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SEE-BA

Professor Biologia

Origem e evolução da vida: hipóteses sobre a origem da vida; teoria de Lamarck e teoria de Darwin. 1
A organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização celular. A química dos
organismos vivos: a principal característica da biomolécula. Funções celulares: as organelas, síntese,
transporte, eliminação de substâncias e processos de obtenção de energia; ......................................... 29
Biodiversidade no planeta, no Brasil e na Bahia; espécies ameaçadas. .......................................... 160
Características anatômicas e fisiológicas do corpo humano: sistemas digestório, respiratório,
cardiovascular, urinário, nervoso, endócrino, imunológico, reprodutor e locomotor. ............................. 174
Genética: gene e código genético; fundamentos da hereditariedade, cálculos com probabilidade; bases
mendelianas; aplicações da engenharia genética: clonagem, transgênicos. ........................................ 210
Interação entre os seres vivos: conceitos básicos em ecologia; cadeias e teias alimentares;
bioacumulação; relações ecológicas limitadoras do crescimento populacional. Ecossistemas do Brasil;
biomas regionais e práticas sustentáveis de convivência com os mesmos. ......................................... 254
Ensino de Biologia: construção do conhecimento no ensino da Biologia e relações com ciência,
tecnologia e sociedade; a convivência com o semiárido e relações de transversalidade no ensino
da Biologia. .............................................................................................................................. 311

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Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77


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Origem e evolução da vida: hipóteses sobre a origem da vida; teoria de Lamarck
e teoria de Darwin.

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Evolução
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Uma ideia bastante antiga, do tempo de Aristóteles, é a de que os seres vivos podem surgir por
geração espontânea (abiogênese). Apesar de conhecer a importância da reprodução, admitia-se que
certos organismos vivos pudesse surgir espontaneamente da matéria bruta. Observações do cotidiano
mostravam, por exemplo, que larvas de moscas apareciam no meio do lixo e poças de lama podiam exibir
pequenos animais. A conclusão a que se chegava era a de que o lixo e a lama haviam gerado diretamente
os organismos.
Entretanto, reconhecia-se que nem toda matéria bruta podia gerar vida. Assim, de um pedaço de ferro
ou pedra não surgia vida; mais de um pedaço de carne, uma porção de lama ou uma poça d´agua eram
capazes de gerar vida. Explicava-se esta capacidade de gerar ou não vida entre os distintos materiais
brutos alegando-se a necessidade de um “princípio ativo” que não esteja presente em qualquer matéria
bruta. O princípio ativo não era considerado algo concreto, mas uma capacidade ou potencialidade de
gerar vida.
Aos ideias a respeito da geração espontânea perduraram por muito tempo, apesar da sua forma
original ter evoluído aos poucos; ainda nos meados do século passado, havia numerosos partidários
dessa teoria, definitivamente destruída pelos trabalhos de Pasteur.
Vamos descrever a partir de agora, alguns marcos na evolução das ideias sobre geração espontânea.

Redi, Needhan e Spallanzani

Em meados do século XVII, Francesco Redi realizou uma experiência que representou a primeira
tentativa experimental com finalidade de derrubar geração espontânea. Redi coloca pedaços de carne
em dois grupos de frascos; um dos grupos permanece aberto, enquanto o outro é recoberto por um
pedaço de gaze. Sobre a carne dos frascos abertos, após alguns dias, surgem larvas de moscas; nos
frascos cobertos não aparecem larvas. Redi concluiu que a carne não gera as larvas; moscas adultas
devem ter sido atraídas pelo cheiro de material em decomposição e desovaram sobre a carne. As larvas
nasceram, portanto, dos ovos postos pelas moscas. Essa ideia é ainda reforçada pela observação dos
frascos cobertos: sobre a gaze, do lado externo do frasco, algumas larvas apareceram. À ideia de que os
seres vivos se originam sempre de seres vivos chamamos biogênese.

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Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 1991. Biologia p.118

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Apesar da repercussão das experiências de Redi, a ideia de geração espontânea ainda não havia sido
derrubada. Ironicamente, foram o uso crescente do microscópio e a descoberta dos micro-organismos os
fatores que reforçaram a teoria da abiogênese: tais seres pequeninos, argumentava-se, eram tão simples,
que não era concebível terem a capacidade de reprodução; como conclusão óbvia, só podiam ser
formados por geração espontânea.
Em 1745, um estudioso chamado John Needham realizou experimento cujos resultados pareciam
comprovar as ideias da abiogênese. Nestes, vários caldos nutritivos, como sucos de frutas e extrato de
galinha, foram colocados em tubos de ensaio, aquecidos durante um certo tempo e em seguida lacrados.
A intenção de Needham, ao aquecer o caldo foi a de provocar a morte de organismos possivelmente
existentes nestes; o fechamento dos frascos destinava-se a impedir a contaminação por micróbios
externos. Apesar disso, os tubos de ensaio, passados alguns dias, estavam turvos e cheios de micro-
organismos, o que parecia demonstrar a verdade da geração espontânea.

Cerca de 25 anos depois, o italiano Lazaro Spallanzani repetiu as experiências de Needham. A


diferença no seu procedimento foi a de ferver os líquidos durante uma hora, não se limitando a aquecê-
los; em seguida os tubos foram fechados hermeticamente. Líquidos assim tratados mantiveram-se
estéreis, isto é, sem vida, indefinidamente. Desta forma, Spallanzani demonstrava que os resultados de
Needham não comprovavam a geração espontânea: pelo fato de aquecer por pouco tempo, Needham
não havia destruído todos os micróbios existentes, dando-lhes a oportunidade de proliferar novamente.

Needham, porém, responde às críticas de Spallanzani com argumentos aparentemente muito fortes:
“…Spallanzani… selou hermeticamente dezenove frascos que continham diversas substâncias
vegetais e ferveu-os, fechados, por uma hora. Mas, pelo método de tratamento pelo qual ele torturou suas
dezenove infusões vegetais, fica claro que enfraqueceu muito ou até destruiu a força vegetativa das
substâncias em infusão…”
O aquecimento excessivo, segundo Needham, havia destruído o princípio ativo; sem princípio ativo,
nada de geração espontânea! É interessante notar que o próprio Spallanzani não soube refutar esses
argumentos, ficando as ideias da abiogênese consolidadas.

As experiências de Pasteur

Por volta de 1860, O cientista francês Louis Pasteur conseguiu derrubar definitivamente as ideias
sobre geração espontânea da vida. Seus experimentos foram bem semelhantes aos de Spallanzani,
porém com alguns aperfeiçoamentos. Vejamos como Pasteur descreve suas experiências.

“Coloquei em frascos de vidro os seguintes líquidos, todos facilmente alteráveis, em contato com o ar
comum: suspensão de lêvedo de cerveja em água, suspensão de lêvedo de cerveja em água e açúcar,
urina, suco de beterraba, água de pimenta. Aqueci e puxei o gargalo do frasco de maneira a dar-lhe
curvatura; deixei o líquido ferver durante vários minutos até que os vapores saíssem livremente pela
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estreita abertura superior do gargalo, sem tomar nenhuma outra precaução. Em seguida, deixei o frasco
esfriar. É uma coisa notável, capaz de assombrar qualquer pessoa acostumada com a delicadeza das
experiências relacionadas à assim chamada geração espontânea, o fato de o líquido em tal frasco
permanecer imutável indefinidamente… Parecia que o ar comum, entrando com força durante os
primeiros momentos (do resfriamento), deveria penetrar no frasco num estado de completa impureza. Isto
é verdade, mas ele encontra um líquido numa temperatura ainda próxima do ponto de ebulição.
A entrada do ar ocorre, então, mais vagarosamente e, quando o líquido se resfriou suficientemente, a
ponto de não mais ser capaz de tirar a vitalidade dos germes, a entrada do ar será suficientemente lenta,
de maneira a deixar nas curvas úmidas do pescoço toda a poeira (e germes) capaz de agir nas infusões…
Depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do frasco foi removido por golpe dado de tal
modo que nada, a não ser as ferramentas, o tocasse, e depois de 24, 36 ou 48 horas, bolores se tornavam
visíveis, exatamente como no frasco aberto ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do
ar.”
Com esta experiência engenhosa, Pasteur também demonstrava que o líquido não havia perdido pela
fervura suas propriedades de abrigar vida, como argumentaram alguns de seus opositores. Além disso,
não se podia alegar a ausência do ar, uma vez que este entrava e saía livremente (apenas estava sendo
filtrado).

A Evolução das Substâncias Químicas

Três teorias sobre a origem da vida

Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A primeira relaciona-se aos mitos da
“criação”, ideia criacionista, que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser superior;
essa hipótese, evidentemente, foge ao campo de ação do raciocínio científico, não podendo ser testada
e nem refutada pelos métodos usados pela ciência.

A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do Gênesis, onde Deus origina o homem.
(Foto: Michelangelo/Reprodução)

Uma segunda posição, a panspermia, se refere à possibilidade de a vida ter se originado fora do
planeta Terra e ter sido “semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam trazido “esporos”

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ou outras formas de vida alienígena. Esses teriam evoluído nas condições favoráveis da Terra, até originar
a diversidade de seres vivos que conhecemos.

Representação da teoria da panspermia

Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície da Terra, ao redor de mil toneladas de
meteoritos. Em algumas dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como aminoácidos e
bases nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais
frequente no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente astrônomo inglês, sir Fred Hoyle,
defende a ideia de que material biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle chega a
aceitar que isso aconteceria ainda hoje e que de alguma forma esse material “genético” novo poderia ser
incorporado aos organismos existentes, modificando assim sua evolução!
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consideradas pela maioria dos cientistas; para
começo de conversa, o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera terrestre seria de tal
ordem, que destruiria qualquer forma de vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, aceitar
que a vida apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o problema para diante, já que não esclareceria
como a vida teria surgido fora daqui.
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o
planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil ou seguro verificar
eventos que ocorreram há bilhões de anos, quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no
entanto, os cientistas conseguiram reproduzir algumas das condições originais em laboratório e
descobriram muitas evidências geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. Essa
terceira posição foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936, como veremos nos
itens a seguir.

Algumas pistas sobre o problema

Nos últimos 120 anos, várias ideias sobre a origem da Terra, sua idade, as condições primitivas da
atmosfera foram surgindo. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que predominam nos
organismos vivos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) também existem fora deles; nos organismos
vivos estes elementos estão combinados de maneira a formar moléculas complexas, como proteínas,
polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos. A diferença básica, então, entre matéria viva e matéria bruta
estaria sobretudo ao nível da organização desses elementos. O químico Wöhler, em 1828, já havia
fornecido a seguinte pista: substâncias “orgânicas” ou complexas, como a ureia, podem ser formadas em
condições de laboratório a partir de substâncias simples, “inorgânicas”. Se as condições adequadas
surgiram da Terra, no passado, então a vida poderia ter aparecido do inorgânico.
Uma simples análise das características que os seres vivos exibem hoje mostra, independentemente
de sua forma ou tamanho, a presença dos mesmos “tijolos” básicos em todos eles: açúcares simples, os
20 tipos de aminoácidos, os 4 nucleotídeos de DNA e os 4 de RNA, e os lipídios. Ora, depois da pista
dada por Wöhler, a que nos referimos, os químicos descobriram que esses compostos podem ser feitos
em laboratório, se houver uma fonte de carbono, de nitrogênio, e uma certa quantidade de energia
disponível. Assim sendo, se as condições adequadas tivessem estado presentes, no passado da Terra,
essas substâncias poderiam ter se formado sem grandes dificuldades.
Várias dessas ideias foram organizadas e apresentadas de forma clara e coerente pelo bioquímico
russo Aleksandr I. Oparin, em 1936, no seu livro “A origem da vida.

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As ideias de Oparin
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Aleksandr Oparin (1894-1980) foi um bioquímico russo que retomou e aprofundou os estudos sobre
a origem da vida, por volta de 1920, segundo a Teoria da evolução química, juntamente com o biólogo
inglês John Burdon S. Haldane (1892-1964). Essa teoria foi proposta inicialmente por Thomas Huxley
(1825-1895).
Nessa teoria, a vida teve origem a partir da evolução de compostos químicos inorgânicos, que se
combinaram formando diversos tipos de moléculas orgânicas simples, como aminoácidos, carboidratos,
bases nitrogenadas, etc., que por sua vez se combinaram formando moléculas mais complexas como
lipídios, ácidos nucléicos, proteínas, que se agruparam formando estruturas complexas, dando origem
aos seres vivos.
Segundo Oparin, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e no início sua temperatura era muito
elevada. O resfriamento e a solidificação da crosta ocorreram mais tarde, por volta de 2,5 bilhões de anos.
As temperaturas do planeta iam diminuindo gradativamente, e com isso, a água que evaporava se
condensava na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que evaporavam novamente, pois
as temperaturas ainda eram muito elevadas. Nessa época aconteceram tempestades torrenciais todos
os dias, durante milhões de anos.
Alguns cientistas acreditam que cerca de 1018 toneladas de matéria foram agregadas ao planeta Terra
através de colisões com asteróides. Essas colisões provocavam um aumento na temperatura.
A atmosfera primitiva era composta por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que se
ligaram formando os compostos amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O).
Nessa época ainda não havia gás oxigênio (O2), nem nitrogênio (N2).
Com o ciclo de chuvas e tempestades havia muitas descargas elétricas. Essas descargas atuavam
sobre as moléculas, promovendo ligações químicas e formando moléculas mais complexas, como os
aminoácidos.
Com o resfriamento da Terra, começou a formação de áreas alagadas e exposição das rochas. Essas
imensas áreas alagadas deram origem aos oceanos. A água da chuva arrastava os compostos para as
rochas. O calor das rochas promoveu ligações químicas entre as moléculas presentes, originando
proteinóides, cadeias de aminoácidos, etc.
Essa moléculas, conforme a temperatura da terra ia diminuindo, iam se tornando mais complexas e
fazendo cada vez mais ligações, transformando a água dos oceanos em grandes sopas orgânicas. As
proteínas formadas foram se aglomerando, até formar os coacervados.
Em algum momento dessa evolução, os coacervados evoluíram e adquiriram a capacidade de se
alimentar e reproduzir, dando origem a um ser vivo primitivo muito simples.

A comprovação experimental

O bioquímico Miller tentou reproduzir em laboratório algumas das condições previstas por Oparin.
Construiu um aparelho, que era um sistema fechado, no qual fez circular durante 7 dias uma mistura de
gases: metano, hidrogênio, amônia e vapor de água estavam presentes. Um reservatório de água
aquecido à temperatura de ebulição permitia a formação de mais vapor de água, que circulava arrastando
os outros gases.

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Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna

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Num certo lugar do aparelho, a mistura era submetida a descargas elétricas constantes, simulando os
“raios” das tempestades que se acredita terem existido na época. Um pouco adiante, a mistura era
esfriada e, ocorrendo condensação, tornava-se novamente líquida. Ao fim da semana, a água do
reservatório, analisada pelo método da cromatografia, mostrou a presença de muitas moléculas
orgânicas, entre as quais alguns aminoácidos.
Miller, com esta experiência, não provava que aminoácidos realmente se formaram na atmosfera
primitiva; apenas demonstrava que, caso as condições de Oparin tivessem se verificado, a síntese de
aminoácidos teria sido perfeitamente possível.
Fox, em 1957, realiza a seguinte experiência: aquece uma mistura seca de aminoácidos e verifica que
entre muitos deles acontecem ligações peptídicas, formando-se moléculas semelhantes a proteínas
(lembre-se de que na ligação peptídica ocorre perda de água ou desidratação). Os resultados de Fox
reforçam a seguinte ideia: se, de fato, aminoácidos caíram sobre as rochas quentes, trazidos pela água
da chuva, eles poderiam ter sofrido combinações formando moléculas maiores, os proteinoides, que
acabariam sendo carregadas aos mares em formação. Percebe-se que Fox tenta testar parte das ideias
de Oparin, e seu ponto de partida foi, sem dúvida, a experiência de Miller.
A química dos coloides explica e prevê a reunião de grandes moléculas em certas condições, formando
os agregados que chamamos coacervados.
É evidente, porém, que a última etapa da hipótese de Oparin nunca poderá ser testada em laboratório;
em outros termos, para conseguirmos que um entre trilhões de coacervados se transformasse, por acaso,
em um ser vivo muito simples, teríamos de dispor de um laboratório tão grande quanto os mares
primitivos, que contivesse, portanto, um número infinitamente grande de coacervados; além disso,
teríamos de dispor de um tempo infinitamente grande, que possibilitasse inúmeras colisões e reações
químicas que foram necessárias para se obter pelo menos um sucesso.
Será que, devido à impossibilidade de teste experimental, devemos repelir “a priori” esta fase?
Podemos pelo menos pensar nela em termos estatísticos. Vamos dar a palavra a um célebre biólogo,
George Wald, que examinou minuciosamente o assunto.
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Ideias recentes sobre a origem da vida

Acredita-se hoje que, provavelmente, a composição da atmosfera primitiva foi diferente do que
acreditava Oparin; ela teria contido CO, CO2, H2, N2 e vapor de água (não haveria, portanto, metano nem
amônia; as fontes de carbono seriam o CO e o CO2, enquanto a de nitrogênio seria o N2). Vapor de água
e de gás carbônico teriam sido produzidos pela intensa atividade vulcânica. Mesmo assim, isso não
invalida experimentos do tipo “Miller”. Na realidade, foram feitas desde então muitas variantes dessa
experiência, modificando-se os gases utilizados e colocando-se algumas substâncias minerais; os
cientistas chegaram a obter mais de 100 tipos de “tijolos” orgânicos simples, incluindo nucleotídeos e
ATP.

O poder da argila

Algumas teorias recentes dão conta de que os longos polímeros, como proteinoides e fitas de ácidos
nucleicos, podem ter se formado, como alternativa às rochas quentes da crosta, em “moldes” de argila.
De fato, para ocorrer polimerização, deve haver uma alta concentração das unidades constituintes; na
argila, essa concentração pode ter sido alta. Além disso, a argila pode ter agido como “catalisadora” e
promovido o aparecimento de ligações simples, como as peptídicas, com perda de água. Alguns biólogos
acreditam ainda que a argila foi o meio em que se formaram moléculas RNA, a partir de nucleotídeos
simples. A energia para essa polimerização poderia ter sido proveniente do calor da crosta; ou do calor
do sol, ou ainda da radiação ultravioleta.

Coacervados ou microesferas?

Há mais de um modelo, além da ideia de coacervados, para explicar como moléculas grandes, tipo
proteinoides, teriam se agregado na água, formando estruturas maiores. O pesquisador Fox, colocando
proteinoides em água, obteve a formação de pequeninas esferas.
Bilhões de microesferas podem ser obtidas a partir da mistura de um grama de aminoácidos aquecidos,
algumas delas formando cadeias, de forma muito semelhante a algumas bactérias atuais. Cada
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Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson
fonte: Biologia; introdução à Biologia pp. 97-105. (Livro 1). São Paulo: Gráfica e 1991.

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microesfera tem uma camada externa de moléculas de água e proteínas e um meio interno aquoso, que
mostra algum movimento, semelhante à ciclose. Essas microesferas podem absorver e concentrar outras
moléculas existentes na solução ao seu redor. Podem também se fundir entre si, formando estruturas
maiores; em algumas condições, aparecem na superfície “brotos” minúsculos que podem se destacar e
crescer.
Como apareceu o gene?

Uma coisa que é importante entender: na hipótese original de Oparin, não há referência aos ácidos
nucleicos; não se sabia na época que eles constituem os genes. Muita gente então acreditava que os
genes fossem de natureza proteica; afinal, havia sido demonstrada a enorme importância das proteínas
como enzimas, material construtor e anticorpos. Dá para entender, por isso, a ênfase que Oparin dá ao
aparecimento da proteína. No entanto a hipótese original foi readaptada quando ficou patente a identidade
entre genes e ácidos nucleicos.
Acredita-se hoje que a primeira molécula informacional tenha sido o RNA, e não o DNA. Foi feita a
interessantíssima descoberta de que certos “pedaços” de RNA têm uma atividade catalítica: eles
permitem a produção, a partir de um molde de RNA e de nucleotídeos, de outras fitas de RNA idênticas
ao molde! A esses pedaços de RNA com atividade “enzimática”, os biólogos chamam de ribozimas. Isso
permite explicar o eventual surgimento e duplicação dos ácidos nucleicos, mesmo na ausência das
sofisticadas polimerases que atuam hoje.
O DNA deve ter sido um estágio mais avançado na confecção de um material genético estável;
evidentemente, os primeiros DNA teriam sido feitos a partir de um molde de RNA original. Isso lembra
bastante, você vai concordar, o modo de atuação do retrovírus, como o da AIDS!
De qualquer forma, esses “genes nus”, isto é, envolvidos por nada, mas livres na argila ou na água,
podem ter num período posterior “fixado residência” numa estrutura maior, como um coacervado ou uma
microesfera…
Um dos problemas ainda mais perturbadores nessa história toda, relaciona-se ao surgimento do
CÓDIGO GENÉTICO. Em outras palavras, o aparecimento de proteínas ou de moléculas de ácidos
nucleicos com a capacidade de duplicação, nas condições postuladas, pode ser imaginado sem muita
dificuldade, mas permanece extremamente misterioso o método pelo qual as moléculas de ácidos
nucleicos teriam tomado conta do controle da produção de proteínas específicas, que tivessem um valor
biológico e de sobrevivência. Quem sabe o tempo se encarregará de nos fornece novas evidências…

Os primeiros organismos: autótrofos ou heterótrofos?

Para entender claramente esta discussão, é útil recordar as equações de três processos biológicos
básicos, fermentação, respiração e fotossíntese, que reproduzimos a seguir.
Existem duas hipóteses sobre a origem da vida: a hipótese autotrófica, que propõe que o primeiro
ser vivo foi capaz de sintetizar seu próprio alimento orgânico, possivelmente por fotossíntese, e a
hipótese heterotrófica, que prevê que os primeiros organismos se nutriam de material orgânico já pronto,
que retiravam de seu meio. A maioria dos biólogos atuais acha a hipótese autotrófica pouco aceitável
devido a um fato simples: para a realização da fotossíntese, uma célula deve dispor de um equipamento
bioquímico mais sofisticado do que o equipamento de um heterótrofo. Como admitir que o primeiro ser
vivo, produzido através de reações químicas casuais, já possuísse esse grau de sofisticação? É claro que
o primeiro ser vivo poderia ter surgido complexo; porém é muito menos provável que isso tenha
acontecido.
Por outro lado, se o primeiro organismo era heterótrofo, o que ele comeria? Hoje os heterótrofos
dependem, para sua nutrição, direta ou indiretamente, dos autótrofos autossintetizantes. No entanto não
se esqueça de que, de acordo com a hipótese de Oparin, o primeiro organismo surgiu num mar repleto
de coacervados orgânicos, que não haviam chegado ao nível de complexidade adequada. Esses
coacervados representam então uma fonte abundante de alimento para nosso primeiro organismo, que
passaria a comer seus “irmãos” menos bem sucedidos.
Admitamos um primeiro organismo heterótrofo, para o qual alimento não era problema. Pode-se obter
energia do alimento através de dois processos: a respiração que depende de O2 molecular, inexistente
na época, e a fermentação, processo mais simples, cuja realização dispensa a presença de oxigênio.
Estabeleçamos, a título de hipótese mais provável, que o primeiro organismo deva ter sido um
heterótrofo fermentador. A abundância inicial de alimento permite que os primeiros organismos se
reproduzam com rapidez; não se esqueça também de que todos os mecanismos da evolução biológica,
como a mutação e seleção natural, estão atuando, adaptando os organismos e permitindo o aparecimento
de características divergentes.

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Surge a fotossíntese

A velocidade de consumo do alimento, no entanto, cresce continuamente, já que o número de


organismos aumenta; a reposição desse alimento orgânico através das reações químicas que
descrevemos é obviamente muito mais lenta que o seu consumo. Perceba que, se não surgissem por
evolução os autótrofos, a vida poderia ter chegado num beco sem saída por falta de alimento.
Em algum momento anterior ao esgotamento total do alimento nos mares, devem ter aparecido os
primeiros organismos capazes de realizar fotossíntese; possivelmente usaram como matéria prima o CO2
residual dos processos de fermentação. Sua capacidade de produzir alimento fechava o ciclo
produtor/consumidor e permitia o prosseguimento da vida.

Surge a respiração

Um resíduo do processo fotossintético é o oxigênio molecular; por evolução devem ter surgido mais
tarde os organismos capazes de respirar aerobicamente, que utilizaram o O2 acumulado durante milhões
de anos pelos primeiros autótrofos.

A respiração, não se esqueça, permite extrair do alimento maior quantidade de energia do que a
fermentação. Seguramente o modo de vida “respirador” representa, na maioria dos casos, uma grande
vantagem sobre o método “fermentador”; não devemos estranhar que a maioria dos organismos atuais
respire, apesar de ter conservado a capacidade de fermentar.
Lembre-se, ainda, de que a presença de oxigênio molecular na atmosfera acaba permitindo o
aparecimento na atmosfera da camada de ozônio, que permite a filtração de grande parte da radiação
ultravioleta emitida pelo sol. Essa radiação é fortemente mutagênica; porém os organismos aquáticos
estariam parcialmente protegidos, já que a água funciona como um filtro para ela. De qualquer maneira,
o aparecimento do ozônio prepara o terreno para uma futura conquista do ambiente seco, caso alguns
organismo um dia se aventurem a fazer experiência.

Aparece a membrana celular

É muito provável que os primeiros organismos tenham sido mais complexos do que os vírus atuais,
porém mais simples do que as células mais simples que se conhecem.
Um citologista chamado Robertson acredita que, por evolução, os organismos iniciais devam ter
“experimentado” vários tipos de membranas. A vantagem de uma membrana envolvente é clara: ela
fornece proteção contra choques mecânicos e, portanto, maior estabilidade à estrutura; porém ela
representa uma barreira entre o organismo e o alimento a seu redor, o que é uma desvantagem.
Assim, a membrana ideal deveria ser resistente, com um certo grau de elasticidade, sem deixar de ser
suficientemente permeável. Num certo estágio da evolução dos seres vivos, apareceu a membrana
lipoproteica, que reúne todos esses atributos e certamente foi um sucesso total, já que todos os seres
vivos atuais de estrutura celular a possuem.
Nesse estágio, pode-se falar em organismos procariontes, muito semelhantes às mais simples
bactérias atuais.

Procariontes originam eucariontes

Uma membrana traz, entretanto, alguns problemas adicionais: ela se constitui, de certa forma, num
obstáculo para o crescimento da estrutura viva. Vamos explicar: à medida que a célula cresce, seu volume
aumenta, assim como a superfície de sua membrana; porém a superfície cresce MENOS
proporcionalmente, do que o volume. Desse modo, a célula MAIOR se alimenta PIOR. A única forma de
restabelecer a relação favorável entre superfície e volume é a divisão da célula, que, assim, nunca pode
passar de um certo tamanho.
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Portanto o volume dos primeiros organismos é limitado, já que a partir de um certo tamanho tem de
acontecer divisão celular. Robertson propõe que, por evolução biológica, alguns organismos devem ter
adquirido a capacidade genética de dobrar sua membrana para fora (evaginação). Dessa forma, sem
mudanças apreciáveis de volume, aumentaria a superfície em contado como meio. Perceba que na
proposta de Robertson fica implícita a ideia de que todos os orgânulos celulares membranosos tiveram a
mesma origem; membranas nucleares, do retículo, do Golgi e plasmática nada mais seriam do que
dobramentos de uma primitiva membrana.
Na célula atual, de fato, verificam-se dois fatos que apoiam fortemente as ideias de Robertson:
Há comunicação entre todas as membranas celulares, que se apresentam formando um sistema
membranoso único.
Todas as membranas celulares têm a mesma composição e são lipoproteicas.
Assim teriam aparecido, muito provavelmente, as primeiras células eucarióticas, que, em alguns casos,
levaram vantagem quando competiam com os procariontes. Apesar disso, os procariontes continuaram
existindo: são, como sabemos, as inúmeras espécies de bactérias e as cianofíceas atuais.

A origem de algumas organelas celulares

Uma teoria muito em voga atualmente a respeito da origem das organelas celulares é a endossimbiose.
Trata-se da seguinte ideia: alguns organismos procariontes teriam sido “engolidos” por células maiores
de eucariontes, ficando no interior da célula, mas com capacidade de reprodução independente e
realizando determinadas funções. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos possam ter se originado
dessa forma. As mitocôndrias podem ter sido um dia bactérias independentes; os cloroplastos, talvez
cianofíceas ou baterias fotossintetizantes.

Os argumentos a favor dessa ideia são muito fortes: cloroplastos e mitocôndrias possuem material
genético próprio, semelhante ao DNA de bactéria. Esse DNA tem capacidade de duplicação, de
transcrição; ribossomos existentes no interior desses orgânulos produzem também proteínas próprias.
Por fim, ambos os orgânulos têm a capacidade de se reproduzir no interior da célula “hospedeira”.
Uma “troca de favores” poderia ter se estabelecido entre a célula maior e a menor. No caso da
mitocôndria, que teria obtido proteção e alimento, sua presença teria permitido que a célula maior
aprendesse a RESPIRAR oxigênio, com todas as vantagens inerentes. A simbiose com um procarionte

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fotossintetizante faria que os eucariontes hospedeiros tivessem síntese de alimento “em domicílio”,
obviamente um processo muito vantajoso.

A evolução biológica

Atualmente os seres vivos estão adaptados ao meio em que vivem, isto é, entre os seres vivos e o
ambiente há um ajuste com papel fundamental para a sua sobrevivência. O flamingo rosa se alimenta de
cabeça para baixo, adaptando-se à procura de alimento no lodo em que vive; os cactos suportam o meio
desértico seco graças às adaptações nele existentes; os beija-flores, com seus longos bicos, estão
adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. Esses e numerosos outros
exemplos são reveladores da perfeita sintonia que existe entre os seres e os seus ambientes de vida.

Antigamente, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos
chamados de fixistas. Estes propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e
a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam
exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza,
não admitia a ocorrência de transformação das espécies, pois acreditava que os organismos eram
distribuídos segundo uma escala de complexidade, em que cada ser vivo tinha seu lugar definido.

Visão aristotélica de que as espécies eram fixas e imutáveis

Entretanto, partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a ideia da substituição
gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança.
Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao
contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação das espécies é alcançada a
medida que muda o meio. Nessa concepção, os serres mais adaptados ao ambiente em mudança
sobrevivem, já os menos adaptados são eliminados. Essa ideia deu origem ao evolucionismo.

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Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios continuamente em mudança. Entretanto,
essa mudança das espécies nem sempre implica aperfeiçoamento ou melhora, podendo acarretar, em
alguns casos a uma simplificação. É o caso das tênias, vermes achatados parasitas: embora nelas não
exista tubo digestivo, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestivo do homem e de
muitos outros vertebrados.

Adaptação: a espécie em mudança

Dentre os exemplos que ilustram a adaptação das espécies às mudanças do meio, três se destacam
por seu caráter clássico:
a) a resistência de bactérias aos antibióticos;
b) a coloração protetora das mariposas da espécie Biston betularia.

a) A resistência de bactérias aos antibióticos

O problema da resistência bacteriana a antibióticos caracteriza um caso de adaptação de um grupo


de organismos frente a mudanças ambientais. À medida que antibióticos são inadequadamente utilizados
no combate a infecções causadas por bactérias, o que na realidade se está fazendo é uma seleção de
indivíduos resistentes a determinado antibiótico. Sendo favorecidos, os indivíduos resistentes, pouco
abundantes de início, proliferam, aumentando novamente a população de micro-organismos.

b) A coloração protetora das mariposas

Em meados do século passado, a população de certo tipo de mariposa nos arredores de Londres era
constituída predominantemente por indivíduos de asas claras, embora entre elas se encontrassem
algumas de asas escuras. A explicação para esse fato fica lógica se lembrarmos que nessa época os
troncos das árvores eram recobertos por certo tipo de vegetais, os líquenes, que conferiam-lhes uma cor
acinzentada. Na medida em que a industrialização provocou aumento de resíduos poluentes gasosos, os
troncos das árvores passaram a ficar escurecidos, como consequência da morte dos líquenes e do
excesso de fuligem. Nessa região, passou a haver predominância de mariposas de asas escuras, o que

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denota outro caso de adaptação de um grupo de indivíduos frente a uma mudança ambiental. Procure
entender a semelhança existente entre esses dois exemplos de adaptação e o exemplo da resistência de
insetos a inseticidas.

As evidências da evolução

Durante a fase polêmica da discussão evolucionista, muitos argumentos foram utilizados. Uma das
evidências mais importantes da ocorrência de Evolução biológica é dada pelos fósseis, que podem ser
conceituados como “restos ou vestígios de seres vivos de épocas remotas”. Por meio deles, verifica-se
que havia organismos completamente diferentes dos atuais, argumento poderoso para os defensores do
transformismo. Outras evidências evolutivas podem ser citadas: a semelhança embriológica e anatômica
existente entre os componentes de alguns grupos animais, notadamente os vertebrados; a existência de
estruturas vestigiais, como, por exemplo, o apêndice vermiforme humano, desprovido de função quando
comparado aos apêndices funcionais de outros vertebrados. Modernamente, dá-se muito valor à
semelhança bioquímica existente entre diferentes animais. É o caso de certas proteínas componentes do
sangue do homem e dos macacos.

Lamarck x Darwin

A partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de explicação para a Evolução biológica. Jean
Baptiste Lamarck, francês, e Charles Darwin, inglês, foram os que mais coerentemente elaboraram
teorias sobre o mecanismo evolutivo. Foi Darwin, no entanto, o autor do monumental trabalho científico
que revolucionou a Biologia e que até hoje persiste como a Teoria da Seleção Natural das espécies.

A teoria de Darwin

A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil entender as propostas de
Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-se dois ratos, um
cinzento e outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o
albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente em questão favorece a sobrevivência de
indivíduos cinzentos ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens de uma
mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por predadores. Com o tempo, a população de
ratos cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como

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se o ambiente tivesse escolhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de mais recursos para enfrentar
os problemas oferecidos pelo meio. A esse processo de escolha, Darwin chamou Seleção Natural. Note
que a escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre organismos da mesma espécie. Darwin
reconhecia a existência dessa variabilidade. Sabia também que na natureza, a quantidade de indivíduos
de certa espécie que nascem é maior que aquela que o ambiente pode suportar. Além disso, era
conhecido o fato de que o número de indivíduos da população fica sempre em torno de uma certa
quantidade ótima, estável, devido, principalmente, a altas taxas de mortalidade.
É óbvio que a mortalidade seria maior entre indivíduos menos adaptados a seu meio, pelo processo
de escolha ou “seleção natural”. Perceba, então, que a ideia de Darwin parte do princípio importante de
que existe variabilidade entre os indivíduos de uma mesma espécie e que essa variabilidade pode permitir
que indivíduos se adaptem ao ambiente.
Assim, para Darwin, a adaptação é resultado de um processo de escolha dos que já possuem a
adaptação. Essa escolha, efetuada pelo meio, é a Seleção Natural e pressupõe a existência prévia de
uma diversidade específica. Então, muda o meio. Havendo o que escolher (variabilidade), a seleção
natural entra em ação e promove a adaptação da espécie ao meio. Quem não se adapta, desaparece.
O Darwinismo, a conhecida teoria da “Evolução Biológica por adaptação das espécies aos meios em
mudança através da Seleção Natural”, pode ser assim esquematizado:

É claro que, em ambientes diferentes, variações distintas serão valorizadas. Isso explica por que duas
populações da mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante diversificadas em ambientes
diferentes.

Neodarwinismo

O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também suscitou críticas. A principal era relativa
à origem da variabilidade existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não teve recursos para
entender por que os seres vivos apresentam diferenças individuais. Não chegou sequer a ter
conhecimento dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cruzando plantas de ervilha. O
problema só foi resolvido a partir do início do século XX, com o advento da ideia de gene. E só então ficou
fácil entender que mutações e recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade entre
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as espécies. Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os evolucionistas modernos
conhecem como Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução e que se apoia nas ideias básicas de
Darwin.
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos usados para o seu
combate. Partindo do princípio da existência prévia de variabilidade, uma população bacteriana deve ser
formada por dois tipos de indivíduos: os sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico
deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resistentes, que são selecionadas. As bactérias
resistentes proliferam e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. Qualquer outro
problema de adaptação das espécies a ambientes em modificação pode ser explicado utilizando-se o
raciocínio neodarwinista.

A ideia de Lamarck

Um dos primeiros adeptos do transformismo foi o biólogo francês Lamarck, que, como você verá,
elaborou uma teoria da Evolução, embora totalmente desprovida de fundamento científico.
No mesmo ano em que nascia Darwin, Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) propunha uma ideia
elaborada e lógica. Segundo ele, uma grande mudança no ambiente provocaria numa espécie a
necessidade de se modificar, o que a levaria a mudanças de hábitos.
Se o vento e as águas podem esculpir uma rocha, modificando consideravelmente sua forma, será
que os seres vivos não poderiam ser também moldados pelo ambiente? Teria o ambiente o poder de
provocar modificações adaptativas nos seres vivos?
Lamarck acreditava que sim. Considerava, por exemplo, que mudanças das circunstâncias do
ambiente de um animal provocariam modificações suas necessidades, fazendo que ele passasse a adotar
novos hábitos de vida para satisfazê-las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas
partes do corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras partes não seriam solicitadas,
ficando mais reduzidas, até se atrofiarem. Assim, o ambiente seria o responsável direto pelas
modificações nos seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus descendentes, produzindo um
aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações.
Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei do Uso e Desuso, afirmava
que, se para viver em determinado ambiente fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie
tenderiam a valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com maior frequência, o que o levaria a hipertrofiar.
Ao contrário, o não uso de determinado órgão levaria à sua atrofia e desaparecimento completo ao longo
de algum tempo.
A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. Através dela postulou
que qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que
passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às gerações seguintes, até que ocorresse sua
estabilização.
A partir dessas suas leis, Lamarck formulou sua teoria da evolução, apoiado apenas em alguns
exemplos que observara na natureza. Por exemplo, as membranas existentes entre os dedos dos pés
das aves nadadoras, ele as explicava como decorrentes da necessidade que elas tinham de nadar.
Cornos e chifres teriam surgindo como consequência das cabeçadas que os animais davam em suas
brigas. A forma do corpo de uma planta de deserto seria explicada pela necessidade de economizar água.

Por que não podemos aceitar as teses de Lamarck?

Na verdade não podemos simplesmente achar erradas as ideias de Lamarck sem dizer exatamente o
porquê do erro. É preciso saber criticá-las com argumentos que evidenciam o erro nelas contido. Assim,
pode-se dizer que a lei do uso e desuso só será válida se a alteração que ela propõe estiver relacionada
a alterações em órgãos de natureza muscular e, ainda, alterações que não envolvam mudanças no
material genético do indivíduo. A cauda de um macaco sul-americano não cresceu porque o animal
manifestou o desejo de se prender aos galhos de uma árvore. Tal mudança deveria envolver antes uma
alteração nos genes encarregados da confecção da cauda.
Com relação à lei da transmissão das características adquiridas, é preciso deixar bem claro que
eventos que ocorrem durante a vida de um organismo, alterando alguma sua característica, não podem
ser transmissíveis à geração seguinte. O que uma geração transmite à outra são genes. E os genes
transmissíveis já existem em um indivíduo desde o momento em que ele foi um zigoto. E, fatos que
ocorram durante sua vida não influenciarão exatamente aqueles genes que ele deseja que sejam
alterados.

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Lamarck e Darwin frente a frente: o tamanho do pescoço das girafas:

A Especiação

Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie
ancestral. De modo geral, para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se
separem e deixem de se cruzar. Essa separação constitui o isolamento geográfico e pode ocorrer por
migração de grupos de organismos para locais diferentes e distantes, ou pelo surgimento súbito de
barreiras naturais intransponíveis, como rios, vales, montanhas, etc., que impeçam o encontro dos
componentes da espécie original. O isolamento geográfico, então, é a separação física de organismos da
mesma espécie por barreiras geográficas intransponíveis e que impedem o seu encontro e cruzamento.
A mudança de ambiente favorece a ação da seleção natural, o que pode levar a uma mudança inicial
de composição dos grupos. A ocorrência de mutações casuais do material genético ao longo do tempo
leva a um aumento da variabilidade e permite a continuidade da atuação da seleção natural. Se após
certo tempo de isolamento geográfico os descendentes dos grupos originais voltarem a se encontrar,
pode não haver mais a possibilidade de reprodução entre eles. Nesse caso, eles constituem novas
espécies. Isso pode ser evidenciado através da observação de diferenças no comportamento reprodutor,
da incompatibilidade na estrutura e tamanho dos órgãos reprodutores, da inexistência de descendentes
ou, ainda, da esterilidade dos descendentes, no caso de eles existirem. Acontecendo alguma dessas
possibilidades, as novas espécies assim formadas estarão em isolamento reprodutivo, confirmando,
desse modo, o sucesso do processo de especiação.
Podemos dividir a especiação em três tipos, que serão explicados a seguir:
1. Especiação alopátrica;
2. Especiação simpátrica;
3. Especiação parapátrica.

1. Especiação alopátrica
A especiação alopátrica ocorre quando duas espécies são separadas por um isolamento geográfico.
O isolamento pode ocorrer devido à grande distância ou uma barreira física, como um deserto, rio ou
montanha. A especiação bem-sucedida é vista na figura abaixo. Os tentilhões observados por Darwin é
um exemplo dessa especiação na qual ele observou que, nas ilhas Galápagos, eles se diferenciavam
pelo tipo de bico. Além disso, seria uma forma de adaptação à dieta alimentar de cada uma das 14
espécies.

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Exemplo de especiação alopátrica (Foto: USP)

2. Especiação simpátrica
A especiação simpátrica diferencia-se da alopátrica pela ausência da separação geográfica. Nessa
especiação, duas populações de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento
entre as mesmas, resultando em diferenças que levarão à especiação, ou seja, a uma nova espécie. Isso
pode ocorrer pelo fato dos indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbívoros que
experimentam uma nova planta hospedeira.

Moscas que vivem no mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP)

3. Especiação parapátrica
A especiação parapátrica ocorre em duas populações da mesma espécie que também não possuem
nenhuma barreira física, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) entre as espécies. É
uma população contínua, mas que não se cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o
resultado são descendentes híbridos. Um exemplo dessa especiação é o caso das gramíneas
Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem fixadas em um substrato contaminado
com metais pesados.
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, que foram se adaptando para genótipos
tolerantes a esses metais pesados. Ao longo prazo, essas espécies foram adquirindo características
diferentes, como a mudança de floração impossibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico
entre esses grupos.

Espécie de gramínea à esquerda em um solo não contaminado e à direita, contaminada por metais
pesados (Foto: USP)

Irradiação adaptativa
Há muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos de seres vivos foi possível a partir de um
grupo ancestral cujos componentes, através do processo de especiação, possibilitaram o surgimento de
espécies relacionadas. Assim, a partir de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de
novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses meios. Desse
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modo teriam surgido novas espécies que em muitas características apresentavam semelhanças com
espécies relacionadas e com a ancestral. Esse fenômeno evolutivo é conhecido como Irradiação
Adaptativa, e um dos melhores exemplos corresponde aos pássaros fringilídeos de Galápagos estudados
por Darwin. Originários do continente sul-americano, irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago,
cada grupo adaptando-se às condições peculiares de cada ilha e, consequentemente, originando as
diferentes espécies hoje lá existentes.
Para que a irradiação possa ocorrer, é necessário em primeiro lugar que os organismos já possuam
em seu equipamento genético as condições necessárias para a ocupação do novo meio. Este, por sua
vez, constitui-se num segundo fator importante, já que a seleção natural adaptará a composição do grupo
ao meio de vida.

Convergência adaptativa
Processo que é resultante da adaptação de grupos de organismos de espécies diferentes a um mesmo
hábitat. Por estarem adaptados ao mesmo hábitat, possuem semelhanças em relação à organização de
corpo sem necessariamente possuírem grau de parentesco.
Estes organismos, por viverem num mesmo tipo de ambiente e estarem adaptados ao mesmo,
possuem estruturas que apresentam a mesma função que são chamadas órgãos análogos, como, por
exemplo as asas de um morcego e as patas de um leão.

São semelhantes pela função e não por terem uma mesma origem embrionária ou pelos organismos
possuírem ancestral comum.

Homologia e analogia
Agora que sabemos o que é irradiação adaptativa e convergência adaptativa, fica fácil entender o
significado dos termos homologia e analogia. Ambos utilizados para comparar órgãos ou estruturas
existentes nos seres vivos. Por homologia entende-se semelhança entre estruturas de diferentes

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organismos, unicamente a uma mesma origem embriológica. As estruturas homológicas podem exercer
ou não a mesma função.
O braço do homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e a nadadeira da baleia são estruturas
homológicas entre si, pois todas têm a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há similaridade
funcional.
Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e a asa da ave, verifica-se que ambas têm a mesma origem
embriológica e estão ainda associadas a mesma função.
A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função de adaptação à execução
da mesma função.
As asas dos insetos e das aves são estruturas diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas
estão adaptadas à execução de uma mesma função: o voo. São estruturas análoga

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EVOLUÇÃO HUMANA

A Evolução Humana é o processo de mudança e desenvolvimento, ou evolução, pelo qual os seres


humanos emergiram como uma espécie distinta. É tema de um amplo questionamento científico que
busca entender e descrever como a mudança e o desenvolvimento acontecem. O estudo da evolução
humana engloba muitas áreas da ciência, como a Psicologia Evolucionista, a Biologia Evolutiva, a
Genética e a Antropologia Física. O termo “humano”, no contexto da evolução humana, refere-se ao
gênero Homo. Mas, os estudos da evolução humana usualmente incluem outros hominídeos, como os
Australopithecus.

Histórico da paleoantropologia
A moderna área da paleoantropologia começou com o descobrimento do Neandertal e evidências de
outros “homens das cavernas” no século 19. A ideia de que os humanos eram similares a certos macacos
era óbvia para alguns há algum tempo. Mas, a ideia de evolução biológica das espécies em geral não foi
legitimizada até à publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin em 1859. Apesar do primeiro
livro de Darwin sobre evolução não abordar a questão da evolução humana, era claro para leitores
contemporâneos o que estava em jogo. Debates entre Thomas Huxley e Richard Owen focaram na ideia
de evolução humana, e quando Darwin publicou seu próprio livro sobre o assunto (A descendência do
Homem e Seleção em relação ao Sexo), essa já era uma conhecida interpretação da sua teoria—e seu
bastante controverso aspecto. Até muitos dos apoiadores originais de Darwin (como Alfred Russel
Wallace e Charles Lyell) rejeitaram a ideia de que os seres humanos poderiam ter evoluído sua
capacidade mental e senso moral pela seleção natural.
Desde o tempo de Lineu, alguns grandes macacos foram classificados como sendo os animais mais
próximos dos seres humanos, baseado na similaridade morfológica. No século XIX, especulava-se que
nossos parentes mais próximos eram os chimpanzés e gorilas. E, baseado na distribuição natural dessas
espécies, supunha-se que os fósseis dos ancestrais dos humanos seriam encontrados na África e que os
humanos compartilhavam um ancestral comum com os outros antropoides africanos.
Foi apenas na década de 1920 que fósseis além dos de Neandertais foram encontrados. Em 1925,
Raymond Dart descreveu o Australopithecus africanus. O espécime foi Bebé de Taung, um infante de
Australopithecus descoberto em Taung, África do Sul. Os restos constituíam-se de um crânio muito bem
preservado e de um molde endocranial do cérebro do indivíduo. Apesar do cérebro ser pequeno (410
cm3), seu formato era redondo, diferentemente daqueles dos chimpanzés e gorilas, sendo mais
semelhante ao cérebro do homem moderno. Além disso, o espécime exibia dentes caninos pequenos e
4
Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/evolucao-humana>. Acesso em abril de 2017.

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a posição do foramen magnum foi uma evidência da locomoção bípede. Todos esses traços convenceram
Dart de que o “bebê de Taung” era um ancestral humano bípede, uma forma transitória entre “macacos”
e humanos. Mais 20 anos passariam até que as reinvindicações de Dart fossem levadas em consideração,
seguindo a descoberta de mais fósseis que lembravam o achado de Dart. A visão prevalente naquele
tempo era a de que um cérebro grande desenvolveu-se antes da locomoção bípede.
Pensava-se que a inteligência presente nos humanos modernos fosse um pré-requisito para o
bipedalismo.
Os Australopithcineos são agora vistos como os ancestrais imediatos do gênero Homo, o grupo ao
qual os homens modernos pertencem. Tanto os Australopithecines quanto o Homo pertencem à família
Hominidae, mas dados recentes têm levado a questionar a posição do A. africanus como um ancestral
direto dos humanos modernos; ele pode muito bem ter sido um primo mais distante.
Os Australopithecines foram originalmente classificados em dois tipos: gráceis e robustos. A
variedade robusta de Australopithecus tem, desde então, sido reclassificada como Paranthropus. Na
década de 1930, quando os espécimes robustos foram descritos pela primeira vez, o gênero
Paranthropus foi utilizado.
Durante a década de 1960, a variedade robusta foi transformada em Australopithecus. A tendência
recente tem-se voltado à classificação original como um gênero separado.

A Teoria da Savana
Um dos aspectos mais fascinantes da pesquisa paleoantropológica se refere à influência da Teoria da
Savana neste campo científico. A Teoria da Savana é normalmente ligada ao trabalho de Raymond Dart.
Em seu artigo em Nature no ano 1925 Dart sugeriu um cenário evolutivo para a origem do
Australopithecus africanus: por consequência de mudanças climáticas e uma subsequente redução
das matas, o A. africanus abandonou a vida arborícola e passou a se adaptar a uma vida nas savanas.
Este modelo teórico foi aceito pelas gerações seguintes de paleoantropólogos e se tornou a explicação
mais comum nos livros sobre evolução humana, popularizado também em inúmeros livros de ciência
popular. A Teoria da Savana foi vista como um fato indisputável, desde que os fósseis de hominídeos
encontrados na África pareciam confirmar este modelo teórico.
Em 1993, Renato Bender, um cientista brasileiro de residência na Suíça iniciou uma análise histórica
da Teoria da Savana. Os resultados desta pesquisa foram apresentados 1999 em uma dissertação no
Instituto de Esportes e Ciências Esportivas da Universidade de Berna. Neste trabalho foi demonstrado
que a Teoria da Savana não tem sua origem no trabalho de Raymond Dart. Bender provou que a ideia
de uma adaptação à vida nos “campos abertos” é muito antiga, tendo sido já mencionada em 1809 pelo
famoso cientista francês Jean-Baptiste de Lamarck. Este fato é de enorme importância na avaliação
científica da Teoria da Savana, tendo em vista que os descobrimentos dos fósseis não tiveram influência
alguma na formulação destas especulações.
A partir desta análise, Bender sugeriu que a Teoria da Savana se denominasse “Freilandhypothesen”,
uma palavra alemã que pode ser traduzida pela expressão “Hipótese dos Campos Abertos” (HCA).
Bender insistiu no uso desta expressão no plural, afim de abranger as diferentes versões deste grupo de
especulações que foram publicadas nos últimos 200 anos da história da HCA.
Totalmente independente de Bender, e a partir de outras considerações, sugeriu também o Professor
Phillip Tobias, um paleoantropólogo de renome internacional da África do Sul, um distanciamento das
HCA. Nos últimos anos vários paleoantropólogos também passaram a se distanciar destas especulações,
reconhecendo que estas não tenham a base científica antigamente tida como certa. Um dos exemplos
mais impressionantes deste distanciamento podemos ver na obra Biology, um livro clássico de Campbell
e Reece (2006, 848-849) e muito influente no campo biológico.
Através desta gradual perda de suporte na HCA, os cientistas passaram a se interessar por
explicações alternativas dentro do mundo científico. Uma das alternativas é a Teoria Aquática, também
conhecida por Aquatic Ape Theory ou Aquatic Ape Hypothesis. O interessante nesta teoria é o fato que
ela foi divulgada e desenvolvida durante muito tempo em obras populares, não tendo apoio de cientistas.
Bem ao contrário: até poucos anos atrás esta teoria era normalmente mencionada como um exemplo
clássico de uma especulação infundada. A situação está mudando rapidamente. Por exemplo a médica
suíça Nicole Bender-Oser escreveu uma dissertação histórica sobre a origem da Teoria Aquática (teoria
esta formulada pela primeira vez pelo médico alemão Max Westenhöfer em 1923). Este trabalho foi
honorado no ano 2004 pela Universidade de Berna. Além disso, na obra acima citada de Campbell e
Reece, a Teoria Aquática é apresentada como a alternativa mais convincente entre as atuais opções da
literatura especializada.

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Antes do Homo
Os primeiros hominídeos
Sahelanthropus tchadensis
Orrorin tugenensis
Ardipithecus kadabba
Ardipithecus ramidus

Gênero Australopithecus
Australopithecus anamensis
Australopithecus afarensis
Australopithecus africanus
Australopithecus garhi

Gênero Paranthropus
Paranthropus aethiopicus
Paranthropus boisei
Paranthropus robustus

Gênero Homo
Na taxonomia moderna, o Homo sapiens é a única espécie existente desse gênero, Homo. Do mesmo
modo, o estudo recente das origens do Homo sapiens geralmente demonstra que existiram outras
espécies de Homo, todas as quais estão agora extintas. Enquanto algumas dessas outras espécies
poderiam ter sido ancestrais do H. sapiens, muitas foram provavelmente nossos “primos”, tendo
especificado a partir de nossa linhagem ancestral.
Ainda não há nenhum consenso a respeito de quais desses grupos deveriam ser considerados como
espécies em separado e sobre quais deveriam ser subespécies de outras espécies. Em alguns casos,
isso é devido à escassez de fósseis, em outros, devido a diferenças mínimas usadas para distinguir
espécies no gênero Homo.
A palavra homo vem do Latim e significa “pessoa”, escolhido originalmente por Carolus Linnaeus em
seu sistema de classificação. É geralmente traduzido como “homem”, apesar disso causar confusão, dado
que a palavra “homem” pode ser genérica como homo, mas pode também referir-se especificamente aos
indivíduos do sexo masculino. A palavra latina para “homem” no sentido específico ao gênero é vir,
cognato com “virile” e “werewolf”. A palavra “humano” vem de humanus, a forma adjetiva de homo.
Homo habilis
Viveu entre cerca de 2,4 a 1,5 milhões de anos atrás (MAA). H. habilis, a primeira espécie do gênero
Homo, evoluiu no sul e no leste da África no final do Plioceno ou início do Pleistoceno, 2,5–2 MAA, quando
divergiu do Australopithecines. H. habilis tinha molares menores e cérebro maior que os
Australopithecines, e faziam ferramentas de pedra e talvez de ossos de animais.
Homo erectus
Viveu entre cerca de 1,8 (incluindo o ergaster) ou de 1,25 (excluindo o ergaster) a 0,70 MAA. No
Pleistoceno Inferior, 1,5–1 MAA, na África, Ásia, e Europa, provavelmente Homo habilis possuía um
cérebro maior e fabricou ferramentas de pedra mais elaboradas; essas e outras diferenças são suficientes
para que os antropólogos possam classificá-los como uma nova espécie, Homo erectus. Um exemplo
famoso de Homo erectus é o Homem de Pequim; outros foram encontrados na Ásia (notadamente na
Indonésia), África, e Europa. Muitos paleoantropólogos estão atualmente utilizando o termo Homo
ergaster para as formas não asiáticas desse grupo, e reservando a denominação Homo erectus apenas
para os fósseis encontrados na região da Ásia e que possuam certas exigências esqueléticas e dentárias
que diferem levemente das do ergaster.
Homo ergaster
Viveu entre cerca de 1,8 a 1,25 Milhões de anos. Também conhecido como Homo erectus ergaster
Homo heidelbergensis
O Homem de Heidelberg viveu entre cerca de 800 a 300 mil anos atrás. Também conhecido como
Homo sapiens heidelbergensis e Homo sapiens paleohungaricus.
Homo sapiens idaltu
Viveu há cerca de 160 mil anos (subespécie). É o humano moderno anatomicamente mais antigo
conhecido. Eles não enterravam os corpos das pessoas mortas, acreditando que elas pudessem retornar
à vida

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Homo floresiensis
Viveu há cerca de 12 mil anos (anunciado em 28 de Outubro de 2004 no periódico científico Nature).
Apelidado de hobbit por causa de seu pequeno tamanho.
Homo neanderthalensis
Viveu entre 250 e 30 mil anos atrás. Também conhecido como Homo sapiens neanderthalensis. Há
um debate recente sobre se o “Homem de Neanderthal” foi uma espécie separada, Homo
neanderthalensis, ou uma subespécie de H. sapiens. Enquanto o debate continua, a maioria das
evidências, adquiridas através da análise do DNA mitocondrial e do Y-cromosomal DNA, atualmente
indica que não houve nenhum fluxo genético entre o H. neanderthalensis e o H. sapiens, e,
consequentemente, eram duas espécies diferentes.
Em 1997 o Dr. Mark Stoneking, então um professor associado de antropologia da Universidade de
Penn State, disse: “Esses resultados [baseados no DNA mitocondrial extraído dos ossos do Neanderthal]
indicam que os Neanderthais não contribuíram com o DNA mitocondrial com os humanos modernos …
os Neanderthais não são nossos ancestrais.” Investigações subsequentes de uma segunda fonte de DNA
de Neanderthal confirmaram esses achados
Homo sapiens
Surgiu há cerca de 200 mil anos. Entre 400 mil anos atrás e o segundo período interglacial no
Pleistoceno Médio, há cerca de 250 mil anos, a tendência de expansão craniana e a tecnologia na
elaboração de ferramentas de pedra desenvolveu-se, fornecendo evidências da transição do Homo
erectus ao Homo sapiens.
A evidência direta sugere que houve uma migração do Homo erectus para fora da África, então uma
subsequente especiação para o H. sapiens na África. (Há poucas evidências de que essa especiação
ocorreu em algum lugar). Então, uma subsequente migração dentro e fora da África eventualmente
substituiu o anteriormente disperso Homo erectus. Entretanto, a evidência atual não impossibilita a
especiação multiregional. Essa é uma área calorosamente debatida da paleoantropologia. “Sapiens”
significa “sábio” ou “inteligente.”
Notas adicionais
As origens da humanidade têm sido frequentemente um assunto de grande controvérsia científica e
religiosa. Veja os artigos sobre a controvérsia entre os evolucionistas e os criacionistas.
A classificação dos humanos e seus parentes tem mudado consideravelmente ao longo do tempo.
A especulação a respeito da evolução futura dos humanos é geralmente explorada na ficção científica
como continuação da especiação dos humanos à medida que pertencem a vários nichos ecológicos; ver
radiação adaptativa.
Fonte: www.geocities.com

Evolução Humana
Origem e Evolução do Ser Humano
África, o berço da humanidade
É comum indagarmos sobre a nossa origem. Viemos mesmo dos macacos? Antigamente a pergunta
era ouvida com desprezo e incredulidade, mas hoje é recebida com naturalidade.
A origem do ser humano – esse mamífero tão especial – deve ser analisada, pois o comportamento
humano tem raízes num passado remoto, quando um ser meio macaco, meio humano ocupava as
florestas e depois as savanas da África, onde devem ter surgido os primeiros ancestrais dos seres
humanos.
Há milhões de anos, a África era coberta por densas florestas e macacos movimentavam-se em
bandos. Terremotos, porém, modificaram a paisagem, fazendo surgir montanhas de até 3 mil metros de
altitude ao longo do continente.
Essas modificações transformaram não só a paisagem como também o clima: as grandes elevações
formaram uma barreira contra a passagem da umidade tão necessária à manutenção das florestas;
consequentemente, as árvores escassearam, diminuindo as áreas de florestas, em parte substituídas por
matas, savanas e desertos.
Há milhões de anos, a formação de montanhas muito altas impediu a passagem de correntes aéreas,
ricas em umidade, da região litorânea para o interior. O litoral, mais úmido, manteve as florestas lá
existentes, enquanto no interior a vegetação tornou-se escassa.
Posteriormente, outras modificações da crosta terrestre originaram um grande vale que, estendendo-
se de norte a sul, funcionou como um obstáculo natural às populações animais que viviam no leste e no
oeste.
Separados por essa barreira natural, grupos de macacos passaram a viver em lugares com condições
ambientais diferentes, fato que propiciou o ambiente ideal à formação de uma nova espécie.

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A formação de um longo e sinuoso vale (Vale da Grande Fenda, Tanzânia), há cerca de 12 milhões
de anos, funcionou como uma grande barreira, impedindo a comunicação entre os animais de regiões
diferentes.
Assim, o destino dos seres vivos que ficaram nessas novas regiões dependia da adaptação às novas
condições do meio; se se adaptassem sobreviveriam; se não, pereceriam.
Separados por essa barreira natural, os indivíduos foram sofrendo pequenas modificações que, ao
longo de muitas gerações, resultaram populações com características físicas e comportamentais
diferentes em cada uma das regiões. Assim, alguns desses macacos do passado continuaram habitando
as árvores das florestas remanescentes e originaram o orangotango, o gorila e o chimpanzé; outros, que
ocupavam a região que se modificou, para poder sobreviver, abandonaram as árvores, aventuraram-se
pelo chão e deram origem aos humanos.
Isso não se deu num passe de mágica, mas foram necessários milhões de anos em que,
gradativamente, foram se acumulando modificações até se formar uma nova espécie: a humana.
A floresta primitiva apresentava grande variedade de folhas e frutos comestíveis, alimento farto e
variado aos nossos antepassados que não precisavam deslocar-se a grandes distâncias para obtê-lo nem
de horário certo para se alimentar. Viviam em bandos e saciavam a fome nos lugares por onde passavam.
Com as mudanças das condições ambientais escassearam as florestas e apareceram as savanas, e
já não havia mais a mesma fartura de alimento. As espécies, então, iniciaram uma grande competição
pelo alimento. Provavelmente alguns macacos se aventuraram fora do ambiente em que sempre tinham
vivido, para procurar outras fontes de subsistência. Para sobreviver, modificaram os hábitos alimentares,
pois a vegetação escassa forçava-os a procurar outros alimentos, levando-os provavelmente a
especializar-se mais na caça de pequenos animais para complementar a sua alimentação.
Todas as modificações que ocorreram em seu organismo que os capacitaram a caçar com mais
facilidade provavelmente foram mantidas, pois, caçando mais, teriam alimentação de melhor qualidade,
e esse fator aumentaria as chances de sobreviver, ter filhos e transmitir as novas características às
gerações futuras.
Seres da mesma espécie, quando se acasalam, dão origem a descendentes férteis. O mesmo não
acontece quando o cruzamento se dá entre animais de espécies diferentes.
Fisicamente, porém, havia um grande empecilho: não possuíam características de caçador. Não
tinham presas desenvolvidas nem garras nem esqueletos que lhes permitissem locomover-se em pé,
olhando por sobre o capim, com as mãos livres para empunhar paus, pedras e carregar o que coletavam.
A caça de animais maiores tornava-se difícil… Algo deveria mudar... Teriam chances de sobreviver?

A evolução do ser humano


O antropólogo Richard Leakey, em seu livro A origem da espécie humana, afirma que a primeira
espécie de macaco bípede – o fundador da família humana – era fisicamente diferente dos macacos
atuais e devia alimentar-se de talos, sementes, raízes, brotos e insetos, da mesma forma que fazem hoje
os babuínos das regiões montanhosas da Etiópia. Talvez comesse animais que já encontrava mortos e,
como os chimpanzés, usasse gravetos para desenterrar raízes ou espantar adversários.
Acredita-se que a partir desse animal, que viveu entre 5 e 7 milhões de anos atrás, surgiu a família
humana.
Mas somente há 3 milhões de anos aproximadamente os hominídeos (espécies humanas ancestrais)
proliferaram e deram origem a novos tipos: um deles a linhagem do Homo, que originou o homem
moderno.
Entre esse ancestral e o ser humano atual – conhecido nos meios científicos como Homo sapiens
sapiens – houve uma série de outros tipos.
Por meio dos fósseis sabemos que progressivas modificações determinaram um aumento da estatura
e também do volume do cérebro. Este quase triplicou, passando de 500 para 1.400 centímetros cúbicos
no homem atual. Como tudo isso aconteceu?
O ser humano originou-se pela seleção natural, o mesmo processo evolutivo que deu origem a todos
os seres vivos.
Nas células de todos os seres vivos há os cromossomos e, nestes, os genes. Os genes são estruturas
responsáveis por todas as características que identificam um ser. Definem-lhe desde a forma até as
substâncias que compõem suas células, assim como o seu funcionamento.
Os genes são formados por uma substância conhecida como DNA, que contém as informações
genéticas necessárias à vida em um sistema chamado código genético. Ocasionalmente, este código se
modifica e, consequentemente, as substâncias que vão ser formadas nesse ser, o que alterará as
características determinadas pelo gene. Essas modificações geralmente casuais são as mutações, que
constituem a base ou a matéria-prima da evolução. Se esta modificação for favorável ao ser, aumentando-

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lhe a probabilidade de sobrevivência no meio, a mutação será mantida. Essas mudanças ocorrem
continuamente e, por serem graduais, são assimiladas naturalmente pelas populações, passando
despercebidas aos nossos olhos.
Desse modo, somos, entre outras coisas, o resultado da herança genética codificada em nosso DNA,
originada não só do nosso grupo familiar e racial, mas também dos nossos antepassados que viveram há
milhões de anos. Entretanto, não podemos chegar ao extremo de acreditar que o DNA seja o único
responsável por tudo o que somos. Agindo sobre o nosso material genético comum, a cultura cria
inúmeras e variadas tradições.
A própria formação dos grupos étnicos é resultado das mutações. Grupos humanos dispersaram-se
por várias regiões da Terra e ficaram muito tempo isolados geograficamente. Durante o período de
isolamento, sofreram pequenas modificações que se foram somando e dando-Ihes características
diferentes. Se um desses grupos tivesse permanecido isolado por longo período de tempo, tantas
poderiam ter sido as modificações causadas pelas mutações que talvez até impossibilitassem o
cruzamento ou a formação de um descendente caso esses grupos se encontrassem. Neste caso ter-se-
ia se formado uma nova espécie. No entanto, isso não aconteceu.
O isolamento geográfico durante um certo período de tempo deu a cada grupo étnico características
genéticas próprias. Mas o ser humano é, também, resultado do ambiente cultural e social em que vive.
Assim, ocorre naturalmente uma seleção imposta pelo ambiente, sobrevivendo aquele que estiver mais
adaptado a ele. A esse processo – o principal mecanismo da Teoria da Evolução enunciada por Charles
Darwin (1809-1882) – damos o nome de seleção natural.
A hipótese mais aceita sobre a origem da espécie humana afirma que, por um mecanismo semelhante,
um grupo primitivo de macacos se diversificou, originando o ser humano, o chimpanzé, o gorila e o
orangotango.
Recentemente, estudos bioquímicos revelaram que há 99,4% de semelhança entre o DNA humano e
o do chimpanzé. Também nos mostraram que o chimpanzé é muito mais parecido com os humanos do
que com o gorila. Após esses estudos, o chimpanzé e o gorila passaram a fazer parte da família humana.

O que nos diferencia dos outros primatas


O homem, o gorila, o chimpanzé, o orangotango, os macacos do Novo e do Velho Mundo, o társio e o
lêmure formam o grupo dos mamíferos conhecido como primatas.
Diferem bastante entre si, mas, de todos, o homem é um primata muito especial: herdou de seus
ancestrais macacos a visão binocular (que permite a visão tridimensional e a percepção da profundidade)
e a capacidade de agarrar e manipular objetos com as mãos, com destreza e perfeição.
Todos são parentes: o orangotango, o gorila, o chimpanzé e o ser humano. Porém, somente o ser
humano é capaz de impor sua vontade ao meio ambiente e entender a diferença entre o bem e o mal.
Além de o corpo ter-se tornado ereto, houve ainda o aumento relativo do volume do cérebro e da
espessura do córtex, onde se situam as circunvoluções, que no ser humano são mais desenvolvidas do
que nos demais primatas. Como conseqüência dessas modificações cerebrais sua capacidade mental
tornou-se maior.
Além dessas diferenças, uma das principais características humanas é a criação do mundo espiritual.
Os chimpanzés não enterram seus mortos nem têm simbologia para o além; não representam
graficamente as emoções, embora elas estejam presentes no semblante e nos gestos; não apresentam
criatividade para a elaboração de símbolos que levem a imagens gráficas ou musicais.
O ser humano é o único animal capaz de impor sua vontade ao meio ambiente. Só ele tem realmente
a capacidade de entender a diferença entre o bem e o mal.
Somente o homem ama de forma a englobar todas as criaturas.

O despertar da consciência
Será que os outros animais também têm consciência? Até bem pouco tempo essa indagação não teria
sentido, e a resposta seria um sonoro “Não!”. Atualmente, como se descobriu que o chimpanzé reconhece
sua imagem no espelho, já não podemos mais responder negativamente a essa pergunta.
A bióloga Jane Goodall passou várias décadas observando e estudando os chimpanzés livres no
Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia. Suas observações serviram para chamar a atenção do mundo
científico e leigo para o fato de os animais também terem história: estrutura familiar, dinastia, líderes etc.
Os chimpanzés utilizam pedaços de pau para retirar formigas ou cupins de dentro do formigueiro ou
cupinzeiro. Esses paus agem como ferramentas para realizarem o seu trabalho.
Pesquisadores colocaram uma mancha vermelha na testa de um chimpanzé e fizeram-no olhar-se no
espelho; imediatamente, ele colocou a mão na testa: sabia que era a sua imagem. Outros tipos de
macacos, porém, não possuem a mesma capacidade, portanto devem existir vários níveis de consciência,

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entre os quais a humana seria a mais diferenciada e, como diz o antropólogo Richard Leakey, “o produto
de uma criação muito especial”.
A partir de 1960, vários trabalhos têm demonstrado que determinados comportamentos considerados
essencialmente humanos – reconhecer-se diante do espelho, usar símbolos, fabricar artefatos e
ferramentas – não são exclusividade da espécie humana. Experiências realizadas com chimpanzés já
demonstraram que eles relacionam com facilidade símbolos com objetos. Outros animais também são
capazes de fazer essa associação. Os cães, por exemplo, ficam felizes ao ver seus donos pegar a coleira,
pois associam a coleira ao passeio na rua, assim como associam uma vasilha com o alimento.
Havia, porém, uma curiosidade entre os pesquisadores: queriam saber se os chimpanzés usariam os
símbolos para pensar abstratamente. Para isso, em um teste, ensinaram-lhes o que era comida e o que
era ferramenta.
Posteriormente, mostraram outras comidas e outras ferramentas: os chimpanzés separaram com
facilidade as comidas das ferramentas, mostrando que seu intelecto estava generalizando abstrações.

Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br

Anexo – Evolução Humana


Os hominídeos não evoluíram de maneira retilínea de seus ancestrais comuns (mamíferos primitivos),
mas sim com um formato digno de um cladograma, em formato de galhos, como a imagem abaixo:

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Já abaixo, segue a imagem correta da evolução da espécie humana, que não é de forma contínua e
progressiva, mas sim com interações e alterações.

Questões

01. (UFSCar) “O meio ambiente cria a necessidade de uma determinada estrutura em um organismo.
Este se esforça para responder a essa necessidade. Como resposta a esse esforço, há uma modificação
na estrutura do organismo. Tal modificação é transmitida aos descendentes.”
O texto sintetiza as principais ideias relacionadas ao:
(A) fixismo.
(B) darwinismo.
(C) mendelismo.
(D) criacionismo.
(E) lamarckismo.

02. (Mackenzie-SP) A teoria moderna da evolução, ou teoria sintética da evolução, incorpora os


seguintes conceitos à teoria original proposta por Darwin
(A) mutação e seleção natural.
(B) mutação e adaptação.
(C) mutação e recombinação gênica.
(D) recombinação gênica e seleção natural.
(E) adaptação e seleção natural.

03. (PUC-RS) Quais dos cientistas abaixo deram as maiores contribuições para o desenvolvimento da
teoria da evolução?
(A) Mendel, Newton e Darwin.
(B) Lineu, Aristóteles e Wallace.
(C) Pasteur, Lavoisier e Darwin.
(D) Lamarck, Darwin e Lavoisier.
(E) Darwin, Wallace e Lamarck.

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04. (UEPB) Observe a figura abaixo:

Sobre as estruturas locomotoras acima representadas, podemos afirmar que são:


(A) Homólogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.
(B) Homólogas, porque têm a mesma função e origens diferentes.
(C) Análogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.
(D) Análogas, porque têm a mesma função, mas possuem origens diferentes.
(E) Homólogas, porque têm funções diferentes, mas possuem a mesma origem.

05. Sabemos que Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros estudiosos que compreenderam que o
meio poderia de alguma forma influenciar na evolução dos seres vivos. Apesar de algumas conclusões
errôneas, esse pesquisador foi muito importante para a biologia evolutiva.
Marque a alternativa que indica os dois pontos principais da teoria que ficou conhecida por
lamarckismo.
(A) Seleção natural e mutação.
(B) Lei do uso e desuso e seleção natural.
(C) Lei do uso e desuso e lei da necessidade.
(D) Lei da herança dos caracteres adquiridos e lei do uso e desuso.
(E) Seleção natural e lei da herança dos caracteres adquiridos.

06. (UFC) Um problema para a teoria da evolução proposta por Charles Darwin no século XIX dizia
respeito ao surgimento da variabilidade sobre a qual a seleção poderia atuar. Segundo a Teoria Sintética
da Evolução, proposta no século XX, dois fatores que contribuem para o surgimento da variabilidade
genética das populações naturais são:
(A) mutação e recombinação genética.
(B) deriva genética e mutação.
(C) seleção natural e especiação.
(D) migração e frequência gênica.
(E) adaptação e seleção natural.

07. (UFTM) Um estudante do ensino médio, ao ler sobre o tegumento humano, fez a seguinte
afirmação ao seu professor: “o homem moderno não apresenta tantos pelos como os seus ancestrais,
pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso só foi possível porque o homem adquiriu
uma inteligência que permitiu a confecção de roupas, protegendo-o do frio.” Diante dessa informação
dada pelo aluno, o professor explicou que isso:
(A) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que
estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas características adquiridas são
transmitidas aos descendentes.
(B) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que
existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles portadores de características adaptativas
conseguem sobreviver e deixar descendentes.
(C) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay Gould, que
pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência ambiental, mas sim por alterações
genéticas intrínsecas.
(D) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe
que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm maiores chances de viver.
(E) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe
que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do tempo.

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08( FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Uma das imagens mais populares
sobre a evolução humana mostra uma sucessão progressiva de espécies, conforme a figura abaixo:

Considerando-se o significado biológico de evolução e o processo de evolução do homem, esta


representação é
(A) adequada, pois a evolução humana ocorreu de forma contínua e progressiva. O homem, que ocupa
a primeira posição da fila, representa a espécie mais evoluída.
(B) adequada, pois as evidências científicas já demonstraram que o homem é resultante da evolução
de primatas menos evoluídos, como o gibão, o gorila e o chimpanzé.
(C) inadequada, pois há espécies que foram extintas. O correto seria representar apenas as espécies
ancestrais que ainda têm descendentes
(D) inadequada, pois algumas das espécies representadas não são ancestrais das espécies seguintes.
O mais correto seria representar a evolução humana como os galhos de um ramo.

09(FUNRIO - UFRB - Técnico de Laboratório - Análises clínicas – 2015). Leia as proposições:


I) O campeão atual de halterofilismo, graças a sua dedicação e muitas horas de exercício, deverá ter
filhos com grande desenvolvimento muscular.
II) Os pavões machos por terem uma cauda maior e chamativa conseguem atrair mais as fêmeas para
o acasalamento, mesmo no meio da vegetação.
III) Um grupo de tentilhões ficou com o bico maior para comer as sementes maiores e o outro grupo
de tentilhões ficou com o bico menor para comer as sementes menores.
Essas proposições podem ser atribuídas respectivamente, a:
(A) I - Lamarck, II - Lamarck, III - Darwin.
(B) I - Lamarck, II - Darwin, III - Lamarck.
(C) I - Darwin, II - Lamarck, III - Lamarck.
(D) I - Lamarck, II - Darwin, III - Darwin.
(E) I - Darwin, II - Lamarck, III - Darwin.

10. (FCC- SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Durante o chamado Inverno da
Fome na Holanda (1944-1945), mulheres grávidas subnutridas geraram crianças com peso abaixo do
normal. Anos depois, quando essas crianças já haviam se tornado pessoas adultas e tiveram filhos,
verificou-se que os seus bebês nasciam com peso abaixo da média, ainda que todas as mães tivessem
recebido uma dieta adequada durante a gravidez. Esse fato sugeriu a possibilidade de ocorrer a
transmissão de caracteres adquiridos em seres humanos, o que é compatível com a explicação de
(A) Lamarck para a evolução dos seres vivos.
(B) Darwin para a evolução dos seres vivos.
(C) Mendel para a transmissão das características hereditárias.
(D) Darwin para a seleção sexual.
Respostas

01. Resposta E.
O texto apresenta as ideias fundamentais da teoria de evolução de Lamarck, que se fundamenta na
lei do uso e desuso e na transmissão dos caracteres adquiridos.

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02. Resposta C
Na teoria sintética da evolução, a teoria proposta por Darwin é “melhorada” através de conceitos de
Genética até então desconhecidos. Sendo assim, foram incorporados conceitos como mutação e
recombinação gênica.

03. Resposta E
-Mendel é conhecido como o pai da genética pois em 1865 formulou as famosas “Leis de Mendel”, que
regem a transmissão dos caracteres hereditários.
-Newton, físico e matemático, publicou 1687, a lei da gravitação universal e as três leis de Newton,
que fundamentaram a mecânica clássica.
-Darwin: foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da
ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natura.
-Pasteur: Foi um cientista francês que fez descobertas que tiveram enorme importância na história da
química e da medicina.
-Aristóteles: Dedicou sua vida ao desenvolvimento de conceitos fundamentais de ética, lógica, política,
e outros, que são usados até hoje.
-Wallace: Escreveu um ensaio no qual praticamente definia as bases da teoria da evolução e enviou-
o a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do mérito
de sua teoria, bem como o encaminhamento do manuscrito ao geólogo Charles Lyell. Darwin, ao se dar
conta de que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à sua - aquela em
que vinha trabalhando, com grande sigilo, ao longo de vinte anos - escreveu ao amigo Charles Lyell:
"Toda a minha originalidade será esmagada". Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph
Hooker - também amigo de Darwin e com grande influência no meio científico - propuseram que os
trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Linnean Society of London, o mais importante centro
de estudos de história natural da Grã-Bretanha.
-Lineu: Criou um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735, que é usado até hoje com
poucas modificações.
-Lavoisier: Químico francês, considerado o pai da química moderna. É reconhecido por ter enunciado
o princípio da conservação da matéria.
Lamarck: Naturalista francês que desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos

04. Resposta D

05. Resposta D
Os principais pontos do lamarckismo foram a lei do uso e desuso, que diz que certos órgãos podem
desenvolver-se ou se atrofiar de acordo com sua utilização, e a lei da herança dos caracteres adquiridos,
que afirma que uma característica adquirida durante a vida é passada à prole

06. Resposta A

07. Resposta A
A afirmação do aluno está incorreta, pois sua explicação baseia-se na lei de uso e desuso, que diz que
estruturas que não são usadas com frequência tendem a desaparecer.

08. Resposta D

09. Resposta B.

10. Resposta A

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A organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização
celular. A química dos organismos vivos: a principal característica da
biomolécula. Funções celulares: as organelas, síntese, transporte, eliminação de
substâncias e processos de obtenção de energia;

Citologia

O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen
(1590). Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a
estrutura da cortiça observada ao microscópio.

O material apresentava-se formado por pequenos compartimentos hexagonais delimitados por


paredes espessas, lembrando o conjunto de favos de mel. Cada compartimento observado recebeu o
nome de célula. Atualmente sabe-se que aquele tecido observado por Hooke (súber) está formado por
células mortas, cujas paredes estava depositada suberina, tornando-as impermeáveis e impedindo as
trocas de substâncias.
Anos depois, o botânico escocês Robert Brown observou que o espaço de vários tipos de células era
preenchido com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu interior havia uma pequena estrutura
a qual chamou de núcleo. Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden chegou à conclusão de que a
célula era a unidade viva que compunha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão Theodor Schwann
concluiu que todos os seres vivos, tanto plantas quanto animais, eram formados por células. Anos mais
tarde essa hipótese ficou conhecida como teoria celular. Mesmo sabendo que todos os seres vivos eram
compostos por células, ainda havia uma dúvida: de onde se originavam as células?
Alguns pesquisadores acreditavam que as células se originavam da aglomeração de algumas
substâncias, enquanto que outros diziam que as células se originavam de outras células preexistentes.
Um dos cientistas que defendiam essa última ideia era o pesquisador alemão Rudolf Virchow, que foi o
autor da célebre frase em latim: “Omnis cellula ex cellula”, que significa “toda célula se origina de outra
célula”. Virchow também afirmou que as doenças eram provenientes de problemas com as células, uma
afirmação um pouco ousada para a época.
Em 1878, o biólogo alemão Walther Flemming descreveu em detalhes a divisão de uma célula em
duas e chamou esse processo de mitose. Dessa forma, a ideia de que as células se originavam da
aglomeração de algumas substâncias caiu por terra. Baseando-se em todas essas descobertas, a teoria
celular ganhou força e começou a se apoiar em três princípios fundamentais:
1. Todo e qualquer ser vivo é formado por células, pois elas são a unidade morfológica dos seres vivos;
2. As células são as unidades funcionais dos seres vivos; dessa forma, todo o metabolismo dos seres
vivos depende das propriedades de suas células;
3. As células sempre se originam de uma célula preexistente através da divisão celular.

A organização estrutural dos seres vivos


a) Quando ao número de célula
Dizemos que todos os seres vivos são formados por células, sendo conhecidos desde formas
unicelulares até formas pluricelulares.
O organismo unicelular tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é
responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc. O
organismo pluricelular, que é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células),
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células
dos pluricelulares, diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem.
Podemos então considerar, para o organismo unicelular ou pluricelular, que a célula é a unidade
estrutural e funcional dos seres vivos.

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b) Quanto à estrutura celular
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser classificados em eucariontes e procariontes.
As células procariontes ou procariotas apresentam inúmeras características que as diferem das células
eucariontes. Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organismos procariontes (bactérias e
cianofíceas) não possuem carioteca. Esta estrutura consiste em uma membrana que separa o material
genético do citoplasma. Conforme pode ser observado na figura abaixo, a células eucariontes ou
eucariotas possuem a carioteca, individualizando o material nuclear da célula, isto é, tornando o núcleo
um compartimento isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma.

Unidade fundamental da vida


A teoria celular afirma que todos seres vivos são constituídos por células e produtos resultantes das
atividades celulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, da
mesma forma que o átomo é a unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras exceções a
célula realiza um ciclo no qual se alteram duas grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa
à fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua estrutura, a célula é classificada em função
de sua estrutura, a célula é classifica em eucariótica e procariótica.
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: membrana, citoplasma e núcleo.
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o mesmo substituído por um equivalente nuclear
chamado nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não apresentam estrutura celular.

A membrana plasmática
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA.
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular.

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Constituição da membrana plasmática
A membrana plasmática, por ser constituída de uma associação de moléculas de fosfolipídios com
proteínas, é chamada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras membranas biológicas, tais
como as do reticulo, da mitocôndria e do sistema golgiense são lipoproteicas.
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana plasmática foi proposto por Singer e Nicholson.
De acordo com este modelo a membrana plasmática apresenta duas camadas de fosfolipídeos onde
estão “embutidas” proteínas. Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem uma consistência semelhante à
do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâmica.
Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a
expressão mosaico fluido, que se usa para designar este modelo.

As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam


preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana,
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto.

Transportes entre célula e ambiente


A membrana celular exerce um papel importante no que se diz respeito à seletividade de substâncias
- característica esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas podem ser:
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou intercelular;
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte ativo);
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte passivo).
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Neste contexto
abordaremos apenas as duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração intra e extracelular.
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Transporte Passivo
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nos dois lados (interno e
externo) da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia.

A - Difusão simples
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração,
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito
pequenas.
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular.
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc.

B - Difusão facilitada
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético,
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional
à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não

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pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de
um dificulta a passagem do outro.

C - Osmose
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca).
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo:

Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor
pressão de difusão (solução)

Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada)
Transporte Ativo

Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de isotônicas. Em soluções de diferentes


pressões osmóticas, a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a de maior pressão é
chamada de hipertônica. Caso se aplica uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmótica
ocorre o processo denominado de osmose inversa, e é a partir desse processo que se obtém o sal.

Transporte ativo
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP.

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Transportes de Massa
As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos
nucléicos, etc. Essa entrada de materiais em grandes porções é chamada endocitose. Esses processos
de transporte de massa sempre são acompanhados por alterações morfológicas da célula e de grande
gasto de energia.

A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fundamentais:

A - Fagocitose
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodes.
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempenha papéis mais
específicos, como a defesa contra micro-organismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos.

B - Pinocitose
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1
micrômetro.

Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, as substâncias permanecem no interior de


vesículas, fagossomos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas presentes nos lisossomos,
formando o vacúolo digestivo. Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão celular.

Diferenciação da membrana plasmática


No desempenho de funções específicas, surgem diferenciações da membrana plasmática de algumas
células passamos a apresentar algumas dessas diferenciações.

A - Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de


absorção das células que as possuem. São encontradas nas células que revestem o intestino e nas
células dos túbulos renais.

B - Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrâncias das membranas de células vizinhas,


que se encaixam e facilitam as trocas de substâncias entre elas. São observadas nas células dos túbulos
renais.

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C - Desmossomos: são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. O
espaço entre as membranas é ocupado por um material mais elétron-denso que o glicocálix.
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoesqueleto que mergulham no hialoplasma. É o local
de "ancoragem" dos componentes do citoesqueleto, e de forte adesão entre células vizinhas.

Os níveis de organização das Células Eucariotas


Nesse grupo encontram-se:
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo
central)
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos)

Componentes Morfológicos das Células


Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos
o citoplasma dos eucariontes.
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma célula eucariota são:

1. Hialoplasma e citoesqueleto
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água,
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo.
O hialoplasma é considerado um coloide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso).
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada
de endoplasma.

Citoesqueleto
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina, os
microtúbulos e os filamentos intermediários.

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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituídos da proteína contráctil actina e encontrados
em todas as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, chegando a ter 3 a 6nm
(nanômetros) de diâmetro, cruzando a célula em diferentes direções, embora concentram-se em maior
número na periferia, logo abaixo da membrana plasmática. Muitos movimentos executados por células
animais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de actina.

Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz,
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula.

Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas
substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da
célula nervosa.

Filamentos Intermediários
Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos.

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Nas células que revestem a camada mais externa da pele existe grande quantidade de um tipo de
filamento intermediário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é impedir que as células
desse tecido se separem ou rompam ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além de
estarem espalhadas pelo interior das células, armando-as, moléculas de queratina promovem uma
“amarração” entre elas em determinados pontos, o que garante a estabilidade do tecido no caso da ação
de algum agente externo que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras de ferro que são
utilizadas na construção de uma coluna de concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes dos tecidos conjuntivos e dos
neurofilamentos encontrados no interior das células nervosas.

Movimentos do hialoplasma
1.1 Ciclose
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes,
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais.

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1.2 Movimento ameboide
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, podem modificar sua forma, surgindo assim
os pseudópodes (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com a locomoção ou com a
habilidade de fagocitar alimentos. A formação de pseudópodes depende de um movimento especial do
hialoplasma celular, chamado movimento ameboide.

2. O retículo endoplasmático
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas);
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos.
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular).

Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL)


O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos
achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos –
aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é
formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa.

Os papéis do retículo endoplasmático


O retículo endoplasmático, devido à grande superfície de suas membranas, desempenha alguns
papéis básicos no interior da célula:
- Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma verdadeira rede de comunicação entre as
diversas regiões da célula.

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- Armazena materiais, principalmente no interior dos vacúolos, grandes espaços envolvidos por
membrana plasmática.
- Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido à associação de suas membranas com várias
enzimas.
- Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e esteroides. Em células secretoras de hormônios
sexuais, que são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem desenvolvido.

O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica.

3. Os ribossomos
Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da
célula.
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos),
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando
origem ao retículo endoplasmático rugoso.

4. O complexo golgiense
O complexo golgiense está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas
ribossômicas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação,
empacotamento e secreção de substâncias.
O complexo golgiense é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocálix e está ligado à síntese de polissacarídeos.
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão.
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas,
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide.

5. Os lisossomos
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo golgiense, repletas de enzimas
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de
materiais diversos.
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo golgiense, que finalmente as “empacota” em
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente
ditos, também chamados de lisossomos primários. Quando a célula engloba alguma partícula externa,
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo alimentar, ou fagossomo. Um lisossomo se funde
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose.

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Os lisossomos podem também digerir o material proveniente da própria célula. Orgânulos fora de uso,
por exemplo, são digeridos, e as moléculas que o compões são reaproveitadas pela célula. Neste caso,
o lisossomo primário engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo especial chamado de
vacúolo autofágico, (auto= a si mesmo, fago= comer).

6. Os peroxissomos
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo.
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de
enzimas que possuem.
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à
célula.

7. As mitocôndrias
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio.
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O.
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial, onde estão presentes

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diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação
de determinadas proteínas.

8. Os cloroplastos
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema
abaixo que representa esse processo:

Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas,
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas
numa material denominado estroma. Veja o esquema abaixo:

9. Os centríolos
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso
de divisão celular em células animais. Nas células de fungos complexos, plantas superiores
(gimnospermas e angiospermas) e nematoides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas
(samambaias).
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos proteicos, que se
organizam em cilindro.

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São autoduplicáveis no período que precede a divisão celular, migrando, logo a seguir, para os polos
opostos da célula.
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar é a construção de novas fábricas, isto é, a
sua multiplicação. Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “andaimes” proteicos, o chamado
fuso de divisão, formado por inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses microtúbulos não sejam
originados dos centríolos e sim de uma região da célula conhecido como centrossomo, é comum a
participação deles no processo de divisão de uma célula animal. Já em células de vegetais superiores,
como não existem centríolos, sua multiplicação se processa sem eles.

10. Cílios e flagelos


Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas externamente em células de diversos seres
vivos. Os cílios são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a remoção de impurezas. Nas células
que revestem a traqueia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram impurezas provenientes
do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que, produzido pelas células da traquéia,
lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoários, por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados
para a locomoção.

Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns
protozoários (por exemplo, o tripanossomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide.
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento.
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove
pares de microtúbulos periféricos de tubulinas, circundando um par de microtúbulos centrais. É a
chamada estrutura 9 + 2.

Fonte:
fttp://www.elsevier.es/publicaciones/1698031X/0000000400000001/v0_201308021011/13089233/v0_20
1308021012/pt/main. assets/262v4n1-13089233fig03.jpg

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10. Os vacúolos

Os vacúolos são cavidades existentes no interior do citoplasma, que surgiram a partir do


desenvolvimento de vesículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm água e substâncias
dissolvidas. Em certos casos, podem se originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e
pinocitose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos:
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo
São comuns em organismos em que a digestão é intracelular. A célula engloba uma partícula através
da fagocitose, que é introduzida no interior do citoplasma.
10.2 Vacúolos digestivos
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão
de substâncias ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo.
10.3 Vacúolos contráteis
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas citoplasmáticas existentes na célula de alguns
protozoários como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou seja, o controle do volume celular,
e deixam o meio externo com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão
do excesso de água com excretas tóxicas ao organismo.

10. 4 Vacúolos de células vegetais


Os vacúolos das células vegetais são regiões expandidas do retículo endoplasmático. Em células
vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos vacúolos isolados um do
outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, formando-
se um único, grande e central, com ramificações que lembram sua origem reticular. A expansão do
vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à porção periférica da célula. Além
disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água que ocorrem na osmose.

11. Plastos
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua forma
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula.
Os plastos podem ser separados em duas categorias:
- Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de
tomate.

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- Leucoplastos: São aqueles que não possuem nenhum pigmento, seu sistema de membranas interno
não é muito elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu nome muda de acordo com a
substância que é encontrada em seu interior:
- Amiloplastos: Acumulam amido;
- Proteinoplastos: Acumulam proteínas;
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias lipofílicas.

Os componentes do núcleo
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).

Nucleoplasma ou suco nuclear


O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo. Embora muitos
citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme
importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente
reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa
essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o
núcleo fosse a semente da célula, por analogia aos frutos.

A carioteca
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares.
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático.

Poros da carioteca
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e
a saída de substâncias.

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A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá
sustentação. A lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos
que ocorrem durante a divisão celular.

Os nucléolos
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos,
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do
núcleo.

A cromatina
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética:
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando
da reprodução da célula.
Na interfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina. Essa
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais
do material genético.

6
Os cromossomos
Os filamentos de cromatina na interfase são muitos longos, emaranhados e misturados, a divisão
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos.
Durante a interfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs. Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento - o
centrômero, ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular.

6 6
Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113

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As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A
relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite
classificar os cromossomos em quatro tipos:
-Metacêntrico: possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho;
-Submetacêntricos: possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois
braços de tamanhos desiguais;
-Acrocêntricos: possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço
grande e outro muito pequeno;
-Telocêntricos: possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço.

O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela.
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células.

Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos.

Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides,
inclusive as humanas.
Quando uma célula não possui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides.

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A maioria das espécies possui um número diploide de cromossomos nas células somáticas. O número
2n no homem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução sexuada ocorre a união de dois
gametas, que devem ser haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a fecundação (união
entre os gametas) restabelece o número 2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira célula
de um organismo.
O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie constitui a bagagem cromossômica de um
gameta, sendo a contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o conjunto haploide humano
é 23, e o do cachorro 39.
Resumindo... Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos do mesmo material.

Constituição química e arquitetura dos cromossomos


Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma árdua tarefa que mobilizou centenas de
cientistas e muitos anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a ser identificado foi o ácido
desoxirribonucleico, o DNA. Em 1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu uma técnica
especial de coloração que permitiu demonstrar que o DNA é um dos principais componentes dos
cromossomos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromatina também é rica em proteínas
denominadas histonas.

