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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:

INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS VIVENCIANDO


De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina culta a compreensão de determinados conceitos e impede
em todo o território nacional. o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
TEORIA
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co- contato em seu dia a dia.
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam
com imagens ilustrativas que complementam as explicações APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos
à rotina intensa de estudos. compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas
MULTIMÍDIA resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati- penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas
o conhecimento do nosso aluno. dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é prova e a resolvê-las com tranquilidade.
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
DIAGRAMA DE IDEIAS
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran- Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso,
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma- orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
com essa realidade por meio de explicações que relacionam údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de mentais e fluxogramas.
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a
mundo em que ele vive. organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.
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editoração eletrôniCa
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Letícia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira

projeto gráfiCo e Capa


Raphael de Souza Motta

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ISBN: 978-85-9542-219-3

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusi-
vo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA 5
AULAS 27 E 28: FUNÇÃO COMPOSTA 7
AULAS 29 E 30: FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 11
AULAS 31 E 32: EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES MODULARES 31
AULAS 33 E 34: FUNÇÕES MODULARES 38

ÁLGEBRA E TRIGONOMETRIA 49
AULAS 27 E 28: INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 51
AULAS 29 E 30: PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM 56
AULAS 31 E 32: FATORIAL E PERMUTAÇÕES SIMPLES E COM REPETIÇÃO 61
AULAS 33 E 34: ARRANJOS 68

GEOMETRIA ESPACIAL 75
AULAS 27 E 28: VOLUME DE PRISMAS 77
AULAS 29 E 30: PIRÂMIDES E TRONCOS DE PIRÂMIDES 84
AULAS 31 E 32: CILINDROS 96
AULAS 33 E 34: CONES E TRONCOS DE CONE RETO 103
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM

Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais


Competência 1

H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.

Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
Competência 2

H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.

Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 3

H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.


H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Competência 4

H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.


H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.

Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.
Competência 5

H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.


H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.

Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extra-
Competência 6

polação, interpolação e interpretação.


H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.

Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determi-
nação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.
Competência 7

Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não
H27
em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
MATEMÁTICA

4
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
ÁLGEBRA

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova do Enem tem baixa incidência em Funções modulares aparecem pouco e


questões das funções abordadas. Mesmo funções compostas ocorrem bastante. Os
assim, quando aparece, pode ser uma temas são abordados em questões com
questão difícil. elevado grau de dificuldade.

Na primeira e segunda fase podem apare- A prova exigirá conceitos mais específicos A prova trará uma questão sobre as fun-
cer funções modulares e/ou função trigo- sobre as funções estudadas neste livro, e ções, na primeira ou segunda fase. Ques-
nométrica, aplicadas em questões muito equações e inequações podem aparecer tões com temas aplicados ao nosso cotidia-
bem elaboradas e com elevado grau de com grau elevado de dificuldade. no ocorrem com frequência.
dificuldade.

Questões de função composta e trigono- Questões elaboradas com boa interpreta- Apresenta alta incidência de função com- A prova possui questões com elevado grau
métricas podem aparecer relacionadas com ção de texto em funções trigonométricas. posta, além de questões sobre inequações de dificuldade.
questões de domínio e imagem. Dentre os temas abordados, módulo pode modulares e funções trigonométricas muito
ser o mais difícil. difíceis.

UFMG
A prova apresenta questões bem elabora- A prova de Matemática é muito bem ela- A prova apresenta poucas questões, porém
das em aritmética. Podem ocorrer questões borada, por isso, as aulas deste livro são abordando vários temas da Matemática.
de módulos e sua função, além de funções totalmente necessárias para a resolução Assim, o candidato deve trazer todos os
trigonométricas. das questões. conceitos anteriores para somar com as
aulas deste livro.

O candidato pode se deparar com funções A prova de Matemática é diferente da pro- A prova apresenta questões com os temas
compostas em questões contextualizadas e va do Enem, com questões de pouco texto deste livro junto com outros grandes temas
medianas. Funções trigonométricas ocorre- e mais objetividade. Saber os conceitos de da Matemática.
rão de forma objetiva. funções trigonométricas é fundamental.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

6
Observe um procedimento análogo para as funções f: A →
B, definida por f(x) = 2x, e g: B → C, definida por
g(x) = x2. Perceba que o contradomínio B da função
f é o mesmo domínio da função g.

FUNÇÃO § f: A → B: a cada x [ A associa-se um único y [ B, tal


que y = 2x
COMPOSTA § g: B → C: a cada y [ B associa-se um único z [ C,
tal que z = y2
Nesse caso, é possível considerar uma terceira função
h: A → C, que faz a composição entre as funções f e g:

MT AULAS A B C

f g
27 E 28 x y z

COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
h
3, 4 e 5 12, 15, 17, 18, 19, 20 e 21
§ h: A → C: a cada x [ A associa-se um único z [ C, tal
que z = y2 = (2x)2 = 4x2

1. Funções compostas Essa função h de A em C, dada por h(x) = 4x2, é denomina-


da função composta de g e f.
De modo geral, para indicar como o elemento z [ C é de-
1.1. Definição terminado de modo único pelo elemento x [ A, escreve-se:
Considere as funções f: A → B e g: B → C. Lembre-se de que:
z = g(y) = g(f(x))
§ A é o conjunto domínio da função f;
1.1.1. Notação
§ B é o contradomínio da função f e domínio da função g; e
A função composta de g e f será indicada por g + f
§ C é o contradomínio da função g. (lê-se: g bola f).
É chamada de função composta de g com f a função g + f: (g + f)(x) = g(f(x))
A → C, tal que:
(g + f)(x) = g(f(x))

Na forma de diagrama, tem-se:

f(x)
multimídia: vídeo
A f g C Fonte: Youtube
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução de funções compostas


x g[f(x)]

Aplicação do conteúdo
1. Sendo f(x) = 2x – 1 e f(g(x)) = 3 – x, determine g(x).
g o+ f
§ Como tem-se f[g(x)], substitui-se x por g(x) em f(x):
Note que, como a função g + f associa valores do conjun-
to A diretamente a valores do conjunto C, o domínio da f(x) = 2x – 1
função composta é A, e seu contradomínio é o conjunto C. f[g(x)] = 2g(x) – 1

7
§ Como se sabe que f[g(x)] = 3 – x, tem-se: 1.2. Condição de existência
2g(x) – 1 = 3 – x § Contradomínio de f (CDf) seja igual ao domínio de g (Dg).

§ Isolando g(x): Modelo


​ 4 – ​
g(x) = ____ x Considere:
2
f: A → B g: B → C
2. Sendo f(x) = 2x + 1 e f o f(k) = 5, calcule o valor de k. f(x) = 2x – 3 g(x) = 5x

§ Se f o f(k) = 5, então f(f(k)) = 5. Calculando f(k): Assim:

f(k) = 2k + 1 Em f: Em g:

§ Calculando f(f(k)): Para x = 1, tem-se: Para x = –1, tem-se:

f(f(k)) = f(2k + 1) f(1) = 2 · 1 – 3 = –1 g(– 1) = 5 · (–1) = –5


Para x = 2, tem-se: Para x = 1, tem-se:
§ Substituindo na função f: f(2) = 2 · 2 – 3 = 1 g(1) = 5 · 1 = 5
f(2k + 1) = 2(2k + 1) + 1 = 4k + 3 Para x = 3, tem-se: Para x = 3, tem-se:

§ Como f(f(k)) = f(2k + 1) = 5, tem-se: f(3) = 2 · 3 – 3 = 3 g(3) = 5 · 3 = 15

4k + 3 = 5 Na forma de diagrama, tem-se:


​ 1 ​
k = __ B
2 -1
) 1
1  ​ e g(x) = 2x2, encontre o domínio da f(1
3. Se f(x) = ​ _____
x−8 f(2) 3

g(-
1)
)
função f(g(x)). f(3

g(1
)
g(3
A C
§ O domínio da função f(x) pode ser calculado da se- 1 ) -5
guinte maneira:
2 h(1) 5
x–8≠0 3 h(2) 15

x≠8 h(3)

§ No entanto, observe que, calculando f(g(x)), obtém-se: Note que existe uma função h que transforma diretamente
os elementos de A em C. Assim:
​  1  ​
f(g(x)) = ______
2x2 – 8 § h: A → C
§ Note que é possível calcular: § h(x) = g(f(x)) = g(2x – 3) = 5 · (2x – 3) = 10x – 15
​  1  ​ = ___
f(g(8)) = _______ ​  1  ​ § h(1) = 10 · 1 – 15 = –5
2(8)2 – 8 120
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ Ou seja, os domínios de f(x) e de f(g(x)) são diferentes. § h(2) = 10 · 2 – 15 = 5


O domínio da composta deve ser calculado a partir da § h(3) = 10 · 3 – 15 = 15
própria f(g(x)):
§ h(x) = 10x – 15 é denominada função composta de g
​  1  ​
f(g(x)) = ______ com f, podendo ser representada por:
2x2 − 8
§ O domínio é dado por: h(x) = (g + f) (x) ⇒ lê-se “g bola f de x”.
2x2 − 8 ≠ 0 ou
x2 ≠ 4 h(x) = g(f(x)) ⇒ lê-se “g de f de x”.
x ≠ ±2
Assim, segue que h representa a aplicação da função g em
§ Assim, o domínio de f(g(x)) é R − {±2}. f, e a função f, por sua vez, aplica-se em x.

8
VIVENCIANDO

A função composta é utilizada em diversas situações. Por exemplo, quando é possível relacionar mais de duas gran-
dezas por meio de uma mesma função. Pode-se dizer que a concentração de monóxido de carbono na atmosfera de
uma determinada cidade depende da quantidade de carros que trafega por ela; no entanto, a quantidade de carros
varia com o tempo. Em consequência, a concentração de monóxido de carbono varia com o tempo, o que determina
uma função composta.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções compostas estão diretamente relacionadas às ações geológicas da Terra. Um geofísico, por exemplo, ao
analisar precipitações no interior do planeta ou ao estudar características de novos planetas, necessita de mais de
duas grandezas para relacionar temperatura, relevo, altura e pressões do ambiente. Além disso, as funções compostas
também estão presentes na Medicina. No procedimento médico conhecido como angioplastia, os médicos inserem
um cateter numa veia ou artéria e inflam um pequeno balão de formato esférico até que ele atinja certo volume. Por
meio da função composta, pode-se determinar o tempo que o balão leva para atingir o volume necessário.

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

9
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO COMPOSTA

f: A B
CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA g: B C
g + f: A C
CD(f) = D(g)
REPRESENTAÇÃO DA
FUNÇÃO COMPOSTA

(g + f) (x) = g[f(x)]

REPRESENTANDO
EM DIAGRAMA

B
f g
A C
f(x)

x g(x)

g+f
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

10
Em razão disso, definimos a função seno como a função
real de variáveis reais que associa a cada número real x o
valor real senx, ou seja:
f: R é R
FUNÇÕES x é f(x) = senx

TRIGONOMÉTRICAS Já foi estudado o processo que permite associar um núme-


ro real x à medida x de um ângulo (ou arco) para posterior
obtenção do valor senx; bem como já foi estudado como
obter os valores de senx para quaisquer valores x de medi-
das de ângulos (ou arco). A título de lembrança, x – medida
de ângulo (ou arco) – é expresso em radianos.

MT AULAS
29 E 30 1.1. Gráfico da função seno
Para montar o gráfico da função seno, é necessário construir
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
uma tabela com valores de x da primeira volta positiva. Há
3, 4 e 5 12, 15, 17, 18, 19, 20 e 21
casos em que o seno será usado com valores aproximados.

x 0 __p
​   ​ __p
​   ​ __p
​   ​ __p
​   ​ ​ 2p ​
___ ​  3p ​
___ ​ 5p ​
___ p
6 4 3 2 3 4 6
1. Estudo da função seno senx 0 ​  1 ​
__ dXX
​ ​ 2 ​ ​
___ dXX
​ ​ 3 ​ ​
___ 1
dXX
​ ​ 3 ​ ​
___ dXX
​ ​ 2 ​ ​
___ ​  1 ​
__ 0
2 2 2 2 2 2
Dado um número real x, podemos associar a ele o valor do
seno de um ângulo (ou arco) de x radianos: senx 0 0,5 0,7 0,9 1 0,9 0,7 0,5 0

R R
x ​ 7p ​
___ ​  5p ​
___ ​ 4p ​
___ ​ 3p ​
___ ​  5p ​
___ ​  7p ​
___ ​ 11p
____ ​ 2p
6 4 3 2 3 4 6

d d d d
senx ​ 1 ​
– __ ​ XX
– ___
2 ​
​   ​
​ XX
– ___
3 ​
​   ​ –1 ​ XX
– ___
3 ​
​   ​
​ XX
– ___
2 ​
​   ​ ​ 1 ​
– __ 0
2 2 2 2 2 2

senx –0,5 –0,7 –0,9 –1 –0,9 –0,7 –0,5 0

Primeiramente, observe o gráfico para x [ [0, 2p]; e, em


seguida, para x [ R:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Uma vez que a função f(x) = senx é definida no conjunto dos números reais, ou seja, seu domínio é R, a curva pode ser esten-
dida para valores de x menores que zero e maiores que 2p. Portanto, o gráfico da função f: R é R, definida por f(x) = senx, é
a curva chamada senoide, cujo aspecto é este:

11
Observações sobre a função seno
1. O domínio de f(x) = senx é R, uma vez que, para qualquer valor real de x, existe um e apenas um valor para senx.
2. O conjunto imagem de f(x) = senx é o intervalo [–1, 1].
3. A função seno não é sobrejetiva, uma vez que [–1, 1] i R, isto é, sua imagem não é igual ao contradomínio.
4. A função seno não é injetiva, uma vez que os valores diferentes de x resultam no mesmo f(x). Por exemplo:

sen __
​ p ​= sen ___
2 2 ( )
​ 5p ​= sen ​ – ___
​ 3p ​  ​= ... = 1
2
5. A função seno é função ímpar, isto é, seja qual for x [ D(f) = R, sen (–x) = –sen(x). Por exemplo:

sen ​ – __
​ p ​  ​= –sen ​ __
( ) ( ) ​ 1 ​
​  p ​  ​= – __
6 6 2

1.2. Periodicidade da função seno

Ao observar o gráfico da função seno, nota-se que a função repete periodicamente seus valores nos intervalos ..., [–2p, 0],
[0, 2p], [2p, 4p],... Por isso, diz-se que a função seno é periódica.
Como se pode observar no gráfico anterior:
senx = sen(x + 2p) = sen(x + 4p) = ... para todo x [ R
Por isso, diz-se que o período da função seno é 2p, e indica-se p = 2p.
Para encontrar o período, basta observar no gráfico o deslocamento horizontal necessário para que ele comece a se repetir.

1.3. Sinal da função seno


Ao observar o sinal da função seno, nota-se que a função é positiva – para valores do primeiro e segundo quadrantes – e
negativa – para valores do terceiro e quarto quadrantes.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

12
1.4. Variação da função seno No gráfico:

Considerando valores de x [ [0, 2p], observe o que acon-


tece com senx1 e senx2 para x1 > x2 nos quatro quadrantes:

primeiro quadrante

x1

x2

Analisada a variação em cada quadrante, obtém-se o se-


guinte quadro:

§ Primeiro quadrante: se x cresce de 0 a __


​ p ​, senx cresce
2
de 0 a 1;

§ Segundo quadrante: se x cresce de __


​ p ​ a p, senx decres-
2
segundo quadrante ce de 1 a 0;
x2
​ 3p ​, senx decres-
§ Terceiro quadrante: se x cresce de p a ___
x1 2
ce de 0 a –1;

​ 3p ​a 2p, senx cresce


§ Quarto quadrante: se x cresce de ___
2
de –1 a 0.

1.5. Resumo sobre a função seno


1. Função seno é a função de R em R definida por f(x) = senx.
2. A função seno tem D = R e Im = [–1, 1].
terceiro quadrante
3. A função seno não é injetiva nem sobrejetiva.
4. A função seno é função ímpar, isto é, –senx = sen(–x),
∀ x ∈ R.
5. A função seno é periódica com período p = 2p.
6. senx = 0, para x = kp, com k [ Z.

x2 7. senx > 0, para x do 1º e 2º quadrantes e senx = 1


para x = __
​ p ​+ 2kp, com k [ Z.
x1 2
8. senx < 0, para x do 3° e 4° quadrantes e senx = –1
​ 3p ​+ 2kp, com k [ Z.
para x = ___
2

Aplicação do conteúdo
quarto quadrante
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

1. Determine os valores reais que m pode assumir para


que exista um número real x que satisfaça a igualdade
senx = 2m – 3.

Resolução:

x1 Condição: –1 ≤ senx ≤ 1 ä –1 ≤ 2m – 3 ≤ 1
x2 Resolvida a dupla desigualdade, obtém-se:
–1 ≤ 2m – 3 ≤ 1 ä –1 + 3 ≤ 2m ≤ 1 + 3 ä 2 ≤ 2m ≤ 4
ä1≤m≤2

13
Logo, os valores de m são dados pelo conjunto: 3. Determine os valores máximo e mínimo da função
y = 2 + 3 · senx.
{m [ R | 1 ≤ m ≤ 2}
Resolução:
2. Determine os valores reais de m para os quais a Para –1, que é o valor mínimo de senx, obtém-se:
equação senx = m2 – m – 1 tenha solução.
y = 2 + 3(–1) = –1.
Resolução: Para 1, que é o valor máximo de senx, obtém-se:
y = 2 + 3 · 1 = 5.
Condição: –1 ≤ senx ≤ 1 ä –1 ≤ m2 – m – 1 ≤ 1
Logo, ymin = –1 e ymax = 5.
Resolvida a dupla desigualdade, obtém-se:
m2 – m – 1 ≤ 1 ä m2 – m – 2 ≤ 0 Observação: dessa forma, também pode-se afirmar que
a imagem dessa função é [–1, 5].
D=9
m’ = 2 e m” = –1
2. Estudo da função cosseno
Dado um número real x, pode-se associar a ele o valor do
cosseno de um ângulo (ou arco) de x radianos:
R R
S1 = {m [ R | –1 ≤ m ≤ 2}
m2 – m – 1 ≥ –1 ä m2 – m ≥ 0
D=1
m’ = 1 e m” = 0

Em razão disso, define-se a função cosseno como a função


S2 = {m [ R | m ≤ 0 ou m ≥ 1}
real de variáveis reais, que associa a cada número real x,
Quadro de resolução: cosseno de x, ou seja:
f: R é R
x é f(x) = cosx
Já foi estudado o processo que permite associar um número
real x à medida x de um ângulo (ou arco) para se obter o
valor cosx. Estudou-se também como obter os valores de
cosx para quaisquer valores x de medidas de ângulos (ou
Os valores de m são dados por:
arco). A título de lembrança, x, medida de ângulo (ou arco),
{m [ R | –1 ≤ m ≤ 0 ou 1 ≤ m ≤ 2} é expresso em radianos.

2.1. Gráfico da função cosseno


VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Inicialmente, vamos construir o gráfico da função f(x) = cosx, para x [ [0, 2p] e, em seguida, para x [ R. Alguns valores
de cosx serão aproximados.

__p __p __p __p


​  2p ​
___ ​ 3p ​
___ ​ 5p ​
___ ​ 7p ​
___ ​  5p ​
___ ​ 4p ​
___ ​  3p ​
___ ​ 5p ​
___ ​  7p ​
___ ​ 11p
____
x 0 ​   ​
6
​   ​
4
​   ​
3
​   ​
2 3 4 6
p
6 4 3 2 3 4 6
 ​ 2p

__

​ ​ 3 ​ ​
dXX
​ 1 ​ ​ 1 ​
dXX
​ 1 ​ ​  1 ​
dXX dXX dXX dXX dXX
cosx 1 ​  ​ 3 ​ ​
___ ​ ​ 2 ​ ​
___ __ 0 – __ ​ ​ 2 ​ ​ – ___
– ___ –1 ​ ​ 3 ​ ​
– ___ ​ ​ 2 ​ ​
– ___ – __ 0 __ ​  ​ 2 ​ ​
___ ​  ​ 3 ​ ​
___ 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

cosx 1 0,9 0,7 0,5 0 –0,5 –0,7 –0,9 –1 –0,9 –0,7 –0,5 0 0,5 0,7 0,9 1

14
Uma vez que a função f(x) = cosx é definida no conjunto dos números reais, ou seja, seu domínio é , a curva pode ser
estendida para valores menores que zero e maiores que 2p. Por isso, o gráfico da função f: R é R, definida por f(x) = cosx,
é a curva chamada de cossenoide, cujo aspecto é este:

2.2. Sinal da função cosseno


Observações sobre a função cosseno
Ao observar o sinal da função f(x) = cosx, nota-se que a
1. A cossenoide não é uma nova curva, mas uma senoi- função cosseno é positiva para valores do primeiro e do
de transladada __ ​ p ​ unidades para a esquerda. Observe no quarto quadrantes, e negativa para valores do segundo e
2
gráfico da senoide que, se o eixo y for inscrito no ponto do terceiro quadrantes.
de abscissa x = __
​ p ​, obtém-se exatamente o gráfico da-
2
quela cossenoide. Resultado: a maioria dos aspectos
relevantes da função cosseno é a mesma da função
seno.
2. O domínio é o mesmo – f: R é R tal que f(x) = cosx
tem D = .
3. A imagem é a mesma – f: R é R tal que f(x) = cosx
tem Im = [–1, 1].
4. O período é o mesmo – a função cosseno é periódica
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

de período p = 2p.
5. A função cosseno não é injetiva nem sobrejetiva.
6. A função cosseno é par, pois cos(-x)=cos(x) ? x [ R.
2.3. Variação da função cosseno
y
As diferenças entre a função cosseno e a função seno di-
1
zem respeito aos aspectos que dependem dos valores das
imagens associados aos domínios, que transladam __
​ p ​ uni- x
2
dades para a esquerda. 0 __
​ p ​ p ​ 3p ​
___ 2p
2 2
-1

15
Analisada a variação no intervalo [0, 2p], obtém-se
este quadro:

§ Primeiro quadrante: se x cresce de 0 a __


​ p ​, cosx decresce
2
de 1 a 0;

§ Segundo quadrante: se x cresce de __


​ p ​ a p, cosx decres-
2
ce de 0 a –1;

​ 3p ​, cosx cresce


§ Terceiro quadrante: se x cresce de p a ___
2
de –1 a 0;
À medida que x tende aos valores em que tgx não exis-
​ 3p ​a 2p, cosx cresce
§ Quarto quadrante: se x cresce de ___
de 0 a 1.
2
(
te ​ ​ __ )
p ​, ___
2 2 (
​ 3p ​  ​e seus respectivos arcos côngruos, como ​ ​ ___
5p ​, ___
2 2
​ 7p ​

)
etc. , o gráfico da tangente tende ao infinito (positivo ou

Aplicação do conteúdo negativo). As retas verticais tracejadas nesses valores são


chamadas assíntotas verticais, ou seja, retas cujo ponto de
1. Calcule o valor de sen​ – __
​  p ​  ​+ cos​ – __
( ) ​  p ​  ​.( ) interseção com o gráfico tende ao infinito.
6 4
Resolução: Uma vez que o domínio da função f(x) = tgx corresponde
a D = R – ​ x [ R | x = __
{ ​ p ​+ kp, k [ Z ​, a curva pode ser
}
2
Uma vez que a função seno é ímpar, sen(–x) = –senx. estendida para valores menores que zero e maiores que
Portanto, sen​ – __
​ p ​  ​= –sen __
( ) ​ 1 ​.
​ p ​= – __ 2p. Portanto, o gráfico da função f: D ∫ R, definida por
6 6 2
f(x) = tgx, é a curva chamada tangentoide, cujo aspecto
Uma vez que a função cosseno é par, cos(–x) = cosx. é este:
dXX
Portanto, cos​ – __
( ) ​ p ​  ​= cos __ ​ ​ 2 ​ ​.
​ p ​ = ___
4 4 2
dXX d
​ ​ 2 ​ ​ = ______
​ ​ 2 ​– ​.
XX 1
Assim, sen​ – ​   ​  ​+ cos​ – ​   ​  ​= – __
__
( ) ( )
p __
p ​ 1 ​ + ___
6 4 2 2 2

3. Estudo da função tangente


Por definição, função tangente é a função real de variáveis
reais que associa a cada número real x o valor tgx, desde
que x não seja __ ​ 3p ​, bem como nenhum de seus res-
​ p ​ nem ___ À luz desse gráfico, é possível fazer algumas afirmações
2 2
pectivos arcos côngruos, isto é: sobre a função tangente:
f: D ∫ R
§ Tem D(f) = ​ x [ R | x ≠ __
{ ​ p ​ + kp, com k [ Z ​e Im(f) = R.
}
x ∫ f(x) = tgx 2
§ A função tangente não é injetiva, e sim, sobrejetiva.
do qual D = ​ x [ R | x ≠ __
{ ​ p ​+ kp, k [ Z .​ }
2
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

§ A função tangente é função ímpar, isto é, tg(–x) = –tgx,


Já foi estudado o processo que permite associar um núme-
? x [ D(f).
ro real x à medida x de um ângulo (ou arco) para se obter
o valor de tgx. Estudou-se também como obter os valores § A função tangente é periódica com período p = p, isto
de tgx para quaisquer valores de x ​x ≠ __ (
​ p ​+ kp, k [ Z ​ ) é, tgx = tg(x + kp), com k [ Z e x [ D(f).
2
de medidas de ângulos (ou arcos). A título de lembrança, x,
medida do ângulo (ou arco), é expresso em radianos. 3.2. Sinal da função tangente
Ao observar o sinal da função tangente, nota-se que a
3.1. Gráfico da função tangente função é positiva para valores do primeiro e do terceiro
Inicialmente, vamos construir o gráfico da função f(x) = tgx quadrantes, e negativa para valores do segundo e do
no intervalo [0, 2p]. quarto quadrantes.

16
4. Funções cossecante,
secante e cotangente
À luz das ideias já conhecidas de seno, cosseno e tangente
de x, definem-se cossecante, secante e cotangente de x.

​  1 x ​, para senx ≠ 0


____
§ cossecx = sen

​  1 x ​, para cosx ≠ 0


____
§ secx = cos

​ cos xx ​ , para senx ≠ 0


____
§ cotgx = sen

​  1  ​ .
Se senx ≠ 0 e cosx ≠ 0, pode-se também escrever cotgx = ___
tg x
3.3. Variação da função tangente Modelos:
__
Analisado o gráfico da função f(x) = tgx, obtém-se: dXX √
Se sen __ ​ 1 ​, cos __
​ p ​ = __ ​ ​ 3 ​ ​e tg __
​ p ​ = ___ ​ ​ 3 ​ ​, pode-se calcular:
​ p ​ = ___
§ Primeiro quadrante: se x cresce de 0 a __
​ p ​, tgx cresce de 6 2 6 2 6 3
2
0 a +Ü; § cossec __ ​ p ​ = __ ​  1 ​ = __ ​ 2 ​= 2
6 __ 1
​   ​ 1
§ Segundo quadrante: se x cresce de __
​ p ​ a p, tgx cresce 2
2 dXX
de –Ü a 0; § sec __
​ p ​ = ___ ​  1  ​ = ___ ​  2  ​ = ____ ​ 2​  ​
3 ​
6 ___ d d 3
​  ​ 3 ​ ​ ​ 3 ​
XX XX
​ 3p ​, tgx cresce
§ Terceiro quadrante: se x cresce de p a ___ 2
2
dXX
de 0 a +Ü; ​ ​ 3 ​ ​ dXX
___
§ cotg ​   ​ = ​  2 ​ = ____
__
p ___ ​ 2​  ​ 3 ​ = ​dXX3 ​ou cotg __
​ p ​ = ___ ​  3  ​= d​ XX
​  1  ​ = ___ 3 ​
​ 3p ​a 2p, tgx cresce
§ Quarto quadrante: se x cresce de ___ 6 __ 1
​   ​ 2 6 d

___ 3 ​
XX d
​ 3 ​
XX
2 2 ​   ​
de –Ü a 0. 3

4.1. Função cossecante


​  1 x ​, para todo x [ R, tal que
____
Chama-se função cossecante a função definida por f(x) = cossecx ou f(x) = cscx ou f(x) = sen
senx ≠ 0.
D(f) = {x [ R | x ≠ kp, com k [ Z} e Im(f) = {y [ R | y ≤ – 1 ou y ≥ 1}

4.1.1. Gráfico de f(x) = cossecx


VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Se x tende aos valores em que a cossecx não existe, o gráfico da cossecante tende ao infinito (positivo ou negativo). As verticais
tracejadas nesses valores de x são chamadas assíntotas.

