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Caro aluno

Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Batista
Vitor Okuhara

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-01-3

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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 9 e 10: Operações com intervalos 6
Aulas 11 e 12: Inequações do 1º e 2º graus 8
Aulas 13 e 14: Relações, funções e definições 17
Aulas 15 e 16: Funções do 1º grau 25

ARITMÉTICA
Aulas 9 e 10: Razão, proporção e grandezas proporcionais 32
Aulas 11 e 12: Teorema fundamental da aritmética, M.M.C e M.D.C 43
Aulas 13 e 14: Porcentagem 52
Aulas 15 e 16: Acréscimos e descontos 55

GEOMETRIA PLANA
Aulas 9 e 10: Semelhança de triângulos 62
Aulas 11 e 12: Relações métricas no triângulo retângulo 66
Aulas 13 e 14: Trigonometria num triângulo qualquer 73
Aulas 15 e 16: Áreas dos triângulos 79

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Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
ÁLGEBRA: Incidência do tema nas principais provas

A prova do Enem tem alta incidência em ques- No vestibular da FUVEST são encontradas
tões de função de primeiro grau com questões questões de inequações, relações de função
mais medianas ou até mesmo de grau elevado. e função de primeiro grau. Além disso, esses
O texto sempre deve ser analisado para uma boa temas são essenciais para a continuação da
interpretação da questão. Saber as relações e matéria até chegar em pontos mais avançados,
definições de uma função torna-se como Polinômios.
básico para essa
prova.

Operações com intervalos e relações com As aulas deste caderno devem ser analisadas A VUNESP apresentou inúmeras questões
função são temas importantes para a prova e estudadas para a prova da UNIFESP. Por de funções nas suas últimas provas, tanto na
da Unicamp, pois eles podem ser abordados apresentar questões mais elaboradas nas primeira quanto na segunda fase.
inicialmente na questão para serem aprofun- grandes áreas da Matemática, a prova
dados dentro dela. Função de primeiro grau pode exigir do candidato conceitos mais
tem alta incidência também. específicos.

A prova do Albert Einstein apresenta questões A FMABC apresenta questões que exigem A PUC de Campinas apresenta alta A prova da Santa Casa possui questões de
com os temas das aulas do caderno 1 como uma boa interpretação de texto na parte de incidência de questões de inequação do 1.º elevado grau na matemática. As aulas deste
base. Em seu desenvolvimento, o aluno terá função de primeiro grau. Intervalos dos reais e 2.º grau, mesclando as duas em divisões caderno devem ser estudadas com excelência
que ser eficiente ao saber do domínio e também será exigido ao final de uma questão ou multiplicações. Saber realizar o gráfico para um bom aproveitamento nessa prova.
imagem de uma função e como resolver uma de inequações do 1º ou 2º grau. de uma função do primeiro grau e ler suas
raiz de funções do primeiro grau. incógnitas também é essencial.

UFMG

A prova de Londrina apresenta questões bem A federal do Paraná apresenta uma prova de A Faculdade de Ciências Médicas apresenta
elaboradas nas áreas da Aritmética. Exercícios Matemática muito bem elaborada, e as aulas uma prova com poucas questões, porém abor-
com inequação e função de primeiro grau não deste caderno são totalmente necessárias para dando vários temas da matemática dentro
faltarão em sua prova. a resolução das questões. Inequações e função delas. O aluno deve estudar detidamente as
do primeiro grau têm alta incidência em seu aulas deste livro para alcançar um resultado
vestibular. satisfatório.

A UERJ vai aproveitar a operação de intervalos A UNIGRANRIO trará uma prova de A Souza Marques abordará em suas questões
em alguma de suas questões; além disso Matemática diferente da prova do Enem, com as matérias deste caderno junto com outras
possui elevada recorrência de questões de questões de pouco texto e mais objetividade. grandes matérias da Matemática. Operações
função de primeiro grau. É fundamental saber o domínio e imagem de com intervalos reais e definições de uma
uma função. função são essenciais para sua prova.

5
AULAS Operações com intervalos
9 e 10
Competência: 5 Habilidades: 19, 20, 21 e 22

Dados dois números reais a e b, com a < b, define-se como c) ]–2, 2[


intervalo fechado [a, b] o seguinte conjunto:
[a, b] = {x [ R | a ≤ x ≤ b} d) [–3, + Ü [
Nesse caso, os elementos a e b pertencem ao interva-
lo, assim como todos os números reais maiores que a e
menores que b. A notação [a, b] se refere necessariamente a um conjunto
de números reais. Assim, o intervalo [1, 2], por exemp-
Do mesmo modo, define-se como intervalo aberto ]a, b[ lo, representa o conjunto de todos os números reais
o conjunto: maiores ou iguais a 1 e menores ou iguais a 2, possuindo
]a, b[ = {x [ R | a < x < b} infinitos elementos.
Perceba que, diferentemente do intervalo fechado, nesse
conjunto os elementos a e b não pertencem ao intervalo.
Caso o número real a (denominado extremo inferior do
intervalo) pertença ao intervalo, e o número b (denomi-
nado extremo superior do intervalo) não pertença,
denomina-se esse intervalo como fechado à esquerda
(ou aberto à direita), definido pelo conjunto:
[a, b[ = {x [ R | a ≤ x < b}
Da mesma maneira, caso a não pertença ao intervalo, e
b pertença, denomina-se esse intervalo como fechado à
direita (ou aberto à esquerda), definido por: 1.1. Operações com intervalos
]a, b] = {x [ R | a < x ≤ b}
Aplicação do conteúdo
Também é possível representar intervalos “infinitos”:
§ Se A = {x [ R | 2 < x < 5} e
[a, +Ü [ = {x [ R | x ≥ a}
B = {x [ R | 3 ≤ x ≤ 8}, determine A > B.
]–Ü, a] = {x [ R | x ≤ a}
Observe:
Como intervalos são, por definição, conjuntos, pode-se
realizar as operações entre conjuntos, como união, inter- 3 é elemento de A e também de B.
secção e diferença em intervalos também. 5 é elemento de B e não é elemento de A.

1. Representação geométrica Os elementos de 3 até o 5, excluído esse último, pertencem


a A e a B simultaneamente.
de intervalos na reta real
É possível representar intervalos na reta real, o que facilita
a realização de operações entre intervalos. Veja o exemplo:
a) [–1, 2]

b) [1, 4[
Assim, A > B = {x [ R | 3 ≤ x < 5}

6
§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 0} e Resolução:
B = {x [ R | 2 ≤ x < 3}, determine A > B.
Analisando os valores possíveis para _​ yx ​ e xy nos ex-
Não há elementos que pertençam aos dois conjuntos ao
tremos, tem-se:
mesmo tempo. I) _​ xy ​ 

x = – 4, y= 1⇒ _​  xy ​  = –4

x = –1, y = 1 ⇒ _​  xy ​ = –1

x = – 4, y = 2⇒ _​  xy ​  = –2

A intersecção é o conjunto vazio: A > B = Ø. x = –1, y = 2 ⇒ _​ xy ​ = ​  –1


__ ​ 
2
II) xy
§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 3} e x = – 4, y = 1⇒ x ∙ y = – 4
B = {x [ R | 1 < x ≤ 4}, determine A < B. x = –1 ⇒ y = 1 ⇒ x ∙ y= –1
x = – 4, y = 2⇒ x ∙ y = – 8
x = –1, y = 2 ⇒x ∙ y = –2

O menor valor encontrado é – 8, e o maior é –1/2. Assim, o


intervalo pedido é ]– 8, –1/2[, lembrando que os extremos
são abertos, uma vez que os extremos de x e y também
são abertos.
união pedida
Alternativa D
Assim, A < B = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 4}

§ Dados A = {x [ R | –3 < x ≤ 4} e
B = {x [ R | 1 < x < 7}, calcule A – B.
O conjunto A – B é formado pelos elementos que perten-
cem a A e não pertencem a B.

Assim, A – B = {x [ R | –3 < x ≤ 1}

Aplicação do conteúdo
Se –4 < x < –1 e 1 < y < 2, então _​ yx ​  e x ∙ y estão no
intervalo:
a) ] – 8, –1[

] 1 ​   ​
b) ​ –2, – ​ __
2 [
c) ] – 2, –1[

] [
1 ​   ​
d) ​ – 8, – ​ __
2

e) ]​ –1, __
​ 1 ​  [​
2

7
AULAS Inequações do 1º e 2º graus
11 e 12
Competência: 5 Habilidade: 21

1. Inequações Aplicação do conteúdo


Dadas duas funções f(x) e g(x), sendo seus domínios conti- Encontrar o conjunto solução da inequação 2x – 1 < x + 4.
dos no conjunto dos números reais, uma inequação é dada
Somando –x em ambos os lados da inequação, tem-se:
pelas sentenças abertas a seguir:
2x – 1 – x < x + 4 – x
§ f(x) > g(x): f(x) é maior que g(x) ou g(x) é menor que
f(x); x–1<4

§ f(x) > g(x): f(x) é maior ou igual a g(x) ou g(x) é menor Agora, somando 1:
ou igual a f(x); x – 1 + 1< 4 + 1
§ f(x) < g(x): f(x) é menor que g(x) ou g(x) é maior que x<5
f(x); Assim, o conjunto solução é S = {x [ R | x < 5}.
§ f(x) < g(x): f(x) é menor ou igual a g(x) ou g(x) é maior § P2: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R e um
ou igual a f(x). valor c [ R, segue que:
i) se c > 0, a > b  e  a ∙ c > b ∙ c são equivalentes;
1.1. Conjunto solução
ii) se c <0, a > b  e  a ∙ c < b · c são equivalentes.
O conjunto solução de uma inequação é dado pelo con-
junto S de valores que tornam a inequação verdadeira. Ou seja, pode-se multiplicar ambos os lados de uma in-
equação e obter uma inequação equivalente; no entanto,
se o valor multiplicado for negativo, o sinal da desigual-
Aplicação do conteúdo dade inverte.
1. O conjunto solução da inequação x + 1 > 2 é dado por
S = {x [ R | x > 1}. Note que x = 1 não torna a inequação Observe a desigualdade a seguir:
verdadeira: 2 < 5   (2 é menor que 5)
1+1>2 Se ambos os lados forem multiplicados por –3, tem-se:
2 > 2 (falso) –6 > –15  (Note que –6 é maior que –15)
2. A inequação x > x + 2 não possui valores reais que a Devido à troca do sentido da desigualdade, ao serem
tornam verdadeira (x + 2 sempre será maior que x para multiplicados ambos os membros por um valor negativo,
qualquer valor real de x), logo S = \. na inequação:
Para encontrar o conjunto solução de uma inequação, é ​ 1x ​ < __
__ ​ 1 ​ 
2
preciso simplificá-la de modo a obter uma inequação Não é possível multiplicar ambos os membros por x, tran-
equivalente (em que o conjunto solução é o mesmo), de spondo o termo x para o outro membro, como seria feito
maneira semelhante à resolução de equações. Para isso, na resolução da equação:
são utilizadas duas propriedades das inequações:
​ 1x ​ = __
__ ​ 1 ​ ⇒ 1 = __ ​ x  ​
§ P1: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R, 2 2
Isso se deve ao fato de que podem existir valores de x nega-
pode-se somar um valor c [ R em ambos os lados da
tivos que satisfaçam a inequação, e para x < 0, ao transpor
inequação e obter uma inequação equivalente:
para o outro membro, deve-se inverter o sentido da desi-
a > b  e  a + c > b + c  possuem gualdade. Para resolver essa e outras inequações, é preciso
o mesmo conjunto solução utilizar apenas as propriedades apresentadas, ou seja:

8
​  1x ​ < __
__ ​ 1 ​  Assim, o conjunto solução é S = {x [ R I x < –3}.
2
​  1x ​ – __
__ ​ 1 ​ < 0
x  ​– ____
2. Encontre o conjunto solução da inequação  ​__ 1 – ​ > ​  5
x  __  ​.
2 2 4 6
Reduzindo a um denominador comum, tem-se: Reduzindo ambos os membros a um denominador co-
mum, tem-se:
____​  2 – ​x  < 0
2x 3 · (1 – x) ____
Essa inequação equivalente encontrada é denominada ​  6 ·  ​
____ x  – ________
​   ​   > ​ 2 · 5 ​  

12 12 12
inequação-quociente. Mais adiante será analisado o
método para encontrar seu conjunto solução. Multiplicando ambos os membros por 12, simplifica-se
a expressão:

2. Inequações do 1.º grau 6x – 3(1 – x) > 2 · 5


6x – 3 + 3x > 10
É chamada de inequação do 1º grau na variável x toda 9x > 13
desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:
​ 13 ​ 
x > ___
ax + b > 0 9
ax + b > 0 (com a, b [ R e a Þ 0) Assim, o conjunto solução é:
ax + b < 0 { ​ 13 ​  .​
S = ​ x [ R | x > ___
9 }
ax + b < 0

Por exemplo, a inequação 4(x –1) – x2 > 3x – x(x + 1) 2.2. Sistemas de inequações do 1.º grau
pode ser reduzida à forma ax + b > 0, sendo, assim, uma O conjunto solução de um sistema de inequações é deter-
inequação do 1.º grau: minado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada
inequação do sistema.
4x – 4 – x2 > 3x – x2 – x
4x – 4 – x2 – 3x + x2 + x > 0
2x – 4 > 0
Aplicação do conteúdo
1. Resolver a inequação  –1 < 2x – 3 < x.
polinômio do 1° grau
(I) (II)
Em algumas situações, é necessário obter os valores de x
que satisfazem duas ou mais inequações. Com efeito, resolver essa inequação simultânea equivale a
resolver o sistema:
Duas ou mais inequações consideradas ao mesmo tempo
constituem o que é denominado sistemas de inequações. –1 < 2x – 3 (I)
2x – 1 > 0
2x – 3 < x (II)
Sistema de inequações do 1º grau.
x–5<0 (I)
–1 < 2x – 3
2.1. Resolução de inequações do 1.º grau
–2x < – 3 + 1
Aplicação do conteúdo –2x < – 2
1. Resolva a inequação –2x + 4 > 10.
x>1

–2x > 10 – 4 1 x

–2x > 6
Agora, multiplicando ambos os membros da inequação por
(II)
– __​ 1 ​ (o que é equivalente a dividir ambos os membros por –2): 2x – 3 ≤ x
2
( ) ( )
​  – ​ __1 ​  ​ (–2x) < 6 ​  – ​ __1 ​  ​  (Note que o sentido da desigual-
2 2
2x – x ≤ 3
x≤3
dade deve ser trocado.)
x < –3 3 x

9
Fazendo a intersecção: Um modo simples de encontrar o conjunto solução de uma
inequação do segundo grau é simplificar a inequação até
1
(I) se obter uma expressão do tipo f(x) > 0, f(x) > 0, f(x) < 0
3 ou f(x) < 0, em que f(x) é uma função do segundo grau; e
(II) o sinal da função f(x) é analisado por meio de seu gráfico.
(I) > (II)
1 3 Aplicação do conteúdo
S = {x [ R I 1 < x < 3} Encontrar o conjunto solução da inequação
§ Encontre o conjunto solução da inequação 2 < 3x – 1 < 8. 2x² + 6x – 1 > x² + 11x – 5.
Em alguns casos, não é preciso montar um sistema de ine- Transpondo todos os fatores para um membro da in-
quações para resolver uma inequação simultânea. Nesse equação, tem-se:
exemplo, é possível somar 1 nos três membros:
2x² + 6x – 1– x² – 11x + 5 > 0
2 + 1 < 3x – 1 + 1 < 8 + 1 x² – 5x + 4 > 0
3 < 3x < 9 Agora, é preciso simplesmente analisar o sinal da função
Agora, dividindo todos os membros por 3, tem-se: f(x) = x² – 5x + 4. Para isso, deve-se construir seu gráfico:
1<x<3 § Calculando as raízes
Assim, o conjunto solução é dado por: f(x) = 0
1 < x  (I) x² – 5x + 4 = 0
x < 3  (II) x1 = 1 e x2 = 4

§ Concavidade da parábola
Realizando a intersecção dos dois intervalos, tem-se:
Como a = 1 (positivo), resulta que a parábola possui con-
1 cavidade para cima; portanto, seu gráfico é:
(I)
y
3
(II)

(I) > (II)


f(x)

S = {x [ R I 1 < x < 3}
1 4
3. Inequações do 2.º grau
x

É denominada inequação do 2º grau na variável x toda


desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas: Pelo gráfico, nota-se que:

ax2 + bx + c > 0 Para x < 1 ou x > 4 ⇒ f(x) > 0

ax2 + bx + c > 0 Para 1 < x < 4 ⇒ f(x) < 0


(com a, b e c [ R e a Þ 0)
ax2 + bx + c < 0 Agora, são analisados os intervalos em que se tem f(x) > 0:
y
ax2 + bx + c < 0

Exemplos: f(x)

x2 – 3x + 1 > 0 2x2 – 5x < 0


polinômio do 2º grau    polinômio do 2º grau
1 4 x

3.1. Resolvendo inequações do 2.º grau


Resolver uma inequação do 2º grau significa determinar os
valores reais de x que satisfazem a inequação dada. Assim, o conjunto solução é S = {x [ R | x < 1 ou x > 4}.

10
VIVENCIANDO

No dia a dia ocorre uma variação nas medidas de temperatura. Na prática, essa variação é registrada ao se indicar
uma temperatura mínima e uma máxima, construindo, assim, a ideia de intervalo. Imagine a cidade de São Paulo
em um dia chuvoso, com a temperatura mínima de 18º e a máxima de 24º: a temperatura será representada por T,
e os símbolos de maior ou igual (≥) e de menor ou igual (≤) serão utilizados para escrever a frase que expresse essa
temperatura:
18º ≤ T ≤ 24º
A inequação é mais um recurso da linguagem matemática que permite a organização de problemas, uma vez que as
medidas sempre serão variáveis, por mais precisos que sejam os instrumentos de medição. Ao comparar duas quan-
tidades, tentando concluir qual delas é maior ou menor, você estará utilizando o princípio da inequação.

3.2. Sistemas de inequações do 2.º grau Resolvendo (II): x + 5 < 0 ⇒ x < –5

Alguns sistemas de inequação apresentam uma ou mais


inequações do 2.º grau. Para resolver esses sistemas, cada
inequação deve ser resolvida separadamente, e, em segui-
da, encontra-se a intersecção das soluções. –5 x

Aplicação do conteúdo
1. Resolver o sistema de inequações:

2x2 + 8 > x2 – 6x (I)


  x + 5 < 0 (II)
–5 x

Resolvendo (I):
2x2 + 8 > x2 – 6x ⇒ x2 + 6x + 8 > 0 Fazendo a intersecção entre as soluções de (I) e (II):

§ a = 1 > 0 (I)
–4 –2
§ x + 6x + 8 = 0
2 –5
(II)
D=4
(I) > (II)
–6 ± 2 ​ 8 ​ = - 4
x' = - ___ –5
______
x = ​   ​   2
2
​ 4 ​ = - 2
x'' = - ___ S = {x [ R | x < – 5}
2

4. Inequações-produto e
inequações-quociente
–4 –2 x

4.1. Inequações-produto
Consideradas duas funções f(x) e g(x), uma inequação-pro-
duto é uma inequação da forma:

11
f(x) ⋅ g(x) > 0 Note que, ao procurar o conjunto solução de (x – 3)(1 – x) > 0,
f(x) ⋅ g(x) > 0 seria possível também realizar o produto do primeiro mem-
f(x) ⋅ g(x) < 0 bro e obter –x² + 4x – 3 > 0, resolver a inequação do
f(x) ⋅ g(x) < 0 segundo grau e obter o mesmo conjunto solução.
Deve-se proceder da seguinte maneira para resolver in- 2. Encontre o conjunto solução da inequação
equações desse tipo: (x2 – 2x)(x2 – 5x + 4) < 0.
1ª Realiza-se o estudo dos sinais de cada função separadamente. Caso seja efetuada a multiplicação entre x² – 2x e x² – 5x + 4,
2ª Os resultados são colocados em um quadro de sinais. será encontrado um polinômio de 4.º grau. Assim, o sinal de
cada função será analisado separadamente, e o quadro de
3ª O sinal do produto das funções é analisado, levando em
sinais será construído:
conta as regras dos sinais da multiplicação de números reais.
f(x) = x² – 2x
Aplicação do conteúdo g(x) = x² – 5x + 4
1. Resolva a inequação (x – 3)(1 – x) > 0. Encontrando as raízes de cada função e considerando suas
concavidades, ambos os gráficos são elaborados:
O sinal de cada função será analisado separadamente:
f(x) g(x)
f(x) = x – 3
g(x) = 1 – x 0 2 x 1 4 x

f(x) g(x)

Construindo o quadro de sinais:


0 1 2 4
3 1

f(x)

g(x)
Assim:
f(x)g(x)
Para x > 3, f(x) é positiva, e para x < 3, f(x) é negativa.
Para x > 1, g(x) é negativa, e para x < 1, g(x) é positiva. Como são procurados os valores de x que tornam o pro-
O quadro de sinais é elaborado: duto (x² – 2x)(x² – 5x + 4) negativo ou nulo, nota-se que o
conjunto solução é:
1 3
S = {x [ R | 2 < x < 4 ou 0 < x < 1}
f(x)
3. Resolva a inequação x³ – 2x² < 3x.
g(x) Transpondo o termo 3x para o outro membro da inequação,
f(x)g(x) tem-se:
x³ – 2x² – 3x < 0
A terceira linha do quadro representa o sinal da função Fatorando o primeiro membro:
f(x)g(x).
x(x² – 2x – 3) < 0
§ Se x < 1, a função f(x) é negativa, e g(x), positiva; por-
Tem-se, agora, uma inequação-produto na forma
tanto, o produto entre elas é negativo.
f(x) g(x) < 0, na qual:
§ Se 1 < x < 3, ambas as funções, f(x) e g(x), são negati-
vas; portanto, seu produto é positivo. f(x) = x
g(x) = x² – 2x – 3
§ Se x > 3, a função f(x) é positiva, e g(x), negativa; por-
tanto, o produto entre elas é negativo. Novamente, construindo o gráfico de cada uma das funções
para realizar a análise de sinal, tem-se:
Como se quer (x – 3)(1 – x) > 0, ou seja, não se procuram
os valores de x que anulam o produto (x – 3)(1 – x), as § f(x) = x
raízes 1 e 3 não são incluídas no conjunto solução:
f(x) = x é uma função de primeiro grau, portanto, seu gráf-
S = {x [ R | 1 < x < 3} ico é uma reta. Sua raiz é dada por:

12
f(x) = 0
x=0
4.2. Inequações-quociente
Dadas duas funções f(x) e g(x), uma inequação-quociente é
A função é crescente pois a > 0. uma inequação da forma:
§ g(x) = x² – 2x – 3 f(x)
___
​   ​  > 0
Calculando suas raízes, tem-se: g(x)
g(x) = 0 f(x)
___
​   ​  > 0
x² – 2x – 3 = 0 g(x)
x1 = –1 e x2 = 3
f(x)
___
Sua concavidade é para cima, pois a > 0. ​   ​  < 0
g(x)

f(x) g(x) f(x)


___
​   ​  < 0
g(x)
0 –1 3
A resolução de inequações-quociente é semelhante à res-
olução de inequações-produto, isto é, o sinal de cada função
é analisado separadamente, e, em seguida, para cada in-
tervalo de x em que há mudança no sinal de alguma das
Quadro de sinais: f(x)
funções, verifica-se o sinal do quociente ___
​   ,  levando em
–1 0 3 g(x)
conta a regra de sinais para divisão de dois números reais.
f(x)
A principal diferença na resolução de uma inequação-quo-
g(x) ciente em relação à inequação-produto é que, agora, há
f(x)
f(x)g(x) uma condição de existência, pois no quociente ___
​   ​  tem-
g(x)
se que g(x) Þ 0 para não se anular o denominador.
Assim, segue que f(x)g(x) é negativo para x < –1 e para x
entre 0 e 3; logo:

S = { x [ R | x < – 1 ou 0 < x < 3}

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A tabela abaixo ilustra os valores normais dos lipídios sanguíneos para um adulto. O perfil lipídico é o resultado de
uma série de exames laboratoriais para determinar dosagens dos quatro tipos principais de gordura. Você consegue
observar uma inequação na tabela?
Indicador Valores Normais

CT (colesterol total) Até 200 mg/dL


LDL (“bom, colesterol) Até 130 mg/dL
HDL (“mau, colesterol) Entre 40 e 60 mg/dL
TG (triglicérides) Até 150 mg/dL

É possível escrever 40 < HDL < 60 no indicador HDL. Note que a inequação está envolvida quando há a necessidade
de se comparar um conjunto de medidas.