Divisão celular (mitose e meiose, e suas fases)


Do mesmo modo que uma fábrica pode ser multiplicada pela construção de várias filiais, também as
células se dividem e produzem cópias de si mesmas. Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose.
Na mitose, a divisão de uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente idênticas e com o mesmo
número cromossômico que existia na célula-mãe. Uma célula n produz duas células n, uma célula 2n
produz duas células 2n etc. Trata-se de uma divisão equacional. Já na meiose, a divisão de uma “célula-
mãe” 2n gera “células-filhas” n, geneticamente diferentes. Neste caso, como uma célula 2n produz quatro
células n, a divisão é chamada reducional.
O principal ponto em comum entre esses dois processos é o fato de que qualquer célula, antes de
entrar em mitose ou meiose, deve duplicar seu material genético.
Essa duplicação ocorre durante a interfase, período no qual a célula não está em divisão, porem
apresenta grande atividade, sintetizando material para seu funcionamento, crescimento e preparando-se
para a divisão.
Costuma-se dividir a interfase em três períodos distintos: G1, S e G2. O intervalo de tempo em que
ocorre a duplicação do DNA foi denominado de S (síntese) e o período que antecede é conhecido como
G1 (G1 provém do inglês gap, que significa “intervalo”). O período que sucede o S é conhecido como G2.

O ciclo celular todo, incluindo a interfase (G1, S, G2) e a mitose (M) – prófase, metáfase, anáfase e
telófase – pode ser representado em um gráfico no qual se coloca a quantidade da DNA na ordenada (y)
e o tempo na abscissa (x).
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Mitose

A mitose é o processo de divisão celular que forma células-filhas com o mesmo número de
cromossomos da célula-mãe. Por meio da mitose, uma célula com o número x de cromossomos (n, 2n,
3n) divide-se em duas células com o mesmo número x de cromossomos.
Desse modo, a mitose mantem constante o número de cromossomos das células, formando células
idênticas à célula inicial, condição essencial para o crescimento dos organismos pluricelulares.
Todos os seres vivos começam por uma única célula, que, nos organismos pluricelulares se divide,
formando as células do corpo. A mitose permite, assim, a construção dos organismos animais e vegetais.
O aumento do número de células provoca o crescimento dos indivíduos. À medida que ocorre a
formação da células por mitose há também um processo de especialização complexo- a diferenciação
celular. Ela possibilita a transformação das células, de modo a realizar as diferentes funções orgânicas e
a construir os órgãos e tecidos do corpo.
Além de promover o crescimento, a mitose é necessária aos processos de regeneração do organismo,
pois é por meio dela que se dá a reposição de células, para substituir células mortas.

Os cromossomos durante a mitose

Os cromossomos iniciam a mitose já duplicados, com duas cromátides ligadas pelo centrômero, pois
a duplicação do DNA já ocorreu na intérfase.
Durante mitose, as cromátides se separam, permitindo a divisão dos cromossomos, que são levados
para as células-filhas. Isso possibilita que cada célula resultante da mitose receba o mesmo número de
cromossomos da célula inicial.
A mitose é um mecanismo de divisão reducional (R), porque mantém constante o número de
cromossomos das células.

As fases da mitose

A mitose é um processo contínuo de divisão celular, mas, por motivos didáticos, para melhor
compreendê-la, vamos dividi-la em fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Alguns autores
costumam citar uma quinta fase – a prometáfase – intermediária entre a prófase e a metáfase. O final da
mitose, com a separação do citoplasma, é chamado de citocinese.

Prófase

- Os cromossomos começam a ficar visíveis devido à espiralação.


- O nucléolo começa a desaparecer.
- Organiza-se em torno do núcleo um conjunto de fibras (nada mais são do que microtúbulos)
originadas a partir dos centrossomos, constituindo o chamado fuso de divisão (ou fuso mitótico).
Embora os centríolos participem da divisão, não é deles que se originam as fibras do fuso. Na mitose
em célula animal, as fibras que se situam ao redor de cada par de centríolos opostas ao fuso constituem
o áster (do grego, aster = estrela).
- O núcleo absorve água, aumento de volume e a carioteca se desorganiza.
- No final da prófase, curtas fibras do fuso, provenientes do centrossomos, unem-se aos centrômeros.
Cada uma das cromátides-irmãs fica ligada a um dos polos da célula.

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Metáfase

Os cromossomos atingem o máximo em espiralação, encurtam e se localizam na região equatorial da


célula.
- No finalzinho da metáfase e início da anáfase ocorre a duplicação dos centrômeros.

Anáfase

As fibras do fuso começam a encurtar. Em consequência, cada lote de cromossomos-irmãos é puxado


para os polos opostos da célula.
Como cada cromátide passa a ser um novo cromossomo, pode-se considerar que a célula fica
temporariamente tetraploide.

Telófase

- Os cromossomos iniciam o processo de desespirilação.


- Os nucléolos reaparecem nos novos núcleos celulares.
- A carioteca se reorganiza em cada núcleo-filho.
- Cada dupla de centríolos já se encontra no local definitivo nas futuras células-filhas.

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Citocinese – Separando as células

A partição em duas copias é chamada de citocinese e ocorre, na célula animal, de fora para dentro,
isto é, como se a célula fosse estrangulada e partida em duas (citocinese centrípeta). Há uma distribuição
de organelas pelas duas células-irmãs. Perceba que a citocinese é, na verdade a divisão do citoplasma.
Essa divisão pode ter início já na anáfase, dependendo da célula.

Função da mitose

A mitose é um tipo de divisão muito frequente entre os organismos da Terra atual. Nos unicelulares,
serve à reprodução assexuada e à multiplicação dos organismos. Nos pluricelulares, ela repara tecidos
lesados, repões células que normalmente morrem e também está envolvida no crescimento. No homem,
a pele, a medula óssea e o revestimento intestinal são locais onde a mitose é frequente. Nem todas as
células do homem, porém, são capazes de realizar mitose. Neurônios e célula musculares são dois tipos
celulares altamente especializados em que não ocorre esse tipo de divisão (ocorre apenas na fase
embrionária). Nos vegetais, a mitose ocorre em locais onde existem tecidos responsáveis pelo
crescimento, por exemplo, na ponta de raízes, na ponta de caules e nas gemas laterais. Serve também
para produzir gametas, ao contrário do que ocorre nos animais, em que a meiose é o processo de divisão
mais diretamente associado à produção das células gaméticas.

Meiose

As células somáticas de um organismo humano possuem um número diploide de 46 cromossomos em


seus núcleos. Elas foram formadas de um célula inicial, o zigoto, ou célula ovo, originada da fecundação.
O zigoto dividiu-se por mitose para originar as células somáticas.
O zigoto tem 46 cromossomos e é formado pela união dos gametas masculinos e femininos. Para que
o zigoto tenha 16 cromossomos, os gametas devem apresentar 23 cromossomos cada.
No homem, e na maioria das espécies pluricelulares, encontramos células somáticas diploides e, para
permitir a reprodução sexuada, gametas haploides.
Para possibilitar a formação desses gametas (haploides-n), a partir de células duplóides, existe um
processo especial de divisão chamado meiose.
A meiose é um mecanismos de divisão reducional (R), pelo qual uma célula 2n (diploide) forma quatro
células n (haploides), após duas divisões consecutivas.
A meiose está associado a reprodução sexuada, possibilitando a preservação da espécies, mas não
é indispensável para a sobrevivência do indivíduo.

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As fases da meiose

A redução do número cromossômico da célula é importante fator para a conservação do lote


cromossômico das espécies, pois como a meiose formam-se gametas com a metade do lote
cromossômico. Quando ocorre a fecundação, o número de cromossomos da espécie se restabelece.
Podemos estudar a meiose em duas etapas, separadas por um curto intervalo, chamado intercinese. Em
cada etapa, encontramos as fases estudadas na mitose, ou seja, prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula.

Meiose I (Primeira Divisão Meiótica)

Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos
homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de
permuta). Como a prófase I é longa, há uma sequência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser
dividida nas seguintes etapas:
- Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos
cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides.

Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto
conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno
(zygós = par).

- A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado;
como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de
paquíteno (pakhús = espesso).

- Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas,
fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e
evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas
como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que
houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo).

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- Os pares de cromátides afastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as
extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta é a última fase da prófase I, conhecida por
diacinese (dia = através; kinesis = movimento).

Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os
polos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o
término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I.

Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada


cromossomo está preso a fibras de um só polo.

Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são
conduzidos para polos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os
cromossomos atingem os polos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a
segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui.

Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haploides. Segue-
se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II.

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Meiose II (segunda divisão meiótica)

Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta
fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa
a se desintegrar.

Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que
partem de ambos os polos.

Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se


(lembrando a mitose).

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Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa
as quatro células-filhas haploides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de
cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose.

Variabilidade: Entendendo o crossing-over

A principal consequência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos


que são produzidos na reprodução sexuada da espécie. A relação existente entre meiose e variabilidade
é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over.

Meiose com crossing-over


O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides
em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços (quiasmas) correspondentes entre elas. As trocas
provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um
cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa sequência, após a ocorrência do
crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum
analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e a e B e b no par
de homólogos ilustrados na figura. Nessa combinação o gene A e B encontram-se em um mesmo
cromossomo, enquanto a e b estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável,
é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá
surgir. As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração
de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes
ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings
dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade
produzida será bem maior.

Codificação da informação genética

A descoberta do DNA ocorreu em 1869 e foi feita pelo bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher
(1844-1895). Miescher buscava determinar os componentes químicos do núcleo celular e usava os
glóbulos brancos contidos no pus para suas pesquisas. Os glóbulos brancos eram um bom material pois
são células que apresentam núcleos grandes e fáceis de serem isolados do citoplasma. Além disso, o
pus era muito fácil de se conseguir na época em ataduras usadas em ferimentos.
Analisando os núcleos, Miescher descobriu a presença de um composto de natureza ácida que era
desconhecido até o momento. Esse composto era rico em fósforo e em nitrogênio, era desprovido de
enxofre e resistente à ação da pepsina (enzima proteolítica). Esse composto, que aparentemente era
constituído de moléculas grandes, foi denominado, por Miescher, nucleína. Essa substância foi isolada
também da cicatriculada gema do ovo de galinha e de espermatozoides de salmão.
Em 1880, outro pesquisador alemão, Albrecht Kossel (1883-1927), demonstrou que a nucleína
continha bases nitrogenadas em sua estrutura, explicando o fato da nucleína ser rica em nitrogênio. Nove
anos depois, Richard Altmann (1852-1900), que era aluno de Miescher, obteve a nucleína com alto grau
de pureza, comprovando sua natureza ácida e dando-lhe, então, o nome de ácido nucléico. A partir daí,
o material mais utilizado para estudo e obtenção do ácido nucléico passou a ser o timo de bezerro, cujo
tecido apresenta células com núcleos grandes. Foi descoberto que a degradação do ácido nucléico do
timo, chamado de ácido timonucleico, liberava quatro tipos de bases nitrogenadas:
- dois tipos de bases púricas: adenina e guanina
- dois tipos de bases pirimídicas: citosina e timina
Foi demonstrado também que outro produto da degradação do ácido nucleico era um glicídio com 5
átomos de carbono, uma pentose, no caso uma desoxirribose. O fósforo estava presente na forma de um

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derivado do ácido fosfórico, fosfato. Tinha-se até o momento que o ácido nucléico era composto de bases
nitrogenadas (púricas e pirimídicas), de um glicídio (pentose) e de fosfato. Em 1890, foi descoberto em
levedura (fermento) outro tipo de ácido nucleico, que possuía uracila ao invés de timina e ribose ao invés
da desoxirribose. Dessa maneira, foram caracterizados dois tipos de ácidos nucleicos, de acordo com o
glicídio que possuíam:
- ácido ribonucleico (RNA)
- ácido desoxirribonucleico (DNA)
Em 1912, Phoebus Levine (1869-1940) e Walter Jacobs (1883-1967) concluíram que o componente
básico dos ácidos nucléicos era uma estrutura composta por uma unidade que se constituía numa base
nitrogenada ligada a uma pentose, e esta por sua vez, ligada a um fosfato. Esta unidade foi denominada
de nucleotídeo. Um ácido nucléico seria então uma molécula composta por vários nucleotídeos unidos
entre si, ou seja, um polinucleotídeo. Os estudos dos ácidos nucléicos continuaram por muitos anos sem
que os cientistas soubessem de sua importância como material hereditário, descoberta que só foi
realizada muitos anos depois. Os ácidos nucléicos são moléculas gigantes (macromoléculas), formadas
por unidades monoméricas menores conhecidas como nucleotídeos. Cada nucleotídeo, por sua vez, é
formado por três partes:
- um açúcar do grupo das pentoses (monossacarídeos com cinco átomos de carbono);
- um radical “fosfato”, derivado da molécula do ácido ortofosfórico (H3PO4).
- uma base orgânica nitrogenada.

Sabia-se de sua presença nas células, mas a descoberta de sua função como substâncias
controladoras da atividade celular foi um dos passos mais importantes da história da Biologia.

Função dos Ácidos Nucleicos

Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as características dos
indivíduos, como: cor dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de comportamento, doenças
hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo), etc.
Dessa forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou hereditário de
todos os seres vivos.

Os Nucleotídeos: são as unidades constituintes dos ácidos nucléicos. Ou seja, são os monômeros
dos ácidos nucléicos.

Estrutura do Nucleotídeo

Basicamente, um nucleotídeo é constituído por três partes:


- Uma base nitrogenada
- Uma pentose
- Um grupo fosfato

a) As Bases Nitrogenadas
Já as bases nitrogenadas pertencem a dois grupos:
- as púricas: adenina (A) e guanina (G);
- as pirimídicas: timina (T), citosina (C) e uracila (U).

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No quadro abaixo os exemplos das bases púricas e pirimídicas

Bases púricas e pirimídicas

As pentoses: são monossacarídeos (oses) de cinco carbonos na cadeia. Têm a função de dar
sustentação a molécula. São elas:
- Ribose no RNA
- Desoxirribose no DNA

O Grupo Fosfato (PO4): é derivado do ácido fosfórico (H3PO4) - é comum tanto ao DNA como ao RNA.
Tem a função de ligar os nucleotídeos de uma mesma fita.

Características do DNA
Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e Crick, 1972).
Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade;
Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade;
Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo;
Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro);
O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no citoplasma (nas
mitocôndrias e cloroplastos)

É da associação dos diferentes nucleotídeos que se formam as macromoléculas dos dois tipos de
ácidos nucléicos: o ácido ribonucleico (RNA) e o ácido desoxirribonucleico (DNA). Eles foram assim
chamados em função dos açúcar presente em suas moléculas: O RNA contém o açúcar ribose e o DNA
contém o açúcar desoxirribose.

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Outra diferença importante entre as moléculas de DNA e a de RNA diz respeito às bases nitrogenadas:
no DNA, as bases são citosina, guanina, adenina e timina; no RNA, no lugar da timina, encontra-se a
uracila. A importância e o funcionamento dos ácidos nucléicos

O desenho mostra os filamentos dos ácidos nucléicos.


DNA filamento duplo e RNA monofilamento.

A Duplicação ou Replicação do DNA

É o processo através do qual uma molécula de DNA dá origem a outra molécula, idêntica a molécula
mãe. A duplicação é semiconservativa, ou seja, cada molécula de ADN formada conserva uma das fitas
da molécula-mãe.
Etapas da Duplicação
1- Em presença da enzima helicase e DNApolimerase, ocorre o afastamento das duas fitas do DNA;
2- Nucleotídeos com desoxirribose (desoxirribonucleotídeos), livres no núcleo, encaixam-se nas fitas
separadas;
3- Ao final do processo, estão formadas duas moléculas de DNA, cada uma contendo uma das fitas
das moléculas – mãe.

Ilustração da replicação do DNA

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A ação da enzima DNA polimerase
Transcrição

O material genético representado pelo DNA contém uma mensagem em código que precisa ser
decifrada e traduzida em proteínas, muitas das quais atuarão nas reações metabólicas da célula. A
mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez,
orientarão a síntese de proteínas. O controle da atividade celular pelo DNA, portanto, é indireto e ocorre
por meio da fabricação de moléculas de RNA, em um processo conhecido como transcrição.

RNA: uma Cadeia (Fita) Simples

As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia
(fita) simples.

Transcrição da informação genética

A síntese de RNA (mensageiro, por exemplo) se inicia com a separação das duas fitas de DNA. Apenas
uma das fitas do DNA serve de molde para a produção da molécula de RNAm. A outra fita não é transcrita.
Essa é uma das diferenças entre a duplicação do DNA e a produção do RNA.

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Enzima RNA polimerase

Exemplos:
Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases:
DNA- ATGCCGAAATTTGCG
O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases:
RNA- UACGGCUUUAAACGC

Obs.: Em uma célula eucariótica, o RNAm produzido destaca-se de seu molde e, após passar por um
processamento, atravessa a carioteca e se dirige para o citoplasma, onde se dará a síntese proteica. Com
o fim da transcrição, as duas fitas de DNA seu unem novamente, refazendo-se a dupla hélice.

Tradução: Síntese de Proteínas

Tradução é o nome utilizado para designar o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma
com a participação, entre outros, de RNA e de aminoácidos.

Cístron - é o segmento de DNA que contém as informações para a síntese de um polipeptídeo ou


proteína. O RNA produzido que contém uma sequência de bases nitrogenadas transcrita do DNA é um
RNA mensageiro.

Ilustração do processo de transcrição

RNAs transportadores, RNAt. Assim chamados porque serão os responsáveis pelo transporte de
aminoácidos até o local onde se dará a síntese de proteínas junto aos ribossomos. São moléculas de
RNA de fita simples, de pequeno tamanho, contendo, cada uma, cerca de 75 a 85 nucleotídeos. Cada fita
de RNAt torce-se sobre si mesma, adquirindo o aspecto visto na figura abaixo. Duas regiões se destacam
em cada transportador: uma é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra
corresponde ao trio de bases complementares (chamado anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon
correspondente do RNAm.

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Obs.: Anticódon é o trio de bases do RNAt, complementar do códon do RNAm.

Etapas da Síntese Proteica:

- Um RNAm, processado no núcleo, contendo sete códons (21 bases hidrogenadas) se dirige ao
citoplasma.
- No citoplasma, um ribossomo se liga ao RNAm na extremidade correspondente ao início da leitura.
Dois RNAt, carregando os seus respectivos aminoácidos (metionina e alanina), prendem-se ao
ribossomo. Cada RNAt liga-se ao seu trio de bases (anticódon) ao trio de bases correspondentes ao
códon do RNAm. Uma ligação peptídica une a metionina à alanina.
- O ribossomo se desloca ao longo do RNAm. O RNAt que carregava a metionina se desliga do
ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido leucina, une o seu anticódon ao códon
correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica é feita entre a leucina e a alanina.
- O ribossomo novamente se desloca. O RNAt que carregava a alanina se desliga do ribossomo. O
quarto RNAt, transportando o aminoácido ácido glutâmico encaixa-se no ribossomo. Ocorre a união do
anticódon desse RNAt com o códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica une o ácido
glutâmico à leucina.
- Novo deslocamento do ribossomo. O quinto RNAt, carregando a aminoácido glicina, se encaixa no
ribossomo. Ocorre a ligação peptídica da glicina com o ácido glutâmico.
- Continua o deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm. O sexto RNAt, carregando o aminoácido
serina, se encaixa no ribossomo. Uma ligação peptídica une a serina à glicina.
- Fim do deslocamento do ribossomo. O último transportador, carregando o aminoácido triptofano,
encaixa-se no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica do triptofano com a serina. O RNAt que carrega o
triptofano se separa do ribossomo. O mesmo ocorre com o transportador que portava a serina.
- O peptídeo contendo sete aminoácidos fica livre no citoplasma. Claro que outro ribossomo pode se
ligar ao RNAm, reiniciando o processo de tradução, que resultará em um novo peptídio. Perceba, assim,
que o RNAm contendo sete códons (21 bases nitrogenadas) conduziu a síntese de um peptídeo formado
por sete aminoácidos.

O Código Genético

A mensagem genética contida no DNA é formada por um alfabeto de quatro letras que correspondem
aos quatro nucleotídeos: A, T, C e G. Com essas quatros letras é preciso formar “palavras” que possuem
o significado de “aminoácidos”. Cada proteína corresponde a uma “frase” formada pelas “palavras”, que
são os aminoácidos. De que maneira apenas quatro letras do alfabeto do DNA poderiam ser combinadas
para corresponder a cada uma das vinte “palavras” representadas pelos vinte aminoácidos diferentes que
ocorrem nos seres vivos.
Uma proposta brilhante sugerida por vários pesquisadores, e depois confirmada por métodos
experimentais, foi a de que cada três letras (uma trinca de bases) do DNA corresponderia uma
“palavra”, isto é, um aminoácido. Nesse caso, haveria 64 combinações possíveis de três letras, o
que seria mais do que suficiente para codificar os vinte tipos diferentes de aminoácidos
(matematicamente, utilizando o método das combinações seriam, então, 4 letras combinadas 3 a 3, ou
seja, 43 = 64 combinações possíveis).

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O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons.
Cada códon, formado por três letras, corresponde a certo aminoácido. A correspondência entre o
trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especificados constitui uma
mensagem em código que passou a ser conhecida como “código genético”. Mas, surge um problema.
Como são vinte os diferentes aminoácidos, há mais códons do que tipos de aminoácidos! Deve-
se concluir, então, que há aminoácidos que são especificados por mais de um códon, o que foi
confirmado. A tabela abaixo, especifica os códons de RNAm que podem ser formados e os
correspondentes aminoácidos que especificam.

Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona
da mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no homem. O códon AUG, que codifica
para o aminoácido metionina, também significa início de leitura, ou seja, é um códon que indica aos
ribossomos que é por esse trio de bases que deve ser iniciada a leitura do RNAm. Note que três códons
não especificam nenhum aminoácido. São os códons UAA, UAG e UGA, chamados de códons e
parada durante a “leitura” (ou stop códons) do RNA pelos ribossomos, na síntese proteica.

Obs.: Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se
aminoácido) pode ser especificada por mais de uma trinca.

Questões

01. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que
consiste essa propriedade?

02. Assinale a alternativa que completa melhor a frase a seguir:


“A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de _________ com moléculas de
__________ inseridas”

(A)Proteínas e glicocálix
(B)Fosfolipídios e proteínas
(C)Fosfolipídios e lipídios
(D)Lipídios e fosfolipídios
(E)Proteínas e fosfolipídios

03. (PUC - RJ-adaptada/2015) Em relação aos envoltórios celulares, podemos afirmar que:
(A) todas as células dos seres vivos têm parede celular.
(B) somente as células vegetais têm membrana celular.
(C) somente as células animais têm parede celular.
(D) todas as células dos seres vivos têm membrana celular.
(E) os fungos e bactérias não têm parede celular.

04. (FUVEST) Assinale a alternativa que contêm as organelas que apresentam DNA
(A) Mitocôndria e ribossomo
(B) Mitocôndria e cloroplasto

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(C) Nucléolo e cloroplasto
(D) Lisossomo e ribossomo
(E) Ribossomo e cromossomo

05. (UEL) A produção de ATP numa célula animal ocorre, fundamentalmente:


(A) nos golgiossomos.
(B) nos cromossomos.
(C) nos lisossomos.
(D) nos ribossomos.
(E) nas mitocôndrias

06. (UNITAU) O retículo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese e transporte de proteínas.
No entanto, a síntese proteica é realizada por grânulos, que estão aderidos a ele, denominados de:
(A) mitocôndrias.
(B) ribossomos.
(C) lisossomos.
(D) cloroplastos.
(E) fagossomos.

07. (UECE) Certas organelas produzem moléculas de ATP e outras utilizam o ATP produzido, pelas
primeiras, para a síntese orgânica a partir do dióxido de carbono. Estamos falando, respectivamente, de
(A) lisossomos e cloroplastos.
(B) mitocôndrias e complexo de Golgi.
(C) mitocôndrias e cloroplastos.
(D) lisossomos e mitocôndrias.

08. Qual das estruturas abaixo está associada corretamente à principal função que exerce na célula?

(A) Centríolo …………………………….. divisão celular


(B) lisossomo …………………………………. respiração celular
(C) mitocôndria ………………………………. síntese de proteína
(D) ribossomo ………………………………… digestão celular
(E) Complexo de Golgi ……………………. ciclos de Krebs

09. Os lisossomos participam de dois processos celulares: autofagia e autólise. No que consiste esses
dois processos?

10. De que maneira a célula age em relação à água oxigenada, produto tóxico resultante da atividade
celular?

11. (UNIMONTES) As organelas celulares são estruturas especializadas, presentes em células


eucarióticas. As alternativas a seguir referem-se às características do complexo de golgiense, Exceto:
(A) Geralmente se encontra próximo ao núcleo.
(B) Não apresenta cisternas na sua constituição.
(C) Pode exportar substâncias.
(D) Distribui e armazena proteínas e lipídeos.

12. (UNICAMP-adaptado/2015) É comum, nos dias de hoje, ouvirmos dizer: “estou com o colesterol
alto no sangue”. A presença de colesterol no sangue, em concentração adequada, não é problema, pois
é um componente importante ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa
densidade), que transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação de placas
ateroscleróticas nos vasos, causa freqüente de infarto do miocárdio. Nos indivíduos normais, a LDL
circulante é internalizada nas células através de pinocitose e chega aos lisossomos. O colesterol é
liberado da partícula LDL e passa para o citosol para ser utilizado pela célula.
a) O colesterol é liberado da partícula LDL no lisossomo. Que função essa organela exerce na célula?
b) A pinocitose é um processo celular de internalização de substâncias. Indique outro processo de
internalização encontrado nos organismos e explique no que difere da pinocitose.
c) Cite um processo no qual o colesterol é utilizado.

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13. No citoplasma das células encontram-se diversas organelas, desempenhando funções diversas.
Em relação à função desempenhada pelas mitocôndrias podemos afirmar que:
(A) é responsável pela produção de energia a partir do gás carbônico e da glicose.
(B) é a organela envolvida na síntese de proteínas.
(C) é a estrutura que participa da síntese de lipídeos.
(D) é responsável pela respiração celular.
(E) Não participa das atividades metabólicas celulares.

14. (UFLA- adaptado/2015) Na coluna da esquerda, encontram-se nomes de organelas celulares e,


na coluna da direita, importantes processos fisiológicos. Marque a sequência que representa a correlação
CORRETA entre as duas colunas.
Organelas Processos fisiológicos
1 – Ribossomos A – Síntese de ATP
2 – Retículo endoplasmático B – Formação de grãos de secreção
3 – Mitocôndria C – Síntese de proteínas
4 – Lisossomos D – Digestão intracelular
5 – Aparelho de Golgi E – Neutralização de substâncias tóxicas
(A) 1A, 2B, 3D, 4C, 5E
(B) 1B, 2D, 3E, 4A, 5C
(C) 1C, 2E, 3A, 4D, 5B
(D) 1C, 2B, 3A, 4D, 5E
(E) 1E, 2D, 3A, 4B, 5C

15. Quais das estruturas apresentadas abaixo são comuns no citoplasma de células procariontes e
eucariontes.
(A) Mitocôndria e ribossomo
(B) Núcleo e lisossomos
(C) Cloroplasto e complexo de Golgi
(D) Somente o ribossomo
(E) Plasmídio e ribossomo

16. (VUNESP) Numa célula eucariótica, a síntese de proteínas, a síntese de esteróides e a respiração
celular estão relacionadas, respectivamente:
(A) ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias, aos ribossomos;
(B) ao retículo endoplasmático liso, ao retículo endoplasmático granular, ao Complexo de Golgi;
(C) aos ribossomos, ao retículo endoplasmático liso, às mitocôndrias;
(D) ao retículo endoplasmático granular, às mitocôndrias, ao Complexo de Golgi;
(E) ao retículo endoplasmático liso, ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias.

17. As células são as menores unidades vivas de um organismo e estão presentes em todos os seres,
com exceção dos vírus. Elas podem ser classificadas em procarióticas e eucarióticas se levarmos em
consideração a ausência ou presença:
(A) de parede celular.
(B) de organelas celulares.
(C) de carioteca.
(D) de membrana plasmática.
(E) de citoplasma.

18.Organismos procariontes apresentam células mais simples, que não possuem um núcleo
organizado. São exemplos de seres procariontes:
(A) bactérias e plantas.
(B) bactérias e cianobactérias.
(C) animais e plantas.
(D) fungos e bactérias.
(E) protozoários e bactérias.
19. A mitose é um processo de divisão celular que pode ser dividido em quatro etapas. Marque a
alternativa que indica corretamente as etapas e a sequência correta em que elas ocorrem.
(A) Prófase, G1, S e G2.
(B) G1, S, G2 e Metáfase.

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(C) Prófase, metáfase, telófase e anáfase.
(D) Metáfase, prófase, anáfase e telófase.
(E) Prófase, metáfase, anáfase e telófase.

20. (UFSM-RS). Um bioquímico mediu a quantidade de DNA em células cultivadas em laboratório e


verificou que a quantidade de DNA na célula duplicou:
(A) entre as fases G1 e G2 do ciclo celular.
(B) entre a prófase e a anáfase da mitose.
(C) durante a metáfase do ciclo celular.
(D) entre a prófase I e a prófase II da meiose.
(E) entre a anáfase e a telófase da mitose

21. (CES/JF-MG) Entre as frases a seguir, em relação à divisão celular por mitose, uma é incorreta.
Aponte-a.
(A) É um processo muito importante para o crescimento dos organismos.
(B) Ocorre nas células somáticas tanto de animais como de vegetais.
(C) A célula-mãe dá origem a duas células-filhas com metade do número de cromossomos.
(D) Na metáfase, todos os cromossomos, cada um com duas cromátides, encontram-se no equador
da célula em maior grau de condensação.
(E) As células-filhas são idênticas às células-mãe.

22. Qual fase da mitose é caracterizada pelo posicionamento dos cromossomos no equador da célula?
(A) G1.
(B) Prófase.
(C) Metáfase.
(D) Anáfase.
(E) Telófase

Respostas
01. Resposta
Consiste em regular a entrada e saída de substâncias na célula, mantendo uma composição química
específica.

02. Resposta B
A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de fosfolipídios com moléculas de proteínas
inseridas.

03. Resposta D
Todas as células vivas apresentam membrana plasmática.

04. Resposta B
Nas células eucarióticas existem duas organelas que possuem DNA próprio, sendo estas as
mitocôndrias e os cloroplastos. Tanto nas mitocôndrias quanto nos cloroplastos, o DNA se mostra
organizado de maneira muito semelhante ao conteúdo genético dos organismos procariontes. Nestas
organelas, o DNA possui forma circular a exceção do DNA de alguns protozoários dotados de cílios, que
se mostra totalmente linear. Este DNA se mostra condensado de forma idêntica ao cromossomo
procariótico, e ainda no caso das mitocôndrias, estudos recentes têm demonstrado que este se situa
preso à membrana interna destas organelas. Além do DNA, diferentes tipos de RNA e todo o mecanismo
necessário para a produção de proteínas estão presentes nestas organelas.

05. Resposta E.
A organela responsável pela produção de energia é a mitocôndrias. Esta gera energia (ATP) através
da respiração aeróbica.

06. Resposta B.
O retículo endoplasmático rugoso (REG) apresentam grânulos aderidos as suas membranas. Esses
grânulos recebe o nome de ribossomos e são responsáveis pela síntese de proteínas da célula.

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07. Resposta C.

08. Resposta A.
Os centríolos estão relacionados a formação das fibras do áster, portanto, está relacionada ao
processo de divisão celular.

09. Resposta:
Autofagia é a digestão de estruturas celulares em desuso; serve para a renovação celular.
Autólise é a desintegração celular.

10. Resposta:
Os peroxissomos produzem a catalase enzima que transforma a água oxigenada em água e oxigênio.

11. Resposta B
O complexo golgiense (sistema de Golgi) e formado por membranas lipoproteicas duplas que formam
sacos achatados.

12. Resposta:
a) Sua função é promover a quebra de moléculas complexas no interior da célula (digestão
intracelular).
b) Um outro processo é a fagocitose. Na pinocitose há internalização de partículas por meio de
invaginação da membrana plasmática, enquanto na fagocitose a internalização ocorre por meio de
pseudópodes. Pode-se dizer, ainda, que a pinocitose permite a internalização de partículas líquidas,
menores; já a fagocitose permite a internalização de partículas maiores, sólidas.
c) O colesterol é usado na síntese dos hormônios esteroides.

13. Resposta D.
A – Errada – a produção de energia é a partir do gás oxigênio e não do gás carbônico.
B – Errada – está associada à produção de energia e não de proteínas.
C – Errada – está associada à produção de energia e não de lipídios.
D – Correta – as mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular.
E – Errada – participa das atividades metabólicas através da síntese de energia/ATP.

14. Resposta C.
A – Errada – Os ribossomos não realizam a síntese de ATP, a mitocôndria não realiza digestão
intracelular, etc.
B – Errada – O RE não realiza a digestão intracelular, e o complexo de Golgi não participa da síntese
de ATP, etc.
C – Correta – Todas as informações apresentadas estão corretas.
D – Errada – O RE não é responsável pela formação de grãos de secreção e o complexo de Golgi não
tem a capacidade de neutralizar toxinas.
E – Errada – O aparelho de Golgi não é responsável pela síntese de proteínas.

15. Resposta D.

A – Errada – Não há na célula procariota a presença de mitocôndria.


B – Errada – As duas estruturas não estão presentes nas células procariotas.
C – Errada – Complexo de Golgi não está presente na célula procariota.
D – Correta – Somente o ribossomo é comum em células procariontes e eucariontes.
E – Errada – Não há na célula eucariota a presença de plasmídio.

16. Resposta C

17. Resposta C
A classificação em procarióticas e eucarióticas é baseada na ausência ou presença de carioteca, uma
membrana que envolve o material nuclear. Nas células procarióticas, essa membrana está ausente e por
isso dizemos que elas não apresentam núcleo definido.

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18. Resposta B
Cianobactérias e bactérias são seres que apresentam células procarióticas, ou seja, que não possuem
membrana envolvendo o material nuclear.

19. Resposta E

20. Resposta A.
A duplicação do DNA ocorre durante a fase chamada de S, que fica entre G1 e G2.

21. Resposta C.
A alternativa é incorreta, pois, no final da mitose, as células-filhas possuirão o mesmo número de
cromossomos da célula-mãe.

22. Resposta C.
É na metáfase que os cromossomos se dispõem na região mediana da célula e formam a chamada
placa equatorial.

Composição química das células


- 7Água:
A água é constituinte celular mais abundante. O teor hídrico da célula varia de acordo o tipo de célula
e a idade do organismo. Por exemplo, o cérebro tem quase quatro vezes mais água do que os ossos, e
os tecidos embrionários têm muito mais água que as células adultas, pois a taxa de água decresce
conforme aumenta a idade do organismo.
A quantidade de água também pode variar conforme a espécie: os seres humanos possuem
aproximadamente 63% de água em sua composição, e as águas-vivas, 98%.
Devido ao fato de que a água é um solvente universal. Esta propriedade permite que os
carboidratos, proteínas, vitaminas, entre outros elementos se relacionem para produzir energia e
coordenar as atividades corporais, dentro dos tecidos e órgãos nos quais estão inseridas tais células. Por
conta da facilidade de quebra das pontes de hidrogênio (famosas ligações que mantém as moléculas
unidas, mas que permite sua quebra caso seja necessário), a água acaba se tornando o meio perfeito
para que as reações químicas aconteçam dentro do citoplasma e do núcleo da célula.
Além de facilitar o acontecimento de reações químicas dentro das células, a água também ajuda
por outros meios. A hidrólise e a desidratação também são fundamentais para que a célula continue
executando suas funções básicas e o corpo permaneça em perfeito estado de funcionamento.
A hidrólise é a quebra de moléculas de qualquer elemento na presença de água. Várias reações
acontecem somente por conta da possibilidade de existir hidrólise dentro da célula. Moléculas de
vitaminas e carboidratos são quebradas e transformadas em energia por meio da hidrólise.
Já a desidratação permite que moléculas de outros elementos combinem-se entre si para produzir
uma reação benéfica para o organismo e para a célula. Para combinar-se entre si, tais elementos utilizam
a água presente na composição química da célula, o que provoca a perda de água a necessidade de ela
ser reposta. É aí que o corpo sente sede.

Funções da água nas células:


Entre as principais funções exercidas pela água, destacamos:
1. Solvente de íons minerais e outras substâncias
2. Constitui a fase dispersante do coloide protoplasmático, em que as proteínas representam a fase
dispersa.
3. Regulação térmica, visto que absorvendo grandes quantidades de calor permite que pouco varie a
temperatura da célula.
4. Atividade metabólica, dado que na ausência de água as enzimas permanecem inativas.

A água e a vida
É por estes motivos que a água é tão essencial à vida em nosso e em qualquer planeta que possa
vir a abrigar água neste universo. É por isso que os cientistas ficam eufóricos quando fazem descobertas
de água em outros objetos no sistema solar ou fora dele: a presença de água pode indicar a presença de

7
Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna.

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vida. E isso é uma regra que não pode ser quebrada, já que a água já provou ser unanimidade em
qualquer corpo que possua vida.

- Sais minerais
Os sais minerais aparecem sob duas formas: iônica e molecular. Os principais íons são: Na+, K+, Ca++,
Mg++, Cl-, CO3--, No3- e P04--. O potássio e o magnésio são elementos predominantemente intracelulares,
enquanto o sódio e o cloro aparecem nos líquidos extracelulares. O cálcio existe no plasma sanguíneo,
sendo fundamental para a coagulação sanguínea, existindo também nos ossos sob a forma de fosfato. O
magnésio aparece na molécula de clorofila enquanto o ferro existe na hemoglobina e citocromos,
pigmentos respiratórios. A hemocianina, pigmento respiratório dos aracnídeos contém cobre. O íon que
predomina na célula é o fosfato, que aparece tanto livre como formando fosfatos inorgânicos, fosfolipídios,
fosfoproteínas e nucleotídeos.

Funções dos sais minerais nas células


1. Regulação osmótica: A pressão osmótica varia diretamente com a concentração de sais minerais
existentes no meio.
2. Sistema tampão: Os graus de acidez ou alcalinidade de uma solução são definidos através de
valores que são medidos por uma escala de pH, conforme demonstrado na figura abaixo:

Na maioria das células o pH varia entre 6 e 8. A manutenção de um pH constante é de vital importância


porque ele influencia a atividade enzimática.
Os organismos resistem a variações do pH por meio de soluções tampões. No tampão ocorre uma
combinação de um doador de H+ e de um receptor de H+, na forma de ácido ou base fracos. No estômago,
por exemplo, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é o melhor tampão contra o ácido clorídrico. Assim, o
NaHCO3 dissocia-se em Na+ e HCO3- que se combina com H+ produzindo o ácido carbônico (H2CO3),
que é instável. E, com isso, os íons H+ não tornam o pH ácido.

- Vitaminas
As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de produzir e, por isso, precisam
fazer parte da dieta alimentar. Suas principais fontes são as frutas, verduras e legumes, mas elas também
são encontradas na carne, no leite, nos ovos e cereais.
As vitaminas desempenham diversas funções no desenvolvimento e no metabolismo orgânico. No
entanto, não são usadas nem como energia, nem como material de reposição celular. Funcionam como
aditivos - são indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas em quantidades
pequenas. A falta delas, porém, pode causar várias doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos
ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), que matou tripulações inteiras até
dois séculos atrás, quando os marinheiros enfrentavam viagens longas comendo apenas pães e
conservas.
A Ciência conhece aproximadamente uma dúzia de vitaminas, sendo que as principais são designadas
por letras. Essas vitaminas podem ser encontradas em muitos alimentos, especialmente os de origem
vegetal.
Classificação das vitaminas
Hidrossolúveis
Vitamina B1 → Tiamina
Vitamina B2 → Riboflavina
Vitamina B3 → Nicotinamida/Niacina
Vitamina B5 → Ácido pantotênico
Vitamina B6 → Piridoxina, Piridoxamina e Fosfato piridoxal
Vitamina H, Vitamina B7 ou Vitamina B8 → Biotina
Vitamina B9 ou Vitamina M→ Ácido fólico
Vitamina B12→ Cobalamina, Cianocobalamina

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Vitamina C→ Ácido Ascórbico
Lipossolúveis
Vitamina A→ Retinol
Vitamina D→ Calciferol
Vitamina E→ Tocoferol
Vitamina K

- Glicídios (Carboidratos, Açúcares)


Os carboidratos também podem ser chamados de glicídios, glucídios, hidratos de carbono ou
açúcares. São formados fundamentalmente por moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O),
por isso recém a denominação de hidratos de carbono. Há três classes gerais dos açucares:
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

Monossacarídeos
Os monossacarídeos são os carboidratos mais simples. Apresentam de 3 a 7 carbonos em sua
estrutura, havendo uma proporção entre esses átomos e os átomos de hidrogênio, obedecendo uma
fórmula geral, onde há um carbono para cada dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n. Se um
monossacarídeo tiver 4 átomos de carbono, ele terá 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio.
Os monossacarídeos recebem o sufixo -ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua
fórmula, então:

Nº Fórmu
Nome
carbonos la
3 C3H6O3 Triose
Tetros
4 C4H8O4
e
C5H10O Pento
5
5 se
C6H12O Hexos
6
6 e
C7H14O Hepto
7
7 se

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Os monossacarídeos que apresentam extrema importância biológica são:
Pentose Função
Participa da produção do ácido ribonucleico (RNA) atuando
Ribose
como matéria-prima.
Participa da produção do ácido desoxirribonucleico (DNA)
Desoxirribose
atuando como matéria-prima.

Hexose Função
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada
na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais na
Glicose
fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos na
alimentação.
Frutose Possui função energética
Possui função energética. Participa da composição de
Galactose
dissacarídeos da lactose, junto com a glicose.

Dissacarídeos
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a
hidroxila (OH). Essa duas moléculas se unem, formando uma molécula de água (H2O). A ligação que
ocorre entre as extremidades dos monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica.
Esse mesmo tipo de ligação ocorre na formação das moléculas de DNA e RNA, através da ligação
entre uma pentose e uma base nitrogenada.
Os principais dissacarídeos de importância biológica são:

Dissacarídeo Monossacarídeos constituintes Função


Apresenta função energética. Está presente nos
Sacarose Glicose + frutose
vegetais, principalmente na cana-de-açúcar.
Apresenta função energética e é o açúcar
Lactose Glicose + galactose
presente no leite.
Apresenta função energética e é encontrado em
Maltose Glicose + glicose
vegetais.

-Polissacarídeos
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos.
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são:

Principais polissacarídeos estruturais:


Polissacarídeo Função
Participa da composição da parede celular dos vegetais. É o
Celulose
carboidrato mais abundante na natureza.
Está presente na parede celular de fungos e no exoesqueleto
Quitina
dos artrópodes. Possuem grupos amina(NH2) em sua cadeia.

Principais polissacarídeos energéticos:


Polissacarídeo Função
Apresenta função de reserva. É encontrado em raízes, caules e
Amido
folhas.
É o carboidrato de reserva dos animais e dos fungos. É armazenado
Glicogênio
nos músculos e no fígado dos animais.

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Função dos carboidratos:
1) Principal fonte de energia do corpo. Deve ser suprido regularmente e em intervalos frequentes, para
satisfazer as necessidades energéticas do organismo. Num homem adulto, 300g de carboidrato são
armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante.
Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada, por isso os
carboidratos devem ser ingeridos a intervalos regulares e de maneira moderada. Cada 1 grama de
carboidratos fornece 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos, ou
polissacarídeos).
2) Regulam o metabolismo proteico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos
impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de
construção de tecidos.
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte.
4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena
glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar
danos irreversíveis para o cérebro.
5) A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os
movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal.
6) Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células.

- Lipídios
Também conhecidos por lipídios ou gorduras, são substâncias amplamente distribuídas nos seres
vivos. Caracterizam-se por serem insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, como éter,
benzemos e clorofórmio. Podem ser divididos em: simples complexos e esteroides.

Lipídios simples
Os lipídios simples são constituídos apenas C, H e O. São os triglicérides (óleos e gorduras) e as
ceras.
1. Triglicérides. São constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas a uma molécula de
glicerol. As gorduras são conhecidas com denominações vulgares: banha, manteiga e margarina. Os
óleos podem ser de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau, ou de origem vegetal, como o
óleo de oliva e o de rícino.
2. Ceras ou cérides. São constituídos por ácidos graxos com álcool que não é o glicerol. São exemplos
a cera de abelha e de carnaúba.

Lipídios complexos
Os lipídios complexos são aqueles que contêm outros elementos além de C, H e O, encontrados nos
lipídios simples. Esses elementos podem ser enxofre, fósforo e nitrogênio. Os principais são os
fosfolipídios e a esfingomielina.
1. Fosfolipídeos. Associados a proteínas, integram as membranas das células.
2. Esfingomielina. Forma a bainha de mielina, substância que atua como um isolante elétrico quando
envolve o axônio do neurônio.

Esteroides
São formados por ácidos graxos e colesterol. Funcionam como componentes estruturais das
membradas celulares e como hormônios Assim, são esteróis os hormônio sexuais como a testosterona,
progesterona e estradiol.

Funções dos lipídios


1. Reserva. Como alimento armazenado, os lipídios foram o tecido adiposo nos animais e as sementes
oleaginosas dos vegetais.
2. Estrutural. Quando se associam a proteínas, entram na estruturação das células
3. Energética: Uma vez oxidados, servem como substrato respiratórios e libertam energia.
4. Homeotermia: Situados na camada profunda da pele, normalmente no tecido adiposo, atuam na
manutenção da temperatura constante de aves e mamíferos.

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- Proteínas
As proteínas são compostos orgânicos relacionados ao metabolismo de construção. Durante as fases
de crescimento e desenvolvimento do indivíduo, há um aumento extraordinário do número de suas células
passam a exercer funções especializadas, gerando tecidos e órgãos. As proteínas possuem um papel
fundamental no crescimento, já que muitas delas desempenham papel estrutural nas células, isto é, são
componentes da membrana plasmática, das organelas dotadas de membrana, do citoesqueleto dos
cromossomos etc. E para produzir mais células é preciso mais proteína. Sem elas não há crescimento
normal. A diferenciação e a realização de diversas reações químicas componentes do metabolismo
celular dependem da paralisação de diversas reações químicas componentes do metabolismo celular
dependem da participação de enzimas, uma categoria de proteínas de defesa, chamadas anticorpos.
Sem eles, nosso organismo fica extremamente vulnerável.

Composição química das proteínas


As proteínas são macromoléculas formadas por uma sucessão de moléculas menores conhecidas
como aminoácidos. A maioria dos seres vivos, incluindo o homem, utiliza somente cerca de vinte tipos
diferentes de aminoácidos, para a construção de suas proteínas. Com eles, cada ser vivo é capaz de
produzir centenas de proteínas diferentes e de tamanho variável.

Aminoácidos
Cada aminoácido é diferente de outro. No entanto, todos possuem alguns componentes comuns. Todo
aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e um
hidrogênio. A quarta ligação é a porção variável, representada por R, e pode ser ocupada por um
hidrogênio, ou por um metil ou por outro radical.

Estrutura dos aminoácidos

Aminoácidos essenciais e naturais


Todos os seres vivos produzem proteínas. No entanto, nem todos produzem os vinte tipos de
aminoácidos necessários para a construção das proteínas. O homem, por exemplo, é capaz de sintetizar
no fígado apenas onze dos vinte tipos de aminoácidos. Esses onze aminoácidos são considerados
naturais para a nossa espécie. São eles: alanina, asparagina, cisteína, glicina, glutamina, histidina,
prolina, tiroxina, ácido aspártico, ácido glutâmico. Os outros nove tipos, os que não sintetizamos, são os
essenciais e devem ser obtidos de quem os produz (plantas ou animais). São eles: arginina, fenilalanina,
isoleucina, leucina, lisina, metionina, serina, treonina, triptofano e valina. É preciso lembrar que um
determinado aminoácido pode ser essencial para uma espécie e ser natural para outra.

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Ligação peptídica
Cada aminoácido está ligado a outro por uma ligação peptídica. Por meio dessa ligação, o grupo amina
de um aminoácido une-se ao grupo carboxila do outro, havendo a liberação de uma molécula de água.
Os dois aminoácidos unidos formam um dipeptídio. A ligação de um terceiro aminoácido ao dipeptídio
origina um tripeptídio que então, contém duas ligações peptídicas. Se um quarto aminoácido se ligar aos
três anteriores, teremos um tetrapeptídio, com três ligações peptídicas. Com o aumento do número de
aminoácidos na cadeia, forma-se um polipeptídio, denominação utilizada até o número de 70
aminoácidos. A partir desse número considera-se que o composto formado é uma proteína.

Uma visão espacial da proteína


Uma molécula de proteína tem, a grosso modo, formato de um colar de contas. O fio fundamental da
proteína, formado como uma sequência de aminoácidos (cuja sequência é determinada geneticamente),
constitui a chamada estrutura primária da proteína.

Proteínas em forma de colar

Ocorre, porém, que o papel biológico da maioria das proteínas depende de uma forma espacial muito
mais elaborada. Assim, o fio fundamental é capaz de se enrolar sobre si mesmo, resultando um filamento
espiralado que conduz à estrutura secundária, mantida estável por ligações que surgem entre os
aminoácidos. Novos dobramentos da espiral conduzem a uma nova forma, globosa, mantida estável
graças a novas ligações que ocorrem entre os aminoácidos. Essa forma globosa representa a estrutura
terciária. Em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estruturas terciárias globosa unem-se,
originando uma forma espacial muito complexa, determinante do papel bioquímico da proteína. Essa nova
forma constitui a estrutura quaternária dessas proteínas.
A figura abaixo mostra as quatro estruturas da hemoglobina juntas. Q hemoglobina esta presente
dentro os glóbulos vermelhos do sangue e seu papel biológico é ligar-se a moléculas de oxigênio,
transportando-as a nossos tecidos.

Estrutura de uma hemoglobina

Forma e função das proteínas


A estrutura espacial de uma proteína está relacionado à função biológica que ela exerce. Por enquanto,
lembre-se que, a manutenção das estruturas secundárias e terciárias deve-se a ligações que ocorrem
entre os aminoácidos no interior da molécula proteica, determinando os diferentes aspectos espaciais
observados.

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Estrutura proteica
O aquecimento de uma proteína a determinadas temperaturas promove a ruptura das ligações internas
entre os aminoácidos, responsáveis pela manutenção das estruturas secundária e terciária. Os
aminoácidos não se separam, são se rompem as ligações peptídicas, porém a proteína fica
“desmantelada”, perde a sua estrutura original. Dizemos que ocorreu uma desnaturação proteica, com
perda da sua forma origina. Dessa maneira a função biológica da proteína é prejudicada.
Nota: Nem sempre, porém, é a temperatura ou a alteração da acidez do meio que provoca a mudança
da forma da proteína. Muitas vezes, a substituição de um simples aminoácido pode provocar alteração
da forma da proteína.

Proteínas na alimentação
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas; portanto, são
essenciais à vida de todo animal. Todos os animais necessitam receber uma quantidade de proteína e,
além disso, para o homem, suínos, aves, cães entre outros, a quantidade e tão importante quanto a
qualidade. O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o principal
constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o crescimento, a reprodução e a
produção.
As melhores fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, estando também presentes em
quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, salientando-se as leguminosas verdes e secas
(feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, lentilhas).
-Alimentos de origem animal: lacticínios, carnes, pescado e ovos.
-Alimentos de origem vegetal: leguminosas verdes e secas, cereais e derivados, tubérculos, hortaliças
e legumes.

Tabela de alimentos ricos em proteína animal


Alimentos Proteína animal por 100 Energia por 100
g g
Carne de 32,8 g 148 calorias
frango
Carne de vaca 26,4 g 163 calorias
Queijo 26 g 316 calorias
Salmão 23,8 g 308 calorias
grelhado
Pescada 19,2 g 109 calorias
Ovo 13 g 149 calorias
Iogurte 4,1 g 54 calorias
Leite 3,3 g 47 calorias

Tabela de alimentos ricos em proteína vegetal


Alimentos Proteína vegetal por 100 Energia por 100
g g
Soja 12,5 g 140 calorias
Quinoa 12,0 g 335 calorias
Trigo 11,0 g 366 calorias
sarraceno
Milhete 11,8 g 360 calorias
Lentilhas 9,1 g 108 calorias
Tofu 8,5 g 76 calorias
Feijão 6,6 g 91 calorias
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Ervilhas 6,2 g 63 calorias
Arroz cozido 2,5 g 127 calorias

Para adultos saudáveis, a ingestão recomendada de proteína é de 0.8 g/kg de peso. Relativamente a
valores de referência, a ingestão diária de proteína situa-se nos 50 g (tendo como base um valor
energético de 2000 kcal/dia para adultos e crianças acima dos 4 anos).
- crianças com menos de 1 ano: 14 g;
- crianças entre 1 e 4 anos: 16 g;
- grávidas: 60 g; mulheres a amamentar: 65 g.
Em determinadas patologias este valor será determinado segundo fórmulas específicas.

- Enzimas
A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no interior das células e
também fora delas (em cavidades de órgãos, por exemplo). Por outro lado, todas essas reações
dependem, para a sua realização, da existência de uma determinada enzima. As enzimas são
substâncias do grupo das proteínas e atuam como catalisadores de reações químicas. Muitas enzimas
possuem, além da porção proteica propriamente dita, constituída por uma sequência de aminoácidos,
uma porção não proteica.
Nota: Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de certa reação química.

A parte proteica é a apoenzima e a não proteica é o cofator. Quando o cofator é uma molécula orgânica,
é chamado de coenzima. O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente,
mais propriamente conhecido como substrato. É formado um complexo enzima-substrato, instável, que
logo se desfaz, liberando os produtos da reação a enzima, que permanece intacta embora tenha
participado da reação. Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas que
estão na mesma solução é preciso fornecer certa quantidade de energia, geralmente, na forma de calor,
que favoreça o encontro e a colisão entre elas. A energia também é necessária para romper ligações
químicas existentes entre os átomos de cada substância, favorecendo, assim a ocorrência de outras
ligações químicas e a síntese de uma nova substância a partir das duas iniciais.

Mecanismo de ação enzimática


Na catálise de uma reação química, as enzimas interagem com os substratos, formando com eles,
temporariamente, o chamado complexo enzima-substrato. Na formação das estruturas secundária e
terciária de uma enzima (não esqueça que as enzimas são proteínas), acabam surgindo certos locais na
molécula que servirão de encaixe para o alojamento de um ou mais substratos, do mesmo modo que uma
chave se aloja na fechadura.

Reação de catalise de uma reação enzimáticas


Esses locais de encaixe são chamados de sítio ativos e ficam na superfície da enzima. Ao se
encaixarem nos sítios ativos, os substratos ficam próximos um do outro e podem reagir mais facilmente.
Assim que ocorre a reação química com os substratos, desfaz-se o complexo enzima-substrato. Liberam-
se os produtos e a enzima volta a atrair novos substratos para a formação de outros complexos.

Fatores que afetam a atividade das enzimas:


Temperatura
A temperatura é um fator importante na atividade das enzimas. Dentro de certos limites, a velocidade
de uma reação enzimática aumenta com o aumento da temperatura. Entretanto, a partir de uma
determinada temperatura, a velocidade da reação diminui bruscamente. O aumento de temperatura
provoca maior agitação das moléculas e, portanto, maiores possibilidades de elas se chocarem para

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reagir. Porém, se for ultrapassada certa temperatura, a agitação das moléculas se torna tão intensa que
as ligações que estabilizam a estrutura espacial da enzima se rompem e ela se desnatura.
Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima, na qual a velocidade da reação é máxima,
permitindo o maior número possível de colisões moleculares sem desnaturar a enzima. A maioria das
enzimas humanas, têm sua temperatura ótima entre 35 e 40ºC, a faixa de temperatura normal do nosso
corpo. Já bactéria que vivem em fontes de água quente têm enzimas cuja temperatura ótima fica ao redor
de 70ºC.

Temperatura ótima para a ação enzimática

Grau de acidez (pH)


Outro fator que afeta a forma das proteínas é o grau de acidez do meio, também conhecido como pH
(potencial hidrogeniônico). A escala de pH vai de 0 a 14 e mede a concentração relativa de íons hidrogênio
(H+) em um determinado meio. O valor 7 apresenta um meio neutro, nem ácido nem básico. Valores
próximos de 0 são os mais ácidos e os próximos de 14 são os mais básicos (alcalinos). Cada enzima tem
um pH ótimo de atuação, no qual a sua atividade é máxima. O pH ótimo para a maioria das enzimas fica
entre 6 e 8, mas há exceções. A pepsina, por exemplo, uma enzima digestiva estomacal, atua
eficientemente no pH fortemente ácido de nosso estômago (em torno de 2), onde a maioria das enzimas
seria desnaturada. A tripsina, por sua vez, é uma enzima digestiva que atua no ambiente alcalino do
intestino, tendo um pH ótimo situado em torno de 8.

- Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no
núcleo celular, em meados do século XIX.
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla DNA e
o ácido ribonucleico, conhecido como RNA.

Ácido desoxirribonucleico (DNA)


Localizado essencialmente no interior do núcleo da célula, o DNA representa o gene, estrutura
responsável pela determinação das características hereditárias dos organismos
O DNA é um polímero, isto é, uma macromolécula formada pelo encadeamento de unidades, os
monômeros.
Na macromolécula do DNA os monômeros são chamados de nucleotídeos. Portanto, o DNA é um
polinucleotídio, ou seja, uma enorme molécula formada pelo encadeamento de unidades chamadas de
nucleotídeos.
Por outro lado, cada nucleotídeo resulta da combinação de três moléculas: fosfato, açúcar e uma base
nitrogenada.

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O açúcar encontrado é uma pentose (possui cinco carbonos) e recebe o nome de desoxirribose. As
bases nitrogenadas do DNA podem ser classificadas em púricas e pirimídicas. As bases púricas são
representadas pela adenina (A) e guanina (G) e as pirimídicas pela citosina (C) e timina (T).
O DNA é formado por duas cadeias composta por muitos nucleotídeos (cadeias polinucleotídicas), as
quais são caracterizadas por serem helicoidais, complementares e antiparalelas, comumente
denominada de estrutura em dupla hélice. Como pode ser visto na figura abaixo, a parte externa de cada
hélice é formada por uma sucessão de moléculas intercaladas de açúcar e fosfato, enquanto a parte
interna das hélices é formada pela união de bases nitrogenadas, formando um par de bases, no qual
sempre há uma base púrica ligada a uma base pirimídica por ligações de hidrogênio. Podemos ver que
as duas cadeias são complementares porque cada adenina liga-se a uma timina, enquanto que cada
citosina liga-se com guanina.

O DNA se duplica por um processo semiconservativo, mediado pela ação da enzima DNA polimerase,
a qual é responsável pela quebra das pontes de hidrogênio e separação das cadeias. Nesse entremeio,
cada cadeia liga-se a uma sequência complementar a partir do encadeamento de novos nucleotídeos. O
resultado é a formação de duas novas cadeias completas, cada uma com metade da molécula de DNA
original. Por conta disso o processo é chamado semiconservativo.

Ácido ribonucleico (RNA)


O RNA é um polinucleotídios, cuja composição química é bastante similar à do DNA. Os nucleotídeos
do RNA diferem do DNA em dois aspectos: pentose e base pirimídica. No RNA a pentose é a ribose,
sendo que a base pirimídica timina (T) é substituída por uracila (U).
O RNA é constituído por uma única cadeia de nucleotídeos, não existindo as relações de igualdade
entre purinas e pirimidinas.
Existem três tipos de RNA, desempenhando funções específicas no processo da síntese proteica. São
eles: RNAr (ribossômico), RNAm (mensageiro) e RNAt (transportador).
O RNA ribossômico (RNAr), associado a proteínas, entra na constituição do ribossomo, o organoide
celular em que ocorre a síntese proteicas.
O RNA mensageiro (RNAm) codifica sequência de aminoácidos das proteínas sintetizadas nos
ribossomos. O RNAm é livre e apresenta um tamanho variável, dependendo da proteína por ele
codificada; representa apenas 5% do RNA celular, mas é de vital importância na síntese proteica.

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Questões
01. Os carboidratos que entram na constituição dos ácidos nucleicos são:
(A) Glicose e ribose
(B) Desoxirribose e sacarose
(C) Ribose e desoxirribose
(D) Sacarose e glicose
(E) Desoxirribose e sacarose

02. O polissacarídeo formado pela união de moléculas de glicose e que representa a principal forma
de reserva encontrado no animais é denominado:
(A) Amido
(B) Maltose
(C) Colesterol
(D) Glicogênio
(E) Glicose

03. Assinale a alternativa que contém apenas monossacarídeos.


(A) Maltose e glicose.
(B) Sacarose e frutose.
(C) Glicose e galactose.
(D) Lactose e glicose.
(E) Frutose e lactose.

04. Quanto aos carboidratos, assinale a alternativa incorreta.


(A) Os glicídios são classificados de acordo com o tamanho e a organização de sua molécula em três
grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
(B) Os polissacarídeos compõem um grupo de glicídios cujas moléculas não apresentam sabor
adocicado, embora sejam formadas pela união de centenas ou mesmo milhares de monossacarídeos.
(C) Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes
mais conhecidos são a celulose, a quitina e o glicogênio.
(D) Os glicídios, além de terem função energética, ainda participam da estrutura dos ácidos nucleicos,
tanto RNA quanto DNA.
(E) A função do glicogênio para os animais é equivalente à do amido para as plantas

05. Considere as seguintes afirmativas:


I- As proteínas são substâncias de grande importância para os seres vivos: muitas participam da
construção da matéria viva.
II- As proteínas chamada enzimas facilitam reações químicas celulares.
III- Os anticorpos, que também são proteínas, funcionam como substâncias de defesa.
Assinale:
(A) se somente I estiver correta.
(B) se somente II estiver correta.
(C) se somente III estiver correta.
(D) se I e II estiverem corretas.
(E) se todas estiverem corretas

06(Mackenzie-SP) - São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo. Referimo-
nos aos(às):
(A) carboidratos.
(B) proteínas.
(C) lipídios.
(D) vitaminas.
(E) sais minerais.

07. (PUC Minas) - Os lipídeos compreendem um grupo quimicamente variado de moléculas orgânicas
tipicamente hidrofóbicas. Diferentes lipídeos podem cumprir funções específicas em animais e em
vegetais. Assinale a alternativa INCORRETA.
A) Os carotenoides são pigmentos acessórios capazes de captar energia solar.

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B) Os esteroides podem desempenhar papéis regulatórios, como os hormônios sexuais.
C) Os triglicerídeos podem atuar como isolantes térmicos ou reserva energética em animais.
D) O colesterol é uma das principais fontes de energia para o fígado.

08. Sabemos que existem dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA e o RNA. A respeito dessas duas
moléculas, marque a alternativa correta:
(A) O RNA é encontrado apenas na região do núcleo e no citosol.
(B) O DNA é encontrado apenas no interior do núcleo das células.
(C) Tanto o DNA quanto o RNA possuem em sua composição um monossacarídeo chamado de ribose.
(D) A base nitrogenada timina é exclusiva do DNA.
(E) A base nitrogenada guanina é exclusiva do RNA.

09. (CES/JF-MG) Sobre ácidos nucleicos, assinale a alternativa incorreta:


(A) O DNA existe obrigatoriamente em todos as células.
(B) O DNA existe em quase todos os seres vivos com exceção de alguns vírus.
(C) Nos procariontes, o DNA está espalhado no citoplasma.
(D) Nos eucariontes, o DNA está limitado ao núcleo.
(E) Nos eucariontes, o DNA, quando no citoplasma, está limitado dentro de organelas que se
autoduplicam, como cloroplastos e mitocôndrias.

10. (UFPI) A hidrólise de moléculas de lipídios produz:


(A) aminoácidos e água.
(B) ácidos graxos e glicerol.
(C) glucose e glicerol.
(D) glicerol e água.
(E) ácidos graxos e água.
Respostas

01. Resposta C.
Os carboidratos que entram na constituição dos ácidos nucleicos são a ribose (presente no RNA) e a
desoxirribose (presente no DNA).

02. Resposta D.
A principal forma de reserva de carboidratos nos animais é o glicogênio. Já nos vegetais a forma de
reserva é chamada de amido.

03. Resposta C.
Os monossacarídeos são carboidratos simples, solúveis em água, e que não podem ser quebrados
pela digestão em moléculas menores. Os monossacarídeos mais conhecidos são a glicose (fabricada
pelos vegetais na fotossíntese), a frutose (encontrada no mel) e a galactose (que se liga à glicose
formando a lactose, encontrada no leite).

04. Resposta C
Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais
conhecidos são a sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose).

05. Resposta E.

06. Resposta B.

07. Resposta D.
Afirmativa a: está correta, os carotenoides são pigmentos com cores entre amarelo, laranja e vermelho,
podendo captar a energia solar.
Afirmativa b: está correta, os esteroides atuam como reguladores de atividades biológicas.
Afirmativa c: está correta, os triglicerídeos ficam armazenados nos adipócitos, formando uma reserva
energética e também servindo como isolantes térmicos.
Afirmativa d: está errada, o nosso organismo não utiliza o colesterol como fonte de energia.

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08. Resposta D.
São conhecidas cinco bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina, timina e uracila. As três
primeiras são comuns ao DNA e RNA, enquanto a timina só ocorre no DNA, e a uracila, no RNA.

09. Resposta D.
Nos eucariontes, o DNA é encontrado também nos cloroplastos e mitocôndrias.

10. Resposta B.
Os lipídios são moléculas orgânicas resultantes da associação entre ácidos graxos e glicerol (álcool).

A classificação dos seres vivos: regras de nomenclatura; principais categorias


taxonômicas.

Seres Vivos
Estima-se que existam na Terra milhões de diferentes tipos de organismos vivos compartilhando a
biosfera. O reconhecimento dessas espécies está intimamente relacionado à história do homem.
O homem, determinado momento da história evolutiva, passou a utilizar animais e plantas para sua
alimentação, cura de doenças, fabricação de armas, objetos agrícolas e abrigo. A necessidade de
transmitir as experiências adquiridas para os descendentes forçou-o a conhecer detalhadamente as
plantas e animais. O documento zoológico mais antigo que se tem notícia, é um trabalho grego de
medicina, do século V a.C., que continha uma classificação simples dos animais comestíveis,
principalmente peixes.
Diante disso, a classificação dos seres vivos surgiu da necessidade do homem em reconhecê-los. O
grande número de espécies viventes levou-o a organizá-las de forma a facilitar a identificação e,
consequentemente, seu uso.

A classificação dos seres vivos


A primeira fase da classificação dos seres vivos começou na Antiguidade, com o filósofo grego
Aristóteles (384 - 322 a.C.), autor dos registros escritos mais antigos conhecidos sobre esse assunto e
que datam do século 4 a.C. Nessa época, os organismos vivos foram divididos em dois reinos claramente
distintos: as Vegetal e Animal. Neste tipo de classificação, as plantas eram todos os organismos fixos e
sem uma forma claramente definida, capazes de fabricar matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas
– autotrofia -, enquanto os animais eram todos os restantes organismos, devida livre, com forma definida
e dependentes da matéria orgânica (plantas ou outros animais) para a sua nutrição – heterotrofia.
Conforme mais dados iam sendo recolhidos, principalmente de estrutura microscópica e metabolismo,
a sua maioria confirmava a total separação dos dois grandes reinos. Assim, as plantas apresentavam
todas espessas paredes celulares celulósicas, enquanto as células animais apresentavam outros
compostos no seu interior.
Esta divisão simples dos organismos parecia tão óbvia e bem definida para os organismos
macroscópicos que o problema causado pelos fungos, que não pareciam encaixar bem nas plantas, era
facilmente esquecido.

Entretanto, com a invenção do microscópio por Van Leeuwenhoek, foi revelado uma miríade de
organismos microscópicos, não visíveis a olho nu. Assim, ficou claro que a distinção entre animais e
plantas não podia ser facilmente aplicada a este nível. Alguns deste seres podiam ser facilmente

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comparados com algas macroscópicas e incluídos nas plantas, outros poderiam ser incluídos nos animais
mas ainda restavam muitos com combinações estranhas de características de animal e de planta.
Para complicar ainda mais a situação, a teoria de Darwin da evolução tinha sido aceita como
representativa da realidade, e considerava que todos os organismos tinham um ancestral comum. Era
óbvio que um ancestral comum às plantas e aos animais não poderia ser nenhum deles, sendo necessário
criar um novo grupo onde se pudesse incluí-lo.
Diante disso, o alemão Ernst Haeckel, realizou estudos microscópicos da enorme variedade de
organismos unicelulares, e chegou à conclusão que as primeiras formas de vida teriam sido muito simples,
sem a complexidade estrutural que já observava nos unicelulares observados. Assim, Haeckel, chamou
esses organismos primitivos moneras, tendo-os dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres
(cianobactérias). O desenvolvimento de células mais complexas, contendo núcleo, era, na sua opinião, o
resultado de diferenciação do citoplasma.
Assim, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista. Neste reino colocou todos os seres
que não apresentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares e coloniais.

Haeckel reconheceu uma série de subdivisões no seu reino Protista. A principal subdivisão era entre
os grupos semelhantes às plantas – Protophytes – e os semelhantes aos animais – Protozoa -,
reconhecidos pelos seus pelos seus metabolismos diferentes. Também necessitava de um terceiro grupo
onde colocar todos os protistas que não eram claramente semelhantes às plantas ou aos animais, os
protistas atípicos. A distinção entre células com e sem núcleo estavam subordinadas a estas três
categorias, com os organismos sem núcleo a formar um pequeno grupo dentro dos protistas atípicos.
Com a descoberta do microscópio eletrônico, foi possível a morfologia celular dos organismos. Assim,
Herbert Copeland, em 1936, propôs um sistema de classificação em quatro reinos, retirando Monera de
dentro dos protistas por serem procariontes, e resgatando o termo Protista para eucariontes unicelulares
ou multicelulares sem tecidos verdadeiros. Seus reinos eram:
- Reino Monera: bactérias e cianobactérias;
- Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelulares como “algas” e fungos;
- Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com tecidos;
- Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com tecidos.

Essa proposta foi posteriormente substituída, a partir de 1959, pelo sistema de cinco reinos de Robert
Whittaker, que definiu os seguintes reinos:

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- Reino Monera: procariontes representados pelas bactérias e cianobactérias;
- Reino Protista: unicelulares eucariontes;
- Reino Plantae: multicelulares eucariontes que fazem fotossíntese (“algas” e plantas terrestres);
- Reino Fungi: eucariontes multicelulares heterótrofos que absorvem nutrientes do meio, possuem
parede celular de quitina;
- Reino Animalia: eucariontes multicelulares heterótrofos que ingerem alimento do meio.

A partir de 1970, até os dias de hoje, as propostas de classificação estão mais relacionadas com os
avanços da biologia molecular, o aprimoramento dos estudos com microscopia eletrônica e com a maior
aceitação e desenvolvimento da sistemática filogenética.
O sistema de classificação de Lynn Margulis baseia-se no conhecimento sobre a estrutura sub-
microscópica das células e seus organelos, bem como vias metabólicas, incorporando a descoberta de
muitos tipos altamente diferenciados de bactérias. Apesar de o seu sistema também incorporar uma
elaborada teoria de evolução da estrutura celular por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes
das classificações de Copeland e de Whittaker.
Na classificação de Copeland, não se dava especial atenção à distinção entre organismos com e sem
núcleo, mas em classificações posteriores esta tornou-se uma condição crucial. Margulis distingue os
chamados super-reinos ou domínios Prokarya e Eukarya, sendo o último caracterizado por apresentar
genoma composto, sistemas de mobilidade intracelular e a possibilidade de fusão celular, que leva a um
sistema de genética mendeliana e sexo. O domínio Prokarya, por outro lado, é agrupado com base na
ausência de um sistema sexual desse tipo.
Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e
fungos. Neste caso, os protoctistas são novamente definidos negativamente, o que volta a tornar as
plantas, animais e fungos monofiléticos.
Nos Prokarya, a diversidade de vias metabólicas e a reconhecida divergência evolutiva (como
demonstrada pelas sequências de RNA) não deu origem a categorias elevadas. A distinção entre Archaea
e Eubacteria é abafada sob o nome de bactérias e expressa a um nível inferior ao da distinção entre
fungos, animais e plantas.
Uma classificação ligeiramente diferente foi proposta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em
relação à distinção entre procariontes e eucariontes, mas vai mais além e propõe que se reconheçam os
subdomínios Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivisão semelhante é feita nos
eucariontes, com os Protista e os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelulares,
respectivamente. Mayr dá especial atenção, portanto, a semelhanças e diferenças em morfologia e não
às relações filogenéticas.8
Os procariontes são unidos com base na semelhança de organização celular, ignorando a diversidade
de metabolismos e as relações evolutivas deduzidas a partir de sequências de DNA. Também os protistas
são unidos com base na falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enorme diversidade em
muitos outros aspectos. Ambos os taxa estão em perigo de se tornar parafiléticos.
No entanto, a principal divergência entre esta classificação e uma classificação filogenética não é o
surgimento destes dois grupos parafiléticos mas antes o facto de o subdomínio Metabionta ser
reconhecido com base apenas numa característica, a multicelularidade. Esta característica surgiu
independentemente nos três grupos que o compõem, tornando este subdomínio completamente
polifilético.
Essencialmente com base na comparação de sequências de RNA ribossômico, Woese e seus colegas
concluíram que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes
8
http://simbiotica.org/

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composto por dois subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta
diversidade evolutiva reflete-se no genoma e, por sua vez, na bioquímica e na ecologia.
Assim, propuseram a substituição da divisão do mundo vivo em dois grandes domínios (procariontes
e eucariontes) por uma subdivisão em três domínios: mantiveram os tradicionais eucariontes como o
domínio Eucarya, mas em vez dos tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e Bacteria, ao
mesmo nível que os Eucarya. A sua classificação reflecte a ideia de que a árvore da Vida tem três e não
apenas dois ramos.
No entanto, esta classificação não reflecte completamente a sua visão sobre qual dos três ramos é
mais basal. Na filogenia em que baseiam a sua classificação, o ramo mais basal é o que conduz ao
domínio Bacteria, sendo posterior a ramificação dos dois restantes grupos posterior, o que os torna mais
relacionados entre si do que cada um deles com as bactérias. Esta relação próxima não se reflecte na
classificação pois para esta filogenia ser aparente, Archaea e Eukarya teriam que ser agrupados num
único super-domínio.
A posição da raiz da árvore da Vida junto das bactérias não é, apesar de tudo, pacífica. Foram
propostas raízes alternativas, que implicariam diferentes relações filogenéticas e diferentes
classificações, mas deixando sempre intocada a parte dos eucariontes, pelo que a maioria das
classificações coloca os procariontes num único grupo do mesmo nível que o dos eucariontes. Esta é
uma simplificação deliberada, que ignora o facto de que, obrigatoriamente, um dos grupos de procariontes
está mais próximo dos eucariontes do que qualquer outro.
O esquema de seis reinos recentemente proposto por Cavalier-Smith é, em muitos aspectos,
semelhante aos de Whittaker e Mayr, mas a semelhança é frequentemente superficial. Cavalier-Smith
tenta um sistema mais estritamente filogenética, em que os grupos polifiléticos estão totalmente ausentes
e os parafiléticos são evitados o mais possível.
Para alcançar este fim, ele tem que transferir um número de grupos que pertenciam aos Protoctista na
maioria dos sistemas de classificação anteriores, para um dos outros reinos. Assim, neste sistema, cada
um dos reinos que contém organismos multicelulares passa a conter um certo número de organismos
unicelulares relacionados. Estas revisões são baseadas num conjunto ainda crescente de dados acerca
das relações deduzidas da comparação de sequências de DNA e proteínas, bem como acerca da ultra-
estrutura celular.
Nos procariontes, Cavalier-Smith salienta o número características ultra-estruturais em vez das
sequências de RNA ribossómico usadas por Woese. Assim, as Archaea são incluídas como um subgrupo
relativamente menor dentro do reino Bacteria. Dentro dos eucariontes, Cavalier-Smith reconhece cinco
reinos.
O reino Animalia é relativamente inalterado, quando comparado com outros sistemas de classificação.
Para além dos animais, também contém um grupo de parasites unicelulares, com base em que a
unicelularidade é devida a uma regressão e não a um caracter original.
De forma semelhante, o reino Fungi também contém um grupo de parasitas, antes parte dos
protoctistas. Alguns grupos, antes considerados fungos, foram transferidos para um novo reino designado
Chromista. O reino Plantae expandiu-se para incluir as algas vermelhas, para além das tradicionalmente
incluídas algas verdes. Este facto reflecte um cenário evolucionista em que a fotossíntese foi adquirida
apenas uma vez, pela incorporação do cloroplasto num célula eucariótica, derivado de uma cianobactéria.
Outras classificações, que colocam as plantas e as algas vermelhas mais afastadas, têm que assumir um
cenário evolutivo onde os cloroplastos foram adquiridos independentemente várias vezes, ou totalmente
perdidos ainda mais vezes.
O reino novo Chromista contém a maioria dos restantes grupos fotossintéticos, informalmente
designados algas, bem como um grupo de outros grupos anteriormente colocados nos fungos e que se
acredita terem perdido a capacidade fotossintética secundariamente. No cenário evolutivo, o cloroplastos
foi adquirido pela fusão de uma célula autotrófica com uma célula não fotossintética, um acontecimento
que levou ao surgimento de uma membrana extra em volta do organito.

Lineu e o Sistema Binomial


O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos e sua classificação dentro de uma verdadeira
hierarquia de grupamentos constitui a sistemática ou taxonomia. Vamos começar a interpretar o papel da
taxonomia revendo o conceito de espécie.
As espécies são os diferentes tipos de organismos. Uma definição mais técnica de espécie é: "um
grupo de organismos que se cruzam entre si, sem normalmente cruzar-se com representantes de outros
grupos". Os organismos pertencentes a uma espécie devem apresentar semelhanças estruturais e
funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo cariótipo, além da capacidade de reprodução entre si. A

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definição acima, embora útil para os animais, não é, entretanto, útil na taxonomia vegetal, porque
cruzamentos férteis podem ocorrer entre plantas de tipos bastante diferentes. Também não se aplica esta
distinção a organismos que não se reproduzem sexualmente.
Com base nas teorias evolucionistas, uma espécie se modifica constantemente, no espaço e no tempo,
em vez de ser uma forma imutável, ideal, como foi concebida por Lineu. Desta maneira, a palavra
"espécie" possui diferentes significados para diferentes tipos de organismos, o que não é surpresa se
considerarmos que a evolução nos vários grupos de organismos seguiu caminhos diversificados. No
entanto, o termo permanece sendo útil e possibilita uma maneira adequada de se referir a organismos e
catalogá-los.

Outros Grupos Taxonômicos


O reino é a maior unidade usada em classificação biológica. Entre o nível do reino e do gênero,
entretanto, Lineu e taxonomistas posteriores adicionaram diversas categorias (ou taxa). Temos então, os
gêneros agrupados em famílias, as famílias em ordens, as ordens em classes e as classes em filos
(ou divisão, para os botânicos), seguindo um padrão hierárquico.
Essas categorias podem ser subdivididas ou agregadas em várias outras, menos importantes, como,
por exemplo, os subgêneros e as superfamílias. Assim, hierarquicamente, temos:

Regras de nomenclatura
Os animais, assim como as plantas, são popularmente conhecidos por nomes muito variáveis de um
lugar para outro. Os cientistas, com intuito de universalizar os nomes de animais e plantas, procuraram
criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos. Mark Catesby, por volta de
1740, publicou um livro de zoologia onde denominava o pássaro conhecido como tordo (sabiá americano)
de Turdus minor cinereoalbus non maculatus, que significava: “tordo pequeno branco-acinzentado sem
manchas”. Essa foi uma tentativa de padronizar o nome do pássaro, para que ele pudesse ser conhecido
em qualquer idioma ou região, mas havia o inconveniente de usar uma denominação muito extensa.
Em 1735, Carl von Linné, propôs regras para classificar e denominar animais e plantas, onde cada
organismo seria conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Surgiu assim a
nomenclatura binomial, a qual é ainda hoje utilizada.
Para escrevermos o nome científico de uma espécie, utilizamos as regras propostas por Lineu:
1. O nome deve ser escrito em latim e destacado do texto (em itálico, negrito ou grifado);
2. O nome deve ser escrito com duas palavras (nomenclatura binominal). A primeira se refere ao
gênero, a segunda é o epíteto específico. Juntas, formam a espécie.
3. O gênero deve iniciar com letra maiúscula e o epíteto específico com a letra minúscula.

Exemplos:
Homem = Homo sapiens
Cachorro = Canis familiaris
Mosca = Musca domestica

Nomes Populares: Filogenia; Cladogramas.


A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de
classificação. Muitos seres são “batizados” pela população com nomes denominados populares ou
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vulgares, pela comunidade científica. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de
organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados. O mesmo nome popular pode ser
atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:

Ananas comosus Ananas ananassoides


Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi.
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí,
e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.

Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a
onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca.

Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu

Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo
da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca. Considerando os
exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país
como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine
se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande
quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a
necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a
comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que
estudam os seres vivos.
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as
relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia
(relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos
organismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que classificam as espécies em outros
táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as
plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação
passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas,
e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de

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investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas
classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas,
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre
organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de
várias áreas de pesquisa biológica. O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV
a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu
discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos séculos XVII e XVIII os
botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em
características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de
tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da
classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia
atual.
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com
isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos
primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na
classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos.
Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados.
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard,
onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto
genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas
de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática
baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar
a biodiversidade.
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer
conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das
espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a classificação
vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas
características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem.
Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são,
finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).

A Filogênese dos Seres Vivos


Qual foi o ancestral dos répteis (lagartos, cobras) que vivem na Terra atual? Essas e outras perguntas
relativas à origem dos grandes grupo de seres vivos eram difíceis de serem respondidas até surgir, em
1859, a Teoria da evolução Biológica por Seleção Natural, proposta por Charles Darwin e Alfred Russel
Wallace. Com a compreensão de "como" a evolução biológica ocorre, os biólogos passaram a sugerir
hipóteses para explicar a possível relação de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos.

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Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados de anatomia e embriologia comparadas, além
de informações derivadas do estudo de fósseis - mostraram a hipotética origem de grupos a partir de
supostos ancestrais. Essas supostas "árvores genealógicas" ou "filogenéticas" (do grego, phylon = raça,
tribo + génesis = fonte, origem, início) simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram comparados,
além de sugerir uma provável época de origem para cada um deles. Como exemplo veja a figura abaixo.

O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados. Note que estão
representados os grupos atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis ancestrais. Perceba que
o grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões de
anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de dinossauros ancestrais.
Note, ainda, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero e répteis,
e que os três grupos foram originados de um ancestral comum. Atualmente com um maior número de
informações sobre os grupos taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as arvores
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre os seres vivos.

Estabelecendo Filogenias com os Cladogramas


Ao dispor de um grande número de características comparativas, mais confiáveis - anatômicas,
embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos interessados na classificação
dos seres vivos puderam elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes
grupos. Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig - um cientista alemão, especialista em insetos -
passaram a apresentar as características em cladogramas. Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha,
cujo ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De cada nó surge um
ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma
comparação entre as características primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas -
compartilhadas por grupos que os sucederam.

Os seres vivos apresentam:


 Composição química mais complexa;
 Organização celular, que vai muito além da organização dos átomos e das moléculas
constituintes de toda matéria (viva ou bruta);
 Capacidade de nutrição, absorvendo matéria e energia do ambiente para se desenvolver e
manter suas funções vitais;
 Reações a estímulos do ambiente;
 Capacidade de manter seu meio interno em condições adequadas, independente dos fatores
externos, como calor e frio;
 Crescimento e reprodução, originando descendentes semelhantes;
 Capacidade de modificar-se ao longo do tempo, através do processo de evolução,
desenvolvendo adaptações adequadas à sobrevivência.

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Composição química
Os seres vivos possuem uma composição química complexa constituída principalmente por carbono,
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Esses quatro elementos são os mais abundantes na matéria viva,
perfazendo 95% ou mais de sua composição. Outros elementos, como fósforo, enxofre, cálcio, sódio e
potássio completam o restante dessa massa. Água e sais minerais, classificados como substâncias
inorgânicas, são formados por pequenas moléculas ou por pequenos íons, e, por isso, são mais simples.
Essas substâncias são encontradas na natureza, tanto nos seres vivos quanto fora deles. Já as
substâncias orgânicas, como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e ácidos nucleicos, são formadas
por moléculas mais complexas, geralmente de tamanho maior, sendo, muitas vezes, macromoléculas.
Elas têm como elemento principal o carbono e são fabricadas principalmente nos organismos vivos,
podendo ser sintetizadas também em laboratório.

Organização celular:
Existem vários níveis hierárquicos de organização entre os seres vivos, começando pelos átomos e
terminando na biosfera. Cada um desses níveis é motivo de estudo para os biólogos.

Átomos e moléculas
Os átomos formam toda a matéria existente. Eles se unem por meio de ligações químicas para formar
as moléculas, desde as mais simples como a água (H2O), até moléculas complexas, como proteínas, que
possuem de centenas a milhares de átomos. A matéria viva é formada principalmente pela união dos
átomos (C) Carbono, (H) Hidrogênio, (O) Oxigênio e (N) Nitrogênio.
Organelas e Células
As organelas são estruturas presentes no interior das células, que desempenham funções específicas.
São formadas a partir da união de várias moléculas. A célula é a unidade básica da vida, sendo
imprescindível para a existência dela. Existem vários tipos de células, cada uma com sua função
específica.
Tecidos
Os tecidos são formados pela união de células especializadas. Os tecidos estão presentes apenas em
alguns organismos multicelulares como as plantas e animais. Um exemplo de tecido é o muscular, que
tem a função de produzir os movimentos de um organismo; o tecido ósseo, formado pelas células ósseas,
tem a função de sustentar o organismo.
Órgãos
Os tecidos se organizam e se unem, formando os órgãos. Eles são formados de vários tipos de tecidos.
Por exemplo, o coração é formado por tecido muscular, sanguíneo e tecido nervoso. Os ossos são
formados por tecido ósseo, sanguíneo e nervoso.
Sistemas
Os sistemas são formados pela união de vários órgãos, que se trabalham em conjunto para exercer
uma determinada função corporal; por exemplo, o sistema digestório, que é formado por vários órgãos,
como boca, estômago, intestinos, glândulas, etc.
Organismo
A união de todos os sistemas forma o organismo, que pode ser uma pessoa, uma planta, um peixe,
um cachorro, um pássaro, um verme, etc.

Questões
01. (FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Sobre a célula, unidade estrutural
e funcional dos seres vivos, está correto afirmar que
(A) os diferentes tipos celulares apresentam mitocôndrias que sintetizam ATP
(B) as células animais apresentam membrana nuclear, o que não ocorre com as vegetais.
(C) os diferentes tipos celulares apresentam ribossomos e sintetizam proteínas.
(D) algumas células possuem DNA como material hereditário, enquanto outras possuem RNA

02. (IMA - Prefeitura de Canavieira - PI - Professor de Ciências- 2015) Antigamente os cientistas


dividiam os seres vivos em dois grandes reinos, o das plantas e o dos animais. Com o avanço nos estudos
dos seres vivos e em especial dos seres microscópios, começou a ficar cada vez mais difícil manter este
sistema de classificação, pois muitos seres não se encaixam nem em um reino nem no outro. Nesse
sistema atualmente os cientistas agrupam os seres vivos do seguinte modo, EXCETO:
(A) Reino Morena, organismo procariontes, unicelulares, coloniais ou não autótrofos ou heterótrofos.
(B) Reino macrófagos células encontra no sangue contra infecções fagocitando microrganismos
patogênicos.

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(C) Reino Protista, organismo eucariontes unicelulares coloniais ou multicelulares que não possuem
tecidos verdadeiros.
(D) Reino Plantae, organismo eucariontes multicelulares e fotossintetizante com tecidos verdadeiros.

03. (CEPERJ - SEDUC-RJ - Professor – Biologia)

Considerando a classificação tradicional em cinco Reinos, é correta a seguinte afirmação sobre as


amebas:
(A) são eucarióticos do Reino Monera
(B) são procarióticos do Reino Protoctista
(C) são metazoários do Reino Monera
(D) são eucarióticos do Reino Protoctista
(E) são protozoários do Reino Monera

04. (FCC - MPU - Analista Pericial – Antropologia) A hierarquia correta das categorias taxonômicas,
da mais inclusiva para a mais restrita é
(A) reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie.
(B) filo, reino, classe, ordem, família, gênero, espécie.
(C) ordem, reino, filo, família, classe, gênero, espécie.
(D) espécie, gênero, família, ordem, classe, filo, reino.
(E) espécie, gênero, família, classe, ordem, filo, reino.

05. (IBFC - SEAP-DF - Professor – Biologia) Durante a história da Biologia, diversas mudanças
ocorreram em relação à classificação dos organismos, pois conforme nova informação é descoberta,
novos parâmetros são utilizados para a classificação. A história da classificação dos seres vivos data do
início no século 4 a.C. com Aristóteles e até os dias de hoje há grande discussão sobre as hipóteses de
classificação, pois a evolução do conhecimento e de novas metodologias empregadas têm trazido
mudanças na árvore da vida.
Assinale a alternativa incorreta a respeito do panorama histórico da classificação dos seres vivos:
(A) O sistema de classificação de Lineu propôs uma interpretação dicotômica de diversidade. As
plantas eram caracterizadas pela presença de parede celular, pela fotossíntese e por serem sésseis, e
os animais pelo fato de conseguirem se locomover, por não fazerem fotossíntese e não possuírem parede
celular.
(B) A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Plantae, Fungi e
Animalia surge com a utilização de microscopia eletrônica é a mais atual e aceita em Biologia.

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(C) As comparações entre as moléculas de RNA que formam os ribossomos, estabeleceu uma
categoria taxonômica superior a Reino, o Domínio, e considerou que todos os eucariontes podem ser
reunidos em um único domínio (Eucarya).
(D) Na classificação mais recente, os procariontes estão distribuídos em dois domínios: Archaea e
Bactéria.

Respostas
01. Resposta:C

02. Resposta:B

03. Resposta:D

04. Resposta:A
A taxonomia é a ciência que estuda a classificação dos animais. Ela se divide em dois grandes ramos:
a sistemática que trabalha com a divisão dos animais em grupos de acordo com suas semelhanças e a
nomenclatura que enquadra nas normas universais para identificação. Os animais são divididos em sete
grupos: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie, onde o reino é a classificação mais ampla,
com características mais gerais dos organismos e em espécies, onde se identifica e classifica os animais
mais especificamente.

05. Resposta:B

Os Vírus

Os vírus são únicos organismos acelulares da Terral atual. Extremamente simples e pequenos
(medem menos de 0,2 µm), são constituídos por apenas uma carapaça proteica envolvendo uma
molécula de ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, nunca os dois juntos. O capsídeo pode ser
envolvido por um envelope constituído de lipídios, proteínas e carboidratos e que possui projeções na
superfície ou espículas de constituição glicoproteica (essas projeções são importantes na fixação dos
vírus às células hospedeiras).

Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Podem inserir-se no material
genético da célula e causar grandes danos (agentes infecciosos).
A estrutura viral completa é denominada vírion; - vírus com RNA é mais fácil de mutar porque não tem
mecanismo de reparo, tem cadeia simples que é menos estável. DNA do vírus tem sistema de reparo
porque sempre teve função genética e RNA só teve essa função depois; não possuem componentes
celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente; muitos vírus possuem dentro do
capsídeo uma ou mais enzimas que são liberadas após o desnudamento do vírus no interior da célula
hospedeira e atuam na replicação do ácido nucléico; podem multiplicar-se somente dentro de células
vivas, sendo considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Após invadir uma célula ou um
microrganismo, um vírus tem a habilidade de induzir a maquinaria genética da célula hospedeira a fazer
muitas cópias do vírus

Fases da Replicação Viral

-Absorção: especificidade, reconhecimento vírus - célula a ser infectada. Para vírions nus, as proteínas
do capsídeo são provavelmente responsáveis pela ligação a um receptor específico da célula. Para
vírions envelopados, as glicoproteínas da superfície da membrana do envelope são responsáveis pelo
reconhecimento de um receptor presente na superfície celular, ocorrendo posteriormente a fixação.

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-Penetração: a maioria dos vírus envelopados entra na célula hospedeira pela fusão da membrana da
célula hospedeira com o envelope viral, resultando na liberação o nucleocapsídeo para dentro do
citoplasma da célula. Alguns vírus envelopados e a maioria dos nus são englobados pela célula
hospedeira em um vacúolo envolvido por uma membrana, os nucleocapsídeos são então liberados dentro
do citoplasma.

-Decapsidação: vírus dentro da célula perde o capsídeo; eclipse = período de tempo entre a
decapsidação até a montagem de um novo vírion maduro, vírus sem capsídeo não visto no M.O. Célula
com dois DNA: o dela e o do vírus.

-Montagem: o processo de montagem não envolve a biossíntese de enzimas especiais, ocorrendo


espontaneamente como resultado da interação molecular altamente específica das macromoléculas do
capsídeo com o ácido nucleico viral. Montagem do capsídeo ocorre após a replicação, lipídios da
membrana da célula irão fazer parte do vírus (isso permite o reconhecimento do vírus às mesmas células
que o “fez”)

-Liberação: o mecanismo de liberação varia com o vírus. O vírus sai da célula por brotamento ou a
célula morre e se rompe, liberando os vírions. Além desses modos, os vírions podem deixar as células
por canais especiais por um longo período de tempo.

Doenças Humanas Virais


Dengue

Endêmica no Brasil desde a década de 80, a dengue é considerada uma das principais ameaças à
saúde em nosso país. Nos últimos anos vem se disseminando de tal forma que, segundo dados do
Ministério da Saúde, somente em 1998, 529,4 mil pessoas foram contaminadas. O vírus causador da
dengue tem quatro sorotipos classificados pelos números 1, 2, 3 e 4. No Brasil, são registrados casos
com sorotipos 1 e 2 (apesar da ameaça do tipo 3 no ano passado). A transmissão do vírus ocorre pela
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus da doença. Teoricamente, a transfusão
de sangue infectado também transmite a doença.
Os principais sintomas da dengue clássica são: dores de cabeça e muscular, febre alta, vermelhidão
no corpo, aumento das glândulas linfáticas e comprometimento das vias aéreas superiores. Depois de
cinco a sete dias, acaba o ciclo do vírus no doente, este melhora e fica imunizado para esse sorotipo que
o infectou. Na dengue hemorrágica, além da febre e das dores de cabeça e muscular, o doente também
apresenta hemorragias gastrointestinal, cutânea, gengival e nasal, tontura e queda de pressão. Em razão
das hemorragias, este tipo de dengue pode matar.
-Prevenção: Não deixe água acumulada, em pneus, caixa d'água. Uma água parada em uma simples
tampinha de garrafa pode servir de criatório para o mosquito Aedes aegypti.

