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Matemática para

vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019

T
2
MATEMÁTICA
M
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
Herlan Fellini, Pedro Tadeu Batista e Vitor Okuhara
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Batista
Vitor Okuhara
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions

ISBN: 978-85-9542-143-1

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2019
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CARO ALUNO

O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos
principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo
enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019.
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar.
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.

INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química,
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção "Aplicação no Cotidiano". Como o próprio nome já
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 11 e 12: Inequações do 1º e 2º graus 7
Aulas 13 e 14: Relações, funções e definições 23
Aulas 15 e 16: Funções do 1º grau 39
Aulas 17 e 18: Função polinomial do 2º grau 51

ARITMÉTICA
Aulas 11 e 12: Teorema fundamental da aritmética, M.M.C. e M.D.C. 65
Aulas 13 a 16: Porcentagem 81
Aulas 17 e 18: Juros simples e compostos 95

GEOMETRIA PLANA
Aulas 11 e 12: Relações métricas no triângulo retângulo 107
Aulas 13 e 14: Trigonometria num triângulo qualquer 119
Aulas 15 e 16: Áreas dos triângulos 131
Aulas 17 e 18: Polígonos 145
Abordagem de ÁLGEBRA nos principais vestibulares.

FUVEST
A prova da Fuvest é conteudista e muito bem elaborada. Conhecimentos sobre funções passaram
a ser pedidos com mais frequência nos últimos anos. Na maioria das vezes, funções são apresen-
tadas de maneira direta, mas existe a possibilidade de serem abordadas com gráficos.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U A prova da Unesp traz uma composição ampla de conteúdos e interdisciplinaridade na maioria de
suas questões. Elas abordam funções e o uso de recursos tais como tabelas, figuras e gráficos, o que
destaca a importância do candidato obter, além do domínio do conteúdo, uma boa interpretação.

UNICAMP
Para se dar bem nas questões que envolvem funções, você precisará estar familiarizado com a
nomenclatura e os símbolos matemáticos usuais, com conhecimento crítico e integrado da Mate-
mática do ensino fundamental e do ensino médio. O domínio na interpretação de gráficos será uma
ferramenta fundamental.

UNIFESP
Com questões dissertativas, a prova da Unifesp pode abordar o conteúdo de funções de maneira
direta, com a possibilidade de cobrança de gráficos. Além disso, traz questões que fazem o can-
didato trabalhar os conteúdos em contextos menos usuais à tradição dos vestibulares.

ENEM/UFMG/UFRJ
Frequentemente, traz questões que envolvem funções, sejam elas do 1° ou do 2° grau. Elas
podem aparecer com as mais variadas abordagens; normalmente, o enunciado propõe uma situ-
ação em que o uso da função será necessário, mas sem deixar claro no texto. Muitos problemas
que parecem ser de área mínima ou máxima são de função. A prova de Matemática vem cheia de
gráficos, tabelas, esquemas e infogramas que devem ser interpretados com cuidado.

UERJ
Funções são uma matéria elementar da Matemática, bem exploradas na prova da UERJ e que
quase sempre estão associadas a algum outro assunto. Dominar o conceito de funções, seus
cálculos e saber analisar graficamente uma expressão é essencial para resolver diversas questões
da UERJ. Nas últimas edições, foram cobradas questões envolvendo funções do 2° grau.
11 12
Inequações do 1º e 2º graus

Competência Habilidade
5 21

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Inequações
Dadas duas funções f(x) e g(x), sendo seus domínios contidos no conjunto dos números reais, uma inequa-
ção é dada pelas sentenças abertas a seguir:
§§ f(x) > g(x): f(x) é maior que g(x) ou g(x) é menor que f(x)

§§ f(x) > g(x): f(x) é maior ou igual a g(x) ou g(x) é menor ou igual a f(x)

§§ f(x) < g(x): f(x) é menor que g(x) ou g(x) é maior que f(x)

§§ f(x) < g(x): f(x) é menor ou igual a g(x) ou g(x) é maior ou igual a f(x)

Conjunto solução
O conjunto solução de uma inequação é dado pelo conjunto S de valores que tornam a inequação verda-
deira.

Exemplos:
1. O conjunto solução da inequação x + 1 > 2 é dado por S = {x [ R | x > 1}. Observe que x = 1 não torna
a inequação verdadeira:
1+1>2
2 > 2 (falso)
2. A inequação x > x + 2 não possui valores reais que a tornam verdadeira (x + 2 sempre será maior que x
para qualquer valor real de x), logo S = \.

Para encontrar o conjunto solução de uma inequação, devemos simplificá-la de modo a obtermos uma
inequação equivalente (em que o conjunto solução é o mesmo) de maneira similar à resolução de equações. Para
isso, utilizamos duas propriedades das inequações:
§§ P1: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R, podemos somar um valor c [ R em ambos os lados da

inequação e obter uma inequação equivalente:


a > b  e  a + c > b + c  possuem o mesmo conjunto solução

Exemplo:
Encontrar, o conjunto solução da inequação 2x – 1 < x + 4.
Somando –x em ambos os lados da inequação, temos:
2x – 1 – x < x + 4 – x
x–1<4
Agora, somando 1:
x – 1 + 1< 4 + 1
x<5
Portanto, o conjunto solução é S = {x [ R | x < 5}.
§§ P2: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R e um valor c [ R, temos que:
i) se c > 0, a > b  e  a ∙ c > b ∙ c são equivalentes;
ii) se c <0, a > b  e  a ∙ c < b · c são equivalentes.
Ou seja, podemos multiplicar ambos os lados de uma inequação e obter uma inequação equivalente, porém,
se o valor multiplicado for negativo, o sinal da desigualdade inverte.

9
Veja a desigualdade a seguir: 4x – 4 – x2 > 3x – x2 – x
4x – 4 – x2 – 3x + x2 + x > 0
2 < 5   (2 é menor que 5)
2x – 4 > 0
Se multiplicarmos ambos os lados por –3, temos:
polinômio do 1° grau
–6 > –15   (Observe que –6 é maior que –15)
Devido à troca do sentido da desigualdade, ao Em algumas situações, teremos que obter os va-
lores de x que satisfazem duas ou mais inequações.
multiplicarmos ambos os membros por um valor
Duas ou mais inequações consideradas simulta-
negativo, na inequação:
neamente formam o que denominamos sistemas de
​  1x ​ < __
__ ​ 1 ​  inequações.
2
não podemos multiplicar ambos os membros por
2x – 1 > 0
x, transpondo o termo x para o outro membro Este é um sistema de inequações do 1º grau.
x–5<0
como faríamos na resolução da equação:
​ 1x ​ = ​ __
__ 1 ​ ⇒ 1 = __
​ x  ​
2 2 Resolução de inequações do 1º grau
Isso se deve ao fato de que podem haver valo-
res de x negativos que satisfaçam a inequação,
Exemplos:
1. Resolva a inequação –2x + 4 > 10.
e para x < 0 ao transpor para o outro membro
–2x > 10 – 4
deveríamos inverter o sentido da desigualdade.
–2x > 6
Para resolver esta e outras inequações, devemos
Agora, multiplicamos ambos os membros da ine-
utilizar apenas as propriedades apresentadas, ou 1 ​  (o que é equivalente a dividir
quação por – ​ __
seja: 2
ambos os membros por –2).
​  1x ​ < __
__ ​ 1 ​ 
2
​ 1x ​ – ​ __
__ 1 ​ < 0
2
( ) 2 ( )
1 ​   ​ (–2x) < 6 ​  – ​ __
​  – ​ __ 1 ​   ​  (Observe que o sentido
2
da desigualdade deve ser trocado.)
Reduzindo a um denominador comum, temos:
x < –3
​  2 –  ​x 
____  < 0
2x
Portanto, o conjunto solução é
Esta inequação equivalente encontrada é deno-
S = {x [ R I x < –3}.
minada uma inequação-quociente, e veremos
mais adiante o método para encontrar seu con-
2. Encontre o conjunto solução da inequação
junto solução.
​  x  ​ – ____
__ ​ 1 – ​x  ​ 5 ​ .
 > __
2 4 6
Reduzindo ambos os membros a um denomina-
Inequações do 1º grau dor comum, temos:
3 · (1 – x) ____
​  6 · x ​ – ​ ________
____  ​   > ​ 2 · 5 ​ 
Denomina-se inequação do 1º grau na variável 12 12 12
x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das Multiplicando ambos os membros por 12, simpli-
formas: ficamos a expressão:
ax + b > 0 6x – 3(1 – x) > 2 · 5
ax + b > 0 6x – 3 + 3x > 10
(com a, b [ R e a Þ 0)
ax + b < 0 9x > 13
ax + b < 0
​ 13 ​ 
x > ___
Assim, por exemplo, a inequação 9
4(x –1) – x2 > 3x – x(x + 1) pode ser reduzida à forma Portanto, o conjunto solução é
ax + b > 0, sendo, portanto, uma inequação do 1º grau: { ​ 13 ​  .​
S = ​ x [ R | x > ___
9 }
10
Sistemas de inequações do 1º grau Agora, dividindo todos os membros por 3, temos:
1<x<3
O conjunto solução de um sistema de inequa-
Logo, o conjunto solução é dado por:
ções é determinado pela intersecção dos conjuntos so-
1 < x  (I)
luções de cada inequação do sistema.
x < 3  (II)

Exemplos: Realizando a intersecção dos dois intervalos,


1. Resolver a inequação  –1 < 2x – 3 < x. temos:
(I) (II) 1
(I)
Na verdade, resolver essa inequação simultânea
3
é equivalente a resolver o sistema: (II)

(I) > (II)


–1 < 2x – 3 (I)
2x – 3 < x (II) S = {x [ R I 1 < x < 3}
(I)
–1 < 2x – 3
–2x < – 3 + 1
–2x < – 2
Inequações do 2º grau
x>1
Denomina-se inequação do 2º grau na variável
1 x x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das
formas:
(II) ax2 + bx + c > 0
2x – 3 ≤ x ax2 + bx + c > 0
2x – x ≤ 3 (com a, b e c [ R e a Þ 0)
ax2 + bx + c < 0
x≤3
ax2 + bx + c < 0
3 x

Fazendo a intersecção: Exemplos:


1
(I) x2 – 3x + 1 > 0 2x2 – 5x < 0
3 polinômio do 2º grau    polinômio do 2º grau
(II)

(I) > (II)


1 3 Resolvendo inequações do 2º grau
S = {x [ R I 1 < x < 3}
Resolver uma inequação do 2º grau significa de-
§§ Encontre o conjunto solução da inequação
terminar os valores reais de x que satisfazem a inequa-
2 < 3x – 1 < 8.
ção dada.
Em alguns casos, não precisamos montar um sis-
Uma maneira simples de encontrar o conjunto
tema de inequações para resolver uma inequa-
solução de uma inequação do segundo grau é simpli-
ção simultânea. Neste exemplo podemos somar
ficar a inequação até obtermos uma expressão do tipo
1 nos três membros:
f(x) > 0, f(x) > 0, f(x) < 0 ou f(x) < 0, em que f(x) é uma
2 + 1 < 3x – 1 + 1 < 8 + 1 função do segundo grau e analisamos o sinal da função
f(x) através de seu gráfico.
3 < 3x < 9

11
Exemplo: Sistemas de inequações do 2º grau
Encontrar o conjunto solução da inequação
2x² + 6x – 1 > x² + 11x – 5. Há alguns sistemas de inequação que apresen-
Transpondo todos os fatores para um membro tam uma ou mais inequações do 2º grau. Para resolver
da inequação, temos: esses sistemas, revolvemos cada inequação separada-
mente e, depois, achamos a intersecção das soluções.
2x² + 6x – 1– x² – 11x + 5 > 0
x² – 5x + 4 > 0
Exemplo:
Agora, temos simplesmente que analisar o sinal
1. Resolver o sistema de inequações
da função f(x) = x² – 5x + 4. Para isso, construi-
2x2 + 8 > x2 – 6x
remos seu gráfico: .
 x+5<0
§§ Calculando as raízes 2x2 + 8 > x2 – 6x (I)
f(x) = 0   x + 5 < 0 (II)
x² – 5x + 4 = 0
Resolvendo (I):
x1 = 1 e x2 = 4
2x2 + 8 > x2 – 6x ⇒ x2 + 6x + 8 > 0
§§ Concavidade da parábola §§ a = 1 > 0
Como a = 1 (positivo), temos que a parábola §§ x2 + 6x + 8 = 0
possui concavidade para cima, portanto, seu gráfico é:
D=4
y
–6 ± 2 ​ 8 ​ = - 4
x' = - ___
______
x = ​   ​    2
2 4  ​= - 2
f(x) x'' = - ​ ___
2

1 4 x

–4 –2 x

Pelo gráfico, vemos que:


Para x < 1 ou x > 4 ⇒ f(x) > 0
Para 1 < x < 4 ⇒ f(x) < 0
Analisamos, agora, os intervalos em que temos
f(x) > 0: Resolvendo (II): x + 5 < 0 ⇒ x < –5
y

f(x)
–5 x

1 4 x

Portanto, o conjunto solução é –5 x


S = {x [ R | x < 1 ou x > 4}.

12
Fazendo a intersecção entre as soluções de Logo:
(I) e (II): Para x > 3 f(x) é positiva e para x < 3 f(x) é
(I)
negativa.
–4 –2 Para x > 1 g(x) é negativa e para x < 1 g(x) é
–5
(II) positiva.
Construímos, agora, o quadro de sinais:
(I) > (II)
–5 1 3

S = {x [ R | x < – 5} f(x)

g(x)

Inequações-produto e f(x)g(x)

inequações-quociente
A terceira linha do quadro representa o sinal da
Inequações-produto função f(x)g(x).
Dadas duas funções f(x) e g(x), uma inequação- §§ Se x < 1 a função f(x) é negativa e g(x), positiva,
-produto é uma inequação da forma: portanto, o produto entre elas é negativo.
§§ Se 1 < x < 3 ambas as funções f(x) e g(x) são
f(x) ⋅ g(x) > 0
negativas, portanto, seu produto é positivo.
f(x) ⋅ g(x) > 0
§§ Se x > 3 a função f(x) é positiva e g(x), negativa,
f(x) ⋅ g(x) < 0
portanto, o produto entre elas é negativo.
f(x) ⋅ g(x) < 0
Como queremos (x – 3)(1 – x) > 0, ou seja, não
Para resolver inequações desse tipo, procedemos procuramos os valores de x que anulam o produ-
da seguinte maneira: to (x – 3)(1 – x), não incluímos as raízes 1 e 3 no
1ª Fazemos o estudo dos sinais de cada função conjunto solução:
separadamente.
S = {x [ R | 1 < x < 3}
2ª Colocamos os resultados em um quadro de
sinais. Observe que, ao procurar o conjunto solução
3ª Analisamos o sinal do produto das funções, de (x – 3)(1 – x) > 0, poderíamos também re-
levando em conta as regras dos sinais da multiplicação alizar o produto do primeiro membro e obter
de números reais. –x² + 4x – 3 > 0 e resolver a inequação do se-
gundo grau, obtendo o mesmo conjunto solução.

Exemplos: 2. Encontre o conjunto solução da inequação


(x2 – 2x)(x2 – 5x + 4) < 0.
1. Resolva a inequação (x – 3)(1 – x) > 0.
Se efetuarmos a multiplicação entre
Iremos analisar o sinal de cada função separa-
x² – 2x e x² – 5x + 4, encontraremos um poli-
damente:
nômio de 4º grau. Sendo assim, analisaremos o
f(x) = x – 3
sinal de cada função separadamente e montare-
g(x) = 1 – x
mos o quadro de sinais:
f(x) g(x) f(x) = x² – 2x
g(x) = x² – 5x + 4
Encontrando as raízes de cada função e consi-
3 1 derando suas concavidades, construímos ambos os grá-
ficos:

13
f(x) g(x)

0 2 x 1 4 x

Construindo o quadro de sinais:


0 1 2 4

f(x)

g(x)

f(x)g(x)

Como procuramos os valores de x que tornam o produto (x² – 2x)(x² – 5x + 4) negativo ou nulo, vemos que
o conjunto solução é:
S = {x [ R | 2 < x < 4 ou 0 < x < 1}

3. Resolva a inequação x³ – 2x² < 3x.


Transpondo o termo 3x para o outro membro da inequação, temos:
x³ – 2x² – 3x < 0
Fatorando o primeiro membro:
x(x² – 2x – 3) < 0
Temos, agora, uma inequação produto na forma f(x)g(x) < 0, na qual:

f(x) = x
g(x) = x² – 2x – 3
Novamente, construindo o gráfico de cada uma das funções para realizarmos a análise de sinal, temos:
§§ f(x) = x
f(x) = x é uma função de primeiro grau, portanto, seu gráfico é uma reta. Sua raiz é dada por:
f(x) = 0
x=0
A função é crescente pois a > 0.
§§ g(x) = x² – 2x – 3
Calculando suas raízes, temos:
g(x) = 0
x² – 2x – 3 = 0
x1 = –1 e x2 = 3
Sua concavidade é para cima, pois a > 0.

f(x) g(x)

0 –1 3

14
Quadro de sinais:
–1 0 3

f(x)

g(x)

f(x)g(x)

Portanto, temos que f(x)g(x) é negativo para x < –1 e para x entre 0 e 3, logo:
S = { x [ R | x < – 1 ou 0 < x < 3}

Inequações-quociente
Dadas duas funções f(x) e g(x), uma inequação-quociente é uma inequação da forma:
f(x)
___
​    ​ > 0
g(x)
f(x)
___
​    ​ > 0
g(x)
f(x)
___
​    ​ < 0
g(x)
f(x)
___
​    ​ < 0
g(x)

A resolução de inequações-quociente é similar à resolução de inequações-produto, ou seja, analisamos o sinal


de cada função separadamente e depois, para cada intervalo de x em que há mudança no sinal de alguma das funções,
f(x)
verificamos o sinal do quociente ___
​   ​ , levando em conta a regra de sinais para divisão de dois números reais.
gx)
A principal diferença na resolução de uma inequação-quociente em relação à inequação-produto é que temos
f(x)
agora uma condição de existência, pois no quociente ​ ___  ​ temos que g(x) Þ 0 para não anularmos o denominador.
g(x)

Exemplos:
​ 1x ​ ≤ __
1. Resolva a inequação __ ​ 1 ​  dada no início do capítulo.
2
__1
Transpondo o termo ​   ​ para o outro membro da inequação:
2
​  1x ​ – ​ __
__ 1 ​ ≤ 0
2
Reduzindo a um denominador comum, temos:
​  2 –  ​x 
____  ≤ 0
2x
f(x)
Temos, agora, uma inequação-quociente na forma ___
​    ​ < 0, em que:
g(x)
f(x) = 2 – x
g(x) = 2x
Ambas são funções de primeiro grau.
f(x) = 2 – x

15
Sua raiz é dada por:
f(x) = 0
2–x=0
x=2
Como a = –1, a função é decrescente.
g(x) = 2x
Sua raiz é dada por:
g(x) = 0
2x = 0
x=0
Como a = 2, a função é crescente.
f(x)
g(x)

2 x 0 x

Quadro de sinais:

0 2

f(x)

g(x) 2
f(x)
g(x) 0 2

Atenção ao resolver inequações-quociente, pois ela possui uma condição de existência. Como a inequação
f(x)
é do tipo ​ ___  ​ < 0 temos que g(x) Þ 0. Ou seja, não incluímos no conjunto solução a raiz de g(x), pois ela
g(x)
torna o denominador nulo. Porém, incluímos o 2, pois ele anula apenas f(x), satisfazendo a inequação.

S = {x [ R | x < 0 ou x > 2}

x2 – x – ​
7 
2. Encontrar o conjunto solução da inequação ​ ________  
> 1.
x+1
Novamente, não podemos apenas transpor o denominador x + 1 multiplicando no segundo membro. Proce-
demos deslocando todos os termos para o mesmo membro e reduzindo a um mesmo denominador comum:

​ x – x – ​ 7 
2
________  
–1>0
x+1
1(x + 1)
​  x – x – ​ 7 
2
________  – ​ _______
 ​  
>0
x+1 x+1
​  x – 2x – ​ 8 
2
_________  >0
x+1

16
f(x)
Resolvemos, agora, a inequação-quociente na forma ___
​    ​  > 0, em que:
g(x)

f(x) = x² – 2x – 8
g(x) = x + 1

Construindo os gráficos das funções, temos:

f(x) g(x)

–2 4 –1

Quadro de sinais:

–2 –1 4

f(x)

g(x)

f(x)
g(x) –2 –1 4

f(x)
Como procuramos os valores de x que satisfazem ​ ___  ​ > 0, temos os intervalos [–2, –1[ e [4, +`[ que tor-
g(x)
nam a função maior ou igual a zero. Observe novamente que –1 não pertence ao conjunto solução, pois é
raiz da função g(x). Portanto:
S = {x [ R | –2 < x < –1 ou x > 4}

17
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Filme Número 23

Walter Sparrow (Jim Carrey) é um funcionário do canil municipal que ga-


nhou um livro de presente de sua esposa Agatha, chamado O número 23.
O livro narra a obsessão de um homem com este número, e como isto
modifica a sua vida. Ao lê-lo, Walter reconhece várias passagens como sen-
do situações que ele próprio já viveu. Aos poucos, ele nota a presença do
número 23 em seu passado e, também, no seu presente, tornando-se cada
vez mais paranoico.

ACESSAR

Sites Inequação

pt.khanacademy.org /math/algebra/one-variable-linear-inequalities/alg1-one-step-
inequalities/v/inequalities-using-multiplication-and-division

18
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No nosso dia a dia ocorre uma variação nas medidas de temperatura. Na prática, registramos essa variação
indicando uma temperatura mínima e uma máxima, construindo, assim, a ideia de intervalo. Imagine a cidade de
São Paulo em um dia chuvoso, com a temperatura mínima de 18º e a máxima de 24º: representaremos a tempe-
ratura por T e utilizaremos os símbolos de maior ou igual (≥) e de menor ou igual (≤) para escrever a frase que
expresse essa temperatura:
18º ≤ T ≤ 24º
A inequação é mais um recurso da linguagem matemática para organizarmos problemas. Uma vez que as
medidas sempre serão variáveis, por mais precisos que sejam os instrumentos de medição. Ao comparar duas quanti-
dades, tentando concluir qual delas é maior ou menor, você estará utilizando o princípio da inequação.

