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LIVRO
ENTRE
TEXTOS
iNTERPRETAÇÃO
DE TEXTOS
TEÓRICO
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral,
com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totali-
zando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla,
de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a
aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
Coordenador-geral
Murilo de Almeida Gonçalves
Editoração eletrônica
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN
978-85-9542-280-3
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo
por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a in-
clusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo,
fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens pub-
licadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não rep-
resentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2023
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t
SUMÁRIO
ENTRE TEXTOS
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
AULA 23: TEXTOS JORNALÍSTICOS 006
AULA 24: TEXTOS JORNALÍSTICOS (PRÁTICA) 010
AULA 25: TEXTOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS 018
AULA 26: TEXTOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS (PRÁTICA) 021
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.
Competência 1
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.
Competência 2
Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade.
Competência 3
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para
H11
diferentes indivíduos.
Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.
Competência 4
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e
H14
étnicos.
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
Competência 5
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constitu-
Competência 6
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Competência 7
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção,
H24
chantagem, entre outras.
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da
Competência 8
própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social,
Competência 9
no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tec-
nologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A prova faz uso de charges, por isso, vale Charges, publicidades, textos jornalísti- As aulas deste livro tratam de gêneros
atentar-se um pouco mais. Além disso, cos e de divulgação científica podem ser como a charge, o jornal e a divulgação
ter ciência dos gêneros importantes con- utilizados como mote de questões, e não científica, importantes formas contem-
temporaneamente pode ser crucial para apenas na área de Linguagens. porâneas de utilização da linguagem.
a aprovação.
Textos publicitários e charges são mui- Interpretar nem sempre é fácil. Por isso, é Compreender os contextos de produção É importante pensar como os gêneros
to comuns no exame vestibular, assim importante analisar cada um dos tópicos de charges, notícias, anúncios e textos aqui apresentados podem ser trabalha-
como o texto jornalístico e o texto de apresentados neste livro, de modo a evi- de divulgação científica é uma forma dos em paralelo com a Gramática. Assim,
divulgação. É importante, portanto, olhar tar surpresas e as famosas pegadinhas de se preparar para o vestibular. Desse é válido que o candidato tome nota das
para as ferramentas de composição de durante o seu exame vestibular. modo, é crucial avaliar não apenas os principais características formais de cada
cada um desses gêneros. textos apresentados, mas também os um dos tópicos de aula.
meios em que eles circulam.
CMMG
CIÊNCIAS MÉDICAS
A leitura e interpretação de textos não Textos publicitários podem aparecer. As- É preciso estar sempre ampliando o
verbais é essencial para qualquer prova. sim, dentre o conjunto de gêneros aqui conhecimento sobre os mais variados
Por isso, encontram-se neste livro os trabalhado, esse pode ser um gênero gêneros. Assim, o conteúdo deste livro
subsídios para melhorar as estratégias que expresse uma maior associação às servirá de base para que as habilidades
de interpretação e leitura a partir de outras áreas de conhecimento linguísti- referentes ao tópico sejam alcançadas.
gêneros muito presentes no contem- co, como a Gramática e a Literatura.
porâneo.
TEXTOS DESCRITIVO
LC
§ os elementos constitutivos do texto descritivo são:
1) introdução: parte em que se apresenta aqui-
lo que será descrito / retratado para o leitor
COMPETÊNCIA(s) 2) desenvolvimento: parte em que ocorre a descrição propri-
4e7 amente dita do elemento. Aqui há maior detalhamento.
3) Conclusão: finalização da caracteri-
zação do que está sendo descrito.
AULA HABILIDADE(s)
12, 13, 14 e 21 Classificam-se como textos descritivos: cardápios, anúncios de
23
classificados, folhetos de viagem e partes específicas de textos narrativos.
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
§ apresenta um ponto de vista e tem como objetivo persuadir e
convencer o leitor a concordar com a ideia defendida.
§ os elementos constitutivos do texto dissertativo-argumen-
tativo são:
1) introdução: parte onde se apresenta o assunto e a tese que será
defendida.
2) desenvolvimento: parte em que são explorados os argumentos
(exemplos / fatos) que sustentam a tese.
