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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
editoração eletrôniCa
Felipe Lopes Santos
Letícia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira
imagenS
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN: 978-85-9542-209-4
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusi-
vo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
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O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
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SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA E DINÂMICA 5
AULAS 17 E 18: CINEMÁTICA VETORIAL 7
AULAS 19 E 20: MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME 14
AULAS 21 E 22: TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR 23
AULAS 23 E 24: INTRODUÇÃO ÀS LEIS DE NEWTON 30
AULAS 25 E 26: FORÇAS PESO, NORMAL E DE TRAÇÃO E SISTEMA DE CORPOS 40
ÓPTICA GEOMÉTRICA 51
AULAS 17 E 18: ESPELHOS PLANOS 53
AULAS 19 E 20: ESPELHOS ESFÉRICOS: ESTUDO GEOMÉTRICO 62
AULAS 21 E 22: ESPELHOS ESFÉRICOS: ESTUDO ANALÍTICO 71
AULAS 23 E 24: REFRAÇÃO DA LUZ 77
AULAS 25 E 26: REFRAÇÃO DA LUZ EM PRISMAS 86
ELETRODINÂMICA 95
AULAS 17 E 18: ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE 97
AULAS 19 E 20: ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO 104
AULAS 21 E 22: POTÊNCIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE 114
AULAS 23 E 24: AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO E PONTE DE WHEATSTONE 123
AULAS 25 E 26: ESTUDO DO GERADOR 133
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de
produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
Competência 1
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações
científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, con-
H8
Competência 3
Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos,
aspectos culturais e características individuais.
Competência 4
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos
Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Competência 5
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas,
H17
como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 6
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos,
H22
ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais,
H23
sociais e/ou econômicas.
Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 7
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.
Competência 8
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual,
H30
coletiva ou do ambiente.
FÍSICA
3
CIÊNCIAS DA
CINEMÁTICA E
DINÂMICA
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Um dos temas mais cobrados é o movi- Os temas mais cobrados são movimento Os temas mais cobrados são transmissão
mento circular, que exige a interpretação circular e aplicação das leis de Newton, exi- de movimento circular e aplicação das leis
de imagens e coleta de informações, com gindo interpretação de imagens e coleta de de Newton, exigindo interpretação de ima-
atenção às equações do movimento circu- informações, tendo atenção às equações gens e coleta de informações.
lar e leis de Newton. do movimento circular e interpretação dos
tipos de forças envolvidas.
A prova diferencia os tipos de força em um A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de te-
corpo, associando-as, às vezes, na transmis- mas, porém, movimento circular aparece mas, porém, movimento circular e segunda mas, porém, movimento circular e segun-
são de movimento, exigindo interpretação com alguma frequência. lei de Newton podem aparecer com algu- da lei de Newton aparecem com alguma
de imagens e coleta de informações, tendo ma frequência. frequência, tendo atenção à manipulação
atenção às leis de Newton. das equações.
UFMG
A prova tem uma grande variação de te- A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predo-
mas, porém, movimento circular e leis de cas, que exigem as leis de Newton diferen- minância de temas, porém, movimento
Newton aparecem com alguma frequência, ciando os tipos de força envolvidas. circular e segunda lei de Newton podem
com questões teóricas e que exigem um aparecer com alguma frequência.
alto nível de manipulação nas equações.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
A prova traz questões conceituais e prá- A prova tem uma grande variação de te- A interpretação das forças aplicadas em
ticas, que exigem leis de Newton diferen- mas, porém, segunda lei de Newton apa- um corpo e o estudo do movimento cir-
ciando os tipos de forças envolvidas. rece com alguma frequência, cobrando os cular sempre estão presentes na prova,
tipos de forças envolvidas. com questões que exigem interpretação
de imagens.
6
2. Velocidade vetorial instantânea
_›_
A velocidade vetorial instantânea v é um vetor de
módulo igual à velocidade escalar instantânea, com dire-
ção tangente à trajetória no instante considerado. A figura
CINEMÁTICA a seguir representa o deslocamento de uma partícula entre
CN AULAS
17 E 18
Uma partícula tem velocidade vetorial constante se o módulo,
a direção e o sentido do vetor velocidade forem constantes.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5e6 17 e 20 Se uma partícula estiver realizando um movimento retilí-
neo uniforme variado e acelerado, apesar de a direção e o
sentido do vetor velocidade serem constantes, o módulo da
velocidade aumenta.
1. Velocidade vetorial
___
média ›
O deslocamento vetorial d entre dois pontos
___› ___›quaisquer Assim, a velocidade vetorial é variável:
(S1 e S2) é dado pela diferença dos vetores r1 e r2 : __› __› __›
1
v Þ v
2 Þ v
3
___› ___› ___› Exemplo:
d
= r2 – r1
Considere o movimento de um automóvel em uma trajetória
circular, como na figura a seguir, realizado com velocidade es-
calar constante. Nesse caso, diz-se que o automóvel tem mo-
vimento circular e uniforme. Entretanto, o vetor velocidade do
automóvel é variável. No esquema da figura está representada
_›_ _›_ _›_
a velocidade vetorial em três pontos da trajetória: v
1 , v
2 e v
3 .
Considere
___› que uma partícula realiza um deslocamento ve-
torial d em um intervalo de tempo Δt. Então, a velocidade
vetorial média da partícula, no intervalo de tempo Dt , é:
___
›
____›
v m =
___ d
Dt
7
O módulo da velocidade vetorial não se altera, isto é, a
velocidade escalar é constante:
4. Aceleração vetorial média
__› __› __› Considere uma partícula que, no instante t1, tenha velo-
_›_ _›_
2 = v
v 1 = v 3 cidade v 1 , e no instante t2, tenha velocidade vetorial v 2 . A
aceleração vetorial _média dessa partícula entre os instan-
__›
A direção e o sentido da velocidade vetorial são__dife- tes t1 e t2 é o vetor a m , dado por:
› _›_
rentes
_›_
ao longo do tempo e, portanto, os vetores v
1 , v
2
__› __› __›
e v
3 são diferentes: ___› – v
v
m
a Dv = ______
= ___ 2 1
__› __› __› Dt t2 – t1
1 Þ v
v 2 Þ v
3
Resolução:
8
Considerando o intervalo de tempo: Devido à varição do vetor velocidade de uma partícula,
existe uma aceleração agindo sobre ele. No movimento
Dt = (7 s) – (4 s) = 3 s
circunferencial uniforme, essa aceleração é denominada
_›_ ___›
Como Dt > 0, a direção e o sentido dos vetores Dv e a
m são aceleração centrípeta (acp). Como foi visto, o módulo
iguais, como ilustrado pela figura a seguir: da velocidade não se altera, mas a aceleração centrípeta
modifica a direção e o sentido do vetor velocidade.
A direção da aceleração centrípeta é perpendicular ao ve-
tor velocidade e com sentido para o centro da circunferên-
cia. O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
__›
_›_
m = v = ____
D v ou a
2
a ___ 6dXX
2
= 2dXX
2 m/s2 acp = __ = v2R
Dt 3 R cp
5. Aceleração vetorial:
tangencial e centrípeta
Há dois tipos de aceleração vetorial responsáveis por alte-
rar o vetor velocidade. A aceleração vetorial tangen-
cial altera o módulo e o sentido da velocidade vetorial. A
aceleração vetorial tangencial é sempre tangente ao vetor
velocidade. A outra aceleração vetorial altera a direção do
vetor velocidade e é denominada aceleração vetorial _›_
A velocidade v
do ponto material é sempre tangente à tra-
centrípeta (ou normal). A aceleração vetorial centrípeta
jetória descrita.
é sempre perpendicular (normal) ao vetor velocidade.
___› Embora tenha módulo constante, varia em direção.
Assim, o vetor aceleração _total
___› a é dado pela soma vetorial
_____›
da aceleração tangencial a t e a aceleração centrípeta a cp :
___› ___› _____›
= a t + a cp
a
t
Aplicação do conteúdo
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
9
b) Lembrando a relação entre a aceleração centrípeta 3. (IFSul) Uma partícula de certa massa movimenta-se so-
e o módulo da velocidade: bre um plano horizontal, realizando meia volta em uma
v circunferência de raio 5,00 m. Considerando π = 3,14 a
2
acp = __
R distância percorrida e o módulo do vetor deslocamento
v são, respectivamente, iguais a:
2
15 = ___
60
a) 15,70 m e 10,00 m. c) 15,70 m e 15,70 m.
v = 30 m/s
b) 31,40 m e 10,00 m. d) 10,00 m e 15,70 m.
2. A velocidade, em m/s, __› de uma__› partícula
__› puntiforme
__› no Resolução:
instante t é dada por v 0 = 1,0 i – 2,0j _+_ 5,0k . Após
__› dois
__›
› A distância percorrida corresponde ao comprimento de meia volta.
segundos,
__› sua velocidade é dada por v 2 = 4,0i – 2,0j +
1,0k . No intervalo de tempo considerado, o módulo da d = πR = 3,14 · 5 ⇒ d = 15,70 m.
aceleração média, em m/s2, é: __›
O módulo do vetor deslocamento (|r |) corresponde ao compri-
a) 25,0. c) 1,0.
mento da seta ligando os pontos inicial e final, ou seja, o próprio
b) 5,0. d) 2,5.
diâmetro.
Resolução: __› __›
|r | = D = 2R = 2 · 5 ⇒ |r | = 10,00 m
Deve-se obter a variação da velocidade e calcular a velocidade
Alternativa A
média: ___› ___›
____› v f – v 0
v m = _____
Dt
__› __› __
› __› __› __
›
____› (4,0i – 2,0j + 1,0k ) – (1,0i – 2,0j + 5,0 k )
________________________________
v m =
2 s
__› __
›
____› (3,0i – 4,0k )
v m = __________
2 s
Assim, calcula-se o módulo da velocidade vetorial média: multimídia: site
____› (32 + 42)
v m 2 = _______
2
www.colegioweb.com.br/cinematica-vetorial/o-que-e-
Obtendo:
cinematica-vetorial.html
____›
5 = 2,5 m/s
vm = __ www.grupoescolar.com/pesquisa/cinematica-vetorial.html
2
efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/cinematica_v/
Então, a alternativa correta é a letra D.
Alternativa D
VIVENCIANDO
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
A cinemática vetorial sintetiza a descrição de fenômenos cinéticos através de um espaço bidimensional. Velocidade e
aceleração são entidades geométricas, assim como qualquer grandeza vetorial. Sempre será possível criar um diagrama
vetorial para descrever adequadamente um evento cinemático. Os eventos cinemáticos estão presentes numa infinidade
de formas no cotidiano.
Centrípeto, do latim centripetus, é aquilo que atrai para o centro ou que se move em sua direção. A aceleração cen-
trípeta é a grandeza vetorial associada à mudança de direção da velocidade de um corpo que executa percurso de
tipo curvilíneo, seja ele uniforme ou não. Na máquina de lavar, na montanha-russa ou num brinquedo no parque de
diversão que executa um looping, a aceleração centrípeta está presente e pode ser descrita.
10
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Vetor era o nome dado pelos romanos para quem carregava algo. Trata-se da junção de duas palavras: veho (levar)
+ or (aquele que faz). Historicamente, o vetor sempre carrega algo, e nas ciências o vetor carrega informação. Entre-
tanto, os vetores que informam direção, sentido e valor de uma grandeza só surgiram no século XIX. Na forma visual
utilizada na Física, eles apareceram pela primeira vez no livro The Barycentric Calculus, escrito pelo matemático ale-
mão August Ferdinand Möbius (1790-1868), no qual são apresentados diretamente segmentos de reta, denotados
por letras do alfabeto.
Muitos matemáticos se dedicaram à tarefa de conceber números complexos como pontos no plano bidimensional,
ou seja, como vetores bidimensionais. Entre eles está Carl Friedrich Gauss (1777-1855), conhecido como “príncipe
da matemática”, que fez um uso crucial de números complexos representados como vetores para provar o teorema
fundamental da álgebra (1799).
11
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Finalizando o estudo do movimento dos móveis e sendo requisitada novamente a habilidade 20, o aluno
terá que descrever o movimento dos móveis compreendendo o caráter vetorial. Assim, a compreensão do
estudo do movimento é dada em sua forma plena, e o aluno deverá utilizar todo o conhecimento acumu-
lado até então.
MODELO 1
(Enem) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem esquerda, conforme
mostra a figura. Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no rio.
Sabe-se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem e
máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador procura man-
tê-lo sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a mesma potência.
Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é:
c) e)
a)
b) d)
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
ANÁLISE EXPOSITIVA
A componente vertical da trajetória do barco se mantém com velocidade constante, enquanto a componente
horizontal vai perdendo intensidade a uma taxa constante ao longo do caminho.
RESPOSTA Alternativa D
12
DIAGRAMA DE IDEIAS
CINEMÁTICA VETORIAL
VETORES DECOMPOSIÇÃO
13
S
MOVIMENTO
CIRCULAR
»
arco AB
q = ______ S
= __
Raio R
CN
Na figura anterior, as distâncias OA e OB possuem a mes-
AULAS ma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor
19 E 20 igual a S. Se as medidas de S e R forem iguais, tem-se
u = 1 rad.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 2, 5 e 6 1, 6, 17 e 20
Assim, sendo u um ângulo expresso em radianos, vale a
relação: S = uR
A partir da medida do arco de uma circunferência completa
(S = 2pR), obtém-se a conversão de grau para radiano e
1. Grandezas angulares vice-versa:
Durante uma corrida de automóveis em um autódromo, 2pR
u = ____ = 2p rad, que equivale a 360°
R
a vibração toma conta dos espectadores ao observarem o
carro de seu piloto preferido surgir no início da reta. Depois Desse modo: 2p rad ; 360° e p rad ; 180°
de atravessar a reta, o carro desaparece e, momentos de-
pois, surge outra vez no início da reta.
2. Deslocamento angular e
Obviamente, os carros só reaparecem no início da reta
porque realizam algumas curvas durante seu trajeto. velocidade angular no MCU
Dessa maneira são conduzidos novamente para aque- Uma partícula se move sobre uma circunferência de raio »
le ponto, completando mais uma volta e iniciando a R e, durante o intervalo de tempo Dt, percorre o arco PQ ,
volta seguinte. do ponto P ao ponto Q, de comprimento DS. O ângulo Du
é o deslocamento angular da partícula no intervalo de
tempo Dt.
∆S
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
14
A velocidade angular média (wm) da partícula é calculada
Aplicação do conteúdo de modo similar. Contudo, em vez de usar a distância DS per-
» corrida, o cálculo é realizado com a distância angular Du. Assim,
1. Uma partícula percorre um arco PQ , que corresponde
a um ângulo central Du = 60°, sobre uma circunferência a velocidade angular média da partícula durante o intervalo de
»
de raio R = 30 cm. Calcule o comprimento do arco PQ . tempo Dt é:
vm = ___
Du
Dt
Resolução:
DS = (Du) · R = __
p (30 cm) = 10p cm 2p rad e Dt = 2 s
Du = ___
( )
3 3
2p rad
___
DS > 10(3,14) cm ⇒ DS > 31,4 cm
vm = = 3
___
Du ______ ⇒ vm = __
p rad/s
Dt 2s 3
Na figura a seguir, uma partícula percorre o arco de circunferên-
»
, de comprimento DS, no intervalo de tempo Dt. A velo-
cia PQ Considerando Du dado em radianos, a velocidade média linear e
cidade escalar média da partícula é dada pela razão entre o a velocidade média angular podem ser relacionadas por:
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
(Du) · R ___
espaço percorrido e o intevalo de tempo:
DS = (Du) · R ⇒ ___
Ds = ______
Dt
Dt
( )
= Du · R
Dt
Ou seja:
vm = vm · R
Da mesma forma que para a velocidade escalar média se define a
velocidade escalar instantânea, para a velocidade angular média
se define uma velocidade angular instantânea (v). Em geral,
as velocidades angulares média e instantânea são diferentes. En-
tretanto, no caso de movimento uniforme, ou seja, com a velocida-
de angular instantânea constante, tem-se wm = ω. Para os valores
instantâneos, vale uma equação semelhante à equação anterior:
∆S
vm = ___
∆t
v=v·R
15
3. Um disco gira em torno de um eixo que passa por seu Em todas essas situações, e também em outras, ocorre uma
centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s. A figura alternância regular de eventos. O intervalo de tempo gasto
indica a posição dos pontos A e B sobre o disco. para que o evento volte a se repetir é o período T.
Observe:
O quociente entre a variação da velocidade angular e o § O período de rotação da Terra em torno do seu próprio
intervalo de tempo gasto é a aceleração angular média. eixo é de 23,93 h.
§ O período de translação da Terra ao redor do Sol é de
___ (rad/s2)
γm = Dω
Dt 365,25 dias.
§ O período de revolução da Lua é de 27,32 dias.
Relação entre a e γ:
Uma segunda grandeza, intimamente relacionada com o
Dv = Dω.R (dividindo ambos os membros por Dt) ⇒ período, é a frequência f. A frequência é definida como
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
___ = _____
⇒ Dv Dω · R ⇒ a=γ∙R
o número n de vezes que um evento se repete em um in-
Dt Dt tervalo de tempo (por exemplo, um segundo, um minuto,
uma semana, etc):
4. Período e frequência n
f = __
∆t
Serão estudados dois conceitos bastante importantes na
Física e que estão relacionados a fenômenos que se repe- Da definição de período, durante o intervalo corresponden-
tem com a mesma regularidade. Os exemplos a seguir te a um período, Dt = T, o evento se repete uma vez, isto é,
ilustram alguns desses fenômenos: n = 1. Dessa forma, a frequência e o período são inversa-
§ a alternância entre o dia e a noite devido à rotação da mente proporcionais:
Terra em torno do seu eixo;
1 ou T = __
f = __ 1
§ a alternância das estações do ano decorrentes do mo- T f
vimento de translação da Terra em torno do Sol; Qualquer unidade de tempo pode ser usada para o perío-
§ a alternância das fases da Lua durante as semanas. do. No SI, a unidade de tempo é o segundo. As unidades
16
mais usuais de frequência são: rotações por segundo (rps), lógio depois de 60 minutos.
rotações por minuto (rpm) e rotações por hora (rph). No SI, Du = 2p
v = ___ 2p
Du ⇒ v = ___
é usada a rps, que é denominada hertz (Hz). Dt = T Dt T
Por motivos de segurança, o movimento de uma roda-gi- A velocidade linear da extremidade do ponteiro pode ser cal-
gante ocorre sem trancos e sem solavancos. A roda-gi- culada se o valor do raio da trajetória circular for conhecido.
gante gira de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir
Sendo v = vR, tem-se:
a velocidade da rotação, com exceção do início e do final
do movimento. 2pR
v = ____
ou v = 2pRf
T
6. Aceleração do MCU
Como o movimento é circular e uniforme e possui velocida-
de tangencial constante (aT = 0), a aceleração resultante é
dada somente pela componente centrípeta.
17
VIVENCIANDO
Assim como:
v2 = v0 2 + 2 · g · Du
Aplicação do conteúdo
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em uma
multimídia: vídeo trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo que no
início da contagem dos tempos a moto se encontra na
Fonte: Youtube origem dos arcos, determine:
Física - Relação entre a velocidade a) a frequência e o período;
angular e velocidade... b) a velocidade angular do movimento;
c) a velocidade escalar linear;
d) o módulo da aceleração centrípeta;
18
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado por: mente então passar a 1º de julho. Como essa correção
(3p)2 ___ é feita no horário de Greenwich, no Brasil a correção
v = _____ = 9p = 3p2 ⇒ acp = 3p2 m/s2
2 2
acp = __ ocorreu às 21h, horário de Brasília. Isso significa que,
R 3 3
e) em média, a velocidade angular do planeta
Alternativa C
THE ROSINSON ANENOMETER
5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
Se necessário, considere π ≈ 3.
a) 3 rpm. c) 720 rpm.
b) 200 rpm. d) 1200 rpm.
Resolução:
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
v = 2 πrf ⇒ f = ____ 5
v = __________ 5
= ___
2 πr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5 O gráfico da figura acima mostra a variação do raio da
Terra (R) com a latitude (Φ). Observe que foram acres-
5 ∙ 60 rmp ⇒ f = 200 rpm
Hz = ___ centadas informações para algumas latitudes, sobre a
1,5
menor distância entre o eixo da Terra e um ponto P na
Alternativa B superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, R cos Φ. Con-
siderando que a Terra gira com uma velocidade angular
3. (Uece) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No ωT = π/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a latitude de
dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido à P quando a velocidade de P em relação ao centro da Ter-
contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve- ra se aproxima numericamente da velocidade do som?
locidade de rotação da Terra tem variações em relação Dados: vsom = 340 m/s; π = 3.
aos relógios atômicos que geram e mantêm a hora le-
a) 0º. d) 60º. e) 80º.
gal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s para so- b) 20º. c) 40º.
19
Resolução:
Foi dado no enunciado que vT = ___ π rad/h. Para poder utilizar
12
esse dado, é necessário fazer a conversão para unidades do SI.