INTERDISCIPLINARIDADE

A tabela abaixo ilustra os valores normais dos lipídios sanguíneos para um adulto. O perfil lipídico é uma
série de exames laboratoriais para determinar dosagens dos quatro tipos principais de gordura. Você consegue
observar uma inequação na tabela?
Indicador Valores Normais
CT (colesterol total) Até 200 mg/dL
LDL (“bom, colesterol) Até 130 mg/dL
HDL (“mau, colesterol) Entre 40 e 60 mg/dL
TG (triglicérides) Até 150 mg/dL

Poderíamos escrever 40 < HDL < 60 no indicador HDL. Veja que a inequação está envolvida quando há a
necessidade de se comparar um conjunto de medidas.

19
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 - Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resol-


ver uma situação proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Uma padaria vende, em média, 100 pães especiais por dia e arrecada com essas vendas,
em média, R$ 300,00. Constatou-se que a quantidade de pães especiais vendidos diariamente au-
menta, caso o preço seja reduzido, de acordo com a equação q = 400 – 100 p, na qual q representa
a quantidade de pães especiais vendidos diariamente e p, o seu preço em reais.
A fim de aumentar o fluxo de clientes, o gerente da padaria decidiu fazer uma promoção. Para
tanto, modificará o preço do pão especial de modo que a quantidade a ser vendida diariamente seja
a maior possível, sem diminuir a média de arrecadação diária na venda desse produto.
O preço p, em reais, do pão especial nessa promoção deverá estar no intervalo:
a) R$ 0,50 ≤ p < R$ 1,50
b) R$ 1,50 ≤ p < R$ 2,50
c) R$ 2,50 ≤ p < R$ 3,50
d) R$ 3,50 ≤ p < R$ 4,50
e) R$ 4,50 ≤ p < R$ 5,50

Análise Expositiva

Habilidade 21
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar seus conheci-
mentos sobre equação do segundo grau para a sua resolução.
A arrecadação é dada pelo preço de cada pão multiplicado pela quantidade de pães vendidos
e essa arrecadação é de 300, assim, temos:
(400 – 100p) · p = 300
p² – 4p + 3 = 0.
Resolvendo essa equação do segundo grau temos que p = 3 ou p = 1, logo, o pão deverá ter
seu preço reduzido para 1 real
Alternativa A

20
Estrutura Conceitual
DESIGUALDADE
INEQUAÇÕES -
1º GRAU PRODUTO
ax + b < 0
ax + b ≤ 0 f(x) · g (x) < 0
ax + b ≥ 0 f(x) · g (x) ≤ 0
ax + b > 0 FUNÇÃO f(x) · g (x) ≥ 0
f(x) · g (x) > 0

2º GRAU
ax2 + bx + c < 0
< ≤ ≥ >
menor menor maior maior INEQUAÇÕES -
ax2 + bx + c ≤ 0
ax2 + bx + c ≥ 0 ou ou QUOCIENTE
ax2 + bx + c > 0 igual igual
f(x) f(x)
<0 ; ≤0
g(x) g(x)
f(x) f(x)
>0 ; ≥0
g(x) g(x)
QUADRO
DE SINAL

ESTUDO ANÁLISE MONTAGEM

21
13 14
Relações, funções
e definições

Competências Habilidades
3, 4, 5 e 6 13, 15, 20 e 25
© Franck Boston/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Relações
§§ Produto cartesiano: dados dois conjuntos não vazios A e B, denomina-se produto cartesiano de A
por B (indica-se: A × B) o conjunto formado pelos pares ordenados, nos quais o primeiro elemento pertence
a A e o segundo pertence a B.

A × B = {(x, y) | x [ A e y [ B}

§§ Relação: dados dois conjuntos A e B, dá-se o nome de relação R de A em B a qualquer subconjunto de


A × B.

R é relação de A em B à R , A × B.

Exemplo:
Sejam os conjuntos A = {0, 1, 2, 3}, B = {0, 2, 4, 6, 8, 10} e a relação R de A em B, tal que y = 2x, x [ A e
y [ B. Escrever os elementos dessa relação R.

Como x [ A: x = 0 ä y = 2 · 0 = 0 par (0, 0)


x = 1 ä y = 2 · 1 = 2 par (1, 2)
x = 2 ä y = 2 · 2 = 4 par (2, 4)
x = 3 ä y = 2 · 3 = 6 par (3, 6)

Então, R = {(0, 0), (1, 2), (2, 4), (3, 6)}.


Podemos, ainda, representar essa relação por meio de um diagrama ou de um sistema cartesiano ortogonal.

Podemos observar que, numa relação R de A em B, o conjunto R é formado pelos pares (x, y) em que o
elemento x [ A é associado ao elemento y [ B mediante uma lei de associação.

A função pode ser definida como um tipo de relação:


§§ Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma relação de A em B.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado um e
apenas um elemento y do conjunto B.
A definição acima nos diz que, para uma relação f de A em B ser considerada uma função, precisa satisfazer
duas condições:
§§ Todo elemento de A deve estar associado a algum elemento de B.

25
§§ A um dado elemento de A deve estar associado 3. Dados os conjuntos A = { –3, –1, 1, 3} e
um único elemento de B. B = {1, 3, 6, 9}, seja a relação de A em B expres-
sa pela fórmula
y = x2, com x [ A e y [ B.
Exemplos:
1. Dados os conjuntos A = {0, 5, 15} e B = {0, 5, 10,
15, 20, 25}, seja a relação de A em B determina-
da pela fórmula y = x + 5, com x [ A e y [ B.

A relação expressa pela fórmula y = x2, nesse


caso, representa uma função de A em B, pois:
A todos os elementos de A estão associados ele-
mentos de B.
A um dado elemento de A está associado um
único elemento de B.

4. Dados os conjuntos A = {16, 81} e B = {–2, 2, 3},


seja a relação de A em B expressa pela fórmula
Observamos que:
Todos os elementos de A estão associados a ele- y4 = x, com x [ A e y [ B.
mentos de B.
A um dado elemento de A está associado um
único elemento de B.
Nesse caso, a relação de A em B expressa pela
fórmula y = x + 5 é uma função de A em B.

2. Dados os conjuntos
A = {–2, 0, 2, 5} e B = {0, 2, 5, 10, 20}, seja a
relação de A em B dado pela fórmula y = x, com
x [ A e y [ B.
Esse exemplo não representa uma função de
A em B, pois o elemento 16 do conjunto A está
associado a dois elementos (–2 e 2) do conjunto B.
Quando temos uma função de A em B, podemos
representá-la da seguinte forma:
f: A é B (função f de A em B)
x é y (a cada valor de x [ A associa-se um
só valor y [ B)
As letras x e y são muito utilizadas para repre-
sentar as variáveis de uma função.
Esse exemplo não expressa uma função de A em A letra f, em geral, dá o nome às funções, mas
B, pois o elemento –2 do conjunto A não está podemos ter também a função g, h etc. Por
associado a algum elemento de B. exemplo, escrevemos g: A é B para designar a

26
função g de A em B.
Exemplos:
Se y = x + 5 é a fórmula de uma relação, pode-
1. Dados os conjuntos
mos escrevê-la também como f(x) = x + 5.
A = {–3, –1, 0, 2} e B = {–1, 0, 1, 2, 3, 4},
O símbolo f(x), lê-se f de x, tem o mesmo signi-
determinar o conjunto imagem da função
ficado do y e pode simplificar a linguagem. Por
f: A é B definida por f(x) = x + 2.
exemplo, em vez de dizermos: "qual o valor de y
f(–3) = (–3) + 2 = –1
quando x = 2?", simplesmente utilizamos: "qual
f(–1) = (–1) + 2 = 1
o valor de f(2)?". Assim, f(2) significa o valor de
f(0) = 0 + 2 = 2
y quando x é 2.
f(2) = 2 + 2 = 4

Domínio, contradomínio e
imagem de uma função
Você já viu que, numa função, o domínio é cons-
tituído por todos os valores que podem ser atribuídos
à variável independente. Já a imagem da função é for-
mada por todos os valores correspondentes da variável
dependente.
Uma função f com domínio A e imagem B será
denotada por: Observando o diagrama:
f : A é B (função que associa valores do conjun- Im = {–1, 1, 2, 4}
to A a valores do conjunto B)
2. Seja a função f: R é R definida por
x é y = f(x) (a cada elemento x [ A correspon-
f(x) = x2 – 10x + 8. Calcular os valores reais de x
de um único y [ B)
para que se tenha f(x) = –1, ou seja, imagem –1
O conjunto A é denominado domínio da fun- pela função f dada.
ção, que indicaremos por D. O domínio da função, tam- f(x) = –1 ä x2 – 10x + 8 = –1
bém chamado campo de definição ou campo de x2 – 10x + 9 = 0
existência da função, serve para definir em qual con- D = b2 – 4ac = 100 – 36 = 64
junto estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis
​ 10 ± ​
x = ______ 8 

para a variável x. 2
O conjunto B é denominado contradomínio x = 9 ou x = 1
da função, que indicaremos por CD. É no contrado- 3. Dada a função f: R é R definida por
mínio que estão os elementos que podem corresponder f(x) = ax + b, com a, b [ R, calcular a e b, sa-
aos elementos do domínio. bendo que f(1) = 4 e f(–1) = –2.
Cada elemento x do domínio tem um correspon- A lei de formação da função é
dente y no contradomínio. A esse valor de y damos o f(x) = ax + b ou y = ax + b.
nome de imagem de x pela função f. O conjunto de
f(1) = 4 ä x = 1 e y = 4 ä 4 = a · 1 + b (I)
todos os valores de y que são imagens de valores de x
f(–1) = –2 ä x = –1 e y = –2 ä
forma o conjunto imagem da função, que indicare-
ä –2 = a · (–1) + b (II)
mos por Im. Note que o conjunto imagem da função é
um subconjunto do contradomínio da mesma. De (I) e (II), temos:

f: A é B a + b = 4
x é y = f(x) –a + b = –2
D = A, CD = B, Im = {y [ CD | y é corresponden-
te de algum valor de x}

27
Resolvendo o sistema:

a=3eb=1
Pelo que vimos, uma função fica bem definida quando sabemos qual o seu domínio, o seu contradomínio e
a regra de associação. Essa regra de associação (também chamada de lei de formação ou lei de associação) geral-
mente é dada por uma fórmula matemática.

Estudando o domínio de uma função


Quando tratamos com uma função, é importante sabermos qual o domínio dessa função, pois é ele que vai
determinar os valores possíveis para a variável independente.
Em muitas funções, o domínio vem explicitado:
§§ A função f: R é R, dada por f(x) = 3x2 – 1, possui domínio D = R.
§§ A função g: Z é R, dada por g(x) = – __ ​ x  ​+ 5, possui domínio D = Z.
2
§§ Na função h(x) = 2x + 3, com –2 ≤ x < 5, devemos tomar os valores reais de x no intervalo considerado, ou
seja, D = {x [ R | –2 ≤ x < 5}.
Mas, em muitos casos, o domínio e o contradomínio da função não vêm explicitados. Devemos, então, con-
siderar como domínio o conjunto de todos os números reais que podem ser colocados no lugar de x na fórmula da
função, obtendo, após os cálculos, um número real. O contradomínio será o conjunto R.
Numa função f, sendo dada por f(x) = x3 – 2x2 + 7, x pode ser qualquer número real, ou seja, D = R e CD = R.
Ao considerar o domínio de uma função, é preciso tomar um certo cuidado, pois corremos risco de atribuir,
certos valores para a variável x que não possuem imagem real e, portanto, descaracterizam a função.
Em geral, é preciso observar com atenção as funções que possuem variáveis no denominador ou no radican-
do de raiz com índice par, no momento de definir seu domínio.

Exemplos:
2x – 1 ​. 
1. Determinar o domínio da função f dada por f(x) = ​ __________
x² – 9
​ 2x2 – 1 ​ só existe em R, se x2 – 9 ≠ 0.
O valor numérico de _____
x –9
x2 – 9 ≠ 0 ä x2 ≠ 9 ä x ≠ 3 e x ≠ –3
Ou seja, x = –3 e x = 3 não podem estar no domínio da função.
D = {x [ R | x ≠ 3 e x ≠ –3} ou D = R – {3, –3}

2. Determinar o domínio da função f(x) = ​dXXXXX


x – 4 ​  ​  1   ​. 
+ _____
d
​ XXXXX
x – 2 ​ 
d
​ XXXXX só é possível se x – 4 ≥ 0 ä x ≥ 4 (I)
x – 4 ​ 
d
​ XXXXX só é possível se x – 2 > 0 ä x > 2 (II)
x – 2 ​ 

Note que a raiz está no denominador, portanto, além de não poder ser negativo (condição da raiz),
também não pode ser nulo (condição do denominador).

28
Representando as condições (I) e (II) na reta e determinando a intersecção dos respectivos intervalos, temos:

D = {x [ R | x ≥ 4}

Função injetora
Considere os diagramas:

Os diagramas (I) e (II) são os únicos que representam funções injetoras ou injetivas.
Definição: uma função f de A em B é injetora se: a todo x1 ≠ x2 do domínio (D), tivermos f(x1) ≠ f(x2) no
contradomínio (CD).
Resumindo: não pode haver duas flechas convergindo para uma mesma imagem (cada x do domínio tem
seu y no contradomínio).

Observação: entenda-se por imagem o elemento que “recebe” a flecha.

29
Considere os gráficos:

§§ Os gráficos (I) e (II) são os únicos que representam uma função injetora ou injetiva.
§§ Para identificarmos graficamente uma função injetora, traçam-se retas horizontais. Se as retas tocarem em
um único ponto em toda a extensão do domínio ou simplesmente não tocá-lo, teremos uma função injetora.
Conclusão: se houver reta horizontal que intercepta o gráfico em mais de um ponto, a função não será
injetora.

Exemplos de identificação pela lei de formação


1. Mostrar que a função, cuja lei de formação é f(x) = 2x, é injetora.
Solução: x1 ≠ x2 ä 2x1 ≠ 2x2 ä f(x1) ≠ f(x2), logo, f é injetora.
1 ​ é injetora.
2. Mostrar que f(x) = ​ __
x
Solução: x1 ≠ x2 ä __ ​ x1  ​ ≠ __
​ x1  ​ ä f(x1) ≠ f(x2), logo, f é injetora.
1 2

3. Mostrar que f(x) = x2 não é injetora.


Solução: basta ver que se x1 = 2 e x2 = –2, então:

ou seja, existem x1 e x2, tais que f(x1) = f(x2) e f não é injetora.

Função sobrejetora
Considere os diagramas:

Os diagramas (I) e (III) são os únicos que representam funções sobrejetoras ou sobrejetivas.
Definição: uma função f de A em B é sobrejetora, se o contradomínio (CD) for igual ao conjunto imagem (Im).
Resumindo: não podem “sobrar” elementos no contradomínio (CD).
Considere os gráficos:

30
Analisando somente o gráfico de uma função, não podemos caracterizá-la como sobrejetora, pois, como já
dissemos, o gráfico não indica o contradomínio de uma função, mas seu domínio e sua imagem.
Assim, para qualificarmos uma função como sobrejetora, é necessário que nos seja fornecido o contrado-
mínio de todas as 3 funções dadas. Se considerarmos os contradomínios como o conjunto dos reais (R), então
somente o gráfico (II) é uma função sobrejetora.
Se considerarmos que o contradomínio da função (I) é o intervalo [a, +Ü], que o contradomínio da função
(II) é R e que o contradomínio da função (III) é R – {a}, então todos os gráficos representarão funções sobrejetoras.

Importante
Note que toda função pode ser sobrejetora, basta que seja escolhido um contradomínio conveniente.

Para identificarmos graficamente uma função sobrejetora, traça-se uma reta horizontal em cada elemento
do contradomínio. Se cada uma das retas cortar o gráfico da função em um ou mais pontos, então a função é
sobrejora.

Função bijetora
Considere os diagramas:

O diagrama (I) é o único que representa função bijetora.


Definição: uma função f de A em B é bijetora, se for injetora e sobrejetora simultaneamente.

31
Resumindo:
1. cada x do domínio tem seu y no contradomínio.
2. não “sobra” ninguém no contradomínio (CD = Im).

Importante
O diagrama (II) é de uma função que nem é injetora (pois b e c possuem a mesma imagem) e nem sobreje-
tora (pois “sobram” os elementos i e j no CD).
O diagrama (III) não representa função por dois motivos:
1. Está sobrando o elemento V no domínio.
2. O elemento x possui duas imagens: k e m.

Teoria na prática
_______


​  2x    
2
1. Qual o domínio da função real dada por f(x) = ​ _______  
 ​ ​?
–x + 4x
Resolução:
A condição inicial para a função é que o radicando seja não negativo e o denominador diferente de zero.
Analisando cada parte separadamente, temos:
i) no numerador: x2. Será zero, se x = 0.
+ + + +
0 + + + +
x2

ii) denominador: –x2 + 4x = x(–x + 4). Será nulo, se x = 0 ou x = 4.


- - - - 0 + + + + +
x

+ + + + + + + 4 - -
-x+4

- - - - 0 + + + 4 - -
-x2 + 4x

Unindo as informações:
+ + + + 0 + + + + +
x2
- - - - 0 + + + 4 - -
-x2 + 4

x2 - - - - 0 + + + 4 - - -
-x + 4x
2

Logo:
D(f) = ]0,4 [ ou, D(f) = {x ∈ ℝ | 0 < x < 4}

32
2. A figura a seguir representa o gráfico de uma função real a valores reais, y = f(x). Sabendo-se que g(x) = f(x – 3),
encontre o valor de g(1) + g(4) + g(7).
y

2
3 5
-2 4 x
-1

Pela lei de formação da função g(x), temos:


g(1) = f(1 – 3) = f(–2) = 0
g(4) = f(4 – 3) = f(1) = –1
g(7) = f(7 – 3) = f(4) = 2

Assim,
g(1) + g(4) + g(7) = 0 – 1 + 2 = 1
x + 1  
3. Seja f(x) = ​ _____  ​
–x + 1
a) Calcule f(2)
​ 2 + 1 
f(2) = _____   ​  3   ​= –3
 ​ = __
–2 + 1 –1
b) Qual o valor de f(f(2))?
​  –3 + 1  ​ 
f(f(2)) = f(–3) = ________ = ​ –2
__ ​ = ​ –1
__ ​ 
–(–3) + 1 4 2

33
INTERATIVI
A DADE

BAIXAR

Downloads GeoGebra

O GeoGebra é um programa de matemática que permite


realizar construções geométricas com a utilização
de pontos, retas, segmentos de reta, polígonos etc.,
assim como permite inserir funções e alterar todos
esses objetos dinamicamente, após a construção estar
finalizada. Equações e coordenadas também podem
ser diretamente inseridas.

ACESSAR

Sites Função

pt.khanacademy.org/math/algebra/algebra-functions

34
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Nem sempre percebemos, mas estamos em contato com as funções a todo momento, quando assistimos ou
lemos um jornal, muitas vezes nos deparamos com um gráfico, que nada mais é do que uma relação, comparação
de duas grandezas. Um exemplo prático de função é o valor que iremos pagar no final do mês na conta de água
ou energia de nossas residências, pois depende de quanto iremos gastar de m³ de água e quantos KW de energia
foram consumidos durante o mês. Outros exemplos podem ser citados como: o tempo de duração de uma viagem,
que depende da velocidade média de um automóvel; o imposto de renda a ser pago, que depende do valor do
salário recebido, entre outros.

INTERDISCIPLINARIDADE

O plano cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de funções, em que os valores relacionados à
x constituem o domínio e os valores de y, a imagem da função. Podemos associar o plano cartesiano à localização
de lugares e/ou fenômenos que ocorrem sobre a superfície terrestre, trabalhos relacionados à cartografia, pontos
estratégicos de bases militares, localizações no espaço aéreo, terrestre e marítimo.

35
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 25 - Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir


da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem 2017) Os congestionamentos de trânsito constituem um problema que aflige, todos os dias,
milhares de motoristas brasileiros. O gráfico ilustra a situação, representando, ao longo de um in-
tervalo definido de tempo, a variação da velocidade de um veículo durante um congestionamento.

Quantos minutos o veículo permaneceu imóvel ao longo do intervalo de tempo total analisado?
a) 4.
b) 3.
c) 2.
d) 1.
e) 0

Análise Expositiva

Habilidade 25
A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados fornecidos pelo gráfico para
a sua resolução.
O móvel está em repouso nos instantes em que tem velocidade igual a zero. Analisando o
gráfico, percebe-se que a velocidade atinge valor igual a zero entre os minutos 6 e 8, portanto
o carro permaneceu imóvel por 2 minutos.
Alternativa C

36
Estrutura Conceitual
DOMÍNIO
INJETORA
(D)
BIJETORA

CONTRADOMÍNIO
FUNÇÃO SOBREJETORA
(CD)

IMAGEM TIPO DE RELAÇÃO


(Im) f: A → B
x → y = f(x)

37
15 16
Funções do 1º grau

Competências Habilidades
3, 4, 5 e 6 13, 15, 19, 20
e 25
© wavebreakmedia/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Você já sabe que a função é do 1º grau quando a sua representação matemática é um polinômio de grau 1.
De uma maneira geral, podemos representar a função polinomial de 1º grau na forma f(x) = ax + b com a e
b sendo os números reais e a ≠ 0 (caso a = 0, tem-se f(x) = b, que representa uma função constante). Os números
representados por a e b são chamados coeficientes, enquanto x é a variável independente.
Assim, são funções polinomiais do 1º grau:

f(x) = 2x – 1 é coeficientes: a = 2 e b = –1
f(x) = –3x + 4 é coeficientes: a = –3 e b = 4

​ 5 ​ – x é coeficientes: a = –1 e b = __
f(x) = __ ​ 5 ​ 
3 3

Em geral, o domínio da função polinomial do 1º grau é R, mas quando a função está vinculada na situação
cotidiana, é preciso verificar o que representa a variável independente (x) para determinar seu domínio.
Chama-se função do 1º grau toda função definida de R em R por f(x) = ax + b, onde a e b [ R e a ≠ 0.

a é denominado de coeficiente angular.


b é denominado de coeficiente linear.