17
4.2. Função secante
​  1 x ​, para todo x [ R, tal que cos x ≠ 0.
____
Chama-se de função secante a função definida por f(x) = sec x ou f(x) = cos
D(f) = ​ x [ R | x ≠ __
{ ​ p ​+ kp, com k [ Z ​ }
2
e Im(f) = {y [ R | y ≤ – 1 ou y ≥ 1}

4.2.1. Gráfico de f(x) = sec x

4.3. Função cotangente


​ cos xx ​, para todo x [ R, tal que sen x ≠ 0.
____
Chama-se função cotangente a função definida por f(x) = cotgx ou f(x) = sen
D(f) = {x [ R | x ≠ kp, com k [ Z} e Im(f) = R

4.3.1. Gráfico de f(x) = cotg x

5. Funções trigonométricas
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Além das funções trigonométricas estudadas, há outras que compreendem seno, cosseno, tangente, cossecante,
secante e cotangente, chamadas de funções do tipo trigonométricas.
Por exemplo, as funções f, g, h e i, tais que:
§ f(x) = 2 + cosx, com x [ R
§ g(x) = sen2x, com x [ R
§ h(x) = tgx + secx, com x ≠ __
​ p ​+ kp, com k [ Z
2
§ i(x) = 1 – cossecx, com x ≠ kp, com k [ Z

18
5.1. Domínio de funções do
tipo trigonométricas
O domínio de uma função do tipo trigonométrica é deter-
minado pela análise da condição de existência da função e
de alguma restrição à própria expressão que a define.

Aplicação do conteúdo
1. Construa e analise os gráficos das funções abaixo
dando o seu domínio, sua imagem e seu período.

f(x) = 3 · senx D = , Im = [0, 2], p = 2p


Resolução: 2. Determine, em cada item, o domínio da função f.
1
a) f(x) = ​ _______  ​
x senx 3 · senx y = f(x) 1 – cos x
0 0 3·0=0 0 Resolução:
__p
​   ​ 1 3·1=3 3
2 Se 1 – cosx ≠ 0, ou seja, se cosx ≠ 1 e se cosx = 1
p 0 3·0=0 0 para x = 2kp, logo:
​  3p ​
___ –1 3(–1) = –3 –3 D(f) = {x [ R | x ≠ 2kp, com k [ Z}
2
b) f(x) = d​ XXXXXX
sen x ​
2p 0 3·0=0 0
Resolução:

Se senx ≥ 0, é possível que sejam obtidos valores de x


de acordo com a figura. Logo:
D(f) = {x [ R | 2kp ≤ x ≤ (2k + 1)p, com k [ Z}

D = , Im = [–3, 3], p = 2p
f(x) = 1 + cosx
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c) f(x) = tg 3x
Resolução:
Resolução:
x cosx 1 + cosx y = f(x) A condição de existência é de 3x ≠ __ ​ p ​+ kp.
0 1 1+1=2 2
2
__p Daí, 3x ≠ __
​ p ​+ kp ä x ≠ __ ​ kp ​. Logo:
​ p ​ + ___
​   ​
2
0 1+0=1 1 2 6 3
–1 1 + (–1) = 0 0
{ }
p
D(f) = ​ x [ R | x ≠ __ ​ kp ​, com k [ Z .​
​ p ​ + ___
​ 3p
___ 0 1+0=1 1 6 3
2 ​
2p 1 1+1=2 2

19
d) f(x) = secx + cossecx
Resolução:

Para que haja secx, deve haver cosx ≠ 0, ou seja,


x ≠ __
​ p ​+ kp.
2
Para que haja cossecx, deve haver senx ≠ 0, ou seja,
x ≠ kp.
A função f dada tem, portanto, como domínio:
D(f) = ​ x [ R | x ≠ k · __
{ ​ p ​, com k [ Z .​} período = 2p
2
imagem = [1, 3]

Observação
Se comparado ao gráfico da função f(x) = senx com
f(x) = 2 + senx, observa-se que ele sofreu um desloca-
mento (translação) de duas unidades para cima.

5.2. Gráfico de uma função


do tipo trigonométrica f(x) = senx

Aplicação do conteúdo
1. Trace os gráficos destas funções:

a) f(x) = 2 + senx

Resolução:

É necessário atribuir valores a x, calcular y, marcar os pon- f(x) = 2 + senx


tos e traçar o gráfico por esses pontos. Para que o gráfico Considerada a função do tipo f(x) = a + senx, o gráfico
fique bem definido, o ângulo deve ser igual a 0, __ ​ 3p ​
​ p ​, p, ___ de f(x) = senx será transladado para cima (a > 0) ou
2 2 para baixo (a < 0) em a unidades.
e 2p:
f(x) = y = 2 + senx
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

b) f(x) = 2 · senx
x = 0 ä y = 2 + sen0 = 2 + 0 = 2
Resolução:
x = __
​ p ​ ä y = 2 + sen​ __
p ​= 2 + 1 = 3
2 2
x = 0 ä y = 2 · sen0 = 2 · 0 = 0
x = p ä y = 2 + senp = 2 + 0 = 2
x = __
​ p ​ ä y = 2 · sen​ __
p ​= 2 · 1 = 2
​ 3p ​ ä y = 2 + sen ___
x = ___ ​ 3p ​= 2 – 1 = 1 2 2
2 2 x = p ä y = 2 · senp = 2 · 0 = 0
x = 2p ä y = 2 + sen 2p ∫ = 2 + 0 = 2
​ 3p ​ ä y = 2 · sen​ ___
x = ___ 3p ​= 2 · (–1) = –2
2 2
x = 2p ä y = 2 · sen2p = 2 · 0 = 0

20
x = __
​ p ​ ä sen​ 2 · __
( )
​ p ​  ​= sen p = 0
2 2
x = ___
4 (
​ 3p ​ ä y = sen​ 2 · ___
4 )
​ 3p ​  ​= sen ___
​ 3p ​= –1
2
x = p ä y = sen(2p) = 0

período = 2p
imagem = [–2, 2]

Observação
período = p
Se comparado ao gráfico da função f(x) = senx
imagem = [–1, 1]
com f(x) = 2 · senx, observa-se que ele sofreu uma
dilatação vertical (esticou) duas vezes.

Observação
Ao comparar o gráfico de f(x) = senx com o gráfico
de f(x) = sen2x, observa-se que ele sofreu uma com-
pressão horizontal duas vezes, enquanto o período foi
alterado para p.

f(x) = senx

f(x) = senx

f(x) = 2 · senx
Considerada a função do tipo f(x) = b · senx, o grá-
fico de f(x) = senx será dilatado se |b| > 1; ou, se
0 < |b|< 1, será comprimido um número b de vezes.
Caso b < 0, o gráfico sofre uma reflexão em relação ao
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

eixo x e fica simétrico ao gráfico com b > 0.

c) f(x) = sen2x
f(x) = sen2x
Resolução:
Sejam os ângulos 0, __ ​ 3p ​e 2p. Para isso, é neces-
​ p ​, p, ___ Ao considerar o gráfico do tipo f(x) = sen(c · x), con-
2 2
sário atribuir a x metade desses valores: clui-se que o gráfico de f(x) = senx será comprimido
horizontalmente em c vezes se |c| > 1; porém, sofrerá
x = 0 ä y = sen(2 · 0) = sen 0 = 0 dilatação horizontal se 0 < |c| < 1.
x = __
​ p ​ ä y = sen​ 2 · __
( ​ p ​  ​= sen __
) ​ p ​= 1 ​ 2p ​.
Além disso, o período é igual a ___
4 4 2 |c|

21
d) f(x) = sen​ x – ​ __
p ​  ​
( )
3 Considerado o gráfico do tipo f(x) = sen(cx – d), con-
Resolução: clui-se que o gráfico de f(x) = senx será deslocado
 
​  dc ​  ​unidades para a direita se d > 0;
horizontalmente em ​__
Sejam os ângulos 0, __ ​ 3p ​e 2p. Para isso, é ne-
​ p ​, p, ___ ou para a esquerda se d < 0.
2 2
cessário atribuir x a esses valores aumentados em __ ​ p ​ : As conclusões da translação, da dilatação e da com-
3
pressão das funções do tipo f(x) = a + b · sen(cx + d)
x = __
​ p ​ ä y = sen ​__
​ p ​ – __
( )
​ p ​  ​= sen 0 = 0 são válidas para as demais funções.
3 3 3
​ 5p ​ ä y = sen ​___
x = ___
6 (
​  5p ​ – __
6 3 )
​ p ​  ​= sen __ ​ p ​= 1
2
2. Trace os gráficos destas funções.
​ 4p ​ ä y = sen ​___
x = ___
3 (
​  4p ​ – __
3 3 )
​ p ​  ​= sen p = 0
a) f(x) = y = 3 + 2 · cosx
​ 11p
x = ____
6
 ​ ä y = sen ​____ ​ 11p
6 (
 ​ – __ ) ​ 3p ​= 1
​ p ​  ​= sen ___
3 2 Resolução:
7p
x = ___
​   ​ ä y = sen ​___
3
7p
(
​   ​ – __
3 3
p
)
​   ​  ​= sen 2p = 0 x = 0 ä y = 3 + 2 · cos0 = 3 + 2 · 1 = 5
x = __
​ p ​ ä y = 3 + 2 · cos __
​ p ​= 3 + 2 · 0 = 3
2 2
x = p ä y = 3 + 2 · cosp = 3 + 2 · (–1) = 1
​ 3p ​ ä y = 3 + 2 · cos ___
x = ___ ​3p ​= 3 + 2 · 0 = 3
2 2
x = 2p ä y = 3 + 2 · cos2p = 3 + 2 · 1 = 5

período = 2p
imagem = [–1, 1]

Observação
Ao comparar o gráfico de f(x) = senx com o gráfico de
f(x) = sen​x – __
(​ p ​  ,​ observa-se que ele sofreu um desloca-
) período = 2p
3
mento (translação) horizontal para a direita de __​  p ​ unidades. imagem = [1, 5]
3

Observação
Comparando o gráfico obtido com gráfico de f(x) = cosx,
observa-se que ele foi deslocado três unidades para cima
(a = 3) e dilatado verticalmente duas vezes (b = 2).
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

f(x) = senx

f(x) = sen​ x – __
​ p ​  ​
( )
3 f(x) = cosx

22
f(x) = cos​ 2x – __
​ p ​  ​
( )
3
f(x) = 3 + 2 cosx

b) f(x) = cos​ 2x – __
​ p ​  ​ c) f(x) = 2 + 3 cos​ 3x + __
​ p ​  ​
( )
( 3) 2

Resolução: Resolução:
Sejam os ângulos 0, __ ​ p ​, p, ___​ 3p ​e 2p. Para isso, é neces- Sejam os ângulos 0, __ ​ 3p ​e 2p. Para isso, é ne-
​ p ​, p, ___
2 2 2 2
sário atribuir esses valores aumentados em __ ​ p ​e dividi- cessário atribuir a x esses valores diminuídos em __ ​ p ​ e
3 2
dos por 2: divididos por 3:
x = __
​ p ​ ä y = cos​ 2 · __
( ​ p ​ – __ )
​ p ​  ​= cos0 = 1
6 6 3 x = – __
​ p ​ ä y = 2 + 3 cos​ 3 · ​ – __
6 [ ( ) ]
​ p ​  ​ + __
6 2
​ p ​  ​ =

12 (
​ 5p ​ ä y = cos​ 2 · ___
x = ___ ​ 5p ​ – __
12 3 )
​ p ​  ​ = cos​ __
p ​= 0
2 = 2 + 3 cos0 = 2 + 3 · 1 = 5

​ 2p ​ ä y = cos​( 2 · ___


3 3)
x = ___ ​ 2p ​ – __
​ p ​  ​= cosp = –1 x = 0 ä y = 2 + 3 cos​ 3 · 0 + __ ( ​ p ​  ​ = )
3 2
__
p
= 2 + 3 cos​   ​= 2 + 3 · 0 = 2
​ 11p ​ ä y = cos​( 2 · ____
12 3 )
x = ____ ​ 11p ​ – __ 3p ​= 0
​ p ​  ​ = cos​ ___ 2
12 2
x = __
​ p ​ ä y = 2 + 3 cos​ 3 · __
​ p ​ + __
( ​ p ​  ​ = )
​ 7p ​ ä y = cos​( 2 · ___
6 3)
x = ___ ​ 7p ​ – __
​ p ​  ​= cos2p = 1 6 6 2
6 = 2 + 3 cosp = 2 + 3 · (–1) = –1

x = __
​ p ​ ä y = 2 + cos​ 3 · __
​ p ​ + __
( ​ p ​  ​ = )
3 3 2
3p ​= 2 + 3 · 0 = 2
= 2 + 3 cos​ ___
2
x = __
​ p ​ ä y = 2 + 3 cos​ 3 · __​ p ​ + __
( ​ p ​  ​ = )
2 2 2
= 2 + 3 cos2p = 2 + 3 · 1 = 5

Observação
Comparando o gráfico obtido com o gráfico de
f(x) = cosx, observa-se que ele foi comprimido horizon-
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

talmente duas vezes (c = 2) e deslocado para a direi-


( )​  dc ​  ​  .​
​ p ​rad ​ ​__
ta __
6

f(x) = cosx

23
5.4. Papel das constantes a, b, c e d
Observação
Comparando o gráfico obtido com o gráfico de f(x) = cosx,
As características das funções do tipo f(x) = a + b · trig(cx + d)
observa-se que ele foi deslocado para cima duas unidades podem ser relacionadas com as funções trigonométricas e
(a = 2), foi dilatado verticalmente três vezes (b = 3), foi seus gráficos padrão.
comprimido horizontalmente 3 vezes (c = 3) e deslocado As constantes a e b alteram a imagem da função (valores
para a esquerda __ ( )
​  dc ​  ​  .​
​ p ​rad ​ ​__
6 de y), e as constantes c e d alteram as características rela-
cionadas com os valores de x. Dessa forma:

§ A constante a translada o gráfico padrão em a unida-


des. Se a > 0, o gráfico “sobe” a unidades, e, se a < 0,
o gráfico “desce” a unidades. No primeiro exemplo de
aplicação, item a, observe o gráfico de f(x) = 2 + senx
em relação ao de y = sen x.
§ A constante b comprime ou dilata verticalmente o grá-
fico. Se |b| > 1, o gráfico dilata, e, se 0 < |b| < 1, o grá-
f(x) = cosx fico comprime. No primeiro exemplo de aplicação, item
b, observe o gráfico de f(x) = 2 · senx em relação ao de
y = senx. Se b = –1, o gráfico fica invertido. Se b < 0, o
gráfico fica simétrico (em relação ao eixo x) ao original,
com b > 0. O valor de |b| é, muitas vezes, chamado de
amplitude do gráfico.
§ A constante c altera o período padrão (ptrig) da função trig,
ou seja, comprime ou dilata horizontalmente o gráfico
padrão. Se |c| > 1, f(x) fica comprimido horizontalmente
em |c| unidades. Se 0 < |c| < 1, f(x) fica dilatado horizon-
talmente em |c| unidades. O novo período é dado por
ptrig
py = ___
​ ​c ​.
f(x) = 2 + 3 cos ​ 3x + __
( ​ p ​  ​
)
2
§ A constante d translada o gráfico padrão em ​__​ dc ​  ​ uni- 
dades horizontais. Se d > 0, o gráfico translada para
5.3. Generalização 
a esquerda ​__​  dc ​  ​unidades; se d < 0, o gráfico translada

As funções do tipo trigonométricas são escritas na forma 


para a direita ​__​  dc ​  unidades.
f(x) = a + b · trig(cx + d), da qual a, b, c e d são constantes
(b ≠ 0 e c ≠ 0) e trig indica uma das seis funções trigo- Observação
nométricas estudadas (seno, cosseno, tangente, secante,
cossecante e cotangente). Desde o início do estudo de trigonometria, sabe-se que,
para um ângulo agudo, cosseno de x é igual ao seno
Podemos citar como exemplos de funções do tipo do complementar de x. Expressa essa igualdade em
f(x) = a + b · trig(cx – d): radianos, cosx = sen​__ ​  p ​– x ​, ou seja, a função cosseno
( )
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

2
§ f(x) = 3 · senx, em que a = 0, b = 3, trig = sen, c = 1 é uma função seno com a = 0, b = 1, c = –1 e d = __ ​ p ​.
2
e d = 0; Isso permite estabelecer que a imagem da função cos-
§ f(x) = 1 + cosx, em que a = 1, b = 1, trig = cos, c = 1 seno é igual a da função seno; que o período da função
ptrig 2p
e d = 0; cosseno é py = ___ ​ ​c  ​​ = ___​   ​= 2p, o mesmo da função
​–1 ​
seno; e que o início de um período da função cosseno é
§ f(x) = cos3x, a = 0, b = 1, trig = cos, c = 3 e d = 0;
 
__
​  p ​
§ f(x) = 1 + tg​2x – __  
__d
x = ​​  c ​  ​ = ​​  2  ​  ​ = __
___ ​ p ​, que comprovam a afirmação de
__
p
d = – ​   ​.
( 3 )
​ p ​  ​, a = 1, b = 1, trig = tg, c = 2 e –1 2
que gráfico da função cosseno também é uma senoide
3 transladada para a esquerda __ ​ p ​ unidades.
2

24
Segunda maneira:
Aplicação do conteúdo
Uma vez que o período padrão da função cosseno é p = 2p:
1. Qual o valor máximo da função f(x) = 2cos x – 4sen x? 2 2
​ 2p ​= 4p
p = ___
Resolução:  
​__​  1 ​  ​
2
Substituindo sen2 x por 1 – cos2x: 4. Obtenha o conjunto imagem e o período da função
y = 2 + 4 · cos3x.
f(x) = 2cos2x – 4sen2x
f(x) = 6cos2x – 3 – 1 Resolução:
f(x) = 3(2cos x – 1) – 1 = f(x) = 3cos 2x – 1
2
O valor mínimo de y é 2 + 4 (–1) = –2 e o valor máximo é
O valor máximo da função corresponde a cos2x = 1, o que 2 + 4 · 1 = 6. Portanto, Im(y) = [–2, 6].
permite afirmar que o valor máximo é 3 · 1 – 1 = 2. Uma vez que o período padrão da função cosseno é p = 2p,
2. Qual o valor máximo da função f(x) = 3 · senx + 4 · cosx? ​ 2p
o período da função y é py = ___ ​ 2p ​.
 ​ = ___
​3 ​ 3
Resolução: 5. Construa e analise cada item do gráfico da função,
calculando seu domínio, sua imagem e seu período.
Dividida a expressão por k(k > 0): (Construa apenas um período completo.)
f(x) 3
___
​   ​ = __ ​ 4  ​cosx
​   ​senx + __ a) f(x) = 3 · senx
k k k
Resolução:
Considere-se um ângulo a, tal que cosa = __ ​ 3 ​e sena = __
​ 4 ​.
k k Calculados a imagem, o período e o valor da translação
Portanto: horizontal do gráfico, é possível desenhá-lo facilmente.
() ()
2 2
sen2a + cos2a = ​__ ​ 3 ​  ​ = 1
​  4 ​  ​ + ​__ Imagem: f(x)max = 3 · 1 = 3 f(x)min = 3(–1) = –3
k k
​ 162 ​ + ___
1 = ___ ​ 192 ​ ä 1 = ___
​ 252 ​ ä k2 = 25 ä k = 5 Logo, Im(f) = [–3, 3] (dilatou verticalmente, mas não trans-
k k k ladou).
Com isso, a expressão torna-se: ​ 2p
Período: py = ___  ​= 2p (não mudou).
​1 ​
f(x)
___
​   ​= cosa senx + sena cosx
5 Translação horizontal: xi = __​ dc ​ = __
​ 0 ​= 0 (não transladou).
f(x)
___ 1
​   ​= sen(x + a) ä f(x) = 5sen(x + a) Agora, basta esboçar o gráfico:
5
O valor máximo de f(x) corresponde a sen(x + a) = 1, ou
seja, f(x)max = 5 · 1 = 5.

3. Determine o período da função


x  ​ – __
f(x) = cos​ ​  __
(
2 3 )
​  p ​  ​:

Resolução:

Há duas maneiras de resolver este exercício.


Primeira maneira:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

O período da função cosseno é p = 2p.


​  x ​ – __
É necessário verificar o que ocorre com ​__ (
​ p ​  ​, se variar ) D = R, Im = [–3, 3], p = 2p
2 3
de 0 a 2p: b) y = f(x) = 1 + cosx

​  x  ​ – __
__ ​ p ​= 0 ä __ ​  x  ​ = __ ​ 2p ​
​ p ​ ä x = ___ Resolução:
2 3 2 3 3
x​   ​ – __
__ p x
__
​   ​= 2p ä ​   ​= 2p + ​   ​ ä __
p Imagem: f(x)max = 1 + 1 = 2 f(x)min = 1 + (–1) = 0
2 3 2 3
x
__ 7p
___ 14p
____ Logo, Im(f) = [0, 2] (transladou verticalmente, mas não
ä ​   ​ = ​   ​ ä x = ​   ​
2 3 3 dilatou).
14p
____ 2p
___
p = ​   ​ – ​   ​ = ​   ​ ä p = 4p12p
____
3 3 3 ​ 2p
Período: p = ___  ​= 2p (não mudou).
​1 ​
O período da função dada é p = 4p. Translação horizontal: x1 = __​ dc ​ = __
​ 0 ​= 0 (não transladou).
1

25
Agora, basta esboçar o gráfico: 2x – __​ p ​= 0 ä 2x = __ ​ p ​ ä x = __​ p ​
3 3 6
2x – ​   ​ = p ä 2x = p + ​   ​ ä 2x = ___
__
p __
p ​ 4p ​ ä x = ___
​ 4p ​ = ___
​ 2p ​
3 3 3 6 3
​ 2p ​ – __
p = ___ ​ 4 p  ​
– p = ___
​ p ​ = _______ ​ 3p ​ = __
​ p ​
3 6 6 6 2
Logo, o período da função dada é p = __ ​ p ​.
2
Segunda maneira:
O período da função tangente é p = p; logo, p = __
​ p  ​ = __
​ p ​.
​ 2 ​ 2
7. Qual o período da função f(x) = sen2x · cos2x?

D = R, Im = [0, 2], p = 2p Resolução:

6. Qual é o período da função f(x) = 1 + tg​ 2x – __


​ p ​  ​?
( ) Ao multiplicar f(x) = sen2x · cos2x por 2, obtém-se
3
2f(x) = 2sen2x · cos2x.
Resolução:
Há duas maneiras de resolver este exercício. Uma vez que sen (2 · 2x) = 2sen2x · cos2x:
Primeira maneira:
A função tangente tem período p = p. ​ sen ​
2f(x) = sen(2 · 2x) ä f(x) = _____ 4x = __
​ 1 ​· sen4x.
2 2
É necessário verificar o que ocorre com ​2x – __
( )
​ p ​  ​, se variar
3 ​ 2p
O período é ___4
 ​ = __
​ p ​.
de 0 a p. 2

6. Funções trigonométricas inversas


Conhecimentos adquiridos com o estudo das funções trigonométricas:

§ A função seno f: R ∫ R, tal que f(x) = senx não é injetiva nem sobrejetiva. Portanto, f não é bijetiva e não admite inversa.

§ O mesmo ocorre com a função cosseno g: R ∫ R, tal que g(x) = cosx.

§ A função tangente h: A ∫ R com A = ​ x [ R | x ≠ __


{ ​ p ​ + kp ​, tal que h(x), é sobrejetiva, mas não injetiva.
}
2
Se, no entanto, forem escolhidos certos domínios e contradomínios, essas mesmas sentenças definem funções bijetivas que,
consequentemente, admitem inversa.

1. f: ​ – __
[ ​ p ​, ​ __
]
p ​  ​ ∫ [–1, 1], tal que f(x) = senx ou y = senx é função bijetiva; logo, admite inversa:
2 2
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Inversa de f ∫ x = seny ∫ y = arcsenx (lê-se y é o arco de – __


​ p ​ a __
​ p ​, cujo seno é x).
2 2

26
2. g: [0, p] ∫ [–1, 1], tal que g(x) = cosx ou y = cosx é função bijetiva; logo, admite inversa:

-1

Inversa de g ∫ x = cosy ∫ y = arccosx (lê-se y é o arco de 0 a p, cujo cosseno é x).

