaricus.
Homo sapiens idaltu
Viveu há cerca de 160 mil anos (subespécie). É o humano moderno anatomicamente mais antigo
conhecido. Eles não enterravam os corpos das pessoas mortas, acreditando que elas pudessem retornar
à vida
Evolução Humana
Origem e Evolução do Ser Humano
África, o berço da humanidade
É comum indagarmos sobre a nossa origem. Viemos mesmo dos macacos? Antigamente a pergunta
era ouvida com desprezo e incredulidade, mas hoje é recebida com naturalidade.
A origem do ser humano – esse mamífero tão especial – deve ser analisada, pois o comportamento
humano tem raízes num passado remoto, quando um ser meio macaco, meio humano ocupava as
florestas e depois as savanas da África, onde devem ter surgido os primeiros ancestrais dos seres
humanos.
Há milhões de anos, a África era coberta por densas florestas e macacos movimentavam-se em
bandos. Terremotos, porém, modificaram a paisagem, fazendo surgir montanhas de até 3 mil metros de
altitude ao longo do continente.
Essas modificações transformaram não só a paisagem como também o clima: as grandes elevações
formaram uma barreira contra a passagem da umidade tão necessária à manutenção das florestas;
consequentemente, as árvores escassearam, diminuindo as áreas de florestas, em parte substituídas por
matas, savanas e desertos.
Há milhões de anos, a formação de montanhas muito altas impediu a passagem de correntes aéreas,
ricas em umidade, da região litorânea para o interior. O litoral, mais úmido, manteve as florestas lá
existentes, enquanto no interior a vegetação tornou-se escassa.
Posteriormente, outras modificações da crosta terrestre originaram um grande vale que, estendendo-
se de norte a sul, funcionou como um obstáculo natural às populações animais que viviam no leste e no
oeste.
Separados por essa barreira natural, grupos de macacos passaram a viver em lugares com condições
ambientais diferentes, fato que propiciou o ambiente ideal à formação de uma nova espécie.
O despertar da consciência
Será que os outros animais também têm consciência? Até bem pouco tempo essa indagação não teria
sentido, e a resposta seria um sonoro “Não!”. Atualmente, como se descobriu que o chimpanzé reconhece
sua imagem no espelho, já não podemos mais responder negativamente a essa pergunta.
A bióloga Jane Goodall passou várias décadas observando e estudando os chimpanzés livres no
Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia. Suas observações serviram para chamar a atenção do mundo
científico e leigo para o fato de os animais também terem história: estrutura familiar, dinastia, líderes etc.
Os chimpanzés utilizam pedaços de pau para retirar formigas ou cupins de dentro do formigueiro ou
cupinzeiro. Esses paus agem como ferramentas para realizarem o seu trabalho.
Pesquisadores colocaram uma mancha vermelha na testa de um chimpanzé e fizeram-no olhar-se no
espelho; imediatamente, ele colocou a mão na testa: sabia que era a sua imagem. Outros tipos de
macacos, porém, não possuem a mesma capacidade, portanto devem existir vários níveis de consciência,
Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br
Questões
01. (UFSCar) “O meio ambiente cria a necessidade de uma determinada estrutura em um organismo.
Este se esforça para responder a essa necessidade. Como resposta a esse esforço, há uma modificação
na estrutura do organismo. Tal modificação é transmitida aos descendentes.”
O texto sintetiza as principais ideias relacionadas ao:
(A) fixismo.
(B) darwinismo.
(C) mendelismo.
(D) criacionismo.
(E) lamarckismo.
03. (PUC-RS) Quais dos cientistas abaixo deram as maiores contribuições para o desenvolvimento da
teoria da evolução?
(A) Mendel, Newton e Darwin.
(B) Lineu, Aristóteles e Wallace.
(C) Pasteur, Lavoisier e Darwin.
(D) Lamarck, Darwin e Lavoisier.
(E) Darwin, Wallace e Lamarck.
05. Sabemos que Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros estudiosos que compreenderam que o
meio poderia de alguma forma influenciar na evolução dos seres vivos. Apesar de algumas conclusões
errôneas, esse pesquisador foi muito importante para a biologia evolutiva.
Marque a alternativa que indica os dois pontos principais da teoria que ficou conhecida por
lamarckismo.
(A) Seleção natural e mutação.
(B) Lei do uso e desuso e seleção natural.
(C) Lei do uso e desuso e lei da necessidade.
(D) Lei da herança dos caracteres adquiridos e lei do uso e desuso.
(E) Seleção natural e lei da herança dos caracteres adquiridos.
06. (UFC) Um problema para a teoria da evolução proposta por Charles Darwin no século XIX dizia
respeito ao surgimento da variabilidade sobre a qual a seleção poderia atuar. Segundo a Teoria Sintética
da Evolução, proposta no século XX, dois fatores que contribuem para o surgimento da variabilidade
genética das populações naturais são:
(A) mutação e recombinação genética.
(B) deriva genética e mutação.
(C) seleção natural e especiação.
(D) migração e frequência gênica.
(E) adaptação e seleção natural.
07. (UFTM) Um estudante do ensino médio, ao ler sobre o tegumento humano, fez a seguinte
afirmação ao seu professor: “o homem moderno não apresenta tantos pelos como os seus ancestrais,
pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso só foi possível porque o homem adquiriu
uma inteligência que permitiu a confecção de roupas, protegendo-o do frio.” Diante dessa informação
dada pelo aluno, o professor explicou que isso:
(A) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que
estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas características adquiridas são
transmitidas aos descendentes.
(B) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que
existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles portadores de características adaptativas
conseguem sobreviver e deixar descendentes.
(C) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay Gould, que
pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência ambiental, mas sim por alterações
genéticas intrínsecas.
(D) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe
que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm maiores chances de viver.
(E) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe
que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do tempo.
10. (FCC- SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Durante o chamado Inverno da
Fome na Holanda (1944-1945), mulheres grávidas subnutridas geraram crianças com peso abaixo do
normal. Anos depois, quando essas crianças já haviam se tornado pessoas adultas e tiveram filhos,
verificou-se que os seus bebês nasciam com peso abaixo da média, ainda que todas as mães tivessem
recebido uma dieta adequada durante a gravidez. Esse fato sugeriu a possibilidade de ocorrer a
transmissão de caracteres adquiridos em seres humanos, o que é compatível com a explicação de
(A) Lamarck para a evolução dos seres vivos.
(B) Darwin para a evolução dos seres vivos.
(C) Mendel para a transmissão das características hereditárias.
(D) Darwin para a seleção sexual.
Respostas
01. Resposta E.
O texto apresenta as ideias fundamentais da teoria de evolução de Lamarck, que se fundamenta na
lei do uso e desuso e na transmissão dos caracteres adquiridos.
03. Resposta E
-Mendel é conhecido como o pai da genética pois em 1865 formulou as famosas “Leis de Mendel”, que
regem a transmissão dos caracteres hereditários.
-Newton, físico e matemático, publicou 1687, a lei da gravitação universal e as três leis de Newton,
que fundamentaram a mecânica clássica.
-Darwin: foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da
ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natura.
-Pasteur: Foi um cientista francês que fez descobertas que tiveram enorme importância na história da
química e da medicina.
-Aristóteles: Dedicou sua vida ao desenvolvimento de conceitos fundamentais de ética, lógica, política,
e outros, que são usados até hoje.
-Wallace: Escreveu um ensaio no qual praticamente definia as bases da teoria da evolução e enviou-
o a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do mérito
de sua teoria, bem como o encaminhamento do manuscrito ao geólogo Charles Lyell. Darwin, ao se dar
conta de que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à sua - aquela em
que vinha trabalhando, com grande sigilo, ao longo de vinte anos - escreveu ao amigo Charles Lyell:
"Toda a minha originalidade será esmagada". Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph
Hooker - também amigo de Darwin e com grande influência no meio científico - propuseram que os
trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Linnean Society of London, o mais importante centro
de estudos de história natural da Grã-Bretanha.
-Lineu: Criou um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735, que é usado até hoje com
poucas modificações.
-Lavoisier: Químico francês, considerado o pai da química moderna. É reconhecido por ter enunciado
o princípio da conservação da matéria.
Lamarck: Naturalista francês que desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos
04. Resposta D
05. Resposta D
Os principais pontos do lamarckismo foram a lei do uso e desuso, que diz que certos órgãos podem
desenvolver-se ou se atrofiar de acordo com sua utilização, e a lei da herança dos caracteres adquiridos,
que afirma que uma característica adquirida durante a vida é passada à prole
06. Resposta A
07. Resposta A
A afirmação do aluno está incorreta, pois sua explicação baseia-se na lei de uso e desuso, que diz que
estruturas que não são usadas com frequência tendem a desaparecer.
08. Resposta D
09. Resposta B.
10. Resposta A
Citologia
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen
(1590). Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a
estrutura da cortiça observada ao microscópio.
A membrana plasmática
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA.
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular.
A - Difusão simples
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração,
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito
pequenas.
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular.
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc.
B - Difusão facilitada
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético,
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional
à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não
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C - Osmose
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca).
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo:
Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor
pressão de difusão (solução)
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada)
Transporte Ativo
Transporte ativo
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP.
A - Fagocitose
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodes.
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempenha papéis mais
específicos, como a defesa contra micro-organismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos.
B - Pinocitose
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1
micrômetro.
1. Hialoplasma e citoesqueleto
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água,
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo.
O hialoplasma é considerado um coloide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso).
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada
de endoplasma.
Citoesqueleto
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina, os
microtúbulos e os filamentos intermediários.
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz,
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula.
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas
substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da
célula nervosa.
Filamentos Intermediários
Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos.
Movimentos do hialoplasma
1.1 Ciclose
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes,
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais.
2. O retículo endoplasmático
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas);
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos.
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular).
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica.
3. Os ribossomos
Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da
célula.
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos),
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando
origem ao retículo endoplasmático rugoso.
4. O complexo golgiense
O complexo golgiense está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas
ribossômicas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação,
empacotamento e secreção de substâncias.
O complexo golgiense é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocálix e está ligado à síntese de polissacarídeos.
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão.
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas,
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide.
5. Os lisossomos
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo golgiense, repletas de enzimas
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de
materiais diversos.
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo golgiense, que finalmente as “empacota” em
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente
ditos, também chamados de lisossomos primários. Quando a célula engloba alguma partícula externa,
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo alimentar, ou fagossomo. Um lisossomo se funde
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose.
6. Os peroxissomos
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo.
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de
enzimas que possuem.
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à
célula.
7. As mitocôndrias
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio.
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O.
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial, onde estão presentes
8. Os cloroplastos
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema
abaixo que representa esse processo:
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas,
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas
numa material denominado estroma. Veja o esquema abaixo:
9. Os centríolos
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso
de divisão celular em células animais. Nas células de fungos complexos, plantas superiores
(gimnospermas e angiospermas) e nematoides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas
(samambaias).
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos proteicos, que se
organizam em cilindro.
Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns
protozoários (por exemplo, o tripanossomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide.
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento.
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove
pares de microtúbulos periféricos de tubulinas, circundando um par de microtúbulos centrais. É a
chamada estrutura 9 + 2.
Fonte:
fttp://www.elsevier.es/publicaciones/1698031X/0000000400000001/v0_201308021011/13089233/v0_20
1308021012/pt/main. assets/262v4n1-13089233fig03.jpg
11. Plastos
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua forma
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula.
Os plastos podem ser separados em duas categorias:
- Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de
tomate.
Os componentes do núcleo
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).
A carioteca
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares.
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático.
Poros da carioteca
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e
a saída de substâncias.
Os nucléolos
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos,
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do
núcleo.
A cromatina
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética:
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando
da reprodução da célula.
Na interfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina. Essa
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais
do material genético.
6
Os cromossomos
Os filamentos de cromatina na interfase são muitos longos, emaranhados e misturados, a divisão
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos.
Durante a interfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs. Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento - o
centrômero, ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular.
6 6
Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113
O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela.
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células.
Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos.
Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides,
inclusive as humanas.
Quando uma célula não possui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides.
O ciclo celular todo, incluindo a interfase (G1, S, G2) e a mitose (M) – prófase, metáfase, anáfase e
telófase – pode ser representado em um gráfico no qual se coloca a quantidade da DNA na ordenada (y)
e o tempo na abscissa (x).
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 46
Mitose
A mitose é o processo de divisão celular que forma células-filhas com o mesmo número de
cromossomos da célula-mãe. Por meio da mitose, uma célula com o número x de cromossomos (n, 2n,
3n) divide-se em duas células com o mesmo número x de cromossomos.
Desse modo, a mitose mantem constante o número de cromossomos das células, formando células
idênticas à célula inicial, condição essencial para o crescimento dos organismos pluricelulares.
Todos os seres vivos começam por uma única célula, que, nos organismos pluricelulares se divide,
formando as células do corpo. A mitose permite, assim, a construção dos organismos animais e vegetais.
O aumento do número de células provoca o crescimento dos indivíduos. À medida que ocorre a
formação da células por mitose há também um processo de especialização complexo- a diferenciação
celular. Ela possibilita a transformação das células, de modo a realizar as diferentes funções orgânicas e
a construir os órgãos e tecidos do corpo.
Além de promover o crescimento, a mitose é necessária aos processos de regeneração do organismo,
pois é por meio dela que se dá a reposição de células, para substituir células mortas.
Os cromossomos iniciam a mitose já duplicados, com duas cromátides ligadas pelo centrômero, pois
a duplicação do DNA já ocorreu na intérfase.
Durante mitose, as cromátides se separam, permitindo a divisão dos cromossomos, que são levados
para as células-filhas. Isso possibilita que cada célula resultante da mitose receba o mesmo número de
cromossomos da célula inicial.
A mitose é um mecanismo de divisão reducional (R), porque mantém constante o número de
cromossomos das células.
As fases da mitose
A mitose é um processo contínuo de divisão celular, mas, por motivos didáticos, para melhor
compreendê-la, vamos dividi-la em fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Alguns autores
costumam citar uma quinta fase – a prometáfase – intermediária entre a prófase e a metáfase. O final da
mitose, com a separação do citoplasma, é chamado de citocinese.
Prófase
Anáfase
Telófase
A partição em duas copias é chamada de citocinese e ocorre, na célula animal, de fora para dentro,
isto é, como se a célula fosse estrangulada e partida em duas (citocinese centrípeta). Há uma distribuição
de organelas pelas duas células-irmãs. Perceba que a citocinese é, na verdade a divisão do citoplasma.
Essa divisão pode ter início já na anáfase, dependendo da célula.
Função da mitose
A mitose é um tipo de divisão muito frequente entre os organismos da Terra atual. Nos unicelulares,
serve à reprodução assexuada e à multiplicação dos organismos. Nos pluricelulares, ela repara tecidos
lesados, repões células que normalmente morrem e também está envolvida no crescimento. No homem,
a pele, a medula óssea e o revestimento intestinal são locais onde a mitose é frequente. Nem todas as
células do homem, porém, são capazes de realizar mitose. Neurônios e célula musculares são dois tipos
celulares altamente especializados em que não ocorre esse tipo de divisão (ocorre apenas na fase
embrionária). Nos vegetais, a mitose ocorre em locais onde existem tecidos responsáveis pelo
crescimento, por exemplo, na ponta de raízes, na ponta de caules e nas gemas laterais. Serve também
para produzir gametas, ao contrário do que ocorre nos animais, em que a meiose é o processo de divisão
mais diretamente associado à produção das células gaméticas.
Meiose
Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula.
Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos
homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de
permuta). Como a prófase I é longa, há uma sequência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser
dividida nas seguintes etapas:
- Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos
cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides.
Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto
conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno
(zygós = par).
- A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado;
como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de
paquíteno (pakhús = espesso).
- Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas,
fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e
evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas
como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que
houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo).
Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os
polos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o
término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I.
Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são
conduzidos para polos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os
cromossomos atingem os polos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a
segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui.
Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haploides. Segue-
se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II.
Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta
fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa
a se desintegrar.
Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que
partem de ambos os polos.
A descoberta do DNA ocorreu em 1869 e foi feita pelo bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher
(1844-1895). Miescher buscava determinar os componentes químicos do núcleo celular e usava os
glóbulos brancos contidos no pus para suas pesquisas. Os glóbulos brancos eram um bom material pois
são células que apresentam núcleos grandes e fáceis de serem isolados do citoplasma. Além disso, o
pus era muito fácil de se conseguir na época em ataduras usadas em ferimentos.
Analisando os núcleos, Miescher descobriu a presença de um composto de natureza ácida que era
desconhecido até o momento. Esse composto era rico em fósforo e em nitrogênio, era desprovido de
enxofre e resistente à ação da pepsina (enzima proteolítica). Esse composto, que aparentemente era
constituído de moléculas grandes, foi denominado, por Miescher, nucleína. Essa substância foi isolada
também da cicatriculada gema do ovo de galinha e de espermatozoides de salmão.
Em 1880, outro pesquisador alemão, Albrecht Kossel (1883-1927), demonstrou que a nucleína
continha bases nitrogenadas em sua estrutura, explicando o fato da nucleína ser rica em nitrogênio. Nove
anos depois, Richard Altmann (1852-1900), que era aluno de Miescher, obteve a nucleína com alto grau
de pureza, comprovando sua natureza ácida e dando-lhe, então, o nome de ácido nucléico. A partir daí,
o material mais utilizado para estudo e obtenção do ácido nucléico passou a ser o timo de bezerro, cujo
tecido apresenta células com núcleos grandes. Foi descoberto que a degradação do ácido nucléico do
timo, chamado de ácido timonucleico, liberava quatro tipos de bases nitrogenadas:
- dois tipos de bases púricas: adenina e guanina
- dois tipos de bases pirimídicas: citosina e timina
Foi demonstrado também que outro produto da degradação do ácido nucleico era um glicídio com 5
átomos de carbono, uma pentose, no caso uma desoxirribose. O fósforo estava presente na forma de um
Sabia-se de sua presença nas células, mas a descoberta de sua função como substâncias
controladoras da atividade celular foi um dos passos mais importantes da história da Biologia.
Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as características dos
indivíduos, como: cor dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de comportamento, doenças
hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo), etc.
Dessa forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou hereditário de
todos os seres vivos.
Os Nucleotídeos: são as unidades constituintes dos ácidos nucléicos. Ou seja, são os monômeros
dos ácidos nucléicos.
Estrutura do Nucleotídeo
a) As Bases Nitrogenadas
Já as bases nitrogenadas pertencem a dois grupos:
- as púricas: adenina (A) e guanina (G);
- as pirimídicas: timina (T), citosina (C) e uracila (U).
As pentoses: são monossacarídeos (oses) de cinco carbonos na cadeia. Têm a função de dar
sustentação a molécula. São elas:
- Ribose no RNA
- Desoxirribose no DNA
O Grupo Fosfato (PO4): é derivado do ácido fosfórico (H3PO4) - é comum tanto ao DNA como ao RNA.
Tem a função de ligar os nucleotídeos de uma mesma fita.
Características do DNA
Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e Crick, 1972).
Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade;
Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade;
Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo;
Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro);
O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no citoplasma (nas
mitocôndrias e cloroplastos)
É da associação dos diferentes nucleotídeos que se formam as macromoléculas dos dois tipos de
ácidos nucléicos: o ácido ribonucleico (RNA) e o ácido desoxirribonucleico (DNA). Eles foram assim
chamados em função dos açúcar presente em suas moléculas: O RNA contém o açúcar ribose e o DNA
contém o açúcar desoxirribose.
É o processo através do qual uma molécula de DNA dá origem a outra molécula, idêntica a molécula
mãe. A duplicação é semiconservativa, ou seja, cada molécula de ADN formada conserva uma das fitas
da molécula-mãe.
Etapas da Duplicação
1- Em presença da enzima helicase e DNApolimerase, ocorre o afastamento das duas fitas do DNA;
2- Nucleotídeos com desoxirribose (desoxirribonucleotídeos), livres no núcleo, encaixam-se nas fitas
separadas;
3- Ao final do processo, estão formadas duas moléculas de DNA, cada uma contendo uma das fitas
das moléculas – mãe.
O material genético representado pelo DNA contém uma mensagem em código que precisa ser
decifrada e traduzida em proteínas, muitas das quais atuarão nas reações metabólicas da célula. A
mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez,
orientarão a síntese de proteínas. O controle da atividade celular pelo DNA, portanto, é indireto e ocorre
por meio da fabricação de moléculas de RNA, em um processo conhecido como transcrição.
As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia
(fita) simples.
A síntese de RNA (mensageiro, por exemplo) se inicia com a separação das duas fitas de DNA. Apenas
uma das fitas do DNA serve de molde para a produção da molécula de RNAm. A outra fita não é transcrita.
Essa é uma das diferenças entre a duplicação do DNA e a produção do RNA.
Exemplos:
Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases:
DNA- ATGCCGAAATTTGCG
O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases:
RNA- UACGGCUUUAAACGC
Obs.: Em uma célula eucariótica, o RNAm produzido destaca-se de seu molde e, após passar por um
processamento, atravessa a carioteca e se dirige para o citoplasma, onde se dará a síntese proteica. Com
o fim da transcrição, as duas fitas de DNA seu unem novamente, refazendo-se a dupla hélice.
Tradução é o nome utilizado para designar o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma
com a participação, entre outros, de RNA e de aminoácidos.
RNAs transportadores, RNAt. Assim chamados porque serão os responsáveis pelo transporte de
aminoácidos até o local onde se dará a síntese de proteínas junto aos ribossomos. São moléculas de
RNA de fita simples, de pequeno tamanho, contendo, cada uma, cerca de 75 a 85 nucleotídeos. Cada fita
de RNAt torce-se sobre si mesma, adquirindo o aspecto visto na figura abaixo. Duas regiões se destacam
em cada transportador: uma é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra
corresponde ao trio de bases complementares (chamado anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon
correspondente do RNAm.
- Um RNAm, processado no núcleo, contendo sete códons (21 bases hidrogenadas) se dirige ao
citoplasma.
- No citoplasma, um ribossomo se liga ao RNAm na extremidade correspondente ao início da leitura.
Dois RNAt, carregando os seus respectivos aminoácidos (metionina e alanina), prendem-se ao
ribossomo. Cada RNAt liga-se ao seu trio de bases (anticódon) ao trio de bases correspondentes ao
códon do RNAm. Uma ligação peptídica une a metionina à alanina.
- O ribossomo se desloca ao longo do RNAm. O RNAt que carregava a metionina se desliga do
ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido leucina, une o seu anticódon ao códon
correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica é feita entre a leucina e a alanina.
- O ribossomo novamente se desloca. O RNAt que carregava a alanina se desliga do ribossomo. O
quarto RNAt, transportando o aminoácido ácido glutâmico encaixa-se no ribossomo. Ocorre a união do
anticódon desse RNAt com o códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica une o ácido
glutâmico à leucina.
- Novo deslocamento do ribossomo. O quinto RNAt, carregando a aminoácido glicina, se encaixa no
ribossomo. Ocorre a ligação peptídica da glicina com o ácido glutâmico.
- Continua o deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm. O sexto RNAt, carregando o aminoácido
serina, se encaixa no ribossomo. Uma ligação peptídica une a serina à glicina.
- Fim do deslocamento do ribossomo. O último transportador, carregando o aminoácido triptofano,
encaixa-se no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica do triptofano com a serina. O RNAt que carrega o
triptofano se separa do ribossomo. O mesmo ocorre com o transportador que portava a serina.
- O peptídeo contendo sete aminoácidos fica livre no citoplasma. Claro que outro ribossomo pode se
ligar ao RNAm, reiniciando o processo de tradução, que resultará em um novo peptídio. Perceba, assim,
que o RNAm contendo sete códons (21 bases nitrogenadas) conduziu a síntese de um peptídeo formado
por sete aminoácidos.
O Código Genético
A mensagem genética contida no DNA é formada por um alfabeto de quatro letras que correspondem
aos quatro nucleotídeos: A, T, C e G. Com essas quatros letras é preciso formar “palavras” que possuem
o significado de “aminoácidos”. Cada proteína corresponde a uma “frase” formada pelas “palavras”, que
são os aminoácidos. De que maneira apenas quatro letras do alfabeto do DNA poderiam ser combinadas
para corresponder a cada uma das vinte “palavras” representadas pelos vinte aminoácidos diferentes que
ocorrem nos seres vivos.
Uma proposta brilhante sugerida por vários pesquisadores, e depois confirmada por métodos
experimentais, foi a de que cada três letras (uma trinca de bases) do DNA corresponderia uma
“palavra”, isto é, um aminoácido. Nesse caso, haveria 64 combinações possíveis de três letras, o
que seria mais do que suficiente para codificar os vinte tipos diferentes de aminoácidos
(matematicamente, utilizando o método das combinações seriam, então, 4 letras combinadas 3 a 3, ou
seja, 43 = 64 combinações possíveis).
Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona
da mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no homem. O códon AUG, que codifica
para o aminoácido metionina, também significa início de leitura, ou seja, é um códon que indica aos
ribossomos que é por esse trio de bases que deve ser iniciada a leitura do RNAm. Note que três códons
não especificam nenhum aminoácido. São os códons UAA, UAG e UGA, chamados de códons e
parada durante a “leitura” (ou stop códons) do RNA pelos ribossomos, na síntese proteica.
Obs.: Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se
aminoácido) pode ser especificada por mais de uma trinca.
Questões
01. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que
consiste essa propriedade?
(A)Proteínas e glicocálix
(B)Fosfolipídios e proteínas
(C)Fosfolipídios e lipídios
(D)Lipídios e fosfolipídios
(E)Proteínas e fosfolipídios
03. (PUC - RJ-adaptada/2015) Em relação aos envoltórios celulares, podemos afirmar que:
(A) todas as células dos seres vivos têm parede celular.
(B) somente as células vegetais têm membrana celular.
(C) somente as células animais têm parede celular.
(D) todas as células dos seres vivos têm membrana celular.
(E) os fungos e bactérias não têm parede celular.
04. (FUVEST) Assinale a alternativa que contêm as organelas que apresentam DNA
(A) Mitocôndria e ribossomo
(B) Mitocôndria e cloroplasto
06. (UNITAU) O retículo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese e transporte de proteínas.
No entanto, a síntese proteica é realizada por grânulos, que estão aderidos a ele, denominados de:
(A) mitocôndrias.
(B) ribossomos.
(C) lisossomos.
(D) cloroplastos.
(E) fagossomos.
07. (UECE) Certas organelas produzem moléculas de ATP e outras utilizam o ATP produzido, pelas
primeiras, para a síntese orgânica a partir do dióxido de carbono. Estamos falando, respectivamente, de
(A) lisossomos e cloroplastos.
(B) mitocôndrias e complexo de Golgi.
(C) mitocôndrias e cloroplastos.
(D) lisossomos e mitocôndrias.
08. Qual das estruturas abaixo está associada corretamente à principal função que exerce na célula?
09. Os lisossomos participam de dois processos celulares: autofagia e autólise. No que consiste esses
dois processos?
10. De que maneira a célula age em relação à água oxigenada, produto tóxico resultante da atividade
celular?
12. (UNICAMP-adaptado/2015) É comum, nos dias de hoje, ouvirmos dizer: “estou com o colesterol
alto no sangue”. A presença de colesterol no sangue, em concentração adequada, não é problema, pois
é um componente importante ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa
densidade), que transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação de placas
ateroscleróticas nos vasos, causa freqüente de infarto do miocárdio. Nos indivíduos normais, a LDL
circulante é internalizada nas células através de pinocitose e chega aos lisossomos. O colesterol é
liberado da partícula LDL e passa para o citosol para ser utilizado pela célula.
a) O colesterol é liberado da partícula LDL no lisossomo. Que função essa organela exerce na célula?
b) A pinocitose é um processo celular de internalização de substâncias. Indique outro processo de
internalização encontrado nos organismos e explique no que difere da pinocitose.
c) Cite um processo no qual o colesterol é utilizado.
15. Quais das estruturas apresentadas abaixo são comuns no citoplasma de células procariontes e
eucariontes.
(A) Mitocôndria e ribossomo
(B) Núcleo e lisossomos
(C) Cloroplasto e complexo de Golgi
(D) Somente o ribossomo
(E) Plasmídio e ribossomo
16. (VUNESP) Numa célula eucariótica, a síntese de proteínas, a síntese de esteróides e a respiração
celular estão relacionadas, respectivamente:
(A) ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias, aos ribossomos;
(B) ao retículo endoplasmático liso, ao retículo endoplasmático granular, ao Complexo de Golgi;
(C) aos ribossomos, ao retículo endoplasmático liso, às mitocôndrias;
(D) ao retículo endoplasmático granular, às mitocôndrias, ao Complexo de Golgi;
(E) ao retículo endoplasmático liso, ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias.
17. As células são as menores unidades vivas de um organismo e estão presentes em todos os seres,
com exceção dos vírus. Elas podem ser classificadas em procarióticas e eucarióticas se levarmos em
consideração a ausência ou presença:
(A) de parede celular.
(B) de organelas celulares.
(C) de carioteca.
(D) de membrana plasmática.
(E) de citoplasma.
18.Organismos procariontes apresentam células mais simples, que não possuem um núcleo
organizado. São exemplos de seres procariontes:
(A) bactérias e plantas.
(B) bactérias e cianobactérias.
(C) animais e plantas.
(D) fungos e bactérias.
(E) protozoários e bactérias.
19. A mitose é um processo de divisão celular que pode ser dividido em quatro etapas. Marque a
alternativa que indica corretamente as etapas e a sequência correta em que elas ocorrem.
(A) Prófase, G1, S e G2.
(B) G1, S, G2 e Metáfase.
21. (CES/JF-MG) Entre as frases a seguir, em relação à divisão celular por mitose, uma é incorreta.
Aponte-a.
(A) É um processo muito importante para o crescimento dos organismos.
(B) Ocorre nas células somáticas tanto de animais como de vegetais.
(C) A célula-mãe dá origem a duas células-filhas com metade do número de cromossomos.
(D) Na metáfase, todos os cromossomos, cada um com duas cromátides, encontram-se no equador
da célula em maior grau de condensação.
(E) As células-filhas são idênticas às células-mãe.
22. Qual fase da mitose é caracterizada pelo posicionamento dos cromossomos no equador da célula?
(A) G1.
(B) Prófase.
(C) Metáfase.
(D) Anáfase.
(E) Telófase
Respostas
01. Resposta
Consiste em regular a entrada e saída de substâncias na célula, mantendo uma composição química
específica.
02. Resposta B
A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de fosfolipídios com moléculas de proteínas
inseridas.
03. Resposta D
Todas as células vivas apresentam membrana plasmática.
04. Resposta B
Nas células eucarióticas existem duas organelas que possuem DNA próprio, sendo estas as
mitocôndrias e os cloroplastos. Tanto nas mitocôndrias quanto nos cloroplastos, o DNA se mostra
organizado de maneira muito semelhante ao conteúdo genético dos organismos procariontes. Nestas
organelas, o DNA possui forma circular a exceção do DNA de alguns protozoários dotados de cílios, que
se mostra totalmente linear. Este DNA se mostra condensado de forma idêntica ao cromossomo
procariótico, e ainda no caso das mitocôndrias, estudos recentes têm demonstrado que este se situa
preso à membrana interna destas organelas. Além do DNA, diferentes tipos de RNA e todo o mecanismo
necessário para a produção de proteínas estão presentes nestas organelas.
05. Resposta E.
A organela responsável pela produção de energia é a mitocôndrias. Esta gera energia (ATP) através
da respiração aeróbica.
06. Resposta B.
O retículo endoplasmático rugoso (REG) apresentam grânulos aderidos as suas membranas. Esses
grânulos recebe o nome de ribossomos e são responsáveis pela síntese de proteínas da célula.
08. Resposta A.
Os centríolos estão relacionados a formação das fibras do áster, portanto, está relacionada ao
processo de divisão celular.
09. Resposta:
Autofagia é a digestão de estruturas celulares em desuso; serve para a renovação celular.
Autólise é a desintegração celular.
10. Resposta:
Os peroxissomos produzem a catalase enzima que transforma a água oxigenada em água e oxigênio.
11. Resposta B
O complexo golgiense (sistema de Golgi) e formado por membranas lipoproteicas duplas que formam
sacos achatados.
12. Resposta:
a) Sua função é promover a quebra de moléculas complexas no interior da célula (digestão
intracelular).
b) Um outro processo é a fagocitose. Na pinocitose há internalização de partículas por meio de
invaginação da membrana plasmática, enquanto na fagocitose a internalização ocorre por meio de
pseudópodes. Pode-se dizer, ainda, que a pinocitose permite a internalização de partículas líquidas,
menores; já a fagocitose permite a internalização de partículas maiores, sólidas.
c) O colesterol é usado na síntese dos hormônios esteroides.
13. Resposta D.
A – Errada – a produção de energia é a partir do gás oxigênio e não do gás carbônico.
B – Errada – está associada à produção de energia e não de proteínas.
C – Errada – está associada à produção de energia e não de lipídios.
D – Correta – as mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular.
E – Errada – participa das atividades metabólicas através da síntese de energia/ATP.
14. Resposta C.
A – Errada – Os ribossomos não realizam a síntese de ATP, a mitocôndria não realiza digestão
intracelular, etc.
B – Errada – O RE não realiza a digestão intracelular, e o complexo de Golgi não participa da síntese
de ATP, etc.
C – Correta – Todas as informações apresentadas estão corretas.
D – Errada – O RE não é responsável pela formação de grãos de secreção e o complexo de Golgi não
tem a capacidade de neutralizar toxinas.
E – Errada – O aparelho de Golgi não é responsável pela síntese de proteínas.
15. Resposta D.
16. Resposta C
17. Resposta C
A classificação em procarióticas e eucarióticas é baseada na ausência ou presença de carioteca, uma
membrana que envolve o material nuclear. Nas células procarióticas, essa membrana está ausente e por
isso dizemos que elas não apresentam núcleo definido.
19. Resposta E
20. Resposta A.
A duplicação do DNA ocorre durante a fase chamada de S, que fica entre G1 e G2.
21. Resposta C.
A alternativa é incorreta, pois, no final da mitose, as células-filhas possuirão o mesmo número de
cromossomos da célula-mãe.
22. Resposta C.
É na metáfase que os cromossomos se dispõem na região mediana da célula e formam a chamada
placa equatorial.
A água e a vida
É por estes motivos que a água é tão essencial à vida em nosso e em qualquer planeta que possa
vir a abrigar água neste universo. É por isso que os cientistas ficam eufóricos quando fazem descobertas
de água em outros objetos no sistema solar ou fora dele: a presença de água pode indicar a presença de
7
Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna.
- Sais minerais
Os sais minerais aparecem sob duas formas: iônica e molecular. Os principais íons são: Na+, K+, Ca++,
Mg++, Cl-, CO3--, No3- e P04--. O potássio e o magnésio são elementos predominantemente intracelulares,
enquanto o sódio e o cloro aparecem nos líquidos extracelulares. O cálcio existe no plasma sanguíneo,
sendo fundamental para a coagulação sanguínea, existindo também nos ossos sob a forma de fosfato. O
magnésio aparece na molécula de clorofila enquanto o ferro existe na hemoglobina e citocromos,
pigmentos respiratórios. A hemocianina, pigmento respiratório dos aracnídeos contém cobre. O íon que
predomina na célula é o fosfato, que aparece tanto livre como formando fosfatos inorgânicos, fosfolipídios,
fosfoproteínas e nucleotídeos.
- Vitaminas
As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de produzir e, por isso, precisam
fazer parte da dieta alimentar. Suas principais fontes são as frutas, verduras e legumes, mas elas também
são encontradas na carne, no leite, nos ovos e cereais.
As vitaminas desempenham diversas funções no desenvolvimento e no metabolismo orgânico. No
entanto, não são usadas nem como energia, nem como material de reposição celular. Funcionam como
aditivos - são indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas em quantidades
pequenas. A falta delas, porém, pode causar várias doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos
ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), que matou tripulações inteiras até
dois séculos atrás, quando os marinheiros enfrentavam viagens longas comendo apenas pães e
conservas.
A Ciência conhece aproximadamente uma dúzia de vitaminas, sendo que as principais são designadas
por letras. Essas vitaminas podem ser encontradas em muitos alimentos, especialmente os de origem
vegetal.
Classificação das vitaminas
Hidrossolúveis
Vitamina B1 → Tiamina
Vitamina B2 → Riboflavina
Vitamina B3 → Nicotinamida/Niacina
Vitamina B5 → Ácido pantotênico
Vitamina B6 → Piridoxina, Piridoxamina e Fosfato piridoxal
Vitamina H, Vitamina B7 ou Vitamina B8 → Biotina
Vitamina B9 ou Vitamina M→ Ácido fólico
Vitamina B12→ Cobalamina, Cianocobalamina
Monossacarídeos
Os monossacarídeos são os carboidratos mais simples. Apresentam de 3 a 7 carbonos em sua
estrutura, havendo uma proporção entre esses átomos e os átomos de hidrogênio, obedecendo uma
fórmula geral, onde há um carbono para cada dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n. Se um
monossacarídeo tiver 4 átomos de carbono, ele terá 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio.
Os monossacarídeos recebem o sufixo -ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua
fórmula, então:
Nº Fórmu
Nome
carbonos la
3 C3H6O3 Triose
Tetros
4 C4H8O4
e
C5H10O Pento
5
5 se
C6H12O Hexos
6
6 e
C7H14O Hepto
7
7 se
Hexose Função
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada
na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais na
Glicose
fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos na
alimentação.
Frutose Possui função energética
Possui função energética. Participa da composição de
Galactose
dissacarídeos da lactose, junto com a glicose.
Dissacarídeos
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a
hidroxila (OH). Essa duas moléculas se unem, formando uma molécula de água (H2O). A ligação que
ocorre entre as extremidades dos monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica.
Esse mesmo tipo de ligação ocorre na formação das moléculas de DNA e RNA, através da ligação
entre uma pentose e uma base nitrogenada.
Os principais dissacarídeos de importância biológica são:
-Polissacarídeos
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos.
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são:
- Lipídios
Também conhecidos por lipídios ou gorduras, são substâncias amplamente distribuídas nos seres
vivos. Caracterizam-se por serem insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, como éter,
benzemos e clorofórmio. Podem ser divididos em: simples complexos e esteroides.
Lipídios simples
Os lipídios simples são constituídos apenas C, H e O. São os triglicérides (óleos e gorduras) e as
ceras.
1. Triglicérides. São constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas a uma molécula de
glicerol. As gorduras são conhecidas com denominações vulgares: banha, manteiga e margarina. Os
óleos podem ser de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau, ou de origem vegetal, como o
óleo de oliva e o de rícino.
2. Ceras ou cérides. São constituídos por ácidos graxos com álcool que não é o glicerol. São exemplos
a cera de abelha e de carnaúba.
Lipídios complexos
Os lipídios complexos são aqueles que contêm outros elementos além de C, H e O, encontrados nos
lipídios simples. Esses elementos podem ser enxofre, fósforo e nitrogênio. Os principais são os
fosfolipídios e a esfingomielina.
1. Fosfolipídeos. Associados a proteínas, integram as membranas das células.
2. Esfingomielina. Forma a bainha de mielina, substância que atua como um isolante elétrico quando
envolve o axônio do neurônio.
Esteroides
São formados por ácidos graxos e colesterol. Funcionam como componentes estruturais das
membradas celulares e como hormônios Assim, são esteróis os hormônio sexuais como a testosterona,
progesterona e estradiol.
Aminoácidos
Cada aminoácido é diferente de outro. No entanto, todos possuem alguns componentes comuns. Todo
aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e um
hidrogênio. A quarta ligação é a porção variável, representada por R, e pode ser ocupada por um
hidrogênio, ou por um metil ou por outro radical.
Ocorre, porém, que o papel biológico da maioria das proteínas depende de uma forma espacial muito
mais elaborada. Assim, o fio fundamental é capaz de se enrolar sobre si mesmo, resultando um filamento
espiralado que conduz à estrutura secundária, mantida estável por ligações que surgem entre os
aminoácidos. Novos dobramentos da espiral conduzem a uma nova forma, globosa, mantida estável
graças a novas ligações que ocorrem entre os aminoácidos. Essa forma globosa representa a estrutura
terciária. Em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estruturas terciárias globosa unem-se,
originando uma forma espacial muito complexa, determinante do papel bioquímico da proteína. Essa nova
forma constitui a estrutura quaternária dessas proteínas.
A figura abaixo mostra as quatro estruturas da hemoglobina juntas. Q hemoglobina esta presente
dentro os glóbulos vermelhos do sangue e seu papel biológico é ligar-se a moléculas de oxigênio,
transportando-as a nossos tecidos.
Proteínas na alimentação
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas; portanto, são
essenciais à vida de todo animal. Todos os animais necessitam receber uma quantidade de proteína e,
além disso, para o homem, suínos, aves, cães entre outros, a quantidade e tão importante quanto a
qualidade. O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o principal
constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o crescimento, a reprodução e a
produção.
As melhores fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, estando também presentes em
quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, salientando-se as leguminosas verdes e secas
(feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, lentilhas).
-Alimentos de origem animal: lacticínios, carnes, pescado e ovos.
-Alimentos de origem vegetal: leguminosas verdes e secas, cereais e derivados, tubérculos, hortaliças
e legumes.
Para adultos saudáveis, a ingestão recomendada de proteína é de 0.8 g/kg de peso. Relativamente a
valores de referência, a ingestão diária de proteína situa-se nos 50 g (tendo como base um valor
energético de 2000 kcal/dia para adultos e crianças acima dos 4 anos).
- crianças com menos de 1 ano: 14 g;
- crianças entre 1 e 4 anos: 16 g;
- grávidas: 60 g; mulheres a amamentar: 65 g.
Em determinadas patologias este valor será determinado segundo fórmulas específicas.
- Enzimas
A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no interior das células e
também fora delas (em cavidades de órgãos, por exemplo). Por outro lado, todas essas reações
dependem, para a sua realização, da existência de uma determinada enzima. As enzimas são
substâncias do grupo das proteínas e atuam como catalisadores de reações químicas. Muitas enzimas
possuem, além da porção proteica propriamente dita, constituída por uma sequência de aminoácidos,
uma porção não proteica.
Nota: Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de certa reação química.
A parte proteica é a apoenzima e a não proteica é o cofator. Quando o cofator é uma molécula orgânica,
é chamado de coenzima. O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente,
mais propriamente conhecido como substrato. É formado um complexo enzima-substrato, instável, que
logo se desfaz, liberando os produtos da reação a enzima, que permanece intacta embora tenha
participado da reação. Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas que
estão na mesma solução é preciso fornecer certa quantidade de energia, geralmente, na forma de calor,
que favoreça o encontro e a colisão entre elas. A energia também é necessária para romper ligações
químicas existentes entre os átomos de cada substância, favorecendo, assim a ocorrência de outras
ligações químicas e a síntese de uma nova substância a partir das duas iniciais.
- Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no
núcleo celular, em meados do século XIX.
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla DNA e
o ácido ribonucleico, conhecido como RNA.
O DNA se duplica por um processo semiconservativo, mediado pela ação da enzima DNA polimerase,
a qual é responsável pela quebra das pontes de hidrogênio e separação das cadeias. Nesse entremeio,
cada cadeia liga-se a uma sequência complementar a partir do encadeamento de novos nucleotídeos. O
resultado é a formação de duas novas cadeias completas, cada uma com metade da molécula de DNA
original. Por conta disso o processo é chamado semiconservativo.
02. O polissacarídeo formado pela união de moléculas de glicose e que representa a principal forma
de reserva encontrado no animais é denominado:
(A) Amido
(B) Maltose
(C) Colesterol
(D) Glicogênio
(E) Glicose
06(Mackenzie-SP) - São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo. Referimo-
nos aos(às):
(A) carboidratos.
(B) proteínas.
(C) lipídios.
(D) vitaminas.
(E) sais minerais.
07. (PUC Minas) - Os lipídeos compreendem um grupo quimicamente variado de moléculas orgânicas
tipicamente hidrofóbicas. Diferentes lipídeos podem cumprir funções específicas em animais e em
vegetais. Assinale a alternativa INCORRETA.
A) Os carotenoides são pigmentos acessórios capazes de captar energia solar.
08. Sabemos que existem dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA e o RNA. A respeito dessas duas
moléculas, marque a alternativa correta:
(A) O RNA é encontrado apenas na região do núcleo e no citosol.
(B) O DNA é encontrado apenas no interior do núcleo das células.
(C) Tanto o DNA quanto o RNA possuem em sua composição um monossacarídeo chamado de ribose.
(D) A base nitrogenada timina é exclusiva do DNA.
(E) A base nitrogenada guanina é exclusiva do RNA.
01. Resposta C.
Os carboidratos que entram na constituição dos ácidos nucleicos são a ribose (presente no RNA) e a
desoxirribose (presente no DNA).