Febre Amarela

Outra virose que tem registrado uma aumento significativo de casos é a febre amarela, notadamente
em estados como Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de três a seis dias de ser infectada, a
pessoa apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça e muscular, enjoo, vômitos, febre alta, pulso
baixo, prostação e irritabilidade. O nome da doença provém do fato de o doente normalmente apresentar

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icterícia, ou seja, sua pele torna-se impregnada de bilirrubina, tornando-se amarela. Na fase mais
avançada da doença, há comprometimento do fígado e dos rins, além de hemorragias que podem levar
à morte.
A febre amarela urbana é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada por
pessoas contaminadas. O vírus da febre amarela silvestre é transmitida pela fêmea do mosquito
Haemagogus, infectada ao sugar sangues de macacos que são os reservatórios naturais do agente
causador da doença. Não há tratamento que cure a febre amarela. A cura depende da resistência de
cada paciente. A internação em hospitais torna-se necessária, para que sejam controladas as principais
complicações do doente, principalmente as relacionadas aos rins e às hemorragias.
-Prevenção: é feita com o combate aos insetos transmissores e com a vacinação antiamarílica que
pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade. A vacina é eficaz por dez anos

Sarampo

O Sarampo constitui uma doença febril, extremamente contagiosa, caracterizada por irritação ocular e
inflamação do sistema respiratório, com posterior surgimento de exantemas. As crianças são mais
facilmente acometidas, embora os adultos que não a tenham tido possam adquiri-la nessa fase.
-Contágio: a infecção é transmitida através de secreções dos olhos, nariz e garganta, por contágio
direto ou gotas de saliva propagadas por espirros e tosse.
-Sintomas e Sinais: após um período de incubação de aproximadamente 11 dias, começam a surgir
os primeiros sintomas, semelhantes aos do resfriado comum, com coriza, espirros, febre e calafrios, dores
de cabeça e nas costas, fotofobia, etc. Nesse período, que dura de 1 a 4 dias, surgem minúsculas
manchas brancas na mucosa bucal, as chamadas manchas de Koplik que podem anunciar o
aparecimento do exantema cutâneo. Surgem exantemas cutâneos que iniciam no rosto ou atrás das
orelhas e posteriormente atingem o tronco e membros. Regridem em 2 a 4 dias após o seu surgimento,
por fina descamação, com regressão da doença.
-Tratamento e Prevenção: o tratamento é sintomático e a profilaxia (ou prevenção) é feita com vacinas
de vírus em crianças (que não tenham tido a doença) com idade entre 6 meses e 6 anos. Aqueles que já
tiveram a doença ou foram vacinados têm imunidade permanente, raramente adquiri novamente o
Sarampo.

Rubéola

Apresenta este nome pelo aspecto avermelhado ou rubro do paciente. A rubéola é uma doença aguda,
benigna, contagiosa, de crianças e adultos jovens. É conhecida como "sarampo alemão" ou sarampo de
três dias. É uma das poucas infecções virais que está associada à gênese de anormalidade fetais.
-Contágio: é direto, provavelmente das vias respiratórias ou da mãe para o feto através da circulação
comum. Do mesmo modo que no sarampo, o doente deve ser isolado, pois é infectante durante uns 10
dias depois do aparecimento da erupção.
-Sintomas e Sinais: o período de incubação é de 14 a 21 dias, após o que surgem sintomas variáveis
em ocorrência e gravidade: cefaleia, mal-estar, mialgia, febre alta de até 38,5°C e, mais raramente, tosse,
faringite e coriza. Aparecem, 24 ou 48 horas após o surgimento desses sintomas, os exantemas no rosto,
atrás das orelhas e no couro cabeludo, disseminando-se depois para todo o corpo. No 3º dia, ocorre a
descamação dos exantemas e consequentemente melhora do quadro. As manchas de Koplik não
aparecem na rubéola.
-Complicações na gravidez: existe ainda a chamada rubéola congênita, em que a mãe, sintomática ou
não, transmite o vírus pela circulação ao feto, provocando malformações congênitas com alterações
cardíacas e oculares principalmente e, frequentemente, leva a partos de natimortos
-Tratamento e Prevenção: o tratamento consiste em repouso e diminuição da cefaleia que leva ao
desconforto. A profilaxia (ou prevenção) se faz com vacinas de vírus atenuados nas várias faixas
susceptíveis. Também aqui a imunidade é permanente. Observação em caso de Rubéola consulte o
Posto de Saúde mais próximo, ou Médico mais próximo, não tente se medicar sozinho (a), para não
ocorrer gravidades no quadro.

AIDS

A AIDS é uma doença causada por um vírus do grupo retrovírus (vírus com RNA e que se utiliza do
seu ácido nucléico como modelo para a síntese de DNA) denominada HIV. “Esta doença destrói parte do
sistema imunológico do corpo e, em consequência, suas vítimas se tornam incapazes de se defenderem

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de outros agentes etiológicos oportunistas, como certos tipos de vírus e certas espécies de bactérias,
protozoários e fungos que normalmente seriam benignos ou teriam eliminação rápida em indivíduos até
então sadios.”
-Contágio: a transmissão do vírus HIV ocorre nas relações sexuais (homo ou heterossexuais) através
do sêmen ou do fluido vaginal de portadores pelo uso de seringas ou material cirúrgico contaminado pelo
vírus ou de seringas contaminadas em usuários de drogas, nas transfusões sanguíneas contaminadas
pelo HIV; de mãe contaminada para filho na vida intrauterina ou na amamentação. Quando o vírus HIV é
transmitido, ataca principalmente as células chamadas linfócitos T e os macrófagos, porque estas células
do sistema imunitário possuem na membrana plasmática um tipo de proteína chamada CD4 com a qual
as moléculas proteicas do revestimento viral têm grande afinidade.
-Sintomas e Sinais: como a AIDS é consequência de um processo de imunodeficiência, a designação
síndrome é usada caracterizando um conjunto de infecções oportunistas. São vários estágios, desde o
contato com o vírus, usualmente assintomático e que pode levar de várias semanas até mais de 1 ano.
Nas fases seguintes surgem febre, fadiga, inchaço dos glândios linfáticos, queda no número dos linfócitos
T, cujo número normal é de mais de 400 por mm³ para menos de 200 por mm³, começando a desenvolver
infecções virais, como Herpes simplex, produzindo lesões na pele em volta do ânus, boca e região genital.
-Complicações: num estágio mais avançado, vários anos após o contato com o vírus HIV e que pode
durar, em média, 2 anos, os linfócitos T caem para menos de 100 por mm³ quando surgem diversas
infecções oportunistas que levam a pessoa à morte.
-Tratamento e Prevenção: até o momento não se conseguiu produzir vacina contra o vírus do HIV, pois
o material genético apresenta constante mutação e, ao se produzirem anticorpos para dar-lhe combate,
ficam sem ação diante de transformações que o vírus sofre devido ao processo mutagênico. Portanto não
existe cura, mas o tratamento através de drogas ou inibidores de enzimas importantes para que o ciclo
viral ocorra, pode minorar o sofrimento e mesmo prolongar a vida do paciente.

Bacteriófagos

Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos procariotos.
São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas. Os mais estudados são
os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T. Estes são constituídos por
uma cápsula proteica bastante complexa, que apresenta uma região denominada cabeça, com formato
poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e uma região denominada cauda, com formato cilíndrico,
contendo, em sua extremidade livre, fibras proteicas.
O DNA viral multiplica-se na célula hospedeira – no caso, a bactéria – provocando a síntese de
proteínas virais e, consequentemente, a formação de novos fagos. Estes, após determinado tempo e com
auxílio de enzimas específicas, rompem a parede bacteriana, podendo infectar outros indivíduos. Tais
etapas compreendem o chamado ciclo lítico.
Pode ocorrer, também, do bacteriófago se incorporar ao cromossomo da bactéria, passando a ser
denominado profago. Lá, se multiplica e divide juntamente com o organismo hospedeiro, criando
populações bacterianas inteiras infectadas por fagos inativos, ou temperados. Este é o ciclo lisogênico.
O fago inativo pode também assumir o controle metabólico da bactéria, ao se desvencilhar do
cromossomo bacteriano, iniciando o ciclo lítico.

2. REINOS

Reino Monera

As bactérias tem uma estrutura celular bem característica de células procarióticas: parede celular,
cápsula, membrana plasmática, citoplasma, nucleóde, plasmídeos, ribossomos, flagelos e fímbrias que
serão detalhados a seguir:
-Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um
complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões
físicas do ambiente.
Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais.

-Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a
parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas,
protegendo-as contra a fagocitose.

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-Membrana Plasmática - mesma estrutura e função das células eucariontes.
Obs.: Nas bactérias ocorrem invaginações na membrana plasmática que concentram as enzimas
respiratórias: os mesossomos.

-Citoplasma - formado pelo Hialoplasma e pelos Ribossomos. Ausência de organelas membranosas.

-Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula
circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou
envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas
adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas.

-Ribossosmos: organela responsável pela síntese proteica da bactéria

-Flagelos - apêndices filiformes usados na locomoção.

-Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas
bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a
passagem do material genético

Tipos morfológicos de bactérias

Quanto à morfologia, as bactérias classificam-se basicamente em três categorias:

1. Cocos: São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral, situa-se entre 0,2 e 5 µm de
diâmetro. Os cocos apresentam-se isolados ou formando colônias Segundo a quantidade de bactérias e
sua disposição, as colônias são classificadas em:
-Diplococos — colônia de dois cocos;
-Tétrade — colônia de quatro cocos;
-Sarcina — colônia cúbica de oito ou mais cocos;
-Estreptococos — colônia de cocos em fileira;
-Pneumococos — colônia de dois cocos em forma de chama de vela;
-Estafilococos — colônia de cocos dispostos em cacho;
-Gonococos — colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim).

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2- Bacilos: São bactérias em forma de bastonete, que medem, em regra, de 1 a 15 µm de
comprimento.

3. Espirilos: São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado. Os espirilos propriamente
ditos formam filamentos helicoidais (fig. 4.6). Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, causador da cólera,
são bactérias curtas, com uma espira incompleta, em forma de vírgula.

Metabolismo das Bactérias

Duas classes de nutrientes que são indispensáveis às bactérias: macronutrientes (carbono, oxigênio,
nitrogênio, enxofre, fósforo e hidrogênio) e micronutrientes (ferro, zinco, manganês, cálcio, potássio,
sódio, cobre, cloro, cobalto, molibdênio, selênio, magnésio, entre tantos outros).

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Em relação ao metabolismo, as bactérias podem ser autotróficas (ex.: espécies que produzem
matéria orgânica através da fotossíntese) ou heterotróficas (ex.: espécies parasitas). As autotróficas,
adquirem as moléculas de que precisam através do dióxido de carbono, já no segundo caso elas captam
do ambiente o alimento de que necessitam. As heterotróficas podem ser bactérias anaeróbias obrigatórias
(morrem na presença de oxigênio), anaeróbias facultativas (suportam bem a ausência ou a presença de
oxigênio) ou aeróbias obrigatórias (só sobrevivem se houver oxigênio).
Levando em consideração o metabolismo baseado na fonte de energia, teremos bactérias
dependentes de luz ou de compostos químicos. Se for de luz, captam energia solar através da
bacterioclorofila (um tipo específico de clorofila), no momento em que fazem a fotossíntese. Se for de
composto químico, a energia adquirida será a química e mais tarde será convertida em energia de ligação
para unir compostos inorgânicos oxidados. Esta reação acontece na ausência de luz solar, por isso
conhecida como reação de escuro.
A absorção de nutrientes para a realização do metabolismo só ocorre porque há fatores de crescimento
(ambientais) que influenciam no desenvolvimento da bactéria. Alguns exemplos desses fatores são: luz,
temperatura, pH, oxigênio e pressão osmótica. Cada organismo tem uma temperatura ótima de
crescimento, ou um pH favorável para realizar seu metabolismo com sucesso. Isso vai variar de espécie
para espécie.

Reprodução das Bactérias

Quando os microrganismos estão em um meio apropriado (alimentos, meios de cultura, tecidos de


animais ou plantas) e em condições ótimas para o crescimento, um grande aumento no número de células
ocorre em um período de tempo relativamente curto.
A reprodução das bactérias se dá, principalmente, de forma assexuada, em que novas células iguais
a que deu origem são produzidas. As bactérias se reproduzem assexuadamente por fissão binária, na
qual uma única célula parental simplesmente se divide em duas células filhas idênticas. Anteriormente à
divisão celular, os conteúdos celulares se duplicam e o núcleo é replicado. O tempo de geração, ou seja,
o intervalo de tempo requerido para que cada microrganismo se divida ou para que a população de uma
cultura duplique em número é diferente para cada espécie e é fortemente influenciado pela composição
nutricional do meio em que o microrganismo se encontra.

Existe um outro processo de reprodução denominado conjugação. Esse tipo de reprodução pode ser
considerado como sexuada. Neste caso, pedaços do DNA de uma bactéria denominada de “macho”
passa para a “Fêmea” através de pelos sexuais (fimbrias-pelos sexuais) do macho. O fragmento de DNA
recombina-se com o DNA da bactéria fêmea, produzindo bactérias com uma nova combinação genética.

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Classificação das bactérias

As bactérias são divididas em dois grandes grupos: as eubactérias e as arqueobactérias. As


eubactérias apresentam composição da parede celular diferente das arqueobactérias, frequentemente
aparecem aos pares, em cadeias, formando tétrades ou agrupadas. Algumas apresentam flagelos,
favorecendo seu deslocamento rapidamente em líquidos. São de grande importância na natureza e na
indústria, sendo essenciais na reciclagem de lixo orgânico e na produção de antibiótico como a
streptomicina. As infecções causadas pelas eubactérias incluem as streptocócica de garganta, tétano,
peste, cólera e tuberculose.
As arqueobactérias assemelham-se as eubactérias quando observadas por meio de um microscópio,
mas existem diferenças importantes quanto a sua composição química, à atividade e ao meio ambiente
em que se desenvolvem tais como em elevada concentração de salina ou acidez elevada e altas
temperaturas a exemplo de piscinas térmicas e lagoas salinas.

Cianobactérias

As cianobactérias, assim como as bactérias são também procariontes. Também conhecidas por
cianofíceas, são todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas células não possuem cloroplastos. A
clorofila, do tipo a, fica dispersa pelo hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes, que são ramificações
da membrana plasmática.
As cianobactérias são microrganismos presentes em ambientes aquáticos com capacidade de produzir
toxinas (cianotoxinas), em alguns casos, altamente prejudiciais à saúde humana e animal, que podem
causar graves intoxicações pela ingestão e contato com corpos de água contaminadas. A presença
excessiva de cianobactérias, sempre que formam escuma na superfície, é sinalizada por uma cor verde-
azulada na água.

Importância das bactérias9


Decomposição da matéria orgânica: :As bactérias decompositoras ou saprófitas, juntamente com a
maioria dos fungos, atuam na natureza decompondo organismos mortos, partes que se destacam de
seres vivos ou resíduos eliminados no ambiente, como folhas e frutos caídos, fezes, pele, etc. Desse
modo, os seres decompositores transformam a matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples,
que pode ser reaproveitada por outros seres, especialmente as plantas. São, portanto, indispensáveis à
reciclagem da matéria na natureza, constituindo verdadeiras "usinas processadoras" de material orgânico
morto.
Fertilização do solo: A fertilidade do solo depende da atividade dos seres decompositores como as
das bactérias do gênero Rhizobium, que vivem associadas às raízes de leguminosas, um importante
grupo de plantas, como a soja, o feijão e a ervilha. Uma vez instaladas nas raízes, as bactérias fixam o
gás nitrogênio atmosférico (N2) e o transformam em sais nitrogenados, que são em parte assimilados
pelas plantas. Esse gênero de bactérias fornece às leguminosas os sais nitrogenados necessários ao seu
desenvolvimento. Parte da matéria orgânica produzida pelas leguminosas por meio da fotossíntese é
assimilada por essas bactérias, que são heterótrofas. Estabelece-se, assim, uma interação de benefícios
mútuos entre as bactérias Rhizobium e a planta; esse tipo de interação é denominado mutualismo. Depois
de colhidas as sementes, o agricultor pode enterrar as leguminosas para que funcionem como "adubos
verdes". De fato, à medida que se decompõem, as grandes moléculas orgânicas nitrogenadas existentes
na planta, como as proteínas, originam principalmente amônia, que é liberada para o ambiente. Então,
bactérias nitrificantes, como as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter, atuam, respectivamente,
convertendo a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato. Uma vez incorporados ao solo os nitritos e os
nitratos aumentam sua fertilidade
Digestão de celulose: As bactérias que vivem no estômago de ruminantes, estabelecem com esses
animais um outro exemplo de mutualismo. Essas bactérias são capazes de digerir celulose, auxiliando
assim a nutrição dos ruminantes; em troca, encontram nesses animais um hábitat adequado ao seu
desenvolvimento, além do alimento que garante sua atividade metabólica.
Emprego industrial: Na indústria, são bastante conhecidas às bactérias do gênero Acetobacter, que
oxidam o álcool etílico transformando-o em ácido acético; esse fenômeno constitui a base da fabricação
do vinagre. As bactérias do gênero Lactobacillus promovem a conversão da lactose (açúcar do leite) em
ácido láctico. O leite torna-se então azedo, e a redução do pH determina a precipitação de suas proteínas,
com a consequente formação do coalho. Essas bactérias têm, assim, participação marcante no processo

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de fabricação de coalhada, iogurte e queijo. Na indústria farmacêutica, as bactérias do gênero Bacillus
fornecem certos antibióticos, como a tirotricina e a bacitracina.
Controle biológico: Utilizadas no combate a espécies daninhas à agricultura. Um exemplo é o Bacillus
thuringiensis, que infesta a larva de determinados insetos. Essa bactéria produz cristais protéicos que se
dissolvem no intestino da larva; a proteína dissolvida promove a ruptura da parede intestinal, permitindo
a invasão dos tecidos pelas bactérias, o que provoca a morte da larva.
Ação patogênica: representa as principais doenças humanas causadas por bactérias patogênicas (do
grego pathos, 'sofrimento'). Neste momento, basta saber que elas podem causar doenças ao ser humano
e a outros seres vivos; a tuberculose, a sífilis e o tétano são alguns exemplos dessas doenças.

Reino Fungi

Os fungos são popularmente conhecidos por mofos, bolores fermentos, orelhas-de-pau, trufas, micose
e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 70 mil
espécies de organismos eucariontes que estão espalhados por praticamente qualquer tipo de ambiente.

Características gerais

Habitat: Podemos encontrar os fungos em ambientes terrestres úmidos, sombreados ambientes


aquáticos, no homem e animais e em detritos em geral.
Alimentação: Os fungos não apresentam clorofila, nem celulose e, com isso, não sintetizam seu
próprio alimento, sendo então classificados como heterotróficos. Eles liberam uma exoenzima que os
auxiliam na digestão dos alimentos.

De acordo com o tipo de alimentação, os fungos são classificados em:


-Fungos Saprófagos: Obtêm alimentos decompondo organismos mortos;
-Fungos Parasitas: Alimentam-se de substâncias de organismos vivos;
-Fungos Predadores: Alimentam-se de pequenos animais que capturam.

Estrutura do corpo: Apresentam parede celular de quitina, que é um polissacarídeo. Os fungos


podem ser unicelulares (leveduras) ou pluricelulares.
Os fungos pluricelulares são formados por células alongadas constituindo estruturas filamentosas que
recebem o nome de hifas. O conjunto de hifas, entrelaçam-se e acabam formando o corpo do fungo, esse
conjunto de hifas forma uma estrutura chamada de micélio, conforme representado na figura abaixo.

O micélio fica na sua maior parte sob a superfície, abaixo do substrato nutritivo, formando o corpo de
frutificação. Alguns desses corpo de frutificação recebem o nome de cogumelo. É a parte que mais
conhecemos do fungo, uma vez que normalmente é a parte que conseguimos observar nos fungos.
Os fungos unicelulares são muito pequenos, não formam hifas nem micélios e geralmente possuem
forma ovaladas ou esféricas como pode ser observado na figura abaixo. Estes são popularmente
conhecidos como leveduras e obtém energia através da fermentação quando não há oxigênio presente.

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Reprodução: Os fungos podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada, sendo o vento
considerado um importante dispersor que espalha os propágulos e fragmentos de hifa, a proliferação dos
fungos.
-Assexuada: A reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer por:
-Fragmentação: Nessa forma de reprodução um micélio se fragmenta originando novos micélios.
-Brotamento: Nesse caso, leveduras como Saccharomyces cerevisae geram brotos (gêmulas) que
normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando
cadeias de células.
-Esporulação: Nessa forma de reprodução os corpos de frutificação produzem (mitose) células
abundantes que são espalhadas pelo meio que ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar
sozinha um novo fungo.
-Sexuada – De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides,
caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Quando se as hifas haploides, porém
geneticamente diferentes se unem são gerados um micélio diploide, que irá crescer (divisão por mitose),
transformando-se em novo fungo, o que completa o ciclo de reprodução.

Classificação dos fungos

Os fungos podem ser classificados em cinco filos: Filo Cythridiomycota, Filo Zygomycota, Filo
Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deuteromycota.

1. Filo Cythridiomycota: Constituem os fungos que vivem em ambientes aquáticos, e apresentam


flagelos em pelo menos durante algum estágio de sua vida. São normalmente conhecidos como
mastigomicetos (mastix = flagelo; mycetos = fungo), ou citridiomicetos, podendo ser unicelulares ou
filamentosos e não possuem quitina em sua parede celular, que é constituída apenas por celulose e
glicanos (polissacarídeos) como pode ser observado na figura abaixo. Os fungos citridiomicetos
armazenam uma substância de reserva semelhante à das algas pardas e diatomáceas e, por esse motivo,
muitos cientistas classificam esses fungos no mesmo grupo das diatomáceas, algas pardas e algas
douradas. Esses organismos podem ser sapróbios (que se alimentam de restos de plantas e animais) ou
parasitas (patógenos de batatas).

2. Filo Zygomycota: Conhecidos normalmente como zigomicetos ou ficomicetos, os fungos que


compreendem este filo não desenvolvem o corpo de frutificação durante a reprodução sexuada. Alguns
desses fungos são utilizados na produção do molho de soja (popular shoyu), hormônios anticoncepcionais
e medicamentos anti-inflamatórios. As espécies de fungos desse filo são de vida livre, como, por exemplo,
o Rhizopus, bolor negro que se desenvolve sobre a superfície úmida de alimentos como frutas, verduras
e pães como pode ser observado na figura abaixo:

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3. Filo Ascomycota10: São chamados de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies
descritas de fungo. Esses organismos formam o asco (hifas em forma de saco), justificando o nome do
filo. O ascomiceto mais conhecido é o levedo (Saccharomyces cerevisae), também conhecido como
fermento de padaria, muito empregado na produção de bebidas alcoólicas, álcool e pão. Outros exemplos
de ascomicetos são Neurospora crassa, que é muito utilizado em pesquisas genéticas; algumas espécies
de Penicillium, dos quais se produzem a penicilina e certos queijos; e alguns que parasitam plantas, como
o Aspergillus flavus. O ascomiceto Claviceps purpúrea ataca cereais, e a ingestão de alimentos
contaminados por ele causa ergotismo, um envenenamento que provoca alucinações, convulsões,
espasmos nervosos e morte. A substância que causa esse quadro se chama ergotina e é utilizada em
alguns medicamentos por causar vasoconstrição e contração muscular. Essa substância também é
utilizada para se produzir o LSD, uma droga bastante perigosa. Algumas espécies de ascomicetos vivem
associadas a algas ou cianobactérias formando os liquens.

4. Filo Basidiomycota: Os fungos pertencentes a esse filo são os famosos orelhas-de-pau e


cogumelos. Alguns basidiomicetos, como o Agaricus (champignons), são utilizados na culinária, enquanto
que outros, como o Amanita muscaria, são tão venenosos que a ingestão de um pequeno pedaço pode
levar à morte imediata. Há ainda espécies de basidiomicetos que são tóxicas e contêm substâncias
alucinógenas como o Psilocybe mexicana; e outras que atacam vegetais como cereais e café causando
as chamadas ferrugens.

5. Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chamados de deuteromicetos, uma
vez que não apresentam reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como sendo
deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros filos, como é o caso do Penicillium (fungo
do qual de extrai a penicilina), da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Trichophyton
(causadores do pé-de-atleta e fireiras), que eram classificados como deuteromicetos e agora são
classificados no filo dos ascomicetos.

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Importância dos fungos:

Decompositores: São responsáveis em grande parte pela decomposição das substâncias orgânicas
como alimentos, restos de plantas e animais mortos, tecidos, couro e outros artigos de consumo
manufaturados com materiais sujeitos a seus ataques.

Patógenos: São os fungos que podem causar doenças tanto em animais como em vegetais. Veja
alguns dos exemplos a seguir:

-Micoses: São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São
particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias
para o desenvolvimento dos fungos.

-Candidíase: É uma infecção causada pelo fungo Candida albicans que provoca o surgimento de
coceira intensa, vermelhidão ou placas brancas, afetando, principalmente, a boca e os órgãos genitais de
homens ou mulheres.
- Biotecnologia industrial: fermentação, produção de queijo, enzimas como celulase.

- Produção de antibióticos (penicilina, ampicilina, notatina, flavicina)

Liquens

Os liquens são formados pela associação mutualística entre fungos e algas ou cianobactérias. Nessa
relação mutualística, as algas produzem, através da fotossíntese, substâncias orgânicas que são
utilizadas pelo fungo, enquanto o fungo dá às algas proteção e um ambiente adequado para seu
desenvolvimento. Na associação com cianobactérias pode haver aproveitamento do nitrogênio
atmosférico como alimento.

Os liquens são organismos que resistem a mudanças de temperatura, ao sol forte e à falta de água, e
por isso são seres que habitam as mais diversas regiões do planeta. No entanto, os liquens são
extremamente sensíveis à poluição, sendo considerados bioindicadores de poluição. Pode-se dizer que
eles são organismos pioneiros, pois degradam rochas e auxiliam na formação do solo, criando condições
para que outros seres vivos também se instalem no local. Como apresentam nutrição independente do
substrato, eles podem ser encontrados em rochas, folhas, no solo, troncos e galhos de árvores, barrancos,
etc.
Alguns tipos de liquens são utilizados como fonte de alimento para alguns animais; enquanto que
outros tipos podem ser utilizados na fabricação de corantes, em razão de suas cores que variam do
branco ao negro, passando por tonalidades de vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde. Alguns

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liquens também são utilizados na fabricação de bases para fixadores na produção de perfumes finos e
até geleias.
Os liquens se reproduzem assexuadamente através de pequenos fragmentos especiais chamados de
sorédios, que se soltam, sendo carregados pelo vento para lugares distantes.

Reino Protista

O grupo dos protozoários é constituído por organismos microscópicos, unicelulares e heterotróficos.


Toadas as funções- respiração, respiração, excreção, transporte coordenação e reprodução, são
realizadas por uma única célula.
A digestão depende ou da ingestão, seguida de digestão intracelular, ou da absorção direta de
nutrientes presentes no meio em que vivem, especialmente no caso dos parasitos. As trocas gasosas e
a excreção ocorrem por difusão através da membrana. O transporte- de alimentos, gases e excretas- é
realizado pela movimentação do citoplasma (ciclose). Em algumas espécies, existem estruturas especiais
com função de coordenação motora. A reprodução é predominantemente assexuadas, mas há algumas
formas de reprodução sexuadas, que contribui para o aumento da variabilidade genética.
Os protozoários podem ainda apresentar estruturas de locomoção, que são consideradas como critério
de classificação desses animais: pseudópodes (falsos pés), cílios e flagelos.
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-Rizópodes (Filo Rhizopoda)

Grupo onde é encontrado a Ameba, que usa muitos pseudópodes para locomoção. Observe na figura:

A ameba é um ótimo exemplo de protozoário. Obtêm alimentos através do processo chamado


fagocitose, e digere o alimento nos vacúolos digestivos.
A densidade do seu citoplasma é maior que a da água que o envolve no ambiente, por isso ela tem
que periodicamente realizar a osmose, que é fazer o equilíbrio de água dentro do organismo. Para isso,
ela utiliza os vacúolos pulsáteis (contráteis) para expulsar a água em excesso. Na realidade, o nome
pulsátil é errôneo, pois o que acontece é que o vacúolo se forma cheio de água dentro da célula, se
desloca até a membrana celular, e se desfaz lá, jogando a água para fora, e não como se fosse um
"coração" batendo freneticamente.

-Ciliados (Filo Ciliophora)

Grupo onde é encontrado o paramécio. Os ciliados recebem este nome pois se movem e alimentam-
se com o auxílio de cílios, que estão em toda a superfície do protozoário. Este tipo aparece geralmente
em água doce e salgada, e onde existe matéria vegetal em decomposição. Eles executam também outro
tipo de reprodução, chamado de conjugação (sexuada), onde uma célula transmite material genético para
outra célula, ocasionando uma variabilidade genética, o que é essencial para qualquer tipo de ser vivo.
Depois da conjugação, as células realizam a reprodução assexuada.

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-Flagelados
Os flagelados são de vida livre e muitos deles são parasitas de humanos, como:

-Trichomonas vaginalis - fica alojado no aparelho reprodutor humano, geralmente nas mulheres, na
vagina. Provoca muita coceira, ardência e corrimento, a Tricomoníase.

Trichomonas vaginalis

-Giardia lamblia - causa a giardíase, no intestino. os sintomas são náuseas, cólicas, diarreia, etc.

-Leishmania brasiliensis (causa a Leishmaniose); Tripanossoma cruzi (Doença de Chagas);

-Esporozoários (Apicomplexos)

No grupo dos esporozoários encontram-se os protistas que não têm qualquer tipo de sistema de
locomoção. Todos eles são parasitas obrigatórios. O nome "Apicomplexos" vêm de uma parte do protista,
responsável pela perfuração da membrana celular das futuras células hospedeiras. Os mais comuns são
do gênero Plasmodium, que causam a Malária, e do gênero Toxoplasma, que causam a toxoplasmose.

Habitat

Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças,
lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles
são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.

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Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e
oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de
organismos:

-Fitoplâncton-Algas: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por


dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos
São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.

-Zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por


pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.

Reino Animalia – Invertebrados

Existem dois grupos principais no reino animal: os vertebrados e os invertebrados. Ambos pertencem
ao reino Animalia, contudo, a estrutura corporal varia bastante de um grupo para o outro.
O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal, exceto o dos vertebrados (peixes,
répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos).
Uma característica comum a todos os invertebrados é a ausência da espinha dorsal. Como exemplo,
podemos citar as esponjas (que apesar de nem sempre se enquadrarem nesta categoria, continuam a
fazer parte deste grupo).

Outras características comuns aos invertebrados

- Formação multicelular (grupos diferentes de células compõem este organismo);


- Ausência de parede celular (pois são formados por célula animal);
- Com exceção das esponjas, possuem tecidos como resultado de sua organização celular;
- Sua reprodução geralmente é sexuada (gametas masculinos e femininos se combinam para formar
um novo organismo).
De forma geral, podemos dizer que a grande maioria dos invertebrados é capaz de se locomover.
Contudo, as esponjas somente realizam esta tarefa quando elas ainda são bem jovens e pequenas. Já
as lagostas e os insetos são capazes de se movimentar durante toda sua existência.

Classificação dos animais

A principais etapas do desenvolvimento embrionário:

A união do espermatozoide e do óvulo produz o zigoto, que se divide várias vezes e forma um cacho
de células, a mórula. Esta se transforma em uma esfera oca, a blástula, cuja cavidade é chamada de
blastocele. A esse estágio se segue o de gástrula, no qual já é ectoderme e a endoderme. Os animais
que apresentam apenas essas duas camadas são chamados de diblásticos. Aqueles que desenvolvem

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uma terceira camada, a mesoderme, são chamados de triblásticos ou triploblásticos. Dessas camadas se
originam todos os tecidos e órgãos do animal.
No estágio de gástrula, o embrião possui uma cavidade, o arquêntero, que originará a cavidade do
tubo digestório do animal. Ela comunica-se com o exterior por um orifício, o blastóporo, esse orifício
origina a boca. Nos deuterostômios a boca forma-se mais tarde em outra região, e o ânus forma-se do
blastóporo ou em uma região próximo a ele.
Em alguns animais surge uma cavidade no meio da mesoderme, o celoma, que no adulto formará a
cavidade geral do corpo, situada entre a epiderme e o tubo digestório e que aloja diversos órgãos. Esses
animais são chamados de celomados. Aqueles que não possuem uma cavidade no corpo que não se
formou dentro da mesoderme, mas da blastocele, sendo, por isso, chamada de pseudoceloma; os animais
são pseudocelomados.

Sem folhetos embrionários Poríferos


Diblásticos Cnidários
Acelomados Platelmintos
Pseudocelomados Nematódeos
Anelídeos
Triblásticos Celomados Moluscos
Artrópodes
Equinodermas
Cordados

Filo Porífera

O filo Poríferos ou Espongiários abriga animais filtradores pluricelulares muito primitivos (parazoários),
de ambiente exclusivamente aquático- na maioria marinhos, como as esponjas. Estas possuem o corpo
perfurado por numerosos poros, daí o nome do filo.
Em termos evolutivos, as esponjas representam a transição de um modo de vida unicelular
(protozoários) para a pluricelularidade. De fato, é bem possível que as esponjas tenham se originado de
protozoários coloniais. Sua organização é bastante simples uma vez que não apresentam órgãos e
sistemas e são animais assimétricos, acelomados e sem cavidade digestiva.
As esponjas são animais sésseis, isto é, vivem fixas a um substrato (como madeira, conchas, rochas,)
e de vida livre (não são parasitas). Algumas espécies formam colônias, nas quais ocorre um certo grau
de fusão das entre os indivíduos.

Estrutura do corpo de uma esponja

A forma mais simples de uma esponja consiste num tubo fechado em uma das extremidades e aberto
na oposta. A água entra no corpo de uma esponja através dos seus poros, e então em um uma cavidade
chamada interna chamada de átrio ou espongiocele e sai por um ou mais aberturas maiores, chamados
de ósculos também é conhecido como canal exalante.
A circulação da água é promovida por células especiais que forram o interior da cavidade atrial
chamada de coanócitos. A movimentação do flagelo provoca uma corrente de água que na qual circulam
gases, excretas, gametas e partículas de alimento. Se uma dessas partículas ficar aprisionada no interior
desse “colarinho” pode ser fagocitada pelo coanócito.
A parede do corpo dos poríferos é formada por três camadas celulares distintas:
- Pinacoderme: Uma camada mais externa-, com função de revestimento e proteção, formada por
células denominadas pinacócitos;
-Uma camada gelatinosa média, na qual estão mergulhados os amebócitos (células com várias
funções) e estruturas de sustentação (espículas) calcárias ou silicosas, ou uma rede de fibras proteicas
de espongina.
- Uma camada de células dotadas de um poro central (porócitos), designado poro inalante, que as
atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo
através delas que a água penetra no espongicele.

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Fisiologia dos poríferos

-Alimentação e digestão: O alimento capturado pelos coanócitos é digerido no interior dessas células,
dentro de vacúolos digestivos. Diante disso, a digestão nesses animais é conhecida como digestão
intracelular.
Os nutrientes obtidos a partir da digestão são distribuídos as outras células por meio dos amebócitos.

-Circulação: A circulação que ocorre nos poríferos é de água, alimento e espermatozoides. O percurso
se inicia nos poros, por onde entram, e termina no ósculo, por onde saem por meio da movimentação dos
flagelos dos coanócitos.

-Excreção: A excreção dos poríferos ocorre por meio de difusão assim como o processo de
respiração.

-Reprodução: A reprodução das esponjas pode ser tanto assexuada (brotamento das células) como
sexuada (com formação de gametas).
A maioria das esponjas é hermafrodita e sua fecundação é interna. Entretanto, o brotamento é a forma
mais comum de reprodução desses organismos.
Algumas esponjas de água doce, quanto estão submetidas a condições extremas, produzem
estruturas de resistências chamadas de gêmulas. Estás estruturas são uma espécie de “bolsa” que
contem em seu interior células de repouso.

Filo Cnidária
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Os Cnidários são animais exclusivamente aquáticos, a maioria de ambiente marinho; sendo que seus
representantes mais conhecidos são a água-viva, os corais, axs anêmonas e a hidra, esta última, de água
doce.
Quanto à organização corporal, esses animais são considerados dibásticos, apresentando dois
folhetos germinativos (ectoderma e endoderma), durante o desenvolvimento germinativo, que orientam a
formação da estrutura de revestimento corporal em duas camadas: a epiderme e a gastroderme.
No filo cnidária existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: pólipos (organismos
sésseis) e as medusas (organismos livre-natantes), ambos manifestam orifício bucal por onde o alimento
é ingerido, e em seguida transferido à cavidade gastrovascular responsável pela digestão parcial dos
nutrientes absorvidos pelas células que revestem essa cavidade, e dessas aos demais tecidos.

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Nos cnidários existe um tipo especial de célula denominada cnidócito, que apesar de ocorrer ao longo
de toda a superfície do animal, aparece em maior quantidade nos tentáculos. Ao ser tocado o cnidócito
lança o nematocisto, estrutura penetrante que possui um longo filamento através do qual o líquido
urticante contido em seu interior é eliminado. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no homem.
Essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores e também da captura de presas.
Valendo-se das substâncias produzidas pelos cnidócitos, eles conseguem paralisar imediatamente os
pequenos animais capturados por seus tentáculos. Foi a presença do cnidócito que deu o nome ao filo
Cnidaria (que têm cnida = urtiga).

Estrutura corporal: Apresentam três camadas que constituem o corpo: epiderme (camada mais
externa, com células sensoriais e cnidócitos), mesogléia (camada gelatinosa que possui células
nervosas formando um sistema nervoso difuso) e gastroderme (revestimento da cavidade
gastrovascular). A mesogléia é muito mais desenvolvida nas medusas, o que confere aspecto
gelatinoso.
Fisiologia dos cnidários

Digestão: Tanto o pólipo como a medusa apresentam uma boca que se abre na cavidade
gastrovascular, mas não possuem ânus. O alimento ingerido pela boca, cai na cavidade gastrovascular,
onde é parcialmente digerido e distribuido (daí o nome gastro, de alimentação, e vascular, de circulação).
Após a fase extracelular da digestão, o alimento é absorvido pelas células que revestem a cavidade
gastrovascular, completando a digestão.
A digestão é portanto, em parte extracelular e em parte intracelular. Os restos não-aproveitáveis são
liberados pela boca. Na região oral, estão os tentáculos, que participam na captura de alimentos.

Sistema nervoso: Os cnidários são os primeiros animais a apresentarem células nervosas


(neurônios). Nesses animais, os neurônios dispõem-se de modo difuso pelo corpo, o que é uma condição
primitiva entre os animais.

Reprodução: Os Cnidários podem apresentar dois tipos de reprodução: assexuada (brotamento e


estrobilação) e sexuada, podendo haver alternância de gerações
Sexuada: há presença de gônadas. Existem espécies monóicas e dióicas. Pode haver alternância de
gerações (metagênese) envolvendo pólipos e medusas.

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OS VERMES: FILO PLATYHELMINTHES, NEMATODA E ANNELIDA

Em Biologia, chamamos genericamente de vermes os animais pertencentes a três filos distintos: Os


platyhelminthes (vermes achatados, como a tênia), os nematoda (vermes cilíndricos, não segmentados,
como a lombriga) e os anelídeos (vermes cilíndricos, segmentados, como a minhoca).

Filo Platyhelminthes

Os platelmintos são animais que apresentam o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo:
platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme'). O representante desse filo mais conhecido é
a planária.

Habitat: Estes organismos vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos;
entretanto, também são encontrados em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre e outros
parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.

Os platelmintos são animais triblásticos, acelomados e protostômios.

Fisiologia dos platelmintos

Alimentação: Esses animais alimentam-se de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais


maiores, entre outros. Seu tubo digestório, tal como nos cnidários, é incompleto, pois tem um única
abertura.

Respiração: Não possuem sistema respiratório. Nos platelmintos de vida livre as trocas são feitas por
difusão. Já nos parasitas ela é feita de forma anaeróbica, ou seja, não utiliza oxigênio.

Excreção: A excreção é realizada através das células-flama (protonefrídios ou solenócitos), que


realizam a excreção para a superfície do corpo. Os platelmintos secretam amônia.

Circulação: Também não possuem sistema circulatório. Os alimentos são distribuídos pelo corpo
através das ramificações do sistema digestivo.

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Sistema nervoso: Em termos fisiológicos são os primeiros amimais na escala zoológica que apresenta
sistema nervoso formado por gânglios (ganglionar), isto é, centros de coordenação com grandes
concentrações de neurônios.

Reprodução: A reprodução deste filo pode ser sexuada ou assexuada (maioria das espécies). Vale
lembrar que os platelmintos apresentam ainda uma alta capacidade de regeneração.

Classificação dos platelmintos

Há três classes de platelmintos: Tuberllaria, Cestoda e Tremátoda.

Classe Características Exemplos


Tubellaria Vida livre, aquáticos ou terrestres (úmidos) Planária
Cestoda Endoparasitas Tênia (ou solitária)
Trematoda Parasitas Scistosoma mansoni, Fasciola hepática

Parasitoses humanas causadas por platelmintos

-Esquistossomose

Doença infecciosa parasitária provocada por vermes da classe Trematoda. Os parasitas desta classe
são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No Brasil, é causada
pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem, sendo a partir
de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza.
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos
passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como
lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma.
No homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução
das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a
morte.

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Essa doença é também conhecida como, “xistose”, “xistosa” “xistosomose”, “doença dos caramujos”,
“barriga d’água” e “doença de Manson-Pirajá da Silva”.

-Teníase
A teníase é uma doença causada por um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas
intestinais. Esses organinos, em razão do seu modo de vida, possuem sistema digestório, uma vez que
absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro.
Normalmente consideramos como importante duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita
suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo dividido em vários anéis
denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que
auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é
denominado rostro, auxiliando também na fixação.
No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados
hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e
se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente.
Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um
dos hospedeiros.
Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo
embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto
parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de
“canjiquinha”.
Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da
doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador
dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas,
irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas
fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas.

Filo nematoda

Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico,
afilado nas extremidades. Há mais de 25 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos
feitos indicam a existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
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Entre as principais características anatômicas destacam-se: a bilateralidade corporal, a presença de
três folhetos embrionários (triblásticos – com ectoderme, endoderme e mesoderme), a existência de uma
falsa região celomática (cavidade parcialmente revestida de mesoderme, considerada pseudoceloma) e
situação protostômica (durante o desenvolvimento embrionário forma-se primeiramente a boca e
posteriormente o ânus).
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Habitat e modo de vida: Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente aquático ou
terrestre; outras são parasitas de plantas e de animais, inclusive o ser humano.

Fisiologia dos nematelmintos

Digestão: Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com
boca e ânus A digestão nesses organismos ocorre de forma extra e intracelular.

Respiração: Devido à ausência do sistema respiratório nestes animais, as troca gasosa ocorrem
através da superfície cuticular epidérmica.

Circulação: O sistema circulatório desses organismos também é ausente, assim, tanto os nutrientes
digeridos e os gases absorvidos são transportados pelo fluido pseudocelomático, conferindo, além da
difusão de substâncias, sustentação e auxílio na mobilidade, funcionando com esqueleto hidrostático.

Excreção: O sistema excretor elimina pricipalmente substâncias nitrogenadas, secretando também


íons dissolvidos no excesso de água por meio de células especializadas denominadas renete, captando
e direcionando excrementos para um canal coletor principal que desemboca em um poro próximo ao
orifício bucal

Reprodução: Esses organismos são normalmente dioicos (sexos separados), e as diferenças entre
o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo
geral o macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho. O ciclo de desenvolvimento costuma ser complexo, com diversos estágios, às vezes passando
o organismo parasita por mais de um hospedeiro

Parasitoses humanas causadas por nematelmintos

-Filaríase

A filaríase ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas Wuchereria Este se aloja nos vasos
linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de
perna de elefante do paciente com esta doença.
O hospedeiro definitivo é o homem o hospedeiros intermediários são pernilongos, principalmente do
gênero Culex. Os vermes adultos estão presentes no interior dos vasos linfáticos, e após o acasalamento,
são liberadas as larvas microfilárias, que migram para regiões periféricas do corpo, como a pele, em
determinadas horas do dia, que coincide com os hábitos alimentares dos pernilongos. Juntamente com o
sangue, as larvas são sugadas pelo inseto, onde amadurecem e migram para as glândulas salivares,
onde são novamente inoculadas na pele de outras pessoas através da picada do inseto.
O problema dessa doença é que o acúmulo de vermes provoca entupimento dos vasos linfáticos, o
que faz com que a linfa se acumule nos tecidos, provocando inchaço.

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-Ascaridíase :

Agente etiológico: Ascaris lumbricoides ou lombriga.

Transmissão - ocorre através da ingestão dos ovos do parasita, procedentes do solo, água ou
alimentos contaminados com fezes. O verme se aloja no intestino delgado do ser humano.

Sintomas – o indivíduo pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia e náusea. Dependendo da
quantidade de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.

Medidas preventivas: Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e não crus,
higiene pessoal e fornecimento de saneamento básico adequado para a população.

-Enterobiose ou Oxiurose:

Agente etiológico: Oxyurus vermiculares ou enterobiose).

Transmissão: Ocorre através da ingestão de ovos, podendo ser de forma direta, da região anal para a
boca (comumente observado em crianças), ou indiretamente através de alimentos contaminados.

Sintomas – náusea, coceira, dor abdominal e intensa secreção pruriginosa anal.

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Medidas preventivas higiene pessoal, lavar bem os alimentos e evitar utilizar roupas íntimas de outras
pessoas, principalmente de pessoas desconhecidas.

-Amarelão ou ancilostomose (Amarelão):

Agente etiológico: Esta doença pode ser provocada por três tipos de verme: o Necator americanus e
outros dois do gênero Ancylostoma: A. duodenalis e o A. ceylanicum

Sintomas: Os primeiros sintomas da doença são: palidez, desânimo, dificuldade de raciocínio, cansaço
e fraqueza, provenientes da falta de ferro (anemia) no organismo.

Outros sintomas como dores musculares, abdominais e de cabeça, hipertensão, tonturas; também
poderão ocorrer com o agravamento do quadro. A doença é perigosa para as gestantes, pois pode afetar
o desenvolvimento do feto.

Transmissão: Ocorre por meio do contato direto com solo contaminado, como, por exemplo, andar
descalço na terra.

Medidas preventivas: A prevenção dessa doença é feita com medidas sanitárias, educativas.

Filo Annelida

O Filo Annelida compreende os animais com estrutura corporal cilíndrica e segmentada, com evidentes
anéis externos, também subdivididos internamente (metamerização verdadeira). Seu representante típico
é a minhoca.
Esses invertebrados apresentam simetria bilateral três folhetos embrionários (triblásticos),
protostômios e celomados. Na superfície externa de algumas espécies, na cutícula epidérmica, existem
pequenos pelos (cerdas) que dão sustentação durante a locomoção, sendo a quantidade desses
filamentos um critério utilizado na diferenciação dos organismos.

Habitat e modo de vida: São animais exclusivamente de vida livre, com ampla distribuição geográfica,
ocupando ecossistemas terrestres e aquáticos, de água doce ou salgada.

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Fisiologia dos anelídeos

Sistema digestório: A digestão é completa e extracelular, apresentando aparelho digestório


compartimentado em regiões diferenciadas: boca, faringe, esôfago, papo, moela, intestino e ânus.

Sistema respiratório: A respiração desses organimos é cutânea, com trocas gasosas através da
superfície corporal.

Sistema nervoso: O sistema nervoso é formado por um gânglio nervoso central ligado a um cordão
ventral com numerosos nódulos.

Sistema circulatório: O sistema circulatório é fechado, apresentando vasos pulsáteis (corações


laterais) promovendo a circulação do sangue.

Sistema excretor :Formado por nefrídeos que secretam principalmente amônia.

Reprodução: A reprodução pode ser sexuada, sendo algumas espécies monoicas com fecundação
cruzada (minhocas), e dioicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto (neris).

Classificação dos anelídeos

Há três principais classes dos anelídeos: Oligoquetas, Poliquetas e Hirundíneos.


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Classe oligoquetas:

Essa classe compreende os organismos que apresentam poucas cerdas por anel e não exibem
parapódios (pequenas projeções do corpo que auxiliam a locomoção) nem cabeça diferenciada do
restante do corpo. O principal representante dessa classe é a minhoca. Ela tem a pele coberta por uma
fina película e produz uma substância viscosa; esse muco diminui o atrito com o solo, protege a pele do
contato com possíveis substâncias tóxicas e mantém a umidade, que é fundamental para a respiração
cutânea.

Nesse animal, é visível o clitelo - um anel mais claro por onde os animais se unem na fecundação
cruzada, trocando espermatozóides. Após a reprodução, cada um dos vermes libera no solo um casulo
cheio de ovos. Alguns dias depois, saem desses ovos vermes jovens.
O sistema digestório é formado por uma boca; um papo, que parece uma grande câmera; uma moela,
por onde o alimento é triturado; um longo intestino, que termina no ânus, situado no ultimo anel do corpo.
O sistema circulatório é fechado, e nele o sangue circula dentro dos vasos. O sangue possui
hemoglobina, o mesmo pigmento vermelho que nós, seres humanos, possuímos.
O sistema nervoso é formado por células nervosas que coordenam várias funções do corpo.
Função ecológica: a minhoca desempenha um papel importante na fertilidade do solo. Ela cava
"túneis", atua como arado, aumentando a aeração e a circulação da água. Além disso, as suas fezes
contêm, substâncias nutritivas que se misturam com a terra e agem como adubo, fertilizando o solo.

Classe Poliqueta

Os poliquetas são animais marinhos que possuem muitas cerdas em cada segmento, ou seja, em cada
anel. Cada anel tem um par de projeções laterais, os parapódios, no qual estão implantadas as cerdas.

Algumas espécies são errantes, isto é, se locomovem ativamente no fundo do mar Á procura de
alimentos; outras são fixas e, neste caso, obtêm alimento filtrando a água do mar com uma coroa de
“penachos “branquiais que rodeiam a boca. Esses animais são carnívoros e muitas vezes são canibais,
isto é, devoram outros poliquetos.
Os sexos dessa classe são separados, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, com
uma fase larval chamada trocófora

Classe Hirundínea

Os hirundíneos, também conhecido como aquetos, não possuem cerdas e apresentam ventosas, que
ajudam na fixação e na locomoção. Nesse grupo, está a sanguessuga. Ela é hermafrodita e vive em solo
úmido e pantanoso ou em água doce. Existem também algumas espécies marinhas.
A sanguessuga chupa o sangue de outros animais pelas ventosas, mas também pode se alimentar de
minhocas e de restos de animais. É de pequeno porte, o seu comprimento varia de 1 a 20 centímetros.

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Filo Mollusca

Os moluscos são animais de corpo mole (daí o nome do filo), não segmentado. Muitos desses
animais são revestidos por uma concha calcária que é produzida por uma dobra na epiderme chamada
de manto.

Na maioria dos moluscos, o corpo do animal se divide em três partes: massa visceral, cabeça e pé,
como a representação abaixo:

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Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não
segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do
tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores
químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos
naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.
O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar,
nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa visceral. Nesta estão os sistemas
digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela
produção da concha.
Fisiologia dos moluscos

Alimentação: Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Muitos deles
possuem uma estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos,
fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no
interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua
fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular).

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Respiração: A respiração dos moluscos é branquial (na maioria das espécies) ou, em alguns caracóis
é pulmonar, pois uma parte da epiderme, ricamente vascularizada, funciona como um pulmão primitivo.

Circulação: Seu sistema circulatório é, na maioria das vezes, do tipo aberto ou lacunar: o sangue
corre parte do tempo dentro de vasos mais acaba desembocando em lacunas ou hemocelas, que são
espaços abertos no interior do corpo do animal.

Excreção: Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras. Pela abertura


interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no líquido celomático.
Em alguns moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando
um "rim" primitivo.

Reprodução: A maioria dos moluscos apresentam sexos separados (dioicos); algumas espécies como
o caracol de jardim, são hermafroditas. A fecundação pode ser externa ou interna, e o desenvolvimento,
direto ou indireto.

A classificação dos moluscos

Há quatro classes principais de moluscos: Gastópoda, Bivalvia, Cephalopoda e Scaphopoda.

Classe Gastropoda ("estômago nos pés"): corresponde ao maior grupo de moluscos, marinhos, de
água doce e de ambientes terrestres. São os conhecidos caramujos, os caracóis e as lesmas. A concha,
quando presente, tem formato helicoidal.

Caracol

Classe Bivalvia (duas metades de concha): também são encontrados em água doce ou salgada.
Sua concha possui duas partes que encerram completamente o corpo do animal. Os exemplos mais
familiares são as ostras, os mexilhões e os mariscos. Apresentam as brânquias recobertas por uma
camada de muco; ao passar pelas brânquias, partículas alimentares ficam aderidas ao muco e são
levadas para a boca.

Marisco

Classe Cephalopoda ("pés na cabeça"): moluscos sem concha externa, que apresentam uma
estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o
calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos. Possuem
estruturas de defesa como cromatóforos. Quando se sentem ameaçados soltam esses pigmentos que
turvam a água e confundem os predadores.

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Polvo

Classe Scaphopoda ("pé em forma de canoa"): pequenos animais dotados de uma concha cônica e
alongada. São marinhos, e vivem parcialmente enterrados na areia. Conhecidos, em geral, por dentálios.

Dentalium (dentálio ou dente-de-elefante)

Filo Arthropoda

O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = pés) é o mais numerosos da Terra atual.
Contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas, o que é pelo menos quatro vezes o total de todos
os outros grupos de animais reunidos. Além disso, possuem boa adaptação a diferentes ambientes;
vantagens em competição com outras espécies; excepcional capacidade reprodutora; eficiência na
execução de suas funções; resistência a substâncias tóxicas e perfeita organização social (abelhas,
formigas e cupins) e presença de exoesqueleto quitinoso.
Ao crescer, os artrópodes precisam abandonar o exoesqueleto velho, pequeno, e fabricar outro, maior.
Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e ocorre diversas vezes até cessar o crescimento na fase
adulta. As carapaças deixadas por ocasião das mudas são as exúvias (do latim exuviae, "vestidos
largados").

Principais características dos artrópodes16:

São animais metamerizados (corpo segmentado), triblásticos (com três folhetos germinativos),
celomados (cavidade geral do organismo) e simetria bilateral.
- Sistema digestivo completo;
- Sistema circulatório aberto;
- Sistema respiratório diversificado: branquial, traqueal e pulmonar ou filotraqueal;
- Sistema excretor realizado por glândulas verdes, túbulos de malpighi ou glândulas coxais;
- Sistema nervoso constituído por vários gânglios nervosos fundidos;
- Sistema sensorial formado por olhos simples ou compostos e sensores táteis e químicos.
- A reprodução é sexuada, sendo as espécies dióicas com fecundação interna ou externa. O
desenvolvimento e direto ou indireto, com metamorfose gradual (hemimetábolos) ou completa
(holometábulos).

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Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes principais, usando como critério o número de
patas.

Nª de patas Classe Exemplos

6 Insetos Barata, mosquito

8 Aracnídeos Aranha, escorpião

10 Crustáceos Camarão, siri

1 par por seg. Quilópodes Lacraias

2 par por seg. Diplópodes Piolho de cobra

Classe Insecta

Os insetos constituem a classe mais diversificada e mais numerosa do filo. Caracterizam-se por
apresentar o corpo formado por cabeça, tórax e abdome separados. Na cabeça há um par de antenas,
providas de estruturas sensoriais microscópicas, com função tátil e olfativa. Junto à boca fica o aparelho
bucal adaptado para triturar, lamber sugar ou picar.
Do tórax saem três pares de patas articuladas e a maioria tem asas, que são expansões da epiderme
e do exoesqueleto. O voo é realizado através da ação dos músculos estriados antagônicos existentes
dentro do tórax.
Devido à capacidade de voar, os insetos vivem em todos os ambientes terrestres. Alguns são
parasitas, como o piolho e o bicho-de-pé; outros são transmissores de parasitas, como o barbeiro
(triatoma infestans), que transmite o trypanosoma cruzi, causador da doença de chagas.
Todos respiram por meio de traqueias e o sangue ou hemolinfa não contém pigmento respiratório.
A excreção é feita por um tudo de filamentos denominados túbulos de Malpighi.
Os insetos são de sexos separados e, geralmente com dimorfismo sexual. A fecundação é interna e o
desenvolvimento dos ovos pode ser direto ou indireto.
Devido a sua grande diversificação, a classe dos insetos é subdividida em muitas ordens.

Classe Arachnida

Os aracnídeos são artrópodes predominantemente terrestres, providos de quatro pares de patas


articuladas, e o copo, na maioria dos representantes, divididos em cefalotórax e abdome.
Na porção anterior do cefalotórax há um par de pedipalpos, órgãos preensores de alimento. Observa-
se também um par de quelíceras, peças bucais usadas pelos aracnídeos para matar presas.

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Há espécies de aracnídeos que podem causar danos ao homem e a outros animais por serem
venenosos ou parasitas. As aranhas e os escorpiões são exemplos de aracnídeos venenosos, e os
carrapatos de aracnídeos parasitas.
No sangue dos aracnídeos se encontra a hemocianina. Na região ventral do abdome há um par de filo
traqueias. A excreção é realizada por túbulos de Malpighi, ligados ao intestinos, e por glândulas coxais,
que se abrem na base do terceiro par de patas. Os sexos são separados e, em geral, com domirfismo
sexual. A fecundação é interna e o desenvolvimento é direto. Os indivíduos crescem, passando por várias
mudas do exoesqueleto.

-Classe Crustacea

Os crustáceos compreendem animais dotados de exoesqueleto qutinoso impregnado, em geral, de


sais de cálcio. O corpo é dividido em cefalotórax e abdome. Tem cinco ou mais pares de patas articuladas,
dois pares de antenas, além de outros apêndices.
São predominantemente aquáticos, principalmente marinhos. Incluem, além do camarões, os siris, as
lagostas, as cracas, os ermitões, os caranguejos, os tatuzinhos de jardim e diversas formas
microscópicas, como a pulga-d`água (Dapnhia) e o ciclopodes (Cyclops).
Alguns tem respiração cutânea, como as formas macroscópicas; a maioria, entretanto, apresenta
brânquias, situadas junto às patas ou agrupadas no cefalotórax e protegidas pelo exoesqueleto.
O sangue (hemolinfa) contém hemocianina, um pigmento respiratório, que transporta O2.
A excreção é feita por estruturas denominadas glândulas verdes, localizadas na porção anterior do
corpo, próximo às antenas.
A maioria dos representantes tem sexos separados, com ou sem dimorfismo sexual. A fecundação
pode ser externa ou interna e o desenvolvimento dos ovos pode ser direto ou indireto.

Classe Chilopoda e Diplopoda

A classe dos quilópodes (gr. khilioi = mil + podos = pé), de dos diplópodes (gr. diploos = duplo + podos
= pé) tem muitas semelhanças e podem ser descritas em conjunto. Os primeiros correspondem as
lacraias e centopeias, e o segundo, os piolhos-de-cobra. São organismos terrestres, com exoesqueleto
quitinoso. A cabeça é distinta e o corpo, todo segmentado. Na cabeça há um par de antenas, olhos
simples e boca provida de peças para cortar e triturar.
Os quilópodes têm o corpo achatado e um par de patas por segmentos, e os diplópodes, corpo
cilíndrico e dois pares de patas pode segmento.
A respiração desses organismos é traqueal e a hemolinfa não tem pigmento respiratório. A excreção
é feita por túbulos de Malpighi.
As fêmeas põem ovos, que apresentam desenvolvimento direto.

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Filo Echinodermata

O filo dos equinodermos (do grego ekhinos= ouriço + derma =pele) compreende os animais
exclusivamente marinhos, como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar, o pepino-do-mar, a bolacha-da-praia
e outros como podemos observar a seguir.

Como o próprio nome indica, são animais que apresentam o corpo total ou parcialmente cobertos por
espinhos, ou então por protuberâncias espinhosas. É ainda característica exclusiva do filo o fato de
apresentarem um sistema locomotor único, o sistema ambulacral (ou ambulacrário) que será descrito no
decorrer do nosso tópico.
Quando adultos, os equinodermas apresentam aspectos primitivos: hábitos sedentários (fixos a um
substrato, como os lírios-do mar ou crionoides) ou locomoção muito lenta (as demãos espécies do grupo);
sua simetria é radial (frequentemente pentarradial como nas estrelas-do-mar) e a cabeça não apresenta
diferenciação; seu sistema nervoso é extremamente reduzido, não apresentando cérebro e nem órgãos
sensoriais especializados (como a antenas, olhos entre outros).
Por outro lado, quando larvas esses animais apresentamsimetria vilateral, vida livre e são bastante
semelhantes às larvas de alguns cordados. Além disso, seu esqueleto é interno (endoesqueleto) e
calcário.
Caro candidato, vamos agora aprofundar nossos conhecimentos a respeito do filo Equinoderma!!!
São animais triblásticos, celomados e deuterostômios.

Antes de prosseguir nosso estudo vamos relembras o que significa os termos utilizados acima:

-Triblásticos:
São animais que apresentam por três camadas de células, derivadas da ectoderme, da endoderme e
da mesoderme, conforme exemplificado na figura abaixo:

-Celomados:
Representa a cavidade geral do corpo, que serve de espaço para os órgãos internos (vísceras).
Quando não há celoma, os animais são ditos acelomados, como os vermes de corpo achatado - os
platelmintos.

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-Deuterostômios:
Rerefe-se a origem do blastóporo. Se o blastóporo originar o ânus (e a boca se originar na extremidade
oposta, como um novo orifício), dizemos que os animais são deuterostômios (do grego, deutero =
secundário, o que veio depois).

Agora que já relembramos os conceitos acima, vamos voltar as características dos equinodermos!!!
O sistema circulatórios desses animais é muito reduzido ou ausente.
O tubo digestório é completo: na estrela-do-mar e no ouriço, a boca abre-se na superfície inferior
(voltada para o solo) e o ânus para a parte superior do corpo; na bolacha-da-praia, o ânus encontra-se
do lado da boca, na face inferior. Na boca do ouriço-do-mar e da bolacha-da-praia, encontramos uma
estrutura mastigatória equivalente a cinco dentes chamada de lanterna de Aristóteles. Veja abaixo um
esquema que apresenta a lanterna de Aristóteles.

A respiração e a excreção são feitas por difusão através da superfície do corpo, podendo também ser
auxiliadas pelo sistema ambulacrário.

O que é o sistema ambulacrário?


É um sistema composto por inúmeros canais, ampolas e pés, por onde circula a água do mar. A água
penetra no corpo do animal por uma placa perfurada chamada de placa madrepórica, e cai em canais
que percorrem o corpo do animal. Na estrela-do-mar há um canal em cada braço (canais radiais); no
outriço-do-mar há cinco faixas, chamadas de zona ambulacrais. Dos canais radiais sai um grande número
de pequenos pés ambulacrarios, que atravessam o esqueleto e se projetam para o exterior do corpo.

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Por meio de contração na musculatura de pequenas ampolas (semelhantes a uma ventosa de um
conta gotas), os pés ambulacrários podem se encher ou esvaziar de água.
A reprodução é sexuada, com sexos separados. Embora exista, o hemafroditismo é um evento raro.

Filo Chordata

Os cordados são animais que apresentam notocorda, tubo nervoso dorsal e fendas faringianas
(ou branqiueais) em pelo menos uma fase de sua vida.

Mais o que seriam essas estruturas?


Para que não fique nenhuma dúvida vamos definir e ilustrar as seguintes estruturas:

-Notocorda: é uma estrutura de sustentação cilíndrica e gelatinosa, de posição dorsal e longitudinal,


localizado entre o tubo neural e o tubo digestório, correspondente a um bastonete maciço e flexível. É a
primeira estrutura de sustentação de um cordado. Ocorre em todos so os cordados em alguma fase da
vida, podendo persistir na fase adulta. Nos animais que ela não persiste, é substituída pela coluna
vertebral.

-Fendas faringianas: São estruturas embrionárias, podendo permanecer na fase adulta, e até
desaparecer na fase embrionária. Nos cordados aquáticos ela persistem na fase adulta e têm função
respiratória. Nos cordados terrestres elas desaparecem para que dá faringe possa surgir a traquéia,
estrutura respiratória destes animais.

Tubo nervoso dorsal: O tubo nervoso ocupa a posição dorsal, e localiza-se logo acima da notocorda.
Deriva-se da invaginação da ectoderme dorsal do embrião. O tubo nervoso dorsal é bem desenvolvido
nos adultos, mas pode ser reduzido em alguns protocordados. Os animais não-cordados possuem um
sistema nervoso mais simples, do tipo ganglionar e ocupa a posição ventral no corpo e esta é uma
característica que distingue os cordados dos demais animais.

Vejamos agora um exemplo de um animal, o anfioxo, que apresenta essas três características ao longo
de toda sua vida.

Agora que já aprendemos as principais características dos cordados, vamos memorizar


algumas características secundárias destes:

-Cordão nervoso em posição dorsal. Esse cordão, na parte anterior, se alarga para formar o cérebro;
- Sistema digestivo completo;
- Três camadas germinativas;
- Coração ventral com presença de vasos sanguíneos;
- Celoma desenvolvido;
- Esqueleto interno ósseo ou cartilaginoso.

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Classificação dos cordados

Podemos dividir os cordados em dois grandes grupos: os protocordados (cordados invertebvrados)


e os vertebrados.

Divisões do filo Cordados

Protocordados Cefalocordados
Tunicados
Vertebrados Ágnatos Ciclostomados
Gnatostomados Peixes Peixes cartilaginosos Peixes ósseos
Tetrápodes Anfíbios
Répteis
Aves
Mamíferos

Protocordados

Os protocordados são animais que não apresentam tecido cartilaginoso nem ósseo, logo não possuem
vértebras nem crânio, e a notocorda pode permanecer no adulto ou ficar restrita apenas no período larval.
São exclusivamente marinhos e de pequeno porte. São exemplos desse filo o anfioxo e a ascídia.
As ascídias animais sésseis, filtradores pertencente ao subfilo Urocordados. Os anfíoxos, que são
classificadas no subfilo Cefalocordados, já são animais que, apesar de serem capazes de locomover,
vivem enterrados e, assim como as ascídias, são filtradores. Mesmo sendo animais muito simples, eles
são classificados no filo dos cordados por, pelo menos sua larva, apresentar as características: notocorda,
fendas faringianas, tubo nervoso dorsal e cauda, ou seja, as características exclusivas dos cordados.

Vertebrados

Os vertebrados possuem tecido cartilaginoso e/ou tecido ósseo e a notocorda, na fase adulta, é
substituída pela coluna vertebral.

Notocorda Coluna vertebral

A maior parte dos vertebrados apresentam mandíbulas, como os peixes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Porém, existe um grupo de vertebrados sem mandíbulas, os ágnatos, cujos representantes
apresentam boca circular.
Os agnatos, também conhecidos como ciclostomados, são animais vertebrados primitivos que
podem ser encontrados em ambientes de água salgada e também em ambientes de água doce. Esses
animais possuem corpo cilíndrico e alongado, com esqueleto cartilaginoso, e em sua pele são
encontradas glândulas produtoras de muco. São desprovidos de escamas e apresentam nadadeiras
ímpares pouco desenvolvidas no dorso e cauda. Com mandíbula ausente, os agnatos possuem uma boca
circular que suga os alimentos – por esse motivo são chamados de ciclostomados (ciclo = redondo;
estoma = boca).

O exemplo mais conhecido é a lampréia como ilustrado abaixo:

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Gnatostomados

São vertebrados mais evoluídos que apresentam mandíbulas (do grego gnathos, mandíbula, e
stomatos, boca). O desenvolvimento das mandíbulas foi uma importantíssima inovação evolutiva nesses
animais, pois essa estrutura é manipulada por músculos e associada a dentes. Desse modo, os
gnatostomados primitivos puderam destacar com maior eficiência os peda-ços maiores de algas e de
outros animais. Portanto, os animais mais eficientes na captura do alimento são os gnatostomados. Essa
característica permitiu uma vantagem competitiva e, consequentemente, uma diversificação maior de
espécies.

Entre os gnatostomados temos as seguintes classes:


•Condrichthyes (peixes cartilaginosos – tubarão, arraia, cação).
•Osteichthyes (peixes ósseos – tainha, salmão, piranha).
•Amphibia (anfíbios – sapo, salamandra, cobra-cega). “
•Reptilia (répteis – tartaruga, cobra, lagarto).
•Aves (aves – coruja, avestruz, arara).
•Mammalia (mamíferos – leopardo, macaco, golfinho).

Vertebrados-peixes

Os peixes representam a maior classe em número de espécies conhecidas entre os vertebrados. Os


peixes ocupam as águas salgadas dos mares e oceanos e as águas doces dos rios, lagos e açudes.
Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das quais mais da metade vive em água salgada.

Características gerais

Esses animais têm nadadeiras, linha lateral e pele frequentemente coberta por escamas; são
celomados, cordados, vertebrados, com mandíbulas, corpo alongado e desprovidos de membros;
São animais pecilotérmicos, isto é, a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente;
A maioria dos peixes respira por meio de brânquias;

A circulação dos peixes é classificada como simples. O coração desses animais tem duas cavidades
um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado;

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Quanto a alimentação os peixes podem ser herbívoros (alimentam principalmente de algas), carnívoros
(alimentam-se de outros peixes e de animais diversos);

Os peixes têm vários órgãos dos sentidos tais como:


-Bolsa olfatória (associadas à percepção de cheiros das substâncias dissolvidas na água). O sentido
do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, pode "farejar" sangue fresco
a dezenas de metros de distância.

-Olhos: permitem formar imagens nítidas a curta distância.

•Linha lateral: formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo que auxiliam na
percepção das diferenças de pressão, correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma
presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito
importante para as viagens em cardumes.

Características que favorecem a vida na água

•corpo com formato hidrodinâmico (achatado lateralmente e alongado) o que favorece seu
deslocamento na água;
•corpo geralmente recoberto por escamas lisas, que diminui o atrito com a água durante o
deslocamento do animal;
•presença de nadadeiras (estruturas de locomoção);
•musculatura segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.

Classificação dos peixes

Os peixes são classificados em duas classes: a classe dos condrictes (do grego khondros:
'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon:
'osso'), ou peixes ósseos.

Peixes cartilaginosos (condrictes)

Os representantes mais conhecidos dessa classe são os tubarões, cações e raias. São animais que
comumente vivem em ambientes marinho, porém há raias que vivem em água doce. As principais
características dos peixes cartilaginosos são:

-Esqueleto inteiramente cartilaginoso;


-Presença de nadadeiras pares (peitorais e pélvicas), que facilitam a movimentação do peixe, dando-
lhe impulsão;
-Pele revestida de escamas placóides, de origem dermoepidérmica;
-Boca localizada ventralmente;
-Cinco pares de fendas faringianas;
-Pecilotermia.

Peixes ósseos (Osteíctes)

Os representantes dessa classe são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-
marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeira,
etc.).
Em relação aos peixes cartilaginosos, notamos as seguintes diferenças desses animais:
-Esqueleto ósseo;
-As nadadeiras pares peitorais e pélvicas servem mais como órgão de estabilização do que impulsão.
Além disso, há uma nadadeira anal e uma caudal;
-A pele tem escamas dérmicas e é lubrificada por um muco produzido pelas glândulas mucosas;
-A boca é terminal;
-Possuem quatro pares de fendas faringianas protegidas por uma placa óssea, o opérculo;

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-Apresentam linhas laterais visíveis;
Apresentam um órgão hidrostático, a bexiga natatória, que facilita a exploração de locais com elevada
variação profundidade.

Cordados- anfíbios

A classe dos Anfíbios compreende os sapos, rãs, pererecas, salamandras, cobras-cegas, e etc.

Com base nos aspectos evolutivos do nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a
ocupar o ambiente terrestre, situando-se entre os peixes e os répteis. Esses organismos, considerados
como um grupo de transição, além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação,
eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes
úmidos.
Como o próprio nome sugere, a maioria das espécies vive parcialmente na água doce e parcialmente
na terra. Embora alguns vivam em terra firme o tempo todo, ainda assim necessitam estar próximas da
água ou viver em um ambiente de elevada umidade atmosférica; isso ocorre por várias razões, sendo a
principal delas sua reprodução.

Características gerais

-São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo (pecilotérmicos);


-Não possuem pêlos nem escamas externas;
- Apresentam pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas;
-As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem
veneno.

Adaptações que capacitou os Anfíbios a ocupar o ambiente terrestre

-Modificações na sua estrutura corporal que permitem locomover-se em terra firme (por exemplo, o
desenvolvimento de patas no lugar de nadadeiras);
-Substituições de brânquias por pulmões;
-Modificações no aparelho circulatório, a fim de permitir a captação de oxigênio atmosférico pelos
pulmões e através da pele.
Fisiologia dos Anfíbios

Respiração: Na fase larval, aquática, respiram por brânquias, quando adultos, respiram através da
pele (respiração cutânea) e pelos pulmões. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície
de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a
respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele, que deve ser
úmida e bem vascularizada para que ocorra a difusão dos gases.
Circulação:
Os anfíbios apresentam circulação fechada, isto é, o sangue circula dentro dos vasos
O coração dos anfíbios é constituído por três cavidades (dois átrios e um ventrículo). O sangue arterial
(proveniente dos pulmões) e o sangue venoso (proveniente da circulação corporal) misturam-se no
ventrículo.

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- Excreção:

Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins. Estes eliminam uma urina diluída e abundante,
pois o excretam amônia, substancia extremamente tóxica que precisa ser eliminada constantemente
junto com agua em abundância. Os adultos de algumas espécies terrestres excretam ureia, menos tóxica,
o que resulta em certa economia de agua.

-Alimentação:17

Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de
minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. A língua, em algumas espécies de anfíbios é uma
das suas características adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno vôo, utilizando
a língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna.e alcança uma grande
distância, além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa.

-Reprodução

Os ovos dos anfíbios não apresentam casca que possa protegê-los contra a desidratação, por isso,
devem ser postos na água ou em um lugar de extrema umidade. Na maioria das vezes a fecundação é
externa: a fêmea coloca os ovos na água, e o macho, estando próximo ou mesmo sobre ela, lança jatos
de esperma sobre os ovos. Algumas espécies de salamandras e cobras-cegas colocam seus ovos em
terra úmida. Após certo período de desenvolvimento embrionário, formam-se as larvas, denominadas
girinos. Estas nadam livremente, e após um período de transformações (metamorfose) transformam-se
em adultos como pode ser observado no esquema abaixo:

Vertebrados-répteis

Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') representam um grupo de animais que possui em comum a
ectotermia (capacidade de utilizar fontes externas de calor para regular a temperatura corporal) e a pele
recoberta por escamas. Esse grupo inclui diversas linhagens (lagartos, serpentes, quelônios e jacarés).

Características gerais

-Membros locomotores situados no mesmo plano do corpo (facilitando o rastejamento do ventre no


solo);
-Pele seca e frequentemente recoberta por escamas, placas dérmicas, plastrões e carapaças;

Fisiologia dos répteis

Alimentação e sistema digestório:


- Os répteis podem ser classificados como: carnívoros (na sua maioria); algumas espécies são
herbívoras e outras são onívoras.
-Estes animais apresentam o digestório completo com glândulas bem desenvolvidas, como fígado e
pâncreas.
-O intestino grosso termina na cloaca.

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Respiração:
-A respiração é única e exclusivamente pulmonar;
-Os répteis possuem um pulmão com alvéolos, dotados de dotando dobras internas que aumentam a
sua capacidade respiratória, sendo melhor que o dos anfíbios;

-Circulação:
- A circulação da maioria dos répteis e dupla fechada e completa;
O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos
ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos
(crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o
sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.

Reprodução:
-Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. A fecundação em é
interna e geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou hemipênis nos lagartos e
cobras, permitindo a transferência direta do esperma para o interior do corpo da fêmea).
-A maioria é ovípara, isto é, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes.
-A fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução dos vertebrados, pois
impediram a morte dos gametas e embriões por desidratação e tornaram esses animais independentes
da água para a reprodução.

Classificação dos Répteis


Podemos reconhecer as quatro grandes Ordens viventes:

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- Ordem Crocodilia (crocodilos e jacarés)

- Ordem Rhynchocephalia (tuataras)

- Ordem Squamata (lagartos e cobras)

- Ordem Testudinata (tartarugas, jabutis e cágados) conhecidos como quelônios

Vertebrados- AVES

De acordo com estudos paleontológicos recentes, utilizando fósseis, as aves tiveram origem no
Período Jurássico. Elas evoluíram dos dinossauros tetrápodes, por volta de 150 milhões de anos atrás.
Estes constituem a classe de animais vertebrados, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente
por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos
pneumáticos.
Atualmente são reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. A ampla
distribuição geográfica das aves e também dos mamíferos reflete o sucesso que esses grupos tiveram na
conquista do meio terrestre em relação aos répteis. A principal característica que possibilitou essa
conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, isto é, a capacidade de manter, em ambientes diversificados,
a temperatura corporal relativamente elevada e constante. Porém, a manutenção da temperatura ocorre
à custa de uma alta taxa metabólica qual envolve intensa combustão de alimento energético nas células.

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Características gerais das aves18

- São vertebrados (presença de coluna vertebral segmentada);


- São bípedes (se movimentam na posição vertical, usando as extremidades inferiores para assentar
no solo);
- São ovíparos (embrião se desenvolve dentro de um ovo, em ambiente externo e sem ligação com a
mãe);
- São homeotérmicos (a temperatura corporal é mantida constante, mesmo com variação da
temperatura do meio ambiente);
- Possuem o corpo coberto por penas;
- Possuem asas (grande parte das aves consegue voar com estas asas);
- Possuem bico (usado para pegar alimentos, quebrar, furar e até transportar);
- Possuem ossos pneumáticos (com presença de ar na parte interna, são ocos).
- As aves não possuem a capacidade de urinar, pois não possuem bexiga para armazenar a urina.
Quando consomem líquidos, principalmente água, estes vão para o intestino (local da absorção). As
impurezas se transformam em urato, que saem junto com as fezes.

Características que favorecem a homeotermia nas aves

-Presença de penas: As penas são anexos epidérmicos de queratina exclusivos das aves. A camada
de ar retida entre as penas promove o isolamento térmico, agindo contra a perda de calor do corpo. Em
um dia de muito frio, as aves, em repouso, mantêm suas penas elevadas aumentando a camada de ar
isolante. Ao contrário, quando está quente, as penas são mantidas bem juntas ao corpo, diminuindo a
espessura da camada de isolamento.

-Coração: O coração das aves tem quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos e isso permite que
não ocorra mistura de sangue. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com
sangue pobre em oxigênio (sangue venoso), encaminhando-o aos pulmões para a oxigenação. Já a
metade esquerda (átrio e ventrículo esquerdos) trabalha apenas com sangue rico em oxigênio (sangue
arterial), que é conduzido aos tecidos do corpo. Assim, os órgãos recebem sangue ricamente oxigenado,
o que permite e garante a manutenção de taxas metabólicas mais elevadas que, associadas aos
mecanismos de isolamento e regulação térmicos, favorece a sobrevivência em variados tipos de
ambientes.

-Aparelho respiratório: Embora pequenos e poucos elásticos, os pulmões das aves são muito mais
eficientes que os dos répteis e mamíferos. Isso ocorre pois esses animais apresentam diversas
expansões membranosas, os sacos aéreos, que contribuem para a manutenção de um fluxo de ar
unidirecional e para a regulação térmica do animal (favorecendo parte da dissipação do calor gerado pelo
corpo). Os sacos aéreos expandem-se entre os órgãos e alguns penetram no interior dos longos
pneumáticos (ossos com cavidades livres). Ao inflar os sacos aéreos as aves reduzem a densidade do
corpo, característica útil para animais que voam.

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A grande eficiência dos pulmões nas trocas gasosas, associada ao coração tetracavitário, garante o
suprimento alto e constante de oxigênio para os tecidos, o que contribui para a manutenção de elevadas
taxas metabólicas nesses animais.

Adaptações que permitiram o voo nas aves

As aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Para exemplificar
as adaptações adquiridas pelas aves ao longo da evolução veja a ilustração abaixo:

Além das características exemplificadas acima, as aves ainda apresentam:


-Forma do corpo aerodinâmica;
-Homeotermia: taxa metabólica elevada que produz grande quantidade de energia que o voo requer;

Fisiologia das aves19

Alimentação e digestão:
As aves consomem os mais variados tipos de alimentos como frutos, néctar, sementes, insetos,
vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema
digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e
órgãos anexos (fígado e pâncreas).
Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, esôfago e seguem para o papo (função de
armazenar e amolecer os alimentos). A partir desse, vão para o proventrículo, que é o estômago químico
das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a serem digeridos. Passam então para a
moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados.
Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os
restos não aproveitados transformam-se em fezes.

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As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do sistema digestivo,
urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e
também põe os ovos.

Reprodução:

Diferentes de seus parentes répteis, que às vezes dão à luz a seus filhotes, todas as espécies de aves
põem ovos.

Os sexos das aves são separados (dioicos), a fecundação é interna e geralmente apresentam um
dimorfismo sexual muito marcante, sendo os machos mais vistosos que as fêmeas. Veja o exemplo a
seguir do dimorfismo sexual do pavão:

No interior do ovo, durante o desenvolvimento embrionário, são encontrados o córion, âmnio, a


vesícula vitelínica e a alantoide. A casca porosa, semelhante à do ovo dos répteis, permite a ocorrência
de trocas gasosas. Os ovos das aves são chocados, isto é, devem ser aquecidos pelos pais, possibilitando
o desenvolvimento embrionário, fato que não ocorre nos répteis, que são pecilotermos.

Vertebrados- Mamíferos

Os mamíferos (do latim científico Mammalia) constituem uma classe de animais vertebrado mais
conhecidos Nesta classe incluem-se as toupeiras, morcegos, roedores, gatos, macacos, baleias, cavalos,
veados e muitos outros, o próprio homem entre eles.
Nela existem animais pesando de 3g a 160 toneladas e medindo de 8 cm até 30 m de comprimento.

Características específicas

-Glândulas mamárias;
-Corpo total ou parcialmente coberto por pelos;
-Dentes diferenciados com incisivos, caninos, pré-molares e molares;
-Presença da placenta;
-Hemácia anucleada
-Musculo diafragma, uma membrana muscular que separa o tórax do abdome e que auxilia na
ventilação dos pulmões.

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Fisiologia dos mamíferos

-Digestão e alimentação
O sistema digestório dos mamíferos é completo formado por um longo tubo que vai da boca ao ânus.
Veja a seguir o exemplo do trajeto do alimento na espécie humana:

-Respiração:
Todos os mamíferos são seres pulmonados, isto é, o ar entra pelas vias respiratórias até os pulmões,
que absorvem o oxigênio. Até mesmo os mamíferos aquáticos têm pulmões, eles precisam vir à superfície
para respirar.

-Circulação
Assim como o coração das aves, o coração dos mamíferos apresenta quatro cavidades. A circulação
dos mamíferos é fechada, dupla e completa, sem que haja mistura de sangue venoso com arterial. A
eficiência na circulação do sangue favorece a homeotermia corporal.
Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer
ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Este fato justifica a sua larga distribuição
em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualquer outro animal (exceto as aves).

Veja a seguir o coração tetracavitário dos mamíferos:

Atenção candidatos, Vale lembrar que a artéria aorta nos mamíferos é voltada para a direita e das aves
para a esquerda.

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Reprodução:20

Os mamíferos são dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A grande maioria das
espécies é vivípara, existindo espécies ovíparas (ornitorrinco) e ovovivíparas (canguru).
Embora a viviparidade limite o número de filhotes por gestação, é um fator que se revelou vantajoso
evolutivamente, aumentando as chances de sobrevivência e o sucesso reprodutivo.
Enquanto o filhote está se desenvolvendo no útero materno, recebe nutrientes e oxigênio através da
placenta, pelo cordão umbilical. A placenta é uma estrutura formada por parte do corpo da mãe e parte
do corpo do feto. Também é pela placenta que o feto elimina as excretas, que são restos produzidos, por
exemplo, o gás carbônico.

Classificação dos mamíferos

Os mamíferos dividem-se em três grandes grupos em relação à reprodução:

Placentários:
Este é o maior grupo de mamíferos, dominando totalmente a classe e os habitats terrestres atuais. Os
ovos amnióticos são geralmente minúsculos e retidos no útero da fêmea para o desenvolvimento, com a
ajuda de uma placenta que fornece fixação e nutrientes (oxigênio e alimentos).

Monotremados:
Os monotremados apresentam um orifício referente a cloaca, existente também nos répteis e aves.
Esses animais são considerados como os mamíferos primitivos que se reproduzem por meio da postura
de ovos, ou seja, são ovíparos e cuja boca possui um bico córneo. As glândulas mamárias não
desembocam em mamilos. Vivem exclusivamente em algumas região da Oceania. Ex: ornitorrincos e
quidnas.

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-Marsupiais
Nos marsupiais (do latim marsupium, “pequena bolsa”), os embriões passam por um rápido estágio
embrionário em um pequeno útero; em seguida os embriões são expulsos e terminam o desenvolvimento
presos a mamilos e cobertos por uma dobra da pele do abdômen da mãe, o marsúpio, que tem aspecto
de uma bolsa. Ex: gambás, cuícas, cangurus e coalas (sendo os dois últimos exclusivos da fauna
australiana). Todos os mamíferos são dotados de glândulas mamárias que produzem o leite, alimentando
dos filhotes.

Reino Plantae

Atualmente, os seres vivos estão divididos em três domínios:


1. Archaea
2. Bactéria
3. Eucaria

O domínio Archaea possui um reino conhecido como Archeabactéria. O domínio Bactéria possui um
único reino chamado Eubactéria. Já o domínio Eucaria é subdividido em quatro reinos a saber: Protista,
Fungi, Plantae e Animalia.
O reino Plantae originou-se dos Protistas, que deram origem as algas vermelhas (Rhodophyta), algas
pardas (Phaeophyta) e algas verdes (Chlorophyta).
A partir das algas verdes, originaram-se as plantas terrestres: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.

Evidências da evolução dos vegetais a partir das algas verdes

As primeiras plantas terrestres devem ter surgido de um grupo ancestral de algas verdes. Os longos
períodos de seca ocorridos no Siluriano podem ter sido um fator de seleção natural que favoreceu as
plantas com adaptações ao meio terrestre.
Todos os grupos (algas verdes, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) apresentam
em comum:
-Os mesmos tipos de clorofilas (A e B);

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-Pigmentos carotenoides, em especial o β-caroteno;
-Reserva alimentar na forma de amido;
-Semelhança no DNA dos cloroplastos

A transição para o meio terrestre

As plantas começaram a avançar no ambiente terrestre e passaram a ter que enfrentar alguns
problemas, afinal não se faz uma transição dessas da noite pro dia e muitos que tentaram acabaram
extintos.
Um fator óbvio associado a essa passagem é a menor disponibilidade de água no meio terrestre. Em
razão disso, foram selecionados mecanismos para evitar a perda de água entre as plantas, como a
cutícula de cera que envolve principalmente as folhas, tornando-as impermeáveis, e os estômatos,
estruturas responsáveis pelo controle de entrada e saída de gases e de água pelas folhas.

Outras estruturas importantes são as raízes - para a ancoragem e a absorção de água e nutrientes do
solo - e o caule - para a sustentação (antes provida pela água, mais densa, na qual as algas estão
imersas).
Na reprodução, também temos agora meios que independem da água para o "trânsito" dos gametas,
associado a um sistema de dispersão por meio de sementes.
Na classificação dos vegetais, observamos a influência dessa transição: as briófitas (musgos) se
separam dos outros grupos em razão da ausência de um sistema condutor de água e
nutrientes(avasculares), motivo pelo qual têm seu tamanho limitado a poucos centímetros.
As pteridófitas (samambaias) possuem vasos (vasculares), mas ainda não produzem flores nem
sementes, limitando sua dispersão.
As gimnospermas (pinheiros) possuem vasos, flores e sementes, mas não desenvolvem frutos para
a proteção das sementes, reduzindo seu sucesso reprodutivo e dispersão se comparadas às
angiospermas (com frutos).

-Esses grupos apresentam em comum:

-parede celular formada por celulose;


-embriões protegidos por tecidos originados do corpo materno;
-cloroplastos contendo clorofilas a e b, carotenos e xantofilas;
-reserva constituída por amido;
-reprodução por alternância de gerações (metagênese), na qual a meiose é espórica (intermediária).

Briófitas

As Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns
poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados (plantas
umbrófitas). Poucas espécies vivem em água doce e nenhuma é marinha.

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Esse grupo de vegetais não possuem, evidentemente, flores, frutos e sementes, sendo formadas
basicamente de três partes ou estruturas:
-rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais
minerais disponíveis nesse ambiente;
-cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;
-filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

O corpo desses vegetais é desprovido de tecidos condutores (avasculares) de nutrientes e água.


Devido à ausência desses vasos condutores, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas
plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento
e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas são sempre pequenas, baixas.

Reprodução das briófitas

Nesses vegetais, encontra-se uma nítida alternância de gerações (metagênese), em que o gametófito
representa o vegetal verde, complexo e duradouro (permanente), enquanto o esporófito é um vegetal
reduzido (transitório) e dependente (parasita) do gametófito.

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Os gametófitos produzem os órgãos reprodutores (gametângios) representados pelos arquegônios e
anterídios.
Os gametângios femininos são denominados arquegônios. São estruturas muito pequenas, têm a
forma de uma garrafinha, sendo a região do gargalo chamado de colo e a região do bojo, ventre. O colo
e preenchido por dois tipos de células: ventral e oosfera. Durante o amadurecimento do arquegônio, as
células colares e ventral transformam-se em substâncias mucilaginosas, restando, no interior do ventre,
a ossfera (gameta feminino).
Os gametângios masculinos são denominados anterídios. São órgãos em forma de clava ou esféricos.
Externamente observa-se a epiderme, que envolve e protege um tecido formado por células diminutas,
os andrócitos. Cada andrócito sofre uma metamorfose, originando uma célula espiralada e biflagelada
denominada anterozoide (gameta masculino).
Uma vez produzidos na planta masculina, os anterozoides podem ser levados até uma planta feminina
com pingos de água da chuva que caem e respingam.
Na planta feminina, os anterozoides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozoide e
uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina. Em seguida,
o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase produtora de
esporos.
No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os esporos. Quando
maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode se
desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada gametófito.
Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os anterozoides
precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera.
O musgo verde, clorofilado, constitui como vimos a fase denominada gametófito, considerada
duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada
esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é
considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir esporos.

Resumindo.....

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Importância das briófitas:

-Decompõem as rochas sobre as quais se desenvolvem;


-Absorvem, como verdadeiras esponjas, grandes quantidades de água das chuvas, mantendo a
superfície do solo sempre úmida;
-Formam a turfa utilizada como combustível.

Pteridófitas

As pteridófitas são plantas pluricelulares, autótrofas, que vivem em ambientes úmidos e sombreados,
sendo a Mata Atlântica o hábitat da maioria das espécies desse grupo. Samambaias, avencas, xaxins e
cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas.

Samambaia Avencas Xaxim


As pteridófitas consistem no primeiro grupo de vegetais na escala evolutiva a apresentar vasos para o
transporte de seiva (floema e xilema), sendo portanto incluídas entre as plantas traqueófitas e, por isso,
vão apresentar tamanhos muito maiores que as briófitas, afinal, os nutrientes vão conseguir chegar às
células de uma maneira muito mais eficiente.
Nas pteridófitas existe uma nítida metagênese (alternância de gerações) em que o esporófito
representa o vegetal verde, complexo e duradouro e o gametófito (protálo), uma planta verde, complexa,
transitória (vida curta), podendo ser monóica ou dióica.

-Esporófito

Morfologicamente, o esporófito da pteridófitas é formado por um caule subterrâneo, chamado de


rizoma, e folhas aéreas, muitas vezes divididas em folíolos.

Esporótifo de uma samambaia

De acordo com a função das folhas, estas podem ser classificadas como:

Trofofilos: são folhas estéreis que realizam apenas a função de fotossíntese (folhas assimiladoras).
Esporofilos: são folhas férteis, relacionadas com a produção de esporângios.
Trofoesporofilos: realizam fotossíntese e produzem esporângios.

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Quanto ao tipo de esporo produzido, as pteridáfitas são divididas em dois grupos:

- Isosporadas: quando produzem esporos morfologicamente idênticos.


-Heterosporadas: quando produzem dois tipos de esporos: micrósporos e megásporos (macrósporos).

-Gametófito ou Prótalo

São plantas verdes, delgadas, de forma talosa e com poucas camadas de células parenquimáticas.

Os gametófitos podem ser monóicos ou dióicos.

Os órgãos reprodutores são anterídios de forma esférica e mais simples do que os das briófitas. Não
têm pedúnculo e estão diretamente ligados ou mergulhados no interior do prótalo. O número de
anterozóides em cada anterídio é menor do que nas briófitas e os anterozóides são espiralizados e
geralmente flagelados.
Os arquegônios também são mais simples do que os das briófitas. Têm forma de garrafa. Cada
arquegônio forma apenas uma oosfera e fica parcialmente mergulhado no tecido do prótalo.
As pteridófitas dependem de água para a fecundação. Os anterozóides são atraídos até o arquegônio
por fenômenos de quimiotactismo. Uma vez formado o zigoto, este desenvolve-se para formar,
inicialmente, um embrião e, posteriormente, um novo esporófito.

Ciclo das peteridófitas homosporadas

Ciclo das pteridofitas heterosporadas


As pteridofitas heterosporadas produzem dois tipos distintos de esporos: micrósporos, pequenos e
numerosos e macrósporos ou megásporos grandes e produzidos normalmente em número de quatro.
Como exemplo desse tipo de pteridofitas, citamos a Selaginella.
A Selaginella é uma planta geralmente rasteira com caules delgados. Em algumas espécies, as folhas
minúsculas estão colocadas em espiral em torno do caule e são todas do mesmo tamanho. Em outras
espécies, existem duas fileiras de folhas pequenas e duas fileiras de folhas grandes. Do caule saem

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rizóforos (ramos sem folhas) que se ramifica na base, formando raízes delicadas, as quais se ramificam
dicotomicamente à medida que penetram no solo.
Na época da reprodução, o esporófito da Selaginella produz, no ápice das ramificações do caule, as
estruturas especiais chamadas de estróbilos. Os estróbilos são formados por folhas férteis chamadas de
esporofilo. Os esporofilos são estruturas produtoras de esporângios (reservatório de esporos), no interior
dos quais ocorre a meiose espórica para a formação dos esporos. Podemos distinguir dois tipos de
esporofilos:
1) Microesporofilos que produzem microesporângios que por sua vez irão produzir os micrósporos
(esporos masculinos muito pequenos)
2) Macroesporofilo (megasesporofilo) que produzem macroesporângios que por sua vez irão
produzir quatro esporos grandes chamados de macrósporos (megásporos).
Para completar o ciclo, os micrósporos desenvolvem-se em microgametófito (gametófito masculino),
cujas células se transformam em anterozoides biflagelados.
O macrósporos são esporos maiores (tamanho da cabeça de alfinete). Quando germinam, produzem
macroprotálos verdes, com vários arquegônios, cada um contendo uma oosfera.
Quando ocorre a fecundação, a oosfera une-se com um anterozoide e forma um zigoto. Existe a
possibilidade da fecundação das várias oosferas contidas no macropotálo, mas acaba ocorrendo o
crescimento e desenvolvimento de um zigoto para formar um novo esporófito.