]
3. h: – ​ __ [
p ​, __
2 2
​ p ​ ∫ R, tal que h(x) = tgx ou y = tgx é função (
d
​ XX
3 ​
2. Calcule cos​ arcsen ​ ___ ​  ​.
2 )
bijetiva; logo, admite inversa.
Resolução:
dXX
se a = arcsen ___ ​ ​ 3 ​ ​, obtém-se
2
d
​ 3 ​
XX
sena = ​   ​, – ​   ​ ≤ a ≤ __
___ __
p ​ p ​ ä
2 2 2
a = ​   ​ ä cosa = cos ​   ​ = __
__
p __
p ​ 1 ​.
3 3 2

(
Logo, cos​ arcsen ___
dXX
2 )
​ ​ 3 ​ ​  ​ = __
​ 1 ​.
2
(
3. Calcule sen​ arccos ​ 3
__ ​  ​.
5 )
Resolução:
Inversa de h ∫ x = tgy ∫ y = arctgx (lê-se y é o arco entre
se a = arccos __​ 3 ​, obtém-se cos a = __ ​ 3 ​, com 0 ≤ a < p.
– __
​ p ​ a __
​ p ​, cuja tangente é x). 5 5
2 2
Se usado sen2a + cos2a = 1, com 0 ≤ a ≤ p, chega-se a
Por definição:
§ Função arco-seno é a função de [–1, 1] em ​– __ ​ p ​, __
2 2
​ p ​  ,​
[ ]
4 ​. Logo, sen​ arccos __
sena = ​ __
5 5 5 (
​ 3 ​  ​ = __
​ 4 ​. )
tal que y = arcsenx.
§ Função arco-cosseno é a função de [–1, 1] em [0, p],
tal que y = arccosx.
§ Função arco-tangente é a função de R em – __
que y = arctgx.
​ p ​, __
2 2 ]
​ p ​ , tal [

Aplicação do conteúdo multimídia: livro

1. Calcule o valor de a em cada item. 17 Equações que Mudaram o Mundo - Ian Stewart
a) a = arcsen​  1__  ​
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

17 equações que mudaram o mundo explora as cone-


2
xões entre a matemática e o progresso da humanidade
Resolução:
e demonstra como as equações são parte integrante da
​ 1 ​ ä sena = __
a = arcsen __ ​ 1 ​, – __
​ p ​ ≤ a ≤ __
​ p ​ ä a = __
​ p ​ nossa vida desde a Antiguidade, abrindo novas perspec-
2 2 2 2 6
b) a = arccos0 tivas de desenvolvimento.
Resolução:
a = arccos0 ä cosa = 0, 0 ≤ a ≤ p ä a = __
​ p ​
2
c) a = arctg(–1)
Resolução:
a = arctg(–1) ä tga = –1, – __
​ p ​ < α < __
​ p ​ ä α = – __
​ p ​
2 2 4

27
VIVENCIANDO

A trigonometria possui inúmeras aplicações nos diversos ramos da ciência, sendo considerada uma importante aliada
do mundo moderno. Os sons que ouvimos todos os dias, incluindo a música, alcançam nossos ouvidos como ondas
sonoras. Cada nota (tom) na música é determinada pelo tamanho de sua onda senoidal, ou seja, é determinada por
sua frequência. Notas com ondas mais amplas são mais graves e têm menos ciclos por segundo, enquanto que notas
que têm ondas senoidais estreitas são mais agudas e possuem mais ciclos por segundo. Os músicos podem modificar
seus timbres manipulando as ondas senoidais produzidas. A trigonometria é capaz de estudar a evolução, a inten-
sidade e a frequência das ondas.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções trigonométricas são primordiais nas áreas de saúde, astronomia, farmácia, ciências geológicas, físicas,
entre outras. Um médico, ao realizar um exame de ultrassom em um paciente, desenvolve todas as funções periódi-
cas nesse ato. Astrônomos, diariamente, descobrem distâncias de corpos celestes próximos à Terra. Nota-se que é de
fundamental importância as ações que envolvem funções trigonométricas. Sem a trigonometria, um cartógrafo de-
moraria muito tempo para desenhar um mapa, os astrônomos não saberiam as distâncias entre os planetas, pontes
seriam construídas demoradamente. Enfim, tudo seria bem mais complicado.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

28
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 21

Resolver situação-problema, cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

MODELO 1

(Enem) Um cientista, em seus estudos para modelar a pressão arterial de uma pessoa, utiliza uma função do
tipo P(t) = A + Bcos(kt) em que A, B e K são constantes reais positivas e t representa a variável tempo, medida
em segundo. Considere que um batimento cardíaco representa o intervalo de tempo entre duas sucessivas
pressões máximas.
Ao analisar um caso específico, o cientista obteve os dados:

pressão mínima 78
pressão máxima 120
número de batimentos cardíacos por minuto 90

A função P(t), obtida por este cientista, ao analisar o caso específico, foi:
a) P(t) = 99 + 21cos(3πt).
b) P(t) = 78 + 42cos(3πt).
c) P(t) = 99 + 21cos(2πt).
d) P(t) = 99 + 21cos(t).
e) P(t) = 78 + 42cos(t).

ANÁLISE EXPOSITIVA

Calculando:
P(t)= A + Bcos(kt)

{ A + B . cos(kt) = 120
A - B . cos(kt) = 78
⇒2A = 198 ⇒ A = 99

Pmax ⇒ cos(kt) = 1
99 + B = 120 ⇒ B = 21
90
​  batimentos ​ ⇒ T = __
_____________
  
   6​   ​s = __
2​   ​ s
60 segundos 9 3
2π 3​   ​ . 2π = 3π
​   ​ = __
k = ___
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

T 2
Assim:
P(1) = 99 + 21 . cos(3πt)
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus
conhecimentos sobre funções trigonométricas para a sua resolução.

RESPOSTA Alternativa A

29
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS

SENO
SENO
GRÁFICOS FUNÇÃO f:   ASSOCIA CADA
COSSENO
DOS SINAIS NÚMERO REAL x AO SEU SENO:
TANGENTE
f(x) = senx

SEN GRÁFICO:
1

+ +
- - + +
-2π -π π 2π

COS
- -
+ - - + -1

DOMÍNIO: 
IMAGEM: [–1, 1]
PERÍODO: 2π rad

COSSENO TANGENTE
FUNÇÃO f:   ASSOCIA CADA FUNÇÃO f:   ASSOCIA CADA
NÚMERO REAL x AO SEU COSSENO: NÚMERO REAL x A SUA TANGENTE:
f(x) = cosx f(x) = tgx
GRÁFICO: GRÁFICO:
1

-2π -π π 2π

-1

DOMÍNIO: x ≠ kπ + π
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

DOMÍNIO: 
IMAGEM: [–1, 1] IMAGEM:  2
PERÍODO: 2π rad PERÍODO: π rad

30
Analisando mais atentamente dois casos:

§ ​ 3 ​= 3, pois 3 $ 0; portanto, o resultado é o próprio 3.

§ ​ –7 ​= 7, pois –7 < 0; portanto, o resultado é o opos-


EQUAÇÕES E to de –7, que é 7.
INEQUAÇÕES Observe que, para todo x real, temos que ​ x ​​$ 0, ou seja, o

MODULARES módulo de qualquer número real é sempre positivo ou nulo.

Aplicação do conteúdo
|2 – x |
1. Simplifique a expressão A = ​ ______ ​, sabendo que x > 2.
2–x

MT AULAS
31 E 32
Resolução:
Como x > 2, sabemos que a expressão 2 – x é negativa.
Portanto, |2 – x| é igual ao oposto de 2 – x, da definição
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
de módulo:
5 19 e 21
2 – x, se 2 – x for positivo ou nulo
2–x=
–(2 – x), se 2 – x for negativo
| 2 – x | _______
– (2 – x)
Portanto, A =______
1. Módulo de um número real ​ 
2–x
 ​ = ​ 
2–x
 ​= –1.

1.1. Definição 1.2. Interpretação geométrica


Dado um número real x, define-se o módulo de x (ou valor Geometricamente, podemos assumir que o módulo de um
absoluto) representado por ​x ​ como: número real x é igual à distância do ponto que representa
a imagem do número x na reta real até o ponto 0.
x, se x for positivo ou nulo Veja na reta real o módulo dos números –5 e 3:
​ x ​ =
–x, se x for negativo

Observe que, se x é negativo, –x é positivo.


Da definição, temos que:

§ ​ x ​é o próprio valor de x, se este for positivo ou nulo. Veja que |–5| representa a distância do ponto –5 na reta
real até o ponto 0.
Modelos:
​ 0 ​= 0 Aplicação do conteúdo
|3|=3 1. Considerando x um número real, encontre o conjunto
​ 1 ​
​ 1/2 ​ = __ solução da equação |x|​= 4.
2
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

__ __ Geometricamente, para resolver a equação em questão,


|​√3 ​| = √
​ 3 ​
podemos nos fazer a seguinte pergunta: Qual ponto da
§ |x| é o oposto do valor de x, se este for negativo. reta real dista 4 unidades de comprimento da origem?
Resolução:
Modelos:
Traçando a reta real, temos dois valores de x que distam 4
​ –1 ​= 1 unidades da origem:
​ –7 ​= 7
​ –3/5 = ​ 3 ​
​ __
5
__ __
​ –​√p ​  ​= √​ p​

31
Portanto, há dois valores que satisfazem a equação: 4 e –4. Observe que o valor de x deve ser menor ou igual a  ​ __1 ​;
2
Logo, o conjunto solução é S = {–4, 4}. portanto, uma das possíveis soluções da equação, x = 2,
não faz parte do conjunto solução. Substitua os valores en-
1.3. Algumas propriedades importantes contrados e verifique a resposta.
Para quaisquer x [ R e y [ R, valem as seguintes propriedades:
P1: ​ x ​ $ 0 Aplicação do conteúdo
P2: ​ x · y ​= ​x ​ ​ y ​
P3: ​ x + y ​ # ​​ x ​+ ​y ​ 1. Resolva as seguintes equações:
a) | x – 1| = 2
(A essa propriedade damos o nome de desigualdade
triangular.) Resolução:
P4: ​ x – y ​ $ ​ x ​– ​y ​ Considerando as duas possibilidades:
P5: ​ x ​² = x² x – 1 = 2 (I) ou x – 1 = –2 (II)
__
P6: √​ x2 ​= ​x ​ Resolvendo as equações, temos:

1.4. Equações modulares (I) x – 1 = 2 ⇒ x = 3

Quando temos uma sentença aberta (que pode ser ver- (II) x – 1 = –2 ⇒ x = –1
dadeira ou não), como ​ x – 1 ​= 2, não sabemos se a ex- Portanto, o conjunto solução S = {–1, 3}.
pressão que está dentro do módulo, x – 1, é positiva ou
não. Portanto, temos que considerar os dois casos. Uma Podemos verificar que ambos os valores encontrados
equação como essa é chamada de equação modular. para x satisfazem a equação original:
Geometricamente, já vimos que uma equação do tipo |x| = § para x = –1:
k, com k > 0, possui duas raízes, k e –k, pois há dois valores
​ x – 1 ​= 2
de x que distam k unidades da origem. Portanto, para x [ R
e k [ R, temos: ​ –1 – 1 ​= 2 ⇒ |–2| = 2 ⇒ 2 = 2 (verdadeiro)
|x| = k ⇒ x = k ou x = –k § para x = 3:
Se uma equação modular possui módulo em ambos os ​ x – 1 ​= 2
membros, podemos utilizar a mesma ideia para sua reso-
lução; porém, é mais prático usar a seguinte propriedade: ​ 3 – 1 ​= 2 ⇒ ​ 2 ​= 2 ⇒ 2 = 2 (verdadeiro)

Para x [ R e k [ R, temos que: b) ​| x |​2 = 9


​ x ​= ​y ​  ⇒ x = y ou x = –y Resolução:

1.5. Condição de existência Aplicando a propriedade P5, temos que ​x ​2 = x2;
portanto:
Destaca-se que a propriedade P1, onde |x| $ 0, é muito
x2 = 9 ⇒ ​ x ​= 3 ⇒ x = ±3
importante, pois nos diz que uma equação do tipo ​ x ​= –2
não possui solução, visto que o módulo de um número c) x2 – 6​| x |​+ 5 = 0
real é sempre maior ou igual a zero. Isso significa que equa- Resolução:
ções modulares possuem condição de existência, e esta
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deve sempre ser verificada. Veja a seguinte equação: Novamente, temos que ​x ​2 = x2; portanto |x|2 – 6​ x ​ +
​ x – 5 ​= –2x + 1 5 = 0.
Para que a igualdade seja possível, temos a seguinte con- Observe que essa é uma equação do segundo grau em​
dição: –2x + 1 $ 0.  x ​; portanto, podemos fazer uma substituição de vari-
ável: ​ x ​= y.
Portanto, x #  ​ __1 ​.
2
y2 – 6y + 5 = 0
Resolvendo a equação modular, temos:
​ x – 5  = –2x + 1 ⇒ Resolvendo a equação quadrática, temos y’ = 1 e
x – 5 = –2x + 1 ⇒ x = 2 (não convém) y” = 5.
⇒ ou Como y = ​ x ​, devemos retornar à variável original.
x – 5 = –(–2x + 1) ⇒ x = – 4

32
§ Para y = 1: Portanto:
3x – 5 = 3 – x ⇒ x =2
​ x ​= 1 ⇒ x = 1 ou x = –1
​ 3x – 5 ​= ​3 – x ​ ⇒ ou
§ Para y = 5: 3x – 5 = –(3 – x) ⇒ x = 1
​ x ​= 5 ⇒ x = 5 ou x = –5 Logo, x = 1 ou x = 2.
Portanto, S = {1; 2}.
Portanto, o conjunto solução é S = {–1, 1, –5, 5}.
b) || 2x | – 3 | = 5
d) | 4x | + 20 = 0
Pela definição de módulo de um número real, temos:
Aplicando a propriedade P2, temos que:
|2x| – 3 = 5 (I)
​ 4x ​= ​ 4 ​· ​ x ​.
​ ​ 2x ​– 3 ​= 5 ⇒ ou
Como |4| = 4, temos: |2x| – 3 = –5 (II)
​ 4x ​+ 20 = 0 ⇒ 4​ x ​+ 20 = 0 ⇒ ​ x ​= –5 Resolvendo a equação (I):

Observe que, segundo a definição de módulo, para ​ 2x ​– 3 = 5


qualquer x real, ​x ​ é sempre maior ou igual a ​ 2x ​= 8
zero. O módulo de um número real nunca pode ser um 2​ x ​= 8
valor negativo, como –5. Portanto, o conjunto solução ​ x ​= 4 ⇒ x = 4 ou x = –4
S é vazio (S = [).
_________ Resolvendo a equação (II):
e) ​√(x – 3)2 ​= 7 ​ 2x ​– 3 = –5
Aplicando a propriedade P6, temos que: ​ 2x ​= –2
______ 2​ x ​= –2
​√(x – 3)2 ​= |x – 3|.
​ x ​= –1 (não há solução real)
Portanto, o conjunto solução é S = {–4, 4}.
Fique atento ao “cancelar” raízes quadradas e
quadrados
__ perfeitos, pois, para um valor real k, temos c) ​| 1 – 2x | – |​ x + 3 | ​= 4
que √
​ k2 ​é ​k ​, e não k.
Nesse caso, analisamos cada módulo separadamente:
1 – 2x, se 1 – 2x $ 0
Portanto, temos: ou
(I) ​ 1 – 2x ​ = ⇒
______ –(1 – 2x), se 1 – 2x < 0
​√(x – 3)2 ​= 7 ⇒ |x – 3| = 7 ⇒
x – 3 = 7 ⇒ x = 10 ​ 1 ​
1 – 2x, se x ≤ __
2
⇒ ou ⇒ ​ 1 – 2x ​ = ou
x – 3 = –7 ⇒ x = –4 –1 + 2x, se x > __ ​ 1 ​
2

Portanto, S = {–4; 10}. x + 3, se x + 3 $ 0


(II) ​ x + 3 ​ = ou ⇒
1.6. Equações com mais de um módulo –(x + 3), se x + 3 < 0
Por vezes, podemos encontrar equações que apresentam
x + 3, se x $ –3
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mais de um módulo. Veja, a seguir, alguns dos casos mais


⇒ ​ x + 3 ​ = ou
comuns e como resolvê-los.
–x – 3, se x < –3
Aplicação do conteúdo Como cada módulo é definido de uma maneira diferen-
te para cada intervalo, faremos uma tabela para analisar
1. Encontre o conjunto solução de cada equação a seguir. cada caso:
Resolução:
a) ​​| 3x – 5 ​| = ​​| 3 – x ​|
Lembrando que, para x [ R e k [ R, temos:
|x| = |k| ⇒ x = k ou x = –k

33
Substituindo cada expressão na equação original, b) Quais pontos possuem uma distância menor ou
temos: igual a três unidades da origem?
§ para x < –3: Veja, no esquema a seguir, como podemos responder a
essas questões:
​ 1 – 2x ​– ​x + 3 ​= 4 ⇒ (1 – 2x) – (–x – 3) = 4 ⇒
⇒ –x + 4 = 4 ⇒ x = 0
Como estamos analisando o intervalo x < –3, o resul-
tado encontrado x = 0 não convém.
Vamos analisar os dois casos:
§ para –3 # x < __ ​ 1 ​: a) ​ x ​ $ 3
2
​ 1 – 2x ​– ​ x + 3 ​= 4 ⇒ (1 – 2x) – (x + 3) = 4 ⇒ Veja no esquema anterior que, para a distância até a origem
⇒ –3x – 2 = 4 ⇒ x = –2 ser maior ou igual a três unidades, os valores de x devem
​ 1 ​;
O valor x = –2 está dentro do intervalo –3 # x < __ ser maiores ou iguais a 3 ou menores ou iguais a –3:
2
portanto, faz parte do conjunto solução.

§ para x $ __ ​ 1 ​:
2
Portanto, o conjunto solução é x # –3 ou x $ 3.
​ 1 – 2x ​– ​x + 3 ​= 4 ⇒ (–1 + 2x) – (x + 3) = 4 ⇒
⇒x–4=4⇒x=8 b) ​ x ​# 3

​  1 ​;
Novamente, o valor x = 8 está dentro do intervalo x $ __ Para que a distância até a origem seja menor ou igual a
2 três unidades, os valores de x devem ser menores ou
portanto, também faz parte do conjunto solução.
iguais a 3 e maiores ou iguais a –3, ou seja, de –3 a 3:
Finalmente, encontramos dois valores que obedecem seus
respectivos intervalos em cada etapa e que satisfazem à
equação. O conjunto solução é S = {–2, 8}.
Portanto, o conjunto solução é –3 # x # 3.
2. Inequações modulares De maneira geral, sendo a > 0, podemos ter uma das se-
Já vimos que podemos interpretar o módulo de um número guintes situações:
real de maneira geométrica na reta real. O módulo de um
número real x, representado por ​ x ​, é a distância entre o § ​ x ​> a ⇔ x > a ou x < –a
ponto-imagem de x e a origem da reta real. Essa ideia é
muito útil para entendermos a resolução de inequações
modulares.
§ ​ x ​ $ a ⇔ x $ a ou x # –a
Uma inequação modular é uma inequação do tipo ​x ​ > k,​
 x ​ $ k, ​ x ​< k ou ​x ​ # k.
Estudamos, no capítulo anterior, que podemos resolver
a equação ​ x ​= 3, geometricamente, através da reta § ​ x ​< a ⇔ –a < x < a
real. Como ​ x ​representa a distância do ponto x até a
origem, temos:
§ ​ x ​ # a ⇔ –a # x # a
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Como tanto o ponto x = 3 quanto o ponto x = –3 distam Lembre-se de que a inequação –a # x # a pode ser escri-
três unidades da origem, a solução da equação é x = ±3. ta como um sistema de inequações:
Portanto, para resolver a inequação ​x ​ $ 3, por exemplo, x $ –a
–a # x # a ⇒ e
devemos nos perguntar o seguinte:
x#a
a) Quais pontos possuem uma distância
maior ou igual a três unidades da origem?
De maneira similar, para resolver a inequação ​ x ​ # 3, a
pergunta a ser feita é a seguinte:

34
Portanto, x < –1 ou x > 0.
Aplicação do conteúdo
Resolvendo, agora, a inequação (II):
1. Resolva a inequação ​ 2x – 3 ​> 5. x2 + x – 1 < 1 ⇒ x2 + x – 2 < 0
Resolução:
Raízes: x1 = –2 e x2 = 1
Para uma inequação do tipo ​ x ​> a, com a > 0, temos que
x < –a ou x > a; portanto: Gráfico:
2x – 3 < –5 ⇒ x < –1
​ 2x – 3 ​> 5 ⇒ e
2x – 3 > 5 ⇒ x > 4

Portanto, o conjunto solução é:


S = {x [ R | x < –1 ou x > 4}

2. Encontre o domínio da função real:


______ Portanto, –2 < x < 1.
f(x) = √
​ |3x| – 12 ​.
Resolução: Colocando os resultados no quadro:
__
Uma função do tipo f(x) = ​√ x​ possui domínio x $ 0; logo​
 3x ​– 12 $ 0.
Resolvendo a inequação modular, temos:
​ 3x ​– 12 $ 0
Portanto, o conjunto solução é:
​ 3x ​ $ 12 S = {x [ R I –2 < x < –1 ou 0 < x < 1}.
|x|>4 4. Para quais valores reais de x a expressão ​2x – 7 ​ é
x # –4 ou x > 4 menor ou igual a 5?
Resolução:
Portanto, o domínio da função f é:
Queremos resolver a inequação​ 2x – 7 ​ # 5. Para uma
D(f) = {x ∈ R | x # – 4 ou x $ 4}. inequação do tipo ​ x ​ # a, com a $ 0, temos que
3. Resolva a inequação ​ x2 + x – 1 ​< 1. –a # x # a; portanto −5 # 2x – 7 # 5.

Resolução: Podemos resolver essa inequação simultânea somando ou


multiplicando o mesmo termo em todos os membros da
Para uma inequação do tipo ​ x ​< a, com a $ 0, temos
inequação. Somando 7 em todos os membros, temos:
que – a < x < a; portanto:
–5 + 7 # 2x – 7 + 7 # 5 + 7
​ x2 + x – 1 ​< 1 ⇒ –1 < x2 + x – 1 < 1 ⇒
2 # 2x # 12
x2 + x – 1 > – 1 (I)
⇒ e (
Dividindo todos os membros por 2 ​ ou, de maneira equiva-
x + x – 1 < 1 (II)
2 ​ 1 ​  :​
lente, multiplicando por __
2 )
Resolvendo a inequação (I): 1#x#6
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x2 + x – 1 > –1 ⇒ x2 + x > 0 Portanto, o conjunto solução é:


Raízes: x1 = –1 e x2 = 0 S = {x [ R | 1 # x # 6}.
Gráfico: 5. Resolva a inequação ​ 2x – 3 ​+ ​x + 1 ​ # 4.
Resolução:
Quando há mais de um módulo, podemos analisar cada
um separadamente:
2x – 3, se 2x – 3 $ 0 ​3​
2x – 3, se x $ __
2
(I) ​ 2x – 3 ​ = ou ⇒ ou
–(2x – 3), se 2x – 3 < 0 ​3​
–2x +3, se x < __
2

35
x + 1, se x + 1 $ 0 x + 1, se x $ –1 Calculando a interseção, temos:
(II) ​ x + 1 ​ = ou ⇒ ou
–(x + 1), se x + 1 < 0 –x – 1, se x < –1
[ –1, __2​ 3 ​ [ ù [0, + `[ = [0, __2​ 3 ​ [
Como cada módulo é definido de maneira diferente para
cada intervalo, faremos uma tabela: § Para x $ __ ​ 3 ​:
2
​ 2x – 3 ​+ ​x + 1 ​ # 4
(2x – 3) + (x + 1) # 4
3x # 6
x#2
Substituindo cada expressão na inequação original, temos: Calculando a interseção:
§ Para x < –1: [ ​ __23 ​, + `[ ù ] –`, 2] = [ ​ __23 ​, 2 ]
​ 2x – 3 ​+ ​x + 1 ​ # 4
Finalmente, unimos os conjuntos soluções de cada inter-
(–2x + 3) + (– x – 1) # 4 valo:
–3x # 2
2[ [ [ ]
​ 3 ​  ø  ​ __3 ​, 2 = [ 0, 2 ]
S = 0, ___
2
​ 2 ​
x $ – __
3
Como nesse intervalo temos que x < –1, calculamos a in-
terseção dos intervalos x < –1 e x $ – __ ​ 2 ​:
3
[
] –`, –1 [ ù – ​ __2 ​, +` = [
3 [
§ Para –1 # x < __ ​ 3 ​:
2
|2x – 3| + |x + 1| # 4 multimídia: vídeo
(–2x + 3) + (x + 1) # 4 Fonte: Youtube

–x # 0 Equações modulares
x$0

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Na Física, ao se calcular a velocidade de um móvel que se desloca no sentido negativo do eixo das abscissas, obtém-se,
por exemplo, –3 m/s; a velocidade será definida como 3 m/s, ou seja, utiliza-se o módulo como uma ferramenta no
cálculo de distâncias.
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36
DIAGRAMA DE IDEIAS

EQUAÇÕES MODULARES INEQUAÇÕES MODULARES

x=k x=y x>a


|x|=k ou |x|=|y| ou |x|>a ou
x = -k x = -y x < -a

-a a
CONDIÇÃO DE
EXISTÊNCIA
|x|≥0 x≥a
|x|≥a ou
x ≤ -a
EXEMPLO: x - 5 = -2x + 1
x = 2 não convém
-a a
| x - 5 | = -2x + 1 ou
x - 5 = - (-2x + 1)
x = -4
| x | < a -a < x < a

-a a
MÓDULO DE UM NÚMERO REAL

| x | ≤ a -a ≤ x ≤ a
x, se x ≥ 0
|x|=
-x, se x < 0
-a a

PROPRIEDADES
IMPORTANTES:
P1: | x | ≥ 0
P2: | x · y | = |x| · |y|
P3: | x + y | ≤ | x | + | y |
P4: | x – y | ≥ | x | – | y |
P5: | x |2 = x2
P6: √x2 = | x |
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37
y = x, para x > 0 y = -x, para x < 0

FUNÇÕES
MODULARES

Reunindo os dois gráficos, temos:

MT AULAS
33 E 34
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
3, 4 e 5 12, 15, 17, 18, 19, 20 e 21

Observe que, pelo gráfico, podemos ver facilmente que o

1. Funções modulares conjunto imagem é R+.

1.1. Definição Aplicação do conteúdo


Uma função f: R → R, definida por f(x) = ​ x ​, é denomi- 1. Construa o gráfico da função f(x) = ​2x – 8 ​.
nada função modular. Pela definição de módulo ou valor
Resolução:
absoluto de um número real, também podemos definir a
função modular como: Pela definição de módulo de um número real, temos:
x, se x $ 0 2x – 8, se 2x – 8 $ 0
f(x) = ou f(x) = ​2x – 8 ​ = ou
–x, se x < 0 –(2x – 8), se 2x – 8x < 0
Como o módulo de um número real é sempre positivo ou
Como (2x – 8 $ 0 ⇒ x $ 4) e (2x – 8 < 0 ⇒ x < 4),
nulo, o conjunto imagem é Im(f) = R+.
podemos reescrever a função como:
1.2. Gráfico 2x – 8, se x $ 4 (I)
f(x) = ou
A partir de sua definição, vamos construir o gráfico da fun-
ção modular. A função modular é uma função definida –(2x – 8), se x < 4 (II)
por várias sentenças, ou seja, ela se comporta de ma- Construindo os gráficos das funções y = 2x – 8 e y = – 2x + 8,
neiras distintas para cada intervalo de x. temos:
§ Para x $ 0, a função é y = x, ou seja, uma semirreta com in-
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

clinação positiva, ocupando somente o primeiro quadrante.


§ Para x < 0, a função é y = –x, ou seja, uma semirreta com in-
clinação negativa, ocupando somente o segundo quadrante.
y = x, para x > 0 y = -x, para x < 0

38
3. f(x) = ​x – 3 ​+ 1
Resolução:
Analisando o módulo ​x – 3 ​, temos:
Reunindo ambos os gráficos, obtemos o gráfico de f(x) = ​ 2x – 8​:
x – 3, se x $ 3
​ x – 3 ​ = ou
–(x – 3), se x < 3

Logo, para intervalos diferentes de x, a função f(x) possui


uma definição diferente:
x – 3 + 1, se x $ 3 x – 2, se x $ 3 (I)
f(x) = ou ⇒ f(x) = ou
–(x – 3) + 1, se x < 3 –x + 4, se x < 3 (II)

2. Construa o gráfico da função f(x) = ​x2 – 4 ​. Gráfico de (I), onde f(x) = x – 2 para x $ 3:
Resolução:
Uma maneira rápida de construir o gráfico de uma função
composta com a modular do tipo f(x) = |g(x)| é construir o
gráfico da função g(x) = x2 – 4 e “espelhar” a parte que
possui imagem negativa para a parte positiva. Veja:
Gráfico de g(x) = x2 – 4
Raízes: x1 = –2 e x2 = 2

Gráfico de (II), onde f(x) = –x + 4, para x < 3:


VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Pelo gráfico, vemos que a função é negativa para –2 < x < 2.