​  –b
O gráfico de uma função do 1º grau é uma reta, que corta o eixo x no ponto ​ ___ (  )
a ​,  0  ​e o eixo y no ponto (0, b).
Uma função do 1º grau é crescente se a > 0 e decrescente se a < 0, assim sendo, temos que:

Função linear
Seja a função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b. No caso de b = 0, temos f(x) = ax, e ela recebe o nome
especial de função linear.
Uma característica da função linear é que se atribuímos para x o número zero, sua imagem f(0) também será
0, pois se x = 0 então f(0) = a · 0 = 0.
Usamos, ainda, um nome especial para a função linear f(x) = ax, em que a = 1. Essa função, dada por
f(x) = x (ou y = x), chama-se função identidade.
O gráfico da função linear y = ax (sendo a ≠ 0) é sempre uma reta que passa pela origem do sistema cartesiano.
O gráfico da função polinomial do 1º grau y = ax + b (sendo a ≠ 0) intercepta o eixo das ordenadas no
ponto (0, b).

41
Variantes da função do 1º grau
1. Se a = 0 e b ≠ 0 ä y = b (função constante)

2. Se a ≠ 0 e b = 0 ä y = ax (função linear)

3. Se a = 1 e b = 0 ä y = x (função identidade – bissetriz dos quadrantes ímpares)

4. Se a = –1 e b = 0 ä y = –x (bissetriz dos quadrantes pares)

Proporção na função do 1º grau

y – y _____ y –y
tga = _____  ​ = ​ x3 – x2 
​ x2 – x1   ​
2 1 3 2

proporção (igualdade de frações)

Observação:
a = tg a (coeficiente angular)
b = coeficiente linear

42
Como a função é de primeiro grau, sabemos que
Exemplos:
sua forma é do tipo y = ax + b. Primeiramente,
1. Construa o gráfico da função do primeiro grau encontramos o coeficiente angular a:
f(x) = 2x – 6. y – y ____
a = _____
​ x2 – x1  ​ = ​ 5 – 4  ​ 1 ​ 
 ​ = __
Como o gráfico de uma função do primeiro grau 2 1 3–1 2
é uma reta, só necessitamos de dois pontos para Substituindo na função temos:
a construção do gráfico. Vamos, então, encontrar ​ 1 ​ x + b
y = __
os pontos de intersecção da reta com os eixos 2
Agora podemos substituir qualquer um dos dois
coordenados.
pontos dados (1, 4) ou (3, 5) na função a fim de
Como o coeficiente linear é –6, já sabemos que
encontrar o coeficiente linear b. Substituiremos
a reta passa pelo ponto –6 no eixo y:
o ponto (1, 4):
y = __ ​ 1 ​ x + b
2
4 = __ ​ 1 ​ 1 + b
2
1
4 – ​   ​ = b é b = __
__ ​ 7 ​ 
2 2
​ 1 ​ x + __
Portanto, a função pedida é y = __ ​ 7 ​ .
2 2

Em qualquer ponto no eixo x, o valor da ordena- Estudo do sinal da função


da é zero, portanto fazemos f(x) = 0:
polinomial do 1º grau
2x – 6 = 0
x=3 Estudar o sinal de uma função y = f(x) significa
analisar para quais valores de x do domínio da função a
Logo, o ponto (3, 0) pertence à reta. Como já
imagem será positiva, negativa ou nula.
temos dois pontos pelos quais passa a reta da
Em outras palavras, realizar o estudo de sinal
função f(x) podemos construir seu gráfico:
significa determinar para quais valores de x temos
f(x) > 0, f(x) < 0 ou f(x) = 0.
Podemos realizar o estudo de sinal facilmente ao
construir o gráfico da função.

Exemplo:
Faça o estudo do sinal da função f(x) = 10 – 5x.
Construindo o gráfico da função temos:

2. Dado o gráfico a seguir de uma função polino-


mial do 1º grau, encontre sua lei de formação.

43
Do gráfico, temos que: O mesmo nível será encontrado com o ponto co-
§§ Para todo x > 2 a função possui valores de f(x) mum a ambas as retas, f(x) = g(x).

{ 
negativos.
§§ Para todo x < 2 a função possui valores de f(x)
f(0) = a(0) + b
  ​  ​ ⇒ ​ ​b = 100
i) ​       
​  
f(40) = a (40) + b ​ {
         ​   ​⇒
40 a + b = 0 ​
positivos.
§§ Para x = 2 a função f(x) é nula, sendo x = 2, ⇒ 40 a + 100 = 0 ⇒ a = ​ –100 ​ 5 ​ ⇒
___ ​ = – __
40 2
portanto, uma raiz da função. 5
__
⇒ f(x) = – ​   ​ x + 100
2

Zero de uma função { g(0) = a(0) + b


ii) ​ ​      
  ​  ​ ⇒ ​ ​      
  
g(48) = a (48) + b ​ {
b = 80  ​   ​⇒
48 a + b = 0 ​

polinomial do 1º grau ⇒ 48 a + 80 = 0 ⇒ a = ​ –80 ​ 5 ​ ⇒


___ ​ = – __
48 3
Vamos estudar o que significa “zero” ou “raiz”
​ 5 ​ x + 80
⇒ g(x) = – __
de uma função f(x) = ax + b, com a ≠ 0. 3
Veja o problema:
​  5 ​ x + 100 = – __
iii) f(x) = g(x) ⇒- __ ​ 5 ​ x + 80 ⇒
§§ Dada a função f(x) = x – 2, calcular o valor de x 2 3
para que f(x) = 0.
​  5 ​ x + __
⇒ - __ ​  5 ​ x = –100 + 80 ⇒
2 3

⇒ ​ –15x + ​
10x 
_________  = –20 ⇒ –5x = –120 ⇒
6
O número 2, para o qual f(x) = 0, é denominado
zero ou raiz dessa função. ⇒ x = ​ –120
____ ​ 
  = 24
–5
Denomina-se zero ou raiz da função
f(x) = ax + b o valor de x que anula a função, isto é 2. O valor de um carro novo é de R$ 9.000,00 e,
torna f(x) = 0. com 4 anos de uso, é de R$ 4.000,00. Supondo
Geometricamente, o zero da função polinomial que o preço caia com o tempo, segundo uma
do 1º grau f(x) = ax + b, a ≠ 0, é a abscissa do linha reta, calcule o valor de um carro com 1 ano
ponto em que a reta corta o eixo x. de uso.

Resolução:
Teoria na prática
1. Dois líquidos diferentes encontram-se em reci- O gráfico passa por (0, 9000) e (4, 4000).
pientes idênticos e têm taxas de evaporação Encontrando a lei da função e a imagem para t
constantes. O líquido I encontra-se inicialmente = 1, vem:
em um nível de 100 mm e evapora-se completa-
mente no quadragésimo dia. O líquido II, inicial- i) 9000 = a · (0) + b ⇒ b = 9000
mente com nível de 80 mm, evapora-se comple- 4000 = a · (4) + b ⇒ 4a + 9000 = 4000 ⇒
tamente no quadragésimo oitavo dia. Antes da 4000 – ​
9000 
⇒ a = ​ ___________ = ​ –5000
_____
 ​  
= – 1250
4 4
evaporação completa de ambos, ao final de qual
dia os líquidos terão o mesmo nível (em mm) ii) f(t) = –1250t + 9000 ⇒ f(1) =
nesses mesmos recipientes? = –1250 ∙ (1) + 9000 = –1250 + 9000 = 7750
Resolução:

De acordo com as informações, temos:


i) Líquido I: f(0) = 100 e f(40) = 0
ii) Líquido II: g(0) = 80 e g(48) = 0

44
INTERATIVI
A DADE

LER

Livros
O Homem que Calculava - Malba Tahan

As proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir –


O homem que calculava – tornaram-se lendárias na antiga
Arábia, encantando reis, poetas, xeques e sábios. Neste livro,
Malba Tahan relata as incríveis aventuras deste homem sin-
gular e suas soluções fantásticas para problemas aparente-
mente insolúveis.

46
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

O conceito de função é um dos mais importantes da Matemática e das ciências em geral e é utilizado na
representação cotidiana de situações que envolvem grandezas variáveis, sempre colocando um valor em função do
outro. Ao abastecermos o carro no posto de combustível, por exemplo, o preço a ser pago depende da quantidade
de litros de combustível colocada no tanque. Outro exemplo prático que podemos destacar é uma simples corrida
de táxi. Imagine a seguinte situação:
Um motorista de táxi cobra R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro rodado. Sabe-se que o
preço a pagar é dado em função do número de quilômetros rodados. Qual o preço a ser pago se a distância per-
corrida for de 16 quilômetros?
A função que define o valor a ser cobrado por uma corrida de x quilômetros é:
ƒ(x) = 2,75x + 4,50
Logo:
ƒ(16) = 2,75 ∙ 16 + 4,50
ƒ(16) = 48,50

INTERDISCIPLINARIDADE

A importância do estudo das funções não é restrita apenas aos interesses da Matemática, mas também é
colocada em prática em áreas como a Física, Química e Economia. No estudo da cinemática, por exemplo, que é a
parte da Física que estuda os movimentos, relacionando-os através dos conceitos de posição, velocidade e acele-
ração, o uso de funções de 1º grau é muito comum. Uma das mais famosas é a que relaciona a posição (S) de um
móvel em movimento uniforme com o tempo (t). O modelo matemático que define essa função é:
S= S0 + v ∙ t
Onde,
S0 → é o espaço inicial do móvel (lugar que ele ocupa no instante t = 0)
v → é sua velocidade escalar.
Vamos fazer uma comparação entre a expressão acima e a expressão que define uma função afim.
S = S0 + v ∙ t
y=b+a∙x
A comparação entre as expressões deixa bem claro que a fórmula definida como espaço em função do
tempo é uma função do 1º grau.

47
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 25 - Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir


da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Um dos grandes desafios do Brasil é o gerenciamento dos seus recursos naturais, sobre-
tudo os recursos hídricos. Existe uma demanda crescente por água e o risco de racionamento não
pode ser descartado. O nível de água de um reservatório foi monitorado por um período, sendo o
resultado mostrado no gráfico. Suponha que essa tendência linear observada no monitoramento se
prolongue pelos próximos meses.

Nas condições dadas, qual o tempo mínimo, após o sexto mês, para que o reservatório atinja o nível
zero de sua capacidade?
a) 2 meses e meio.
b) 3 meses e meio.
c) 1 mês e meio.
d) 4 meses.
e) 1 mês.

48
Análise Expositiva

Habilidade 25
A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados fornecidos pelo gráfico para
que a partir possa utilizá-los para encontrar a resposta correta da questão.
Do gráfico percebemos que ocorre uma variação de (30% - 10%) = 20% no percentual da ca-
pacidade máxima do reservatório em 6 – 1 = 5 meses. Assim, para que haja uma redução de
10% do nível de capacidade, deve-se passar (5/20). 10 = 2,5 meses.
Alternativa A

Estrutura Conceitual
FUNÇÃO DO 1º GRAU

y = ax + b

coeficiente coeficiente Δy y2 - y1
a = tg  = =
angular linear ∆x x2 - x1

a > O → crescente
Ponto em que y2 a < O → decrescente
a reta corta
 ∆y a = O → constante
o eixo y y1
∆x
b

x1 x2

49
17 18
Função polinomial
do 2º grau

Competências Habilidades
3, 4 e 5 13, 15, 19, 20
e 21
© Elena Stepanova/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Estudo da função polinomial do 2° grau
Definição
A função f: R é R dada por f(x) = ax2 + bx + c, com a, b e c reais e a ≠ 0, denomina-se função polinomial
do 2° grau ou função quadrática. Os números representados por a, b e c são os coeficientes da função. Note que se
a = 0 temos uma função do 1° grau.
Assim, são funções polinomiais do 2° grau:

f(x) = x2 – 3x + 4 coeficientes: a = 1, b = – 3 e c = 4
3
f(x) = – x2 + __ ​ 3 ​  e c = 0
 x coeficientes: a = –1, b = __
​   ​
2 2
Em geral, o domínio da função quadrática é  ou um de seus subconjuntos. No entanto, quando essa fun-
ção está ligada a uma situação real, é preciso verificar o que representa a variável independente x para determinar
o seu domínio.

Exemplo:
Considere que a função f é do 2° grau, em que f(0) = 5, f(1) = 3 e f(–1) = 1. Escreva a lei de formação dessa
função e calcule f(5).
Como a função f é do 2° grau, podemos escrever: f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0.
Usando os dados:

f(0) = 5 ä a · 02 + b · 0 + c = 5 ä c = 5
f(1) = 3 ä a · 12 + b · 1 + c = 3 ä a + b + 5 = 3 ä a + b = – 2 (I)
f(– 1) = 1 ä a · (– 1)2 + b · (– 1) + c = 1 ä a – b + 5 = 1 ä a – b = – 4 (II)

Resolvendo o sistema formado por (I) e (II):

{ a + b = –2 ​ 
​ ​     
a – b = –4 ​
⇔ 2a = –6 ä a = -3

Substituindo em (I): – 3 + b = –2 ä b = 1.
Como a = – 3, b = 1 e c = 5, a lei de formação da função será
f(x) = – 3x2 + x + 5 e f(5) = – 3 · (5)2 + 5 + 5 e f(5) = – 65

O gráfico de uma função polinomial do 2° grau ou quadrática é uma curva aberta chamada parábola.
Vamos destacar três importantes características do gráfico da função quadrática.
§§ concavidade;
§§ posição em relação ao eixo x;
§§ localização do seu vértice.

53
Interpretação geométrica das raízes
Concavidade
Os zeros ou raízes de uma função são os valores
Pelos exemplos dados, podemos observar que,
de x tais que f(x) = 0. No plano cartesiano, são os pon-
em algumas parábolas, a abertura ou concavidade está
tos do gráfico da função que possuem ordenada nula.
voltada para cima, enquanto em outras está voltada
Geometricamente, os zeros ou raízes de uma
para baixo.
Observe: função polinomial do 2° grau são as abscissas dos pon-
Em f(x) = x2, temos a = 1 > 0. tos em que a parábola intercepta o eixo x.
[ Concavidade voltada para cima.
Em f(x) = –x2 + 2x + 3, temos a = –1 < 0 Exemplo:
[ Concavidade voltada para baixo. §§ Determinar os zeros da função
A concavidade de uma parábola que representa f(x) = x2 – 2x – 3.
uma função quadrática f(x) = ax2 + bx + c do 2° grau Devemos resolver a equação do 2° grau
depende do sinal do coeficiente a:
x2 – 2x – 3 = 0.
D = (–2)2 – 4 · 1 · (–3) = 16 > 0 é a função
possui dois zeros reais diferentes
___
– (–2) ± √
​ 16 ​  _____
x = __________
​ 
2∙1
 ​    { 
= ​  2 ± ​
4  x’
​ = 3 ​  
 ​    
2 x’’ = –1 ​

Como a função possui dois zeros reais diferen-


tes, a parábola intercepta o eixo x em dois pontos dis-
tintos: (–1, 0) e (3, 0).

Zeros de uma função Estudo do discriminante (D)


quadrática
Sabemos que o discriminante de uma equação
Já vimos que os zeros ou raízes de uma função de segundo grau fornece informação sobre a quantida-
f(x) são os valores do domínio para os quais f(x) = 0. de de raízes reais distintas da equação:
Assim, os zeros ou raízes da função quadrática
§§ Se D > 0, a equação do segundo grau possui
f(x) = ax2 + bx + c são as raízes da equação do 2° grau
duas raízes reais distintas;
ax2 + bx + c = 0.
Por exemplo, para determinar as raízes da §§ Se D < 0, a equação do segundo grau não pos-
função f(x) = x2 – 7x + 6, fazemos: sui raízes reais;
f(x) = 0 ä x² – 7x + 6 = 0 §§ Se D = 0, a equação do segundo grau possui
duas raízes reais iguais.
Sendo D = b² – 4ac, onde a, b e c são
os coeficientes de uma função de segundo grau
f(x) = ax² + bx + c.
Então, os números 1 e 6 são os zeros da função
Como os pontos de intersecção do gráfico da
f(x) = x2 – 7x + 6.
função quadrática com o eixo das abscissas represen-
tam as raízes da função, o discriminante indica a posi-
ção da parábola em relação ao eixo x.
Se D > 0, a função possui duas raízes distintas
x1 e x2, portanto, intercepta o eixo x em dois pontos
distintos:

54
§§ Se a função não possui zeros reais, a parábola
não corta o eixo x. No entanto, mesmo nesse
caso, continuam valendo as fórmulas que deter-
minam o vértice da parábola. A demonstração
desse fato pode ser feita tomando-se dois pon-
tos da parábola que sejam equidistantes do eixo
de simetria.

Exemplo:
Se D < 0, a função não possui raízes reais,
portanto, não intercepta o eixo x: Determinar a e b de modo que o gráfico da
função definida por y = ax2 + bx – 9 tenha o
vértice no ponto (4, – 25).
Pelos dados do problema, xv = 4.
​ b  ​ = 4 ä
Como xv = – b/2a, temos: – __
2a
ä – b = 8a ä b = – 8a.

Substituindo na função dada, obtemos:


y = ax2 + bx – 9 ä – 25 = a · 42 + (– 8a) · 4 – 9
Daí, 16a – 32a – 9 = –25 ä – 16a = – 16 ä
äa=1
Se D = 0, a função possui duas raízes reais Como b = – 8a ä b = – 8 · 1 ä b = – 8
iguais x1 = x2, portanto, intercepta o eixo x em apenas a=1eb=–8
um ponto, tangenciando o eixo:
Valor mínimo ou valor máximo
da função quadrática
Pelos esboços dos gráficos das funções quadráticas,
você pode perceber que, dependendo da posição da pa-
rábola (concavidade para cima ou para baixo), a função
pode ter um valor mínimo ou um valor máximo, e que
esses valores correspondem à ordenada do vértice da
parábola.

Vértice da parábola
Para determinar as coordenadas do vérti-
ce da parábola que representa a função do 2° grau
f(x) = ax2 + bx + c, basta aplicar as fórmulas:
​ b  ​  e  y
xv = – __   = – __
​ D  ​ 
2a v 4a
§§ Se a função possui uma raiz dupla, o seu gráfi-
co corta o eixo x num único ponto que, eviden-
temente, será o vértice.
​ b  ​ 
x = xv = – __
2a

55
Pelos esboços, você observa que a função Crescimento e decrescimento de
y = ax2 + bx + c apresenta um valor mínimo uma função quadrática

yv = – ​ __
D  ​,  que é a ordenada do vértice V. Nesse caso, a
a>0
4a
abscissa do vértice V é chamada ponto de mínimo da
função. { 
f(x) é crescente para ​ x [ R | x > – __
2a }
​ b  ​  ​

{  ​ b  ​  ​
f(x) é decrescente para ​ x [ R | x < – __
2a }
a<0

{  }
​ b  ​  ​
f(x) é crescente para ​ x [ R | x < – __
2a

f(x) é decrescente para ​{ x [ R | x > – __


​ b  ​}
2a

Forma fatorada de uma


função quadrática
Uma função de segundo grau
f(x) = ax² + bx + c pode ser escrita em função de
suas raízes x1 e x2 da seguinte forma:
f(x) = ax² + bx + c = a(x – x1)(x – x2)

Exemplo:
Encontre a lei de formação da função de segun-
do grau representada no plano cartesiano a seguir:
Neste outro caso, pelos esboços, você observa
que a função y = ax2 + bx + c apresenta um valor máximo
yv = – ​ __
D  ​,  que é a ordenada do vértice V. Nesse caso, a
4a
abscissa do vértice V é chamada ponto de máximo da
função.

§§ Se a > 0, y = – __
​ D  ​ é o valor mínimo da função.
4a
__
§§ Se a < 0, y = – ​ D  ​ é o valor máximo da função.
4a

Exemplo:
A função f(x) = x2 – x – 6 admite valor máximo
ou valor mínimo? Qual é esse valor?
f(x) = x2 – x – 6 A função apresenta forma f(x) = a(x – x1)(x – x2).
Como as raízes são 1 e 3, temos:
Como a = 1 > 0, a função admite valor mínimo,
f(x) = a(x – 1)(x – 3)
que vamos calcular:
Vemos também a partir do gráfico que f(0) = –3,
D = b2 – 4ac = (– 1)2 – 4 · 1 · (– 6) = 1 + 24 = 25 logo:
f(0) = a(0 – 1)(0 – 3) = –3
y = – __ ​  25  ​ = – ___
​ D  ​ = – ____ ​ 25 ​ 
4a 4·1 4 a(–1)( –3) = –3
O valor mínimo da função é y = – ___ ​ 25 ​.  3a = –3
4
a = –1.
56
Portanto, a lei de formação da função é f(x) = (–1)(x – 1)(x – 3). Se efetuarmos a multiplicação, teremos:
f(x) = (–1)(x – 1)(x – 3) = –x² + 4x – 3
f(x) = –x² + 4x – 3

Teoria na prática
1. Considere o gráfico da função f definida por f(x) = 3x2 – px + q:

2
2
x

Determine a expressão de f(x).


Resolução:
__  ​ = ​ –(–p)
Observe que o vértice mínimo é indicado por xv = 2. Logo, ​ –b
p
____ ​ = ​ __  ​= 2 ⇒ p = 12.
2a 2(3) 6
O valor onde o gráfico intercepta o eixo Y é dado por (0,2). Logo, q = 2. A equação, portanto, é dada pela
expressão: f(x) = 3x2 – 12x + 2.

2. O custo de produção de um determinado artigo é dado por C(x) = 3x2 – 15x + 21. Se a venda de x unida-
des é dada por V(x) = 2x2 + x, para que o lucro L(x) = V(x) – C(x) seja máximo, quantas peças deverão ser
vendidas?
Resolução:
Substituindo V(x) e C(x) na expressão do lucro, temos:
L(x) = 2x2 + x – (3x2 – 15x + 21) = 2x2 + x – 3x2 + 15x – 21 = – x2 + 16x – 21.
A quantidade máxima é o valor da primeira coordenada do vértice:
Logo, serão vendidas 8 peças.
​  b   ​=
xv = – ___ ​  16   ​ = – ___
  – _____ ​ 16  ​= 8
2a 2(–1) –2

57
INTERATIVI
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matemáticos diversos, de uma forma bem simples. O aplicativo
funciona de forma muito semelhante aos leitores de QR, ofe-
recendo-lhe a solução para o cálculo matemático em apenas
alguns segundos, basta apenas enquadrar a equação desejada
na tela, sendo assim, uma boa opção para conferir se o seu
raciocínio foi corretamente desenvolvido.