Resumindo....

Importância das pteridófitas


As pteridófitas possuem algumas características muito relevantes na vida do homem e no meio
ambiente:

- Organismo produtor nas cadeias alinmentares;


Possuem uma substância que é extraída do rizoma para ser utilizada no combate a teníase;
-São usadas como plantas ornamentais, deixando os ambientes mais agradáveis.

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Gimnospermas

As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres de grande porte
que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado No grupo das gimnospermas,
encontramos como principais representantes os pinheiros e as araucárias, grandes árvores que, pela
primeira vez na escala evolutiva irão produzir sementes, que nada mais são que um embrião protegido
dentro de um tecido envoltório com uma reserva nutritiva que ele utiliza durante seu desenvolvimento. É
importante destacarmos que, nas gimnospermas essa semente é nua, isto é, ela não é envolta por um
fruto, o que, como veremos, só ocorrerá nas angiospermas.
Uma diferenciação importante que as gimnospermas apresentam com relação a briófitas e pteridófitas
(homosporadas), e que será decisiva na formação das sementes, é uma divisão morfológica e funcional
entre os esporos masculinos e femininos que serão chamados respectivamente de micrósporos e
macrósporos (ou megásporos).

-Esporófito

O esporófito nas gimnospermas está dividido em raiz, caule, folha, produzindo flores incompletas
(flores falsas) e sementes.
As raízes do esporófito são geralmente são do tipo axial ou pivotante.
Os caules pertencem ao tipo tronco, crescem em espessura, por atividade dos meristemas
secundários: felogênio e câmbio.
As folhas são reduzidas em forma de escamas; são perenes e adaptadas a ambientes secos
(xerófilas). As características xerofíticas dessas plantas são induzidas pelo frio.
-Gametófito

Os gametófitos são dióicos, reduzidos em tamanho, tempo de vida e complexidade e dependentes do


esporófito. Os gametófitos, na verdade, desenvolvem-se dentro dos óvulos produzidos nas
inflorescências femininas.
O gametófito masculino é o tubo polínico (microprótalo), responsável pela formação dos gametas
masculinos. Em Cycadinae e Ginkgoinae os gametas são anterozóides. Nas Coniferae os gametas
masculinos são as células espermáticas contidas no tubo polínico.
O gametófito feminino é o saco embrionário (macroprótalo), contido no interior do óvulo, que forma
arquegônios rudimentares e oosferas como gametas femininos.

Estruturas dos órgãos reprodutores e reprodução

Os estróbilos reúnem-se, formando estruturas compactas denominadas esporofilos ou cones. Esses


estróbilos são unissexuadas, isto é, há cones masculinos e femininos.

-Estróbilo masculino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os microesporofilos formadores


dos microesporângios (sacos polínicos), dentro dos quais encontramos os grãos de pólen (micrósporos).
O grão de pólen é pluricelular e tem duas membranas, uma interna (intina) e outra externa (exina). A exina
forma expansões cheias de ar (sacos aéreos). No interior do grão de pólen encontramos a célula geratriz,
a vegetativa e as células acessórias.

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-Estróbilo feminino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os megaesporofilos (folhas cai-
pelares). Dentro dos estróbilos femininos, os esporângios femininos, chamados de óvulos, possuem uma
única célula-mãe de megásporo cada, que se dividirá por meiose. Das células-filhas originadas, 3
degeneram e uma se torna o megásporo funcional. Ocorrido isso, temos esporos funcionais femininos
dentro de esporângios femininos (óvulos) agrupados em estróbilos femininos. Diferentemente do que
observamos nas briófitas, e nas pteridófitas, no caso das gimnospermas, os esporos, não são liberados
no meio, mas germinam no interior dos esporângios e geram gametófitos maduros femininos, os
megagametófitos também chamados de megaprótalos, que permanecem no interior do óvulo. No caso
dos esporângios femininos, devemos notar que no interior de cada óvulo encontramos um único
megásporo funcional, que dá origem a um único megagametófito.

Estrutura do óvulo
O óvulo e revestido por um único integumento. Abaixo da micrópila situa-se a câmara polínica,
destinada a receber os grãos de pólen. O integumento reveste o núcleo (megasporângio). Uma célula do
núcleo sofre meiose, dando origem a quatro células haploides, das quais três degeneram. A célula que
persiste acaba por formar o megaprotalo feminino (gametófito feminino que, por sua vez, dá origem a
arquegônios rudimentares que darão origem as oosferas.

Polinização
A polinização é feita pelo vento (anemofilia). O grão de pólen e transportado até a câmara polínica,
onde germina.

Formação do tubo polínico


As células acessórias envolvem o grão de pólen e formam a parede do tubo polínico. A célula geratriz
se divide formando dois núcleos espermáticos (gametas)

Fecundação
A presença de várias oosferas no óvulo permite a fecundação por vários núcleos espermáticos de
vários túbulos polínicos, formando vários zigotos; contudo, apenas um embrião se desenvolve. Nas
angiospermas é frequente a poliembrionia, mas, dos vários embriões formados, apenas um embrião se
desenvolve.
Após a fecundação, o tecido do megaprótalo (N) forma o endosperma primário, tecido cuja função é
acumular reserva. Essas plantas não dependem da água do meio ambiente para que haja a fecundação.
O embrião das gimnospermas apresentam muitos cotilédones
O óvulo fecundado evolui e forma a semente, mas não forma fruto; daí a designação que estas plantas
recebem: gimnospermas: semente nua.

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-Importância:

-Indústria madeireira;
-Industria de celulose;
-Industria farmacêutica (Ginkgo biloba)-calmante
-Na alimentação (pinhão), semente do pinheiro do Paraná;
-Ornamentação.

Angiospermas

As angiospermas são as plantas mais adaptadas aos ambientes terrestres. São encontradas nos mais
variados lugares: desde os ambientes muito úmidos até os desérticos. Poucas são as espécies que vivem
em água doce.
É um grupo muito diversificado, com representantes de pequeníssimos tamanho (alguns mm),
passando por plantas rasteiras e arbustos, até exemplares que formam frondosas árvores (eucaliptos,
paineiras, figueiras e etc).
A maioria dessas plantas apresentam nutrição autótrofa fotossintetizante, mas existem algumas
espécies que são consideradas como parasitas:
- Holoparasitas são os vegetais que não realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os
verdadeiros vegetais parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada. É o
caso do cipó-chumbo, vegetal superior não clorofilado. O cipó-chumbo possui raízes sugadoras ou
haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirando deles a seiva elaborada.
-Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas
a seiva bruta. Como exemplo temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu
hospedeiro a seiva bruta. Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto, nutrição autótrofa e
heterótrofa.

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Muitas espécies são epífitas, isto é, vivem apoiadas sobre ramos de outros vegetais, com a única
finalidade de obter maior luminosidade para realização da fotossíntese. Existem muitas espécies de
orquídeas e bromélias epífitas.

Angiospermas: o único grupo que produz frutos

A característica mais marcante deste grupo é a produção de frutos, protegendo as sementes. As


sementes e os frutos são formações derivadas das flores que, nas Angiospermas, são peculiares e devem
ser descritas antes de iniciarmos a descrição do ciclo reprodutivo.

A flor

A flor de uma angiosperma pode ser considerada como um órgão de reprodução, uma vez que na
escala evolutiva passou por modificações destinadas à reprodução sexual do vegetal. Numa flor
completa, são quatro os tipos modificados de folhas:
-Sépalas: são folhas geralmente verdes. O conjunto de sépalas forma o cálice da flor.
-Pétalas: São folhas geralmente coloridas. Ao conjunto de pétalas chama-se corola
-Estames ou microesporofilos: São estruturas masculinas que irão formar o aparelho reprodutor
masculino da planta, que chamamos de Androceu.
-Carpelos: Formam o aparelho reprodutor feminino da planta. O conjunto de carpelos dão origem ao
Gineceu.

Os órgãos de suporte, órgãos que sustentam a flor, são chamados de:

-pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo.


-receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais

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Os dois grandes grupos das angiospermas

As angiospermas são divididas em dois grandes grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas.


Esses dois grupos podem ser reconhecidos e diferenciados por uma série de características, dentre as
quais: número de cotilédones, organização da flor, estrutura da raiz e do caule, tipos de nervação da
folhas e etc.

Androceu

Representa o aparelho reprodutor masculino. É constituído por um conjunto de unidades chamados


de estames. O estame é dividido em três partes: antera, filete e conectivo.

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A antera é a parte fértil, na qual, por meiose, produz os grãos de pólen. A antera apresenta em seu
interior quatro maciços celulares chamados de sacos polínicos. Cada célula do saco polínico é chamada
de célula-mãe que dividir-se-á por meiose dando origem a quatro células haploides chamadas
micrósporos que posteriormente dará origem ao grão de pólen.
O grão de pólen é constituído por um citoplasma envolto duas membranas: uma interna-chamada de
intina e outra externa a exina. Dentro destes aparecem dois núcleos, um vegetativo e outro germinativo.
Quando o grão de pólen germina, origina o tubo polínico (gametófito masculino) e o núcleo vegetativo
divide-se por mitose dando origem a dois núcleos espermáticos (gametas masculinos).

Gineceu

O gineceu é formado por folhas carpelares, carpelos ou pistilos. Este está dividido em três partes:
estigma, estilete e ovário.
O estigma é a parte superior do gineceu, que aparece dilatada e rica em glândulas produtoras de uma
substância viscosas que torna o estigma receptivo e permite a aderência do grão de pólen. É ainda sobre
o estigma que ocorre a germinação do grão de pólen e a consequente formação do túbulo polínico.
O estilete é um tubo longo que serve de substrato para o crescimento do tubo polínico.
O ovário é a porção basal, dilatada e oca, onde crescem os óvulos. No interior do ovário são formados
um ou mais óvulos.

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O óvulo é uma estrutura complexa dentro da qual será formada a oosfera (gameta feminino). Apresenta
dois integumentos protetores chamados primina e secundina. Esses integumentos não se fecham,
deixando entre eles uma poro chamado micrópila.
No interior dos integumentos existe o megaesporângio, que possui uma célula volumosa chamada
de célula-mãe do megásporo. Esta célula se divide por meiose para formar quatro megásporos, dos quais
três são pequenos e logo degeneram restando apenas o megaspóro fértil. O megásporo restante passa
por três mitoses consecutivas resultando em oito células, as quais vão organizar o saco embrionário
(gametófito feminino). O saco embrionário possui uma célula chamada de oosfera (gameta feminino),
rodeada por outras duas células chamadas de sinérgides. No lado oposto à essas células estão as
antípodas e no centro do saco embrionário, existe um citoplasma provido de dois núcleos polares.

Fecundação das angiospermas

Quando o grão de pólen cai no estigma da de uma flor, ocorre a sua germinação; o grão de pólen
hidrata-se e dá origem ao túbulo polínico. Uma vez, formado o túbulo polínico inicia seu crescimento
orientado pelas células germinativas ao longo do estilete da flor. O túbulo polínico avança em seu
processo de crescimento até encontrar a micrópila onde ocorre a 1º fecundação entre um núcleo
espermático e a oosfera, dando origem ao zigoto (2n).
Uma vez ocorrida formação do zigoto, o secundo núcleo espermáticos fecunda os dois núcleos
espermáticos, contidos no centro do saco embrionário, dando origem ao endosperma secundário (3n).
Após a formação do endosperma secundário (tecido de reserva), o zigoto (2n) divide-se por mitose e
forma o embrião.
A semente, agora em desenvolvimento, produz AIA e gliberelinas, que promovem o desenvolvimento
do ovário para a formação do fruto.

Questões

01. Na evolução das angiospermas, desenvolveu-se uma estrutura única entre os vegetais, que está
certamente relacionada com a ampla distribuição geográfica do grupo. Trata-se:
(A) Tubo polínico
(B) Dos grãos de pólen
(C) Das sementes
(D) Dos frutos
(E) dos nectários

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02. (FUVEST-2010) Uma pessoa, ao encontrar uma semente, pode afirmar, com certeza, que dentro
dela há o embrião de uma planta, a qual, na fase adulta,
(A) forma flores, frutos e sementes.
(B) forma sementes, mas não produz flores e frutos.
(C) vive exclusivamente em ambiente terrestre.
(D) necessita de água para o deslocamento dos gametas na fecundação.
(E) tem tecidos especializados para condução de água e de seiva elaborada.

03. (MACK) Todas as plantas apresentam alternância de gerações, isto é, uma fase assexuada,
seguida de uma sexuada. Nas Briófitas, a fase Gametofítica predomina sobre a fase Esporofítica. Nas
demais plantas (Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas), a fase Esporofítica é a predominante sobre
a Gametofítica. Células haplóides de uma Angiosperma podem ser observadas:
(A) na parede do ovário e no grão-de-pólen.
(B) no interior do óvulo e no grão-de-pólen.
(C) no endosperma da semente e no tubo polínico.
(D) no saco embrionário e na parede da antera.
(E) no pistilo e no filete do estame.

04. (PUC RJ-adaptado/2015) Em relação aos indivíduos do reino vegetal, pode-se afirmar que os(as):
(A) briófitas não dependem diretamente da água para sua reprodução.
(B) fungos são vegetais aclorofilados.
(C) flores das pteridófitas são frutos modificados.
(D) gimnospermas possuem flores e frutos verdadeiros.
(E) frutos das angiospermas se originam a partir do desenvolvimento do ovário

05. Uma característica importante que diferencia as briófitas das pteridófitas é que, nas briófitas
(A) As sementes são nuas, e nas pteridófitas encapsulada
(B) O sistema condutor é vascular, e nas pteridófitas avascular
(C) Há dependência de água para a fecundação, o que não ocorre nas pteridófitas
(D) A fase predominante é haploide e nas pteridófitas é diploide.
(E) Não há formação de sementes, enquanto as pteridófitas formam sementes nuas.

06. As briófitas são plantas que possuem pequeno porte. A característica que impede que essas
plantas atinjam um tamanho maior é:
(A)a ausência de vasos condutores de seiva.
(B)a presença de rizoides.
(C)a presença de filoides.
(D)a ausência de frutos.
(E)a ausência de flore

07. (PUC- RS) São vegetais que apresentam estruturas chamadas rizoides, as quais, servindo à
fixação, também se relacionam à condução de água e dos sais mineiras para o corpo da planta.
Apresentam sempre pequeno porte, em decorrência da falta de um sistema vascular. Nenhum dos seus
representantes é encontrado no meio marinho.
O texto acima se aplica a um estudo:
(A)das pteridpófitas.
(B)dos mixofitos.
(C)das briófitas.
(D)das clorofitas.
(E)das gimnospermas.

08. (FUVEST-SP) No ciclo de vida das pteridófitas como as samambaias e avencas são consideradas
as seguintes etapas:
I - produção de esporos;
II - fecundação;
III - produção de gametas;
IV - esporófito;
V - protalo.
A sequência correta em que essas etapas ocorrem é

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(A) II, V, IV, I e III.
(B) II, III, I, IV e V.
(C) III, II, IV, I e V.
(D) V, III, IV, I e II.
(E) III, IV, I, II e V.

09. Em Pteridófitas como as samambaias e avencas que se reproduzem através de uma alternância
de gerações, a geração verde, transitória e sexuada é o(a)
(A) protalo
(B) protonema
(C) esporófito
(D) oosfera.
(E) anterozoide

10. Assinale a alternativa que relaciona a característica evolutiva que permitiu às Pteridófitas
sobreviver em ambientes terrestres e atingir porte maior que as Briófitas como os musgos.
(A) caule subterrâneo
(B) folhas compostas
(C) vasos condutores
(D) flores monóicas
(E) sementes alada

11. Pinheiros, ciprestes, cedros e sequóias são gimnospermas que produzem todas as estruturas a
seguir, EXCETO:
(A) raiz.
(B) caule.
(C) flores.
(D) frutos.
(E) semente

12. (UFPA) O pinhão, estrutura comestível produzida por pinheiros da espécie 'Araucaria angustifolia',
corresponde a que parte da planta?
(A) Cone (estróbilo) masculino repleto de pólen.
(B) Cone (estróbilo) feminino antes da fecundação.
(C) Fruto simples sem pericarpo.
(D) Folha especializada no acúmulo de substâncias de reserva.
(E) Semente envolta por tegumento.

13. (UFMA) Em protozoários de vida livre, como na Amoeba proteus, existe o vacúolo contrátil, cuja
função é a:
(A) eliminação do excesso de água.
(B) locomoção.
(C) digestão de microcrustáceos.
(D) absorção de água
(E) emissão de pseudópodos

14. Os protozoários apresentam diversos meios de locomoção que frequentemente são utilizados para
a sua classificação. Dentre os meios de locomoção dos protozoários, podemos citar os pseudópodes,
que são prolongamentos citoplasmáticos que permitem o deslocamento e captura de alimento. Além dos
pseudópodes, os protozoários podem se locomover por:
(A) Flagelos e pés ambulacrais.
(B) Cílios e cistos.
(C) Flagelos e Cistos.
(D) Flagelos e cílios.
(E) Cistos e pés ambulacrais.

15. O paramécio é um exemplo de protozoário flagelado. Nesses seres, os cílios atuam:


(A) na captura de alimento e na penetração no corpo do hospedeiro.
(B) na locomoção e na divisão binária.

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(C) na captura do alimento e na locomoção do protozoário.
(D) locomoção do protozoário e permitindo a digestão extracelular.
(E) na digestão extracelular e excreção.

16. (UNIP) Anexos embrionários são estruturas derivadas do ovo e que, sem fazer parte do corpo
propriamente dito do embrião, desempenham papel de relevo no seu desenvolvimento. É nos peixes que
aparece o primeiro anexo dos vertebrados, representado pelo:
(A) saco vitelínico;
(B) córion
(C) âmnion
(D) alantoide
(E) placenta

17. (CESGRANRIO) A evolução dos vertebrados após os anfíbios só se tornou possível com o
aparecimento no ovo de anexos embrionários, tais como:
(A) casca e cordão umbilical
(B) placenta e âmnion
(C) alantoide e saco vitelínico
(D) âmnion e alantoide
(E) saco vitelínico e placenta

18. (FUVEST) Qual a função da placenta?

19. (PUC) Nas aves e nos répteis, o alantoide tem função de:
(A) evitar a dessecação do embrião
(B) proteger o embrião contra choques mecânicos
(C) secretar enzimas que fragmentam os grãos de vitelo
(D) armazenar substâncias nutritivas
(E) armazenar substâncias tóxicas secretadas pelo rim

20. (MED. ABC) Âmnio e alantoide são encontrados exclusivamente em:


(A) peixes, anfíbios e répteis
(B) peixes e anfíbios
(C) répteis, aves e mamíferos
(D) aves e mamíferos
(E) mamíferos

21. (UF Uberlândia) De acordo com seus conhecimentos em embriologia, explique: Qual é a influência
do vitelo no tipo de segmentação do ovo? Exemplifique.

22. Os moluscos são animais que apresentam corpo mole e normalmente possuem conchas. De uma
maneira geral, o corpo desses animais costuma ser dividido em três partes básicas:
(A) cabeça, membros e tórax.
(B) cabeça, cefalotórax e abdômen.
(C) cabeça, massa visceral e pé.
(D) cabeça, tórax e abdômen.
(E) cabeça, massa visceral e abdômen.

23. O filo Mollusca é dividido em sete classes, sendo as classes Bivalvia, Gastropoda e Cephalopada
as mais conhecidas. Marque a alternativa onde encontramos, respectivamente, o nome de um bivalve,
um gastrópode e um cefalópode.
(A) Polvo, caramujo e ostra.
(B) Ostra, lula e caracol.
(C) Caramujo, caracol e polvo.
(D) Mexilhão, lesma e lula.
(E) Lulas, caracol e ostra.

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24. (U.F. Ouro Preto-MG) A rádula, presente em certos moluscos, tem por função
(A) defendê-los do ataque de outros animais.
(B) digerir quimicamente os alimentos.
(C) favorecer a locomoção.
(D) raspar os alimentos.
(E) secretar a concha.

25. Os cefalópodes possuem diferentes artimanhas para fugir dos predadores. Dentre elas, podemos
citar a mudança de cor, que faz com que esses animais, rapidamente, consigam camuflar-se no ambiente
marinho. A célula epidérmica que permite a mudança de cor é o:
(A) melanócito.
(B) cromatóforo.
(C) plastídios.
(D) coanócitos.
(E) trocófora.

26. (MED. TAUBATÉ) Coanócitos são:


(A) células características dos espongiários (poríferos);
(B) células características dos celenterados;
(C) células reprodutivas;
(D) formas jovens dos poríferos;
(E) o mesmo que cnidoblastos.

27. (OMEC) A gemulação ocorre principalmente entre:


(A) poríferos dulçaqüícolas;
(B) celenterados marinhos;
(C) poríferos e celenterados;
(D) celenterados dulçaqüícolas;
(E) poríferos marinhos.

28. Observe o desenho e responda:

a) O que é átrio ou espongiocele?


b) O que é ósculo?
c) Quais os diferentes tipos de células presentes nos poríferos e quais suas funções

29. (UEMS) Grupo exclusivamente marinho cujo corpo, na fase adulta, apresenta simetria pentarradial,
podendo apresentar espinhos na superfície do corpo, endoesqueleto composto por ossículos calcários,
animais verdadeiramente celomados, que possuem sistema hidrovascular:
(A) Poríferos
(B) Tubelários
(C) Cnidários
(D) Moluscos
(E) Equinodermos

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30. Nos equinodermos existe uma estrutura, especializada na locomoção, formada pela placa
madrepórica na região contrária à boca, canal pétreo, canal circular, canais radiais, ampolas e pequenos
“pés”, denominados pés ________. A água penetra através da placa madrepórica, passa para o canal
pétreo até o canal circular. Nesse canal, a água é distribuída para os canais radiais e para as ampolas,
que se contraem e empurram a água para os pés, fazendo com que eles se alonguem. Esse sistema é
denominado ________________. Marque a alternativa que completa corretamente as frases:
(A) Aristotélicos e lanterna-de-aristóteles.
(B) Radiais e sistema pentarradial.
(C) Hidrovasculares e sistema vascular.
(D) Ambulacrários e sistema ambulacrário.
(E) Locomotores e sistema locomotor.

31. (PUC-SP) “Todo o sistema hidrovascular está preenchido por um líquido similar à água do mar,
exceto pelo fato de que apresenta alguns tipos celulares, proteínas e um alto conteúdo de íons potássio.
Quando o animal se locomove, esse sistema opera como um sistema hidráulico e a concentração da
ampola determina o alongamento do pé ambulacral. Quando ele entra em contato com o substrato, o
centro da ventosa terminal retrai-se, produzindo vácuo e adesão. Sabe-se que a ponta do pé ambulacrário
elabora uma secreção que contribui para a adesão.” O tipo de locomoção descrito acima é encontrado
em:
(A) estrela-do-mar.
(B) caracol.
(C) minhoca.
(D) hidra.
(E) piolho-de-cobra.

32. (OMEC-SP) Assinale a alternativa que aponta o erro cometido na caracterização do filo
Echinodermata: “São animais exclusivamente marinhos, de organização pentarradiada, com larvas de
simetria bilateral, esqueleto calcário externo, triblásticos e deuterostômios”.
(A) animais exclusivamente marinhos.
(B) larvas de simetria bilateral.
(C) esqueleto calcário.
(D) triblásticos.
(E) deuterostômios

33. Nos anfíbios, a respiração cutânea compensa a:


(A) falta de hemoglobina no sangue;
(B) falta de irrigação sanguínea na pele;
(C) insuficiência da respiração pulmonar;
(D) pequena superfície dos pulmões;
(E) mistura de sangue arterial e venoso nos átrios.

34. (FUVEST) Assinale a alternativa que contém um vertebrado em cujo ciclo de vida ocorre um estágio
larval:
(A) tubarão
(B) sapo
(C) tartaruga
(D) galinha
(E) cachorro

35. Sabemos que o nome anfíbio é derivado do grego e significa duas vidas. Marque a alternativa que
indica corretamente o motivo pelo qual receberam esse nome.
(A) Os anfíbios apresentam esse nome em virtude da presença de uma fase larval e uma fase adulta.
(B) Os anfíbios apresentam esse nome porque apresentam uma fase larval aquática e uma forma
adulta terrestre.
(C) Os anfíbios possuem esse nome pelo fato de serem capazes de se reproduzirem apenas duas
vezes.
(D) Os anfíbios recebem esse nome em razão da capacidade de alguns mudarem de sexo quando não
há o sexo oposto para a reprodução.

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36. Os anfíbios adultos, apesar de viverem no ambiente terrestre, devem sempre se manter próximos
a locais úmidos. Isso se deve ao fato de:
(A) Possuírem exclusivamente respiração branquial.
(B) Possuírem pele sensível sem estruturas que evitam a perda de água.
(C) Alimentarem-se exclusivamente de animais aquáticos.
(D) Possuírem pulmões pouco eficientes e ainda necessitarem, em alguns momentos, da realização
da respiração branquial.

37. (FUVEST) No desenvolvimento dos cordados, três caracteres gerais salientam-se, distinguindo-os
de outros animais. Assinale a alternativa que inclui estes três caracteres:
(A) notocorda, três folhetos germinativos, tubo nervoso dorsal;
(B) corpo segmentado, tubo digestório completo, tubo nervoso dorsal;
(C) simetria bilateral, corpo segmentado;
(D) simetria bilateral, três folhetos germinativos, notocorda;
(E) tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas branquiais na faringe

38. (SANTA CASA) A principal estrutura responsável pela propulsão dos peixes é:
(A) bexiga natatória;
(B) nadadeira peitoral;
(C) nadadeira dorsal;
(D) nadadeira ventral;
(E) nadadeira caudal

39. Qual dos grupos que seguem apresenta somente peixes cartilaginosos?
(A) tubarão, sardinha, salmão e truta;
(B) raia, pirambóia, bacalhau e linguado;
(C) cação, tubarão, raia e piranha;
(D) quimera, cação, pirambóia e lampréia;
(E) tubarão, cação, quimera e raia.

40. (UFSM-RS) Dentre os tipos de peixe relacionados a seguir, o que possui uma bolsa cheia de gases
acima do estômago, chamada bexiga natatória, com função de auxiliar na flutuação ou no afundamento
na água, é o (a):
(A) raia.
(B) lampreia.
(C) traíra.
(D) tubarão.
(E) peixe-bruxa

41. Nas aves aparece uma característica, que também é presente em mamíferos, chamada de
endotermia ou homeotermia. Essa característica está relacionada com:
(A) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do calor do ambiente.
(B) a necessidade de se manter em locais quentes para se aquecer.
(C) a necessidade de se manter em ambientes frios para refrescar o corpo.
(D) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do seu metabolismo.

42. As aves são animais que não possuem dentes e, portanto, não conseguem triturar o alimento antes
de engoli-lo. A digestão mecânica nesses animais ocorre em uma porção do sistema digestório chamada
de:
(A) proventrículo.
(B) papo.
(C) moela.
(D) siringe.
(E) estômago

43. As aves apresentam algumas características peculiares, como a presença de penas, que
funcionam como isolante térmico, além de auxiliar o voo. Marque a única alternativa que não representa
uma adaptação ao voo.
(A) Sacos aéreos.

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(B) Ossos pneumáticos.
(C) Asas.
(D) Siringe.
(E) Quilha.

44. Observe as frases abaixo e depois marque a alternativa que contenha as palavras que as
completem.

I. Os platelmintos são animais -____________________ e acelomados.


II. Os platelmintos não apresentam sistema circulatório e _________________ diferenciado.
III. O sistema ---------------________________ dos platelmintos é mais desenvolvido que o dos
cnidários.
IV. As tênias são _______________.
V. Os platelmintos são classificados nas classes turbelários, trematódeos e ___________.
(A) Triblásticos, respiratório, nervoso, monoicas, cestódeos.
(B) Diblásticos, excretor, respiratório, dioicas, cestodea.
(C) Triblásticos, excretor, circulatório, hermafrofitas, cestódeos.
(D) Triblásticos, nervoso, respiratório, dioicas, nematos.
(E) Diblásticos, nervoso, excretor, monoicas, nematelmintos.

45. (FUVEST) Existem animais que não possuem órgão ou sistema especializado em realizar trocas
gasosas. Na respiração, a absorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico ocorrem por difusão,
através da superfície epidérmica. É o caso da:
(A) planária
(B) ostra
(C) drosófila
(D) barata
(E) aranha

46. (MED. SANTA CASA) Das características abaixo, qual não serve para mostrar que os platelmintos
são mais adiantados que os celenterados:
(A) simetria bilateral, com diferenciação antero-posterior e dorsoventral;
(B) presença de células nervosas;
(C) mesoderma como um terceiro folheto germinativo;
(D) camadas e feixes de músculos, possibilitando movimentos variados;
(E) gônadas internas, com ductos reprodutores permanentes e órgãos copuladores.

47. Os platelmintos (Filo Platyhelminthes) são animais invertebrados com corpo achatado. Na escala
zoológica, são os primeiros animais a apresentar:
(A) simetria bilateral.
(B) três folhetos embrionários.
(C) celoma.
(D) sistema digestório completo.
(E) sistema respiratório.

48. Os platelmintos são animais que tradicionalmente são divididos em três classes, apesar de alguns
sistematas considerarem quatro. De acordo com a classificação tradicional, podemos agrupar os
platelmintos em:
(A) Classe Tuberllaria, Trematoda e Cestoda.
(B) Classe Cestoda, Monoplacophora e Trematoda.
(C) Classe Trematoda, Chilopoda, Diptera.
(D) Classe Tuberllaria, Trematoda e Coleoptera.
(E) Classe Cestoda, Chilopoda e Diplopoda.

49. (UFAC) Platelmintos são animais de corpo achatado dorsoventralmente. Alguns representantes do
filo têm vida livre, sendo aquáticos ou terrestres. Outros são parasitas. Nesses indivíduos faltam os
sistemas:
I. respiratório;
II. digestivo;

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III. circulatório;
IV. excretor;
V. nervoso.
Determine a alternativa correta.
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) II e III.
(E) III e V.

50. O Filo Nematoda, anteriormente chamado de Filo Aschelminthes, inclui animais que apresentam
um corpo cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas. Marque a alternativa que indica
corretamente duas outras características dos nematódeos.
(A) Triblásticos e deuterostômios.
(B) Protostômios e celomados.
(C) Triblásticos e pseudocelomados.
(D) Celomados e triblásticos.
(E) Pseudocelomados e deuterostômios.

51. Os animais apresentam as mais variadas formas de realizar trocas gasosas com o meio. Algumas
espécies, como é caso do homem, realizam respiração pulmonar. Marque a alternativa que indica como
é realizada a respiração dos nematódeos.
(A) Pulmonar.
(B) Cutânea.
(C) Traqueal.
(D) Branquial.

52. (UEL-PR) Nematódeos são animais vermiformes de vida livre ou parasitária, encontrados em
plantas e animais, inclusive no homem. Sobre as características presentes em nematódeos, considere as
afirmativas a seguir.
I. Corpo não segmentado coberto por cutícula;
II. Trato digestório completo;
III. Órgãos especializados para circulação;
IV. Pseudoceloma.
Estão corretas apenas as afirmativas:
(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) I, II e IV.
(E) II, III e IV.

53. O Filo Nematoda, anteriormente chamado de Filo Aschelminthes, inclui animais que apresentam
um corpo cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas. Marque a alternativa que indica
corretamente duas outras características dos nematódeos.
(A) Triblásticos e deuterostômios.
(B) Protostômios e celomados.
(C) Triblásticos e pseudocelomados.
(D) Celomados e triblásticos.
(E) Pseudocelomados e deuterostômios.

54. (UFSCAR- SP) Um biólogo encontra uma nova espécie de animal de aspecto vermiforme. A
princípio, fica em dúvida se este é um representante do Filo Annelida ou Nematoda. Para decidir entre as
duas opções, você recomendaria que ele examinasse a presença de:
(A) simetria bilateral.
(B) segmentação corporal.
(C) sistema circulatório aberto.
(D) sistema digestivo completo.
(E) sistema nervoso difuso

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55. (UNISINOS- RS) A área da Edafologia da UNISINOS estuda a importância da minhoca na
recuperação do solo. É uma alternativa de baixo custo e bastante eficiente para a refertilização dos solos
brasileiros, já bastante pobres.
Assinale a característica que pode ser atribuída às minhocas (Anelídeos – Oligoquetas):
(A) Marinhos, com projeções laterais denominadas parapódios.
(B) Com ventosas na região anterior e posterior do corpo.
(C) São de sexos separados.
(D) Respiração branquial.
(E) Respiração cutânea.

56. O filo Annelida pode ser dividido em três grupos principais, levando em consideração
principalmente a quantidade de cerdas em seu corpo. Baseando-se nessa informação e em seus
conhecimentos a respeito do grupo, marque a alternativa que melhor caracteriza os hirudíneos.
(A) Os hirudíneos são animais que possuem poucas cerdas e grande quantidade de parapódios.
(B) Os hirudíneos são animais que possuem grande quantidade de cerdas e ventosas.
(C) Os hirudíneos são anelídeos que não apresentam cerdas e possuem uma ventosa ao redor da
boca.
(D) Os hirudíneos são anelídeos que apresentam poucas cerdas e uma ventosa ao redor da boca.
(E) Os hirudíneos são animais que apresentam parapódios, de onde partem muitas cerdas.

Respostas

01. Resposta D
O tubo polínico, grãos de pólen e as sementes surgiram nas gimnospermas. A estrutura que está
presente apenas nas angiospermas e está relacionada a ampla distribuição geográfica dessas plantas
são os frutos.
Os nectários são estruturas produtoras de néctar com função de atração dos pássaros e insetos

02. Resposta E
Se há sementes, certamente, trata-se de uma espermatófita (gimnosperma/angiosperma). Assim, a
planta pode ou não produzir frutos, o que elimina as opções A e B. Há representantes, principalmente, de
angiospermas em ambiente aquático, o que elimina a opção C. Nesses grupos, o tubo polínico trouxe a
independência da água para a reprodução (opção D incorreta). Todas as espermatófitas são traqueófitas,
isto é, possuem vasos condutores de seiva.

03. Resposta B
Nas angiospermas, são estruturas haploides: o saco embrionário encontrado no interior do óvulo e os
núcleos do grão de pólen

04. Resposta E
Após a fecundação, o ovário se transforma em fruto e os óvulos, em sementes.

05. Resposta D
(A) Errada- as brióftias e pteridófitas não formam sementes
(B) Errada- Dentre esses dois grupos apenas as pteridófitas apresentam tecidos condutores (vascular)
(C) Tanto as briófitas quanto as pteridófitas dependem da água para a fecundação
(D) Certa
(E) As pteridófitas não formam sementes assim como nas briófitas.

06. Resposta A
Em razão da falta de um sistema de condução de seiva, a água é transportada célula a célula no corpo
da briófita, isso faz com que o crescimento da planta seja limitado.

07. Resposta C
As características descritas são do grupo das briófitas: presença de rizoides; ausência de vasos
condutores; pequeno porte e ausência de representantes marinhos.

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08. Resposta C

09. Resposta A
Ao contrário das briófitas a geração transitória e menos complexas nas pteridófitas é o protalo
(gametófito).

10. Resposta C
A presença de vasos condutores de seiva (xilema e floema) permitiu que esse grupo de plantas
atingissem maior tamanho.

11. Resposta D
Os frutos surgiram apenas no grupo classificado como angiospermas.

12. Resposta E

13. Resposta A
Os vacúolos contráteis, também chamados de pulsáteis, regulam a quantidade de água no corpo do
protozoário, bombeando para fora o excesso.

14. Resposta D
Flagelos e cílios são meios de locomoção dos protozoários. Essas duas estruturas permitem também
que o protozoário capture seu alimento. Além de cílios, flagelos e pseudópodes, esses seres podem se
deslocar sendo levados pelo meio.

15. Resposta C
Os cílios, assim como os flagelos e pseudópodes, são meios de locomoção dos protozoários. Essas
estruturas são responsáveis também por auxiliar a captura de alimento para esses seres.

16. Resposta A
Saco vitelino é um anexo embrionário presente em todos os vertebrados

17. Resposta D
Âmnion, córion são anexos embrionários que surgiram na evolução biológica, a partir dos répteis.

18. Resposta
Respiração, nutrição, excreção, imunização e secreção hormonal.
19. Respiração E
Ele armazena o ácido úrico

20. Resposta C
Esses anexos facilitaram a conquista do meio terrestre, na evolução biológica.

21. Resposta:
Quanto maior a quantidade de vitelo no ovo, mais difícil será a clivagem ou segmentação. Ovo
oligolécito (ex.: mamífero) apresenta clivagem total. Ovo megalécito (ex.: ave) apresenta clivagem parcial.

22. Resposta C
O corpo de um molusco é dividido em cabeça, pé e massa visceral (ou saco visceral). O pé é a porção
especializada na movimentação, e a massa visceral é onde se localizam os órgãos internos.

23. Resposta D
Os bivalves são moluscos que apresentam concha formada por duas valvas. Como exemplo, podemos
citar as ostras e os mexilhões.
Os gastrópodes possuem um grande pé e apresentam representantes no ambiente marinho, água
doce e terrestre. Dentre os representantes mais conhecidos, destacam-se a lesma, caracóis e caramujos.
Os cefalópodes são animais exclusivamente marinhos e que possuem cabeça ligada ao pé. Como
exemplo, podemos citar as lulas, polvos e náutilos.

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24. Resposta D
A rádula é uma espécie de língua com vários dentículos que permite que o molusco consiga raspar
seu alimento de diversas superfícies, como as rochas.

25. Resposta B
Os cromatóforos são as células epidérmicas especializadas na mudança de cor rápida de alguns
animais. Além de cefalópodes, os cromatóforos são encontrados em outros animais, como no camaleão.

26. Resposta A
Os coanócitos são especiais que forram o interior da cavidade atrial dos espongiários.

27. Resposta A
As gêmulas são estruturas de resistência produzidas pelos poríferos dulçaqüícolas.

28. Respostas:
a) Átrio ou espongiocele é uma cavidade que fica dentro do animal, é o espaço onde a água circula
em direção ao ósculo.
b) Ósculo é a região superior da esponja, por onde a água flui para o exterior do porífero. É uma
abertura.
c) - Coanócitos – geram o fluxo de água que irá carrear o alimento e oxigênio, por meio de batimentos
de seus flagelos. Os coanócitos são as células que fagocitam os alimentos. Nos coanócitos há presença
de um colarinho que possui microvilosidades, o que aumenta a superfície de contato da região com os
alimentos. Formam a coanoderme.
- Pinacócito – estas células são responsáveis pelo revestimento do animal, formando a epiderme, que
também possui porócitos. São células achatadas e bastante unidas que formam a pinacoderme.
- Porócitos – são células que ficam entre os pinacócitos, têm a forma de um canal que atravessa o
porífero. A água entra no porífero pelos porócitos. É responsável pela formação de óstios, orifícios ou
poros microscópicos.
- Arqueócitos ou amebócitos – célula capaz de originar outras células, também é responsável por
digestão e transporte interno. Locomovem-se por movimentos ameboides com projeções chamadas
pseudópodes no meso-hilo. O meso-hilo é a região formada por material gelatinoso que está entre a
pinacoderme e a coanoderme.

29. Resposta E

30. Resposta D.
Recebe o nome de sistema ambulacral ou ambulacrário o sistema que permite a locomoção dos
equinodermos. Os pés ambulacrários fazem parte desse sistema.

31. Resposta A
O sistema ambulacrário é o tipo de locomoção encontrado nos equinodermos e descrito na questão.

32. Resposta C
Os equinodermos possuem esqueleto interno, e não externo, como dito na alternativa em questão.

33. Resposta C
Como nos anfíbios pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas a
respiração cutânea auxilia nos processos respiratórios.

34. Resposta B
Dentre os organismos citados o único que apresenta estágio larval (girino) é o sapo.

35. Resposta B
Os anfíbios recebem esse nome porque o girino (larva) desenvolve-se na água, mas quando atinge a
fase adulta, torna-se terrestre.

36. Resposta B
Em virtude de sua pele sensível que perde água facilmente, esses animais devem permanecer
próximos a ambientes úmidos ou lagos e rios, evitando, assim, sua desidratação.

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37. Resposta E
As três catacteristicas que mais se destacam nos cordodado são: presenta de tubo nervoso dorsal,
notocorda e as frandas branquiais.

38. Resposta E
A principal estrutura relacionada a propulsão dos peixes é conhecida como nadadeira caudal

39. Resposta E

40. Resposta C
A bexiga natatória é uma estrutura presente em diversas espécies de peixes ósseos. Ela ajuda os
peixes a controlarem a sua flutuação

41. Resposta D
A endotermia está relacionada com a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através
do calor gerado pelo próprio metabolismo. As aves e mamíferos, diferentemente dos outros animais, não
necessitam de ficar expostos ao sol para aquecerem seu corpo ou ficar em locais relativamente frios para
diminuírem sua temperatura.

42. Resposta C
Na moela ocorre a digestão mecânica nas aves. Nesse órgão são encontrados fragmentos de pedras
que atuam ajudando na trituração dos alimentos.

43. Resposta D
A única característica apresentada que não se refere ao voo das aves é a siringe, que está relacionada
com a capacidade do animal de produzir sons.

44. Resposta A
Os platelmintos são animais triblásticos e acelomados, e por possuírem o corpo achatado não
possuem sistema respiratório e nem sistema circulatório diferenciado. O sistema nervoso desses animais
é mais desenvolvido que nos cnidários e proporciona melhor coordenação de movimentos complexos.
As tênias são animais hermafroditos (monoicos), onde cada anel apresenta útero, testículos, ovários
e outras partes do sistema reprodutor masculino e feminino.
Os platelmintos dividem-se nas seguintes classes: Turbelários, Trematódeos e Cestódeos.

45. Resposta A.

46. Resposta B.

47. Resposta B
Os platelmintos são animais triblásticos, ou seja, apresentam três folhetos embrionários (ectoderma,
mesoderma e endoderma). Eles representam o primeiro grupo na escala zoológica a apresentar a
mesoderma.

48. Resposta A
Os platelmintos são classificados tradicionalmente em Classe Tuberllaria, Trematoda e Cestoda.
Alguns sistematas consideram uma quarta classe chamada de Monogenea.

49. Resposta B
Os platelmintos não apresentam sistema respiratório e circulatório. As trocas gasosas nesses animais
ocorrem através da superfície epidérmica. No que diz respeito à distribuição dos nutrientes, esse processo
é feito através da difusão.

50. Resposta C
Os nematódeos são triblásticos (três folhetos embrionários), protostômios (blastóporo originará a
boca), pseudocelomados (cavidade corporal parcialmente revestida por mesoderme) e com simetria
bilateral (um plano divide o corpo em duas partes simétricas).

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51. Resposta B
A respiração dos nematódeos é cutânea, sendo que os gases são absorvidos e eliminados por difusão.

52. Resposta D
Os nematódeos são vermes cilíndricos, com extremidades afiladas, corpo geralmente revestido por
cutícula, sistema digestório completo, sistema circulatório ausente, respiração cutânea e sistema nervoso
e excretor presentes. Além disso, são animais triblásticos, pseudocelomados e com simetria bilateral.

53. Resposta C
Os nematódeos são triblásticos (três folhetos embrionários), protostômios (blastóporo originará a
boca), pseudocelomados (cavidade corporal parcialmente revestida por mesoderme) e com simetria
bilateral (um plano divide o corpo em duas partes simétricas).

54. Resposta B
A segmentação corporal é uma característica importante para distinguir os dois grupos, uma vez que
nematódeos não apresentam corpo formado por segmentos como os anelídeos.

55. Resposta E
As minhocas são animais que possuem respiração cutânea, não apresentando, portanto, um sistema
respiratório. Por apresentarem esse tipo de respiração, é fundamental que permaneçam com a superfície
do seu corpo sempre úmida.

56. Resposta C
Os hirudíneos, que apresentam as sanguessugas como representantes, não possuem cerdas,
apresentam ventosas, corpo um pouco achatado dorso ventralmente e são hermafroditos.

Biodiversidade no planeta, no Brasil e na Bahia; espécies ameaçadas.

MANEJO E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE


21
Uma breve história da conservação da biodiversidade no Brasil
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em megadiversidade, concorrendo com a Indonésia
pelo título de nação biologicamente mais rica do nosso planeta. Privilegiado como é, todavia, raramente
atrai atenção pelo que possui; particularmente, é criticado pelo que está perdendo através do
desmatamento; da conversão das paisagens naturais em reflorestamentos, plantações de soja e
pastagens; e da expansão industrial e urbana. Embora as ameaças à vida silvestre e às paisagens
naturais do país sejam dramáticas, o Brasil também tem se tornado um líder mundial em conservação da
biodiversidade, principalmente por causa de seu, sempre crescente, quadro de profissionais de
conservação.
A destruição da Mata Atlântica brasileira, e de sua vida silvestre, começou no início do século XVI
(Dean, 1995; Coimbra-Filho & Câmara, 1996), e a taxa e gravidade dessa destruição alarmou até mesmo
a Rainha de Portugal, que ordenou, em 1797, ao governador da Capitania da Paraíba, que tomasse as
medidas necessárias para parar a destruição das florestas de sua colônia (Jorge Pádua & Coimbra-Filho,
1979). Os primeiros parques criados no Brasil – Itatiaia, em 1937; e Iguaçu, Serra dos Órgãos e Sete
Quedas, em 1939 – protegiam paisagens extraordinárias, mas a consciência da necessidade de
conservar a vida silvestre do Brasil ainda era incipiente até a primeira metade do século XX. Somente nos
últimos 30 anos o Brasil experimentou um avanço maior na ação de conservação e no desenvolvimento
da capacidade de conservação. Um estímulo-chave foi a ocupação da Amazônia, que acompanhou o
milagre econômico brasileiro (1964-1980), impulsionada, inicialmente, pela construção de uma rede de
rodovias, no início da década de 70, que incluía a Transamazônica (Goodland & Irwin, 1975). Vozes
poderosas que soaram o alarme incluíam, na época, Harald Sioli (1910-2004), fundador da limnologia
amazônica, que foi inconscientemente responsável pelo mito do papel da Amazônia como os “pulmões
do mundo” (Junk, 2001), o geneticista especializado em abelhas Warwick Kerr (Kerr, 1976), então diretor

21
Mittermeier, Fonseca, Rylands & Brandon. MEGADIVERSIDADE | Volume 1 | Nº 1 | Julho 2005.

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. 160
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e o geógrafo Orlando Valverde, da influente Campanha
Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da Amazônia (Valverde & Freitas, 1980).
A evidência mais tangível do rápido crescimento da consciência de conservação e da ciência da
conservação no Brasil desde o início da década de 70, pode ser vista na proliferação dos parques e
reservas. De 1976 até a década de 1990, o Brasil fez um grande investimento em parques e outras
unidades de conservação federais, estaduais, municipais e privadas – bem maior que qualquer outro país
tropical e comparável ao de países em desenvolvimento. Coincidentemente, o Brasil experimentou um
crescimento importante na capacidade de conservação não-governamental e desenvolveu uma
comunidade forte de cientistas e profissionais de conservação de classe mundial. Tais elementos são a
base de uma conservação bem-sucedida.
Este resumo, muito breve, de alguns aspectos da história da conservação do Brasil concentra-se em
quatro áreas: a liderança na criação de um sistema nacional de unidades de conservação, o
desenvolvimento de listas nacionais e estaduais de espécies ameaçadas, o surgimento de organizações
não-governamentais conservacionistas fortes e influentes e, finalmente, o avanço da ciência da
conservação no país e o importante papel que ela tem exercido.

O desenvolvimento do sistema nacional de unidades de conservação


O agrônomo Wanderbilt Duarte de Barros (1916-1997), diretor do Parque Nacional do Itatiaia em
1940, escreveu um livro influente em 1946 (publicado em 1952) lamentando a existência de meros três
parques nacionais, que totalizavam apenas 2.258km2 (Urban, 1998). Por volta de 1970, existiam 14
parques nacionais, num total de 27.565km2 , mas somente um na Amazônia (o Parque Nacional do
Araguaia, na época com 20.000 km2 , agora com 5.000km2 ) e nenhum no Pantanal.
Utilizando o levantamento fotográfico aéreo de 1958- 1959, da Força Aérea dos Estados Unidos, o
agrônomo Alceo Magnanini (1962) realizou a primeira avaliação nacional da extensão dos tipos de
vegetação natural do Brasil, estimando as perdas desde 1500. Restavam 5% da Mata Atlântica no
Nordeste do país. Apenas o estado de Alagoas mantinha florestas significativas (cerca de 16% do
Estado), e Coimbra-Filho & Câmara (1996) documentaram sua destruição posterior nas décadas de 1960
e 1970. A situação no Sudeste do Brasil estava, apenas, ligeiramente melhor.
Em 1974, foi criado o Parque Nacional da Amazônia (10.000km2, ao longo do rio Tapajós) sob a
influência da, pequena, divisão de unidades de conservação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF), dirigida por Magnanini e Maria Tereza Jorge Pádua (Urban, 1998). A crescente
preocupação nacional e internacional com o futuro da Amazônia resultou em um programa para
identificação de áreas prioritárias para a biodiversidade, o primeiro deste tipo, baseado em uma análise
biogeográfica – a ciência da conservação. O programa foi conduzido por Jorge Pádua e Gary Wetterberg,
na época, do Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Estados Unidos, um parceiro no empreendimento. A
análise utilizou regiões fitogeográficas (Duke & Black, 1953; modificado por Prance, 1973), tipos
vegetacionais (Murça-Pires, 1974) e o conceito de refúgios do pleistoceno (veja Whitmore & Prance,
1987) – comumente equiparados aos centros de endemismo – para determinar as áreas prioritárias para
a conservação amazônica (Wetterberg et al., 1976, 1981). De 1979 até 1989, cinco parques nacionais e
quatro reservas (80.871km2) foram criadas em nove das 25 áreas prioritárias, inteiramente ou
parcialmente dentro do Brasil, resultando na primeira estruturação formal de um sistema de unidades de
conservação (MA/IBDF & FBCN, 1979).
Um esforço paralelo estava ocorrendo na Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), criada no
Ministério do Interior, em 1973, e dirigida por outro grande pioneiro da conservação no Brasil, Paulo
Nogueira-Neto (Urban, 1998). Advogado e pesquisador de abelhas sem ferrão, ele reconheceu a
necessidade do desenvolvimento de estações de pesquisa e de capacidade, e criou uma série de
estações ecológicas (nome que ele atribui a Magnanini); unidades de conservação representando todos
os ecossistemas brasileiros principais (Nogueira-Neto & Carvalho, 1979). Nogueira-Neto trabalhou junto
à Magnanini e Jorge Pádua, e o resultado hoje são 30 estações ecológicas federais por todo o Brasil,
cobrindo 71.706km2 , a maioria criada enquanto Nogueira-Neto era secretário (Nogueira-Neto, 1992).
Esse período de rápido desenvolvimento do sistema de parques do Brasil foi verdadeiramente
histórico, e pode ser comparado à explosão da atividade de conservação no governo do presidente
Theodore Roosevelt, nos Estados Unidos, no início do século XX. A combinação de esforços da SEMA e
do IBDF, de 1974 a 1989, levou à criação de 22 parques nacionais, 20 reservas biológicas e 25 estações
ecológicas, num total de 144.180km² – o tamanho do Suriname e do estado de New England, nos Estados
Unidos, e semelhante à área do estado do Ceará, no Brasil.
Esse esforço, iniciado e conduzido por Jorge Pádua e Nogueira-Neto, criou uma tradição que foi
mantida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
sucessor do IBDF e da SEMA, a partir de 1989. Em 1988, a organização não-governamental (ONG)

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. 161
Fundação Pró-Natureza (Funatura, criada por Jorge Pádua), com sede em Brasília, foi solicitada a
formular um Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) consolidado. Nogueira-Neto,
Almirante Ibsen de Gusmão Câmara e muitos outros proeminentes líderes conservacionistas estavam
diretamente envolvidos. Em 2000, após mais de dez anos, o SNUC foi oficialmente instituído por lei, o
que representou um momento histórico para a conservação da biodiversidade no Brasil, definindo e
regulamentando as categorias das unidades de conservação em níveis federal, estadual e municipal. O
SNUC reconheceu o sistema de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), criado no Ibama,
em 1990, que tem demonstrado enorme sucesso no incentivo de iniciativas do setor privado. Essas
reservas são incluídas em um cadastro nacional e, até a presente data, existem cerca de 450, cobrindo,
aproximadamente, 5.000km2. Embora essa área seja relativamente pequena, ela cumpre uma função
altamente estratégica de proteção de habitats-chave de espécies ameaçadas de extinção na Mata
Atlântica, no Cerrado e no Pantanal. As RPPNs são, frequentemente, melhor protegidas que as unidades
federais ou estaduais.
O estado do Acre foi o berço da reserva extrativista – uma consequência do movimento dos
seringueiros, liderado por Chico Mendes. Esse tipo de reserva surgiu, primeiramente, em 1987, não como
unidade de conservação, mas como um instrumento para assegurar os direitos de uso da terra,
atendendo, particularmente, às comunidades que sofrem invasão e destruição de suas florestas com a
construção de rodovias e a criação de gado no sudoeste da Amazônia. O conceito, promovido em nível
nacional e internacional por Mary Allegretti (que mais tarde ocupou cargos importantes no Ministério do
Meio Ambiente), reflete a vontade popular como uma maneira de combinar as necessidades do povo
amazônico com a proteção e uso sustentável dos recursos dos quais sua subsistência depende. O
Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), criado em 1985, durante os estágios iniciais do movimento,
continua promovendo a expansão e defendendo os interesses das reservas extrativistas no nível político.
Embora ainda um fenômeno principalmente amazônico, existem agora reservas extrativistas marinhas e
terrestres por todo o Brasil.
Os estados também criaram unidades de conservação. São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio
Grande do Sul foram os pioneiros, instituindo alguns parques estaduais nas décadas de 1940 e 1950. A
maioria dos quase 180 parques estaduais existentes hoje foi criada a partir do início da década de 1980.
Nogueira-Neto foi particularmente ativo em incentivar o estabelecimento das secretarias estaduais de
meio ambiente, durante a década de 1980. Célio Valle e José Carlos de Carvalho, em Minas Gerais, e
José Pedro de Oliveira Costa, Fábio Feldman e Clayton Lino, em São Paulo, estão entre os muitos que
merecem reconhecimento pela promoção de um compromisso estadual, sem precedentes, com a
conservação. José Carlos de Carvalho, em particular, ocupou vários cargos estaduais e federais, e liderou
importantes iniciativas de conservação, que atraíram fundos internacionais significativos. José Pedro de
Oliveira Costa também trabalhou junto à União Mundial para a Natureza (IUCN), por muitos anos, e foi a
força motriz atrás da criação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Brasil.
Iniciativas regionais, muitas originadas dos governos estaduais, incluem o conceito da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica e da Reserva da Biosfera do Cerrado, entre as maiores já reconhecidas pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Elas são uma
estratégia importante, na escala da paisagem, para ações em sítios específicos, assim como o fazem os
mais recentes corredores ecológicos ou de biodiversidade, em muitas regiões. Essas iniciativas se
espalharam para outros estados e, recentemente, tornaram-se a principal característica da conservação
da Amazônia. A chave para a proteção, em nível estadual na Amazônia, foi o conceito de reserva de
desenvolvimento sustentável, tendo como pioneiro José Márcio Ayres, em Mamirauá, no início da década
de 90. A abordagem inédita, sustentada por um programa intenso e prolongado de pesquisa, que envolve
e apoia comunidades locais, mostrou que a conservação pode estar relacionada ao desenvolvimento
apropriado em escala local, e levar à inúmeras novas iniciativas de conservação (Sociedade Civil de
Mamirauá, 1996). O resultado é o compromisso maior de diversos estados amazônicos, desde 2002.
Particularmente, exemplos notáveis incluem o estado do Amapá, onde as unidades de conservação e as
reservas indígenas cobrem, agora, impressionantes 65% do Estado. Em 2003, o governador Waldez
Góes anunciou os planos de criar mais áreas, conectando-as para estabelecer um corredor ecológico que
cobre 71% dos 14.028km2 do Estado.
Até 1989, não existiam unidades de conservação estaduais no Amazonas. As primeiras seis
unidades, totalizando 30.646km2, foram decretadas pelo governador Amazonino Mendes, em 1990. Em
2003, o governador Eduardo Braga criou sete unidades, cobrindo 42.155km2 e, em 2004, mais 30.637km2
tornaram-se protegidos em nove reservas e parques estaduais. Tais ações resultaram nas atuais 29
unidades de conservação estaduais, num total de 155.858km2.
Sob a liderança do governador Jorge Viana, cujo compromisso com o desenvolvimento sustentável
data dos dias da luta de Chico Mendes, o estado do Acre tem promovido o que é chamado de “governo

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da floresta”, que se constrói sob a necessidade de manter a floresta como base para o desenvolvimento
econômico. Isso inclui a criação de inúmeras unidades de conservação, que, em dezembro de 2003,
cobriam 40.662km2.
As terras indígenas demarcadas no Brasil, que agora somam 820.000km2, ou 16,4% da Amazônia
Legal, uma área igual a duas vezes o tamanho do estado da Califórnia e consideravelmente maior que
aquelas das reservas e parques voltados para a conservação da biodiversidade, são também de grande
importância para a conservação. Aproximadamente a metade foi demarcada nos últimos dez anos, sob a
liderança da Fundação Nacional do Índio (Funai), com financiamento do Programa Piloto para a Proteção
das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7). Muitas dessas áreas têm densidade populacional muito baixa
e estão, ainda, completamente intactas, tornando-as um importante complemento para as reservas e
parques nacionais e estaduais. O melhor exemplo é o território indígena Kayapó, que cobre 11 milhões
de hectares, com apenas 4.500 pessoas.

A lista das espécies ameaçadas de extinção do brasil


Em 1964, Adelmar F. Coimbra-Filho e Alceo Magnanini definiram o status de ameaça de extinção de
numerosas espécies no Brasil, detalhando as causas de seu declínio e as medidas de conservação
necessárias (Coimbra-Filho & Magnanini, 1968; Urban, 1998). Isso formou a base da primeira lista das
espécies ameaçadas de extinção do Brasil, preparada por José Cândido de Melo Carvalho, da Fundação
Brasileira para Conservação da Natureza (FBCN) (Carvalho, 1968). Essa lista continha 86 táxons e foi
publicada em 1973. Um ano antes, publicou-se o primeiro livro vermelho (ABC, 1972). Junto com
Mittermeier, Coimbra-Filho também foi responsável por todas as fichas de dados sobre os mamíferos do
Brasil entregues à IUCN para o livro vermelho das espécies ameaçadas em nível global, em 1974. A Lei
de Proteção à Fauna Brasileira (nº. 5197, de 3 de janeiro de 1967) proibiu a captura, caça, compra, venda
e exportação de todas as espécies ameaçadas de extinção e de qualquer produto feito a partir delas. A
lista das espécies brasileiras ameaçadas foi revisada em 1989 – uma iniciativa do Ibama e da Sociedade
Brasileira de Zoologia (SBZ) – e coordenada por Angelo Machado (Bernardes et al., 1990). O número de
espécies aumentou para 218 (principalmente porque os insetos foram incluídos). A última reavaliação,
com a realização de um workshop em 2002, coordenado pela Fundação Biodiversitas, utilizou as
categorias e os critérios da IUCN (2001) e aumentou o número de espécies terrestres para 395, e de
espécies aquáticas para 239 (79 invertebrados e 160 peixes; Fundação Biodiversitas, 2003).
O IBDF listou 13 plantas como ameaçadas de extinção, em 1968, e adicionou a décima quarta, em
1980. Uma revisão, em 1989, resultou na lista oficial de 108 espécies ameaçadas, mas, como ressaltado
por Giulietti e colaboradores (2005 e este volume), indubitavelmente, existem muito mais – 405 das
espécies de árvores ameaçadas de extinção mundialmente, listadas pela IUCN (Oldfield et al., 1998),
ocorrem no Brasil, e as plantas ameaçadas de extinção do estado de Minas Gerais, sozinhas, totalizam
537 (Mendonça & Lins, 2000).
Diversos estados brasileiros, reconhecendo a utilidade de tais listas, começaram a realizar suas
próprias avaliações – o primeiro foi o Paraná – e a fornecer livros vermelhos cada vez mais sofisticados
para o planejamento da conservação e definição de prioridades (p. ex., Machado et al., 1998; Fontana et
al., 2002; Mikich & Bérnils, 2004).

O surgimento de ONGs conservacionistas


Nas últimas três décadas houve o surgimento de um forte movimento de ONGs voltadas para a
conservação da biodiversidade no Brasil. Em 1970, existia apenas um pequeno número de ONGs
conservacionistas. A mais importante, a FBCN, foi a primeira desse tipo na América do Sul. Ela foi fundada
no Rio de Janeiro, em 1958, por um grupo de agrônomos, incluindo Wanderbilt Duarte de Barros, que
estavam preocupados com a erosão do solo e a destruição das florestas do país. A FBCN foi
particularmente ativa de 1980 a 1986, sob a lideran- ça do Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, que
passou a ocupar a sua presidência em 1981. A fundação trabalhou junto às ONGs internacionais, em
especial o World Wildlife Fund (WWF), para criar uma das mais influentes organizações privadas de
conservação no mundo tropical. Por meio do Almirante Ibsen, paleontólogo e conservacionista nato (um
líder em pesquisas de mamíferos marinhos e a força motriz atrás da proibição da caça às baleias no
Brasil), a FBCN foi altamente influente na década de 80, colaborando com Jorge Pádua e Nogueira-Neto
na explosão do crescimento das unidades de conservação e no estabelecimento, através da SEMA, do
atual Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) (MMA, 1999). A FBCN foi a principal parceira no
rápido crescimento do programa do WWF no Brasil, conduzido por R. A. Mittermeier e Thomas Lovejoy
(na época, ambos do WWF). Câmara deixou o cargo em 1986, e a importância da FBCN foi,
gradualmente, suplantada por outras organizações conservacionistas nacionais.

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O crescente interesse em conservação, a transição para um governo democrático, o foco sobre as
novas unidades de conservação e o interesse internacional crescente (encabeçado pelo WWF-EUA e,
mais tarde, pela The Nature Conservancy) também resultaram em inúmeras novas ONGs
conservacionistas. Em 1988, as novas ONGs incluíam a Fundação SOS Mata Atlântica, inspirada por
José Pedro de Oliveira Costa, Fábio Feldmann e outros colegas em São Paulo (1983); a Funatura,
fundada por Jorge Pádua, em Brasília (1986); a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
Ambiental (SPVS), liderada por Clóvis Borges, em Curitiba, Paraná (1984); a SOS Amazônia, em Rio
Branco, Acre (1988); e a Fundação Biodiversitas, criada por Célio Valle, Gustavo Fonseca, Sônia Rigueira
e Angelo Machado (agora responsável, entre outras contribuições, pela lista oficial da fauna brasileira
ameaçada de extinção), em Minas Gerais (1988). Fábio Feldmann foi eleito para o Congresso, em 1986,
como o primeiro representante ambientalista, e reeleito por três mandatos consecutivos. No Congresso,
ele coordenou o grupo que escreveu o capítulo sobre meio ambiente para a Constituição de 1988. Uma
segunda geração de ONGs surgiu entre o início e a metade da década de 1990. Elas incluem o Instituto
de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), criado por Suzana e Cláudio Pádua, em São Paulo (1992); o Instituto
Socioambiental (1994); o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON; 1990); a
Fundação Vitória Amazônica (FVA; 1990); e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM; 1995).
Essas ONGs tomaram para si papéis complementares muito importantes, desenvolvendo fortes
capacidades científica, analítica e política, além de estimular a conservação em nível regional e nacional.
Elas estabeleceram fortes parcerias com organizações internacionais e com o governo, principalmente
para manejo e pesquisa em unidades de conservação. A Funatura, por exemplo, é ativa no Parque
Nacional Grande Sertões Veredas, a FVA, no Parque Nacional do Jaú, e a SOS Amazônia, no Parque
Nacional da Serra do Divisor. Muitos dos seus líderes, periodicamente, ocupam cargos-chave do governo,
o que contribui para a maior influência dessas organizações. Além disso, essas organizações também
auxiliaram a base científica da conservação, frequentemente apoiando o manejo das unidades de
conservação, os levantamentos e outras pesquisas em longo prazo, necessários para assegurar uma
sólida sustentação científica. Outra importante tendência foi a criação de redes de ONGs, que têm
pressionado, de forma efetiva em nível regional, por mudanças políticas: o Grupo de Trabalho Amazônico,
a Rede Mata Atlântica e a Rede Cerrado. Algumas poucas fundações financiadoras também surgiram. A
mais notável é a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, da empresa de cosméticos O Boticário.
Esse fundo é dirigido por Miguel Milano, cujas realizações incluem a organização bienal do Congresso
Brasileiro de Unidades de Conservação, desde 1997. Estimamos que o Brasil tenha, agora, mais de 500
organizações privadas voltadas para a conservação da biodiversidade.

Desenvolvimento de capacidade
O Brasil lutou para construir seu programa de conservação sobre uma sólida base científica. Os
profissionais que atuam na área são, frequentemente, os próprios cientistas da biologia da conservação,
o que nem sempre é o caso nos países desenvolvidos.

Parcerias – Governo, ONGs e comunidade acadêmica


As ONGs são as intermediárias – as catalisadoras – que unem a pesquisa da conservação
(comunidade acadêmica) e sua aplicação (governo e, de modo crescente, corporações e indústrias).
Fornecemos aqui poucos exemplos de alguns projetos que têm sido enormemente influentes na ciência
da conservação e sua aplicação no Brasil e no mundo. Um dos mais notáveis é o Projeto da Dinâmica
Biológica dos Fragmentos Florestais, da Smithsonian Institution e do Instituto Nacional para Pesquisa da
Amazônia, em Manaus (originalmente, o Projeto de Áreas Mínimas, iniciado com o WWF-EUA). O projeto
começou em 1979, por inspiração de Thomas Lovejoy, um pioneiro e persistente batalhador pela
conservação da Amazônia brasileira. Especificamente, o projeto conduz pesquisas sobre o destino, em
longo prazo, de fragmentos florestais de diferentes tamanhos e das paisagens florestais que foram
cortadas e queimadas para serem transformadas em pastagens para o gado (Bierregaard et al., 2001).
O Programa Piloto para Conservação das Florestas Tropicais Brasileiras (PPG-7), que teve início em
1997, possui componentes de desenvolvimento de capacidade, política, pesquisa e manejo,
relacionando-os com parques e reservas (incluindo terras indígenas), manejo florestal e controle de
incêndios florestais, entre outros. Uma mudança particularmente inédita foi a adoção de um modelo de
planejamento e conservação da paisagem regional, baseado no conceito de corredores ecológicos ou de
biodiversidade (inspirado por um estudo realizado pelo Ibama, Sociedade Civil Mamirauá e Conservação
Internacional do Brasil; Ayres et al., 1997). Esse modelo é, agora, um elemento importante do
planejamento da conservação no Brasil, e resultou, internacionalmente, em um interesse maior sobre os
corredores.

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O Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), do Ministério do Meio Ambiente e do WWF-
Brasil, apoiado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), foi oficialmente
lançado na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Johannesburgo, em 2002). Ele objetiva
aumentar a área da floresta tropical da Amazônia sob proteção federal para 500.000km2 (12%), baseado
na representatividade das 23 ecorregiões amazônicas identificadas pelo WWF, e apóia o
desenvolvimento de planos de manejo e medidas de proteção para algumas unidades existentes (Serra
da Cutia, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Reserva Extrativista de Cautário).
Entre 1998 e 2002, em colaboração com muitas organizações – particularmente, a Conservação
Internacional do Brasil – o governo realizou uma ampla consulta junto aos pesquisadores e às ONGs para
definir e identificar as áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no Cerrado e no Pantanal
(1998), na Mata Atlântica e Campos Sulinos (1999), na Amazônia (1999), nos ecossistemas marinho e
costeiro (1999) e na Caatinga (2000) (MMA, 2002). A avaliação foi uma obrigação dos signatários da
Convenção sobre Diversidade Biológica (MMA, 1999, 2005), mas também foi um ponto alto importante
nas relações entre governo, ONGs, conservacionistas e cientistas, com o governo financiando e as ONGs
organizando, compilando e analisando os resultados.

Conservação dos primatas e espécies-bandeira


Os primatas desempenharam um papel inicial particularmente importante no desenvolvimento de
uma forte capacidade de conservação no Brasil. Em 1971, existia somente um primatólogo de campo no
Brasil – Adelmar F. Coimbra-Filho, que vinha estudando o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia),
desde o início da década de 1960. Um visionário, Coimbra-Filho reconheceu o grande valor da ciência
dos primatas e tinha planos ambiciosos de desenvolver um centro de primatas (o Centro de Primatologia
do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1979). Ele uniu forças à R.A. Mittermeier, no início da década de
1970, publicando sua pesquisa pioneira sobre saguis e micos-leões, e organizando o primeiro
levantamento dos primatas da Amazônia, em 1973. Em 1978, junto com Célio Valle, da Universidade
Federal de Minas Gerais, iniciou uma pesquisa de dez anos sobre os primatas e as unidades de
conservação da Mata Atlântica, colocando a região na pauta da conservação internacional (Mittermeier
et al., 1982). A Mata Atlântica foi uma das prioridades máximas na Campanha dos Primatas e das
Florestas Tropicais do WWF, em 1982, e, como resultado, trouxe o que, na época, foi uma verba
significativa para a conservação para muitas das mais importantes unidades de conservação da Mata
Atlântica, complementando investimentos procedentes do governo brasileiro.
Esse programa de pesquisa treinou jovens primatólogos e sedimentou os alicerces de alguns projetos
de longo prazo, notavelmente, o Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado (GLTCP), iniciado,
em 1983, por Devra Kleiman (National Zoo, Washington, D.C.) e Coimbra-Filho, na Reserva Biológica de
Poço das Antas. Embora com a colaboração inicial da FBCN, em 1992, o projeto deu origem à sua própria
ONG, a Associação Mico-Leão-Dourado. Atualmente dirigida por Denise Rambaldi, a associação está,
cada vez mais, desempenhando um importante papel na conservação da Mata Atlântica no Sudeste do
Brasil – incluindo grandes programas de restauração da paisagem e educação ambiental – tendo o mico-
leão como espécie-bandeira. Incluindo os componentes de criação em cativeiro, pesquisa demográfica,
estudos de campo, reintrodução, translocação e educação ambiental, o GLTCP tornou-se um modelo
mundial para programas com espécies ameaçadas (Rylands et al., 2002). Três reservas biológicas e uma
estação ecológica foram criadas especialmente para os micos-leões e os diferentes programas inspirados
pelas quatro espécies otimizaram os esforços de conservação regional e local na Mata Atlântica nos
estados do Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Bahia.
O Programa Muriqui (Brachyteles hypoxanthus), em Caratinga, Minas Gerais, foi iniciado, em 1982,
por Karen Strier (Universidade de Wisconsin-Madison), em colaboração com Célio Valle, Gustavo
Fonseca e, mais recentemente, Sérgio Mendes, da Universidade Federal do Espírito Santo. O programa
é um estudo de caso notável de monitoramento e pesquisa, consistente e produtivo, em longo prazo,
além de ser um sucesso incomparável em proporcionar estágios e treinamento em campo (Strier, 1999).
O uso do muriqui como espécie-bandeira resultou em muitos programas de conservação e na criação de
inúmeras unidades de conservação, além de incentivar a intensificação e melhoria do manejo das, agora
numerosas, unidades de conservação onde eles ocorrem.

Capacitação
A instituição, em 1988, do primeiro curso de pós-graduação em conservação do país – Ecologia,
Conservação e Manejo de Vida Silvestre – na Universidade Federal de Minas Gerais foi de grande
significado para a conservação brasileira (Lacher et al., 1991). Esse programa treinou cerca de 150
estudantes, muitos dos quais agora ocupam cargos-chave na conservação brasileira e internacional. Os
cursos de especialização em primatologia, oferecidos anualmente (o primeiro, em 1983) por Milton Thiago

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de Mello, um cientista veterinário da Universidade de Brasília, também foram muito importantes. Embora
os primatas fossem o foco do programa, muitas pessoas proeminentes na conservação hoje,
beneficiaram-se da teoria e experiência de campo que adquiriram nesses cursos.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) devem ser reconhecidos pelo apoio à formação
e educação superior no exterior, que possibilitou a capacitação de muitos dos profissionais que, por fim,
criaram ou juntaram-se aos programas de pós-graduação nas universidades brasileiras e que expandiram
a experiência da conservação de espécies, com a inclusão de muitos outros grupos de vertebrados. As
instituições internacionais, que exerceram um papel particularmente marcante por receber estudantes
brasileiros em conservação, pesquisa e manejo de vida silvestre, incluem o Program for Studies in
Tropical Conservation, da Universidade da Flórida, Gainesville (J. F. Eisenberg, J. G. Robinson e K. H.
Redford); o Museu de Zoologia de Vertebrados, da Universidade da Califórnia, Berkeley (J. Patton); o
Centro de Treinamento do Durrell Wildlife Conservation Trust, Jersey, Ilhas Britânicas (J. J. C. Mallinson,
D. Waugh e J. Fa) e, cada vez mais, o Durrell Institute for Conservation Ecology, da Universidade de
Canterbury, Kent; o Wildlife Research Group, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido (D. J.
Chivers); a Universidade de East Anglia, no Reino Unido (C. Peres); e o Centro para Pesquisa e
Conservação da Smithsonian Institution, em Front Royal, Virginia (R. Rudran). Tais instituições e pessoas
desempenharam um papel inquestionável e crucial no desenvolvimento da competência na ciência e na
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Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77


. 167
22
Manejo da Biodiversidade: conservação, preservação e proteção
A conservação da diversidade biológica tornou-se uma preocupação global. Apesar de não haver
consenso quanto ao tamanho e ao significado da extinção atual, a Biodiversidade é considerada
essencial.
Há dois tipos principais de opções de conservação: conservação in-situ e conservação ex-situ. A in-
situ é geralmente vista como uma estratégia de conservação elementar, entretanto, sua implementação
é, às vezes, impossível. Por exemplo, a destruição de habitats de espécies raras ou ameaçadas de
extinção, algumas vezes, requer um esforço de conservação ex-situ. Além disso, a conservação ex-
situ pode dar uma solução reserva para projetos de conservação in-situ. Alguns acham que ambos os
tipos são necessários para assegurar uma preservação apropriada.
Um exemplo de esforço de conservação in-situ é a construção de áreas de proteção. Um exemplo
de conservação ex-situ, ao contrário, seria a plantação de germoplasma em bancos de sementes. Tais
esforços permitem a preservação de grandes populações de plantas com o mínimo de erosão genética.
A ameaça da diversidade biológica estava entre os tópicos mais importantes discutidos na Conferência
Mundial da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, na esperança de ver a fundação da Global
Conservation Trust para ajudar a manter as coleções de plantas.
Segundo Wilson, 1997, é fundamental que se atentem alguns aspectos tais como: “A causa básica
da decomposição da diversidade orgânica não é a exploração ou a maldade humana, mas a destruição
de habitats, que resulta da expansão das populações humanas e de suas atividades. Muitos desses
organismos, menos atraentes ou espetaculares, que o Homo sapiens está destruindo, são mais
importantes para o futuro da humanidade do que a maioria das espécies sabidamente em perigo de
extinção. As pessoas precisam mais de plantas e insetos do que precisam de leopardos e baleias (sem
com isso menosprezar o valor dos dois últimos). Outros organismos supriram a humanidade com a base
da civilização em forma de plantações, animais domésticos, uma grande variedade de produtos industriais
e muitos remédios importantes. Não obstante, a razão antropocêntrica mais importante para se preservar
a diversidade é o papel que os micro-organismos, as plantas e os animais desempenham no fornecimento
de serviços livres ao ecossistema, sem os quais a sociedade, em sua forma atual, não poderia durar. A
perda de populações geneticamente distintas dentro de Espécies é, no momento, pelo menos tão
importante quanto o problema da perda de toda a espécie. Uma vez que a espécie seja reduzida a um
resto, sua capacidade de beneficiar a humanidade diminui bastante, e sua extinção total, em um futuro
próximo, torna-se muito mais provável. No momento em que se reconhece que um organismo está em
perigo de extinção, geralmente, já é tarde demais para salvá-lo.”
Um aspecto que deve ser levado em conta ao se trabalhar com áreas de elevada Biodiversidade, é
o de que quando se altera significativamente um ecossistema, o custo econômico decorrente desta
alteração pode ser muito elevado, e o custo ambiental pode ser irreparável. O uso de métodos adequados
para a compatibilização da sustentabilidade das comunidades humanas, conservação da Biodiversidade
e consequente melhoria da qualidade de vida, exige o estabelecimento de estratégias amplas que
envolvam análises de fatores climáticos, edáficos, socioeconômico-culturais e bióticos. O Brasil, em
função de suas dimensões continentais, detém uma enorme Biodiversidade, incluindo-se neste contexto
a variabilidade cultural e paisagística. Entretanto, apesar destes fatores, é considerado um País em
desenvolvimento, caracterizando a sub-valoração que se dá aos seres vivos. Paradoxalmente, é um dos
locais que mais cobiça apresenta, justamente em virtude do grande potencial que estes mesmos
elementos apresentam.
É inegável que a Biodiversidade tem um valor intrínseco real e, por isso, é fundamental que sejam
tomadas medidas no sentido de se preservarem estes recursos. O valor de um grupo de organismos é
intrínseco, e não se pode aguardar ter um efetivo conhecimento de seu uso a fim de o valorar.
Garay e Dias, 2001, relatam que, com referência à utilização da biodiversidade, devem-se destacar
aspectos relacionados com as causas e formas de suas perdas.

Seis causas básicas de deterioração da biodiversidade:


 A aceleração insustentável do crescimento da população e do consumo dos recursos naturais;
 Um espectro cada vez maior de produtos agrícolas, florestas e pesqueiros comercializados;
 Distribuição desigual da propriedade, da gestão e do fluxo dos benefícios e conservação dos
recursos biológicos;
 Insuficiência de conhecimentos e falhas em sua aplicação;
 Sistemas jurídicos e institucionais que promovem uma exploração não sustentável;
 Sistemas e políticas econômicas que não atribuem o devido valor ao ambiente e a seus recursos.

22
Disponível em: <http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php?acao=secoes_portal&id=17&submenu=12>. Acesso em maio de 2017.

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. 168
Mecanismos de deterioração da biodiversidade:
 Deterioração e fragmentação do habitat;
 Introdução de espécies;
 Exploração excessiva de espécies vegetais e animais;
 Poluição do solo, água e da atmosfera;
 Modificações climáticas globais;
 Silvicultura e agroindústrias.

Tendo-se em conta inúmeros estudos existentes, pode-se afirmar que, para o manejo adequado de
distintos sistemas ambientais, é necessário dispor de informações sobre seu funcionamento. Para tanto,
é necessário realizar inventários e investigações, implantar atividades de monitoramento, promover a
formação de pessoal, tendo em conta aspectos de:
 tipificação espacial (locais, regiões);
 temas a serem abordados;
 sazonalidade;
 público alvo.

23
Manejo para Conservação

A Coordenação Geral de Manejo para Conservação (CGESP) está ligada à Diretoria de Pesquisa,
Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (DIBIO) e conta com três coordenações - de Avaliação do
Estado de Conservação da Biodiversidade (COABIO), de Análise e Prognóstico de Risco à Biodiversidade
(COAPRO), e de Planos de Ação de Espécies Ameaçadas de Extinção (COPAN), que avalia o risco de
extinção das espécies brasileiras, identifica cenários de perda dessa biodiversidade no país, e traça ações
estratégicas para a conservação dessa biodiversidade.

Coordenação geral de manejo e conservação:


Propor a normatização das ações de regulamentação para o manejo e conservação das espécies da
biodiversidade brasileira;
Aprovar e supervisionar ações que são desempenhadas pelas unidades de conservação (UCs)
federais, Coordenações Regionais, e Centros nacionais de Pesquisa e Conservação, visando à
conservação das espécies da fauna brasileira;
Supervisionar ações de ordenamento das informações sobre as espécies da biodiversidade
brasileira, executadas pelas demais unidades do ICMBio;
Supervisionar ações relacionadas à avaliação do estado de conservação das espécies da fauna
brasileira, realizadas pelas demais unidades do ICMBio;
Supervisionar o estudo de possíveis cenários de risco para a perda da biodiversidade;
Coordenar ações desenvolvidas pelos Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação na atuação
como autoridade científica da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna
Selvagem em Perigo de Extinção (CITES),
23
Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/manejoparaconservacao>. Acesso em maio de 2017.

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. 169
Supervisionar a elaboração e a implementação, em articulação com órgãos governamentais, não
governamentais e entidades privadas, de
 Planos de ação nacionais (PANs) para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, ou do
patrimônio espeleológico, e espécies dependentes de conservação;
 Programas de conservação de espécies relevantes para a biodiversidade, especialmente aquelas
ameaçadas de extinção no Brasil, e
 Programas de manejo em cativeiro de espécies ameaçadas.

Coordenação de avaliação do estado de conservação da biodiversidade:


Coordena atividades relacionadas à avaliação do estado de conservação das espécies da fauna
brasileira, realizadas pelos Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação;
Coordena atividades de publicação das informações sobre o estado de conservação das espécies
da fauna brasileira, em especial daquelas ameaçadas de extinção;
Analisa informações sobre a biodiversidade brasileira para subsidiar a atualização das listas
nacionais oficiais de espécies ameaçadas de extinção;
Elabora atos normativos relativos à avaliação do estado de conservação da biodiversidade;

Coordenação de análise e prognóstico de risco à biodiversidade:


Coordena atividades de geração, ordenamento, e análise de dados e informações qualificados sobre
as espécies da biodiversidade brasileira e sobre as ameaças à biodiversidade;
Avalia as pressões exercidas sobre as espécies da biodiversidade brasileira e sobre os ambientes,
em especial em unidades de conservação (UCs) federais;
Propõe o estabelecimento de estudos de possíveis cenários futuros sobre a conservação das
espécies a fim de subsidiar o processo decisório de gestão;
Elabora atos normativos relativos à análise e prognóstico de risco à biodiversidade.

Coordenação de planos de ação de espécies ameaçadas de extinção:


Coordena e monitora atividades de elaboração e implementação de planos de ação nacionais (PANs)
para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, ou do patrimônio espeleológico, e espécies
dependentes de conservação;
Coordena atividades de publicação dos planos de ação nacionais (PANs) para a conservação de
espécies ameaçadas de extinção, ou do patrimônio espeleológico, em articulação com os Centros
Nacionais de Pesquisa e Conservação;
Acompanha o estabelecimento e a execução dos programas de manejo em cativeiro de espécies
ameaçadas;
Elabora atos normativos relativos ao manejo das espécies ameaçadas de extinção;

Como obter recursos – Conservação e Manejo da Biodiversidade


24

O núcleo apoia a execução de projetos que contribuam para a conservação e uso sustentável da
diversidade biológica e dos recursos genéticos, bem como contribuam para a expansão e consolidação
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, para conservação da natureza e utilização
sustentável do entorno dessas unidades e outras legalmente protegidas.

Área de Atuação: Gestão Participativa de Unidades de Conservação


Esta área de atuação visa contribuir para a implementação de Unidades de Conservação de âmbito
municipal, estadual e federal, auxiliando o processo de planejamento e implementação das unidades e
seu entorno em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (Lei nº 9.985/00 e Decreto nº 4.340/02), dando prioridade a práticas de processos
participativos de gestão.
As ações apoiadas devem buscar resultados que contribuam para a implementação das diferentes
categorias de manejo das Unidades de Conservação descritas na Lei nº 9.985/00 e regulamentadas pelo
Decreto nº 4.340/02, nas diferentes esferas de governo, tornado possíveis ações de estruturação,
planejamento e o manejo destas, para que, além de cumprir com os seus objetivos de criação, busque-
se integração dos órgãos gestores das unidades com a sociedade civil.

24
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/informma/item/95-como-obter-recursos-conserva%C3%A7%C3%A3o-e-manejo-da-biodiversidade>. Acesso em maio
de 2017.

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. 170
Ações
Apoio à Criação de Conselhos das Unidades de Conservação
Fortalecimento e Implementação de Conselhos de Unidades de Conservação
Elaboração de Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Revisão de Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Revisão de Áreas Protegidas para Adequá-las ao SNUC
Implementação das Ações Previstas nos Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Implementação de Programas de Voluntariado
Elaboração ou Revisão de Memorial Descritivo (perímetro) de Ucs com Base de Dados
Georreferenciados

Área de Atuação: Áreas Protegidas


Orientar o fomento de estratégias de proteção, implantação e implementação de sítios históricos e
culturais, corredores ecológicos e áreas outras protegidas por atos internacionais e atos públicos
(mosaicos, corredores ecológicos, reservas da Biosfera, Sítios Ramsar, entre outras).
Implementar estas Áreas Protegidas fomentando a execução de projetos que contribuam para o
desenvolvimento das ações do Programa Áreas Protegidas no Brasil.
As ações desta área somente serão atendidas por meio de demanda induzida.

Área de Atuação: Conservação e Manejo da Biodiversidade


A área de atuação apoia projetos que contribuam para o conhecimento e a conservação de espécies
silvestres, considerando, se possível, preencher as lacunas de informação sobre estas espécies, a
identificação das causas que levaram ao seu processo de extinção, a geração de informações práticas
sobre manejo, bem como informações que permitam a elaboração de políticas públicas específicas para
as espécies manejadas.
Ações
Elaboração de Planos de Ação para Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Elaboração de Planos de Ação para Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
Implementação de Planos de Ação para Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Implementação de Planos de Ação para Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
Elaboração de Planos de Manejo de Espécies Invasoras
Implementação de Planos de Manejo de Espécies Invasoras
Caracterização / Diagnóstico da Biodiversidade

Área de Atuação: Uso Sustentável dos Recursos da Biodiversidade


Esta área de atuação apoia projetos que enfoquem a utilização de recursos da biodiversidade em
forma e em ritmo tais que não levem à diminuição da diversidade biológica em longo prazo, gerando
alternativas econômicas para as comunidades envolvidas na área de atuação, promovendo o
desenvolvimento sustentável das comunidades com vistas à gestão ambiental responsável e à melhoria
de qualidade de vida destas comunidades.
Ações
Desenvolvimento Comunitário com Base Conservacionista

Biodiversidade do Estado da Bahia25

Um mapeamento realizado pelo WWF-Brasil e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia


(SEMA-BA) revela que existem atualmente 336 áreas prioritárias para conservação da biodiversidade
em ambiente terrestre e marinho: 48 delas precisam de ações urgentes de conservação e ou
recuperação; 84 foram classificadas como de prioridade muito alta de conservação e ou recuperação e
204 de importância alta. “O desmatamento e a construção de hidrelétricas são os grandes causadores
dos problemas nessas áreas”, afirma Paula Hanna Valdujo, especialista em conservação do WWF-
Brasil.
O estudo, lançado hoje por meio de uma plataforma online, mostra detalhadamente as etapas e os
resultados do processo de identificação dessas áreas, que totalizam pouco mais de 266 mil km², ou
47% do estado da Bahia. Desse total, considerando apenas as áreas naturais, as áreas prioritárias
cobrem apenas 27% do território do estado.

25
https://www.wwf.org.br/?58502/Estudo-do-WWF-Brasil-revela-que-Bahia-tem-48-reas-que-precisam-de-aes-urgentes-de-conservao

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. 171
As áreas foram classificadas quanto às ações de conservação: criação ou ampliação de Unidades de
Conservação (UC’s) (57 áreas), compensação ambiental (248 áreas), proteção a recursos hídricos (248
áreas), fomento a atividades econômicas sustentáveis (226 áreas) e inventários biológicos (245 áreas).
Essas áreas foram definidas para conservarem mais de 2.900 espécies de animais e plantas.
Além de espécies, também foram consideradas áreas relevantes para conservação dos recursos
hídricos, com ênfase em áreas com alta densidade de nascentes e importantes para abastecer
reservatórios e aquíferos. “Vivemos um momento de escassez de água em todo o país e a Bahia,
especialmente por conta do semiárido, enfrenta essa situação devido a causas naturais, mas que vêm
se agravando por conta do uso desordenado dos recursos hídricos”, explica Paula.
“O nosso mapeamento identificou áreas que vão contribuir para o aumento da qualidade da água, ou
seja, identificamos áreas que já não podem ser desmatadas ou que devem ser restauradas”, continua a
especialista. “Isso porque o desmatamento causa erosões, assoreamento e poluição dos rios. Ao
restaurar a vegetação, a qualidade da água melhora”, diz.
O estudo levou em consideração o risco de perda da integridade ecológica das áreas onde as
espécies-alvo ocorrem, de modo que foram selecionadas áreas sob menor risco sempre que possível.
Entretanto, como algumas espécies ocorrem apenas em regiões muito desmatadas, com infraestrutura
estabelecida e alto risco ecológico, algumas áreas prioritárias demandam intervenção imediata, para
garantir a conservação de tais espécies.
“A Bahia tem três biomas: Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica e espécies que só ocorrem em cada
um deles. Portanto é necessário que todos sejam protegidos para em consequência preservar essas
espécies”, diz Paula. “Esses resultados são muito importantes para nortear as ações de conservação
propostas pela SEMA-BA, tais como políticas para proteção de recursos hídricos, criação de unidades
de conservação e o estabelecimento de cotas de reserva ambiental”, afirma a especialista.

O estudo
O estudo foi realizado pelo Programa de Ciências do WWF-Brasil, por iniciativa da SEMA-BA e
contou com a participação de mais de 160 pesquisadores e gestores, que contribuíram com
informações sobre espécies, ameaças e oportunidades para conservação. As informações geradas
foram sistema de suporte a decisão que simula diversos cenários para identificar as áreas de maior
relevância para conservação, de forma a proteger a maior proporção possível das espécies,
minimizando os conflitos com outros setores. Posteriormente, as áreas selecionadas foram avaliadas
quanto aos seus potenciais, para indicação de ações de conservação.
Para acessar a íntegra do estudo, clique aqui: www.wwf.org.br/pscbahia. Abaixo segue algumas
informações mais relevantes desse processo.
26
O estudo de Identificação, mapeamento e avaliação das áreas prioritárias para conservação e uso
sustentável da biodiversidade no estado da Bahia foi realizado pelo Programa de Ciências do WWF-
Brasil, por iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia entre novembro de 2013 e
outubro de 2015.
Áreas Prioritárias para Conservação são instrumentos de planejamento territorial definidos a partir da
biodiversidade e das características da paisagem. O objetivo é complementar o atual sistema de
unidades de conservação, minimizando os custos e possíveis conflitos, e buscando manter condições
para a persistência das espécies e serviços ecossistêmicos a longo prazo. Para identificar áreas
prioritárias para conservação foi utilizada a abordagem do Planejamento Sistemático da Conservação.

Visão Geral
Localizado na região nordeste do Brasil, o estado da Bahia (contorno em preto) possui diversas
paisagens de três das seis regiões biogeográficas brasileiras: Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.
Banhada por aproximadamente 1.100 km de litoral, o ecossistema marinho também representa
importante biodiversidade, com destaque para o arquipélago de Abrolhos.

Áreas Protegidas
A biodiversidade baiana é protegida por 69 unidades de conservação, sendo 27 de proteção integral
e 56 de uso sustentável, correspondendo a aproximadamente 4 e 11% do território do estado,
respectivamente (CNUC, 2016).
O primeiro passo do estudo de priorização de áreas é o levantamento de dados: bases cartográficas,
dados de biodiversidade, unidades ambientais, serviços ecossistêmicos e ameaças e oportunidades
para conservação.

26
https://panda.maps.arcgis.com/apps/Cascade/index.html?appid=fcdf07cc5f3e49cc8ceb2681e74675e0

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. 172
Espécies, ecossistemas e serviços ecossistêmicos que se querem conservar são chamados de alvos
de conservação. Foram levantadas informações a respeito da distribuição geográfica das espécies de
plantas e vertebrados endêmicos da Bahia, espécies ameaçadas de extinção, ecossistemas terrestres e
serviços ecossistêmicos relacionados à provisão de recursos hídricos. Para cada um dos alvos de
conservação é atribuída uma meta, definida como uma proporção da área de ocorrência da espécie ou
ecossistema.

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. 173
Os ecossistemas terrestres, também denominados unidades ambientais, são subdivisões do território
de acordo com o tipo de vegetação, relevo, clima ou outros parâmetros. Cada ecossistema se diferencia
dos demais por diversos aspectos e, consequentemente, pelas espécies de plantas e animais que lá
ocorrem. Esse tipo de subdivisão é especialmente útil quando não se dispõem de dados de ocorrência
de espécies homogeneamente em toda a área de estudo, de modo que cada ecossistema funciona
como representante de sua biodiversidade (também chamados de substitutos ou proxies).
Os alvos de serviços ecossistêmicos descrevem áreas que são importantes para o fornecimento de
água para manutenção dos ecossistemas e das populações humanas. Áreas de intenso balanço
hídrico, com alta densidade de nascentes, áreas de captação para o abastecimento de reservatórios
(represas) e áreas de alto potencial para recarga de aquíferos foram utilizadas como alvos de
conservação na categoria serviços ecossistêmicos neste estudo.

Características anatômicas e fisiológicas do corpo humano: sistemas digestório,


respiratório, cardiovascular, urinário, nervoso, endócrino, imunológico,
reprodutor e locomotor.

Noções básicas de anatomia


27
Para estudarmos a anatomia do corpo humano, é necessário conhecer os termos técnicos de direção
e posicionamento. Para isso torna-se fundamental estabelecermos uma posição padrão a qual
denominamos posição anatômica.
Todas as estruturas, mesmo quando isoladas, ou seja fora do corpo, devem ser estudada como se a
mesma estivesse "in sito", usando como referência a posição anatômica.

