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ÍNDICE

1. Metais e ligas metálicas


1.1 Estrutura e propriedades
dos metais
Resumo 4
1.1.1 Um outro olhar sobre a Tabela Periódica
dos elementos 5
1.1.2 Ligação química nos metais
e noutros sólidos 8
Atividade laboratorial 9
Questões globais 10

1.2 Degradação dos metais


Resumo 14
1.2.1 Corrosão: uma oxidação indesejada 16
1.2.2 Pilhas e baterias: uma oxidação útil 17
1.2.3 Proteção de metais 19
Questões globais 20

1.3 Metais, ambiente e vida


Resumo 24
1.3.1 Metais, complexos e cor 26
1.3.2 Os metais no organismo humano 27
1.3.3 Os metais como catalisadores 29
Atividades laboratoriais 30
Questões globais 31
2. Combustíveis, energia e
ambiente
2.1 Combustíveis fósseis: o carvão,
o crude e o gás natural
Resumo 34
2.1.1 Do crude ao gás de petróleo liquefeito
(GPL) e aos fuéis: destilação fracionada
e cracking do petróleo 35
2.1.2 Os combustíveis gasosos, líquidos e sólidos:
compreender as diferenças 38
Atividade laboratorial 39
Questões globais 40

2.2 De onde vem a energia dos


combustíveis
Resumo 42
2.2.1 Conversões e trocas de energia
em reações químicas 43
Atividades laboratoriais 44
Questões globais 45

3. Plásticos, vidros e novos


materiais
3.1 Os plásticos e os materiais
poliméricos
Resumo 48

3.2 Polímeros sintéticos


e a indústria dos polímeros
Resumo 50
Atividade laboratorial 51

3.3 Novos materiais


Resumo 52
Questões globais 54

Soluções 55
Tabela Periódica 64
1.1 ESTRUTURA E
PROPRIEDADES
DOS METAIS
1.1 Estrutura e propriedades dos metais

RESUMO
• Energia de ionização, Ei, é a energia mínima necessária à formação de uma
mole de iões monopositivos a partir de uma mole de átomos em fase gasosa
e no estado fundamental.

• Afinidade eletrónica é a energia libertada na formação de uma mole de


iões negativos a partir de uma mole de átomos em fase gasosa e no estado
fundamental.

• Os elementos metálicos apresentam baixa energia de ionização;


Os elementos não metálicos apresentam elevada afinidade eletrónica.

• A posição dos elementos metálicos de transição na Tabela Periódica está rela-


cionada com as configurações eletrónicas dos respetivos átomos.

• A ligação metálica resulta da partilha deslocalizada dos eletrões de valên-


cia pelos átomos do metal; a sua estabilidade relaciona-se com as interações
entre eletrões «livres» e os cernes atómicos do metal.

• Em regra, a ligação metálica ocorre entre átomos que apresentam: baixa ener-
gia de ionização; várias orbitais de valência; um número de eletrões de valência
que não completa as respetivas orbitais.

• As propriedades dos metais (condutividade elétrica, condutividade térmica,


brilho, maleabilidade e ductilidade) interpretam-se com base nos eletrões de
valência do metal.

• Um cristal é um material no qual as unidades estruturais se encontram orga-


nizadas de uma forma repetida e regular.

• Cristais moleculares: substâncias sólidas constituídas por moléculas que se


mantêm unidas por ligações intermoleculares. Ex.: gelo.

• Cristais iónicos: substâncias sólidas constituídas por iões positivos e iões


negativos, unidos por ligações iónicas. Ex.: cloreto de sódio.

• Cristais covalentes: substâncias sólidas constituídas por átomos unidos uns


aos outros por ligações covalentes. Ex.: sílica, grafeno.

• A importância da reciclagem e da revalorização de metais relaciona-se com


a limitação de recursos naturais e a necessidade de diminuir os resíduos e os
consumos energéticos.

• Reciclar metais de forma repetida e sucessiva não implica degradação da


estrutura metálica.

4
1.1 Estrutura e propriedades dos metais

Notas: 5. Cada decímetro cúbico de água do mar contém cerca de


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção 4,0 × 10–9 g do elemento ouro, na forma iónica. Tomando
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada. o volume total dos oceanos como 1,5 × 1021 dm3, a
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
massa de ouro nos oceanos é…
(A) 3,8 × 10–29 g (B) 6,0 × 10–12 kg
(C) 3,8 × 1012 g (D) 6,0 × 106 t ¦

6. Selecione a opção que explicita um ião poliatómico


1.1.1 Um outro olhar sobre a Tabela Periódica com participação de um elemento metálico e de outro
dos elementos não metálico.
(A) Óxido de sódio, Na2O
1. Selecione, de entre os metais cobre, ferro, ouro e alu-
mínio, aquele que melhor se associa a cada uma das (B) Tungstato, WO42– ¦
seguintes profissões. (C) Cloreto, C艎–
(A) Eletricista Cobre (D) Carbonato, CO32–
(B) Serralheiro Ferro
7. Os sais de estrôncio são usados na produção de fogo
(C) Ourives Ouro de artifício. O estrôncio, Sr, é um metal alcalino-terroso.
(D) Engenheiro aeronáutico Alumínio a) Qual o grupo da Tabela Periódica a que pertence?
Grupo 2
2. Graças à descoberta do cobre, tornou-se possível pro-
duzir diversos objetos decorativos e armas. Porém, a b) Indique a fórmula química do ião mais estável deste
utilização do cobre no fabrico de armas apresenta limi- metal. Sr2+
tações que resultam do facto de o cobre ser um metal c) Qual é a fórmula química do cloreto de estrôncio? SrCl 2
relativamente… E do óxido de estrôncio? SrO
(A) dúctil. ¦
8. O potássio é muito reativo, originando compostos iónicos
(B) tóxico.
com o ião K+. Estes iões, pelo contrário, são muito está-
(C) duro. veis. É assim porque...
(D) precioso. (A) o eletrão que o átomo K tem a mais, em relação a
K+, deverá estar fortemente atraído.
3. Os primeiros metais que se descobriram foram o ouro
(B) o eletrão que o átomo K tem a mais, em relação a
e a prata. Justifique por que motivo estes metais são
K+, deverá ter elevada energia. ¦
conhecidos há muito mais tempo do que o sódio ou o
potássio. O sódio e o potássio são metais alcalinos muito (C) todos os eletrões de K+ deverão estar fracamente
reativos e, portanto, não se encontram «livres», mas com- atraídos ao respetivo núcleo.
binados com outras espécies. A prata e o ouro podem ser (D) o ião K+ possui mais um protão que o átomo K.
encontrados em estado nativo o que explica que sejam
conhecidos há mais tempo. 9. O manganês (Z = 25) é um elemento químico que per-
tence ao bloco d da Tabela Periódica.
4. Através do espetro solar, já se verificou a presença no
a) Classifique este elemento como metal ou não metal.
Sol de cerca de 70 dos 90 elementos químicos de ori-
gem natural conhecidos, sendo disso exemplo o car- Metal.
bono, o cálcio, o magnésio, o sódio e a prata. b) Indique o símbolo químico respetivo. Mn
Qual destes elementos é um não metal? Carbono c) Escreva a configuração eletrónica de um átomo deste
elemento, sabendo que a sua orbital s de valência
está completa. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 4s2

5
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

10. A configuração eletrónica do átomo de um determi- X — [Ar] 4s2


nado elemento é: Y — [Ar] 3d1 4s2
Z — [Ar] 3d 6 4s2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 5s2.
Pode afirmar-se que…
a) Qual é o seu número atómico? 38
(A) Os elementos X, Y e Z pertencem ao grupo 2 da
b) A que grupo e período da Tabela Periódica pertence
Tabela Periódica.
este elemento? Grupo 2 e 5.o período.
(B) A energia de primeira ionização do elemento Z é
11. As configurações eletrónicas seguintes são de átomos superior à do elemento X. ¦
de quatro elementos químicos diferentes. (C) Os elementos X, Y e Z são metais de transição.
2 2 6 2
A. 1s 2s 2p 3s (D) O ião mais comum do elemento Y é o ião Y–.
B. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 Exame de Química 2007, 1.a fase (adaptado)

C. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5


14. A afinidade eletrónica, Eae, do elemento Cl é definida
D. 1s2 2s2 2p4
como a energia libertada num dos seguintes proces-
a) Identifique as configurações eletrónicas que perten- sos. Indique qual.
cem a metais. A e B. (A) Cl (g) + e− → Cl – (g) ¦
b) Identifique a configuração eletrónica que pertence (B) Cl + (g) + e− → Cl (g)
ao elemento do 4.o período e grupo 1 da Tabela
(C) Cl 2 (g) →2 Cl + (g) + 2 e−
Periódica. B.
(D) 2 Cl (g) →Cl 2 (g)
c) Indique a carga elétrica do ião mais estável formado
a partir do átomo de A. +2 15. Um supercondutor é um material caracterizado por
perder a resistência elétrica quando arrefecido a tem-
12. As configurações eletrónicas de valência mais estáveis
peraturas próximas de 0 K. O composto de fórmula quí-
de átomos dos elementos X, Y e Z são:
mica MgB2 exibe supercondutividade à temperatura de
X – 3s2 Y – 2s2 2p5 Z – 3s2 3p5 40 K. Em relação ao magnésio, 12Mg, o boro, 5B, possui
… energia de ionização.
(as letras não representam símbolos químicos)

a) Qual o número atómico do elemento X? 12


b) A que período da Tabela Periódica pertence o ele-
mento Y? 2.o período.
c) Quais destes elementos pertencem ao mesmo grupo
da Tabela Periódica? Y e Z.

13. A organização dos elementos na Tabela Periódica fun-


damenta-se na configuração eletrónica dos átomos
desses elementos, em particular na configuração ele-
trónica de valência. (A) maior ¦
Considere os elementos X, Y e Z (em que as letras (B) menor
não correspondem aos respetivos símbolos químicos),
(C) a mesma
cujas configurações eletrónicas de menor energia são:
(D) 12 do valor da
5

6
1.1 Estrutura e propriedades dos metais

16. Existe uma grande diferença entre a 4.a e a 5.a energia 19. Relativamente a dois elementos, X e Y (X e Y não são
de ionização do carbono (Z = 6). símbolos químicos), verifica-se que:
Selecione a opção que completa corretamente a frase. • a configuração eletrónica de X2– é igual à do átomo
Na 4.a ionização do carbono sai um eletrão de …, mas 18
Ar;
na 5.a ionização sai um eletrão de … • os eletrões de valência de X e de Y se encontram no
(A) n = 6 (2s) … n = 5 (1s) nível de energia 3;

(B) n = 5 (2p) … n = 4 (1s) • um dos dois elementos (X ou Y), tem apenas um dos
seus eletrões de valência numa orbital p.
(C) n = 2 (2p) … n = 1 (1s)
(D) n = 2 (2s) … n = 1 (1s) ¦ a) Escreva as configurações eletrónicas dos áto-
mos dos elementos X e Y. < s2 2s2 2p6 3s2 3p4;
17. A tabela seguinte apresenta valores de 1.a e 2.a ener- =s2 2s2 2p6 3s2 3p
gias de ionização, expressos em kJ mol–1, para os ele- b) Ordene os elementos X e Y por ordem crescente de:
mentos do 2.o período da Tabela Periódica.
i) carga nuclear; Y < X
Li Be B C N O F Ne ii) energia de ionização. Y < X
a
1. Ei 520 899 801 1086 1043 1314 1681 2061
20. Ao longo de um período, o aumento da carga nuclear
2. Ei 7300 1757 2430 2350 2860 3390 3370 3950
a

de um átomo para o seguinte traduz-se numa maior


atração dos eletrões de valência ao núcleo.
a) Indique, justificando, os dois elementos que originam
iões positivos mais facilmente. Li e B. «O … efeito da carga nuclear relativamente ao efeito
do aumento do número de eletrões (mantendo-se o
b) Indique se o eletrão de energia –520 kJ mol–1 do
mesmo nível de energia), ao longo de um período, deter-
átomo de lítio se encontra, em média, mais próximo
mina … energia de ionização.»
ou mais afastado do núcleo do que os restantes ele-
trões desse átomo. Justifique. Mais afastado. Estando (A) menor … menor (B) maior … maior ¦
mais afastado é mais fracamente atraído pelo núcleo, (C) maior … menor (D) menor … maior
por isso exige uma energia muito menor para a remoção.
c) Como interpreta o facto de o berílio ter a 1.a energia 21. As configurações eletrónicas seguintes incluem as
de ionização superior à do boro? No boro, com a con- dos primeiros gases nobres que aparecem na Tabela
¿KYVEqoS IPIXV{RMGE s2 2s2 2p, o eletrão removido é Periódica.
2p, com energia superior a 2s, ao passo que no berílio
He: 1s2
s2 2s2) é 2s.
Ne: 1s2 2s2 2p6
d) Por que motivo, para o mesmo elemento, a 1.a ener-
Ar: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
gia de ionização é sempre inferior à 2.a energia de
ionização? A energia dos eletrões de valência rema- Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2
RIWGIRXIWET{WEa energia de ionização diminui sem- Ca: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
pre, por diminuírem as repulsões entre eletrões.
a) Identifique o grupo, o período e o bloco a que perten-
18. Os valores associados às equações químicas seguintes cem os elementos Mg e Ca. Mg: 2.o grupo, 3.o período,
bloco s;
dizem respeito a energias de ionização.
Ca: 2.o grupo, 4.o período, bloco s.
3
Li (g) → 3Li+ (g) + e– Ei1 = 8,6 × 10–19 J
b) Escreva as configurações eletrónicas dos elemen-
3
Li+ (g) → 3Li2+ (g) + e– Ei2 = 1,2 × 10–17 J tos Mg e Ca, utilizando a configuração eletrónica
4
Be (g) → 4Be+ (g) + e– EI3 = 1,5 × 10–18 J do gás nobre imediatamente anterior na Tabela
4
Be+ (g) → 4Be2+ (g) + e– Ei4 = 2,9 × 10–18 J Periódica. Mg: [Ne] 3s2
Ca: [Ar] 4s2
a) A que se atribui a diferença entre Ei1 e Ei3? E entre Ei2
e Ei4? A primeira: à maior carga nuclear de Be, com ele- c) Qual dos elementos, Mg ou Ca, tem maior energia de
trões de valência com o mesmo nível de energia que Li. ionização? Mg
%WIKYRHElVIQSqoSHIIPIXVoSs no caso de Li+ e
eletrão 2s no caso de Be+.
b) Como se explica a diferença entre Ei1 e Ei4? Maior
carga nuclear em Be+, para um mesmo número de ele-
XVIWIQWIQIPLERXIGSR¿KYVEqoSs2 2s.
c) Justifique a existência de compostos estáveis com
iões Li+, mas não com Li2+. A formação de Li2+ exige a
VIQSqoSHIYQIPIXVoSs, fortemente atraído no átomo.

7
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

22. O mercúrio, Hg, extremamente tóxico, é um metal b) A proporção de átomos de cada elemento nessa liga
líquido volátil à temperatura ambiente (25 oC) e à pres- (Au : Ag : Cu) é…
são normal. A configuração eletrónica do átomo de (A) 21,7 : 3,23 : 1,91
mercúrio não excitado é:
(B) 19,7 : 4,32 : 2,50
[54Xe] 4f 14 5d 10 6s2
(C) 11,0 : 3,00 : 3,00 ¦
Relativamente a esta configuração eletrónica…
(D) 197,0 : 107,9 : 63,50
(A) o mercúrio é um elemento pertencente ao bloco s
da Tabela Periódica.
25. Qual das seguintes figuras descreve os cernes atómicos
(B) o átomo Hg tem 32 eletrões em orbitais do
e eletrões de valência num metal?
nível 4. ¦
(C) uma das orbitais atómicas 5d do átomo de mercú-
rio está vazia.
(D) a configuração eletrónica do ião Hg2+ não excitado
é [54Xe] 4f14 5d9 6s1.
Exame de Química 2006, 1.a fase (adaptado)

23. Relativamente aos elementos alumínio, Al , ferro, Fe, (A) (B) ¦


silício, Si, e titânio, Ti, podemos afirmar que…
(A) os elementos metálicos Fe, Si e Ti pertencem ao
bloco p da Tabela Periódica.
(B) a energia de ionização do silício, 14Si, é superior à
energia de ionização do alumínio, 13Al . ¦
(C) o Fe é um elemento representativo e o Al é um
elemento de transição.
(D) a configuração eletrónica do ião 13Al 3+ no estado
fundamental é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6. (C) (D)

26. A 20 oC, a água tem uma massa volúmica de 1,0 g cm–3


e uma massa molar de 18,02 g mol–1.
1.1.2 Ligação química nos metais
e noutros sólidos a) Quandouma pessoa bebeum copocom 180 cm3 deágua,
que quantidade de matéria ingere? QSP
24. As joias de ouro normalmente são feitas a partir de E quantas moléculas? N.oHIQSPrGYPEW!×24
uma liga de ouro, prata e cobre. Considere um colar de b) «A água no estado líquido é um … e no estado sólido
massa igual a 26,812 g, com 21,670 g de ouro, 3,237 g é um ...»
de prata e 1,905 g de cobre.
(A) … líquido molecular … cristal iónico.
a) A proporção em massa de cada elemento nessa liga
(Au : Ag : Cu) é… (B) … líquido covalente … cristal iónico.

(A) 21,7 : 3,24 : 1,91 ¦ (C) … líquido molecular … cristal molecular. ¦


(B) 19,7 : 4,32 : 2,50 (D) … líquido covalente … cristal molecular.
(C) 7,75 : 1,62 : 1,00
(D) 197,0 : 107,9 : 63,50

8
1.1 Estrutura e propriedades dos metais

27. A água pode coexistir como líquido, sólido e gás. 30. Associe as diferentes estruturas da coluna I aos cor-
(A) As moléculas de água aumentam de tamanho com púsculos que as constituem, na coluna II, e à grandeza
o aumento da temperatura. das forças de coesão, na coluna III.

(B) Ao congelar, a água aumenta de volume e, conse-


quentemente, de massa. Coluna I Coluna II Coluna III

(C) Os átomos das moléculas de água aumentam de I. Iõespositivose 1. Fracas


a) Cristal iónico
eletrões livres
tamanho com o aumento da temperatura.
(D) Ao congelar, a água aumenta de volume, mas a sua b) Cristal covalente II. Moléculas 2. Muito fortes

massa mantém-se. ¦ c) Cristal metálico III. Átomos 3. Fortes

IV. Iões positivos


28. O diamante é a substância mais dura que existe na d) Cristal molecular
e negativos
natureza. A figura destaca um diamante em bruto.
a) – IV. – 2; b) – III. – 2; c) – I. – 3; d) – II. – 1

Atividade laboratorial

Um ciclo do cobre

31. Num trabalho laboratorial, no qual se fez o ciclo do


cobre, obtiveram-se 0,28 g de cobre metálico, tendo o
rendimento final sido 90%.
a) Determine a massa inicial de cobre metálico.
a) O diamante é um sólido covalente, um sólido iónico, m(cobre) = 0,31 g
um sólido molecular ou um metal? Sólido covalente.
b) A reação final do ciclo do cobre, que está direta-
b) «A ligação que une os átomos de carbono no dia- mente ligada à obtenção de Cu (s), é uma reação
mante e no … é uma ligação …» de oxidação-redução em que um dos produtos é o
(A) cloreto de sódio … iónica. ZnSO4 (aq). Escreva a equação química que traduz
(B) aço … covalente tripla. tal reação e determine a massa mínima de Zn que
(C) grafeno … covalente simples. ¦ teria sido adicionada para se obter uma massa de
0,28 g de cobre (assuma que nesta reação o rendi-
(D) ferro … metálica.
mento foi 100%).
29. O carbono pode existir em diversas formas, por exemplo… CuSO4 (aq) + Zn (s) Cu (s) + ZnSO4 (aq)

(A) grafite, diamante e sílica. A massa de Zn adicionada foi superior a 0,29 g.

(B) grafite, diamante e grafeno. ¦


32. Num determinado procedimento do ciclo do cobre
(C) ouro, diamante e prata. faz-se reagir nitrato de cobre com hidróxido de sódio,
(D) diamante, nanotubos de carbono e sílica. ambos em solução aquosa, obtendo-se um precipitado.
Escreva a equação química desta reação de precipi-
tação.

Cu(NO3)2 (aq) + 2 NaOH (aq) Cu(OH)2 (s) + 2 NaNO3 (aq)

9
QUESTÕES GLOBAIS
GRUPO I

São cerca de 90 os elementos de origem natural conhecidos. Desses elementos


naturais, a grande maioria (cerca de quatro quintos) são metais.

1. Atualmente, existem 128 elementos químicos: 90 são de origem natural e os


restantes são…
(A) artificiais. ¦
(B) fósseis.
(C) minerais.
(D) espaciais.

2. Os elementos metálicos apresentam … e os elementos não metálicos apre-


sentam …
(A) elevada afinidade eletrónica … baixa energia de ionização.
(B) baixa afinidade eletrónica … elevada energia de ionização.
(C) baixa energia de ionização … elevada afinidade eletrónica. ¦
(D) elevada energia de ionização … baixa afinidade eletrónica.

3. As configurações eletrónicas que correspondem à menor energia para os


átomos de V e Zn são, respetivamente:

V:[Ar] 3d3 4s2


23
; 30
Zn: [Ar] 3d10 4s2

3.1 Identifique o bloco da Tabela Periódica a que pertencem estes elementos.


Bloco d.
3.2 Indique se estes elementos são metais ou não metais. Metais
3.3 Escreva a configuração eletrónica do ião Zn2+. 30Zn2+: 1s2 2s2 2s6 3s2 3p6 3d10

4. O escândio é o primeiro elemento metálico da chamada 1.a série de metais


de transição da Tabela Periódica, que termina no zinco, 30Zn.
4.1 O elemento químico 40
Zr: [Kr] 4d2 5s2 encontra-se nessa série? Não.
O número atómico do elemento é superior ao do zinco.
4.2 Nas séries dos lantanóides e dos actinóides existe uma intervenção
crescente das orbitais mais interiores 4f e 5f, o que justifica a sua
designação de…
(A) metais alcalino-terrosos.
(B) metais de transição interna. ¦
(C) elementos representativos.
(D) elementos não metálicos.

10
GRUPO II

Uma consequência direta da estrutura dos metais é a possibilidade de se for-


marem ligas metálicas, misturas homogéneas de metais ou de metais com não
metais. Com efeito, é fácil imaginar a substituição de alguns cernes na estrutura
do metal principal por átomos de outros elementos, mantendo-se, na essência,
o «mar» de eletrões.

1. Os metais predominantes nas ligas metálicas são metais…


(A) de transição. ¦
(B) alcalinos.
(C) do bloco s da Tabela Periódica.
(D) do bloco p da Tabela Periódica.

2. A ocorrência da ligação metálica associa-se a átomos que, em regra, apre-


sentam … e um número de eletrões de valência que não completa as … orbi-
tais de valência.
(A) elevada energia de ionização … várias ….
(B) baixa energia de ionização … várias …. ¦
(C) elevada energia de ionização … poucas ….
(D) baixa energia de ionização … poucas ….

3. O carbono é um não metal.


3.1 Como se chamam as ligas metálicas que possuem carbono na sua com-
posição? Aços.
3.2 Dê exemplo de um cristal covalente cuja composição seja 100% carbono.
(MEQERXI SYKVEJIRSKVE¿XI«
3.3 Distinga ligação metálica de ligação covalente no que respeita ao modo
como os eletrões são partilhados. Na ligação metálica há partilha dos
eletrões de valência deslocalizados pelos átomos do metal: eletrões «livres».
Na ligação covalente há partilha localizada de eletrões de valência entre
dois átomos.

4. Se pretendesse, para uma determinada função, um cristal que fosse um


mau condutor de corrente elétrica no estado sólido, mas um bom condutor
quando fundido, e apresentasse pontos de fusão e ebulição elevados, esse
cristal poderia ser um qualquer cristal…
(A) covalente.
(B) molecular.
(C) metálico.
(D) iónico. ¦

11
GRUPO III

1. Observe o gráfico em que a energia de ionização varia de acordo com uma


variável X da Tabela Periódica.

Energia de ionização / kJ mol–1


2400
2200
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
X

A variável X é…
(A) o número atómico. ¦ (C) o grupo.
(B) o número de massa. (D) o período.

2. As configurações eletrónicas seguintes pertencem a alguns elementos quí-


micos no estado fundamental.
He: 1s2
Ne: 1s2 2s2 2p6
Ar: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2
Be: 1s2 2s2
a) Identifique o grupo, período e bloco a que pertencem os elementos Mg e Be.
Mg: 2.o grupo, 3.o período, bloco s
Be: 2.o grupo, 2.o período, bloco s
b) Escreva as configurações eletrónicas dos elementos Mg e Be, utilizando
a configuração eletrónica do gás nobre imediatamente anterior na Tabela
Periódica. Mg: [Ne] 3s2; Be: [He] 2s2
c) Qual dos elementos, Mg ou Be, terá maior energia de ionização? Be possui
maior energia de ionização.

3. Associe as diferentes estruturas, aos corpúsculos constituintes dessas


estruturas.

Estruturas Corpúsculos

a) Cristal iónico I. Iões positivos e eletrões livres


b) Cristal covalente II. Moléculas
c) Cristal metálico III. Átomos
d) Cristal molecular IV. Iões positivos e iões negativos

a) IV; b) III; c) I; d) II

12
1.2 DEGRADAÇÃO
DOS METAIS
1.2 Degradação dos metais

RESUMO
• A maioria dos metais de transição apresenta uma grande variedade de esta-
dos de oxidação e essa variedade resulta da perda de eletrões de orbitais de
valência d e s.

• A corrosão dos metais é um processo de deterioração que envolve reações


de oxidação-redução, com a formação de óxidos, hidróxidos e sulfuretos (fer-
rugem, verdetes e patine).

• A corrosão atmosférica encontra-se associada ao processo natural de oxi-


dação dos metais numa atmosfera rica em oxigénio, processo que é facilitado
por um meio aquoso.

• O número de oxidação é a carga, real ou atribuída, de um elemento químico.


Regras para determinar o número de oxidação:

1. Em espécies monoatómicas, o número de oxidação coincide com a carga da


espécie.

2. Em todas as substâncias elementares e átomos, o número de oxidação do


elemento é zero.

3. Normalmente, os elementos oxigénio e hidrogénio, quando associados a


outros átomos, têm número de oxidação –2 e +1, respetivamente.

4. A soma dos números de oxidação dos elementos de uma espécie é igual à


carga dessa espécie.

• O processo de corrosão contínua do ferro deve-se ao facto de a ferrugem


(óxido de ferro (III) hidratado de composição variável) ser permeável, permi-
tindo que o ferro continue exposto ao ar e à humidade.

• O aumento da corrosão de metais é favorecido:

– por valores extremos de pH do meio (devido à presença de ácidos ou bases);

– pela existência de poluentes como, por exemplo, o dióxido de enxofre (SO2);

– em meios com iões que se liguem a catiões metálicos, como os cloretos (Cl –).

• Uma célula galvânica (ou pilha) é um dispositivo em que é produzida corrente


elétrica a partir de uma reação de oxidação-redução espontânea.

• Numa célula eletrolítica utiliza-se corrente elétrica para provocar reações


químicas de oxidação-redução que não ocorrem significativamente de modo
espontâneo.

14
• O ânodo de uma célula eletroquímica é o local (ou elétrodo) onde ocorre a
oxidação. O cátodo é o local (ou elétrodo) onde ocorre a redução.

• Um elétrodo inerte não é oxidado ou reduzido na reação eletroquímica que


ocorre na sua superfície.

• A função da ponte salina, como componente de algumas células galvânicas,


é fechar o circuito, mantendo a neutralidade das soluções nas semicélulas.

• Numa célula galvânica, o ânodo é o elétrodo negativo e o cátodo o elétrodo


positivo.

• A força eletromotriz, f.e.m., de uma célula galvânica (ou tensão da célula) é a


diferença de potencial elétrico entre os dois elétrodos, medida num voltímetro.

• A tensão padrão de uma célula galvânica corresponde à diferença de poten-


cial medida em condições padrão: concentração 1 mol dm–3 para as soluções e Pilhas padrão
pressão 1,01 × 105 Pa para gases.
apresentam uma
• O par H+/H2 é o termo de comparação para potenciais padrão de redução, ten-
do-lhe sido atribuído o valor zero.
f.e.m.
• O potencial padrão de redução, E o, de uma dada espécie reflete a tendência
dessa espécie para se reduzir, tendo em comparação a tendência de H+ se
que depende dos
reduzir a H2 nas mesmas condições. respetivos

• Um elevado valor do potencial padrão de redução de uma espécie química


Potenciais padrão
significa maior propensão desta para sofrer redução. de redução
• A força eletromotriz (ou tensão) em condições padrão corresponde à diferença
entre os valores dos potenciais padrão de redução da espécie com maior valor
cujo termo de
de E° e de menor E°. organizados na
comparação é o par
E°cel = E°maior – E°menor

• A anodização do alumínio consiste num processo que aproveita o facto de Série


H+/H2
o alumínio ser naturalmente protegido da oxidação pela formação de uma eletroquímica
camada impermeável de óxido de alumínio.

• A galvanoplastia consiste numa técnica de revestimento para proteção de


metais, podendo ser interpretada a partir da série eletroquímica.

• O processo de proteção catódica baseia-se no uso de um ânodo de sacrifí-


cio, tendo aplicações correntes como, por exemplo, proteção de oleodutos,
termoacumuladores e navios.

15
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

Notas: 4. Na reação representada pela equação química:


H2S (aq) + H2SO4 (aq) → SO2 (g) + S (s) + 2 H2O (l)
Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada.
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados. indique, justificando, qual a espécie que é:
a) reduzida. H2SO4 b) oxidada. H2S
c) redutora. H2S d) oxidante. H2SO4

5. As possibilidades de Cr2O 2–
7
e de MnO4– reagirem para
1.2.1 Corrosão: uma oxidação formar Cr3+ e Mn2+, são impossíveis porque seria neces-
indesejada sário que ocorressem…
(A) simultaneamente duas oxidações.
1. A corrosão pode ser interpretada como um processo
(B) simultaneamente duas reduções. ¦
eletroquímico.
(C) uma oxidação e uma redução.
Transcreva as opções corretas.
(D) uma reação de precipitação.
«A formação de ferrugem requer a presença de a)
oxigénio e água. 6. Em qual das reações representadas a seguir o peróxido
Uma parte do ferro funciona como elétrodo negativo, de hidrogénio atua como agente oxidante (recorde que
ocorrendo a sua b) oxidação. o número de oxidação do oxigénio nesta molécula é –1
Os eletrões libertados deslocam-se através do metal e não –2, como é comum)?
para outra zona, que funciona como elétrodo positivo, (A) Mn2+ (aq) + H2O2 (aq) → MnO2 (s) + 2 H+ (aq) ¦
onde o oxigénio é c) reduzido na presença de água. (B) Cl O– (aq) + H2O2 (aq) → Cl – (aq) + H2O (l) + O2 (g)
A migração dos iões Fe2+ faz-se através da água. Quan- (C) Ag2O (s) + H2O2 (aq) → 2 Ag (s) + H2O (l) + O2 (g)
do os iões contactam com oxigénio são d) oxidados, (D) 2 Ce4+ (aq) + H2O2 (aq) → 2 Ce3+ (aq) + 2 H+ (aq) + O2 (g)
produzindo-se óxido de ferro (III) hidratado, a vulgar
ferrugem.» 7. A equação química seguinte representa uma reação
interessante, em que a mesma espécie química se
2. A indústria farmacêutica recorre ao iodo para produzir oxida e se reduz, em simultâneo.
desinfetantes de aplicação tópica, sendo a tintura de
2 Cu+ (aq) → Cu2+ (aq) + Cu (s)
iodo um exemplo. Determine o número de oxidação do
iodo nas seguintes substâncias: I2; NaI; NaIO4. Estas reações denominam-se reações de dismutação.
I2: n.o.(l) = 0; a) Escreva as equações químicas das semirreações de
Nal: n.o.(l) = –1; redução e oxidação.
Semirreação de redução: Cu+ (aq) + e– Cu (s);
NalO4: n.o.(l) = +7.
Semirreação de oxidação: Cu+ (aq) Cu2+ (aq) + e–
3. Geralmente, o oxigénio apresenta estado de oxidação b) Escreva a equação química da reação de dismutação
–2, e o hidrogénio apresenta estado de oxidação +1. do peróxido de hidrogénio, H2O2, que origina água no
Em qual das seguintes espécies: estado líquido e o gás oxigénio.
2 H2O2 (l) 2 H2O (l) + O2 (g)
a) o número de oxidação do oxigénio é –1?
_
(A) H2O (B) O2 8. A reação, em meio ácido, entre o ião clorato, Cl O3, e o
(C) H2O2 ¦ (D) CO2 iodo, que origina o ião iodato e o ião cloreto, pode ser
representada por:
b) o número de oxidação do hidrogénio é –1? Cl O3 (aq) + I2 (s) → IO3 (aq) + Cl (aq)
_ _ _

(A) H2O (B) H2 a) Apresente a equação química acertada.


(C) H2O2 (D) NaH ¦ 5 Cl O–3 (aq) + 3 l2 (aq) + 3 H2O (l)
5 Cl – (aq) + 6 lO–3 (aq) + 6 H+ (aq)
b) Determine a variação do número de oxidação de Cl .
ʆRS 'l ) = –6
c) Indique, justificando, qual é o agente oxidante.
Cl O–3

16
1.2 Degradação dos metais

9. Apresente as equações químicas das reações repre- 13. Com base no diagrama de célula
sentadas a seguir devidamente acertadas.
Cu (s)|Cu2+ (aq)||Ag+ (aq)|Ag (s)
a) H2O2 (aq) + I (aq) → H2O (l) + I2 (aq)

H2O2 (aq) + 2 l– (aq) + 2 H+ (aq) 2 H2O (l) + l2 (aq) esboce um esquema da célula galvânica onde indique,
entre outros, os elétrodos e a respetiva carga elétrica,
b) Cr2O2–7 (aq) + C2H5OH (l) → Cr3+ (aq) + CO2 (g)
o movimento dos eletrões, a ponte salina com KCl (aq)
16 H+ (aq) + 2 Cr2O27– (aq) + C2H5OH (l)
e o movimento dos iões que a percorrem.
4 Cr3+ (aq) + 2 CO2 (g) + 11 H2O (l)

c) MnO –4 (aq) + H2O2 (aq) → Mn2+ (aq) + O2 (g) e−


– +
2 MnO (aq) + 5 H2O2 (aq) + 6 H (aq)
4
– +
2 Mn2+ (aq) + 8 H2O (l) + 5 O2 (g) Cl − K+
Cu Ag
d) Cr (aq) + S4O (aq) → Cr (aq) + S2O (aq)
2+ 2–
6
3+ 2–
3
KCl (aq)

Cr2+ (aq) + S4O26– (aq) Cr3+ (aq) + 2 S2O23 – (aq) Cu2+ Ag+

10. Apresente as equações químicas seguintes, correspon-


14. Considere o seguinte diagrama de célula:
dentes a reações que ocorrem em meio básico, devia-
mente acertadas. Cu (s)|Cu2+ (aq)||Ag+ (aq)|Ag (s)

a) Ag (s) + CN– (aq) + O2 (g) → [Ag(CN)2]– (aq) a) Escreva a equação química que descreve a reação

4 Ag (s) + 8 CN (aq) + O2 (g) + global que ocorre nesta célula.
+ 2 H2O (l) 4 [Ag(CN)2]– (aq) + 4 OH– (aq) Cu (s) + 2 Ag+ (aq) Cu2+ (aq) + 2 Ag (s)

b) MnO –4 (aq) + H2O2 (aq) → MnO2 (aq) + O2 (g) Identifique:


2 MnO–4 (aq) + 3 H2O2 (aq) b) o ânodo. Elétrodo de cobre, Cu (s).

2 MnO2 (aq) + 3 O2 (g) + 2 OH (aq) + 2 H2O (l) c) o elétrodo negativo. Elétrodo de cobre, Cu (s).
11. A reação química entre iões permanganato, MnO –4 (aq) d) o cátodo. Elétrodo de prata, Ag (s).
e o ácido oxálico, C2H2O4 (aq), em solução ácida, é tra- e) onde ocorre a oxidação. Na semicélula representada
duzida por: por: Cu (s)|Cu2+ (aq).
MnO –4 (aq) + C2H2O4 (aq) → Mn2+ (aq) + CO2 (g)
15. Tendo o ferro maior poder redutor que o chumbo, a rea-
Acerte esta equação química, evidenciando as equa- ção que ocorre entre ambos pode ser representada por:
ções das semirreações de redução e de oxidação, bem
Pb2+ (aq) + Fe (s) → Pb (s) + Fe2+ (aq)
como a equação global.
Prova extraordinária de exame de Química 2007 (adaptado) com concentrações unitárias para os iões e na pre-
+ –
6 H (aq) + 2 MnO (aq) + 5 C2H2O4 (aq)
4
sença dos dois metais.
2 Mn2+ (aq) + 10 CO2 (g) + 8 H2O (l)
Semirreação de redução: MnO–4 (aq) Mn2+ V
Semirreação de oxidação: C2H2O4 CO2
Pb Fe

Pb2+ (aq), Fe2+ (aq),


1.2.2 Pilhas e baterias: 1 mol dm–3 1 mol dm–3

uma oxidação útil a) A transferência de eletrões faz-se de Pb para Fe2+ ou


de Fe para Pb2+? De Fe para Pb2+.
12. A bateria de um automóvel é um acumulador de ener-
gia (gerada pelo alternador). Quando o motor do auto- b) Para a pilha esquematizada, indique, justifi-
móvel não está a trabalhar, a bateria fornece a corrente cando, qual é o elétrodo positivo. Pb, pois é onde
ocorre a semirreação de redução, representada por:
elétrica necessária ao funcionamento de vários equipa-
Pb2+ (aq) + 2 e– Pb (s)
mentos, podendo ser exemplo o motor de arranque do
veículo. c) Indique, justificando, em qual dos casos se obser-
A reação de oxidação-redução que ocorre na bateria vará uma reação química: quando se introduz um
para produzir essa corrente é representada por: prego de ferro numa solução aquosa de Pb(NO3)2 ou
quando se mergulha uma barra de chumbo numa
Pb (s) + PbO2 (s) + 2 H2SO4 (aq) → 2 PbSO4 (s) + 2 H2O (l)
solução aquosa de Fe(NO3)2. No primeiro caso, pois o
ferro tem maior poder redutor que o chumbo.
a) O Pb (s) é oxidado ou reduzido? É oxidado.

b) Qual é o eletrólito na bateria de um automóvel? H2SO4

17
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

16. Adicionando água de cloro, Cl2 (aq), a uma solução de 20. A reação global que ocorre numa pilha é traduzida pela
brometo de potássio forma-se bromo, Br2, mas jun- equação:
tando água de bromo, Br2 (aq), a uma solução de clo- Ag+ + Fe2+ → Ag + Fe3+
reto de potássio não se observa qualquer reação.
a) Refira os estados de agregação (s), (l), (g) ou (aq) em
a) Escreva a equação química que traduz a reação que que se encontram os reagentes e os produtos da rea-
se observa. 2 KBr (aq) + Cl2 (aq) Br2 (aq) + 2 KCl (aq) ção. Ag+ (aq); Fe2+ (aq); Ag (s); Fe3+ (aq)

b) Qual dos halogéneos, Cl2 (aq) ou Br2 (aq), tem maior b) Calcule o potencial padrão da pilha, E°cel
potencial padrão de redução? O Cl2.
E°(Ag+/Ag) = 0,80 V E°(Fe3+/Fe2+) = 0,77 V
o
17. Recorrendo à tabela de potenciais padrão de redução, E cel = 0,03 V
indique qual das espécies seguintes deverá oxidar
21. Uma célula eletroquímica funciona com base na rea-
Fe2+ (aq) a Fe3+ (aq) nas condições padrão.
ção de oxidação-redução traduzida por:
Semirreação de redução E° / V 2 Cr2+ (aq) + S4O 2–
6
(aq) → 2 Cr3+ (aq) + 2 S2O2–
3
(aq)
Fe2+ + 2 e– → Fe –0,44
Determine E°cel com base nos seguintes dados:
Cu + e → Cu
2+ – + 0,15
E°(Cr3+/Cr2+) = −0,50 V E°(S4O2–6 /S2O32–) = + 0,17 V
Cu + 2 e → Cu
2+ – 0,34 o
E cel = 0,67 V
Fe3+ + e– → Fe2+ 0,77
22. A pilha de níquel/cádmio funciona de acordo com a
Ag+ + e– → Ag 0,80
equação química:
(A) Cu (s) Cd (s) + NiO2 (s) + 2 H2O (l) → Cd(OH)2 (s) + Ni(OH)2 (s)
(B) Fe (s) Estas pilhas têm a vantagem, em relação às pilhas tra-
dicionais, de apresentarem uma diferença de potencial
(C) Ag+ (aq) ¦
constante durante a sua vida útil. Isto acontece graças
(D) Cu+ (aq) à utilização de reagentes sólidos e líquidos puros cujas
concentrações não variam ao longo do tempo.
18. Quando se introduz numa solução aquosa de sul-
fato de cobre, azul, uma folha de alumínio, a solu- a) Mostre que a reação representada é de oxidação-
ção descolora e a folha reveste-se de um sólido ver- -redução. O elemento cádmio, Cd, é oxidado (n.o. (Cd) em
melho escuro. Justifique estas observações. Ocorre Cd (s) é 0 e n.o. (Cd) em Cd(OH)2 é +2) e o elemento níquel,
a reação representada por: 2 Al (s) + 3 Cu2+ (aq) Ni, é reduzido (n.o. (Ni) em NiO2 é +4 e n.o. (Ni) em Ni(OH)2
2 Al 3+ (aq) + 3 Cu (s) que é muito extensa, já que o é +2).
alumínio tem maior propensão para se oxidar do que o cobre
b) Indique, justificando, qual é a espécie oxidante.
(o potencial padrão de redução de Cu2+ é superior ao de
A espécie NiO2 sofre redução (pois há uma diminuição do
Al 3+). À medida que a concentração de Cu2+ (aq) diminui, a
número de oxidação do níquel). Assim, NiO2 é a espécie
cor azul atenua-se. A cor escura deve-se à formação de
oxidante.
cobre.