58
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No nosso cotidiano, há muitas situações definidas pelas funções do 2º grau. Durante uma partida de futebol,
por exemplo, quando o jogador faz um lançamento para um companheiro, observa-se que a trajetória descrita pela
bola é uma parábola e a altura máxima atingida pela bola nada mais é que o vértice da parábola. A antena para-
bólica tem a forma de parábola, originando o seu nome. Se fizermos vários furos em um recipiente cheio de água,
os pequenos jorros de água que saem pelos furos descrevem parábolas. Além disso, a função do 2º grau também
está presente nas construções: podemos observar que os arcos da ponte Juscelino Kubitschek, situada em Brasília,
têm a forma de parábolas.

INTERDISCIPLINARIDADE

A função do 2º grau possui um papel importante na análise dos movimentos uniformemente variados
(MUV) em Física, pois, em razão da aceleração, os corpos variam a velocidade e o espaço em função do tempo. A
expressão que os relaciona é:
​ 1 ​ ∙ at², onde:
S = S0 + V0 t + __
2
a: aceleração, S: espaço, V: velocidade e t: tempo.

Além disso, as funções do 2º grau também possuem aplicações na Administração e Contabilidade


relacionando as funções custo, receita e lucro; e na Engenharia Civil, presente em diversas construções.

59
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 - Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algé-


bricos.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resol-


ver uma situação proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) A Igreja de São Francisco de Assis, obra arquitetônica modernista de Oscar Niemeyer, lo-
calizada na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, possui abóbadas parabólicas. A seta na Figura
1 ilustra uma das abóbadas na entrada principal da capela. A Figura 2 fornece uma vista frontal
desta abóbada, com medidas hipotéticas para simplificar os cálculos.

Qual a medida da altura H, em metro, indicada na Figura 2?


a) 16/3
b) 31/5
c) 25/4
d) 25/3
e) 75/2

60
Análise Expositiva

Habilidade 21
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar
seus conhecimentos sobre equação do segundo grau para a sua resolução.
Calculando:
Parábola:
Pontos (5,0) e (4,3)
f(x) = ax² + bx + c
b = 0 (parábola simétrica ao eixo y)
f(0) = c = H

{ 0
​{ ​0 = a∙52 + H        3 = a∙42 + H​​ ​ ⇒ ​     
​  
-3=-16a - H ​ 3
​ 25 ​ 
​ 1 ​ ⇒ H = ___
= 25a + H  ​​ ⇒ -3 = 9a ⇒ a = - __
3
Alternativa D

Estrutura Conceitual
concavidade gráfico
a>0 a<0 Δ<0 Δ=0
p/cima p/baixo 2 pontos 1 ponto

Função do 2º grau Δ>0


f(x) = ax + bx + c
2
não corta
o eixo x
raízes
“corta o eixo x”
vértice da parábola
Ponto Ponto
Máximo Mínimo
Δ = b2 -4ac
Δ > 0: 2 raízes reais e distintas
a<0 a>0
-b ± Δ xvértice yvértice
x= Δ = 0: 2 raízes reais e iguais
-b -Δ
2a Δ < 0: não possui raiz real
( 2a ,
4a )

61
Abordagem de ARITMÉTICA nos principais vestibulares.

FUVEST
Nos últimos anos, a aritmética e o raciocínio lógico vêm ganhando espaço na prova da Fuvest.
O uso de porcentagens poderá ser cobrado no desenvolvimento de uma questão. Logo, dominar
o conceito de porcentagens e juros, seus cálculos e saber identificar como serão utilizados é
essencial para obter êxito na prova.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U As questões de porcentagem da prova da Unesp vêm mantendo o mesmo grau de dificuldade
nos últimos anos. O uso de recursos como gráficos e tabelas é recorrente, enfatizando a impor-
tância da interpretação por parte do candidato. Além disso, abordam temas contextualizados
envolvendo situações-problema.

UNICAMP
Para obter sucesso na prova da Unicamp, é necessário desenvolver uma boa análise e leitura dos
assuntos abordados. Nas questões que envolvem porcentagem, formular e resolver problemas
relacionados ao cotidiano, bem como a compreensão de tabelas, serão itens importantes para
obter um bom desempenho.

UNIFESP
Ter um bom domínio dos principais assuntos cobrados em Matemática, tais como conjuntos,
equações, geometria espacial e áreas de figuras planas, será uma ferramenta essencial para o
desenvolvimento das questões de porcentagem, visto que a prova procura apresentar questões
com caráter interdisciplinar.

ENEM/UFMG/UFRJ
O ENEM procura apresentar questões com caráter interdisciplinar, o que acarreta a utilização de
assuntos como porcentagem, teorema fundamental da aritmética, mmc e mdc em outras áreas
do conhecimento. Muitas vezes, em uma questão que envolve porcentagem, também há a abor-
dagem da matemática financeira. Recomendamos atenção especial a esse assunto.

UERJ
O uso de elementos gráficos é tradição no vestibular da UERJ. As questões de porcentagem
vêm cheias de infográficos, quadrinhos, formas geométricas e tabelas para análise dos candida-
tos. Questões envolvendo aumentos e descontos também são muito cobradas.
11 12
Teorema fundamental da
aritmética, M.M.C e M.D.C.

Competências Habilidades
1e5 3, 4, 5 e 21

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
A aritmética é o ramo da matemática que estuda os números e as operações que podemos realizar entre
eles, diferentemente da álgebra, que lida com equações e polinômios, por exemplo.

Números primos
Os números primos são conhecidos e estudados há muito tempo. O matemático Euclides, em seu livro Ele-
mentos (300 a.C.), já discutia a importância dos números primos, apesar da matemática grega da época se basear
inteiramente na geometria. Muitos matemáticos importantes estudaram os números primos e suas propriedades,
como Erastótenes, na Grécia em 230 a.C., Marin Mersenne e Pierre de Fermat, na França no século XVII, e Leonhard
Euler, na Suíça no séc. XVIII.
Atualmente, os números primos possuem aplicações na área de criptografia.
Muitos problemas chegaram ao século XXI sem solução, como a prova da Conjectura de Goldbach, que
afirma que todo inteiro par maior que 2 pode ser escrito como uma soma de dois números primos:

4=2+2
6=3+3
8=5+3
10 = 7 + 3
...
600 = 269 + 331

Definição
Um número natural é definido como primo, se ele possui apenas dois divisores positivos: 1 e ele próprio.
Todo número natural não primo é denominado composto. Os primeiros 12 números primos são:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, ...

Veja que:
§§ 1 não é considerado um número primo;
§§ 2 é o único número primo par;
§§ existem infinitos números primos.

Teorema fundamental da aritmética


O teorema fundamental da aritmética diz que todo inteiro positivo maior que 1 pode ser expresso
como um produto de potências de números primos, desconsiderando a ordem dos fatores de maneira
única.
Veja alguns exemplos:

6=2∙3
12 = 22 · 3
30 = 2 · 3 · 5
150 = 2 · 3 · 52

67
Observe que, se o número 1 fosse considerado Portanto, a decomposição do número 60 em fa-
primo, o teorema fundamental da aritmética não seria tores primos é:
verdadeiro, pois a fatoração não seria única como diz
60 = 2 · 2 · 3 · 5 = 22 · 3 · 5
o teorema:
Veja alguns exemplos:
6=1∙2∙3
72 2
ou
36 2
6 = 12 · 2 ∙ 3
18 2
Todo número que não é primo, é considerado 9 3
um número composto, pois ele é composto de fatores 3 3
primos. 1
72 = 23 · 32

Decomposição em fatores primos


294 2
Podemos decompor um número composto em 147 3
seus fatores primos utilizando a seguinte técnica: 49 7
§§ Escrevemos o número que queremos decompor 7 7
e traçamos uma reta vertical: 1

60
294 = 2 · 3 · 72

165 3
55 5
11 11
§§ Dividimos o número pelo seu divisor primo e es- 1
crevemos o quociente abaixo do número. Para
60 seu primeiro divisor primo é 2:
165 = 3 · 5 · 11
60 2
30 Decompor um número como um produto de fa-
tores pode ser útil em alguns casos. Se quisermos, por
exemplo, simplificar a seguinte expressão:
____

​​  294 ​
_____ __ ​  


​√6 ​ 
Como já vimos no exemplo anterior,
§§ Repetimos o processo até que o número a ser 294 = 2 · 3 · 7², logo:
dividido seja 1: ____ _______ ____ __ __
√ __   ________√ √ √ 7​√__ 
​ ​ 294 ​
_____  = ​ ​ 2 ∙ 3__ ​
 ​  ∙ 72 ​  ​ ​ 2 ∙ 3 ​__ ∙ ​
= _________

  ​ 72 ​  
= ​ ____
  6 ​ ​ = 7
60 2 ​√ 
 ​6 ​√6 ​  ​√6 ​  ​√6 ​ 

30 2
15 3
5 5
1

68
Ou seja, k = ​ __a  ​, onde k deve ser inteiro. Em outras
Divisibilidade b
palavras, b é divisor de a se a divisão de a por b resul-
Ao utilizar os números em sua forma fatorada ta em um número inteiro com resto nulo. Por exemplo,
em função de seus fatores primos, podemos verificar se vamos escrever o conjunto dos divisores positivos de 12,
um número a é divisível por outro número b. Considere denotado por D+ (12):
a = 23 · 32 = 72 e b = 22 · 32 = 36. Ao observar as
formas fatoradas de a e b, podemos afirmar que a é D+ (12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
divisível por b, pois: ​ 12 ​ é inteiro.
1 é divisor de 12, pois ___
1
12
___
​  a  ​ = _____
​ 22 · 32 ​    ​ __a  ​= 2
3 2
__ simplificando
6 é divisor de 12, pois ​   ​ é inteiro.
b 2 ·3 b 6
a 12
___
5 não é divisor de 12, pois ​   ​ não é inteiro.
__
Como ​    ​= 2 é um número inteiro, a é divível
b 5
por b. A quantidade de divisores positivos que um nú-
mero possui pode ser calculado através das potências
Exemplos: dos fatores primos em sua fatoração. Considere o nú-
mero 360 e sua decomposição em potências de fatores
1. Dados x = a3 · b5 · k e y = a4 · b7 · c2, com a, b e
primos:
c naturais, qual deve ser o menor valor de k para
que x seja divisível por y? 360 = 23 · 32 · 51
Para x ser divisível por y, ​ _xy ​  deve ser um número Para um número ser divisor de 360, este deve ser
inteiro: composto por potências dos fatores primos de 360. Se
pensarmos em frações, podemos verificar isto facilmen-
a3 · b5 · k 
_​  x ​ = ​ ________ simplificando
 ​ _xy ​ = ​ ________
k   ​ 
y a4 · b7 · c2 ​   a ·b ·c
1 2 2 te. Vamos verificar se 12 é divisor de 360:
Para “cancelarmos” todos os termos do denomi-
​ 360 ​   23 · 32 · ​
5  ​ 2 · 3 ​· 5 
1 1
___ decompondo
 ​ ________ = _______
   = 30
nador, temos que k deve ser, no mínimo: 12 2 ·3
2 1
(inteiro)
k= a1 ∙ b2 ∙ c2
Veja: Veja que não restaram fatores no denominador,
portanto, o número é inteiro. Agora, vamos verificar se
_​  x ​ = ​ ________
k ​  a 1 ∙ b 2 ∙ c 2 
1 2 2

y a1 ∙ b2 ∙ c2 ​ = ________  ​ 


=1[Z
a ∙b ∙c 50 é divisor de 360:
2. Quanto deve ser o valor de x em 12x para que
​  360 ​   23 · 32 · 5 ​1  ​ 2 ·  ​
32  ​ 36 ​ (não
2
___ decompondo
 ​ ________ = _____
   = ___
este seja um cubo perfeito? 50 2 ·5
1 2 5 5
Temos que 12 = 2² ∙ 3. Fazendo K = 12x, temos: inteiro)

K = 2² ∙ 3 ∙ x Agora, após as simplificações, não foi possível


Para que K seja um cubo perfeito, devemos ter: reduzir o denominador a 1, “sobrando” o fator 5. Por-
x = 2¹ ∙ 3², pois, então, teremos: tanto, 50 não é divisor de 360.
Todos os divisores de 360 devem ser, portanto,
K = 2² ∙ 3 ∙ 2¹ ∙ 3² = 2³ ∙ 3³ = 6³
compostos por fatores de 360:
Como 6³ é um cubo perfeito, então x = 2¹ ∙ 3².
2³ · 3² · 5¹ = 360
2² · 3² · 5¹ = 180

Número de divisores de 2¹ · 3² · 5¹ = 90
20 · 3² · 5¹ = 45
um número natural ....
2 · 3 · 50 = 1
0 0

Sejam dois números a, b inteiros. Dizemos que b


é divisor de a se existe k também inteiro, tal que: O fator 23 pode estar presente como 20, 2¹, 2² ou
2³, ou seja, de 4 maneiras.
b·k=a

69
O fator 3² pode estar presente como 30, 3¹ ou 3², Exemplo: 51.204 é divisível por 3, pois
ou seja, de 3 maneiras. 5 + 1 + 2 + 0 + 4 = 12, e 12 é divisível por 3.
O fator 5¹ pode estar presente como 50 ou 5¹, ou
§§ Divisibilidade por 4: um número é divisível por 4
seja, de 2 maneiras.
Repare que o número de maneiras que um fator quando termina em 00 ou quando o número for-
pode estar presente no divisor é uma unidade a mais do mado pelos dois últimos algarismos da direita for
que a potência. Como cada um dos fatores pode estar divisível por 4.
presente de 4, 3 e 2 maneiras:
Exemplo: 37.528 é divisível por 4, pois seus úl-
___ · ___ · ___ timos dois algarismos, 28, formam um número
divisível por 4.

20, 21, 22 ou 23 30, 31 ou 32 50 ou 51 §§ Divisibilidade por 5: um número é divisível por 5


quando o último algarismo (das unidades) é 0 ou
Pelo Princípio Fundamental da Contagem, o nú-
5.
mero total de divisores é:
Exemplo: 90 é divisível por 5, pois termina em 0.
 4  ·  3  ·  2  = 24 divisores
§§ Divisibilidade por 6: um número é divisível por 6
De maneira geral, podemos afirmar que:
quando é divisível por 2 e por 3.
O número de divisores inteiros positivos de um
número é igual ao produto dos expoentes dos fatores Exemplo: 738 é divisível por 6, pois é di-
primos aumentados em uma unidade. Ou seja, se um visível por 2 (pois é par) e é divisível por 3
número N decomposto em potências de números pri- (pois 7 + 3 + 8 = 18).
mos resulta em N = ax · by · cz, o número de divisores
§§ Divisibilidade por 7: um número é divisível por 7
inteiros positivos que N possui n[D+ (N)] é igual a:
quando a diferença entre o dobro do último al-
n[D+ (N)] = (x + 1)(y + 1)(z + 1)
garismo e o número formado pelos algarismos
restantes for divisível por 7.
Exemplo: Exemplo: 378 é divisível por 7, pois
§§ Quantos divisores naturais possui o número 37 – 2 · 8 = 37 – 16 = 21, e 21 é divisível por 7.
432?
§§ Divisibilidade por 8: um número é divisível por 8
Fatorando 432 temos:
quando termina em 000 ou quando o número for-
432 = 24 · 33
mado pelos três últimos algarismos da direita for
Portanto, como os expoentes dos seus fa-
divisível por 8.
tores primos são 4 e 3, temos que o nú-
Exemplo: 61.112 é divisível por 8, pois 112 é
mero de divisores naturais é dado por
(4 + 1)(3 + 1) = 5 · 4 = 20 divisível por 8.

§§ Divisibilidade por 9: um número é divisível por 9


Critérios de divisibilidade quando a soma dos seus algarismos formarem
um número divisível por 9.
§§ Divisibilidade por 2: um número é divisível por 2
quando este é par. Exemplo: 3.726 é divisível por 9, pois
§§ Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 3 + 7 + 2 + 6 = 18, e 18 é divisível por 9.
quando a soma dos seus algarismos for divisível
§§ Divisibilidade por 10: um número é divisível por
por 3.
10 quando seu último algarismo for 0.

70
Veja:
Máximo divisor 630 = 10 · 63 = (10 · 7) · 9

comum (M.D.C.)
280 = 10 · 28 = (10 · 7) · 4

⇒ 10 ∙ 7 = 70 é o M.D.C. de 630 e 280, pois 9


Dados dois números inteiros positivos e 4 são primos entre si.
A = d ∙ k e B = d ∙ q, onde k e q são números inteiros,
dizemos que o inteiro d é um divisor (fator) comum de Observações
A e B.
O M.D.C. de dois números primos entre si é igual a 1.

Exemplos:
12 = 6 · 2
1.
18 = 6 · 3
⇒ 6 é divisor comum de 12 e 18
Mínimo múltiplo
42 = 7 · 6
comum (M.M.C.)
2. ⇒ 7 é divisor comum de 42 e 70
70 = 7 · 10
Caso tenhamos A = d · k e B = d ∙ q, onde k e q
são números inteiros primos entre si, ou seja, k e q não Todo número de forma A = 6 · k, em que k [ Z,
apresentam divisores (fatores) comum, exceto a unida- é múltiplo de 6; e todo inteiro B = 8 · q, na qual q [ Z, é
de, dizemos que o inteiro positivo d é o maior divisor múltiplo de 8. São, portanto, os conjuntos dos múltiplos
comum (M.D.C.) de A e B. de 6 e de 8, respectivamente:
Nos exemplos anteriores, 6 é o M.D.C. de 12 e
M(6) = {0, ± 6 · 1, ± 6 · 2, ± 6 · 3, ± 6 · 4, ± 6 · 5, ...}
18, pois 2 e 3 são primos entre si. Em outras palavras,
M(8) = {0, ± 8 · 1, ± 8 · 2, ± 8 · 3, ± 8 · 4, ± 8 · 5, ...}
6 é o maior inteiro positivo que divide exatamente 12 e
18. Em símbolos: mdc (12, 18) = 6. Já 7 não é o maior Note que o menor múltiplo comum positivo de
divisor comum de 42 e 70, pois 6 e 10 apresentam fa- 6 e 8 é 6 ∙ 4 = 8 · 3 = 24, isto é, 24 é o menor inteiro
tor comum absoluto diferente de 1. Em outras palavras, positivo que pode ser dividido exatamente (é divisível, e
existe um número maior que 7 que divide exatamente múltiplo) por 6 e 8. Em símbolos, m.m.c. (6, 8) = 24.
42 e 70. Veja: De modo geral, dados números inteiros a e b o
42 = 7 · 6 = (7 · 2) · 3 menor múltiplo comum de a e b é o menor inteiro po-
70 = 7 · 10 = (7 · 2) · 5 sitivo a · k = b · q, em que k e q são inteiros positivos.
Daí, 7 · 2 = 14 é o M.D.C. de 42 e 70, pois 3 e 5 Assim, obter, por exemplo, o m.m.c. de 6 e 8 equivale a
são primos entre si. Isso nos diz que 14 é o maior inteiro encontrar o menor produto inteiro positivo 6 · k = 8 · q.
positivo que divide exatamente 42 e 70. Em símbolos: Para isso, basta encontrar os menores inteiros positivos
mdc (42, 70) = 14. k e q na igualdade anterior. Veja:
Analisando os números 630 e 280, por exemplo, 6·k=8·q
vemos facilmente que 10 é divisor comum. Será 10 o
(cancelando os fatores comuns de 6 e 8)
M.D.C. de 630 e 280? Vejamos:
630 = 10 · 63 4q
3 · k = 4 · q ⇒ k = ___
​   ​ 
280 = 10 · 28 3

Percebemos que 10 é divisor comum de 630 e (3 e 4 são primos entre si e k é inteiro positivo, q é
280, mas não é o maior. Existe outro divisor (fator) comum múltiplo de 3)
maior, uma vez que 63 = 7 · 9 e 28 = 7 · 4 não são primos Daí, o menor valor para q é 3, o que nos dá:
entre si. Assim, o maior divisor (fator) comum é 10 · 7 = 70.
q = 3, k = 4 e 6 · k = 8 · q = 24

71
Resumindo dizer que se você dispõe de 4200 kg de arroz, 720 latas
de leite e 600 kg de café para montar cestas básicas, de
Dados dois inteiros a e b, não nulos, seu mínimo modo que cada cesta contenha as mesmas quantidades
múltiplo comum, que se indica por m.m.c. (a, b), é o inteiras de kg de arroz, latas de leite e kg de café, é
menor elemento positivo do conjunto M(a) > M(b). possível montar 120 cestas básicas, beneficiando 120
famílias.
Por outro lado, 25200 é o menor inteiro posi-
Exemplo:
tivo que pode ser dividido exatamente (é divisível, é
1. Para os inteiros 10 e 12, temos: múltiplo) por 4200, 720 e 600. Isso quer dizer que se
M(10) = {..., –30, –20, –10, 0, 10, 20, 30, 40, Antonio, Francisco e Raimundo estão treinando para
50, 60, ...} uma maratona e cada um deles der voltas em pistas
M(12) = {..., –24, –12, 0, 12, 24, 36, 48, 60, ...} circulares de 4200 m, 720 m e 600 m, respectivamente,
M(10) > M(12) = {..., –60, 0, 60, ...} é conjunto os três terão dado um número inteiro de voltas e percor-
dos múltiplos comuns de 10 e 12. O menor ele- rido a mesma distância quando cada um tiver percorri-
mento positivo de M(10) > M(12) é 60. do, no mínimo, 25200 m. Nesse caso, eles terão dado
Então, m.m.c. (10, 12) = 60 25200 ​ = 6, ​ _____
25200 ​  25200 ​ 
​ _____  = 35 e ​ _____  = 42 voltas, respec-
4200 720 600
tivamente.
Técnicas para o cálculo Outra maneira de se obter o M.D.C. e o M.M.C.
é fatorando simultaneamente esses números. Nesse
do M.D.C. e do M.M.C. caso, o M.D.C. é o produto apenas dos fatores comuns,
enquanto o M.M.C. é o produto de todos os fatores ob-
O M.D.C. e o M.M.C. de dois ou mais números tidos. Veja:
podem ser obtidos a partir da decomposição dos nú-
4200 720 600 2
meros em seus fatores primos. Decompondo-os, isola-
2100 360 300 2
damente, em fatores primos distintos, o M.D.C. desses
1050 180 150 2
números é o produto dos fatores primos comuns, to- 525 90 75 2
mados com seus menores expoentes. Já o M.M.C. des- 525 45 75 3 mdc = 23 · 3 · 5 = 120
ses números é o produto dos fatores primos comuns e 175 15 25 3
não comuns, tomados com os seus maiores expoentes. 175 5 25 5
35 1 5 5
Veja, por exemplo, as formas fatoradas dos números
7 1 1 7
4200,720 e 600:
1 1 1 24 · 32 · 52 · 7 = 25200 = mmc