13
Como a = 2, a função é crescente.

f(x)
g(x)

x x
2 0

Quadro de sinais:

multimídia: vídeo 0 2

Fonte: Youtube
Número 23 f(x)

Walter Sparrow (Jim Carrey) é um funcionário g(x) 2


do canil municipal que ganhou um livro de pre- f(x)
sente de sua esposa Agatha, chamado O núme- g(x) 0 2
ro 23. O livro narra a obsessão de um homem
com este número, e como isto modifica a sua Atenção ao resolver inequações-quociente, pois elas pos-
vida. Ao lê-lo, Walter reconhece várias pas- suem uma condição de existência. Como a inequação é do
f(x)
sagens como sendo situações que ele próprio tipo ___
​   ​  < 0, segue que g(x) Þ 0. Ou seja, não é incluída
já viveu. Aos poucos, ele nota a presença do g(x)
no conjunto solução a raiz de g(x), pois ela torna o de-
número 23 em seu passado e, também, no seu
presente, tornando-se cada vez mais paranoico. nominador nulo. Entretanto, o 2 é incluído, pois ele anula
apenas f(x), satisfazendo a inequação.

Aplicação do conteúdo S = {x [ R | x < 0 ou x > 2}


1. Resolva a inequação ​ 1
__  ​ ≤ ​  1
__
x 2  ​dada no item 1.1. ​ x – x – ​7 
2
2. Encontrar o conjunto solução da inequação ________ >
 1.
x+1
​ 1 ​ para o outro membro da inequação:
Transpondo o termo __
2
Novamente, não é possível transpor apenas o denomina-
​ 1x ​ – __
__ ​ 1 ​ ≤ 0
2 dor x + 1 multiplicando no segundo membro. Procede-se
Reduzindo a um denominador comum: deslocando todos os termos para o mesmo membro e re-
​ 2 – ​x  ≤ 0
____ duzindo a um mesmo denominador comum:
2x
f(x)
Tem-se, agora, uma inequação-quociente na forma ___ ​   ​  < 0, ​ x – x – ​7 
2
________  
–1>0
g(x) x+1
em que:
1(x + 1)
​  x – x – ​7 
2
________   – _______
​   ​  

>0
f(x) = 2 – x x+1 x+1
g(x) = 2x
​  x – 2x  ​
– 8 
2
_________ >
 0
Ambas são funções de primeiro grau. x+1
f(x) = 2 – x f(x)
Agora, a inequação-quociente é resolvida na forma ___
​   ​  > 0,
g(x)
Sua raiz é dada por: em que:
f(x) = 0
2–x=0 f(x) = x² – 2x – 8
x=2 g(x) = x + 1
Como a = –1, a função é decrescente.
Construindo os gráficos das funções, tem-se:
g(x) = 2x
f(x) g(x)
Sua raiz é dada por:
g(x) = 0
–2 4 –1
2x = 0
x=0

14
Quadro de sinais:

–2 –1 4

f(x)

g(x)

f(x)
g(x) –2 –1 4

f(x)
Como são procurados os valores de x que satisfazem___
​   ​  > 0, tem-
g(x)
multimídia: sites
se os intervalos [–2, –1[ e [4, +`[ que tornam a função pt.khanacademy.org/math/algebra/one-variable-
maior ou igual a zero. Perceba novamente que –1 não -linear-inequalities/alg1-one-step-inequalities/v/
pertence ao conjunto solução, pois é raiz da função g(x). inequalities-using-multiplication-and-division
Portanto:
S = {x [ R | –2 < x < –1 ou x > 4}

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Uma padaria vende, em média, 100 pães especiais por dia e arrecada com essas vendas, em média, R$ 300,00.
Constatou-se que a quantidade de pães especiais vendidos diariamente aumenta, caso o preço seja reduzido, de
acordo com a equação q = 400 – 100 p, na qual q representa a quantidade de pães especiais vendidos diariamente e
p, o seu preço em reais.

A fim de aumentar o fluxo de clientes, o gerente da padaria decidiu fazer uma promoção. Para tanto, modificará o
preço do pão especial de modo que a quantidade a ser vendida diariamente seja a maior possível, sem diminuir a
média de arrecadação diária na venda desse produto.

O preço p, em reais, do pão especial nessa promoção deverá estar no intervalo:


a) R$ 0,50 ≤ p < R$ 1,50
b) R$ 1,50 ≤ p < R$ 2,50
c) R$ 2,50 ≤ p < R$ 3,50
d) R$ 3,50 ≤ p < R$ 4,50
e) R$ 4,50 ≤ p < R$ 5,50

15
Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
A utilizar seus conhecimentos sobre equação do segundo grau para a sua resolução.
A arrecadação é dada pelo preço de cada pão multiplicado pela quantidade de pães vendidos, e essa arre-
cadação é de 300. Assim, tem-se:
(400 – 100p) · p = 300
p² – 4p + 3 = 0.
Resolvendo essa equação do segundo grau, resulta que p = 3 ou p = 1; logo, o pão deverá ter seu preço
reduzido para 1 real.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

DESIGUALDADE INEQUAÇÕES
1º GRAU
- PRODUTO
ax + b < 0
f(x) · g (x) < 0
ax + b ≤ 0
f(x) · g (x) ≤ 0
ax + b ≥ 0
f(x) · g (x) ≥ 0
ax + b > 0
f(x) · g (x) > 0
FUNÇÃO

INEQUAÇÕES -
2º GRAU QUOCIENTE
ax2 + bx + c < 0
ax2 + bx + c ≤ 0
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c > 0

<
MENOR

MENOR

MAIOR
>
MAIOR
OU OU
IGUAL IGUAL

QUADRO DE SINAL

ESTUDO ANÁLISE MONTAGEM

16
AULAS Relações, funções e definições
13 e 14
Competências: 3, 4, 5 e 6 Habilidades: 13, 15, 20 e 25

1. Relações A função pode ser definida como um tipo de relação:


§ Sejam A e B dois conjuntos não vazios, e f uma relação
de A em B.
§ Produto cartesiano: dados dois conjuntos não va-
zios A e B, chama-se de produto cartesiano de A por Essa relação f é uma função de A em B, quando, a
B (indica-se: A × B) o conjunto constituído pelos pares cada elemento x do conjunto A, está associado um
ordenados, nos quais o primeiro elemento pertence a e apenas um elemento y do conjunto B.
A, e o segundo pertence a B. A definição acima afirma que, para uma relação f
de A em B ser considerada uma função, ela neces-
A × B = {(x, y) | x [ A e y [ B}
sita satisfazer duas condições:
§ Relação: dados dois conjuntos A e B, denomi- § Todo elemento de A deve estar associado a algum el-
na-se relação R de A em B qualquer subconjunto de emento de B.
A × B.
§ A um dado elemento de A deve estar associado um
R é relação de A em B à R , A × B. único elemento de B.

Exemplo: Exemplos:
1. Dados os conjuntos A = {0, 5, 15} e B = {0, 5, 10, 15, 20, 25},
Sejam os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2, 4, 6, 8, 10}
seja a relação de A em B determinada pela fórmula y = x + 5,
e a relação R de A em B, tal que y = 2x, x [ A e y [ B. com x [ A e y [ B.
Escrever os elementos dessa relação R.
Como x [ A: x = 0 ä y = 2 · 0 = 0 par (0, 0)
x = 1 ä y = 2 · 1 = 2 par (1, 2)
x = 2 ä y = 2 · 2 = 4 par (2, 4)
x = 3 ä y = 2 · 3 = 6 par (3, 6)
Assim: R = {(0, 0), (1, 2), (2, 4), (3, 6)}.
É possível representar essa relação por meio de um dia-
grama ou de um sistema cartesiano ortogonal.

Observe que:
Todos os elementos de A estão associados a elementos
x
de B.
A um dado elemento de A está associado um único ele-
Pode-se observar que, numa relação R de A em B, o con-
mento de B.
junto R é formado pelos pares (x, y), em que o elemento
x [ A é associado ao elemento y [ B mediante uma lei Assim, a relação de A em B expressa pela fórmula y = x + 5
de associação. é uma função de A em B.

17
2. Dados os conjuntos Quando ocorre uma função de A em B, pode-se represen-
tá-la da seguinte forma:
A = {–2, 0, 2, 5} e B = {0, 2, 5, 10, 20}, seja a relação de A em B
dada pela fórmula y = x, com x [ A e y [ B. f: A é B (função f de A em B)
x é y (a cada valor de x [ A associa-se um só valor y [ B)
As letras x e y são muito utilizadas para representar as va-
riáveis de uma função.
A letra f, em geral, dá o nome às funções, mas podemos
ter também a função g, h, etc. Por exemplo, escreve-se
g: A é B para designar a função g de A em B.
Se y = x + 5 é a fórmula de uma relação, pode-se escrevê-
-la também como f(x) = x + 5.
Esse exemplo não expressa uma função de A em B, uma O símbolo f(x), lê-se f de x, possui o mesmo significado do
vez que o elemento –2 do conjunto A não está associado a y e pode simplificar a linguagem. Por exemplo, em vez de
algum elemento de B. se dizer: “Qual o valor de y quando x = 2?”, simplesmente
se utiliza: “Qual o valor de f(2)?”. Assim, f(2) indica o valor
3. Dados os conjuntos A = { –3, –1, 1, 3} e B = {1, 3, 6, 9}, seja a de y quando x é 2.
relação de A em B dada pela fórmula

y = x2, com x [ A e y [ B.
1.1. Domínio, contradomínio
e imagem de uma função
Já foi visto que, numa função, o domínio é constituído por
todos os valores que podem ser atribuídos à variável inde-
pendente. A imagem da função, por sua vez, é formada por
todos os valores correspondentes da variável dependente.
Uma função f com domínio A e imagem B será denotada por:
f : A é B (função que relaciona valores do conjunto A a
valores do conjunto B)
x é y = f(x) (a cada elemento x [ A corresponde um
A relação determinada pela fórmula y = x2, nesse caso, re-
único y [ B)
presenta uma função de A em B, pois:
O conjunto A é denominado domínio da função, que
A todos os elementos de A estão associados elementos será indicado por D. O domínio da função, também chama-
de B. do campo de definição ou campo de existência da
A um dado elemento de A está associado um único ele- função, serve para definir em qual conjunto se está tra-
mento de B. balhando, ou seja, os valores possíveis para a variável x.

4. Dados os conjuntos A = {16, 81} e B = {–2, 2, 3}, seja a O conjunto B é denominado contradomínio da-
relação de A em B dada pela fórmula y4 = x, com x [ A e y [ B. função, que será indicado por CD. É no contradomínio
que estão os elementos que podem corresponder aos
elementos do domínio.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no
contradomínio. Esse valor de y é chamado de imagem de x
pela função f. O conjunto de todos os valores de y que são im-
agens de valores de x forma o conjunto imagem da função,
que será indicado por Im. Observe que o conjunto imagem da
função é um subconjunto do contradomínio da mesma.
f: A é B
Esse exemplo não representa uma função de A em B, pois x é y = f(x)
o elemento 16 do conjunto A está associado a dois ele- D = A, CD = B, Im = {y [ CD | y é correspondente de
mentos (–2 e 2) do conjunto B. algum valor de x}

18
A lei de formação da função é
Aplicação do conteúdo f(x) = ax + b ou y = ax + b.
1. Dados os conjuntos f(1) = 4 ä x = 1 e y = 4 ä 4 = a · 1 + b (I)
A = {–3, –1, 0, 2} e B = {–1, 0, 1, 2, 3, 4}, determinar o con- f(–1) = –2 ä x = –1 e y = –2 ä
junto imagem da função f: A é B definida por f(x) = x + 2. ä –2 = a · (–1) + b (II)
De (I) e (II), tem-se:
f(–3) = (–3) + 2 = –1
a + b = 4
f(–1) = (–1) + 2 = 1
–a + b = –2
f(0) = 0 + 2 = 2
Resolvendo o sistema:
f(2) = 2 + 2 = 4

a=3eb=1
Pelo que foi visto, uma função fica bem definida quando se
sabe qual o seu domínio, o seu contradomínio e a regra de
associação. Essa regra de associação (também denomina-
Observando o diagrama: da lei de formação ou lei de associação) geralmente é dada
por uma fórmula matemática.
Im = {–1, 1, 2, 4}
2. Seja a função f: R é R definida por f(x) = x2 – 10x + 8. Calcular
os valores reais de x para que se tenha f(x) = –1, isto é, imagem
–1 pela função f dada.

f(x) = –1 ä x2 – 10x + 8 = –1
x2 – 10x + 9 = 0
D = b2 – 4ac = 100 – 36 = 64

​ 10 ± ​
x = ______ 8  
2
multimídia: sites
x = 9 ou x = 1
3. Dada a função f: R é R definida por f(x) = ax + b, com a, b [ pt.khanacademy.org/math/algebra/algebra-
R, calcular a e b, sabendo que f(1) = 4 e f(–1) = –2. functions

VIVENCIANDO

Nem sempre é possível perceber, mas as funções estão presentes a todo momento no cotidiano. Ao ler um jornal ou
ao assistir a um noticiário, é comum a ocorrência de um gráfico, que nada mais é do que uma relação de comparação
entre grandezas. Um exemplo prático de função é o valor no final do mês da conta de água ou energia das residên-
cias, pois ele depende do quanto se gasta de m³ de água e de quantos KW de energia foram consumidos durante
o mês. Outros exemplos podem ser citados, como o tempo de duração de uma viagem, que depende da velocidade
média de um automóvel, e o imposto de renda a ser pago, que depende do valor do salário recebido.

19
2. O domínio de uma função Representando as condições (I) e (II) na reta e determinan-
do a intersecção dos respectivos intervalos, tem-se:
É importante conhecer o domínio de uma função, pois
é ele que vai determinar os valores possíveis para a
variável independente.
Em muitas funções, o domínio vem explicitado:
§ A função f: R é R, dada por f(x) = 3x2 – 1, possui
domínio D = R. D = {x [ R | x ≥ 4}

​ x  ​+ 5, possui
§ A função g: Z é R, dada por g(x) = – __
2
domínio D = Z.
§ Na função h(x) = 2x + 3, com –2 ≤ x < 5, deve-se
tomar os valores reais de x no intervalo considerado,
isto é, D = {x [ R | –2 ≤ x < 5}.
Entretanto, em muitos casos, o domínio e o contradomínio
da função não vêm explicitados. Deve-se, então, considerar
como domínio o conjunto de todos os números reais que
podem ser colocados no lugar de x na fórmula da função,
obtendo, depois dos cálculos, um número real. O contrado- multimídia: sites
mínio será o conjunto R.
Numa função f, sendo dada por f(x) = x3 – 2x2 + 7, x pode O GeoGebra é um programa de matemática
ser qualquer número real, isto é, D = R e CD = R. que permite realizar construções geométricas
com a utilização de pontos, retas, segmentos
Ao considerar o domínio de uma função, é preciso tomar
de reta, polígonos, etc., assim como permite
certo cuidado, pois existe o risco de atribuir certos valores
inserir funções e alterar todos esses objetos
para a variável x que não possuem imagem real e, portan-
dinamicamente depois de a construção estar
to, descaracterizam a função.
finalizada. Equações e coordenadas também
Em geral, é necessário observar com atenção as funções podem ser diretamente inseridas.
que possuem variáveis no denominador ou no radicando
de raiz com índice par, no momento de definir seu domínio.

Aplicação do conteúdo
3. Função injetora
Considere os diagramas:
1. Determinar o domínio da função f dada por
​  2x – 1 ​. 
f(x) = __________  
x² – 9
​ 2x – 1 ​ só existe em R, se x2 – 9 ≠ 0.
O valor numérico de _____
x2 – 9
x2 – 9 ≠ 0 ä x2 ≠ 9 ä x ≠ 3 e x ≠ –3
Ou seja, x = –3 e x = 3 não podem estar no domínio
da função.
D = {x [ R | x ≠ 3 e x ≠ –3} ou D = R – {3, –3}
2. Determinar o domínio da função f(x) = d​ xXXXXX
– 4 ​   1   ​  
+ ​  _____ .
d
​ x – 2 ​ 
XXXXX

​dXXXXX só é possível se x – 4 ≥ 0 ä x ≥ 4 (I)


x – 4 ​ 
d só é possível se x – 2 > 0 ä x > 2 (II)
x – 2 ​ 
​ XXXXX
Os diagramas (I) e (II) são os únicos que representam
funções injetoras ou injetivas.
Observe que a raiz está no denominador; assim, além
de não poder ser negativo (condição da raiz), Definição: uma função f de A em B é injetora se,a todo x1 ≠ x2
também não pode ser nulo (condição do denominador). do domínio (D) ocorrer f(x1) ≠ f(x2) no contradomínio (CD).

20
Resumindo: não pode haver duas flechas convergindo
para uma mesma imagem (cada x do domínio tem seu y
no contradomínio).

Nota: Entenda-se por imagem o elemento que “recebe”


a flecha.

Considere os gráficos: Os diagramas (I) e (III) são os únicos que representam fun-
ções sobrejetoras ou sobrejetivas.
Definição: uma função f de A em B é sobrejetora se o
contradomínio (CD) for igual ao conjunto imagem (Im).
Resumindo: não podem “sobrar” elementos no contra-
domínio (CD).
§ Os gráficos (I) e (II) são os únicos que representam uma
Considere os gráficos:
função injetora ou injetiva.
§ Para identificar graficamente uma função injetora, são
traçadas retas horizontais. Se as retas tocarem em um
único ponto em toda a extensão do domínio ou sim-
plesmente não tocá-lo, tem-se uma função injetora.
Conclusão: se existir reta horizontal que intercepta o grá-
fico em mais de um ponto, a função não será injetora.

3.1. Exemplos de identificação


pela lei de formação
1. Mostrar que a função, cuja lei de formação é f(x) = 2x,
é injetora.
Analisando apenas o gráfico de uma função, não é possível
Solução: x1 ≠ x2 ä 2x1 ≠ 2x2 ä f(x1) ≠ f(x2), assim, f
caracterizá-la como sobrejetora, pois, como já foi visto, o
é injetora.
gráfico não indica o contradomínio de uma função, mas
2. Mostrar que f(x) = ​ 1
__  ​é injetora.
x seu domínio e sua imagem.
Solução: x1 ≠ x2 ä __ 1 __ 1 Dessa forma, para qualificar uma função como sobrejetora,
x​    ​ ≠ x​    ​ ä f(x1) ≠ f(x2), assim, f é injetora.
1 2
3. Mostrar que f(x) = x2 não é injetora.
é preciso que seja fornecido o contradomínio de todas as
3 funções dadas. Se os contradomínios forem considerados
Solução: basta ver que se x1 = 2 e x2 = –2, então: como o conjunto dos reais (R), então apenas o gráfico (II)
é uma função sobrejetora.
Se o contradomínio da função (I) for considerado o intervalo
[a, +Ü], o contradomínio da função (II) for considerado R
Ou seja, existem x1 e x2, tais que f(x1) = f(x2) e f não e o contradomínio da função (III) for considerado R – {a},
é injetora. então todos os gráficos representarão funções sobrejetoras.

4. Função sobrejetora Lembre-se!


Considere os diagramas: Toda função pode ser sobrejetora, basta que seja es-
colhido um contradomínio conveniente.

Para identificar graficamente uma função sobrejetora,


traça-se uma reta horizontal em cada elemento do contra-
domínio. Se cada uma das retas cortar o gráfico da função
em um ou mais pontos, a função será sobrejetora.

21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O plano cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de funções, em que os valores relacionados a x
constituem o domínio, e os valores de y, a imagem da função. Pode-se associar o plano cartesiano à localização de
lugares e/ou fenômenos que ocorrem sobre a superfície terrestre, a trabalhos relacionados à cartografia, a pontos
estratégicos de bases militares e a localizações no espaço aéreo, terrestre e marítimo.

5. Função bijetora Resolução:


A condição inicial para a função é que o radicando seja não
Considere os diagramas: negativo, e o denominador seja diferente de zero.
Analisando cada parte separadamente, tem-se:
I) No numerador: x2. Será zero se x = 0.

+ + + +
0 + + + +
x2

II) Denominador: –x2 + 4x = x(–x + 4). Será nulo se x = 0


ou x = 4.
- - - - 0 + + + + +
x

+ + + + + + + + 4 - -
-x+4

- - - - 0 + + + 4 - -
-x2 + 4x
O diagrama (I) é o único que representa função bijetora.
Definição: uma função f de A em B é bijetora se for in- Unindo as informações:
jetora e sobrejetora ao mesmo tempo. 0
+ + + + + + + + +
x2
Resumindo: 0
- - - - + + + 4 - -
1. cada x do domínio tem seu y no contradomínio. -x2 + 4x

x2 - - - - 0 + + + 4 - - -
2. não “sobra” ninguém no contradomínio (CD = Im).
-x2 + 4x

Assim:
Importante
D(f) = ]0,4 [ ou, D(f) = {x ∈ ℝ | 0 < x < 4}
O diagrama (II) é de uma função que não é injetora
(pois b e c possuem a mesma imagem) e nem so- 2. A figura a seguir representa o gráfico de uma função
real a valores reais, y = f(x). Sabendo-se que g(x) = f(x – 3),
brejetora (pois “sobram” os elementos i e j no CD).
encontre o valor de g(1) + g(4) + g(7).
O diagrama (III) não representa função por duas razões: y

1. Está sobrando o elemento V no domínio.

2. O elemento x possui duas imagens: k e m.


2
3 5
Aplicação do conteúdo _______
-2
-1
4 x

√ x2   
1. Qual o domínio da função real dada por f(x) = ​  _______
–x + 4x
2
 ​ ​?

22
Pela lei de formação da função g(x), tem-se: x + 1 
3. Seja f(x) = ​ _____  ​
–x + 1
g(1) = f(1 – 3) = f(–2) = 0 a) Calcule f(2)
g(4) = f(4 – 3) = f(1) = –1
​ 2 + 1 
f(2) = _____ ​  3   ​= –3
 ​ = __

g(7) = f(7 – 3) = f(4) = 2 –2 + 1 –1
b) Qual o valor de f(f(2))?
Assim:
g(1) + g(4) + g(7) = 0 – 1 + 2 = 1 ​  –3 + 1 
f ( f(2) ) = f(–3) = ________ = ​ –2
 ​   __ ​ = ​ –1
__ ​ 
–(–3) + 1 4 2

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem 2017) Os congestionamentos de trânsito constituem um problema que aflige, todos os dias, milhares de motor-
istas brasileiros. O gráfico ilustra a situação, representando, ao longo de um intervalo definido de tempo, a variação
da velocidade de um veículo durante um congestionamento.

Quantos minutos o veículo permaneceu imóvel ao longo do intervalo de tempo total analisado?
a) 4.
b) 3.
c) 2.
d) 1.
e) 0.

Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados fornecidos pelo gráfico.
C Nos instantes em que tem velocidade igual a zero, o móvel está em repouso. Analisando o gráfico, percebe-se que a
velocidade atinge valor igual a zero entre os minutos 6 e 8. Assim, o carro permaneceu imóvel por 2 minutos.
Alternativa C

23
DIAGRAMA DE IDEIAS

DOMÍNIO TIPO DE RELAÇÃO

(D) f: A ⟶ B
x ⟶ y = f(x)

CONTRADOMÍNIO FUNÇÃO IMAGEM

(CD) (Im)

INJETORA SOBREJETORA

BIJETORA

24
AULAS Funções do 1º grau
15 e 16
Competências: 3, 4, 5 e 6 Habilidades: 13, 15, 19, 20 e 25

Como foi visto em aulas anteriores, a função é do 1.º grau Uma característica da função linear é que, se for atribuído
quando a sua representação matemática é um polinômio para x o número zero, sua imagem f(0) também será 0, pois
de grau 1. se x = 0, então f(0) = a · 0 = 0.
De um modo geral, é possível representar a função polino- Utiliza-se, ainda, um nome especial para a função lin-
mial de 1.º grau na forma f(x) = ax + b com a e b sendo ear f(x) = ax, em que a = 1. Essa função, dada por
os números reais e a ≠ 0 (caso a = 0, tem-se f(x) = b, que f(x) = x (ou y = x), é denominada função identidade.
representa uma função constante). Os números represen- O gráfico da função linear y = ax (sendo a ≠ 0) é sempre
tados por a e b são denominados coeficientes, enquanto x uma reta que passa pela origem do sistema cartesiano.
é a variável independente.
O gráfico da função polinomial do 1.º grau y = ax + b (sen-
Portanto, são funções polinomiais do 1.º grau: do a ≠ 0) intercepta o eixo das ordenadas no ponto (0, b).
f(x) = 2x – 1 é coeficientes: a = 2 e b = –1
f(x) = –3x + 4 é coeficientes: a = –3 e b = 4 2. Variantes da função do 1.º grau
f(x) = __ ​ 5 ​ 
​ 5 ​ – x é coeficientes: a = –1 e b = __ 1. Se a = 0 e b ≠ 0 ä y = b (função constante)
3 3
Em geral, o domínio da função polinomial do 1.º grau é R.
Entretanto, quando a função está relacionada ao cotidiano,
é preciso verificar o que representa a variável independente
(x) para determinar seu domínio.
Chama-se função do 1 º grau toda função definida de R
em R por f(x) = ax + b, onde a e b [ R e a ≠ 0.
2. Se a ≠ 0 e b = 0 ä y = ax (função linear)
a é denominado de coeficiente angular.
b é denominado de coeficiente linear.
O gráfico de uma função do 1.º grau é uma reta, que
(  )
​ –b
corta o eixo x no ponto ​___
a ​,  0  ​e o eixo y no ponto (0, b).
Uma função do 1.º grau é crescente se a > 0 e decrescente
se a < 0; assim, tem-se que:
3. Se a = 1 e b = 0 ä y = x (função identidade – bissetriz
dos quadrantes ímpares)

4. Se a = –1 e b = 0 ä y = –x (bissetriz dos quadrantes pares)

1. Função linear
Considere a função polinomial do 1 º grau f(x) = ax + b.
No caso de b = 0, tem-se f(x) = ax, e ela recebe o nome
especial de função linear.