§ uma narração tem por objetivo contar o enredo que envolve INJUNTIVO
tempo, espaço, personagem e ação.
§ também conhecidos como “prescritivos”, têm como finalidade
§ há a presença de um narrador. a instrução e a orientação do leitor. Podem, em alguns casos,
§ os elementos constitutivos do texto narrativo são: incentivar alguns tipos de ação.
1) personagens: figuras que vivenciam a história. § os elementos constitutivos do texto injuntivo são:
VOLUME 6
2) enredo: fatos que compõem a obra. 1) uso de verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do
indicativo, sempre com estruturas de indeterminação do sujeito.
3) espaço e tempo: onde e quando se passam as ações.
Classificam-se como textos dissertativo-expositivos: receitas
Classificam-se como textos narrativos: romances, contos, fábu- culinárias, bulas de medicamentos, manuais de instrução, editais e
las, depoimentos, relatos, crônicas, novelas, piadas, entre outros textos. textos de lei.
A notícia é um dos elementos que compõem o gênero jor- 2.1.3. Os traços linguísticos da notícia
nalístico. Está espalhada pelos mais diversos meios de co-
municação (jornais, revistas, rádio, internet). Tecnicamente, Por convenção, as notícias devem obedecer às regras da gra-
podemos dizer que a notícia se caracteriza pelo puro mática normativa, sendo mais formais (há alguns casos mais
registro de fatos, sem que haja a emissão de opi- específicos, como alguns jornais populares, geralmente des-
nião da pessoa que a escreve. O objetivo básico de tinados a público de baixa renda, em que se permitem certas
uma notícia é transmitir informações a um leitor de ma- “liberdades linguísticas”, deixando o texto mais coloquial).
neira objetiva e precisa. A partir dessa definição, podemos Por conta de questões de espaço, a notícia costuma ser
inferir que a notícia trabalha pelos mesmos termos da fun- construída com períodos curtos que incorporam pequenas
ção referencial da linguagem (buscar informações de um ideias, e que também obedeçam a estruturas sintáticas
referente no mundo, e transmiti-las objetivamente).
canônicas (1º sujeito – 2º predicado – 3º complementos).
2.1.1. O que vira notícia? Esse movimento garante clareza e objetividade ao texto (há
alguns jornalistas de estilo mais “sofisticado” que impri-
Sendo o objetivo da notícia o de transmitir informações, mem marcas mais particulares ao seu texto, como algumas
sua publicação parte de um pressuposto bem básico: a estratégias literárias, por exemplo. Mas esses movimentos
notícia deve ser de interesse geral da sociedade (há aí um não chegam a descaracterizar totalmente a notícia).
critério de relevância). Um acontecimento familiar mais
simplório, por exemplo, não é publicado por jornais e revis- Como dito anteriormente, a notícia tem como característica a
tas, pois não se trata de evento de interesse geral da socie- objetividade. Isso significa que, por convenção, ela não pode
dade. A partir disso, entendemos por que certos assuntos ser pautada pelas opiniões dos jornalistas que as escrevem.
sempre são notícia. Alguns exemplos são: Nesse caso, não é comum encontrarmos elementos grama-
§ Assuntos políticos ticais que realizam processos avaliativos, como adjetivos,
§ Assuntos econômicos ou advérbios. Estes aparecem apenas como caracterização
§ Assuntos culturais dos fatos, e não como marcas opinativas do jornalista.
§ Assuntos esportivos
2.1.4. Os traços estruturais da notícia
2.1.2. Notícia: circulação e As notícias costumam ser constituídas a partir de estrutu-
profundidade dos assuntos ras previamente determinadas. Temos, por exemplo, o tí-
VOLUME 6
Desde a criação da imprensa, no século XV, as notícias eram tulo, que tem a função de chamar a atenção do leitor para
veiculadas por meio de jornais impressos. Mais adiante, com o conteúdo a ser apresentado. Em alguns casos, podemos
o avanço das tecnologias de comunicação e transmissão (rá- ter, além do título, um subtítulo, que no jargão jornalístico
dio, televisão, internet), as notícias passaram a circular em é conhecido como olho. Esse subtítulo costuma evidenciar
espaços cada vez mais variados. No entanto, essa variabili- o elemento principal da notícia.
volume de imagens que a TV acaba exibindo. Já nos meios ta particular). Costumam abordar temas de grande projeção
impressos, a reportagem costuma ser mais longa e mais nacional ou internacional, também sobre temas sociais, polí-
detalhada, com pouco espaço para imagens (iconografia). ticos ou culturais. Embora sua condução também apresente
Geralmente, nos meios impressos, a imagem serve para elementos argumentativos de persuasão, o editorial costuma
ilustrar questões bem pontuais. ser mais equilibrado e informativo do que o artigo de opinião.