Sendo assim, traçamos a parte do gráfico compreendida entre
–2 e 2, novamente de maneira simétrica ao eixo x:

39
Reunindo ambos os gráficos, temos, finalmente, o gráfico § Para x < 1:
de f(x):
f(x) = (–x + 1) + (–2x + 4) = –3x + 5

§ Para 1 ≤ x < 2:
f(x) = (x – 1) + (–2x + 4) = –x + 3

4. Construa o gráfico da função:

Resolução:

f(x) = ​x – 1 ​+ ​2x – 4 ​

Neste caso, devemos analisar o comportamento de cada


módulo separadamente:
§ Para x > 2:
x – 1, se x – 1 $ 0
f(x) = (x – 1) + (2x – 4) = 3x – 5
(I) ​x – 1 ​ = ou ⇒
–(x – 1), se x – 1 < 0

x – 1, se x $ 1
⇒ ​ x – 1 ​ = ou
–x + 1, se x < 1

2x – 4, se 2x – 4 $ 0
(II) ​2x – 4 ​ = ou ⇒
–(2x – 4), se 2x – 4 < 0

2x – 4, se x $ 2 Finalmente, reunindo os três gráficos, temos o gráfico de f(x):


⇒ ​ 2x – 4 ​ = ou
–2x + 4, se x < 2
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Veja que, em x = 1 e em x = 2, cada módulo muda seu


comportamento. Vamos fazer então uma tabela:

40
|x|
5. Construa o gráfico da função f(x) = ​ __
x ​. Gráfico de (I):
Resolução: A função f(x) = x2 – 5x + 6 é quadrática de raízes x1 = 2 e
Analisando ​x ​, temos: x2 = 3 e concavidade para cima:

x, se x $ 0
​ x ​ =
–x, se x < 0

Portanto, substituindo essa definição em f(x), temos:


​    x_ ​, se x . 0, x ≠ 0
f(x) = x
– ​ _xx ​, se x < 0, x ≠ 0

Gráfico de (II):
Simplificando as frações:
A função f(x) = x2 + 5x + 6 é quadrática de raízes x1 = –2
1, se x . 0, x ≠ 0 e x2 = –3 e concavidade para cima:
f(x) =
–1, se x < 0, x ≠ 0

Portanto, o gráfico da função f(x) é:

Portanto, unindo os dois gráficos, obtemos o gráfico de f(x)


para todo x:

6. Construa o gráfico da função f(x) = x2 – 5​ x ​+ 6.


Resolução:
Analisando o módulo, temos:
2. Análise de gráficos
​ x ​ =
x, se x $ 0 2.1. Construção de gráficos
–x, se x < 0
Como podemos construir o gráfico de uma função conhe-
cendo a sua lei de correspondência y = f(x) e seu domínio D?
Portanto, para f(x):
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Um método simples é o seguinte:


x2 – 5x + 6, se x $ 0
f(x) = 2 § 1° passo: construímos uma tabela, na qual aparecem
x – 5(–x) + 6, se x < 0
os valores de x (variável independente) e os valores do
correspondente y, e calculamos por meio da lei y = f(x);
Desenvolvendo:
§ 2° passo: representamos cada par ordenado (a, b) da
x – 5x + 6, se x $ 0 (I)
2
tabela por um ponto do plano cartesiano;
f(x) =
x2 + 5x + 6, se x < 0 (II) § 3° passo: ligamos os pontos construídos no passo an-
terior por meio de uma curva, que é o próprio gráfico
da função y = f(x).

41
Modelos: § g(x) = f(x) ± k
Vamos construir o gráfico da função y = 2x, com domínio Considerando uma função real f(x) e uma constante real po-
em R. sitiva k, o gráfico de f(x) + k desloca-se k unidades “para
§ 1° passo: damos a x alguns valores inteiros (–3, –2, cima” em relação ao gráfico de f(x), aumentando em k
–1, 0, 1, 2 e 3, por exemplo) e alguns valores fracioná- unidades todos os pontos-imagem de f(x). Analogamente,
o gráfico de f(x) – k se desloca “para baixo” k unidades.
(
rios ​ – ​ __3 ​, – ​ __1 ​, __
2 2 2 2 )
​ 3 ​, por exemplo ​ e calculamos y = 2x.
​ 1 ​ e __
Por exemplo, para a função f(x) = x2, veja os gráficos de
Teremos a tabela:
f(x) + 4 e f(x) – 4:
x –3 –2 –1 0 1 2 3

y –6 –4 –2 0 2 4 6

x – ​ __3 ​ – ​ __1 ​ ​ 1 ​


__ ​ 3 ​
__
2 2 2 2
y –3 –1 1 3

§ 2° passo: representamos os pares ordenados que es-


tão nessa tabela por pontos, a saber:

§ 3° passo: desenhamos a curva “provável” que con-


tém os pontos que satisfazem a lei y = 2x. Nesse caso,
é uma reta. A mesma consequência é observada entre os pares de grá-
ficos das funções a seguir:
f(x) = 2x2 e g(x) = 2x2 + 3
f(x) = log(x) e g(x) = log(x) – 5
f(x) = ​x ​e g(x) = ​x ​+ 3
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

f(x) = 2x e g(x) = 2x + 3

§ g(x) = f(x ± k)
Considerando novamente uma constante real positiva k e
uma função real f(x) qualquer, o gráfico de f(x + k) desloca-se
para a esquerda no plano cartesiano, enquanto que o gráfi-
co de f(x – k) desloca-se para a direita no plano.
Uma noção importante que devemos ter em mente são as
consequências sobre o gráfico de uma função, conforme Por exemplo, considere a função real f(x) = x2 e os gráficos
somamos ou multiplicamos constantes sobre ela. Veremos, das funções f(x + 2) = (x + 2)2 e f(x – 2) = (x – 2)2:
a seguir, alguns casos importantes e o efeito sobre seus
gráficos.

42
Ou seja, ao multiplicar a função f(x) por –1, “espelhamos”
f(x + 2) seu gráfico em relação ao eixo x. Essa consequência pode
ser vista nas seguintes funções:
f(x) = x2 e g(x) = –x2
f(x) = log(x) e g(x) = –log(x)
f(x) = ​x ​e g(x) = –​ x ​
f(x) = 2x e g(x) = –2x
f(x − 2)
§ g(x) = f(–x)
Considerando uma função real f(x) e seu gráfico, o gráfico
de g(x) = f(–x) será simétrico em relação ao eixo y:

A mesma consequência ocorre para os seguintes pares


de funções:
f(x) = 2x2 e g(x) = 2(x + 5)2
f(x) = log(x) e g(x) = log(x – 1)
f(x) = ​x ​e g(x) = ​x + 6 ​
f(x) = 2x e g(x) = 2x – 7

§ g(x) = –f(x)
Considerando o gráfico de uma função real f(x), a função
g(x) = –f(x) será simétrica em relação ao eixo x do gráfico
de f(x):
Ou seja, ao multiplicar x por –1, “espelhamos” o gráfico
de f(x) em relação ao eixo y. Essa consequência pode ser
observada nas funções:
f(x) = x2 e g(x) = (–x)2
f(x) = log(x) e g(x) = log(–x)
f(x) = ​x ​e g(x) = ​–x ​
f(x) = 2x e g(x) = 2–x VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

VIVENCIANDO

Geógrafos e meteorologistas exercitam juntos a prática diária de análises de temperaturas nas cidades brasileiras.
Logo, as funções modulares estão diretamente ligadas aos seus trabalhos, pois, pelas variações de temperatura em
uma dada cidade e em um dado período do ano, é possível obter rankings que distinguem as cidades mais frias das
mais quentes.

43
2.2. Tabela de gráficos de funções

f: R → R f: R → R f: R → R

f: R+→ R f: R → R f: R+→ R
g: R → R g: R+→ R
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

f: R → R f: R*→ R f: R → R
g: R → R

44
2.3. Crescimento e decrescimento Veja mais alguns exemplos:

Através do gráfico de uma função, podemos analisar os § f(x) = 2x


intervalos em que a função cresce ou decresce. Veja o O gráfico de f(x) = 2x é:
exemplo a seguir:

Na função exponencial apresentada, apesar de tender a zero,


quando x apresenta valores cada vez mais negativos, nunca
temos, efetivamente, um valor de x tal que f(x) = 0. Por ou-
tro lado, conforme x cresce no sentido positivo, a função
Pelo gráfico, podemos ver que, entre os pontos A e B, a 2x atinge valores cada vez maiores. Portanto, seu conjunto
função é crescente; à medida que ocorre um incremento imagem é Im(f) = ] 0, +` [.
em x, há um aumento consequente em y. Enquanto isso, Para o domínio, vemos que todos os valores reais de x
entre os pontos B e C, a função é decrescente. estão associados a um valor em y; portanto D(f) = R.
Os pontos B e C são máximo e mínimo locais, respectiva-
§ f(x) = x2 – 8x + 17
mente, enquanto que os pontos D e A são, respectivamen-
te, máximo e mínimo globais.

2.4. Análise de imagem e domínio


Também podemos analisar, a partir do gráfico de uma função
f(x), seus conjuntos domínio e imagem. Veja um exemplo:

Como a coordenada y do vértice da parábola da função qua-


drática é 1, este é seu valor mínimo. Portanto, Im(f) = [ 1, +` [.
Apesar de não estar apresentado no gráfico, a função se
estende por todo o eixo x; portanto, D(f) = R.

2.5. Outro método para construir


gráficos de funções modulares
Podemos utilizar os conceitos de construção de gráficos
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

estudados neste capítulo para construir alguns gráficos de


Para determinar o conjunto imagem da função a partir do funções modulares de uma maneira mais rápida.
gráfico, encontramos os pontos máximo e mínimo da função Veja como exemplo: f(x) = ​ 2 – ​x – 4 ​  ​. Para construir o
(em y). Ao analisar o gráfico, vemos que o valor mínimo que gráfico de f(x), que é uma função composta, podemos
a função atinge é –7, enquanto que o valor máximo é 7. construir seu gráfico, gradativamente, pelas funções:
Portanto, o conjunto imagem é Im(f) = [ –7, 7 ]. f1(x) = ​x ​(função modular)
Para a determinação do domínio, analisamos o intervalo ao f2(x) = ​x – 4 ​(deslocamos o gráfico de f1(x) quatro unida-
longo do eixo x ao qual a função está definida. Para a função des para a direita)
f(x) apresentada, a função existe de x = –5 até x = 6. Portan- f3(x) = – ​ x – 4 ​(invertemos o gráfico de f2(x) em relação
to, seu domínio é D(f) = [ –5, 6 ]. ao eixo x)

45
f4(x) = 2 – ​x – 4 ​(deslocamos o gráfico de f3(x) duas uni- § f4(x) = 2 – |x – 4|
dades para cima)
Como f4(x) = f3(x) + 2, deslocamos o gráfico de f3(x) duas
f(x) = ​ 2 – ​ x – 4 ​  ​(“espelhamos” os pontos de imagem unidades para cima, novamente calculando os pontos de
negativa de f4(x)) interseção com os eixos:

§ f1(x) = | x |

§ f2(x) = |x – 4|
Para o gráfico de f2(x), como f2(x) = f1(x – 4), deslocamos § f(x) = |2 – |x – 4||
o gráfico de f1(x) quatro unidades para a direita e calcula-
mos os pontos de interseção com os eixos: Finalmente, como f(x) = |f4(x)|, tomamos os pontos simétri-
cos aos pontos de imagem negativa de f4(x):

§ f3(x) = – |x – 4|
Como f3(x) = – f2(x), temos:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A função modular tem várias aplicações no cotidiano, como a aplicação em comparação das temperaturas
entre duas ou mais cidades, satélites comandados por computadores, interações geofísicas, químicas e tantas
outras atividades do nosso meio envolvidas com Física, Química, Geografia, entre outras.

46
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÕES MODULARES GRÁFICOS

DEFINIDA POR
DEFINIÇÃO VÁRIAS SENTENÇAS
MATEMÁTICAS
Ex: f(x) = |x|
f:  
f(x) = |x| y
ou f(x) = –x f(x) = x
x, se x ≥ 0 para x < 0 para x ≥ 0
f(x) =
–x, se x < 0
Im(f) = + x

CONSTRUÇÃO
DE GRÁFICOS
+k (DESLOCA-SE
k UNIDADES
PASSO 1 g(x) = f(x) +- k “PARA CIMA”)
CONSTRUIR A TABELA COM
VALORES DE X E F(X) -k (DESLOCA-SE
k UNIDADES
“PARA BAIXO”)
PASSO 2
REPRESENTAR OS PARES ORDENA- +k (DESLOCA-SE
DOS EM UM PLANO CARTESIANO k UNIDADES
g(x) = f(x +- k ) “PARA A ESQUERDA”)
PASSO 3
LIGAR OS PONTOS CONSTRUÍDOS -k (DESLOCA-SE
NO PASSO ANTERIOR POR k UNIDADES
MEIO DE UMA CURVA “PARA A DIREITA”)

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

47
ANOTAÇÕES

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

48
MATEMÁTICA

4
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
ÁLGEBRA E
TRIGONOMETRIA

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

A prova do Enem tem baixa incidência em Funções modulares aparecem pouco e


questões das funções abordadas. Mesmo funções compostas ocorrem bastante. Os
assim, quando aparece, pode ser uma temas são abordados em questões com
questão difícil. elevado grau de dificuldade.

Na primeira e segunda fase podem apare- A prova exigirá conceitos mais específicos A prova trará uma questão sobre as fun-
cer funções modulares e/ou função trigo- sobre as funções estudadas neste livro, e ções, na primeira ou segunda fase. Ques-
nométrica, aplicadas em questões muito equações e inequações podem aparecer tões com temas aplicados ao nosso cotidia-
bem elaboradas e com elevado grau de com grau elevado de dificuldade. no ocorrem com frequência.
dificuldade.

Questões de função composta e trigono- Questões elaboradas com boa interpreta- Apresenta alta incidência de função com- A prova possui questões com elevado grau
métricas podem aparecer relacionadas com ção de texto em funções trigonométricas. posta, além de questões sobre inequações de dificuldade.
questões de domínio e imagem. Dentre os temas abordados, módulo pode modulares e funções trigonométricas muito
ser o mais difícil. difíceis.

UFMG
A prova apresenta questões bem elabora- A prova de Matemática é muito bem ela- A prova apresenta poucas questões, po-
das em aritmética. Podem ocorrer questões borada, por isso, as aulas deste livro são rém, abordando vários temas da Matemá-
de módulos e sua função, além de funções totalmente necessárias para a resolução tica. Assim, o candidato deve trazer todos
trigonométricas. das questões. os conceitos anteriores para somar com as
aulas deste livro.

O candidato pode se deparar com funções A prova de Matemática é diferente da pro- A prova apresenta questões com os temas
compostas em questões contextualizadas e va do Enem, com questões de pouco texto deste livro junto com outros grandes temas
medianas. Funções trigonométricas ocorre- e mais objetividade. Saber os conceitos de da Matemática.
rão de forma objetiva. funções trigonométricas é fundamental.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

50
​ 7p ​
0 # x < ___
6
1
__
sen x > – ​   ​ ä ou
2
​ 11p
____ ​< x # 2p
6
INEQUAÇÕES Assim, a solução geral é:

TRIGONOMÉTRICAS { ​ 7p ​+ 2kp


S = ​ x [ R | 2kp # x < ___
6
​ 11p
ou ____
6
 ​+ 2kp < x # 2p + 2 kp ​ }
​ 1 ​, em [0, 2p]
b) sen x # – __
2

MT AULAS
27 E 28
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5 21 e 22

1. Inequações trigonométricas
Uma inequação trigonométrica é uma desigualdade em No círculo trigonométrico, nota-se no intervalo [0, 2p]:
cujas incógnitas aparecem funções trigonométricas.
Exemplos { ​ 7p ​ # x # ____
S = ​ x [ R| ___
6
​ 11p
6 }
 ​  ​

​ 1  ​
c) cos x > __
§ sen x < __ ​ 1 ​ 2
2
dXX
​ ​ 2 ​ ​
§ cos x ≤ ___
2
d
§ tg x ≥ ​ 3 ​
XX

Como não existe um padrão único para resolvê-las, suas reso-


luções serão expostas nos seguintes exemplos de aplicação.

Aplicação do conteúdo
1. Resolva a inequação em cada item:
​ 1​  ​
a) sen x > – __
2
Resolução:
No intervalo [0, 2p] há: No intervalo [0, 2p] há:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

0 # x < __
​ p ​
1
__
cos x > ​   ​ ä ou 3
2

​ 5p ​< x # 2π
___
3
Assim, a solução geral é:

{
S = ​ x [ R | 2kp # x < __
​ p ​+ 2kp
3
5p ​+ 2kp < x # 2p + 2kp ​
ou ​ ___
3 }
51
__
​ 1 ​, para x [ [0, 2p]
d) cos x # – __ f) tg x $ – √
​ 3 ​, com x [ [0, 2p]
2

Em [0, 2p], considere x i __ ​ 3p ​(para que haja


​ p ​e x i ___
2 2
tg x).
No círculo trigonométrico, nota-se: Na figura, nota-se:

{ ​ 2p ​ # x # ___
S = ​ x [ R | ___
3
​ 4p ​  ​
3 } {
S = ​ x [ R | 0 # x < __​ p ​
2
e) tg x > d​ XX
3 ​ 2p ​< x < ​ ___
ou ​ ___
3
3π ​  ou ​ ___
2
5p ​ # x # 2p ​
3 }
2. Resolva a inequação cos 2x > 0 no intervalo 0 # x # p.
Resolução:
Se 2x = a, cos a > 0, com 0 # a # 2p.

No intervalo 0 # x # 2p, considere, inicialmente, x Na figura, nota-se:


i __ ​ 3p ​(para que haja tg x).
​ p ​e x i ___
2 2 0 # a < __ 3p ​< a # 2p
​ p ​ ou ​ ___
2 2
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Portanto:
__
​  p ​< x < __
​ p ​ Se a = 2x:
3 2
__
tg x > √​ 3 ​ ä ou 0 # 2x < __ 3p ​< 2x # 2p ä
​ p ​ ou ​ ___
2 2
​  4p ​< x < ___
___ ​ 3p ​ 3p ​< x # p
3 2 ä 0 # x < __
​ p ​ ou ​ ___
4 4
Assim, a solução é:
{
S = ​ x [ R | 0 # x < __
​ p ​ ou ​ ___
4 4 }
3p ​< x # p ​

{
S = ​ x [ R | __
​ p ​+ 2kp < x < __
3
​ p ​+ 2kp
2
4p ​+ 2kp < x < ___
ou ​ ___
3
​ 3p ​+ 2kp ​
2 }
52
​ p ​  ​ $ ​  1
3. Resolva a inequação sen ​ 2x – __
( )__ ​. Na circunferência trigonométrica, nota-se:
4 2
Resolução: __
​  p ​+ kp < a < __
​ p ​+ kp
4 2
Se ​ 2x – __
( ) ​ 1 ​.
​ p ​  ​= a, tem-se sen a $ __ Como a = 3x:
4 2
__
​  p ​+ kp < 3x < __
​ p ​+ kp ä
4 2
ä ​   ​+ k · ​   ​< x < ​ __
___
p __
p p ​+ k · ​ __
p ​
12 3 6 3
S = ​ x [ R | ​   ​+ k · ​   ​< x < ​ __
{ ___
p __
p p ​+ k · ​ __
p ​  ​
}
12 3 6 3
5. Resolva |cos x| > ​ 1
__ ​em [0, 2p].
2
Resolução:
​ 1 ​, cos x > __
Se |cos x| > __ ​ 1 ​ou cos x < – __
​ 1 ​.
2 2 2

Na figura, nota-se:
__
​ p ​+ 2kp # a # ___ ​ 5p ​+ 2kp
6 6
Se a = 2x – __
​ p ​:
4
__
​ p ​+ 2kp # 2x – __ ​ 5p ​+ 2kp ä
​ p ​ # ___
6 4 6

ä ​ __
​ p ​ + ​ __
(
6 4
p ​  ​+ 2kp # 2x # ​ ___
) 6(
​ 5p ​ + ​ __ )
p ​  ​+ 2kp ä
4
{
S = ​ x [ R | 0 # x < __ 2p ​< x < ​ ___
​ p ​ ou ​ ___ 4p ​
3 3 3
​ 5p ​+ 2kp # 2x # ____
ä ___ ​ 13p ​+ 2kp # ä
12 12
5p
___
ou   ​   ​< x # 2p ​
3 }
6. Determine x, tal que 0 # x # 2p e tg2 x # tg x.
​ 5p ​+ kp # x # ____
ä ___ ​ 13p ​+ kp
24 24 Resolução:

{ ​ 5p ​+ kp # x # ____
S = ​ x [ R | ___
24
​ 13p ​+ kp ​
24 } Se tg x = a, a2 – a # 0.
a2 – a = 0 ä a(a – 1) = 0 ä a = 0 ou a = 1
4. Resolva a inequação tg 3x > 1.
Resolução:
Se 3x = a:
tg a > 1
0#a#1
0 # tg x # 1
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

{
S = ​ x [ R | 0 # x # ​ __ ​ 5p ​  ​
p ​ ou p # x # ___
4 4 }
53
7. Determine o domínio da função f, tal que ä __​ p ​+ 2kp # x # p + __ ​ p ​+ 2kp
3 3
sen ​ x – __
d (
f (x) = ​ XXXXXXXXX
3 )
​ p ​  ​ ​. {
D(f) = ​ x [ R | ​   ​+ 2kp # x # ___
__
p
3 3 }
​ 4p ​+ 2kp ​
Resolução:

d sen ​x – __
Para que ​ XXXXXXXXX ( )
​ p ​  ​ ​ exista em , é necessário que
3
sen ​ x – __
( p
)
​   ​  ​ $ 0, que é uma inequação trigonométrica.
3

multimídia: livro

Fundamentos de Matemática Elementar –


Trigonometria, de Celson Iezzi
Esse livro é enriquecido com inúmeros textos de História
da Matemática e com problemas propostos e resolvidos
ao longo de todo o desenvolvimento teórico. No final de
cada volume, o livro apresenta a seção “Testes de vesti-
Na figura, nota-se: bulares”, que são exercícios selecionados e organizados
em ordem de dificuldade, com seus respectivos gabaritos.
sen ​ x – __
( )
​ p ​  ​ $ 0 ä
3
ä 0 + 2kp # x – __ ​ p ​ # p + 2kp ä
3

VIVENCIANDO

A inequação trigonométrica é um recurso da linguagem matemática utilizado na organização de problemas, uma


vez que as medidas sempre são variáveis, por mais precisos que sejam os instrumentos de medição. O princípio da
inequação é utilizado, por exemplo, quando duas quantidades são comparadas com o intuito de se descobrir qual
delas é a maior.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

54
DIAGRAMA DE IDEIAS

INEQUAÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS

DESIGUALDADES EM QUE AS INCÓGNITAS


APARECEM NAS MEDIDAS DOS ARCOS OU DOS
ÂNGULOS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

NÃO EXISTE UM PADRÃO DE RESOLUÇÃO. É


NECESSÁRIO CONHECER ALGUMAS APLICAÇÕES

EX.: senx 1
2
1
senx
2

tgx 3

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

55
A resolução de ambos os problemas é a mesma. Em ambos
os casos, temos um conjunto de 5 elementos:
A = {Ana, Beto, Carlos, Diego, Eduardo) e B = {0, 2, 3, 5, 7}
PRINCÍPIO Também, em ambos os casos, um dos elementos já possui
FUNDAMENTAL sua posição determinada. Resta somente a permutação (a
“troca de lugares”) dos outros quatro elementos restantes,
DA CONTAGEM visto que são todos distintos.
É importante conseguir analisar os problemas e identificar
essas similaridades, percebendo que o método de resolu-
ção independe do contexto do problema.

MT AULAS
29 E 30 1.1. Princípio fundamental da contagem
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
Observe o seguinte problema:
1 2e3 Um jovem estudante, durante seu período de férias esco-
lares, decide fazer uma viagem. Ele mora na cidade de São
Paulo e possui três possíveis cidades como destino: Rio de
Janeiro, Belo Horizonte ou Curitiba.
1. Análise combinatória
Veja as seguintes questões:
§ Sabendo que, em uma sorveteria, há 5 tipos de massas
e 3 tipos de cobertura, de quantas maneiras diferentes
pode-se formar um sorvete com massa e cobertura?
§ De quantas maneiras diferentes podemos dispor 5 pes-
soas em cinco assentos de cinema?
§ Em uma sala de 40 alunos, deve-se escolher 4 deles para
participarem da comissão de formatura. De quantas ma- Ao pesquisar, descobriu que, para cada cidade, há a pos-
neiras diferentes podemos escolher essa comissão? sibilidade de transporte por avião ou por ônibus. Quantas
Essas questões são estudadas no ramo da matemática cha- opções de viagem no total existem para o estudante, sendo
mado análise combinatória, em que estudamos técni- que visitará apenas uma cidade na viagem?
cas de contagem, ou seja, dada uma situação, queremos
analisar de quantas maneiras esse evento pode ocorrer. 1.1.1. Resolução
Em muitos problemas envolvendo a análise combinatória, Para cada uma das três cidades de destino, temos duas
é comum encontrarmos mais de uma forma de resolver o possibilidades de transporte. Podemos dispor todas as pos-
mesmo problema, apesar de o resultado final ser o mesmo. sibilidades em um diagrama de árvore:
Dessa forma, analisaremos vários exemplos a fim de de-
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

monstrar os métodos mais simples de resolução para que


os conceitos possam ser aplicados em qualquer exercício.
Veja os dois problemas a seguir:
1. De quantas maneiras podemos alocar cinco pessoas
(Ana, Beto, Carlos, Diego e Eduardo) em um carro de cinco
lugares, sabendo que apenas o Eduardo pode dirigir?
2. Um homem esqueceu sua senha do banco, porém, lem-
bra-se que a senha possui cinco algarismos distintos: 0, 2,
3, 5 e 7. Além disso, também se lembra que a senha come-
ça com o algarismo 7. Quantas senhas possíveis podem ser Dessa forma, podemos verificar facilmente que existem,
formadas dessa forma? portanto, 6 possibilidades para a viagem:

56
(Rio de Janeiro, Ônibus), (Rio de Janeiro, Avião), (Belo Ho- Resolução:
rizonte, Ônibus), (Belo Horizonte, Avião), (Curitiba, Ônibus) Há 5 possibilidades para a escolha do algarismo das cente-
e (Curitiba, Avião). nas, 5 para o algarismo das dezenas e 5 para o das unida-
des. Portanto, pelo PFC:
Nesse caso, é fácil montar o diagrama de árvore e determinar
todas as possibilidades; porém, se a quantidade de possibilida-
des fosse muito grande, seria trabalhoso montar o diagrama.

Para realizar esse cálculo, utilizamos o princípio Fun- Portanto, há 125 números formados pelos algarismos 2,
damental da contagem (PFC): 3, 4, 5 e 6.
Suponha um determinado evento constituído de duas
etapas sucessivas, sendo que a primeira pode aconte- 2. Quantos números de 3 algarismos distintos podem
ser formados com os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6?
cer de a maneiras e a segunda de b maneiras. Sendo
as duas etapas eventos independentes um do outro (a Resolução:
escolha de uma maneira da primeira etapa não altera Perceba que, nesse caso, não é possível a formação dos
a escolha da segunda), temos que o total de maneiras números 222, 244, 445, 556, por exemplo, pois esses nú-
T que o evento pode ocorrer é dado pelo produto: meros possuem algarismos repetidos (não distintos). Nesse
caso, queremos apenas os números que possuem algaris-
T=a·b
mos distintos um do outro.
Podemos estender essa definição para qualquer número
1.ª etapa – escolha do algarismo das centenas: 5 manei-
de etapas sucessivas.
ras distintas.