25
3. Proporção na função do 1.º grau

y – y _____ y –y Em qualquer ponto no eixo x, o valor da ordenada é zero;


tg a = _____  ​ = ​ x3 – x2 
​ x2 – x1   ​ portanto: f(x) = 0:
2 1 3 2

proporção (igualdade de frações) 2x – 6 = 0


Nota: x=3
a = tg a (coeficiente angular) Assim, o ponto (3, 0) pertence à reta. Como já existem dois
b = coeficiente linear pontos pelos quais passa a reta da função f(x), é possível
construir o gráfico:
Aplicação do conteúdo
1. Construa o gráfico da função do primeiro grau
f(x) = 2x – 6.
Como o gráfico de uma função do primeiro grau é uma
reta, são necessários apenas dois pontos para a construção
do gráfico. Para isso, é preciso encontrar os pontos de inter-
secção da reta com os eixos coordenados.
Como o coeficiente linear é –6, já se sabe que a reta passa
pelo ponto –6 no eixo y:

VIVENCIANDO

Um dos mais importantes da Matemática e das ciências em geral, o conceito de função é utilizado na representa-
ção cotidiana de situações que envolvem grandezas variáveis, sempre colocando um valor em função do outro. Ao
abastecer o automóvel no posto de combustível, por exemplo, o preço a ser pago depende da quantidade de litros
de combustível colocada no tanque. Outro exemplo prático que se pode destacar é uma simples corrida de táxi.
Considere a seguinte situação:
Um motorista de táxi cobra R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro rodado. Sabe-se que o preço a
pagar é dado em função do número de quilômetros rodados. Qual o preço a ser pago se a distância percorrida for
de 16 quilômetros?
A função que define o valor a ser cobrado por uma corrida de x quilômetros é:
ƒ(x) = 2,75x + 4,50
Assim:
ƒ(16) = 2,75 ∙ 16 + 4,50
ƒ(16) = 48,50

26
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A importância do estudo das funções não se restringe aos interesses da Matemática. O estudo das funções também
é colocado em prática em áreas como a Física, Química e Economia. No estudo da cinemática, por exemplo, que é a
parte da Física que estuda os movimentos, relacionando-os por meio dos conceitos de posição, velocidade e acelera-
ção, o uso de funções de 1.º grau é muito comum. Um dos exemplos mais famosos é o que relaciona a posição (S) de
um móvel em movimento uniforme com o tempo (t). O modelo matemático que define essa função é:
S= S0 + v ∙ t

Em que:
S0 → é o espaço inicial do móvel (lugar que ele ocupa no instante t = 0)
v → é sua velocidade escalar.
Observe uma comparação entre a expressão acima e a expressão que define uma função afim:
S = S0 + v ∙ t
y=b+a∙x

A comparação entre as expressões deixa bem claro que a fórmula definida como espaço em função do tempo é uma
função do 1.º grau.

2. Dado o gráfico a seguir de uma função polinomial do


1.º grau, encontre sua lei de formação. 4. Estudo do sinal da função
polinomial do 1.º grau
Estudar o sinal de uma função y = f(x) significa analisar
para quais valores de x do domínio da função a imagem
será positiva, negativa ou nula.
Ou seja, realizar o estudo de sinal significa determinar para
Como a função é de primeiro grau, sabe-se que sua forma quais valores de x temos f(x) > 0, f(x) < 0 ou f(x) = 0.
é do tipo y = ax + b. Em primeiro lugar, deve-se encontrar É possível realizar o estudo de sinal facilmente ao construir
o coeficiente angular a: o gráfico da função.
y – y ____
a =x_____ = ​ 5 – 4 ​  
​  2– x 1 ​   ​ 1 ​ 
= __
2 1 3–1 2 Exemplo:
Substituindo na função, tem-se:
Faça o estudo do sinal da função f(x) = 10 – 5x.
​ 1 ​x  + b
y = __ Construindo o gráfico da função, tem-se:
2
Agora é possível substituir qualquer um dos dois pontos
dados, (1, 4) ou (3, 5), na função a fim de encontrar o coe-
ficiente linear b. Substituindo o ponto (1, 4):
y = __​ 1 ​x  + b
2
4 = __ ​ 1 ​1  + b
2
​ 1 ​ = b é b = __
4 – __ ​ 7 ​ 
2 2
Assim, a função pedida é y = __ ​ 7 ​. 
​ 1 ​x  + __
2 2

27
Do gráfico, segue que:
§ Para todo x > 2, a função possui valores de f(x) negativos.
{
II)  
g(0) = a(0) + b
      
​ ​
   ​  ​ ⇒ ​ ​b = 80
g(48) = a (48) + b ​ {
      
  ​  ​ 
48 a + b = 0 ​

§ Para todo x < 2, a função possui valores de f(x) positivos. ⇒ 48 a + 80 = 0 ⇒ a = ​ –80 ___ ​ = – __ ​ 5 ​ ⇒
48 3
§ Para x = 2, a função f(x) é nula, sendo x = 2, portanto, ⇒ g(x) = – __ ​ 5 ​ x + 80
3
uma raiz da função.
III) f(x) = g(x) ⇒- __ ​ 5 ​ x + 100 = – __
​ 5 ​ x + 80 ⇒
2 3
5. Zero de uma função ⇒ - __​ 5 ​ x + __
2
​  5 ​ x = –100 + 80 ⇒
3
polinomial do 1.º grau –15x + ​
⇒ ​ _________ 10x   = –20 ⇒ –5x = –120 ⇒
6
Agora será estudado o que significa “zero” ou “raiz” de
uma função f(x) = ax + b, com a ≠ 0. ⇒ x = ​ –120
____ ​  = 24
–5
Observe o problema: 2. O valor de um carro novo é de R$ 9.000,00 e, com
4 anos de uso, é de R$ 4.000,00. Supondo que o preço
§ Dada a função f(x) = x – 2, calcule o valor de x para caia com o tempo, segundo uma linha reta, calcule o
que f(x) = 0. valor de um carro com 1 ano de uso.

Resolução:

O número 2, para o qual f(x) = 0, é denominado zero ou O gráfico passa por (0, 9000) e (4, 4000). Encontrando a lei
raiz dessa função. da função e a imagem para t = 1, tem-se:

Denomina-se zero ou raiz da função f(x) = ax + b o valor de I) 9000 = a · (0) + b ⇒ b = 9000


x que anula a função, ou seja, torna f(x) = 0. 4000 = a · (4) + b ⇒ 4a + 9000 = 4000 ⇒
Geometricamente, o zero da função polinomial do 1.º grau –5000
​ 4000 – ​
9000 
⇒ a = ___________ = ​ _____
   ​  
= – 1250
f(x) = ax + b, a ≠ 0 é a abscissa do ponto em que a reta corta 4 4
o eixo x. II) f(t) = –1250t + 9000 ⇒
f(1) = –1250 ∙ (1) + 9000 = –1250 + 9000 = 7750
Aplicação do conteúdo
1. Dois líquidos diferentes encontram-se em recipientes
idênticos e têm taxas de evaporação constantes. O líquido
I encontra-se inicialmente em um nível de 100 mm e eva-
pora-se completamente no quadragésimo dia. O líquido II,
inicialmente com nível de 80 mm, evapora-se completa-
mente no quadragésimo oitavo dia. Antes da evaporação
completa de ambos, ao final de qual dia os líquidos terão
o mesmo nível (em mm) nesses mesmos recipientes?

Resolução:
multimídia: livros
De acordo com as informações, tem-se:
O Homem que Calculava - Malba Tahan
I) Líquido I: f(0) = 100 e f(40) = 0

II) Líquido II: g(0) = 80 e g(48) = 0


As proezas matemáticas do calculista
persa Beremiz Samir – o homem que
O mesmo nível será encontrado com o ponto comum a calculava – tornaram-se lendárias na
ambas as retas, f(x) = g(x). antiga Arábia, encantando reis, poe-

{ 
tas, xeques e sábios. Nesse livro, Mal-
f(0) = a(0) + b
      
I)  
  
​​
f(40) = a (40) + b ​ { ​b = 100   
​  ​ ⇒ ​       ​  ​⇒
40 a + b = 0 ​ ba Tahan relata as incríveis aventuras
desse homem singular e suas soluções
⇒ 40 a + 100 = 0 ⇒ a = ​ –100 ​ 5 ​ ⇒
___ ​  = – __
fantásticas para problemas aparente-
40 2
​ 5 ​ x + 100
⇒ f(x) = – __ mente insolúveis.
2

28
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Um dos grandes desafios do Brasil é o gerenciamento dos seus recursos naturais, sobretudo os recursos hídri-
cos. Existe uma demanda crescente por água e o risco de racionamento não pode ser descartado. O nível de água de
um reservatório foi monitorado por um período, sendo o resultado mostrado no gráfico. Suponha que essa tendência
linear observada no monitoramento se prolongue pelos próximos meses.

Nas condições dadas, qual o tempo mínimo, após o sexto mês, para que o reservatório atinja o nível zero de sua
capacidade?
a) 2 meses e meio.
b) 3 meses e meio.
c) 1 mês e meio.
d) 4 meses.
e) 1 mês.

Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados forneci-
A dos pelo gráfico para que, a partir deles, possa encontrar a resposta correta da questão.
Do gráfico é possível perceber que ocorre uma variação de 20% (30% - 10%) no percentual da capacidade
máxima do reservatório em 6 – 1 = 5 meses. Assim, para que haja uma redução de 10% do nível de capa-
cidade, deve-se passar (5/20). 10 = 2,5 meses.
Alternativa A

29
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO DO 1º GRAU

y = ax + b
coeficiente angular ↲ ↳ coeficiente linear

Δy y2 - y1
a = tg α = =
Δx x2 - y1


a > 0 → crescente
a < 0 → decrescente
a = 0 → constante

PONTO EM QUE A y2
RETA CORTA O EIXO y
y1 α . Δy
Δx
α x
x1 x2

30
ARITMÉTICA: Incidência do tema nas principais provas

No Enem não faltará uma questão de porcen- Os temas das aulas deste livro são essenciais
tagem, também aparecendo cálculos sobre para a prova da FUVEST e de grande impor-
aumento ou decréscimo de um valor. Calcular tância para Química e Física. Saber realizar
um M.M.C. e um M.D.C. é essencial para esse uma porcentagem e um cálculo de M.M.C e
vestibular, junto com uma boa interpretação M.D.C. é de grande vantagem para resolver as
da questão. questões dessa prova.

A Comissão para o Vestibular da Unicamp Na UNIFESP não faltará uma questão sobre A UNESP, tanto na primeira fase como na sua
trará questões com proporcionalidade tanto porcentagem, seja na parte de Matemática, segunda fase, irá apresentar questões com
na parte da aritmética como na geometria da Física ou da Química. Questões com porcentagens. A incidência de questões sobre
plana. Cálculo de porcentagens também são problemas de grandezas diretamente ou proporcionalidade é grande.
de grande importância para essa prova. inversamente proporcionais também devem
aparecer nesse vestibular.

A prova da Albert Einstein tem uma boa A FMABC apresenta questões com baixo A PUC de Campinas tem um bom índice de A Santa Casa apresenta uma baixa incidência
incidência de questões sobre porcentagens, índice de grandezas proporcionais, M.M.C e questões sobre grandezas proporcionais e em questões sobre os teoremas fundamentais
com problemas de médio e elevado grau de M.D.C.; no entanto, as aulas de porcentagem porcentagens. Na segunda fase, os itens de da aritmética e grandezas proporcionais. Em
dificuldade. deste caderno são fundamentais. Com aumento e desconto são fortemente apresen- contrapartida, saber definir uma porcentagem
isso diversos problemas das exatas serão tados em problemas de elevado grau. e resolver questões dessa matéria é essencial
resolvidos. para essa prova.

UFMG

A prova da UEL apresenta, junto a uma Na UFPR não faltará uma questão de porcen- Para a Faculdade de Ciências Médicas é
análise de texto, os conceitos da porcentagem tagem, também aparecendo cálculos sobre essencial calcular porcentagem com excelên-
de uma forma diferenciada. As questões porcentagem em todos os seus aspectos. cia. Já questões de grandezas proporcionais
são elaboradas de modo a exigir a máxima Calcular um M.M.C. e um M.D.C. é essencial e os teoremas da aritmética são de baixa
atenção do candidato. para esse vestibular junto com uma boa incidência.
interpretação da questão.

A UERJ apresenta uma boa incidência de A UNIGRANRIO apresenta uma prova objetiva A faculdade Souza Marques apresenta ques-
questões de grandezas proporcionais e os com poucas informações e mais desenvolvi- tões objetivas na sua prova de matemática. As
teoremas da aritmética. As aulas sobre por- mento. Questões sobre grandeza proporcional aulas de porcentagem são as mais importante
centagem deste livro são as mais importantes e porcentagem são de alta incidência em seu deste livro para esse vestibular.
para esse vestibular. vestibular.

31
AULAS Razão, Proporção e
9 e 10 grandezas proporcionais
10, 11, 12, 13, 14,
Competências: 3e4 Habilidades:
15, 16, 17 e 18

1. Razão 2. Proporção
A razão entre duas grandezas é o quociente entre elas. Proporção é uma igualdade entre duas razões. Quando se
Considere a situação em que 20 homens e 30 mulheres diz que os números reais a, b, c e d, não nulos, formam,
compareceram a uma festa. Nesse sentido, afirma-se que: nessa ordem, uma proporção, significa que se tem a se-
guinte igualdade:
I. A razão entre o número de homens e o de mulheres na
festa é:
​  c  ​ou a · d = c · b (lê-se: a está para b, assim
​ __a  ​ = __
b d
​  n° Homens 
_________ ​  20  ​ = __
= ___
 ​  ​  2 ​  como c está para d)
n°Mulheres 30 3
Note, na última igualdade acima, que os termos a e d ficar-
Isso significa que, para cada 2 homens, existem 3 mulheres. am nas extremidades (a e d são chamados de extremos da
II. A razão entre o número de mulheres e o total de pessoas proporção), já os termos b e c ficaram no meio (b e c são
na festa é: chamados de meios da proporção).

​ ______________
  
   30   ​ 
n° Mulheres  ​ =​ _______ ​  30 ​ = __
= ___ ​  3 ​  2.1. Propriedades da proporção
n°Total de Pessoas 20 + 30 50 5
Se __​ a ​ = __​  c  ​, com a, b, c e d, reais não nulos, tem-se __​ a ​ = __​  c  ​= k,
Isso significa que, para cada 5 pessoas na festa, 3 b d b d
são mulheres. em que k é denominado constante de proporcionalidade.
Essa constante k é o número de vezes que cada anteceden-
As grandezas envolvidas em uma razão podem ser de es-
pécies diferentes. Por exemplo, se, na festa citada, as mu- te é maior que seu respectivo consequente. Observe:

{ 
lheres consumiram 120 salgadinhos, e os homens consu-
miram 100, afirma-se que: ​ __a  ​ = __
​  c  ​= k ä ​    
a​ = k · b ​  

b d c = k · d​
III. A razão entre o número consumido pelos homens e o Assim, tem-se as seguintes propriedades:
número de homens foi de:
P1: __​  a ​ = __​  c  ​ ä ad = bc (propriedade fundamental)
b d
5 salgados
________
​   ​   “Numa proporção, o produto dos mei-
homem
os é igual ao produto dos extremos.”
Isto significa que, em média, cada homem consumiu 5 salgados. Veja:
IV. A razão entre o número de salgados consumidos e o
número de pessoas foi de: { a · d = (kb) · d = kbd
​ ​       
   ​ ​ ä a · d = b · c
b · c = b · (kd) = kbd ​
n° de salgados ________________
___________ 4,4 salgados
(120 + 100) salgados __________
  
​   
 ​=   
  
​   ​ = ​  pessoa ​  
n° de pessoas (30 + 20) pessoas P2: __​  a ​ = __​  c  ​ ä __​  a ​ = __​  c  ​ = _____
​  a + c ​  
b d b d b+d
Ou seja, em média, cada pessoa consumiu 4,4 salgados.
Veja:
Em geral, dados dois números reais a e b, com b ≠ 0, usa-se __​  a ​ 
b a + c 
​ _____ ​ kb + kd ​ 
 ​ = ______ ä

ou a : b para indicar a razão entre a e b, respectivamente.
b+d b+d
Na razão (lê-se: a para b), o número a é denominado an- k(b + d)
a + c 
ä ​ _____ ​ = _______
​  ä
 ​ 

tecedente, e o número b, consequente. b+d b+d
Razão entre a e b = ​ __a  ​ a + c 
ä ​ _____ ​ a  ​ = __
 ​ = k = __ ​  c  ​
b b+d b d

32
P3: __​  a ​ = __​  c  ​ ä _____
​  a   ​   ​  c   ​  
= ____ bk   ​ 
ä ​ _______ ​  dk   ​ 
= _______ (verdade).
b d a+b c+d b(k + 1) d(k + 1)
Veja:
_____ ​  c   ​ ä _____
​  a   ​ = ____ ​  bk   ​  ​  dk   ​ 
= _____ ä
a+b c+d bk + b dk + d

VIVENCIANDO

No seu futuro cotidiano como estudante de medicina, aluno Hexag, você terá de lidar com dosagens de medicamen-
tos para seus pacientes. Observe um exemplo prático na seguinte questão:
1. A heparina é um medicamento de ação anticoagulante prescrito em diversas patologias. De acordo com a
indicação médica, um paciente de 72 kg deverá receber 100 unidades de heparina por quilograma por hora
(via intravenosa).

No rótulo da solução de heparina a ser ministrada consta a informação 10.000 unidades/50 mL.
a) Calcule a quantidade de heparina, em mL, que esse paciente deverá receber por hora.
b) Sabendo que 20 gotas equivalem a 1 mL, esse paciente deverá receber 1 gota a cada x segundos. Calcule x.
Resolução:
a) O paciente deverá receber 7.200 unidades de heparina em uma hora. Sabendo que exis-
tem 10.000 unidades de heparina a cada 50 mL da solução, pode-se escrever:
7200 · 50
​ ________
 ​ = 36 mL

10000
Esse paciente deverá receber 36 mL de heparina por hora.
b) Transformando mililitros em gotas, pode-se escrever:
36∙20 = 720 gotas
Sabendo que uma hora corresponde a 3.600 segundos, pode-se escrever:
1 gota
​  720  ​  = _________
____ ​    ​  
3600 5 segundos
Ou seja, esse paciente deverá receber uma gota a cada 5 segundos.

II. Na segunda jarra:


Aplicação do conteúdo poupa 3 ____________ poupa
1. Duas jarras idênticas contêm poupa de fruta e água ​ _____ ​ = ​ __  ​ ä ​     ​  3   ​ ä
   ​ = _____
água 5 (poupa + água) 3 + 5
nas proporções: 3:7 na primeira e 3:5 na segunda. Jul-
gando o suco da primeira “muito fraco” e o da segunda ​ 3 ​ · J e água = __
poupa = __ ​ 5 ​ · J
“muito forte”, Dona Benta resolveu juntar os conteúdos 8 8
das duas jarras numa vasilha maior, obtendo, a seu ver,
III. Juntando-se as duas jarras, obtém-se:
um suco na proporção ideal de poupa de fruta e água.
Considerando J o volume de uma jarra, é possível desco- 3  ​ · J + __
​ ___ ​ 3 ​ · J
poupa __________
_____ 10 8  
brir essa proporção ideal utilizando as propriedades das ​   ​ = ​   ​ ä
proporções. Observe: água ___ ​    ​ · J + ​ 5 ​ · J
7 __
10 8
I. Na primeira jarra:
poupa 3 ____________ poupa ​ 12J +  ​
________ 15J  
​ _____ ​ = ​ __  ​ ä ​     ​  3   ​ ä
   ​ = _____ ________
ä ​  40   ​ 27  ​= 27:53
= ___
 ​ 
água 7 (poupa + água) 3 + 7 28J + 25J
______
​   ​    53
40
ä poupa = ___ ​  3  ​ · J e água = ___
​  7  ​ · J
10 10 A proporção ideal consiste em 27 partes de poupa de fruta
Note: poupa + água = J (volume da jarra) para 53 partes de água.

33
2. Um bar vende suco e refresco de tangerina. Ambos Aumentando-se em __ ​ 1 ​ a altura da porta e preservando sua
são fabricados diluindo em água um concentrado des- 8
espessura, deve-se ter, a fim de manter o custo com o ma-
sa fruta. As proporções são de uma parte de concen-
trado para três de água, no caso do suco, e de uma ​ 9x ​ ∙ y · z1 = x ∙ y ∙ z ⇔ z1 = __
terial, __ ​ 8z ​,  sendo a largura da
8 9
parte de concentrado para seis de água, no caso do nova porta.
refresco. Faltando refresco e sobrando suco, o chefe de z 8
cozinha do bar poderá transformar o suco em refres-
Assim, a razão pedida é __ ​ z1 ​ = __
​   ​ 
9
co. Mas, para isso, ele deverá saber quantas partes de 4. Por um terminal de ônibus passam dez linhas dife-
suco (x partes) ele deverá diluir em Y partes de água. rentes. A mais movimentada delas é a linha 1: quatro
A relação entre X poderá ser obtida através das pro- em cada sete usuários do terminal viajam nessa linha.
porções. Observe: Cada uma das demais linhas transporta cerca de 1.300
usuários do terminal por dia. Considerando que cada
I. Para o suco: passageiro utiliza uma única linha, a linha 1 transpor-
concentrado ta, por dia, cerca de
​ __________  ​   ​ 1 ​ 
= __
água 3 a) 5.200 usuários do terminal.
concentrado
________________
​     ​ = _____
   ​  1   ​  b) 9.100 usuários do terminal.
(concentrado + água) 1 + 3 c) 13.000 usuários do terminal.
Concentrado = ​ __1  ​do suco e d) 15.600 usuários do terminal.
4 e) 18.200 usuários do terminal.
3
__
água = ​    ​do suco
4 Resolução:
Note: concentrado + água = suco (todo) Seja T o total de usuários do terminal. Sabendo que 9
II. Para o refresco, obtido a partir do suco: linhas transportam 1.300 usuários por dia, e que __ ​ 4 ​ dos
7
usuários do terminal utilizam a linha 1, tem-se __ ​ 3 ​ ∙
7
​ 1 ​x 
__
__3 ​  T = 9 ∙ 1.300 ⇒ T = 5 ∙ 7 ∙ 1.300
​  concentrado
__________  ​   
= __1
​   ​ ä ​  4
_____ ​ 1 ​ 
= __
  ​  
água 6 y + __ 3 6 7
​   ​x 
4 Assim, o resultado pedido é __ ​ 4 ​ ∙ T = __
​ 4  ​∙  3 ∙ 7 · 1.300 ⇒
7 7
​  6 ​x  = y + __
ä __ ​ 3 ​x  ä __
​  3 ​x  = y T = 15.600
4 4 4
ä 3x = 4y ä _​  xy ​ = __ ​ 4 ​  Alternativa D
3
5. Uma empresa fabricante de suco que envasava o pro-
Observe que, ao adicionar x copos de suco, tem-se __ ​ 1 ​x  de
3 duto em frascos de vidro passou a fazer o envasamento
​ 3 ​x  do suco mais y copos
concentrado, e de água se tem os __ em um novo vasilhame plástico com ​ 2 __  ​da capacidade
4 3
de água. do frasco anterior.