LC COMPETÊNCIA(s)
4e7
AULA HABILIDADE(s)
12, 13, 14 e 21
24
3. (Enem 2022)
Pode aparecer onde menos se espera em cinco formas mostrar preocupação social e assumir a responsabili-
diferentes. dade pelas informações.
É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está aí e) o discurso evidencia uma cena de ensinamento di-
para alertar você. dático, projetado com subjetividade no trecho sobre
As hepatites A, B, C, D e E têm diversas causas e muitas as maneiras de prevenção.
água.
d) optar por vestuário produzido com matéria-prima
reciclável.
e) conscientizar produtores rurais sobre os custos de No texto, o uso da linguagem verbal e não verbal aten-
produção. de à finalidade de
De acordo com a posição defendida por Caco Barcellos flagrada em exame antidoping na reta final da disputa.
com relação a seus leitores, uma reportagem exige do Aplausos também à garra de Beatriz Ferreira na busca
jornalista de um ouro inédito para o boxe feminino.
a) conhecimento preciso do assunto, uma vez que seu 3
Medalhistas essas que ajudaram o Brasil a ter, em Tó-
objetivo é convencer o leitor a concordar com o que quio, o seu melhor desempenho em Olimpíadas, supe-
esse editorial,
Campeonatos Mundiais, apenas 10 meses após o nasci-
mento da filha. a) ser assinado por um jornalista do veículo em que é
publicado.
Aliás, quando engravidou da filha, Felix indignou-se b) ocupar um espaço específico e opinar a respeito de
quando seus patrocinadores propuseram a redução de assuntos atuais.
LC
são:
1) introdução: parte onde se apresenta o assunto e a tese que será
defendida.
COMPETÊNCIA(s)
4e7 2) desenvolvimento: parte em que são explorados os argumentos
(exemplos / fatos) que sustentam a tese.
3) conclusão: desfecho do assunto em que se permita uma percepção
AULA HABILIDADE(s)
12, 13, 14 e 21
de retomada da tese. Há modelos de texto dissertativo-argumentati-
25
vo que podem pedir inserção de soluções.
Classificam-se como textos dissertativo-argumentativos:
cartas argumentativas, algumas linhas de editoriais e artigos de opin-
ião (jornalísticos) e alguns modelos de redações para vestibular.
DISSERTATIVO-EXPOSITIVO
§ um texto expositivo tem o objetivo de informar e esclarecer o leitor
através da exposição de um assunto ou tema específico.
§ não objetivos persuasivos em um texto expositivo, apenas a ex-
posição de conhecimentos, ideias e pontos de vista.
§ os elementos constitutivos do texto dissertativo-expositivo são:
1. Tipologia textual 1) introdução: parte do texto onde se faz a apresentação e a con-
textualização de algum tema. Pode-se, também, definir um objetivo
Novamente, sempre que iniciamos estudos sobre gêneros geral para o texto.
textuais é importante que recorramos à tabela de Tipologia 2) desenvolvimento: parte em que ocorrem explicações mais detalha-
textual, pois ela nos auxilia na compreensão de detalhes das e minuciosas a respeito do tema.
que podem compor algum gênero que será estudado. 3) conclusão: costuma haver uma retomada e reafirmação do tema dis-
cutido, apresentando-se uma síntese dos conteúdos abordados.
NARRATIVO Classificam-se como textos dissertativo-expositivos: report-
agens, notícias, seminários, artigos científicos mais simples (divul-
§ uma narração tem por objetivo contar o enredo que envolve gação científica) e fichamentos.
tempo, espaço, personagem e ação.
§ há a presença de um narrador.