23. O pacemaker é um dispositivo utilizado para estimular


19. Algumas máquinas de sulfatar as vinhas – que aplicam
o coração. A pilha utilizada nestes dispositivos é cons-
uma mistura contendo sulfato de cobre (II) em solu-
tituída por elétrodos de lítio e iodo.
ção – são feitas de cobre e não de ferro. Apesar de ser
mais barato, não se utiliza o ferro porque reage com o Com base nos valores dos potenciais padrão de redu-
sulfato de cobre. A equação química que representa a ção seguintes
referida reação é: Li+ (aq) + e− → Li (s) Eo = −3,05 V
(A) Cu2+ (aq) + Fe2+ (aq) → Fe3+ (aq) + Cu (s) I2 (s) + 2 e− → 2 I– (aq) Eo = +0,54 V
(B) Cu+ (aq) + Fe3+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu2+ (aq) indique:
(C) Fe (s) + Cu (aq) → Fe (aq) + Cu (s) ¦
2+ 2+
a) o sentido do movimento dos eletrões; Do elétrodo de
(D) Fe (aq) + Cu (aq) → Fe (s) + Cu (s)
2+ 2+ lítio para o elétrodo de iodo.

b) a tensão padrão da pilha; E cel


o
= 3,59 V

c) o polo positivo e o polo negativo da pilha. Elétrodo de


lítio: polo negativo; elétrodo de iodo: polo positivo.

18
1.2 Degradação dos metais

24. A equação química seguinte descreve a reação global


1.2.3 Proteção de metais
que ocorre numa célula eletroquímica:
2 Al (s) + 3 Mn2+ (aq) → 2 Al 3+ (aq) + 3 Mn (s) 26. Uma das possibilidades para a proteção eletroquímica
o 3+ o 2+
com E (Al /Al ) = –1,66 V e E (Mn /Mn) = –1,18 V. contra a corrosão do ferro consiste em revesti-lo com uma
Calcule a tensão padrão dessa célula, Eocel. camada de zinco (a designada chapa zincada). Como se
o
comporta o ferro quando o seu revestimento é perfurado?
E cel = 0,48 V
3JIVVS¿GEI\TSWXSESEVL€QMHSTSHIRHSIQTVMRGvTMS
25. A figura representa uma célula eletroquímica cons- ser oxidado. Porém, no caso de ser revestido por zinco,
truída com elétrodos de alumínio, Al (s), e ferro, Fe (s), este último é preferencialmente oxidado (Zn2+ tem menor
potencial padrão de redução), protegendo assim o ferro da
mergulhados, respetivamente, em soluções aquosas de
corrosão.
sulfato de alumínio, Al 2(SO4)3, e de sulfato de ferro (III),
Fe2(SO4)3, de concentrações unitárias, à temperatura
27. O ião Fe2+ tem maior potencial padrão de redução do
de 25 oC.
que o ião Al 3+ ou o ião Cr3+. No entanto, os metais alu-
mínio e cromo são mais resistentes à corrosão do que o
V ferro. Explique este facto baseando-se nas caracterís-
Al (s)
X ticas das camadas de óxido formadas. Enquanto o óxido
Fe (s)
HIEPYQvRMSIS{\MHSHIGVSQSJSVQEQYQETIPvGYPE¿REI
compacta sobre o metal que o protege contra a oxidação, o
óxido de ferro forma uma camada porosa que não impede o
contacto continuado do metal com o ar e a humidade.
a) Relativamente a esta célula eletroquímica:
28. Com base nos potenciais de redução
(A) O valor indicado no aparelho de medida, repre-
sentado por V, é 1,70 V. 2 e– + Fe2+ (aq) → Fe (s) E o(Fe2+/Fe) = –0,44 V

(B) O elétrodo de alumínio atua como cátodo e o elé- 2 e– + Ni2+ (aq) → Ni (s) E o(Ni2+/Ni) = –0,25 V
trodo de ferro como ânodo. indique se, por revestimento, é o níquel que pode pro-
(C) O fluxo de eletrões no circuito exterior dá-se do teger o ferro ou se é o ferro que pode proteger o níquel.
elétrodo de ferro para o elétrodo de alumínio. O ferro tem maior propensão para se oxidar (menor E o
(D) O elétrodo de alumínio desgasta-se e o elétrodo dos respetivos iões), logo é o Ni que protege o Fe por

de ferro aumenta de massa. ¦ revestimento.

b) Indique, justificando, se são os catiões ou os aniões 29. A eletrodeposição de um metal sobre outro faz-se
(existentes na ponte salina) que se movimentam por eletrólise, designando-se o processo por galvano-
para a solução aquosa de sulfato de alumínio. plastia.
E o(Al 3+/Al ) = −1,66 V ; E o(Fe3+/Fe) = −0,04 V Durante o processo de eletrodeposição, qual dos
Prova extraordinária de exame de Química 2007 (adaptado)
metais funciona como cátodo: o que é protegido ou o
metal de revestimento? O metal a ser protegido.
São os aniões presentes na ponte salina que se movem
preferencialmente para a semicélula do ânodo, para
30. Ao usar uma peça de alumínio como ânodo num pro-
suprir o desaparecimento dos aniões da solução.
cesso de eletrólise esta é…
(A) oxidada, formando-se uma película de alumínio.
(B) reduzida, formando-se uma película de alumínio.
(C) oxidada, formando-se uma película de óxido de alu-
mínio. ¦
(D) reduzida, formando-se uma película de óxido de
alumínio.

19
QUESTÕES GLOBAIS
GRUPO I

Uma das limitações de muitos metais, como o ferro, é que se degradam nas
condições ambientais habituais. Corrosão é a palavra que se utiliza e à qual se
associa a expressão «oxidação indesejada».

1. O processo de corrosão contínua do ferro deve-se ao facto de a ferrugem,


óxido de ferro (III) hidratado, de composição variável, ser …, permitindo que o
ferro continue … ao ar e à humidade.
(A) … flexível … exposto …
(B) … um composto molecular … impermeável …
(C) … permeável … exposto … ¦
(D) … uma solução aquosa … impermeável …

2. O aumento da corrosão de metais é favorecido pela presença de ácidos ou


bases e de poluentes como, por exemplo, …
(A) níquel e meios com água destilada.
(B) cromo e meios com substâncias covalentes.
(C) meios com oxigénio e com nitrogénio.
(D) meios com dióxido de enxofre e com iões cloreto. ¦

3. Se é verdade que muitos metais se degradam nas condições ambientais


habituais, oxidando-se, também é verdade que essa degradação pode ser
aproveitada de forma vantajosa.
Observe o seguinte esquema de uma célula eletroquímica:

V
– +
Zn Cu

Zn2+ Cu 2+

3.1 Qual é a utilidade prática da montagem evidenciada? Obtenção de ener-


gia elétrica.

3.2 Represente o esquema através de um diagrama de célula.


Zn (s)|Zn2+ (aq)||Cu2+ (aq)|Cu (s)

3.3 Qual é o sentido do fluxo de eletrões? Do elétrodo de zinco para o elétrodo


de cobre.

3.4 Identifique a espécie oxidante e a espécie redutora.


Espécie oxidante: Cu2+;
Espécie redutora: Zn

3.5 Determine E°cel partindo de:

E°(Cu2+/Cu) = 0,34 V ; E°(Zn2+/Zn) = –0,76 V


o
E cel = 1,10 V

20
GRUPO II

Numa célula eletroquímica do tipo eletrolítica utiliza-se corrente elétrica para


provocar reações químicas de oxidação-redução que não ocorrem significativa-
mente de modo espontâneo. As pilhas são células eletroquímicas que se desig-
nam células galvânicas.

1. A eletrólise do cloreto de magnésio fundido permite obter…


(A) magnésio líquido.
(B) iões magnésio.
(C) magnésio sólido. ¦
(D) óxido de magnésio sólido.

2. Numa célula galvânica ocorrem…


(A) reações de ácido-base com intervenção de corrente elétrica.
(B) reações de oxidação-redução com obtenção de corrente elétrica. ¦
(C) reações de oxidação-redução por aplicação de energia elétrica.
(D) reações de ácido-base com produção de energia elétrica.

3. A chamada Pilha de Daniell baseia-se numa reação que é traduzida pela


equação química:

Zn (s) + Cu2+ (aq) → Zn2+ (aq) + Cu (s)

3.1 Escreva as equações químicas relativas às duas semirreações (de oxi-


dação e de redução) que ocorrem.
Equação da semirreação de oxidação: Zn (s) Zn2+ (aq) + 2 e–
Equação da semirreação de redução: 2 e– + Cu2+ (aq) Cu (s)

3.2 No ânodo ocorre a … do zinco metálico e no cátodo a … dos iões cobre (II).
(A) … oxidação … redução… ¦
(B) … redução … oxidação…
(C) … hidrólise … ionização…
(D) … ionização … hidrólise…

4. O alumínio anodizado é obtido por eletrólise. À sua superfície forma-se uma


película de proteção e acabamento.

4.1 No processo de anodização do alumínio, este metal funciona como


ânodo ou cátodo? Ânodo.

4.2 Dê exemplo de um metal que, tendo os respetivo iões um elevado poten-


cial padrão de redução, tenha elevada resistência à corrosão.
Ouro (ou prata).

21
GRUPO III

1. As reações de oxidação-redução são reações de transferência de eletrões.

(A) No cátodo de uma célula eletroquímica os eletrões sofrem redução.

(B) O ânodo de uma pilha é o local onde ocorre a redução.

(C) Os eletrões livres movimentam-se na ponte salina de uma pilha.

(D) Numa pilha o cátodo é o elétrodo positivo. ¦

2. Na célula galvânica seguinte o elétrodo de ferro é negativo.

Fe Cu

Fe2+ (aq), Cu2+ (aq),


1 mol dm–3 1 mol dm–3

Podemos afirmar que…

(A) os eletrões fluem no condutor metálico de Cu para Fe.

(B) o ferro é oxidado e o ião cobre (II) é reduzido. ¦

(C) o poder redutor do ferro é inferior ao do cobre.

(D) na ponte salina existem eletrões livres.

3. As espécies químicas que figuram na série eletroquímica encontram-se


ordenadas com base no potencial padrão de redução. Numa ordenação ver-
tical, o elemento com maior poder redutor ocupa o topo da série.
Transcreva a frase selecionando as opções que permitem obter uma afirma-
ção verdadeira.

a) O poder oxidante (da forma oxidada) aumenta de baixo para cima.

b) Uma forma reduzida do topo da série é um bom redutor.

c) Na série eletroquímica, um maior potencial padrão corresponde a um …


maior poder oxidante.

d) Ao par H+/H2 corresponde o potencial zero.

22
1.3 METAIS, AMBIENTE
E VIDA
1.3 Metais, ambiente e vida

RESUMO
• Um complexo consiste num ião metálico central associado a aniões ou molé-
culas neutras, designados por ligandos.

• Ião complexo é uma espécie iónica constituída por um ião (ou átomo) metálico
(Cu2+, Fe2+, Al 3+, etc.), quase sempre um metal de transição, ligado a molécu-
las simples (H2O, NH3, CO, etc.) ou a iões negativos (Cl −, CN−, etc.).

• Representação da estrutura de um ião complexo:

Ligandos Ião central


(iões negativos (ião positivo
ou moléculas) de metal de transição)

2+
NH3
H3N NH3 Carga
Ni
H3N NH3
NH3

• Os ligandos têm, pelo menos, um par não partilhado de eletrões (não ligante).
O átomo do ligando que possui esse par de eletrões chama-se átomo dador.

• Ligando polidentado ou quelante: é um ligando que pode coordenar-se ao ião


metálico central por mais do que um átomo dador. Ex.: EDTA.

• A ligação que se estabelece entre o metal e os ligandos consiste, sobretudo,


na partilha do par de eletrões não ligantes entre o dador e o metal.

• Um ião complexo pode ter a sua carga compensada por iões de carga oposta,
formando um composto de coordenação.

• O EDTA é usado como agente quelante na complexação de metais em situa-


ções em que estes são prejudiciais, como por exemplo:
– na indústria alimentar;
– em detergentes;
– na terapia de envenenamento por metais pesados.

• Os complexos possuem variadas aplicações, incluindo em:


– terapêuticas anticancerígenas (complexos de platina);
– imagiologia médica (complexos de gadolínio e gálio);
– sistemas luminescentes (complexos de európio).

• A cor dos complexos está relacionada com transições eletrónicas envolvendo


eletrões de orbitais d.

24
• Elementos como o Fe, Mg, Ca, K e Na são metais essenciais à vida, mas
outros como o Pb, Cd e Hg são tóxicos, mesmo em pequenas doses.

• A ligação da hemoglobina ao oxigénio é uma ligação cooperativa, isto é, a


ligação de uma molécula de oxigénio altera a geometria molecular da hemo-
globina, de modo a facilitar a incorporação de outras moléculas de oxigénio.

• O aumento do pH do sangue traduz-se numa maior capacidade da hemoglo-


bina transportar oxigénio.

• A hemoglobina possui a capacidade para formar um complexo muito estável


com o monóxido de carbono por troca com o oxigénio.

• As propriedades básicas ou ácidas de uma solução de um sal – designada-


mente de sais de metais – estão relacionadas com os valores das constantes
de acidez ou de basicidade dos iões do sal.

• O grau de ionização, α, indica a fração de ácido ou base que se encontra ionizada:

N(moléculas ionizadas) n(espécie ionizada)


α= =
N(moléculas dissolvidas) n(espécie dissolvida)

• Efeito tampão é a capacidade de uma solução manter o seu pH sensivelmente


constante mesmo perante a adição de ácidos fortes ou bases fortes.

• O par CO2/HCO3– atua como regulador do pH do sangue.

• A ação de um catalisador numa reação química revela-se na alteração da


velocidade da reação (sem alterar a sua extensão).

• Energia de ativação, Ea, é a diferença entre a energia mínima necessária para


que ocorram colisões moleculares eficazes e a energia média das moléculas
reagentes.

• Os catalisadores são usados em química, bioquímica ou na atividade industrial


para acelerar reações. Com eles as reações podem ocorrer em condições de
temperatura e/ou concentrações comparativamente baixas.

• Enzimas são catalisadores bioquímicos indispensáveis para que as reações


químicas em sistemas biológicos ocorram em tempo útil.

• Os metais, em particular os de transição, desempenham um importante papel


como catalisadores.

• Numa catálise homogénea, os reagentes e o catalisador estão no mesmo


estado físico. Quando tal não acontece, a catálise diz-se heterogénea.

25
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

Notas: a) Escreva as fórmulas dos iões existentes neste sal.


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção K+
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada. Nas [Fe(CN)6]3–
questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
b) Indique a fórmula dos ligandos presentes no ião complexo.
CN–
c) Indique, justificando, se os ligandos são polidentados.
1.3.1 Metais, complexos e cor Não, pois o ligando em causa liga-se por apenas um
átomo ao ião metálico: ligando monodentado.
1. O composto (NH4)2[Fe(C2O4)2(H2O)2] é constituído por
dois tipos de iões, um dos quais é um ião complexo. 4. O ião complexo presente no sal cloreto de trietilenodia-
minoníquel (II) tem a fórmula [Ni(NH2CH2CH2NH2)3]2+.
a) Escreva as fórmulas dos iões presentes.
a) Escreva a fórmula química do sal complexo.
NH+4
[Fe(C2O4)2(H2O)2]2– [Ni(NH2CH2CH2NH2)3]Cl2
b) Qual é a carga do catião metálico presente no ião
b) Qual é o nome de cada um dos ligandos presentes no
complexo? +2
ião complexo? C2O24 – : ião oxalato
H2O: água c) Qual é o número de ligandos presentes no ião complexo? 3
d) Qual é o número de coordenação do ião complexo? 6
c) Calcule a massa molar deste composto.
e) O ligando presente no ião complexo representado é
M((NH4)2[Fe(C2O4)2(H2O)2]) = 279,74 g mol–1
um quelato. Explique o que é um quelato. Quelatos são
2. As fórmulas A e B dizem respeito a espécies químicas. complexos em que os ligandos são polidentados, ligando-se
ao ião central por mais do que um átomo, formando anéis.
A: [Zn(H2O)4]2+ B: [Zn(OH)4]2−

a) A designação genérica para as duas espécies ante- 5. A fórmula química [Ni(H2O)6]Cl 2 é de um composto de
riores é… coordenação.

(A) sais. a) Qual é a fórmula do ião complexo presente neste


composto? [Ni(H2O)6]2+
(B) iões complexos. ¦
b) Indique o número de ligandos no ião complexo. 6
(C) compostos de coordenação.
c) Exemplifique um produto doméstico que conte-
(D) iões metálicos.
nha compostos de coordenação. Por exemplo, os
b) Indique qual destas espécies tem ligandos neutros. detergentes.
A espécie A.
6. A água contém vários iões. Desses, o Ca2+ e o Mg2+ são
c) Atribua às espécies as designações ião tetra-hidro- responsáveis pela dureza da água. A determinação da
xozincato (II) e ião tetraquozinco (II). dureza de uma água pode ser feita por volumetria de
A – ião tetraquozinco (II); complexação com EDTA.
B – ião tetra-hidroxozincato (II).

d) O que significa (II) nas designações anteriores?


É a carga do ião metálico, Zn2+.

3. O ferricianeto de potássio, ou hexacianoferrato (III) de


potássio, K3[Fe(CN)6], é um sal complexo muito usado
em análises químicas.

Pode afirmar-se que:


(A) A água é um ligando bidentado.
(B) O ião sulfureto, S2−, pode ser um ião central.
(C) O ião hidróxido, OH−, é um ligando monodentado. ¦
(D) O EDTA é um ião complexo.

26
1.3 Metais, ambiente e vida

7. Indique a fórmula química e o nome de um composto 12. Uma das principais características dos iões complexos
de coordenação que seja formado pelo ião diami- de metais de transição é a gama de cores que os seus
noprata [Ag(NH3)2]+. Por exemplo, cloreto de diaminoprata compostos podem exibir.
(I), [Ag(NH3)2]Cl.

8. O ião complexo [Pt(Cl )4]2− apresenta número de


coordenação…
(A) 4. ¦
(B) 5.
(C) 6.
Estas cores devem-se à…
(D) 8.
(A) emissão seletiva de radiação visível.
9. O ião complexo hexafluorocobaltato (III) possui ligan- (B) absorção seletiva de radiação ultravioleta.
dos F−. (C) emissão seletiva de radiação ultravioleta.
a) Qual é o número de coordenação do ião complexo? 6
(D) absorção seletiva de radiação visível. ¦
b) Escreva a fórmula química e o nome do composto de
coordenação que este ião forma com o ião Ca2+. 13. Tendo em atenção a ocupação das orbitais 3d, justifi-
Ca3[CoF6]2LI\EÀYSVSGSFEPXEXS --- HIGkPGMS que a afirmação:
«Os compostos de cobre (II) geralmente apresentam
10. Numa solução aquosa de amoníaco tem lugar o equilí- cor, mas os compostos de cobre (I) não.»
brio químico traduzido por: A cor é resultado da transferência de eletrões entre orbitais d.
NH3 (aq) + H2O (aq) + −
NH (aq) + OH (aq) Cu (II) tem ocupação d 9, ao passo que Cu (I) tem ocupação
4
d 10. Assim, neste último caso, as orbitais d encontram-se
Ao adicionar amoníaco a uma solução aquosa de sul- totalmente preenchidas, pelo que não ocorrem transições
fato de cobre, forma-se um precipitado azul. eletrónicas para estas orbitais.
Perante um excesso de NH3, o precipitado solubiliza-se,
originando uma solução de cor azul intensa. Sabendo
que se forma um ião complexo estável de fórmula 1.3.2 Os metais no organismo
[Cu(NH3)4]2+, justifique aquelas observações.
humano
O precipitado azul formado é Cu(OH)2:
Cu2+ (aq) + 2 OH– (aq) ֖ Cu(OH)2 (s) 14. O selénio (Ar = 78,96) existe no sangue em teores de
Quando há excesso de NH+4 , forma-se um ião complexo cerca de 0,300 μg cm−3.
estável de cor azul intensa:
a) Determine a sua concentração, em mol dm−3.
Cu2+ (aq) + 4 NH3 (aq) ֖ [Cu(NH3)4]2+ (aq)
c(Se) = 3,8 × 10–6 mol dm–3
A reação de formação deste complexo diminui a concentra-
ção de Cu2+ (aq), o que favorece a dissolução do hidróxido
b) Que massa aproximada de selénio existirá num tubo
de cobre (II).
de recolha que contenha 9,0 cm3 de sangue?
11. Uma solução aquosa de sulfato de cobre é azul. No m (Se) = 2,7 × 10–6 g
entanto, na presença de amoníaco, NH3, em concen-
tração suficiente, a cor da solução modifica-se para 15. As uvas possuem cerca de 10 mg de cálcio e 0,6 mg
azul-escuro. de ferro por cada 100 g, ao passo que os ovos pos-
suem cerca de 50 mg de cálcio e 3 mg de ferro, por
Isto pode ser explicado atendendo à substituição
cada 100 g.
de…
Uma pessoa ingere 110 g de uvas e 100 g de ovos.
(A) alguns iões sulfato por moléculas de amoníaco,
Admitindo que, durante o dia, estes alimentos foram a
como ligando, no complexo com Cu2+.
única fonte de cálcio e ferro, que massa de ovos deveria
(B) alguns iões sulfato por moléculas de água, como ter ingerido adicionalmente para que a dose de cálcio
ligando, no complexo com Cu2+. fosse 1000 mg? Exprima este último valor em quanti-
(C) algumas moléculas de água por moléculas de dade de matéria.
amoníaco, como ligando, no complexo com Cu2+. ¦ n(Ca) = 0,02495 mol

(D) algumas moléculas de amoníaco por moléculas de


água, como ligando, no complexo com Cu2+.

27
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

16. O pão servido num restaurante possui 3 mg de ferro 20. Uma solução de KCl é:
por cada 100 g de pão.
(A) neutra, pois não há qualquer reação de hidrólise. ¦
a) Indique o número de átomos de ferro existente em
(B) ácida, pois HCl é mais forte que KOH.
120 g de pão. N (Fe) = 3,9 × 1019 átomos
(C) básica, pois forma-se OH−.
b) A farinha para produção de pão foi contaminada com
cromo, de tal modo que a concentração de cromo (D) anfotérica, pois forma-se H3O+ e OH−.
nesse pão é de 10 mg por cada 100 g deste alimento.
21. Justifique que a base conjugada de um ácido forte seja
Qual a massa máxima de pão que pode ser ingerida
uma base fraca, mas que a base conjugada de um ácido
por um adulto de 75 kg para que a dose de cromo
fraco não seja necessariamente uma base forte.
ingerida não ultrapasse 14 mg? m = 140 g
A partir de Ka × Kb = Kw = 1,0 × 10–14, para 25 oC, conclui-se
17. Determinados metais são perigosos para a saúde e que se Ka é grande, Kb terá de ser pequeno. Porém, se Ka for
pequeno (por exemplo, 10–5), Kb também deverá ser pequeno
para o meio ambiente. Exemplos são o chumbo, o mer-
(neste exemplo, igual a 10–9); só se Ka fosse extremamente
cúrio e o cádmio. Isto porque são...
pequeno (por exemplo, 10–18) é que Kb seria elevado (neste
(A) inflamáveis. (B) tóxicos. ¦ caso, 104).

(C) corrosivos. (D) radioativos.


22. Justifique, usando equações químicas, que as soluções
18. Se, por um lado, existem metais essenciais à vida, por de carbonato de potássio, K2CO3, sejam básicas.
outro, existem metais que, pela sua toxicidade, podem K2CO3 (aq) 2 K+ (aq) + CO23– (aq), sendo CO23– uma base
+
(K é ião espetador):
ser prejudiciais à saúde.
CO23– (aq) + H2O (l) ֖ HCO–3 (aq) + OH– (aq)
A cada metal da coluna I associe uma das característi-
cas da coluna II.
23. A 25 oC, a concentração de uma solução aquosa de
Coluna I Coluna II NH4NO3 é 0,10 mol dm−3. Kb(NH3) = 1,8 × 10−5, a 25 oC

a) Magnésio I. Essencial à vida a) Escreva a expressão de Ka do ião amónio.


b) Cálcio II. Tóxico, mesmo em pequenas doses |NH3|e × |H3O+|e
Ka =
|NH+4|e
c) Cádmio
b) Calcule o pH da solução, a 25 oC. pH = 5,1
d) Potássio
e) Chumbo 24. Preparou-se uma solução aquosa 0,10 mol dm−3 de
acetato de sódio, NaCH3CO2H.
a) – I.; b) – I.; c) – II.; d) – I.; e) – II.
a) Escreva a expressão da constante de basicidade do
ião acetato, cujo valor é 5,7 × 10−10, a 25 oC.
19. O ácido acético, CH3CO2H, é um ácido fraco, principal
|CH3CO2H|e × |OH–|e
constituinte do vinagre (para além da água). Kb =
|CH3CO –2|e
a) Escreva a equação de ionização do ácido acético
b) Calcule o pH da solução preparada, a 25 oC. pH = 8,9
em água e a equação de hidrólise da respetiva base
conjugada. 25. A 25 oC, a constante Ka do ácido sulfuroso, H2SO3, é

CH3CO2H (aq) + H2O (l) ֖ CH3CO (aq) + H3O (aq)
2
+
1,2 × 10−2 e a do ião hidrogenossulfito, HSO3–, é 6,6 × 10−8.
CH3CO–2 (aq) + H2O (l) ֖ CH3CO2H (aq) + OH– (aq) a) Escreva as equações químicas correspondentes a
b) As duas reações anteriores são a inversa uma da outra? estas constantes de equilíbrio.
Não H2SO3 (aq) + H2O (l) ֖ HSO–3 (aq) + H3O+ (aq)
HSO–3 (aq) + H2O (l) ֖ SO23– (aq) + H3O+ (aq)
c) Demonstre que o produto da constante de acidez do
ácido acético pela constante de basicidade da sua b) Calcule Kb de HSO3–. Kb= 8,3 × 10–13
base conjugada é também constante para uma dada
c) Preveja, justificando, se as soluções de hidrogenos-
temperatura.
– +
|CH3CO | × |H3O |e
2 e
sulfito de potássio serão ácidas, básicas ou neutras.
Como Ka = e
|CH3CO2H|e Como Ka(HSO–3 ) > Kb(HSO–3 ), este ião sofre hidrólise ácida,
|CH3CO2H|e × |OH–|e pelo que a solução será ácida.
Kb = , o produto
|CH3CO–2|e
26. Determine o grau de ionização de uma solução
Ka × Kb = |H3O+|e × |OH–|e, que é o produto iónico da água,
aquosa de ácido fórmico, HCO2H, de concentração
Kw.
0,012 mol dm−3. Ka(HCO2H) = 1,8 × 10−4 α = 0,13 (13%)

27. Numa solução de ácido hipocloroso, HCl O, a concen-


tração do ião hipoclorito, Cl O−, é 2,44 × 10−5 mol dm−3.

Determine o grau de ionização do ácido hipocloroso


nessa solução, a igual temperatura. Ka(HCl O) = 3,0 × 10−8
α = 0,0012 (0,12%)

28
1.3 Metais, ambiente e vida

28. Determine a constante de basicidade do amoníaco


1.3.3 Os metais como catalisadores
numa solução, sabendo que 0,68% do amoníaco está
ionizado numa solução em que a concentração de NH+4
34. Os catalisadores são fundamentais na indústria ali-
é 2,7 × 10−3 mol dm−3. Kb = 1,8 × 10–5
mentar. Transcreva a frase selecionado as opções que
a tornam uma afirmação verdadeira.
29. Qual deve ser a relação quantitativa entre as concen-
trações de NH3 e NH4NO3 numa solução aquosa, para A catálise é o fenómeno em que uma quantidade rela-
que seja uma solução tampão de pH 9,24, a 25 oC? tivamente a) baixa de um material indiferente à este-
quiometria de uma reação, o b) catalisador, aumenta a
|NH+4|e
= 1,0 velocidade da reação sem, no entanto, ser c) consumido.
|NH3|e

30. O valor de Ka para o ião NH+4, a 25 oC, é 5,6 × 10−10. 35. Existem certos iões de metais de transição que catali-
Considere três soluções aquosas: sam a decomposição e degradação dos alimentos. Com
base no que aprendeu sobre complexos, sugira um
Solução [NH4Cl ] / mol dm–3 [NH3] / mol dm–3
meio de aumentar o período de validade dos alimentos.
A 0,20 0 Adicionar compostos que formem complexos com esses iões.
B 0,20 0,20
C 0,40 0,20 36. Numa reação química catalisada, o catalisador…
(A) é regenerado. ¦
Determine o valor do pH das soluções A, B e C. (B) é um dos reagentes.
Solução A: pH = 5
(C) existe em quantidade apreciável.
Solução B: pH = 9,2
(D) influencia a extensão da reação.
Solução C: pH = 8,9
37. Certas reações químicas ocorrem em interfaces,
31. Pretende-se preparar 100 cm3 de solução de pH 5,0 a sendo a velocidade da reação proporcional à respetiva
partir de soluções de CH3CO2H (Ka = 1,75 × 10−5) e de área. Como se designa este tipo de catálise? Catálise
NaCH3CO2, ambas de concentração 0,10 mol dm−3. heterogénea.
Que volumes destas duas soluções se devem misturar?
V(CH3CO–2) = 64 cm3 Atividades laboratoriais
3
V(CH3CO2H) = 36 cm
A cor e a composição quantitativa de soluções
32. Agrupe duas soluções da seguinte lista de modo a com iões metálicos
obter um sistema tampão.
38. Um grupo de alunos determinou o teor em ferro total,
A. HCN (aq) numa amostra de água de um rio, pela Lei de Lambert-
B. NaCl (aq) -Beer, A = ε l c. Obteve y = 0,0801 x + 0,009 para a
equação da reta de calibração (da absorvência em fun-
C. HCl (aq) ção da concentração) e o valor 0,190 para a absorvên-
D. NaCN (aq) cia da amostra de água em estudo.
Soluções A e D. a) Determine a concentração de ferro total na água,
sabendo que as concentrações das soluções padrão
33. Das afirmações seguintes, selecione a verdadeira. foram expressas em ppm. [Fe] total = 2,26 ppm
(A) O pH normal do sangue é 6,7, mas quando é muito b) Sabendo que a largura da célula era 1 cm, determine
inferior a esse valor ocorre uma alcalose. o valor de ε para a amostra. ɂ = 0,084 ppm–1 cm–1

(B) O sangue possui sistemas tampão que facilitam


variações acentuadas do pH.

(C) O pH do sangue venoso é inferior ao do sangue arte-


rial, pois tem uma maior concentração de CO2. ¦

(D) O principal sistema tampão do sangue é o par con-


jugado NH3/NH+4.

29
1. METAIS E LIGAS METÁLICAS

Funcionamento de um sistema tampão Pode afirmar-se que:


(A) As duas zonas em que se verifica o efeito tampão
39. Escreva a equação química que descreve a reação de neu-
são as representadas pelos troços AC e DF.
tralização de uma solução de ácido sulfúrico, H2SO4 (aq),
com solução de hidróxido de potássio, KOH (aq). (B) No primeiro ponto de equivalência (ponto B), a
H2SO4 (aq) + 2 KOH (aq) K2SO4 (aq) + 2 H2O (l) concentração do ião hidrogenocarbonato é igual
à concentração inicial do ião carbonato.
40. Com o objetivo de analisar o funcionamento de um sis- (C) O volume de titulante gasto na titulação do ião
tema tampão, um grupo de alunos procedeu à deter- hidrogenocarbonato é igual ao volume de titu-
minação da curva de titulação de uma solução aquosa lante gasto na titulação do ião carbonato. ¦
de carbonato de sódio, Na2CO3, com uma solução
(D) Nos pontos de equivalência (B e E), a concentra-
aquosa de ácido clorídrico, HCl , ambas com a mesma
ção de iões H3O+ (aq) é igual à concentração de
concentração.
iões OH– (aq).
As reações que ocorrem nesta titulação podem ser tra-
c) A reação de hidrólise que ocorre no primeiro ponto
duzidas pelas seguintes equações:
de equivalência (ponto B) é traduzida pela equação
CO 2–3 (aq) + HCl (aq) → HCO –3 (aq) + Cl − (aq) química:
HCO –3 (aq) + HCl (aq) → H2CO3 (aq) + Cl− (aq) HCO 3– (aq) + H2O (l) H2CO3 (aq) + OH− (aq)
a) Indique os dois pares conjugados ácido-base respon-
Calcule a razão [H2CO3]e/[HCO –3]e nesse ponto de
sáveis pelo comportamento tampão nesta titulação.
equivalência, a 25 oC, admitindo que todo o ácido car-
CO2–
3
/HCO–3 ou HCO–3 /H2CO3 ou HCO–3 /CO2–
3
ou H2CO3/HCO–3
bónico se encontra sob a forma H2CO3 (aq). Apresente
b) No final da titulação, os alunos construíram o gráfico todas as etapas de resolução.
esquematizado na figura seguinte.
Kw = 1,0 × 10−14 (a 25 oC)
pH Kb(HCO 3–) = 2,3 × 10−8 (a 25 oC)

Exame de Química 2007, 2.a fase (adaptado)


A
No ponto de equivalência B existe apenas HCO–3 , que
8,3 B
sofre a hidrólise descrita, à qual corresponde:
C
D |H2CO3|e × |OH–|e
Kb = e |OH–|e = |H2CO3|e
3,7 E |HCO–3|e
F Como no ponto de equivalência B o pH = 8,3, então
pOH = 14 – 8,3 = 5,7
V1 V2 VTitulante / cm3
|OH–| = 10–pOH = 10–5,7 = 2,0 × 10–6
Então
(2,0 × 10–6)2
|HCO–3| = = 1,7 × 10–4
2,3 × 10–8
4SV¿Q
|H2CO3|e 2,0 × 10–6
= = 1,2 × 10–2

|HCO | 3 e
1,7 × 10–4

30
QUESTÕES GLOBAIS
GRUPO I

Uma das características dos metais é que aos seus catiões se podem associar
aniões, ou moléculas, formando complexos. O ião complexo [Ni(H2O)6]2+ é um
exemplo.

1. No ião complexo [Ni(H2O)6]2+ as moléculas de água ligadas ao ião Ni2+ desig-


nam-se por … e o átomo de oxigénio da molécula de água por átomo …
(A) … elementos … dador.
(B) … ligandos … dador. ¦
(C) … coordenadas … recetor.
(D) … substâncias ... recetor.

2. Cada ião complexo tem a carga compensada por iões de carga oposta, for-
mando os chamados compostos de coordenação, como, por exemplo…
(A) [Cl (NH3)6]SO4
(B) [Ar(NH3)6]SO4
(C) [Fe(NH3)6]Ni2
(D) [Ni(NH3)6]SO4 ¦

3. A hemoglobina é uma proteína que contém, por cada molécula, quatro gru-
pos hemo, sendo cada um deles um complexo de ferro (II).

3.1 Em que parte do corpo humano é mais abundante a hemoglobina?


No sangue.

3.2 A principal função da hemoglobina reside no transporte de O2 (g) para


as células. Porém, existe um gás que se combina quase 300 vezes mais
facilmente com a hemoglobina do que O2, podendo levar à morte por
asfixia. Esse gás é o…
(A) monóxido de carbono. ¦
(B) dióxido de carbono.
(C) ozono.
(D) nitrogénio.

3.3 Identifique outro elemento metálico (para além do ferro) que seja
essencial à vida e mencione uma sua função no organismo humano.
Cálcio. Função estrutural dos ossos.

31
GRUPO II

Na natureza os metais estão, em geral, na forma de iões positivos, formando óxi-


dos, hidróxidos e outros compostos iónicos. Os óxidos e os hidróxidos de metais
têm, em geral, comportamento alcalino, ao passo que os óxidos de não metais,
como CO2 e SO3, têm comportamento ácido.

1. Justifique que uma solução aquosa de NaCl seja neutra (pH = 7, a 25 °C).
Numa solução aquosa de NaCl nenhum dos iões (Na+ ou Cl –) reage com a água
(ou com os seus iões). Não há qualquer reação de hidrólise.

2. Uma solução aquosa de acetato de sódio, NaCH3CO2, é básica. Só o ião ace-


tato sofre hidrólise, tal como representa a equação química…

(A) NaCH3CO2 (aq) + H2O (l) CH3CO2H (aq) + Na+ (aq)


(B) NaCH3CO 2– (aq) + H2O (l) CH3CO2H (aq) + H3O+ (aq)
(C) CH3CO 2– (aq) + H2O (l) CH3CO2H (aq) + OH− (aq) ¦
(D) CH3CO 2– (aq) + H2O (l) CH3CO2H (aq) + H3O+ (aq)

3. A ionização do amoníaco é traduzida por:

NH3 (aq) + H2O (l) NH+4 (aq) + OH− (aq)

O grau de ionização do amoníaco numa solução 0,100 mol dm–3, a 25 oC, é 1,3%.
As concentrações na solução referida são:

(A) [NH3]e = [OH−]e = [NH+4]e = 0,0013 mol dm−3


(B) [NH3]e = [NH+4]e = 0,013 mol dm−3
(C) [NH3]e = [OH−]e = 0,013 mol dm−3
(D) [NH+4]e = [OH−]e = 0,0013 mol dm−3 ¦

4. Um sistema tampão importante para a manutenção do pH, especialmente


dos líquidos intracelulares, é o par…

(A) H2PO–4 /H2PO2–


4
¦
(B) CO2/H2PO2–
3

(C) HCl /Cl −


(D) CO2/O2

5. Fritz Haber descobriu, em 1905, que ferro misturado com uma pequena per-
centagem de óxido de potássio e óxido de alumínio catalisava eficazmente a
reação de síntese do amoníaco.

5.1 O óxido de potássio possui comportamento ácido ou básico?


Comportamento básico.

5.2 Que efeito terá a referida mistura na extensão da reação de síntese do


amoníaco: aumenta, mantém ou diminui o rendimento? Mantém a exten-
são da reação.

32
2.1 COMBUSTÍVEIS
FÓSSEIS: O CARVÃO,
O CRUDE
E O GÁS NATURAL
2.1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

RESUMO

• A destilação fracionada permite separar os diversos componentes do petróleo


bruto.

• O cracking do petróleo é um processo de quebra de ligações nos hidrocarbo-


netos de cadeias longas, do qual resulta a formação de outros compostos de
cadeia mais pequena.

• Na indústria petroquímica usam-se reações de isomerização para obter hidro-


carbonetos ramificados a partir de hidrocarbonetos lineares, por aquecimento e
ação de catalisadores.

• Isómeros são compostos com a mesma fórmula molecular, mas cujos átomos
estão associados de forma diferente. Têm diferentes propriedades físicas e, mui-
tas vezes, diferentes propriedades químicas.

• Usa-se a expressão híbridos de ressonância quando a estrutura molecular é


descrita pela consideração simultânea de duas ou mais fórmulas de estrutura
que obedecem à regra do octeto. Um exemplo, o benzeno:

H H
H C H H C H
C C C C
C C C C
H C H H C H
H H

• A descrição por híbridos de ressonância explica a igualdade dos comprimentos


da ligação C–C na molécula de benzeno, da ligação S–O na molécula de SO2 e da
ligação O–O na molécula de O3.

• A polaridade das moléculas resulta da existência de uma distribuição assimé-


trica de carga, à qual se associa um dipolo elétrico.

• A unidade SI de pressão é o pascal, mas há outras unidades frequentemente


utilizadas (torr, atmosfera e bar).

• Um gás ideal caracteriza-se por possuir moléculas supostas pontuais (sem


volume) e entre as quais se admite não existirem forças intermoleculares.

• Um gás ideal obedece à relação p V = n R T em que p é a pressão, V o volume, n


a quantidade de matéria (em moles), R a constante universal dos gases (corres-
pondendo a 0,0821 atm dm3 K–1 mol–1) e T a temperatura.

• Um gás real tem um comportamento que se aproxima de um gás ideal à medida


que a pressão baixa ou a temperatura aumenta.