Assim, conhecendo a quantidade de copos de suco dispo- A lanchonete revendedora enche de suco um copo
níveis, o chefe saberá quantos copos de água deverá acres- com capacidade de ​ 1__  ​do frasco de vidro.
5
centar para obter o refresco. Por exemplo, se sobrarem 8
A quantidade de copos de suco (inteiro + fração)
copos de suco (x = 8), deverão ser adicionados 6 copos de
que a lanchonete obtém com um frasco do novo
​ 8 ​ = __
água (y = 6), pois __ ​ 4 ​.  vasilhame é igual a:
6 3
a) 1 copo e 2/3
3. Um carpinteiro fabrica portas retangulares maciças,
feitas de um mesmo material. Por ter recebido de seus b) 2 copos e 1/3
clientes pedidos de portas mais altas, aumentou sua c) 2 copos e 2/3
altura em ​ 1
__  ​, preservando suas espessuras. A fim de d) 3 copos e 1/3
8 e) 3 copos e 2/3
manter o custo com o material de cada porta, precisou
reduzir a largura.
Resolução:
Qual a razão entre a largura da nova porta e a largura Volume do frasco de vidro: v
da porta anterior?
Volume do frasco de plástico: __ ​ 2v ​ 
3
Resolução: ​ v  ​
Volume do copo: __
5
Sejam x, y e z, respectivamente, a altura, a espessura e a ​  2v ​ 
__
largura da porta original. Assim, segue que o volume da Número de copos: ​ __v3 ​  = __
___ ​ 5v ​ = ___
​ 2v ​ ∙ __ ​ 10 ​ 
​    ​ 3 3
porta original é igual a x · y · z. 5

34
​ 1 ​ 
Ou seja, 3 copos e __ Em geral, é possível dizer que os números da sucessão
3
numérica (a1, a2, a3,..., an) são diretamente proporcionais
Alternativa D
(ou simplesmente proporcionais) aos números da sucessão
6. As dimensões de um paralelepípedo retângulo são (b1, b2, b3, ..., bn) quando as razões entre seus respectivos
proporcionais aos números 1, 2 e 3, e sua área total é correspondentes forem iguais, isto é:
igual a 198 cm2. Sobre esse paralelepípedo, assinale o
que for correto.
a) Seu volume vale 162 cm3.
b) As suas dimensões formam uma progressão aritmética.
c) A soma das medidas de todas as suas arestas é 72 cm.
d) Sua diagonal é maior que 11 cm.
Essa razão constante k é denominada fator de proporcio-
Resolução: nalidade e indica quantas vezes cada antecedente é maior
Sejam a, b e c as dimensões do paralelepípedo retângulo. que o respectivo consequente.
Tem-se que:
Aplicação do conteúdo
{     a=k
__ ​ b ​ = __
​  a ​ = __ ​  c  ​= k ⇔ ​b  
( 
​  = 2k ​ 

1 2 3 c = 3k 1. Se (a, b, 20) e ​ 3, ​ 2
3 )
__  ​, 5  ​são proporcionais, determine o

 ​Com k sendo um número real positivo. coeficiente de proporcionalidade e os valores de a e b.



Dado que a área total é igual a 198 cm2, tem-se: ​  a  ​ = __
__ ​ 20 ​ ä __
​  b  ​ = ___ ​  a  ​ = ___
​  3b ​ = 4
3 ​ __ 2  ​ 5 3 2
2(ab + ac + bc) = 198 ⇔ 3
k ∙ 2k + k ∙ 3k + 2k ∙ 3k = 99 ⇔ k2 = 9 ⇒ k = 3 Coeficiente de proporcionalidade:

Assim, a = 3 cm, b = 6 cm e c = 9 cm
a) Correto. O volume do paralelepípedo vale
a · b · c = 3 · 6 · 9 = 162 cm3
b) Correto. As dimensões formam uma progressão arit-
mética com primeiro termo igual a 3 e razão igual a 3. 2. Os irmãos João Victor, Gabriela e Matheus têm 16 anos,
14 anos e 10 anos, respectivamente. Se o pai deles dis-
c) Correto. A soma das medidas de todas arestas é tribuir R$ 240,00 reais entre eles, em partes diretamente
igual a 4(a + b + c) = 4(3 + 6 + 9) = 72 cm proporcionais às idades, quanto receberá cada um?
d) Correto. A diagonal
_________ do paralelepípedo
__________ ____mede

d = ​ a + b + ____
2 2
c  ​ 
2 √
=​ 3 + 6____
2 2
+ 9  ​ 
2 √
= ​ 126 ​ cm
Sendo k a constante de proporcionalidade, a parte de cada
Assim, tem-se ​√126 ​ cm > √
​ 121 ​ cm = 11 cm. um será k vezes a respectiva idade, ou seja, as partes serão
16 k (João Victor), 14 k (Gabriela) e 10 k (Matheus).

3. Números diretamente
proporcionais
Considere as seguintes sequências numéricas:
João Victor, Gabriela e Matheus receberam, respectivamen-
1.ª sequência: (2, 6, 4, 10). te, R$ 96,00, R$84,00 e R$60,00.
2.ª sequência: (6, 18, 12, 30). Nota: O mais velho recebe mais, pois as partes são diretamen-
Observe que as sequências crescem ou decrescem na mesma te proporcionais às idades. Quanto mais velho, mais recebe.
razão inversa, ou seja, se um dado elemento de uma delas
triplica, o correspondente desse elemento na outra sequência
também triplica. Em outras palavras, os elementos correspon-
4. Números inversamente
dentes nas duas sequências estão na mesma razão. proporcionais
Considere as seguintes sequências numéricas:

1.ª sequência: ​__ ( 


​ 1 ​;  __
2 6 4 10
​ 1 ​;  __ )
​ 1 ​;  ___
​  1  ​   ​formada pelos respectivos
inversos de (2, 6, 4, 10).

35
2.ª sequência: (6, 18, 12, 30).
Aplicação do conteúdo
Observe que as sequências crescem ou decrescem na razão
inversa, ou seja, se dado elemento de uma delas triplica, 1. Se (a, 8, b) e (3, c, 5) são inversamente proporcionais
e têm coeficiente de proporcionalidade igual a 120, cal-
o correspondente desse elemento na outra sequência re- cule a, b e c.
duz-se a sua terça parte.
Os produtos dos respectivos elementos devem ser iguais
Observe que os inversos dos números da 1.ª sequên- ao coeficiente de proporcionalidade.
cia são diretamente proporcionais aos números da
Assim:
2.ª sequência.

4.1. Inversos da 1.ª


sequência (2, 6, 4, 10) 2. Os funcionários de uma fábrica, Lucas, Raquel e
Elias, no mês de maio, faltaram ao serviço 8 dias, 5
Em geral, diz-se que os números da sequência (a1, a2, a3, dias e 2 dias, respectivamente. Se o diretor financeiro
..., an) são inversamente proporcionais aos números da se- dessa fábrica dividir R$ 396,00 entre os citados fun-
quência (b1, b2, b3, ..., bn) quando os números de uma delas cionários, em partes inversamente proporcionais às
faltas, quanto receberá cada um?
forem, respectivamente, diretamente proporcionais aos in-
versos da outra, isto é: As partes procuradas devem ser diretamente proporcionais

__ a a2 __
​  1  ​ = __
a
​    ​ = ​  3  ​= ... = __
a
​  n  ​= k
aos inversos dos números de falta ​__
8 5 2( 
​ 1 ​,  __
​ 1 ​  e __)
​ 1 ​  ,​ respectiva-
mente. Sendo k a constante de proporcionalidade, as par-
​  1  ​  __
__ ​  1  ​  __
​  1  ​  ​  1  ​ 
__
b1 b2 b3 bn ​ 1 ​ · k (Lucas), __
tes são, então, __ ​ 1 ​ · k (Raquel) e __ ​ 1 ​ · k (Elias).
8 5 2
Ou de outra forma: Daí:

a1b1 = a2b2 = a3b3 = ... = anbn = k


Nesse caso, a constante k também é chamada de fa-
tor ou coeficiente de proporcionalidade e indica o
produto entre os respectivos elementos das sequên-
cias inversamente proporcionais.
Em resumo, considerando as sequências (a1, a2, ..., an) e (b1,
b2, ..., bn), tem-se: Lucas, Raquel e Elias receberão R$ 60,00, R$ 96,00 e
Se elas são diretamente proporcionais, as razões entre os R$ 240,00, respectivamente.
respectivos elementos são iguais: Nota: Quem faltou mais recebe menos, pois as partes são in-
versamente proporcionais. Quanto mais falta, menos recebe.

5. Sequências proporcionais
a várias outras
Caso os números de uma sequência sejam proporcionais
aos respectivos números de várias outras sequências, eles
Se elas são inversamente proporcionais, os produtos entre
serão números proporcionais.
os respectivos elementos são iguais:
Aplicação do conteúdo
1. Usando a constante de proporcionalidade k, repre-
sente quantidades:
​ 3 ​ 
a. Diretamente proporcionais a 2, 5 e __
8
Se a 1.º quantidade é k vezes maior que o 1.º número (2),
a 2.º e a 3.º quantidades devem ser também k vezes 5 e k
​ 3 ​,  respectivamente. Assim:
vezes __
8

36
1.ª quantidade = 2 · k
2.ª quantidade = 5 · k
6. Grandezas diretamente
3.ª quantidade = __ ​ 3 ​ k proporcionais
8
b. Inversamente proporcionais a __ ​ 1 ​,  __
​ 1 ​ e 21 Veja na tabela seguinte as quantidades (Q) de picolés com-
3 6 prados a R$ 3,00 reais cada e os respectivos valores pagos:
As quantidades devem ser diretamente proporcionais a 3,
​ 1  ​ (inversos dos números dados), respectivamente.
6 e __ Valor(V) 3 6 15 24 18 36
21
Assim: Quantidade (Q) 1 2 5 8 6 12

1.ª quantidade = 3 · k Observe que as razões obtidas entre os respectivos ele-


mentos das sequências de valores (V) e de quantidade (Q)
2.ª quantidade = 6 · k
são iguais.
3.ª quantidade = ___ ​  1  ​ · k
21 ​  3 ​ = __
V  ​ = __
​ __ ​ 6 ​ = ___
​ 15 ​ = ... ___
​ 36  ​ ä __
​  V  ​= 3
Q 1 2 5 21 Q
c. Diretamente proporcionais a 2, __ ​ 3 ​ e 9 inversamente pro-
5
porcionais a __ ​ 3 ​,  6 e __
​ 1 ​.  Em geral, diz-se que duas grandezas, A e B, são diretamen-
2 8 te proporcionais quando uma aumenta e outra também
As quantidades devem ser diretamente proporcionais a​ aumenta na mesma proporção, ou seja, quando as razões
( 
2, __
5 ) ( 
​ 3 ​,  9  ​e ​__
3 6 )
​ 2 ​,  __ ( 
​ 1 ​ e 8  ​, os inversos __)
​  3 ​,  6, __
2 8
​ 1 ​  .​ obtidas entre os valores assumidos por uma das grandezas
e os respectivos valores assumidos pela outra forem iguais.
Desse modo, as quantidades serão proporcionais aos pro-
Em símbolos:
dutos 2 · __ ​ 3 ​ · __
​ 2 ​;  __ ​ 1 ​ e 9 · 8 A ​  = k,
3 5 6 A∝B à ​ __
Assim: B
Em que k é a constante de proporcionalidade.
1.ª quantidade = 2 · __ ​ 2 ​ · k = __
​ 4 ​ k
3 3
​ 3 ​ · __
2.ª quantidade = __
5 6
​ 1 ​ · k = ___
​  k  ​ 
10
Aplicação do conteúdo
3.ª quantidade = 9 · 8 · k = 72 k 1. As grandezas X e Y são diretamente proporcionais.
Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12. Assim, se Y = 15,
2. Rafaela, Augusto e Moacir têm 14,12 e 9 anos e tira- quanto vale X?
ram notas iguais a 7, 9 e 6, respectivamente, na prova de
Português. Se o pai deles repartir 92 reais em partes in-
Deve-se ter __ ​ X ​ = k, onde k é a constante. Assim:
versamente proporcionais às idades e diretamente pro- Y
porcionais às notas entre eles, quanto receberá cada um? X
I. __
​   ​ = k ä ___ ​  28 ​ = k ä k = __ ​ 7 ​ 
Y 12 3
Sendo k o coeficiente de proporcionalidade, as partes de-
vem ser: II. __ ​ 7 ​ ä ___
​ X ​ = __ ​  X  ​ = __
​ 7 ​ ä X = 35
Y 3 15 3
​ 1  ​ · 7 · k = __
§ Rafaela = ___ ​ k  ​ 2. Um trabalhador limpará dois terrenos circulares
14 2 cujos raios medem 5 e 15 metros. Se, para limpar o
§ Augusto = ___​  1  ​ · 9 · k = __​ 3k ​  primeiro terreno, esse trabalhador gastou 3 horas,
12 4 considerando os dois terrenos com igual dificuldade
1
__ 2k
__
§ Moacir = ​   ​ · 6 · k = ​   ​  de limpeza, ele poderá estimar quanto tempo levará
9 3 para limpar o segundo terreno?
Assim:
As grandezas “quantidade de horas” (T) e “área a limpar”
__ ​ 3k ​ + __
​  k ​ + __ ​ 2k ​ = 92 ä (A) são diretamente proporcionais (note: “quanto maior a
2 4 3
​ T  ​= k em
área, mais tempo se gasta para limpá-la”). Daí, __
ä 6k + 9k + 8k = 92 · 12 A
que k é a constante de proporcionalidade e A = p (raio)2.
​ 92 ·  ​
⇒ k = ______ 12  
ä k = 48
23 Assim, deve-se ter, considerando os dois terrenos:
Assim:
__ ​  3   ​  
​  T  ​ = _____ ​  x   ​ 
= ______ = k (constante), em que x é o tempo,
A p · 52 p · 152
​ 48 ​ = 24; __
​  k ​ = ___
__ ​ 3k ​ = _____
​ 3 ·  ​
48   ​ 2 ·  ​
​ 2k ​ = _____
= 36 e __ 48  
= 32 em horas, gasto na limpeza do segundo terreno.
2 2 4 4 3 3
Rafaela deve receber 24 reais; Augusto, 36 reais; e Moacir,
​ 3 · 15
2
Assim: x = _____ 2 ​ =
  27
32 reais. 5

37
7. Grandezas 8. Grandezas proporcionais a
inversamente proporcionais duas ou mais outras grandezas
Felipe quer dividir todos os seus 60 bombons entre seus
amigos em parte iguais. Observe na tabela a seguir os pos- Se uma grandeza A é proporcional às grandezas B e C, en-
síveis números de amigos (A) e as respectivas quantidades tão A é proporcional ao produto B · C, ou seja:
(B) de bombons recebidos por cada amigo. ​  A   ​ = k em que k é a constante
____
B·C
Número de
2 3 4 5 6 10 30 Essa propriedade se estende para mais de duas outras
amigos (A)
grandezas. Por exemplo:
Bombons
30 20 15 12 10 6 2 a. A grandeza X é proporcional às grandezas Y, Z e W. Então:
recebidos (B)

Perceba que os produtos obtidos entre os respectivos ele- ​  X   ​ 


_______ = constante
Y·Z·W
mentos das sequências “números de amigos” (A) e “nú-
mero de bombons recebidos” (B) são iguais: b. A grandeza M é diretamente proporcional às grandezas
A · B = 2 · 30 = 3 · 20 = ... = 30 · 2 ä A · B = 60 A e B e inversamente proporcional à grandeza C. Então:

Em geral, afirma-se que duas grandezas, A e B, são inversa- M · C ​ = constante


​ _____
mente proporcionais quando uma aumenta e a outra dimi- A·B
nui na razão inversa, ou seja, quando os produtos obtidos
c. A grandeza X é inversamente proporcional às grandezas
multiplicando-se cada valor assumido por uma das grande-
P, Q, R e diretamente proporcional à grandeza S. Então:
zas pelo respectivo valor assumido pela outra forem iguais.
X·P·Q·R
Em símbolos: ​ _________
 ​  = constante
S
1  ​à A · B = K
A a ​ ____
B
Em que k é a constante de proporcionalidade. Aplicação do conteúdo
Aplicação do conteúdo 1. Três grandezas, X, Y e Z, são tais que X é
diretamente proporcional a Y e inversamente propor-
cional a Z. Quando X vale ​ 2 __  ​, tem-se Y valendo ​ 3 __  ​e Z
1. Duas grandezas V e W são inversamente proporciona- 3 5
is. Quando V vale 18, tem-se W valendo 20. Assim, se W 9
__ 7
__ 1
__
valendo ​    ​. Assim, se Y vale ​    ​e z vale ​    ​ ​, qual o valor
5 8 4
vale ​  24
___ ​ , quanto vale V?
de X?
7
Deve-se ter V · W = k, em que k é a constante. Assim:
​ X · ​
Deve-se ter ____ Z  = K, em que k é a constante. Assim:
I. V · W = k ä 18 · 20 = k ä k = 360 Y

​ 360  ​
​ 24 ​ = 360 ä V =______
II. V · W = 360 ä V · ___ · 7  
ä V = 105 ​  2 ​ · __
__ ​ 9 ​ 
7 24 X·Z
____ 3 5
I.  ​  = K ä ​   ​  = K ä __
____ ​  6 ​ · __
​ 5 ​ = K ä K = 2
2. Se 20 operários, todos com a mesma capacidade de Y __3 5 3
​   ​ 
trabalho, realizam determinado serviço em 15 dias, 5
pode-se deduzir em quantos dias 24 desses operários
farão serviço idêntico. Para isso, note que as grandezas X · __ ​ 1 ​ 
X·Z
____ 4
“n.º de operários” (H) e “n.º dias” (D) são inversamente II.  ​  = 2 ä ​   ​  = 2 ä __
____ ​ X ​ = __
​ 7 ​ ä X = 7
Y __7 4 4
proporcionais (note: “quanto mais homens trabalhan- ​   ​ 
8
do, menos tempo eles gastam”). Daí, H · D = k, em que 2. Para construir uma barragem de 22 metros de com-
k é a constante. primento por 0,9 metro de largura, 20 operários gastam
Assim, para os dois serviços, deve-se ter: 11 dias, trabalhando 8 horas por dia. Em quanto tempo
8 operários, trabalhando 6 horas por dia, construirão
H · D= 20 · 15 = 24 · x = k (constante), em que x é o número uma barragem de 18 metros de comprimento, 0,3 me-
de dias para realizar o outro serviço. Assim: tro de largura e com o dobro da altura da primeira, se
a capacidade de trabalho do 2.º grupo é o dobro a do
​ 20 ·  ​
x = ______ 15  
= 12,5.
24 1.º grupo?

38
Tomando a grandeza “n.º de dias” (D) como referência (a § 3.º passo: à grandeza de referência é associada uma
grandeza cujo valor se quer descobrir), são diretamente seta com sentido para baixo (é só uma convenção,
proporcionais a ela: comprimento (C), largura (L), altura (A) poderia ser para cima).
(note: quanto maior é o C, L ou A, maior é o D). Já as gran-
§ 4.º passo: essa grandeza de referência é comparada iso-
dezas “n.º de operário” (P), “horas por dia de trabalho”
ladamente a cada uma das outras com o intuito de iden-
(H) e “capacidade” (E) são inversamente proporcionais a
tificar se há proporcionalidade direta (setas no mesmo
D (note: quanto maior é o P, H ou E, menor é o D). Con-
sentido) ou inversa (setas invertidas).
siderando a primeira barragem de altura 1, a segunda terá
altura 2,e considerando a capacidade de trabalho do 1.º § 5º passo: a razão da grandeza de referência isolada é
grupo 1, a do 2.º. grupo será 2. Daí: colocada no 1.º membro, e, no 2.º membro, é colocada
a outra razão ou o produto das outras grandezas, caso
​ D · P · H · ​
_________ E 
= K, em que k é a constante. haja mais de uma; é importante lembrar que, se houver
C · L ·A
proporcionalidade em relação à grandeza de referência,
11 · 20 · 8 · 1
I. ___________
22 · 0,9 · 1
 ​ 
 = K ä K = ___ ​ 800
​ 80  ​  ä K = ___  ​   é preciso inverter os elementos da respectiva coluna e es-
0,9 9 crever a razão inversa no membro da igualdade formada.

D ·P · H · E ___ Se o problema envolve apenas duas grandezas proporcio-


II. ________
C · L ·A
 ​ = ​ 800
  ​  D · 8 · 6 · 2 ​ 
 ​  ä _________   ​ 800
= ___  ​  ä nais, tem-se uma regra de três simples. Caso o problema
9 18 · 0,3 · 2 9
800 · 3 · 0,3 envolva mais de duas grandezas proporcionais, trata-se de
D = __________
​   ​   ä D = 10
  uma regra de três composta.
9·8
Nota: Os valores de uma mesma grandeza devem estar
numa mesma unidade.

9. Regra de três simples e


regra de três composta
Há uma regra prática que possibilita relacionar dois valores
de uma grandeza A com dois valores de outras grandezas
proporcionais à grandeza A.
Essa regra pode ser resumida da seguinte maneira:
multimídia: vídeo
§ 1.º passo: elabora-se uma tabela colocando ordena-
damente em cada coluna os valores de cada grandeza. Fonte: Youtube
Proporcionalidade e Funções Afins -
§ 2.º passo: escolhe-se uma grandeza para servir de Elon - 2001
referência, de preferência a que se quer saber o valor.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Razão, proporção e grandezas proporcionais possuem características interdisciplinares e, por esse motivo, são
temas recorrentes nos vestibulares. A proporcionalidade está relacionada com a estequiometria na disciplina de
Química, com a variação de grandezas no estudo do comportamento dos gases na disciplina de Física, e também
com a mudança de escalas da cartografia na disciplina de Geografia.

39
​ 24 ​ 
___
Aplicação do conteúdo 18
___ ___ ​ 18
Assim: ​  x ​ = ​  7  ​ ä ___ 24 ___
___ 1 18 · 7 · 5 ä
_______
20 x ​ = ​  7 ​ · ​ 20  ​ ä x = ​  6 ​ 
1. Para analisar a transpiração das plantas, os botâni-
cos precisam conhecer a área das suas folhas. Essa área ä x = 105
pode ser obtida pelo seguinte processo: coloca-se a fo- 4. Vinte operários, todos com a mesma capacidade de
lha da planta sobre uma cartolina e traça-se o seu con- trabalho, realizam determinado serviço em 15 dias. Us-
torno. Na mesma cartolina, desenha-se um quadrado ando regra de três, é possível deduzir em quantos dias
com 10 cm de lado, como mostram as figuras a seguir: 24 desses operários farão um serviço idêntico.

Observe:

n.º de operários Dias


20 15
24 x
Depois de serem recortadas, as duas figuras são pesadas
em uma balança de alta precisão, que indica uma massa (Note: quanto mais operários trabalham, menos dias
de 1,44 g para o quadrado da cartolina. Desse modo, us- são gastos.)
ando grandezas proporcionais, os botânicos podem deter- ​ 15
Daí: ___ 24
___ 15 · 5 ä x = 12,5
_____
x ​ = ​ 20  ​ ä x = ​  6 ​ 
minar a área das folhas. Supondo que o botânico obteve a
massa da figura da folha igual a 3,24 g, ele poderia usar a Assim, eles farão o serviço em 12,5 dias.
seguinte regra de três: 5. Três grandezas, X, Y e Z, são tais que X é diretamen-
te proporcional a Y e inversamente proporcional a Z.
Área (cm2) Massa (g) __  ​, tem-se Y valendo ​ 3 __  ​ e Z valendo ​ 9
Quando X vale ​ 2 __  ​.
100 1,44 3 5 5
x 3,24 7__ 1
__
Assim, se Y vale ​    ​e Z vale ​    ​, qual o valor de X?
8 4
1,44 Usando regra de três, temos:
​ 100
Daí: ___ ____
​   ​ é 1,44x = 324 ä x = 225
x ​  = 3,24
Assim, a área da folha é 255 cm2. Grandeza X Grandeza Y Grandeza Z

2. As grandezas X e Y são diretamente proporcionais. ​  2__  ​ ​  3__  ​ ​  9__  ​


3 5 5
Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12. Assim, se Y vale 7__ 1
__
a ​    ​ ​    ​
15, quanto vale X? 8 4

Usando a regra de três, tem-se: Assim:


​  2 ​  __
__ ​  3 ​  __ ​ 1 ​ 
Grandeza X Grandeza Y 3​   ​ = __
__ 5​   ​  · __ ​ 3 ​ · __
​  2  ​ = __
4​   ​  ä __ ​ 8 ​ · __ ​ 5 ​ ä __
​ 1 ​ · __ ​ 6 ​ · 7 ä a = 7
​  2  ​ = __
a __7 __9 3a 5 7 4 9 3a 9
28 12 ​   ​  ​   ​ 
8 5
a 15
6. Para construir uma barragem de 22 metros de com-
primento por 0,9 metros de largura, 20 operários gas-
​ 28
Assim: ___ ___
a ​ = 15 ​ 15 ·  ​
​ 12 ​  ä a = ______ 28  
ä a = 35 tam 11 dias, trabalhando 8 horas por dia. Em quanto
12
tempo 8 operários, trabalhando 6 horas por dia, cons-
3. Duas grandezas, V e W, são inversamente proporcio- truirão uma barragem de 18 metros de comprimento,
nais. Quando V vale 18, tem-se W valendo 20. Assim, 0,3 metro de largura e com o dobro da altura da primei-
ra, se a capacidade de trabalho do 2.º grupo é o dobro
se W vale ​ 24
___ ​ , quanto vale V?
7 da do 1.º grupo. Observe:
Usando regra de três, tem-se:
Comprimento Largura Operários Dias Horas Altura Capacidade
por
dia
Grandeza V Grandeza W
22 0,9 20 11 8 1 1
18 20 18 0,3 08 x 6 2 2

x ​  24
___ ​ 
7
0,9 ___ 8 __ 6 __
​ 11
Daí: ___ 22 ___
___ 1 __ 2
x ​ = ​ 18  ​ · ​ 0,3  ​ · ​ 20  ​ · ​ 8 ​ · ​ 2 ​ · ​ 1 ​ 
Note que a grandeza W é inversamente proporcional à Resolvendo a proporção, obtém-se x = 10. Assim, eles
grandeza V; logo, a razão no cálculo é invertida. construirão em 10 dias.