π
vT = ________ rad/s
12 · 3600
Para saber em qual latitude a Terra terá uma velocidade igual a
velocidade do som, multimídia: vídeo
v=v·R
340 Fonte: Youtube
v =________
R = __
ω
________
π
Física Total - Aula 11 - Introdução à cinemática angular
12 · 3600
R = 4896 km
Comparando com a ilustração fornecida no exercício, chega-se
à conclusão de que esse fato será observado na Latitude de 40º.
Alternativa C
O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como uma
reta, uma vez que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Em geral, os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são o conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
No caso do π, a principal curiosidade é a obtenção de um valor constante, não importando o tamanho do círculo analisa-
do. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de construções de veículos e es-
truturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5 a.C. A primeira fórmula exata para π,
baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século XVII, por meio da série de Madhava-Leibniz:
4 – __
π = __ 4 + __
4 – __
4 + __
4 – ___
4 + ___
4 – ...
1 3 5 7 9 11 13
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
20
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
MODELO 1
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o movimento de
satélites. Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho, considerando o módulo da
velocidade constante.
Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro quadrinho, é:
a) nulo;
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido;
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto;
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra;
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de trazer uma história em quadrinhos, o
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades e acelerações que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme, sendo
nulo o módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.
RESPOSTA Alternativa A
21
DIAGRAMA DE IDEIAS
DESLOCAMENTO
ANGULAR
VELOCIDADE
ANGULAR
CONSTANTE PERÍODO
VARIÁVEL
MCU FREQUÊNCIA
MCUV
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
22
TRANSMISSÃO
DE MOVIMENTO
CIRCULAR Ligação por correia. Polias e correia se movimentam no mesmo sentido.
CN AULAS
21 E 22
multimídia: vídeo
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
Fonte: Youtube
1, 2, 5 e 6 1, 6, 17 e 20
Transmissão de Movimento Circular -
Questão ENEM 2013
fARA = fBRB
23
Assim, a relação entre as frequências de rotação é:
ω A = ωB ⇒
2p = ___
___ 2p ⇒ __
1 = __
1 ⇒
TA TB TA TB
fA = fB
multimídia: vídeo 2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo. Uma
Fonte: Youtube das polias tem raio de 10 cm, a outra tem raio de 15 cm
e gira com frequência de 30 rpm.
Engrenagem, correia e eixo (Vídeo 8.4 - Volume 1)
a) Qual é a frequência da polia menor?
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da
polia menor?
Aplicação do conteúdo Resolução:
1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A menor a) Ambas as polias estão conectadas por um mesmo
tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 cm, girando eixo e, portanto, ambas possuem a mesma velocidade
com frequência de 30 rpm. angular e também a mesma frequência. Assim, a po-
a) Qual é a frequência da polia menor? lia menor tem velocidade angular de 30 rpm.
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da b) Para a polia menor segue que:
polia menor?
vA = 2p · fA · RA ⇒
Resolução: vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m ⇒
VA = 0,1p m/s
a) Pela fórmula da relação entre raio e frequência
apresentada, tem-se: Para a polia maior:
RA · fA = RB · fB ⇒ vB = 2p · fB · RB ⇒
10 · fA = 15 · 30 ⇒ vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m ⇒
fA = 45 rpm vB = 0,15p m/s
b) Ambas as polias estão conectadas por uma corrente,
3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os raios das
portanto, ambas possuem a mesma velocidade linear
polias estão relacionados de modo que Rw = Ry = Rz = 1
__ R ,
(igual a velocidade da corrente). Desse modo, a veloci- 2 x
e a polia W gira com frequência de 2 Hz. Qual é a frequ-
dade pode ser calculada usando qualquer uma das po-
ência de rotação da polia Z?
lias. Assim, usando os dados da polia menor e lembran-
do-se de converter a frequência para o S.I., segue que: Resolução:
vA = 2p · fA · RA ⇒ Da figura, tem-se:
vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m ⇒
vA = 0,15p m/s
e
vB = 0,15p m/s
vw = vx ⇒ vw Rw = vxRx
vx = vy (polias com o mesmo eixo)
Polias coaxiais.
2pfwRw = 2pfxRx
wA = ωB 2pfx = 2pfy
24
1 R = f R
2 · __ Resolução:
2 x x x
fx = fy Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n) são
diretamente proporcionais.
fx = 1 Hz
Assim:
se fx = 1 Hz ⇒ fy = 1 Hz RA RC ___ nA ___
__
= __ 8 = __1
= n =
Como vy = vz e Ry = Rz, tem-se: RB RD B 24 3
vyRy = vzRz A e B estão acopladas tangencialmente:
2pfyRy = 2pfzRz vA = vB ⇒ 2 πfARA = 2 πfBRB ⇒ fARA = fBRB
fy = fz = 1 Hz Mas:
RA fM
Assim, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz. fA = fM ⇒ fMRA= fBRB ⇒ FB = fM __ 1 ⇒ fB = __
= fM __
RB 3 3
4. (Unesp) Um pequeno motor a pilha é utilizado para
movimentar um carrinho de brinquedo. Um sistema B e C estão acopladas coaxialmente:
de engrenagens transforma a velocidade de rotação fM
fC = fB = __
desse motor na velocidade de rotação adequada às 3
rodas do carrinho. Esse sistema é formado por quatro C e D estão acopladas tangencialmente:
engrenagens, A,B, C e D, sendo que A está presa ao
eixo do motor, B e C estão presas a um segundo eixo e vC = vD ⇒ 2πfCRC = 2πfDRD ⇒ fCRC = fDRD
a um terceiro eixo, no qual também estão presas duas Mas:
das quatro rodas do carrinho. RC fM 1
fD = fR ⇒ fCRC = fRRD ⇒ FR = fC __
= fR = __ __
⇒
RD 33
f__M 13,5
⇒ fR = ⇒ fR = ____
⇒ fR = 1,5 Hz
9 9
Alternativa A
VIVENCIANDO
25
multimídia: site
www.newtoncbraga.com.br/index.php/110-mecatroni-
ca/robotica/12092-polias-e-engrenagens-mec189
osfundamentosdafisica.blogspot.com.br/2013/06/cursos-
-do-blog-mecanica_24.html
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-Bicicleta
Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores invenções da
humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito como a primeira
representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. Com base em artefatos
encontrados por arqueólogos, aceita-se que os chineses teriam começado a usá-la em torno de 2000 a.C. Muitos sé-
culos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da roda adquirir novas funções
e ganhar eficiência, tornando-se um transporte mais acessível e veloz, contribuindo para transformar as primeiras
aglomerações humanas em cidades maiores, além de dinamizar as formas de geração de energia.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
26
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 1
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a
seus usos em diferentes contextos.
A Habilidade 1 é trabalhada nessa aula, pois os movimentos são periódicos; grandezas como período e
frequência são fundamentais na caracterização da transmissão do movimento circular. Assim, é importante
que o aluno saiba como se dá a transmissão do movimento circular, quais são suas grandezas e como elas
se relacionam.
HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas
tecnológicos de uso comum.
A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato necessário, por exemplo,
para o estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta. O aluno deve ser capaz de identificar
as informações técnicas, a fim de compreender a situação-problema.
MODELO 1
27
ANÁLISE EXPOSITIVA
Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado. Cabe ao aluno interpretar a situação-pro-
blema e identificar as passagens matemáticas que o levarão à resposta rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências (f) são
inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:
RESPOSTA Alternativa B
MODELO 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui três polias
e um motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de segurança, é
necessário que a serra possua menor velocidade linear.
Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa dessa opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver menor
raio terá maior frequência.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver maior
raio terá menor frequência.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem sido mais carregada conceitual-
mente e até mais carregada nas operações matemáticas. Esse exercício exemplifica muito bem isso.
Para resolvê-lo, é preciso identificar que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de
um ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
No acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma velocidade linear; já no acopla-
mento coaxial (mesmo eixo), são iguais as velocidades angulares (ϖ), as frequências (f) e os períodos (T)
de todos os pontos das duas polias. Nesse caso, a velocidade linear é diretamente proporcional ao raio
(v = ϖ R).
28
Na montagem P:
§ Velocidade da polia do motor: v1.
§ Velocidade linear da serra: v3P.
RESPOSTA Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSMISSÃO
DE MCU
VELOCIDADES INVERSÃO DO
MESMO SENTIDO
ANGULARES IGUAIS MOVIMENTO
FREQUÊNCIAS
VELOCIDADES
IGUAIS
LINEARES DE
MESMO MÓDULO
29
Até aqui foi estudado o movimento de um móvel, mas sem
que fosse enfatizada a causa do movimento (ou de sua
alteração). Desde o início do curso, tem sido estudado o
ramo da mecânica denominado cinemática. Agora, será
analisado o motivo de um móvel estar em movimento (ou
INTRODUÇÃO ÀS de alterá-lo). As leis de Newton pertencem ao ramo da me-
CN AULAS
23 E 24 multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
Física - Primeira Lei de Newton (Khan Academy)
1, 2, 5 e 6 1, 6, 17 e 20
2. Conceitos preliminares
1. As leis de Newton Inércia – Resistência que todo corpo material oferece à
Os estudos de dinâmica e de mecânica clássica se desen- modificação da sua velocidade. A inércia se manifesta pela
volveram baseados principalmente nos trabalhos de Isaac necessidade da ação de uma força para que a velocidade
Newton. Em 1687, foi publicada a obra Princípios Mate- se modifique em relação a um referencial, ou seja, para que
máticos da Filosofia Natural, que resume toda a descrição o móvel tenha uma aceleração diferente de zero.
da natureza do movimento em três leis que hoje são co-
Força – Grandeza física que se manifesta pela modifi-
nhecidas como as leis de Newton.
cação que provoca na velocidade de um corpo ou causa
É importante destacar que a construção da Física se de formação. Quando o corpo não está sujeito a nenhu-
deve à contribuição de diversos cientistas e não de tra- ma força, o seu movimento, num referencial determinado,
balhos individuais específicos. As leis de Newton serão é uniforme (velocidade constante, nula ou não). Quando
discutidas a seguir, contextualizadas em situações que uma força atua sobre o corpo, a sua velocidade é variável e
ocorrem no cotidiano. a sua aceleração é diferente de zero.
30
manecerá eternamente em movimento retilíneo uniforme é 3.2. Exemplo 2: 1.ª Lei de Newton
estranha, pois essa situação não é observada no cotidiano,
uma vez que os eventos estão sujeitos às forças de resis- Quando um automóvel inicia uma curva, os passageiros
tência ao movimento. Por outro lado, isso é válido para cor- têm a sensação de serem forçados para fora do carro, o
pos em movimento na imensidão do espaço, em locais onde que de fato aconteceria, caso a porta estivesse aberta e os
não há influência gravitacional de outros corpos. passageiros sem a proteção do cinto de segurança. Entre-
tanto, não existe nenhuma força empurrando os passagei-
A inércia foi definida por Newton como “um poder de
ros para fora. Os corpos resistem durante a curva porque,
resistir, através do qual todo corpo, estando em um deter-
segundo a Lei da Inércia, tendem a continuar em movi-
minado estado, manterá esse estado, seja ele de repouso
mento retilíneo uniforme.
ou de movimento retilíneo uniforme”. A inércia de um cor-
po será maior quanto mais difícil for alterar seu estado de
movimento. A afirmativa acima, chamada de primeira Lei
de Newton, também é conhecida como Lei da Inércia.
31
Calculando a razão entre a intensidade de cada força e a Essas duas experiências estabelecem a segunda Lei de
respectiva aceleração, obtém-se: Newton: o Princípio Fundamental da Dinâmica:
F F2 F
__
a1 = __
a = ... = __ aF = k ⇒ ka = F
an = k ⇒ __
1 2 n A aceleração de um corpo é diretamente proporcional
Assim, a aceleração do corpo duplica quando o módulo à força resultante que atua sobre ele, inversamente
da força resultante é duplicado. Se o módulo da força re- proporcional à sua massa e tem a mesma direção e o
sultante for triplicado, a aceleração também a aceleração mesmo sentido da força resultante.
será triplicada.
A segunda Lei de Newton é expressa pela relação:
Portanto, se a massa de um corpo é constante, a acelera- __› ___›
ção e o módulo da força resultante são diretamente pro- F R = m · a
porcionais e têm a mesma direção e sentido.
__
›
Na figura a seguir, a força resultante F
atua em corpos com
massas diferentes.
a
m FR
FR = m · a
Nesse caso, a aceleração do corpo cai pela metade ao du-
plicar a massa m do corpo. Se a massa for três vezes maior,
Em que:
a aceleração será de um terço (1/3) da aceleração obtida
pela massa m. § FR: módulo da força resultante que atua sobre o corpo;
Assim, se o módulo da força resultante é constante, a mas- § m: massa do corpo;
sa e a aceleração do corpo são inversamente proporcio-
nais, ou seja, a aceleração é menor quanto maior é a massa § a: módulo da aceleração do corpo.
do corpo: A unidade de força no SI é o Newton (N). O valor de 1 N
m1a1 = m2a2 = ... = mnan = F corresponde à força necessária para acelerar uma massa
de 1 kg a 1 m/s2.
F = ma ⇒ 1 N = 1 kg · 1 m/s2
32
__________________
2 2
Pela segunda Lei de Newton é possível obter a aceleração FR = √
F
1 + F2 + 2F1F2 · cos 30º ⇒
do corpo: ___________________________
FR = √
4
2
+ 32 + 2 · 4 · 3 · 0,87 ⇒
FR = ma ⇒ 7 = 50a ⇒ a = 0,14 m/s2
FR > 6,77 N
Esse resultado seria o mesmo caso houvesse apenas uma
força de 7 N atuando sobre a caixa, na direção horizontal, Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se:
da esquerda para a direita. A direção e o sentido da acele- FR = ma ⇒ 6,77 = 50a ⇒ a > 0,135 m/s2
ração são iguais aos da força resultante.
Se as forças forem aplicadas sobre a caixa na mesma dire-
ção, mas em sentidos opostos, o módulo da resultante será:
FR = 4 – 3 ⇒ FR = 1 N
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Caso as direções das forças aplicadas formem um ângulo Telecurso 2000 - Aula 08/50 - Física - Leis de Newton
de 30°, por exemplo, o módulo da força resultante deverá
ser obtido usando-se a lei dos cossenos modificada.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Aplicação do conteúdo
1. Em uma superfície lisa e horizontal, um corpo de
massa 4 kg move-se com velocidade de 12 m/s. Em
determinado momento, uma força constante de 2 N
atua sobre o corpo, em sentido contrário à velocidade,
retardando o movimento. Quanto tempo o corpo leva
para parar?
33
Para obter o tempo que o corpo leva para parar, é utilizada Do enunciado, sabe-se que a velocidade inicial v0 do barco
a equação horária da velocidade, sabendo que a velocida- é nula, e, após percorrer 25 m (DS = 25 m), a velocidade é
de final é nula: de 18 km/h (v = 18 km/h = 5 m/s). Assim, pode-se obter a
v = v0 + at ⇒ 0 = 12 – 0,5 t ⇒ t = 24 s aceleração pela equação de Torricelli:
v2 = v2 + 2 · a · DS ⇒
Assim, o corpo leva 24 s para parar. 0
52 = 02 + 2 · a · 25 ⇒
2. Um barco de 100 kg, conduzido por um velejador
25 = 50 · a ⇒ a = 0,5 m/s2
com massa de 60 kg, partindo do repouso, se desloca
sob a ação do vento em movimento uniformemente
acelerado, até atingir a velocidade de 18 km/h. A par- Pela 2.ª Lei de Newton, calcula-se o valor da força aplicada
tir desse instante, a velocidade permanece constan- ao barco, considerando a massa total do conjunto (massa
te. Se o barco percorreu 25 m em movimento unifor- do barco e do velejador) igual a 160 kg (100 kg + 60 kg):
memente acelerado, qual é o valor da força aplicada
FR = ma ⇒ FR = 160 · 0,5 ⇒ FR = 80 N
sobre o barco? Despreze resistências ao movimento
sobre o barco.
VIVENCIANDO
As leis da física newtoniana estão presentes no dia a dia. Automóveis e outros transportes motorizados são ótimos
exemplos das aplicações da física newtoniana, nos ganhos e perdas de velocidade, com a utilização de acelerador
e/ou freios. Quando um passageiro é jogado para trás no momento em que o ônibus acelera, é possível observar a
inércia atuando.
A princípio, um menino está em repouso sobre um carrinho. Considere que o carrinho pode se mover sem ação da
resistência do solo. Ao lançar a bola que segura nas mãos, o carrinho e o menino adquirem um movimento oposto ao
sentido da bola que foi lançada.
34
__
›
Assim, uma força F 1 foi aplicada sobre
__›
a bola pelo menino, Forças de contato são aquelas em que, vistas de modo ma-
e, ao mesmo tempo, uma força F 2 em sentido oposto foi croscópico, os corpos estão literalmente em contato. Por
aplicada pela bola ao menino. exemplo, um garoto que chuta uma bola faz com que a
As duas forças têm o mesmo módulo: bola altere seu estado de movimento aplicando-lhe uma
__› __› __› __› força não nula. Existe contato entre as superfícies, isto é,
F 2 e F 1 = –
F 1 = F 2 entre o garoto e a bola.
Forças de ação a distância, como o próprio nome sugere,
Observe agora o exemplo da figura a seguir. Considere no-
atuam sem que haja contato entre as superfícies dos cor-
vamente que não existe resistência do chão ao movimento
pos. As forças desse tipo estão relacionadas à existência de
do carrinho.
campos de força. A força elétrica de atração ou repulsão
entre cargas elétricas é um exemplo desse grupo de forças.
Outro modo de classificação das forças em relação a um
sistema consiste em verificar se a força é externa ou inter-
na. Se externa, a força é motivada pela ação de um corpo
externo ao sistema; se interna, é motivada por interações
entre corpos que compõem o sistema.
Em determinado instante,__›o menino A começa a puxar a
corda e aplica uma força F 1 no menino B, mas os dois se
aproximam.__› Isso significa que A está sofrendo a ação de Aplicação do conteúdo
uma força F 2 aplicada pelo menino B. Como
__ no__ exemplo
› › 1. (Uece) Um trem, durante os primeiros minutos de sua
anterior, o módulo dessas forças é igual: F 1 = F 2 . partida, tem o módulo de sua velocidade dado por v =
__
›
Se um__›corpo A exerce uma força F 1 sobre um corpo B, uma 2t, em que t é o tempo em segundos e v a velocidade
em m/s. Considerando que um dos vagões tenha massa
força F 2 será exercida de B sobre A, de modo que:
3 · 103 kg, qual o módulo da força resultante sobre esse
vagão, em newtons?
a) 3.000. b) 6.000. c) 1.500. d) 30.000.
__
› __
› Resolução:
§ F 1 e F 2 têm a mesma direção;
__
› __
› Sabendo que a massa do vagão a ser analisado é de 3.000
§ F 1 e F 2 têm sentidos opostos; kg e que a velocidade é dada como uma função em relação
__
› __
› __
› __
›
§ F 1 e F 2 têm o mesmo módulo: F 1 = F 2 . ao tempo, v = 2t, existem duas soluções possíveis.
Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou 2. (Udesc) O airbag e o cinto de segurança são itens de
as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são segurança presentes em todos os carros novos fabrica-
iguais e dirigidas a partes opostas. dos no Brasil. Utilizando os conceitos da primeira Lei de
Newton, de impulso de uma força e variação da quanti-
dade de movimento, analise as proposições.
Afirma-se que um corpo está em equilíbrio dinâmico quan-
do sua aceleração é e continuará nula, implicando que a I. O airbag aumenta o impulso da força média atuan-
te sobre o ocupante do carro na colisão com o painel,
força resultante, ou seja, o somatório de todas as forças
aumentando a quantidade de movimento do ocupante.
que atuam sobre um corpo, seja nula.
II. O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante
É possível classificar as forças em dois tipos: força de con- do carro com o painel, diminuindo assim a força média
tato e força de ação a distância. atuante sobre ele mesmo na colisão.
35
III. O cinto de segurança impede que o ocupante do II. A resultante das forças que atuam em um corpo de
carro, em uma colisão, continue se deslocando com um massa é proporcional à aceleração que este corpo ad-
movimento retilíneo uniforme. quire.
IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do car- III. Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou
ro em uma colisão, aumentando a quantidade de movi- de movimento retilíneo uniforme, a menos que uma for-
mento do ocupante. ça resultante, agindo sobre ele, altere a sua velocidade.
Assinale a alternativa correta. IV. A intensidade, a direção e o sentido da força resultan-
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. te agindo em um corpo são iguais à intensidade, à dire-
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. ção e ao sentido da aceleração que este corpo adquire.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
Resolução: c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
I. Falsa. O airbag reduz a força média sobre o corpo
e) Todas afirmativas são verdadeiras.
do ocupante do carro durante a colisão com o painel,
pois aumenta o tempo de contato entre o sistema Resolução:
corpo-airbag. O impulso permanece o mesmo, que
equivale à diferença de quantidade de movimento. Analisando as alternativas, segue que:
II. Verdadeira. I. INCORRETA. Princípio da ação e reação (3.ª Lei de
III. Verdadeira. Newton). O sentido da força de reação é oposto ao
sentido da força de ação.
IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passageiro
II. CORRETA. Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se que a força re-
ao banco evitando que o movimento do seu corpo
sultante é proporcional à aceleração do corpo de massa m.
continue por inércia após o choque. A aceleração e a
variação da quantidade de movimento dos ocupantes III. CORRETA. 1.ª Lei de Newton (Princípio da Inércia).
que utilizam o cinto de segurança serão as mesmas Um corpo que está em repouso ou em MRU tende a
permanecer nessa situação até que uma força resul-
sofridas pelo automóvel no momento do acidente.
tante não nula atue sobre o corpo.
Alternativa B IV. INCORRETA. A força resultante tem mesma dire-
ção e sentido da aceleração, não necessariamente o
3. (PUC-RJ) Duas forças perpendiculares entre si e de mó- mesmo módulo.
dulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um objeto de massa 10 kg.
Qual é o módulo da aceleração resultante no objeto, em m/s2? Alternativa D
a) 0,13. b) 0,36. c) 0,50. d) 2,0. e) 5,6. 5. (Unisc) Qual dessas expressões melhor define uma
das leis de Newton?
Resolução:
a) Todo corpo mergulhado num líquido desloca um
volume igual ao seu peso.
b) A força gravitacional é definida como a força que
atua num corpo de massa.
c) O somatório das forças que atuam num corpo é
sempre igual ao peso do corpo.
De acordo com o Teorema de Pitágoras, obtém-se a força resul- d) A força de atrito é igual ao produto da massa de
tante sobre o corpo: um corpo pela sua aceleração.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
______ ___
FR = √ =√
32 + 42 25 = 5 N e) A toda ação existe uma reação.
36
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Resolução:
Estudando-se o movimento de um objeto de massa (0,4 – 0,8)
∆v = 2 · ________
F = m · a = m ___
= –2 N
2 kg, obteve-se o gráfico velocidade x tempo a seguir. A ∆t (0,8 – 0,4)
velocidade está em m/s e o tempo, em segundo.
Alternativa A
multimídia: site
Galileu Galilei, considerado o primeiro físico no sentido moderno, foi um dos primeiros cientistas a reconhecer a
matemática como ferramenta principal para descrição dos fenômenos naturais. No entanto, foi Newton que sinteti-
zou em sua famosa obra, Princípios matemáticos da filosofia natural (1687), as duas grandes correntes metodológi-
cas da ciência moderna: a matematização e a experimentação. Newton acreditava que a natureza agia de modo a
simplificar ao máximo as suas ações. Nesse sentido, as consequências naturais teriam o mínimo de causas possíveis
e o Universo seria como uma máquina que está constantemente em funcionamento. Esse foi um importante passo
para a filosofia, por fundamentar a ciência que iria influenciar os pensadores iluministas.
37
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A partir dessa aula, o aluno, além de caracterizar o movimento, passará a descrevê-lo e a definir suas
causas. Nesse sentido, o conceito de força é peça fundamental, pois é ela a causadora da mudança do
estado de movimento, estando o corpo parado inicialmente ou em movimento retilíneo uniforme. As leis de
Newton são peças essenciais para a compreensão plena das causa da alteração do estado de movimento
de um corpo. Nesse contexto, é aplicada a Habilidade 20, caracterizando a causa do movimento dos corpos
terrestres ou celestes.
MODELO 1
(Enem) No dia 27 de junho de 2011, o asteroide 2011-MD, com cerca de 10 m de diâmetro, passou a 12 mil quilô-
metros do planeta Terra, uma distância menor do que a órbita de um satélite. A trajetória do asteroide é apresentada:
ANÁLISE EXPOSITIVA
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Exercício de rápida resolução para o aluno que possui conhecimentos mínimos em dinâmica. Ao
analisar a trajetória do asteroide, o estudante deve perceber qual é a causa que explica o movimento
do mesmo.
Quando a força resultante tem a mesma direção da velocidade, o movimento é retilíneo, podendo ser
acelerado ou retardado, de acordo com os sentidos de ambas as grandezas.
No trecho em que o movimento é curvilíneo, há a componente centrípeta, não tendo a força resul-
tante a mesma direção da velocidade.
RESPOSTA Alternativa E
38
MODELO 2
(Enem) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um livro revolucionário em que propunha a Terra girando em
torno do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que
a Terra é o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e
pássaros, que não estão presas à Terra, pareceriam estar sempre se movendo do leste para o oeste, justamente
como o Sol. Mas foi Galileu Galilei que, em 1632, baseando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica,
confirmando assim o sistema de Copérnico. Seu argumento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa,
dentro de um vagão de trem em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se
movendo com velocidade constante, a bola também cai junto a seus pés. Isto porque a bola, enquanto cai,
continua a compartilhar do movimento do vagão.
O princípio físico usado por Galileu para rebater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia;
b) de ação e reação;
c) a segunda lei de Newton;
d) a conservação da energia;
e) o princípio da equivalência.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Exercício de baixa dificuldade, mas que requer do estudante conhecimento do assunto em questão, não
sendo possível inferir somente da interpretação do texto-base a resposta correta.
A Lei de Inércia afirma que um corpo tende sempre a manter seu estado de movimento ou de repouso
(manterá se a resultante das forças sobre ele for nula). No caso da bola solta dentro do vagão, a re-
sultante das forças horizontais é nula, então, por inércia, ela mantém a componente horizontal de sua
velocidade, caindo junto aos pés da pessoa.
RESPOSTA Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
LEIS DE NEWTON
EQUILÍBRIO ESTÁTICO
F1 = -F2 FR = m ∙ a
OU DINÂMICO
39
g
FORÇAS PESO, P
NORMAL E DE Solo
CN AULAS
25 E 26 P
g
Aplicação do conteúdo
Terra 1. Dado um corpo de massa m = 10 kg. Sabe-se que, próxi-
___› ___› mo à superfície da Terra, a aceleração da gravidade vale
Como é possível observar na figura, P A e P B têm direções gT = 9,8 m/s2 (aproximadamente) e, próximo à superfície
diferentes. Entretanto, em uma região relativamente pe- da Lua, a aceleração da gravidade vale gL = 1,6 m/s2
quena na superfície do planeta, a direção do peso dos (aproximadamente). Calcule o peso do corpo:
corpos é aproximadamente a mesma, como ilustra a a) Próximo da superfície da Terra.
figura a seguir. b) Próximo da superfície da Lua.
40
Resolução: 1.2. O quilograma-força
a) Para a superfície da Terra, gT = 9,8 m/s2. Sendo PT o No SI, a unidade de força é o newton (N). Contudo, às
peso do corpo, tem-se: vezes é usada uma outra unidade que não pertence ao SI:
PT = m ⋅ gT = (10 kg) (9,8 m/s2) ⇒ PT = 98 N
o quilograma-força, cujo símbolo é kgf.
b) Para a superfície da Lua, gL = 1,6 m/s2. Sendo PL o
peso do corpo, tem-se: O quilograma-força é a intensidade de uma força igual
PL = m ⋅ gL = (10 kg) (1,6 m/s2) ⇒ PL = 16 N à intensidade do peso de um corpo de massa 1 kg,
Observe que o módulo do peso do mesmo corpo de considerando o valor da aceleração da gravidade igual a:
massa 10 kg é diferente na superfície da Terra e da Lua.
gN = 9,80665 m/s2
Então:
P= m ⋅ g
↓ ↓
1 kgf = (1 kg) · (9,80665 m/s2)
1 kgf = 9,80665 N ou 1 kgf ≅ 9,81 N
multimídia: vídeo
O valor gN é conhecido como valor normal da aceleração
Fonte: Youtube
da gravidade.
Esclarecimento sobre os conceitos de massa e peso ...
Como
__›
na direção horizontal não há forças, a velocidade FN
P
- FN
-P
Terra
41
Entretanto, ___› o corpo exerce uma força de compressão sobre
a mesa -F N , e, do mesmo modo,___› pela Lei de Ação e Reação,
___› ___›
a mesa aplica uma força F N sobre o corpo. As forças P e -P
formam
___› um ___› par de forças de ação e reação, assim como o
par F N e -F N .
___›
A força F N é uma força de compressão chamada, em mui-
tos casos, de força normal, pois sua direção é perpendi-
cular à superfície de contato (ou “normal” à superfície).
Em geral, apenas as forças que atuam sobre o corpo A
serão importantes, de modo que será adotado o esquema FR = 0 → FN + F – P = 0
simplificado de forças conforme a imagem anterior, em que
aparecem apenas a força-peso e a força normal aplicada FN = 50 N
pela mesa sobre o corpo.
Conclui-se, portanto, que a força normal e o peso não têm,
necessariamente, a mesma intensidade.
Aplicação do conteúdo 2. A figura a seguir ilustra um corpo de massa m = 2,0 kg,
inicialmente em repouso, sobre uma superfície plana,
1. Um corpo está em repouso sobre uma superfície plana horizontal
___› e perfeitamente___› lisa, sob ação apenas de seu
e horizontal, como ilustrado na figura a seguir. As únicas peso P e da força normal
___› F N. A partir de certo instante,
forças que atuam no corpo estão indicadas na figura: a uma força horizontal F de intensidade F = 16 N é apli-
força-peso P e a força normal FN. Sendo a massa do cor- cada sobre o corpo.
po m = 9,0 kg, e a aceleração da gravidade g = 10 m/s2,
tem-se:
FR = 0 → FN – P = 0
FN = P = 90 N Determine a aceleração adquirida pelo corpo.
42
1.4. Sistema de corpos
Nos exemplos estudados, as leis de Newton foram apli-
cadas a um único corpo. Entretanto, é possível aplicá-las
em um conjunto de dois ou mais corpos. Em geral, esse
conjunto é denominado sistema de corpos.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Força de Tração (Bloquinhos) - Mãozinha em Física 004
Aplicação do conteúdo
1. Como ilustrado na figura a seguir, dois blocos, A e B,
1.5. Força de tração ou tensão em um fio de massa mA = 5,0 kg e mB = 7,0 kg, estão sobre uma
superfície plana e horizontal sem atrito, ligados por um
Quando um fio é esticados por uma força, existe uma tensão fio ideal, isto é, que não estica e com massa desprezível.
sobre o fio. Afirma-se que ocorre no fio uma força de tração.
Na figura a seguir, as forças que atuam no sistema de cor-
pos foram separadas. ___›
Sobre o bloco B é aplicada uma força horizontal F de
intensidade igual a 36 N. Determine a intensidade da
aceleração do sistema e da força exercida pelo fio sobre
o bloco A.
___› Resolução:
Quando o bloco B é puxado pela força F , o fio sofre uma
força de tração de intensidade T1. Pela ação e reação, o fio
aplica sobre o bloco B uma força de intensidade igual a T1.
O fio também exerce sobre o bloco A uma força de inten-
sidade T2, e o bloco A, pela ação e reação, exerce sobre o Aplicando a segunda Lei de Newton separadamente para cada
fio uma força de intensidade igual a T2. Considerando que bloco:
o fio tenha massa mf , pela segunda Lei de Newton, tem-se: bloco A: T = mA ⋅ a
___› ⇒ T = (5,0) ⋅ a
T1 – T2 = mf ⋅ |a | bloco B: F – T = mB ⋅ a 36 – T = (7,0) ⋅ a
Entretanto, como o fio é ideal, sua massa é desprezível, ou Somando membro a membro das equações, a tração T é cance-
seja, mf = 0 (é comum desprezar a massa do fio). Assim, a lada, e obtém-se:
equação se simplifica:
36 = 12 ⋅ a ⇒ a = 3,0 m/s2
T1 – T2 = 0 Substituindo o valor da aceleração na equação original do bloco
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
F = (mA + mB) ⋅ a
36 = (5,0 + 7,0) ⋅ a ⇒ a = 3,0 m/s2
43
1.6. Polias Em cada bloco, também atuará a força de tração do fio, no
sentido oposto ao peso, como na figura a seguir.
Uma polia ou roldana é uma peça mecânica utilizada,
muitas vezes, para alterar a direção e o sentido de forças.
Na figura a seguir, os blocos A e B, de massas iguais, res-
pectivamente, a mA e mB, estão ligados por um fio ideal
que passa por uma polia (ou roldana) de massa desprezível
(denominada, por esse motivo, polia ideal), a qual pode
girar em torno de um eixo fixo sem atrito.
1. Considere a situação da figura a seguir, em que o bloco c) Se o fio exerce força nos blocos, pela Lei da Ação e Re-
A, de massa mA = 3,0 kg, e o bloco B, de massa mB = 7,0 kg, ação, os blocos exercem no fio forças de mesma intensi-
estão ligados por um fio ideal, através de uma po- dade e sentido oposto, como ilustrado na figura a seguir.
lia ideal e fixada pelo eixo. Considerando g = 10 m/s2, Portanto, a força total exercida pelos fios sobre a polia é:
e que o sistema foi abandonado a partir do repouso, calcule:
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
2T = 2(42 N) = 84 N.
a) A aceleração adquirida por cada bloco.
b) A intensidade da tração no fio. Essa força é transferida e aplicada no eixo da polia, que tam-
c) A força exercida pela polia em seu eixo. bém a transfere para o teto:
Resolução:
a) Em primeiro lugar, deve-se determinar os módulos
dos pesos dos blocos:
Bloco A: PA = mA . g = (3,0 kg) (10 m/s2) = 30 N
Bloco B: PB = mB . g = (7,0 kg) (10 m/s2) = 70 N
44
1.6.1. Uso das polias força de intensidade F na extremidade B do fio, é possível
equilibrar um objeto de peso, em módulo, igual a P = 4F.
45
Aplicação do conteúdo 1.8. Ação a distância e ação por contato
1. Uma pessoa de massa m = 75 kg está em um elevador.
Considere g = 10 m/s2 e calcule a força exercida pelo piso
do elevador sobre a pessoa nos seguintes casos:
FN = P ou FN = 750 N
FN – P = m ⋅ a
FN – 750 = (75) (4,0) ⇒ FN = 1050 N
Nas situações envolvendo elevadores em movimento, é útil
fazer um esquema desenhando a pessoa fora do elevador,
como feito no exemplo anterior.
46
Para efeito de representação, foram separados os corpos A e
B da imagem acima e representadas todas as forças envol-
vidas. A força F atuante no corpo A impõe um movimento
acelerado para a direita, que por sua vez empurra o corpo B.
Afirma-se que o corpo A exerce uma força no corpo B, força
que será chamada de FAB. Por sua vez, de acordo com a ação
e reação, o corpo B exercerá em A uma força de mesmo
módulo, mesma direção e sentido oposto FBA.
Lembre-se de que FAB = FBA.
2. Equilíbrio
Observe a figura a seguir. Você deve ter a impressão de que multimídia: site
o equilibrista está prestes a se movimentar ou de que, se
uma das cadeiras se movimentar, o equilibrista vai cair. Tra- https://pt.khanacademy.org/science/physics/forces-new-
ta-se de um conceito bastante comum sobre equilíbrio. tons-laws/normal-contact-force/a/what-is-normal-force
Entretanto, em Física, o conceito de equilíbrio é mais am- hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mass.html
plo. Em geral, são identificados dois tipos de equilíbrio: es-
pt.wikihow.com/Calcular-Tens%C3%A3o-em-F%-
tático e dinâmico. O caso do equilibrista da imagem é
C3%ADsica
um típico exemplo de equilíbrio estático.
47
VIVENCIANDO
A forças estudadas nessa aula podem ser observadas em diversas situações do cotidiano. Uma brincadeira no ba-
lanço no parque só é possível graças à atuação da força-peso e da força de tração. Os elevadores e guindastes, com
um esquema de polia e contrapesos controlados eletronicamente, utilizam os conceitos compreendidos por essas
forças para funcionar. No elevador, os cabos de tração, feitos geralmente de aço, conectam a cabine ao contrapeso,
passando por uma polia que evita o desgaste do material. Em geral, são entre seis e oito cabos, para garantir a
segurança dos passageiros.
O movimento das marés resulta da força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra. A massa da Lua atrai a massa
de água da Terra. Como a água é fluida, uma protuberância se forma e praticamente acompanha a trajetória da Lua
devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
48
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A Habilidade 20 trata das causas do movimento. Nessa aula, o aluno passou a compreender algumas
forças mais famosas, como a força-peso, a força normal e a força tensora em um fio, e passou a estudar
como se comporta um sistema de corpos quando sujeito à ação de uma ou mais forças. Cabe sempre ao
aluno compreender a situação-problema e relacioná-la com o conteúdo estudado.
MODELO 1
(Enem) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova,
que iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em
órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se
dirigiram ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno”.
Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta:
a) se justifica, porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre
da falta de ação da aceleração da gravidade;
b) se justifica, ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada a dele próprio, e que o peso do
telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena;
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de
Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais;
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, nesse caso, sobre o
telescópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita;
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe
naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
ANÁLISE EXPOSITIVA
De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta porque elas versam sobre forma da
órbita, período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se pelo princípio fundamen-
tal da dinâmica, pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio. Como o astronauta
e o telescópio estão em órbita, eles tão sujeitos apenas à força-peso e, consequentemente, à mesma
aceleração (centrípeta), que é a da gravidade local, tendo peso aparente nulo.
R = P ⇒ m∙a = m∙g ⇒ a = g
É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que
os corpos estão em estado de imponderabilidade.
49
MODELO 2
(Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar.
Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o móvel, pois a terceira Lei
de Newton define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de volta, e assim não conseguirá exercer
uma força que possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Ótimo exercício para comparar conceitos científicos com o senso comum, habilidade muito cobrada pelo
Enem.
Para a resolução do exercício, é preciso ter em mente que ação e reação são forças de mesma intensi-
dade, mesma direção e sentidos opostos, porém, não se equilibram, pois não atuam no mesmo corpo.
RESPOSTA Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇAS
PAR AÇÃO-REAÇÃO
DEPENDE DA MASSA EM FIOS OU CORDAS
DA FORÇA-PESO
50
FÍSICA
3
CIÊNCIAS DA
ÓPTICA
GEOMÉTRICA
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Questões de refração da luz e espelhos es- Questões de refração da luz e espelhos es- Questões de refração da luz aparecem com
féricos aparecem com frequência, exigindo féricos aparecem com frequência, exigindo frequência, exigindo interpretação de ima-
interpretação de imagens e aplicação das interpretação de imagens, aplicação das gens e aplicação das leis de refração.
leis de refração. leis de refração e conhecimento das equa-
ções de espelhos esféricos.
Questões de refração da luz e espelhos A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de te-
planos aparecem com frequência, exigindo mas, porém, pode aparecer óptica relacio- mas, porém, movimento circular e segunda mas, porém, pode aparecer óptica relacio-
interpretação de imagens e aplicação das nada a lentes ou espelhos. lei de Newton podem aparecer com algu- nada a espelhos esféricos e às leis de re-
leis de refração. ma frequência. fração, exigindo interpretação de imagens.
UFMG
A prova tem uma grande variação de A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predomi-
temas, porém, espelhos aparecem com cas, que exigem as leis de refração com a nância de temas, porém, podem aparecer
alguma frequência, com questões teóricas manipulação das equações. espelhos planos ou côncavos.
e que exigem um alto nível de manipulação
nas equações.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Não há predominância de óptica geomé- A prova tem uma grande variação de te- Espelhos esféricos têm grande incidência
trica, mas, eventualmente, podem aparecer mas, porém, pode aparecer óptica relacio- na prova, com questões objetivas.
questões sobre espelhos e teorias sobre as nada a espelhos planos.
leis de refração.
52
Classificação do ponto objeto:
Real – quando as partes reais dos raios luminosos inci-
dentes se interceptam.
Virtual – quando as partes virtuais dos raios luminosos
incidentes se interceptam.
ESPELHOS PLANOS Impróprio – quando os raios luminosos incidentes
são paralelos.
CN
óptico, todo ponto de encontro de raios emergentes de
AULAS um mesmo feixe luminoso.
17 E 18
PII
PIR
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5e6 17 e 22 PIV
2. Espelhos planos
O funcionamento dos espelhos pode ser compreendido por
meio do estudo geométrico da luz. Serão estudados as leis
da reflexão da luz e os espelhos planos. Posteriormente,
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
POR POV
POI
53
2.1. Reflexão A reflexão é difusa quando a luz refletida não obedece à
lei de Snell, sendo transmitida em várias direções. É devido
Reflexão é o fenômeno que ocorre quando uma onda atin- à difusão da luz que é possível enxergar os objetos, sob os
ge a interface que separa dois meios diferentes e retorna,
mais diversos ângulos, pois sempre existirá um raio lumino-
parcial ou totalmente, para o meio inicial.
so refletido que atingirá a vista.
O fenômeno ocorre com ondas de qualquer natureza, ele-
tromagnéticas (luz), elásticas, acústicas, e é consequência
da diferença de velocidade da onda nos dois meios.
Superfície com rugosidade
Reflexão difusa (ou espalhamento)
α multimídia: vídeo
A incidência é normal quando o raio incidente é perpen- Fonte: Youtube
dicular à superfície S. Assim, o raio incidente e o refletido Porque espelhos refletem as imagens horizontalmente...
estão sobre a reta normal n, e os ângulos de incidência e
reflexão são nulos.
