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QUÍMICA
VESTIBULARES
MILITARES
PROF. ALEXANDRE OLIVEIRA
Sumário
MÓDULO 01 - Introdução à Química Orgânica ................................................................................. 3
MÓDULO 02 - Funções Orgânicas – I .............................................................................................. 59
MÓDULO 03 - Funções Orgânicas – II............................................................................................. 97
MÓDULO 04 - Isomeria Constitucional e Estereoisomeria – Isomeria cis-trans ........................... 146
MÓDULO 05 - Estereoisomeria – Isomeria óptica ......................................................................... 176
MÓDULO 06 - Isomeria Conformacional ....................................................................................... 221
MÓDULO 07 - Acidez e Basicidade de Compostos Orgânicos ...................................................... 246
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CURSO DE QUÍMICA – VESTIBULARES MILITARES
rr Curso de Química – Prof. Alexandre Oliveira
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“Na natureza viva os elementos estão sujeitos a leis diversas que os da natureza privada de vida. Assim sendo,
os compostos orgânicos não podem ser formados somente sob a influência de forças físicas e químicas comuns,
mas necessitam da intervenção de uma força vital particular”.
Não concordando com a ideia da força vital, o químico alemão Friedrich Wohler, discípulo e amigo de
Berzelius, após inúmeras tentativas conseguiu, em 1828, por acaso, preparar em laboratório a substância ureia
(já conhecida e extraída da urina dos animais) sem a intervenção de qualquer força vital. Isso foi feito por
simples aquecimento do composto cianato de amônio, pertencente ao reino mineral. Veja:
dos compostos de carbono. Isso se conserva até hoje, pois atualmente são aceitos os seguintes conceitos:
Composto orgânico é a substância que contém o elemento carbono na sua constituição, seja ela existente ou
não em organismo vivo.
Atualmente são conhecidos alguns milhões de compostos orgânicos, número esse que aumenta
assustadoramente a cada dia.
Você certamente pode perceber que os compostos orgânicos têm ação notável na Medicina, na indústria e
na nossa vida diária.
1.° postulado: O átomo de carbono é tetravalente Este postulado nos mostra que o átomo de carbono pode
estabelecer quatro pares eletrônicos, ou seja, quatro ligações covalentes. Veja por que:
O átomo de carbono tem número atômico 6, o que significa que ele apresenta seis elétrons distribuídos
nas camadas K e L. Por apresentar quatro elétrons na última camada (L), o carbono pode compartilhar
quatro elétrons com outros átomos, de modo a completar o octeto e, assim, se estabilizar.
2.° postulado: As quatro unidades de valência do carbono são iguais entre si.
Um composto de fórmula molecular CH3Br apresenta as seguintes fôrrnulas eletrônica e estrutural
plana:
Está provado que só existe um composto de fórmula CH3Br, o que nos permite dizer que as quatro
fórmulas acima representam um único composto. Esse fato nos leva, então, à conclusão de que as quatro
valências do carbono são exatamente iguais entre si.
3.° postulado: Átomos de carbono ligam-se diretamente entre si, formando estruturas denominadas cadeias
carbônicas.
A capacidade que átomos de um mesmo elemento têm de se ligarem entre si é característica de alguns
elementos, tais como enxofre, nitrogênio, oxigênio e fósforo.
Quando dois átomos se ligam através de um único par eletrônico, a ligação recebe o nome de ligação
simples.
Quando dois átomos se ligam através de dois pares eletrônicos, a ligação recebe o nome de ligação dupla.
Quando dois átomos se ligam através de três pares eletrônicos, a ligação recebe o nome de ligação tripla.
Cadeia carbônica é a estrutura formada por átomos de carbono ligados entre si, podendo haver,
entre dois carbonos, um átomo de outro elemento, que recebe o nome de heteroátomo.
A ligação covalente
Ligação covalente: é a ligação formada pelo compartilhamento de elétrons entre os átomos envolvidos na
ligação. Ocorre envolvendo principalmente átomos de hidrogênio e ametais, como por exemplo: H2, O2, HCl,
SO2, H2SO4.
Orbitais atômicos:
Um orbital é uma região tridimensional em tomo do núcleo onde há a probabilidade de se encontrar um
elétron.
a) a molécula de H2
b) a molécula de HCl
c) a molécula de Cl2
Observe também a formação da molécula de N2, que apresenta uma ligação covalente tripla.
d) a molécula de N2
A hibridação do Carbono
A hibridação consiste numa "mistura" de orbitais atômicos puros. Assim, os orbitais atômicos
híbridos surgem da fusão de orbitais atômicos puros, de tal modo que esses orbitais híbridos sejam
equivalentes entre si e diferentes dos orbitais puros originais.
De acordo com a distribuição eletrônica, o átomo de carbono deveria ser bivalente, pois apresenta
somente dois elétrons em orbitais Px e Py disponíveis para formar pares eletrônicos.
A teoria da hibridização consegue explica o fato de o carbono ser tetravalente.
c) Hibridação sp do carbono:
H H
H O H O H H O H O O H
água íon hidrônio íon hidróxido peróxido de hidrogênio
Ao desenhar uma estrutura de Lewis, tenha certeza de que os átomos de hidrogênio estejam rodeados
por apenas dois elétrons e que C, O, N e átomos de halogênio (F, Cl, Br. I) estejam rodeados por não mais que
oito elétrons – a regra do octeto deve ser obedecida. Elétrons de valência não utilizados em ligações são
chamados elétrons não-compartilhados ou pares de elétrons livres.
Uma vez que os átomos e elétrons estão no lugar, cada átomo deve ser examinado para ver quando urna
carga pode ser designada para ele. Uma carga positiva ou negativa designada a um átomo é chamada carga
formal; o átomo de oxigênio no íon hidrônio tem carga formal + 1, e o átomo de oxigênio no íon hidróxido
tem carga formal – 1 Uma carga formal é a diferença entre o número de elétrons de valência que um átomo
tem quando não está ligado a nenhum outro átomo e o número de elétrons que “possui” quando está ligado.
Um átomo “possui’ todos os seus pares de elétrons livres e metade de seus elétrons (compartilhados) em
ligação.
Por exemplo, um átomo de oxigênio tem seis elétrons de valência. Na água (H2O), o oxigênio “possui”
seis elétrons (quatro elétrons livres e metade de quatro elétrons em ligação). Como o número de elétrons que
ele “possui’ é igual ao número de elétrons de valência (6 – 6 = 0), o átomo de oxigênio na água não tem carga
formal. No íon hidrônio (H3O+) ele “possui” cinco elétrons: dois elétrons livres mais três (metade de seis)
elétrons ligantes. Como o número de elétrons que ele “possui” é um a menos que o número de elétrons de
valência (6 – 5 = 1), sua carga formal é +1. O oxigênio no íon hidróxido (HO–) “possui” sete elétrons: seis
elétrons livres mais um (metade de dois) elétron ligante. Como “possui” um elétron a mais que seus elétrons
de valência (6 – 7 = –1), sua carga formal é – 1.
Sabendo que o nitrogênio tem cinco elétrons de valência, certifique-se de que a carga formal apropriada
foi designada ao átomo de nitrogênio nas estruturas de Lewis a seguir:
H
H N H H N H H N H N N H
H H H H H
amônia íon amônio ânion amideto hidrazina
O carbono tem quatro elétrons de valência. Pense por que o átomo de carbono nas estruturas de Lewis
abaixo tem a carga formal indicada:
H H H H H H
H C H H C H C H C H C C H
H H H H H H
metano cátion metila ânion metila radical etano
um carbocátion um carbânion metila
Uma espécie que contém átomos de carbono carregados positivamente é chamada carbocátion, e uma
espécie que contém carbono carregado negativamente é chamada carbânion. (Relembre que um cátion é um
íon carregado positivamente e um ânion é um íon carregado negativamente.) Carbocátions eram formalmente
chamados íons carbônios; tal termo pode ser visto em livros de química antigos. Uma espécie que contém um
átomo com apenas um único elétron desemparelhado é chamada radical (também chamada radical livre). O
hidrogênio tem um elétron de valência, e cada halogênio (E Cl, Br, 1) tem sete elétrons de valência, ficando as
espécies a seguir com as cargas formais indicadas:
H H H Br Br Br Br Cl Cl
íon íon radical íon radical bromo cloro
hidrogênio hidreto hidrogênio brometo bromo
Estudando as moléculas nesta seção, note que, quando os átomos não carregam carga formal ou elétron
desemparelhado, o hidrogênio e os halogênios têm uma ligação covalente, o oxigênio sempre tem duas ligações
covalentes, o nitrogênio sempre tem três e o carbono, quatro. Note que (exceto pelo hidrogênio) a soma do
número de ligações e pares livres é quatro: os halogênios com uma ligação têm três pares livres; o oxigênio
com duas ligações tem dois pares livres; e o nitrogênio com três ligações tem apenas um par livre. Átomos que
têm mais ou menos ligações que o número necessário para um átomo neutro terão carga formal ou um elétron
desemparelhado. Esses números são muito importantes para se lembrar quando estamos desenhando estruturas
de substâncias orgânicas porque fornecem um método rápido para reconhecer se estamos cometendo um erro.
F Cl
H O N C
I Br
uma ligação uma ligação duas ligações três ligações quatro ligações
Nas estruturas de Lewis para CH2O, HNO3, CH2O, CO32– e N2, observe que cada átomo tem o octeto
completo (exceto o hidrogênio, que tem a última camada completa) e a carga formal apropriada. (Desenhando
a estrutura de Lewis para a substância que tem dois ou mais átomos de oxigênio, evite ligações simples
oxigênio–oxigênio. Essas são ligações fracas, e poucas substâncias as têm.)
O O O O
H C O H H O N O H C H O C O N N
Um par de elétrons compartilhados pode também ser mostrado como urna linha entre dois átomos.
Compare as estruturas anteriores com as seguintes:
O O O O
H C O H H O N O H C H O C O N N
Suponha que lhe foi pedido que desenhasse uma estrutura de Lewis. Neste exemplo vamos usar HNO2.
1. Determine o número total dos elétrons de valência (1 para H, 5 para N e 6 para cada O = 1 + 5 + 12 =
18).
2. Use o número de elétrons de valência para formar ligações e completar o octeto com elétrons livres.
3. Se depois que todos os elétrons tiverem sido designados algum átomo (outro que não o hidrogênio)
não tiver o octeto completo, use o elétron livre para formar dupla ligação.
4. Assinale a carga formal para qualquer átomo cujo número de elétrons de valência não seja igual ao
número de seus elétrons livres mais a metade de seus elétrons em ligação. (Nenhum dos átomos em
HNO2 tem carga formal.)
H O N O H O N O
Estrutura de Kekulé
Nas estruturas de Kekulé os elétrons em ligação são desenhados como linhas, e os pares de elétrons
livres são normalmente inteiramente omitidos, a menos que sejam necessários para chamar a atenção de
alguma propriedade química da molécula. (Apesar de os pares de elétrons livres não serem mostrados, é preciso
lembrar que átomos neutros de nitrogênio, oxigênio e halogênio sempre os têm: um par no caso do nitrogênio,
dois no caso do oxigênio e três no caso do halogênio.)
O H H
H C O H H C N H O N O H C H H C N H
H H H
Estruturas condensadas
Frequentemente, estruturas são simplificadas pela omissão de alguma das ligações covalentes (ou todas)
e pela lista dos átomos ligados a um carbono particular (ou nitrogênio ou oxigênio) perto deste, com subscrição
para indicar o número daqueles átomos. Esse tipo de estrutura é chamada estrutura condensada. Compare as
estruturas anteriores com as seguintes:
Mais exemplos de estruturas condensadas e convenções mais utilizadas para criá-las são encontrados
Tabela 1.1. Observe que desde que nenhuma das moléculas na tabela 1.1. tenha carga formal ou pares de
elétrons livres, cada C tem quatro ligações, cada N tem três, cada O tem duas e cada H ou halogênio tem uma
ligação.
Átomos ligados ao carbono são mostrados à direita do carbono. Outros átomos que não sejam H podem ser
mostrados pendurados no carbono.
H H H H H H
H C C C C C C H CH3CHBrCH2CH2CHClCH3 ou CH3CHCH2CH2CHCH3
H Br H H Cl H Br Cl
H H H H H H
H C C C C C C H CH3CH2CH2CH2CH2CH3 ou CH3(CH2)4CH3
H H H H H H
Grupos ligados ao carbono podem ser mostrados (entre parênteses) à direita do carbono ou pendurados no
carbono.
H H H H H H
H C C C C C C H CH3CH2CH(CH3)CH2CH(OH)CH3 CH3CH2CHCH2CHCH3
H H CH3 H OH H CH3 OH
Grupos ligados ao carbono à direita mais afastados não são postos entre parênteses.
H H CH3 H H CH3
H C C C C C H CH3CH2C(CH3)2CH2CH2OH ou CH3CH2CCH2CH2OH
H H CH3 H OH CH3
Dois ou mais grupos considerados idênticos ligados ao “primeiro” átomo à esquerda podem ser mostrados
(entre parênteses) à esquerda do átomo ou pendurado nele.
H H H H
H C N C C C H (CH3)2NCH2CH2CH3 ou CH3NCH2CH2CH3
H H C H H H H CH3
H
H H H H H
H C C C C C H (CH3)2CHCH2CH2CH3 ou CH3CHCH2CH2CH3
H H C H H H H CH3
H
Um oxigênio duplamente ligado a um carbono pode ser mostrado pendurado no carbono ou à direita dele.
O
CH3CH2CCH3 ou CH3CH2COCH3 ou CH3CH2C( O)CH3
O
CH3CH2CH2CH ou CH3CH2CH2CHO ou CH3CH2CH2CH O
O
CH3CH2COH ou CH3CH2CO2H ou CH3CH2COOH
O
CH3CH2COCH3 ou CH3CH2CO2CH3 ou CH3CH2COOCH3
Figura
3
(a) Os quatro orbitais sp são orientados na direção do canto de um tetraedro, levando cada ângulo a ter
109,5°.
(b) Um desenho do orbital do metano, mostrando a sobreposição de cada orbital sp3 do carbono com o
orbital s de um hidrogênio. (Para simplificar, os lobos menores do orbital sp3 não são mostrados.)
Ligação no etano
Figura
Ilustração do etano. A ligação C – C é formada pela sobreposição sp3 – sp3, e cada ligação C – H é formada
pela sobreposição sp3 – s. (Os lobos menores dos orbitais sp3 não são mostrados).
Figura
2 2
Carbono hibridizado em sp . Os três orbitais sp degenerados ficam no plano. O orbital p não hibridizado é
perpendicular ao plano. (Os lobos menores dos orbitais sp2 não são mostrados.)
A Figura
(a) Uma ligação C – C no eteno e uma ligação a formada pela sobreposição de sp2 – sp2, e as ligações C –
H são formadas pela sobreposição sp2 – s. (b) A segunda ligação C – C é uma ligação formada pela
sobreposição lado a lado de um orbital p de um carbono com o orbital p do outro. (c) Há um acúmulo de
densidade eletrônica acima e abaixo do plano que contém os dois átomos de carbono e os quatro de
hidrogênio.
Quatro elétrons mantêm os carbonos unidos em uma ligação dupla C – C; apenas dois elétrons ligam os
átomos de carbono em uma ligação simples C – C. Isso significa que uma ligação dupla C – C é mais forte
(174 kcal/mol ou 728 kJ/mol) e menor (1,33 A) que uma ligação simples C – C (90 kcal/mol ou 377 kJ/mol, e
1,54 A).
Figura
Carbono hibridizado em sp. Os dois orbitais sp são orientados 180° distantes um do outro, perpendicular
aos dois orbitais p não hibridizados. (Os lobos menores do orbital sp não são mostrados.)
A Figura
(a) A ligação , C-C no etino é formada pela sobreposição sp – sp, e as ligações C – H são formadas pela
sobreposição sp – s. Os átomos de carbono e os átomos ligados a ele estão em linha reta. (b) As duas
ligações carbono-carbono são formadas pela sobreposição lado a lado do orbital p de um carbono com o
orbital p do outro carbono. (c) A ligação tripla tem região eletrônica densa acima e abaixo, e na frente e
atrás do eixo internuclear da molécula.
Como os dois átomos de carbono na ligação tripla são mantidos unidos por seis elétrons, uma ligação tripla é
mais forte (231 kcal/mol ou 967 kJ/mol) e menor (1,20 A) que uma ligação dupla.
Compare os mapas do potencial para cátion metila, o radical metila e o ânion metila.
Ligação na água
O átomo de oxigênio na água (H2O) forma duas ligações covalentes. Como o oxigênio tem dois elétrons
desemparelhados na configuração eletrônica da sua camada de valência (Tabela 1.2), ele não precisa promover
um elétron para formar o número (dois) de ligações covalentes necessárias para alcançar uma camada de
valência de oito elétrons (isto é, completar seu octeto). Se presumirmos que o oxigênio que orbitais p para
formar duas ligações O – H, como predito pela configuração eletrônica da sua camada de valência,
esperaríamos um ângulo de ligação aproximadamente de 90°, porque os dois orbitais p estão em ângulo reto
um do outro. Entretanto, o ângulo observado experimentalmente é de 104,5°. Como podemos explicar o ângulo
observado? O oxigênio precisa usar orbitais híbridos para formar ligações covalentes, assim como o carbono.
O orbital s e os três orbitais p precisam hibridizar-se para produzir quatro orbitais sp3.
O ângulo de ligação em uma molécula indica quais orbitais são usados na formação da ligação.
Cada uma das duas ligações O – H é formada pela sobreposição de um orbital sp3 do oxigênio com o
orbital s de um hidrogênio. Um par livre ocupa cada um dos dois orbitais sp3 restantes.
O ângulo de ligação na água é um pouco menor (104,5°) que o ângulo de ligação tetraédrico (109,5°) no
metano, presumivelmente porque cada par livre "sente" apenas um núcleo, o que o faz mais difuso que o par
ligante, que "sente" dois núcleos e é, portanto, relativamente confinado entre eles. Consequentemente, há mais
repulsão entre pares de elétrons livres, causando a aproximação das ligações O – H e desta forma diminuindo
o ângulo de ligação.
Compare o mapa de potencial eletrostático da água com o do metano. Água é uma molécula polar; metano é
apolar.
Os ângulos de ligação observados experimentalmente na amônia são de 107,3°. Eles indicam que o nitrogênio
também usa orbitais híbridos quando forma ligações covalentes. Como carbono e oxigênio, os orbitais s e p da
segunda camada do nitrogênio hibridizam para formar quatro orbitais sp3 degenerados.
As ligações N – H na amônia são formadas pela sobreposição de um orbital sp3 do nitrogênio com o
orbital s do hidrogênio. O único par de elétrons livres ocupa um orbital sp3. O ângulo de ligação (107,3°) é
menor que o ângulo de ligação tetraédrico (109.5°) porque a repulsão eletrônica entre o par livre relativamente
difuso e os pares ligantes é maior que a repulsão entre dois pares ligantes. Observe que os ângulos de ligação
em NH3 (107,3°) são maiores que os em H2O (104.5°) porque o nitrogênio só tem um par livre, enquanto o
oxigênio tem dois.
Como o íon amônio (+NH4) tem quatro ligações N – H idênticas e nenhum par livre, todos os ângulos de
ligação são de 109,5° – como os ângulos de ligação no metano.
Todas as ligações simples são ligações . Todas as ligações duplas são compostas por urna ligação e uma
ligação π. Todas as ligações triplas são compostas por uma ligação e duas ligações π. A maneira mais fácil
para determinar a hibridização do átomo de carbono, oxigênio ou nitrogênio é olhar o número de ligações π
que ele forma: se ele não forma ligação π, ele é hibridizado em sp3; se ele forma uma ligação π, ele é hibridizado
em sp2; se ele forma duas ligações π, ele é hibridizado em sp. As exceções são carbocátion e radicais alquila,
que são hibridizados em sp2 - não porque eles formem uma ligação π, mas porque eles têm um orbital p vazio ou
meio completo.
Comparando comprimentos e forças de uma ligação simples, dupla e tripla, vemos que quanto mais há
ligações segurando os dois átomos de carbono, menor e mais forte é a ligação carbono-carbono (Tabela).
Ligações triplas são menores e mais fortes que ligações duplas, que são menores e mais fortes que ligações
simples.
Uma ligação dupla (ligação mais uma ligação π) é mais forte que uma ligação simples (ligação ), mas não
é duas vezes mais forte. Podemos concluir, portanto, que uma ligação π é mais fraca que uma ligação . Isso é o
que esperaríamos, porque a sobreposição alinhada que forma a ligação é melhor que a sobreposição lado a lado
que forma uma ligação π.
Os dados na Tabela indicam que uma ligação C-H é menor e mais forte que uma ligação C-C. Isso ocorre
porque o orbital s do hidrogênio está mais perto do núcleo do que o orbital sp3 do carbono. Consequentemente, os
núcleos estão mais próximos em uma ligação formada pela sobreposição sp3-s do que em uma ligação formada pela
sobreposição sp3-sp3. Além disso, sendo rena ligação C-H menor, ela é mais forte que uma ligação C-C, uma vez
que há densidade eletrônica maior na região de sobreposição de um orbital sp3 com um orbital s do que na região
de sobreposição de dois orbitais sp3.
O comprimento e a força de uma ligação C-H dependem da hibridização do átomo de carbono a que o
hidrogênio está ligado. Quanto maior o caráter s do orbital usado pelo carbono para fazer a ligação, menor e mais
forte é a ligação - de novo, porque um orbital s está mais próximo do núcleo que um orbital p. Então uma ligação
C-H formada por carbono hibridizado em sp (50% s) é menor e mais forte que uma ligação C-H formada por um
carbono hibridizado em sp2 (33,3% s), que, enfim, é menor e mais forte que uma ligação C-H formada por um
carbono hibridizado em sp3 (25%).
O ângulo de ligação também depende do orbital usado pelo carbono para formar a ligação. Quanto maior a
quantidade do caráter s no orbital, maior o ângulo de ligação. Por exemplo, carbonos hibridizados em sp têm ângulos
de ligação de 180°. Carbonos hibridizados em sp2 têm ângulos de ligação de 120°, e carbonos hibridizados em sp3
têm ângulos de ligação de 109,5°.
Resumindo:
Uma ligação π é mais fraca que uma ligação ; Quanto maior a densidade eletrônica na região de sobreposição dos
orbitais, mais forte é a ligação; Quanto maior o caráter s, menor e mais forte é a ligação; Quanto maior o caráter s,
maior é o ângulo de ligação.