40
7. Três irmãs – Jasmim, Flora e Gardênia – reservaram 9. Duas grandezas positivas x e y são inversamente pro-
para as compras de Natal as quantias de 600 reais, 360 porcionais se existir uma correspondência bijetiva entre
reais e 120 dólares, respectivamente. Antes de sair às os valores de x e os valores de y e um número constante
compras, as três fizeram o seguinte acordo: o total de positivo k tal que, se o valor y for o correspondente do
reais reservados por Jasmim e Flora seria igualmente valor x então y · x = k. Nessas condições, se o valor y =
dividido entre as três, enquanto os dólares reservados 6 é correspondente ao valor x = 25, então o valor y que
por Gardênia seriam totalmente repassados a Jasmim corresponde ao valor x = 15 é:
e Flora em partes proporcionais às quantias que cada a) 8
uma delas tinha inicialmente.
b) 10
Considerando que o acordo foi cumprido, quantos dóla- c) 12
res Jasmim recebeu a mais que Flora? d) 14

Resolução: Resolução:
Equacionando as informações dadas no enunciado,
tem-se:
O enunciado descreve uma função y . x = k, sendo k uma
constante. Ou seja: y = _​ xk ​,  o que confere com a informação
do enunciado de que x e y são inversamente proporcionais.
​ Jasmin
_____ = ____
 ​  
  ​  Jasmin + ​
​ Flora ​  ä___________
   Flora  ​ 120 ​  = __
= ___ ​  Jasmin
​ 1 ​ ä ___________
 ​   ​ 1 ​ 
= __

600 360 960 960 8 600 8 Ainda de acordo com o informado, quando y = 6, x é igual
ä Jasmin = 75 dólares a 25, logo:
y = _​ xk ​ ⇒ 6 = ___​  k ​   ⇒ k = 150
​ Flora ​  = __
____ ​ 1 ​ ä Flora = 45 dólares 25
360 8
Jasmin recebeu (75 – 45), ou seja, 30 dólares a mais Portanto, a função descrita será: y = ___ ​ 150
x  ​.  Logo, quando x =
que Flora. 15, y terá valor igual a 10.

8. Já que, em determinadas situações, e também para al- Alternativa B


gumas pessoas, “tempo é dinheiro”, uma ação na Bolsa
de Valores apresentou a seguinte evolução: nos primeiros
30 minutos do pregão, o preço de compra da ação pas-
sou de R$ 12,00 para R$ 12,75. Um investidor comprou
1.000 dessas ações ao preço de R$ 12,00 no início do
pregão e vendeu todas elas após 18 minutos. Supondo
que a variação desse preço tenha ocorrido igualmente
distribuída nos 30 minutos iniciais do pregão, o lucro bru-
to alcançado por esse investidor, em 18 minutos, foi de:
a) R$ 450,00
b) R$ 325,00
c) R$ 750,00
d) R$ 900,00
e) R$ 250,00

Resolução:
Se as ações aumentaram de R$ 12,00 para R$ 12,75 em
30 minutos, então pode-se dizer que a variação foi de 0,75
em 30 minutos. Assim, pode-se escrever:
0,75 —— 30min
x —— 18 min
x = 0,45
Ou seja, aos 18 minutos, as ações compradas por R$ 12,00
já valiam R$ 12,45 cada uma. Se o investimento inicial foi
de R$ 12.000,00 (1000 x R$ 12,00) e após 18 minutos
elas foram todas vendidas por um total de R$ 12.450,00
(1000 x R$12,45) o lucro bruto foi de R$ 450,00.
Alternativa A

41
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO

É O QUOCIENTE ENTRE DUAS GRANDEZAS

EX.: O ARTILHEIRO FEZ 45 GOLS EM 9 JOGOS HÁ UMA RAZÃO DE 5 GOLS POR JOGO
A
RAZÃO ENTRE A E B:
B

PROPORÇÃO

IGUALDADE ENTRE DUAS RAZÕES

a1 a QUANDO UMA GRANDEZA AUMENTA


PROPORÇÃO DIRETA: = 2 = K
b1 b2 A OUTRA TAMBÉM AUMENTA

a1 a QUANDO UMA GRANDEZA AUMENTA


= 2 = K
PROPORÇÃO INVERSA: 1 1 A OUTRA DIMINUI
b1 b2

42
AULAS Teorema fundamental da
11 e 12 aritmética, M.M.C e M.D.C

Competências: 1e5 Habilidades: 3, 4, 5 e 21

A aritmética é o ramo da matemática que estuda os nú- § 2 é o único número primo par;
meros e as operações que podem ser realizadas entre eles.
§ existem infinitos números primos.
Trata-se de um ramo diferente da álgebra, por exemplo,
que lida com equações e polinômios.
2. Teorema fundamental
1. Números primos da aritmética
Há muito tempo os números primos são conhecidos e es- O teorema fundamental da aritmética afirma que todo in-
tudados. O matemático Euclides, em seu livro Elementos teiro positivo maior do que 1 pode ser expresso como
(300 a.C.), já discutia a importância dos números primos, um produto de potências de números primos, descon-
apesar de a matemática grega da época se fundamentar
siderando a ordem dos fatores de maneira única.
inteiramente na geometria. Diversos matemáticos impor-
tantes estudaram os números primos e suas propriedades, Observe alguns exemplos:
como Erastótenes, na Grécia, por volta de 230 a.C., Marin 6=2∙3
Mersenne e Pierre de Fermat, na França no século XVII, e 12 = 22 · 3
Leonhard Euler, na Suíça no séc. XVIII.
30 = 2 · 3 · 5
No mundo atual, os números primos possuem aplicações 150 = 2 · 3 · 52
na área de criptografia.
Note que, se o número 1 fosse considerado primo, o teore-
Muitos problemas chegaram ao século XXI sem solução, ma fundamental da aritmética não seria verdadeiro, pois a
como a prova da Conjectura de Goldbach, que afirma que fatoração não seria única como diz o teorema:
todo número inteiro par maior do que 2 pode ser escrito
como uma soma de dois números primos: 6=1∙2∙3
ou
4=2+2
6 = 12 · 2 ∙ 3
6=3+3
Todo número não primo diferente de 0 e 1 é considerado um
8=5+3
número composto, pois ele é composto de fatores primos.
10 = 7 + 3
... 2.1. Decomposição em fatores primos
600 = 269 + 331
É possível decompor um número composto em seus fato-
res primos utilizando a seguinte técnica:
1.1. Definição
§ Escreve-se o número que se deseja decompor e é traça-
Um número natural é definido como primo caso ele pos- da uma reta vertical:
sua somente dois divisores positivos: 1 e ele próprio. Todo
número natural não primo é denominado composto. Os 60
primeiros 12 números primos são:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, ...

Observe que:
§ 1 não é considerado um número primo;

43
§ Divide-se o número pelo seu divisor primo; o quociente Decompor um número como um produto de fatores pode
é escrito abaixo do número. Para 60, seu primeiro divi- ser útil em alguns casos. Caso se queira, por exemplo, sim-
sor primo é 2: plificar a seguinte expressão:
____
60 2 √
​​  294 ​
_____ __ ​  


​√6 ​ 
30
Como já foi visto no exemplo anterior, 294 = 2 · 3 · 7²,
logo:
____ _______ ____ __ __
​√294 ​
__ ​ 
√ √ √ 7​√__ 
​ _____ ​ ​ 2 ∙ 3__ ​
 = ________
  ∙ 72 ​  ​ ​ 2 ∙ 3 ​__ ∙ ​
= _________

  ​ 72 ​  
= ​ ____
  6 ​ ​ = 7
​√ 
6 ​ ​√6 ​  ​√6 ​  ​√6 ​ 

§ O processo se repete até que o número a ser dividido


seja 1: 2.2. Divisibilidade
60 2 Ao utilizar os números em sua forma fatorada em função
de seus fatores primos, pode-se verificar se um número a é
30 2
divisível por outro número b. Considere a = 23 · 32 = 72 e
15 3 b = 22 · 32 = 36. Ao observar as formas fatoradas de a e b,
5 5 é possível afirmar que a é divisível por b, pois:
1
​ 22 · 32 ​  
​ __a  ​ = _____  ​ __a  ​= 2
3 2 simplificando

b 2 ·3 b

Assim, a decomposição do número 60 em fatores primos é: Como __​ a ​ = 2 é um número inteiro, a é divisível por b.
b
60 = 2 · 2 · 3 · 5 = 22 · 3 · 5
Observe alguns exemplos: Exemplos:

72 2 1. Dados x = a3 · b5 · k e y = a4 · b7 · c2, com a, b e c naturais,


qual deve ser o menor valor de k para que x seja divisível
36 2
por y?
18 2
9 3 Para x ser divisível por y, _​ yx ​ deve ser um número inteiro:
3 3
a3 · b5 · k 
_​ x ​ = ________ simplificando
 ​ _xy ​ = ________
​  1 k2  2 ​ 
1 y a4 · b7 · c2 ​  
​ 
a ·b ·c
72 = 23 · 32
Para “cancelar” todos os termos do denominador, segue
294 2
que k deve ser, no mínimo:
147 3
k= a1 ∙ b2 ∙ c2
49 7
7 7 Observe:
​  1 k2  2 ​ 
​ _xy ​  = ________ ​  a 1 ∙ b 2 ∙ c 2 
1 2 2
1 = ________  ​ 
=1[Z
a ∙b ∙c a ∙b ∙c

294 = 2 · 3 · 72 2. Quanto deve ser o valor de x em 12x para que este seja um
cubo perfeito?

165 3 Ocorre que 12 = 2² ∙ 3. Fazendo K = 12x, tem-se:


55 5
K = 2² ∙ 3 ∙ x
11 11
Para que K seja um cubo perfeito, deve-se ter:
1
x = 2¹ ∙ 3², pois, assim, tem-se:
K = 2² ∙ 3 ∙ 2¹ ∙ 3² = 2³ ∙ 3³ = 6³
165 = 3 · 5 · 11 Como 6³ é um cubo perfeito, então x = 2¹ ∙ 3².

44
2.3. Número de divisores O fator 23 pode estar presente como 20, 2¹, 2² ou 2³, isto
é, de 4 maneiras.
de um número natural
O fator 3² pode estar presente como 30, 3¹ ou 3², isto é, de
Sejam dois números a, b inteiros. Diz-se que b é divisor de 3 maneiras.
a se existe k também inteiro, tal que:
O fator 5¹ pode estar presente como 50 ou 5¹, isto é, de
b·k=a 2 maneiras.
Observe que o número de maneiras que um fator pode
Ou seja, k = __​ a ​,  em que k deve ser inteiro. Em outras pa-
b estar presente no divisor é uma unidade a mais do que a
lavras, b é divisor de a caso a divisão de a por b resul- potência. Cada um dos fatores pode estar presente de 4,
te em um número inteiro com resto nulo. Por exemplo, 3 e 2 maneiras:
ao escrever o conjunto dos divisores positivos de 12, deno- ___ · ___ · ___
tado por D+ (12):
D+ (12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
20, 21, 22 ou 23 30, 31 ou 32 50 ou 51
​ 12 ​ é inteiro.
1 é divisor de 12, pois ___
1 O número total de divisores Pelo Princípio Fundamental da
12 ​ é inteiro.
6 é divisor de 12, pois ​ ___
6 Contagem é:
12
___
5 não é divisor de 12, pois ​   ​ não é inteiro.
5  4  ·  3  ·  2  = 24 divisores
De modo geral, é possível afirmar que:
A quantidade de divisores positivos que um número pos-
sui pode ser calculada por meio das potências dos fatores O número de divisores inteiros positivos de um número é
primos em sua fatoração. Considere o número 360 e sua igual ao produto dos expoentes dos fatores primos aumen-
decomposição em potências de fatores primos: tados em uma unidade. Isto é, se um número N decomposto
em potências de números primos resulta em N = ax · by · cz,
360 = 23 · 32 · 51
o número de divisores inteiros positivos que N possui
Para um número ser divisor de 360, ele deve ser composto n[D+ (N)] é igual a:
por potências dos fatores primos de 360. Ao se pensar em
frações, é possível verificar esse fato facilmente. Observe se n[D+ (N)] = (x + 1)(y + 1)(z + 1)
12 é divisor de 360:
Exemplo:
360 ​  
​ ___
decompondo 23 · 32 · ​
 ​ ________ 5 
  ​  2 · 3 ​
1
= _______
1
· 5 
 = 30
12 2 ·3
2 1 § Quantos divisores naturais possui o número 432?
Veja que não restaram fatores no denominador, portanto, Fatorando 432, tem-se:
o número é inteiro. Agora, observe se 50 é divisor de 360: 432 = 24 · 33

23 · 32 · 5 ​1  Assim, como os expoentes dos seus fatores primos são 4


360 ​   ​ 2 ·  ​
32  ​  36 ​ 
2
​ ___  ​ ________ = _____  = ___
decompondo
  e 3, resulta que o número de divisores naturais é dado por
50 2 ·5
1 2 5 5
(4 + 1)(3 + 1) = 5 · 4 = 20
Depois das simplificações, não foi possível reduzir o de-
nominador a 1, “sobrando” o fator 5. Assim, 50 não é 2.4. Critérios de divisibilidade
divisor de 360.
§ Divisibilidade por 2: um número é divisível por 2 quan-
Todos os divisores de 360 devem ser, portanto, compostos do ele é par.
por fatores de 360:
§ Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 quan-
2³ · 3² · 5¹ = 360 do a soma dos seus algarismos for divisível por 3.
2² · 3² · 5¹ = 180 Exemplo: 51.204 é divisível por 3, porque
2¹ · 3² · 5¹ = 90 5 + 1 + 2 + 0 + 4 = 12, e 12 é divisível por 3.
20 · 3² · 5¹ = 45 § Divisibilidade por 4: um número é divisível por 4
.... quando termina em 00 ou quando o número formado
2 · 3 · 50 = 1
0 0 pelos dois últimos algarismos da direita for divisível
por 4.

45
Exemplo: 37.528 é divisível por 4, pois seus últimos Nos exemplos anteriores, 6 é o M.D.C. de 12 e 18, uma vez
dois algarismos, 28, formam um número divisível que 2 e 3 são primos entre si. Ou seja, 6 é o maior inteiro
por 4. positivo que divide exatamente 12 e 18. Em símbolos: mdc
§ Divisibilidade por 5: um número é divisível por 5 quan- (12, 18) = 6.
do o último algarismo (das unidades) é 0 ou 5. Por sua vez, 7 não é o maior divisor comum de 42 e 70,
Exemplo: 90 é divisível por 5, pois termina em 0. pois 6 e 10 apresentam fator comum absoluto diferente
de 1. Ou seja, existe um número maior que 7 que divide
§ Divisibilidade por 6: um número é divisível por 6 quan- exatamente 42 e 70. Observe:
do é divisível por 2 e por 3.
42 = 7 · 6 = (7 · 2) · 3
Exemplo: 738 é divisível por 6, pois é divisível por 2 70 = 7 · 10 = (7 · 2) · 5
(pois é par) e é divisível por 3 (pois 7 + 3 + 8 = 18).
Assim, 7 · 2 = 14 é o M.D.C. de 42 e 70, pois 3 e 5 são pri-
§ Divisibilidade por 7: um número é divisível por 7 quan- mos entre si. Isso indica que 14 é o maior inteiro positivo que
do a diferença entre o dobro do último algarismo e o divide exatamente 42 e 70. Em símbolos: mdc (42, 70) = 14.
número formado pelos algarismos restantes for divisí-
vel por 7. Analisando os números 630 e 280, por exemplo, nota-se
facilmente que 10 é divisor comum. Será 10 o M.D.C. de
Exemplo: 378 é divisível por 7, pois
630 e 280? Observe:
37 – 2 · 8 = 37 – 16 = 21, e 21 é divisível por 7.
630 = 10 · 63
§ Divisibilidade por 8: um número é divisível por 8 quan-
280 = 10 · 28
do termina em 000 ou quando o número formado pe-
los três últimos algarismos da direita for divisível por 8. Nota-se que 10 é divisor comum de 630 e 280, mas não é
o maior. Existe outro divisor (fator) comum maior, uma vez
Exemplo: 61.112 é divisível por 8, pois 112 é divisível
que 63 = 7 · 9 e 28 = 7 · 4 não são primos entre si. Assim,
por 8.
o maior divisor (fator) comum é 10 · 7 = 70. Veja:
§ Divisibilidade por 9: um número é divisível por 9 quan-
630 = 10 · 63 = (10 · 7) · 9
do a soma dos seus algarismos formarem um número
280 = 10 · 28 = (10 · 7) · 4
divisível por 9.
Exemplo: 3.726 é divisível por 9, pois ⇒ 10 ∙ 7 = 70 é o M.D.C. de 630 e 280, pois 9 e 4 são
3 + 7 + 2 + 6 = 18, e 18 é divisível por 9. primos entre si.

§ Divisibilidade por 10: um número é divisível por 10


quando seu último algarismo for 0. Lembre-se!
O M.D.C. de dois números primos entre si é igual a 1.
3. Máximo divisor
comum (M.D.C.)
Dados dois números inteiros positivos, A = d ∙ k e B = d ∙ q,
em que k e q são números inteiros, diz-se que o inteiro d é
um divisor (fator) comum de A e B.

Exemplos:
12 = 6 · 2
1. ⇒ 6 é divisor comum de 12 e 18
18 = 6 · 3
42 = 7 · 6
2.
70 = 7 · 10
⇒ 7 é divisor comum de 42 e 70 multimídia: sites
Caso ocorra A = d · k e B = d ∙ q, em que k e q são núme- pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-
ros inteiros primos entre si, isto é, k e q não apresentam -algebra-factors-multiples/pre-algebra-greatest-
divisores (fatores) comuns, exceto a unidade, diz-se que o -common-divisor/e/gcf-and-lcm-word-problems
inteiro positivo d é o máximo divisor comum (M.D.C.) de
A e B.

46
4. Mínimo múltiplo 4q
3 · k = 4 · q ⇒ k = ___
​   ​ 
3

comum (M.M.C.) (3 e 4 são primos entre si, k é intei-


ro positivo e q é múltiplo de 3)
Todo número de forma A = 6 · k, em que k [ Z, é múltiplo
de 6; e todo inteiro B = 8 · q, na qual q [ Z, é múltiplo de Assim, o menor valor para q é 3, o que resulta:
8. Trata-se, portanto, dos conjuntos dos múltiplos de 6 e de q = 3, k = 4 e 6 · k = 8 · q = 24
8, respectivamente:
M(6) = {0, ± 6 · 1, ± 6 · 2, ± 6 · 3, ± 6 · 4, ± 6 · 5, ...} 4.1. Resumindo
M(8) = {0, ± 8 · 1, ± 8 · 2, ± 8 · 3, ± 8 · 4, ± 8 · 5, ...}
Dados dois inteiros a e b, não nulos, seu mínimo múltiplo
Observe que o menor múltiplo comum positivo de 6 e 8 é comum, indicado por m.m.c. (a, b), é o menor elemento
6 ∙ 4 = 8 · 3 = 24, ou seja, 24 é o menor inteiro positivo positivo do conjunto M(a) > M(b).
que pode ser dividido exatamente (é divisível e múltiplo)
por 6 e 8. Em símbolos, m.m.c. (6, 8) = 24. Exemplo:
De maneira geral, dados números inteiros a e b, o 1. Para os inteiros 10 e 12, temos:
menor múltiplo comum de a e b é o menor inteiro M(10) = {..., –30, –20, –10, 0, 10, 20, 30, 40, 50,
positivo a · k = b · q, em que k e q são inteiros positivos. 60, ...}
Assim, obter o m.m.c. de 6 e 8 equivale a encontrar o menor
produto inteiro positivo 6 · k = 8 · q. Para isso, é preciso M(12) = {..., –24, –12, 0, 12, 24, 36, 48, 60, ...}
encontrar os menores inteiros positivos k e q na igualdade M(10) > M(12) = {..., –60, 0, 60, ...} é conjunto dos
anterior. Observe: múltiplos comuns de 10 e 12. O menor elemento posi-
6·k=8·q tivo de M(10) > M(12) é 60.
(cancelando os fatores comuns de 6 e 8) Então, m.m.c. (10, 12) = 60

VIVENCIANDO

Os cálculos de M.M.C. e M.D.C. estão ligados aos múltiplos e aos divisores de um número, e é muito comum a sua
utilização nas resoluções de problemas. Imagine a seguinte situação: um médico, ao prescrever uma receita, deter-
mina que três medicamentos sejam ingeridos pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A,
de 3 em 3 horas; remédio B, de 4 em 4 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três remédios
às 9 horas da manhã, qual será o próximo horário que os mesmos serão ingeridos juntos?
Calculando o M.M.C. dos números 3, 4 e 6, temos:

3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1

mmc (3, 4, 6) = 2 ∙ 2 ∙ 3 = 12
Então, de 12 em 12 horas, os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será às
21 horas.

47
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Já imaginou o quão cansativo seria, se para saber se um número é ou não divisível por outro, fosse necessário efetuar
a divisão e verificar se o resto é nulo? Diante desse fato, os critérios de divisibilidade auxiliam a determinar quais
números são divisores de um determinado número, com isso, podemos efetuar cálculos numéricos, presentes tam-
bém na Física e na Química, sem a necessidade de efetuar longos processos de divisão, otimizando, assim, o tempo
para a resolução de um problema.

5. Técnicas para o cálculo e Raimundo estão treinando para uma maratona e cada
um deles der voltas em pistas circulares de 4.200 m, 720
do M.D.C. e do M.M.C. m e 600 m, respectivamente, os três terão dado um nú-
mero inteiro de voltas e percorrido a mesma distância
O M.D.C. e o M.M.C. de dois ou mais números podem ser quando cada um tiver percorrido, no mínimo, 25.200
obtidos a partir da decomposição dos números em seus 25200 ​ 
m. Nesse caso, eles terão dado ​ _____ ​ 25200
= 6, _____  ​ 
= 35

fatores primos. 4200 720
​ 25200
e _____  ​ 
= 42 voltas, respectivamente.