02. Resposta D.
A principal forma de reserva de carboidratos nos animais é o glicogênio. Já nos vegetais a forma de
reserva é chamada de amido.
03. Resposta C.
Os monossacarídeos são carboidratos simples, solúveis em água, e que não podem ser quebrados
pela digestão em moléculas menores. Os monossacarídeos mais conhecidos são a glicose (fabricada
pelos vegetais na fotossíntese), a frutose (encontrada no mel) e a galactose (que se liga à glicose
formando a lactose, encontrada no leite).
04. Resposta C
Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais
conhecidos são a sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose).
05. Resposta E.
06. Resposta B.
07. Resposta D.
Afirmativa a: está correta, os carotenoides são pigmentos com cores entre amarelo, laranja e vermelho,
podendo captar a energia solar.
Afirmativa b: está correta, os esteroides atuam como reguladores de atividades biológicas.
Afirmativa c: está correta, os triglicerídeos ficam armazenados nos adipócitos, formando uma reserva
energética e também servindo como isolantes térmicos.
Afirmativa d: está errada, o nosso organismo não utiliza o colesterol como fonte de energia.
09. Resposta D.
Nos eucariontes, o DNA é encontrado também nos cloroplastos e mitocôndrias.
10. Resposta B.
Os lipídios são moléculas orgânicas resultantes da associação entre ácidos graxos e glicerol (álcool).
Seres Vivos
Estima-se que existam na Terra milhões de diferentes tipos de organismos vivos compartilhando a
biosfera. O reconhecimento dessas espécies está intimamente relacionado à história do homem.
O homem, determinado momento da história evolutiva, passou a utilizar animais e plantas para sua
alimentação, cura de doenças, fabricação de armas, objetos agrícolas e abrigo. A necessidade de
transmitir as experiências adquiridas para os descendentes forçou-o a conhecer detalhadamente as
plantas e animais. O documento zoológico mais antigo que se tem notícia, é um trabalho grego de
medicina, do século V a.C., que continha uma classificação simples dos animais comestíveis,
principalmente peixes.
Diante disso, a classificação dos seres vivos surgiu da necessidade do homem em reconhecê-los. O
grande número de espécies viventes levou-o a organizá-las de forma a facilitar a identificação e,
consequentemente, seu uso.
Entretanto, com a invenção do microscópio por Van Leeuwenhoek, foi revelado uma miríade de
organismos microscópicos, não visíveis a olho nu. Assim, ficou claro que a distinção entre animais e
plantas não podia ser facilmente aplicada a este nível. Alguns deste seres podiam ser facilmente
Haeckel reconheceu uma série de subdivisões no seu reino Protista. A principal subdivisão era entre
os grupos semelhantes às plantas – Protophytes – e os semelhantes aos animais – Protozoa -,
reconhecidos pelos seus pelos seus metabolismos diferentes. Também necessitava de um terceiro grupo
onde colocar todos os protistas que não eram claramente semelhantes às plantas ou aos animais, os
protistas atípicos. A distinção entre células com e sem núcleo estavam subordinadas a estas três
categorias, com os organismos sem núcleo a formar um pequeno grupo dentro dos protistas atípicos.
Com a descoberta do microscópio eletrônico, foi possível a morfologia celular dos organismos. Assim,
Herbert Copeland, em 1936, propôs um sistema de classificação em quatro reinos, retirando Monera de
dentro dos protistas por serem procariontes, e resgatando o termo Protista para eucariontes unicelulares
ou multicelulares sem tecidos verdadeiros. Seus reinos eram:
- Reino Monera: bactérias e cianobactérias;
- Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelulares como “algas” e fungos;
- Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com tecidos;
- Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com tecidos.
Essa proposta foi posteriormente substituída, a partir de 1959, pelo sistema de cinco reinos de Robert
Whittaker, que definiu os seguintes reinos:
A partir de 1970, até os dias de hoje, as propostas de classificação estão mais relacionadas com os
avanços da biologia molecular, o aprimoramento dos estudos com microscopia eletrônica e com a maior
aceitação e desenvolvimento da sistemática filogenética.
O sistema de classificação de Lynn Margulis baseia-se no conhecimento sobre a estrutura sub-
microscópica das células e seus organelos, bem como vias metabólicas, incorporando a descoberta de
muitos tipos altamente diferenciados de bactérias. Apesar de o seu sistema também incorporar uma
elaborada teoria de evolução da estrutura celular por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes
das classificações de Copeland e de Whittaker.
Na classificação de Copeland, não se dava especial atenção à distinção entre organismos com e sem
núcleo, mas em classificações posteriores esta tornou-se uma condição crucial. Margulis distingue os
chamados super-reinos ou domínios Prokarya e Eukarya, sendo o último caracterizado por apresentar
genoma composto, sistemas de mobilidade intracelular e a possibilidade de fusão celular, que leva a um
sistema de genética mendeliana e sexo. O domínio Prokarya, por outro lado, é agrupado com base na
ausência de um sistema sexual desse tipo.
Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e
fungos. Neste caso, os protoctistas são novamente definidos negativamente, o que volta a tornar as
plantas, animais e fungos monofiléticos.
Nos Prokarya, a diversidade de vias metabólicas e a reconhecida divergência evolutiva (como
demonstrada pelas sequências de RNA) não deu origem a categorias elevadas. A distinção entre Archaea
e Eubacteria é abafada sob o nome de bactérias e expressa a um nível inferior ao da distinção entre
fungos, animais e plantas.
Uma classificação ligeiramente diferente foi proposta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em
relação à distinção entre procariontes e eucariontes, mas vai mais além e propõe que se reconheçam os
subdomínios Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivisão semelhante é feita nos
eucariontes, com os Protista e os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelulares,
respectivamente. Mayr dá especial atenção, portanto, a semelhanças e diferenças em morfologia e não
às relações filogenéticas.8
Os procariontes são unidos com base na semelhança de organização celular, ignorando a diversidade
de metabolismos e as relações evolutivas deduzidas a partir de sequências de DNA. Também os protistas
são unidos com base na falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enorme diversidade em
muitos outros aspectos. Ambos os taxa estão em perigo de se tornar parafiléticos.
No entanto, a principal divergência entre esta classificação e uma classificação filogenética não é o
surgimento destes dois grupos parafiléticos mas antes o facto de o subdomínio Metabionta ser
reconhecido com base apenas numa característica, a multicelularidade. Esta característica surgiu
independentemente nos três grupos que o compõem, tornando este subdomínio completamente
polifilético.
Essencialmente com base na comparação de sequências de RNA ribossômico, Woese e seus colegas
concluíram que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes
8
http://simbiotica.org/
Regras de nomenclatura
Os animais, assim como as plantas, são popularmente conhecidos por nomes muito variáveis de um
lugar para outro. Os cientistas, com intuito de universalizar os nomes de animais e plantas, procuraram
criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos. Mark Catesby, por volta de
1740, publicou um livro de zoologia onde denominava o pássaro conhecido como tordo (sabiá americano)
de Turdus minor cinereoalbus non maculatus, que significava: “tordo pequeno branco-acinzentado sem
manchas”. Essa foi uma tentativa de padronizar o nome do pássaro, para que ele pudesse ser conhecido
em qualquer idioma ou região, mas havia o inconveniente de usar uma denominação muito extensa.
Em 1735, Carl von Linné, propôs regras para classificar e denominar animais e plantas, onde cada
organismo seria conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Surgiu assim a
nomenclatura binomial, a qual é ainda hoje utilizada.
Para escrevermos o nome científico de uma espécie, utilizamos as regras propostas por Lineu:
1. O nome deve ser escrito em latim e destacado do texto (em itálico, negrito ou grifado);
2. O nome deve ser escrito com duas palavras (nomenclatura binominal). A primeira se refere ao
gênero, a segunda é o epíteto específico. Juntas, formam a espécie.
3. O gênero deve iniciar com letra maiúscula e o epíteto específico com a letra minúscula.
Exemplos:
Homem = Homo sapiens
Cachorro = Canis familiaris
Mosca = Musca domestica
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a
onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca.
Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo
da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca. Considerando os
exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país
como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine
se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande
quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a
necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a
comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que
estudam os seres vivos.
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as
relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia
(relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos
organismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que classificam as espécies em outros
táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as
plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação
passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas,
e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de
O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados. Note que estão
representados os grupos atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis ancestrais. Perceba que
o grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões de
anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de dinossauros ancestrais.
Note, ainda, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero e répteis,
e que os três grupos foram originados de um ancestral comum. Atualmente com um maior número de
informações sobre os grupos taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as arvores
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre os seres vivos.
Organização celular:
Existem vários níveis hierárquicos de organização entre os seres vivos, começando pelos átomos e
terminando na biosfera. Cada um desses níveis é motivo de estudo para os biólogos.
Átomos e moléculas
Os átomos formam toda a matéria existente. Eles se unem por meio de ligações químicas para formar
as moléculas, desde as mais simples como a água (H2O), até moléculas complexas, como proteínas, que
possuem de centenas a milhares de átomos. A matéria viva é formada principalmente pela união dos
átomos (C) Carbono, (H) Hidrogênio, (O) Oxigênio e (N) Nitrogênio.
Organelas e Células
As organelas são estruturas presentes no interior das células, que desempenham funções específicas.
São formadas a partir da união de várias moléculas. A célula é a unidade básica da vida, sendo
imprescindível para a existência dela. Existem vários tipos de células, cada uma com sua função
específica.
Tecidos
Os tecidos são formados pela união de células especializadas. Os tecidos estão presentes apenas em
alguns organismos multicelulares como as plantas e animais. Um exemplo de tecido é o muscular, que
tem a função de produzir os movimentos de um organismo; o tecido ósseo, formado pelas células ósseas,
tem a função de sustentar o organismo.
Órgãos
Os tecidos se organizam e se unem, formando os órgãos. Eles são formados de vários tipos de tecidos.
Por exemplo, o coração é formado por tecido muscular, sanguíneo e tecido nervoso. Os ossos são
formados por tecido ósseo, sanguíneo e nervoso.
Sistemas
Os sistemas são formados pela união de vários órgãos, que se trabalham em conjunto para exercer
uma determinada função corporal; por exemplo, o sistema digestório, que é formado por vários órgãos,
como boca, estômago, intestinos, glândulas, etc.
Organismo
A união de todos os sistemas forma o organismo, que pode ser uma pessoa, uma planta, um peixe,
um cachorro, um pássaro, um verme, etc.
Questões
01. (FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Sobre a célula, unidade estrutural
e funcional dos seres vivos, está correto afirmar que
(A) os diferentes tipos celulares apresentam mitocôndrias que sintetizam ATP
(B) as células animais apresentam membrana nuclear, o que não ocorre com as vegetais.
(C) os diferentes tipos celulares apresentam ribossomos e sintetizam proteínas.
(D) algumas células possuem DNA como material hereditário, enquanto outras possuem RNA
04. (FCC - MPU - Analista Pericial – Antropologia) A hierarquia correta das categorias taxonômicas,
da mais inclusiva para a mais restrita é
(A) reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie.
(B) filo, reino, classe, ordem, família, gênero, espécie.
(C) ordem, reino, filo, família, classe, gênero, espécie.
(D) espécie, gênero, família, ordem, classe, filo, reino.
(E) espécie, gênero, família, classe, ordem, filo, reino.
05. (IBFC - SEAP-DF - Professor – Biologia) Durante a história da Biologia, diversas mudanças
ocorreram em relação à classificação dos organismos, pois conforme nova informação é descoberta,
novos parâmetros são utilizados para a classificação. A história da classificação dos seres vivos data do
início no século 4 a.C. com Aristóteles e até os dias de hoje há grande discussão sobre as hipóteses de
classificação, pois a evolução do conhecimento e de novas metodologias empregadas têm trazido
mudanças na árvore da vida.
Assinale a alternativa incorreta a respeito do panorama histórico da classificação dos seres vivos:
(A) O sistema de classificação de Lineu propôs uma interpretação dicotômica de diversidade. As
plantas eram caracterizadas pela presença de parede celular, pela fotossíntese e por serem sésseis, e
os animais pelo fato de conseguirem se locomover, por não fazerem fotossíntese e não possuírem parede
celular.
(B) A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Plantae, Fungi e
Animalia surge com a utilização de microscopia eletrônica é a mais atual e aceita em Biologia.
Respostas
01. Resposta:C
02. Resposta:B
03. Resposta:D
04. Resposta:A
A taxonomia é a ciência que estuda a classificação dos animais. Ela se divide em dois grandes ramos:
a sistemática que trabalha com a divisão dos animais em grupos de acordo com suas semelhanças e a
nomenclatura que enquadra nas normas universais para identificação. Os animais são divididos em sete
grupos: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie, onde o reino é a classificação mais ampla,
com características mais gerais dos organismos e em espécies, onde se identifica e classifica os animais
mais especificamente.
05. Resposta:B
Os Vírus
Os vírus são únicos organismos acelulares da Terral atual. Extremamente simples e pequenos
(medem menos de 0,2 µm), são constituídos por apenas uma carapaça proteica envolvendo uma
molécula de ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, nunca os dois juntos. O capsídeo pode ser
envolvido por um envelope constituído de lipídios, proteínas e carboidratos e que possui projeções na
superfície ou espículas de constituição glicoproteica (essas projeções são importantes na fixação dos
vírus às células hospedeiras).
Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Podem inserir-se no material
genético da célula e causar grandes danos (agentes infecciosos).
A estrutura viral completa é denominada vírion; - vírus com RNA é mais fácil de mutar porque não tem
mecanismo de reparo, tem cadeia simples que é menos estável. DNA do vírus tem sistema de reparo
porque sempre teve função genética e RNA só teve essa função depois; não possuem componentes
celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente; muitos vírus possuem dentro do
capsídeo uma ou mais enzimas que são liberadas após o desnudamento do vírus no interior da célula
hospedeira e atuam na replicação do ácido nucléico; podem multiplicar-se somente dentro de células
vivas, sendo considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Após invadir uma célula ou um
microrganismo, um vírus tem a habilidade de induzir a maquinaria genética da célula hospedeira a fazer
muitas cópias do vírus
-Absorção: especificidade, reconhecimento vírus - célula a ser infectada. Para vírions nus, as proteínas
do capsídeo são provavelmente responsáveis pela ligação a um receptor específico da célula. Para
vírions envelopados, as glicoproteínas da superfície da membrana do envelope são responsáveis pelo
reconhecimento de um receptor presente na superfície celular, ocorrendo posteriormente a fixação.
-Decapsidação: vírus dentro da célula perde o capsídeo; eclipse = período de tempo entre a
decapsidação até a montagem de um novo vírion maduro, vírus sem capsídeo não visto no M.O. Célula
com dois DNA: o dela e o do vírus.
-Liberação: o mecanismo de liberação varia com o vírus. O vírus sai da célula por brotamento ou a
célula morre e se rompe, liberando os vírions. Além desses modos, os vírions podem deixar as células
por canais especiais por um longo período de tempo.
Endêmica no Brasil desde a década de 80, a dengue é considerada uma das principais ameaças à
saúde em nosso país. Nos últimos anos vem se disseminando de tal forma que, segundo dados do
Ministério da Saúde, somente em 1998, 529,4 mil pessoas foram contaminadas. O vírus causador da
dengue tem quatro sorotipos classificados pelos números 1, 2, 3 e 4. No Brasil, são registrados casos
com sorotipos 1 e 2 (apesar da ameaça do tipo 3 no ano passado). A transmissão do vírus ocorre pela
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus da doença. Teoricamente, a transfusão
de sangue infectado também transmite a doença.
Os principais sintomas da dengue clássica são: dores de cabeça e muscular, febre alta, vermelhidão
no corpo, aumento das glândulas linfáticas e comprometimento das vias aéreas superiores. Depois de
cinco a sete dias, acaba o ciclo do vírus no doente, este melhora e fica imunizado para esse sorotipo que
o infectou. Na dengue hemorrágica, além da febre e das dores de cabeça e muscular, o doente também
apresenta hemorragias gastrointestinal, cutânea, gengival e nasal, tontura e queda de pressão. Em razão
das hemorragias, este tipo de dengue pode matar.
-Prevenção: Não deixe água acumulada, em pneus, caixa d'água. Uma água parada em uma simples
tampinha de garrafa pode servir de criatório para o mosquito Aedes aegypti.
Febre Amarela
Outra virose que tem registrado uma aumento significativo de casos é a febre amarela, notadamente
em estados como Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de três a seis dias de ser infectada, a
pessoa apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça e muscular, enjoo, vômitos, febre alta, pulso
baixo, prostação e irritabilidade. O nome da doença provém do fato de o doente normalmente apresentar
Sarampo
O Sarampo constitui uma doença febril, extremamente contagiosa, caracterizada por irritação ocular e
inflamação do sistema respiratório, com posterior surgimento de exantemas. As crianças são mais
facilmente acometidas, embora os adultos que não a tenham tido possam adquiri-la nessa fase.
-Contágio: a infecção é transmitida através de secreções dos olhos, nariz e garganta, por contágio
direto ou gotas de saliva propagadas por espirros e tosse.
-Sintomas e Sinais: após um período de incubação de aproximadamente 11 dias, começam a surgir
os primeiros sintomas, semelhantes aos do resfriado comum, com coriza, espirros, febre e calafrios, dores
de cabeça e nas costas, fotofobia, etc. Nesse período, que dura de 1 a 4 dias, surgem minúsculas
manchas brancas na mucosa bucal, as chamadas manchas de Koplik que podem anunciar o
aparecimento do exantema cutâneo. Surgem exantemas cutâneos que iniciam no rosto ou atrás das
orelhas e posteriormente atingem o tronco e membros. Regridem em 2 a 4 dias após o seu surgimento,
por fina descamação, com regressão da doença.
-Tratamento e Prevenção: o tratamento é sintomático e a profilaxia (ou prevenção) é feita com vacinas
de vírus em crianças (que não tenham tido a doença) com idade entre 6 meses e 6 anos. Aqueles que já
tiveram a doença ou foram vacinados têm imunidade permanente, raramente adquiri novamente o
Sarampo.
Rubéola
Apresenta este nome pelo aspecto avermelhado ou rubro do paciente. A rubéola é uma doença aguda,
benigna, contagiosa, de crianças e adultos jovens. É conhecida como "sarampo alemão" ou sarampo de
três dias. É uma das poucas infecções virais que está associada à gênese de anormalidade fetais.
-Contágio: é direto, provavelmente das vias respiratórias ou da mãe para o feto através da circulação
comum. Do mesmo modo que no sarampo, o doente deve ser isolado, pois é infectante durante uns 10
dias depois do aparecimento da erupção.
-Sintomas e Sinais: o período de incubação é de 14 a 21 dias, após o que surgem sintomas variáveis
em ocorrência e gravidade: cefaleia, mal-estar, mialgia, febre alta de até 38,5°C e, mais raramente, tosse,
faringite e coriza. Aparecem, 24 ou 48 horas após o surgimento desses sintomas, os exantemas no rosto,
atrás das orelhas e no couro cabeludo, disseminando-se depois para todo o corpo. No 3º dia, ocorre a
descamação dos exantemas e consequentemente melhora do quadro. As manchas de Koplik não
aparecem na rubéola.
-Complicações na gravidez: existe ainda a chamada rubéola congênita, em que a mãe, sintomática ou
não, transmite o vírus pela circulação ao feto, provocando malformações congênitas com alterações
cardíacas e oculares principalmente e, frequentemente, leva a partos de natimortos
-Tratamento e Prevenção: o tratamento consiste em repouso e diminuição da cefaleia que leva ao
desconforto. A profilaxia (ou prevenção) se faz com vacinas de vírus atenuados nas várias faixas
susceptíveis. Também aqui a imunidade é permanente. Observação em caso de Rubéola consulte o
Posto de Saúde mais próximo, ou Médico mais próximo, não tente se medicar sozinho (a), para não
ocorrer gravidades no quadro.
AIDS
A AIDS é uma doença causada por um vírus do grupo retrovírus (vírus com RNA e que se utiliza do
seu ácido nucléico como modelo para a síntese de DNA) denominada HIV. “Esta doença destrói parte do
sistema imunológico do corpo e, em consequência, suas vítimas se tornam incapazes de se defenderem
Bacteriófagos
Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos procariotos.
São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas. Os mais estudados são
os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T. Estes são constituídos por
uma cápsula proteica bastante complexa, que apresenta uma região denominada cabeça, com formato
poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e uma região denominada cauda, com formato cilíndrico,
contendo, em sua extremidade livre, fibras proteicas.
O DNA viral multiplica-se na célula hospedeira – no caso, a bactéria – provocando a síntese de
proteínas virais e, consequentemente, a formação de novos fagos. Estes, após determinado tempo e com
auxílio de enzimas específicas, rompem a parede bacteriana, podendo infectar outros indivíduos. Tais
etapas compreendem o chamado ciclo lítico.
Pode ocorrer, também, do bacteriófago se incorporar ao cromossomo da bactéria, passando a ser
denominado profago. Lá, se multiplica e divide juntamente com o organismo hospedeiro, criando
populações bacterianas inteiras infectadas por fagos inativos, ou temperados. Este é o ciclo lisogênico.
O fago inativo pode também assumir o controle metabólico da bactéria, ao se desvencilhar do
cromossomo bacteriano, iniciando o ciclo lítico.
2. REINOS
Reino Monera
As bactérias tem uma estrutura celular bem característica de células procarióticas: parede celular,
cápsula, membrana plasmática, citoplasma, nucleóde, plasmídeos, ribossomos, flagelos e fímbrias que
serão detalhados a seguir:
-Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um
complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões
físicas do ambiente.
Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais.
-Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a
parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas,
protegendo-as contra a fagocitose.
-Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula
circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou
envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas
adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas.
-Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas
bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a
passagem do material genético
1. Cocos: São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral, situa-se entre 0,2 e 5 µm de
diâmetro. Os cocos apresentam-se isolados ou formando colônias Segundo a quantidade de bactérias e
sua disposição, as colônias são classificadas em:
-Diplococos — colônia de dois cocos;
-Tétrade — colônia de quatro cocos;
-Sarcina — colônia cúbica de oito ou mais cocos;
-Estreptococos — colônia de cocos em fileira;
-Pneumococos — colônia de dois cocos em forma de chama de vela;
-Estafilococos — colônia de cocos dispostos em cacho;
-Gonococos — colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim).
3. Espirilos: São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado. Os espirilos propriamente
ditos formam filamentos helicoidais (fig. 4.6). Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, causador da cólera,
são bactérias curtas, com uma espira incompleta, em forma de vírgula.
Duas classes de nutrientes que são indispensáveis às bactérias: macronutrientes (carbono, oxigênio,
nitrogênio, enxofre, fósforo e hidrogênio) e micronutrientes (ferro, zinco, manganês, cálcio, potássio,
sódio, cobre, cloro, cobalto, molibdênio, selênio, magnésio, entre tantos outros).
Existe um outro processo de reprodução denominado conjugação. Esse tipo de reprodução pode ser
considerado como sexuada. Neste caso, pedaços do DNA de uma bactéria denominada de “macho”
passa para a “Fêmea” através de pelos sexuais (fimbrias-pelos sexuais) do macho. O fragmento de DNA
recombina-se com o DNA da bactéria fêmea, produzindo bactérias com uma nova combinação genética.
Cianobactérias
As cianobactérias, assim como as bactérias são também procariontes. Também conhecidas por
cianofíceas, são todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas células não possuem cloroplastos. A
clorofila, do tipo a, fica dispersa pelo hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes, que são ramificações
da membrana plasmática.
As cianobactérias são microrganismos presentes em ambientes aquáticos com capacidade de produzir
toxinas (cianotoxinas), em alguns casos, altamente prejudiciais à saúde humana e animal, que podem
causar graves intoxicações pela ingestão e contato com corpos de água contaminadas. A presença
excessiva de cianobactérias, sempre que formam escuma na superfície, é sinalizada por uma cor verde-
azulada na água.
9
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Reino Fungi
Os fungos são popularmente conhecidos por mofos, bolores fermentos, orelhas-de-pau, trufas, micose
e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 70 mil
espécies de organismos eucariontes que estão espalhados por praticamente qualquer tipo de ambiente.
Características gerais
O micélio fica na sua maior parte sob a superfície, abaixo do substrato nutritivo, formando o corpo de
frutificação. Alguns desses corpo de frutificação recebem o nome de cogumelo. É a parte que mais
conhecemos do fungo, uma vez que normalmente é a parte que conseguimos observar nos fungos.
Os fungos unicelulares são muito pequenos, não formam hifas nem micélios e geralmente possuem
forma ovaladas ou esféricas como pode ser observado na figura abaixo. Estes são popularmente
conhecidos como leveduras e obtém energia através da fermentação quando não há oxigênio presente.
Os fungos podem ser classificados em cinco filos: Filo Cythridiomycota, Filo Zygomycota, Filo
Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deuteromycota.
5. Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chamados de deuteromicetos, uma
vez que não apresentam reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como sendo
deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros filos, como é o caso do Penicillium (fungo
do qual de extrai a penicilina), da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Trichophyton
(causadores do pé-de-atleta e fireiras), que eram classificados como deuteromicetos e agora são
classificados no filo dos ascomicetos.
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Decompositores: São responsáveis em grande parte pela decomposição das substâncias orgânicas
como alimentos, restos de plantas e animais mortos, tecidos, couro e outros artigos de consumo
manufaturados com materiais sujeitos a seus ataques.
Patógenos: São os fungos que podem causar doenças tanto em animais como em vegetais. Veja
alguns dos exemplos a seguir:
-Micoses: São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São
particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias
para o desenvolvimento dos fungos.
-Candidíase: É uma infecção causada pelo fungo Candida albicans que provoca o surgimento de
coceira intensa, vermelhidão ou placas brancas, afetando, principalmente, a boca e os órgãos genitais de
homens ou mulheres.
- Biotecnologia industrial: fermentação, produção de queijo, enzimas como celulase.
Liquens
Os liquens são formados pela associação mutualística entre fungos e algas ou cianobactérias. Nessa
relação mutualística, as algas produzem, através da fotossíntese, substâncias orgânicas que são
utilizadas pelo fungo, enquanto o fungo dá às algas proteção e um ambiente adequado para seu
desenvolvimento. Na associação com cianobactérias pode haver aproveitamento do nitrogênio
atmosférico como alimento.
Os liquens são organismos que resistem a mudanças de temperatura, ao sol forte e à falta de água, e
por isso são seres que habitam as mais diversas regiões do planeta. No entanto, os liquens são
extremamente sensíveis à poluição, sendo considerados bioindicadores de poluição. Pode-se dizer que
eles são organismos pioneiros, pois degradam rochas e auxiliam na formação do solo, criando condições
para que outros seres vivos também se instalem no local. Como apresentam nutrição independente do
substrato, eles podem ser encontrados em rochas, folhas, no solo, troncos e galhos de árvores, barrancos,
etc.
Alguns tipos de liquens são utilizados como fonte de alimento para alguns animais; enquanto que
outros tipos podem ser utilizados na fabricação de corantes, em razão de suas cores que variam do
branco ao negro, passando por tonalidades de vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde. Alguns
Reino Protista
Grupo onde é encontrado a Ameba, que usa muitos pseudópodes para locomoção. Observe na figura:
Grupo onde é encontrado o paramécio. Os ciliados recebem este nome pois se movem e alimentam-
se com o auxílio de cílios, que estão em toda a superfície do protozoário. Este tipo aparece geralmente
em água doce e salgada, e onde existe matéria vegetal em decomposição. Eles executam também outro
tipo de reprodução, chamado de conjugação (sexuada), onde uma célula transmite material genético para
outra célula, ocasionando uma variabilidade genética, o que é essencial para qualquer tipo de ser vivo.
Depois da conjugação, as células realizam a reprodução assexuada.
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-Trichomonas vaginalis - fica alojado no aparelho reprodutor humano, geralmente nas mulheres, na
vagina. Provoca muita coceira, ardência e corrimento, a Tricomoníase.
Trichomonas vaginalis
-Giardia lamblia - causa a giardíase, no intestino. os sintomas são náuseas, cólicas, diarreia, etc.
-Esporozoários (Apicomplexos)
No grupo dos esporozoários encontram-se os protistas que não têm qualquer tipo de sistema de
locomoção. Todos eles são parasitas obrigatórios. O nome "Apicomplexos" vêm de uma parte do protista,
responsável pela perfuração da membrana celular das futuras células hospedeiras. Os mais comuns são
do gênero Plasmodium, que causam a Malária, e do gênero Toxoplasma, que causam a toxoplasmose.
Habitat
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças,
lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles
são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.
Existem dois grupos principais no reino animal: os vertebrados e os invertebrados. Ambos pertencem
ao reino Animalia, contudo, a estrutura corporal varia bastante de um grupo para o outro.
O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal, exceto o dos vertebrados (peixes,
répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos).
Uma característica comum a todos os invertebrados é a ausência da espinha dorsal. Como exemplo,
podemos citar as esponjas (que apesar de nem sempre se enquadrarem nesta categoria, continuam a
fazer parte deste grupo).
A união do espermatozoide e do óvulo produz o zigoto, que se divide várias vezes e forma um cacho
de células, a mórula. Esta se transforma em uma esfera oca, a blástula, cuja cavidade é chamada de
blastocele. A esse estágio se segue o de gástrula, no qual já é ectoderme e a endoderme. Os animais
que apresentam apenas essas duas camadas são chamados de diblásticos. Aqueles que desenvolvem
Filo Porífera
O filo Poríferos ou Espongiários abriga animais filtradores pluricelulares muito primitivos (parazoários),
de ambiente exclusivamente aquático- na maioria marinhos, como as esponjas. Estas possuem o corpo
perfurado por numerosos poros, daí o nome do filo.
Em termos evolutivos, as esponjas representam a transição de um modo de vida unicelular
(protozoários) para a pluricelularidade. De fato, é bem possível que as esponjas tenham se originado de
protozoários coloniais. Sua organização é bastante simples uma vez que não apresentam órgãos e
sistemas e são animais assimétricos, acelomados e sem cavidade digestiva.
As esponjas são animais sésseis, isto é, vivem fixas a um substrato (como madeira, conchas, rochas,)
e de vida livre (não são parasitas). Algumas espécies formam colônias, nas quais ocorre um certo grau
de fusão das entre os indivíduos.
A forma mais simples de uma esponja consiste num tubo fechado em uma das extremidades e aberto
na oposta. A água entra no corpo de uma esponja através dos seus poros, e então em um uma cavidade
chamada interna chamada de átrio ou espongiocele e sai por um ou mais aberturas maiores, chamados
de ósculos também é conhecido como canal exalante.
A circulação da água é promovida por células especiais que forram o interior da cavidade atrial
chamada de coanócitos. A movimentação do flagelo provoca uma corrente de água que na qual circulam
gases, excretas, gametas e partículas de alimento. Se uma dessas partículas ficar aprisionada no interior
desse “colarinho” pode ser fagocitada pelo coanócito.
A parede do corpo dos poríferos é formada por três camadas celulares distintas:
- Pinacoderme: Uma camada mais externa-, com função de revestimento e proteção, formada por
células denominadas pinacócitos;
-Uma camada gelatinosa média, na qual estão mergulhados os amebócitos (células com várias
funções) e estruturas de sustentação (espículas) calcárias ou silicosas, ou uma rede de fibras proteicas
de espongina.
- Uma camada de células dotadas de um poro central (porócitos), designado poro inalante, que as
atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo
através delas que a água penetra no espongicele.
-Alimentação e digestão: O alimento capturado pelos coanócitos é digerido no interior dessas células,
dentro de vacúolos digestivos. Diante disso, a digestão nesses animais é conhecida como digestão
intracelular.
Os nutrientes obtidos a partir da digestão são distribuídos as outras células por meio dos amebócitos.
-Circulação: A circulação que ocorre nos poríferos é de água, alimento e espermatozoides. O percurso
se inicia nos poros, por onde entram, e termina no ósculo, por onde saem por meio da movimentação dos
flagelos dos coanócitos.
-Excreção: A excreção dos poríferos ocorre por meio de difusão assim como o processo de
respiração.
-Reprodução: A reprodução das esponjas pode ser tanto assexuada (brotamento das células) como
sexuada (com formação de gametas).
A maioria das esponjas é hermafrodita e sua fecundação é interna. Entretanto, o brotamento é a forma
mais comum de reprodução desses organismos.
Algumas esponjas de água doce, quanto estão submetidas a condições extremas, produzem
estruturas de resistências chamadas de gêmulas. Estás estruturas são uma espécie de “bolsa” que
contem em seu interior células de repouso.
Filo Cnidária
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Os Cnidários são animais exclusivamente aquáticos, a maioria de ambiente marinho; sendo que seus
representantes mais conhecidos são a água-viva, os corais, axs anêmonas e a hidra, esta última, de água
doce.
Quanto à organização corporal, esses animais são considerados dibásticos, apresentando dois
folhetos germinativos (ectoderma e endoderma), durante o desenvolvimento germinativo, que orientam a
formação da estrutura de revestimento corporal em duas camadas: a epiderme e a gastroderme.
No filo cnidária existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: pólipos (organismos
sésseis) e as medusas (organismos livre-natantes), ambos manifestam orifício bucal por onde o alimento
é ingerido, e em seguida transferido à cavidade gastrovascular responsável pela digestão parcial dos
nutrientes absorvidos pelas células que revestem essa cavidade, e dessas aos demais tecidos.
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Estrutura corporal: Apresentam três camadas que constituem o corpo: epiderme (camada mais
externa, com células sensoriais e cnidócitos), mesogléia (camada gelatinosa que possui células
nervosas formando um sistema nervoso difuso) e gastroderme (revestimento da cavidade
gastrovascular). A mesogléia é muito mais desenvolvida nas medusas, o que confere aspecto
gelatinoso.
Fisiologia dos cnidários
Digestão: Tanto o pólipo como a medusa apresentam uma boca que se abre na cavidade
gastrovascular, mas não possuem ânus. O alimento ingerido pela boca, cai na cavidade gastrovascular,
onde é parcialmente digerido e distribuido (daí o nome gastro, de alimentação, e vascular, de circulação).
Após a fase extracelular da digestão, o alimento é absorvido pelas células que revestem a cavidade
gastrovascular, completando a digestão.
A digestão é portanto, em parte extracelular e em parte intracelular. Os restos não-aproveitáveis são
liberados pela boca. Na região oral, estão os tentáculos, que participam na captura de alimentos.
Filo Platyhelminthes
Os platelmintos são animais que apresentam o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo:
platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme'). O representante desse filo mais conhecido é
a planária.
Habitat: Estes organismos vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos;
entretanto, também são encontrados em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre e outros
parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.
Respiração: Não possuem sistema respiratório. Nos platelmintos de vida livre as trocas são feitas por
difusão. Já nos parasitas ela é feita de forma anaeróbica, ou seja, não utiliza oxigênio.
Circulação: Também não possuem sistema circulatório. Os alimentos são distribuídos pelo corpo
através das ramificações do sistema digestivo.
Reprodução: A reprodução deste filo pode ser sexuada ou assexuada (maioria das espécies). Vale
lembrar que os platelmintos apresentam ainda uma alta capacidade de regeneração.
-Esquistossomose
Doença infecciosa parasitária provocada por vermes da classe Trematoda. Os parasitas desta classe
são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No Brasil, é causada
pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem, sendo a partir
de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza.
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos
passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como
lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma.
No homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução
das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a
morte.
-Teníase
A teníase é uma doença causada por um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas
intestinais. Esses organinos, em razão do seu modo de vida, possuem sistema digestório, uma vez que
absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro.
Normalmente consideramos como importante duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita
suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo dividido em vários anéis
denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que
auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é
denominado rostro, auxiliando também na fixação.
No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados
hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e
se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente.
Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um
dos hospedeiros.
Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo
embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto
parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de
“canjiquinha”.
Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da
doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador
dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas,
irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas
fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas.
Filo nematoda
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico,
afilado nas extremidades. Há mais de 25 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos
feitos indicam a existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
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Entre as principais características anatômicas destacam-se: a bilateralidade corporal, a presença de
três folhetos embrionários (triblásticos – com ectoderme, endoderme e mesoderme), a existência de uma
falsa região celomática (cavidade parcialmente revestida de mesoderme, considerada pseudoceloma) e
situação protostômica (durante o desenvolvimento embrionário forma-se primeiramente a boca e
posteriormente o ânus).
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Digestão: Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com
boca e ânus A digestão nesses organismos ocorre de forma extra e intracelular.
Respiração: Devido à ausência do sistema respiratório nestes animais, as troca gasosa ocorrem
através da superfície cuticular epidérmica.
Circulação: O sistema circulatório desses organismos também é ausente, assim, tanto os nutrientes
digeridos e os gases absorvidos são transportados pelo fluido pseudocelomático, conferindo, além da
difusão de substâncias, sustentação e auxílio na mobilidade, funcionando com esqueleto hidrostático.
Reprodução: Esses organismos são normalmente dioicos (sexos separados), e as diferenças entre
o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo
geral o macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho. O ciclo de desenvolvimento costuma ser complexo, com diversos estágios, às vezes passando
o organismo parasita por mais de um hospedeiro
-Filaríase
A filaríase ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas Wuchereria Este se aloja nos vasos
linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de
perna de elefante do paciente com esta doença.
O hospedeiro definitivo é o homem o hospedeiros intermediários são pernilongos, principalmente do
gênero Culex. Os vermes adultos estão presentes no interior dos vasos linfáticos, e após o acasalamento,
são liberadas as larvas microfilárias, que migram para regiões periféricas do corpo, como a pele, em
determinadas horas do dia, que coincide com os hábitos alimentares dos pernilongos. Juntamente com o
sangue, as larvas são sugadas pelo inseto, onde amadurecem e migram para as glândulas salivares,
onde são novamente inoculadas na pele de outras pessoas através da picada do inseto.
O problema dessa doença é que o acúmulo de vermes provoca entupimento dos vasos linfáticos, o
que faz com que a linfa se acumule nos tecidos, provocando inchaço.
Transmissão - ocorre através da ingestão dos ovos do parasita, procedentes do solo, água ou
alimentos contaminados com fezes. O verme se aloja no intestino delgado do ser humano.
Sintomas – o indivíduo pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia e náusea. Dependendo da
quantidade de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.
Medidas preventivas: Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e não crus,
higiene pessoal e fornecimento de saneamento básico adequado para a população.
-Enterobiose ou Oxiurose:
Transmissão: Ocorre através da ingestão de ovos, podendo ser de forma direta, da região anal para a
boca (comumente observado em crianças), ou indiretamente através de alimentos contaminados.
Agente etiológico: Esta doença pode ser provocada por três tipos de verme: o Necator americanus e
outros dois do gênero Ancylostoma: A. duodenalis e o A. ceylanicum
Sintomas: Os primeiros sintomas da doença são: palidez, desânimo, dificuldade de raciocínio, cansaço
e fraqueza, provenientes da falta de ferro (anemia) no organismo.
Outros sintomas como dores musculares, abdominais e de cabeça, hipertensão, tonturas; também
poderão ocorrer com o agravamento do quadro. A doença é perigosa para as gestantes, pois pode afetar
o desenvolvimento do feto.
Transmissão: Ocorre por meio do contato direto com solo contaminado, como, por exemplo, andar
descalço na terra.
Medidas preventivas: A prevenção dessa doença é feita com medidas sanitárias, educativas.
Filo Annelida
O Filo Annelida compreende os animais com estrutura corporal cilíndrica e segmentada, com evidentes
anéis externos, também subdivididos internamente (metamerização verdadeira). Seu representante típico
é a minhoca.
Esses invertebrados apresentam simetria bilateral três folhetos embrionários (triblásticos),
protostômios e celomados. Na superfície externa de algumas espécies, na cutícula epidérmica, existem
pequenos pelos (cerdas) que dão sustentação durante a locomoção, sendo a quantidade desses
filamentos um critério utilizado na diferenciação dos organismos.
Habitat e modo de vida: São animais exclusivamente de vida livre, com ampla distribuição geográfica,
ocupando ecossistemas terrestres e aquáticos, de água doce ou salgada.
Sistema respiratório: A respiração desses organimos é cutânea, com trocas gasosas através da
superfície corporal.
Sistema nervoso: O sistema nervoso é formado por um gânglio nervoso central ligado a um cordão
ventral com numerosos nódulos.
Reprodução: A reprodução pode ser sexuada, sendo algumas espécies monoicas com fecundação
cruzada (minhocas), e dioicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto (neris).
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Essa classe compreende os organismos que apresentam poucas cerdas por anel e não exibem
parapódios (pequenas projeções do corpo que auxiliam a locomoção) nem cabeça diferenciada do
restante do corpo. O principal representante dessa classe é a minhoca. Ela tem a pele coberta por uma
fina película e produz uma substância viscosa; esse muco diminui o atrito com o solo, protege a pele do
contato com possíveis substâncias tóxicas e mantém a umidade, que é fundamental para a respiração
cutânea.
Nesse animal, é visível o clitelo - um anel mais claro por onde os animais se unem na fecundação
cruzada, trocando espermatozóides. Após a reprodução, cada um dos vermes libera no solo um casulo
cheio de ovos. Alguns dias depois, saem desses ovos vermes jovens.
O sistema digestório é formado por uma boca; um papo, que parece uma grande câmera; uma moela,
por onde o alimento é triturado; um longo intestino, que termina no ânus, situado no ultimo anel do corpo.
O sistema circulatório é fechado, e nele o sangue circula dentro dos vasos. O sangue possui
hemoglobina, o mesmo pigmento vermelho que nós, seres humanos, possuímos.
O sistema nervoso é formado por células nervosas que coordenam várias funções do corpo.
Função ecológica: a minhoca desempenha um papel importante na fertilidade do solo. Ela cava
"túneis", atua como arado, aumentando a aeração e a circulação da água. Além disso, as suas fezes
contêm, substâncias nutritivas que se misturam com a terra e agem como adubo, fertilizando o solo.
Classe Poliqueta
Os poliquetas são animais marinhos que possuem muitas cerdas em cada segmento, ou seja, em cada
anel. Cada anel tem um par de projeções laterais, os parapódios, no qual estão implantadas as cerdas.
Algumas espécies são errantes, isto é, se locomovem ativamente no fundo do mar Á procura de
alimentos; outras são fixas e, neste caso, obtêm alimento filtrando a água do mar com uma coroa de
“penachos “branquiais que rodeiam a boca. Esses animais são carnívoros e muitas vezes são canibais,
isto é, devoram outros poliquetos.
Os sexos dessa classe são separados, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, com
uma fase larval chamada trocófora
Classe Hirundínea
Os hirundíneos, também conhecido como aquetos, não possuem cerdas e apresentam ventosas, que
ajudam na fixação e na locomoção. Nesse grupo, está a sanguessuga. Ela é hermafrodita e vive em solo
úmido e pantanoso ou em água doce. Existem também algumas espécies marinhas.
A sanguessuga chupa o sangue de outros animais pelas ventosas, mas também pode se alimentar de
minhocas e de restos de animais. É de pequeno porte, o seu comprimento varia de 1 a 20 centímetros.
Os moluscos são animais de corpo mole (daí o nome do filo), não segmentado. Muitos desses
animais são revestidos por uma concha calcária que é produzida por uma dobra na epiderme chamada
de manto.
Na maioria dos moluscos, o corpo do animal se divide em três partes: massa visceral, cabeça e pé,
como a representação abaixo:
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Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não
segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do
tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores
químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos
naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.
O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar,
nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa visceral. Nesta estão os sistemas
digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela
produção da concha.
Fisiologia dos moluscos
Alimentação: Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Muitos deles
possuem uma estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos,
fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no
interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua
fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular).
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Circulação: Seu sistema circulatório é, na maioria das vezes, do tipo aberto ou lacunar: o sangue
corre parte do tempo dentro de vasos mais acaba desembocando em lacunas ou hemocelas, que são
espaços abertos no interior do corpo do animal.
Reprodução: A maioria dos moluscos apresentam sexos separados (dioicos); algumas espécies como
o caracol de jardim, são hermafroditas. A fecundação pode ser externa ou interna, e o desenvolvimento,
direto ou indireto.
Classe Gastropoda ("estômago nos pés"): corresponde ao maior grupo de moluscos, marinhos, de
água doce e de ambientes terrestres. São os conhecidos caramujos, os caracóis e as lesmas. A concha,
quando presente, tem formato helicoidal.
Caracol
Classe Bivalvia (duas metades de concha): também são encontrados em água doce ou salgada.
Sua concha possui duas partes que encerram completamente o corpo do animal. Os exemplos mais
familiares são as ostras, os mexilhões e os mariscos. Apresentam as brânquias recobertas por uma
camada de muco; ao passar pelas brânquias, partículas alimentares ficam aderidas ao muco e são
levadas para a boca.