Aplicação do conteúdo
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
54
O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de incidência: Devido à distância dos pontos F e F’ ao espelho serem iguais,
diz-se que F e F’ são simétricos em relação ao plano do espelho.
r = 65º
12 cm = _____
_____ x ⇒ x = 18 cm
20 cm 30 cm
Geometricamente, os triângulos FMA e F’MA são con- Apenas nessa região sombreada é possível ver a imagem
gruentes; assim: F’. Nesse caso, apenas o observador O1 consegue observar
a imagem F’. O observador O2 está fora da região sombrea-
da e, portanto, não pode observar a imagem F’. Essa região
sombreada é denominada campo visual.
Os seguintes passos sintetizam os procedimentos para de-
terminar se um observador pode ou não observar as ima-
gens refletidas por um espelho:
1. Determina-se a imagem F’ do objeto F.
55
3. Os observadores na região entre essas duas re- Resolução:
tas poderão ver a imagem F’.
No exercício, nota-se um raio de luz que está refletindo numa su-
perfície plana; por isso, é possível concluir que o ângulo de incidên-
cia e o de reflexão são iguais. Além disso, sabe-se que a soma dos
ângulos deve resultar em 90º, logo:
2 ⋅ a = 90º
Finalizando os cálculos, obtém-se:
a = 45º
Assim, o valor do ângulo é de 45º.
Alternativa B.
Aplicação do conteúdo
1. (Cesgranrio) A imagem da figura a seguir obtida por
reflexão no espelho plano E é melhor representada por:
a) b) c) d) e) a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.
Resolução: Resolução:
Foi dada no exercício a posição da imagem do objeto; em se-
A imagem formada por um espelho plano tem como caracterís-
guida, basta determinar a região do espaço na qual o observa-
tica sempre estar a mesma distância que o objeto se encontra
dor deve estar localizado para identificar em seu campo visual
do espelho. Além disso, a imagem de um espelho plano é enan-
a imagem I. Desenhando, tem-se:
tiomorfa, nome dado à característica do espelho de formar uma
imagem que não sobrepõe o objeto.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Alternativa B
Alternativa B
56
No desenho, foram representadas as imagens e traçada uma reta
O observador verá as imagens de A e B superpondo-se uma à que atravessa as imagens A’ e B’, para ficar mais clara a localiza-
outra quando se colocar na posição: ção do observador que verá uma imagem sobreposta, no caso, o
a) 1. observador na posição 5.
b) 2. Alternativa E
c) 3.
d) 4.
e) 5.
Resolução:
A invenção do espelho data de antes de 6000 a.C.. Os espelhos mais antigos foram encontrados na região onde
se encontra atualmente a Turquia. Feitos na Mesopotâmia e no Egito, eram produzidos a partir de cobre polido,
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
enquanto na China eram produzidos a partir do bronze. No Renascimento, alguns artesãos europeus aperfeiçoaram
um método que consistia em cobrir uma das faces de um vidro com um amálgama de mercúrio fino. No século XVI,
os espelhos já eram populares e excessivamente caros.
A criação de um espelho com um revestimento de prata é atribuída ao químico alemão Justus von Liebig (1803-
1873), no ano de 1835. Os métodos utilizados atualmente na fabricação de espelhos não sofreram muitas variantes
desde então, sendo os espelhos produzidos pela sobreposição de camadas finas de alumínio (ou prata) sobre o cristal
de vidro, tendo o seu preço diminuído significativamente, tornando-se mais acessível.
57
2.2.2. Imagem de um objeto extenso
Do mesmo modo como feito para uma fonte puntiforme,
pode-se obter a imagem de um objeto extenso. Como é
possível observar na figura a seguir, cada ponto do obje-
to tem uma imagem simétrica; desse modo, a imagem do
objeto extenso também é simétrica em relação ao espelho.
Resolução:,
Assim:
58
Para um referencial fixo no ponto P, o espelho é afastado produz uma quantidade de n imagens, dada pela relação:
de uma distância x. A nova distância entre o ponto P e o
espelho E será igual a (d + x), assim como a distância entre 360º
n = ____ – 1
u
o espelho E e a nova posição P’’ da imagem conjugada.
Observe a figura a seguir: Entretanto, duas condições são importantes:
360º
§ Se ____ for um número par, a expressão acima é válida
u
para qualquer posição do objeto entre os espelhos.
360º
§ Se ____ for um número ímpar, apenas se o objeto P
u
estiver no plano que divide o ângulo θ em dois ângulos
iguais (plano bissetor), ilustrado na figura a seguir, a
expressão é confiável.
59
2.2.5. Espelhos paralelos O prolongamento do raio refletido 1 (quando o espelho está
na posição 1) e o raio refletido 2 (quando o espelho está na
Ao se colocar um objeto entre dois espelhos paralelos posição 2) formam um ângulo que chamaremos de D.
ocorre um efeito curioso. A imagem de um objeto em cada
espelho atua como objeto para o outro espelho, e, desse I1 é o ponto onde o raio luminoso incide no espelho, na
maneira, forma-se um número infinito de imagens. posição 1;
I2 é o ponto onde o raio luminoso incide no espelho, exata-
mente na posição 2;
a é o ângulo de rotação do espelho plano, na posição fixa;
D é o ângulo de rotação dos raios refletidos, isto é, é o
ângulo entre Rr1 e Rr2.
Como a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual
a 180º, temos:
D + 2a = 2b
D = 2b – 2a
D = 2(b – a)
2.2.6. Rotação de um espelho plano Porém temos que a = b – a, dessa forma temos:
Considere o caso de um espelho plano rotacionado de um D=2a
ângulo a. Inicialmente o espelho encontra-se na posição 1,
Sendo assim, podemos definir que o ângulo de rotação dos
e, depois da rotação, vai para a posição 2. O raio incidente
raios refletidos é o dobro do ângulo de rotação do espelho.
atinge a posição I1 quando o espelho se encontrava na po-
sição 1, fazendo um ângulo a com a N1. Quando o espelho
vai para a posição 2, o raio incidente atinge o espelho no
ponto I2, fazendo com a N2 um ângulo b.
multimídia: site
www.super.abril.com.br/ciencia/o-que-faz-o-espelho-
-refletir-imagens/
www.mundoestranho.abril.com.br/ciencia/como-e-fei-
to-o-espelho/
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-e-luz/
espelhos-e-reflexao-da-luz.html
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
60
VIVENCIANDO
No dia a dia, um indivíduo tem sua imagem refletida inúmeras vezes por múltiplos espelhos planos. A reflexão fornecida
pelos espelhos planos é útil para usos estéticos, pois a imagem fornecida é um reflexo exato da imagem apresentada.
Os espelhos também são amplamente utilizados na decoração, como em prédios espelhados ou na decoração de
interiores. Colocar um espelho que ocupe a parede toda é uma tática eficaz para criar a ideia de que o ambiente é
mais amplo. O uso em corredores, por exemplo, proporciona um efeito de profundidade.
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPELHOS
PLANOS
LEIS DA
IMAGEM
REFLEXÃO
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
RR E RI SÃO PROLONGAMENTO
SIMÉTRICA
COPLANARES DOS RAIOS
REFLETIDOS
IMAGEM
i=r VIRTUAL
ENANTIMORFA
61
As características da imagem no espelho côncavo depen-
dem da posição do objeto em relação ao espelho. A ima-
gem do objeto aparecerá direita e maior que o objeto se
ESPELHOS ele for colocado bem próximo ao espelho côncavo. Desse
modo, esse tipo de espelho pode ser usado para ampliar o
ESFÉRICOS: rosto, permitindo uma observação cuidadosa da pele. Con-
CN AULAS
19 E 20
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5e6 17, 18 e 22 Espelho côncavo: para um objeto próximo, a
imagem virtual é direita e aumentada.
1. Introdução
A seguir serão estudados os espelhos curvos. Um caso
particular de espelho curvo é o espelho esférico. Os
espelhos esféricos são calotas esféricas polidas. A super-
fície refletora pode ser interna à calota, caracterizando um
espelho côncavo, ou externa à calota, caracterizando um
espelho convexo. Observe as figuras a seguir.
62
§ Eixo secundário: qualquer reta que passe por C e 1.1. Condições de Gauss para
intercepte o espelho em um ponto diferente de V, como espelhos esféricos
as retas r e s na figura a seguir.
§ O raio de luz incidente deve ter uma pequena inclina-
ção em relação ao eixo horizontal.
§ Os raios incidentes devem incidir no espelho numa re-
gião próxima ao espelho.
Em geral, os espelhos esféricos serão analisados com base
nas condições de Gauss.
Representação de um Representação de um
espelho côncavo espelho convexo
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Espelhos esféricos e imagens reais
63
Nos tópicos a seguir serão estudadas algumas caracterís- incide paralelamente ao eixo principal. Pela propriedade de
ticas da reflexão nos espelhos côncavos e convexos que reversibilidade, caso o raio incida em direção ao foco, o raio
auxiliam na determinação das imagens. É importante ob- será refletido paralelamente ao eixo principal.
servar que, para objetos extensos, os raios refletidos não
se cruzam exatamente no mesmo ponto. Desse modo, eles
definem uma região em que se cruzam, isto é, um pequeno
“borrão”. Assim, a imagem fica distorcida. É possível ten-
tar observar esse efeito usando uma colher de sopa como
espelho curvo.
Espelho côncavo Espelho convexo
As lentes também produzem imagens levemente distorci-
das. Os sistemas ópticos que produzem imagens distorci- O foco (F) dos espelhos esféricos é o ponto médio entre o
das são denominados astigmáticos. Quando a imagem centro de curvatura do espelho (C) e o vértice (V).
não apresenta distorção, como no caso do espelho plano,
o sistema é denominado estigmático. Se os espelhos es-
féricos têm o ângulo de abertura pequeno, a imagem é
produzida com pouca distorção.
Aplicação do conteúdo
1. O que é um sistema óptico astigmático e qual a dife-
rença dele para um sistema óptico estigmático?
Resolução:
Sistema óptico astigmático é o sistema que produz imagens dis- A distância focal (f) é medida entre o foco (F) do espelho
torcidas de um objeto analisado. O sistema óptico estigmático,
e o vértice; portanto:
por sua vez, é o sistema que não produz distorção na imagem
em relação ao objeto analisado. R
f = __
2
3. Focos de um espelho
esférico e raios notáveis
Considere um feixe de luz paralelo ao eixo principal que
incide sobre espelhos esféricos de pequena abertura, como
na figura a seguir. No caso do espelho côncavo, os raios
refletidos se interceptam perto do foco do espelho, isto é,
no ponto F. O foco do espelho côncavo é real. No caso do multimídia: site
espelho convexo, são os prolongamentos dos raios refleti-
dos que interceptam o foco do espelho no ponto F. O foco www.estudopratico.com.br/espelhos-esfericos/
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
64
Aplicação do conteúdo
1. Um espelho esférico côncavo possui um raio de
curvatura de 20 cm. Qual é, então, a distância focal
desse espelho?
Resolução:
Espelho convexo
A relação entre distância focal e o raio de curvatura é dada pela
expressão:
Se um raio incidir sobre o vértice (V) de um espelho esféri- f = __ R
co, o ângulo entre o eixo principal e o raio refletido é igual 2
Substituindo o valor do raio de curvatura dado pelo exercício,
ao ângulo entre o eixo principal e o raio incidente.
obtém-se na expressão:
20
f = ___
2
Finalizando os cálculos, resulta:
f = 10cm
2. Um espelho esférico convexo possui distância focal
de 25 cm. Qual é, então, o valor do raio de curvatura
desse espelho?
Resolução:
Espelho côncavo A relação entre a distância focal e o raio de curvatura é dada
pela expressão:
R
f = __
2
Substituindo o valor da distância focal dado pelo exercício, ob-
tém-se na expressão:
25 = __ R
2
Finalizando os cálculos, tem-se:
R = 50cm
Espelho convexo
Os espelhos esféricos também são estudados pelos artistas plásticos. O artista holandês Maurits Cornelis Escher,
famoso por suas representações de espaços impossíveis e transformações geométricas, tem entre suas obras mais
famosas autorretratos usando espelhos convexos. Já o artista britânico Anish Kapoor, um dos grandes escultores con-
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
temporâneos, é famoso pela grandiosidade de suas obras e pela exploração de dicotomias, como vazio/cheio, corpo/
espírito, céu/terra. Com a intenção de questionar a visão do público que circula pelos espaços, Kapoor tem diversas
obras usando espelhos esféricos espalhadas pelo mundo.
65
4. Imagens em um tam em um ponto entre o centro de curvatura e o foco.
Assim, a imagem é real, podendo ser projetada em um
espelho esférico anteparo. Observa-se, também, que a imagem é invertida e
menor do que o objeto.
Nos próximos tópicos serão determinadas as imagens obti-
das por espelhos côncavos e convexos, de pequena abertu-
ra, de um objeto pequeno, linear, fixado perpendicularmen-
te sobre o eixo principal dos espelhos.
66
trocando a imagem pelo objeto. Isso ocorre por causa da
reversibilidade dos raios de luz.
67
c) suas imagens podem ser projetadas sobre anteparos; Resolução:
d) forma imagens reais;
De acordo com o exercício, a imagem é formada por um sistema
e) suas imagens são mais nítidas que as dadas pelo
reflexivo. Assim, conclui-se que o sistema óptico em questão é
espelho plano.
baseado em espelhos. Além disso, a imagem é direita e aumen-
Resolução: tada. Existe apenas uma situação possível para essas caracterís-
ticas: quando há um espelho esférico côncavo numa situação em
O espelho esférico convexo forma sempre um único tipo de que o objeto foi posicionado entre o foco e o vértice do espelho.
imagem: virtual, direita e menor. Toda imagem projetável é Nesse caso, a imagem é também virtual.
necessariamente real, não sendo possível projetar imagens
Alternativa C
virtuais. Além disso, qualquer espelho esférico forma imagens
distorcidas do objeto, diferente do espelho plano, que produz 5. (UFRRJ) Um objeto está a uma distância P do vértice
imagens sem distorções, porém enantiomorfas. de um espelho esférico de Gauss. A imagem formada é
virtual e menor. Nesse caso, pode-se afirmar que:
Alternativa A
a) o espelho é convexo;
4. (Fatec) Um sistema óptico, composto de um elemento b) a imagem é invertida;
reflexivo, gera de um objeto real uma imagem direita e c) a imagem se forma no centro de curvatura do espelho;
aumentada. d) o foco do espelho é positivo, segundo o referencial
O elemento reflexivo: de Gauss;
e) a imagem é formada entre o foco e o centro de curvatura.
a) é um espelho esférico convexo, pois a imagem é virtual;
b) é um espelho esférico convexo, com o objeto colo- Resolução:
cado nas proximidades de seu vértice; Este tipo de imagem só é formada por espelhos esféricos con-
c) é um espelho esférico côncavo, com o objeto colo- vexos. Na única situação em que um espelho esférico côncavo
cado entre o ponto focal e o vértice do espelho; forma imagem virtual, ela também será maior. Assim, a imagem
d) é um espelho plano, pois a imagem é direta; descrita é provocada por um espelho convexo; logo, é virtual,
e) forma uma imagem virtual, pois imagens virtuais direita e menor.
são sempre aumentadas. Alternativa A
VIVENCIANDO
Os espelhos esféricos são muito utilizados no Nos espelhos côncavos, as imagens formadas
cotidiano. Os espelhos convexos aumentam o cam- variam de acordo com a posição do objeto. Isso
po de visão, permitindo a visualização de ângulos faz com que o seu uso seja restrito. Os espelhos
que seriam inacessíveis pelos espelhos planos. côncavos podem ser utilizados em alguns tipos de
Geralmente, esse tipo de espelho é encontrado em telescópios, projetores e também em ferramentas
corredores de supermercados, farmácias, saídas de nos consultórios odontológicos. Quando o objeto se
estacionamentos e retrovisores de veículos – nos situa bem próximo do espelho, entre o vértice e o
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
ônibus nota-se que os espelhos situados acima foco, a imagem resultante é virtual, direta e ampli-
das portas de saída são sempre espelhos convexos, ada, o que resulta em uma melhor ampliação dos
possibilitando que o motorista veja os passageiros detalhes do objeto refletido.
que estão desembarcando.
68
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 18
Relacionar propriedades físicas, químicas e biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológi-
cos às finalidades a que se destinam.
MODELO 1
(Enem) Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou mudar de pista,
muitas vezes causam problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em alguns modelos, distorce a
imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma distância maior do que a real.
Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do motorista, já
que no Brasil se adota a direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica muito mais distante dos
olhos do condutor.
Adaptado de: http://noticias.vrum.com.br. Acesso em: 3 nov. 2010.
Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais próxima do espelho que este está do ob-
jeto, o que parece estar em conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa aparente contradição
é explicada pelo fato de:
a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor que o objeto;
b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância;
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem pequena;
d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do motorista;
e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral do olho.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O espelho convexo forma uma imagem menor que causa no motorista a sensação de que a distância
é menor do que realmente é.
Nossos olhos estão acostumados com imagens em espelhos planos, nos quais imagens de objetos
mais distantes nos parecem cada vez menores.
Esse condicionamento é levado para o espelho convexo: o fato de a imagem ser menor que o objeto
é interpretado pelo cérebro como se o objeto estivesse mais distante do que realmente está.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Essa falsa impressão é desfeita, por exemplo, quando o motorista está dando marcha a ré em uma
garagem e observando a imagem da parede pelo espelho convexo. Ele para o carro quando percebe
pela imagem do espelho convexo que está quase batendo na parede. Ao olhar para trás, por visão
direta, ele percebe que não estava tão próximo assim da parede.
RESPOSTA Alternativa C
69
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPELHOS
ESFÉRICOS
CALOTAS
ESPELHADAS
ESPELHO ESPELHO
CÔNCAVO CONVEXO
CONVERGENTE DIVERGENTE
PONTOS
NOTÁVEIS
RAIOS NOTÁVEIS
CONSTRUÇÃO
DE IMAGENS
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
VIRTUAL REAL
70
O vértice do espelho é a origem do sistema de coordena-
das. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo principal
do espelho, e o sentido positivo é oposto ao sentido de
incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas (y) é per-
ESPELHOS pendicular ao eixo principal e orientado para cima.
CN AULAS
21 E 22
Essas definições também seguem as seguintes propriedades:
§ As grandezas reais são positivas.
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) § As grandezas virtuais são negativas.
5e6 17 e 22
§ Se i < 0, a imagem é invertida.
Essas grandezas se relacionam pelas seguintes equações:
Coordenas do objeto e da imagem § Se |A| < 1, a imagem será menor que o objeto.
em um espelho côncavo.
§ Se |A| = 1, a imagem será do mesmo tamanho que o
objeto.
§ Se |A| > 1, a imagem será maior que o objeto.
Aplicação do conteúdo
1. Um objeto real, medindo 6 cm, é colocado perpendi-
cularmente sobre o eixo principal de um espelho esféri-
co convexo, a 36 cm do vértice do espelho. Sabendo que
o raio de curvatura do espelho mede 24 cm, determine
Coordenadas do objeto e da imagem as características da imagem.
em um espelho convexo.
71
Resolução: 2. Como mostra a figura a seguir, um objeto é colocado
a 60 cm da superfície refletora de um espelho esférico
Do enunciado, são obtidos os seguintes dados: o = 6 cm, p = côncavo, cujo raio de curvatura é de 30 cm.
36 cm, R = 24 cm.
O módulo da distância focal é metade do raio:
f = __ 24 cm
R = _____ → f = 12 cm
2 2
Entretanto, o espelho é convexo, então o foco é virtual e a distân-
cia focal é negativa: f = –12 cm.
Calculando p’:
A imagem se forma a uma distância da superfície que vale, em
1 = __
__ 1 + __
1 → ____
1 = ___
1 + __
1 ⇒ __
1 = ___
–1 – ___
1 →
f p p’ -12 36 p’ p’ 12 36 cm,
a) 15. b) 20. c) 30. d) 45. e) 60.
__ -3 –
1 = _____ 1 1 = ___
⇒ __ –4 ⇒ p’ = –9 cm
p’ 36 p’ 36
Resolução:
Como p’ < 0, a imagem é virtual.
Em primeiro lugar, calcula-se a distância focal: como R = 30 cm,
Calculando o tamanho da imagem: então f = 15 cm. Assim, pode-se calcular p’:
oi = ___
__ -p (–9)
i = – ____ ⇒ i = 1,5 cm
p ⇒ __ 1 = __
__ 1 + __
1 → ___
1 = ___
1 + __
1 → p’ = 20 cm
6 36 f p p’ 15 60 p’
A figura a seguir mostra a construção geométrica da imagem. 3. Um objeto, colocado a 20 cm de um espelho côncavo,
forma uma imagem real, invertida e de tamanho igual
ao do objeto. Se o objeto for colocado a 10 cm do es-
pelho, a distância da nova imagem que irá se formar
será igual a:
a) 10 cm. d) 30 cm.
b) 15 cm. e) Infinita.
c) 20 cm.