• A massa volúmica de um gás ideal, U, relaciona-se com a pressão e tempe-


pM
ratura: U =
RT

34
2.1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Notas: 4. Indique o nome dos compostos seguintes, de acordo


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção com as regras de nomenclatura da IUPAC.
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada.
a) CH3 CH CH2 CH3 b) H2C CH CH3
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
CH3
 QIXMPFYXERS 4VSTIRS

CH3
CH2
2.1.1 Do crude ao gás de petróleo
c) d) CH3 C C CH3
liquefeito (GPL) e aos fuéis:
CH3
destilação fracionada e cracking But-2-eno 2,3-dimetilpent-2-eno
do petróleo
5. Indique os nomes, ou as fórmulas de estrutura, dos
1. O petróleo bruto é constituído basicamente por com- compostos seguintes.
postos de carbono e hidrogénio que se designam por: a) CH3—OH b) pentan-2-ol
(A) hidratos de carbono. (B) álcoois. Metanol CH3 CH2 CH2 CH CH3
OH
(C) gasolinas. (D) hidrocarbonetos. ¦
c) CH3—O—CH3 d) éter butílico e etílico
2. Os zeólitos são aluminossilicatos que apresentam uma Éter dimetílico CH3–CH2–CH2–CH2–O–CH2–CH3
porosidade regular, estando a forma e as aberturas dos ou metoximetano
poros dependentes do tipo de estrutura. Conhecem-se
mais de trinta zeólitos naturais e uma centena de zeó- OH
litos sintéticos. e) f) O
a) Que papel desempenham os zeólitos no cracking do    4VSTERSP gXIVFYXvPMGSIQIXvPMGSSY
petróleo? No cracking do petróleo os zeólitos funcionam    QIXS\MFYXERS
GSQS¿PXVSWQSPIGYPEVIW4IVQMXIQWITEVEVLMHVSGEVFS-
RIXSWVEQM¿GEHSWHILMHVSGEVFSRIXSWPMRIEVIW 6. Considere os seguintes compostos orgânicos:
b) O cracking é o processo de... I. CH3—CH2—OH II. CH2= CH—CH2—CH3
(A) formação de ligações em hidrocarbonetos de a) Indique o nome dos compostos I e II. I. Etanol
cadeia curta para a formação de hidrocarbonetos II. But-1-eno
de cadeia ramificada.
b) Qual o nome da família (classe) de compostos orgâ-
(B) quebra de ligações nos hidrocarbonetos de nicos a que pertence I? ÈPGSSMW
cadeia longa para a formação de hidrocarbonetos
de cadeia curta. ¦ 7. A fórmula de estrutura seguinte diz respeito ao fár-
(C) formação de ligações em hidrocarbonetos de maco Viagra.
cadeia curta de modo a obter cadeias ramificadas. O
N
(D) quebra de ligações em cicloalcanos e hidrocar- HN
O N
bonetos aromáticos para obter hidrocarbonetos
N
de cadeia aberta.

3. O gás dos isqueiros é uma mistura de butano e O S N

metilpropano. O N

Escreva a fórmula de estrutura destas duas substâncias. a) Este fármaco é um composto que
Butano: H3C CH2 CH2 CH3 (A) é aromático e é um hidrocarboneto.

CH3 (B) não é aromático nem é um hidrocarboneto.


Metilpropano: H3C CH CH3
(C) é aromático, mas não é um hidrocarboneto. ¦

(D) não é aromático, mas é um hidrocarboneto.

b) Quantos átomos de carbono existem na molécula


representada? kXSQSW

35
2. COMBÚSTIVEIS, ENERGIA E AMBIENTE

8. Indique as fórmulas de estrutura dos compostos a) Como se chama a classe de compostos orgânicos
seguintes. que contém oxigénio, cujo grupo funcional está pre-
a) eteno b) but-1-ino sente nesta molécula? gXIVIW
H H HC C CH2 CH3 b) Indique justificando, se o composto representado é,
C C ou não, aromático. Sim, é um composto aromático, pois
H H
TSWWYMERrMWFIR^rRMGSW
c) hex-3-eno d) 2,2-dimetilbutano
CH3 CH2 CH CH CH2 CH3 CH3 12. Uma maneira de distinguir um éter de um alcano é
CH3 C CH2 CH3 observar o comportamento da substância perante
CH3 ácido sulfúrico concentrado, já que os éteres são solú-
veis, mas os alcanos não.
e) metilciclopentano f) 2-metilpropeno
CH3 CH3 C CH2 a) Que elemento químico está presente num éter, mas
CH3 não num alcano? 3\MKrRMS
b) Escreva o nome de um éter que seja isómero funcio-
nal do propanol. 1IXS\MIXERSSYrXIVIXvPMGSIQIXvPMGS

9. As quatro fórmulas de estrutura seguintes dizem res- 13. Os dienos são hidrocarbonetos que possuem duas liga-
peito a compostos orgânicos. ções duplas entre carbonos. A fórmula de estrutura de
O NO2 um desses compostos é:

CH2=CH–CH2–CH=CH2
O
Dioxano A fórmula de estrutura de um isómero de posição deste
Nitrobenzeno composto é
H H (A) HC C CH2 CH2 CH3
H C C O H H C C H
Acetileno CH2 CH2
H H
Álcool etílico (B) CH CH CH2
a) Qual dos compostos representados é aromático? (C) CH3 CH CH CH CH2 ¦
2MXVSFIR^IRS
CH3
b) A que classe de compostos orgânicos pertence o
(D) CH2 C CH CH2
acetileno? %PGMRSW
c) Escreva a fórmula de estrutura de um isómero de 14. O éter metil-terc-butílico (MTEB), que é usado como
grupo funcional do álcool etílico. aditivo na gasolina, pode ser obtido recorrendo à rea-
H H ção entre o metilpropeno e o metanol, em meio ácido.
H C O C H
CH3
H H
H 3C C CH2 + CH3OH H 3C C O CH3

10. Neste domingo, elevou-se para 18 o número de mortes CH3 CH3


em Istambul devido ao consumo de bebidas alcoólicas A que família de compostos orgânicos pertence:
adulteradas. No total, 89 pessoas foram hospitaliza- a) o MTEB? gXIVIW
das desde 18 de outubro, em Istambul, depois de terem
b) o metanol? ÈPGSSMW
ingerido «raki», uma bebida anisada com elevado teor
alcoólico, muito comum na Turquia, na qual foi detetada 15. A fórmula química do ião peróxido é O2–
2
.
a presença de álcool metílico, uma substância mortal. a) Com base na regra do octeto, indique a fórmula de
Jornal de Notícias, 01/11/2015 (adaptado) estrutura deste ião.
2−
a) Qual é o álcool presente nas bebidas alcoólicas? O O
)XERSP
b) Indique um outro nome para o álcool metílico.
1IXERSP

11. A figura seguinte diz respeito ao componente ativo de


um fármaco utilizado como antidepressivo.

F O NH
F

36
2.1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

b) Indique, justificando, se a energia de ligação química representada por:


no ião peróxido é maior ou menor do que a energia de
2- 2- 2-
ligação na molécula de oxigénio, O2. A energia de liga- O O O
ção é menor no ião peróxido, pois tem uma ligação simples C C C
O O, ao passo que a molécula de oxigénio tem uma ligação
O O O O O O
dupla O O: O O

Podemos afirmar que o ião carbonato tem…


16. Considere os iões nitrato, NO –3, e nitrito, NO–2.
(A) duas ligações carbono-oxigénio simples e uma
a) Quantos eletrões de valência tem, respetivamente,
dupla.
cada um destes estes iões?
(B) três ligações com o mesmo comprimento de liga-
(A) 23 e 17 (B) 18 e 12 (C) 32 e 24 (D) 24 e 18 ¦
ção. ¦
b) Represente a fórmula de estrutura do ião nitrato,
(C) a carga negativa localizada sempre no mesmo átomo.
com base num híbrido de ressonância entre três
estruturas. (D) três fórmulas, podendo cada uma isoladamente
− − − traduzir a sua estrutura.
O O O
N N N
O O O O O O 21. Certos detonadores de explosivos são sais em que os
aniões são CNO− (ião fulminato) e N–3 (ião azida).
17. Dióxido de carbono, CO2, e monóxido de carbono, CO, a) Selecione as três estruturas que representam o ião
são gases com efeitos muito diferentes. Enquanto azida como um híbrido de ressonância.
o monóxido de carbono é muito tóxico para todos os - -
I. N N N ¦ II. N N N
seres vivos, o dióxido de carbono é indispensável à rea-
lização da fotossíntese das plantas. Escreva as fórmu- - -
III. N N N ¦ IV. N N N ¦
las de estrutura das moléculas CO e CO2 (incluindo os
pares eletrónicos não ligantes) e compare, justificando,
b) Com base na regra do octeto, indique as três estru-
a energia de ligação e o comprimento da ligação carbo-
turas que representam híbridos de ressonância para
no-oxigénio em CO e CO2.
C O
o ião fulminato, sabendo que é um ião de geometria
linear em que N é o átomo central.
O C O
− − −
A energia de ligação é maior na molécula CO onde C N O C N O C N O
EPMKEqoSGEVFSRSS\MKrRMSrYQEPMKEqoSXVMTPE)Q
GSRJSVQMHEHISGSQTVMQIRXSHIPMKEqoSrQIRSV 22. Considere a espécie HF. Qual dos átomos é mais ele-
tronegativo? O que significa isso? 3kXSQSHIÀ€SV-WWS
18. Uma das estruturas do ião sulfato, SO 2–
4
, pode ser: WMKRM¿GEUYISWIPIXVIWGSQYRWVIWTSRWkZIMWTIPEPMKEqoS
2- XtQQEMSVTVSFEFMPMHEHIHIWIIRGSRXVEVIQNYRXSHSkXSQS
O
HILEPSKrRISHSUYINYRXSHSkXSQSHILMHVSKrRMS
O S O
O 23. Considere a molécula de dióxido de carbono, cuja fór-
mula de estrutura é: O C O
Indique-a com as outras cinco estruturas, com diferen-
a) Recorrendo à notação vetorial, represente o
tes posições das ligações simples e duplas entre oxi-
momento dipolar nas ligações carbono-oxigénio e o
génio e enxofre, de modo a representar um híbrido de
momento dipolar resultante.
ressonância. − ++ −
O C O
2− 2−
O O ȝ1 ȝ2 ȝ =0
O S O O S O
O O b) Indique, justificando, se CO2 é uma molécula polar
ou apolar. A molécula é apolar, porque o seu momento
2− 2−
O O HMTSPEVVIWYPXERXIrRYPS7IRHSEKISQIXVMEPMRIEVSW
O S O O S O ZIXSVIWQSQIRXSHMTSPEVVIPEXMZSWEGEHEYQEHEWPMKE-
qIWGEVFSRSS\MKrRMSERYPEQWI
O O

2− 2− 24. O nitrogénio e o monóxido de carbono são constituintes


O O
da atmosfera. Apresente uma justificação para o facto
O S O O S O
de o momento dipolar, P, da molécula CO ser superior
O O ao da molécula N2. Na molécula CO, os eletrões comuns
VIWTSRWkZIMW TIPE PMKEqoS XtQ QEMSV TVSFEFMPMHEHI HI
19. O ácido metanoico, HCO2H, tem uma ligação carbono- WI IRGSRXVEVIQ NYRXS HS kXSQS 3 HS UYI NYRXS HI ' S
-oxigénio com comprimento de ligação 123 pm e outra QSQIRXSHMTSPEVrWYTIVMSVE^IVS
com 136 pm. Na molécula N2SWIPIXVIWGSQYRWVIWTSRWkZIMWTIPE
PMKEqoSXtQMKYEPTVSFEFMPMHEHIHIWIIRGSRXVEVIQNYRXS
a) Escreva a fórmula de estrutura do ácido metanoico e
de cada um dos átomos, pelo que o momento dipolar é
associe a cada ligação carbono-oxigénio o respetivo
RYPS
comprimento.
O 123 pm
H C 136 pm
25. A régua representada na figura foi friccionada até
O H

b) Como se explica que ambas as ligações carbono-


-oxigénio no ião metanoato, HCO –2, tenham o mesmo
comprimento?
8VEXEWIHIYQLvFVMHSHIVIWWSRmRGME
O O−
H C H C
O− O
SUYIXSVREEWPMKEqIWGEVFSRSS\MKrRMSIUYMZEPIRXIW

20. A estrutura do ião carbonato, CO 2–


3
, pode ser

37
2. COMBÚSTIVEIS, ENERGIA E AMBIENTE

adquirir carga elétrica. Perto dela corre um fio fino de botija de 1,0 L de capacidade e à temperatura de 30 oC,
água. Interprete o fenómeno ilustrado. exercem uma pressão de 1,2 atm.
N(CO2) = 2,9 × 1022 moléculas

c) O que conclui comparando os valores anteriores?


4SHIGSRGPYMVWIUYISR€QIVSHIQSPrGYPEWrMKYEP
TEVEZSPYQIWMKYEMWREWQIWQEWGSRHMqIWHITVIWWoS
IXIQTIVEXYVEUYEPUYIVUYIWINESKkWMHIEP

29. Uma ampola de vidro de 1,0 L de capacidade contém


5,0 g de um gás, de massa molar 30 g mol–1.
Sabendo que a ampola não suporta pressões superio-
res a 8,0 atm, determine a temperatura máxima a que
a ampola pode ser sujeita sem rebentar. T = 5,8 × 102 K

A régua eletrizada atrai fortemente as moléculas de água, 30. Um extintor de incêndio de neve carbónica tem a capaci-
UYIWoSTSPEVIWSUYIHIWZMESTIVGYVWSHS¿SHIkKYE dade de 3,0 L e contém 4,4 kg de dióxido de carbono.
Calcule o volume do gás que o extintor pode fornecer, à
26. Fabricado e comercializado na forma líquida, o diclo- pressão de 1,0 atm e à temperatura de 27 oC.
roeteno é obtido pela reação do cloro com o etileno a V = 2,5 × 103 dm3
baixa temperatura e na presença de ferro e oxigénio. As
fórmulas de estrutura seguintes dizem respeito a dois 31. O chamado «gelo seco» é dióxido de carbono sólido.
isómeros do dicloroeteno. Calcule a pressão de CO2 (g), obtido por sublimação
C艎 C艎 C艎 H de 0,088 g de «gelo seco» num recipiente de 5,0 L de
C C C C capacidade, à temperatura de 20 oC. p = 9,6 × 10–3 atm

H H H C艎
A. B. 32. Acumularam-se 7,0 kg de metano, produzidos por um
Indique, justificando, qual dos isómeros é apolar. biodigestor, num contentor de 200 dm3, a uma tempe-
ratura de 30 oC.
3MW{QIVSMHIRXM¿GEHSTIPEPIXVEB é apolar, pois
a geometria da molécula permite que os momentos Determine a pressão no interior do cilindro em unida-
dipolares das diferentes ligações se cancelem, sendo nulo des SI, admitindo tratar-se de um gás ideal.
SQSQIRXSHMTSPEVVIWYPXERXI p = 5,5 × 1064E
ȝ =0 ȝ ≠0

H Cl Cl Cl 33. Uma amostra de 2,000 g de um gás encontra-se num


C C C C recipiente de 3,056 L em condições normais de pres-
Cl H H H são e temperatura.
Determine a massa molar desse gás. M = 14,67 g mol–1
2.1.2 Os combustíveis gasosos, líquidos
34. Um gás de massa molar 50 g mol–1 é submetido a condi-
e sólidos: compreender as diferenças
ções PTN num recipiente de capacidade igual a 5,250 L.
Determine a massa volúmica desse gás. U = 2,0 g dm–3
27. O hidrogénio tem sido proposto como combustível
alternativo à gasolina. Um dos problemas é que tem 35. Dois gases ideais, A e B, à pressão de 0,990 atm e à tempe-
de ser comprimido, para se armazenar uma quantidade ratura de 25 oC, estão em dois recipientes, de 2,45 L cada,
razoável num tanque com a mesma capacidade dos separados por uma torneira. A massa do gás no recipiente
que existem num automóvel. A é 1,248 g e a massa do gás no recipiente B é 1,450 g.
Calcule a massa de hidrogénio que, à temperatura de Determine:
25 oC, é possível armazenar num tanque de 40 litros, à
a) a massa molar de cada gás.
pressão de:
M(A) = 12,6 g mol–1
a) 1 atm. m = 3,3 g
M(B) = 14,6 g mol–1
b) 30 atm. m = 99 g
c) 200 atm. m = 6,6 × 102 g b) a massa volúmica de cada gás.
U(A) = 0,510 g dm–3
28. A partir da equação dos gases ideais:
U(B) = 0,591 g dm–3
a) Calcule o número de moléculas (monoatómicas) de
hélio, He, que, num balão de 1,0 L de capacidade e à c) a pressão total quando se abre a torneira de comuni-
temperatura de 30 oC, exercem uma pressão de 1,2 atm. cação entre os dois recipientes. p = 0,981 atm
N(He) = 2,9 × 1022 moléculas
36. O diclorodifluorometano, CCl 2F2 (Freon-12), é um dos
b) Calcule o número de moléculas de CO2 que, numa

38
2.1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

CFC responsáveis pela rarefação da camada de ozono (B) o pentano ou o hexano.


estratosférico. (C) o metano ou o etano. ¦
Este gás liberta-se a partir de frigoríficos e aparelhos de
(D) o álcool etílico.
ar condicionado mais antigos, que ainda o contêm como
fluido de refrigeração. 42. A tabela seguinte contém informação sobre algumas
a) Determine a massa molar deste CFC. substâncias que podem ser usadas como combustíveis.
M(CCl2F2) = 120,91 g mol–1
Poder energético
b) Determine a sua massa volúmica em condições PTN. Combustível
kJ g–1 kJ dm–3
U = 4,94 g dm–3
Hidrogénio 142 13
o 3,8 ¬ 104
37. À pressão de 3,0 atm e a 16 C, 2,5 g de CO2 (g) ocupam Octano 48
0,450 dm3. Calcule o volume molar de CO2 nessas con- Metanol 23 1,8 ¬ 104
dições. Vm = 7,9 dm3 mol–1
Por qual dos combustíveis optaria para um automóvel?
38. Dois balões, nas mesmas condições de pressão e E para um foguetão? Justifique as respostas.
3GXERSTEVESEYXSQ{ZIPILMHVSKrRMSTEVESJSKYIXoS
temperatura, contêm igual massa de gás, um de hélio
TSVUYISJSKYIXoSVIUYIVYQGSQFYWXvZIPUYIJSVRIqE
(M = 4,0 g mol–1) e o outro de dióxido de carbono gasoso
QYMXEIRIVKMETSVYRMHEHIHIQEWWEHIGSQFYWXvZIPES
(M = 44 g mol–1). TEWWSUYISEYXSQ{ZIPVIUYIVYQGSQFYWXvZIPUYIJSVRIqE
a) Indique, justificando, qual dos balões tem maior QYMXEIRIVKMETSVYRMHEHIHIZSPYQIHIGSQFYWXvZIP
volume. 3 FEPoS GSQ '32 TSMW XIQ QIRSV R€QIVS HI
moléculas: a massa dos dois gases é a mesma, mas a 44. O álcool comum é adicionado à gasolina para aumentar
UYERXMHEHIHIQEXrVME IQQSP HIHM{\MHSHIGEVFSRSr o índice de octanas da mistura combustível. Mencione
QIRSVNkUYIEWYEQEWWEQSPEVrWYTIVMSVlHSLrPMS outra importante vantagem decorrente do uso do eta-
b) Como se explica que, quando largados, um dos nol como combustível. g YQ FMSGSQFYWXvZIP I TSVXERXS
balões suba e o outro caia? 7IRHSSLrPMSQIRSWHIRWS YQVIGYVWSIRIVKrXMGSVIRSZkZIP
HSUYISEVISHM{\MHSHIGEVFSRSQEMWHIRWSHSUYISEV
SFEPoSHILrPMSWYFMVkESTEWWSUYISFEPoSHIHM{\MHS
HIGEVFSRSGEMVk
Atividade laboratorial
Destilação fracionada de uma mistura
39. Calcule o volume de hidrogénio, em condições PTN, de três componentes
produzido a partir de 50,0 g de zinco, em reação com
45. Ao realizar uma destilação fracionada de uma mistura,
excesso de ácido sulfúrico, segundo a equação química:
obtiveram-se três componentes. Determinaram-se os
Zn (s) + H2SO4 (aq) o ZnSO4 (aq) + H2 (g) pontos de ebulição desses três componentes, tendo-se
V = 17,1 dm3 obtido os seguintes resultados:
Substância A: 78,0 oC Substância B: 56,7 oC
40. Num artigo de jornal sobre a contribuição do dióxido Substância C: 63,0 oC
de carbono para o efeito de estufa, afirma-se que «se a) Qual terá sido a ordem pela qual se obtiveram os três
percorrer menos 300 km por mês com o seu carro, componentes, no decorrer da destilação? 7YFWXmRGME
são menos 600 kg de CO2 que liberta, por ano, para a &IQTVMQIMVSPYKEVWIKYMHEHEWYFWXmRGME'ITSV¿QE
atmosfera». WYFWXmRGME%
Atenda à equação química que representa a combus- b) Qual das seguintes peças é essencial para realizar
tão do octano (principal componente da gasolina): uma destilação fracionada no laboratório?
C8H18 (l) + 25 O2 (g) 8 CO2 (g) + 9 H2O (g) (A) Coluna de destilação.
2
a) Calcule o volume de octano (U = 0,70 kg dm–3) capaz (B) Coluna de Vigreux. ¦
de originar 600 kg de dióxido de carbono. (C) Condensador de serpentina.

V(C8H18) = 2,8 × 102 dm3 (D) Condensador de bolas.


c) Quando se faz uma destilação, é necessário verificar
b) Admitindo que o carro consome 7,8 litros de octano em o sentido em que circula a água dentro do conden-
cada 100 km percorridos, verifique se a afirmação do sador. Qual é esse sentido? (IZIVkWIVHIFEM\STEVE
jornal é verdadeira. 4EVEOQHIZMEKIQconsomem-se GMQETSMWEkKYEUYIRXIXIRHIEWYFMVTSVGSRZIGqoS
3 × 7,8 dm3 = 23,4 dm3HIKEWSPMRE)QQIWIWLEZIVME WEMRHSTIPSSVMJvGMSWYTIVMSVHSGSRHIRWEHSV
uma economia de 12 × 23,4 dm3 = 281 dm3YQZEPSVUYI
rIUYMZEPIRXIESGEPGYPEHSREEPvRIEERXIVMSV8EPWMKRM-
¿GEUYIERSXvGMEXIQJYRHEQIRXSGMIRXv¿GS

41. O propano e o butano são os gases que encontramos nas


botijas de gás. Estes são mais fáceis de condensar do que…
(A) a água.

39
QUESTÕES GLOBAIS
As diferenças nos pontos de ebulição dos hidrocarbonetos presentes na mis-
tura complexa que é o petróleo bruto permitem a sua separação por destilação
fracionada.

1. Selecione a opção com os termos que completam corretamente a frase.


As frações obtidas na destilação fracionada do petróleo bruto estão associa-
das a um intervalo de … de recolha e … da cadeia carbonada.
(A) … tempo … pressão …
(B) … tempo … concentração …
(C) … temperatura … tamanho … ¦
(D) … temperatura ... polaridade …

2. O processo industrial que envolve reações nas quais moléculas grandes


de hidrocarbonetos são transformadas em moléculas mais pequenas, por
aquecimento e ação de catalisadores, chama-se…»
(A) reforming do petróleo.
(B) isomerismo.
(C) destilação.
(D) cracking do petróleo. ¦

3. Os hidrocarbonetos podem dividir-se em duas categorias: os saturados, que


incluem a família dos alcanos, e os insaturados, que incluem a família dos
alcenos e alcinos.

3.1 Indique o nome do hidrocarboneto insaturado com menor número de


átomos. Etino

3.2 Escreva os nomes dos seguintes hidrocarbonetos:

i) CH2=CH–CH3 4VSTIRS

ii) CH2=CH–CH=CH2 But-1,3-dieno

3.3 Apresente a fórmula de estrutura do hidrocarboneto pent-1,2-dieno.


CH2=C=CH–CH2–CH3

3.4 Apresente a fórmula de estrutura de um isómero de posição do hidrocar-


boneto pent-1,2-dieno. CH2=CH–CH=CH–CH3 ou CH2=CH–CH–C=CH3

3.5 Justifique que o momento dipolar do hidrocarboneto metano seja nulo.


Como a geometria do metano, CH4rXIXVErHVMGESWZIXSVIWQSQIRXS
HMTSPEVVIPEXMZSWEGEHEYQEHEWPMKEqIWGEVFSRSLMHVSKrRMSERYPEQWI

40
2.2 DE ONDE VEM
A ENERGIA DOS
COMBUSTÍVEIS
2.2 De onde vem a energia dos combustíveis

RESUMO
• A entalpia é uma grandeza característica de cada estado de um sistema e
a sua variação é independente da forma como o sistema evolui entre dois
estados.

• A entalpia padrão de reação corresponde à variação de entalpia numa reação


que ocorre nas condições padrão.

• A entalpia padrão toma designações específicas quando associada a determi-


nadas reações, por exemplo:

– entalpia padrão de reação, 'rHo (variação de entalpia numa reação química);

– entalpia padrão de combustão, 'cHo (variação de entalpia numa combustão);

– entalpia padrão de formação, 'fHo (para formação de um composto a partir


de substâncias elementares);

– entalpia padrão de dissolução, 'solHo (formação de uma solução de um


dado soluto num solvente);

– entalpia padrão de fusão, 'fusHo (para uma transformação sólido → líquido).

• A entalpia padrão de combustão relaciona-se com o poder energético dos


combustíveis.

• Regra geral, combustíveis oxigenados como álcoois e éteres possuem menor


poder energético do que os combustíveis de hidrocarbonetos.

• A entalpia padrão de uma reação pode ser determinada a partir das entalpias
padrão de formação dos reagentes e produtos da reação.

• A aplicação da Lei de Hess permite determinar a entalpia padrão de uma


reação.

• Lei de Hess: a entalpia de uma reação cuja equação química pode ser obtida
combinando outras equações químicas é igual a uma combinação idêntica das
entalpias padrão das reações que foram combinadas.

42
2.2 De onde vem a energia dos combustíveis

Notas: 4. Quando se diz que a energia está concentrada nos


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção combustíveis, em rigor é da energia disponibilizada na
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada. reação com o oxigénio (como calor) que se trata.
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
a) O poder energético do metanol é 726 kJ mol–1.
Exprima esse valor na unidade MJ kg–1. 22,7 MJ kg–1

2.2.1 Conversões e trocas de energia


em reações químicas
1. A reação de decomposição do carbonato de cálcio, que
é endotérmica, representa-se por:

CaCO3 (s) CaO (s) + CO2 (g)

Se a reação ocorrer num recipiente de capacidade fixa,


a transferência de energia entre o sistema e a vizi- b) Sabendo que ΔHc = ¦ Elig(reagentes) – ¦ Elig(produtos),
nhança faz-se através… determine a entalpia de combustão do metano a par-
tir das seguintes energias de ligação:
(A) de trabalho e calor. (B) apenas de trabalho.
(C) apenas de calor. ¦ (D) de pressão. C–H : 411 kJ mol–1 C=O : 799 kJ mol–1
O–H : 462 kJ mol–1 O=O : 496 kJ mol–1
2. Usa-se a expressão «entalpia de reação» para variação 'Hc = –810 kJ mol–1
de entalpia do sistema em consequência de uma rea-
ção química. Associe a cada uma das equações quími- 5. A reação entre o nitrogénio e o oxigénio é das poucas
cas I, II e III uma das designações seguintes: entalpia reações de combinação com o oxigénio que é endotér-
de neutralização, entalpia de dissolução ou entalpia de mica. Pode ser representada pela equação:
combustão. N2 (g) + O2 (g) 2 NO (g).
I. CH3OH (l) + 3 O2 (g) CO2 (g) + 2 H2O (g) A sua entalpia padrão de reação é 180 kJ mol–1.
2
)RXEPTMEHIGSQFYWXoS
a) Partindo de uma mole de cada reagente, numa
II. HCN (aq) + NaOH (aq) NaCN (aq) + H2O (l) transformação completa, que quantidade de energia
Entalpia de neutralização deverá ser transferida para o sistema, como calor,
para que a temperatura final seja igual à inicial?
III. KNO3 (s) K+ (aq) + NO –3 (aq)
Será necessário transferir para o sistema 180 kJ de
Entalpia de dissolução
IRIVKMEWSFEJSVQEHIGEPSVTEVEUYIEXIQTIVEXYVE
¿REP QSPHI23 WINEMKYEPlXIQTIVEXYVEMRMGMEP
3. Numa dada região, comercializam-se duas misturas
(1 mol N2 e 1 mol O2 
combustíveis:
A – 85% etanol + 15% gasolina b) Para a mesma temperatura, a energia interna dos
produtos é maior, igual ou menor do que a dos rea-
B – 15% etanol + 85% gasolina
gentes? Justifique. 1EMSV IQ  O. ZIV VIWTSWXE l
Considere que o poder energético da gasolina é EPvRIEERXIVMSV 
obtido apenas pelo octano (um dos seus principais
constituintes). 6. A síntese industrial de ácido nítrico, HNO3, faz-se pelo
'Ho(octano) = –47,9 kJ g–1 ; 'Ho(etanol) = –29,8 kJ g–1 processo de Ostwald. A primeira reação que ocorre neste
processo pode ser representada pela equação química:
Indique por que mistura optaria para abastecer o seu
automóvel se pretendesse sobretudo: 4 NH3 (g) + 5 O2 (g) 4 NO (g) + 6 H2O (g)

i) diminuir as emissões poluentes. A Determine o valor da entalpia padrão da reação, a par-


ii) maximizar a energia fornecida na combustão. B tir das seguintes entalpias de formação padrão.

'fHo(H2O, 298 K) = –242 kJ mol–1


'fHo(NH3, 298 K) = –45,9 kJ mol–1
'fHo(NO, 298 K) = 90,4 kJ mol–1

'H = –909 kJ mol–1

43
COMBUSTÍVEIS, ENERGIA E AMBIENTE

7. O metanol, CH3OH (l), é um álcool usado, por exem- Com base na informação que se segue, determine a
plo, como aditivo nas gasolinas, podendo também ser energia libertada pelo metabolismo de 2,0 g de glicose
considerado como um combustível alternativo. Um dos no corpo humano.
processos da preparação do metanol parte da reação
Equação 'H / kJ mol–1
entre o metano e o oxigénio, de acordo com a equação
química: 6 C (s) + 3 O2 (g) + 6 H2 (g) C6H12O6 (aq) –1263

2 CH4 (g) + O2 (g) 2 CH3OH (l) H2 (g) + 1/2 O2 (g) H2O (l) –286
CO2 (g) C (s) + O2 (g) 394
Com base nas seguintes equações termoquímicas:
'H (2 g de glicose) = –31 kJ
(I) CH4 (g) + H2O (g) CO (g) + 3 H2 (g) 'Ho = +208,1 kJ
(II) 2 H2 (g) + CO (g) CH3OH (l) 'Ho = –128,3 kJ
(III) 2 H2 (g) + O2 (g) 2 H2O (g) 'Ho = –483,6 kJ Atividades laboratoriais
calcule a entalpia padrão de reação da formação do Determinação da entalpia de neutralização
metanol a partir do metano. 'H = –324 kJ da reação NaOH (aq) + HCl (aq)

8. Um exemplo de reação de cracking é: 11. Quando reagem 50 cm3 de solução aquosa 2,0 mol dm–3
C4H10 (g) C2H6 (g) + C2H4 (g) de HCl com 50 cm3 de solução aquosa equimolar de
NaOH, observa-se uma elevação máxima de tempera-
Explique como calcularia a variação de entalpia
tura de 13 oC.
padrão desta reação, a partir dos valores das ental-
a) Em que momento da titulação se atinge a tempera-
pias padrão de combustão de C4H10 (g), de C2H6 (g) e
tura máxima? 5YERHSrEXMRKMHSSTSRXSHIIUYMZEPtRGME
de C2H4 (g), escrevendo as equações das respetivas
combustões. b) Considerando a densidade desta solução igual a
1,0 g cm–3 e a sua capacidade térmica mássica
Prova extraordinária de exame de Química 2007 (adaptado)
4,19 J g–1 K–1, calcule um valor aproximado para a
- '4H10 (g) C2H6 (g) + C2H4 (g)
quantidade de calor em jogo. Q = 5,4 kJ
-- '4H10 (g) + 13 O2 (g) 4 CO2 (g) + 5 H2O (g)
2
--- '2H6 (g) + 7 O2 (g) 2 CO2 (g) + 3 H2O (g) Determinação da entalpia de combustão
2 de diferentes álcoois
-: '2H4 (g) + 3 O2 (g) 2 CO2 (g) + 2 H2O (g)
IU- ! IU-- ² IU--- ² IU-:  12. Ordene os passos seguintes de forma a obter um pro-
'H o - !'cH o -- ²'cH o --- ²'cH o -: cedimento que lhe permita determinar, de forma apro-
ximada, a entalpia de combustão do 1-butanol:
9. A oxidação do nitrogénio a dióxido de nitrogénio é des- 1. Suspenda o aquecimento e anote a temperatura
crita pela equação química: mais elevada atingida pela água.
N2 (g) + 2 O2 (g) 2 NO2 (g) 2. Transfira 1-butanol para uma lamparina e meça a
massa do conjunto.
Com base nas equações termoquímicas seguintes,
determine a variação de entalpia padrão de combustão 3. Meça 200,0 cm3 de água para um copo. Anote a tem-
do nitrogénio. peratura da água.
4. Efetue os cálculos necessários.
N2 (g) + O2 (g) 2 NO (g) ; 'Ho = 180 kJ mol–1
5. Aqueça a água usando a lamparina até a tempera-
2 NO (g) + O2 (g) 2 NO2 (g) ; 'Ho = –112 kJ mol–1
tura se elevar 20 oC.
'H o = 68 kJ mol–1
6. Meça de novo a massa da lamparina para calcular a
10. A glicose é o principal composto orgânico utilizado massa de 1-butanol consumida.
como fonte de energia química pelo corpo humano. 7IUYtRGMEI
A reação química global que representa a mobilização
de energia, pelo corpo humano, a partir da glicose é
representada por:

C6H12O6 (aq) + 6 O2 (g) 6 CO2 (g) + 6 H2O (l)

44
QUESTÕES GLOBAIS
GRUPO I

A entalpia é uma grandeza característica de cada estado de um sistema e a sua


variação é independente da forma como o sistema evolui entre dois estados.

1. Atenda à reação de combustão traduzida por:

C (s, grafite) + O2 (g) CO2 (g) ; 'Ho(298 K) = –394 kJ mol–1

1.1 Selecione a opção correta.


(A) O oxigénio encontra-se a 105 Pa. ¦
(B) O carbono encontra-se a 105 Pa.
(C) A concentração de oxigénio é 1 mol dm–3.
(D) A concentração de carbono é 1 mol dm–3.

1.2 Relacione as equações químicas (1), (2) e (3), e respetivos valores 'Ho,
para obter C (s) + O2 (g) CO2 (g) ; 'Ho(298 K) = –394 kJ mol–1

2 H2 (g) + O2 (g) 2 H2O (l) ; 'H o1 = –571,6 kJ (1)

2 C2H2 (g) + 5 O2 (g) 4 CO2 (g) + 2 H2O (l) ; 'H o2 = –2598,8 kJ (2)

C2H2 (g) 2 C (s) + H2 (g) ; 'H o3 = –226,6 kJ (3)


' WKVE¿XI 32 (g) CO2 K   
IU  !IU  ²×IU  ²× IU  ֞IU  ! ²IU  IU  ²
– 2 ×IU  ֞ 'H GEVFSRS ! (571,6 – 2598,8 + 2 × !
= –394 kJ mol–1

2. Selecione a opção que completa corretamente a frase: «Os combustíveis


com oxigénio na sua constituição (como os álcoois e os éteres) possuem
regra geral, …»
(A) maior poder energético do que hidrocarbonetos com cadeia carbonada
com maior tamanho.
(B) igual poder energético do que hidrocarbonetos com cadeia carbonada
com o mesmo tamanho.
(C) maior poder energético do que hidrocarbonetos com cadeia carbonada
com o mesmo tamanho.
(D) menor poder energético do que hidrocarbonetos com cadeia carbonada
com o mesmo tamanho. ¦

3. Relativamente à equação termoquímica seguinte:

NH4NO3 (s) NH +4 (aq) + NO –3 (aq) ; 'solHo(298 K) = 25,7 kJ mol–1

selecione a opção que completa corretamente a frase

«O valor 25,7 kJ mol–1 corresponde à entalpia padrão de…»


(A) formação.
(B) combustão.
(C) dissolução. ¦
(D) solução.

45
GRUPO II

1. Determinadas reações químicas assumem especial importância pela ener-


gia que libertam. Uma das suas mais notórias aplicações é como combustí-
veis em automóveis, motas, barcos, aviões, etc. Tais reações são fortemente
exotérmicas, o que significa que…
(A) os sistemas onde ocorrem aumentam a sua energia interna à custa de
calor que recebem da vizinhança.
(B) os sistemas onde ocorrem aumentam a sua energia interna à custa de
calor que cedem para a vizinhança.
(C) as ligações que se rompem são, globalmente, mais fortes do que as que
se formam.
(D) as ligações que se rompem são, globalmente, mais fracas do que as que
se formam. ¦

2. As trocas de energia associadas às reações químicas podem ocorrer através


de transferências de calor ou de realização de trabalho.
(A) A energia potencial associada às forças intermoleculares contribui para
a energia interna de um sistema. ¦
(B) A energia interna num sistema fechado ou isolado não aumenta nem
diminui.
(C) Numa reação exotérmica verifica-se um aumento da energia interna.
(D) 'U depende da forma como se dá a passagem do estado inicial ao estado
final do sistema.

3. Determine a variação de entalpia da reação traduzida por:

Fe2O3 (s) + CO (g) 2 FeO (s) + CO2 (g)

a partir das seguintes equações termoquímicas:

2 Fe (s) + 3 O2 (g) Fe2O3 (s) ; 'H1 = –822 kJ


2
CO (g) + 1 O2(g) CO2 (g) ; 'H2 = –283 kJ
2
Fe (s) + 1 O (g) FeO (s) ; 'H3 = –266 kJ
2 2
'Hr = –'H1 + 'H2 + 2 × 'H3 ֞ 'Hr = 822 – 283 – 532 = 7 kJ

46
3. PLÁSTICOS,
VIDROS E NOVOS
MATERIAIS
3.1 Os plásticos e os materiais poliméricos

RESUMO
• Um polímero é um material constituído por macromoléculas resultantes da
repetição de muitas unidades menores, ligadas umas às outras por ligações
covalentes.

• Nem todas as macromoléculas são polímeros.

• Os polímeros naturais são «fabricados» pela natureza, sendo a celulose e o


amido dois exemplos.

• Os polímeros artificiais são polímeros naturais modificados, sendo a viscose


e o rayon dois exemplos.

• Os polímeros sintéticos são produzidos pelo homem sem recurso a políme-


ros naturais; o nylon e o polietileno são dois exemplos.

• Vantagens das fibras naturais e sintéticas:

Fibras naturais Fibras sintéticas

• Toque macio • Elevada resistência


• Deixam respirar a pele • Elasticidade
• Impermeabilidade

Polímeros

Naturais Artificiais Sintéticos

• celulose • viscose • nylon


• amido • rayon • polietileno
• proteínas • celulóide • poliestireno
• borracha natural • borracha • borracha sintética
• etc. vulcanizada • etc.
• etc.

48
3.1 Os plásticos e os materiais poliméricos

Notas: 5. O ADN e o ARN, dois ácidos nucleicos, também perten-


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção cem à classe dos polímeros. A unidade estrutural que
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada. se repete nestes polímeros denomina-se…
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
(A) ácido glicólico. (B) proteína.
(C) nucleótido. ¦ (D) amido.

6. Durante a 2.a Guerra Mundial, os alemães recorreram a


1. Em 1846, na Suíça, o químico Christian Schönbein tra-
soluções salinas do polímero poli(vinilpirrolidona), PVP,
tou algodão com ácido nítrico, produzindo aquele que
como substituto do plasma sanguíneo, para tratar sol-
terá sido o primeiro plástico: a nitrocelulose.
dados feridos.
Indique, justificando, se a nitrocelulose é um polímero
Indique, justificando, se a fórmula de estrutura seguinte
natural, artificial ou sintético. 4SPvQIVSEVXM¿GMEPgSFXMHS
poderá corresponder ao poli(vinilpirrolidona) ou ao seu
ETEVXMVHIYQTSPvQIVSREXYVEPQSHM¿GEHS
monómero, a vinilpirrolidona.

O
N

CH2
%J{VQYPEHIIWXVYXYVEGSVVIWTSRHIlZMRMPTMVVSPMHSRE
3TSPM ZMRMPTMVVSPMHSRE rYQTSPvQIVS2EVITVIWIRXEqoS
de um polímero regista-se a repetição da unidade
IWXVYXYVEP

2. As fibras têxteis podem ser agrupadas segundo a sua 7. Os poliésteres têm aplicações variadas. O poliéster que
origem. Dê um exemplo de uma fibra têxtil de origem: se usa normalmente nas garrafas de água e refrigeran-
tes é o…
i) animal. ii) vegetal. iii) sintética.
0o 'IPYPSWI 6E]SR (A) nylon.
(B) polietileno.
3. Em 1884, Bernigaud produziu as primeiras fibras artifi-
ciais a partir da celulose. (C) PVC.

