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Ciências da Natureza
Curso de R EDAÇÃO e,
mensalmente, aulas de
Matemática
ATUALIDAD ES
até a data da prova.
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
teoria e
exercícios
NV-LV007-21-ENEM-2021
Cód.: 7908428800369
Obra Produção Editorial
Arthur de Carvalho
Karolaine Assis
Áreas
Análise de Conteúdo
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Ana Beatriz Mamede
Língua Portuguesa – Professoras Ana Cátia Collares, Giselli
Neves, Isabella Ramiro e Monalisa Costa Revisão de Conteúdo
Dayverson Ramon
Filosofia – Professor Jean Talvani
Higor Moreira
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Lucas Gomes
Willian Lopes
Física – Professores Fernando Bertolaccini, Jean Pegoraro e
Ygor Lacerda
Ilustração
Química – Professoras Carolina Sobral e Monique Gonçalves
Joel Ferreira dos Santos
Biologia – Professora Bianca Capizzani
Data da Publicação
Abril/2021
• Redação
à Expectativas da banca
à Critérios de Correção - Competências 1 e 2
à Critérios de Correção - Competência 3
à Critérios de Correção - Competências 4 e 5
à O que pode zerar a redação?
à Análise de uma redação nota 1.000
• Atualidades
à As aulas serão disponibilizadas mensalmente, até o dia da prova, para man-
ter você constantemente atualizado.
Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.
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acesso ao conteúdo on-line.
O Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM é a porta de entrada para a Educação Supe-
-
zou o Ensino Médio e deseja concluir essa etapa dos estudos.
São inúmeras as oportunidades e benefícios ao realizar a prova. Você pode participar
dos programas governamentais de ingresso em diversas instituições de ensino supe-
rior do país, por meio do , destinado a ocupação
das vagas em universidades públicas usando a sua nota média do ENEM. Ou por meio
do ProUni – Programa Universidade Para Todos, que oferece bolsas de estudo parciais
e integrais em universidades privadas. Você ainda pode escolher o FIES – Financia-
mento Estudantil
quitação para até 18 meses depois de formado.
Além disso, também
você também pode avaliar o seu desempenho, seu desenvolvimento
possibilita
. ~ .
pessoal e suas aptidões para a inserção no mercado de trabalho. Fique ligado! Você
Treinar uma leitura atenta e rápida de questões é uma excelente estratégia para
não perder tempo de prova. No ENEM, você precisa se preocupar em interpretar o
texto e retirar dele o máximo de informações que puder em uma única leitura,
Uma boa preparação começa quando você conhece seus objetivos e o que
espera do exame. Se você deseja utilizar sua média no ENEM para ingressar
-
car quais são as suas vantagens e desvantagens auxilia a direção do seu
planejamento de estudos.
Ahhh! E o mais importante! Escolher um bom material para se apoiar.
1
Planeje um cronograma e suas metas diárias
2
Realize pequenas pausas entre as atividades
3
Conheça suas limitações
4
Avalie o que toma o seu tempo e evite
Matthew
last seen today at 13:25
distrações
5:20 PM
5
5:18 PM
5:20 PM
5:18 PM
5:22 PM
5:18 PM
5:20 PM
CHECKLIST
Você pode destacar essa página para deixá-la visível em um
painel de estudos.
LÍNGUA PORTUGUESA..................................................................................................................29
USO DA LINGUAGEM.......................................................................................................................................................................29
NORMA CULTA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.............................................................................................................................................29
FUNÇÕES DA LINGUAGEM............................................................................................................................................................................30
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO.........................................................................................................................................................................33
MORFOLOGIA......................................................................................................................................................................................34
ESTRUTURA DAS PALAVRAS.......................................................................................................................................................................34
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO........................................................................................................................................................................36
NUMERAIS...........................................................................................................................................................................................................38
SUBSTANTIVOS..................................................................................................................................................................................................39
ADJETIVOS...........................................................................................................................................................................................................40
ADVÉRBIOS.........................................................................................................................................................................................................42
PRONOMES..........................................................................................................................................................................................................44
VERBOS.................................................................................................................................................................................................................47
PREPOSIÇÕES.....................................................................................................................................................................................................51
CONJUNÇÕES.....................................................................................................................................................................................................52
INTERJEIÇÕES...................................................................................................................................................................................................53
SINTAXE................................................................................................................................................................................................54
FRASE....................................................................................................................................................................................................................54
ORAÇÃO.................................................................................................................................................................................................................54
PERÍODO...............................................................................................................................................................................................................54
SUJEITO................................................................................................................................................................................................................54
PREDICADO.........................................................................................................................................................................................................55
PERÍODO COMPOSTO......................................................................................................................................................................................59
REGÊNCIA............................................................................................................................................................................................................63
CONCORDÂNCIA ...............................................................................................................................................................................................64
PLURAL DE COMPOSTOS..............................................................................................................................................................................68
FUNÇÕES DO “SE”.............................................................................................................................................................................................69
FUNÇÕES DO “QUE”..........................................................................................................................................................................................70
COERÊNCIA..........................................................................................................................................................................................................71
ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA E LEITURA DE TEXTOS GERADOS NAS DIFERENTES ESFERAS SOCIAIS:
PÚBLICAS E PRIVADAS..................................................................................................................................................................................78
NOTÍCIA.................................................................................................................................................................................................................80
REPORTAGEM.....................................................................................................................................................................................................80
ARTIGO DE OPINIÃO..........................................................................................................................................................................................81
EDITORIAL............................................................................................................................................................................................................82
CRÔNICA...............................................................................................................................................................................................................82
GÊNEROS DIGITAIS..........................................................................................................................................................................85
O QUE SÃO OS GÊNEROS DIGITAIS?.........................................................................................................................................................85
LITERATURA........................................................................................................................................................................................87
PRODUÇÃO LITERÁRIA E PROCESSO SOCIAL......................................................................................................................................87
PROCESSOS DE FORMAÇÃO LITERÁRIA E DE FORMAÇÃO NACIONAL.....................................................................................88
LÍNGUA ESPANHOLA......................................................................................................................99
POR QUE ESTUDAR LÍNGUA ESPANHOLA?.........................................................................................................................99
ESTRUTURA DAS QUESTÕES ......................................................................................................................................................................99
LÍNGUA INGLESA...........................................................................................................................107
POR QUE ESTUDAR LÍNGUA INGLESA?................................................................................................................................107
ESTRUTURA DAS QUESTÕES .....................................................................................................................................................................107
TEMPOS VERBAIS............................................................................................................................................................................................114
HISTÓRIA....................................................................................................................... 131
DIVERSIDADE CULTURAL, CONFLITOS E VIDA EM SOCIEDADE................................................................................131
CULTURA MATERIAL E IMATERIAL...........................................................................................................................................................131
A CONQUISTA DA AMÉRICA........................................................................................................................................................................132
AS REGIÕES BRASILEIRAS..........................................................................................................................................................................139
POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MIGRAÇÃO, IMIGRAÇÃO E EMIGRAÇÃO NO BRASIL NOS SÉCULOS XIX E XX......... 142
A ATUAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS E OS GRANDES PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS DO SÉCULO XX................... 142
A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS, POLÍTICOS
E SOCIAIS........................................................................................................................................................................................................... 149
VIDA URBANA: REDES E HIERARQUIA NAS CIDADES, POBREZA E SEGREGAÇÃO ESPACIAL...................................... 151
ESTRUTURAS PRODUTIVAS........................................................................................................................................................152
DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO............................................................................................................152
REPRESENTAÇÃO ESPACIAL....................................................................................................................................................177
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS...................................................................................................................................................................177
SOCIOLOGIA..................................................................................................................................... 181
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA.............................................................................................................................................. 181
CIDADANIA.........................................................................................................................................................................................................181
CAPITALISMO................................................................................................................................................................................................... 182
ECONOMIA E SOCIEDADE............................................................................................................................................................................ 183
MAX WEBER......................................................................................................................................................................................................184
O MUNDO GLOBALIZADO.............................................................................................................................................................................184
FILOSOFIA........................................................................................................................................187
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA.................................................................................................................................................187
ARISTÓTELES E A ESCOLA HELENÍSTICA............................................................................................................................................187
RACIONALISMO MODERNO.........................................................................................................................................................................187
FILOSOFIA MEDIEVAL....................................................................................................................................................................................190
ILUMINISMO........................................................................................................................................................................................................191
FÍSICA.....................................................................................................................................203
INTRODUÇÃO À FÍSICA ...............................................................................................................................................................203
CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS.............................................................................................................................................203
NOTAÇÃO CIENTÍFICA...................................................................................................................................................................................203
ORDEM DE GRANDEZA.................................................................................................................................................................................203
VETORES ...........................................................................................................................................................................................................205
CINEMÁTICA......................................................................................................................................................................................206
O MOVIMENTO, O EQUILÍBRIO E SUAS LEIS FÍSICAS......................................................................................................................207
DINÂMICA.............................................................................................................................................................................................211
LEIS DE NEWTON.............................................................................................................................................................................................211
FORÇAS ESPECIAIS........................................................................................................................................................................................213
CENTRO DE MASSA........................................................................................................................................................................................215
QUANTIDADE DE MOVIMENTO...................................................................................................................................................................216
TEOREMA DO IMPULSO.................................................................................................................................................................................216
TRABALHO E ENERGIA.................................................................................................................................................................218
TRABALHO ........................................................................................................................................................................................................ 218
ENERGIA............................................................................................................................................................................................................. 218
POTÊNCIA........................................................................................................................................................................................................... 218
RENDIMENTO....................................................................................................................................................................................................219
DISSIPAÇÃO DA ENERGIA...........................................................................................................................................................................220
ESTÁTICA.............................................................................................................................................................................................221
TORQUE................................................................................................................................................................................................................221
HIDROSTÁTICA.................................................................................................................................................................................222
PRESSÃO............................................................................................................................................................................................................222
DENSIDADE ......................................................................................................................................................................................................222
PRINCÍPIO DE PASCAL.................................................................................................................................................................................224
ESCALAS TERMOMÉTRICAS......................................................................................................................................................................226
CONDUÇÃO DO CALOR.................................................................................................................................................................................226
CONVECÇÃO......................................................................................................................................................................................................227
IRRADIAÇÃO TÉRMICA..................................................................................................................................................................................228
DILATAÇÃO TÉRMICA....................................................................................................................................................................228
DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS .........................................................................................................................................................................228
TERMODINÂMICA............................................................................................................................................................................232
COMPORTAMENTOS DE GASES IDEAIS (EQUAÇÃO DE CLAPEYRON)......................................................................................232
ÓPTICA E ONDULATÓRIA............................................................................................................................................................239
PERÍODO, FREQUÊNCIA E CICLO.............................................................................................................................................................239
PULSO E ONDAS..............................................................................................................................................................................................243
ONDAS PERIÓDICAS......................................................................................................................................................................................245
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS..................................................................................................................................................................246
ONDAS ELETROMAGNÉTICAS...................................................................................................................................................................253
ESPELHOS.........................................................................................................................................................................................................256
REFRAÇÃO..........................................................................................................................................................................................261
LENTES ..............................................................................................................................................................................................................263
CORRENTE ELÉTRICA...................................................................................................................................................................................268
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO.................................................................................................................................................................268
CONDUTORES E ISOLANTES.....................................................................................................................................................................269
LEI DE JOULE...................................................................................................................................................................................................270
LEI DE COULOMB............................................................................................................................................................................................270
LEI DE GAUSS...................................................................................................................................................................................................272
BLINDAGEM ELETROSTÁTICA...................................................................................................................................................................273
CIRCUITOS..........................................................................................................................................................................................274
RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RESISTIVIDADE........................................................................................................................................274
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES..................................................................................................................................................................275
POTÊNCIA ELÉTRICA.....................................................................................................................................................................................275
CAPACIDADE ELÉTRICA...............................................................................................................................................................................276
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES...............................................................................................................................................................276
GERADORES......................................................................................................................................................................................................277
ASSOCIAÇÃO DE GERADORES..................................................................................................................................................................277
RECEPTORES...................................................................................................................................................................................................277
MAGNETISMO...................................................................................................................................................................................279
IMÃS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS...............................................................................................................................................279
FORÇA MAGNÉTICA.......................................................................................................................................................................................279
CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR CORRENTE ELÉTRICA EM CONDUTORES RETILÍNEOS E ESPIRAIS................. 281
LEI DE AMPÈRE...............................................................................................................................................................................................282
ELETROÍMA........................................................................................................................................................................................................282
LEI DE FARADAY-LENZ...............................................................................................................................................................................284
TRANSFORMADORES................................................................................................................................................................................... 285
QUÍMICA........................................................................................................................................... 289
QUÍMICA GERAL..............................................................................................................................................................................289
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS.................................................................................................................................................................289
QUÍMICA INORGÂNICA................................................................................................................................................................304
ÁGUA...................................................................................................................................................................................................................304
FÍSICO-QUÍMICA..............................................................................................................................................................................306
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA.........................................................................................................................................306
QUÍMICA ORGÂNICA.......................................................................................................................................................................312
COMPOSTO DE CARBONO............................................................................................................................................................................312
QUÍMICA AMBIENTAL....................................................................................................................................................................315
RELAÇÕES DA QUÍMICA COM AS TECNOLOGIAS, SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE.........................................................315
BIOLOGIA...........................................................................................................................................319
CITOLOGIA...........................................................................................................................................................................................319
A UNIDADE DOS SERES VIVOS..................................................................................................................................................................319
OS COMPONENTES CITOPLASMÁTICOS...............................................................................................................................................320
MEMBRANA CELULAR..................................................................................................................................................................................321
NÚCLEO...............................................................................................................................................................................................................321
DIVISÃO CELULAR..........................................................................................................................................................................................322
BIOQUÍMICA.......................................................................................................................................................................................322
COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA DOS ORGANISMOS VIVOS............................................................................................................322
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS....................................................................................................................................................................323
SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS........................................................................................................................................................................323
REGULAÇÃO METABÓLICA.........................................................................................................................................................................326
GENÉTICA...........................................................................................................................................................................................329
CONCEITOS IMPORTANTES........................................................................................................................................................................329
GREGOR MENDEL...........................................................................................................................................................................................329
LEIS DE MENDEL............................................................................................................................................................................................329
PROBABILIDADE GENÉTICA.......................................................................................................................................................................330
HERANÇA SEXUAL.........................................................................................................................................................................................332
MUTAÇÕES GENÉTICAS................................................................................................................................................................................332
ACONSELHAMENTO GENÉTICO................................................................................................................................................................333
ORIGEM DA VIDA.............................................................................................................................................................................333
HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO, DA TERRA E DOS SERES VIVOS.................................................................333
EVOLUÇÃO........................................................................................................................................................................................ 334
CENÁRIO PRÉ EVOLUCIONISTA............................................................................................................................................................... 334
TEORIAS DA EVOLUÇÃO.............................................................................................................................................................................. 334
PROVAS DA EVOLUÇÃO................................................................................................................................................................................335
ESPECIAÇÃO.....................................................................................................................................................................................................335
SELEÇÃO ARTIFICIAL E SEU IMPACTO SOBRE AMBIENTES NATURAIS E SOBRE POPULAÇÕES HUMANAS........336
EVOLUÇÃO HUMANA.....................................................................................................................................................................................336
FUNÇÕES VITAIS DOS SERES VIVOS E SUA RELAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DESSES ORGANISMOS A
DIFERENTES AMBIENTES............................................................................................................................................................................341
EMBRIOLOGIA..................................................................................................................................................................................342
GAMETOGÊNESE............................................................................................................................................................................................ 342
ORGANOGÊNESE........................................................................................................................................................................................... 343
HISTOLOGIA......................................................................................................................................................................................345
ANIMAL .............................................................................................................................................................................................................345
TECIDO EPITELIAL.........................................................................................................................................................................................345
TECIDO CONJUNTIVO....................................................................................................................................................................................347
TECIDO MUSCULAR........................................................................................................................................................................................347
TECIDO NERVOSO..........................................................................................................................................................................................348
VEGETAL.............................................................................................................................................................................................................349
SISTEMA DIGESTÓRIO....................................................................................................................................................................................351
SISTEMA REPRODUTOR...............................................................................................................................................................................353
SISTEMA NERVOSO........................................................................................................................................................................................356
IMUNOLOGIA.....................................................................................................................................................................................359
IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA....................................................................................................................................360
VACINA E SORO...............................................................................................................................................................................................360
TRANSPLANTES ............................................................................................................................................................................................360
DOENÇAS AUTOIMUNES..............................................................................................................................................................................360
BIOTECNOLOGIA..............................................................................................................................................................................360
CÉLULAS TRONCO...........................................................................................................................................................................................361
CLONAGEM.........................................................................................................................................................................................................361
TRANSGÊNICOS...............................................................................................................................................................................................362
DNA RECOMBINANTE...................................................................................................................................................................................362
TERAPIA GÊNICA.............................................................................................................................................................................................363
BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE..............................................................................................................................................364
CADEIA ALIMENTAR......................................................................................................................................................................................365
TEIA ALIMENTAR............................................................................................................................................................................................366
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: ÁGUA, OXIGÊNIO, CARBONO E NITROGÊNIO................................................................................367
BIODIVERSIDADE............................................................................................................................................................................................369
SUCESSÃO ECOLÓGICA................................................................................................................................................................................369
DINÂMICA DE POPULAÇÕES......................................................................................................................................................................369
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE.....................................................................................................................................................371
PROBLEMAS AMBIENTAIS..........................................................................................................................................................................372
CONSEQUÊNCIAS DA EROSÃO.................................................................................................................................................................373
VERMINOSES ...................................................................................................................................................................................................374
MATEMÁTICA................................................................................................................................ 389
CONHECIMENTOS NUMÉRICOS ..............................................................................................................................................389
NÚMEROS NATURAIS....................................................................................................................................................................................389
NÚMEROS INTEIROS.....................................................................................................................................................................................389
NÚMEROS REAIS............................................................................................................................................................................................392
DESIGUALDADES............................................................................................................................................................................................392
DIVISIBILIDADE................................................................................................................................................................................................392
FATORAÇÃO, RAZÕES E PROPORÇÕES.................................................................................................................................................393
PORCENTAGEM E JUROS............................................................................................................................................................................396
SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES...............................................................................................................................................................399
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM........................................................................................................................................................................401
BINÔMIO DE NEWTON.................................................................................................................................................................................404
CONHECIMENTOS GEOMÉTRICOS.........................................................................................................................................405
CARACTERÍSTICAS DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS PLANAS E ESPACIAIS............................................................................ 405
CIRCUNFERÊNCIAS........................................................................................................................................................................................ 415
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS.............................................................................................................................................423
GRÁFICOS E FUNÇÕES................................................................................................................................................................................ 423
FUNÇÕES RACIONAIS...................................................................................................................................................................................429
FUNÇÕES EXPONENCIAIS...........................................................................................................................................................................429
FUNÇÕES LOGARÍTMICAS..........................................................................................................................................................................430
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES.......................................................................................................................................................................430
RETAS..................................................................................................................................................................................................................439
CIRCUNFERÊNCIAS.......................................................................................................................................................................................442
HORA DE PRATICAR!...................................................................................................................449
REDAÇÃO......................................................................................................................................... 459
REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA...............................................................................461
DESENVOLVENDO A REDAÇÃO.......................................................................................................466
LÍNGUA PORTUGUESA
existem alguns tipos de variação linguística, dentre
elas, as mais comuns em provas de concurso são:
Sinédoque
Ex.: “Se lembra quando a gente chegou um dia a nificado das palavras para que sua interpretação
acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o seja completa.
pra sempre sempre acaba” (Cássia Eller).
“Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves). Significado das palavras
Eufemismo
Quando escolhemos determinadas palavras ou
expressões dentro de um conjunto de possibilidades
Consiste no emprego de uma palavra ou expressão
que serve para amenizar/ suavizar uma informação de uso, estamos levando em conta o contexto que
desagradável ou fatídica. É um recurso essencial para influencia e permite o estabelecimento de diferentes
validar a polidez nas relações sociais. relações de sentido. Essas relações podem se dar por
Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de beleza. meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
[feia] mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. 33
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Se liga!
Radical e morfema lexical
Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
sões de um idioma.
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões Como já percebemos, as palavras são formadas
que cada falante seleciona do léxico para se por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar
comunicar. novos sentidos em contextos diversos. Os morfemas
são as menores unidades gramaticais com sentido da
língua. Para identifica-los é preciso notar que uma
Conotação palavra é formada por pequenas estruturas. Para isso,
podemos imaginar que uma palavra é uma peça de
O sentido conotativo compreende o significado um quebra-cabeça em que podemos juntar outra peça
figurado e depende do contexto em que está inserido. para formar uma estrutura maior, porém, se você já
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos montou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não
dos quais a língua dispõe para expressar diferen- podemos unir as peças arbitrariamente, é preciso bus-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e car aquelas que encaixam.
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase Assim, como falantes da língua, reconhecemos
à expressividade da mensagem de maneira que ela essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois,
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações a todo momento estamos aptos a criar novas pala-
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe- vras a partir das regras que o sistema linguístico nos
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios oferece.
publicitários e outros. Fato é que se tornou comum, sobretudo nas redes
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir de
Você mora no meu coração. “peças” existentes na língua, algumas misturando ter-
mos de outras línguas com morfemas da língua por-
Denotação tuguesa para a formação de novas palavras, como:
blogueiro (blogger), deletar (delete); já algumas pala-
O sentido denotativo da linguagem compreende vras ganham novos morfemas e, consequentemente,
o significado literal da palavra, independente do seu novas acepções nas redes socias como, por exemplo,
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que
objetivo e literal associado ao significado que aparece buscam receber elogios nesse ambiente.
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar As peças do quebra-cabeças que formam as pala-
ênfase à informação que se quer passar para o recep- vras da língua portuguesa possuem os seguintes
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por nomes:
isso, é muito utilizada em textos informativos, como
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- Radical, desinência, vogal temática, afixos,
ticos, entre outros. consoantes e vogais de ligação.
Exs.:
O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas) O radical, também chamado de semantema, é o
O coração é um músculo que bombeia sangue para núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
o corpo. (coração: parte do corpo). se anexam os demais morfemas, criando as palavras
Veremos agora o estudo da Morfologia. derivadas. Devido a essa importante característica, o
radical é também conhecido como morfema lexical,
pois se trata da significação própria dos vocábulos,
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti-
MORFOLOGIA do propriamente dito.
Alguns exemplos de radicais:
A Morfologia, dentro da Linguística, é o estudo da
estrutura, formação e classificação das palavras, ana- Exs.: pastel – pastelaria – pasteleiro;
lisando-as de forma individual, sem olhar para sua pedra – pedreiro - pedregulho;
atuação dentro de uma oração ou período. Terra – aterrado – enterrado - terreiro.
No dia a dia, usamos unidades comunicativas
para estabelecer diálogos e contatos, formando enun-
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de Se liga!
palavras. Elas surgem da necessidade de comunica-
ção e os processos de formação para sua construção Palavras da mesma família etimológica, ou seja,
são conhecidos da nossa competência linguística, pois que apresentam o mesmo radical e guardam o
como falantes da língua, ainda que não saibamos o mesmo valor semântico no radical são conheci-
significado de antever, podemos inferir que esse ter- das como cognatas.
mo tem relação com o ato de ver antecipadamente,
dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na forma- Afixos ou morfemas derivacionais
ção de novas palavras é essencial para o estudante da
língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha
pelo nosso cérebro, que identifica os prefixos, sufixos outras formas e sentidos pelos morfemas derivacio-
e palavras novas que podem ser criadas a partir da nais, que são assim chamados pois auxiliam no pro-
estrutura da língua, não é à toa que, muitas vezes, cesso de criação de palavras a partir da derivação, ou
somos surpreendidos com o uso inédito de algum seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos
34 termo. vocábulos.
Vale notar que algumas bancas denominam os afi- Pater Pai Paterno
xos de infixos.
Pade Pé Pedestre
São morfemas derivacionais os afixos, estruturas
morfológicas que se anexam ao radical das palavras e Puer Criança Pueril
auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Quadri Quatro Quadrilátero
Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias:
Silvi Floresta Silvícola
z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante- Taur (i) Touro Taurino
rior do radical. Uxor Esposa Uxoricida
Vermi Verme Vermífugo
Exs.:
In: infeliz. Voro Que come Carnívoro
Anti: antipatia
Pós: posterior Desinências ou morfemas flexionais
Bi: bisavô
Contra: contradizer Os morfemas flexionais, mais conhecidos como
desinências, são os mais estudados na língua portu-
z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste- guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
rior do radical. estruturas no singular e no plural, os verbos em tem-
pos e conjugações e as relações de gênero em femini-
Exs.:
no e masculino.
mente: Felizmente.
Para facilitar a compreensão podemos dividir os
dada: Lealdade
morfemas flexionais em:
eiro: Blogueiro
ista: Dentista
gudo: Narigudo z Aditivos: Adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro-
fessor/professora; livro/livros.
É importante destacar que essa pequena amostra, � Subtrativos: Elimina-se um elemento do morfema
listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue- lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã.
sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que
você tenha consciência do quão rico é o processo de z Nulos: Quando a ausência de uma letra indica
formação de palavras por afixos. uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos é mar-
Além disso, não é interessante que você decore esses cado por essa ausência, como em: mesa (0)1 /mesas
morfemas derivacionais, mas que você compreenda
o valor semântico que cada um deles estabelece na Não confunda:
língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados, Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
comumente, para criar uma relação com o ambiente Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro, Morfema lexical: radical.
blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Morfema gramatical: significado interno à estrutu-
Os sufixos costumam mudar mais a classes das
ra gramatical, como artigos, preposições, conjunções
palavras, já os prefixos modificam mais o sentido dos
etc.
vocábulos.
Para um melhor entendimento sobre a estrutura
das palavras, veja a seguir uma tabela com alguns Vogais temáticas
radicais e prefixos de origem latina que compõem as
palavras da Língua Portuguesa para você conferir: A vogal temática liga o radical a uma desinência,
que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver-
RADICAL SENTIDO EXEMPLO bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
radical para a união de outras desinências.
Agri Campo Agricultor
Arbori Árvore Arborizar Ex.: Amar e Amor.
Beli Guerra Beligerante
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju-
Cruci Cruz Crucificar
gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou
Cultura Cultivar Apicultura 3º conjugação:
LÍNGUA PORTUGUESA
Que contém ou
Fero Mamífero
produz Exs.:
Frater Irmão Fraterno Amar – 1º conjugação;
Comer – 2º conjugação;
Fugo Que foge Centrífugo
Partir – 3º conjugação.
Herbi Erva Herbicida
Loco Lugar Localizar É importante não se confundir: a vogal temática
Mater Mãe Materno não existe em palavras que apresentam flexão de
gênero. Logo, as palavras gato/gato, possuem uma
Morti Morte Mortífero
desinência e não uma vogal temática!
1 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas, sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 35
Caso a dúvida persista faça esse exercício: Igreja PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
(essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis-
te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá As palavras formadas por processos de derivação
ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s. são classificadas a partir de seis categorias:
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas
não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó. z Prefixal ou prefixação;
z Sufixal ou sufixação;
Tema z Prefixal e sufixal;
z Parassintética ou parassíntese;
O tema é a união do radical com a vogal temática! z Regressiva;
z Imprópria ou conversão.
A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada
apresentar vogal temática, dessa forma, as palavras
que não apresentem vogal temática também não irão uma dessas classes e identificar as peculiaridades de
possuir tema. cada uma delas.
Derivação imprópria
RADICAIS E PREFIXO LATINOS
A derivação imprópria, a partir de seu processo de
Radical/Prefixo Sentido Exemplo
formação de palavras, provoca a conversão de uma
classe gramatical, que pode passar de verbo a subs- Arbori Árvore Arborizar
tantivo, por exemplo.
Beli Guerra Belicoso
A seguir apresentamos alguns processos de con-
versão das palavras por derivação imprópria: Cida Que mata Homicida
Veja a seguir uma lista de palavras compostas: Os artigos devem concordar em gênero e número
com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
Amor-perfeito; minantes dos substantivos.
Arco-íris; Essa classe está dividida em artigos definidos e arti-
Beija-flor; gos indefinidos: os primeiros funcionam como deter-
Bem-me-quer; minantes objetivos, individualizando a palavra, já os
segundos funcionam como determinantes imprecisos.
Cachorro-quente;
Cavalo-marinho;
z Artigos definidos: o, os; a, as.
Couve-flor;
Guarda-roupa; z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
Guarda-chuva;
Peixe-espada; Os artigos podem ser combinados às preposições:
Roda-viva; são as chamadas contrações. Algumas contrações
Passatempo; comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a =
à; de + a = da.
Pontapé;
Toda palavra determinada por um artigo torna-se
Vaivém;
um substantivo! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
Varapau;
Segunda-feira;
Arco-íris; NUMERAIS
Decreto-lei;
Ano-luz; Palavra que se relaciona diretamente ao substanti-
Fim de semana; vo, inferindo ideia de quantidade ou posição.
Dia a dia; Os numerais podem ser:
Sala de jantar;
Cão de guarda; z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois
Cor de vinho; potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
Café com leite. meninos eram bons em português.
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che-
de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar.
que detêm a raiz com sentido lexical independente.
São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc. z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
A partir das palavras primitivas, o falante pode nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no
novo emprego.
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala-
vras derivadas, assim chamadas, pois derivam de um z Fracionários: indicam a diminuição proporcio-
dos seis processos derivacionais. nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu
metade do pagamento.
z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.
Um: numeral ou um artigo?
Veja a seguir uma tabela com as palavras primiti-
vas e a derivadas: A forma um pode assumir na língua a função de
artigo indefinido ou de numeral cardinal, então, como
PALAVRA PRIMITIVA PALAVRA DERIVADA podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso, vejamos:
Floração, flora, floral,
floreado, floreio, flóreo, z Durante a votação, houve um deputado que se
Flor florescente, floriano, flo- posicionou contra o projeto.
ricultura, florido, florista,
florzinha z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
cionou contra o projeto.
Papel Papelada, papelão, pape-
laria, papeleiro, papelinho, Na primeira frase, podemos substituir o termo um
papiro por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
Pedra Pedreira, pedreiro, pedre- o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
gulho, pedraria, pedrinha,
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
38 pedrisco por exemplo.
Já na segunda oração, a alteração do gênero não O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se comum).
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
deputado, marcando a quantidade. Flexão de gênero
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o Os gêneros do substantivo são masculinos e femi-
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma
Sobre o numeral milhão/milhares, é importante para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni-
destacar que sua forma é masculina, logo, o artigo que formes. Os substantivos uniformes podem ser:
precede será sempre no masculino
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma-
z Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje. nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente
z Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje. / a cliente; o líder / a líder.
z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-
sentam distinção entre masculino e feminino, a
Se liga!
diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
A forma 14 por extenso apresenta duas for- ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça
mas aceitas pela norma gramatical: catorze e macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
quatorze. girafa macho / girafa fêmea.
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne-
SUBSTANTIVOS
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
característica básica dessa classe é admitir um deter-
Os substantivos biformes, como o nome indi-
minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
ca, designam os substantivos que apresentam duas
nam-se em gênero, número e grau. formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
professor/professora.
Tipos de substantivos Destacamos que alguns substantivos, apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for-
A classificação dos substantivos admite nove tipos mas diferentes no masculino e no feminino:
diferentes de substantivos. São eles:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
z Simples: Formados a partir de um único radical.
Ex.: vento, escola. Outros substantivos modificam o radical para
z Composto: Formados pelo processo de justaposi- designar formas diferentes no masculino e no femini-
ção. Ex.: couve-flor, aguardente. no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de
te americano (não é subjetivo; posicionado após o outras palavras e, a partir deles, é possível formar
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Derivados: são formados a partir dos adjetivos
roteiro carnavalesco. primitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo
etc.
Variação de grau
z Simples: Os adjetivos simples apresentam um
O adjetivo pode variar em dois graus: Compara- único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.
tivo ou Superlativo. Cada um deles apresenta suas
z Compostos: são formados a partir da união de
respectivas categorias.
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
z Grau comparativo: exprime a característica de sileiro, amarelo-ouro etc.
um ser, comparando-o com outro da mesma classe
nos seguintes sentidos:
Se liga!
Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão O plural dos adjetivos simples é realizado da
quanto;
mesma forma que o plural dos substantivos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos pátrios
Os adjetivos pátrios também são conhecidos como gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade dos
seres.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo
-eiro, costumeiramente usado para designar profissões.
O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializavam o pau-brasil, esse
ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
Em alguns casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista exaustiva com as funções dos
advérbios, porém, decorar as tais funções, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução
de questões do ENEM.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas por um advérbio e, a partir
delas, consiga interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).
Locuções adverbiais
As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo. Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura agramatical, por isso,
inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica
Se liga!
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
42 modo ou causa.Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
Muito Mais - -
Pouco menos - -
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
Advérbios e adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural, caso a
palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio.
Palavras denotativas
São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. 43
Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de posse, indefinição,
quantidade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpreta-
ção textual, pois colaboram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar
a organização textual, contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso; algumas informações relevantes sobre esses pronomes
são:
Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. Já os prono-
mes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi com o namorado;
Maura saiu comigo.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões.
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por prepo-
sição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos, além disso, é importante saber
que eu e tu não podem ser regidos por preposição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós podem ser retos
ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados com força e precedidos de preposição. Costumam ter função
de complemento:
Importante lembrar que não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como
em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como
complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”. Ex.: Encontrei
todos eles na festa; Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos. Ex.:
Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
44 mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a As palavras certo e bastante serão pronomes
Constituição. indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer-
a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o
Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje modelo de carro certo (adjetivo).
à noite. A palavra bastante é, geralmente, confundida com
advérbio ou adjetivo, por isso fique atento:
Como mencionamos anteriormente, os pronomes
de tratamento estabelecem uma hierarquia social na
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode-
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.
instituídos pelos falantes. z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes
ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não
de tratamento só devem ser utilizados em contextos
foram bastantes para a festa.
cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen-
te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro cos aumentaram os juros”
relacionando alguns pronomes de tratamento com as
funções sociais que designam:
Pronomes demonstrativos
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
ques e seus respectivos femininos. Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
apontam elementos a que se referem as pessoas do
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais.
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
e das Forças Armadas membros do alto escalão.
textual.
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
respectivos femininos.
z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes.
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.
cerimonioso a comerciantes importantes.
z Vossa Santidade (V. S.): Papa. z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
Bispos. Usamos este, esta, isto para indicar:
É importante mencionar que o quadro faz referên- z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig- dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é
nações sociais conforme indica o Manual de Redação minha; Entreguei-lhe isto como prova.
oficial da Presidência da República, portanto, essas
designações devem ser seguidas com atenção, quando z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
o gênero textual abordado for um gênero oficial. começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- prestação da casa.
mento, é importante destacar:
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. e Carla no shopping, esta procurava um presente
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o mo mencionado).
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V. Emas.
O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
Usamos esse, essa, isso para indicar:
tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
da República nunca deve ser abreviado.
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes indefinidos
combinou muito com você.
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
Não me fale mais nisso; A população não confia
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
nesses políticos.
variar e podem ser invariáveis, vejamos:
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan- Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas; falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes-
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc. sa sua expressão. 45
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
para indicar posse e aparecer relacionando dois
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- termos que devem ser um possuidor e uma coisa
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete, possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua
quem é aquele ali perto da porta? portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
suidor) a matéria (coisa possuída).
z Referência a um tempo muito remoto, um passado
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles! ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não cujo: Cujo o, cuja a
conheço aquela mulher. Não podemos substituir cujo por outro pronome
z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro relativo;
termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan- O pronome relativo cujo pode ser preposiciona-
char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá, do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per-
aquela, refrigerante.
gunta: “de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo dire-
tor ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o
rapaz cujas pernas você se referiu (pernas de quem?
Se liga! Do rapaz.)
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
ção demonstrativa referencial, veja: z Emprego do pronome relativo onde: empregado
para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade
O candidato fez a prova, porém o mesmo esque-
onde meu pai nasceu.
ceu de preencher o gabarito. Errado. Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin-
O candidato fez a prova, porém esqueceu de do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for.
preencher o gabarito. Correto. O relativo onde pode ser empregado sem antece-
dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
Casos que atraem o pronome para mesóclise: z Presente: pode expressar não apenas um fato
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que atual, como também uma ação habitual. Ex.:
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum Estudo todos os dias no mesmo horário.
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- Uma ação passada.
jos agora...” Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura.
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
Casos que atraem o pronome para ênclise: z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado.
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode
to honrada com esse título. indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por Ex.: Estudava todos os dias.
favor. Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou-
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans-
quanto sou importante. bordara da banheira.
z Futuro do presente: indica um fato que deve ser
Casos proibidos:
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda-
Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
rei bastante ano que vem.
Dá-me esse caderno! (certo).
Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou
LÍNGUA PORTUGUESA
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen- O verbo haver com sentido de existir ou marcando
tam uma forma específica de irregularidade, que oca- tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui
classificados como anômalos. aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impes-
z Abundantes: são formas verbais abundantes os soais, quando designam fenômeno climático ou tempo.
verbos que apresentam mais de uma forma de Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos.
particípio aceitas pela norma culta gramatical. O verbo ser para indicar hora, distância ou data
Geralmente, apresentam uma forma de particípio concorda com esses elementos.
regular e outra irregular; falaremos disso poste- O verbo fazer também poderá ser impessoal,
riormente, quando trataremos das formas nomi- quando indicar tempo decorrido ou tempo climáti-
nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes: co. Ex.: Faz anos que estudo para concursos; Aqui faz
muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin-
PARTICÍPIO PARTICÍPIO taticamente, classificamos como sujeito inexistente.
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver- xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. cidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo cipais características são: sujeito recebe e pratica
tempo, porém percebemos que há uma ação com- a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto
partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar
se olharam antes do julgamento.
explícito ou implícito. Ex.: Ele se via no espelho /
Deu-se um presente de aniversário.
A voz passiva é realizada a partir da troca de
funções entre sujeito e objeto da voz ativa, falamos z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será
melhor desse processo no capítulo funções do SE em parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
verbos transitivos direto. nhando-o em todas as suas flexões. Quando o SE
Só podemos transformar uma frase da voz ativa exerce essa função, jamais terá uma função sin-
para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar
transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da
50 com a presença do objeto direto. mãe, quando olhou a filha.
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE PRESENTE - INDICATIVO
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
no sentido e na compreensão global do texto. A Eu Adiro
partícula de realce não exerce função sintática, Tu Aderes
pois é desnecessária. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se
os dedos. Ele/Você Adere
Eu Crio PREPOSIÇÕES
Tu Crias
Conceito
Ele/Você Cria
São palavras invariáveis que ligam orações ou
Nós Criamos
outras palavras. As preposições apresentam funções
Vós Criais importantes, tanto no aspecto semântico, quanto no
aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Eles/Vocês criam
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
sem a presença da preposição, modificando a transiti-
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
mente, são irregulares e apresentam alguma modi- sentido de palavras deverbais2.
ficação no radical ou nas desinências. Assim como o As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
verbo passear, são derivados dessa terminação os com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
verbos: te, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
chamadas, pois pertencem a outras classes grama-
PRESENTE - INDICATIVO
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre-
Eu Passeio posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
Tu Passeias
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
Ele/Você Passeia (quando equivaler a “por causa de”).
Nós Passeamos
Locuções prepositivas
Vós Passeais
LÍNGUA PORTUGUESA
z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim, z Sempre haverá conjunção integrante em orações
por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase). substantivas e, consequentemente, em períodos
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado. compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.
Perguntei = isso.
As conjunções e, nem não devem ser empregadas z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
em redundância. Brasil é um país desigual (certo).
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor- As interjeições também fazem parte do grupo de
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
apresentadas em um texto, porém, diferentemente junções. Sua função é expressar estado de espírito e
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações emoções, por isso apresenta forte conotação semânti-
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra ca, ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler
para terem o sentido apreendido. a uma frase, como será melhor exposto no capítulo
sobre frase, oração e período. Ex.: Tchau!
z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto, As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
visto que, uma vez que, como (equivale a porque) ções de sentido diversas, a seguir apresentamos um
etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta. quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de sos pelo uso de interjeições:
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de
mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
como um touro.
Alívio Arre! Ufa! Ah!
z Conformativa: Conforme, como, segundo, de
acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con- Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
forme o planejado.
Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.
Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que,
LÍNGUA PORTUGUESA
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
falar com você, teria respondido sua mensagem.
Salve! Viva! Adeus!
z Proporcional: À proporção que, à medida que, Saudação
Tchau!
quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
aprovado.
z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- É essencial lembrar que o sentido exato de cada
fessora dá exemplos para que você aprenda! interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que, texto, por isso, em questões que abordem essa classe
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei de palavras, o candidato deve manter a calma e reler
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che- o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se cer-
guei à cidade, fui assaltado. tificar do sentido expresso no texto. 53
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- SUJEITO
va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões, por É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen- pelo verbo.
dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado. O sujeito pode ser:
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Ora bolas! Valha-me Deus! � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
pelo verbo;
� O termo que pode ser substituído por um pronome
do caso reto;
SINTAXE � O termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina
As palavras normalmente recebem uma dupla
da COVID-19.
classificação: a morfológica, que está relacionada à
classe gramatical a que pertence, e a sintática, rela-
cionada à função específica que assumem em deter- No exemplo anterior a população é:
minada frase.
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
FRASE rou pela compra da vacina);
z O elemento que pratica a ação de implorar;
Frase é todo enunciado com sentido completo.
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
conjunto de palavras. implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Ex.: Fogo! z O termo que pode ser substituído por um pronome
Silêncio! do caso reto.
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos) (Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Oração é o enunciado que se estrutura em torno de O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
apresentá-lo completo ou incompleto. do determinada função sintática, que atua ou sofre
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan-
poluição. tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
pronome.
PERÍODO
z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Período é o enunciado constituído de uma ou mais Ex.: O povo pediu providências ao governador.
orações. Sujeito: O povo
Classifica-se em: Núcleo do sujeito: povo
z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído
� Simples: quando possui apenas uma oração.
de dois ou mais termos.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Ninguém viu o acidente. As luzes e as cores são bem visíveis.
� Composto: quando possui duas ou mais orações. Sujeito: As luzes e as cores
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” Núcleo do sujeito: luzes/cores
(Chico Buarque)
� Chegou em casa e tomou banho.
Se liga!
PERÍODO SIMPLES - OS TERMOS DA ORAÇÃO
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
Os termos que formam o período simples são dis- as expressões interrogativas quem? ou o quê?
tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte- Antes do verbo.
grantes (complemento verbal, complemento nominal Ex.: A população pediu uma providência ao
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal, governador.
adjunto adverbial e aposto). quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Termos Essenciais da Oração
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica outro.
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa- o que iria de um lado para o outro?
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi- Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a
54 seguir cada um deles.
Tipos de sujeito Classificação do sujeito quanto à voz
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
Simples
ce a ação na frase.
DETERMINADO Composto
z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Elíptico
Ex.: Corta-se cabelo.
Com verbos flexionados na 3ª Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
pessoa do singular “cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do
INDETERMINADO item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
Com verbos acompanhados do
oração.
se (índice de indeterminação do
sujeito)
Importante notar que não há preposição entre
Usado para fenômenos da o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
INEXISTENTE natureza ou com verbos “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
impessoais. sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-
Simples: quando há apenas um núcleo. ção “-se”.
Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Sujeito simples: O aluguel da casa Ex.: A minha saia azul está rasgada.
Composto: quando há dois núcleos ou mais. O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. ça da partícula -se.
Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores PREDICADO
Elíptico, oculto ou desinencial: quando não É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. mos essenciais na oração, há casos em que a oração
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
Vi o noticiário hoje de manhã. torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
Sujeito: (Eu) impossível existir uma oração sem sujeito.
Amavam-se um ao outro.
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
feita.” (Ciro dos Anjos) Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Exemplos com ocorrência facultativa de preposição: ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
presença de um complemento nominal nos contextos
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque- de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
le templo. do do nome.
A escultura atrai a todos os visitantes. Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
pedestal. Para melhor identificar um complemento nomi-
Ao povo ninguém engana. nal, siga a instrução:
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. Nome + preposição + QUEM ou QUÊ 57
Como diferenciar complemento nominal de com- Será complemento nominal: se indicar o alvo
plemento verbal? daquilo que expressa o substantivo.
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se foi respeitada.
diretamente ao verbo “obedecia”) Notava-se o amor pelo seu trabalho.
Naquela época, a obediência ao meu coração pre- Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora- Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
Adjunto Adverbial
Agente da passiva
Termo representado por advérbios, locuções
É o complemento de um verbo na voz passiva ana- adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas
raramente, da preposição de. circunstâncias.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
ser, estar, viver, andar, ficar. z Tempo: Quero que ele venha logo.
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
Termos Acessórios Da Oração
z Modo: O dia começou alegremente.
Há termos que, apesar de dispensável na estrutu- z Intensidade: Almoçou pouco.
ra básica da oração, são importantes para compreen- z Causa: Ela tremia de frio.
são do enunciado porque trazem informações novas. z Companhia: Venha jantar comigo.
Esses termos são chamados acessórios da oração.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as
roupas.
Adjunto Adnominal
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo.
São termos que acompanham o substantivo, z Finalidade: Vivia para o trabalho.
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar, z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
especificar o elemento representado pelo substantivo. z Assunto: Falávamos sobre o aluguel.
Categorias morfológicas que podem funcionar
como adjunto adnominal: z Negação: Não permitirei que permaneça aqui.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã.
z Artigos z Origem: Descendia de nobres.
z Adjetivos
z Numerais Não confunda!
z Pronomes Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
z Locuções adjetivas adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo o sentido seja parecido.
ficaram esquecidos no quarto. Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
Iam cheios de si. é um adjunto adnominal)
Estava conquistando o respeito dos seus. Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
O novo regulamento originou a revolta dos adjunto adverbial)
funcionários.
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. Aposto
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto São estruturas relacionadas a substantivos, prono-
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes mes ou orações. O aposto tem como propósito expli-
exercem essa função sintática quando assumem car, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou
valor de pronomes possessivos. apontar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
bicicleta.
z Como diferenciar adjunto adnominal de com- Aposto: filha de D. Raimunda
plemento nominal Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
des obras.
Quando o adjunto adnominal for representado Aposto: Machado de Assis.
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga Classifica-se nas seguintes categorias:
a dica:
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Separa-se do substantivo a que se refere por uma
qual se liga for concreto. pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
Ex.: A casa da idosa desapareceu. ou dois-pontos.
Se indicar posse ou o agente daquilo que Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
expressa o substantivo abstrato. ontem, acabaram de voltar de férias.
58 Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada. Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos.
� Enumerativo: é usado para desenvolver ideias que (adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?)
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
adjetivo.
riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
preconceito, antipatia e arrogância. (predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad-
z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado jetivo)
para resumir termos anteriores. É expresso, nor- Homem desesperado, João sempre perde o con-
malmente, por um pronome indefinido. trole.
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos (aposto; núcleo: homem – substantivo)
estavam empolgados com a feira.
Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste, Vocativo
países africanos onde se fala português.
O vocativo é um termo que não mantém relação
� Comparativo: Estabelece uma comparação implícita.
sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para
� Circunstancial: Exprime uma característica chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese-
circunstancial. ja se comunicar. É um termo independente, pois
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas não faz parte da estrutura da oração.
apropriadas. Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha consulta.
� Especificativo: É o aposto que aparece junto a um Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
substantivos próprios. vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
Exs.: O mês de abril. outro termo da oração.
O rio Amazonas. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
Meu primo José. O aposto se relaciona sintaticamente com outro
z Aposto da oração: É um comentário sobre o fato termo da oração.
expresso pela oração, ou uma palavra que condensa. A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua Sujeito: a cozinha de lufe.
preocupação. Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
O noticiário disse que amanhã farpa muito calor - sujeito).
ideia que não me agrada.
PERÍODO COMPOSTO
z Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
Observe os exemplos a seguir:
para as perguntas.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples
Português e Matemática são disciplinas essen-
Se liga! ciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto
O aposto pode aparecer antes do termo a que se O período composto é formado por duas ou mais
refere, normalmente antes do sujeito. orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- períodos simples e período compostos.
na marcou uma geração.
Segundo Cegalla, quando o aposto se refere a PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
um termo preposicionado, pode ele vir igualmen-
te preposicionado. O povo levantou-se cedo para
Era dia de eleição
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de evitar aglomeração.
tudo ele tinha medo.
Os que estão em negrito são os verbos.
O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Para não esquecer:
LÍNGUA PORTUGUESA
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- Período simples é aquele formado por uma só
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial oração
de modo) Período composto é aquele formado por duas ou
mais orações.
z Diferença de aposto especificativo e adjunto
Classifica-se nas seguintes categorias:
adnominal: Normalmente, é possível retirar a
preposição que precede o aposto. Caso seja um
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura z Por coordenação:
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. Orações coordenadas assindéticas;
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
O clima de Fortaleza é quente. sativas, alternativas, conclusivas, explicativas. 59
z Por subordinação: Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?
Orações subordinadas substantivas: subjeti-
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica
vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com- sobre um raciocínio.
pletivas nominais, predicativas, apositivas. Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con-
Orações subordinadas adjetivas: restritivas, seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início
explicativas. de frase).
Orações subordinadas adverbiais: causais, Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima
comparativas, concessivas, condicionais, con- semana.
formativas, consecutivas, finais, proporcionais, “Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
temporais. Mendes Campos)
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem
z Por coordenação e subordinação: orações for-
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque,
madas por períodos mistos.
porquanto, pois.
z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale
a “pois”)
Período Composto por Coordenação Vamos almoçar de novo porque ainda estamos
com fome.
As orações são sintaticamente independentes. Isso
significa que uma não possui relação sintática com PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
período. Formado por orações sintaticamente dependentes,
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” considerando a função sintática em relação a um ver-
(Fernando Pessoa) bo, nome ou pronome de outra oração.
Oração coordenada 1: Deus quer Tipos de orações subordinadas:
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce. z Substantivas;
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da z Adjetivas;
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) z Adverbiais.
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à Orações Subordinadas Substantivas
porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi. São classificadas nas seguintes categorias:
Conjunção adversativa: mas nada
z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Orações Coordenadas Sindéticas são introduzidas pelas conjunções subordinativas
integrantes que e se.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome z Orações subordinadas substantivas justapostas:
sindética. Veremos agora cada uma delas: são introduzidas por advérbios ou pronomes inter-
rogativos (onde, como, quando, quanto, quem etc.)
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
simultaneidade. roubadas.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
bém, mas ainda, bem como, como também, se- z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não também, que (= e). não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. no infinitivo.
Os convidados não compareceram nem explica- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
ram o motivo.
z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- exercem a função de sujeito. O verbo da oração
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia,
rir a nenhum termo na oração.
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. cional) (or. sub. subst. subje.)
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
morte.” (Laurindo Rabelo) z Orações subordinadas substantivas objetivas
diretas: exercem a função de objeto direto de um
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
se excluem. reto da oração principal.
Conjunções constitutivas: [ou], [ou ... ou], [ora ... Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
ora], [que ... quer], [seja ... seja], [já ... já], [talvez Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
60 ... talvez]. subst. obj. dir.)
z Orações subordinadas substantivas completi- � Orações subordinadas adverbiais causais: são
vas nominais: exercem a função de complemento introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio que, visto que etc.
da oração principal. Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- que ficamos sem gasolina.
mento nominal)
Tenho necessidade de que você me apoie. (com- � Orações subordinadas adverbiais comparati-
plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com- vas: são introduzidas por como, assim como, tal
pl. nom.) qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
z Orações subordinadas substantivas predicati- que a importada.
vas: funcionam como predicativos do sujeito da
oração principal. Sempre figuram após o verbo de � Orações subordinadas adverbiais concessivas:
ligação ser. indica certo obstáculo em relação ao fato expres-
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
sujeito) introduzidas por embora, ainda que, mesmo que,
Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do por mais que, se bem que etc.
sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
z Orações subordinadas substantivas apositivas: � Orações subordinadas adverbiais condicionais:
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois são introduzidas por se, caso, desde que, salvo se,
de dois-pontos ou entre vírgulas. contanto que, a menos que etc.
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto) Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal.
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.) � Orações subordinadas adverbiais conforma-
tivas: são introduzidas por como, conforme,
z Orações subordinadas adjetivas: desempenham
segundo, consoante.
função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais
raramente, aposto explicativo). São introduzidas Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os � Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As são introduzidas por que (precedido na oração
orações subordinadas adjetivas classificam-se em: anterior de termos intensivos como tão, tanto,
explicativas e restritivas. tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de for-
z Orações subordinadas adjetivas explicativas: ma que, sem que.
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen- Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou.
tam uma explicação sobre o termo antecedente. “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
São consideradas termo acessório no período, fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles)
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
� Orações subordinadas adverbiais finais: indi-
das por vírgulas.
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
cria trinta gatos. por para que, a fim de que, porque e que (= para
que).
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
especificam ou limitam a significação do termo tivessem bom estudo.
antecedente, acrescentando-lhe um elemento
indispensável ao sentido. Não são isoladas por � Orações subordinadas adverbiais proporcio-
vírgulas. nais: são introduzidas por à medida que, à pro-
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é porção que, quanto mais, quanto menos etc.
incurável. Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
aprecio.
� Orações subordinadas adverbiais temporais:
Se liga!
são introduzidas por quando, enquanto, logo
Como diferenciar as Orações subordinadas adje- que, depois que, assim que, sempre que, cada
tivas restritivas das Orações subordinadas adje- vez que, agora que etc.
tivas explicativas? Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
LÍNGUA PORTUGUESA
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai Para separar as orações de um período composto, é
visitar apenas o que mora em Recife) necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
mora em Recife) esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
ções verbais. Exs.:
� Orações subordinadas adverbiais: exprimem
uma circunstância relativa a um fato expresso em [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. [para fixar outros] – 2ª oração
São introduzidas por conjunções subordinativas [que os rodeiam] – 3ª oração
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- [e se deleitem com a imaginação deles]. (M. de As-
tes grupos: sis) – 4ª oração 61
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo Orações Reduzidas de Particípio
basta, pertencente à 1ª (oração principal).
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém Podem ser adjetivas ou adverbiais.
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
Orações Reduzidas Nosso planeta, ameaçado constantemente por
nós mesmos, ainda resiste.
z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas � Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-
nominais (gerúndio, particípio e infinitivo). ria problemas. (condicional)
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são (causal/temporal)
iniciadas por conjunções. Comprada a casa, a família se mudou logo.
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas (temporal)
por pronomes relativos.
O particípio concorda em gênero e número com os
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses termos referentes.
conectivos.
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução Períodos Mistos
prepositiva.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante. São períodos que apresentam estruturas oracio-
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com nais de coordenação e subordinação.
conjunção Assim, às vezes aparecem orações coordenadas
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. dentro de um conjunto de orações que são subordina-
(desenvolvida) das a uma oração principal.
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
1ª oração 2ª oração 3ª oração
Orações reduzidas de infinitivo
O homem entrou na sala e pediu que todos calassem.
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente. verbo verbo verbo
z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O. 1ª oração: oração coordenada assindética.
S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo) 2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em
Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração.
direta reduzida de infinitivo) 3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva em relação à 2ª oração.
predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva Resumindo: período composto por coordenação e
completiva nominal reduzida de infinitivo) subordinação
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. As orações subordinadas são coordenadas entre si,
substantiva apositiva reduzida de infinitivo) ligadas ou não por conjunção.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
pelas mãos. z Orações subordinadas substantivas coordena-
O meu manual para fazer bolos certamente vai das entre si
agradar a todos. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
meus pais, nem que culpe meus parentes.
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, Oração principal: Espero
continua jogando bola. Oração coordenada 1: que você não me culpe
Sem estudar, não passarão. Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 3: nem que culpe meus
Orações reduzidas de gerúndio parentes.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos O verbo assistir não pode ser empregado no
que, mudando-se a regência, mudam de sentido, particípio.
alterando seu significado. É incorreta a forma “O jogo foi assistido por
milhares de pessoas.”
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos) � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
V. T. D.: aspiramos direto e indireto
Objeto direto: ar poluídos. Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Os funcionários aspiram a um mês de férias. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
(aspiram = almejam) vo indireto)
V. T. I.: aspiram O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
Objeto indireto: a um mês de férias to e indireto) 63
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
predicativo do objeto indireto)
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
� Suceder; intransitivo; transitivo direto
to com sentido de “convocar”)
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
sentido de “ocorrer”)
dicativo do objeto com sentido de “denominar,
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
qualificar”)
de “vir depois”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
reto; intransitivo Regência Nominal
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
indireto com sentido de “ser difícil”) Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- bios) exigem complementos preposicionados, exceto
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”) quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Advérbios terminados em “mente”
� Esquecer: admite três possibilidades
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
Esqueci-me dos acontecimentos.
regência dos adjetivos:
Esqueceram-me os acontecimentos.
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; análoga / analogicamente a
transitivo direto e indireto contrária / contrariamente a
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. compatível / compativelmente com
(transitivo direto com sentido de “acarretar”) diferente / diferentemente de
Mamãe sempre implicou com meus hábitos. favorável / favoravelmente a
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má paralela / paralelamente a
disposição”) próxima / proximamente a/de
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo relativa / relativamente a
direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Preposições prefixos verbais
� Informar: transitivo direto e indireto
Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Alguns nomes regem preposições semelhantes a
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
seus “prefixos”:
sobre
Informaram o réu de sua condenação.
dependente, dependência de
Informaram o réu sobre sua condenação.
inclusão, inserção em
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
inerente em/a
sa: objeto indireto, com a preposição a
descrente de/em
Informaram a condenação ao réu.
desiludido de/com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- desesperançado de
reto, com as preposições em e por desapego de/a
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia. convívio com
convivência com
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
demissão, demitido de
tivo direto e indireto
encerrado em
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
enfiado em
sitivo com sentido de “cortejar”)
imersão, imergido, imerso em
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
instalação, instalado em
indireto com sentido de “desejar muito”)
interessado, interesse em
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
intercalação, intercalado entre
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
supremacia sobre
“encantar-se”)
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos CONCORDÂNCIA
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
Não desobedeçam à sinalização de trânsito. Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
tivo direto e indireto
Observe o exemplo:
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
A pequena garota andava sozinha pela cidade.
indireto)
A: Artigo, feminino, singular;
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
direto e indireto)
Garota: Substantivo, feminino, singular.