CH3
H C C H
P P
H3C N CH3
H H P P
P P C
H C C C H H C C H
S
H H H S S
H H
Carbono terciário (T)
É o átomo de carbono que está ligado a 3 outros átomos de carbono, como mostram os exemplos:
H H
H
H P H S S
P H C C H
H C C C H H
T
H H H C TC C H
CP H S P
H
H H H
H
H H HH
H H P
H S CH
H C C
H H
Q
S C C P HH
H C C C H Q C
H
H H H C C H H
S
C H
S
H H H
H
Cadeias Carbônicas
As cadeias carbônicas – estruturas formadas por átomos de carbono ligados entre si – recebem uma
classificação totalmente independente daquela atribuída ao composto orgânico. E importante não confundir a
classificação da cadeia carbônica com qualquer tipo de classificação dos compostos orgânicos.
♦ Quanto à presença de heteroátomo átomo diferente de carbono e hidrogênio a cadeia pode ser
homogênea ou heterogênea.
Uma cadeia carbônica é homogênea quando não apresenta heteroátomo entre carbonos
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do n-hexilamina.
H3C C C C C C NH2
H2 H2 H2 H2 H2
Observe que os átomos diferentes de carbono e hidrogênio não se encontram entre dois carbonos
Uma cadeia carbônica é heterogênea quando apresenta heteroátomo entre carbonos.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do éter dlietílico.
H3C C O C CH3
H2 H2
♦ Quanto ao tipo de carbono – primário, secundário, terciário ou quaternário –, a cadeia homogênea pode
ser normal ou ramificada.
Uma cadeia carbônica homogênea é normal quando apresenta apenas carbonos primários e secundários.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do 3-nitro-heptano.
H2 H2 H
H2C C C C NO2
H3C CH2
CH3
Note que a cadeia não precisa ser escrita necessariamente na horizontal para ser classificada como
normal.
Uma cadeia carbônica homogênea é ramificada quando apresenta pelo menos um carbono terciário ou
quaternário.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do 3-metilpentano.
H
H3C C C C CH3
H2 H2
CH3
As cadeias carbônicas heterogêneas são consideradas ramificadas quando um dos carbonos da cadeia
(com exceção dos carbonos das extremidades) ou o heteroátomo estabelece ligação com um átomo de carbono.
Exemplo: cadeias carbônicas das moléculas da metil-isopropilamina, etil-dimelilamina, dietilamina.
H
H3C C N CH3 H3C C N CH3 H3C C N C CH3
H2 H2 H H2
CH3 CH3
ramificada ramificada normal
CH2 CH2
O núcleo aromático é um ciclo formado por 6 átomos de carbono que estabelecem ligações
intermediárias entre simples e duplas, originadas teoricamente de ligações alternadas e ressonantes.
Uma cadeia carbônica aromática é polinuclear quando possui mais de um núcleo aromático; nesse caso,
sofre uma subclassificação.
♦ Quanto à posição dos núcleos aromáticos na cadeia.
Se os núcleos aromáticos são formados a partir de dois carbonos comuns, dizemos que são núcleos
aromáticos condensados.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do naftaleno.
Observe que, pela própria definição, as cadeias carbônicas aromáticas são também insaturadas e
homocíclicas (cíclicas homogêneas).
Se os núcleos aromáticos não tiverem carbonos comuns, dizemos que são núcleos aromáticos isolados.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do peróxido de benzoíla.
O O
C C
O O
O
H2C C
H2C CH2
Uma cadeia carbônica cíclica é insaturada quando apresenta pelo menos uma ligação dupla ou tripla
(do tipo ) entre carbonos.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do ciclopropeno.
CH2
HC CH
♦ Quanto à presença de heteroátomo – átomo diferente de carbono e hidrogênio cadeia pode ser
homocíclica ou heterocíclica.
Uma cadeia carbônica é homocíclica quando não apresenta heteroátomo entre carbonos.
Exemplo: cadeia carbônica da molécula do ciclo-heptano.
H2
C
H2C CH2
H2C CH2
H2C CH2
S
HC CH
HC CH
As cadeias carbônicas heterocíclicas são consideradas ramificadas quando um dos carbonos do ciclo
ou o heteroátomo estabelecer ligação com um átomo de carbono fora do ciclo.
Exemplos: cadeias carbônicas das moléculas do ciclo-1.2-propilenoamina, cicloetileno-metilamina e do
cicloetilenoamina.
NH
N CH3 NH
H2C C CH3
H2 H2C CH2 H2C CH2
C C CH3
H2 H2
H3C C CH2
H2
H2C CH2
As tabelas a seguir trazem uma síntese do que foi visto a respeito da classificação de cadeias carbônicas.
H3C C C C NH2
H2 H2
Quanto à classificação Normal e homogênea Ramificada e homogênea
dos carbonos. Possui apenas carbono primário e Possui pelo menos um carbono
secundário. terciário ou quaternário.
Exemplo: Exemplo:
H3C C C CH3 H H2
H2 H2 H3C C C CH3
CH3
Cadeias Aromáticas
carbônicas (possuem pelo menos um núcleo aromático)
Quanto ao número de Mononucleares Polinucleares
núcleos aromáticos. Possui apenas um núcleo aromático. Possui mais de um núcleo aromático.
Exemplo: Exemplo:
C
H2
Alicíclicas
Cadeias
(não possuem núcleo aromático)
carbônicas
Quanto ao tipo de Saturada Insaturada
ligação entre carbonos. Possui apenas ligações simples entre Possui pelo menos uma ligação dupla
carbonos. ou tripla entre carbonos.
Exemplo: Exemplo:
H2 H
C C
H2C CH2 HC CH2
H2C CH2
R
qualquer grupo alquila
Se um hidrogênio de um alcano é trocado por um OH, a substância se torna um álcool; se for trocado
por um NH2, a substância se torna uma amina; e se for trocado por um halogênio, se torna um haleto de
alquila.
R OH R NH2 R X X = F, Cl, Br ou I
álcool amina haleto de alquila
Um nome de grupo alquila seguido pelo nome da classe da substância (álcool, amina etc.) produz o nome
comum da substância. Os exemplos seguintes mostram como os nomes dos grupos alquila são usados para
construir nomes comuns:
Observe que há um espaço entre o nome do grupo alquila e o nome da classe da substância, exceto no
caso de aminas.
Dois grupos alquila – um grupo propila e outro isopropila – contêm três átomos de carbono. Um grupo
propila é obtido quando um hidrogênio é removido de um carbono primário do propano. Carbono primário
é o carbono ligado a apenas um outro carbono. Um grupo isopropila é obtido quando um hidrogênio é removido
de um carbono secundário. Carbono secundário é o carbono ligado a dois outros carbonos. Note que um
grupo isopropila, como o nome indica, tem seus três átomos de carbono arranjados como uma unidade iso.
Estruturas moleculares podem ser desenhadas de maneiras diferentes. Cloreto de isopropila, por
exemplo, é desenhado aqui de duas maneiras. Ambas representam a mesma substância. À primeira vista, as
representações tridimensionais parecem ser diferentes: os grupos metila estão um ao lado do outro em uma
estrutura e em ângulos retos na outra. No entanto, as estruturas são idênticas porque o carbono é tetraédrico.
Os quatro grupos ligados ao carbono central – um hidrogênio, um cloro e dois grupos metila – apontam para
o canto de um tetraedro. Se rodarmos o modelo tridimensional 90° à direita no sentido horário, poderemos ver
que os dois modelos são os mesmos.
Um carbono terciário é o que está ligado a três outros carbonos. Observe que o grupo isobutila é o único
grupo com uma unidade iso.
Um nome de um grupo alquila linear geralmente tem prefixo “n” (para “normal”), a fim de enfatizar que
seus carbonos estão em uma cadeia não ramificada. Se o nome não tem um prefixo como “n” ou “iso”,
presume-se que o carbono esteja em uma cadeia não ramificada.
Como os carbonos, os hidrogênios em uma molécula também são referidos como primário, secundário
e terciário. Hidrogênios primários estão ligados a carbonos primários, hidrogênios secundários estão ligados
a carbonos secundários e hidrogênios terciários estão ligados a carbonos terciários.
Como o nome químico precisa especificar apenas uma substância, a única vez que veremos o prefixo
“sec” é em sec-butila. O nome “sec-pentila” não pode ser utilizado porque tem dois átomos de carbono
secundários diferentes. Portanto, existem dois grupos alquila diferentes que resultam da remoção de um
hidrogênio de um carbono secundário do pentano. Como o nome especifica duas substâncias diferentes, ele
não é um nome correto.
O prefixo “terc” é encontrado em terc-butila e terc-pentila porque cada um dos nomes de substituintes
descreve apenas um grupo alquila. O nome “terc-hexila” não pode ser usado porque descreve dois grupos
alquila diferentes. (Em literatura antiga, talvez seja encontrado “amua” no lugar de “pentila” para designar
grupo alquila com cinco carbonos.)
Se examinarmos as estruturas seguintes, veremos que, sempre que o prefixo “iso” é usado, uma unidade
iso estará em uma extremidade da molécula e qualquer grupo substituindo um hidrogênio estará na outra
extremidade:
Observe que um grupo iso tem uma metila no penúltimo carbono da cadeia. Note também que todas as
substâncias isoalquila têm um substituinte (OH, Cl, NH2 etc.) em um carbono primário, exceto para o
isopropila, que tem um substituinte em um carbono secundário. O grupo isopropila poderia ser chamado grupo
sec-propila. Qualquer dos dois nomes seria apropriado porque o grupo tem uma unidade iso, e um hidrogênio
foi removido de um carbono secundário. Os químicos decidiram chamá-lo isopropila, entretanto, o que
significa que “sec” é usado apenas para sec-butila.
Os nomes de grupos alquila são utilizados tão frequentemente que é preciso memorizá-los. Alguns dos
grupos alquila mais comuns estão compilados na abaixo.
Como a cadeia principal é a que possui o grupo funcional, excetuando-se os casos de compostos de
função mista (com mais de um grupo funcional), os grupos geralmente são formados apenas de carbono e
hidrogênio e por isso são ditos derivados de hidrocarbonetos.
Assim, uma vez escolhida a cadeia principal, as cadeias restantes são consideradas grupos ou
grupamentos. O nome dos grupos deve vir antes do nome da cadeia principal e irá depender de dois fatores:
do tipo de ligação entre carbonos e do tipo de carbono (primário, secundário ou terciário).
♦ Tipo de ligação entre carbonos.
Se o grupo for saturado (tiver apenas ligações simples entre carbonos), o nome será:
♦ Tipo de carbono onde se encontra a valência livre – valência que liga o grupamento à cadeia principal.
Estudaremos agora os grupos monovalentes – com apenas uma valência livre
A tabela a seguir fornece a estrutura e o nome dos principais grupos.
Alquenila H2C C ––
etenil ou vinil H
2 carbonos
Valência livre localizada no
Alquenila Propenil H3C C C
H H carbono primário que faz a
3 carbonos Prop-1-enil
ligação dupla.
Valência livre localizada no
Alquenila Isopropenil
H3C C CH2 carbono secundário.
3 carbonos 1-metilenil H
Valência livre localizada no
Alquenila H2C C C
alil H H2 carbono primário, oposto à
3 carbonos
ligação dupla.
Alquinila
etinil HC C —
2 carbonos
Arila
-naftil Valência livre localizada em
10 carbonos uma das posições .
Arila Valência livre localizada em
-naftil
10 carbonos
uma das posições .
Não se enquadra C
H2 Valência livre localizada em
em nenhuma
benzil carbono ligado a um núcleo
classificação
aromático.
7 carbonos
Os grupos divalentes que possuem as valências livres no mesmo carbono são nomeados utilizando-se o
prefixo indicativo da quantidade de átomos de carbonos, seguido da terminação ilideno.
orto-fenileno
Arileno As valências livre estão nos
ou
6 carbonos carbonos 1 e 2.
o-fenileno
meta-fenileno
Arileno As valências livre estão nos
ou
6 carbonos carbonos 1 e 3.
m-fenileno
para-fenileno
Arileno As valências livre estão nos
ou
6 carbonos carbonos 1 e 4.
p-fenileno
H
As duas valências livres se
Alquilideno H3C C
Etilideno encontram no mesmo átomo
2 carbonos
de carbono.
Séries orgânicas
Um conjunto de compostos orgânicos constitui uma série orgânica quando a diferença entre cada dois
compostos consecutivos da série é fornecida por um termo constante.
Séries homólogas
Quando um conjunto de compostos orgânicos pode ser ordenado de que a diferença entre 2 compostos
consecutivos seja de apenas 1 grupo – CH2, dizemos que esses compostos constituem uma série homóloga.
Exemplos:
Série isóloga
Quando um conjunto de compostos orgânicos pode ser ordenado de modo que a diferença entre 2
compostos consecutivos seja de apenas um grupo H2, dizemos que esses compostos constituem uma série
isóloga. Exemplos:
H H H H
H C C H H C C H H C C H
+ + H H
etino eteno etano
H2 H2
H H H H
H C C CH3 H C C CH3 H C C CH3
H H _ _
Séries heteróloga
Quando uma série de compostos orgânicos de funções químicas diferentes possui o mesmo número de
átomos de carbono, dizemos que esses compostos constituem uma série heteróloga.
A tabela a seguir fornece alguns exemplos de compostos que possuem 3 carbonos, mas apresentam
grupos funcionais diferentes.
H3C C C OH
H2 H2 C3H8O Propanol Álcool
O
C C3H6O Propanona Cetona
H3C CH3
O
H3C C C C3H6O Propanal Aldeído
H2 H
O
H3C C C C3H6O2 Ácido propanóico Ácido carboxílico
H2 OH
8. (Cesgranrio) A PREDNISONA é um
glicocorticoide sintético de potente ação anti-
reumática, antiinflamatória e antialérgica, cujo uso,
como de qualquer outro derivado da cortisona,
requer uma série de precauções em função dos
Em relação à estrutura da capsaicina, considere as efeitos colaterais que pode causar. Os pacientes
afirmativas a seguir. submetidos a esse tratamento devem ser
periodicamente monitorados, e a relação entre o
I. Apresenta cadeia carbônica insaturada. benefício e reações adversas deve ser um fator
II. Apresenta três átomos carbono terciário. preponderante na sua indicação.
III. Apresenta possibilidade de formar ligações
(ponte) de hidrogênio.
IV. Apresenta um ciclo de 6 átomos de carbono sp2
com elétrons ressonantes.
b) I, II, III e V
c) II, III, IV e V
d) I, II, III e IV
e) I, II, III, IV e V
I - É um álcool terciário.
II - Sua fórmula molecular é C8H18O
III - Apresenta 2 carbonos terciários. 16. (Pucrs) A "fluxetina", presente na composição
química do Prozac, apresenta fórmula estrutural
IV - Apresenta um carbono assimétrico.
V - Apresenta 4 carbonos primários.
Estão corretas:
a) I, III, IV e V
a) C4H6O2 e 2 ligações pi ( π ).
b) C4H6O2 e 4 ligações pi ( π ).
c) C5H8 O2 e 4 ligações pi ( π ).
d) C5H8 O2 e 10 ligações sigma (σ).
e) C5H8 O2 e 14 ligações sigma (σ).
Está(ão) correta(s)
a) todas as afirmativas.
b) as afirmativas I e II.
c) as afirmativas II e III.
d) as afirmativas I e III.
e) somente a afirmativa I.
b) etilamina.
c) 1- cloro - propano.
d) etoxi - etano.
e) hidroxi - benzeno.
d)
e)
a)
b)
Nesse arranjo, os átomos de carbono possuem
hibridação
a) sp de geometria linear.
b) sp2 de geometria trigonal planar.
c)
c) sp3 alternados com carbonos com hibridação
sp de geometria linear.
d) sp3 d de geometria planar.
O H H H
C C C CH2 CH2 C C CH2 CH3 Resposta da questão 9: [D]
H H A questão solicita o item incorreto:
2-trans- 6-cis-nonadienal a) V; em relação ao metil, o grupo nitro está em
posição orto e para.
b) V; a cadeia carbônica é aromática, mononuclear
H H e ramificada.
HO CH2 CH2 C C CH2 CH3 c) V; o número de hidrogênios, em uma molécula,
é igual a cinco.
d) F; todos os carbonos do benzeno são híbridos
3-cis-hexenol ou sp2, enquanto o carbono do metil é hibridizado
(3-cis)-hex-3-en-1-ol sp3.
e) V; este compostos é o 2,4,6-TriNitroTolueno,
Os dois compostos possuem cadeia carbônica conhecido como TNT e é um poderoso
homogênea, alifática (aberta ou acíclica) e explosivo.
insaturada.
Resposta da questão 10: [C]
Resposta da questão 6: [D]
A questão solicita o item incorreto:
I. (V) Apresenta cadeia carbônica insaturada, pois a) V; apresenta uma cadeia cíclica e ramificada.
possui dupla ligações entre carbonos. b) V; apresenta duas ligações covalentes pi.
c) F; o composto apresenta apenas carbonos
II. (F) Apresenta DOIS átomos carbono terciário.
primário, secundários e terciários.
III. (V) Apresenta possibilidade de formar ligações d) V; sua fórmula molecular é C10H16.
(ponte) de hidrogênio entre suas moléculas, pois e) V; apresenta três carbonos terciários.
possui grupos (-OH e -NH-).
IV. (V) o anel benzênico apresenta 6 átomos de Resposta da questão 11: [E]
carbono sp2 com elétrons ressonantes.
O composto possui cadeia: aberta, normal,
Resposta da questão 7: [A] insaturada e homogênea.
A molécula de prednisona possui 5 átomos de Observe as estruturas dos compostos citados nas
carbono terciário. Observe a imagem: questões e seus nomes oficiais:
H H C H H
Resposta da questão 20: [C]
H C C C C C C CH3
A fórmula molecular do composto será: C5H8 O2 ,
H H com 14 ligações tipo sigma (σ).
A cadeia principal deste composto possui 9 I – (V) a mescalina tem fórmula molecular
carbonos. C11H17O3N.
Quando duas cadeias principais possuem o II – (F) a mescalina só tem em sua estrutura
mesmo número de carbonos, a cadeia principal carbonos primários, secundários e terciários.
escolhida deverá ser a que possui o maior III – (F) tem hibridação do tipo sp2-sp2 nos
número de ramificações. No composto a seguir a carbonos do anel benzênico, pois estes carbonos
cadeia principal possui 5 ramificações. (esta regra possuem uma ligação dupla e duas ligações
será apresentada no módulo seguinte: Funções
simples, portanto são hibridizados sp2.
Orgânicas – Parte I).
Resposta da questão 27: [C]
[B] Incorreta.
[C] Incorreta. Massa molar da aspirina O etóxi-etano, item D, apresenta uma cadeia
C9H8O4 = 12 9 + 1 8 + 16 4 = 180g / mol carbônica acíclica, normal, saturada e
heterogênea.
[D] Correta. A molécula apresenta 5 duplas
ligações sendo 5 ligações do tipo pi, que Resposta da questão 32: [A]
ocorre em eixos paralelos (subnível p).
O composto citado é classificado como um
hidrocarboneto, insaturado, aromático, com
núcleos condensados.
Quando abordarmos novos grupos funcionais, forneceremos as regras da nomenclatura IUPAC que se
aplicam. Além disto, nestes módulos 2 e 3 estaremos fornecendo uma visão geral da nomenclatura orgânica e
também estaremos estudando como são nomeados os compostos que contêm mais de um grupo funcional. Por
ora, vejamos como nomear os alcanos de cadeia ramificada.
H
metano H C H CH4
H
H H
etano H C C H CH3CH3
H H
H H H
propano H C C C H CH3CH2CH3
H H H
H H H H
butano H C C C C H CH3CH2CH2CH3
H H H H
Quando o número de carbonos ultrapassa três em um alcano, o número de estruturas possíveis aumenta.
Existem duas estruturas possíveis para um alcano com fórmula molecular C4H10. Além do butano – um alcano
de cadeia linear – há um butano ramificado chamado isobutano. Ambas as estruturas preenchem o requisito de
que todo carbono forma quatro ligações e cada hidrogênio forma apenas uma.
Substâncias como butano e isobutano, que têm a mesma fórmula molecular, mas diferem na ordem
com que os átomos são conectados, são chamados isômeros constitucionais – suas moléculas têm diferentes
constituições. Na realidade, o isobutano recebeu este nome porque ele é um isômero do butano. A unidade
estrutural – um carbono ligado a um hidrogênio e dois grupos CH3 – que existe no isobutano veio a ser chamada
“iso”. Assim, o nome isobutano diz que a substância é um alcano com quatro carbonos com uma unidade
estrutural iso.
CH3CH2CH2CH3 CH3CHCH3 CH3CH
butano CH3 CH3
isobutano unidade
estrutural "iso"
Existem três alcanos com a fórmula molecular C5H12. Pentano é o alcano de cadeia linear. Isopentano,
como seu nome indica, tem uma unidade estrutural iso e cinco átomos de carbono. O terceiro isômero é
chamado neopentano. A unidade estrutural com um carbono rodeado por outros quatro carbonos é chamada
“neo”.
CH3 CH3
CH3CH2CH2CH2CH3 CH3CHCH2CH3 CH3CCH3 CH3CCH2
pentano CH3 CH3
CH3
isopentano neopentano unidade
estrutural "neo"
CH3
CH3CH2CH2CH2CH2CH3 CH3CHCH2CH2CH3 CH3CCH2CH3
nome comum: hexano CH3 CH3
nome sistemático: hexano iso-hexano neo-hexano
2-metilpentano 2,2-dimetilbutano
CH3CH2CHCH2CH3 CH3CH CHCH3
CH3 CH3 CH3
3-metilpentano 2,3-dimetilbutano
Uma substância pode ter mais de um nome, mas este deve especificar apenas uma substancia.
Existem nove alcanos com fórmula molecular C7H15. Podemos nomear apenas dois deles (heptano e
iso-heptano) sem definir uma nova unidade estrutural. Observe que neo-heptano não pode ser usado como um
nome porque três heptanos diferentes têm um carbono que é ligado a quatro outros carbonos e um nome precisa
especificar apenas uma substancia.
O número de isômeros constitucionais aumenta rapidamente quando o número de carbonos no alcano
aumenta. Por exemplo, existem 75 alcanos com fórmula molecular C10H22 e 4.347 alcanos com a fórmula
molecular C15H32. Para evitar ter de memorizar os nomes de milhares de unidades estruturais, os químicos
elaboraram regras que nomeiam substâncias com base em suas estruturas. Dessa forma, somente as regras têm
de ser aprendidas. Como o nome é baseado na estrutura, essas regras tomam possível deduzir a estrutura de
uma substância a partir de seu nome.
Esse método de nomenclatura é chamado nomenclatura sistemática. É chamado também
nomenclatura Iupac porque foi designado pela comissão da União Internacional de Química Pura e Aplicada
(Iupac – International Union of Pure and Applied Chemistry) em uma reunião em Genebra, Suíça, em 1892.
As regras da Iupac têm sido revisadas continuamente por essa comissão desde então. Nomes como isobutano
e neopentano – nomes não sistemáticos – são chamados nomes comuns. Os nomes sistemáticos ou “Iupac”
são mostrados em seguida. Antes de podermos entender como um nome sistemático é construído para um
alcano, precisamos aprender como nomear substituintes alquila.
CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH3 CH3CHCH2CH2CH2CH3
nome comum: heptano CH3
nome sistemático: heptano
iso-heptano
2-metil-hexano
CH3CH2CHCH2CH2CH3
CH3CH CHCH2CH3 CH3CHCH2CHCH3
CH3
CH3 CH3 CH3 CH3
3-metil-hexano 2,3-dimetilpentano 2,4-dimetilpentano
CH3 CH3
CH3 CH3
CH3CCH2CH2CH3 CH3CH2CCH2CH3 CH3CH2CHCH2CH3 CH3C CHCH3
CH3 CH3 CH2CH3 CH3
2,2-dimetilpentano 3,3-dimetilpentano 3-etilpentano 2,2,3-trimetilbutano
2.2. Nomenclatura de Alcanos
A nomenclatura sistemática de um alcano é obtida utilizando-se as seguintes regras:
1. Determine o número de carbonos na cadeia contínua de carbono mais comprida. Tal cadeia é chamada
cadeia principal. O nome que indica o número de carbonos da cadeia principal se toma o “último nome”
do alcano. Por exemplo, uma cadeia principal com oito átomos de carbono seria chamada octano. A cadeia
contínua mais comprida nem sempre é linear; algumas vezes pode-se caminhar em ziguezagues para se
obter a cadeia contínua mais comprida.
2. O nome de qualquer substituinte alquila que está ligado à cadeia principal é citado antes do nome da cadeia
principal, junto com um número para designar o carbono ao qual ele está ligado. A cadeia é numerada de
modo a dar ao substituinte o menor número possível. O nome do substituinte e o nome da cadeia principal
são unifica dos em uma palavra (ou separados por um hífen), e há um hífen entre o número e o nome do
substituinte.
1 2 3 4 5 6 5 4 3 2 1
CH3CHCH2CH2CH3 CH3CH2CH2CHCH2CH3
CH3 CH2CH3
2-metilpentano 3-etil-hexano
1 2 3 4 5 6 7 8
CH3CH2CH2CHCH2CH2CH2CH3
CHCH3
CH3
4-isopropiloctano
Observe que apenas nomes sistemáticos têm números; nomes comuns nunca contêm números.
CH3
CH3CHCH2CH2CH3
nome comum: iso-hexano
nome sistemático: 2-metilpentano
Números são utilizados apenas para nomes sistemáticos, nunca para comuns.
CH3CH2CHCH2CHCH2CH2CH3
CH3 CH2CH3
5-etil-3-metiloctano
e não
4-etil-6-metiloctano
porque 3 < 4
Se dois ou mais substituintes são iguais, os prefixos “di”, “tri” e “letra” são utilizados para indicar
quantos substituintes idênticos a substância possui. Os números que indicam a localização dos substituintes
idênticos são listados e separados por vírgula. Note que é preciso haver tantos números no nome quanto
substituintes existirem.
Um número e uma palavra são separados por um hífen; números são separados por uma vírgula.
CH3 CH3
CH3CH2CHCH2CHCH3 CH3CH2CH2C CCH2CH3
CH3 CH3 CH3 CH3
2,4-dimetil-hexano 3,3,4,4-tetrametil-heptano
Os prefixos di, tri, tetra, sec e terc são ignorados na ordem alfabética dos grupos substituintes, mas os
prefixos iso, neo e ciclo não.
Di, tri. tetra, sec e terc são ignorados na ordem alfabética.
Iso, neo e ciclo não são ignorados na ordem alfabética.
CH2CH3 CH3 CH3
CH3CH2CCH2CH2CHCHCH2CH2CH3 CH3CH2CH2CHCH2CH2CHCH3
4. Quando ambas as direções levam ao menor número para um dos substituintes, a direção escolhida a que
fornece o menor número possível para um dos substituintes restantes.
CH3CHCHCH3 CH3CH2CHCH2CHCH2CH3
Br CH3
2-bromo-3-clorobutano 3-etil-5-metil-heptano
e não e não
3-bromo-2-clorobutano 5-etil-3-metil-heptano
6. Se uma substância tem mais que duas cadeias de mesmo comprimento, a cadeia principal será a que tiver
o maior número de substituintes.
No caso de duas cadeias com o mesmo número de carbonos, escolha a que tiver mais substituintes.
3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
CH3CH2CHCH2CH2CH3 CH3CH2CHCH2CH2CH3
2
CHCH3 CHCH3
1
CH3 CH3
3-etil-2-metil-hexano (dois substituintes) e não
3-isopropil-hexano (um substituinte)
7. Nomes como “isopropila”, “sec-butila” e “terc-butila” são nomes de substituintes aceitáveis no sistema
Iupac de nomenclatura, porém nomes sistemáticos para os substituintes são preferíveis. Nomes
sistemáticos para os substituintes são obtidos ao se numerar o substituinte alquila que se inicia no
carbono que por sua vez está ligado à cadeia principal. Isso significa que o carbono que está ligado à
cadeia principal é sempre o carbono número 1 do substituinte. Em uma substância como 4-(l-inetil-etil)-
octano, o nome do substituinte está entre parênteses; o número dentro do parênteses indica a posição do
substituinte, enquanto o número fora do parênteses indica a posição na cadeia principal.
CH3CH2CH2CH2CHCH2CH2CH3 CH3CH2CH2CH2CHCH2CH2CH2CH2CH3
2 3
2
1 CHCH3 CH2CHCH3
1
CH3 CH3
4-isopropiloctano 5-isobutildecano
ou ou
4-(1-metil-etil)-octano 5-(2-metil-propil)-decano
Essas regras nos permitem nomear milhares de alcanos e eventualmente aprenderemos as regras
adicionais necessárias para nomear outros tipos de substâncias. As regras são importantes se desejarmos
procurar uma substância na literatura científica, porque normalmente ela estará listada pelo seu nome
sistemático. No entanto, é necessário seguirmos com o aprendizado dos nomes comuns porque eles já existem
Observe os nomes sistemáticos para os hexanos e heptanos isoméricos no início deste módulo para ter
certeza de que entendeu como são construídos.
A fórmula molecular geral para um hidrocarboneto é CnH2n+2, menos dois hidrogênios para cada ligação
ou ciclo presente na molécula.
A fórmula molecular geral para alcenos acíclicos é CnH2n porque, como resultado da ligação dupla
carbono-carbono, um alceno tem dois hidrogênios a menos do que os alcanos com o mesmo número de átomos
de carbonos. Assim, a fórmula molecular geral para os alcenos cíclicos deve ser CnH2n-2. Podemos, portanto,
estabelecer a seguinte regra: A fórmula molecular geral para um hidrocarboneto é menos CnH2n+2, menos dois
hidrogênios para cada ligação π e/ou ciclos na molécula.
Como alcanos contêm o número máximo possível de ligações carbono-hidrogênio – isto é, estão
saturados com hidrogênios – eles são chamados de hidrocarbonetos saturados. Ao contrário, alcenos são
chamados de hidrocarbonetos insaturados, porque eles possuem menos hidrogênios do que o máximo
esperado. O número total de ligações π e ciclos em um alceno é chamado de grau ou número de insaturação.
Os nomes de muitos alcenos precisam de um número para indicar a posição da ligação dupla (os quatro
nomes citados anteriormente não precisam, porque não há ambiguidade). As regras da Iupac que foram
aprendidas anteriormente aplicam-se aos alcenos, como a seguir:
1. A cadeia contínua mais longa que contém o grupo funcional (neste caso, a ligação dupla carbono-
carbono) é numerada na direção que der o menor número ao sufixo do grupo funcional. Por exemplo,
1-buteno significa que a ligação dupla está entre o primeiro e o segundo carbono do buteno; 2-
hexeno significa que a ligação dupla está entre o segundo e o terceiro carbono do hexeno.
Numere a cadeia contínua mais longa que contém o grupo funcional que dá o menor número possível ao
sufixo do grupo funcional.
Observe que l-buteno não apresenta um nome comum. Você deve estar atento, pois pode chamá-lo de
butileno, uma vez que é análogo ao “propileno” para o propeno, mas butileno não é um nome apropriado. Um
nome pode ser ambíguo, e “butileno” pode significar 1-buteno ou 2-buteno.
2. O nome de um substituinte é citado antes do nome da cadeia carbônica contínua mais longa que
contém o grupo funcional, junto com o número que designa o carbono ao qual o substituinte está
ligado. Note que a cadeia ainda é numerada na direção que dê o menor número possível ao sufixo
do grupo funcional.
Br Cl
2 4 6 8
1 3 5 7 CH3CH2CHCHCH2CH CH2
7 6 5 4 3 2 1
5-bromo-4-cloro-1-hepteno
3,6-dimetil-3-octeno
4. Se o mesmo número para o sufixo do grupo funcional no alceno for obtido para ambas as
direções, o nome correto é o que contém o menor número para o substituinte. Por exemplo,
2,5-dimetil-4-octeno é um 4-octeno em que a cadeia mais longa é numerada da esquerda
para a direita ou da direita para a esquerda. Se você numerar da esquerda para a direita, os
substituintes estão na posição 4 e 7, mas se numerar da direita para a esquerda eles se
apresentam na posição 2 e 5. Comparando os quatro números para substituintes, 2 é menor,
sendo a substância chamada 2,5-dimetil-4-octeno, e não 4,7-dimetil-4-octeno.
5. Em alcenos cíclicos, um número não é necessário para denotar a posição do grupo funcional,
porque o ciclo é sempre numerado com as ligações duplas entre os carbonos 1 e 2.
2
5 CH3 CH3
1
3 CH2CH3 1
4
2
4
5
3
CH3 CH2CH3
3-etilciclopenteno 4,5-dimetilciclo-hexeno 4-etil-3-metilciclo-hexeno
Em ciclo-hexenos, a ligação dupla está entre os carbonos C-l e C-2, não importando que se
desloque pelo anel no sentido horário ou anti-horário. Então, você deve mover ao redor do
anel na direção que o substituinte leve o menor número, e não na direção que resultaria na
menor soma dos números dos substituintes. Por exemplo, 1,6-diclorociclo-hexeno não é
chamado 2,3-diclorociclo-hexeno porque l,6-diclorociclo-hexeno tem o menor número de
substituinte (1); observe que ele não apresenta a menor soma de números de substituintes
(1 + 6 = 7 versus 2 + 3 = 5).
1,6-diclorociclo-hexeno 5-etil-1-metilciclo-hexeno
e não e não
2,3-diclorociclo-hexeno 4-etil-2-metilciclo-hexeno
porque 1 < 2 porque 1 < 2
6. Se ambas as direções levam ao mesmo número para o sufixo do grupo funcional e o mesmo
menor número(s) para um ou mais substituintes, os substituintes são ignorados e a direção
é alterada para a que fornece o menor número para o substituinte que resta.
Br Cl
CH3CHCH2CH CCH2CHCH3
CH3 CH2CH3 Br CH3
2-bromo-4-etil-7-metil-4-octeno 6-bromo-3-cloro-4-metilcicloexeno
e não e não
7-bromo-5-etil-2-metil-4-octeno 3-bromo-6-cloro-5-metilcicloexeno
porque 4 < 5 porque 4 < 5
Os carbonos sp2 de um alceno são chamados carbonos vinílicos. O carbono sp3 que está
adjacente ao carbono vinílico é chamado carbono alílico.
carbono vinílicos
RCH2 CH CH CH2R
carbonos alílicos
Dois grupos que contêm uma ligação dupla carbono-carbono podem usar nomes comuns - o
grupo vinílico e o grupo alílico. O grupo vinílico é o menor grupo possível que contém o carbono
vinílico; o grupo alílico é o menor grupo possível que contém o carbono alílico. Quando “alil” for
usado na nomenclatura, o substituinte deve estar ligado ao carbono alílico.
A estrutura do menor alceno foi descrita no módulo 1. Outros alcenos apresentam estruturas similares.
Cada carbono da ligação dupla em um alceno possui três orbitais sp2 que se encontram em um plano com
H3C CH3
C C
H3C CH3
É importante lembrar que a ligação representa as nuvens que se encontram acima e abaixo do plano
definido pelos dois carbonos sp2 e os quatro átomos ligados a eles.
sobreposição de orbitais p
para formarem a ligação
H3C CH3
C C
H3C CH3
2-metil-1,4-hexadieno 5-etil-2-metil-2,4-heptadieno
ou ou
2-meitl-hexa-1,4-dieno 5-etil-2-metil-hepta-2,4-dieno
Para nomear um alceno no qual o segundo grupamento funcional não é outra ligação dupla – e é nomeado
com um sufixo de grupamento funcional –, escolha a cadeia contínua mais longa que contenha ambos os grupos
funcionais e cite ambas as designações no final do nome. A terminação “eno” é citada primeiro com a
terminação “o” omitida para evitar duas vogais adjacentes. A localização do primeiro grupamento funcional
citado é sempre dada antes do nome da cadeia. A localização do segundo grupamento funcional é citada
imediatamente antes de seu sufixo.
Se os grupamentos funcionais são uma ligação dupla e uma ligação tripla, a cadeia é numerada na
direção que fornece o número mais baixo ao nome da substância. Assim, o número mais baixo é dado para o
sufixo do alceno na substância à esquerda e ao sufixo do alcino na substância à direita.
Quando os grupos funcionais são uma ligação dupla e uma ligação tripla, a cadeia é numerada de moda
a fornecer a menor número passível ao nome da substância, independentemente de qual grupamento funcional
adquire o menor número.
1 2 3 4 5 6 7
7 6 5 4 3 2 1
CH3CH CHCH2CH2C CH CH2 CHCH2CH2C CCH3
5-hepten-1-ino 1-hepten-5-ino
e não 2-hepten-6-ino e não 6-hepten-2-ino
porque 1 < 2 porque 1 < 2
CH2CH2CH2CH3
CH2 CHCHC
2 3 4
CCH
5 6 3
1
3-butil-1-hexen-4-ino
A cadeia contínua mais longa possui oito carbonos, porém a cadeia
de oito carbonos não contém ambos os grupos funcionais; portanto,
a substância é nomeada como um hexenino porque a cadeia contínua
mais longa que contém ambos os grupos funcionais possui seis carbonos.
Se o mesmo número for obtido em ambas as direções, a cadeia é numerada na direção que fornece à
ligação dupla o menor número.
Se ocorrer empate entre uma ligação dupla e uma ligação tripla. a ligação dupla adquire o menor número.
1 2 3 4 5 6 6 5 4 3 2 1
CH3CH CHC CCH3 HC CCH2CH2CH CH2
2-hexen-4-ino 1-hexen-5-ino
não 4-hexen-2-ino não 5-hexen-1-ino
As prioridades relativas aos sufixos dos grupamentos funcionais estão apresentadas no módulo seguinte.
Se o sufixo do segundo grupamento funcional possuir uma prioridade maior do que o alceno, a cadeia é
numerada na direção que estabelece o menor número possível ao grupamento funcional de maior prioridade.
A cadela é numerada de modo a fornecer o menor número possível ao grupamento funcional de maior
prioridade.
CH2CH3
HC CH
CH3CH2C CH CH3C CCH2CH3 CH3CHC CCH3
Sistemático etino 1-butino 2-pentino 4-metil-2-hexino
Comum: acetileno etilacetileno etilmetilacetileno sec-butilmetilacetileno
alcino terminal alcino interno
Na nomenclatura comum, os alcinos são nomeados como acetilenos substituídos. O nome comum é
obtido citando os nomes dos grupos alquila, em ordem alfabética, que substituíram os hidrogênios do acetileno.
Acetileno é um nome comum infeliz para o menor alcino, pois a sua terminação “eno” é característica de uma
ligação dupla preferivelmente a uma ligação tripla.
Se o mesmo número para o sufixo do grupo funcional alcino for obtido contando a partir de ambas as
direções da cadeia carbônica, o nome sistemático correto é o que apresenta o substituinte com o menor número.
Se a substância possuir mais de um substituinte, estes são listados em ordem alfabética.
Cl Br CH3
CH3CHCHC CCH2CH2CH3 CH3CHC CCH2CH2Br
1 2 3 4 5 6 7 8 6 5 4 3 2 1
3-bromo-2-cloro-4-octino 1-bromo-5-metil-3-hexino
e não 6-bromo-7-cloro-4-octino e não 6-bromo-2-metil-3-hexino
porque 2 < 6 porque 1 < 2
O grupo propargila que contém uma ligação tripla é usado na nomenclatura comum. Analogamente ao
grupo alil que contém uma ligação dupla, visto no módulo 01.
Um substituinte recebe o menor número possível somente se não houver sufixo do grupo funcional ou
se o mesmo número para o sufixo do grupo funcional for obtido em ambas as direções.
ligaçã formada
180° pela sobreposição sp-s 180°
H C C H H C C H
ligaçã formada
pela sobreposição sp-sp
Os dois outros orbitais p de cada carbono estão orientados em ângulos retos entre si em relação aos
orbitais sp. Cada um dos dois orbitais p de um carbono se sobrepõe ao orbital p paralelo do outro carbono para
formar duas ligações . Um par de orbitais p sobrepostos resulta em uma nuvem de elétrons acima e abaixo
da ligação , e o outro par resulta em uma nuvem de elétrons na frente e atrás da ligação . O mapa de
potencial eletrostático do etino mostra que o resultado final pode ser imaginado como um cilindro de elétrons
empacotado em torno da ligação .
Vimos que uma ligação tripla carbono-carbono é menor e mais forte do que uma ligação dupla, que é
menor e mais forte do que uma ligação simples. Vimos também que uma ligação carbono-carbono é mais
fraca do que uma ligação σ carbono-carbono. A fraqueza relativa da ligação permite que os alcinos reajam
facilmente. Como os alcenos, os alcinos são estabilizados por grupos alquila doadores de elétrons. Alcinos
internos, consequentemente, são mais estáveis do que alcinos terminais. Vimos agora que grupos alquila
estabilizam alcenos, alcinos, carbocátions e radicais alquila.
Cicloalcanos são quase sempre escritos como fórmula de linha de ligação. A fórmula de linha de
ligação mostra as ligações carbono-carbono como linhas, mas não mostram os carbonos ou hidrogênios ligados
aos carbonos. Átomos diferentes de hidrogênio e carbono ligados a outros átomos que não o carbono são
mostrados. Cada vértice em uma fórmula de linha de ligação representa um carbono. Subentende-se que cada
carbono está ligado ao número apropriado de hidrogênios para dar ao carbono quatro ligações.
Moléculas acíclicas também são representadas por fórmulas de linha de ligação. Em uma fórmula de
linha de ligação para uma molécula acíclica, as cadeias de carbono são representadas por linhas em ziguezague.
Novamente, cada vértice descreve um carbono, presumindo-se que os carbonos estejam presentes no início e
no final da linha.
3 1 5 3 1
2
4 2 6 4
As regras para nomear cicloalcanos lembram as regras para nomear alcanos acíclicos:
1. No caso de cicloalcanos com um substituinte alquila ligado, o anel é a cadeia principal, a menos que
o substituinte tenha mais átomos de carbono que o anel. Neste caso, o substituinte é a cadeia
principal, e o anel é nomeado como um substituinte. Não há necessidade de numerar a posição de
um único substituinte.
2. Se o anel tem dois substituintes, eles são citados em ordem alfabética, e o número 1 é dado ao
substituinte citado primeiro.
H3C
CH3
CH2CH2CH3
CH3
1-metil-2-propilciclopentano 1-etil-3-metilciclopentano 1,3-dimetilciclo-hexano
3. Se houver mais que dois substituintes no anel, eles são citados em ordem alfabética. O substituinte
que é dado à posição número 1 é o que resulta em um segundo substituinte que recebe o menor
número possível. Se dois substituintes têm o mesmo número menor, o anel é numerado — ou no
sentido horário ou no anti-horário — na direção que dê ao terceiro substituinte o menor número
possível. Por exemplo, o nome correto da substância a seguir é 4-etil-2-metil-l-propilciclo-hexano,
e não 5-etil-l-metil-2-propil-ciclo-hexano:
CH3
CH3CH2CH2
CH3
4-etil-2-metil-1-propilciclo-hexano 1,1,2-trimetilciclopentano
e não e não
1-etil-3-metil-4-propilciclo-hexano 1,2,2-trimetilciclopentano
porque 2 < 3 porque 1 < 2
e não e não
5-etil-1-metil-2-propilciclo-hexano 1,1,5-trimetilciclopentano
porque 4 < 5 porque 2 < 5
2 CH3 1 CH3
E NÃO
1 2
Br Br
1-Bromo-2-metil-ciclo-butano 2-bromo-1-metil-ciclo-butano
Br Cl
1
CH3
1
2 6 CH3
CHCH2CH3 5
2
3 5
4 3
CH3CH2 4 CH3
CH2CH3
1-Bromo-3-etil-5-metil- (1-Metil-propil)-ciclo-butano 1-Cloro-3-etil-2-metil-
ciclo-hexano (ou sec-butil-ciclo-butano) ciclo-pentano
Br Cl NO2 CH2CH3
O O
OCH3 CH CH2 C C C N
H OH
Com exceção do tolueno, anéis benzênicos com um substituinte alquila são denominados benzenos
alquilsubstituídos ou alcanos fenilsubstituídos.
CH3
CH3CHCH3 CH3CHCH2CH3 CH3CCH3 CH3CHCH2CH2CH3 CH3CH2CHCH2CH3
CH2
CH2Cl
O CH2OCH2
Br
CH2CH3
OCH3
2.10. Nomenclatura de benzenos dissubstituídos e polissubstituídos
Benzenos polissubstituídos
As posições relativas de dois substituintes em um anel benzênico podem ser indicadas tanto por números
quanto pelos prefixos orto, meta e para. Substituintes adjacentes são denominados orto, substituintes
separados por um carbono são denominados meta e substituintes localizados em oposição um ao outro são
designados para. Frequentemente, somente suas abreviaturas (o, m, p) são empregadas para designar as
substâncias.
Br
Br Br
Br
Br
Br
1,2-dibromobenzeno 1,3-dibromobenzeno 1,4-dibromobenzeno
orto-dibromobenzeno meta-dibromobenzeno para-dibromobenzeno
o-dibromobenzeno m-dibromobenzeno p-dibromobenzeno
Se os dois substituintes são diferentes, eles são indicados em ordem alfabética. Ao primeiro substituinte
citado é dada a posição 1 e o anel é numerado na direção que dá ao segundo substituinte o número mais baixo
possível.
I Cl
Br
1-cloro-3-iodobenzeno 1-bromo-3-nitrobenzeno 1-cloro-4-etilbenzeno
meta-cloro-iodobenzeno meta-bromo-nitrobenzeno para-cloro-etilbenzeno
e não
1-iodo-3-clorobenzeno ou
meta-iodo-clorobenzeno
Se um dos substituintes pode ser incorporado a um nome, esse nome é usado e ao substituinte
incorporado é dada a posição 1.