Marisco
Classe Cephalopoda ("pés na cabeça"): moluscos sem concha externa, que apresentam uma
estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o
calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos. Possuem
estruturas de defesa como cromatóforos. Quando se sentem ameaçados soltam esses pigmentos que
turvam a água e confundem os predadores.
Classe Scaphopoda ("pé em forma de canoa"): pequenos animais dotados de uma concha cônica e
alongada. São marinhos, e vivem parcialmente enterrados na areia. Conhecidos, em geral, por dentálios.
Filo Arthropoda
O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = pés) é o mais numerosos da Terra atual.
Contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas, o que é pelo menos quatro vezes o total de todos
os outros grupos de animais reunidos. Além disso, possuem boa adaptação a diferentes ambientes;
vantagens em competição com outras espécies; excepcional capacidade reprodutora; eficiência na
execução de suas funções; resistência a substâncias tóxicas e perfeita organização social (abelhas,
formigas e cupins) e presença de exoesqueleto quitinoso.
Ao crescer, os artrópodes precisam abandonar o exoesqueleto velho, pequeno, e fabricar outro, maior.
Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e ocorre diversas vezes até cessar o crescimento na fase
adulta. As carapaças deixadas por ocasião das mudas são as exúvias (do latim exuviae, "vestidos
largados").
São animais metamerizados (corpo segmentado), triblásticos (com três folhetos germinativos),
celomados (cavidade geral do organismo) e simetria bilateral.
- Sistema digestivo completo;
- Sistema circulatório aberto;
- Sistema respiratório diversificado: branquial, traqueal e pulmonar ou filotraqueal;
- Sistema excretor realizado por glândulas verdes, túbulos de malpighi ou glândulas coxais;
- Sistema nervoso constituído por vários gânglios nervosos fundidos;
- Sistema sensorial formado por olhos simples ou compostos e sensores táteis e químicos.
- A reprodução é sexuada, sendo as espécies dióicas com fecundação interna ou externa. O
desenvolvimento e direto ou indireto, com metamorfose gradual (hemimetábolos) ou completa
(holometábulos).
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Classe Insecta
Os insetos constituem a classe mais diversificada e mais numerosa do filo. Caracterizam-se por
apresentar o corpo formado por cabeça, tórax e abdome separados. Na cabeça há um par de antenas,
providas de estruturas sensoriais microscópicas, com função tátil e olfativa. Junto à boca fica o aparelho
bucal adaptado para triturar, lamber sugar ou picar.
Do tórax saem três pares de patas articuladas e a maioria tem asas, que são expansões da epiderme
e do exoesqueleto. O voo é realizado através da ação dos músculos estriados antagônicos existentes
dentro do tórax.
Devido à capacidade de voar, os insetos vivem em todos os ambientes terrestres. Alguns são
parasitas, como o piolho e o bicho-de-pé; outros são transmissores de parasitas, como o barbeiro
(triatoma infestans), que transmite o trypanosoma cruzi, causador da doença de chagas.
Todos respiram por meio de traqueias e o sangue ou hemolinfa não contém pigmento respiratório.
A excreção é feita por um tudo de filamentos denominados túbulos de Malpighi.
Os insetos são de sexos separados e, geralmente com dimorfismo sexual. A fecundação é interna e o
desenvolvimento dos ovos pode ser direto ou indireto.
Devido a sua grande diversificação, a classe dos insetos é subdividida em muitas ordens.
Classe Arachnida
-Classe Crustacea
A classe dos quilópodes (gr. khilioi = mil + podos = pé), de dos diplópodes (gr. diploos = duplo + podos
= pé) tem muitas semelhanças e podem ser descritas em conjunto. Os primeiros correspondem as
lacraias e centopeias, e o segundo, os piolhos-de-cobra. São organismos terrestres, com exoesqueleto
quitinoso. A cabeça é distinta e o corpo, todo segmentado. Na cabeça há um par de antenas, olhos
simples e boca provida de peças para cortar e triturar.
Os quilópodes têm o corpo achatado e um par de patas por segmentos, e os diplópodes, corpo
cilíndrico e dois pares de patas pode segmento.
A respiração desses organismos é traqueal e a hemolinfa não tem pigmento respiratório. A excreção
é feita por túbulos de Malpighi.
As fêmeas põem ovos, que apresentam desenvolvimento direto.
O filo dos equinodermos (do grego ekhinos= ouriço + derma =pele) compreende os animais
exclusivamente marinhos, como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar, o pepino-do-mar, a bolacha-da-praia
e outros como podemos observar a seguir.
Como o próprio nome indica, são animais que apresentam o corpo total ou parcialmente cobertos por
espinhos, ou então por protuberâncias espinhosas. É ainda característica exclusiva do filo o fato de
apresentarem um sistema locomotor único, o sistema ambulacral (ou ambulacrário) que será descrito no
decorrer do nosso tópico.
Quando adultos, os equinodermas apresentam aspectos primitivos: hábitos sedentários (fixos a um
substrato, como os lírios-do mar ou crionoides) ou locomoção muito lenta (as demãos espécies do grupo);
sua simetria é radial (frequentemente pentarradial como nas estrelas-do-mar) e a cabeça não apresenta
diferenciação; seu sistema nervoso é extremamente reduzido, não apresentando cérebro e nem órgãos
sensoriais especializados (como a antenas, olhos entre outros).
Por outro lado, quando larvas esses animais apresentamsimetria vilateral, vida livre e são bastante
semelhantes às larvas de alguns cordados. Além disso, seu esqueleto é interno (endoesqueleto) e
calcário.
Caro candidato, vamos agora aprofundar nossos conhecimentos a respeito do filo Equinoderma!!!
São animais triblásticos, celomados e deuterostômios.
Antes de prosseguir nosso estudo vamos relembras o que significa os termos utilizados acima:
-Triblásticos:
São animais que apresentam por três camadas de células, derivadas da ectoderme, da endoderme e
da mesoderme, conforme exemplificado na figura abaixo:
-Celomados:
Representa a cavidade geral do corpo, que serve de espaço para os órgãos internos (vísceras).
Quando não há celoma, os animais são ditos acelomados, como os vermes de corpo achatado - os
platelmintos.
Agora que já relembramos os conceitos acima, vamos voltar as características dos equinodermos!!!
O sistema circulatórios desses animais é muito reduzido ou ausente.
O tubo digestório é completo: na estrela-do-mar e no ouriço, a boca abre-se na superfície inferior
(voltada para o solo) e o ânus para a parte superior do corpo; na bolacha-da-praia, o ânus encontra-se
do lado da boca, na face inferior. Na boca do ouriço-do-mar e da bolacha-da-praia, encontramos uma
estrutura mastigatória equivalente a cinco dentes chamada de lanterna de Aristóteles. Veja abaixo um
esquema que apresenta a lanterna de Aristóteles.
A respiração e a excreção são feitas por difusão através da superfície do corpo, podendo também ser
auxiliadas pelo sistema ambulacrário.
Filo Chordata
Os cordados são animais que apresentam notocorda, tubo nervoso dorsal e fendas faringianas
(ou branqiueais) em pelo menos uma fase de sua vida.
-Fendas faringianas: São estruturas embrionárias, podendo permanecer na fase adulta, e até
desaparecer na fase embrionária. Nos cordados aquáticos ela persistem na fase adulta e têm função
respiratória. Nos cordados terrestres elas desaparecem para que dá faringe possa surgir a traquéia,
estrutura respiratória destes animais.
Tubo nervoso dorsal: O tubo nervoso ocupa a posição dorsal, e localiza-se logo acima da notocorda.
Deriva-se da invaginação da ectoderme dorsal do embrião. O tubo nervoso dorsal é bem desenvolvido
nos adultos, mas pode ser reduzido em alguns protocordados. Os animais não-cordados possuem um
sistema nervoso mais simples, do tipo ganglionar e ocupa a posição ventral no corpo e esta é uma
característica que distingue os cordados dos demais animais.
Vejamos agora um exemplo de um animal, o anfioxo, que apresenta essas três características ao longo
de toda sua vida.
-Cordão nervoso em posição dorsal. Esse cordão, na parte anterior, se alarga para formar o cérebro;
- Sistema digestivo completo;
- Três camadas germinativas;
- Coração ventral com presença de vasos sanguíneos;
- Celoma desenvolvido;
- Esqueleto interno ósseo ou cartilaginoso.
Protocordados Cefalocordados
Tunicados
Vertebrados Ágnatos Ciclostomados
Gnatostomados Peixes Peixes cartilaginosos Peixes ósseos
Tetrápodes Anfíbios
Répteis
Aves
Mamíferos
Protocordados
Os protocordados são animais que não apresentam tecido cartilaginoso nem ósseo, logo não possuem
vértebras nem crânio, e a notocorda pode permanecer no adulto ou ficar restrita apenas no período larval.
São exclusivamente marinhos e de pequeno porte. São exemplos desse filo o anfioxo e a ascídia.
As ascídias animais sésseis, filtradores pertencente ao subfilo Urocordados. Os anfíoxos, que são
classificadas no subfilo Cefalocordados, já são animais que, apesar de serem capazes de locomover,
vivem enterrados e, assim como as ascídias, são filtradores. Mesmo sendo animais muito simples, eles
são classificados no filo dos cordados por, pelo menos sua larva, apresentar as características: notocorda,
fendas faringianas, tubo nervoso dorsal e cauda, ou seja, as características exclusivas dos cordados.
Vertebrados
Os vertebrados possuem tecido cartilaginoso e/ou tecido ósseo e a notocorda, na fase adulta, é
substituída pela coluna vertebral.
A maior parte dos vertebrados apresentam mandíbulas, como os peixes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Porém, existe um grupo de vertebrados sem mandíbulas, os ágnatos, cujos representantes
apresentam boca circular.
Os agnatos, também conhecidos como ciclostomados, são animais vertebrados primitivos que
podem ser encontrados em ambientes de água salgada e também em ambientes de água doce. Esses
animais possuem corpo cilíndrico e alongado, com esqueleto cartilaginoso, e em sua pele são
encontradas glândulas produtoras de muco. São desprovidos de escamas e apresentam nadadeiras
ímpares pouco desenvolvidas no dorso e cauda. Com mandíbula ausente, os agnatos possuem uma boca
circular que suga os alimentos – por esse motivo são chamados de ciclostomados (ciclo = redondo;
estoma = boca).
São vertebrados mais evoluídos que apresentam mandíbulas (do grego gnathos, mandíbula, e
stomatos, boca). O desenvolvimento das mandíbulas foi uma importantíssima inovação evolutiva nesses
animais, pois essa estrutura é manipulada por músculos e associada a dentes. Desse modo, os
gnatostomados primitivos puderam destacar com maior eficiência os peda-ços maiores de algas e de
outros animais. Portanto, os animais mais eficientes na captura do alimento são os gnatostomados. Essa
característica permitiu uma vantagem competitiva e, consequentemente, uma diversificação maior de
espécies.
Vertebrados-peixes
Características gerais
Esses animais têm nadadeiras, linha lateral e pele frequentemente coberta por escamas; são
celomados, cordados, vertebrados, com mandíbulas, corpo alongado e desprovidos de membros;
São animais pecilotérmicos, isto é, a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente;
A maioria dos peixes respira por meio de brânquias;
A circulação dos peixes é classificada como simples. O coração desses animais tem duas cavidades
um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado;
•Linha lateral: formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo que auxiliam na
percepção das diferenças de pressão, correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma
presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito
importante para as viagens em cardumes.
•corpo com formato hidrodinâmico (achatado lateralmente e alongado) o que favorece seu
deslocamento na água;
•corpo geralmente recoberto por escamas lisas, que diminui o atrito com a água durante o
deslocamento do animal;
•presença de nadadeiras (estruturas de locomoção);
•musculatura segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
Os peixes são classificados em duas classes: a classe dos condrictes (do grego khondros:
'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon:
'osso'), ou peixes ósseos.
Os representantes mais conhecidos dessa classe são os tubarões, cações e raias. São animais que
comumente vivem em ambientes marinho, porém há raias que vivem em água doce. As principais
características dos peixes cartilaginosos são:
Os representantes dessa classe são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-
marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeira,
etc.).
Em relação aos peixes cartilaginosos, notamos as seguintes diferenças desses animais:
-Esqueleto ósseo;
-As nadadeiras pares peitorais e pélvicas servem mais como órgão de estabilização do que impulsão.
Além disso, há uma nadadeira anal e uma caudal;
-A pele tem escamas dérmicas e é lubrificada por um muco produzido pelas glândulas mucosas;
-A boca é terminal;
-Possuem quatro pares de fendas faringianas protegidas por uma placa óssea, o opérculo;
Cordados- anfíbios
A classe dos Anfíbios compreende os sapos, rãs, pererecas, salamandras, cobras-cegas, e etc.
Com base nos aspectos evolutivos do nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a
ocupar o ambiente terrestre, situando-se entre os peixes e os répteis. Esses organismos, considerados
como um grupo de transição, além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação,
eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes
úmidos.
Como o próprio nome sugere, a maioria das espécies vive parcialmente na água doce e parcialmente
na terra. Embora alguns vivam em terra firme o tempo todo, ainda assim necessitam estar próximas da
água ou viver em um ambiente de elevada umidade atmosférica; isso ocorre por várias razões, sendo a
principal delas sua reprodução.
Características gerais
-Modificações na sua estrutura corporal que permitem locomover-se em terra firme (por exemplo, o
desenvolvimento de patas no lugar de nadadeiras);
-Substituições de brânquias por pulmões;
-Modificações no aparelho circulatório, a fim de permitir a captação de oxigênio atmosférico pelos
pulmões e através da pele.
Fisiologia dos Anfíbios
Respiração: Na fase larval, aquática, respiram por brânquias, quando adultos, respiram através da
pele (respiração cutânea) e pelos pulmões. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície
de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a
respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele, que deve ser
úmida e bem vascularizada para que ocorra a difusão dos gases.
Circulação:
Os anfíbios apresentam circulação fechada, isto é, o sangue circula dentro dos vasos
O coração dos anfíbios é constituído por três cavidades (dois átrios e um ventrículo). O sangue arterial
(proveniente dos pulmões) e o sangue venoso (proveniente da circulação corporal) misturam-se no
ventrículo.
Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins. Estes eliminam uma urina diluída e abundante,
pois o excretam amônia, substancia extremamente tóxica que precisa ser eliminada constantemente
junto com agua em abundância. Os adultos de algumas espécies terrestres excretam ureia, menos tóxica,
o que resulta em certa economia de agua.
-Alimentação:17
Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de
minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. A língua, em algumas espécies de anfíbios é uma
das suas características adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno vôo, utilizando
a língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna.e alcança uma grande
distância, além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa.
-Reprodução
Os ovos dos anfíbios não apresentam casca que possa protegê-los contra a desidratação, por isso,
devem ser postos na água ou em um lugar de extrema umidade. Na maioria das vezes a fecundação é
externa: a fêmea coloca os ovos na água, e o macho, estando próximo ou mesmo sobre ela, lança jatos
de esperma sobre os ovos. Algumas espécies de salamandras e cobras-cegas colocam seus ovos em
terra úmida. Após certo período de desenvolvimento embrionário, formam-se as larvas, denominadas
girinos. Estas nadam livremente, e após um período de transformações (metamorfose) transformam-se
em adultos como pode ser observado no esquema abaixo:
Vertebrados-répteis
Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') representam um grupo de animais que possui em comum a
ectotermia (capacidade de utilizar fontes externas de calor para regular a temperatura corporal) e a pele
recoberta por escamas. Esse grupo inclui diversas linhagens (lagartos, serpentes, quelônios e jacarés).
Características gerais
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-Circulação:
- A circulação da maioria dos répteis e dupla fechada e completa;
O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos
ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos
(crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o
sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.
Reprodução:
-Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. A fecundação em é
interna e geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou hemipênis nos lagartos e
cobras, permitindo a transferência direta do esperma para o interior do corpo da fêmea).
-A maioria é ovípara, isto é, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes.
-A fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução dos vertebrados, pois
impediram a morte dos gametas e embriões por desidratação e tornaram esses animais independentes
da água para a reprodução.
Vertebrados- AVES
De acordo com estudos paleontológicos recentes, utilizando fósseis, as aves tiveram origem no
Período Jurássico. Elas evoluíram dos dinossauros tetrápodes, por volta de 150 milhões de anos atrás.
Estes constituem a classe de animais vertebrados, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente
por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos
pneumáticos.
Atualmente são reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. A ampla
distribuição geográfica das aves e também dos mamíferos reflete o sucesso que esses grupos tiveram na
conquista do meio terrestre em relação aos répteis. A principal característica que possibilitou essa
conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, isto é, a capacidade de manter, em ambientes diversificados,
a temperatura corporal relativamente elevada e constante. Porém, a manutenção da temperatura ocorre
à custa de uma alta taxa metabólica qual envolve intensa combustão de alimento energético nas células.
-Presença de penas: As penas são anexos epidérmicos de queratina exclusivos das aves. A camada
de ar retida entre as penas promove o isolamento térmico, agindo contra a perda de calor do corpo. Em
um dia de muito frio, as aves, em repouso, mantêm suas penas elevadas aumentando a camada de ar
isolante. Ao contrário, quando está quente, as penas são mantidas bem juntas ao corpo, diminuindo a
espessura da camada de isolamento.
-Coração: O coração das aves tem quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos e isso permite que
não ocorra mistura de sangue. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com
sangue pobre em oxigênio (sangue venoso), encaminhando-o aos pulmões para a oxigenação. Já a
metade esquerda (átrio e ventrículo esquerdos) trabalha apenas com sangue rico em oxigênio (sangue
arterial), que é conduzido aos tecidos do corpo. Assim, os órgãos recebem sangue ricamente oxigenado,
o que permite e garante a manutenção de taxas metabólicas mais elevadas que, associadas aos
mecanismos de isolamento e regulação térmicos, favorece a sobrevivência em variados tipos de
ambientes.
-Aparelho respiratório: Embora pequenos e poucos elásticos, os pulmões das aves são muito mais
eficientes que os dos répteis e mamíferos. Isso ocorre pois esses animais apresentam diversas
expansões membranosas, os sacos aéreos, que contribuem para a manutenção de um fluxo de ar
unidirecional e para a regulação térmica do animal (favorecendo parte da dissipação do calor gerado pelo
corpo). Os sacos aéreos expandem-se entre os órgãos e alguns penetram no interior dos longos
pneumáticos (ossos com cavidades livres). Ao inflar os sacos aéreos as aves reduzem a densidade do
corpo, característica útil para animais que voam.
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As aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Para exemplificar
as adaptações adquiridas pelas aves ao longo da evolução veja a ilustração abaixo:
Alimentação e digestão:
As aves consomem os mais variados tipos de alimentos como frutos, néctar, sementes, insetos,
vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema
digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e
órgãos anexos (fígado e pâncreas).
Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, esôfago e seguem para o papo (função de
armazenar e amolecer os alimentos). A partir desse, vão para o proventrículo, que é o estômago químico
das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a serem digeridos. Passam então para a
moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados.
Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os
restos não aproveitados transformam-se em fezes.
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Reprodução:
Diferentes de seus parentes répteis, que às vezes dão à luz a seus filhotes, todas as espécies de aves
põem ovos.
Os sexos das aves são separados (dioicos), a fecundação é interna e geralmente apresentam um
dimorfismo sexual muito marcante, sendo os machos mais vistosos que as fêmeas. Veja o exemplo a
seguir do dimorfismo sexual do pavão:
Vertebrados- Mamíferos
Os mamíferos (do latim científico Mammalia) constituem uma classe de animais vertebrado mais
conhecidos Nesta classe incluem-se as toupeiras, morcegos, roedores, gatos, macacos, baleias, cavalos,
veados e muitos outros, o próprio homem entre eles.
Nela existem animais pesando de 3g a 160 toneladas e medindo de 8 cm até 30 m de comprimento.
Características específicas
-Glândulas mamárias;
-Corpo total ou parcialmente coberto por pelos;
-Dentes diferenciados com incisivos, caninos, pré-molares e molares;
-Presença da placenta;
-Hemácia anucleada
-Musculo diafragma, uma membrana muscular que separa o tórax do abdome e que auxilia na
ventilação dos pulmões.
-Digestão e alimentação
O sistema digestório dos mamíferos é completo formado por um longo tubo que vai da boca ao ânus.
Veja a seguir o exemplo do trajeto do alimento na espécie humana:
-Respiração:
Todos os mamíferos são seres pulmonados, isto é, o ar entra pelas vias respiratórias até os pulmões,
que absorvem o oxigênio. Até mesmo os mamíferos aquáticos têm pulmões, eles precisam vir à superfície
para respirar.
-Circulação
Assim como o coração das aves, o coração dos mamíferos apresenta quatro cavidades. A circulação
dos mamíferos é fechada, dupla e completa, sem que haja mistura de sangue venoso com arterial. A
eficiência na circulação do sangue favorece a homeotermia corporal.
Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer
ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Este fato justifica a sua larga distribuição
em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualquer outro animal (exceto as aves).
Atenção candidatos, Vale lembrar que a artéria aorta nos mamíferos é voltada para a direita e das aves
para a esquerda.
Os mamíferos são dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A grande maioria das
espécies é vivípara, existindo espécies ovíparas (ornitorrinco) e ovovivíparas (canguru).
Embora a viviparidade limite o número de filhotes por gestação, é um fator que se revelou vantajoso
evolutivamente, aumentando as chances de sobrevivência e o sucesso reprodutivo.
Enquanto o filhote está se desenvolvendo no útero materno, recebe nutrientes e oxigênio através da
placenta, pelo cordão umbilical. A placenta é uma estrutura formada por parte do corpo da mãe e parte
do corpo do feto. Também é pela placenta que o feto elimina as excretas, que são restos produzidos, por
exemplo, o gás carbônico.
Placentários:
Este é o maior grupo de mamíferos, dominando totalmente a classe e os habitats terrestres atuais. Os
ovos amnióticos são geralmente minúsculos e retidos no útero da fêmea para o desenvolvimento, com a
ajuda de uma placenta que fornece fixação e nutrientes (oxigênio e alimentos).
Monotremados:
Os monotremados apresentam um orifício referente a cloaca, existente também nos répteis e aves.
Esses animais são considerados como os mamíferos primitivos que se reproduzem por meio da postura
de ovos, ou seja, são ovíparos e cuja boca possui um bico córneo. As glândulas mamárias não
desembocam em mamilos. Vivem exclusivamente em algumas região da Oceania. Ex: ornitorrincos e
quidnas.
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Reino Plantae
O domínio Archaea possui um reino conhecido como Archeabactéria. O domínio Bactéria possui um
único reino chamado Eubactéria. Já o domínio Eucaria é subdividido em quatro reinos a saber: Protista,
Fungi, Plantae e Animalia.
O reino Plantae originou-se dos Protistas, que deram origem as algas vermelhas (Rhodophyta), algas
pardas (Phaeophyta) e algas verdes (Chlorophyta).
A partir das algas verdes, originaram-se as plantas terrestres: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
As primeiras plantas terrestres devem ter surgido de um grupo ancestral de algas verdes. Os longos
períodos de seca ocorridos no Siluriano podem ter sido um fator de seleção natural que favoreceu as
plantas com adaptações ao meio terrestre.
Todos os grupos (algas verdes, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) apresentam
em comum:
-Os mesmos tipos de clorofilas (A e B);
As plantas começaram a avançar no ambiente terrestre e passaram a ter que enfrentar alguns
problemas, afinal não se faz uma transição dessas da noite pro dia e muitos que tentaram acabaram
extintos.
Um fator óbvio associado a essa passagem é a menor disponibilidade de água no meio terrestre. Em
razão disso, foram selecionados mecanismos para evitar a perda de água entre as plantas, como a
cutícula de cera que envolve principalmente as folhas, tornando-as impermeáveis, e os estômatos,
estruturas responsáveis pelo controle de entrada e saída de gases e de água pelas folhas.
Outras estruturas importantes são as raízes - para a ancoragem e a absorção de água e nutrientes do
solo - e o caule - para a sustentação (antes provida pela água, mais densa, na qual as algas estão
imersas).
Na reprodução, também temos agora meios que independem da água para o "trânsito" dos gametas,
associado a um sistema de dispersão por meio de sementes.
Na classificação dos vegetais, observamos a influência dessa transição: as briófitas (musgos) se
separam dos outros grupos em razão da ausência de um sistema condutor de água e
nutrientes(avasculares), motivo pelo qual têm seu tamanho limitado a poucos centímetros.
As pteridófitas (samambaias) possuem vasos (vasculares), mas ainda não produzem flores nem
sementes, limitando sua dispersão.
As gimnospermas (pinheiros) possuem vasos, flores e sementes, mas não desenvolvem frutos para
a proteção das sementes, reduzindo seu sucesso reprodutivo e dispersão se comparadas às
angiospermas (com frutos).
Briófitas
As Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns
poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados (plantas
umbrófitas). Poucas espécies vivem em água doce e nenhuma é marinha.
Nesses vegetais, encontra-se uma nítida alternância de gerações (metagênese), em que o gametófito
representa o vegetal verde, complexo e duradouro (permanente), enquanto o esporófito é um vegetal
reduzido (transitório) e dependente (parasita) do gametófito.
Resumindo.....
Pteridófitas
As pteridófitas são plantas pluricelulares, autótrofas, que vivem em ambientes úmidos e sombreados,
sendo a Mata Atlântica o hábitat da maioria das espécies desse grupo. Samambaias, avencas, xaxins e
cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas.
-Esporófito
De acordo com a função das folhas, estas podem ser classificadas como:
Trofofilos: são folhas estéreis que realizam apenas a função de fotossíntese (folhas assimiladoras).
Esporofilos: são folhas férteis, relacionadas com a produção de esporângios.
Trofoesporofilos: realizam fotossíntese e produzem esporângios.
-Gametófito ou Prótalo
São plantas verdes, delgadas, de forma talosa e com poucas camadas de células parenquimáticas.
Os órgãos reprodutores são anterídios de forma esférica e mais simples do que os das briófitas. Não
têm pedúnculo e estão diretamente ligados ou mergulhados no interior do prótalo. O número de
anterozóides em cada anterídio é menor do que nas briófitas e os anterozóides são espiralizados e
geralmente flagelados.
Os arquegônios também são mais simples do que os das briófitas. Têm forma de garrafa. Cada
arquegônio forma apenas uma oosfera e fica parcialmente mergulhado no tecido do prótalo.
As pteridófitas dependem de água para a fecundação. Os anterozóides são atraídos até o arquegônio
por fenômenos de quimiotactismo. Uma vez formado o zigoto, este desenvolve-se para formar,
inicialmente, um embrião e, posteriormente, um novo esporófito.
Resumindo....
As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres de grande porte
que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado No grupo das gimnospermas,
encontramos como principais representantes os pinheiros e as araucárias, grandes árvores que, pela
primeira vez na escala evolutiva irão produzir sementes, que nada mais são que um embrião protegido
dentro de um tecido envoltório com uma reserva nutritiva que ele utiliza durante seu desenvolvimento. É
importante destacarmos que, nas gimnospermas essa semente é nua, isto é, ela não é envolta por um
fruto, o que, como veremos, só ocorrerá nas angiospermas.
Uma diferenciação importante que as gimnospermas apresentam com relação a briófitas e pteridófitas
(homosporadas), e que será decisiva na formação das sementes, é uma divisão morfológica e funcional
entre os esporos masculinos e femininos que serão chamados respectivamente de micrósporos e
macrósporos (ou megásporos).
-Esporófito
O esporófito nas gimnospermas está dividido em raiz, caule, folha, produzindo flores incompletas
(flores falsas) e sementes.
As raízes do esporófito são geralmente são do tipo axial ou pivotante.
Os caules pertencem ao tipo tronco, crescem em espessura, por atividade dos meristemas
secundários: felogênio e câmbio.
As folhas são reduzidas em forma de escamas; são perenes e adaptadas a ambientes secos
(xerófilas). As características xerofíticas dessas plantas são induzidas pelo frio.
-Gametófito
Estrutura do óvulo
O óvulo e revestido por um único integumento. Abaixo da micrópila situa-se a câmara polínica,
destinada a receber os grãos de pólen. O integumento reveste o núcleo (megasporângio). Uma célula do
núcleo sofre meiose, dando origem a quatro células haploides, das quais três degeneram. A célula que
persiste acaba por formar o megaprotalo feminino (gametófito feminino que, por sua vez, dá origem a
arquegônios rudimentares que darão origem as oosferas.
Polinização
A polinização é feita pelo vento (anemofilia). O grão de pólen e transportado até a câmara polínica,
onde germina.
Fecundação
A presença de várias oosferas no óvulo permite a fecundação por vários núcleos espermáticos de
vários túbulos polínicos, formando vários zigotos; contudo, apenas um embrião se desenvolve. Nas
angiospermas é frequente a poliembrionia, mas, dos vários embriões formados, apenas um embrião se
desenvolve.
Após a fecundação, o tecido do megaprótalo (N) forma o endosperma primário, tecido cuja função é
acumular reserva. Essas plantas não dependem da água do meio ambiente para que haja a fecundação.
O embrião das gimnospermas apresentam muitos cotilédones
O óvulo fecundado evolui e forma a semente, mas não forma fruto; daí a designação que estas plantas
recebem: gimnospermas: semente nua.
-Indústria madeireira;
-Industria de celulose;
-Industria farmacêutica (Ginkgo biloba)-calmante
-Na alimentação (pinhão), semente do pinheiro do Paraná;
-Ornamentação.
Angiospermas
As angiospermas são as plantas mais adaptadas aos ambientes terrestres. São encontradas nos mais
variados lugares: desde os ambientes muito úmidos até os desérticos. Poucas são as espécies que vivem
em água doce.
É um grupo muito diversificado, com representantes de pequeníssimos tamanho (alguns mm),
passando por plantas rasteiras e arbustos, até exemplares que formam frondosas árvores (eucaliptos,
paineiras, figueiras e etc).
A maioria dessas plantas apresentam nutrição autótrofa fotossintetizante, mas existem algumas
espécies que são consideradas como parasitas:
- Holoparasitas são os vegetais que não realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os
verdadeiros vegetais parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada. É o
caso do cipó-chumbo, vegetal superior não clorofilado. O cipó-chumbo possui raízes sugadoras ou
haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirando deles a seiva elaborada.
-Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas
a seiva bruta. Como exemplo temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu
hospedeiro a seiva bruta. Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto, nutrição autótrofa e
heterótrofa.
A flor
A flor de uma angiosperma pode ser considerada como um órgão de reprodução, uma vez que na
escala evolutiva passou por modificações destinadas à reprodução sexual do vegetal. Numa flor
completa, são quatro os tipos modificados de folhas:
-Sépalas: são folhas geralmente verdes. O conjunto de sépalas forma o cálice da flor.
-Pétalas: São folhas geralmente coloridas. Ao conjunto de pétalas chama-se corola
-Estames ou microesporofilos: São estruturas masculinas que irão formar o aparelho reprodutor
masculino da planta, que chamamos de Androceu.
-Carpelos: Formam o aparelho reprodutor feminino da planta. O conjunto de carpelos dão origem ao
Gineceu.
Androceu
Gineceu
O gineceu é formado por folhas carpelares, carpelos ou pistilos. Este está dividido em três partes:
estigma, estilete e ovário.
O estigma é a parte superior do gineceu, que aparece dilatada e rica em glândulas produtoras de uma
substância viscosas que torna o estigma receptivo e permite a aderência do grão de pólen. É ainda sobre
o estigma que ocorre a germinação do grão de pólen e a consequente formação do túbulo polínico.
O estilete é um tubo longo que serve de substrato para o crescimento do tubo polínico.
O ovário é a porção basal, dilatada e oca, onde crescem os óvulos. No interior do ovário são formados
um ou mais óvulos.
Quando o grão de pólen cai no estigma da de uma flor, ocorre a sua germinação; o grão de pólen
hidrata-se e dá origem ao túbulo polínico. Uma vez, formado o túbulo polínico inicia seu crescimento
orientado pelas células germinativas ao longo do estilete da flor. O túbulo polínico avança em seu
processo de crescimento até encontrar a micrópila onde ocorre a 1º fecundação entre um núcleo
espermático e a oosfera, dando origem ao zigoto (2n).
Uma vez ocorrida formação do zigoto, o secundo núcleo espermáticos fecunda os dois núcleos
espermáticos, contidos no centro do saco embrionário, dando origem ao endosperma secundário (3n).
Após a formação do endosperma secundário (tecido de reserva), o zigoto (2n) divide-se por mitose e
forma o embrião.
A semente, agora em desenvolvimento, produz AIA e gliberelinas, que promovem o desenvolvimento
do ovário para a formação do fruto.
Questões
01. Na evolução das angiospermas, desenvolveu-se uma estrutura única entre os vegetais, que está
certamente relacionada com a ampla distribuição geográfica do grupo. Trata-se:
(A) Tubo polínico
(B) Dos grãos de pólen
(C) Das sementes
(D) Dos frutos
(E) dos nectários
03. (MACK) Todas as plantas apresentam alternância de gerações, isto é, uma fase assexuada,
seguida de uma sexuada. Nas Briófitas, a fase Gametofítica predomina sobre a fase Esporofítica. Nas
demais plantas (Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas), a fase Esporofítica é a predominante sobre
a Gametofítica. Células haplóides de uma Angiosperma podem ser observadas:
(A) na parede do ovário e no grão-de-pólen.
(B) no interior do óvulo e no grão-de-pólen.
(C) no endosperma da semente e no tubo polínico.
(D) no saco embrionário e na parede da antera.
(E) no pistilo e no filete do estame.
04. (PUC RJ-adaptado/2015) Em relação aos indivíduos do reino vegetal, pode-se afirmar que os(as):
(A) briófitas não dependem diretamente da água para sua reprodução.
(B) fungos são vegetais aclorofilados.
(C) flores das pteridófitas são frutos modificados.
(D) gimnospermas possuem flores e frutos verdadeiros.
(E) frutos das angiospermas se originam a partir do desenvolvimento do ovário
05. Uma característica importante que diferencia as briófitas das pteridófitas é que, nas briófitas
(A) As sementes são nuas, e nas pteridófitas encapsulada
(B) O sistema condutor é vascular, e nas pteridófitas avascular
(C) Há dependência de água para a fecundação, o que não ocorre nas pteridófitas
(D) A fase predominante é haploide e nas pteridófitas é diploide.
(E) Não há formação de sementes, enquanto as pteridófitas formam sementes nuas.
06. As briófitas são plantas que possuem pequeno porte. A característica que impede que essas
plantas atinjam um tamanho maior é:
(A)a ausência de vasos condutores de seiva.
(B)a presença de rizoides.
(C)a presença de filoides.
(D)a ausência de frutos.
(E)a ausência de flore
07. (PUC- RS) São vegetais que apresentam estruturas chamadas rizoides, as quais, servindo à
fixação, também se relacionam à condução de água e dos sais mineiras para o corpo da planta.
Apresentam sempre pequeno porte, em decorrência da falta de um sistema vascular. Nenhum dos seus
representantes é encontrado no meio marinho.
O texto acima se aplica a um estudo:
(A)das pteridpófitas.
(B)dos mixofitos.
(C)das briófitas.
(D)das clorofitas.
(E)das gimnospermas.
08. (FUVEST-SP) No ciclo de vida das pteridófitas como as samambaias e avencas são consideradas
as seguintes etapas:
I - produção de esporos;
II - fecundação;
III - produção de gametas;
IV - esporófito;
V - protalo.
A sequência correta em que essas etapas ocorrem é
09. Em Pteridófitas como as samambaias e avencas que se reproduzem através de uma alternância
de gerações, a geração verde, transitória e sexuada é o(a)
(A) protalo
(B) protonema
(C) esporófito
(D) oosfera.
(E) anterozoide
10. Assinale a alternativa que relaciona a característica evolutiva que permitiu às Pteridófitas
sobreviver em ambientes terrestres e atingir porte maior que as Briófitas como os musgos.
(A) caule subterrâneo
(B) folhas compostas
(C) vasos condutores
(D) flores monóicas
(E) sementes alada
11. Pinheiros, ciprestes, cedros e sequóias são gimnospermas que produzem todas as estruturas a
seguir, EXCETO:
(A) raiz.
(B) caule.
(C) flores.
(D) frutos.
(E) semente
12. (UFPA) O pinhão, estrutura comestível produzida por pinheiros da espécie 'Araucaria angustifolia',
corresponde a que parte da planta?
(A) Cone (estróbilo) masculino repleto de pólen.
(B) Cone (estróbilo) feminino antes da fecundação.
(C) Fruto simples sem pericarpo.
(D) Folha especializada no acúmulo de substâncias de reserva.
(E) Semente envolta por tegumento.
13. (UFMA) Em protozoários de vida livre, como na Amoeba proteus, existe o vacúolo contrátil, cuja
função é a:
(A) eliminação do excesso de água.
(B) locomoção.
(C) digestão de microcrustáceos.
(D) absorção de água
(E) emissão de pseudópodos
14. Os protozoários apresentam diversos meios de locomoção que frequentemente são utilizados para
a sua classificação. Dentre os meios de locomoção dos protozoários, podemos citar os pseudópodes,
que são prolongamentos citoplasmáticos que permitem o deslocamento e captura de alimento. Além dos
pseudópodes, os protozoários podem se locomover por:
(A) Flagelos e pés ambulacrais.
(B) Cílios e cistos.
(C) Flagelos e Cistos.
(D) Flagelos e cílios.
(E) Cistos e pés ambulacrais.
16. (UNIP) Anexos embrionários são estruturas derivadas do ovo e que, sem fazer parte do corpo
propriamente dito do embrião, desempenham papel de relevo no seu desenvolvimento. É nos peixes que
aparece o primeiro anexo dos vertebrados, representado pelo:
(A) saco vitelínico;
(B) córion
(C) âmnion
(D) alantoide
(E) placenta
17. (CESGRANRIO) A evolução dos vertebrados após os anfíbios só se tornou possível com o
aparecimento no ovo de anexos embrionários, tais como:
(A) casca e cordão umbilical
(B) placenta e âmnion
(C) alantoide e saco vitelínico
(D) âmnion e alantoide
(E) saco vitelínico e placenta
19. (PUC) Nas aves e nos répteis, o alantoide tem função de:
(A) evitar a dessecação do embrião
(B) proteger o embrião contra choques mecânicos
(C) secretar enzimas que fragmentam os grãos de vitelo
(D) armazenar substâncias nutritivas
(E) armazenar substâncias tóxicas secretadas pelo rim
21. (UF Uberlândia) De acordo com seus conhecimentos em embriologia, explique: Qual é a influência
do vitelo no tipo de segmentação do ovo? Exemplifique.
22. Os moluscos são animais que apresentam corpo mole e normalmente possuem conchas. De uma
maneira geral, o corpo desses animais costuma ser dividido em três partes básicas:
(A) cabeça, membros e tórax.
(B) cabeça, cefalotórax e abdômen.
(C) cabeça, massa visceral e pé.
(D) cabeça, tórax e abdômen.
(E) cabeça, massa visceral e abdômen.
23. O filo Mollusca é dividido em sete classes, sendo as classes Bivalvia, Gastropoda e Cephalopada
as mais conhecidas. Marque a alternativa onde encontramos, respectivamente, o nome de um bivalve,
um gastrópode e um cefalópode.
(A) Polvo, caramujo e ostra.
(B) Ostra, lula e caracol.
(C) Caramujo, caracol e polvo.
(D) Mexilhão, lesma e lula.
(E) Lulas, caracol e ostra.
25. Os cefalópodes possuem diferentes artimanhas para fugir dos predadores. Dentre elas, podemos
citar a mudança de cor, que faz com que esses animais, rapidamente, consigam camuflar-se no ambiente
marinho. A célula epidérmica que permite a mudança de cor é o:
(A) melanócito.
(B) cromatóforo.
(C) plastídios.
(D) coanócitos.
(E) trocófora.
29. (UEMS) Grupo exclusivamente marinho cujo corpo, na fase adulta, apresenta simetria pentarradial,
podendo apresentar espinhos na superfície do corpo, endoesqueleto composto por ossículos calcários,
animais verdadeiramente celomados, que possuem sistema hidrovascular:
(A) Poríferos
(B) Tubelários
(C) Cnidários
(D) Moluscos
(E) Equinodermos
31. (PUC-SP) “Todo o sistema hidrovascular está preenchido por um líquido similar à água do mar,
exceto pelo fato de que apresenta alguns tipos celulares, proteínas e um alto conteúdo de íons potássio.
Quando o animal se locomove, esse sistema opera como um sistema hidráulico e a concentração da
ampola determina o alongamento do pé ambulacral. Quando ele entra em contato com o substrato, o
centro da ventosa terminal retrai-se, produzindo vácuo e adesão. Sabe-se que a ponta do pé ambulacrário
elabora uma secreção que contribui para a adesão.” O tipo de locomoção descrito acima é encontrado
em:
(A) estrela-do-mar.
(B) caracol.
(C) minhoca.
(D) hidra.
(E) piolho-de-cobra.
32. (OMEC-SP) Assinale a alternativa que aponta o erro cometido na caracterização do filo
Echinodermata: “São animais exclusivamente marinhos, de organização pentarradiada, com larvas de
simetria bilateral, esqueleto calcário externo, triblásticos e deuterostômios”.
(A) animais exclusivamente marinhos.
(B) larvas de simetria bilateral.
(C) esqueleto calcário.
(D) triblásticos.
(E) deuterostômios
34. (FUVEST) Assinale a alternativa que contém um vertebrado em cujo ciclo de vida ocorre um estágio
larval:
(A) tubarão
(B) sapo
(C) tartaruga
(D) galinha
(E) cachorro
35. Sabemos que o nome anfíbio é derivado do grego e significa duas vidas. Marque a alternativa que
indica corretamente o motivo pelo qual receberam esse nome.
(A) Os anfíbios apresentam esse nome em virtude da presença de uma fase larval e uma fase adulta.
(B) Os anfíbios apresentam esse nome porque apresentam uma fase larval aquática e uma forma
adulta terrestre.
(C) Os anfíbios possuem esse nome pelo fato de serem capazes de se reproduzirem apenas duas
vezes.
(D) Os anfíbios recebem esse nome em razão da capacidade de alguns mudarem de sexo quando não
há o sexo oposto para a reprodução.
37. (FUVEST) No desenvolvimento dos cordados, três caracteres gerais salientam-se, distinguindo-os
de outros animais. Assinale a alternativa que inclui estes três caracteres:
(A) notocorda, três folhetos germinativos, tubo nervoso dorsal;
(B) corpo segmentado, tubo digestório completo, tubo nervoso dorsal;
(C) simetria bilateral, corpo segmentado;
(D) simetria bilateral, três folhetos germinativos, notocorda;
(E) tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas branquiais na faringe
38. (SANTA CASA) A principal estrutura responsável pela propulsão dos peixes é:
(A) bexiga natatória;
(B) nadadeira peitoral;
(C) nadadeira dorsal;
(D) nadadeira ventral;
(E) nadadeira caudal
39. Qual dos grupos que seguem apresenta somente peixes cartilaginosos?
(A) tubarão, sardinha, salmão e truta;
(B) raia, pirambóia, bacalhau e linguado;
(C) cação, tubarão, raia e piranha;
(D) quimera, cação, pirambóia e lampréia;
(E) tubarão, cação, quimera e raia.
40. (UFSM-RS) Dentre os tipos de peixe relacionados a seguir, o que possui uma bolsa cheia de gases
acima do estômago, chamada bexiga natatória, com função de auxiliar na flutuação ou no afundamento
na água, é o (a):
(A) raia.
(B) lampreia.
(C) traíra.
(D) tubarão.
(E) peixe-bruxa
41. Nas aves aparece uma característica, que também é presente em mamíferos, chamada de
endotermia ou homeotermia. Essa característica está relacionada com:
(A) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do calor do ambiente.
(B) a necessidade de se manter em locais quentes para se aquecer.
(C) a necessidade de se manter em ambientes frios para refrescar o corpo.
(D) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do seu metabolismo.
42. As aves são animais que não possuem dentes e, portanto, não conseguem triturar o alimento antes
de engoli-lo. A digestão mecânica nesses animais ocorre em uma porção do sistema digestório chamada
de:
(A) proventrículo.
(B) papo.
(C) moela.
(D) siringe.
(E) estômago
43. As aves apresentam algumas características peculiares, como a presença de penas, que
funcionam como isolante térmico, além de auxiliar o voo. Marque a única alternativa que não representa
uma adaptação ao voo.
(A) Sacos aéreos.
44. Observe as frases abaixo e depois marque a alternativa que contenha as palavras que as
completem.
45. (FUVEST) Existem animais que não possuem órgão ou sistema especializado em realizar trocas
gasosas. Na respiração, a absorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico ocorrem por difusão,
através da superfície epidérmica. É o caso da:
(A) planária
(B) ostra
(C) drosófila
(D) barata
(E) aranha
46. (MED. SANTA CASA) Das características abaixo, qual não serve para mostrar que os platelmintos
são mais adiantados que os celenterados:
(A) simetria bilateral, com diferenciação antero-posterior e dorsoventral;
(B) presença de células nervosas;
(C) mesoderma como um terceiro folheto germinativo;
(D) camadas e feixes de músculos, possibilitando movimentos variados;
(E) gônadas internas, com ductos reprodutores permanentes e órgãos copuladores.