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
transitivo direto e indireto Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
64 A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân- Estados Unidos continua uma potência.
cia: verbal e nominal. Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
de de Santos fica em São Paulo.”)
Concordância Verbal
Concordância Verbal com o Sujeito Simples z Quando o sujeito é formado de um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do numerado ou com o número inteiro, mas pode
sujeito. concordar com o especificador dele. Se o numeral
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário vier precedido de um determinante, o verbo con-
exorbitante. cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Diferentes situações:
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem.
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
sentido coletivo o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
multidão gritou entusiasmada. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
bo posterior ao pronome relativo concorda com o
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós chegou. (Duas horas deram...)
quem resolveu a questão. Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- badaladas soaram)
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
nós quem resolvemos a questão. da escola soou dez badaladas)
LÍNGUA PORTUGUESA
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no dem-se casas de veraneio aqui.
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
interessada.
essa questão.
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias, verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- Majestade está preocupada?
ver artigo definido antes de uma palavra plura- Suas Excelências precisam de algo?
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
Unidos continuam uma potência. exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! 65
Concordância Verbal com o Sujeito Composto � Concorda com o predicativo quando o sujeito for
que ou quem
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama- Ex.: Quem foram os classificados?
ticais diferentes
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com Ex.: São nove horas.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- É frio aqui.
garam ontem. Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada � O verbo fica no singular quando precede termos
ou nenhum como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- menos etc. junto a especificações de preço, peso,
ter o espírito esportivo. quantidade, distância. E também quando seguido
do pronome o.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
singular Divertimentos é o que não lhe falta.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- Dez reais é nada diante do que foi gasto.
davam. (preferencialmente no singular)
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
� Gradação entre os núcleos do sujeito ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
me acalmar. (preferencialmente no singular) verbo concordará com o termo não preposiciona-
� Núcleos do sujeito no infinitivo do entre eles.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
São eles que sempre chegam cedo.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
mitivo (nada, tudo, ninguém) trução adequada)
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu. São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, (construção inadequada)
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
� Pronome relativo (igual a “o qual”, “a qual”) Locução conjuntiva com valor de condição, con-
Ex.: A curiosidade é um vício que desconhece cessão, consequência, negação de consequência,
termos. negação de causa, modo. Essa locução pode ser subs-
tituída para formar orações subordinadas reduzidas
� Pronome substantivo indefinido (igual a “que coi- de infinitivo.
sa”) ligado ao verbo Ex.: “Empurrava a cadeira sem que a mãe corresse
Ex.: Elas não sabiam o que fazer. atrás.”
Poderia ser reescrita como “Empurrava a cadeira
� Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
sem a mãe correr atrás”, e então teríamos uma ora-
“quanta”) ligado ao substantivo
ção reduzida de infinitivo.
Ex.: Que alegria! Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberdade
� Pronome interrogativo (no final de frase é de informação e não será exercida sem que esta esteja
acentuado) assegurada a todos os veículos de comunicação visual.”
Ex.: Por que não vai conosco? Poderia ser reescrita como “A democracia não será
Não vai conosco por quê? efetiva sem liberdade de informação e não será exer-
cida sem esta estar assegurada a todos os veículos
� Substantivo (quando é antecedido de artigo) (é de comunicação visual”, formando agora uma oração
acentuado) reduzida de infinitivo.
Ex.: Havia em seus olhos um quê de curiosidade.
� Preposição (a depender do contexto, pode ser subs-
tituído por “de”)
Ex.: A gente tem que explicar com franqueza cer- CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE
tas coisas. TEXTO
� Advérbio de intensidade (igual a “muito”, ligado ao
adjetivo) COESÃO
Ex.: Que bela tarde!
Coesão pode ser considerada a “costura” textual,
� Interjeição (sempre acentuado) a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos e
70 Ex.: Quê! Você tem coragem? dos parágrafos que fazemos com palavras.
Para garantir uma boa coesão no seu texto, você COERÊNCIA
deve prestar atenção a alguns mecanismos. A seguir,
Coerência textual é uma relação harmônica que se
em negrito, há exemplos de períodos que podem ser
estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
melhorados utilizando os mecanismos de coesão: to específico, e que é responsável pela percepção de
uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, aspectos envolvidos nessa questão são:
isso, ele...
z Coerência semântica
São palavras referentes a outras que apareceram
no texto, a fim de retomá-las. Refere-se à relação entre significados dos elemen-
tos da frase (local) ou entre os elementos do texto
z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como, como um todo:
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da
a saber...
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como
bairro de uma cidade.
São palavras referentes a outras que irão aparecer É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
no texto: do vocabulário.
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para- Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-
divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016 77
O infográfico acima apresenta as informações per- A principal marca linguística dessa tipologia é a
tinentes sobre o panorama mundial da situação da presença de verbos conjugados no modo imperati-
água no ano de 2016. O gênero foi construído com o vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e
objetivo de deixar o leitor informado a respeito do levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin- Para que possamos identificar corretamente essa
guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin- tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne-
gir esse objetivo. ro textual que apresente esse tipo de texto, como o
Assim como os tipos textuais apresentados ante- exemplo a seguir:
riormente, os textos expositivos também apresentam
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de Como faço para criar uma conta do Instagram?
outras sequências textuais, tendo em vista que, para Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti- 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos. ou Google Play Store (Android).
É importante destacar que os textos expositivos 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos para abri-lo.
argumentativos, uma vez que existem textos argu- 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira
mentativos que são classificados como expositivos,
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
argumentação.
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
Outra importante diferença entre a sequência cadastrar com sua conta do Facebook.
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
para a argumentação, uma vez que o fato exposto as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
sobre uma questão não é posto em debate. conta do Facebook, caso tenha saído dela.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte- Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em:
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões. 07/09/2020.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
No exemplo acima, podemos destacar a presença
z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre- de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai-
sença de verbos de estado; xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo,
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que como: instalar, cadastrar, avançar. Outra característica
organizam a informação; dos textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos; cumpridos para a realização correta da tarefa ensina-
da e também a fim de tornar a leitura mais didática.
z Presença de figuras de linguagem como Metáfora
É importante lembrar que a principal marca
e Comparação;
linguística dessa tipologia é a presença de verbos
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao conjugados no modo imperativo e em sua forma infi-
final do texto. nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- nadas pelo gênero.
dade nos leitores, como o exemplo a seguir:
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA E LEITURA
NARAM O MUNDO DE TEXTOS GERADOS NAS DIFERENTES ESFERAS
SOCIAIS: PÚBLICAS E PRIVADAS
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43
Quando pensamos em uma definição para gêne-
Hedy Lamarr - conexão wireless
ros textuais, somos levados a inúmeros autores que
buscaram definir e classificar esses elementos, e, ini-
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” cialmente, é interessante nos lembrarmos dos gêne-
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy ros literários que estudamos na escola. Podemos nos
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia remeter ao conceito de Tragédia e Comédia, referin-
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- do-se aos clássicos da literatura grega. Afinal, quem
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- nunca ouviu falar das histórias de Ilíada ou de A
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini- Odisseia, ambas de Homero? Mas o que esses textos
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, têm em comum? Inicialmente, você pode ser levado a
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o pensar que nada, além do fato de terem sido escritos
Wi-Fi e o Bluetooth. pelo mesmo autor, porém, a estrutura dessas histórias
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
respeita um padrão textual estabelecido e reconheci-
do na época em que foram escritas.
De maneira análoga, quando pensamos em gêne-
Instrucional ou Injuntivo
ros textuais, devemos buscar identificar os elementos
que caracterizam textos, aparentemente, tão dife-
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri- rentes, logo, da mesma forma que comparamos as
zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL- estruturas de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as
CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a semelhanças entre uma notícia e um artigo de opi-
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante nião, por exemplo, e também, é fundamental identi-
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na inter- ficar as razões que nos levam a classificar cada um
78 net, horóscopos e também nos manuais de instrução. desses gêneros com termos diferentes.
Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
Se liga! do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
Esse ponto de interseção é o que podemos esta- qual também pode ser reconhecido como estereótipo
belecer como os principais aspectos de classifi- textual, que resguarda características básicas do gêne-
cação de um gênero textual. ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
nado acima, identificamos traços do gênero contos de
fada tanto na porção textual do anúncio que começa
Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p.71),
o ponto de interseção que estabelece sobre qual com a frase: “era uma vez...” quanto pelas imagens
gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de que remetem ao conto da “Branca de Neve”.
comportamentos estereotipados e anônimos que se Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os
estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero
sujeitos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro e também a escrever esse gênero quando necessi-
elemento que precisamos identificar para classificar ta. Isso torna a característica da prototipicidade tão
um gênero é o papel social, marcado pelos compor- importante no reconhecimento e na classificação de
tamentos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem
um gênero. Ademais, os traços estereotipados de um
vive em sociedade e, portanto, precisa se fazer com-
gênero devem ser reconhecidos por uma comunida-
preender tão bem quanto ser compreendido.
Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife- de, reafirmando o teor social desses elementos, e esta-
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos belecendo a importância de um indivíduo adquirir o
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- hábito da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêne-
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O ros se é exposto.
fator social dos gêneros textuais também irá direcio- Portanto, a partir de todas essas informações
nar outros aspectos importantes na classificação des- sobre os gêneros textuais, podemos afirmar que, de
ses elementos, justamente devido à dinâmica social maneira resumida, os gêneros textuais são ações
em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de
linguísticas situadas socialmente que servem a
alterações em sua estrutura.
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, propósitos específicos e são reconhecidos pelos
tornando o gênero completamente modificado, como seus traços em comum. A seguir demonstramos uma
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- tabela com as características básicas para a correta
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam identificação dos gêneros textuais:
a uma finalidade específica e momentânea, como
aconteceu com o anúncio, apresentado a seguir, da
loja O Boticário: GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
z Ações sociais;
z Ações com configuração prototípica;
z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade;
z O propósito de uma ação social;
z Divididos em classes.
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual e que, portanto,
a reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais objeto de provas de
concurso com um dos gêneros mais comuns em provas de seleções: o artigo de opinião.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do dis-
curso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais. Com
o artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. E, por meio dessa discussão, podemos
defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, podemos propor soluções
para a questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor, para isso, ele terá
que usar de informações, fatos, opiniões que serão seus argumentos. BRÄKLING apud Ohuschi e Barbosa aponta:
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011. p. 305).
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar de diversos conhecimentos, como:
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos. É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos
que percebemos que nada é por acaso, pois, a cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação
presente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comuni-
car-se” (KOCH, 2011, p. 22).
Quando queremos dar uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre
esse tema. Por isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado.
Ao escolherem um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto.
E, dependendo da intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso que a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta, convincen-
te; utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal, porém, ao
escolher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que
sua produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
estruturação:
z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição, exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e o
texto é é concluído.
LÍNGUA PORTUGUESA
No processo de escrita de qualquer texto, é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos, porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
processo; por isso, muito cuidado com a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim de mantermos a linha de pensamento nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem,
apresentando outro gênero sempre presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial. 81
EDITORIAL
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos argumentativos de uma forma geral, iremos nos aten-
tar aqui para as principais características do gênero editorial e no que ele se diferencia do Artigo de opinião, por
exemplo.
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual;
O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante;
Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de uma causa de interesse coletivo;
Sua estrutura também é baseada em: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão!
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou proble-
ma social a ser debatido no texto, posteriormente segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e conclui-
-se com a retomada da opinião apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que aquele representa a opinião de uma corporação,
empresa ou instituição.
A seguir, apresentamos um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, especialmente em certames
que cobrem redação.
A seguir, apresentamos nosso último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de
gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros,
apesar disso, trazemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse
critério, o próximo gênero estudado é a crônica.
CRÔNICA
O gênero crônica é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se tornaram
famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser um gênero curto
de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de concurso para ilustrar questões de inter-
pretação textual e também para contextualizar questões que avaliam a competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser Narrativas ou
Argumentativas.
Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmen-
te, podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como vídeo, muito divulgados nas redes sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(Introdução, Desenvolvimento, Conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos; apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos
sociais mais atuais; outra característica presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a
82 metáfora que auxiliam na presença do tom sarcástico que a crônica pode ter.
A seguir apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?” da escritora Marina Colasanti em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que que a isenção de impostos sobre o objeto
primeiro da cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda
mais a leitura de quem tanto precisa dela.
Um livro é:
– A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de
um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com
harmonia.
– A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo
em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do
presente, com todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e
música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio
e ponto de encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada
um possa abrir a sua.
– A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras
agitam suas múltiplas cabeças.
– Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
conservadas.
Como podemos notar, a crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre
o preço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na socie-
dade com um ponto de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante deixarmos uma informação relevante sobre
esse assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas
pelo discurso, por isso, em algumas metodologias (e também em alguns editais de concurso), os gêneros serão tra-
tados como do discurso.
Se liga!
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal e como todo discurso materializa-se por meio
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Pode-
mos distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos
gêneros.
O objetivo do texto do tipo argumentativo é convencer o interlocutor, portanto, é essencial utilizar-se de uma
boa argumentação.
No geral, esses textos podem se apresentar em diferentes formatos, tanto orais quanto escritos. A prova do
ENEM, no entanto, exige a interpretação dos gêneros escritos e é importante saber diferenciá-los.
Um dos aspectos mais importantes para identificar o gênero textual é compreender a identidade do leitor. A
LÍNGUA PORTUGUESA
partir disso, é possível diferenciar para que público se destina e quais as características principais que marcam
esse gênero.
Os gêneros do tipo argumentativo que mais aparecem nas provas do ENEM são:
Artigo de Opinião
z Público: geralmente, tem um público específico, dependendo do local de publicação do artigo, esse público
pode ser acadêmico ou não.
z Escrita: o tom da escrita depende do público para o qual o artigo se destina. Um público interessado em fute-
bol, por exemplo.
z Linguagem: pode admitir uma linguagem mais coloquial e pessoal.
z Função social: está presente em sites acadêmicos, revistas acadêmicas ou revistas no geral. 83
Dissertação z Local e data;
z Destinatário;
z Público: qualquer pessoa pode ser o leitor, não há z Saudação;
especificamente um perfil de leitor.
z Corpo do texto e
z Escrita: não há marcas de pessoalidade nesta
z Despedida.
escrita.
z Linguagem: a linguagem é objetiva e segue a nor-
ORGANIZAÇÃO E PROGRESSÃO TEXTUAL
ma culta da língua.
z Função social: geralmente, aparece em situações
acadêmicas. Progressão textual é o processo de construção do
texto, seguindo uma organização prévia e tendo coe-
Resenha Crítica são, coerência e conexão entre as partes do texto. A
progressão textual torna o texto claro, objetivo e de
z Público: geralmente, tem um público específico a fácil leitura, pois quando o ele está conectado, a men-
depender do tema tratado. sagem é entregue mais facilmente ao leitor.
z Escrita: podemos explicar a resenha como sendo Para haver progressão, é necessário que cada nova
um resumo de uma obra ou fragmento dela (filme, informação acrescentada tenha relação com as par-
série, livro, exposição) que apresenta a opinião do tes anteriores do texto, tanto em relação ao conteúdo
autor, por isso, a escrita apresenta linguagem pes- quanto em relação aos conectores que as ligam.
soal, mas sempre alinhada com a expectativa do Existem alguns recursos que utilizamos para pro-
leitor e de acordo com a temática. mover a progressão textual, a seguir, vamos explorar
z Linguagem: a escrita segue a norma culta da lín- alguns deles:
gua, com linguagem clara e objetiva.
z Função social: a resenha pode ser acadêmica,
z Conectores
publicada em livros e revistas acadêmicas ou não,
publicada em sites, blogs, jornais e revistas de
Os conectores são palavras ou expressões que têm a
grande circulação.
função de ligar os períodos e parágrafos do texto, poden-
do ser conjunções ou advérbios/locuções adverbiais e
Anúncio Publicitário
sempre promovem uma relação entre os termos conec-
tados. É muito importante saber identificar a relação
z Público: cada anúncio tem seu público específico,
que indicam, pois isso pode modificar o sentido de um
que pode estar em diversos segmentos da sociedade.
texto. A seguir, veremos as principais relações que os
z Escrita: o anúncio geralmente usa as lingua-
conectores expressam:
gens verbal e não verbal para tentar convencer o
interlocutor.
z Linguagem: segue a norma culta da língua, mas Adição: e, também, além disso, mas também;
pode apresentar marcas de oralidade e linguagem Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no
coloquial para se aproximar do leitor, a fim de entanto;
persuadi-lo. Causa: por isso, portanto, certamente;
z Função social: está presente tanto na forma oral Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na socie-
como escrita, em redes de televisão, sites e outros dade atual, depois, antes disso, em seguida, logo,
meios digitais, jornais, revistas, dentre outros. até que.
Consequência: logo, consequentemente;
Confirmação/Reafirmação: ou seja, nesse sen-
Se liga! tido, nessa perspectiva, em suma, em outras
O gênero “anúncio publicitário” tem presença palavras, dessa forma;
recorrente nas avaliações do ENEM, quase sem- Hipótese/Probabilidade: a menos que, mesmo
pre na prova objetiva. que, supondo que;
Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem
como;
Carta De Reclamação Ou De Solicitação Finalidade: afim de, para, para que, com a fina-
lidade de, com o objetivo de;
z Público: o leitor sempre está especificado no início Exemplificação: por exemplo, a exemplo de,
da carta, e o autor também. isto é.
z Escrita: há marcas de primeira pessoa e
Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente,
experiências pessoais para explicar a reclamação
com efeito;
ou solicitação. Além disso, a linguagem é clara e
Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente,
objetiva, seguindo a norma culta da língua.
z Função social: a carta pode ser enviada direta- possivelmente;
mente a alguma instituição, entidade ou pessoa Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma.
responsável, ou ainda publicada em meios de comu-
nicação. A função social depende especificamente É necessário observar o contexto de uso de cada
do conteúdo reclamado ou solicitado na carta. conector, pois vários deles podem mudar de sentido
de acordo com a situação em que está sendo usado.
O gênero Carta de reclamação e de solicitação neces- Na língua portuguesa, o contexto é essencial para
84 sariamente deve ter a estrutura de carta, que inclui: entender uma proposição.
z Pronomes
Se liga!
Os pronomes são utilizados para evitar repetições des- O tipo argumentativo está presente em 80% das
necessárias, já que, repetir as mesmas palavras, pode cau- questões do ENEM dos últimos anos, é importan-
sar “cansaço” ao ler o texto. Observe esse antes e depois e
te conhecer o tipo para então poder interpretá-lo
compare como o pronome torna o texto mais leve.
melhor e responder adequadamente as questões.
Antes: “Pode-se inferir, portanto, que o poeta é
um mestre da verdade e a memória que o poeta Como já abordamos aqui, treinar é essencial para
expressa enquadra-se como um saber. O poeta é a interpretação de texto, quanto mais textos lemos
um especialista em ter a memória viva e trans- e interpretamos, mais simples se torna interpretar
crevê-la em forma de poema.” novas produções escritas.
Depois: “Pode-se inferir, portanto, que o poeta A seguir, vamos comentar algumas questões a res-
é um mestre da verdade e a memória que o poeta peito desta temática.
expressa enquadra-se como um saber. Ele é um
especialista em ter a memória viva e transcrevê-la
em forma de poema.”
GÊNEROS DIGITAIS
z Sinônimos
O QUE SÃO OS GÊNEROS DIGITAIS?
São utilizados para evitar a repetição de um deter-
minado termo, assim como os pronomes. O texto que Os gêneros digitais são formas de construção de tex-
repete muitas palavras em linhas próximas ou dentro tos que foram criadas especificamente para serem usa-
do mesmo período tende a ser mais cansativo para o das em meios digitais, sejam eles orais ou escritos. Como
leitor e, por vezes, confuso. Vejamos um exemplo: já abordamos, muitos deles surgiram naturalmente, de
acordo com as demandas das plataformas digitais. Exis-
Antes: “Para muitas famílias, o fato de pagar uma tem plataformas cuja apresentação das informações
escola pressupõe que a escola deve assumir toda a ocorre por vídeos, outras somente por áudio, outras por
formação da criança, deixando a família isenta de fotos com legendas, por isso, cada um deles configura
qualquer cobrança e responsabilidade. No entan- um gênero que vamos abordar mais à frente.
to, a escola encontra entraves em determinadas
situações.” Características dos Gêneros Digitais
Depois: “Para muitas famílias, o fato de pagar
uma escola pressupõe que esta instituição deve z Variedade: ao contrário do que pensamos, os
assumir toda a formação da criança, deixando a gêneros digitais apresentam grande variedade de
família isenta de qualquer cobrança e responsa- tipos textuais e de características, por isso, esse é o
bilidade. No entanto, o sistema escolar encon- primeiro ponto a ser destacado. Não há uma una-
tra entraves em determinadas situações.” nimidade de características, nem tampouco uma
linearidade entre os gêneros digitais.
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO/ ESTRATÉGIAS z Grau de formalidade: podem apresentar diferen-
ARGUMENTATIVAS tes graus de formalidade, a depender da platafor-
ma e da intenção do texto.
Para argumentar, o autor se vale de algumas estra- z Escrita: existem alguns gêneros que exigem o uso
tégias, com o intuito de validar seus argumentos e da norma culta da língua, seguindo a variedade
pontos de vista para o interlocutor. padrão e uma linguagem mais formal, no entan-
Essas estratégias são: to, há também os gêneros informais, que aceitam
o uso de abreviações, gírias e vocabulário próprio
z Argumento de autoridade: citar um trecho de um
para um grupo social.
especialista na temática abordada. A depender
z Linguagem: a linguagem das mídias digitais geral-
do tema do texto, este especialista pode ser um
mente é clara e objetiva, pois há um interesse na
médico, um professor, um filósofo, um advogado,
rapidez das informações e conversas. Além dis-
enfim, uma autoridade a respeito do tema tratado;
so, os produtores de conteúdo buscam audiência
z Exemplificação: citar um exemplo real auxilia a
e para tanto, precisam atrair os interlocutores o
LÍNGUA PORTUGUESA
e humanizados. Quinhentismo
No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coincide Cláudio Manuel da Costa (1729-1789): Poeta,
com a expulsão dos jesuítas do Brasil, a vinda da corte advogado e jurista brasileiro, é considerado o
portuguesa, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a precursor do Arcadismo no Brasil e destacou-
Proclamação da Independência. Artisticamente, é um -se por sua obra literária, mais precisamente a
período marcado pela recuperação da cultura greco-la- poesia. O poeta mineiro em seus textos abor-
tina e apreciação da natureza e da simplicidade. da elementos locais, descrevendo paisagens,
temática pastoril e expressando um forte sen-
timento nacionalista.
José de Santa Rita Durão (1722-1784): Autor
do poema épico Caramuru (1781), Freire Santa
Rita Durão foi poeta e orador, considerado um
dos precursores do indianismo no Brasil.
José Basílio da Gama (1741-1795): Poeta minei-
ro e autor do poema épico “O Uraguai” (1769),
um marco na literatura brasileira, no qual abor-
da as disputas entre os europeus, os jesuítas e
os índios.
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810): Um dos
“O Senhor e a Senhora Andrews”, de Thomas Gainsborough grandes poetas árcades de pseudônimo Dirceu.
Sua obra que merece destaque é Marília de Dir-
O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publi- ceu (1792) carregada de lirismo e baseada no
seu romance com a brasileira Maria Doroteia
cação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa
Joaquina de Seixas.
em 1768 e, ademais, a fundação da “Arcádia Ultrama-
rina”, em Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa Romantismo
escola literária provém das Arcádias, ou seja, das
sociedades literárias da época. O Romantismo corresponde ao período aproxima-
do entre 1774 e 1849 – embora influencie a arte até
z Contexto histórico hoje – na Era das Revoluções, quando diversas trans-
formações políticas, sociais e econômicas ocorreram
A Inconfidência Mineira. no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revo-
A Revolução Farroupilha. lução Francesa. Os artistas românticos, movidos por
esse ideal de mudanças, começaram a mudar a teo-
A vinda da Família Real para o Brasil.
ria e a prática de suas artes. Além do campo artístico,
Características na arte e na literatura observamos uma visão transformadora também na
Rompimento com a estética barroca, opondo-se filosofia e em toda a cultura ocidental, que passou a
aos exageros e rebuscamentos. aceitar a emoção e os sentidos como uma forma váli-
Influência do movimento iluminista. da de experimentar a vida.
Equilíbrio e busca pela perfeição na tentativa O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e o
de resgatar as tradições clássicas, a estética gre- subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas
co-romana e as figuras mitológicas. no período. Na Europa, obras com temáticas medie-
vais eram bastante comuns, já que esse era o passado
Preferência por sonetos;
histórico europeu.
Racionalismo: A razão era constantemente No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835
valorizada. a 1880, período da consolidação da independência.
Bucolismo e pastoralismo em que retrata uma Seu marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros
natureza tranquila e serena, um refúgio calmo poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães,
do campo, os costumes rurais, que se contrasta- em 1836. Porém, o Romantismo brasileiro busca-
va com os centros urbanos monárquicos. va resgatar os nossos ancestrais que já viviam aqui:
Idealização da mulher amada, assim como a os índios. A literatura desse período também retra-
tava as lutas políticas e sociais existentes em nosso
valorização da pureza e ingenuidade humana;
país, como o movimento abolicionista. Também não
Uso de pseudônimos, geralmente nomes de podemos nos esquecer que, devido à época, começa-
pastores; vam a surgir problemas urbanos relacionados à rela-
LÍNGUA PORTUGUESA
Expressões em latim como inutilia truncat ção delicada entre indústrias e operários, assim como
(“tirar o inútil” da poesia, entendendo-se esse a corrupção e o materialismo.
inútil como sendo o excesso de rebuscamen-
to formal), fugere urbem (“fuga da urbanida- z Contexto histórico
de” e preferência pela vida campestre), locus
amoenus (preceito de que o campo, o ambiente A Imprensa no Brasil.
A crise do 2º reinado.
bucólico, é o ideal para o homem), carpe diem
A abolição da escravidão.
(“aproveitar o presente” para contemplar a rea-
lidade, sem preocupar-se com o futuro) e aurea z Características
mediocritas (o “homem mediano” é aquele que
alcança a felicidade, não se devendo, assim, pro- Liberdade de expressão e de criação, retrato e
curar riquezas e posses em vida). valorização do “eu”. 91
Rebeldia e idealismo, preocupação em retratar Casimiro de Abreu: As Primaveras (1859), Sauda-
o mundo não como ele é, mas como ele poderia des (1856) e Suspiros (1856).
ser, uma vez que a realidade para esses auto- Junqueira Freire: “Inspirações do Claustro” e
res era considerada desesperadora, repleta de “Contradições poéticas”.
limitações ao crescimento pessoal, político e
artístico. Terceira Geração
Exaltação da pátria, da mulher e do amor.
Indianismo e culto à nossa fauna e flo- Castro Alves: “Espumas Flutuantes”, 1870, “Os
ra. Também está presente o nacionalismo, o Escravos” (O Navio Negreiro), 1883.
regionalismo ou o sertanismo.
Individualismo e sentimentalismo, considerando z Modalidades do Romantismo
que seus desejos, paixões e frustrações pessoais
são mais importantes do que os acontecimentos Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho do
externos. pescador”.
A natureza como força incontrolável e trans- Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, “A
cendental, uma personagem que reflete o “eu”, Moreninha”.
assumindo emoções, como tristeza, e esbanja Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O
exuberância diante da alegria e das conquistas ermitão de Muquém”, “Escrava Isaura”.
do indivíduo. Romance indianista e histórico - José de Alencar, “O
Pessimismo da realidade e escapismo, expres- Guarani”.
sões de angústia, frustração, desespero, tristeza,
entre outras emoções que acabam caracteri- Realismo
zando esse estado de espírito como o “mal do
século”. O Realismo é um movimento cultural e literário que
Temas como morte, suicídio, fuga para a natu- surgiu em oposição ao Romantismo no século XIX. Sua
reza ou a pátria são os escapes possíveis para temática principal foca nos problemas sociais da épo-
esse mal. ca, usando de linguagem clara e objetiva. A Revolução
Francesa e Revolução Industrial trouxe o crescimento
z Primeira Geração - Nacionalista do poder da burguesia na sociedade, portanto, as pes-
soas nas cidades em busca de melhores condições de
As obras desse período abordam a natureza, o país vida por meio do trabalho nas fábricas e comércios e
e idealizam tudo maravilhoso. Em Portugal, os temas a vida burguesa passaram a estar mais presentes nas
mais frequentes eram o nacionalismo, o romance narrativas. Em certas obras, percebe-se um forte tom
histórico e o medievalismo. No Brasil, esse apego ao de ironia e crítica social. Os integrantes desse movi-
passado era visto no indianismo. mento repudiavam a artificialidade do Arcadismo e do
Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a
z Segunda Geração - Ultrarromântica vida, os problemas e costumes das classes média e bai-
xa sem haver a necessidade de se inspirar em modelos
O mal do século tem papel de destaque e as obras do passado. O movimento manifestou-se também na
acabam sendo caracterizadas pelo exagero no subjeti- escultura, na pintura e em alguns aspectos sociais.
vismo e emocionalismo. As menções ao tédio e desejo O marco do Realismo foi a publicação do romance
de morte são frequentes. “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. No
Brasil, foi a publicação do livro “Memórias Póstumas
de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
z Terceira Geração - Romântica
z Contexto histórico:
Há a quebra das regras da literatura. Os poemas
começaram a ser escritos de maneira diferente e, na
prosa, começam a aparecer palavras que antes não A Proclamação da República.
eram da literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo A Primeira República.
povo. Nessa geração os autores também começaram a
falar de questões sociais. Foi o primeiro passo para o z Características
realismo, próximo movimento literário.
Objetividade como forma de opor ao excesso
z Autores e obras de subjetividade e idealizações existentes no
Romantismo.
Correção e clareza de linguagem para manter o
Primeira Geração
ideal de representar a realidade verdadeiramente.
Contenção das emoções, focando-se em análi-
Poesia: Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” ses mais objetivas.
(1848), “Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857), Análise psicológica dos personagens.
“Cantos” (1857) e Casimiro de Abreu: Primaveras, Narrativa lenta, buscavam construir análises
poesias (1859) – muitas vezes, inclusive, utilizando métodos
Prosa: José de Alencar: “O guarani” (1857), “Ira- científicos – da sociedade contada nas histórias.
cema” (1865). Impessoalidade do Narrador, em terceira pes-
soa, sugerindo-se certo grau de impessoalidade.
Segunda Geração A filosofia positivista de Auguste Comte, olhar
científico para analisar comportamentos sociais,
Álvares de Azevedo: “Lira dos vinte anos”; “Noite o Cientificismo, o Darwinismo, o Empirismo, o
na Taverna” e “Macário”. Determinismo.
Fagundes Varela: “Noturnas”; Cantos e Fantasias Literatura de combate social, crítica à burgue-
92 e Anchieta ou O Evangelho nas Selvas. sia, ao adultério e ao clero.
z Autores e obras Impressionismo
Naturalismo
Os pintores recriavam paisagens naturais, ou Pesquisas sobre óptica e seus efeitos, a presen-
seja, pintavam aquilo que observavam. ça dos contrastes e de transparências lumino-
Grande desejo de reformar a sociedade nas sas, auxiliam no desvanecimento da forma,
obras. percebida agora sem contornos.
União entre o concreto e o abstrato.
z Autores e obras A percepção do tempo e o fluxo da memória, a
lembrança crítica e a compreensão do sentido
Aluísio de Azevedo (1857-1913): “O Mulato” da experiência passada e a “procura do tempo
(1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço” (1890). perdido”.
Adolfo Caminha (1867-1897): “A Normalista” A fixação do instante, momentos cotidianos fuga-
(1893) e “Bom Criolo” (1895) zes, as impressões da realidade em detrimento da
Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”. razão e da emoção. 93
z Autores e obras O racionalismo da poesia como fruto do tra-
balho do poeta – um trabalho árduo, difícil,
Graça Aranha (1868-1931): Espírito Moderno, que dependia de fatores como o conhecimen-
1925 to técnico, aplicado com esmero na produção
Raul Pompeia (1863-1985): “O Ateneu”. poética.
Rigidez formal no tocante ao vocabulário (refi-
Parnasianismo
nado e erudito), à sintaxe, à rima e à métrica
O Parnasianismo localiza-se entre o final do sécu- utilizados pelo poeta.
lo XIX e o início do século XX, foi contemporâneo do
Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianismo z Autores e obras
remonta à denominação de um monte da Grécia Anti-
ga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os Olavo Bilac: “Via Láctea”.
poetas se isolavam do mundo para maior integração Raimundo Correia: “Sinfonias” (1883).
com os deuses, por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana. Simbolismo
Os únicos países em que ele floresceu de forma Se, no Brasil, foi superado pela escola parnasiana,
expressiva foram na França e no Brasil. Na França, que dominou a cena artística do período, na Europa
o movimento surgiu em 1866, com a publicação da representou considerável avanço em direção à arte
revista Le Parnasse Contemporain, que congregava moderna que dominaria o século XX.
poetas defensores de uma poesia antirromântica, des-
critivista, mimética e formalista. Entre esses poetas, z Contexto histórico
destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
No Brasil, o movimento por uma poesia de reação
Fundação da Academia Brasileira de Letras.
contrária ao Romantismo teve lugar no início da déca-
Origem: a poesia de Baudelaire.
da de 1880, com a publicação do livro Fanfarras (1882),
de Teófilo Dias, obra inaugural da estética no país. Três Características: desmistificação da poesia,
grandes autores destacam-se: Olavo Bilac (“o príncipe sinestesia, musicalidade, preferência pela cor
dos poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. branca, sensualismo, dor e revolta.
z Características z Características
Estilo majoritariamente poético, não produzin- Formação das bases intelectuais de filósofos
do grandes manifestações em prosa. como Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e
A “arte pela arte” como um movimento para reba- Soren Kierkegaard.
ter o excesso de sentimentalismo trazido pelo Decadentismo, marcado pela agonia, pela
Romantismo.
melancolia e pelo pessimismo, descrença nos
Aproximação entre a literatura e as artes plás-
ticas; tinha apreço pelas métricas, geralmente atributos racionais e a saturação das con-
caracterizadas por versos decassílabos; apresen- quistas científicas conduziram à crença em
tava cunho descritivo, temas clássicos, objetivi- uma decadência da civilização.
dade, impessoalidade e temas universais, como A arte da sugestão.
94 poesia, vaidade e beleza. A sinestesia e a musicalidade.
z Autores e obras Em relação ao contexto histórico, houve o advento
da tecnologia, as consequências da Revolução Indus-
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: trial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política
“Missal” e “Broquéis”. que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu um
sentimento nacionalista, um progresso espantoso das
Pré-Modernismo grandes potências mundiais e uma disputa pelo poder.
Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram cria-
É o período de transição entre as tendências do das, como o nazismo, o fascismo e o comunismo. Outros
final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o movimentos surgiram com a mesma terminação “ismo”,
Modernismo. O Pré-Modernismo acontece anos antes os movimentos artísticos que chamamos de vanguar-
da Semana da Arte Moderna, em 1922. das. É importante conhecer alguns dos objetivos das
Alguns anos após a abolição da escravatura, muitos vanguardas: o questionamento, a quebra dos padrões, o
imigrantes – a maioria italianos – vêm ao Brasil com protesto contra a arte conservadora, a criação de novos
o intuito de substituir a mão de obra rural e escrava. padrões estéticos que fossem mais coerentes com a rea-
Enquanto os ex-escravizados são marginalizados lidade histórica e social do século que surgia.
nos centros urbanos, a urbanização de São Paulo faz Estas manifestações se destacaram por sua radica-
surgir uma nova classe social: a operária. lidade, que influenciou a arte em todo o mundo.
Há algumas mudanças nos estados brasileiros, Os movimentos e as tendências artísticas, tais como
como a ascensão do café no Sul e Sudeste e o declínio o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Futuris-
da cana-de-açúcar no Nordeste. mo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op
Em termos de regência administrativa, o governo art e a Pop art expressam a perplexidade do homem
republicano não promovia as esperadas mudanças contemporâneo.
sociais – a sociedade se encontrava dividida entre a Como uma reação ao Impressionismo, o Expressio-
elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oli- nismo surge. Subjaz ao Expressionismo a preocupação
garquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem em expressar as emoções humanas, transparecendo
como dos marginalizados nos centros urbanos. em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angústias
do homem moderno. No Impressionismo, o enfoque
Eclodiram diversos movimentos sociais pelo Brasil
se resumia na busca pela sensação de luz e sombra.
em virtude da desigualdade social – como a Revolta de
Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que
Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da
teve basicamente dois princípios: a simplificação das
Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro. Além desse,
figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figu-
surgiram os movimentos protestantes no meio urbano,
ras não são representadas tal qual a forma real, ao passo
como a Revolta da Chibata, em 1910 – contra o maltrato
que as cores são usadas de maneira organiza, como saem
da Marinha à corporação – e as greves de operários.
do tubo de tinta. O nome deriva de “fauves” (feras, no
No começo do século XX aparecem os primeiros
francês), devido à agressividade no emprego das cores.
indícios da crise cafeeira com a superprodução de
No Cubismo também não há a preocupação de
café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.
representar realisticamente as formas de um objeto,
É em meio a este quadro na sociedade brasileira
porém a intenção do movimento artístico era represen-
que começa no Brasil uma nova produção literária,
tá-lo de vários ângulos, em um único plano. O Cubis-
intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário mo, com passar do tempo, evoluiu em duas grandes
Tristão de Ataíde. Destacam-se neste período as obras tendências: Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O
Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Ara- movimento teve o seu melhor momento entre 1907 e
nha). Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como 1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade.
uma “escola literária”, pois apresenta características Foi um movimento que se desenvolveu em todas
individuais muito marcantes. No entanto, há caracte- as artes e exerceu influência sobre vários artistas.
rísticas comuns às obras desse período: a ruptura com O Futurismo abrange sua criação em expressar o
a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da rea- real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras
lidade social brasileira; o regionalismo; a marginali- em movimento no espaço. Posteriormente, criaram
dade exposta nas personagens e associação aos fatos outros movimentos de arte moderna. Repercutiu prin-
políticos, econômicos e sociais. cipalmente na França e na Itália.
Caracteriza-se pelas produções desde o início do O movimento Abstracionista surgiu em oposição à
século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Foi arte figurativa ou objetiva. São formas de arte que não
um período de intensa movimentação literária que são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo.
marcou a transição entre o Simbolismo e o Modernis- O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte
mo. Apesar disso, para muitos estudiosos deve ser con- em todos os seus campos, pois não foi apenas uma cor-
siderado uma escola literária, uma vez que apresenta
LÍNGUA PORTUGUESA
chamados de neoparnasianos, pois eles buscavam figuração de traços sociais que significaria a erupção
de um movimento de descontinuidade da condição
uma poesia mais equilibrada.
moderna: mudanças dos sistemas produtivos e crise
do trabalho, eclipse da historicidade, crise do indi-
z Características vidualismo e onipresença da cultura narcisista de
massa. A pós-modernidade tem predomínio do ins-
Libertação estética; tantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de
Ruptura com o tradicionalismo; que o mundo está cada vez menor através do avanço
Experimentações artísticas; da tecnologia.
Liberdade formal (versos livres, abandono das No campo urbano, a cidade está em pedaços, por-
formas fixas, ausência de pontuação); que nela há caos, (des)ordem: padrões de diferentes
Linguagem com humor; graus de complexidade: o efêmero, o fragmentário, o
Valorização do cotidiano. descontínuo, o caótico predomina. 97
Mudam-se valores: é o novo, o fugidio, o efême- Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo
ro, o fulgaz e o individualismo que valem. A acele- é fluido na pós-modernidade. Dessa afirmação pode-
ração transforma o consumo numa rapidez nunca mos retirar o termo proferido pelo polonês Zygmunt
vivenciada: tudo é descartável (desde copos a maridos/ Bauman, que tornou popular esta expressão, e pre-
ou esposas). A publicidade manipula desejos, promove fere traduzi-la como ‘modernidade líquida’. Tempo e
a sedução, cria novas imagens e signos, eventos como espaço são reduzidos a fragmentos; a individualidade
espetáculos, valorizando o que a mídia dá ao transi- predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado
tório da vida. As telecomunicações possibilitam ima- pela ética do prazer imediato como objetivo prioritá-
gens vistas em todas as partes do planeta, facilitando a rio, denominado hedonismo.
mercadificação de coisas e gostos. A informatização, o A humanidade é induzida a levar sua liberdade
computador, o caixa 24 horas e a telemática são com- ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de
pulsivamente disseminadas. As lutas mudam: agora não probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre
é contra o patrão, mas contra a falta deles. Os pobres só no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetivi-
dizem presente nos acontecimentos de massa, lugar de dade também ser incessantemente fracionada.
deslocamento das energias de revolta.
Nesse sentido, o pós-modernismo invade o cotidia- REPRESENTAÇÃO LITERÁRIA: NATUREZA,
no com a tecnologia eletrônica em massa e individual,
FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TEXTO
onde a saturação de informações, diversões e serviços,
LITERÁRIO
causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia pro-
gramando cada vez mais o dia a dia dos indivíduos.
É relevante dizer que a Literatura desenvolve em nós
O pós-modernismo também teve uma expressivida-
de na economia. Seu papel foi mostrar aos indivíduos a sensibilidade, tornando-nos seres humanos mais com-
a capacidade de consumo, a adotarem estilos de vida preensivos, críticos, reflexivos e abertos para novos olha-
e de filosofias, o consumo personalizado, usar bens e res e possibilidades diante da nossa condição humana.
serviços e se entregarem ao presente e ao prazer. A palavra “literatura” remete ao termo “litteratu-
O ambiente pós-moderno significa simulação, ele ra”, que deriva do “littera” e que significa saber rela-
não nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua tivo à arte de escrever. É certo dizer que a literatura
maneira, hiper-realiza o mundo, transformando-o em é um termo que engloba vários conceitos. No que se
um espetáculo. Os pós-modernistas querem rir levia- refere à natureza, podemos dizer que ela pode ser
namente de tudo, encaram uma ideia de ausência de normativa ou descritiva, e no que se refere à função,
valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida. podemos dizer que são de estética, lúdica, cognitiva,
No pós-modernismo o homem vive imerso em um rio catártica e pragmática.
de testes permanentes, em que a informação e a comu- Além desses aspectos, é importante destacar as
nicação transportam a impulsividade para o consumo. características em geral dos textos literários:
Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em
1945. Nos anos 60 foi a época de grandes mudanças e z Sentido conotativo;
descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas z Ponto de vista pessoal do autor;
e arquitetônicas. z Uso de figuras de linguagem;
Completando o cenário moderno as metrópoles z Ocorrência de simbolismos.
industriais, as classes médias consumidoras de moda
e de lazer, surgiram a família nuclear - pessoas isola- Ainda com relação à função do discurso literário,
das em apartamentos - e a cultura de massa (revistas, pode-se afirmar que ele é marcado pelo recorrente
filmes, novelas), dando vitória à razão técnico-cientí- uso das funções da linguagem, criando a possibilidade
fica, inspirada no Iluminismo, a máquina fez a huma- das relações entre o emissor e o receptor, para que se
nidade recuar seus hábitos religiosos, morais e foi estabeleça interação, ou seja, o ato de leitura faz com
ditado novos valores, mais livres, urbanos, mas sem- que tenhamos uma nova visão de mundo.
pre atrelados no progresso social. Por fim, ressaltamos que além de proporcionar
As multinacionais trouxeram os serviços de tecnologia uma nova visão de mundo ao leitor, o texto literário
em geral, como informações e comunicações em tempo enriquece o nosso vocabulário, melhora as nossas con-
real, o que proporciona uma economia pela informação. cepções, a imaginação e muitos outros aspectos que
Nas chamadas sociedades programadas, codificar colaboram para o crescimento pessoal e profissional.
e manipular o conhecimento e a informação é vital,
onde a programação da produção do consumo e da
RELAÇÕES ENTRE LITERATURA, OUTRAS ARTES E
vida social significa projetar o comportamento.
OUTROS SABERES
O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética,
a robótica industrial, a biologia molecular, a medicina
nuclear, a tecnologia dos alimentos, as terapias psicoló- Segundo o site Comunica UFU, a relação entre
gicas, a climatização, as técnicas de embelezamento, o literatura, outras artes e outros saberes sempre
trânsito computadorizado e os eletroeletrônicos. esteve presente no meio social, tendo iniciado seus
Em resumo, o pós-modernismo pode ser caracte- pensamento no final dos anos 1940.
rizado como as definições de natureza sociocultural Essa relação se deve às mudanças nas práticas
e estética que marcam o capitalismo da era contem- culturais, com o advento das novas mídias. Assim,
porânea. Este movimento, que também pode ser o que é literatura pode estar tanto em um livro físi-
chamado de pós-industrial ou financeiro, predomi- co, como no celular, na televisão etc.
na mundialmente desde o fim do Modernismo. Ele é
caracterizado pela avalanche recente de inovações
tecnológicas, pela subversão dos meios de comunica-
ção e da informática, com a crescente influência do
universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista
98 que seduz o homem pós-moderno.
Exemplo:
Fonte:https://www.informabtl.com/las-estrategias-de-contenido-
z Sites de notícias: Jornal El País, Folha de São Pau-
de-pepsi-y-coca-cola-en-redes-sociales/ lo, UOL internacional ES, El Clarin;
z Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/char-
Neste exemplo, o leitor precisa entender que ge: Mafalda Oficial e Quino;
“lunes” é segunda-feira. E o sentido do anúncio é: se z Site de literatura: Instituto Cervantes Virtual.
a segunda te ataca e vem forte, Pepsi pode te ajudar e
contra-atacar, fazendo alusão ao filme “Star Wars: O Além desses sites, você pode procurar conhecer
Império contra-ataca”, por isso o capacete do persona- mais a obra de autores clássicos da língua espanho-
gem Darth Vader na latinha. la, já que muitas vezes os textos deles estão na prova.
Alguns deles são: Gabriel García Márquez, Julio Cortá-
Contos/ Fábulas zar, Miguel de Cervantes e Jorge Luis Borges.
Os pronomes pessoais são usados para substituir Tempo: hoy (hoje), ayer (ontem), siempre (sem-
os substantivos e funcionam como pessoas do discur- pre), nunca, anoche (ontem à noite), mañana
so. É importante saber, pois nem todos são parecidos (manhã ou amanhã), después (depois), antes
com o português, e essa diferença pode causar dificul- (antes), tras (depois de).
dade de compreensão. Lugar: lejos (longe), cerca (perto), aqui, allí/ allá
(ali), ahí (aí), detrás (atrás), arriba (acima).
ESPANHOL PORTUGUÊS Modo: bien (bem), mal (mal), mejor (melhor),
yo eu peor (pior), así (assim).
tú tu Afirmação: sí (sim), certamente (certamente),
él ele seguramente (seguramente),
Negação: no (não), jamás (jamais).
ella ela
Dúvida: tal vez (talvez), probablemente (prova-
nosotros (as) nós velmente), posiblemente (possivelmente).
vosotros (as) vós Intensidade: mucho, muy (muito), poco (pouco).
ellos eles
Ainda a respeito do assunto “advérbios”, podemos
ellas elas
destacar a diferença de muy e mucho, já que, na lín-
lo o gua portuguesa, temos apenas uma palavra (muito)
la a para todas as situações.
los os
Muy é usado diante de adjetivos e advérbios. Ex.:
las as
Esta prueba fue muy fácil. (Esta prova foi muito
le lhe (a ele)
fácil)
le lhe (a ela)
les lhes Mucho é usado antes de substantivos e antes ou
depois de verbos e indica quantidade. Exs.:
Conjunções Ella trabajó mucho. (Ela trabalhou muito.)
He comprado muchos panes. (Comprei muitos pães)
As conjunções conectam palavras e orações. Algu-
mas conjunções são bem parecidas, mas outras têm z Análise do uso de conjunções e advérbios: con-
sentidos completamente diferentes do que apresen- junções e advérbios são essenciais na construção
tam em português. de um texto. As diferenças que vimos anteriormen-
As principais conjunções são: te podem ser um problema, mas quando temos
conhecimento, elas se tornam uma vantagem em
z y (e) relação à compreensão textual.
z o (ou)
z además (ademais, além de) A seguir, veremos um texto utilizado no ENEM em
z pues (pois) 2018, que exemplifica o uso de algumas conjunções e
z pero (porém)
advérbios na prática:
z aún (ainda)
z aunque (ainda que/mesmo que)
El carpintero
LÍNGUA ESPANHOLA
Alugar Alquillar
Chamar / ligar (telefone) Llamar Nas tabelas comparativa, é possível observar que
Tentar Intentar enquanto o radical de amar “am” permanece o mes-
mo em todos os tempos verbais mencionados, o radi-
Conhecer Conocer
cal de hacer, que originalmente é “hac”, muda para
102 Vir Venir “hag”, “hic” e “hiz” a depender do tempo verbal.
Os principais verbos irregulares em espanhol são: Pretérito mais-que-perfeito composto: Yo había
estudiado. (Eu havia estudado.)
Caber (caber) Futuro perfeito composto: Ya habré estudiado. (Já
Agradecer (agradecer) terei estudado.)
Caer (cair) Condicional composto: Yo habría estudiado. (Eu
Decir (dizer) haveria estudado.)
Dormir (dormir)
Salir (sair) Subjuntivo: esse modo expressa ações possí-
Conducir (dirigir) veis de desejo, dúvida, suposição, ou seja, ações
não concretas ou não reais.
z Reflexivos: expressam uma ação praticada e
recebida pelo sujeito. Conjugam-se com os prono- Os tempos do modo subjuntivo são:
mes reflexivos me, te, se, nos, os, se. No infinitivo
aparecem sempre acompanhados do pronome se. Presente: Que yo estudie. (Que eu estude.)
Pretérito Imperfeito: Yo estudiara. (Eu estudara.)
Exemplo: despertarse, levantarse. Pretérito Perfecto Compuesto: Es mejor que yo
haya estudiado. (É melhor que eu tenha estudado.)
z Formas Nominais: além dessas classificações, há Pretérito Pluscuamperfecto Compuesto: Si yo
também as formas nominais dos verbos. Elas são hubiera estudiado, sería mejor. (Se eu tivesse estuda-
denominadas assim porque não apresentam fle- do, seria melhor.)
xão de número, modo ou pessoa. São elas:
Imperativo: expressa ordem, desejo, conselho.
Infinitivo: Expressa o significado do verbo. Não é conjugado em tempos, mas possui duas
Terminado em ar, er e ir. formas: afirmativo e negativo.
Exemplo: Estudiar es muy importante. (Estudar é Afirmativo: Estaciona acá. (Estacione aqui.)
muito importante) Negativo: No estaciones acá. (Não estacione aqui.)
Os tempos do modo indicativo são: Não destacamos com tanta importância os meses
LÍNGUA ESPANHOLA
z Berro z Presunto
z Borracha z Propina
z Chulo z Concertar
z Conozco z Rico
z Crianza z Sino
z Desperto z Pelado
z Embarazada z Latir
z Fecha z Dirección
z Frente z Cueca
z Novela z Largo
z Pelo z Paladar
z Polvo z Taza
Parece: vaso
Significado: copo
z Vacío
Parece: vazio
Significado: vago
ANOTAÇÕES
LÍNGUA ESPANHOLA
105
106
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Fonte: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/
Anúncios publicitários
Além dos gêneros mencionados anteriormente, é
possível encontrar diversas outras informações onli-
Este gênero textual deve ser lido com muita cau-
tela, pois a imagem apresentada “conversa” com a ne sobre gêneros textuais em inglês para que seu estu-
informação escrita da propaganda: não é apenas uma do se aprofunde ainda mais. Confira a seguir uma lista
simples leitura, pois necessita que o leitor possua útil para estudo posterior:
repertório e conhecimento geral para realizar a inter-
pretação de uma simples peça publicitária, além do z Sites de notícias: BBC News, The New York Times,
conhecimento do idioma por si só. Daily Mail, The Sunday Times;
z Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/char-
Exemplo: ge: Archie Comics, Peanuts, Go Comics;
z Site de literatura: Literature.org.
Her pencils are in her pencil case. (Os lápis dela We prefer drinking juice to drinking soda. (Preferi-
estão em seu estojo). mos beber suco a refrigerante).
Lucas is working in his bedroom. (Lucas está traba- Além destas preposições, existem diversas outras
lhando em seu quarto). que indicam lugar e lugar. Confira a seguir uma lista
com mais exemplos:
z At: à; às; em; na; no
PREPOSIÇÕES SIGNIFICADO
Exemplos:
Before Antes
Is this meeting at 5 pm? (Esta reunião é às 17h?).
After Depois
They live at 97 Broadway Street, California. (Eles During Durante
moram na Rua Broadway, número 97, na Califórnia). Since Desde
Until/till Até
He works at the National Bank. (Ele trabalha no
Banco Nacional). From Desde, da, das
Up to Até agora
Will you be waiting for us at the airport? (Você By Até
esperará por nós no aeroporto?).
Ago Atrás
z On: sobre a; em cima de; acima de; em; no; na. Past Antes (hora)
Under Debaixo
Exemplos: Above Acima
She was born on July 17th, 1992. (Ela nasceu em 17
de julho de 1992). In front Em frente à
Across Do outro lado
We have to work on the weekend. (Nós temos que Below Abaixo
trabalhar no fim de semana).
Along Ao longo de
Ron never goes jogging on Sundays. (Ron nunca faz Behind Atrás
cooper aos domingos). Beside Ao lado
Between Entre
Her pencils are on her desk. (Os lápis dela estão em
Among Entre
sua escrivaninha).
LÍNGUA INGLESA
By Ao lado de
Joseph is dancing on the stage. (Joseph está dançan- Far from Longe de
do no palco). Near Perto
Inside Dentro
z For: para; durante; por; há.
Outside Fora
Exemplos: Next to Próximo a/ao
Through Através
My wife uses our porch area for painting. (Minha
esposa usa nossa área da sacada para pintar). Toward Em direção a 111
Adjetivos Exemplo: Although she was tired, she went for a
walk.
Os adjetivos são palavras que caracterizam os Embora ela estivesse cansada, ela foi caminhar.
substantivos com o objetivo de expressar o estado, a
condição, a qualidade ou o defeito deles. Eles podem z Or: ou.
possuir diferentes usos dependendo do grau, podendo
estabelecer relações comparativas ou superlativas. Exemplo: Would you rather stay home or go to the
Curiosamente, em inglês não há variação quanto mall?
ao gênero (masculino e feminino) e número (singular Você prefere ficar em casa ou ir para o shopping?
e plural), como ocorre na língua portuguesa. Sendo
assim, a grande maioria dos adjetivos são usados para z However: porém, entretanto.
qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no
feminino, no singular ou no plural. Os adjetivos sem- Exemplo: They were willing to start, the rain, how-
pre são apresentados antes do substantivo em inglês. ever, poured outside.
Veja a seguir alguns exemplos: Eles estavam dispostos a começar, a chuva, porém,
caía lá fora.
z lazy boys don’t help at home. (Aqueles meninos
preguiçosos não ajudam em casa). z Therefore: assim, portanto, por isso.
z Mary and John adopted three black dogs. (Mary e
John adotaram três cachorros pretos). Exemplo: Our class is over, therefore we can dis-
cuss it on Monday.
z Which brownie do you prefer: the small choco-
Nossa aula acabou, sendo assim podemos discutir
late-chip ones or the big chocolate ones? (Quais
isso na segunda-feira.
brownies você prefere: os pequenos de pepitas de
chocolate ou os grandes de chocolate?).
z Because: porque, pois.
Conjunções Exemplo: He didn’t text me because his phone was
broken.
Seja em inglês ou em português, as conjunções Ele não me mandou mensagem porque seu celular
são responsáveis por conectar a ideia de uma ora- estava quebrado.
ção a outra, estabelecendo relação entre elas, poden-
do acrescentar informações, contrapor ou explicar z If: se.
ideias. Veja a seguir a forma como uma conjunção é
capaz de unir ideias de orações separadas. Exemplo: I’ll only go if you come with me.
Eu só vou se você for comigo.
John was very frustrated. John got fired. (John esta-
va muito frustrado. John foi demitido). z Since: já que, desde.
John was very frustrated because he got fired. (John Exemplo: Since you’re going to the kitchen, could
estava muito frustrado porque ele foi demitido). you fetch me some water?
Já que você está indo à cozinha, você poderia me
A conjunção because conectou as orações de arranjar um pouco de água?
maneira natural, organizando as ideias sem que haja
quebra na narrativa da oração. Confira a seguir algu- Advérbios
mas das conjunções mais usadas da língua inglesa e
exemplos: Advérbios são palavras que mudam o sentido do
verbo. De acordo com o sentido que dão à oração,
z And: e. eles podem ser classificados em advérbios de tem-
po, modo, lugar, afirmação, negação, ordem, dúvida,
Exemplo: She went to the store and bought some intensidade, frequência e advérbios interrogativos.
fruits. Veja alguns dos principais advérbios da língua inglesa
Ela foi ao mercado e comprou algumas frutas. e seus exemplos:
a ação em questão.
Eu geralmente me
USUALLY I usually wake up at 7.
levanto às 7.
No, we can’t. Não, nós não
NO Ian often visits his Ian frequentemente
podemos. OFTEN
grandparents. visita seus avós.
He is not the Ele não é cara Ela é sempre tão
NOT ALWAYS She’s always so clever.
guy for you. para você. esperta.
Did you she where Você viu onde ela I (eu) finish
WHERE
she went? foi?
You (tu, você) finish
Quanto você ali-
How much do you
HOW menta o seu He/she/it (ele, ela) finishes
feed your dog?
cachorro?