Que fibras são conhecidas com a designação genérica (D) PET. ¦


de «seda artificial»?
8. A seguinte tabela diz respeito à utilização de diversos
(A) Nylon e viscose.
tipos de plásticos. Identifique o plástico (de A a E) uti-
(B) Viscose e rayon. ¦ lizado em cada situação, considerando os seguintes
(C) Teflon e nylon. polímeros: poli(cloreto de vinilo); polipropileno; polieti-
(D) Poliéster e nylon. leno; poli(metacrilato de metilo); poliestireno.

4. A amilose, componente do amido, é um polímero da Plástico Aplicação


glicose. A substância presente nos animais que é equi-
A Óticas dos automóveis
valente ao amido presente nas plantas, sendo também
um polímero da glicose, é… B Caleiras e tubos de queda

(A) a celulose. (B) o glicogénio. ¦ C Sacos vulgares


(C) o algodão. (D) a proteína. D Brinquedos

E Esferovite

A:TSPM QIXEGVMPEXSHIQIXMPS B: TSPM GPSVIXSHIZMRMPS 


C:TSPMIXMPIRSD:TSPMTVSTMPIRSE:TSPMIWXMVIRS

49
3.2 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

RESUMO
• Uma reação de polimerização é uma reação química em cadeia entre molé-
culas de monómeros.
• Os homopolímeros formam-se a partir de um único tipo de monómero.
Os copolímeros formam-se a partir de dois ou mais monómeros distintos.
• O motivo é a unidade estrutural que se repete no polímero e a sua estrutura é
semelhante à do(s) monómero(s).
• O grau de polimerização é o número de vezes que a unidade estrutural
(motivo) do polímero se repete.
• A polimerização de adição envolve a transformação de ligações duplas dos
monómeros em ligações simples no polímero.
• A polimerização de condensação envolve a ligação entre grupos funcionais
diferentes, presentes nos monómeros, com a eliminação de uma molécula.
• O polietileno e o poliestireno são exemplos de polímeros de adição. Os poliés-
teres e as poliamidas são exemplos de polímeros de condensação.
• É possível identificar nos polímeros grupos funcionais de várias famílias quí-
micas de compostos orgânicos:

Grupo funcional Designação Família química Grupo funcional Designação Família química

C O
Ligação dupla Alcenos (olefinas) Grupo éster Ésteres
O

C N
Grupo hidroxilo Álcoois Grupo amida Amidas
O H

O
Grupo carboxilo Ácidos carboxílicos C Grupo formilo Aldeídos
H

Grupo cloreto de C
Cloretos de ácido Grupo carbonilo Cetonas
acilo O

Grupo amina Aminas O Grupo éter Éteres

• A designação das famílias de polímeros (poliolefinas, poliacrílicos, poliure-


tanos, poliamidas, poliésteres) decorre da natureza dos grupos funcionais dos
monómeros.
• A estrutura (linear, ramificada ou reticulada) da cadeia polimérica determina
as propriedades físicas dos polímeros.
• As vantagens da reciclagem de plásticos são a economia de matéria-prima e
energia e a proteção do ambiente.
• As limitações da reciclagem de plásticos são o facto de a triagem ser difícil e de
o produto obtido ser de menor qualidade quando não é feita a triagem adequada.

50
3.2 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Notas: Represente a unidade estrutural do PVDC, explicitando


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção todas as ligações entre os átomos.
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada.
Cl H
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
C C
Cl H n
1. Em cirurgia, a união dos tecidos nas regiões internas
faz-se através de pontos com fios que passado algum
4. A síntese do polietileno (PE) pode ser representada por:
tempo são absorvidos pelo organismo. O poli(ácido gli-
cólico) é um polímero usado na constituição destes fios n H2C CH2 CH2 CH2 n
e pode ser representado por:
a) Indique, justificando, se o polietileno é um copolímero
O O ou um homopolímero. Homopolímero, pois trata-se de
… O CH2 C O CH2 C O CH2 O … YQTSPvQIVSSFXMHSI\GPYWMZEQIRXIETEVXMVHIYQXMTS
HIQSR{QIVS
a) Escreva a fórmula química deste polímero usando a b) Qual o motivo do polietileno?
notação [ ]n.
CH2 CH2
O
O CH2 C n
5. A partir da polimerização por adição do propeno é pos-
b) De entre as seguintes opções, selecione aquela que sível obter o polipropileno.
identifica o monómero do poli(ácido glicólico). a) Escreva a equação química que traduz esta polime-
rização.
OH OH CH CH2
n CH3 CH CH2
(A) HO CH2 CH2 OH (B) O C CH2 C O ¦ CH3 n

b) Indique se o referido polímero é um copolímero ou


OH NH
um homopolímero. ,SQSTSPvQIVS
(C) HO CH2 C O (D) HO CH2 C O
6. A resina fenol-formaldeído é sintetizada em laboratório
2. O polipropileno é um polímero utilizado, por exemplo, fazendo a polimerização do fenol com o formaldeído.
como fibra têxtil em tapetes e carpetes. Além da resina, obtém-se água.
a) Caracterize a reação de polimerização descrita.
H H 4SPMQIVM^EqoSTSVVIEqoSHIGSRHIRWEqoS
C C
b) Este polímero forma uma estrutura reticulada. Deste
C CH3 n modo, o material consegue…
(A) deformar-se, permitindo a moldagem.
Escreva o nome e a fórmula de estrutura do monómero
a partir do qual pode ser obtido o polipropileno. (B) deformar-se sem permitir a moldagem.
4VSTIRS',2=CH=CH3 (C) suportar temperaturas elevadas sem deforma-
ção ou fusão. ¦
3. O poli(cloreto de vinilideno), PVDC, é um polímero
(D) suportar temperaturas baixas sem deformação,
usado, por exemplo, nos invólucros de comprimidos,
mas com fusão.
cujo monómero é o 1,1-dicloroeteno:

CCl 2=CH2
Atividade laboratorial
Síntese de um polímero

7. A síntese do nylon 6 pode ser representada por:

H O H O
n H N (CH2)5 C OH N (CH2)5 C n + (n-1) H2O

a) Como se designa o processo de síntese do nylon 6?


4SPMQIVM^EqoSTSVVIEqoSHIGSRHIRWEqoS
b) Identifique os grupos funcionais existentes no monó-
mero.
H O
H N (CH2)5 C OH

Grupo Grupo
amina carboxilo

c) O nylon é uma fibra sintética. Que comportamento


apresenta quando é sujeito a uma chama? Funde e
GSPE GSQSSTPkWXMGS ¿GERHSHYVEUYERHSEVVIJIGI

51
3.3 Novos materiais

RESUMO
• Um biomaterial é um material com aplicações biomédicas que implica inte-
rações com estruturas biológicas com as quais apresenta elevada compa-
tibilidade.

• Os biomateriais possuem diversas aplicações na medicina, especialmente


em cardiologia, ortopedia, oftalmologia e libertação controlada de fármacos.

• Os materiais de base sustentável associam-se a materiais que, sendo econo-


micamente viáveis, conjugam as seguintes características:
– são renováveis;
– são recicláveis;
– são biodegradáveis.

• Existe atualmente muita investigação relacionada com novos materiais e


materiais de base sustentável.

52 52
3.3 Novos materiais

Notas: 4. Há muito tempo que os ortopedistas usam o «gesso»


Na resposta a questões de escolha múltipla, selecione a única opção para imobilizar membros fraturados. Trata-se de uma
verdadeira ou que responda corretamente à questão formulada. ligadura de gaze embebida numa mistura de sulfato
Nas questões que envolvam cálculos, estes devem ser apresentados.
de cálcio e água. Depois de aplicado, o gesso seca e
o material obtido torna-se particularmente resistente,
tanto à compressão, devido ao gesso, como à tração,
1. Atualmente, encontra-se em fase de desenvolvimento devido à gaze. Atualmente, utilizam-se outros mate-
um biomaterial que, potencialmente, pode reconstruir riais para o mesmo efeito, muito mais leves, tendo o
o esmalte gasto e reduzir a sensibilidade dentária por gesso sido substituído por resinas plásticas e a gaze
um período prolongado. por telas de fibra sintética.

Jornal ACS Nano, 2014; 8 (12) (adaptado)

a) Indique o que entende por biomaterial. Material com


ETPMGEqIWFMSQrHMGEWUYIMRXIVEKIGSQIWXVYXYVEWFMS-
P{KMGEWGSQEWUYEMWETVIWIRXEIPIZEHEGSQTEXMFMPMHEHI

b) Uma das características exigidas a um biomaterial é a:

(A) biodegradabilidade.
Estes materiais, usados em ortopedia, podem ser consi-
(B) rejeição.
derados compósitos? Fundamente a resposta com base
(C) biomassa. nas suas propriedades e características estruturais.
7MQYQEZI^UYIETVIWIRXEQIPIZEHEVIWMWXtRGMEHIZMHS
(D) biocompatibilidade. ¦
ao facto de possuírem uma matriz (o gesso, ou as
c) Mencione outras áreas de aplicação dos biomateriais resinas) e uma fase de reforço polimérica (a gaze ou as
relacionadas com a medicina. Cardiologia e ortopedia, XIPEWHI¿FVE 
TSVI\IQTPS
5. Um compósito plástico é obtido pela mistura de um
2. Os materiais de base sustentável associam-se a mate- polímero com um outro material que lhe confere resis-
riais que, sendo economicamente viáveis são… tência estrutural. Quais dos seguintes conjuntos de
materiais são compósitos plásticos?
(A) renováveis, não recicláveis e biodegradáveis.
(A) Platina + cerâmica
(B) renováveis, recicláveis e não biodegradáveis.
(B) Algodão + alumínio
(C) não renováveis, recicláveis e biodegradáveis.
(C) Gesso + areia
(D) renováveis, recicláveis e biodegradáveis. ¦
(D) Palha de aço + cola ¦
3. O recurso a materiais compósitos na aviação é cada vez
6. O Cermet é um exemplo de um compósito. É utilizado
maior. Cerca de 50% dos materiais atualmente usados
em ferramentas de corte. É constituído por uma matriz
no Boeing 787 são compósitos. O avião seu antecessor
metálica de cobalto, a que se adicionam, como fase de
tinha apenas 12% de materiais compósitos.
reforço, partículas finas de um material cerâmico, o
Os compósitos pertencem a uma categoria de … em carbeto de tungsténio, WC2.
que se combinam dois ou mais materiais …, com vista à
«A matriz é escolhida de forma a conferir a … e ductili-
obtenção de propriedades vantajosas.
dade desejadas e a fase de reforço escolhida de modo
(A) … materiais cerâmicos … semelhantes … a conferir ... .»
(B) … biomateriais … muito diferentes … (A) … maleabilidade … resistência … ¦
(C) … novos materiais … muito diferentes … ¦ (B) … resistência … maleabilidade …

(D) … polímeros … semelhantes … (C) … condutividade térmica … transparência …


(D) … solubilidade … acidez …

53
QUESTÕES GLOBAIS
A palavra «polímero» vem de duas palavras gregas: polys, que significa «muito»,
e meros, que significa «unidade». As moléculas de um polímero são moléculas
gigantes – macromoléculas – constituídas por muitas unidades pequenas – gru-
pos de átomos – ligadas umas às outras por ligações covalentes.

1. O PVC pode representar-se por

CH2 CH
C艎 n

«A letra n, grau de polimerização, indica o número de vezes que…»


(A) a fibra do polímero se repete.
(B) a cadeia polimérica se repete.
(C) os átomos se combinam.
(D) o motivo se repete. ¦

2. O poli-isopreno é um polímero formado a partir de um só tipo de monómero,


cuja fórmula de estrutura é:

H3C CH2
C C
H2C H

«O poli-isopreno é um…»
(A) alceno. ¦ (B) hidrocarboneto insaturado.
(C) hidrocarboneto aromático. (D) cicloalceno.

3. O polietileno e o poliestireno são exemplos de polímeros de adição. Os poliés-


teres e as poliamidas são exemplos de polímeros de condensação.

3.1 As poliamidas resultam da ligação de grupos…


(A) acrílicos.
(B) hidroxilo e amida.
(C) carboxilo e amina. ¦
(D) carboxilo e hidroxilo.

3.2 O polietileno de baixa densidade apresenta cadeias ramificadas, mas o


polietileno de alta densidade apresenta cadeias lineares.
Indique, justificando, em qual destes polímeros as interações entre as
macromoléculas são mais fortes. 2S TSPMIXMPIRS HI EPXE HIRWMHEHI 2SW
TSPvQIVSW HI GEHIMEW PMRIEVIW Lk MRXIVEqIW QEMW JSVXIW IQ ZMVXYHI HS
QIPLSVIQTEGSXEQIRXSQSPIGYPEV

54
CADERNO DE EXERCÍCIOS E PROBLEMAS
NOVO 12Q
Química
12.o ano

ISBN 978-972-47-5492-5

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Índice

Unidade 1 Unidade 2
Metais e ligas metálicas Combustíveis, energia e ambiente

1 Estrutura e propriedades dos metais 3 1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude


Um outro olhar sobre a Tabela Periódica 3 e o gás natural 36
A importância dos metais 3 Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL)
Energia de ionização. Afinidade eletrónica 3 e aos fuéis: destilação fracionada e cracking
do petróleo 36
Os elementos metálicos de transição na
O petróleo e os seus derivados 36
Tabela Periódica 4
Destilação fracionada do petróleo 36
Atividades 6 Cracking e refinação do petróleo 36
Ligação química nos metais e noutros sólidos 8 Atividades 38
Propriedades dos metais – ligação metálica 8 A química dos combustíveis fósseis 40
Hidrocarbonetos 40
Sólidos cristalinos 8
Outras famílias de compostos orgânicos 40
Atividades 10
Isomeria 44
Atividades 45
2 Degradação dos metais 11 Moléculas polares e apolares 48
Eletronegatividade 48
Corrosão: uma oxidação indesejada 11
Ligações polares e apolares. Polaridade das moléculas 48
Reações de oxidação-redução. Acerto de equações Atividades 50
de oxidação-redução em meio ácido 11
Os combustíveis gasosos, líquidos e sólidos 52
Corrosão 12
Atividades 53
Atividades 13

Pilhas e baterias: uma oxidação útil. 2 De onde vem a energia dos combustíveis 55
Proteção de metais 15 Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão 55
Células galvânicas 15 Variação da energia interna de um sistema 55
Entalpia 55
Células eletrolíticas 18
Entalpias padrão 56
Proteção de metais 18 Lei de Hess 57
Atividades 20 Atividades 59

3 Metais, ambiente e vida 23


Metais, complexos e cor. Os metais no organismo Unidade 3
humano 23
Plásticos, vidros e novos materiais
Metais, complexos e cor 23
Os metais no organismo humano 24
Atividades 25 1 Os plásticos e os materiais poliméricos 62

Comportamento ácido-base das soluções


de sais 27 2 Polímeros sintéticos e a indústria dos
Grau de ionização 27 polímeros 64
Reações de polimerização 64
Comportamento ácido-base das soluções de sais 28
Famílias de polímeros 64
Soluções tampão 28
Classificação de polímeros 65
Atividades 30

Os metais como catalisadores 32 3 Novos materiais 66


Teoria das colisões e teoria do complexo ativado 32
Atividades 67
Catalisadores 32
Atividades 33 Soluções 69
Unidade 1

Metais
e ligas
metálicas

1 Estrutura e propriedades
dos metais

2 Degradação dos metais

3 Metais, ambiente e vida


Estrutura e propriedades
dos metais 1
Um outro olhar sobre a Tabela Periódica

A importância dos metais


A maior parte dos metais encontra-se na Natureza combinada com outros ele-
mentos, sob a forma de minérios. Uma minoria, como o ouro, por exemplo, pode
encontrar-se no estado nativo, isto é, não combinado.
Os metais são uma matéria-prima muito utilizada, de grande importância eco-
nómica e tecnológica. Contudo, poucos metais são utilizados isoladamente, dado
que as respetivas propriedades não se adequam aos fins em vista, recorrendo-se,
por isso, às ligas metálicas.
As ligas metálicas são misturas de metais, podendo também conter outros ele-
mentos não metálicos, como carbono, fósforo, silício, etc. São formuladas para
terem as propriedades desejadas. Geralmente, uma liga é mais dura e resistente
que o metal mas tem menor condutividade elétrica. A maioria dos componentes
das ligas metálicas pertence ao bloco d da Tabela Periódica.

Energia de ionização. Afinidade eletrónica


Energia de ionização, I – energia que é necessário fornecer a uma mole de
átomos de um elemento, no estado gasoso e no seu estado fundamental, para lhe
extrair uma mole de eletrões. Exprime-se, em geral, em kJ mol−1.
Afinidade eletrónica, A – energia envolvida quando uma mole de átomos, no
estado fundamental e gasoso, capta uma mole de eletrões. Exprime-se, em geral,
em kJ mol−1.

Para explicar algumas propriedades dos elementos, é necessário ter em conta


não só o efeito atrativo da carga nuclear sobre os eletrões mas, também, a repul-
são dos eletrões entre si. 1s
A carga nuclear a que um dado eletrão está de facto sujeito é a denominada
2s 2p
carga nuclear efetiva, que se pode definir como a carga nuclear corrigida pelo
efeito das repulsões entre os eletrões (efeito de blindagem). 3s 3p 3d

A variação das propriedades periódicas ao longo da Tabela Periódica, nomea- 4s 4p 4d 4f


Energia

damente da energia de ionização e da afinidade eletrónica, está relacionada com 5s 5p 5d 5f


as configurações eletrónicas dos átomos dos elementos. As causas da variação
6s 6p 6d
dessas propriedades são:
7s 7p
• o número de camadas; 8s
• a carga nuclear;
• o número de eletrões. Diagrama de Pauling.

3
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Ao longo do grupo, o efeito fundamental é, em geral, o aumento do número


de camadas. Ao longo do período, o efeito fundamental é o do aumento da carga
nuclear efetiva.
Os metais apresentam baixas energias de ionização e afinidades eletrónicas e
os não-metais têm elevadas energias de ionização e afinidades eletrónicas.
Em geral, a energia de primeira ionização e a afinidade eletrónica:
• diminuem ao longo do grupo;
• aumentam ao longo do período, com exceção dos gases nobres e de al-
guns elementos do grupo 2.

Os elementos metálicos de transição


na Tabela Periódica
A maior parte dos elementos químicos são metais e encontram-se nos quatro
blocos da Tabela Periódica: s, p, d e f. Tal como os outros elementos (não-metais
e semimetais), estão colocados na Tabela Periódica por ordem crescente do res-
petivo número atómico.
Os metais dos blocos d e f denominam-se metais de transição.
• Os metais do bloco d têm orbitais do tipo d em preenchimento ou a subca-
mada d incompleta. Exemplo: 27Co: [Ar] 3d 7 4s2.
• Os metais do bloco f têm orbitais do tipo f em preenchimento ou a subcama-
da f incompleta. Exemplo: 59Pr: [Xe] 4f 3 6s2.

Questões resolvidas
1. A configuração eletrónica, no estado de energia mínima, dos átomos de
tálio, Tᐍ, é: [54Xe] 4f 14 5d 10 6s2 6p1. Indique o grupo, o período e o bloco da
Tabela Periódica a que o tálio pertence.

Resolução

O tálio pertence ao bloco p (6p1), pois tem a orbital 6p em preenchimento; ao grupo 13


(3 eletrões de valência: 6s2 6p1 – trata-se de um elemento representativo do bloco p
e o número do grupo a que pertence é igual ao número de eletrões de valência mais
10); ao sexto período (eletrões distribuídos por 6 níveis de energia).

2. Na tabela seguinte estão valores da afinidade eletrónica das quatro pri-


meiras energias de ionização, para os elementos X, Y e Z.
X, Y e Z não representam os verdadeiros símbolos químicos dos elementos.

Elemento A / kJ mol–1 I1 / kJ mol–1 I2 / kJ mol–1 I3 / kJ mol–1 I4 / kJ mol–1

X 60 570 7300 11 800 —

Y 27 800 2427 3660 25 026

Z 122 1086 2353 4621 6223

4
1 Estrutura e propriedades dos metais

2.1 Com os valores presentes na tabela, complete de forma correta os


seguintes esquemas químicos:
I. X (g) + e− → _____ + _____
II. Y+ (g) + _____ → Y2+ (g) + _____
III. Z (g) + _____ → Z+ (g) + e−
2.2 Considerando que os elementos X e Y pertencem ao segundo período
da Tabela Periódica, escreva as configurações eletrónicas dos átomos
de X e de Y.
2.3 Indique, justificando, o grupo e o bloco dos elementos X e Y.
2.4 Qual dos elementos, X, Y ou Z, forma iões negativos mais facilmente?
Justifique.
2.5 Os elementos Y e Z pertencem ao mesmo período da Tabela Periódica.
Qual deles possui maior raio atómico?
2.6 A primeira energia de ionização do berílio, 4Be, é 900 kJ mol−1. Inter-
prete a diferença entre a primeira energia de ionização do elemento Y
e a do berílio.

Resolução

2.1 I. X (g) + e− → X– (g) + 60 kJ mol−1; II. Y+ (g) + 2427 kJ mol−1 → Y2+ (g) + e−;
III. Z (g) + 1086 kJ mol−1 → Z+ (g) + e−
2.2 O número de eletrões de valência coincide, em cada elemento, com o número
de energias de ionização da mesma ordem de grandeza da primeira, as quais
correspondem à remoção de eletrões do nível energético mais externo.
Uma vez «retirados os eletrões» do nível energético mais externo, o eletrão que a
seguir é removido pertence a um nível de energia mais interno, sendo a energia
de ionização de maior ordem de grandeza.
Em relação ao elemento X, verifica-se um «salto brusco» da primeira para a se-
gunda energia de ionização, o que significa que só tem um eletrão de valên-
cia. Como apresenta 3 energias de ionização sucessivas, possui três eletrões
e, como pertence ao segundo período da Tabela Periódica, a sua configuração
eletrónica é: 3X: 1s2 2s1.
O elemento Y possui 3 eletrões de valência porque há um aumento na ordem
de grandeza da 3.ª para a 4.ª energia de ionização. Pertencendo ao mesmo
período de X, a sua configuração eletrónica é: 5Y: 1s2 2s2 2p1 (segundo período e
3 eletrões de valência).
2.3 De acordo com as configurações eletrónicas: X – grupo 1 e bloco s; Y – grupo 13
e bloco p.
2.4 O elemento Z, porque apresenta maior afinidade eletrónica, o que significa que
tem maior capacidade para captar eletrões.
2.5 A energia de primeira ionização de Z é superior à de Y. Como são elementos
do mesmo período e a energia de ionização aumenta ao longo do período, o
elemento Z tem maior número atómico do que Y. Sabendo que o raio atómico
diminui ao longo do período, o elemento, de entre Y e Z, que possui menor raio
atómico é Z, porque o seu número atómico é maior.
2.6 5Y: 1s2 2s2 2p1 ; I1 = 800 kJ mol−1. 4Be: 1s2 2s2 ; I1 = 900 kJ mol−1.
A diminuição da primeira energia de ionização do berílio (Z = 4) para o elemento
Y (Z = 5), não pode ser explicada pelo aumento da carga nuclear, mas sim pelo
facto de os eletrões 2p do elemento Y terem maior energia do que os eletrões
2s do elemento berílio.

5
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Um outro olhar sobre a Tabela Periódica


1. A prata é conhecida desde os tempos pré-histó- 3. Associe a cada conjunto de características que se
ricos. Ocorre naturalmente como elemento não encontram na coluna I, o nome do elemento cor-
combinado, mas a maior parte é obtida a partir respondente, que se encontra na coluna II.
da reação do minério argentita, Ag2S (s), com o
oxigénio do ar, de acordo com a equação química I II
seguinte: a) Não-metal reativo; os 1. Árgon, 18Ar
átomos deste elemento
Ag2S (s) + O2 (g) → 2 Ag (s) + SO2 (g) têm afinidades eletrónicas 2. Flúor, 9F
1.1 Sabendo que a amostra se considera total- muito elevadas. 2
mente pura, mas que a reação se processa b) Quimicamente inerte. 1 3. Samário, 62Sm
com um rendimento de 80,0%, que quanti- c) Metal do bloco d. 4
dade de argentita é necessária para produzir 4. Cromo, 24Cr
20,0 mol de Ag (s)? d) Metal do bloco f. 3
e) Metal do bloco s. 5 5. Cálcio, 20Ca
n = 12,5 mol Ag2S
1.2 A prata que se utiliza no dia a dia é uma liga 4. Considere as seguintes afirmações.
metálica que contém cerca de 8,0% de cobre,
Cu (s). O papel do cobre na composição da I. Para elementos do mesmo grupo da Tabela
liga é provocar o seu endurecimento. Periódica, a energia de ionização aumenta, em
Selecione a opção que completa corretamen- geral, à medida que aumenta o número atómi-
te a frase seguinte. co desses elementos.
A massa de cobre que deverá ser utilizada II. Os elementos do grupo 17 da Tabela Periódica
na preparação desta liga, tendo como base são os que apresentam as energias de ioniza-
a massa de prata metálica que se obteve, é ção mais baixas.
aproximadamente…
III. Em geral, para elementos do mesmo grupo da
(A) 130 g de Cu. Tabela Periódica, a afinidade eletrónica diminui
(B) 160 g de Cu. à medida que o número atómico aumenta.
IV. Para elementos do mesmo período da Tabe-
(C) 190 g de Cu. ¦
la Periódica, a afinidade eletrónica aumenta à
(D) 220 g de Cu. medida que o número atómico aumenta.
1.3 A prata é um elemento que, na Tabela Periódi- V. Para elementos do mesmo período da Tabela
ca, pertence ao bloco d, ao grupo 11, ao quinto Periódica, a energia de ionização diminui à me-
período e possui um eletrão na orbital de va- dida que aumenta o número atómico desses
lência s. Escreva a configuração eletrónica de elementos.
um átomo de prata.
VI. Para elementos do mesmo período da Tabe-
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 5s1
la Periódica, à medida que o número atómico
ou [36Kr] 4d10 5s1 aumenta, o raio atómico diminui e a afinidade
eletrónica, em geral, aumenta.
2. Selecione a opção correta.
São verdadeiras as afirmações…
(A) Os metais apresentam elevada primeira ener- (A) I, III e V.
gia de ionização e elevada afinidade eletrónica.
(B) III, IV e VI. ¦
(B) Os metais apresentam baixa primeira energia
de ionização e elevada afinidade eletrónica. (C) I, II e V.
(C) Os metais apresentam elevada primeira ener- (D) III, IV e V.
gia de ionização e baixa afinidade eletrónica.
5. Indique os elementos seguintes por ordem cres-
(D) Os metais apresentam baixa primeira energia
cente de primeira energia de ionização.
de ionização e baixa afinidade eletrónica. ¦
I. Iodo II. Cloro III. Néon IV. Sódio
Dados: 53I; 17Cᐍ; 10Ne; 11Na
11
Na < 53
I< Cᐉ <
17 10
Ne

6
1 Estrutura e propriedades dos metais

6. Considere as seguintes informações sobre os ele- 8. Considere os seguintes elementos químicos re-
mentos X e Y: presentados pelos seus símbolos químicos:
• X tem a mesma configuração eletrónica que a O; 11Na; 12Mg; 17Cᐍ; 18Ar; 20Ca; 48Cd
8
espécie química 18Ar+;
8.1 Classifique como verdadeira ou falsa cada
• Y é um elemento representativo do terceiro pe-
uma das frases seguintes, corrigindo as falsas.
ríodo cujo ião mais frequente tem a carga +2.
(A) A configuração eletrónica de menor ener-
6.1 Identifique os elementos X e Y.
gia para o átomo de cálcio é [18Ar] 4s2.
Z(X) = 17 ⇔ X é o cloro. Z(Y) = 12 ⇔ Y é o mag-
nésio. (B) A primeira energia de ionização do sódio,
11
Na, é superior à primeira energia de ioni-
6.2 Indique qual destes elementos apresenta
zação do magnésio, 12Mg.
maior afinidade eletrónica.
O elemento X. Possui 7 eletrões de valência e (C) O raio do ião cloreto, Cᐉ−, é inferior ao raio
tem tendência para captar eletrões, pelo que a do átomo de cloro.
WYEE¿RMHEHIIPIXV{RMGErIPIZEHE.kSIPIQIRXS (D) De entre os elementos acima indicados,
Y, por possuir 2 eletrões de valência, não tem o cloro é o que apresenta maior afinidade
tendência para captar eletrões. eletrónica.
6.3 Será provável a existência do ião Ar+ num (E) O elemento árgon está localizado, na Ta-
composto químico? bela Periódica, no bloco p, no segundo
2oSTSMWSIPIQIRXSkVKSR%VrYQKkWRSFVI período e no grupo 18.
Normalmente não cede eletrões. (F) O cádmio apresenta baixa energia de io-
nização e baixa afinidade eletrónica.
7. A figura representa um excerto da Tabela Periódi-
Verdadeiras: (A); (D); (F). Falsas: (B); (C); (E).
ca, em que as letras X, Y, Z e W não correspondem
Correção das falsas: (B) 3R€QIVSEX{QMGSHS
a símbolos químicos.
W{HMSrMRJIVMSVESR€QIVSEX{QMGSHSQEKRr-
X Y Z WMSITIVXIRGIQESQIWQSTIVvSHSHE8EFIPE
4IVM{HMGE%TVMQIMVEIRIVKMEHIMSRM^EqoSHS
W
magnésio é superior porque a carga nuclear
O elemento X, no estado fundamental, possui 6 aumenta ao longo do período e o efeito fun-
energias de remoção e 2 eletrões de valência. damental é a carga nuclear. (C) O ião cloreto
TSWWYMQEMWYQIPIXVoSHSUYISkXSQSHIGPSVS
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
2SMoSGPSVIXSLkQEMSVVITYPWoSIRXVISWIPI-
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
XVIWTIPSUYISVEMSM{RMGSrWYTIVMSVESVEMS
(A) A configuração eletrónica de Z, no estado fun- EX{QMGS(E) Ar: [10Ne] 3s2 3p6.
damental, é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d1 4s2.
8.2 Considere o elemento cádmio, 48Cd.
(B) O número atómico de X é 20.
8.2.1 Escreva a configuração eletrónica dos
(C) Os eletrões dos átomos do elemento Y estão átomos deste elemento, no estado de
distribuídos por 11 orbitais. energia mínima. [36Kr] 4d10 5s2
(D) O raio atómico de Z é menor do que o raio ató- 8.2.2 Selecione a opção correta.
mico de X.
(A) O cádmio pertence ao bloco s da
(E) Todos os elementos são representativos. Tabela Periódica.
(F) O elemento W é o que apresenta maior primei- (B) O cádmio pertence ao grupo 2 e
ra energia de ionização. ao quinto período da Tabela Perió-
(G) Os átomos dos elementos X, Y, Z e W perten- dica.
cem ao bloco d da Tabela Periódica. (C) O átomo de cádmio, no estado
Verdadeiras: (B); (C); (D). Falsas: (A); (E); (F); (G). Cor- fundamental, possui 18 eletrões no
reção das falsas: (A)%GSR¿KYVEqoSIPIXV{RMGEHI< quarto nível de energia. ¦
é: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2'SQSSWkXSQSWHI>TSW- (D) O cádmio é um elemento repre-
WYIQQEMWIPIXVIWHSUYISWkXSQSWHI<EWYE sentativo.
GSR¿KYVEqoSIPIXV{RMGErs2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d2 4s2.
(E) 7{ S IPIQIRXS < r VITVIWIRXEXMZS TIVXIRGI ES
FPSGS sHE8EFIPE4IVM{HMGE3WIPIQIRXSW=>I;
TIVXIRGIQ ES FPSGS d e ao quarto e ao quinto pe-
ríodo, respetivamente. São elementos de transição.
(F) 3 IPIQIRXS; TIVXIRGI ES UYMRXS TIVvSHS TSMW
tem 3 eletrões de valência situados no quinto nível
de energia. Apresenta menor energia de ionização.
(G) 3IPIQIRXS<TIVXIRGIESFPSGSs e os restantes
IPIQIRXSWTIVXIRGIQESFPSGSdHE8EFIPE4IVM{HMGE

7
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Ligação química nos metais e noutros sólidos

+ + + +
Propriedades dos metais – ligação metálica
Os metais têm poucos eletrões de valência, tendo algumas orbitais de valência
+ + + + vazias. Como os eletrões de valência estão fracamente ligados ao núcleo, podem
mover-se facilmente entre diferentes átomos do metal, formando uma «nuvem ele-
+ + + + trónica» – eletrões deslocalizados.
Na figura ao lado está representada uma secção reta de um cristal metálico.
+ + + +
Cada círculo positivo representa o núcleo e os eletrões mais internos (cerne de um
átomo). A área a azul que rodeia os catiões metálicos indica o «mar» de eletrões
móveis.
Secção reta de um cristal
metálico. A ligação metálica resulta das atrações eletrostáticas entre os eletrões da nu-
vem eletrónica e o cerne dos átomos metálicos. A ligação metálica é tanto mais
forte quanto maior o número de eletrões de valência por átomo e quanto maior a
carga nuclear.
Os metais de transição do bloco d têm ligações fortes porque podem partilhar
vários eletrões (d e s). O modelo de ligação metálica explica várias propriedades
dos metais, tais como:
• maleabilidade – propriedade de se dividirem em lâminas;
• ductilidade – propriedade de se estirarem em fios;
• brilho;
• condutibilidade térmica e elétrica.

Sólidos cristalinos
Um material sólido pode ser Um sólido cristalino, ou simplesmente cristal, é um material no qual as uni-
amorfo ou cristalino. O sólido dades estruturais se encontram organizadas de uma forma repetida e regular no
amorfo tem uma estrutura
desordenada. Não tem
espaço tridimensional.
disposição definida das suas Os sólidos cristalinos classificam-se em categorias que dependem do tipo de
unidades estruturais: átomos, partículas que constituem esses sólidos e das ligações entre elas.
moléculas ou iões.
As quatro categorias de sólidos cristalinos são:

• Cristais metálicos – Sólidos formados pelos cernes positivos dos átomos


do metal que se mantêm unidos pelo «mar» de eletrões através da ligação
metálica. São bons condutores térmicos e elétricos. Possuem uma grande
variedade de pontos de fusão. Vão desde os moles até aos muito duros.

• Cristais iónicos – Sólidos formados por catiões e aniões, colocados em de-


terminadas posições da estrutura cristalina. São maus condutores no estado
sólido mas bons condutores quando fundidos ou em solução aquosa, devi-
do à mobilidade dos iões. Possuem pontos de fusão elevados. São duros e
quebradiços.

8
1 Estrutura e propriedades dos metais

• Cristais covalentes – Sólidos formados por uma estrutura bidimensional ou


tridimensional, em que os átomos estão unidos entre si por ligações cova-
lentes. São muito duros, e, com exceção da grafite, são maus condutores
térmicos e elétricos. Possuem pontos de fusão elevados.

• Cristais moleculares – Sólidos formados por moléculas que se mantêm uni-


das por forças intermoleculares, que são, geralmente, fracas. Maus conduto-
res térmicos e elétricos. Possuem baixos pontos de fusão. São moles.

Questão resolvida
1. Considere os seguintes sólidos cristalinos: cobre, Cu, cloreto de potássio,
KCᐍ, gelo, H2O (s), óxido de alumínio, Aᐍ2O3, e grafite, C.

1.1 Quais destes sólidos cristalinos são cristais iónicos?

1.2 Identifique o cristal molecular.


1.3 Qual destes sólidos cristalinos é um cristal metálico?
1.4 Identifique o tipo de sólido cristalino que a grafite forma.
1.5 Por que razão a grafite é boa condutora térmica e elétrica?
1.6 Quais destes cristais não conduzem a corrente elétrica no estado só-
lido, mas são condutores elétricos quando se encontram no estado
líquido ou em solução aquosa?

Resolução

1.1 O cloreto de potássio e o óxido de alumínio, porque são formados por iões po-
sitivos e negativos organizados de forma regular formando estruturas gigantes.
Em KCᐉ os iões são K+ e Cᐉ− e em Aᐉ2O3 os iões são Aᐉ3+ e O2−.

1.2 O gelo. Neste sólido cristalino, a unidade estrutural que se repete na rede crista-
lina é uma molécula: a molécula de água.

1.3 O cobre, Cu. É um sólido constituído pelos cernes positivos dos átomos de cobre
que se mantêm unidos pelo «mar» de eletrões, constituindo a ligação metálica.

1.4 A grafite é um sólido cristalino covalente constituído por camadas paralelas de


átomos de carbono. Em cada camada, cada átomo de carbono liga-se a outros
três átomos de carbono através de ligações covalentes simples, formando um
hexágono regular.

1.5 Apenas três dos quatro eletrões de valência de cada átomo de carbono estão
envolvidos nas três ligações covalentes simples. O quarto eletrão de valênciado
carbono tem mobilidade dentro de cada camada. Por esta razão, a grafite é boa
condutora térmica e elétrica.

1.6 São os cristais iónicos: cloreto de potássio e óxido de alumínio.

9
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Ligação química nos metais e noutros sólidos


1. Selecione a opção que completa corretamente a 5. As afirmações seguintes dizem respeito aos sóli-
frase seguinte. dos cristalinos.
A boa condutibilidade elétrica dos metais deve- Selecione a opção correta.
-se… (A) As ligações mais fortes ocorrem nos sólidos
(A) à estrutura compacta dos catiões. moleculares.
(B) aos eletrões ligados aos catiões metálicos. (B) Apenas os sólidos metálicos contêm iões.
(C) aos eletrões livres. ¦ (C) No estado sólido, os metais conduzem a cor-
rente elétrica. ¦
(D) às elevadas energias de ionização dos seus
átomos. (D) Os sólidos iónicos conduzem a corrente elétrica.

6. Considere as seguintes substâncias no estado só-


2. As propriedades dos metais devem-se à sua es-
lido: oxigénio, O2; brometo de sódio, NaBr; iodo, I2;
trutura.
prata, Ag; fluoreto de hidrogénio, HF; magnésio,
Selecione a opção correta.
Mg; diamante, C.
(A) A condutibilidade elétrica e térmica devem-se
à mobilidade dos catiões metálicos. 6.1 Identifique os sólidos que são:
(B) O brilho característico dos metais deve-se à in- 6.1.1 metálicos; Prata, Ag; magnésio, Mg.
teração da radiação com os eletrões livres do 6.1.2 iónicos; &VSQIXSHIW{HMS2E&V
metal. ¦ 6.1.3 moleculares. Oxigénio, O2; iodo, I2ÀYSVI-
(C) A maleabilidade e a ductilidade não são expli- to de hidrogénio, HF.
cadas pela mobilidade dos eletrões livres nos 6.2 Quais destas substâncias conduzem a corren-
metais. te elétrica no estado sólido?
(D) A maioria dos metais apresenta baixos pontos Os metais prata e magnésio.
de fusão porque a ligação metálica é fraca.
6.3 Indique as substâncias que não conduzem
3. Justifique a seguinte afirmação: A ligação metáli- a corrente elétrica quando se encontram no
ca é mais forte no magnésio que no sódio. estado sólido, mas que são bons condutores
)RUYERXSSW{HMSW{XIQYQIPIXVoSTEVETEVXMPLEVS elétricos quando se encontram no estado lí-
quido (fundidos) ou em solução aquosa.
QEKRrWMSXIQHSMWIPIXVIW8EQFrQEGEVKERYGPIEVHS
&VSQIXSHIW{HMS
QEKRrWMSrQEMSVHSUYIEHSW{HMSISVIWTIXMZSGIVRI
XEQFrQSrTSMWSR€QIVSHIIPIXVIWMRXIVMSVIWrS 6.4 Identifique o tipo de sólido cristalino do dia-
mesmo nos dois casos. mante.
Cristal covalente.
4. A cada uma das substâncias da coluna I associe, 6.5 O diamante é bom condutor elétrico?
de forma correta, o tipo de cristal, da coluna II, e o Não. Como todos os eletrões de valência estão en-
tipo de ligação ou interação da coluna III. volvidos nas ligações, o diamante não tem eletrões
I II III livres e, portanto, não conduz a corrente elétrica.

I. Cobre d) 2 a) Cristal 1. Forças de London 7. Selecione a opção correta.


II. Gelo F  iónico 2. Ligação metálica
(A) Os metais são matérias-primas renováveis.
III. Cloro F  b) Cristal 3. Ligação iónica
molecular (B) As reservas minerais variam de metal para me-
IV. Iodeto de 4. Ligações de
tal mas são sempre finitas. ¦
potássio a) 3 c) Cristal hidrogénio
covalente 5. Dipolo permanente- (C) Obter o metal a partir do minério é menos one-
V. Dióxido de roso do que a reciclagem desse metal.
enxofre F  d) Cristal -dipolo permanente
metálico 6. Ligação covalente (D) Os metais não podem ser reciclados várias ve-
VI. Sílica c) 6 zes, pois a sua estrutura degrada-se durante o
processo de reciclagem.