4200 = 23 · 31 · 52 · 71
720 = 24 · 32 · 51 Note que os fatores primos circulados dividiram
600 = 23 · 31 · 52 todos os números das respectivas linhas (são os fato-
res comuns). O produto deles é o M.D.C. dos números
Com base nessas fatorações, temos:
4200, 720 e 600.
§§ M.D.C. (4200, 720, 600) = 23 · 31 · 51 = 120
(produto dos fatores primos comuns, tomados
com seus menores expoentes). Observação
§§ M.M.C. (4200, 720, 600) =
24 · 32 · 52 · 71 = 25200 (produto dos fatores Dados dois números inteiros positivos a e b, vale a
primos comuns e não comuns elevados ao maior seguinte relação entre o M.D.C. e o M.M.C.:
expoente).
a · b = mdc (a, b) · mmc (a, b)
Sendo assim, 120 é o maior número inteiro posi-
tivo que divide exatamente 4200, 720 e 600. Isso quer

72
M.M.C. e M.D.C. de M.D.C.
expressões algébricas Tomamos os fatores comuns e de menor ex-
poente:
Da mesma forma que utilizamos os fatores de
dois números para calcular o M.M.C ou o M.D.C. entre x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³
eles, podemos expandir este conceito para expressões
algébricas. Assim como fazemos com números, deve-
x(z + 1)
mos fatorar as expressões em fatores primos. Vamos
rever os métodos: Portanto o M.D.C. entre x²y³(z+1) e x (z+1)³ é:
§§ M.M.C.: x(z + 1).
Após fatorarmos os números em função de po- Algumas vezes, precisamos fatorar o polinômio
tências de seus fatores primos, o M.M.C. é o pro- para encontrar o M.M.C. ou o M.D.C.. Veja:
duto dos fatores primos comuns e não comuns,
​  2 2 a 2 2 ​ 
§§ Reduza a expressão ________ ​  b   ​ 
+ ______ a uma
tomados com os seus maiores expoentes. c a – c b (a – b)3
única fração.
§§ M.D.C.:
Decompondo os números isoladamente, em fa- Para realizar a soma, precisamos reduzir as par-
tores primos distintos, o M.D.C. desses números celas a um mesmo denominador comum. Faze-
é o produto dos fatores primos comuns, tomados mos isso encontrando o M.M.C. entre os deno-
com seus menores expoentes. minadores:
Agora, veja um exemplo: m.m.c. (c²a² – c²b², (a – b)³) = ?
§§ Encontre o mínimo múltiplo comum e o máxi-
Fatorando c²a² – c²b², temos:
mo divisor comum das expressões algébricas a
seguir: c²(a² – b²) (fator comum em evidência)
c²(a – b)(a + b) (diferença de quadrados)
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³
Agora, o M.M.C. entre c²(a – b)(a + b) e
Veja que as expressões já estão em sua forma
(a – b)³ é o produto dos fatores comuns e não
fatorada.
comuns de maior expoente:
mmc (c²a² – c²b², (a – b)³) = c²(a – b)³(a + b)
M.M.C.
Agora que temos o denominador comum, pro-
Escolhemos os fatores comuns e não comuns cedemos da mesma maneira que fazemos ao
de maior expoente: somar frações numéricas: dividimos o denomi-
nador de cada fração pelo denominador comum
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³
encontrado e multiplicamos o quociente pelo
respectivo numerador:
x²y³ (z + 1)³ ​  2 2 a 2 2 ​ 
________ ​  b   ​ 
+ ______ =
c a – c b (a – b)3
Portanto, o M.M.C. entre x²y³(z + 1) e x (z + 1)³ a 
= ____________
​     ​  b   ​ 
 ​ + ______ =
é: x²y³ (z + 1)³. c2(a – b)(a + b) (a – b)3
(a – b)2a + c2(a + b)b
= _________________
​        ​
c2(a – b)3(a + b)

73
Teoria na prática
1. Antônio e Bruno são dois trabalhadores que ti-
ram um dia de folga a cada 8 dias e a cada 12
dias, respectivamente. Sabendo que no dia 1° de
janeiro eles tiraram o dia de folga juntos, qual
a última vez no ano que irão tirar folga juntos
novamente?
Calculando o mínimo múltiplo comum temos:
mmc(8,12) = 24.
Logo, a cada 24 dias, ambos trabalhadores tiram
folga juntos, ou seja, após 24, 48, 72, 96, ... dias.
Para calcular o último dia do ano, dividimos a
quantidade de dias no ano por 24 e analisamos
o resto da divisão:
365 24
5 15

Logo, há cinco dias a mais após o último dia de


folga simultâneo. Logo, como o último dia do
ano é 31/12, cinco dias antes temos: 26/12.

2. Em uma fábrica de papel há duas bobinas, uma


contendo 120 m de papel e outra contendo
160 m de papel. Se desejamos cortar o papel
em pedaços de tamanhos iguais, qual deve ser
o maior tamanho que eles devem ser cortados
de modo a não haver sobra? Quantos pedaços
podem ser cortados desta forma?
Queremos um divisor comum entre 120 e 160
que seja o maior possível, logo, calculamos
o máximo divisor comum entre os números:
mdc(120,160) = 40.
Portanto, cada pedaço cortado terá 40 m.
Para calcular a quantidade de pedaços, dividi-
mos o comprimento total de papel por 40 m:

120m + 160m
__________
​     ​  ​ 280m ​ =7
= _____
40m 40m

74
INTERATIVI
A DADE

ACESSAR

Sites Problemas de MMC e MDC

pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-algebra-factors-multiples/pre-algebra-greatest-
common-divisor/e/gcf-and-lcm-word-problems

76
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Os cálculos de M.M.C. e M.D.C. estão ligados aos múltiplos e aos divisores de um número, e é muito comum
a sua utilização nas resoluções de problemas. Imagine a seguinte situação: um médico, ao prescrever uma receita,
determina que três medicamentos sejam ingeridos pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários:
remédio A, de 3 em 3 horas; remédio B, de 4 em 4 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os
três remédios às 9 horas da manhã, qual será o próximo horário que os mesmos serão ingeridos juntos?
Calculando o M.M.C. dos números 3, 4 e 6, temos:

3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1

mmc (3, 4, 6) = 2 ∙ 2 ∙ 3 = 12
Então, de 12 em 12 horas, os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será às
21 horas.

INTERDISCIPLINARIDADE

Já imaginou o quão cansativo seria, se para saber se um número é ou não divisível por outro, fosse neces-
sário efetuar a divisão e verificar se o resto é nulo? Diante desse fato, os critérios de divisibilidade auxiliam a de-
terminar quais números são divisores de um determinado número, com isso, podemos efetuar cálculos numéricos,
presentes também na Física e na Química, sem a necessidade de efetuar longos processos de divisão, otimizando,
assim, o tempo para a resolução de um problema.

77
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 3 - Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.

A habilidade 3 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir


de conhecimentos de aritmética.

Modelo
(Enem) O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano
serão distribuídos 400 ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão
noturna de um mesmo filme. Várias escolas podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há
alguns critérios para a distribuição dos ingressos:
1) cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2) todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3) não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).
O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios
estabelecidos, é:
a) 2.
b) 4.
c) 9.
d) 40.
e) 80.

Análise Expositiva

Habilidade 3
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar
seus conhecimentos sobre aritmética que envolvam múltiplos e divisores para a sua resolução.
O número mínimo de escolas beneficiadas ocorre quando cada escola recebe o maior número
possível de ingressos. Logo, sendo o número máximo de ingressos igual ao máximo divisor
comum de 400 = 24 · 5² e 320 = 26 · 5, temos mdc(400, 320) = 24 · 5 = 80.
Portanto, como 400 = 5 · 80 e 320 = 4 · 80, segue 5 + 4 = 9
Alternativa C

78
Estrutura Conceitual
Números primos M.M.C.
Mínimo Múltiplo Comum

Decomposição Ex: 10, 15 2


5, 15 3
Ex: 20 2 5, 5 5
10 2 1,1 2 · 3 · 5 = 30
1/4
5 5 - x ARITMÉTICA M.M.C. (10, 15) = 30
22 · 5 =+

Divisores M.D.C.
Máximo Divisor Comum

Ex: 10, 15 2
5, 15 3
5, 5 5
1,1

M.D.C. (10, 15) = 5

79
13 16
Porcentagem

Competências Habilidades
5e6 21, 23 e 25
© blvdone/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Porcentagem
A porcentagem é uma forma usada para indicar uma fração de denominador 100 ou qualquer representa-
ção equivalente a ela.

Exemplos:
§§ 50% é o mesmo que ___​ 50  ​ ou __​ 1 ​ ou 0,50 ou 0,5 (metade);
100 2
§§ 75% é o mesmo que ___​ 75  ​ ou __ ​ 3 ​ ou 0,75;
100 4
​  9   ​ ou 0,09;
§§ 9% é o mesmo que ___
100
§§ 0,4 é o mesmo que 0,40 ou ___ ​ 40  ​ ou 40%;
100
§§ 6/40 é o mesmo que ​    ​ ou ​  15  ​ ou 15%;
3
___ ___
20 100
§§ 8 pessoas em grupo de 10 correspondem a ___ ​  8  ​ ou ___
​  80  ​ ou 80% do grupo;
10 100
§§ Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00 equivale a ___ ​  21  ​ ou ___
​  7   ​ ou 7% do total.
300 100

Algumas porcentagens de uso constante devem ter seus valores bem conhecidos. Observe e procure justi-
ficar cada uma delas:

§§ 100%: (total)

§§ 20%: __​ 1 ​  ou 0,2


5
§§ 25%: __ ​ 1  ​ou 0,25 (quarta parte)
4
§§ 75%: __ ​ 3  ​ou 0,75
4
​  1   ​ ou 0,01
§§ 1%: ___
100
§§ 50%: __ ​ 1  ​ou 0,5 (metade)
2
§§ 200%: o dobro

​  1  ​ ou 0,1
§§ 10%: ___
10

Porcentagem de uma quantia


Se uma mercadoria que custa R$ 450,00 está sendo vendida com desconto de 8%, veja como calcular de
quanto é o desconto e por quanto ela está sendo vendida.
Devemos calcular 8% ​ ___ ( 
​  8   ​ = ___
100 25 )
​  2  ​  ​de 450, ou seja:
​  2  ​ de 450 = ___
___ ​  2  ​ · 450 = 36
25 25
450 – 36 = 414
Logo, o desconto é de R$ 36,00 e a mercadoria está sendo vendida por R$ 414,00.
Na sentença 8% de R$ 450,00 = R$ 36,00, temos:
8%: porcentagem
R$ 450,00: total
R$ 36,00: valor correspondente a 8%

83
Basicamente, as situações com porcentagem são Método 1: utilizando a forma fracionária da
resolvidas usando-se os três problemas exemplificados taxa:

a seguir. Cada um deles pode ser resolvido de várias ​  36  ​ = ___


x · 120 = 36 ä x = ___ ​  6  ​ = ___
​  30  ​ = 0,3%
120 20 100
formas. Método 2: utilizando a forma decimal da taxa:
Procure entender cada uma das situações.
​  36  ​ = 0,3 = 0,3%
x · 120 = 36 ä x = ___
120
§§ Qual o valor de 45% de 60? Método 3: utilizando a proporção onde 120
45% de 60 = x corresponde a 100% e 36 corresponde a x%:
Método 1: utilizando a forma fracionária da
​ 120 ​ = ___
___ ​ 36 ​ ä 120x = 3600 ä x = 30%
taxa: 100 x
Portanto, 30% de 120 é 36.
45% = ___ ​  45  ​ = ___
​  9  ​ 
100 20
Observação:
​  9  ​ · 60 = x ä x = 27
(  ) (  )
___
20 ​  1  ​  ​ou 1% ​ ___
Para calcular 10% ​ ___ ​  1   ​  ​de um nú-
10 100
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: mero, basta andar com a vírgula uma ou duas casas
45% = 0,45 para a esquerda, respectivamente.
0,45 · 60 = x ä x = 27
Exemplos:
Método 3: utilizando a proporção na qual 60
§§ 10% de 450 = 45,0 ou 45
corresponde a 100% (inteiro) e a parte x corresponde
§§ 10% de R$ 38,00 = R$ 3,80
a 45%:
§§ 1% de 450 = 4,50 ou 4,5
​  60  ​ = ___
___ ​  x   ​ ä 100x = 2700 ä x = 27 §§ 1% de R$ 20 000,00 = R$ 200,00
100 45
Portanto, 45% de 60 é 27.
Teoria na prática
§§ 80% de quanto resulta em 28?
1. Uma mistura de combustível possui 10 litros de
80% de x = 28
álcool e 40 litros de gasolina. Pergunta-se:
Método 1: utilizando a forma fracionária da a) Qual a porcentagem de álcool em relação à
taxa: gasolina?
​  80  ​ = __
80% = ___ ​ 4 ​  b) Qual a porcentagem de álcool em relação à
100 5
mistura?
4/5 · x = 28 ä x = _____​ 5 · 28 ​   = 35 c) Quantos litros de gasolina devemos adicio-
4
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: nar para que o álcool represente 10% da
mistura?
80% = 0,80 = 0,8
Resolução:
​ 28  ​ ä x = 35
0,8 · x = 28 ä x = ___
0,8
a) A porcentagem de álcool em relação à gaso-
Método 3: utilizando a proporção na qual x
lina é dada pela razão entre as duas grande-
corresponde a 100% e a parte 28 corresponde a 80%:
zas:
​ 28 ​ ä 80 ∙ x = 2800 ä x = 35
​  x   ​ = ___
___
100 80 ​  10 ​ = 0,25 ou 25%
___
40
Portanto, 80% de 35 é 28.
b) A porcentagem de álcool em relação à mis-
§§ A quantia R$ 36,00 corresponde a quantos por tura é dada pela razão entre a quantidade de
cento de R$ 120,00? álcool e o total da mistura:
x% de 120 = 36 ​  10   ​ 
_______ ​ 10 ​ = 0,20 ou 20%
= ___
10 + 40 50

84
c) Como a razão entre a quantidade de álcool Também aqui a escolha sobre qual interpretação
e o total representa a porcentagem de álcool é melhor depende do contexto.
na mistura, temos: Na prática, se a opção for pela primeira inter-
pretação, então precisamos aprender a obter
​  10   ​ 
_____ = 0,10
10 + x a taxa percentual a partir do valor do fator de
em que x representa a quantidade de gaso- atualização.
lina desejada. Resolvendo a equação, temos: §§ Se f > 1, f = 1 + i; portanto a taxa é i = f – 1,
em números decimais.
10 = 0,10(10 + x) §§ Se f < 1, f = 1 – i; portanto a taxa é i = 1 – f,
10 = 1 + 0,10x em números decimais.
9 = 0,10x Assim:
§§ f = 1,05 ä i = f – 1 = 0,05 ä
x = ​  9   ​ = 90 litros
____
0,10 taxa = 0,05 . 100 = 5% (maior do que...)
Portanto, como já havia 40 litros de gasoli- §§ f = 0,90 ä i = 1 – f = 0,1 ä
na, deve-se adicionar 90 – 40 = 50 litros de taxa = 0,1 . 100 = 10% (menor do que...)
gasolina para que o álcool represente 10%
da mistura. Aumentos e descontos
Variações percentuais Na comparação de dois valores diferentes de
uma mesma grandeza, f > 1 significa aumento (ou
acréscimo de valor) e f < 1 significa desconto (ou perda
Fator de atualização de valor), pois o valor da grandeza variou no tempo e o
O fator atualização (f) é a razão entre dois va- valor mais antigo é a base de comparação. O fator f = 1
lores de uma grandeza em tempos diferentes (passado, significa que não houve variação.
presente ou futuro). O fator de atualização é a ferra-
​  valor novo 
f = _________  ​ 
menta mais indicada para quem quer trabalhar com valor antigo
matemática financeira, seja na preparação para os ves- f > 1 é aumento, ganho, acréscimo
tibulares, seja na vida cotidiana. f < 1 é desconto, queda, perda, decréscimo
Na divisão de dois valores quaisquer, só existem f = 1 é não houve variação
três resultados possíveis. Ou resulta 1, ou maior que 1
ou menor que 1. Quando o resultado da divisão é 1 sig- Aumentos e descontos sucessivos
nifica que os dois valores são iguais, portanto, nenhum
é maior nem menor que outro. Um valor é 100% do Para compor vários aumentos e/ou descontos,
outro. Por isso diz-se que i = 1 é fator neutro. basta multiplicar os vários fatores individuais e, assim,
No caso da divisão resultar em número maior obter o fato “acumulado”, que nada mais é que o fator
que 1, como, por exemplo, ​ __A ​ = 1,05 podemos entender
de atualização entre o primeiro e o último valor consi-
B
o resultado de duas formas diferentes: derado, independentemente dos valores intermediários.
1. A é 5% maior que B ou
facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 ...
2. A é 105% de B (portanto 5% maior)
Ambas interpretações são corretas e seu uso O fator acumulado é também um fator de atua-
depende do melhor contexto. No caso de a divi- lização e deve ser interpretado como tal.
são resultar em número menor que 1, como por
A ​  = 0,90, também podemos entender
exemplo ​ __
B
o resultado de duas formas diferentes:
3. A é 10% menor que B ou
4. A é 90% de B (portanto 10% menor)

85
3. A tabela a seguir mostra a variação do preço do
Teoria na prática
dólar em uma semana qualquer, em termos per-
1. (Vunesp) Se a taxa de inflação de janeiro é de
centuais. No valor acumulado desses 5 dias, o
6% e a de fevereiro é de 5%, então a taxa de
que aconteceu com o preço do dólar? (Subiu?
inflação no bimestre janeiro/fevereiro é de:
Caiu? Quantos por cento?)
a) 11%
b) 11,1% Resolução:
c) 11,2% Dia Variação
d) 11,3% Segunda-feira –2,35%
e) 11,4% Terça-feira 1,37%
Quarta-feira 1,05%
Resolução:
Quinta-feira –0,13%
Sexta-feira 0,21%
f1 = 1 + 0,06 = 1,06
f2 = 1 + 0,05 = 1,05 Temos de compor as cinco variações para poder
emitir um julgamento. Para isso, precisamos dos
facumulado = f1 · f2 ä facumulado = 1,06 · 1,05 =
fatores de atualização de cada variação:
= 1,113 = 11,3%
f1 = 1 – 0,0235 = 0,9765
Alternativa D f2 = 1 + 0,0137 = 1,0137

2. Em uma liquidação, os preços dos artigos de f3 = 1 + 0,0105 = 1,0105


uma loja são reduzidos em 20% de seu valor. f4 = 1 – 0,0013 = 0,9987
Terminada a liquidação e pretendendo voltar aos f5 = 1 + 0,0021 = 1,0021
preços originais, de que porcentagem deve ser Assim:
acrescidos os preços da liquidação?
a) 27,5% facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 · f5 =
b) 25%
= 0,9765 . 1,0137 . 1,0105 . 0,9987 . 1,0021
c) 22,5%
= 1,00107
d) 21%
e) 20% Como o fator acumulado > 1, então:
f = 1 + i ä i = 1,00107 – 1 = 0,00107 =
Resolução:
= 0,107%
f1 = 1 – 0,20 = 0,80
Ou seja, o dólar teve uma pequena alta de
f2 = ? 0,107%.
facumulado = f1 · f2 = 1 (f = significa que não houve
4. O preço de uma camisa passou de R$ 50,00 para
alteração: voltou aos valores originais)
R$ 59,00. Qual foi o aumento percentual desse
Assim: preço?
​  1   ​ = 1,25
facumulado = 0, 80 f2 = 1 ä f2 = ___ Resolução:
0,8
Como f2 > 1, então: Preço velho: 50,00
f2 = 1 + i = 1,25 ä i = 0,25 = 25% Preço novo: 59,00
Alternativa B preço novo ____ 59,0
f = _________
​   
 ​ 
= ​   ​ = 1,18
preço velho 50,0
Como f > 1, então:
f = 1 + i = 1,18 ä i = 0,18 = 18%
Logo, o aumento percentual foi de 18%.

86
Resolução de problemas ​ 966 ​ = ___
___ ​ 138 ​ = ___
840 120 20 100
​ 23 ​ = ___
​ 115 ​ é 115% é

com porcentagem é 100% + 15% aumento


3º modo:
Problemas que envolvem porcentagem estão a
toda hora presentes em nosso cotidiano. Com os con- f = 966/840 = 1,15
ceitos trabalhados até agora, podemos resolver uma f > 1 é aumento
série deles.
f = 1 + i = 1,15 ä i = 0,15 = 15%
Logo, a porcentagem de aumento foi de 15%.
Teoria na prática
1. Uma geladeira, cujo preço à vista é de 3. Se ao aumentarmos, na mesma proporção, o com-
primento dos lados de um quadrado obtivermos
R$ 680,00, tem um acréscimo de 5% no seu
um aumento de 69% em sua área, a porcenta-
preço se for paga em 3 prestações iguais. Qual é
gem do aumento no comprimento de cada lado
o valor de cada prestação?
do quadrado deverá ser:
Resolução: a) 27,0%
b) 30,0%
1º modo:
c) 31,0%
5% de 680 = 0,05 · 680 = R$ 34 (acréscimo) d) 34,5%
680 + 34 = R$ 714 (preço em 3 prestações Resolução:
iguais) Sejam ℓ e L respectivamente, o lado do quadrado
714 : 3 = R$ 238 (valor de cada prestação) original e o lado do quadrado aumentado. Desse
modo, temos

2º modo: L2 = 1,69 ∙ ℓ2 → L = 1,3ℓ

t = 5% = 0,05 = isto é, o percentual de aumento no comprimento


de cada lado do quadrado deverá ser
f = 1 + 0,05 = 1,05
1,3ℓ - ℓ
______
​   ​   ∙ 100% = 30%
680 · 1,05 = 714 ℓ

714 : 3 = R$ 238 Alternativa B

Então, o valor de cada prestação é de R$ 238,00.