We (nós) finish
Why didn’t they Por que eles não
WHY You (vós, vocês) finish
come? vieram?
They (Eles, elas) finish
TEMPOS VERBAIS
Em alguns casos, em verbos com terminações em
Simple present y precedidos por uma consoante, como em to study
(estudar), to fly (voar) e to cry (chorar).
O presente simples em inglês tem sua conjugação de
verbos dividida entre pronomes. Os pronomes da ter- To study
ceira pessoa do singular se enquadram em uma catego-
ria e os demais em outra. Apesar de suas conjugações I (eu) study
serem simples ao expressar ações no tempo presente,
You (tu, você) study
em alguns casos elas se diferenciam. O padrão de con-
jugação no presente simples se estabelece retirando o He/she/it (ele, ela) studies
“to” do verbo no infinitivo em todos os casos.
We (nós) study
Ex: to eat – comer // I eat bread (Eu como pão).
You (vós, vocês) study
Observe que o “to” foi removido para realizar a They (Eles, elas) study
conjugação de acordo com o pronome em questão, esta
regra se aplica a seguinte lista de pronomes (veja como
exemplo a conjugação do verbo citado anteriormente): Simple past
Nós começamos
I (eu) drink We started a new
AFIRMATIVA um novo curso de
business course.
You (tu, você) drink negócios.
He/she/it (ele, ela) drinks We did not start Nós não começa-
NEGATIVA a new business mos um novo cur-
We (nós) drink course. so de negócios.
No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss e sh, Já os verbos irregulares do passado não possuem
acrescentamos “-es”, como no caso do verbo to finish regras específicas, mas podemos memorizá-los a fim
114 (terminar). de expandir o vocabulário. Confira a tabela a seguir:
VERBO z She won’t accept the judge’s decision / She will not
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO accept the judge’s decision. (Ela não aceitará a deci-
INFINITIVO
NO PASSADO são do juiz).
To eat Ate Comer
E na interrogativa, inverte-se a posição do verbo
To come Came Vir modal will e o sujeito em questão na oração; ela tam-
Partir, sair, bém pode vir em sua forma negativa (won’t), usada
To leave Left
deixar para confirmar ou reafirmar informações através de
To understand Understood Entender uma pergunta. Confira:
VOCABULÁRIO
Proper nouns
Common nouns
Essa letra de canção foi composta especialmente Considerando o objetivo da carta de Tobias Greg-
para uma campanha de combate à violência contra as son, a sequência de enunciados negativos presente
mulheres, buscando conscientizá-las acerca do limite nesse texto tem a função de
entre relacionamento amoroso e relacionamento abu-
sivo. Para tanto, a estratégia empregada na letra é a a) restringir a investigação, deixando-a sob a responsa-
bilidade do autor da carta.
a) revelação da submissão da mulher à situação de vio- b) refutar possíveis causas da morte do cavalheiro, auxi-
lência, que muitas vezes a leva à morte. liando na investigação.
b) ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da c) identificar o local da cena do crime, localizando-o no
mulher agredida, que continuamente pede socorro. Jardim Lauriston.
c) exploração de situação de duplo sentido, que mostra d) introduzir o destinatário da carta, caracterizando sua
que atos de dominação e violência não configuram personalidade.
amor. e) apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos do
d) divulgação da importância de denunciar a violência sinato.
doméstica, que atinge um grande número de mulhe-
res no país. 4. (ENEM – 2019)
e) naturalização de situações opressivas, que fazem
parte da vida de mulheres que vivem em uma socie- Blues da piedade
dade patriarcal.
Vamos pedir piedade
2. (ENEM – 2019) Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal
Music, 2000 (fragmento).
ARTES
23. (ENEM – 2019)
MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures in
Chocolate). Impressão fotográfica, 152,4 cm x 121,92 cm, The
Museum of Modern Art, Nova Iorque, 1977. NEVES, A. História da
arte 4. Vitória: Ufes – Nead, 2011.
1 C
2 B
3 B
4 C
5 C
6 B
7 D
8 A
9 D
10 E
11 E
12 A
13 A
14 D
15 B
16 D
17 D
18 E
Disponível em: www.csuchico.edu. Acesso em: 11 dez. 2017. 19 B
127
128
CIÊNCIAS HUMANAS
e Suas Tecnologias
?
PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL NO
BRASIL
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
HISTÓRIA
1678, Ganga Zumba e Zumbi se indispuseram, criando os negros. O movimento negro, como ficou conhecida
uma fissura em Palmares e dando início a anos vio- a luta pela igualdade étnica-racial, inspirou grandes
lentos. Ganga Zumba foi morto por considerar fazer nomes que lutaram contra o sistema escravista, como
um acordo com as autoridades coloniais e, por mais Zumbi e Dandara dos Palmares e Luís Gama.
quinze anos, Zumbi conseguiu manter a liberdade Ao longo do século XX, a atuação de diversas per-
e autonomia dos quilombolas. Contudo, o estado de sonalidades foi importante para a tomada de espaço
sítio feito pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco e conquistas pelo movimento. Nomes, como Abdias
Real do Macaco, levou à derrota da comunidade e ao do Nascimento (político), Iyalorixá (mãe de santo), 133
Laudelina de Campos Melo (empregada doméstica), z Tupi: habitavam o litoral e foram os primeiros a
Milton Santos (geógrafo), Kabengele Munanga (pro- entrar em contato com os portugueses. Eram exí-
fessor), Djamila Ribeiro (socióloga) e Marielle Franco mios pescadores e nadadores. Caçavam e cole-
(política) ganharam destaque, sendo bem emblemáti- tavam na floresta. Compunham esse grupo as
co o caso dessa última, que compreendeu um assassi- tribos Tamoio, Guarani, Tupinambá, Tupini-
nato brutal e, ainda hoje, sem solução. quim, Tabajara, entre outras.
O que essas personalidades, bem como outras pes- z Macro-jê: habitavam o interior, principalmente
soas envolvidas no movimento negro, procuraram o Planalto Central, mas algumas de suas tribos
evidenciar é que o racismo é uma forma de segrega- viviam próximas ao litoral, na Serra do Mar.
ção social não oficial. Como consequência, vemos São desse grupo as tribos Timbira, Aimoré, Goi-
cada vez menos negros tendo acesso a melhores tacaz, Carijó, Carajá, Bororó e Botocudo. Viviam
empregos ou adentrando nas faculdades, além da vio- da pesca nas nascentes dos rios, da caça e cole-
lência a qual estão expostos. Neste sentido, a atuação ta de frutos e raízes. Esse grupo somente entrou
de movimentos, como o Movimento Negro Unificado, em contato com os brancos no século XVII, no
é fundamental. momento em que os colonizadores, interessados
Entre as conquistas legais, podemos citar a Lei nº em escravos indígenas, passaram a atacá-los.
12.711/12 e a Lei 12.990/14, popularmente conhecidas z Karib: ocupavam a região do baixo Amazonas e
como Leis de Cotas. A primeira prevê a reserva de parte do Amapá e Roraima, sendo as tribos mais
50% das vagas em cursos de universidades e institutos conhecidas os Atroari e Uaimiri. Eram bastante
federais para estudantes de escola pública e estudan- agressivos e, inclusive, praticavam a antropo-
tes que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas. fagia. Entraram em contato com os brancos no
A segunda prevê a reserva de 20% das vagas ofertadas século XVII, com os aldeamentos religiosos e as
em editais de concursos públicos federais para pretos, fortificações militares.
pardos e indígenas. z Aruak: localizavam-se na Amazônia e na ilha do
A Lei nº 7.716/89 prevê detenção de um a cinco Marajó. Destacaram-se pelos trabalhos em cerâ-
anos para crime de discriminação racial. Essa Lei mica. Suas principais tribos eram Aruá, Pareci,
veda a recusa ao acesso a estabelecimentos públicos Cunibó, Guaná e Terena.
ou privados, o impedimento de acesso aos transpor-
tes públicos, a recusa à matrícula em instituições de A organização básica era a tribo, cada uma delas
ensino, ofensas, agressões e tratamento desigual por liderada por um chefe. As aldeias eram ligadas entre
motivação racial. si por parentesco, costumes e tradição. Para prover
Vale o destaque, também, para a celebração do Dia a sua alimentação, os povos indígenas caçavam,
da Consciência Negra, 20 de novembro, mesma data pescavam e coletavam crustáceos, frutos e raízes.
do assassinato de Zumbi dos Palmares, sendo esse um Alguns grupos cultivavam uma agricultura simples,
dia voltado à memória da luta dos negros no Brasil. com o plantio de milho, batata-doce, mandioca, abó-
bora, pimenta, abacaxi, amendoim, mamão, caju e
HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS E A FORMAÇÃO maracujá.
SOCIOCULTURAL BRASILEIRA O trabalho era dividido entre os homens que
faziam o arado, lidavam com a pesca, a guerra e a
Os povos indígenas que ocupavam o território do caça, enquanto as mulheres lidavam com o plantio,
Brasil, de um modo geral, podem ser classificados em a colheita e o artesanato. As práticas religiosas dos
quatro grupos linguísticos: Tupi, Macro-jê, Aruak e indígenas eram de natureza politeísta, possuindo
Karib. uma relação muito estreita com os elementos da
natureza. O pajé, líder religioso, era muito importan-
te na organização das tribos.
Alguns hábitos dos indígenas influenciaram a
nossa cultura atual, como o banho diário, a língua
(temos, no português do Brasil, muitas palavras de
origem indígena), as festividades e o folclore.
HISTÓRIA
Sessão da Câmara dos Deputados. Coroação de Guilherme de Orange e Maria Stuart em 1690.
AS REGIÕES BRASILEIRAS
A lº divisão oficial do IBGE, adotada pelo governo brasileiro, considera os limites dos estados e as característi-
cas naturais dominantes no território. Uma das críticas apontadas a essa divisão é o fato de apresentar uma limi-
tada capacidade de análise, uma vez que não há compatibilidade entre os limites políticos e os limites naturais, e
também sua baixa eficácia na mediação das ações que visam solucionar as desigualdades regionais surgidas no
percurso histórico do Brasil, já que a Região Sudeste continua sendo a que possui maior desenvolvimento indus-
trial e econômico. Apesar de não oferecer um panorama mais fiel da realidade socioeconômica das unidades
regionais, essa divisão serve de base para pesquisas e levantamentos de estatísticas, além de ser utilizada pelo
governo para a elaboração de políticas públicas e a atuação de determinados órgãos governamentais.
Piauí Paraíba
Acre Pernambuco
Fonte: IBGE.
Assim, a divisão regional atual do Brasil consiste em: Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá
e Tocantins), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bah-
ia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo,
Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
tratado de Tordesilhas não frearia as incursões e estabelecimentos não autorizados. Nesse sentido, foram criadas
frentes colonizadoras independentes, que apresentavam pouca comunicação entre si, relacionando-se imedia-
tamente apenas com a metrópole. O sistema administrativo pelo qual se optou foram as chamadas capitanias
hereditárias, forma de administração realizada em outros domínios lusitanos. A Coroa não tinha os recursos
necessários para realizar a exploração de tão amplos domínios, por isso, doou lotes de terras a particulares que,
com seus recursos econômicos e humanos, deveriam primar pelo desenvolvimento dos espaços. Esses lotes de
terra eram hereditários. 139
O território da América Portuguesa foi dividido países no continente. O projeto pan-americano de
em quinze lotes, sendo quatorze capitanias que, por integração entre as nações independentes no Congres-
sua vez, eram administradas por doze donatários. O so do Panamá em 1826 não foi adiante, inclusive pela
donatário era o responsável com poder proeminente intervenção inglesa preocupada que isso colocasse
e, além do uso da terra, também administrava o traba- em risco seus interesses na região.
lho indígena. As capitanias não se relacionavam entre Os processos de independência acabaram não se
si e o distanciamento era evidente e preocupante, de traduzindo em uma efetiva e radical transformação
modo que em 1572 a Coroa Portuguesa fragmentou da sociedade, vide o poder das elites locais que instau-
a administração em dois governos-gerais: o Governo raram regimes ditatoriais. Além disso, a dependência
do Norte, que tinha como capital a cidade de Salva- econômica em relação às potências capitalistas esta-
dor e era composto da Capitania da Baía até a capi- belecida a partir do século XIX fez com que muitos dos
tania do Maranhão, e o Governo do Sul, sediado no problemas, como a desigualdade econômica e a insta-
Rio de Janeiro, e composto pela região de Ilhéus até bilidade social e política, permanecessem.
o Sul. Reuniam-se regiões, ainda, que não pareciam
compreender pertencerem ao mesmo espaço admi- GRUPOS SOCIAIS EM CONFLITO NO BRASIL
nistrativo e político. IMPERIAL E A CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO
A configuração dos limites territoriais alterou-se
bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran- Primeiro Reinado
te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha
e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-
território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi- trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam do. A Assembleia Constituinte eleita em 1823 desejava
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal. a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti- da Agonia, o imperador cassou os deputados oposito-
vo resolver esses problemas. Definiu que a Colônia res, impugnou as proposições constitucionais e outor-
de Sacramento, atual Uruguai, era posse portuguesa.
gou a Primeira Constituição Brasileira, em 1824. Ela
O Tratado de Madri, de 1750, devolveu a Colônia de
estabelecia, entre outras coisas:
Sacramento aos espanhóis, enquanto estabelecia a
região dos Sete Povos das Missões (atual Rio Grande
z Existência do poder moderador, que poderia sus-
do Sul), do atual Centro-Oeste e boa parte da Amazô-
pender o poder legislativo, executivo e judiciário;
nia como posses portuguesas. Essa decisão seria tam-
z Poder hereditário;
bém confirmada com o Tratado de Santo Ildefonso,
z Voto censitário, calculado pela renda.
em 1750, e com o Tratado de Badajós, em 1801.
Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernam-
AS LUTAS PELA CONQUISTA DA INDEPENDÊNCIA
buco, a Confederação do Equador, exigindo uma repú-
POLÍTICA DAS COLÔNIAS DA AMÉRICA
blica liberal, a abolição da escravidão e a ampliação
de direitos sociais. Esse movimento teve como prin-
A elite letrada da América Espanhola, influencia-
cipal líder Frei Caneca, mas acabou sendo reprimida
da pelos ideais iluministas, passou a questionar as
com sucesso.
decisões autoritárias da metrópole, bem como o pacto
Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina
colonial. Esses intelectuais faziam parte de um grupo
entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do
conhecido como criollos, filhos de espanhóis nascidos
na América, que eram desprovidos de direitos políti- Rio da Prata. Após um desgastante e custoso conflito
cos. Seu enfrentamento se daria, sobretudo, contra os (o Banco do Brasil chegou a falir), a independência do
chapetones, nascidos na Espanha e que ocupavam os Uruguai foi reconhecida. A instabilidade política tam-
principais cargos. bém podia ser verificada em episódios como a Noite
Além do iluminismo entre os intelectuais, a explo- das Garrafadas, demonstrando a grande divergência
ração do trabalho dos índios, dos escravos e dos mes- entre brasileiros e portugueses, juntava-se a isso a cri-
tiços também motivou algumas rebeliões. Junto à se econômica e a disputa pela sucessão do trono em
situação de miséria vivida por esses grupos, essa explo- Portugal, levando D. Pedro I à abdicação do trono em
ração levou movimentos revolucionários a tomar 7 de abril de 1831.
força, como a Rebelião Tupac Amaro (1780, Peru) e o
Movimento Comunero (1781, atual Colômbia). Período Regencial
O estopim para o movimento mais amplo de
emancipação das colônias teve início quando Napo- Segundo a Constituição de 1824, a abdicação de
leão Bonaparte invadiu a Espanha e prendeu o rei D. Pedro I levaria ao trono seu filho D. Pedro II. No
Fernando VII. As colônias passaram a agir cada vez entanto, ele tinha apenas cinco anos de idade naquela
mais autonomamente em relação às metrópoles. Por ocasião. Então, o Parlamento buscou uma alternativa:
outro lado, a Inglaterra, em um momento de necessi- a regência. O período regencial durou de 1831 até
dade de ampliar os mercados consumidores por conta 1840 e foi marcado por grandes conflitos regionais. Os
da Revolução Industrial, viu com bons olhos o fim do grupos políticos se dividiam entre:
monopólio comercial espanhol na América.
Nesse contexto, a mobilização ganha impulso. A z Restauradores: Defendiam o retorno de D. Pedro I
restauração da autoridade colonial espanhola foi o e, posteriormente, a coroação de D. Pedro II;
início para as hostilidades dos criollos. Simon Bolívar z Liberais moderados: Exigiam poderes monárqui-
e José de San Martin tiveram papel de destaque, con- cos com restrições;
seguindo mobilizar lideranças e exércitos que tinha z Liberais exaltados: Favoráveis ao federalismo,
140 como objetivo declarar a independência de vários com maior autonomia das províncias.
Durante o período foram criados: o Código de Pro- A guerra opôs os paraguaios, liderados pelo dita-
cesso Criminal, a Guarda Nacional, o Ato Adicional dor Solano Lopez, e a Tríplice Aliança, formada
(dando poder às assembleias regionais) e a Lei Feijó por Brasil, Argentina e Uruguai. No entanto, o Brasil
(que abolia o tráfico no papel, fazendo, entretanto, acabou indo bem mais além que os outros dois, arras-
“vista grossa” para que ele ainda existisse na prática). tando a guerra até o assassinato de Lopez em 1870.
A instabilidade política acentuou-se com a eclosão Mesmo vitorioso, o Brasil passou a enfrentar um pro-
de diversos movimentos separatistas nas províncias cesso de crise.
do país. Dentre eles, destacam-se:
Crise e queda do Império
z Cabanada (1832-34, Pernambuco): Lutava pela res-
O conflito levou ao surgimento da Questão Mili-
tauração da monarquia sob D. Pedro I e pelo fim
tar, envolvendo os direitos sociais e políticos dos mili-
da escravidão;
tares. Com o surgimento do Partido Republicano em
z Cabanagem (1835-40, Grão-Pará): Lutava por melho- 1873, uma ala mais radical do Partido Liberal passou
res condições de vida para a população da região e a contestar a centralização monárquica. O movimen-
vitimou cerca de 30 mil pessoas; to abolicionista ganhava cada vez maior repercus-
z Revolução Farroupilha (1835-45, Rio Grande do são em busca da aprovação de leis que dessem fim à
Sul): Lutavam pela independência do estado e por escravidão.
melhores condições para os criadores de gado; Ademais, houve uma quebra no elo com os conser-
z Sabinada (1837-38, na Bahia): Lutava pela inde- vadores, quando o Império passou a recusar as inter-
pendência da Bahia e pelo fim da escravidão; venções do Vaticano sobre a Igreja no Brasil, episódio
z Balaiada (1838-41, Maranhão): Lutava contra a conhecido como Questão Religiosa.
desigualdade social e contra as injustiças cometi- O rompimento definitivo viria com o fim da escra-
das pelas elites. vidão. A partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, e da
Lei dos Sexagenários, em 1883, a abolição parecia
Na preocupação de garantir a unidade do territó- inevitável. No entanto, os escravocratas radicalizaram
rio, liberais e conservadores (antigos restauradores) sua oposição aos abolicionistas a partir de 1885, proi-
bindo seus eventos e organizando ataques.
fizeram uma manobra constitucional e aclamaram D.
Diante da iminência de uma guerra civil, o Império
Pedro II por meio do golpe da maioridade (1840).
decidiu mediar o fim da escravidão com a Lei Áurea,
em 13 de maio de 1888, perdendo o apoio dos cafei-
Segundo Reinado (1840-1889) cultores do Vale do Paraíba, que ficaram conhecidos
como republicanos de última hora. Por fim, um golpe
Com o golpe da maioridade, teve início o período militar com o apoio de setores civis realizou a Procla-
conhecido como Segundo Reinado, que se estendeu mação da República, em 1889.
até 1889. Por meio de uma manobra conhecida como
“parlamentarismo às avessas”, D. Pedro II exercia O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO LIBERAL
poder sobre a Chefia de Gabinete e sobre o Parlamen- NA SOCIEDADE CAPITALISTA E SEUS CRÍTICOS
to. Embora o legislativo fosse dividido entre Partido NOS SÉCULOS XIX E XX
Conservador (saquaremas) e Partido Liberal (luzias),
ambos tinham posições semelhantes, como a manu- O liberalismo defende que uma sociedade justa é
tenção da escravidão e a centralização de poder pelo aquela na qual as pessoas são livres para realizar seus
imperador. interesses e objetivos. Ou seja, o pensamento liberal
O Segundo Reinado foi marcado também por acredita que cada pessoa tenha liberdade de decidir
uma fase de desenvolvimento econômico. O sucesso no que crer, desde religião até posicionamento político.
do ciclo do café (1830-1950) foi possível pelo forta- Por isso, é contrário a que autoridades religiosas e do
governo interfiram sobre o modo de vida dos indiví-
lecimento da Inglaterra e dos Estados Unidos como
duos, tanto no campo ideológico como no campo mate-
mercados consumidores, além de algumas condições
rial (relacionado às práticas econômicas e de trabalho).
internas: O pensamento liberal se opunha à concentração
de poderes nas mãos dos governantes, especialmen-
z A abertura de caminhos que ligavam o litoral ao te dos reis, assim como o mercantilismo, já que estes
interior passando pelo Vale do Paraíba; dois eram vistos como barreiras às liberdades dos
z A disponibilidade de terras herdadas da política de indivíduos, tanto econômicas como sociais. Tornou-
vigilância na época do ouro; -se, assim, um importante instrumento de crítica às
z O sistema de transporte que foi modernizado com monarquias absolutistas e foi utilizado pela burguesia
a instalação das ferrovias a partir de 1860. para lutar por liberdades e maior participação políti-
ca a partir do século XVIII.
O Império começou a sofrer com legislação inter- Na transição do feudalismo para o capitalismo,
nacional inglesa para a proibição do tráfico, o que entre os séculos XVI e XVIII, as terras comunais passa-
o levou a aprovar duas medidas: a Lei Eusébio de ram pelo processo de cercamento na Inglaterra. Com
isso, os trabalhadores perderam acesso à terra e, con-
Queirós, que extinguia o tráfico atlântico de escravos,
sequentemente, aos seus meios de sustento, o que os
e a Lei de Terras, colocando que a terra só poderia
levou, por fim, a vender seu tempo em troca de salá-
HISTÓRIA
ser adquirida por meio de compra, excluindo futuros rios. Assim, antigos servos e pequenos produtores tor-
escravizados libertos e os imigrantes europeus que naram-se trabalhadores assalariados e aumentaram o
começaram a vir. contingente de trabalhadores nas indústrias.
Em 1864, teve início a Guerra do Paraguai, inicia- O século XIX também ficou marcado pelas teorias
da a partir da intervenção brasileira sobre os gover- críticas do liberalismo. Ganhou destaque o socialismo
nos do Uruguai e da Argentina, desagradando os científico, desenvolvido por Karl Marx e Friederick
interesses paraguaios na Bacia Platina; em resposta, Engels. Segundo eles, o capitalismo é um sistema que
os paraguaios invadiram o atual Mato Grosso do Sul. tende a crises, nas quais os grandes prejudicados são os 141
trabalhadores, menos privilegiados na luta de classes A ATUAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS E OS GRANDES
contra os proprietários dos meios de produção. Sendo PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS DO SÉCULO XX
assim, a emancipação do trabalhador deveria vir por
meio de uma revolução em que a classe operária passa- Revolução Bolchevique
ria a ter a posse coletiva dos meios de produção.
Já no final da década de 1970 e início da década Os antecedentes da Revolução Russa têm sua bali-
de 1980, o keynesianismo começou a perder força, e a za associada à modernização ocorrida na segunda
ideia de Estado mínimo e baixa participação estatal na metade do século XIX. Em 1861 a servidão foi aboli-
economia retornou no que foi definido como neolibe- da, o que possibilitou um espaço para uma dinâmica
ralismo. O neoliberalismo, expandido a partir do Reino comercial por parte dos camponeses. No fim do século
Unido e dos EUA, defende a privatização de empresas, XIX, graças ao movimento de industrialização de cida-
o corte de gastos públicos e o aumento da taxa de juros des como Moscou e São Petersburgo, houve o floresci-
para atrair investimentos estrangeiros. Diferentemen- mento de uma classe operária urbana.
te do liberalismo clássico, tem foco econômico. O fracasso da Rússia na guerra contra a emergente
Nos países em desenvolvimento, o neoliberalismo potência japonesa foi o estopim para que a insatisfa-
chegou mais tarde, principalmente após o Consenso ção se transformasse em revolta. Em 22 de janeiro de
de Washington, que reforçou a privatização e a dimi- 1905, um protesto pacífico convocado por um padre
nuição de gastos públicos. No geral, essa medida trou- que apenas queria entregar uma reivindicação por
maior atenção do czar para com o povo, resultou em
xe modernização para a economia local, porém, em
um massacre, episódio que ficou conhecido como
consequência, a questão social foi prejudicada com o
Domingo Sangrento. Isso apenas aumentou a revolta e
aumento do desemprego, o corte de gastos públicos e
os populares começaram a se organizar em conselhos,
a diminuição do chamado bem-estar social.
chamados de sovietes. Além disso, alguns partidos
também surgiram. Vale destacar o Partido Operário
POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MIGRAÇÃO, Social Democrata Russo, dividido entre os mais radi-
IMIGRAÇÃO E EMIGRAÇÃO NO BRASIL NOS cais, chamados bolcheviques, e mais moderados, cha-
SÉCULOS XIX E XX mados mencheviques. Para conter a possível escalada
revolucionária, o czar criou a Duma: parlamento que
Antes mesmo da proibição do tráfico negreiro, os deveria promover uma maior abertura política, mas
grandes produtores e proprietários de terra preocu- que na prática não o fez.
param-se em encontrar formas de substituir a mão de Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, igno-
obra de origem africana. rando todas as dificuldades, o Império Russo entrou
A utilização da mão de obra imigrante europeia na guerra interessado no pan-eslavismo: expandir
foi vista positivamente por alguns motivos: dificulda- sua influência pelo leste europeu. No entanto, o alto
de em empregar homens livres brasileiros; contexto nível de deserção dos soldados russos e o alto nível
de crise que assolou alguns países europeus durante de pobreza da população fizeram eclodir a Revolução
o século XIX; inclusão do discurso racista, segundo de Fevereiro em 1917. Com a renúncia do czar, um
o qual o Brasil deveria se “embranquecer” para se governo provisório foi montado e os sovietes foram
desenvolver. reestabelecidos. Em muitas fábricas, os conselhos ope-
Os primeiros imigrantes europeus não portugue- rários passaram a comandar a produção. No entanto,
ses foram os suíços, trazidos ao Brasil a mando de D. a Rússia permaneceu na guerra.
João VI. Em 1818, o governo assentou famílias suíças Em abril de 1917, um dos principais revo-
nas serras fluminenses, e lá fundaram o município de lucionários russos voltou do exílio. Vladimir Lênin
Nova Friburgo. tomou a liderança e passou a organizar os bolchevi-
No mesmo ano, colonos alemães foram mandados ques para tomarem o poder, tirar a Rússia da guerra
e aprofundar o processo revolucionário, sob o lema
para a Bahia. Em 1824, os alemães chegaram ao sul do
pão, paz e terra. Em 25 de outubro (7 de novembro
país e instalaram-se em São Leopoldo, no Rio Gran-
no nosso calendário), os bolcheviques chegaram ao
de do Sul. Durante muito tempo, eles foram os mais
poder ao derrubarem o governo provisório.
numerosos imigrantes do Brasil, superados posterior-
mente pelos italianos. A imigração alemã foi longa,
estendendo-se de 1824 até a década de 1960, com cer-
to crescimento durante o período de 1920, por conse-
quência do fim da Primeira Guerra Mundial.
A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, aboliu o tráfi-
co negreiro no Brasil. Isso fez com que os cafeicultores
forçassem o Império a adotar medidas mais efetivas
para atrair imigrantes para o trabalho nas lavouras.
Essa pressão seria reforçada com a abolição da escra-
vatura em 1888.
Com isso, a imigração italiana teve o seu auge entre
1880 e 1930, principalmente em São Paulo e Minas
Gerais e, posteriormente, nos estados do sul. Os imi-
grantes italianos fixaram-se no território brasileiro Lênin discursando em 1920 com a presença de Kamenev e Trotsky
com os mais variados negócios, como ramo cafeeiro, nas escadas do palanque.
atividades artesanais, policultura, atividade madeirei-
ra, produção de borracha, vinicultura e comércio. No Fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/fotografias-que-
início do século XX, foi a vez dos japoneses desembar- falsificam-a-historia/
carem rumo às lavouras de café em São Paulo e no
Paraná em fuga do empobrecimento que a moderni- O poder dos conselhos operários foi garantido nas
142 zação de seu país causava aos pequenos agricultores. fábricas, os sovietes passaram a ser administrados de
maneira mais centralizada, as terras da nobreza e da e a industrialização. A propriedade passou a ser con-
Igreja Ortodoxa foram divididas entre os camponeses trolada pelo governo. A tentativa de modernização da
e o estado passou a ser administrado pelo Conselhos mentalidade chinesa veio com a Revolução Cultural
dos Comissários do Povo. Também foi instituído o de 1966, quando as autoridades intelectuais e algu-
Exército Vermelho, sob o comando de Leon Trotsky. mas autoridades do partido foram perseguidas. Após
A Rússia foi retirada da guerra ao assinar o Tratado de a morte de Mao Tsé Tung em 1976, a China passou por
Brest-Litovsk com a Alemanha. uma transformação que levou a entrada de capital
A assinatura do armistício não significou a paz na
estrangeiro no país, fazendo com que o socialismo de
Rússia, pois as forças czaristas receberam apoio de
lá se desenvolvesse com características de mercado.
ingleses e franceses para formarem o Exército Branco
e tentar destruir o processo revolucionário. A estraté-
gia do Comunismo de Guerra buscou ajustar o Estado Revolução Cubana 13
àquela conjuntura, promovendo a militarização da
economia e direcionando-a para os esforços de guer- Nos anos 1950, Cuba estava sob a ditadura de Fun-
ra. Assim, o Comunismo de Guerra impôs a disciplina gencio Batista, apoiada pelos Estados Unidos. Estudan-
militar nas indústrias e passou a confiscar a produção tes e militantes de partidos de esquerda procuraram
camponesa. A união entre as forças ucranianas e as sua derrubada em dois movimentos fracassados, o
do Exército Vermelho conseguiram derrotar o Exér- Assalto ao Quartel Moncada e em 1956, quando Fidel
cito Branco. A Guerra Civil Russa durou de 1918 até Castro ganhou destaque. Em 1959, o exército rebelde
1921, deixando a Rússia destruída. conseguiu sucesso e derrubou o ditador, tendo como
Para restaurar a economia, Lenin propôs que os bandeiras o nacionalismo, a crítica ao domínio esta-
revolucionários dessem “um passou para trás para que dunidense e a situação de pobreza enfrentada pelos
tivessem condições de dar dois passos à frente”. Sendo cubanos.
assim, foi instituída a Nova Política Econômica (NEP),
Fidel procurou adotar a reforma agrária, nacio-
dando espaço para pequenas e médias empresas priva-
nalizações, construção de casas populares e maciça
das. Teve início a coletivização das terras camponesas,
campanha de alfabetização. A Revolução desagrada-
o que causou forte tensão no campo com os grandes e
médios proprietários de terra. Também, em 1921, foi va os Estados Unidos, que tentaram, de forma fracas-
redigida a Constituição da União das Repúblicas Socia- sada, um golpe sobre o movimento. O rompimento
listas Soviéticas, reunindo 12 repúblicas e mais de 150 definitivo entre os dois países veio em 1962, quando
nacionalidades em um vasto território. Fidel declarou o caráter socialista daquele movimen-
Lenin veio a falecer em janeiro de 1924. Com sua to, enquanto os EUA declararam embargo econômico
morte houve uma grande disputa pelo poder que só à ilha. Cuba passou à esfera de influência da União
foi resolvida em 1928, quando Josef Stalin assumiu o Soviética. Além de Fidel, destacaram-se no movimen-
cargo de Secretário Geral. O stalinismo foi caracteri- to Raul Castro e Ernesto “Che” Guevara.
zado como um regime autoritário que buscou moder-
nizar a União Soviética, ao mesmo tempo em que GEOPOLÍTICA E CONFLITOS ENTRE OS SÉCULOS
suprimia liberdades políticas e perseguia adversários. XIX E XX
Stalin permaneceu no poder até sua morte em 1953.
Imperialismo e A ocupação da Ásia e da África
Revolução Chinesa
O desenvolvimento industrial do século XIX levou
Desde o final do século XIX, a China esteve em
as grandes potências mundiais a empreender a colo-
mãos de potências imperialistas – Inglaterra, França,
nização de vários territórios na África, na Ásia e na
Alemanha, Estados Unidos e Rússia – que controla-
vam grande parte de seus mercados. O comércio com Oceania. Além do poder econômico, essas potências
o Ocidente gerou o declínio da indústria artesanal, possuíam força militar muito expressiva, já que esta-
acentuando o desemprego. A República foi instalada vam munidas de diversas inovações tecnológicas no
pela Revolução de 1911 e significou uma tentativa de setor bélico. O imperialismo, dessa maneira, dominou
modernizar o país que mantinha uma permanência vários povos e moldou o mundo na passagem do sécu-
secular de suas características. lo XIX para o século XX.
O Partido Comunista, fundado em 1921, aliou- A Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885 foi
-se aos nacionalistas (Kuomintang) para lutar con- convocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismark e
tra a dominação imperialista. No entanto a chegada contou com a presença de 13 nações europeias, além
de Chiang Kai-Shek ao poder em 1927 deu origem a dos Estados Unidos e do Império Turco-Otomano. O
uma longa guerra civil, que se estenderia como algu- objetivo da conferência era estabelecer regras e crité-
mas pausas até 1949. Em 1934, a Grande Marcha, um rios para a anexação dos territórios africanos. A posse
dos episódios mais famosos da história da China foi de um território era reconhecida mediante a fixação
importante para que fossem mobilizados campone-
de um protetorado ou outra forma de administração
ses na luta pela emancipação da China em favor dos
sobre aquele território.
HISTÓRIA
Nazismo na Alemanha
Escravismo Antigo
A escravidão foi citada num dos primeiros códigos de leis de que se tem notícia, o Código de Hamurabi. Além
dos babilônios, essa forma de trabalho foi empregada entre egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos. Em
Atenas, na Grécia Antiga, os escravos eram capturados em guerras e ocupavam funções diversas, realizando ati-
vidades domésticas, artesanais, comerciais e rurais. Assim como ocorreu no Egito Antigo, o escravo que possuía
grande habilidade artesanal era reconhecido, podendo adquirir alguma renda para chegar à liberdade.
Na sociedade espartana, os escravos eram propriedade do Estado e tinham de servir nas guerras. Entre os
romanos, eram empregados, principalmente, nas grandes propriedades, para cuidar do cultivo das terras. Ao lon-
go do tempo, os escravos foram conquistando certas garantias, como, por exemplo, não serem castigados por seus
senhores. Em Roma, assim como em Atenas, havia possibilidade de o escravo obter sua liberdade.
Feudalismo
Após a queda do Império Romano Ocidental, a Europa acabou sendo dividida em diversos reinos germânicos.
Já no século VIII, Carlos Magno promoveu a expansão dos francos, formando o Império Carolíngio.
Para governar um território com extensão cada vez maior, Carlos Magno passou a delegar poderes para gran-
des proprietários de terra que passaram a possuir títulos de nobreza: duques, condes e marqueses. A principal
função deles era garantir a proteção do território. Após a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio foi divi-
dido entre seus três filhos. No entanto, a dificuldade de manter uma administração centralizada levou ao cresci-
mento do prestígio e do poder dessa nobreza proprietária de terras.
A essas grandes faixas de terras dadas em troca de obediência e fidelidade se dava o nome de feudo. Desse
termo, surgiu o feudalismo, isto é, um sistema baseado na relação de dependência entre pessoas que recebiam
posses e, em troca, garantiam proteção. Assim como os servos que trabalhavam em troca de moradia no feudo.
Nesse sistema, a Igreja Católica tinha grande influência e prestígio.
Capitalismo
O Capitalismo é um sistema econômico que tem, como principal objetivo, a obtenção do lucro, a proteção
da propriedade privada e a reprodução do capital, dividindo a sociedade em classes. Trata-se de um sistema
que não possui impactos apenas econômicos, pois apresenta, também, ramificações políticas, sociais, culturais e
ambientais.
152
O capital econômico é representado pelo conjunto A ECONOMIA AGROEXPORTADORA BRASILEIRA
de bens econômicos como: dinheiro, bitcoins, patri-
mônio, bens materiais, entre outros, podendo ser Complexo açucareiro
medido, também, pela quantidade de bens e serviços
a que ele dá acesso. Neste sentido, é possível refletir O solo propício para o cultivo da cana-de-açúcar
que, numa família que possui maior capital econô- e a boa cotação no comércio europeu favoreceram a
mico, os pais tem capacidade de oferecer aos filhos escolha do produto para a colônia. Os principais cen-
acesso a instituições de ensino melhores que numa tros de produção açucareira do Brasil localizavam-se
família com menor capital econômico, além de recur- nos atuais estados de Pernambuco e Bahia. A ocupa-
sos materiais, viagens pedagógicas e um local apro- ção do Brasil, no século XVI, esteve profundamente
priado para estudos. ligada à indústria açucareira.
O capitalismo evoluiu, ao longo da História, para
um sistema econômico mundial que tem como princi-
pais características:
A economia cafeeira
156
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, A de café. Até aquele momento, o transporte do pro-
URBANIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS duto era realizado por mulas, o que causava grande
E TRABALHISTAS perda de tempo e de grãos no trajeto até os portos. Os
fazendeiros da época viram, então, a necessidade em
Observe o gráfico a seguir referente à composição construir ferrovias para otimizar o deslocamento da
da população rural e urbana historicamente no Brasil: produção. Foi assim que o capital cafeeiro passou a ser
investido, também, na indústria. Por outro lado, vale
1000 Habitantes destacar que a mão de obra foi ampliada com a vinda
160.000 de imigrantes europeus e, paralelamente, a escravidão
era substituída pelo trabalho livre e assalariado.
140.000 Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em
1914, a indústria brasileira beneficiou-se, pois à medi-
120.000 da deveria atender ao mercado internacional que
estava voltado para a produção bélica, os empreen-
100.000
dimentos alimentícios e têxteis tiveram destaque.
Todavia, com a crise econômica resultante da quebra
80.000
da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, o Brasil
60.000
perdeu seus principais consumidores – Estados Uni-
dos e Europa, preocupados em reestruturar sua eco-
40.000 nomia interna. A chegada de Getúlio Vargas ao poder,
em 1930, foi, então, o ponto de virada para a industria-
20.000 lização do Brasil.
0
Industrialização na Era Vargas (1930-1954)
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
A crise na base agrário exportadora levou o Bra-
sil a procurar por saídas industrialistas. Durante a
Populaçao Urbana década de 1930, os empreendimentos industriais qua-
se duplicaram de tamanho no país, ao passo que os
População projetos para instalação das indústrias de base eram
postos em prática.
Fonte: IBGE
Se liga!
Perceba que, dentro do prazo de algumas décadas,
o Brasil deixou de ser um país maciçamente rural para Indústrias de base são aquelas responsáveis
ter como base as cidades. Para entendermos o que pela transformação de matérias-primas em
houve para que esse movimento fosse consolidado, produtos para outras indústrias, metalúrgicas,
é necessário discutir o processo de industrialização. siderúrgicas e petrolíferas.
Sem a mudança radical no modo como produzimos
nossas mercadorias e no emprego da mão de obra,
certamente não teríamos tido o deslocamento de Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em
milhões de brasileiros para as cidades ao longo do 1939, os países envolvidos no conflito tiveram seus
século XX e XXI. esforços econômicos direcionados para o abasteci-
mento de seus fronts de batalha.
Os antecedentes A dificuldade no comércio exterior forçou o Brasil
a adotar a substituição de importações para que o país
O primeiro movimento de destaque para a indus- tivesse maior autossuficiência produtiva. O símbolo
trialização no Brasil pode ser localizado na vinda da dessa época foi a fundação da Companhia Siderúr-
Família Real Portuguesa em 1808. D. João VI revo- gica Nacional (CSN), em 1941, em Volta Redonda, que
gou as medidas do período colonial que proibiam o passou a operar de forma efetiva, em 1946, fornecen-
empreendimento em terras brasileiras. Por outro do minério de ferro e aço.
lado, assinou um acordo de abertura comercial com Deposto em 1945, Vargas voltaria ao poder através
o Império Britânico, que acabou sendo desvantajoso, de voto em 1951. Em 1953, foi fundada a Petrobrás,
já que o Brasil estava muito atrasado industrialmente uma das maiores petrolíferas do mundo. De sua fun-
em relação ao seu parceiro. dação até 1998, a Petrobrás teve o monopólio sobre a
Já sob o Brasil Independente, governado por D. exploração de petróleo em território brasileiro.
Pedro II, a Tarifa Alves Branco (1844) estabelecia Após o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto
medidas que visavam proteger o mercado interno da de 1954, a política brasileira ficaria marcada por gran-
concorrência externa com o aumento das tarifas para de turbulência, até que, em 31 de janeiro de 1956, o pre-
sidente eleito Juscelino Kubitschek assumiu o Governo.
HISTÓRIA
Os anos 1980 foram marcados pela grande crise eco- DOLHNIKOFF, Miriam. História do Brasil Impé-
nômica que se abateu sobre vários países latino-ame- rio. São Paulo: Contexto, 2017.
ricanos. Sem condições de contar com os empréstimos
estrangeiros, houve grande dificuldade em retomar o FICO, Carlos. História do Brasil contemporâneo.
crescimento. Em meio a isso, somava-se a inflação e o São Paulo: Contexto, 2016.
desemprego. A crise do modelo desenvolvimentista, de
grande intervenção do Estado na economia, deu lugar FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 6 ed. São
às propostas conhecidas como neoliberais. Entre outras Paulo: Contexto, 2018.
coisas, o neoliberalismo propunha:
GUARINELLO, Norberto. História Antiga. São
z Controle dos gastos do Governo; Paulo: Contexto, 2013.
z Não intervenção do Estado na economia;
z Desregulamentação e flexibilização de leis trabalhistas; MACEDO, José Rivair. História da África. São Pau-
z Privatização de empresas estatais; lo: Contexto, 2018.
z Controle da inflação.
MESGRAVIS, Laima. História do Brasil colônia.
Essas medidas acabaram sendo adotadas, sobretu- São Paulo: Contexto, 2017.
do, a partir dos anos 1990. Vale destacar que, durante
o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Con-
houve privatizações nos setores da comunicação, da texto, 2013.
Vale do Rio Doce e a quebra do monopólio da explora-
ção de petróleo pela Petrobrás. NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil repúbli-
O novo século foi marcado pela elevação no pre- ca. São Paulo: Contexto, 2017.
ço das commodities, isto é, produtos primários, como
petróleo, minério de ferro, soja, café, cana de açúcar, NAPOLITANO, Marcos. História contemporânea:
carne, entre outros. Essa tendência fez com que o Bra- da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mun-
sil recuasse nos investimentos industriais para dar dial. São Paulo: Contexto, 2017.
atenção ao setor primário. Para muitos especialistas,
vivemos um duplo processo: de um lado, a desindus-
NAPOLITANO, Marcos. História contemporânea
trialização e, por outro, a primarização da economia
2: do entreguerras à nova ordem mundial. São
brasileira.
Paulo: Contexto, 2020.
Urbanização no Brasil
PELLEGRINO, Gabriela; PRADO, Maria Lígia. His-
tória da América Latina. São Paulo: Contexto,
O processo acentuado de industrialização vivi- 2014.
do pelo Brasil, sobretudo entre as décadas de 1950 e
1980, teve como importante consequência, a urbani-
SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloisa. Brasil: uma
zação do Brasil. Caracterizamos esse processo em um
biografia. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras,
país quando a maioria da população passa a residir
2018.
nas cidades.
Alguns fatores que colaboraram para o desloca-
SILVA, Marcelo Cândido da Silva. História medie-
mento dos brasileiros para as cidades foram:
val. São Paulo: Contexto, 2019.
z A grande concentração de terra existente no
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique.
campo, que dificulta a posse e propriedade por
Dicionário de Conceitos Históricos. 2 ed. São
camponeses;
Paulo: Contexto, 2006.
z Dificuldade na produção em pequenas proprieda-
des rurais;
z A alta mecanização da agricultura que reduz o
número de postos de trabalho;
HISTÓRIA
160
do espaço pelo tempo, dando a entender que o mundo
está cada vez menor, pois está cada vez mais prático
e fácil (para alguns grupos específicos) a aquisição e
obtenção de informações, o conhecimento e influên-
cia nas transações de mercadorias, culturas e econo-
GEOGRAFIA mias pelo mundo afora.
Como principais características desse processo
podemos destacar:
z A flexibilização da economia;
A GLOBALIZAÇÃO E AS z Ampliação das relações comerciais e das transa-
NOVAS TECNOLOGIAS DE ções financeiras;
TELECOMUNICAÇÃO: SUAS z Uma maior difusão das tecnologias de informação;
z Propagação do multiculturalismo e do hibridismo
CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS, cultural e uma transformação dos modos de vida;
POLÍTICAS E SOCIAIS z A fragmentação do espaço mundial.
O processo de globalização é o momento pelo qual A fase atual do processo de globalização pode ser
a economia-mundo identifica-se com a economia mun- dividida e organizada com aspectos importantes e
dial, ou seja, quando o espaço mundial adquire unidade. antagônicos, caracterizando o processo com pontos
Do ponto de vista histórico o fenômeno da globalização positivos e negativos que vamos destacar agora.
se remete ao momento em que os seres humanos, que
até um determinado momento histórico viviam de for- Pontos Positivos
ma isolada em seus países e em seus continentes, e estes
povos passaram a ter conhecimento de outros povos que z Maior abertura, ou mesmo o processo de interna-
viviam além-mar, e começa ocorrer processo de intera- cionalização dos mercados;
ção e, em especial desenvolver atividades comerciais. z Crescimento da produção industrial, que gera um
Dessa forma, podemos destacar que o processo aumento na oferta de produtos;
de globalização teve seu marco inicial no período da z Aumento da concorrência em nível internacional/
Expansão Marítima Comercial Europeia – também global e uma consequente flexibilização dos pre-
conhecida como as grandes navegações (a partir do ços no mercado consumidor;
ano de 1492), e esse processo ganha maior complexi- z Constante avanço tecnológico e um maior desenvolvi-
dade na história com as transformações das atividades mento dos meios de telecomunicações e transportes.
econômicas, por exemplo, as Revoluções Industriais,
e a partir de então o fluxo de pessoas, bens e serviços Em relação aos pontos negativos, podemos citar:
passa a ser impulsionado por esse processo de mudan-
ças, vale ressaltar que o fenômeno da globalização é z Aumento do desemprego – tanto estrutural quanto
única e exclusivamente capitalista, sistema que cres- conjuntural;
ceu e se fortaleceu tendo como base principal a lei da z Redução do estado do bem-estar social e aumento
oferta e da procura e a incansável busca pelo lucro, e da desigualdade entre povos e nações;
todos esses processos estavam associados ao desenvol- z Maior vulnerabilidade dos mercados, ficando estes
vimento das redes de transporte e de telecomunicações mais suscetíveis a crises financeiras que afetam
extremamente importantes para o mundo atual. todos os países do mundo;
A origem do termo globalização gera algumas z Aumento do endividamento externo dos países, que
controvérsias entre estudiosos do assunto, dentre as causam uma maior dependência econômica de nações
hipóteses para o surgimento deste processo, a mais pobres em relação a nações ricas.
aceita está associada a ideias do estudioso Marshall
McLuhan e do político Zbigniew Brzezinski, que nos Dessa forma podemos concluir que o processo de
anos 60 que trouxeram em suas obras os termos globalização provocou, provoca e ainda provocará
aldeia global e sociedade global – a formação destes mudanças em todo o mundo, e estas mudanças ocorre-
cenários proporcionaria o estreitamento entre as rão de forma cada vez mais rápida, acelerada e desigual.
nações do mundo, que iriam realizar entre si transa-
ções e movimentações financeiras e econômicas cada PRODUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS ESPAÇOS
vez mais intensas e complexas, através do processo de AGRÁRIOS
expansão das grandes multinacionais para diversos
países do globo, e esse processo provocou mudanças As atividades agricultura e pecuária exerceram
significativas, em especial um aumento significativo um papel extremamente importante no processo de
no mercado consumidor mundial. evolução e desenvolvimento da sociedade humana,
O final da Guerra Fria e a dissolução da União proporcionou a produção de alimentos, a mudança
Soviética e do bloco socialista contribuíram para ace- do nomadismo para o sedentarismo, a formação dos
GEOGRAFIA
proporcionado problemas de ordem social e econô- Os pequenos produtores rurais, buscando ter
mica. As relações de trabalho no campo vêm passan- acesso a terras para produção, começam a se deslo-
do por processos de transformações e diversificação, car pelo território brasileiro em um movimento que
como por exemplo a mão-de-obra familiar, a presen- ficou conhecido como expansão da fronteira agríco-
ça de posseiros, o sistema de parceria e o processo de la, que posteriormente também foi incorporado pelo
arrendamento, a presença de trabalhadores assala- agronegócio ou agricultura comercial, na qual muitas
riados temporários e o problema mais grave de todos famílias saíram da região Sul do país com destino as
que é o trabalho em condições análogas à escravidão. regiões Centro-Oeste e para a porção sul da região da 163
Amazônia, ocasionando uma nova estrutura no cená-
rio agropecuário brasileiro, e nestas regiões podemos OS DOMÍNIOS NATURAIS E A RELAÇÃO
destacar atividades como a soja e a criação de gado. DO SER HUMANO COM O AMBIENTE
A RELAÇÃO CAMPO-CIDADE RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA E A APROPRIAÇÃO
DOS RECURSOS NATURAIS PELAS SOCIEDADES AO
Para compreender a relação campo-cidade é necessá- LONGO DO TEMPO
rio a ampliação da nossa visão sobre a estrutura de pro-
cessos produtivos como a industrialização, urbanização, A humanidade, desde a pré-história, realiza a trans-
Revolução Verde, e as mudanças ocorridas ao longo dos formação do meio natural em que vive. Nos primórdios,
os povos do mundo eram nômades e deslocavam-se cons-
tempos e, essencialmente, entender a evolução ocorrida
tantemente de um local para outro na busca de alimen-
no espaço geográfico. No período pré-industrial, a depen-
tos e de locais seguros para a moradia e sobrevivência.
dência dos recursos naturais era enorme, no meio rural Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de
estavam localizados os principais postos de trabalho e vegetais e frutos, além do processo de domesticação,
somente poucas cidades do meio urbano conseguiam confinamento e criação de animais, a agricultura e a
produzir o suficiente para sustentar seus habitantes. As pecuária desenvolveram-se, o que permitiu a sedenta-
relações de poder deixavam de forma clara o domínio rização dos grupos humanos; ou seja, os homens pude-
que o campo exercia sobre a cidade. ram se fixar em determinados locais, dando início ao
Com a ocorrência da Revolução Industrial, as mudan- processo de formação das primeiras civilizações.
Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimen-
ças nas relações campo x cidade se iniciam, pois, pela pri-
to de técnicas cada vez mais avançadas que não só
meira vez na história, o número maior de trabalhadores
garantiram as necessidades de suas populações, mas
empregados estava na cidade, e não no campo. O meio também que os seres humanos pudessem exercer
urbano passa a ser o principal centro econômico se trans- poder e domínio sobre outros territórios. As técnicas
formando em uma área de atração populacional e passa tornaram-se cada vez mais complexas, mas sem dei-
a ser o principal destino da população. Observa-se aqui xarem de lado o ponto principal desde o surgimento
a ocorrência do fenômeno conhecido como êxodo rural dos primeiros aglomerados humanos: a capacidade
(migração em larga escala de pessoas das áreas rurais de utilizar e transformar a natureza.
para as áreas urbanas) e, com isso, as primeiras socieda- Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico
des urbano-industriais começam a se formar. – resultado das ações e das atividades humanas – está
sempre sendo produzido e transformado pela socie-
O Brasil, por um longo período, foi conhecido por
dade em diferentes momentos da História. Existe um
ser um país agroexportador, pois até 1930, a econo- vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre
mia do país girava em torno deste seguimento econô- o espaço natural e o espaço geográfico.
mico. Embora essa atividade não tenha deixado de ser Podemos citar como exemplos dessas ações o pro-
importante para a economia, o processo de industria- cesso de extração de matérias-primas do meio ambien-
lização, que foi iniciado no governo de Getúlio Vargas te ou a retirada de matas e florestas para o cultivo de
nos anos 1930, impulsionou nosso país a uma série de alimentos ou matérias-primas que serão posteriormen-
mudanças nas relações campo x cidade. te utilizadas na produção de mercadorias diversas.
Nos anos de 1950, já eram registrados os primeiros O processo de extração mineral é considerado um
exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres
números de um país que em pouco tempo viria a ser
humanos transformam e modificam o ambiente em
urbano (o percentual de pessoas que moravam nas que vivem, o processo de apropriação da natureza
grandes cidades já atingia a marca de 51%). A grande pelos seres humanos
concentração de terras no meio rural brasileiro, que Essa relação entre a natureza e os seres humanos
está entre as heranças deixadas do período do Brasil dá-se sempre de maneira harmoniosa? A resposta é
colônia, logo proporcionou um intenso êxodo rural. não. Os seres humanos estão cada vez mais exploran-
Fazendo com que o processo de urbanização brasileira do a natureza de forma predatória, além do limite que
ocorresse de forma muito acelerada, rápida, desigual e ela pode suportar, provocando alterações considera-
excludente, e o processo de forma acelerada dificultou das desastrosas sobre o meio natural. Os impactos das
ações predatórias dos seres humanos podem ser vis-
o planejamento urbano e ocasionou vários problemas
tos quando há o desmatamento de florestas ou quan-
nos centros urbanos, como a favelização, a formação
do as reservas hídricas estão altamente poluídas.
de periferias, o trânsito caótico sem mobilidade, a vio- Como consequência desses processos, podemos
lência e a segregação socioespacial. Problemas esses observar os mais diversos efeitos: a erosão que atinge
diretamente relacionados a macrocefalia das cidades, as áreas de rios, córregos, lagos e outros reservatórios
fenômeno também conhecido como inchaço urbano. de água, sejam eles superficiais ou subterrâneos; a
É importante destacar que o campo influencia a prática da agricultura e da pecuária de forma intensi-
cidade e vice-versa. Hoje, pode-se perceber que as ati- va. Essas atividades têm como consequências a perda
vidades realizadas em áreas rurais são cada vez mais de recursos hídricos ou até mesmo alterações climáti-
cas provocadas pela perda de áreas naturais ou pela
dependentes do processo de industrialização e do sur-
grande quantidade de poluentes emitidos e lançados
gimento de novas tecnologias. Dessa forma, uma crise
na atmosfera. Dessa forma, fica evidente o impacto da
econômica ocorrida em área urbana afeta, diretamen- natureza sobre a sociedade.
te o campo. Para discutirmos e compreendermos o Como forma de combater os impactos provocados no
espaço brasileiro, é necessário entender esse processo meio natural por ações antrópicas (do homem), surgem
164 de relação entre o meio rural e o meio urbano. vários movimentos sociais e ativistas. No atual momento
do sistema capitalista, os efeitos estão mais intensos, o quais estão concentradas as maiores reservas de petró-
que promove preocupações com a problemática ambien- leo do país. Também é importante destacar as reservas
tal, dentre as quais podemos citar o agravamento do de petróleo do pré-sal localizadas entre os estados de
efeito estufa, o aquecimento global, a poluição e os pro- Santa Catarina e Espírito Santo, cuja extensão total de
blemas ambientais urbanos, entre outros tipos de impac- petróleo ultrapassa 800 quilômetros.
tos ambientais. As reservas de petróleo estão localizadas em pro-
Dessa forma, a humanidade precisa desenvolver fundidades maiores e menores. O pré-sal, por exem-
técnicas sustentáveis para um melhor aproveitamento plo, encontra-se a 7 mil metros abaixo do nível do mar;
desses recursos naturais, ao invés de extrair todos os antes, sua exploração era inviável, porém, com o desen-
recursos de forma indiscriminada, provocando o agra- volvimento da tecnologia, a Petrobrás passou a extrair
vamento da questão ambiental. Cada vez mais é neces- uma grande quantidade de petróleo na área. Estima-se
sário discutir ações sustentáveis; só assim será possível que as reservas de petróleo somem mais de 200 milhões
garantir a preservação e a utilização dos recursos natu- de barris. Assim, o Brasil tornou-se autossuficiente na
rais para as próximas gerações, e esse é o maior desafio produção de petróleo com a descoberta dessas reservas.
para os indivíduos do mundo contemporâneo. Em relação à energia nuclear, as usinas nucleares de
Angra nº 1 e nº 2 foram construídas na década de 1970,
IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES mas sem muita representação na matriz energética do
ECONÔMICAS NO BRASIL: RECURSOS MINERAIS E Brasil.
ENERGÉTICOS No gráfico a seguir, podemos ver a quantidade de
energia produzida por cada setor para atender nossa
Os recursos energéticos são a matéria-prima uti- demanda de consumo:
lizada para a produção de energia, que movimenta
máquinas direta ou indiretamente; são extraídos da Lixívia e outras
natureza e devem passar por um processo de trans- renováveis Carvão
formação para gerar energia. Outras não 5,9% 5,7%
A energia pode ser classificada em renovável e renováveis
não renovável. Alguns exemplos de energia renová- 0,6%
vel são: hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica (calor Lenha e Carvão
do interior da terra), biomassa (gerada por meio do vegetal
uso de materiais orgânicos), marés (força das ondas) e 8,0%
hidrogênio (o processo de reação química do hidrogê-
nio eventualmente libera energia).