NH2
OH
Cl CH2CH3
CH3
NO2
CH3
CH3
CH3
NH2
CH3
OH
orto-toluidina meta-xileno
para-cresol
usado como conservante de
madeira até ser proibido por
razões ambientais
Benzenos polissubstituídos
Se o anel benzênico tem mais de dois substituintes, os substituintes são numerados de modo que sejam
usados os números mais baixos possíveis. Os substituintes são indicados em ordem alfabética com os seus
números apropriados.
Assim como em benzenos dissubstituídos, se um dos substituintes pode ser incorporado a um nome, esse
nome é usado e ao substituinte incorporado é dada a posição 1. O anel é numerado em um sentido que resulta
nos números mais baixos possíveis no nome da substância.
Cl
CH2CH3
Br CH3 Br
NH2
NO2
I
OH
Nós então interpomos no nome uma expressão entre colchetes, o que denota o número de átomos de
carbono em cada ponte (em ordem decrescente de comprimento). Por exemplo:
02. Desenhe a estrutura e dê a nomenclatura sistemática de uma substância com a fórmula molecular C 5H12
que tem:
03. Determine o grau de insaturação para os hidrocarbonetos com as fórmulas moleculares a seguir:
a. C10H16
b. C20H34
c. C8H16
d. C12H20
e. C40H56
04. Determine o grau de insaturação e desenhe as estruturas possíveis para substâncias com as seguintes
fórmulas moleculares:
a. C3H6
b. C3H4
c. C4H6
CH3
c. f.
Br
CH3CH CHOCH2CH2CH2CH3
CH3
CH3
a. e.
CH3
c. CH3CH CCH2CH CH2 g. CH3CH CHCH CHCH CH2
a. CH2CH3 e. CH3CHCH2CH2CH3
CH3
b. CH2CH3 f. CH2CH3
CH2CHCH3
CH3
c. H3C g.
H3C CH2CH3
CH3CHCH3
09. Nomeie as seguintes substâncias:
a. CH2CH3 c. O
Br C
H
OH
b. Cl Br d. CH2CH3
CH3
b)
c)
11. (Pucrj) A esparfloxacina é uma substância 14. (Ibmecrj) A sacarose (C12H22O11), também
pertencente à classe das fluoroquilonas, que possui conhecida como açúcar de mesa, é um tipo de
atividade biológica comprovada. glicídio formado por uma molécula de glicose e uma
de uma frutose produzida pela planta ao realizar o
processo de fotossíntese.
Matéria-Prima
para
5
Produção de
De acordo com a sua fórmula estrutural, indique as
Plástico
funções na molécula de sacarose:
a) álcool e fenol
b) álcool e éter A alternativa correta que relaciona a ordem com o
c) álcool e cetona grupo funcional de cada composto orgânico é:
d) cetona e álcool a) 1 – fenol; 2 – aldeído; 3 – éter; 4 – álcool; 5 –
e) éter e cetona nitrocomposto.
b) 1 – álcool; 2 – fenol; 3 – cetona; 4 – éster; 5 –
15. (Uerj) Um produto industrial consiste na amida.
substância orgânica formada no sentido direto do c) 1 – fenol; 2 – álcool; 3 – éter; 4 – ácido carboxílico;
equilíbrio químico representado pela seguinte 5 – nitrocomposto.
equação: d) 1 – álcool; 2 – cetona; 3 – éster; 4 – aldeído; 5 –
amina.
e) 1 – fenol; 2 – aldeído; 3 – éster; 4 – ácido
carboxílico; 5 – amida.
Uso ou
Orde
Composto Orgânico Característic
m
a
Produção de
Desinfetantes
1 e
Medicamento Considere as seguintes afirmações:
s
I. O stanozolol possui a fórmula molecular
C21H32N2O.
II. Na testosterona estão presentes as funções
orgânicas álcool e cetona.
III. Ambas as estruturas podem formar ligações de
2 Conservante
hidrogênio intermoleculares.
IV. Somente a testosterona apresenta carbonos
assimétricos.
V. O stanozolol é um hidrocarboneto de cadeia
Essência de carbônica heterogênea e mista.
3
Maçã
Estão corretas, somente,
a) I, II e V.
Componente b) II, III e IV.
4
do Vinagre c) III, IV e V.
18. (Uepb) Dos produtos que podem ser Em relação a uma molécula de ácido núdico, é
correto afirmar que o número total de átomos de
componentes da cachaça, podem ser encontrados
1,4-butanodiol, ácido acético, isobutanol e hidrogênio, de ligações duplas e de ligações triplas
heptanoato de etila, A qual sequência de funções é, respectivamente,
a) 1 – 1 – 2.
orgânicas, respectivamente, pertencem estes
compostos? b) 1 – 2 – 3.
a) Fenol, éster carboxílico, enol e anidrido ácido. c) 3 – 1 – 2.
b) Éster, éster carboxílico, fenol e éster. d) 3 – 2 – 3.
c) Fenol, ácido carboxílico, álcool e éster. e) 5 – 1 – 3.
d) Álcool, ácido carboxílico, álcool e éster.
e) Álcool, ácido carboxílico enol e sal de ácido
carboxílico. 21. (Udesc) A molécula de ibuprofeno é conhecida
por seu efeito analgésico no organismo humano. No
19. (Uftm) A crescente resistência humana a entanto, somente um de seus isômeros apresenta
antibióticos poderá fazer com que esses esse efeito.
medicamentos não sejam mais eficazes em um
futuro próximo, levando o mundo a uma era ‘pós-
antibióticos’, na qual uma simples infecção na
garganta ou um arranhão podem ser fatais, afirma a
OMS (Organização Mundial da Saúde).
(http://g1.globo.com/ciencia-e-saude)
01) (F) para ser um fenol o grupo OH precisa estar 04) Verdadeiro, é uma molécula simétrica, por isso
ligado diretamente ao anel aromático. apresenta plano de simetria.
02) (V) O radical alila (II), derivado dos alcenos, é 08) Verdadeiro, a sua fórmula molecular é C15H16O;
obtido com a remoção de um átomo de hidrogênio 16) Falso. Apesar de possuir dois grupos OH, o
do carbono saturado do propeno. O grupo II é composto possui muitos átomos de carbono, por
denominado Prop-2-enil(a). isso a sua solubilidade em água é pequena.
04) (V) Os radicais (IV) e (V) são chamados de fenila
e benzila, respectivamente.
08) (V) Ao ligar-se simultaneamente a um átomo de
nitrogênio os radicais (VI = metil), (VII = etil) e (VIII = Resposta da questão 6. [D]
propil), tem-se o N-etil-N-metil-1-propanamina, que
é classificado como amina terciária. Uma molécula com caráter anfótero precisa possui
Obs.: Você estudará a nomenclatura oficial das um grupo ácido como um ácido carboxílico ou um
aminas no módulo 3 (funções orgânicas parte II). fenol, que atuam como ácido liberando um próton
16) (V) 2,2,4-Trimetilpentano é o nome do H+, atuando como um ácido de Brönsted, e um
hidrocarboneto resultante da união dos grupos grupo básico, como um grupo amina, pois o par de
isobutila (I) e t-butila (III). elétrons livre do nitrogênio pode receber um próton
CH3 H+, e funcionar como uma base de Brönsted. O
composto do item D possui as funções ácido
H3C CH CH2 C CH3 carboxílico e amina.
CH3 CH3
ISOBUTIL TERC-BUTIL
CH3
H3C CH CH2 C CH3
CH3 CH3 Resposta da questão 7. [A]
01) Falso, para ser um hidrocarboneto, o composto Obs.: Logo no início do módulo 3 você ficará
só pode ter carbono e hidrogênio. O composto reconhecendo as principais funções orgânicas
possui a função fenol; presentes em uma infinidade de compostos
02) Falso, o carbono quaternário entre os dois anéis orgânicos.
e tetraédrico, por isso essa molécula não é plana.
Veja átomo de carbono destacado pela seta: Resposta da questão 8. [B]
O
H3C CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 C H *
O CH2 CH3 HOOC
heptanoato de etila
ÉSTER 2
b) (F) possui SETE carbonos com hibridização sp .
As funções orgânicas presentes são, Seis são do benzeno e um do ácido carboxílico.
c) (F) sua fórmula molecular é C13H18O2 .
respectivamente: álcool, ácido carboxílico, álcool
e éster. d) (V) apresenta em sua estrutura somente um
carbono assimétrico.
Resposta da questão 19. e) (F) o composto é um ácido carboxílico, um
a) Teremos as seguintes funções oxigenadas: hidrocarboneto só possui C e H.
ácido carboxílico e amida.
Resposta da questão 22. [D]
Hidrocarbonetos
Funções Sulfuradas
Funções Halogenadas
O numero de grupos alquila ligados ao carbono ao qual o halogênio está ligado determina se um haleto
de alquila e primário, secundário ou terciário.
Os nomes comuns de haletos de alquila consistem no nome halogênio seguido pelo nome do grupo
alquila – com o final “o” do nome do halogênio substituído por “eto” (isto é, fluoreto, brometo, iodeto).
No sistema Iupac, haletos de alquila são nomeados como alcanos substituídos. Os nomes do prefixo do
substituinte são os nomes dos halogênios (isto é, flúor, cloro, bromo, iodo). Portanto, haletos de alquila são
muitas vezes chamados de haloalcanos.
O nome comum de um éter consiste nos nomes de dois substituintes alquila (em ordem alfabética),
precedidos pela palavra “éter”. Os éteres menores são quase sempre chamados pelos nomes comuns.
O sistema IUPAC nomeia um éter como um alcano com um substituinte RO. Os substituintes são
nomeados ao se trocar o final “ila” no nome do substituinte alquila por “oxi”.
O nome comum para álcool consiste no nome do grupo alquila ao qual o grupo OH está ligado precedido
da palavra “álcool”.
Quando necessário, a posição do grupo funcional é indicada por um número que precede imediatamente
o nome do álcool ou o sufixo. Os nomes mais recentes aprovados pela lupac são os com número que precede
imediatamente o sufixo. Entretanto, nomes cujo número precede o nome do álcool têm sido utilizado por muito
tempo, sendo os mais prováveis de aparecerem na literatura, em garrafas de reagentes e em testes-padrão.
Esses serão os que mais aparecerão neste livro.
As regras seguintes são utilizadas para nomear uma substância que tem um sufixo para grupo funcional:
1. A cadeia principal é a cadeia contínua mais longa que contém o grupo funcional.
2. A cadeia principal é numerada na direção que dê o menor número possível para o sufixo do grupo
funcional.
4. Se o mesmo número para o sufixo do grupo funcional for obtido em ambas as direções, a cadeia será
numerada na direção que dê o menor número possível para o substituinte. Observe que não é necessário
designar por um número o sufixo do grupo funcional em uma substância cíclica porque se presume que tal
posição seja 1.
Lembre que o nome de um substituinte é estabelecido antes do nome da cadeia principal, e o sufixo do
grupo funcional é especificado depois do nome da cadeia principal.
3.4. Enóis
Os enóis são compostos instáveis, que não existem na forma isolada.
Denomina-se enol todo composto orgânico que possui um grupo —OH (hidróxi) ligado a um carbono
que faz ligação dupla.
Grupo funcional:
H OH OH
C C etenol 1-propen-1-ol
H3C C CH2
H H
OH H
OH 2-buten-2-ol
1-propen-2-ol H3C C C CH3
H3C C CH2
Como o oxigênio é um átomo muito eletronegativo, ele atrai para si os elétrons da ligação feita entre
os carbonos, provocando um rearranjo na molécula, que acaba se transformando num aldeído ou numa cetona.
Exemplos:
H
H OH O
C C H C C
H H H
H
etenol: OH em carbono terminal produz aldeído etanal
OH O H
H3C C CH2 H3C C CH2
1-propen-2-ol: OH em carbono terminal produz cetona propanona
Aminas são substâncias em que um ou mais átomos de hidrogênio da amônia foram substituídos por
grupos alquila. Aminas menores são caracterizadas pelo odor de peixe. O tubarão fermentado, um prato
tradicional da Islândia, cheira exatamente como trietilamina. Existem aminas primárias, secundárias e
terciárias. A classificação depende de quantos grupos alquila são ligados ao nitrogênio. As aminas primárias
têm um grupo alquila ligado ao nitrogênio, as secundárias têm dois grupos alquila ligados e as terciárias têm
três grupos alquila ligados.
Observe que o número de grupos alquila ligados ao nitrogênio determina se uma amina é primária,
secundária ou terciária. Para um haleto de alquila ou um álcool, por outro lado, o número de grupos alquila
ligados ao carbono no qual o halogênio ou o OH estão ligados determina a classificação.
O nome comum de uma amina consiste no nome de grupo alquila ligado ao nitrogênio, em ordem
alfabética, seguido por “amina”. O nome inteiro é escrito como uma única palavra (diferente de nomes comuns
de alcoóis, éteres e haletos de alquila, em que “álcool”, “éter’ e “haleto” são palavras separadas).
O sistema Iupac utiliza um sufixo para denotar o grupo funcional amina. O final “o” do nome da cadeia
principal é substituído por “amina” – similar à forma como os alcoóis são nomeados. Um número identifica o
carbono ao qual o nitrogênio está ligado. O número pode aparecer antes do nome da cadeia principal ou antes
de “amina”. O nome de qualquer grupo alquila ligado ao nitrogênio é precedido por “N” (em itálico) para
indicar que o grupo está ligado ao nitrogênio em vez de a um carbono.
Substâncias com nitrogênio ligado a quatro grupos alquila – desse modo dando ao nitrogênio uma carga
formal positiva – são chamadas sais de amônio quaternário. Os nomes consistem em nomenclaturas dos
grupos alquila em ordem alfabética seguidos por “amônio” (em uma palavra só) e precedidos do nome do
contra-íon mais a preposição “de”.
Aminas secundárias e terciárias simétricas são nomeadas pela adição dos prefixos di- ou tri- ao nome do
grupo alquila:
As aminas secundárias e terciárias assimetricamente substituídas são nomeadas como aminas primárias
N-substituídas. O grupo alquila maior é escolhido como nome principal, e demais grupos alquila são
considerados N-substituintes do nome principal (N- porque estão ligados ao nitrogênio).
As aminas heterocíclicas são compostos em que o átomo de nitrogênio é parte de um anel e também
são bastante comuns. Cada sistema heterocíclico diferente tem seu próprio nome principal. O átomo de
nitrogênio heterocíclico recebe sempre o número 1.
A Tabela 3.1 a seguir resume as formas em que haletos de alquila, alcoóis e aminas são nomeados.
Os ácidos carboxílicos que contêm seis carbonos ou menos são Frequentemente nomeados pelos seus
nomes comuns. Esses nomes foram escolhidos pelos químicos antigos para descrever alguma característica da
substância, normalmente sua origem. Por exemplo, o ácido fórmico é encontrado nas formigas, abelhas e outros
insetos que picam; o nome se origina de formica, que significa ‘formiga’, em latim. O ácido acético – contido
no vinagre – foi assim designado por derivar de acetum, palavra latina para ‘vinagre’. O ácido propiônico é o
menor ácido a apresentar algumas das características dos ácidos graxos maiores; o nome deriva das palavras
gregas pro (‘o primeiro’) e pion (‘gordura’). O ácido butírico é encontrado em manteigas rançosas e origina-
se da palavra butyrum, do latim, que quer dizer ‘manteiga’. O ácido capróico é encontrado no leite de cabra, e
se você tiver oportunidade de sentir o cheiro de cabra e do ácido capróico, perceberá que eles têm o mesmo
odor. Caper é a palavra em latim para ‘cabra’.
Na nomenclatura sistemática, a posição do substituinte é designada por um número, O carbono
carbonílico de um ácido carboxílico é sempre o carbono C-1. Na nomenclatura comum, a posição do
substituinte é designada por uma letra do alfabeto grego, e o carbono carbonílico não tem designação. O
carbono adjacente ao carbono carbonílico é o carbono , o carbono adjacente ao carbono é o carbono
, e assim por diante.
Observe cuidadosamente os seguintes exemplos para ter certeza de que entendeu a diferença entre a
nomenclatura sistemática (Iupac) e a nomenclatura comum.
Haletos de acila
Os haletos de acila são substâncias que têm um átomo de halogênio no lugar do grupo –OH de um ácido
carboxílico. Os haletos de acila mais comuns são os cloretos de acila e os brometos de acila. Os cloretos de
acila são nomeados substituindo-se a palavra ‘ácido’, do ácido carboxílico correspondente, pelas palavras
‘cloreto de’, e a terminação ‘óico’ por ‘oila’. Os brometos de acila são designados substituindo-se a palavra
‘ácido’, do ácido carboxílico correspondente, pelas palavras ‘brometo de’, e a terminação ‘óico’ por ‘oila’.
Para os ácidos designados pela terminação ‘carboxílico’, a palavra ácido deve ser substituída pela palavra
‘haleto’ (cloreto ou brometo).
Anidridos de ácido
A perda de água de duas moléculas de um ácido carboxílico resulta em um anidrido de ácido. ‘Anidrido’
significa ‘sem água’.
Se as duas moléculas de ácido carboxílico que formam o anidrido de ácido forem iguais, o anidrido é
chamado anidrido simétrico. Se as duas moléculas de ácido carboxílico forem diferentes, o anidrido é
chamado anidrido misto. Os anidridos simétricos são designados pelo nome do ácido carboxílico
correspondente, substituindo-se a palavra ‘ácido’ por ‘anidrido’. Os anidridos mistos são nomeados ao se
manter os mesmos nomes dos ácidos carboxílicos correspondentes em ordem alfabética, substituindo-se a
palavra ‘ácido’ por ‘anidrido’.
Os sais dos ácidos carboxílicos são nomeados da mesma maneira. A palavra ‘ácido’ do ácido carboxílico
é retirada, e escreve-se o nome do ácido substituindo-se a terminação ‘óico’ por ‘ato’, seguido pela palavra
‘de’ e pelo nome do cátion.
Os ésteres cíclicos são chamados lactonas. Na nomenclatura sistemática, são nomeados como ‘2-
oxacicloalcano-nas’. Os nomes comuns são derivados dos nomes comuns dos ácidos carboxílicos, os quais
designam o tamanho da cadeia carbônica, e a letra grega para indicar o carbono no qual o oxigênio estiver
ligado. Assim, lactonas com um ciclo de quatro membros são -lactonas (o oxigênio da carboxila está no
carbono ), lactonas com um ciclo de cinco membros são lactonas, e com ciclos de seis membros são -
lactonas.
Amidas
Uma amida tem um grupo NH2, NHR ou NR2 no lugar do grupo OH de um ácido carboxílico. Amidas
são nomeadas usando-se o nome do ácido sem a palavra ‘ácido’ e substituindo-se a terminação ‘óico’ por
‘amida’. As terminações ‘carboxílico’ e ‘ico’ também são substituídas por ‘amida’ para os ácidos com essas
terminações.
Se um substituinte estiver ligado ao nitrogênio, o nome do substituinte é descrito inicialmente (se houver
mais de um substituinte ligado ao nitrogênio, eles são descritos no início e em ordem alfabética), seguido pelo
nome da amida. O nome de cada substituinte é precedido pela letra Nem maiúsculo para indicar que o
substituinte está ligado ao nitrogênio.
As amidas cíclicas são chamadas lactamas. Sua nomenclatura é similar à das lactonas. As lactamas são
chamadas ‘2-azacicloalcanonas’ na nomenclatura sistemática (o termo ‘aza’ é usado para designar o átomo de
nitrogênio). Em sua nomenclatura comum, o comprimento da cadeia carbônica é indicado pelo nome comum
do ácido carboxílico, e uma letra grega indica o carbono ao qual o nitrogênio está ligado.
Nitrilas
As nitrilas são substâncias que contêm o grupo funcional C N. As nitrilas são consideradas derivados
dos ácidos carboxílicos porque, como todas as substâncias carboniladas da classe I, elas reagem com água para
formar ácidos carboxílicos. Na nomenclatura sistemática, nitrilas são nomeadas com a adição da palavra
‘nitrila’ ao nome do correspondente alcano. Observe que a ligação tripla do grupo nitrila está contida no
número de carbonos da cadeia contínua mais longa. Na nomenclatura comum, as nitrilas são nomeadas
O nome oficial (IUPAC) de um nitrilo seguinte o esquema: prefixo + infixo + o + nitrilo ou nitrila
Observe os exemplos a seguir:
C N C ou C NC
O nome oficial (IUPAC) de um nitrilo segue o esquema: nome do radical (prefixo + il) + carbilamina
Observe os exemplos a seguir.
Vimos que o grupo carbonílico tem maior prioridade do que um grupo álcool ou amina. Contudo, as
substâncias carboniladas não têm a mesma prioridade. As prioridades de vários grupos carbonílicos na
nomenclatura estão mostradas na Tabela.
Se uma substância tiver dois grupos funcionais, aquele com a menor prioridade é indicado pelo seu
prefixo. O prefixo de um oxigênio de aldeído que é a parte do hidrocarboneto correspondente é ‘oxo’. O prefixo
do carbono número 1 do grupo aldeído que não faz parte do hidrocarboneto correspondente é a ‘formila’
Se uma substância tiver tanto o grupo funcional alceno como um aldeído, o alceno é citado primeiro,
com a terminação ‘o’ substituída por ‘ai’.
Cetonas
A nomenclatura sistemática de uma cetona é obtida adicionando-se à terminação ‘ano’ do alcano
correspondente a terminação ‘na’. A cadeia é numerada na direção que fornecer o menor número de carbonos
que possua a função cetona. No caso de cetonas cíclicas, o número que representa a posição da função não é
necessário porque supõe-se que o carbono carbonílico ocupe a posição 1. Frequentemente, os nomes derivados
são usados para as cetonas – os substituintes ligados ao carbono carbonílico são citados em ordem alfabética,
seguidos da palavra ‘cetona’.
Se a cetona apresentar um segundo grupo funcional de maior prioridade no nome, o oxigênio da cetona
será modificado pelo prefixo ‘oxo’.
O O O
O O
H
OCH3
O
nomenclatura 4-oxopentanal 2-metil-3-oxo-butanoato
sistemática: de metila 2-(3-oxopentila)-
ciclo-hexanona
Os tióis são nomeados pela adição do sufixo “tiol” ao nome do hidrocarboneto mais próximo. Se houver
um segundo grupo funcional na molécula, o grupo SH pode ser indicado pelo nome substituinte “mercapto”.
Assim como outros nomes substituintes, ele é citado antes do nome do hidrocarboneto mais próximo.
Os tióis de baixo peso molecular são notados pelo seu odor forte e pungente, como os associados a
cebolas, alhos e gambás. O gás natural é completamente inodoro e pode causar explosões mortais se um
vazamento não for detectado. Assim, uma pequena quantidade de tiol é adicionada ao gás natural, fornecendo
certo odor para que vazamentos de gás possam ser detectados.