47. Os platelmintos (Filo Platyhelminthes) são animais invertebrados com corpo achatado. Na escala
zoológica, são os primeiros animais a apresentar:
(A) simetria bilateral.
(B) três folhetos embrionários.
(C) celoma.
(D) sistema digestório completo.
(E) sistema respiratório.
48. Os platelmintos são animais que tradicionalmente são divididos em três classes, apesar de alguns
sistematas considerarem quatro. De acordo com a classificação tradicional, podemos agrupar os
platelmintos em:
(A) Classe Tuberllaria, Trematoda e Cestoda.
(B) Classe Cestoda, Monoplacophora e Trematoda.
(C) Classe Trematoda, Chilopoda, Diptera.
(D) Classe Tuberllaria, Trematoda e Coleoptera.
(E) Classe Cestoda, Chilopoda e Diplopoda.
49. (UFAC) Platelmintos são animais de corpo achatado dorsoventralmente. Alguns representantes do
filo têm vida livre, sendo aquáticos ou terrestres. Outros são parasitas. Nesses indivíduos faltam os
sistemas:
I. respiratório;
II. digestivo;
50. O Filo Nematoda, anteriormente chamado de Filo Aschelminthes, inclui animais que apresentam
um corpo cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas. Marque a alternativa que indica
corretamente duas outras características dos nematódeos.
(A) Triblásticos e deuterostômios.
(B) Protostômios e celomados.
(C) Triblásticos e pseudocelomados.
(D) Celomados e triblásticos.
(E) Pseudocelomados e deuterostômios.
51. Os animais apresentam as mais variadas formas de realizar trocas gasosas com o meio. Algumas
espécies, como é caso do homem, realizam respiração pulmonar. Marque a alternativa que indica como
é realizada a respiração dos nematódeos.
(A) Pulmonar.
(B) Cutânea.
(C) Traqueal.
(D) Branquial.
52. (UEL-PR) Nematódeos são animais vermiformes de vida livre ou parasitária, encontrados em
plantas e animais, inclusive no homem. Sobre as características presentes em nematódeos, considere as
afirmativas a seguir.
I. Corpo não segmentado coberto por cutícula;
II. Trato digestório completo;
III. Órgãos especializados para circulação;
IV. Pseudoceloma.
Estão corretas apenas as afirmativas:
(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) I, II e IV.
(E) II, III e IV.
53. O Filo Nematoda, anteriormente chamado de Filo Aschelminthes, inclui animais que apresentam
um corpo cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas. Marque a alternativa que indica
corretamente duas outras características dos nematódeos.
(A) Triblásticos e deuterostômios.
(B) Protostômios e celomados.
(C) Triblásticos e pseudocelomados.
(D) Celomados e triblásticos.
(E) Pseudocelomados e deuterostômios.
54. (UFSCAR- SP) Um biólogo encontra uma nova espécie de animal de aspecto vermiforme. A
princípio, fica em dúvida se este é um representante do Filo Annelida ou Nematoda. Para decidir entre as
duas opções, você recomendaria que ele examinasse a presença de:
(A) simetria bilateral.
(B) segmentação corporal.
(C) sistema circulatório aberto.
(D) sistema digestivo completo.
(E) sistema nervoso difuso
56. O filo Annelida pode ser dividido em três grupos principais, levando em consideração
principalmente a quantidade de cerdas em seu corpo. Baseando-se nessa informação e em seus
conhecimentos a respeito do grupo, marque a alternativa que melhor caracteriza os hirudíneos.
(A) Os hirudíneos são animais que possuem poucas cerdas e grande quantidade de parapódios.
(B) Os hirudíneos são animais que possuem grande quantidade de cerdas e ventosas.
(C) Os hirudíneos são anelídeos que não apresentam cerdas e possuem uma ventosa ao redor da
boca.
(D) Os hirudíneos são anelídeos que apresentam poucas cerdas e uma ventosa ao redor da boca.
(E) Os hirudíneos são animais que apresentam parapódios, de onde partem muitas cerdas.
Respostas
01. Resposta D
O tubo polínico, grãos de pólen e as sementes surgiram nas gimnospermas. A estrutura que está
presente apenas nas angiospermas e está relacionada a ampla distribuição geográfica dessas plantas
são os frutos.
Os nectários são estruturas produtoras de néctar com função de atração dos pássaros e insetos
02. Resposta E
Se há sementes, certamente, trata-se de uma espermatófita (gimnosperma/angiosperma). Assim, a
planta pode ou não produzir frutos, o que elimina as opções A e B. Há representantes, principalmente, de
angiospermas em ambiente aquático, o que elimina a opção C. Nesses grupos, o tubo polínico trouxe a
independência da água para a reprodução (opção D incorreta). Todas as espermatófitas são traqueófitas,
isto é, possuem vasos condutores de seiva.
03. Resposta B
Nas angiospermas, são estruturas haploides: o saco embrionário encontrado no interior do óvulo e os
núcleos do grão de pólen
04. Resposta E
Após a fecundação, o ovário se transforma em fruto e os óvulos, em sementes.
05. Resposta D
(A) Errada- as brióftias e pteridófitas não formam sementes
(B) Errada- Dentre esses dois grupos apenas as pteridófitas apresentam tecidos condutores (vascular)
(C) Tanto as briófitas quanto as pteridófitas dependem da água para a fecundação
(D) Certa
(E) As pteridófitas não formam sementes assim como nas briófitas.
06. Resposta A
Em razão da falta de um sistema de condução de seiva, a água é transportada célula a célula no corpo
da briófita, isso faz com que o crescimento da planta seja limitado.
07. Resposta C
As características descritas são do grupo das briófitas: presença de rizoides; ausência de vasos
condutores; pequeno porte e ausência de representantes marinhos.
09. Resposta A
Ao contrário das briófitas a geração transitória e menos complexas nas pteridófitas é o protalo
(gametófito).
10. Resposta C
A presença de vasos condutores de seiva (xilema e floema) permitiu que esse grupo de plantas
atingissem maior tamanho.
11. Resposta D
Os frutos surgiram apenas no grupo classificado como angiospermas.
12. Resposta E
13. Resposta A
Os vacúolos contráteis, também chamados de pulsáteis, regulam a quantidade de água no corpo do
protozoário, bombeando para fora o excesso.
14. Resposta D
Flagelos e cílios são meios de locomoção dos protozoários. Essas duas estruturas permitem também
que o protozoário capture seu alimento. Além de cílios, flagelos e pseudópodes, esses seres podem se
deslocar sendo levados pelo meio.
15. Resposta C
Os cílios, assim como os flagelos e pseudópodes, são meios de locomoção dos protozoários. Essas
estruturas são responsáveis também por auxiliar a captura de alimento para esses seres.
16. Resposta A
Saco vitelino é um anexo embrionário presente em todos os vertebrados
17. Resposta D
Âmnion, córion são anexos embrionários que surgiram na evolução biológica, a partir dos répteis.
18. Resposta
Respiração, nutrição, excreção, imunização e secreção hormonal.
19. Respiração E
Ele armazena o ácido úrico
20. Resposta C
Esses anexos facilitaram a conquista do meio terrestre, na evolução biológica.
21. Resposta:
Quanto maior a quantidade de vitelo no ovo, mais difícil será a clivagem ou segmentação. Ovo
oligolécito (ex.: mamífero) apresenta clivagem total. Ovo megalécito (ex.: ave) apresenta clivagem parcial.
22. Resposta C
O corpo de um molusco é dividido em cabeça, pé e massa visceral (ou saco visceral). O pé é a porção
especializada na movimentação, e a massa visceral é onde se localizam os órgãos internos.
23. Resposta D
Os bivalves são moluscos que apresentam concha formada por duas valvas. Como exemplo, podemos
citar as ostras e os mexilhões.
Os gastrópodes possuem um grande pé e apresentam representantes no ambiente marinho, água
doce e terrestre. Dentre os representantes mais conhecidos, destacam-se a lesma, caracóis e caramujos.
Os cefalópodes são animais exclusivamente marinhos e que possuem cabeça ligada ao pé. Como
exemplo, podemos citar as lulas, polvos e náutilos.
25. Resposta B
Os cromatóforos são as células epidérmicas especializadas na mudança de cor rápida de alguns
animais. Além de cefalópodes, os cromatóforos são encontrados em outros animais, como no camaleão.
26. Resposta A
Os coanócitos são especiais que forram o interior da cavidade atrial dos espongiários.
27. Resposta A
As gêmulas são estruturas de resistência produzidas pelos poríferos dulçaqüícolas.
28. Respostas:
a) Átrio ou espongiocele é uma cavidade que fica dentro do animal, é o espaço onde a água circula
em direção ao ósculo.
b) Ósculo é a região superior da esponja, por onde a água flui para o exterior do porífero. É uma
abertura.
c) - Coanócitos – geram o fluxo de água que irá carrear o alimento e oxigênio, por meio de batimentos
de seus flagelos. Os coanócitos são as células que fagocitam os alimentos. Nos coanócitos há presença
de um colarinho que possui microvilosidades, o que aumenta a superfície de contato da região com os
alimentos. Formam a coanoderme.
- Pinacócito – estas células são responsáveis pelo revestimento do animal, formando a epiderme, que
também possui porócitos. São células achatadas e bastante unidas que formam a pinacoderme.
- Porócitos – são células que ficam entre os pinacócitos, têm a forma de um canal que atravessa o
porífero. A água entra no porífero pelos porócitos. É responsável pela formação de óstios, orifícios ou
poros microscópicos.
- Arqueócitos ou amebócitos – célula capaz de originar outras células, também é responsável por
digestão e transporte interno. Locomovem-se por movimentos ameboides com projeções chamadas
pseudópodes no meso-hilo. O meso-hilo é a região formada por material gelatinoso que está entre a
pinacoderme e a coanoderme.
29. Resposta E
30. Resposta D.
Recebe o nome de sistema ambulacral ou ambulacrário o sistema que permite a locomoção dos
equinodermos. Os pés ambulacrários fazem parte desse sistema.
31. Resposta A
O sistema ambulacrário é o tipo de locomoção encontrado nos equinodermos e descrito na questão.
32. Resposta C
Os equinodermos possuem esqueleto interno, e não externo, como dito na alternativa em questão.
33. Resposta C
Como nos anfíbios pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas a
respiração cutânea auxilia nos processos respiratórios.
34. Resposta B
Dentre os organismos citados o único que apresenta estágio larval (girino) é o sapo.
35. Resposta B
Os anfíbios recebem esse nome porque o girino (larva) desenvolve-se na água, mas quando atinge a
fase adulta, torna-se terrestre.
36. Resposta B
Em virtude de sua pele sensível que perde água facilmente, esses animais devem permanecer
próximos a ambientes úmidos ou lagos e rios, evitando, assim, sua desidratação.
38. Resposta E
A principal estrutura relacionada a propulsão dos peixes é conhecida como nadadeira caudal
39. Resposta E
40. Resposta C
A bexiga natatória é uma estrutura presente em diversas espécies de peixes ósseos. Ela ajuda os
peixes a controlarem a sua flutuação
41. Resposta D
A endotermia está relacionada com a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através
do calor gerado pelo próprio metabolismo. As aves e mamíferos, diferentemente dos outros animais, não
necessitam de ficar expostos ao sol para aquecerem seu corpo ou ficar em locais relativamente frios para
diminuírem sua temperatura.
42. Resposta C
Na moela ocorre a digestão mecânica nas aves. Nesse órgão são encontrados fragmentos de pedras
que atuam ajudando na trituração dos alimentos.
43. Resposta D
A única característica apresentada que não se refere ao voo das aves é a siringe, que está relacionada
com a capacidade do animal de produzir sons.
44. Resposta A
Os platelmintos são animais triblásticos e acelomados, e por possuírem o corpo achatado não
possuem sistema respiratório e nem sistema circulatório diferenciado. O sistema nervoso desses animais
é mais desenvolvido que nos cnidários e proporciona melhor coordenação de movimentos complexos.
As tênias são animais hermafroditos (monoicos), onde cada anel apresenta útero, testículos, ovários
e outras partes do sistema reprodutor masculino e feminino.
Os platelmintos dividem-se nas seguintes classes: Turbelários, Trematódeos e Cestódeos.
45. Resposta A.
46. Resposta B.
47. Resposta B
Os platelmintos são animais triblásticos, ou seja, apresentam três folhetos embrionários (ectoderma,
mesoderma e endoderma). Eles representam o primeiro grupo na escala zoológica a apresentar a
mesoderma.
48. Resposta A
Os platelmintos são classificados tradicionalmente em Classe Tuberllaria, Trematoda e Cestoda.
Alguns sistematas consideram uma quarta classe chamada de Monogenea.
49. Resposta B
Os platelmintos não apresentam sistema respiratório e circulatório. As trocas gasosas nesses animais
ocorrem através da superfície epidérmica. No que diz respeito à distribuição dos nutrientes, esse processo
é feito através da difusão.
50. Resposta C
Os nematódeos são triblásticos (três folhetos embrionários), protostômios (blastóporo originará a
boca), pseudocelomados (cavidade corporal parcialmente revestida por mesoderme) e com simetria
bilateral (um plano divide o corpo em duas partes simétricas).
52. Resposta D
Os nematódeos são vermes cilíndricos, com extremidades afiladas, corpo geralmente revestido por
cutícula, sistema digestório completo, sistema circulatório ausente, respiração cutânea e sistema nervoso
e excretor presentes. Além disso, são animais triblásticos, pseudocelomados e com simetria bilateral.
53. Resposta C
Os nematódeos são triblásticos (três folhetos embrionários), protostômios (blastóporo originará a
boca), pseudocelomados (cavidade corporal parcialmente revestida por mesoderme) e com simetria
bilateral (um plano divide o corpo em duas partes simétricas).
54. Resposta B
A segmentação corporal é uma característica importante para distinguir os dois grupos, uma vez que
nematódeos não apresentam corpo formado por segmentos como os anelídeos.
55. Resposta E
As minhocas são animais que possuem respiração cutânea, não apresentando, portanto, um sistema
respiratório. Por apresentarem esse tipo de respiração, é fundamental que permaneçam com a superfície
do seu corpo sempre úmida.
56. Resposta C
Os hirudíneos, que apresentam as sanguessugas como representantes, não possuem cerdas,
apresentam ventosas, corpo um pouco achatado dorso ventralmente e são hermafroditos.
21
Mittermeier, Fonseca, Rylands & Brandon. MEGADIVERSIDADE | Volume 1 | Nº 1 | Julho 2005.
Desenvolvimento de capacidade
O Brasil lutou para construir seu programa de conservação sobre uma sólida base científica. Os
profissionais que atuam na área são, frequentemente, os próprios cientistas da biologia da conservação,
o que nem sempre é o caso nos países desenvolvidos.
Capacitação
A instituição, em 1988, do primeiro curso de pós-graduação em conservação do país – Ecologia,
Conservação e Manejo de Vida Silvestre – na Universidade Federal de Minas Gerais foi de grande
significado para a conservação brasileira (Lacher et al., 1991). Esse programa treinou cerca de 150
estudantes, muitos dos quais agora ocupam cargos-chave na conservação brasileira e internacional. Os
cursos de especialização em primatologia, oferecidos anualmente (o primeiro, em 1983) por Milton Thiago
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22
Disponível em: <http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php?acao=secoes_portal&id=17&submenu=12>. Acesso em maio de 2017.
Tendo-se em conta inúmeros estudos existentes, pode-se afirmar que, para o manejo adequado de
distintos sistemas ambientais, é necessário dispor de informações sobre seu funcionamento. Para tanto,
é necessário realizar inventários e investigações, implantar atividades de monitoramento, promover a
formação de pessoal, tendo em conta aspectos de:
tipificação espacial (locais, regiões);
temas a serem abordados;
sazonalidade;
público alvo.
23
Manejo para Conservação
A Coordenação Geral de Manejo para Conservação (CGESP) está ligada à Diretoria de Pesquisa,
Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (DIBIO) e conta com três coordenações - de Avaliação do
Estado de Conservação da Biodiversidade (COABIO), de Análise e Prognóstico de Risco à Biodiversidade
(COAPRO), e de Planos de Ação de Espécies Ameaçadas de Extinção (COPAN), que avalia o risco de
extinção das espécies brasileiras, identifica cenários de perda dessa biodiversidade no país, e traça ações
estratégicas para a conservação dessa biodiversidade.
O núcleo apoia a execução de projetos que contribuam para a conservação e uso sustentável da
diversidade biológica e dos recursos genéticos, bem como contribuam para a expansão e consolidação
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, para conservação da natureza e utilização
sustentável do entorno dessas unidades e outras legalmente protegidas.
24
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/informma/item/95-como-obter-recursos-conserva%C3%A7%C3%A3o-e-manejo-da-biodiversidade>. Acesso em maio
de 2017.
25
https://www.wwf.org.br/?58502/Estudo-do-WWF-Brasil-revela-que-Bahia-tem-48-reas-que-precisam-de-aes-urgentes-de-conservao
O estudo
O estudo foi realizado pelo Programa de Ciências do WWF-Brasil, por iniciativa da SEMA-BA e
contou com a participação de mais de 160 pesquisadores e gestores, que contribuíram com
informações sobre espécies, ameaças e oportunidades para conservação. As informações geradas
foram sistema de suporte a decisão que simula diversos cenários para identificar as áreas de maior
relevância para conservação, de forma a proteger a maior proporção possível das espécies,
minimizando os conflitos com outros setores. Posteriormente, as áreas selecionadas foram avaliadas
quanto aos seus potenciais, para indicação de ações de conservação.
Para acessar a íntegra do estudo, clique aqui: www.wwf.org.br/pscbahia. Abaixo segue algumas
informações mais relevantes desse processo.
26
O estudo de Identificação, mapeamento e avaliação das áreas prioritárias para conservação e uso
sustentável da biodiversidade no estado da Bahia foi realizado pelo Programa de Ciências do WWF-
Brasil, por iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia entre novembro de 2013 e
outubro de 2015.
Áreas Prioritárias para Conservação são instrumentos de planejamento territorial definidos a partir da
biodiversidade e das características da paisagem. O objetivo é complementar o atual sistema de
unidades de conservação, minimizando os custos e possíveis conflitos, e buscando manter condições
para a persistência das espécies e serviços ecossistêmicos a longo prazo. Para identificar áreas
prioritárias para conservação foi utilizada a abordagem do Planejamento Sistemático da Conservação.
Visão Geral
Localizado na região nordeste do Brasil, o estado da Bahia (contorno em preto) possui diversas
paisagens de três das seis regiões biogeográficas brasileiras: Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.
Banhada por aproximadamente 1.100 km de litoral, o ecossistema marinho também representa
importante biodiversidade, com destaque para o arquipélago de Abrolhos.
Áreas Protegidas
A biodiversidade baiana é protegida por 69 unidades de conservação, sendo 27 de proteção integral
e 56 de uso sustentável, correspondendo a aproximadamente 4 e 11% do território do estado,
respectivamente (CNUC, 2016).
O primeiro passo do estudo de priorização de áreas é o levantamento de dados: bases cartográficas,
dados de biodiversidade, unidades ambientais, serviços ecossistêmicos e ameaças e oportunidades
para conservação.
26
https://panda.maps.arcgis.com/apps/Cascade/index.html?appid=fcdf07cc5f3e49cc8ceb2681e74675e0
Posição anatômica
1. Corpo ereto, bípede, ortostático,
2. Membros superiores posicionados ao longo do tronco com as palmas voltadas anteriormente,
3. Calcanhares ligeiramente unidos com as extremidades dos pés voltadas anteriormente,
4. Cabeça erguida e olhos no plano de Frankfurt (ao nível do horizonte)
27
http://aulas-de-anatomia.blogspot.com.br/2010/08/nocoes-basicas-de-anatomia.html
b) planos de secção
São aqueles que cortam o corpo humano permitindo visualização interna do órgãos e vísceras:
1. Plano Sagital - secciona o corpo humano em partes direita e esquerda, assimétricas.
*Plano mediano é o plano sagital que secciona o corpo humano em metades direita e
esquerda aproximadamente simétricas.
2. Plano Transversal - secciona o corpo humano em partes superior e inferior
3. Plano Coronal ou Frontal - secciona o corpo humano em partes anterior e posterior
*Os termos Sagital e Coronal estão em relação às suturas cranianas que recebem a mesma
denominação.
O sistema digestório tem a função primordial de promover nutrientes para o corpo. O alimento, após
passar pela boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida para os intestinos
delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus. O sistema digestório prepara o alimento para ser
usado pelas células por meio de cinco atividades básicas.
Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua,
que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em
pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
-Os dentes:
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos
sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de
tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa
até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada
pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro
chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à
mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada
sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos
sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
A língua
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro
sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da
língua, não é homogênea.
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A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas
de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal:
parótida, submandibular e sublingual.
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado
pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas
peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o
esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento
chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre
nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior
do estômago.
Faringe e esôfago
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório:
por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorre-lo.
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função
principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite
ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas
duas partes se unem por ângulos agudos.
O estômago é formado por cinco partes:
-Cárdia - A primeira parte do estômago (próxima do esôfago).
-Fundo - Parte superior do estômago, junto à cárdia.
-Corpo - Parte principal do estômago, entre as partes superior e inferior.
-Antro - Porção inferior (perto do intestino delgado), onde o alimento é misturado com o suco gástrico.
-Piloro - Última parte do estômago, age como uma válvula para controlar o esvaziamento do conteúdo
do estômago para o intestino duodeno.
A pepsina, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos e o resultado do
trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres.
A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa
gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de
outras enzimas proteolíticas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico,
bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está
sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a
cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram
(úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao
suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa
cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino
delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
Intestino delgado
O intestino delgado consiste em um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro
e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5
cm).
Local de
Enzima digestória Substância-alvo Ação
produção
glândulas
PTIALINA amido Decompõe amido em maltoses
salivares
Decompõe proteínas em
PEPSINA estômago proteínas
fragmentos menores
Decompõe a sacarose em glicose
SACARASE intestino delgado sacarose
e frutose.
Decompõe a lactose em glicose e
LACTASE intestino delgado lactose galactose.
Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação
pelo ânus.
-Pâncreas
- Vesícula Biliar
A vesícula Biliar tem de 7 a 10 cm de comprimento e situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral
do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação da
vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada
com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile. O Ducto Cístico liga a
vesícula biliar ao Ducto Hepático comum (união do ducto hepático direito e esquerdo) formando o Ducto
Colédoco. O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se na face posterior da
cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em
contato com o ducto pancreático principal.
- Fígado
O fígado é mais uma das glândulas anexas do sistema digestório do corpo humano e se localiza no
abdômen, sob o diafragma, e é a maior glândula do corpo. Ele armazena substâncias, como glicose, ferro
e vitaminas; sintetiza proteínas; inativa produtos tóxicos; metaboliza e elimina resíduos gerados no próprio
corpo (como a uréia , o ácido úrico e o ácido lácteo). A bile é um fluido produzido pelo fígado, que fica
armazenada na vesícula biliar e atua na digestão de gorduras, de alguns alimentos e na absorção de
substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. Ela é excretada pelo fígado, segue pelos
ductos biliares, passa à vesícula, indo ao intestino, onde emulsiona as gorduras. Sua coloração
geralmente é amarela, apresentando uma tonalidade esverdeada.
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As fossas nasais são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas
são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior
possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes
nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No
teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções
de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Faringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com
as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes
de atingir a laringe.
Laringe
A laringe é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do
pescoço, em continuação à faringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada
é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante
a passagem de ar.
Traquéia
Consiste em um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento,
cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os
brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira
e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Funcionamento do Sistema Circulatório nos mamíferos
O principal órgão desse sistema é o coração, que bombeia o sangue, de forma que ele possa chegar
até as extremidades do corpo e voltar para o coração. O sangue, material transportado pelo sistema
circulatório, sai do coração carregado de oxigênio, passa pelas artérias, veias e capilares, pelo pulmão e
então retorna para o coração. O tempo médio para que o sangue complete um ciclo completo de
circulação é de um minuto.
Os canais usados pelo sangue para circular são chamados de vasos sanguíneos. São divididos nas
artérias, veias e os capilares. As artérias são os canais usados pelo sangue quando ele sai do coração
em direção ao corpo, sendo mais grossas que os outros dois tipos de canais. As veias são canais
menores, mas tão fortes quanto as artérias. Recebem o sangue vindo dos capilares (vasos menores que
as veias e que servem para a transição de sangue entre as artérias e as veias) e levam o sangue em
direção ao coração, para serem encaminhadas para o pulmão.
A segunda passagem do sangue pelo coração é para ser encaminhada para outro tipo de circulação:
a circulação pulmonar. Nessa circulação, o sangue já está sem oxigênio, pois percorreu o corpo todo e já
distribuiu esse oxigênio, assim como os nutrientes, para as células e tecidos do corpo. Quando chega ao
pulmão, o sangue é oxigenado e então volta ao coração pela segunda vez, terminando o ciclo do sangue.
Agora ele será novamente bombeado pelo corpo, levando oxigênio às células.
O material que o corpo precisa eliminar também tem a contribuição do sistema circulatório para fazê-
lo. Esses materiais, chamados de excretas, passam pelo sistema circulatório para que sejam levados aos
órgãos responsáveis para retirá-los do corpo.
Exemplo de excretas são ureia ou CO2.
- Circulação Pulmonar: Nesse tipo de circulação, o sangue rico em gás carbônico sai, é oxigenado e
volta ao coração.
- Circulação Sistêmica: O sangue sai do coração para o corpo onde irriga os tecidos. Nestes há
trocas gasosas e o sangue rico em gás carbônico volta para o coração.
A Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar é o caminho que o sangue percorre do coração aos
pulmões, e dos pulmões ao coração. Assim, o sangue venoso é bombeado do ventrículo direito para
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 184
a artéria pulmonar que se ramifica de maneira que uma segue para o pulmão direito e outra para o
pulmão esquerdo.
Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos alvéolos libera o gás carbônico e absorve o gás
oxigênio. Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao coração, através das veias
pulmonares, que se conectam no átrio esquerdo.
A Grande Circulação ou Circulação Sistêmica é o caminho do sangue que sai do coração até as
demais células do corpo, e vice-versa. No coração, o sangue arterial, vindo dos pulmões, é bombeado
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deste para a artéria aorta responsável por transportar
esse sangue para os diversos tecidos do corpo.
Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos
gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue venoso. Por fim,o sangue
venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pelas veias cavas superiores e
inferiores, completando o sistema circulatório.
Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo líquido altamente especializado, produzido na medula óssea
vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados.
O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos
sanguíneos.
O sangue é formado por alguns tipos de células (parte figurada) destruídas em um meio liquido
chamado de plasma.
Os constituintes celulares são os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), os glóbulos brancos
(leucócitos) e as plaquetas (trombócitos). O plasma compõe-se principalmente de água com diversas
substâncias dissolvidas, que são transportadas através do corpo.
-Hemácias
Continuamente produzidas pela medula vermelha (tecida hematopoiético) dos ossos longos; são
armazenadas no baço, destruídas no fígado e na medula óssea. Tem duração média de 120 dias. Na
fase embrionária, são produzidos pelo fígado. Contêm hemoglobina, pigmento vermelho que tem função
de se combinar e transportar oxigênio.
-Leucócitos
Continuamente produzidos pela medula óssea, baço e gânglios linfáticos, apresentam grande
variedade quanto ao núcleo, reação a corantes etc. Os mais frequentes são os neutrófilos (70%), que
podem abandonar os capilares por meio dos pseudópodes (diapedese), para defender o organismo contra
os agentes estranhos, como fungos e bactérias. Os linfócitos, segundo tipo mais frequente de leucócitos,
atuam na defesa do corpo pela produção de anticorpos.
Plaquetas
Produzidas pela medula óssea, têm um papel importante na coagulação do sangue.
Coração
O coração é um órgão muscular do sistema circulatório, que se localiza na caixa torácica entre os
pulmões e funciona como uma bomba dupla de modo que o lado esquerdo bombeia o sangue arterial
para diversas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia o sangue venoso para os pulmões. O
coração funciona impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: contração, denominado sístoles
e relaxamento, denominado diástoles.
Estrutura do Coração
- Pericárdio: membrana que reveste o exterior do coração.
- Endocárdio: membrana que reveste o interior do coração.
- Miocárdio: músculo situado entre o pericárdio e o endocárdio, responsável pelas contrações do
coração.
- Átrios: cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração.
- Ventrículos: cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração.
- Válvula Tricúspide: impede o refluxo de sangue do átrio direito para o ventrículo direito.
Os batimentos cardíacos
A contração do coração é chamada sístole e o relaxamento diástole.
Diástole Sístole
Os batimentos cardíacos tem origem num impulso rítmico que partem de um grupo de células
especializadas da própria parede muscular do coração, chamado de nódulo sino-atrial, que funciona como
um marca-passo. Entretanto, o ritmo das pulsações é controlado pelo sistema nervoso autônomo, através
de um nervo inibidor que libera acetilcolina, e de um acelerador, que libera adrenalina.
Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos do sistema circulatório, distribuídos por todo o corpo, por onde circula
o sangue. São formados por uma rede de artérias e veias que se ramificam formado os capilares.
Leia mais sobre os tipos de vasos sanguíneos em Sistema Cardiovascular.
Artérias
As artérias são vasos do sistema circulatório, que saem do coração e transportam o sangue para
outras partes do corpo. A parede da artéria é espessa formada de tecido muscular elástico, que suporta
a pressão do sangue. O sangue venoso, rico em gás carbônico, é bombeado do coração para os pulmões
através das artérias pulmonares enquanto o sangue arterial, rico em gás oxigênio, é bombeado do
coração para os tecidos do corpo, através da artéria aorta. As artérias se ramificam pelo corpo, ficam
mais finas, formam as arteríolas, que se ramificam ainda mais, originando os capilares.
Veias
As veias são vasos do sistema circulatório, que transportam o sangue de volta dos tecidos do corpo
para o coração. Suas paredes são mais finas que as artérias. A maior parte das veias transporta o sangue
venoso, ou seja, rico em gás carbônico. Contudo, as veias pulmonares transportam o sangue arterial,
oxigenado, dos pulmões para o coração.
Capilares
Os capilares são ramificações microscópicas de artérias e veias do sistema circulatório. Suas
paredes apresentam apenas uma camada de células, que permitem a troca de substâncias entre o
sangue e as células. Os capilares se ligam às veias, levando o sangue de volta para o coração.
Pelo corpo de uma pessoa adulta circula, em média, seis litros de sangue, numa ampla rede de vasos
sanguíneos, bombeados pelo coração.
SISTEMA EXCRETOR
Rins filtram impurezas e as eliminam na urina
Os nutrientes ganham as células e farão parte do metabolismo celular. Para que ocorra a síntese das
proteínas (os hormônios circulantes, formadores das paredes celulares, dos tecidos), das gorduras
(tomam parte na composição das membranas celulares) e outras substâncias, as células necessitam de
energia, só assim sobrevivem.
Essa energia é obtida por uma reação de combustão (queima) conhecida como respiração celular.
De cada rim sai um tubo, os ureteres, que levam o produto da filtração e reabsorção (urina) até a um
reservatório, a bexiga urinária, que tem por função armazenar a urina. A bexiga é um órgão constituído
por musculatura elástica, o qual aumenta conforme armazena a urina. Seu limite é, em média, de 600ml,
pouco mais que meio litro. A urina sai para o exterior do corpo através da uretra.
Sistema Endócrino
O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são
lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam. Junto com o
sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do nosso corpo. O hipotálamo grupo
de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas.
Controle hormonal
Hormônios são substâncias produzidas por glândulas especiais, chamadas endócrinas. Eles são
liberados dessas glândulas diretamente nos líquidos corporais-sangue e linfa- e atuam em células-alvo
geralmente distantes do seu local de produção. Uma vez recebidos pelo alvo, os hormônios
desencadeiam uma série de reações químicas, exercendo ação de controle do metabolismo das células;
seu efeito pode ser imediato ou levar vários dias para aparecer, persistindo por meses ou até anos,
dependendo do hormônio.
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas exócrinas não produzem hormônios e liberam
suas secreções por dutos ou canais, como é o caso das glândulas lacrimais, sudoríparas e salivares.
Existe glândula mista, representada pelo pâncreas, que apresenta uma porção endócrinas que secreta
hormônios e uma porção exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno através do duto pancreático.
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que também secretam hormônios, como é o caso do
coração, do estômago, do intestino delgado e dos rins. Os hormônios secretados por esses órgãos
geralmente apresentam efeitos locais.
O controle hormonal é realizado pelo sistema endócrino, composto por glândulas e por outras
estruturas com função endócrina do nosso organismo.
A ação conjunta dos diversos hormônios e do sistema nervoso garante a coordenação e a harmonia
das funções do nosso organismo.
Hipófise
A hipófise também denominada glândula pituitária, é uma pequena glândula com cerca de 1 cm de
diâmetro. Aloja-se na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está
localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela
haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura – máter. A hipófise é considerada uma
glândula mestra, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo
grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
A hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em duas partes (anterior e posterior). Cada
parte será responsável por funções fisiológicas diferenciadas. Sendo assim, reconhece -se na hipófise:
Tireoide
A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos- esquerdo e direito), que
fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou
popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15
a 25 gramas (no adulto).
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também,
no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na
fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental
estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4)
e a triiodotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo basal, ou seja, é
ele que estimula as células a trabalharem e garante que tudo funcione corretamente no corpo.
A função dessa glândula é regulada por um mecanismo de auto controle que envolve o cérebro.
Quando os níveis de hormônios da tiroide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio
conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), que faz com que a glândula pituitária (adenoipóifise) libere
o hormônio estimulador da tireoide (TSH) (figura 01).
Figura 01. Liberação dos hormônios tiroxina (T4) e triofotironina (T4) regulada pela hipófise.
Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândula para de funcionar corretamente, podendo
produzir mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez que a glândula tireoide é controlada pela
glândula pituitária no e pelo hipotálamo, distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a função
da tireoide.
-Hipertireoidismo
– fadiga (falta de energia) e fraqueza– osteoporose– cabelos quebradiços e oleosos– dor muscular–
unhas quebradiças.
-Hipotireoidismo
Paratireoide
As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na
região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são
responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.
O paratormônio é uma proteína com massa molecular de 8.500 Da. Ele se liga a receptores em
osteoblastos, sendo este um sinal para estas células produzirem um fator estimulante de osteoclastos
que aumenta o número e atividade dessas células, promovendo assim a reabsorção da matriz óssea
calcificada e a liberação de Ca2+ no sangue. Por outro lado, o aumento da concentração de Ca2+ suprime
a produção de hormônio da paratireóide. A calcitonina produzida na glândula tireóide também influencia
os osteoclastos, inibindo tanto sua ação de reabsorção de osso como a liberação de Ca2+, diminuindo a
concentração deste íon no plasma e estimulando a osteogênese, tendo, portanto, ação oposta a do
paratormônio.
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmático, o hormônio da paratireóide reduz a
concentração de fosfato sanguíneo. Este efeito resulta da atividade do paratormônio em células dos
túbulos renais, diminuindo a reabsorção de fosfato e aumentando sua excreção na urina. O paratormônio
aumenta indiretamente a absorção de Ca2+ no trato digestivo, estimulando a síntese de vitamina D, que é
necessária para esta absorção. A secreção das células paratireóides é regulada pelos níveis sanguíneos
de Ca2+.
Hipoparatireoidismo
Hiperparatireoidismo
O pâncreas é uma glândula anfícrena que pertence aos sistemas digestivo e endócrino, com cerca de
12,5 cm de comprimento, em forma de folha, situada atrás do estômago, entre a porção superior do
intestino e o baço.
O pâncreas é composto por três regiões principais: cabeça, que é a parte que se encaixa no duodeno,
o corpo e a cauda, que é a parte final.
-Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir em
pedaços menores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar para o intestino,
auxiliando na digestão dos alimentos e metabolismo dos nutrientes;
-Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na produção de hormônios, como a insulina e
glucagon, os quais regulam a forma como o organismo utiliza os açúcares.
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino e endócrino são formados por células diferentes,
por exemplo, o pâncreas endócrino é formado por conglomerados de células chamadas ácinos que irão
produzir o suco pancreático. Misturados com os ácinos, encontram-se os Ilhotas de Langerhans, que
são grupos isolados de células que produzem os hormônios que fazem o controle dos níveis de açúcar
no sangue.
Insulina
A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, que promove a entrada de glicose nas células e
também desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existem algumas
patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: diabetes, resistência à insulina e
hiperinsulinemia. Conheça agora um pouco mais sobre a importância deste hormônio para nossa saúde.
Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos através dos alimentos (pão, massas, açúcares,
cereais) são mais rapidamente convertidos em glicose quando precisamos de energia. Para a glicose
penetrar em cada célula do corpo é necessário que haja insulina circulante, que faz com que o hormônio
chegue aos receptores de insulina nas células (Figura 01).
Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina
também aumenta para que o excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células.
Diabetes
O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da
incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose
(açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina
em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é
capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao
permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado
como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente,
haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
30
Diabetes tipo I
As células do pâncreas são incapazes de produzir insulina e se não há insulina circulante a absorção
de glicose fica prejudicada e ocorre o aumento de glicose no sangue. Neste caso é necessário injetar
insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo sangue.
Diabetes tipo II
As células musculares e adiposas são incapazes de utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas.
Assim, a glicose no sangue é pouco aproveitada por essas células.
Hiperinsulinemia
Resistência à insulina
Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas células e dessa forma é produzido mais insulina, já
que este é o seu papel, levar glicose à célula, só que devido a essa dificuldade este hormônio não atua
de forma ideal, não desempenha sua função por completo. Esse excesso de insulina pode gerar um
estado de pré-diabetes ou diabetes mesmo.
30
SCHWARTZ M.V.- Staying slim with insulin in mind. Science 289: 2066-7, 2000.
As glândulas supra-renais têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os rins, apesar de terem
pouca relação com estes em termos de função. As supra-renais são glândulas vitais para o ser humano,
já que possuem funções muito importantes, como regular o metabolismo do sódio, do potássio e da água,
regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do corpo humano ao stress.
- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a retenção de sódio. Onde há sódio, estão associados
íons e água. Portanto, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, afetando o volume
intracelular e extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudoríparas também são influenciadas pela
aldosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de sódio como reação à aldosterona.
- Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações,
contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes,
assim como a pressão arterial.
Glândulas sexuais
O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-hipófise a liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão
sobre as gônadas, estimulando a produção de testosterona, estrógeno e progesterona.
-Mulher
Os hormônios do sistema genital masculino são produzidos nas gônadas masculinas, muito
conhecidas como testículos. São os hormônios que determinam as características sexuais secundárias,
induzem a formação dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual.31
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 14 anos, que começam a ocorrer as mudanças
psicológicas e também fisiológicas no corpo dos meninos. Nessa fase da vida, dois hormônios produzidos
pela adeno-hipófise agem sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona. Esses hormônios
são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de
gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas.
No homem, o hormônio luteinizante também pode ser chamado de hormônio estimulador das células
intersticiais (ICSH), porque age estimulando as células intersticiais, ou de Leydig, a produzirem
testosterona. A testosterona e os hormônios gonadotróficos FSH e LH atuam juntos na ativação da
espermatogênese (produção de espermatozoides).
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela determina o desenvolvimento dos órgãos genitais,
a descida dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das características sexuais secundárias
masculinas, como a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos
músculos e dos ossos, entre outras. Também é a testosterona que induz o amadurecimento dos órgãos
genitais, além de promover o impulso sexual.
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase embrionária e é a presença dela que determina
o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. Se houver ausência desse hormônio, ou a falta de
receptores compatíveis a ele nas células do embrião, o sexo que se desenvolverá será o feminino.
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo,
coordenando e regulando as atividades corporais.
31
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Tipos de neurônios
- Os neurônios sensitivos conduzem o impulso nervoso das células para o Sistema Nervoso Central.
- Os neurônios motores conduzem o impulso nervoso do Sistema Nervoso Central para os músculos
ou glândulas.
- Os neurônios de associação encontram-se no Sistema Nervoso Central e servem de ligação entre os
neurónios sensitivos e os motores que processam e coordenam a informação.
Sinapse
Como já explicado anteriormente, as sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre
um neurônio e outro; entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula
glandular.
O impulso nervoso
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos,
seguem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é de origem
elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna da membrana
celular.
A membrana de um neurônio em repouso apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo
(voltado para fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma da célula). Quando
essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. Essa diferença de cargas
elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem
uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso
(diferença entre as cargas elétricas através da membrana).
Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da
permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída de potássio
dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada
gerando um potencial de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso
nervoso.
O sistema imunológico
Linfócitos
Os linfócitos são responsáveis pelo reconhecimento do invasor e produção da resposta imune. São
produzidos na medula óssea e timo, que são órgãos linfóides primários ou centrais e migram para o baço,
linfonodo e amídalas, que são tecidos linfóides secundários. Os linfócitos B são produzidos na medula
óssea e os linfócitos T são produzidos no timo.
-Linfócitos T: os linfócitos T são bastante variados e possuem um número grande de funções. Eles
interagem com os linfócitos B. As células T auxiliares (TH) auxiliam os linfócitos B na produção de
anticorpos, divisão e diferenciação celular. Os linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas do
hospedeiro, utilizando um receptor especifico para antígenos das células T (TCR). Os efeitos dos linfócitos
T estão relacionados com a liberação de citocinas, que são emissores químicos de sinais para as células.
Fagócitos
Os fagócitos têm a função de neutralizar, englobar e destruir as partículas estranhas e
microorganismos invasores. São produzidos na medula óssea e sua diferenciação é provocada por
citocinas. Quando estas células estão no sangue circulante são chamadas de monócitos, quando estão
nos tecidos são chamadas de macrófagos.
O monócito é uma célula grande, maior que o linfócito e possui um núcleo com muitos grânulos em
forma de ferradura.
Neutrófilos: Os neutrófilos são células fagocíticas e são muito numerosos, compreendendo cerca de
90% dos granulócitos que circulam na corrente sanguínea. É a primeira célula a chegar ao local de defesa
e tem vida curta.
Eosinófilos: São células com função de apreender e danificar os invasores, principalmente os parasitas
extracelulares grandes. Quando estimulados, eles liberam seus grânulos, liberando toxinas, histaminas e
arilsulfatase. Os eosinófilos combatem principalmente os vermes, pois não podem ser fagocitados. As
substâncias produzidas também ajudam a diminuir a resposta inflamatória.
Basófilos e mastócitos: Estas células estão em quantidades muito pequenas no sangue. Possuem
grânulos no citoplasma que produzem inflamação no tecido circundante. Estão associados com as
reações alérgicas.
Órgãos linfóides
Órgãos linfóides primários: São os locais onde os linfócitos são produzidos. Compreendem o timo e a
medula óssea.
Órgãos linfóides secundários: Após serem produzidos nos órgãos linfóides primários, migram para os
secundários, onde se encontram e interagem. Compreendem o baço, linfonodos e tecidos linfóides
associados a mucosas.
SISTEMA REPRODUTOR
Reprodução assexuada
O processo de reprodução assexuada consiste na maneira mais simples de um indivíduo dar origem
a outro. Nesse tipo de reprodução, a geração seguinte adquire as mesmas características que seus
parentais possuem, uma vez que recebem cópias iguais do DNA, ou seja, clones. Nesta, não há encontro
de gametas e tampouco, fecundação.
Esse processo ocorre frequentemente em organismos simples, como bactérias, protozoários, fungos,
algas e determinadas plantas e animais. Estes indivíduos podem, também, reproduzirem-se de forma
sexuada.
Os processos mais conhecidos de reprodução assexuada são:
Processos Principais características Exemplos
Bipartição Um indivíduo divide-se em dois com dimensões semelhantes. (Mitose) Seres vivos
unicelulares e em invertebrados como as anêmonas
Gemulação Formação de expansões, chamadas gomos ou gemas, que crescem e de destacam. Cada
gomo origina um novo indivíduo. Leveduras, corais, hidra de água doce
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada é o processo que envolve a troca e mistura de material genético entre indivíduos
de uma mesma espécie. Os indivíduos que surgem por reprodução sexuada assemelham-se aos pais,
mas não são idênticos a eles.
O fato dos indivíduos serem distintos advém do processo de formação dos gametas na meiose, e nela
ocorre a recombinação gênica, isto é, o crossing-over. Uma vez que os gametas se unem, somam suas
características e dão origem a um novo indivíduo. Este processo aumenta a variabilidade genética entre
os organismos, possibilitando assim, uma maior diversidade entre eles e propiciando sempre organismos
capazes de se adaptar ao meio onde vivem.