4. Considere uma mercadoria que teve seu preço
2. O salário de um trabalhador que era de R$ elevado de x reais para y reais. Para saber o per-
840,00 passou a ser R$ 966,00. Qual foi a por- centual de aumento, um cliente dividiu y por x
centagem de aumento? obtendo quociente igual a 2,08 e resto igual a
Resolução: zero.
1º modo: Em relação ao valor de x, o aumento percentual
é equivalente a:
966 – 840 = 126 (aumento em reais)
a) 10,8%
?% de 840 = 126 b) 20,8%
​  126 ​ = ___
___ ​  18  ​ = ___
​  3  ​ = ___
​  15  ​ é 15% aumento em c) 108,0%
840 120 20 100 d) 208,0%
porcentagem
2º modo:
?% de 840 = 966 (salário anterior mais
aumento)
87
Resolução: Entre as afirmativas acima, é(são) FALSA(S)
a) apenas a II.
Sabendo que y = 2,08 ∙ x, tem-se que o resulta-
b) apenas I e III.
do pedido é igual a
c) apenas II e III.
2,08 ∙ x – x
_________
​  x ​   ∙ 100% = 108,0% d) I, II e III.

Alternativa C
Resolução:

5. O professor Cláudio prestou um serviço de con- I. Verdadeiro. Seja x o peso inicial da pessoa,
pode-se escrever:
sultoria pedagógica. Sabendo-se que sobre o 1º mês → x – 0,3x = 0,7x
2º mês → 0,7x + 0,4 ∙ (0,7x) = 0,98x
valor bruto a receber incidiram os descontos de Ou seja, ao final do segundo mês essa pessoa
11% do INSS (Instituto Nacional de Seguridade possuía 98% do peso inicial (2% a menos).
Nacional) e 7,5% do IRPF (Imposto de Renda II. Falsa. Considerando como x o preço de cada
Pessoa Física), e que o valor descontado de INSS produto e y o desconto a ser concedido sobre
foi de R$ 105,00 a mais que o IRPF, qual o valor os 4 produtos comprados, pode-se equacio-
líquido recebido por Cláudio? nar:
a) 2.295 reais. 4x ∙ (1 - y) = 3x → 4 - 4y→ = 3 → y =
b) 2.445 reais. = 0,25 → y = 25%
c) 2.505 reais. III. Falsa. Considerando como x o valor da casa
d) 2.555 reais. atualmente e y o aumento que a mesma so-
e) 2.895 reais. freu nos últimos meses, pode-se equacionar:
0,25x ∙ (1 + y) = x → 0,25 + 0,25y = 1 →
Resolução:
→ 0,25y = 0,75 → y = 3 → y = 300%
Seja x o valor bruto do salário do professor Cláu-
Alternativa C
dio. Tem-se que
0,11 ∙ x = 0,075 ∙ x + 105 ⇔ x = R$ 3.000,00.
Portanto, o valor líquido recebido por ele foi
(1 – 0,185) ∙ 3000 = R$ 2.445,00.

Alternativa B

6. Analise as afirmativas abaixo.


I. Uma pessoa perdeu 30% de seu peso em um
mês. No mês seguinte, aumentou seu peso
em 40%. Ao final desses dois meses, o peso
inicial dessa pessoa diminuiu 2%.
II. Quando num supermercado tem-se a promo-
ção “pague 3 produtos e leve 4", o desconto
concedido é de 30%.
III. Há alguns meses, uma certa casa podia ser
comprada por 25% do seu valor atual. O au-
mento no valor da casa nesse período foi de
75%.

88
INTERATIVI
A DADE

ACESSAR

Sites Problemas envolvendo porcentagem

pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-algebra-ratios-rates#pre-algebra-intro-percents

90
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Quando se entra em uma loja e escolhe uma peça que está em promoção, você sabe como calcular quanto
ela custa com desconto? A matemática está em todos os lugares, e a porcentagem é um tipo de operação que você
usa o tempo todo, quase sem perceber. Se você for calcular o aumento da gasolina, os 10% do garçom em um res-
taurante ou o desconto de impostos, tenha certeza que usará a porcentagem. Além disso, vários assuntos ligados
a Matemática financeira requerem o uso de porcentagem. Por exemplo: cálculo de juros em compras financiadas,
financiamentos de carros, casas, apartamentos, empréstimos bancários, entre outras situações.

INTERDISCIPLINARIDADE

A porcentagem é de grande utilidade no mercado financeiro, seja na hora de obter um desconto, calcular o
lucro na venda de um produto ou medir as taxas de juros. Na Engenharia, por exemplo, a porcentagem pode ser
utilizada para definir o quanto já foi construído de um prédio. Em Administração, pode ser usada para medir as quo-
tas de participação dos sócios em um negócio. No campo da Estatística, possui participação ativa na apresentação
de dados comparativos e organizacionais, proporcionando, assim, uma imensa utilidade no cotidiano das pessoas.

91
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 25 - Resolver problemas com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da aná-
lise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Quanto tempo você fica conectado à internet? Para responder a essa pergunta foi criado
um miniaplicativo de computador que roda na área de trabalho, para gerar automaticamente um
gráfico de setores, mapeando o tempo que uma pessoa acessa cinco sites visitados. Em um compu-
tador, foi observado que houve um aumento significativo do tempo de acesso da sexta-feira para o
sábado, nos cinco sites mais acessados. A seguir, temos os dados do miniaplicativo para esses dias.

Analisando os gráficos do computador, a maior taxa de aumento no tempo de acesso, da sexta-feira


para o sábado, foi no site
a) X.
b) Y.
c) Z.
d) W.
e) U.

92
Análise Expositiva

Habilidade 25
A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar e analisar os dados fornecidos pelo
gráfico para chegar à resposta correta.
Considere as taxas de aumento de cada um dos sites:
X: 9/12 = 0,75
Y: 21/30 = 0,7
Z: 1/10 = 0,1
W: 19/38 = 0,5
U: 16/40 = 0,4
Logo a maior taxa de aumento é a do site X.
Alternativa A

Estrutura Conceitual

PORCENTAGEM

Porcentagem de Razão com


uma quantia denominador 100
Ex: Variações x
x% =
15% de 200 Percentuais 100
15 ⋅200 = 15 ⋅ 2 = 30
100 1 f > 1 → aumento, ganho,
acréscimo
Fator de f valor novo
= valor antigo f < 1 → desconto, queda,
atualização perda, decréscimo
f = 1 → sem variação

aumentos descontos

93
17 18
Juros simples e compostos

Competência Habilidades
5 21 e 23

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Já vimos que uma razão centesimal é definida como uma razão em que o denominador é 100:
​  10  ​ → ___
​  1   ​ → ___
___ ​  25  ​ → ___
​  50  ​ → ___
​  75  ​ 
100 100 100 100 100
Uma razão percentual pode ser representada também na forma decimal ou como taxa:
​  1   ​ = 0,01 = 1%
___
100
​  10  ​ = 0,1 = 10%
___
100
​  25  ​ = 0,25 = 25%
___
100
​  50  ​ = 0,5 = 50%
___
100
​  75  ​ = 0,75 = 75%
___
100
A porcentagem p de um valor é dada pelo produto entre a taxa i e o principal P:
p=i·P
Como, por exemplo:

20 = 10% · 200 (lemos “20 é 10 por cento de 200”)

Vimos, também, que um aumento percentual pode ser calculado facilmente através do fator de atualização
f, na qual:
f = (1 ± i)
Um valor A é atualizado para outro valor B da seguinte forma:
B=f·A
§§ Para aumentar o valor A e obter B, temos:
B = (1 + i ) · A
§§ Para diminuir o valor A e obter B, temos:
B = (1 – i ) · A

Juros simples e juros compostos


As porcentagens são muito utilizadas em cálculos financeiros. Imagine que um banco concede um emprésti-
mo de R$ 200,00 para uma pessoa (valor denominado capital), porém ela deverá devolver, após um certo período,
além dos R$ 200,00 um valor denominado de juro. Se uma outra pessoa for contemplada com R$ 1.000,00 de
empréstimo, os juros pagos por essa pessoa deve ser naturalmente maior que a primeira. Os juros pagos devem
ser, então, proporcionais ao capital, justificando o uso das porcentagens.
A taxa de juros i (do inglês “interest") é utilizada para calcular quantidade de juros J gerada sobre o capital
C em um certo período de tempo, podendo ser ao dia (a.d.), ao mês (a.m.) ou ao ano (a.a.). Os juros em um período
de tempo são calculados da seguinte forma:
J=C·i
No caso de um empréstimo, o valor total a ser pago, é chamado de montante M, e é calculado pela soma
do capital com os juros:
M=C+J
Observe que:
J=C·i
M = C + J ⇒ M = C + C · i ⇒ M = C(1 + i)
O fator (1 + i) é, então, o fator de atualização do capital para obtermos o montante.
97
Portanto, a quantidade de juros acumulados em
Teoria na prática
t períodos é:
1. Se um banco cobra 10% de juros ao mês so- J=C·i·t
bre empréstimos, quanto deverá ser pago no Logo, o montante após t períodos pode ser
final de um mês no caso de um empréstimo de calculado somando o capital com os juros:
R$ 5.000,00?
M = C + C · i · t = C(1 + i · t)
Resolução:
Observe que o cálculo de juros nada mais é do
Vamos calcular os juros a serem pagos ao final que um cálculo de variação percentual. Multiplicamos o
de um mês: capital por (1 + i) para obter o montante, pois há um
J = 10% · 5000,00 = 500,00 aumento percentual. Nos juros simples em cada período
Portanto, o montante a ser pago é de é gerado C ∙ i . Como se passaram t períodos de tempo,
M = 5.000,00 + 500,00 = 5.500,00 reais. foi gerado no total um juros no valor de C · i · t.
2. Ao pagar R$ 10.500,00 ao banco após um mês Atenção na resolução de problemas envolvendo
por um empréstimo de R$ 10.000,00, qual a juros, pois a taxa deve ser compatível com o período de
taxa de juros a.m. aplicada? tempo considerado. Se a taxa de juros for, por exemplo,
2% ao mês e quisermos calcular os juros em 1 ano,
Resolução: devemos, então, considerar o período de tempo como
Podemos calcular o valor total pago da seguinte 12 meses.
forma:
M = C(1 + i) Teoria na prática
10.500 = 10.000(1 + i) 1. Um capital no valor de R$ 2.000,00 foi aplicado
1 + i = 1,05 a juros simples de 0,5% ao dia. Qual o montante
i = 0,05 = 5% gerado em dois meses?
Portanto, a taxa de juros aplicada foi de 5% ao
Resolução:
mês.
Como se passaram 2 meses, temos que
t = 60 dias. Logo, os juros gerados foram de:
Juros simples J = 0,5% ∙ 60 ∙ 2.000
Um capital aplicado a um regime de juros sim- J = 600,00
ples (também chamado de regime de capitalização Portanto, o montante total é de
simples) possui seus juros calculados sempre em re- M = 2.000 + 600 = 2.600,00 reais.
lação à quantia inicial. Ou seja, os juros gerados em
2. Um capital de R$ 600,00, aplicado à taxa de juros
cada período são sempre iguais.
simples de 20% ao ano, gerou um montante de
Se um capital C é aplicado em regime de juros
R$ 1.080,00 depois de certo tempo. Qual foi
simples à taxa de juros i, temos:
esse tempo?
Após 1 período de tempo: J1 = C · i
Resolução:
Após 2 períodos de tempo: J2 = C · i
... 1080 – 600 = 480 (juros obtidos após todo o
período de aplicação)
Após t períodos de tempo: Jt = C · i ?% de 600 = 480
Somando todos os juros acumulados, temos:
J = C · i + C · i + ... + C · i = C · i · t ​  480 ​ = ___
___ ​  80  ​ = 80% (porcentagem do rendimento)
600 100
t vezes Como 80 : 20 = 4,
o tempo de aplicação foi de 4 anos.

98
Juros compostos M = 6000 ∙ (1,01)6 = 6369,120904
1 + 0,01
O regime de capitalização mais utilizado atual- Consideramos M = 6369,12 e
mente é o de juros compostos. Nela, os juros são apli- j = 6369,12 – 6000,00 = 369,12
cados sempre ao montante do período imediatamente Logo, a pessoa receberá R$ 369,12 de juros.
anterior. Assim, os juros gerados em cada período são
cada vez maiores. 2. O capital de R$ 2.000,00, aplicado a juros com-
Se um capital C é aplicado a juros compostos à postos, rende, após 4 meses, juros de R$ 165,00.
taxa de juros i, temos: Qual foi a taxa de juros mensal?
Montante após 1 período:
M1 = C(1 + i) Resolução:
Montante após 2 períodos:
C: 2000
M2 = M1 · (1 + i) = C(1 + i)(1 + i) = C(1 + i)2
t: 4 meses
Montante após 3 períodos:
j: 165
M3 = M2 · (1 + i) = C(1 + i)²(1 + i) = C(1 + i)³
... M: 2165 = 2000 + 165
Montante após t períodos: Mt = C(1 + i)t i: ?
Portanto, se um capital C é aplicado a juros com- M = C(1 + i)t ⇒ 2165 = 2000(1 + i)4 ⇒
postos à taxa de juros i por t períodos de tempo, o mon- ​ 2165 ​ ⇒ (1 + i)4 = 1,0825 ⇒
⇒ (1 + i)4 = ____
2000
______
tante M final será de: ⇒ 1 + i = ​√  1,0825 ​ 
4
⇒ 1 + i = 1,02005981 ⇒
M = C(1 + i)t ⇒ i = 0,020015981 → 2,0015981%
A principal característica do regime em juros Portanto, a taxa de juros foi de aproximadamen-
compostos é seu crescimento exponencial. te 2% ao mês.
Veja uma comparação do mesmo capital de
R$ 100,00 aplicado a 10% ao mês sob regime de juros 3. Qual deve ser o tempo para que a quantia de
simples e juros compostos: R$ 30.000,00 gere o montante de R$ 32.781,81,
quando aplicada a taxa de 3% ao mês, no siste-
Tempo (em Montante a Montante a juros
meses) juros simples compostos ma de juros compostos?
0 100,00 100,00 Resolução:
1 110,00 110,00
C: 30.000
2 120,00 121,00
M: 32.781,81
3 130,00 133,10 i: 3% ao mês (0,03)
4 140,00 146,41 t: ?
M = C (1 + i)t ⇒ (1 + i)t = __​ M ​ ⇒
C
32.781,81
⇒ (1,03)t = ________
​  ⇒ (1,03)t = 1,092727 ⇒
 ​ 

Teoria na prática 30.000
log 1,092727
1. Quanto receberá de juros, no fim de um semes- ⇒ t = log1,03 1,092727 = ___________
​   ​ 

=3
log 1,03
tre, uma pessoa que investiu, a juros compostos,
O tempo deve ser de 3 meses.
a quantia de R$ 6.000,00 a taxa de 1% ao mês?

Resolução:

C: 6000
t: 1 semestre = 6 meses
i: 1% (0,01) ao mês

99
INTERATIVI
A DADE

LER

Livros

Uma História Sobre o Ensino de Juros

A partir de uma investigação sobre o ensino de juros presente em


livros didáticos de Matemática durante o século XIX, considera-
se que a matemática escolar do período dava ênfase ao ensino
desse conteúdo devido ao caráter comercial, que permeava a
sociedade, reforçando a interferência da política e da economia
sobre a educação.

100
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual sistema econômico. Algumas situações estão
presentes no cotidiano das pessoas, como compras no crediário ou com cartão de crédito, financiamentos de casa
e carros, realizações de empréstimos, investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Se você, por exem-
plo, ao receber seu salário, separar um valor e poupá-lo, sem a utilização de uma poupança, o valor permanecerá
o mesmo daqui a um ano. No entanto, se colocarmos a mesma quantia em uma Poupança, no final de um ano, o
valor será alterado. A quantia será maior. Mas se pedirmos empréstimos no banco, no final de um ano o valor a ser
pago será maior. Não será mais o mesmo de quando você pegou emprestado. Por quê? Por causa dos juros, que
está constantemente em nosso cotidiano.

INTERDISCIPLINARIDADE

O homem, no decorrer da história da humanidade, notou que o dinheiro perdia valor de acordo com o
tempo; dessa forma, a correção monetária deveria ser feita, aumentando o poder de compra do capital. Podemos
atribuir a ideia de juros aos primeiros indícios de civilizações existentes; fatos históricos relatam que, na Babilônia,
comerciantes emprestavam sementes aos agricultores que, ao colherem a plantação, pagavam as sementes em-
prestadas mais uma determinada parte da colheita, ou seja, pagavam com juros.

101
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 - Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algé-


bricos.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resol-


ver uma situação proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Um empréstimo foi feito à taxa mensal de i%, usando juros compostos, em oito parcelas
fixas e iguais a P.
O devedor tem a possibilidade de quitar a dívida antecipadamente a qualquer momento, pagando
para isso o valor atual das parcelas ainda a pagar. Após pagar a 5ª parcela, resolve quitar a dívida
no ato de pagar a 6ª parcela.
A expressão que corresponde ao valor total pago pela quitação do empréstimo é:

[ 
a)

]
​  1   ​ 
P​ 1 + _________ 1   ​  
+ __________
​  ​
(  i
) ( )
2
____ i   ​  ​
​ 1 + ​     ​  ​ ​  1 + ____
​ 
100 100
b)

[ (
1   ​ 
P​  1 + _________
​ 
i
____
100 ) (
1   ​  
+ __________
​ 
​  2i  ​  2​
​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ____
100

)]
c)

[ (
1   
P​  1 + _________
​ 
i
) (
1   ​  
 ​ + __________
​ 
​  i   ​  2​
​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ____
____
100
2
100 )]

d)

[( 1   ​ 
P​  ​ _________
i
____
100 ) (
1   ​  
+ __________
​ 
2i
____
1   ​  
+ ​ __________
) ( ​  3i  ​  ​
​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ​    ​  ​ ​  1 + ____
100 100

) ]
e)

[( 1   ​ 
P​  ​ _________
i
) (
1   
+ __________
​ 
i 2
​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ____
____
100
____
100
1   
 ​  + ​ __________
) ( 100 )
​  i   ​  ​
3
]
 ​  ​

102
Análise Expositiva

Habilidade 21
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar
seus conhecimentos para modelar e resolver problemas a partir da aplicação de expressões
algébricas.
Calculando:
Parcela = P
Para quitar a dívida na sexta parcela o valor a ser pago deve ser igual a

​ 
( 
P   ​ 
P + __________
i
____
) ( 
​  P   ​ 
+ __________
i
____
) 2
​ 1 + ​     ​   ​ ​ 1 + ​     ​  ​
100 100
[ (
1   ​ 
= P ​  1 + _________
​ 
i
) (
1   ​  
+ __________
​ 
​  1 + ​     ​  ​ ​  1 + ____
____
100 100 ) ]
​  i   ​  2​
​​

Alternativa A

Estrutura Conceitual
JUROS

Simples Compostos

Cáculo sobre a Cáculo sobre o


quantia inicial montante do
período anterior

J=C·i·t
M = C (1 + i · t) M = C (1 + i)t
J: juros
C: Capital inicial
i: taxa de juros
t: período

103
Abordagem de GEOMETRIA PLANA nos principais vestibulares.

FUVEST
Nos últimos anos, a aritmética e o raciocínio lógico vêm ganhando espaço na prova da Fuvest.
O uso de porcentagens poderá ser cobrado no desenvolvimento de uma questão. Logo, dominar
o conceito de porcentagens e juros, seus cálculos e saber identificar como serão utilizados é
essencial para obter êxito na prova.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U As questões de porcentagem da prova da Unesp vêm mantendo o mesmo grau de dificuldade
nos últimos anos. O uso de recursos como gráficos e tabelas é recorrente, enfatizando a impor-
tância da interpretação por parte do candidato. Além disso, abordam temas contextualizados
envolvendo situações-problema.

UNICAMP
Para obter sucesso na prova da Unicamp, é necessário desenvolver uma boa análise e leitura dos
assuntos abordados. Nas questões que envolvem porcentagem, formular e resolver problemas
relacionados ao cotidiano, bem como a compreensão de tabelas, serão itens importantes para
obter um bom desempenho.

UNIFESP
Ter um bom domínio dos principais assuntos cobrados em Matemática, tais como conjuntos,
equações, geometria espacial e áreas de figuras planas, será uma ferramenta essencial para o
desenvolvimento das questões de porcentagem, visto que a prova procura apresentar questões
com caráter interdisciplinar.

ENEM/UFMG/UFRJ
O ENEM procura apresentar questões com caráter interdisciplinar, o que acarreta a utilização de
assuntos como porcentagem, teorema fundamental da aritmética, mmc e mdc em outras áreas
do conhecimento. Muitas vezes, em uma questão que envolve porcentagem, também há a abor-
dagem da matemática financeira. Recomendamos atenção especial a esse assunto.

UERJ
O uso de elementos gráficos é tradição no vestibular da UERJ. As questões de porcentagem
vêm cheias de infográficos, quadrinhos, formas geométricas e tabelas para análise dos candida-
tos. Questões envolvendo aumentos e descontos também são muito cobradas.
11 12
Relações métricas no
triângulo retângulo

Competências Habilidades
2e3 7, 8, 9 e 12
© clawan/Shutterstoc

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Teorema de Pitágoras
Observe o triângulo retângulo a seguir:

  
Nesse triângulo, ​AB​ é a hipotenusa e BC​
​  e AC​
​  são os catetos.

O teorema de Pitágoras diz que:


Num triângulo retângulo qualquer, a soma dos quadrados das medidas dos catetos é igual ao quadrado da
medida da hipotenusa.
a² + b² = c²
Um prova simples pode ser feita utilizando o conceito de áreas. Considere a figura a seguir:

Na figura, temos um quadrado maior de lado (a + b) e um menor de lado c. A área do quadrado menor é
dada por c², enquanto que a área do quadrado maior é dada por (a + b)².
A parte destacada na figura representa triângulos retângulos, e cada uma de suas áreas é dada por
ab ​ . Se subtrairmos as áreas de todos os triângulos da área do quadrado maior, teremos a área do qua-
Atriângulo = ​ __
2
drado menor:
Amenor = Amaior – 4 ∙ Atriângulo

​ ab ​ 
c² = (a + b)² – 4 ⋅ __
2
c² = a² + 2ab + b² – 2ab
c² = a² + b²

Exemplo:
Vamos determinar a medida da hipotenusa no triângulo abaixo.

109
  
Nesse caso, AB​
​  e AC​
​  são os catetos e BC​
​  é a Da igualdade (I), temos:
hipotenusa. Aplicando o teorema, temos:
​ ac ​  = __
__ ​ b ​ 
h
a2 = 72 + 42
bc=ah
a2 = 49 + 16
a2 = 65 Num triângulo retângulo qualquer, o produto das
___
a=√ ​ 65 ​  medidas dos catetos é igual ao produto da medida da
a ≅ 8,06 hipotenusa pela medida da altura relativa à hipotenusa.