Posição anatômica
1. Corpo ereto, bípede, ortostático,
2. Membros superiores posicionados ao longo do tronco com as palmas voltadas anteriormente,
3. Calcanhares ligeiramente unidos com as extremidades dos pés voltadas anteriormente,
4. Cabeça erguida e olhos no plano de Frankfurt (ao nível do horizonte)

Planos de construção do corpo humano


Compreendem planos de delimitação ou tangenciais e os planos de secção ou de corte
a) planos de delimitação

27
http://aulas-de-anatomia.blogspot.com.br/2010/08/nocoes-basicas-de-anatomia.html

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. 174
Como o próprio nome indica, apenas delimitam o corpo, tangenciando-o como se o mesmo estivesse
contido em um paralelogramo de 6 faces:
1. plano craniano ou superior
2. plano podálico ou inferior
3. plano ventral ou anterior
4. plano dorsal ou posterior
5. plano lateral direito
6. plano lateral esquerdo

b) planos de secção
São aqueles que cortam o corpo humano permitindo visualização interna do órgãos e vísceras:
1. Plano Sagital - secciona o corpo humano em partes direita e esquerda, assimétricas.
*Plano mediano é o plano sagital que secciona o corpo humano em metades direita e
esquerda aproximadamente simétricas.
2. Plano Transversal - secciona o corpo humano em partes superior e inferior
3. Plano Coronal ou Frontal - secciona o corpo humano em partes anterior e posterior
*Os termos Sagital e Coronal estão em relação às suturas cranianas que recebem a mesma
denominação.

Termos de posição e direção


a) Em relação ao plano mediano:
1. Mediano(a) - toda e qualquer estrutura posicionada sob o plano mediano. Ex.: nariz, osso esterno,
cicatriz umbilical, sínfise púbica, coluna vertebral, laringe etc.
2. Medial - para estruturas localizadas próximas ou voltadas ao plano mediano. Ex.: olhos, rins, mamas,
extremidade esternal da clavícula etc.
3. Lateral - para a estrutura localizada mais afastada do plano mediano EX. orelhas em relação aos
olhos e ao plano mediano, extremidade acromial da clavícula
4. Intermédia - para estruturas localizadas entre uma estrutura medial e outra lateral.

b) Em relação ao plano cranial ou superior


1. Superior ou cranial - aquela que está mais próxima do plano superior
2 Inferior ou caudal - aquela que está mais distante do plano superior
3. Médio - aquela que está entre uma superior e outra inferior

c) Em relação à raiz dos membros ou seja, ao ombro ou ao quadril:


1. Proximal - aquela que está mais próxima
2. Distal - aquela que está mais distante
3. Médio - aquela que está entre a proximal e a distal
*O termo médio aplica-se para estruturas localizadas entre uma superior ou inferior, proximal ou
distal, anterior ou posterior.

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. 175
Existe ainda outros termos de posições tais como externo, interno, superficial e profundo.

Sistema Digestório- A digestão no homem28

O sistema digestório tem a função primordial de promover nutrientes para o corpo. O alimento, após
passar pela boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida para os intestinos
delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus. O sistema digestório prepara o alimento para ser
usado pelas células por meio de cinco atividades básicas.

Boca

A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua,
que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em
pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.

-Os dentes:

Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos
sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de
tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa
até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada
pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro
chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à
mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada
sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos
sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.

A língua

A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro
sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da
língua, não é homogênea.

28
http://www.afh.bio.br

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. 176
As glândulas salivares

A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas
de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal:
parótida, submandibular e sublingual.
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado
pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas
peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o
esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento
chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre
nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior
do estômago.

Faringe e esôfago

A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório:
por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorre-lo.

Estômago e suco gástrico

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função
principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite
ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas
duas partes se unem por ângulos agudos.
O estômago é formado por cinco partes:
-Cárdia - A primeira parte do estômago (próxima do esôfago).
-Fundo - Parte superior do estômago, junto à cárdia.
-Corpo - Parte principal do estômago, entre as partes superior e inferior.
-Antro - Porção inferior (perto do intestino delgado), onde o alimento é misturado com o suco gástrico.
-Piloro - Última parte do estômago, age como uma válvula para controlar o esvaziamento do conteúdo
do estômago para o intestino duodeno.

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O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido
clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0
(ácido). Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação
mecânica iniciada pela mastigação.
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este
é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, o pepsinogênio, ao ser
lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas.

A pepsina, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos e o resultado do
trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres.
A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa
gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de
outras enzimas proteolíticas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico,
bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está
sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a
cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram
(úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao
suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa
cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino
delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

Intestino delgado

O intestino delgado consiste em um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro
e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5
cm).

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A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da
parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas
digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula
biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5 (básico). Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando
(quebrando) ou emulsionando as gorduras
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de
bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável
pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos
nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as
moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam
sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos.
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são
secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as
proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com
a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que
por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima
ativa.

A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina,


a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de
aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH
aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco
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entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das
peptidases, resultando em aminoácidos.

Local de
Enzima digestória Substância-alvo Ação
produção
glândulas
PTIALINA amido Decompõe amido em maltoses
salivares
Decompõe proteínas em
PEPSINA estômago proteínas
fragmentos menores
Decompõe a sacarose em glicose
SACARASE intestino delgado sacarose
e frutose.
Decompõe a lactose em glicose e
LACTASE intestino delgado lactose galactose.

Decompões lipídios em ácidos


LIPASE pâncreas lipídios
graxos e gliceróis.
Decompõe proteínas em
TRIPSINA pâncreas proteínas
fragmentos menores
AMILASE
pâncreas amido Decompõe amido em maltoses
PANCREÁTICA
Decompõe maltose em glicoses
MALTASE intestino delgado maltoses
livres
fragmentos de Decompõe os fragmentos prtéicos
PEPTIDASE intestino delgado
proteínas em aminoácidos.

No intestino, os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo


tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa,
dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5
milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As
membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas
denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as
vitaminas
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e
ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes.
Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e
envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos
linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos),
sendo, então, armazenados.

Intestino grosso

É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação
pelo ânus.

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Glândulas anexas

-Pâncreas

O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão e se localiza atrás do estômago,


entre o duodeno e o baço. Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático, que contém enzimas
digestivas) quanto endócrino (produzindo muitos hormônios importantes, como insulina, glucagon e
somatostatina). O sulco pancreático atua no processo digestivo e, através do ducto pancreático é lançado
na cavidade do duodeno. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas
de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. O pH do suco pancreático oscila
entre 8 e 8,3.
O pâncreas tem as seguintes funções:
Dissolver carboidrato (amilase pancreática);
Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastáse);
Dissolver triglicerídios nos adultos (lípase pancreática);
Dissolver ácido nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).

- Vesícula Biliar

A vesícula Biliar tem de 7 a 10 cm de comprimento e situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral
do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação da
vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada
com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile. O Ducto Cístico liga a
vesícula biliar ao Ducto Hepático comum (união do ducto hepático direito e esquerdo) formando o Ducto
Colédoco. O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se na face posterior da
cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em
contato com o ducto pancreático principal.

- Fígado

O fígado é mais uma das glândulas anexas do sistema digestório do corpo humano e se localiza no
abdômen, sob o diafragma, e é a maior glândula do corpo. Ele armazena substâncias, como glicose, ferro
e vitaminas; sintetiza proteínas; inativa produtos tóxicos; metaboliza e elimina resíduos gerados no próprio
corpo (como a uréia , o ácido úrico e o ácido lácteo). A bile é um fluido produzido pelo fígado, que fica
armazenada na vesícula biliar e atua na digestão de gorduras, de alguns alimentos e na absorção de
substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. Ela é excretada pelo fígado, segue pelos
ductos biliares, passa à vesícula, indo ao intestino, onde emulsiona as gorduras. Sua coloração
geralmente é amarela, apresentando uma tonalidade esverdeada.

SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO


29
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a
boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos
localizados nos pulmões.

29 29
http://www.afh.bio.br

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Fossas nasais

As fossas nasais são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas
são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior
possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes
nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No
teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções
de filtrar, umedecer e aquecer o ar.

Faringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com
as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes
de atingir a laringe.

Laringe
A laringe é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do
pescoço, em continuação à faringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada
é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante
a passagem de ar.

Traquéia
Consiste em um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento,
cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os
brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira
e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.

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Pulmões
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo
envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em
pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por
capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
O diafragma serve como base de cada pulmão. Este fino músculo que separa o tórax do abdômen
(presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos
respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma
(ver controle da respiração)

Mecânica da respiração do homem


Os pulmões ocupam a maior parte da cavidade torácica. Neles ocorre o processos de renovação do
ar conhecido como mecânica da respiração.
Na inspiração, os músculos da caixa toráxica (diafragma e músculos intercostais) se contrai e se
achata; o tórax se expande, a pressão interna diminui em relação a atmosférica, e o ar entra. Na
expiração, todos os músculos relaxam, voltando a posição inicial, a pressão interna na da caixa torácica
aumenta, e o ar é expelido.

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Regulação dos movimentos respiratórios no homem
O centro nervoso, que controla os músculos do tórax e o diafragma, localiza-se numa parte do sistema
nervoso central denominado bulbo. É curioso notar que a regulação dos movimentos respiratórios pelo
bulbo depende primariamente do acúmulo do CO2, uma vez que este ao se acumular no sangue, combina-
se com a o H2O, produzindo o ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3-.O aumento da
concentração de H+ (acidose) estimula o bulbo a aumentar a frequência dos movimentos respiratórios.
Por outro lado, a queda da concentração do CO2, reduz a concentração de H+, provocando a diminuição
do ritmo respiratório.

SISTEMA CIRCULATÓRIO
Funcionamento do Sistema Circulatório nos mamíferos
O principal órgão desse sistema é o coração, que bombeia o sangue, de forma que ele possa chegar
até as extremidades do corpo e voltar para o coração. O sangue, material transportado pelo sistema
circulatório, sai do coração carregado de oxigênio, passa pelas artérias, veias e capilares, pelo pulmão e
então retorna para o coração. O tempo médio para que o sangue complete um ciclo completo de
circulação é de um minuto.
Os canais usados pelo sangue para circular são chamados de vasos sanguíneos. São divididos nas
artérias, veias e os capilares. As artérias são os canais usados pelo sangue quando ele sai do coração
em direção ao corpo, sendo mais grossas que os outros dois tipos de canais. As veias são canais
menores, mas tão fortes quanto as artérias. Recebem o sangue vindo dos capilares (vasos menores que
as veias e que servem para a transição de sangue entre as artérias e as veias) e levam o sangue em
direção ao coração, para serem encaminhadas para o pulmão.
A segunda passagem do sangue pelo coração é para ser encaminhada para outro tipo de circulação:
a circulação pulmonar. Nessa circulação, o sangue já está sem oxigênio, pois percorreu o corpo todo e já
distribuiu esse oxigênio, assim como os nutrientes, para as células e tecidos do corpo. Quando chega ao
pulmão, o sangue é oxigenado e então volta ao coração pela segunda vez, terminando o ciclo do sangue.
Agora ele será novamente bombeado pelo corpo, levando oxigênio às células.
O material que o corpo precisa eliminar também tem a contribuição do sistema circulatório para fazê-
lo. Esses materiais, chamados de excretas, passam pelo sistema circulatório para que sejam levados aos
órgãos responsáveis para retirá-los do corpo.
Exemplo de excretas são ureia ou CO2.

- Circulação Pulmonar: Nesse tipo de circulação, o sangue rico em gás carbônico sai, é oxigenado e
volta ao coração.

- Circulação Sistêmica: O sangue sai do coração para o corpo onde irriga os tecidos. Nestes há
trocas gasosas e o sangue rico em gás carbônico volta para o coração.

A Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar é o caminho que o sangue percorre do coração aos
pulmões, e dos pulmões ao coração. Assim, o sangue venoso é bombeado do ventrículo direito para
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a artéria pulmonar que se ramifica de maneira que uma segue para o pulmão direito e outra para o
pulmão esquerdo.
Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos alvéolos libera o gás carbônico e absorve o gás
oxigênio. Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao coração, através das veias
pulmonares, que se conectam no átrio esquerdo.

A Grande Circulação ou Circulação Sistêmica é o caminho do sangue que sai do coração até as
demais células do corpo, e vice-versa. No coração, o sangue arterial, vindo dos pulmões, é bombeado
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deste para a artéria aorta responsável por transportar
esse sangue para os diversos tecidos do corpo.
Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos
gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue venoso. Por fim,o sangue
venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pelas veias cavas superiores e
inferiores, completando o sistema circulatório.

Componentes do Sistema Circulatório

Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo líquido altamente especializado, produzido na medula óssea
vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados.
O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos
sanguíneos.
O sangue é formado por alguns tipos de células (parte figurada) destruídas em um meio liquido
chamado de plasma.
Os constituintes celulares são os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), os glóbulos brancos
(leucócitos) e as plaquetas (trombócitos). O plasma compõe-se principalmente de água com diversas
substâncias dissolvidas, que são transportadas através do corpo.

-Hemácias
Continuamente produzidas pela medula vermelha (tecida hematopoiético) dos ossos longos; são
armazenadas no baço, destruídas no fígado e na medula óssea. Tem duração média de 120 dias. Na
fase embrionária, são produzidos pelo fígado. Contêm hemoglobina, pigmento vermelho que tem função
de se combinar e transportar oxigênio.

-Leucócitos
Continuamente produzidos pela medula óssea, baço e gânglios linfáticos, apresentam grande
variedade quanto ao núcleo, reação a corantes etc. Os mais frequentes são os neutrófilos (70%), que
podem abandonar os capilares por meio dos pseudópodes (diapedese), para defender o organismo contra
os agentes estranhos, como fungos e bactérias. Os linfócitos, segundo tipo mais frequente de leucócitos,
atuam na defesa do corpo pela produção de anticorpos.

Plaquetas
Produzidas pela medula óssea, têm um papel importante na coagulação do sangue.

Coração
O coração é um órgão muscular do sistema circulatório, que se localiza na caixa torácica entre os
pulmões e funciona como uma bomba dupla de modo que o lado esquerdo bombeia o sangue arterial
para diversas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia o sangue venoso para os pulmões. O
coração funciona impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: contração, denominado sístoles
e relaxamento, denominado diástoles.

Estrutura do Coração
- Pericárdio: membrana que reveste o exterior do coração.
- Endocárdio: membrana que reveste o interior do coração.
- Miocárdio: músculo situado entre o pericárdio e o endocárdio, responsável pelas contrações do
coração.
- Átrios: cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração.
- Ventrículos: cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração.
- Válvula Tricúspide: impede o refluxo de sangue do átrio direito para o ventrículo direito.

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- Válvula Mitral: impede o refluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo.

Os batimentos cardíacos
A contração do coração é chamada sístole e o relaxamento diástole.

Diástole Sístole
Os batimentos cardíacos tem origem num impulso rítmico que partem de um grupo de células
especializadas da própria parede muscular do coração, chamado de nódulo sino-atrial, que funciona como
um marca-passo. Entretanto, o ritmo das pulsações é controlado pelo sistema nervoso autônomo, através
de um nervo inibidor que libera acetilcolina, e de um acelerador, que libera adrenalina.

Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos do sistema circulatório, distribuídos por todo o corpo, por onde circula
o sangue. São formados por uma rede de artérias e veias que se ramificam formado os capilares.
Leia mais sobre os tipos de vasos sanguíneos em Sistema Cardiovascular.

Artérias
As artérias são vasos do sistema circulatório, que saem do coração e transportam o sangue para
outras partes do corpo. A parede da artéria é espessa formada de tecido muscular elástico, que suporta
a pressão do sangue. O sangue venoso, rico em gás carbônico, é bombeado do coração para os pulmões
através das artérias pulmonares enquanto o sangue arterial, rico em gás oxigênio, é bombeado do
coração para os tecidos do corpo, através da artéria aorta. As artérias se ramificam pelo corpo, ficam
mais finas, formam as arteríolas, que se ramificam ainda mais, originando os capilares.

Veias
As veias são vasos do sistema circulatório, que transportam o sangue de volta dos tecidos do corpo
para o coração. Suas paredes são mais finas que as artérias. A maior parte das veias transporta o sangue
venoso, ou seja, rico em gás carbônico. Contudo, as veias pulmonares transportam o sangue arterial,
oxigenado, dos pulmões para o coração.

Capilares
Os capilares são ramificações microscópicas de artérias e veias do sistema circulatório. Suas
paredes apresentam apenas uma camada de células, que permitem a troca de substâncias entre o
sangue e as células. Os capilares se ligam às veias, levando o sangue de volta para o coração.
Pelo corpo de uma pessoa adulta circula, em média, seis litros de sangue, numa ampla rede de vasos
sanguíneos, bombeados pelo coração.

SISTEMA EXCRETOR
Rins filtram impurezas e as eliminam na urina
Os nutrientes ganham as células e farão parte do metabolismo celular. Para que ocorra a síntese das
proteínas (os hormônios circulantes, formadores das paredes celulares, dos tecidos), das gorduras
(tomam parte na composição das membranas celulares) e outras substâncias, as células necessitam de
energia, só assim sobrevivem.
Essa energia é obtida por uma reação de combustão (queima) conhecida como respiração celular.

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Nesse processo, a glicose (obtida na digestão e trazida pelo sangue a cada uma das células) e o
oxigênio (obtido na respiração pulmonar e trazido a cada uma das células pelo sangue) sofrem uma
reação química, que libera energia e tem como produtos a água e o gás carbônico.
As células realizam seus processos metabólicos dos quais restam resíduos, que são conhecidos como
excretas, pois não servem às células e são até mesmo tóxicos. O processo de eliminação dos resíduos
do metabolismo pelo corpo é conhecido como excreção. Nos corpos dos animais existe um delicado
equilíbrio físico-químico dentro e fora das células. A manutenção desse equilíbrio é feita pela sistema
excretor.
Excreção e sistema urinário
A excreção tem por principal função eliminar substâncias nitrogenadas e regular a quantidade de água
nos indivíduos. Os excretas nitrogenados podem ser eliminados sob diferentes formas, dependendo do
animal: aminoácidos, ureia e ácido úrico.
Os rins e vias urinárias constituem o sistema urinário dos mamíferos, que é muito eficiente na
"limpeza" do organismo. Os rins recebem o sangue a ser filtrado, que é rico em oxigênio necessário à
sobrevivência, através das artérias renais, que se transformam em vasos cada vez menores no seu
interior (arteríolas). Essa ramificação de vasos entra em contato direto com a unidade excretora do rim, o
néfron.
O néfron está dividido em duas regiões:
Uma que possui um "novelo" de capilares (glomérulo de Malpighi), onde a pressão do sangue expulsa
para uma cápsula coletora (cápsula de Bawman) a água e pequenas moléculas dissolvidas no plasma
sanguíneo (sais, uréias, moléculas orgânicas simples). Estruturas e substâncias maiores (glóbulos
sanguíneos e proteínas do plasma) não passam do interior dos capilares para a cápsula. Outra, o túbulo
renal, onde ocorre a reabsorção. A água e outras sustâncias úteis que haviam sido filtradas voltam para
o sangue.
O sangue filtrado sai dos rins pela veia renal, livre de excretas e rico em gás carbônico.

De cada rim sai um tubo, os ureteres, que levam o produto da filtração e reabsorção (urina) até a um
reservatório, a bexiga urinária, que tem por função armazenar a urina. A bexiga é um órgão constituído
por musculatura elástica, o qual aumenta conforme armazena a urina. Seu limite é, em média, de 600ml,
pouco mais que meio litro. A urina sai para o exterior do corpo através da uretra.

O volume de água no organismo


A produção da urina é regulada pela região cerebral (hipotálamo) capaz de perceber a concentração
sanguínea. Essa região cerebral produz um hormônio responsável pelo aumento da reabsorção de água
nos túbulos renais, diminuindo o volume de urina e assim a perda de água.
No inverno, quando os dias são mais frios, transpiramos menos, portanto perdemos menos água para
o meio ambiente. Para manter os níveis necessários de água no corpo é preciso eliminar a água que não

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saiu pela transpiração, o que é feito através da urina. Assim o corpo diminui a produção do hormônio que
aumenta a reabsorção nos túbulos renais, aumentando o volume de urina.

Sistema Endócrino

O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são
lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam. Junto com o
sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do nosso corpo. O hipotálamo grupo
de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas.

Controle hormonal

Hormônios são substâncias produzidas por glândulas especiais, chamadas endócrinas. Eles são
liberados dessas glândulas diretamente nos líquidos corporais-sangue e linfa- e atuam em células-alvo
geralmente distantes do seu local de produção. Uma vez recebidos pelo alvo, os hormônios
desencadeiam uma série de reações químicas, exercendo ação de controle do metabolismo das células;
seu efeito pode ser imediato ou levar vários dias para aparecer, persistindo por meses ou até anos,
dependendo do hormônio.
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas exócrinas não produzem hormônios e liberam
suas secreções por dutos ou canais, como é o caso das glândulas lacrimais, sudoríparas e salivares.
Existe glândula mista, representada pelo pâncreas, que apresenta uma porção endócrinas que secreta
hormônios e uma porção exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno através do duto pancreático.
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que também secretam hormônios, como é o caso do
coração, do estômago, do intestino delgado e dos rins. Os hormônios secretados por esses órgãos
geralmente apresentam efeitos locais.
O controle hormonal é realizado pelo sistema endócrino, composto por glândulas e por outras
estruturas com função endócrina do nosso organismo.
A ação conjunta dos diversos hormônios e do sistema nervoso garante a coordenação e a harmonia
das funções do nosso organismo.

Glândulas do Sistema Endócrino


As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes partes do corpo: hipófise, tireoide e
paratireoides, suprarrenais, pâncreas e as glândulas sexuais.

Hipófise

A hipófise também denominada glândula pituitária, é uma pequena glândula com cerca de 1 cm de
diâmetro. Aloja-se na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está
localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela
haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura – máter. A hipófise é considerada uma
glândula mestra, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo
grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
A hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em duas partes (anterior e posterior). Cada
parte será responsável por funções fisiológicas diferenciadas. Sendo assim, reconhece -se na hipófise:

-Adeno-hipófise (hipófise anterior):Secreta os hormônios que controlam o funcionamento de outras


glândulas endócrinas, quando estimuladas a fazer isso pelo hormônios do hipotálamo.
-TSH (hormônio tireotrófico): hormônio que estimula e regula a atividade da tireoide na produção dos
hormônios T3 e T4;
-ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): que controla a atividade do córtex da glândula suprarrenal;
-LH (hormônio luteinizante): hormônio que regula as atividades das gônadas masculinas e femininas,
como a produção de testosterona nos testículos, indução da ovulação e formação do corpo lúteo.
-FSH (hormônio folículo-estimulante): hormônio que atua na produção dos folículos, nos ovários; e dos
espermatozoides, nos testículos.
Somatotrofina, hormônio do crescimento ou GH: hormônio que promove a captação de aminoácidos
para a formação de proteínas. Com isso, esse hormônio atua no crescimento de todo o organismo,
incluindo tecidos, ossos e cartilagens, promovendo o aumento na estatura principalmente dos jovens na
puberdade. Após a puberdade, a produção desse hormônio cai consideravelmente. Há casos em que,
em virtude de uma disfunção na hipófise, a pessoa continua a produzir esse hormônio mesmo após a

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puberdade. Quando isso ocorre, não há aumento da estatura, mas os ossos do crânio, da face, das mãos
e dos pés aumentam, causando uma doença que chamamos de acromegalia.
O excesso do hormônio do crescimento provoca o aumento exagerado no tamanho do corpo, o que
chamamos de gigantismo; já a sua deficiência (que geralmente é causada por fatores genéticos), provoca
o nanismo. Algumas crianças que têm deficiência na produção do hormônio do crescimento podem ser
tratadas com injeções desse hormônio para promover o seu crescimento.
Prolactina: esse hormônio atua promovendo a produção de progesterona nos ovários femininos e
também na produção de leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação.

-Neuro- Hipófise (hipófise posterior): Só armazena hormônios produzido pelo hipotálamo.


O lado posterior é conectado à parte do cérebro chamada de hipotálamo através do infundíbulo. Os
hormônios são feitos nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, e estes hormônios
são então transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são:
-Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do útero durante o parto, estimulando a expulsão do
bebê. Em alguns casos, os médicos aplicam esse soro contendo ocitocina na mãe para estimular o parto.
Esse hormônio também promove a liberação de leite durante a amamentação.
-ADH (hormônio antidiurético): esse hormônio atua no controle da eliminação de água pelos rins,
portanto tem efeito antidiurético, ou seja, é liberado quando a quantidade de água no sangue diminui,
provocando uma maior absorção de água no túbulo renal e diminuindo a urina. Quando o nível desse
hormônio está acima do normal, ocorre a contração das arteríolas, provocando um aumento da pressão
arterial, por isso o nome vasopressina. Há casos em que a quantidade de ADH no organismo da pessoa
é deficiente, provocando excesso de urina e muita sede. A esse quadro damos o nome de diabetes
insípida

Tireoide

A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos- esquerdo e direito), que
fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou
popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15
a 25 gramas (no adulto).
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também,
no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na
fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental
estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4)
e a triiodotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo basal, ou seja, é
ele que estimula as células a trabalharem e garante que tudo funcione corretamente no corpo.
A função dessa glândula é regulada por um mecanismo de auto controle que envolve o cérebro.
Quando os níveis de hormônios da tiroide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio
conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), que faz com que a glândula pituitária (adenoipóifise) libere
o hormônio estimulador da tireoide (TSH) (figura 01).

Figura 01. Liberação dos hormônios tiroxina (T4) e triofotironina (T4) regulada pela hipófise.

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Problemas relacionados a tireoide

Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândula para de funcionar corretamente, podendo
produzir mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez que a glândula tireoide é controlada pela
glândula pituitária no e pelo hipotálamo, distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a função
da tireoide.

-Hipertireoidismo

O hipertiroidismo, também conhecido como hiperfuncionamento da tiroide, é uma doença metabólica


caracterizada pela produção excessiva de hormônios tireoidianos (chamados T3 e T4). Esses hormônios
desempenham um papel fundamental da regulação do metabolismo, incluindo funções vitais como as
frequências cardíaca e respiratória. Se os hormônios T3 e T4 são produzidos em excesso, geram uma
variedade de sintomas.
Os sintomas do hipertireoidismo, que se manifestam em várias semanas, podem ser os
seguintes:Sintomas hipertireoidismo– nervosismo, tremores nas mãos
– Perda de peso;
– Transpiração excessiva: pele úmida, quente;
– Problemas psíquicos: ansiedade, distúrbios do sono;
– Palpitações e/ou um ritmo cardíaco mais acelerado;
– Distúrbios menstruais nas mulheres;
– Diarréia;
– Bócio (aumento do volume da glândula tireóide);

– olhos saltados (exoftalmia), nas pessoas atingidas pela doença de Basedow;

– fadiga (falta de energia) e fraqueza– osteoporose– cabelos quebradiços e oleosos– dor muscular–
unhas quebradiças.

-Hipotireoidismo

Assim como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo também causa um aumento de volume da tireóide.


Contudo, esse aumento não é acompanhado de mais produção dos hormônios tireoidianos, mas sim pela
queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Como outros males da tireóide, o hipotireoidismo é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em
qualquer indivíduo independente de gênero ou idade. Os endocrinologistas orientam mulheres,
especialmente acima de 40 anos, a fazerem o auto-exame da tireóide regularmente.

Entre os sintomas do hipotireoidismo estão:

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Depressão
Desaceleração dos batimentos cardíacos
Intestino preso
Menstruação irregular
Diminuição da memória
Cansaço excessivo
Dores musculares
Sonolência excessiva
Pele seca
Queda de cabelo
Ganho de peso
Aumento do colesterol no sangue

Paratireoide

As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na
região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são
responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.
O paratormônio é uma proteína com massa molecular de 8.500 Da. Ele se liga a receptores em
osteoblastos, sendo este um sinal para estas células produzirem um fator estimulante de osteoclastos
que aumenta o número e atividade dessas células, promovendo assim a reabsorção da matriz óssea
calcificada e a liberação de Ca2+ no sangue. Por outro lado, o aumento da concentração de Ca2+ suprime
a produção de hormônio da paratireóide. A calcitonina produzida na glândula tireóide também influencia
os osteoclastos, inibindo tanto sua ação de reabsorção de osso como a liberação de Ca2+, diminuindo a
concentração deste íon no plasma e estimulando a osteogênese, tendo, portanto, ação oposta a do
paratormônio.
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmático, o hormônio da paratireóide reduz a
concentração de fosfato sanguíneo. Este efeito resulta da atividade do paratormônio em células dos
túbulos renais, diminuindo a reabsorção de fosfato e aumentando sua excreção na urina. O paratormônio
aumenta indiretamente a absorção de Ca2+ no trato digestivo, estimulando a síntese de vitamina D, que é
necessária para esta absorção. A secreção das células paratireóides é regulada pelos níveis sanguíneos
de Ca2+.

Hipoparatireoidismo

É a doença resultante da falta de produção de paratormônio pelas glândulas paratireóides. A falta


desse hormônio causa a redução do cálcio no sangue.
Os sintomas são decorrentes da falta de cálcio: fraqueza, cãibras, sensação de formigamento no corpo
e dormência nas mãos, espasmos involuntários dos músculos da face, e, mais raramente, malformações
dos dentes e das unhas.
A causa mais frequente da doença é consequência da retirada das paratireóides durante cirurgias,
sejam elas para a retirada de tumores de paratireóide ou em cirurgias de tireoide. A segunda causa mais
frequente são doenças auto-imunes das paratireóides. As outras causas incluem doenças genéticas,
exposição à radiação, doenças infiltrativas e falta de magnésio.

Hiperparatireoidismo

É a doença resultante do excesso de produção de paratormonio pelas glândulas paratireóides. O


excesso deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No entanto, uma pequena parcela pode apresentar
fraqueza, falta de apetite, náuseas, vômitos, intestino preso, confusão mental, depressão, muita sede e
muita vontade de urinar (poliúria). Além disso, os portadores de hiperparatireoidismo podem ter cálculos
renais e osteoporose.
A causa mais frequente é o adenoma (tumor benigno) de uma das quatro glândulas paratireóides. A
segunda causa mais frequente é um aumento das quatro glândulas da paratireóide, conhecido como
“hiperplasia primária das paratireóides”. Raramente o aumento de PTH é decorrente de um câncer
maligno (carcinoma) de paratireóide.

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Pâncreas

O pâncreas é uma glândula anfícrena que pertence aos sistemas digestivo e endócrino, com cerca de
12,5 cm de comprimento, em forma de folha, situada atrás do estômago, entre a porção superior do
intestino e o baço.
O pâncreas é composto por três regiões principais: cabeça, que é a parte que se encaixa no duodeno,
o corpo e a cauda, que é a parte final.

O pâncreas pode ser classificado de acordo com seu funcionamento:

-Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir em
pedaços menores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar para o intestino,
auxiliando na digestão dos alimentos e metabolismo dos nutrientes;
-Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na produção de hormônios, como a insulina e
glucagon, os quais regulam a forma como o organismo utiliza os açúcares.
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino e endócrino são formados por células diferentes,
por exemplo, o pâncreas endócrino é formado por conglomerados de células chamadas ácinos que irão
produzir o suco pancreático. Misturados com os ácinos, encontram-se os Ilhotas de Langerhans, que
são grupos isolados de células que produzem os hormônios que fazem o controle dos níveis de açúcar
no sangue.

Insulina

A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, que promove a entrada de glicose nas células e
também desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existem algumas
patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: diabetes, resistência à insulina e
hiperinsulinemia. Conheça agora um pouco mais sobre a importância deste hormônio para nossa saúde.

Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos através dos alimentos (pão, massas, açúcares,
cereais) são mais rapidamente convertidos em glicose quando precisamos de energia. Para a glicose
penetrar em cada célula do corpo é necessário que haja insulina circulante, que faz com que o hormônio
chegue aos receptores de insulina nas células (Figura 01).

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Figura 01. Mecanismo de penetração de glicose na célula

Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina
também aumenta para que o excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células.

Diabetes

O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da
incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose
(açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina
em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é
capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao
permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado
como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente,
haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
30
Diabetes tipo I

As células do pâncreas são incapazes de produzir insulina e se não há insulina circulante a absorção
de glicose fica prejudicada e ocorre o aumento de glicose no sangue. Neste caso é necessário injetar
insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo sangue.

Diabetes tipo II

As células musculares e adiposas são incapazes de utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas.
Assim, a glicose no sangue é pouco aproveitada por essas células.

Hiperinsulinemia

Algumas das causas da hiperinsulinemia são: obesidade, sedentarismo e consumo elevado de


carboidratos refinados, que provoca aumento de glicose no sangue e conseqüentemente aumento na
produção de insulina.

Resistência à insulina

Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas células e dessa forma é produzido mais insulina, já
que este é o seu papel, levar glicose à célula, só que devido a essa dificuldade este hormônio não atua
de forma ideal, não desempenha sua função por completo. Esse excesso de insulina pode gerar um
estado de pré-diabetes ou diabetes mesmo.

30
SCHWARTZ M.V.- Staying slim with insulin in mind. Science 289: 2066-7, 2000.

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. 193
Suprarrenais

As glândulas supra-renais têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os rins, apesar de terem
pouca relação com estes em termos de função. As supra-renais são glândulas vitais para o ser humano,
já que possuem funções muito importantes, como regular o metabolismo do sódio, do potássio e da água,
regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do corpo humano ao stress.

Hormônios produzidos pelas suprarrenais:

- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a retenção de sódio. Onde há sódio, estão associados
íons e água. Portanto, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, afetando o volume
intracelular e extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudoríparas também são influenciadas pela
aldosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de sódio como reação à aldosterona.

- Adrenalina e a Noradrenalina: Tais hormônios são secretados em resposta à estimulação simpática


e são considerados como hormônios gerais. Liberados em grandes quantidades depois de fortes reações
emocionais como, por exemplo, susto ou medo, estes hormônios são transportados pelo sangue para
todas as partes do corpo, onde provocam reações diversas, principalmente constrição dos vasos,
elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, etc.
Tais reações resultam no aumento do suprimento de oxigênio às células. Além disso, a adrenalina,
que aumenta a glicogenólise hepática e muscular e a liberação de glicose para o sangue, eleva o
metabolismo celular. A combinação dessas reações possibilita, por exemplo, reações rápidas de fuga ou
de luta frente a diferentes situações ameaçadoras.

- Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações,
contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes,
assim como a pressão arterial.

Glândulas sexuais

O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-hipófise a liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão
sobre as gônadas, estimulando a produção de testosterona, estrógeno e progesterona.

-Mulher

Na mulher o aumento de LH e FSH é o estímulo para a maturação folicular. O folículo, em processo


de amadurecimento, passa a secretar estrógeno, o qual prepara o útero para receber o embrião,
provocando espessamento da parede do endométrio, aumento da irrigação sanguínea e da produção de
muco. Quando o folículo rompe, o nível de estrógeno cai e, como ele tem efeito inibitório sobre a secreção
de LH e FSH, esses hormônios têm um pico, provocando a liberação do óvulo de 16 a 24 horas depois.
Forma-se, então, o corpo lúteo, que começa a secretar progesterona.
Caso haja a fecundação, os níveis de estrógeno e de progesterona seguem aumentando, inibindo o
eixo hipotálamo-hipófise ao longo da gestação. Assim, nesse período, o LH e o FSH se mantêm baixos,
e a mulher se torna anovulatória. Se não houver a fecundação, o óvulo entra em involução em até 72
horas. A progesterona e o estrógeno começam a cair e o estímulo para manutenção da parede do
endométrio cessa, provocando sua descamação, caracterizando a menstruação. Então, o LH e o FSH,
que estavam baixos, começam a subir novamente, iniciando um novo ciclo, conforme o gráfico abaixo.

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-Homem

Os hormônios do sistema genital masculino são produzidos nas gônadas masculinas, muito
conhecidas como testículos. São os hormônios que determinam as características sexuais secundárias,
induzem a formação dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual.31
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 14 anos, que começam a ocorrer as mudanças
psicológicas e também fisiológicas no corpo dos meninos. Nessa fase da vida, dois hormônios produzidos
pela adeno-hipófise agem sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona. Esses hormônios
são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de
gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas.
No homem, o hormônio luteinizante também pode ser chamado de hormônio estimulador das células
intersticiais (ICSH), porque age estimulando as células intersticiais, ou de Leydig, a produzirem
testosterona. A testosterona e os hormônios gonadotróficos FSH e LH atuam juntos na ativação da
espermatogênese (produção de espermatozoides).
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela determina o desenvolvimento dos órgãos genitais,
a descida dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das características sexuais secundárias
masculinas, como a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos
músculos e dos ossos, entre outras. Também é a testosterona que induz o amadurecimento dos órgãos
genitais, além de promover o impulso sexual.
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase embrionária e é a presença dela que determina
o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. Se houver ausência desse hormônio, ou a falta de
receptores compatíveis a ele nas células do embrião, o sexo que se desenvolverá será o feminino.

SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo,
coordenando e regulando as atividades corporais.

31
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. 195
-A célula nervosa

O sistema nervoso é constituído por elementos altamente diferenciados, as células nervosas, ou


neurônios. Os neurônios podem variar em forma e tamanho. Todos tem em comum, entretanto, um corpo
celular, os dendritos e o axônio.

Os dendritos e o axônio são prolongamentos do corpo celular. Os dendritos são, geralmente,


expansões curtas e muito ramificadas (dendron= árvores). O axônio é geralmente longo e pouco
ramificado.
Há neurônio cujo axônio apresenta um envoltório chamado bainha de mielina. Esta bainha é formada
por células especiais, as células de Schwann, que envolvem os axônio e os revestem com várias camadas
de proteínas e lipídeos. A bainha funciona como isolante elétrico e permite condução mais rápida de
impulso.
Os corpos celulares dos neurônios se localizam no centros nervosos, como o cérebro, a medula e os
gânglios; os nervos por exemplo, são formados por feixes de axônios.
As células nervosas se comunicam umas com as outras através de seus prolongamentos: as
terminações dos axônios com as ramificações dos dendritos, sendo este o sentido obedecido na
propagação do impulso nervoso.

Tipos de neurônios

- Os neurônios sensitivos conduzem o impulso nervoso das células para o Sistema Nervoso Central.
- Os neurônios motores conduzem o impulso nervoso do Sistema Nervoso Central para os músculos
ou glândulas.
- Os neurônios de associação encontram-se no Sistema Nervoso Central e servem de ligação entre os
neurónios sensitivos e os motores que processam e coordenam a informação.

Sinapse
Como já explicado anteriormente, as sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre
um neurônio e outro; entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula
glandular.

O impulso nervoso
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos,
seguem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é de origem
elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna da membrana
celular.
A membrana de um neurônio em repouso apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo
(voltado para fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma da célula). Quando
essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. Essa diferença de cargas
elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem
uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso
(diferença entre as cargas elétricas através da membrana).
Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da
permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída de potássio
dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada
gerando um potencial de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso
nervoso.

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. 196
Imediatamente após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu
estado de repouso, e a transmissão do impulso cessa.
O estímulo que gera o impulso nervoso deve ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico,
que varia entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização que transforma o potencial
de repouso em potencial de ação. Esse é o estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só provoca
alterações locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso nervoso.
Qualquer estímulo acima do limiar gera o mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do
neurônio. Assim, não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do aumento do
estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”.

Sistema nervoso dos vertebrados


Nos vertebrados, o sistema nervoso está localizado na região dorsal e protegido pela caixa craniana e
pela coluna vertebral. Compreende: encéfalo, medula e nervos.
De um ponto de vista funcional o sistema nervoso humano está dividido em somático e autônomo.

Sistema nervoso Somático


A porção somática do sistema nervoso compreende todas as partes envolvidas no controle voluntário.
Dos organismos. Compreende o sistema nervoso central, formado pelo encéfalo e pela medula nervosa,
onde ocorrem a interpretação e a integração dos impulsos nervoso, e de onde partem ordens para todo
o organismo. O sistema nervoso central é protegido por um sistemas de membranas, as meninges: pia-
máter, em contato direto com os órgãos do sistema nervoso; dura-máter, sob os ossos do crânio e da
coluna vertebral e aracnoide, que situa-se entre as duas anteriores.
O sistema nervoso somático inclui, também, o sistema nervoso periférico, que compreende os nervos
formados por prolongamentos de neurônios sensoriais e efetuadores, que conduzem, respectivamente,
impulsos dos receptores sensoriais ao sistema nervoso central e, deste, de volta para as parte periféricas
do corpo, onde estão os efetuadores de respostas.
O encéfalo humano, como o de todos os vertebrados forma-se a partir de um dilatação do tubo neural,
que se subdivide em três porções: anterior, posterior e médio. Num estágio posterior, a porção anterior
do encéfalo se subdivide, constituindo o cérebro (grandemente expandido sob a forma de hemisférios
cerebrais) e o diencéfalo (tálamo, hipotálamo e hipófise posterior).
O cérebro é a sede de todas as ações voluntárias de que o animal é capaz de realizar. É notável o
aumento da superfície cerebral obtido através dos dobramentos (circunvoluções), à medida que subimos
a escala evolutivas dos vertebrados, revelando um aumento de áreas sensitivas e motoras em
vertebrados superiores.
O diencéfalo estabelece numerosas conexões com outras partes do encéfalo. O tálamo contém feixes
ascendentes e descendentes que ligam o cérebro a medula. O hipotálamo engloba os centros que
controlam o sono, vigília, fome, sede, osmorregulação, temperatura, instinto sexual, prazer e dor. A parte
superior da hipófise, considerada a glândula mestra do sistema endócrino, é formada por uma projeção
do diencéfalo, abaixo do hipotálamo. Ela armazena secreções produzidas por células neuro-secretoras.
O encéfalo médio parece ser a parte menos importante do encéfalo dos mamíferos, equivalendo aos
lobos ópticos dos vertebrados inferiores.
O cerebelo é o órgão responsável pela coordenação das atividades dos músculos esqueléticos, do
tato, visão e audição, em nível inconsciente, a partir de informações recebidas. Indivíduos com lesão no
cerebelo exibem fraqueza e perda do tônus muscular, assim como movimentos descoordenados. Suas
atividades estão relacionadas com o equilíbrio e postura corporal. O cerebelo trabalha em conexão com
o córtex cerebral e o tronco encefálico.
O bulbo, além de ser caminho para todos os feixes nervosos que ligam a medula espinhal ao cérebro,
contêm centros de controle da respiração, deglutição salivação vômito e circulação.
A medula espinhal é uma extensão do encéfalo, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das
costelas. E uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu
comprimento, que contém um líquido céfalo-raquidiano, e colocação branca por fora e cinzento por dentro.
É uma importante via de comunicação com os centros nervosos superiores, contendo inúmeros feixes
ascendentes e descendentes. Além disso, atua como centro de coordenação autônoma, que controlam
algumas ações reflexas.
Sistema nervoso autônomo
O sistema nervoso autônomo este sistema funciona de forma autónoma, controlando a função
involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua atividade não chega ao córtex O sistema
nervoso autónomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Estes

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trabalham de forma contrária, podendo-se afirmar que o sistema parassimpático restaura os níveis de
equilíbrio alterados pelo simpático.
A função do sistema nervoso simpático (SNS)é a de preparar o corpo para uma emergência, de
responder a um estímulo do ambiente quando o organismo se encontra ameaçado, excitando e ativando
os órgãos necessários às respostas.
Já o sistema nervoso parassimpático (SNP) visa reorganizar as atividades desencadeadas pelo
SNA Simpático, relaxando as atividades. Relaciona-se diretamente com a capacidade de regulação do
organismo face às condições ambientais em que se encontra – homeostasia, capacidade está garantida
pelo hipotálamo. Dando um exemplo: se o SNA simpático faz com que o ritmo cardíaco acelere, a função
do SNA parassimpático é estabilizar esse ritmo.
As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio antes de atingirem o
órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e fibras pós-ganglionares. As fibras pré-
ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor
acetilcolina no gânglio autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares
parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto
colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou adrenalina). A maioria da fibras pós-
ganglionares simpáticas, sem dúvidas, são do tipo adrenérgicas.

Tipos de sistema nervosos nos invertebrados


Com relação aos unicelulares não se pode falar propriamente, em sistema nervoso. Alguns
protozoários ciliados, como o paramécios, por exemplo, apresentam neurofibrilas, que coordenam os
batimentos ciliares. Se essas fibrilas forem seccionadas, o animal passa a se mover de modo irregular
Em relação aos pluricelulares, o grupo acreditado como o primeiro a possuir um sistema nervoso é o
filo dos Cnidários (corais, anêmonas, hidras e medusas). Os Poríferos (esponjas) - mais primitivos - não
possuem sistema nervoso. Nos Cnidários, há uma rede desordenada de neurônios. E, se um pulso
nervoso é desencadeado em um deles, é transmitido a todas as células que com ele se comunicam
através de sinapses, e destas a outras, resultando em respostas pouco elaboradas - como os movimentos
de “pulsação” em uma água viva quando está nadando. Trata-se do mais primitivo tipo de sistema
nervoso, denominado Sistema Nervoso Difuso.
É nos platelmintos (vermes achatados) que se pode falar, pela primeira vez; em sistema nervoso
central. Numa planária, por exemplo, é possível observar que existe uma aglomeração de massas
ganglionares (gânglios cerebroides) na região da cabeça. De lá partem dois cordões nervosos ventrais,
bilateralmente dispostos, ligados por inúmeras conexões nervosas.
Nos anelídeos e artrópodes, o sistema nervoso é mais complexo, sendo constituídos por massas
ganglionares dorsais, de onde parte um anel nervoso que circunda o tubo digestivo e se estende ao longo
da região ventral sob a forma de um cordão ganglionar.

O sistema imunológico

O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a microorganismos


invasores. Mas não é só isso; ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada
de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica.
Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de
mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.

Sistema Imunitário humano

O sistema imunológico é a defesa do organismo contra organismos infecciosos e outros invasores.


Através de uma série de passos, o sistema imunitário ataca organismos e substâncias que invadem o
corpo e causam a doença.
O sistema imunológico é composto de uma rede de células, tecidos e órgãos que trabalham juntos
para proteger o corpo. As células envolvidas são os glóbulos brancos ou leucócitos, que vêm em dois
tipos básicos que se combinam para procurar e destruir organismos causadores de doenças ou
substâncias.
Os leucócitos são produzidos ou armazenados em vários locais do corpo, incluindo o timo, baço e
medula óssea. Por esta razão, eles são chamados de órgãos linfóides. Há também grupos de tecido
linfóide pelo corpo, principalmente em gânglios linfáticos, que abrigam os leucócitos.

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Os leucócitos circulam através do corpo entre os órgãos e gânglios via vasos linfáticos e vasos
sanguíneos. Desta forma, o sistema imunitário funciona de forma coordenada para acompanhar o corpo
para germes ou substâncias que possam causar problemas.

Células do sistema imune

Linfócitos

Os linfócitos são responsáveis pelo reconhecimento do invasor e produção da resposta imune. São
produzidos na medula óssea e timo, que são órgãos linfóides primários ou centrais e migram para o baço,
linfonodo e amídalas, que são tecidos linfóides secundários. Os linfócitos B são produzidos na medula
óssea e os linfócitos T são produzidos no timo.

-Linfócitos B: os linfócitos B reconhecem o receptor de superfície do antígeno e transformam-se em


plasmócitos, que produzem e secretam anticorpos que se ligam especificamente com o antígeno. Os
linfócitos B ficam concentrados os gânglios linfáticos, prontos para uma reação.

-Linfócitos T: os linfócitos T são bastante variados e possuem um número grande de funções. Eles
interagem com os linfócitos B. As células T auxiliares (TH) auxiliam os linfócitos B na produção de
anticorpos, divisão e diferenciação celular. Os linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas do
hospedeiro, utilizando um receptor especifico para antígenos das células T (TCR). Os efeitos dos linfócitos
T estão relacionados com a liberação de citocinas, que são emissores químicos de sinais para as células.

Fagócitos
Os fagócitos têm a função de neutralizar, englobar e destruir as partículas estranhas e
microorganismos invasores. São produzidos na medula óssea e sua diferenciação é provocada por
citocinas. Quando estas células estão no sangue circulante são chamadas de monócitos, quando estão
nos tecidos são chamadas de macrófagos.
O monócito é uma célula grande, maior que o linfócito e possui um núcleo com muitos grânulos em
forma de ferradura.
Neutrófilos: Os neutrófilos são células fagocíticas e são muito numerosos, compreendendo cerca de
90% dos granulócitos que circulam na corrente sanguínea. É a primeira célula a chegar ao local de defesa
e tem vida curta.
Eosinófilos: São células com função de apreender e danificar os invasores, principalmente os parasitas
extracelulares grandes. Quando estimulados, eles liberam seus grânulos, liberando toxinas, histaminas e
arilsulfatase. Os eosinófilos combatem principalmente os vermes, pois não podem ser fagocitados. As
substâncias produzidas também ajudam a diminuir a resposta inflamatória.
Basófilos e mastócitos: Estas células estão em quantidades muito pequenas no sangue. Possuem
grânulos no citoplasma que produzem inflamação no tecido circundante. Estão associados com as
reações alérgicas.

Como funciona o sistema imunológico humano


Quando os antígenos são detectados, vários tipos de células trabalham em conjunto para reconhecê-
los e responder. Estas células acionam os linfócitos B a produzir anticorpos, proteínas especializadas que
travam os antígenos. Uma vez produzidos, estes anticorpos continuam a existir no corpo de uma pessoa,
de modo que se o mesmo é apresentado para o sistema imunológico mais uma vez, os anticorpos já
estão lá para fazer o seu trabalho. Assim, se alguém fica doente com uma determinada doença, a pessoa
geralmente não fica doente de novo.
Esta é também a forma como as imunizações previnem certas doenças. Uma imunização introduz no
corpo um antígeno numa maneira que não faz mal a ninguém, mas não permite que o organismo produza
anticorpos que irá proteger a pessoa de futuros ataques com a bactéria ou substância que produz a
doença em questão.
Embora os anticorpos possam reconhecer um antígeno e bloqueá-lo, eles não são capazes de destruí-
lo sem ajuda. Essa é a função das células T, que são parte do sistema que destrói os antígenos que
foram marcados por anticorpos ou células que foram infectadas ou de alguma forma alteradas. (Algumas
células T são realmente chamadas células “assassinas”).
Os anticorpos também podem neutralizar as toxinas (substâncias tóxicas ou nocivas), produzida por
diferentes organismos. Por último, os anticorpos podem ativar um grupo de proteínas chamado

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complemento que também fazem parte do sistema imunológico. O complemento ajuda a matar as
bactérias, vírus ou as células infectadas.
Todas essas células especializadas fazem parte do sistema imunológico do corpo de proteção contra
a doença. Esta proteção é chamado de imunidade.

O sistema imunológico e a diapedese


O processo de diapedese consiste na passagem dos leucócitos através da parede dos capilares
sanguíneos, vénulas e até arteríolas, penetrando através das junções entre as células endoteliais. Este
processo é possível graças à capacidade que os leucócitos apresentam de alterar a sua forma,
deslocando-se por movimentos ameboides.
A lesão por micro-organismos, dá início a uma reação inflamatória. Este processo caracteriza-se por
alterações da microcirculação, gerando um maior aporte sanguíneo ao local, vasodilatação, edema e
aumento da permeabilidade vascular, permitindo a saída de e plasma para os tecidos afetados.
No local afetado ocorre a emissão de moléculas com propriedades quimiotáxicas, que vão atuar sobre
os leucócitos, estimulando-os a sair dos vasos em direção ao local lesionado, através do processo de
diapedese.
O processo de diapedese implica três fases consecutivas: marginação, pavimentação e migração.

-Marginação: Em resultado da inflamação, ocorrem alterações na corrente sanguínea, diminuindo a


velocidade de circulação. Esta alteração faz com que os leucócitos, que normalmente circulam na zona
central do fluido, se aproximem da parede do vaso, num processo denominado de marginação.
-Pavimentação: Na fase de pavimentação, os leucócitos achatam-se contra a parede do vaso,
aderindo ao endotélio.
-Migração: Nessa fase ocorre com a passagem do leucócito, por movimentos ameboides, através dos
espaços entre as células que formam a estrutura do vaso sanguíneo, movimentando-se através do tecido
conjuntivo até atingiram o foco da infeção. A passagem não afeta as células endoteliais nem as ligações
entre elas.

Órgãos linfóides
Órgãos linfóides primários: São os locais onde os linfócitos são produzidos. Compreendem o timo e a
medula óssea.
Órgãos linfóides secundários: Após serem produzidos nos órgãos linfóides primários, migram para os
secundários, onde se encontram e interagem. Compreendem o baço, linfonodos e tecidos linfóides
associados a mucosas.

SISTEMA REPRODUTOR

A reprodução é a capacidade de constituir descendência portadora de genes dos progenitores,


assegurando a renovação contínua da espécie e a transmissão da informação genética de geração em
geração.
Todos os organismos têm capacidade para se reproduzirem, mas nem todos o fazem de igual modo.
Existe uma grande diversidade de mecanismos reprodutores, que podem ser classificados em dois
grandes grupos: a reprodução assexuada e a reprodução sexuada.

Reprodução assexuada
O processo de reprodução assexuada consiste na maneira mais simples de um indivíduo dar origem
a outro. Nesse tipo de reprodução, a geração seguinte adquire as mesmas características que seus
parentais possuem, uma vez que recebem cópias iguais do DNA, ou seja, clones. Nesta, não há encontro
de gametas e tampouco, fecundação.
Esse processo ocorre frequentemente em organismos simples, como bactérias, protozoários, fungos,
algas e determinadas plantas e animais. Estes indivíduos podem, também, reproduzirem-se de forma
sexuada.
Os processos mais conhecidos de reprodução assexuada são:
Processos Principais características Exemplos
Bipartição Um indivíduo divide-se em dois com dimensões semelhantes. (Mitose) Seres vivos
unicelulares e em invertebrados como as anêmonas
Gemulação Formação de expansões, chamadas gomos ou gemas, que crescem e de destacam. Cada
gomo origina um novo indivíduo. Leveduras, corais, hidra de água doce

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Fragmentação Divisão do corpo do progenitor em fragmentos e cada um deles regenera as partes
em falta, dando origem a um novo ser. Estrela-do-mar, alga
Multiplicação vegetativa Semelhante a fragmentação; uma parte do organismo, como uma porção do
caule, folha ou raiz, pode dar origem a planta completa Plantas
Esporulação Formação de células reprodutoras-esporos- que, ao germinar, originam novos
indivíduos. Fungos
Partenogênese Processo através do qual o óvulo se desenvolve, originando um novo organismo,
sem ter havido fecundação. Os seres resultantes da partenogênese são haploides e os ovos formam-se
sem meiose Abelhas

Vantagens da reprodução assexuada:


-Organismos isolados podem originar descendência.
-Descendência numerosa, num curto espaço de tempo, o que permite a rápida colonização de um
habitat.
-Perpetua organismos bem adaptados a ambientes favoráveis e estáveis.

Desvantagens da reprodução assexuada:


Pelo fato de a variabilidade intraespecífica ser muito reduzida entre os seres que se reproduzem
assexuadamente, que pode ser problemático se ocorrerem alterações nefastas do meio ambiente, o que
pode levar à extinção das espécies menos adaptadas às novas características ambientais. O homem, ao
selecionar artificialmente as espécies, está a contribuir para a diminuição da biodiversidade.

Reprodução sexuada
A reprodução sexuada é o processo que envolve a troca e mistura de material genético entre indivíduos
de uma mesma espécie. Os indivíduos que surgem por reprodução sexuada assemelham-se aos pais,
mas não são idênticos a eles.
O fato dos indivíduos serem distintos advém do processo de formação dos gametas na meiose, e nela
ocorre a recombinação gênica, isto é, o crossing-over. Uma vez que os gametas se unem, somam suas
características e dão origem a um novo indivíduo. Este processo aumenta a variabilidade genética entre
os organismos, possibilitando assim, uma maior diversidade entre eles e propiciando sempre organismos
capazes de se adaptar ao meio onde vivem.
As trocas de gametas podem ocorrer entre organismos diferentes da mesma espécie ou até mesmo
entre um mesmo indivíduo.
Algumas espécies apresentam indivíduos do sexo masculino e outros do sexo feminino. Estas
espécies são chamadas de dióicas porque os sexos são separados. A fecundação entre eles pode ser
interna ou externa. A fecundação interna ocorre dentro do organismo feminino, que é o produtor de óvulos.
A fecundação externa ocorre no ambiente. Humanos são dióicos e possuem fecundação interna.
Espécies que apresentam os dois sexos em um mesmo organismo são chamadas de hermafroditas
ou monóicas. Elas produzem tanto gametas masculinos quanto femininos. Podem fazer autofecundação,
ou seja, o espermatozóide fecunda o óvulo da mesma planta, porém este processo não favorece a
variabilidade genética. Alguns organismos possuem mecanismos que barram a autofecundação como a
maturação dos órgãos sexuais em épocas diferentes, ou estruturas que dificultam o acesso dos gametas
masculinos até os femininos, como em certas plantas. As minhocas são hermafroditas. O processo onde
os gametas masculinos produzidos por um organismo hermafrodita fecundam o óvulo de outro organismo
hermafrodita da mesma espécie é chamado de fecundação cruzada.

Tipos de fecundação
A fecundação é o processo biológico através do qual o ovócito e o espermatozoide se unem para
formar uma nova célula chamada ovo ou zigoto, com a qual se inicia o desenvolvimento embrionário, isto
é, a vida de um novo indivíduo. A fecundação pode acontecer de duas formas diferentes: pode ser dentro
do corpo do animal, sendo chamada fecundação interna; ou fora do corpo, geralmente na água ou
ambientes úmidos, é a fecundação externa.

Fecundação Interna
No processo de fecundação interna, a união dos gametas acontece dentro do corpo do animal. Durante
a cópula o macho usa seus órgãos genitais ou copuladores, para liberar os espermatozoides dentro do
corpo da fêmea. Essa forma é mais vantajosa pois independe das condições do meio externo para
acontecer.

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Dentre os animais que se reproduzem com fecundação interna, existem 3 formas diferentes do embrião
se desenvolver, são elas:
-Ovíparos: após o óvulo ser fecundado, o embrião se desenvolve dentro de um ovo, que a fêmea
deposita no ambiente. O ovo garantirá nutrientes e proteção para o embrião crescer. Exemplos: aves,
como os pinguins e répteis como a tartaruga, entre outros;
-Vivíparos: quando os embriões permanecem dentro do corpo da fêmea, sendo nutridos e protegidos
pelo corpo materno, são chamados vivíparos. Exemplos: os mamíferos, como o ser humano, o tamanduá,
etc;
-Ovovivíparos: se após a fecundação o embrião se formar dentro de um ovo e for mantido dentro do
corpo dos progenitores, será chamado ovovivíparo. Exemplo: cavalo-marinho.

Fecundação Externa
Nesse tipo de fecundação os gametas se fundem fora do corpo da fêmea, no ambiente. Na fecundação
externa é preciso que haja água para que os gametas masculinos consigam se deslocar até o feminino.
Além disso, é preciso que os machos eliminem grande quantidade de gametas para garantir que eles
alcancem os óvulos.
Existem algumas estratégias utilizadas pelos animais para facilitar que ocorra a fecundação. Os sapos,
por exemplo, usam o "abraço nupcial" em que seguram a fêmea durante a cópula e lançam os
espermatozoides logo em cima dos óvulos recém-postos.
Fecundação cruzada: nesta fecundação os gametas que se unem são provenientes obrigatoriamente
de envidemos diferentes. Do ponto de vista evolutivo, é um processo vantajoso, pois proporciona a
recombinação gênica.
Autofecundação: ocorre quando um organismo apresenta capacidade de fecundar a si mesmo. Só é
possível em seres monóicos. (Taenia sp)
Desenvolvimento direto: A forma jovem é bastante semelhante ao adulto. Não ocorre metamorfose.
Desenvolvimento indireto: o indivíduo nasce e passa por um estágio larval antes de tornar-se adulto
e com capacidade reprodutiva. Essas alterações durante o ciclo vital são intensas e o processo é
denominado metamorfose.

No homem os órgãos que fazem parte do Sistema Excretor também participam do Sistema
Urinário, alguns distúrbios em um dos sistemas podem vir a acometer o outro.

O Sistema Reprodutor Masculino é composto por órgãos internos e externos, que lentamente vão
amadurecimento, até que as células sexuais estejam para originar outro ser.

Anatomia do Sistema Reprodutor Masculino

O sistema reprodutor masculino é composto por: testículos, epidídimos, canais deferentes,


vesículas seminais, próstata, uretra e pênis.

Testículos
São formados no Embrião próximo ao rim, durante o último mês de vida fetal eles descem
posteriormente ao peritônio e perfuram a parede abdominal na virilha. Na estrutura de cada testículo
encontram-se tubos finos e enovelados chamados "tubos seminíferos onde são produzidos nos
testículos os espermatozoides, que são as células reprodutoras (gametas) masculinas, durante o
processo chamado espermatogênese, além de diversos hormônios.
O principal hormônio que é produzido é a testosterona, responsável pelo aparecimento das
características sexuais secundárias masculinas, como modificação da voz, pelos etc.

O testículo do homem, além das células precursoras dos espermatozoides, possui células com função
endócrina. São as células intersticiais, produtoras de testosterona.
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O testículo fica na bolsa escrotal, cuja temperatura se mantém cerca de 2 graus Celsius inferior à
temperatura abdominal.
A migração dos testículos da cavidade abdominal, onde surge, até a bolsa escrotal se dá no final de
gestação ou nos primeiros meses de vida extrauterina, por estímulo da testosterona. A permanência dos
testículos na cavidade abdominal (criptorquidia) pode levar à esterilidade, devendo ser tratada com
medicamentos ou com cirurgia.
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, passando daí para o epidídimo. Deste,
parte o canal deferente, que passa para a cavidade abdominal.
Atravessa a vesícula seminal e a próstata, recolhendo suas secreções que, misturadas aos
espermatozoides, constituem o esperma.
O pênis tem por função depositar o esperma no trato reprodutor feminino. Na maioria das aves e
répteis, uma única abertura, a cloaca, serve para passagem do óvulo e do espermatozoide.
O pênis é formado por três massas de tecido esponjoso erétil. A ereção do pênis deve-se ao
enchimento sanguíneo deste tecido.
Cada ejaculação de um homem adulto normalmente contém cerca de 300 milhões de
espermatozoides, que mantém a capacidade fertilizadora por cerca de 24 horas.
A testosterona é um esteroide com potente ação androgênica, importante no desenvolvimento dos
genitais externos e no aparecimento de características sexuais secundárias.
A produção de testosterona é regulada pelo LH, produzido pela hipófise. Outro hormônio da hipófise,
o FSH, estimula a produção de espermatozoides.
Por estimular o desenvolvimento da massa muscular, alguns derivados da testosterona são utilizados
por atletas: são os esteroides anabolizantes, de uso condenável pelos numerosos e graves efeitos
colaterais que determinam (tumor de testículos, esterilidade, lesões do fígado, etc.).

Sistema reprodutor feminino


Os ovários são órgãos produtores de gametas. Na época do nascimento, cada ovário da mulher
contém cerca de 200 000 ovócitos primários, já na prófase I da meiose.

Permanecem assim até que a mulher alcance a maturidade sexual, quando, por ação do FSH,
completam a divisão. De todos os ovócitos, 300 a 400 amadurecem e se transformam em óvulos, um a
cada 28 dias.

O ovócito e as células que o envolvem constituem o folículo ovariano. No final de seu desenvolvimento,
o folículo se dirige para a superfície do ovário e se abre, soltando o gameta (ovulação). Este, então, é
varrido para o interior das trompas.

Estrutura do aparelho reprodutor feminino.

Sistema Genital Feminino

- Vulva ou pudendo: conjunto de estruturas que formam o aparelho reprodutor feminino externo (lábios
vaginais, orifício da uretra, abertura da vagina e clitóris).
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- Lábios vaginais (Grandes e pequenos lábios): são dobras da pele formadas por tecido adiposo, sendo
responsáveis pela proteção do aparelho reprodutor feminino.

- Clitóris: órgão sensível e prazeroso do organismo feminino;

- Vagina: canal que recebe o pênis durante o ato sexual, servindo também como conduto para
eliminação do fluxo menstrual e concepção no momento do parto normal (canal que por ação hormonal
se dilata para o nascimento de um bebê);

- Útero: órgão que recepciona o ovo / zigoto, proporcionando o seu desenvolvimento durante o período
gestacional. Além de proteger o embrião contra choques mecânicos, também impede a transposição de
impurezas e contaminação contra micro-organismos patogênicos, bem como auxilia a manutenção da
nutrição (formação da placenta e cordão umbilical);

- Tubas uterinas ou trompas de falópio: são ovidutos que possuem numerosos cílios em sua superfície
interna, desempenhando a função de transportar o “óvulo” (ovócito secundário) do ovário até o útero.
Normalmente é nas trompas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozoide com o
“óvulo”.

- Ovários: são glândulas responsáveis pela ovulação periódica dos “óvulos”, de acordo com o ciclo
menstrual feminino iniciado na puberdade, produzindo também os hormônios sexuais: estrógeno e
progesterona.

Sistema muscular

Os músculos são estruturas que cruzam articulações e, com isso, conseguem transmitir movimento.
Possuem fibras musculares que podem ser controladas por meio do sistema nervoso. São
aproximadamente 212 músculos no corpo humano e eles influenciam no peso corporal, ajudam na
movimentação do corpo humano, trabalham com a movimentação de seu corpo, auxiliam a manter a
temperatura do corpo e ajudam no fluxo sanguíneo.
O sistema muscular realiza diversos movimentos que são controlados pelo seu cérebro. Os músculos
ajudam a manter a postura evitando dores crônicas. Mas, um dos principais trabalhos do músculo é sua
capacidade de contração, tornando-se essencial para a movimentação.

Funções:

- Participação na realização de movimentos pelo corpo;


- Manutenção da postura corporal;
- Produção de calor;
- Participação nos movimentos peristálticos (caso dos músculos lisos).

Os músculos são classificados em:

-Liso ou visceral: é composto por células fusiformes com apenas um núcleo, apresenta contração
involuntária e é encontrado na parede de vasos sanguíneos, bexiga, intestino e útero, ou seja,
estruturas ocas do corpo. Responsável pela impulsão de líquidos como sangue, urina, esperma, bile,
entre outros. As células do músculo liso reagem a sinais químicos oriundos de outras células ou
hormônios. A principal das funções desse músculo é a compressão do conteúdo das cavidades a que
pertencem, participando, assim, de processos como digestão e regulação da pressão arterial. São
chamados de lisos porque suas fibras não apresentam estriações.
-Estriado cardíaco: Formado por uma rede de fibras conjugadas e ramificadas que compõe o
miocárdio, revestimento muscular do coração. Produz contrações involuntárias, sendo controlado pelo
sistema nervoso vegetativo.
-Estriado esquelético: formado por fibras musculares, apresenta terminações nervosas e está
diretamente ligado ao movimento e à postura corporal. Recebe esse nome por apresentar estriações
formadas pelas proteínas actina e miosina.

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A contração muscular

A grande maioria dos animais possuem células nervosas e musculares. Em todos eles, o mecanismo
de funcionamento dessas células é exatamente o mesmo. A coordenação interna do organismo e o seu
relacionamento com o meio ambiente são funções exercidas pelo sistema nervoso. Ao sistema
sensorial cabe a recepção das mensagens provenientes do meio ambiente. A resposta, muitas vezes
representada por um movimento, é papel dos tecidos musculares.

-Os miofilamentos: actina e miosina

Toda a célula muscular contém filamentos protéicos contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses
miofilamentos (ou miofibrilas) são diferenciados um do outro pelo peso molecular, maior no filamento de
miosina. Ao microscópio eletrônico, a actina aparece sob a forma de filamentos finos, enquanto a
miosina é representada por filamentos grossos. A interação da actina com a miosina é o grande evento
desencadeador da contração muscular. A disposição regular dessas proteínas ao longo da fibra produz
o padrão de faixas claras e escuras alternadas, típicas do músculo estriado.
As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo da miofibrila são chamadas, sarcômeros.
As faixas mais externas dos sarcômeros, claras, são denominadas de banda I e contêm apenas
filamentos de actina. A faixa central mais escura é denominada banda A. As extremidades da banda A
são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos, enquanto a sua região mediana mais
clara, denominada banda H, contém apenas miosina.

Sistema esquelético

O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e tendões. O


esqueleto sustenta e dá forma ao corpo, além de proteger os órgãos internos e atua em conjunto com os
sistemas muscular e articular para permitir o movimento. Outras funções são a produção de células
sanguíneas na medula óssea e armazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso é uma estrutura
viva, muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade de se regenerar quando sofre uma fratura.

Tipos de células do osso

As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas de
matriz mineralizada.

Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos e apresentam longas projeções citoplasmáticas,
que tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos
ficam presos dentro de pequenas câmeras, das quais partem canais que contêm as projeções
citoplasmáticas.

Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito, e seus prolongamentos


citoplasmáticos se retraem, de forma que ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos
onde ficavam os prolongamentos servem de comunicação entre uma lacuna e outra, e é através deles
que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio provenientes do sangue até as células ósseas.

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Além dos osteoblastos e dos osteócitos, existem outras células importantes no tecido ósseo: os
osteoclástos. Essas células são especialmente ativas na destruição de áreas lesadas ou envelhecidas
do osso, abrindo caminho para a regeneração do tecido pelos osteoblastos. Os cientistas acreditam que
os ossos estejam em contínua remodelação, pela atividade conjunta de destruição e reconstrução
empreendidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Você encontrará mais informações
sobre os osteoclastos no texto sobre remodelação óssea.

Estrutura dos Ossos


A estrutura óssea é constituída de diversos tipos de tecido conjuntivo (denso, ósseo, adiposo,
cartilaginoso e sanguíneo) e de tecido nervoso.

Os ossos longos são formados por distintas camadas, sendo estas:

-Periósteo: a mais externa, é uma membrana fina e fibrosa (tecido conjuntivo denso) que envolve o
osso, exceto nas regiões de articulação (epífises). É no periósteo que se inserem os músculos e tendões.
-Osso compacto: O tecido ósseo compacto é composto de cálcio, fósforo e fibras de colágeno que
lhe dão resistência. É a parte mais rígida do osso, formada por pequenos canais que circulam nervos e
vasos, entre estes canais estão espaços onde se encontram os osteócitos.
-Osso esponjoso: o tecido ósseo esponjoso é uma camada menos densa. Em alguns ossos apenas
essa estrutura está presente e pode conter medula óssea.
-Canal medular: é a cavidade onde se encontra a medula óssea, geralmente presente nos ossos
longos.
-Medula óssea: A medula vermelha (tecido sanguíneo) produz células sanguíneas, mas em alguns
ossos deixa de existir e há somente medula amarela (tecido adiposo) que armazena gordura.

Número de Ossos do Corpo Humano:

É admitido que existem 206 ossos no corpo humano, sendo estes:

-Cabeça = 22
Crânio = 08
Face = 14

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. 206
-Pescoço = 8

-Tórax = 37
24 costelas
12 vértebras
1 esterno

-Abdômen = 7
5 vértebras lombares
1 sacro
1 cóccix
-Membro Superior = 32
Cintura Escapular = 2
Braço = 1
Antebraço = 2
Mão = 27

-Membro Inferior = 31
Cintura Pélvica = 1
Coxa = 1
Joelho = 1
Perna = 2
Pé = 26

-Ossículos do Ouvido Médio = 3

Classificação dos ossos:

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:


- Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise
fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido
ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.

- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés.
São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.

-Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma
camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da
bacia, escápula.
Questões

01. (UFF-2012) O sistema imune apresenta um tipo de célula que passa do vaso sanguíneo para o
tecido conjuntivo onde irá exercer sua função de defesa. A célula e a passagem são, respectivamente,
identificadas como:
(A) basófilos e pinocitose.
(B) macrófagos e fagocitose.
(C) leucócitos e endocitose.
(D) leucócitos e diapedese.
(E) glóbulos brancos e endocitose.

02. O processo de defesa do organismo é desencadeado pela invasão de micro-organismos (bactéria,


fungo, vírus ou protozoários) ou pela entrada de agentes nocivos. Em relação a este processo metabólico,
assinale a alternativa CORRETA:
(A) A resposta imunológica não apresenta mecanismos de autorregulação e memória.
(B) Os linfócitos T auxiliadores, quando maduros, são responsáveis pela produção de anticorpos.
(C) Após a detecção dos antígenos pelos macrófagos, os linfócitos T matadores atuam na destruição
destes componentes estranhos.
(D) Os linfócitos auxiliadores, ao se ligarem ao antígeno, produzem uma substância denominada
interleucina.

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. 207
03. O sistema respiratório possui como função principal permitir a entrada de oxigênio no nosso corpo
e a saída de gás carbônico. A respeito desse sistema, marque a alternativa que indica corretamente o
nome das estruturas indicadas pelo número 1, 2 e 3 na figura a seguir:
Esquema das vias respiratórias

Esquema das vias respiratórias


(A) 1- laringe; 2- traqueia; 3- pulmões.
(B) 1- traqueia; 2- pulmão; 3- alvéolos.
(C) 1- traqueia; 2- brônquio; 3- pulmões.
(D) 1- brônquio; 2- bronquíolo; 3- alvéolos.
(E) 1- traqueia; 2- brônquio; 3- alvéolos.

04. Sabemos que o ato de respirar é composto pelos movimentos de inspiração e de expiração, que
coordenam a entrada e a saída de ar das vias respiratórias. Marque a alternativa que indica corretamente
o que acontece com os músculos intercostais e com o diafragma no momento da inspiração.
(A) Músculos intercostais contraem-se e o diafragma relaxa.
(B) Músculos intercostais relaxam e o diafragma contrai.
(C) Músculos intercostais e o diafragma relaxam.
(D) Músculos intercostais e o diafragma contraem.

05. (PUC-MG) As trocas gasosas no pulmão humano, em condições normais, ocorrem:


(A) nos alvéolos.
(B) nos bronquíolos.
(C) nos brônquios.
(D) na traqueia.
(E) na laringe.

06. (UFRN) Durante a respiração, quando o diafragma se contrai e desce, o volume da caixa torácica
aumenta, por conseguinte a pressão intrapulmonar:
(A) diminui e facilita a entrada de ar.
(B) aumenta e facilita a entrada de ar.
(C) diminui e dificulta a entrada de ar.
(D) aumenta e dificulta a entrada de ar.
(E) aumenta e expulsa o ar dos pulmões.

07. (PUC- Campinas-SP) Quando se come um cozido, as batatas e a carne começam a ser digeridas,
respectivamente:
(A) no estômago e na boca.
(B) na boca e no estômago.
(C) na boca e no duodeno.
(D) no estômago e no duodeno.
(E) no duodeno e no estômago.

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. 208
08. No processo de deglutição, o bolo alimentar é empurrado pela língua para a faringe e então segue
para o esôfago. Às vezes, o alimento entra na laringe, obstruindo assim a passagem de ar. Quando isso
ocorre, a pessoa engasga e em casos mais graves, a falta de ar pode levar a morte. Qual o nome da
estrutura responsável por impedir que o alimento entre na laringe?
(A) Cárdia.
(B) Epiglote.
(C) Jejuno.
(D) Piloro.
(E) Quimo.

09. (Fuvest- SP) Além da sustentação do corpo, são funções dos ossos:
(A) armazenar cálcio e fósforo; produzir hemácias e leucócitos.
(B) armazenar cálcio e fósforo; produzir glicogênio.
(C) armazenar glicogênio; produzir hemácias e leucócitos;
(D) armazenar vitaminas; produzir hemácias e leucócitos.
(E) armazenar vitaminas; produzir proteínas do plasma

10. Sabemos que o sistema esquelético é formado por uma grande quantidade de ossos interligados
que formam o esqueleto. Esses ossos são formados pelo tecido ósseo, um tipo de tecido conjuntivo que
é formado por três tipos celulares: osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica corretamente a função do osteócito.
(A) Os osteócitos produzem a matriz orgânica.
(B) Os osteócitos são células maduras que ajudam na manutenção da matriz óssea.
(C) Os osteócitos reabsorvem o osso através da liberação de enzimas.
(D) Os osteócitos formam os ossos compactos.
(E) Os osteócitos produzem as cartilagens encontradas nas epífises.

11. Uma pessoa adulta possui 206 ossos que, em conjunto, formam o esqueleto. Esses ossos podem
ser classificados, de acordo com seu formato, em longos, curtos, laminares, irregulares e sesamoides.

Marque a alternativa que indica corretamente o nome de um osso longo, um laminar e um irregular,
respectivamente.
(A) Fíbula, ossos do crânio e vértebras.
(B) Ossos do carpo, escápula e úmero.
(C) Patela, úmero e ossos do crânio.
(D) Rádio, vértebras e escápula.
(E) Ossos do crânio, ossos do carpo e vértebras.

Respostas

01. Resposta D.
Diapedese é o mecanismo em que uma célula sai de uma célula do interior do vaso para o tecido
conjuntivo adjacente. Ele é realizado, entre outros tipos de leucócitos, pelos glóbulos brancos.

02. Resposta D.
As interleucinas são proteínas produzidas principalmente pelos linfócitos T que atuam na ativação de
linfócitos e na divisão de outras células.

03. Resposta E
As estruturas indicadas são a traqueia (1), brônquio(2) e alvéolos (3).

04. Resposta D
No momento da inspiração, ocorre a contração dos músculos intercostais e do diafragma, ocasionando
o aumento da caixa torácica e uma diminuição da pressão interna.

05. Resposta A
A hematose é um processo em que o gás carbônico do sangue passa para o interior dos alvéolos e o
oxigênio presente nos alvéolos passa para o sangue. Esse processo ocorre nos alvéolos.

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. 209
06. Resposta A
O processo descrito é o da inspiração, que faz com que a caixa torácica aumente de volume,
diminuindo, assim, a pressão intrapulmonar e forçando a entrada do ar nos pulmões.

07. Resposta B
Movimentos peristálticos são movimentos involuntários realizados pela parede do esôfago e outras
partes do tubo digestório, que permitem a movimentação do alimento.

08. Resposta B
As batatas apresentam grande quantidade de amido. A digestão do amido inicia-se na boca graças à
ação da amilase salivar ou ptialina. Já a carne apresenta grande quantidade de proteínas. As proteínas
são digeridas inicialmente no estômago, graças à ação da pepsina.

09. Resposta A
Os ossos estão relacionados com a sustentação do corpo, a movimentação, produção de células
sanguíneas e reserva de minerais.

10. Resposta B
Os osteócitos são células maduras que ficam localizadas nas lacunas e atuam na manutenção da
matriz óssea.

11. Resposta A
Os ossos longos podem ser definidos como aqueles que apresentam um comprimento maior que a
largura. Já os laminares são aqueles que possuem pouca espessura. Os ossos irregulares, por sua vez,
são aqueles que não apresentam forma definida.

Genética: gene e código genético; fundamentos da hereditariedade, cálculos


com probabilidade; bases mendelianas; aplicações da engenharia genética:
clonagem, transgênicos.

Genética

A observação de que muitas características dos organismos podem ser herdadas pelos descendentes
é muito antiga. O processo de domesticação de plantas e animais pelo homem foi feito através da seleção
de organismos, e seu cruzamento, para conseguir alcançar variedades úteis a este. As raças de
cachorros, atos, gado e os diferentes tipos de vegetais cultivados pelo homem foram obtidos pelo
processo de seleção contínua e pelo cruzamento entre os indivíduos previamente selecionados.
Os resultados práticos obtidos nos cruzamentos serviram de explicações para possíveis
esclarecimentos, porém sem base científica, já que incluíam ideias errôneas e preconceituosas.
Um exemplo prático deste tipo de ideias pode ser exemplificado pela descoberta do espermatozoide
no século XVIII, que levou ao falso conceito de que o gameta masculino apresentava dentre dele um
minúsculo homem, o qual usaria o útero materno apenas para completar seu crescimento. Outra ideia
aceita na época afirmava que a gestação era afetada por tudo que a mãe sentia ou ouvia nesse período.
Assim, o nascimento de uma criança que apresentava muito pelos no rosto ocorria porque a mãe, durante
a gestação, tinha observado ou convivido, por um período de tempo significativo, o rosto de um homem
muito barbudo.
Para explicar os fenômenos hereditários, afirmava-se também que as características eram transmitidas
por meio de partículas existentes no sangue e carregadas pelos gametas. Diante desse “conceito”,
surgiram as afirmações como “animal puro-sangue”, utilizadas nos dias atuais, mas que não apresentam
correção biológica.
Embora inúmeros cientistas tentaram explicar através de hipóteses e experimentos os processos
hereditários, a descoberta desses processos foram explicadas apenas no século XIX, através das teorias
lançadas por Gregor Mendel. Mendel, conhecido como o “pai da genética”, era um monge agostiniano
que passou maior parte de sua vida em um mosteiro situado na cidade de Brno, na Morávia.

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. 210
Os Experimentos de Mendel

A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na
reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência
não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes.
Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil
comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia
flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes
rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes
envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas
pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando
descendentes com as mesmas características das plantas genitoras.

Ervilhas de Mendel

A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as
características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de
púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o
cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de
ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da
vagem, cor da vagem e altura da planta.

Os Cruzamentos

Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os estames de uma
flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta
proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada. Pólen de uma
planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no estigma de outra planta que só produzia
semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como
a geração parental (P), isto é, a dos genitores.
Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as sementes
originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos
descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1 (primeira
geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor amarela
da semente de dominante e o verde de recessivo.
A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as flores. Deixou
que se auto fertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F 2 (segunda
geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022 sementes amarelas
para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes
não havia “desaparecido” nas sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado,
uma vez que, sendo uma caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor
amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um
determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde.
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. 211
Exemplos dos cruzamentos de Mendel

Leis de Mendel

1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores

A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por


Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei:

“Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde
ocorrem em dose simples”,
Isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator. Mendel não tinha
ideia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam. Em 1902, enquanto estudava a formação
dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente
semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose,
e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários
estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos
homólogos levava à segregação dos fatores.
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir),
e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas
sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da
semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do
gene para cor da semente.

Exemplos de lócus gênicos

Segunda Lei de Mendel

Além de estudar isoladamente diversas características fenotípicas da ervilha, Mendel estudou também
a transmissão combinada de duas ou mais características. Em um de seus experimentos, por exemplo,
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. 212
foram considerados simultaneamente a cor da semente, que pode ser amarela ou verde, e a textura da
casca da semente, que pode ser lisa ou rugosa. Plantas originadas de sementes amarelas e lisas, ambos
traços dominantes, foram cruzadas com plantas originadas de sementes verdes e rugosas, traços
recessivos. Todas as sementes produzidas na geração F1 eram amarelas e lisas. A geração F2, obtida
pela autofecundação das plantas originadas das sementes de F1, era composta por quatro tipos de
sementes:
9/16 amarelo-lisas
3/16 amarelo-rugosas
3/16 verde-lisas
1/16 verde-rugosas

Em proporções essas frações representam 9 amarelo-lisas: 3 amarelo-rugosas: 3 verde-lisas: 1 verde-


rugosa. Com base nesse e em outros experimentos, Mendel aventou a hipótese de que, na formação dos
gametas, os alelos para a cor da semente (Vv) segregam-se independentemente dos alelos que
condicionam a forma da semente (Rr). De acordo com isso, um gameta portador do alelo V pode conter
tanto o alelo R como o alelo r, com igual chance, e o mesmo ocorre com os gametas portadores do alelo
v. Uma planta duplo-heterozigota VvRr formaria, de acordo com a hipótese da segregação independente,
quatro tipos de gameta em igual proporção: 1 VR: 1Vr: 1 vR: 1 vr.
Mendel concluiu que a segregação independente dos fatores para duas ou mais características era
um princípio geral, constituindo uma segunda lei da herança. Assim, ele denominou esse princípio
segunda lei da herança ou lei da segregação independente, posteriormente chamada segunda lei de
Mendel: Os fatores para duas ou mais características segregam-se no híbrido, distribuindo-se
independentemente para os gametas, onde se combinam ao acaso.

A proporção 9:3:3:1

Ao estudar a herança simultânea de diversos pares de características. Mendel sempre observou, em


F2, a proporção fenotípica 9:3:3:1, consequência da segregação independente ocorrida no duplo-
heterozigoto, que origina quatro tipos de gameta.

Segregação independente de 3 pares de alelos

Ao estudar 3 pares de características simultaneamente, Mendel verificou que a distribuição dos tipos
de indivíduos em F2 seguia a proporção de 27: 9: 9: 9: 3: 3: 3: 1. Isso indica que os genes para as 3
características consideradas segregam-se independentemente nos indivíduos F1, originando 8 tipos de
gametas. Em um dos seus experimentos, Mendel considerou simultaneamente a cor (amarela ou verde),

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. 213
a textura da casca (lisa ou rugosa) e a cor da casca da semente (cinza ou branca).O cruzamento entre
uma planta originada de semente homozigota dominante para as três características (amarelo-liso-cinza)
e uma planta originada de semente com traços recessivos (verde-rugosa-branca) produz apenas ervilhas
com fenótipo dominante, amarelas, lisas e cinza. Esses indivíduos são heterozigotos para os três pares
de genes (VvRrBb). A segregação independente desses três pares de alelos, nas plantas da geração F1,
leva à formação de 8 tipos de gametas.

Segregação independente

A descoberta de que os genes estão situados nos cromossomos gerou um impasse no entendimento
da 2º Lei de Mendel. Como vimos, segundo essa lei, dois ou mais genes não-alelos segregam-se
independentemente, desde que estejam localizados em cromossomos diferentes. Surge, no entanto, um
problema. Mendel afirmava que os genes relacionados a duas ou mais características sempre
apresentavam segregação independente. Se essa premissa fosse verdadeira, então haveria um
cromossomo para cada gene. Se considerarmos que existe uma infinidade de genes, haveria, então, uma
quantidade assombrosa de cromossomos, dentro de uma célula, o que não é verdade. Logo, como
existem relativamente poucos cromossomos no núcleo das células e inúmeros genes, é intuitivo concluir
que, em cada cromossomo, existe uma infinidade de genes, responsáveis pelas inúmeras características
típicas de cada espécie. Dizemos que esses genes presentes em um mesmo cromossomo estão ligados
ou em linkage e caminham juntos para a formação dos gametas.

Nota: Assim a 2ª lei de Mendel nem sempre é obedecida, bastando para isso que os genes estejam
localizados no mesmo cromossomo, ou seja, estejam em linkage.

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Linkage

T. H. Morgan e seus colaboradores trabalharam com a mosca da fruta, Drosophila melanogaster, e


realizaram cruzamentos em que estudaram dois ou mais pares de genes, verificando que, realmente,
nem sempre a 2ª Lei de Mendel era obedecida. Concluíram que esses genes não estavam em
cromossomos diferente, mas, sim, encontravam-se no mesmo cromossomo (em linkage).
Em um dos seus experimentos, Morgan cruzou moscas selvagens de corpo cinza e asas longas com
mutantes de corpo preto e asas curtas (chamadas de asas vestigiais). Todos os descendentes de F1
apresentavam corpo cinza e asas longas, atestando que o gene que condiciona corpo cinza (P) domina
o que determina corpo preto (p), assim como o gene para asas longas (V) é dominante sobre o (v) que
condiciona surgimento de asas vestigiais. Morgan cruzou descendentes de F1 com duplo-recessivos (ou
seja, realizou cruzamentos testes). Para Morgan, os resultados dos cruzamentos-teste revelariam se os
genes estavam localizados em cromossomos diferentes (segregação-independente) ou em um mesmo
cromossomo (linkage). Surpreendentemente, porém, nenhum dos resultados esperados foi obtido. A
separação e a contagem dos descendentes de F2 revelou o seguinte resultado:
- 41,5% de moscas com o corpo cinza e asas longas;
- 41,5% de moscas com o corpo preto e asas vestigiais;
- 8,5% de moscas com o corpo preto e asas longas;
- 8,5% de moscas com o corpo cinza e asas vestigiais.

Ao analisar esse resultado, Morgan convenceu-se de que os genes P e V localizavam-se no mesmo


cromossomo. Se estivessem localizados em cromossomos diferentes, a proporção esperada seria outra
(1: 1: 1: 1). No entanto, restava a dúvida: como explicar a ocorrência dos fenótipos corpo cinza/asas
vestigiais e corpo preto/asas longas?

A resposta não foi difícil de ser obtida. Por essa época já estava razoavelmente esclarecido o processo
da meiose. Em 1909, o citologista F. A. Janssens (1863-1964) descreveu o fenômeno cromossômico
conhecido como permutação ou crossing over, que ocorre durante a prófase I da meiose e consiste na
troca de fragmentos entre cromossomos homólogos. Em 1911, Morgan usou essa observação para
concluir que os fenótipos corpo cinza/asas vestigiais e corpo preto/asas longas eram recombinantes e
devido a ocorrência de crossing-over.

Permutação ou crossing over

Os arranjos “cis” e “trans” dos genes ligados

Considerando dois pares de genes ligados, como, por exemplo, A/a e B/b, um indivíduo duplo
heterozigoto pode ter os alelos arranjados de duas maneiras nos cromossomos:
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Os alelos dominantes A e B se situam em um cromossomo, enquanto os alelos recessivos a e b se
situam no homólogo correspondente. Esse tipo de arranjo é chamado de Cis. O alelo dominante A e o
alelo recessivo b se situam em um cromossomo, enquanto o alelo recessivo a e o alelo dominante B, se
situam no homólogo correspondente. Esse tipo de arranjo é chamado de Trans.
Podemos descrever esses arranjos, usando um traço duplo ou simples para descrever o cromossomo,
ou mais simplificadamente, o arranjo pode ser descrito como AB/ab para Cis e Ab/aB para trans. O arranjo
cis e trans dos alelos no duplo-heterozigoto pode ser facilmente identificado em um cruzamento teste. No
caso dos machos de Drosófila, se o arranjo for cis (PV/pv), o duplo heterozigoto forma 50% de gametas
PV e 50% de gametas pv. Se o arranjo for trans (Pv/pV), o duplo heterozigoto forma 50% de gametas Pv
e 50% de pV.
Nas fêmeas de Drosófila, nas quais ocorrem permutações, o arranjo cis ou trans pode ser identificado
pela frequência das classes de gametas. As classes mais frequentes indicam as combinações parentais
e as menos frequentes as recombinantes.

Pleiotropia

A pleiotropia é um mecanismo no qual um único par de genes condiciona vários caracteres ao mesmo
tempo. Não é difícil compreender esse fenômenos em termos bioquímicos: o genes, pedaço de DNA, é
capaz de produzir uma certa proteína; essa proteína, em alguns casos, pode ser utilizada em vários
caminhos metabólicos diferentes, condicionando diversas características simultaneamente.
Exemplos:
Exemplo 1: Mendel observou, em ervilhas, um caso de pleiotropia. Quando a flor de ervilha é colorida,
caráter que depende de um par de genes-, a casca da semente, após seu cozimento, é marrom; se a flor
é branca, a casca da semente e incolor. O mesmo par de genes controla dois caracteres: cor da flor e cor
da casca depois de cozida.

Exemplo 2: Outro exemplo de pleiotropia é aquele que condicionado pela gene causador da anemia
falciforme. A presença desse gene implica, diretamente, a produção de moléculas de hemoglobina com
um aminoácido trocado; no entanto, uma série de consequências, que torna bastante difícil a vida da
pessoa com anemia falciforme.

Conceitos Básicos da Genética

Gene: é unidade primária da herança, isto é, um “pedaço” de DNA que contém a informação que levará
a síntese de proteínas. Estes possuem diferentes números de pares de nucleotídeos e correspondem a
diferentes segmentos do DNA, situados em locus (posição específica) distintos do cromossomo. Genes
são representados por letra do alfabeto romano ou por abreviações das designações recebidas por
caracteres.

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Genes alelos: São responsáveis por determinarem as características biológicas dos seres, são
segmentos de DNA (ácido desoxirribonucleico) que encontram-se no mesmo lócus nos cromossomos
homólogos sendo, sobretudo, constituídos de pares adquiridos dos progenitores, o qual um deles é
proveniente da mãe (óvulo) e outro do pai (espermatozoide).

Gene dominante: Gene que manifesta o mesmo fenótipo, tanto em homozigose (AA) quanto em
heterozigose (Aa)

Gene recessivo: Gene que só manifesta o caráter em homozigose (dois alelos iguais-aa), quando
estiver presente em dose dupla (aa).

Homozigoto: Os indivíduos homozigotos são chamados de “puros”, visto que são caracterizados por
pares de genes alelos idênticos, ou seja, os alelos análogos produzirão apenas um tipo de gameta
representado pelas letras iguais (AA, aa, BB, bb, VV, vv), sendo que as maiúsculas são chamadas de
dominantes, enquanto que as minúsculas são as possuidoras do caráter recessivo.

Heterozigoto: Os indivíduos heterozigotos correspondem aos indivíduos que possuem pares de alelos
distintos que determinam tal característica. Na medida que nos heterozigotos, os pares de alelos são
diferentes, eles são representados pela união das letras maiúsculas e minúsculas, por exemplo, Aa, Bb,
Vv.

Conceitos de Fenótipo e Genótipo

Dois conceitos importantes para o desenvolvimento da genética, no começo do século XX, foram os
de fenótipo e genótipo, criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L. Johannsen (1857-1912).

Fenótipo

O conceito de fenótipo (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) está relacionado
com as característica externas, morfológicas, fisiológicas e comportamentais dos indivíduos, ou seja, o

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fenótipo determina a aparência do indivíduo (em sua maioria, aspectos visíveis), resultante da interação
do meio e de seu conjunto de genes (genótipo). Exemplos de fenótipo são o formato dos olhos, a
tonalidade da pele, cor e textura do cabelo, dentre outros.

Cruzamentos e Heredogramas

No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com cruzamentos dirigidos, a
determinação do padrão de herança das características depende de um levantamento do histórico das
famílias em que certas características aparecem. Isso permite ao geneticista saber se uma dada
característica é ou não hereditária e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de
uma representação gráfica denominada heredograma (do latim heredium, herança), também conhecida
como genealogia ou árvore genealógica.
Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as relações de parentesco entre
os indivíduos de uma família. Cada indivíduo é representado por um símbolo que indica as suas
características particulares e sua relação de parentesco com os demais. Indivíduos do sexo masculino
são representados por um quadrado, e os do sexo feminino, por um círculo. O casamento, no sentido
biológico de procriação, é indicado por um traço horizontal que une os dois membros do casal. Os filhos
de um casamento são representados por traços verticais unidos ao traço horizontal do casal. Os principais
símbolos são os seguintes:

Fonte : Saraiva

A montagem de um heredograma obedece a algumas regras:


1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita, sempre que for
possível.
2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita.
3ª) Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de cada
geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a direita. Outra
possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por algarismos arábicos, começando-
se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração

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Interpretação dos Heredogramas

A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança de uma certa
característica (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.). Permite, ainda, descobrir o genótipo
das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo menos de parte delas. Quando um dos membros de uma
genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto
dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_, B_ou C_, por exemplo.
A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma, é se o caráter em questão
é condicionado por um gene dominante ou recessivo. Para isso, devemos procurar, no heredograma,
casais que são fenotipicamente iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica
permaneceu oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene recessivo.
Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o caráter presente no filho é
recessivo!
Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos agora localizar os
homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter recessivo. Depois disso, podemos
começar a descobrir os genótipos das outras pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas:
1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um indivíduo é homozigoto
recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada ancestral.
2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos.
Dessa forma, como em um “quebra-cabeças”, os outros genótipos vão sendo descobertos. Todos os
genótipos devem ser indicados, mesmo que na sua forma parcial (A_, por exemplo).