As trocas de gametas podem ocorrer entre organismos diferentes da mesma espécie ou até mesmo
entre um mesmo indivíduo.
Algumas espécies apresentam indivíduos do sexo masculino e outros do sexo feminino. Estas
espécies são chamadas de dióicas porque os sexos são separados. A fecundação entre eles pode ser
interna ou externa. A fecundação interna ocorre dentro do organismo feminino, que é o produtor de óvulos.
A fecundação externa ocorre no ambiente. Humanos são dióicos e possuem fecundação interna.
Espécies que apresentam os dois sexos em um mesmo organismo são chamadas de hermafroditas
ou monóicas. Elas produzem tanto gametas masculinos quanto femininos. Podem fazer autofecundação,
ou seja, o espermatozóide fecunda o óvulo da mesma planta, porém este processo não favorece a
variabilidade genética. Alguns organismos possuem mecanismos que barram a autofecundação como a
maturação dos órgãos sexuais em épocas diferentes, ou estruturas que dificultam o acesso dos gametas
masculinos até os femininos, como em certas plantas. As minhocas são hermafroditas. O processo onde
os gametas masculinos produzidos por um organismo hermafrodita fecundam o óvulo de outro organismo
hermafrodita da mesma espécie é chamado de fecundação cruzada.
Tipos de fecundação
A fecundação é o processo biológico através do qual o ovócito e o espermatozoide se unem para
formar uma nova célula chamada ovo ou zigoto, com a qual se inicia o desenvolvimento embrionário, isto
é, a vida de um novo indivíduo. A fecundação pode acontecer de duas formas diferentes: pode ser dentro
do corpo do animal, sendo chamada fecundação interna; ou fora do corpo, geralmente na água ou
ambientes úmidos, é a fecundação externa.
Fecundação Interna
No processo de fecundação interna, a união dos gametas acontece dentro do corpo do animal. Durante
a cópula o macho usa seus órgãos genitais ou copuladores, para liberar os espermatozoides dentro do
corpo da fêmea. Essa forma é mais vantajosa pois independe das condições do meio externo para
acontecer.
Fecundação Externa
Nesse tipo de fecundação os gametas se fundem fora do corpo da fêmea, no ambiente. Na fecundação
externa é preciso que haja água para que os gametas masculinos consigam se deslocar até o feminino.
Além disso, é preciso que os machos eliminem grande quantidade de gametas para garantir que eles
alcancem os óvulos.
Existem algumas estratégias utilizadas pelos animais para facilitar que ocorra a fecundação. Os sapos,
por exemplo, usam o "abraço nupcial" em que seguram a fêmea durante a cópula e lançam os
espermatozoides logo em cima dos óvulos recém-postos.
Fecundação cruzada: nesta fecundação os gametas que se unem são provenientes obrigatoriamente
de envidemos diferentes. Do ponto de vista evolutivo, é um processo vantajoso, pois proporciona a
recombinação gênica.
Autofecundação: ocorre quando um organismo apresenta capacidade de fecundar a si mesmo. Só é
possível em seres monóicos. (Taenia sp)
Desenvolvimento direto: A forma jovem é bastante semelhante ao adulto. Não ocorre metamorfose.
Desenvolvimento indireto: o indivíduo nasce e passa por um estágio larval antes de tornar-se adulto
e com capacidade reprodutiva. Essas alterações durante o ciclo vital são intensas e o processo é
denominado metamorfose.
No homem os órgãos que fazem parte do Sistema Excretor também participam do Sistema
Urinário, alguns distúrbios em um dos sistemas podem vir a acometer o outro.
O Sistema Reprodutor Masculino é composto por órgãos internos e externos, que lentamente vão
amadurecimento, até que as células sexuais estejam para originar outro ser.
Testículos
São formados no Embrião próximo ao rim, durante o último mês de vida fetal eles descem
posteriormente ao peritônio e perfuram a parede abdominal na virilha. Na estrutura de cada testículo
encontram-se tubos finos e enovelados chamados "tubos seminíferos onde são produzidos nos
testículos os espermatozoides, que são as células reprodutoras (gametas) masculinas, durante o
processo chamado espermatogênese, além de diversos hormônios.
O principal hormônio que é produzido é a testosterona, responsável pelo aparecimento das
características sexuais secundárias masculinas, como modificação da voz, pelos etc.
O testículo do homem, além das células precursoras dos espermatozoides, possui células com função
endócrina. São as células intersticiais, produtoras de testosterona.
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 202
O testículo fica na bolsa escrotal, cuja temperatura se mantém cerca de 2 graus Celsius inferior à
temperatura abdominal.
A migração dos testículos da cavidade abdominal, onde surge, até a bolsa escrotal se dá no final de
gestação ou nos primeiros meses de vida extrauterina, por estímulo da testosterona. A permanência dos
testículos na cavidade abdominal (criptorquidia) pode levar à esterilidade, devendo ser tratada com
medicamentos ou com cirurgia.
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, passando daí para o epidídimo. Deste,
parte o canal deferente, que passa para a cavidade abdominal.
Atravessa a vesícula seminal e a próstata, recolhendo suas secreções que, misturadas aos
espermatozoides, constituem o esperma.
O pênis tem por função depositar o esperma no trato reprodutor feminino. Na maioria das aves e
répteis, uma única abertura, a cloaca, serve para passagem do óvulo e do espermatozoide.
O pênis é formado por três massas de tecido esponjoso erétil. A ereção do pênis deve-se ao
enchimento sanguíneo deste tecido.
Cada ejaculação de um homem adulto normalmente contém cerca de 300 milhões de
espermatozoides, que mantém a capacidade fertilizadora por cerca de 24 horas.
A testosterona é um esteroide com potente ação androgênica, importante no desenvolvimento dos
genitais externos e no aparecimento de características sexuais secundárias.
A produção de testosterona é regulada pelo LH, produzido pela hipófise. Outro hormônio da hipófise,
o FSH, estimula a produção de espermatozoides.
Por estimular o desenvolvimento da massa muscular, alguns derivados da testosterona são utilizados
por atletas: são os esteroides anabolizantes, de uso condenável pelos numerosos e graves efeitos
colaterais que determinam (tumor de testículos, esterilidade, lesões do fígado, etc.).
Permanecem assim até que a mulher alcance a maturidade sexual, quando, por ação do FSH,
completam a divisão. De todos os ovócitos, 300 a 400 amadurecem e se transformam em óvulos, um a
cada 28 dias.
O ovócito e as células que o envolvem constituem o folículo ovariano. No final de seu desenvolvimento,
o folículo se dirige para a superfície do ovário e se abre, soltando o gameta (ovulação). Este, então, é
varrido para o interior das trompas.
- Vulva ou pudendo: conjunto de estruturas que formam o aparelho reprodutor feminino externo (lábios
vaginais, orifício da uretra, abertura da vagina e clitóris).
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 203
- Lábios vaginais (Grandes e pequenos lábios): são dobras da pele formadas por tecido adiposo, sendo
responsáveis pela proteção do aparelho reprodutor feminino.
- Vagina: canal que recebe o pênis durante o ato sexual, servindo também como conduto para
eliminação do fluxo menstrual e concepção no momento do parto normal (canal que por ação hormonal
se dilata para o nascimento de um bebê);
- Útero: órgão que recepciona o ovo / zigoto, proporcionando o seu desenvolvimento durante o período
gestacional. Além de proteger o embrião contra choques mecânicos, também impede a transposição de
impurezas e contaminação contra micro-organismos patogênicos, bem como auxilia a manutenção da
nutrição (formação da placenta e cordão umbilical);
- Tubas uterinas ou trompas de falópio: são ovidutos que possuem numerosos cílios em sua superfície
interna, desempenhando a função de transportar o “óvulo” (ovócito secundário) do ovário até o útero.
Normalmente é nas trompas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozoide com o
“óvulo”.
- Ovários: são glândulas responsáveis pela ovulação periódica dos “óvulos”, de acordo com o ciclo
menstrual feminino iniciado na puberdade, produzindo também os hormônios sexuais: estrógeno e
progesterona.
Sistema muscular
Os músculos são estruturas que cruzam articulações e, com isso, conseguem transmitir movimento.
Possuem fibras musculares que podem ser controladas por meio do sistema nervoso. São
aproximadamente 212 músculos no corpo humano e eles influenciam no peso corporal, ajudam na
movimentação do corpo humano, trabalham com a movimentação de seu corpo, auxiliam a manter a
temperatura do corpo e ajudam no fluxo sanguíneo.
O sistema muscular realiza diversos movimentos que são controlados pelo seu cérebro. Os músculos
ajudam a manter a postura evitando dores crônicas. Mas, um dos principais trabalhos do músculo é sua
capacidade de contração, tornando-se essencial para a movimentação.
Funções:
-Liso ou visceral: é composto por células fusiformes com apenas um núcleo, apresenta contração
involuntária e é encontrado na parede de vasos sanguíneos, bexiga, intestino e útero, ou seja,
estruturas ocas do corpo. Responsável pela impulsão de líquidos como sangue, urina, esperma, bile,
entre outros. As células do músculo liso reagem a sinais químicos oriundos de outras células ou
hormônios. A principal das funções desse músculo é a compressão do conteúdo das cavidades a que
pertencem, participando, assim, de processos como digestão e regulação da pressão arterial. São
chamados de lisos porque suas fibras não apresentam estriações.
-Estriado cardíaco: Formado por uma rede de fibras conjugadas e ramificadas que compõe o
miocárdio, revestimento muscular do coração. Produz contrações involuntárias, sendo controlado pelo
sistema nervoso vegetativo.
-Estriado esquelético: formado por fibras musculares, apresenta terminações nervosas e está
diretamente ligado ao movimento e à postura corporal. Recebe esse nome por apresentar estriações
formadas pelas proteínas actina e miosina.
A grande maioria dos animais possuem células nervosas e musculares. Em todos eles, o mecanismo
de funcionamento dessas células é exatamente o mesmo. A coordenação interna do organismo e o seu
relacionamento com o meio ambiente são funções exercidas pelo sistema nervoso. Ao sistema
sensorial cabe a recepção das mensagens provenientes do meio ambiente. A resposta, muitas vezes
representada por um movimento, é papel dos tecidos musculares.
Toda a célula muscular contém filamentos protéicos contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses
miofilamentos (ou miofibrilas) são diferenciados um do outro pelo peso molecular, maior no filamento de
miosina. Ao microscópio eletrônico, a actina aparece sob a forma de filamentos finos, enquanto a
miosina é representada por filamentos grossos. A interação da actina com a miosina é o grande evento
desencadeador da contração muscular. A disposição regular dessas proteínas ao longo da fibra produz
o padrão de faixas claras e escuras alternadas, típicas do músculo estriado.
As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo da miofibrila são chamadas, sarcômeros.
As faixas mais externas dos sarcômeros, claras, são denominadas de banda I e contêm apenas
filamentos de actina. A faixa central mais escura é denominada banda A. As extremidades da banda A
são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos, enquanto a sua região mediana mais
clara, denominada banda H, contém apenas miosina.
Sistema esquelético
As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas de
matriz mineralizada.
Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos e apresentam longas projeções citoplasmáticas,
que tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos
ficam presos dentro de pequenas câmeras, das quais partem canais que contêm as projeções
citoplasmáticas.
-Periósteo: a mais externa, é uma membrana fina e fibrosa (tecido conjuntivo denso) que envolve o
osso, exceto nas regiões de articulação (epífises). É no periósteo que se inserem os músculos e tendões.
-Osso compacto: O tecido ósseo compacto é composto de cálcio, fósforo e fibras de colágeno que
lhe dão resistência. É a parte mais rígida do osso, formada por pequenos canais que circulam nervos e
vasos, entre estes canais estão espaços onde se encontram os osteócitos.
-Osso esponjoso: o tecido ósseo esponjoso é uma camada menos densa. Em alguns ossos apenas
essa estrutura está presente e pode conter medula óssea.
-Canal medular: é a cavidade onde se encontra a medula óssea, geralmente presente nos ossos
longos.
-Medula óssea: A medula vermelha (tecido sanguíneo) produz células sanguíneas, mas em alguns
ossos deixa de existir e há somente medula amarela (tecido adiposo) que armazena gordura.
-Cabeça = 22
Crânio = 08
Face = 14
-Tórax = 37
24 costelas
12 vértebras
1 esterno
-Abdômen = 7
5 vértebras lombares
1 sacro
1 cóccix
-Membro Superior = 32
Cintura Escapular = 2
Braço = 1
Antebraço = 2
Mão = 27
-Membro Inferior = 31
Cintura Pélvica = 1
Coxa = 1
Joelho = 1
Perna = 2
Pé = 26
- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés.
São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
-Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma
camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da
bacia, escápula.
Questões
01. (UFF-2012) O sistema imune apresenta um tipo de célula que passa do vaso sanguíneo para o
tecido conjuntivo onde irá exercer sua função de defesa. A célula e a passagem são, respectivamente,
identificadas como:
(A) basófilos e pinocitose.
(B) macrófagos e fagocitose.
(C) leucócitos e endocitose.
(D) leucócitos e diapedese.
(E) glóbulos brancos e endocitose.
04. Sabemos que o ato de respirar é composto pelos movimentos de inspiração e de expiração, que
coordenam a entrada e a saída de ar das vias respiratórias. Marque a alternativa que indica corretamente
o que acontece com os músculos intercostais e com o diafragma no momento da inspiração.
(A) Músculos intercostais contraem-se e o diafragma relaxa.
(B) Músculos intercostais relaxam e o diafragma contrai.
(C) Músculos intercostais e o diafragma relaxam.
(D) Músculos intercostais e o diafragma contraem.
06. (UFRN) Durante a respiração, quando o diafragma se contrai e desce, o volume da caixa torácica
aumenta, por conseguinte a pressão intrapulmonar:
(A) diminui e facilita a entrada de ar.
(B) aumenta e facilita a entrada de ar.
(C) diminui e dificulta a entrada de ar.
(D) aumenta e dificulta a entrada de ar.
(E) aumenta e expulsa o ar dos pulmões.
07. (PUC- Campinas-SP) Quando se come um cozido, as batatas e a carne começam a ser digeridas,
respectivamente:
(A) no estômago e na boca.
(B) na boca e no estômago.
(C) na boca e no duodeno.
(D) no estômago e no duodeno.
(E) no duodeno e no estômago.
09. (Fuvest- SP) Além da sustentação do corpo, são funções dos ossos:
(A) armazenar cálcio e fósforo; produzir hemácias e leucócitos.
(B) armazenar cálcio e fósforo; produzir glicogênio.
(C) armazenar glicogênio; produzir hemácias e leucócitos;
(D) armazenar vitaminas; produzir hemácias e leucócitos.
(E) armazenar vitaminas; produzir proteínas do plasma
10. Sabemos que o sistema esquelético é formado por uma grande quantidade de ossos interligados
que formam o esqueleto. Esses ossos são formados pelo tecido ósseo, um tipo de tecido conjuntivo que
é formado por três tipos celulares: osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica corretamente a função do osteócito.
(A) Os osteócitos produzem a matriz orgânica.
(B) Os osteócitos são células maduras que ajudam na manutenção da matriz óssea.
(C) Os osteócitos reabsorvem o osso através da liberação de enzimas.
(D) Os osteócitos formam os ossos compactos.
(E) Os osteócitos produzem as cartilagens encontradas nas epífises.
11. Uma pessoa adulta possui 206 ossos que, em conjunto, formam o esqueleto. Esses ossos podem
ser classificados, de acordo com seu formato, em longos, curtos, laminares, irregulares e sesamoides.
Marque a alternativa que indica corretamente o nome de um osso longo, um laminar e um irregular,
respectivamente.
(A) Fíbula, ossos do crânio e vértebras.
(B) Ossos do carpo, escápula e úmero.
(C) Patela, úmero e ossos do crânio.
(D) Rádio, vértebras e escápula.
(E) Ossos do crânio, ossos do carpo e vértebras.
Respostas
01. Resposta D.
Diapedese é o mecanismo em que uma célula sai de uma célula do interior do vaso para o tecido
conjuntivo adjacente. Ele é realizado, entre outros tipos de leucócitos, pelos glóbulos brancos.
02. Resposta D.
As interleucinas são proteínas produzidas principalmente pelos linfócitos T que atuam na ativação de
linfócitos e na divisão de outras células.
03. Resposta E
As estruturas indicadas são a traqueia (1), brônquio(2) e alvéolos (3).
04. Resposta D
No momento da inspiração, ocorre a contração dos músculos intercostais e do diafragma, ocasionando
o aumento da caixa torácica e uma diminuição da pressão interna.
05. Resposta A
A hematose é um processo em que o gás carbônico do sangue passa para o interior dos alvéolos e o
oxigênio presente nos alvéolos passa para o sangue. Esse processo ocorre nos alvéolos.
07. Resposta B
Movimentos peristálticos são movimentos involuntários realizados pela parede do esôfago e outras
partes do tubo digestório, que permitem a movimentação do alimento.
08. Resposta B
As batatas apresentam grande quantidade de amido. A digestão do amido inicia-se na boca graças à
ação da amilase salivar ou ptialina. Já a carne apresenta grande quantidade de proteínas. As proteínas
são digeridas inicialmente no estômago, graças à ação da pepsina.
09. Resposta A
Os ossos estão relacionados com a sustentação do corpo, a movimentação, produção de células
sanguíneas e reserva de minerais.
10. Resposta B
Os osteócitos são células maduras que ficam localizadas nas lacunas e atuam na manutenção da
matriz óssea.
11. Resposta A
Os ossos longos podem ser definidos como aqueles que apresentam um comprimento maior que a
largura. Já os laminares são aqueles que possuem pouca espessura. Os ossos irregulares, por sua vez,
são aqueles que não apresentam forma definida.
Genética
A observação de que muitas características dos organismos podem ser herdadas pelos descendentes
é muito antiga. O processo de domesticação de plantas e animais pelo homem foi feito através da seleção
de organismos, e seu cruzamento, para conseguir alcançar variedades úteis a este. As raças de
cachorros, atos, gado e os diferentes tipos de vegetais cultivados pelo homem foram obtidos pelo
processo de seleção contínua e pelo cruzamento entre os indivíduos previamente selecionados.
Os resultados práticos obtidos nos cruzamentos serviram de explicações para possíveis
esclarecimentos, porém sem base científica, já que incluíam ideias errôneas e preconceituosas.
Um exemplo prático deste tipo de ideias pode ser exemplificado pela descoberta do espermatozoide
no século XVIII, que levou ao falso conceito de que o gameta masculino apresentava dentre dele um
minúsculo homem, o qual usaria o útero materno apenas para completar seu crescimento. Outra ideia
aceita na época afirmava que a gestação era afetada por tudo que a mãe sentia ou ouvia nesse período.
Assim, o nascimento de uma criança que apresentava muito pelos no rosto ocorria porque a mãe, durante
a gestação, tinha observado ou convivido, por um período de tempo significativo, o rosto de um homem
muito barbudo.
Para explicar os fenômenos hereditários, afirmava-se também que as características eram transmitidas
por meio de partículas existentes no sangue e carregadas pelos gametas. Diante desse “conceito”,
surgiram as afirmações como “animal puro-sangue”, utilizadas nos dias atuais, mas que não apresentam
correção biológica.
Embora inúmeros cientistas tentaram explicar através de hipóteses e experimentos os processos
hereditários, a descoberta desses processos foram explicadas apenas no século XIX, através das teorias
lançadas por Gregor Mendel. Mendel, conhecido como o “pai da genética”, era um monge agostiniano
que passou maior parte de sua vida em um mosteiro situado na cidade de Brno, na Morávia.
A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na
reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência
não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes.
Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil
comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia
flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes
rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes
envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas
pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando
descendentes com as mesmas características das plantas genitoras.
Ervilhas de Mendel
A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as
características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de
púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o
cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de
ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da
vagem, cor da vagem e altura da planta.
Os Cruzamentos
Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os estames de uma
flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta
proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada. Pólen de uma
planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no estigma de outra planta que só produzia
semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como
a geração parental (P), isto é, a dos genitores.
Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as sementes
originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos
descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1 (primeira
geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor amarela
da semente de dominante e o verde de recessivo.
A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as flores. Deixou
que se auto fertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F 2 (segunda
geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022 sementes amarelas
para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes
não havia “desaparecido” nas sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado,
uma vez que, sendo uma caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor
amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um
determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde.
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 211
Exemplos dos cruzamentos de Mendel
Leis de Mendel
“Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde
ocorrem em dose simples”,
Isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator. Mendel não tinha
ideia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam. Em 1902, enquanto estudava a formação
dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente
semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose,
e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários
estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos
homólogos levava à segregação dos fatores.
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir),
e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas
sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da
semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do
gene para cor da semente.
Além de estudar isoladamente diversas características fenotípicas da ervilha, Mendel estudou também
a transmissão combinada de duas ou mais características. Em um de seus experimentos, por exemplo,
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 212
foram considerados simultaneamente a cor da semente, que pode ser amarela ou verde, e a textura da
casca da semente, que pode ser lisa ou rugosa. Plantas originadas de sementes amarelas e lisas, ambos
traços dominantes, foram cruzadas com plantas originadas de sementes verdes e rugosas, traços
recessivos. Todas as sementes produzidas na geração F1 eram amarelas e lisas. A geração F2, obtida
pela autofecundação das plantas originadas das sementes de F1, era composta por quatro tipos de
sementes:
9/16 amarelo-lisas
3/16 amarelo-rugosas
3/16 verde-lisas
1/16 verde-rugosas
A proporção 9:3:3:1
Ao estudar 3 pares de características simultaneamente, Mendel verificou que a distribuição dos tipos
de indivíduos em F2 seguia a proporção de 27: 9: 9: 9: 3: 3: 3: 1. Isso indica que os genes para as 3
características consideradas segregam-se independentemente nos indivíduos F1, originando 8 tipos de
gametas. Em um dos seus experimentos, Mendel considerou simultaneamente a cor (amarela ou verde),
Segregação independente
A descoberta de que os genes estão situados nos cromossomos gerou um impasse no entendimento
da 2º Lei de Mendel. Como vimos, segundo essa lei, dois ou mais genes não-alelos segregam-se
independentemente, desde que estejam localizados em cromossomos diferentes. Surge, no entanto, um
problema. Mendel afirmava que os genes relacionados a duas ou mais características sempre
apresentavam segregação independente. Se essa premissa fosse verdadeira, então haveria um
cromossomo para cada gene. Se considerarmos que existe uma infinidade de genes, haveria, então, uma
quantidade assombrosa de cromossomos, dentro de uma célula, o que não é verdade. Logo, como
existem relativamente poucos cromossomos no núcleo das células e inúmeros genes, é intuitivo concluir
que, em cada cromossomo, existe uma infinidade de genes, responsáveis pelas inúmeras características
típicas de cada espécie. Dizemos que esses genes presentes em um mesmo cromossomo estão ligados
ou em linkage e caminham juntos para a formação dos gametas.
Nota: Assim a 2ª lei de Mendel nem sempre é obedecida, bastando para isso que os genes estejam
localizados no mesmo cromossomo, ou seja, estejam em linkage.
A resposta não foi difícil de ser obtida. Por essa época já estava razoavelmente esclarecido o processo
da meiose. Em 1909, o citologista F. A. Janssens (1863-1964) descreveu o fenômeno cromossômico
conhecido como permutação ou crossing over, que ocorre durante a prófase I da meiose e consiste na
troca de fragmentos entre cromossomos homólogos. Em 1911, Morgan usou essa observação para
concluir que os fenótipos corpo cinza/asas vestigiais e corpo preto/asas longas eram recombinantes e
devido a ocorrência de crossing-over.
Considerando dois pares de genes ligados, como, por exemplo, A/a e B/b, um indivíduo duplo
heterozigoto pode ter os alelos arranjados de duas maneiras nos cromossomos:
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Os alelos dominantes A e B se situam em um cromossomo, enquanto os alelos recessivos a e b se
situam no homólogo correspondente. Esse tipo de arranjo é chamado de Cis. O alelo dominante A e o
alelo recessivo b se situam em um cromossomo, enquanto o alelo recessivo a e o alelo dominante B, se
situam no homólogo correspondente. Esse tipo de arranjo é chamado de Trans.
Podemos descrever esses arranjos, usando um traço duplo ou simples para descrever o cromossomo,
ou mais simplificadamente, o arranjo pode ser descrito como AB/ab para Cis e Ab/aB para trans. O arranjo
cis e trans dos alelos no duplo-heterozigoto pode ser facilmente identificado em um cruzamento teste. No
caso dos machos de Drosófila, se o arranjo for cis (PV/pv), o duplo heterozigoto forma 50% de gametas
PV e 50% de gametas pv. Se o arranjo for trans (Pv/pV), o duplo heterozigoto forma 50% de gametas Pv
e 50% de pV.
Nas fêmeas de Drosófila, nas quais ocorrem permutações, o arranjo cis ou trans pode ser identificado
pela frequência das classes de gametas. As classes mais frequentes indicam as combinações parentais
e as menos frequentes as recombinantes.
Pleiotropia
A pleiotropia é um mecanismo no qual um único par de genes condiciona vários caracteres ao mesmo
tempo. Não é difícil compreender esse fenômenos em termos bioquímicos: o genes, pedaço de DNA, é
capaz de produzir uma certa proteína; essa proteína, em alguns casos, pode ser utilizada em vários
caminhos metabólicos diferentes, condicionando diversas características simultaneamente.
Exemplos:
Exemplo 1: Mendel observou, em ervilhas, um caso de pleiotropia. Quando a flor de ervilha é colorida,
caráter que depende de um par de genes-, a casca da semente, após seu cozimento, é marrom; se a flor
é branca, a casca da semente e incolor. O mesmo par de genes controla dois caracteres: cor da flor e cor
da casca depois de cozida.
Exemplo 2: Outro exemplo de pleiotropia é aquele que condicionado pela gene causador da anemia
falciforme. A presença desse gene implica, diretamente, a produção de moléculas de hemoglobina com
um aminoácido trocado; no entanto, uma série de consequências, que torna bastante difícil a vida da
pessoa com anemia falciforme.
Gene: é unidade primária da herança, isto é, um “pedaço” de DNA que contém a informação que levará
a síntese de proteínas. Estes possuem diferentes números de pares de nucleotídeos e correspondem a
diferentes segmentos do DNA, situados em locus (posição específica) distintos do cromossomo. Genes
são representados por letra do alfabeto romano ou por abreviações das designações recebidas por
caracteres.
Gene dominante: Gene que manifesta o mesmo fenótipo, tanto em homozigose (AA) quanto em
heterozigose (Aa)
Gene recessivo: Gene que só manifesta o caráter em homozigose (dois alelos iguais-aa), quando
estiver presente em dose dupla (aa).
Homozigoto: Os indivíduos homozigotos são chamados de “puros”, visto que são caracterizados por
pares de genes alelos idênticos, ou seja, os alelos análogos produzirão apenas um tipo de gameta
representado pelas letras iguais (AA, aa, BB, bb, VV, vv), sendo que as maiúsculas são chamadas de
dominantes, enquanto que as minúsculas são as possuidoras do caráter recessivo.
Heterozigoto: Os indivíduos heterozigotos correspondem aos indivíduos que possuem pares de alelos
distintos que determinam tal característica. Na medida que nos heterozigotos, os pares de alelos são
diferentes, eles são representados pela união das letras maiúsculas e minúsculas, por exemplo, Aa, Bb,
Vv.
Dois conceitos importantes para o desenvolvimento da genética, no começo do século XX, foram os
de fenótipo e genótipo, criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L. Johannsen (1857-1912).
Fenótipo
O conceito de fenótipo (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) está relacionado
com as característica externas, morfológicas, fisiológicas e comportamentais dos indivíduos, ou seja, o
Cruzamentos e Heredogramas
No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com cruzamentos dirigidos, a
determinação do padrão de herança das características depende de um levantamento do histórico das
famílias em que certas características aparecem. Isso permite ao geneticista saber se uma dada
característica é ou não hereditária e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de
uma representação gráfica denominada heredograma (do latim heredium, herança), também conhecida
como genealogia ou árvore genealógica.
Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as relações de parentesco entre
os indivíduos de uma família. Cada indivíduo é representado por um símbolo que indica as suas
características particulares e sua relação de parentesco com os demais. Indivíduos do sexo masculino
são representados por um quadrado, e os do sexo feminino, por um círculo. O casamento, no sentido
biológico de procriação, é indicado por um traço horizontal que une os dois membros do casal. Os filhos
de um casamento são representados por traços verticais unidos ao traço horizontal do casal. Os principais
símbolos são os seguintes:
Fonte : Saraiva
A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança de uma certa
característica (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.). Permite, ainda, descobrir o genótipo
das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo menos de parte delas. Quando um dos membros de uma
genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto
dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_, B_ou C_, por exemplo.
A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma, é se o caráter em questão
é condicionado por um gene dominante ou recessivo. Para isso, devemos procurar, no heredograma,
casais que são fenotipicamente iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica
permaneceu oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene recessivo.
Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o caráter presente no filho é
recessivo!
Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos agora localizar os
homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter recessivo. Depois disso, podemos
começar a descobrir os genótipos das outras pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas:
1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um indivíduo é homozigoto
recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada ancestral.
2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos.
Dessa forma, como em um “quebra-cabeças”, os outros genótipos vão sendo descobertos. Todos os
genótipos devem ser indicados, mesmo que na sua forma parcial (A_, por exemplo).
Em uma árvore desse tipo, as mulheres são representadas por círculos e os homens por quadrados.
Os casamentos são indicados por linhas horizontais ligando um círculo a um quadrado. Os algarismos
romanos I, II, III à esquerda da genealogia representam as gerações. Estão representadas três gerações.
Na primeira há uma mulher e um homem casados, na segunda, quatro pessoas, sendo três do sexo
feminino e uma do masculino. Os indivíduos presos a uma linha horizontal por traços verticais constituem
uma irmandade. Na segunda geração observa-se o casamento de uma mulher com um homem de uma
irmandade de três pessoas.
Heranças Genéticas
Herança genética ou biológica é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se
predisposto a adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou, através de
informações codificadas (código genético) que são transmitidas à descendência. A combinação entre os
códigos genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão desses
códigos são responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução
das espécies. A ciência que estuda a herança genética é a genética. Organismos vivos são compostos
de células, que possuem material genético. Esse material se encontra reunido em estruturas celulares
chamadas cromossomos. Em organismos unicelulares como as bactérias, a célula-filha herda o seu
genoma da célula-mãe. Em organismos diploides, como os seres humanos, os cromossomos ocorrem
aos pares. Cada par destes cromossomos é constituído tanto de informação genética de origem materna
quanto de origem paterna, normalmente em partes iguais.
No processo de fecundação, quando o espermatozoide paterno se une ao óvulo materno, metade das
informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma da célula embrionária
resultante. Assim, esta contém informações genéticas maternas e paternas. A formação do embrião se
dá por subdivisões celulares sucessivas a partir dessa primeira célula. Na divisão celular, as informações
Processo de fecundação
Modos de Heranças
Herança quantitativa
Existe um caso especial de interação gênica conhecida como herança quantitativa ou polimeria, em
que vários pares de genes determinam variação gradual de uma característica. A manifestação fenotípica,
portanto, resulta do efeito cumulativo dos genes envolvidos, conhecidos por poligenes.
Características como a produção de leite ou de carne do gado bovino, a cor da pele ou a estatura do
homem apresentam variações apenas de grau ou quantidade.
Analisando-se a estatura humana, por exemplo, as medidas podem variar de 1.50m a 1,80m, de um
modo geral.
A cor da pele humana constitui um caso clássico de herança quantitativa. Pode-se considerar a cor da
pele como dependente de dois pares de genes Aa e Bb. Os genes A e B controlariam cada um a síntese
de grande quantidade de melanina, enquanto os genes a e b condicionariam a produção de pequena
quantidade. Os efeitos cumulativos desses genes determinam os fenótipos: preto, mulato escuro, mulato
médio, mulato claro, e branco.
As proporções esperadas entre os descendentes de um casal e mulatos médios com genótipo AaBb
estão representadas abaixo. As cinco classes fenotípicas se distribuem na proporção 1:4:6:4:1.
Herança e Sexo
Quando os genes estão nos cromossomos sexuais, a sua expressão depende do sexo do indivíduo
considerado. Se a manifestação de uma certa característica é influenciada pelo sexo do indivíduo,
dizemos se tratar de um caso de herança relacionada com o sexo.
A Herança ligada ao sexo é determinada por genes localizados na região heteróloga do cromossomo
X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os homens, como
possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene. Um gene recessivo
presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que não há um alelo dominante
que impeça a sua expressão.
Em condições normais, qualquer célula diploide humana contém 23 pares de cromossomos
homólogos, isto é, 2n = 46. Desses cromossomos, 44 são autossomos e 2 são os cromossomos sexuais
também conhecidos como heterossomos.
Autossomos e Heterossomos
Os Cromossomos Sexuais
O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma porção
encurtada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino. Observe na figura abaixo que uma parte
do cromossomo X não possui alelos em Y, isto é, entre os dois cromossomos há uma região não-
homóloga.
Em algumas espécies animais, incluindo a humana, a constituição genética dos indivíduos do sexo
masculino é representada por 2AXY e a dos gametas por eles produzidos, AX e AY; na fêmea, cuja
constituição genética é indicada por 2AXX, produzem-se apenas gametas AX. No homem a constituição
genética é representada por 44XY e a dos gametas por ele produzidos, 22X e 22Y; na mulher 44XX e os
gametas, 22X. Indivíduos que forma só um tipo de gameta, quanto aos cromossomos sexuais, são
denominados homogaméticos. Os que produzem dois tipo são chamados de heterogaméticos. Na
espécie humana, o sexo feminino é homogamético, enquanto o sexo masculino é heterogamético.
Exemplificando:
Esse sistema ocorre em espécies onde não existe o cromossomo Y. Os machos são, portanto, X0 (lê-
se xis-zero) e as fêmeas são XX. Esse tipo de herança ocorre em alguns insetos, como os gafanhotos.
Os machos desse sistema possuem um número ímpar de cromossomos em seu cariótipo e as fêmeas
possuem um número par.
O sistema ZW
No sistema ZW os cromossomos sexuais são invertido, isto é, o macho apresenta dois cromossomos
sexuais iguais, ZZ, enquanto a fêmea apresenta dois diferentes, um Z e outro W. Este sistema aparece
em lepidópteros (borboletas, mariposas), peixes e aves.
Ocorre em galinhas domésticas e répteis. Os machos são homogaméticos, com dois cromossomos
sexuais iguais (ZZ) e as fêmeas são heterogaméticas, apresentando apenas um cromossomo sexual Z.
32
Herança Ligada ao Sexo
Habitualmente, classificam-se os casos de herança relacionada com o sexo de acordo com a posição
ocupada pelos genes, nos cromossomos sexuais. Para tanto, vamos dividi-los em regiões: A porção
homóloga do cromossomo X possui genes que têm correspondência com os genes da porção homóloga
do cromossomo Y. Portanto, há genes alelos entre X e Y, nessas regiões. Os genes da porção heteróloga
do cromossomo X não encontram correspondência com os genes da porção heteróloga do cromossomo
Y. Logo, não há genes alelos nessas regiões, quando um cromossomo X se emparelha com um
cromossomo Y.
Herança ligada ao sexo é aquela determinada por genes localizados na região heteróloga do
cromossomo X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os
homens, como possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene.
Nota: Um gene recessivo presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que
não há um alelo dominante que impeça a sua expressão.
Daltonismo
O daltonismo é caracterizado pela confusão na percepção das cores (como o vermelho e verde, ou
verde e marrom), é determinado por um gene recessivo “d”, sendo que o alelo dominante “D” condiciona
a visão normal das cores. Essa anomalia afeta os homens mais frequentemente do que as mulheres. É
fácil entender o porquê. Basta um único gene “d” para que um homem seja daltônico; seu genótipo será
XdY. Para uma mulher ser daltônica, são necessários dois genes “d”, devendo ela ser X dXd. O genótipo
de homens normais é XDY; mulheres não daltônicas podem ser homozigotas (XDXD) ou heterozigotas
(XDXd) ditas também como portadoras.
http://www.sobiologia.com.br/
Caro candidato, convido você a fazer a seguir o teste para o daltonismo. Para tal, anote em seu
caderno, quais os números exibidos dentro de cada círculo.
Hemofilia
Segue abaixo um quadro resumo contendo os possíveis genótipos e respectivos fenótipos (normal e
hemofílico), segundo o gênero do indivíduo e o exemplo de um possível cruzamento:
Nota: Todo homem afetado é filho de um homem também afetado; todos os seus filhos serão afetados,
e as filhas serão normais.
Nessa categoria, incluem-se as características determinadas por genes localizados nos cromossomos
autossomos cuja expressão é, de alguma forma, influenciada pelo sexo do portador. Nesse grupo, há
diversas modalidades de herança, das quais ressaltaremos a mais conhecida, a dominância influenciada
pelo sexo, herança em que, dentro do par de genes autossômicos, um deles é dominante nos homens e
recessivo nas mulheres, e o inverso ocorre com o seu alelo. Na espécie humana, temos o caso da calvície
Outras formas de herança autossômica influenciada pelo sexo são a penetrância influenciada pelo
sexo e a expressividade influenciada pelo sexo. Na espécie humana, a ocorrência de malformações de
vias urinárias apresenta uma penetrância muito maior entre os homens do que entre as mulheres. Elas,
portanto, ainda que possuam o genótipo causador da anormalidade, podem não vir a manifestá-la. A
expressividade também pode ser influenciada pelo sexo. Um exemplo bem conhecido é o do lábio
leporino, falha de fechamento dos lábios. Entre os meninos, a doença assume intensidade maior que nas
meninas, nas quais os defeitos geralmente são mais discretos.
Alterações cromossômicas
Síndrome de Edward: Erro genético que consiste na trissomia do cromossomo 18. Estima-se que
mais de 90% dos casos dessa síndrome resultem em abortos espontâneos e o maior número de casos
ocorre com mulheres. O sistema nervoso central é atingido. As crianças que nascem com essa anomalia
gênica têm diferentes graus de retardo mental e podem ter hidrocefalias. Desenvolvem características
típicas e tem baixa expectativa de vida.
Síndrome XYY: Durante a fecundação, o indivíduo recebe dois cromossomos sexuais Y por causa de
uma aneuploidia do espermatozoide. Isso faz com que o portador tenha características comportamentais
que os diferem, embora não apresentem má-formação. A doença tem incidência maior nos presidiose
hospícios, pois foi comprovado que os homens com a síndrome se mostram mais agressivos.
Síndrome de Patau: A síndrome de Patau é uma anomalia cromossômica causada pela trissomia do
cromossoma 13. Foi descoberta em 1960 por Klaus Patau observando bebês com mal formações
múltiplas. Tem como principal causa a não disjunção dos cromossomas durante a anáfase 1 da mitose,
gerando gametas com 24 cromatídeos. Neste caso, o gameta possui um par de cromossomas 13, que
juntando com o cromossoma 13 do gameta do parceiro forma um ovo com trissomia. Cerca de 20% dos
casos resultam de uma translocação não balanceada. Ocorre na maioria das vezes com mulheres com
idade avançada 35 anos acima
Com tamanha alteração não é de se espantar que a maioria nem chegue a nascer, e das que nascem
apenas uma pequena parcela sobrevive. E dentre as que sobrevivem, aproximadamente 90% precisam
fazer uma substituição hormonal para auxiliar no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
(pelos pubianos, por exemplo) já que o organismo não consegue fazê-lo sozinho. Por esses dados é
possível confirmar o que as pesquisas já dizem: a causa mais frequente dos abortos espontâneos por
síndromes é a Síndrome de Turner, dados mais específicos taxam em 18% este índice.
A síndrome de Turner ocorre graças à um erro durante a gametogênese, causando a monossomia do
X e quase sempre está presente no gameta paterno. Suas características fenotípicas mais comuns são:
estatura menor que o padrão para a idade, pescoço robusto (ou alado), ausência da maturação sexual,
tórax largo com mamilos muito separados, inchaço nas mãos e pés. Nas figuras abaixo e ao lado podemos
perceber perfeitamente este padrão fenotípico.
Quando há mais de dois alelos para cada locus, em alelos múltiplos ou polianelia.
Apesar de existirem vários alelos para um mesmo locus, nas células de cada indivíduo diploide
ocorrem apenas dois deles, pois são apenas dois cromossomos homólogos.
Suponhamos três alelos: A, A1, e A2.
São seis as combinações possíveis entre eles. Cada uma delas pode manifestar um fenótipo diferente,
dependendo de haver ou não dominância de um alelo sobre outro.
Para exemplificar, vamos apresentar a herança da cor do pelo em coelhos. Existem quatro fenótipos
para esse caráter onde podemos observar a manifestação genética de uma série com quatro genes
alelos: o primeiro C, expressando a cor Aguti ou Selvagem; o segundo Cch, transmitindo a cor Chinchila;
o terceiro Ch, representando a cor Himalaia; e o quarto alelo Ca, responsável pela cor Albina.
O gene C é dominante sobre todos os outros três, o Cch dominante em relação ao himalaia e ao albino,
porém recessivo perante o aguti, e assim sucessivamente.
Probabilidade
A partir do momento em que se torna possível o conhecimento de todos os valores de uma variável
aleatória, incluindo suas respectivas probabilidades, construímos uma distribuição de probabilidades. Ela
associa uma probabilidade a cada resultado numérico de um experimento. Para tanto, apresenta a
probabilidade de cada valor de uma variável aleatória. Existem duas fórmulas que se aplicam como regras
na distribuição de probabilidades. Uma delas é de que a soma de todos os valores em uma distribuição
de probabilidades deve ser igual a 1:
E que a probabilidade de ocorrência de um evento deve ser maior do que zero e menor do que 1:
0 ≤ P(x) ≤ 1 para todo x.
Dados lançados à História da Teoria das Probabilidades se dá por volta do século XVII, quando os
comerciantes mesopotâmicos e fenícios criaram o pagamento de seguros e anuidades pelas mercadorias,
devido ao prejuízo no roubo e no naufrágio de suas cargas. Gregos, romanos e italianos seguiram a
mesma estratégia. Os cálculos utilizados para determinar os valores a serem pagos, eram baseados na
probabilidade de ocorrência de acidentes, como os citados roubos e naufrágios.
Experimento Aleatório
Um experimento pode ser identificado pela letra (E), e é bastante utilizado na descrição de algum
processo que gerou resultado. Para exemplificar esse conceito, basta imaginar uma carta do baralho e
observar o seu naipe. Esse ato gerou um resultado, por exemplo. O mesmo acontece se jogarmos uma
moeda ou um dado homogêneo e observar o número da face superior. Todos esses experimentos têm
algo em comum: são aleatórios.
Como os resultados obtidos nos três exemplos acima citados são incertos, os designamos como
aleatórios, mesmo que haja um prévio conhecimento de todos os resultados possíveis. Os experimentos
aleatórios têm como principal característica o fato de ocorrer repetição, com condições inalteradas, não
conduzindo ao mesmo resultado, necessariamente. Ou seja, para o reconhecimento de um experimento
aleatório, é fundamental que exista a possibilidade dele ser repetido indefinidamente, sob as mesmas
condições; que não se conheça, no primeiro momento, os seus resultados, mas que suas possibilidades
possam descritas
Quando houver uma grande quantidade de vezes que um experimento for repetido, surgirá a seguinte
fração que indica estabilidade: f = r/n (a lei dos Grandes Números). A formulação de um modelo
matemático que possa fazer previsões dos futuros resultados pode se realizada através dessa
regularidade.
Representação:
n – número de repetições
r – número de sucessos de um resultado particular
f – frequência relativa
Elemento, membro ou ponto amostral são denominações dadas para os resultados individuais de S. É
possível listar os elementos de um espaço amostral, caso ele seja finito. Quando se obtém os resultados
de um experimento (E), eles podem ser descritos dentro de mais de um espaço amostral.
Evento
Dentro do espaço amostral (E), temos um subconjunto que recebe o nome de evento. Por exemplo,
ao jogarmos um dado, obtemos o experimento E=jogar um dado. Logo, o seu espaço amostral é:
S={1,2,3,4,5,6}. O evento ocorre, quanto estamos interessados em um subgrupo, por exemplo, ocorrer
um número par. Logo, o nosso evento A={2,4,6}
Nesse caso, não existem números pares que sejam divisores de 7, pois os únicos são 1 e 7. Logo,
esse evento B é nulo ou = Ø
Evento certo
Seja o evento E=jogar um dado, temos as seguintes possibilidades de resultados no espaço amostral:
S={1,2,3,4,5,6} e se propõe a encontrar um número natural de 1 a 6, o evento é certo, pois A={x| x é um
número natural de 1 a 6}.