Decompondo-os isoladamente em fatores primos distintos, 600
o M.D.C. desses números é o produto dos fatores primos Outro modo de se obter o M.D.C. e o M.M.C. é fatorando
comuns, tomados com seus menores expoentes. simultaneamente esses números. Nesse caso, o M.D.C. é o
Por sua vez, o M.M.C. desses números é o produto dos produto apenas dos fatores comuns, enquanto o M.M.C. é
fatores primos comuns e não comuns, tomados com os o produto de todos os fatores obtidos. Observe:
seus maiores expoentes. Observe, por exemplo, as formas
fatoradas dos números 4.200, 720 e 600: 4.200 720 600 2
4200 = 2 · 3 · 5 · 7
3 1 2 1 2.100 360 300 2
1.050 180 150 2
720 = 24 · 32 · 51
525 90 75 2
600 = 23 · 31 · 52 525 45 75 3 mdc = 23 · 3 · 5 = 120
Com base nessas fatorações, tem-se: 175 15 25 3
175 5 25 5
§ M.D.C. (4.200, 720, 600) = 23 · 31 · 51 = 120 (pro-
35 1 5 5
duto dos fatores primos comuns, tomados com seus 7
7 1 1
menores expoentes). 1 1 1 24 · 32 · 52 · 7 = 25.200 = mmc
§ M.M.C. (4.200, 720, 600) =
Note que os fatores primos circulados dividiram todos os
24 · 32 · 52 · 71 = 25.200 (produto dos fatores primos
números das respectivas linhas (são os fatores comuns). O
comuns e não comuns elevados ao maior expoente).
produto deles é o M.D.C. dos números 4.200, 720 e 600.
Assim, 120 é o maior número inteiro positivo que divide
exatamente 4.200, 720 e 600. Isso significa que, caso haja
4.200 kg de arroz, 720 latas de leite e 600 kg de café para
montar cestas básicas, de modo que cada cesta contenha Lembre-se!
as mesmas quantidades inteiras de kg de arroz, latas de
leite e kg de café, é possível montar 120 cestas básicas, Dados dois números inteiros positivos a e b, vale a
beneficiando 120 famílias. seguinte relação entre o M.D.C. e o M.M.C.:
Por outro lado, 25.200 é o menor inteiro positivo que
pode ser dividido exatamente (é divisível, é múltiplo) por a · b = mdc (a, b) · mmc (a, b)
4.200, 720 e 600. Isso significa que, se Antonio, Francisco

48
5.1. M.M.C. e M.D.C. de Para realizar a soma, é necessário reduzir as parcelas a um
mesmo denominador comum. Isso se faz encontrando o
expressões algébricas M.M.C. entre os denominadores:
Da mesma forma que são utilizados os fatores de dois nú-
m.m.c. (c²a² – c²b², (a – b)³) = ?
meros para calcular o M.M.C ou o M.D.C. entre eles, é possí-
vel expandir esse conceito para expressões algébricas. Assim Fatorando c²a² – c²b², tem-se:
como é feito com números, deve-se fatorar as expressões em
fatores primos. Observe uma rápida revisão dos métodos:: c²(a² – b²) (fator comum em evidência)

§ M.M.C.: c²(a – b)(a + b) (diferença de quadrados)

Depois de fatorar os números em função de potências Agora, o M.M.C. entre c²(a – b)(a + b) e (a – b)³ é o
de seus fatores primos, o M.M.C. é o produto dos fa- produto dos fatores comuns e não comuns de maior
tores primos comuns e não comuns, tomados com os expoente:
seus maiores expoentes.
mmc (c²a² – c²b², (a – b)³) = c²(a – b)³(a + b)
§ M.D.C.:
Decompondo os números isoladamente, em fatores Agora que o denominador comum é conhecido, deve-se
primos distintos, o M.D.C. desses números é o produto proceder da mesma maneira aplicada para somar frações
dos fatores primos comuns, tomados com seus meno- numéricas: o denominador de cada fração é dividido pelo
res expoentes. denominador comum encontrado; por fim, o quociente é
multiplicado pelo respectivo numerador:
Observe um exemplo:
§ Encontre o mínimo múltiplo comum e o máximo divisor ​  2 2 a 2 2 ​ 
________ ​  b   ​ 
+ ______ =
c a – c b (a – b)3
comum das expressões algébricas a seguir:
   a 
= ​ ____________ ​  b   ​ 
 ​ + ______ =
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ c2(a – b)(a + b) (a – b)3
(a – b)2a + c2(a + b)b
Note que as expressões já estão em sua forma fatorada. = ​ _________________
       ​
c2(a – b)3(a + b)
5.1.1. M.M.C. Aplicação do conteúdo
São escolhidos os fatores comuns e não comuns de
1. Antônio e Bruno são dois trabalhadores que tiram um
maior expoente:
dia de folga a cada 8 dias e a cada 12 dias, respectiva-
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ mente. Sabendo que no dia 1.° de janeiro eles tiraram
o dia de folga juntos, qual a última vez no ano que vão
tirar folga juntos novamente?

x²y³ (z + 1)³ Calculando o mínimo múltiplo comum, tem-se: mmc


(8,12) = 24.
Assim, o M.M.C. entre x²y³(z + 1) e x (z + 1)³ é: x²y³ (z + 1)³.
Assim, a cada 24 dias, os dois trabalhadores tiram folga
5.1.2. M.D.C. juntos, ou seja, após 24, 48, 72, 96, ... dias. Para calcular
o último dia do ano, dividi-se a quantidade de dias no ano
Tomamos os fatores comuns e de menor expoente:
por 24, e, em seguida, analisa-se o resto da divisão:
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ 365 24
5 15
Logo, há cinco dias a mais após o último dia de folga simul-
x(z + 1)
tâneo. Assim, como o último dia do ano é 31/12, cinco dias
Assim, o M.D.C. entre x²y³(z+1) e x (z+1)³ é: x(z + 1). antes temos: 26/12.
2. Em uma fábrica de papel há duas bobinas, uma con-
Em alguns casos, é preciso fatorar o polinômio para en- tendo 120 m de papel e outra contendo 160 m de papel.
contrar o M.M.C. ou o M.D.C.. Observe: Se desejamos cortar o papel em pedaços de tamanhos
iguais, qual deve ser o maior tamanho que eles devem
​  a   ​ 
§ A expressão ________ ​  b   
+ ______  ​é reduzida a uma ser cortados de modo a não haver sobra? Quantos pe-
c2a2 – c2b2 (a – b)3
única fração. daços podem ser cortados desta forma?

49
Queremos um divisor comum entre 120 e 160 que seja o Para calcular a quantidade de pedaços, dividimos o compri-
maior possível, logo, calculamos o máximo divisor comum mento total de papel por 40 m:
entre os números: mdc (120,160) = 40.
  120m + 160m
​ __________
 ​   ​ 280m ​  
= _____ =7

Assim, cada pedaço cortado terá 40 m. 40m 40m

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.

A habilidade 3 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir de conhecimentos de aritmética.

Modelo
(Enem) O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano serão distribuídos 400
ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão noturna de um mesmo filme. Várias escolas
podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há alguns critérios para a distribuição dos ingressos:
1) cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2) todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3) não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).

O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios estabelecidos, é:
a) 2.
b) 4.
c) 9.
d) 40.
e) 80.

Análise expositiva - Habilidade 3: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano
C e utilizar seus conhecimentos sobre aritmética que envolvam múltiplos e divisores para a sua resolução.
O número mínimo de escolas beneficiadas ocorre quando cada escola recebe o maior número possível de ingressos.
Logo, sendo o número máximo de ingressos igual ao máximo divisor comum de 400 = 24 · 5² e 320 = 26 · 5, temos
mdc(400, 320) = 24 · 5 = 80.
Assim, como 400 = 5 · 80 e 320 = 4 · 80, segue 5 + 4 = 9
Alternativa C

50
DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS PRIMOS M.M.C.


MÍNIMO
MULTIPLO COMUM

DECOMPOSIÇÃO
EX: 20 2 EX: 10,15 2
10 2 5, 15 3
5 5 5, 5 5
ARITMÉTICA
22 · 5 1, 1 2 · 3 · 5 = 30

M.M.C. (10,15) = 30

M.D.C.
DIVISORES MÁXIMO
DIVISOR COMUM

EX: 10,15 2
5, 15 3
5, 5 5
1, 1

M.D.C. (10,15) = 5

51
AULAS Porcentagem
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 21, 23, e 25

1. Porcentagem § 200%: o dobro

A porcentagem é uma forma utilizada para indicar uma ​  1  ​ ou 0,1


§ 10%: ___
10
fração de denominador 100 ou qualquer representação
equivalente a ela. 1.1. Porcentagem de uma quantia
Considere uma mercadoria que custa R$ 450,00 e está
Exemplos:
sendo vendida com desconto de 8%. Observe como cal-
cular de quanto é o desconto e por quanto ela está sendo
​  50  ​  ou __
§ 50% é o mesmo que ___ ​ 1 ​ ou 0,50 ou 0,5 (metade); vendida.
100 2

§ 75% é o mesmo que ___


100 4
​ 3 ​ ou 0,75;
​ 75  ​  ou __
Deve-se calcular 8% ​___ ( 
100 25 )
​  8   ​  = ___
​  2  ​   ​de 450, ou seja:

​  2  ​ de 450 = ___


___ ​  2  ​ · 450 = 36
25 25
​  9   ​ ou 0,09;
§ 9% é o mesmo que ___
100 450 – 36 = 414
​  40  ​ ou 40%;
§ 0,4 é o mesmo que 0,40 ou ___ Assim, o desconto é de R$ 36,00, e a mercadoria está sen-
100
do vendida por R$ 414,00.
§ 6/40 é o mesmo que ___ ​  15  ​ ou 15%;
​  3  ​ ou ___ Na sentença 8% de R$ 450,00 = R$ 36,00, tem-se:
20 100
8%: porcentagem
​ 8  ​ ou ___
§ 8 pessoas em grupo de 10 correspondem a ___ ​  80  ​  
10 100 R$ 450,00: total
ou 80% do grupo;
R$ 36,00: valor correspondente a 8%

§ Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00 equiv- De modo geral, as situações com porcentagem são resol-
vidas usando-se os três problemas exemplificados a seguir.
ale a ___ ​  7   ​ ou 7% do total.
​ 21  ​  ou ___ Cada um deles pode ser resolvido de diversas maneiras.
300 100
Busque compreender cada uma das situações.
Algumas porcentagens usadas com maior frequência de-
vem ter seus valores bem conhecidos. Observe e procure § Qual o valor de 45% de 60?
justificar cada uma delas: 45% de 60 = x

§ 100%: (total) Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa:


45% = ___ ​ 45  ​  = ___
​  9  ​ 
100 20
​ 1 ​ ou 0,2
§ 20%: __ ​  9  ​ · 60 = x ä x = 27
___
5 20
​ 1 ​ ou 0,25 (quarta parte)
§ 25%: __ Método 2: utilizando a forma decimal da taxa:
4 45% = 0,45
​ 3 ​ ou 0,75
§ 75%: __ 0,45 · 60 = x ä x = 27
4
Método 3: utilizando a proporção em que 60 corresponde
​  1   ​ ou 0,01
§ 1%: ___ a 100% (inteiro), e a parte x corresponde a 45%:
100

​ 1 ​ ou 0,5 (metade)


§ 50%: __ ​  60  ​  = ___
___ ​  x  ​  ä 100x = 2.700 ä x = 27
2 100 45

52
Assim, 45% de 60 é 27. b) Qual a porcentagem de álcool em relação à mistura?
c) Quantos litros de gasolina devemos adicionar para
§ 80% de quanto resulta em 28? que o álcool represente 10% da mistura?
80% de x = 28
Resolução:
Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa:
a) A porcentagem de álcool em relação à gasoli-
​  80  ​  = _​ 4_ ​
80% = ___ na é dada pela razão entre as duas grandezas:
100 5
4/5 · x = 28 ä x = _____ ​ 5 ·  ​
28  = 35 ​ 10 ​ = 0,25 ou 25%
___
4 40
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: b) A porcentagem de álcool em relação à mistura é
dada pela razão entre a quantidade de álcool e o to-
80% = 0,80 = 0,8 tal da mistura:
28  ​  ä x = 35
0,8 · x = 28 ä x = ___
0,8 ​  10   ​  
_______ ​ 10 ​ = 0,20 ou 20%
= ___
10 + 40 50
Método 3: utilizando a proporção na qual x corresponde c) Como a razão entre a quantidade de álcool e o
a 100%, e a parte 28 corresponde a 80%: total representa a porcentagem de álcool na mistura,
tem-se:
​ 28 ​  ä 80 ∙ x = 2800 ä x = 35
​  x   ​  = ___
___
100 80 ​  10  ​ 
_____ = 0,10
Assim, 80% de 35 é 28. 10 + x
§ A quantia R$ 36,00 corresponde a quantos por cento Em que x representa a quantidade de gasolina desejada.
de R$ 120,00? Resolvendo a equação, tem-se:
x% de 120 = 36 10 = 0,10(10 + x)
Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa: 10 = 1 + 0,10x
36  ​  = ___ 9 = 0,10x
x · 120 = 36 ä x = ___ ​  6  ​ = ___
​  30  ​= 0,3
120 20 100 x = ​  9   ​ = 90 litros
____
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: 0,10
36 = 0,3 = 0,3
x · 120 = 36 ä x = ___ Assim, como já havia 40 litros de gasolina, deve-se adi-
120 cionar 90 – 40 = 50 litros de gasolina para que o álcool
Método 3: utilizando a proporção em que 120 correspon- represente 10% da mistura.
de a 100%, e 36 corresponde a x%:
2. No racionamento de energia elétrica, a cota destina-
___ ​ 36 ​ ä 120x = 3600 ä x = 30%
​  120 ​  = ___ da a uma determinada cidade é distribuída entre resi-
100 x
dências, comércio e indústria.
Assim, 30% de 120 é 36.
Assim: 20% da cota são destinados ao uso
Nota:
residencial; 25% da cota restante são destinados ao
Para calcular 10% ​___
10 (  )
​  1  ​   ​ou 1% ​___
100(  )
​  1   ​   ​de um número, uso comercial; 144 milhões de kWh (os restantes) são
destinados ao uso industrial.
basta andar com a vírgula uma ou duas casas para a
a) 144
esquerda, respectivamente.
b) 173
c) 180
Exemplos: d) 216
§ 10% de 450 = 45,0 ou 45 e) 240

§ 10% de R$ 38,00 = R$ 3,80 Resolução:

§ 1% de 450 = 4,50 ou 4,5 A porcentagem destinada ao uso residencial é de 20% em


relação ao total. O restante (80%) é dividido entre o co-
§ 1% de R$ 20.000,00 = R$ 200,00
mércio e a indústria. Como 25% do retante é destinado ao
comércio (25% de 80%), logo 75% de 80% é destinado
Aplicação do conteúdo a indústria.
1. Uma mistura de combustível possui 10 litros de álco- Pind = 75%. 80% ä 144 = 0,60 ä Etotal = 144 = 240 milhões de kWh
ol e 40 litros de gasolina. Pergunta-se: Etotal 0,6
a) Qual a porcentagem de álcool em relação à gasolina? Alternativa E

53
VIVENCIANDO

Como calcular quanto vale um desconto ao entrar em uma loja e escolher uma peça que está em promoção? A mate-
mática está em todos os lugares, e a porcentagem é um tipo de operação utilizada o tempo todo. Se você for calcular
o aumento da gasolina, os 10% do garçom em um restaurante ou o desconto de impostos, tenha certeza de que
usará a porcentagem. Além disso, vários assuntos ligados a Matemática financeira exigem o uso de porcentagem.
Por exemplo: cálculo de juros em compras financiadas, financiamentos de carros, casas, apartamentos, empréstimos
bancários, etc.

3. (FGV) OSr. Oliveira aplicou R$ 20.000,00 numa cader- b) O valor total da aplicação agora são os R$ 20.000,00
neta de poupança e R$ 30.000,00 num fundo de ações mais um valor X. O valor de rendimento com o fundo de
por 1 ano. Neste período, a caderneta de poupançã ren- ações será de 0,02x. Sendo a porcentagem global 6% ao
deu 8% e o fundo de ações apenas 2%.
ano, temos:
a) Qual a taxa de rendimento global do Sr. Oliveira,
no período? Pglobal = 6% ä 1.600 + 0,02x = 0,06 ä
b) Quanto ele deveria ter aplicado no fundo de ações 20.000 + x
(mantida a aplicação de R$ 20.000,00 na caderneta de ä 1200 + 0,06x = 1600 + 0,02x ä 0,04x = 400
poupança) para que sua taxa global fosse 6% ao ano?
ä x = R$ 10.000,00
Resolução:
a) O total do Sr. Oliveira é de R$ 50.000,00. O rendimento
na caderneta de poupança e no fundos de ações são:
Ppoupança = 8% ä X = 8 ä X = R$ 1.600,00
20.000 100
Pações = 6% ä Y = 2 ä Y = R$ 600,00
30.000 100
O rendimento total é de R$ 2.200,00. Assim a porcenta-
gem global será:
Pglobal = 2200 . 100 = 4,4%
50.000
multimídia: sites
pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-
-algebra-ratios-rates#pre-algebra-intro-percents

54
AULAS Acréscimos e descontos
15 e 16
Competências: 1e5 Habilidades: 3, 4, 5 e 21

1. Variações percentuais § f = 0,90 ä i = 1 – f = 0,1 ätaxa = 0,1 . 100 = 10%


(menor do que...)

1.1. Fator de atualização 2. Aumentos e descontos


O fator de atualização (f) é a razão entre dois valores de Na comparação entre dois valores diferentes de uma mes-
uma grandeza em tempos diferentes (passado, presente ou ma grandeza, f > 1 significa aumento (ou acréscimo de
futuro). Trata-se da ferramenta mais indicada para quem valor), e f < 1 significa desconto (ou perda de valor), pois o
deseja trabalhar com matemática financeira, seja na prepa- valor da grandeza variou no tempo, e o valor mais antigo
ração para os vestibulares, seja na vida cotidiana. é a base de comparação. O fator f = 1 significa que não
Só existem três resultados possíveis na divisão de dois va- ocorreu variação.
lores quaisquer. Ou resulta 1, ou maior que 1 ou menor que
​  valor novo ​  
f = _________  
1. Quando o resultado da divisão é 1, significa que os dois valor antigo
valores são iguais, ou seja, um valor é 100% do outro. Por f > 1 é aumento, ganho, acréscimo
isso, diz-se que i = 1 é fator neutro.
f < 1 é desconto, queda, perda, decréscimo
No caso da divisão resultar em número maior que 1, f = 1 é não houve variação
​ A ​ = 1,05, pode-se entender o resultado de duas ma-
como __
B
neiras diferentes: 2.1. Aumentos e descontos sucessivos
1. A é 5% maior que B ou Para compor vários aumentos e/ou descontos, basta mul-
2. A é 105% de B (portanto 5% maior). tiplicar os vários fatores individuais e, dessa forma, obter
As duas interpretações são corretas e seu uso depende o fato “acumulado”, que nada mais é do que o fator de
do contexto. atualização entre o primeiro e o último valor considerado,
independentemente dos valores intermediários.
No caso de a divisão resultar em número menor que 1,
​ A ​ = 0,90, o resultado também pode ser entendido
como __ facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 ...
B
de duas formas diferentes: O fator acumulado é também um fator de atualização e
3. A é 10% menor que B ou deve ser interpretado como tal.

4. A é 90% de B (portanto 10% menor). Aplicação do conteúdo


Também aqui a escolha sobre qual interpretação é melhor
1. (Vunesp) Se a taxa de inflação de janeiro é de 6%
depende do contexto. e a de fevereiro é de 5%, então a taxa de inflação no
Na prática, se a opção for pela primeira interpretação, é bimestre janeiro/fevereiro é de:
necessário aprender a obter a taxa percentual a partir do a) 11% d) 11,3%
valor do fator de atualização. b) 11,1% e) 11,4%
c) 11,2%
§ Se f > 1, f = 1 + i; portanto a taxa é i = f – 1, em nú-
meros decimais. Resolução:
§ Se f < 1, f = 1 – i; portanto a taxa é i = 1 – f, em nú-
f1 = 1 + 0,06 = 1,06
meros decimais.
f2 = 1 + 0,05 = 1,05
Assim:
facumulado = f1 · f2 ä facumulado = 1,06 · 1,05 = 1,113 = 11,3%
§ f = 1,05 ä i = f – 1 = 0,05 ä taxa = 0,05 . 100 = 5%
(maior do que...) Alternativa D

55
2. Em uma liquidação, os preços dos artigos de uma É preciso compor as cinco variações para poder emitir um
loja são reduzidos em 20% de seu valor. Terminada a julgamento. Para isso, são necessários os fatores de atuali-
liquidação e pretendendo voltar aos preços originais, zação de cada variação:
de que porcentagem deve ser acrescidos os preços
da liquidação? f1 = 1 – 0,0235 = 0,9765
a) 27,5%
b) 25% f2 = 1 + 0,0137 = 1,0137
c) 22,5%
f3 = 1 + 0,0105 = 1,0105
d) 21%
e) 20% f4 = 1 – 0,0013 = 0,9987
Resolução: f5 = 1 + 0,0021 = 1,0021

f1 = 1 – 0,20 = 0,80 Assim:

f2 = ? facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 · f5 =

facumulado = f1 · f2 = 1 (f = significa que não houve altera- = 0,9765 . 1,0137 . 1,0105 . 0,9987 . 1,0021 =
ção: voltou aos valores originais) 1,00107

Assim: Como o fator acumulado > 1, então:

​  1  ​ = 1,25
facumulado = 0, 80 f2 = 1 ä f2 = ___ f = 1 + i ä i = 1,00107 – 1 = 0,00107 =
0,8 = 0,107%
Como f2 > 1, então:
Ou seja, o dólar teve uma pequena alta de 0,107%.
f2 = 1 + i = 1,25 ä i = 0,25 = 25%
Alternativa B 4. O preço de uma camisa passou de R$ 50,00 para R$
59,00. Qual foi o aumento percentual desse preço?
3. A tabela a seguir mostra a variação do preço do dólar
em uma semana qualquer, em termos percentuais. No Resolução:
valor acumulado desses 5 dias, o que aconteceu com o
preço do dólar? (Subiu? Caiu? Quantos por cento?) Preço velho: 50,00

Resolução: Preço novo: 59,00


preço novo ____ 59,0
Dia Variação f =_________
​  = ​   ​ = 1,18
 ​  
preço velho 50,0
Segunda-feira –2,35%
Terça-feira 1,37% Como f > 1, então:
Quarta-feira 1,05% f = 1 + i = 1,18 ä i = 0,18 = 18%
Quinta-feira –0,13%
Sexta-feira 0,21% Assim, o aumento percentual foi de 18%.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A porcentagem é muito útil no mercado financeiro, como no momento de obter um desconto, calcular o lucro na
venda de um produto ou medir as taxas de juros. Na Engenharia, por exemplo, a porcentagem pode ser utilizada para
definir o quanto já foi construído de um prédio. Em Administração, ela pode ser aplicada para medir as quotas de
participação dos sócios em um negócio. No campo da Estatística, possui participação ativa na apresentação de dados
comparativos e organizacionais, proporcionando, assim, uma imensa utilidade em diversas práticas do cotidiano. .

56
2.2. Resolução de problemas 3. Se, ao aumentarmos o comprimento dos lados de um
quadrado na mesma proporção, obtivermos um aumen-
com porcentagem to de 69% em sua área, a porcentagem do aumento no
comprimento de cada lado do quadrado deverá ser:
Problemas que envolvem porcentagem estão a todo mo-
a) 27,0% c) 31,0%
mento presentes no dia a dia. Com os conceitos trabalha-
b) 30,0% d) 34,5%
dos até agora, é possível resolver uma série deles.
Resolução:
Aplicação do conteúdo Considere ℓ e L, respectivamente, o lado do quadrado origi-
1. Uma geladeira, cujo preço à vista é de R$ 680,00, nal e o lado do quadrado aumentado. Desse modo, tem-se:
tem um acréscimo de 5% no seu preço se for paga em L2 = 1,69 ∙ ℓ2 → L = 1,3ℓ
3 prestações iguais. Qual é o valor de cada prestação?
Ou seja, o percentual de aumento no comprimento de
Resolução: cada lado do quadrado deverá ser
1,3ℓ - ℓ
______
​   ​   ∙ 100% = 30%
1.º modo: ℓ
5% de 680 = 0,05 · 680 = R$ 34 (acréscimo) Alternativa B
680 + 34 = R$ 714 (preço em 3 prestações iguais)
4. Considere uma mercadoria que teve seu preço ele-
714 : 3 = R$ 238 (valor de cada prestação) vado de x reais para y reais. Para saber o percentual de
aumento, um cliente dividiu y por x obtendo quociente
2.º modo: igual a 2,08 e resto igual a zero.

t = 5% = 0,05 = Em relação ao valor de x, o aumento percentual é


f = 1 + 0,05 = 1,05 equivalente a:
680 · 1,05 = 714 a) 10,8% c) 108,0%
714 : 3 = R$ 238 b) 20,8% d) 208,0%
Assim, o valor de cada prestação é de R$ 238,00. Resolução:
2. O salário de um trabalhador que era de R$ 840,00 Sabendo que y = 2,08 ∙ x, tem-se que o resultado pedido
passou a ser R$ 966,00. Qual foi a porcentagem é igual a:
de aumento? 2,08 ∙ x – x
_________
​ 
Resolução: x ​   ∙ 100% = 108,0%

Alternativa C
1.º modo:
5. O professor Cláudio prestou um serviço de consul-
966 – 840 = 126 (aumento em reais) toria pedagógica. Sabendo-se que sobre o valor bruto
a receber incidiram os descontos de 11% do Instituto
?% de 840 = 126 Nacional de Seguridade Nacional (INSS) e 7,5% do Im-
posto de Renda Pessoa Física (IRPF), e que o valor des-
​ 126 ​  = ___
___ ​  18  ​  = ___
​  3  ​ = ___
​  15  ​  é 15% aumento em porcentagem contado de INSS foi de R$ 105,00 a mais que o IRPF,
840 120 20 100
qual o valor líquido recebido por Cláudio?
2.º modo:
a) 2.295 reais. d) 2.555 reais.
?% de 840 = 966 (salário anterior mais aumento) b) 2.445 reais. e) 2.895 reais.
c) 2.505 reais.
___ ​ 138 ​  = ___
​ 966 ​  = ___ ​ 23 ​ = ___
​ 115 ​  é 115% é
840 120 20 100 Resolução:
é 100% + 15% aumento Seja x o valor bruto do salário do professor Cláudio.
3.º modo: Tem-se que:

f = 966/840 = 1,15 0,11 ∙ x = 0,075 ∙ x + 105 ⇔ x = R$ 3.000,00.

f > 1 é aumento Portanto, o valor líquido recebido por ele foi


(1 – 0,185) ∙ 3000 = R$ 2.445,00.
f = 1 + i = 1,15 ä i = 0,15 = 15%
Assim, a porcentagem de aumento foi de 15%. Alternativa B

57
6. Analise as afirmativas abaixo. 2.º mês → 0,7x + 0,4 ∙ (0,7x) = 0,98x
I. Uma pessoa perdeu 30% de seu peso em um mês. No Ou seja, ao final do segundo mês, essa pessoa possuía
mês seguinte, aumentou seu peso em 40%. Ao final desses 98% do peso inicial (2% a menos).
dois meses, o peso inicial dessa pessoa diminuiu 2%. II. Falsa. Considerando como x o preço de cada produto e
II. Quando num supermercado tem-se a promoção “pague y o desconto a ser concedido sobre os 4 produtos compra-
3 produtos e leve 4”, o desconto concedido é de 30%. dos, pode-se equacionar:
III. Há alguns meses, uma certa casa podia ser comprada 4x ∙ (1 - y) = 3x → 4 - 4y→ = 3 → y =
por 25% do seu valor atual. O aumento no valor da casa
= 0,25 → y = 25%
nesse período foi de 75%.
III. Falsa. Considerando como x o valor da casa atualmente
Entre as afirmativas acima, é(são) FALSA(S) e y o aumento que a mesma sofreu nos últimos meses,
a) Apenas a II. c) Apenas II e III. pode-se equacionar:
b) Apenas I e III. d) I, II e III.
0,25x ∙ (1 + y) = x → 0,25 + 0,25y = 1 →
Resolução:
→ 0,25y = 0,75 → y = 3 → y = 300%
I. Verdadeiro. Seja x o peso inicial da pessoa, pode-se escrever:
1.º mês → x – 0,3x = 0,7x Alternativa C

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problemas com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Quanto tempo você fica conectado à internet? Para responder a essa pergunta foi criado um miniaplicativo
de computador que roda na área de trabalho, para gerar automaticamente um gráfico de setores, mapeando o tempo
que uma pessoa acessa cinco sites visitados. Em um computador, foi observado que houve um aumento significativo
do tempo de acesso da sexta-feira para o sábado, nos cinco sites mais acessados. A seguir, temos os dados do min-
iaplicativo para esses dias.