Em uma árvore desse tipo, as mulheres são representadas por círculos e os homens por quadrados.
Os casamentos são indicados por linhas horizontais ligando um círculo a um quadrado. Os algarismos
romanos I, II, III à esquerda da genealogia representam as gerações. Estão representadas três gerações.
Na primeira há uma mulher e um homem casados, na segunda, quatro pessoas, sendo três do sexo
feminino e uma do masculino. Os indivíduos presos a uma linha horizontal por traços verticais constituem
uma irmandade. Na segunda geração observa-se o casamento de uma mulher com um homem de uma
irmandade de três pessoas.

Heranças Genéticas

Herança genética ou biológica é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se
predisposto a adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou, através de
informações codificadas (código genético) que são transmitidas à descendência. A combinação entre os
códigos genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão desses
códigos são responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução
das espécies. A ciência que estuda a herança genética é a genética. Organismos vivos são compostos
de células, que possuem material genético. Esse material se encontra reunido em estruturas celulares
chamadas cromossomos. Em organismos unicelulares como as bactérias, a célula-filha herda o seu
genoma da célula-mãe. Em organismos diploides, como os seres humanos, os cromossomos ocorrem
aos pares. Cada par destes cromossomos é constituído tanto de informação genética de origem materna
quanto de origem paterna, normalmente em partes iguais.
No processo de fecundação, quando o espermatozoide paterno se une ao óvulo materno, metade das
informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma da célula embrionária
resultante. Assim, esta contém informações genéticas maternas e paternas. A formação do embrião se
dá por subdivisões celulares sucessivas a partir dessa primeira célula. Na divisão celular, as informações

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genéticas são replicadas. Assim, cada nova célula do indivíduo possui a mesma informação genética
presente na primeira célula zigótica.

Processo de fecundação

Modos de Heranças

Herança quantitativa

Existe um caso especial de interação gênica conhecida como herança quantitativa ou polimeria, em
que vários pares de genes determinam variação gradual de uma característica. A manifestação fenotípica,
portanto, resulta do efeito cumulativo dos genes envolvidos, conhecidos por poligenes.
Características como a produção de leite ou de carne do gado bovino, a cor da pele ou a estatura do
homem apresentam variações apenas de grau ou quantidade.
Analisando-se a estatura humana, por exemplo, as medidas podem variar de 1.50m a 1,80m, de um
modo geral.
A cor da pele humana constitui um caso clássico de herança quantitativa. Pode-se considerar a cor da
pele como dependente de dois pares de genes Aa e Bb. Os genes A e B controlariam cada um a síntese
de grande quantidade de melanina, enquanto os genes a e b condicionariam a produção de pequena
quantidade. Os efeitos cumulativos desses genes determinam os fenótipos: preto, mulato escuro, mulato
médio, mulato claro, e branco.
As proporções esperadas entre os descendentes de um casal e mulatos médios com genótipo AaBb
estão representadas abaixo. As cinco classes fenotípicas se distribuem na proporção 1:4:6:4:1.

A determinação do número de pares de genes envolvidos na transmissão de uma característica


quantitativa, bem como a do número de classes fenotípicas e das proporções de cara uma, é feita por
métodos estatísticas complexos. A ´previsão do número aproximado de classes fenotípicas na
descendência de heterozigotos pode ser obtida a partir da expressão 2n+1, em que n=número de pares
de genes envolvidos na herança. Por exemplo, quando o número de pares de genes for igual a 2, teremos

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2n+1 ou (2.2) +1=5 classe fenotípicas. Quando n=4, serão 9 classes fenotípicas; quando igual a 12, serão
25 classes, e assim por diante.
Então, quanto maior for o número de pares de genes envolvidos, maior será a variabilidade fenotípica
possível. Como em muitos casos estão envolvidos vários pares de genes, o número de fenótipos pode
ser muita grande.

Herança e Sexo

Quando os genes estão nos cromossomos sexuais, a sua expressão depende do sexo do indivíduo
considerado. Se a manifestação de uma certa característica é influenciada pelo sexo do indivíduo,
dizemos se tratar de um caso de herança relacionada com o sexo.
A Herança ligada ao sexo é determinada por genes localizados na região heteróloga do cromossomo
X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os homens, como
possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene. Um gene recessivo
presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que não há um alelo dominante
que impeça a sua expressão.
Em condições normais, qualquer célula diploide humana contém 23 pares de cromossomos
homólogos, isto é, 2n = 46. Desses cromossomos, 44 são autossomos e 2 são os cromossomos sexuais
também conhecidos como heterossomos.

Autossomos e Heterossomos

Os cromossomos autossômicos são aqueles relacionados às características comuns aos dois


sexos, enquanto os sexuais são os responsáveis pelas características próprias de cada sexo. A formação
de órgãos somáticos, tais como fígado, baço, o estômago e outros, deve-se a genes localizados nos
autossomos, visto que esses órgãos existem nos dois sexos. O conjunto haploide de autossomos de uma
célula é representado pela letra A. Por outro lado, a formação dos órgãos reprodutores, testículos e
ovários, característicos de cada sexo, é condicionada por genes localizados nos cromossomos sexuais
(heterossomos) e são representados, de modo geral, por X e Y. O cromossomo Y é exclusivo do sexo
masculino. O cromossomo X existe na mulher em dose dupla, enquanto no homem ele se encontra em
dose simples.

Os Cromossomos Sexuais

O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma porção
encurtada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino. Observe na figura abaixo que uma parte
do cromossomo X não possui alelos em Y, isto é, entre os dois cromossomos há uma região não-
homóloga.

Determinação Genética do Sexo

Em algumas espécies animais, incluindo a humana, a constituição genética dos indivíduos do sexo
masculino é representada por 2AXY e a dos gametas por eles produzidos, AX e AY; na fêmea, cuja
constituição genética é indicada por 2AXX, produzem-se apenas gametas AX. No homem a constituição
genética é representada por 44XY e a dos gametas por ele produzidos, 22X e 22Y; na mulher 44XX e os
gametas, 22X. Indivíduos que forma só um tipo de gameta, quanto aos cromossomos sexuais, são
denominados homogaméticos. Os que produzem dois tipo são chamados de heterogaméticos. Na
espécie humana, o sexo feminino é homogamético, enquanto o sexo masculino é heterogamético.
Exemplificando:

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O sistema X0

Esse sistema ocorre em espécies onde não existe o cromossomo Y. Os machos são, portanto, X0 (lê-
se xis-zero) e as fêmeas são XX. Esse tipo de herança ocorre em alguns insetos, como os gafanhotos.
Os machos desse sistema possuem um número ímpar de cromossomos em seu cariótipo e as fêmeas
possuem um número par.

O sistema ZW

No sistema ZW os cromossomos sexuais são invertido, isto é, o macho apresenta dois cromossomos
sexuais iguais, ZZ, enquanto a fêmea apresenta dois diferentes, um Z e outro W. Este sistema aparece
em lepidópteros (borboletas, mariposas), peixes e aves.

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O sistema ZO

Ocorre em galinhas domésticas e répteis. Os machos são homogaméticos, com dois cromossomos
sexuais iguais (ZZ) e as fêmeas são heterogaméticas, apresentando apenas um cromossomo sexual Z.

Determinação do sexo em plantas

O dimorfismo sexual em plantas superiores é uma característica de menor importância quando


comparada com os animais. De fato, a grande maioria das plantas são hermafroditas e portanto,
apresentam os dois sexos em uma mesma flor. Existe entretanto, outros tipos de expressões sexuais tais
como: (a) plantas monóicas – possuem órgãos masculinos e femininos em flores separadas porém, na
mesma planta, (b) plantas dióicas – possuem órgãos masculinos e femininos em plantas diferentes.

32
Herança Ligada ao Sexo

Habitualmente, classificam-se os casos de herança relacionada com o sexo de acordo com a posição
ocupada pelos genes, nos cromossomos sexuais. Para tanto, vamos dividi-los em regiões: A porção
homóloga do cromossomo X possui genes que têm correspondência com os genes da porção homóloga
do cromossomo Y. Portanto, há genes alelos entre X e Y, nessas regiões. Os genes da porção heteróloga
do cromossomo X não encontram correspondência com os genes da porção heteróloga do cromossomo
Y. Logo, não há genes alelos nessas regiões, quando um cromossomo X se emparelha com um
cromossomo Y.
Herança ligada ao sexo é aquela determinada por genes localizados na região heteróloga do
cromossomo X. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas têm duas dessas regiões. Já os
homens, como possuem apenas um cromossomo X (pois são XY), têm apenas um de cada gene.
Nota: Um gene recessivo presente no cromossomo X de um homem irá se manifestar, uma vez que
não há um alelo dominante que impeça a sua expressão.

Na espécie humana os principais exemplos de herança ligada ao sexo são:

Daltonismo

O daltonismo é caracterizado pela confusão na percepção das cores (como o vermelho e verde, ou
verde e marrom), é determinado por um gene recessivo “d”, sendo que o alelo dominante “D” condiciona
a visão normal das cores. Essa anomalia afeta os homens mais frequentemente do que as mulheres. É
fácil entender o porquê. Basta um único gene “d” para que um homem seja daltônico; seu genótipo será
XdY. Para uma mulher ser daltônica, são necessários dois genes “d”, devendo ela ser X dXd. O genótipo
de homens normais é XDY; mulheres não daltônicas podem ser homozigotas (XDXD) ou heterozigotas
(XDXd) ditas também como portadoras.

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Genótipo Fenótipo
XDXD mulher normal
XDXd mulher normal portadora

XdXd mulher daltônica


XD Y homem normal
Xd Y homem daltônico

Genótipo e fenótipo do Daltonismo

Caro candidato, convido você a fazer a seguir o teste para o daltonismo. Para tal, anote em seu
caderno, quais os números exibidos dentro de cada círculo.

Teste para o daltonismo

Hemofilia

A hemofilia é um distúrbio hereditário que se caracteriza pelo retardo no tempo de coagulação


sanguínea em função da deficiência na produção do fator VIII, uma proteína codificada pelo gene
dominante (H) e não codificada pelo seu alelo recessivo (h), localizados no cromossomo X.
A hemofilia atinge cerca de 300.000 pessoas. É condicionada por um gene recessivo, representado
por h, localizado no cromossomo X. É pouco frequente o nascimento de mulheres hemofílicas, já que a
mulher, para apresentar a doença, deve ser descendente de um hímen doente (X hY) e de uma mulher
portadora (XHXh) ou hemofílica (XhXh). Como esse tipo de cruzamento é extremamente raro, acredita-se
que praticamente inexistiriam mulheres hemofílicas. No entanto, já foram relatados casos de hemofílicas,
contrariando assim a noção popular de que essas mulheres morreriam por hemorragia após a primeira
menstruação (a interrupção do fluxo menstrual deve-se à contração dos vasos sanguíneos do endométrio,
e não a coagulação do sangue).

Segue abaixo um quadro resumo contendo os possíveis genótipos e respectivos fenótipos (normal e
hemofílico), segundo o gênero do indivíduo e o exemplo de um possível cruzamento:

Sexo Genótipo → Fenótipo


X Y → homem normal
H
Masculino
XhY → homem hemofílico
XHXH → mulher normal
XHXh → mulher normal
Feminino
portadora
XhXh → mulher hemofílica

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Herança holândrica, ligada ao cromossomo Y ou herança restrita ao sexo

É a herança relacionada aos genes localizados no cromossomo Y, no segmento sem homologia. O


cromossomo Y é o principal determinante da masculinidade na espécie humana e outros mamíferos. Nele
deve estar contido os genes de efeito masculinizante. Afora esta possível ação masculinizante, pouco se
conhece sobre os genes do Y, com algumas exceções no homem.
Como o cromossomo Y é restrito aos machos, apenas este sexo apresentam tais características,
sendo repassado de pais para filhos.
Tradicionalmente, a hipertricose, ou seja, presença de pelos no pavilhão auditivo dos homens, era
citada como um exemplo de herança restrita ao sexo. No entanto, a evidência que a hipertricose deve-se
a uma herança ligada ao Y está sendo considerada inconclusiva, pois, em algumas famílias estudadas,
os pais com hipertricose tiveram filhos homens com e sem pelos nas bordas das orelhas. Na herança
restrita ao sexo verdadeira:

Nota: Todo homem afetado é filho de um homem também afetado; todos os seus filhos serão afetados,
e as filhas serão normais.

Herança autossômica influenciada pelo sexo

Nessa categoria, incluem-se as características determinadas por genes localizados nos cromossomos
autossomos cuja expressão é, de alguma forma, influenciada pelo sexo do portador. Nesse grupo, há
diversas modalidades de herança, das quais ressaltaremos a mais conhecida, a dominância influenciada
pelo sexo, herança em que, dentro do par de genes autossômicos, um deles é dominante nos homens e
recessivo nas mulheres, e o inverso ocorre com o seu alelo. Na espécie humana, temos o caso da calvície
Outras formas de herança autossômica influenciada pelo sexo são a penetrância influenciada pelo
sexo e a expressividade influenciada pelo sexo. Na espécie humana, a ocorrência de malformações de
vias urinárias apresenta uma penetrância muito maior entre os homens do que entre as mulheres. Elas,
portanto, ainda que possuam o genótipo causador da anormalidade, podem não vir a manifestá-la. A
expressividade também pode ser influenciada pelo sexo. Um exemplo bem conhecido é o do lábio
leporino, falha de fechamento dos lábios. Entre os meninos, a doença assume intensidade maior que nas
meninas, nas quais os defeitos geralmente são mais discretos.

Alterações cromossômicas

As alterações cromossômicas são alterações estruturais (inversões) ou numéricas (duplicação e


deleção) de cromossomos nas células.
-Inversão: Um pedaço de cromossomo se quebra, sofre rotação de 180º e solda-se novamente em
posição invertida. Por causa da alteração da ordem dos genes, o pareamento dos homólogos na meiose.
-Duplicação: Na duplicação, há a formação de um segmento adicional em um dos cromossomos. De
modo geral, as consequências de uma duplicação são bem toleradas pois não há falta de material
genético.
-Deleção: Um pedaço de cromossomo é perdido neste tipo de anomalia, que implica a perda de muitos
genes. Deficiências são percebidas durante o pareamento de cromossomos na meiose. Um exemplo
humano é a síndrome de cri du chat (síndrome do miado do gato), em que falta um fragmento do braço
curto do cromossomo

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Vejamos alguns exemplos de doenças genética:

Síndrome de Down: Trata-se de um distúrbio genético, resultado da trissomia do cromossomo


21.Esse tipo específico de trissomia causa retardo mental e algumas características físicas próprias. As
chances de ter um bebê com Síndrome de Down é maior quanto mais tarde a mulher engravidar. Essa
trissomia é a mais comum entre as que existem e cerca de 95% dos casos de distúrbio genético causado
por trissomia são de Síndrome de Down. O diagnóstico é feito com base nas características físicas em
comum que todas as crianças com a síndrome apresentam. Apesar das características que eles
desenvolvem em comum, é importante lembrar que os portadores também herdam características físicas
de seus pais, que definem a cor da pele, do cabelo, dos olhos, enfim, tudo que o caracteriza, assim como
em qualquer criança.

Síndrome de Edward: Erro genético que consiste na trissomia do cromossomo 18. Estima-se que
mais de 90% dos casos dessa síndrome resultem em abortos espontâneos e o maior número de casos
ocorre com mulheres. O sistema nervoso central é atingido. As crianças que nascem com essa anomalia
gênica têm diferentes graus de retardo mental e podem ter hidrocefalias. Desenvolvem características
típicas e tem baixa expectativa de vida.

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Síndrome de Klinenfelter: A síndrome de Klinenfelter é uma doença causada por uma variação
cromossômica em que há um cromossomo sexual a mais. Acontece nos homens; portanto, o cariótipo é
XXY. Esse cromossomo extra provoca algumas características físicas particulares. Eles possuem
expectativa de vida normal, mas têm maior probabilidade de sofrer com AVC (acidente vascular cerebral).
Geralmente, não é diagnosticada após o nascimento, mas quanto mais cedo for detectado o problema,
mais eficaz é o tratamento.

Síndrome XYY: Durante a fecundação, o indivíduo recebe dois cromossomos sexuais Y por causa de
uma aneuploidia do espermatozoide. Isso faz com que o portador tenha características comportamentais
que os diferem, embora não apresentem má-formação. A doença tem incidência maior nos presidiose
hospícios, pois foi comprovado que os homens com a síndrome se mostram mais agressivos.

Síndrome de Patau: A síndrome de Patau é uma anomalia cromossômica causada pela trissomia do
cromossoma 13. Foi descoberta em 1960 por Klaus Patau observando bebês com mal formações
múltiplas. Tem como principal causa a não disjunção dos cromossomas durante a anáfase 1 da mitose,
gerando gametas com 24 cromatídeos. Neste caso, o gameta possui um par de cromossomas 13, que
juntando com o cromossoma 13 do gameta do parceiro forma um ovo com trissomia. Cerca de 20% dos
casos resultam de uma translocação não balanceada. Ocorre na maioria das vezes com mulheres com
idade avançada 35 anos acima

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Síndrome de Turner: é uma monossomia do X e apenas 1% dos que a possuem sobrevive. A
proporção estatística é de 1 para 8000 nascimentos, sendo que apenas a metade das meninas que
sobrevivem apresentam cariótipo com 45X (como no cariótipo abaixo), a outra metade tem muitas
anormalidades cromossômicas no cromossomo sexual.

Cariótipo de uma pessoa com Síndrome de Turner

Com tamanha alteração não é de se espantar que a maioria nem chegue a nascer, e das que nascem
apenas uma pequena parcela sobrevive. E dentre as que sobrevivem, aproximadamente 90% precisam
fazer uma substituição hormonal para auxiliar no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
(pelos pubianos, por exemplo) já que o organismo não consegue fazê-lo sozinho. Por esses dados é
possível confirmar o que as pesquisas já dizem: a causa mais frequente dos abortos espontâneos por
síndromes é a Síndrome de Turner, dados mais específicos taxam em 18% este índice.
A síndrome de Turner ocorre graças à um erro durante a gametogênese, causando a monossomia do
X e quase sempre está presente no gameta paterno. Suas características fenotípicas mais comuns são:
estatura menor que o padrão para a idade, pescoço robusto (ou alado), ausência da maturação sexual,
tórax largo com mamilos muito separados, inchaço nas mãos e pés. Nas figuras abaixo e ao lado podemos
perceber perfeitamente este padrão fenotípico.

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Graças às características observadas acima, erroneamente no passado as mulheres acometidas por
esta síndrome eram incluídas no grupo dos deficientes mentais, pela semelhança de alguns caracteres.
Mas isto é um equívoco, pois estudos e relatos de caso já comprovaram que ou a inteligência não é
afetada ou comumente as mulheres portadoras desta síndrome evoluem sua inteligência um pouco mais
que a média das outras mulheres, ditas “normais” (ou não-sindromizadas)
Os anticorpos são glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo das gamaglobulinas, denominadas
também de imunoglobulinas (Ig). Cada uma interage especificamente com determinado antígeno
(epítopo) responsável por estimular sua formação. São secretados pelos plasmócitos resultantes da
proliferação e diferenciação do linfócito B.O anticorpo possui uma função importante de se combinar
especificamente com o epítopo que ele reconhece, provocando o aparecimento de sinais químicos
indicando aos outros componentes do sistema imunitário, que há um invasor no organismo. Alguns
anticorpos possuem a capacidade de aglutinar células e precipitar antígenos solúveis. Esta aglutinação
facilita a fagocitose do micro-organismo e a precipitação de moléculas estranhas que são agressivas,
podem torná-las inócuas. Existem cinco classes de imunoglobulinas com função de anticorpos, são elas:
IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.
Estas se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, localizações funcionais e capacidade de lidar
com os diversos antígenos. As imunoglobulinas são moléculas de estrutura tridimensional, sendo que
cada uma possui duas cadeias pesadas, unidas a uma cadeia leve cada, através de duas pontes de
enxofre e mais duas cadeias pesadas unidas entre si. A mais abundante na circulação sanguínea é a
IgG, constituindo cerca de 75% das imunoglobulinas presentes no plasma. Serve como modelo para as
outras classes. Formada por duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas, também idênticas,
ligadas por pontes de dissulfeto e forças não covalentes. A IgA está presente em pequena quantidade na
circulação sanguínea.
Encontra-se sob a forma de SIgA, sendo o principal anticorpo encontrado na lágrima, no leite, na saliva,
nas secreções nasal e bronquial, na secreção presente no lúmen do intestino delgado, na secreção da
próstata e também no líquido que umedece a vagina. É muito resistente às enzimas proteolíticas, deste
modo, sendo adaptada para atuar nas secreções sem sofrer inativação pelas enzimas presentes nestas.
A IgM constitui 10% dos anticorpos do plasma sanguíneo, existindo na maior parte das vezes, sob a forma
de pentâmero (combinação de cinco moléculas). Este imunoglobulina é a predominante no início das
respostas imunitárias. Juntamente com a IgD é a mais encontrada na superfície de linfócitos B, exercendo
a função de receptoras, combinando com antígenos específicos.
O resultado desta combinação é a proliferação destes linfócitos e sua posterior diferenciação em
plasmócitos. A IgM livre no sangue, a circulante, pode ativar o complemento, resultando na lise de
bactérias. A IgE, geralmente está na forma de monômero, possui grande afinidade para receptores

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localizados na membrana de mastócitos e basófilos. Após estas moléculas de imunoglobulinas serem
secretadas pelos plasmócitos, elas irão se prender àqueles receptores, praticamente desaparecendo no
plasma. A reação alérgica é mediada pela atividade desta imunoglobulina e dos alérgenos que estimulam
sua produção. Quando este é encontrado novamente pelo IgE, o complexo antígeno-IgE formada na
superfície dos mastócitos e basófilos, determina a produção e a liberação de várias substâncias
biologicamente ativas (heparina, histamina, leucotrienos e ECF-A)
A IgD sua função principal ainda não foi esclarecida. Está presente no plasma sanguíneo em
concentrações muito baixas, representando apenas 0,2% do total de imunoglobulinas. Esta molécula,
juntamente com a IgM, está presente na superfície dos linfócitos B participando da diferenciação desta
célula.

Alelos múltiplos ou polialelia

Quando há mais de dois alelos para cada locus, em alelos múltiplos ou polianelia.
Apesar de existirem vários alelos para um mesmo locus, nas células de cada indivíduo diploide
ocorrem apenas dois deles, pois são apenas dois cromossomos homólogos.
Suponhamos três alelos: A, A1, e A2.
São seis as combinações possíveis entre eles. Cada uma delas pode manifestar um fenótipo diferente,
dependendo de haver ou não dominância de um alelo sobre outro.
Para exemplificar, vamos apresentar a herança da cor do pelo em coelhos. Existem quatro fenótipos
para esse caráter onde podemos observar a manifestação genética de uma série com quatro genes
alelos: o primeiro C, expressando a cor Aguti ou Selvagem; o segundo Cch, transmitindo a cor Chinchila;
o terceiro Ch, representando a cor Himalaia; e o quarto alelo Ca, responsável pela cor Albina.

Sendo a relação de dominância → C > Cch > Ch > Ca

O gene C é dominante sobre todos os outros três, o Cch dominante em relação ao himalaia e ao albino,
porém recessivo perante o aguti, e assim sucessivamente.

As possíveis combinações entre eles e os fenótipos resultantes são os seguintes:

Probabilidade

A partir do momento em que se torna possível o conhecimento de todos os valores de uma variável
aleatória, incluindo suas respectivas probabilidades, construímos uma distribuição de probabilidades. Ela
associa uma probabilidade a cada resultado numérico de um experimento. Para tanto, apresenta a
probabilidade de cada valor de uma variável aleatória. Existem duas fórmulas que se aplicam como regras
na distribuição de probabilidades. Uma delas é de que a soma de todos os valores em uma distribuição
de probabilidades deve ser igual a 1:

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∑P(x) = 1, onde x toma todos os valores possíveis

E que a probabilidade de ocorrência de um evento deve ser maior do que zero e menor do que 1:
0 ≤ P(x) ≤ 1 para todo x.

Teoria das Probabilidades

Dados lançados à História da Teoria das Probabilidades se dá por volta do século XVII, quando os
comerciantes mesopotâmicos e fenícios criaram o pagamento de seguros e anuidades pelas mercadorias,
devido ao prejuízo no roubo e no naufrágio de suas cargas. Gregos, romanos e italianos seguiram a
mesma estratégia. Os cálculos utilizados para determinar os valores a serem pagos, eram baseados na
probabilidade de ocorrência de acidentes, como os citados roubos e naufrágios.

Experimento Aleatório

Um experimento pode ser identificado pela letra (E), e é bastante utilizado na descrição de algum
processo que gerou resultado. Para exemplificar esse conceito, basta imaginar uma carta do baralho e
observar o seu naipe. Esse ato gerou um resultado, por exemplo. O mesmo acontece se jogarmos uma
moeda ou um dado homogêneo e observar o número da face superior. Todos esses experimentos têm
algo em comum: são aleatórios.

O que são experimentos aleatórios?

Como os resultados obtidos nos três exemplos acima citados são incertos, os designamos como
aleatórios, mesmo que haja um prévio conhecimento de todos os resultados possíveis. Os experimentos
aleatórios têm como principal característica o fato de ocorrer repetição, com condições inalteradas, não
conduzindo ao mesmo resultado, necessariamente. Ou seja, para o reconhecimento de um experimento
aleatório, é fundamental que exista a possibilidade dele ser repetido indefinidamente, sob as mesmas
condições; que não se conheça, no primeiro momento, os seus resultados, mas que suas possibilidades
possam descritas
Quando houver uma grande quantidade de vezes que um experimento for repetido, surgirá a seguinte
fração que indica estabilidade: f = r/n (a lei dos Grandes Números). A formulação de um modelo
matemático que possa fazer previsões dos futuros resultados pode se realizada através dessa
regularidade.

Representação:
n – número de repetições
r – número de sucessos de um resultado particular
f – frequência relativa

Dentro de um experimento aleatório, existe um conjunto de todos os resultados possíveis. A esse


conjunto dá-se o nome de Espaço Amostral, simbolizado por (S). No caso do dado, baralho e moeda,
designados como experimento 1 (E1), 2 (E2) e 3 (E3), podemos obter os seguintes resultados:
S1={1,2,3,4,5,6}
S2={copas, paus, espada, ouro}
S3={cara, coroa}

Elemento, membro ou ponto amostral são denominações dadas para os resultados individuais de S. É
possível listar os elementos de um espaço amostral, caso ele seja finito. Quando se obtém os resultados
de um experimento (E), eles podem ser descritos dentro de mais de um espaço amostral.

Evento

Dentro do espaço amostral (E), temos um subconjunto que recebe o nome de evento. Por exemplo,
ao jogarmos um dado, obtemos o experimento E=jogar um dado. Logo, o seu espaço amostral é:
S={1,2,3,4,5,6}. O evento ocorre, quanto estamos interessados em um subgrupo, por exemplo, ocorrer
um número par. Logo, o nosso evento A={2,4,6}

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. 231
Tipos de Eventos

Os eventos podem ser classificados em:


Evento nulo ou impossível
B={x| x é par e divisor de 7}

Nesse caso, não existem números pares que sejam divisores de 7, pois os únicos são 1 e 7. Logo,
esse evento B é nulo ou = Ø

Evento certo

Seja o evento E=jogar um dado, temos as seguintes possibilidades de resultados no espaço amostral:
S={1,2,3,4,5,6} e se propõe a encontrar um número natural de 1 a 6, o evento é certo, pois A={x| x é um
número natural de 1 a 6}.

(A') Complemento do Evento A

Mantendo-se o experimento de se jogar um dado (E), obtemos o seguinte espaço amostral


S={1,2,3,4,5,6}. Se o evento A=o número é par, então obtemos A={2,4,6}. Logo, seu evento complementar
será A'={1,3,5}, ou seja, o conjunto de elementos de S que não se encontram em A.

Eventos e operações

Para se gerar novos eventos, é possível considerarmos a realização de operações. Esses novos
eventos serão também subconjuntos do mesmo espaço amostral (S).
E=jogar um dado

Eventos: A, B, C {(A) – o número é par, (B) – o número é maior que 3, (C) – o número é ímpar}, logo
S={1,2,3,4,5,6}
A={2,4,6}
B={4,5,6}
C{1,3,5}

O evento que contém todos os elementos que são comuns entre outros dois eventos, é chamado de
interseção. A Interseção entre esses grupos se configura da seguinte forma:
A ∩ B = {4,6}
B ∩ C = {5}
A∩C=Ø

Neste caso, os eventos A e C são mutuamente exclusivos. O evento que contém elementos que sejam
pertencentes aos dois outros eventos, é chamado de união. A União entre esses grupos se configura da
seguinte forma:
A U B = {2,4,5,6}
AUC = {1,2,3,4,5,6}
Neste caso, A=C'

Probabilidade de um evento

Quando expressamos um resultado que não é certo, mas que com base em acontecimentos passados
ou compreendendo o fenômeno estruturalmente é possível gerar certo grau de confiança em uma
afirmação, criamos a probabilidade de um evento

Técnicas de Contagem dos Pontos do Espaço Amostral

A contagem dos possíveis resultados dentro de um espaço amostral pode ser, por vezes, muito
trabalhosa. Para facilitar a contagem, a análise combinatória foi desenvolvida com as técnicas de
contagem indireta, que acontece da seguinte maneira. No princípio fundamental da contagem, se um
acontecimento é composto por duas etapas sucessivas e se a relação entre as duas for de independência,

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. 232
onde a etapa 1 pode ocorrer de n modos e a 2 de m modos, para obtermos o número de possibilidades
de ocorrência do acontecimento, basta multiplicarmos n por m

Probabilidade Condicional

Utilizando mais uma vez o exemplo do experimento E: lançamento do dado e seu espaço amostral
S={1,2,3,4,5,6}, onde temos o evento A: sair o nº 3 ao verificar o resultado, obtemos a seguinte
probabilidade: P(A) = 1/6
Agora, se pegarmos o evento B={sair um número ímpar} = {1,3,5}, a probabilidade de P(A) será de 1/3.
Dá-se o nome de probabilidade condicional quando o mesmo reavaliar a probabilidade de ocorrência de
um evento, dado que outro ocorre. Por exemplo, a probabilidade P(A/B) é uma “atualização” de P(A),
contanto que o evento B tenha ocorrido.

Independência Estatística

Define-se independência estatística quando dois eventos (A e B) são independentes, ou seja, se


P(A∩B) = P(A) . P(B). A herança dos tipos sanguíneos do sistema ABO constitui um exemplo de alelos
múltiplos na espécie humana.

A descoberta dos grupos sanguíneos

Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras
de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados
semelhantes a coágulos, levando a acidentes fatais. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm
sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos
sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população. Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe
um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que
penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando
a circulação do sangue.

-Os grupos sanguíneos

Em 1900, Landsteiner conclui que os indivíduos, nas espécie humana, dividem-se em quatro grupos
de diferentes composições sanguíneas, sendo estes o grupo A, B, AB e O, classificados como sistema
ABO.

Aglutinogênios e Aglutininas

No sistema ABO, como visto anteriormente, existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses
tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os
aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma
sanguíneo. Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas
do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm
aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A
e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O não tem aglutinogênios na
hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.

Grupo sanguíneo Aglutinogênio Aglutinina


A A Anti-B
B B Anti-A
AB AeB nenhuma
O Nenhum Anti-A e Anti-B

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. 233
Determinação da genética dos grupos sanguíneos

A produção desses aglutinogênios, e o grupo ao qual uma pessoa pertence, são determinados por
uma série de 3 alelos múltiplos: Ia, Ib e i.

IA - determina a produção do aglutinogênio A


IB - determina a produção do aglutinogênio B
i - determina a ausência de aglutinogênios

Genótipos Fenótipos
I A I A, I A i Grupo A
I B I B, I B i Grupo B
IA IB Grupo AB
ii Grupo O
Entre eles, há a seguinte relação de dominância:

Ia = Ib > i entre os genes Ia e Ib não há dominância, mas ambos dominam o gene i.

Tipos possíveis de Transfusão

Quando glóbulos contendo aglutinogênio a (sangue A) entram em contato com o plasma contendo
aglutinina anti-a (sangue B) ocorre a aglutinação das hemácias, formando grupos que poderão ocluir os
capilares do receptor, caso essa reação ocorra num organismo.
Por outro lado, se um indivíduo de sangue A receber uma transfusão de sangue B, estarão sendo
introduzidas no seu organismo hemácias com aglutinogênio b, que serão aglutinadas pelas próprias
aglutininas anti-b.
O sangue dos indivíduos do grupo O (doador universal), por não possuir nenhum aglutinogênio nas
hemácias, pode ser cedido a pessoa de qualquer um dos outros grupos. É verdade que esse sangue
possui as duas aglutininas, anti-a e anti-b, mas quando injetado no sistema circulatório de uma outra
pessoa, o plasma do doador fica muito diluído, e a possibilidade de que consiga aglutinar as hemácias do
receptor e muito pequena.
Os indivíduos do grupo AB (receptor universal), por outro lado, não possuem aglutinina nenhuma e
podem receber sangue dos indivíduos A, B, AB e O.

O fator Rh

O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener, quando trabalhavam com o sangue do
macaco Rheus. Este, quando injetado em cobaia, provoca produção gradativa de antircorpos. Conclui-se
que existe um antígeno nas hemácias do macaco Rheus, que será chamado de fator Rh. Ao anticorpo
produzido pela cobaia, chamaremos de anti-Rh.

-A genética do fator Rh

Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator Rh, tratando-se portanto, de casos de alelos
múltiplos. Para simplificar, no entanto, considera-se o envolvimento de apenas um desses pares na
produção do fator Rh, motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de herança mendeliana simples.
O gene R, dominante, determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r, recessivo, condiciona a
ausência do referido fator.

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Genótipos Fenótipos
RR Rh+ (positivo)
Rr Rh+ (positivo)
rr Rh- (negativo)

Doença Hemolítica do Recém-Nascido (D.H.R.N) ou Eritroblastose Fetal

No final da gestação, particularmente durante o parto, pode acontecer a passagem de pequenas


quantidades de sangue fetal para a circulação materna. Ao entrar em contato com glóbulos vermelhos
que contém o fator Rh, o sistema de defesa da mulher Rh negativo irá produzir anticorpos anti-Rh, e a
mulher torna-se sensibilizada.
Em uma próxima gestação, se ela novamente gerar uma criança Rh positivo, deve ocorrer a passagem
desses anticorpos anti-Rh para a circulação fetal, que passam a atacar as células vermelhas do feto,
destruindo-as. Essa destruição chama-se hemólise.
Em consequência da hemólise maciça, a criança apresenta anemia intensa. A liberação de
hemoglobina, contida no interior dos glóbulos vermelhos, faz com que o fígado produza grandes
quantidades de bilirrubina. O acúmulo dessa substância deixa a criança com coloração amarela, o que
se chama icterícia. A bilirrubina pode impregnar o sistema nervoso central, provocando sérias lesões
neurológicas (kernicterus). Em um mecanismo de compensação, a medula óssea, local de produção de
glóbulos vermelhos, começa a lançar na circulação fetal células imaturas, que ainda possuem núcleo ou
restos nucleares. Essas células são os eritroblastos. Por isso, a doença também é conhecida por
eritroblastose fetal.
Habitualmente, o primeiro feto Rh positivo não apresenta a doença hemolítica, pois a sensibilização
acontece durante o trabalho de parto e não há tempo para que os anticorpos maternos atravessem a
placenta. O mais comum é que o primeiro filho Rh positivo torne a mãe sensibilizada, e que os demais
filhos Rh positivos apresentem a doença. Entretanto, mesmo o primeiro filho pode desenvolver a
eritroblastose fetal caso a mãe tenha sido sensibilizada previamente por uma transfusão de sangue Rh
positivo.

O sistema MN

Sistema proposto em 1927, por Landsteiner e Levine, observando a capacidade de aglutinação de


hemácias humanas em teste realizado em coelhos, sendo a partir de então possível a caracterização de
dois tipos de aglutinogênios presentes conjuntamente ou isolados na membrana dos eritrócitos: o
antígeno M e o antígeno N. Portanto, trata-se de uma herança codominante (sem ação dominante ou
recessiva) do grupo sanguíneo, formado pelos alelos LM e LN.
Nesse sistema, existem três tipos de genótipos para seus correspondentes fenótipos: dois
homozigóticos, sendo o primeiro deles LMLM do grupo M, o segundo LNLN do grupo N e o terceiro
heterozigótico LMLN do grupo MN.

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Genes Letais

As mutações que ocorrem nos seres vivos são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades
genéticas que podem levar a morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de
atingir a maturidade sexual. Esses genes que conduzem à morte do portador, são conhecidos como alelos
letais. Por exemplo, em uma espécie de planta existe o gene C, dominante, responsável pela coloração
verde das folhas. O alelo recessivo c, condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o
homozigoto recessivo cc morre ainda na fase jovem da planta, pois esta precisa do pigmento verde para
produzir energia através da fotossíntese. O heterozigoto é uma planta saudável, mas não tão eficiente na
captação de energia solar, pela coloração verde clara em suas folhas. Assim, se cruzarmos duas plantas
heterozigotas, de folhas verdes claras, resultará na proporção 2:1 fenótipos entre os descendentes, ao
invés da proporção de 3:1 que seria esperada se fosse um caso clássico de monoibridismo (cruzamento
entre dois indivíduos heterozigotos para um único gene). No caso das plantas o homozigoto recessivo
morre logo após germinar, o que conduz a proporção 2:1.

Planta com folhas verde


P claras
C c
CC Cc
C Verde Verde
Planta com folhas escuro clara
verde claras Cc cc
c Verde clara Inviável

F1 = Fenótipo: 2/3 Verde clara


1/3 Verde escura
Genótipo: 2/3 Cc
1/3 CC

Esse curioso caso de genes letais foi descoberto em 1904 pelo geneticista francês Cuénot, que
estranhava o fato de a proporção de 3:1 não ser obedecida. Logo, concluiu se tratar de uma caso de gene
recessivo que atuava como letal quando em dose dupla. No homem, alguns genes letais provocam a
morte do feto. É o caso dos genes para acondroplasia, por exemplo. Trata-se de uma anomalia provocada
por gene dominante que, em dose dupla, acarreta a morte do feto, mas em dose simples ocasiona um
tipo de nanismo, entre outras alterações.
Há genes letais no homem, que se manifestam depois do nascimento, alguns na infância e outros na
idade adulta. Na infância, por exemplo, temos os causadores da fibrose cística e da distrofia muscular de
Duchenne (anomalia que acarreta a degeneração da bainha de mielina nos nervos). Dentre os que se
expressam tardiamente na vida do portador, estão os causadores da doença de Huntington, em que há
a deterioração do tecido nervoso, com perde de células principalmente em uma parte do cérebro,
acarretando perda de memória, movimentos involuntários e desequilíbrio emocional.

Doenças Genéticas

A maioria das síndromes genéticas são causadas por aneoploidias. Alterações no número de
cromossomos encontrados em cada célula ( geralmente é aumento ou diminuição de 1 cromossomo de
cada par). As aneuploidias podem atingir qualquer um desses 23 pares. Dependendo do par envolvido,
teremos o desenvolvimento de uma certa doença, quanto maior o cromossomo atingido, maiores serão
as alterações.

Causas das Aneuploidias: Vírus, raio x, substâncias químicas (drogas como LSD, maconha, nicotina,
cafeína, ciclamatos idade materna, calor, radiações, predisposição genética a não-separação dos
cromossomos na divisão celular meiótica.

Fórmula Genética:
- inicialmente coloca-se o número total de cromossomos do indivíduo;

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- separa-se por vírgula;
- segue o sexo do indivíduo atingido;
- mais o par cromossômico em que ocorre a alteração.

Exemplo: 47, XX + 21 (lê-se: indivíduo do sexo feminino com Síndrome de Down, com 47
cromossomos, devido à trissomia do 21.

Essas doenças são consequências de alterações cromossômicas do tipo numéricas (quando há mais
ou menos cromossomos que o normal) ou do tipo estrutural. Os humanos possuem 46 cromossomos
organizados em 23 pares. Porém, alguns erros de natureza gênica podem gerar indivíduos com um
cromossomo a mais, onde deveria conter um par. Partindo desse pressuposto, o indivíduo possui 47
cromossomos e é portador de algum tipo de trissomia. Esse fenômeno é atribuído à idade avançada em
que ocorre a gravidez: quanto mais tarde, maior a probabilidade de acontecer a trissomia. A trissomia
pode acontecer no cromossomo 21,18, 13 e nos cromossomos sexuais.

Interação Antígeno/Anticorpo

A associação específica de antígenos e anticorpos é dependente de ligações de hidrogênio, interações


hidrofóbicas, forças eletrostáticas e forças de van der Waals. Estes são todos laços de natureza fraca e
não-covalente, ainda que algumas associações entre o antígeno e anticorpo possam ser bastante fortes.
Tal como os anticorpos, os antígenos podem ser polivalentes, através de múltiplas cópias do mesmo
epítopo, ou pela presença de múltiplos epítopos que são reconhecidos pelos vários anticorpos. Interações
envolvendo polivalência podem produzir complexos mais estáveis, porém também podem resultar em
dificuldades, reduzindo a possibilidade de ligação. Toda a ligação antígeno-anticorpo é reversível, e segue
o princípio base da termodinâmica de qualquer interação bimolecular reversível.
O tempo necessário para atingir o equilíbrio é dependente da taxa de difusão e da afinidade do
anticorpo para o antígeno, e pode variar amplamente. Constantes de afinidade podem ser afetadas pela
temperatura, pH e solvente. Podem ser determinadas por anticorpos monoclonais, mas não por
anticorpos policlonais, considerando as ligações múltiplas entre os anticorpos policlonais e seus
antígenos. Medidas quantitativas de afinidade de anticorpos para antígenos podem ser feitas por diálise
de equilíbrio. Uma diálise de equilíbrio repetida com uma concentração constante de anticorpo e variando
a concentração de ligantes é usada para gerar gráficos de Scatchard , que fornece informações sobre
afinidade e possível reatividade cruzada.

Interação antígenos e anticorpos

A afinidade descreve a intensidade da interação antígeno-anticorpo em sítios antigênicos individuais.


Dentro de cada local antigênico, a região variável do anticorpo "braço" interage através de forças não-
covalentes fracas com o antígeno em vários locais. Quanto mais interações, mais forte a afinidade. A
avidez talvez seja uma medida mais informativa da estabilidade global ou da força do complexo antígeno-
anticorpo. Ela é controlada por três fatores principais: afinidade entre anticorpo e epítopo, valência de
antígeno e anticorpo, e arranjo estrutural da interação. Estes fatores definem a especificidade do
anticorpo, isto é, a probabilidade de que o anticorpo seja precisamente específico para um epítopo. A
reatividade cruzada refere-se a um anticorpo ou à uma população de anticorpos que se ligam aos epítopos
de outros antígenos. Pode ser causada por baixa avidez, baixa especificidade do anticorpo, ou pela
semelhança de epítopos pertencentes a antígenos distintos.

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A reatividade cruzada às vezes é desejável, quando se pretende a ligação do anticorpo a um grupo de
antígenos relacionados ou em casos que é necessária a marcação de espécies relacionadas, quando a
sequência do epítopo antigênico não é altamente conservada na evolução. Técnicas imunoquímicas
possibilitam extrema especificidade, ao nível molecular, de cada imunoglobulina com o seu antígeno,
mesmo na presença de níveis elevados de moléculas contaminantes. A polivalência da maioria dos
antígenos e anticorpos lhes permite agirem de modo a formar precipitados. Alguns exemplos de
aplicações experimentais que utilizam anticorpos são Western Blot, imuno-histoquímica e imuno-
citoquímica, Assay Enzyme-Linked Immunosorbent (ELISA), imunoprecipitação e citometria de fluxo.
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento
desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase)
para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando
a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um
tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam
vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem
diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem
início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos
conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que
diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a
capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas
inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes
próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente
pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas.
Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações
malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores
ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em
estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente
desconhecidos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação
maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos
diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses
indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos.
Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende
da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o
risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros
fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.

Fatores de Risco de Natureza Ambiental

Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A
maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande

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número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente
ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente
social e cultural (estilo e hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio
homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de
câncer.
Hereditariedade

São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e
étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os
indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste
tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar,
embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum.
Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica
é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.
As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte
mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contém os
cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem
instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a
informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido
desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o
funcionamento da célula.

Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética.
As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas
atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a
princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em
oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes
são denominadas cancerosas.

Como se comportam as células cancerosas

As células alteradas passam então a se comportar de forma anormal.


- Multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à
sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão
e manterão as atividades de crescimento descontrolado. O acúmulo dessas células forma os tumores
malignos.
- Adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar. Invadem inicialmente os tecidos
vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sanguíneo ou linfático e, através desses, disseminar-se,
chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo do
tipo da célula do tumor, alguns dão metástases mais rápido e mais precocemente, outros o fazem bem
lentamente ou até não o fazem.
- As células cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas suas funções do que as suas
correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão substituindo as normais, os tecidos
invadidos vão perdendo suas funções. Por exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações respiratórias,
a invasão do cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações da consciência etc.

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. 239
Como é o processo de carcinogênese

O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, em geral se dá lentamente, podendo


levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo
passa por vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles:

Estágio de iniciação

É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou
carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram,
geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se
"preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo
estágio

Estágio de promoção

É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas",


sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é
transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é
necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato
com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da
alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem
a transformação de células iniciadas em malignas.

Estágio de progressão

É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células
alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras
manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese
são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo,
pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.

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. 240
Neoplasias são “novos crescimentos” anormais do tecido que se desenvolve mais rápido que os
tecidos normais adjacentes, de uma maneira descoordenada e persistente. Eles podem ser benignos ou
malignos, sendo o termo “câncer” utilizado para os crescimentos malignos. Células neoplásicas diferem
das células normais nos seguintes itens:
- Proliferação descontrolada, a qual é independente do requerimento de novas células;
- Diminuição da diferenciação celular;
- Alteração de comunicação e adesão celular.

As neoplasias benignas geralmente apresentam um crescimento lento e expansivo, determinando a


compreensão dos tecidos vizinhos, levando à formação de uma pseudocápsula fibrosa. No caso das
neoplasias malignas, devido ao crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não há a
formação dessa pseudocápsula. Todas as estruturas orgânicas possuem parênquima, composto por
células em atividade metabólica ou duplicação, e um estroma, representado pelo tecido conjuntivo
vascularizado, que tem por objetivo sustentar e nutrir o parênquima. Os tumores também possuem essas
estruturas, sendo que no caso dos benignos, por apresentarem crescimento lento, apresentam um
estroma e uma rede vascular adequada, por esse motivo raramente apresentam necrose e hemorragia.
Já no caso dos tumores malignos, devido à rapidez e desorganização do tecido, pela capacidade de
infiltração e pelo elevado índice de multiplicação celular, eles apresentam essa desproporção entre o
parênquima tumoral e o estroma vascularizado. Isso pode resultar até em necrose e hemorragia, de
diferentes graus.
O desenvolvimento dos tumores malignos um processo de várias etapas, que envolve um acúmulo de
mudanças ou “erros” no ácido desoxirribonucleico (DNA). As etapas que levam à transformação
neoplásica de uma célula não são totalmente entendidas, mas a mudança fundamental envolve a
disfunção dos genes que controlam crescimento e diferenciação da célula. Genes específicos também
podem:
- Ser ativados (conhecidos como oncogenes); ou
- Ser inativados (conhecidos como genes supressores de tumores); ou
- Ter seus níveis de expressão alterados.

Algumas vezes, oncogenes ou genes supressores de tumores podem ser alterados indiretamente por
mudanças genéticas ocorridas nos genes de reparo de DNA. Tais genes falham em exercer suas funções
normais de reparo, causando cortes anormais do DNA acumulado, alguns dos quais podem ser
importantes para o crescimento celular. A transição de crescimento normal controlado de células para
células de neoplasias malignas requer diversas mutações. Mudanças genéticas podem ocorrer em células
de linhagem germinativa e, dessa forma, estarem presentes em todas as células do corpo ao nascimento
ou, muito mais comumente, pode suceder espontaneamente em células somáticas como parte do
processo de envelhecimento. O acúmulo de mutações espontâneas acontece de modo lento, mas
frequentes fatores de risco externos aceleram a taxa de acumulação. O desenvolvimento de um tumor
maligno pode, dessa maneira, ser oriundo de:
- Eventos genéticos espontâneos;
- Estímulos externos: biológicos (vírus, parasitas, hormônios), físicos (raios ultravioletas, trauma,
radiação) e químicos;
- Eventos genéticos hereditários.

Aconselhamento Genético e diagnóstico pré-natal

O aconselhamento genético consiste em verificar a probabilidade de uma doença genética ocorrer em


uma família. Além disso, pode orientar casais que pensam em ter filhos, mas apresentam grande
probabilidade de transmitirem alguma patologia ou malformação. Através do aconselhamento, é possível
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observar essas probabilidades, bem como as consequências para o bebê e para a família, ajudando
assim nas decisões a respeito do futuro reprodutivo de um casal. Normalmente o aconselhamento
genético é indicado para pessoas com histórico de câncer ou doenças degenerativas em parentes
próximos. Para quem pretende ter filhos, é indicado para casais com idade avançada, portadores de
alguma doença genética ou com filhos que possuem malformações e/ou anomalias. Também é
importante que casais que apresentam laços familiares, como primos, realizem exames.
Em casos de aborto de repetição e infertilidade, também é fundamental o aconselhamento. O
aconselhamento genético possui algumas etapas. Primeiramente, o paciente ou o casal será submetido
a uma série de perguntas a fim de averiguar os reais riscos de alguma doença genética e/ou hereditária.
Essas perguntas serão fundamentais para se conhecer o histórico familiar de cada um. Normalmente é
uma fase muito demorada, pois uma grande quantidade de informação deve ser colhida. Após esse
momento, serão realizados exames físicos.
Por fim, serão feitos alguns exames complementares, como o de cariótipo. Após o diagnóstico, iniciam-
se os esclarecimentos sobre as probabilidades e como deverá ser feita a prevenção, quando possível. O
casal e/ou o portador deve estar ciente de todos os riscos e consequências, por isso a necessidade do
acompanhamento por profissionais competentes. O principal ponto é mostrar ao paciente como será sua
vida a partir desse momento, pois uma doença genética gera riscos e limitações psicológicas e até mesmo
econômicas. A realização de exames que permitem verificar a presença ou não de um gene defeituoso é
uma questão bastante complicada. O diagnóstico precoce pode ser de fundamental importância em certas
doenças, entretanto, algumas ainda permanecem sem cura e, por isso, algumas pessoas optam por não
realizarem esse tipo de exame.
Outro ponto bastante difícil diz respeito ao diagnóstico de doenças no bebê ainda durante a gestação.
Em alguns casos, o diagnóstico pode ser muito doloroso e traumático. Afinal, muitas vezes, o melhor é
interromper a gestação, decisão extremamente difícil. Por isso, a melhor opção é realizar um
aconselhamento antes mesmo de uma gestação. Em virtude da complexidade de um acompanhamento
genético, é necessária a atuação de uma equipe multiprofissional, com conhecimento em genética
médica. Além disso, acompanhamento psicológico é fundamental.

Biotecnologia

Atualmente, os meios de comunicação têm divulgado inúmeras descobertas atribuídas ao uso de


tecnologias avançadas associadas à biotecnologia. Alimentos transgênicos, modificados geneticamente,
clonagem e tantas outras descobertas associadas ao tema predispõe a cada dia a necessidade de se
saber pelo menos do que se trata essa tal biotecnologia. A Biotecnologia apresenta várias definições de
acordo com o olhar a ela lançado, mas de uma forma bem simples, é um conjunto multidisciplinar de
conhecimentos que visa o desenvolvimento de métodos, técnicas e meios associados a seres vivos,
macro e microscópicos, que originem produtos úteis e contribuam para a resolução de problemas.
Não devemos pensar, entretanto, que a biotecnologia é uma prática que exija o uso de computadores
e sequenciadores de DNA, muito pelo contrário, a humanidade utiliza seres vivos para vários processos
desde a Antiguidade. Podemos com isso traçar uma breve linha do tempo:
Antiguidade - Utilização de microrganismos para a preparação de alimentos e bebidas.
Século XII - A destilação do álcool.
Século XVII - Cultivo de fungos na França.
Século XVIII - Jenner cria as premissas para as vacinas através da inoculação de um vírus em uma
criança.
1981 - Obtenção da primeira planta geneticamente modificada.
1997 - Nasce Dolly, a primeira ovelha clonada.
2003 - Iniciado o processo de clonagem de espécies de animais ameaçados de extinção.

Desta forma, temos que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está
presente em nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação,
formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados pela ação
destruidora humana. Assim, há o desenvolvimento em relação à questão ambiental de microrganismos
modificados para tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo,
petróleo. Em relação à agricultura, temos o desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser mais
nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais resistentes às pragas, reduzindo o
uso de inseticidas.
Quanto à pecuária, temos a formação de embriões, o desenvolvimento de animais transgênicos e o
aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso veterinário. Em relação à saúde humana, a aplicação

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da biotecnologia é utilizada no desenvolvimento de novas vacinas, hormônios, medicamentos e
antibióticos. A biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de simpatizantes e opositores em todo o
mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre grupos divergentes é inevitável. Devemos sempre
ter a consciência de que não é o instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino
que damos a ele. A Biotecnologia está presente em várias áreas como agricultura, agroenergia, saúde,
indústria e em outras áreas.

Agricultura

A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas,
doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém,
a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a
produtividade das lavouras. Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou
transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade
dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico.
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a
facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de
aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características
reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade
de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo. Cientistas de todo o mundo
trabalham também no desenvolvimento de plantas com características complexas modificadas, cuja
expressão envolve vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico (seca). O futuro também
aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham propriedades nutricionais melhoradas ou
que produzam medicamentos.

Alimentação
Estima-se que quase 100% dos de todos os alimentos processados contenham pelo menos um
ingrediente derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades
transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2013 foram plantados 175,3 milhões de hectares com OGMs. No Brasil,
que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da biotecnologia, com 40,3
milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 92% e 90% respectivamente. Há mais
de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos processos de fermentação,
preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos do dia-a-dia, a exemplo de
queijos, carnes embutidas, picles, pães, massas, cerveja, vinho, sucos e adoçantes.
À medida que os cientistas fazem novas descobertas, outras características e variedades estão sendo
incluídas na lista de alimentos transgênicos. O Brasil, por exemplo, se destaca no cenário internacional
por ter aprovado a primeira variedade GM de feijão do mundo, desenvolvida inteiramente em uma
instituição pública de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Esse feijão
é resistente ao vírus do mosaico dourado, causador de uma doença que prejudica seriamente a
produtividade das plantações dessa leguminosa. Ao redor do mundo, há pesquisas com arroz, banana,
beterraba, cana-de-açúcar, laranja, mamão, mandioca e muitas outras plantas. O objetivo é expressar
nessas espécies as mais diferentes características a exemplo de outras resistências a insetos, fungos e
vírus, tolerância a outros princípios ativos e à seca, além de melhorias em suas composições nutricionais.
Transgênicos

Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série
de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal.
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso
dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência
de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Cientistas de instituições
de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas
transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de
alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica.

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Agroenergia

A capacidade das reservas mundiais de petróleo em atender ao atual ritmo de crescimento e consumo
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é reduzida. Estima-se que em até 50 anos essas
reservas terão sido completamente exploradas. Esta é uma das razões que justificam a pesquisa na área
da produção de combustíveis originários de fontes renováveis de energia. Outra, não menos significativa,
é a preocupação mundial com a produção e o consumo sustentável de energia, em consonância com a
preservação da biodiversidade do planeta Cientistas de todo o mundo estão buscando na biotecnologia
as alternativas para produzir óleos vegetais que substituam os combustíveis fósseis nos usos industriais,
na farmacologia e etc.
Nessa busca, o primeiro desafio com o qual os pesquisadores se deparam é entender por que
determinadas plantas produzem óleos que não são encontrados em outras espécies vegetais. Decifrar
este mistério, escondido no código genético, permitirá que os genes que expressam essa capacidade
sejam inseridos, por meio da engenharia genética, em outras plantas. Uma vez entendidos os pormenores
do mecanismo, estará aberto o caminho não apenas para a produção de óleos em plantas de fácil cultivo
– como a soja – mas também para o uso da mesma técnica focada no aumento da produção, por meio
de microrganismos transgênicos, por exemplo. Logo, há um grande potencial para os óleos vegetais, que
são quimicamente semelhantes ao petróleo cru, tornarem-se matéria-prima para tintas, revestimentos,
plásticos, fármacos ou combustíveis.

Biocombustíveis

Os biocombustíveis representam cerca de 1% da matriz mundial de transportes. Os maiores


produtores são Estados Unidos, China e Alemanha. Os biocombustíveis que fazem parte da matriz
energética brasileira são originários da transformação do açúcar por microrganismos.

Etanol
O etanol pode ser obtido a partir de diversas matérias-primas, sendo a cana-de-açúcar a mais eficiente.
Do total de energia contida nos açúcares na planta, aproximadamente um terço está no caldo e o restante
encontra-se dividido em partes quase iguais entre o bagaço e a palha. Este combustível também pode
ser conseguido por meio de plantas como o milho, o trigo, o sorgo e a mandioca, mas, para tanto, é
preciso que o amido resultante do processamento de tais matérias-primas seja “cozido” para que se
transforme em açúcares aproveitáveis por leveduras. Isso faz com que o processo seja mais longo, caro
e menos produtivo que o da cana.
Embora a soja, o girassol e a canola também sejam usados para essa finalidade, o rendimento é
menor. Vale destacar que apenas 2 por cento da área agrícola do Brasil são destinados à cultura da cana-
de-açúcar para a produção de etanol, ou seja, não há conflito com a área agricultável para a produção de
alimentos. A biotecnologia pode contribuir com o desenvolvimento de plantas de maior teor de biomassa
em detrimento do açúcar, o que aumenta a produtividade de etanol por área colhida. Desta maneira, a
modificação genética pode aumentar a eficiência da produção de etanol por meio da criação de
variedades de cana-de-açúcar transgênicas e também de leveduras geneticamente modificadas.

Outros combustíveis
Plantas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de etanol e
outros combustíveis. O butanol, por exemplo, é um álcool produzido com base na fermentação
desencadeada pela bactéria Clostridium acetobutylicum. O butanol apresenta vantagens e desvantagens
em relação ao etanol. Embora contenha mais energia por unidade de volume, sua octanagem
(capacidade do combustível em resistir a altas temperaturas sem sofrer detonação) é menor do que a do
etanol, o que reduz seu desempenho em motores à gasolina. O etanol, apesar de ser um bom substituto
para a gasolina, tem limitações no que se refere ao uso em veículos pesados. A alternativa entre os
biocombustíveis, para este caso, é o biodiesel, produzido com base em óleo e gorduras, em um processo
denominado transesterificação. O biodiesel não tem as mesmas características do combustível derivado
de petróleo. Contudo, já existe um método que produz um diesel renovável com características muito
similares ao de origem fóssil feito por meio da fermentação de açúcares, a exemplo do etanol.

Saúde

Os avanços científicos na área da biotecnologia estão ocorrendo não apenas na agropecuária, mas
também na medicina. Alguns desses progressos já estão incorporados ao cotidiano da maioria dos

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brasileiros sem que ninguém se dê conta. Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na
saúde é também uma das mais úteis: a produção da insulina humana por microrganismos transgênicos
para o uso de diabéticos. Até a década de 80, esse hormônio era extraído de bois e porcos, e,
frequentemente, causava alergias. De lá pra cá, pessoas do mundo inteiro se beneficiam dessa
tecnologia, que tornou a insulina mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos. O hormônio do
crescimento e a vitamina C também são outros bons exemplos das inúmeras aplicações da transgenia
na saúde.

Vacinas

Até 2011, a CTNBio havia aprovado 14 vacinas que usam a técnica do DNA recombinante para uso
animal. Outras estão sendo pesquisadas em diversos laboratórios do Brasil, a exemplo da imunização de
rebanho bovino contra a tuberculose, desenvolvidas na Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG).Para proteger os seres humanos, já foi criada pelo Instituto Butantã, de São Paulo, a vacina
recombinante contra a hepatite B, feita da proteína da superfície do vírus que, assim, imuniza e impede
a replicação do microrganismo e a consequente infecção.
Também por meio de intervenção no genoma viral, já existem vacinas contra influenza (vírus da gripe)
e estão sendo desenvolvidas uma vacina tetravalente contra a dengue e uma recombinante que protege
contra a coqueluche e a tuberculose ainda na maternidade. Outro estudo que gera grande expectativa é
o conduzido por uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto,
que estuda uma vacina gênica para combater câncer e tuberculose. Os cientistas esperam que esse
produto funcione como medicamento, revertendo o quadro de saúde negativo, mesmo quando a doença
já estiver instalada no organismo.

Terapia Gênica

Nos Estados Unidos, há mais de mil ensaios clínicos com diferentes perspectivas de uso da terapia
gênica, dos quais, aproximadamente, 70% são para tratamento do câncer. Existe também a possibilidade
de tratar outros males, a exemplo de fibrose cística, hemofilia, anemia falciforme, mal de Alzheimer, mal
de Parkinson e até mesmo doenças infecciosas, como a aids. Os testes buscam assegurar a eficácia e a
biossegurança desses processos para que, no futuro, eles possam ser usados como rotina médica. É
conhecida a capacidade que os vírus têm para infectar as células humanas. A terapia gênica tira bom
proveito disso ao alterar a composição genética de tais agentes, retirando seus genes causadores de
doenças e inserindo neles genes de interesse terapêutico. Dessa forma, o vírus atua como vetor,
transportando o material genético de que o paciente precisa para suas células somáticas.
Há maneiras não virais de oferecer à célula sequências genômicas, a exemplo de partículas lipídicas
(gordura) que encapsulam os genes, mas estas costumam ser menos eficientes. As pesquisas também
procuram garantir que os vetores virais não sejam replicativos para que, uma vez dentro do organismo
humano, não readquiram a habilidade de se multiplicar e causar infecção. A intenção da terapia gênica é
ser específica, atuando principalmente nas áreas afetadas pelas doenças. Trata-se de um tratamento
mais pontual que a quimioterapia, que afeta todas as células do organismo, inclusive as saudáveis.
Entretanto, os cientistas ainda lidam com o desafio de garantir a estabilidade da expressão dos genes
inseridos e que a modificação não afete outras partes do corpo. Os ensaios clínicos buscam verificar
esses e outros aspectos de biossegurança da terapia.

Células-tronco

Células-tronco são células com capacidade de autorrenovação e de produzir células especializadas.


Quanto à sua origem e potencialidade, as células-tronco podem ser classificadas em embrionárias, que
são obtidas a partir das primeiras divisões celulares após a fecundação e que darão origem a todos os
tipos de células; e adultas ou somáticas, encontradas no tecido já formado, que originarão células
especializadas de apenas alguns tecidos. A terapia com esse tipo de célula tem como principal objetivo
promover a reparação e regeneração de órgãos. No Brasil, as pesquisas com células-tronco estão
organizadas em núcleos, como a Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), formada por oito Centros de
Tecnologia Celular distribuídos em cinco Estados brasileiros e por 52 laboratórios com competência
tecnológica na área da medicina regenerativa.
O Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração de São Paulo (INCOR),
conduz uma pesquisa na qual convergem técnicas de terapia celular e terapia gênica. A ideia é usar uma
célula-tronco específica, que já tenha potencial terapêutico, e aumentar essa capacidade por meio da

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inserção de genes nessa célula. Experiências tiveram êxito na redução do risco de angina e enfarte em
animais por meio do uso de células-tronco geneticamente modificadas para expressar uma proteína
estimuladora da vascularização.

Diagnóstico

Hoje já se sabe que a biotecnologia pode ser uma forte aliada da saúde humana e que os kits de
diagnósticos à base de plantas custam cerca de um décimo do valor dos convencionais. Um exemplo
dessa aliança é a pesquisa feita em parceria por diversas universidades e instituições de pesquisa
brasileiras - a exemplo da Universidade de Brasília (UNB), Fiocruz e Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, que pretende utilizar plantas transgênicas de alface para diagnosticar o vírus da dengue.
O processo de transformação genética conduzido pelos cientistas brasileiros consiste na introdução de
uma parte do gene do vírus da dengue no DNA de alfaces.
Os vegetais transgênicos, então, passam por um processo que garante que apenas as células que
receberem o gene do vírus sobrevivam e, posteriormente, são regenerados. O kit terá um reagente
(partícula viral defeituosa) produzido com a planta transgênica de alface na qual foi injetado o gene do
vírus da dengue. Esse reagente, misturado ao sangue coletado do paciente, conforme a reação que
ocorrer, indicará se o este indivíduo tem anticorpos do vírus da dengue. A ideia é produzir um kit de
diagnóstico mais econômico e eficiente para agilizar a detecção da doença.

Indústria

Os microrganismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos e
remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e de
mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da
aplicação de microrganismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por
exemplo, enzimas – produzidas por bactérias geneticamente modificadas – são usadas para degradar a
gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Há alguns anos, era comum colocar
a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito “desbotado” e aumentar a
maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram
desenvolvidos microrganismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características,
eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente.

Mutações no material genético

Mutações são alterações que ocorrem no material genético, ou seja, na sequência de nucleotídeos
que formam as cadeias do DNA. Nucleotídeos podem ser substituídos, perdidos ou acrescentados,
modificando a sequência original. Essas mutações podem ser espontâneas ou provocadas por agentes
mutagênicos, como radiação ou substâncias químicas.
No núcleo celular existem enzimas que compõem um verdadeiro sistema de reparo, corrigindo
alterações nos nucleotídeos após a duplicação do DNA, na interfáse. Algumas mutações, no entanto,
podem “escapar’ da ação dessas enzimas.
As consequências de uma mutação no DNA variam de acordo com alguns fatores.

-Local da mutação: os cientistas descobriram que o DNA humano não corresponde a genes: são
regiões que não codificam proteínas. Se a mutação ocorre em um gene, podem acontecer alterações na
síntese de uma proteína.

-Tipo de mutação: substituições de nucleotídeos nem sempre resultam na alteração da proteínas.


Vejamos por quê:

Vamos considerar o aminoácido histidina. Seu posicionamento em uma proteína depende do códon
RNAm ou CAC, conforme você pode confirmar no código genético. No DNA, esses códons correspondem
às sequencias GTA e GTC, respectivamente. Se o terceiro nucleotídeo fosse substituído (A por G ou G
por A), haveria alteração do códon, mas não do aminoácido. Assim, a proteína formada não teria nenhum
aminoácido diferente.
Se a substituição do nucleotídeos ocorresse na primeira ou na segunda base do códon, a probabilidade
de não haver alterações no aminoácido codificado seria bem menor. Nestes casos, a mutação
provavelmente alteraria o códon de modo que ele passaria a codificar outro aminoácido. Considere que

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no códon GTA a primeira base fosse substituída por um nucleotídeo de adenina: haveria substituição do
aminoácido histidina (determinado pelo códon GTA) pelo aminoácido tirosina (determinado pelo códon
ATA). Diante disso, a proteína formada poderia ser diferente. Dependendo da região da proteína e do
aminoácido substituído, a proteína pode perder sua forma espacial característica e, consequentemente,
não exercerá sua função.
Existem outros tipos de mutação gênica, além da substituição de nucleotídeos, como a adição ou
retirada de um nucleotídeos da sequência de DNA.
Alterações no DNA como essas podem ser transmitidas aos descendentes quando correm nos
gametas ou nas células que irão formá-los.

Biotecnologia: engenharia genética

O termo “biotecnologia” resulta da união de bio (vida), techno (técnicas) e logos (estudo). Assim essa
é uma área de estudo das técnicas que utilizam seres vivos para a obtenção de produtos de interesse
humano. Essas técnicas resultam na modificação de seres vivos, com determinadas finalidades.
A utilização de microorganismos na produção de alimentos é um dos exemplos mais antigos da
biotecnologia. O fermento que transforma uma massa de farinha em pão e as bactérias que produzem
vinho ou vinagre a partir de frutas são exemplos de técnicas bastante antigas, que utilizam seres vivos.
A agricultura e a pecuária são as atividades humanas mais antigas a desenvolverem biotecnologia, na
seleção de espécies de melhor cultivo/criação. Ao selecionar as sementes dos frutos mais doces, ou o
boi mais forte do rebanho para a reprodução, o ser humano está promovendo um “melhoramento
genético”, ou seja, escolhendo, dentre diversos fenótipos, aqueles que suprem os seus objetivos. Depois
de muitas gerações, pode-se obter variedades dentro de uma espécie que certamente não existiram
naturalmente. É o caso de muitos vegetais que consumimos: seus parentes selvagens geralmente não
possuem folhas ou frutos tão grandes e vistosos.
Atualmente, além da seleção por meio dos cruzamentos, o ser humano consegue modificar as
características de um indivíduos alterando diretamente seus genes. Essas modificações, produzidas em
laboratório, podem gerar indivíduos com fenótipos diferentes, portando características de interesse. O
conjunto de técnicas que permitem a manipulação de genes e alteração de seres vivos é chamada de
engenharia genética.
Veremos a seguir alguns exemplos de técnicas de engenharia genética: a produção de organismos
geneticamente modificados (transgênicos), o projeto genoma, a terapia gênica e as técnicas de clonagem.

Organismos geneticamente modificamos (OGMs)

Os organismos geneticamente modificados ou transgênicos são os que possuem seu DNA fragmentos
de DNA de indivíduos de outra espécies.
Essa manipulação genético depende de enzimas obtidas de bactérias capazes de “cortar” sequencias
de DNA, gerando fragmentos. Nas bactérias, essas enzimas exercem um importante papel de defesa,
fragmentando DNA de vírus que as parasitam. Hoje em dia, as enzimas de restrição, como são chamadas,
são utilizadas em todos os laboratórios de biologia molecular do mundo, para isolar e obter genes de
interesse.
Além das enzimas de restrição, existem as enzimas “DNA ligasses”, que promovem a união entre
fragmentos de DNA, unindo o gene de interesse no material genético de outra célula. Essa “troca” de
genes pode ocorrer até entre células de indivíduos de espécies diferentes, pois o código genético,
constituído de sequencias de nucleotídeos A,T,C e G é o mesmo para todos os seres vivos.
O material genético que recebe genes provenientes de outros organismos é chamado de DNA
recombinante.
Assim, já existem bactérias transgênicas sintezando insulina humana, utilizada sob orientação médica
por indivíduos diabéticos. Muitos vegetais transgênicos têm sido produzidos para criar variedades
resistentes a pragas, a geadas ou à aplicação de pesticidas na lavoura.
As técnicas de produção de organismos geneticamente modificados (transgênicos) são variadas.
Muitas delas utilizam microorganismos, como vírus ou bactérias, para transmitir os genes as células
animais ou vegetais. Ao inserir seus próprios genes na célula hospedeira, o vírus ou a bactéria parasita
insere também os genes de interesse. No processo de síntese proteica, esses genes codificam a
produção de proteínas diferentes.
O assunto tem sido muito discutido, não só entre cientificas, mas por toda a sociedade, principalmente
pela intensa divulgação na mídia. A utilização de organismos geneticamente modificados na alimentação
de organismo geneticamente modificados na alimentação gera polêmica. Muitos levantam o aspecto da

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segurança alimentar, que os cientistas garantem existir, pois um alimento transgênico passa por uma
série exaustiva de testes antes de ser liberado para consumo. Outros aspectos, porém, entram na
discussão, como questões políticas, econômicas e ambientais.

Projeto Genoma

Chama-se genoma ao conjunto de todos os genes encontrados nas células de um organismo. O


genoma de um ser vivo é, na verdade, uma sequência de nucleotídeos, correspondentes a todos os
cromossomos encontrados em suas células somáticas.
Em 1999, cientistas de todos o mundo, trabalham do em parcelas, já haviam concluído o
sequenciamento de mais de 20 genomas, como o de algumas espécies de bactérias, de um verme
nematoide e da misca-das-frutas (drosófilas).
No ano de 2000, uma esquipe de cientistas brasileiros concluiu o sequenciamento do genoma da
bactérias da espécies Xilella fastidiosa, parasita de células vegetais que causa a doença conhecido como
“amarelinho”, uma praga em plantações de laranjeiras (figura 01). Com o conhecimento do genoma dessa
bactéria, pretende-se descobrir maneiras de acabar com a praga usando a engenharia genética,
diminuindo o uso de pesticidas.

Figura 01. Folha de laranjeira infectada pela bactéria Xilella fastidiosa

Em 1990, teve início o Projeto Genoma Humano (PGH), que contou com o paoio de instituições
públicas e particulares de vários países, inclusive do Brasil. Estimava-se que, com seus 23 pares de
cromossomos, o ser humano apresentasse mais de 10 mil genes. O principal desafio do PGH era
distinguir, nas longas sequencias de A, T, C e G, os genes e sua localização,
A enorme sequência de nucleotídeos do genoma humano foi decifrada na sua totalidade em fevereiro
de 2001. O reconhecimento de genes ainda não foi totalmente concluído. Os cientistas encontraram até
agora 30 mil genes, número bem menor do que o esperado.
Cerca de 95% do DNA das células humanas é chamado de “DNA-lixo”, pois suas sequencias não
correspondem a genes. No entanto, esse termo pode passar a impressão de que a maior parte do DNA
humano não tem função; o mais correto seria afirmar que os cientistas ainda não compreenderam
completamente sua função.
Conhecer o genoma humano pode ajudar a entender a transmissão hereditária de certos
características dentro da espécie humana e até questões de parentesco evolutivo entre espécies.

Terapia gênica

O conhecimento do genoma humano e os avanços e os avanços das técnicas para a manipulação de


genes têm permitido o desenvolvimento da terapia gênica.
A terapia gênica consiste no tratamento de doenças causadas por apenas um alelo de um único gene,
pela introdução do alelo normal nas células somáticas portadoras de alelo que causa doença. Essa
modificação é feita em laboratório (in vitro) e depois as células modificadas são novamente inseridas no
indivíduo, que passa a expressar o fenótipo normal. As células que expressam o gene da doença e que
não foram retiradas para a modificação são destruídas, para não prejudicar o efeito da terapia.
A vacina gênica, ou vacina de DNA, é uma promissora técnica em desenvolvimento para o combate
de doenças infecciosas, como herpes, malária, aids e tuberculose. Uma equipe de cientistas brasileiro
vem, desde 1990, pesquisando e aprimorando a primeira vacina genética contra tuberculose.
Para essa produção, os cientistas retiram do agente causador da doença (no caso da tuberculose,
uma bactéria) o fragmento de DNA que induz o nosso sistema imunológico a produzir anticorpos contra
esse agente. Esses fragmentos de material genético são inoculados no ser humano e são incorporados
pelas células do sistema imunológico, que passam a produzir os anticorpos específicos. Teoricamente a
vacina de DNA é mais segura do que as vacinas convencionais, nas quais o próprio agente causador da

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. 248
doença, na forma inativada ou atenuada, é inoculado no sangue da pessoa; além disso, as vacinas
genéticas são duradouras, sem necessidade de doses de reforço.

Clonagem

A clonagem pode ser entendida como a obtenção de indivíduos ou estruturas idênticas ao que foi
selecionado.
A clonagem de indivíduos é feita normalmente por tecnologia de reprodução, que é um processo bem
diferente da clonagem de fragmentos de DNA, obtida por tecnologia de engenharia genética.
No caso da clonagem de DNA, feita por tecnologia de engenharia genética, o objetivo é a produção de
cópias idênticas de um determinado trecho de DNA, especialmente selecionado.
Esses trechos de DNA, uma vez implantado em organismos, como algumas bactérias, associam-se
ao material genético do receptor, constituindo o DNA recombinante. Com a reprodução dessas bactérias,
obtêm-se numerosas cópias, todas idênticas, portando o DNA recombinante. É o que se chama de
clonagem de DNA, ou clonagem gênica. Essa tecnologia é utilizada na produção de organismos
transgênicos e na terapia gênica, que vimos há pouco.
A obtenção de clones de indivíduos inteiros é processo relativamente simples em vegetais. É possível
obter indivíduos idênticos a partir de um original, selecionando-se células que mantêm características
embrionárias mesmo na planta adulta.
Em animais, a obtenção de clones pelo processo de reprodução não e um procedimento recente. Após
a fecundação, o ovo divide-se sucessivamente por mitose, no processo inicial do desenvolvimento
embrionário. Logo no início, quando ainda são poucas as células resultante de mitose, é possível separa-
las e implantá-las no útero de diferentes fêmeas. Essas células podem multiplicar-se e desenvolver-se e,
assim, serão gerados filhotes idênticos: são clones, verdadeiros irmãos gêmeos univitelinos, em grande
quantidade.
As primeiras tentativas de clonagem em animais, utilizando a técnica que acabamos de descrever,
foram feitas em 1952, com células de anfíbios. Os primeiros resultados positivos, com a obtenção de
girinos clonados, deu-se em 1970.
Atualmente, tem sido possível a clonagem a partir de células de indivíduos adultos. A ovelha Dolly foi
o primeiro caso de animal clonado dessa maneira. Uma célula somática foi retirada de uma ovelha adulta
e seu núcleo foi implantado em um óvulo produzido por outra fêmea, do qual foi retirado o material
genético.
Esse óvulo, contendo o núcleo do indivíduos adulto, foi implantado no útero de uma fêmea de outra
variedade de ovelhas e se desenvolveu, dando origem à Dolly. Técnicas como essa têm sido utilizadas
para clonar outros mamíferos.
As técnicas de clonagem têm como objetivo gerar organismos com genomas idênticos, mas o fenótipo
de um clone pode não ser idêntico ao do indivíduo clonado (doador do material genético implantado em
outra célula). Isso ocorre essencialmente por dois motivos:
-O genótipo sempre interage, de forma complexa, com as condições do ambiente para determinação
do fenótipo. Assim, não há como garantir que as condições de desenvolvimento, desde o embrião serão
as mesmas para dois indivíduos.
-Existe DNA dentre das mitocôndrias, que, nos organismos clonados, vem do citoplasma do óvulo que
teve seu material genético retirado.

Questões

01. Por que o indivíduo do grupo O pode doar seu sangue a qualquer pessoa? Por que uma pessoa
do grupo AB pode receber sangue de qualquer tipo?

02. (FUVEST) Um homem do grupo sangüíneo AB é casado com uma mulher cujos avós paternos e
maternos pertencem ao grupo sangüíneo O. Esse casal poderá ter apenas descendentes:
(A) do grupo O;
(B) do grupo AB;
(C) dos grupos AB e O;
(D) dos grupos A e B;
(E) dos grupos A, B e AB

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. 249
03. Como se forma o anti-Rh no corpo humano?

04. Uma mulher que nunca recebeu transfusão sanguínea teve três filhos. O primeiro e o terceiro
nasceram normais e o segundo, com eritroblastose fetal. Quais são os fenótipos e os genótipos para o
fator Rh dos indivíduos acima citados?

05. (UEL) Os tipos sanguíneos do sistema ABO de três casais e três crianças são mostrados a seguir.

CASAIS CRIANÇAS

I. AB X AB a. A
II. BxB b. O
III. AXO c. AB

Sabendo-se que cada criança é filha de um dos casais, a alternativa que associa corretamente cada
casal a seu filho é:
(A) I-a; II-b; III-c;
(B) I-a; II-c; III-b;
(C) I-b; II-a; III-c;
(D) I-c; II-a; III-b;
(E) I-c; II-b; III-a

06. De acordo com seus conhecimentos sobre transfusão sanguínea, complete as frases abaixo.

(A) Uma pessoa do grupo sanguíneo A pode receber sangue de __ e __, e doar sangue para __ e
__.
(B) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode receber sangue de B e __, e doar sangue para __ e
AB.
(C) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode receber sangue de __ e doar sangue para todos os
outros tipos sanguíneos.
(D) Uma pessoa do grupo sanguíneo __ pode doar sangue para todos os outros grupos sanguíneos,
mas pode receber somente de __.

07. Nosso corpo é exposto frequentemente a diversos organismos e partículas capazes de


desencadear problemas de saúde. Esses agentes, quando entram em contato com nosso corpo,
desencadeiam uma resposta imune. Às partículas estranhas que entram em nosso corpo e estimulam
nosso sistema imune damos o nome de:
(A) vírus.
(B) bactérias.
(C) anticorpos.
(D) imunoglobulinas.
(E) antígenos.

08. (FUVEST-SP) Um coelho recebeu, pela primeira vez, a injeção de uma toxina bacteriana e
manifestou a resposta imunitária produzindo a antitoxina (anticorpo). Se após certo tempo for aplicada
uma segunda injeção da toxina no animal, espera-se que ele
(A) não resista a essa segunda dose.
(B) demore mais tempo para produzir a antitoxina.
(C) produza a antitoxina mais rapidamente.
(D) não produza mais a antitoxina por estar imunizado.
(E) produza menor quantidade de antitoxina

09. (Cesmac/Fejal-AL) Na imunização ativa, o antígeno é introduzido em um organismo e provoca a


fabricação de anticorpos. Na imunização passiva, o anticorpo é fabricado fora do organismo a ser
imunizado e introduzido pronto. É exemplo de imunização ativa:
(A) aplicação de vacina, como a vacina tríplice.
(B) aplicação de um soro, como o antiofídico.
(C) imunização do bebê por meio do aleitamento materno.
(D) imunização do feto com a passagem de anticorpos pela placenta.

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10. (UNESP-adaptado/2015) O daltonismo é comumente entendido como a incapacidade de enxergar
as cores verde e/ou vermelha. A percepção de cores é devida à presença de diferentes tipos do pigmento
retinol nos cones da retina. Nos indivíduos daltônicos, alguns desses pigmentos não estão presentes,
alterando a percepção das cores. Os genes que participam da síntese desses pigmentos localizam-se no
cromossomo X. O daltonismo é um caráter recessivo.
Um homem daltônico casou-se com uma mulher de visão normal em cuja família não havia relatos de
casos de daltonismo. Este casal teve dois filhos: João e Maria.
a) Qual a probabilidade de João ter herdado do pai o gene para daltonismo? Qual a probabilidade de
Maria ter herdado do pai o gene para daltonismo?
b) Por que é mais freqüente encontrarmos homens daltônicos que mulheres daltônicas?

11. A hemofilia é uma doença hereditária determinada por um gene de caráter recessivo ligado ao
cromossomo X. Supondo que um homem normal case-se com uma mulher portadora, qual a
probabilidade de esse casal gerar uma menina hemofílica?
(A) 100% de chance.
(B) 75% de chance.
(C) 25% de chance.
(E) 0% de chance.

12. Analise as afirmações abaixo:


I. Homens daltônicos e hemofílicos herdam a doença da mãe;
II. Mulheres que possuem apenas um gene para o daltonismo não são daltônicas, porém todos os
homens que possuem o gene são daltônicos;
III. A hemofilia é uma doença determinada por um gene dominante.
Está (ão) incorreta (s):
(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas III.
(D) apenas I e II.
(E) apenas II e III

13. (UVA) Sobre os portadores de Síndrome de Down ou mongolismo são corretas as afirmações,
exceto:
(A) Possuem alterações do tipo mutações cromossômicas autossômicas.
(B) Possuem um cromossomo a mais no par 21.
(C) Possuem baixo coeficiente intelectual.
(D) Possuem mutações relacionadas aos cromossomos sexuais.

14. (FUC-MT) Cruzando-se ervilhas verdes vv com ervilhas amarelas Vv, os descendentes serão:
(A) 100% vv, verdes;
(B) 100% VV, amarelas;
(C) 50% Vv, amarelas; 50% vv, verdes;
(D) 25% Vv, amarelas; 50% vv, verdes; 25% VV, amarelas;
(E) 25% vv, verdes; 50% Vv, amarelas; 25% VV, verdes.

15. Um gato da cor marrom foi cruzado com duas fêmeas. A primeira fêmea era da cor preta, e teve 7
filhotes da cor preta e 6 filhotes da cor marrom. Já a outra fêmea, também era da cor preta, e teve 14
filhotes, sendo todos eles da cor preta. A partir desses cruzamentos marque a opção que contém os
genótipos do macho, da primeira e da segunda fêmea respectivamente.
(A) Aa, aa, aa.
(B) AA, aa, aa.
(C) aa, AA, aa.
(D) aa, Aa, AA.
(E) Aa, AA, Aa.

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Respostas

01. Resposta
O é doador universal por não apresentar aglutinogênios nas hemácias. AB é receptor universal por
não possuir aglutininas no plasma.

02 Resposta D

03. Resposta
O anti-Rh é produzido nos organismos Rh negativos que recebem, injetado, sangue Rh+.

04. Resposta
Mulher Rh- (rr); marido Rh+ (Rr); 1° filho Rh+ (Rr); 2º filho Rh+ (Rr); 3º filho Rh- (rr).

05. Resposta E
Para resolver a essa questão, observemos o quadro abaixo:

Ao fazer o cruzamento do primeiro casal, cujos pais são do grupo sanguíneo (AB X AB), teremos IAIB
X IAIB. Como resultado desse cruzamento:IAIA(grupo A), IBIB (grupo B) ou IAIB (grupo AB).
Já o segundo casal, ambos do grupo sanguíneo B, teremos: IBi X IBi. O resultado desse cruzamento
será: IBIB, IBi, IBi (todos do grupo B) e ii.
No terceiro casal, teremos o cruzamento de uma pessoa do grupo O com outra pessoa do grupo A,
sendo então: ii X IAi. Nesse caso, o resultado desse cruzamento será: IAi, IAi (ambos do grupo A), ii e ii
(ambos do grupo O).
O enunciado revelou os tipos sanguíneos das crianças: A, O e AB. Diante disso e dos cruzamentos
que já fizemos, podemos concluir que o casal I são pais da criança c; o casal II são pais da criança b,
pois não nos deram alternativa para criança do tipo B; e o casal III são pais da criança A.

06. Resposta
a) Uma pessoa do grupo sanguíneo A pode receber sangue de A e O, e doar sangue para A e AB.
b) Uma pessoa do grupo sanguíneo B pode receber sangue de B e O, e doar sangue para B e AB.
c) Uma pessoa do grupo sanguíneo O pode receber sangue de O.
d) Uma pessoa do grupo sanguíneo O pode doar sangue para todos os outros grupos sanguíneos,
mas pode receber somente de O.

07. Resposta E
Denominamos de antígeno qualquer substância estranha capaz de induzir uma resposta imune de
nosso organismo.

08. Resposta C
Em razão da memória imunológica, quando um antígeno entra em contato novamente com um
organismo, ocorre a produção rápida de novos anticorpos.

09. Resposta A
Na imunização ativa, o corpo é estimulado a produzir anticorpos. Quando uma vacina é aplicada, o
organismo reage aos antígenos aplicados produzindo anticorpos para defender-se.

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10. Resposta
a) A probabilidade de João ter herdado do pai o gene para daltonismo é zero, porque ele recebe do
pai o cromossomo Y. Para Maria é 100%, porque ela recebe o cromossomo Xd do pai que é daltônico
(XdY).
b) O homem, sendo homozigoto, é daltônico quando apresenta o genótipo XdY. Sendo homozigota, a
mulher daltônica possui genótipo XdXd. Para ter a anomalia, a mulher precisa de dois genes e o homem
apenas um.

11. Resposta D
Não há chance de nascer uma menina hemofílica, pois o pai não possui o gene responsável pela
doença e esta só se manifesta em homozigose em mulheres.

12. Resposta C
A hemofilia é uma doença hereditária determinada por um gene de caráter recessivo ligado ao X.

13. Resposta D

14. Resposta C
O enunciado nos diz que as ervilhas verdes são homozigóticas com genótipo recessivo (vv), e que as
ervilhas amarelas são heterozigóticas com genótipo dominante (Vv). Ao cruzarmos esses indivíduos
teremos:

A partir da resolução acima podemos concluir que 50% dos descendentes possuem genótipo Vv, ou
seja, cor amarela, e os outros 50% possuem o genótipo vv, ou seja, cor verde.

15. Resposta D
Sabemos que a cor preta é dominante sobre a cor marrom, e por esse motivo já podemos dizer que o
macho tem um gene recessivo, enquanto as duas fêmeas possuem pelo menos um dos genes
dominantes, pois ambas tiveram filhotes da cor preta.
O enunciado nos disse que a primeira fêmea teve filhotes da cor marrom e da cor preta, sendo assim,
podemos concluir que essa fêmea possui um dos genes dominante e o outro gene recessivo, sendo então
heterozigota (Aa). Dessa forma, o cruzamento desses indivíduos obterá a seguinte descendência:

Sendo que os genótipos Aa definirão a cor preta e os genótipos aa definirão a cor marrom. Diante
disso concluímos que a primeira fêmea tem genótipo Aa, pois teve, em sua descendência, filhotes de cor
preta e de cor marrom.

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Retornando ao enunciado mais uma vez, vemos que a segunda fêmea teve filhotes apenas de cor
preta. Nesse caso podemos concluir que essa fêmea é homozigota dominante (AA), e o cruzamento com
o macho de cor marrom (aa) ficou da seguinte forma:

Observe que os todos os descendentes desse cruzamento possuem genótipo dominante, e por esse
motivo são todos da cor preta

Interação entre os seres vivos: conceitos básicos em ecologia; cadeias e teias


alimentares; bioacumulação; relações ecológicas limitadoras do crescimento
populacional. Ecossistemas do Brasil; biomas regionais e práticas sustentáveis
de convivência com os mesmos.

Ecologia

Ecologia é o ramo da biologia que estuda as interações entre os seres vivos e o meio onde vivem,
envolvendo a dependência da água, do solo e do ar. Dessa forma, as relações vão além do
comportamento individual e a influência causada pelos fatores ambientais (temperatura, umidade,
pressão). Mas se estendem à organização das espécies em populações, comunidades, formando um
ecossistema e toda a biosfera.

A importância da ecologia
A ecologia é um assunto diário na empresa, no rádio e televisão, constituindo um dos temas mais
comentados na atualidade.
Em virtude dos grandes desastres ecológicos que se sucedem, tal ciência passa a adquirir grande
importância prática. O homem é o ser vivo que mais agride o ambiente. Até certo tempo atrás, o homem
acreditava que podia interferir à vontade. Aos poucos, porém, percebeu que os subprodutos de sua
indústria, ao destruírem vegetais, diminuíam a quantidade de alimento dos ecossistemas e baixavam a
produção de oxigênio. E que, matando indiscriminadamente insetos através de pesticidas, impedia a
polinização e reprodução de plantas, provocando a morte das aves que viviam daquelas plantas. A morte
das aves trazia, por sua vez, novas alterações ao ecossistema atacado.

Espécies (organismos)
Consiste em um conjunto de organismos semelhantes, capazes de se cruzar em condições naturais,
produzindo descendente. As espécies é a unidade fundamental da ecologia, isto é, consiste no sistema
ecológico elementar.

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Populações
Representa um Conjunto de seres da mesma espécie que habitam determinada região em um
determinado período. Os principais atributos que devem ser estudados em populações ecológicas são:
Tamanho de uma população, Potencial biótico, Densidade, Natalidade e Mortalidade
Normalmente o tamanho de uma população deve manter-se mais ou menos constante, ao longo do
tempo, em ecossistemas em equilíbrio. Alterações no tamanho de uma população podem determinar
alterações em outras populações que com ela coexistem e interagem em uma comunidade estável,
provocando desequilíbrios ecológicos.
O potencial biótico de uma população corresponde à sua capacidade potencial para aumentar seu
número de indivíduos em condições ideais, isto é, sem que nada haja para impedir esse aumento. Na
natureza, entretanto, verifica-se que o tamanho das populações em comunidades estáveis não aumenta
indefinidamente, mas permanece relativamente constante. Isto se deve a um conjunto de fatores que se
opõem ao potencial biótico. A esse conjunto de fatores dá-se o nome de resistência ambiental.
Os principais fatores de resistência ambiental regulam, portanto, o tamanho das populações.
Para determinar a resistência ambiental calcula-se a diferença entre a taxa teórica de crescimento de
uma população sob condições ideais (potencial biótico) e a taxa real observada na natureza.
A densidade corresponde ao número de indivíduos de uma população em uma determinada área ou
volume.

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 (𝑁)


𝑫𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝑫) =
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 á𝑟𝑒𝑎 𝑜𝑢 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝐴)

𝑁
𝑫=
𝐴

O crescimento de uma população depende de dois conjuntos de fatores: um que contribui para o
aumento da densidade, do qual fazem parte a taxa de natalidade e a taxa de imigração, e outro que
contribui para a diminuição da densidade, do qual fazem parte a taxa de mortalidade e a taxa de
emigração. O modo como esses fatores interagem determina se e como o crescimento da população
sofre variação.
A taxa de natalidade corresponde à velocidade com que novos indivíduos são adicionados à
população, por meio da reprodução. A taxa de mortalidade corresponde à velocidade com que indivíduos
são eliminados da população, por morte. Em ambas as taxas o fator tempo é importante.
Em populações naturais em geral, a taxa de mortalidade é mais alta em populações com alta taxa de
natalidade. Uma população de ostras, por exemplo, produz milhares de ovos em cada estação
reprodutiva, mas, dentre estes, apenas alguns formam indivíduos que atingem a idade adulta ou
reprodutiva. Nos grandes mamíferos, entretanto, a taxa de natalidade é menor do que as obtidas em
populações de ostras, mas a taxa de mortalidade também é menor.
Cada uma dessas taxas, isoladamente, diz pouco sobre o crescimento da população. Para isso, deve-
se calcular seu índice de crescimento, assim definido:

Taxa de natalidade
𝐈. 𝐂. =
Taxa de mortalidade

Quando a taxa de natalidade é alta e a de mortalidade é baixa, a população está crescendo e o índice
de crescimento é maior que 1. Ao contrário, quando a taxa de mortalidade é mais alta do que a de
natalidade, a população está diminuindo e o índice é menor que 1. Em países desenvolvidos, a taxa de
natalidade e a de mortalidade da espécie humana se aproximam, daí resultando um índice de crescimento
próximo de 1.

Comunidades (biocenose)
Representa o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região num
determinado período.