Eventos e operações
Para se gerar novos eventos, é possível considerarmos a realização de operações. Esses novos
eventos serão também subconjuntos do mesmo espaço amostral (S).
E=jogar um dado
Eventos: A, B, C {(A) – o número é par, (B) – o número é maior que 3, (C) – o número é ímpar}, logo
S={1,2,3,4,5,6}
A={2,4,6}
B={4,5,6}
C{1,3,5}
O evento que contém todos os elementos que são comuns entre outros dois eventos, é chamado de
interseção. A Interseção entre esses grupos se configura da seguinte forma:
A ∩ B = {4,6}
B ∩ C = {5}
A∩C=Ø
Neste caso, os eventos A e C são mutuamente exclusivos. O evento que contém elementos que sejam
pertencentes aos dois outros eventos, é chamado de união. A União entre esses grupos se configura da
seguinte forma:
A U B = {2,4,5,6}
AUC = {1,2,3,4,5,6}
Neste caso, A=C'
Probabilidade de um evento
Quando expressamos um resultado que não é certo, mas que com base em acontecimentos passados
ou compreendendo o fenômeno estruturalmente é possível gerar certo grau de confiança em uma
afirmação, criamos a probabilidade de um evento
A contagem dos possíveis resultados dentro de um espaço amostral pode ser, por vezes, muito
trabalhosa. Para facilitar a contagem, a análise combinatória foi desenvolvida com as técnicas de
contagem indireta, que acontece da seguinte maneira. No princípio fundamental da contagem, se um
acontecimento é composto por duas etapas sucessivas e se a relação entre as duas for de independência,
Probabilidade Condicional
Utilizando mais uma vez o exemplo do experimento E: lançamento do dado e seu espaço amostral
S={1,2,3,4,5,6}, onde temos o evento A: sair o nº 3 ao verificar o resultado, obtemos a seguinte
probabilidade: P(A) = 1/6
Agora, se pegarmos o evento B={sair um número ímpar} = {1,3,5}, a probabilidade de P(A) será de 1/3.
Dá-se o nome de probabilidade condicional quando o mesmo reavaliar a probabilidade de ocorrência de
um evento, dado que outro ocorre. Por exemplo, a probabilidade P(A/B) é uma “atualização” de P(A),
contanto que o evento B tenha ocorrido.
Independência Estatística
Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras
de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados
semelhantes a coágulos, levando a acidentes fatais. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm
sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos
sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população. Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe
um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que
penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando
a circulação do sangue.
Em 1900, Landsteiner conclui que os indivíduos, nas espécie humana, dividem-se em quatro grupos
de diferentes composições sanguíneas, sendo estes o grupo A, B, AB e O, classificados como sistema
ABO.
Aglutinogênios e Aglutininas
No sistema ABO, como visto anteriormente, existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses
tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os
aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma
sanguíneo. Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas
do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm
aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A
e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O não tem aglutinogênios na
hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.
A produção desses aglutinogênios, e o grupo ao qual uma pessoa pertence, são determinados por
uma série de 3 alelos múltiplos: Ia, Ib e i.
Genótipos Fenótipos
I A I A, I A i Grupo A
I B I B, I B i Grupo B
IA IB Grupo AB
ii Grupo O
Entre eles, há a seguinte relação de dominância:
Quando glóbulos contendo aglutinogênio a (sangue A) entram em contato com o plasma contendo
aglutinina anti-a (sangue B) ocorre a aglutinação das hemácias, formando grupos que poderão ocluir os
capilares do receptor, caso essa reação ocorra num organismo.
Por outro lado, se um indivíduo de sangue A receber uma transfusão de sangue B, estarão sendo
introduzidas no seu organismo hemácias com aglutinogênio b, que serão aglutinadas pelas próprias
aglutininas anti-b.
O sangue dos indivíduos do grupo O (doador universal), por não possuir nenhum aglutinogênio nas
hemácias, pode ser cedido a pessoa de qualquer um dos outros grupos. É verdade que esse sangue
possui as duas aglutininas, anti-a e anti-b, mas quando injetado no sistema circulatório de uma outra
pessoa, o plasma do doador fica muito diluído, e a possibilidade de que consiga aglutinar as hemácias do
receptor e muito pequena.
Os indivíduos do grupo AB (receptor universal), por outro lado, não possuem aglutinina nenhuma e
podem receber sangue dos indivíduos A, B, AB e O.
O fator Rh
O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener, quando trabalhavam com o sangue do
macaco Rheus. Este, quando injetado em cobaia, provoca produção gradativa de antircorpos. Conclui-se
que existe um antígeno nas hemácias do macaco Rheus, que será chamado de fator Rh. Ao anticorpo
produzido pela cobaia, chamaremos de anti-Rh.
-A genética do fator Rh
Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator Rh, tratando-se portanto, de casos de alelos
múltiplos. Para simplificar, no entanto, considera-se o envolvimento de apenas um desses pares na
produção do fator Rh, motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de herança mendeliana simples.
O gene R, dominante, determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r, recessivo, condiciona a
ausência do referido fator.
O sistema MN
As mutações que ocorrem nos seres vivos são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades
genéticas que podem levar a morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de
atingir a maturidade sexual. Esses genes que conduzem à morte do portador, são conhecidos como alelos
letais. Por exemplo, em uma espécie de planta existe o gene C, dominante, responsável pela coloração
verde das folhas. O alelo recessivo c, condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o
homozigoto recessivo cc morre ainda na fase jovem da planta, pois esta precisa do pigmento verde para
produzir energia através da fotossíntese. O heterozigoto é uma planta saudável, mas não tão eficiente na
captação de energia solar, pela coloração verde clara em suas folhas. Assim, se cruzarmos duas plantas
heterozigotas, de folhas verdes claras, resultará na proporção 2:1 fenótipos entre os descendentes, ao
invés da proporção de 3:1 que seria esperada se fosse um caso clássico de monoibridismo (cruzamento
entre dois indivíduos heterozigotos para um único gene). No caso das plantas o homozigoto recessivo
morre logo após germinar, o que conduz a proporção 2:1.
Esse curioso caso de genes letais foi descoberto em 1904 pelo geneticista francês Cuénot, que
estranhava o fato de a proporção de 3:1 não ser obedecida. Logo, concluiu se tratar de uma caso de gene
recessivo que atuava como letal quando em dose dupla. No homem, alguns genes letais provocam a
morte do feto. É o caso dos genes para acondroplasia, por exemplo. Trata-se de uma anomalia provocada
por gene dominante que, em dose dupla, acarreta a morte do feto, mas em dose simples ocasiona um
tipo de nanismo, entre outras alterações.
Há genes letais no homem, que se manifestam depois do nascimento, alguns na infância e outros na
idade adulta. Na infância, por exemplo, temos os causadores da fibrose cística e da distrofia muscular de
Duchenne (anomalia que acarreta a degeneração da bainha de mielina nos nervos). Dentre os que se
expressam tardiamente na vida do portador, estão os causadores da doença de Huntington, em que há
a deterioração do tecido nervoso, com perde de células principalmente em uma parte do cérebro,
acarretando perda de memória, movimentos involuntários e desequilíbrio emocional.
Doenças Genéticas
A maioria das síndromes genéticas são causadas por aneoploidias. Alterações no número de
cromossomos encontrados em cada célula ( geralmente é aumento ou diminuição de 1 cromossomo de
cada par). As aneuploidias podem atingir qualquer um desses 23 pares. Dependendo do par envolvido,
teremos o desenvolvimento de uma certa doença, quanto maior o cromossomo atingido, maiores serão
as alterações.
Causas das Aneuploidias: Vírus, raio x, substâncias químicas (drogas como LSD, maconha, nicotina,
cafeína, ciclamatos idade materna, calor, radiações, predisposição genética a não-separação dos
cromossomos na divisão celular meiótica.
Fórmula Genética:
- inicialmente coloca-se o número total de cromossomos do indivíduo;
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http://www.sobiologia.com.br/
Exemplo: 47, XX + 21 (lê-se: indivíduo do sexo feminino com Síndrome de Down, com 47
cromossomos, devido à trissomia do 21.
Essas doenças são consequências de alterações cromossômicas do tipo numéricas (quando há mais
ou menos cromossomos que o normal) ou do tipo estrutural. Os humanos possuem 46 cromossomos
organizados em 23 pares. Porém, alguns erros de natureza gênica podem gerar indivíduos com um
cromossomo a mais, onde deveria conter um par. Partindo desse pressuposto, o indivíduo possui 47
cromossomos e é portador de algum tipo de trissomia. Esse fenômeno é atribuído à idade avançada em
que ocorre a gravidez: quanto mais tarde, maior a probabilidade de acontecer a trissomia. A trissomia
pode acontecer no cromossomo 21,18, 13 e nos cromossomos sexuais.
Interação Antígeno/Anticorpo
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem
diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem
início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos
conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que
diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a
capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas
inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes
próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente
pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas.
Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações
malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores
ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em
estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente
desconhecidos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação
maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos
diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses
indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos.
Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende
da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o
risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros
fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.
Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A
maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande
São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e
étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os
indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste
tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar,
embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum.
Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica
é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.
As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte
mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contém os
cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem
instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a
informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido
desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o
funcionamento da célula.
Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética.
As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas
atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a
princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em
oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes
são denominadas cancerosas.
Estágio de iniciação
É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou
carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram,
geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se
"preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo
estágio
Estágio de promoção
Estágio de progressão
É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células
alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras
manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese
são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo,
pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
Algumas vezes, oncogenes ou genes supressores de tumores podem ser alterados indiretamente por
mudanças genéticas ocorridas nos genes de reparo de DNA. Tais genes falham em exercer suas funções
normais de reparo, causando cortes anormais do DNA acumulado, alguns dos quais podem ser
importantes para o crescimento celular. A transição de crescimento normal controlado de células para
células de neoplasias malignas requer diversas mutações. Mudanças genéticas podem ocorrer em células
de linhagem germinativa e, dessa forma, estarem presentes em todas as células do corpo ao nascimento
ou, muito mais comumente, pode suceder espontaneamente em células somáticas como parte do
processo de envelhecimento. O acúmulo de mutações espontâneas acontece de modo lento, mas
frequentes fatores de risco externos aceleram a taxa de acumulação. O desenvolvimento de um tumor
maligno pode, dessa maneira, ser oriundo de:
- Eventos genéticos espontâneos;
- Estímulos externos: biológicos (vírus, parasitas, hormônios), físicos (raios ultravioletas, trauma,
radiação) e químicos;
- Eventos genéticos hereditários.
Biotecnologia
Desta forma, temos que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está
presente em nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação,
formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados pela ação
destruidora humana. Assim, há o desenvolvimento em relação à questão ambiental de microrganismos
modificados para tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo,
petróleo. Em relação à agricultura, temos o desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser mais
nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais resistentes às pragas, reduzindo o
uso de inseticidas.
Quanto à pecuária, temos a formação de embriões, o desenvolvimento de animais transgênicos e o
aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso veterinário. Em relação à saúde humana, a aplicação
Agricultura
A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas,
doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém,
a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a
produtividade das lavouras. Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou
transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade
dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico.
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a
facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de
aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características
reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade
de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo. Cientistas de todo o mundo
trabalham também no desenvolvimento de plantas com características complexas modificadas, cuja
expressão envolve vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico (seca). O futuro também
aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham propriedades nutricionais melhoradas ou
que produzam medicamentos.
Alimentação
Estima-se que quase 100% dos de todos os alimentos processados contenham pelo menos um
ingrediente derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades
transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2013 foram plantados 175,3 milhões de hectares com OGMs. No Brasil,
que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da biotecnologia, com 40,3
milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 92% e 90% respectivamente. Há mais
de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos processos de fermentação,
preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos do dia-a-dia, a exemplo de
queijos, carnes embutidas, picles, pães, massas, cerveja, vinho, sucos e adoçantes.
À medida que os cientistas fazem novas descobertas, outras características e variedades estão sendo
incluídas na lista de alimentos transgênicos. O Brasil, por exemplo, se destaca no cenário internacional
por ter aprovado a primeira variedade GM de feijão do mundo, desenvolvida inteiramente em uma
instituição pública de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Esse feijão
é resistente ao vírus do mosaico dourado, causador de uma doença que prejudica seriamente a
produtividade das plantações dessa leguminosa. Ao redor do mundo, há pesquisas com arroz, banana,
beterraba, cana-de-açúcar, laranja, mamão, mandioca e muitas outras plantas. O objetivo é expressar
nessas espécies as mais diferentes características a exemplo de outras resistências a insetos, fungos e
vírus, tolerância a outros princípios ativos e à seca, além de melhorias em suas composições nutricionais.
Transgênicos
Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série
de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal.
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso
dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência
de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Cientistas de instituições
de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas
transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de
alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica.
A capacidade das reservas mundiais de petróleo em atender ao atual ritmo de crescimento e consumo
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é reduzida. Estima-se que em até 50 anos essas
reservas terão sido completamente exploradas. Esta é uma das razões que justificam a pesquisa na área
da produção de combustíveis originários de fontes renováveis de energia. Outra, não menos significativa,
é a preocupação mundial com a produção e o consumo sustentável de energia, em consonância com a
preservação da biodiversidade do planeta Cientistas de todo o mundo estão buscando na biotecnologia
as alternativas para produzir óleos vegetais que substituam os combustíveis fósseis nos usos industriais,
na farmacologia e etc.
Nessa busca, o primeiro desafio com o qual os pesquisadores se deparam é entender por que
determinadas plantas produzem óleos que não são encontrados em outras espécies vegetais. Decifrar
este mistério, escondido no código genético, permitirá que os genes que expressam essa capacidade
sejam inseridos, por meio da engenharia genética, em outras plantas. Uma vez entendidos os pormenores
do mecanismo, estará aberto o caminho não apenas para a produção de óleos em plantas de fácil cultivo
– como a soja – mas também para o uso da mesma técnica focada no aumento da produção, por meio
de microrganismos transgênicos, por exemplo. Logo, há um grande potencial para os óleos vegetais, que
são quimicamente semelhantes ao petróleo cru, tornarem-se matéria-prima para tintas, revestimentos,
plásticos, fármacos ou combustíveis.
Biocombustíveis
Etanol
O etanol pode ser obtido a partir de diversas matérias-primas, sendo a cana-de-açúcar a mais eficiente.
Do total de energia contida nos açúcares na planta, aproximadamente um terço está no caldo e o restante
encontra-se dividido em partes quase iguais entre o bagaço e a palha. Este combustível também pode
ser conseguido por meio de plantas como o milho, o trigo, o sorgo e a mandioca, mas, para tanto, é
preciso que o amido resultante do processamento de tais matérias-primas seja “cozido” para que se
transforme em açúcares aproveitáveis por leveduras. Isso faz com que o processo seja mais longo, caro
e menos produtivo que o da cana.
Embora a soja, o girassol e a canola também sejam usados para essa finalidade, o rendimento é
menor. Vale destacar que apenas 2 por cento da área agrícola do Brasil são destinados à cultura da cana-
de-açúcar para a produção de etanol, ou seja, não há conflito com a área agricultável para a produção de
alimentos. A biotecnologia pode contribuir com o desenvolvimento de plantas de maior teor de biomassa
em detrimento do açúcar, o que aumenta a produtividade de etanol por área colhida. Desta maneira, a
modificação genética pode aumentar a eficiência da produção de etanol por meio da criação de
variedades de cana-de-açúcar transgênicas e também de leveduras geneticamente modificadas.
Outros combustíveis
Plantas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de etanol e
outros combustíveis. O butanol, por exemplo, é um álcool produzido com base na fermentação
desencadeada pela bactéria Clostridium acetobutylicum. O butanol apresenta vantagens e desvantagens
em relação ao etanol. Embora contenha mais energia por unidade de volume, sua octanagem
(capacidade do combustível em resistir a altas temperaturas sem sofrer detonação) é menor do que a do
etanol, o que reduz seu desempenho em motores à gasolina. O etanol, apesar de ser um bom substituto
para a gasolina, tem limitações no que se refere ao uso em veículos pesados. A alternativa entre os
biocombustíveis, para este caso, é o biodiesel, produzido com base em óleo e gorduras, em um processo
denominado transesterificação. O biodiesel não tem as mesmas características do combustível derivado
de petróleo. Contudo, já existe um método que produz um diesel renovável com características muito
similares ao de origem fóssil feito por meio da fermentação de açúcares, a exemplo do etanol.
Saúde
Os avanços científicos na área da biotecnologia estão ocorrendo não apenas na agropecuária, mas
também na medicina. Alguns desses progressos já estão incorporados ao cotidiano da maioria dos
Vacinas
Até 2011, a CTNBio havia aprovado 14 vacinas que usam a técnica do DNA recombinante para uso
animal. Outras estão sendo pesquisadas em diversos laboratórios do Brasil, a exemplo da imunização de
rebanho bovino contra a tuberculose, desenvolvidas na Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG).Para proteger os seres humanos, já foi criada pelo Instituto Butantã, de São Paulo, a vacina
recombinante contra a hepatite B, feita da proteína da superfície do vírus que, assim, imuniza e impede
a replicação do microrganismo e a consequente infecção.
Também por meio de intervenção no genoma viral, já existem vacinas contra influenza (vírus da gripe)
e estão sendo desenvolvidas uma vacina tetravalente contra a dengue e uma recombinante que protege
contra a coqueluche e a tuberculose ainda na maternidade. Outro estudo que gera grande expectativa é
o conduzido por uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto,
que estuda uma vacina gênica para combater câncer e tuberculose. Os cientistas esperam que esse
produto funcione como medicamento, revertendo o quadro de saúde negativo, mesmo quando a doença
já estiver instalada no organismo.
Terapia Gênica
Nos Estados Unidos, há mais de mil ensaios clínicos com diferentes perspectivas de uso da terapia
gênica, dos quais, aproximadamente, 70% são para tratamento do câncer. Existe também a possibilidade
de tratar outros males, a exemplo de fibrose cística, hemofilia, anemia falciforme, mal de Alzheimer, mal
de Parkinson e até mesmo doenças infecciosas, como a aids. Os testes buscam assegurar a eficácia e a
biossegurança desses processos para que, no futuro, eles possam ser usados como rotina médica. É
conhecida a capacidade que os vírus têm para infectar as células humanas. A terapia gênica tira bom
proveito disso ao alterar a composição genética de tais agentes, retirando seus genes causadores de
doenças e inserindo neles genes de interesse terapêutico. Dessa forma, o vírus atua como vetor,
transportando o material genético de que o paciente precisa para suas células somáticas.
Há maneiras não virais de oferecer à célula sequências genômicas, a exemplo de partículas lipídicas
(gordura) que encapsulam os genes, mas estas costumam ser menos eficientes. As pesquisas também
procuram garantir que os vetores virais não sejam replicativos para que, uma vez dentro do organismo
humano, não readquiram a habilidade de se multiplicar e causar infecção. A intenção da terapia gênica é
ser específica, atuando principalmente nas áreas afetadas pelas doenças. Trata-se de um tratamento
mais pontual que a quimioterapia, que afeta todas as células do organismo, inclusive as saudáveis.
Entretanto, os cientistas ainda lidam com o desafio de garantir a estabilidade da expressão dos genes
inseridos e que a modificação não afete outras partes do corpo. Os ensaios clínicos buscam verificar
esses e outros aspectos de biossegurança da terapia.
Células-tronco
Diagnóstico
Hoje já se sabe que a biotecnologia pode ser uma forte aliada da saúde humana e que os kits de
diagnósticos à base de plantas custam cerca de um décimo do valor dos convencionais. Um exemplo
dessa aliança é a pesquisa feita em parceria por diversas universidades e instituições de pesquisa
brasileiras - a exemplo da Universidade de Brasília (UNB), Fiocruz e Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, que pretende utilizar plantas transgênicas de alface para diagnosticar o vírus da dengue.
O processo de transformação genética conduzido pelos cientistas brasileiros consiste na introdução de
uma parte do gene do vírus da dengue no DNA de alfaces.
Os vegetais transgênicos, então, passam por um processo que garante que apenas as células que
receberem o gene do vírus sobrevivam e, posteriormente, são regenerados. O kit terá um reagente
(partícula viral defeituosa) produzido com a planta transgênica de alface na qual foi injetado o gene do
vírus da dengue. Esse reagente, misturado ao sangue coletado do paciente, conforme a reação que
ocorrer, indicará se o este indivíduo tem anticorpos do vírus da dengue. A ideia é produzir um kit de
diagnóstico mais econômico e eficiente para agilizar a detecção da doença.
Indústria
Os microrganismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos e
remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e de
mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da
aplicação de microrganismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por
exemplo, enzimas – produzidas por bactérias geneticamente modificadas – são usadas para degradar a
gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Há alguns anos, era comum colocar
a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito “desbotado” e aumentar a
maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram
desenvolvidos microrganismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características,
eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente.
Mutações são alterações que ocorrem no material genético, ou seja, na sequência de nucleotídeos
que formam as cadeias do DNA. Nucleotídeos podem ser substituídos, perdidos ou acrescentados,
modificando a sequência original. Essas mutações podem ser espontâneas ou provocadas por agentes
mutagênicos, como radiação ou substâncias químicas.
No núcleo celular existem enzimas que compõem um verdadeiro sistema de reparo, corrigindo
alterações nos nucleotídeos após a duplicação do DNA, na interfáse. Algumas mutações, no entanto,
podem “escapar’ da ação dessas enzimas.
As consequências de uma mutação no DNA variam de acordo com alguns fatores.
-Local da mutação: os cientistas descobriram que o DNA humano não corresponde a genes: são
regiões que não codificam proteínas. Se a mutação ocorre em um gene, podem acontecer alterações na
síntese de uma proteína.
Vamos considerar o aminoácido histidina. Seu posicionamento em uma proteína depende do códon
RNAm ou CAC, conforme você pode confirmar no código genético. No DNA, esses códons correspondem
às sequencias GTA e GTC, respectivamente. Se o terceiro nucleotídeo fosse substituído (A por G ou G
por A), haveria alteração do códon, mas não do aminoácido. Assim, a proteína formada não teria nenhum
aminoácido diferente.
Se a substituição do nucleotídeos ocorresse na primeira ou na segunda base do códon, a probabilidade
de não haver alterações no aminoácido codificado seria bem menor. Nestes casos, a mutação
provavelmente alteraria o códon de modo que ele passaria a codificar outro aminoácido. Considere que
O termo “biotecnologia” resulta da união de bio (vida), techno (técnicas) e logos (estudo). Assim essa
é uma área de estudo das técnicas que utilizam seres vivos para a obtenção de produtos de interesse
humano. Essas técnicas resultam na modificação de seres vivos, com determinadas finalidades.
A utilização de microorganismos na produção de alimentos é um dos exemplos mais antigos da
biotecnologia. O fermento que transforma uma massa de farinha em pão e as bactérias que produzem
vinho ou vinagre a partir de frutas são exemplos de técnicas bastante antigas, que utilizam seres vivos.
A agricultura e a pecuária são as atividades humanas mais antigas a desenvolverem biotecnologia, na
seleção de espécies de melhor cultivo/criação. Ao selecionar as sementes dos frutos mais doces, ou o
boi mais forte do rebanho para a reprodução, o ser humano está promovendo um “melhoramento
genético”, ou seja, escolhendo, dentre diversos fenótipos, aqueles que suprem os seus objetivos. Depois
de muitas gerações, pode-se obter variedades dentro de uma espécie que certamente não existiram
naturalmente. É o caso de muitos vegetais que consumimos: seus parentes selvagens geralmente não
possuem folhas ou frutos tão grandes e vistosos.
Atualmente, além da seleção por meio dos cruzamentos, o ser humano consegue modificar as
características de um indivíduos alterando diretamente seus genes. Essas modificações, produzidas em
laboratório, podem gerar indivíduos com fenótipos diferentes, portando características de interesse. O
conjunto de técnicas que permitem a manipulação de genes e alteração de seres vivos é chamada de
engenharia genética.
Veremos a seguir alguns exemplos de técnicas de engenharia genética: a produção de organismos
geneticamente modificados (transgênicos), o projeto genoma, a terapia gênica e as técnicas de clonagem.
Os organismos geneticamente modificados ou transgênicos são os que possuem seu DNA fragmentos
de DNA de indivíduos de outra espécies.
Essa manipulação genético depende de enzimas obtidas de bactérias capazes de “cortar” sequencias
de DNA, gerando fragmentos. Nas bactérias, essas enzimas exercem um importante papel de defesa,
fragmentando DNA de vírus que as parasitam. Hoje em dia, as enzimas de restrição, como são chamadas,
são utilizadas em todos os laboratórios de biologia molecular do mundo, para isolar e obter genes de
interesse.
Além das enzimas de restrição, existem as enzimas “DNA ligasses”, que promovem a união entre
fragmentos de DNA, unindo o gene de interesse no material genético de outra célula. Essa “troca” de
genes pode ocorrer até entre células de indivíduos de espécies diferentes, pois o código genético,
constituído de sequencias de nucleotídeos A,T,C e G é o mesmo para todos os seres vivos.
O material genético que recebe genes provenientes de outros organismos é chamado de DNA
recombinante.
Assim, já existem bactérias transgênicas sintezando insulina humana, utilizada sob orientação médica
por indivíduos diabéticos. Muitos vegetais transgênicos têm sido produzidos para criar variedades
resistentes a pragas, a geadas ou à aplicação de pesticidas na lavoura.
As técnicas de produção de organismos geneticamente modificados (transgênicos) são variadas.
Muitas delas utilizam microorganismos, como vírus ou bactérias, para transmitir os genes as células
animais ou vegetais. Ao inserir seus próprios genes na célula hospedeira, o vírus ou a bactéria parasita
insere também os genes de interesse. No processo de síntese proteica, esses genes codificam a
produção de proteínas diferentes.
O assunto tem sido muito discutido, não só entre cientificas, mas por toda a sociedade, principalmente
pela intensa divulgação na mídia. A utilização de organismos geneticamente modificados na alimentação
de organismo geneticamente modificados na alimentação gera polêmica. Muitos levantam o aspecto da
Projeto Genoma
Em 1990, teve início o Projeto Genoma Humano (PGH), que contou com o paoio de instituições
públicas e particulares de vários países, inclusive do Brasil. Estimava-se que, com seus 23 pares de
cromossomos, o ser humano apresentasse mais de 10 mil genes. O principal desafio do PGH era
distinguir, nas longas sequencias de A, T, C e G, os genes e sua localização,
A enorme sequência de nucleotídeos do genoma humano foi decifrada na sua totalidade em fevereiro
de 2001. O reconhecimento de genes ainda não foi totalmente concluído. Os cientistas encontraram até
agora 30 mil genes, número bem menor do que o esperado.
Cerca de 95% do DNA das células humanas é chamado de “DNA-lixo”, pois suas sequencias não
correspondem a genes. No entanto, esse termo pode passar a impressão de que a maior parte do DNA
humano não tem função; o mais correto seria afirmar que os cientistas ainda não compreenderam
completamente sua função.
Conhecer o genoma humano pode ajudar a entender a transmissão hereditária de certos
características dentro da espécie humana e até questões de parentesco evolutivo entre espécies.
Terapia gênica
Clonagem
A clonagem pode ser entendida como a obtenção de indivíduos ou estruturas idênticas ao que foi
selecionado.
A clonagem de indivíduos é feita normalmente por tecnologia de reprodução, que é um processo bem
diferente da clonagem de fragmentos de DNA, obtida por tecnologia de engenharia genética.
No caso da clonagem de DNA, feita por tecnologia de engenharia genética, o objetivo é a produção de
cópias idênticas de um determinado trecho de DNA, especialmente selecionado.
Esses trechos de DNA, uma vez implantado em organismos, como algumas bactérias, associam-se
ao material genético do receptor, constituindo o DNA recombinante. Com a reprodução dessas bactérias,
obtêm-se numerosas cópias, todas idênticas, portando o DNA recombinante. É o que se chama de
clonagem de DNA, ou clonagem gênica. Essa tecnologia é utilizada na produção de organismos
transgênicos e na terapia gênica, que vimos há pouco.
A obtenção de clones de indivíduos inteiros é processo relativamente simples em vegetais. É possível
obter indivíduos idênticos a partir de um original, selecionando-se células que mantêm características
embrionárias mesmo na planta adulta.
Em animais, a obtenção de clones pelo processo de reprodução não e um procedimento recente. Após
a fecundação, o ovo divide-se sucessivamente por mitose, no processo inicial do desenvolvimento
embrionário. Logo no início, quando ainda são poucas as células resultante de mitose, é possível separa-
las e implantá-las no útero de diferentes fêmeas. Essas células podem multiplicar-se e desenvolver-se e,
assim, serão gerados filhotes idênticos: são clones, verdadeiros irmãos gêmeos univitelinos, em grande
quantidade.
As primeiras tentativas de clonagem em animais, utilizando a técnica que acabamos de descrever,
foram feitas em 1952, com células de anfíbios. Os primeiros resultados positivos, com a obtenção de
girinos clonados, deu-se em 1970.
Atualmente, tem sido possível a clonagem a partir de células de indivíduos adultos. A ovelha Dolly foi
o primeiro caso de animal clonado dessa maneira. Uma célula somática foi retirada de uma ovelha adulta
e seu núcleo foi implantado em um óvulo produzido por outra fêmea, do qual foi retirado o material
genético.
Esse óvulo, contendo o núcleo do indivíduos adulto, foi implantado no útero de uma fêmea de outra
variedade de ovelhas e se desenvolveu, dando origem à Dolly. Técnicas como essa têm sido utilizadas
para clonar outros mamíferos.
As técnicas de clonagem têm como objetivo gerar organismos com genomas idênticos, mas o fenótipo
de um clone pode não ser idêntico ao do indivíduo clonado (doador do material genético implantado em
outra célula). Isso ocorre essencialmente por dois motivos:
-O genótipo sempre interage, de forma complexa, com as condições do ambiente para determinação
do fenótipo. Assim, não há como garantir que as condições de desenvolvimento, desde o embrião serão
as mesmas para dois indivíduos.
-Existe DNA dentre das mitocôndrias, que, nos organismos clonados, vem do citoplasma do óvulo que
teve seu material genético retirado.
Questões
01. Por que o indivíduo do grupo O pode doar seu sangue a qualquer pessoa? Por que uma pessoa
do grupo AB pode receber sangue de qualquer tipo?
02. (FUVEST) Um homem do grupo sangüíneo AB é casado com uma mulher cujos avós paternos e
maternos pertencem ao grupo sangüíneo O. Esse casal poderá ter apenas descendentes:
(A) do grupo O;
(B) do grupo AB;
(C) dos grupos AB e O;
(D) dos grupos A e B;
(E) dos grupos A, B e AB
04. Uma mulher que nunca recebeu transfusão sanguínea teve três filhos. O primeiro e o terceiro
nasceram normais e o segundo, com eritroblastose fetal. Quais são os fenótipos e os genótipos para o
fator Rh dos indivíduos acima citados?
05. (UEL) Os tipos sanguíneos do sistema ABO de três casais e três crianças são mostrados a seguir.
CASAIS CRIANÇAS
I. AB X AB a. A
II. BxB b. O
III. AXO c. AB
Sabendo-se que cada criança é filha de um dos casais, a alternativa que associa corretamente cada
casal a seu filho é:
(A) I-a; II-b; III-c;
(B) I-a; II-c; III-b;
(C) I-b; II-a; III-c;
(D) I-c; II-a; III-b;
(E) I-c; II-b; III-a
06. De acordo com seus conhecimentos sobre transfusão sanguínea, complete as frases abaixo.
(A) Uma pessoa do grupo sanguíneo A pode receber sangue de __ e __, e doar sangue para __ e
__.
(B) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode receber sangue de B e __, e doar sangue para __ e
AB.
(C) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode receber sangue de __ e doar sangue para todos os
outros tipos sanguíneos.
(D) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode doar sangue para todos os outros grupos sanguíneos,
mas pode receber somente de __.
08. (FUVEST-SP) Um coelho recebeu, pela primeira vez, a injeção de uma toxina bacteriana e
manifestou a resposta imunitária produzindo a antitoxina (anticorpo). Se após certo tempo for aplicada
uma segunda injeção da toxina no animal, espera-se que ele
(A) não resista a essa segunda dose.
(B) demore mais tempo para produzir a antitoxina.
(C) produza a antitoxina mais rapidamente.
(D) não produza mais a antitoxina por estar imunizado.
(E) produza menor quantidade de antitoxina
11. A hemofilia é uma doença hereditária determinada por um gene de caráter recessivo ligado ao
cromossomo X. Supondo que um homem normal case-se com uma mulher portadora, qual a
probabilidade de esse casal gerar uma menina hemofílica?
(A) 100% de chance.
(B) 75% de chance.
(C) 25% de chance.
(E) 0% de chance.
13. (UVA) Sobre os portadores de Síndrome de Down ou mongolismo são corretas as afirmações,
exceto:
(A) Possuem alterações do tipo mutações cromossômicas autossômicas.
(B) Possuem um cromossomo a mais no par 21.
(C) Possuem baixo coeficiente intelectual.
(D) Possuem mutações relacionadas aos cromossomos sexuais.
14. (FUC-MT) Cruzando-se ervilhas verdes vv com ervilhas amarelas Vv, os descendentes serão:
(A) 100% vv, verdes;
(B) 100% VV, amarelas;
(C) 50% Vv, amarelas; 50% vv, verdes;
(D) 25% Vv, amarelas; 50% vv, verdes; 25% VV, amarelas;
(E) 25% vv, verdes; 50% Vv, amarelas; 25% VV, verdes.
15. Um gato da cor marrom foi cruzado com duas fêmeas. A primeira fêmea era da cor preta, e teve 7
filhotes da cor preta e 6 filhotes da cor marrom. Já a outra fêmea, também era da cor preta, e teve 14
filhotes, sendo todos eles da cor preta. A partir desses cruzamentos marque a opção que contém os
genótipos do macho, da primeira e da segunda fêmea respectivamente.
(A) Aa, aa, aa.
(B) AA, aa, aa.
(C) aa, AA, aa.
(D) aa, Aa, AA.
(E) Aa, AA, Aa.
01. Resposta
O é doador universal por não apresentar aglutinogênios nas hemácias. AB é receptor universal por
não possuir aglutininas no plasma.
02 Resposta D
03. Resposta
O anti-Rh é produzido nos organismos Rh negativos que recebem, injetado, sangue Rh+.
04. Resposta
Mulher Rh- (rr); marido Rh+ (Rr); 1° filho Rh+ (Rr); 2º filho Rh+ (Rr); 3º filho Rh- (rr).
05. Resposta E
Para resolver a essa questão, observemos o quadro abaixo:
Ao fazer o cruzamento do primeiro casal, cujos pais são do grupo sanguíneo (AB X AB), teremos IAIB
X IAIB. Como resultado desse cruzamento:IAIA(grupo A), IBIB (grupo B) ou IAIB (grupo AB).
Já o segundo casal, ambos do grupo sanguíneo B, teremos: IBi X IBi. O resultado desse cruzamento
será: IBIB, IBi, IBi (todos do grupo B) e ii.
No terceiro casal, teremos o cruzamento de uma pessoa do grupo O com outra pessoa do grupo A,
sendo então: ii X IAi. Nesse caso, o resultado desse cruzamento será: IAi, IAi (ambos do grupo A), ii e ii
(ambos do grupo O).
O enunciado revelou os tipos sanguíneos das crianças: A, O e AB. Diante disso e dos cruzamentos
que já fizemos, podemos concluir que o casal I são pais da criança c; o casal II são pais da criança b,
pois não nos deram alternativa para criança do tipo B; e o casal III são pais da criança A.
06. Resposta
a) Uma pessoa do grupo sanguíneo A pode receber sangue de A e O, e doar sangue para A e AB.
b) Uma pessoa do grupo sanguíneo B pode receber sangue de B e O, e doar sangue para B e AB.
c) Uma pessoa do grupo sanguíneo O pode receber sangue de O.
d) Uma pessoa do grupo sanguíneo O pode doar sangue para todos os outros grupos sanguíneos,
mas pode receber somente de O.
07. Resposta E
Denominamos de antígeno qualquer substância estranha capaz de induzir uma resposta imune de
nosso organismo.
08. Resposta C
Em razão da memória imunológica, quando um antígeno entra em contato novamente com um
organismo, ocorre a produção rápida de novos anticorpos.
09. Resposta A
Na imunização ativa, o corpo é estimulado a produzir anticorpos. Quando uma vacina é aplicada, o
organismo reage aos antígenos aplicados produzindo anticorpos para defender-se.
11. Resposta D
Não há chance de nascer uma menina hemofílica, pois o pai não possui o gene responsável pela
doença e esta só se manifesta em homozigose em mulheres.
12. Resposta C
A hemofilia é uma doença hereditária determinada por um gene de caráter recessivo ligado ao X.
13. Resposta D
14. Resposta C
O enunciado nos diz que as ervilhas verdes são homozigóticas com genótipo recessivo (vv), e que as
ervilhas amarelas são heterozigóticas com genótipo dominante (Vv). Ao cruzarmos esses indivíduos
teremos:
A partir da resolução acima podemos concluir que 50% dos descendentes possuem genótipo Vv, ou
seja, cor amarela, e os outros 50% possuem o genótipo vv, ou seja, cor verde.
15. Resposta D
Sabemos que a cor preta é dominante sobre a cor marrom, e por esse motivo já podemos dizer que o
macho tem um gene recessivo, enquanto as duas fêmeas possuem pelo menos um dos genes
dominantes, pois ambas tiveram filhotes da cor preta.
O enunciado nos disse que a primeira fêmea teve filhotes da cor marrom e da cor preta, sendo assim,
podemos concluir que essa fêmea possui um dos genes dominante e o outro gene recessivo, sendo então
heterozigota (Aa). Dessa forma, o cruzamento desses indivíduos obterá a seguinte descendência:
Sendo que os genótipos Aa definirão a cor preta e os genótipos aa definirão a cor marrom. Diante
disso concluímos que a primeira fêmea tem genótipo Aa, pois teve, em sua descendência, filhotes de cor
preta e de cor marrom.
Observe que os todos os descendentes desse cruzamento possuem genótipo dominante, e por esse
motivo são todos da cor preta
Ecologia
Ecologia é o ramo da biologia que estuda as interações entre os seres vivos e o meio onde vivem,
envolvendo a dependência da água, do solo e do ar. Dessa forma, as relações vão além do
comportamento individual e a influência causada pelos fatores ambientais (temperatura, umidade,
pressão). Mas se estendem à organização das espécies em populações, comunidades, formando um
ecossistema e toda a biosfera.
A importância da ecologia
A ecologia é um assunto diário na empresa, no rádio e televisão, constituindo um dos temas mais
comentados na atualidade.
Em virtude dos grandes desastres ecológicos que se sucedem, tal ciência passa a adquirir grande
importância prática. O homem é o ser vivo que mais agride o ambiente. Até certo tempo atrás, o homem
acreditava que podia interferir à vontade. Aos poucos, porém, percebeu que os subprodutos de sua
indústria, ao destruírem vegetais, diminuíam a quantidade de alimento dos ecossistemas e baixavam a
produção de oxigênio. E que, matando indiscriminadamente insetos através de pesticidas, impedia a
polinização e reprodução de plantas, provocando a morte das aves que viviam daquelas plantas. A morte
das aves trazia, por sua vez, novas alterações ao ecossistema atacado.
Espécies (organismos)
Consiste em um conjunto de organismos semelhantes, capazes de se cruzar em condições naturais,
produzindo descendente. As espécies é a unidade fundamental da ecologia, isto é, consiste no sistema
ecológico elementar.
𝑁
𝑫=
𝐴
O crescimento de uma população depende de dois conjuntos de fatores: um que contribui para o
aumento da densidade, do qual fazem parte a taxa de natalidade e a taxa de imigração, e outro que
contribui para a diminuição da densidade, do qual fazem parte a taxa de mortalidade e a taxa de
emigração. O modo como esses fatores interagem determina se e como o crescimento da população
sofre variação.
A taxa de natalidade corresponde à velocidade com que novos indivíduos são adicionados à
população, por meio da reprodução. A taxa de mortalidade corresponde à velocidade com que indivíduos
são eliminados da população, por morte. Em ambas as taxas o fator tempo é importante.
Em populações naturais em geral, a taxa de mortalidade é mais alta em populações com alta taxa de
natalidade. Uma população de ostras, por exemplo, produz milhares de ovos em cada estação
reprodutiva, mas, dentre estes, apenas alguns formam indivíduos que atingem a idade adulta ou
reprodutiva. Nos grandes mamíferos, entretanto, a taxa de natalidade é menor do que as obtidas em
populações de ostras, mas a taxa de mortalidade também é menor.
Cada uma dessas taxas, isoladamente, diz pouco sobre o crescimento da população. Para isso, deve-
se calcular seu índice de crescimento, assim definido:
Taxa de natalidade
𝐈. 𝐂. =
Taxa de mortalidade
Quando a taxa de natalidade é alta e a de mortalidade é baixa, a população está crescendo e o índice
de crescimento é maior que 1. Ao contrário, quando a taxa de mortalidade é mais alta do que a de
natalidade, a população está diminuindo e o índice é menor que 1. Em países desenvolvidos, a taxa de
natalidade e a de mortalidade da espécie humana se aproximam, daí resultando um índice de crescimento
próximo de 1.
Comunidades (biocenose)
Representa o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região num
determinado período.
34
http://sti.br.inter.net/
- composição específica: Trata-se do catálogo de espécies que compõem a comunidade. Embora seja
algo aparentemente simples, tal atributo é um dos que mais dificuldades impõe ao ecólogo. Em primeiro
lugar, ele exige uma detalhada investigação com a finalidade de se levantar e identificar todas as espécies
presentes na comunidade
:
- diversidade (riqueza e equitabilidade): As comunidades diferem muito entre si em relação ao número
total de espécies que possuem bem como em suas proporções. Nem todas as espécies são igualmente
importantes na determinação da estrutura da comunidade. Algumas espécies podem ter suas
abundâncias muito mais elevadas que outras espécies dentro da comunidade. Esta característica é, na
realidade, muito comum devido às diferenças eco-fisiológicas ligadas ao tamanho, posição trófica ou
atividade metabólica dos organismos. Muitos autores sustentam que espécies dominantes são aquelas
com maior sucesso ecológico. No entanto, devemos lembrar que espécies não-dominantes podem, em
alguns casos, exercer uma força controladora dentro do ecossistema. Estas espécies são chamadas de
espécies-chaves (keystone species). Outro ponto importante, refere-se à raridade. As espécies raras são
muitas vezes desprezadas nas análises quantitativas. Recentemente, no entanto, estão aparecendo
artigos na literatura ecológica enfocando a importância de se trabalhar com estes indivíduos.
Abundância Relativa: São as proporções relativas das diferentes espécies dentro da comunidade.
Estas proporções são fundamentais, por exemplo, para o cálculos dos índices de diversidade,
equitatividade, dominância.
Ecossistemas
Ecossistema é o conjunto formado por um ambiente físico (abiótico), constituído pelos fatores físicos
e químicos ambientais e pelos seres vivos (fatores bióticos). Na caracterização de um ecossistemas, é
obrigatório considerar dois componentes: um físico (abiótico ou biótopo) e outro biótico, que ocupa o
primeiro, designado por comunidade ou biocenose.
São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, uma poça d´ água, um
aquário, a massa de agua superficial do mar entre outros.
Produtores – São sempre autótrofos, produzem alimento que será usado na cadeia, e por isso estão
obrigatoriamente no início de qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz solar e do
gás carbônico será repassada a todos os outros componentes restantes da cadeia ecológica. Os
principais produtores conhecidos são plantas e algas microscópicas (fitoplâncton).
Consumidores – São os organismos que necessitam alimentar-se de outros organismos para obter a
energia que eles não podem produzir para si próprios. Vão-se alimentar dos autótrofos e de outros
heterótrofos podendo ser consumidores primários, consumidores secundários, consumidores terciários e
assim por diante. Na alimentação, nem toda a energia obtida será integralmente usada, isto é, parte dessa
energia não será absorvida e será eliminada com as fezes; outra parte será dissipada em forma de calor.
Assim, grande parte da energia será “perdida” no decorrer de uma cadeia alimentar, diminuindo sempre
a cada nível. Podemos, então, dizer que o fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando
sempre com a luz solar incidindo sobre os produtores, e diminuindo a cada nível alimentar dos
consumidores.
Decompositores – São organismos que atuam exatamente em papel contrário ao dos produtores.
Eles transformam matéria orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em
moléculas simples, fazendo que estes compostos retornem ao solo para serem utilizados novamente por
outro produtor, gerando uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são bactérias
e fungos. Por se alimentarem de matéria em decomposição são considerados saprófitos.
O conjunto de uma série de ecossistemas é chamado de teia alimentar. Nesse caso, várias teias se
entrelaçam, fazendo que as relações ecológicas sejam múltiplas e o alimento disponível possa ser
utilizado por vários indivíduos, realmente compondo um ecossistema.