Poderíamos chegar ao mesmo resultado do problema re- 2.ª etapa – escolha do algarismo das dezenas: 4 manei-
solvido anteriormente utilizando o PFC: como existem 3 ras distintas, visto que um dos algarismos já foi escolhido
possibilidades de destino e 2 possibilidades de transporte, para o algarismo das centenas.
a quantidade de maneiras distintas de realização da via- 3.ª etapa – escolha do algarismo das unidades: 3 manei-
gem é dada por 2 · 3 = 6 maneiras. ras distintas, pois já foram escolhidos um algarismo para a
centena e um para a dezena.

Portanto, há 5 · 4 · 3 = 60 números de algarismos


distintos possíveis.
multimídia: vídeo 3. Três carros chegam em um estacionamento ao mesmo
tempo. Ao chegarem, o gerente do estacionamento veri-
Fonte: Youtube
fica que há cinco vagas disponíveis. De quantas maneiras
Quebrando a banca distintas o gerente pode estacionar todos os três carros?
Baseado em uma história real, “Quebrando a banca” Resolução:
conta como um estudante do M.I.T (Massachusetts Ins- Devemos sempre analisar quais são as etapas que devem
titute of Technology), juntamente com os alunos mais acontecer para o evento (estacionar todos os carros) ocor-
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

brilhantes da faculdade, aplicou um dos maiores golpes rer. Iremos escolher quais vagas cada carro pode ocupar ou
da história de Las Vegas. A excêntrica equipe utilizava quais carros cada vaga pode ocupar?
o cálculo estatístico para faturar milhões de dólares
jogando vinte e um através de um método simples de 1.ª etapa – escolha da vaga do primeiro carro: 5 vagas distintas.
contar cartas. 2.ª etapa – escolha da vaga do segundo carro: 4 vagas
distintas (uma já ocupada).
3.ª etapa – escolha da vaga do terceiro carro: 3 vagas
Aplicação do conteúdo distintas (duas já ocupadas).
Portanto:
1. Quantos números de 3 algarismos podem ser forma- 5 · 4 · 3 = 60 maneiras distintas
dos com os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6? 1.º carro 2.º carro 3.º carro

57
4. Com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7:
a) quantos números de 3 algarismos podemos formar?
b) quantos números de 3 algarismos distintos pode-
mos formar?
Resolução:
Nesse caso, o zero apresenta uma restrição. Veja:
​ 8 ​∙ ______
​ 7 ​∙ ______
a) ______ ​ 8 ​ multimídia: site
centena dezena unidade
Há 7 possibilidades para a centena (0 não é permi-
tido), 8 para a dezena e 8 para a unidade. Portanto, pt.khanacademy.org/math/probability/probability-
podemos formar 7 · 8 · 8 = 448 números. -geometry/counting-permutations/e/fundamental-
​ 7 ​∙ ​______
b) ______ 7 ​∙ ​______
6 ​ -counting-principle
centena dezena unidade
Com 3 algarismos distintos, há 7 possibilidades para
a centena, 7 para a dezena e 6 para a unidade. Por-
tanto, podemos formar 7 ∙ 7 ∙ 6 = 294 números de
3 algarismos distintos com os algarismos 0, 1, 2, 3,
4, 5, 6 e 7.

VIVENCIANDO

O princípio fundamental da contagem é a estrutura básica da análise combinatória. Por meio dele, desenvolvemos
técnicas e métodos de contagem na resolução de problemas que estão diretamente ligados ao nosso cotidiano,
como os modos distintos que podemos organizar as pessoas em uma fila, o número de placas de automóveis que
podemos formar com letras e algarismos, as possíveis combinações da Mega-Sena, entre outras situações.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

58
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 2

Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

MODELO 1

(Enem) Uma empresa construirá sua página na internet e espera atrair um público de aproximadamente um
milhão de clientes. Para acessar essa página, será necessária uma senha com formato a ser definido pela em-
presa. Existem cinco opções de formato oferecidas pelo programador, descritas no quadro, em que “L” e “D”
representam, respectivamente, letra maiúscula e dígito.

Opção Formato
I LDDDDD
II DDDDDD
III LLDDDD
IV DDDDD
V LLLDD

As letras do alfabeto, entre as 26 possíveis, bem como os dígitos, entre os 10 possíveis, podem se repetir em
qualquer das opções.
A empresa quer escolher uma opção de formato, cujo número de senhas distintas possíveis seja superior ao nú-
mero esperado de clientes, mas que esse número não seja superior ao dobro do número esperado de clientes.
A opção que mais se adequa às condições da empresa é:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus
conhecimentos sobre análise combinatória para a sua resolução.
O número de senhas para cada modelo de senha é:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Opção I: 26 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 26 × 105
Opção II: 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 106
Opção III: 26 × 26 × 10 × 10 × 10 × 10 = 26² × 104
Opção IV: 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 105
Opção V: 26 × 26 × 26 × 10 × 10 = 26³ × 10²
Calculando cada valor, o que se enquadra nas restrições feitas é a opção V.

RESPOSTA Alternativa E

59
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

TÉCNICAS DE CONTAGEM

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
DA CONTAGEM (PFC)

DETERMINADO EVENTO COM DUAS


OU MAIS ETAPAS SUCESSIVAS: (a)
MANEIRAS E (b) MANEIRAS
T=a·b
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

60
Como veremos no cálculo de arranjos, permutações e com-
binações, é comum encontrarmos razões entre fatoriais.
Por isso, é comum escrevermos fatoriais em função de fa-
FATORIAL E toriais de números menores; veja um exemplo:

PERMUTAÇÕES
10! = 10 · 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 10 · 9!
9!
SIMPLES E COM Também poderíamos escrever:

REPETIÇÃO
10! = 10 · 9 · 8! ou 10! = 10 · 9 · 8 · 7!

MT AULAS
31 E 32
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) multimídia: livro
1 2e3
Análise Combinatória e Probabilidade –
Augusto Cesar Morgado, João Bosco
Pitombeira de Carvalho, Paulo Cesar Pinto
1. Fatorial Carvalho, Pedro Fernandez
Veja o seguinte problema: O livro incorpora a experiência dos autores em ensinar
Análise Combinatória, uma disciplina complicada, em que
§ Cinco alunos de uma escola de música irão se apresentar os alunos têm dificuldade de encontrar a fórmula correta
individualmente em um festival musical. Quanto à ordem para cada problema. A obra sugere que os problemas de
das apresentações, de quantas maneiras diferentes os contagem sejam resolvidos pelo uso de alguns princípios
cinco alunos podem realizar sua apresentação? fundamentais, evitando as fórmulas.
Resolução:
Utilizando o princípio fundamental da contagem, pode-
mos afirmar que as apresentações podem ocorrer de 5 ·
4 · 3 · 2 · 1 = 120 maneiras diferentes.
Aplicação do conteúdo
Porém, se houvesse 20 alunos para se apresentarem, tería- 1. Simplifique a expressão ​ 15!
___ ​.
13!
mos que realizar o produto 20 · 19 · 18 · ... · 3 · 2 · 1. Para Resolução:
simplificar esse tipo de cálculo, utilizamos uma notação
especial: o fatorial. Reescrevemos o fatorial do maior número, no caso o nu-
merador, de forma a simplificar o denominador:
1.1. Definição
​ 15! ​ = __________
___ ​ 15 · 14 · ​
13! = 15 · 14 = 210
Dado um número natural n > 2, definimos o fatorial de n 13! 13!
(indicado por n!) como sendo o produto de todos os núme- 20!  ​.
2. Simplifique a expressão ​ ________
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

19! + 20!
ros naturais menores ou iguais a n e maiores que zero. Isto é:
Resolução:
n! = n · (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · ... · (2) · (1)
Por exemplo: ​     20!
___________ 20!
 ​ = __________
​  ​ 20 · 19! ​ = ___
 ​ = _______ ​ 20 ​
19! + 20 · 19! 19! (1 + 20) 19! · 21 21
§ 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
3. Resolva a seguinte equação, sabendo que x [ N*:
§ 2! = 2 · 1 = 2
Resolução:
§ 10! = 10 · 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 3.628.800
Veja que a definição é válida para n > 2. Em particular, (x + 1)!
______
​   ​= 5x
temos dois casos importantes: (x – 1)!

0! = 1 e 1! = 1

61
Utilizando a definição de fatorial, temos:
2. Permutação simples
(x + 1)! = (x + 1) · (x) · (x – 1)! A palavra “permutação” significa "troca", "transposição".
Na matemática, definimos as permutações de um con-
Logo:
junto A de n elementos como todas as sequências distintas
(x + 1) · (x) · (x – 1)!
_______________
​     ​= 5x ⇒ (x + 1) · x = 5x possíveis de n elementos formadas pelos elementos de A.
(x – 1)!
Veja um exemplo:
Como x Þ 0, podemos simplificar o x em ambos os termos:
Vamos listar todos os anagramas da palavra “LAR”. Um
x+1=5⇒x=4 anagrama é uma palavra obtida pelo rearranjo das letras
da palavra original, assim como “Iracema” é um anagrama
da palavra “América”.
4. Encontre o valor de n na equação (n – 2)! = 720.
Para a palavra “LAR”, temos:
Resolução:
LAR, LRA, ALR, ARL, RAL, RLA
Devemos procurar um número natural, cujo fatorial seja
igual a 720. Para isso, vamos decompor 720 em fatores A palavra “LAR” possui, portanto, 6 anagramas possíveis.
consecutivos a partir de 2 : Poderíamos determinar o número de anagramas pelo prin-
cípio fundamental da contagem:
720 2
3 · 2 · 1 = 3! = 6 anagramas
360 3 Portanto, para a palavra “LAR” existem 3! anagramas.
Analogamente, para uma palavra de 4 letras distintas, ha-
120 4
veria 4! anagramas, para uma palavra de 5 letras distintas,
haveria 5! anagramas, e assim sucessivamente.
30 5 720 = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 6!
Com isso, concluímos que; se um conjunto A possui n ele-
6 6 mentos distintos, definimos uma permutação como sendo
toda sequência de n elementos de A, todos distintos. O nú-
1 mero total de permutações de n elementos, Pn, é dado por:
Pn = n!
Logo:
(n – 2)! = 6! ⇒ n – 2 = 6 ⇒ n = 8 Aplicação do conteúdo
5. Se (n + 4)! + (n + 3)! = 15(n + 2)!, então: 1. Ao criar uma conta-corrente em uma certa agência ban-
cária, uma pessoa deve criar uma senha numérica de 6
a) n = 4.
dígitos distintos com os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Quantas
b) n = 3. senhas possíveis é possível formar nesta configuração?
c) n = 2.
d) n = 1. Resolução:
e) n = 0. Queremos saber a quantidade de permutações de 6 ele-
Resolução: mentos:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

P6 = 6! = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 720
Desenvolvendo cada fatorial da equação até chegar a um
fator comum, temos: Portanto, há 720 possibilidades diferentes para a senha
numérica.
(n + 4)! + (n + 3)! = 15(n + 2)! ⇒
⇒ (n + 4)(n + 3) (n + 2)! + (n + 3)(n +2)! = 15 (n + 2)! ⇒ 2. Cinco pessoas (A, B, C, D e E) vão a um concerto e
existem 5 lugares em fila para se sentarem. Sabendo
⇒ (n + 4)(n + 3) + (n + 3) = 15 ⇒ disso, faça o que se pede em cada item:
⇒ n2 + 8n + 15 = 15 ⇒ a) De quantas maneiras todas as cinco pessoas po-
⇒ n = 0 ou n = –8 (não convém) dem se acomodar nas cadeiras?
b) Se A fizer questão de sentar na primeira cadeira, de
Alternativa E quantas formas elas podem se acomodar na fileira?

62
c) Sabendo que B e C são um casal e irão sentar um Portanto, há para cada P4 = 24 permutações dos 4 ele-
ao lado do outro, de quantas formas diferentes então mentos e P2 = 2 permutações entre N e O. Logo, existem
o grupo poderá se sentar? 24 · 2 = 48 anagramas em que N e O são consecutivos.
Resolução: Para o número de anagramas no total, simplesmente
a) Cada permutação das cinco pessoas representa uma calculamos o número total de permutações de 5 ele-
maneira distinta de se sentarem. Sendo assim, temos mentos: P5 = 5! = 120.
no total P5 = 5! = 120 possibilidades diferentes.
b) Nesse caso, um dos elementos está fixo: Finalmente, tomamos a diferença entre os dois resul-
A ·     ·     ·     ·     tados, sendo o total de anagramas em que N e O não
Portanto, só precisamos calcular as permutações das são consecutivos, PT é:
4 pessoas restantes:
PT = 120 – 48 = 72 anagramas
P4 = 4! = 24 possibilidades
c) Como B e C estão juntos, iremos considerá-los 3. Permutações com repetição
como um elemento só do conjunto; portanto, que-
remos calcular as permutações de quatro elementos: Consideremos os exemplos:
A , BC , D , E. 1. Quantos são os anagramas da palavra BATATA?
Temos, então, 4 elementos: P4 = 24 possibilidades.
Se os A fossem diferentes e os T também, teríamos as letras
Porém, para cada uma dessas permutações existe a B, A1, A2, A3, T1, T2 e o total de anagramas seria P6 = 6!.
permutação dentro do conjunto BC. Como BC pos-
sui 2 elementos, existem P2 = 2! possibilidades dentro Mas as permutações entre os três A não produzirão um
dele: BC e CB. novo anagrama. Então, precisamos dividir P6 por P3. O mes-
Portanto, o número de permutações no total é dado por: mo ocorre com os dois T: precisamos dividir também por P2.
PT = 24 · 2 = 48 Portanto, o número de anagramas da palavra BATATA é:
P
3. Considerando a palavra “ALUNO”, faça o que se pede _____ ​  6!  ​ = _________
​  6  ​ = ____ ​ 6 · 5 · 4  ​
· 3! = 60
em cada item: P3 · P2 3!2! 3!2!
a) Quantos anagramas podem ser formados, sendo
que as letras L, U e N sejam, não necessariamente 2. Quantos anagramas tem a palavra PAPA?
nesta ordem, consecutivas?
Se a palavra tivesse as 4 letras distintas, teríamos
b) Quantos anagramas podem ser formados de modo
que as letras N e O não sejam consecutivas?
P4 = 4! = 4 · 3 · 2 · 2 = 24.
Resolução:
Como a letra A e a letra P aparecem 2 vezes, devemos
a) A palavra “ALUNO” possui 5 letras, porém, como então fazer:
L, U e N devem ser consecutivas, iremos considerá-las
inicialmente como um só elemento. Portanto, vamos P
calcular o número de permutações de 3 elementos: _____
​  4  ​ = ____ ​ 4 · 3 ·  ​
​  4!  ​ = ______ 2=6
P2 · P2 2!2! 2·2
A , LUN , O
P3 = 3! = 6 Logo, a palavra PAPA tem 6 anagramas.
Porém, como há 3 elementos dentro do bloco LUN ,
existem P3 = 6 permutações entre eles. Portanto, no Aplicação do conteúdo
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

total existem 6 · 6 = 36 anagramas distintos possíveis.


b) Nesse caso, é mais simples calcularmos quantos 1. Quantos são os anagramas da palavra ARARA?
anagramas existem em que N e O são consecutivos,
e subtraí-los da quantidade total de anagramas. Essa Resolução:
técnica é muito comum em problemas de contagem.
Nesse caso, há 3 três letras A, 2 letras R e um total de 5
Para os anagramas em que N e O são consecutivos, letras. Então:
iremos proceder da mesma maneira do item anterior,
considerando N e O como um elementos só, restando ​  5!  ​ = _______
P53, 2 = ____ ​ 5 · 4 · 3!
 ​= 10
3!2! 3!2!
4 elementos:
Logo, são 10 os anagramas da palavra ARARA.
A, L, U, NO

63
2. Quantos são os anagramas da palavra DEZESSETE? Resolução:
Resolução: Para ir do ponto A até o ponto B percorrendo a menor
Nesse caso, há 4 letras E e 2 letras S, num total de 9 letras. distância possível, devemos, necessariamente, percorrer 3
Então, temos: vezes para cima e 4 vezes para a direita. Uma das possibi-
lidades está demonstrada a seguir:
​  9!  ​ = ______________
P94, 2 = ____ 9 · 8 · 7 · 6  ​
​    · 5 · 4! = 7560
4!2! 4!2!

3. Quantos anagramas da palavra CAMARADA come-


çam pela letra C?
Resolução:
Fixamos a letra C como 1.° letra e fazemos: Podemos escrever essa possibilidade como: DCCDDCD
​ 7! ​= 7 · 6 · 5 = 210
P74, 1, 1, 1 = __ (primeiro andamos uma unidade para a direita, depois
4! duas vezes para cima, duas para a direita, uma para cima
e, finalmente, uma vez para a direita).
Portanto, são 210 os anagramas de CAMARADA que
começam por C. Todas as outras possibilidades são permutações dessa, po-
rém a letra C e D repetem 3 e 4 vezes, respectivamente, logo:
4. Quantos anagramas de CAMARADA começam com A?
P​3,47​ = ____ ​ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4!
​  7!  ​= ___________  ​ = 35
Resolução: 3! 4! 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4!

ACAMARAD? Portanto, temos 35 caminhos diferentes.

​ 7! ​= 7 · 6 · 5 · 4 = 840 anagramas


P73, 1, 1, 1, 1 = __ 7. Considerando todos os números de 5 dígitos que pode-
3!
mos formar com as permutações dos números 1, 2, 3 ,4 e
5, se os ordenarmos em ordem crescente, qual é o número
5. Determine quantas soluções naturais possui a equa- que ocupa a posição 61º?
ção x + y + z = 6.
Resolução: Resolução:

Como a soma dos valores de x, y e z é 6, consideramos que Primeiramente, contamos todos os números que começam
precisamos separar 6 elementos em 3 partes. Cada modo com o dígito 1:
de separamos 6 elementos em 3 partes é uma solução da 1____
equação. Por exemplo:
Como há 4 dígitos restantes, existem 4! = 24 números que
•• | •• | •• equivale a x = 2, y = 2 e z = 2 começam por 1. Analogamente, contamos os que come-
• | ••••• equivale a x = 1, y = 5 e z = 0 çam por 2:

|| •••••• equivale a x = 0, y = 0 e z = 6 2____


Dessa forma, existem mais 24 números. Portanto, até ago-
Dessa forma, permutando as 6 bolinhas e os 2 separadores ra temos 48 números. Se contarmos todos que começam
(2 separadores para separar em 3 partes), temos a quanti- por 3, teremos mais 24, totalizando 72, ultrapassando 60,
dade de soluções naturais da equação dada:
portanto contamos agora os que começam por 31:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​  8!  ​ = _______
P82, 6 = ____ ​ 8 · 7 · 6! ​= 28 soluções naturais 31___
6!2! 6! · 2 · 1
Como existem 3 dígitos restantes, há 3! = 6 números que
6. No quadriculado a seguir, de quantas maneiras podemos
começam com 31, totalizando 48 + 6 = 54
ir do ponto A até o ponto B, percorrendo a menor distância,
considerando que podemos seguir apenas pelas linhas? Agora, os que começam por 32:
32___
Teremos então mais 6, totalizando 60, portanto, o 60.º nú-
mero é o maior número que começa com 32: 32541.
Logo, o 61.º é o próximo, ou seja, o menor número que
começa com 34: 34125.

64
VIVENCIANDO

Você já se perguntou como as placas dos carros nunca coincidem nas regiões do Brasil? Pois é... Cálculos obtidos
pela análise combinatória permitem que situações como essa sejam moldadas a diferentes casos. Permutações são
características dessa análise. Vejamos um exemplo: quando andamos na rua, podemos ter dois modos de pisar na
calçada – “pé esquerdo/pé direito’’ ou “pé direito/pé esquerdo’’. Logo, dependendo do seu primeiro passo, toda uma
sequência de passos se organiza, e a permutação nos ajuda a reorganizar esse ato de maneiras diferentes. Permutar
nos ajuda a trocar de lugar e de inúmeras formas possíveis objetos distintos.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As permutações caracterizam uma importante ferramenta na área da moda. Um estilista, ao promover sua coleção
em um desfile de moda, utilizará limitados números de peças e sequências variadas de modelos. Logo, para que os
looks não se repitam sequencialmente, o estilista permuta suas peças, obtendo, assim, uma variedade de modelos
em sua coleção. Dessa forma, sem perceber, utilizamos conceitos da análise combinatória em tarefas simples, das
mais diversas áreas de atuação.

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

65
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 2

Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

MODELO 1

(Enem) Para cadastrar-se em um site, uma pessoa precisa escolher uma senha composta por quatro caracteres,
sendo dois algarismos e duas letras (maiúsculas ou minúsculas). As letras e os algarismos podem estar em
qualquer posição. Essa pessoa sabe que o alfabeto é composto por 26 letras e que uma letra maiúscula difere
da minúscula em uma senha.
Disponível em: <www.infowester.com>. Acesso em: 14 dez. 2012.

O número total de senhas possíveis para o cadastramento nesse site é dado por:

a) 102 . 262.
b) 102 . 522.
4!
c) 102 . 522 . __
​   ​ .
2!
​  4!  ​ .
d) 102 . 262 . _____
2! . 2!
​  4!  ​ .
e) 102 . 522 . _____
2! . 2!

ANÁLISE EXPOSITIVA

Existem 10 · 10 = 102 maneiras de escolher dois algarismos e 52 · 52 = 522 maneiras de escolher as letras.
​  4!  ​ modos. Portanto, pelo princípio
Definidos os caracteres da senha, podemos dispô-los de P4(2, 2) = ______
2! . 2!
​  4!  ​ .
multiplicativo, segue que a resposta é 102 · 522 · ______
2! . 2!
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus
conhecimentos sobre análise combinatória para a sua resolução.

RESPOSTA Alternativa E
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

66
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

PERMUTAÇÃO
SIMPLES

TROCA DE POSIÇÃO
COMUM EM PROBLEMAS
SEM A REPETIÇÃO
DE ANAGRAMAS
DOS ELEMENTOS

Pn = n!

PERMUTAÇÃO COM
FATORIAL
REPETIÇÃO

PARA n NATURAL TROCA DE POSIÇÃO


A PARTIR DO 2 COM A REPETIÇÃO
DOS ELEMENTOS

n! = n · (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · ... · (2) · (1)


Pnα,β,γ= n!
α!β!γ!

EM QUE:
α: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO
β: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO
γ: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

67
Pelo princípio fundamental da contagem, há, no total,
4 · 3 = 12 possibilidades.
Os 12 agrupamentos ordenados diferentes são:
ab    ba    ca    da

ARRANJOS ac    bc    cb    db
ad    bd    cd    dc

Esses agrupamentos são chamados de arranjos simples.


Arranjamos 4 elementos, 2 a 2, e o número desses arranjos
foi 12. Escrevemos, então:

MT AULAS A4,2 = 4 · 3 = 12 (arranjo de 4 elementos tomados 2 a 2


é igual a 12)
33 E 34
2. Usando os algarismos 2, 3, 5, 7 e 9, quantos números
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) naturais de 3 algarismos distintos podemos formar?
1 2e3
centena dezena unidade
Há 5 possibilidades para o 1.º algarismo, 4 para o 2.º e 3
para o 3.º.
1. Arranjos No total, podemos então formar 5 · 4 · 3 = 60 números.
Vimos que permutação simples de n elementos é qualquer Dizemos, nesse exemplo, que fizemos arranjos de 5 ele-
agrupamento ordenado desses n elementos. Agora, tendo n mentos tomados 3 a 3, e o número desses arranjos é 60.
elementos, vamos estudar os agrupamentos ordenados de
Indicamos assim: A5,3 = 5 · 4 · 3 = 60.
1 elemento, 2 elementos, 3 elementos, ..., de p elementos
com p ≤ n. Vejamos como calcular o número total desses agrupamen-
tos de n elementos arranjados p a p, com n > p. Construin-
Exemplos do árvores de possibilidades, temos:

1. Consideremos as letras a, b, c e d. Quais e quantos Na primeira posição: n possibilidades.


agrupamentos ordenados diferentes de 2 letras distin-
tas é possível formar com elas?
(pois temos n elementos disponíveis)

Na segunda posição: (n – 1) possibilidades

(pois temos (n – 1) elementos disponíveis)

Na terceira posição: (n – 2) possibilidades

(pois temos (n – 2) elementos disponíveis)


VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A    A
Na p-ésima posição: n – (p –1) possibilidades

(pois temos n – (p – 1) elementos disponíveis)

Aplicando o princípio fundamental da contagem, temos


que o número total de possibilidades é dado por:
Na primeira posição, temos 4 possibilidades (pois temos 4 elemen-
tos disponíveis). Na segunda posição, para cada uma das anterio- An,p = n(n – 1) (n – 2) ... [n – (p – 1)]
res, temos 3 possibilidades (pois temos 3 elementos disponíveis). p fatores

68
Podemos ainda indicar An,p por meio de fatoriais. Observe:
An, p = n(n – 1)(n – 2) . ... . (n – p + 1)
(n – p)!
Multiplicando esse número por _______
​   ​, temos:
(n – p)!
(n – p)! ____________________________
n(n – 1) (n – 2) ... (n – p + 1)(n – p)! ______
An, p = n(n – 1)(n – 2) . ... . (n – p + 1) · ______
​   ​ = ​         ​ = ​  n!  ​
(n – p)! (n – p)! (n – p)!
Portanto:

​  n!  ​
An, p = ______
(n – p)!
Resumindo:

Arranjos simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n) são os agrupamentos ordenados distintos que se podem formar com
p dos n elementos dados.
Indica-se por An, p ou A​np​o total desses agrupamentos, que calculamos assim:
An, p = n(n – 1)(n – 2). ... . (n – p + 1)
ou
​  n!
An, p = ______
(n – p)!

Exemplos
(10 – 4 + 1)

§ A10, 4 = 10 · 9 · 8 · 7 = 5040 ou

​ 10! ​= _____________
A10, 4 = ___ ​ 10 · 9 · 8 ​
   · 7 · 6!= 5040
6! 6!
​ 8 · 7  ​
§ A8, 2 = 8 · 7 ou A8,2 = _______ · 6!
6!

Observação
Você pode usar o conceito de arranjo ou o princípio fundamental da contagem para resolver problemas, como veremos nos exem-
plos de aplicação a seguir. Só compreendendo o que está sendo feito é que você saberá aplicar a fórmula. Por isso, pouco adianta
apenas decorá-la. VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os arranjos se propagam grandemente no nosso cotidiano. Na área da saúde, por exemplo, quando uma enfermeira
recebe prescrições médicas de medicamentos, onde no pronto-socorro irá recombiná-los com vários outros genéricos,
ela está aplicando arranjos no seu trabalho. Percebe-se que, através de um remédio, várias outras combinações serão
criadas, causando efeitos diferentes nos pacientes.