Existem também formas de energia não renová- Petróleo e
Derivados da
derivados
veis, como os combustíveis fósseis (petróleo, carvão, cana
36,4%
gás natural e gás de xisto). Existe também a energia 17,0%
nuclear (passa pelo núcleo do urânio e átomos de
tório, em um processo de fissão/fratura).
Para reduzir o impacto ambiental da matriz ener- Hidráulica
gética, o mundo contemporâneo enfrenta o desafio 12,0%
de usar energias renováveis e livres de poluição. No Gás natural
Brasil, já temos planos de produção de energia com o 13,0%
objetivo de reduzir o impacto ambiental. Um exemplo Nuclear
é o etanol, utilizado na produção de combustível para 1,4%
veículos, introduzido no Brasil por meio do Programa
Brasileiro do Álcool na década de 1970, principalmen- Fonte: epe.gov.br
te em função da primeira crise do petróleo. Essa crise
ocorreu em 1973, resultando em um aumento subs- Falando-se em recursos minerais, o Brasil tem
tancial no valor do barril de petróleo. grandes reservas e se destaca principalmente na
O Brasil também se sobressai na produção de ener- produção de ferro, bauxita (alumínio), manganês e
gia em hidrelétricas, com destaque para as de Itaipu, nióbio. O ferro é o principal minério de exportação
Ilha Solteira, Belo Monte e Cachoeira Dourada e para o do Brasil, e sua extração ocorre principalmente no
crescimento da produção na região Nordeste. Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais; no Pará, na
O litoral, com foco na usina Prainha no estado do Sara dos Carajás e no Mato Grosso do Sul, no Maciço
Ceará, também se destaca na produção de energia do Urucum. Atualmente, a produção anual do Brasil
solar, com o exemplo do cinturão solar no Nordeste. é de cerca de 235 milhões de toneladas, ocupando o
É importante ainda mencionar algumas usinas da segundo lugar na produção mundial.
região sul, em especial de biomassa, com o processa- O minério de bauxita é extraído na Serra do Orixi-
mento da cana-de-açúcar e produção de etanol (a par- miná, no estado do Pará, que é o principal produtor e
tir da cana-de-açúcar). maior concentrador de minério do país. A produção
Em relação às energias não renováveis, menciona- anual é de aproximadamente 17,4 milhões de tonela-
GEOGRAFIA
mos o uso de gás natural importado da Bolívia, que das. O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo.
é um pequeno número de reservas de carvão mine- Aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de
ral localizadas nos estados do Sul (principalmente em manganês são extraídas a cada ano, o que torna o país
Santa Catarina). o terceiro maior do mundo. Os principais depósitos
O processo de extração de petróleo no Brasil passou estão localizados na Serra dos Carajás, no Quadrilá-
a ocorrer de forma mais intensa a partir dos anos 1950, tero Ferrífero e no Maciço do Urucum. Países como
quando foi inaugurada a Petrobrás. As reservas encon- Japão e Estados Unidos respondem por aproximada-
tradas nas bacias de Campos e Santos são as regiões nas mente 50% das vendas que o Brasil faz de manganês. 165
Os estados de Minas Gerais e Goiás respondem por indústria em nosso país e uma elevada concentração de
grande parte da produção de nióbio; a produção do veículos automotivos; porém, não podemos esquecer a
metal chega a 38 mil toneladas por ano, tornando o emissão do gás metano na atividade pecuária. Os impac-
Brasil o maior produtor de nióbio do mundo. O miné- tos ambientais causados pela liberação dos gases do efei-
rio tem ampla utilização na fabricação de equipamen- to estufa (GEE) são o aumento do buraco na Camada de
tos de última geração. Ozônio, o agravamento de mudanças climáticas provo-
A partir da década de 1930, a história da deterioração cadas pelo aquecimento global, a contaminação da água
dos impactos ambientais no Brasil e no mundo começou e o comprometimento da fauna e da flora.
a mudar. Em nosso país, esse fenômeno é acompanhado A poluição da água nos centros urbanos está prin-
pelo processo de industrialização e urbanização. Esses cipalmente associada à falta de políticas para descar-
eventos proporcionaram certo desenvolvimento para o te do esgoto e tratamento. Pouco mais da metade dos
país, não houve adoção e implantação de uma legislação domicílios brasileiros tem sistema de coleta de esgoto
apropriada para evitar danos ao meio ambiente. e fornecimento de água potável; grande parte do esgo-
Existe uma luta diária para conter a deterioração to doméstico produzido em nosso país é lançado dire-
do meio ambiental causada pelo crescimento das
tamente nos rios sem qualquer forma de tratamento.
cidades e das indústrias relacionado ao crescimento
O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água
populacional. A seguir, destacaremos alguns dos prin-
doce do mundo, porém somente 4% está própria para
cipais problemas ambientais atuais:
o consumo de acordo com estudos da Agência Nacio-
O desmatamento é um dos mais antigos e graves
nal das Águas (ANA). Como consequências da escassez
problemas ambientais que nosso país possui. Desde
de água, destacamos a destruição e perda da biodiver-
a chegada dos portugueses, e com os diversos ciclos
de exploração, esse problema vem sendo agravado. O sidade, a falta de água com qualidade para o consumo
processo de urbanização e crescimento das cidades, a humano e uma queda na qualidade de vida da popu-
expansão das atividades agropecuárias, a extração de lação, além do agravamento de doenças associadas às
madeira de lei e a utilização das terras para a criação questões citadas acima.
de bovinos, principalmente com a pecuária extensi- O Governo Federal sancionou a Lei nº 14.026 de
va, foram determinantes para o agravamento dessa julho de 2020, o Marco de Saneamento Básico, que
situação. Como consequências do processo de desma- visa universalizar no território nacional os sistemas
tamento, podemos destacar: a destruição da biodiver- de coleta de esgoto e tratamento de água até o ano de
sidade, os processos de erosão e empobrecimento dos 2033. Devem ser promovidas parcerias público-priva-
solos, a redução no ciclo das chuvas, o aumento das das para resolver os problemas que mais afligem os
temperaturas e o aquecimento global. brasileiros; serão investidos cerca de R$ 753 bilhões,
As queimadas, em sua maioria, estão diretamente totalizando R$ 47 bilhões por ano no setor.
associadas à prática da agricultura. Em nosso país, as Dentre os problemas ambientais em ambientes
queimadas vêm aumentando de forma considerável urbanos, podemos destacar a formação das ilhas de
nos últimos anos, vide os exemplos de 2020 ocorri- calor (também conhecidas como micro climas), que são
dos no Pantanal e na Amazônia. Como consequências provocadas pela retirada da cobertura vegetal, vertica-
das queimadas estão o aceleramento do processo de lização das construções que impedem uma maior cir-
desertificação, a poluição do ar e o processo de empo- culação dos ventos, circulação de veículos automotivos
brecimento dos solos. e o processo de impermeabilização dos solos. Causam,
A questão do lixo é considerada o grande desafio assim, um aumento da temperatura das áreas centrais
das autoridades brasileiras, visto que o consumo do ser em relação às periféricas que pode chegar a 10º C.
humano e a produção de lixo só aumentam ano após Outro problema ambiental dos centros urbanos é a
ano. As dificuldades se potencializam com a coleta e o formação das chuvas ácidas, que ocorrem em regiões
tratamento que ocorrem de forma inadequada. Mesmo nas quais o nível de poluentes na atmosfera, ao entrar
com a Lei Federal nº 12.305 de 2010, também conheci- em contato com as gotículas de água, promove o aumen-
da como a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe to da acidez da chuva. Esse fenômeno tem como prin-
o descarte do lixo coletado em lixões a céu aberto (o cipais consequências a destruição de lavouras agrícolas
ideal é a construção de aterros sanitários), o problema
localizadas próximas a centros urbanos, a corrosão de
ainda persiste por falta de interesse dos agentes públi-
monumentos históricos e o aumento de doenças de pele.
cos em fiscalizar a questão e pela falta de consciência
Por último, vamos destacar o fenômeno da inver-
da população em colaborar e contribuir para amenizar
são térmica, que ocorre principalmente em áreas
os impactos desse problema. A má administração do
urbanizadas com elevados índices de poluição, em
lixo causa a contaminação dos solos e dos lençóis freá-
ticos, por conta da produção de chorume, a produção especial no inverno. Esse fenômeno ocorre da seguin-
de gases tóxicos e o aquecimento global. te forma: a camada de ar poluído impede a troca de
A poluição dos solos existe por conta da utilização ar na atmosfera (que é um fenômeno de ordem natu-
de agrotóxicos no setor agrícola e do descarte incor- ral); esse impedimento deixa uma camada de ar frio e
reto dos produtos químicos utilizados no meio rural. poluído próximo à superfície. A inversão térmica gera
Nesse contexto, nosso país é um grande produtor agrí- uma série de doenças respiratórias.
cola e o país que mais utiliza agrotóxicos em todo o
mundo. Como impactos ambientais decorrentes dessa RECURSOS HÍDRICOS, BACIAS HIDROGRÁFICAS E
situação, destacamos o processo de empobrecimento SEUS APROVEITAMENTOS
do solo, a contaminação dos lençóis freáticos e a des-
truição da biodiversidade (flora e fauna). O Brasil possui uma das mais extensas e diversifica-
No quesito poluição do ar, nosso país está entre as das reservas de recursos hídricos do planeta. No terri-
nações que mais emitem dióxido de carbono. Esse pro- tório brasileiro, estão presentes cerca de 12% do total
166 blema tem como principais causas o crescimento da das reservas de água doce existentes em todo o planeta.
Os rios ou cursos d’água brasileiros possuem carac- Região Hidrográfica do Paraná
terísticas próprias e complexas resultantes da com-
binação de diversos aspectos geográficos, como por A Região Hidrográfica do Paraná ou Bacia do Para-
ná ocupa uma área de 879.860 km², correspondente a
exemplo: a região onde os rios estão localizados, o cli-
10,33% de todo o território nacional. Localiza-se nos
ma, as unidades de relevo, a cobertura de vegetação e
estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul,
também os impactos das ações antrópicas na natureza.
Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e o Distrito Fede-
O mapa abaixo apresenta um breve resumo da ral, região de maior desenvolvimento econômico e de
hidrografia do Brasil. maior concentração populacional do país.
O principal rio dessa bacia, o Paraná, possui uma
Bacia Tocantins
Araguaia extensão de 2.750 km; sua nascente está localizada
Bacia Atlântico entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato
Nordeste
Ocidental Grosso do Sul e corre na fronteira do Brasil com o
Bacia Bacia do Parnaíba Paraguai até desaguar no rio Iguaçu. Os principais
Amazônica Bacia Atlântico afluentes são o rio Grande, Iguaçu, Paranaíba, Para-
Nordeste
Oriental napanema, Paraná e Tietê.
Bacia do São
Francisco
Bacia do Região Hidrográfica do São Francisco
Atlântico Leste
Bacia do
Paraguai Bacia do
Bacia do Atlântico Sudeste A Região Hidrográfica do São Francisco ou Bacia
Paraná do Rio São Francisco ocupa uma área de 641.000 km²,
Bacia do abrangendo área equivalente a 7,52% do território
Bacia do Atlântico Sul
Uruguai nacional. Localiza-se nos estados de Minas Gerais,
Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e também
o Distrito Federal.
Regiões Hidrográficas do Brasil. Fonte: IBGE. O rio São Francisco percorre todo o Sertão nordes-
tino, região mais seca do Brasil. Suas águas são usadas
As reservas de água no Brasil estão distribuídas principalmente para abastecimento, lazer e irrigação.
em 12 regiões hidrográficas, que foram agrupadas em O rio São Francisco possui mais de 2.000 km de tre-
bacias hidrográficas com rios de maior vazão; existem cho navegáveis. Existem 158 afluentes; cerca de 90 são
também as microbacias localizadas no do litoral brasi- perenes e 68 são temporários. Como principais afluen-
leiro, formadas por rios que possuem pequena exten- tes, destacam-se os rios Das Velhas, Abaeté, Correntes,
são e vazão. A seguir, destacamos as principais bacias Jequitaí, Verde Grande e Paracatu.
hidrográficas presentes no território brasileiro.
Região Hidrográfica do Paraguai
Região Hidrográfica Amazônica
A Região Hidrográfica do Paraguai ou Bacia do
Paraguai ocupa uma área de 361,35 km² e está locali-
A Região Hidrográfica Amazônica ou Bacia Amazô-
zada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
nica tem como principal rio o Amazonas e seus afluen- O rio Paraguai tem sua nascente localizada na Cha-
tes. Ocupa uma área de 3.843.402 km², correspondente a pada dos Parecis, no estado do Mato Grosso. Ao lon-
44,63% do território nacional. Abrange os territórios dos go de seu percurso em direção ao sul, recebe vários
estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, afluentes, com destaque aos rios Cuiabá, Taquari, São
Pará e Mato Grosso. O rio Amazonas é o maior rio do Lourenço, Negro e Miranda.
mundo em volume de água e o segundo em extensão, O rio percorre todo o Pantanal Mato-Grossense, con-
ficando atrás somente do rio Nilo, no Egito. siderado uma das maiores áreas úmidas contínuas do
Podemos destacar como principais afluentes do rio planeta. O Pantanal age como um grande reservatório,
Amazonas os rios Javari, Juruá, Jutaí, Purus, Madeira, concentrando a maior parte da água vinda do planalto,
Tapajós e Xingu, localizados na margem direita; e os e contribui para a regulação da vazão do rio Paraguai.
rios Iça, Japurá, Negro, Trombetas e Jari, localizados
na margem esquerda. Região Hidrográfica do Uruguai
Está localizada nos estados de Goiás, Tocantins, Pará, rios Chapecó, Passo Fundo, Peixe e Várzea.
Maranhão, Mato Grosso, além do Distrito Federal.
No estado do Tocantins, com uma extensão de Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
2.600 km, está o rio Araguaia, que abriga a maior ilha
fluvial do mundo, a Ilha do Bananal. Os principais rios A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ociden-
afluentes da Bacia Tocantins Araguaia são: Formoso, tal ou Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
Garças, Bagagem, Tocantíssimo, Paraná, Manuel Alves ocupa uma área de 254.100 km², que equivale a 2,98%
Grande, Rio Sono e Santa Tereza. do território nacional. Está localizada no estado do 167
Maranhão e em uma pequena área do estado do Pará. O processo de aquecimento global afetará os
Na região, podemos destacar os rios Gurupi, Turiaçu, recursos naturais, o acesso à água, a produção de ali-
Pericumã, Mearim e Itapecuru. mentos, a saúde e o meio ambiente. À medida em que
a temperatura média do planeta aumenta, centenas
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental de milhões de pessoas passam fome, sofrem com a
escassez de água e inundações costeiras. A economia
A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental mundial e as sociedades serão afetadas em níveis que
ou Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental tem ainda são desconhecidos.
uma área de 287.348 km², totalizando 3,37% do terri- A análise dos impactos ambientais e das questões
tório nacional. Localiza-se nos estados do Ceará, Rio climáticas e suas relações com a produção e o con-
Grande do Norte Paraíba, Pernambuco e Alagoas. A sumo (inclusive energia) leva à conclusão de que a
região possui baixa disponibilidade de água principal- transição para uma “economia de baixo carbono” é
mente no período de seca ou estiagem; os principais essencial para a humanidade. Mesmo que o Brasil seja
rios localizados na região são o Capibaribe, Paraíba, um dos países líderes na discussão sobre mudanças
Jaguaribe e Acaraú. climáticas, por conta de sua matriz energética, pes-
quisas científicas, abundância de recursos naturais e
Região Hidrográfica do Parnaíba outros motivos, o país não está imune às consequên-
cias das mudanças climáticas.
A Região Hidrográfica do Parnaíba ou Bacia do Ao formular a Política Nacional de Mudanças Cli-
Parnaíba ocupa uma área de 344.112 km², que equiva- máticas e adotar compromissos nacionais voluntários
le a 4,04% do território nacional. Localizada nos esta- para tomar ações de redução de emissões de gases de
dos do Piauí, Maranhão e Ceará. A maioria dos seus efeito estufa, pretendia-se reduzir suas emissões pro-
jetadas em 36,1% a 38,9% até 2020.
afluentes são rios perenes e abastecidos por águas
O país busca formas de mitigar com eficácia as
pluviais e subterrâneas.
mudanças climáticas e garantir o bem-estar de seus
cidadãos ao longo prazo. Os organismos ligados à
Região Hidrográfica Atlântico Leste
questão ambiental em nosso país estão cientes da
urgência e da relevância do tema mudanças climáti-
A Região Hidrográfica do Atlântico Leste ou Bacia
cas e da importância da participação do setor privado
Hidrográfica do Atlântico Leste ocupa uma área de
nos esforços para reduzir os gases de efeito estufa e
374.677 km², que equivale a 4,4% do território nacio-
em adaptar as regiões vulneráveis ao clima.
nal. Localiza-se em parte dos estados de Sergipe, Bah- Portanto, deve haver um comprometimento de
ia, Minas Gerais e Espírito Santo. Seus principais rios órgãos públicos e privados com a transição para um
são o Paraguaçu, São Mateus, Pardo, Salinas, Contas, clima e uma economia de baixo carbono. O Brasil
Jequitinhonha e Mucuri. pode ter um papel de liderança nessa questão.
A Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste ou Bacia Um dos problemas climáticos presentes nos cen-
Hidrográfica do Atlântico Sudeste ocupa uma área de tros urbanos é a ilha de calor ou ilha de calor urbana
229.972 km², equivalente a uma área de 2,7% do territó- (ICU). Quando a luz solar atinge diretamente o centro
rio nacional. Localiza-se nos estados do Espírito Santo, da cidade, o calor é facilmente acumulado devido à
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no litoral do dificuldade de dissipação.
Paraná. Destaque para os rios Parnaíba do Sul e Doce. As ilhas de calor são consideradas microclimas urba-
nos formados pela aglomeração de edifícios em grandes
Região Hidrográfica Atlântico Sul cidades, o que pode levar à retenção de calor em compa-
ração com o ambiente em áreas periféricas (por exem-
A Região Hidrográfica Atlântico Sul ou Bacia Hidro- plo, cidades menores e áreas rurais). Observe o esquema
gráfica Atlântico Sul ocupa uma área de 185.856km², que a seguir da ocorrência de uma ilha de calor:
corresponde a 2,18% do território nacional. Tem início
na divisa dos estados de São Paulo e Paraná e se estende
até o Arroio Chuí no extremo sul do país. Compreende os
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Na região, predominam rios de pequeno porte que
escoam diretamente para o mar, com exceção dos rios
Itajaí e Capivari em Santa Catarina, que apresentam
maior volume de água. São encontrados outros rios de
grande porte, como Taquari-Antas e Jacuí.
Segundo pesquisas e dados científicos, o maior Quando ocorre a ilha de calor, a diferença de tempe-
desafio da humanidade no século XXI são as mudan- ratura entre os centros urbanos e rurais é de cerca de 5°
ças climáticas e questões ambientais. Essas mudanças a 10°. À noite as pessoas tendem a notar mais a diferença
ocorrem devido ao aumento da concentração dos gases de temperatura, pois as calçadas, os prédios e as ruas que
168 atmosféricos (produzidos pelas atividades humanas). são aquecidos pelo sol o dia todo demoram mais a esfriar.
Nas grandes cidades, outro fenômeno chamado A indústria é a principal responsável pela emissão
“reversão de calor” também é comum. Ele ocorre de gases de efeito estufa na atmosfera, o que leva ao
quando a atmosfera se inverte, ou seja, quando o ar aquecimento global.
frio fica em baixa altitude, enquanto o ar quente fica De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
em uma camada mais alta. Mudanças Climáticas, estas são as principais conse-
quências do efeito estufa:
Efeito Estufa
z Derretimento das calotas polares e aumento do
O efeito estufa é um fenômeno natural importante nível dos oceanos;
para a vida no planeta. É responsável por manter a z Aumento da insegurança alimentar, prejudicando
temperatura média global, evitando grandes ampli- as colheitas e a pesca;
tudes térmicas e proporcionando a vida na Terra. No z Risco de extinção de espécies e danos a diversos
entanto, o comportamento humano está agravando ecossistemas;
esse fenômeno com o aumento da emissão de gases de z Redução de territórios por conta do aumento do
efeito estufa na atmosfera, o que leva a mudanças cli- nível do mar, causando deslocamentos populacio-
máticas em todo o planeta. Essa alta concentração de nais em massa;
gás torna difícil o retorno do calor ao espaço, aumen- z Falta de água em algumas regiões;
tando a temperatura do planeta. z Inundações em áreas localizadas nas latitudes do
Devido à alta concentração de gases de efeito estufa norte e no Pacífico Equatorial;
na atmosfera, a energia solar refletida pela superfície z Possibilidade da ocorrência de conflitos em decor-
torna-se difícil de se dispersar no espaço e ser captu- rência da escassez de recursos naturais;
rada. O sol irradia calor para a Terra. Parte do calor z Problemas de saúde provocados pelo aumento das
é absorvida pela superfície da Terra e pelo oceano, e temperaturas e pela ocorrência de ondas de calor;
a outra parte é devolvida ao espaço. Porém, devido à z Previsão de aumento da temperatura da Terra em
até 2ºC até 2100 (quando em comparação ao perío-
presença de gases de efeito estufa, parte da radiação
do pré-industrial).
solar da radiação superficial ficará na atmosfera, o que
impede que esse calor retorne totalmente ao espaço.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
Dessa forma, o equilíbrio de energia é mantido e
Mudanças Climáticas, entre 2010 e 2050, as emissões
grandes amplitudes térmicas são evitadas. Para um
de gases de efeito estufa devem ser reduzidas de 40%
exemplo melhor, suponha que haja um carro estacio-
a 70%. Para tanto, os países devem estabelecer metas
nado em um local muito ensolarado. Os raios solares
para reduzir essas emissões de gases.
passam pelas janelas e aquecem o interior do veículo.
Uma das possibilidades que se tornou realidade
O calor é frequentemente trazido de volta do carro e
em alguns países é a utilização de energias alterna-
dissipado pelo vidro, mas encontra dificuldades. Por-
tivas, renováveis e limpas, em substituição ao uso de
tanto, parte do calor permanece no carro, mantendo-o
combustíveis fósseis. Além disso, algumas atividades
aquecido. Assim, os gases de efeito estufa na atmosfe-
diárias podem ser coordenadas para controlar o efei-
ra funcionam como o vidro de um carro, permitindo a
to estufa, tais como:
entrada da radiação solar e dificultando o retorno de
toda a radiação ao espaço. z Reduzir o uso de transporte para percorrer curtas
Nas últimas décadas, a emissão de gases de efeito distâncias;
estufa na atmosfera terrestre aumentou significativa- z Usar bicicleta, transporte público ou quaisquer
mente, exacerbando o efeito estufa. A alta concentra- outros tipos individuais (que não emitam gases
ção desses gases está relacionada principalmente às poluentes) e outras formas de transporte coletivo;
atividades industriais, que geralmente são realizadas z Aumentar a utilização de produtos biodegradáveis;
com a queima de combustíveis fósseis. Além disso, o z Estimular e praticar a coleta seletiva.
crescimento da produção agrícola, do desmatamen-
to e do uso de meios de transporte também levou ao Chuva Ácida
aumento das emissões de gases.
O aumento da concentração de gases de efeito A chuva ácida é o tipo de chuva com grandes con-
estufa na atmosfera levou a mudanças irreversíveis centrações de ácido sulfúrico, nítrico e nitroso causa-
na dinâmica do clima da Terra. Segundo dados do Pai- da por reações químicas na atmosfera. Mesmo em um
nel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, em ambiente sem poluição, todas as chuvas são ácidas.
cem anos a temperatura de cada continente subiu cer- No entanto, quando o pH é inferior a 4,5, a chuva tor-
ca de 0,85ºC, e a temperatura do oceano subiu 0,55º C. na-se um problema ambiental. São causadas por um
Quanto maior a quantidade de gases de efeito estu- grande número de produtos produzidos pela queima
fa emitidos para a atmosfera, maior será a dificuldade de combustíveis fósseis lançados na atmosfera devido
desse calor emitido se espalhar no espaço, o que leva às atividades humanas.
a um aumento anormal da temperatura e confirma a Mesmo em condições naturais, o dióxido de carbo-
GEOGRAFIA
mente ao fato de que a legislação cobrar as responsa- do a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
bilidades dos cidadãos, das empresas, instituições e do degradadas, bem como a manutenção de populações que
próprio governo. demandam para sua sobrevivência áreas com extensão
Desde então, as críticas deixaram de ser dirigidas maior do que aquela das unidades individuais.”
à legislação e passaram a questionar a aplicabilida- Os seres humanos são causadores de grandes danos
de dela, pois inúmeros crimes ambientais, principal- ao ambiente natural, por exemplo, a fragmentação de
mente os cometidos por grandes empresas, costumam habitats anteriores contínuos. Essa fragmentação iso-
ficar impunes no final. la plantas e animais nesses ecossistemas, podendo até 171
causar a morte de espécies locais. É para esses casos A zona econômica exclusiva também afeta a locali-
que surge o corredor ecológico, conectando duas áreas zação das reservas estatutárias, a redução ou amplia-
dispersas e permitindo que animais e sementes de ção (art. 13 da Lei nº 12.651 / 12) e o uso sustentável
plantas possam ter livre circulação. de apicuns e salgados (art. 11-A da Lei nº 12.651/12).
Os corredores ecológicos são uma forma de com- O ZEE é instrumento da Política Nacional de Meio
pensar o impacto negativo do homem sobre o meio Ambiente, conforme o inciso II do artigo 9º da Lei n.º
ambiente, garantindo a interligação de áreas disper- 6.938/1981, e regulamentado pelo Decreto Federal Nº
sas. Plantas e animais são diretamente afetados pela 4.297/2002.
fragmentação ambiental. Os animais são impedidos O zoneamento ecológico-econômico é uma com-
de se moverem livremente sobre uma grande área, petência compartilhada da União, dos estados e dos
sendo necessário percorrer um ambiente sem seu municípios. A Lei complementar nº 140/2011 fixa nor-
habitat natural para chegar a outro fragmento. mas para a cooperação entre esses entes no exercício
As plantas também são danificadas porque sua da competência comum relativa ao meio ambiente
reprodução é danificada. Por exemplo, a polinização (art. 23 da Constituição Federal).
e a dispersão de sementes podem não ocorrer, o que Ela também constitui ação administrativa da União
torna difícil para a espécie se espalhar para outras a elaboração do ZEE de âmbito nacional e regional,
áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode dos Estados elaborar o ZEE de âmbito estadual, e dos
levar ao surgimento de subgrupos. Municípios a elaboração do plano diretor, observando
O desmatamento pode levar à fragmentação os ZEEs existentes nas demais esferas.
ambiental, fazendo com que ambientes anteriormen- Seguindo a abordagem unificada estabelecida no Códi-
te contínuos apareçam em manchas. Ao conectar essas go Federal, a nova Lei Florestal (Lei Federal 12.651/2012)
áreas dispersas, os corredores permitem a transferên- prevê um prazo de cinco anos para todos os países elabo-
cia de sementes, animais e plantas. Essa transferên- rarem e aprovarem o ZEE (§2º do artigo 13).
cia é essencial para fornecer o fluxo gênico entre as Essa cooperação é realizada através da Comissão
espécies (o movimento dos genes de uma população Nacional de Coordenação do Zoneamento Ecoeconô-
para outra). Além disso, corredores ecológicos podem mico Territorial (CCZEE) (Decreto nº 28/2001), que é o
ajudar a recolonizar áreas degradadas. órgão político responsável pelo planejamento, acom-
A zona ecoeconômica (ZEE), também conhecida panhamento, pela coordenação e avaliação da execu-
como zona ambiental, visa alcançar o desenvolvimento
ção do projeto de ZEE.
sustentável, adaptando o desenvolvimento social e eco-
O apoio técnico vem da Aliança Brasileira ZEE
nômico à proteção ambiental. Esse mecanismo de ges-
(art. 6º do Decreto nº 28/2001), que é composta por
tão ambiental inclui a delimitação de áreas ambientais e
15 órgãos públicos (como ANA, CPRM-Agência Geo-
a atribuição de usos e atividades compatíveis com base
lógica Brasileira, Embrapa, Ibama e IBGE), prestando
nas características (potencialidades e limitações) de
assessoria ao CCZEE e aos estados da Federação para
cada área. Seu objetivo é o uso sustentável dos recursos
realizar trabalhos, desenvolver métodos e orientar a
naturais e o equilíbrio dos ecossistemas existentes. Por-
elaboração da terminologia de referência do ZEE.
tanto, a zona econômica exclusiva deve ser baseada em
uma análise detalhada e abrangente da área, levando
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE
em consideração o impacto do comportamento humano
SUSTENTABILIDADE
e a capacidade de suporte ao meio ambiente.
Com base nessa análise, propõe-se orientações
específicas para cada unidade territorial (região) A primeira Conferência Mundial das Nações Unidas
identificada, incluindo a formulação de medidas des- sobre o Homem e o Meio Ambiente foi organizada em
tinadas a mitigar ou corrigir os impactos ambientais Estocolmo, Suécia, em 1972. Nessa conferência, foram
nocivos potencialmente identificados. discutidas questões ambientais e possíveis soluções
Considerando que cada região terá diferentes carac- para elas, como por exemplo a proposta de crescimen-
terísticas ambientais, sociais, econômicas e culturais, to econômico zero, segundo a qual todas as nações do
vulnerabilidades e potencialidades, seus padrões de mundo deveriam pausar seus modelos produtivos com
desenvolvimento não são uniformes. A zona econômica o objetivo de amenizar os efeitos das ações antrópicas
exclusiva atribui importância a essas peculiaridades, o sobre o meio ambiente. Essa proposta foi recusada
que se traduz no estabelecimento de alternativas de uso tanto pelas nações pobres quanto pelas ricas. A discus-
e manejo, proporcionando assim uma vantagem compe- são ambiental avança na década seguinte em especial
titiva para a região. após a ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland
Assim, o zoneamento econômico ecológico forne- organizar o relatório da Comissão Mundial sobre Meio
ce informações para a proteção e desenvolvimento de Ambiente e Desenvolvimento (1987).
diversas ações no país e na região, tais como: Plano de Apareceu, pela primeira vez, o conceito de desen-
Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e volvimento sustentável, que é a base para um deba-
Queimadas existentes no Rio Amazonas Legal e Cer- te maduro, seguido pela ECO 92 em 1997 e suas 21
rado; Políticas de Defesa Nacional (PND); Programa propostas, a saber, “Agenda 21” ou “Conferência de
Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC); Programa Kyoto”. Mas não é apenas a Organização das Nações
Território Cidadão; Programa de Desenvolvimento Unidas que é palco para esse debate: nas universi-
Regional (Marajó, BR-163 e Programa do Xingu); Leis e dades, ONGs e cidades, as discussões sobre diversas
Regulamentos da Amazônia (Terra Legal); Lei de Ges- áreas estão em constante evolução.
tão de Florestas Públicas (Lei Federal nº 11.284/2006); O problema a ser resolvido está na atitude de
Plano de Manejo de Florestas Comunitárias e Familia- grandes empresários e governos, bem como em nos-
res (Decreto Federal 6.874/2009) e o Plano de Desen- sas escolhas do dia a dia. É um conceito relacionado a
172 volvimento Regional da Amazônia (PRDA). todas as áreas da vida, ou seja, é sistemático. A adoção
de novas abordagens porá em perigo a continuidade planeta, e os cientistas obtiveram certezas por meio
da sociedade humana, das atividades econômicas, da de vários cálculos. Usando um sismógrafo, pode-se
cultura e da sociedade, e do meio ambiente natural. tirar conclusões sobre a espessura e a composição das
Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sus- várias camadas da Terra. Por outro lado, a temperatu-
tentável parece propor uma nova forma de vida. É ra é calculada com base em experimentos científicos
uma nova forma de organizar a vida humana e bus- que testam o comportamento de vários elementos sob
car uma sociedade que atenda às suas necessidades condições extremas de temperatura e pressão.
e expresse seu potencial. O conceito de sustentabili- A crosta é a camada superior da Terra. É a camada
dade precisa ser testado quanto à consistência lógica mais fina da estrutura terrestre e sua espessura varia
nas aplicações práticas para transformar o discurso em média entre 5 quilômetros na parte mais profunda
em realidade objetiva. do oceano e 70 quilômetros em todos os continentes. A
Construir uma sociedade sustentável não é tarefa crosta é basicamente composta por silício e alumínio no
fácil; é preciso conscientizar, mudar a forma de aqui- continente e silício e magnésio no fundo do mar. Portan-
sição de informação e educação ambiental, usar os to, os termos SIAL (silício e alumínio) e SIMA (silício e
recursos planetários de forma mais eficaz e responsá- magnésio) referem-se a essas partes da crosta terrestre.
vel, de forma a garantir o desenvolvimento econômi- Toda a vida conhecida na Terra está localizada na
co básico e adotar novos paradigmas de preservação crosta terrestre. A vida na parte interior da Terra é
da dignidade humana como valor intransferível. impossível e os organismos vivos não seriam capazes
A transição para esse novo modelo sustentável não de suportar temperaturas tão altas. A perfuração mais
acontecerá repentinamente. Como já vimos, são muitos profunda já conduzida foi o poço Kola SuperDeep, na
os anos que formaram o sistema atual, produzindo maus antiga União Soviética. Em 1989, o poço atingia 12.262
hábitos profundamente enraizados em nossa sociedade. metros e a temperatura estava em torno de 180° C.
No entanto, a adaptação incremental já está em Mesmo assim, a perfuração permaneceu na superfície
andamento. O funcionamento da sociedade de con- do planeta e não atingiu o manto.
sumo deve travar o funcionamento predatório e a O manto da Terra é a camada intermediária, abaixo
necessidade de operar sob os novos parâmetros do da crosta e acima do núcleo. Sua espessura é de cerca
consumo sustentável, o que exige sobretudo mudan- de 2.900 quilômetros. O manto é responsável por cerca
ças de comportamento que não podem ignorar as con- de 85% da massa da Terra. Geralmente, é dividido em
sequências de cada escolha que fazemos. duas partes: o manto superior, mais próximo da super-
fície, e o manto inferior, mais próximo do núcleo.
ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
z Manto superior: Devido à alta temperatura, está
A estrutura interna da Terra é dividida em várias em um estado de magma (rocha derretida pastosa);
camadas, e cada parte possui algumas características z Manto inferior: Nele, a rocha encontra-se no esta-
especiais em termos de composição, pressão e estado. do sólido devido à alta pressão, embora a tempe-
A superfície de um planeta faz parte da camada mais ratura seja maior em relação à parte superior. A
fina (crosta), que é a única camada conhecida pelo temperatura na parte mais profunda do manto
homem. Lá, as placas tectônicas “flutuam” acima da inferior atinge cerca de 3000° C.
camada de fluido subjacente – o manto. As placas tec-
tônicas formam a litosfera, que é composta por partes O núcleo é a parte mais interna da estrutura da
da crosta terrestre e do manto. Terra. Também é chamado de NIFE porque é compos-
Abaixo está a astenosfera, que pertence ao man- to de níquel e ferro. Como o manto, o núcleo é dividido
to. O manto é composto por duas partes: superior e em duas partes: externo (líquido) e interno (sólido).
inferior. Abaixo do manto, está o núcleo. O núcleo é
a camada no centro do planeta e está subdividido em z Núcleo externo: Composto de níquel e ferro líqui-
duas partes: externo e interno. dos, com cerca de 2.200 quilômetros de espessura. A
Existem duas fronteiras entre as camadas com o temperatura do núcleo externo varia entre 4000° C
nome do sismólogo que as descobriu. Elas são descon- e 5000° C;
tinuidades com características diferentes em relação z Núcleo interno: Parte mais profunda da estrutura
às duas camadas inferiores. Esses limites são cha- interna da Terra, com raio de 1200 km e profundi-
mados de: descontinuidade de Gutemberg (entre o dade de cerca de 5.500 km em relação à superfície.
núcleo e o manto) e descontinuidade de Mohovicic
(entre o manto e a crosta). A temperatura dentro do núcleo é próxima a 6.000°
Qual é o nível da Terra? Como ela está organizada? C, semelhante à do sol. Devido à pressão, seu interior é
Cada camada da terra representa a divisão entre sua composto basicamente de ferro sólido, um milhão de
estrutura interna, e cada camada tem suas próprias vezes acima do nível do mar. Diversos estudos apon-
características e subdivisões. O raio da Terra é de cerca tam que o núcleo interno gira a uma velocidade maior
de 6.371 quilômetros. Ou seja, a soma da espessura de do que a rotação da Terra. Isso só é possível porque ele
sua camada interna dá esse resultado, e ele se distribui está totalmente envolvido em meio líquido.
entre crosta (5-70 km), manto (aproximadamente 2900
GEOGRAFIA
A área montanhosa e serrana do Sudeste possui um O Cerrado é comparado à savana porque reúne
clima tropical com alturas tropicais. Devido à altitude, árvores baixas, troncos esparsos e retorcidos, além
apresentam a temperatura mais baixa de toda a região de gramíneas e arbustos. Essa vegetação é encontrada
tropical, com média inferior a 18º C. Sua amplitude tér- nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-oeste do
mica anual também está entre 7º C e 9º C, e seu padrão país e se desenvolve em um clima tropical sazonal;
de chuvas é semelhante ao do clima tropical. No inver-
no, a entrada de frentes frias pode causar geadas; z Mangue
A Caatinga cresce no clima tropical semiárido e Também conhecida como “Mata dos Pinhais”, cres-
reúne principalmente vegetação arbustiva, cactos e ce em clima subtropical (frio no inverno e quente no
plantas secas, próprias para climas áridos. Esse tipo de verão). Há grandes árvores, dentre as quais se destaca
vegetação está distribuído na parte nordeste do Brasil o pinheiro-do-paraná ou “araucária”, que forma uma
e, em menor medida, na parte sudeste. Também é cha- densa floresta fechada. Essa vegetação está distribuída
mado de estepe em países da Europa, Ásia e África; principalmente na parte sul do país. 175
Embora seja encontrada principalmente nos estados baixas (gramíneas, ervas etc.). As pastagens estão dis-
do Paraná e Santa Catarina, a formação dessa planta tribuídas na Europa, América, Ásia Central e África, no
também ocorre na Serra do Mar e na Mantiqueira no local de transição entre a savana e o deserto. No Brasil,
estado de São Paulo; esse tipo de vegetação pode ser observado no bioma
Caatinga, típico do semiárido brasileiro;
z Mata dos Cocais
z Savana
É considerada uma “floresta de transição” porque
se situa entre os biomas Amazônia, Catinga e Cerrado. Embora existam algumas árvores esparsas, a taxa
Portanto, esse tipo de vegetação aparece em dois tipos de cobertura da vegetação é baixa (relva, ervas, arbus-
de clima: equatorial úmido e semiárido. Geralmente, tos). É comum em climas tropicais e áreas de terreno
manifesta-se com alta temperatura e invernos secos e plano. A savana está localizada nos continentes da
verões chuvosos. Possui grandes árvores que formam África, América e Oceania. Exemplos dessa vegetação
matas, entre as quais se destacam a carnaúba, o buri- são a savana africana e a brasileira;
ti, o açaí e o babaçu. Essa vegetação está localizada no
Nordeste do país (Planalto do Maranhão-Piauí); z Deserto
Ocorre em áreas de clima árido, temperado e sub- É muito diversa, dominada por árvores, arbustos e
tropical, e são consideradas uma “manta vegetal” ampla ervas. Aparece em regiões temperadas da Terra com
176 por apresentarem principalmente plantas herbáceas clima mediterrâneo, com verões quentes e secos e
invernos frios e úmidos. Atualmente, em vários luga- z Projeção plana: Também chamada de projeção
res do planeta (África, Europa, América do Norte, azimutal, é um plano tangente à esfera terrestre. Nela,
América do Sul e Oceania). as linhas paralelas representam círculos concêntri-
cos, enquanto os meridianos retos irradiam dos polos.
De acordo com a representação esperada, eles são
divididos em três formas: polar, equatorial e oblíqua.
REPRESENTAÇÃO ESPACIAL
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
AMÉRICA
AMÉRICA DO SUL
OCEANIA
CENTRAL
z Projeção de Robinson
Mapa Político
ANOTAÇÕES
GEOGRAFIA
179
180
z Simone de Beauvoir (1908–1986): socióloga e filó-
sofa francesa, foi responsável por discutir o papel
e as relações de gênero na sociedade. É conhecida
pela célebre frase “não se nasce mulher, torna-se”.
SOCIOLOGIA
Sua obra famosa é “O Segundo Sexo”;
z Zygmunt Bauman (1925–2017): sociólogo e filóso-
fo polonês, foi responsável por discutir o concei-
to de Pós-Modernidade para pensar a fluidez das
relações sociais nos dias de hoje. É conhecido pelo
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA conceito de “amor líquido”;
z Slavoj Zizek (1949): sociólogo e filósofo esloveno,
A Sociologia Contemporânea reúne as contribui- tem uma vasta obra que discute o Capitalismo no
mundo atual;
ções das ciências humanas acerca dos estudos das
z Thomas Piketty (1971): sociólogo e economista
relações estabelecidas entre indivíduos e seus agru-
francês, tem uma obra, “O Capital no Século XXI”,
pamentos, que chamamos de comunidade ou socieda-
como uma das referências para debater Capitalis-
de. Embora as grandes questões dessa disciplina não
mo, globalização e desigualdade social;
abandonem, por completo, a importância dos grandes
z Michel Foucault (1926–1984): sociólogo, filósofo e
teóricos, como Émile Durkheim e Karl Marx, temos a
historiador francês que reviu a maioria das teses
emergência de certos assuntos não necessariamente relacionadas à esquerda revolucionária, dando
acompanhados pelos autores clássicos. muita ênfase para a individualidade na constru-
Como tema central desde que a Sociologia surgiu ção das relações de poder;
como disciplina científica, o Capitalismo segue no z David Harvey (1935): sociólogo e geógrafo, refe-
centro das atenções. Vale destacar o debate recente rência nos estudos sobre o mundo do trabalho
em torno do impacto do Neoliberalismo no mundo do atualmente;
trabalho, por exemplo, pelo fato do indivíduo se com- z Naomi Klein (1970): jornalista de formação, tem
portar como uma empresa, que exige um “empresário sido referência nos estudos sobre o impacto do
de si mesmo”. Tema este debatido por autores, como Capitalismo sobre o clima global.
Pierre Dardot, Cristian Laval, David Harvey e Thomas
Piketty, sendo que este último analisa os impactos nos CIDADANIA
níveis de renda causados pela ausência de políticas
públicas. O conceito de cidadania tem origem na Antiguida-
Intelectuais, como a canadense Naomi Klein, têm de Grega e Romana. O cidadão era aquele que parti-
debatido o impacto do Capitalismo no clima, demons- cipava da cidade, do latim, “civitas”. De modo geral,
trando como o uso exacerbado dos recursos naturais cidadania consiste em atribuir um conjunto de direi-
tem complicado as condições de vida das sociedades. tos e deveres a um indivíduo para que ele estabeleça
Um tema muito comum é a indústria cultural, pro- relação com a comunidade política. Divide-se a cida-
posta pelos estudiosos da Escola de Frankfurt. Os ele- dania em formal e substantiva.
mentos culturais são transformados em mercadorias A cidadania formal é o pertencimento de uma
para serem comercializados para as massas. Os gran- pessoa a um Estado-Nação, tomando posse de direi-
des grupos que dominam as mídias passam a homo- tos civis, políticos e sociais. A cidadania substan-
tiva refere-se à extensão dos direitos civis, políticos
geneizar um determinado tipo de material cultural,
e socais para todos, portanto, busca a igualdade e a
seja a música, a TV, o rádio, o cinema, entre outros. Ou
ampliação da participação da população.
seja, a cultura de massa é como uma mercadoria nas
mãos dos proprietários dos meios de comunicação.
Essa massificação da cultura é avessa ao pensamento
crítico e autônomo, com isso o lazer passa a ser um
prolongamento da alienação já existente no trabalho.
A questão da identidade de gênero também é outro
tema debatido com muita frequência. Trata-se da
maneira como alguém se sente e se apresenta para si e
para as demais pessoas como masculino ou feminino,
havendo, ainda, aqueles que não se identificam com
nenhum dos dois, os chamados “não binários”.
Os debates propostos por Michel Foucault também
tiveram impacto. No conceito de biopolítica, por exem-
SOCIOLOGIA
O MUNDO GLOBALIZADO
Max Weber
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
A filosofia é o ramo do conhecimento humano que
busca a explicação do mundo e das coisas do mundo
de maneira racional, lógica e argumentativa. Pitágo-
ras de Samos (570 – 495 a.C.), filósofo grego que viveu Escola de Atenas (Rafael Sanzio) representando Platão e Aristóteles
no século VI a.C, é tido como o criador do termo Filoso- ao centro
fia, a qual compreende a busca pela sabedoria.
Fonte: Wikimedia Commons
O primeiro filósofo foi Tales de Mileto (624–548
a.C.), que, para entender o mundo, procurou elemen- O período de intercâmbio da cultura grega com
tos da natureza. Tales e outros pensadores de seu tem- outros espaços, graças à expansão do Império Mace-
po ficaram conhecidos como “filósofos da natureza” e, dônico, possibilitou o surgimento de diversas corren-
posteriormente, pré-socráticos. tes divergentes da Filosofia. Destacam-se, entre as
Philo (amizade, amor fraterno) + Sophia (sabedo- chamadas escolas helenísticas:
ria) = amor pela sabedoria.
Entre os pré-socráticos, os objetos de estudo são z Epicurismo: levou o nome de seu fundador, Epi-
curo, para quem a vida era uma intensa luta
a natureza, o universo e os fenômenos cosmológicos.
entre o prazer e a dor, ou seja, o objetivo do ser
Eles buscavam explicar a “arché”, elemento primor- humano é maximizar o prazer e diminuir a dor.
dial que serviria de ponto de partida para todo proces- No entanto, esse prazer não era visto como uma
so de criação dos seres naturais. prática de excessos, mas, sim, como racionalidade
e equilíbrio;
ARISTÓTELES E A ESCOLA HELENÍSTICA z Estoicismo: para essa Escola, a felicidade huma-
na é baseada na ataraxia (tranquilidade da alma)
Aristóteles (384–322 a.C.) nasceu em Estagira, uma e na apatheia (ausência de perturbações). Segundo
Zenão, o fundador, o homem deve orientar-se pela
cidade localizada no litoral nordeste da Grécia, mas,
racionalidade para atingir a felicidade, procuran-
ainda criança, se mudou para a capital da Macedônia.
do se libertar das emoções;
Quando tinha cerca de 17 anos, mudou para Atenas e z Ceticismo: para essa Escola, a tranquilidade da
ingressou na Academia de Platão, onde ficou respon- alma só pode ser conseguida por meio do aban-
sável por lecionar a disciplina de Retórica durante dono de convicções, sendo que tudo é duvidoso e
vinte anos. Em 343 a.C., Felipe II, Rei da Macedônia, questionável;
chamou o filósofo para ser o tutor de seu filho, Alexan- z Cinismo: fundada por Diógenes, a Escola Cínica
dre, que assumiria o trono em 336 a.C. acreditava que a felicidade humana é atingida por
meio da autarkeia (autodomínio), que deve ser
De volta a Atenas, o filósofo fundou o Liceu, onde
buscado pela dedicação à vida filosófica. Acredita-
ensinava sob seu método peripatético, que consistia va-se que deveríamos romper com padrões morais
em lecionar caminhando pelo ambiente. Diferen- e sociais e viver uma vida anárquica. Por isso, seus
temente de Platão, que acreditava na existência do seguidores viviam nas ruas;
mundo real e do mundo das coisas, Aristóteles acre- z Neoplatonismo: para eles, a busca pela felicidade
ditava que a verdade se encontrava neste mundo. Ele deveria se guiar pela união com o divino, de tal
tratou de, praticamente, todos os temas de interesse maneira que o homem deveria se conectar, misti-
camente, com a unidade suprema e fonte do bem.
em seu tempo, tendo maior importância a Metafísica,
a Retórica, a Ética, a Política, a Física e a Zoologia. No
RACIONALISMO MODERNO
campo da Lógica, procurou estabelecer uma verdade
semântica na qual duas premissas formassem uma O Racionalismo foi uma corrente filosófica origina-
conclusão indiscutível. da na Idade Moderna. Podemos dizer que ela surgiu
Após a morte de Alexandre, em 323 a.C, um forte graças aos Renascentistas, que defendiam a valoriza-
FILOSOFIA
sentimento “antimacedônico” tomou conta de Atenas, ção do homem e da cultura greco-romana. Com isso,
fazendo com que o filósofo fugisse para a ilha Eubeia, esses pensadores retomaram ideias de Platão acerca
do princípio da causa das coisas.
na qual viria a morrer pouco tempo depois. Embora
Para os Racionalistas, todas as ideias têm origem
tenha deixado um grande legado, suas afirmações
na própria racionalidade, ou seja, têm origens inatas
foram tomadas como verdades absolutas por muitos ao ser humano, surgindo em nosso intelecto e sendo
pensadores depois dele, o que prejudicou o desenvol- empregas pelo uso da Razão. Portanto, a Razão é o ele-
vimento científico e filosófico. mento determinante no processo de conhecer. 187
Dois nomes se destacam entre os racionalistas: ESCOLA SOFÍSTICA, SÓCRATES E PLATÃO
z René Descartes (1596–1650): Autor da frase “Pen- Entre os séculos VI e V a.C, uma corrente de sábios
so, logo existo”, o filósofo e matemático é, também, e eruditos que dominava técnicas de retórica e discur-
muito conhecido por ser o criador do plano car- so, chamados de Sofistas, vendia seus conhecimentos
tesiano. Para ele, o reconhecimento da existência a jovens e aprendizes interessados em adquiri-los.
dava-se no ato de pensar. Em sua obra “Discur- Eram muito destacados pelo uso da Retórica e Orató-
so sobre o método”, colocava quatro regras para ria, vistas como indispensáveis para a vida política. Os
se chegar ao conhecimento, quais sejam: nada é Sofistas negavam o princípio da verdade, acreditando
verdadeiro até ser reconhecido como tal; os pro- que ela surgia por meio do consenso entre os homens.
blemas devem ser analisados e resolvidos; as con- Foi nesse contexto que surgiu um dos principais
siderações devem partir das mais simples para as nomes da história da filosofia: Sócrates (469–399 a.C.).
mais complexas e o processo de análise deve ter Diferentemente dos Sofistas, ele acreditava que havia
começo, meio e fim para que nada seja omitido. uma verdade universal, mas que, para conhecê-la, o
homem precisa fazer uma imersão em si mesmo. Por
isso, ele dizia “conhece-te a ti mesmo”.
Outra expressão muito conhecida dele, “só sei
que nada sei”, tinha a intenção de demonstrar que
o homem precisa reconhecer a sua ignorância, para
buscar a verdade.
O método socrático era constituído pela ironia (levar
o interlocutor a reconhecer a própria ignorância) e pela
maiêutica (uso de perguntas para que o interlocutor des-
cubra a verdade por meio de exemplos). Com o tempo,
Sócrates passou a ser acusado de blasfemar contra os
deuses e corromper a juventude ateniense. Por conta
disso, foi condenado à morte por envenenamento.
René Descartes
Platão
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Santo Agostinho
ANOTAÇÕES
Hegel
ILUMINISMO
intolerância religiosa;
z Denis Diderot (1713–1784): ao lado de D’Alam-
bert, foi responsável pela Enciclopédia, que reunia
os conhecimentos de diversas áreas;
z Jean-Jacques Rousseau (1712–1778): defensor da
liberdade e crítico do Racionalismo, investigou ins-
tituições sociais e políticas, em especial, a proprie-
dade, a desigualdade e a educação; 191
192
Hora de Praticar
Entretanto, o aumento da participação dos países em
HORA DE PRATICAR desenvolvimento no produto global deu-se de forma
bastante assimétrica quando se compara o dinamis-
mo dos países do leste asiático com o dos demais
países, sobretudo os latino-americanos, no período
GEOGRAFIA 1980-2000.
SARTI, F.; HIRATUKA, C. Indústria mundial: mudanças e tendências
1. (ENEM – 2019) recentes. Campinas: Unicamp, n. 186, dez. 2010.
Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do A dinâmica de transformação da geografia das indús-
Conselho de Segurança trias descrita expõe a complementaridade entre dis-
persão espacial e
Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e
Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a defesa a) autonomia tecnológica
pela ampliação do Conselho de Segurança da Organi- b) crises de abastecimento.
zação das Nações Unidas (ONU) durante reunião em c) descentralização política.
Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, d) concentração econômica.
de dez itens, os chanceleres destacaram que o órgão, e) compartilhamento de lucros.
no formato em que está, com apenas cinco membros
permanentes e dez rotativos, não reflete o século 4. (ENEM – 2019) O Ministério do Trabalho e Empre-
21. “A reforma do Conselho de Segurança é essen- go (MTE) realizou 248 ações fiscais e resgatou um
cial para enfrentar os desafios complexos de hoje. total de 1 590 trabalhadores da situação análoga à
Como aspirantes a novos membros permanentes de de escravo, em 2014, em todo o país. A análise do
um conselho reformado, os ministros reiteraram seu enfrentamento do trabalho em condições análogas
compromisso de trabalhar para fortalecer o funcio- às de escravo materializa a efetivação de parcerias
namento da ONU e da ordem multilateral global, bem inéditas no trato da (ENEM – 2019), podendo ser refe-
como seu apoio às respectivas candidaturas”, afirma renciadas ações fiscais realizadas com o Ministério
a declaração conjunta. da Defesa, Exército Brasileiro, Instituto Brasileiro do
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
2018 (adaptado). (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
Os países mencionados no texto justificam sua pre-
Disponível em:http://portal.mte.gov.br. Acesso em: 4 fev. 2015
tensão com base na seguinte característica comum: (adaptado).
a) Liberdade política.
b) Mobilidade humana. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2018
c) Conectividade cultural. (adaptado).
d) Disparidade econômica.
e) Complementaridade comercial. A geração de imagens por meio da tecnologia ilustra-
da depende da variação do(a):
3. (ENEM – 2019) A reestruturação global da indústria,
condicionada pelas estratégias de gestão global da a) Albedo dos corpos físicos.
cadeia de valor dos grandes grupos transnacionais, b) Profundidade do lençol freático.
promoveu um forte deslocamento do processo pro- c) Campo de magnetismo terrestre.
dutivo, até mesmo de plantas industriais inteiras, e d) Qualidade dos recursos minerais.
redirecionou os fluxos de produção e de investimento. e) Movimento de translação planetária. 195
6. (ENEM – 2020) As estatísticas mais recentes do Brasil c) jazidas de minerais metálicos.
rural revelam um paradoxo que interessa a toda socie- d) depósitos de calcário agrícola.
dade: o emprego de natureza agrícola definha em pra- e) reservas de combustível fóssil.
ticamente todo o país, mas a população residente no
campo voltou a crescer; ou pelo menos parou de cair. 9. (ENEM – 2020)
Esses sinais trocados sugerem que a dinâmica agrí-
cola, embora fundamental, já não determina sozinha
os rumos da demografia no campo. Esse novo cená-
rio é explicado em parte pelo incremento do emprego
não agrícola no campo. Ao mesmo tempo, aumentou
a massa de desempregados, inativos e aposentados
que mantêm residência rural.
SILVA, J. G. Velhos e novos mitos do rural brasileiro. Estudos
Avançados, n. 43, dez. 2001.
8. (ENEM – 2020) Escudos antigos ou maciços cristalinos 10. (ENEM – 2020) A colisão entre uma placa continental
são blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos e uma oceânica provocará a subducção desta última
são constituídos por rochas cristalinas (magmático- sob a placa continental, que, a exemplo dos arcos e
plutônicas), formadas em eras pré-cambrianas, ou ilhas, produzirá um arco magmático na borda do con-
por rochas metamórficas (material sedimentar) do tinente, composto por rochas vulcânicas acompanha-
Paleozoico. São resistentes, estáveis, porém bastante do de deformações e metamorfismo tanto de rochas
desgastadas. Correspondem a 36% da área territorial preexistentes como de parte das rochas formadas no
e dividem-se em duas grandes porções: o Escudo das processo.
Guianas (norte da Planície Amazônica) e o Escudo TEIXEIRA, W. et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de
Brasileiro (porção centro-oriental brasileira). Textos, 2000.
Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br. Acesso em:
25 jun. 2015. Qual feição fisiográfica é gerada pelo processo tectô-
nico apresentado?
As estruturas geológicas indicadas no texto são
importantes economicamente para o Brasil por a) Planícies abissais.
concentrarem b) Planaltos cristalinos.
c) Depressões absolutas.
a) fontes de águas termais. d) Bacias sedimentares.
196 b) afloramentos de sal-gema. e) Dobramentos modernos.
As práticas descritas no texto são incompatíveis com
HISTÓRIA a dinâmica de uma sociedade laica e democrática
porque
11. (ENEM – 2019) O processamento da mandioca era
uma atividade já realizada pelos nativos que viviam a) asseguram as expressões multiculturais.
no Brasil antes da chegada de portugueses e africa- b) promovem a diversidade de etnias.
nos. Entretanto, ao longo do processo de colonização c) falseiam os dogmas teológicos.
portuguesa, a produção de farinha foi aperfeiçoada e d) estimulam os rituais sincréticos.
ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o terri- e) restringem a liberdade de credo
tório da colônia portuguesa na América. Com a con-
solidação do comércio atlântico em suas diferentes 14. (ENEM – 2019) Entre os combatentes estava a mais
conexões, a farinha atravessou os mares e chegou famosa heroína da Independência. Nascida em Feira
de Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria
aos mercados africanos.
de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo
a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da
olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-
1830). Disponível em:www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014
proibição de mulheres nos batalhões de voluntários,
(adaptado). decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos,
amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorpo-
Considerando a formação do espaço atlântico, esse rou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado
produto exemplifica historicamente a Medeiros.