Necessidades Energéticas
PPL=PPB-R
PSL= PSB-R
Eficiência ecológica
Representa a porcentagem de energia transferida de um nível trófico para o outro, em uma cadeia
alimentar. De modo geral, essa eficiência é, aproximadamente, de apenas 10%, ou seja, cerca de 90%
da energia total disponível em um determinado nível trófico não são transferidos para a seguinte, sendo
consumidos na atividade metabólica dos organismos do próprio nível ou perdidos como restos. Em
algumas comunidades, porém a eficiência pode chegar a 20%.
Biosfera
Ainda não temos conhecimento da existência de outro lugar no Universo, atém da Terra, onde
aconteça o fenômeno a que chamamos de vida. A vida na Terra é possível porque a luz do Sol chega até
aqui. Graças a sua posição em relação ao Sol, o nosso planeta recebe uma quantidade de energia solar
que permite a existência da água em estado líquido, e não apenas em estado sólido (gelo) ou gasoso
(vapor). A água é essencial aos organismos vivos. A presença de água possibilita a vida das plantas e de
outros seres capazes de produzir alimento a partir da energia solar e permite também, indiretamente, a
Costuma-se dizer que: hábitat corresponde ao “endereço” de uma espécie, enquanto nicho ecológico
representa sua “profissão”. Então, se pretendemos encontrar uma espécie, basta saber-lhe o hábitat:
conhecendo o seu nicho, temos condições de dizer como, onde e à custo de quem se alimenta, para
quem serve de alimento e como se reproduz.
Quando dizemos que um determinado inseto pode ser encontrado em determinada planta, estamos
nos referindo ao seu hábitat. Se, ao contrário, citarmos seus hábitos, alimentação e reprodução,
salientamos o seu nicho ecológico.
Cadeias alimentares
As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, é uma sequência dos seres vivos na qual uns comem
aqueles que os antecedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem. A cadeia
representa a transferência unidirecional de energia através de uma série de seres vivos
-Consumidores secundários: os carnívoros que se alimentam dos herbívoros. Poderá, ainda, haver
consumidores terciários e quaternários que se alimentam, respectivamente, de consumidores
secundários e terciários.
-Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais
seres vivos. Esses microrganismos têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes minerais
que existiam nesses restos alimentares. Os nutrientes poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
Os decompositores efetuam, dessa forma, uma reciclagem dos nutrientes minerais ao “desmanchar” a
matéria orgânica existem nos restos de outros seres vivos.
Importante:
1. A energia é unidirecional.
2. A matéria é cíclica.
Níveis Tróficos
1. O conjunto de indivíduos que se nutre no mesmo patamar alimentar, ou seja, alimentam-se
basicamente dos mesmos nutrientes e estão colocados em um mesmo nível trófico.
2. Os produtores estão colocados no 1° nível trófico.
3. Os consumidores primários, aqueles que se alimentam dos produtores, são herbívoros e constituem
o 2.° nível trófico.
4. Os consumidores secundários compõem o 3.° nível trófico, sendo os carnívoros.
5. Após esses, existe o 4.° nível trófico, e assim por diante.
6. Os decompositores ocupam sempre o último nível da transferência de energia, formando um grupo
especial que degrada tanto produtores quanto consumidores.
Justifica-se pela possibilidade do uso natural de animais ou plantas a fim de controlar ou equilibrar o
ecossistema, de forma a evitar o uso de pesticidas e de quaisquer outras formas artificiais que possam
desequilibrar em longo prazo o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos animais e até nos seres
humanos que ali habitam.
Teia de alimentar
35
Pirâmides ecológicas
Pirâmides ecológicas representam, graficamente, o fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos
no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada retângulo representa, de forma proporcional, o parâmetro
a ser analisado.
As pirâmides ecológicas podem ser de três tipos principais: pirâmides de número, de biomassa e de
energia.
Quando falamos em pirâmides de números, estamos nos referindo ao número de indivíduos
envolvidos em uma cadeia alimentar. Nessa representação gráfica, são indicados quantos indivíduos
existem em cada nível trófico.
Suponhamos que sejam necessárias cinco mil plantas para alimentar 500 insetos. Esses insetos
servirão de alimento para 25 pássaros, que, por sua vez, serão comidos por uma única cobra. Nesse
exemplo, você pode perceber que a base apresenta um número maior de indivíduos, quando comparado
aos outros níveis tróficos. Quando isso acontece, dizemos que a pirâmide é direta.
Algumas vezes, a base não se apresenta larga, como nos casos em que um único produtor serve de
alimento para uma grande quantidade de consumidores primários. Ela ocorre normalmente quando o
produtor apresenta grande porte, uma árvore, por exemplo. Nesses casos, temos uma pirâmide invertida.
35
http://www.brasilescola.com/
Por fim, temos a pirâmide de energia, que representa a quantidade de energia distribuída em cada
nível trófico. Esse tipo, diferentemente dos outros apresentados, não pode ser representado de forma
invertida. Ele é sempre direto, pois representa a produtividade energética em cada ecossistema.
Os produtores sempre representam o nível energético mais elevado, sendo que os outros seres da
cadeia ficam dependentes dessa energia. Conclui-se, portanto, que parte da energia dos produtores será
transmitida para os herbívoros e apenas parte da energia deles passará para os carnívoros. Sendo assim,
cadeias alimentares menores possuem um maior aproveitamento de energia. Representamos a
quantidade de energia disponível em cada nível trófico por Kcal/m2.ano
Sucessão ecológica
A sucessão ecológica é o desenvolvimento de uma comunidade ou biocenose, compreendendo a sua
origem, crescendo, até chegar a um estado de equilíbrio dinâmico com o meio ambiente. Tal dinamismo
é uma característica essencial das biocenoses.
36
Estágios da sucessão
A sucessão não surge repentinamente, de forma abrupta, mais sim num aumento crescente de
espécies, até atingir uma situação que não se modifica com o ambiente, denominada clímax. Uma
sucessão pode iniciar-se de diversas maneiras: numa rocha nua, numa lagoa, num terreno formando por
sedimentação etc.
O primeiro passo é a migração de espécies de outras áreas para região onde irá iniciar-se a sucessão.
As espécies chegam a essa região através dos elementos de reprodução.
As condições desfavoráveis- intensa iluminação, solo muito úmido ou seco, temperatura elevada do
solo- só permitem o desenvolvimento de algumas espécies.
Essas espécies que se desenvolvem inicialmente no ambiente inóspito são chamadas de pioneiras.
São espécies de grande amplitude, isto é, não são muito exigentes, não tolerando apenas as grandes
densidades.
Esta vegetação é constituída por liquens e musgos.
Camada sobre camada de líquen, vão formando um tapete orgânico, que enriquece o solo, deixando
o mesmo úmido e rico em sais minerais. A partir de então as condições, já não tão desfavoráveis,
36
Bellinello, L. C Livro 4. p. 66.
O ecótono
Geralmente a passagem de um ecossistema para outro nunca ocorre de forma abrupta; costuma haver
uma zona de transição, designada ecótono. Em tal região o número de espécies é grande, existindo, além
das espécies próprias, outras provenientes das comunidades limítrofes.
O fogo tem sido um importante fator ambiental nos cerrados brasileiros desde há muitos milênios e
tem, portanto, atuado na evolução dos seres vivos desses ecossistemas, selecionando plantas e animais
com características que os protejam das rápidas queimadas que lá ocorrem. Nas plantas, uma dessas
características que talvez mais nos chame a atenção é a cortiça grossa das árvores e arbustos (lenhosas),
que age como isolante térmico durante a passagem do fogo. Entretanto, um observador mais atento irá
notar diversas outras respostas da vegetação ao fogo, como a floração intensa do estrato herbáceo e a
rápida rebrota das plantas, dias após a queima, a abertura sincronizada de frutos e intensa dispersão de
suas sementes, a germinação das sementes de espécies que são estimuladas pelo fogo. Ainda, o fogo
promove todo um processo de reciclagem da matéria orgânica que, ao ser queimada, transforma-se em
cinzas, que se depositam sobre o solo e, com as chuvas, têm seus elementos químicos solubilizados e
disponibilizados como nutrientes às raízes das plantas.37
Sendo assim, ao contrário do que muitos pensam, o fogo de intensidade baixa ou moderada não mata
a grande maioria das plantas do Cerrado, que são adaptadas a esse fator ecológico. Pelo contrário, para
muitas espécies, principalmente as herbáceas, o fogo é benéfico e estimula ou facilita diversas etapas de
seu ciclo de vida, como mencionamos acima.
Também os animais do Cerrado estão adaptados para enfrentar as queimadas: dentre os vertebrados,
muitos se refugiam em tocas ou buracos e ficam protegidos das altas temperaturas, pois, a poucos
centímetros de profundidade, o solo nem chega a esquentar, devido à rapidez com que o fogo percorre
os cerrados.
Relações harmônicas
Nas relações harmônicas não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há
benefício pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser divididas em intraespecíficas e
enterespecíficas.
-Relações intraespecíficas
Essas relações são aquelas que ocorrem entre organismos da mesma espécie. Pertencem a este
grupo as colônias e as sociedades.
-Colônia
Colônias são organismos da mesma espécie que se mantêm anatomicamente unidos entre si. A
formação das colônias é determinada por um processo reprodutivo assexuado, o brotamento. As colônias
podem ser homomorfas e heteromorfas.
-Colônias homomorfas
São constituídas por indivíduos iguais, que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a
chamada divisão de trabalho. Como exemplo citamos as colônias de espongiários, de protozoários, de
cracas (curstáceos), entre outras.
37
www.sobiologia.com.br
-Sociedade
Sociedades são associações de indivíduos das mesma espécie que não estão unidos, ou seja, ligados
anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo.
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas entre os chamados insetos sociais,
representados por cupins, vespas, formigas e abelhas.
Na sociedades das abelhas distinguem-se três castas: a rainha, o zangão e as operárias.
A rainha é a única fêmea fértil da colônia; salienta-se que em cada colônia existe apenas uma rainha.
Os zangões são os machos férteis, enquanto as operárias ou obreiras são fêmeas estéreis.
As operárias são encarregadas de obter o alimento (pólen ou néctar) e produzir a cera e o mel. A cera
é usada para confeccionar as celas hexagonais, onde são postos os ovos; o mel é fabricado por
transformação do néctar e constituído por glicose e frutose.
A única atividades dos zangões é a fecundação da rainha; após o voo nupcial, são expulsos e morrem
de inanição (enfraquecimento).
-Protocooperação
A protocooperação, ou também conhecida como cooperação, trata-se de uma associação entre duas
espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam. Contudo, tal associação não é indispensável à
sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente.
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos que ficam nas margens do Nilo, nutrindo-se dos restos
alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento,
o pássaro livra o crocodilo dos parasitas.
-Mutualismo
O mutualismo trata-se de uma associação com benefícios mútuos. É mais íntima do que a cooperação,
sendo necessária a sobrevivência das espécies, que não podem viver isoladamente. Cada espécie só
consegue viver na presença da outra.
Os líquens são constituídos por algas clorofiladas e fungos que vivem em estreita associação, sendo
que as algas, por meio da fotossíntese, sintetizam matéria orgânica que o fungo utiliza como alimento.
Por sua vez, o fungo consegue reter umidade e nutrientes que a alga utiliza, além de conferir proteção à
alga. Esse mutualismo entre a alga e o fungo permite que os líquens sobrevivam em ambientes em que
nem a alga e nem o fungo conseguiriam sobreviver sozinhos.
-Comensalismo
No comensalismo, ocorre a relação entre espécies distintas, a primeira espécie, chamada de
comensal, é a única beneficiada na relação, já a segunda espécie, chamada de hospedeira, não recebe
vantagem, mas também não fica no prejuízo.
Por exemplo, o comensal utiliza os restos alimentares ou metabólicos do hospedeiro, não causando
nenhum prejuízo à ele. Como é o caso da rêmora e do tubarão: a rêmora se fixa no tubarão por meio de
sua ventosa, e ali ela se sustenta dos restos alimentares do tubarão, além de economizar energia no
deslocamento, para o tubarão este processo da rêmora não tem efeito.
-Canibalismo
No canibalismo um animal mata e se alimenta de outro da mesma espécie. Ex: viúva-negra fêmea que,
após o ato reprodutivo, arranca e devora a cabeça do macho. Fêmeas de louva-a-deus também devoram
seus machos.
- Competição
Na competição intraespecífica indivíduos da mesma espécie competem por um ou mais recursos que,
na maioria das vezes, não estão disponíveis em quantidade suficiente no ecossistema. Pode delinear
uma população, principalmente em seu tamanho.
Quando um ambiente não permite a migração de indivíduos e o alimento começa a diminuir,
naturalmente os mais velhos e os menos aptos serão prejudicados e acabam morrendo por falta de
alimento.
-Amensalismo
O amensalismo é um tipo de associação em que uma espécie, chamada de amensal, é inibida no
crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por uma outra espécie, chamada inibidora.
Alguns exemplos de amensalismo são:
- fungos que produzem substâncias antibióticas que inibem o crescimento de bactérias.
- plantas e pequenos animais do solo prejudicados com a passagem de animais de grande porte, como
elefantes.
Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as bactérias se
reproduzam.
Parasitismo
O parasitismo é uma forma de relação desarmônica mais comum do que a antibiose. Ele caracteriza
a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe,
em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria
morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome de hospedeiro ao organismo que abriga o parasita. De um
modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita. Mas, a despeito disso, muitas vezes
ela ocorre.
Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos é a permuta cíclica de elementos químicos que ocorre entre os seres vivos
e o meio ambiente. Tais ciclos envolvem etapas biológicas, físicas e químicas alternadamente, daí a
deificação usada.
2. Ciclo do carbono
38
O carbono é um elemento químico importante porque participa da composição química de todos os
compostos orgânicos.
Os seres vivos só conseguem aproveitar o carbono na natureza sob a forma de bióxido de carbono
(CO2), encontrado na atmosfera. Ou sob a forma de bicarbonato (HCO3-) e carbonato (CO3--) dissolvido
na água.
Os carbono entra nos seres vivos quando os vegetais, utilizando o CO2 do ar ou os carbonatos e
bicarbonatos dissolvidos na água, realizam fotossíntese. Dessa maneira, o carbono é utilizado na síntese
de compostos orgânicos.
Os compostos orgânicos mencionados são o açucares (carboidratos). Mas as plantas são capazes de
produzir além dos carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, ceras e etc.
O carbono incorporado pelas plantas pode seguir três caminhos:
1. devolvido sob a forma de CO2 ao meio ambiente pela respiração;
2. passado aos animais quando estes se alimentam das plantas;
3. pela morte e decomposição do vegetal passa a ser novamente CO2.
Nos animais, é adquirido direta ou indiretamente do reino vegetal durante a sua nutrição. Assim, os
animais herbívoros recebem dos vegetais os compostos orgânicos e, através de seu metabolismo, são
capazes de transforma-los e sintetizar novas substâncias orgânicas. O mesmo ocorre com os carnívoros,
que se alimentam dos herbívoros, e assim sucessivamente.
O carbono nos animais, assim como nos vegetais, pode seguir três caminhos:
1. Pela respiração é devolvido à natureza sob a forma de CO2;
2. Passa para outros animais através da nutrição;
3. Pela morte e decomposição volta ao estado de CO2.
É importante lembrar que a queima (combustão) de combustíveis orgânicos (petróleo, carvão e lenha)
é um mecanismo de retorno do carbono ao meio ambiente, na forma de CO2, CO e outros gases.
38
Bellinello, L. C.. Livro 4. p. 66.
4. Ciclo do nitrogênio39
O nitrogênio participa das moléculas de proteínas, ácidos nucleicos e vitaminas. Embora seja
abundante na atmosfera (78% dos gases), a forma gasosa (N2) é muito estável, sendo inaproveitável para
39
www.sobiologia.com
5. Ciclo do fósforo
O fósforo é um dos elementos essenciais à vida, é um nutriente limitante do crescimento de plantas,
especialmente em ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em abundância causa sérios
problemas ambientais. Se, por exemplo, grande quantidade de P, geralmente utilizado como fertilizante
e em detergentes, entra em um lago (principalmente se este for o caso), esse nutriente pode causar
aumento da população de bactérias e algas verdes (fotosssintéticas). Devido ao crescimento intenso,
esses organismos podem cobrir toda a superfície do lago, inibindo a entrada de luz e provocando,
consequentemente a morte de plantas que vivem abaixo da superfície. Quando as plantas subsuperficiais
morrem, assim como as algas e bactérias superficiais, todas são consumidas por outras bactérias que
usam o CO2 dissolvido no lago ao se alimentares. Se o nível de O2 tornar-se muito baixo, a vida aquática
fica comprometida. Os peixes morrerão e desenvolver-se-ão bactérias anaeróbias.
As origens desta ciência encontram-se nos estudos de Alfred Russel Wallace no arquipélago malaio.
Ele descreveu inúmeras espécies desse arquipélago e notou que a norte, em determinada área, as
espécies eram relacionadas com espécies do continente asiático enquanto que, nas ilhas mais ao sul, as
espécies tinham ligação com as espécies do continente australiano. Esta conclusão levou a uma posterior
delimitação e mapeamento das áreas estudadas por Wallace, sendo que tais áreas receberam mais tarde
a denominação de "Linha de Wallace".
Seguindo o espírito deste estudo inicial, as diversas regiões do planeta foram sendo gradualmente
mapeadas, pesquisadas e catalogadas. As principais divisões receberam o nome de "divisões
biogeográficas", a saber:
-Região Paleártica: Compreende todo o continente europeu, norte da África até o deserto do Saara, o
norte da Península Arábica e toda Ásia ao norte do Himalaia, incluindo China e Japão.
-Região Neoártica: Toda a América do Norte, indo até a fronteira sul do México.
-Região Neotropical: Estende-se do centro do México até o extremo sul da América do Sul.
-Região afro-tropical ou etiópica: compreende a África sub-saariana e os dois terços mais ao sul da
península arábica.
-Região indo-malaia: composta pelo subcontinente indiano, sul da China, Indochina, Filipinas e a
metade Ocidental da Indonésia.
40
http://www.ib.usp.br/~silvionihei/biogeografia.htm- Introdução à Biogeografia site do Instituto de Biociências da USP.
41
http://www.infoescola.com/
A classificação acima aplica-se a seres viventes em terra firme ou seca. Em relação aos oceanos
temos as "regiões biogeográficas marinhas", que são definidas por meio das correntes oceânicas ou ainda
pelas zonas climáticas, limites mais ou menos exatos para os seres vivos marinhos. Modernamente temos
a definição de ecossistema marinho como a unidade de estudo dessas grandes regiões biogeográficas.
Biomas Terrestres
Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições
geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade
biológica própria. Os principais biomas do ambiente terrestre são:42
-Tundra;
- Taiga;
- Floresta;
- Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada;
- Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada;
- Campos;
- Deserto;
- Savanas;
- Tundra
Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Norte do Alasca e do Canadá, Groelândia, Noruega,
Suécia, Finlândia, Sibéria. Recebe pouca energia solar e pouca precipitação, esta ocorre geralmente sob
forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a curta estação quente (2 meses)
ocorre o degelo da parte superior, rica em matéria orgânica, permitindo o crescimento dos vegetais. O
subsolo fica permanentemente congelado (permafrost).
42
Leandro Cruz.2010. Instituto de matemática pura aplicada-IMPA.
-Taiga
Também chamada de floresta de coníferas ou floresta boreal. Localiza-se no norte do Alasca, Canadá,
sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria. Partindo-se da Tundra, à medida que
se desloca para o sul a estação favorável orna-se mais longa e o clima mais ameno. E m consequência
disso a vegetação é mais rica, surgindo a Taiga.
Na Taiga os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz
intensa. A vegetação rasteira é pouco representada. O período de crescimento dura 3 meses e as chuvas
são poucas. Os animais são representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores etc.
-Campos
Os campos são biomas que se caracterizam por apresentarem um único estrato de vegetação. O
número de espécies é muito grande, mas representado por pequeno número de indivíduos de cada
espécie. A localização dos campos é muito variada: centro-oeste dos Estados Unidos, centro-leste da
Eurásia, parte da América do Sul (Brasil, Argentina) e Austrália.
Durante o dia a temperatura é alta, porém a noite a temperatura é muito baixa. Muita luz e vento, pouca
umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, dependendo da região, podem ser: antílopes
americanos e bisões, roedores, muitos insetos, gaviões, corujas etc.
-Deserto
Os desertos apresentam localização muito variada e se caracterizam por apresentar vegetação muito
esparsa. O solo é muito árido e a pluviosidade baixa e irregular, abaixo de 250 mm de água anuais.
Durante o dia a temperatura é alta, mas à noite ocorre perda rápida de calor, que se irradia para a
atmosfera e a temperatura torna-se excessivamente baixa. As plantas que se adaptam ao deserto
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
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geralmente apresentam um ciclo de vida curto. Durante o período favorável (chuvoso) germinam as
sementes, crescem, florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem.
As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que cobrem grandes
áreas. Estas raízes estão adaptadas para absorver as águas das chuvas passageiras. O armazenamento
de água é muito grande (parênquimas aquíferos). As folhas são transformadas em espinhos e o caule
passa a realizar fotossíntese. Os consumidores são predominantemente roedores, obtendo água do
próprio alimento que ingerem ou do orvalho. No hemisfério norte é muito comum encontrar-se, nos
desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados em espaços regulares.
Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto é, os vegetais produzem substâncias que
eliminam outros indivíduos que crescem ao seu redor.
- Savanas
Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituída, em geral, por gramíneas e árvores
esparsas. A topografia geralmente é plana com clima tropical, apresentando duas estações bem
definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem, principalmente, na zona intertropical do
planeta, por esse motivo recebe uma enorme quantidade de luz solar.
A espécie de savana mais conhecida é a africana, no entanto, há outras: savanas tropicais (africana),
savanas subtropicais, savanas temperadas, savanas mediterrâneas, savanas pantanosas e savanas
montanhosas.
As savanas do tipo tropical e subtropical são encontras em todos os continentes, apresentando duas
estações bem definidas (uma quente e outra chuvosa). Os solos dessas áreas são relativamente férteis,
neles se fixam gramíneas, geralmente desprovidas de árvores. A África possui savanas com esses
aspectos, com destaque para as do Serengueti. Savanas temperadas são identificadas em médias
latitudes e em todos os continentes, são influenciadas pelo clima temperado, cujo verão é relativamente
úmido e o inverno seco. A vegetação é constituída por gramíneas.
Savanas mediterrâneas são vegetações que ocorrem em regiões de clima mediterrâneo. Nessas áreas
o solo é pobre, germinando sobre a superfície arbustos e árvores de pequeno porte, essa composição
corre sério risco de extinguir diante da constante intervenção humana, principalmente pela extração de
lenha, criação de animais, agricultura, urbanização e etc.
Savanas pantanosas são composições vegetativas que ocorrem tanto em regiões de clima tropical
como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana sofre inundações periódicas.
Savanas montanhosas é um tipo de vegetação que ocorre fundamentalmente em zonas alpinas e
subalpinas em distintos lugares do globo, em razão do isolamento geográfico, abriga espécies endêmicas
Biomas brasileiros
Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável. Um bioma
é caracterizado por um tipo principal de vegetação (num mesmo bioma podem existir diversos tipos de
Floresta Amazônica
Corresponde à mata fechada com árvores de grande, médio e pequeno porte, a densidade dessa
vegetação é proveniente do clima quente e úmido que favorece o desenvolvimento da biodiversidade. Na
Floresta Amazônica prevalece o relevo plano, clima com elevadas temperaturas com baixa amplitude
térmica e chuvas frequentes bem distribuídas durante todos os meses do ano. As temperaturas variam
entre 25o a 28o C e os índices pluviométricos são superiores a 2.000 mm.
Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais de 20% de todas as
espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1400 de peixes, 300 de mamíferos e
1300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros invertebrados e
micro-organismos. Para se ter ideia do que isso significa, existem mais espécies vegetais num hectare
de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais típico de
árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade
permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem
apenas numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões.
A vegetação pode ser classificada
em: mata de terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de
igapó (perenemente alagada). Existem, também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e
vegetação litorânea.
a) Mata de Igapó ou Caaigapó: Essa composição vegetativa ocorre em áreas de baixo relevo
próximas a rios e por causa disso permanecem alagadas, as plantas dessas áreas apresentam estatura
máxima de 20 metros, além de cipós e plantas aquáticas.
b) Mata de Várzea: Vegetação que se estabelece em áreas mais elevadas em relação às matas de
igapó, mesmo assim sofre inundações, porém somente nos períodos de cheias. As árvores presentes
possuem em média 20 metros de altura, sem contar com uma imensa quantidade de galhos repletos de
espinhos, essa parte da floresta é de difícil acesso por ser muito fechada.
c) Mata de Terra Firme ou Mata Verdadeira (Caaetê): Ocorre nas regiões que não sofrem com as
ações das cheias, nessa parte da floresta as árvores apresentam alturas que oscilam entre 30 e 60 metros
e se desenvolvem com distâncias restritas entre si, fato que dificulta a inserção de luz, uma vez que as
copas das mesmas ficam muito próximas, devido a isso quase não existem outras plantas menores, pois
Mata Atlântica
Considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta, a Mata Atlântica é o domínio de natureza
mais devastado do Brasil. Ela estende-se do Piauí ao Rio Grande do Sul, e correspondia a,
aproximadamente, 15% do território nacional, no entanto, a intensa devastação desse bioma para
plantação de cana-de-açúcar, café, mineração e outras atividades econômicas, reduziram drasticamente
essa cobertura vegetal, restando, atualmente, apenas 7% da mata original, localizada principalmente na
Serra do Mar.
A Mata Atlântica é composta por um conjunto de fisionomias e formações florestais, com estruturas e
interações ecológicas distintas em cada região, ela está na faixa de transição com os mais importantes
biomas do Brasil: caatinga, cerrados, mangues, campestres e planaltos de araucárias. Seu clima
predominante é o tropical úmido, no entanto, existem outros microclimas ao longo da mata. Apresenta
temperaturas médias elevadas durante o ano todo; a média de umidade relativa do ar também é elevada.
As precipitações pluviométricas são regulares e bem distribuídas nesse bioma. Quanto ao relevo, é
caraterizado por planaltos e serras. A importância hidrográfica da Mata Atlântica é grande, pois essa
região abriga sete das nove maiores bacias hidrográficas do país, entre elas estão: Paraná, Uruguai,
Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies da flora e da fauna. Sua vegetação é bem
diversificada e é representada pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jambo, jatobá, imbaúba, jequitibá-
rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. Esses dois últimos (jacarandá e pau-brasil) são o principal alvo
da atividade madeireira, fato que ocasionou sua redução e quase extinção.
A fauna possui várias espécies distintas, sendo várias delas endêmicas, ou seja, são encontradas
apenas na Mata Atlântica. Entre os animais desse bioma estão: tamanduá, tatu-canastra, onça-pintada,
lontra, mico-leão, macaco muriqui, anta, veado, quati, cutia, bicho-preguiça, gambá, monocarvoeiro,
araponga, jacutinga, jacu, macuco, entre tantos outros.
Existe uma grande necessidade de políticas públicas para a preservação da Mata Atlântica, visto que
da área original desse bioma (1,3 milhão de km2) só restam 52.000 Km2. Outro fator é a quantidade de
espécies ameaçadas de extinção: das 200 espécies vegetais brasileiras ameaçadas, 117 são desse
bioma. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), a Mata Atlântica abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil.
Pantanal
O Brasil apresenta ao longo de seu território diversas composições vegetais, dentre elas o Pantanal,
que é conhecido também por Complexo do Pantanal; sua formação vegetal recebe influência da floresta
Amazônica, Mata Atlântica, Chaco e do Cerrado. Ocupando uma área de 210 mil km2, o Pantanal é
considerado a maior planície alagável do mundo, está situado sobre uma enorme depressão cuja altitude
não ultrapassa os 100 metros em relação ao nível do mar. Esse domínio encontra-se ao sul do Estado de
Mato Grosso e noroeste do Mato Grosso do Sul, esse possui um percentual maior de Pantanal, cerca de
65%, enquanto que aquele detém 35%. O alagamento do Pantanal acontece no período chuvoso, nas
épocas de estiagem formam-se pastagens naturais, situação que favorece a ocupação para criação de
gado. A inundação do Pantanal acontece por causa das cheias do rio Paraguai e afluentes.
As superfícies pantaneiras mais elevadas abrangem a vegetação do Cerrado e, em áreas mais úmidas,
apresentam florestas tropicais do tipo arbóreas. Essa parte da fitogeografia brasileira foi reconhecida pela
UNESCO como um Patrimônio Natural da Humanidade, isso pelo fato de ser um dos ecossistemas mais
bem preservados do mundo. Além disso, abriga uma imensa biodiversidade, são cerca de 670 espécies
de aves, 242 de peixes, 110 de mamíferos, 50 de répteis. Incluindo ainda aproximadamente 1500
variedades de plantas. As atividades econômicas desenvolvidas no Pantanal que mais se destacam são
a pecuária e a pesca. A criação de gado é uma atividade que consegue aliar preservação e renda. Porém,
nas últimas décadas, gradativamente tem sido inserido na região pantaneira o cultivo de culturas
monocultoras comerciais (ex. soja), provocando impactos negativos no ambiente pela aplicação de
agrotóxicos, além da retirada da cobertura vegetal original que pode comprometer todo o ecossistema.
Mangue
Os mangues correspondem a uma característica vegetativa que se apresenta em áreas costeiras,
compreende uma faixa de transição entre aspectos terrestres e marinhos, esse tipo de cobertura vegetal
se estabelece em lugares no qual predominam o clima tropical e subtropical. Os mangues se encontram
em ambientes alagados com águas salobras, os vegetais do mangue são constituídos por raízes expostas
favorecendo uma maior retirada de oxigênio e também proporcionando maior fixação.
Essa composição vegetal é fundamental na produção de alimentos para suprir as necessidades de
diversos animais marinhos. O mangue é formado por plantas com aspecto arbustivo e também arbóreo,
no entanto, os manguezais não são homogêneos, uma vez que há diferenças entre eles, desse modo são
classificados ou divididos em: mangue vermelho, mangue branco e mangue-siriuba.
Apesar da importância dos manguezais na manutenção da vida marinha, esse ambiente tem sofrido
profundas alterações promovidas principalmente pela ocupação urbana e especialmente para atender a
especulação imobiliária. Dos 172.000 quilômetros quadrados de manguezais existentes no mundo, o
Brasil responde por 15% do total, ou seja, 26.000 quilômetros quadrados distribuídos em todo litoral
brasileiro, partindo do Amapá até Santa Catarina.
Recursos naturais
São elementos da natureza que são úteis ao homem no processo de desenvolvimento da civilização,
sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Conforme um recurso é consumido, sua quantidade
diminui, e consequentemente, a população é afetada por essa diminuição, reduzindo suas taxas de
crescimento populacional.
Os recursos naturais são componentes, materiais ou não da paisagem geográfica, mas que ainda não
tenham sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese é independente
do homem, mas aos quais lhes foram atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais.
Estes podem ser consideramos alimentos, água, espaço, esconderijos, entre outros. A temperatura não
Recursos renováveis:
São recursos que podem se renovar, regenerar, como por exemplo, a energia do Sol evento. Já a
água, o solo e as árvores que estão sendo considerados limitados, são chamados de potencialmente
renováveis.
Recursos não-renováveis
São os recursos que não podem ser regenerados, como por exemplo o petróleo e minérios em geral.
Esse tipo de recursos uma vez utilizados torna-se indisponível para outros indivíduos, podendo apenas
ser reutilizado quando abandonado.
Tanto os recursos renováveis quanto os não renováveis são limitados pelo consumo. Quando um
organismo o utiliza, torna-o indisponível para outro. Conforme uma população aumenta, o consumo
também aumenta, e o recurso pode se tornar escasso, então a população para de crescer, e algumas
vezes pode até diminuir. Porem isso não ocorre com todo tipo de recurso, como é o caso do oxigênio.
Problemas ambientais
A relação intrínseca que existe entre os assentamentos urbanos e o seu suporte físico sempre
provocou impactos, negativos ou positivos. As mudanças nos padrões produtivos e nas dinâmicas
populacionais alteram a natureza desses impactos e, consequentemente, as condições socioambientais
das aglomerações urbanas. A Revolução Industrial, por exemplo, gerou mudanças significativas nesses
padrões, pontuando um momento no qual a capacidade humana de alteração do meio e de utilização dos
recursos naturais aumentou vertiginosamente. Se, por um lado, esse aumento possibilitou um
crescimento expressivo da população mundial em razão de uma maior abundância de recursos, por outro,
foi responsável pela diminuição progressiva da capacidade de resiliência dos ecossistemas. Nesse
processo, conflitos antigos foram acirrados e novos foram constituídos, tornando cada vez mais complexa
a relação entre os assentamentos urbanos e sua base física.
Embora os problemas ambientais urbanos não sejam recentes, somente nas últimas décadas
começaram a fazer parte da consciência pública, sobretudo em função da escala e da gravidade por eles
assumidas.
-Mudanças climáticas
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas conclui, no seu Terceiro Relatório de Avaliação
TAR, que a temperatura média da atmosfera tem aumentado em 0.6ºC + 0.2ºC durante o século XX. Os
modelos globais do IPCC têm mostrado que entre 1900 e 2100 a temperatura global pode aquecer entre
1.4 e 5.8ºC, o que representa um aquecimento mais rápido do que aquele detectado no século XX e que,
aparentemente, não possui precedentes durante, pelo menos, os últimos 10.000 anos.
O aquecimento global recente tem impactos ambientais intensos (como o derretimento das geleiras e
calotas polares), assim como em processos biológicos (como os períodos de floração das algas).
Conforme o artigo “Alpes perdem 10% do gelo em um ano”, publicado na Folha de São Paulo em
1/12/2005, as temperaturas na Europa, por exemplo, vêm subindo mais rapidamente que a média do
planeta e, só no ano de 2003, 10% das geleiras dos Alpes derreteram, de acordo com relatório publicado
em novembro de 2005 pela agência ambiental da União Europeia. Os climas mais quentes provocados
pelo aquecimento global podem aumentar a incidência de casos de peste bubônica, a epidemia que matou
milhões de pessoas ao longo da história e exterminou um terço da população da Europa no século XIV.
Assim como aumentar o número de doenças tropicais, como a malária, a dengue e a desinteira. Seja por
causa da piora nas condições de saúde, devido à disseminação destas enfermidades, ou por causa da
diminuição do suprimento de água, os países da África sub-saariana, da Ásia e da América do Sul são os
mais vulneráveis às consequências do aquecimento da Terra. Muitas das principais moléstias que
atingem os países pobres, das já citadas, malária e diarreia, passando pela subnutrição, são
extremamente sensíveis às condições climáticas.
Efeito estufa
O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície
terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor
fica retido, não sendo liberado ao espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital
importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que
desestabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenômeno conhecido como aquecimento
global. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações
Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a
maior parte deste aquecimento, observado durante os últimos 50 anos, se deve muito provavelmente a
um aumento dos gases do efeito estufa.
Os gases de estufa, dióxido de carbono (CO 2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx),
absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam por sua vez alguma
da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de
energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30°C mais quente do que
estaria sem a presença dos gases «de estufa».
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
. 285
Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é
produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos, sendo que a pecuária representa 16% da poluição
mundial
Ao contrário do significado literal da expressão -efeito estufa-, a atmosfera terrestre não se comporta
como uma estufa (ou como um cobertor). Numa estufa, o aquecimento dá-se essencialmente porque a
convecção é suprimida. Não há troca de ar entre o interior e o exterior. Ora acontece que a atmosfera
facilita a convecção e não armazena calor: em média, a temperatura da atmosfera é constante e a energia
absorvida transforma-se imediatamente na energia cinética e potencial das moléculas que existem na
atmosfera. A atmosfera não reflete a energia radiada pela Terra. Os seus gases, principalmente o
dióxido de carbono, absorvem-na. E se radia, é apenas porque tem uma temperatura finita e não por
ter recebido radiação. A radiação que emite nada tem que ver com a que foi absorvida. Tem um espectro
completamente diferente.
O efeito estufa, embora seja prejudicial em excesso, é na verdade vital para a vida na Terra, pois é
ele que mantém as condições ideais para a manutenção da vida, com temperaturas mais amenas e
adequadas. Porém, o excesso dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa, ao qual desencadeia um
fenômeno conhecido como Aquecimento Global, que é o grande vilão.
O problema do aumento dos gases estufa e sua influência no aquecimento global, tem colocado em
confronto forças sociais que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente
científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas como principais
responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta. São a maioria e onipresentes na mídia. Do outro
lado estão os “céticos”, que afirmam que o aquecimento acelerado está muito mais relacionado com
causas intrínsecas da dinâmica da Terra, do que com os reclamados desmatamento e poluição que mais
rápido causam os efeitos indesejáveis à vida sobre a face terrestre do que propriamente a capacidade
de reposição planetária. Ambos os lados apresentam argumentos e são apoiados por forças sociais.
A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na
atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do Sol, que aquece e
ilumina a Terra e também retém a radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta. O
efeito do espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que
originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções
vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é
indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da camada gasosa é devida,
em grande medida, à atividade humana. Em escala global, o aumento exagerado dos gases responsáveis
pelo efeito estufa provoca o aquecimento do global, o que tem consequências catastróficas. O
derretimento das calotas polares e de geleiras, por exemplo, eleva o nível das águas dos oceanos e dos
lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas. O superaquecimento das
regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e de proliferação
de insetos nocivos à saúde humana e animal. A destruição de habitats naturais provoca o
desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se as secas, inundações e furacões, com
sua sequela de destruição e morte.
O mecanismo que mantém aquecido o ambiente das estufas de vidro é a restrição das perdas
convectivas quando o ar é aquecido pelo contato com solo que por sua vez é aquecido pela radiação
solar. No entanto, o chamado “efeito de estufa” na atmosfera não tem que ver com a supressão da
convecção. A atmosfera facilita a convecção e não armazena calor: absorve alguma da radiação
infravermelha emitida pela superfície da Terra e radia por sua vez alguma da energia absorvida de volta
para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do
que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30°C mais quente do que estaria sem a presença da
atmosfera.
Toda a absorção da radiação terrestre acontecerá próximo à superfície, isto é, nas partes inferiores
da atmosfera, onde ela é mais densa, pois em maiores altitudes a densidade da atmosfera é baixa demais
para ter um papel importante como absorvedor de radiação (exceto pelo caso do ozônio). O vapor d’água,
que é o mais poderoso dos gases estufa, está presente nas partes inferiores da atmosfera, e desta
forma a maior parte da absorção da radiação se dará na sua base. O aumento dos gases estufa na
atmosfera, mantida a quantidade de radiação solar que entra no planeta, fará com que a temperatura
aumente nas suas partes mais baixas. O resultado deste processo é o aumento da radiação infravermelha
da base da atmosfera, tanto para cima como para baixo. Como a parte inferior (maior quantidade de
matéria) aumenta mais de temperatura que o topo, a manutenção do balanço energético (o que entra
deve ser igual ao que sai) dá-se pela redistribuição de temperaturas da atmosfera terrestre. Os níveis
inferiores ficam mais quentes e os superiores mais frios. A irradiação para o espaço exterior se dará em
Desmatamento
43
O processo de desmatamento é um problema global, colocando em ameaça os recursos naturais, o
meio ambiente e o equilíbrio ecológico do planeta. Este processo, também chamado de desflorestamento
ou desflorestação, consiste no processo de remoção total ou parcial da vegetação em uma determinada
área. Geralmente, esse processo ocorre para fins econômicos, visando à utilização comercial da madeira
das árvores e também para o aproveitamento dos solos para a agricultura, pecuária e mineração.
Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito
a proteção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de alimento tem pouca folhagem e, por
isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas
plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas - como o
milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão - não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por
um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.
Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios,
obstruindo seu fluxo. Esse fenômeno é chamado de assoreamento e contribui para o transbordamento
de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.
Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas
dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos de terra e rochas, com graves
consequências. Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo
acaba destruindo também os microrganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e
promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo
mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento.
A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada,
prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é realizada de forma não
controlada, ela pode se alastrar por áreas de proteção ambiental, parques, etc. Por todos esses motivos,
as queimadas devem ser evitadas.
BIODIVERSIDADE
O conceito de biodiversidade (grego bios, vida) pode ser entendido como a variabilidade dos
organismos vivos de todas as origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros
ecossistemas aquáticos, incluindo seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies,
entre espécies e de ecossistemas. Diante disso, a biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de
diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas categorias. E inclui
variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta
diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a totalidade dos
recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas
as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou
ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. Ainda dentro do
conceito de biodiversidade é importante ressaltar a inclusão da espécie humana como componente
fundamental do sistema e altamente dependente dos serviços e bens ambientais oferecidos pela
natureza. Sem recorrer ou dispor da diversidade biológica natural ou da reserva biológica do planeta, a
vida humana correria sérios ou até insuperáveis riscos.
44
Soares-filho B.; et a. Role of Brazilian Amazon protected areas in climate change mitigation. Proc National Academy of Sciences USA, v. 107, n. 24, p.10821-
6, 15 de junho de 2010. Publicada eletronicamente em 26 mai0 de 2010.
Distribuição da biodiversidade
A biodiversidade aumenta dos polos em direção aos trópicos, embora os desertos representam uma
exceção. As florestas tropicais em terra e os recifes de corais estão entre os ecossistemas mais diversos
e complexos do mundo. Em um mapa-múndi do grupo de trabalho ao redor do Prof. Barthlott da
Universidade Bonn mostra-se que as áreas com a flora mais diversa se encontram principalmente nos
Andes tropicais e no Sudeste Asiático, mas também na bacia do Amazonas, em Madagáscar e em partes
da África Central e do Sul. Isto pode-se aplicar mais ou menos à fauna também. No Parque Nacional
Yasuni no Ecuador encontram-se, por exemplo, mais espécies de árvores por hectare do que nos EUA e
no Canadá juntos. Num único hectare vivem 100 mil espécies de insetos. Na Amazônia existem 40 mil
espécies vegetais, das quais 30 mil só encontram-se ali. Num só hectare até 20 mil espécies de besouros
e 456 espécies de árvores foram classificadas. Na Amazônia, 95 espécies de formigas vivem em uma
árvore só. Estas cifras quebram todos os recordes!
45
http://ambiente.maiadigital.pt/
47
http://www.oeco.org.br/
Segundo a legislação vigente, as UCs são criadas por meio de ato do Poder Público (Poder Executivo
e Poder Legislativo) após a realização de estudos técnicos da importância ecológica dos espaços
propostos e, quando necessário, consulta à população.
Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser alteradas e/ou reduzidas
mediante lei específica. Entretanto, em 2012, uma Medida Provisória que previa a redefinição de limites
de sete UCs na Amazônia foi sancionada pela presidente e transformada em Lei Federal. Isso abre um
precedente perigoso para a conservação no país, pois o instrumento elencado pelo legislador originário
foi a lei ordinária que, por possuir, tramitação legislativa mais longa, atende à exigência original de
manifestações populares e consultas públicas.
Ararajuba
48
https://www.todamateria.com.br/animais-em-extincao-no-brasil/
Arara-azul
Encontrada na Amazônia, no Pantanal e em mais sete estados a arara-azul enfrenta problemas como
o tráfico de animais, caça ilegal e o desmatamento de seu habitat. Suas penas possuem grande valor no
mercado internacional.
Outra espécie, a arara-azul-de-lear, habita o nordeste da Bahia e estima-se que haja apenas 228
animais em idade reprodutiva. (Espécie vulnerável e arara-azul-de-lear em perigo)
Ariranha
Encontrada no Pantanal e na Amazônia, a ariranha, também conhecida como lobo do rio ou lontra
gigante também tem sofrido.
Pesca predatória, caça ilegal e a poluição dos rios (principalmente a contaminação por mercúrio) são
as maiores ameaças. (Espécie vulnerável)
Baleia-franca-do-sul
Também conhecida como baleia-franca-austral, essa baleia, encontrada no litoral brasileiro, vem
sofrendo com a caça, pesca, bem como a poluição das águas.
Na época de ter os filhotes, as mães buscam águas mais quentes e rasas para darem à luz. (Espécie
em perigo)
É o maior cervídeo da América do Sul. Além de ser encontrado no Pantanal, esta espécie vive também
nos biomas da Amazônia e do Cerrado.
O desmatamento e a caça ilegal são ameaças, além da construção de hidrelétricas na bacia do Rio
Paraná. Estas têm contribuído para a grande redução da espécie. (Espécie vulnerável)
Gato-maracajá
Esse gato das florestas sofreu durante décadas com a caça para a venda de sua pele.