Resolução:
72
Substituindo pelos valores dados, tem-se:
1 = __
__ 1 + __
1
f 4 12
Simplificando a expressão, obtém-se:
__ 3 + __
1 = __ 1 ⇒ __
1 + __
4 ⇒ __
1 + __
1
f 12 12 f 12 f 3
Terminando os cálculos, tem-se:
f = 3cm
Desse objeto se formará uma imagem cujo tamanho é, em cm: Utilizando a relação entre a distância focal e raio de curvatura,
a) 30. b) 60. c) 108. d) 180. e) 240. tem-se:
Resolução: R ⇒ 3 = __
f = __ R ⇒ R = 6cm
2 2
Do enunciado do problema, obtém-se diretamente f = 60 cm Alternativa E
e que B está a 80 cm do vértice V. Como AB é igual a 30cm, o
ponto A está a 110 cm (80 cm + 30 cm) de V. Para determinar o
tamanho da imagem A’B’, é necessário determinar a distância da
imagem de A e da imagem de B.
Para o ponto A, tem-se: f = 60 cm, p = 110 cm. Calculando:
1 = __
__ 1 + __
1 ⇒ ___
1 = ___
1 + __
1
f p p’ 60 110 p’
Assim, obtém-se a posição A’ da imagem de A:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
p’ = 132 cm
Derivação da equação espelho |
Para o ponto B, tem-se: f = 60 cm, p = 80 cm. Calculando:
Óptica geométrica | Física ...
1 = __
__ 1 + __
1 ⇒ ___
1 = ___
1 + __
1
f p p’ 60 80 p’
Do mesmo modo, obtém-se a posiçao B’ da imagem de B: 6. (PUC-MG) Uma pessoa, a 1,0m de distância de um
espelho, vê a sua imagem direita menor e distante 1,2m
p’ = 240 cm dela. Assinale a opção que apresenta corretamente o
tipo de espelho e a sua distância focal:
Por fim, o tamanho da imagem A’B’ é a diferença entre B’ e A’:
a) côncavo; f = 15 cm;
A’B’ = 240 – 132 = 108 cm b) côncavo; f = 17 cm;
c) convexo; f = 25 cm;
Alternativa C d) convexo; f = 54 cm;
5. (Mackenzie) Um objeto real é colocado sobre o eixo e) convexo; f = 20 cm.
principal de um espelho esférico côncavo a 4 cm de seu
vértice. A imagem conjugada desse objeto é real e está Resolução:
situada a 12 cm do vértice do espelho, cujo raio de cur- Retirando do enunciado os dados e informações necessárias,
vatura é: segue que:
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
a) 2 cm. d) 5 cm. P = 1m
b) 3 cm. e) 6 cm.
Lembrando que a distância entre a pessoa e sua imagem vale
c) 4 cm. 1,2 m, então:
Resolução: P + P’ = 1,2m
Retirando do enunciado os dados e informações necessárias, Assim:
segue que: P’ = -0,2m
P = 4cm Sabe-se que a imagem é direita e menor; assim, é possível con-
P’ = 12 cm cluir que o espelho em questão é convexo, pois um espelho
Para encontrar o raio de curvatura, é necessário calcular o valor côncavo, quando forma imagem direita, forma obrigatoriamente
da distância focal utilizando a fórmula da Equação de Gauss. também uma imagem maior.
Assim: Sabendo que o espelho em questão é convexo, é possível
1 = __
__ 1 + __
1 concluir que a imagem é virtual, por isso o sinal de correção
f P P’ em P’.
73
Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, tem-se: menor, então o espelho em questão é convexo, com a imagem
direita; portanto, i é positivo.
1 = __
__ 1 + __
1
f P P’ Utilizando a Equação do Aumento, tem-se:
Substituindo pelos valores dados, tem-se: (-P)
A = i/o = ___
P
1 = __
__ 1 + __
1
f 1 (-0,2) Substituindo pelos valores, obtém-se:
Realizando as operações necessárias, obtém-se: 0,4 (–P)
___
= ____ ⇒ P’ = 0,2 ⋅ 20
0,2 1
__ 1 = ___ (-0,8) __1 ____ (-0,8) 0,2
⇒ __ 1 = ____
- ___ ⇒ = ⇒ f = - ___
2 20
f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8 Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, segue que:
Finalizando os cálculos, tem-se: 1 = __
__ 1 + __
1
f P P’
f = 0,25 m = 25 cm
Substituindo pelos valores obtidos, tem-se:
O sinal indica que o espelho em questão é convexo.
0,2 1 (-0,8) __1 ____ (-0,8) 0,2
1 = ___
__ - ___ 1 = ____
⇒ __ ⇒ = ⇒ f = - ___
Alternativa C f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8
Finalizando os cálculos, obtém-se:
7. (PUC) Um objeto, de 2,0 cm de altura, é colocado a 20
cm de um espelho esférico. A imagem que se obtém é f = – 5 cm.
virtual e possui 4,0 mm de altura. O espelho utilizando é:
O sinal indica que o espelho em questão é convexo.
a) côncavo, de raio de curvatura igual a 10 cm;
b) côncavo e a imagem se forma a 4,0 cm de espelho; Alternativa D
c) convexo e a imagem obtida é invertida;
d) convexo, de distância focal igual a 5,0 cm;
e) convexo e a imagem se forma a 30 cm do objeto.
Resolução:
Retirando do enunciado os dados e informações necessárias,
segue que:
multimídia: site
0 = 2 cm.
P = 20 cm.
www.fisicaevestibular.com.br/novo/optica/optica-
i = 0,4 cm.
geometrica/estudo-analitico-dos-espelhos-esfericos/
É possível notar que a imagem é menor. Além disso, o exercício
www.coladaweb.com/fisica/optica/equacao-de-gauss
indica que a imagem é virtual. Assim, se a imagem é virtual e
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
74
VIVENCIANDO
Em 2013, o inglês Martin Lindsay, depois de um dia cansativo de trabalho, foi buscar o seu Jaguar XJ preto, que
estava estacionado no distrito financeiro de Londres, quando percebeu que diversas partes do seu carro estavam der-
retidas. “Não é possível”, pensou Lindsay ao ver seu carro danificado. O estrago não foi causado por um flanelinha
enfurecido com a mesquinhez de Lindsay, mas pelo arranha-céu conhecido Walkie Talkie.
O design arquitetônico exótico de Walkie Talkie foi o responsável pelo derretimento do carro. O físico Chris Shepherd,
do Instituto de Física de Londres, diz: “É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias janelas
planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem em um ponto, focando e concentrando a luz”. A
cor do carro também contribuiu para a absorção do calor e, consequentemente, para o derretimento. A
administração do prédio pagou o conserto do veículo, que custou 946 libras (R$ 3.738).
As antenas parabólicas funcionam seguindo o princípio inverso. Coloca-se a antena no foco, assim todos os raios que
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
75
DIAGRAMA DE IDEIAS
REFERENCIAL DE GAUSS
A<0
INVERTIDA i<0
A>0
DIREITA i>0
CÔNCAVO f>0
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
ESPELHO
CONVEXO f<0
76
REFRAÇÃO DA LUZ
No entanto, foi constatado que o desvio do raio de luz era
devido à mudança de velocidade de propagação da luz nos
diferentes meios. Essa constatação, e também o fato de
que nem sempre os raios se “quebram”, levou à definição
moderna de refração:
CN AULAS
23 E 24 A refração da luz ocorre quando a luz é transmitida
entre meios com diferentes velocidades de propa-
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) gação do feixe luminoso.
1, 2, 5 e 6 3, 17 e 22
vc
nA = __
A
77
Resolução:
A luz violeta se propaga nesse vidro com velocidade v = 1,96 ⋅
108 m/s. Assim, o índice de refração do vidro para a luz violeta é:
3,0 ⋅ 108 m/s
n = _ vc = ___________
⇒ n = 1,53
1,96 ⋅ 108 m/s
Meio A
S
A primeira lei da refração afirma que:
Meio B
amarelo
verm
anil
azul
verde
laranja
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
lhoe
do
Considerando dois meios, A e B, de índices de refração nA e nB, Quando o raio de luz está em incidência normal, os ângu-
afirma-se que A é mais refringente que B, se nA > nB. los são qA = qB = 0° e não ocorre nenhum desvio. Assim,
78
sen qA = sen qB = 0, e a segunda lei também é válida Lembre-se de que, quando um raio de luz é refratado para um
nesse caso. meio menos refringente, o ângulo de refração é maior que o ân-
gulo de incidência, e o raio se afasta da normal. Se o raio se
refrata para um meio mais refringente, ocorre o oposto, e o raio
se aproxima da normal.
3. Formação de imagens
Observe a seguir a imagem de um garoto observando uma
A segunda lei da refração é conhecida como Lei de Snell- moeda dentro de um aquário. Sabe-se que o raio de luz
-Descartes, apesar de, muitas vezes, ser referida apenas sofre um desvio quando o meio em que ele se propaga é
como de Lei de Snell. alterado. Nesse caso, o raio de luz da moeda, ao deixar de
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, matemático se propagar na água e passar a se propagar no ar, sofre
e físico francês e um grande estudioso dos fenômenos da um desvio, afastando-se da normal no ponto de refração.
luz. É famoso pela criação da geometria analítica e autor Entretanto, a visão não compreende essa mudança de
do método cartesiano, além ter participado da revolução percurso do raio e entende como se o raio sempre tivesse
científica. percorrido um trajeto retilíneo. Assim, é como se a moeda
estivesse na posição M’, indicada na figura, que é a conti-
nuação do raio refratado para dentro da superfície.
Aplicação do conteúdo
1. Um raio de luz monocromático i propagando-se em
um vidro incide na água com ângulo qv = 30º, como
mostra a figura. Sabendo que para essa luz os ín-
dices de refração do vidro e da água são nv = 1,62 e
nA = 1,33, respectivamente, determine o ângulo forma-
do entre a normal e o raio refratado.
nv · sen qv = nA · sen qA
(1,62) sen 30º = (1,33) (sen qA)
sen qA > 0,609
79
Assim, faz sentido o fato de que os índios mirem a flecha
ou a lança em uma posição diferente da posição onde apa- n
______ p’
observador
nobjeto = __
p
rentemente eles veem os peixes. A posição onde devem
mirar é um ponto um pouco mais abaixo da posição apa-
rente do peixe. Esse conhecimento foi adquirido de forma
empírica ao longo do tempo, isto é, na tentativa e no erro. Em que:
p: distância do objeto à superfície (distância real do ob-
jeto);
p’: distância da imagem à superfície (distância aparente
do objeto);
A indicação do significado de p e p’ é ilustrada na figura
a seguir:
Aplicação do conteúdo
1. Um tanque tem 6,0 m de profundidade e está cheio
de um líquido de índice de refração igual a 1,5. Uma
pessoa observa o tanque em uma direção obliqua à su-
perfície do líquido. Determine a elevação aparente da
profundidade do tanque que a pessoa observa.
Resolução:
Substituindo os dados fornecidos pelo enunciado do problema
na equação anterior:
Quando o objeto é observado de modo que o ângulo de n1 p‘ p‘
1 = ___
__
n = __
p ⇒ ___ ⇒ p‘ = 4m
incidência seja praticamente perpendicular, a seguinte 2 1,5 6,0
equação é válida:
80
Esse fenômeno é denominado reflexão total.
Observe que as seguintes condições devem ser satisfeitas
para que ocorra reflexão total:
§ A propagação da luz deve ocorrer do meio mais refrin-
gente para o meio menos refringente.
§ O ângulo de incidência deve ser maior que o ângulo
limite, isto é, i > L.
5. Ângulo limite –
reflexão total multimídia: vídeo
Três fenômenos podem ocorrer quando um feixe de luz atinge
Fonte: Youtube
uma superfície: reflexão, refração e absorção. A reflexão
faz com que o raio não atravesse a superfície e permaneça no Refração da luz - Revisão FUVEST #04
mesmo meio em que estava se propagando. A refração per-
mite que a luz atravesse a interface e continue se propagando
no outro meio. A absorção impede que a luz continue se pro-
Aplicação do conteúdo
pagando. Em geral, os três fenômenos ocorrem em quantida-
des diferentes, ou seja, parte do feixe de luz é absorvida, parte 1. A fibra óptica é construída em uma estrutura cilíndri-
é refletida e parte é refratada. A seguir, será analisado um caso ca de vidro, composta basicamente por dois materiais
particular muito interessante: a reflexão total. diferentes, sendo um interno, o núcleo, e outro externo,
a casca. A figura mostra, esquematicamente, a estrutura
Um raio de luz é refratado, afastando-se da normal, ao de uma fibra óptica.
atravessar a interface de um meio mais refringente para
outro meio menos refringente. Como exemplo, considere o
caso da figura a seguir, em que um raio de luz atravessa a
interface entre a água (meio A) e o ar (meio B).
81
Resolução: Calculando o valor do ângulo limite:
A reflexão total da luz no interior da fibra óptica necessita de n2 · sen L = n1 · sen 90º
duas condições: 2 · sen L = 1 · 1
§ A luz deve se propagar do meio mais refringente para o meio 1 ⇒ L = 30º
sen L = __
2
menos refringente (nnúcleo > ncasca).
§ O ângulo de incidência da luz deve ser superior ao ângulo O valor de r pode ser obtido pelo triângulo DABF. Assim:
__ __
limite de incidência para o dioptro núcleo-casca (i > L). √
3 √
3
tg 30º = __ = __r ⇒ r = ___
r ⇒ ___ m
O ângulo limite de incidência, para o dioptro núcleo-casca, é 1 3 1 3
dado por:
nmenor ncasca
sen L = ____
n ⇒ sen L = ____
n
maior núcleo
82
VIVENCIANDO
Quando um canudo é colocado num copo de vidro com água, o canudo parece estar “quebrado”, certo? O fenôme-
no físico responsável por essa ilusão de óptica é a refração. A refração ocorre com a luz quando ela muda de meio
de propagação, como do ar para a água.
Por meio do fenômeno de refração, é possível explorar um fenômeno muito útil denominado reflexão total, atual-
mente usado por 90% das comunicações digitais, como telefonia móvel e fixa, internet banda larga e transferência
de dados em geral. A fibra óptica baseia-se no fenômeno de reflexão interna total, que ocorre quando a luz viaja num
meio mais refringente envolto em um meio menos refringente, sem que a luz consiga mudar de meio de propagação,
propagando-se por meio da reflexão na parte interna da fibra ótica.
A fibra óptica é um material feito de vidro ou de plástico (polímeros) e é capaz de transportar luz em seu interior
por meio da reflexão total da luz. Atualmente, na medicina, as fibras ópticas são utilizadas nos equipamentos en-
doscópios e em cirurgias. Por exemplo, o médico pode ter a visualização dos órgãos internos de um paciente através
do uso de um equipamento de endoscopia que faz uso de fibra óptica, e, assim, podem ser detectadas anormalidades
nos órgãos. Nas telecomunicações, a fibra óptica é utilizada para transmitir sinais por meio de pulsos eletromagnéti-
cos, ou seja, luz, radiação infravermelha ou qualquer outro tipo de radiação eletromagnética. A vantagem em relação
aos cabos de cobre é que a transmissão de dados é mais eficiente e econômica. O grande desafio tecnológico é
descobrir ou criar novos materiais para a confecção de fibras ópticas mais eficientes. No cotidiano, a fibra óptica
é pouco utilizada, mas pode ser encontrada em alguns artigos de decoração, em certos tipos de brinquedos e em
aparelhos de home theater.
Adaptado de: http://www.mundoeducacao.com/fisica/a-utilizacao-fibra-optica.htm
83
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, ecônomicas ou ambientais.
É necessário que o aluno saiba utilizar seus conhecimentos de Física para interpretar e resolver situações-
-problema apresentadas na questão.
MODELO 1
(Enem) Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lanças, demonstrando
uma notável habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas tranquilas, o índio deve mirar abaixo da
posição em que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz:
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água;
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água;
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água;
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água;
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar.
ANÁLISE EXPOSITIVA
No exercício proposto, é necessário lembrar-se de que, no dioptro plano, a imagem e o objeto não
coincidem na mesma posição.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
A figura mostra um raio refletido pelo peixe que atinge o olho do observador. Ao refratar-se da água
para o ar, ele sofre desvio em sua trajetória. O observador vê a imagem do peixe acima de sua po-
sição real.
RESPOSTA Alternativa E
84
DIAGRAMA DE IDEIAS
DO - PARA O +
RAIO SE APROXIMA DE N
REFRINGENTE
DO + PARA O -
RAIO SE AFASTA DE N
REFRINGENTE
85
REFRAÇÃO DA LUZ
EM PRISMAS
1. Lâmina de faces paralelas O ângulo do raio que sai da lâmina, em F2, é igual ao ân-
gulo de incidência em F1. Dessa forma, o raio emergente
Nos casos estudados anteriormente de refração da luz, a CD é paralelo ao raio incidente AB, como ilustra a figura
interface de separação entre os meios possuía espessura anterior. Contudo, houve um deslocamento lateral do raio
desprezível, ou seja, não era considerada. Será estudado a de luz ao atravessar a lâmina (também indicado na figura).
seguir o comportamento da luz ao percorrer uma lâmina Esse deslocamento é que causa a impressão de “quebra”
delgada e de material diferente. Não é importante que o do lápis, como é possível observar na figura a seguir:
meio em volta da lâmina seja o mesmo; no entanto, em
geral, esse será o caso. Além disso, na maior parte das situ-
ações, o material em torno da lâmina será o ar.
A D
B C
A D
não desprezível. Note que apenas a parte do lápis atrás da lâmina parece
estar deslocada em relação ao resto do lápis.
86
Os valores do seno e do cosseno na expressão acima são:
Aplicação do conteúdo sen 23º > 0,39 e cos 27º > 0,89
1. Considere a figura a seguir, na qual um raio de luz,
Substituindo, encontra-se o valor do deslocamento:
propagando-se pelo ar, incide sobre uma lâmina de vi-
dro com espessura e = 6 cm. Supondo que o índice de 0,39 ___
____
> d ⇒ d > 2,6 cm
refração do vidro seja m = 5
__ , qual o deslocamento late- 0,89 60
3
ral sofrido pelo raio de luz ao sair da lâmina?
A expressão acima pode ser generalizada. O desvio d é dado por:
sen (i – r)
d = ________
cos r
·e
Em que:
i: ângulo de incidência na primeira face;
r: ângulo de refração na primeira face;
e: espessura da lâmina.
Resolução:
Aplicando a segunda lei da refração na face de incidência:
2. Prisma óptico
nar · sen 50º = nvidro · sen a Os prismas ópticos são utilizados, por exemplo, em binó-
culos potentes e em periscópios de submarinos para des-
5 e sen 50º > 0,766 (usando uma calcula-
Como nar = 1, Mvidro= __
3 viar intencionalmente os raios de luz.
dora ou uma tabela trigonométrica), a equação fica:
Um prisma óptico é um material homogêneo, transparente
1 · (0,766) = __ 5 · sen a e formado por duas superfícies planas não paralelas. Os
3
prismas são utilizados para desviar os raios de luz, e o
Assim:
modo como esse desvio deve ocorrer depende da aplica-
sen a > 0,46
ção para a qual o prisma foi projetado.
50º = a + q ⇒ 50º > 27º + q ⇒ q > 23º r’: ângulo de incidência na 2.ª face (S2);
Pelo triângulo retângulo ACD, tem-se: sen q = ___ d i’: ângulo de refração na 2.ª face (S1) ou ângulo de emergência;
AC
Pelo triângulo retângulo ABC, tem-se: cos a = ___ e D1: desvio angular na 1.ª face → D1 = i – r;
AC
Dividindo membro a membro as equações, tem-se: D2: desvio angular na 2.ª face → D2 = i’ – r’;
sen u
____
cos a de ou ______
= __ sen 23º d
> ___ D: desvio angular total; é o ângulo formado pelas direções
cos 27º 6,0
de incidência e de emergência da luz no prisma;
87
A: ângulo de abertura ou ângulo de refringência.
Aplicação do conteúdo
__
1. Um prisma de vidro tem índice de refração √2 e ân-
gulo de abertura 75º. Um raio de luz monocromática
propagando-se no ar incide com ângulo de 45º sobre a
normal de uma das faces do prisma. Calcule:
__
√
2
1 , sen 45º = ___
Dados: sen 30º = __
2 2
a) o ângulo de refração na 1.ª face;
b) o desvio angular na 1.ª face;
c) o ângulo de incidência na 2.ª face;
d) o ângulo de refração na 2.ª face;
e) o desvio angular na 2.ª face;
f) o desvio angular total.
Resolução:
__
2.1. Equações do Prisma Dados: A = 75º; n2 = √
2 ; nar = 1; i= 45º
2.1.1. Abertura A a) nar· sen i = n2· sen r ⇒ nar· sen 45º = n2· sen r
__
__
√
2
O ângulo formado pelas normais às superfícies S1 e S2 tam- ___
= √ 1 , então r = 30º
2 · sen r ⇒ sen r = __
2 2
bém é igual a A. Como o ângulo externo é igual à soma
dos internos não adjacentes, segue que: b) D1 = i – r ⇒ D1 = 45º – 30º ⇒ D1 = 15º
c) A = r + r’ ⇒ 75º = 30º + r’, então r’ = 45º
A = r + r’
Substituindo:
D1 = (i – r)
D2 = (i’ – r’)
1
Dado: sen 30º = __
2
88
Resolução: 3.2. Prismas de Porro
O desvio mínimo ocorre quando o raio (dentro do prisma) é pa-
Ocorrem duas reflexões totais no interior de um Prisma de
ralelo à base do prisma. Observe a figura:
Porro. Os raios emergem na mesma direção que os raios in-
cidentes, mas com sentidos opostos. O desvio da luz nesse
prisma é de 180º.