O enxofre é maior que o oxigênio, portanto a carga negativa de um íon tiolato se espalha em um espaço
maior, tornando-o mais estável que um íon alcóxido. Lembre-se de que quanto mais estável for a base, mais
forte será o seu ácido conjugado. Tióis, porém, são ácidos mais fortes (pKa = 10) que os alcoóis, e os íons
tiolato são bases mais fracas que os íons alcóxido. Os grandes íons tiolato não são tão bem solvatados quanto
os íons alcóxido, então, em solvente práticos, os íons tiolato são melhores nucleófilos que os íons alcóxido.
Em virtude de o enxofre não ser tão eletronegativo quanto o oxigênio, os tióis não fazem ligações
hidrogênio fortes. Consequentemente, eles têm atrações intermoleculares mais fracas e, portanto, pontos de
ebulição consideravelmente mais baixos que os alcoóis. Por exemplo, o ponto de ebulição do CH 3CH2OH é
78°C, enquanto o ponto de ebulição do CH3CH2SH é 37° C.
Os semelhantes aos éteres que contêm enxofre são chamados sulfetos ou tioéteres.
3.10. Nitrocompostos
Os nitrocompostos são derivados orgânicos do ácido nítrico, HNO3.
Os nitrocompostos apresentam o grupo nitro, –– NO2, ligado a uma cadeia carbônica.
Grupo funcional:
O
C N O ou C NO2
O
C S OH ou C SO3H
O
3.16. Tioéter
Nomenclatura usual: nomes dos grupos substituintes ligados ao átomo de enxofre em ordem
alfabética + tio éter
Nomenclatura oficial: o grupo que contém o enxofre é nomeado como um substituinte alquiltio
(metil-tio; etil-tio; isopropil-tio; etc).
H3C S CH3 H3C CH S CH CH2 CH3
dimetil-tioéter (usual) CH3 CH2
metil-tiometano
CH2
H3C S CH2 CH3 CH3
etil-metil-tioéter (usual) 3-isopropil-tio-hexano
metil-tio-etano
H 3C S CH CH2 CH2 CH3
H3C CH S CH CH3
CH2
CH3 CH3
CH3
di-isopropil-tioéter (usual)
3-metil-tio-hexano
2-isopropil-tio-propano
01. Dê dois nomes para cada uma das substâncias a seguir e diga quando cada haleto de alquila é primário,
secundário ou terciário:
a. c.
b. d.
02. Desenhe as estruturas e forneça os nomes sistemáticos de a-c pela substituição de um cloro por um
hidrogênio do metil-ciclo-hexano:
a. haleto de alquila primário
b. haleto de alquila terciário
c. três haletos de alquila secundários
1. 4.
2. 5.
3. CH3CH2CH2CH2CHCH2CH2CH3 6.
OCH3
04. Desenhe as estruturas para uma série homóloga de alcoóis que tem de um a seis átomos de carbono, dando
em seguida a cada um os nomes comum e sistemático.
05. Dê o nome sistemático a cada uma das substância a seguir e indique se cada uma é um álcool primário,
secundário ou terciário.
a. d. CH3CHCH2CHCH2CH3
CH3 OH
b. e.
c. f.
07. Dê os nomes comum e sistemático para cada uma das substâncias a seguir:
a. d.
b. e.
c.
a.
b.
c.
a. d. g.
b. e. h.
c. f. i.
a. d.
b. e.
c. f. CH2 CHCCH2CH2CH2CH3
a. b. c.
b)
c)
d)
a) R = OH, X = O, Y = NH‚ e Z = S
b) R = NH‚, X = S, Y = OH e Z = O
c) R = OH, X = S, Y = NH‚ e Z = O
d) R = NH‚, X = O, Y = OH e Z = S
e) R = SH, X = O, Y = NH‚ e Z = O
a) Ácido octadeca-3,6,9-trienoico
b) Ácido octadeca-9,12,15-trienoico
c) Ácido octadeca-8,11,14-trienílico
d) Ácido octadeca-8,11,14-trienoico
e) Ácido octadeca-3,6,9-trienílico
40. (Ufpi) Amburosídeo B (Phytochemistry 50, 71- São funções orgânicas presentes no ELQ − 300
74, 2000), cuja estrutura é dada a seguir, foi isolada
a) amina e cetona.
de 'Amburana cearensís' (imburana-de-cheiro ou
b) amina e éster.
cumaru) na busca pelo principio ativo responsável
c) amida e cetona.
pela atividade anti-malárica da mesma. Escolha a
d) cetona e éster.
alternativa que apresenta quatro funções orgânicas
e) éter e ácido carboxílico.
presentes no Amburosídeo B.
43. (Pucpr) Durante muito tempo acreditou-se que
a cafeína seria a droga psicoativa mais consumida
no mundo. Ao contrário do que muitas pessoas
pensam, a cafeína não está presente apenas no
café, mas sim em uma gama de outros produtos, por
exemplo, no cacau, no chá, no pó de guaraná, entre
outros. Sobre a cafeína, cuja fórmula estrutural está
apresentada abaixo, são feitas as seguintes
afirmações.
b)
Resposta da questão 1.
a) Observe a estrutura a seguir:
b) 1 - sp£
Resposta da questão 6.
a) aldeído
b) C19H26O
c) 6, pois cada ligação dupla possui uma ligação
sigma e uma ligação pi.
d) 11 carbonos com uma ligação dupla e duas
ligações simples.
Resposta da questão 4.
a) Resposta da questão 7. [B]
b) Ligação de hidrogênio.
Linolênico
Oleico Linoleico
(C18:3)
(C18:1) (C18:2)
18 átomos de
18 átomos de 18 átomos de
C
C C
3
1 insaturação 2 insaturações
insaturações
A partir dos ácidos graxos mirístico, palmítico e [II] Correta. Apresenta uma amina terciária na sua
esteárico, vem: estrutura.
H
H C H
H
O O O
C NH2 C C
OH H
[A] Incorreta.
O-
d) F; sequestra metais através de ligações
covalentes coordenadas, que são formadas por um
par de elétron livre e o metal, formando o que se ( V ) os ésteres, as cetonas, os aldeídos, os ácidos
denomina de complexos metálicos. carboxílicos e as amidas têm em comum o grupo
e) F; é um sequestrante MENOS eficiente de Ca++ funcional carbonila (C=O).
em pH ácido, pois em pH ácido, os carboxilatos ( F ) os aldeídos não possuem uma hidroxila como
terão recebido íons H+, se convertendo em ácidos grupo funcional.
carboxílicos e passando a ter menos pares de ( V ) As aminas funcionam como bases de Lewis,
elétrons livres. doam pares de elétrons através de uma ligação
dativa (coordenada) e também como bases de
Resposta da questão 33. [C] Brönsted, podem receber um próton H+.
Resposta da questão 40. [D] [A] Incorreta. Amina é todo composto orgânico
derivado da amônia pela substituição de um,
O Amburosídeo B apresenta as funções: Fenol; dois ou três hidrogênios (H) por substituintes
Éter; Éster; Álcool. Não apresenta as funções orgânicos.
cetona, nem ácido carboxílico.
[B] Incorreta. Aminas apresentam comportamento
Resposta da questão 41. [B] básico em razão de terem, em sua composição,
um átomo de nitrogênio que pode compartilhar
O ácido oxalínico apresenta as seguintes funções: seu par isolado, ou seja, se comportar como
éter, cetona, amina e ácido carboxílico e enamina. uma base de Lewis.
Não apresenta as funções éster,amida, nem amina. [C] Incorreta. Aminas aromáticas apresentam
comportamento básico menos acentuado do
que as aminas alifáticas devido ao par de
Resposta da questão 42: [A] elétrons livres do átomo de nitrogênio entrar em
ressonância com os elétrons do anel aromático.
Funções orgânicas presentes no ELQ − 300:
[D] Correta. Aminas são compostos polares; as
aminas primárias e as secundárias podem
fazer ligações de hidrogênio, o que não ocorre
com as terciárias, pois estas não possuem o
grupo NH, nem NH2 .
[I] Incorreta.
Isomeria Constitucional
1.1. Isômeros constitucionais são isômeros que diferem entre si porque seus átomos estão
conectados em uma ordem diferente. Exemplos de isômeros constitucionais são os seguintes:
CH3
C4H10 CH3CH2CH2CH3 e
Butano CH3CHCH3
Isobutano
CH3CHCH3
CH3CH2CH2CI
C3H2Cl e
1-Cloropropano CI
2-Cloropropano
Compostos como o butano e o isobutano, cujos átomos têm arranjos diferentes, são chamados
isômeros de constituição.
Como mostra a Tabela, o número de isômeros possíveis para alcanos cresce bastante quando cresce o
número de átomos de carbono da molécula.
A isomeria de constituição não está limitada aos alcanos; ela ocorre amplamente em toda a química
orgânica. Os isômeros de constituição podem apresentar esqueletos carbônicos distintos (como ocorre no caso
do isobutano e do butano), grupos funcionais diferentes (como em álcool etílico e dimetil-éter) ou ainda
localizações diferenciadas do grupo funcional ao longo da cadeia (como se dá com a isopropilamina e a
propilamina). Independentemente da razão para a existência da isomeria, os isômeros de constituição têm
sempre a mesma fórmula, mas apresentam um esquema de ligação diferente entre os átomos.
CH3
CH3CH2CH2CH3
Esqueletos carbônicos diferentes: CH3CHCH3 e
Butano
2-Metil-propano
(Isobutano)
CH3CH2OH CH3OCH3
Grupos funcionais diferentes: e
Álcool etílico Dimetil-éter
NH2
Posições diferentes dos grupos CH3CH2CH2NH2
CH3CHCH3 e
funcionais Propilamina
Isopropilamina
Obs.: O exemplo de isomeria de cadeia com cadeia homogênea e cadeia heterogênea ocorre entre
aminas e também com as amidas:
O O
H3 C N CH3 H3 C CH2 NH2 H3 C CH2 C
H3 C C
H NH CH3 NH2
dimetilamina etilamina
N-metil-etanamida propanamida
O O
H3C C H3C CH2 C
O CH2 CH3 O CH3
C4H8O2 etanoato de etila propanoato de metila
O O OH
O CH3
H C H3 C C
O CH3 CH3
OH
metanoato de metila ácido etanóico metóxibenzeno
ácido carboxílico e éster 1-hidróxi-2-metilbenzeno
etanol metóxi-metano
fenol, éter aromático e álcool aromático
álcool e éter
H H H O H H O
O
H C C C H C C C H H C C C H
H H H H H H H
aldeído cetona epóxido
propanal propanona 1,2-epóxido de propileno
H H H H H H H H
H C C C N H C C N C H C C SH H C S C H
H H H H H H H H
nitrila isolnitrila tio-álcool tio-éter
Obs.: Ocorre geralmente entre: aldeído e enol (equilíbrio aldo-enólico), cetona e enol (equilíbrio ceto-
enólico).
Obs.: uma mistura de tautômeros é chamada de mistura alelotrópica;
O
H2C C OH H3C C
H H
aldeído
enol (mais estável)
OH O
H3C C CH2 H3C C CH3
enol cetona
(mais estável)
Obs.: enol é uma função orgânica caracterizada pela presença da hidroxila (OH) ligada a um carbono
com dupla ligação, o que o diferencia de um álcool, pois o álcool possui hidroxila ligada a carbono saturado.
CH3 CH3
H3C C N CH3 H2C C N CH3
H
imina enamina
A cadeia é do mesmo
tipo? Posição
não
sim
AA diferença estánanaposição
diferença está posiçãodo
heteroátomo
do entre carbonos?
heteroátomo?
sim
Metameria (Compensação)
Isômeros cis e trans de cicloalcanos nos fornecem outro exemplo de estereoisômeros que são
diastereômeros um do outro.
Estes dois compostos são isômeros um do outro, porque são compostos diferentes que não se convertem
um no outro e porque têm a mesma fórmula molecular (C7H14). Eles não são isômeros constitucionais porque
seus átomos estão ligados na mesma sequência. Portanto são estereoisômeros. Eles diferem apenas no rearranjo
de seus átomos no espaço. Eles não são enantiômeros porque suas moléculas não são imagens especulares uma
da outra. São portanto diastereômeros.
Exigências para a existência de isomeria cis-trans nos alquenos. Compostos que tem os carbonos
ligados a dois grupos idênticos não possuem isômeros cis-trans.
a a b a H3C CH3 H3C Cl
C C C C C C C C
b b a b Cl Cl Cl CH3
(cis) a = b (trans) cis-2,3-dicloro-2-buteno trans-2,3-dicloro-2-buteno
Como os dois orbitais p que formam a ligação devem estar paralelos para se encontrarem em
sobreposição máxima, a rotação livre da ligação dupla não ocorre. Se a rotação ocorresse, os dois orbitais p
a ligação é rompida
Se um dos carbonos sp2 da ligação dupla estiver ligado a dois substituintes iguais, só existe uma estrutura
possível para o alceno. Em outras palavras, isômeros cis e trans não são possíveis para alcenos que apresentam
substituintes idênticos ligados a um dos carbonos da ligação dupla.
Devido à barreira rotacional em tomo da ligação dupla, isômeros cis e trans não podem se
interconverterem (exceto sob condições extremas suficientes para superar a barreira rotacional e quebrar a
ligação ). Esse fato significa que eles podem ser separados um do outro. Em outras palavras, os dois isômeros
são substâncias diferentes com distintas propriedades físicas, com diferentes pontos de ebulição e momentos
de dipolo. Note que trans-2-buteno e trans-2-dicloro-eteno possuem momentos de dipolo ( ) zero porque os
momentos dipolares das ligações se cancelam.
Os isômeros cis e trans podem se interconverterem (sem a presença de reagentes) somente quando a
molécula absorve calor suficiente ou energia luminosa para causar a quebra da ligação , porque uma vez que
a ligação é quebrada a rotação pode ocorrer em torno da ligação restante. Interconversão cis-trans, então,
não é um processo prático de laboratório.
Quando a rodopsina absorve luz, a ligação dupla se interconverte entre as formas cis e trans. Este é um
importante processo na visão.
luz
N opsina
N opsina
metarodopsina II
rodopsina (trans-rodopsina)
Sistema de nomenclatura E,Z para os alquenos substituídos. Os grupos de prioridade mais alta em cada carbono
encontram-se do mesmo lado do isômero Z e em lados opostos no isômero E.
Quando cada carbono sp2 de um alceno estiver ligado a somente um substituinte, podemos usar o termo
cis e trans para designar a estrutura do alceno. Se os hidrogênios estiverem de um lado da ligação dupla, este
é o isômero cis, caso estejam em lados opostos, este é o isômero trans. Entretanto, como designar os isômeros
de uma substância como 1-bromo-2-cloropropeno?
Br Cl Br CH3
C C C C
H CH3 H Cl
Para uma substância como 1-bromo-2-cloropropeno, o sistema cis-trans de nomenclatura não pode ser
usado porque existem quatro substituintes diferentes nos carbonos vinílicos. O sistema E, Z de nomenclatura
foi criado para esse tipo de situação.
A nomenclatura em um isômero no sistema E, Z se inicia determinando as prioridades relativas dos
grupos ligados a um carbono sp2 e então ao outro carbono sp2 (as regras para assinalamento de prioridades
relativas serão explicadas a seguir). Se os grupos de maior prioridade estiverem no mesmo lado da ligação
dupla, o isômero tem a configuração Z (Z é zusommen, “junto” em alemão). Caso os grupos de maior prioridade
estejam em lados opostos da ligação dupla, o isômero tem configuração E (E é entgegen, “oposto” em alemão).
O isómero Z apresenta os grupos de maior prioridade no mesmo lado.
isômero Z isômero E
As prioridades relativas para os grupos ligados aos carbonos sp2 são determinadas com a utilização das
seguintes regras:
• Regra 1. As prioridades relativas dos dois grupos ligados a um carbono sp2 dependem do número
atômico dos átomos que estão ligados diretamente ao carbono sp2. O maior número atômico é o de
maior prioridade.
Por exemplo, na substância a seguir, um dos carbonos sp2 está ligado a Br e a H:
Br Cl Br CH3
C C C C
H CH3 H Cl
isômero Z isômero E
Br tem número atômico maior do que H, assim Br tem maior prioridade do que H. O outro carbono
sp2 está ligado a Cl e a C. O Cl tem número atômico maior, assim Cl tem maior prioridade do que C
(observe que você pode usar o número atômico de C, mas não a massa do grupo CH3 porque as
prioridades estão baseadas nos números atômicos, e não nas massas dos grupos). O isômero da
esquerda tem os grupos de maior prioridade (Br e Cl) no mesmo lado da ligação dupla, assim, este é o
isômero Z. O isômero da direita tem os grupos de maior prioridade nos lados opostos da ligação dupla;
desse modo, este é o isômero E.
Considere separadamente cada um dos carbonos da ligação dupla, olhe para os dois átomos diretamente
ligados a ele e atribua prioridades de acordo com os números atômicos. Um átomo com número atômico
mais alto recebe prioridade mais alta. Assim, os átomos mais comumente ligados a uma ligação dupla
são ordenados do seguinte modo:
Como o cloro tem o número atômico maior do que o do carbono, a substituição por um Cl tem prioridade
mais alta que o grupo metila (CH3). Um grupo metila porém, tem prioridade mais alta que um hidrogênio
e o isômero (a) tem, portanto, geometria E (grupos de alta prioridade em lados opostos da ligação dupla).
O isômero (b) possui geometria Z (grupos de altas prioridades no mesmo lado da ligação dupla).
• Regra 2. Caso os dois substituintes ligados ao carbono sp2 se iniciem com o mesmo átomo ligado a C
da dupla (há um empate), deve-se continuar o movimento para fora do ponto de ligação e considerar
o número atômico dos átomos que estão ligados aos átomos “empatados”.
Nas seguintes substâncias, um dos carbonos sp2 está ligado em ambos os casos a Cl e a C do grupo
CH2Cl:
Se os átomos ligados ao carbono sp2 são os mesmos, os átomos ligados no carbono em que houve o
“empate” devem ser comparados aquele com maior número atômico será o grupo com maior
prioridade.
isômero Z isômero E
Cl tem o número atômico maior do que C, assim, o grupo Cl apresenta maior prioridade. Ambos os
átomos ligados aos outros carbonos sp2 são C (do grupo CH2OH e do grupo CH(CH3)2, de modo que
há um empate nesse ponto. O C do grupo CH2OH está ligado a O, a H e a outro H, e o C do grupo
CH(CH3)2 está ligado a C, a outro C e a H. Desses seis átomos, o O tem o maior número atômico.
Sendo assim, o grupo CH2OH apresenta maior prioridade que o grupo CH(CH3)2 (observe que não
se pode somar os números atômicos; deve-se apenas usar o átomo que possua o maior número
atômico). Os isômeros E e Z são os mostrados.
Se não for possível resolver a geometria usando o átomo imediatamente ligado aos carbonos da ligação
dupla, use sucessivamente os grupos de átomos mais afastados até encontrar a primeira diferença. Assim,
um substituinte etila, –CH2CH3, e um substituinte metila, –CH3, seriam equivalentes pela regra 1 porque,
em ambos, o primeiro átomo é carbono. Pela regra 2, no entanto, o grupo etila tem prioridade mais alta
do que o grupo metila, porque os segundos átomos são C,H,H contra H,H,H. Observe os exemplos
seguintes da aplicação da regra:
• Regra 3. Se um átomo está ligado duplamente com outro átomo, o sistema de prioridades trata como
se estivesse usando ligações simples a dois daqueles átomos. Caso um átomo esteja ligado triplamente
com outro átomo, o sistema de prioridades trata como se ele estivesse ligado a três do mesmo átomo.
Por exemplo, um dos carbonos sp2 no seguinte par de isômeros está ligado ao grupo CH,CH3 e ao
grupo CH=CH2:
HOCH2 CH CH2 HOCH2 CH2CH3
C C C C
HC C CH2CH3 HC C CH CH2
isômero Z isômero E
Se os átomos estiverem ligados por ligações duplas a outro átomo, considere como se eles estivessem
ligados com ligações simples a outros dois átomos do mesmo elemento.
Se um átomo estiver ligado por ligações triplas a outro átomo, considere como se eles estivessem
ligados com ligações simples a outros três átomos do mesmo elemento.
Cancele os átomos que são idênticos nos dois grupos; use os átomos restantes para determinar o grupo
com maior prioridade.
Uma vez que os átomos ligados ao carbono sp2 são ambos C, há um empate. O primeiro carbono do
grupo CH2CH3 está ligado a C, a H e a outro H. O primeiro carbono do grupo CH=CH2 está ligado a
H e ligado duplamente a C. Assim, é considerado como se estivesse ligado a C, a outro C e a H. Um
Átomos com ligações múltiplas são equivalentes ao mesmo número de átomos com ligações simples.
Um substituinte aldeído (–CH = O), por exemplo, que tem um átomo de carbono em ligação dupla
com um oxigênio, é equivalente a um substituinte que tem um átomo de carbono ligado a dois átomos
de oxigênio por ligação simples:
• Regra 4. No caso de isótopos (átomos com o mesmo número atômico, mas diferente número de
massa), o número de massa é usado para determinar a prioridade relativa.
Nas seguintes estruturas, por exemplo, um dos carbonos sp2 está ligado a um deutério (D) e a um
hidrogênio (H):
CH3
H CH CH2
H CHCH3
C C
C C
D CHCH3
D CH CH2
CH3
isômero Z isômero E
Se os átomos possuem o mesmo número atômico, mas diferem no número de massa, o que apresenta
maior massa tem a maior prioridade.
Um dieno como o l-cloro-2,4-heptadieno possui quatro isômeros configuracionais porque cada uma das
ligações duplas pode possuir tanto a configuração E quanto a configuração Z. Assim, existem os isômeros E-
E, Z-Z, E-Z e Z-E. As regras para a determinação das configurações E e Z serão apresentadas no módulo de
isomeria geométrica. Lembre-se de que o isômero Z possui os grupamentos de maior prioridade do mesmo
lado.
O isômero Z possui os grupamentos de maior prioridade do mesmo lado.
H H H H
C C CH2CH3 C C H
ClCH2 C C ClCH2 C C
H H H CH2CH3
(2Z,4Z)-1-cloro-2,4-heptadieno (2Z,4E)-1-cloro-2,4-heptadieno
ClCH2 H ClCH2 H
C C CH2CH3 C C H
H C C H C C
H H H CH2CH3
(2E,4Z)-1-cloro-2,4-heptadieno (2E,4E)-1-cloro-2,4-heptadieno
Ocorre rotação livre em torno da ligação simples carbono-carbono do etano devido à simetria cilíndrica
da ligação .
A estrutura do ciclo-propano. Nenhuma rotação é possível em torno das ligações carbono-carbono sem
que haja rompimento da ligação e abertura do anel.
Existem dois isômeros diferentes do 1,2-dimetil-ciclo-propano, um deles, com os grupos metila do mesmo
lado do anel e outro com os grupos metila em lados opostos do anel.
Os 1,2-dimetil-ciclo-propano são um tipo especial de estereoisômeros chamados de isômeros cis-trans.Os
prefixos cis - (do latim, “do mesmo lado”) e trans – (do latim, “do outro lado”) são empregados para distingui-
los. A ocorrência de isomeria cis- trans é comum nos ciclo-alcanos substituídos.