Analisando os gráficos do computador, a maior taxa de aumento no tempo de acesso, da sexta-feira para o sábado,
foi no site
a) X. d) W.
b) Y. e) U.
c) Z.

58
Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar e analisar os dados
A fornecidos pelo gráfico para chegar à resposta correta.
Considere as taxas de aumento de cada um dos sites:
X: 9/12 = 0,75
Y: 21/30 = 0,7
Z: 1/10 = 0,1
W: 19/38 = 0,5
U: 16/40 = 0,4
A maior taxa de aumento é a do site X.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

PORCENTAGEM

PORCENTAGEM DE VARIAÇÕES RAZÃO COM


UMA QUANTIA PERCENTUAIS DENOMINADOR 100

EX: x% = x
100
15% de 200
15 · 200 = 15 · 2 = 30
100 1 FATOR DE
ATUALIZAÇÃO

AUMENTOS DESCONTOS

f = valor novo
valor antigo
f > 1 → aumento, ganho, acréscimo
f < 1 → desconto, queda, perda, decréscimo
f = 1 → sem variação

59
GEOMETRIA PLANA: Incidência do tema nas principais provas

O Enem apresenta muitas questões sobre No vestibular da FUVEST haverá questões sobre
geometria plana. Os temas deste caderno são todos as aulas deste caderno. A prova, por ser
essenciais para esse tipo de prova. Alinhar os de elevado nível, não deixará a geometria plana
conceitos de trigonometria com os deste livro é de lado e com certeza exigirá os conceitos
de grande proveito. apresentados neste caderno.

A UNICAMP exigirá de seu candidato a resolu- As aulas deste caderno devem ser analisadas A VUNESP apresenta os temas deste caderno
ção de questões com todos os temas deste e estudadas para a prova da UNIFESP. com um grau mediano e até mesmo elevado.
livro e até mesmo as relações trigonométricas Questões que exigem uma interpretação dos
para áreas da Física. dados também não faltarão em suas fases.

A prova da ALBERT EINSTEIN procura apresen- A prova da FMABC traz a geometria plana A PUC de Campinas aborda em sua prova A Santa Casa mostra um vestibular com uma
tar a geometria plana com questões de grande com grande incidência dos temas abordados a geometria plana, e os temas abordados incidência média de geometria plana, porém,
interpretação dos dados. neste livro. neste livro são de extrema importância para o quando há uma questão, os temas deste livro
candidato realizar seus problemas. são os mais exigidos do candidato.

UFMG

A parte da trigonometria alinhada com a A Federal do Paraná exige do seu candidato A faculdade de Ciências Médicas de Minas
geometria plana levará o candidato a ter um a parte da geometria plana com elevado grau Gerais exigirá de seu candidato uma boa
grande resultado no vestibular da Estadual em suas questões. Visto isso, os temas deste análise da geometria plana com questões
de Londrina. livro são necessários para esse vestibular. medianas. Os temas das aulas deste livro tem
alta incidência em seu vestibular.

A UERJ apresenta questões tanto no seu A UNIGRANRIO, diferente dos outros vestibulares, A Faculdade Souza Marques aborda os temas
exame Discursivo como no exame de leva ao seu candidato uma prova muito objetiva da geometria plana em sua prova. Assim, as
Qualificação sobre geometria plana. O aluno e por isso o tema da geometria plana não tem aulas deste livro são necessárias para uma
deve se atentar nas questões para ter um bom grande incidência em sua prova. Mesmo assim, os boa aplicação do aluno em seu vestibular.
aproveitamento. temas deste caderno, quando abordados, são de
alta complexidade.

61
AULAS Semelhança de triângulos
9 e 10
Competências: 2e3 Habilidades: 6, 7, 8, 9, 12 e 14

1. Semelhança de triângulos Note que os ângulos correspondentes são congruentes,​


^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​
A ​ ≡ D ​ ​  ≡ ​E ​ e C ​
​ ,  B ​ ​  ≡ ​F ​ 
A seguir, será analisado se os triângulos ABC e A’B’C’ são Calculando a proporção entre os lados correspondentes,
semelhantes: tem-se:

​ AB ​ = ___
___ ​ 12 ​ = 3
DE 4

​ BC ​ = ___
___ ​ 18 ​ = 3 razão de semelhança
EF 6
De acordo com a definição de semelhança, dois polígonos
​ AC ​ = __
___ ​ 9 ​ = 3
são semelhantes quando seus lados correspondentes são DF 3
proporcionais e os ângulos correspondentes congruentes.
Assim, como os ângulos correspondentes são congruentes
Nos triângulos acima é possível observar que: e os lados correspondentes são proporcionais, é possível
​^​ ​^​
​  ≡ A’​
§ A ​ ​   afirmar que os triângulos ABC e DEF são semelhantes.
​^​ ​^​
​  ≡ B’​
§ B ​ ​  
​^​ ​^​
​  ≡ C’​
§ C ​ ​  
1.1. Teorema fundamental da
E também:
semelhança de triângulos
Caso uma reta seja paralela a um dos lados de um triân-
____ ​  BC  ​ = ____
​  AB  ​  = ____ ​  CA  ​  = __
​ 7 ​ —— razão de semelhança gulo e intercepte os outros dois lados em pontos distintos,
A’B’ B’C’ C’A’ 5
então o triângulo que ela determina com esses lados será
Aplicando a definição geral de semelhança dos polígonos, semelhante ao primeiro.
pode-se dizer que:  
Supondo que a reta r é paralela ao lado AB​
​  (r // AB​
​  ), e,
 
portanto, DE​ ​ , será demonstrado que DABC ~ DDEC.
​  // AB​
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se,
seus ângulos correspondentes são congruentes e os
lados correspondentes são proporcionais.

Nesse caso, a razão entre os lados correspondentes tam-


bém é denominada razão de semelhança.

Exemplo
§ Os triângulos abaixo são semelhantes?  
Como DE​ ​ CD ​ = ___
​ , então: ___
​  // AB​ ​  CE ​   (I)
CA CB
Tem-se ainda:
​^​ ​^​
§ A​C ​B  ≡ D​C ​E  (ângulo comum aos dois triângulos)
​^​ ​^​
  ≡ E​D ​C
§ B​A ​C   (ângulos correspondentes em retas paralelas) (II)
​^​ ​^​
  ≡ D​E ​C
§ A​B ​C   (ângulos correspondentes em retas paralelas)

62
1.2. Casos de semelhança
Nem sempre é necessário conhecer a medida de todos os
lados e de todos os ângulos de dois triângulos para verifi-
car se eles são semelhantes.
Observe os três casos de semelhança de triângulos. DABC ~ DA’B’C’

1.º. Caso: Ângulo – Ângulo (AA) Se dois triângulos possuem os três pares de lados cor-
São conhecidos dois ângulos dos triângulos em que: respondentes proporcionais, então esses triângulos
​^​ ​^​ ​^​ ​^​ são semelhantes.
C​A ​ B ≡ C’​ 
A AB ​ C ≡ A’​ 
 ​‘B’ e ​ B ​‘C’
1.3. Consequência da
semelhança de triângulos
Observe os triângulos semelhantes ABC e A’B’C’:

DABC ~ DA’B’C’

Se dois triângulos possuem dois ângulos correspondentes


congruentes, então esses triângulos são semelhantes.
2.º. Caso: Lado – Ângulo – Lado (LAL)
   
São conhecidos dois lados dos triângulos e o ângulo for- Nesses triângulos, AH​
​  e A’H’​
​  são as alturas, e AM​
​  e A’M’
​ ​ 
​^​ ​^​
​  CA   ​e C​A ​B  ≡ C’​A
​  AB   ​= ____
mado por eles, em que: ____  ​‘B’
  são as medianas.
A’B’ C’A’
Pela semelhança de dois triângulos, pode-se verificar que,
se a razão de semelhança entre ABC e A’B’C’ é um número
real k, então:
§ A razão entre duas alturas correspondentes é k, ou
​ AH  ​ = k
seja: ____
A’H’
§ A razão entre duas medianas correspondentes é k, ou
​  AM  ​ = k
seja: ____
A’M’
​  a + b + c 
§ A razão entre os perímetros é k. _________  ​=
  k
a’ + b’ + c’
Nota: Em um triangulo ABC qualquer, unindo os pontos
DABC ~ DA’B’C’ médios dos lados AB​
 
​  e AC​
​ , resulta um segmento cuja me-

dida é a metade da medida do terceiro lado BC​ ​ . 
Demonstração:
   
No DABC, construímos DE​
​  de forma que AD​
​  = A’B’​
​  e DE​
​  //​

BC​. 

Se dois triângulos têm dois pares de lados correspon-


dentes proporcionais e os ângulos compreendidos
por esses lados são congruentes, então esses triângu-
los são semelhantes.

3.º. Caso: Lado – Lado – Lado (LLL)


​ 1 ​ BC
MN = __
São conhecidos os três lados dos triângulos em que: ​ 2
​  CA  ​  = ____
 AB   ​ = ____
____ ​  BC  ​   Essa consequência é denominada base média de um
A’B’ C’A’ B’C’ triângulo.

63
O valor, em metros, da medida x é
Aplicação do conteúdo a) 2 d) 4
b) 2,5 e) 6
1. Encontre o comprimento do lado do quadrado PQRS
na figura a seguir: c) 3
Resolução:

Resolução:
​^​ ​^​
Denominando o ângulo P​B ​S  = a e P​S ​B  = b, tem-se que a
 
e b são
​^​ complementares. Como SR​ ​  é paralelo
​^​ a BC​
​ , segue O triângulo ADE é isósceles, logo AD = 8m.
que A​S ​R  ​ =​ a, e, consequentemente,
​^​
A​R ​S  = b. Da mesma
^ O triângulo ABC é semelhante ao triângulo ADE, assim:
forma, Q​C ​R  = b e C​R ​Q  = a:
​ 2 ​ = ___
__ ​  x  ​  → 8x =24 ⇔ x = 3m
8 12
Alternativa C
4. Suponha que dois navios tenham partido ao mesmo
tempo de um mesmo porto A em direções perpendicu-
lares e a velocidades constantes. Sabe-se que a veloci-
dade do navio B é de 18 km/h e que, com 30 minutos de
Assim, os triângulos BPS e CQR são semelhantes (caso AA): viagem, a distância que o separa do navio C é de 15 km,
__ conforme mostra a figura:
__ ​ 3x ​ ⇒ x2 = 6 ⇒ x = √
​  x  ​ = __ ​ 6 ​
2 raio C

2. Numa festa junina, além da tradicional brincadeira x


A C
de roubar bandeira no alto do pau de sebo, quem des-
cobrisse a sua altura ganharia um prêmio. O ganhador y
do desafio fincou, paralelamente a esse mastro, um 15
raio B
bastão de 1 m. Medindo-se as sombras projetadas no
chão pelo bastão e pelo pau de sebo, ele encontrou,
respectivamente, 25 dm e 125 dm. Portanto, a altura do
pau de sebo, em metros, é B

Desse modo, pode-se afirmar que, com uma hora de via-


a) 5,0. c) 6,0.
gem, a distância, em quilômetros, entre os dois navios e
b) 5,5. d) 6,5. a velocidade desenvolvida pelo navio C, em quilômetros
por hora, serão, respectivamente:
Resolução:
a) 30 e 25. d) 25 e 20.
Sabendo que a altura é proporcional ao comprimento da
b) 25 e 22. e) 25 e 24.
sombra projetada, segue-se que a altura h do pau de sebo
é dada por: c) 30 e 24.

​  h   ​  = ___
___ ​  1  ​  ⇒ 25 × h = 125 ⇒ Resolução:
125 25
⇒h=5m y = 18 ∙ 0,5 = 9 km
Alternativa A
Aplicando o teorema de Pitágoras:
3. Considere a imagem abaixo, que representa o fundo
de uma piscina em forma de triângulo isósceles com a x2 + 92 = 152 ⇒ x2 + 81 = 225 ⇒
parte mais profunda destacada. x =225 – 81 ⇒ x2 = 144 ⇒ x = 12 km
2

Depois de uma hora de viagem, as distâncias serão dobradas;


portanto, a distância entre os navios B e C será de 30 km.
O navio C se locomove de 12 km a cada meia hora, isto é,
sua velocidade é de 24 km/h.
Alternativa C

64
5. Uma bola de tênis é sacada de uma altura de 21 dm Os triângulos retângulos ABC e DEC são semelhantes por AA.
com alta velocidade inicial e passa rente à rede a uma
altura de 9 dm. Portanto, sabendo que AB = 21 dm, DE = 9 dm e BE = 120 dm,
temos:
Desprezando-se os efeitos do atrito da bola com o ar
e do seu movimento parabólico, considere a trajetória
___ ​  BC  ​⇔ ___
​ AB ​ = ___ ​ 120 + ​
​ 21 ​ = ________EC 


descrita pela bola como sendo retilínea e contida num DE EC 9 EC
plano ortogonal à rede. Se a bola foi sacada a uma dis- ⇒ 7 ∙ EC = 360 + 3 ∙ EC ⇒
tância de 120 dm da rede, a que distância dela, em me-
tros, a bola atingirá o outro lado da quadra?
⇒ EC = 90 dm = 9 m
Resolução:
Considere a figura abaixo.
A

B E C

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar
sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8 metro.

A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa é.
a) 1,16 metros.
b) 3,0 metros.
c) 5,4 metros.
d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.
Análise expositiva - Habilidade 12: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
D utilizar seus conhecimentos de geometria básica para descobrir a resposta correta.

Alternativa D

65
AULAS Relações métricas no
11 e 12 triângulo retângulo

Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 12

1. Teorema de Pitágoras Exemplo:


Determine a medida da hipotenusa no triângulo abaixo.
Considere o triângulo retângulo a seguir:

  
Nesse triângulo, AB​
​  é a hipotenusa e BC​
​  e AC​
​  são os catetos.

O teorema de Pitágoras afirma que:


  
Num triângulo retângulo, a soma dos quadrados das medidas Nesse caso, AB​
​  e AC​
​  são os catetos e BC​
​  é a hipotenusa.
dos catetos é igual ao quadrado da medida da hipotenusa. Aplicando o teorema, tem-se:
a2 = 72 + 42
a² + b² = c²
a2 = 49 + 16
Um prova simples pode ser realizada utilizando o conceito
a2 = 65
de áreas. Observe a figura a seguir: ___
a=√ ​ 65 ​ 
a ≅ 8,06

Nota: um triângulo pitagórico é um triângulo retângulo,


em que os três lados possuem medidas inteiras. O triângulo
pitagórico mais comum é o que possui catetos de compri-
mento 3 e 4 e hipotenusa de comprimento 5.
Na tabela a seguir é possível observar algumas medidas de
triângulos pitagóricos (denominadas ternos pitagóricos):
Na figura, é possível notar um quadrado maior de lado (a
+ b) e um menor de lado c. A área do quadrado menor é Cateto Cateto Hipotenusa
dada por c², enquanto a área do quadrado maior é dada 3 4 5
por (a + b)².
5 12 13
A parte destacada na figura representa triângu-
7 24 25
los retângulos, e cada uma de suas áreas é dada por
​ ab ​  . Se as áreas de todos os triângulos forem
Atriângulo = __ 8 15 17
2
subtraídas da área do quadrado maior, o resultado será a 9 40 41
área do quadrado menor:
... ... ...
Amenor = Amaior – 4 ∙ Atriângulo
​ ab ​ 
c² = (a + b)² – 4 ⋅ __ Note também que, se (c, b, a) é um terno pitagórico, como
2 (3, 4, 5), qualquer termo dado por (kc, kb, ka) também é
c² = a² + 2ab + b² – 2ab pitagórico, para qualquer k natural, como (6, 8, 10), (9, 12,
c² = a² + b² 15), (12, 16, 20) e assim por diante.

66
VIVENCIANDO

Responsável pelo alinhamento do ângulo de 90° entre as paredes, o esquadro é um instrumento de desenho bastan-
te utilizado em obras civis, marcenaria, carpintaria, artesanato, etc. Há indícios de que os egípcios foram os primeiros
a utilizar o esquadro, tendo em vista que suas pirâmides são compostas de pedras perfeitamente esquadrejadas. Os
egípcios descobriram que, ao utilizar uma corda marcada em intervalos iguais e tomando-se as medidas 3, 4 e 5
para os lados de um triângulo, obtinham um triângulo retângulo; assim, aplicavam essas medidas para confeccionar
triângulos de madeira com a forma muito parecida aos esquadros que conhecemos hoje em dia. Esses triângulos
eram usados para manter a perfeição de suas construções. Portanto, caso sua casa esteja em obra e, por acaso, uma
porta ou uma janela não se encaixar... Opa! Acredite! Alguém se esqueceu do esquadro.

1.1. Segunda relação métrica b⋅c=a⋅h

Considere os triângulos ABC e HBA, que são semelhantes ​ ba⋅ ​


h = ____ c  
pelo caso de semelhança AA (Ângulo-Ângulo), conforme
​ 4 ⋅ ​
h = ____ 3  
verificado. 5
h = 2,4
2. Aplicando o teorema de Pitágoras e a segunda relação
métrica, é possível encontrar as medidas b e h. Observe:

Pode-se escrever a seguinte proporção entre os la-


dos homólogos:

​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___​ AC ​ 
HB BA HA
​  c  ​ = __​ ca ​ = __​ b ​ (I)
__
m h
Da igualdade (I), tem-se:
__​  a ​ = __​ b ​ 
c h
bc=ah
Num triângulo retângulo qualquer, o produto das medidas
dos catetos é igual ao produto da medida da hipotenusa b2 + c2 = a2
pela medida da altura relativa à hipotenusa.
b2 + 62 = 102

Aplicação do conteúdo b2 = 100 – 36

1. Para encontrar a medida h no triângulo abaixo, é apli- b2 = 64


cada a segunda relação métrica.
b=8
b⋅c=a⋅h
​ ba⋅ ​
h = ____ c  

​ 8 ⋅ 6 ​  
h = ____
10
h = 4,8

67
1.2. Terceira relação métrica Exemplo:
Analisando ainda a proporção entre os lados homólogos Encontrem as medidas b e c no triângulo seguinte:
dos triângulos semelhantes ABC e HBA:

​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___ ​ AC ​ 
HB BA HA
Calculando b:
​  c  ​ = __​ ca ​ = __​ b ​ 
__
m b2 = a ⋅ n
h
(II) b2 = 5 ⋅ 3,2
Da igualdade (II), tem-se: b2 = 16
___
​  c  ​ = __​ ca ​ 
__ b=√ ​ 16 ​ 
m
b=4
c2 = a ⋅ m
Calculando c:
Agora, considere os triângulos ABC e HAC. Como foi visto,
c2 = a ⋅ m
esses triângulos também são semelhantes.
c2 = 5 ⋅ 1,8
c2 = 9
__
c=√ ​ 9 ​ 
c=3

1.3. Quarta relação métrica


Considere, agora, os triângulos semelhantes HBA e HAC.

É possível escrever a seguinte proporção entre os la-


dos homólogos:
​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___ ​ AC ​ 
HA AC HC Pode-se escrever a seguinte proporção entre os lados
__​  c  ​ = __​ a ​ = __​ b ​ 
h b n homólogos:
(III) ​  HB ​ = ___
___ ​ HA ​ = ___ ​ BA ​  
HA HC AC
Da igualdade (III), tem-se: ​  m ​ = __
__ ​ h ​ = __​  c  ​
__​  a ​ = __​ b ​  h n b
b n (IV)
b =a⋅n
2
Da igualdade (IV), segue:
Dessa forma, esta é a terceira relação métrica: ​ m ​ = __
__ ​ h ​ 
h n
h2 = m ⋅ n
Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado da medi-
da de um cateto é igual ao produto da medida da hipo- Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado da medida da
tenusa pela medida da projeção ortogonal desse cateto altura relativa à hipotenusa é igual ao produto das medidas
sobre a hipotenusa. das projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa.

68
Exemplo: h2 = m ⋅ n

Calcule a medida h da altura do triângulo retângulo abaixo h2 = 2,5 ⋅ 7,5


usando a quarta relação métrica. h2 = 18,75
_____
h=√
​ 18,75 ​ 

h ≅ 4,33

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O triângulo é a figura mais simples e uma das mais importantes da Geometria. Ele é objeto de estudos desde a An-
tiguidade. Quando se trata de decomposição de vetores, é preciso lançar mão de uma ferramenta matemática muito
importante: a Trigonometria, que tem suas bases associadas aos elementos do triângulo retângulo.

2. Aplicações do 2.2. Altura do triângulo equilátero


teorema de Pitágoras
Considere um triângulo equilátero ABC de lado ℓ e altura h.

​  divide o DABC equilátero em dois
Note que a altura AH​
triângulos retângulos congruentes (DABH e DACH).
2.1. Diagonal de um quadrado
Considere um quadrado ABCD de lado ℓ e diagonal d.

Note que a diagonal AC​
​  divide o quadrado ABCD em dois
triângulos retângulos congruentes (DABC e DADC).

Aplicando o teorema de Pitágoras ao DACH, tem-se:

(  )
ℓ  ​  ²​ = ℓ2 ⇒ h2 + __
​ ℓ² ​ = ℓ2 ⇒ h2 = ___
​ 3ℓ² d
XXX
​  3ℓ ​ ​ 
2
h2 + ​ ​ __    ⇒ h = ​ ___   
2 4 4 4
Aplicando o teorema de Pitágoras ao ∆ABC, tem-se: dXX
​ℓ​  ​
⇒ h = ____ 3 ​   
2
d2 = ℓ2 + ℓ2 ⇒ d2 = 2ℓ2 ⇒ d = d​ 2ℓ² ​
XX  ⇒ d = ℓ​dXX
2 ​  Então:
Então: Em um triângulo equilátero de lado ℓ, a altura mede
__ dXX
3 ​   
Em um quadrado de lado ℓ, a medida da diagonal é ℓ​√2 ​.  ​ ℓ​  ​.
h = ____
2

69
__
2. No retângulo ABCD de lado AB = 3 cm e BC = √
​ 7 ​ cm,
Aplicação do conteúdo o segmento AP é perpendicular à diagonal BD.
1. Nos triângulos retângulos mostrados, determine o
valor de x, y, z e t.
a)

t z
y Quanto mede o segmento BP?

9 cm 3 cm Resolução:
x
Pelo teorema de Pitágoras, tem-se:
__
b) BD2 = AB2 + AD2 ⇔ BD2 = 32 + (​ √
​ 7 ​  )2​
B
y ⇒ BD = 4 cm.
x
9 cm
Assim, como o quadrado de um cateto é igual ao produto
t z da sua projeção pela hipotenusa, tem-se:
AB2 = BP ∙ BD ⇔ 32 = BP ∙ 4
​ 9  ​ cm.
⇔ BP = __
A C
12 cm
4
Resolução:
a)
___ __ ____ __
​ 27 ​ = √
I) y2 = 9 ∙ 3 ⇒ y = √ ​ 33 ​ = √
​ 32 ∙ 3 ​ = 3​√3 ​ cm x = 12 cm
__
II) x = 9 + 3 = 12cm y = 3​√3 ​ cm
_______ ___ ⇒ z = 6 cm
III) z2 = 3 ∙ x ⇒ z = √ =√
​ 3 ∙ 12 ​  ​ 36 ​ = 6 cm __
_______ ________ __
t = 6​√3 ​ cm
= ​√32 ∙ 22 ∙ 3 ​ 
IV) t2 = 9 ∙ x ⇒ t = ​√9 ∙ 12 ​  = 6​√3 ​ cm

b)
________ ____
multimídia: livros
I) x2 = (9)2 + (12)2 ⇒ x = √ = ​√225  ​ = 15 cm
​ 81 + 144 ​  x = 15 cm
108 Descobrindo o teorema de Pitágoras – Luiz
II) x ∙ t = 9 ∙ 12 ⇒ 15t = 108 ⇒ t = ___
​   ​  = 7,2 cm y = 5,4 cm
15 Márcio Imenes Marcelo Lellis

144
___ z = 9,6 cm O livro apresenta a importância do
III) (12)2 = z ∙ x ⇒ 15z = 144 ⇒ z = ​   ​  = 9,6 cm
15
81 t = 7,2 cm teorema de Pitágoras para a ciência e o
___
IV) (9) = y ∙ x ⇒ 15y = 81 ⇒ y = ​   ​ = 5,4 cm
2
15 avanço tecnológico, desafiando o leitor a
redescobri-lo e ensinando-o a prová-lo.