Atualmente, o desmatamento é o maior problema enfrentado pela espécies uma vez que causou a
destruição de seu habitat natural. (Espécie vulnerável)
Lobo-guará
Mico-leão-dourado
Seu habitat é a Mata Atlântica. O mico-leão-dourado sofreu durante décadas com o desmatamento e
o tráfico de animais, o que resultou na eliminação quase total da espécie. Hoje ela está restrita ao estado
do Rio de Janeiro.
Atualmente, devido aos projetos das unidades de conservação onde se encontra, a situação tende a
melhorar. (Espécie em perigo)
Muriqui-do-norte
O maior primata das Américas, o muriqui-do-norte, é encontrado somente na Mata Atlântica. A espécie
sofre com o desmatamento da região e a caça. (Espécie criticamente ameaçada de extinção).
Considerado o maior felino das Américas, a onça-pintada é encontrada em quase todos os biomas,
com exceção do Pampa em que ele já foi extinto.
A onça é caçada por fazendeiros para proteger seus rebanhos, além disso, sofre com a destruição do
seu habitat e sua pele tem grande valor no mercado mundial. (Espécie vulnerável)
Saíra-militar
Encontrada na Mata Atlântica, essa ave possui cores fortes e o grande problema enfrentado é o
desmatamento das regiões e o tráfico de espécies. Um subespécie vive apenas no Ceará. (Espécie
vulnerável)
Sapo-folha
Espécie que só existe no Brasil, descrito há pouco tempo (2010) e já se encontra em perigo de
desaparecer. Foi descoberto na Serra do Timbó, no estado da Bahia.
Sofre com o desmatamento do seu habitat por causa do cultivo de cacau, banana e das pastagens.
(Espécie criticamente ameaçada de extinção).
É uma ave que vive na caatinga, em área restrita da Chapada do Araripe no Ceará.
Ela vem sofrendo com o problema do desmatamento da região, provocado pela criação de gado,
monoculturas e o crescimento desordenado das cidades. (Espécie criticamente ameaçada de extinção)
Tamanduá-bandeira
Tartaruga-de-couro
Muito afetada pela pesca ilegal, essa tartaruga é considerada a maior espécie de tartaruga marinha
do mundo.
Encontra-se em oceanos tropicais e temperados. No Brasil a desova regular acontece no litoral norte
do Espírito Santo.
O consumo dos ovos e abate das fêmeas muito comum no passado, e suas características
reprodutivas, contribuem para a colocar em situação crítica.
Além disso, em alguns países o consumo da carne e do óleo desse animal é legalizado. (Espécie
criticamente ameaçada de extinção)
Espécie altamente migratória, desova principalmente entre o litoral sul de Alagoas e norte da Bahia.
Assim como a tartaruga-de-couro, sofria com a coleta dos ovos e abate no período da desova.
Isto tem acontecido menos devido aos projetos conservacionistas. No entanto, a espécie ainda
enfrenta problemas como a caça ilegal, pesca acidental e a poluição das águas. (Espécie em perigo)
Uacari-branco
Esse macaco é encontrado na Amazônia e sua principal característica física é sua cara vermelha.
O desmatamento da região e a caça, já que habita terras indígenas dos Yanomamis, são os fatores
que afetam a sobrevivência da espécie. (Espécie vulnerável)
Udu-de-coroa-azul
Encontrada nos biomas da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica, essa ave multicolorida vem
enfrentando problemas com a perda de seu habitat por causa do desmatamentos das regiões. (Espécie
em perigo na Mata Atlântica)
Estes são apenas alguns dos animais ameaçados no Brasil, existem animais em risco de extinção no
mundo.
Questões
01. (FUVEST) Os líquens são vegetais resultantes da associação entre algas e fungos. Trata-se
(A) Comensalismo
(B) Parasitismo do fungo
(C) Epifitismo
(D)Amensalismo
(E) Mutualismo
02. (Fund. Carlos Chagas) Uma população cujos membros têm funções específicas e especializadas
é:
(A) um bioma
(B) uma comunidade
(C) uma sociedade
(D) uma teia alimentar
(E) um ecossistema
07. A rêmora é um peixe que estabelece uma relação bastante íntima com o tubarão, fixando-se em
seu corpo e alimentando-se dos restos de alimentos que não foram digeridos pelo temido peixe. Essa
relação é chamada de:
(A) Inquilinismo.
(B) Competição.
(C) Predação.
(D) Mutualismo.
(E) Comensalismo.
08. (PUC-RIO adaptado/2015) As sardinhas da Califórnia foram comercializadas pela primeira vez no
começo do século XX. Em 1930, mais de 60.000 toneladas eram trazidas à superfície terrestre, a cada
ano. Em 1950, poucas sardinhas restaram. Curiosamente a quantidade de outro peixe – a anchova -
cresceu rapidamente.
A relação existente entre a sardinha e a anchova é de:
(A) mutualismo.
(B) competição.
(C) comensalismo.
(D) amensalismo.
(E) protocooperação
09. Sabemos que o mutualismo ocorre quando seres de espécies diferentes mantêm relações em que
ambos são beneficiados. Marque a alternativa que indica organismos que estabelecem uma interação
mutualística.
(A) Fungos e algas.
(B)Tubarão e rêmoras.
(C) Piolho e ser humano.
(D) Bromélias e árvores.
(E) Leões e zebras.
10. (UEL) O que acontece quando uma comunidade se torna estável, atingindo o estágio clímax?
(A) Aumenta o número de mutações que podem ocorrer nas espécies.
(B) Diminui a transmissão dos caracteres adquiridos entre as espécies.
(C) Aumentam os efeitos causados pela seleção natural nas espécies.
(D) Diminuem as modificações evolutivas nas diferentes espécies.
(E) Aumenta a variabilidade genética das espécies.
11 (PUC-RJ) Quando nos referimos ao ecossistema de um lago, dois conceitos são muito importantes:
o ciclo dos nutrientes e o fluxo de energia. A energia necessária aos processos vitais de todos os
elementos desde lago é reintroduzida neste ecossistema:
(A) Pela respiração dos produtores.
(B) Pela captura direta por parte dos consumidores.
(C) Pelo processo fotossintético.
14. (Fuvest) A maior parte do nitrogênio que compõe as moléculas orgânicas ingressa nos
ecossistemas pela ação de:
(A) algas marinhas.
(B) animais.
(C) bactérias.
(D) fungos.
(E) plantas terrestres.
16. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais
a Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos
entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renováveis,
por exemplo, o petróleo, são limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da
substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:
(A) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
(B) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
(C) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
(D) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
(E) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.
17. Os ciclos biogeoquímicos, também chamados de ciclos da matéria, garantem que os elementos
circulem pela natureza. Entre as afirmações a seguir, marque aquela que melhor explica o papel dos
decompositores nesses ciclos.
(A) Os decompositores garantem a fixação dos elementos químicos no solo.
(B) Os decompositores, ao degradar os restos de seres vivos, garantem espaço para que novos
nutrientes sejam adicionados ao ambiente.
(C) Os decompositores permitem, ao decompor os restos dos organismos, que substâncias presentes
nesses seres possam ser utilizadas novamente.
(D) Os decompositores permitem que o fluxo de energia ocorra em vários sentido
19. (UFPI) Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter os ambientes
sadios no nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupação:
(A) mundial, porque as espécies levaram milhões de anos para se desenvolverem e muitas delas
podem desaparecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o desmatamento indiscriminado
tiverem continuidade.
(B) regional, porque o desaparecimento de espécies de animais pode ser responsável por problemas
alimentares e pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar, em algumas regiões do mundo.
(C) apenas para os Estados Unidos e países da Europa que já destruíram quase totalmente suas
florestas, por terem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
(D) apenas para países e regiões que se organizaram politicamente em espaços áridos ou semiáridos,
como a Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco que resta de seus ecossistemas.
(E) apenas para países que utilizam uma tecnologia altamente desenvolvida, que precisam de
organismos vivos como fonte original dos princípios ativos.
20. Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma área de encontro das águas do mar com as
águas doces dos rios. A principal espécie encontrada nesse bioma é o caranguejo. Essas características
são do:
(A) Cerrado
(B) Mata de Cocais
(C) Mangue
(D) Caatinga
(E) Pantanal
22. Localizado principalmente na Região Centro-Oeste, esse bioma é caracterizado pela presença de
pequenos arbustos e árvores retorcidas, com cascas grossas e folhas recobertas de pelos. Solo deficiente
em nutrientes e com alta concentração de alumínio. Marque a alternativa que corresponde ao bioma que
apresenta as características descritas.
(A) Mangue
(B) Caatinga
(C) Campos
(D) Cerrado
(E) Mata de araucária
24. (ENEM). O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os
dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de São Paulo: a cada
minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada
— poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos
orgânicos e outras substâncias nocivas.
A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do
professor citado no texto apresentará uma tendência de
(A) ampliação da taxa de fecundidade.
(B) diminuição da expectativa de vida.
(C) elevação do crescimento vegetativo.
(D) aumento na participação relativa de idosos.
(E) redução na proporção de jovens na sociedade.
25. (ENEM) Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada três
pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de consumo
do produto.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) desenvolver processos de reutilização da água.
(B) explorar leitos de água subterrânea.
(C) ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
26 (ENEM) A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada
por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto
aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos
hoje.
A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:
I. Contaminação de lençóis freáticos.
II. Diminuição da umidade do solo.
III. Enchentes e inundações.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são,
respectivamente:
(A) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos
e rios.
(B) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.
(C) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento/impermeabilização do solo urbano.
(D) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.
(E) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitário
Respostas
01. Resposta E
O mutualismo é uma relação harmônica entre duas espécies em que ambas se beneficiam
02. Resposta C
O conjunto de membros de uma população em que os organismos apresentam divisões de trabalhos
(funções específicas e especializadas) é considerada uma sociedade.
03. Resposta D
A única afirmação negativa é a II, pois a competição por recursos sempre influencia no crescimento e
tamanho de uma população.
04. Resposta D
Quando duas espécies que habitam determinado local em determinado período de tempo utilizam do
mesmo recurso e este não encontra-se disponível para a manutenção de ambas espécies, estas tendem
a competir pelo recurso, podendo ocasionar a eliminação de uma população.
06. Resposta D
As abelhas são espécies que formam uma organização social que se expressa através do
cooperativismo
Os piolhos são espécies que vivem na superfície de outra (hospedeiro) causando malefícios.
Os gafanhotos ao se alimentarem de uma espécie vegetal, são considerados como predadores uma
vez que podem reduzir ou até mesmo dizimar a população desse vegetal.
07. Resposta E
Essa relação é o comensalismo, uma vez que apenas a rêmora é beneficiada, porém o tubarão não é
prejudicado. Nesse tipo de relação, o chamado comensal está normalmente procurando alimento.
08. Resposta B
Possivelmente entre a população de anchova e sardinha houve a sobreposição de nicho, levando
consequentemente a redução da população de sardinhas.
09. Resposta A
Os fungos e algas estabelecem um mutualismo obrigatório, formando os chamados líquens. Enquanto
a alga fornece alimento para o fungo, este fornece água e nutrientes para a alga.
10. Resposta D
Quando o clímax é atingido não existe modificações tão significativas quanto nos primeiros estágios
sucessionais. Diante disso, diminui as modificações evolutivas nas diferentes espécies desse
ecossistema.
11. Resposta C
O processo fotossintético é o meio pelo qual os organismos autótrofos produzem seu alimento.
Sabemos também que esses organismos são chamados de produtores por esse mesmo motivo. Diante
disso, podemos concluir que os vegetais são os únicos organismos que conseguem obter os nutrientes
necessários ao seu metabolismo e repassá-los aos demais níveis tróficos.
12. Resposta D
A alternativa I está incorreta porque é impossível uma cadeia alimentar manter-se isoladamente, pois
um mesmo organismo que participa de uma cadeia alimentar também pode participar de várias outras ao
mesmo tempo. Por exemplo, há organismos que são carnívoros e herbívoros, ou seja, que atuam em
uma cadeia alimentar como consumidores primários e consumidores secundários ou terciários.
A alternativa III está incorreta porque os organismos produtores estarão sempre no primeiro trófico de
uma cadeia alimentar, pois eles são os únicos que conseguem produzir o próprio alimento e,
consequentemente, o alimento dos consumidores primários.
13. Resposta A.
A letra da música nos remete claramente aos processos e transformações que a passa desde a sua
condensação até a evaporação.
14. Resposta C.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias que estão associadas às raízes de plantas
leguminosas.
15. Resposta B.
As bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas raízes das leguminosas, exercem um importante
papel na transformação de nitrogênio do ar em amônia. Ao realizar essa transformação, essas bactérias
permitem que o nitrogênio possa ser utilizado pelas plantas.
16. Resposta D.
Quando se realiza a queima de combustíveis fósseis, é liberada na atmosfera uma grande quantidade
de dióxido de carbono (CO2), aumentando, assim, a sua quantidade na atmosfera.
18. Resposta D
a) Falso – O tráfico de animais altera o equilíbrio da natureza, pois esse ato interfere negativamente
no ciclo de reprodução dos animais.
b) Falso – A biodiversidade consiste na variabilidade da fauna, flora, micro-organismos e ecossistemas.
c) Falso – As atividade econômicas afetaram – e ainda afetam – a biodiversidade do planeta, sendo o
desmatamento um dos grandes vilões desse processo, pois vários animais morrem durante as queimadas
ou perdem seu habitat natural.
d) Verdadeiro – A biodiversidade engloba a variabilidade de espécies da fauna, flora, micro-organismos
e ecossistemas de um determinado local, sendo, portanto, um conceito que inclui todos os elementos que
constituem a vida.
e) Falso – A retirada de uma espécie de seu habitat natural irá alterar a cadeia alimentar, pois esse
animal tem uma função específica nesse processo, não sendo substituível.
19. Resposta A
a) Verdadeiro – A afirmativa enfatiza a importância da preservação da biodiversidade em âmbito
planetário: “Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter os ambientes
sadios no nosso planeta”. As atividades humanas têm gerado uma redução drástica da biodiversidade,
sendo que muitas espécies estão ameaçadas de extinção, consequência da intensificação das
queimadas, desmatamentos, atividade industrial, entre outros.
b) Falso – A conservação da biodiversidade deve ocorrer em âmbito global, visto que os problemas
não se restringem ao regional.
c) Falso – O processo de preservação ambiental também deve ocorrer nos países em desenvolvimento
e nos subdesenvolvidos.
d) Falso – A preservação da biodiversidade é uma questão global, não sendo restrita a determinadas
regiões do planeta.
e) Falso – A biodiversidade deve ser preservada pelos países com elevado desenvolvimento
tecnológico. Porém, esse processo deve abranger também todas as nações do planeta
20. Resposta C
a) Falso – O cerrado é um bioma típico do Centro-Oeste brasileiro, onde não há encontro das águas
do mar com as águas dos rios.
b) Falso – Esse tipo de vegetação consiste numa zona de transição entre a Amazônia e as terras
semiáridas do Nordeste Brasileiro. O caranguejo não é uma espécie desse bioma.
c) Verdadeiro – O mangue é um bioma típico de pontos da costa brasileira, sendo muito comum em
locais onde o mar se encontra com as águas doces dos rios. O caranguejo e a ostra são as principais
espécies desse bioma.
d) Falso – A caatinga possui vegetação típica de regiões semiáridas, formada por plantas que se
adaptam ao clima seco. Portanto, esse bioma não é típico de regiões onde ocorre o encontro das águas
do mar com as águas dos rios.
e) Falso – O pantanal é considerado uma das maiores planícies inundáveis do planeta. Esse tipo de
cobertura vegetal não ocorre em regiões costeiras, além de não abrigar caranguejos.
21. Resposta C
a) Falso – O cerrado é o bioma predominante da Região Centro-Oeste, essa formação fitogeográfica
não corresponde a cerca de 40% da extensão territorial do Brasil. O cerrado não é caracterizado como
uma floresta tropical, sendo considerado um tipo de savana, com vegetação típica de clima tropical
semiúmido.
b) Falso – A caatinga está presente nas áreas semiáridas da Região Nordeste, composta por plantas
xerófilas, adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água. Portanto, esse bioma não é uma
floresta úmida da região litorânea do território brasileiro.
c) Verdadeiro – As áreas de manguezal estão presentes em diferentes pontos da costa brasileira,
sendo mais comum onde o mar se encontra com as águas doces dos rios. Esse bioma é de fundamental
importância para a produção de alimentos dos animais marinhos, além de ser um ambiente de reprodução
dessas espécies.
22. Resposta D
a) Falso – Os mangues são típicos de áreas litorâneas, onde o mar se encontra com as águas doces
dos rios.
b) Falso – A caatinga é o bioma característico da Região Nordeste. Sua vegetação é de regiões
semiáridas, formada por plantas xerófilas, adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água.
c) Falso – Os campos estão presentes na Região Norte (Amazonas, Roraima e Pará) e, principalmente,
na Região Sul, com as pradarias mistas subtropicais. O solo desse bioma é extremamente rico em
nutrientes.
d) Verdadeiro – Sua vegetação é composta por árvores esparsas, arbustos e gramíneas. Uma das
principais características do cerrado são as árvores com caules tortuosos e folhas coriáceas, além do
solo com poucos nutrientes e com grande concentração de alumínio.
e) Falso – A mata de araucária é um bioma encontrado no estado de São Paulo e, principalmente, nos
estados da Região Sul, em especial no Paraná. Sua vegetação é caracterizada pela presença de árvores
aciculifoliadas, com folhas em formato de agulha. O solo desse bioma é rico em nutrientes.
23. Resposta E
a) Falso – A floresta tropical é caracterizada pela grande presença de chuvas, não havendo grandes
períodos de seca, diferentemente do Planalto Central.
b) Falso – A caatinga é marcada por grandes períodos de seca e apresenta vegetação típica de regiões
semiáridas. Esse bioma é predominante no o sertão nordestino.
c) Falso – As árvores do pantanal não apresentam caules com cascas espessas, além desse domínio
não apresentar grandes períodos de seca.
d) Falso – Nas áreas em que a mata semiúmida está presente não ocorre grande períodos de seca,
além de suas árvores não apresentarem aspectos tortuosos e cascas espessas.
e) Verdadeiro – O cerrado é o bioma típico do Planalto Central, suas árvores são tortuosas e possuem
cascas espessas. A região onde predomina esse tipo de vegetação é mercada por duas estações bem
definidas: chuvosa (outubro a março) e seca (abril a setembro).
24. Resposta B
Com o aumento da poluição, elevam-se os números de mortes causadas por problemas respiratórios,
tais como o câncer de pulmão e outros. Por isso, ocorre uma diminuição da expectativa de vida.
25. Resposta A
a) Verdadeiro – Numa perspectiva global, a reutilização de água seria a alternativa mais adequada
para prevenir a escassez desse recurso. Essa atitude aliada à redução do desperdício, eliminação da
poluição dos cursos d’água e desenvolvimento de projetos para uma melhor distribuição de água, poderá
proporcionar água de boa qualidade para grande parte da população.
b) Falso – Esse é um processo pode gerar custos elevados em determinadas regiões, sendo, portanto,
inviável. Outro aspecto negativo dessa alternativa é que a retirada de água subterrânea em grandes
quantidades desencadeia um desequilíbrio no ciclo natural da água.
c) Falso – Essa medida não prevenira a escassez de água, pois irá causar uma exploração exagerada
em alguns cursos d’água.
d) Falso – A captação de águas pluviais (água da chuva) é uma boa alternativa no processo de
preservação da água, no entanto, a questão solicita uma alternativa que possa ser estabelecida em
âmbito global, e em algumas regiões essa medida não seria eficaz, pois existem lugares no planeta que
apresentam índices pluviométricos baixíssimos.
26. Resposta C
a) Falso – A utilização de fertilizantes e os aterros sanitários são grandes responsáveis pela
contaminação do lençol freático (água subterrânea); no processo de canalização dos córregos e rios, há
a retirada da mata ciliar, esse fato prejudica a infiltração da água no solo, tornado o local propício para
inundações; No entanto, o lançamento de gases poluentes não altera a umidade do solo.
b) Falso – O lançamento de gases poluentes não contamina o lençol freático; o lixo depositado na rua
não diminui a umidade do solo; a construção de aterros sanitários não influencia de forma significativa
nas enchentes e inundações.
c) Verdadeiro – A utilização de fertilizantes e os aterros sanitários são grandes responsáveis pela
contaminação do lençol freático (água subterrânea), pois os líquidos gerados por eles infiltram no solo,
alterando a composição química da água subterrânea; o desmatamento está diretamente ligado à
diminuição da umidade do solo, esse processo retira a mata que armazena água; as enchentes e
inundações são causadas em decorrência da impermeabilização do solo, que impossibilita a infiltração
da água no solo.
d) Falso – O lançamento de lixo nas ruas pode contaminar as águas subterrâneas através do líquido
gerado por ele no processo de decomposição, podendo atingir o lençol freático; o uso de fertilizantes não
altera a umidade do solo; os aterros sanitários não são os principais responsáveis pelas enchentes e
inundações.
e) Falso – A construção de barragens não modifica de forma significativa os lençóis freáticos; o uso de
fertilizantes não diminui a umidade do solo; os aterros sanitários não são os principais responsáveis pelas
enchentes e inundações.
27. Resposta C
28. Resposta E
Física no cotidiano
49
O nascer do Sol é um dos mais belos espetáculos da natureza. Nas grandes cidades, infelizmente,
ele passa despercebido, não somente devido à correria do dia a dia, mas também devido ao fato de que
os altos prédios e a poluição acabam ocultando-o.
Quem sai cedo de casa eventualmente tem a chance de ver esse fenômeno. Talvez muitos de nós já
tenhamos observado a rápida transição que ocorre no amanhecer. Parece que, em um instante, tudo está
escuro e, minutos depois, o Sol domina o ambiente.
A grande influência do Sol sobre nós fez com que ele fosse considerado uma divindade em muitas
culturas. A sua luz e o seu calor são essenciais para a manutenção da vida na Terra.
Praticamente todas as formas de energia usadas na nossa sociedade são oriundas do Sol. Por
exemplo, a energia que extraímos dos alimentos foi quimicamente acumulada durante o processo de
fotossíntese, por meio do qual as plantas usam a energia da luz solar para converter gás carbônico, água
e minerais em compostos orgânicos e oxigênio gasoso.
Ao ingerir um alimento, nosso organismo quebra as ligações químicas dessas moléculas e obtém
energia, que é armazenada em outras moléculas, como a adenosina trifosfato (ATP).
Quando nos dirigimos para o trabalho, seja por meio de automóveis, ônibus ou metrô, também
utilizamos, de certa forma, a energia do Sol. Os biocombustíveis, gerados principalmente a partir da cana–
de-açúcar (caso do etanol) e de óleos vegetais (caso do biodiesel), são exemplos disso.
Na produção de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, também ocorre uma transformação da
energia solar. Admite-se que a origem do petróleo esteja relacionada à decomposição dos seres que
formam o plâncton e de outras matérias orgânicas – restos de vegetais, algas e animais marinhos –, em
49
Adilson de Oliveira. Departamento de Física. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:
<http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/2764/n/fisica_no_cotidiano>. Acesso em maio de 2017.
O dia começa
Durante o dia, em nossos empregos ou em nossas casas, realizamos diversas atividades que
dependem de certos dispositivos ou fenômenos e normalmente não temos noção de como eles funcionam
ou ocorrem. Utilizamos, por exemplo, a radiação eletromagnética para controlar à distância televisores,
aparelhos de DVD, videocassetes, videogames, computadores etc.
Geralmente esses equipamentos utilizam controles remotos que emitem radiação na faixa do
infravermelho, com comprimento de onda entre 1 milímetro e 1 micrômetro (milionésima parte do metro).
Esses comprimentos de onda são invisíveis aos nossos olhos, pois são muito longos (enxergamos
comprimentos de onda entre 630 e 390 nanômetros).
Ao acionarmos os botões do controle remoto, ele emite pulsos longos e curtos que representam um
código binário, que é convertido pelo aparelho receptor. Cada botão do controle remoto corresponde a
determinado código, representado por frequências específicas que são enviadas para o equipamento
controlado. Ao receber esses sinais, o aparelho os decodifica e realiza as operações solicitadas (trocar
de canal, aumentar/diminuir o volume etc.).
Em nossas casas, também são comuns os fornos que utilizam radiações na faixa das micro-ondas
(com comprimentos de onda entre 1 metro e 1 milímetro). Os fornos de micro-ondas comerciais operam
com radiação de comprimento de onda de aproximadamente 12,2 cm.
Nesses aparelhos, o cozimento dos alimentos ocorre pela absorção da energia das micro-ondas pelo
corpo. Como as micro-ondas são uma radiação eletromagnética, elas fazem com que as moléculas que
apresentam dipolo elétrico (sistema com duas cargas elétricas opostas – positiva e negativa – e de mesmo
valor), como as de água, oscilem e, como consequência, dissipem a energia absorvida.
Os aparelhos celulares, tão comuns atualmente, também operam na faixa das micro-ondas, mas com
potência muito menor, da ordem de 3 watts. Nos fornos de micro-ondas, a potência é de aproximadamente
1.100 watts.
Já os computadores, smartphones e tablets utilizam processadores que chegam a conter mais de um
trilhão de componentes. Esses componentes são responsáveis pelo processamento das informações e
conseguem transformar as centenas de gigabytes que estão armazenadas nos discos rígidos em
imagens, sons, cálculos, textos etc.
Processos descritos pela chamada física quântica (que estuda os sistemas em escala atômica)
ocorrem no interior desses dispositivos e os levam a executar operações lógicas que resultam em todas
as maravilhas que os computadores realizam (saiba mais na coluna ‘Pequenos habitantes de um mundo
próximo’).
A noite chega
Quando o dia termina, começam a surgir alguns pontos brilhantes no céu, que, em uma noite sem luar,
longe das luzes da cidade, podem ser vistos aos milhares. Esses pontos, as estrelas, sempre nos
maravilharam. Embora essa visão de céu noturno seja rara nos dias de hoje, ela é, sem dúvida, tão bela
quanto o amanhecer.
Se olharmos com cuidado, perceberemos que as estrelas têm diversos tamanhos e cores e que estão
dispostas de maneira a formar certos padrões, nos quais visualizamos algumas figuras. Chamamos esses
agrupamentos de estrelas de constelações. Em certas regiões do céu, é possível perceber aglomerados
com muitas estrelas e nuvens opacas (nebulosas). É o caso da constelação de Órion, uma das mais
visíveis no céu, principalmente entre o início de dezembro e o final de maio ou começo de junho.
As estrelas podem ter diâmetros que variam de centenas de milhares de quilômetros (nosso Sol, por
exemplo, tem 1,4 milhão de quilômetros) até mais de um bilhão de quilômetros, como é o caso de
Betelgeuse, a estrela vermelha da constelação de Órion. Elas são formadas principalmente por hidrogênio
e hélio em altíssimas temperaturas.
A quantidade de massa e a temperatura da estrela determinam seu tamanho e sua cor. E quanto maior
a massa da estrela, mais quente ela tende a ser. A temperatura na superfície de estrelas com massa igual
à do Sol é da ordem de 6.000 °C, mas, em seu interior, esse valor atinge dezenas de milhões de graus
Celsius.
Diante dos tamanhos desses distantes sóis, cuja luz viaja milhares de anos até chegar aos nossos
olhos, nos lembramos do quanto somos pequenos comparados à imensidão do cosmos.
Mas nos congestionamentos de trânsito e nas filas de supermercados e bancos, pouco tempo nos
sobra para refletirmos sobre esse complexo mundo que está a nossa volta. Precisamos incorporar um
pouco mais a ciência ao nosso cotidiano, afinal, ela pode ser tão bela e fascinante quanto todos os
fenômenos que explica.
Química no cotidiano
50
A química pode ser definida como a ciência que estuda a natureza da matéria, suas propriedades e
transformações. Ela está presente em no nosso dia a dia, em todos os materiais que nos cerca, e em todos os
seres vivos.
O nosso corpo, por exemplo, é formado por diversas substâncias em constante transformação que
possibilitam o ser humano continuar vivo. Sem essas reações não haveria vida. Ao consumirmos alimentos,
água, entre outros, o nosso sistema digestivo produz substâncias químicas capazes de transformar esses
materiais ingeridos em nutrientes necessários para diversas funções do organismo, como produção de energia,
manutenção dos órgãos, tecidos, ossos, etc. Em todas as ações comandadas pelo nosso cérebro, como por
exemplo, o que ocorre é química.
Uma árvore, quando é exposta à luz do sol, começa o processo da fotossíntese, que é a absorção da
energia luminosa e sua transformação em energia, indispensável para a vida das plantas. A fotossíntese é de
extrema importância para a manutenção do equilíbrio biológico nos diversos ecossistemas de nosso planeta.
Tudo que ocorre durante este processo é química.
A equação da fotossíntese pode ser representada da seguinte maneira: 6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2
A água que é um elemento essencial à vida só torna-se potável através de muitos processos químicos, que
tratam a água imprópria para o consumo garantindo o abastecimento à população.
Outros exemplos que provam como a química está presente em nosso cotidiano podem ser citados:
• Nos alimentos: os alimentos naturais precisam dos produtos químicos que fertilizam a terra para sua
produção. Os pesticidas também são de grande importância na tarefa de garantir a qualidade dos alimentos,
pois sua ação combate as pragas impedindo a disseminação de doenças e destruição das plantações.
• No vestuário: a maioria das roupas que usamos apresenta fios artificiais (náilon, poliéster) misturados a
fibras naturais (algodão, lã).
• Na saúde: o desenvolvimento da indústria farmacêutica e da medicina fortalece a saúde humana,
aumentando a expectativa de vida do homem.
50
Disponível em: <http://educacao.globo.com/artigo/quimica-no-cotidiano.html>. Acesso em maio de 2017.
51
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.br/articles/2692/1/QUIMICA-DO-COTIDIANO/Paacutegina1.html>. Acesso em maio de 2017.
Biologia no cotidiano
52
Biologia é uma ciência que estuda os seres vivos e explica os fenômenos ligados à vida e à sua
origem. Além disso, é de extrema importância para entender o funcionamento do nosso ecossistema, que
por sua vez, se torna essencial para a sobrevivência humana.
A importância do conhecimento biológico pode ser percebida desde a base do que compõe o planeta
terra. Com a evolução das espécies, os estudos sobre a biologia também se transformaram no decorrer
de décadas, com o auxílio até mesmo da tecnologia, e hoje, está presente no nosso dia a dia e possui
uma influência direta em tudo que está relacionado aos seres vivos, desde os mecanismos que regulam
as atividades vitais até as relações que estabelecem entre si e com o ambiente em que vivem.
Por isso, estudar a biologia consiste em adquirir conhecimento de como o mundo se organiza, desde
os níveis mais simples até os mais complexos. E assim, prever e mensurar fenômenos que podem
melhorar a existência na terra.
53
A origem, evolução, constituição, funcionamento e as interações que existem e que envolvem os
seres vivos são também aspectos que ela aborda. Mais que isso, ela também estuda os fatores abióticos,
e que interferem na existência da vida. Moléculas, substâncias, eventos biológicos – e até mesmo ações
causadas pelo homem - também contemplam esta ciência.
Surgindo oficialmente como ciência no século 18, por intermédio de pessoas que se dedicavam ao
estudo da natureza; se faz presente em basicamente tudo o que envolve nosso cotidiano (lembre-se: é a
ciência da vida!), e mostra-se muito importante em questões inimagináveis há duzentos anos,
principalmente no que se diz respeito à ciência e biotecnologia, e também aos impactos negativos que as
atividades humanas têm causando.
Assim como a filosofia, a Biologia pode dar subsídios para que encontremos respostas para dúvidas
que acompanham a humanidade desde sempre: Quem somos? De onde viemos? Para que viemos? Para
aonde vamos?
Uma ferramenta imprescindível às descobertas que envolvem a ciência é o método científico que, em
resumo, é a busca dos “comos” e “porquês” do que se deseja estudar. Estes são testados por meio de
observações e experimentos. A partir deste processo é que podemos buscar respostas e aplicar nossos
conhecimentos obtidos, buscando formas de melhorar as condições de vida em nosso planeta.
Como é uma ciência bastante ampla, o estudo da Biologia tende a ser conduzido a partir de
subdivisões. Algumas delas são:
Anatomia e Fisiologia: estudam a estrutura e o funcionamento dos órgãos e sistemas.
Botânica: responsável pelo estudo dos vegetais.
Ecologia: estuda as interações entre os seres vivos; e entre eles e o ambiente.
Embriologia: se incube de estudar a formação e o desenvolvimento do embrião.
Evolução: responsável pelo estudo das relações de parentesco entre os seres vivos, e as
transformações populacionais ao longo do tempo.
Genética: a ela está a tarefa de estudar as leis da hereditariedade.
Zoologia: estudo dos animais.
52
Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/descubra-a-importancia-da-biologia/17419>. Acesso em maio de 2017.
53
Disponível em: <http://biologianet.uol.com.br/curiosidades-biologia/biologia.htm>. Acesso em maio de 2017.
54
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09
Agora, posto esse preâmbulo, para não incorrer em generalizações indevidas restrinjamos as
observações ao ensino de ciências. No século passado, nos anos de 1980, e talvez sem exagero se
poderia dizer até o começo dos anos de 1990, víamos um ensino centrado quase exclusivamente na
necessidade de fazer com que os estudantes adquirissem conhecimentos científicos. Não se escondia o
quanto a transmissão (massiva) de conteúdos era o que importava. Um dos índices de eficiência de um
professor – ou de um transmissor de conteúdos – era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes
– os receptores. Era preciso que os alunos se tornassem familiarizados (aqui, familiarizar poderia até
significar simplesmente saber de cor) com as teorias, com os conceitos e com os processos científicos.
Um estudante competente era aquele que sabia, isto é, que era depositário de conhecimentos. Talvez
mais de um dos leitores deste texto poderá recordar quantos conhecimentos inúteis amealhou –
especialmente quando foram feitas as primeiras iniciações na área das ciências – que há muito,
afortunadamente, os deletou. Quantas classificações botânicas, quantas famílias zoológicas cujos nomes
ainda perambulam em nossas memórias como cadáveres insepultos, quantas configurações eletrônicas
de elementos químicos, quantas fórmulas de física sabidas por um tempo – até o dia de uma prova – e
depois desejadamente esquecidas.
Antes de mostrar salutares modificações nessa tendência, permito-me chamar a atenção para o sujeito
da ação verbal antes descrita. Eram os professores (sujeitos) que faziam com que os estudantes (aqui
vistos como passivos à ação do sujeito) adquirissem esses conhecimentos.
Quando se faz essas considerações, não há como não evocar, mais uma vez, as concepções de uma
educação bancária, que Paulo Freire denunciava, com veemência, já em tempos anteriores aos referidos.
Também a ele podemos creditar muitas das alterações nas tendências referidas.
Hoje não se pode mais conceber propostas para um ensino de ciências sem incluir nos currículos
componentes que estejam orientados na busca de aspectos sociais e pessoais dos estudantes. Há ainda
os que resistem a isso, especialmente quando se ascende aos diferentes níveis de ensino. Todavia, há
uma adesão cada vez maior às novas perspectivas.
Muito provavelmente, um dos temas mais polêmicos quando se discute formação de professores de
ciências é o quanto se precisa procurar uma ciência da escola (= o saber escolar; essa ciência da escola
não é necessariamente uma produção exclusiva para a escola e/ou na escola, mas, como ensina Lopes
(1999), envolve um processo de reelaboração de saberes de outros contextos sociais visando o
A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar
alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida. É recomendável enfatizar que essa deve
ser uma preocupação muito significativa no ensino fundamental, mesmo que se advogue a necessidade
de atenções quase idênticas também para o ensino médio. Sonhadoramente, ampliaria a proposta para
incluir também, mesmo que isso possa causar arrepio em alguns, o ensino superior. Gostaria de ver essa
inclusão privilegiada nas discussões que este texto possa desencadear.
Mesmo que adiante eu discuta o que é alfabetização científica, permito-me antecipar que defendo,
como depois amplio, que a ciência seja uma linguagem; assim, ser alfabetizado cientificamente é saber
ler a linguagem em que está escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de uma leitura
do universo.
Atualmente, a alfabetização científica está colocada como uma linha emergente na didática das
ciências, que comporta um conhecimento dos fazeres cotidianos da ciência, da linguagem científica e da
decodificação das crenças aderidas a ela. Há aqueles que advogam que se deva procurar especialmente
conhecimentos que estão no dia-a-dia do grande público, em particular os que são apresentados com
imprecisão pelos meios de comunicação à opinião pública. Essas são propostas que veem a alfabetização
científica como uma possibilidade para fazer correções em ensinamentos distorcidos. Acredito que se
possa pensar mais amplamente nas possibilidades de fazer com que alunos e alunas, ao entenderem a
ciência, possam compreender melhor as manifestações do universo. Aqui se defende essa postura mais
ampla, mesmo que se reconheça válida a outra tendência, de fazer correções em ensinamentos que são
apresentados distorcidos.
Quando retomo e amplio os comentários acerca da alfabetização científica que estão em outro livro
(Chassot, 2000), trago, mais uma vez, uma descrição de ciência que, mesmo que possa parecer
reducionista, serve para os propósitos das discussões que se quer fazer aqui. A ciência pode ser
considerada como uma linguagem construída pelos homens e pelas mulheres para explicar o nosso
mundo natural. Compreendermos essa linguagem (da ciência) como entendemos algo escrito numa
língua que conhecemos (por exemplo, quando se entende um texto escrito em português) é podermos
compreender a linguagem na qual está (sendo) escrita a natureza. Também é verdade que nossas
dificuldades diante de um texto em uma língua que não dominamos podem ser comparadas com as
incompreensões para explicar muitos dos fenômenos que ocorrem na natureza. Por exemplo, é provável
que alguns dos leitores deste texto não saibam distinguir se uma página de um livro ou de uma revista
está escrito em sueco ou em norueguês, assim como deve haver nórdicos que talvez não reconheçam a
diferença entre um texto em português e um em espanhol. Essa é a analogia que busco quando falo na
ciência como uma linguagem.
Entender a ciência nos facilita, também, contribuir para controlar e prever as transformações que
ocorrem na natureza. Assim, teremos condições de fazer com que essas transformações sejam
propostas, para que conduzam a uma melhor qualidade de vida. Isto é, a intenção é colaborar para que
essas transformações que envolvem o nosso cotidiano sejam conduzidas para que tenhamos melhores
condições de vida. Isso é muito significativo. Aqueles que se dedicam à educação ambiental têm
significativos estudos nessa área.
Dentre as muitas ciências, a química, por exemplo, é aquela que estuda como as substâncias se
transformam e são transformadas em outras substâncias. Assim, ao definirmos os objetos de cada uma
das ciências que conhecemos, como a física, a biologia, a geologia etc., nos damos conta das muitas
interações e, particularmente, das intersecções entre esses objetos. Temos nesse conjunto as ciências
naturais. Aqui ainda poderíamos incluir especializações de alguns campos muito específicos como a
astrofísica, a geoquímica, a bioquímica. Se olharmos, por exemplo, as chamadas ciências humanas - a
sociologia, a economia, a educação - e considerarmos as relações delas com as chamadas ciências
naturais e a elas adicionarmos outros ramos das ciências, teremos a ciência, cada vez mais marcada por
múltiplas interconexões.
Também se entende o quanto uma discussão, aparentemente simples, sobre se devemos dizer a
ciência ou as ciências, pode ser mais complexa do que imaginamos e se presta a muitas discussões
Início aceitando críticas ao quanto a descrição da ciência como uma linguagem, que antes apresentei,
possa ser considerada simplista. A seguir trago algumas preocupações. Também por isso reapresento
criticamente outros textos que escrevi. Não ignoro que há (in)consistências teóricas nas minhas buscas.
Vejo-me privilegiado em poder socializá-las aqui. Lateralmente, devo dizer que entendo que é para isso,
também, que publicamos nossos textos em revistas.
Assim, considerar a ciência como "uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural" e
sabê-la como descrição do mundo natural ajuda a entendermos a nós mesmos e o ambiente que nos
cerca.
Merece um comentário essa adjetivação de mundo que foi feita. A ciência não tem preocupações com
a descrição, e muito menos com a explicação do mundo sobrenatural ou do mundo espiritual. O mundo
natural é aqui usado na acepção de nosso mundo orgânico e inorgânico, que forma o que chamamos de
natureza. Japiassu e Marcondes a definem como um mundo visível ou físico (formado pelos reinos
mineral, vegetal e animal) submetido às leis naturais, em oposição às ideias, sentimentos, emoções etc.
governadas pelas leis morais e pelas leis políticas.
Esses autores enfatizam que a natureza, num sentido teológico, deva ser considerada o mundo criado
por Deus, em oposição à cultura no sentido daquilo que é criado pelas mulheres e pelos homens, assim,
produto de uma obra humana.
Quando nos referimos ao entendimento do mundo natural, há uma restrição epistemológica e ficamos
limitados ao entendimento deste nosso mundo visível onde estamos inseridos, logo, do qual somos parte.
Com isso não estamos excluindo ou desqualificando as ciências humanas, que facilitam nosso
A linguagem é uma legislação, a língua é seu código. Não vemos o poder que reside na língua, porque
esquecemos que toda língua é uma classificação, e que toda classificação é opressiva: ordo quer dizer,
ao mesmo tempo, repartição e cominação.
Barthes falava, então, da língua francesa, e mostrava, por exemplo, as dificuldades impostas pelas
exigências de ter que escolher sempre entre o masculino e o feminino, enquanto o neutro é proibido. Eu
o vejo falando da ciência, ou melhor da linguagem científica, que com seus códigos se faz língua, quando
ele diz:
Assim, por sua própria estrutura, a língua implica em uma relação fatal de alienação. Falar, e com
maior razão discorrer, não é comunicar, como se repete com demasiada frequência, é sujeitar. Toda a
língua é uma reição generalizada.
Mesmo quando A aula assume um tom aparentemente mais radical, é possível fazer associações com
a ciência quando Barthes diz: "a língua, como desempenho de toda a linguagem, não é nem reacionária,
nem progressista; ela é simplesmente fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer".
Trago, como ratificação à minha adesão barthesiana, Paul Feyerabend (1924-1994), autor de obras que
foram decisivas para novas concepções de ciência, como seu discutidíssimo livro Contra o método. Ele
destaca que "a distinção entre Ciência e mito não é tão evidente". Então, mais uma vez, me parece claro
por que Feyerabend, um dos críticos mais perspicazes, faz análises da ciência tão desestabilizadoras.
Não é sem razão que ele é chamado em rodas mais fechadas de "terrorista epistemológico", tendo sido
chamado por alguns físicos, mais recentemente, de "o pior inimigo da ciência", encabeçando uma lista
em que são nomeados Karl Popper, Imre Lakatos e Thomas Kuhn. Prefiro estar ao lado de Feyerabend,
e não de seus críticos conservadores.
Quando se busca entender o porquê da contestação que cientistas, especialmente os
(auto)denominados hard, fazem, por exemplo, àqueles que buscam uma leitura da ciência em dimensões
menos positivistas, podemos entender o que Barthes diz da linguagem e ver também a ciência, ou seus
autores canônicos ou mais ortodoxos, exercendo dominação: obrigando a dizer ou a fazer.
Há duas dimensões que demandam estudos e investigações: a primeira, o quanto o conhecimento
científico é uma instância privilegiada de relações de poder e esse conhecimento, como patrimônio mais
amplo da humanidade, deve ser socializado; a segunda, o quanto há cada vez mais exigências de que
migremos do esoterismo ao exoterismo, para que se ampliem as possibilidades de acesso à ciência. Uma
e outra dessas dimensões mereceram textos que já referi aqui.
Outra vez trago Barthes falando da língua, considerando – para os propósitos deste texto – como se
sua aula fosse acerca dos códigos da ciência:
[...] a língua entra a serviço de um poder. Nela, infalivelmente, duas rubricas se delineiam: a autoridade
da asserção, o gregarismo da repetição. Por um lado, a língua é imediatamente assertiva: a negação, a
dúvida, a possibilidade, a suspensão de julgamento requerem operadores particulares que são eles
próprios retomados num jogo de máscaras linguageiras. [...] Por outro lado, os signos de que a língua é
feita, os signos só existem na medida em que são reconhecidos, isto é, na medida em que se repetem; o
signo é seguidor, gregário; em cada signo dorme este monstro: nunca posso falar senão recolhendo
aquilo que se arrasta na língua. [...] Na língua, portanto a servidão e o poder se confundem
inelutavelmente.
Pode-se ver, na releitura que faço de A aula, usando-a para a ciência, que há uma tentativa de rebeldia
barthesiana contra os códigos da ciência, assim como ele desentranhou a semiologia da linguística.
Todavia, não adiro ao quase consenso de que nossos textos devam parecer herméticos e escritos apenas
para uma autossatisfação acadêmica. Há situações em que parece ser possível dizer de alguns de nossos