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
a) difusão de hábitos alimentares.
b) disseminação de rituais festivos. No processo de Independência do Brasil, o caso men-
c) ampliação dos saberes autóctones. cionado é emblemático porque evidencia a
d) apropriação de costumes guerreiros.
a) rigidez hierárquica da estrutura social.
e) diversificação de oferendas religiosas.
b) inserção feminina nos ofícios militares.
c) adesão pública dos imigrantes portugueses.
12. (ENEM – 2019) A cidade medieval é, antes de mais
d) flexibilidade administrativa do governo imperial.
nada, uma sociedade da abundância, concentrada
e) receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios.
num pequeno espaço em meio a vastas regiões pou-
co povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e
15. (ENEM – 2019) A Revolta da Vacina (1904) mostrou
de trocas, onde se articulam o artesanato e o comér- claramente o aspecto defensivo, desorganizado, frag-
cio, sustentados por uma economia monetária. É mentado da ação popular. Não se negava o Estado,
também o centro de um sistema de valores particular, não se reivindicava participação nas decisões polí-
do qual emerge a prática laboriosa e criativa do traba- ticas; defendiam-se valores e direitos considerados
lho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação acima da intervenção do Estado.
para o luxo, o senso da beleza. É ainda um sistema CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República o:
de organização de um espaço fechado com muralhas, Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
onde se penetra por portas e se caminha por ruas e
praças e que é guarnecido por torres. A mobilização analisada representou um alerta, na
LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente medida em que a ação popular questionava
Medieval. Bauru: Edusc, 2006.
a) a alta de preços.
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela asso- b) a política clientelista.
ciação entre a ampliação das atividades urbanas e a c) as reformas urbanas.
d) o arbítrio governamental.
a) emancipação do poder hegemônico da realeza. e) as práticas eleitorais.
b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos.
c) independência da produção alimentar dos campos. 16. (ENEM – 2020) A arte pré-histórica africana foi incon-
d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios. testavelmente um veículo de mensagens pedagó-
e) permanência dos elementos arquitetônicos de gicas e sociais. Os San, que constituem hoje o povo
proteção. mais próximo da realidade das representações rupes-
tres, afirmam que seus antepassados lhes explicaram
sua visão do mundo a partir desse gigantesco livro de
13. (ENEM – 2019) A maior parte das agressões e mani-
CIÊNCIAS HUMANAS
19. (ENEM – 2020) Porque todos confessamos não se a) aplicação de códigos legais.
poder viver sem alguns escravos, que busquem a b) regulação do convívio social.
lenha e a água, e façam cada dia o pão que se come, c) legitimação de decisões políticas.
e outros serviços que não são possíveis poderem-se d) mediação de conflitos econômicos.
fazer pelos Irmãos Jesuítas, máxime sendo tão pou- e) representação da autoridade constituída.
cos, que seria necessário deixar as confissões e tudo
mais. Parece- me que a Companhia de Jesus deve 22. (ENEM – 2019) De fato, não é porque o homem pode
ter e adquirir escravos, justamente, por meios que as usar a vontade livre para pecar que se deve supor que
Constituições permitem, quando puder para nossos Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão
colégios e casas de meninos. pela qual Deus deu ao homem esta característica,
LEITE, S. História da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro. pois sem ela não poderia viver e agir corretamente.
Civilização Brasileira, 1938 (adaptado). Pode-se compreender, então, que ela foi concedida
ao homem para esse fim, considerando-se que se um
O texto explicita premissas da expansão ultramarina homem a usa para pecar, recairão sobre ele as puni-
portuguesa ao buscar justificar a ções divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre
tivesse sido dada ao homem não apenas para agir
a) propagação do ideário cristão. corretamente, mas também para pecar. Na verdade,
b) valorização do trabalho braçal. por que deveria ser punido aquele que usasse sua
c) adoção do cativeiro na Colônia. vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?
d) adesão ao ascetismo contemplativo. AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de
198 e) alfabetização dos indígenas nas Missões ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sus- No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que
tenta que a punição divina tem como fundamento o(a) associa dois elementos essenciais à discussão sobre
a vida em comunidade, a saber:
a) desvio da postura celibatária.
b) insuficiência da autonomia moral. a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
c) afastamento das ações de desapego. b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na
d) distanciamento das práticas de sacrifício. ágora.
e) violação dos preceitos do Velho Testamento. c) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia
primeira.
23. (ENEM – 2020) Em A morte de Ivan Ilitch, Tolstoi des- d) Democracia e sociedade, pois se referem a relações
creve com detalhes repulsivos o terror de encarar a sociais.
morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno e) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da
acidente e logo compreende que se encaminha para physis.
o fim de modo impossível de parar. “Nas profunde-
zas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em
vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o
fazia e não conseguia compreendê-la”.
SOCIOLOGIA
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de
Janeiro: Tinta Negra, 2004.
26. (ENEM – 2019) A Declaração Universal dos Direitos
Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia
O texto descreve a experiência do personagem de Tols-
Geral da ONU na Resolução 217-A, de 10 de dezem-
toi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas.
bro de 1948, foi um acontecimento histórico de gran-
Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
de relevância. Ao afirmar, pela primeira vez em escala
planetária, o papel dos direitos humanos na convivên-
a) marxista, no contexto do materialismo histórico.
cia coletiva, pode ser considerada um evento inaugu-
b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
ral de uma nova concepção de vida internacional.
c) utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
LAFER, C. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). In:
d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações. MAGNOLI, D. (Org.). História da paz. São Paulo: Contexto,2008.
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.
A declaração citada no texto introduziu uma nova
24. (ENEM – 2020) concepção nas relações internacionais ao possibilitar
a
TEXTO I
a) superação da soberania estatal.
Os meus pensamentos são todos sensações. b) defesa dos grupos vulneráveis.
Penso com os olhos e com os ouvidos c) redução da truculência belicista.
E com as mãos e os pés d) impunidade dos atos criminosos.
E com o nariz e a boca. e) inibição dos choques civilizacionais.
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.).
Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999(fragmento).
27. (ENEM – 2019) No sistema capitalista, as muitas
manifestações de crise criam condições que forçam
TEXTO II a algum tipo de racionalização. Em geral, essas cri-
ses periódicas têm o efeito de expandir a capacidade
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu produtiva e de renovar as condições de acumulação.
o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiên- Podemos conceber cada crise como uma mudança
cia do mundo sem a qual os símbolos da ciência não do processo de acumulação para um nível novo e
poderiam dizer nada. superior.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo:
Martins Fontes, 1999 (adaptado). Annablume, 2005 (adaptado).
e) regulamentação funcional.
e) possibilidade de contemplação de verdades
atemporais. 28. (ENEM – 2020) Nas últimas décadas, uma acentuada
feminização no mundo do trabalho vem ocorrendo. Se
25. (ENEM – 2020) Vemos que toda cidade é uma espé- a participação masculina pouco cresceu no período
cie de comunidade, e toda comunidade se forma com pós-1970, a intensificação da inserção das mulheres
vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os foi o traço marcante. Entretanto, essa presença femi-
homens são praticadas com vistas ao que lhe parece nina se dá mais no espaço dos empregos precários,
um bem; se todas as comunidades visam algum bem, onde a exploração, em grande medida, se encontra
é evidente que a mais importante de todas elas e que mais acentuada.
inclui todas as outras tem mais que todas este objeti- NOGUEIRA, C. M. As trabalhadoras do telemarketing: uma nova
vo e visa ao mais importante de todos os bens. divisão sexual do trabalho? In: ANTUNES, R. et al. Infoproletários:
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB,1988. degradação real do trabalho virtual. São Paulo: Boitempo, 2009. 199
A transformação descrita no texto tem sido insufi- 9 GABARITO
ciente para o estabelecimento de uma condição de
igualdade de oportunidade em virtude da(s)
1 B
a) estagnação de direitos adquiridos e do anacronismo
2 D
da legislação vigente.
b) manutenção do status quo gerencial e dos padrões de 3 D
socialização familiar.
c) desestruturação da herança patriarcal e das mudan- 4 A
ças do perfil ocupacional.
5 A
d) disputas na composição sindical e da presença na
esfera político-partidária. 6 A
e) exigências de aperfeiçoamento profissional e de
habilidades na competência diretiva. 7 D
8 C
29. (ENEM – 2020) Desde o mundo antigo e sua filosofia,
que o trabalho tem sido compreendido como expres- 9 D
são de vida e degradação, criação e infelicidade, ati-
vidade vital e escravidão, felicidade social e servidão. 10 E
Trabalho e fadiga. Na Modernidade, sob o comando
11 A
do mundo da mercadoria e do dinheiro, a prevalên-
cia do negócio (negar o ócio) veio sepultar o império 12 E
do repouso, da folga e da preguiça, criando uma ética
positiva do trabalho. 13 E
ANTUNES, R. O século XX e a era da degradação do trabalho. In:
14 A
SILVA, J. P. (Org.). Por uma sociologia do século XX. São Paulo:
Annablume, 2007 (adaptado).
15 D
O processo de ressignificação do trabalho nas socie- 16 A
dades modernas teve início a partir do surgimento de
uma nova mentalidade, influenciada pela 17 D
18 E
a) reforma higienista, que combateu o caráter excessivo
e insalubre do trabalho fabril. 19 C
b) Reforma Protestante, que expressou a importância
das atividades laborais no mundo secularizado. 20 D
c) força do sindicalismo, que emergiu no esteio do anar- 21 B
quismo reivindicando direitos trabalhistas.
d) participação das mulheres em movimentos sociais, 22 B
defendendo o direito ao trabalho.
e) visão do catolicismo, que, desde a Idade Média, 23 E
defendia a dignidade do trabalho e do lucro. 24 C
30. (ENEM – 2020) O toyotismo, a partir dos anos 1970, 25 A
teve grande impacto no mundo ocidental, quando
se mostrou para os países avançados como uma 26 B
opção possível para a superação de uma crise de 27 D
acumulação.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a 28 B
negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).
29 B
A característica organizacional do modelo em ques- 30 C
tão, requerida no contexto de crise, foi o(a)
200
CIÊNCIAS DA NATUREZA
e Suas Tecnologias
REPRESENTAÇÃO EM NOTAÇÃO
NÚMERO
CIENTÍFICA
Massa Quilograma kg Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 m/s Km/h
Tempo Segundos s
divide-se por 103 ÷ 3,6
Corrente
Ampere A
elétrica
Grandezas derivadas do SI
GRANDEZA EQUIVALÊNCIA
Exemplos:
CINEMÁTICA
A cinemática é o ramo da mecânica que estuda o
movimento sem levar em consideração a sua origem,
ou seja, as forças que ocasionam esse movimento não
206 são estudadas.
Para iniciar esse conteúdo, precisa-se entender Uma velocidade negativa indica que o objeto está
sobre sistemas referenciais. contrário ao eixo adotado como principal.
Referencial: é utilizado para analisar se um corpo Exemplo: se adotarmos da esquerda para direi-
está parado (repouso) ou em movimento. Para isso, ta como sentido principal, um carro transitando da
compara-se um corpo a outro corpo. direita para esquerda terá uma velocidade negativa.
Exemplo: Portanto, não confunda velocidade negativa (que
Imagine um ônibus em movimento em uma aveni- envolve o eixo adotado), com aceleração negativa
da com todos os passageiros sentados. Pode-se afirmar (que indica que o objeto está diminuindo a velocidade
que dois passageiros estão parados (em repouso) se
– “freando”).
comparados um com o outro, porém, os mesmos passa-
A velocidade média de um objeto é a divisão da
geiros estão em movimento quando comparados a uma
pessoa que está caminhando no passeio desta avenida. distância percorrida pelo tempo gasto nesse trajeto:
Conclui-se que comparar significa estabelecer um
referencial de análise entre dois ou mais corpos. DS
Vm =
DT
O MOVIMENTO, O EQUILÍBRIO E SUAS LEIS FÍSICAS Unidade padrão de velocidade média: m/s
Unidade usual de velocidade média: km/h
Grandezas fundamentais da mecânica: tempo,
espaço, velocidade e aceleração z Aceleração: é a taxa que a velocidade está aumen-
tando ou diminuindo em relação ao tempo. Sua
Quando se fala em movimento, surge a necessida- unidade padrão (e que comumente é utilizada nos
de de entendermos a definição de algumas grandezas: exercícios) é o m/s².
UNIDADE CONVERSÃO
Km/h para m/s ÷ 3,6
m/s para km/h × 3,6
207
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE O gráfico “v x t” é uma reta constante e acima do
VARIADO (MRUV) eixo “t” se a velocidade do objeto for positiva.
Em contrapartida, se a velocidade for negativa, a
É o movimento horizontal e em linha reta que a reta constante e fica abaixo do eixo “t”.
velocidade está em constante mudança. Essa altera-
ção é causada pelo surgimento de uma grandeza cha- Velocidade x Tempo
mada de aceleração. Esse tipo de movimento possui
quatro principais equações que o define:
V V>0 V
V<0
z Gráficos do MRUV
Posição x Tempo
espaço a>0
Para encontrar a equação correta basta:
Organizar os dados fornecidos pelo enunciado.
Encontrar a equação (dentre as quatro informa-
das) que esses dados se encaixem.
V<0 V>0
Posição x Tempo
S S
Reta crecente: +V 0 tempo
S0
S0 Reta decrecente: -V
S= S0 + v0 t + 1 at2 a< 0 = concavidade
2 voltada para baixo
208 t t
Velocidade x Tempo QUEDA LIVRE E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE
–g
VF = Vi ± gt
SF = Si + Vi · t ± gt2
2
VF2 = Vi2 ± 2 · g · ΔS
Transformações
área área
S V a
FÍSICA
t t t
ΔS
V02.sen2θ
Altura máxima = Hmáx = C
2.g
V02.sen(2θ)
Distância máxima = Dmáx =
g
Velocidade linear: V = w · R
Velocidade angular: w = ΔS ou w = 2πf ou w = 2π
V0y R T
Tempo de subida = Frequência: f = 1
g T
Frequência: T = 1
f
Tempo de subida = Tempo de descida
Aceleração centrípeta: Acp = V2
R
z O ângulo de 45º produz a maior distância de Sendo:
lançamento.
z Tenha sempre em mente a relação dos valores dos V = Velocidade linear (m/s)
senos e cossenos dos ângulos notáveis (30°, 60°, 90°). w = Velocidade angular (rad/s)
z Para as resoluções das questões, utilize a equação ΔS = Deslocamento angular (rad)
T = Período (s)
do MRU (para o vetor horizontal), as equações f = Frequência (hz)
do MRUV (para o vetor vertical) e as deduções Acp = Aceleração centrípeta (rad/s2)
210 demonstradas no quadro acima. R = raio de circunferência (m)
A bicicleta parou ao bater no obstáculo primeiro,
DINÂMICA porém seu corpo ainda continuou em movimento até
encontrar algum outro obstáculo. Daí a importância do
A dinâmica é o ramo da mecânica que estuda o cinto de segurança nos automóveis (“frear” a inércia
movimento considerando a sua origem, ou seja, são dos corpos em acidentes com veículos automotores).
estudadas as forças que ocasionam e modificam esse
movimento. z Dentro de um carro, em MRU, ao fazer uma curva
Aqui veremos: as leis de Newton; a ação das for- para a direta, seu corpo parece quente a virar para
ças externas e internas; sistemas referenciais iniciais a esquerda – isso é outra implicação da inércia, já
e referenciais não inerciais; lei de Hooke; centros de que no movimento curvilíneo surgem forças capa-
massa e de gravidade; momento linear e sua conser- zes de alterar o estado de MRU e seu corpo possui a
vação; teorema do impulso e colisões. “vontade” de permanecer no estado inicial.
Sem delongas, vamos aos conteúdos!
Observe algumas ilustrações a seguir envolvendo
LEIS DE NEWTON esse conceito.
1ª Lei de Newton
Massa = constante
Força = constante
P=m×g
P = Peso (N)
m = Massa (kg)
g = gravidade do lugar em questão (m/s2)
Tração
Se as forças de ação e reação possuem mesmas
intensidades, elas não se anulam, pois uma mesma Força de tração (ou tensão) ocorre quando cabos
força agindo em corpos diferentes, produz efeitos ou fios estão aplicados no sistema. Observe a imagem
diferentes para cada corpo. abaixo:
Exemplo: imagine um cavalo puxando uma carro-
ça, e levando em consideração a lei da ação e reação,
as forças de ação (cavalo) e reação (carroça) não se
anulam pois elas agem em corpos diferentes. Com
isso, o cavalo consegue se movimentar, e movimentar
a carroça.
Com isso, conclui-se que o par de forças ação e rea-
ção só produzirá movimento se ocorrerem em corpos
diferentes.
FORÇAS ESPECIAIS
Força de atrito
Sendo:
Assim temos que: z O vetor peso sempre aponta para o centro do Pla-
neta em questão;
z O coeficiente de atrito estático é sempre maior que z A força normal sempre apontará para o sentido
o coeficiente de atrito dinâmico, por esse motivo, contrário ao da superfície de contato;
é mais fácil manter o movimento do que iniciá-lo. z A força resultante (que produz o movimento) sem-
z Em superfícies horizontais a força normal (N) será pre aponta no sentido do movimento;
igual ao peso (P=m.g) do objeto em questão.
z A força de atrito é sempre contrária ao movimento;
z O coeficiente de atrito (u) não tem unidade de
medida e quanto maior seu valor, mais resistência z A força de tensão (ou tração) é aplicada em cabos
a superfície oferece. ou cordas.
É a representação gráfica (em desenho) da ação de A força que atua nos movimentos circulares é a
todas as forças que estão agindo em um corpo num força que “puxa” o objeto para o centro da circunfe-
dado instante de tempo. Essas forças podem ser: força rência. Ela forma um ângulo de 90º com a velocida-
peso, força de tração, força de atrito, força normal etc. de linear do objeto. Sem essa força o objeto não seria
capaz de manter o movimento curvilíneo, tendendo a
seguir o sentido horizontal da velocidade.
Se liga!
Observe a imagem e a equação a seguir:
A representação dos diagramas de forças é o
passo inicial para a resolução de diversas ques-
tões da mecânica, pois a análise dos vetores-
-força nos ajudará a entender como cada força
está influenciando (ou não) no estado de repou-
so ou movimento de um corpo.
m ‧ v²
Fc =
R
CENTRO DE MASSA
m3 → x3 = 4 ; y3 = 1
xcm = 2,3 cm
ycm = 1,1 cm
Fonte: https://www.infoescola.com/
yCM =
m₁ + m₂ + m₃ É o ponto em que se pode considerar que a gravi-
dade está sendo aplicada (para objetos pequenos ela
Exemplo: coincide com o centro de massa). Aqui tomamos como
“grande” um prédio de 10 km de altura, nesse caso os
z Determine as coordenadas do centro de massa do centros não coincidirão – sabe-se que um prédio des-
sistema de partículas indicado ao lado. sas proporções é algo inexistente. 215
Então, de modo geral, pode-se entender que o cen- QUANTIDADE DE MOVIMENTO
tro de gravidade sempre coincidirá com o cento de
massa do objeto e as equações do centro de massa A quantidade de movimento (Q) de um corpo rela-
valerá para o centro de gravidade (vide equações e ciona com produto da massa (em kg) de um corpo pela
exemplo acima). sua velocidade (em m/s). A unidade padrão da quan-
Observe a ilustração a seguir: tidade de movimento é kg.m/s (lê-se quilograma por
metros por segundo).
Q=m·v
a) Q=6 kg.m/s
b) Q=30 kg.m/s
c) Q=150 kg.m/s
d) Q=15 kg.m/s
e) Q=60 kg.m/s
Impulso I = δQ
ou
Alguém já te disse a seguinte frase: “Olha, hoje Nesse caso, a área abaixo do gráfico é um trapézio,
estou com bastante energia!” ou “Meu carro é mui- ou seja, basta calcular numericamente essa área para
to potente”, ou ainda, “Meu carro é muito eficiente se chegar ao trabalho realizado pelo corpo.
(rendimento)”? Aqui serão esclarecidos alguns temas Ex.: Uma pessoa empurra uma caixa com uma for-
ça de 20 N. Essa caixa desloca-se por 10 metros. Qual é
relacionados ao nosso cotidiano como: trabalho, ener-
o trabalho produzido por essa pessoa?
gia, potência e rendimento.
T = F ‧ ΔS
Então vamos demonstrar quais são os principais T = 20 ‧ 10
tipos de energia e sua conservação. T = 200J
Vamos aos conteúdos!
ENERGIA
TRABALHO
O enunciado formal de energia diz: “energia é a
Na física, o trabalho está relacionado com duas capacidade que um corpo possui de realizar traba-
características: força e deslocamento. Sempre que lho”. Dessa frase pode-se interpretar que quanto mais
uma força produz um certo deslocamento, esse corpo energia um corpo possui maior será o trabalho que
produziu um trabalho. Veja a representação a seguir: ele conseguirá executar, logo, maior será a relação
entre força x deslocamento desse corpo.
Se liga!
Ao analisarmos o último parágrafo, consegui-
mos responder a pergunta feita na parte inicial
dessa seção: “Alguém já te disse a seguinte
frase? Olha, hoje estou com bastante energia”.
Teoricamente, uma pessoa com bastante ener-
gia produzirá bastante trabalho, que, por sua
vez, produzirá um grande deslocamento (movi-
mento). Entendeu? Isso é a física contida no
Trabalho de uma força: dia a dia. Nos subtópicos abaixo exploraremos
outros conceitos envolvendo energia.
T = F · ΔS
POTÊNCIA
T = Trabalho (J)
F = Força (N) A potência de uma força é o trabalho realizado por
ΔS = Deslocamento (m) ela em um determinado instante de tempo. Na com-
paração entre dois carros, um carro mais potente é o
Na imagem anterior, observa-se que uma pessoa
que realiza mais trabalho (movimento) em um dado
está empurrando um carrinho com pedras. A força intervalo de tempo quando comparado a um carro
que a pessoa faz, multiplicada pelo deslocamento (dis- que realiza menos trabalho (movimento) em um mes-
tância percorrida), nos remete a uma grandeza cha- mo intervalo de tempo.
mada de Trabalho. Entende-se, portanto, que a potência de uma força
A unidade padrão de trabalho é o Joule, represen- (potência mecânica) é o quão rápido um objeto trans-
tado pela letra “J”. forma uma certa força em movimento (os motores
fazem muito isso). Quanto mais rápida essa transfor-
Aqui vai uma dica para sua prova: Se a questão mação, mais potente é o objeto (compare, por exem-
disponibilizar o gráfico da força atuante em um corpo plo, uma Ferrari com um Fusca e faça sua análise).
em função de seu deslocamento, você poderá calcular A equação da potência de uma força é:
a área abaixo da linha do gráfico para encontrar o tra-
balho realizado pelo corpo. T
Observe a imagem de um gráfico envolvendo esses P=
ΔS
218 conceitos:
Sendo: Energia Cinética
Ex.: Um objeto realiza um trabalho de 100 J em 20 A unidade padrão de medida de energia é o Jou-
segundos. Qual é sua potência média nesse intervalo le, representada pela letra “J”. Observe que quanto
de tempo? maior a massa ou a velocidade de um corpo, maior
sua energia cinética.
T 100
P= = = 5W Energia Potencial Gravitacional
ΔT 20
Energia potencial gravitacional é a energia asso-
ciada à altura. Em termos gerais, sempre que um obje-
Ao analisar essa equação, vê-se que esse objeto
to está a uma certa altura do solo, ele possuirá energia
possui uma potência média de 5 watts.
potencial gravitacional. Essa energia é calculada pela
multiplicação da massa do objeto, a gravidade do pla-
RENDIMENTO
neta e a altura em relação ao solo. Observe a equação:
Ex.: Um liquidificar possui potência útil de 100W e Energia potencial elástica é a energia associada às
potência total de 125W. Qual é o rendimento, em per- molas e elásticos. Em termos gerais, sempre que uma
centual, desse liquidificador? mola ou um elástico está comprimido ou esticado,
ele possuirá energia potencial elástica. Essa energia
é calculada pela multiplicação da constante elástica
100
P= x 100 = 80% do objeto pela sua deformação ao quadrado, sendo o
125 resultado divido por dois. Observe a equação:
Pode-se classificar a energia em três tipos: ener- Epe = energia potencial elástica (j)
gia cinética, energia potencial gravitacional e energia k = constante elástica do material (N/m)
potencial elástica. Vamos analisar uma a uma. x = deformação do objeto (m) 219
A constante elástica (K) depende de cada material DISSIPAÇÃO DA ENERGIA
(normalmente o exercício fornece o valor no enuncia-
do da questão). Quanto maior esse valor mais difícil se Até aqui aprendemos três tipos de energia: cinéti-
torna para esticar ou comprimir esse material. ca, potencial gravitacional e potencial elástica. Sabe-
-se que uma está constantemente se transformando
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA na outra (princípio da conservação), todavia, é conhe-
cido que nessas transformações, parte da energia é
Esse princípio informa que toda energia é trans- perdida, seja pelo atrito, pela elevação da temperatu-
formada, portanto, nunca será criada ou destruída. As ra, pela dissipação sonora etc.
energias cinética, potencial gravitacional e potencial Como essa perda é muito pequena, ela poderá ser
elástica estão em constante transformação, uma se desprezada, e, com isso, não entrará em nossos cálcu-
transformando na outra. los (a não ser que o exercício nos obrigue a calculá-la).
Observe a representação abaixo: Em suma, mesmo tendo o conhecimento que, em
um caso real essa perda existe, a fim da resolução das
questões mais corriqueiras de nível médio, não calcu-
laremos a dissipação da energia e vamos supor que a
conservação da energia é totalmente perfeita.
Forças conservativas
Forças Dissipativas
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA
Nos pontos mais altos Existência da energia po- Força dissipativa é aquela que age no sistema e
da figura tencial gravitacional produz um efeito que não conserva a energia mecâ-
nica final (energia cinética + energia potencial).
A energia potencial gra- Como exemplo, pode-se citar a força de atrito, que
No ponto mais baixo da vitacional é transforma- transforma energia cinética (movimento) em ener-
figura da em energia cinética
gia térmica (esquentando a superfície de contato).
(movimento).
Essa energia transformada em calor não será compu-
tada em nenhuma das três energias estudadas até o
Em um sistema isolado (sem perdas de energia), momento: cinética, potencial gravitacional ou poten-
uma energia se transforma na outra sem perdas cial elástica. Por esse motivo ela recebe o nome de for-
externas. No exemplo acima, o skatista está fazendo ça dissipativa.
com que uma certa altura (h) se transforme em veloci-
dade (v), ou seja, toda energia potencial gravitacional
está se transformando em energia cinética. Nesse caso Se liga!
a equação será: Sempre que uma força age no sentido de alte-
rar a energia cinética e/ou energia potencial
Epg = Ec em outras formas de energia: atrito (térmico),
arrasto etc., essa força receberá o nome de fora
Ou seja: dissipativa.
Sendo:
M=Módulo do Momento da Força.(N.m)
F=Módulo da Força. (N)
d=distância entre a aplicação da força ao ponto de
giro; braço de alavanca. (m)
sen θ=menor ângulo formado entre os dois vetores.
Fonte:www.sofisica.com.br/
FÍSICA
DENSIDADE
z Conversões de sinais para o equilíbrio dos corpos É a razão entre a massa do objeto e seu volume. A
rígidos: unidade padrão de densidade é o kg/m³. Já a unidade
Para a análise horizontal (fx) adota-se o senti- usual é o g/cm³.
do positivo da esquerda para a direita (→)
Para a análise vertical (fy) adota-se o sentido Vamos a alguns exemplos:
de baixo para cima como o sentido positivo (↑)
Para a análise de momentos (M) adota-se a z Um objeto com uma densidade de 15 kg/m³ signifi-
rotação no sentido anti-horário como positivo. ca dizer que para cada metro cúbico de material, a
massa será igual a 15 kg.
z Um objeto com uma densidade de 50 g/cm³ signi-
fica dizer que para cada cm³ de material, a massa
HIDROSTÁTICA será igual a 50 g.
Hidrostática é o ramo da física que estuda os flui- Pode-se observar que para um mesmo volume,
dos em repouso (parados). Um fluido pode ser carac- materiais mais densos possuem uma maior massa, e,
materiais menos densos possuem uma menor massa.
terizado como uma substância que se apresenta no
Observe a imagem a seguir:
estado líquido ou no estado gasoso.
Aqui veremos os conceitos de pressão, densidade,
pressão atmosférica, experiência de Torricelli, prin-
cípio de Pascal, princípio de Stevin, e princípio de
Arquimedes, conhecido também como empuxo.
PRESSÃO
Maior altitude
=
Menor pressão
atmoférica
Partículas de ar
Experiência de Torrichelli
Sendo:
E=d·g·v
Se dois corpos possuem a mesma agitação térmica,
eles estão com a mesma temperatura.
E = empuxo d = densidade do fluido (kg/m³)
O conceito de calor é a energia térmica trocada
g = gravidade do local (m/s²)
entre dois corpos mediante uma diferença de tempe-
V= volume deslocamento (m³)
ratura entre eles, ou seja, calor é a energia térmica em
Podemos observar que o empuxo sofrido por um trânsito que se desloca do corpo de maior temperatu-
corpo é igual ao produto da densidade do fluido pela ra para o corpo de menor temperatura.
gravidade local e o volume deslocado no fluido. Calor e temperatura não são grandezas equivalen-
Em relação à flutuabilidade, tem-se que: tes! Um corpo não possui calor, pois calor é uma ener-
gia em trânsito.
CRITÉRIOS DE FLUTUABILIDADE É importante ressaltar que quanto maior a dife-
rença de temperatura entre dois corpos, maior será o
Se P < E O objeto flutua
fluxo de energia térmica entre eles. Na figura a seguir,
Se P = E O objeto permanece em equilíbrio os corpos A e B trocam energia térmica, onde TA é tem-
Se P > E O objeto afunda peratura do corpo A, TB é a temperatura do corpo B e
Q é a quantidade de calor trocada entre eles.
Q
CALOR E FENÔMENOS TÉRMICOS
A B
CALOR E TEMPERATURA
TA > TB
FÍSICA
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Q
Ø=
Δt
joule por segundo. Durante o dia, quando os raios solares atingem a Ter-
Vamos imaginar um cilindro condutor que possui ra, o ar que fica próximo ao solo se aquece, ficando
um comprimento L, no qual as suas extremidades menos denso e em seguida sobe, levando os poluentes
estão em temperaturas diferentes, sendo T₁ > T₂. A terrestres e sendo substituído pelo ar que está situa-
quantidade de calor Q é transmitido de uma extremi- do nas camadas superiores que está mais frio e mais
dade a outra em um intervalo de tempo Δt. denso. 227
No entanto, durante o inverno, essa incidência
solar é menor e o solo se esfria rapidamente, o que faz DILATAÇÃO TÉRMICA
com que o ar em contato com o solo seja mais frio e
mais denso que o ar das camadas superiores, por isso Quando fornecemos calor a um corpo, verificamos
não há correntes de convecção, aumentando assim, a que ele tem um aumento de temperatura, e da mesma for-
concentração de poluentes no ar que respiramos. ma quando há liberação de calor, a temperatura diminui.
Esse fenômeno é conhecido como Inversão Tér- Além disso, por meio do conceito de tempera-
mica, no qual uma camada de ar quente se sobrepõe tura, sabemos que a maior agitação das partículas
a uma camada de ar frio. está associada a uma maior temperatura. No entan-
to, sabemos que uma maior agitação está associada
IRRADIAÇÃO TÉRMICA a uma necessidade de espaço, o que faz com que as
partículas se afastem uma das outras, aumentando as
dimensões do corpo. Essa situação é denominada de
A irradiação térmica efetua-se por meio de ondas
dilatação térmica.
eletromagnéticas denominadas ondas caloríficas ou
A seguir, vamos conhecer os tipos de dilatação
calor radiante. Além disso, o fenômeno de irradiação térmica:
térmica pode ser entendido quando uma radiação ele-
tromagnética é absorvida por um corpo causando a DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS
elevação de sua temperatura, ou seja, irradiação é a
forma de propagação de calor por meio de radiação Em várias situações como em construções de edi-
térmica. Nesse processo, não é necessário um meio fícios de concretos, nos trilhos de trem ou até mesmo
para se propagar, isto é, o calor pode se propagar nas calçadas, é necessário deixar um espaço, pois ao
no vácuo. serem aquecidos pelo sol, tenham um espaço para se
Há alguns exemplos que podemos identificar esse dilatar ou quando a temperatura diminui, possam se
tipo de propagação, como ao acendermos uma lâm- contrair. Outro exemplo que podemos notar em nosso
pada incandescente e ao aproximar dela sem tocá-la, cotidiano são os cabos de rede elétrica, eles sempre
podemos sentir o calor por ela produzido. Esse mesmo apresentam uma certa folga entre os postes e nunca
processo que acontece com a lâmpada é o que acontece são instalados totalmente esticados, isso é para evitar
entre o sol e planeta Terra, o calor é propagado por uma tração excessiva quando a temperatura cai, o que
irradiação. A seguir, uma ilustração desses exemplos: poderia causar ruptura dos fios e consequentemente
uma interrupção de energia.
Em geral, com o aumento da temperatura, há
aumento do volume de um corpo. No entanto, há
situações em que a dilatação em uma das três dimen-
sões é mais significativa do que a variação do volume
do corpo na totalidade. Assim, dizemos que quando o
corpo se dilata somente no comprimento, consideran-
do apenas a variação em uma das dimensões, tratare-
mos de dilatação linear.
Nos casos em que é considerado a variação da
área superficial dos corpos, podemos afirmar que esse
corpo apresenta dilatação superficial. E por último,
quando há variação das três dimensões, tratamos de
dilatação volumétrica.
Se liga!
A dilatação de um corpo depende de três fato-
res: do material que o constitui, das dimensões
iniciais e da variação de temperatura.
TERMODINÂMICA
Como podemos observar no gráfico acima, as cur- A termodinâmica é a área da Física responsável
vas de aquecimento mostram como a temperatura de em estudar como a energia térmica pode ser usada
um corpo ou substância varia em função da quantida- para produzir trabalho. E os estudos nesta área se
de de calor trocada por ele. ampliaram e difundiram durante a Revolução Indus-
Tomamos como exemplo um bloco de gelo que está trial com o surgimento das máquinas térmicas, pois
inicialmente a uma temperatura negativa, sob pressão era necessário a compreensão do seu funcionamento
de 1 atm. Ao aquece-lo e fornecer um fluxo de calor e como fazer com que elas tivessem um melhor ren-
constante, percebe-se que com o passar do tempo, o dimento e melhores resultados. Nesta sessão, vamos
calor fornecido produz um aumento da temperatura estudar o comportamento dos gases, as leis da termo-
do bloco do gelo, até atingir seu ponto de fusão a 0°C, dinâmica e as máquinas térmicas.
sendo este o processo de mudança da fase sólida para
líquida. Nesse momento, a temperatura da mistura de COMPORTAMENTOS DE GASES IDEAIS (EQUAÇÃO
água e gelo permanece constante em 0°C, até que o DE CLAPEYRON)
processo de fusão se complete, isto é, até que todo gelo
se transforme em água. Uma parte importante na termodinâmica é o estu-
Após terminar o processo de fusão, o fornecimento do do comportamento dos gases. Os gases são fluidos
de calor volta a produzir o aquecimento da água até altamente compressíveis, isto é, expandem-se espon-
que ela atinja seu ponto de ebulição em 100°C e a água taneamente e ocupam toda capacidade quando con-
começa a transformar em vapor. A partir desse ins- tidos em recipientes. Um bom exemplo são os balões
tante, a temperatura da mistura de água e vapor para de festas que são preenchidos com gás. E neste tópico
de subir e permanece constante em 100°C até que toda vamos estudar os gases, nos quais chamaremos de
232 água se transforme em vapor. gases ideais.
Também chamado de gás perfeito, o gás ideal é Como mostrado anteriormente, o gás está encerra-
aquele em que os efeitos das forças intermoleculares do dentro do recipiente fechado, com isso, o número de
e o tamanho de suas moléculas podem ser despreza- mols do gás é o mesmo no início e no final da transfor-
dos. Um gás real pode ter um comportamento ideal mação, logo os segundos termos das duas igualdades
se colocado sob baixas pressões e altas temperaturas. acima são iguais, o que permite igualar os primeiros
Para definirmos o estado de um gás é necessário termos, pois também são iguais, desta forma:
conhecermos o volume que ocupa, sua temperatura e a
pressão exercida nas paredes do recipiente que ele está p0 · V0 p·V
contido. Essas grandezas, pressão (p), volume (V) e tem- =
peratura (T) se relacionam e são chamados de variáveis T0 T
de estado.
Há uma equação que foi determinada experimen-
Sendo esta a equação geral de um gás. A seguir
talmente e que relacionam essas três variáveis de
vamos conhecer os tipos de transformação:
estado e o número de mols (n) de um certo gás. Essa
equação ficou conhecida como equação de Clapeyron
Transformação Isobárica
e pode ser expressa da seguinte maneira:
Durante uma transformação isobárica, a tempe-
p · V = n · R· T ratura e volume de um gás são alterados, porém, a
pressão é mantida constante. Essa transformação foi
Sendo R a constante dos gases ideais. O seu valor estudada por dois físicos franceses: Jacques Charles
depende das unidades das variáveis do gás: e Joseph Louis Gay-Lussac, no qual os resultados de
seus experimentos mostraram que se a pressão per-
Para p _m i
N , V (m3) e T (K), teremos:
2 manecer constante, o volume e a temperatura abso-
J luta do gás são grandezas diretamente proporcionais,
R = 8,31 mol · K desta forma podemos escrever:
Sendo este no Sistema Internacional (SI).
Para p = (atm), V(L) e T(K), teremos: p0 · V0 p·V
=
atm $ L T0 T
R = 0,082 mol K .
Com isso, por meio desta equação é possível calcu-
Como p0 = p, temos
lar o volume molar de um gás. Além disso, verifica-se
que se o gás ideal, apresentar o mesmo número de
mols, nas mesmas condições de pressão e temperatu- V0 V
=
ra, deverá ocupar o mesmo volume.
T0 T
Podemos dizer que quando uma certa massa de
gás se encontra a 0°C (273 K) e pressão de 1 atm, ele
se encontra nas Condições Normais de Temperatura e E pode ser representado por um gráfico de volume
Pressão (CNTP). por temperatura da seguinte maneira:
Quando ao menos duas das três variáveis de esta-
do se alteram, dizemos que o gás sofreu uma transfor- V
mação. No tópico a seguir, iremos estudar esses tipos
de transformações.
O número de unidades elementares existentes em
cada mol de matéria é representado pela constante de
Avogadro que é NA = 6,022 · 10-23 moléculas/mol. Além
disso, o número de mols pode ser calculado por meio
m T (K)
da relação n = M , onde m é a massa da substância e
M, a massa molar da mesma.
Como a pressão é constante, em um gráfico de
pressão por temperatura e pressão por volume, os
TRANSFORMAÇÃO GERAL DE UM GÁS
gráficos ficariam da seguinte forma:
Ao considerar uma certa quantidade de um gás
ideal contido dentro de um recipiente fechado, no
qual suas variáveis de estado inicialmente são p₀, V₀,
T₀, ao sofrer uma transformação, suas variáveis de
estado final são dadas por p, V e T. Pela equação de
Clapeyron, podemos escrever os dois estados do gás:
p0 · V0
Inicial: p₀ · V₀ = n · R· T₀ ou =n.R
FÍSICA
T0
Transformação Isovolumétrica
Podemos representar a transformação isovolumé- Os gráficos de pressão por volume e volume por
trica em um gráfico de pressão por temperatura: temperatura são apresentados da seguinte maneira:
P P V
T (K) T (K)
T (K)
Transformação Adiabática
Como o volume é constante, em gráficos de volu-
me por temperatura e pressão por volume, teremos as
Em todas as transformações que vimos até aqui, o
seguintes representações:
gás troca calor com a vizinhança, já a transformação
adiabática é aquela que o gás não troca calor com o
V P
meio externo. Isso pode ocorrer pelo fato de a trans-
formação ocorrer de forma rápida, o que faz com que
não haja tempo para que o gás troca calor com o meio
externo. Nesta transformação são alteradas todas as
variáveis de estado do gás, ou seja, variam a pressão,
volume e temperatura. Desta forma, a equação geral
T (K) V dos gases é válida:
p0 · V0 p·V
=
234 T0 T
Imaginemos um gás contido em um cilindro. Par- →
Agora vamos calcular o trabalho τ da força F exer-
tindo do ponto A, onde temos p₁, V₁ e T₁, uma certa
cida sobre o êmbolo pela equação do trabalho:
amostra desse gás será comprimido dentro do cilin-
dro, no qual se encontra isolado termicamente. Duran-
te essa compreensão, o sistema se afasta da isoterma τ = F · d · cosϴ
T₁ e se aproxima da isoterma T₂ no ponto B (p₂, V₂ e
→
T₂). Se ligarmos esses pontos (A e B), teremos uma cur- Sendo θ o ângulo formado entre a força F e o des-
→
va adiabática que representa uma compressão adia- locamento d , como os vetores têm as mesmas dire-
bática. Em nosso exemplo, a curva está representada ções, o ângulo formado é zero. Logo, temos:
pela cor cinza.
Neste módulo, vamos continuar nossos estudos Sabendo que a definição de pressão é dada por:
sobre calor, porém vamos dar maior relevância no
F
seu uso como fonte energética para realização de p= A
trabalho mecânico, sendo esse o maior objetivo da
Termodinâmica. Vamos estudar também as duas leis Podemos manipular a equação acima e definir a
da Termodinâmica, sendo que essas leis são respon- força como sendo:
sáveis em explicar os principais aspectos que domi-
nam as transformações de energia. Em resumo, a
primeira lei trata das trocas energéticas dos sistemas
F=p·A
gasosos e os princípios de conservação da quantida-
Desta forma, substituindo a equação acima na
de de energia que podem ser estabelecidos em todos
equação do trabalho, teremos:
os processos de transformação. A segunda lei trata da
qualidade da energia nesses processos.
τ=p·A·d
TRABALHO REALIZADO EM UMA
TRANSFORMAÇÃO GASOSA Sendo ΔV = A · d, temos que a definição de trabalho
em uma transformação isobárica pode ser calculado
Imagine agora uma certa quantidade de massa da seguinte maneira:
de um gás sofrendo uma transformação, no qual há
variação de volume, esse gás exercerá uma força resul-
→
τ = p · ΔV
tante F na base do êmbolo, que por sua vez, sofre um
→
deslocamento d , ao mesmo tempo, uma pressão atua É relevante enfatizar que quando a transformação
sobre as paredes do cilindro. Esse processo resulta em sofrida pelo gás não é isobárica, a fórmula acima não
um trabalho π realizado ou sofrido pelo gás. O termo é válida, porém pode-se calcular o trabalho por meio
trabalho se destacará por diversas vezes em nossos da área abaixo da curva em um gráfico de pressão por
estudos. A seguir uma ilustração desse procedimento: volume:
τ = A (área da figura)
d ΔV
V
Neste exemplo foi fornecida uma quantidade calor Como falado anteriormente, a primeira lei aborda
Q ao gás, que sofrerá uma transformação isobárica a conservação de energia de um sistema, além disso,
(pressão constante). Neste caso, houve uma expansão ela verifica as trocas de energia sofridas pelo gás. Há
do gás, isto é, aumento de volume. dois processos de trocas de energia: trabalho e calor,
Quando a variação de volume é positiva, houve com isso o gás sofre uma mudança de energia interna
expansão do gás e o mesmo realiza trabalho sobre o referente a essas duas formas de troca de energia com
ambiente, trabalho positivo ΔV > 0 → τ > 0 o meio.
FÍSICA
Quando a variação de volume é negativa, hou- Mas como se dá o cálculo da energia interna de
ve compressão do gás e o ambiente realiza trabalho um gás? É relevante saber que a energia interna de
sobre o gás, trabalho negativo ΔV > 0 → τ < 0 um gás monoatômico é em função da sua temperatu-
Quando não há variação de volume, transforma- ra. Com isso, consideramos o estado inicial de um gás
ção isovolumétrica, não há realização de trabalho ΔV contido em um recipiente, com n mols e a temperatu-
=0→τ=0 ra inicial T₀, a energia interna é dada por: 235
3 Transformação Isobárica
U0 = 2 n · R · T₀
Nessa transformação não ocorre variação da pres-
Ao fornecer uma quantidade de calor, e ocorrer são do gás, no entanto há variação de volume e tem-
aumento no volume do gás, a temperatura irá mudar peratura. Com isso, não se cancela nenhum termo na
para T e, em consequência, a energia interna final é equação da primeira lei da Termodinâmica, sendo
dada por: assim a relação permanece a mesma: ΔU = Q - τ.
3
U= 2 n · R · T Transformação Adiabática
Logo, podemos escrever que a variação de energia Na transformação adiabática, o gás não troca calor
interna de um gás é dada por: com o meio externo, logo, Q = 0. Desta forma, temos
que a variação de energia interna ΔU é dada por:
3
ΔU = U - U₀ = 2 nRΔT
ΔU = - τ
Agora podemos dizer que a variação de energia
interna de um gás, considerando as duas formas de Se o gás realiza trabalho (τ > 0), mas não recebe
troca de energia, é dada pela diferença entre o calor calor, a energia interna do gás deve diminuir ΔU < 0,
trocado e o trabalho realizado: em consequência disso a temperatura também dimi-
nui. Caso aconteça o contrário, se o gás sofrer trabalho
ΔU = Q - τ (τ < 0), sem trocar calor com o meio externo, a energia
interna aumentará ΔU > 0 e há aumento de tempera-
É válido algumas convenções de sinais: tura também.
Quando ocorre uma expansão do gás, o sistema
recebe calor, ou seja, Q>0. Transformações Cíclicas
Quando há compressão do gás, o sistema fornece
calor, ou seja, Q < 0. Quando um gás parte de um estado inicial de pres-
são, volume e temperatura, passando por estados
A primeira lei da Termodinâmica e as intermediários e retorna ao mesmo estado inicial,
Transformações Gasosas podemos dizer que o gás sofreu uma transformação
cíclica. Como os estados inicial e final são os mesmos,
Quando os parâmetros de quantidade de calor nos permite concluir que não há variação de tempera-
(Q), trabalho (τ) e energia interna (U) variam, ou tura, logo a variação de energia interna é nula ΔU = 0.
seja, assumem valores positivos, negativos ou nulos Além disso, como a transformação é cíclica, o calor
é necessário verificar como fica a equação mostrada trocado é equivalente ao trabalho realizado, com isso,
anteriormente e como a primeira lei se aplica a cada
não há variação de energia interna. A seguir, a repre-
uma das transformações a seguir:
sentação de uma transformação cíclica em um gráfico
de pressão por volume:
Transformação Isovolumétrica
ΔU = Q
Como mostrado na figura, o trabalho realizado
Neste caso, quando o gás recebe calor, sua ener- numa transformação cíclica é numericamente igual à
gia interna aumenta, e caso contrário, quando perde área do ciclo. Além disso, se o ciclo ocorre no sentido-
calor, sua energia interna diminui. Logo, pode-se con- -horário, o gás realiza trabalho sobre o meio, isto é,
cluir que as trocas de calor são utilizadas para alterar trabalho positivo (τ > 0), se o ciclo ocorre no sentido
a energia interna do gás. anti-horário, o meio realiza trabalho sobre o gás, tra-
balho negativo ( τ < 0).
Transformação Isotérmica
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
Nesta transformação não há variação na tempera-
tura do gás, com isso sua energia interna também não Sabemos que o principal objetivo da Termodinâ-
pode variar. Logo ΔU = Q. Desta forma, mica é explicar o funcionamento das máquinas tér-
micas. E a segunda lei vem discutir o que são essas
τ=Q máquinas e qual é o processo responsável por seu
funcionamento (que envolve em seu funcionamento).
Assim, o gás realiza trocas de calor com o meio, Neste tópico vamos mostrar também os dois enun-
mas sua temperatura permanece constante. Esse ciados da segunda lei e o que eles representam. Além
fenômeno acontece, pois, todo o calor recebido será disso, ela discute também as transformações irrever-
236 usado na realização de trabalho. síveis e suas limitações.
Máquinas térmicas Para que o rendimento de uma máquina seja 100%,
era necessário que todo o calor Q₁ fornecido fosse con-
Maquinas térmicas são dispositivos, que tem a fina- vertido totalmente em trabalho, mas isso nunca acontece.
lidade de transformar ou transferir energia, isto é, são Tendo isso em vista, podemos mostrar os dois enun-
dispositivos que opera em ciclos e durante esse pro- ciados da segunda lei da Termodinâmica. Enquanto a
cesso, transforma calor em trabalho periodicamente. primeira lei da Termodinâmica estabelece a conser-
As geladeiras, os motores dos automóveis e locomoti- vação de energia em qualquer transformação, esses
vas a vapor são exemplos de máquinas térmicas. enunciados estabelecem condições para que as trans-
O funcionamento de uma máquina térmica acon- formações termodinâmicas possam ocorrer.
tece da seguinte forma: há duas fontes térmicas nos O primeiro enunciado estabelece que:
quais vamos chamar de fonte quente e fonte fria, essas
fontes estão ligadas a máquina térmica. A fonte quente “O calor flui naturalmente de um reservatório
ela está a uma temperatura T₁ e fornece energia na for- quente para um reservatório frio, mas nunca ao
contrário”.
ma de calor Q₁ à máquina. Parte desse calor é utilizado
pela máquina térmica para realizar trabalho, e a outra
O segundo enunciado diz o seguinte:
parte, o calor excedente Q₂, é rejeitado pela máquina
térmica para a fonte fria que está à uma temperatura
“Nenhuma máquina térmica que opera em ciclos,
T₂. É necessário enfatizar que a temperatura da fonte
consegue transformar integralmente o calor em
fria é menor que a temperatura da fonte quente T₂ < T₁. trabalho”.
A seguir, uma esquematização desse processo:
Máquinas Frigoríficas
Fonte Quente
Acabamos de falar que o calor flui espontanea-
mente do corpo mais quente para o corpo mais frio.
Q1 Porém, há máquinas que realizam o processo inverso.
Você, agora, pode estar se perguntando se esse fato
não violaria o enunciado da segunda lei da Termo-
Trabalho dinâmica. No entanto, só violaria caso esse processo
Maquina ocorresse de forma espontânea. Mas, é necessário o
Térmica Realizado
fornecimento externo de energia por meio de um pro-
cesso forçado que ocorre através de um compressor
que realiza o trabalho mecânico. Um bom exemplo
são as geladeiras das nossas casas.
Q2 Os refrigeradores funcionam da seguinte forma:
eles recebem calor Q₂ da fonte fria e cede calor Q₁ para
a fonte quente, devido ao trabalho τ realizado pelo
compressor. Normalmente, a fonte fria está localiza-
Fonte Fria
da no espaço que se quer refrigerar, retirando calor,
enquanto a fonte quente rejeita calor para o ambien-
De acordo com o princípio de conservação de energia te. A seguir uma esquematização desse processo:
demonstrado na primeira lei da Termodinâmica, temos
que em uma transformação cíclica, a energia interna
é nula, ou seja, ΔU = 0. Logo, o trabalho realizado pela Fonte Quente
máquina térmica é igual à diferença entre a quantidade
de calor Q₁ fornecida a maquina térmica e a quantidade
de calor Q₂ rejeitada pela máquina. Desta forma, temos: Q1
τ = Q₁ - Q₂ τ
Refrigerador Compressor
O rendimento η de uma máquina térmica é dado
pela relação entre a quantidade útil de energia que
se obtém e a quantidade total de energia fornecida à
máquina, em outras palavras, o rendimento de uma
máquina é a razão entre o trabalho τ realizado pela Q2
máquina e a quantidade de calor Q₁ que ela recebe,
com isso, podemos escrever:
Fonte Fria
τ
η= Logo, podemos concluir que as máquinas frigorífi-
Q₁
cas convertem trabalho em calor.
A eficiência (e) de um refrigerador é dado pela
FÍSICA
Para calcular o rendimento, em termos de porcenta- razão entre a quantidade de calor Q₂ recebida da fonte
gem, basta multiplicar a equação anterior por 100, logo: fria e o trabalho mecânico τ realizado pelo compressor:
τ Q₂
η= · 100 e=
Q₁ τ
237
Ciclo de Carnot
T₂
ηcarnot = 1 -
As primeiras máquinas térmicas foram à vapor e T₁
possuía um rendimento muito baixo. Com intuito de
melhorar esse rendimento, em 1824, o físico Sadi Car- Degradação da Energia
not propôs um ciclo termodinâmico que proporciona-
va um rendimento máximo a uma máquina térmica. Vamos imaginar um recipiente no qual é dividi-
Esse ciclo, chamado de ciclo de Carnot, opera entre do em duas partes, uma dessas partes é ocupado por
duas fontes térmicas e consiste em duas transforma- um gás de nitrogênio e a outra parte por gás oxigê-
ções isotérmicas, uma a uma temperatura T₁ (fonte nio, esses são separados por uma placa removível. A
quente) e a outra a uma temperatura T₂ (fonte fria) e seguir uma ilustração:
duas transformações adiabáticas, alternadas, confor-
me mostra o gráfico de pressão por volume:
T1
D
C T2
V O gás nitrogênio está sendo representado por boli-
nhas e o gás oxigênio está sendo representado por
Como podemos ver, na figura temos um ciclo de triângulos. Se retirarmos a placa, os gases irão se mis-
Carnot, em que: turar espontaneamente, no qual ocorre uma distribui-
ção dos dois gases dentro do recipiente, como mostra
z AB ocorre uma expansão isotérmica; a figura a seguir:
z BC ocorre uma expansão adiabática;
z CD ocorre uma compressão isotérmica;
z DA ocorre uma compressão adiabática.
Se liga!
Segundo Carnot, nenhuma máquina térmica que
opere entre duas temperaturas tem rendimento
maior do que aquela que opera segundo o ciclo
de Carnot.
Se tomarmos esse exemplo, é praticamente impro-
vável, mas não é impossível que os gases se separem
No entanto, é relevante enfatizar que por mais que novamente, isto é, voltem à ordem inicial que ocupa-
o ciclo de Carnot possua o maior rendimento entre as vam antes da retirada da placa. Os fenômenos natu-
máquinas térmicas e por ser considerado ideal, ele rais são irreversíveis e, nos processos naturais, há
ainda não possui um rendimento 100%. sempre a passagem espontânea de um estado ordena-
Em cada ciclo de Carnot, as quantidades de calor do para um estado desordenado.
Q₁ e Q₂ trocadas com as fontes quentes e frias são pro- Com isso, podemos dizer que a degradação da
porcionais as respectivas temperaturas T₁ e T₂. Sendo energia também é uma evolução para a desordem.
assim, temos: Desta forma, pode-se anunciar o princípio da degrada-
ção da energia, sendo esta, mais uma forma de enun-
ciar a segunda Lei da Termodinâmica: “No Universo,
Q₂ T₂
= à medida que o tempo passa, diminui a quantidade de
Q₁ T₁ energia utilizável, ou seja, a energia se degrada”, tam-
bém podemos entender que a medida que o Universo
evolui, a desordem aumenta.
Como sabemos que o rendimento de uma máquina
Tendo isso em vista, podemos introduzir o concei-
térmica é dado por η = Qx1 e o trabalho é dado por τ
to de entropia, que é dada pela variável de estado, que
= Q₁ - Q₂, com isso a equação fica da seguinte forma: nos processos irreversíveis, ela representa a medida
da disponibilidade do emprego útil da energia. As
Q₂ transformações naturais, sempre levam a um aumen-
η=1-
Q₁ to na entropia do Universo.
Em termos matemáticos, podemos definir a varia-
ção da entropia de um sistema, representada pela
Desta forma, em função das temperaturas, o ren- letra (S), como sendo a razão da quantidade de calor
dimento de uma máquina que opere segundo o ciclo (Q) cedida ou recebida durante uma transformação e
238 de Carnot é: a temperatura (T) correspondente:
Q
ΔS =
T
ciclo
1hertz = 1Hz = 1 = 1s-1.
s
ÓPTICA E ONDULATÓRIA
Definimos também a frequência angular, ω, sendo
PERÍODO, FREQUÊNCIA E CICLO 2π multiplicando a frequência:
Se liga!
Essa aceleração será importante para nós no
futuro, então guarde ela!
240
A equação x(t) = Acos(ωt + ϕ) é a função horária Ao isolar o sinal de menos da equação acima, per-
para o MHS onde x é o deslocamento do MHS em fun- cebemos que voltamos na nossa primeira equação
ção do tempo, A é a amplitude do movimento, ω é a (sen(a+b) = sen(a) cos(b) + sen(b)cos(a)), mas com um
frequência angular, t é o tempo e 𝜙 é o ângulo de fase sinal de menos na frente, sendo assim ao fazer o uso
do MHS. dessas relações podemos mostrar que –sen(b+a) = –
Vamos agora analisar a velocidade no MHS, para [sen(a+b)]. Por isso temos um sinal de menos ao fazer
conseguirmos entender melhor, vamos analisar a uma transformação da equação vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt)
figura a seguir. para v(t) = – ω ∙ A ∙ sen(ωt+ϕ).
Como a v c tem sentido contrario a x o sinal nega-
tivo da equação vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt) está correto. Com
essa equação é possível analisar quando teremos a
velocidade máxima que qualquer objeto pode ter em
um MHS, sendo assim, os valores máximos e mínimos
para o seno é 1 e -1, então temos
π
sen(ωt+𝜙) = 1 → ωt+𝜙 =
2
v = ωR→v = ωA e θ = 𝜙+ωt.
v
senθ =
vc
Logo ficamos
vc = v ∙ senθ,
vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt), A aceleração da partícula é representada analisan-
do a projeção do seu movimento no eixo x, de modo
Para ficar a mesma forma da equação x(t) = A que temos
cos(ωt + ϕ), precisamos inverter os parâmetros do
seno, para fazermos isso precisamos utilizar das rela- a
ções trigonométricas, então teremos cosθ = ,
acp
v(t) = – ω ∙ A ∙ sen(ωt+𝜙).
Assim, isolando a, encontramos
Vamos explicar agora o porquê aparece o sinal
negativo na expressão (19) e para isso vamos preci- a = acp cosθ,
sar fazer o uso de algumas relações trigonométricas.