INJUNTIVO
§ os elementos constitutivos do texto narrativo são:
§ também conhecidos como “prescritivos”, têm como finalidade
1) personagens: figuras que vivenciam a história. a instrução e a orientação do leitor. Podem, em alguns casos,
2) enredo: fatos que compõem a obra. incentivar alguns tipos de ação.
3) espaço e tempo: onde e quando se passam as ações. § os elementos constitutivos do texto injuntivo são:
Classificam-se como textos narrativos: romances, contos, fábu- 1) uso de verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do
las, depoimentos, relatos, crônicas, novelas, piadas, entre outros textos. indicativo, sempre com estruturas de indeterminação do sujeito.
Classificam-se como textos dissertativo-expositivos:
receitas culinárias, bulas de medicamentos, manuais de instrução,
DESCRITIVO editais e textos de lei.
§ um texto descritivo retrata algo ou alguém detalhadamente, de É a partir dessas informações iniciais que iremos estudar,
modo que aquele que lê o texto seja capaz de criar uma imagem
mental daquilo que está sendo retratado.
agora, os textos técnicos e científicos:
§ os elementos constitutivos do texto descritivo são:
1) introdução: parte em que se apresenta aqui-
lo que será descrito / retratado para o leitor
2. Textos técnicos
Os textos técnicos são aqueles que costumam ser extraídos
2) desenvolvimento: parte em que ocorre a descrição propri-
amente dita do elemento. Aqui há maior detalhamento. de uma base textual injuntiva. Eles são utilizados não ape-
nas como elemento informativo, mas principalmente como
VOLUME 6
aula anterior – em que se buscava um coloquialismo na lin- atenção do leitor para o tópico científico que será aborda-
guagem para que o leitor/público-alvo pudesse compreen- do/discutido. O desenvolvimento e a conclusão do texto
der com mais facilidade o fenômeno científico apresentado se dão de acordo com os interesses do especialista. Nesse
– os textos técnicos prezam por uma maior aproximação sentido, temos um texto de estrutura bem variável, que é
com uma linguagem mais complexa. muito usado em vestibulares.
LC COMPETÊNCIA(s)
4e7
AULA HABILIDADE(s)
12, 13, 14 e 21
26
A primeira coisa a saber é que o guará não é, na verdade, um lobo. Embora seja o maior canídeo silvestre da América
do Sul, sua espécie (Chrysocyon brachyurus) é de difícil classificação. Alguns cientistas dizem que é parente das rapo-
sas, outros, que é parente do cachorro-vinagre sul-americano. Mas, de lobo mesmo, ele não tem nada. Além disso, é
um animal onívoro. Porém, em algumas regiões, a sua dieta chega a quase 70% de frutas, especialmente da lobeira,
uma árvore típica das savanas brasileiras, que contribui para a saúde do animal, prevenindo um tipo de verminose
que ataca os rins do guará.
O lobo-guará não é um animal perigoso ao homem. Não existe nenhum registro, em toda a história, de um guará que
tenha atacado uma pessoa, mas, ainda assim, são vistos como “maléficos”. Por quê? Porque, em ambientes degrada-
dos, o lobo, para sobreviver, acaba atacando galinheiros ou comendo aves que são criadas soltas. Com a desculpa de
“proteger sua criação”, pessoas com baixo nível de consciência ecológica acabam matando os animais.
Se não bastassem a matança e a destruição de ambientes naturais, o lobo-guará ainda apresenta grande índice de
morte por atropelamento em estradas.
O fato é que o lobo-guará precisa de nós mais do que nunca na história.
FERRAREZI JR., C. Revista QShow, n. 20, nov. 2015 (adaptado).