89
2. A figura ilustra uma reflexão total em um prisma. De- velocidade de propagação v da luz desse meio, conclui-se que
termine, para o raio incidente esquematizado, o valor o índice de refração do material é maior para a luz violeta do
do índice de refração do prisma. A visão transversal do que para a luz vermelha, ou seja, o índice de refração de
prisma é um triângulo retângulo isósceles.
um material depende da cor da luz incidente.
LUZ BRANCA
vermelho
laranja
vermelho
amarelo
verde
laranja
azul
anil violeta
amarelo
verde
azul
anil violeta
PRISMA
LUZ BRANCA
multimídia: vídeo
GOTAS DE CORES DO ARCO-ÍRIS
CHUVA Ao atravessar as gotas
de chuva, a luz solar
Fonte: Youtube se segmenta em uma
faixa de cores.
Dispersão
de sua velocidade de propagação dentro do prisma ser maior O Que São Miragens? | Ep. 38
que a da luz violeta. Lembrando que o índice de refração n de
um meio material transparente é inversamente proporcional à
90
5. Refração da luz
na atmosfera
Em um determinado meio podem ocorrer diferenças de den-
sidade. Essas diferenças afetam a propagação da luz nesse
meio. Por exemplo, na atmosfera, as camadas de ar possuem
densidades diferentes entre si. Nesse caso, devido à variação
de densidade, a velocidade de propagação da luz se altera, e
o índice de refração do meio também se modifica.
Em relação ao aumento de altitude, o índice de refração Na figura anterior, o raio de luz do objeto P sofre inúmeras
das camadas de ar diminui. Assim, um raio de luz prove- reflexões totais. Um observador, ao olhar atenciosamente
niente do espaço, ao atravessar a atmosfera, segue uma para os raios refratados, tem a impressão de ver a imagem
trajetória curvilínea e, ao ser observado da Terra, é visto em invertida de P, o ponto P’. Devido ao fato de o observador
uma posição aparente – produzida pela refração da luz na ver o objeto e sua imagem ao mesmo tempo, ocorre a ilu-
atmosfera – diferente da sua posição real. são de que existe água no solo para refletir a luz do objeto.
Observe a ilustração desse processo na imagem a seguir. A Esse fenômeno também explica o porquê, em dias quentes,
situação é semelhante à observação de um objeto mergu- tem-se a impressão de que as estradas estão molhadas.
lhado na água.
91
Em 2015, chineses ficaram assustados ao ver uma ci-
dade no céu. Tratava-se apenas de uma ocorrência de
Fata Morgana.
multimídia: site
www.super.abril.com.br/ciencia/por-que-o-ceu-e-azul/
www.alunosonline.uol.com.br/fisica/dispersao-luz.html
www.axpfep1.if.usp.br/~otaviano/miragens.html
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
92
VIVENCIANDO
Os fenômenos de dispersão da luz estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Algumas pessoas acreditam
que o mar é azul devido a uma reflexão do céu; no entanto, o mar não fica completamente acinzentado num dia nu-
blado. O mar só reflete a cor azul porque a absorção da luz é seletiva, e quando a luz penetra na água ela absorve o
espectro eletromagnético das radiações que correspondem à luz vermelha. O azul é a cor complementar à vermelha;
assim, a que consegue atravessar é o azul. Dessa forma, apesar da água no seu copo ser transparente, se você fizer
uma piscina branca, a água vai aparentar ser levemente azulada. Em resumo, quanto maior a quantidade de água,
mais azul ela vai parecer.
O céu é azul por outra explicação. Foi visto que a luz branca é formada por todas as cores do espectro visível e
que sofre refração ao ser transmitida de um meio para outro. Além disso, o ângulo de refração depende da cor da
luz. Na atmosfera, as cores são separadas devido à refração, e o céu é azul justamente devido à refração da luz
azul, que se espalha mais em comparação ao vermelho e laranja. Esse fenômeno é chamado de espalhamento
rayleigh, que explica a dispersão de ondas eletromagnéticas por átomos ou partículas menores que o comprimen-
to de onda das radiações. No caso do céu, o espalhamento da luz ocorre pelas moléculas das substâncias que
compõem a atmosfera.
93
DIAGRAMA DE IDEIAS
REFRAÇÃO
LÂMINA DE FACES
REFRAÇÃO TOTAL PRISMA ÓPTICO
PARALELAS
RAIO EMERGENTE
DISPERSÃO DE LUZ
PARALELO AO
RAIO INCIDENTE
DESLOCAMENTO ABERTURA
LATERAL DO
RAIO DE LUZ
DESVIO ANGULAR
94
FÍSICA
3
CIÊNCIAS DA
ELETRODINÂMICA
NATUREZA
e suas tecnologias
TEORiA
DE AULA
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A prova exige interpretar os circuitos elé- A prova exige interpretar os circuitos elé- A prova exige interpretação dos circuitos
tricos, compreendendo a associação de tricos, compreendendo a associação de re- elétricos, compreensão da associação de
resistores e sua função, tendo atenção aos sistores, tendo atenção aos conceitos fun- resistores e sua função, tendo atenção
conceitos fundamentais de potência elétri- damentais de potência elétrica dissipada e aos conceitos fundamentais de potência
ca dissipada e interpretações de gráficos. relacionando com outros temas da Física. elétrica dissipada, relacionando com outros
temas da Física.
A prova exige atenção aos conceitos fun- Dentre os temas abordados, potência elé- A prova tem uma grande variação de te- Dentre os temas abordados, associação de
damentais de potência elétrica dissipada trica é o assunto mais frequente, exigindo mas, porém, pode aparecer potência elé- resistores é o assunto mais frequente, asso-
em um circuito, relacionando, às vezes, com a aplicação das equações. trica dissipada em questões bem objetivas. ciado à potência elétrica dissipada.
outros temas da Física.
UFMG
A prova tem uma grande variação de te- A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predo-
mas, porém, potência elétrica aparece com cas, que exigem conceitos fundamentais minância de temas, porém, pode aparecer
alguma frequência, com questões teóricas de circuitos elétricos e potência dissipada. potência elétrica.
e que exigem um alto nível de manipula-
ções nas equações.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
A prova traz questões conceituais e práti- A prova tem uma grande variação de Há uma grande incidência de associação de
cas, que exigem conceitos fundamentais temas, porém, pode aparecer potência resistores relacionada à potência elétrica,
de circuitos elétricos e potência dissipada. elétrica associada a outros temas da Física. com questões objetivas.
96
A associação dos resistores no circuito pode ser realizada em
série ou paralela; pode ocorrer também uma combinação
desses dois modos, denominada associação mista.
ASSOCIAÇÃO 2. Associação de
DE RESISTORES resistores em série
EM SÉRIE Na associação em série, os resistores são ligados em se-
quência por apenas um de seus terminais. A figura a seguir
apresenta o caso da associação de dois e três resistores em
série, respectivamente.
CN AULAS
17 E 18 Dois resistores em série Três resistores em série
1. Resistência equivalente
Anteriormente, foi estudado um circuito elétrico composto
por um gerador ligado a um resistor; também foi analisado
como calcular a corrente elétrica que passa por esse resis-
tor. Entretanto, os circuitos frequentemente são compostos
por mais de um resistor, como é possível observar na figura multimídia: vídeo
a seguir. Nesse caso específico, a pilha é o gerador do cir-
Fonte: Youtube
cuito e fornece corrente elétrica para quatro resistores.
#2 Circuitos Elétricos em Série - IFÍSICA
97
A tensão em cada resistor, denominada tensão parcial, é
dada por:
U1 = R1 · i e U2 = R2 · 1
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
98
a) a resistência equivalente do circuito;
b) a intensidade da corrente no circuito;
c) a ddp entre os extremos de cada resistor.
Resolução:
a) A resistência equivalente do circuito (Req) é dada por:
Req = R1 + R2 = (2,0 V) + (3,0 V) = 5,0 V ⇒ multimídia: vídeo
⇒ Req = 5,0 V
Fonte: Youtube
Dessa forma, o circuito de dois resistores é equivalente ao O que é resistor ou resistência elétrica - Lei de Ohm
circuito representado na figura a seguir, formado por um re-
sistor de resistência Req.
99
Resolução:
Em uma associação em série, a resistência equivalente será a
soma de todos os resistores envolvidos. Tem-se m resistores R1 e
n R2; assim, a resistência equivalente será:
Req = m · R1 + n · R2
Aplicando a 1.ª lei de Ohm, a corrente elétrica será:
U ⇔ i = __________
i = ___ U
Req (mR1 + nR2)
100
Sendo a corrente da associação em série 2 A e a ddp total 252 V, Assim, a ddp da resistência x será:
a resistência de cada um será: Utotal = Uaparelho + Ux ⇔ U = ___ U + Ux ⇔
10
U ⇔ 2R = ___
Req = __ 252 ⇔ R = ___
126 ⇔ R = 63 V ⇔ Ux = U – ___ U ⇔ Ux = ___ 9U .
i 2 2 10 10
Resposta: A resistência de cada um será 63 V. Sendo a associação em série, as correntes serão iguais e assim a
resistência X será:
5. (Unesp) Um estudante adquiriu um aparelho cuja espe- Uaparelho Ux 0,1U 0,9U
cificação para o potencial de funcionamento é pouco usu- iaparelho = ix ⇔ _____
= __
⇔ ____ = ____
⇔ Rx = 9R.
R Rx R Rx
al. Assim, para ligar o aparelho, ele foi obrigado a cons-
truir e utilizar o circuito constituído de dois resistores, Alternativa C
com resistências X e R, conforme apresentado na figura.
VIVENCIANDO
101
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver pro-
blemas sociais.
A habilidade 5 exige do aluno conhecimento técnico em montagem de circuitos elétricos. O aluno deve
ser capaz de decidir qual circuito possui determinadas características, isto é, além da contextualização, o
exercício pode exigir que o aluno escolha qual circuito cabe para cada situação.
MODELO 1
(Enem) Para ligar ou desligar uma mesma lâmpada a partir de dois interruptores, conectam-se os interruptores
para que a mudança de posição de um deles faça ligar ou desligar a lâmpada, não importando qual a posição
do outro. Essa ligação é conhecida como interruptores paralelos. Esse interruptor é uma chave de duas posições
constituída por um polo e dois terminais, conforme mostrado nas figuras de um mesmo interruptor. Na posição
I, a chave conecta o polo ao terminal superior e, na posição II, a chave o conecta ao terminal inferior.
d) e)
ANÁLISE EXPOSITIVA
Rápido e prático, o exercício cobra do aluno rapidez na hora de tomar uma decisão. O único circuito que
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
RESPOSTA Alternativa E
102
DIAGRAMA DE IDEIAS
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
SÉRIE
103
ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES EM
PARALELO 2. Propriedades da associação
de resistores em paralelo
A ligação de resistores em paralelo possui características
próprias, como a associação em série. Essas característi-
CN
cas serão analisadas usando como referência os circuitos
AULAS mostrado nas figuras anteriores.
19 E 20
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
A soma das intensidades da corrente elétrica em cada
resistor de uma associação em paralelo é igual à in-
2e5 5, 6 e 17
tensidade da corrente elétrica total no extremo da li-
gação dos resistores.
No ponto A de cada figura, todos os resistores estão liga- No caso da ligação de três resistores da figura, sendo U a
dos por um dos seus terminais. O mesmo ocorre no pon- ddp do gerador, e sendo U1, U2 e U3 a ddp nos resistores R1,
to B. Assim, toda a corrente elétrica que atinge o ponto A R2 e R3, respectivamente, segue que:
se divide entre os resistores até atingir o ponto B, onde é
restabelecida. U1 = U2 = U3 = U
Esses mesmos circuitos elétricos podem ser representados Assim, pode-se determinar a intensidade parcial de cor-
como na figura a seguir: rente elétrica em cada resistor:
U ; i2 = __
i1 = __ U ; i3 = __
U
R1 R2 R3
Como no circuito em série, é possível encontrar a corrente
elétrica no circuito usando uma resistência equivalente
U .
para o circuito: i = ___
Req
104
Substituindo o valor das correntes elétricas parciais e a cor- Resolução:
rente elétrica dada por uma resistência equivalente, tem-se: A resistência equivalente é dada pela equação:
i = i1 + i2 + i3
1 = __
___ 1 + __
1 + __
1 + __
1
U = __
___ U + __
U + __
U Req R1 R2 R3 R4
Req R1 R2 R3
Substituindo os valores de cada resistência:
Dividindo todos os numeradores da equação pela ddp U,
obtém-se: ___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1 + __
1 ⇒ ___
1 = __
1 + __ 6 + __
2 + __ 3 = ___
12
Req 6 3 1 2 Req 6 6 6 6 6
1 = __
___ 1 + __
1 + __
1 Note que a soma foi feita depois de encontrado o mmc. O resultado
Req R1 R2 R3
da soma é o inverso da resistência equivalente; assim, para encontrar
o valor correto, deve-se inverter o resultado:
A soma do inverso das resistências de resistores as- 1 = ___
___ 12 [ Req = 0,5 V
sociados em paralelo é igual ao inverso da resistência Req 6
Observe que:
§ A expressão para o cálculo da resistência equivalente
é válida para n resistores associados em paralelo.
§ No cálculo da resistência equivalente, deve-se encon-
trar o mmc dos denominadores e realizar uma soma
de frações; o inverso do resultado obtido é a resistência A resistência equivalente R, entre os pontos P e Q, em ohms, da
equivalente. combinação de resistores mostrada na figura é:
Note que, numa associação em paralelo, a resistência a) 0,15.
equivalente sempre terá um valor menor do que qualquer b) 6,67.
resistência individual que componha a associação. c) 9,33.
d) 15,00.
e) 22,5.
Resolução:
A resistência equivalente será:
1 = ___
___ 1 + 1 ⇔ ___
___ 1 = ___
1 + ___
1 = 0,1 + 0,05
Req R1 R2 Req 10 20
multimídia: vídeo ⇔ 1 = 0,15Req ⇔
Fonte: Youtube 20 ⇔ Req ≈ 6,67 Ω
⇔ Req = ___
3
Resistores - Associação em
Alternativa B
Paralelo - Eletrodinâmica - Física
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Aplicação do conteúdo
1. Determine a resistência equivalente do circuito for-
mado pela associação em paralelo de quatro resistores,
ilustrados na figura a seguir. multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Vídeo 27 Experiência com Física Leis
6Ω de OHM e Resistores Parte 2 2
105
3. Casos particulares Aplicação do conteúdo
§ Quando o circuito for formado por apenas dois resis-
1. Considere o circuito elétrico da figura, formado por
tores associados em paralelo, a expressão para calcular
um gerador e dois resistores em paralelo.
a resistência equivalente poderá ser simplificada:
a) Determine a resistência equivalente entre os pon-
tos A e B.
b) Calcule a intensidade da corrente em cada resistor e
a intensidade total da corrente fornecida pelo gerador.
R R R + R1
___ 1 + __
1 = __ 1 = _____
2 + _____ 1 = ______
1 = ___ 2
Req R1 R2 R1 · R2 R1 · R2 Req R1 · R2
R ·R
Req = ______
1 2
R1 + R2
produto Resolução:
Req = ______
soma
a) Aplicando a equação para calcular a resistência
equivalente, tem-se:
É importante destacar que essa regra é válida apenas para
dois resistores em paralelo. Essa regra não é valida para 1 = __
___ 1 + __
1 = ___
1 + ___
1 =
Req R1 R2 3,0 6,0
uma quantidade maior de resistores.
2,0 + 1,0 ___3,0 1
§ Quando o circuito for formado por n resistores idênti- = ________
= = ___
⇒
6,0 6,0 2,0
cos, isto é, de mesma resistência R, então a resistência
Req = 2,0 V
equivalente será dada por:
Nesse caso, existem apenas dois resistores em paralelo, o
Rn
Req = __ que permite o uso da regra prática:
produto ______ R1 . R2 __________
(3,0) . (6,0)
As figuras a seguir ilustram circuitos de resistores idênticos Req = ______
soma
=
=
=
R1 + R2 (3,0) + (6,0)
associados em paralelo:
18 = 2,0 ⇒ Req = 2,0 V
= ___
9,0
b) Para cada um dos resistores, a ddp é igual a 12 V,
igual à fem do gerador; assim, a corrente elétrica em
cada resistor vale:
U = R1 · i1 ⇒ 12 = 3,0 · i1 ⇒ i1 = ___ 12 [ i1 = 4,0 A
3,0
1 = __
___ 1 + __
1 = __
2 [ Req = __
R 12 [ i2 = 2,0 A
U = R2 · i2 ⇒ 12 = 6,0 · i2 ⇒ i2 = ___
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Req R R R 2 6,0
Dois resistores idênticos em paralelo
A intensidade total i da corrente fornecida pelo gerador é
igual à soma das correntes elétricas em cada resistor. Dessa
forma:
i = i1 + i2 ⇒ i = 4,0 + 2,0 [ i = 6,0 A
1 = __
___ 1 + __
1 + __ 3 [ Req = __
1 = __ R
Req R R R R 3
Três resistores idênticos em paralelo
106
Resolução:
a)
Em primeiro lugar, é preciso determinar a resistência equivalente
entre os pontos A e B.
R1 · R2 __________ b)
(3,0) · (6,0) ___
Req = ______
= = 18 [ Req = 2,0 V
R1 + R2 (3,0) + (6,0) 9,0
c)
Assim, é utilizada a definição de resistência equivalente para en- d)
contrar a ddp entre os terminais A e B:
e)
UAB = Req · i = 2,0 · 9,0 ⇒ UAB = 18 V
Resolução:
Essa tensão é igual para cada um dos resistores. Assim, a corren-
R
a) Req = __
te elétrica em cada um deles vale: 5
b) Tem-se uma associação em paralelo com 3 resis-
18 [ i1 = 6,0 A
UAB = R1 · i1 ⇒ 8 = 3,0 · i1 = ___ tores idênticos; assim, a resistência equivalente será:
3,0
nR ⇔ Req = __
Req = __ R
18 [ i2 = 3,0 A
UAB = R2 · i2 ⇒ 18 = 6,0 · i2 ⇒ i2 = ___ 3
6,0
c) Tem-se uma associação em série com 4 resistores
Observe que: idênticos; assim, a resistência equivalente será:
Req = R + R + R + ⇔ Req = 4R
i1 + i2 = 6,0 A + 3,0 A [ i = 9,0 A
d) Tem-se uma associação em série com 3 resistores
Como esperado, esse valor é igual à corrente elétrica antes de idênticos; assim, a resistência equivalente será:
atingir os resistores.
Req = R + R + R + ⇔ Req = 3R
e) Req = R
3. (UFRJ) A menor resistência equivalente dos circuitos a
seguir é (considere que as resistências são todas iguais): Alternativa A
O resistor, da forma encontrada hoje nos circuitos e processadores, foi patenteado pelo engenheiro e inventor norte-
-americano Otis Bobby Boykin em 16 de junho de 1959. Os resistores inventados por Boykin, mais baratos e duráveis
do que os que existiam até então, foram inicialmente usados na fabricação de televisores e rádios. A criação de Otis
foi amplamente utilizada pelo exército dos Estados Unidos para o controle de mísseis guiados. Mais tarde, a patente
foi comprada pela empresa IBM, que usou os resistores para criar os processadores utilizados em seus computadores.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Otis também é famoso por outras invenções, como uma unidade de controle para marca-passos.
107
4. Método para identificar Numa associação em série, as letras se repetem. Na ima-
gem anterior, R1, R2 e R3 estão associados em paralelo.
a associação em paralelo
Considere a associação da figura a seguir.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Associação de Resistores - Agora eu aprendo!
maneira: antes e depois de cada resistor, colocar uma letra cia equivalente da parte em série será denominada RS.
representado o potencial naquele ponto. Quando resis-
tores possuem os mesmos potenciais em seus terminais,
eles estão associados em paralelo. Aplicação do conteúdo
1. Sejam os resistores R1 = 2 V e R2 = R3 = R4 = 12 V
associados como na figura a seguir. Calcule a resistência
equivalente entre os pontos A e B.
108
Resolução: 3. (ITA-SP) No circuito elétrico da figura, os vários ele-
Em primeiro lugar, deve ser identificada a associação em para- mentos têm resistências R1, R2 e R3 conforme indicado.
lelo dos resistores R2, R3 e R4. Como esses resistores possuem o
mesmo valor de resistência, a resistência equivalente é dada por:
12 = 4 V
RP = ___
3
Assim, os três resistores do circuito são substituídos por um único
resistor de resistência RP:
109
VIVENCIANDO
Equipamentos eletrônicos são utilizados em diferentes aplicações, como comunicação, transporte, entretenimento,
etc. Os conversores analógico-digital (ADC) e os conversores digital-analógico (DAC) são componentes que utilizam
as associações de resistores em paralelo e mistas para gerar uma representação digital a partir de uma grandeza
analógica ou vice-versa. Esse sinal digital é representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica.