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http://sti.br.inter.net/

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-Propriedades das Comunidades:
As comunidades biológicas exibem certas propriedades estruturais e funcionais cujo entendimento
pode facilitar o seu estudo bem como a compreensão do uso operacional do conceito. As principais
propriedades são:
- presença de muitas espécies numa determinada área
- recorrência da "comunidade" no tempo e no espaço
- presença de mecanismos homeostáticos: estabilidade dinâmica/ steady state (superorganismo).

- Atributos das comunidades


Assim como a população, a comunidade pode ter vários de seus atributos mensuráveis, sendo estes:

- composição específica: Trata-se do catálogo de espécies que compõem a comunidade. Embora seja
algo aparentemente simples, tal atributo é um dos que mais dificuldades impõe ao ecólogo. Em primeiro
lugar, ele exige uma detalhada investigação com a finalidade de se levantar e identificar todas as espécies
presentes na comunidade
:
- diversidade (riqueza e equitabilidade): As comunidades diferem muito entre si em relação ao número
total de espécies que possuem bem como em suas proporções. Nem todas as espécies são igualmente
importantes na determinação da estrutura da comunidade. Algumas espécies podem ter suas
abundâncias muito mais elevadas que outras espécies dentro da comunidade. Esta característica é, na
realidade, muito comum devido às diferenças eco-fisiológicas ligadas ao tamanho, posição trófica ou
atividade metabólica dos organismos. Muitos autores sustentam que espécies dominantes são aquelas
com maior sucesso ecológico. No entanto, devemos lembrar que espécies não-dominantes podem, em
alguns casos, exercer uma força controladora dentro do ecossistema. Estas espécies são chamadas de
espécies-chaves (keystone species). Outro ponto importante, refere-se à raridade. As espécies raras são
muitas vezes desprezadas nas análises quantitativas. Recentemente, no entanto, estão aparecendo
artigos na literatura ecológica enfocando a importância de se trabalhar com estes indivíduos.

Abundância Relativa: São as proporções relativas das diferentes espécies dentro da comunidade.
Estas proporções são fundamentais, por exemplo, para o cálculos dos índices de diversidade,
equitatividade, dominância.

Ecossistemas
Ecossistema é o conjunto formado por um ambiente físico (abiótico), constituído pelos fatores físicos
e químicos ambientais e pelos seres vivos (fatores bióticos). Na caracterização de um ecossistemas, é
obrigatório considerar dois componentes: um físico (abiótico ou biótopo) e outro biótico, que ocupa o
primeiro, designado por comunidade ou biocenose.
São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, uma poça d´ água, um
aquário, a massa de agua superficial do mar entre outros.

Os ecossistemas estão normalmente em constante equilíbrio. Assim, por exemplo, um ecossistema


consume certa quantidade de gás carbônico e água, enquanto produz um determinado de oxigênio e
alimento. Qualquer mudança na entrada ou saída desses elementos desiquilibra o sistema, alterando a
produção de alimento e oxigênio.

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Cada espécie viva tem o seu papel no funcionamento do ecossistema a que pertence. Por exemplo,
quase todos vegetal que se reproduz por meio de flores necessita de alguma espécie de inseto para
promover a polinização. O extermínio de tal inseto provocara consequentemente a extinção do vegetal
polinizado por este.

Flor do maracujá sendo polinizada por uma abelha


Os componentes do ecossistema:
Todo ecossistema é autossuficiente e envolve fatores bióticos e abióticos. Os fatores bióticos são
divididos em: produtores, consumidores e decompositores:

Produtores – São sempre autótrofos, produzem alimento que será usado na cadeia, e por isso estão
obrigatoriamente no início de qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz solar e do
gás carbônico será repassada a todos os outros componentes restantes da cadeia ecológica. Os
principais produtores conhecidos são plantas e algas microscópicas (fitoplâncton).

Consumidores – São os organismos que necessitam alimentar-se de outros organismos para obter a
energia que eles não podem produzir para si próprios. Vão-se alimentar dos autótrofos e de outros
heterótrofos podendo ser consumidores primários, consumidores secundários, consumidores terciários e
assim por diante. Na alimentação, nem toda a energia obtida será integralmente usada, isto é, parte dessa
energia não será absorvida e será eliminada com as fezes; outra parte será dissipada em forma de calor.
Assim, grande parte da energia será “perdida” no decorrer de uma cadeia alimentar, diminuindo sempre
a cada nível. Podemos, então, dizer que o fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando
sempre com a luz solar incidindo sobre os produtores, e diminuindo a cada nível alimentar dos
consumidores.

Decompositores – São organismos que atuam exatamente em papel contrário ao dos produtores.
Eles transformam matéria orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em
moléculas simples, fazendo que estes compostos retornem ao solo para serem utilizados novamente por
outro produtor, gerando uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são bactérias
e fungos. Por se alimentarem de matéria em decomposição são considerados saprófitos.
O conjunto de uma série de ecossistemas é chamado de teia alimentar. Nesse caso, várias teias se
entrelaçam, fazendo que as relações ecológicas sejam múltiplas e o alimento disponível possa ser
utilizado por vários indivíduos, realmente compondo um ecossistema.

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Produtividade do ecossistema

Necessidades Energéticas

Todo ser vivo necessita de energia, que é utilizada para:


1. Construção do organismo
2. Realização de suas atividades (manutenção de temperatura, reações químicas etc.)
Os seres vivos são constituídos por moléculas orgânicas, ou seja, macromoléculas, formadas por
extensas cadeias de carbono. Quanto maior for a molécula, maior será a quantidade de energia nela
armazenada e disponível para as necessidades metabólicas do ser vivo.

Produtividade primária Bruta (PPB)


A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela Produtividade Primária Bruta (PPB), que
corresponde ao total de matéria orgânica produzida, durante determinado tempo, numa certa área
ambiental.

Produtividade primária líquida (PPL)


A produtividade primária líquida (PPL) corresponde a produtividade primária bruta menos a quantidade
de energia consumida pelo vegetal na respiração (R).

PPL=PPB-R

Produtividade Secundária Bruta (PSB)


É a quantidade de energia obtida pelos consumidores primários ao comerem os produtores.

Produtividade Secundária Líquida (PSL)


Trata-se da produtividade secundária bruta menos a energia dispendida na respiração dos
consumidores.

PSL= PSB-R

Produtividade terciária bruta (PTB)


É a quantidade de energia obtida pelos consumidores secundários ao comerem os produtores.

Produtividade Terciária Líquida (PTL)


É a produtividade terciária bruta menos a energia consumida na respiração dos carnívoros.

Características do Fluxo Energético

1. O sol é a fonte de energia para os seres vivos.


2. A maior quantidade de energia está nos produtores
3. Á medida que nos afastamos do produtos, o nível energético vai diminuindo.
4. A energia que sai dos seres vivos não é aproveitada.
5. O fluxo energético é unidirecional.

Eficiência ecológica
Representa a porcentagem de energia transferida de um nível trófico para o outro, em uma cadeia
alimentar. De modo geral, essa eficiência é, aproximadamente, de apenas 10%, ou seja, cerca de 90%
da energia total disponível em um determinado nível trófico não são transferidos para a seguinte, sendo
consumidos na atividade metabólica dos organismos do próprio nível ou perdidos como restos. Em
algumas comunidades, porém a eficiência pode chegar a 20%.

Biosfera
Ainda não temos conhecimento da existência de outro lugar no Universo, atém da Terra, onde
aconteça o fenômeno a que chamamos de vida. A vida na Terra é possível porque a luz do Sol chega até
aqui. Graças a sua posição em relação ao Sol, o nosso planeta recebe uma quantidade de energia solar
que permite a existência da água em estado líquido, e não apenas em estado sólido (gelo) ou gasoso
(vapor). A água é essencial aos organismos vivos. A presença de água possibilita a vida das plantas e de
outros seres capazes de produzir alimento a partir da energia solar e permite também, indiretamente, a

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sobrevivência de todos os outros seres vivos que se alimentam de plantas ou animais. Pela fotossíntese
que há a absorção de água e gás carbônico e liberação de oxigênio, a energia do Sol é transformada em
um tipo de energia presente nos açucares, que pode então ser aproveitada por seres que realizam esse
processo e por outros seres a eles relacionados na busca por alimento. A Terra pode ser dividida assim:
-Litosfera - a parte sólida formada a partir das rochas;
-Hidrosfera - conjunto total de água do planeta (seus rios, lagos, oceanos);
-Atmosfera - a camada de ar que envolve o planeta;
-Biosfera - as regiões habitadas do planeta.

Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. É um conceito da Ecologia, relacionado


com os conceitos de litosfera, hidrosfera e atmosfera. Incluem-se na biosfera todos os organismos vivos
que vivem no planeta, embora o conceito seja geralmente alargado para incluir também os seus habitats.
A biosfera inclui todos os ecossistemas que estão presentes desde as altas montanhas (até 10.000 m
de altura) até o fundo do mar (até cerca de 10.000 m de profundidade). Nesse diferentes locais, as
condições ambientais também variam. Assim, a seleção natural atua de modo diversificado sobre os seres
vivos em cada região. Sob grandes profundidades no mar, por exemplo, só sobrevivem seres adaptados
à grande pressão que a água exerce sobre eles e a baixa (ou ausente) luminosidade. Já nas grandes
altitudes montanhosas, sobrevivem seres adaptados a baixas temperaturas e ao ar rarefeito. Na biosfera,
portanto, o ar, a água, o solo, a luz são fatores diretamente relacionados à vida.

Habitat e Nicho Ecológico


Os ecólogos usam o termo hábitat para designar o lugar específico onde organismo vive, e a expressão
nicho ecológico para significar o papel que organismo exerce no ecossistema.

Costuma-se dizer que: hábitat corresponde ao “endereço” de uma espécie, enquanto nicho ecológico
representa sua “profissão”. Então, se pretendemos encontrar uma espécie, basta saber-lhe o hábitat:
conhecendo o seu nicho, temos condições de dizer como, onde e à custo de quem se alimenta, para
quem serve de alimento e como se reproduz.
Quando dizemos que um determinado inseto pode ser encontrado em determinada planta, estamos
nos referindo ao seu hábitat. Se, ao contrário, citarmos seus hábitos, alimentação e reprodução,
salientamos o seu nicho ecológico.

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Resumo
- Hábitat representa o endereço de um organismo no ecossistema;

- Nicho ecológico corresponde ao papel que o organismo desempenha dentro desse


ecossistema
.

Cadeias alimentares
As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, é uma sequência dos seres vivos na qual uns comem
aqueles que os antecedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem. A cadeia
representa a transferência unidirecional de energia através de uma série de seres vivos

As setas indicam o sentido do fluxo de alimento na cadeia alimentar.

Os elos de uma cadeia alimentar são os níveis tróficos e incluem:

-Produtores: os vegetais fotossintetizantes que transformam a energia solar em energia química


contida nos alimentos.

-Consumidores primários: os herbívoros, isto é, os seres que se alimentam de plantas.

-Consumidores secundários: os carnívoros que se alimentam dos herbívoros. Poderá, ainda, haver
consumidores terciários e quaternários que se alimentam, respectivamente, de consumidores
secundários e terciários.

-Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais
seres vivos. Esses microrganismos têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes minerais
que existiam nesses restos alimentares. Os nutrientes poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
Os decompositores efetuam, dessa forma, uma reciclagem dos nutrientes minerais ao “desmanchar” a
matéria orgânica existem nos restos de outros seres vivos.

Importante:
1. A energia é unidirecional.
2. A matéria é cíclica.

Níveis Tróficos
1. O conjunto de indivíduos que se nutre no mesmo patamar alimentar, ou seja, alimentam-se
basicamente dos mesmos nutrientes e estão colocados em um mesmo nível trófico.
2. Os produtores estão colocados no 1° nível trófico.
3. Os consumidores primários, aqueles que se alimentam dos produtores, são herbívoros e constituem
o 2.° nível trófico.
4. Os consumidores secundários compõem o 3.° nível trófico, sendo os carnívoros.
5. Após esses, existe o 4.° nível trófico, e assim por diante.
6. Os decompositores ocupam sempre o último nível da transferência de energia, formando um grupo
especial que degrada tanto produtores quanto consumidores.

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Importância de se conhecer as cadeias alimentares

Justifica-se pela possibilidade do uso natural de animais ou plantas a fim de controlar ou equilibrar o
ecossistema, de forma a evitar o uso de pesticidas e de quaisquer outras formas artificiais que possam
desequilibrar em longo prazo o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos animais e até nos seres
humanos que ali habitam.

Teia de alimentar

Nos ecossistemas existem diversas cadeias alimentares.


A reunião de todas elas constitui uma teia alimentar. Numa teia, a posição de alguns consumidores
pode variar de acordo com a cadeia alimentar da qual participam. O esquema seguinte ilustra a teia
alimentar do modelo de ecossistema que utilizamos para caracterizar os conceitos ecológicos
fundamentais.

35
Pirâmides ecológicas
Pirâmides ecológicas representam, graficamente, o fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos
no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada retângulo representa, de forma proporcional, o parâmetro
a ser analisado.
As pirâmides ecológicas podem ser de três tipos principais: pirâmides de número, de biomassa e de
energia.
Quando falamos em pirâmides de números, estamos nos referindo ao número de indivíduos
envolvidos em uma cadeia alimentar. Nessa representação gráfica, são indicados quantos indivíduos
existem em cada nível trófico.
Suponhamos que sejam necessárias cinco mil plantas para alimentar 500 insetos. Esses insetos
servirão de alimento para 25 pássaros, que, por sua vez, serão comidos por uma única cobra. Nesse
exemplo, você pode perceber que a base apresenta um número maior de indivíduos, quando comparado
aos outros níveis tróficos. Quando isso acontece, dizemos que a pirâmide é direta.
Algumas vezes, a base não se apresenta larga, como nos casos em que um único produtor serve de
alimento para uma grande quantidade de consumidores primários. Ela ocorre normalmente quando o
produtor apresenta grande porte, uma árvore, por exemplo. Nesses casos, temos uma pirâmide invertida.

Observe que a base da pirâmide sempre indica os organismos produtores

35
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Quando nos referimos a uma pirâmide de biomassa, estamos falando da quantidade de matéria
orgânica disponível em cada nível trófico. A biomassa é expressa em massa do organismo por unidade
de área, por exemplo, kg/m2 ou g/m2.
Normalmente, nesses casos, há uma pirâmide com base maior que o ápice. Entretanto, existem casos
em que ela se apresenta invertida. É o caso dos ambientes aquáticos, onde os produtores possuem uma
vida muito curta, são pequenos e multiplicam-se rapidamente, acumulando, assim, pouca matéria.

Em A, há uma pirâmide de um ecossistema terrestre, enquanto, em B, um ambiente aquático

Por fim, temos a pirâmide de energia, que representa a quantidade de energia distribuída em cada
nível trófico. Esse tipo, diferentemente dos outros apresentados, não pode ser representado de forma
invertida. Ele é sempre direto, pois representa a produtividade energética em cada ecossistema.
Os produtores sempre representam o nível energético mais elevado, sendo que os outros seres da
cadeia ficam dependentes dessa energia. Conclui-se, portanto, que parte da energia dos produtores será
transmitida para os herbívoros e apenas parte da energia deles passará para os carnívoros. Sendo assim,
cadeias alimentares menores possuem um maior aproveitamento de energia. Representamos a
quantidade de energia disponível em cada nível trófico por Kcal/m2.ano

Os produtores representam o nível energético mais elevado

Sucessão ecológica
A sucessão ecológica é o desenvolvimento de uma comunidade ou biocenose, compreendendo a sua
origem, crescendo, até chegar a um estado de equilíbrio dinâmico com o meio ambiente. Tal dinamismo
é uma característica essencial das biocenoses.
36
Estágios da sucessão
A sucessão não surge repentinamente, de forma abrupta, mais sim num aumento crescente de
espécies, até atingir uma situação que não se modifica com o ambiente, denominada clímax. Uma
sucessão pode iniciar-se de diversas maneiras: numa rocha nua, numa lagoa, num terreno formando por
sedimentação etc.
O primeiro passo é a migração de espécies de outras áreas para região onde irá iniciar-se a sucessão.
As espécies chegam a essa região através dos elementos de reprodução.
As condições desfavoráveis- intensa iluminação, solo muito úmido ou seco, temperatura elevada do
solo- só permitem o desenvolvimento de algumas espécies.
Essas espécies que se desenvolvem inicialmente no ambiente inóspito são chamadas de pioneiras.
São espécies de grande amplitude, isto é, não são muito exigentes, não tolerando apenas as grandes
densidades.
Esta vegetação é constituída por liquens e musgos.
Camada sobre camada de líquen, vão formando um tapete orgânico, que enriquece o solo, deixando
o mesmo úmido e rico em sais minerais. A partir de então as condições, já não tão desfavoráveis,

36
Bellinello, L. C Livro 4. p. 66.

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permitem o aparecimento de plantas de pequeno porte, como briófitas (musgos), que necessitam de
pequena quantidade de nutrientes para se desenvolverem e atingirem o estágio de reprodução. Novas e
constantes modificações se sucedem permitindo o aparecimento de plantas de maior porte como
samambaias e arbustos. Também começam a aparecer os pequenos animais como insetos e moluscos.
Dessa forma etapa após etapa a comunidade pioneira evolui, até que a velocidade do processo
começa a diminuir gradativamente, chegando a um ponto de equilíbrio, no qual a sucessão ecológica
atinge seu desenvolvimento máximo compatível com as condições físicas do local (solo, clima, etc.). Essa
comunidade é a etapa final do processo de sucessão, conhecida como comunidade clímax. Cada etapa
intermediária entre a comunidade pioneira e o clímax e chamada de sere.

Tipos de sucessão ecológica

1. Sucessões ecológicas primárias


As sucessões primárias correspondem a instalações dos seres vivos em um ambiente que nunca foi
habitado. Exemplificaremos através das sucessões que ocorrem nas rochas.

Sucessão numa rocha nua


Os organismos pioneiros são representados pelos liquens. Através de ácidos orgânicos produzidos
pelos liquens, a superfície da rocha vai sendo decomposta. A morte destes organismos, associada à
decomposição da rocha, permite o aparecimento de outros vegetais como os musgos. Estes, por sua vez,
permitem através de sua ação o aparecimento de espécies maiores, como as bromélias e gramíneas.

2. Sucessões ecológicas secundárias


As sucessões secundárias aparecem em um meio que já foi povoado, mas em que os seres vivos
foram eliminados por modificações climáticas (glaciações, incêndios), geológicas (erosão) ou pela
intervenção do homem. Uma sucessão secundária leva muitas vezes à formação de um disclímax,
diferente do clímax que existia anteriormente.

Características de uma sucessão ecológica


Em todas as sucessões, pode-se observar que:
-aumenta a biomassa e a diversidade de espécies;
-nos estágios iniciais, a atividade autotrófica supera a heterotrófica. Daí a produção bruta (P) ser maior
que a respiração (R) e a relação entre P e R ser maior do que 1;
-nos estágios de clímax há equilíbrio e a relação P/R = 1.

O ecótono
Geralmente a passagem de um ecossistema para outro nunca ocorre de forma abrupta; costuma haver
uma zona de transição, designada ecótono. Em tal região o número de espécies é grande, existindo, além
das espécies próprias, outras provenientes das comunidades limítrofes.

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Fogo e a sucessão ecológica

O fogo tem sido um importante fator ambiental nos cerrados brasileiros desde há muitos milênios e
tem, portanto, atuado na evolução dos seres vivos desses ecossistemas, selecionando plantas e animais
com características que os protejam das rápidas queimadas que lá ocorrem. Nas plantas, uma dessas
características que talvez mais nos chame a atenção é a cortiça grossa das árvores e arbustos (lenhosas),
que age como isolante térmico durante a passagem do fogo. Entretanto, um observador mais atento irá
notar diversas outras respostas da vegetação ao fogo, como a floração intensa do estrato herbáceo e a
rápida rebrota das plantas, dias após a queima, a abertura sincronizada de frutos e intensa dispersão de
suas sementes, a germinação das sementes de espécies que são estimuladas pelo fogo. Ainda, o fogo
promove todo um processo de reciclagem da matéria orgânica que, ao ser queimada, transforma-se em
cinzas, que se depositam sobre o solo e, com as chuvas, têm seus elementos químicos solubilizados e
disponibilizados como nutrientes às raízes das plantas.37
Sendo assim, ao contrário do que muitos pensam, o fogo de intensidade baixa ou moderada não mata
a grande maioria das plantas do Cerrado, que são adaptadas a esse fator ecológico. Pelo contrário, para
muitas espécies, principalmente as herbáceas, o fogo é benéfico e estimula ou facilita diversas etapas de
seu ciclo de vida, como mencionamos acima.
Também os animais do Cerrado estão adaptados para enfrentar as queimadas: dentre os vertebrados,
muitos se refugiam em tocas ou buracos e ficam protegidos das altas temperaturas, pois, a poucos
centímetros de profundidade, o solo nem chega a esquentar, devido à rapidez com que o fogo percorre
os cerrados.

Interações entre os seres vivos


Nos ecossistemas, os fatores bióticos são constituídos pelas interações que se manifestam entre os
seres vivos que habitam um determinado meio. Essas interações são classificadas da seguinte maneira:

Relações harmônicas
Nas relações harmônicas não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há
benefício pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser divididas em intraespecíficas e
enterespecíficas.

-Relações intraespecíficas
Essas relações são aquelas que ocorrem entre organismos da mesma espécie. Pertencem a este
grupo as colônias e as sociedades.

-Colônia
Colônias são organismos da mesma espécie que se mantêm anatomicamente unidos entre si. A
formação das colônias é determinada por um processo reprodutivo assexuado, o brotamento. As colônias
podem ser homomorfas e heteromorfas.

-Colônias homomorfas
São constituídas por indivíduos iguais, que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a
chamada divisão de trabalho. Como exemplo citamos as colônias de espongiários, de protozoários, de
cracas (curstáceos), entre outras.

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www.sobiologia.com.br

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-Colônias heteromorfas
São constituídas por indivíduos morfologicamente diferentes, com funções distintas, caracterizando a
chamada divisão de trabalho fisiológica. Quando formada por dois tipos de organismos, tais colônias são
chamadas de difórmicas. Como exemplo citamos a Obelia, uma colônia de celenterados em que
aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozóides, para a nutrição e gonozóides, para a reprodução.

-Sociedade
Sociedades são associações de indivíduos das mesma espécie que não estão unidos, ou seja, ligados
anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo.
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas entre os chamados insetos sociais,
representados por cupins, vespas, formigas e abelhas.
Na sociedades das abelhas distinguem-se três castas: a rainha, o zangão e as operárias.
A rainha é a única fêmea fértil da colônia; salienta-se que em cada colônia existe apenas uma rainha.
Os zangões são os machos férteis, enquanto as operárias ou obreiras são fêmeas estéreis.
As operárias são encarregadas de obter o alimento (pólen ou néctar) e produzir a cera e o mel. A cera
é usada para confeccionar as celas hexagonais, onde são postos os ovos; o mel é fabricado por
transformação do néctar e constituído por glicose e frutose.
A única atividades dos zangões é a fecundação da rainha; após o voo nupcial, são expulsos e morrem
de inanição (enfraquecimento).

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Relações interespecíficas
Relações ecológicas interespecíficas são relações que ocorrem entre indivíduos de espécies
diferentes.

-Protocooperação
A protocooperação, ou também conhecida como cooperação, trata-se de uma associação entre duas
espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam. Contudo, tal associação não é indispensável à
sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente.
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos que ficam nas margens do Nilo, nutrindo-se dos restos
alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento,
o pássaro livra o crocodilo dos parasitas.

-Mutualismo
O mutualismo trata-se de uma associação com benefícios mútuos. É mais íntima do que a cooperação,
sendo necessária a sobrevivência das espécies, que não podem viver isoladamente. Cada espécie só
consegue viver na presença da outra.
Os líquens são constituídos por algas clorofiladas e fungos que vivem em estreita associação, sendo
que as algas, por meio da fotossíntese, sintetizam matéria orgânica que o fungo utiliza como alimento.
Por sua vez, o fungo consegue reter umidade e nutrientes que a alga utiliza, além de conferir proteção à
alga. Esse mutualismo entre a alga e o fungo permite que os líquens sobrevivam em ambientes em que
nem a alga e nem o fungo conseguiriam sobreviver sozinhos.

-Comensalismo
No comensalismo, ocorre a relação entre espécies distintas, a primeira espécie, chamada de
comensal, é a única beneficiada na relação, já a segunda espécie, chamada de hospedeira, não recebe
vantagem, mas também não fica no prejuízo.
Por exemplo, o comensal utiliza os restos alimentares ou metabólicos do hospedeiro, não causando
nenhum prejuízo à ele. Como é o caso da rêmora e do tubarão: a rêmora se fixa no tubarão por meio de
sua ventosa, e ali ela se sustenta dos restos alimentares do tubarão, além de economizar energia no
deslocamento, para o tubarão este processo da rêmora não tem efeito.

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Relações intraespecíficas desarmônicas

-Canibalismo
No canibalismo um animal mata e se alimenta de outro da mesma espécie. Ex: viúva-negra fêmea que,
após o ato reprodutivo, arranca e devora a cabeça do macho. Fêmeas de louva-a-deus também devoram
seus machos.

- Competição
Na competição intraespecífica indivíduos da mesma espécie competem por um ou mais recursos que,
na maioria das vezes, não estão disponíveis em quantidade suficiente no ecossistema. Pode delinear
uma população, principalmente em seu tamanho.
Quando um ambiente não permite a migração de indivíduos e o alimento começa a diminuir,
naturalmente os mais velhos e os menos aptos serão prejudicados e acabam morrendo por falta de
alimento.

Relações interespecíficas desarmônicas


-Competição interespecífica
A competição entre espécies diferentes sem estabelece quando tais espécies possuem o mesmo
hábitat e o mesmo nicho ecológico.
É o caso de cobras, corujas e gaviões que vivem na mesma região e atacam pequenos roedores.

-Amensalismo
O amensalismo é um tipo de associação em que uma espécie, chamada de amensal, é inibida no
crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por uma outra espécie, chamada inibidora.
Alguns exemplos de amensalismo são:
- fungos que produzem substâncias antibióticas que inibem o crescimento de bactérias.
- plantas e pequenos animais do solo prejudicados com a passagem de animais de grande porte, como
elefantes.
Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as bactérias se
reproduzam.

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-Pedatismo
O predatismo ou predação é uma relação ecológica interespecífica desarmônica na cadeia (e teia)
alimentar em que os animais de uma espécie, alocados em um nível trófico superior (predadores /
caçadores), capturam e matam animais de um nível trófico inferior (presa), para deles se alimentarem.
Esse tipo de relação ocorre principalmente em seres carnívoros (leão, lobo, tigre, homem), contudo
também entre os herbívoros. Neste caso, com denominação de herbivorismo, sendo os vegetais o
alimento, bem representado pelo ataque de formigas, gafanhotos ou lagartas destruindo velozmente uma
cultura.

Parasitismo
O parasitismo é uma forma de relação desarmônica mais comum do que a antibiose. Ele caracteriza
a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe,
em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria
morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome de hospedeiro ao organismo que abriga o parasita. De um
modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita. Mas, a despeito disso, muitas vezes
ela ocorre.

Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos é a permuta cíclica de elementos químicos que ocorre entre os seres vivos
e o meio ambiente. Tais ciclos envolvem etapas biológicas, físicas e químicas alternadamente, daí a
deificação usada.

Os principais ciclos biogeoquímicos são:


1. Ciclo da água;
2. Ciclo do carbono;
3. Ciclo do oxigênio;
4. Ciclo do nitrogênio
5. Ciclo do fósforo

1. Ciclo da água ou ciclo hidrológico


A água passa do meio físico para os organismos vivos e destes, novamente para o meio físico,
constituindo um ciclo.
A água existe no meio ambiente em três estados: sólido (gelo), liquido e gasoso (vapor d´água). Esses
três estados físicos são reversíveis.

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Assim, a água no estado líquido passa para o vapor com o aquecimento (100°C) e esse fenômeno é
chamado de ebulição, ou pode passar lentamente para o estado de vapor, constituindo a evaporação. O
vapor d`água passa para o líquido (liquefação) e desse para o sólido (solidificação) a 0°C. O gelo derrete
(fusão) a 0°C, passando novamente para o estado líquido.
O ciclo hidrológico é dirigido pela energia solar e compreende o movimento da água dos oceanos para
a atmosfera por evaporação e de volta aos oceanos pela precipitação que leva à lixiviação ou à infiltração.
Cerca de 97% do suprimento de água está nos oceanos, 2% nas geleiras e muito menos que 1% na
atmosfera (0,001%). Aproximadamente 1% do total da água contida nos rios, lagos e lençóis freáticos é
adequada ao consumo humano.
A evaporação da água do solo e dos oceanos e mais a transpiração vegetal e a animal, enriquecem a
atmosfera de vapor de água. Condensando-se, a água retorna ás suas fontes por precipitação. A
precipitação sobre o mar é cerca de três vezes superior à que cai sobre a terra. Caindo nas massas
terrestres, a água pode infiltrar-se no solo, ser absorvida pelos vegetais, empregada na fotossíntese,
consumida pelos animais e, afinal, transpirada. Pode, ainda, correr pelos lenções subterrâneos, unir-se a
rios e, eventualmente, ir aos mares, onde novamente evapora fechando o ciclo.

2. Ciclo do carbono
38
O carbono é um elemento químico importante porque participa da composição química de todos os
compostos orgânicos.
Os seres vivos só conseguem aproveitar o carbono na natureza sob a forma de bióxido de carbono
(CO2), encontrado na atmosfera. Ou sob a forma de bicarbonato (HCO3-) e carbonato (CO3--) dissolvido
na água.
Os carbono entra nos seres vivos quando os vegetais, utilizando o CO2 do ar ou os carbonatos e
bicarbonatos dissolvidos na água, realizam fotossíntese. Dessa maneira, o carbono é utilizado na síntese
de compostos orgânicos.
Os compostos orgânicos mencionados são o açucares (carboidratos). Mas as plantas são capazes de
produzir além dos carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, ceras e etc.
O carbono incorporado pelas plantas pode seguir três caminhos:
1. devolvido sob a forma de CO2 ao meio ambiente pela respiração;
2. passado aos animais quando estes se alimentam das plantas;
3. pela morte e decomposição do vegetal passa a ser novamente CO2.
Nos animais, é adquirido direta ou indiretamente do reino vegetal durante a sua nutrição. Assim, os
animais herbívoros recebem dos vegetais os compostos orgânicos e, através de seu metabolismo, são
capazes de transforma-los e sintetizar novas substâncias orgânicas. O mesmo ocorre com os carnívoros,
que se alimentam dos herbívoros, e assim sucessivamente.
O carbono nos animais, assim como nos vegetais, pode seguir três caminhos:
1. Pela respiração é devolvido à natureza sob a forma de CO2;
2. Passa para outros animais através da nutrição;
3. Pela morte e decomposição volta ao estado de CO2.

É importante lembrar que a queima (combustão) de combustíveis orgânicos (petróleo, carvão e lenha)
é um mecanismo de retorno do carbono ao meio ambiente, na forma de CO2, CO e outros gases.

38
Bellinello, L. C.. Livro 4. p. 66.

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3. Ciclo do oxigênio
O oxigênio pode ser encontrado na atmosfera sob várias formas. Seja na forma de oxigênio molecular
(O2) ou em composição com outros elementos (CO2, NO2, SO2, etc.) o fato é que o oxigênio é o elemento
mais abundante na crosta terrestre e nos oceanos (99,5% do oxigênio está contida ali) e o segundo mais
abundante na atmosfera (0,49% do oxigênio existente está na atmosfera, os outros 0.01% estão contidos
nos seres vivos). O ciclo de transformações do oxigênio por estes reservatórios (atmosfera, oceano e
crosta terrestre) constitui o chamado ciclo do oxigênio que é mantido por processos biológicos, físicos,
geológicos e hidrológicos.
O ciclo do oxigênio está estritamente relacionado com o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de
ambos está associado aos processos fotossintéticos e respiratórios. Os processos de fotossíntese liberam
oxigênio para a atmosfera, enquanto os processos de respiração e combustão o consomem. Parte do O2
da estratosfera é transformado pela ação de raios ultravioletas em ozônio (O 3). Este forma uma camada
que funciona como um filtro, evitando a penetração de 80% dos raios ultravioletas. A liberação constante
de clorofluorcarbonos (CFC) leva a destruição da camada de ozônio.

4. Ciclo do nitrogênio39
O nitrogênio participa das moléculas de proteínas, ácidos nucleicos e vitaminas. Embora seja
abundante na atmosfera (78% dos gases), a forma gasosa (N2) é muito estável, sendo inaproveitável para

39
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a maioria dos seres vivos. O processo que remove N2 do ar e torna o nitrogênio acessível aos seres vivos
é denominado fixação do nitrogênio. A fixação de N2 em íons nitrato (NO3-) é a mais importante, pois é
principalmente sob a forma desse íon que as plantas absorvem nitrogênio do solo. A fixação pode ocorrer
por processos físicos, como sob ação de relâmpagos durante tempestades, e também por processos
industriais, quando se criam situações de altíssima pressão e temperatura para a produção de fertilizantes
comerciais. A fixação biológica, porém, é a mais importante, representando 90% da que se realiza no
planeta.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias de vida livre no solo, por bactérias
fotossintéticas, por cianofíceas (algas azuis), e principalmente por bactérias do gênero Rhizobium, que
somente o fazem quando associadas às raízes de plantas leguminosas - soja, alfafa, ervilha, etc. Nessas
raízes formam-se nódulos densamente povoados pelas bactérias, onde ocorre a fixação de N2 até a
formação de nitrato. Essas plantas podem assim desenvolver-se mesmo em solos pobres desse íon.
Além da atmosfera, outro reservatório de nitrogênio é a própria matéria orgânica. Os decompositores que
promovem a putrefação transformam compostos nitrogenados em amônia (NH3), processo denominado
amonificação. As bactérias Nitrosomonas transformam a amônia em nitrito (NO2-) (nitrosação) e as
Nitrobacter o transformam em nitrato (nitratação). Esse processo todo é denominado nitrificação, e estas
bactérias são conhecidas genericamente como nitrificantes.
O retorno do nitrogênio a atmosfera é promovido no processo de desnitrificação, realizado por
bactérias desnitrificantes, que transformam o nitrato em nitrogênio gasoso (N2). O solo, fonte de nitrato
para as plantas terrestres, é também importante exportador de sais para os ecossistemas aquáticos,
geralmente veiculados pela água de chuvas.

5. Ciclo do fósforo
O fósforo é um dos elementos essenciais à vida, é um nutriente limitante do crescimento de plantas,
especialmente em ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em abundância causa sérios
problemas ambientais. Se, por exemplo, grande quantidade de P, geralmente utilizado como fertilizante
e em detergentes, entra em um lago (principalmente se este for o caso), esse nutriente pode causar
aumento da população de bactérias e algas verdes (fotosssintéticas). Devido ao crescimento intenso,
esses organismos podem cobrir toda a superfície do lago, inibindo a entrada de luz e provocando,
consequentemente a morte de plantas que vivem abaixo da superfície. Quando as plantas subsuperficiais
morrem, assim como as algas e bactérias superficiais, todas são consumidas por outras bactérias que
usam o CO2 dissolvido no lago ao se alimentares. Se o nível de O2 tornar-se muito baixo, a vida aquática
fica comprometida. Os peixes morrerão e desenvolver-se-ão bactérias anaeróbias.

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40
Biogeografia
41
A biogeografia é a área da ciência biológica dedicada a distribuição dos seres vivos no espaço e
através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua dinâmica na escala espacial
e temporal no planeta Terra. Esta ciência tem um aspecto multidisciplinar, englobando conhecimentos de
diversas outras áreas como: climatologia, geografia, geologia, ecologia e ciência da evolução.
O tema central de estudos da biogeografia gira em torno do estudo da evolução das espécies e o modo
como as diversas condições ambientais possíveis influem no desenvolvimento da vida. Combinar as
diferentes variáveis responsáveis pela ocorrência de vida e traçar uma "receita" para a existência da
mesma em um determinado ambiente são os objetivos principais dos estudiosos dedicados à
biogeografia.

As origens desta ciência encontram-se nos estudos de Alfred Russel Wallace no arquipélago malaio.
Ele descreveu inúmeras espécies desse arquipélago e notou que a norte, em determinada área, as
espécies eram relacionadas com espécies do continente asiático enquanto que, nas ilhas mais ao sul, as
espécies tinham ligação com as espécies do continente australiano. Esta conclusão levou a uma posterior
delimitação e mapeamento das áreas estudadas por Wallace, sendo que tais áreas receberam mais tarde
a denominação de "Linha de Wallace".
Seguindo o espírito deste estudo inicial, as diversas regiões do planeta foram sendo gradualmente
mapeadas, pesquisadas e catalogadas. As principais divisões receberam o nome de "divisões
biogeográficas", a saber:
-Região Paleártica: Compreende todo o continente europeu, norte da África até o deserto do Saara, o
norte da Península Arábica e toda Ásia ao norte do Himalaia, incluindo China e Japão.
-Região Neoártica: Toda a América do Norte, indo até a fronteira sul do México.
-Região Neotropical: Estende-se do centro do México até o extremo sul da América do Sul.
-Região afro-tropical ou etiópica: compreende a África sub-saariana e os dois terços mais ao sul da
península arábica.
-Região indo-malaia: composta pelo subcontinente indiano, sul da China, Indochina, Filipinas e a
metade Ocidental da Indonésia.
40
http://www.ib.usp.br/~silvionihei/biogeografia.htm- Introdução à Biogeografia site do Instituto de Biociências da USP.
41
http://www.infoescola.com/

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-Região australiana: o restante mais a leste da Indonésia, ilha de Nova Guiné, Austrália e Nova
Zelândia.
-Região oceânica: as demais ilhas do oceano Pacífico.
-Região antártica: correspondente ao continente e ao oceano com o mesmo nome.

A classificação acima aplica-se a seres viventes em terra firme ou seca. Em relação aos oceanos
temos as "regiões biogeográficas marinhas", que são definidas por meio das correntes oceânicas ou ainda
pelas zonas climáticas, limites mais ou menos exatos para os seres vivos marinhos. Modernamente temos
a definição de ecossistema marinho como a unidade de estudo dessas grandes regiões biogeográficas.

Biomas Terrestres
Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições
geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade
biológica própria. Os principais biomas do ambiente terrestre são:42
-Tundra;
- Taiga;
- Floresta;
- Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada;
- Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada;
- Campos;
- Deserto;
- Savanas;

- Tundra
Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Norte do Alasca e do Canadá, Groelândia, Noruega,
Suécia, Finlândia, Sibéria. Recebe pouca energia solar e pouca precipitação, esta ocorre geralmente sob
forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a curta estação quente (2 meses)
ocorre o degelo da parte superior, rica em matéria orgânica, permitindo o crescimento dos vegetais. O
subsolo fica permanentemente congelado (permafrost).

42
Leandro Cruz.2010. Instituto de matemática pura aplicada-IMPA.

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A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espécies capazes de suportar as condições
desfavoráveis. Os produtores são responsáveis por capim rasteiro e com extensas áreas cobertas por
camadas baixas de liquens e musgos. Existem raras plantas lenhosas como os salgueiros, mas são
excessivamente baixas (rasteiras).
As plantas completam o ciclo de vida num espaço de tempo muito curto: germinam as sementes,
crescem, produzem grandes flores (comparadas com o tamanho das plantas), são fecundadas e
frutificam, dispersando rapidamente as suas sementes. No verão a Tundra fica mais cheia de animais:
aves marinhas, roedores, lobos, raposas, doninhas, renas, caribus, além de enxames de moscas e
mosquitos.

-Taiga
Também chamada de floresta de coníferas ou floresta boreal. Localiza-se no norte do Alasca, Canadá,
sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria. Partindo-se da Tundra, à medida que
se desloca para o sul a estação favorável orna-se mais longa e o clima mais ameno. E m consequência
disso a vegetação é mais rica, surgindo a Taiga.
Na Taiga os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz
intensa. A vegetação rasteira é pouco representada. O período de crescimento dura 3 meses e as chuvas
são poucas. Os animais são representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores etc.

-Floresta Caducifólia ou Decídua Temperada


Esse tipo de bioma é predominante do hemisfério norte, leste dos Estados Unidos, oeste da Europa,
leste da Ásia, Coréia, Japão e partes da China. A quantidade de energia radiante é maior e a pluviosidade
atinge de 750 a 1.000 mm, distribuída durante todo o ano. Nítidas estações do ano. Neste Bioma, a
maioria dos arbustos e árvores perde as suas folhas no outono e os animais migram, hibernam ou
apresentam adaptações especiais para suportar o frio intenso. As plantas são representadas por árvores
dicotiledôneas como nogueiras, carvalhos, faias. Os animais são representados por esquilos, veados,
muitos insetos, aves insetívoras, ursos, lobos etc.

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-Floresta Tropical, Pluvial ou Latifoliada
As florestas tropicais situam-se na região intertropical. A maior área é encontra-se na Amazônia, a
segunda nas Índias Orientais e a menor na Bacia do Congo (África). O suprimento de energia é abundante
e as chuvas são regulares e abundantes, podendo ultrapassar 3.000 mm anuais. A principal característica
da floresta tropical é a sua estratificação. A parte superior é formada por árvores que atingem 40 m de
altura, formando um dossel espesso de ramos e folhas. No topo a temperatura é alta e seca.
Debaixo desta cobertura ocorre outra camada de árvores, que chegam a 20 m de altura, outras a 10
m e 5 m de altura. Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido, apresentando pequena
vegetação. O estrato médio caracteriza-se pela presença de cipós e epífitas. A diversificação de espécies
vegetais e animais é muito grande.

-Campos
Os campos são biomas que se caracterizam por apresentarem um único estrato de vegetação. O
número de espécies é muito grande, mas representado por pequeno número de indivíduos de cada
espécie. A localização dos campos é muito variada: centro-oeste dos Estados Unidos, centro-leste da
Eurásia, parte da América do Sul (Brasil, Argentina) e Austrália.
Durante o dia a temperatura é alta, porém a noite a temperatura é muito baixa. Muita luz e vento, pouca
umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, dependendo da região, podem ser: antílopes
americanos e bisões, roedores, muitos insetos, gaviões, corujas etc.

-Deserto
Os desertos apresentam localização muito variada e se caracterizam por apresentar vegetação muito
esparsa. O solo é muito árido e a pluviosidade baixa e irregular, abaixo de 250 mm de água anuais.
Durante o dia a temperatura é alta, mas à noite ocorre perda rápida de calor, que se irradia para a
atmosfera e a temperatura torna-se excessivamente baixa. As plantas que se adaptam ao deserto
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geralmente apresentam um ciclo de vida curto. Durante o período favorável (chuvoso) germinam as
sementes, crescem, florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem.
As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que cobrem grandes
áreas. Estas raízes estão adaptadas para absorver as águas das chuvas passageiras. O armazenamento
de água é muito grande (parênquimas aquíferos). As folhas são transformadas em espinhos e o caule
passa a realizar fotossíntese. Os consumidores são predominantemente roedores, obtendo água do
próprio alimento que ingerem ou do orvalho. No hemisfério norte é muito comum encontrar-se, nos
desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados em espaços regulares.
Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto é, os vegetais produzem substâncias que
eliminam outros indivíduos que crescem ao seu redor.

- Savanas
Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituída, em geral, por gramíneas e árvores
esparsas. A topografia geralmente é plana com clima tropical, apresentando duas estações bem
definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem, principalmente, na zona intertropical do
planeta, por esse motivo recebe uma enorme quantidade de luz solar.
A espécie de savana mais conhecida é a africana, no entanto, há outras: savanas tropicais (africana),
savanas subtropicais, savanas temperadas, savanas mediterrâneas, savanas pantanosas e savanas
montanhosas.
As savanas do tipo tropical e subtropical são encontras em todos os continentes, apresentando duas
estações bem definidas (uma quente e outra chuvosa). Os solos dessas áreas são relativamente férteis,
neles se fixam gramíneas, geralmente desprovidas de árvores. A África possui savanas com esses
aspectos, com destaque para as do Serengueti. Savanas temperadas são identificadas em médias
latitudes e em todos os continentes, são influenciadas pelo clima temperado, cujo verão é relativamente
úmido e o inverno seco. A vegetação é constituída por gramíneas.
Savanas mediterrâneas são vegetações que ocorrem em regiões de clima mediterrâneo. Nessas áreas
o solo é pobre, germinando sobre a superfície arbustos e árvores de pequeno porte, essa composição
corre sério risco de extinguir diante da constante intervenção humana, principalmente pela extração de
lenha, criação de animais, agricultura, urbanização e etc.
Savanas pantanosas são composições vegetativas que ocorrem tanto em regiões de clima tropical
como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana sofre inundações periódicas.
Savanas montanhosas é um tipo de vegetação que ocorre fundamentalmente em zonas alpinas e
subalpinas em distintos lugares do globo, em razão do isolamento geográfico, abriga espécies endêmicas

Biomas brasileiros
Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável. Um bioma
é caracterizado por um tipo principal de vegetação (num mesmo bioma podem existir diversos tipos de

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vegetação). Os seres vivos de um bioma vivem de forma adaptada as condições da natureza (vegetação,
chuva, umidade, calor, etc) existentes.
Há no mundo uma imensa variedade de vegetação, dentre todos os países o Brasil possui um lugar
de destaque em relação à quantidade de tipos de vegetação e belezas naturais. 
O Brasil possui um
território continental, devido a isso apresenta vários tipos de vegetação, clima, relevo, hidrografia, esses
são aspectos físicos e/ou naturais. Cada região do país possui uma particularidade acerca de uma
vegetação, a variação corresponde à interrelação entre todos os elementos naturais. A vegetação é um
dos aspectos naturais que mais se destaca na paisagem, apresenta caraterísticas devido a sua formação
a partir de aspectos de solo, clima entre outros elementos.

Floresta Amazônica
Corresponde à mata fechada com árvores de grande, médio e pequeno porte, a densidade dessa
vegetação é proveniente do clima quente e úmido que favorece o desenvolvimento da biodiversidade. Na
Floresta Amazônica prevalece o relevo plano, clima com elevadas temperaturas com baixa amplitude
térmica e chuvas frequentes bem distribuídas durante todos os meses do ano. As temperaturas variam
entre 25o a 28o C e os índices pluviométricos são superiores a 2.000 mm.
Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais de 20% de todas as
espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1400 de peixes, 300 de mamíferos e
1300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros invertebrados e
micro-organismos. Para se ter ideia do que isso significa, existem mais espécies vegetais num hectare
de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais típico de
árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade
permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem
apenas numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões. 
A vegetação pode ser classificada
em: mata de terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de
igapó (perenemente alagada). Existem, também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e
vegetação litorânea. 

a) Mata de Igapó ou Caaigapó: Essa composição vegetativa ocorre em áreas de baixo relevo
próximas a rios e por causa disso permanecem alagadas, as plantas dessas áreas apresentam estatura
máxima de 20 metros, além de cipós e plantas aquáticas.
b) Mata de Várzea: Vegetação que se estabelece em áreas mais elevadas em relação às matas de
igapó, mesmo assim sofre inundações, porém somente nos períodos de cheias. As árvores presentes
possuem em média 20 metros de altura, sem contar com uma imensa quantidade de galhos repletos de
espinhos, essa parte da floresta é de difícil acesso por ser muito fechada.
c) Mata de Terra Firme ou Mata Verdadeira (Caaetê): Ocorre nas regiões que não sofrem com as
ações das cheias, nessa parte da floresta as árvores apresentam alturas que oscilam entre 30 e 60 metros
e se desenvolvem com distâncias restritas entre si, fato que dificulta a inserção de luz, uma vez que as
copas das mesmas ficam muito próximas, devido a isso quase não existem outras plantas menores, pois

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o interior dessas matas é escuro, tornando-se impróprias para reprodução de vegetais por não ocorrer o
processo de fotossíntese.

Mata Atlântica
Considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta, a Mata Atlântica é o domínio de natureza
mais devastado do Brasil. Ela estende-se do Piauí ao Rio Grande do Sul, e correspondia a,
aproximadamente, 15% do território nacional, no entanto, a intensa devastação desse bioma para
plantação de cana-de-açúcar, café, mineração e outras atividades econômicas, reduziram drasticamente
essa cobertura vegetal, restando, atualmente, apenas 7% da mata original, localizada principalmente na
Serra do Mar.
A Mata Atlântica é composta por um conjunto de fisionomias e formações florestais, com estruturas e
interações ecológicas distintas em cada região, ela está na faixa de transição com os mais importantes
biomas do Brasil: caatinga, cerrados, mangues, campestres e planaltos de araucárias. Seu clima
predominante é o tropical úmido, no entanto, existem outros microclimas ao longo da mata. Apresenta
temperaturas médias elevadas durante o ano todo; a média de umidade relativa do ar também é elevada.
As precipitações pluviométricas são regulares e bem distribuídas nesse bioma. Quanto ao relevo, é
caraterizado por planaltos e serras. A importância hidrográfica da Mata Atlântica é grande, pois essa
região abriga sete das nove maiores bacias hidrográficas do país, entre elas estão: Paraná, Uruguai,
Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies da flora e da fauna. Sua vegetação é bem
diversificada e é representada pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jambo, jatobá, imbaúba, jequitibá-
rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. Esses dois últimos (jacarandá e pau-brasil) são o principal alvo
da atividade madeireira, fato que ocasionou sua redução e quase extinção.
A fauna possui várias espécies distintas, sendo várias delas endêmicas, ou seja, são encontradas
apenas na Mata Atlântica. Entre os animais desse bioma estão: tamanduá, tatu-canastra, onça-pintada,
lontra, mico-leão, macaco muriqui, anta, veado, quati, cutia, bicho-preguiça, gambá, monocarvoeiro,
araponga, jacutinga, jacu, macuco, entre tantos outros.
Existe uma grande necessidade de políticas públicas para a preservação da Mata Atlântica, visto que
da área original desse bioma (1,3 milhão de km2) só restam 52.000 Km2. Outro fator é a quantidade de
espécies ameaçadas de extinção: das 200 espécies vegetais brasileiras ameaçadas, 117 são desse
bioma. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), a Mata Atlântica abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil.

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Mata dos Pinhais ou Floresta de Araucária
As Matas de Araucárias são encontradas na Região Sul do Brasil e nos pontos de relevo mais elevado
da Região Sudeste. Existem pelo menos dezenove espécies desse tipo de vegetação, das quais treze
são endêmicas (existe em um lugar específico). São encontradas na Ilha Norfolk, sudeste da Austrália,
Nova Guiné, Argentina, Chile e Brasil. Essa cobertura vegetal se desenvolve em regiões nas quais
predomina o clima subtropical, que apresenta invernos rigorosos e verões quentes, com índices
pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante o ano. A araucária é um vegetal da
família das coníferas que pode ser cultivado com fins ornamentais, em miniaturas. O Pinheiro-do-Paraná
ou Araucária (Araucaria angustifolia) era encontrado com abundância no passado, atualmente no Brasil
restaram restritas áreas preservadas. 


As árvores que compõem essa particular cobertura vegetal possuem altitudes que podem variar entre
25 e 50 metros e troncos com 2 metros de espessura. As sementes dessas árvores, conhecidas como
pinhão, podem ser ingeridas, os galhos envolvem todo o tronco central. Os fatores determinantes para o
desenvolvimento dessa planta é o clima e o relevo, uma vez que ocorre principalmente em áreas de relevo
mais elevado. Outra particularidade das araucárias é a restrita ocorrência de flores, provenientes das
baixas temperaturas; além de não desenvolver outros tipos de plantas nas proximidades dos pinheiros.
Diante disso, a composição paisagística dessa vegetação fica Caracterizada principalmente pelo
espaçamento entre as árvores, pois não existem vegetais de pequeno porte que poderiam fazer surgir
uma vegetação densa; essas são compostas por florestas ralas. 


Infelizmente, no Brasil, a proliferação das Araucárias está bastante comprometida e corre sério risco
de entrar em extinção, fato decorrente das atividades produtivas desenvolvidas há várias décadas na
região, especialmente na extração de madeira e ocupação agropecuária, reduzindo a 3% a forma original.

Mata dos Cocais


Mata dos cocais é um tipo de vegetação brasileira que ocorre entre a região norte e nordeste do Brasil,
região denominada de meio-norte. Corresponde a uma área de transição envolvendo vários estados e
vegetações distintas. Na região onde se encontra o meio-norte é possível identificar climas totalmente
diferentes, como equatorial super úmido e semiárido. A mata dos cocais é composta por babaçu,
carnaúba, oiticica e buriti; se estabelece entre a Amazônia e a caatinga, essa região abrange os estados
do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins. 

Nas áreas mais úmidas do meio-norte, que se encontram no
Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí, ocorre o desenvolvimento de uma espécie de coqueiro
ou palmeira chamada de babaçu. Essa planta possui uma altura que oscila entre 15 e 20 metros. O
babaçu produz amêndoas que são retiradas de cachos de coquilhos do qual é extraído um óleo com uso
difundido na indústria de cosméticos e alimentos. 

Nas regiões mais secas do meio-norte, que se
estabelecem no leste do Piauí, e nas áreas litorâneas do Ceará desenvolve outra característica vegetal,
a carnaúba. Carnaúba é uma árvore endêmica que pode alcançar aproximadamente 20 metros de altura,
das folhagens se extrai a cera e a partir dessa matéria-prima são fabricados lubrificantes, a cera também
é usada em perfumarias, na confecção de plásticos e adesivos. 

A mata dos cocais encontra-se em
grande risco de extinção, pois tais regiões estão dando lugar a pastagens e lavouras, especialmente no
Maranhão e boreal de Tocantins.

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Matas-Galerias ou Matas Ciliares
Mata Ciliar e Mata de Galeria são vegetações existentes em terrenos drenados ou mal drenados, estão
associadas a cursos d´agua. No Cerrado, a mata ciliar segue os rios de médio e grande porte, sendo uma
mata estreita. Geralmente, a mata ciliar incide em terrenos acidentados. Ocorrem diferentes graus de
queda das folhas na estação seca. Na mata de galeria há maior resistência das folhas nas estações
secas. A mata de galeria possui dois subtipos, a não-inundável e a inundável. No Cerrado, por exemplo,
ainda há a mata seca que apresenta três subtipos: Sempre-verde, Semidecídua e Decídua. Na vegetação
de galeria é comum a existência de espécies epífitas, que são plantas que utilizam uma árvore como
suporte ao seu crescimento, não fazendo da mesma fonte de sua nutrição, pois não são parasitas, por
exemplo, as orquídeas.
É comum que a vegetação da mata de galeria não seja padronizada, há casos de vegetação não-
inundável em área inundada.

Caatinga – (mata branca)


A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o único sistema ambiental
exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 734.478 de quilômetros quadrados,
correspondendo a cerca de 10% do território nacional, está presente nos estados do Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. As temperaturas
médias anuais são elevadas, oscilam entre 25° C e 29° C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso,
é composto por vários tipos diferentes de rochas. A ação do homem já alterou 80% da cobertura original
da caatinga, que atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação,
que não permitem a exploração de recursos naturais. As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo
de maneira direta na vida de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é muito rápido, surgem
pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas.
Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à pouca
quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo
de água da chuva. E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas
folhas. A vegetação é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o
arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais
comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas podem produzir cera,
fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas.

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Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis (principalmente lagartos e
cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul, (ameaçada de extinção), sapo-
cururu, asa branca, cutia, gambá, preá, veado catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros
animais.

Cerrado (ou Savana do Brasil)


O Cerrado é um tipo de vegetação que compõe a fitogeografia brasileira, já ocupou 25% do território
brasileiro, fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura vegetal do país, superada somente
pela floresta Amazônica. No entanto, com o passar dos anos o Cerrado diminuiu significantemente. A
vegetação do Cerrado se encontra em uma região onde o clima que predomina é o tropical, apresenta
duas estações bem definidas: uma chuvosa, entre outubro e abril; e outra seca, entre maio e setembro.

O Cerrado abrange os Estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais
e norte de São Paulo.


A vegetação predominante é constituída por espécies do tipo tropófilas (vegetais que se adaptam às
duas estações distintas, como ocorre no Centro-Oeste), além disso, são caducifólias (que caem as folhas
no período de estiagem) com raízes profundas. A vegetação é, em geral, de pequeno porte com galhos
retorcidos e folhas grossas. Apesar dessa definição generalizada, o cerrado é constituído por várias
caraterísticas de vegetação, é classificado em subsistemas: de campo, de cerrado, de cerradão, de
matas, de matas ciliares e de veredas e ambientes alagadiços. O Cerrado já ocupou uma área de 2
milhões de km2, entretanto, hoje são aproximadamente 800 mil km2. Essa expressiva diminuição se deve
à intervenção humana no ecossistema. 

Em geral, os solos são pobres e muito ácidos. Até a 1970 o cerrado era descartado quanto ao seu uso
para a agricultura, mas com a modernização do campo surgiram novas técnicas que viabilizaram a sua
ocupação para essa finalidade. 
Então foi realizada a correção do solo e os problemas de nutriente foram
solucionados, atualmente essa região se destaca como grande produtor de grãos, carne e leite. Embora
esses sejam os grandes “vilões” da devastação do Cerrado.

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Campos (ou Estepes Brasileiros)
Os campos são formados por herbáceas, gramíneas e pequenos arbustos esparsos com caraterísticas
diversas, conforme a região. Esse bioma pode ser classificado da seguinte forma: - Campos limpos –
Predomínio das gramíneas. - Campos sujos – Há a presença de arbustos, além das gramíneas. Campos
de altitude – Áreas com altitudes superiores a 1,4 mil metros, encontrados na serra da Mantiqueira e no
Planalto das Guianas.
- Campos da hileia – É um tipo de formação rasteira encontrado na Amazônia, é caraterizado pelas
áreas inundáveis da Amazônia oriental, como a ilha de Marajó, por exemplo.
- Campos meridionais – Não há presença arbustiva, predomina uma extensa área com gramíneas,
propícia para o desenvolvimento da atividade agropecuária. Destaca-se a Campanha Gaúcha, no Rio
Grande do Sul e os Campos de Vacaria, no Mato Grosso do Sul. Os campos ocupam áreas descontínuas
do Brasil, na Região Norte esse bioma está presente sob a forma de savanas de gramíneas baixas, nas
terras firmes do Amazonas, de Roraima e do Pará. Na Região Sul, surge como as pradarias mistas
subtropicais.
Os campos do Sul são formados principalmente pelos pampas gaúchos, com clima subtropical, região
plana de vegetação aberta e de pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul à Argentina e ao
Uruguai. A vegetação campestre forma um tapete herbáceo com menos de 1 metro, com pouca variedade
de espécies. Sete tipos de cacto e de bromélia são endêmicos da região, além de uma espécie de peixe
- o cará, ou seja, são espécies encontradas apenas nesse local. A terra possui condições adequadas
para o desenvolvimento da agricultura, além de comportar água em abundância. Os principais produtos
agrícolas cultivados nessa região são arroz, milho, trigo e soja. No entanto, muitas áreas desse bioma já
foram degradadas em razão da atividade econômica desenvolvida com a utilização de máquinas, e a
intensa ocupação de rebanhos bovinos e plantações de trigo e, principalmente, de soja. A pecuária
extensiva desgasta o solo, o plantio de soja e trigo diminuem a fertilidade do mesmo, além dos
desmatamentos que causam erosão e desertificação.

Pantanal
O Brasil apresenta ao longo de seu território diversas composições vegetais, dentre elas o Pantanal,
que é conhecido também por Complexo do Pantanal; sua formação vegetal recebe influência da floresta
Amazônica, Mata Atlântica, Chaco e do Cerrado. Ocupando uma área de 210 mil km2, o Pantanal é
considerado a maior planície alagável do mundo, está situado sobre uma enorme depressão cuja altitude
não ultrapassa os 100 metros em relação ao nível do mar. Esse domínio encontra-se ao sul do Estado de
Mato Grosso e noroeste do Mato Grosso do Sul, esse possui um percentual maior de Pantanal, cerca de
65%, enquanto que aquele detém 35%. O alagamento do Pantanal acontece no período chuvoso, nas
épocas de estiagem formam-se pastagens naturais, situação que favorece a ocupação para criação de
gado. A inundação do Pantanal acontece por causa das cheias do rio Paraguai e afluentes.
As superfícies pantaneiras mais elevadas abrangem a vegetação do Cerrado e, em áreas mais úmidas,
apresentam florestas tropicais do tipo arbóreas. Essa parte da fitogeografia brasileira foi reconhecida pela
UNESCO como um Patrimônio Natural da Humanidade, isso pelo fato de ser um dos ecossistemas mais
bem preservados do mundo. Além disso, abriga uma imensa biodiversidade, são cerca de 670 espécies
de aves, 242 de peixes, 110 de mamíferos, 50 de répteis. Incluindo ainda aproximadamente 1500
variedades de plantas. As atividades econômicas desenvolvidas no Pantanal que mais se destacam são
a pecuária e a pesca. A criação de gado é uma atividade que consegue aliar preservação e renda. Porém,
nas últimas décadas, gradativamente tem sido inserido na região pantaneira o cultivo de culturas
monocultoras comerciais (ex. soja), provocando impactos negativos no ambiente pela aplicação de
agrotóxicos, além da retirada da cobertura vegetal original que pode comprometer todo o ecossistema.

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Outro problema enfrentado está ligado à fauna, tendo em vista que ocorre uma intensa caça de jacarés
e pesca indiscriminada.

Mangue
Os mangues correspondem a uma característica vegetativa que se apresenta em áreas costeiras,
compreende uma faixa de transição entre aspectos terrestres e marinhos, esse tipo de cobertura vegetal
se estabelece em lugares no qual predominam o clima tropical e subtropical. Os mangues se encontram
em ambientes alagados com águas salobras, os vegetais do mangue são constituídos por raízes expostas
favorecendo uma maior retirada de oxigênio e também proporcionando maior fixação.
Essa composição vegetal é fundamental na produção de alimentos para suprir as necessidades de
diversos animais marinhos. O mangue é formado por plantas com aspecto arbustivo e também arbóreo,
no entanto, os manguezais não são homogêneos, uma vez que há diferenças entre eles, desse modo são
classificados ou divididos em: mangue vermelho, mangue branco e mangue-siriuba.
Apesar da importância dos manguezais na manutenção da vida marinha, esse ambiente tem sofrido
profundas alterações promovidas principalmente pela ocupação urbana e especialmente para atender a
especulação imobiliária. Dos 172.000 quilômetros quadrados de manguezais existentes no mundo, o
Brasil responde por 15% do total, ou seja, 26.000 quilômetros quadrados distribuídos em todo litoral
brasileiro, partindo do Amapá até Santa Catarina.

Recursos naturais
São elementos da natureza que são úteis ao homem no processo de desenvolvimento da civilização,
sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Conforme um recurso é consumido, sua quantidade
diminui, e consequentemente, a população é afetada por essa diminuição, reduzindo suas taxas de
crescimento populacional.
Os recursos naturais são componentes, materiais ou não da paisagem geográfica, mas que ainda não
tenham sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese é independente
do homem, mas aos quais lhes foram atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais.
Estes podem ser consideramos alimentos, água, espaço, esconderijos, entre outros. A temperatura não

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é considerada um recurso, pois apesar de ela interferir na reprodução e sobrevivência das populações,
ela não é consumida e não pode ser mudada por um indivíduo para prejudicar outro.
De acordo com a maneira que os consumidores os afetam, os recursos podem ser classificados em:

Recursos renováveis:
São recursos que podem se renovar, regenerar, como por exemplo, a energia do Sol evento. Já a
água, o solo e as árvores que estão sendo considerados limitados, são chamados de potencialmente
renováveis.

Recursos não-renováveis
São os recursos que não podem ser regenerados, como por exemplo o petróleo e minérios em geral.
Esse tipo de recursos uma vez utilizados torna-se indisponível para outros indivíduos, podendo apenas
ser reutilizado quando abandonado.
Tanto os recursos renováveis quanto os não renováveis são limitados pelo consumo. Quando um
organismo o utiliza, torna-o indisponível para outro. Conforme uma população aumenta, o consumo
também aumenta, e o recurso pode se tornar escasso, então a população para de crescer, e algumas
vezes pode até diminuir. Porem isso não ocorre com todo tipo de recurso, como é o caso do oxigênio.

Exploração de recursos naturais


Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, uma vez que algo é recurso na
medida em que sua exploração é economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que, antes
da crise do petróleo de 1973, apresentava custos de produção extremamente elevados ante os custos de
exploração do petróleo. Hoje, no Brasil, apesar da diminuição do Proálcool, o álcool ainda pode ser
considerado um importante combustível para automóveis e um recurso natural estratégico e de alta
significância, por causa de sua possibilidade de renovação e consequente disponibilidade. Sua utilização
efetiva depende de análises políticas e econômicas que poderão ser revistas sempre que necessário.
Nem todos os recursos que a natureza oferece ao ser humano podem ser aproveitados em seu estado
natural. Quase sempre o ser humano precisa trabalhar para transformar os recursos naturais em bens
capazes de satisfazer alguma necessidade humana. Os recursos hídricos, por exemplo, têm de ser
armazenados e canalizados, quer para consumo humano direto, para irrigação, ou para geração de
energia hidrelétrica.

Problemas ambientais
A relação intrínseca que existe entre os assentamentos urbanos e o seu suporte físico sempre
provocou impactos, negativos ou positivos. As mudanças nos padrões produtivos e nas dinâmicas
populacionais alteram a natureza desses impactos e, consequentemente, as condições socioambientais
das aglomerações urbanas. A Revolução Industrial, por exemplo, gerou mudanças significativas nesses
padrões, pontuando um momento no qual a capacidade humana de alteração do meio e de utilização dos
recursos naturais aumentou vertiginosamente. Se, por um lado, esse aumento possibilitou um
crescimento expressivo da população mundial em razão de uma maior abundância de recursos, por outro,
foi responsável pela diminuição progressiva da capacidade de resiliência dos ecossistemas. Nesse
processo, conflitos antigos foram acirrados e novos foram constituídos, tornando cada vez mais complexa
a relação entre os assentamentos urbanos e sua base física.
Embora os problemas ambientais urbanos não sejam recentes, somente nas últimas décadas
começaram a fazer parte da consciência pública, sobretudo em função da escala e da gravidade por eles
assumidas.

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Alguns problemas ambientais

-Mudanças climáticas
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas conclui, no seu Terceiro Relatório de Avaliação
TAR, que a temperatura média da atmosfera tem aumentado em 0.6ºC + 0.2ºC durante o século XX. Os
modelos globais do IPCC têm mostrado que entre 1900 e 2100 a temperatura global pode aquecer entre
1.4 e 5.8ºC, o que representa um aquecimento mais rápido do que aquele detectado no século XX e que,
aparentemente, não possui precedentes durante, pelo menos, os últimos 10.000 anos.
O aquecimento global recente tem impactos ambientais intensos (como o derretimento das geleiras e
calotas polares), assim como em processos biológicos (como os períodos de floração das algas).
Conforme o artigo “Alpes perdem 10% do gelo em um ano”, publicado na Folha de São Paulo em
1/12/2005, as temperaturas na Europa, por exemplo, vêm subindo mais rapidamente que a média do
planeta e, só no ano de 2003, 10% das geleiras dos Alpes derreteram, de acordo com relatório publicado
em novembro de 2005 pela agência ambiental da União Europeia. Os climas mais quentes provocados
pelo aquecimento global podem aumentar a incidência de casos de peste bubônica, a epidemia que matou
milhões de pessoas ao longo da história e exterminou um terço da população da Europa no século XIV.
Assim como aumentar o número de doenças tropicais, como a malária, a dengue e a desinteira. Seja por
causa da piora nas condições de saúde, devido à disseminação destas enfermidades, ou por causa da
diminuição do suprimento de água, os países da África sub-saariana, da Ásia e da América do Sul são os
mais vulneráveis às consequências do aquecimento da Terra. Muitas das principais moléstias que
atingem os países pobres, das já citadas, malária e diarreia, passando pela subnutrição, são
extremamente sensíveis às condições climáticas.

Efeito estufa
O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície
terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor
fica retido, não sendo liberado ao espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital
importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que
desestabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenômeno conhecido como aquecimento
global. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações
Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a
maior parte deste aquecimento, observado durante os últimos 50 anos, se deve muito provavelmente a
um aumento dos gases do efeito estufa.

Os gases de estufa, dióxido de carbono (CO 2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx),
absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam por sua vez alguma
da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de
energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30°C mais quente do que
estaria sem a presença dos gases «de estufa».
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Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é
produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos, sendo que a pecuária representa 16% da poluição
mundial
Ao contrário do significado literal da expressão -efeito estufa-, a atmosfera terrestre não se comporta
como uma estufa (ou como um cobertor). Numa estufa, o aquecimento dá-se essencialmente porque a
convecção é suprimida. Não há troca de ar entre o interior e o exterior. Ora acontece que a atmosfera
facilita a convecção e não armazena calor: em média, a temperatura da atmosfera é constante e a energia
absorvida transforma-se imediatamente na energia cinética e potencial das moléculas que existem na
atmosfera. A atmosfera não reflete a energia radiada pela Terra. Os seus gases, principalmente o
dióxido de carbono, absorvem-na. E se radia, é apenas porque tem uma temperatura finita e não por
ter recebido radiação. A radiação que emite nada tem que ver com a que foi absorvida. Tem um espectro
completamente diferente.
O efeito estufa, embora seja prejudicial em excesso, é na verdade vital para a vida na Terra, pois é
ele que mantém as condições ideais para a manutenção da vida, com temperaturas mais amenas e
adequadas. Porém, o excesso dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa, ao qual desencadeia um
fenômeno conhecido como Aquecimento Global, que é o grande vilão.
O problema do aumento dos gases estufa e sua influência no aquecimento global, tem colocado em
confronto forças sociais que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente
científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas como principais
responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta. São a maioria e onipresentes na mídia. Do outro
lado estão os “céticos”, que afirmam que o aquecimento acelerado está muito mais relacionado com
causas intrínsecas da dinâmica da Terra, do que com os reclamados desmatamento e poluição que mais
rápido causam os efeitos indesejáveis à vida sobre a face terrestre do que propriamente a capacidade
de reposição planetária. Ambos os lados apresentam argumentos e são apoiados por forças sociais.
A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na
atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do Sol, que aquece e
ilumina a Terra e também retém a radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta. O
efeito do espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que
originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções
vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é
indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da camada gasosa é devida,
em grande medida, à atividade humana. Em escala global, o aumento exagerado dos gases responsáveis
pelo efeito estufa provoca o aquecimento do global, o que tem consequências catastróficas. O
derretimento das calotas polares e de geleiras, por exemplo, eleva o nível das águas dos oceanos e dos
lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas. O superaquecimento das
regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e de proliferação
de insetos nocivos à saúde humana e animal. A destruição de habitats naturais provoca o
desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se as secas, inundações e furacões, com
sua sequela de destruição e morte.
O mecanismo que mantém aquecido o ambiente das estufas de vidro é a restrição das perdas
convectivas quando o ar é aquecido pelo contato com solo que por sua vez é aquecido pela radiação
solar. No entanto, o chamado “efeito de estufa” na atmosfera não tem que ver com a supressão da
convecção. A atmosfera facilita a convecção e não armazena calor: absorve alguma da radiação
infravermelha emitida pela superfície da Terra e radia por sua vez alguma da energia absorvida de volta
para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do
que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30°C mais quente do que estaria sem a presença da
atmosfera.
Toda a absorção da radiação terrestre acontecerá próximo à superfície, isto é, nas partes inferiores
da atmosfera, onde ela é mais densa, pois em maiores altitudes a densidade da atmosfera é baixa demais
para ter um papel importante como absorvedor de radiação (exceto pelo caso do ozônio). O vapor d’água,
que é o mais poderoso dos gases estufa, está presente nas partes inferiores da atmosfera, e desta
forma a maior parte da absorção da radiação se dará na sua base. O aumento dos gases estufa na
atmosfera, mantida a quantidade de radiação solar que entra no planeta, fará com que a temperatura
aumente nas suas partes mais baixas. O resultado deste processo é o aumento da radiação infravermelha
da base da atmosfera, tanto para cima como para baixo. Como a parte inferior (maior quantidade de
matéria) aumenta mais de temperatura que o topo, a manutenção do balanço energético (o que entra
deve ser igual ao que sai) dá-se pela redistribuição de temperaturas da atmosfera terrestre. Os níveis
inferiores ficam mais quentes e os superiores mais frios. A irradiação para o espaço exterior se dará em

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níveis mais altos com uma temperatura equivalente a de um corpo negro irradiante, necessária para
manter o balanço energético em equilíbrio.

As causas do aumento das emissões dos gases estufa


A fossilização de restos orgânicos (vegetais e animais) ocorreu ao longo da história da Terra, mas a
grande quantidade preservada por fossilização ocorreu a partir do início do período Carbonífero, entre
350 e 290 milhões de anos antes do presente, em uma forma mais ou menos pura de carbono, isenta de
agentes oxidantes. Este material está preservado sob a forma de carvão mineral. A partir de cerca de
200 milhões de anos começou a preservar-se o petróleo e o gás natural; estes materiais são compostos
de carbono e hidrogênio. Resumindo, o carbono e o hidrogênio, combustíveis, são isolados do meio
oxidante, preservando a sua potencialidade de queimar em contato com o oxigênio, produzindo vários
gases do efeito estufa, sendo o gás carbônico e o metano os mais importantes.
O metano é um gás com potencial de efeito estufa cerca de 20 vezes mais potente que o gás carbônico
(dióxido de carbono). O metano é um gás, na maior parte primordial, emitido principalmente pelos vulcões
de lama, pela digestão dos animais e decomposição do lixo. O metano é oxidado em regiões de
vulcões de lava, tornando-se gás carbônico.
Tanto o carvão mineral quanto o petróleo e o gás natural são chamados, no jargão dos engenheiros
e ambientalistas, de fontes não renováveis de energia. A energia produzida por geradores eólicos, células
solares, biomassa, hidroelétricas, etc, são consideradas fontes renováveis.
A Revolução Industrial, iniciada na Europa no século XVIII, provocou a exumação do carvão
enterrado há milhões de anos, em proporções gigantescas, com o objetivo de girar as máquinas a vapor
recém-inventadas. A produção de carvão mineral ainda é muito grande. Para se ter uma ideia do volume
de carvão que necessita ser minerado no mundo, basta dizer que 52% de toda a energia elétrica
consumida nos Estados Unidos são provenientes da queima de carvão mineral. Proporções semelhantes
ou ainda maiores são utilizadas na China, Rússia e Alemanha. Considerando o consumo atual e futuro,
calcula-se que ainda exista carvão para mais 400 anos.
Com o advento da produção em escala industrial dos automóveis, no início do século XX,
iniciou-se a produção e o consumo em massa do petróleo e, de utilização mais recente, o gás natural na
produção da energia elétrica, aquecimento doméstico e industrial e no uso automotivo.
O processo da queima de combustíveis fósseis criou condições para a melhoria da qualidade de vida
da humanidade, porém produz como resíduo o gás carbônico e outras substância químicas, também
muito poluidoras.
Os gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis seguem vários caminhos: parte é absorvida
pelos oceanos e entra na composição dos carbonatos que constituem as carapaças de muitos
organismos marinhos ou é simplesmente dissolvida na água oceânica e finalmente depositada no
assoalho oceânico como carbonatos. À medida que estes animais vão morrendo, depositam-se no fundo
do mar, retirando o carbono, por longo tempo, do ciclo geoquímico. Outra parte é absorvida pelas
plantas que fazem a fotossíntese, tanto marinhas (algas e bactérias) como pelas florestas, ao qual
transformam o carbono coletado da atmosfera em material lenhoso, reiniciando o ciclo de concentração
e fossilização dos compostos orgânicos, se as condições ambientais locais assim o permitirem. O que
interessa aqui, no entanto, é que uma parte importante do gás carbônico concentra-se na atmosfera.
A maior parte do aumento do gás carbônico ocorreu nos últimos 100 anos, com crescimento mais
acentuado a partir de 1950. As melhores previsões para os próximos 100 anos (isto é, para o ano de
2100) estão sendo realizadas pelos pesquisadores do IPCC - Intergovernmental Panel on Climate
Change, patrocinado pela ONU. No melhor dos cenários, a emissão anual de CO2 no ano de 2100
será de cinco teratoneladas (1012toneladas) de carbono, com uma concentração de 500 ppmpv (partes
por milhão por volume) de CO 2, um aumento de temperatura de cerca de 1,5°C e um aumento do
nível médio dos mares de 0,1 m.
Nos piores cenários (os negócios mantidos como são nos dias de hoje), a emissão anual de CO2 em
2100 será de 30 Gton, a temperatura média da terra estará entre 4,5 °C e 6,0 °C mais elevada e o nível
médio dos mares terá subido 90 centímetros.
A temperatura aumentou em média 0,7°C nos últimos 140 anos, e pode aumentar mais 5 °C até o ano
2100. "A emissão exagerada de gases causadores do efeito estufa está provocando mudanças
climáticas. A dificuldade é separar o joio do trigo", explica Gilvan Sampaio. Existem ciclos naturais
de mudanças de temperatura na Terra e é difícil entender quanto desse aumento foi natural e quanto foi
consequência de ações humanas. Com o objetivo de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, o
Protocolo de Quioto, assinado por 84 países, determina uma redução de, em média, 5,2%. O debate em
torno do protocolo evidenciou as diferenças políticas entre Europa e Estados Unidos, que mesmo sendo

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o maior poluidor do planeta não entrou no acordo. "Os europeus vêm sofrendo há décadas com as
consequências da poluição, como as chuvas ácidas, e com episódios climáticos atípicos, como grandes
enchentes. Os países da Europa vêm desenvolvendo alternativas não-poluentes como energia eólica,
que já configuram parte importante da matriz energética de alguns deles", diz o geólogo Alex Peloggia,
especialista em política internacional.

Desmatamento
43
O processo de desmatamento é um problema global, colocando em ameaça os recursos naturais, o
meio ambiente e o equilíbrio ecológico do planeta. Este processo, também chamado de desflorestamento
ou desflorestação, consiste no processo de remoção total ou parcial da vegetação em uma determinada
área. Geralmente, esse processo ocorre para fins econômicos, visando à utilização comercial da madeira
das árvores e também para o aproveitamento dos solos para a agricultura, pecuária e mineração.

Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito
a proteção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de alimento tem pouca folhagem e, por
isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas
plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas - como o
milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão - não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por
um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.
Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios,
obstruindo seu fluxo. Esse fenômeno é chamado de assoreamento e contribui para o transbordamento
de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.
Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas
dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos de terra e rochas, com graves
consequências. Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo
acaba destruindo também os microrganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e
promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo
mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento.
A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada,
prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é realizada de forma não
controlada, ela pode se alastrar por áreas de proteção ambiental, parques, etc. Por todos esses motivos,
as queimadas devem ser evitadas.

Devastação provocada pelas queimadas.


Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a erosão
é maior, as plantações podem ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade de
escoamento da água. Em encostas não muito inclinadas, em vez de plantar as espécies dispostas no
sentido do fluxo da água, devemos formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando
espaço entre as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura são chamadas de
curvas de nível.
Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos
alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. É comum a alternância de
plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa. As leguminosas trazem uma vantagem adicional
ao solo: repõe o nitrogênio retirado do solo pelo milho ou outra cultura. Esse "rodízio" de plantas é
conhecido como rotação de culturas.
Cabe ao governo orientar os agricultores sobre as plantas mais adequadas ao cultivo em suas terras
e sobre as técnicas agrícolas mais apropriadas. É fundamental também que os pequenos proprietários

Pena, R. F. A. "Desmatamento"; Brasil Escola.

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do campo tenham acesso a recursos que lhes possibilitem comprar equipamentos e materiais para o uso
correto do solo.
44
O desmatamento na amazônia
O desmatamento de florestas tropicais no Brasil é o maior do mundo (em termos absolutos), atestou
em 2005 o relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (Fao) sobre
a avaliação dos recursos florestais mundiais.
Apesar dos avanços obtidos pelo país no combate à destruição da Floresta Amazônica, nesta última
década a Amazônia brasileira perdeu em média, a cada ano, 17.600 km2 de florestas naturais. Essa área
equivale à de Taiwan e é pouco maior do que o Havaí, ou mais da metade da Holanda (no Brasil, é quase
do tamanho do estado de Sergipe ou três vezes a área do Distrito Federal).
O desmatamento é mais intenso no chamado “Arco do desmatamento”, que marca o avanço da
fronteira agropecuária desde a região Centro-Oeste para a região Norte do país. O papel das áreas
protegidas é crucial para deter a destruição das florestas na Amazônia brasileira. O Programa Áreas
Protegidas da Amazônia (Arpa) reforça esse papel e as unidades de conservação que o integram
demonstram maior eficiência e rapidez em deter a destruição das florestas.
Dados oficiais do monitoramento do desmatamento, baseados em imagens de satélite da Amazônia
brasileira (detalhes abaixo), permitem comprovar que no interior e no entorno das unidades de
conservação (UCs) o desmatamento é nitidamente menor do que fora delas. Uma análise comparativa
das 198 UCs estudadas revela que o índice de desmatamento é, de fato, menor nas 63 unidades apoiadas
pelo Arpa (até 2010) do que nas 136 unidades fora do Programa.
Com os dados do desmatamento acumulado em cada unidade de conservação da Amazônia brasileira,
foi possível realizar um diagnóstico geral do desmatamento nas UCs e no seu entorno. Além do
diagnóstico, essa análise resultou na criação de uma linha base para monitoramento das UCs do Arpa.
Embora sob proteção oficial, as unidades de conservação na Amazônia brasileira não estão isentas
de desmatamento. A falta de ordenamento ou o descumprimento da legislação ensejam atividades
predatórias que resultam na destruição da cobertura vegetal natural e sua biodiversidade associada.
Ainda que existam tais atividades, as áreas protegidas constituem uma barreira que dificulta seu avanço.
Além disso, a proteção de uma unidade de conservação extravasa os limites da unidade e tem um efeito
sombra no entorno da mesma. Um dado importante é que o desmatamento evitado pelas UCs não se
desloca para outra região. Ou seja, não há vazamento (Soares et al. 20102).
A área desmatada dentro de todas as 198 unidades de conservação analisadas soma 9.520 km2 –
isso equivale a 1,4% da área total (699.258 km2) dessas UCs. Segundo o Sistema de Monitoramento da
Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), de 2000 a 2009 a Amazônia brasileira perdeu, em
média, a cada ano, 17.600 km de floresta natural.

BIODIVERSIDADE
O conceito de biodiversidade (grego bios, vida) pode ser entendido como a variabilidade dos
organismos vivos de todas as origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros
ecossistemas aquáticos, incluindo seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies,
entre espécies e de ecossistemas. Diante disso, a biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de
diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas categorias. E inclui
variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta
diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a totalidade dos
recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas
as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou
ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. Ainda dentro do
conceito de biodiversidade é importante ressaltar a inclusão da espécie humana como componente
fundamental do sistema e altamente dependente dos serviços e bens ambientais oferecidos pela
natureza. Sem recorrer ou dispor da diversidade biológica natural ou da reserva biológica do planeta, a
vida humana correria sérios ou até insuperáveis riscos.

44
Soares-filho B.; et a. Role of Brazilian Amazon protected areas in climate change mitigation. Proc National Academy of Sciences USA, v. 107, n. 24, p.10821-
6, 15 de junho de 2010. Publicada eletronicamente em 26 mai0 de 2010.

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45
Importância da biodiversidade
Resultados de pesquisas mostram que as caraterísticas e os rendimentos de ecossistemas dependem
criticamente de sua biodiversidade. A estabilidade dos ecossistemas depende, entre outras coisas, das
relações complexas dos habitantes. Maciças intervenções humanas em grande escala incomodam a
constelação de espécies. Algumas espécies são dizimadas ou exterminadas, outras reproduzem-se
fortemente, imigram ou são introduzidas pelo homem. Os ecossistemas transformam-se ou são
destruídas;

Principais ameaças a biodiversidade


Os impactos diretos e indiretos sobre a biodiversidade são resultantes da crescente ocupação humana
sendo estas: a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em
detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial além da visível degradação de ambientes
naturais remetendo desse modo à grande perda nos serviços ambientais, aos quais as sociedades são
altamente dependentes. Dessa maneira mudanças efetivas que levem à redução dos impactos causados
no âmbito ambiental tornam se essenciais. O que requer ações locais e gerais, grandes projetos e
atividades, abordagem econômica e cultural, que podem ser conseguidos através de práticas educação
ambiental.

Importância de se preservar a biodiversidade


Razões de vária ordem estão na base deste princípio mundialmente aceite – da preservação:
- Motivos éticos, pois o ser humano tem o dever moral de proteger outras formas de vida, como espécie
dominante no Planeta;
- Motivos estéticos, uma vez que as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas
no seu estado selvagem;
- Motivos económicos; a diminuição de espécies pode prejudicar atividades já existentes (pesca de
uma espécie com elevado valor comercial que está a desaparecer, como o Sável e Lampreia). Pode ainda
comprometer a sua utilização futura (ex. para produção de medicamentos). Não podemos esquecer que
pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem dos recursos
biológicos;
- Motivos funcionais da natureza, dado que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais. Isto
acontece porque as espécies estão interligadas por mecanismos naturais com importantes funções
(ecossistemas), como a regulação do clima; purificação do ar; proteção dos solos e das bacias
hidrográficas contra a erosão; controlo de pragas; etc.

Distribuição da biodiversidade
A biodiversidade aumenta dos polos em direção aos trópicos, embora os desertos representam uma
exceção. As florestas tropicais em terra e os recifes de corais estão entre os ecossistemas mais diversos
e complexos do mundo. Em um mapa-múndi do grupo de trabalho ao redor do Prof. Barthlott da
Universidade Bonn mostra-se que as áreas com a flora mais diversa se encontram principalmente nos
Andes tropicais e no Sudeste Asiático, mas também na bacia do Amazonas, em Madagáscar e em partes
da África Central e do Sul. Isto pode-se aplicar mais ou menos à fauna também. No Parque Nacional
Yasuni no Ecuador encontram-se, por exemplo, mais espécies de árvores por hectare do que nos EUA e
no Canadá juntos. Num único hectare vivem 100 mil espécies de insetos. Na Amazônia existem 40 mil
espécies vegetais, das quais 30 mil só encontram-se ali. Num só hectare até 20 mil espécies de besouros
e 456 espécies de árvores foram classificadas. Na Amazônia, 95 espécies de formigas vivem em uma
árvore só. Estas cifras quebram todos os recordes!

Formas de medir a biodiversidade


A biodiversidade mede-se através do número das espécies que existem por unidade de superfície.
Quanto mais alto o número de espécies por área, tanto maior a biodiversidade que se pode calcular com
certos métodos, por exemplo através de um índice de diversidade.

O que é um hotspot da biodiversidade?


O conceito dos hotspots da biodiversidade foi elaborado por cientistas para controlar e unir os esforços
de proteção de uma forma melhor. Qualificam-se de hotspots da biodiversidade todas aquelas regiões do
mundo nas quais existe um grande número de espécies animais e vegetais endêmicas (ver abaixo as
regiões demarcadas) e cuja natureza está particularmente ameaçada. Já no ano de 2000, cientistas

45
http://ambiente.maiadigital.pt/

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. 290
identificaram na revista científica “Nature” mais de 25 hotspots da biodiversidade, que ocupam só cerca
de 1,4 por cento da superfície terrestre, o que eqüivale aproximadamente a 2,1 milhões de metros
quadrados. Contudo, quase a metade (44 %) de todas as espécies vegetais conhecidas no mundo cresce
aqui, mas só cerca de um terço destas áreas foi declarada Zona de Proteção Especial. Todos estes
hotspots são ameaçados por muitos fatores como, por exemplo, desmatamento em massa, queimadas e
plantações industriais. Entre as razões para isso estão a grande demanda de madeira tropical, a extensão
da mineração e o cultivo de culturas agrícolas como dendezeiros, cana-de-açúcar e soja. A caça furtiva
comercial em aumento representa mais um problema grave.46

Quantas espécies existem no mundo


Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10
e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 2 milhões de espécies.
Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das
espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico
das plantas da Amazônia. Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois
níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-
relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. A
diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas
fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos
pontos do planeta.
As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade
nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia
e sua excepcional vegetação.

Quais as principais ameaças à biodiversidade


A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos
habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e
animais à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são
desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam
as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.
A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos
naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A
exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do
uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o
limiar da extinção. A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e
a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país.
A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial,
pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Um caso bem
conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma
peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país. O animal revelou-se um predador voraz
dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.

O que é a Convenção da Biodiversidade


A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal para assegurar a conservação e
o uso sustentável dos recursos naturais. Mais de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor
em dezembro de 1993. O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de 1992, quando
o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas, a Rio-92, para conciliar os esforços

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. 291
mundiais de proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico.
Contudo, ainda não está claro como a Convenção sobre a Diversidade deverá ser implementada. A
destruição de florestas, por exemplo, cresce em níveis alarmantes. Os países que assinaram o acordo
não mostram disposição política para adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja
meta é assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas florestas, na zona
costeira e nos rios e lagos. O WWF-Brasil e sua rede internacional acompanham os desdobramentos
dessa Convenção desde sua origem. Além de participar das negociações da Conferência, a organização
desenvolve ações paralelas como debates, publicações ou exposições. Em 2006, a reunião ocorreu em
Curitiba, PR.

O HOMEM E O MEIO AMBIENTE


O termo meio ambiente ou simplesmente ambiente, corresponde a tudo aquilo que rodeia os seres
vivos, tudo o que podemos perceber ao nosso redor; são todas as realidades físicas que nos cercam.
Assim, o globo terrestre é formado por uma grande quantidade de meios ambientes onde todos nós
vivemos, onde homens, animais e plantas coexistem.
As relações dos seres entre si e com o meio sempre causam alguma alteração no ambiente. Em
condições naturais, essas alterações costumam serem pequenas e são rapidamente neutralizadas pela
natureza. Com isso, mantém-se um certo equilíbrio entre substâncias retiradas do meio e a ele devolvidas,
entre seres vivos e meio (equilíbrio ecológico).
No início das civilizações, as relações do homem com a natureza eram permeadas de mitos, rituais e
magia, pois se tratava de relações divinas. Para cada fenômeno natural havia um deus, uma entidade
responsável e organizadora da vida no planeta: o deus do sol, do mar, da Terra, dos ventos, das chuvas,
dos rios, das pedras, das plantações, dos raios e trovões etc. O medo da vingança dos deuses era o
moderador do comportamento dessas pessoas, impedindo uma intervenção desastrosa, ou, sem uma
justificativa plausível ante a destruição natural.
Entretanto, com a evolução da espécie humana, o homem arrancou os deuses da natureza e passou
a destruí-la como se ele próprio fosse divino, cheio de poderes absolutos. A partir de então, a natureza
começou a perder o seu status de mãe da vida. O desejo desenfreado pelo poder e pelo dinheiro, fez
com que o homem mudasse sua concepção como parte do natural. Natureza e homem passaram a ser
duas coisas distintas.
Até então, predominava a perspectiva de que a ação humana deveria existir para garantir um
aperfeiçoamento à própria natureza do homem, isto é, tais ações do homem constituíam-se “a intervenção
deliberada e voluntária dos homens sobre a natureza de alguém para torná-la conforme aos valores de
sua sociedade”.
Diante disso, a intervenção humana na natureza (como meio externo ou como essência, característica
de si mesmo) é chamada de cultura, uma vez que a palavra cultura tem por significado o cuidado do
homem com a natureza, cultivo. Por meio desta perspectiva, a cultura era a moral (quando se trata dos
costumes da sociedade), a ética (a conduta e o caráter das pessoas através da modelagem do seu ethos
natural pela educação) e a política (as instituições humanas, o poder, a participação do cidadão nas
decisões da cidade).
Após o século XVIII, o nível de intervenção do homem na natureza tornou-se tão grande que é
praticamente impossível encontrar natureza ou ecossistemas puros. “[...] Há vestígios da ação humana
por toda parte, muitas vezes criando belas paisagens que parecem naturais; e também locais feios,
desarmônicos, como as imensas monoculturas”.
A questão que envolve a preservação e manutenção das condições naturais do meio ambiente se
estabelecem como categoria imprescindível para a qualidade de vida das gerações vindouras, bem como
para a própria estabilidade neste planeta. A destruição do meio ambiente, através dos impactos
constantes, pode tornar inexequível a preservação da vida dos seres humanos. Sendo assim, é
constitucional que todas as atividades desempenhadas através da ação humana sejam realizadas de
forma que possam ser ambientalmente sustentáveis.
Atualmente a questão ambiental, além de ser do interesse dos cientistas e dos ecologistas, também é
de interesse da sociedade como um todo. Está se tornando assunto obrigatório nas salas de aula, nas
discussões políticas regionais, nacionais e internacionais, nas agendas dos executivos e isto acontece
devido a um relacionamento entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico, que modificou o
ponto crítico para os negócios.
Diante disso, o Ministério Público em conjunto com a profissionalização das ONG's (Organizações
Não-Governamentais) contando com uma sociedade mais esclarecida, têm tratado a questão da
preservação do meio ambiente com uma singularidade cada vez mais relevante, tanto em administrações
e organizações privadas como nas gestões públicas. No entanto, a educação e a conscientização dos

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indivíduos para a necessidade de práticas que não acarretem danos ao meio ambiente, ainda deixa muito
a desejar, precisando de mais ações para se concretizar. Em outras palavras, de acordo com as
informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), tem-se plena consciência dos
danos decorrentes da má disposição de resíduos produzidos pelo homem.
47
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Unidade de Conservação (UC) é a denominação dada pelo Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000) às áreas naturais passíveis de
proteção por suas características especiais. São "espaços territoriais e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração,
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei" (art. 1º, I).
As UCs têm a função de salvaguardar a representatividade de porções significativas e ecologicamente
viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. Além disso, garantem às populações
tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades
do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.
Uma marcha de bilhões de anos de evolução culminou num planeta capaz de sustentar vida em vários
sistemas ecológicos. Estes ecossistemas, foram (e são) a base para o desenvolvimento e continuada
evolução das mais variadas espécies existentes, sejam bacterianas, vegetais ou animais. A existência do
meio ambiente, portanto, é condição indissociável à vida. E, como a própria vida, um direito fundamental
a todo o ser humano.
No Brasil, este direito fundamental é garantido aos cidadãos pela Constituição Federal de 1988 no art.
225: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
Mas apenas reconhecer o direito não é suficiente. É preciso que haja instrumento para que se possa
concretizá-lo. Assim a Constituição impõe ao Poder Público o dever de "definir, em todas as unidades da
Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção". Este comando foi atendido, enfim, com a
promulgação da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002
que, respectivamente, cria e regula o SNUC.
Sendo a proteção do meio ambiente uma competência que concorre a todas as esferas do Poder
Público, à iniciativa privada e toda sociedade civil, coube ao SNUC disponibilizar a estes entes os
mecanismos legais para a criação e a gestão de UCs (no caso dos entes federados e da iniciativa privada)
e para participação na administração e regulação do sistema (no caso da sociedade civil), possibilitando
assim o desenvolvimento de estratégias conjuntas para as áreas naturais a serem preservadas e a
potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente.
As unidades de conservação da esfera federal do governo são administradas pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nas esferas estadual e municipal, por meio dos
Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de Conservação.
O SNUC agrupa as unidades de conservação em dois grupos, de acordo com seus objetivos de manejo
e tipos de uso: Proteção Integral e Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral têm como principal
objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja,
aquele que não envolve consumo, coleta ou danos aos recursos naturais: recreação em contato com a
natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre outras. As
Unidades de Uso Sustentável, por sua vez, têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza
com o uso sustentável dos recursos, conciliando a presença humana nas áreas protegidas. Nesse grupo,
atividades que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de uma
forma a manter constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.
O SNUC também prevê 12 (doze) categorias complementares de, que podem ser entendidos pela
tabela a seguir:

47
http://www.oeco.org.br/

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. 293
Categoria
Grupo Origem Descrição
SNUC
De posse e domínio público, servem à preservação
da natureza e à realização de pesquisas científicas. A
Estação SEMA
visitação pública é proibida, exceto com objetivo
Ecológica (1981)
educacional. Pesquisas científicas dependem de
autorização prévia do órgão responsável.
Visam a preservação integral da biota e demais
atributos naturais existentes em seus limites, sem
interferência humana direta ou modificações
Lei de
Reserva ambientais, excetuando-se as medidas de
Proteção à
Biológica recuperação de seus ecossistemas alterados e as
Fauna (1967)
ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica
e os processos ecológicos.
Proteção
integral Tem como objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica
Código e beleza cênica, possibilitando a realização de
Parque
Florestal de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
Nacional
1934 atividades de educação e interpretação ambiental, de
recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico.
Monumento SNUC Objetivam a preservação de sítios naturais raros,
Natural (2000) singulares ou de grande beleza cênica.
Sua finalidade é a proteção de ambientes naturais
Refúgio de SNUC que asseguram condições para a existência ou
vida silvestre (2000) reprodução de espécies ou comunidades da flora
local e da fauna residente ou migratória.
Geralmente de pequena extensão, são áreas com
pouca ou nenhuma ocupação humana, exibindo
Área de características naturais extraordinárias ou que
Relevante SEMA abrigam exemplares raros da biota regional, tendo
Interesse (1984) como objetivo manter os ecossistemas naturais de
Ecológico importância regional ou local e regular o uso
admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo
com os objetivos de conservação da natureza.
Reserva
Particular do MMA De posse privada, gravada com perpetuidade,
Patrimônio (1996) objetivando conservar a diversidade biológica.
Uso Natural
sustentável São áreas geralmente extensas, com um certo
grau de ocupação humana, dotadas de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
Área de
SEMA especialmente importantes para a qualidade de vida e
Proteção
(1981) o bem-estar das populações humanas, e tem como
Ambiental
objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
É uma área com cobertura florestal de espécies
Código
Floresta predominantemente nativas e tem como objetivo
Florestal de
Nacional básico o uso múltiplo sustentável dos recursos
1934
florestais e a pesquisa científica, com ênfase em

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. 294
métodos para exploração sustentável de florestas
nativas.
São áreas naturais que abrigam populações
tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas
Reserva de sustentáveis de exploração dos recursos naturais,
SNUC
Desenvolvimento desenvolvidos ao longo de gerações, adaptados às
(2000)
Sustentável condições ecológicas locais, que desempenham um
papel fundamental na proteção da natureza e na
manutenção da diversidade biológica.
Lei de
É uma área natural com populações animais de
Proteção à
espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes
Reserva de Fauna (1967)
ou migratórias, adequadas para estudos técnico-
Fauna - sob o nome
científicos sobre o manejo econômico sustentável de
de Parques
recursos faunísticos.
de Caça
Utilizadas por populações locais, cuja subsistência
baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de
Reserva SNUC
pequeno porte, áreas dessa categoria tem como
Extrativista (2000)
objetivos básicos proteger os meios de vida e a
cultura dessas populações, e assegurar o uso
sustentável dos recursos naturais da unidade.