69
2.ª maneira:
Aplicação do conteúdo Usando a fórmula:
1. Quantos números de dois algarismos diferentes pode- Fixando E como 1.ª letra, temos que arranjar as 3 res-
mos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
tantes das 7 que sobraram.
Resolução: Assim:
1.ª maneira: ​ 7! ​= 7 · 6 · 5 = 210
A7, 3 = __
4!
Usando a fórmula: d) Quantas terminam com TA?
Procuramos agrupamentos de 2 elementos em que a ordem
Resolução:
é importante, pois, por exemplo, 12 ≠ 21. Temos 9 elementos
para serem arranjados 2 a 2. Assim, temos que calcular: 1.ª maneira:

​  9!  ​ = __
A9, 2 = ______ ​ 9! ​= _______
​ 9 · 8  ​
· 7! = 72 Sem usar a fórmula:
(9 – 2)! 7! 7!
Fixando TA como 3.ª e 4.ª letras, restam 6 possibilida-
Portanto, existem 72 números de dois algarismos diferen- des para a 1.ª letra e 5 para a 2.ª. Assim, temos:
tes que podem ser escritos com os algarismos de 1 a 9.
6 · 5 = 30 palavras
2.ª maneira: 2.ª maneira:
Sem usar a fórmula: Usando a fórmula:
Para o algarismo das dezenas temos 9 opções e, para o al-
garismo das unidades, apenas 8 opções, pois não podemos Fixando as duas últimas como sendo TA, temos que
repetir algarismos. Assim temos 9 · 8 = 72 possibilidades. arranjar as 2 iniciais das 6 que sobraram. Assim:
Portanto, são 72 números. ​ 6! ​= 6 · 5 = 30
A6, 2 = __
4!
2. Responda às seguintes questões:
e) Quantas contêm a letra M?
a) Quantos anagramas podemos formar com as letras
da palavra CONTAGEM? Resolução:

Resolução: 1.ª maneira:


P8 = 8! = 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 40.320 Sem usar a fórmula:

b) Quantas “palavras” de 4 letras distintas podemos Fixando M como 1.ª letra, restam 7 possibilidades
formar com as letras da palavra CONTAGEM? para a 2.ª letra, 6 para a 3.ª e 5 para a 4.ª letra.
Assim, temos 7 · 6 · 5 = 210 palavras com o M na
Resolução:
1ª posição. Da mesma forma, teremos 210 possibili-
1.ª maneira: dades para o M na 2.ª posição, na 3.ª posição e na 4.ª
Sem usar a fórmula: posição. Assim, temos:
Temos 8 possibilidades para a 1.ª letra, 7 para a 2.ª, 6 4 · 210 = 840 palavras
para a 3.ª e 5 para a 4.ª letra. Assim, temos: 2.ª maneira:
8 · 7 · 6 · 5 = 1680 Usando a fórmula:
2.ª maneira:
Colocado o M temos
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Usando a fórmula:
​ 7! ​ = 7 · 6 · 5 = 210 possibilidades para as outras
A7, 3 = __
4!
​ 8! ​= 8 · 7 · 6 · 5 = 1680
A8, 4 = __ letras. Como podemos colocar o M de quatro maneiras
4!
c) Quantas dessas “palavras” começam com E? diferentes.
Resolução: M __ __ __; ___ M ___ ___; ___ ___
1.ª maneira: M ___ e ___ ___ ___ M, temos:
Sem usar a fórmula: 4 · 210 = 840
Fixando E como 1ª letra, restam 7 possibilidades para
a 2ª letra, 6 para a 3ª e 5 para a 4ª letra. Assim, temos:
7 · 6 · 5 = 210

70
f) Quantas não contêm a letra M? 4. Quantas frações diferentes (e não iguais a 1) pode-
mos escrever usando os números 2, 3, 5, 7, 11 e 13?
Resolução:
Resolução:
1ª maneira:
1ª maneira:
Sem usar a fórmula:
Usando a fórmula:
Sem o M teremos 7 letras para compor a palavra:
Nesse caso, estamos procurando agrupamentos de dois
7 possibilidades para a 1.ª letra, 6 para a 2.ª, 5 para a
3.ª e 4 para 4.ª letra. Assim, temos:
elementos, nos quais a ordem deles é relevante ​__
e nos quais um mesmo número não pode ser repetido na
3 2 ( )
​ 3 ​  ​
​ 2 ​ ≠ __

7 · 6 · 5 · 4 = 840 palavras. mesma fração ​__


3 ( )
​  3 ​= 1 .​
2ª maneira: Esses agrupamentos de 2 elementos devem ser formados
com os 6 elementos: 2, 3, 5, 7, 11, e 13. Logo, temos:
Usando a fórmula:
Retirando o M, passamos a ter 7 letras. Como os ana- ​ 6! ​= 6 · 5 = 30
A6, 2 = __
4!
gramas devem conter 4 letras, temos:
Portanto, podemos formar 30 frações nessas condições.
​ 7! ​= 7 · 6 · 5 · 4 = 840
A7,4 = __
3! 2ª maneira:
Sem usar a fórmula:
Observação Para o denominador, temos 6 opções e, para o numerador,
Também poderíamos ter feito 1680 – 840 para obter
5 opções. Então, 6 · 5 = 30 frações.
840, subtraindo o número de palavras obtido no item 5. Um estudante tem 5 lápis de cores diferentes. De
e do número total obtido em b. quantas maneiras diferentes ele poderá pintar os esta-
dos da região Sul do Brasil, cada um de uma cor?
3. De quantas maneiras 5 meninos podem sentar-se Resolução:
num banco que tem apenas 3 lugares?
1ª maneira:
Resolução:
Sem usar a fórmula:
1ª maneira: São 3 estados: Para o Rio Grande do Sul há 5 possibilida-
des, para o Paraná, 4 possibilidades e, para Santa Catarina,
Usando a fórmula:
3 possibilidades. Logo:
Estamos interessados nos agrupamentos ordenados de 3
5 · 4 · 3 = 60 possibilidades.
elementos, retirados de 5 elementos, ou seja:
2ª maneira:
​ 5! ​= 5 · 4 · 3 = 60
A5, 3 = __
2! Usando a fórmula:
Portanto, há 60 maneiras possíveis. Os estados do Sul do Brasil são 3: Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. Logo, devemos calcular A5, 3.
2ª maneira:
​ 5! ​= 5 . 4 . 3 = 60
A5, 3 = __
Sem usar a fórmula: 2!
Portanto, há 60 maneiras diferentes de pintar os estados
5 meninos são possíveis para o 1º lugar do banco, 4 para
do Sul usando 5 cores.
o 2º e 3 para o 3º. Então, são 5 · 4 · 3 = 60 possibilidades.
6. Com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, quantos números de
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3 algarismos distintos maiores que 300 podemos formar?


Resolução:
1ª maneira:
Sem usar a fórmula:
Para algarismos maiores do que 300 é necessário que o
multimídia: vídeo algarismo da centena seja 3, 4, 5 ou 6. Assim, temos 4
possibilidades para a centena. Para a dezena, 5 possibilida-
Fonte: Youtube
des, pois não podemos repetir a centena, e, para a unidade,
Os Gênios do Oriente - Documentário dublado 4 possibilidades. Assim,
4 · 5 · 4 = 80 números.

71
2ª maneira: 8. Com os dígitos 3, 4 e 5, quantos números naturais de
algarismos distintos podemos formar?
Usando a fórmula:
Resolução:
Temos as possibilidades:
§ 3 ___ ___ § De 1 algarismo: 3
§ 4 ___ ___ § De 2 algarismos: A3, 2 = 3 · 2 = 6
§ 5 ___ ___
§ De 3 algarismos: P3 = 6
§ 6 ___ ___
Total 3 + 6 + 6 = 15 números.
Para preencher cada uma das lacunas, temos A5, 2 possibili-
dades. Portanto, podemos formar:
​ 5! ​= 4 . 5 . 4 = 80 números
4 . A5, 2 = 4 . __
3!
7. Com os algarismos 3, 5, 7 e 9 foram formados todos os
números naturais possíveis de 3 algarismos e colocados
em ordem crescente. Qual a posição do número 739?
Resolução:
multimídia: site
Temos as possibilidades:
3 __ __ → A3,2 = 6 pt.khanacademy.org/math/probability/probability-
6 + 6 = 12
5 __ __ → A3,2 = 6 -geometry/counting-permutations/e/fundamental-
7 3 5 → 13º número 7 3 9 → 14º número -counting-principle

Portanto, 739 é o 14º número.

VIVENCIANDO

Doze times se inscreveram em um torneio de futebol amador. O jogo de abertura do torneio foi escolhido da seguinte
forma: primeiro, foram sorteados quatro times para compor o grupo A. Em seguida, entre os times do grupo A, foram
sorteados dois times para realizar o jogo de abertura do torneio, sendo que o primeiro deles jogaria em seu próprio
campo e o segundo seria o time visitante. A quantidade total de escolhas possíveis para o grupo A e a quantidade
total de escolhas dos times do jogo de abertura podem ser calculadas por meio de:
a) uma combinação e um arranjo, respectivamente;
b) um arranjo e uma combinação, respectivamente;
c) um arranjo e uma permutação, respectivamente;
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

d) duas combinações;
e) dois arranjos.
Resolução:
Trata-se de arranjo e combinação; caso a ordem de escolha importe, trata-se de arranjo; caso a ordem de escolha
não importe, combinação. Observando o enunciado, temos que serão escolhidos quatro times dentre 12 times para
definir o grupo A; como a ordem de escolha não importa, trata-se de uma combinação. Para o jogo de abertura, a
ordem de escolha importa, ou seja, trata-se de um arranjo. Logo, a alternativa correta é A.
Alternativa A

72
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 2

Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

MODELO 1
(Enem) Uma família composta por sete pessoas adultas, após decidir o itinerário de sua viagem, consultou o
site de uma empresa aérea e constatou que o voo para a data escolhida estava quase lotado. Na figura, dis-
ponibilizada pelo site, as poltronas ocupadas estão marcadas com X e as únicas poltronas disponíveis são as
mostradas em branco.

Disponível em: <www.gebh.net>. Acesso em: 30 out. 2013 (adaptado).

O número de formas distintas de se acomodar a família nesse voo é calculado por:

9!
a) ___
​   ​
2!
​  9!  ​
b) ______
7! . 2!
c) 7!

​  5!
d) _____
2! . 4!
5!
e ​ ) ___ 4!
​   ​ . ___
​   ​
4! 3!

ANÁLISE EXPOSITIVA

O resultado pedido corresponde ao número de arranjos simples de 9 objetos tomados 7 a 7, isto é,


9!
A9, 7 = __
​   ​.
2!
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conheci-
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

mentos sobre análise combinatória para a sua resolução.

RESPOSTA Alternativa A

73
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

ARRANJO

QUANDO A An,p= n!
(n-p)! SEM REPETIÇÃO
ORDEM IMPORTA
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

74
MATEMÁTICA

4
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
GEOMETRIA
ESPACIAL

TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS

O Enem tem alta incidência de questões so- Apresenta questões sobre volume de pris-
bre geometria espacial. O candidato deve mas e suas aplicações. Questões difíceis
esperar questões de todos os níveis. podem aparecer na primeira e/ou segunda
fase.

A prova exigirá conhecimento sobre volu- Pode apresentar questões na parte de Físi- A prova apresenta os temas deste livro com
me e todas as figuras geométricas, por isso, ca e Química abordando volumes. grau mediano e elevado. Semelhança de
é necessário conhecer o conceito de sólido sólidos pode ser muito utilizado.
de revolução.

A prova busca de seu candidato uma com- A prova apresenta a geometria espacial A prova sempre abordará a geometria A prova apresentará questões de elevado
preensão do conteúdo aplicado. Questões com incidência e grau medianos. O candi- espacial, e os temas abordados neste livro grau de dificuldade. Associar todos os itens
sobre o conhecimento científico trarão a dato deve saber fazer a correlação entre são de extrema importância para o candi- de geometria plana para a espacial é fun-
geometria espacial. sólidos e seus volumes. dato realizar seus problemas. damental.

UFMG
A geometria espacial alinhada com a ge- A prova exige a parte da geometria espa- A prova exigirá de seu candidato uma boa
ometria plana levará o candidato a ter um cial com elevado grau em suas questões. análise da geometria espacial com ques-
grande resultado. Questões do nosso coti- Associar um cilindro com as outras formas tões elevadas. Tronco de pirâmides é um
diano e que buscam uma visão tridimen- geométricas é fundamental. bom tema a cair em sua prova, associado
sional também podem aparecer na prova. com temas de geometria plana.

A prova apresentará questões sobre geo- Diferente dos outros vestibulares, leva ao A prova possui baixa incidência de geome-
metria espacial no seu exame discursivo seu candidato uma prova muito objetiva. tria espacial, porém, as questões são muito
e de qualificação. O candidato deve se Os temas deste livro, na parte de geome- bem elaboradas.
atentar à junção entre a geometria plana e tria espacial, sempre ocorrem em questões
espacial para realizar uma boa prova. muito bem elaboradas.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

76
1.2. Volume do paralelepípedo
retângulo ou bloco retangular
O bloco retangular é um poliedro formado por 6 faces re-
tangulares. Ele é determinado por três medidas: o seu com-
VOLUME DE PRISMAS primento (a), a sua largura (b) e a sua altura (c). O volume
desse bloco retangular será indicado por V (a, b, c), e o
volume do cubo unitário será indicado por V (1, 1, 1) = 1.

MT AULAS
27 E 28
O volume do bloco retangular é proporcional a cada uma
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) de suas dimensões, ou seja, se duas das dimensões forem
2e3 6, 7, 8, 9 e 14 mantidas constantes e a terceira dimensão for multiplicada
por um número natural qualquer, o volume também será
multiplicado pelo mesmo número natural. Isso pode ser
observado no exemplo a seguir:
1. A ideia intuitiva de volume V(a, b, 3c) = V(a, 3b, c) = V(3a, b, c) = 3V(a, b, c)
Considere que se queira medir a quantidade de espaço
ocupado por um sólido S. Para isso, é preciso comparar S
com uma unidade de volume. O resultado dessa compa-
ração é um número que exprime quantas vezes o sólido S
contém a unidade de volume. Esse número, assim obtido,
é o volume de S.
Por exemplo, o volume do sólido S a seguir é de 12 unida-
des de volume, 12 U, ou seja:

Volume de S = 12 U

Esse fato, constatado com um número natural, vale para


qualquer número real positivo. Ou seja, mantidas constan-
tes duas dimensões do bloco retangular, seu volume será
proporcional à terceira dimensão. Assim, tem-se:

V(a, b, c) = a · V(1, b, c) = ab · V(1, 1, c)


1.1. Cubo unitário = abc · V(1, 1, 1) = abc · 1 = abc
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Será estabelecido como unidade de volume um cubo cuja


aresta mede uma unidade de comprimento. Ele será deno- Portanto:
minado cubo unitário.
Por definição, qualquer cubo cuja aresta meça 1 terá volu- V(a, b, c) = abc
me igual a 1 unidade cúbica de comprimento.

77
Assim, o volume de um paralelepípedo retângulo é dado 1.3. Volume em litros
pelo produto das suas dimensões.
O litro é a unidade de medida de volume mais comum
no cotidiano. Em geral, o litro é usado para medir o volu-
Notas: me de líquidos, embora ele possa ser utilizado para medir
qualquer volume. Um litro é definido como o volume de
1. Como ab indica a área da base, e c indica a altura, é
um cubo de 1 decímetro de aresta (10 centímetros), ou
possível também indicar o volume do paralelepípedo
seja, 1dm3.
retângulo assim:
V = Abh

Em que Ab = ab (área da base); h = c (altura correspondente).


Dessa forma, pode-se afirmar que o volume de um
paralelepípedo retângulo é o produto da área da base Algumas relações importantes em relação ao litro:
pela altura. 1ℓ = 1dm3
2. Como o cubo é um caso particular de paralelepípe-
1 000ℓ = 1m3
do retângulo, com todas as arestas de medidas iguais,
seu volume é dado por: 1mℓ = 1cm3

V = a ⋅ a ⋅ a ou V = a3

multimídia: site

pt.khanacademy.org/math/basic-geo/basic-geo-volu-
me-sa/volume-rect-prism/e/volume_1

3. Agora, pode-se provar o fato de figuras geométricas


Aplicação do conteúdo
semelhantes de razão k entre suas grandezas lineares
1. Calcule o volume de um paralelepípedo
__ retângulo,
terem volumes com razão k3. De fato, se V (x, y, z) é
cujas dimensões são: 3 cm, 2,8 cm e 3√2 ​ cm.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

o volume de um sólido qualquer, e V (kx, ky, ky) é o


__
volume do sólido semelhante, então: Dado: ​√2 ​ ≅ 1,41
V = (kx, ky, kz) = kV(x, ky, kz) Resolução:
= k2V(x, y, kz) = k3V(x, y, z) Tem-se:
Ou seja: V = abc = 3 · 2,8 · 3​dXX 2≅
2 ​= 25,2​dXX ​ 35,532 cm3
V(kx, ky, ky) = k3 V(x, y, z) Assim, o volume é de aproximadamente 35,532 cm3.

2. Qual é o volume de concreto necessário para cons-


truir uma laje de 20 cm de espessura em uma sala de
3 m por 4 m?

78
5. Na caixa cúbica da figura a seguir, a ripa transversal
mede 8 dm. Qual é o volume da caixa?

Resolução:

Área da base = Ab = 3 . 4 = 12 m2
V = área da base . altura = Abh
= 12 m2 . 0,20 m = 2,40 m3
São necessários 2,40 m3 de concreto.

3. Determine, em cada item, as medidas das arestas dos Resolução:


cubos, cujos volumes são dados: Em primeiro lugar, deve-se estabelecer o modelo matemático:
a) 125 dm3
Resolução:
125 ​= ​3dXX
V = 125 dm3 ⇒ a3 = 125 ⇒ a = ​3dXXXX 53 ​= 5 dm
____
b) 3​√3 ​cm3
Resolução:
__
V = 3​dXX 3 ​ ⇒ a3 = √
3 ​ ⇒ a3 = 3​dXX ​ 33 ​ ⇒
__
⇒ a = 6​dXX
33 ​ ⇒ a = √
​ 3 ​ cm

4. Sabendo que foram gastos 0,96 m2 de material para


montar a caixa cúbica, cuja figura está a seguir, calcule
o volume dessa caixa.
Pela figura, é preciso determinar a aresta a, conhecendo a
diagonal d de uma face:
d2 = a2 + a2 ⇒ d = a​dXX
2 ​
Como d = 8 dm, tem-se:
dXX
​ 8​  ​
2 ​ ⇒ a = ____
8 = a​dXX 2 ​ = 4​dXX
2 ​
2
É preciso calcular o volume:
2 ​dm)3 = 43 d​ 2XX3 ​ dm3 = 128​dXX
V = a3 = (4​dXX 2 ​ dm3
O volume da caixa é 128​dXX
2 ​ dm3.

Resolução:
2. Princípio de Cavalieri
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Nesse caso, tem-se que a área total do cubo é:


Considere três pilhas com o mesmo número de folhas de pa-
0,96 m = 96 dm = 9 600 cm
2 2 2
pel, arrumadas de formas diferentes, como indicam as figuras:
Sabendo que At = 6a2, tem-se:
9 600 = 6a2 ⇒ a2 = 1 600 ⇒ a = 40 cm

Como V = a3, tem-se:


V = (40 cm)3 = 64 000 cm3 = 64 dm3 = 0,064 m3

79
Agora, é possível calcular o volume de um prisma qual-
quer utilizando o paralelepípedo retângulo como auxílio.

Considere um prisma S1, cuja área da base é Ab e a altura


é h, e também um paralelepípedo retângulo S2, cuja área
da base é Ab e a altura é h. O plano a que contém as bases
Observe que qualquer plano horizontal que seccione as é horizontal. Qualquer plano horizontal p que secciona os
três pilhas terá intersecções de mesma área (uma folha); dois sólidos determina, no prisma S1, a secção p ∩ S1, cuja
perceba também que as pilhas possuem volumes iguais (só área é igual a Ab, e, no paralelepípedo retângulo S2, deter-
mudam as formas). mina a secção p ∩ S2, cuja área é igual a Ab.
Essa situação serve para ilustrar o princípio de Cavalieri, Como a área (p ∩ S1) = Ab e a área (p ∩ S2) = Ab, para
que será analisado a seguir.
qualquer plano horizontal p, tem-se:

U Área (p ∩ S1) = Área (p ∩ S2)


β S1 βU
> S2
Pelo princípio de Cavalieri, pode-se concluir que:
volume do prisma = volume paralelepípedo retângulo.
Como o volume do paralelepípedo retângulo = área da
base · altura, segue que:
Considere os sólidos S1 e S2 apoiados em um plano hori-
Volume do prisma = área da base · altura
zontal a. Considere também o plano b, paralelo a a, que,
ao seccionar S1, também secciona S2, determinando duas V = Abh
regiões planas de áreas A1 e A2.
Nessas condições, pode-se afirmar que, se para todo plano
Aplicação do conteúdo
b tem-se A1 = A2, então: 1. Calcule o volume do prisma reto indicado na figura
Volume S1 = volume S2 a seguir.
20 cm 15 cm
É possível demonstrar o princípio de Cavalieri; no entanto,
ele será considerado verdadeiro sem que seja feita sua de-
12 cm
monstração. A seguir, será constatado que esse princípio
simplifica muito o cálculo de volumes.
25 cm

3. Volume do prisma Resolução:


O princípio de Cavalieri pode ser aplicado para se calcular
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A base desse prisma é um triângulo do qual são conheci-


o volume de um prisma qualquer.
dos os três lados.
Considere que, num prisma qualquer com a base contida
Pode-se obter a área usando a fórmula de Heron:
num plano a, se p for paralelo a a, a secção determinada
por p no prisma será sempre congruente à base, por isso 30 · 5 · 10 · 15 ​= d​ XXXXXX
Ab = d​  
XXXXXXXXXXXXXX 22500 ​= 150 cm2
essa secção e a base terão sempre áreas iguais.
A altura do prisma é de 12 cm. Seu volume é:
V = Abh = 150 · 12 = 1 800 cm3
Assim, o volume do prisma é de 1.800 cm3.

2. Queremos encher de areia a caixa indicada na figura


seguinte. Qual é o volume de areia que cabe nessa caixa?

80
Dados: d​ XX
3 ​= 1,7. Calculando V1:
2dXX 2dXX
​ l ​  ​
Ab1 = 6 · ____ 3 ​ = 6 · ____
​ 8 ​ ​
3 ​ = 163,2m2
4 4
V1 = Ab1 h = 163,2 mm2 · 5 mm = 816 mm3
Calculando V2:
2dXX 2dXX
​ l ​  ​
Ab2 = 6 · ____ 3 ​ = 6 · ____
​ 6 ​ ​
3 ​ = 91,8 mm3
4 4
Vb2 = Ab2 · h = 91,8 mm2 · 5 mm = 459 mm3
V = V1 – V2 = 816 – 459 = 357 mm3
O volume da porca de parafuso é 357 mm3.

Resolução: 4. A área total de um prisma hexagonal regular é


(96 + 12​dXX
3 ​) m2. A aresta da base do prisma mede 2 m.
A área da base é a área de um hexágono regular cujo lado Calcule a altura e o volume do prisma.
mede 11 cm.
Resolução:
Sabe-se que o hexágono regular é formado por 6 triângu-
Calculando a área da base, em que a = 2:
los equiláteros e que a área de um triângulo equilátero de 2dXX dXX
2dXX ​ a ​ ​
Ab = 6 · ____ ​ 4​  ​
3 ​ = 6 · ____ 3 ​ = 6​dXX
3 ​
​ l ​  ​3 ​ .
lado l é dada por ____ 4 4
4
Deve-se calcular a área lateral, sabendo que cada face é
uma região retangular de dimensões 2 e h:
Al = 6 · 2h = 12 h
Como At = Al + 2Ab, tem-se:
96 + 12​dXX 3 ​ ⇒ 12h = 96 ⇒ h = 8
3 ​= 12h + 12​dXX
Calculando o volume do prisma:
3 ​ · 8 = 48​dXX
V = Abh = 6​dXX 3 ​ m3
Assim, a área da__ base é dada por:
2√
Assim, a altura mede 8 m e o volume é 48​dXX
3 ​m3.
11
Ab = 6 · _____
​   ​​ 3 ​ = 308,6 cm2
4 5. Aumentando em 1 cm a aresta de um cubo, sua área late-
O volume do prisma é dado por V = Abh, sendo ral aumenta em 164 cm2. Qual é o volume do cubo original?
Ab = 308,6 cm2 e h = 35 cm. Seja a a aresta do cubo original e (a + 1) a aresta do novo cubo.

V = 308,6 cm2 · 35 cm = 10 801 cm3 = 10,801 dm3.


O volume de areia que cabe nessa caixa é de aproximada-
mente 11 dm3.
3. Calcule o volume de uma porca de parafuso, cuja for-
ma e medidas estão na figura a seguir.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
Pelos dados do problema, tem-se:
4(a + 1)2 = 4a2 + 164 ⇒
4a2 + 8a + 4 - 4a2 = 164 ⇒
8a = 160 ⇒ a = 20 cm
Resolução:
O volume será:
Indicando por:
V = a3 = (20 cm)3 = 8 000 cm3
V1: o volume do prisma maior
V2: o volume do prisma menor
V = V1 – V2: volume da porca

81
VIVENCIANDO

O paliteiro e a barra de sabão são exemplos de objetos com forma prismática. As pessoas encontram muitos objetos
tridimensionais diferentes todos os dias. Em geral, esses objetos passam despercebidos e poucos percebem que
alguns deles são prismas. Da próxima vez que você olhar em volta, em casa ou na rua, talvez observe alguns prismas
que nunca tenha considerado, como uma barra de chocolate Toblerone.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 14
Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas
e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta com conhecimentos de geometria.

MODELO 1
(Enem) Uma empresa especializada em conservação de piscinas utiliza um produto para tratamento da água,
cujas especificações técnicas sugerem que seja adicionado 1,5 mL desse produto para cada 1.000 L de água da
piscina. Essa empresa foi contratada para cuidar de uma piscina de base retangular, de profundidade constante
igual a 1,7 m, com largura e comprimento iguais a 3 m e 5 m, respectivamente. O nível da lâmina d’água dessa
piscina é mantido a 50 cm da borda da piscina.
A quantidade desse produto, em mililitro, que deve ser adicionada a essa piscina de modo a atender às suas
especificações técnicas é:
a) 11,25. b) 27,00. c) 28,80. d) 32,25. e) 49,50.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando cálculos de volume de sólidos
geométricos (prismas, nesse caso) para a sua resolução.
De acordo com o enunciado, tem-se que o volume de água na piscina é igual a:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

V = 5 . 3 . 1,2 = 15 . 1,2 = 18 m³ = 18 000 l


Assim, a quantidade de produto será: (18 000 . 1,5) / 1 000 = 27 ml

RESPOSTA Alternativa B

82
DIAGRAMA DE IDEIAS

VOLUME DO
PARALELEPÍPEDO

VOLUME DE PRISMAS

a
V=a·b·c
V = Ab · h
EM QUE:
VOLUME DO Ab: ÁREA DA BASE
CUBO h: ALTURA

a
RELAÇÕES
IMPORTANTES
a
1 l = 1 dm3
a 1000 l = 1 m3
V = a3 1 ml = 1 cm3

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

83
Veja, a seguir, alguns exemplos de pirâmides:

PIRÂMIDES E
TRONCOS DE
PIRÂMIDES

MT AULAS
29 E 30
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) A 1.ª pirâmide, ABCDE, tem base quadrada (pirâmide qua-
2 6, 7, 8 e 9 drada), a região poligonal BCDE é sua base, AC é uma ares-
ta lateral, BC é uma aresta da base e a região triangular
ACD é uma das faces laterais.
A 2.ª pirâmide tem base pentagonal (pirâmide pentagonal)
1. As pirâmides e a 3.ª tem base triangular (tetraedro).