H H H H H H H H
a C a a C H3C C CH3
b H C CH3
C C C C C C C C
b b b a H H H3C H
(cis) a=b (trans) cis-1,2-dimetilciclopropano trans-1,2-dimetilciclopropano
Outro exemplo:
02. Existem sete isômeros de constituição com a fórmula C4H10O. Represente quantos conseguir.
05. Levando em conta as regras de sequência, especificamos as configurações dadas nos exemplos seguintes.
Analise cada um deles e veja se os nomes estão corretos.
tem-se isomeria:
a) de cadeia.
b) de posição.
c) de função.
d) cis-tras ou geométrica.
e) de tautomeria.
25. (Pucsp) A seguir são apresentados alguns 27. (Ufrrj) As substâncias A, B e C têm a mesma
pares de estruturas: fórmula molecular (C3H8O). O componente A tem
apenas um hidrogênio ligado a um carbono
secundário e é isômero de posição de C. Tanto A
quanto C são isômeros de função de B. As
substâncias A, B e C são, respectivamente,
a) 1-propanol, 2-propanol e metoxietano.
b) etoxietano, 2-propanol e metoxietano.
c) isopropanol, 1-propanol e metoxietano.
d) metoxietano, isopropanol e 1-propanol.
e) 2-propanol, metoxietano e 1-propanol.
c)
d)
e)
b)
MÓDULO 04 – ISOMERIA
CONSTITUCIONAL E CIS-TRANS
c)
GABARITOS E RESOLUÇÕES
COMENTADAS
d)
1.
O frasco A possui um éter, pois possui o menor
e) ponto de ebuilição: metoxietano.
O frasco B possui o álcool 1-propanol ou propan-
1-ol, pois usa oxidação total produz o ácido
propanoico (oxidação de álcool primário);
O frasco C possui o 2-propanol ou propan-2-ol, sua
48. (Enem 2018) Pesquisas demonstram que
oxidação produziria a propanona (oxidação e
nanodispositivos baseados em movimentos de
álcool secundário).
dimensões atômicas, induzidos por luz, poderão
ter aplicações em tecnologias futuras, substituindo
Entre A e B: isomeria de função
micromotores, sem a necessidade de
Entre B e C: isomeria de posição.
componentes mecânicos. Exemplo de movimento
molecular induzido pela luz pode ser observado
2. a) Fenol
pela flexão de uma lâmina delgada de silício,
b) Observe a figura a seguir:
ligado a um polímero de azobenzeno e a um
material suporte, em dois comprimentos de onda,
conforme ilustrado na figura. Com a aplicação de
O
H C
O CH CH3 metanoato de isopropila
CH3
9. [D]
11. [A]
12. [B]
13. [A] Resposta da questão 38:
14. [D] Fórmulas estruturais planas dos dois cresóis
15. [C] presentes em menor proporção, ou seja, orto e
16. [A] meta:
17. [C]
18. [B]
19. [C]
20. [E]
21. [B]
22. [C]
23. [A]
24. [B]
25. [A]
26. [C]
27. [E] Fórmulas estruturais planas do dois compostos
28. [A] aromáticos isômeros de função (éter e álcool) dos
29. [C] cresóis:
30. [B]
31. [A]
32. [D]
33. [B]
34. [D]
35. [D]
36. [A]
O citral tem fórmula molecular C10H16O, com uma
cadeia alifática de oito carbonos, duas
insaturações, nos carbonos 2 e 6; e dois grupos
Cl Cl
H2C CH CH3 1,2-dicloropropano
Cl Cl
H2C CH2 CH2 1,3-dicloropropano
Resposta da questão 47: [E]
Cl
Fórmula do feromônio desenvolvido:
H3C C CH3 2,2-dicloropropano
Cl
42. [B]
Função orgânica: éster de ácido carboxílico ou
éster.
Resposta da questão 43:
Cadeia carbônica: normal.
[E]
Isomeria geométrica: cis e trans.
[I] Incorreta. Os compostos 1 e 2, não apresentam
Fórmula estrutural do substituto adequado, que
isomeria, pois apresentam fórmulas
apresenta estas características:
moleculares distintas: composto 1: C9H11O e
composto 2: C10H14O2 .
Uma molécula que não é idêntica a sua imagem especular tem um tipo especial de isomeria espacial
denominada enatiomorfismo (do grego enantio, “oposto”). Os isômeros ou enantiômeros relacionam-se do
mesmo modo que a mão direita se relaciona com a esquerda, e aparecem sempre que carbono tetraédrico está
ligado a quatro substituintes diferentes (não é necessário que um deles seja H). O ácido láctico (ácido 2-hidroxi-
propanóico), por exemplo, existe como um par de enantiômeros porque existem quatro grupos diferentes (—
H, — OH, — CH3, — COOH) no átomo de carbono número 2:
Você pode tentar à vontade, mas não conseguirá superpor uma molécula de (+)-ácido láctico e uma
molécula de (–)-ácido láctico porque elas não são idênticas, como mostra a figura abaixo. Se quaisquer dois
grupos, digamos — H e — COOH, se ajustarem, os dois grupos restantes não se ajustarão.
Enantiômeros ocorrem apenas com compostos cujas moléculas são quirais. Uma molécula quiral é
definida como uma que não é idêntica a sua imagem no espelho. A molécula quiral e sua imagem especular
são enantiômeros, e a relação entre a molécula quiral e sua imagem especular é definida como enantiomérica.
A palavra quiral vem da palavra grega cheir, que significa “mão”. Objetos quirais (incluindo moléculas)
possuem um lado direito e outro esquerdo. O termo quiral é usado para descrever moléculas de enantiômeros
porque estão relacionadas umas com a outra da mesma maneira que uma mão esquerda está relacionada com
uma mão direita.
Muitos objetos familiares são quirais e a quiralidade de alguns desses objetos é clara porque normalmente
nos referimos a eles como possuindo lateralidade, lado direito e lado esquerdo.
Objetos (e moléculas) que se superpõem a suas imagens são aquirais. As meias, por exemplo, são aquirais,
enquanto as luvas são quirais.
A quiralidade de moléculas pode ser demonstrada com compostos relativamente simples. Considere, por
exemplo, o 2-butanol.
Como podemos saber quando existe a possibilidade de enantiômeros? Uma (mas não a única) é
reconhecer que um par de enantiômeros é sempre possível para moléculas que contêm um átomo
tetraédrico com quatro diferentes grupos ligados a ele. No 2-butanol este átomo é C2. Os quatro grupos
diferentes que estão ligados ao C2 são um grupo hidroxila, um átomo de hidrogênio, um grupo metila e um
grupo etila.
Uma propriedade importante dos enantiômeros é que trocar quaisquer dois grupos ligados ao átomo
tetraédrico que carrega quatro grupos diferentes converte um enantiômero no outro.
Por algum tempo, átomos tetraédricos com quatro diferentes grupos foram chamados átomos quirais ou
átomos assimétricos. Então, em 1984, K. Mislow (da Universidade de Princeton) e J. Siegel (atualmente na
Universidade da Califórnia, em San Diego) apontaram que o uso destes termos representava uma fonte de
confusão conceitual em estereoquímica, que existia desde a época de Van’t Hoff. Quiralidade é uma
propriedade geométrica que penetra e afeta todas as partes de uma molécula quiral. Todos os átomos de 2-
butanol, por exemplo, estão em um ambiente quiral e portanto, todos são ditos quirotópicos. Quando
consideramos um átomo como C2 do 2-butanol da maneira que descrevemos aqui, porém, o estamos
considerando um estereocentro, portanto, devemos designá-lo como tal, e não como um “átomo quiral”.
Se todos os átomos tetraédricos em uma molécula têm dois ou mais grupos ligados que são os mesmos, a
molécula não tem um estereocentro. A molécula se superpõe em sua imagem especular e é aquiral. Um
exemplo de uma molécula deste tipo é o 2-propanol; os átomos de carbono 1 e 3 carregam três átomos de
hidrogênio idênticos e o átomo central carrega dois grupos metila idênticos. Se número atômico maior do que
o do hidrogênio, assim atribuímos ao grupo etila a prioridade mais elevada, b, e ao grupo metila a prioridade
mais baixa, c (C, H, H) > (H, H, H).
Quando um deles é girado, as duas estruturas se superpõem e então não representam enantiômeros. Eles
representam duas moléculas do mesmo composto. 2-propanol não estereocentro.
Moléculas de imagem especular não sobreponível são chamadas enantiômeros (do grego enantion, que
significa "oposto"). Os dois estereoisômeros de 2-bromobutano são enantiômeros. Uma molécula que tem
imagem especular não sobreponível, como um objeto que tem imagem especular não superponível, é quiral.
Cada um dos enantiômeros é quiraI. Uma molécula que tem imagem especular sobreponível, como um objeto
que tem uma imagem especular sobreponível, é aquiral. Para ver se uma molécula aquiral é sobreponível a sua
imagem especular (isto é, se são moléculas idênticas) gire mentalmente a molécula aquiral no sentido horário.
Note que a quiralidade é uma propriedade da molécula toda.
Um estereocentro (ou centro estereogênico) é um átomo em que o intercâmbio de dois grupos produz
um estereoisômero. Por isso, ambos os carbonos assimétricos - onde a troca de dois grupos produz um
enantiômero e os carbonos onde a permuta de dois grupos converte um isômero eis a outro isômero trans (ou
isômero Z em um isômero E) - são estereocentros.
Molécula aquiral do ácido propanóico e molécula quiral do ácido láctico. O ácido propanóico tem um plano de simetria
que faz de um dos lados molécula a imagem especular do outro. O ácido láctico não possui um plano de simetria.
A causa mais comum (embora não a única) da quiralidade nas moléculas orgânicas é a presença de um
átomo de carbono ligado a quatro grupos diferentes — como, por exemplo, o carbono 2 do ácido láctico. Estes
átomos de carbono são denominados centros assimétricos ou centros estereogênicos. Observe que a
quiralidade é uma propriedade da molécula como um todo e que o centro estereogênico é a causa da
quiralidade.
As diferenças não aparecem, necessariamente, próximo do centro estereogênico. O 5-bromo-decano, por
exemplo, é uma molécula quiral porque quatro grupos diferentes estão ligados a C5, o centro estereogênico
(marcado com um asterisco):
Outros exemplos de moléculas quirais são mostrados a seguir: Verifique você mesmo se os centros
assinalados são estereogênicos. (Lembre-se: carbonos — CH2 —, — CH3, C = C e C C não podem ser centros
estereogênicos.)
Biot fez a extraordinária observação de que quando um feixe de luz planopolarizada passa através de
uma solução contendo certas moléculas orgânicas como o açúcar e a cânfora o plano de polarização sofre
rotação. Nem todas as substâncias orgânicas exibem esta propriedade, mas as que o fazem são denominadas
oticamente ativas.
O ângulo de rotação da luz planopolarizada pode ser medido com um instrumento denominado
polarímetro. Coloca-se a solução contendo moléculas orgânicas oticamente ativas em um tubo de amostra, a
luz planopolarizada passa através do tubo e ocorre a rotação do plano. A luz chega, então, a um segundo
polarizador denominado analisador. Podemos determinar o novo plano de polarização girando o analisador
até que a luz passe através dele. A rotação observada é simbolizada pela letra (alfa) e expressa em graus.
Além de determinar o ângulo de rotação, podemos também encontrar a direção da rotação. Do ponto
de vista de um observador que olha diretamente através do eixo do analisador, algumas moléculas oticamente
ativas giram a luz polarizada para a esquerda (em sentido horário) e são denominadas levógiras, e outras
giram a luz polarizada para a direita (em sentido horário) e são denominadas dextrógiras. Por convenção, a
rotação para a esquerda recebe o sinal negativo (–), e a rotação para direita recebe o sinal positivo (+). A (–)-
morfina, por exemplo, é levógira, e a (+)-sacarina é dextrógira.
A direção da rotação da luz plano-polarizada é Frequentemente incorporada nos nomes dos compostos
opticamente ativos. Os dois conjuntos seguintes mostram como isso é feito.
Os compostos anteriores também ilustram um princípio importante: Não existe correlação óbvia entre
as configurações de enantiômeros e a direção [(+) ou ( – )] em que eles rodam a luz plano-polarizada.
Quando os dados de rotação ótica são expressos na forma padronizada, a rotação específica, []D, é
uma constante física característica de um determinado composto oticamente ativo. Alguns exemplos estão
listados na Tabela.
Rotação específica de algumas moléculas orgânicas
Composto []D (graus) Composto []D (graus)
Cânfora +44,26 Penicilina V +233
Morfina –132 Glutamato monossódico +25,5
Sacarose +66,47 Benzeno 0
Colesterol –31,5 Ácido acético 0
Se nomearmos estes dois enantiômeros usando apenas o sistema de nomenclatura IUPAC que aprendemos
até agora, eles terão o mesmo nome: 2-butanol (ou álcool séc-butílico). Isto é indesejável porque cada
composto deve ter seu próprio nome.
De acordo com este sistema, um enantiômero do 2-butanol deve ser designado R-2-butanol e o outro
enantiômero deve ser designado (S)-2-butanol. [(R) e (S) vêm das palavras latinas rectus e sinister,
significando direito e esquerdo, respectivamente.] Diz-se que essas moléculas têm configurações opostas em
C-2.
1. A cada um dos quatros grupos ligados ao estereocentro é atribuída uma prioridade ou preferência 1,
2, 3 ou 4. A prioridade é primeiro atribuído com base no número atômico do átomo que está
diretamente ligado ao estereocentro. Ao grupo com maior número atômico é atribuído a maior
prioridade, 1; ao grupo com número atômico imediatamente inferior é atribuída a prioridade seguinte,
2; e assim por diante. (No caso de isótopos, o isótopo de maior massa atômica tem a prioridade mais
elevada.)
2. Quando uma prioridade não pode ser atribuída com base no número atômico dos átomos que estão
diretamente ligados ao estereocentro, então o próximo conjunto de átomos presentes nos grupos não-
designados é examinado. Este processo continua até que uma decisão possa ser tomada. Atribuímos
uma prioridade no primeiro ponto de diferença. (As regras para uma cadeia ramificada necessitam que
sigamos a cadeia com átomos de prioridade mais elevada.)
3. Agora, giramos a fórmula (ou modelo), de modo que o grupo de prioridade mais baixa 4 fique afastado
do observador. Então traçamos um caminho de 1 para 2 para 3. Se, quando fazemos isso, a direção de
nossos dedos (ou lápis) está no sentido horário, o enantiômero é chamado de (R). Se a direção está no
sentido anti-horário, o enantiômero é chamado de (S). Com base nisto, o enantiômero I do 2-butanol
é (R)-2-butanol.
As primeiras três regras do sistema Cahn-Ingold-Prelog permitem designar por (R) ou (S) a maioria dos
compostos contendo ligações simples. Para cada compostos contendo ligações múltiplas, uma outra regra é
necessária.
4. Para cada grupo contendo ligações duplas ou triplas são atribuídas prioridades como se ambos os átomos
estivessem duplicados ou triplicados, ou seja, onde os símbolos entre parênteses são representações duplas ou
triplas de átomos na outra extremidade da ligação múltipla.
Então, o grupo vinila, —CH=CH2, tem prioridade mais elevada do que o grupo isopropila, —CH(CH3)2).
Se o grupo (ou átomo) de menor prioridade está ligado com uma cunha tracejada, desenhe uma seta do
grupo (ou átomo) de maior prioridade (1) para o grupo (ou átomo) com a maior prioridade seguinte (2). Se a
seta aponta no sentido horário a substância tem a configuração R; se ela aponta para o sentido anti-horário, a
substância tem configuração S.
Se o grupo de menor prioridade não está ligado a uma cunha tracejada, então proceda como no passo
anterior: desenhe uma seta do grupo (ou átomo) com a maior prioridade (1) para o grupo com a maior
prioridade seguinte (2). Como você trocou dois grupos, agora está determinando a configuração do
enantiômero da molécula original. Então se a seta aponta para o sentido horário, o enantiômero (com os grupos
trocados) tem configuração R, o que significa que a molécula original tem configuração S. Ao contrário, se a
seta aponta para um sentido anti-horário, o enantiômero (com os grupos trocados) tem configuração S, o que
significa que a molécula original tem configuração R.
Você pode desenhar a seta do grupo 1 para o grupo 2 passando pelo grupo de menor prioridade (4), mas nunca
a desenhe passando pelo grupo seguinte de menor prioridade (3).
5.7. Diastereoisômeros
Moléculas como o ácido láctico, a alanina e o gliceraldeído são relativamente simples por que possuem
apenas um centro estereogênico e podem existir apenas como dois enantiômeros. A situação se torna mais
complexa, no entanto, com as moléculas que têm mais de um centro estereogênico.
Observe o amino-ácido treonina (ácido 2-amino-3-hidróxi-butanóico), por exemplo. Como a treonina
possui dois centros estereogênicos (C2 e C3), existem quatro estereoisômeros possíveis.
Os quatro estereoisômeros da treonina podem ser classificados em dois pares de enantiômeros. O
estereoisômero 2R, 3R é a imagem especular do 2S, 3S, e o estereoisômero 2R, 3S é a imagem especular do
2S, 3R. Mas qual será relação existente entre duas configurações que não são imagens especulares uma da
outra? Que relação existe, por exemplo, entre o isômero 2R, 3R e o isômero 2R, 3S? Eles são estereoisômeros,
porém não são enantiômeros. Uma relação como está é descrita por um novo termo — diastereoisômeros.
Os diastereoisômeros são estereoisômeros que não são imagem especular um do outro. Os
diastereoisômeros têm configurações opostas em um ou mais centros estereogênicos, mas têm a mesma
configuração em outros. Os enantiômeros têm configurações opostas em todos os centros estereogênicos.
Os enatiômeros possuem:
- Propriedades físicas idênticas (exceto no desvio da luz polarizada);
- Propriedades químicas idênticas: eles reagem igualmente com um dado reagente aquiral;
Os diastereoisômeros possuem:
- Propriedades físicas diferentes (PF; PE; solubilidade; rotação específica, etc);
- Propriedades químicas diferentes: eles reagem com um dado reagente aquiral de modo diferente;
Enantiômeros eritro: são aqueles com grupos similares do mesmo lado da cadeia de carbonos;
Enantiômeros treo: são aqueles com grupos similares de lados opostos da cadeia de carbonos;
As estruturas 2R,3S e 2S,3R são idênticas porque a molécula possui um plano de simetria e é, por isso,
aquiral. O plano de simetria corta a ligação C2 — C3, e faz da metade da molécula a imagem especular da
outra metade.
Por causa do plano de simetria, o estereoisômeros do ácido tartárico mostrado na figura acima é
aquiral, apesar de possuir dois centros estereogênicos. Compostos aquirais que têm centros estereogênicos são
denominados compostos meso. Assim, o ácido tartárico existe em três formas estereoisoméricas: dois
enantiômeros e um composto meso.
Se uma substância tem um plano de simetria, ela não será opticamente ativa mesmo que tenha carbonos
assimétricos;
Se uma substância tem um plano de simetria, ela não será opticamente ativa mesmo que tenha carbonos
assimétricos;
As projeções de Fischer podem ser utilizadas para especificar mais de um centro estereogênico em
uma molécula, simplesmente “empilhando-se” os centros. A treose, por exemplo, um açúcar simples de quatro
carbonos, tem a configuração 2S,3R:
Se o grupo de menor prioridade estiver na vertical (para trás) a configuração obtida pela seta corresponde
a configuração real da molécula;
Se o grupo de menor prioridade estiver na posição horizontal (para frente), a resposta que você recebe da
direção da seta será oposta à resposta correta;
Você poderá desenhar a seta do grupo 1 para o grupo 2 passando pelo grupo de menor prioridade (4), mas
nunca a desenhe passando pelo grupo 3.
5.14. As notações D e L
A menor aldose (poli-hidróxialdeído) é o gliceraldeído;
O gliceraldeído existe na forma de um par de enantiômeros, pois possui um carbono assimétrico;
Vimos que os anéis nos ciclo-hexanos substituídos assumem a geometria tipo cadeira e que a
conformação de um dado composto pode ser prevista pela observação das interações estéricas na molécula.
Para completar o estudo da estereoquímica do ciclo-hexano precisamos, agora, observar o efeito da
conformação sobre a estereoisomeria e sobre a quiralidade.
Ciclo-hexanos 1,4-Dissubstituídos
Os ciclo-hexanos 1,4-dissubstituídos têm um plano de simetria que contém os dois substituintes e os
carbonos 1 e 4 do anel. Como resultado disso, os diastereoisômeros cis e trans são aquirais. Para o 1,4-dimetil-
ciclo-hexano.
Ciclo-hexanos 1,3-Dissubstituídos
Os ciclos-hexanos 1,3-dissubstituídos têm dois centros estereogênicos logo são possíveis quatro
estereoisômeros. O trans-1,3-dimetil-ciclo-hexano existe como um par de enantiômeros, mas o cis-1,3-dimetil-
ciclo-hexano tem um plano de simetria, logo é um composto meso.
Ciclo-hexanos 1,2-Dissubstituídos
Os ciclo-hexanos 1,2-dissubstituídos têm dois centros estereogênicos, logo são possíveis quatro
estereoisômeros. O trans-1,2-dimetil-ciclo-hexano não tem plano de simetria e existe como um par de
enantiômeros. A situação do isômero cis é mais complicada. Visto na conformação em cadeira, o cis-1,2-
dimetil-ciclo-hexano parece existir como um par de enantiômeros oticamente ativos. Na realidade, entretanto,
os dois enantiômeros não podem ser isolados porque se interconvertem rapidamente. Em função disto, o cis-
1,2-dimetil-ciclo-hexano existe como uma mistura racêmica.
Alenos são compostos cujas moléculas contêm a seguinte sequência de ligação dupla:
Esta geometria das ligações faz com que os grupos ligados aos átomos de carbono terminais fiquem
nos planos perpendiculares, e, devido a isto, alenos com diferentes substituintes nos átomos de carbono das
extremidades são quirais (Fig. 5.22). (Alenos não apresentam isomerismos cis-trans.)
Formas enantioméricas de 1,3-dicloroaleno. Estas duas moléculas não se superpõem em suas imagens especulares e
são portanto quirais. Elas não possuem um átomo tetraédrico com quatro grupos diferentes.
Os compostos bifenílicos apresentam isomeria ótica se a seguinte condição for estabelecida: Os grupos
da posição orto em cada anel deverão ser diferentes e volumosos, assim os anéis aromáticos ficam
perpendiculares um em relação ao outro; A ≠ B.
A resposta é, ao mesmo tempo, sim e não. Em princípio, sim, mas na prática não. Os compostos
trivalentes do nitrogênio sofrem inversão rápida como um guarda-chuva no vento, que interconverte os
enantiômeros. Assim, não é possível isolar os enantiômeros, exceto em casos muito especiais.