A primeira temos; Onde θ = 𝜙+ωt e como fizemos na equação vc = v ∙
FÍSICA
3π
sen(ωt+𝜙) = – 1 → ωt+𝜙 =
2
Obtemos:
a = – ω2 ∙ A ∙ cos(ωt+𝜙)
T X T A
0 A 0 – ω2A
T T
0 0
4 4
T T
–A ω2A
2 2
3T 3T
0 0
4 4
T A T – ω2A
Gráfico da posição da partícula ao longo do MCU Gráfico da aceleração versus o tempo, utilizando
com a tabela de valores com as posições mais relevan- a equação a = –acp cos(ωt+𝜙), como ela é negativa e
tes do objeto. temos a função cosseno, podemos observar que o grá-
242 Para a velocidade versus tempo, temos fico já começa em (– ω2A), pois o valor de T = 0.
Com o auxílio dos gráficos e das tabelas acima, E assim teremos
vamos agora fazer uma análise da energia do MHS.
A única força que atua sobre o nosso bloco, referen- m(– ωAsen(ωt+𝜙))2 k(Acos(ωt+𝜙))2
te à primeira figura, é a força conservadora da mola, E= + ,
2 2
considerando-a como uma mola ideal, não temos for-
ças horizontais e assim a energia mecânica total do Elevando ao quadrado os termos, encontramos
sistema é conservada. Supondo também que a mola
não tem massa. mω2 A2 sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
E= + ,
A energia cinética é dada por 2 2
Da equação:
mV2 mvx2
K= →k = ,
2 2 k
a=– x
m
E a energia potencial
Você lembra que falei para guardar essa relação
que em uma hora eu iria utilizá-la? Pois é, não era
kx 2
mentira, a = – ω2 x = – kx/m sendo a massa igual a m
U= .
2 = k/ω2, substituindo a m na equação acima, obtém-se:
Ondas
Princípio De Huygens
z A frente de onda A’ é a que envolve todas as ondas Vimos que a reflexão ocorre quando uma onda
secundárias criadas pelas fontes secundárias. colidi com um objeto que não absorve sua energia,
z A distância entre A e A’ em uma onda periódica é o mas muda sua direção. Entretanto, uma onda que
comprimento de onda λ. muda de meio de propagação tem sua velocidade
z O raio de onda é sempre perpendicular, isso é, tem alterada e chamamos este fenômeno de refração.
um ângulo de 90º com a frente de onda.
sen(α) vA λA
= =
sen(β) vB λB
normal
λA
α
A
λB B
FÍSICA
247
Eco e Reverberação Nas figuras estão representados apenas um pul-
so de onda, mas as interferências ocorrem na sua
Dois efeitos que estão diretamente ligados à refle- totalidade. Os dois casos são consequências diretas
xão são o eco e a reverberação. Esses dois efeitos con- da superposição das ondas, visto que ao interagirem
sistem no encontro de uma mesma onda com o seu somamos as funções de onda de cada uma e obtemos
reflexo em um ponto do espaço. uma função de onda resultante.
Imagine que uma onda foi emitida em todas as
direções e que uma parcela delas foi refletida por Ressonância
algum anteparo qualquer. Em um determinado tempo
e em um ponto do espaço as ondas podem se encon- Quem nunca acompanhou nos programas de audi-
trar e interagir. tório onde desafiam um participante a quebrar uma
O que diferencia um fenômeno do outro é o tem- taça de cristal com a voz? Para que isso ocorra é neces-
po em que a onda refletida encontra a onda que foi sário que o participante, em geral, um tenor ou qual-
emitida e não houve nenhuma interação. Se o tempo quer pessoa que tenha um controle grande da sua voz
de encontro for menor que 0,2 segundos ocorre a emita um som com a mesma frequência que as partí-
reverberação, isso é, a amplitude da onda é aumenta- culas da taça vibram, aumentando a amplitude dessa
da e isso é bastante comum nas igrejas medievais que frequência até que o material quebre.
O fenômeno envolvido no exemplo citado acima
mesmo uma pessoa sem microfone consegue falar
é a ressonância. Isso é quando um sistema recebe
para o público.
uma força externa periódica, no qual possui a mes-
Se o tempo de encontro dessas ondas for superior
ma frequência do sistema oscilante, eles entram em
a 0,2 segundo ocorre o eco e é bastante comum quan-
ressonância e passa a oscilar com frequência maior.
do gritamos em um penhasco e escutamos algumas
Este efeito é bastante comum em parques, em que
vezes o som que emitimos.
crianças balançando são empurradas por um adulto
e a amplitude do movimento do balanço se torna cada
Princípio da Superposição e Interferência vez maior.
O efeito está presente em muitos outros exem-
Até agora estudamos as ondas se propagando em plos de nosso cotidiano que aparentemente não
um sentido, podendo até mesmo mudar sua direção possuem nenhuma característica ondulatória, entre-
e vimos que esse fenômeno é chamado refração. Mas tanto, basicamente todas as partículas ao nosso
quando uma onda é refletida, o que acontece? Por redor estão variando, porém, de forma quase sempre
exemplo, ao gritarmos próximo de um penhasco, con- imperceptível.
seguimos ouvir o eco, ou seja, a onda que foi propaga-
da em um sentido refletiu ao bater em um obstáculo ONDAS SONORAS
e mudou seu sentido. Entretanto, se continuarmos
a gritar durante a reflexão do grito inicial, as ondas Já estudamos muitas propriedades das ondas até
sonoras interagirem e se superpõem e o efeito de agora, a partir desses conceitos vamos estudar as
superposição de ondas é chamado de interferência. ondas sonoras. Prometo que vamos tentar entender
O princípio da superposição de ondas é o fenôme- como funciona um violão. Então primeiro vamos ana-
no do encontro entre duas ondas e para calcular o lisar algumas situações da onda se propagando em
deslocamento destas ondas em qualquer momento uma corda. Imagine dois cenários, primeiro uma onda
basta somar a função de onda de cada uma das ondas em uma corda onde temos uma extremidade presa e
envolvidas. outra quando temos essa mesma onda, mas agora a
Ao se superporem, as ondas podem sofrer dois corda está solta na extremidade. Para te ajudar a ima-
tipos de interferências: interferência construtiva e ginar, observe a figura a seguir.
interferência destrutiva.
Quando duas ondas estão em fase e se encontram
no espaço acontece uma interferência construtiva,
conforme vemos na figura da esquerda e quando as
ondas estão fora de fase o que ocorre é uma interfe-
rência destrutiva, conforme a figura da direita.
→ →
v v →
v
→
v
v = λnfn,
v
Se analisarmos o movimento da onda, iremos per- fn = ,
ceber que existem pontos que nunca se movem, onde λn
esses são chamados de nós, que está indicado pela
letra N, entre os nós teremos pontos onde a ampli- Podemos substituir o valor do comprimento de
tude é máxima, esses pontos vamos chamar de ven- onda, encontrada em:
tre, designado pela letra V. Temos então um padrão
de onda que aparentemente não se move ao longo da 2L
corda, essa onda é chamada de onda estacionária, ao λn =
n
contrário, temos ondas progressivas, que se movem
ao longo da corda.
Já podemos analisar o violão! Como temos cor- nv
das presas nas duas extremidades, ao realizar uma fn = ,
vibração teremos então uma onda estacionária com 2L
determinadas frequências, que são de ressonância do
sistema, dando origem as ondas estacionárias. Encontramos assim a frequência para o enésimo
Observe a figura anterior, onde a onda em verme- termo que é a frequência fundamental multiplicada
lho-escuro é uma onda se propagando e em verme- por n vezes. Pela equação:
lho mais claro é a onda que foi refletida. Nos pontos
onde a extremidade da corda está presa, temos nós, nv
para cada modo de vibração temos os harmônicos. fn =
2L
Para o primeiro caso, temos o primeiro harmônico
que possui um ventre, agora para o segundo harmôni-
co, temos dois ventres e assim por diante. Agora pre- É possível perceber que a frequência fundamen-
cisamos recuperar uma informação fornecida acima; tal depende somente da velocidade e do comprimento
é sobre o comprimento de onda, definimos que ele é da corda, mas para produzir um som a corda preci-
o menor comprimento de dois pontos que oscilam, sa estar bem tensionada, certo? Por exemplo, caso
assim para o de meio comprimento é você coloque as cordas em um violão e não as aperte
(afinar o violão), como será o som? Não teremos som
algum, será algo bem diferente que o violão pode pro-
λ1 duzir. Assim se então apertarmos as cordas do violão,
FÍSICA
L= ,
2 tencionando-as, as cordas irão produzir um som mui-
to melhor.
Ou seja, o comprimento de onda do primeiro har- Então para produzir o som são mais importantes
mônico é a tensão e a densidade linear da corda, que influencia
a velocidade de propagação da corda. Ao relacionar
λ1 = 2L, essas ideias teremos 249
v=
√ T
µ
,
nv
fn =
2L
Teremos
A onda se propaga de forma periódica e a distân-
fn =
n
2L
√ T
µ
.
cia entre os centros de duas compressões ou de duas
descompressões, corresponde a um comprimento de
onda. Como já vimos antes, λ é o comprimento de
onda e f a frequência da onda sonora, então podemos
Essa equação nos dá a frequência fundamental de definir a velocidade, v = λf.
onda sonora criada no ar, com ela podemos conhecer
o porquê o som de um piano é mais grave do que o
som de um agudo produzido por um violino. Como a
Se liga!
frequência tem dependia inversa ao comprimento da Ondas transversais longitudinais ou mecânicas,
corda (L), com uma corda mais comprida temos sons não temos transporte de matéria.
mais graves, produzindo assim baixas frequências,
agora com cordas mais curtas, como as de um violino
ou violão, temos sons mais agudos, ou seja, com altas As ondas sonoras se propagam da mesma forma
frequências. A tensão (T) é proporcional à frequência, que as ondas longitudinais, que estudamos anterior-
mente, sendo assim, os fenômenos de difração e refle-
então ao aumentar a tensão, temos um aumento da
xão também se aplicam para as ondas sonoras. Dessa
frequência. Agora a densidade linear também altera
forma, para uma onda difratar as dimensões dos obs-
o som, assim quanto maior for ela, menor será a velo-
táculos e o comprimento de onda precisam ser da
cidade, e consequentemente a frequência, por isso as mesma ordem de grandeza.
notas mais baixas de uma guitarra, as cordas são fei- Para ondas sonoras na faixa audível temos os com-
tas de aço e com isso temos aquele solo de guitarra. primentos de onda máximo de 17 m e mínimo de 1,7
Entendemos até agora como o som é produzido cm. Como você pode encontrar esses valores? Não é
em cordas fixas, mas após termos ele produzido ele uma tarefa difícil, precisamos utilizar a relação v = λf,
se propaga e chega até o nosso ouvido, que é por onde isolando o λ e a velocidade do som no ar é 340 ms–1 e
julgamos se a pessoa sabe ou não tocar um violão. utilizando a frequência máxima e mínima para o som
Vamos agora estudar como ele se propaga no ar e em audível, 20.000 Hz e 20 Hz.
outros meios também (como em meios gasosos, líqui- Para o fenômeno de reflexão da onda sonora tam-
do e solido), em sólidos? Você já deve ter percebido bém podemos usar os mesmos conceitos de ondas,
isso quando você estava dormindo e seu vizinho ligou mas temos algumas peculiaridades. Quando uma
o som alto em um domingo. O som é uma onda longitu- onda sonora reflete em alguma superfície podemos
dinal, como havíamos visto acima, sendo assim temos ter três fenômenos: reforço, reverberação e eco.
as propriedades já estudadas acima sendo aplicadas O som reforçado ocorre quando o som da fonte
reflete em uma superfície e chega até um ouvinte,
agora, elas são ondas mecânicas, ou seja, precisa-se de
percebemos um som, em um tempo muito menor
um meio para se propagar. Uma forma mais simples
que 0,1 s é possível perceber outro som, sendo que o
de visualizar as ondas sonoras é em ondas senoidais,
intervalo entre os dois sons será imperceptível, assim
que temos valores bem definidos para a amplitude, a o som inicial será amplificado, ou seja, o som inicial
frequência e o comprimento de onda, como já vimos foi reforçado. É possível fazer uma comparação com o
antes. seu estudo de ondas anteriormente, que quando duas
O nosso ouvido é bem sensível às ondas sonoras, ondas são refletidas em uma parede, caso elas tenham
assim, crianças podem ouvir sons com frequências a mesma amplitude, comprimento de onda e fase, elas
entre 20 e 20.000 Hz¸ que está na faixa do interva- se sobrepõem e temos uma amplitude maior. Agora,
lo audível, mas para frequências maiores temos o para o fenômeno de reverberação, o ouvinte percebe
ultrassom e para menores o infrassom, vamos anali- que o som da fonte se prolonga um pouco mais, esse
sar a imagem abaixo. fenômeno pode ser percebido em palestras em auditó-
rios, onde as ondas sonoras percorrem todo o ambien-
infrassom som audível ultrassom te até chegar no ouvinte e o atraso desse caminho é
compensado pela reverberação. O fenômeno de eco
é aquele onde você pode gritar do alto de uma mon-
0 20 20.000 f tanha e perceber que seu som se repetiu. Isso ocor-
re quando a onda emitida é refletida com um tempo
Vamos relembrar agora a propagação do som em maior de 0,1 s, logo é preciso de ambientes com pouco
250 um gás, observe a figura abaixo objetos.
Tubos sonoros
λ
= L → λ = 2L,
Agora você já consegue julgar se uma pessoa sabe 2
tocar um violão e ainda como montar um estúdio de
música, com os conceitos de difração e reflexão das
ondas. Então vamos para um instrumento que não λ L
= → λ = L,
pode faltar em uma boa banda, que é a flauta doce 2 2
Disse isso porque vamos estudar os tubos sonoros,
que são basicamente ondas estacionárias, agora den-
tro de um tubo. Nesse caso teremos os mesmos concei- λ L 2L
tos aprendidos para as cordas presas, modos normais, = →λ= ⋯
2 3 3
mas agora sendo produzido pelo ar dentro do tubo,
que também vai depender das características do tubo,
E assim a frequência é
como comprimento e suas extremidades.
Dessa forma temos que os tubos sonoros podem
ser de dois tipos, fechados e abertos em uma extremi- v v
dade. Uma flauta pode ser um exemplo de tubo fecha- f1 = → f1 = ,
λ 2L
do nas duas extremidades (existem flautas com uma
extremidade aberta) e para um tubo fechado temos o
órgão (não de um ser humano e sim um instrumento). v v
Em um órgão o som é produzido pelo ar que passa f2 = → f2 = ,
pelos tubos, o ar é fornecido pelos foles ou ventoinhas λ L
que ficam na extremidade inferior do tubo. Assim,
essa corrente de ar passa por uma extremidade estrei-
ta e é direcionada para a parte superior, chamada de v 3v
f3 = → f3 = ⋯
boca do tubo. A coluna de ar dentro do tubo vibra λ 2L
e teremos os modos normais possíveis, como no caso
das cordas fixas. A boca do tubo sempre estará aberta, Ou seja, as frequências são múltiplas da frequên-
assim em cada extremidade teremos um ventre, como cia natural, para n valores
podemos ver na figura a seguir:
fn = nf1,
λ1 = 4L
v v
f1 = → f1 = ,
λ 2L
Audição Humana
ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
v+vS
λa =
fS
Em
E teremos.
elétricos oscilantes que culminam em uma onda ele-
tromagnética. Basta que a emissora ajuste a frequên-
v+v0 v+v0 v+v0 cia no qual quer emitir sua programação e que você
f0 = → f0 = → f0 = � � fS
ajuste os receptores da sua casa para que eles captem
λ v+vS v+vS
a onda eletromagnética com aquela determinada
fS frequência. 253
Existem ondas eletromagnéticas com diversos Meios De Propagação
tamanhos de comprimento de onda λ, algumas cujo λ
são da ordem de quilômetros, são as conhecidas ondas Antes do modelo sobre a natureza da luz como
AM e outras com comprimento de onda da ordem de uma onda eletromagnética, os físicos se questiona-
10 –10m, são conhecidas como raio X vam que se a luz é uma onda, como ela se propaga
A luz visível é uma pequena parcela de todo espec- fora da atmosfera da Terra? Para que a teoria ondu-
tro eletromagnético e ela vai do vermelho até o viole- latória da época funcionasse eles imaginavam que
ta. As ondas com comprimento de onda menor que o havia um meio universal que não possui massa, mas
do vermelho são as ondas de rádio AM. As ondas de que preenche todo o espaço chamado éter luminífero.
TV, micro-ondas, radares e infravermelho, são ondas Este éter foi descartado por nunca terem comprovado
que carregam menos energia e estão presente cons- sua existência. Mas como onda eletromagnética, um
tantemente ao nosso redor. Estas ondas interagem raio de luz pode propagar no vácuo, como ocorre com
os raios de luz vindos do Sol. Além do vácuo a luz pode
muito pouco com a matéria, logo não são prejudiciais
se propagar em alguns tipos de matérias e classifica-
à nossa saúde.
mos os meios de propagação da luz em transparente,
Já as ondas mais energéticas, acima do violeta pre-
translucido ou opaco.
cisam de maiores cuidados. Embora utilizadas para
Um meio de propagação em que a luz possa se pro-
formação de imagem como o raio X e ultrassonografia, pagar e que podemos enxergar claramente objetos
há um número de vezes por ano que são indicadas, através dele é chamado de transparente. Vidros poli-
acima desse número, a exposição do corpo humano dos são um exemplo deste meio.
a essas radiações podem causar danos como câncer. Quando o meio permite a propagação da luz, mas
não conseguimos identificar a forma de um objeto,
apenas conseguimos identificar que algo está por
detrás deste meio, é chamado de translúcido. Este
PRINCÍPIO DA ÓTICA GEOMÉTRICA tipo de meio em geral absorve parcialmente a luz que
passa por ele e podemos exemplificar os vidros foscos
como exemplos de meios translúcidos.
Vimos anteriormente a concepção da luz como
Já alguns meios impedem totalmente a passagem
uma onda eletromagnética, sendo que, a luz visível
da luz, absorvendo ou refletindo a luz que chega até
consiste em apenas uma pequena parcela do espec-
eles, são chamados de opaco. Uma parede de tijolo ou
tro eletromagnético. Há atualmente uma concepção uma porta de madeira são exemplos de meios opacos.
moderna sobre a natureza da luz, no qual se baseia
em fenômenos quânticos, no qual se explica a intera-
Sombra e penumbra
ção da luz com a matéria, que pode refletir e refratan-
do, uma característica ondulatória, ou então realizar
Toda a ótica geométrica é baseada na ideia de que
a fotossíntese de uma planta, uma característica de a luz se propaga em linha reta independente da natu-
partículas. Para o modelo quântico a luz possui uma reza da luz. Um dos fatos que evidenciam a propaga-
natureza dual, uma natureza de onda-partícula. ção linear da luz são as sombras e a penumbra.
Muito antes da atual concepção dual sobre a luz, Imagine a seguinte situação, você aponta uma
muitos estudos foram feitos sobre ela e nomes como lanterna daquelas bem pequenas para uma bola
Isaac Newton, Chistiaan Huygens, Thomas Young opaca, cujo tamanho é relativamente superior ao da
foram importantes para o aprimoramento sobre lanterna. Neste caso podemos considerar a lanterna
conceitos referentes à luz. Através desses estudos foi um ponto de luz, ou um feixe de luz puntiforme. Ao
constituída um ramo da Física chamado Óptica, no colocar a lanterna e a bola em frente a uma placa e
qual se propõe a estudar fenômenos sobre a luz de em decorrência da propagação retilínea da luz, o que
forma simples, usando leis empíricas e esquemas geo- você observa é formação de uma sombra na placa
métricos dos raios de luz, que possuem seu percurso conforme podemos observar na figura a seguir.
representados por linhas.
Tipos de Fonte
Leis Da Reflexão
FÍSICA
Espelhos Esféricos
Figura 1
R
f= . Figura 3
2
Agora faremos a mesma análise para os espelhos
Casos Particulares De Reflexão Dos Espelhos convexos, as figuras que representam cada situação
Esféricos estão logo a seguir. Um raio cujo prolongamento pas-
sa pelo centro de curvatura C reflete sobre ele mesmo
Alguns raios específicos são importantes para a como observamos na figura 1. O raio cujo prolonga-
representação das imagens que são refletidas pelos mento passa pelo ponto de foco F é refletido parale-
espelhos plano e nesse tópico trataremos com um lamente conforme apresentado na figura 2, e por fim,
pouco mais de cuidado de cada um deles. Agora anali- o raio que incide no vértice do espelho é refletido de
saremos os raios que incidem nos espelhos esféricos e forma que o ângulo do raio incidente é igual ao ângulo
que passam pelo centro de curvatura C, pelo ponto de do raio refletido como pode ser observado nas figuras
258 foco principal F e pelo vértice V. que seguem a seguir.
Espelhos Convexos
Espelhos Côncavos
Figura 2
A análise da imagem formada pelos espelhos côn-
cavos precisa de um pouco mais de atenção e anali-
saremos cinco casos diferentes, porém utilizaremos
novamente dois feixes de luz, um passando pelo cen-
tro de curvatura e outro pelo foco, somente no caso
três usaremos um feixe de luz que passa pelo vértice.
Uma observação muito relevante a ser considera-
da é que qualquer uma das figuras analisadas abaixo
poderia ser feita levando em consideração o feixe que
passa pelo vértice, a escolha do autor é apenas uma
preferência didática.
0
F V
i
f
pf
p
Se liga!
Em relação às cores do arco-íris, podemos
escrever que a velocidade decresce partindo do
vermelho até chegar no violeta
vvermelho>vlaranja>vamarelo>vverde>vciano>vazul>vvioleta
261
Substituindo na expressão anterior temos
Consequentemente, o índice de refração pode
ser descrito como crescente partindo da cor c c
vermelha até a cor violeta $ sen (a) = $ sen (b),
vA vB
nvermelho<nlaranja<namarelo<nverde<nciano<nazul<nvioleta
Onde c é um fator comum dos dois lados da igual-
dade, sendo possível simplificar a equação e assim
Podemos generalizar a expressão obtida anterior-
temos a Segunda Lei da refração reescrita da seguinte
mente para o índice de refração, antes o definimos
forma
como comparação da velocidade de propagação da
luz em um meio qualquer com a velocidade da luz no
sen (a) sen (b)
vácuo. Mas a refração também ocorre passando de =
outros meios que não o vácuo e dessa forma conside- vA vB .
raremos o índice de refração em um meio qualquer
denominado A com o índice de refração em outro meio Um meio menos refrativo é o que possui menor
qualquer denominado B, assim podemos escrever índice de refração comparado a outro meio, logo, o
meio A é menos refrativo que o meio B se nA < nB . Ana-
nA lisando a Lei de Snell-Descartes quando nA for menor
n AB = .
nB que nB, o ângulo de incidência α é maior que β.
Assim, sempre que houver o fenômeno de refra-
Considerando um meio A cujo seu índice de refra- ção, o ângulo será maior para os meios cujo índice
ção nA é maior que o índice de refração nB de um meio de refração é menor, nos meios menos refringentes.
B, dizemos que o meio A é mais refringente que o Já nos meios mais refringentes, os meios com maior
meio B, isso é a refrata. índice de refração, o ângulo será menor.
Dizemos que nos meios menos refringentes os
Leis da Refração raios se afastam da reta normal e nos meios mais
refringentes eles se aproximam da reta normal.
A Primeira Lei da Refração diz que o raio inciden-
te, o raio refratado e a reta normal a superfície são Formação de Imagem
coplanares, isso é, estão situadas no mesmo plano.
Suponha que você se aproxime de um aquário com
um peixe, conforme representado na figura a seguir:
Você está sendo representado pelo ponto P. Nesta figu-
ra podemos observar que os raios de luz que são refle-
tidos pelo peixe, posicionado no ponto O, percorrem
um espaço na água e difrata quando passa para o ar
e assim chega até seus olhos posicionados no ponto P.
Seus olhos observam o prolongamento dos raios que
chegam até eles, ou seja, para você que está observan-
do o peixe parece estar acima da posição real deno-
minada O’.
nA ∙ sen(α) = nB ∙ sen(β).
Prismas
Reflexão Total
nB
sen (L) = . Um dos aparatos óticos que está mais presente em
nA nosso cotidiano são as lentes, elas estão presentes nos
FÍSICA
Lente Convergente
Lente Convergente
Lente Convergente
Lente Divergente
z Caso III – Objeto situado entre o ponto antiprin- Equação Das Lentes
cipal e o ponto de foco
Nesse caso a imagem é real, invertida e maior em Seguindo a mesma forma que definimos as equa-
relação ao objeto. ções para os espelhos esféricos, podemos definir as
mesmas equações aqui.
1 1 1 i p'
+ = e A= =- .
p p' f o p
é a curvatura acentuada das várias camadas que for- sa daquelas pesquisas estilo “Fantástico” – “O
mam a lente dos olhos ou então os olhos possuem for- brasileiro tem em média 2,5 filhos”. Pense bem,
mato mais oval do que o necessário. é a mesma coisa: ou você tem 2 filhos ou tem 3
Neste caso, a pessoa que apresenta esse problema filhos. Isso também ocorre na Quantização de
possui dificuldades de enxergar elementos mais distan- Carga.
tes e a correção é dada pelo uso de lentes divergentes. 267
CORRENTE ELÉTRICA E essa equação só funciona para correntes elétri-
cas constantes, e agora?
É um movimento ordenado dos elétrons devido a Então precisamos de um novo recurso para calcu-
uma diferença de potencial (voltagem). Os metais são lar essas correntes elétricas variáveis.
conhecidos por sua camada de valência (mais exter- Esse recurso é uma análise do gráfico de corren-
na) ter elétrons fracamente ligados ao núcleo e facil- te elétrica por tempo. A área abaixo da curva corres-
mente podem ser orientados com uma DDP (diferença ponde à quantidade de carga que passa no corpo.
de potencial) diferente de zero. I(A)
Q1 + Q 2
QF =
2
Onde:
QF=carga final nas esferas idênticas
Se liga!
No exemplo apresentando, foi com apenas duas Elétrons descem pela repulsão e, assim, eletrizamos o
esferas, mas, essa teoria é válida para quantas induzido
esferas idênticas você fizer o contato. Se forem
3 esferas, por exemplo, você irá somar a carga
das 3 e também dividir por 3.
CONDUTORES E ISOLANTES
Aproximo um indutor, assim, polarizando o induzido
Condutores e isolantes são materiais que se com-
portam de maneiras diferentes no que diz respeito aos
elétrons (corrente elétrica). Condutores facilmente per-
mitem a movimentação livre dos elétrons, os isolantes
dificultam essa movimentação em função da sua estru-
tura interna, ou seja, a passagem da corrente elétrica.
Como as estruturas atômicas das substâncias são
Afasto as esferas primeiro e depois o indutor diferentes, os condutores possuem os elétrons livres
(fracamente ligado ao núcleo) na sua camada mais
FÍSICA
Sólidos: Conhecido pelos elétrons livres e são condutores “Cargas elétricas de mesmo tipo repelem-se; de tipos
metálicos. diferentes atraem-se. O módulo das forças de intera-
Líquidos: Conhecido como condutores eletrolíticos, eles têm o ção (F) entre dois pontos materiais de cargas elétricas
movimento de cargas positivas (cátions) e negativas (ânions) Q1 e Q2 é diretamente proporcional ao produto dessas
que é uma corrente elétrica. cargas e inversamente proporcional ao quadrado da
Gasosos: Conhecido como condutores de terceira classe, eles distância (d) entre esses pontos materiais. A direção
têm o movimento de cátions e ânions. Mas, diferente dos con- das forças de interação entre os pontos materiais de
dutores líquidos, a energia é produzida através de colisões en- cargas Q1 e Q2 , cujos módulos são iguais a F, é a da
tre as cargas e não de forma única. reta que contém esses pontos; o sentido é de atração,
ISOLANTES
quando as cargas forem de sinais diferentes, ou de
repulsão, quando forem de mesmo sinal” (Char-
Conhecidos como dielétricos, neles há a ausência dos elé- les Augustin de Coulomb, 1736-1806).
trons livre. Pela Lei de Coulomb, podemos verificar que os
elétrons são fortemente ligados ao núcleo. São exemplos de
isolante elétricos: lã, madeira, plástico, borracha, isopor, papel,
vácuo e vidro.
SEMICONDUTORES
Podem se comportar como um isolante ou condutor, de acor-
do com as condições físicas. Os exemplos mais comuns de
semicondutores são germânio (Ge) e o Silício (Si).
k· | Q1 | | Q2 |
SUPERCONDUTORES F= 2
Pode conduzir elétrons de um átomo para outro sem resistên-
d
cia nenhuma, quando o material atingir a “temperatura crítica”
(Tc), que é a temperatura onde o material se transforma em Onde:
supercondutor. K = Constante eletrostática do meio.
EFEITO JOULE
Se liga!
Você já deve ter notado que quando usa muito
Lembre-se sempre que a força é uma grande-
tempo determinados aparelhos elétricos esses ficam
za vetorial, logo, todas as operações vetoriais
quente, isso ocorre pelo EFEITO JOULE que é um
da Mecânica são válidas aqui na Eletrostática
fenômeno que consiste na conversão de energia
elétrica em calor. Verificamos isso em qualquer
também.
dispositivo elétrico. Caso tenhamos o objetivo de
calcular esse calor: CAMPO, TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICOS
F
E=
q
Onde:
F = Força Elétrica na carga de teste, unidade no SI
é (N) = (newton);
q = Carga de teste, unidade no SI é (C).
Potencial elétrico
Agora, vamos falar de linhas de campo, ou seja, é Agora, vamos falar de Fluxo Elétrico.
como se fosse um mapa de como é o campo elétrico Relaciona a quantidade de linhas de campo elétri-
em regiões próximas a carga elétrica. co(E) (que penetra em uma superfície de área (A), em
Carga Positiva: Campo Elétrico é divergente e sai função do ângulo do “vetor área imaginário” e o vetor
da carga. campo elétrico.
Se liga!
Cuidado! Área é uma grandeza escalar, por isso
que está escrito vetor área imaginário, pois nós
imaginamos um vetor perpendicular à superfície
para conseguirmos relacionar o ângulo.
LEI DE GAUSS
Superfícies equipotenciais
Agora, iremos falar um pouco sobre a Lei em si e
Agora, vamos falar de superfícies equipotenciais como montar as superfícies gaussianas imaginárias.
que consistem em regiões onde o potencial elétrico É uma distribuição qualquer de uma ou mais car-
tem o mesmo valor. gas elétricas, envolta por uma superfície imaginá-
As superfícies e equipotenciais são regiões dentro ria fechada qualquer envolvendo essas cargas. Essa
de um campo elétrico em que a diferença de potencial superfície recebe o nome de superfície gaussiana, ela
elétrico é zero, ou seja, ao deslocar uma carga dentro pode ter a forma que quisermos. A única regra é que
de uma superfície equipotencial, não há realização de ela deve ser fechada e também podemos definir quan-
trabalho. Essas superfícies equipotenciais sempre são do estamos dentro ou fora da superfície gaussiana. A
perpendiculares ao vetor do campo elétrico Lei de Gauss estabelece que o fluxo total (ϕtotal) através
da superfície gaussiana é igual à carga total interna
à superfície (qinterna), dividida pela permissividade elé-
trica do meio (ε): por isso é essencial definirmos o que
é Fluxo Elétrico(ϕ). Por isso é importante fazermos
uma adaptação e sempre escolhermos superfícies
gaussianas onde o fluxo elétrico seja perpendicular ao
“vetor imaginário área”. Assim, na Lei de Gauss usa-
remos o conceito infinitesimal de calcularmos todo o
fluxo sobre a superfície gaussiana.
Nos dois exemplos acima, as linhas pontilhadas
representam essas superfícies. ϕ = E · ∆A
BLINDAGEM ELETROSTÁTICA
qinterna
U total =
f
PODER DAS PONTAS
Agora, vamos falar de sobre o Poder das Pontas. Você já Fonte: http://www.ebanataw.com.br/raios/faraday.htm
ouviufalarqueoraionuncacaiduasvezesnomesmolugar?
Isso está errado, pois as cargas se concentram mais nas Verificamos isso em aviões também, pois ao tomar
pontas e assim os raios sempre buscam pontas eletriza- uma descarga elétrica, os seus passageiros ficam
das na mediada do possível. seguros.
O poder das pontas mostra que se tivermos algum
DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO
condutor com alguma ponta, sempre terá maior con-
centração de carga nessas pontas. Em condutores
O conceito de Potencial é bem abstrato de definir,
eletricamente carregados existe uma grandeza física,
mas podemos simplificar que é como se fosse um “des-
chamada densidade superficial de carga, que basica-
nível” elétrico, quanto maior o “desnível”, maior é a
mente diz que onde tiver “pontas” nos condutores,
energia que podemos converter. A diferença de poten-
terá uma concentração de cargas mais acentuado do cial elétrico (∆V) entre dois pontos é a razão entre o
que no restante dele. trabalho (W) necessário para mover uma carga(q)
entre duas superfícies equipotenciais.
CONDUTOR NEUTRO CONDUTOR
CARREGADO W
| DV | =
q
FÍSICA
R cte
t(s)
V=R·i
Onde:
LEIS DE OHM, RESISTORES, ASSOCIAÇÕES E V = Diferença de Potencial Elétrico (Tensão Elétri-
PONTE DE WHEATSTONE ca), unidade do SI(V) = (volts).
R = Resistência Elétrica à passagem de Corrente
Lei De Ohm Elétrica, unidade no SI(Ω) = (ohms).
Existem também outros fatores que influenciam
OHM foi um físico responsável por entender na Resistência Elétrica de um corpo, como fatores geo-
melhor a eletricidade com as equações que revolu- métricos e o material de que são feitos.
cionaram a ciência. Usamos a Lei de OHM em toda a
parte da Eletricidade para dispositivos elétricos. Dife-
rente do que muitos pensam, a Lei de OHM não é uma
equação, e sim uma relação física fantástica que rela-
274 cionamos grandezas.
t·L RESISTÊNCIA 1 1 1 1
R= = + +
A EQUIVALENTE R eq R1 R 2 R3
CORRENTE
Onde: itotal = i1 + i2 + i3
ELÉTRICA
ρ = Resistividade elétrica (diferencia um material DDP Utotal = U1 = U2 = U3
do outro a uma determinada temperatura), unidade
no SI(Ω · m) = (ohm · metro). Se você pegar dois resistores, apenas em paralelo,
L = Comprimento. você pode notar que a resistência equivalente dos dois
A = Área da secção transversal. é calculada pela seguinte forma: “produto” pela “soma”
produto = R1 · R 2
Geralmente os corpos são fios cilíndricos, por isso R eq = R1 + R 2
a área da secção transversal é calculada como área de soma
um círculo de Raio (r).
Ponte de Wheatstone
A = πr2
O esquema permite a medição do valor de uma
resistência elétrica desconhecida. A ponte pode estar
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES equilibrada ou não:
Ponte Equilibrada: Os quatro resistores estão
Associação em série ajustados, de maneira que o medidor de corrente
(amperímetro, galvanômetro) está medindo uma cor-
Como você já viu anteriormente no título Capacito- rente igual a zero.
res e Associações, vamos apresentar aqui um exemplo Ponte Desequilibrada: Podemos fazer a estabi-
de Associação em Série contextualizando a Associação lização quando um dos resistores é variável (como
de Resistores. um potenciômetro, por exemplo) e, assim, podemos
Associação em série: Podemos pensar que um divi- mudar sua resistência até que não passe corrente pelo
sor de Tensão Elétrica (DDP) e todos os resistores são medidor. A ponte pode ser usada manualmente ou em
“percorridos” pelo mesmo valor de corrente elétrica. versões automatizadas.
R1 RX
R1 R3
+ - + -
G
+
RESISTÊNCIA - R4
Req = R1 + R2 + R3 R2
EQUIVALENTE
CORRENTE
itotal = i1 + i2 + i3
ELÉTRICA
R1 · R4 = R2 · Rx
DDP Utotal = U1 + U2 + U3
RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS
Associação em paralelo
Você vai verificar que todas essas situações apre-
Como você já viu anteriormente o exemplo de sentadas a seguir já foram mencionadas anteriormen-
dinheiro, vamos apresentar aqui novamente este te, mas fica legal formalizarmos elas agora.
exemplo de Associação em paralelo contextualizando Existem várias grandezas elétricas que se relacio-
os Resistores. nam, algumas delas nós já vimos, como Tensão, Corrente
A ideia da associação de resistores é a mesma: Elétrica, Energia Elétrica. Importante também relaciona
cientistas não fabricam infinitos valores de resistores, todas essas grandezas com Potência Elétrica.
mas, de acordo com a nossa necessidade, associamos
os resistores para dar o resultado desejado. POTÊNCIA ELÉTRICA
+ -
+ - Energia
P=
VT tempo
VT 275
Onde: Capacitância (c)
Energia, unidade no SI(J)=(joules);
Tempo, unidade no SI(s)=(segundos); Agora, vamos falar de Capacitância .
Potência, unidade no SI (W)=(watts)=(J/s) =(joules/ Você já imaginou “guardar” carga elétrica para
segundo). usar depois? Demais essa ideia, né!!
Um capacitor tem essa função, ele consegue arma-
É importante lembrar que no sistema internacio- zenar cargas elétricas, como se fosse uma geladeira
nal de medidas, a unidade de energia é em (J) = (jou- que armazena alimentos para usarmos depois. A nos-
les), porém em muitas questões eles apresentam a sa tecnologia hoje é toda em cima do uso de capacito-
unidade de energia em (k · W · h). res, principalmente em dispositivos eletrônicos.
Cada dispositivo elétrico tem a sua capacidade de
armazenar cargas, ou seja, a sua capacitância. O Concei-
CONVERSÃO DE ENERGIA
to de matemático de capacitância é a equação a seguir.
1k · W · h = 1000 · W · h
1h = 3600s
Q
1k · W · h = 1000 · W · 3600s C=
1k · W · h = 3600 000 W · s V
1k · W · h = 3,6 . 10+6 W · s
Mas lembre que: (W) = (watts) = (J/s) Onde:
Q = Módulo das cargas de uma das placas
+6 J V = Diferença de Potencial entre as placas
1k · W · h = 3, 6 · 10 s
·s
C = Capacitância, unidade no SI, (F)=(faraday)
2
U
P = R · i2 ou P = 1 1 2 3
R CAPACITÂNCIA = + +
EQUIVALENTE C eq C1 C2 C3
CAPACIDADE ELÉTRICA CARGA Qtotal = Q1 = Q2 = Q3
Associação em paralelo
Gerador Ideal
εeq = ε1 + ε2 + ε3
req = r1 + r2 + r3
O gerador ideal é aquele que dizemos que não pos-
sui resistência interna, ou seja, pode fornecer toda a
energia para o circuito.
εeq = ε1 – ε2 + ε3
req = r1 + r2 + r3
RECEPTORES
SÍMBOLO
gerador receptor
Medidores Elétricos
SÍMBOLOS CONVENCIONAIS
RESISTOR Oferece uma resistência
à passagem da corrente
elétrica.
RESISTOR LIGHT A sigla LDR significa Light Na figura a seguir, veremos um exemplo de Atra-
DEPENDENT RESISTOR Dependent Resistor. Sua ção de Polos Diferentes: Atração
resistência varia conforme
a intensidade da luz que
incide sobre ele.
Luz Resistência Mínima;
Sem luz Resistência
Máxima. Na figura a seguir, veremos um exemplo de Repul-
são de Polos Iguais: Repulsão
MAGNETISMO
ÍMÃS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS
intenso, mas, perdem o seu magnetismo, quando o desde Usinas Hidroelétricas a motores de carro.
campo magnético desaparece. Os ímãs interagem entre si, obedecendo algumas
regras de atração e repulsão. Seguindo a ideia de força
Um ímã é divido em polos, um polo é chamado de magnética, temos que os imãs interagem entre si, obe-
Norte e outro de Sul. Na figura a seguir veremos uma decendo algumas regras de atração e repulsão. Para
imagem que é a representação esquemática de um ímã. uma melhor representação, segue o quadro abaixo: 279
Podemos imaginar a Terra como se fosse um gigan-
ATRAÇÃO
te imã, em que tem um POLO NORTE.
Quando são polos diferentes
Polo Norte Geográfico “abriga” o Polo Sul Magnético;
Polo Sul Geográfico “abriga” o Polo Norte Magnético.
Se liga!
Em astronomia, estudamos que graças ao cam-
po magnético terrestre é possível vivermos na
Terra. Mais à frente, vamos estudar que no Sol
ocorre a reação de fusão nuclear, o que libera
uma energia chamada de ventos solares. Se
REPULSÃO essas energias fossem lançadas diretamente
Quando são polos iguais na Terra, não teríamos chance de sobreviver. O
campo magnético terrestre desvia grande par-
te desses ventos solares, permitindo, assim, a
nossa vida na Terra.
Bússola
Inseparabilidade
BÚSSOLA
n·i
FÍSICA
B fio =
2·r·d
μ=Permeabilidade magnética
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros i= Corrente elétrica
quatro dedos é a orientação do campo magnético. d= Distância até o ponto analisado
281
LEI DE AMPÈRE
CAMPO MAGNÉTICO EM UM SOLENOIDE
A Lei de Ampère permite ainda, em algumas situa-
ções, a determinação da intensidade do campo mag-
nético. A explicação de como se chega à formulação
matemática utilizada para a determinação da intensi-
dade desses campos é complexa, pois acaba utilizando
ideias e conceitos super avançados.
Para formulação matemática, considerando ape-
nas seus aspectos mais recorrentes em prova, ima-
ginaremos uma linha imaginária. Verificaremos o
campo magnético em cada ponto, em uma função
matemática que um somatório. Na prática, o aluno
deve apenas guardar a equação.
∑(B · Δ L) = μ .ienvolvida N, n · i
B solenoide / =
L
Onde o termo B. é a soma de todas as contribui-
ções ao longo da linha imaginária. Ficará mais claro μ = Permeabilidade magnética
no exemplo a seguir: i = Corrente elétrica
L = Comprimento
N = Número de voltas
EXEMPLO DA APLICAÇÃO DA LEI DE AMPÈRE
FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS ELÉTRICAS
E CONDUTORES PERCORRIDOS POR CORRENTE
ELÉTRICA
282
Campo Magnético (B), entrando no plano e duas car-
gas com velocidade(V) para o topo da página, a Direção
dessa força é perpendicular ao plano formado pelos ve-
→ →
tores B e V
Fcentrípeta = Fmagnética
m·V
2
= B · V · |q| · sen 90°
Grandeza orientada do plano para o observador. R
Grandeza orientada do observador para o plano
m·V
= B · |q| · (1)
R
m·V
R=
|q | · B
Onde:
R = Raio da Trajetória
B = Intensidade do vetor Campo Mangético
V = Vetor velocidade da carga
Campo Magnético(B), entrando no plano e um fio de com- |q| = Módulo da carga elétrica
primento (L) com corrente elétrica (i) para o topo da página
Módulo da força magnética em fio condutor
F = B · i · L · senθ
Onde:
F = Força magnética na carga
B = Intensidade do vetor Campo Magnético
Grandeza orientada do plano para o observador. I = Corrente elétrica convencional(positiva)
Grandeza orientada do observador para o plano L = Comprimento do fio
θ = Ângulo entre o vetor B e a i
Módulo da força magnética em cargas
Força magnética entre dois fios
F = B · V · |q| · senθ
Verificamos experimentalmente como os fios se
Onde: comportam, dessa maneira, como será mostrado na
F = Força magnética na carga figura, se formos para uma prova é interessante levar
B = Intensidade do vetor Campo Magnético isso em mente:
V = Vetor velocidade da carga
|q| = Módulo da carga elétrica
CORRENTES NO MESMO SENTIDO
θ = Ângulo entre o vetor B e o vetor V
ao campo magnético
REPULSÃO
FORÇA MAGNÉTICA ENTRE OS FIOS
n · i1 i 2 · L
F=
2·r·d
Onde:
μ = Permeabilidade magnética
i1 e i2= Correntes elétricas dos fios Faraday foi o responsável por descobrir que varia-
L = Comprimento dos fios ção de fluxo magnético produz correntes induzidas,
d = Distância de separação dos fios mas foi o Lenz que descobriu que o sinal da corrente
induzida é contrário à variação de fluxo magnético:
3° FENÔMENO ELETROMAGNÉTICO (INDUÇÃO
ELETROMAGNÉTICA)
DU
f=–
Fluxo magnético (ф) Dt
ε=R·i
Se liga!
Essa Lei de Faraday-Lenz possibilitou trans-
mitirmos energia elétrica para todo o mundo.
Quem gosta de filmes, aconselho o título: “O
Menino que Descobriu o Vento”.
NA PRÁTICA
Espira, aproximando-se do ímã:
Ф = B · A · cosθ Surge uma Corrente Induzida no sentido Anti-Horário.
Onde:
Ф = Fluxo Magnético, unidade no SI (Wb)=(webber)
B = Campo Magnético, unidade no SI(T)=(tesla)
A = *”vetor” Área, unidade no SI (m²)=(metro²)
Θ = ângulo entre A e B.
Se liga!
Espira, aproximando-se do ímã:
Área não é vetor, isso é apenas um recurso
Surge uma Corrente Induzida no sentido Horário.
matemático para usarmos ângulo.
LEI DE FARADAY-LENZ
V1 V
= 2
N1 N2
Onde:
N 1 = Número de espiras primárias
N 2 = Número de espiras secundárias
V 1 = Tensão primária
V 2 = Tensão secundária Atualmente existe o acelerador de partículas que
lança partículas a velocidades muito altas e assim
podemos vê-las se colidindo entre si e assim se divi-
dindo em partículas menores.
FÍSICA MODERNA
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
MODELO DE BROGLIE
Ondas de rádio nos raios gama e suas tecnologias
De Broglie (~1926) foi um cientista que já conhe-
cia a dualidade da luz, a luz em alguns experimen- O estudo de ondas eletromagnéticas é fundamen-
tos pode se comportar com caráter corpuscular e em tal para a física, pois é por meio de ondas eletromag-
outros momentos com caráter ondulatório, ou seja, a néticas que transmitimos a maioria das informações
luz pode ser onda ou partícula. Com essa ideia ele se no mundo. Especificamente nas ondas eletromagnéti-
fez a seguinte pergunta: Será que a matéria pode se cas é necessário saber o Espectro Eletromagnético que
comportar como onda? Algo fascinante foi descoberto, consiste em todas as ondas eletromagnéticas conheci-
qualquer corpo com velocidade tem uma onda associa- das na Física.
da ao seu movimento. Essa descoberta é amplamente O conceito de onda é: uma perturbação periódica
usada em tecnologias de ponta como computadores que transporta energia sem transportar matéria.
e celulares. De Broglie demonstrou que os elétrons e O espectro eletromagnético estará presente na
todas as outras partículas apresentam propriedades figura a seguir.:
ondulatórias onde as órbitas dos elétrons são como
ondas estacionárias e as órbitas eletrônicas em torno Espectro eletromagnético Frequência (Hz)
dos núcleos atômicos devem conter um número inteiro 1014 Hz
N de comprimentos de onda de Broglie do elétron.” Ra M I L U X G
Na Teoria de Broglie, as órbitas em volta dos
núcleos podem ser representadas por um caráter λ (m)
Luz
ondulatório e seu comprimento deve ter um número
Visível
inteiro N relacionado com as características defini-
das. O círculo associado a cada órbita está ligado a um 4 x 1014 Hz 8 x 1014 Hz
VLAVAAV
número inteiro de comprimentos de onda de acordo
com a fórmula. N λ = 2π.r (para N inteiro) 700 x 10-9 Hz 400 x 10-9 Hz
m
c = 3 · 10+8
s
As ondas mecânicas precisam de um meio para se Agora vamos definir alguns conceitos de luz para
propagarem, como por exemplo o som. Se admitirmos aprofundarmos o assunto.
que no nosso espaço existe vácuo, não será possível
ouvirmos ondas sonoras pois são ondas mecânicas,
já as ondas eletromagnéticas podem se propagar tan- z Fontes de luz primária: São todas aquelas que
to em meios materiais como no vácuo. Interessante emitem luz própria como o sol, estrelas, vela acesa
cuidarmos que a velocidade da onda só depende do e etc.
meio material que ela se encontra, ou seja, a onda z Fontes de luz secundárias: São todas aquelas
só irá mudar sua velocidade se ela trocar de meio de que refletem a luz de uma fonte de luz primária.
propagação. Alguns exemplos de fontes secundárias são: ocea-
Atentem-se aos aspectos matemáticos que vou nos, lua, planetas e etc.
apresentar:
As emissões de luz podem ser classificadas basi-
z Ondas Eletromagnéticas = propagação das pertur-
camente em dois grupos: As luminescentes e as
bações de um campo elétrico e magnético.
z Óptica = estudo da luz e suas propriedades. termoluminescentes.
z Luz = exemplo de onda eletromagnética, transversal.
Termoluminescência: Em virtude da excitação
térmica em função do aquecimento, depois dos elé-
V= λ. f trons terem sido aquecidos, no processo de retorno
(relaxamento) esses elétrons emitem luz como carvão
z Velocidade da Luz no vácuo = c = 3.108 m/s. aquecido em brasa, emissões de corpo negro e etc.
Luminescência: Todos que não são feitos por exci-
λ = comprimento de onda (m). tação térmica. O processo de luminescência, o que
f = frequência (Hz). mais se destaca é a fotoluminescência (ao absorver
Lembrem que frequência (f) é o inverso do perío- fótons o corpo emite luz), responsável pela fluores-
do(T) e que ambos se relacionam da seguinte maneira:
cência, bioluminescência, fosforescência, etc.
1
f= Transmissão de luz
T
A luz se propaga com valores diferentes de veloci- A transmissão de luz ocorre quando a luz atraves-
dade média através de materiais diferentes. No vácuo sa dois meios com índices de refração distintos ou até
temos todas as ondas eletromagnéticas com sua máxi- iguais. Existem três tipos de transmissão:
ma velocidade possível que é c= 3.10+8m/s Transmissão Direta: Quando a luz atravessa e não
muda na direção da velocidade da onda, isso ocorre
Fotocélulas quando a luz atravessa algum meio transparente.
Transmissão Difusa: Quando atravessa algum
São dispositivos que convertem energia luminosa material que apresenta uma superfície não lisa e
em eletricidade. Esses dispositivos (fotocélulas) criam
assim a luz é transmitida em várias direções.
uma diferença de potencial em função da intensidade
luminosa em um material semicondutor. A energia Transmissão Seletiva: São aquelas que usamos
recebida do fóton de luz deve ser grande o suficiente filtros, onde eles selecionam as que vão passar.
para o excedente se transformar em calor, aquecendo Nessa imagem você tem um exemplo de Reflexão,
o material (efeito chamado de termalização e assim Absorção e Transmissão.
surgindo a corrente elétrica
286
RADIOATIVIDADE E TRANSFORMAÇÕES
NUCLEARES
X
A
Z
CURIE, M.S. Rayons émis par les composés de l’uranium et du
thorium. Comptes Rendus, 126, 1102-1103 (1898).
onde:
A = número de massa(prótons+neutrons)
Meia Vida ou Período de Semi Integração
Z = número atômico(prótons)
4
z Decaimento Alfa(2 α): É um decaimento onde o
núcleo se desintegra lançando uma partícula α que
tem mesma configuração de um elemento hélio
positivo que são 2 prótons e 2 nêutrons. Ao lançar
a partícula α o núcleo perde 4 unidades do número
de massa e 2 unidades no número atômico.
0
z Decaimento Gama ( 0c ) Núcleo emite radiação
gama que é um fóton altamente energético sem
carga e massa. O núcleo não tem sua estrutura
alterada a ponto de virar outro núcleo, ele ape-
nas perde energia. No decaimento ɣ , um núcleo
em um estado excitado decai para um estado de
menor energia pela emissão de um fóton.
FÍSICA
Poder de Penetração
2
1 H + 31 H " 42 He + 10 n + energia
ΔE = Δm · c²
Onde:
∆E = variação de energia
∆E = variação de massa
c = velocidade da luz no vácuo
Modelo de Dalton
Modelo de Thomson
de passas”.
Nêutron
Modelo de Rutherford
O átomo em seu estado fundamental obedece a
Foi quem associou a composição de um áto- uma distribuição eletrônica padrão em que os elétrons
mo como sendo semelhante ao sistema solar onde são dispostos de tal forma a estabelecer um equilíbrio
o núcleo seria associado ao Sol e os elétrons em seu entre atração e repulsão das cargas existentes. 289
De acordo com o Modelo de Bohr, os elétrons Esses elementos podem se agrupar e formarem um
devem ser distribuídos de tal forma a obedecer a seu novo composto, que denominamos moléculas. Essas
respectivo nível de energia. Esses elétrons são distri- moléculas podem ser compostas por elementos iguais,
buídos nas conhecidas camadas K, L, M, N, O, P e Q, como o O2, e por elementos diferentes, como o NaCl.
seguindo-se essa ordem de dentro para fora, de 1 até Foi mencionado acima algumas propriedades com
7, conforme exemplificado na figura a seguir. relação aos elementos, que são:
A tabela periódica é composta por elementos quí- ISÓbaros: ISO = mesmo/igual + o baros de massa!
micos que são representados um a um, sendo infor-
mados seus respectivos nomes, o símbolo utilizado z Isoeletrônico: característica dominante é que os
para sua representação (que é a abreviação do seu elementos considerados isoeletrônicos têm a mes-
nome escrito na forma latina), o número atômico, a ma quantidade de elétrons. Nessa classe são englo-
massa atômica e por vezes, em algumas tabelas, é pos- bados tanto átomos como íons.
sível encontrar a distribuição eletrônica.
Exemplo: representação de um dos elementos Elementos Químicos
químicos dentro da tabela periódica.
Vejamos a classificação dos elementos químicos:
2
55 8
18
18 z H (Hidrogênio): O hidrogênio é colocado isolada-
Cs
Caesium
8
1 mente. Ele é um dos dois elementos do 1º perío-
do, e suas propriedades são diferentes de todos os
outros. Por isso, escrevemos que ele não pertence
132, 9054519
290 à nenhuma família ou grupo da Tabela Periódica.
z Metais: 2/3 da Tabela Periódica (maior parte dos Famílias da Tabela Periódica (Bloco B – Elementos
elementos químicos). de Transição)
z Não Metais: 16 elementos.
z Gases Nobres: 7 elementos (Com a entrada do No grupo B, a subcamada a ser preenchida é a d.
Oganessônio ou Oganésson, elemento sintéti-
co de número atômico 118. Sua descoberta foi z 3B ou 3: n s2 (n-1) d1
confirmada pela IUPAC (União Internacional da 21
Sc (Escândio): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1
Química Pura e Aplicada), em 2015, e foi oficiali-
zada por ela em 28 de novembro de 2016 para que z 4B ou 4: n s2 (n-1) d2
entrasse na tabela periódica). 22
Ti (Titânio): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d2
47
Ag (Prata): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 4d10
Famílias da Tabela Periódica (Bloco A – Elementos Au (Ouro): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10
79
Representativos) 5p6 6s1 4f14 5d10
Mg r = 1,60 A
Ca r = 1,97 A
Uma vez que os elétrons são colocados entre o O Cloro (1s2 2s2 2p5), quando recebe um elétron,
núcleo e a camada n-1, eles protegem parcialmente os aumenta seu número de elétrons e, consequentemen-
elétrons da camada de valência da força de atração te, as repulsões intereletrônicas na sua camada 2p.
exercida pelo núcleo. Esse efeito, chamado efeito de Isso contribui para uma expansão da nuvem eletrô-
blindagem, reduz a carga nuclear efetiva, mantendo nica, que aumenta o raio iônico. Portanto, um ânion é
os elétrons de valência do átomo. sempre maior do que o átomo neutro que o originou.
Portanto, o raio atômico ao longo das séries dos
elementos de transição não decresce tão rapidamente z Energia de Ionização: Por definição, energia de
como nas dos representativos. Ionização é a energia necessária para remover um
No final da série dos elementos de transição, a sub- ou mais elétrons de um átomo isolado no estado
camada (n-1) d se aproxima de sua população máxi- gasoso. Vamos considerar que um átomo isolado
ma, 10 elétrons, aumentando o efeito de blindagem. no estado fundamental absorve energia. Assim, o
elétron pode ser transferido de uma camada ener-
Zn (Z =30): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 gética quantizada para outra.
Assim, as repulsões intereletrônicas entre a cama- Caso a energia fornecida seja suficiente, o elétron
da (n-1) d e a camada de valência compensam quase pode ser retirado do átomo, originando um cátion (íon
completamente o aumento na carga nuclear, acarre- com carga positiva).
tando um menor aumento no tamanho do raio, prin- O elétron mais facilmente removível é aquele que
cipalmente nas séries dos elementos de transição possui maior energia, e está menos atraído pelo núcleo.
interna, onde a subcamada (n-2) f, que é preenchida Desta forma, quanto maior o raio do átomo, menor
ao longo do período, comporta um grande número de a atração feita pelo núcleo atômico sobre os elétrons
elétrons (14, no máximo). mais distantes, assim, menor a energia necessária
para remover esse elétron.
Exemplos: Lantanídeos Quanto maior o tamanho do átomo, menor será a
1ª energia de ionização.
Lantânio, La (Z = 57): [Xe Z=54] 6s2 5d1 No caso de íons com mais de um elétron removí-
Cério, Ce (Z = 58): [Xe Z=54] 6s2 4f1 5d1 vel, dizemos que a energia necessária para remover
Itérbio, Yb (Z = 70): [Xe Z=54] 6s2 4f14 o primeiro elétron é a primeira energia de ionização.
Lutécio, Lu (Z = 71): [Xe Z=54] 6s2 4f14 5d1 Para o segundo elétron, a segunda energia de ioniza-
ção, e assim por diante. A energia de ionização geral-
Exemplos: Actinídeos mente é dada em kJ/mol.