10
Degradação dos metais 2
Corrosão: uma oxidação indesejada

Reações de oxidação-redução.
Acerto de equações de oxidação-redução
em meio ácido
As reações de oxidação-redução são reações em que há total ou parcial trans-
ferência de eletrões, de uma espécie química para outra, englobando duas semir-
reações: a semirreação de oxidação e a semirreação de redução.
A oxidação corresponde a uma perda de eletrões, ou seja, a um aumento do
número de oxidação – n.o.
A redução corresponde a um ganho de eletrões, ou seja, a uma diminuição do
número de oxidação – n.o.
O oxidante é a espécie química que contém o elemento químico que se reduz.
O redutor é a espécie química que contém o elemento químico que se oxida.
O pH do meio tem influência no modo como se processa a reação de oxidação-
-redução e no acerto das equações correspondentes.

Questão resolvida

1. O ácido nítrico, HNO3 (aq), pode reagir com o cobre metálico, Cu (s), origi-
nando uma solução aquosa de nitrato de cobre (II), Cu(NO3)2 (aq), e liber-
tando monóxido de nitrogénio, NO (g).
O esquema químico, na forma iónica, que traduz esta reação é:
NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)
1.1 Identifique a espécie oxidante e a espécie redutora.
1.2 Acerte o esquema químico em meio ácido, recorrendo a equações
eletroquímicas parciais.

Resolução

1.1 NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)


(+5)(−2) (0) (+2)(−2) (+2)

O número de oxidação do cobre passou de 0 para +2.


Δn.o.(Cu) = +2 − 0 ⇔ Δn.o.(Cu) = +2.
O cobre metálico sofre oxidação, logo é a espécie redutora.
Δn.o.(N) = +2 − (+5) ⇔ Δn.o.(N) = −3.
NO–3 é reduzido a NO. NO–3 é a espécie oxidante.
Resposta: A espécie oxidante é NO–3 e a espécie redutora é Cu.

11
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Resolução

1.2 NO–3 (aq) + Cu (s) — NO (g) + Cu2+ (aq)


• Identificação das semirreações de oxidação e de redução.
Semirreação de oxidação: Cu (s) → Cu2+ (aq)
Semirreação de redução: NO–3 (aq) → NO (g)
• Acerto dos átomos de oxigénio.
Cu (s) → Cu2+ (aq)
NO–3 (aq) → NO (g) + 2 H2O (ᐉ)
• Acerto dos átomos de hidrogénio.
Cu (s) → Cu2+ (aq)
NO3 (aq) + 4 H+ (aq) → NO (g) + 2 H2O (ᐉ)

• Acerto das cargas.


Cu (s) → Cu2+ (aq) + 2 e−
NO (aq) + 4 H (aq) + 3 e− → NO (g) + 2 H2O (ᐉ)

3
+

• Multiplicação dos esquemas por fatores apropriados.


3 Cu (s) → 3 Cu2+ (aq) + 6 e−
2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) + 6 e− → 2 NO (g) + 4 H2O (ᐉ)
• Soma das duas semirreações.
3 Cu (s) + 2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) — 3 Cu2+ (aq) + 2 NO (g) + 4 H2O (ᐉ)

Corrosão
A corrosão é uma oxidação não desejável de um metal e ocorre naturalmente
numa atmosfera rica em oxigénio, sendo facilitada em meio aquoso.

O processo de corrosão é acelerado na presença de dióxido de enxofre, SO2,


e de dióxido de carbono, CO2, na atmosfera. Diminui a durabilidade dos produtos
metálicos, principalmente do ferro e do aço, presentes em edifícios, pontes, na-
vios, carroçarias de automóveis, etc.

O cobre, tal como as suas ligas, reage com o oxigénio do ar formando óxido
de cobre (I), Cu2O, de cor acastanhada e, posteriormente, óxido de cobre (II), CuO,
de cor cinzenta escura ou preta. Na presença de humidade e dióxido de carbono
formam-se carbonatos de cobre, de cor esverdeada – verdete.

No caso da prata, esta escurece devido, fundamentalmente, à formação de


sulfureto de prata, Ag2S. À camada escura que se forma sobre a prata chama-se
vulgarmente patine, embora essa designação esteja generalizada para as cama-
das de vários compostos depositados na superfície dos metais.

A formação da ferrugem, Fe2O3.xH2O – óxido de ferro (III) hidratado –, sobre o


ferro é o exemplo mais comum da chamada corrosão húmida, que é um processo
eletroquímico.

12
2 Degradação dos metais

Atividades

Corrosão: uma oxidação indesejada


1. Numa reação de oxidação-redução… 5.1 O elemento oxidado é o…
(A) o oxidante oxida-se e o redutor reduz-se. (A) sódio. (B) oxigénio.
(B) considera-se que o átomo de um elemento se (C) cloro. (D) bismuto. ¦
oxida porque perde eletrões, aumentando a
5.2 A espécie oxidante é…
carga do seu núcleo.
(A) Bi2O3. (B) NaCᐉO. ¦
(C) o oxidante é uma substância que cede oxigénio.
(C) NaOH. (D) NaBiO3.
(D) o número de eletrões perdidos pelos átomos
oxidados, é igual ao número de eletrões ganhos Exame Nacional 1986 – 1.ª Fase, 1.ª Chamada (adaptado)
pelos átomos reduzidos. ¦
6. Até há poucos anos, era comum a revelação de
2. O dióxido de cloro, CᐍO2, tem vindo a substituir o películas fotográficas. Na revelação deste tipo de
cloro, Cᐍ2, em muitas estações de tratamento de película, a formação da imagem deve-se a uma
água para abastecimento público. O dióxido de reação de oxidação-redução entre um sal de prata
cloro pode obter-se a partir da seguinte equação e a substância que constitui o revelador.
química: Pode-se representar este processo através da se-
2 NaCᐍO2 (s) + Cᐍ2 (g) → 2 NaCᐍ (s) + 2 CᐍO2 (g) guinte equação química:
O número de oxidação do cloro nos compostos AgX (s) + Revelador → Ag (s) + X− (aq) +
NaCᐍO2, Cᐍ2, NaCᐍ e CᐍO2 é, respetivamente, … + outros produtos

(A) −1, 0, −1 e +2. Selecione a opção correta.


(B) +1, −1, 0 e −4. (A) A espécie redutora é AgX.
(C) +3, 0, −1 e +4. ¦ (B) A espécie oxidante é o revelador.
(D) −3, 0, −1 e −4. (C) Neste processo, o ião Ag+ sofre uma redução. ¦
(D) Neste processo, o número de oxidação do ele-
3. Selecione a opção que corresponde ao composto mento X sofre alteração.
em que o manganês apresenta maior número de
oxidação. 7. O chamado licor de cromo, Cr(OH)SO4 (aq), utili-
zado na indústria de curtumes, se for lançado ao
(A) MnO–4 ¦ (B) MnO2 rio é absorvido por peixes e crustáceos que, pos-
(C) MnCᐉ2 (D) Mn(SO4)2 teriormente, poderão vir a ser consumidos pela
população. Como contém cromo, que é um metal
4. Partindo do ferro, Fe, é possível realizar as seguin- pesado, é um poluente potencialmente perigoso.
tes transformações: A preparação do licor de cromo pode ser repre-
I II III IV sentada pela seguinte equação química:
Fe → FeS → FeSO4 → Fe2(SO4)3 → Fe2O3 Na2Cr2O7 (aq) + 3 SO2 (g) + H2O (ᐍ) →
Selecione as opções que correspondem a oxida- → 2 Cr(OH)SO4 (aq) + Na2SO4 (aq)
ções do ferro.
Selecione a opção correta.
(A) I e II (B) I, II e III
(A) O n.o. do enxofre, S, em SO2 (g) é −2.
(C) I e III ¦ (D) II, III e IV
(B) A espécie redutora é Na2Cr2O7 (aq) e a espécie
Exame Nacional 1985 – 2.ª Fase (adaptado) oxidante é SO2 (g).
(C) O elemento que sofre redução capta 3 ele-
5. Considere a reação química representada pela se- trões. ¦
guinte equação química:
(D) O elemento que se oxida e o elemento que se
Bi2O3 + 2 NaCᐍO + 2 NaOH → 2 NaBiO3 + reduz são, respetivamente, o cromo e o en-
+ 2 NaCᐍ + H2O xofre.

13
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

8. Considere as reações que se seguem: 11. A equação química seguinte traduz uma reação
de oxidação-redução.
I. CᐍO− (aq) + H2O2 (aq) → Cᐍ− (aq) + H2O (ᐍ) + O2 (g)
C6H5CH3 + K2Cr2O7 + 4 H2SO4 →
II. Mn2+ (aq) + H2O2 (aq) → MnO2 (s) + 2 H+ (aq)
→ C6H5COOH + K2SO4 + Cr2(SO4)3 + 5 H2O
Selecione a opção que completa corretamente a 11.1 Escreva as fórmulas dos iões nos compostos
frase seguinte. de cromo que participam na reação.
O peróxido de hidrogénio atua como oxidante… K2Cr2O7: 2 K+; Cr2O72–. Cr2(SO4)3: 2 Cr3+; 3 SO42–.

(A) nas reações I e II. 11.2 Determine a variação do número de oxidação


do cromo nesta reação.
(B) apenas na reação I.
Δn.o.(Cr) = –3
(C) apenas na reação II. ¦
11.3 Identifique a espécie química reagente que
(D) em nenhuma das reações. atua como redutora. Justifique.
O elemento cromo sofre redução. A espécie
9. A equação química seguinte traduz a reação entre K2Cr2O7 é a oxidante e a espécie C6H5CH3 é a
o ácido nítrico, HNO3 (aq), e o fósforo sólido, P4 (s), espécie redutora.
em meio aquoso.
11.4 Calcule a quantidade de tolueno, C6H5CH3,
20 HNO3 (aq) + 3 P4 (s) + 8 H2O (ᐍ) → que deve ser utilizada para se formarem
→ 12 H3PO4 (aq) + 20 NO (g) 200,0 g de ácido benzoico, C6H5COOH, se o
rendimento da reação for 70,0%.
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma n = 2,34 mol C6H5CH3
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
12. Em contacto com o ar húmido, um telhado de
(A) O elemento oxidado é o nitrogénio. cobre sofre lentamente corrosão e fica com uma
(B) A variação do número de oxidação do fósforo camada verde de carbonato de cobre (II), CuCO3
é igual a −5. (verdete). Esta camada é formada pela sequência
de reações representadas pelas seguintes equa-
(C) A espécie redutora é P4. ções químicas:
(D) Na oxidação de P4 verificou-se uma perda de I. 2 Cu (s) + O2 (g) + 2 H2O (ᐍ) → 2 Cu(OH)2 (s)
eletrões pelo que o n.o.(P) diminui.
II. Cu(OH)2 (s) + CO2 (g) → CuCO3 (s) + H2O (ᐍ)
(E) Na redução de HNO3 verificou-se um ganho
12.1 Mostre que a equação química I traduz uma
de eletrões pelo que o n.o.(N) diminui.
reação de oxidação-redução.
(F) O elemento nitrogénio capta 3 eletrões. 2 Cu (s) + O2 (g) + 2 H2O (ᐉ) → 2 Cu(OH)2 (s)
(G) Como o n.o.(N) é inferior ao n.o.(P), HNO3 sofre (0) (0) (+1)(–2) (+2)(–2)(+1)

oxidação e P4 sofre redução.  kZEVMEqoSRSR€QIVSHIS\MHEqoSHSGSFVIHI


,
0 para +3GSFVIWSJVIS\MHEqoS3R€QIVSHI
Verdadeiras: (C); (E); (F). Falsas: (A); (B); (D); (G).
oxidação do oxigénio varia de 0 para –2, sofrendo
Correção das falsas: (A) O nitrogénio, N, é reduzi-
do. (B) Δn.o.(P) = +5 (D) P4 perde eletrões pelo que redução.
n.o.(P) aumenta. (G) O n.o.(N) = +5. Logo é superior 12.2 Identifique a espécie oxidante e a espécie re-
ao n.o.(P), que é igual a zero. dutora.
Espécie oxidante: O2 (g). Espécie redutora: Cu (s).
10. Acerte os esquemas químicos seguintes, que re-
12.3 Uma peça de cobre com a massa de 400,0 g
presentam reações de oxidação-redução em meio
e com 36,5% de impurezas, foi colocada num
ácido.
vaso fechado de capacidade 112,0 dm3, que
10.1 MnO2 (s) + 2 Cᐉ− (aq) — Mn2+ (aq) + Cᐉ2 (g) continha oxigénio.
Ao fim de algum tempo mediu-se a massa de
2 Cᐉ– (aq) + MnO2 (s) + 4 H+ (aq) — Mn2+ (aq) +
verdete formado e obteve-se 390 g.
+ 2 H2O (ᐉ) + Cᐉ2 (g) Determine o rendimento desta reação.
10.2 MnO–4 (aq) + HSO–3 (aq) — Mn2+ (aq) + SO2–
4
(aq) η = 79%
2 MnO –
4
(aq) + H +
(aq) + 5 HSO –
3
(aq) —
— 2 Mn2+ (aq) + 5 SO42– (aq) + 3 H2O (ᐉ)
13. Selecione a opção correta.

10.3 Aᐉ (s) + NO–3 (aq) — Aᐉ3+ (aq) + NO2 (g) (A) O ferro sofre corrosão quando exposto ao ar
sem humidade.
Aᐉ (s) + 3 NO (aq) + 6 H (aq) —

3
+

— Aᐉ3+ (aq) + 3 NO2 (g) + 3 H2O (ᐉ) (B) A ferrugem, produto resultante da oxidação do
ferro, é constituída por um óxido de ferro hidra-
10.4 Cr2O2–
7
(aq) + CH3CH2OH (aq) — Cr3+ (aq) + tado, Fe2O3.xH2O, de composição variável. ¦
+ CH3CHO (aq) (C) A ferrugem forma um filme aderente que pro-
Cr2O72– (aq) + 8 H+ (aq) + 3 C2H6O (aq) — tege o metal da oxidação.
— 2 Cr3+ (aq) + 3 C2H4O (aq) + 7 H2O (ᐉ)
(D) A formação da ferrugem é retardada na pre-
sença de soluções ácidas e de sais, assim
como a elevadas temperaturas.

14
2 Degradação dos metais

Pilhas e baterias: uma oxidação útil.


Proteção de metais

Células galvânicas
Célula galvânica, ou pilha eletroquímica, é um sistema que converte energia
química, produzida numa reação de oxidação-redução espontânea, em energia
elétrica.
A figura ao lado representa, esquematicamente, uma pilha eletroquímica.
Uma pilha eletroquímica contém: Zn (s) Ponte salina Cu (s)
• dois elétrodos
– o ânodo: elétrodo onde ocorre a oxidação. É o polo negativo da pilha e
nele libertam-se os eletrões.
Zn 2+ Cu 2+
– o cátodo: elétrodo onde ocorre a redução. É o polo positivo da pilha e é
onde se captam os eletrões.
Esquema representativo de
• eletrólito: solução condutora. uma pilha eletroquímica.
• ponte salina: tubo em «U» que contém uma solução condutora, por exem-
plo de cloreto de potássio, que vai repor a eletroneutralidade do eletrólito.
A eletroneutralidade é alterada durante o período de funcionamento da pi-
lha. O tubo em U pode ser substituído por uma parede porosa.

Cada uma das partes da pilha designa-se por semipilha ou semicélula.

Nesta pilha, as reações que ocorrem são:


• no ânodo: Zn (s) → Zn (aq) + 2 e
2+ −

• no cátodo: Cu (aq) + 2 e → Cu (s)


2+ −

Numa pilha, o fluxo de eletrões processa-se do ânodo para o cátodo.

As pilhas podem ser representadas pelo diagrama de pilha. No caso da pilha


da figura, tem-se:
Zn (s) | Zn2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
Catião Ponte Catião
Ânodo Cátodo
metálico salina metálico

A força eletromotriz de uma pilha (f.e.m.) corresponde à diferença de potencial


entre os dois elétrodos, medida num voltímetro, e depende da natureza dos elé-
trodos e da concentração dos iões envolvidos na reação.
O potencial padrão de redução, E0, mede a tendência relativa de uma espécie
para se reduzir:
• quanto maior for o valor de E , mais tendência tem a espécie para se reduzir,
0

ou seja, é mais oxidante;


• quanto menor for o valor de E , mais tendência tem a espécie para se oxidar,
0

ou seja, é mais redutora.

15
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Condições padrão: O elétrodo de referência é o elétrodo padrão de hidrogénio, ao qual se atri-


• concentração: 1,0 mol dm−3 bui o valor 0,00 V.
• pressão: 1 bar (1,0 × 105 Pa) ≈
≈ 1 atm (1,013 × 105 Pa)
Qualquer outro potencial de elétrodo é medido pela f.e.m. de uma pilha, em
• temperatura: 25 °C (298,15 K) que um dos elétrodos é o elétrodo de hidrogénio e o outro é o elétrodo do metal
que se pretende determinar.

O poder oxidante/redutor de uma espécie em relação às outras pode deduzir-


-se a partir da série eletroquímica que contém os E0 das várias espécies.

Ocorre uma reação de oxidação-redução quando à espécie que se reduz na


reação direta corresponde um valor de E0 maior do que o da espécie que se reduz
na reação inversa.

A força eletromotriz de uma pilha, nas condições padrão, pode ser calculada
pela diferença entre E0 do cátodo e E0 do ânodo:
E 0pilha = E 0cátodo − E 0ânodo

Questões resolvidas
1. Montou-se uma pilha constituída
por elétrodos de chumbo e de pra-
ta mergulhados em soluções aquo-
Ag (s) Pb(s)
sas dos seus sais, tal como mostra
a figura.
Dados: E0(Ag+/Ag) = +0,80 V;
E0(Pb2+/Pb) = −0,13 V
Ag+ Pb2+
1.1 Identifique o cátodo e o ânodo
da pilha e indique o sentido do [Ag+] = 1,0 mol dm−3 [Pb2+] = 1,0 mol dm−3
fluxo de eletrões.
1.2 Escreva as semirreações que ocorrem nos dois elétrodos.
1.3 Escreva o diagrama da pilha.
1.4 Determine a força eletromotriz da pilha nas condições padrão.

Resolução

1.1 E0(Ag+/Ag) é superior a E0(Pb2+/Pb), portanto, o chumbo oxida-se e a prata reduz-


-se. O elétrodo de chumbo, onde ocorre a oxidação, é o ânodo (elétrodo negati-
vo), e o elétrodo de prata, onde ocorre a redução, é o cátodo (elétrodo positivo).
O fluxo de eletrões dá-se do ânodo para o cátodo, ou seja, do elétrodo de chum-
bo para o elétrodo de prata.
1.2 No ânodo: semirreação de oxidação. Pb (s) → Pb2+ (aq) + 2 e−
No cátodo: semirreação de redução. Ag+ (aq) + e− → Ag (s)
1.3 Pb (s) | Pb2+ (aq) (1,0 mol dm–3) || Ag+ (aq) (1,0 mol dm–3) | Ag (s)
1.4 E 0pilha = E 0cátodo − E 0ânodo → E 0pilha = 0,80 − (−0,13) ⇔ E 0pilha = +0,93 V

16
2 Degradação dos metais

2. Um fio de cobre é introduzido numa solução aquosa de nitrato de prata.


Sabendo que E0(Ag+/Ag) = +0,80 V e E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V, selecione as
situações que considera válidas para o sistema em questão.
(A) A solução fica azul.
(B) Deposita-se prata sobre o fio de cobre.
(C) Precipita o nitrato de cobre (II).
(D) Nada acontece.

Resolução

Como o potencial padrão de redução de Ag+ é superior ao de Cu2+, a partícula Ag+


tem mais tendência para captar eletrões do que Cu2+. Ou seja, o poder oxidante de
Ag+ é superior ao de Cu2+. Assim, o ião Ag+ vai oxidar o cobre metálico, Cu (s), a Cu2+
e, em simultâneo, é reduzido a prata metálica, Ag (s), que se vai depositar sobre o fio
de cobre.
A oxidação do cobre conduz à formação de catiões Cu2+ que ao passarem para a
solução conferem a esta o tom azul característico da presença destes iões. A reação
global é:
Cu (s) + 2 Ag+ (aq) — 2 Ag (s) + Cu2+ (aq)

Forma-se o nitrato de cobre, Cu(NO3)2, mas não precipita porque é muito solúvel.
Resposta: As situações corretas são as descritas em (A) e (B).

3. O ferro metálico, Fe (s), é atacado por soluções de ácido clorídrico, HCᐍ (aq),
e de ácido nítrico, HNO3 (aq), enquanto que o cobre não é atacado pelo
ácido clorídrico, mas sim pelo ácido nítrico. Explique o comportamento
destes metais e indique as espécies iónicas que se formam em solução.
Dados: E 0(Fe2+/Fe) = −0,44 V; E 0(Cu2+/Cu) = +0,34 V;
E 0(NO–3/NO) = +0,96 V; E 0(H+/H2) = 0,00 V

Resolução

• Ação do ácido clorídrico sobre o ferro.


0,00 V

Fe (s) + 2 H+ (aq) — Fe2+ (aq) + H2 (g)

–0,44 V
A reação é extensa no sentido direto, porque a espécie que se reduz no sentido
direto tem E0 mais elevado do que a espécie que se reduz no sentido inverso.
O ácido clorídrico ataca o ferro metálico.

• Ação do ácido clorídrico sobre o cobre.


0,00 V

Cu (s) + 2 H+ (aq) — Cu2+ (aq) + H2 (g)

+0,34 V
A reação não é espontânea. O ácido clorídrico não ataca o cobre metálico.

17
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

• Ação do ácido nítrico sobre o ferro.


A reação entre o ferro metálico e o ácido nítrico será:
–0,44 V

NO–3 (aq) + 4 H+ (aq) + Fe (s) → Fe3+ (aq) + NO (g) + 2 H2O (ᐉ)

+0,96 V
Como E (NO /NO) > E (Fe /Fe2+), o ião Fe2+ é oxidado pelo ião NO–3.
0 –
3
0 3+

• Ação do ácido nítrico sobre o cobre.


Este ácido, além de introduzir iões H+ na solução, introduz ainda iões nitrato, NO–3,
que funcionam como oxidante mais energético.
+0,34 V

3 Cu (s) + 2 NO–3 (aq) + 8 H+ (aq) — 2 NO (g) + 3 Cu2+ (aq) + 4 H2O (ᐉ)

+0,96 V
Esta reação é extensa no sentido direto. Assim, o cobre é atacado pelo ácido nítrico.

Células eletrolíticas
Uma célula eletrolítica é uma célula eletroquímica na qual tem lugar a eletrólise
– reação não espontânea que utiliza a energia elétrica.
Uma célula deste tipo é constituída por dois elétrodos mergulhados num sal
fundido ou numa solução de eletrólito. A corrente elétrica é fornecida por uma
fonte externa para forçar a reação não espontânea a ocorrer. A fonte de energia,
uma bateria, por exemplo, é ligada aos dois elétrodos; a fonte retira eletrões ao
elétrodo positivo e encaminha-os para o elétrodo negativo. O elétrodo que está
ligado ao polo negativo da bateria passa a ser o elétrodo negativo e o elétrodo
que está ligado ao polo positivo da bateria passa a ser o polo positivo.
Tal como nas pilhas, o elétrodo onde ocorre a redução é o cátodo e o elétrodo
onde ocorre a oxidação é o ânodo. Contudo, nas células eletrolíticas, o cátodo é
negativo e o ânodo é positivo, ao contrário do que sucede nas células galvânicas.

Proteção de metais
Existem vários métodos para proteger os metais contra a corrosão.
1. Aplicar uma camada protetora.
A forma mais simples de prevenir a corrosão é proteger a superfície do me-
tal exposta ao ar ou à água com pintura. No entanto, quando a camada de
tinta abre fissuras, deixando a descoberto uma dada área do metal, haverá
corrosão desse metal sob a camada de tinta. Cada vez é mais frequente a
utilização de protetores feitos de polímeros orgânicos.
2. Provocar a formação de um filme protetor de óxidos.
Há metais, como o zinco e o alumínio, cujos óxidos são insolúveis em água e
aderem à superfície do metal formando uma camada protetora.

18
2 Degradação dos metais

3. Recobrir o metal com uma camada de outro metal mais facilmente oxidável
(galvanização).
O metal escolhido para proteger uma dada peça metálica deve ter um po-
tencial padrão de redução inferior ao do metal da peça.
4. Proteção catódica.
A proteção catódica é um processo pelo qual o metal, para ser protegido da
corrosão, se torna o cátodo de uma pilha eletroquímica.
Este processo consiste em pôr em contacto com o metal a proteger um ou-
tro metal mais fortemente redutor, ou seja, mais oxidável. O metal a proteger
é o cátodo da pilha e o metal protetor é o ânodo.

Questão resolvida
1. O contacto do ferro com alguns metais, como o cobre e o estanho, pode
acelerar a corrosão daquele metal. No entanto, se colocarmos o ferro em
contacto com o zinco ou o magnésio, pode retardar-se, ou mesmo elimi-
nar-se, a formação da ferrugem.
Considere os seguintes valores de E0:
E0(Mg2+/Mg) = −2,37 V; E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V;
E0(Sn2+/Sn) = −0,14 V; E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V; E0(O2/OH−) = +0,40 V

1.1 Determine a força eletromotriz da pilha no seu estado padrão, consti-


tuída por:
1.1.1 ferro e oxigénio, em meio aquoso;
1.1.2 ferro e zinco, em meio aquoso.
1.2 Explique o facto de o oxigénio ser o oxidante mais forte, da série apre-
sentada.
1.3 Qual, ou quais, dos metais referidos acima protegem o ferro quando
estão em contacto com ele?

Resolução

1.1.1 Pilha formada por ferro e oxigénio.


Como E0(O2/OH−) > E0(Fe2+/Fe), o cátodo é o oxigénio e o ânodo é o ferro.
f.e.m. = E0cátodo − E0ânodo → f.e.m. = +0,40 − (−0,44) ⇔ f.e.m. = +0,84 V

1.1.2 Pilha formada por ferro e zinco.


E0(Fe2+/Fe) > E0(Zn2+/Zn). O cátodo é ferro e o ânodo é o zinco.
f.e.m. = E0cátodo − E0ânodo → f.e.m. = −0,44 − (−0,76) ⇔ f.e.m. = +0,32 V

1.2 Como o oxigénio possui maior valor de E0 é a espécie que capta eletrões mais
facilmente, o que lhe permite ser o oxidante mais forte da série apresentada.
1.3 O ferro, quando exposto ao ar e à humidade, sofre corrosão formando à sua
superfície ferrugem, que é o óxido de ferro (III) hidratado. Para proteger o ferro
da corrosão utiliza-se o processo de galvanização, que consiste em revesti-lo
com um metal cujo E0 seja inferior ao do ferro. Neste caso, os metais que podem
proteger o ferro podem ser o zinco e o magnésio. Perante o ferro, o zinco ou o
magnésio atuam como ânodo de uma pilha em que o ferro é o cátodo. São estes
metais que sofrem oxidação.

19
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Pilhas e baterias: uma oxidação útil. Proteção de metais


1. No funcionamento da pilha galvânica esquemati- (A) O hidrogénio, H2, pode reduzir os iões Ni2+ a
zada em baixo, verifica-se a acumulação de chum- níquel metálico.
bo metálico no elétrodo da esquerda e desgaste (B) O cromo metálico não reduz os iões Pb2+ a
(corrosão) no elétrodo da direita. A parede porosa chumbo metálico.
tem o mesmo papel de uma ponte salina.
(C) Os iões permanganato, MnO–4, não oxidam o
cobre metálico a iões Cu2+.
(D) Os iões Fe3+ oxidam o cobre metálico a iões
Pb (s) A (s) Cu2+. ¦

5. Considere o seguinte esquema representativo de


uma pilha:

Pb2+ A 3+

+ −
Cu (s) A Fe (s)

1.1 Expresse, por meio de equações químicas, o


que ocorre em cada elétrodo.
A corrosão no elétrodo de alumínio revela que
este metal se oxida.
Oxidação: Aᐉ (s) → Aᐉ3+ (aq) + 3 e–
Cu2+ Fe2+
%EGYQYPEqoSHIGLYQFSRSIPrXVSHSHIGLYQFS
MRHMGEUYISWMIW4F2+ EU WIVIHY^IQE4F W 
6IHYqoS4F2+ (aq) + 2 e– → 4F W

1.2 Em que sentido se estabelece o fluxo de ele- Fe2+ → Fe (E° = −0,44 V)


trões no fio condutor? Cu2+ → Cu (E° = +0,34 V)
3 ÀY\S HI IPIXVIW RS ¿S GSRHYXSV HkWI HS 5.1 Indique o ânodo e o cátodo desta pilha.
IPrXVSHSHIEPYQvRMSTEVESIPrXVSHSHIGLYQFS ÆRSHSIPrXVSHSHIJIVVS*I W 'kXSHSIPrXVSHS
HIGSFVI'Y W 
1.3 Indique o elétrodo que atua como cátodo e o
que atua como ânodo. 5.2 Em que sentido circulam os eletrões no fio
3mRSHSrSIPrXVSHSHIEPYQvRMS3GkXSHSrS condutor?
IPrXVSHSHIGLYQFS (SIPrXVSHSHIJIVVSTEVESIPrXVSHSHIGSFVI

1.4 Identifique os polos positivo e negativo desta 5.3 Escreva a equação de oxidação-redução em
pilha. que se baseia o funcionamento da pilha.
4SPSTSWMXMZSIPrXVSHSHIGLYQFS Fe (s) + Cu2+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu (s)

Polo negativo: elétrodo de alumínio. 5.4 Faça o diagrama da pilha.


Fe (s) | Fe2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
1.5 Escreva a equação global da pilha. Faça a re-
presentação do diagrama da pilha. 5.5 Qual a função do dispositivo representado
2 Aᐉ (s) +4F (aq) → 2 Aᐉ (aq) +4F W
2+ 3+ por A?
Aᐉ (s) | Aᐉ3+ EU ``4F2+ (aq) | 4F W Representa a ponte salina que tem duas funções:
fechar o circuito e manter a eletroneutralidade
2. Para os diagramas de pilha indicados, identifique das soluções.
o ânodo e o cátodo e escreva as respetivas equa-
ções de oxidação-redução acertadas. 6. Considere os seguintes dados:
2.1 Zn (s) | Zn2+ (aq) || Ni2+ (aq) | Ni (s) E0(Li+/Li) = −3,05 V e E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V
Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e–; Ânodo: zinco.
Ni2+ (aq) + 2 e– → 2M W 'kXSHSRvUYIP 6.1 Faça o esquema representativo do diagrama
de uma pilha cuja equação global é:
Equação acertada: Zn (s) + Ni2+ (aq) → Zn2+ (aq) +
+ Ni (s) 2 Li (s) + Cu2+ (aq) → Cu (s) + 2 Li+ (aq)
Li (s) | Li+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)
2.2 Pt (s) | Fe2+ (aq), Fe3+ (aq) || Ag+ (aq) | Ag (s)
'kXSHSTVEXEÆRSHSTEV*I2+/Fe3+ (a platina atua 6.2 Indique:
como elétrodo inerte). 6.2.1 o elétrodo positivo;
Equação acertada: Fe2+ (aq) + Ag+ (aq) → Fe3+ (aq) + )PrXVSHSHIGSFVI
+ Ag (s)
6.2.2 o sentido do movimento dos eletrões.
3. Escreva o diagrama de uma pilha que tem um Do elétrodo de lítio para o elétrodo de
elétrodo de hidrogénio à direita e um elétrodo de GSFVI
platina (Pt) mergulhado numa solução com o par
Fe2+ (aq)/Fe3+ (aq) à esquerda e que inclui uma 6.3 Escreva as semirreações que ocorrem no cá-
ponte salina. todo e no ânodo.
Pt (s) | Fe3+ (aq) , Fe2+ (aq) || H2 (g) | H+ (aq) | Pt (s) 2SGkXSHS'Y2+ (aq) + 2 e– → Cu (s)
No ânodo: Li (s) → Li+ (aq) + e–
4. Consultando a série eletroquímica, selecione a op-
ção correta.

20
2 Degradação dos metais

7. Considere a seguinte figura. 9. Considere o seguinte esquema químico:


Ag (s) + Cr2O 72– (aq) → Ag+ (aq) + Cr3+ (aq)

9.1 Através das equações das semirreações,


acerte o esquema químico anterior em meio
Zn (s) H2 (g) ácido, de modo a representar de forma corre-
ta uma reação de oxidação-redução.
Oxidação: (Ag (s) → Ag+ (aq) + e–) × 6
Redução:
Cr2O72– (aq) + 14 H+ (aq) + 6 e– → 2 Cr3+ (aq) +
Zn2+ H+ + 7 H2O (ᐉ)
Reação global:
6 Ag (s) + Cr2O72– (aq) + 14 H+ (aq) → 6 Ag+ (aq) +
+ 2 Cr3+ (aq) + 7 H2O (ᐉ)

Sabendo que E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V e também que 9.2 Indique as espécies químicas oxidante e re-
E0(H2/H+) = +0,00 V, responda às seguintes ques- dutora e os números de oxidação dos átomos
tões. respetivos.
Espécie oxidante: Cr2O72– (aq). O cromo, elemento
7.1 Qual o sentido do movimento dos eletrões?
constituinte desta espécie química, sofre redução;
3 ÀY\S HI IPIXVIW HkWI HS IPrXVSHS HI ^MRGS
o seu número de oxidação passa de +6 para +3,
para o elétrodo de hidrogénio.
ou seja, captou 3 eletrões. Espécie redutora: prata
7.2 Identifique: QIXkPMGE%K W 
7.2.1 o cátodo; 9.3 Sabendo que a reação anterior é extensa,
Elétrodo de hidrogénio. diga, justificando, qual das espécies Ag+ e
Cr2O2– tem maior potencial padrão de redução.
7.2.2 o elétrodo onde ocorre a oxidação. 7
8IVkQEMSVZEPSVHIE0 a espécie que for reduzida
Elétrodo de zinco.
ou a que tiver maior poder oxidante. A espécie quí-
7.2.3 o polo negativo. mica Cr2O72– (aq) oxida a prata, logo tem maior po-
Elétrodo de zinco. der oxidante que Ag+ EU IXEQFrQXIVkQEMSVE0.
7.3 Escreva a equação global da pilha, identifican-
do a semirreação de oxidação e a semirrea- 10. As equações I e II correspondem a reações que
ção de redução. ocorrem espontaneamente na água, em condi-
Oxidação: Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e– ções padrão.
Redução: 2 H+ (aq) + 2 e– → H2 (g) I. Fe (s) + Pb2+ (aq) → Pb (s) + Fe2+ (aq)
Reação global: Zn (s) + 2 H+ (aq) → Zn2+ (aq) + H2 (g) II. Zn (s) + Fe2+ (aq) → Fe (s) + Zn2+ (aq)

7.4 Calcule a f.e.m. da pilha. Selecione a opção que completa corretamente a


E 0pilha = +0,76 V frase seguinte.
Analisando estas reações, isoladamente ou em
8. Um fio de ferro e um fio de prata foram mergulha- conjunto, podemos afirmar que, em condições pa-
dos num recipiente contendo uma solução aquo- drão…
sa de sulfato de cobre (II), de cor azul. Passado (A) os eletrões são transferidos de Pb2+ para Fe.
algum tempo observou-se que o fio de ferro ficou
coberto por uma camada de cobre metálico e que (B) deve ocorrer uma reação espontânea entre Pb
o fio de prata não sofreu alteração, adquirindo a e Zn2+.
solução uma cor amarelada. (C) o ião Zn2+ é melhor oxidante que Fe2+.
Selecione a opção correta. (D) Zn reduz espontaneamente Pb2+ a Pb. ¦
(A) A oxidação do ferro metálico é mais fácil do 11. Considere os seguintes potenciais padrão de re-
que a do cobre. ¦ dução: E0(Mg2+/Mg) = −2,37 V, E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V
(B) A solução ficou amarelada devido à presença e E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V.
dos iões Cu2+. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
(C) O cobre tem um poder oxidante superior ao das frases seguintes, corrigindo as falsas.
da prata.
(A) O melhor redutor é o cobre.
(D) E0(Ag+/Ag) < E0(Cu2+/Cu) < E0(Fe2+/Fe)
(B) O zinco cede eletrões mais facilmente do que
o cobre.
(C) A reação Mg (s) + Zn2+ (aq) → Zn (s) + Mg2+ (aq)
é espontânea.
(D) Pode armazenar-se uma solução de sulfato de
cobre (II) num recipiente de zinco.
(E) O ião Cu2+ recebe mais facilmente eletrões do
que o ião Mg2+.
Verdadeiras: (B); (C); (E). Falsas: (A); (D). Correção
das falsas: (A) O melhor redutor é o que possui
menor valor de E0. O melhor redutor é o magnésio,
Mg. (D) E0(Zn2+/Zn) é menor do que E0(Cu2+/Cu). O
^MRGS r S\MHEHS TIPS GSFVI WSJVIRHS GSVVSWoS I
como tal, um recipiente de zinco não pode arma-
zenar uma solução com iões Cu2+.

21
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

12. Verifique se as reações representadas nas equa- 14.3 Misturou-se carbono, C (s), em excesso com
ções seguintes são espontâneas, nas condições 397,8 g de óxido de cobre (II) e criaram-se as
padrão. condições para que ocorresse a reação quí-
mica IV, e apenas essa. No final da reação, o
Dados: E0(Sn4+/Sn2+) =+0,13 V;
volume de gás libertado, medido nas condi-
E0(Fe3+/Fe2+) = +0,77 V; ções normais de pressão e temperatura, foi
E0(Cr2O2–
7
/Cr3+) = +1,33 V 33,6 dm3.
12.1 2 Fe2+ (aq) + Sn4+ (aq) → 2 Fe3+ (aq) + Sn2+ (aq) 14.3.1 Prove que a equação química IV traduz
Comparando os E0 das reações direta e inversa, uma reação de oxidação-redução.
ZIVM¿GEWIUYIE0 (reação direta) < E0 (reação di- C (s) + 2 CuO (s) → CO2 (g) + 2 Cu (s)
reta). A reação não é espontânea. (0) (+2)(–2) (+4)(–2) (0)

12.2 Cr2O2– (aq) + 6 Fe2+ (aq) + 14 H+ (aq) → 3 R€QIVS HI S\MHEqoS HS GEVFSRS '
7
TEWWSY HI  TEVE  3 GEVFSRS WSJVIY
→ 2 Cr3+ (aq) + 6 Fe3+ (aq) + 7 H2O (ᐉ)
oxidação.
Como E0 (reação direta) > E0 (reação inversa), a 3R€QIVSHIS\MHEqoSHSGSFVI'YTEW-
reação é espontânea. WSYHITEVE3GSFVIWSJVIYVIHYqoS
Trata-se de uma reação de oxidação-re-
13. Para evitar a corrosão das plataformas marítimas,
dução.
emprega-se a proteção catódica, método que re-
quer a utilização de um metal de sacrifício em con- 14.3.2 Calcule o rendimento da reação.
tacto com o metal que se deseja proteger. Esse η = 60%
conjunto constitui uma pilha eletroquímica.
Dados: E0(Cu2+/Cu) =+0,34 V; E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; 15. Nos cascos de ferro das embarcações são fixadas
E0(Mg2+/Mg) =−2,37 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V peças conhecidas como «ânodos» de zinco ou de
magnésio, cuja função é proteger o ferro da corro-
13.1 Indique dois metais que seriam mais eficien- são. Essas peças…
tes na proteção do ferro da estrutura da plata-
forma. Justifique. I. oxidam-se mais facilmente do que o ferro.
Para evitar a corrosão (oxidação do ferro), é ne- II. inibem a semirreação Fe2+ (aq) + 2 e− → Fe (s).
GIWWkVMEETVIWIRqEHIYQQIXEPUYITSWWYEYQ III. neste caso, funcionam como polos negativos
potencial padrão de redução menor do que o do das pilhas.
ferro. Neste caso, poderiam proteger o ferro da Selecione a opção correta.
corrosão os metais zinco e magnésio.
(A) I e II são corretas.
13.2 Calcule a f.e.m. de uma pilha constituída por
(B) I e III são corretas. ¦
cobre e ferro.
E 0pilha = +0,78 V (C) Nenhuma é correta.
13.3 Escreva a equação global da pilha, referida (D) Todas são corretas.
em 13.2, identificando o ânodo e o cátodo.
Fe (s) + Cu2+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu (s) 16. Sobre pilhas eletroquímicas e eletrólise são feitas
ÆRSHSJIVVSGkXSHSGSFVI as seguintes afirmações:
I. Em ambos ocorrem reações de transferência
14. Considere as seguintes equações químicas, que
de eletrões.
traduzem reações de oxidação redução.
II. Nas reações que originam pilhas, verifica-se
I. 2 Ag+ (aq) + Cu (s) — 2 Ag (s) + Cu2+ (aq)
a formação de espécies químicas oxidadas e
II. Zn2+ (aq) + Cu (s) — Zn (s) + Cu2+ (aq) reduzidas.
III. Cu2+ (aq) + Fe (s) — Cu (s) + Fe2+ (aq) III. As pilhas constituem sistemas que transfor-
IV. C (s) + 2 CuO (s) → CO2 (g) + 2 Cu (s) mam energia.
IV. Nas eletrólises, observa-se o aparecimento de
Dados: Vm (PTN) = 22,4 dm3 mol−1;
substâncias oxidadas e reduzidas.
E0(Ag+/Ag) = +0,80 V; E0(Cu2+/Cu) = +0,34 V;
V. A eletrólise é um processo que consome energia.
E0(Zn2+/Zn) = −0,76 V; E0(Fe2+/Fe) = −0,44 V
Selecione a opção que completa corretamente a
14.1 A qual das reações, I ou II, corresponde uma frase seguinte.
constante de equilíbrio inferior a 1? Justifique.
Estão corretas…
I. ΔE0 = 0,80 – 0,34 ⇔ ΔE0 = 0,46 V
II. ΔE0 = –0,74 – 0,34 ⇔ ΔE0 = –1,08 V (A) as afirmações I, III e IV.
A reação II não é espontânea no sentido em que
(B) todas as afirmações. ¦
IWXkIWGVMXE0SKSXIQKc < 1.
(C) as afirmações I, II e V.
14.2 Coloque por ordem decrescente do seu po-
der redutor os metais cobre, zinco e prata. (D) as afirmações II, III, IV.
Ag > Cu > Zn

22
1 Estrutura e propriedades dos metais

Metais, ambiente e vida 3


Metais, complexos e cor.
Os metais no organismo humano

Metais complexos e cor


Os iões metálicos, em solução aquosa, formam frequentemente ligações co-
valentes coordenadas, ou covalentes dativas, com várias moléculas de água ou
outras espécies. Numa ligação covalente coordenada ambos os eletrões do par
ligante provêm de um único átomo.