Observação
1.1. Construção e definição
Se todas as arestas laterais são congruentes, a pirâmide é
Considere uma região poligonal, por exemplo, ABCDE, conti- reta, caso contrário, ela é oblíqua. Nos exemplos dados a
da em um plano a e um ponto V exterior ao plano da região 1.ª e a 2.ª são pirâmides retas e a 3.ª é oblíqua.
poligonal. Traçamos os segmentos VA, VB, VC, VD e VE. Cada
dois vértices consecutivos de ABCDE determinam com V uma 1.2. Pirâmide regular
região triangular. Essas regiões triangulares, juntamente com
a região poligonal ABCDE e vértice V, formam uma pirâmide. Pirâmide regular é uma pirâmide reta, cuja base é uma re-
gião poligonal limitada por um polígono regular.
Vamos considerar uma pirâmide cuja base é uma região
quadrada e com arestas laterais congruentes:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A região do espaço ocupada pela pirâmide é formada pe-


los pontos dos segmentos de reta que ligam o vértice V aos Polígono regular é o que tem todos os lados e todos
pontos da região poligonal (base). os ângulos internos congruentes. Ele pode sempre ser
inscrito numa circunferência, cujo centro é considerado
A distância do vértice ao plano da base, que indicamos por
também centro do polígono regular.
h, é denominada altura da pirâmide.
Os segmentos VA, VB, VC, VD e VE são chamados de ares- Essa pirâmide é regular, pois sua base é uma região poli-
tas laterais, e as regiões triangulares VAB, VBC, VCD, VDE e gonal regular (quadrada) e suas arestas são congruentes
VEA, de faces laterais da pirâmide. (pirâmide reta).

84
Nesse caso, podemos ainda afirmar que: 2.1. Caso particular importante:
§ o segmento (PG) que liga o vértice ao centro da base é o tetraedro regular
a altura da pirâmide;
Uma pirâmide particular formada por quatro regiões trian-
§ as faces laterais são regiões triangulares isósceles e
gulares congruentes e equiláteras é o tetraedro regular (te-
congruentes;
tra: quatro; edro: face).
§ a altura de cada face lateral é conhecida por apótema
da pirâmide regular (a).

Observação
Em toda pirâmide regular devemos destacar quatro im-
portantes triângulos retângulos, nos quais aparecem: a
aresta da base (ø), a aresta lateral (ø1), o raio da base
(r), o apótema da pirâmide (a), o apótema da base (a1)
e a altura da pirâmide (h). Nele, qualquer uma das faces pode ser considerada base. O
tetraedro regular é um caso particular de pirâmide regular.
Veja, em uma pirâmide regular pentagonal, a aplicação da
relação de Pitágoras nesses triângulos:
Aplicação do conteúdo
1. Uma pirâmide regular hexagonal tem 8 cm de altura
e a aresta da__sua base __mede dXX
______ 3​ 3 ​cm. Calcule a área
total. Adote ​√3 ​ ≅ 1,7 e √ 84,24 ≅ 9,1.
Resolução:
Sabemos que:

Atotal = Abase + Alateral (At = Ab + Aø)


       dXX
3 ​
DOMA DVMA a1 = ____
​ ø​  ​
2 2dXX
() () ​ ø ​ ​
3 ​
2 2
r2 = a12 + ​__
​  ø ​  ​ ø12 = a2 + ​__
​  ø ​  ​ Ab = 6 · ____
2 2 4
r = ø (pois o hexágono é com-
posto por triângulos equiláteros)
()
r2 = ø2 = a​12​+ ​__
2
​ ø ​  ​
2
a2 = h2__+ a​12​
ø = 3​√3 ​
h=8

DVO DVOM § Cálculo de Ab (área da base):


2 __ __
ø​​= h2 + r2
1 a2 = h2 + a​12​ (3​√3) ​2 ∙ √
​ 3 ​
Ab = 6 · _______
​   ​ ⇒
4
2. Área da superfície
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

__ __
3​√3 ​ ⇒ ______
​ 6 · 9 ·  ​
_________ √ 3 ​
​ 162​ ​
de uma pirâmide 4 4
= 68,85

Do mesmo modo que foi visto nos prismas, nas pirâmides § Cálculo de a1 (apótema da base):
também temos: __ __
√ √
§ superfície lateral: é formada pelas faces laterais ​ 3​ 3 ​· ​
a1 = _______ ​ 3 ​ = __
​ 9 ​
(triangulares); 2 2
§ área lateral: é a área da superfície lateral; ou
__

( )
§ superfície total: é formada pelas faces laterais e pela __ √
2
​ 3​ 3 ​
(3​√3 ​) = a​21​+ ​ ____
2
 ​  ​ ⇒
base; 2
§ Área total: é a área da superfície total. ​ 81 ​ ⇒ a1 = __
​ 27 ​ = ___
a​21​= 27 – ___ ​ 9 ​
4 4 2

85
§ Cálculo de a (apótema da pirâmide):
_____
() 9 ​  2​ = 64 + ___
a2 = 82 + ​ ​ __
2
​ 81 ​ = ___
4
​ 337 ​= 84,25 ⇒ a =​√84,25 ​ ≅ 9,1
4
§ Cálculo de Aø (área lateral):
.a __
​  𝓵   ​
Aø = 6 · __ = 3 · 3​√3 ​· 9,1 > 139,23
2
§ Cálculo de At (área total):

At = Ab + Aø = 68,85 +139,23 = 208,08 cm2

VIVENCIANDO

Muitos artistas representam a nossa cidade, as pessoas, os prédios, a iluminação, o transporte, a natureza e todas as
coisas que estão ao nosso redor. Um exemplo é Tarsila do Amaral, uma das artistas brasileiras de grande importância
para a nossa cultura, pois suas obras são reconhecidas mundialmente. Com um estilo inconfundível, Tarsila explorava
temas tropicais com muita cor e sensibilidade. Você acredita que podemos destacar a presença de sólidos geométri-
cos nas obras de Tarsila? Pois é! Observe a obra “Calmaria II” (1929).
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

86
3. Volume da pirâmide Então, pelo princípio de Cavalieri, temos que os volumes
das pirâmides são iguais, ou seja:
Observe a figura abaixo:
Pirâmides com áreas das bases iguais e com mesma
altura têm volumes iguais.

A pirâmide tem a base P contida no plano a e está sendo


seccionada pelo plano horizontal p, paralelo a a. A sec-
ção da pirâmide pelo plano p é uma região poligonal p multimídia: livro
semelhante à base P. É interessante notar que a secção
de uma pirâmide por um plano paralelo à base destaca Introdução à história da matemática – Howard Eves
uma pirâmide menor que é semelhante à original. A pirâ-
Introdução à história da matemática é uma obra fasci-
mide menor tem base p e altura x (distância do ponto V
nante em que o autor narra a história da matemática
ao plano p), e a pirâmide original tem base P e altura h.
desde a Antiguidade. Ideal para quem quer aprofundar e
Se duas figuras geométricas são semelhantes, com razão k entre compreender os conceitos matemáticos e como surgiram.
suas dimensões lineares, então suas áreas têm razão k2. No caso,
k é a razão entre as alturas h e x das pirâmides semelhantes.
3.1. Cálculo do volume da
()
2
​ hx ​ ⇒ k2 = ​ ​ __hx ​  ​
k = __
pirâmide triangular
Assim, se p e P são semelhantes, então:
Vamos, agora, decompor um prisma triangular em três pi-
()
2
​ área de P ​= ​ ​ __hx ​  ​
_______ râmides, como indicam as figuras:
área de p

Regiões poligonais semelhantes têm ângulos con-


gruentes e segmentos correspondentes proporcionais.
​ a ​é a razão constante
Se __ entre seus segmentos corres-
b 2
pondentes, então ​ __​  a ​  ​ é a razão entre suas áreas.
()
b

Vamos, agora, considerar duas pirâmides cujas áreas das


bases são iguais e têm a mesma altura. Vejamos o que
acontece com as áreas das secções transversais situadas a
uma mesma distância do vértice da pirâmide.
x
  
p1 p2 h
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

pP11 Pp2

área de P1 __h 2 ________ área de P2 __h 2


Já vimos que ________
​ 
área de p1 ()
 ​ = ​ ​ x ​  ​ e ​ 
área de p2 ()
 ​ = ​ ​ x ​  ​

área de P1 ________
área de P2
Daí, tiramos ________
​   ​ = ​   ​
área de p1 área de p2
Como consideramos inicialmente que área de P1 = área de
P2, concluímos que:
Área de p1 = área de p2 para qualquer plano horizontal p.

87
Volume da pirâmide triangular = volume de uma pirâ-
Observações mide qualquer (de mesma área da base e mesma altura)
1. As pirâmides I e II têm bases congruentes e alturas Como o volume da pirâmide triangular é um terço da área
iguais. De fato, os triângulos ABC e DEF são congruen- da base multiplicada pela altura, temos a seguinte fórmula:
tes e a distância de D ao plano (ABC) é igual à distân- Ah
cia de C ao plano (DEF) – altura do prisma original. V = ___
​  b  ​
3
Logo, I e II têm mesmo volume.
2. As pirâmides II e III também têm bases congruentes Aplicação do conteúdo
e alturas iguais. De fato, o triângulo CEF é congruente
ao triângulo BCE, pois cada um deles é a metade do 1. A área da base de uma pirâmide é 36 cm2. Uma sec-
paralelogramo BCFE, pois cada uma dessas pirâmides ção transversal feita a 3 cm da base tem 9 cm2 de área.
é a distância de D ao plano (BCFE). Logo, II e III têm o Calcule a altura da pirâmide.
mesmo volume. Assim, VI = VII e VII = VIII e, portanto, os
três volumes são iguais.
Lembrando que Vprisma = VI + VII + VIII e fazendo VI = VII
= VIII = V, temos que: Vprisma
Vprisma = 3V ⇒ V = ​ ____  ​
3
Como Vprisma = área da base ∙ altura, temos:
​ área da base · altura
V ou Vpirâmide triangular = ________________
    ​
3
Essa propriedade citada pode ser verificada experimen-
talmente. Se quiséssemos encher de água uma vasilha Resolução:
em forma de prisma usando um recipiente em forma
de pirâmide, com mesma base e mesma altura, seria Na figura, temos:
necessário usá-lo três vezes para encher a vasilha. P1 = 36 cm2
p1 = 9 cm2
h – x = 3 cm ⇒ x = h – 3
P h2 ___
​  2 ​ ⇒ ​ 36 ​ = ______
​  h 2 ​ ⇒ 4 = ______
​  h 2 ​ ⇒
2 2
__
​ p1 ​ = __
1 x 9 (h – 3) (h – 3)
3.2. Cálculo do volume de ⇒ 2 = ______ ​  h  ​ ⇒ 2h – 6 = h ⇒ h = 6
(h – 3)
uma pirâmide qualquer
Agora, para determinarmos o volume de uma pirâmide A altura da pirâmide é 6 cm.
qualquer, usamos a conclusão anterior e o princípio de Ca- 2. Calcule o volume de uma pirâmide quadrada, cuja
valieri. Assim, dada uma pirâmide qualquer, consideramos aresta da base mede 4 cm e a altura, 7cm.
uma pirâmide triangular que tenha a mesma área da base
e a mesma altura que uma pirâmide qualquer.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

O princípio de Cavalieri garante que duas pirâmides com


áreas das bases iguais e com a mesma altura têm volumes
iguais. Então: Resolução:
Ab = 4 cm · 4 cm = 16 cm2
h = 7 cm
A h 16 cm2 · 7 cm _______
 ​ = ​ 112 cm
3
V = ___
​  b  ​ = ​ _________  ​= 37,3 cm3
3 3 3
O volume da pirâmide é aproximadamente 37,3 cm3.

88
3. Qual é o volume de um tetraedro regular de aresta a?
Resolução: O tetraedro regular é tema bastante recorrente
quando nos referimos a pirâmides. Os resultados
Sabemos que, num tetraedro regular (figura abaixo), as obtidos nesse último exemplo são importantes e
quatro faces são triângulos equiláteros. podem ser utilizados sempre em exercícios relacio-
nados a tetraedros regulares:
§ Altura __ do tetraedro regular:

h = ____ ​ a​  ​6 ​
3
§ Área total __
do tetraedro regular:
2√
a ​ 3 ​ __
4 . _____
​   ​= a2 ​√3 ​
4
§ Volume do tetraedro regular:
__
​ a ​ 2 ​​
3√
_____
12

Logo, a área da base é:


__
2 √ 4. Quando duas pirâmides regulares de bases quadra-
a ​
_____
Ab = ​   ​ 3 ​ (área de um triângulo equilátero de lado a).
das e cujas faces laterais são triângulos equiláteros são
4
colocadas base a base, o sólido resultante (figura abai-
Calculamos, agora, a altura do tetraedro: xo) é denominado octaedro regular. Calcule o volume
do octaedro regular de aresta 5 cm.

§ O é o centro do triângulo equilátero ABC


Resolução:
§ AD é mediana relativa do lado BC
Vamos calcular a altura de cada pirâmide:
​ 2 ​ AD
§ AO = __ __
3
§ AD é a altura do DABC relativa ao lado BC § AC = diagonal do quadrado = 5​√2 ​
__
a​ √3 ​
____ § VO = altura da pirâmide (h) __
§ AD = ​   ​ √2 ​
2 ​ 5​  ​
§ OC = metade da diagonal do quadrado = ____
2
Das observações feitas, podemos tirar que: ​^​
__ __ No triângulo retângulo VOC (​O​é reto), temos:
√ a​√ ​3 ​
​ a​ 3 ​
​ 2 ​ · ____
AO = __  ​ = ​ ____ __ __
3 2 3
​^​
Considerando o triângulo retângulo AOV (​O ​é reto), temos:
2 2
( )
√ 2
​ 5​ 2 ​
5 = h + ​ ____
2
​ 50 ​ = ___
 ​  ​ ⇒ h2 = 25 – ___
4 4
5​√2 ​
​ 50 ​ ⇒ h = ​ ____
2
 ​ cm
__ Vamos calcular o volume:
√ 3 ​ 2
a​
____
AV = AO + OV ⇒ a = ​ ​   ​  ​ + h2 ⇒
2 2 2 2
( )
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

3 __ __ Ab = 5 · 5 = 25 cm2
__
a
__2
2a
___ 2
a​
____ √ 6 ​
√__2 ​ ____
a​ √ 2 ​
⇒ h = a – ​   ​ = ​   ​ ⇒ h = ​   ​ = ​   ​
2 2
​ 25 · 5​
_______ ​
3 3 ​√3 ​ 3 Abh _______ 2 125 · 1,4
___
V = ​   ​ = ​   ​ = ​ _______
 ​= 29,1 cm3
Calculando o volume, temos: 3 3 6
__ __
2√
​ a ​  ​
____ a​√6 ​
3 ​ · ​ ____
 ​ __ __ Como são duas pirâmides, temos:
A h 3a3√
​ 3√
___b
V = ​   ​ = ​  4
_________ 3
 ​ = ​  _____ ​ = ​  2 ​ ​
2 ​ a ​
____
VT > 2 · 29,1 = 58,2 cm3
3 3 36 12
__
3√
​ a ​  ​.
Então, o volume do tetraedro regular vale ____ 2 ​ Portanto, o volume do octaedro regular é de aproximada-
12
mente 58,2 cm3.

89
4. Tronco de pirâmide 4.1. Volume do tronco de pirâmide
Vamos considerar uma pirâmide de vértice V e altura h. Consideremos o tronco de pirâmide representado pela fi-
Traçando um plano p paralelo à base, que secciona a pirâ- gura abaixo.
mide a uma distância d do vértice, obtemos dois poliedros:
uma pirâmide de vértice V e altura d e um poliedro que é
denominado tronco da pirâmide inicial.

No tronco da pirâmide, destacamos:


§ duas bases: a base da pirâmide inicial (base maior do tron-
AB = área da base maior
co) e a secção determinada por p (base menor do tronco);
Ab = área da base menor
§ as faces laterais, que são regiões limitadas por trapézios;
h = altura da pirâmide VABCD
§ a distância entre as bases do tronco, denominada
altura do troco; sua medida é expressa por h1 = h – d. d = altura da pirâmide VA’B’C’D’
h1 = altura do tronco
V = volume do tronco

Pela figura anterior, podemos observar que o volume do


tronco = volume da pirâmide VABCD – volume da pirâmi-
de VA’B’C’D’
Volume da pirâmide VABCD = __ ​ 1 ​ A h
3 B
Volume da pirâmide VAB’C’D’ = __ ​ 1 ​ A d = __
​ 1 ​ A (h – h1)
Quando a pirâmide original é regular, o tronco de pirâmide 3 b 3 b
é chamado de regular e, nesse caso: Então:
§ as bases são regiões poligonais regulares e semelhantes;
V = __ ​ 1 ​ ABh – __
​ 1 ​ Ab (h – h1) = __
​ 1 ​ [ABh – Abh + Abh1] =
§ as faces laterais são regiões limitadas por trapézios 3 3 3
isósceles;
​ 1 ​ [(AB – Ab)h + Ab h1]
= __
§ a altura de um desses trapézios é chamada de apóte- 3
ma do tronco. Calculando h em função de AB, Ab e h1 do tronco da pi-
râmide, substituindo na igualdade acima e simplificando,
obtemos:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

h ____
V =​ ___1 ​ (AB + √
​ ABAb ​ + Ab)
3
Assim, você pode calcular o volume do tronco por meio
da subtração dos volumes das pirâmides semelhantes (a
original e a menor) ou aplicando a fórmula acima.

Aplicação do conteúdo
ø1 = aresta da base maior do tronco
ø2 = aresta da base menor do tronco 1. Um tronco de pirâmide tem como bases duas regiões
a = aresta lateral do tronco quadradas de lados 5 cm e 12 cm. A altura do tronco é
8 cm. Calcule o volume desse tronco.
h2 = apótema do tronco (ou altura da face lateral)

90
Resolução: têm 3m e 1m. A altura do obelisco é de 15m. Calcule o
volume de granito usado para a construção do obelisco.
1º maneira: usando a fórmula

AB = 12 cm · 12 cm = 144 cm2
Resolução:
Ab = 5 cm · 5 cm = 25 cm2
h1 = 8 cm 1º maneira: usando a fórmula
h ____ Sendo 3 m o lado da base maior, temos:
V = __
​  1 ​ (AB + √ ​ 8 ​(144 + 60 + 25) ⇒
​ ABAb ​ + Ab) = __ __ __
3 3 2√
9​√3 ​
8 1832 ​ 3 ​  ​
AB = ____ 3 ​ = ​ ____
 ​ m2
⇒ V = __ ​   ​· 229 = ____
​   ​= 610,6 cm3 4 4
3 3
Sendo 1 m o lado da base menor, temos:
O volume do tronco é de 610,6 cm3, aproximadamente. __ __
2√ √
​ 1 ​  ​
Ab = ____ 3 ​ = ​ ___
​ 3 ​ ​ m2
2º maneira: sem usar a fórmula 4 4
A partir do tronco, consideremos as pirâmides origi- Sendo h = 15 m, temos:
nal e miniatura, com suas alturas h e x. Temos que h ____
h = x + 8 e que a razão de semelhança entre as duas pirâ- V = __ (
​  1 ​ ​ AB + √
​ ABAb ​ + Ab ​ = )
3
mides semelhantes é: __ ___ __

​ 5  ​ = __
k = ___ ​  x  ​ ⇒ 5h = 12x ⇒ 5(x + 8) = 12x ⇒
= ___
3 4 ( √
​ 9​ 3 ​
​ 15 ​ ​ ____ √ √
​ ​ 3 ​ ​  ​ =
​  27 ​ ​ + ___
 ​+ ​ ___
16 4 )
12 h __ __ __
⇒ x = ___ ​ 40 ​cm e h = ___
7
​ 96 ​ cm
7 ( √
​ 9​ 3 ​
= 5​ ____
4
3​√3 ​
 ​ + ​ ____
4
​√3 ​ ​ ​ =
 ​ + ​ ___
4 )
__
65 · 1,7
√ 3 ​ ______
​ 13​  ​
= 5 · _____ = ​   ​= 27,6m3
4 4
O volume de granito usado é 27,6 m3, aproximadamente.
2º maneira: sem usar a fórmula VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

O volume da pirâmide original é V1 = __ ​ 96 ​ = ____


​  1 ​· 122 · ___ ​ 4608
 ​ cm2. 1
3 7 7
Volume da pirâmide menor é V2 = __ ​ 40 ​ = ____
​ 1 ​· 52 · ___ ​ 1000 ​ cm2.
3 7 21
Então, o volume do tronco é:
​ 4608
VT = V1 – V2 ⇒ VT = ____ ​ 1000
 ​ – ____ ​ 1832
 ​ = ____ ​= 610, 6 cm3
7 21 3

2. Um obelisco de granito tem a forma de um tronco de


pirâmide de base triangular regular. Os lados das bases

91
A partir do tronco, consideremos as pirâmides original e Vamos calcular a altura do tronco:
menor, com suas alturas h e x. Temos que h = x + 15
e que a razão de semelhança entre as duas pirâmides
semelhantes é:
​ 1 ​ = __
k = __ ​  x  ​ ⇒ h = 3x ⇒ x + 15 = 3x ⇒
3 h
​ 15 ​= 7,5m e h = ___
x = ___ ​ 45 ​= 22,5 m
2 2
Pela figura, temos:
O volume da pirâmide original é: __
__ __
1
__ 32 √
_____​ 3 ​ 45
___ 135
______ √
​ 3 ​ m3 42 = 32 + h2 ⇒ h2 = 7 ⇒ h = √
​ 7 ​ m
V1 = ​   ​ · ​   ​ · ​   ​ = ​   ​
3 4 2 8 Vamos calcular o volume do tronco no qual temos:
O volume da pirâmide menor é: __
__ __ AB = 64 m2, Ab = 4 m2, h = √ ​ 7 ​__m
2 √ √ 3 ​ 3
1
__ 1
_____​ 3 ​ 15
___ 5​
____ ____ √ _____
V2 = ​   ​ · ​   ​ · ​   ​ = ​   ​ m
3 4 2 8 ​ h ​ ​ AB + √
V = __ ( )​ ​ 7 ​ ​ ​( 64 + ​√64 ∙4 ​ + 4 )​ ⇒
​ ABAb ​ + Ab ​ = ___
3 3
__ __
Então, o volume do granito é: √ √
​ ​ 7 ​ ​(64 +16 + 4) = ​ _____
V = ___ 84​  ​ 7 ​ = 28 ​√__ 7 ​ m3
__ __ __ 3 3
Vt = V1 – V2 ⇒ Vt = ______​√3 ​ – ____
​ 135  ​
√ 3 ​ _____
​ 5 ​  ​
√ 3 ​
= ​ 65 ​ ​ = 27,6 m3
__
8 8 4 Logo, o volume do tronco é 28​√7 ​ m3.

3. As bases de um tronco de pirâmide regular são regiões 2ª maneira: sem usar a fórmula
quadradas de lados 8 m e 2 m, respectivamente. A aresta __
lateral do tronco mede 5 m. Calcule o volume do tronco. Mesmo procedimento até obter h = √ ​ 7 ​; depois, a partir
do tronco, consideremos as pirâmides original e miniatura,
com suas alturas h e x.
__
Temos que h = x + ​√7 ​e que a razão de semelhança entre
as duas pirâmides semelhantes é:
__
__ √
​ 2 ​ = __
k = __ ​  x  ​ ⇒ 2h = 8x ⇒ x + √ ​ ​ 7 ​ ​
​ 7  ​= 4x ⇒ x = ___
8 h 3

Resolução:

1ª maneira: usando a fórmula


A face lateral desse tronco de pirâmide determina um tra-
pézio isósceles, conforme nos mostra a figura abaixo.

Não calcularemos h.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

O volume da pirâmide menor é:


__ __
√ 4​√7 ​
__ ​ ​  ​7 ​ = ​ ____
​ 1 ​· 22 · ___  ​ m3
3 3 9
A razão entre os volumes da pirâmide menor e da original

()
3
é k3 = ​ ​ __2 ​  ​ = ___
​ 1  ​. Assim:
8 64
__
Vmini ___
___ 1 √ 7 ​ 3
256​
______
​   ​ = ​   ​ ⇒ Vorig = Vmini · 64 = ​   ​ m
Vorig 64 9
Pela figura, temos: Então, o volume do tronco é:
__ __
__
5 = a’ + 3 ⇒ a’ = 16 ⇒ a’ = 4 m
2 2 2 2 √ 7 ​ ____
​ 256​ ​
______ √
– ​  4​ 7 ​
 ​= 28​√7 ​ m3
9 9

92
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Quando falamos em pirâmides, surgem com frequência à nossa mente as belíssimas imagens das antigas pirâmides
do Egito, cuja construção é um exemplo da contribuição da geometria espacial para as áreas da engenharia e da
arquitetura. A matemática envolvida nessas construções é realmente impressionante. A grande pirâmide de Quéops
é a maior e mais bem elaborada que existe, com 146 metros de altura, uma base quadrada com 230 metros de lado
e peso de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas.

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

93
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 8

Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.

Dentro do segundo eixo cognitivo do Enem, a habilidade 8 exige do aluno a capacidade de resolver situa-
ções-problemas que envolvam conhecimentos geométricos de espaço e fórmula.