O silício, o nitrogênio, o fósforo e o enxofre são comumente encontrados em moléculas orgânicas, e todos
eles podem eventualmente ser centros estereogênicos.
Essas substâncias possuem um centro quiral e existem como enantiômeros e inclusive podem ser
separados;
Por que estereoisômeros diferentes têm prioridades biológicas diferentes? Para exercer sua ação
biológica, uma molécula quiral precisa encaixar-se em um receptor quiral no sítio ativo, de modo muito
semelhante ao da mão que se ajusta a uma luva. Porém, assim como a mão direita só se ajusta a uma luva
direita, estereoisômero em particular só se encaixa em um receptor com a forma complementar apropriada.
Qualquer outro estereoisômero ficaria mal-ajustado, como a mão direita em uma luva esquerda. A figura
abaixo mostra uma representação esquemática da interação entre uma molécula quiral e um receptor biológico
quiral. Um enantiômero se encaixa perfeitamente ao receptor, mas o outro não.
(a) Um dos enantiômeros se ajusta exatamente ao sítio quiral de um receptor e exerce seu efeito biológico. O
outro enantiômero (b) não se ajusta ao mesmo receptor e é inativo.
2) Método biológico: uma enzima converte, seletivamente, um enantiômero da mistura racêmica em outro
composto, após o qual o enantiômero que não reagiu e o novo composto são separados;
3) Cromatografia usando meio quiral: esta técnica é aplicada em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
(HPLC) e em outras cromatografias; Interações diastereoméricas entre moléculas da mistura racêmica e o meio
da cromatografia fazem com que os enatiômeros do racemato se movam através do cromatógrafo em
velocidades diferentes. Assim os enantiômeros são coletados separadamente à medida que eluem do
cromatógrafo;
Nesse método, a mistura a ser separada é dissolvida em um solvente e a solução passa através de uma
coluna empacotada com um material que tende a absorver substâncias orgânicas. Se a coluna cromatográfica
for acondicionada com material quiral, pode-se supor que os dois enantiômeros se deslocarão através da coluna
em ordens diferentes, pois terão afinidades distintas pelo material quiral exatamente como a mão direita prefere
a luva direita - de modo que um enantiômero sairá da coluna antes do outro. O material quiral é um exemplo
de uma sonda quiral- ele pode distinguir entre enantiômeros. Um polarímetro é um outro exemplo de sonda
quiral. Dois tipos de moléculas biológicas que são sondas quirais são as enzimas e os receptores, as duas são
proteínas.
04. Diga se as duas estruturas em cada par representam enantiômeros ou duas moléculas do mesmo composto
em orientações diferentes.
07. Atribua configurações R, S a cada um dos centros estereogênicos das seguintes moléculas. Quais delas são
enantiômeros e quais são diastereoisômeros?
09. Quantos centros estereogênicos possui a morfina? Quantos estereoisômeros da morfina são possíveis, em
princípio?
16. (Ufsc)
Disponível em:
<http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/ Com relação às moléculas anteriormente
noticia/2014/08/anvisa-autoriza-37-pedidos-de- representadas, é correto afirmar que nerol e
geraniol são isômeros:
importacao-do-canadibiol-desde-abril.html>
[Adaptado] Acesso em: 22 ago. 2014. a) óticos.
b) de posição.
c) de compensação.
Sobre o assunto tratado acima, é CORRETO d) geométricos.
afirmar que: e) de função.
01) a fórmula molecular do canabidiol é
C21H30 O2 .
19. (Mackenzie) Determinado composto orgânico
apresenta as seguintes características:
02) os grupos hidroxila estão ligados a átomos de
carbono saturados presentes em um anel I. Cadeia carbônica alifática, saturada, ramificada
benzênico. e homogênea.
04) o canabidiol apresenta massa molar igual a II. Possui carbono carbonílico.
314 g / mol.
III. Possui enantiômeros.
08) a molécula do canabidiol apresenta entre IV. É capaz de formar ligações de hidrogênio.
átomos de carbono 22 ligações covalentes do
tipo sigma (σ) e 5 ligações covalentes do tipo O composto orgânico que apresenta todas as
pi ( π). características citadas acima está representado
16) a ordem decrescente de eletronegatividade em
dos elementos químicos presentes no
canabidiol é carbono > hidrogênio > oxigênio.
32) o átomo de carbono apresenta dois elétrons na
sua camada de valência.
64) a molécula de canabidiol apresenta isomeria
geométrica.
c)
d)
34. (Unesp) Entre os compostos Sobre a tirosina foram feitas algumas afirmações:
I. C2H6O,
I. A sua fórmula molecular é C9H11NO3.
II. C3H6O e
II. A tirosina contém apenas um carbono quiral
III. C2H2 Cl2, (assimétrico) em sua estrutura.
apresentam isomeria geométrica: III. A tirosina apresenta as funções cetona, álcool
a) I, apenas. e amina.
b) II, apenas.
c) III, apenas. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões)
d) I e II, apenas. a) I e II.
e) II e III, apenas. b) I e III.
c) II e III.
35. (Unioeste) Sobre a isomeria, assinale a(s) d) I.
afirmativa(s) correta(s): e) III.
01. (CH3)2C=CH2 apresenta isômeros "cis" e 37. (Udesc) As doenças infecciosas são a
"trans". segunda maior causa de mortalidade do mundo
02. O 1,2-dicloro-1-penteno apresenta isomeria devido às altas taxas de resistência microbiana,
geométrica. especialmente em ambientes hospitalares. No
04. Na molécula do 3-metilpentanodiol-2,4 há dois entanto, a diminuição na descoberta de novos
carbonos assimétricos. antibióticos torna-se preocupante. Desta maneira,
08. O composto o antibiótico ceftobiprol está em estudos clínicos
no FDA (Food and Drug Administration), ou seja,
último estágio antes de ser comercializado.
a) Captopril
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I, II e IV.
01) Cada isômero apresenta um carbono quiral. c) apenas III.
02) São isômeros ópticos. d) apenas II, III e IV.
04) O composto d-alanina desvia o plano da luz e) I, II, III e IV.
polarizada para a direita.
08) Não são imagens especulares. 51. (Enem (Libras) 2017) A figura representa a
16) Uma mistura equimolar desses isômeros estrutura química do principal antiviral usado na
representa uma mistura racêmica. pandemia de gripe antiviral usado na pandemia de
gripe H1N1, que se iniciou em 2009.
50. (Ufsm) A vida moderna tem exigido do homem
uma mudança de hábitos, dentre eles, o alimentar.
Os Fast Foods surgem como alternativa rápida
para a alimentação, no entanto dietas calóricas
não balanceadas, aliadas ao sedentarismo, têm
levado a um aumento da massa corporal. Em
busca de alternativas para dietas restritivas, o
setor alimentício tem desenvolvido produtos light e
diet. O aspartame é utilizado como edulcorante
(adoçante) em alimentos dietéticos e, após sua
ingesta, sofre hidrólise sendo convertido em Qual é o número de enantiômeros possíveis para
fenilalanina, um aminoácido aromático. esse antiviral?
O organismo humano metaboliza o excesso desse a) 1
aminoácido, inicialmente pela enzima fenilalanina- b) 2
hidroxilase, produzindo outro aminoácico: a c) 6
tirosina. Pessoas portadoras de fenilcetonúria ‒ d) 8
uma doença de herança autossômica recessiva, e) 16
não conseguem realizar essa etapa metabólica. A
doença é diagnosticada por meio do teste do 52. (Enem PPL 2018) Várias características e
pezinho e pode causar retardo mental. propriedades de moléculas orgânicas podem ser
inferidas analisando sua fórmula estrutural. Na
Fonte: FELTRE, Ricardo. Fundamentos da natureza, alguns compostos apresentam a mesma
química. Vol. único. São Paulo: Moderna, 2008. fórmula molecular e diferentes fórmulas
p.175. (adaptado) estruturais. São os chamados isômeros, como
ilustrado nas estruturas.
4. V F V F V 5. V V F F F
6. [A] 7. [E]
8. [D] 9. [A]
10. [B] 11. [C]
12. [E] 13. [C]
Resposta da questão 14:
02 + 04 + 16 = 22.
3. a) no máximo sete
Cuidado que esse D não é de dextrógiro! o d de
dextrógiro é minúsculo como já expliquei no
módulo de isomeria óptica e no módulo de
carboidratos de bioquímica.
Veja que a glicose é D, pois o carbono assimétrico
mais debaixo ( o último de cima para baixo),
possui a hidroxila do lado direito!
20. [C]
Cl Br
H3C CH CH2 1-bromo-2-cloropropano
[16] Incorreta. A ordem do mais para o menos *
eletronegativo será: Possui isomeria óptica, o composto existe
oxigênio carbono hidrogênio.
como 2 enantiômeros ( R e S)
[32] Incorreta. O carbono possui 4 elétrons na
camada de valência.] Cl Br
22. [B]
23. [D]
24. [B]
25. [B]
26. [A]
27. [A]
28. [B]
29. [B]
30. [A]
31. [B]
Molécula quiral (* apresenta carbono assimétrico)
cuja cadeia carbônica seja insaturada (apresenta
ligação pi), heterogênea (apresenta heteroátomo)
e ramificada (apresenta carbono terciário):
Resposta da questão 37:
CH3 − (CH)2 − CH(CH3 ) − CO − NH − CH3 [A]
As moléculas butan-1-ol, éter dietílico e Na simulação verifica-se que a luz polarizada não
metóxipropano podem ser classificadas, duas a sofre desvio, conclui-se que o fármaco analisado
duas, como isômeros de função duas vezes, e não apresenta carbono assimétrico ou quiral, ou
como metâmeros uma vez. seja, trata-se do paracetamol.
Algumas das conformações do etano. A rotação rápida em volta da ligação simples carbono-carbono interconverte
os isômeros conformacionais.
Apesar do que acabamos de dizer a respeito da simetria da ligação , na realidade a rotação não é
totalmente livre. A experiência demonstra que há uma pequena barreira (12 kJ/mol; 2,9 kcal/mol) para a
rotação e que algumas conformações são mais estáveis do que outras. A conformação de mais baixa energia,
a mais estável, é a que tem as ligações carbono-hidrogênio mais afastadas entre si (em oposição na projeção
de Newman). A conformação de energia mais alta, menos estável, é a que tem as seis ligações carbono-
hidrogênio o mais próximo possível entre si (em coincidência ou eclipsada na projeção de Newman). Entre
estas duas conformações-limite há um sem-número de outras possibilidades. Como a barreira de rotação de 12
kJ/mol é causada por três interações de coincidência hidrogênio-hidrogênio iguais, podemos estimar um valor
de aproximadamente 4,0 kJ/mol (1,0 kcal/mol) para cada interação isolada.
Energia potencial do etano como função do ângulo de rotação em torno da ligação carbono-carbono.
Gráfico de energia potencial versus rotação de ligação no etano. Os isômeros conformacionais em oposição têm 12
kJ/mol menos energia do que os isômeros conformacionais em coincidência.
Os valores mínimos de energia ocorrem nas conformações em oposição, e os valores máximos de energia
ocorrem nas conformações em coincidência.
A que se atribui a tensão de torção? A causa tem sido alvo de controvérsia, mas a maior parte dos químicos
acredita que a tensão de torção é consequência da repulsão entre as nuvens de elétrons nas ligações. Os cálculos
indicam que à distância internuclear hidrogênio-hidrogênio no isômero em oposição é de 2,55 Å, e que esta
distância diminui para 2,29 Å no isômero em coincidência.
À medida que a rotação da ligação prossegue, um mínimo de energia — correspondendo a uma nova
conformação em oposição — encontrado quando os grupamentos metila estão a 60º um do outro. Esta
conformação é denominada conformação vici ou conformação gauche e tem energia 3,8 kJ/mol (0,9
kcal/mol) maior do que a conformação anti, mesmo não tendo nenhuma interação de coincidência. Esta
diferença de energia é decorrente dos átomos de hidrogênio dos dois grupos metila estarem próximos uns dos
outros na conformação vici, o que resulta em tensão estérica. A tensão estérica é a interação repulsiva que
ocorre quando os átomos se aproximam mais que os seus raios atômicos permitem. É o resultado de tentativa
de forçar dois átomos a ocuparem o mesmo espaço físico.
O confôrmero D, no qual os grupos metila estão o mais distantes possível, é mais estável do que os
outros dois em oposição (B e F). O confôrmero em oposição mais estável (D) é chamado confôrmero anti, e
os outros dois confôrmeros em oposição (B e F) são chamados confôrmeros gauche ("goche"). (Anti é o termo
grego para "oposto de"; gauche é o termo francês para "esquerda".) No confôrmero anti, os substituintes
maiores estão opostos um ao outro; no gauche, estão adjacentes. Os dois confôrmeros gauche têm a mesma
energia, mas os dois são menos estáveis que o confôrmero anti. Os confôrmeros anti e gauche não têm a mesma
energia devido à tensão estérica. Tensão estérica é a tensão (isto é, a energia extra) em uma molécula quando
os átomos ou grupos estão tão próximos um do outro que resultam em repulsão entre as nuvens eletrônicas dos
átomos ou grupos. Por exemplo, há mais tensão estérica em um confôrmero gauche que em um anti porque os
dois grupos metila estão mais próximos no primeiro caso. Este tipo de tensão estérica é chamado interação
gauche.
Gráfico de energia potencial versus rotação da ligação C2 – C3 do butano. Um máximo de energia ocorre quando os
dois grupamentos metila estão em coincidência e um mínimo de energia ocorre quando os dois grupamentos metila
estão bem distantes entre si (anti)
Chegar-se a um máximo de energia quando o ângulo diedro entre os grupos metila se aproxima de 0º.
Apreciáveis tensão de torção e tensão estérica ocorrem porque agora os grupamentos metila se aproximam
ainda mais do que na conformação assimétrica. Estima-se um total de 19 kJ/mol (4,5 kcal/mol) de tensão de
torção nesta conformação, o que leva ao valor de 11 kJ/mol (2,5 kcal/mol) para a interação de coincidência
metila-metila: a diferença entre a tensão total (19 kJ/mol) e a tensão das duas interações de coincidência
hidrogênio-hidrogênio (2 X 4,0 kcal/mol) é igual a 11 kJ/mol.
Após 0º, os confôrmeros obtidos por rotação são a imagem especular do que já vimos. Alcança-se uma
outra conformação vici, depois uma outra conformação em coincidência, e finalmente a conformação anti.
A ideia de se definir valores de energia para interações específicas em uma molécula é muito útil e
voltaremos a ela mais adiante neste capítulo. Um resumo do que vimos até aqui está na tabela 4.1.
Os mesmos princípios revelados para o butano aplicam-se ao pentano, ao hexano e a todos os alcanos
superiores. A conformação mais favorável de qualquer alcano é aquela em que as ligações carbono-carbono
estão em um arranjo em oposição, mantendo os substituintes de maior volume na situação anti, uns em relação
aos outros. A figura 4.7 mostra uma estrutura generalizada de alcano.
Para completar, é importante compreender que quando falamos que um determinado isômero
conformacional é “mais estável” do que outro, não queremos dizer que a molécula permanece na conformação
mais estável. À temperatura ambiente, o nível de energia térmica é suficiente para provocar a rotação rápida
em torno das ligações , estabelecendo-se o equilíbrio entre todos os isômeros conformacionais. Em um
determinado instante, todavia, encontraremos sempre uma porcentagem maior das moléculas nas
conformações mais estáveis do que conformações menos estáveis.
A conformação mais estável de um alcano é aquela em que todos os substituintes estão em oposição e as ligações
carbono-carbono estão em arranjo anti, conforme mostrado nesta estrutura do decano.
No fim do século XIX, os químicos já conheciam a existência das moléculas cíclicas, mas os limites do
tamanho dos anéis que podiam existir não estavam bem definidos. Conheciam-se numerosos compostos
contendo anéis menores ou maiores. Nenhum dos ciclo-propanos ou ciclo-butanos, por exemplo, era
conhecido, apesar dos muitos esforços para obtê-los.
Uma interpretação teórica dessa observação foi proposta no ano de 1885 por Adolf Von Baeyer. Este
propôs que, como o carbono prefere a geometria tetraédrica com ângulos de ligação de aproximadamente 109º,
anéis diferentes dos de cinco ou seis átomos poderiam der demasiadamente tensionados e, portanto, não
existiriam. Baeyer baseou sua hipótese na noção geométrica simples de que um anel de três átomos (ciclo-
propano) teria de ser um triângulo equilátero, com ângulos de ligação de 60º, um anel de quatro átomos (ciclo-
butano) deveria ser um quadrado, com ângulos de ligação de 90º, um anel de cinco átomos (ciclo-pentano)
deveria ser um pentágono regular, com ângulos de ligação de 108º, e assim por diante.
Segundo a análise de Baeyer, o ciclo-propano, com a distorção do ângulo de ligação sendo 109º – 60º =
49º, deveria possuir muita tensão angular e, portanto, seria altamente reativo. O ciclo-butano (109º – 90º = 19º
de tensão angular) também seria reativo, mas o ciclo-pentano (109º – 108º = 1º de tensão angular) seria quase
livre de tensão, mas o ciclo-hexano (109º – 120º = – 11º de tensão angular) deveria ter alguma tensão, mas o
ciclo-heptano (109º – 128º = – 19º de tensão angular) e os ciclo-alcanos superiores teriam necessariamente
ângulos de ligações maiores. Seguindo essa linha de raciocínio, Baeyer propôs que os anéis muito grandes
deveriam ter muita tensão angular e não existiriam.
Embora haja alguma verdade na proposição de Baeyer quanto à tensão angular em anéis pequenos, ele
estava equivocado ao acreditar que anéis pequenos e anéis grandes fossem demasiadamente tensionados para
existir. Atualmente, anéis de todos os tamanhos, de 3 até 30 componentes e mesmo acima disto, podem ser
obtidos. O conceito de tensão angular, entretanto. A tensão induzida na molécula quando um ângulo de
ligação se deveria do valor tetraédrico ideal, é de grande utilidade.
Inicialmente os químicos observaram que substâncias encontradas na natureza geralmente tinham
anéis de cinco e seis membros. Substâncias com anéis de três e quatro membros foram encontradas com menor
frequência. Essa observação sugere que substâncias com anéis de cinco e seis membros sejam mais estáveis
que as substâncias com anéis de três e quatro membros. Em 1885, o químico alemão Adolf von Baeyer propôs
que a instabilidade de anéis com três e quatro membros deve-se à tensão angular. Sabemos que, ideal mente,
um carbono hibridizado em Sp3 tem ângulo de ligação de 109,5°. Baeyer sugeriu que a estabilidade de um
cicloalcano pode ser calculada pela determinação de quão próximo o ângulo de um cicloalcano está do ângulo
de ligação tetraédrico ideal de 109,5°. Os ângulos em um triângulo equilátero são de 60°. Os ângulos de ligação
no ciclopropano, portanto, são comprimidos de um ângulo de ligação ideal de 109,5° para 60°, um desvio de
49,5°. Tal desvio de ângulo de ligação de um ângulo ideal causa uma tensão chamada tensão angular. A tensão
(a) sobreposição de orbitais Sp3 em uma ligação normal. (b) Sobre posição de orbitais sp3 no
ciclopropano.
Baeyer previu que o ciclopentano seria o mais estável dos cicloalcanos porque os ângulos de ligação
(l08°) são próximos do ângulo tetraédrico ideal. Ele previu que o ciclo-hexano, com ângulos de 120°, seria
menos estável e que o aumento do número de lados em cicloa1canos diminuiria a estabilidade. Ao contrário
do que Bayer previu, o ciclo-hexano é mais estável que o ciclopentano; além disso, substâncias não se tornam
cada vez menos estáveis quando o número de lados aumenta. O erro que Baeyer cometeu foi presumir que
todas as moléculas cíclicas são planares. Como três pontos definem um plano, os carbonos do ciclopropano
devem estar no plano. Os outros cicloa1canos, entretanto, não são planares. Substâncias cíclicas se torcem e
se curvam a fim de obter uma estrutura que minimize os três tipos diferentes de tensão que podem
desestabiJizar uma substância cíclica:
1. Tensão angular é a tensão induzida em uma molécula quando os ângulos de ligação são diferentes
do ângulo de ligação tetraédrico ideal de 109,5°.
2. Tensão torsional é causada pela repulsão entre os elétrons ligantes de um substituinte e os elétrons
ligantes de um substituinte próximo.
3. Tensão estérica é causada por átomos ou grupos de átomos muito aproximados uns dos outros.
Embora o ciclobutano planar tivesse menos tensão angular que o ciclopropano, ele poderia ter maior
tensão torsional porque possui oito pares de hidrogênios eclipsados, comparado com os seis pares do
ciclopropano. Assim, o ciclobutano não é uma molécula planar - é uma molécula inclinada. Um de seus grupos
metileno é inclinado a um ângulo em torno de 25° fora do plano definido pelos outros três átomos de carbono.
Isso aumenta a tensão angular, mas o aumento é compensado pelo decréscimo da tensão torsional como
resultado de os hidrogênios adjacentes não estarem eclipsados como estariam se estivessem em um anel planar.
Se o ciclopentano fosse planar, como Baeyer tinha previsto, ele essencialmente não teria tensão angular, mas
Representações do ciclopentano
Conformação em cadeira, livre de tensão, do ciclo-hexano. Todos os ângulos de ligação C – C – C são iguais a
111,5º (próximos ao valor ideal de 109,5º do tetraedro) e todas as ligações adjacentes C – H estão em oposição.
É importante lembrar que, quando se desenha o ciclo-hexano em cadeira, as ligações inferiores estão na
frente e as superiores atrás.
Átomos de hidrogênio axiais e equatoriais do ciclo-hexano em cadeira. Os seis átomos de hidrogênio axiais são
paralelos ao eixo do anel, e os seis átomos de hidrogênio equatoriais se encontram no plano médio do anel.
Como o ciclo-hexano tem dois tipos de posição, axial e equatorial, poderíamos esperar que existissem
duas formas isoméricas de um ciclo-hexano monossubstituído. No entanto, existe apenas um metil-ciclo-
hexano, um bromo-ciclo-hexano, um ciclo-hexano, etc., porque os anéis do ciclo-hexano são
conformacionalmente móveis à temperatura normal. As duas conformações em cadeira se interconvertem
facilmente, resultando na troca de posições axiais e equatoriais. Essa interconversão de conformações em
cadeira, que costuma ser designada como a inversão do anel, é apresentada na Figura a seguir. Os modelos
moleculares mostram o processo com mais clareza, por isso sugerimos que você pratique a inversão do anel
utilizando modelos.
As ligações que são axiais em um confôrmero em cadeira estão em equatorial no outro confôrmero
em cadeira. As ligações que estão em equatorial em um confôrmero em cadeira estão em axial no outro.