Obs.: um triângulo pitagórico é um triângulo re- Exemplos:


tângulo, cujos três lados possuem medidas inteiras. O 1. Para encontrar a medida h no triângulo abaixo,
triângulo pitagórico mais usual é o que possui catetos aplicamos a segunda relação métrica.
de comprimento 3 e 4 e hipotenusa de comprimento 5.
Na tabela a seguir temos algumas medidas de
triângulos pitagóricos (chamadas de ternos pitagóricos):

Cateto Cateto Hipotenusa


3 4 5

5 12 13

7 24 25

8 15 17 b⋅c=a⋅h

9 40 41 ​ b a⋅  ​
h = ____ c  

... ... ... ​ 4 ⋅  ​


h = ____ 3  
5
Observe também que se (c, b, a) é um terno pita- h = 2,4
górico, como (3, 4, 5), qualquer termo dado por (kc, kb,
ka) também é pitagórico, para qualquer k natural, como 2. Aplicando o teorema de Pitágoras e a segunda
(6, 8, 10), (9, 12, 15), (12, 16, 20) e assim por diante. relação métrica, podemos encontrar as medidas
b e h. Veja:

Segunda relação métrica


Para demonstrar a segunda relação métrica,
consideramos os triângulos ABC e HBA, que são seme-
lhantes pelo caso de semelhança AA (Ângulo-Ângulo),
conforme verificamos.

b2 + c2 = a2
b2 + 62 = 102
b2 = 100 – 36
b2 = 64
Podemos escrever a seguinte proporção entre os b=8
lados homólogos: b⋅c=a⋅h
___ ​  BC  ​ = ___
​ AB ​ = ___ ​  AC  ​ ​ b a⋅  ​
h = ____ c  
HB BA HA
__c  ​ = __ ​ ac ​ = __
​ b ​ 
​ m
h ​ 8 ⋅ 6 ​ 
h = ____
10
(I) h = 4,8
110
Terceira relação métrica dida da hipotenusa pela medida da projeção ortogonal
desse cateto sobre a hipotenusa.
Analisando ainda a proporção entre os lados
homólogos dos triângulos semelhantes ABC e HBA,
vamos demonstrar a terceira relação métrica:
Exemplo:
Vamos encontrar as medidas b e c no triângulo
seguinte:

​  AB ​ = ___
___ ​  BC  ​ = ___ ​  AC  ​
HB BA HA
__ c  ​ = __
​  m ​ ac ​ = __
​ b ​ 
h
(II)
Calculando b:
Da igualdade (II), temos:
b2 = a ⋅ n
__ c  ​ = __
​  m ​ ac ​  b2 = 5 ⋅ 3,2
b2 = 16
___
c2 = a ⋅ m b=√ ​ 16 ​ 
Agora, considere os triângulos ABC e HAC. b=4
Como vimos anteriormente, esses triângulos também Calculando c:
são semelhantes. c2 = a ⋅ m
c2 = 5 ⋅ 1,8
c2 = 9__
c=√ ​ 9 ​ 
c=3

Quarta relação métrica


Considere, agora, os triângulos semelhantes HBA e
HAC.

Podemos escrever a seguinte proporção entre


os lados homólogos:

​  AB  ​ = ___
___ ​  BC  ​ = ___ ​  AC  ​
HA AC HC
​  c  ​ = __
__ ​  a  ​ = __
​ b ​ 
h b n Podemos escrever a seguinte proporção entre os
(III) lados homólogos:
Da igualdade (III), temos: ​  HB  ​ = ___
___ ​ HA ​ = ​ ___ BA  ​
HA HC AC
​  a  ​ = __
__ ​ b ​  ​  c  ​
​  m ​ = ​ __hn  ​ = __
__
b n h b
b2 = a ⋅ n (IV)
Assim, esta é a terceira relação métrica: Da igualdade (IV), vem:
Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado ​  m ​ = ​ __hn  ​
__
h
da medida de um cateto é igual ao produto da me- h2 = m ⋅ n
111
Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado
da medida da altura relativa à hipotenusa é igual ao
Altura do triângulo equilátero
produto das medidas das projeções ortogonais dos ca- Considere um triângulo equilátero ABC de lado
tetos sobre a hipotenusa. ℓ e altura h.

Observe que a altura ​AH​ divide o DABC equilá-
Exemplo: tero em dois triângulos retângulos congruentes (DABH e
Vamos calcular a medida h da altura do triângu-
DACH).
lo retângulo abaixo usando a quarta relação métrica.

Aplicando o teorema de Pitágoras ao DACH, te-


h =m⋅n
2
mos:
h2 = 2,5 ⋅ 7,5
h2 = 18,75
h=√
_____
​ 18,75 ​ 
h2 + ​ __ (  ) ²
​  , ​   ​ = ,2
2
h ≅ 4,33 h2 + __ ​ ,² ​ = ,2
4
​ 3,² ​ 
Aplicações do teorema h2 = ___
4
d XXX
​ 3, ​ ​  
2
h = ​ ___
4
de Pitágoras h = ____ ​  3 ​
,​ d XX 
 ​   
2

Diagonal de um quadrado Então:


Em um triângulo equilátero de lado ,, a altura
dXX 
Considere um quadrado ABCD de lado , e dia- ​ ,​ 3 ​
mede h = ____  ​.  
2
gonal d.

Observe que a diagonal AC​
​   divide o quadrado
ABCD em dois triângulos retângulos congruentes (DABC Teoria na prática
e DADC). 1. Nos triângulos retângulos mostrados, determine
o valor de x, y, z e t.
a)

t z
y

9 cm 3 cm
Aplicando o teorema de Pitágoras ao ∆ABC, te- x
mos:
d2 = ,2 + ,2 b)
B
d2 = 2,2 y
x
d = d​ XX
2,² ​

9 cm
d = ,​dXX
2 ​  t z
Assim:
Em um quadrado de lado ℓ, a medida da diago- A C
__ 12 cm
nal é ℓ​√2 ​. 

112
Resolução:
___ __ ____ __
a) i) y2 = 9 ∙ 3 ⇒ y = √
​ 27 ​ = √
​ 33 ​ = √
​ 32 ∙ 3 ​ = 3​√3 ​ cm x = 12 cm
__
ii) x = 9 + 3 = 12cm y = 3​√3 ​ cm
_______ ___ ⇒
iii) z2 = 3 ∙ x ⇒ z = √
​ 3 ∙ 12 ​ = √
​ 36 ​ = 6 cm z = 6 cm
_______ ________ __ __
iv) t = 9 ∙ x ⇒ t = √
2
​9∙ 12 ​ = √ = 6​√3 ​ cm
​ 32 ∙ 22 ∙ 3 ​  t = 6​√3 ​ cm
b) ________ ____
i) x2 = (9)2 + (12)2 ⇒ x = √
​ 81 + 144 ​  =√ ​ 225  ​ = 15 cm
x = 15 cm
​ 108 ​ = 7,2 cm
ii) x ∙ t = 9 ∙ 12 ⇒ 15t = 108 ⇒ t = ___ y = 5,4 cm
15
iii) (12)2 = z ∙ x ⇒ 15z = 144 ⇒ z = ___ ​ 144 ​ = 9,6 cm ⇒
15 z = 9,6 cm
​ 81  ​= 5,4 cm
iv) (9)2 = y ∙ x ⇒ 15y = 81 ⇒ y = ___ t = 7,2 cm
15

__
2. No retângulo ABCD de lado AB = 3 cm e BC = ​√7 ​ cm, o segmento AP é perpendicular à diagonal BD.

Quanto mede o segmento BP?


Resolução:
Pelo teorema de Pitágoras, temos:
__
BD2 = AB2 + AD2 ⇔ BD2 = 32 + (​ √
​ 7 ​  )2​
⇒ BD = 4 cm.
Portanto, como o quadrado de um cateto é igual ao produto da sua projeção pela hipotenusa, vem:
AB2 = BP ∙ BD ⇔ 32 = BP ∙ 4
⇔ BP = __​ 9  ​ cm.
4

113
INTERATIVI
A DADE

LER

Livros

Descobrindo o teorema de Pitágoras – Luiz Márcio


Imenes Marcelo Lellis
Nesse livro, mostra-se a importância do teorema de Pitágoras para
a ciência e o avanço tecnológico, desafiando o leitor a redescobri-
-lo e ensinando-o a prová-lo.

114
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

O esquadro é responsável pelo alinhamento do ângulo de 90° entre as paredes e é um instrumento de


desenho muito utilizado em obras civis, marcenaria, carpintaria, artesanato, entre outros. Há notícia de que os
primeiros a utilizar o esquadro foram os egípcios, tendo em vista que suas pirâmides são compostas de pedras
perfeitamente esquadrejadas. Os egípcios descobriram que, ao utilizar uma corda marcada em intervalos iguais e
tomando-se as medidas 3, 4 e 5 para os lados de um triângulo, obtinham um triângulo retângulo; dessa forma,
usavam essas medidas para confeccionar triângulos de madeira com a forma muito parecida com os esquadros
que conhecemos hoje em dia, utilizando os mesmos para manter a perfeição de suas construções. Então, se sua
casa estiver em obra e, por acaso, ao colocar as portas, janelas, pisos, gesso... e opa! Não se encaixarem, acredite...
alguém ignorou o esquadro.

INTERDISCIPLINARIDADE

O triângulo é a figura mais simples e uma das mais importantes da Geometria, ele é objeto de estudos desde
os povos antigos. Quando falamos em decomposição de vetores, precisamos lançar mão de uma ferramenta ma-
temática muito importante, a Trigonometria, que tem suas bases associadas aos elementos do triângulo retângulo.

115
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 12 - Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade


de resolver uma situação proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Para decorar uma mesa de festa infantil, um chefe de cozinha usará um melão esférico
com diâmetro medindo 10 cm, o qual servirá de suporte para espetar diversos doces. Ele irá reti-
rar uma calota esférica do melão, conforme ilustra a figura, e, para garantir a estabilidade deste
suporte, dificultando que o melão role sobre a mesa, o chefe fará o corte de modo que o raio r da
seção circular de corte seja de pelo menos 3 cm. Por outro lado, o chefe desejará dispor da maior
área possível da região em que serão afixados os doces.

Para atingir todos os seus objetivos, o chefe deverá cortar a calota do melão numa altura h, em
centímetro, igual a:
a) 5 - d​ XXX
91 ​/ 2
b) 10 - d​ XXX
91 ​ 
c) 1
d) 4
e) 5

116
Análise Expositiva

Habilidade 12
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar seus conheci-
mentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O triângulo OAB é um triângulo pitagórico do tipo (3, 4, 5); portanto:
AO = 4
AB = r = 3
R=5
H = R – AO = 5 – 4
H=1
Alternativa C

Estrutura Conceitual
RELAÇÕES
MÉTRICAS
NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO
O Triângulo Relações

Teorema ah = bc
de h2 = m ∙ n
b c Pitágoras
h b2 = m ∙ a
m n
a2 = b2 + c2 c2 = n ∙ a
a
a → hipotenusa
b e c → catetos
h → altura Aplicações
m → projeção do lado b
n → projeção do lado c l l
d
l h

l l
l 2

d =l +l
2 2 2 l2 = h2 +
2
d=l 2 h=l 3
2 117
13 14
Trigonometria num
triângulo qualquer

Competências Habilidades
2e3 7, 8, 9 e 14
© lolya1988/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Leis dos cossenos
Observe a construção a seguir:

§§ No triângulo ABD, temos:


​^​ ​^​
cos ​A ​ = ​ _xc ​  x = c ⋅ cos ​A ​ 
⇒ (1)
(AB)2 = (AD)2 + (BD)2 c2 = x2 + h2

§§ No triângulo BDC, temos:


(BC)2 = (BD)2 + (CD)2
a2 = h2 + (b – x)2
a2 = h2 + b2 – 2bx + x2
a2 = b2 + h2 + x2 – 2bx (2)
Substituindo (1) em (2), temos:
​^​
a2 = b2 + c2 – 2 ∙ b ∙ c ∙ cos​A ​ 

Exemplo:

Calcule o comprimento do segmento BF​
​  no hexágono regular de lado 2 cm a seguir:

Em um hexágono regular, os ângulos internos medem 120°. Podemos, então, aplicar a lei dos cossenos no
triângulo ABF:
​^​
BF2 = AB2 + AF2 – 2 ⋅ AB ⋅ AF ⋅ cos(B​A ​ F)
(  )
​ 1 ​   ​
BF2 = 22 + 22 – 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ ​ – __
2
BF2 = 8 + 4 = 12
12 ​ = 2​dXX
BF = d​ XXX 3 ​ cm

121
Leis dos senos
Em todos triângulos, os lados são proporcionais
aos senos dos ângulos opostos.
Suponha a figura a seguir, onde o DACB é obtu-
​^​
sângulo em ​C ​ :

Primeiramente, calculamos a medida do ângulo


​^​
B​A ​ C:
​^​
B​A ​C
  + 75° + 45° = 180°
​^​
B​A ​C
  = 60°

Aplicando a lei dos senos, temos:


​  a  ​
__ ​^​
​  a  ​ = sen​A ​ 
DOHB → senα =​  2 ​ = ___
__
R 2R ​  BC​^ ​  ​ 
_______ ​  AB​^ ​  ​ 
= ________
sen(B​A ​ C) sen(A​C ​ B)
Admitindo que tal propriedade estende-se a to-
dos os ângulos do ∆ABC, concluímos: ​  BC   ​ 
______ = ______​  4   ​ 
sen60º sen45º
​  a ​^​ ​ = ____
____ ​  b ​^ ​​ = ____
​  c ​^ ​​ = 2R ​  4   ​ 
BC = ______ ∙ sen60º
sen​A ​  sen​B ​  sen​C ​  sen45º __
√  ​
BC = ___ ​ ​  
​  4__   ​ ∙ ___ 3 ​ 
Além de concluirmos que as razões entre os la- √
​___ 2 ​   2
​   ​ 
dos e os senos dos ângulos opostos são iguais, também __ 2
√ __
vemos que eles equivalem ao diâmetro (2R) da circun- ​ 4​__3 ​ ​  = 2​√6 ​ cm
BC = ____

​ 2 ​ 
ferência circunscrita ao triângulo.
Finalmente, o raio da circunferência é dado por:
Exemplo:
Calcule o comprimento do segmento BC​​  e o raio
 ​  BC​^ ​  ​ 
_______ = 2R
sen(B​A ​ C)
da circunferência de centro O circunscrita ao triângulo
dXX
da figura a seguir: ​  2​ 6 ​   ​ 
______ = 2R
sen60º
dXX
​  2​ 6 ​ ​  = 4​dXX
____ 2 ​ = 2R
d
​  ​ 3 ​ ​  
___ XX
2
R = 2​dXX
2 ​ cm

122
Área de um DABC qualquer (fórmula trigonométrica)

I. Se α + θ = 180º → sen α = sen θ.


​^​
II. sen θ = __​ h ​ → h = b ∙ senθ = b ∙ senα = b ∙ sen​A ​ .
b
III. Área (DABC) = ____ ​ c ⋅  ​.
h  
2
Substituindo (II) em (III), encontramos:
​^​
​ c ⋅ bsen​
Área (DABC) = _______  ​A ​  

2
Admitindo que tal resultado estende-se a todos os ângulos do ∆ABC, concluímos:
​^​ ​^​ ​^​
​ c ⋅ bsen​
área (DABC) = _______ A ​  
 ​ a ⋅ bsen​
 = ​ ________
 ​C ​   a ⋅ csen​
 = ​ _______ B ​  
 ​  
2 2 2

Teoria na prática
1. Um navio, deslocando-se em linha reta, visa um farol e obtém a leitura de 30º para o ângulo formado entre
a sua trajetória e a linha de visada do farol. Após navegar 20 milhas, através de uma nova visada ao farol,
obtém __a leitura de 75º. Determine a distância entre o farol e o navio no instante em que se fez a 2ª leitura.
​ 2 ​ ≅ 1,4.)
(Use √

Resolução:

Observe a situação ilustrada na figura. A distância “d” pedida pode ser calculada pela lei dos senos:

__
​  d   ​ 
______ ​  20   ​ 
= ______
sen30º sen45º
__
⇒ d ​ ___(  ) (  )

​  ​ 2 ​ ​    ​= 20 ​ __
2
​  1 ​    ​⇒
2
20 20 ∙ (1,4)
d​√2 ​ = 20 ⇒ d =​ _____  ​ = _______
​   ​   = 10 ∙ (1,4) = 14 milhas

​ 2 ​  2

123
​^​ ​^​
2. Um triângulo ABC possui ângulos ​B ​  e ​C ​  me- 4. A figura abaixo mostra o corte lateral de um
dindo, respectivamente, 45º e 30º. Determine a terreno
___
onde será construída uma rampa reta,​
medida do lado AB, sabendo que a medida de AC​, que servirá para o acesso de veículos à casa,
AC é 8 cm. que se encontra na parte mais alta do terreno.
A distância de A a B é de 6 m, de B a C é de 10 m
Resolução: ^
e o ângulo ABC mede 120º. Qual deve ser o valor
do comprimento da rampa em metros?
Aplicando a lei dos senos, temos:
Resolução:

Aplicação da lei dos cossenos.

(  )
__
​  8   ​ 
______ ​  x   ​ 
= ______ ​  1 ​    ​= x ∙ √
⇒ 8 ∙ ​ __ ​ 2 ​/ 2 ⇒
sen45º sen30º 2
__ __
√   √ 
​ x​ 2 ​
⇒ 4 = ____ ​  8__   ​ = ___
 ​  ⇒ x = ___ ​ ​ __
​  8__   ​ ∙ ___  ​2  ​  x2 = 62 + 102 – 2 ∙ 6 ∙ 10 ∙ cos120º
2 ​√2 ​  ​√2 ​  ​√   ​2
√   √__
​ 8​ 2 ​
⇒ x = ____
__
 ​  = 4​ 2 ​ cm
(  )
​ -1 ​   ​
x2 = 36 + 100 – 120 ∙ ​ __
2
____
2 x = 136 + 60 ⇒ x = √
2
​ 196 ​ = 14m
3. Algebrópolis, Geometrópolis e Aritmetrópolis
são cidades do país Matematiquistão, localiza-
das conforme a figura abaixo. A partir dos dados
fornecidos, determine a distância aproximada
de__ Geometrópolis a Algebrópolis. Considere
​ 2 ​ ≅ 1,4.

Resolução:
Encontrando o terceiro ângulo, aplica-se a lei
dos senos:

__

​ 2 ​ ​   
​  5   ​ 
______ ​  x   ​ 
= ______ ​ 1 ​  x = 5 ∙​ ___
⇒ __
sen30º sen135º 2 2
__
x = 5​√2 ​ ⇒ x = 5(1,4) = 7 km

124
INTERATIVI
A DADE

LER

Livros

O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow

O Andar do Bêbado, do físico americano Leonard Mlodinow, explica


por que as pessoas apresentam tanta dificuldade em aceitar o
acaso e compreendê-lo. Num tom irreverente, o autor costura casos
emblemáticos a teorias matemáticas, citando pesquisas e exemplos
presentes em todos os âmbitos da vida, do mercado financeiro aos
esportes, de Hollywood à medicina. Mais do que uma visão geral
sobre aleatoriedade, sorte e probabilidade, Mlodinow lembra que
muitas coisas em nossas vidas são tão previsíveis quanto o próximo
passo de um bêbado depois de uma noitada.

ACESSAR

Sites Trigonometria com triângulos gerais

pt.khanacademy.org/math/trigonometry/trig-with-general-triangles#law-of-sines

126
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A trigonometria possui inúmeras aplicações nos diversos ramos da ciência, sendo considerada uma im-
portante aliada do mundo moderno. Podemos encontrar um excelente exemplo na prática de exercícios físicos. A
caminhada é uma das atividades físicas que, quando realizada com frequência, torna-se eficaz na prevenção de do-
enças crônicas e na melhora da qualidade de vida. Imagine a seguinte situação: para a prática de uma caminhada,
uma pessoa sai do ponto A, passa pelos pontos B e C e retorna ao ponto A, formando em A um ângulo de 120°.
Sabe-se que a distância entre os pontos A e C é de 80 m e a distância entre os pontos A e B é de 70 m. Quantos
quilômetros ela terá caminhado?
Pela lei dos cossenos, obtemos:
x² = (80)² + (70)² – 2 ∙ 80 ∙ 70 ∙ cos 120°
x² = 6400 + 4900 – 11200 ∙ (–1/2)
x² = 11300 + 5600
x² = 16900
x = 130
Total percorrido: 130 + 80 + 70 = 280 m = 0,28 km

127
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 14 - Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geo-


métricos relacionados a grandezas e medidas.

Habilidade 14
Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de
resolver uma situação proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem 2017) Uma desenhista projetista deverá desenhar uma tampa de panela em forma circular.
Para realizar esse desenho, ela dispõe, no momento, de apenas um compasso, cujo comprimento
das hastes é de 10 cm, um transferidor e uma folha de papel com um plano cartesiano. Para es-
boçar o desenho dessa tampa, ela afastou as hastes do compasso de forma que o ângulo formado
por elas fosse de 120º. A ponta seca está representada pelo ponto C, a ponta do grafite está repre-
sentada pelo ponto B e a cabeça do compasso está representada pelo ponto A conforme a figura.

Após concluir o desenho, ela o encaminha para o setor de produção. Ao receber o desenho com a
indicação do raio da tampa, verificará em qual intervalo este se encontra e decidirá o tipo de ma-
terial a ser utilizado na sua fabricação, de acordo com os dados.
Tipo de material Intervalo de valores do raio (cm)
I 0<R≤5
II 5 < R ≤ 10
III 10 < R ≤ 21
IV 15 < R ≤ 21
V 21 < R ≤ 40
__
128 Considere 1,7 como aproximação para ​√3 ​. 
O tipo de material a ser utilizado pelo setor de produção será
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

Análise Expositiva

Habilidade 14
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar seus conheci-
mentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O compasso forma, com a superfície do papel, um triângulo isósceles de lados, 10, 10 e
R (raio), e ângulos 120, 30 e 30 graus. Sabendo disto, pode- se calcular o raio R:
R   ​ 
________
​  ​  10   
= _______
sen120º sen30º __

 ​R∙ ​ __ ​ ​ 3 ​ ​  
1  ​= 10 ___  
2 __ 2
R = 10 ​√3 ​ = 17 cm
15 < R ≤ 21
Alternativa D

Estrutura Conceitual
A
^A
b
C
^
A+^
B+^
C = 180º
^B
^C B
a
C

Triângulo Qualquer

Lei dos cossenos Lei dos senos


^ Áreas
a2 = b2 + c2 -2bc · cos A
^
b2 = a2 + c2 -2ac · cos B
^
A = 1 a · b · sen C
2 a = b = c = 2R
1 b · c · sen A ^ ^ sen C
sen A sen B ^
c2 = a2 + b2 -2ab · cos ^
C A= ^
2
^
1 a · c · sen B
A=
2

129
15 16
Áreas dos triângulos

Competências Habilidades
2e3 7, 8, 9 e 14
© Benjamin D. Esham/Wikimedia Common

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Áreas de um triângulo em função da base e da altura
A

ha
b
C
hb

hc

B a C

§§ ha: medida da altura relativa ao vértice A.