Os conversores ADC e DAC são amplamente utilizados em dispositivos de medição, controle e digitalização de áu-
dio e vídeo. Como a maioria dos sinais captados, como temperatura ou som, é analógica, essas duas interfaces de
conversão são necessárias para permitir que equipamentos eletrônicos digitais processem os sinais analógicos. Nos
laboratórios e indústrias, esses conversores são utilizados para passar as indicações de um termômetro para a forma
digital; isso possibilita que o computador processe os dados e execute as ações necessárias.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
110
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
A Habilidade 5 exige do aluno a capacidade de dimensionar circuitos elétricos ou o uso cotidiano de dis-
positivos elétricos. No caso específico dos temas tratados, o aluno será capaz de analisar a associação em
paralelo e a associação mista a fim de identificar, partindo de suas propriedades, quando cada uma deve
ser utilizada.
HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo
em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
MODELO 1
(Enem) Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que passa
por esse componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma, evita
que a corrente elevada danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja ali-
mentado por uma fonte de tensão U e que o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.
111
ANÁLISE EXPOSITIVA
Para resolver a questão, o estudante deve saber reconhecer cada componente do circuito e como eles se re-
lacionam. Apesar de serem realizados pequenos cálculos, a complexidade do exercício se dá pela sequência
de procedimentos necessários.
Para a resolução, é preciso começar redesenhando o circuito:
60 60
30
i F = 0,5 A
120 40
A C
F
60
i = 1,5 A
i’ = 1 A
U
Como uma corrente de 0,5 A deve passar pelo fusível, a corrente i’, que deve passar pelo resistor de 60 W em
paralelo com ele, deve ser de:
120 · 0,5 = 60 · i’ ⇒ i’ = 1 A
Assim, por BC deve passar uma corrente de:
i = iF = i’ = 0,5 + 1 ⇒ i = 1,5 A
Resistência equivalente no ramo AC:
· 60
120
RAC = ________ + ⇒ 40 RAC = 80 W
120 + 60
Como os ramos estão em paralelo, pode-se calcular U como:
U = RAC · i = 80 · 1,5
∴ U = 120 V
RESPOSTA Alternativa D
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
112
DIAGRAMA DE IDEIAS
ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES
RESISTOR
PARALELO
EQUIVALENTE
RESISTORES MESMA
DOIS RESISTORES TENSÃO
IGUAIS
SOMATÓRIA DAS
CORRENTES
113
Como a tensão (ddp) nos terminais do chuveiro é constan-
te (por exemplo, 220 V), a variação da potência obtida pela
U .
2
variação da resistência é P = __
R
POTÊNCIA
DISSIPADA POR
EFEITO JOULE
CN AULAS 2. Curto-circuito
21 E 22 A figura a seguir representa um circuito formado por uma
lâmpada ligada a uma pilha. No caso da figura da esquer-
COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s) da, a ligação está correta e o circuito funciona, acendendo
2e5 5, 6 e 17 a lâmpada. No caso da figura da direita, uma ligação extra
foi feita, por meio dos pontos A e B. Nesse caso, a lâmpada
deixa de acender. Mas atenção! Não realize esse experi-
mento na prática, pois os fios e a pilha se aquecerão, e a
1. Reostato pilha poderá explodir, causando um acidente. Nesse caso, o
motivo para a lâmpada não acender é a ligação extra entre
O reostato é um dispositivo que permite controlar o va-
A e B, permitindo que a corrente elétrica circule pelo circui-
lor da resistência de um resistor, isto é, são resistores cuja
to através desse caminho (praticamente sem resistência),
resistência é variável. Observe no diagrama a seguir a re-
deixando de percorrer o caminho da lâmpada.
presentação do funcionamento de um reostato. A corrente
elétrica percorre o circuito e atinge o resistor no ponto C
(ponto médio do resistor ligado entre A e B). Se o ponto C,
chamado de cursor, for colocado próximo do ponto B, pra-
ticamente não haverá nenhuma resistência; por outro lado,
se o cursor for colocado próximo do ponto A, a corrente
elétrica percorrerá todo o resistor.
VA – VB = Ri ⇒ VA – VB = 0 ⇒ VA = VB
tura da água em um chuveiro elétrico, por exemplo. Quanto
menor a resistência elétrica do chuveiro, maior a potência dis- Como os pontos A e B possuem o mesmo potencial, é
sipada, e, consequentemente, maior a temperatura da água. possível tomá-los como eletricamente coincidentes em
O esquema a seguir representa o reostato e a chave (Ch) um novo esquema do circuito; por esse motivo, a lâmpada
de um chuveiro. Entretanto, em vez de ser constituída por (resistor) pode ser removida do circuito, pois não haverá
um único resistor e um cursor, a resistência do chuveiro corrente elétrica através da lâmpada. O diagrama a seguir
é formada por uma ligação de resistores em série. Nes- ilustra o circuito inicial, a ligação feita entre a A e B, e o
se caso, o chuveiro tem apenas dois resistores. Quando a curto-circuito final.
chave Ch do chuveiro se encontra na posição A, o chuveiro
está desligado; na posição B, apenas uma resistência é li-
gada, e o chuveiro se encontra na posição inverno (menor
resistência). Na posição C, duas resistências são ligadas, e
o chuveiro está na posição verão.
114
Às vezes ocorrem curtos-circuitos nos eletrodomésticos. Em
geral, eles ocorrem devido ao desgaste dos fios, que pre-
3. Fusível
judica seu isolamento. Quando os fios entram em contato
entre si, ocorre o curto-circuito.
Aplicação do conteúdo
1. (Uespi) A resistência equivalente entre os terminais A
e B da bateria ideal no circuito elétrico a seguir é igual a:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O que é potência elétrica?
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
a) R d) 4R
b) 2R
c) 3R
e) 5R
4. Potência elétrica
Resolução: No diagrama a seguir, um resistor, de resistência R, é sub-
metido a uma ddp U. A corrente elétrica nesse circuito é
As resistências mais externas da figura aos pontos A e B entram i. Durante um intervalo de tempo Dt, uma quantidade de
em curto-circuito devido ao fio elétrico que une os nós do circui- carga igual a DQ passa pelo circuito.
to. Assim, a única resistência que funcionará é a de 2R.
115
isto é, o deslocamento das cargas entre os pontos A e B Resolução:
ocorreu devido à ação de uma força sobre as cargas. En- A corrente elétrica que passará pela lâmpada será:
tretanto, quando uma força age causando deslocamento,
P = U ∙ i ⇔ 2,25 = 4,5 i ⇔ i = 0,5 A
existe a realização de trabalho, e, como já foi visto em ele-
trostática, esse trabalho é dado por: A associação está em série, logo a corrente da resistência será de
0,5A. É possível também encontrar a ddp da resistência.
t = DQ · U
Utotal = Uresis + Ulâmpada ⇔ 12 = Uresis + 4,5 ⇔
A potência P é o trabalho realizado para movimentar as
⇔ Uresis = 7,5V.
cargas durante um intervalo de tempo. Dessa forma, para
o intervalo Δt do deslocamento das cargas DQ entre os Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
pontos A e B do diagrama acima: R = Uresis/i ⇔ R = 7,5/0,5 ⇔ R = 15Ω.
___ DQ
t = ___
· U Alternativa E
Dt Dt
DQ 2. (PUC-MG) Uma lâmpada incandescente tem as se-
A razão ___
t equivale à potência P, e a razão ___
é igual à
Dt Dt guintes especificações: 100W e 120V.
intensidade de corrente i no circuito, então:
P = Ui
de 12 V.
3. (UFMA) A figura abaixo representa um circuito elétri-
co formado por associação de resistores, alimentados
através de uma bateria de 12 V. Determine a potência
dissipada pelo resistor de 9Ω.
116
Resolução: ∆θ ......variação de temperatura (∆θ = θ – θ0)
A resistência equivalente do paralelo será: c........calor específico (é uma característica do material que
Req1 = (18.9)/(18+9) ⇔ Req = 6 Ω. constitui o corpo)
Q=m.L
A resistência equivalente total será:
Req,total = 1,9 + 6 + 2 + 0,1 ⇔ Req,total = 10Ω. Em que:
Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se: Q.....quantidade de calor latente ou calor latente
itotal = Utotal/Req,total ⇔ i = 12/10 ⇔ i = 1,2A. m.......massa do corpo
A ddp do paralelo será: L........calor latente específico
Uparalelo = itotal . Req1 ⇔ Uparalelo = 1,2 ∙ 6 ⇔ Uparalelo = 7,2V Essa energia térmica dissipada por efeito Joule é a finalida-
Assim a potência do resistor de 9Ω será: de de alguns aparelhos, como o ferro de passar roupas e o
chuveiro elétrico. No entanto, em outros aparelhos, como
P = U²/R ⇔ P = (7,2)²/9 ⇔ P = 5,76W.
um computador, esse efeito não é desejado.
Resposta: A potência será de 5,76W.
No Sistema Internacional, a unidade de medida para ener-
U · ∆t
E = R · i2 · ∆t ou E = i · U · ∆t ou E = __
2
1 · 3 600 ⇒
τ = P Dt ⇒ τ = 1 100 · __
R 2
⇒ τ = 1,98 · 106 J
Obs.: E = Q (calor sensível ou calor latente)
Em kWh:
Q = m · c · ∆θ
1 kWh 3,6 . 106 J
Em que: x 1,98 . 106 J ⇒
Q.....quantidade de calor sensível ou calor sensível x = 0,55 kWh
m.......massa do corpo Portanto, o gasto é de 0,55 · 0,40 = 0,22 reais.
117
2. Uma resistência de imersão de 4 V, colocada dentro Resolução:
de um recipiente com água, foi ligada a uma fonte de
Em primeiro lugar, é preciso calcular as resistências equivalentes
tensão de 110 V. Considerando que o recipiente tenha
em série e em paralelo, e, depois, as suas respectivas potências.
80 kg de água, qual o tempo necessário para aumentar
a temperatura da água de 20º C para 70º C? (Use: calor Req,s = R + R + R ⇔ Req,s = 3R.
específico da água = 1 cal/gº C; 1 cal = 4,2 J.) Req,p = R/n ⇔ Req,s = R/3.
Dados: R = 4 V; U = 110 V; m = 80 kg = 80 000 g; Ps=U²/Req,s ⇔ Ps = U²/3R.
c = 1 cal/gºC; uf = 70 ºC; θi = 20º C. Pp=U²/Req,p ⇔ Pp=U²/(R/3) ⇔ Pp=3U²/R.
Resolução: Outra noção muito importante é a de que nos dois aquecimentos
É preciso saber quanto de energia será necessária para aumentar a mesma energia é gasta; assim, tem-se:
a temperatura da água. Assim, calcula-se a quantidade de calor: Esérie = Eparalelo ⇔ Ps · Dts = Pp ∙ Dtp ⇔
Q = mc (uf – ui) ⇒ Q = 80 000 . 1 (70 – 20) ⇒
⇔ (U²/3R) ∙ Dts
⇒ Q = 4 · 106 cal
= (3U²/R) ∙ 5 ⇔ Dts /3 =15
Transformando para Joule: ⇔ Dts = 45 min.
Q = 4 · 10 · 4,2 = 16,8 · 10 J
6 6
Alternativa E
Assim, a resistência deve fornecer essa mesma quantidade de
calor (considerando que toda energia elétrica consumida pelo
resistor é transformada em calor):
6. Lâmpada incandescente
(110)2 Thomas Edison (1847-1931) foi um dos inventores mais
U · Dt = Q ⇒ _____
2
Q ⇒ PDt = Q ⇒ __ · Dt = 16,8 · 106 ⇒
R 4 famosos de todos os tempos. Ele registrou “apenas” 2.332
⇒ Dt ù 5,55 · 103 s ou Dt ù 1h32min patentes em seu nome. Entre elas é possível citar: estra-
das de ferro eletromagnéticas (todas as grandes cidades
utilizam trem e metrô para a mobilidade urbana), câmera
cinematográfica, bateria de carro elétrico, fonógrafo, em-
balagem à vácuo, máquina para voto eletrônico, rodas de
borracha e aquela pela qual ele é famoso mundialmente,
a lâmpada incandescente com filamento de carbono (atu-
3. (Fuvest) Um chuveiro elétrico, ligado em média uma almente utiliza-se filamento de tungstênio), que foi inven-
hora por dia, gasta R$ 10,80 de energia elétrica por
tada em 1879.
mês. Se a tarifa cobrada é de R$ 0,12 por quilowatt-ho-
ra, então a potência desse aparelho elétrico é: A lâmpada incandescente é formada por um fio de tungs-
a) 90W d) 3000W tênio em forma de espiral, denominado filamento, coloca-
b) 360W e) 10.800W do dentro de um bulbo de vidro para evitar a oxidação. O
c) 700W bulbo é preenchido por um gás inerte, como o nitrogênio
ou argônio, para evitar a sublimação do filamento. Ao ser
Resolução:
percorrido por uma corrente elétrica, o filamento se aque-
A energia gasta por mês desse chuveiro será: ce, tornando-se incandescente e emitindo luz.
1kWh
E = ____ ∙ R$10,80 ⇔ E = 90 kWh
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
R$0,12
Em um dia, o chuveiro é ligado por uma hora; então, consideran-
do um mês com 30 dias, tem-se 30 horas de gasto de energia.
Aplicando a equação da potência, segue que:
90 ⇔ P = 3 kW ⇔ P = 3000 W
E ⇔ P = ___
P = ___
Dt 30
Alternativa D
4. (Fuvest) Um fogão elétrico, contendo três resistências
iguais associadas em paralelo, ferve uma certa quanti-
dade de água em 5 minutos. Qual o tempo que levaria
se as resistências fossem associadas em série?
a) 3 min d) 30 min
b) 5 min e) 45 min
c) 15 min
118
2. Considere duas lâmpadas, A e B, idênticas, a não ser
pelo fato de que o filamento de B é mais grosso que
o filamento de A. Quando ligadas a uma d.d.p. de 110
volts, qual das lâmpadas será mais brilhante?
Resolução:
119
VIVENCIANDO
120
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Em relação à Habilidade 5, caberá ao aluno dimensionar a potência elétrica nos diferentes circuitos elétricos
analisando as diferentes associações e suas implicações com a potência empregada em cada resistor, assim
como a potência total fornecida.
HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação, utilização de aparelhos ou sistemas tec-
nológicos de uso comum.
É muito frequente a leitura de informações técnicas de manuais elétricos a respeito da potência elétrica, e a
Habilidade 6 cobra justamente isso, a capacidade de interpretação de manuais de instalação de aparelhos de
uso comum.
MODELO 1
(Enem) As células fotovoltaicas transformam luz em energia elétrica. Um modelo simples dessas células apre-
senta uma eficiência de 10%. Uma placa fotovoltaica quadrada com 5 cm de lado, quando exposta ao sol do
meio-dia, faz funcionar uma pequena lâmpada, produzindo uma tensão de 5,0 V e uma corrente de 100 mA.
Essa placa encontra-se na horizontal em uma região onde os raios solares, ao meio-dia, incidem perpendicular-
mente à superfície da Terra, durante certo período do ano.
A intensidade da luz solar, em W/m2, ao meio-dia, nessa região é igual a:
a) 1 × 102. b) 2 × 102. c) 2 × 103. d) 1 × 106. e) 2 × 106.
ANÁLISE EXPOSITIVA 1
No Enem não basta apenas interpretar o exercício. Apesar de mais carregado em passagens matemá-
ticas, faz-se necessário um profundo conhecimento do assunto.
Para a sua resolução, separando o que é fornecido, tem-se:
Dados: U = 5 V; i = 100 mA = 0,1 A; L = 5 cm; η = 10% = 0,1.
A potência elétrica (útil) para acender a lâmpada é:
PU = Ui = 5 × 0,1 ⇒ PU = 0,5 W.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
RESPOSTA Alternativa C
121
MODELO 2
(Enem) O manual de utilização de um computador portátil informa que a fonte de alimentação utilizada para
carregar a bateria do aparelho apresenta as seguintes características:
Qual é a quantidade de energia fornecida por unidade de carga, em J/C, disponibilizada à bateria?
a) 6 b) 19 c) 60 d) 100 e) 240
ANÁLISE EXPOSITIVA 2
Apesar de ser um exercício de rápida resolução matemática, cobra-se que o estudante saiba ler e
reconhecer o manual de um aparelho (uma fonte de alimentação, no caso), fato muito comum em
questões do Enem, sempre bem contextualizadas.
Para resolver, é preciso utilizar duas expressões para a potência:
q
τ = U___
⇒ ___ ⇒ = U ⇒ = 19 J/C
∆t ∆t
RESPOSTA Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
POTÊNCIA
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
POTÊNCIA
REOSTATO ENERGIA RENDIMENTO
ELÉTRICA
U2 PU
P=
R
E = P ∙ ∆t Ƞ=
PT
U2
P=U∙i P= P = R ∙ i2
R
122
2. Amperímetro ideal
O amperímetro é um aparelho capaz de medir a corrente
AMPERÍMETRO, elétrica por meio de um componente do circuito. Assim,
deve ser ligado em série com esse elemento. Idealmente,
VOLTÍMETRO o amperímetro não deveria alterar a resistência elétrica do
123
Observe, na figura da esquerda, que uma corrente elétrica
i percorre o circuito de três resistores. A ddp em cada um
deles é obtida pela Lei de Ohm (U = R · i). Na figura
da direita, um voltímetro ideal foi corretamente ligado em
paralelo com o resistor R2, e nada se modificou: mesma
intensidade de corrente nos resistores e a mesma ddp em
cada um. O voltímetro ideal não modificou a corrente elé-
multimídia: vídeo
trica do resistor R2. Nesse caso, o voltímetro mede apenas
a ddp entre os terminais de R2: U = R2 · i. Fonte: Youtube
Voltímetros e amperímetros
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um trecho de um circuito
elétrico composto por três resistores em série. Uma am-
perímetro ideal foi ligado em série entre os resistores
R1 e R2, e um voltímetro ideal foi ligado em paralelo
(Esquerda) Resistores em série antes de se inserir o voltímetro. com o resistor R2. Os valores das resistências elétricas
(Direita) Depois da ligação em paralelo do voltímetro com são: R1 = 2,0 V, R2= 2,5 V e R3 = 3,0 V. Sabendo que a
R2, não há alteração da ddp e da corrente elétrica. leitura no amperímetro foi de 4,0 A, determine a leitura
no voltímetro.
Galvanômetro – Trata-se de um componente básico do
circuito de amperímetros e voltímetros capaz de detectar
correntes elétricas por meio de dispositivos mecânicos que
se movem pela ação da força eletromagnética produzida
pela corrente. É composto por uma agulha fixa a uma bo-
bina móvel entre os polos de um imã, estando a bobina
acoplada a uma mola espiralada. Quando uma corrente Resolução:
atravessa a bobina, é estabelecido um torque que a faz
girar. A posição da agulha numa escala graduada, segundo Como o voltímetro é ideal, a corrente elétrica em R2 não é al-
uma calibração, fornece a medição. terada e, portanto, a intensidade de corrente elétrica que passa
pelos três resistores, e também no amperímetro, é a mesma, isto
é, igual 4,0 A (leitura do amperímetro).
O voltímetro lê a ddp nos terminais de R2 que se calcula por:
U = R2 · i = 2,5 · 4,0 ⇒ U = 10,0 V
G G
124
Resolução: 4. (Fuvest) Considere a montagem abaixo, composta por
quatro resistores iguais R, uma fonte de tensão F, um
a) A intensidade de corrente que passa nos três resis-
medidor de corrente A, um medidor de tensão V e fios
tores é a mesma e é igual ao valor dado pelo amperí-
de ligação. O medidor de corrente indica 8,0 A e o de
metro, valendo 4,0 A.
tensão 2,0 V. Pode-se afirmar que a potência total dissi-
Como o voltímetro está ligado entre os pontos M e N, sua pada nos quatro resistores é, aproximadamente, de:
medida é a soma das tensões elétricas de R1 com R2. Sendo
Uv essa soma de tensões:
Uv = U1 + U2 ⇒ Uv = R1 · i + R2 · i
R
Uv = 2,0 · 4,0 + 2,5 · 4,0 ⇒ Uv = 18,0 V
R R
b) O amperímetro é ideal e sua resistência elétrica é
nula (RA = 0). Assim, o voltímetro não altera a resistên- R
cia entre os extremos A e B. Assim, pode-se escrever:
a) 8W b) 16W c) 32W d) 48W e) 64W
Req = R1 + R2 + R3 ⇒ Req = 2,0 + 2,5 + 3,0 ⇒
Resolução:
⇒ Req = 7,5 V
Tem-se uma associação mista com um paralelo de resistência R e
3. No circuito da figura, dois resistores estão ligados em a outra parte com 3 resistências R em série. Na segunda parte, o
paralelo. Um voltímetro ideal está indicando uma ddp voltímetro indica 2V, portanto, os outros resistores também têm
de 12,0 V. As duas resistências têm valores R1 = 2,0 V e
uma ddp de 2V. Logo, a ddp da bateria será 6V.