MODELO 1

(Enem) É comum os artistas plásticos se apropriarem de entes matemáticos para produzirem, por exemplo,
formas e imagens por meio de manipulações. Um artista plástico, em uma de suas obras, pretende retratar os
diversos polígonos obtidos pelas intersecções de um plano com uma pirâmide regular de base quadrada.
Segundo a classificação dos polígonos, quais deles são possíveis de serem obtidos pelo artista plástico?
a) Quadrados, apenas.
b) Triângulos e quadrados, apenas.
c) Triângulos, quadrados e trapézios, apenas.
d) Triângulos, quadrados, trapézios e quadriláteros irregulares, apenas.
e) Triângulos, quadrados, trapézios, quadriláteros irregulares e pentágonos, apenas.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes tipo de figuras planas e sóli-
dos geométricos além de conhecer as características e propriedades.
Supondo que quadriláteros irregulares e trapézios sejam polígonos distintos, tem-se que as possibilidades
são: triângulos, quadrados, trapézios, quadriláteros irregulares e pentágonos, conforme as figuras abaixo.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

RESPOSTA Alternativa E

94
DIAGRAMA DE IDEIAS

PIRÂMIDES

ELEMENTOS CLASSIFICAÇÃO

VÉRTICE h: ALTURA SE TODAS AS LATERAIS SÃO


ap: APÓTEMA CONGRUENTES, A PIRÂMIDE É RETA;
DA PIRÂMIDE CASO CONTRÁRIO, ELA É OBLÍQUA
h ab: APÓTEMA
ap
DA BASE
PIRÂMIDE REGULAR
FACE FORMADA POR UMA REGIÃO
ab LATERAL
POLIGONAL REGULAR E SUAS
ARESTA
BASE
LATERAL
ARESTAS SÃOCONGRUENTES
RELAÇÃO ENTRE AS APÓTEMAS
DA BASE E DA PIRÂMIDE
ÁREA DA SUPERFÍCIE
ap2 = ab2 + h2

ÁREA LATERAL (AL)


ÁREA DA BASE (AB)
SOMA DAS ÁREAS ÁREA DA SUPERFÍCIE
ÁREA DO POLÍGONO
DAS FACES LATERAIS
FORMADA DA BASE
(TRIÂNGULOS) ab · h
A=
3
ÁREA TOTAL (AT) h
AT = AL + AB

ab

TRONCO DA PIRÂMIDE

VT = Vm - Vm
AM = ÁREA DA BASE MAIOR
PODEMOS UTILIZAR
d Am = ÁREA DA BASE MENOR
SEMELHANÇA PARA
Am d = ALTURA DA PIRÂMIDE MENOR
CALCULAR OS VOLUMES
h h = ALTURA DA PIRÂMIDE MAIOR
h1 h1 = ALTURA DO TRONCO d 2 Am
VT = VOLUME DO TRONCO =
AM h AM
VM = VOLUME DA PIRÂMIDE MAIOR
Vm = VOLUME DA PIRÂMIDE MENOR d 3 Vm
=
h VM
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

95
CILINDROS

   
cilindro reto

MT AULAS
31 E 32
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
2e3 6, 7, 8, 9 e 14

Considere dois planos a e b, distintos e paralelos, e um



segmento de reta MN com M pertencente a a e N perten- cilindro reto planificado
cente a b. Dado um círculo C de centro O e raio r, contido
em a, denomina-se cilindro circular (ou simplesmente A altura do cilindro é a distância entre os planos das bases.
cilindro) a reunião de todos os segmentos de reta, parale- A reta que passa pelos centros das bases de um cilindro é
los e congruentes ao segmento MN, que unem um ponto denominada eixo do cilindro.
do círculo C a um ponto de b. No caso de MN ser perpen-
dicular a a, o cilindro é reto.

No cilindro reto o eixo é perpendicular aos planos das bases.

Os segmentos paralelos ao eixo, cujas extremidades são


VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

pontos das circunferências das bases, são denominados


geratrizes do cilindro.

Podemos, intuitivamente, imaginar um cilindro como o con-


junto de pontos gerado por uma translação de um círculo.
A superfície do cilindro é formada por duas partes planas,
que são as bases, e uma parte curva, “arredondada”, que
é a superfície lateral.

96
Um cilindro reto pode ser obtido girando-se uma região
retangular em torno de uma reta que contém um de seus
lados. Por isso, o cilindro circular reto pode ser chamado
também de cilindro de revolução, uma vez que é o sólido
gerado quando uma região retangular faz um giro com-
pleto em torno do eixo determinado por um de seus lados.

A secção meridiana de um cilindro reto é um retângulo

1. Secções de um cilindro
1.1. Secção transversal
É a intersecção do cilindro com um plano paralelo às suas bases.
A secção transversal é um círculo congruente às bases.
Em particular, se a secção meridiana for um quadrado, di-
zemos que o cilindro é equilátero.
Nesse caso, h = 2R

1.2. Secção meridiana


É a intersecção do cilindro com um plano que contém o
seu eixo. cilindro equilátero
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

VIVENCIANDO

O formato cilíndrico possui várias aplicações no cotidiano: peças de carros, compartimentos de produtos gasosos e
líquidos, máquinas industriais, embalagens de produtos para consumo, etc.

97
2. Área da superfície
de um cilindro reto

planificado
Resolução:

Diâmetro = 8 cm; r = 4 cm; h = 19 cm


Logo, considerando p = 3,14, temos:
Aø = 2prh = 2 · 3,14 · 4 · 19 = 477,28 cm2
2Ab = 2pr2 = 2 · 3,14 · 42 = 100,48 cm2
At = 477,28 + 100,48 = 577,76 cm2

São necessários, aproximadamente, 577,76 cm2 de material.


montado Podemos resolver esse exercício em função de p. Veja:
A superfície total do cilindro é formada pela superfície late- Aℓ = 2prh = 2p · 4 · 19 = 152p cm2
ral mais as superfícies das duas bases.
2Ab = 2pr2 = 2p · 42 = 32p cm2
Assim:
At = 152p + 32p = 184p cm2
Área lateral = Aø = (2pr)h = 2prh ⇒ Aø= 2prh
2. Qual deve ser a altura de um tubo, de forma cilíndrica,
Área das bases = 2Ab = 2pr2
se a sua superfície total pode ser coberta com 43,7088
Área total = At = Aø + 2Ab = 2prh + 2pr = 2pr2(h + r) ⇒ cm2 de plástico e o diâmetro de cada base tem 8 mm?
At = 2pr(h + r) (Use p = 3,14)

Resolução:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

multimídia: vídeo O diâmetro da base é 8 mm = 0,8 cm. Logo, r = 0,4 cm,


Fonte: Youtube
2Ab = 2pr2 = 2 · 3,14 . 0,42 = 1,0048
Volume e área da superfície de cilindros
Aℓ = 2prh = 2 · 3,14 · 0,4x = 2,512x
At = 2Ab + Aø = 43,7088 ⇒
Aplicação do conteúdo ⇒1,0048 + 2,512x = 43,7088 ⇒

1. Quantos centímetros quadrados de material são usa- ⇒ 2,512x = 42,704 ⇒ x = 17 cm


dos, aproximadamente, para fabricar a lata de óleo indi-
cada ao lado? Portanto, a altura do tubo deve ser de 17 cm.

98
Sendo a base do cilindro um círculo de raio r e área pr2, temos:

multimídia: livro

Fundamentos de Matemática Elementar –


Osvaldo Dolce, José Nicolau Pompeo Volume do cilindro = V = pr2h
Fundamentos de matemática elementar é uma coleção
perfeita para quem procura aprofundar seus conheci- Aplicação do conteúdo
mentos. No final de cada volume, o livro apresenta a
seção "Testes de vestibulares", que são exercícios sele- 1. Um cilindro circular reto tem 10 cm de altura e sua
cionados e organizados em ordem de dificuldade, com base tem 12 cm de diâmetro. Calcule a área lateral, a
seus respectivos gabaritos. área total e o volume do cilindro.

3. Volume do cilindro
Vamos novamente usar o princípio de Cavalieri, agora para
determinar o volume do cilindro.
Dado um cilindro com a base contida em um plano a, va-
mos considerar um paralelepípedo retângulo, também com
a base contida em a, que tem a área da base igual à da
base do cilindro e altura igual à do cilindro.
Cada plano b, paralelo a a, que secciona um dos só-
lidos também secciona o outro, e as secções determi- Resolução:
nadas por b em cada um deles têm a mesma área de
Se o diâmetro é igual a 12 cm, então r = 6 cm.
suas bases.
Área da base = Ab = pr2 = p · 62 = 36p cm2
Área lateral = Aø = 2prh = 2p · 6 · 10 = 120p cm2
Área total = At = Aø + 2Ab = 120p + 2(36p) = 192p cm2
Volume = V = Abh = pr2h = p · 62 · 10 = 360p cm3
Portanto, a área lateral é 120p cm2, a área total é 192p cm2
e o volume é 360p cm3.

2. A figura abaixo mostra um cilindro inscrito num cubo.


Como área (b ù C) = AB e área (b ù P) = AB, temos:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

O volume do cilindro é 64p cm3. Calcule o volume do cubo.


Área (b ù C) = área (b ù P)

para qualquer plano horizontal b. Pelo princípio de Cava-


lieri, concluímos que:
volume do cilindro = volume do paralelepípedo retângulo

Como volume do paralelepípedo retângulo = área da base


. altura, segue que:

volume do cilindro = área da base . altura

99
Resolução: Modelo matemático

Como a altura do cilindro é igual ao seu diâmetro, temos:


V = pr2h ⇒ 64p = pr2 · 2r ⇒ 2r3 = 64 ⇒
⇒ r3 = 32 ⇒ r = 2 3​dXX
4 ​ cm
Como a aresta do cubo é igual ao di-
âmetro do cilindro, temos:
a = 2r = 4 3​dXX
4 ​ cm

Vamos, então, calcular o volume do cubo:


3
V = a3 = (4 3​dXX
4 ​) = 256 cm3

Portanto, o volume do cubo é 256 cm3:

3. Qual é capacidade de uma lata de molho de tomate


que tem a forma cilíndrica, com 7,5 cm de diâmetro e
11 cm de altura?
cilindro
Realidade
Resolução:
Se o diâmetro é de 7,5 cm, então r = 3,75 cm.
h = 11 cm
V = pr2h = p · 3,752 · 11 = 154,7p cm3
Considerando p = 3,14 e sabendo que 1 dm3 = 1ℓ e
1 cm3 = 1 mℓ, temos:
V = 154,7 · 3,14 = 485,76 mℓ
Logo, a capacidade da lata é de, aproximadamente,
485,76 mℓ.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Essencial para a vida de qualquer ser humano, o oxigênio é de suma importância para a medicina, em todos os seus
níveis, desde primeiros socorros até as cirurgias mais complexas, e é utilizado nos mais diversos ambientes de saúde,
como hospitais, clínicas e, hoje em dia, até na própria casa dos pacientes. Problemas respiratórios impedem que os
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

pulmões desempenhem o seu papel com eficiência. Um ar rico em oxigênio permite uma melhor respiração e auxilia no
tratamento de diversas doenças pulmonares. Você já reparou onde o oxigênio é armazenado? Isso mesmo, em cilindros.

100
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 14
Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas
e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma
situação proposta com conhecimentos de geometria.

MODELO 1

(Enem) Em regiões agrícolas, é comum a presença de silos para armazenamento e secagem da produção de
grãos, no formato de um cilindro reto, sobreposto por um cone, e dimensões indicadas na figura. O silo fica
cheio e o transporte dos grãos é feito em caminhões de carga, cuja capacidade é de 20 m³. Uma região possui
um silo cheio e apenas um caminhão para transportar os grãos para a usina de beneficiamento.

Utilize 3 como aproximação para π.


O número mínimo de viagens que o caminhão precisará fazer para transportar todo o volume de grãos arma-
zenados no silo é:
a) 6.
b) 16.
c) 17.
d) 18.
e) 21.

ANÁLISE EXPOSITIVA

O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando cálculos de volume de
sólidos geométricos, nesse caso prismas, para a sua resolução
Temos que o volume de um cilindro é dado por πr²H e o volume de um cone é dado por _____ πr²H
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

​   ​ .
3
Assim, o volume de um silo é igual a π∙3²∙12 + __1​  ​ ∙3²∙3∙π = 351 m³, utilizando π = 3 .
3
O número de viagens que o caminhão deve fazer é ____ 351
​   ​ = 17,55 , ou seja, para levar todo o volume,
20
o caminhão deve fazer, no mínimo, 18 viagens.

RESPOSTA Alternativa D

101
DIAGRAMA DE IDEIAS

CILINDRO

ÁREA DA
ELEMENTOS
SUPERFÍCIE

ÁREA LATERAL (AL)


AL = 2 πrh

h
ÁREA DA BASE (AB)
AB = πr2
r

r → RAIO DA BASE ÁREA TOTAL (AT)


h → ALTURA AT = 2AB + AL
AT = 2 πr (h + r)

BASE

SUPERFÍCIE
LATERAL VOLUME
BASE
V = AB · h
V = πr2h
SÓLIDO DE REVOLUÇÃO
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

102
CONES E TRONCOS
DE CONE RETO

O eixo do cone é o segmento de reta que liga o vértice ao

MT AULAS
33 E 34
centro da base.
Se o eixo é perpendicular à base, o cone é denominado cone reto.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) Se o eixo é oblíquo à base, o cone é denominado cone oblíquo.
2 6, 7, 8 e 9

1. O cone
Vamos considerar um plano a, uma região circular R nesse
plano e um ponto P não pertencente a a.

A altura h do cone é o segmento de reta perpendicular


traçado do vértice ao plano da base. No caso do cone reto,
a medida do eixo coincide com a da altura h.
No cone reto, cada segmento que liga o vértice a um ponto
da circunferência da base é denominado geratriz do cone.
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

A reunião de todos os segmentos que ligam cada ponto de Um cone reto pode ser obtido gerando-se uma região
R ao ponto P é um sólido denominado cone circular. triangular, cujo contorno é um triângulo retângulo em tor-
no de uma reta que contém um dos catetos.
A superfície do cone é formada por uma parte plana, a
região circular, que é a sua base, e uma parte curva, “arre- Por esse motivo, o cone reto é considerado um sólido ou
dondada”, que é a sua superfície lateral. corpo de revolução e é denominado cone de revolução.

103
A secção meridiana de um cone reto é um triângulo isósceles.
Aplicação do conteúdo
1. Um cone possui altura de 8 cm e diâmetro da base de
12 cm. Calcule o comprimento de sua geratriz.

g
8 cm

Em particular, se a secção meridiana for um triângulo equi-


látero, diremos que o cone é equilátero. Nesse caso, g = 2r
6 cm
Resolução: e h = r​dXX
3 ​.

Como o diâmetro da base mede 12 cm, temos que o raio


da base mede 6 cm. Temos, então, um triângulo retângulo
de catetos 6 cm e 8 cm. Aplicando o teorema de Pitágoras,
podemos encontrar a geratriz g:
g² = 8² + 6² ⇒ g = 10 cm

2. Secções do cone
2.1. Secção transversal
A secção transversal é a intersecção do cone com um plano
paralelo à sua base.
3. Área da superfície
A secção transversal do cone é um círculo.
de um cone reto
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Montado Planificado
2.2. Secção meridiana A superfície total do cone reto é formada pela superfície
A secção meridiana é a intersecção do cone com um plano lateral (um setor circular) mais a superfície da base (um
que contém o seu eixo. círculo), isto é, At = Aø + Ab.

104
Inicialmente, calculamos a área do setor (Aø). 2. A geratriz de um cone reto mede 5 cm e o ângulo central
do setor circular mede 72º. Calcule a área lateral do cone.
A área de um setor circular é proporcional à área do círculo
correspondente, de forma que: Resolução:
A
____
agraus arad
​  setor2 ​ = ____
​   ​ = ​ ___​ = ____
​  ø  ​ De acordo com os dados do problema, temos a = 72º (ân-
pR 360º 2p 2pR
gulo central) e g = R = raio do setor circular = 5 cm. Então:
Assim, podemos calcular a área do setor como Asetor = ____
​  ø  ​ · pR2. A𝓵
2pR
​ 72  ​ ⇒ Aø = p(5)2 · ___
= ___ ​ 72  ​ = p · 25 · __
​ 1 ​ = 5p ⇒
p · 52 360 360 5
No caso do cone, temos ø = 2pr e R = g. Logo:
Aø = 5 · 3,14 = 15,70 cm2
​ 2pr  ​ · pg2 = prg
Aø = ____
2pg
3. Dado um setor circular de comprimento L = 6 p cm e
A área da base é a área do círculo de raio r: Ab = pr2. ângulo central de 60°, calcule a medida da área lateral
do cone formado a partir deste setor.
Logo, a área total do cone reto é:
At = prg + pr2 = pr(g + r). Resolução:

Resumindo, para um cone reto de geratriz g e raio da base


r, temos: 60º L

Aø = prg   Ab = pr2    At = pr(g + r)

Como temos o comprimento do setor e o ângulo central,


Aplicação do conteúdo podemos calcular o raio do setor:
1. Um cone reto tem 10 cm de altura e raio da base
igual a 4 cm.
​ 60º  ​ 2πr
L = ____ ​ 1 ​ 2πr
6π = __
360º 6
Calcule a:
Logo, a área é dada por:

​ 60º  ​ π r2 = __
A = ____ ​ 1 ​ π(182) = 54π cm2
360º 6

4. Volume do cone
Mais uma vez, usaremos o princípio de Cavalieri.
Consideramos um cone de altura H e base de área A con-
a) medida da sua geratriz;
tida em um plano horizontal a.
b) área lateral; Consideramos também uma pirâmide de altura H, base de
c) área total; área A, também contida em a.
d) medida do ângulo do setor circular (Use p = 3,14)
Resolução:
Aplicando as fórmulas, temos:
____
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

a) g2 = 102 + 42 ⇒ g = √ ​ 116 ​= 10,8 cm


b) Aø= prg = 3,14 · 10,8 · 4 = 135,6
c) Ab = pr2 = 3,14 · 42 = 50,24 cm2
At = Aø + Ab = 135,6 + 50,24 = 185,84 cm2
Se um plano horizontal b com distância h dos vértices
d) Nesse caso, R = g = 10,8 cm e ø = 2p · 4 = 8p:
secciona os dois sólidos, determinando regiões planas de
​ ____
a  ​ = ____
​  ø  ​ ⇒____ ​  8p  ​ ⇒
​  a  ​ = ________ áreas A1 e A2, temos:
360º 2pR 360º 2p · 10,8
__A h2 __ A h2 A A
​ 8p · 360º ​ ⇒
a = ________ ​  1 ​ = __
​  2 ​ e ​  2 ​ = __
​  2 ​ ⇒ ​ ​ __2 ​  ​= __
​  1 ​ ⇒ A1 = A2
2p · 10,8 A H A H A A
a = 133,3º = 133º 20’ Pelo princípio de Cavalieri, podemos afirmar que o cone e a
Logo, a = 133º 20’ pirâmide iniciais têm o mesmo volume. Como já sabemos

105
AH
( )
o volume da pirâmide ​ V = b ​, o volume do cone tam-
bém é o mesmo.
3 Aplicação do conteúdo
1. Qual é o volume de um cone de raio 7 cm e altura
​ área da base
Vcone = ________________
    ​ · altura
12 cm?
3
Então, para um cone circular de raio r e: altura h, podemos
Resolução:
dizer que:

​ 1 ​ pr2h = __
V = __ ​ 1 ​ p · 72 . 12 = 196p = 615,44 cm3
3 3

​ 1 ​ Abh    V= __
V = __ 1 ​ pr2h
​  O volume do cone é 615,44 cm3.
3 3
2. Em um cone reto, a geratriz mede 15 cm e o raio da
base mede 9 cm. Calcule a altura e o volume do cone.
Observação
Resolução:
Lembrando a relação entre os volumes do prisma e
da pirâmide de mesma altura e mesma área da base Pela figura, temos:
e usando o princípio de Cavalieri, podemos concluir:
O volume de um cone de mesma área da base e mesma
​ 1 ​do volume do cilindro.
altura de um cilindro é igual a __
3

g2 = h2 + r2 ⇒ 152 = h2 + 92 ⇒ h2 = 144 ⇒ h = 12 cm

Vamos calcular o volume:


​ 1 ​ pr2h = __
V = __ ​ 1 ​ p · (9)2 · 12 = 324p cm3
3 3
A altura do cone é 12 cm e o volume é 324p cm3.
Podemos comprovar isso experimentalmente: para 3. Qual é a capacidade de uma casquinha de sorvete de
encher de água uma vasilha em forma de cilindro, forma cônica, cujo diâmetro é 6 cm e altura é 10 cm?
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

usando como medida um recipiente em forma de (Use p = 3,14.)


cone, de mesma área da base e mesma altura do cilin-
dro, será necessário usar o recipiente 3 vezes.

106
Resolução:
Temos:
Diâmetro = 6 cm; raio = 3 cm; h = 10 cm

​ 1 ​ pr2h = __
V = __ ​ 1 ​ p · 32 · 10 = 30p = 94,20 cm3
3 3
Como 1 cm3 = 1 mø, a capacidade do copinho é de 94,20 mø.

4. Um cone reto tem 15p cm2 de área lateral e 24p cm2


de área total. Calcule o volume desse cone.

Sendo Aø a área lateral e At a área total, temos: No tronco do cone, destacamos:

Resolução:

​ 15
Aø = prg ⇒ prg = 15p ⇒ rg = 15 ⇒ g = ___r ​  (I)
At = pr(g + r) ⇒ pr(g + r) = 24p  (II)

Substituindo (I) em (II), temos:

( )
15 ​+ r ​= 24p ⇒ 15p + pr2 = 24p ⇒ pr2 = 9p
pr ​ ​ ___
r
⇒ r2 = 9 ⇒ r = 3 cm
§ duas bases: a base maior (base do cone inicial) e a base
​ 15
Se r = 3 cm, então g = ___r ​= 5 cm; daí:
menor (secção determinada por a);

§ a altura (h1), que é a distância entre as bases (h1 = h – d);


g2 = h2 + r2 ⇒ 52 = h2 + 32 ⇒ h2 = 25 – 9 = 16 ⇒ h
= 4 cm § a geratriz, cuja medida (g1) é obtida pela diferença das
medidas das geratrizes dos dois cones.
Vamos calcular o volume: g1 = g – g2 em que g: geratriz do cone inicial e g2: geratriz
do cone determinado por a.
​ 1 ​ pr2h = __
V = __ ​ 1 ​ p · (3)2 · 4 = 12p cm3
3 3
O volume do cone é 12p cm3. Observação
O tronco de cone pode ser considerado de forma
5. Tronco de cone reto análoga ao tronco de pirâmide. Assim como acontece
com as pirâmides, um plano paralelo à base que sec-
Vamos considerar um cone circular reto de vértice V e al-
ciona o cone original, de forma que para os dois cones
tura h e um plano a paralelo á base que secciona o cone,
podem ser usadas todas as relações de semelhança:
conforme a figura:
lineares, de área e de volume.
Assim:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

h ​ = ​ __ r1 __ g
​ __ r  ​ = ​  g  ​
d 2 2
A
()
2
h
​ ​ __ ​  ​ = ​ __ ​
b

d AB
em que Ab é a área da base me-
nor e AB é a área da base maior

() h ​  3​ = ​ __
​ ​ __
d
V  ​
V2
em que V é o volume do cone inicial e V2 é
o volume do cone determinado por a
Nesse caso, obtemos dois sólidos; um cone de vértice V e
altura d e outro sólido, denominado tronco do cone inicial:

107
6. Volume do tronco de cone reto 2.ª maneira: Sem o uso da fórmula
Seja x + 6 a altura do cone que deu origem ao tronco de
cone do exercício:

Vtronco = Vcone maior – Vcone menor ⇒


Vtronco = __ ​ 1 ​ pr2d
​ 1 ​ pR2h – __ Usando semelhança, podemos escrever:
3 3
__
p 2 2 __
p
Vtronco = ​   ​ (R h – r d) = ​   ​ [R h – r2(h – h1)] ⇒
2
​  x  ​ = __
_____ ​ 2 ​ ⇒ 3x = 2x + 12 ⇒ x = 12
3 3 x+6 3
Vtronco = __ ​ p ​ [R2h – r2h + r2h1] ⇒
3 Podemos calcular o volume do tronco assim:
Vtronco = __​ p ​ [(R2 – r2) h + r2h1]  (I)
3 Vtronco = Vcone maior – Vcone menor ⇒
Analogamente ao tronco de pirâmide, calculando h em fun-
ção de h1, substituindo na fórmula (I) e simplificando, temos: ​ 1 ​p · 9 . 18 – __
Vtronco = __ ​ 1 ​p · 4 · 12 ⇒
3 3
ph Vtronco = 54p – 16p = 38p = 119,32 cm3
Vtronco = ___ ​   ​1 (R2 + Rr + r2)
3
O volume do tronco de cone é de 119,32 cm3.
Assim como no caso do tronco de pirâmide, você poderá
escolher entre calcular o volume do tronco do cone pela 2. Uma vasilha tem a forma de um tronco de cone. Suas
fórmula ou subtrair os volumes dos cones semelhantes (o dimensões estão indicadas na figura. Qual é o volume
original e menor). máximo de água que a vasilha pode conter, em litros?
(Use p = 3,14)
Aplicação do conteúdo
1. Os raios das bases de um tronco de cone são 3 m e 2 m.
A altura do tronco é 6 m. Calcule o seu volume (Use p = 3,14.)
Resolução:

1.ª maneira:
Usando a fórmula
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

Resolução:
R = 40 cm; r = 20 cm; h = 30 cm
​ hp ​ (R2 +Rr + r2) ⇒
V = ___
3
​ 30p
V = ____  ​ (402 + 40 · 20 + 202) = 10p (2800) ⇒
3
V = 28000p = 87920 cm3 = 87.920 dm3
V = ___ ​ 6p ​ (32 + 3 · 2 + 22) ⇒
​ ph ​ (R2 + Rr + r2) = ___
3 3 Como 1 dm3 = 1ø, temos V = 87,92ø.
V = 38p = 119,32 cm3

108
3. A figura mostra um tronco de cone. Os raios das bases
são r1 e r2. Sendo g1 a geratriz do tronco, mostre que a
área lateral do tronco é dada por Aø = pg1 (r1 + r2).

Resolução:
Planificando a superfície lateral do tronco de cone, temos:

g2
g

g1

2πr2

Aℓ

2πr1
A1 = área lateral do cone maior = pr1g
A2 = área lateral do cone menor = pr2g2
Aø = área lateral do tronco = A1 – A2
Aø = A1 – A2 = pr1g1 – pr2g2 = p(r1g – r2g2) (I)
Considerando a figura original, temos:
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

g – g2 r1 – r2
_____ g1 r1 – r2 r1g1
r1 ​  g ​ =_____
​  r  ​ ⇒ __
​  g ​ =_____
​  r  ​ ⇒ g = r_____
​  – r  ​ (II)
__ g __
g​  2 ​ = r​  2 ​ ⇒ g – g2 r1 – r2 g1 r1 – r2
1 1 1 2

_____ r2g1
​  g  ​ =_____
​   ​ ⇒ g__
​   ​ ⇒_____
​  r  ​ ⇒ g2 = r_____
​  – r  ​ (III)
2 r2 2 2 1 2

Substituindo (II) e (III) em (I), temos:

( )
rg rg
Aø = p (r1g – r2g2) = p ​ r1 · _____
​ r 1– 1r  ​– r2 · _____
​ r 2– 1r  ​  ​ ⇒
1 2 1 2

( )
r​ ​– r​ ​
2 2 (r1 + r2)(r1 – r2)
⇒ Aø = pg1 ​ ​ _____ 1 1 ___________
r1 – r2 ​  ​ = pg1 ​ ​    r1 – r2 ​ ⇒

⇒ Aø = pg1 (r1 + r2)

109
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

HABILIDADE 7

Identificar características de figuras planas ou espaciais.

A habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seus conhecimentos geométricos para realizar a leitura e a
representação da realidade e agir sobre ela.

MODELO 1
(Enem) A figura seguinte mostra um modelo de sombrinha muito usado em países orientais.

Disponível em: http://mdmat.psico.ufrgs.br. Acesso em: 1 maio 2010.

Essa figura é uma representação de uma superfície de revolução chamada de:


a) pirâmide;
b) semiesfera;
c) cilindro;
d) tronco de cone;
e) cone.

ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes tipos de sólido geométrico e co-
nheça suas características e propriedades.
A expressão superfície de revolução garante que a figura represente a superfície lateral de um cone.

RESPOSTA Alternativa E
VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

110
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONE

ELEMENTOS ÁREA VOLUME TRONCO

Al = π R g Ab · h
V=
Ab = πR2 3 d
At = πR (g + R)
V= πR h
2
r
g h
h 3
h1

R R
h → ALTURA
R → RAIO DA BASE h 3 Vmaior
=
d Vmenor
g → GERATRIZ
π h1 2
g2 = h2 + R2 Vtronco= (R + Rr + r2)
3
CONE RETO

VOLUME 4  MATEMÁTICA e suas tecnologias

111
ANOTAÇÕES

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