Actínio, Ac (Z = 89): [Rn Z=86] 7s2 6d1 1ª Energia de Ionização < 2ª Energia de
Tório, Th (Z = 90): [Rn Z=86] 7s2 6d2 Ionização < 3ª Energia de Ionização
Nobélio, No (Z = 102): [Rn Z=86] 7s2 5f14
Laurêncio, Lr (Z = 103): [Rn Z=86] 7s2 5f14 7p1 Em uma mesma família ou grupo: A EI aumen-
ta de baixo para cima. Exemplo:
z Raio Iônico: Em relação ao raio dos íons, usaremos
a nomenclatura raio iônico. Comparando um áto-
Mg (Z = 12): 1s2 2s2 2p6 3s2
mo neutro com seu respectivo íon, se faz necessário
Ca (Z = 20): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
levar em consideração a carga nuclear efetiva. O
núcleo exerce sobre os elétrons das camadas uma
A energia de ionização também é uma proprie-
força permanece constante, uma vez que o número
atômico (Z) não se altera. Porém, como o número de dade periódica e varia com o número atômico.
elétrons em um íon é diferente do número de elé-
trons do átomo neutro, ocorrerá uma diferença no Em um mesmo período: A EI aumenta da esquer-
raio atômico decorrente dessa situação. da para a direita. Exemplo:
Observe os exemplos abaixo, acerca do sódio e seu Na (Z = 11): 1s2 2s2 2p6 3s1
íon Na+ (cátion): Cl (Z = 17): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Sódio, Na (Z = 11 / 11 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s1 Em geral, quanto maior a carga nuclear do ele-
QUÍMICA
Íon sódio, Na+ (Z = 11 / 10 elétrons): 1s2 2s2 2p6 mento, maior a atração dos elétrons pelo núcleo, e
Raio do Na > Raio do íon Na+ mais difícil é a sua ionização.
O átomo de sódio (1s2 2s2 2p6 3s1), quando perde Metal < Ametal < Gás Nobre
seu elétron 3s, perde também a terceira camada, o que
leva à redução do raio. Além disso, o menor número A energia de ionização tende a aumentar através do
de elétrons facilita a atração nuclear sobre a nuvem período. Contudo, existem casos que fogem a essa regra. 293
Exemplo: O boro (3ª ou grupo 13) tem energia de Formação do sal de cozinha, cloreto de sódio, com-
ionização menor do que a do berílio (2ª ou grupo 2). posto iônico:
Pois, no boro, o elétron a ser removido está no orbital
2p, enquanto, no berílio, está no orbital 2s. Na+ Cl- = NaCl
Um elétron 2s está mais firmemente preso ao
núcleo do que um elétron 2p, o que conduz à menor
energia de ionização do boro, mesmo com maior car-
Cl
ga nuclear. Além disso, os elétrons 2s do boro podem Na
blindar parte dessa carga do seu elétron 2p.
Cl: mais eletronegativo que Na
Be (Z = 4): 1s2 2s2 NaCl Na: mais eletronpositivo
B (Z = 5): 1s2 2s2 2p1
A eletronegatividade tende a crescer da esquerda
Outra exceção: Oxigênio comparado com o Nitrogênio. para a direita através de um período na tabela perió-
No caso do oxigênio, a primeira energia de ioniza- dica, devido ao aumento da carga nuclear.
ção é mais baixa do que o esperado, porque o elétron Em uma ligação covalente, o par eletrônico é com-
é removido de um orbital 2p que contém um segundo partilhado entre dois átomos. Isso significa que o par
elétron. é atraído simultaneamente para o núcleo de ambos os
Dois elétrons ocupando um mesmo orbital repe- átomos, resultando em uma competição pelos elétrons.
lem-se com maior intensidade do que se estivessem Essa atração é medida por uma quantidade cha-
em orbitais diferentes. A repulsão intereletrônica mada eletronegatividade, que é definida como a
facilita a remoção do elétron. No átomo de nitrogênio, tendência relativa de um átomo em atrair o par de
não há tal repulsão. elétrons da ligação. Essa tendência é geralmente uni-
forme entre os elementos representativos.
N (Z = 7): 1s2 2s2 2p3 Através de uma série de transição, a eletronega-
tividade apresenta algumas irregularidades no cres-
O (Z = 8): 1s2 2s2 2p4
cimento da esquerda para a direita, resultantes da
variação na efetividade do efeito de blindagem.
Irregularidades análogas às encontradas no boro Indo para baixo em um grupo, a eletronegativi-
e no oxigênio são igualmente explicáveis nos demais dade decresce à medida que a camada de valência se
períodos sucessivos. torna mais afastada do núcleo e à medida que o efeito
de blindagem compensa amplamente o aumento da
Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade carga nuclear. Assim, os elementos com maior eletro-
negatividade são os ametais à direita, particularmen-
Por definição, afinidade eletrônica, ou eletroafi- te, os da parte superior direita da tabela periódica.
nidade, é a quantidade de energia envolvida no pro- Os elementos com as mais baixas eletronegativida-
cesso em que um átomo isolado gasoso, no seu estado des são os metais, particularmente, os que se encon-
fundamental, recebe um elétron, formando um ânion. tram na parte inferior esquerda da tabela periódica.
Em uma mesma família ou em um período, quanto
menor o raio, maior a afinidade eletrônica.
Quando um átomo recebe elétrons, torna-se um
íon ânion; esse processo envolve a liberação de ener-
gia. Essa energia mede o quão fortemente o elétron se
liga ao átomo.
Exemplos:
Como pode ser visto na imagem, Mendeleiev deixou lacunas na tabela quando parecia que o elemento corres-
pondente ainda não tinha sido descoberto. No entanto, classificação de Mendeleiev apresentava alguns proble-
mas. Por exemplo, o Cobalto (Co) e o Níquel (Ni) ficariam em posições contrárias às atuais se fossem colocados em
ordem crescente de massa atômica.
Por isso, Mendeleiev afirmou que outro critério de classificação ainda seria criado para sanar essas falhas.
Como mostra a História, em 1913, o físico inglês Henry Moseley (1887 - 1915), que foi assistente de Ruther-
ford, lançou o conceito de número atômico e, assim, a tabela de Mendeleiev foi reorganizada. Frente a isso, os
elementos foram dispostos em ordem crescente de número atômico (Z), e não pela massa atômica (A), chegando
praticamente à tabela atual. Relembrando:
Depois que Mendeleiev publicou sua tabela periódica, as lacunas deixadas por ele foram preenchidas pelos
químicos que descobriram novos elementos químicos. O frâncio foi o último elemento natural descoberto, em
1939. Outro fator que fez aumentar o número de elementos na tabela periódica foram os elementos sintéticos.
A tabela periódica atual foi elaborada com base nas propriedades químicas e físicas dos elementos químicos.
É um instrumento de consulta sobre a localização desses elementos em suas famílias (ou grupos), bem como seus
números atômicos e números de massa. Nela, os átomos são organizados na ordem crescente de seus números
atômicos. A periodicidade nas propriedades dos elementos é resultado da periodicidade nas configurações eletrô-
nicas de seus átomos. 295
z Tabela Periódica dos Elementos Químicos: É a As Leis Ponderais, ou seja, a Lei de Lavoisier e a Lei
organização dos elementos químicos em famílias e de Proust norteiam os princípios da estequiometria,
períodos. As linhas na vertical representam famí- onde relacionam as massas dos elementos químicos
lias ou grupos. Já as linhas na horizontal represen- no que compete a interação das reações químicas.
tam períodos. Diante dessas informações, teremos o ques-
tionamento: Como devemos realizar um cálculo
REPRESENTAÇÕES DAS TRANSFORMAÇÕES estequiométrico?
QUÍMICAS O cálculo estequiométrico pode ser feito conforme
as 3 seguintes etapas:
Balanceamento de Equações Químicas e Leis
Ponderais das Reações Químicas 1. Escrever a equação química;
2. Balanceamento da equação química;
Dentro desse tópico abordaremos Balanceamento 3. Estabelecer a regra de três.
de equações químicas e Leis ponderais das reações
químicas juntamente com cáuculos estequiométricos .
Exemplo: Na reação de combustão do metano
Dentro da Química conseguimos entender que
(CH4), qual o número de mols de moléculas de O2
existem reações que ocorrem a partir da mistura de
necessário para reagir com 5 mols de metano?
substâncias (denominadas reagentes), originando
novas substâncias (denominadas produtos). No entan- 1° Passo – Nessa etapa, vamos descrever a equação
to, é necessário compreender que, para podermos química: CH4 + O2 CO2 + H2O.
adquirir um produto, precisamos quantificar os rea- 2° Passo – Após definir a equação, devemos efe-
gentes, a fim de se obter a porção ideal deste produto tuar o balanceamento:
desejado. A estequiometria é quem nos auxilia nesse
quesito e será ela nosso objeto de estudo. ENTRADA (REAGENTE) SAÍDA (PRODUTO)
Atentaremos-nos, então, aos diversos estudos rela-
cionados à estequiometria, como: aspectos quantitati- 1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O
vos das reações químicas, cálculos estequiométricos e C=1 C=1
conceitos de reagente em excesso e limitante através H=4 H= 4
das leis ponderais.
O=4 O=4
Cálculos Estequiométricos
É possível ver que, para a reação de 1 mol de meta-
Dentro dos conceitos voltados para o cálculo este- no (CH4) com 2 mols de Oxigênio (O2), teremos a for-
quiométrico, temos estabelecida uma relação entre a mação de 1 mol de gás carbônico (CO2) e 2 mols de
quantidade de reagentes que devem ser introduzidos água (H2O).
para uma reação acontecer e a quantidade de produto 3° Passo – Agora, basta efetuar a regra de três para
296 formado nessa reação química. encontrar o valor esperado:
1 CH4 ____ 2 O2 seguinte cena: uma criança brincando com um baldinho
1 mol ____ 2 mols de areia e água, na beira do mar. Sob o ponto de vista
5 mols ____ x mols ou olhar da criança, esse balde, contendo água salgada e
x = 10 mols de O2.
areia é um sistema: um corpo submetido à observação.
A relação sempre será convencionada de acordo Transformação da Matéria
com o parâmetro que o enunciado pedir, ou seja, o
enunciado será o guia que te dirá quais as moléculas Imagine as duas situações a seguir:
serão analisadas.
z você pegou um pedaço de papel e o amassou;
MATERIAIS, SUAS PROPRIEDADES E USOS z você pegou um pedaço de papel e o queimou.
A Química pode ser definida como a ciência que Na primeira situação, a matéria não sofreu nenhuma
estuda a matéria, suas transformações e as trocas de modificação, portanto, não sofreu transformação, ape-
energias envolvidas nesses fenômenos.
nas mudou sua forma. A composição química do papel
Por definição, matéria é tudo aquilo que tem massa
(m) e ocupa lugar no espaço (volume), sendo essa maté- é a celulose, sendo a folha amassada ou não. Não houve
ria orgânica ou inorgânica, natural ou artificial, visível alteração da estrutura ou constituição da matéria.
a olho nu ou não, de origem animal, vegetal ou mineral. Já, na segunda situação, a celulose sofreu combus-
Outros conceitos que também devem ser entendi- tão, portanto, se transformou em cinzas. Houve trans-
dos são os de corpo e objeto. Corpo é a porção limi- formação e modificação da matéria, houve alteração
tada da matéria; objetos são as alterações que o corpo da estrutura da matéria.
pode sofrer. Exemplos: Matéria – Corpo – Objeto
Essas transformações da matéria são denomina-
das fenômenos, os quais podem ser classificados
Árvores
como físico e químico.
Tipos de Fenômenos
Corpo
Atração magnética
Mesa de Madeira
QUÍMICA
Objeto
Tipos de Substâncias:
Fermentação
Energia
A todo momento nós efetuamos misturas em nossa A matéria é formada por partículas menores, deno-
rotina, por meio da junção de um pó instantâneo em minadas átomos e moléculas, que interagem entre si,
água, água com óleo ao lavar nossas louças dentre tan- apresentando certas características.
tas outras opções. Algo que muitas pessoas percebem Uma delas é a propriedade física denominada
muito bem é quando essa mistura origina uma única como estado físico da matéria, estado de agregação
fase (homogênea) ou mais de uma fase (heterogênea).
ou fase.
A seguir, serão abordados esses conceitos de forma
Tal propriedade diz respeito à configuração
separada.
macroscópica que os objetos apresentam e está rela-
Homogênea: é uma solução que apresenta cionada com a velocidade de agitação das partículas
uma única fase (monofásico). que os constituem.
Sólido Líquido
Gasoso
Solução de sulfato de cobre
(Coloração azul-esverdeada) Agora, veremos os tipos de estados da matéria:
Heterogênea: pode apresentar duas ou mais fases. z Estado sólido: as moléculas no estado sólido estão
muito próximas umas das outras, com uma média
de energia cinética baixa.
z Estado líquido: as moléculas no estado líquido
não estão tão próximas umas das outras, como
no estado sólido, e nem tão afastadas umas das
outras, como no estado gasoso.
z Estado gasoso: as moléculas no estado gasoso
(vapor) estão bastante dispersas ou separadas, gra-
ças ao alto grau de agitação delas.
Água + areia Pó de ferro e areia
QUÍMICA
Óleo e água
Sólido 299
Exemplo: Acima de 0ºC e abaixo de 100ºC a água
está no estado líquido; 100ºC é a temperatura de
passagem do estado líquido para o gasoso, a vapo-
rização.
z Sublimação: É o processo de passagem de uma
substância do estado sólido para o estado gasoso,
sem passar pelo estado líquido. Essa propriedade é
exclusiva apenas de alguns materiais. Esse proces-
so também é endotérmico.
Exemplo: Gelo seco, naftalina, iodo.
Mudanças de Estado Físico (Fenômeno Físico) Os métodos de separação das misturas são de gran-
de relevância na área da química, pois podem ser apli-
Veremos a seguir uma imagem que representa as cados a processos em escala industrial ou em escala
mudanças de estado: laboratorial, uma vez que grande parte dos materiais
não são puros, ou seja, são misturas constituídas por
Vaporização duas ou mais substâncias diferentes.
Fusão
A separação dos componentes das misturas é fun-
damental em diversos aspectos do cotidiano, como a
purificação da água, nas estações de tratamento de
água, a fim de torná-la apropriada para o consumo;
na obtenção do cloreto de sódio (sal de cozinha) nas
regiões litorâneas de produção salina; nos laborató-
rios de análises clínicas, com a verificação dos compo-
nentes do sangue; na reciclagem do lixo etc.
Solidificação Liquefação Para a separação, faz-se necessário aplicar o méto-
(condensação) do adequado e/ou específico para cada tipo de mis-
tura. As técnicas de purificação podem ser físicas ou
Sublimação
químicas, uma vez que o princípio fundamental é
utilizar as propriedades dos componentes das mistu-
z Fusão: É o processo de passagem de uma substân- ras para separá-las. Essas propriedades podem ser o
cia do estado sólido para o estado líquido. Esse ponto de fusão, o ponto de ebulição, a solubilidade, a
fenômeno requer calor, por isso, é denominado densidade etc.
endotérmico. Veremos a seguir os métodos de separação das
Exemplo: Abaixo de 0ºC a água está no estado só- misturas e critérios de pureza:
lido; 0ºC é a temperatura de passagem do estado
sólido para o líquido, a fusão. z Filtração: É um método de separação de substân-
cias presentes em uma mistura heterogênea (pos-
z Vaporização: É o processo de passagem de uma sui duas ou mais fases) que apresenta pelo menos
substância do estado líquido para o estado gasoso. dois componentes em estados físicos diferentes,
Esse fenômeno requer calor, por isso é denomina- como: um componente no estado sólido e um no
300 do endotérmico. estado líquido. Exemplo: Areia e água.
dos componentes via sedimentação dos líquidos
imiscíveis (que não se misturam) de densidades
diferentes.
Ex.: Análise de sangue em laboratório.
tubo
motor
Termômetro
Condensador
Rolha
Erlenmeyer
z Destilação Fracionada: É utilizada exclusivamente para separação dos componentes de uma mistura que apresente
dois ou mais líquidos em sua constituição.
Exemplo: Mistura de água e acetona.
Termômetro
(Condensador)
Vapor de acetona
Coluna de entra no condensador
fracionamento
Balão de destilação
Manta ou chapa
de aquecimento Acetona líquida
Acetona + Água (Destilado)
(Mistura)
302
z Volume: Está associado à porção do espaço ocu-
Se liga! pado pela matéria. Para os gases, podemos dizer
Se os componentes da amostra a ser destilada que o volume ocupado por ele é igual ao volume
forem líquidos, e apresentarem valores de PE do recipiente que o contém.
próximos, ou se os componentes da mistura for-
marem um azeótropo, é necessário que a des- Unidade de volume no sistema internacional
tilação seja do tipo fracionada, utilizando uma de medidas (SI): L (litro)
coluna de fracionamento.
Atenção para as conversões entre as unidades
Esse também é o método utilizado para a separa- de volume:
ção do petróleo, nas colunas de separação, como na
figura a seguir: 1 m3 = 1000 L = 1000 dm3
1 L = 1 dm3 = 1000 cm3 = 1000 mL
1 cm3 = 1 mL
6.Gás
5.Gasolina
z Temperatura: A temperatura de um corpo é defi-
Torre de Fracionamento nida pelo grau de agitação de suas partículas. Os
4.Querosene
átomos ou as moléculas se movimentam mais rápi-
Armazenamento do em corpos cuja temperatura é mais elevada.
de Petróleo 3. Óleo combustível A temperatura de 0 K (zero Kelvin) equivale à
temperatura na qual cessam todas as agitações e
2. Óleo lubrificante movimentações de partículas, sendo denomina-
da zero absoluto.
1. Resíduos (parafina, asfalto)
Unidade de temperatura no sistema inter-
nacional de medidas (SI): K (Kelvin). Outras
Fornalha unidades de temperatura: Celsius (ºC), Fahre-
nheit (ºF)
z Cromatografia em papel: É um método de sepa-
ração que se baseia na migração diferencial dos
componentes de uma mistura entre duas fases
Atenção para as conversões entre as unidades:
imiscíveis. Os componentes da amostra (mistura) Para converter Kelvin em graus Celsius: K = °C + 273
são separados entre a fase estacionária (celulose)
e a fase móvel (solvente), que sobe pelo papel por z Para converter graus Celsius em graus Fahre-
capilaridade. nheit: °F = °C × 1, 8 + 32
As substâncias capazes de formar interações inter- z Para converter graus Fahrenheit em graus Cel-
moleculares mais fortes com a fase estacionária sius: °C = (°F − 32) ÷ 1,8
migram mais lentamente pelo papel.
z Pressão: Corresponde à razão entre a intensidade
Grandezas e unidades de medida de uma força aplicada sobre a área na qual é apli-
cada. Fórmula: P = F / A
z Massa: Quantidade de matéria que um corpo pos-
sui, sendo, portanto, constante em qualquer lugar Unidade de pressão no sistema internacio-
da terra ou fora dela. nal de medidas (SI): N/m² (Newton por metro
quadrado) ou Pa (Pascal), em homenagem ao
Unidade de massa no sistema internacional físico francês Blaise Pascal.
de medidas (SI): kg (quilogramas). Um cilindro Outras unidades de pressão: Pressão atmos-
de platina e irídio é usado como o padrão uni- férica (atm), Centímetro de mercúrio (cmHg),
versal do quilograma. Milímetro de mercúrio (mmHg), Bar.
Unidades de massa: quilograma (kg), hecto-
grama (hg), decagrama (dag), grama (g), deci-
Atenção para as conversões entre as unidades:
grama (dg), centigrama (cg) e miligrama (mg).
1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg = 1,01 x 105 Pa
Atenção para as conversões entre as unidades 1 bar = 105 Pa
de massa:
Propriedades Físicas da Matéria
QUÍMICA
1 g = 1000 mg
1 kg = 1000 g As propriedades físicas da matéria são caracterís-
1 tonelada = 1000 kg ticas determinadas de maneira experimental. Ou seja,
1 arroba = 15 kg são aquelas propriedades que podem ser observadas e
medidas sem alterar a composição da matéria. A Quí-
Outras unidades de medidas de massa: arroba, mica estuda os materiais, as transformações que eles
libra, onça. podem sofrer e a energia envolvida nesses processos. 303
Ponto de Fusão (P.F.) ou Temperatura de Fusão Exemplo: Solução aquosa 96% – álcool etílico
(96%) + água (4%).
É a temperatura de passagem do estado sólido
para o estado líquido.
Exemplo: P.F. água = 0ºC. Abaixo de 0ºC, a água
está no estado sólido; acima de 0ºC, a água está no
estado líquido. Em 0ºC, temperatura de transforma-
ção, há água no estado sólido e no estado líquido.
Ácidos
z Mistura Eutética: Comporta-se como uma subs-
Em nosso dia a dia encontramos muitas substân-
tância em relação aos pontos de fusão e solidifi-
cias ácidas, sejam elas sobre o aspecto de frutas cítri-
cação, ou seja, constantes (temperatura em um
cas, assim como o limão, bem como de compostos
mesmo patamar enquanto durar a transformação).
utilizados em produtos de limpeza em geral, assim
Exemplo: Liga metálica – Estanho (62%) + Chum-
como o ácido muriático.
bo (38%).
De acordo com a teoria de Arrhenius, o ácido está
presente em substâncias que em meio aquoso se ioni-
zam e originam como cátion o H+. Outro detalhe muito
importante, na composição da molécula será possível
observar que o hidrogênio (H) sempre estará na fren-
te, ou seja, será o primeiro elemento da molécula.
Exemplos: como ácido a ser mencionado podemos
citar o suco gástrico, que nada mais é que o ácido clo-
rídrico (HCl).
Em algumas literaturas é possível encontrar uma
z Mistura Azeotrópica: Comporta-se como uma correlação aos tipos de ácidos que existem de acordo
substância em relação aos pontos de ebulição e con- com a quantidade de hidrogênio ionizável, bem como
densação, ou seja, constantes (temperatura em um com relação à presença e ausência de oxigênio na
304 mesmo patamar enquanto durar a transformação). composição da molécula.
Essa classificação, de forma muito objetiva pode A nomenclatura será sempre precedida pela pala-
ser descrita como: vra hidróxido de, que se refere à presença do OH- e
em seguida a complementação do nome representan-
z Pela quantidade de hidrogênio ionizáveis: do a parte positiva da molécula, ou seja, o cátion.
Monoácido (com 1 H+), Diácido (com 2 H+), Triácido Existe uma grande ressalva a ser feita com relação
(com 3 H+) e Tetraácido (com 4 H+); ao nome do cátion, pois, para poder formar o nome
z Pela presença ou ausência do oxigênio: sen- dele deverá ser considerada a carga que o íon possuir.
do Hidrácido, aquele que não possui o oxigênio De forma mais objetiva:
na composição da molécula do ácido e Oxiácido, Quando o cátion possui NOX fixo: a situação
aquela molécula que tem em sua composição o mais fácil, pois a nomenclatura ficará hidróxido de +
oxigênio. nome do cátion. Os metais alcalinos, metais alcalinos
terrosos, alumínio, zinco e prata são os elementos que
Para generalizar a composição básica de um áci- possuem NOX fixo na tabela periódica. Sendo assim,
do temos uma fórmula geral descrita como sendo qualquer elemento que estiver dentro desse grupo
HxA, sendo o hidrogênio expresso a frente da molé- representará seu nome conforme o é.
cula (sempre!) como a parte de cátion, o x o índice Exemplos: KOH = Hidróxido de potássio (K é da
mostrando a quantidade de hidrogênios presentes na família dos metais alcalinos); Ba(OH)2 = Hidróxido de
molécula e o A representando o ânion que irá se ligar bário (Ba é da família dos metais alcalinos terrosos) e
no hidrogênio, formando assim a molécula do ácido.
Al(OH)3 = Hidróxido de alumínio.
A nomenclatura será sempre precedida pela pala-
Quando o cátion possui NOX variável: diferente
vra ácido, que se refere à presença do H+ e em segui-
dos elementos com número de oxidação fixo, os que
da a complementação do nome representando a parte
se apresentam como variável terão uma forma um
negativa da molécula, ou seja, o ânion.
Existe uma grande ressalva a ser feita com relação pouco diferente para se descrever. Podemos ter as
ao nome do ânion, pois, para poder formar o nome seguintes situações: hidróxido de + nome do cátion
dele ligado ao hidrogênio teremos de associar o tipo + carga do nox em número romano ou hidróxido
de terminação que ele tem de forma isolada e efetuar de + nome do cátion + terminação ico ou oso. Para
a troca na composição da molécula. De forma mais perceber isso veja o exemplo.
objetiva: Exemplo: Pegaremos como base o elemento Cobre,
Ânion com terminação em -ato, passa a ter final -ico. que pode ter carga 1+ ou 2+. Utilizando a primeira
Exemplo: ânion clorato passa a ser ácido clórico. forma de nomenclatura teremos, respectivamente:
Ânion com terminação em -eto, passa a ter final hidróxido de Cobre I e Hidróxido de Cobre II. Agora
-ídrico; utilizando a segunda opção, para o mesmo elemento
Exemplo: ânion cloreto passa a ser ácido e mesma ordem de carga: Hidróxido cuproso e Hidró-
clorídrico. xido cúprico.
Ânion com terminação em -ito, passa a ter final -oso.
Exemplo: ânion clorito passa a ser ácido cloroso.
Se liga!
Bases
Quando fazemos a nomenclatura com base
Em nosso dia a dia encontramos muitas substân- na mudança na terminação ICO E OSO sempre
cias básicas, principalmente em compostos utilizados atentar a ordem, ou seja, o que for com carga
em produtos de limpeza em geral, assim como a soda numérica Menor, terminará em OSO, o que tiver a
cáustica. carga numérica Maior terminará em ICO.
De acordo com a teoria de Arrhenius, a base está
presente em substâncias que em meio aquoso se dis-
sociam e originam como ânion o OH-. Outro detalhe Sais
muito importante, na composição da molécula será
possível observar que a hidroxila (OH-) sempre estará Conhecemos em nosso dia a dia a formação de
atrás, ou seja, será o último elemento da molécula. alguns sais, principalmente o famoso sal de cozinha,
Exemplos: como base a ser mencionada podemos o Cloreto de Sódio (NaCl).
citar o conhecido “diabo verde”, que nada mais é que Podemos encontrar sua formação a partir de um
a soda cáustica (nome comercial) ou pela nomenclatu- processo de neutralização, que nada mais é do que a
ra oficial: hidróxido de sódio (NaOH). mistura de reagente ácido + reagente base formando
Em algumas literaturas é possível encontrar uma um sal + água.
correlação aos tipos de bases que existem de acordo Sua grande característica é não possuir o cátion H+
com a quantidade de hidroxila dissociável. nem a hidroxila OH-.
Essa classificação de forma muito objetiva pode Temos algumas classificações dentro da classe dos
ser descrita como: sais de acordo com o seu comportamento em meio
Pela quantidade de hidroxila dissociáveis: aquoso, ou seja, a relação de sua dissolução em água
Monobase (com 1 OH-), Dibase (com 2 OH-), Tribase e o pH que originará nessa mistura. Dentre as classi-
(com 3 OH-) e Tetrabase (com 4 OH-); ficações temos:
QUÍMICA
- 2,90 Ba Ba + 2 e
2+ -
2,90 R+(aq) + e- → R(s)
- 2,89 Sr Sr2+ + 2 e- 2,89 Fazendo a equação global dessa reação teremos:
- 2,87 Ca Ca2+ + 2 e- 2,87 Quando somamos as equações, temos a seguinte
equação global:
- 2,71 Na Na+ + e- 2,71
z Catalisador: são excelentes para acelerar uma Agora, para consolidação do entendimento, será
reação, e com um detalhe mais fantástico ainda, apresentado um exemplo aplicando a situação para
apesar de promover um aumento na velocidade velocidade média da reação global.
de geração dos produtos, eles não participam da Exemplo: Em um acidente ambiental, uma empre-
reação, ou seja, não teremos formação de nenhum sa derramou ácido sulfúrico (H2SO4) em um solo. Para
elemento secundário em função de sua presença efetuar a neutralização desse ácido, foi contratada
ali. 309
uma empresa especialista em solos. Depois de análise
1,5 3,0 1,5 3,0
prévia, os técnicos decidiram que iram efetuar a neu- Vm da reação = - = = =
tralização através da adição de hidróxido de potássio 1 2 1 2
(KOH).
Sabendo-se que inicialmente tinham 10 mols, tan-
to de KOH quanto de H2SO4, e que após passadas 2 mol/L
horas sobraram apenas 4 mols de KOH e 7 mols de Vm da reação = 1,5
H2SO4, sabe-se também que tivemos uma formação de h
3 mols de K2SO4 e 6 mols de H2O, calcule a velocidade
dos reagentes, de formação dos produtos e global. Nos conceitos abordados na química verde temos
Primeiro escreve-se a reação global: 1H2SO4 + 2 difundidos a questão da associação da química aliada
KOH 1 K2SO4 + 2 H2O. ao meio ambiente, ou seja, ela visa melhoramentos
Efetuada a etapa da reação global, iremos efetuar dentro de processos que ocorrem nas industrias obje-
o cálculo da velocidade de consumo dos reagentes: tivando o alinhamento entre os conceitos de:
designar o básico.
A relação com o meio ambiente se dá em relação
a concentração do pH no corpo hídrico, ou seja, a pre-
QUÍMICA
Atente-se que a relação de ligação será expres- Essa é a substância que possui como nome ciclo-
sa apenas de acordo com a cadeia orgânica propano, ou seja, ciclo = cadeia fechada, em ciclo
principal! + PROP = 3 Carbonos + AN = apenas ligação simples
entre carbonos + O = função orgânica Hidrocarboneto.
Alcenos Aromático
Mesma constituição que os alcanos, sendo que a Conhecido pela presença do anel benzênico.
diferença consiste na presença de uma ou mais liga- Exemplo:
ção dupla no meio cadeia carbônica. A nomenclatura
obedecerá a seguinte ordem: prefixo = quantidade de
carbonos na cadeia principal + infixo = fica no meio
da cadeia e se refere ao tipo de ligação entre os carbo-
nos, no caso do alceno, temos pelo menos uma ligação
dupla expressaremos por meio do infixo en + sufixo =
expressa o grupo do composto, no caso do alceno ser
um hidrocarboneto acaba com O.
Exemplo: H3C = CH2 – CH2 – CH2 – CH3, essa é a
substância que possui como nome pent-1-eno, ou seja,
PENT = 5 Carbonos + 1-EN = uma ligação dupla no car-
312 bono 1 + O = função orgânica Hidrocarboneto. Seu nome é expresso como simplesmente benzeno.
Ácido Carboxílico Exemplo:
Cetona OH
Assim como o aldeído terá em sua cadeia a pre- Essa é a substância que possui como nome benze-
sença da carbonila (= O), no entanto, diferentemen- nol ou hidróxi-benzenol ou ainda fenol.
te do aldeído, a carbonila não estará na extremidade
da cadeia, sendo colocada a carbonila (= O) como seu Amina
radical. A nomenclatura obedecerá a seguinte ordem:
prefixo = quantidade de carbonos na cadeia principal É quando temos a presença de nitrogênio na cadeia
+ infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de carbônica, ligado apenas com carbonos e hidrogênios.
ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o grupo A nomenclatura obedecerá a seguinte ordem: prefi-
do composto, no caso da cetona o final é ONA. xo = quantidade de carbonos na cadeia principal do
Exemplo: radical + infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao
tipo de ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o
H3C – CH2 – C – CH3 grupo do composto, no caso da amina o final é amina.
O Exemplo: H3C – CH2 – NH2, essa é a substância que
possui como nome etilamina, ou seja, ETIL = 2 Carbo-
nos + AN = apenas ligação simples entre carbonos +
Essa é a substância que possui como nome butano-
AMINA = função orgânica amina.
na, ou seja, BUT = 4 Carbonos + AN = apenas ligação sim-
ples entre carbonos + ONA = função orgânica cetona.
Amida
Éster
QUÍMICA
Exemplo: CH3
HC ≡ C – CH – CH – CH3
H3C – CH2 – CH2 – CH2 – CH3.
CH2
z Cadeia fechada: conhecida também como cíclica,
CH3
não existe nenhuma extremidade livre, forma um
ciclo. Carbono terciário é aquele que se conecta com três
outros carbonos, bem como carbono quaternário é o
Exemplo: que se conecta com quatro carbonos.
Dentro dessa classificação teremos a representa- Podemos encontrar nos três estados possíveis, ou
ção de uma cadeia homogênea (em que não há hete- seja, sólido, líquido e gasoso. E, esse estado dependerá
roátomo no meio da cadeia) bem como heterogênea de algumas características, que serão elencadas abaixo.
(em que terá a presença do heteroátomo no meio da
cadeia). z Pontos de fusão e ebulição: em comparação aos
Exemplo 1: teremos como exemplo uma cadeia demais tipos de compostos, os que são inorgâni-
homogênea a seguir: cos, ligados por ligações iônicas ou metálicas, terão
pontos de fusão e ebulição menores. Isso se deve
a baixa força intermolecular, o que resulta numa
CH2 – CH2 – C – CH3
menor quantidade de energia que precisa ser for-
O necida para que possa ocasionar o rompimento da
molécula e modificar o seu estado físico;
Exemplo 2: teremos como exemplo uma cadeia z Combustibilidade: grande parte das substâncias
heterogênea a seguir: orgânicas são classificadas como combustível, ou
seja, elas entram facilmente em combustão ao entrar
H3C – CH2 – CH2 – CH2 – O – CH3. em contato com o oxigênio. Ai diante de um ponto
de ignição, temos o suficiente para que aconteça a
reação, liberando energia para o meio. É a chamada
Estrutura e Propriedades dos Hidrocarbonetos
reação exotérmica (aquela que libera calor).
Existem algumas propriedades que podemos
elencar a respeito das características dos compostos
orgânicos.
QUÍMICA AMBIENTAL
Polaridade
RELAÇÕES DA QUÍMICA COM AS TECNOLOGIAS,
Está direcionada aos elementos que constituem SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE
a cadeia carbônica. Quando temos Carbono ligado
a Carbono ou Carbono ligado a Hidrogênio teremos Constantemente, nos deparamos com situações no
uma formação de ligação apolar. Não importa se as dia a dia que nos remetem as necessidades do homem
ligações são simples, dupla ou tripla. Lembrando que em frente aos quesitos ambientais. É uma realidade que
a ligação existente será a covalente. a maior parte dos bens de consumo que usufruímos,
Exemplo: molécula de gás butano, com constitui- sejam eles objetos ou eletrodomésticos e até mesmo nos-
ção apolar, onde contem ligações simples entre carbo- sas refeições industrializadas, fazem parte de uma gama
nos e hidrogênios. H3C – CH2 – CH2 – CH3.
de elementos criados através de processos químicos.
Quando temos, na cadeia carbônica, a presença
Esses processos afetam diretamente ao ser humano
de outros elementos, assim como o oxigênio, enxofre
e ao meio ambiente e ter esse conhecimento acerca das
e demais halogênios, a ligação passará a ser do tipo
polar. Tendo a região polar como sendo a que estiver reações, proporções e principalmente interações são
o elemento diferente de carbono e hidrogênio. fundamentais para se utilizar a química a nosso favor.
Exemplo: molécula de propanol, com constituição Nesse capítulo, atentaremos para a química e o
apolar na região de carbonos e hidrogênios (H3C – CH2 – meio ambiente, a poluição gerada no meio hídrico e o
CH2 –) e uma região polar com a função do álcool (OH). tratamento de água, a poluição atmosférica e a conta-
minação e proteção do ambiente. Vejam que a quími-
H3C – CH2 – CH2 – O – H. ca e o meio ambiente não podem ser consideradas de
forma separada, pois, quando isso acontece, estamos
Solubilidade correndo risco de acidentes que afetam diretamente
ao homem e ao ambiente.
Com a propriedade muito conhecida como “seme-
lhante que dissolve semelhante”, a solubilidade esta- Química e Ambiente
rá atrelada ao tipo de moléculas envolvidas, ou seja,
polar dissolverá na presença de outro polar, bem A química é a essência da vida, ela nos rodeia por
como apolar dissolverá na presença de outro apolar. todos os lados e está presente em toda nossa etapa da
Exemplo: é possível limpar a mão que está com vida, seja por meio de reações naturais, advindas do
graxa com gasolina ou solventes de base apolar. Isso próprio equilíbrio da natureza, ou da reação antrópi-
se dá justamente por tanto a graxa quanto a gasolina ca, aquela que ocorre por ação do homem, a química
serem apolares. é uma realidade e precisa ser dominada, mas como
QUÍMICA
Na radioatividade, duas leis principais servem z Constante radioativa (C): relaciona a velocidade
como regentes de seus princípios, sendo elas assim de desintegração com a quantidade de átomos de
enunciadas: isótopo radioativo. A fórmula que expressa essa
relação é demonstrada a seguir:
z Primeira lei da radioatividade: o átomo que
se encontra na característica do tipo alfa terá a C= v
tendência a formar um novo átomo, tendo dois n 317
Em que: v é a velocidade de desintegração e n = Grande disponibilidade do combustível;
quantidade de átomos de isótopo radioativo. Pequeno risco no transporte do combustível;
Pequena quantidade de resíduos;
z Intensidade radioativa (i): mede a intensidade Independência de fatores climáticos (ventos;
da quantidade de partículas alfa e beta emitidas chuvas)
pelo isótopo radioativo. Está diretamente relacio-
nada a constante radioativa e a quantidade de áto- z Desvantagens:
mos de isótopo radioativo. A fórmula que expressa
essa relação é demonstrada a seguir: O lixo nuclear radioativo deve ser armazenado
em locais seguros e isolados;
i=C·n Mais cara, quando comparada a outras formas;
Risco de acidentes nucleares;
Em que: C é a constante radioativa e n = quantida- Problemas ambientais, devido ao aquecimento de
de de átomos de isótopo radioativo. ecossistemas aquáticos pela água de resfriamento
dos reatores.
z Vida média (Vm): mede o tempo em que um átomo de
Disponível em: Infoescola
isótopo radioativo leva para se desintegrar. A fórmula
que expressa essa relação é demonstrada a seguir:
Vm = 1
C ANOTAÇÕES
A vida média leva em consideração uma grande
quantidade numérica de átomos ao se desintegrar!
n = n#o
2
Biomassa
Energia Nuclear
z Vantagens:
Mesossomo Nucleóide
(DNA)
CITOLOGIA Citoplasma Flagelo
Peroxissomo
Exclusivas de célula animal
das primeiras formas de vida. Neste momento, a ali- tura em formato de cabo. São constituídos por
mentação era a base de compostos inorgânicos pre- queratina. São importantes para manter a estabili-
sentes nos aglomerados, ou seja, heterotrófica (não zação da célula e em casos de resistência à tensão.
eram capazes de produzir seu próprio alimento). Além Esses filamentos são os responsáveis por manter
disso, eram anaeróbicas, visto que não havia oxigênio o núcleo e as organelas em posições específicas
na atmosfera primitiva, e apresentavam capacidade dento da célula. Podem ser encontrados, por exem-
de auto reprodução, mantendo as características pre- plo, nas microvilosidades intestinais, na lâmina
sentes em seu DNA. nuclear e em conexões entre o tipo desmossomos. 321
DIVISÃO CELULAR
BIOQUÍMICA
Bioquímica é a área da Biologia responsável pelo
Interfase Prófase Metáfase estudo das reações químicas que ocorrem nos orga-
nismos vivos. É uma ciência amplamente utilizada na
microbiologia, agricultura, indústria alimentícia, far-
macologia, dentre outras.
As moléculas químicas são formadas por átomos.
A matéria viva é composta por alguns elementos quí-
micos importantes, os quais devem estar na ponta da
língua quando vamos estudar Bioquímica. São eles:
carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e
enxofre. A partir desses elementos são formadas subs-
tâncias químicas essenciais para a existência da vida e
para a formação de um organismo.
Anáfase Telófase Células filhas
COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA DOS ORGANISMOS
VIVOS
Meiose
Água Proteínas Lípideos Carboidratos
70% 15% 10% 3,5%
Divide-se em Meiose I (Prófase I, Metáfase I, Aná-
fase I e Telófase I) e Meiose II (Prófase II, Metáfase II, Sais minerais Outros
322 Anáfase II e Telófase II). 1,0% 0,5%
Essa porcentagem pode variar entre diferentes As proteínas são compostos orgânicos de grande
espécies. Também existe variação entre os órgãos de importância para o bom funcionamento de um orga-
um organismo, variações no decorrer da idade, etc. nismo. Elas desempenham diversas funções, sendo:
estruturais, energéticas, enzimáticas, hormonais e de
defesa.
Se liga!
Os elementos químicos importantes para a FUNÇÃO EXEMPLOS
constituição dos organismos podem ser lem- Proteínas de membrana – membrana
brados através do termo “CHONPS”. Estrutural plasmática.
Diferenças na porcentagem de água em órgãos Actina e miosina – músculos
do corpo humano: cérebro 75%, sangue 81%, Queratina – cabelos e unhas
fígado 86%, músculos 75%, rins 83% etc. Colágeno - pele
Energética Fontes alimentares – 4kcal/g
Água e sais minerais. Temos, então, as caracterís- São classificadas em quatro tipos, de acordo com a
ticas da água: configuração espacial apresentada.
z Solubilidade – é considerada “solvente universal”, Primária Sequência linear dos aminoácidos
pois consegue dissolver uma grande quantidade que compõem a proteína
de substâncias;
z Tensão superficial – alta coesão entre as moléculas; Secundária
Estrutura em α-hélice ou β-pregueada.
Ligação de hidrogênio. Exemplo: colágeno
z Participa de diversas reações químicas importan-
tes para os organismos;
z Atua no controle da temperatura corporal – é
Ligação de enxofre ou pontes dissulfeto.
capaz de absorver e de conservar calor. Terceária
Exemplo: mioglobina
Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/> Acesso em 11 nov. z Monossacarídeos: apenas uma molécula de car-
2020 boidrato. Exemplos: glicose, frutose e galactose. 323
z Dissacarídeos: duas moléculas de carboidrato uni- z Hidrossolúveis – solubilizam em água. Vitaminas:
das. Exemplos: maltose (glicose + glicose), sacarose C e Complexo B. O excesso é descartado na urina.
(glicose + frutose) e lactose (glicose + galactose). z Lipossolúveis – solubilizam em lipídeos. Vitami-
z Polissacarídeos: várias moléculas de carboidra- nas: A, D, E e K
to unidas. Exemplos: glicogênio, amido, quitina e
celulose. Deficiências Lipossolúveis: Vitamina A = ceguei-
ra noturna, Vitamina D = raquitismo, Vitamina E =
esterilidade, Vitamina K = deficiência na coagulação
sanguínea.
Se liga! Deficiências hidrossolúveis: Vitamina C = escor-
Carboidratos simples são facilmente absorvi- buto, Vitamina B1 = beribéri.
dos pelo organismo. Carboidratos complexos
Enzimas
precisam ser quebrados em moléculas simples
antes de serem absorvidos. Por este motivo, “Toda enzima é uma proteína, mas nem toda pro-
devemos dar preferência a monossacarídeos teína é uma enzima.”
quando queremos fornecer energia mais rapi- As enzimas são proteínas com capacidade de
damente ao organismo. aumentar a velocidade da reação, sendo classificadas
como catalisadores biológicos. Isso é possível porque
elas conseguem diminuir a energia de ativação neces-
Lipídeos sária para a realização do processo.
As enzimas são específicas para cada substrato,
Conhecidos também como gorduras. São insolú- funcionando no mecanismo chave-fechadura, ou seja,
veis em água. Participam do metabolismo energético se ligam apenas a substratos com um encaixe perfeito.
atuando como reserva energética, atuam na formação Além disso, temos as coenzimas (exemplo – vitaminas)
de componentes estruturais, têm função hormonal, que podem atuar no processo, mas apenas quando for
protegem contra variações de temperatura (isolante necessário.
térmico) e contra choques mecânicos.
Os lipídeos são classificados como: Substrato específico
Ocorre oxidação de substâncias químicas inorgâ- z Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico – ocorre
nicas para a produção de substâncias orgânicas. Não na matriz mitocondrial e produz 2 ATPs.
precisa de luz para acontecer. Processo realizado por z Cadeia Respiratória ou fosforilação oxidativa –
Archaeas e Bactérias quimiossintetizantes. ocorre nas cristas mitocondriais e produz 34 ATPs.
Única fase que tem consumo efetivo de O2.
Processo em duas etapas:
A soma e ATPs é de 38 ATPs!!!
Primeira etapa – o composto orgânico se une ao
O2, formando um composto inorgânico oxidado. Nessa Se liga!
reação, são liberados que serão utilizados na segunda
etapa. O gás cianeto age bloqueando a entrada de O2 e,
Segunda etapa – utiliza CO2, H2O e a energia trazi- consequentemente, impedindo a ocorrência da
da da primeira etapa em moléculas de ATP e NADPH2 cadeia respiratória, levando o indivíduo a morte
para formar composto orgânico e O2. por asfixia química.
Reações de Degradação
z Fermentação
Organismos heterotróficos degradam alimento
É um processo anaeróbico que ocorre para a for-
para a obtenção de energia e os autotróficos obtém
mação de ATP (2ATPs por reação). Processos anaeróbi-
energia por meio de substâncias produzidas por eles
cos são aqueles que ocorrem na ausência de O2.
mesmos, em reações de síntese.
São exotérmicas: liberam energia quando concluídas.
Mitocôndria
Peroxissomo
Núcleo
Retículo
Endoplasmático
Se liga!
Quando o nucleotídeo não possui grupamento
fosfato, apresentando apenas a base nitroge-
nada e a pentose, ele passa a ser chamado de
nucleosídeo.
Durante a formação do RNA adenina (A) é comple-
mentar a uracila (U) (não a timina como em casos de
As bases nitrogenadas são descritas como adeni- formação de DNA), e guanina (G) se mantém comple-
na, timina, citosina e guanina. Em fitas duplas de mentar a citosina (C).
DNA ocorre ligação entre as bases nitrogenadas dos Temos, então:
nucleotídeos de cada uma das fitas. A ligação química
é do tipo ponte de hidrogênio (ou ligação de hidrogê- DNA RNA
nio). Adenina (A) sempre se liga a timina (T) por dupla
ligação, e guanina (G) sempre se liga a citosina (C) por Tipo de fita Dupla ou simples Simples
BIOLOGIA
327
Por meio de um processo denominado replica- O anticódon sempre traz uma sequência comple-
ção (ou duplicação) ocorre a formação de uma nova mentar a do códon. Por exemplo, se o códon é AUG
molécula de DNA (sempre no sentido 5`3` da fita). então o anticódon será UAC. O ribossomo conecta as
Esse processo é semiconservativo. É importante subunidades maior e menor dele, de forma a abraçar
que vocês entendam muito bem o que isso significa. a fita de RNAm e iniciar a leitura do RNAm assim que
Indo direto ao ponto: significa que metade da fita foi encontra um códon de iniciação (start codon), que é
mantida (fita molde ou fita antiga) e a outra metade sempre a metionina (códon=AUG). A leitura continua
é nova (fita recém sintetizada). Necessita de enzimas até o momento em que o ribossomo encontra uma
para ocorrer: helicase (quebra as ligações de hidrogê- sequência de terminação, esse códon é denominado
nio), DNA polimerase (produz DNA) e ligase (refaz as códon de parada (stop codon). As sequências repre-
ligações de hidrogênio). Para ilustrar o processo, olhe
sentativas dele podem ser observadas na imagem a
atentamente a figura a seguir:
seguir, ou seja, na tabela do código genético.
Ao término da leitura:
Lembre-se que as células procariontes não pos- É aquela que se expressa em indivíduos com alelos
suem núcleo separando o DNA do citoplasma. Na em homozigose, mas não em heterozigose.
ausência de membrana nuclear (carioteca), os RNAm Exemplos: aa, vv, bb, e etc.
formados podem ser lidos pelos ribossomos a qual-
quer momento, sem que haja um controle do proces-
so, diferente do que ocorre nas células eucariontes, Se liga!
como visto anteriormente. Fenótipo = Genótipo + Ambiente
Aqui, os processos ocorrem de forma simultânea
e não linear, ou seja, replicação, transcrição e tra-
dução ocorrem ao mesmo tempo e o tempo todo. É ÁRVORE GENEALÓGICA / HEREDOGRAMA
fundamental ter essa diferença entre os processos
moleculares que ocorrem em células procariontes e Heredograma é a representação gráfica do paren-
eucariontes sempre em mente, pois isso facilitará o tesco entre indivíduos de uma família, juntamente
entendimento de outras matérias dentro da biologia. com informações sobre nascimentos, doenças, fale-
cimentos, uniões, etc. Não há como estudar genética
sem o domínio e o conhecimento prévio deste assunto.
Sexo masculino
GENÉTICA Sexo feminino
Irmãos
Genética é a área da Biologia que estuda a heredi- Sexo indefinido ou Portador heterozigoto
tariedade, ou seja, atransmissão de características de ou Afetado
pais para filhos ao longo das gerações. ou Falecido
União
CONCEITOS IMPORTANTES Gêmeos univitelinos
União consanguínea
Genótipo Gêmeos bivitelinos
Casal com filha
GENÓTIPO ou ou Ia Ib ii
Iai Ibi Gene A Característica 2
AGLUTINOGÊNIO
A B AeB ---
(NAS HEMÁCIAS)
AGLUTININA Anti-A Característica 3
Anti-B Anti-A ---
(NO PLASMA) e Anti-B
A, B, AB Exemplos: na espécie humana, temos a fenilceto-
Be eO
DOA PARA: A e AB A, B e AB núria e a anemia falciforme.
AB “Doador
Universal”
A, B, AB z Alelos Múltiplos ou Polialelia
eO
RECEBE DE: AeO BeO O
“Receptor Dizemos que é um caso de polialelia quando mais
Universal” de um genótipo gera a mesma expressão fenotípica.
Exemplo: pelagem de coelhos.
Se o sangue aglutina significa que ele tem aque-
Possíveis fenótipos: Selvagem, chinchila, himalaia
la proteína. Por exemplo, adicionamos um pouco de
e albino.
aglutinina Anti-A em uma amostra de sangue e esse
sangue aglutinou, significa que ele tinha a proteína A
reagindo a essa aglutinina. Selvagem/aguti chinchila Himalaia Albino
(Castanho) (Cinza) (Branco com (Branco)
Extremidades
Fator Rh
escuras)
MUTAÇÕES GENÉTICAS
Sexo masculino
Mutação genética é definida como alteração que ocor-
re no material genético do indivíduo. Em muitos casos
essa alteração resulta no desenvolvimento de síndromes.
6 7 8 9 10 11 12
Se liga!
A adição e a deleção de bases nitrogenadas
13 14 15 16 17 18 resultam em alteração não apenas de um ami-
noácido mas de toda a sequência proteica pos-
terior a esse evento. Já a substituição pode ou
19 20 21 22 XX não levar a alteração da proteína. Às vezes a
substituição de uma base resulta em um mes-
mo aminoácido.
Sexo feminino Logo, processos de adição e de deleção são
mais prejudiciais do que processos de substi-
Disponível em: https://www.genome.gov/es/genetics-glossary/
Cariótipo. Acesso em 24 out. 2020. (Adaptada)
tuição de bases nitrogenadas no gene.
de uma alteração genética ou hereditária ocorrer. lugar do espaço e que os seres vivos chegaram à
z O casal é submetido a alguns exames físicos. Terra transportados por rochas que colidiram com
z São realizados exames de cariótipo. o planeta.
z O casal recebe o diagnóstico do caso e são realizadas z Oparin-Haldane: propuseram que a atmosfera
conversas de esclarecimento sobre o que pode ocorrer primitiva continha compostos (amônia, hidrogê-
e as possíveis formas de prevenção (quando houver). nio, metano e vapor d’água) que deram origem a
z O casal recebe acompanhamento psicológico para moléculas simples, por ação de raios e da radiação
lidar com situações complicadas. ultravioleta. As moléculas orgânicas (aminoácidos) 333
ficavam nos oceanos primitivos formando o que ocorriam variações entre os indivíduos das popu-
foi denominado “sopa primitiva”. Sob condições lações. Então, no início do século XIX, sugeriu duas
favoráveis, os aminoácidos formaram compostos teorias para explicar como surgiam as variações em
semelhantes às proteínas. A união dessas “proteí- todos os seres vivos. Primeiro criou a Lei do uso e
nas primitivas” originou os coacervados (conjun- desuso e em seguida a Lei da transmissão dos caracte-
tos de proteínas rodeadas por água). Essa é a teoria res adquiridos.
mais aceita atualmente.
z Miller-Urey: eles criaram um experimento que z Lei do uso e desuso: Quanto maior o uso de deter-
possibilitou simular as condições de origem da minado órgão mais esse órgão irá se desenvolver.
vida, em atmosfera primitiva, descrita por Opa- E, quanto menor o uso mais ele irá atrofiar, poden-
rin-Haldane.Com isso, eles conseguiram produzir do até desaparecer com o passar do tempo.
aminoácidos e outras moléculas orgânicas. Con- z Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: As
cluíram que moléculas orgânicas podem ser gera- características adquiridas pelos indivíduos (duran-
das espontaneamente em condições equivalentes te a vida) são passadas aos seus descendentes.
às da Terra primitiva. Vamos aos exemplos:
z Hipótese heterotrófica: os primeiros seres vivos
eram incapazes de produzir seu próprio alimento, Exemplo 1: Podemos pensar no caso das cobras.
obtendo-o por processos de fermentação e utiliza- Informações em registros fósseis mostram que seus
ancestrais tinham patas. Porém, sabemos que as
ção de moléculas orgânicas simples presentes no
cobras atuais não têm. Sendo assim, como explicar
ambiente.
este fato?
z Hipótese autotrófica: os primeiros seres vivos
Lamarck explicaria da seguinte forma: As cobras
eram capazes de produzir seu próprio alimento e não utilizavam as patas porque rastejavam para se
faziam isso através de processos de quimiossínte- locomover. Como consequência, as patas foram atro-
se, utilizando energia presente em moléculas inor- fiando até que desapareceram. E essa característica foi
gânicas para formar moléculas orgânicas. passada para os filhotes, que já nasceram sem patas.
Exemplo 2: O pescoço longo das girafas. Lamarck
explicaria que havendo escassez de alimento no solo
a girava precisaria esticar seu pescoço, na tentativa de
EVOLUÇÃO alcançar o alimento do topo das árvores. Quanto mais
esticavam o pescoço mais o membro se desenvolvia.
Essa característica foi passada aos descendentes e é o
Evolução é a área da biologia que estuda as trans- motivo de conhecermos somente girafas de pescoço
formações que ocorrem nos seres vivos ao longo do longo nos dias atuais.
tempo. Essas transformações podem, inclusive, levar De forma geral, Lamarck considerava que o
à formação de novas espécies. Vale ressaltar que, no ambiente seria o responsável por provocar as mudan-
contexto evolutivo, os organismos surgem a partir de ças nos seres vivos. O ambiente muda, o organismo
um ancestral comum. Esse ancestral sofre sucessivas também muda.
modificações, as quais são herdadas pelos seus des-
cendentes ao longo das gerações. Darwinismo
z Genes (molécula de DNA): São fragmentos de É de grande importância saber que o processo
DNA que carregam informações que possibilitam de transformação das espécies pode ocorrer de duas
a produção de proteínas importantes. formas: anagênese ou cladogênese. Na anagênese as
z Mutação: Mudanças na sequência de nucleotídeos transformações ocorrem de maneira gradual, atra-
da molécula de DNA de um organismo. Ocorre ao vés do surgimento de novas características dentro
acaso. de uma espécie (“novidades evolutivas”). Enquanto
z Permutação (ou crossing-over): Troca de pedaços que na cladogênese ocorre um ponto de ruptura, com
entre cromossomos homólogos. Ocorre ao acaso. o surgimento de duas populações. Cada uma dessas 335
novas populações passa por processos de anagênese, todos os indivíduos de uma população, uma ameaça
podendo originas novas espécies mas mantendo um capaz de atingir um indivíduo será também capaz
mesmo ancestral comum. Para facilitar o entendimen- de atingir todos eles. O resultado pode ser a extinção
to vamos observar a figura a seguir. da espécie. E tudo isso se aplica também a população
humana, que vem selecionando genes de interesse e
investindo em reprodução artificial. As consequên-
cias devem ser refletidas. Será que vale mesmo pagar
o preço? Pensem nisso!!!
EVOLUÇÃO HUMANA
Os quatro primeiros níveis são microscópicos, ou seja, não é possível observá-los a olho nu. Os dois primeiros níveis
(átomos e moléculas) são estudados em bioquímica e biofísica. O 3º e o 4º níveis (organelas e células) são estudados
dentro de citologia. Em histologia vemos o 5º nível (tecidos). Já o 6º e o 7º níveis (órgãos e sistemas) podem ser encontra-
dos em tópicos de anatomia e fisiologia.De População até Biosfera (do 9º ao 12º nível), encontram-se os níveis estudados
dentro da ecologia.
Taxonomia é uma técnica utilizada em Biologia para organizar e classificar os seres vivos de acordo com seme-
lhanças e graus de parentesco. A linguagem biológica utilizada permite que indivíduos de qualquer parte do mundo
sejam capazes de entender, descrever e nomear espécies, não importando o idioma falado.
Sendo assim, quais as principais formas usadas para classificar os seres vivos?
Após alguns pensadores sugerirem modelos de classificação, ficou definido que aquele utilizado por Lineu seria o
mais aceito. Ele classificou os seres vivos em níveis de organização e utilizando a nomenclatura binomial.
z Níveis de organização
Lineu considerou características anatômicas para agrupar os organismos dentro de categorias, as quais foram
nomeadas táxons. Esses táxons seguem do mais amplo (Reino) para o mais específico (Espécie), com consequente
queda na biodiversidade (variedade de organismos), visto que os grupos se tornam cada vez mais seletos.
R e i n o F i l o C l a s s e O r d e m Fa m í l i a G ê n e r o E s p é c i e
BIOLOGIA
Se liga!