R2 = 2,5 V. Determine a leitura nos amperímetros ideais
1 e 2 inseridos no circuito. A resistência equivalente será:
1/Req = (R ∙ 3R)/(R + 3R) ⇔ Req = 3R²/4R ⇔
⇔ Req = 3R/4.
Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
Req = Utotal/itotal ⇔ 3R/4 = 6/8 ⇔ R = 1Ω.
U
U = R · i ⇒ i = __
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
R
Em R1, tem-se:
12 v
i1 = _____ = 6,0 A
2,0 V
Em R2, tem-se:
Estando somente o interruptor K1 fechado, o amperímetro
12 v
i2 = _____ = 4,8 A
2,5 V ideal acusa a passagem de corrente elétrica de intensidade
A intensidade de corrente será i, dada por: 5 A. Fechando todos os interruptores, a potência gerada
pelo gerador é
i = i1 + i2 ⇒ i = 6,0 + 4,8 ⇒ i = 10,8 A
a) 300 W d) 450 W
No circuito elétrico dado na figura: b) 350 W e) 500 W
§ O amperímetro 1 indica a intensidade total da corrente elé- c) 400 W
trica: 10,8 A;
§ O amperímetro 2 indica apenas a intensidade da corrente Resolução:
elétrica que passa por R2, ou seja, 4,8 A.
125
Na condição inicial, somente a chave K1 está fechada; assim, so-
mente o resistor de 6Ω irá funcionar. Aplicando a 1.ª Lei de Ohm,
tem-se:
U = R · i ⇔ U = 6.5 ⇔ U = 30V.
Depois de fechar todas as chaves, os 3 resistores funcionarão em
paralelo. A resistência equivalente será:
1/Req = 1/6 + 1/4 + 1/12 ⇔ multimídia: vídeo
1/Req = (2 + 3 + 1)/12 ⇔ 6Req = 12 ⇔ Req =2Ω. Fonte: Youtube
Assim, a indicação do amperímetro na condição final será: Ponte de wheatstone - Medidor elétrico ohmímetro
i = U/R ⇔ i = 30/2 ⇔ i = 15A.
A potência gerada será:
P = U · i ⇔ P = 30 · 15 ⇔ P= 450W.
5. Equilíbrio da ponte
Alternativa D de Wheatstone
Um caso particularmente interessante da ponte de Whe-
4. Ponte de Wheatstone atstone é aquele em que o amperímetro não acusa passa-
gem de corrente elétrica. Nesse caso, o circuito se encontra
A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico bastan- em equilíbrio ou balanceado.
te específico, formado por resistores. O diagrama a seguir
ilustra o circuito elétrico da ponte de Wheatstone. Quatro 5.1. Propriedades da ponte de
resistores são ligados como um losango. Na diagonal BC é
ligado um amperímetro muito sensível, capaz de detectar
Wheatstone em equilíbrio
a passagem de corrente elétrica de baixíssima intensidade; § A intensidade de corrente elétrica em R1 é igual à de R4,
em série com ele é ligado ainda uma resistência r. Nos vér- e a intensidade de corrente elétrica em R2 é igual à de R3:
tices A e D é ligado um gerador elétrico, responsável pela i4 = i1 e i3 = i2
corrente elétrica no circuito.
§ Por não haver corrente elétrica entre B e C, a ddp nos
terminais do resistor r é nula, isto é, a ddp entre B e C é
nula. Assim, o potencial elétrico em B e C é igual:
VB = VC
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
História
O circuito descrito foi inventado em 1833 pelo físico Na ponte de Wheatstone em equilíbrio, o
amperímetro não acusa corrente elétrica.
inglês Samuel Hunter Chritie (1784-1865), com a fi-
nalidade de medir resistências elétricas. Contudo, foi
Por causa dessa segunda propriedade, a ddp entre os pon-
sir Charles Wheatstone (1802-1875) que ficou famoso
com o invento, pois foi o responsável por sua divul-
tos A e B e A e C é igual, ou seja:
gação, 10 anos mais tarde. Por esse motivo, o circuito VA – VB = VA – VC ⇒ UAB = UAC
leva hoje o nome de ponte de Wheatstone.
Do mesmo modo, conclui-se que:
126
Por causa das propriedades anteriores e da Lei de Ohm, Nota: Na prática, a ponte de Wheatstone é conhecida
encontra-se a relação entre as resistências para que ocorra como ponte de fio, em que os resistores de resistências
o equilíbrio: elétricas R3 e R4 são substituídos por um fio homogêneo de
UAB = UAC ⇒ R1 · i1 = R2 · i2 seção transversal constante.
UBD = UCD ⇒ R4 · i4 = R3 · i3 O cursor, que está ligado ao galvanômetro, desliza sobre
o fio homogêneo até encontrar uma posição de equilíbrio
Sendo i4 = i1 e ainda i3 = i2, resulta:
da ponte.
R1 · i1 = R2 · i2
R4 · i1 = R3 · i2
127
3. (Unicamp) No circuito a seguir a corrente na resistên-
cia de 5Ω é nula.
Resolução:
Para que a lâmpada não se acenda, a ponte deve estar em equi-
líbrio. Assim, pelo produto cruzado, a resistência R deve valer:
R1 · R2 = R · R ⇒ R2 = R1 · R2 ⇒ R2 = 9,0 · 16,0
a) Determine o valor da resistência X.
R = d XXXXXXXX = 3,0 · 4,0 ⇒ R = 12,0 V
9,0 · 16,0
b) Qual a corrente fornecida pela bateria?
Resolução:
a) A corrente no resistor de 5Ω é nula, caracterizando uma Ponte de Wheatstone. Aplicando a equação do produto cruzado
das resistências em uma ponte equilibrada, tem-se:
1 · x = 3 · 2 ⇔ x = 6Ω.
b) Como não há passagem de corrente no resistor de 5Ω, pode-se simplesmente “tirá-lo” do circuito e fazer a resistência
equivalente do mesmo.
1/Req = 1/(1+3) + 1/(2+6) ⇔ 1/Req= 1/4 + 1/8 ⇔ 1/Req= (2+1)/8 ⇔ Req= 8/3 Ω.
8/3Ω
10 · R1 = 20 · 20 ⇔ R1 = 40Ω.
128
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências Resolução:
na ponte equilibrada do amperímetro A2, tem-se: Se o galvanômetro indica zero nas duas ocasiões, a relação cru-
20 · R2 = 30 · 60 ⇔ R2 = 90Ω. zada das resistências na ponte de Wheatstone continua válida
independente da tensão. Assim, tem-se:
Alternativa B
(10 + 5) · 15 = 5 · (20 + R) ⇔ 20 + R = 225/5 ⇔
5. (Mackenzie) No circuito a seguir, a ddp entre os ter- R = 45 – 20 ⇔ R = 25Ω.
minais A e B é de 60V e o galvanômetro G acusa uma
intensidade de corrente elétrica zero. Se a ddp entre os Alternativa A
terminais A e B for duplicada e o galvanômetro continu-
ar acusando zero, poderemos afirmar que:
multimídia: site
a) a resistência R permanecerá constante e igual a 25 Ω;
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagne-
b) a resistência R permanecerá constante e igual a 15 Ω;
tismo/medidores-em-circuitos.html
c) a resistência R permanecerá constante e igual a 10 Ω;
d) a resistência R, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω; www.fisicaevestibular.com.br/novo/eletricidade/eletro-
e) a resistência R, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.
dinamica/aparelhos-de-medicao-eletrica-amperime-
tros-e-voltimetros/
www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/
8858-como-funciona-a-ponte-de-wheatstone-ins529
VIVENCIANDO
Os amperímetros possuem diversos usos na indústria. Amperímetros com zero central, ou analógicos, são mais
utilizados, pois possuem alta durabilidade e medições precisas. Eles são usados em quadro de distribuição de baixa
tensão, monitorando toda a instalação elétrica. Um tipo especial de amperímetro analógico, que é utilizado para
medir altas correntes em carros e caminhões, possui um ímã de barra articulada que move o ponteiro e um ímã.
+12V
A
LDR D1
ORP12 R3 R Out
10kΩ
Dp-amp
TR1 Reby
741
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
VD R5
D -
VC A 2N2222
D + 1kΩ
VR1 R1
LDR at
normal light 10kΩ
levels
B Dv
A capacidade de fornecer medições extremamente precisas é o principal benefício de uma ponte de Wheatstone.
Variações nas configurações da ponte de Wheatstone podem ser usadas para medir capacitância, indutância, im-
pedância e outras características físicas, como a quantidade de gases combustíveis em uma amostra. Existem algumas
variações famosas, como as chamadas ponte de Kelvin e ponte Carey Foster, desenvolvidas para medir resistências
muito baixas. Em muitos casos, o significado de medir a resistência desconhecida está relacionado com a avaliação
do impacto de algum fenômeno físico (como força, temperatura, pressão, etc.), o que permite a utilização da ponte
de Wheatstone na medição indireta desses fenômenos.
129
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Nessa aula, o aluno deverá empregar a Habilidade 5 a fim de saber dimensionar os circuitos e dispositivos
elétricos, utilizando os aparelhos de medidas, como amperímetro, voltímetro, galvanômetro ou multímetro.
HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em
vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Caberá ao aluno a capacidade de saber escolher qual tipo de associação é necessária para realizar as medi-
ções que se fazem necessárias. Além disso, partindo das medidas, caberá ao aluno a tomada de decisão de
qual circuito é ideal para a utilização.
MODELO 1
(Enem) Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de tensão
e corrente em uma cozinha. Nesse ambiente, existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpada (L),
conforme a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a corrente total e a corrente
na lâmpada. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros (A).
Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a) d)
b) e)
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
c)
130
ANÁLISE EXPOSITIVA 1
Para a resolução desse exercício, o estudante deve saber como funciona os instrumentos de medidas,
tanto o amperímetro quanto o voltímetro, e saber que tipo de associação deve ser feita a fim de se ter
a medição desejada.
Desse modo, o voltímetro deve ser ligado em paralelo com o trecho de circuito onde se quer medir a
tensão elétrica, isto é, entre os terminais fase e neutro.
Para medir a corrente total, o amperímetro deve ser instalado no terminal fase ou no terminal neutro.
Para medir a corrente na lâmpada, o outro amperímetro deve ser ligado em série com ela.
RESPOSTA Alternativa E
MODELO 2
(Enem) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma
lâmpada (L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a diferença de potencial entre dois
pontos, e um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:
a) d)
b) e)
c)
ANÁLISE EXPOSITIVA 2
Trata-se de um exercício de rápida resolução, mas que necessita de conhecimento técnico prévio do
assunto, característica das questões do Enem desde 2009.
Nesse exercício, é importante saber que o amperímetro deve ser ligado em série com a lâmpada, e o
voltímetro, em paralelo.
RESPOSTA Alternativa C
131
DIAGRAMA DE IDEIAS
MEDIDORES
PONTE DE
VOLTÍMETRO AMPERÍMETRO
WHEATSTONE
LIGADO EM ASSOCIAÇÃO
EQUILÍBRIO
PARALELO EM SÉRIE
IA = 0 RV = ∞ RA = 0
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
132
gerador
turbina
ESTUDO DO
GERADOR
1. Introdução
O equipamento capaz de converter alguma forma de ener-
gia em energia elétrica é denominado gerador elétrico.
Apesar de o nome passar a impressão de que a energia é
gerada, o que ocorre é apenas a transformação de uma
forma de energia em outra.
A seguir estão listados alguns exemplos de geradores elétricos: Esses três exemplos ilustram a conversão de diferentes ti-
§ A pilha é um gerador eletroquímico. Nesse tipo de ge- pos de energia em energia elétrica. O gerador elétrico é
rador, a energia química armazenada na pilha é con- utilizado basicamente para produzir a corrente elétrica em
vertida em energia elétrica. A figura a seguir ilustra um circuito elétrico.
esquematicamente o interior de uma pilha:
contato metálico
ligado ao bastão
+ 2. Gerador ideal
de carbono Um gerador é ideal quando é capaz de transferir para as
isolante cargas elétricas toda a energia elétrica produzida. A ten-
bastão de são elétrica medida entre os polos de um gerador recebe
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
133
O simbolo r representa a resistência interna do gerador.
A figura a seguir é o gráfico da variação do potencial das
cargas em um gerador real, desde o polo negativo até o
multimídia: vídeo polo positivo. A diferença de potencial VB para VA corres-
ponde à fem « do gerador, levando em conta a queda de
Fonte: Youtube potencial ri devido à resistência interna. A ddp útil do ge-
Como fazer um gerador de energia com imã em casa rador, isto é, a ddp que pode ser utilizada por um circuito
externo, é VA – VB = U.
(
No SI, a unidade de medida de fem é volt lembre-se de
que V = __
C )
J . multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Diferentemente dos geradores ideais, ocorre perda de
energia elétrica nos geradores reais. Essa perda deve-se Geradores e receptores de energia elétrica
à resistência interna do gerador. Geradores elétricos reais
são representados pelo símbolo a seguir:
134
4. Potência no gerador elétrico Quando as cargas elétricas passam pelo farol, a energia po-
tencial das cargas é transformada em energia térmica (ca-
Foi visto anteriormente que a potência elétrica em um tre- lor), fazendo o filamento do farol se aquecer e emitir luz. A
cho de circuito é o produto da ddp (U) entre as extremida- bateria fornece energia potencial às cargas no polo negati-
des desse trecho pela intensidade de corrente no mesmo vo (menor potencial), enviando-as para o terminal positivo
trecho do circuito. Assim, a potência de um gerador elétrico (potencial maior). Esse ciclo é repetido enquanto a bateria
é obtida multiplicando-se a ddp do gerador pela corrente conseguir transformar energia química em energia elétrica,
elétrica no gerador: isto é, enquanto houver energia química disponível.
U = « – ri ⇒ Ui = ei – ri2 Observe que a corrente elétrica no circuito é constante. Mes-
mo se os fios que ligam o farol à bateria fossem trocados
O primeiro termo, Ui, é a potência que o gerador fornece por fios mais espessos, o funcionamento do circuito seria o
ao circuito externo, ou seja, a potência útil Pu. Essa é a mesmo e a corrente se manteria constante. Isso ocorre por
potência disponível para um circuito elétrico externo. causa da conservação das cargas elétricas. Não pode haver
Pu = Ui acúmulo de cargas nos dispositivos do circuito. Se houvesse
acúmulo, a diferença de potencial seria variável com o tempo.
No segundo termo da equação, o valor ei corresponde à
potência total do gerador Pt:
Aplicação do conteúdo
Pt = «i
1. O gerador representado na figura a seguir é percorri-
Essa potência é o valor que seria fornecido ao circuito ex- do por uma corrente de intensidade 1 A. Calcule:
terno caso não houvesse perda de energia elétrica.
O valor ri2 é a potência dissipada internamente Pd,
ou seja, é a perda de energia elétrica que ocorre e que não
pode ser utilizada pelo circuito externo: Dados: « = 3 V; r = 0,5 V; i = 1 A; Dt = 20 s.
a) A ddp entre os terminais A e B.
Pd = ri2
b) A potência dissipada no gerador.
Essa potência é dissipada pelo gerador em forma de calor. c) O rendimento do gerador.
d) A energia disponível ao circuito externo se o gera-
O rendimento do gerador é a relação entre a potência útil dor permanecer ligado por 20 s.
e a potência total. Quanto menor for a parcela de ener-
Resolução:
gia elétrica dissipada, maior será o rendimento do gerador.
Em geral, o rendimento é representado pela letra grega h a) Pela equação do gerador, tem-se:
(eta). Assim, o rendimento h de um gerador elétrico real U = « – ri ⇒ U = 3 – 0,5 · 1 ⇒ U = 2,5 V
é dado pelo quociente:
b) A potência dissipada é:
P U
h = __
u = __
Pd = ri2 ⇒ Pd = 0,5 W
Pt «
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
c) O rendimento é:
2,5
Considere o seguinte exemplo de uma aplicação da ener- U
h = __ ___
« ⇒ h = 3 ⇒
gia potencial elétrica em um farol de automóvel (lâmpada)
⇒ h = 0,83 ou n = 83%
ligado a uma bateria.
d) A energia útil (Eútil) entregue ao circuito externo é:
Eútil = Pu · ∆t ⇒ Eútil = U i Dt ⇒
⇒ Eútil = 2,5 · 1 · 20 ⇒ Eútil = 50 J
135
Resolução: Resolução:
Sendo « = 20 V, r = 1 V, Req = 4 V, pode-se aplicar a Lei de
Em circuito aberto, não existe corrente elétrica na bateria:
Pouillet:
i = 0 ⇒ U = « ⇒ « = 12 V
« = (Req + r) i
A potência fornecida ao circuito externo é a potência útil:
20 = (4 + 1) i
Pu = Ui ⇒ 20 = U · 2 ⇒ U = 10 V i=4A
Pela equação do gerador, tem-se: 2. A figura ilustra um circuito formado por um gerador
elétrico que pode ser ligado a um ou dois resistores
U = « – ri ⇒ 10 = 12 – r · 2 ⇒ r = 1 V dependendo da ligação de uma chave Ch. Se a chave
Ch estiver aberta, a corrente elétrica terá intensidade
de 10 A; se a chave Ch estiver fechada, a intensidade
5. Lei de Pouillet da corrente elétrica será de 16 A. Calcule a resistência
interna r e a fem « do gerador.
Considere novamente o circuito que representava de ma-
neira simples o circuito elétrico do farol de um automóvel.
Nesse circuito, a bateria é o gerador elétrico, e o farol é um
resistor externo de resistência elétrica R.
Resolução:
Para a situação da chave aberta, obtém-se o seguinte circuito.
Aplicação do conteúdo
1. A fem e a resistência interna de um gerador são, res-
pectivamente, 20 V e 1 V. Esse gerador é ligado direta- Aplicando a Lei de Pouillet para o circuito com essa resistência
mente a um resistor de 4 V, como na figura. Calcule a equivalente, tem-se:
intensidade da corrente elétrica no circuito.
« = (1,5 + r) · 16
136
VIVENCIANDO
Os exemplos de geradores no cotidiano são diversos. Os geradores são a forma majoritária de proporcionar energia
elétrica para as redes urbanas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, teve a sua
maior produção anual estabelecida em 2016, com a geração de 103.068.366 MWh de energia.
Os geradores tambem são utilizados em automóveis e
em outras formas de transporte. Geradores de pequena
escala também fornecem um bom suporte para as ne-
cessidades emergenciais de energia em hospitais, pré-
dios residenciais, estádios de futebol, shopping centers
e pavilhões de exposições.
Na construção civil, principalmente em obras de grande
magnitude, a falta de energia elétrica causa a paralisa-
ções das obras, o que gera atrasos e prejuízos financeiros.
Nesses casos, os geradores elétricos se apresentam como
Usina de Itaipu, localizada no rio Paraná
uma solução para obtenção de energia temporária. Em
diversas indústrias são comuns as “paradas programadas”, que acontecem para que ocorra a manutenção da rede
elétrica. Assim, o suprimento de energia no decorrer desses processos acontece por meio de geradores elétricos.
137
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Nessa aula, o aluno empregará a Habilidade 5 na montagem de circuitos com geradores, desde a utilização de
um gerador ideal até um gerador real, aprendendo a identificar suas diferenças e implicações.
HABILIDADE 6
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas
tecnológicos de uso comum.
Faz-se necessária a interpretação correta de manuais de instalação de aparelhos elétricos. Além disso, o
aludo deve saber reconhecer a força eletromotriz fornecida e a resistência interna do gerador.
MODELO 1
(Enem) Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar possíveis invasores.
Uma cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de aproximadamente 10.000 V. Para
que não seja letal, a corrente que pode ser transmitida através de uma pessoa não deve ser maior do que 0,01
A. Já a resistência elétrica corporal entre as mãos e os pés de uma pessoa é da ordem de 1.000 W.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve possuir
uma resistência interna que, em relação à do corpo humano, é:
a) praticamente nula;
b) aproximadamente igual;
c) milhares de vezes maior;
d) da ordem de 10 vezes maior;
e) da ordem de 10 vezes menor.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Ótimo exercício que apresenta características de interdisciplinaridade, condizente com a prova de Ci-
ências da Natureza, mostrando que Física, Química e Biologia se relacionam normalmente. Além do
excelente diálogo com diferentes ramos da ciência, o conhecimento matemático e físico do problema
é de alto nível, exigindo do aluno o conhecimento da estrutura de um gerador elétrico.
VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
Sendo r o valor da resistência interna do gerador, pela primeira Lei de Ohm segue que:
V = (r + R)i
10000 = (r + 1000)0,01
r = 99900 W ≈ 106 W
Em relação à resistência elétrica do corpo humano:
10
__ r = ___ 6
3 = 103
R 10
Ou seja, o valor da resistência deve ser cerca de 1.000 vezes maior.
RESPOSTA Alternativa C
138
DIAGRAMA DE IDEIAS
GERADOR
r≠0 IDEAL
U=
POTÊNCIA POTÊNCIA
TOTAL ÚTIL
POTÊNCIA
DISSIPADA
139
ANOTAÇÕES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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VOLUME 3 CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias
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