§§ hb: medida da altura relativa ao vértice B.
§§ hc: medida da altura relativa ao vértice C.
§§ a, b, c: medidas dos lados do ∆ABC.
a ⋅ h ____ b ⋅ h ____c ⋅ hc
Área (∆ABC) = S = ____
​   ​a 
 = ​   ​b  = ​   ​   
2 2 2
Observe que, como um triângulo possui três alturas, cada uma relativa a uma base, pode-se utilizar qualquer
uma das três para obter a área, até mesmo se a altura for externa ao triângulo. Veja os três triângulos a seguir,
compreendidos na região entre duas retas r e s paralelas:

Os três triângulos possuem a mesma área, pois possuem a mesma base e a mesma altura, já que as retas
r e s são paralelas.

Exemplo:
Calcule a área do triângulo BCP da figura a seguir:

133
 
Se utiizarmos o lado BC​ ​   como base, teríamos §§ b: medida do cateto AC​
​ . 
 
que calcular a altura hBC relativa à base BC​
​  : §§ c: medida do cateto AB​
​ . 

§§ a: medida da hipotenusa BC​
​ . 
§§ Relação métrica: a = b + c2 (Pitágoras).
2 2

​ b ⋅  ​c  = ​ ___________


Área (∆ABC) = S = ____ cateto ⋅  ​
cateto 

2 2

Neste caso, o cateto AC​
​  é a base enquanto que

o cateto AB​
​  é altura.


Porém, vemos que o segmento ​AB​  é a altura Exemplo:

relativa à base PC​
​ ,  pois os segmentos são per- Calcule a área do triângulo ABC a seguir:
pendiculares. Se observamos a figura de outro
ângulo, podemos observar:

Em vez de calcularmos a altura h relativa ao lado​


 
AB​,  é mais simples calcularmos o lado ​CB​ pelo
teorema de Pitágoras:
Portanto, calcularemos o comprimento do seg- (AC)² + (CB)² = (AB)²

mento PC​
​  pelo teorema de Pitágoras no triângulo ABC: (12)² + (CB)² = (15)²

(AC)² + (AB)² = (BC)² CB = 9


(CP + 7)² + 5² = (13)² Agora, calculamos a área pelos catetos:
CP² + 14CP + 49 + 25 = 169
​ AC ⋅  ​
A = ______ CB  12 ⋅ ​
 = ​ _____9 
 = 54 u.a.
CP² + 14CP – 95 = 0 2 2
Podemos, agora, inclusive, calcular a altura h da
Resolvendo a equação de segundo grau, temos
seguinte forma:
que CP = 5.
Portanto, a área do triângulo BCP é: ​ AB ⋅ ​
A = _____ h 

2
​ CP ⋅  ​
A = ______ AB  5 ⋅  ​
 = ​ ____5  ​ 25 ​ u.a.
 = ___ Porém, já sabemos que a área vale 54:
2 2 2
​ 15h ​
54 = ___   
2
Área de um triângulo retângulo ​ 36 ​ 
h = ___
5

134
Área de um triângulo equilátero Área de um triângulo em função de
dois lados e o ângulo formado entre
eles

§§ a: medida dos lados do ∆ABC.


​ a ⋅ ​ ​.
dXX
3 ​  
§§ h: medida da altura do ∆ABC → h = _____  
2
§§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC.
​ a² ⋅ ​ ​
dXX
3 ​  
Área (DABC) = S = ______  
4 §§ a: medida do ângulo formado pelos lados b e c.
​^​
​ b ⋅ c ⋅ senα
Área (∆ABC) = S = _________  ​  b ⋅ c ⋅ sen​
= ​ _________
   ​ A ​  

2 2
Área de um triângulo em função dos
Podemos demonstrar essa relação facilmente,
três lados observando o triângulo ABC a seguir:

§§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC.


§§ p: semiperímetro (metade do perímetro).

Área (∆ABC) = S = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXX


p(p
   – a) (p – b) (p – c) ​(fórmula 
Prolongando o lado AC​
​  e traçando uma perpen-
Heron)
dicular que passa pelo vértice B, temos a altura relativa

ao lado AC​
​ : 

135
Como o triângulo BCD formado é retângulo, po-
Área de um triângulo em função dos
demos calcular o lado BD por trigonometria:
lados e do inraio
​ BD ​ 
senθ = ___
BC

BD = senθ ∙ BC

 
Como BD​
​  representa a altura relativa à base AC​
​ , 
a área do triângulo ABC é dada por:

​ AC ⋅  ​
A = ______ DB  ​ b ⋅ senθ
 = _________ ⋅ a 
 ​  
2 2

​ a ⋅ b ⋅  ​
A = _________ senθ 

2

Área de um triângulo em função §§ O: centro do círculo.


dos lados e do circunraio (raio da §§ P: ponto da circunferência
§§ OP = r (inraio)
circunferência circunscrita) §§ a, b, c: medidas dos lados do DABC.
§§ p: semiperímetro.
Área (∆ABC) = S = p ⋅ r

§§ O: centro do círculo.
§§ P: ponto da circunferência.
§§ OP = R (circunraio).
§§ a, b, c: medidas dos lados do DABC.

​ a ⋅ b  ​
Área (DABC) = S = ______ ⋅ c 

4R

136
INTERATIVI
A DADE

LER

Livros

O teorema do papagaio
Um filósofo numa cadeira de rodas; um menino surdo; um casal
de gêmeos adolescentes; um papagaio que sofre de amnésia. Esse
grupo inusitado de repente se defronta com uma situação ainda
mais estranha quando a remessa de uma fabulosa bibiloteca de
livros raros de matemática chega até sua casa, em Paris, enviada
da longínqua Manaus.

ACESSAR

Sites Intuição sobre a área de triângulos

pt.khanacademy.org/math/basic-geo/basic-geo-area-and-perimeter/area-triangle/v/intuition-for-
area-of-a-triangle

138
INTERDISCIPLINARIDADE

O triângulo é considerado uma das figuras mais importantes, no que tange os estudos relacionados à Ge-
ometria. Além de ser indispensável, ele possui uma imensa utilidade no nosso cotidiano. É muito comum observar
que os engenheiros utilizam essa forma geométrica em construções, a fim de que elas apresentem mais segurança.
Muitos telhados, por exemplo, são construídos em formato triangular, pois devido à rigidez geométrica dos triân-
gulos, uma vez construído, é impossível modificar a abertura de seus ângulos e construir outro triângulo. Armá-
rios, portões, andaimes e prateleiras também possuem algum triângulo em sua estrutura com o mesmo intuito:
aproveita-se de sua rigidez para evitar deformações. Podemos comprovar a rigidez do triângulo fazendo a seguinte
experiência: pegue três palitos de sorvete (ou canudinhos) que podem ter tamanhos variados. Em seguida, prenda
os palitos com tachinhas e tente mover os lados do triângulo. Realmente não é possível!

140
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Sabemos que a tendência de relacionar conteúdos do ensino médio com a realidade dos alunos é algo que
vem ganhando destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o exercício a seguir, relaciona o cotidiano de
um arquiteto com o estudo de áreas dos triângulos:
Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais compostos de quadrados
de lado medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC
medem 1/4 da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de materiais:
um para a parte sombreada da figura, que custa R$ 30,00 o m², e outro para a parte mais clara (regiões
ABPDA e BCDQB), que custa R$ 50,00 o m². De acordo com esses dados, qual é o custo dos materiais
usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50 b) R$ 35,00 c) R$ 40,00 d) R$ 42,50 e) R$ 45,00

Resolução:

áreaquadrado = 1 ∙ 1 = 1m2

[  ]
(  ) (  )
1 ​   ​∙ ​ ​ __
​ ​ __ 1 ​   ​
4 2 
áreaclara = 4 ∙ ​ _______
​   ​   ​= 4 ∙ 1/16 = 1/4 = 0,25 m2
2

áreasombreada = áreaquadrado – áreaclara = 1 – 0,25 = 0,75 m2

Logo o gasto será:

0,75 ∙ 30 + 0,25 ∙ 50 = R$ 22,50 + R$ 12,50 = R$ 35,00

Alternativa B

141
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 14 - Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geo-


métricos relacionados a grandezas e medidas.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade


de resolver uma situação proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A distribuição de salários pagos em uma empresa pode ser analisada destacando-se a par-
cela do total da massa salarial que é paga aos 10% que recebem os maiores salários. Isso pode ser
representado na forma de um gráfico formado por dois segmentos de reta, unidos em um ponto P,
cuja abscissa tem valor igual a 90, como ilustrado na figura.
No eixo horizontal do gráfico tem-se o percentual de funcionários, ordenados de forma crescente
pelos valores de seus salários, e no eixo vertical tem-se o percentual do total da massa salarial de
todos os funcionários.

O Índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda de um determinado grupo, pode ser
calculado pela razão A/(A + B) em que A e B são as medidas das áreas indicadas no gráfico.
A empresa tem como meta tornar seu Índice de Gini igual ao do país, que é 0,3. Para tanto, precisa
ajustar os salários de modo a alterar o percentual que representa a parcela recebida pelos 10% dos
funcionários de maior salário em relação ao total da massa salarial.
Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 4 maio 2016 (adaptado)

Para atingir a meta desejada, o percentual deve ser


a) 40%
b) 20%
c) 60%
d) 30%
e) 70%

142
Análise Expositiva

Habilidade 14
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utilizando cálculos de área
de superfícies planas para a sua resolução.
Seja Yp a ordenada do ponto P, de tal forma que :
B = 90 · Yp/2 + (Yp + 100)·10/2 = 50 · Yp + 500.
Assim, teremos:
A = 100·100/2 – B = 4500 – 50 Yp.
Desse modo, se a meta é 0,3, então:
A / (A + B) = 0,3 ⇒ A = 1500 ⇒ 4500 – 50Yp = 1500 ⇒ Yp = 60
Portanto, a resposta é ( 100 – 60 )% = 40%
Alterativa A

Estrutura Conceitual
RETÂNGULO Em função dos
Em função da
base e da altura três lados
B b · c cateto · cateto C
S= =
c a 2 2
b a
B
a c A b C A c B
hb
C b A S = p(p-a)(p-b)(p-c)

b · hb
Área de um triângulo p = Semiperímetro
S=
2

Em função de dois Inscrito Circunscrito


Equilátero
lados e o ângulo A
C
a
B
formado entre eles l l c b
h R
b c
C l
B a C
b a l2 3 A
S= a· b · c
4
 S=
4R
S=p·r
A c B l 3
h=
b · c · sen  2
S=
2

143
17 18
Polígonos

Competência Habilidades
2 7, 8 e 9

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Definição
Consideremos, num plano, n pontos (n ≥ 3), A1, A2, A3, ..., An ordenados de modo que três consecutivos
não sejam colineares.
Chama-se polígono A1 A2A3...An a figura formada pela união dos n segmentos consecutivos não colineares.

§§ Vértices do polígono: A1, A2, A3, ..., A8.


—— —— ——
§§ Lados do polígono: A
​ 1A2,​ A
​ 2A3​, ..., A
​ 7A8. 

§§ Perímetro: (2p) é a soma dos comprimentos de todos os lados.
§§ Gênero de um polígono é a nomenclatura baseada no número de lados.
——
§§ Vértices adjacentes – dois vértices P e Q são adjacentes se, e somente se, PQ​
​  é lado.
§§ Diagonal de um polígono – é um segmento de reta que une dois vértices não adjacentes.

Classificação dos polígonos


Quanto à região
§§ Polígono convexo: uma reta qualquer só corta o polígono em dois pontos.

§§ Polígono não convexo: uma reta qualquer pode cortar o polígono em mais de dois pontos.

147
Quanto à quantidade de lados
Soma dos ângulos internos
De acordo com o número de lados, os polígonos
podem receber as denominações:
de um polígono convexo
triângulo — 3 lados
Para encontrar a soma dos ângulos internos de
quadrilátero — 4 lados
pentágono — 5 lados um polígono convexo qualquer, basta fazer uma decom-
hexágono — 6 lados posição do polígono em triângulos a partir de um ponto
heptágono — 7 lados interior.
octógono — 8 lados
eneágono — 9 lados
decágono — 10 lados
undecágono — 11 lados
dodecágono — 12 lados
pentadecágono — 15 lados
icoságono — 20 lados
Para os demais, dizemos polígonos de n lados.
§§ Um polígono é equilátero quando todos seus la-
dos forem congruentes.
§§ Um polígono é equiângulo quando todos seus
ângulos internos forem congruentes.
§§ Um polígono é regular quando for equilátero e Exemplo:
equiângulo.
Heptágono convexo
Veja alguns exemplos de polígonos regulares:
O segmento da região interior do polígono regu- No heptágono convexo, podemos formar 7 tri-
lar que equidista dos vértices é denominado apótema. ângulos em que todos possuem um vértice em
Na figura a seguir, temos um pentágono regular e comum no ponto interior do polígono. Como em
seu apótema representado por a: cada triângulo a soma dos ângulos internos é
igual a 180°, temos que a soma dos ângulos in-
ternos do polígono Si é dada por:
Si = 7 ⋅ 180º – (a + b + c + d + e + f + g)
360º
Si = 7 ⋅ 180º – 360º
Generalizando, para um polígono de n lados,
temos:
Si = n ⋅ 180º – 360º
Observe que o apótema é também o raio da
Si = (n – 2) ⋅ 180º
circunferência inscrita ao polígono.

Se o polígono for regular, todos os ângulos in-


ternos são congruentes, portanto, cada ângulo
interno ai pode ser calculado como:

(n – 2) ⋅ 180º
ai = __________
​  n ​   

148
Soma dos ângulos externos Número de diagonais de
de um polígono convexo um polígono convexo
Sabemos que, num polígono convexo qualquer,
a soma do ângulo interno com o externo adjacente é
sempre 180º.
Então:

3
3
Exemplo:
Heptágono convexo
Perceba que as diagonais que partem de um de-
terminado vértice do polígono unem esse vértice
i1 + e1 = 180º com todos os outros vértices do polígono, ex-
i2 + e2 = 180º ceto 3 deles: o próprio vértice e os outros ad-
n igualdades
... jacentes a ele. Portanto, se o polígono possui 7
in + en = 180º
vértices, um vértice em particular possui 7 – 3
Somando: diagonais que partem dele.
Si + Se = n ⋅ 180º Diagonais que partem de um vértice:
n ⋅ 180º – 360º + Se = n ⋅ 180º Dv = 7 – 3
Logo, Se = 360º.
O número Dv representa as diagonais que par-
Se o polígono for regular, teremos: tem de apenas um vértice. Como o polígono

​  360º
 ​
  possui 7 vértices, o número total de diagonais é:
ae = ____ 
n
7 ⋅ (7 – 3)
DT = ________
​   ​   
2

Observe que ao multiplicar 7(7 – 3) estamos


contando cada diagonal duas vezes, portanto,
dividimos por 2 para obter o número de diago-
nais.
Generalizando, temos que:
§§ Número de diagonais que partem de um vértice
é igual a n – 3.
§§ Número de diagonais de um polígono convexo é
n ⋅ (n – 3)
igual a _______
​   ​.   
2
149
Teoria na prática
Polígono regular de gênero par 1. Em qual polígono convexo o número de diago-
nais é igual ao número de lados?

Resolução:

Igualando a fórmula do número de diagonais a


n, temos:
n(n – 3)
n = _____
​    
2
 ​2n = n(n – 3)
Como n ≠ 0:
2=n–3

Exemplo: n=5
Octógono regular Logo, o polígono em questão é o pentágono.
Diagonais que não passam pelo centro.
2. Sendo n o número de lados de um polígono con-
Perceba que:
§§ De um vértice é possível traçar 8 – 4 diagonais vexo, sabendo que a soma dos ângulos internos
que não passam pelo centro. de um polígono de n + 2 lados é o dobro da
§§ Como são 8 vértices, então o total de diago- soma dos ângulos internos do polígono de n la-
nais que não passam pelo centro é igual a dos, calcule n.
8 ⋅ (8 – 4)
_______
​   ​.   
2 Resolução:
Generalizando, encontramos:
dv = n – 4 Sendo n1 = n e n2 = n + 2, temos:
n par = n · (n – 4) 2Si1 = Si2
dnc = ________
​   ​  ​ n  ​
 e dc = __
2 2 2 ∙ 180°(n1 – 2) = 180°(n2 – 2)
Onde dv é o número de diagonais que não pas-
2 ∙ (n1 – 2) = n2 – 2
sam pelo centro de um vértice, dnc é o número to-
2 ∙ (n – 2) = (n + 2 – 2)
tal de diagonais que não passam pelo centro e dc
o número de diagonais que passam pelo centro. 2n – 4 = n
Note que dnc + dc = DT. n=4

Resumo:
Soma dos ângulos internos:

Si =180° · (n – 2)

Soma dos ângulos externos: Se = 360°

Ângulo interno de polígono regular:


180° · (n – 2)
​ Si
ai = ___
n ​ = ​ 
________
n ​   

Ângulo externo de polígono regular:


(360°)
​ Se
ae = __ _____
n ​ = ​  n ​   
n · (n – 3)
Número de diagonais: D = _____
​   ​   
2

150
INTERATIVI
A DADE

BAIXAR

Downloads Tangram

O Tangram é um antigo jogo chinês, que consiste na


formação de figuras e desenhos por meio de 7 peças
(2 triângulos grandes, 1 triângulo médio, 2 triângulos
pequenos, 1 quadrado e 1 paralelogramo), além de
facilitar o estudo da geometria, ele desenvolve a
criatividade e o raciocínio lógico, que são fundamentais
para o estudo da matemática e da ciência.
Que tal baixar o aplicativo Tangram, e começar um jogo
de raciocínio viciante?

152
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

É comum o uso de polígonos regulares no nosso cotidiano. Andando pelas ruas de qualquer cidade, podemos
observar uma variedade de formas que nos lembram os polígonos: uma placa de trânsito, um semáforo ou até mesmo
uma faixa de pedestres. Além disso, na engenharia, algumas formações poligonais são utilizadas. Por exemplo, na
ponte Hercílio Luz (SC) pode-se ver a formação de triângulos e quadriláteros, formados pelas barras de aço que ligam
as torres.

INTERDISCIPLINARIDADE

Você sabia que os alvéolos das colmeias têm formato hexagonal?


Ao construir os alvéolos das colmeias, as abelhas procuram obter uma forma que otimize a economia de
cera, isto é, que apresente o maior volume para a menor porção de material empregado. Sendo assim, é preciso
que a parede de um alvéolo também sirva ao alvéolo vizinho. Para isso, os alvéolos não poderiam ser cilíndricos,
então os alvéolos precisariam ter a forma de um prisma, e os únicos prismas regulares que se justapõem sem deixar
buracos são o prismas triangulares, quadrangulares e os hexagonais, sendo este último o escolhido pelas abelhas,
por ser o que apresenta maior volume.

153
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 7 - Identificar características de figuras planas ou espaciais.

A habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seu conhecimento geométrico para realizar a
leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.

Modelo
(Enem) Para uma alimentação saudável, recomenda-se ingerir, em relação ao total de calorias diá-
rias, 60% de carboidratos, 10% de proteínas e 30% de gorduras. Uma nutricionista, para melhorar
a visualização dessas porcentagens, quer dispor esses dados em um polígono. Ela pode fazer isso
em um triângulo equilátero, um losango, um pentágono regular, um hexágono regular ou um oc-
tógono regular, desde que o polígono seja dividido em regiões cujas áreas sejam proporcionais às
porcentagens mencionadas. Ela desenhou as seguintes figuras:

154
Entre esses polígonos, o único que satisfaz as condições necessárias para representar a ingestão
correta de diferentes tipos de alimentos é o
a) triângulo.
b) losango.
c) pentágono.
d) hexágono.
e) octógono.

Análise Expositiva

Habilidade 7
Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes tipos de figuras geo-
métricas e conhecer seus características e propriedades.
Excetuando-se o triângulo equilátero, cada polígono pode ser dividido em 2n triângulos re-
tângulos congruentes, com n sendo o número de lados do polígono. Além disso, sejam c, p e
g respectivamente, as frações da área de cada polígono, correspondentes às quantidades de
carboidratos, proteínas e gorduras.
Desse modo, para o losango, o pentágono, o hexágono e o octógono, respectivamente, temos:

( 
​ 1 ​, __
(c, p, g) = ​ __
2 8 8
​ 1 ,​ __ )
​ 3 ​ ​; (c, p, g) = ​  ​__(
 6  ​,  __
10 10 10
​ 1  ​,  __ )
​ 3  ​ ​; (c, p, g) = ​  ​__(
 7  ​,  __
12 12 3
​ 1  ​,  __ )
​ 1 ​ ​e (c, p, g) = ​ __ ( 
​ 3 ​, __ )
​ 3   ​ ​;
​ 1   ​, __
4 16 16
Em particular, para o triângulo equilátero, considere a figura.

 5 ​, __
É fácil ver que (c, p, g) = ​  ​__
9 9 3 (
​ 1 ​ ​;
​ 1 ​, __ )
Portanto, o único polígono que satisfaz é o pentágono.
Alternativa C

155
Estrutura Conceitual

POLÍGONOS Figura Geométrica

Classificação Fórmulas

ângulos internos:
Si = 180 · (n - 2)
Quanto Quanto Soma
à região aos lados ângulos externos:
Se = 360°

Convexo Regulares ângulos internos:


180º · (n - 2)
a1 =
Polígono n
Não Irregulares regular
convexo ângulos externos:
360º
ae =
n

Diagonal n (n - 3)
D=
2

156

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