Segundo a legislação vigente, as UCs são criadas por meio de ato do Poder Público (Poder Executivo
e Poder Legislativo) após a realização de estudos técnicos da importância ecológica dos espaços
propostos e, quando necessário, consulta à população.
Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser alteradas e/ou reduzidas
mediante lei específica. Entretanto, em 2012, uma Medida Provisória que previa a redefinição de limites
de sete UCs na Amazônia foi sancionada pela presidente e transformada em Lei Federal. Isso abre um
precedente perigoso para a conservação no país, pois o instrumento elencado pelo legislador originário
foi a lei ordinária que, por possuir, tramitação legislativa mais longa, atende à exigência original de
manifestações populares e consultas públicas.

Espécies ameaçadas de extinção no Brasil


48
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), existem mais de 1000 espécies de animais em risco de extinção no Brasil.

Lista de Animais em Extinção no Brasil


O Brasil é considerado um dos países mais ricos em biodiversidade. Contudo, existem animais
presentes nas regiões brasileiras que podem ser extintos em poucas décadas. Conheça alguns dos
animais do Brasil que estão ameaçados de extinção:

Ararajuba

48
https://www.todamateria.com.br/animais-em-extincao-no-brasil/

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Também conhecida como Guaruba, essa ave verde e amarela, existe somente na Amazônia e vem
sofrendo com o tráfico e o desmatamento do bioma. (Espécie vulnerável)

Arara-azul

Encontrada na Amazônia, no Pantanal e em mais sete estados a arara-azul enfrenta problemas como
o tráfico de animais, caça ilegal e o desmatamento de seu habitat. Suas penas possuem grande valor no
mercado internacional.
Outra espécie, a arara-azul-de-lear, habita o nordeste da Bahia e estima-se que haja apenas 228
animais em idade reprodutiva. (Espécie vulnerável e arara-azul-de-lear em perigo)

Ariranha

Encontrada no Pantanal e na Amazônia, a ariranha, também conhecida como lobo do rio ou lontra
gigante também tem sofrido.
Pesca predatória, caça ilegal e a poluição dos rios (principalmente a contaminação por mercúrio) são
as maiores ameaças. (Espécie vulnerável)

Baleia-franca-do-sul

Também conhecida como baleia-franca-austral, essa baleia, encontrada no litoral brasileiro, vem
sofrendo com a caça, pesca, bem como a poluição das águas.
Na época de ter os filhotes, as mães buscam águas mais quentes e rasas para darem à luz. (Espécie
em perigo)

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Cervo-do-Pantanal

É o maior cervídeo da América do Sul. Além de ser encontrado no Pantanal, esta espécie vive também
nos biomas da Amazônia e do Cerrado.
O desmatamento e a caça ilegal são ameaças, além da construção de hidrelétricas na bacia do Rio
Paraná. Estas têm contribuído para a grande redução da espécie. (Espécie vulnerável)

Gato-maracajá

Esse gato das florestas sofreu durante décadas com a caça para a venda de sua pele.
Atualmente, o desmatamento é o maior problema enfrentado pela espécies uma vez que causou a
destruição de seu habitat natural. (Espécie vulnerável)

Lobo-guará

O Lobo-Guará é encontrado no Cerrado, no Pantanal e nos Pampas. Esse animal é considerado o


maior mamífero canídeo nativo da América do Sul.
A espécie enfrenta grandes problemas devido ao desmatamento de seu habitat. (Espécie vulnerável)

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Macaco-aranha

Encontrado principalmente na Amazônia, esse macaco enfrenta problemas como o desmatamento de


seu habitat, caça ilegal e o tráfico de animais.
Existem algumas espécies e subespécies: o A. paniscus e o A. belzebuth, que coabita com os índios
Yanomamis, sendo muito caçado por eles.
O A. chamek, conhecido como macaco-aranha-de-cara-preta, tem ampla distribuição, mas sofre com
a construção de hidrelétricas, rodovias e linhas de transmissão. (Espécies vulneráveis)

Mico-leão-dourado

Seu habitat é a Mata Atlântica. O mico-leão-dourado sofreu durante décadas com o desmatamento e
o tráfico de animais, o que resultou na eliminação quase total da espécie. Hoje ela está restrita ao estado
do Rio de Janeiro.
Atualmente, devido aos projetos das unidades de conservação onde se encontra, a situação tende a
melhorar. (Espécie em perigo)

Muriqui-do-norte

O maior primata das Américas, o muriqui-do-norte, é encontrado somente na Mata Atlântica. A espécie
sofre com o desmatamento da região e a caça. (Espécie criticamente ameaçada de extinção).

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Onça-Pintada

Considerado o maior felino das Américas, a onça-pintada é encontrada em quase todos os biomas,
com exceção do Pampa em que ele já foi extinto.
A onça é caçada por fazendeiros para proteger seus rebanhos, além disso, sofre com a destruição do
seu habitat e sua pele tem grande valor no mercado mundial. (Espécie vulnerável)

Saíra-militar

Encontrada na Mata Atlântica, essa ave possui cores fortes e o grande problema enfrentado é o
desmatamento das regiões e o tráfico de espécies. Um subespécie vive apenas no Ceará. (Espécie
vulnerável)

Sapo-folha

Espécie que só existe no Brasil, descrito há pouco tempo (2010) e já se encontra em perigo de
desaparecer. Foi descoberto na Serra do Timbó, no estado da Bahia.
Sofre com o desmatamento do seu habitat por causa do cultivo de cacau, banana e das pastagens.
(Espécie criticamente ameaçada de extinção).

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Soldadinho-do-araripe

É uma ave que vive na caatinga, em área restrita da Chapada do Araripe no Ceará.
Ela vem sofrendo com o problema do desmatamento da região, provocado pela criação de gado,
monoculturas e o crescimento desordenado das cidades. (Espécie criticamente ameaçada de extinção)

Tamanduá-bandeira

Encontrado nos biomas da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.


O tamanduá-bandeira vem sofrendo com desmatamento e queimadas das regiões destinadas às
plantações ou criação de gado. (Espécie vulnerável)

Tartaruga-de-couro

Muito afetada pela pesca ilegal, essa tartaruga é considerada a maior espécie de tartaruga marinha
do mundo.
Encontra-se em oceanos tropicais e temperados. No Brasil a desova regular acontece no litoral norte
do Espírito Santo.
O consumo dos ovos e abate das fêmeas muito comum no passado, e suas características
reprodutivas, contribuem para a colocar em situação crítica.
Além disso, em alguns países o consumo da carne e do óleo desse animal é legalizado. (Espécie
criticamente ameaçada de extinção)

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Tartaruga-oliva

Espécie altamente migratória, desova principalmente entre o litoral sul de Alagoas e norte da Bahia.
Assim como a tartaruga-de-couro, sofria com a coleta dos ovos e abate no período da desova.
Isto tem acontecido menos devido aos projetos conservacionistas. No entanto, a espécie ainda
enfrenta problemas como a caça ilegal, pesca acidental e a poluição das águas. (Espécie em perigo)

Uacari-branco

Esse macaco é encontrado na Amazônia e sua principal característica física é sua cara vermelha.
O desmatamento da região e a caça, já que habita terras indígenas dos Yanomamis, são os fatores
que afetam a sobrevivência da espécie. (Espécie vulnerável)

Udu-de-coroa-azul

Encontrada nos biomas da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica, essa ave multicolorida vem
enfrentando problemas com a perda de seu habitat por causa do desmatamentos das regiões. (Espécie
em perigo na Mata Atlântica)
Estes são apenas alguns dos animais ameaçados no Brasil, existem animais em risco de extinção no
mundo.

Principais causas da extinção de espécies no Brasil


Muitas são as causas do desaparecimento das espécies. Os principais exemplos (para citar apenas
alguns) são:
 o tráfico de animais,
 o desmatamento,
 as queimadas,
 a construção de hidrelétricas,
 a caça predatória,

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. 301
 a poluição.
Tais fatores afetam diretamente os animais ou o seu habitat, reduzindo suas chances de sobrevivência.
Segundo estudos, o Brasil lidera o ranking de espécies de aves em extinção sendo a Indonésia o
segundo país.
A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), criou em
1963 um inventário para sistematizar o estado de conservação das espécies biológicas ameaçadas. Na
lista estão animais, plantas, fungos e protistas.
Dessa maneira, a "Lista Vermelha da IUCN" (IUCN Red List), como é conhecida, divide-se em três
grandes categorias compostas de subcategorias:
 Extinto: extinto, extinto da natureza;
 Ameaçada: criticamente em perigo, em perigo, vulnerável;
 Baixo risco: dependente de conservação, quase ameaçada, pouco preocupante.
O Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgaram em 2014 uma
lista oficial.
Segundo a mesma, 1173 espécies animais correm risco de extinção, sem mencionar aqueles que
já foram extintos, como a arara-azul-pequena e o minhocuçu.
Nesta lista foi avaliado o risco de extinção dos animais, identificado o estado de conservação das
espécies e as ameaças que sofrem. Foram classificados segundo critérios semelhantes aos do IUCN.
Tem existido nos últimos anos uma maior preocupação com os temas ambientais. Por isso, a legislação
ambiental brasileira tem realizado alguns avanços, mas na prática ainda existem problemas de
fiscalização.

Questões

01. (FUVEST) Os líquens são vegetais resultantes da associação entre algas e fungos. Trata-se
(A) Comensalismo
(B) Parasitismo do fungo
(C) Epifitismo
(D)Amensalismo
(E) Mutualismo

02. (Fund. Carlos Chagas) Uma população cujos membros têm funções específicas e especializadas
é:
(A) um bioma
(B) uma comunidade
(C) uma sociedade
(D) uma teia alimentar
(E) um ecossistema

03. (PUCCAMP-SP) Considere as afirmações abaixo relativas a fatores de crescimento populacional.


I. A competição intraespecífica interfere na densidade da população.
II. A competição interespecífica não influi no crescimento das populações.
III. Um dos fatores limitantes do crescimento populacional é a disponibilidade de alimentos, que diminui
quando a densidade da população aumenta.
IV. Fatores climáticos influem no crescimento da população independentemente de sua densidade.
São verdadeiras apenas:
(A) I e II.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(E) I, III e IV.
(E) II, III e IV.

04. Duas espécies que apresentam sobreposição de nicho são:


(A) Mutualistas
(B) Comensalistas
(C) Parasitas
(D) Competidoras
(E) Simbiônticas

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05. (Cesgranrio- RJ) Se duas espécies diferentes ocuparem num mesmo ecossistema o mesmo nicho
ecológico, é provável que:
(A) se estabeleça entre elas uma relação harmônica.
(B) se estabeleça uma competição interespecífica.
(C) se estabeleça uma competição intraespecífica.
(D) uma das espécies seja produtora e a outra, consumidora.
(E) uma das espécies ocupe um nível trófico elevado.

06. (UFCE) As abelhas, os piolhos, e os gafanhotos são respectivamente:


(A) Predadores, parasitas e simbiontes
(B) Parasitas, sociais e comensais
(C) Comensais, predadores e simbiontes
(D) Sociais, parasitas e predadores
(E) Simbiontes, predadores e sociais

07. A rêmora é um peixe que estabelece uma relação bastante íntima com o tubarão, fixando-se em
seu corpo e alimentando-se dos restos de alimentos que não foram digeridos pelo temido peixe. Essa
relação é chamada de:

(A) Inquilinismo.
(B) Competição.
(C) Predação.
(D) Mutualismo.
(E) Comensalismo.

08. (PUC-RIO adaptado/2015) As sardinhas da Califórnia foram comercializadas pela primeira vez no
começo do século XX. Em 1930, mais de 60.000 toneladas eram trazidas à superfície terrestre, a cada
ano. Em 1950, poucas sardinhas restaram. Curiosamente a quantidade de outro peixe – a anchova -
cresceu rapidamente.
A relação existente entre a sardinha e a anchova é de:

(A) mutualismo.
(B) competição.
(C) comensalismo.
(D) amensalismo.
(E) protocooperação

09. Sabemos que o mutualismo ocorre quando seres de espécies diferentes mantêm relações em que
ambos são beneficiados. Marque a alternativa que indica organismos que estabelecem uma interação
mutualística.
(A) Fungos e algas.
(B)Tubarão e rêmoras.
(C) Piolho e ser humano.
(D) Bromélias e árvores.
(E) Leões e zebras.

10. (UEL) O que acontece quando uma comunidade se torna estável, atingindo o estágio clímax?
(A) Aumenta o número de mutações que podem ocorrer nas espécies.
(B) Diminui a transmissão dos caracteres adquiridos entre as espécies.
(C) Aumentam os efeitos causados pela seleção natural nas espécies.
(D) Diminuem as modificações evolutivas nas diferentes espécies.
(E) Aumenta a variabilidade genética das espécies.

11 (PUC-RJ) Quando nos referimos ao ecossistema de um lago, dois conceitos são muito importantes:
o ciclo dos nutrientes e o fluxo de energia. A energia necessária aos processos vitais de todos os
elementos desde lago é reintroduzida neste ecossistema:
(A) Pela respiração dos produtores.
(B) Pela captura direta por parte dos consumidores.
(C) Pelo processo fotossintético.

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(D) Pelo armazenamento da energia nas cadeias tróficas.
(E) Pela predação de níveis tróficos inferiores.

12 Leia as afirmativas abaixo relativas às cadeias alimentares:


I. As cadeias alimentares podem ocorrer isoladamente em um ecossistema.
II. Podemos definir cadeias alimentares como sendo uma sequência de organismos que dependem
uns dos outros para se alimentarem.
III. Em alguns casos, encontramos organismos produtores no primeiro trófico de uma cadeia alimentar.
IV. Os decompositores são fungos e bactérias que também participam da cadeia alimentar e são eles
os responsáveis por devolverem à natureza os nutrientes que retiram da matéria orgânica.
Estão corretas as afirmativas:
(A) I e II
(B) III e IV
(C) Somente IV
(D) II e IV
(D) I e III

13. (ETES-adaptado) Considere a canção “Água”, de Paulo Tatit e Arnaldo Antunes.


Da nuvem até o chão,
Do chão até o bueiro,
Do bueiro até o cano,
Do cano até o rio,
Do rio até a cachoeira...
Da cachoeira até a represa,
Da represa até a caixa d’água,
Da caixa d’água até a torneira,
Da torneira até o filtro,
Do filtro até o copo.
Do copo até a boca,
Da boca até a bexiga,
Da bexiga até a privada,
Da privada até o cano,
Do cano até o rio...
Do rio até outro rio,
Do outro rio até o mar,
Do mar até outra nuvem....
(SILVEIRA, Ieda. A Geografia da gente. São Paulo: Ática, 2003. P. 8).
A letra da canção faz referência

(A) ao ciclo da água e à ação do homem sobre a natureza.


(B) à rede hidrográfica e ao consumo inadequado da água.
(C)) à rede de esgoto e à ação da natureza sobre o homem.
(D) à bacia hidrográfica e à submissão do homem à natureza.
(E) ao abastecimento de água e ao sistema de canalização de esgoto.

14. (Fuvest) A maior parte do nitrogênio que compõe as moléculas orgânicas ingressa nos
ecossistemas pela ação de:
(A) algas marinhas.
(B) animais.
(C) bactérias.
(D) fungos.
(E) plantas terrestres.

15. Os ciclos biogeoquímicos representam o movimento de um ou mais elementos na natureza e estão


intimamente ligados aos processos geológicos, hidrológicos e biológicos. Entre os ciclos a seguir, marque
aquele que envolve a participação de bactérias do gênero Rhizobium e leguminosas.
(A) Ciclo do carbono.
(B) Ciclo do nitrogênio.
(C) Ciclo do enxofre.

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(D) Ciclo do fósforo.
(E) Ciclo do cloro

16. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais
a Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos
entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renováveis,
por exemplo, o petróleo, são limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da
substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:
(A) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
(B) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
(C) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
(D) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
(E) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

17. Os ciclos biogeoquímicos, também chamados de ciclos da matéria, garantem que os elementos
circulem pela natureza. Entre as afirmações a seguir, marque aquela que melhor explica o papel dos
decompositores nesses ciclos.
(A) Os decompositores garantem a fixação dos elementos químicos no solo.
(B) Os decompositores, ao degradar os restos de seres vivos, garantem espaço para que novos
nutrientes sejam adicionados ao ambiente.
(C) Os decompositores permitem, ao decompor os restos dos organismos, que substâncias presentes
nesses seres possam ser utilizadas novamente.
(D) Os decompositores permitem que o fluxo de energia ocorra em vários sentido

18. Sobre a biodiversidade é correto afirmar que:


(A) O tráfico de animais não prejudica a biodiversidade de um determinado local, visto que a
reprodução ocorre com rapidez.
(B) A biodiversidade é um conjunto de espécies de animais de um determinado local, não incluindo a
fauna, pois essa não é um organismo vivo.
(C) O desenvolvimento urbano e econômico não ocasionou nenhuma perda para a biodiversidade em
âmbito mundial.
(D) A biodiversidade é o conceito que abrange todas as formas de vida na natureza, incluindo as
espécies animais, vegetais e os micro-organismos.
(E) A retirada de uma determinada espécie de seu habitat natural não altera a cadeia alimentar, pois
outros animais poderão ocupar a sua função.

19. (UFPI) Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter os ambientes
sadios no nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupação:
(A) mundial, porque as espécies levaram milhões de anos para se desenvolverem e muitas delas
podem desaparecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o desmatamento indiscriminado
tiverem continuidade.
(B) regional, porque o desaparecimento de espécies de animais pode ser responsável por problemas
alimentares e pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar, em algumas regiões do mundo.
(C) apenas para os Estados Unidos e países da Europa que já destruíram quase totalmente suas
florestas, por terem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
(D) apenas para países e regiões que se organizaram politicamente em espaços áridos ou semiáridos,
como a Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco que resta de seus ecossistemas.
(E) apenas para países que utilizam uma tecnologia altamente desenvolvida, que precisam de
organismos vivos como fonte original dos princípios ativos.

20. Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma área de encontro das águas do mar com as
águas doces dos rios. A principal espécie encontrada nesse bioma é o caranguejo. Essas características
são do:
(A) Cerrado
(B) Mata de Cocais
(C) Mangue
(D) Caatinga
(E) Pantanal

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21. (UFSC). Sobre as formações fitogeográficas ou Biomas existentes no Brasil, assinale a(s)
proposição(ões) correta(s).
(A) O Cerrado é uma formação fitogeográfica caracterizada por uma floresta tropical que cobre cerca
de 40% do território brasileiro, ocorrendo na Região Norte.
(B) A Caatinga é caracterizada por ser uma floresta úmida da região litorânea do Brasil, hoje muito
devastada.
(C) O Mangue ocorre desde o Amapá até Santa Catarina e desenvolve-se em estuários, sendo
utilizados por vários animais marinhos para reprodução.
(D) O Pampa ocorre na Região Centro-Oeste, onde o clima é quente e seco. A flora e a fauna dessa
região são extremamente diversificadas.
(E) A Floresta Amazônica está localizada nos estados do Maranhão e do Piauí e as árvores típicas
dessa formação são as palmeiras e os pinheiros.
(F) O Pantanal ocorre nos estados do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, caracterizando-se como
uma região plana que é alagada nos meses de cheias dos rios.
(G) A Mata Atlântica é uma formação que se estende de São Paulo ao Sul do país, onde predominam
árvores como o babaçu e a carnaúba, e está muito bem preservada.

22. Localizado principalmente na Região Centro-Oeste, esse bioma é caracterizado pela presença de
pequenos arbustos e árvores retorcidas, com cascas grossas e folhas recobertas de pelos. Solo deficiente
em nutrientes e com alta concentração de alumínio. Marque a alternativa que corresponde ao bioma que
apresenta as características descritas.
(A) Mangue
(B) Caatinga
(C) Campos
(D) Cerrado
(E) Mata de araucária

23. (PUC-SP). O texto abaixo refere-se à qual formação vegetal?


“De origem bastante discutida, essa formação é característica das áreas onde o clima apresenta duas
estações bem marcadas: uma seca e outra chuvosa, como no Planalto Central. Ela apresenta 2 estratos
nítidos: uma arbóreo-arbustivo, onde as espécies tortuosas têm os caules geralmente revestidos de casca
espessa, e outro herbáceo, geralmente dispostos em tufos”.
(A) Floresta tropical
(B) Caatinga
(C) Formação do Pantanal
(D) Mata semiúmida
(E) Cerrado

24. (ENEM). O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os
dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de São Paulo: a cada
minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada
— poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos
orgânicos e outras substâncias nocivas.
A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do
professor citado no texto apresentará uma tendência de
(A) ampliação da taxa de fecundidade.
(B) diminuição da expectativa de vida.
(C) elevação do crescimento vegetativo.
(D) aumento na participação relativa de idosos.
(E) redução na proporção de jovens na sociedade.

25. (ENEM) Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada três
pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de consumo
do produto.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) desenvolver processos de reutilização da água.
(B) explorar leitos de água subterrânea.
(C) ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.

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(D) captar águas pluviais.
(E) importar água doce de outros estados

26 (ENEM) A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada
por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto
aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos
hoje.
A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:
I. Contaminação de lençóis freáticos.
II. Diminuição da umidade do solo.
III. Enchentes e inundações.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são,
respectivamente:
(A) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos
e rios.
(B) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.
(C) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento/impermeabilização do solo urbano.
(D) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.
(E) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitário

27. Consideram-se como Unidades de Conservação de Proteção Integral


(A) as Reservas Biológicas, unidades localizadas preferencialmente em áreas públicas, que têm por
objetivo preservar a natureza e abrigar populações tradicionais que estão adaptadas às condições
ecológicas locais.
(B) os Parques Nacionais, unidades localizadas em áreas públicas ou privadas, que têm por objetivo
preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica.
(C) as Estações Ecológicas, unidades localizadas em áreas públicas, que têm por objetivo a
preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.
(D) as Áreas de Proteção Ambiental - APA, unidades localizadas em áreas públicas ou privadas, que
têm por objetivo proteger a biodiversidade, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
(E) as Reservas de Fauna, unidades localizadas em áreas públicas, que têm por objetivo preservar os
animais de espécies nativas.

28. Não se considera saneamento básico


(A) o abastecimento de água potável.
(B) o esgotamento sanitário.
(C) a limpeza urbana e manejo de resíduos tóxicos.
(D) a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
(E) o manejo dos recursos hídricos.

Respostas

01. Resposta E
O mutualismo é uma relação harmônica entre duas espécies em que ambas se beneficiam

02. Resposta C
O conjunto de membros de uma população em que os organismos apresentam divisões de trabalhos
(funções específicas e especializadas) é considerada uma sociedade.

03. Resposta D
A única afirmação negativa é a II, pois a competição por recursos sempre influencia no crescimento e
tamanho de uma população.

04. Resposta D
Quando duas espécies que habitam determinado local em determinado período de tempo utilizam do
mesmo recurso e este não encontra-se disponível para a manutenção de ambas espécies, estas tendem
a competir pelo recurso, podendo ocasionar a eliminação de uma população.

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05. Resposta B
Como as espécies estão ocupando o mesmo nicho, elas terão que competir pelos mesmos recursos.
Sendo assim, haverá uma competição interespecífica, ou seja, entre espécies diferentes.

06. Resposta D
As abelhas são espécies que formam uma organização social que se expressa através do
cooperativismo
Os piolhos são espécies que vivem na superfície de outra (hospedeiro) causando malefícios.
Os gafanhotos ao se alimentarem de uma espécie vegetal, são considerados como predadores uma
vez que podem reduzir ou até mesmo dizimar a população desse vegetal.

07. Resposta E
Essa relação é o comensalismo, uma vez que apenas a rêmora é beneficiada, porém o tubarão não é
prejudicado. Nesse tipo de relação, o chamado comensal está normalmente procurando alimento.

08. Resposta B
Possivelmente entre a população de anchova e sardinha houve a sobreposição de nicho, levando
consequentemente a redução da população de sardinhas.

09. Resposta A
Os fungos e algas estabelecem um mutualismo obrigatório, formando os chamados líquens. Enquanto
a alga fornece alimento para o fungo, este fornece água e nutrientes para a alga.

10. Resposta D
Quando o clímax é atingido não existe modificações tão significativas quanto nos primeiros estágios
sucessionais. Diante disso, diminui as modificações evolutivas nas diferentes espécies desse
ecossistema.

11. Resposta C
O processo fotossintético é o meio pelo qual os organismos autótrofos produzem seu alimento.
Sabemos também que esses organismos são chamados de produtores por esse mesmo motivo. Diante
disso, podemos concluir que os vegetais são os únicos organismos que conseguem obter os nutrientes
necessários ao seu metabolismo e repassá-los aos demais níveis tróficos.

12. Resposta D
A alternativa I está incorreta porque é impossível uma cadeia alimentar manter-se isoladamente, pois
um mesmo organismo que participa de uma cadeia alimentar também pode participar de várias outras ao
mesmo tempo. Por exemplo, há organismos que são carnívoros e herbívoros, ou seja, que atuam em
uma cadeia alimentar como consumidores primários e consumidores secundários ou terciários.
A alternativa III está incorreta porque os organismos produtores estarão sempre no primeiro trófico de
uma cadeia alimentar, pois eles são os únicos que conseguem produzir o próprio alimento e,
consequentemente, o alimento dos consumidores primários.

13. Resposta A.
A letra da música nos remete claramente aos processos e transformações que a passa desde a sua
condensação até a evaporação.

14. Resposta C.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias que estão associadas às raízes de plantas
leguminosas.

15. Resposta B.
As bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas raízes das leguminosas, exercem um importante
papel na transformação de nitrogênio do ar em amônia. Ao realizar essa transformação, essas bactérias
permitem que o nitrogênio possa ser utilizado pelas plantas.
16. Resposta D.
Quando se realiza a queima de combustíveis fósseis, é liberada na atmosfera uma grande quantidade
de dióxido de carbono (CO2), aumentando, assim, a sua quantidade na atmosfera.

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17 Resposta C
O papel dos decompositores nos ciclos biogeoquímicos é garantir que as substâncias presentes nos
seres vivos retornem ao ambiente para que possam ser usadas em novos processos.

18. Resposta D
a) Falso – O tráfico de animais altera o equilíbrio da natureza, pois esse ato interfere negativamente
no ciclo de reprodução dos animais.
b) Falso – A biodiversidade consiste na variabilidade da fauna, flora, micro-organismos e ecossistemas.
c) Falso – As atividade econômicas afetaram – e ainda afetam – a biodiversidade do planeta, sendo o
desmatamento um dos grandes vilões desse processo, pois vários animais morrem durante as queimadas
ou perdem seu habitat natural.
d) Verdadeiro – A biodiversidade engloba a variabilidade de espécies da fauna, flora, micro-organismos
e ecossistemas de um determinado local, sendo, portanto, um conceito que inclui todos os elementos que
constituem a vida.
e) Falso – A retirada de uma espécie de seu habitat natural irá alterar a cadeia alimentar, pois esse
animal tem uma função específica nesse processo, não sendo substituível.

19. Resposta A
a) Verdadeiro – A afirmativa enfatiza a importância da preservação da biodiversidade em âmbito
planetário: “Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter os ambientes
sadios no nosso planeta”. As atividades humanas têm gerado uma redução drástica da biodiversidade,
sendo que muitas espécies estão ameaçadas de extinção, consequência da intensificação das
queimadas, desmatamentos, atividade industrial, entre outros.
b) Falso – A conservação da biodiversidade deve ocorrer em âmbito global, visto que os problemas
não se restringem ao regional.
c) Falso – O processo de preservação ambiental também deve ocorrer nos países em desenvolvimento
e nos subdesenvolvidos.
d) Falso – A preservação da biodiversidade é uma questão global, não sendo restrita a determinadas
regiões do planeta.
e) Falso – A biodiversidade deve ser preservada pelos países com elevado desenvolvimento
tecnológico. Porém, esse processo deve abranger também todas as nações do planeta

20. Resposta C
a) Falso – O cerrado é um bioma típico do Centro-Oeste brasileiro, onde não há encontro das águas
do mar com as águas dos rios.
b) Falso – Esse tipo de vegetação consiste numa zona de transição entre a Amazônia e as terras
semiáridas do Nordeste Brasileiro. O caranguejo não é uma espécie desse bioma.
c) Verdadeiro – O mangue é um bioma típico de pontos da costa brasileira, sendo muito comum em
locais onde o mar se encontra com as águas doces dos rios. O caranguejo e a ostra são as principais
espécies desse bioma.
d) Falso – A caatinga possui vegetação típica de regiões semiáridas, formada por plantas que se
adaptam ao clima seco. Portanto, esse bioma não é típico de regiões onde ocorre o encontro das águas
do mar com as águas dos rios.
e) Falso – O pantanal é considerado uma das maiores planícies inundáveis do planeta. Esse tipo de
cobertura vegetal não ocorre em regiões costeiras, além de não abrigar caranguejos.

21. Resposta C
a) Falso – O cerrado é o bioma predominante da Região Centro-Oeste, essa formação fitogeográfica
não corresponde a cerca de 40% da extensão territorial do Brasil. O cerrado não é caracterizado como
uma floresta tropical, sendo considerado um tipo de savana, com vegetação típica de clima tropical
semiúmido.
b) Falso – A caatinga está presente nas áreas semiáridas da Região Nordeste, composta por plantas
xerófilas, adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água. Portanto, esse bioma não é uma
floresta úmida da região litorânea do território brasileiro.
c) Verdadeiro – As áreas de manguezal estão presentes em diferentes pontos da costa brasileira,
sendo mais comum onde o mar se encontra com as águas doces dos rios. Esse bioma é de fundamental
importância para a produção de alimentos dos animais marinhos, além de ser um ambiente de reprodução
dessas espécies.

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d) Falso – O pampa é o bioma típico do estado do Rio Grande do Sul, estando presente em áreas de
fronteira com o Uruguai. A vegetação desse bioma é formada por plantas rasteiras, gramíneas e pequenos
arbustos. Seu clima é o subtropical.
e) Falso – A floresta Amazônica compreende aproximadamente 42% do território brasileiro, estando
presente em todos os estados da Região Norte, além do Maranhão (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-
Oeste).
f) Verdadeiro – O Pantanal está localizado no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do
Sul, estando presente também no Paraguai e na Bolívia. Esse bioma é considerado uma das maiores
planícies inundáveis do planeta.
g) Falso – A Mata Atlântica estende-se do Piauí ao Rio Grande do Sul. Sua vegetação é composta
pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jequitibá-rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. A Mata Atlântica
é um dos biomas mais ameaçados do planeta, visto que só restam 7% da mata original.

22. Resposta D
a) Falso – Os mangues são típicos de áreas litorâneas, onde o mar se encontra com as águas doces
dos rios.
b) Falso – A caatinga é o bioma característico da Região Nordeste. Sua vegetação é de regiões
semiáridas, formada por plantas xerófilas, adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água.
c) Falso – Os campos estão presentes na Região Norte (Amazonas, Roraima e Pará) e, principalmente,
na Região Sul, com as pradarias mistas subtropicais. O solo desse bioma é extremamente rico em
nutrientes.
d) Verdadeiro – Sua vegetação é composta por árvores esparsas, arbustos e gramíneas. Uma das
principais características do cerrado são as árvores com caules tortuosos e folhas coriáceas, além do
solo com poucos nutrientes e com grande concentração de alumínio.
e) Falso – A mata de araucária é um bioma encontrado no estado de São Paulo e, principalmente, nos
estados da Região Sul, em especial no Paraná. Sua vegetação é caracterizada pela presença de árvores
aciculifoliadas, com folhas em formato de agulha. O solo desse bioma é rico em nutrientes.

23. Resposta E
a) Falso – A floresta tropical é caracterizada pela grande presença de chuvas, não havendo grandes
períodos de seca, diferentemente do Planalto Central.
b) Falso – A caatinga é marcada por grandes períodos de seca e apresenta vegetação típica de regiões
semiáridas. Esse bioma é predominante no o sertão nordestino.
c) Falso – As árvores do pantanal não apresentam caules com cascas espessas, além desse domínio
não apresentar grandes períodos de seca.
d) Falso – Nas áreas em que a mata semiúmida está presente não ocorre grande períodos de seca,
além de suas árvores não apresentarem aspectos tortuosos e cascas espessas.
e) Verdadeiro – O cerrado é o bioma típico do Planalto Central, suas árvores são tortuosas e possuem
cascas espessas. A região onde predomina esse tipo de vegetação é mercada por duas estações bem
definidas: chuvosa (outubro a março) e seca (abril a setembro).

24. Resposta B
Com o aumento da poluição, elevam-se os números de mortes causadas por problemas respiratórios,
tais como o câncer de pulmão e outros. Por isso, ocorre uma diminuição da expectativa de vida.

25. Resposta A
a) Verdadeiro – Numa perspectiva global, a reutilização de água seria a alternativa mais adequada
para prevenir a escassez desse recurso. Essa atitude aliada à redução do desperdício, eliminação da
poluição dos cursos d’água e desenvolvimento de projetos para uma melhor distribuição de água, poderá
proporcionar água de boa qualidade para grande parte da população.
b) Falso – Esse é um processo pode gerar custos elevados em determinadas regiões, sendo, portanto,
inviável. Outro aspecto negativo dessa alternativa é que a retirada de água subterrânea em grandes
quantidades desencadeia um desequilíbrio no ciclo natural da água.
c) Falso – Essa medida não prevenira a escassez de água, pois irá causar uma exploração exagerada
em alguns cursos d’água.
d) Falso – A captação de águas pluviais (água da chuva) é uma boa alternativa no processo de
preservação da água, no entanto, a questão solicita uma alternativa que possa ser estabelecida em
âmbito global, e em algumas regiões essa medida não seria eficaz, pois existem lugares no planeta que
apresentam índices pluviométricos baixíssimos.

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e) Falso – Essa medida não contribuirá para a preservação da água do planeta, visto que irá gerar um
fluxo de retirada de água muito grande de alguns rios.

26. Resposta C
a) Falso – A utilização de fertilizantes e os aterros sanitários são grandes responsáveis pela
contaminação do lençol freático (água subterrânea); no processo de canalização dos córregos e rios, há
a retirada da mata ciliar, esse fato prejudica a infiltração da água no solo, tornado o local propício para
inundações; No entanto, o lançamento de gases poluentes não altera a umidade do solo.
b) Falso – O lançamento de gases poluentes não contamina o lençol freático; o lixo depositado na rua
não diminui a umidade do solo; a construção de aterros sanitários não influencia de forma significativa
nas enchentes e inundações.
c) Verdadeiro – A utilização de fertilizantes e os aterros sanitários são grandes responsáveis pela
contaminação do lençol freático (água subterrânea), pois os líquidos gerados por eles infiltram no solo,
alterando a composição química da água subterrânea; o desmatamento está diretamente ligado à
diminuição da umidade do solo, esse processo retira a mata que armazena água; as enchentes e
inundações são causadas em decorrência da impermeabilização do solo, que impossibilita a infiltração
da água no solo.
d) Falso – O lançamento de lixo nas ruas pode contaminar as águas subterrâneas através do líquido
gerado por ele no processo de decomposição, podendo atingir o lençol freático; o uso de fertilizantes não
altera a umidade do solo; os aterros sanitários não são os principais responsáveis pelas enchentes e
inundações.
e) Falso – A construção de barragens não modifica de forma significativa os lençóis freáticos; o uso de
fertilizantes não diminui a umidade do solo; os aterros sanitários não são os principais responsáveis pelas
enchentes e inundações.

27. Resposta C

28. Resposta E

Ensino de Biologia: construção do conhecimento no ensino da Biologia e


relações com ciência, tecnologia e sociedade; a convivência com o semiárido e
relações de transversalidade no ensino da Biologia.

Física no cotidiano
49
O nascer do Sol é um dos mais belos espetáculos da natureza. Nas grandes cidades, infelizmente,
ele passa despercebido, não somente devido à correria do dia a dia, mas também devido ao fato de que
os altos prédios e a poluição acabam ocultando-o.
Quem sai cedo de casa eventualmente tem a chance de ver esse fenômeno. Talvez muitos de nós já
tenhamos observado a rápida transição que ocorre no amanhecer. Parece que, em um instante, tudo está
escuro e, minutos depois, o Sol domina o ambiente.
A grande influência do Sol sobre nós fez com que ele fosse considerado uma divindade em muitas
culturas. A sua luz e o seu calor são essenciais para a manutenção da vida na Terra.
Praticamente todas as formas de energia usadas na nossa sociedade são oriundas do Sol. Por
exemplo, a energia que extraímos dos alimentos foi quimicamente acumulada durante o processo de
fotossíntese, por meio do qual as plantas usam a energia da luz solar para converter gás carbônico, água
e minerais em compostos orgânicos e oxigênio gasoso.
Ao ingerir um alimento, nosso organismo quebra as ligações químicas dessas moléculas e obtém
energia, que é armazenada em outras moléculas, como a adenosina trifosfato (ATP).
Quando nos dirigimos para o trabalho, seja por meio de automóveis, ônibus ou metrô, também
utilizamos, de certa forma, a energia do Sol. Os biocombustíveis, gerados principalmente a partir da cana–
de-açúcar (caso do etanol) e de óleos vegetais (caso do biodiesel), são exemplos disso.
Na produção de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, também ocorre uma transformação da
energia solar. Admite-se que a origem do petróleo esteja relacionada à decomposição dos seres que
formam o plâncton e de outras matérias orgânicas – restos de vegetais, algas e animais marinhos –, em

49
Adilson de Oliveira. Departamento de Física. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:
<http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/2764/n/fisica_no_cotidiano>. Acesso em maio de 2017.

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um processo que demora centenas de milhões de anos. Quando queimamos esses combustíveis,
liberamos a energia química que foi acumulada na matéria orgânica durante esse tempo.
A energia hidrelétrica, que representa grande parte da matriz energética do Brasil, também depende
da energia solar. No momento em que a água desce pela represa da usina hidrelétrica, fazendo com que
as turbinas girem e produzam eletricidade, há o processo de transformação da energia de movimento
(energia cinética) da água em energia elétrica. Para que a represa continue a ter água, é necessário que
haja chuvas e estas só acontecem por causa da evaporação da água provocada pelo Sol.
Portanto, uma manhã ensolarada não é apenas prenúncio de um dia bonito. Ela deve servir também
para nos lembrar da importância do Sol em nossas vidas.

O dia começa
Durante o dia, em nossos empregos ou em nossas casas, realizamos diversas atividades que
dependem de certos dispositivos ou fenômenos e normalmente não temos noção de como eles funcionam
ou ocorrem. Utilizamos, por exemplo, a radiação eletromagnética para controlar à distância televisores,
aparelhos de DVD, videocassetes, videogames, computadores etc.
Geralmente esses equipamentos utilizam controles remotos que emitem radiação na faixa do
infravermelho, com comprimento de onda entre 1 milímetro e 1 micrômetro (milionésima parte do metro).
Esses comprimentos de onda são invisíveis aos nossos olhos, pois são muito longos (enxergamos
comprimentos de onda entre 630 e 390 nanômetros).
Ao acionarmos os botões do controle remoto, ele emite pulsos longos e curtos que representam um
código binário, que é convertido pelo aparelho receptor. Cada botão do controle remoto corresponde a
determinado código, representado por frequências específicas que são enviadas para o equipamento
controlado. Ao receber esses sinais, o aparelho os decodifica e realiza as operações solicitadas (trocar
de canal, aumentar/diminuir o volume etc.).
Em nossas casas, também são comuns os fornos que utilizam radiações na faixa das micro-ondas
(com comprimentos de onda entre 1 metro e 1 milímetro). Os fornos de micro-ondas comerciais operam
com radiação de comprimento de onda de aproximadamente 12,2 cm.
Nesses aparelhos, o cozimento dos alimentos ocorre pela absorção da energia das micro-ondas pelo
corpo. Como as micro-ondas são uma radiação eletromagnética, elas fazem com que as moléculas que
apresentam dipolo elétrico (sistema com duas cargas elétricas opostas – positiva e negativa – e de mesmo
valor), como as de água, oscilem e, como consequência, dissipem a energia absorvida.
Os aparelhos celulares, tão comuns atualmente, também operam na faixa das micro-ondas, mas com
potência muito menor, da ordem de 3 watts. Nos fornos de micro-ondas, a potência é de aproximadamente
1.100 watts.
Já os computadores, smartphones e tablets utilizam processadores que chegam a conter mais de um
trilhão de componentes. Esses componentes são responsáveis pelo processamento das informações e
conseguem transformar as centenas de gigabytes que estão armazenadas nos discos rígidos em
imagens, sons, cálculos, textos etc.
Processos descritos pela chamada física quântica (que estuda os sistemas em escala atômica)
ocorrem no interior desses dispositivos e os levam a executar operações lógicas que resultam em todas
as maravilhas que os computadores realizam (saiba mais na coluna ‘Pequenos habitantes de um mundo
próximo’).

A noite chega
Quando o dia termina, começam a surgir alguns pontos brilhantes no céu, que, em uma noite sem luar,
longe das luzes da cidade, podem ser vistos aos milhares. Esses pontos, as estrelas, sempre nos
maravilharam. Embora essa visão de céu noturno seja rara nos dias de hoje, ela é, sem dúvida, tão bela
quanto o amanhecer.
Se olharmos com cuidado, perceberemos que as estrelas têm diversos tamanhos e cores e que estão
dispostas de maneira a formar certos padrões, nos quais visualizamos algumas figuras. Chamamos esses
agrupamentos de estrelas de constelações. Em certas regiões do céu, é possível perceber aglomerados
com muitas estrelas e nuvens opacas (nebulosas). É o caso da constelação de Órion, uma das mais
visíveis no céu, principalmente entre o início de dezembro e o final de maio ou começo de junho.

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A constelação de Órion é uma das mais visíveis no céu, especialmente entre o início de dezembro e
o final de maio ou começo de junho. (foto: Nasa)

As estrelas podem ter diâmetros que variam de centenas de milhares de quilômetros (nosso Sol, por
exemplo, tem 1,4 milhão de quilômetros) até mais de um bilhão de quilômetros, como é o caso de
Betelgeuse, a estrela vermelha da constelação de Órion. Elas são formadas principalmente por hidrogênio
e hélio em altíssimas temperaturas.
A quantidade de massa e a temperatura da estrela determinam seu tamanho e sua cor. E quanto maior
a massa da estrela, mais quente ela tende a ser. A temperatura na superfície de estrelas com massa igual
à do Sol é da ordem de 6.000 °C, mas, em seu interior, esse valor atinge dezenas de milhões de graus
Celsius.
Diante dos tamanhos desses distantes sóis, cuja luz viaja milhares de anos até chegar aos nossos
olhos, nos lembramos do quanto somos pequenos comparados à imensidão do cosmos.
Mas nos congestionamentos de trânsito e nas filas de supermercados e bancos, pouco tempo nos
sobra para refletirmos sobre esse complexo mundo que está a nossa volta. Precisamos incorporar um
pouco mais a ciência ao nosso cotidiano, afinal, ela pode ser tão bela e fascinante quanto todos os
fenômenos que explica.

Química no cotidiano
50
A química pode ser definida como a ciência que estuda a natureza da matéria, suas propriedades e
transformações. Ela está presente em no nosso dia a dia, em todos os materiais que nos cerca, e em todos os
seres vivos.
O nosso corpo, por exemplo, é formado por diversas substâncias em constante transformação que
possibilitam o ser humano continuar vivo. Sem essas reações não haveria vida. Ao consumirmos alimentos,
água, entre outros, o nosso sistema digestivo produz substâncias químicas capazes de transformar esses
materiais ingeridos em nutrientes necessários para diversas funções do organismo, como produção de energia,
manutenção dos órgãos, tecidos, ossos, etc. Em todas as ações comandadas pelo nosso cérebro, como por
exemplo, o que ocorre é química.
Uma árvore, quando é exposta à luz do sol, começa o processo da fotossíntese, que é a absorção da
energia luminosa e sua transformação em energia, indispensável para a vida das plantas. A fotossíntese é de
extrema importância para a manutenção do equilíbrio biológico nos diversos ecossistemas de nosso planeta.
Tudo que ocorre durante este processo é química.
A equação da fotossíntese pode ser representada da seguinte maneira: 6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2
A água que é um elemento essencial à vida só torna-se potável através de muitos processos químicos, que
tratam a água imprópria para o consumo garantindo o abastecimento à população.
Outros exemplos que provam como a química está presente em nosso cotidiano podem ser citados:
• Nos alimentos: os alimentos naturais precisam dos produtos químicos que fertilizam a terra para sua
produção. Os pesticidas também são de grande importância na tarefa de garantir a qualidade dos alimentos,
pois sua ação combate as pragas impedindo a disseminação de doenças e destruição das plantações.
• No vestuário: a maioria das roupas que usamos apresenta fios artificiais (náilon, poliéster) misturados a
fibras naturais (algodão, lã).
• Na saúde: o desenvolvimento da indústria farmacêutica e da medicina fortalece a saúde humana,
aumentando a expectativa de vida do homem.

50
Disponível em: <http://educacao.globo.com/artigo/quimica-no-cotidiano.html>. Acesso em maio de 2017.

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• No desenvolvimento econômico e tecnológico: a indústria química transforma elementos presentes na
natureza em produtos úteis ao homem. Desde a fabricação de bens como computadores e automóveis até
itens como plásticos, vidros, papel e tintas são resultados de transformações químicas.
Muitas substâncias químicas são comuns no nosso dia a dia, por exemplo:
• Acetona (propanona)
• Sal de cozinha (cloreto de sódio)
• Água oxigenada (peróxido de hidrogênio)
• Álcool (etanol)
• Formol (metanal)
• Soda cáustica (hidróxido de sódio)
• Ácido acético (componente do vinagre)
Apesar de todo progresso e bem estar proporcionado pela química, há uma insistente crítica sobre essa
ciência, que ainda é responsabilizada por desastres ecológicos e poluição existente no planeta, quando na
verdade é a inadequada atividade humana que faz uso da química produzindo efeito nocivo sobre o meio
ambiente.
As agressões à atmosfera através da elevada quantidade de gases poluentes emitidos, agravando o efeito
estufa, são consequências da ganância do homem. O conhecimento é o principal meio de conscientização,
levando a sociedade a evitar o consumo excessivo de materiais e energia, e exigir meios que substituam o uso
de combustíveis fósseis. A química deve ser compreendida de maneira que se promova uma qualidade de vida
cada vez melhor.
51
Desde muitos séculos se sabe que muitos materiais também podem emitir luz quando excitados. Isto
ocorre quando os elétrons dos átomos absorvem energia e passam para níveis mais altos. Quando os
elétrons voltam para os níveis mais baixos, liberam a diferença de energia. E esta liberação pode ocorrer
na forma de emissão de luz.
Este fenômeno é usado, por exemplo, na confecção dos fogos de artifício. Quando os fabricantes
desejam produzir fogos de artifício coloridos, misturam à pólvora compostos de certos elementos
químicos apropriados, utilizam sais de diferentes metais na mistura explosiva (pólvora) para que, quando
detonados, produzam cores diferentes.
Para se obter a cor amarela, por exemplo, adicionam sódio (Na), para conseguir o vermelho-carmim,
colocam estrôncio (Sr). Quando querem o azul-esverdeado, utilizam cobre (Cu).
Desejando o verde, empregam o bário (Ba), se a cor desejada for a violeta, usam o potássio (K) e para
o vermelho podem utilizar o cálcio (Ca). Na hora em que a pólvora explode, a energia produzida excita
os elétrons desses átomos, ou seja, os elétrons "saltam" de níveis de menor energia (mais próximos do
núcleo) para níveis de maior energia (mais distantes). Quando retornam aos níveis de menor energia,
liberam a energia que absorveram, na forma de luz colorida.
As diferentes cores são observadas quando os elétrons dos íons metálicos retornam para níveis
menores de energia (mais internos), emitindo radiações com a coloração característica de cada "salto"
energético (diferentes comprimentos de onda).
Lembre-se do que acontece na sua cozinha, quando a água com sal do arroz escorre na panela e
atinge a chama azul do fogo. Aparece uma coloração amarela bem forte. O sal de cozinha é o cloreto de
sódio, e a cor característica do sódio é amarela.
Os luminosos de neônio (Ne) e as lâmpadas de vapor de sódio ou mercúrio (Hg), utilizadas em
iluminação pública, são dispositivos baseados em tubos de raios catódicos.
Estes tubos são ampolas de vidro com um gás no seu interior, a baixa pressão, e que possuem
extremidades metálicas onde se aplica uma diferença de potencial elétrico. Eles são semelhantes aos
tubos de imagem dos televisores.
Nestes, há uma substância no estado gasoso, cujos elétrons são excitados por ação da corrente
elétrica. Quando esses elétrons retornam, há a emissão e luz. Nos luminosos de gás neônio, a luz emitida
é vermelha, e nas lâmpadas de vapor de sódio é amarela.
Alguns seres vivos possuem um interessante mecanismo em seus organismos: reações química
utilizam a energia (proveniente dos alimentos) para excitar elétrons de alguns átomos. Quando os elétrons
voltam ao estado fundamental, há emissão de luz. Esse fenômeno é chamado de bioluminescência.
O caso mais conhecido de bioluminescência é o dos vaga-lumes (ou pirilampos). Há evidências de
que eles utilizam os sinais luminosos para se comunicarem com os parceiros do sexo oposto. A emissão
de luz neste caso, tem portanto, finalidade relacionada ao acasalamento dos vaga-lumes.

51
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.br/articles/2692/1/QUIMICA-DO-COTIDIANO/Paacutegina1.html>. Acesso em maio de 2017.

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Há outras espécies de seres vivos (por exemplo, alguns fungos, algas, vermes e cnidários) que
também apresentam bioluminescência, porém os cientistas ainda não esclareceram, em muitos casos,
qual o papel que este fenômeno desempenha em suas vidas.
Alguns materiais, quando absorvem radiação, emitem de volta luz visível. Esse fenômeno é chamado
genericamente de luminescência. Quando a emissão ocorre imediatamente após a incidência da
radiação, o fenômeno é chamado de fluorescência.
Se, por outro lado, a emissão demorar alguns segundos ou até mesmo algumas horas, chamamos de
fosforescência. Portanto as lâmpadas são fluorescentes e os interruptores de luz são fosforescentes.
Podemos notar que a química está mesmo presente em tudo, desde a fabricação de fogos de artifício,
até a comunicação entre os insetos. Este fenômenos aparentemente são bem diferentes mas, na
realidade, utilizam as mesmas propriedades básicas da matéria como a espectroscopia, estrutura
atômica, etc.

Biologia no cotidiano
52
Biologia é uma ciência que estuda os seres vivos e explica os fenômenos ligados à vida e à sua
origem. Além disso, é de extrema importância para entender o funcionamento do nosso ecossistema, que
por sua vez, se torna essencial para a sobrevivência humana.
A importância do conhecimento biológico pode ser percebida desde a base do que compõe o planeta
terra. Com a evolução das espécies, os estudos sobre a biologia também se transformaram no decorrer
de décadas, com o auxílio até mesmo da tecnologia, e hoje, está presente no nosso dia a dia e possui
uma influência direta em tudo que está relacionado aos seres vivos, desde os mecanismos que regulam
as atividades vitais até as relações que estabelecem entre si e com o ambiente em que vivem.
Por isso, estudar a biologia consiste em adquirir conhecimento de como o mundo se organiza, desde
os níveis mais simples até os mais complexos. E assim, prever e mensurar fenômenos que podem
melhorar a existência na terra.
53
A origem, evolução, constituição, funcionamento e as interações que existem e que envolvem os
seres vivos são também aspectos que ela aborda. Mais que isso, ela também estuda os fatores abióticos,
e que interferem na existência da vida. Moléculas, substâncias, eventos biológicos – e até mesmo ações
causadas pelo homem - também contemplam esta ciência.
Surgindo oficialmente como ciência no século 18, por intermédio de pessoas que se dedicavam ao
estudo da natureza; se faz presente em basicamente tudo o que envolve nosso cotidiano (lembre-se: é a
ciência da vida!), e mostra-se muito importante em questões inimagináveis há duzentos anos,
principalmente no que se diz respeito à ciência e biotecnologia, e também aos impactos negativos que as
atividades humanas têm causando.
Assim como a filosofia, a Biologia pode dar subsídios para que encontremos respostas para dúvidas
que acompanham a humanidade desde sempre: Quem somos? De onde viemos? Para que viemos? Para
aonde vamos?
Uma ferramenta imprescindível às descobertas que envolvem a ciência é o método científico que, em
resumo, é a busca dos “comos” e “porquês” do que se deseja estudar. Estes são testados por meio de
observações e experimentos. A partir deste processo é que podemos buscar respostas e aplicar nossos
conhecimentos obtidos, buscando formas de melhorar as condições de vida em nosso planeta.
Como é uma ciência bastante ampla, o estudo da Biologia tende a ser conduzido a partir de
subdivisões. Algumas delas são:
Anatomia e Fisiologia: estudam a estrutura e o funcionamento dos órgãos e sistemas.
Botânica: responsável pelo estudo dos vegetais.
Ecologia: estuda as interações entre os seres vivos; e entre eles e o ambiente.
Embriologia: se incube de estudar a formação e o desenvolvimento do embrião.
Evolução: responsável pelo estudo das relações de parentesco entre os seres vivos, e as
transformações populacionais ao longo do tempo.
Genética: a ela está a tarefa de estudar as leis da hereditariedade.
Zoologia: estudo dos animais.

Antes de apresentar o central deste texto (onde trabalhamos as discussões de Chassot54) – a


alfabetização científica –, parece oportuno, ainda que de uma maneira panorâmica, olhar a escola – na
acepção de instituição que faz ensino formal, em qualquer nível de escolarização – nesses tempos de
globalização. Não vou tecer, aqui e agora, comentários sobre os apossamentos da Organização Mundial

52
Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/descubra-a-importancia-da-biologia/17419>. Acesso em maio de 2017.
53
Disponível em: <http://biologianet.uol.com.br/curiosidades-biologia/biologia.htm>. Acesso em maio de 2017.
54
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09

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do Comércio na fatia educação para dirigir sua voracidade por lucros, favorecendo a comercialização
internacional dos serviços da educação como uma mercadoria qualquer. Parece não existir outro bem
comerciável que segure um consumidor cativo por quatro ou mais anos, como o estudante que compra
ensino de uma escola. Também, não preciso destacar as fantásticas modificações no mundo de hoje e o
quanto elas atingem – e uso esse verbo na sua plenitude de significados – a educação, ou, mais
especificamente, as salas de aula. Não temos dúvidas do quanto a globalização confere novas realidades
à educação. Talvez, para uma facilitação, pudéssemos dirigir nosso olhar para duas direções. Primeira,
o quanto são diferentes as múltiplas entradas do mundo exterior na sala de aula; e a outra direção, o
quanto essa sala de aula se exterioriza, atualmente, de uma maneira diferenciada.
Sobre a primeira das situações não precisamos fazer muitas ilustrações. Comparem, por exemplo, o
quanto eram enclausuradas as escolas de nossos avós às invasões externas, em relação às nossas salas
de aula hoje, expostas às interferências do mundo externo. A escola, então, era referência na comunidade
pelo conhecimento que detinha. Quanto à segunda, consideremos apenas a parcela de informações que
nossos alunos e alunas trazem hoje à escola. Aqui temos que reconhecer que eles, não raro, superam
as professoras e os professores nas possibilidades de acesso às fontes de informações. Há situações
nas quais temos docentes desplugados ou sem televisão, que ensinam a alunos que surfam na internet
ou estão conectados a redes de TV a cabo, perdendo a escola (e o professor) o papel de centro de
referência do saber. A proletarização dos profissionais da educação os faz excluídos dos meios que
transformam o planeta, onde a quantidade e a velocidade de informações o fazem parecer cada vez
menor. Esse é o lado trágico em não poucas das contemplações da escola hoje.
Assim, parece que se pode afirmar que a globalização determinou, em tempos que nos são muito
próximos, uma inversão no fluxo do conhecimento. Se antes o sentido era da escola para a comunidade,
hoje é o mundo exterior que invade a escola. Assim, a escola pode não ter mudado; entretanto, pode-se
afirmar que ela foi mudada. E talvez não diríamos isso há dez anos.
Não há, evidentemente, a necessidade (nem a possibilidade) de fazermos uma reconversão. Todavia,
é permitido reivindicar para a escola um papel mais atuante na disseminação do conhecimento.
Sonhadoramente, podemos pensar a escola sendo pólo de disseminação de informações privilegiadas.

A ciência como um saber escolar

Agora, posto esse preâmbulo, para não incorrer em generalizações indevidas restrinjamos as
observações ao ensino de ciências. No século passado, nos anos de 1980, e talvez sem exagero se
poderia dizer até o começo dos anos de 1990, víamos um ensino centrado quase exclusivamente na
necessidade de fazer com que os estudantes adquirissem conhecimentos científicos. Não se escondia o
quanto a transmissão (massiva) de conteúdos era o que importava. Um dos índices de eficiência de um
professor – ou de um transmissor de conteúdos – era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes
– os receptores. Era preciso que os alunos se tornassem familiarizados (aqui, familiarizar poderia até
significar simplesmente saber de cor) com as teorias, com os conceitos e com os processos científicos.
Um estudante competente era aquele que sabia, isto é, que era depositário de conhecimentos. Talvez
mais de um dos leitores deste texto poderá recordar quantos conhecimentos inúteis amealhou –
especialmente quando foram feitas as primeiras iniciações na área das ciências – que há muito,
afortunadamente, os deletou. Quantas classificações botânicas, quantas famílias zoológicas cujos nomes
ainda perambulam em nossas memórias como cadáveres insepultos, quantas configurações eletrônicas
de elementos químicos, quantas fórmulas de física sabidas por um tempo – até o dia de uma prova – e
depois desejadamente esquecidas.
Antes de mostrar salutares modificações nessa tendência, permito-me chamar a atenção para o sujeito
da ação verbal antes descrita. Eram os professores (sujeitos) que faziam com que os estudantes (aqui
vistos como passivos à ação do sujeito) adquirissem esses conhecimentos.
Quando se faz essas considerações, não há como não evocar, mais uma vez, as concepções de uma
educação bancária, que Paulo Freire denunciava, com veemência, já em tempos anteriores aos referidos.
Também a ele podemos creditar muitas das alterações nas tendências referidas.
Hoje não se pode mais conceber propostas para um ensino de ciências sem incluir nos currículos
componentes que estejam orientados na busca de aspectos sociais e pessoais dos estudantes. Há ainda
os que resistem a isso, especialmente quando se ascende aos diferentes níveis de ensino. Todavia, há
uma adesão cada vez maior às novas perspectivas.
Muito provavelmente, um dos temas mais polêmicos quando se discute formação de professores de
ciências é o quanto se precisa procurar uma ciência da escola (= o saber escolar; essa ciência da escola
não é necessariamente uma produção exclusiva para a escola e/ou na escola, mas, como ensina Lopes
(1999), envolve um processo de reelaboração de saberes de outros contextos sociais visando o

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. 316
atendimento das finalidades sociais da escolarização), que é significativamente diferente daquela ciência
da universidade (= saber acadêmico). É usual defender – até pela imensa dificuldade que existe de se
fazer transposição (aqui transposição não é a palavra mais adequada, mas anuncia o que seria desejado)
de conteúdos do ensino superior para os ensinos médio e fundamental – que o conhecimento científico é
universal. Aqui universal parece ser, também, a estrutura verticalizada dos níveis de ensino.

As necessidades de alfabetização científica

A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar
alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida. É recomendável enfatizar que essa deve
ser uma preocupação muito significativa no ensino fundamental, mesmo que se advogue a necessidade
de atenções quase idênticas também para o ensino médio. Sonhadoramente, ampliaria a proposta para
incluir também, mesmo que isso possa causar arrepio em alguns, o ensino superior. Gostaria de ver essa
inclusão privilegiada nas discussões que este texto possa desencadear.
Mesmo que adiante eu discuta o que é alfabetização científica, permito-me antecipar que defendo,
como depois amplio, que a ciência seja uma linguagem; assim, ser alfabetizado cientificamente é saber
ler a linguagem em que está escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de uma leitura
do universo.
Atualmente, a alfabetização científica está colocada como uma linha emergente na didática das
ciências, que comporta um conhecimento dos fazeres cotidianos da ciência, da linguagem científica e da
decodificação das crenças aderidas a ela. Há aqueles que advogam que se deva procurar especialmente
conhecimentos que estão no dia-a-dia do grande público, em particular os que são apresentados com
imprecisão pelos meios de comunicação à opinião pública. Essas são propostas que veem a alfabetização
científica como uma possibilidade para fazer correções em ensinamentos distorcidos. Acredito que se
possa pensar mais amplamente nas possibilidades de fazer com que alunos e alunas, ao entenderem a
ciência, possam compreender melhor as manifestações do universo. Aqui se defende essa postura mais
ampla, mesmo que se reconheça válida a outra tendência, de fazer correções em ensinamentos que são
apresentados distorcidos.
Quando retomo e amplio os comentários acerca da alfabetização científica que estão em outro livro
(Chassot, 2000), trago, mais uma vez, uma descrição de ciência que, mesmo que possa parecer
reducionista, serve para os propósitos das discussões que se quer fazer aqui. A ciência pode ser
considerada como uma linguagem construída pelos homens e pelas mulheres para explicar o nosso
mundo natural. Compreendermos essa linguagem (da ciência) como entendemos algo escrito numa
língua que conhecemos (por exemplo, quando se entende um texto escrito em português) é podermos
compreender a linguagem na qual está (sendo) escrita a natureza. Também é verdade que nossas
dificuldades diante de um texto em uma língua que não dominamos podem ser comparadas com as
incompreensões para explicar muitos dos fenômenos que ocorrem na natureza. Por exemplo, é provável
que alguns dos leitores deste texto não saibam distinguir se uma página de um livro ou de uma revista
está escrito em sueco ou em norueguês, assim como deve haver nórdicos que talvez não reconheçam a
diferença entre um texto em português e um em espanhol. Essa é a analogia que busco quando falo na
ciência como uma linguagem.
Entender a ciência nos facilita, também, contribuir para controlar e prever as transformações que
ocorrem na natureza. Assim, teremos condições de fazer com que essas transformações sejam
propostas, para que conduzam a uma melhor qualidade de vida. Isto é, a intenção é colaborar para que
essas transformações que envolvem o nosso cotidiano sejam conduzidas para que tenhamos melhores
condições de vida. Isso é muito significativo. Aqueles que se dedicam à educação ambiental têm
significativos estudos nessa área.
Dentre as muitas ciências, a química, por exemplo, é aquela que estuda como as substâncias se
transformam e são transformadas em outras substâncias. Assim, ao definirmos os objetos de cada uma
das ciências que conhecemos, como a física, a biologia, a geologia etc., nos damos conta das muitas
interações e, particularmente, das intersecções entre esses objetos. Temos nesse conjunto as ciências
naturais. Aqui ainda poderíamos incluir especializações de alguns campos muito específicos como a
astrofísica, a geoquímica, a bioquímica. Se olharmos, por exemplo, as chamadas ciências humanas - a
sociologia, a economia, a educação - e considerarmos as relações delas com as chamadas ciências
naturais e a elas adicionarmos outros ramos das ciências, teremos a ciência, cada vez mais marcada por
múltiplas interconexões.
Também se entende o quanto uma discussão, aparentemente simples, sobre se devemos dizer a
ciência ou as ciências, pode ser mais complexa do que imaginamos e se presta a muitas discussões

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epistemológicas, que não serão objeto deste texto. Granger (1994) tem um livro intitulado A ciência e as
ciências.
Aliás, é preciso dizer o quanto a divisão em ciências naturais e ciências humanas parece inadequada,
pois a química, a física, a biologia e mesmo a matemática são também ciências humanas, porque são
constructos estabelecidos pelos humanos. Lateralmente ainda, vale referir também o quanto a divisão em
ciências hard e ciências soft é uma classificação no mínimo enviesada e, muito provavelmente, de autoria
de um assim chamado cientista hard.
Ainda na busca de interconexões, em termos de disciplinas escolares vale considerar a atual proposta
curricular, chamada pela divulgação oficial de "novo ensino médio". O currículo disciplinar é substituído
pelo currículo em áreas. A organização do conhecimento escolar foi estabelecida em três áreas:
linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, língua estrangeira moderna, educação física,
artes e informática), ciências da natureza, matemática e suas tecnologias (biologia, física, química e
matemática) e ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia, antropologia & política
e sociologia). Essa divisão – numa proposta oficial – tem como base reunir em uma mesma área aqueles
conhecimentos que compartilham objetos de estudo e, portanto, que mais facilmente se comunicam (MEC
& SMTEC, 1999), criando condições para uma prática escolar de interdisciplinaridade, dentro de uma
perspectiva interdisciplinar e contextualizada em oposição à fragmentação e descontextualização do
ensino disciplinar.
É fácil entender o quanto as determinações oficiais buscam definir, por exemplo, o ensino de química
como parte da área das ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Sou quase levado a inferir
que há muitos envolvidos com esse ensino que não se dão conta de onde e como estão localizadas a
física ou a química nas propostas curriculares. É verdade que o período de influência dessas últimas
modificações é relativamente recente. Mas já há estudos, por exemplo, provenientes da comunidade
envolvida com a educação química, que trazem questionamentos a esse quadro recente da educação
brasileira.
Assim, Rozana Abreu, na sua dissertação de mestrado, analisando particularmente os Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio na área das ciências da natureza, matemática e suas
tecnologias, mostra que a nova organização curricular proposta pelos documentos oficiais dos
Parâmetros não favorece mudanças efetivas na promoção de um currículo mais integrado, na medida em
que seus pressupostos estão associados às relações sociais da sociedade contemporânea,
principalmente ao mercado de trabalho e ao mundo produtivo.
Todavia, as diferentes concepções de Ciência nos convidam a adensar considerações acerca de uma
proposta de vermos a ciência como uma linguagem. No segmento seguinte se ampliam discussões sobre
alfabetização científica. Em outro texto discuto como essa alfabetização científica ganha uma outra
dimensão: o quanto com ela se pode fazer inclusão social.

Ciência como linguagem

Início aceitando críticas ao quanto a descrição da ciência como uma linguagem, que antes apresentei,
possa ser considerada simplista. A seguir trago algumas preocupações. Também por isso reapresento
criticamente outros textos que escrevi. Não ignoro que há (in)consistências teóricas nas minhas buscas.
Vejo-me privilegiado em poder socializá-las aqui. Lateralmente, devo dizer que entendo que é para isso,
também, que publicamos nossos textos em revistas.
Assim, considerar a ciência como "uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural" e
sabê-la como descrição do mundo natural ajuda a entendermos a nós mesmos e o ambiente que nos
cerca.
Merece um comentário essa adjetivação de mundo que foi feita. A ciência não tem preocupações com
a descrição, e muito menos com a explicação do mundo sobrenatural ou do mundo espiritual. O mundo
natural é aqui usado na acepção de nosso mundo orgânico e inorgânico, que forma o que chamamos de
natureza. Japiassu e Marcondes a definem como um mundo visível ou físico (formado pelos reinos
mineral, vegetal e animal) submetido às leis naturais, em oposição às ideias, sentimentos, emoções etc.
governadas pelas leis morais e pelas leis políticas.
Esses autores enfatizam que a natureza, num sentido teológico, deva ser considerada o mundo criado
por Deus, em oposição à cultura no sentido daquilo que é criado pelas mulheres e pelos homens, assim,
produto de uma obra humana.
Quando nos referimos ao entendimento do mundo natural, há uma restrição epistemológica e ficamos
limitados ao entendimento deste nosso mundo visível onde estamos inseridos, logo, do qual somos parte.
Com isso não estamos excluindo ou desqualificando as ciências humanas, que facilitam nosso

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entendimento social (e aqui incluo o político) ou emocional; elas podem estar incluídas no mundo dito
natural. Estão excluídas, sim, as manifestações ditas sobrenaturais.
A elaboração dessa explicação do mundo natural – diria que isso é fazer ciência, como elaboração de
um conjunto de conhecimentos metodicamente adquirido – é descrever a natureza numa linguagem dita
científica. Propiciar o entendimento ou a leitura dessa linguagem é fazer alfabetização científica.
Há, todavia, uma outra dimensão em termos de exigências: propiciar aos homens e mulheres uma
alfabetização científica na perspectiva da inclusão social. Há uma continuada necessidade de fazermos
com que a ciência possa ser não apenas medianamente entendida por todos, mas, e principalmente,
facilitadora do estar fazendo parte do mundo.
Sei o quanto estou laborando em (quase) utopias. Mas é por crer que essas mesmas utopias possam
se transmutar na realidade de fazermos educação. Diria mais, é quase apenas por isso. Mas agora
deixemos um pouco os sonhos. Há de se tentar convertê-los em realidades.
Trago, assim, a proposta teórica para adensar uma discussão. Essas são as minhas expectativas para
a frutificação do binômio escrita - leitura. Sei também que posso estar sendo acusado de dicotômico, ao
apelar para essa relação binomial. Aceito que não há uma separação nítida entre aquele que é o autor e
aquele que é o leitor. Um e outro, nesse processo, interconvertem papéis. O leitor também passa a ser
autor, refazendo com sua leitura um novo texto. Mesmo que refaça caminhadas, buscando outros
embasamentos, tenho em outros livros dois capítulos4,5 acerca do tema, que (des)constroem essa
discussão.
Para fazer uma oposição ao presenteísmo (vinculação exclusiva ao presente, sem enraizamento com
o passado e sem perspectivas para o futuro) e ao cientificismo (crença exagerada no poder da ciência
e/ou atribuição à mesma de fazeres apenas benéficos), ainda tão marcadamente presentes nos dias
atuais, especialmente em nossas salas de aula, inclusive nas universidades, insisto na necessidade de
considerar que essa linguagem é um constructo humano, portanto, mutável e falível. Sempre parece
oportuno ter presente as afirmações de Granger:
A ciência é uma das mais extraordinárias criações do homem, que lhe confere, ao mesmo tempo,
poderes e satisfação intelectual, até pela estética que suas explicações lhe proporcionam. No entanto,
ela não é lugar de certezas absolutas e [...] nossos conhecimentos científicos são necessariamente
parciais e relativos.
É para essa concepção de ciência um dos mais extraordinários feitos humanos, mas não-lugar de
certezas – que trago interrogações para ampliar a possibilidade de pensarmos a ciência como uma
linguagem para entendermos o mundo natural. Por isso, quando discuto alfabetização científica, insisto
na necessidade de considerá-la como "o conjunto de conhecimentos que facilitariam aos homens e
mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem". Assim, concordo com Woolgar (1991), que, ao tentar
abrir aquela caixa preta em que os cientistas – com sua linguagem hermética e esotérica -converteram a
ciência, mostra que ela não descobre o mundo, mas o quanto é o mundo que a descobre. O mundo é
(existe) independente da ciência. Esta o torna inteligível, e a tecnologia, como aplicação da ciência,
modifica esse mundo. Por exemplo, a produção de energia elétrica a partir de uma queda d'água ou do
aproveitamento de ventos é o resultado de uma aplicação de conhecimento acerca da natureza do mundo
natural. Isso transforma o mundo natural mas não altera a sua essencialidade, por exemplo, em termos
do princípio da conservação da energia.
Amplio mais a importância ou as exigências de uma alfabetização científica. Assim como se exige que
os alfabetizados em língua materna sejam cidadãs e cidadãos críticos, em oposição, por exemplo,
àqueles que Bertolt Brecht classifica como analfabetos políticos, seria desejável que os alfabetizados
cientificamente não apenas tivessem facilitada a leitura do mundo em que vivem, mas entendessem as
necessidades de transformá-lo - e, preferencialmente, transformá-lo em algo melhor. Tenho sido
recorrente na defesa da exigência de com a ciência melhorarmos a vida no planeta, e não torná-la mais
perigosa, como ocorre, às vezes, com maus usos de algumas tecnologias.
Parece que merece ser questionado, liminarmente, se essa alfabetização científica é algo próprio, ou
melhor, é de interesse apenas daqueles que estão diretamente ligados à ciência. Usualmente, conhecer
a ciência é assunto quase vedado àqueles que não pertencem a essa esotérica comunidade científica.
Já discuti em diversos textos o quanto há necessidade de nós, professoras e professores de disciplinas
escolares, especialmente aquelas da área de ciências, fazermos a migração do esoterismo para o
exoterismo. Assim, a primeira explicação para a exclusão que decretamos a muitos é fazermos do nosso
instrumental de leitura da natureza algo hermético ou esotérico. Thuillier, ao exemplificar o quanto se
consegue ser hermético na linguagem da ciência, apresenta esotéricas (e desnecessárias) definições do
número um quase incompreensíveis para os mais expertos algebristas.
Não desconheço, aqui, as razões históricas, muitas vezes até de segurança, que fizeram a ciência
usar uma linguagem asséptica e hermética. Nunca desconsidero, como professor de química, minha

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ancestralidade nos alquimistas medievos. Discuto isso mais extensamente em diferentes capítulos de
Educação consciência, quando falo de desafios curriculares para fazer possível um outro mundo e
também quando discuto a alfabetização científica fazendo inclusão social. Relato, por exemplo, o trabalho
com sementes que não são sementes em um curso de pedagogia.
Retomo a problematização da concepção da ciência como uma linguagem. Proponho fazermos juntos
alguns adensamentos teóricos nessa dimensão. Tomo como referência a aula inaugural da cadeira de
Semiologia Literária no Collège de France pronunciada por Roland Barthes no dia 7 de janeiro de 1977.
Sem enveredar na área da semiótica, busco em Barthes (1996) uma ratificação, quando ele afirma,
categórico: "O objeto em que se inscreve o poder, desde toda a história humana, é: a linguagem – ou,
para ser mais preciso, sua expressão obrigatória: a língua". Uma leitura (da história) da ciência quase que
poderia ser feita com essas mesmas palavras. Encontramos, nas sucessivas disputas de poder na história
da construção do conhecimento científico, isso que Barthes diz sobre a língua.

A aula prossegue afirmando:

A linguagem é uma legislação, a língua é seu código. Não vemos o poder que reside na língua, porque
esquecemos que toda língua é uma classificação, e que toda classificação é opressiva: ordo quer dizer,
ao mesmo tempo, repartição e cominação.
Barthes falava, então, da língua francesa, e mostrava, por exemplo, as dificuldades impostas pelas
exigências de ter que escolher sempre entre o masculino e o feminino, enquanto o neutro é proibido. Eu
o vejo falando da ciência, ou melhor da linguagem científica, que com seus códigos se faz língua, quando
ele diz:
Assim, por sua própria estrutura, a língua implica em uma relação fatal de alienação. Falar, e com
maior razão discorrer, não é comunicar, como se repete com demasiada frequência, é sujeitar. Toda a
língua é uma reição generalizada.
Mesmo quando A aula assume um tom aparentemente mais radical, é possível fazer associações com
a ciência quando Barthes diz: "a língua, como desempenho de toda a linguagem, não é nem reacionária,
nem progressista; ela é simplesmente fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer".
Trago, como ratificação à minha adesão barthesiana, Paul Feyerabend (1924-1994), autor de obras que
foram decisivas para novas concepções de ciência, como seu discutidíssimo livro Contra o método. Ele
destaca que "a distinção entre Ciência e mito não é tão evidente". Então, mais uma vez, me parece claro
por que Feyerabend, um dos críticos mais perspicazes, faz análises da ciência tão desestabilizadoras.
Não é sem razão que ele é chamado em rodas mais fechadas de "terrorista epistemológico", tendo sido
chamado por alguns físicos, mais recentemente, de "o pior inimigo da ciência", encabeçando uma lista
em que são nomeados Karl Popper, Imre Lakatos e Thomas Kuhn. Prefiro estar ao lado de Feyerabend,
e não de seus críticos conservadores.
Quando se busca entender o porquê da contestação que cientistas, especialmente os
(auto)denominados hard, fazem, por exemplo, àqueles que buscam uma leitura da ciência em dimensões
menos positivistas, podemos entender o que Barthes diz da linguagem e ver também a ciência, ou seus
autores canônicos ou mais ortodoxos, exercendo dominação: obrigando a dizer ou a fazer.
Há duas dimensões que demandam estudos e investigações: a primeira, o quanto o conhecimento
científico é uma instância privilegiada de relações de poder e esse conhecimento, como patrimônio mais
amplo da humanidade, deve ser socializado; a segunda, o quanto há cada vez mais exigências de que
migremos do esoterismo ao exoterismo, para que se ampliem as possibilidades de acesso à ciência. Uma
e outra dessas dimensões mereceram textos que já referi aqui.
Outra vez trago Barthes falando da língua, considerando – para os propósitos deste texto – como se
sua aula fosse acerca dos códigos da ciência:
[...] a língua entra a serviço de um poder. Nela, infalivelmente, duas rubricas se delineiam: a autoridade
da asserção, o gregarismo da repetição. Por um lado, a língua é imediatamente assertiva: a negação, a
dúvida, a possibilidade, a suspensão de julgamento requerem operadores particulares que são eles
próprios retomados num jogo de máscaras linguageiras. [...] Por outro lado, os signos de que a língua é
feita, os signos só existem na medida em que são reconhecidos, isto é, na medida em que se repetem; o
signo é seguidor, gregário; em cada signo dorme este monstro: nunca posso falar senão recolhendo
aquilo que se arrasta na língua. [...] Na língua, portanto a servidão e o poder se confundem
inelutavelmente.
Pode-se ver, na releitura que faço de A aula, usando-a para a ciência, que há uma tentativa de rebeldia
barthesiana contra os códigos da ciência, assim como ele desentranhou a semiologia da linguística.
Todavia, não adiro ao quase consenso de que nossos textos devam parecer herméticos e escritos apenas
para uma autossatisfação acadêmica. Há situações em que parece ser possível dizer de alguns de nossos

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textos acadêmicos aquilo que se diz de algumas obras de arte: um outro artista não a identifica como
arte; um outro cientista, da mesma área, não entende o texto. Nunca é demais recordar o aprendizado
que as ciências humanas tiveram com o caso Sokal. Há, com a ciência que se faz, um compromisso ético
de ajudar aos homens e às mulheres na solução de importantes problemas (Del Percio, 2000). Ao referir
a necessidade de ajuda, parece evidente que não esteja propondo aqui uma postura messiânica da
Academia. A ciência, todavia, tem compromissos com a sociedade, pois é a sociedade a cofinanciadora
das pesquisa que se fazem na ciência.
Defendo o quanto há necessidade de nós, professoras e professores de disciplinas científicas,
fazermos a migração do esoterismo para o exoterismo. Há aqui uma outra direção que pode iluminar
nossas pesquisas: como fazer do saber acadêmico um saber escolar. Tenho me envolvido também em
como fazer do saber popular um saber escolar. Essa é uma discussão que ainda não está suficientemente
presente na Academia.
Há nessa dimensão a busca de se investigar um ensino mais impregnado com posturas mais holísticas
– isto é, com um ensino de ciências que contemple aspectos históricos, dimensões ambientais, posturas
éticas e políticas, mergulhadas na procura de saberes populares e nas dimensões das etnociências –,
proposta que traz vantagens para uma alfabetização científica mais significativa, como também confere
dimensões privilegiadas para a formação de professoras e professores.
Mesmo que também reconheçamos no desempenho da ciência posturas que nem sempre são
progressistas, ou que até são nitidamente reacionárias, e muitas vezes, simplesmente fascistas no seu
não impedir de dizer, mas obrigar a dizer, usando as referências de Barthes à língua e à linguagem, é
preciso reconhecer que esse constructo que denominamos ciência é decisivo, ainda que não definitivo.
Logo, a ele não devemos nos submeter. Precisamos saber usá-lo. Isso me parece ser um indicador para
uma alfabetização científica.
Assim, poderíamos pensar que alfabetização científica signifique possibilidades de que a grande
maioria da população disponha de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para se
desenvolver na vida diária, ajudar a resolver os problemas e as necessidades de saúde e sobrevivência
básica, tomar consciência das complexas relações entre ciência e sociedade. Parece válido considerar a
ciência como uma parte da cultura de nosso tempo.
Isso não significa uma adesão exclusiva à ciência imposta pela Europa, a partir do século XV. Há,
assim, uma continuada necessidade de revermos marcos que usualmente definem o início da chamada
ciência moderna. Por exemplo, eu fui simplista e reducionista em A Ciência através dos tempos (Chassot,
1994), quando refiro a revolução galilaica e a copernicana e encimo um capítulo com um título no mínimo
tendencioso: Século 16: nasce a ciência moderna, numa leitura que desconhece o que se fez no mundo
não-europeu. Reabilito-me, um pouco, em outros textos.
Vale recordar que há 100 anos o químico francês Marcelin Berthelot (1827-1907), um dos primeiros
grandes especialistas em síntese orgânica, com investigações que alçaram a termoquímica a uma
especialização muito importante, exageradamente profetizava, como senador da República e presidente
da Academia de Ciências:
A Ciência possui doravante a única força moral que pode fundamentar a dignidade da personalidade
humana e constituir as sociedades futuras. A Ciência domina tudo: só ela presta serviços definitivos. [...]
Na verdade, tudo tem origem no conhecimento da verdade e dos métodos científicos pelos quais ele é
adquirido e propagado: a política, a arte, a vida moral dos homens, assim como sua indústria e sua vida
prática.
Vivia-se o auge de descobertas significativas, e que, então, pareciam definitivas. Mesmo que possa
parecer não crível, é preciso acentuar que não devemos pensar a ciência como pronta, acabada,
completamente despojada, como uma nova e dogmática religião, com o "deus saber" imperando no novo
milênio. A marca da ciência de nossos dias é a incerteza. É importante recordar Ilya Prigogine, Prêmio
Nobel de Química de 1977, em uma afirmação categórica: "Só tenho uma certeza: as de minhas muitas
incertezas". Assim, é preciso que vejamos nessas incertezas a marca da pós-modernidade; uma
realidade, e não um estigma. Antigamente a ciência nos falava de leis eternas. Hoje, nos fala da história
do universo ou da matéria e nos propõe sempre novos desafios que precisam ser investigados. Este é o
universo das probabilidades, e não das certezas.
Ao referir as nossas não-certezas, vale destacar o quanto o dogmatismo é uma marca muito presente
em nossas salas de aula. Pode-se creditá-lo às origens da universidade e da escola. É preciso recordar
que a universidade (no mundo ocidental) e também as escolas têm suas origens na Igreja e a ela
permaneceram simbioticamente ligadas durante séculos. Assim a escola – como sempre ocorreu com a
Igreja – parecia ser o locus da verdade. Vale lembrar um exemplo histórico de contestação: Para Celso
(1493-1541) sabia o segredo das minas, da medicina popular, da alquimia e da ciência dos clássicos,

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mas rejeitava o que era estabelecido como verdade. Rebelou-se contra a autoridade eclesiástica e contra
o dogmatismo presente na universidade. Como consequência, foi considerado um pária na academia.
Nas aulas, em qualquer etapa da escolarização, poucas vezes falamos em modelos prováveis, mesmo
que a maioria de nossas discussões nas ciências se desenvolvam através de modelos. Nunca é demais
insistir que os modelos que usamos não são a realidade. São aproximações facilitadoras para
entendermos a realidade e que nos permitem algumas (limitadas) generalizações. Talvez a marca da
incerteza, hoje tão mais presente na ciência, devesse estar mais fortemente presente em nossas aulas.
Retifiquemos as certezas de Berthelot: a ciência não tem a verdade, mas tem algumas verdades
transitórias.
Aliás, na educação brasileira, principalmente aquela do início do século XX, ao lado da influência do
dogmatismo que herdamos pelas origens da escola e da universidade, temos que acrescentar o
positivismo comtiano. O livro Cours de philosophie positive foi certamente a obra mais lida pela elite
intelectual brasileira, e nesta se incluem os militares que fizeram a República. O positivismo comtiano,
mesmo com características de um sistema filosófico fechado e inspirado em resultados científicos, teve
no Brasil uma significativa influência nas escolas militares e foi legado durante a República para as
escolas de engenharia, e delas para os níveis anteriores à universidade. A ideologia positivista comtiana
funcionou como um inibidor para a expansão do conhecimento, pois, entre outras afirmações, Comte dizia
que "a ciência estava pronta, acabada, pois seus fundamentos estavam consolidados". E ainda: "Ciência,
logo previsão, logo ação." O positivismo garante a justificação do poder técnico e, mais que isso, do poder
dos tecnocratas.
A força das ideias comtianas sobre a ciência pode ser vista nas suas ideias sobre a evolução. Tendo
falecido dois anos antes da publicação, em 1857, da Origem das espécies, de Darwin, Comte não aceitava
a teoria da evolução por julgá-la contrária aos fatos que conhecia e, por isso assim escreveu, no Curso
de filosofia positiva (1973): "Mas a fixidez essencial das espécies garante-nos que essa série [a grande
série biológica] será sempre composta de termos nitidamente distintos, separados por intervalos
intransponíveis". Acredito que essa frase serve como um bom exemplo do chamado positivismo comtiano.
Superar essas marcas de um jeito muito continuado de pensar é uma tarefa nem sempre fácil. A
superação do dogmatismo parece ser uma das necessidades do ensino das ciências.
O aumento do contingente estudantil, as mudanças nas formas de expressão, as crenças, os valores,
as expectativas e contextualização sócio familiar dos alunos acenam para necessidade de mudanças na
atuação do professor.
Reconhecer que o conhecimento científico é necessário, mas não suficiente para um adequado
desempenho docente.
Mudar a ideia de que a apropriação do conhecimento ocorre pela mera transmissão mecânica de
informações.
Proporcionar o conhecimento científico e tecnológico à imensa maioria da população escolarizada.
Exemplos de manifestações e produções culturais, certamente são citados: música, teatro, pintura,
cinema, no entanto é remoto estar presente entre estas listagens a Ciência e a tecnologia.

Aproximação entre Pesquisa em Ensino de Ciências e Ensino de Ciências


A disseminação dos resultados entre os pares pesquisadores tem sido satisfatória, porém a
reconstrução e debate dos resultados de pesquisa em sala de aula e na prática docente dos professores
dos três níveis são sofríveis.
A formação de professores, na maioria dos cursos, ainda está mais próximos dos anos 1970 do que
de hoje.
Espaços como atividades complementares: como exposições, Feiras, Clubes de Ciências, não podem
ficar de fora do ensino/aprendizagem.

Problematização Inicial: apresentam-se questões ou situações reais que os alunos conhecem e


presenciam e que estão envolvidas nos temas. Nesse momento pedagógico, os alunos são desafiados a
expor o que pensam sobre as situações, a fim de que o professor possa ir conhecendo o que eles pensam.
A finalidade da problematização inicial é propiciar um distanciamento crítico do aluno ao se defrontar
com as interpretações das situações propostas para discussão e fazer com que ele reconheça a
necessidade de se obterem novos conhecimentos, com os quais possa interpretar a situação mais
adequadamente.
O papel do professor durante a problematização inicial é diagnosticar apenas o que os estudantes
sabem e pensam sobre uma determinada situação. É ele que organiza a discussão, não para fornecer
explicações prontas, mas, sim, para buscar o questionamento das interpretações assumidas pelos
estudantes.

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É importante lembrar que, na forma como que foi concebida a problematização inicial nos momentos
pedagógicos, também, se fazem presentes os conceitos prevalentes, não importando se são espontâneos
ou não. Isso quer dizer que os estudantes podem explicitar sua concepção científica acerca das questões
desafiadoras que lhes são apresentadas.
A problematização inicial na Situação de Estudo tem a função de significar as linguagens que vão se
tornar uma discussão conceitual. Então, o professor precisa saber os conceitos científicos centrais sobre
os quais necessita trabalhar e introduzir a palavra necessária.

Aplicação do Conhecimento: momento que se destina a abordar sistematicamente o conhecimento


incorporado pelo aluno, para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que determinaram seu
estudo quanto outras que, embora não estejam diretamente ligadas ao momento inicial, possam ser
compreendidas pelo mesmo conhecimento.
O papel do professor consiste em desenvolver diversas atividades para capacitar os alunos a utilizarem
os conhecimentos científicos explorados na organização do conhecimento, com a perspectiva de formá-
los para articular constantemente a conceituação científica com situações que fazem parte de sua
vivência.
Nesse momento, a busca pela “generalização da conceituação”, isto é, a identificação e o emprego
da conceituação científica envolvida, em que “é o potencial explicativo e conscientizador das teorias
científicas que deve ser explorado”

O ensino globalizado e formação da cidadania


A escola de ensino médio tem um papel fundamental na formação da cidadania, não só através do
conhecimento científico, cultural e tecnológico que ela proporciona, que é uma condição essencial para o
exercício da cidadania, mas, principalmente, pela possibilidade de levar os jovens à experiência de
participação na gestão escolar. Entendemos que, com a participação nos processos decisórios, os jovens
irão cada vez mais ganhando voz e responsabilidade social e política, tornando-se verdadeiramente em
sujeitos (em afirmação e em formação) do processo educativo.
Os objetivos do Ensino Médio em cada área do conhecimento devem envolver, de forma combinada,
o desenvolvimento de conhecimentos práticos, contextualizados, que respondam às necessidades da
vida contemporânea, e o desenvolvimento de conhecimentos mais amplos e abstratos, que correspondam
uma cultura geral e a uma visão de mundo. Para a área das Ciências da Natureza, Matemática e
Tecnologias, isto é particularmente verdadeiro, pois a crescente valorização do conhecimento e da
capacidade de inovar demanda cidadãos capazes de aprender continuamente, para o que é essencial
uma formação geral e não apenas um treinamento específico.
Ao se denominar a área como sendo não só de Ciências e Matemática, mas também de suas
Tecnologias, sinaliza-se claramente que, em cada uma de suas disciplinas, pretende-se promover
competências e habilidades que sirvam para o exercício de intervenções e julgamentos práticos. I
significa, por exemplo, o entendimento de equipamentos e de procedimentos técnicos, a obtenção e
análise de informações, a avaliação de riscos e benefícios em processos tecnológicos, de um significado
amplo para a cidadania e também para a vida profissional.
Com esta compreensão, o aprendizado deve contribuir não só para o conhecimento técnico, mas
também para uma cultura mais ampla, desenvolvendo meios para a interpretação de fatos naturais, a
compreensão de procedimentos e equipamentos do cotidiano social e profissional, assim como para a
articulação de uma visão do mundo natural e social. Deve propiciar a construção de compreensão
dinâmica da nossa vivência material, de convívio harmônico com o mundo da informação, de
entendimento histórico da vida social e produtiva, de percepção evolutiva da vida, do planeta e do cosmos,
enfim, um aprendizado com caráter prático e crítico e uma participação no romance da cultura científica,
ingrediente essencial da aventura humana.

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