3. (Enem PPL 2016) Há muito se sabe que a Bacia Bauru 4. (Enem PPL 2022) Preconceito: do latim prae, antes,
– depósito de rochas formadas por sedimentos localiza- e conceptus, conceito, esse termo pode ser definido
do entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, como o conjunto de crenças e valores aprendidos, que
Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – foi habi- levam um indivíduo ou um grupo a nutrir opiniões a fa-
tada, há milhões de anos, por uma abundante fauna de vor ou contra os membros de determinados grupos, an-
crocodiliformes, um grupo de répteis em que estão in- tes de uma efetiva experiência com eles. Tecnicamente,
clusos os crocodilos, jacarés e seus parentes pré-histó- portanto, existe um preconceito positivo e um negativo,
embora, nas relações raciais e étnicas, o termo costume
ricos extintos. Entre as famílias que por lá viveram está
se referir ao aspecto negativo de um grupo herdar ou
a Baurusuchidae, que, na região, englobava outras seis
gerar visões hostis a respeito de um outro, distinguí-
espécies de crocodiliformes exclusivamente terrestres e
vel com base em generalizações. Essas generalizações
com grande capacidade de deslocamento, crânio alto e derivam invariavelmente da informação incorreta ou
comprimido lateralmente e com longos dentes serrilha- incompleta a respeito do outro grupo.
dos. Agora, em um artigo publicado na versão on-line
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais.
da revista Cretaceous Research, um grupo de pesquisa-
São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
dores das universidades federais do Rio de Janeiro e do
Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, identificaram mais Nesse verbete de dicionário, a apropriação adequada
um membro dessa antiga família. do uso padrão da língua auxilia no estabelecimento
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013. a) da precisão das informações veiculadas.
b) da linguagem conotativa característica desse gênero.
A circulação do conhecimento científico ocorre de dife-
c) das marcas do interlocutor como uma exigência para
rentes maneiras. Por meio da leitura do trecho, identifi- a validade das ideias.
ca-se que o texto é um artigo de divulgação científica, d) das sequências narrativas como recurso de progres-
pois, entre outras características, são textual.
a) exige do leitor conhecimentos específicos acerca e) do processo de contraposição argumentativa para
do tema explorado. conseguir a adesão do leitor.
b) destina-se a leitores vinculados a diferentes comu-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
nidades científicas.
c) faz referência a artigos publicados em revistas cien- A ARMADILHA DOS VAPES
VOLUME 6
tíficas internacionais. 1
No Brasil, 20% dos jovens adultos já experimentaram.
d) trata de descobertas da ciência com linguagem Nos EUA, virou um problema de saúde pública grave.
acessível ao público em geral. Entenda em que pé se encontra a febre dos cigarros ele-
e) aborda temas que receberam destaque em jornais trônicos – que têm se mostrado tão perigosos quanto
e revistas não especializados. os convencionais.
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu
futuro. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de
vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Para chegar a este propósito,
é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns com os outros, com a grande comu-
nidade da vida e com as futuras gerações.
PRINCÍPIOS
I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida.
II. Proteger e restaurar a integridade ecológica.
III. Promover a justiça social e econômica.
IV. Fortalecer a democracia, a não violência e a paz.
O CAMINHO ADIANTE
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida e pelo compromisso firme de
alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 3 dez. 2017 (adaptado).
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar
que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem
treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado,
aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos pos-
teriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando
compra.
que ele provavelmente consome em 24 horas. Costumo
e) identificação dos interesses do responsável pelo pro-
dizer que isso funciona como um detector de mentiras.
duto divulgado. Mas, brincadeiras à parte, saber esse valor faz toda a
diferença. Pessoas com biotipo parecido podem quei-
mar quantidades bem diversas de calorias. Todo mundo
pelas teorias da chamada era clássica. Não se sabia, por mentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já
exemplo, se átomos eram ou não entidades reais, já que não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa
a física clássica previa que seriam instáveis. Gradual- rainha, com poderes muito mais terríveis.
mente, ficou claro que uma nova física era necessária A razão de um rei se deliciar com a invenção de um
para lidar com o mundo do muito pequeno. Mas que jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza
Nosso andar é elegante e gracioso, e também extrema- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
mente eficiente do ponto de vista energético. Somos
capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo Escrever é um ato 1não natural. 2A palavra falada é mais
de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhu- velha do que nossa espécie, e o instinto para a lingua-
ma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer gem permite que as crianças engatem em conversas
dência até agora de que o universo em que vivemos do o texto, cabe à escola levar o aluno a
começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explo- a) interagir por meio da linguagem formal no con-
são, e sim uma súbita expansão de matéria e energia texto digital.
infinitas concentradas em um ponto microscópico que, b) buscar alternativas para estabelecer melhores
sem muitas opções semânticas, os cientistas chamam