Segundo Lewis, base é uma espécie que pode estabelecer uma ligação coor-
denada doando um par de eletrões a outra espécie, e ácido é a espécie química
que pode estabelecer uma ligação coordenada aceitando um par de eletrões de
outra espécie.

Um ião complexo é constituído por um catião de um metal de transição ligado Átomo


dador
covalentemente a moléculas ou iões. As moléculas ou iões que se ligam ao catião
Ligando
metálico designam-se por ligandos.

O átomo do ligando que possui um par de eletrões não compartilhado, forne-


ce esse par de eletrões ao catião metálico, que tem orbitais de valência vazias.
O átomo do ligando que se encontra diretamente ligado ao catião metálico é o
Átomo
átomo dador. O dador de eletrões (ligando) é uma base de Lewis e o aceitador de central
eletrões (catião metálico) é um ácido de Lewis.

O número de coordenação corresponde ao número de átomos dadores que


rodeiam o catião metálico central, no ião complexo. Os ligandos podem ser classi-
ficados como monodentados, bidentados ou polidentados, consoante o número
de átomos dadores que possuem.

Os compostos de coordenação podem ser compostos neutros formados por


iões complexos e outros de carga elétrica oposta, como, por exemplo, [Pt(NH3)2Cᐉ2].

A cor de um complexo, ou de qualquer substância, resulta da absorção seleti-


va da radiação da zona do visível.

A cor dos complexos deve-se à interação elétrica entre os ligandos e o catião


metálico, que origina estados de energia diferentes para as orbitais d do metal.
O valor de energia para as orbitais d de um ião metálico constituinte de um com-
posto de coordenação depende do metal envolvido, tal como da natureza dos
ligandos. Diferentes compostos de coordenação, constituídos pelo mesmo ião
metálico central, podem, assim, apresentar diferentes cores.

23
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Questão resolvida
1. Considere a fórmula química do ião complexo [Cr(NH3)5Cᐍ]2+.
1.1 Identifique o(s) ligando(s).
1.2 Indique o número de coordenação.
1.3 Determine o número de oxidação do cromo.

Resolução

1.1 Os ligandos são as moléculas de amoníaco, NH3, e o ião cloreto, Cᐉ−.


1.2 O número de coordenação é 6 porque estão ligados ao átomo central 5 molécu-
las de amoníaco e um ião cloreto.
1.3 A molécula de amoníaco não possui carga elétrica e o ião cloreto possui carga
elétrica igual a −1. Assim:
x (Cr) + 0 (NH3) + (−1) (Cᐉ−) = +2 → x = +1 + 2 ⇔ x = +3
Resposta: O número de oxidação do cromo neste complexo é +3.

Os metais no organismo humano


Os elementos essenciais à vida humana incluem, entre outros, diversos metais
de transição como, por exemplo, o ferro, que é o metal que está presente em
maior quantidade no organismo.
A toxicidade de um elemento depende da dose em que esse elemento é ab-
sorvido pelo corpo humano.

Questão resolvida
1. Selecione a opção correta.
(A) A hemoglobina desempenha um papel essencial no transporte de oxi-
génio do sangue para os pulmões.
(B) Nos pulmões, a hemoglobina transfere as moléculas de oxigénio para
a mioglobina.
(C) O complexo derivado da porfirina e do ferro é a ferroporfirina e toma o
nome genérico de grupo hemo.
(D) O ferro do grupo hemo tem número de oxidação +3 e 6 ligandos.

Resolução

(A) A hemoglobina transporta o oxigénio dos pulmões para o sangue.


(B) A transferência de oxigénio para a mioglobina ocorre nos tecidos orgânicos e
não nos pulmões.
(D) O ferro tem 6 ligandos mas o seu número de oxidação é +2.
Resposta: Opção (C).

24
3 Metais, ambiente e vida

Atividades

Metais, complexos e cor. Os metais no organismo humano


1. Selecione a opção correta. 4. Identifique a espécie que não pode ser considera-
da um ácido de Lewis.
(A) Numa ligação covalente coordenada, os eletrões
do par ligante provêm de átomos diferentes. I. Fe3+
(B) Um ácido, segundo Lewis, é uma substância II. IF3
que tem a capacidade de aceitar um par de
III. HCN
eletrões, estabelecendo uma ligação covalen-
te coordenada. IV. CH3+
(C) Uma base, segundo Lewis, é uma substância V. CH4 ¦
que tem a capacidade de doar um par de ele-
trões a uma substância que os aceita (ácido), 5. Considere as espécies químicas:
estabelecendo uma ligação covalente coorde- I. K2[Ni(CN)4]
nada. ¦
II. [Mo(en)3]3+
(D) Uma ligação covalente coordenada apresenta
propriedades idênticas às de uma ligação co- III. [Cr(C2O4)3]3−
valente polar. IV. [Co(NH3)5(NO2)]Cᐍ2

2. Considere a reação (em solvente não aquoso): Determine para cada uma das espécies indicadas:
HBr + HNO3 → H2Br+ + NO–3 5.1 o número de oxidação do ião metálico;
+
A espécie H2Br pode classificar-se como… I. n.o.(Ni) = +2; II. n.o.(Mo) = +3; III. n.o.(Cr) = +3;
IV. n.o.(Co) = +3
(A) uma base de Lewis.
(B) um ácido de Lewis. 5.2 o número de coordenação do ião metálico.
I. n.o de coordenação = 4; II. e III. n.o de coordena-
(C) uma base de Brönsted.
ção = 3; IV. n.o de coordenação = 6.
(D) um ácido de Brönsted. ¦
6. Considere o ião complexo [Pt(NH3)4Cᐍ2]2+.
3. Considere as seguintes equações químicas:
I. 2 H3O+ (aq) + O2− (aq) — 3 H2O (ᐍ) 6.1 Determine o número de oxidação do catião
metálico.
II. BF3 (aq) + F− (aq) — BF–4 (aq) n.o.(Pt) = +4
III. NH3 (aq) + H2O (ᐍ) — NH4+ (aq) + OH− (aq)
6.2 Escreva a fórmula e o nome de cada ligando,
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma antes da complexação.
das frases seguintes, corrigindo as falsas. NH3: amino; Cᐉ–: cloreto.
(A) Todas as equações químicas representam rea- 6.3 Indique o número de coordenação do ião me-
ções ácido-base, segundo Lewis. tálico.
(B) Nenhuma das equações químicas representa O número de coordenação é 6 (2 iões Cᐉ– e 4
uma reação ácido-base, segundo Brönsted- moléculas de NH3).
-Lowry.
6.4 Qual seria a carga do ião complexo se todos
(C) Apenas as equações químicas II e III traduzem os ligandos fossem iões cloreto?
reações ácido-base, segundo Lewis. –2
(D) A equação química III traduz uma reação áci-
do-base, segundo Brönsted-Lowry. 7. Considere o ião complexo [Cu(CN)4]3−.
Verdadeiras: (A); (D). Falsas: (B); (C). Correção das
7.1 Indique:
falsas: (B) A equação III representa uma equação
kGMHSFEWI WIKYRHS &V~RWXIH 2,3 FEWI   GETXE 7.1.1 o número de oxidação do cobre;
YQ TVSXoS l kKYE SVMKMRERHS S kGMHS GSRNYKEHS +1
NH 4+ . (C) 8SHEWEWIUYEqIWXVEHY^IQVIEqIWkGM-
7.1.2 o número de coordenação do ião.
HSFEWIWIKYRHS0I[MW
O número de coordenação é 4.
Exame Nacional 1981 – 1.ª Fase, 2.ª Chamada
7.2 Que tipo de ligação se estabelece entre o ião
(adaptado)
metálico e os ligandos?
Ligação covalente coordenada ou dativa.
7.3 O ião metálico pode considerar-se um ácido
ou uma base, segundo Lewis? Justifique.
ÈGMHSHI0I[MWTSVUYIEGIMXEYQTEVHIIPIXVIW

25
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

8. A figura seguinte representa o ião complexo A cor do ião complexo [Ti(H2O)6]3+ para uma transi-
[Co(C2O4)3]3− e o ligando C2O42–. ção eletrónica correspondente à absorção de uma
radiação da zona do visível, com o comprimento
O 3−
de onda de 5,00 × 10−5 cm, é…

O O (A) amarela.
O O (B) vermelha. ¦
O 2−
Co O O O (C) azul.
O O (D) violeta.
O O O O
11. O ião etilenodiaminotetracetato, EDTA4−, tem a se-
O guinte fórmula de estrutura:

[Co( C2O4)3 ] 3– C2O42– O O


- -
O CCH2 CH2C O
8.1 Indique o número de coordenação.
O número de coordenação é 3. - N (CH )
2 2
N
-
O CCH2 CH2C O
8.2 Determine a carga do catião metálico.
+3 O O

8.3 Selecione a opção que completa corretamen- Selecione a opção que completa corretamente a
te a frase seguinte. frase seguinte.
Com base na figura, pode afirmar-se que… O ião etilenodiaminotetracetato…
(A) o ião C2O2–
4
ligado ao catião metálico tem (A) é um ligando bidentado.
carga 3−.
(B) é utilizado no crescimento das plantas, porque
(B) o catião metálico é uma base de Lewis. o ferro de que as plantas necessitam é forne-
(C) os ligandos são ácidos de Lewis. cido nos adubos sob a forma de EDTA-ferro (II)
(D) o catião metálico é um ácido de Lewis. ¦ solúvel. ¦
(C) é um ácido, segundo Lewis.
9. Selecione a opção correta.
(D) é muito tóxico.
(A) A cor de um complexo resulta da absorção da
radiação na zona do ultravioleta. 12. A presença de alguns metais no organismo humano
(B) Uma amostra que absorve todas as radiações é essencial.
na zona do visível apresenta cor preta. ¦
12.1 Selecione a opção que corresponde a um
(C) A cor dos compostos de coordenação resulta conjunto de metais de transição que são im-
das transições dos eletrões entre as orbitais s portantes para o organismo humano.
e d do metal de transição.
(A) Cobre, manganês e chumbo.
(D) Em geral, os compostos de coordenação não
são corados.
(B) Ferro, cobalto e mercúrio.
(C) Cromo, mercúrio e chumbo.
10. A tabela seguinte mostra a cor observada em fun- (D) Magnésio, cobre e ferro. ¦
ção da luz da zona do visível absorvida por um
complexo, e o respetivo comprimento de onda. 12.2 De acordo com o conjunto selecionado, indi-
que a principal função no organismo de cada
Comprimento de onda um dos metais de transição.
Cor do complexo Cor absorvida
absorvido, λ / nm
3 QEKRrWMS IWXk TVIWIRXI IQ JVYXSW WIGSW ZI-
Verde Vermelho escuro 720
getais, iogurte e leite, entre outros. Previne a
Azul Alaranjado 610 osteoporose, diminui os riscos de doenças coro-
Violeta Amarelo esverdeado 560 RkVMEWIEEGYQYPEqoSHIKSVHYVEWREWTEVIHIW
Vermelho Verde azulado 500 das artérias.
Amarelo Azul violeta 430 3GSFVITVIWIRXIRSJvKEHSIRSQEVMWGSrGSQ-
TSRIRXI HI IR^MQEW S\MHERXIW I IWXk IRZSPZMHS
RSTVSGIWWSHIEFWSVqoSIQSFMPM^EqoSHSJIVVS
RIGIWWkVMSlTVSHYqoSHILIQSKPSFMRE
3JIVVSIWXkTVIWIRXIREGEVRIJvKEHSTIM\II
algumas leguminosas, entre outros. É o componen-
XITVMRGMTEPHELIQSKPSFMREIHEQMSKPSFMRE
12.3 Qual, ou quais, de entre os metais acima refe-
ridos, é tóxico para o ser humano, mesmo que
em pequenas quantidades?
1IVG€VMSIGLYQFS

26
3 Metais, ambiente e vida

Comportamento ácido-base das soluções


de sais

Grau de ionização
O grau de ionização, α, de um ácido em solução aquosa, é o quociente entre
o número de moles (ou moléculas) ionizadas e o número de moles (ou moléculas)
dissolvidas.

Número de moles
que sofrem ionização
Grau de
ionização
nionizadas
α=
ndissolvidas

Número de moles
que se dissolvem

Para compostos iónicos, o grau de ionização denomina-se grau de dissocia-


ção.
ndissociadas
α=
ndissolvidas ou iniciais

O grau de ionização (ou o grau de dissociação) varia de 0, quando não existem


moléculas ionizadas ou dissociadas, a 1, quando todas as moléculas se encontram
ionizadas ou dissociadas.

A relação entre o grau de ionização de um ácido ou de uma base com as res-


petivas constantes de ionização é dada pela expressão Ka = α c para ácidos, e
2

1 – α
Kb = α c para bases, em que:
2

1–α
• K – constante de acidez;
a

• K – constante de basicidade;
b

• α – grau de ionização;
• c – concentração da solução ácida ou alcalina.
Questão resolvida
1. Uma solução aquosa 2,0 × 10−2 mol dm−3 em ácido fluorídrico, HF (aq), tem
um grau de ionização de 15,0%.
1.1 Determine a constante de acidez deste ácido.
1.2 Selecione a opção que corresponde ao pH da solução ácida.
(A) 2,0 (B) 2,5 (C) 3,0 (D) 3,5

27
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Resolução

1.1 Para 1,0 dm3 de solução ácida:


n = c × V → n = 2,0 × 10−2 × 1,0 ⇔ n = 2,0 × 10−2 mol HF
nionizadas nionizadas
α= n × 100 → 15,0 = × 100 ⇔ nionizadas = 3,0 × 10−3 mol
dissolvidas 2,0 × 10–2

HF (aq) + H2O (ᐉ) — F− (aq) + H3O+ (aq)

ci / mol dm–3 2,0 × 10–2 — 0 ≈0

2,0 × 10–2 – 3,0 × 10–3 ≈


ceq / mol dm–3 — 3,0 × 10–3 3,0 × 10–3
≈ 1,7 × 10–2

[F–]e × [H3O+]e (3,0 × 10–3)2


Ka = → Ka = ⇔ Ka = 5,3 × 10−4
[HF]e 1,7 × 10–2
α2 c 0,152 × 2,0 × 10–2
Ou Ka = → Ka = ⇔ Ka = 5,3 × 10−4
1–α 1 – 0,15
Resposta: A constante de acidez do HF é 5,3 × 10−4.

1.2 pH = −log [H3O+] → pH = −log 3,0 × 10−3 ⇔ pH = 2,5


Resposta: Opção (B).

Comportamento ácido-base das soluções de sais


As soluções aquosas de sais podem ter comportamento ácido, básico ou neutro.

• Sal derivado de ácido forte e base forte: o sal é neutro; por exemplo, NaCᐉ.
• Sal derivado de ácido forte e base fraca: o sal é ácido; por exemplo, NH Cᐉ. 4
O anião Cᐉ−, sendo uma base fraca conjugada de um ácido forte, não tem ca-
pacidade de captar protões (H+) da água e não reage com ela. O catião NH4+,
como é ácido conjugado de uma base fraca, reage com a água, originando
iões H3O+.

• Sal derivado de ácido fraco e base forte: o sal é básico; por exemplo,
NaCH3COO. O anião CH3COO−, sendo uma base fraca de um ácido fraco,
sofre hidrólise, originando iões OH−. O catião Na+ não reage com a água.

• Sal derivado de ácido fraco e base fraca: o caráter da solução depende da


força relativa do ácido e da base; por exemplo, NH4CH3COO.

Soluções tampão
As soluções tampão são soluções que resistem à variação de pH quando se
lhes adiciona pequenas quantidades de ácido forte ou de base forte.

28
3 Metais, ambiente e vida

• Solução tampão ácida (HA/A ): HA (aq) + H O (ᐉ) — A



(aq) + H3O+ (aq)
2

Quando a uma solução tampão HA/A− se adicionam pequenas quantidades


de base forte (OH−), uma parte do ácido fraco vai reagir com os iões OH−,
neutralizando a sua ação.
Quando a uma solução tampão HA/A− se adicionam pequenas quantidades
de ácido forte (H3O+), uma parte dos iões A− presentes na solução reagem
com os iões H3O+, consumindo-os totalmente.

• Solução tampão básica (B/BH ): B (aq) + H O (ᐉ) — BH


+
(aq) + OH− (aq)
2
+

Quando a uma solução tampão B/BH+ se adicionam pequenas quantidades


de base forte (OH−), uma parte do ácido fraco (BH+) vai reagir com os iões
OH−, neutralizando a sua ação.
Quando a uma solução tampão B/BH+ se adicionam pequenas quantidades
de ácido forte (H3O+), uma parte da base fraca B reage com os iões H3O+,
consumindo-os totalmente.

Questão resolvida

1. Qual das seguintes combinações forma uma solução tampão?


I. 25,0 cm3 de uma solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH3 + 50,0 cm3 de uma
solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em HCᐍ.
II. 50,0 cm3 de uma solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH3 + 25,0 cm3 de uma
solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em HCᐍ.

Resolução

• Solução I
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 25,0 × 10−3 ⇔ n = 2,5 × 10−3 mol NH3
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 50,0 × 10−3 ⇔ n = 5,0 × 10−3 mol HCᐉ

HCᐉ (aq) + NH3 (aq) → Cᐉ− (aq) + NH+4 (aq)

ni / mol 5,0 × 10–3 2,5 × 10–3 ≈0 ≈0


nf / mol 2,5 × 10–3 0 2,5 × 10–3 2,5 × 10–3

No final da reação existe igual quantidade química de HCᐉ, de Cᐉ− e de NH4+ e não
existe NH3. Não existe o par conjugado NH4+/NH3 e a solução não é tampão.

• Solução II
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 50,0 × 10−3 ⇔ n = 5,0 × 10−3 mol NH3
n = c × V → n = 1,0 × 10−1 × 25,0 × 10−3 ⇔ n = 2,5 × 10−3 mol HCᐉ

HCᐉ (aq) + NH3 (aq) → Cᐉ− (aq) + NH+4 (aq)

ni / mol 2,5 × 10–3 5,0 × 10–3 ≈0 ≈0


nf / mol 0 2,5 × 10 –3
2,5 × 10 –3
2,5 × 10–3

No final da reação existe igual quantidade química de NH3, de Cᐉ− e de NH4+, e não
existe HCᐉ. Existe o par conjugado NH4+/NH3 e a solução é uma solução tampão.
Resposta: Apenas a solução II é uma solução tampão.

29
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Atividades

Comportamento ácido-base das soluções de sais


1. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma 5. Um determinado produto de limpeza, de uso do-
das frases seguintes, corrigindo as falsas. méstico, é preparado a partir de 2,5 × 10−3 mol
de amoníaco, NH3 (g), para cada litro de produto.
(A) Quanto mais forte for o ácido, mais fraco é o
A 25 °C, este produto contém, entre outras espé-
respetivo ácido conjugado.
cies químicas, H3O+ (aq) com a concentração de
(B) Quanto maior for o grau de ionização, α, de 1,0 × 10−10 mol dm−3.
uma solução ácida, menor é o pH dessa so- A equação química que traduz a ionização do
lução. amoníaco em água é:
(C) A dissociação é a separação de iões de um so- NH3 (g) + H2O (ᐍ) — NH+4 (aq) + OH− (aq)
luto polar por ação de solvente polar.
Determine, em percentagem, o grau de ionização
(D) A constante de ionização de uma solução de- do amoníaco neste produto.
pende da temperatura. Dado (a 25 °C): Kw = 1,0 × 10−14
(E) Numa reação ácido-base exotérmica em que α = 4,0%
se verifica a formação de iões H3O+, o aumento
da temperatura faz diminuir o pH da solução. 6. Qual dos compostos que se seguem, quando adi-
Verdadeiras: (B); (D). Falsas: (A); (C); (E). Correção cionados a água pura, não altera o valor de pH?
das falsas: (A) 5YERXSQEMWJSVXIJSVSkGMHSQEMW
(A) Na2O
JVEGE r E VIWTIXMZE FEWI GSRNYKEHE (C) Disso-
(B) NaCH3COO
GMEqoSrEWITEVEqoSHIMIWHIYQWSPYXSM{RMGS
por ação de um solvente polar. (E) O aumento da
(C) LiHCO3
temperatura faz aumentar o pH da solução. Se a (D) KCᐉ ¦
reação é exotérmica, o aumento de temperatura
7. Selecione a opção correta.
faz com que o sistema evolua no sentido da reação
endotérmica, ou seja, no sentido da reação inver- (A) Os sais derivados de ácidos fortes e bases
sa. Ao evoluir no sentido inverso, a concentração fracas originam soluções aquosas de caráter
em iões H3O+HMQMRYMEWSPYqoS¿GEQEMWEPGEPMRE básico.
e o pH aumenta. (B) Um sal derivado de um ácido fraco e de uma
base fraca pode originar uma solução aquosa
2. Uma solução aquosa 2,0 × 10−2 mol dm−3 em ácido de caráter neutro. ¦
acético, CH3COOH (aq), encontra-se 3,0% ioniza- (C) A solução aquosa de um sal em que o anião
da em CH3COO− (aq) e H3O+ (aq). é a espécie conjugada de uma base fraca e
Determine: o catião é a espécie conjugada de um ácido
forte, é uma solução alcalina.
2.1 a concentração de cada um destes iões, ex-
pressa em mol dm−3; (D) Numa solução aquosa de acetato de sódio,
NaCH3COO (aq), o valor de pH a 25 °C é infe-
[CH3COO–] = [H3O+] = 6,0 × 10–4 mol dm–3
rior a 7.
2.2 a constante de acidez deste ácido.
Ka = 1,8 × 10–5 8. Selecione a opção que corresponde à solução que
tem o valor de pH mais elevado.
3. A constante de acidez do ácido acético, Dados: Kb(NH3) = 1,8 × 10−5;
CH3COOH (aq), a uma dada temperatura, é igual Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10−5
a 1,8 × 10−5.
(A) Água desionizada.
Selecione a opção que completa corretamente a (B) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NaCᐉ.
frase seguinte.
(C) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NH4Cᐉ.
A essa temperatura, o grau de ionização de uma
(D) Solução 1,0 × 10−1 mol dm−3 em NaCH3COO. ¦
solução 4,5 × 10−2 mol dm−3 é…
(A) 2,0%. ¦
(B) 4,0%.
(C) 8,0%.
(D) 20,0%.

4. O ácido fórmico, HCOOH (aq), é um ácido fraco.


Uma dada solução deste ácido sofre um processo
de diluição. Ao efetuar a diluição, mantendo cons-
tante a temperatura, o que espera que ocorra com:
4.1 a constante de acidez do ácido?
A constante de ionização mantém-se porque a
temperatura não varia.
4.2 o grau de ionização do ácido?
O valor de αEYQIRXETSVUYIEWSPYqoS¿GEQEMW
diluída e o grau de ionização varia com a con-
centração, a uma dada temperatura. Quanto mais
diluída for a solução maior o valor de α.

30
3 Metais, ambiente e vida

9. Determine, a 25 °C, o pH de uma solução de ace- (C) aumenta, diminui, não se altera.
tato de sódio, NaCH3COO (aq), de concentração
(D) não se altera, aumenta, diminui.
1,0 × 10–1 mol dm–3.
Dados (a 25 °C): Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10−5; 14. Com o objetivo de comparar o comportamento do
Kw = 1,0 × 10−14 sistema tampão CH3COOH/NaCH3COO, de con-
pH = 8,9 centração 1,0 × 10−1 mol dm−3, com o da água, rela-
tivamente à adição de HCᐍ (g) e NaOH (s), um gru-
10. Determine a massa de cloreto de amónio, NH4Cᐍ, po de alunos realizou uma atividade laboratorial,
necessária para preparar 200,0 cm3 de uma solu- a 25 °C, semelhante à esquematizada na figura
ção aquosa deste sal que apresente um valor de seguinte.
pH igual a 4,75.
Dado: Kb (NH3) = 1,8 × 10−5 Copo A Copo B
m = 6,2 g NH4Cᐉ 0,01 mol de HC 0,01 mol de HC

11. Selecione a opção correta.


(A) Uma solução tampão é uma solução cujo pH 1L 1L
varia pouco, mesmo que a ela se adicione água tampão
grandes quantidades de ácido ou de base.
(B) Numa solução tampão básica, uma parte da
base fraca recebe protões dos iões H3O+ for-
necidos por um ácido fraco. Copo C Copo D
0,01 mol de NaOH 0,01 mol de NaOH
(C) As soluções concentradas de ácidos fortes ou
de bases fortes são, naturalmente, soluções
tampão. ¦
(D) Numa solução tampão ácida, a concentração 1L 1L
em iões H3O+ varia bastante. água tampão

12. Misturaram-se diferentes pares de soluções com a


concentração de 1,0 × 10−1 mol dm−3. Identifique, de
entre os pares seguintes, aquele que dá origem a Relativamente às conclusões retiradas da expe-
uma solução tampão. riência, selecione a opção correta.

(A) HCᐉ + NaCᐉ (A) Os copos A e C foram sujeitos a diferentes va-


riações de pH.
(B) HCᐉ + NaNO3 (B) O copo C foi sujeito a uma variação de pH
(C) NH3 + NH4NO3 ¦ igual a 5. ¦
(D) NaOH + HCᐉ (C) No copo B, após a adição do ácido, registou-se
uma grande variação de pH.
13. Selecione a opção que contém os termos que pre- (D) O copo A foi sujeito a uma variação de pH
enchem sequencialmente os espaços seguintes. igual a 2.
Dissolvendo-se acetato de sódio, NaCH3COO (s),
15. Uma solução aquosa de acetato de sódio,
numa solução de ácido acético, CH3COOH (aq), a
NaCH3COO (aq), com o volume de 250,0 cm3,
constante de acidez do ácido ........, o grau de ioni-
apresenta um valor de pH igual a 8,5.
zação do ácido ........ e o pH da solução ........
Dados: Ka(CH3COOH) = 1,8 × 10–5;
(A) diminui, não se altera, diminui.
Kw(a 25 °C) = 1,0 × 10–14
(B) não se altera, diminui, aumenta. ¦
15.1 Determine a concentração da solução aquosa
de acetato de sódio.
c = 1,7 × 10–2 mol dm–3 NaCH3COO
15.2 A solução de acetato de sódio é uma solução
tampão? Justifique.
% WSPYqoS HI EGIXEXS HI W{HMS RoS r YQE WSPY-
qoSXEQToSTSMWRoSrGSRWXMXYvHETSVYQEFEWI
JVEGE I TIPS VIWTIXMZS kGMHS GSRNYKEHS IQ GSR-
GIRXVEqIWETVIGMkZIMWIWIQIPLERXIW ',3COO– e
CH3COOH).

31
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

Os metais como catalisadores

Teoria das colisões e teoria do complexo ativado


Um modo de interpretar o que ocorre numa reação química em fase gasosa é a
teoria das colisões. Segundo esta teoria, uma reação só pode ocorrer quando as
moléculas de reagentes e produtos da reação colidem.
Quanto maior o número de colisões por unidade de tempo, maior a probabili-
dade de a reação ocorrer.

Uma reação só ocorre se as moléculas colidirem entre si com uma energia


cinética igual ou superior à energia mínima e com orientação correta.

Segundo a teoria do complexo ativado, quando a colisão é eficaz forma-se


um estado intermédio entre os reagentes e os produtos da reação, que se designa
complexo ativado, no qual as ligações originais existentes nas moléculas dos
reagentes estão enfraquecidas e as novas ligações estão apenas parcialmente
formadas.

A energia de ativação, Ea, é a energia mínima necessária para formar o com-


plexo ativado a partir dos reagentes.

Catalisadores
Caminho original Um catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação
Energia potencial

Ea sem sem nela se consumir, porque oferece caminhos alternativos entre os reagentes e
o catalisador os produtos da reação, com energias de ativação mais baixas.
Ea com Um catalisador tanto aumenta a velocidade da reação direta como a da reação
o catalisador inversa e não altera o valor da constante de equilíbrio da reação global.
Reagentes
A catálise pode ser homogénea (se os catalisadores se encontram na mesma
Caminho com
o catalisador fase que os reagentes) ou heterogénea (se os catalisadores se encontram numa
fase diferente dos reagentes).
A catálise heterogénea é o tipo de catálise mais utilizado na indústria química,
Produtos
nomeadamente na síntese do amoníaco pelo processo de Haber e nos converso-
res catalíticos.
Coordenada da reação
As enzimas são catalisadores biológicos muito ativos. Uma pequena quanti-
Comparação entre as energias
dade de enzima é suficiente para catalisar uma reação. Devido à sua estrutura
de ativação com e sem
catalisador. complexa, cada enzima só consegue atuar sobre moléculas cuja forma se adapte
à sua. Estas moléculas chamam-se substratos.

32
3 Metais, ambiente e vida

Atividades

Os metais como catalisadores


1. Selecione a opção correta. Com base no gráfico, pode afirmar-se que…
(A) Uma reação ocorre quando a colisão entre as (A) o volume de oxigénio formado até aos dez
moléculas é feita com a orientação adequada, minutos da reação seria maior na ausência do
para qualquer valor de energia. catalisador.
(B) O complexo ativado corresponde a um estado (B) a velocidade com que se forma o oxigénio au-
de transição. ¦ menta à medida que a reação prossegue.
(C) A energia de ativação é a energia máxima ne- (C) a quantidade de H2O2 (aq) que se decompõe
cessária para formar o complexo ativado. por minuto durante a experiência é constante.
(D) No complexo ativado as ligações originais es- (D) a catálise é heterogénea. ¦
tão enfraquecidas e as novas ligações estão
totalmente formadas.
4. Considere o seguinte mecanismo de reação, em
fase gasosa, e indique a espécie que atua como
2. Selecione a opção que completa corretamente a
catalisador.
frase seguinte.
Em relação aos catalisadores, podemos afirmar NH2NO2 (g) + OH− (g) → H2O (g) + NHNO–2 (g)
que… NHNO–2 (g) → N2O (g) + OH− (g)
(A) são adicionados ao sistema reacional, mas OH–
não participam nas reações.
(B) participam nas reações químicas, mas são re- 5. Considere o diagrama seguinte:
generados no final. ¦ E
(C) aumentam a rapidez da reação sem, no entan-
to, participarem nela. «N2O3 C »
(D) têm de estar na mesma fase que os reagentes.
X
3. Uma solução aquosa de peróxido de hidrogénio
(água oxigenada), H2O2 (aq), decompõe-se, à tem- NO + NO2C
peratura e pressão ambientes, na presença do ca- Y
talisador cloreto de ferro (III), FeCᐍ3 (s), originando NOC + NO2
água e oxigénio. Coordenada da reação
Verificou-se que o volume de oxigénio formado
variava conforme se mostra no gráfico seguinte. 5.1 Escreva a reação química da reação corres-
pondente.
VO / mL

4,0 NOCᐉ + NO2 → NO + NO2Cᐉ


2

5.2 Que nome se dá à situação representada por


3,0
«N2O3Cᐉ»?
Estado de transição (complexo ativado).
2,0
5.3 A que correspondem as letras X e Y?
1,0 X – energia de ativação; Y – entalpia da reação.
5.4 Classifique a reação sob o ponto de vista tér-
0,0 mico.
0 10 20 30 40
t / min )RHSXrVQMGE(SIWXEHSMRMGMEPEXrESIWXEHS¿REP
LSYZIEFWSVqoSHIIRIVKME
5.5 Diga como se poderia diminuir a energia cor-
respondente a X.
Adicionando um catalisador adequado.

33
Unidade 1 Metais e ligas metálicas

6. Considere o gráfico abaixo representado. 8. Considere o diagrama energético da reação


N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)
E
sob a ação de um catalisador.

B H / kJ

A Y 334
−359 kJ
163
X
C N2(g) + 3H2(g)
0
Coordenada
Coordenada da reação
da reação

2 NH3(g)
-92
6.1 Associe as letras da coluna I aos termos cor-
respondentes da coluna II.

I II Selecione a opção correta.


A 1. Energia de ativação (A) A reação é endotérmica porque ΔH é −92 kJ.
B 2. Produto da reação (B) A energia de ativação com o catalisador é
C 3. Reagente igual a 334 kJ.

X 4. Entalpia de reação (C) A energia de ativação da reação com catalisa-


dor é igual a 163 kJ. ¦
Y 5. Complexo ativado
(D) A presença do catalisador diminui o valor de
A 3; B 5; C 2; X 4; Y 1. ΔH da reação.
6.2 Considere que X corresponde a −226 kJ. 9. Num sistema biológico podem ter lugar, em simul-
6.2.1 Indique o valor da energia de ativação. tâneo, dezenas de reações químicas numa célula.
O controlo e a catálise destas reações são reali-
)RIVKMEHIEXMZEqoS!O.
zados por catalisadores bioquímicos: as enzimas.
6.2.2 Em relação à reação inversa, calcule a Selecione a opção correta.
energia de ativação, bem como o valor
de ΔH. (A) Qualquer enzima pode atuar sobre qualquer
)RIVKMEHIEXMZEqoS!O. molécula de reagente.
(B) As enzimas atuam sob valores de temperatura,
7. De uma reportagem sobre conversores catalíticos, pressão e pH muito baixos.
utilizados em automóveis, extraiu-se a seguinte
frase: «os catalisadores são substâncias que ini- (C) As enzimas são catalisadores orgânicos.
ciam as reações químicas porque sem a sua pre- (D) As enzimas são catalisadores muito ativos,
sença essas reações não seriam possíveis.» sendo suficiente uma pequeníssima quantida-
Assinale dois erros presentes nesta frase. de de enzima para catalisar uma reação. ¦
Um catalisador não inicia necessariamente uma rea-
ção, mas antes aumenta a sua rapidez. Além disso, toda
a reação que ocorre na presença do catalisador pode
SGSVVIVWIQUYIIWXIIWXINETVIWIRXI-WXSWMKRM¿GEUYI
o catalisador não tem a capacidade de tornar possível
YQEVIEqoSUYITSVWMW{WIVMEMQTSWWvZIP

34
Unidade 2

Combustíveis,
energia e
ambiente

1 Combustíveis fósseis:
o carvão, o crude e o gás
natural

2 De onde vem a energia


dos combustíveis
Combustíveis fósseis:
o carvão, o crude e
1 o gás natural
Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL)
e aos fuéis: destilação fracionada e cracking
do petróleo

O petróleo e os seus derivados


Os petróleos brutos, ou crude, que se obtêm diretamente do subsolo, são
líquidos geralmente de cor negra, viscosos, constituídos por uma mistura de um
grande número de hidrocarbonetos, com um número de átomos de carbono
geralmente inferior a trinta.
Os hidrocarbonetos constituintes do petróleo são, maioritariamente, alcanos.
Os alcanos são miscíveis entre si e com outros hidrocarbonetos, pelo que se pode
considerar o petróleo como uma solução com numerosos produtos.

Destilação fracionada do petróleo


Para separar os componentes do petróleo utiliza-se a destilação fracionada,
que permite separar componentes como pontos de ebulição próximos.
A destilação fracionada do petróleo processa-se em três etapas;
• destilação à pressão atmosférica;
• destilação a pressão reduzida;
• destilação a pressão elevada.

Cracking e refinação do petróleo


Há frações do petróleo que para serem utilizáveis são sujeitas a cracking,
reações que «quebram» as moléculas dos hidrocarbonetos de cadeia longa, origi-
nando moléculas de cadeia mais curta. No caso do cracking catalítico, essa rutu-
ra faz-se em determinadas condições de pressão e temperatura e na presença de
catalisadores apropriados, os zeólitos.

Alguns produtos da destilação fracionada do pertróleo também podem ser su-


jeitos a reações de isomerização. Estas reações permitem que se obtenha hidro-
carbonetos ramificados a partir de hidrocarbonetos lineares.

36
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Questões resolvidas
1. O petróleo é o combustível mais consumido no mundo. A destilação fracio-
nada do petróleo pode ser feita a pressão elevada ou a pressão reduzida.
Selecione a opção correta.
(A) A destilação fracionada do petróleo processa-se em duas etapas.
(B) A partir da destilação fracionada do petróleo a pressão reduzida, ob-
têm-se produtos pesados.
(C) Os produtos obtidos da destilação fracionada do petróleo sujeitos a
cracking são os que possuem menor massa molar.
(D) A fração do petróleo que contém hidrocarbonetos com 20 átomos de
carbono é a nafta.

Resolução

Opção (B). As outras são incorretas porque:


(A) A destilação fracionada do petróleo processa-se em duas etapas.
(C) Os produtos sujeitos a cracking são os que possuem maior massa molar.
(D) A nafta contém hidrocarbonetos com um número de átomos de carbono que varia
entre 6 a 7.

2. Considere as seguintes equações químicas e indique as que representam


reações de cracking catalítico.
(A) C3H8 → C2H4 + CH4
(B) CH3–(CH2)4–CH3 → C3H6 + C3H8
(C) CH3–(CH2)3–CH3 → CH3 CH2 CH CH3
CH3

(D) CH3–(CH2)6–CH3 → 2 C3H6 + C2H6

CH2
(E) CH3–(CH2)4–CH3 → H2 + H2C CH CH3
H2C CH2

Resolução

Resposta: As equações (A), (B) e (D) representam reações de cracking catalítico, uma
vez que as moléculas de maior massa molar são «quebradas», isto é, dissociam-se em
moléculas mais leves (de menor massa molar), que, por isso, são mais voláteis.

Nota: Nas equações (C) e (E) verifica-se um rearranjo dos átomos na molécula do
hidrocarboneto de cadeia linear.
A estrutura das moléculas dos hidrocarbonetos é modificada para melhorar (manten-
do-se a massa molar), entre outras coisas, determinadas propriedades da gasolina.
Na reação representada em (C) ocorreu uma isomerização (a massa molar é igual),
enquanto que na reação representada em (E) o hidrocarboneto de cadeia linear deu
origem a um hidrocarboneto cíclico (ciclização) com libertação de hidrogénio.

37
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Atividades

Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL) e aos fuéis:


destilação fracionada e cracking do petróleo

1. Selecione a opção correta. 4. Nos textos seguintes existem pares de palavras


em itálico. Para cada par selecione a palavra em
(A) O petróleo teve a sua origem geológica na se-
itálico que completa corretamente o texto.
dimentação e decomposição de organismos
soterrados e sujeitos à ação de temperaturas 4.1 Uma coluna de destilação industrial contém
e pressões muito elevadas. ¦ um grande número de pratos/colunas. A tem-
peratura de cada prato é variável/constante.
(B) Como o petróleo é um produto natural, a sua
A temperatura no interior da coluna de des-
extração e utilização não são poluentes.
tilação aumenta/diminui de baixo para cima.
(C) O petróleo encontra-se uniformemente distri- pratos; constante; aumenta
buído por todo o planeta.
4.2 O conjunto dos constituintes do petróleo que
(D) O petróleo é uma fonte de energia renovável, têm temperaturas de ebulição próximas cons-
visto estar em constante formação geológica. titui a totalidade/uma fração da destilação.
uma fração
2. Selecione a opção correta.
4.3 A destilação à pressão atmosférica permite
(A) O petróleo encontra-se sempre a grandes pro- obter, sucessivamente, de cima para baixo: os
fundidades. cicloalcanos/alcanos, tais como o metano, a
nafta/alcatrão que se utiliza nas gasolinas, o
(B) O petróleo contém elevada percentagem de
querosene/querogénio utilizado nos motores
hidrocarbonetos aromáticos.
dos aviões, o gasóleo/óleo lubrificante utiliza-
(C) O petróleo é constituído maioritariamente por do nos motores diesel.
hidrocarbonetos, sobretudo alcanos. ¦ alcanos; nafta; querosene; gasóleo
(D) O petróleo não contém cicloalcanos. 4.4 Os gases e a nafta são submetidos a uma se-
gunda destilação a pressão reduzida/alta.
3. A obtenção dos diferentes subprodutos do petró- alta
leo é feita através da destilação fracionada.
Selecione a opção correta. 5. As temperaturas de ebulição do hexano, do hep-
(A) As primeiras frações que se obtêm a partir tano, do octano e do decano são 68,7 °C, 98,4 °C,
da destilação fracionada do petróleo são as 125,6 °C e 174 °C, respetivamente.
menos voláteis. Estes quatro alcanos são totalmente miscíveis e
não reagem uns com os outros.
(B) Os produtos que se obtêm a partir da desti-
lação fracionada do petróleo têm pontos de Procede-se à destilação de uma mistura de 15 mL
ebulição muito diferentes. de hexano, 10 mL de heptano, 20 mL de octano e
20 mL de decano. Esta destilação termina quando
(C) Os valores dos pontos de ebulição de al- a temperatura no topo da coluna de fracionamen-
guns dos produtos que se obtêm a partir da to atinge a temperatura de 145 °C.
destilação fracionada do petróleo são muito
5.1 Escreva as fórmulas racionais dos alcanos re-
próximos. ¦
feridos e justifique a ordem das temperaturas
(D) O petróleo bruto pode ser utilizado direta- de ebulição.
mente sem passar por uma refinação prévia. Hexano: CH3–(CH2)4–CH3; Heptano: CH3–(CH2)5–CH3;
Octano: CH3–(CH2)6–CH3; Decano: CH3–(CH2)8–CH3.
A temperatura de ebulição aumenta com o au-
mento da cadeia carbonada do alcano, porque
aumentam as forças intermoleculares (forças de
London).