70
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade de resolver com conheci-
mentos de geometria uma situação proposta.

Modelo
(Enem) Para decorar uma mesa de festa infantil, um chefe de cozinha usará um melão esférico com diâmetro medindo
10 cm, o qual servirá de suporte para espetar diversos doces. Ele irá retirar uma calota esférica do melão, conforme
ilustra a figura, e, para garantir a estabilidade deste suporte, dificultando que o melão role sobre a mesa, o chefe fará
o corte de modo que o raio r da seção circular de corte seja de pelo menos 3 cm. Por outro lado, o chefe desejará
dispor da maior área possível da região em que serão afixados os doces.

Para atingir todos os seus objetivos, o chefe deverá cortar a calota do melão numa altura h, em centímetro, igual a:
a) 5 - ​dXXX
91 ​/ 2
91 ​  
b) 10 - ​dXXX
c) 1
d) 4
e) 5

Análise expositiva - Habilidade 12: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
C utilizar seus conhecimentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O triângulo OAB é um triângulo pitagórico do tipo (3, 4, 5); assim:
AO = 4
AB = r = 3
R=5
H = R – AO = 5 – 4
H=1
Alternativa C

71
DIAGRAMA DE IDEIAS

RELAÇÕES MÉTRICAS NO
TRIÂNGULO RETÂNGULO

O TRIÂNGULO

TEOREMA DE ·
PITÁGORAS b c
h

m · n
a
a2 = b2 + c2

a hipotenusa
b e c catetos
h altura
RELAÇÕES m projeção do lado b
n projeção do lado c

ah = bc
h2 = m · n
b2 = m · a APLICAÇÕES
c2 = n · a

d
l l l
·
l l

l2 = h2 + l ()
2
d2 = l2 + l2
2​
d = ldXX2​ h = ldXX
3
2

72
AULAS Trigonometria num triângulo qualquer
13 e 14
Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 14

1. Leis dos cossenos Os ângulos internos medem 120° em um hexágono regu-


lar. Pode-se, então, aplicar a lei dos cossenos no triângulo
Observe a figura a seguir: ABF:
​^​
BF2 = AB2 + AF2 – 2 ⋅ AB ⋅ AF ⋅ cos(B​A ​F  ) ⇒

⇒ BF2 = 22 + 22 – 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ ​ – __
2 (  )
​ 1 ​  ​= 8 + 4 ⇒
h ⇒ BF = d​ 12 ​
XXX = 2​dXX
3 ​ cm

2. Leis dos senos


Em todos os triângulos, os lados são proporcionais aos se-
nos dos ângulos opostos.
§ No triângulo ABD, tem-se: ​^​
​^​ x ​^​ Observe a figura a seguir, onde o DACB é obtusângulo em C ​
​ : 
​  = _​ c ​ 
cos A ​ x = c ⋅ cos A ​
​ 
⇒ 2 2 2 (1)
(AB)2 = (AD)2 + (BD)2 c =x +h
§ No triângulo BDC, tem-se:
(BC)2 = (BD)2 + (CD)2
a2 = h2 + (b – x)2
a2 = h2 + b2 – 2bx + x2
a2 = b2 + h2 + x2 – 2bx (2)
Substituindo (1) em (2), tem-se:
​^​
a2 = b2 + c2 – 2 ∙ b ∙ c ∙ cos​A ​ 

Exemplo:

Calcule o comprimento do segmento BF​
​  no hexágono reg-
ular de lado 2 cm a seguir:

​  a ​ 
__ ​^​
2 ​  a  ​ = sen​A ​ 
DOHB → senα = ​   ​ = ___
__
R 2R

Admitindo que tal propriedade estende-se a todos os ân-


gulos do ∆ABC, conclui-se que:

​  a​^
____    ​​  ​  b​^
= ____ ​  c​^
= ____
   ​​     ​​ 
= 2R
sen​A ​  sen​B ​  sen​C ​ 

Além da conclusão de que as razões entre os lados e os


senos dos ângulos opostos são iguais, também é possível
observar que eles equivalem ao diâmetro (2R) da circun-
ferência circunscrita ao triângulo.

73
I. Se α + θ = 180º → sen α = sen θ.
Aplicação do conteúdo ​^​
 ​ h ​ → h = b ∙ senθ = b ∙ senα = b ∙ sen​A ​ .
II. sen θ = __
Calcule o comprimento do segmento BC​
​  e o raio da circunfe- b
rência de centro O circunscrita ao triângulo da figura a seguir: III. Área (DABC) = ​ ____c ⋅  ​.
h  
2
Substituindo (II) em (III),​ resulta:
^​

​ c ⋅ bsen​
Área (DABC) = _______  ​A ​  

2
Admitindo que tal resultado estende-se a todos os ângulos
do ∆ABC, conclui-se: ​ ​ ​^​ ​^​
^
c ⋅
_______
área (DABC) = ​   ​  A ​
bsen​ a ⋅
  ________
  = ​   ​ bsen​
C ​ a ⋅ csen​
  _______
 = ​   ​ B ​



2 2 2

Aplicação do conteúdo
1. Um navio, deslocando-se em linha reta, visa um farol
e obtém a leitura de 30º para o ângulo formado entre a
sua trajetória e a linha de visada do farol. Após navegar
20 milhas, através de uma nova visada ao farol, obtém
​^​ a leitura de 75º. Determine a distância entre o farol e o
Em primeiro lugar, calcula-se a medida do ângulo B​A ​C
 : navio no instante em que se fez a 2.ª leitura.
​^​ __
B​A ​C
  + 75° + 45° = 180°
​^​
​ 2 ​ ≅ 1,4.)
(Use √
B​A ​C
  = 60°
Resolução:
Aplicando a lei dos senos, tem-se:
Observe a situação ilustrada na figura. A distância “d” pe-
​  BC^
_______ ​  ​  ​   ​  AB^
= ________ ​  ​  ​   dida pode ser calculada pela lei dos senos:
sen(B​A ​C   ) sen(A​C ​B  )

​  BC  ​  
______ = ______​  4   ​  
sen60º sen45º
BC = ______ ​  4   ​  ∙ sen60º
sen45º __

BC = ___ ​ ​  ​3  ​  
​  4__  ​  ∙ ___
√ 2
​  ​ 2 ​ ​   
___
__ 2
√ __
BC = ____ 4​
​  __3 ​ ​   = 2​√6 ​ cm

​ 2 ​ 
__
Por fim, o raio da circunferência é dado por:
​  BC​^ 
_______ ​  ​  = 2R
​  d   ​  
______ ​  20  ​  
= ______
sen30º sen45º

⇒ d ​___
2 (  ) (  )
​ ​ 2 ​ ​     ​= 20 ​__
​  1 ​   ​⇒
2
sen(B​A ​C  ) __ 20 ∙ (1,4)
20
d​√2 ​ = 20 ⇒ d =​ ___
__ ​ =_______
​   ​   = 10 ∙ (1,4) = 14 milhas
dXX  2
​  2​ 6 ​ 
______  ​ 
= 2R √
​ 2 ​ 
sen60º ​^​ ​^​
dXX 2. Um triângulo ABC possui ângulos B ​
​  e C ​
​  medindo, res-
​ 2​ 6 ​ ​  = 4​dXX
____ 2 ​ = 2R pectivamente, 45º e 30º. Determine a medida do lado
___ d
​​  XX 3 ​ ​   
AB, sabendo que a medida de AC é 8 cm.
2
R = 2​dXX 2 ​ cm
Resolução:

2.1. Área de um DABC qualquer Aplicando a lei dos senos, tem-se:


(fórmula trigonométrica)

74
__

(  )
__
√ ​2 
​  8   ​  
______ ​  x   ​  
= ______ ⇒ 8 ∙ ​__ ​ 1 ​   ​= x ∙ ___    ⇒ ​  5   ​  
______ ​  x   ​  
= ______
√  
​ ​ 2 ​
​ 1 ​ x = 5 ∙ ___
⇒ __  ​  ⇒
sen45º sen30º 2
__ __​ 2 ​ sen30º sen135º 2
__
2
√ √
⇒ 4 = ____​ x​  ​2 ​   ⇒ x = ___
​  8__  ​  = ___ ​ ​ __ ​2  ​  
​  8__  ​  ∙ ___ ⇒ x = 5​√2 ​ ⇒ x = 5(1,4) = 7 km
2 √
​ 2 ​  √ ​ 2 ​  √ ​  ​ 
2
__
√ __ 4. A figura abaixo mostra o corte lateral___de um terreno
8​
⇒ x = ____ 2 ​  
​   ​  = 4​√2 ​ cm onde será construída uma rampa reta, ​AC​, que servirá
2
para o acesso de veículos à casa, que se encontra na
3. Algebrópolis, Geometrópolis e Aritmetrópolis são ci- parte mais alta do terreno. A distância de A a B é de 6
dades do país Matematiquistão, localizadas conforme a ^
m, de B a C é de 10 m e o ângulo ABC mede 120º. Qual
figura abaixo. A partir dos dados fornecidos, determine deve ser o valor do comprimento da rampa em metros?
a distância aproximada
__ de Geometrópolis a Algebrópo-
lis. Considere √2 ​  ≅ 1,4. Resolução:
Resolução: Aplicação da lei dos cossenos.
Encontrando o terceiro ângulo, aplica-se a lei dos senos:

x2 = 62 + 102 – 2 ∙ 6 ∙ 10 ∙ cos120º ⇒

⇒ x2 = 36 + 100 – 120 ∙ ​__


2
____
(  )
​ -1 ​  ​ ⇒

⇒ x = 136 + 60 ⇒ x = √
2
​ 196 ​ = 14m

VIVENCIANDO

A trigonometria possui distintas aplicações nos diversos ramos da ciência e também no cotidiano. Por esse motivo,
é considerada uma importante aliada do mundo moderno. É possível encontrar um excelente exemplo na prática de
exercícios físicos. A caminhada é uma das atividades físicas que, quando realizada com frequência, torna-se eficaz
na prevenção de doenças crônicas e na melhora da qualidade de vida. Imagine a seguinte situação: para a prática
de uma caminhada, uma pessoa sai do ponto A, passa pelos pontos B e C e retorna ao ponto A, formando em A um
ângulo de 120°. Sabe-se que a distância entre os pontos A e C é de 80 m, e a distância entre os pontos A e B é de
70 m. Quantos quilômetros ela terá caminhado?
Pela lei dos cossenos, segue que:
x² = (80)² + (70)² – 2 ∙ 80 ∙ 70 ∙ cos 120°
x² = 6400 + 4900 – 11200 ∙ (–1/2)
x² = 11300 + 5600
x² = 16900
x = 130
Total percorrido: 130 + 80 + 70 = 280 m = 0,28 km

75
multimídia: sites
multimídia: sites O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow
O Andar do Bêbado, do físico americano Le-
pt.khanacademy.org/math/trigonometry/ onard Mlodinow, explica por que as pessoas
trig-with-general-triangles#law-of-sines apresentam tanta dificuldade em aceitar o
acaso e compreendê-lo. Num tom irreverente,
o autor costura casos emblemáticos a teorias
matemáticas, citando pesquisas e exemplos
presentes em todos os âmbitos da vida, do
mercado financeiro aos esportes, de Hollywood
à medicina. Mais do que uma visão geral sobre
aleatoriedade, sorte e probabilidade, Mlodinow
lembra que muitas coisas em nossas vidas são
tão previsíveis quanto o próximo passo de um
bêbado depois de uma noitada.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem 2017) Uma desenhista projetista deverá desenhar uma tampa de panela em forma circular. Para realizar
esse desenho, ela dispõe, no momento, de apenas um compasso, cujo comprimento das hastes é de 10 cm, um
transferidor e uma folha de papel com um plano cartesiano. Para esboçar o desenho dessa tampa, ela afastou as
hastes do compasso de forma que o ângulo formado por elas fosse de 120º. A ponta seca está representada pelo
ponto C, a ponta do grafite está representada pelo ponto B e a cabeça do compasso está representada pelo ponto
A conforme a figura.

76
Após concluir o desenho, ela o encaminha para o setor de produção. Ao receber o desenho com a indicação do raio
da tampa, verificará em qual intervalo este se encontra e decidirá o tipo de material a ser utilizado na sua fabricação,
de acordo com os dados.

Tipo de material Intervalo de valores do raio (cm)


I 0<R≤5
II 5 < R ≤ 10
III 10 < R ≤ 21
IV 15 < R ≤ 21
V 21 < R ≤ 40
__
Considere 1,7 como aproximação para √
​ 3 ​. 
O tipo de material a ser utilizado pelo setor de produção será:
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar
D seus conhecimentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O compasso forma, com a superfície do papel, um triângulo isósceles de lados, 10, 10 e R (raio), e ângulos de 120º, 30º e
30º graus. Sabendo disso, é possível calcular o raio R:
__
__
  R ≅ 17 cm ∵ 15 < R ≤ 21

​​  ​3 ​   ⇒ R = 10 √
 10   
​  R   ​ = ________
_______ ⇒ R∙ 1​ __ ​ = 10 ___ ​3⇒
sen120º sen30º 2 2

Alternativa D

77
DIAGRAMA DE IDEIAS

A
^A c
b A +^
→^ B +^
C = 180º
^B B
^C a
C

TRIÂNGULO QUALQUER

LEI DOS COSSENOS ÁREAS LEIS DOS SENOS

a = b = c =
a2 = b2 + c2 -2bc · cos ^
A A = 1 a · b · sen ^
C 2R
2 A sen ^
sen ^ B sen ^
C
b = a + c -2ac · cos B
2 2 2 ^
A = 1 b · c · sen ^
A
c2 = a2 + b2 -2ab · cos ^
C 2
A = 1 a · c · sen ^
B
2

78
AULAS Áreas dos triângulos
15 e 16
Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 14

1. Áreas de um triângulo em
função da base e da altura
A

ha 
b Se o lado BC​
​  for utilizado como base, é preciso calcular a

C altura hBC relativa à base BC​
​ : 
hb

hc

B a C

§ ha: medida da altura relativa ao vértice A;


§ hb: medida da altura relativa ao vértice B;

§ hc: medida da altura relativa ao vértice C; Entretanto, nota-se que o segmento AB​
​  é a altura relativa

à base PC​
​ , pois os segmentos são perpendiculares. Caso a
§ a, b, c: medidas dos lados do ∆ABC. figura seja observada de outro ângulo, pode-se perceber:
a ⋅ h b ⋅ hb ____ c ⋅ hc
Área (∆ABC) = S = ____
​   ​a  = ____
​   ​  = ​   ​   
2 2 2
Como um triângulo possui três alturas, cada uma relativa
a uma base, é possível utilizar qualquer uma das três para
obter a área, até mesmo se a altura for externa ao triângu-
lo. Observe os três triângulos a seguir, compreendidos na
região entre duas retas r e s paralelas:

Assim, será calculado o comprimento do segmento PC​
​  pelo
teorema de Pitágoras no triângulo ABC:

(AC)² + (AB)² = (BC)²


(CP + 7)² + 5² = (13)²
CP² + 14CP + 49 + 25 = 169
Os três triângulos possuem a mesma área, pois possuem a
mesma base e a mesma altura, uma vez que as retas r e s CP² + 14CP – 95 = 0
são paralelas. Resolvendo a equação de segundo grau, tem-se que CP = 5.
Portanto, a área do triângulo BCP é:
Exemplo:
CP ⋅  ​
AB 
A = ​ ______ 5 ⋅  ​
 = ​ ____5  ​ 25 ​ u.a.
 = ___
Calcule a área do triângulo BCP da figura a seguir: 2 2 2

79
VIVENCIANDO

O triângulo é considerado uma das figuras mais importantes, no que tange os estudos relacionados à Geometria.
Além de ser indispensável, ele possui uma imensa utilidade no nosso cotidiano. É muito comum observar que os
engenheiros utilizam essa forma geométrica em construções, a fim de que elas apresentem mais segurança. Muitos
telhados, por exemplo, são construídos em formato triangular, pois devido à rigidez geométrica dos triângulos, uma
vez construído, é impossível modificar a abertura de seus ângulos e construir outro triângulo. Armários, portões, an-
daimes e prateleiras também possuem algum triângulo em sua estrutura com o mesmo intuito: aproveita-se de sua
rigidez para evitar deformações. Podemos comprovar a rigidez do triângulo fazendo a seguinte experiência: pegue
três palitos de sorvete (ou canudinhos) que podem ter tamanhos variados. Em seguida, prenda os palitos com tachi-
nhas e tente mover os lados do triângulo. Realmente não é possível!

1.1. Área de um triângulo retângulo Calculando a área pelos catetos:

​ AC ⋅  ​
A = ______ CB  12 ⋅ ​
 = ​ _____9 
 = 54 u.a.
2 2
Agora é possível, inclusive, calcular a altura h da
seguinte forma:

​ AB ⋅ ​
A = _____ h 

2

§ b: medida do cateto AC​
​ ; 
No entanto, já se sabe que a área vale 54:

§ c: medida do cateto AB​
​ ; 
 ​ 15h ​
54 = ___   
§ a: medida da hipotenusa BC​
​ ;  2

§ Relação métrica: a2 = b2 + c2 (Pitágoras). ​ 36 ​ 


h = ___
5
Área (∆ABC) = S = ____ cateto ⋅  ​
​ b ⋅  ​c  = ​ ___________
cateto 


2

2
1.2. Área de um triângulo equilátero
Nesse caso, o cateto AC​
​  é a base, e o cateto AB​
​  é altura.

Exemplo:
Calcule a área do triângulo ABC a seguir:


Em vez de calcular a altura h relativa ao lado AB,
​   é mais

simples calcular o lado CB​
​  pelo teorema de Pitágoras: § a: medida dos lados do ∆ABC;
​ a ⋅ ​ ​.
dXX
3 ​  
(AC)² + (CB)² = (AB)² § h: medida da altura do ∆ABC → h = _____  
2
(12)² + (CB)² = (15)²
​ a² ⋅ ​ ​
dXX
3 ​  
Área (DABC) = S = ______  
CB = 9 4

80
1.3. Área de um triângulo Como o triângulo BCD formado é retângulo, pode-se
calcular o lado BD por trigonometria:
em função dos três lados
​ BD ​ 
senθ = ___
BC
BD = senθ ∙ BC

 
Como BD​
​  representa a altura relativa à base AC​
​ , a área do
triângulo ABC é dada por:
§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC;
​ AC ⋅  ​
A = ______ DB  ​ b ⋅ senθ
 = _________ ⋅ a 
 ​  
§ p: semiperímetro (metade do perímetro). 2 2
a ⋅ b ⋅  ​
senθ 
A = ​ _________  
Área (∆ABC) = S = ​dXXXXXXXXXXXXXXXXXX
p(p
   – a) (p – b) (p – c) ​(fórmula 2
Heron)
1.5. Área de um triângulo em função
1.4. Área de um triângulo dos lados e do circunraio (raio
em função de dois lados e o da circunferência circunscrita)
ângulo formado entre eles

§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC;


§ a: medida do ângulo formado pelos lados b e c. § O: centro do círculo;
​^​
b ⋅ c ⋅ senα
Área (∆ABC) = S = ​ _________  ​  b ⋅ c ⋅ sen​A ​ 
_________
= ​ 
   ​ 
  § P: ponto da circunferência;
2 2
Observando o triângulo ABC a seguir, é possível demon- § OP = R (circunraio);
strar essa relação facilmente: § a, b, c: medidas dos lados do DABC.

a ⋅ b  ​
⋅ c 
Área (DABC) = S = ​ ______  
4R

1.6. Área de um triângulo em


função dos lados e do inraio

Prolongando o lado AC​
​  e traçando uma perpendicular que

passa pelo vértice B, tem-se a altura relativa ao lado AC​
​ : 

81
§ O: centro do círculo;
§ P: ponto da circunferência;
§ OP = r (inraio);
§ a, b, c: medidas dos lados do DABC;
§ p: semiperímetro.
Área (∆ABC) = S = p ⋅ r
multimídia: livros
O teorema do papagaio
Um filósofo numa cadeira de rodas; um me-
nino surdo; um casal de gêmeos adolescen-
tes; um papagaio que sofre de amnésia. Esse
grupo inusitado de repente se defronta com
uma situação ainda mais estranha quando a
remessa de uma fabulosa bibiloteca de livros
raros de matemática chega até sua casa, em
multimídia: sites Paris, enviada da longínqua Manaus.

pt.khanacademy.org/math/basic-geo/basic-
geo-area-and-perimeter/area-triangle/v/
intuition-for-area-of-a-triangle

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Sabemos que a tendência de relacionar conteúdos do ensino médio com a realidade dos alunos é algo que vem
ganhando destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o exercício a seguir, relaciona o cotidiano de um
arquiteto com o estudo de áreas dos triângulos:
Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais compostos de quadrados de lado
medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC medem 1/4
da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de materiais: um para a parte
sombreada da figura, que custa R$ 30,00 o m², e outro para a parte mais clara (regiões ABPDA e BCDQB), que custa
R$ 50,00 o m². De acordo com esses dados, qual é o custo dos materiais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50 b) R$ 35,00 c) R$ 40,00 d) R$ 42,50 e) R$ 45,00

82
Resolução:
Aquadrado = 1 ∙ 1 = 1m2

[ (  ) (  )]
​ 1 ​  ​∙ ​__
​__
4
Aclara = 4 ∙ ​_______
​   ​   
2
​  1 ​  ​
2 ​= 4 ∙ 1/16 = 1/4 = 0,25 m2
Asombreada = Aquadrado – Alara = 1 – 0,25 = 0,75 m2
Logo o gasto será:
0,75 ∙ 30 + 0,25 ∙ 50 = R$ 22,50 + R$ 12,50 = R$ 35,00
Alternativa B

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas
e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A distribuição de salários pagos em uma empresa pode ser analisada destacando-se a parcela do total da massa
salarial que é paga aos 10% que recebem os maiores salários. Isso pode ser representado na forma de um gráfico for-
mado por dois segmentos de reta, unidos em um ponto P, cuja abscissa tem valor igual a 90, como ilustrado na figura.
No eixo horizontal do gráfico tem-se o percentual de funcionários, ordenados de forma crescente pelos valores de
seus salários, e no eixo vertical tem-se o percentual do total da massa salarial de todos os funcionários.

O Índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda de um determinado grupo, pode ser calculado pela razão
A/(A + B) em que A e B são as medidas das áreas indicadas no gráfico.

A empresa tem como meta tornar seu Índice de Gini igual ao do país, que é 0,3. Para tanto, precisa ajustar os salários
de modo a alterar o percentual que representa a parcela recebida pelos 10% dos funcionários de maior salário em
relação ao total da massa salarial.
Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 4 maio 2016 (adaptado)

83
Para atingir a meta desejada, o percentual deve ser
a) 40%
b) 20%
c) 60%
d) 30%
e) 70%

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utili-
A zando cálculos de área de superfícies planas para a sua resolução.
Seja Yp a ordenada do ponto P, de tal forma que :
B = 90 · Yp/2 + (Yp + 100)·10/2 = 50 · Yp + 500.
Assim, tem-se:
A = 100·100/2 – B = 4500 – 50 Yp.
Desse modo, se a meta é 0,3, então:
A / (A + B) = 0,3 ⇒ A = 1500 ⇒ 4500 – 50Yp = 1500 ⇒ Yp = 60
Portanto, a resposta é ( 100 – 60 )% = 40%
Alternativa A

84
DIAGRAMA DE IDEIAS

RETÂNGULO

ÁREA DE UM TRIÂNGULO

EM FUNÇÃO DA EM FUNÇÃO DOS


BASE E DA ALTURA TRÊS LADOS

B
a c
hb
C b A

b · hb
S=
2

EM FUNÇÃO DE DOIS CIRCUNS-


EQUILÁTERO INSCRITO
LADOS E O ÂNGULO CRITO
FORMADO ENTRE ELES

A a
C l l C B
h c b
R
ba l b c
B C
α l2 3 a
A
A B S=
c 4 a· b · c
S= S=p·r
4R
b · c · sen α l 3
S= h=
2 2

85

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