O confôrmero em cadeira com um substituinte metila em posição equatorial é o confôrmero
mais estável porque um substituinte tem mais espaço e, portanto, menos interações estéricas quando
está na posição equatorial. Em outras palavras, as três ligações axiais no mesmo lado do anel estão
paralelas entre si; qualquer substituinte em axial estará relativamente perto do substituinte em axial
no outro carbono. Como as interações dos substituintes estão em posições relativas 1,3 umas das
outras, tais interações estéricas desfavoráveis são chamadas interações 1,3 diaxiais. Se tomarmos
poucos minutos para construir modelos, veremos que um substituinte tem mais espaço se estiver em
posição equatorial do que se estiver em posição axial.
O ciclo-hexano também pode existir em uma conformação em bote, como mostrado na Figura a seguir.
Como o confôrmero em cadeira, o confôrmero em bote é livre de tensão angular. Entretanto, a conformação
em bote não é tão estável quanto a conformação em cadeira porque algumas das ligações no confôrmero em
bote estão eclipsadas, dando-lhe uma tensão torsional. Além disso, o confôrmero em bote é desestabilizado
pela proximidade dos hidrogênios-mastro (os hidrogênios na "proa" e na "popa" do bote), que causam tensão
estérica.
Os dois confôrmeros do isômero trans têm um substituinte na posição equatorial e outro na posição
axial. Como o grupo terc-butila é maior que o grupo metila, as interações 1,3 diaxiais serão mais fortes quando
o grupo terc-butila estiver na posição axial. Dessa forma, o confôrmero com o grupo terc-butila na posição
equatorial será mais estável.
Conformação em bote do ciclo-hexano. Nesta conformação existem tensão estérica e tensão de torção, mas não
existe tensão angular.
Um último ponto que devemos considerar na estereoquímica dos ciclo-alcanos é o que acontece quando
dois ou mais anéis de ciclo-alcanos se fundem para formar uma molécula policíclica — por exemplo, a
decalina:
A decalina tem dois anéis de ciclo-hexano que compartilham dois átomos de carbono (os carbonos da
ponte C1 e C6). A decalina pode existir nas duas formas isoméricas, dependendo da fusão dos anéis, trans ou
cis. Na trans-decalina, os átomos de hidrogênio dos carbonos da cabeça da ponte estão em lados opostos dos
anéis; na cis-decalina, os hidrogênios da cabeça da ponte estão do mesmo lado. A Figura a seguir mostra a
representação dos dois compostos com as conformações dos ciclo-hexanos em cadeira. Observe que a trans- e
a cis-decalina não se interconvertem. Elas são estereoisômeros cis-trans e têm o mesmo relacionamento do cis
e do trans-1,2-dietil-ciclo-hexano.
O norbornano ou biciclo [2.2.1]-heptano é outro sistema comum com anéis fundidos. Como a decalina,
o norbornano é um biciclo-alcano, assim chamado porque para se gerar uma estrutura aberta dois anéis
devem ser quebrados. Seu nome sistemático, biciclo [2.2.1]-heptano, exprime o fato de que a molécula é
bicíclica, possui sete carbonos e três pontes de 2, 2 e 1 átomos de carbono, respectivamente, ligando os dois
carbonos da cabeça de ponte.
Representações da trans- e da cis-decalina. Os átomos de hidrogênio dos carbonos das cabeças de ponte do isômero
cis estão do mesmo lado e no isômero trans, em lados opostos.
O norbornano tem um anel de ciclo-hexano em bote com os carbonos 1 e 4 unidos por uma ponte –CH2–
. Ao desenhar a estrutura, repare que a ligação que está atrás de uma outra é assinalada por uma interrupção
no traçado da linha. O uso de um modelo molecular é especialmente útil para se entender a estrutura
tridimensional do norbornano.
07. Construa um diagrama qualitativo de energia potencial para a rotação em torno da ligação C–C do 1,2-
dibromo-etano. Qual é a conformação mais estável? Rotule as conformações anti e vici do 1,2-dibromo-etano.
08. Desenhe um anel de ciclo-hexano em cadeira e rotule as posições como axiais ou equatoriais.
09. Por que um ciclo-hexano 1,3-cis-dissubstituído é mais estável do que o seu isômero trans?
10. Por que um ciclo-hexano 1,2-trans-dissubstituído é mais estável do que o seu isômero cis?
a) H H e) H
Cl Cl Br
CH3
H
b) Br f) H
H Cl
H3C CH3
H H
c) H g) H
H CH3
CH3 CH3
Br H
04) para cada um dos ciclo-hexanos dissubstituídos, indique quando os substituintes nos dois confôrmeros
em cadeira estiverem ambos na posição equatorial em um confôrmero em cadeira ou ambos em axial no
outro ou um em equatorial e o outro em axial em cada um dos confôrmeros em cadeira:
a) cis-1,2- c) cis-1,3- e) cis-1,4-
b) trans-1,2- d) trans-1,3 f) trans1,4-
CH3 CH3
Cl CH3
Cl Cl
C
A B
b)
Resposta da questão 2:
a) cis, pois os dois grupos Cl estão para baixo
b) cis, pois os dois grupos H estão para baixo
c) cis, pois os dois grupos H estão para cima
d) trans, pois um átomo de H está para baixo e o outro está para cima
e) trans, pois um átomo de H está para baixo e o outro está para cima
f) trans, pois um átomo de H está para baixo e o outro está para cima
Resposta da questão 3:
a)
CH2 CH3
CH3
O composto é cis, pois os grupos etil e metil estão para baixo. Esta conformação é a mais estável,
pois o grupo maior (etil) está na posição equatorial. O grupo menor (metil), teve que ficar na posição
axial, para que o composto seja cis.
b)
CH2 CH3
CH3
O composto é trans, pois os grupos etil e metil estão voltados para lados opostos. Esta conformação
é a mais estável, pois o grupo maior (etil) e o grupo menor (metil) estão na posição equatorial.
A outra conformação trans, onde os dois grupos estariam nas posições axiais, seria a conformação
menos estável.
c) A conformação mais estável é a trans, pois nesta conformação, os dois grupos podem ficar na
posição equatorial.
Quando os substituintes estão na posição axial, existem as interações 1,3-diaxiais, situação de
maior impedimento estérico e de menor estabilidade.
Resposta da questão 4:
a) cis-1,2: um substituinte na posição equatorial (mais estável) e o outro na posição axial (menos
estável). Ambos os substituintes estão voltados para baixo.
b) trans-1,2: os dois substituintes podem ficar na posição equatorial (mais estável). Existe também
a outra conformação trans com os dois substituintes na posição axial, conformação menos estável,
devido as interações 1,3-diaxiais. Um substituinte está voltado para baixo e outro voltado para cima.
c) cis-1,3: os dois substituintes podem ficar na posição equatorial (mais estável). Existe também a
outra conformação trans com os dois substituintes na posição axial, conformação menos estável,
devido as interações 1,3-diaxiais. Ambos os substituintes estão voltados para baixo.
d) trans-1,3: um substituinte na posição equatorial (mais estável) e o outro na posição axial (menos
estável). Um substituinte está voltado para baixo e outro voltado para cima.
R R
e) cis-1,4: um substituinte na posição equatorial (mais estável) e o outro na posição axial (menos
estável). Ambos os substituintes estão voltados para baixo.
f) trans-1,4: os dois substituintes podem ficar na posição equatorial (mais estável). Existe também
a outra conformação trans com os dois substituintes na posição axial, conformação menos estável,
devido as interações 1,3-diaxiais. Um substituinte está voltado para baixo e outro voltado para cima.
R
R
Resposta da questão 5:
O confôrmero B é cis, pois os dois substituintes estão voltados para baixo, ou seja, para o mesmo
lado. Ambos os substituintes estão nas posições axiais, assim essa conformação é pouco estável
devido as interações 1,3-diaxiais. Esse confôrmero é do tipo 1,3-dissubstituído, assim os
impedimentos das interações 1,3-diaxiais não estão ocorrendo somente com átomos de hidrogênio
do anel do ciclo-hexano, mas com os próprios substituintes que estão nas posições 1 e 3. Como os
substituintes são mais volumosos que o H, o impedimento estérico é maior e assim essa
conformação é a menos estável de todas.
O confôrmero C é trans, pois um substituinte está voltado para baixo e o outro voltado para cima.
Ambos os substituintes estão nas posições axiais, assim essa conformação é pouco estável devido
as interações 1,3-diaxiais. Esse confôrmero é do tipo 1,4-dissubstituído.
Ácidos: São substâncias que em solução aquosa, liberam íons [H]+ (prótons).
Nota: Os íons H+, por serem muito pequenos e de elevada carga, se encontram solvatados (hidratados),
associando-se às diversas moléculas de água, para formar espécies, como [ H3O+; H5O2+; H7O3+; H9O4+ etc.].
São unidades poliméricas de, pelo menos, uma molécula de água na espécie [H3O+; hidrônio ou hidroxônio].
Exemplos:
Bases: São substâncias que; em solução aquosa, liberam íons hidroxilas [OH]–.
Notas: As hidroxilas dissociáveis encontram-se na forma de íons (ânions) atraídas pelos íons (cátions)
metálicos. No caso das bases iônicas, ocorre uma dissociação, enquanto nos ácidos preferimos chamar de
ionização, uma vez que estes são moleculares.
Exemplos:
Ácidos: São substâncias moleculares ou (entidades iônicas) que em qualquer reação química doam prótons.
Bases: São substâncias moleculares ou (entidades iônicas) que em qualquer reação química recebem prótons.
Exemplos:
Notas:
– No conceito de Bronsted-Lowry, a’ alia-se a força do ácido e da base pela capacidade que a espécie química
tem de transferência de prótons.
– A seta em duplo sentido indica um equilíbrio químico. em que se pode destacar a força do ácido ou da base,
sendo que os pares ácido-base de membros diferentes da equação denominam-se de “conjugados”.
Regra Geral:
“Ácido forte apresenta base conjugada fraca e ácido fraco apresenta base conjugada forte e vice-versa”.
Em 1923. G. N. Lewis propôs novas definições para os termos “ácido” e “base”. Ele definiu um ácido
como uma espécie que aceita um par de elétrons e uma base como urna espécie que doa um par de elétrons.
Todos os ácidos doadores de prótons se enquadram na definição de Lewis porque perdem um próton e o próton
aceita um
par de elétrons.
A definição de Lewis de ácidos é muito mais abrangente que a de Bronsted-Lowry porque não é limitada
a substâncias que doam prótons. De acordo com a definição de Levis, substâncias como cloreto de alumínio
(AlCl3), trifluoreto de boro (BF3) e borano (BH3) são ácidos porque têm orbitais de valência incompletos e
podem aceitar um par de elétrons. Essas substâncias reagem com uma substância que tem pares de elétrons
livres como um próton reage com a amônia, mas elas não são doadoras de prótons. Assim, a definição de Lewis
de ácido inclui todos os ácidos doadores de prótons e alguns ácidos adicionais que não têm prótons. Em todo
este texto, o termo “ácido” é usado para significar ácidos doadores de próton, e o termo ácido de Lewis é
usado para se referir aos ácidos não doadores de prótons como AlCl3 ou BF3. Todas as bases são bases de
Lewis porque têm um par de elétrons que podem compartilhar ou com um átomo como alumínio ou boro ou
com um próton.
– No conceito de Arrenhius, a força de um ácido ou de uma base pode ser avaliada normalmente, pelo seu
grau de dissociação α representado por:
1 a 5% ácido fraco
d d = número de partículas dissociadas
= = 5 a 50% ácido moderado
D D = número de partículas dissolvidas > 50% ácido forte
– No conceito de Bronsted – Lowry, a força de um ácido H – X pode ser calculada pelo seu grau de
equilíbrio, de acordo com a expressão:
Assim:
“Quanto maior o valor de Kb, mais forte será a base”
– Como os valores de Ka e de Kb são muito pequenos (potências negativas de 10), usam-se como
definições:
Logo:
“Quanto menor o valor numérico de pKa, tanto mais forte será o ácido e, quanto menor o valor
numérico de pKb, mais forte será a base”
Exemplos:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
“A estabilidade da espécie X, por dispersão de carga, torna a base de Bronsted-Lowry conjugada mais
fraca, portanto o ácido será mais forte”.
– As moléculas, cujas estruturas de ressonância se apresentam com separação de cargas e têm seus ânions X –
estabilizados com estruturas canônicas de mesma energia, dissociam-se mais facilmente.
Exemplo 3:
– Ácido Fórmico
Exemplo 4:
– Fenol
I I
– O metanóico é mais ácido que o fenol, porque os dois átomos de oxigênio acomodam melhor a carga negativa
que os átomos de carbono do anel benzeno.
De uma maneira geral, temos:
Exemplo 5:
Exemplo 6:
1º Caso:
- O efeito indutivo doador [+Is] dos grupos alquílicos nos álcoois é maior que o do hidrogênio na água, o que
diminui a polaridade da ligação O — H. No fenol, o efeito mesômero retirador [-M] do grupo fenil facilita a
saída do H+ e estabiliza o ânion, dispersando a sua carga. Os ânions R – O– não apresentam dispersão de carga
negativa sobre os carbonos saturados sp3, portanto são bases conjugadas mais fortes.
2º Caso
Hidrocarbonetos:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
– Nos ânions aromáticos, ocorre deslocalização da carga negativa no anel benzeno e quanto maior for o número
de estruturas de ressonância, maior a estabilidade da espécie conjugada X–.
3° Caso:
Ácidos Carboxílicos:
a) Alifáticos:
Exemplo 1:
– O efeito indutivo doador [+ Is] dos grupos alquílicos maiores diminui a polaridade da ligação O – H,
dificultando a saída do próton e, em relação à base conjugada do ânion X–, a disponibilidade eletrônica é
aumentada no átomo de oxigênio o que favorece a recombinação do próton.
Exemplo 2:
– O efeito indutivo retirador [–Is] do cloro atrai os elétrons das ligações do carbono, estendendo-se, até a
carboxila, o que aumenta a polaridade da ligação O – H, portando facilitando a saída do próton. Em relação
à base conjugada X–, sua força será menor, à medida que a disponibilidade dos elétrons for diminuída.
Exemplo 3:
– Um grupo mais fortemente retirador tal como o flúor, tornará ainda, o ácido mais forte.
“Grupos substituintes retiradores [–Is] aumentam a acidez dos ácidos, monocarboxílicos saturados,
enquanto os grupos substituintes doadores [+Is] provocam a diminuição da acidez”
Exemplo 4:
– Nos ácidos di-carboxílicos, cada carboxila compete no efeito retirador para aumentar a acidez, o que se pode
observar, à medida que elas se aproximam como no ácido oxálico.
– Em geral, os ácidos di-carboxílicos alifáticos e saturados são tanto mais fracos, quanto maior for o seu
número de átomos de carbono, embora estas diferenças ‘tendam a desaparecer, quando a distância entre as
carboxilas vai ficando maior. Como nos di-ácidos comuns, normalmente a segunda dissociação é mais fraca
que a primeira.
– Entretanto, a força de um ácido pode variar da primeira para segunda dissociação, quando pontes de
hidrogênio são formadas e estabilizam o ânion intermediário, após a saída do primeiro hidrogênio.
Na 1ª etapa de ionização a base conjugada é mais estável, pois ocorre a formação de ligações de hidrogênio
intramoleculares;
A 2ª etapa de ionização fica dificultada, pois a ponte de hidrogênio intramolecular dificulta a saída do próton
H+;
b) Aromáticos:
– O fenil bem como carbonos insaturados são grupos retiradores e, têm capacidade de atrair os elétrons da
carboxila e estabilizar o ânion por ressonância, para deixar a base conjugada mais fraca. Este efeito pode ser
aumentado ou diminuído pela presença de outros grupos substituintes doadores ou receptores, no anel benzeno.
– O mesmo fato ocorrerá com os fenóis:
Assim:
– Os efeitos dos grupos substituintes em posições orto; meta e para influem também na força ácida de fenóis
e ácidos carboxílicos aromáticos.
– O efeito do substituinte na posição orto é reforçado pelo maior efeito indutivo retirador do nitrogênio, que
provoca mais acidez, porém decresce à medida que se distancia da carboxila. Nas posições orto e para, o efeito
mesômero contribui para o maior número de estruturas de ressonância que na posição meta. Em alguns casos,
corno no ácido salicílico, este efeito é ainda mais pronunciado, pois há possibilidade de. formação de pontes
de hidrogênio.
Exemplo 1:
– O efeito indutivo doador [+Is] cresce do hidrogênio para o maior radical alquílico, aumentando a
disponibilidade dos elétrons do nitrogênio, tomando as aminas primárias alifáticas mais básicas que a amônia.
– Em geral, quanto maior for a cadeia de uma amina primária saturada, maior sua basicidade, embora este
aumento se tome pouco significativo, à medida que o efeito indutivo perde a força.
Exemplo 2:
– Para as aminas ramificadas, os grupos metílicos favorecem o aumento da densidade eletrônica (base de
Lewis), no entanto o efeito estérico dos grupos maiores dificulta a captação do próton (base de Bronsted-
Lowry), tomando as aminas terciárias mais fracas. Este fato, também, pode ser explicado pelo baixo grau de
solvatação do cátion [ R3N --- H2O]+ em água, cujas pontes de hidrogênio provocam a estabilização do cátion.
Nota:
– Em solventes não aquosos, tais como clorobenzeno, DMSO. a ordem de basicidade crescente é estabelecida.
– Mesmo que o carbono seja um átomo menos eletronegativo do que o cloro para atrair elétrons do nitrogênio,b
grupo vinila é um forte retirador por efeito mesômero [–M], deslocando os elétrons π; enquanto o cloro atrai
elétrons por efeito indutivo [–Is] e o grupo etil repele por efeito indutivo [+Is].
– A mesma situação ocorre com as amidas, o que as toma menos básicas que as aminas com mesmo número
de átomos de carbono.
Aminas Aromáticas:
– O grupo fenila assim como a ligação dupla ou a carbonila, atraem elétrons do nitrogênio da amina, tomando-
a menos básica. A introdução de grupos substituintes no anel aumenta ou diminui a basicidade da amina,
conforme os efeitos indutivo, mesomérico ou estérico.
02. Para cada uma das substâncias seguintes, indique qual é o ácido mais forte:
a. CH3OCH2CH2OH ou CH3CH2CH2CH2OH
+ +
b. CH3CH2 CH2 N H3 ou CH3CH2 CH2 OH 2
c. CH3OCH2CH2CH2OH ou CH3CH2OCH2CH2OH
d.
04. Para cada uma das substâncias a seguir, indique qual é a base mais forte:
a. c.
b. d.
O O
CH3CCH2CH2O- ou CH3CH2CCH2O-
05. a. Quais dos íons haleto (F–, Cl–, Br– e I–) é a base mais forte?
b. Qual é a base mais fraca?
06. Coloque os compostos de cada item em ordem crescente de acidez. Justifique cada caso.
a) I) II) III)
NO2
Me
COOH COOH COOH
NO2
OH OH OH
O Me NO2 NO2
07. Coloque os compostos de cada item em ordem crescente de basicidade. Justifique cada caso.
NH2 NH2 NH2
a) I) II) III)
O CH3 NO2
NH2 NH2 NH2
O CH3
b) I) II) III)
O CH3
O CH3
08. (Cesgranrio)
De acordo com a teoria Ácido - base de Bronsted Lowry, "ácido é toda substância capaz de ceder prótons (H®)". Assim,
na série de compostos orgânicos acima, a sequência correta em ordem decrescente de acidez é:
a) I > II > III > IV b) II > I > IV> III c) III > IV > I > II
d) IV > III > I > II e) IV > III > II > I
I. CH3COOH.
II. CH3CH2COOH.
Sobre essa molécula, atribua V (verdadeiro) ou F
III. CH2ClCH2COOH.
(falso) às afirmativas a seguir.
IV. CHCl2CH2COOH.
( ) A molécula apresenta estrutura alicíclica
V. CCl3CH2COOH.
insaturada.
( ) Apresenta 2 carbonos primários, 7 carbonos Assinale a opção que contém a sequência
secundários e 1 carbono terciário. CORRETA para a ordem crescente de caráter
( ) É uma estrutura com grupos funcionais ácido:
compostos. a) I < II < III < IV < V.
( ) O grupo funcional hidroxila é caracterizado b) II < I < III < IV < V.
como álcool. c) II < I < V < IV < III.
( ) Segundo o conceito ácido-base de Arrhenius, d) III < IV < V < II < I.
essa molécula apresenta caráter básico. e) V < IV < III < II < I.
I – Cl3C-CO2H
II – CH3-CO2H
III – CH3-CH2-CH2-CO2H
IV – HCO2H
A opção que representa corretamente a ordem
crescente de acidez é:
a) I, III, IV, II.
b) I, IV, II. III.
c) III, II, IV, I.
d) III, I, II, IV.
8. (Uerj) Uma indústria química tem como despejo e) IV, II, III, I.
industrial as substância abaixo numeradas:
11. (Ufes) Um ácido carboxílico será tanto mais
I) CH3-COOH forte, quanto mais estável for sua base conjugada
(carboxilato). A base conjugada é normalmente
II) CH3-CH2-OH estabilizada pela presença de grupos retiradores
III) CH3-CH2 – NH2 de elétrons adjacentes à carbonila, que tendem a
reduzir, por efeito indutivo, a densidade de carga
IV) CH3-CONH2 sobre o grupo carboxilato. Baseado nessas
Para processar um tratamento adequado a este afirmações, assinale a alternativa que apresenta o
despejo, a fim de evitar uma agressão ao meio ácido mais forte:
ambiente, foram necessários vários tipos de
tratamento. A primeira substância tratada foi a de a) CH3COOH
caráter básico mais acentuado, que corresponde à b) ClCH2COOH
de número:
a) I c) ClCH2CH2COOH
b) II d) Cl2CHCOOH
c) III
d) IV e) HCOOH
I. C2H6O
II. C2H4O2
III. CH2O
A respeito dessa tabela, são feitas as seguintes IV. C6H6O
afirmações.
I - O ácido propanóico é um sólido à temperatura V. C6H12O6
ambiente. as duas que originam soluções com pH < 7,
quando dissolvidas na água, são:
Dos ácidos a seguir, o que apresenta mais [Falsa] A hidroxila ligada diretamente ao anel
acentuado caráter ácido, isto é, mais forte, é o: aromático caracteriza um fenol.
a) benzóico.
b) propanóico. [Falsa] O conceito de Arrhenius é valido somente
c) ’ cloro butanóico. em meio aquoso, pois a base segundo esse
d) monocloro acético. cientista libera o íon OH-, nesse caso o oxigênio
e) – iodo pentanóico. desse composto é estabilizado pela ressonância
do anel aromático, o que facilita somente a
25. (Unirio) O vinagre é uma mistura de vários liberação do íon H+, o que caracterizaria como um
ingredientes, sendo o ácido etanóico o principal composto ácido.
componente. A única substância que tem um
caráter ácido maior do que o ácido etanóico é: Resposta da questão 2:
Fórmula estrutural do 2,4,6-trinitrofenol