5.2 Qual dos alcanos permanece no balão de


destilação quando o termómetro marca a tem-
peratura de 145 °C?
Decano.
5.3 Trace um gráfico no qual conste a temperatu-
ra na coluna de fracionamento, em função dos
destilados.
T / ºC
180
174

125,6
98,4
68,7

0
1020304050607080
V / mL

38
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

6. A gasolina, mistura líquida de hidrocarbonetos (B) ramificados e aromáticos em hidrocarbonetos


voláteis de 5 a 10 átomos de carbono, é um car- de cadeia linear.
burante porque a energia térmica resultante da
(C) de cadeia linear em hidrocarbonetos de ca-
respetiva combustão pode transformar-se em
deias lineares mais pequenas.
energia mecânica.
Considere o iso-octano (2,2,4-trimetilpentano), (D) de cadeia linear em hidrocarbonetos de maio-
um dos principais componentes da gasolina, e o res cadeias lineares.
n-octano.
9. Nem todos os produtos que se obtêm pela des-
6.1 Escreva as fórmulas racionais destes dois tilação fracionada do petróleo se podem utilizar
hidrocarbonetos.
diretamente. Por isso, algumas das frações do pe-
n-octano: CH3–(CH2)6–CH3 tróleo são transformadas noutros produtos atra-
2,2,4-trimetilpentano: CH3–C(CH3)2–CH2–CH(CH3)–CH3 vés de vários processos, como cracking, cracking
6.2 Explique a razão por que estes dois hidrocar- catalítico e reações de isomerização.
bonetos são isómeros. As reações representadas em I, II e III têm o hexano
São isómeros porque são compostos diferentes como reagente.
com igual fórmula molecular (C8H18).
6.3 Diga, justificando, que tipo de ligações inter- I. H3C–(CH2)4–CH3 → H3C–(CH2)2–CH3 + H2C=CH2
moleculares envolvem estes hidrocarbonetos.
Ligação por forças de dispersão de London (dipolo
HC CH
instantâneo-dipolo induzido).
II. H3C–(CH2)4–CH3 → HC CH + 4H2
6.4 Indique, justificando, qual destes hidrocarbo-
netos apresenta maior ponto de ebulição. HC CH
O composto que apresenta maior ponto de ebuli-
ção é o n-octano, porque embora contenha o mes-
mo número de átomos que o iso-octano, a forma III. H3C–(CH2)4–CH3 → H3C CH CH2 CH2 CH3
alongada das moléculas do n-octano faz com que
CH3
a deformabilidade deste seja maior e, portanto,
mais fortes são as forças de London.
Selecione a opção correta.
7. Selecione a opção que completa corretamente a (A) A reação I traduz uma reação de isomerização.
frase seguinte.
(B) A reação III traduz uma reação de cracking.
O cracking das frações médias da destilação do
petróleo… (C) A reação II traduz uma reação de cracking ca-
talítico. ¦
(A) aumenta o rendimento de produção de óleos
lubrificantes. (D) Todas as reações correspondem a reações de
cracking.
(B) facilita a destilação do petróleo. ¦
(C) economiza a energia térmica.
(D) aumenta o rendimento na formação de frações
de menor massa molar.

8. O cracking catalítico permite obter gasolina a par-


tir de óleos pesados.
Selecione a opção que completa corretamente a
frase seguinte.
Neste processo convertem-se hidrocarbonetos…
(A) de cadeia linear em hidrocarbonetos de ca-
deia linear mais pequena ou ramificada, assim
como em alcenos e hidrocarbonetos aromá-
ticos. ¦

39
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

A química dos combustíveis fósseis

Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são compostos de carbono e hidrogénio, que podem ser
alifáticos ou aromáticos.
Dentro dos hidrocarbonetos alifáticos há que ter em conta que as cadeias
carbonadas podem ser abertas (hidrocarbonetos lineares ou ramificados) ou
fechadas (hidrocarbonetos cíclicos). Os hidrocarbonetos alifáticos podem ser:

Nas fórmulas gerais, n é um


• saturados: cada átomo de carbono está ligado a outros quatro átomos. De-
número inteiro positivo.
nominam-se de alcanos e a sua fórmula geral é CnH2n+2. O seu nome termina
em -ano.
• insaturados: existe, pelo menos, uma ligação dupla ou tripla entre átomos
de carbono. Os alcenos possuem pelo menos uma ligação dupla na cadeia
carbonada. A sua fórmula geral é CnH2n e o seu nome termina em -eno. Os
alcinos possuem pelo menos uma ligação tripla na cadeia carbonada. A sua
fórmula geral é CnH2n−2 e o seu nome termina em -ino.
Os hidrocarbonetos aromáticos são insaturados e possuem pelo menos um
anel benzénico (ou aromático) nas suas cadeias carbonadas.

Outras famílias de compostos orgânicos


Cada família é caracterizada pelo respetivo grupo funcional, que é um conjun-
to de átomos ligados sempre da mesma forma na cadeia carbonada.
• Álcoois: compostos de carbono oxigenados, de fórmula geral R–OH. O
nome é dado pelo número de átomos de carbono da cadeia principal que
contém o grupo hidroxilo (–OH), acrescido da terminação -ol;
• Éteres: compostos de carbono oxigenados, de fórmula geral R–O–R’. O
nome é formado pela palavra éter seguida, por ordem alfabética, do nome
dos dois grupos alquilo ligados ao átomo de oxigénio, e termina em -ílico.
• Aldeídos: compostos de carbono oxigenados que contêm na extremidade
da cadeia o grupo carbonilo C=O, e cuja fórmula geral é R–CHO.
• Cetonas: compostos de carbono oxigenados que contêm o grupo carbonilo
ligado a dois átomos de carbono, de fórmula geral R–CO–R’.
• Ácidos carboxílicos: compostos de carbono oxigenados que contêm na ex-
tremidade da cadeia o grupo carboxilo, cuja fórmula geral é R–COOH.
• Ésteres: compostos de carbono oxigenados, derivados dos ácidos carboxí-
licos, nos quais se substitui o grupo –OH por um grupo –OR. A sua fórmula
geral é R–COO–R’.
• Aminas: compostos nitrogenados que se podem considerar derivados do
amoníaco. As aminas podem ser primárias, secundárias ou terciárias. Fórmu-
la geral das aminas:

40
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

− amina primária : R–NH2


− amina secundária : R–NH–R’
− amina terciária : R–N–R’
|
R’’

• Amidas: compostos nitrogenados que se podem considerar derivados de


ácidos carboxílicos. As amidas podem ser primárias, secundárias ou terciári-
as. Fórmula geral das amidas:
− amida primária: R–CO–NH2
− amida secundária: R–CO–NH–R’
− amida terciária: R–CO–N–R’
|
R’’

• Cloretos de ácido: compostos derivados de ácidos carboxílicos, nos quais


se substitui o grupo –OH por –Cᐉ.

Questões resolvidas
1. Indique o nome dos hidrocarbonetos representados a seguir.
1.1 CH3 CH CH CH3 1.2 CH3 CH C CH3

CH3 CH2 CH3 CH3

Resolução

1.1 Assinala-se a cadeia principal (a que contém maior número de átomos de car-
bono) e numeram-se sequencialmente os átomos de carbono, começando pela
extremidade que originará a menor soma dos números atribuídos aos átomos de
carbono ligados às ramificações.
Cada ramificação é indicada pelo nome e posição do grupo alquilo na cadeia
principal.

3 2 1

C H3 CH CH C H3

C H3 C H2 C H3
5 4

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 2,3-dimetilpentano.

1.2 Os átomos de carbono são numerados sequencialmente, começando a numera-


ção pela extremidade mais próxima da ligação dupla.

4 3 2 1

C H3 CH C C H3

C H3

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 2-metilbut-2-eno.

41
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

2. A um átomo de carbono de um hidrocarboneto saturado estão ligados os


quatro menores radicais alquilo.
Escreva a fórmula de estrutura e o nome deste hidrocarboneto.
Resolução

Começa-se por escrever a fórmula de estrutura condensada, C2 H 6


tendo em atenção que os quatro menores radicais alquilo exis-
tentes são: CH3, C2H5, C3H7 e C4H9. CH3 C C4H9

C3H7

Assinala-se a cadeia principal, tendo


C2H5 C2H5
em atenção que é aquela que contém
maior número de átomos de carbono. CH3 C C4H9 ou C3H7 C C4H9

C3H7 CH3
Em seguida, numeram-se os átomos C2H5
de carbono começando pela extremidade 4 5 6 7 8
CH3 C CH2 CH2 CH2 CH3
3
CH2
2
CH2
1
CH3

Resposta: O nome deste hidrocarboneto é 4-etil-4-metiloctano.

3. A fórmula de estrutura para a molécula do dióxido de enxofre, SO2, é:


S S
O O O O

Selecione a opção correta.


(A) O comprimento da ligação S–O é menor que o da ligação S=O.
(B) A ligação enxofre-oxigénio é alternadamente uma ligação simples e
uma ligação dupla.
(C) A ordem de ligação enxofre-oxigénio é igual a 2.
(D) A fórmula de estrutura de SO2 é um híbrido de ressonância.
Resolução

(A) Por ser um híbrido de ressonância, os comprimentos de ligação enxofre-oxigénio


nas duas ligações são iguais.
(B) A ligação enxofre-oxigénio não é nem uma ligação simples nem uma ligação
dupla. Tem caráter intermédio, entre ligação simples e ligação dupla.
(C) A ordem de ligação é igual a 1,5 porque existem três pares de eletrões distribuí-
dos por duas ligações enxofre-oxigénio.
(D) A fórmula de estrutura de SO2 é um híbrido de ressonância. Corresponde ao
conjunto de duas fórmulas de estrutura que obedecem à regra do octeto e que
representam corretamente esta molécula.
Resposta: Opção (D).

42
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

4. Complete de forma correta a tabela seguinte.

Nome do composto Fórmula de estrutura


Eteno (a)

CH3 CH CH3
(b)
CH3

Ciclobutano (c)
H3C CH3

(d)

But-1-ino (e)
CH3 CH CH3
(f)
OH
2,3-Butanodiol (g)
(h) CH3–O–CH2–CH3

Resolução

Nome do composto Fórmula de estrutura

Eteno CH2=CH2

C H3 CH CH3
Metilpropano
CH3
H2C CH2
Ciclobutano
H2C CH2
H3C CH3

1,3-Dimetilbenzeno

But-1-ino CH≡C–CH2–CH3

C H3 CH CH3
Propan-2-ol
OH
CH3 CH CH CH3
2,3-Butanodiol
OH OH
Éter etilmetílico CH3–O–CH2–CH3

43
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Isomeria
Isómeros são compostos com a mesma fórmula molecular, cujos átomos estão
dispostos de forma diferente na cadeia carbonada. A isomeria é muito comum nos
compostos de carbono.
A isomeria estrutural pode ser:
• de cadeia;
• de posição;
• de grupo funcional.
Questão resolvida
1. Considere os compostos orgânicos designados pelas letras X, Y, W, Z, T e U.
X – Butan-1-ol; Y – CH3CH2OCH2CH3; W – CH3(CH2)2CHO;
Z – CH3CH2CH2COOH; T – Propeno; U – Ciclopropano
Relativamente a estes compostos orgânicos, classifique como verdadeiras
ou falsas cada uma das frases seguintes, justificando.
(A) Os compostos Y e W são isómeros funcionais.
(B) O composto W pertence à família das cetonas.
(C) À pressão atmosférica normal, o ponto de ebulição do composto X é
superior ao do composto Y.
(D) O composto Y é uma cetona de cadeia não ramificada.
(E) X e Y são isómeros de grupo funcional.
(F) T e U são isómeros de posição.

Resolução

(A) Falsa. Fórmula molecular de Y: C4H10O. Fórmula molecular de W: C4H8O.


Não são isómeros porque possuem fórmulas moleculares diferentes.
(B) Falsa. O composto W pertence à família dos aldeídos e a sua fórmula racional é
CH3–CH2–CH2–CHO.
(C) Verdadeira.
O composto X é um álcool de fórmula racional CH3–CH2–CH2–CH2–OH.
As ligações predominantes nas moléculas são ligações de hidrogénio. O com-
posto Y um éter é polar. As moléculas deste composto ligam-se entre si através
de ligações do tipo dipolo permanente-dipolo permanente. As ligações de hi-
drogénio são mais fortes do que as ligações do tipo dipolo permanente-dipolo
permanente, pelo que o ponto de ebulição de X é superior ao ponto de ebulição
de Y.
(D) Falsa. O composto Y é um éter.
(E) Verdadeira. Fórmula molecular de X: C4H10O. Fórmula molecular de Y: C4H10O.
São isómeros porque têm igual fórmula molecular. São isómeros de grupo fun-
cional porque X é um álcool e Y é um éter.
(F) Falsa. Propeno: C3H6. A fórmula molecular do ciclopropano é C3H6. Estes dois
compostos são isómeros de cadeia e não de posição.
Resposta: Verdadeiras: (C) e (E). Falsas: (A), (B), (D) e (F).

44
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Atividades

A química dos combustíveis fósseis

1. Escreva os nomes dos seguintes compostos, se- (C) a fórmula geral para os hidrocarbonetos da
gundo a IUPAC. família dos alcenos, com uma só ligação dupla
1.1 CH3–(CH2)3–CH3 1.2 CH3 CH C CH entre átomos de carbono, é CnH2n−2.
Pentano (D) o eteno é o membro mais simples da família
CH3 dos alcenos. ¦
3-Metilbut-1-ino
4. Selecione a opção que apresenta o nome correto,
1.3 CH2 1.4 CH3 segundo a IUPAC, do alceno cuja fórmula de es-
trutura é:
H2C CH2
Ciclopropano
CH3
CH3 CH2
1,4-Dimetilbenzeno
H2C CH CH C CH2 CH3
1.5 O C2H5 1.6 CH3 CH3 CH3

Éter etilfenílico CH3 CH CH CH3


(A) 3,4-Dimetil-4-etil-hex-5-eno
OH (B) 4-Etil-3,4-dimetil-hex-1-eno ¦
3-Metilbutan-2-ol
(C) 3-Etil-3,4-dimetil-hex-5-eno
(D) 3,4,5-Trimetil-hept-1-eno
2. Escreva as fórmulas de estrutura dos seguintes
compostos orgânicos.
5. Os hidrocarbonetos são compostos binários for-
2.1 Éter dimetílico mados por carbono e hidrogénio.
CH3–O–CH3 Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
2.2 Metilciclobutano das frases seguintes, corrigindo as falsas.
CH3 (A) Os alcenos têm a fórmula geral CnH2n+2.
H2C CH (B) Os alcenos só possuem ligações carbono-car-
bono duplas.
H2C CH2
(C) No etino, a ordem de ligação carbono-carbono
2.3 Penta-1,4-dieno é igual a 3.
CH2=CH–CH2–CH=CH2
(D) O 2,2,4-trimetilpentano é um alcano de cadeia
2.4 Metilbenzeno aberta ramificada, com cinco átomos de car-
CH3 bono.
(E) O benzeno é um híbrido de ressonância.
(F) A fórmula geral de um cicloalceno, com uma
só ligação dupla, é diferente da fórmula geral
2.5 3-Metilbutan-2-ol de um alcino, com igual número de átomos de
CH3 carbono.
CH3 CH CH CH3 (G) A ordem de ligação na molécula do benzeno
é igual a 1,5.
O H
Verdadeiras: (C); (E); (G). Falsas: (A); (B); (D); (F). Cor-
2.6 2-Metilbut-1-ino reção das falsas: (A) A fórmula geral é CnH2n. (B) Os
alcenos possuem pelo menos uma ligação dupla car-
CH C CH CH3
bono-carbono. (D) O 2,2,4-trimetilpentano possui oito
CH3 átomos de carbono. (F) A fórmula geral é igual, ou seja,
CnH2n–2. Exemplo: C4H6, CH≡C–CH2–CH3 e CH CH
3. Os alcenos desempenham papéis importantes em CH2 CH2
biologia e na indústria dos polímeros.
Em relação ao eteno, pode afirmar-se que…
(A) a ligação carbono-carbono é uma ligação co-
valente dupla polar.
(B) a energia de ligação carbono-carbono, neste
composto, é inferior à energia da ligação car-
bono-carbono num alcano com igual número
de átomos de carbono.

45
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

6. Os compostos a seguir representados são hidro- 9. A tiroxina é uma hormona que é produzida pela
carbonetos cíclicos. tiróide. A representação da sua estrutura molecu-
. II. III. IV. lar é a seguinte:
HO I

Selecione a opção correta. I


I
(A) O composto IV é um hidrocarboneto aromático.
O
(B) O composto III tem o nome buta-1,3-dieno, O
segundo a IUPAC.
(C) A fórmula geral dos compostos I e II é CnH2n. ¦ I H2N OH
(D) I representa um alcano de fórmula molecular
C3H8. Identifique e assinale os diferentes grupos funcio-
nais presentes na molécula da tiroxina.
função álcool
7. As representações esquemáticas seguintes dizem
respeito a alguns compostos orgânicos. Selecione HO I
aquelas que representam compostos aromáticos. função ácido
I I
(A) (B) (C) ¦
O O
O
função éter
I H2N OH
função amina
(D) (E)
CH3
10. Indique o tipo de isomeria existente entre cada um
dos pares I, II e III.
N
CH3 I. H
O O
8. O propano e o butano, constituintes do gás de H3C CH2 CH2 C H3C C C
botija, obtêm-se da destilação fracionada do pe- H H
tróleo. Na tabela seguinte, encontram-se algumas Isomeria de cadeia. CH3
das suas propriedades.
II.
Temperatura de Estado físico H OH OH
Composto Fórmula
ebulição / ºC (PTN)
H3C C C CH3 H3C C CH2 CH3
Propano C3H8 –4,2 Gasoso
Butano C4H10 –0,5 Gasoso CH3 H CH3
Isomeria de posição.
Com base nestas informações, selecione a opção III.
correta.
CH2 OH O CH3
(A) As forças intermoleculares que se estabele-
cem entre as moléculas dos dois compostos
não são de natureza eletrostática. Isomeria de grupo funcional.

(B) As forças intermoleculares no butano são mais 11. De entre os compostos orgânicos que seguida-
fracas do que no propano. mente se indicam, selecione o que é isómero do
(C) O butano passa ao estado gasoso com maior grupo funcional do composto butan-2-ol.
facilidade do que o propano.
(D) As forças intermoleculares que se estabele- (A) CH3CH2CH2CH2OH
cem entre as moléculas dos dois compostos (B) CH3CH2OCH2CH3 ¦
são do tipo dipolo instantâneo-dipolo induzi-
(C) CH3CH2CH2CHO
do. ¦
(D) CH3CH2COCH3
Exame Nacional 2003 – 1.ª Fase, 1.ª Chamada
(adaptado)

46
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

12. Os compostos orgânicos X, Y e Z possuem a mes- 14.3 Classifique como verdadeira ou falsa cada
ma fórmula molecular, C3H8O. uma das frases seguintes, corrigindo as falsas.

• X é isómero de posição de Y; (A) I e II são isómeros de estrutura.


• Z é isómero de grupo funcional de X e de Y; (B) I e II apresentam ligações carbono-oxigé-
nio com igual ordem de ligação.
• Y tem somente um átomo de hidrogénio ligado
ao átomo de carbono central. (C) Só um destes compostos pode ter um
isómero de posição.
Com base nas informações anteriores selecione a
opção que corresponde, respetivamente, aos no- (D) Em ambos os compostos as ligações são
mes dos compostos X, Y e Z. simples.

(A) Éter etilmetílico, éter metiletílico e propan-1-ol. (E) O composto II é isómero de grupo fun-
cional do composto de fórmula racional
(B) Éter etilmetílico, éter metiletílico e propan-2-ol. CH3COCH3.
(C) Propan-1-ol, propan-2-ol e éter etilmetílico. ¦ (F) As moléculas do composto II ligam-se
(D) Propan-2-ol, propan-1-ol e éter etilmetílico. através de ligações de hidrogénio.
Verdadeiras: (C); (E). Falsas: (A); (B); (D); (F). Correção
das falsas: (A) Não são isómeros. Têm diferentes fórmu-
13. Considere os seguintes compostos de carbono,
las moleculares. (B) A ligação carbono-oxigénio em I é
referidos quer pelo nome, quer pela respetiva fór-
covalente simples polar e em II é covalente dupla polar.
mula química.
(D) No composto II a ligação carbono-oxigénio é cova-
I. CH3CH2CHO lente dupla. (F) O composto I é que se liga por ligações
II. Propan-2-ol de hidrogénio. A ligação entre as moléculas do composto
III. H3C CH3 II é do tipo dipolo permanente-dipolo permanente.

15. A energia mecânica obtém-se frequentemente à


custa da combustão dos hidrocarbonetos.
Considere os seguintes compostos:
Selecione a opção correta.
I. C6H5COOCH3
(A) O composto I é isómero de grupo funcional da
II. C6H5CH2OH
propanona. ¦
III. 2,2-Dimetilpentano
(B) O composto I é isómero de posição do
IV. COOH
composto II.
(C) O composto III pode apresentar cinco isóme-
ros de posição. CH3
(D) O composto II é isómero do éter dimetílico.
V. CH3 ( CH )
2 3
CH CH3
Exame Nacional 2006 – 2.ª Fase (adaptado)
CH3
14. Considere os compostos orgânicos cujas fórmulas 15.1 De entre os compostos apresentados, indique
racionais são: os que são isómeros entre si e classifique os
I. CH3CH2CH2OH tipos de isomeria.
II. CH3CH2CHO A fórmula molecular de cada um dos compostos é:
I. C8H8O2; II. C7H8O; III. C7H16; IV. C8H8O2; V. C7H16.
14.1 Escreva o nome do composto I. São isómeros entre si: I e IV; III e V. I é um
Propan-1-ol. éster e IV é um ácido carboxílico; são isómeros
14.2 Escreva as fórmulas de estrutura dos compos- de grupo funcional. III e V são alcanos de cadeia
tos I e II e assinale nessas fórmulas os respeti- VEQM¿GEHEGSQJ{VQYPEWHIIWXVYXYVEHMJIVIRXIW
vos grupos funcionais. São isómeros de cadeia.
O 15.2 De entre os compostos III e V, justifique qual
I. CH3 CH2 CH2 OH II. CH3 CH2 C apresenta maior ponto de ebulição.
função álcool H Apresenta maior ponto de ebulição o composto em
função aldeído que as forças intermoleculares são mais intensas.
Como são compostos apolares, predominam as for-
ças de London que são mais intensas no composto
V por duas razões: este apresenta a cadeia car-
FSREHEQEMWI\XIRWEITSWWYMW{YQEVEQM¿GEqoS
15.3 Indique o nome dos compostos II e V.
II. fenilmetanol; V. 2-metil-hexano.
15.4 O carvão é uma das fontes convencionais de
energia.
A combustão do carbono constituinte dos car-
vões pode ser traduzida pela equação química:
C (s) + O2 (g) → CO2 (g) ; ΔH = −393,3 kJ
Supondo que a fração molar do oxigénio
no ar é 0,20, determine o volume de ar, nas
condições PTN, necessário para a produção
de 2,1 × 109 kJ de energia.
Var = 5,95 × 108 dm3 de ar
Exame Nacional 1991 – 2.ª Fase (adaptado)

47
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Moléculas polares e apolares

Eletronegatividade
Define-se eletronegatividade como a medida da tendência de um átomo para
atrair os eletrões da ligação, quando está ligado a outro átomo. Trata-se de uma
grandeza que não pode ser medida diretamente, havendo diversos métodos para
calcular indiretamente os respetivos valores.
A eletronegatividade de um átomo tem um valor tanto maior quanto maior for a
sua energia de ionização e a sua afinidade eletrónica. Há várias tabelas de valores
de eletronegatividade, mas a mais utilizada é a de Pauling.

Ligações polares e apolares.


Polaridade das moléculas
Numa ligação covalente entre átomos de igual eletronegatividade, a partilha de
eletrões é equitativa e a nuvem eletrónica é globalmente simétrica. Neste caso, a
ligação chama-se ligação covalente apolar.
r
+ – Quando se ligam átomos de diferentes eletronegatividades, os eletrões par-
tilhados passam mais tempo do lado do elemento mais eletronegativo, ficando
+q ␮ –q a nuvem eletrónica assimétrica. Esta ligação chama-se ligação covalente polar.
Se a diferença de eletronegatividades entre os elementos for muito acentua-
da, dá-se a transferência do eletrão do átomo do elemento menos eletronegativo
para o átomo do elemento mais eletronegativo, formando-se uma ligação iónica.
Chama-se dipolo ao conjunto formado por duas cargas de igual módulo e si-
nais contrários, +q e −q, separadas por uma distância r. O dipolo é caracterizado

por uma grandeza vetorial chamada momento dipolar, μ .

Numa ligação covalente apolar, μ = 0.

Numa ligação covalente polar, μ ≠ 0.

Questão resolvida
1. Na tabela seguinte estão indicados valores de eletronegatividade de al-
guns elementos químicos.

Elemento H C O S Cᐉ Ca Br

Eletronegatividade 2,1 2,5 3,5 2,5 3,0 1,0 2,8

1.1 Das substâncias cloreto de cálcio, CaCᐉ2 (s), oxigénio, O2 (g), e sulfure-
to de hidrogénio, H2S (g), indique a que apresenta:
1.1.1 uma ligação covalente polar;
1.1.2 uma ligação covalente apolar;
1.1.3 uma ligação iónica.

48
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

1.2 Considere as moléculas de H2S (g) e O2 (g).


1.2.1 Represente estas moléculas, segundo a notação de Lewis.
1.2.2 Selecione a opção correta.
(A) A nuvem eletrónica da molécula do sulfureto de hidrogénio,
H2S (g), é globalmente simétrica.
(B) O momento dipolar da ligação enxofre-hidrogénio tem o
sentido do átomo de enxofre para o átomo de hidrogénio.
(C) A nuvem eletrónica da molécula de oxigénio, O2 (g), é glo-
balmente simétrica.

(D) O momento dipolar resultante, μ r, da molécula de sulfureto
de hidrogénio, H2S (g), é nulo.
1.3 Considere as substâncias: metanol, CH3OH, éter dimetílico, CH3OCH3,
metano, CH4, e benzeno, C6H6.
1.3.1 Escreva as fórmulas de estrutura das moléculas destas substâncias.
1.3.2 Identifique as substâncias polares e as apolares.

Resolução

1.1.1 H2S. A ligação enxofre-hidrogénio é covalente polar porque a diferença de


eletronegatividades não é nula e é 0,4, ou seja, menor que 1,7 (valor a partir do
qual se estabelece a ligação iónica).
1.1.2 O2. É uma ligação covalente dupla apolar entre átomos do mesmo elemento
químico. A diferença de eletronegatividades é nula.
1.1.3 CaCᐉ2. Como a diferença de eletronegatividades entre os átomos de cálcio e de
cloro é superior a 1,7 (é igual a 2), a ligação é iónica.
1.2.1 H2S: O2:
S O O
H H
1.2.2 Opção (C). As outras opções são incorretas porque:
(A) e (D) Dada a fórmula de estrutura da molécula de H2S (geometria angular) o
momento dipolar resultante não é nulo e a molécula é polar.
(B) Na ligação enxofre-hidrogénio, o vetor momento dipolar tem o sentido do
átomo menos eletronegativo (hidrogénio) para o átomo mais eletronegativo
(enxofre).
1.3.1 Metanol: H Éter dimetílico:
O
H C O H H3C CH3
H

Metano: H Benzeno:

H C H
H

1.3.2 O metano e o benzeno são substâncias apolares. As ligações carbono-


-hidrogénio consideram-se apolares porque a diferença de eletronegatividades
é muito pequena.
O éter dimetílico e o metanol, respetivamente um éter e um álcool, são substân-
cias polares.

49
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Atividades

Moléculas polares e apolares

1. Selecione a opção correta. 3.1 Escreva, por ordem crescente de caráter ióni-
co da ligação metal-não-metal, os sais: fluore-
(A) A eletronegatividade e a afinidade eletrónica
to de lítio, LiF, cloreto de lítio, LiCᐉ, brometo
são conceitos equivalentes.
de lítio, LiBr, iodeto de lítio, LiI. Justifique a sua
(B) A eletronegatividade não é uma propriedade resposta.
periódica. LiF: Δeletronegatividade = 4,0 – 1,0 = 3,0.
(C) Em geral, a eletronegatividade diminui ao lon- LiCᐉ: Δeletronegatividade = 3,0 – 1,0 = 2,0.
go do período na Tabela Periódica. LiBr: Δeletronegatividade = 2,8 – 1,0 = 1,8.
LiI: Δeletronegatividade = 2,5 – 1,0 = 1,5.
(D) Em geral, a eletronegatividade diminui ao lon-
Quanto maior for a diferença de eletronegativi-
go do grupo na Tabela Periódica. ¦
dades, maior é o caráter iónico da ligação metal-
-não-metal:
2. Atenda aos dados da tabela que se segue. LiI < LiBr < LiCᐉ < LiF.

Elemento H O Cᐍ Ca I
3.2 Classifique, justificando, a polaridade da
molécula de amoníaco, NH3.
N.o de eletrões
1 6 7 2 7 A molécula de NH3 é polar. Devido à diferença de
de valência
Eletronegatividade 2,1 3,5 3,0 1,0 2,5 eletronegatividade de N e de H, as ligações N–H
são polares. Como o átomo de nitrogénio tem um
par de eletrões não ligante, a molécula apresenta
2.1 Indique, justificando, o tipo de ligação no clo-
geometria piramidal trigonal e o momento dipolar
reto de hidrogénio, HCᐉ (g).
resultante é diferente de zero.
A ligação é covalente simples polar porque a dife-
rença de eletronegatividades entre o hidrogénio Exame Nacional 1999 – 2.ª Fase (adaptado)
e o cloro é 3,0 – 2,1 = 0,9.
4. Com base na posição dos elementos na Tabela
2.2 Selecione a opção correta. Periódica, selecione a opção que corresponde à
ligação mais polar.
(A) A substância óxido de cálcio, CaO, pos-
sui uma ligação cálcio-oxigénio covalente (A) K–F ¦
dupla polar. (B) Br–Br
(B) A substância cloreto de cálcio, CaCᐉ2, é (C) C–H
iónica. ¦
(D) Mg–O
(C) A substância oxigénio, O2, apresenta uma
ligação oxigénio-oxigénio covalente sim-
5. Considere os valores que constam na seguinte ta-
ples apolar.
bela de eletronegatividades.
(D) A ligação cloro-cloro em Cᐉ2 é covalente
dupla apolar. Elemento H C N O Na Br

Eletronegatividade 2,1 2,5 3,0 3,5 0,9 2,8


3. O hidrogénio e o lítio são elementos do grupo 1
da Tabela Periódica; o nitrogénio é do grupo 15; o
flúor, o cloro, o bromo e o iodo são elementos do Selecione a opção que corresponde ao composto
grupo 17. em que a polaridade da ligação é menor.
As eletronegatividades destes elementos, na es- (A) NO ¦
cala de Pauling, encontram-se na seguinte tabela.
(B) CO
(C) HBr
Elemento H Li N F Cᐍ Br l
(D) NaBr
Eletronegatividade 2,1 1,0 3,0 4,0 3,0 2,8 2,5
6. O momento dipolar é uma medida quantitativa da
polaridade de uma ligação química. O módulo do
momento dipolar é dado por

|μ | = q × r
onde q é o módulo da carga e r é a distância entre
as cargas.
Selecione a opção correta.
(A) A direção do momento dipolar é perpendicular
à reta que passa pelas duas cargas.
(B) A nuvem eletrónica da molécula de HF é as-
simétrica e o momento dipolar não é nulo. ¦

50
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

(C) O momento dipolar é independente da distân- 11. Considere as moléculas de etano, C2H6, e do éter
cia entre as cargas. etilmetílico, C3H8O.
(D) O polo negativo da molécula de HCᐉ encon- Selecione a opção correta.
tra-se próximo do átomo de cloro e o sentido (A) A molécula do etano é apolar, mas a do éter
do vetor momento dipolar é do átomo de cloro etilmetílico é polar porque contém um átomo
para o átomo de hidrogénio. de oxigénio com dois pares de eletrões não
partilhados e apresenta geometria angular. ¦
7. Para cada uma das ligações que se seguem, re- (B) A molécula do éter etilmetílico apresenta geo-

presente o vetor momento dipolar, μ . metria linear.
7.1 O–F (C) Tanto as moléculas do éter etilmetílico como

μ as do etano ligam-se entre si por ligações de

O—F
hidrogénio.
(D) As forças intermoleculares no etano são do
7.2 C–Br
→ tipo dipolo permanente-dipolo permanente.
μ

C — Br 12. O dióxido de carbono, CO2 (g), e o monóxido de
7.3 N–F carbono, CO (g), são gases à temperatura ambien-

μ te que resultam de combustão com o oxigénio.

N—F 12.1 Compare a energia de ligação carbono-oxigé-
7.4 C–H nio nas moléculas dos dois compostos.

μ CO2: O C O CO: |C≡O|

C—H No CO2 existem duas ligações duplas polares, mas
a molécula, que é linear, é apolar. No CO apenas
8. Indique, justificando, de entre as moléculas meta- existe uma ligação tripla polar, sendo a molécula
no e metanol qual apresenta maior momento di- polar. A ligação C≡C tem ordem de ligação maior,
polar. logo é a mais energética.
O momento dipolar não é nulo nas moléculas de meta-
nol, devido à presença do átomo de oxigénio ligado a um 12.2 Selecione a opção correta.
átomo de carbono. O metano, sendo um alcano, é apolar. (A) As duas moléculas são polares.
9. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma (B) As duas moléculas são apolares.
das frases seguintes, corrigindo as falsas. (C) A molécula de CO2 é polar e a de CO é
(A) A ligação iónica forma-se com a transferência apolar.
de eletrões do elemento menos eletronegati- (D) A molécula de CO é polar e a de CO2 é
vo para o elemento mais eletronegativo. apolar. ¦
(B) Como a ligação C–Cᐉ no tetracloreto de carbo-
13. Considere o seguinte excerto da Tabela Periódica
no, CCᐉ4, é polar, a molécula também é polar.
em que as letras A, B, C e D não representam sím-
(C) A ligação covalente forma-se entre átomos bolos químicos.
que apresentam grande diferença entre as
suas eletronegatividades. Z
A Z+1
B Z+2
C D
Z+3

(D) A molécula de amoníaco, NH3, é polar.


Todos os elementos são representativos e D é qui-
(E) Sendo, em geral, a ligação covalente bastan-
micamente inerte.
te forte, os pontos de fusão e de ebulição dos
compostos covalentes são elevados. 13.1 Indique o número de eletrões de valência dos
Verdadeiras: (A); (D). Falsas: (B); (C); (E). Correção das átomos de cada um destes elementos.
falsas: (B) Embora cada ligação seja polar, devido à A – 5 eletrões, B – 6 eletrões, C – 7 eletrões e
→ →
geometria da molécula ela é apolar, ou seja, μ = 0. D – 8 eletrões.
(C) Se a diferença de eletronegatividade entre os dois 13.2 Que tipo de ligação se pode prever entre os
átomos for grande, a ligação é iónica. (E) A energia de átomos do elemento C?
ligação é forte mas as ligações intermoleculares são Possui 7 eletrões de valência; ligação covalente
fracas, e, assim, os pontos de fusão e de ebulição são simples apolar: C C
baixos.
13.3 Escreva a fórmula de estrutura do composto
formado pelos elementos A e C.
10. As moléculas de flúor, dióxido de flúor e fluoreto
Três ligações covalentes simples polares. A
de sódio representam-se, respetivamente, pelas
fórmulas químicas seguintes: F2, OF2 e NaF. C C
C
10.1 Explique as diferenças entre os tipos de liga-
13.4 Se o átomo do elemento A se ligasse ao ele-
ção do flúor na formação das moléculas acima
mento hidrogénio, 1H, quais as diferenças e as
indicadas.
semelhanças entre as moléculas dos compos-
F2: ligação covalente simples apolar; Δeletrone- tos formados por A e C e por H e A?
gatividade = 0. OF2: ligações covalentes simples
A
polares; a ligação entre dois átomos de não-me-
H H
tais tem uma diferença de eletronegatividade bai- H
xa. NaF: ligação iónica; ligação entre um metal
e um não-metal; diferença de eletronegatividade
elevada.
10.2 Indique a geometria molecular de OF2.
Geometria angular. O átomo central possui dois
pares de eletrões não-ligantes. Como a repulsão
par não-ligante-par ligante é mais forte do que
as repulsões par ligante-par ligante, provoca uma
ETVS\MQEqoSHSWkXSQSWHISV*

51
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Os combustíveis gasosos, líquidos e sólidos

A pressão de um gás resulta das colisões das moléculas desse gás com as
paredes do recipiente que os contém.
A unidade SI de pressão é o pascal, Pa. Outras unidades de pressão são o bar,
1 mmHg = 1 Torr a atmosfera, o milímetro de mercúrio e o torr.
A pressão exercida por um gás depende do volume do recipiente que o contém,
do número de partículas e da temperatura a que se encontra.
Num gás ideal as moléculas não ocupam volume e não existem forças inter-
moleculares.
Um gás real tem comportamento de gás ideal a baixa pressão e a temperatura
bastante acima do respetivo ponto de liquefação.
A equação dos gases ideais é: p V = n R T, em que:

Grandeza Unidade SI Unidades usuais

p – pressão Pa atm bar

V – volume m3 dm3 dm3


n – quantidade
mol mol mol
de matéria
T – temperatura K K K
R – constante
8,31 J K−1 mol−1 0,082 atm dm3 K−1 mol−1 0,0831 bar dm3 K−1 mol−1
dos gases ideais

A partir da equação dos gases ideais conclui-se que a massa molar, M, de um


mRT
gás é dada pela expressão M =
pV
Mp
e a sua densidade, ρ, pela expressão ρ = .
RT

Questão resolvida
1. Um alcano gasoso com 2,0 g de massa ocupa o volume de 1,52 dm3 à
pressão de 1,0 atm e à temperatura de 5 °C. Determine a fórmula molecu-
lar deste alcano.
Dado: R = 0,082 atm dm3 mol−1 K−1
Resolução

m 2,0
pV=nRT→pV= × R T → 1,0 × 1,52 = × 0,082 × (5 + 273,15) ⇔
M M
⇔ M = 30,01 g mol−1
O alcano de menor massa molar é o metano, de fórmula molecular CH4, cuja massa
molar é 16,04 g mol−1.
Segue-se o etano com dois átomos de carbono e cuja fórmula molecular é C2H6.
A massa molar deste alcano é 30,01 g mol−1.

Resposta: O alcano é o etano e a sua fórmula molecular é C2H6.

52
1 Combustíveis fósseis: o carvão, o crude e o gás natural

Atividades

Combustíveis gasosos, líquidos e sólidos

1. Selecione a opção correta. (B) A expansão de uma amostra de gás, a tempe-


(A) Num gás ideal não existem forças intermole- ratura constante, corresponde a um aumento
culares. ¦ da sua pressão.
(B) Um gás real tem comportamento de gás ideal (C) O volume molar de qualquer gás é indepen-
a baixa pressão e a qualquer temperatura. dente da sua massa molar. ¦
(C) A pressão que uma dada massa de gás exerce (D) Duplicando a pressão de uma amostra de um
sobre um recipiente, a uma dada temperatura, gás, a sua densidade reduz-se para metade.
é independente do volume desse recipiente.
5. O gráfico seguinte representa o comportamento
(D) Uma transformação isocórica corresponde
de duas amostras da mesma quantidade de um
a uma transformação que ocorre a pressão
determinado gás, quando sujeitas a transforma-
constante.
ções em que o volume do recipiente se mantém
constante.
2. Dos gráficos seguintes, selecione o que traduz a
relação p V = constante, sendo p e V, respetiva- I
p
mente, a pressão e o volume de uma amostra de
gás ideal.
II
(A) p (B) p

T/K

Com base no gráfico, pode afirmar-se que…


0 V 0 V (A) para a mesma pressão, a temperatura da amos-
tra I é superior à temperatura da amostra II.
(C) p (D) p (B) para a mesma temperatura, a pressão da
¦ amostra I é inferior à pressão da amostra II.
(C) o volume da amostra I é inferior ao da amostra
II, para uma dada temperatura. ¦
(D) para as duas amostras, quanto maior é a tem-
0 1/V 0 V peratura menor é a pressão.

6. Uma mole de um gás ideal foi sujeita a uma trans-


3. Considere as grandezas relativas a um gás ideal: formação isocórica (isto é, a volume constante) que
pressão, temperatura e quantidade de matéria. O fez com que a sua temperatura aumentasse de
que acontece ao volume quando cada uma das 27,0 °C para 87,0 °C, de acordo com o gráfico seguinte.
grandezas referidas aumenta, mantendo-se as ou-
tras duas grandezas constantes?
p / atm
A equação dos gases ideais é p V = n R T. Mantendo:
– n e T constantes, se p aumenta V diminui; 9,84
– n e p constantes, se T aumenta V aumenta;
– p e T constantes, se n aumenta V aumenta.
8,20
4. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
das frases seguintes, que estão relacionadas com
o comportamento dos gases ideais. 0 300,15 360,15 T/K

(A) O volume de uma amostra de gás, a pressão


constante, é diretamente proporcional à tem-
peratura, expressa em °C.

53
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Em seguida, esta quantidade de gás sofre uma 8.2 O rendimento da reação é…


transformação isotérmica, de modo que o seu
(A) 75%. (B) 80%. ¦
volume duplique. Selecione o gráfico que melhor
representa a variação da pressão em função do (C) 85%. (D) 90%.
volume. Exame Nacional 1994 – 1.ª Fase, 2.ª Chamada
(adaptado)
(A) p / atm (B) p / atm
19,68 9,84 9. Depois de parcialmente utilizado, o gás propano
de uma garrafa pesa 3,0 kg.
9,84
2,46 9.1 Determine o volume de gás, medido a 27 °C e
6 V / dm
à pressão de 750 Torr (1 atm = 760 Torr).
0 3 3 0 3 6 V / dm 3

V = 1696 dm3 C3H8


(C) p / atm (D) p / atm
¦ 9.2 Escreva a equação química que traduz a com-
9,84 14,76
bustão completa do propano, no seio do oxi-
9,84 génio.
4,92 C3H8 (g) + 5 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 4 H2O (g)

9.3 O dióxido de carbono resultante da com-


0 3 6 V / dm3 0 3 6 V / dm3
bustão do propano reage com uma solução
aquosa de hidróxido de cálcio (água de cal),
7. Uma amostra de zinco com impurezas com a mas- de acordo com a equação química seguinte:
sa de 5,50 g, reagiu com excesso de solução de CO2 (g) + Ca(OH)2 (aq) → CaCO3 (s) + H2O (ᐉ)
ácido clorídrico, de acordo com a equação quími- Que massa de carbonato de cálcio se obte-
ca seguinte: ria se todo o dióxido de carbono produzido
Zn (s) + 2 HCᐍ (aq) → ZnCᐍ2 (aq) + H2 (g) na combustão de 3,0 kg de propano reagisse
completamente com a água de cal?
Obtiveram-se 1,35 dm3 de hidrogénio, medidos
m = 2,04 × 104 g CaCO3
à pressão de 1,20 atm e à temperatura de 25 °C.
Considere que as impurezas não reagiram. Exame Nacional 1986 –1.ª Fase, 2.ª Chamada
(adaptado)
7.1 Justifique, a partir da variação dos números
de oxidação, que se trata de uma reação de 10. A massa de nitrogénio, N2 (g), que se encontra en-
oxidação-redução. cerrada num recipiente estanque com a capacida-
Δn.o.(Zn) = +2; Δn.o.(H) = –1. O elemento zinco de de 50,0 L, à temperatura de 21 °C e à pressão
sofre oxidação porque aumenta o seu número de de 15,7 atm, é aproximadamente igual a…
oxidação; o elemento hidrogénio sofre redução
porque diminui o seu número de oxidação. (A) 4,55 × 102 g.

7.2 A percentagem de zinco puro na amostra é (B) 9,11 × 102 g. ¦


aproximadamente igual a … (C) 1,82 × 103 g.
(A) 75%. (B) 77%. (D) 9,11 × 104 g.
(C) 79%. ¦ (D) 81%. 11. Calcule a massa volúmica do oxigénio, O2 (g), ex-
pressa em g dm−3, quando este gás se encontra à
8. A combustão do propano é traduzida pela seguin- temperatura de 25 °C e sujeito a uma pressão de
te equação química: 0,850 atm.
C3H8 (g) + 5 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 4 H2O (g) 1,11 g O2 por dm3

Provocou-se a combustão misturando 2,20 g de 12. Um gás de massa 0,984 g, ocupa o volume de
propano com 16,0 g de oxigénio. Verificou-se que 652 cm3 à pressão de 759 Torr e à temperatura de
o dióxido de carbono formado, medido à pressão 25 °C (1 atm = 760 Torr).
de 1,00 atm e à temperatura de 20 °C, ocupava o Nestas condições, a massa molar relativa deste
volume de 2,89 L. gás é…
8.1 Indique o reagente limitante. (A) 18,5. (B) 37. ¦
O reagente limitante é o propano.
(C) 65. (D) 74.

54
De onde vem a energia
dos combustíveis 2
Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão

Variação da energia interna de um sistema


O valor de uma função de estado depende apenas do estado atual do sistema
e não da maneira como foi alcançado.
A energia interna, U ou E, é uma função de estado.

ΔU = Ufinal – Uinicial

Num sistema isolado (em que não há troca de energia com o exterior), a ener-
gia interna é constante. Este pode ser considerado um enunciado da Primeira Lei
da Termodinâmica.
Num sistema fechado (em que há troca de energia com o exterior), as trocas
de energia podem ser feitas por transferência de calor, Q, ou sob a forma de tra-
balho, W.
ΔU = Q + W

• Q > 0: o calor é absorvido pelo sistema;


• Q < 0: o calor é libertado pelo sistema;
• W > 0: o trabalho é realizado sobre o sistema;
• W < 0: o trabalho é realizado pelo sistema.
ΔUsistema = −ΔUvizinhança ⇒ ΔUsistema + ΔUvizinhança = 0

A expressão que traduz o valor da transferência de energia sob a forma de


trabalho, a pressão constante, é:

W = −p ΔV

Entalpia
A entalpia, H, está relacionada com a variação de energia de uma reação, a
pressão constante, e é uma função de estado.

Como H = U + p V, a variação de entalpia, ΔH, é dada por:

ΔH = ΔU + p ΔV

em que ΔH é o calor de reação a pressão constante.

55
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Pode calcular-se a variação de entalpia, ΔH, se forem conhecidos os valores


das entalpias, H, de todos os reagentes e de todos os produtos da reação.

ΔH = ∑ H(produtos da reação) − ∑ H(reagentes)

A entalpia de uma reação pode ser calculada a partir da soma algébrica da


energia absorvida na quebra das ligações dos reagentes (positiva) e a energia
libertada na formação das ligações dos produtos da reação (negativa).

Entalpias padrão
Condições padrão:
• pressão, p = 1 bar;
• temperatura, T = 25 °C (298,15 K);
• concentração, c = 1,0 mol dm .
−3

A entalpia padrão de formação, ΔfH°, é a variação de entalpia correspondente


à formação de uma mole de composto a partir dos seus elementos, separados na
sua forma mais estável, em condições padrão.

A entalpia padrão de reação, ΔrH°, é a diferença entre os valores das entalpias


de formação dos produtos da reação, multiplicados pelos respetivos coeficientes
estequiométricos, e os valores das entalpias de formação dos reagentes, também
multiplicados pelos respetivos coeficientes estequiométricos.

A entalpia padrão de dissolução, ΔdissH°, é a variação de entalpia que ocorre


quando uma mole de substância se dissolve numa dada quantidade de água ou
de outro solvente.

A entalpia padrão de combustão, ΔcH°, de um combustível é a variação de


entalpia que ocorre quando uma mole de combustível sofre combustão completa
no seio do oxigénio, nas condições padrão.

Nos compostos orgânicos, a entalpia de combustão é tanto maior quanto maior


o número de átomos de carbono e, para o mesmo número de átomos de carbono,
é tanto menor quanto maior o número de átomos de carbono ligados a átomos de
oxigénio.

O poder calorífico, ou poder «energético», P, de um combustível correspon-


de ao calor libertado pela combustão completa de um quilograma desse combus-
tível. Exprime-se em J kg−1.

56
2 De onve vem a energia dos combustíveis

Questão resolvida
1. Determine a variação da entalpia padrão da reação representada pela
seguinte equação química:
CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (ᐍ)
Dados: ΔfH°[CO2 (g)] = −393,5 kJ mol−1; ΔfH°[H2O (ᐍ)] = −285,8 kJ mol−1;
ΔfH°[CH4 (g)] = −74,8 kJ mol−1; ΔfH°[O2 (g)] = 0 kJ mol−1

Resolução

A entalpia padrão de formação pode ser expressa como a diferença entre as ental-
pias de formação dos produtos da reação e as dos reagentes.
ΔrH° = (1 × ΔfH°[CO2 (g)] + 2 × ΔfH°[H2O (ᐉ)]) − (1 × ΔfH°[CH4 (g)] + 2 × ΔfH°[O2 (g)]) →
→ ΔrH° = −393,5 + 2 × (−285,8) − (−74,8) − 2 × 0 ⇔ ΔrH° = −890,3 kJ
Note-se que a forma mais estável do oxigénio, a 25 °C, é O2 (g). A sua entalpia de
formação é nula.
Resposta: ΔrH° = −890,3 kJ.

Lei de Hess
A Lei de Hess diz que a variação de entalpia numa reação química é indepen-
dente do processo de formação dos produtos da reação, ou seja, a variação da
entalpia quando os reagentes se transformam em produtos da reação é a mesma
se a reação se processar em um ou vários passos.
A entalpia de uma reação pode ser calculada:
• a partir dos valores das energias padrão;
• a partir da Lei de Hess;
• a partir das energias de ligação de reagentes e de produtos da reação.
Questões resolvidas

1. Considere a reação seguinte,


Ag (s) + 1 Cᐍ2 (g) → AgCᐍ (s) ; ΔH° = −106,12 kJ
2
e as equações:
I. AgCᐍ (s) → Ag (s) + 1 Cᐍ2 (g)
2
II. 2 Ag (s) + Cᐍ2 (g) → 2 AgCᐍ (s)
III. 2 AgCᐍ (s) → 2 Ag (s) + Cᐍ2 (g)
Os valores de ΔH° para as equações I, II e III, expressos em kJ, são respe-
tivamente…
(A) 106,12; −212,24; 212,24. (B) −106,12; 212,24; −212,24.
(C) 106,12; −212,24; −212,24. (D) −106,12; −212,24; 212,24.

57
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Resolução

1
AgCᐉ (s) → Ag (s) + Cᐉ2 (g) ; ΔH° = +106,12 kJ, porque se inverteu a equação.
2
2 Ag (s) + Cᐉ2 (g) → 2 AgCᐉ (s) ; ΔH° = −212,24 kJ, porque se multiplica por 2.
2 AgCᐉ (s) → 2 Ag (s) + Cᐉ2 (g) ; ΔH° = +212,24 kJ, porque se inverte e se multiplica
por 2 a equação inicial.
Resposta: Opção (A). Os valores de ΔH° para as equações I, II e III, expressos em kJ,
são respetivamente 106,12, −212,24 e 212,24.

2. A equação química que traduz a hidrogenação do etino (acetileno) é:


C2H2 (g) + 2 H2 (g) → C2H6 (g)
Determine a entalpia da reação do etino, com base nas equações termo-
químicas que a seguir se apresentam.
I. 2 C2H2 (g) + 5 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 2 H2O (ᐍ) ΔHI = −2602 kJ
II. H2 (g) + 1 O2 (g) → H2O (ᐍ) ΔHII = −286 kJ
2
III. 2 C2H6 (g) + 7 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (ᐍ) ΔHIII = −3123 kJ

Os dados correspondem à temperatura de 25 °C e à pressão de 1 bar.

Resolução

Para resolver o problema devemos combinar as equações I, II e III de tal maneira que,
quando somadas, todas as fórmulas sejam eliminadas exceto as que correspondem
à equação desejada.
Como na equação da hidrogenação do etino aparece 1 mol de C2H2 (g) como reagen-
te, devemos dividir a equação I por 2 e, consequentemente, ΔHI também:
ΔHI
ΔHI’ =
2
Como na equação da hidrogenação do etino aparecem 2 mol de H2 (g) como rea-
gente, a equação II deve ser multiplicada por 2 e, consequentemente, ΔHII também:
ΔHII’ = 2 × ΔHII

Como na equação da hidrogenação do etino aparece 1 mol de C2H6 (g) como produto
da reação, a equação III deve ser invertida e dividida por 2. Consequentemente ΔHIII
muda de sinal e é dividido por 2:
ΔHIII
ΔHIII’ = −
2
Adicionam-se, então, membro a membro, as equações I, II e III assim alteradas, tal
como as respetivas entalpias de reação.

5 –2602
C2H2 (g) + O (g) → 2 CO2 (g) + H2O (ᐉ) ΔHI’ = = −1301 kJ
2 2 2
2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (ᐉ) ΔHII’ = 2 × (−286) = −572 kJ
7 3123
2 CO2 (g) + 3 H2O (ᐉ) → C2H6 (g) + O (g) ΔHIII’ = = +1561 kJ
2 2 2
C2H2 (g) + 2 H2 (g) → C2H6 (g) ΔH = −312 kJ

Resposta: A entalpia da reação de hidrogenação do etino é –312 kJ.

58
2 De onve vem a energia dos combustíveis

Atividades

Energia, calor e entalpia. Entalpias padrão

1. A energia transferida como calor para um sistema 5. O amoníaco reage com o cloreto de hidrogénio,
é 28,0 J e a energia transferida pelo sistema para obtendo-se um sal, o cloreto de amónio, segundo
a vizinhança, através da realização de trabalho é a equação química seguinte:
18,0 J. NH3 (g) + HCᐍ (g) → NH4Cᐍ (s)
Selecione a opção que corresponde à variação da
energia interna do sistema. Os dados da tabela seguinte foram obtidos à tem-
peratura de 25 °C e à pressão de 1 atm.
(A) −10 J
(B) +10 J ¦ Entalpia de formação,
Substância
ΔfH° / kJ mol−1
(C) −36 J
NH3 (g) –46
(D) +36 J
HCᐍ (g) –92
2. Um recipiente fechado, de paredes indeformáveis, NH4Cᐍ (s) –314
contém um gás à temperatura ambiente. Esse gás,
ao ser arrefecido, cede 2500 J de energia, sob a
5.1 Calcule a variação de entalpia na formação do
forma de calor.
cloreto de amónio.
Classifique com verdadeira ou falsa cada uma das ΔH° = –176 kJ mol–1
frases seguintes, corrigindo as falsas.
5.2 A reação é exotérmica ou endotérmica? Jus-
(A) O gás cede energia como trabalho. tifique.
(B) A transformação que ocorre é isocórica. A reação é exotérmica, pois ΔH < 0.
(C) A energia interna do gás diminui.
6. As entalpias de formação de CO (g) e de CO2 (g)
(D) A variação da energia interna do gás é −2,5 kJ. são, respetivamente:
(E) De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmi- • ΔfH°[CO2 (g)] = −393,5 kJ mol–1
ca, Q < 0, W = 0 e ΔU > 0. ΔfH°[CO (g)] = −108,7 kJ mol–1

Verdadeiras: (B); (C); (D). Falsas: (A); (E). Correção
Determine, à temperatura de 25 °C e à pressão
das falsas: (A) O gás não cede nem recebe ener-
normal, a entalpia da seguinte reação:
gia como trabalho. (E) Se Q < 0, W = 0 → ΔU < 0.
CO2 (g) + C (s) → 2 CO (g)
3. Um recipiente com a capacidade de 30,0 L, e cujas ΔH° = 176,1 kJ
paredes não são isoladoras, contém um gás que
foi comprimido por ação de uma pressão exterior 7. Selecione a opção que corresponde à equação
de 1,5 × 105 Pa, até ocupar o volume de 25 dm3, química que não se pode associar a uma entalpia
tendo perdido 3,0 × 102 J de energia sob a forma padrão de formação.
1
de calor. Determine a variação da energia interna. (A) SO2 (g) + O (g) → SO3 (g) ¦
2 2
ΔU = 4,5 × 102 J
(B) 3 C (s) + 4 H2 (g) → C3H8 (g)
4. A reação de combustão do etano no seio do oxigé- 1
(C) 2 C (s) + 3 H2 (g) + O (g) → C2H5OH (ᐉ)
nio, está traduzida na seguinte equação química: 2 2
2 C2H6 (g) + 7 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (g) (D) N2 (g) + 2 O2 (g) → N2O4 (g)

Determine o trabalho de expansão realizado, à 8. A seguinte equação termoquímica traduz a com-


temperatura de 127 °C, por esta reação: bustão do octano, que é um constituinte da ga-
4.1 para as quantidades presentes na equação; solina.
25
W = –3,327 × 103 J C8H18 (ᐍ) + O2 (g) → 8 CO2 (g) + 9 H2O (g)
2
4.2 em relação a 1 mol de C2H6 (g).
W = –1,664 kJ

59
Unidade 2 Combustíveis, energia e ambiente

Selecione a opção que corresponde ao valor cor- 10.1 De entre os combustíveis presentes na tabela,
reto da entalpia de combustão do octano, ΔcH°, indique o que liberta mais energia como calor,
nas condições padrão. por unidade de massa.
Dados: ΔfH°[C8H18 (ᐍ)] = −250 kJ mol–1; É o hidrogénio, pois é o que apresenta maior valor
de calor de combustão.
ΔfH°[CO2 (g)] = −394 kJ mol–1;
10.2 Calcule a relação entre a massa desse com-
ΔfH°[H2O (g)] = −242 kJ mol–1
bustível e a de gasolina que liberta a mesma
(A) −5330 kJ mol−1 energia. Comente o resultado obtido.
0,361 kg
(B) +5330 kJ mol−1 A relação entre as massas é = 0,361
1,00 kg
(C) −5080 kJ mol−1 ¦ Para libertar a mesma energia de 1,00 kg de ga-
(D) +5080 kJ mol−1 solina, são necessários 361 g de H2, ou seja, para
libertar a mesma energia de 1 kg de H2 são ne-
9. Considere as seguintes equações químicas, à cessários cerca de 2,77 kg de gasolina.
temperatura de 25 °C e à pressão de 1 atm.
10.3 Tenha em consideração que, na formação de
I. S (s) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −296,4 kJ mol−1 uma mole de CO2 (g) se libertam 393 kJ como
II. S (ᐍ) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −297,7 kJ mol−1 calor. Determine a energia cedida, como calor,
III. S (g) + O2 (g) → SO2 (g); ΔH = −343,6 kJ mol−1 na combustão de 100,0 kg de carvão com 10%
de impurezas.
Dados: ΔfH°[S (s)] = 0; ΔfH°[O2 (g)] = 0
2,95 × 106 kJ
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
das frases seguintes. 11. O metano e o butano são dois gases constituintes
do gás de petróleo liquefeito, GPL.
(A) O calor de fusão do enxofre é igual a +1,3 kJ
por mole. Dados: ΔcH°[CH4 (g)] = −890 kJ mol−1;
ΔcH°[C4H10 (g)] = −2,88 × 103 kJ mol−1
(B) O calor de fusão do enxofre é igual −47,2 kJ
por mole. 11.1 Comparando volumes iguais destes dois ga-
ses nas mesmas condições de pressão e tem-
(C) O calor de vaporização do enxofre é igual
peratura, qual deles fornecerá maior quanti-
+47,2 kJ por mole.
dade de energia quando sofre combustão?
(D) O calor de solidificação do enxofre é igual O que fornecerá maior quantidade de energia é
+1,3 kJ por mole. o butano.
(E) O calor de sublimação do enxofre é igual a 11.2 Sabendo que o poder calorífico de um com-
+47,2 kJ por mole. bustível pode ser definido como a quantidade
Verdadeiras: (A); (E). Falsas: (B); (C); (D). de calor libertado por quilograma de combus-
Correção das falsas: tível queimado, determine o poder calorífico
(B) Para fundir fornece-se energia para passar do es- do gás metano.
tado sólido ao estado líquido. O calor de fusão é posi- 5,55 × 104 kJ kg–1
tivo; calor de fusão = –296,4 – (–297,7) = 1,3 kJ mol–1.
(C)3GEPSVHIZETSVM^EqoSrTSWMXMZSTSVUYIWIZIVM¿GE 12. Determine, a pressão constante, o valor de ΔH
a passagem do estado líquido ao estado gasoso.
para a seguinte reação:
(D)% WSPMHM¿GEqoS r E IRIVKME UYI WI PMFIVXE UYERHS 2 C (s) + H2 (g) → C2H2 (g)
passa do estado líquido ao estado sólido. O calor de so- Considere:
PMHM¿GEqoSr²O.QSP–1. 5
I. C2H2 (g) + O (g) → 2 CO2 (g) + H2O (ᐍ);
2 2
10. A tabela seguinte contém o poder calorífico de al- ΔHI = −1299,6 kJ
guns combustíveis.
II. C (s) + O2 (g) → CO2 (g); ΔHII = −393,5 kJ
1
Combustível Poder calorífico / kJ kg–1 III. H2 (g) + O (g) → H2O (ᐍ); ΔHIII = −285,9 kJ
2 2
Álcool etílico 2,7 × 104 ΔH = 227 kJ
Álcool metílico 2,0 × 10 4
13. Calcule, a pressão constante, o valor de ΔH para a
Hidrogénio gasoso, seguinte reação:
1,3 × 105
H2
Cᐍ2 (g) + H2 (g) → 2 HCᐍ (g)
Gás natural 5,0 × 104
Petróleo 5,0 × 104 a partir dos seguintes dados:
Gasolina 4,7 × 104 I. NH3 (g) + HCᐍ (g) → NH4Cᐍ (s); ΔHI = −176,0 kJ
Coque 3,0 × 104 II. N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g); ΔHII = −92,2 kJ
III. N2 (g) + 4 H2 (g) + Cᐍ2 (g) → 2 NH4Cᐍ (s);
ΔHIII = −628,9 kJ
ΔH = –184,7 kJ

60
Unidade 3

Plásticos,
vidros
e novos
materiais

1 Os plásticos e os materiais
poliméricos

2 Polímeros sintéticos
e a indústria dos polímeros

3 Novos materiais
Os plásticos e os
1 materiais poliméricos
Um polímero é constituído por moléculas gigantes (macromoléculas).
As macromoléculas de um dado polímero possuem um conjunto de átomos
que se repete n vezes, a que se chama unidade estrutural ou motivo.
As unidades estruturais derivam de espécies de baixa massa molar, chamadas
monómeros.

A polimerização é o processo pelo qual se unem os monómeros, originando


polímeros.
Os homopolímeros possuem um só tipo de unidade estrutural. Os copolímeros
possuem dois ou mais tipos de unidades estruturais.

Ao número de vezes que a unidade estrutural se repete na cadeia da macro-


molécula, chama-se grau de polimerização.

Questões resolvidas
1. A massa molar média de um polipropileno é 126,0 kg mol−1.
1.1 Escreva a equação de polimerização.
1.2 Determine o grau de polimerização.

Resolução

1.1 O polipropileno resulta de uma polimerização por adição de n moléculas de


propeno.

n
( CH

CH3
CH2

) CH

CH3
CH2

1.2 Uma macromolécula tem, em média, n motivos, número que constitui o grau de
polimerização.
Unidade estrutural (motivo): CH CH2

CH3

M(motivo) = 42,08 g mol−1; M(polímero) = 126,0 kg mol−1

massa molar média do polímero M(polímero)


grau de polimerização = →n= →
massa molar do motivo M(motivo)
126,0 × 103
→n= ⇔ n = 3000
42,08

Resposta: O grau de polimerização do referido polipropileno é 3000.

62
1 Os plásticos e os materiais poliméricos

2. O poliacrilonitrilo (PAN) tem a seguinte fórmula:

CH2 CH

CN
n

Este polímero serve, sobretudo, para o fabrico de fibras têxteis.


2.1 Escreva a fórmula do monómero.
2.2 O grau de polimerização deste composto é igual a 2000.
Selecione a opção que corresponde à massa molar média deste polí-
mero.
(A) 5,30 × 102 kg mol−1
(B) 1,06 × 103 kg mol−1
(C) 1,59 × 103 kg mol−1
(D) 2,12 × 103 kg mol−1
2.3 A equação química correspondente à reação industrial da síntese do
monómero é:

H2C=CH–CH3 + NH3 + 3 O2 → monómero + 3 H2O


2
A produção mundial do monómero é cerca de 4,0 × 106 toneladas por
ano.
Determine a massa de amoníaco necessária para que se obtenha esta
massa anual de monómero, usando esta reação.

Resolução

2.1 H H

C C

H CN

2.2 Monómero: C3H3N; M(C3H3N) = 53,06 g mol−1


m(polímero) = n × M(monómero) → m(polímero) = 2000 × 53,06 ⇔
⇔ m(polímero) = 1,06 × 103 kg mol−1
Resposta: Opção (B).

3
2.3 C3H6 + NH3 + O → C3H3N + 3 H2O
2 2
M(NH3) = 17,03 g mol−1; M(C3H3N) = 53,06 g mol−1

17,03 g NH3 m
= ⇔ m = 1,3 × 106 t de NH3
53,06 g C3H3N 4,0 × 106 t C3H3N

Resposta: São necessárias 1,3 × 106 toneladas de amoníaco para garantir a pro-
dução anual do monómero do poliacrilonitrilo.

63
Polímeros sintéticos e a
2 indústria dos polímeros
Reações de polimerização
As reações de polimerização podem ser por adição ou por condensação.

Na polimerização por adição, as moléculas completas dos monómeros pas-


sam a fazer parte do polímero.
As etapas da polimerização por adição são:

• etapa de iniciação: o processo é iniciado por um catalisador que, por exem-


plo no caso do etileno (eteno), vai «atacar» as ligações duplas do monómero,
transformando-as em ligações simples e originando uma espécie reativa (ou
radical livre).

• etapa de propagação: a espécie reativa ataca a ligação dupla de outro mo-


nómero, formando uma espécie reativa mais longa. Esta, por sua vez, ataca
outro monómero e deste modo a cadeia vai aumentando.

• etapa de finalização: ocorre quando se adiciona um terminador que se une


à cadeia em formação, ou quando duas cadeias se unem.

Na polimerização por condensação, os monómeros são duas moléculas


diferentes bifuncionais, isto é, com grupos funcionais diferentes nos extremos
da cadeia. Estes monómeros reagem entre si, originando moléculas maiores com
eliminação de moléculas mais pequenas como, por exemplo, a água.

Famílias de polímeros
De acordo com as características da unidade estrutural que os constitui, os
polímeros podem ser agrupados em diferentes famílias. Exemplos:

• poliésteres: polímeros obtidos a partir da condensação de diácidos e diál-


coois; por exemplo, o terylene;

• poliamidas: polímeros que têm em comum a função amida;


• policarbonatos: polímeros que contêm o grupo carbonato;
• poliolefinas: polímeros que têm apenas átomos de carbono e hidrogénio
nas suas macromoléculas. Os mais importantes são o polietileno e o polipro-
pileno;

• poliacrílicos: polímeros que se obtêm a partir da polimerização do ácido


poli(acrílico), PAA;

• poliuretanos: designados por PU, são polímeros que se obtêm por reação
de álcoois com isocianatos.

64
2 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Classificação de polímeros
Os polímeros podem ser classificados quanto à origem em polímeros naturais,
artificiais e sintéticos.
Considerando a deformabilidade, os polímeros dividem-se em elastómeros,
plásticos e fibras.
Os elastómeros são polímeros muito deformáveis que, depois de deformados
por ação de uma força, voltam à sua forma original. A borracha é um exemplo de
um elastómero.
Por outro lado, os plásticos quando são deformados mantêm a forma recém-
-adquirida, experimentando uma deformação permanente (ou plástica). É o que
sucede com o polietileno.
As fibras são resistentes e não se deformam com facilidade, podendo ser
usadas para fabricar têxteis. A fibra acrílica e o nylon são exemplos deste tipo de
polímeros.
Quando sujeitos a aquecimento, os plásticos comportam-se de diferentes mo-
dos, podendo classificar-se em termoplásticos e termoendurecíveis (ou termo-
fixos).
A maior parte dos termoplásticos são moldáveis de forma reversível por ação
do calor. São constituídos por cadeias muito longas de átomos de carbono ligados
de modo covalente; a cadeia principal pode conter átomos de nitrogénio, oxigénio
ou enxofre. Estas cadeias moleculares estão ligadas entre si por forças de van der
Waals e por ligações de hidrogénio (ligações fracas).
Durante a enformação, estas ligações são destruídas por aquecimento, pas-
sando o plástico ao estado fundido. O estado sólido obtém-se por arrefecimen-
to. Como há apenas quebra de ligações fracas entre as cadeias, este proces-
so de enformação pode ser repetido várias vezes, o que torna estes materiais
recicláveis. O polietileno (PE) e o policloreto de vinilo (PVC) são exemplos de
termoplásticos.
Os termoendurecíveis são moldáveis de forma irreversível por ação do calor.
Durante a enformação há formação de ligações covalentes entre as cadeias, ob-
tendo-se uma estrutura reticulada difícil de quebrar.
Estes plásticos são rígidos e quando aquecidos acima de determinada tem-
peratura, decompõem-se ou carbonizam. Por esta razão, não são recicláveis.
Os poliuretanos e a baquelite são exemplos deste tipo de plásticos.

Os elastómeros possuem uma estrutura na qual as macromoléculas estão


ligadas por reticulações (ligações fortes), tal como sucede nos plásticos termoen-
durecíveis. Nos elastómeros, a densidade de reticulação é baixa, existindo longos
troços de moléculas entre reticulações. Esses troços são responsáveis pelas ele-
vadas deformações que os elastómeros suportam, funcionando as reticulações
como pontos de prisão que fazem com que as moléculas voltem ao estado ini-
cial não deformado. Tal como acontece com os plásticos termoendurecíveis, as
reticulações dos elastómeros formam-se depois da enformação do produto, o que
impede a sua reciclagem.

65
3 Novos materiais
Designam-se por novos materiais, não só os materiais recém-descobertos que
apresentam propriedades especiais, mas também materiais modificados de modo
a possuírem novas propriedades.
Os biomateriais são materiais naturais ou sintéticos, compatíveis com sistemas
biológicos. Podem ser metais ou ligas metálicas, materiais cerâmicos, materiais
poliméricos e compósitos. São aplicados, por exemplo, na substituição de ossos
e tecidos celulares.
Os compósitos são materiais heterogéneos formados por dois ou mais com-
ponentes distintos macroscopicamente (não solúveis), tendo entre si uma interfa-
ce de contacto. São formados por uma fase contínua – a matriz – que pode ser
cerâmica, metálica ou polimérica e que confere maleabilidade ou ductilidade ao
compósito e pelo reforço, que lhe confere resistência.
Atualmente procura-se usar e desenvolver cada vez mais materiais de base
sustentável, que sejam renováveis, recicláveis e biodegradáveis.

Questão resolvida
1. Um compósito unidirecional de fibra kevlar 49 e resina epoxídica contém,
em volume, 60% de fibras e 40% de resina. A densidade destas fibras é
1,48 × 103 kg m−3 e da resina epoxídica é 1,20 × 103 kg m−3.
1.1 Determine, em massa, a composição em fibra e resina.
1.2 Calcule a densidade do compósito.
Resolução

1.1 Se considerarmos 1 m3 deste material compósito, 0,60 m3 correspondem a


kevlar 49 e 0,40 m3 a resina epoxídica.
• Cálculo das massas de kevlar 49 e de resina epoxídica, em 1 m3 deste compósito.
mkevlar 49 = ρ × V → mkevlar 49 = 1,48 × 103 × 0,60 ⇔ mkevlar 49 = 888 kg
mresina = 1,20 × 103 × 0,40 ⇔ mresina = 480 kg
• Cálculo da massa de 1 m3 do compósito.
mtotal = 888 + 480 ⇔ mtotal = 1368 kg
• Determinação da composição em massa de kevlar 49 e de resina epoxídica.
888
%(kevlar 49) = × 100% ⇔ %(kevlar 49) = 64,9%
1368
480
%(resina) = × 100% ⇔ %(resina) = 35,1%
1368
Resposta: O material compósito contém, em massa, 64,9% de kevlar 49 e 35,1%
de resina epoxídica.
mcompósito 1368
1.2 ρmédia = → ρmédia = ⇔ ρmédia = 1,368 × 103 kg m−3
V 1
Resposta: A densidade média do compósito é 1,368 × 103 kg m−3.

66
3 Novos materiais

Atividades

Plásticos, vidros e novos materiais

1. O poliestireno, usado em isolamentos térmicos 4. Selecione a opção correta.


(frigoríficos) e em brinquedos, é um polímero de
(A) Tanto os elastómeros como os termoendure-
adição formado a partir do estireno (fenileteno).
cíveis não podem ser fundidos para uma nova
1.1 Escreva: utilização. ¦
1.1.1 a fórmula do monómero; (B) Nos plásticos termoendurecíveis, as ligações
entre as cadeias poliméricas são mais fracas
H H
do que nos termoplásticos.
C C
(C) A borracha vulcanizada é um polímero natural.
H (D) Os termoplásticos não são moldáveis de forma
reversível por ação do calor.
1.1.2 a fórmula da unidade estrutural;
H H
5. Associe os tipos de pláticos referidos na coluna I a
C C uma das propriedades indicadas na coluna II.

H I
(A) Elastómeros
1.2 Determine a massa molar do motivo (unidade (B) Termoplásticos
estrutural).
(C) Termoendurecíveis
M(poliestireno, C8H8) = 104,14 g mol–1

2. O viton é um copolímero de crescimento por adi- II


ção forte e flexível, e é formado a partir do 1,1-di-
1. Sob a ação do calor amolecem, e depois solidi-
fluoretileno e do hexafluoropropeno.
ficam por arrefecimento, podendo voltar a amo-
Escreva as fórmulas dos monómeros e das unida- lecer por aquecimento.
des estruturais do polímero.
2. Endurecem irreversivelmente sob a ação do
Monómeros: F H ; F F calor.
C C C C 3. A frio, podem sofrer uma deformação por uma
F H F CF3
ação mecânica e retomar a sua forma logo que
a ação cesse.
Unidade estrutural: F H F F (A) 3; (B) 1; (C) 2.

C C C C
6. Selecione a opção que completa corretamente a
F H F CF3 frase seguinte.
A copolimerização resulta da…
3. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma
(A) adição de duas moléculas iguais.
das frases seguintes, corrigindo as falsas.
(B) condensação de duas moléculas diferentes.
(A) As etapas da reação de polimerização por adi-
ção processam-se pela seguinte ordem: inicia- (C) condensação de duas moléculas iguais.
ção, propagação e finalização.
(D) adição de duas moléculas diferentes. ¦
(B) A etapa de finalização da reação de polimeri-
zação por adição é determinante para a massa
molar média do polímero formado.
(C) Após a etapa de iniciação, as cadeias polimé-
ricas continuam a crescer espontaneamente.
(D) Quando duas cadeias poliméricas se combi-
nam, ocorre a terminação ou finalização.
(E) As propriedades físicas, químicas e mecânicas
de um polímero são independentes do seu
grau de polimerização.
(F) O polietileno, o polipropileno e o politetrafluo-
retileno têm origem em reações de polimeriza-
ção por condensação.
(G) Os grupos funcionais –OH, –COOH e –NH2 fa-
zem parte de monómeros em reações de poli-
merização por condensação.
(H) O ácido benzóico (C6H5COOH) pode ser um
dos monómeros que originam um polímero de
condensação.
Verdadeiras: (A); (B); (G). Falsas: (C); (D); (E); (F); (H).
Correção das falsas: (C) Após a etapa de iniciação, em
que intervém um catalisador, o processo de crescimento
da cadeia polimérica é feita pela adição sucessiva da
unidade do monómero e toma o nome de propagação.
% ¿REPM^EqoS SGSVVI EXVEZrW HE EHMqoS HI YQ VEHMGEP
livre, denominado terminador. (D) Duas cadeias polimé-
ricas ao combinar-se podem fazê-lo por adição ou por
condensação. Não ocorre terminação após a primeira
combinação entre cadeias. (E) As propriedades físicas e
químicas de um polímero dependem do grau de polime-
rização. (F) O polietileno, o polipropileno e o politetra-
ÀYSVIXMPIRS XtQ SVMKIQ IQ VIEqIW HI TSPMQIVM^EqoS
por adição. (H) o ácido benzoico, C6H5COOH, não é um
monómero que possa originar um polímero de conden-
sação porque não é bifuncional, ou seja, só possui uma
função ácida.

67
Unidade 3 Plásticos, vidros e novos materiais

7. Considere as fórmulas de estrutura de alguns po- 10. Um polímero tem uma massa molar média igual
límeros. a 58,8 kg mol−1 e o seu grau de polimerização é
1400.
H H
I. II. 10.1 Qual a massa molar da unidade estrutural?
CH2 CH
M(unidade estrutural) = 42,0 g mol–1
C C
CH3 10.2 Sabendo que da combustão completa deste
n H n polímero só se obtém dióxido de carbono e
vapor de água, escreva a fórmula molecular e
a fórmula de estrutura do monómero.
III. IV.
CH2 CH2 Propileno: CH2=CH–CH3; unidade estrutural: CH2 CH
CH2 CH
n CH3
Cᐉ n 11. Um polímero amolece quando sujeito a uma tem-
peratura próxima dos 80 °C e, ao arder, dá origem
Selecione a opção correta. a dióxido de carbono, CO2 (g), vapor de água,
H2O (g), e ainda a um gás de odor picante que é
(A) O polímero I deriva de um composto saturado
solúvel em água. A solução resultante fica verme-
de massa molar 42,08 g mol−1.
lha se lhe adicionarmos tintura azul de tornesol e
(B) O polímero II resulta da associação de molé- forma um precipitado branco, que fica negro na
culas diferentes, com formação de moléculas presença da luz, quando se lhe adicionam umas
de água. gotas de solução de nitrato de prata.
(C) O polímero III endurece quando aquecido. A massa molar média deste polímero é 125 000 g mol−1
e o seu grau de polimerização é 2000.
(D) O polímero IV deriva do cloroeteno. ¦
11.1 Que conclusão se tira após a adição de nitrato
de prata à solução resultante?
8. Realizou-se a polimerização do monómero repre-
Se, ao adicionar umas gotas de solução de nitrato
sentado em seguida.
de prata à solução resultante da dissolução do gás
H em água se forma um precipitado, é porque nesta
Cᐉ
existe o ião cloreto, Cᐉ–, que precipita com o ião
C C prata, Ag+, originando um precipitado de cloreto
de prata, AgCᐉ, de acordo com a seguinte equação
Cᐉ H química: Ag+ (aq) + Cᐉ– (aq) → AgCᐉ (s)

8.1 Indique a unidade estrutural. 11.2 Determine a massa molar da unidade estru-
tural.
Cᐉ H
M(unidade estrutural) = 62,5 g mol–1
C C
11.3 Qual o nome do gás de odor picante libertado
Cᐉ H durante a combustão?
O gás é o cloro, Cᐉ2 (g).
8.2 Escreva a equação de polimerização.
n(CCᐉ2 = CH2) → [ CCᐉ2–CH2 ] n
11.4 Identifique o caráter da solução resultante.
A solução é ácida.
8.3 O polímero obtido chama-se policloreto de vi-
nilideno (PVDC) e o grau de polimerização é 12. O betão é formado por uma mistura de um mate-
igual a 2500. Determine a massa molar média rial granular constituído por pedras (brita) e areia
deste polímero. embebida numa pasta de cimento.
M(polímero) = 242,35 kg mol–1 Selecione a opção correta.
9. Um policloreto de vinilo (PVC) tem uma massa mo- (A) O betão é um compósito de matriz polimérica.
lar média de 145,6 kg mol−1. (B) O betão é um compósito de matriz cerâmica. ¦
9.1 Identifique o monómero que se polimeriza (C) O cimento não constitui a matriz do polímero.
para dar origem ao policloreto de vinilo. (D) O cimento constitui a fase de reforço.
Cloreto de vinilo: H H
13. Um compósito unidirecional de fibra de carbono
C C e resina epoxídica contém 64% em volume de fi-
bras e 36% de resina. A densidade das fibras de
H Cᐉ
carbono é 1,80 kg dm−3 e a da resina epoxídica é
9.2 Determine o grau de polimerização deste po- 1,22 kg dm−3.
límero.
13.1 Determine a composição, em massa, de fibra
Grau de polimerização = 2330 de carbono e de resina epoxídica, no material
compósito.
%(m/m  ¿FVEHIGEVFSRS !
%(m/m) (resina) = 27,60%

13.2 Calcule a densidade média do compósito.


ρmédia = 1,5912 kg dm–3

68
27

79
Co
o SSe 34
3

Au
AuSmm
Cobalto
t Selénio
é23
e éni
V
62 Vanádio
n
45

Rh Ouro
O u
Sam
Samário

Ródio
74

W
ISBN 978-972-47-5495-6 Tungsténio
9 789724 754956
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