Para lembrar a ordem hierárquica de classificação taxonômica, basta guardar a sequência a seguir:
ReFiCOFaGE.
337
Nomenclatura Binomial:
Cada organismo foi classificado dentro de uma espécie, e cada espécie recebeu um nome científico único e uni-
versal, o que permite o reconhecimento por qualquer pessoa do mundo. Deve ser sempre escrito em latim e desta-
cado no texto (itálico ou sublinhado). O gênero apresenta a primeira letra maiúscula e o restante (epíteto específico)
apenas letras minúsculas.
Filogenia
Em filogenia, os seres vivos são classificados de acordo com o grau de parentesco evolutivo (número de carac-
terísticas comuns entre os organismos). O modelo mais utilizado aqui é o cladograma, uma representação gráfica
da árvore filogenética, que é construída com base na relação evolutiva entre as espécies.
Vírus
As bactérias são representantes do Reino Monera, unicelulares e procariontes. Podem ser encontradas em
praticamente todos os ambientes, inclusive de altas temperaturas, alta pressão e dentro de outros organismos.
Apresentam grande importância ecológica (ciclo do nitrogênio, atividade decompositora) e econômica (produção
de alimentos, remédios e em projetos de engenharia genética), embora algumas possam causar doenças.
As bactérias apresentam capacidade de produzir o próprio alimento, através de fotossíntese e de quimiossín-
tese sendo, portanto, seres autotróficos. Mas também podemos encontrar bactérias heterotróficas. Podem habitar
ambientes com oxigênio (bactérias aeróbias) e também sem oxigênio (bactérias anaeróbias).
Morfologicamente, podem ser do tipo: cocos, bacilo, espirilo, espiroqueta e embrião. A parede celular é de
peptideoglicano e pode apresentar DNA circular, denominado plasmídeo.
A reprodução pode ser assexuada, por meio de fissão binária, ou sexuada, quando realiza conjugação, trans-
formação ou transdução.
Podem causar doenças tanto em animais quanto em vegetais. Exemplos de doenças bacterianas que atingem
humanos: difteria, tétano, coqueluche, sífilis, tuberculose, dentre outras. Em casos de contaminação por doenças
bacterianas é indicado tratamento com antibióticos.
Protozoários
São unicelulares, eucariontes e heterotróficos. A grande maioria apresenta vida livre, mas podem viver
também dentro de outros organismos (parasitas, por exemplo). São classificados em quatro tipos, de acordo com
a forma de locomoção: ciliados (movimentam-se por cílios), flagelados (movimentam-se por flagelos), rizópodos
(movimentam-se por pseudópodes), e esporozoários (não apresentam estrutura de locomoção e é o único grupo
em que todos os representantes são parasitas).
Quanto a reprodução, esta pode ser assexuada ou sexuada, dependendo da espécie. E como doenças humanas
causadas por protozoários podemos citar: doença de chagas, malária, toxoplasmose, leishmaniose, tricomoníase
e amebíase.
São seres uni ou pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Habitam diversos ambientes, podendo viver
inclusive no organismo humano. A reprodução pode ser sexuada (cariogamia, plasmogamia) ou assexuada (bro-
tamento, esporulação).
A parede celular é constituída por quitina. E são classificados em cinco grupos distintos: quitridiomicetos,
zigomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos. No caso dos cogumelos podemos observar a presença
de filamentos, denominados hifas. Sendo o conjunto de hifas chamado de micélio.
Podem ser encontrados em associação com algas, onde são descritos como líquens. E também atuando no
ambiente como saprófagos, predadores ou parasitas. Em humanos, podem causar doenças, exemplos: micose,
candidíase, sapinho, frieira.
Fungos
São seres uni ou pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Habitam diversos ambientes, podendo viver
inclusive no organismo humano. A reprodução pode ser sexuada (cariogamia, plasmogamia) ou assexuada (bro-
tamento, esporulação).
A parede celular é constituída por quitina. E são classificados em cinco grupos distintos: quitridiomicetos,
zigomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos. No caso dos cogumelos podemos observar a presença
de filamentos, denominados hifas. Sendo o conjunto de hifas chamado de micélio.
Podem ser encontrados em associação com algas, onde são descritos como líquens. E também atuando no
ambiente como saprófagos, predadores ou parasitas. Em humanos, podem causar doenças, exemplos: micose,
candidíase, sapinho, frieira.
O Reino Plantae foi dividido em 4 grandes grupos: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. De
maneira geral, todos os grupos apresentam as seguintes características:
Existem duas formas de reprodução: sexuada O Reino animal encontra-se dividido em 9 Filos:
(encontro de gametas) e assexuada. A reprodução Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos,
sexuada apresenta um passo a passo relacionado Anelídeos, Artrópodes, Moluscos, Equinodermas e
ao encontro dos gametas, que é definido como ciclo Cordados. Maiores detalhes foram descritos na tabela
reprodutivo. Existem basicamente três tipos de ciclo: a seguir.
haplobionte haplonte, haplobionte diplonte e diplo-
bionte. O que os diferencia é a ocorrência de adultos
(1) – Tecidos especializados, ausência de órgãos.
haplóides ou diplóides e o número de cromossomos
(2) – Órgãos e sistemas rudimentares.
encontrado nas células somáticas. Além disso, os
(3) – Simetria bilateral em larvas e pentarradial em
ciclos haplobiontes, tanto haplonte quanto diplonte,
adultos.
apresentam apenas uma forma de vida adulta e o
(4) – Segmentos muito semelhantes, com exceção da
ciclo diplobionte apresenta duas.
cabeça.
Vamos analisar melhor as características básicas
(5) – Segmentação diferenciada, heterogênea.
de cada um deles?
(6) – Segmentos diferenciados.
(7) – Espículas calcárias ou silicosas. Esponjas apre-
z Ciclo Haplobionte Haplonte: O indivíduo adulto sentam fibras de enpongina.
é haplóide (n) e o zigoto é diplóide (2n). O adul- (8) – Esqueleto ausente, com exceção dos corais que
to produz gametas haplóides (n) que se unem na tem exoesqueleto calcário.
fecundação formando o zigoto diplóide (2n). O (9) – Esqueleto ausente, alguns grupos com concha
zigoto passa pelo processo de meiose formando interna ou externa.
células haplóides que dão origem aos indivíduos (10) – Exoesqueleto de quitina, às vezes também
adultos. Considerando que a meiose ocorre no endurecido por sais de cálcio.
zigoto, essa é denominada meiose zigótica. (11) – Endoesqueleto formado por placas calcárias e
z Ciclo Haplobionte Diplonte: Diferente do ciclo com espinhos.
anterior, o adulto deste ciclo é diplóide (2n) e (12) – Endoesqueleto ósseo e cartilaginoso.
o zigoto também é diplóide (2n). Aqui temos (13) – Revestido externamente por pinacócitos e
um indivíduo adulto (2n) que forma gametas internamente por coanócitos.
por um processo de meiose, ou seja, gametas (n). (14) – Por fora é revestido pela epiderme e, por den-
Esses gametas se encontram e se unem durante a tro, pela gastroderme.
fecundação, formando o zigoto (2n), o qual origina (15) – Troca gasosa realizada através do fluxo de água
um indivíduo adulto (2n) por processos de mitose. gerado no pelos coanócitos.
Como a meiose origina os gametas, dizemos que (16) – Por difusão (do mais concentrado para o menos
ocorre meiose gamética neste ciclo. concentrado).
z Ciclo Diplobionte: Este ciclo apresenta duas for- (17) – Brânquias em animais aquáticos, traqueias e
mas de vida adulta, sendo uma haplóide (n) e filotraquéias em animais terrestres.
outra diplóide (2n), e consideramos que ocor- (18) – Brânquias, pés ambulacrários.
re alternância de gerações. Gametas haplóides (19) – Aberto, com exceção dos cefalópodes que apre-
(n) se unem para a produção do zigoto (2n). Esse sentam sistema circulatório fechado. Tem a
zigoto realiza mitoses, originando o adulto (2n). O hemocianina como pigmento sanguíneo.
adulto realizará meiose e formará células haplói- (20) – Fechado, constituído por corações laterais. Tem
des (2n), que darão origem a um indivíduo adulto a hemoglobina como pigmento sanguíneo.
haplóide (n). Esses adultos haplóides (n) produzem (21) – Aberto, coração tubular.
gametas haplóides (n) que se unem no processo de (22) – Aberto.
fecundação originando zigotos diplóides (2n). O (23) – Fechado.
ciclo se inicia novamente... (24) – A excreção também ocorre através do fluxo de
A alternância de gerações ocorre entre gera- água criado pelos coanócitos.
ções haplóides e diplóides. (25) - Eliminam substâncias por difusão.
340
(26) – Protonefrídeos (Células-flama).
(27) – Protonefrídeos.
(28) – Metanefrídeos.
(29) – Metanefrídeos, um par por segmento do corpo.
(30) – Em insetos ocorre por Túbulos de Malpighi, em crustáceos, por glândulas antenais e, em aracnídeos, atra-
vés de glândulas coxais.
(31) – Ausente, excreta na água por difusão direta.
ingestão direta de ovos da Taenia solium, mas não da Ao longo do processo evolutivo os organismos
Taenia saginata.
sofrem transformações, as quais resultam em carac-
Causadas por vermes nematelmintos:
terísticas que favorecem a sobrevivência ao meio em
z Ascaridíase: Causada pelo verme Ascaris lumbri- que vivem. As transformações que se mantém após
coides. Possui sexos separados (monoico / herma- processos de seleção natural do ambiente são conside-
frodita). Um hospedeiro apenas, o homem. Fezes radas uma forma de adaptação ao meio. Como adapta-
com ovos podem contaminar água e alimento. ções podemos citar: 341
z Alimentação
ESPERMATOGÊNESE
(HOMENS)
Formato da língua de tamanduás: se alimen-
tam de formigas e a língua comprida favorece Espermatogônia (2n)
a captura do alimento.
Formato do bico de pássaros: o bico varia de
Espermatócito I (2n)
acordo com o tipo de alimento. Os pássaros que
tem os bicos mais adaptados para determina- meiose I
do alimento sobrevivem mais em determinado Espermatócito II (2n)
local, e geram descendentes. meiose II meiose II
te úmido (Exemplo: peixes, girinos), ureia (Exem- Ovócito II (n) Corpúsculo Polar (n)
Início
Fase de segmentação do zigoto (ou Clivagem). Ocorre na tuba uterina. Cerca de 30 horas após a fecundação, o
zigoto começa a se dividir, formando muitas células (sucessivas divisões celulares mitoses), e cada uma dessas
células é chamada blastômero (as famosas células tronco embrionárias). Após três dias, forma-se a mórula.
Fase de formação da blástula e implantação do blastocisto. A mórula se reorganiza em uma camada de célu-
las (blastoderme) preenchida por um líquido (bastocele). Formação dos três folhetos embrionários (ectoderme,
mesoderme e endoderme). O blastocisto se fixa na parede do útero e inicia o processo conhecido como nidação
ou implantação.
Para que isso seja possível, o sincíciotrofoblasto produz enzimas que permitem a invasão do tecido materno
e a implantação com rápida expansão pelo endométrio, até que todo o embrião esteja localizado dentro do endo-
métrio. Começa a formação de estruturas extraembrionárias: âmnion, cavidade amniótica, cório, saco vitelínico,
placenta, etc.
Se liga!
A placenta tem função de realização de trocas gasosas, nutrientes e excretas entre mãe e feto. É formado
por parte materna e também fetal.
Período embrionário: Fase de neurula e da organogênese. Aqui ocorre o desenvolvimento do tubo neural, da
notocorda, da linha primitiva e da formação de órgãos e sistemas a partir dos três folhetos embrionários (ectoder-
me, mesoderme e endoderme). Esse período, de formação e desenvolvimento do embrião, segue ocorrendo até a
oitava semana do desenvolvimento. É caracterizado como o período com maior chance de “erros”, podendo ocasio-
nar as malformações congênitas, conhecidas pela alta incidência em embriões.
Neste momento, o embrião já se transformou em feto, portanto, inicia-se a fase de desenvolvimento fetal, que
tem duração até o momento do nascimento. Os pontos mais importantes dessa etapa são o rápido crescimento
corporal e a diferenciação que ocorre em tecidos e órgãos. Fatores externos e ambientais (vírus, bactérias, dro-
gas, dentre outros) já não são tão perigosos para o desenvolvimento do futuro indivíduo quanto eram na fase
embrionária.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Organismos multicelulares são aqueles constituídos por mais de uma célula, podendo até conter um número
elevado de células, como ocorre no homem, por exemplo.
Essas células desempenham funções específicas e são capazes de se unir, formando tecidos. Além disso, a gran-
de maioria dos seres multicelulares é formado por mais de um tipo celular, o que resulta em diferentes tipos de
tecidos e órgãos, que também desempenham funções específicas em um organismo.
De maneira geral, as células encontradas podem apresentar formato de coluna, arredondado, achatado, alon-
gado, dentre outros. E esse formato está relacionado ao tipo de função exercida pela célula. Ademais, é importante
lembrar que todas as células apresentam as mesmas características genéticas, pois têm origem em uma mesma
célula inicial, conhecida como célula ovo ou zigoto.
O zigoto é formado a partir da fecundação, após o encontro do espermatozoide com o óvulo. E, logo em segui-
da, inicia sucessivos processos de divisão celular. Em determinado momento, as células formadas serão diferen-
344 temente ativadas, resultando em diferenciação celular:
Células nervosas
Células musculares
Células hepáticas
Como consequência, organismos multicelulares Os tecidos são classificados em dois tipos: epitelial
podem apresentar uma ampla variedade de células, glandular e epitelial de revestimento como vere-
o que é caracterizado como diversidade celular. Por- mos a seguir:
tanto, para aprofundar seus conhecimentos sobre a
diversidade celular, você deve conhecer os diferentes Tecido Epitelial Glandular
órgãos que constituem cada organismo, bem como os
tecidos que formam este órgão. Exemplos: células san- É o tecido responsável pela secreção de substâncias.
guíneas (de transporte e de defesa), células da pele, As glândulas formadas por ele podem ser de três tipos:
neurônios, células ósseas, células adiposas etc.
z Endócrinas: não apresentam ductos e lançam
substâncias diretamente no sangue. Ex.: hipófise.
z Exócrinas: apresentam ductos e lançam substân-
HISTOLOGIA cias em cavidades ou na superfície corporal. Ex.:
glândulas mamárias e sudoríparas.
ANIMAL z Mistas: apresentam uma parte endócrina e outra exó-
crina, cumprindo com as duas funções. Ex.: pâncreas.
Dentro deste tópico, vamos abranger os estudos
que visam o conhecimento estrutural e funcional das
células que formam os tecidos do corpo humano. Como
tecidos, temos: o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o
tecido muscular e o tecido nervoso. Eles foram analisa-
dos, a seguir, nessa mesma ordem.
TECIDO EPITELIAL
Pele
Epitélio estratificado
É o maior órgão do corpo humano. Tem função
protetora do organismo como um todo e, também, de
órgãos internos. Ela é composta por três camadas de
tecidos, as quais são:
Terminação
nervosa livre
Epitélio Escamoso Epitélio Cúbico
Derme Glândula
nervosa livre
Músculo
eretor do pêlo
Tecido subcutâneo
(adiposo)
Corpo celular
Fibra muscular
Axônio
Miofibrila Dendrito
Sarcômero
Bainha de mielina
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-
neuronio.htm. Acesso em: 26 jan. 2021
https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-muscular.
Os dendritos são prolongamentos do corpo celular
htm. Acesso em: 26 jan. 2021 que se ramificam. É no corpo celular que se encon-
tram as organelas. O dendrito é um prolongamento do
z Muscular Estriado Cardíaco: Forma o tecido corpo celular envolvido por macroglias (oligodendró-
cardíaco, sendo de grande importância para a citos e células de Schwann).
contração do coração. A diferença do músculo
estriado esquelético é que, aqui, os núcleos são z Possíveis classificações dos neurônios:
em número de um ou dois e ocupam posição
central nas células. Apresenta fibras constituídas De acordo com a forma: Neurônios Multipola-
por bainha de tecido conjuntivo, rica em capilares res, Bipolares e Unipolares.
sanguíneos. Possui discos intercalares (conhecidos Considerando a função: Neurônios Sensitivos,
como linhas transversais), com especializações de Motores e Integradores.
membrana – zonas de adesão, desmossomos e jun-
ções comunicantes que permitem a ocorrência de A informação que passa pelos neurônios segue
conexão elétrica entre as células desse tecido. As sempre um sentido único, que é: Dendrito → Corpo
348 contrações são involuntárias, rápidas e contínuas. Celular → Axônio
Células da glia z Meristemas: são tecido vivo indiferenciado, ou
seja, podem ser comparados as células tronco de
Conhecidas também como neuroglias, ajudam na humanos, visto que apresentam capacidade de
regulação das sinapses e na transmissão dos impul- se multiplicar e originar outros tecidos. Dividem-
sos nervosos, desenvolvendo a função de proteger, -se em 2 tipos: o apical, responsável pelo cresci-
dar suporte e nutrir o Sistema Nervoso. Podemos con- mento em comprimento da planta (crescimento
siderar que elas apresentam maior número quando primário), e o lateral, associado ao crescimento
comparadas aos neurônios. Na figura a seguir, pode- em espessura (crescimento secundário). O meris-
mos observar os tipos de células, caracterizadas como tema apical é encontrado na ponta da raiz e do
células da glia. caule. Já o meristema lateral no câmbio vascular e
felogênio.
z Epiderme: assim como a epiderme de humanos, a
epiderme das plantas é o tecido que reveste o cor-
po do vegetal. Tem função de proteção, com células
organizadas de maneira compacta e que podem
apresentar pigmentos. Como células característi-
Oligodendrócitos cas desse tecido temos:
Micróglia
As células-guarda dos estômatos;
Os tricomas;
Os litocistos e
Células ependimárias As células tuberosas.
Parênquima de preenchimento;
Células de Schwann Astrócitos
Parênquima clorofiliano e
Parênquima de reserva.
https://www.biologianet.com/histologia-animal/celulas-glia.htm.
Adaptada. Acesso em: 26 jan. 2021 z Colênquima: células não lignificadas, que podem
retomar a atividade meristemática. Relacionado
As células da glia são classificadas, em dois tipos: com a sustentação de órgãos jovens em crescimento.
z Esclerênquima: composto por células mortas
z Microglias: são aquelas que agem de maneira simi- que podem ser lignificadas. Os tipos celulares que
lar aos macrófagos, protegendo o Sistema Nervoso. podemos encontrar nesse tecido são:
Podem ser encontradas em situações de inflamação
e de reparação do Sistema Nervoso Central. Fibras e
z Macroglias: divide-se em subtipos que atuam com Esclereides.
funções específicas na transmissão dos impul-
sos nervosos: os astrócitos (células com formato
z Xilema e Floema: são tecidos de condução. O xile-
estrelado, encontradas nas substâncias branca e
ma é um tecido mais interno no corpo do vegetal
cinzenta); os oligodendrócitos (responsáveis pela
produção da bainha de mielina, atuando como iso- e está relacionado com o transporte de água e sair
lante térmico para o Sistema Nervoso Central); os minerais (seiva bruta) da raiz para as folhas. Já o
ependimócitos (revestem os ventrículos do cére- floema, é um tecido mais externo ao corpo do vege-
bro e o canal central da medula espinhal; quando tal, responsável pelo transporte de matéria orgâ-
ciliados, elas facilitam a movimentação do líquido nica e inorgânica (seiva elaborada), para todo o
cefalorraquidiano) e as células de Schwann (fun- corpo do vegetal. O xilema é composto por células
ção similar a dos oligodentrócitos, porém envolvem especializadas denominadas elementos do vaso e
apenas um axônio do Sistema Nervoso periférico). traqueídes, enquanto que no floema encontramos
as células crivadas e os elementos do tubo crivado.
VEGETAL
Intestino delgado
fonte :https:/ensinarhoje.com/sistema-digestorio-texto-e-atividades
Adaptada. Acesso em: 02 fev 2021 são finalmente absorvidos.
O duodeno é a região do intestino em que o suco
Os órgãos do sistema digestório possibilitam a pancreático age sobre o quimo que vem do estômago.
ingestão e a digestão do alimento, a absorção dos Também é nessa parte do intestino que age a bile, uma
nutrientes e a eliminação do que for desnecessário substância produzida pelo fígado e que é armazenada
para o corpo. Sendo assim, é importante saber o papel e liberada pela vesícula biliar, e o suco entérico, uma
desempenhado por cada um dos órgãos digestórios. secreção produzida pelo próprio duodeno. 351
A bile tem como função a quebra de moléculas de SISTEMA URINÁRIO
gordura (emulsificação de lipídeos), ao passo que o
suco entérico é rico em enzimas capazes de quebrar Quando falamos de sistema urinário, aposto que
nucleotídeos e aminoácidos. você já pensa em formação de urina. Mas, você sabia
É também nessa região que o pâncreas libera suco que a formação da urina depende, também, da circu-
pancreático, que é rico em bicarbonato, tripsina e qui- lação sanguínea? Ou que a quantidade de água pre-
motripsina. A presença de bicarbonato é de extrema sente na urina, bem como a reabsorção de sais, tem
importância neste momento, pois ele age neutralizan- relação com o sistema endócrino? Garanto que, após
do a acidez do quimo que veio do estômago. Isso é esta aula, ficará mais fácil relacionar esses sistemas.
necessário porque a parede do intestino, diferente do Vamos começar?
estômago, não apresenta células produtoras de muco O Sistema Urinário tem, como função, auxiliar
para a proteção da parede. na manutenção do equilíbrio interno (homeostase)
do organismo. Além disso, ele filtra o sangue, sendo
capaz de reabsorver substâncias importantes para o
Se liga! corpo, eliminar compostos tóxicos ou em excesso, pro-
duzir e armazenar a urina até o momento em que seja
A bile, substância liberada no duodeno para a possível expulsá-la pelo canal urinário.
emulsificação de gorduras, é produzida pelo Esse sistema é composto por quatro órgãos: rins,
fígado e não pela vesícula biliar como muitos ureteres, bexiga e uretra. Observe, abaixo, a ima-
pensam. A vesícula biliar apenas armazena e gem representativa da organização desses órgãos no
libera a bile. corpo humano, bem como a descrição das caracterís-
ticas e da função desempenhada por cada um deles.
Intestino grosso
Glândulas acessórias ao sistema digestório Dentro deste tema, é importante darmos uma
atenção especial aos rins.
São definidas como glândulas que lançam subs- Conforme vimos anteriormente, é bom que tenha-
tâncias no tubo digestório, mas não fazem parte deste mos uma noção dos planos de posição e direção dos
tubo, por isso são chamadas de acessórias. São elas: órgãos no nosso corpo. Os rins, por exemplo, estão
localizados na parte posterior do abdômen, logo abai-
z Glândulas salivares: atuam na produção da sali- xo do diafragma. Cada rim possui cerca de 10cm de
va, substância composta por água e enzimas. A
comprimento e pesa entre 120g e 280g, apresentando
saliva ajuda a lubrificar o bolo alimentar e tam-
formato similar ao de um grão de feijão. Além disso, é
bém possui ação antibacteriana. Inclusive, já foi
através deles que ocorre a passagem de vasos sanguí-
mostrada a presença de anticorpos do tipo IgA na
saliva neos e também de nervos.
z Pâncreas: a famosa glândula mista dos humanos, Internamente, eles possuem duas regiões diferen-
ou seja, possui funções endócrinas e exócrinas. tes, o córtex (mais externa) e a medula (mais inter-
Quando desempenha sua função exócrina, ocorre na). É nessas regiões que encontramos os néfrons. E o
a produção do suco pancreático, enquanto que na que são esses néfrons, hein?
função endócrina fica responsável pela produção Os néfrons são considerados a menor unidade fun-
dos hormônios insulina e glucagon. cional dos rins. É neles que toda a função renal é desem-
z Fígado: dentro do contexto “digestão alimentar”, penhada. Eles são formados por um glomérulo renal,
esse órgão atua na produção da bile, uma substân- envolvido por uma cápsula (Cápsula de Bowman),
cia que é armazenada na vesícula biliar e, poste- local de ocorrência da filtração do sangue. Seguidamen-
352 riormente, lançada no duodeno. te, apresentam túbulos, o contorcido proximal e o
contorcido distal, nos quais ocorrem a reabsorção e a Testículo
secreção de substâncias respectivamente. No meio des-
ses túbulos, existe a alça renal, associada à reabsorção Como citado anteriormente, é a gônada masculi-
de água pelos néfrons. Por último, devemos citar a na onde são formados os espermatozoides e também
presença de um ducto coletor, que é para onde a urina onde é produzida a testosterona (hormônio masculi-
segue ao ser formada. Dalí, ela vai para os ureteres. Dos no). Esses gametas são produzidos mais precisamente
ureteres, para a bexiga e da bexiga para a uretra. em túbulos enrolados, conhecidos como túbulos semi-
Para finalizarmos, é bom que você saiba que existe níferos. Cada homem possui dois testículos.
uma correlação entre o Sistema Urinário e o Sistema
Reprodutor em homens. Isso acontece, pois a uretra é Epidídimo
comum a ambos os sistemas.
Quer saber mais sobre isso? Então, continue os Localizado acima dos testículos. É onde os espermato-
estudos, que já chegaremos nessa parte! zoides completam sua maturação e adquirem mobilidade.
SISTEMA REPRODUTOR
Ducto deferente e ejaculatório
Quando falamos de sistema reprodutor, a primeira
É um canal que parte de cada epidídimo e encon-
coisa que já deve vir em nossas mentes é a diferen-
tra-se com o ducto da vesícula seminal, formando os
ça anatômica e fisiológica apresentada por homens
ductos ejaculatórios, os quais se abrem na uretra.
e mulheres. Afinal, esse sistema é responsável por
garantir a reprodução e, por isso, encontramos nele as
Uretra
estruturas responsáveis pela produção dos gametas.
Essas estruturas que formam os gametas são chama-
das de gônadas. A gônada masculina são os testículos, Estrutura comum ao sistema excretor e reprodu-
enquanto que a feminina são os ovários. Estruturas tor, o que significa que pela uretra saem o sêmen e a
que, diga-se de passagem, são bem diferentes. urina. Percorre todo o pênis.
Além disso, os homens possuem glândulas ane-
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO xas ao sistema reprodutor que atuam auxiliando na
reprodução. Essas glândulas também são classificadas
O Sistema reprodutor masculino é responsável como estruturas internas do organismo, e recebem o
pela produção dos espermatozoides, especificamen- nome de glândulas acessórias. São elas: vesícula semi-
te os testículos. Antes, porém, precisamos analisar nal, próstata e glândula bulbouretral.
outras estruturas que compõem este sistema, que se
dividirão em externas e internas. Vesículas seminais
As estruturas externas (visíveis ao olhar para o
corpo de um homem) são: o pênis e o saco escrotal. Associadas à formação do sêmen, produz uma
O pênis é o órgão associado à cópula (relação sexual). secreção composta por frutose, o que garante energia
Durante a excitação, os corpos cavernosos são preen- para os espermatozoides.
chidos com sangue, o que possibilita a ereção. Já o
saco escrotal é a região em que podemos encontrar os Próstata
testículos. Ela apresenta temperatura um pouco mais
baixa que o restante do corpo, o que ajuda a proteger Produz a substância que serve de nutriente para
os espermatozoides formados. os espermatozoides.
Já as estruturas internas consistem em: testículo, epi-
dídimo, canal deferente, canal ejaculatório e uretra. Glândulas bulbouretrais
Ducto Bexiga
Deferente
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Vesícula
Seminal O Sistema Reprodutor Feminino também é com-
posto por estruturas externas e internas.
Próstata A estrutura externa se resume na vulva: constituí-
da pelos grandes lábios, pequenos lábios (protegem a
entrada da vagina e da uretra) e pelo clitóris. Assim
como o pênis, o clitóris é formado por tecido erétil e,
Uretra
da mesma forma, recebe sangue durante a excitação
BIOLOGIA
Vagina
Colo do Útero
As glândulas endócrinas podem ser encontradas
em diferentes partes do corpo, como mostra a figura
a seguir.
Ovários
Hipotálamo
Descritas como as gônadas femininas. Local onde Hipófise
são produzidos os ovócitos. É nos ovários também que
são produzidos os hormônios femininos (estrogênio e Tireóide
progesterona). Cada mulher apresenta dois ovários.
Paratireóides
(atrás da tireóide)
Tuba uterina
Adrenais
São dois tubos que se estendem dos ovários até o útero.
Pâncreas
Antigamente eram chamadas de trompas de falópio.
Testículos
Útero (homens)
Ovários
Órgão muscular com formato de pera, onde o zigo- (mulheres)
to se instala e o bebê se desenvolve.
Vagina
Ao longo do texto, você encontrará informações
Local onde o pênis se insere na hora da cópula e é importantes sobre as principais glândulas humanas.
também o canal por onde o bebê sai na hora do parto.
Até aqui conseguimos entender as característi- Hipotálamo
cas anatômicas e fisiológicas associadas aos sistemas
reprodutores masculino e feminino. É importante O hipotálamo é uma região responsável por
entender com total clareza as diferenças entre eles manter a homeostase (equilíbrio) do organismo e
antes de seguir adiante com os estudos. realizar funções endócrinas e nervosas. Caracteri-
za-se como uma região do sistema nervoso capaz de
SISTEMA ENDÓCRINO controlar o sistema endócrino, pois age diretamente
sobre a hipófise e indiretamente sobre outras glându-
O Sistema Endócrino é responsável pela comu- las (tireoide, adrenal, mamárias e gônadas).
nicação química que ocorre em cada organismo, ou
até mesmo entre diferentes organismos. Ele consiste z Localização: encéfalo, conectado diretamente
em um conjunto de glândulas com capacidade de pro- com a hipófise.
duzir e lançar hormônios no sangue, chamadas glân- z Hormônios: produz ADH e Ocitocina, que são
dulas endócrinas. Os hormônios, também conhecidos enviados para a neurohipófise liberar.
como “mensageiros químicos”, têm como função
levar mensagens para células específicas, as famosas Hipófise
“células alvo”.
Células alvo são células que apresentam recepto- Conhecida como “glândula-mestre” por produzir
res de hormônio específicos na membrana plasmáti- hormônios que regulam outras glândulas presentes
ca. É por meio da mensagem recebida que as células no organismo. Apresenta tamanho pequeno, equiva-
sabem como devem se comportar em um determina- lente ao de uma ervilha. Pode ser referenciada pelo
do momento. nome mais antigo: Glândula Pituitária.
mo acelerado.
z Falta: resulta em hipotireoidismo. batimentos cardíacos e mantém a pressão sanguí-
z Hipotireoidismo no adulto: Consequências: nea em níveis normais.
metabolismo lento, ganho de peso, bradicardia
(coração com batimento lento). Pâncreas
z Hipotireoidismo na criança: pode levar ao creti-
nismo, caracterizado por retardo mental e compro- z Localização: lado esquerdo da cavidade abdominal.
metimento do crescimento de ossos e dentes. z Hormônios: insulina e glucagon. 355
Função dos hormônios produzidos no pâncreas: z Estrogênio: responsável pelo aparecimento de
características secundárias femininas (mamas, acú-
z Insulina: produzido pelas células beta pancreáti- mulo de gordura em determinadas regiões, pelos
cas. É liberado em situações de aumento de glicose pubianos etc.), pelo estímulo do desenvolvimento
no sangue. Indica para as células que os transpor- do endométrio para a chegada do embrião (futuro
tadores de glicose, presentes na membrana celu- bebê), pela indução ao amadurecimento dos órgãos
lar, devem ser ativados, permitindo que a glicose genitais, associado ao controle da libido.
entre nas células. A glicose é então utilizada para z Progesterona: estimula o desenvolvimento das
produzir energia através da respiração celular. E glândulas mamárias e, assim como o estrogênio,
os níveis de glicose no sangue retornam ao normal. estimula o desenvolvimento do endométrio para a
z Glucagon: produzido pelas células alfa pancreá-
chegada do embrião (futuro bebê).
ticas. É liberado em situações de diminuição da
glicose no sangue. Indica para as células que deve
ocorrer liberação do glicogênio armazenado em
células do fígado e dos músculos. Afinal, a quebra Se liga!
do glicogênio libera moléculas de glicose que serão Feedback negativo é quando ocorre a libera-
encaminhadas para a corrente sanguínea e distri-
ção de um estímulo contrário àquele que levou
buídas pelo corpo do indivíduo. Assim, os níveis de
glicose no sangue retornam ao normal. ao desequilíbrio. Por exemplo: Falta cálcio nos
ossos, então o organismo vai liberar calcitonina
Atenção para o caso de Diabetes Mellitus, que é que levará cálcio para os ossos. E então, quando
dividida em dois tipos básicos: Diabetes tipo 1 e Dia- os ossos já estão cheios de cálcio e é necessá-
betes tipo 2. No tipo 1 ocorre uma falha na produção rio liberar mais calcitonina, o organismo ativa o
de insulina. As células pancreáticas sofrem com uma paratormônio para retirar cálcio dos ossos, de
síndrome autoimune que leva à destruição de células maneira a manter o equilíbrio sempre.
beta pancreáticas. Com isso, não ocorre produção de
insulina e o indivíduo precisa aplicar insulina todos os
dias para manter o equilíbrio no metabolismo do açú- SISTEMA NERVOSO
car. Já no caso de diabetes tipo 2, o indivíduo produz
insulina normalmente, porém, os receptores de insuli- O Sistema Nervoso, assim como o Sistema Endó-
na falham no reconhecimento do hormônio. Portanto, crino, é um sistema responsável pela comunica-
esses indivíduos precisam tomar remédios que ajuda-
ção dentro de um organismo e pela manutenção da
rão a contornar a situação, permitindo que a glicose
homeostase (equilíbrio). Porém, neste caso, a comuni-
entre nas células e a homeostase seja mantida.
Em indivíduos com diabetes mellitus, ocorre a cação é do tipo elétrica, uma comunicação muito mais
perda de glicose também na urina, pois essa molé- rápida do que a endócrina. Sua principal função é
cula está presente em excesso no plasma sanguíneo, processar e armazenar informações, tanto de origem
sendo assim, o excesso é liberado pela urina após a interna quanto de origem externa ao corpo do indiví-
filtração do plasma sanguíneo pelos rins. Como esses duo, elaborando respostas adaptativas frente à cada
indivíduos não conseguem utilizar a glicose presen- situação vivida.
te no plasma sanguíneo, as células utilizam glicose A principal célula desse sistema é o neurônio e, de
do armazenamento de gordura e proteína, podendo forma geral, o Sistema Nervoso encontra-se dividido
chegar ao ponto de degradar músculos devido a perda em duas partes importantes: o Sistema Nervoso Cen-
proteica. tral (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP). Adian-
te, compreenderemos cada uma delas.
Gônadas O SNC é composto pelo encéfalo e pela medula
espinhal. Já o SNP, é composto por nervos e gânglios
z Localização: homens = testículos (interior da bol- nervosos. Os nervos que tem origem no tronco ence-
sa escrotal); mulheres = ovários (interior da cavi- fálico recebem o nome de nervos cranianos e aqueles
dade pélvica). que se originam a partir da medula são denominados
z Hormônios: Homens = testosterona. Mulheres = nervos raquidianos (ou nervos espinhais).
Estrogênio e Progesterona. Vejamos, de forma esquemática, os componentes
do SNC e do SNP:
Esses hormônios sofrem influência dos hormônios
FSH e LH produzidos na adenohipófise. Vejamos:
Cérebro
SNC
Medula Espinhal
Medula
Espinhal
É um cordão cilíndrico que parte da base do encé-
falo, percorre toda a coluna vertebral e se aloja dentro
das perfurações das vértebras. Da Medula Espinhal,
Nervos partem 31 pares de nervos raquidianos. Tem como
SNP
funções: receber as informações de diversas partes do
corpo e enviá-las para o encéfalo e vice-versa, além de
ser responsável pelos atos reflexos (reflexo medular).
Cuidado para não confundir Medula Espinhal e
Medula Óssea. A Medula Espinhal é encontrada dentro
das vértebras da coluna vertebral. Já a Medula Óssea é
encontrada no interior dos ossos longos e esponjosos,
desempenhando funções do tecido hematopoiético,
como a produção de células sanguíneas.
Microorga- Toxinas/venenos
Ação contra nismos / BIOTECNOLOGIA
patógenos
Biotecnologia é uma área que une a engenharia,
Resposta Lenta Imediata
química e a biologia, visando a criação de produtos
Tempo de Duradoura Temporária que permitem a melhoria de vida da população como
duração um todo.
Atualmente é possível até mesmo editar genes, de
Produção de Sim Não forma a modificar pontos específicos do nosso DNA.
anticorpos
CLONAGEM
Identificação de indivíduos através do DNA
(Técnica de PCR/Eletroforese) Você já deve ter escutado esse termo em filmes ou
em alguma aula de biologia, então vamos lembrar o
Teste de DNA Forense que ele significa. Um clone é algo idêntico ao que foi
Paternidade mitocondrial criminal utilizado como molde para a produção dele. Como
assim? Bem, vamos pensar em moléculas de DNA
em processo de replicação, você lembra o que ocorre
OMGs nesse processo? Cada molécula de DNA serve como
molde para a formação de novas moléculas de DNA,
idênticas a molécula inicialmente utilizada. Podemos
Técnicas KNOCKIN e Transgênicos - mistura de
pensar também em clonagem de órgãos ou até mesmo
KNOCKOUT material genético entre
de indivíduos. Nestes casos, também serão formados
espécies
novos órgãos ou indivíduos idênticos àqueles utiliza-
dos como molde.
O processo de clonagem pode ocorrer de forma
natural ou artificial. Como exemplos de clonagem
Terapia gênica (“Transplante de genes) natural temos a divisão celular do tipo mitose e tam-
bém a formação de gêmeos idênticos. Já como exem-
plos de clonagem artificial (induzida), podemos citar a
formação de moléculas, células, tecidos e organismos
inteiros.
Um dos casos mais famosos de clonagem de orga-
BIOLOGIA
DNA recombinante
nismos inteiros é o caso da ovelha Dolly. Mas você sabe
como essa clonagem foi realizada? Os pesquisadores
envolvidos no projeto utilizaram 3 ovelhas, as quais
citaremos como ovelhas 1, 2 e 3. A ovelha 1 teve os
núcleos das células de suas glândulas mamárias reti-
rado. A ovelha 2 teve o núcleo de suas células também
retirado, porém foi utilizada a parte citoplasmática de
361
um ovócito II. Então, eles inseriram o núcleo da célula z Desequilíbrio na natureza, visto que as vezes a
da ovelha 1 (2n) no citoplasma da célula da ovelha 2 característica alterada prejudicará outras espécies
(n) e induziram o desenvolvimento dessa célula for- que se relacionam com o organismo em questão.
mada, através de choques elétricos. Essa célula (2n)
formada pela junção de partes das células das ovelhas A verdade é que ainda não sabemos se essas alte-
1 e 2 foi inseminada na ovelha 3, resultando na forma- rações no DNA das espécies resultarão em problemas
ção de um novo indivíduo. futuros. Talvez nem haja prejuízo para gerações atuais
E o que é mais importante lembrar de todo esse e leve muito tempo para os problemas surgirem. Talvez
processo? Que a ovelha clonada será idêntica à ovelha não resulte em prejuízo algum, nem agora e nem para
1, que foi quem doou o núcleo com o material gené- gerações futuras. O importante é termos consciência
das possibilidades sobre o que pode vir a ocorrer.
tico. Além disso, não podemos esquecer que o DNA
mitocondrial desse clone será da ovelha 2, que foi
Seleção artificial X OGMs
quem doou o citoplasma, região onde estão dispersas
as mitocôndrias da célula. A seguir temos uma ima-
Na seleção artificial, os indivíduos que possuem
gem que ilustra bem esse processo.
características de interesse são reproduzidos entre
si como tentativa de aumentar a ocorrência dessas
Ovelha Finn Dorset Ovelha Scottsh Blackface características na população. Foi uma técnica mui-
to utilizada para reprodução de plantas com frutos
mais doces, por exemplo. No caso de OGMs não é mais
necessário que sejam realizados vários cruzamentos
Remoção das células como forma de aumentar características de interesse
mamárias em uma população, é preciso apenas alterar o DNA do
Óvulo
indivíduo para favorecer uma característica específi-
Remoção do ca. Dessa forma, ocorre um menor gasto de tempo e
núcleo do maior especificidade ao criar organismos com carac-
óvulo
Óvulo terísticas de interesse.
Anuclear
Eletrofusão
Se liga!
Organismos knockin: sofreram alteração/mudan-
Fusão
Células reconstruídas com
ça em algum gene.
Embrião após
6 dias de
cifoplasma da Scottish Organismos knockout: tiveram algum gene inati-
desenvolvimento
Blackface e o núcleo da Finn vado ou retirado.
Dorset
TRANSGÊNICOS
Implante do embrião no útero de
olha “barriga de aluguel” da raça Dolly - uma ovelha Finn Vamos iniciar esse tema com a frase “todo transgê-
Scottish Blackface Dorset nico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgêni-
co”. Mas, o que isso significa?
Disponível em: http://www.ghente.org/temas/clonagem/index dolly. Quando falamos de OGMs nos referimos a altera-
htm Acesso em: 03 mar.2021
ções que ocorrem em um organismo, envolvendo a
inativação/deleção de um gene ou as alterações que
ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ocorrem em um determinado gene. Entretanto, quan-
(OGMS) do a alteração no DNA ocorre por meio da inserção de
genes de um organismo em outro organismo, ou seja,
Quando falamos de organismos geneticamente por combinações entre diferentes organismos, o indi-
modificados nos referimos aos organismos que tiveram víduo formado é denominado transgênico. Podemos
seu DNA alterado de forma não natural, ou seja, causa- dizer que, neste caso, ocorre permuta de genes entre
das intencionalmente por interferências humanas. espécies. Isso só é possível porque o código genético é
universal, o que significa que todas as espécies apresen-
Benefícios: tam o mesmo sistema para leitura do material genético.
Após a escolha do gene de interesse, são escolhidas
z Alimentos mais nutritivos e saborosos; também enzimas de restrição (ou endonucleases) que
z Resistência a pragas, sem a necessidade do uso de serão capazes de fazer cortes em pontos específicos
agrotóxicos; do DNA de uma espécie (A). Esses genes que foram
z Maior durabilidade dos alimentos; “recortados” são inseridos no DNA de uma outra espé-
z Aumento na produção de alimentos sem que seja cie (B). A partir daí, a espécie B começa a expressar a
necessário aumentar a área de cultivo. característica de interesse da espécie A. Podemos citar
como exemplos: bioluminescência, resistência a pra-
Malefícios: gas, resistência a doenças, dentre outros.
BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
300 pb
A biotecnologia pode ser uma ferramenta extre-
mamente útil quando tratamos de metas de sustenta-
200 pb bilidade, por exemplo:
–
–
–
H–C– C – C – C – C–H
tes populações que vive em um mesmo local e dentro
–
–
–
–
–
H OH H H H
de um mesmo período de tempo.
Ecossistema: formado pelos fatores bióticos C6H12O6
(vivos) e abióticos (não vivos), além das interações
entre eles.
Autótrofos
Biosfera: formada pelo conjunto de todos os ecos-
sistemas do planeta.
Se você está pensando: “mas não são apenas plan-
FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS tas que fazem fotossíntese?”. É importante lembrar
que também existem algas e bactérias capazes de rea-
O ecossistema é mantido em constante equilíbrio lizar esse processo.
devido às relações que ocorrem entre fatores biótico
A vida de todos os seres depende direta ou indire-
e abióticos.
tamente da ocorrência de fotossíntese, processo reali-
Os fatores bióticos são a parte viva do ecossiste-
zado por organismos autotróficos (capazes de produzir
ma, podemos citar as bactérias, os fungos, as algas,
as plantas e os animais. E os fatores abióticos são os seu próprio alimento), como as plantas, por exemplo.
componentes não vivos, representados por elementos Esses organismos utilizam a energia captada da luz
físicos, químicos e geológicos. Temos como exemplos: solar (energia luminosa), e a transformam em energia
vento, água, solo, ar, temperatura, pH etc. química, armazenada nas moléculas de glicose.
Agora podemos nos perguntar como essa energia
HABITAT E NICHO ECOLÓGICO produzida pelos seres fotossintetizantes é aproveita-
da pelos outros organismos? Isso é fácil, ela é transfe-
Todos os seres vivos possuem um habitat e um rida de um organismo para outro, de maneira linear,
nicho ecológico que definem informações importan- ao longo das cadeias alimentares. Caso você ainda não
tes sobre eles. tenha aprendido o que são cadeias alimentares, ou
Habitat: é o “endereço” do organismo, o local apenas precise relembrar o assunto, não se preocupe,
onde ele vive. Exemplo: o habitat da preguiça-de-co- é só acompanhar atentamente os tópicos a seguir.
leira (Bradypus torquatus) é a mata atlântica.
Nicho ecológico: é a “rotina” do organismo, define CADEIA ALIMENTAR
tudo o que ele faz no dia a dia. Que horas ele dorme,
do que se alimenta, se mora no solo ou no topo das A cadeia alimentar consiste em um modelo didáti-
árvores, se ele caça, que horas ele caça etc. Exemplo: co que tem, como objetivo, organizar e exemplificar o
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) apresenta percurso da energia e da matéria orgânica dentro de
hábito arborícola, alimenta-se de folhas, apresentam um ecossistema, visando as relações existentes entre
baixa metabolismo lento, é solitária, etc. os organismos que ali vivem. Nessas cadeias, a trans-
ferência de energia é sempre unidirecional, ou seja,
MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA passa de um organismo a outro sem chance de retorno.
MATÉRIA Dentro das cadeias alimentares, os organismos são
classificados em 3 tipos: produtores, consumidores e
Fluxo é definido como movimentação contínua.
decompositores.
Já energia está associada à produção de ação e/ou de
movimentos. Por fim, entende-se por matéria tudo
z Os produtores são sempre seres autotróficos
aquilo que ocupa lugar no espaço e apresenta uma
massa definida. fotossintetizantes;
Sendo assim, estudar o fluxo da energia e da maté- z Os consumidores são seres heterotróficos. Podem
BIOLOGIA
ria significa conhecer o caminho percorrido por ser subdivididos em consumidores herbívoros e
essas duas grandezas ao longo dos ecossistemas. Os consumidores carnívoros. Herbívoros são aqueles
dois processos são fundamentais para o funcionamen- que se alimentam, diretamente, dos produtores
to e, também, para a manutenção dos ecossistemas. e, por esse motivo, são chamados de consumi-
A vida de todos os seres depende, direta ou indire- dores primários. Carnívoros são aqueles que se
tamente, da ocorrência de fotossíntese, processo reali- alimentam de outros consumidores. Eles serão
zado por organismos autotróficos (capazes de produzir considerados consumidores secundários sempre
seu próprio alimento), como as plantas, por exemplo. que se alimentarem de um consumidor primário; 365
consumidores terciários sempre que se alimen- 1ºnível trófico 2ºnível trófico 3ºnível trófico 4ºnível trófico 5ºnível trófico
tarem de um consumidor secundário; consumido- Produtor Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor
primário secundário terciário quaternário
res quaternários, sempre que se alimentarem de 100% 10% 1% 0,1% 0,01%
um consumidor terciário e assim por diante;
z Os decompositores são seres heterotróficos capa-
zes de realizar a ciclagem dos nutrientes. São
representados pelos fungos e pelas bactérias. Eles Por este motivo, que é muito difícil encontrar
utilizam energia de qualquer organismo da cadeia cadeias alimentares que apresentam organismos ocu-
alimentar que esteja em processo de decomposi- pando posições acima do 4º nível trófico. A energia
ção. Dessa forma, eles retornam para o ambiente obtida é muito pequena e não compensa o gasto ener-
diversos elementos químicos que estavam presen- gético para a obtenção do alimento. A figura a seguir
tes nos restos desses seres vivos. representa um exemplo de cadeia alimentar:
abundante no planeta (3/4 da superfície, sendo 97% água é devolvida ao ambiente através da participação
água salgada e 3% água de rios, lagos, geleiras e solos), dos decompositores após a morte dos organismos.
além de ser, também, o composto presente em maior Tudo o que aconteceu na descrição do ciclo curto
quantidade nos organismos vivos. Ela desempenha da água acontece no ciclo longo também e, conside-
diversas funções fundamentais para a manutenção rando que nessa 2ª etapa ocorre tanto a evaporação
da vida: solvente universal, controle da temperatura, da água quanto a transpiração, esses dois processos
transporte de nutrientes, entre outras. são unidos e recebem o nome de evapotranspiração. 367
Viu só como esse ciclo é bem simples de entender? Fotossíntese
Podemos deduzir que, se a participação dos animais
CO2
foi citada, então a referência é feita ao ciclo longo e,
quando não for citada, ao ciclo curto, embora os dois
ciclos sejam necessários e o ciclo curto ocorra, tam- Respiração
bém, dentro do ciclo longo.
Agora podemos ir para o próximo elemento Nutrição
essencial? Produtores Consumidores
Ciclo do Oxigênio
Decomposição
Decompositores
O oxigênio é o elemento que permitiu a presença
de vida no planeta. Ele é formado durante o processo
de fotossíntese, realizado pelas plantas, e liberado no Combustão
Combustíveis Fósseis
ambiente.
Ao inspirar, os seres vivos absorvem esse gás para
a realização do metabolismo energético (respiração
celular). Observando a figura, podemos perceber que o car-
Na atmosfera, as moléculas de O2 podem encon- bono é incorporado à matéria animal através da ali-
trar oxigênios livres e formar O3 (ozônio), composto mentação, representada, no esquema, como nutrição,
importante para a camada de ozônio. e que ele retorna à atmosfera através de processos de
respiração, decomposição e combustão.
O2 Ciclo do Nitrogênio
Atmosfera
O3 O nitrogênio gasoso (N2) é o composto mais encon-
trado na atmosfera. Apesar disso, não conseguimos
O2 CO2 absorvê-lo na forma gasosa. Por isso, precisamos da
ajuda de bactérias fixadoras (encontradas no solo
Fotossíntese Respiração CO2 ou em raízes de plantas leguminosas), para conse-
guirmos fixá-lo. É aí que entram as famosas bactérias
CO2 O2 Respiração Rhizobium. Esse processo resulta na formação da
amônia (NH3).
O2 A amônia formada sofrerá nitrificação, por ação
de bactérias nitrificantes, podendo seguir por dois
caminhos existentes nesse processo: a nitrosação ou
a nitratação — transformação da amônia em nitrito e
Litosfera Hidrosfera do nitrito em nitrato respectivamente.
O nitrato formado será absorvido pelas raízes das
plantas. E, após todos esses processos, torna-se possí-
vel a absorção do nitrogênio pelos animais também,
Além disso, o oxigênio também pode ser usado na que obtém o composto ao se alimentarem dos vegetais.
queima de combustíveis, com o consumo voltado para Será que o ciclo pode parar por aí? Certamente,
a produção de energia. não, pois ainda não vimos o nitrogênio voltando para
Agora, olhe, novamente, a imagem referente ao a atmosfera, então o ciclo não foi fechado. Olhando
ciclo do oxigênio. Será que nós falamos de tudo o que para a imagem representativa desse ciclo, vemos eta-
é mostrado lá? pas que ainda não foram citadas até aqui, como os pro-
Você deve ter percebido que, apesar de estarmos cessos de desnitrificação e decomposição, excreção ou
falando do ciclo do oxigênio, tem um outro compos- fixação biológica. Sendo assim, precisamos continuar!
to que aparece bastante na imagem: o CO2!!! Isso
acontece, porque os ciclos estão interligados. Então,
se você entendeu um, entenderá o outro facilmente. N2
Preparado? atmosférico
Ciclo do Carbono
Fixação
Ao contrário do oxigênio, que é liberado para o atmosférico Alimentação
ambiente durante a fotossíntese, o carbono é absor- Fixação
atmosférico
vido pela planta durante esse processo. Ele é utilizado Desnitrificação
Decomposição
para a formação da molécula de glicose e passa a ser excreção ou
denominado “carbono orgânico”. fixação biológica
Após a morte dos animais, passados muitos e mui-
tos anos, a matéria pode dar origem a combustíveis
fósseis (o petróleo é um exemplo), produto que terá
ampla utilização em carros e indústrias. A queima de
combustíveis resulta na liberação de gás carbônico NO3 NH3
para a atmosfera, o que acarreta o aumento do efeito
estufa e, por consequência, o aquecimento global. Por Nódulos nas
esse motivo, é importante evitar ou reduzir o consu- raízes
368 mo desses compostos.
As excretas nitrogenadas e a matéria em decompo- DINÂMICA DE POPULAÇÕES
sição liberam amônia no solo através do processo de
amonificação. Agora, o nitrogênio pode ser encontrado Toda população apresenta uma taxa de densidade
no solo novamente, na forma de amônia e retornará à populacional, que é definida pelo número de habi-
tantes dividido pela área/volume ocupada por eles.
atmosfera quando o nitrato for desnitrificado por bacté-
Sendo o número de indivíduos é medido através de
rias desnitrificantes. Ufa! Agora, sim, fechamos o ciclo. uma fórmula que relaciona natalidade (n), imigração
(i), mortes (m) e emigração (e).
BIODIVERSIDADE Se n+i > m+e, então a população está crescendo.
Se n+i = m+e, tem-se uma população estável.
Também conhecida como diversidade biológica, é E se n+i < m+e, então a população está diminuindo.
a variabilidade de genes que compõem os seres vivos, Além disso, a curva de crescimento populacional
indica o quanto uma população pode crescer. Nela
a riqueza de espécies e de ecossistemas que forma o
existem fatores denominados capacidade suporte,
meio ambiente. Problemas que ocasionem a diminui- potencial biótico, resistência do meio e crescimento
ção da biodiversidade podem resultar em extinção de real, como mostra a figura seguir.
espécies, visto que nenhum organismo vive totalmen-
te isolado dos outros.
Crescimento populacional
Nº de individuos da população
SUCESSÃO ECOLÓGICA curva do
potencial
Sucessão ecológica é o processo de mudanças a nível capacidade resistência
biótico
de suporte do meio
estrutural e de variação dos componentes que formam
uma comunidade. O ambiente sofre mudanças gra-
duais desde o surgimento do primeiro organismo até o
curva do
momento em que a comunidade entra em fase clímax.
crescimento
O processo pode ser classificado como sucessão real
primária ou como sucessão secundária. A sucessão
primária ocorre em ambientes onde nunca houve Tempo
vida antes, em ambientes como rochas, areia, lava. Já
a sucessão secundária ocorre em ambientes onde já
existiu vida, porém tudo desapareceu e nasceu nova- Disponícel em : https://pir2.forumeiros.com/t128046-uesb-dinamica-
mente. Normalmente a sucessão secundária ocorre de-populações. Acesso em; 03 mar.2021
Harmônicas Desarmônicas
Comunidade <<Comunidades intermediárias>> Comunidade
pioneira clímax
Sociedade Canibalismo
Disponível em: https:/app.estuda.com/questoes/?id-142526. Acesso
Colônia Competição
em: 03 mar 2021 intra-específicas 369
Interespecíficas Exemplo de inquilinismo: bromélias.
Predação X Parasitismo
A competição intraespecífica envolve organis- São grandes áreas geográficas que apresentam carac-
mos de uma mesma espécie que disputam por espa- terísticas ambientais específicas, diversidade de vegeta-
ço, alimento ou pela fêmea (sexual). Na competição ção, interação entre fatores como vegetação, solo, clima,
interespecífica ocorre disputa entre indivíduos de relevo, hidrografia e fauna. Porém, apesar de ser uma
espécies diferentes, por alimento e por espaço, mas região uniforme, é difícil definir seus limites naturais.
nunca pela fêmea (sexual). Como exemplos de biomas brasileiros, temos: Amazô-
nia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata dos
Mutualismo X Protocooperação cocais, Mata dos pinhais e Vegetação costeira (Mangue).
Eutrofização
Disponível: https://enem.estuda.com/questoes/?id=601471
7. Redução na taxa de oxigênio. Acesso em: 04 mar.2021
Doença causada por um nematelminto. Os vermes Condiloma acuminado (HPV ou Crista de galo)
neste caso são conhecidos como lombrigas e em casos
de grande número de vermes no intestino pode ocor- z Patógeno causador: Papilomavírus humano.
rer obstrução intestinal. z Sintomas e consequências: afeta a região genital,
A contaminação ocorre através da ingestão de com ocorrência de verrugas que podem ser exter-
ovos do parasita. nas ou internas. Mais visível em homens do que
Profilaxia: saneamento básico; lavar bem as mãos em mulheres. Verrugas na região uterina podem
e também os alimentos. ser detectadas por exames ginecológicos e, quando
não tratadas, podem levar ao desenvolvimento de
Giardíase câncer no útero.
TRANSMISSÍVEIS Sífilis
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (ou DSTs), z Patógeno causador: bactéria Treponema pallidum.
são causadas por diversos tipos de agentes patológi- z Sintomas e consequências: Leva ao surgimento
cos. Como o próprio nome já indica, são transmitidas de feridas nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas.
principalmente por contato sexual com parceiros Não ocorrem sintomas de dor, coceira, ardência ou
infectados, durante relações sem proteção (ausência liberação de pus. Essas feridas podem desaparecer 375
e reaparecer com o passar do tempo. Em muitos z Endorfina, que gera sensação de bem estar, aumen-
casos a pessoa chega a pensar que está curada, tando a disposição física e mental e também a resis-
porém, se a doença não for tratada continuará tência do sistema imunológico;
se desenvolvendo. Então podem surgir sintomas z Uma melhora na regulação de insulina e glucagon,
como manchas pelo corpo, queda de cabelos, relacionados ao controle da glicose sanguínea;
doença do coração, paralisia e cegueira. z Hormônio do crescimento (GSH), que atua aumen-
tando a queima de gordura e o anabolismo;
Tricomoníase z Adrenalina e noradrenalina, auxiliando no aumen-
to da taxa metabólica e na queima de gordura.
z Patógeno causador: protozoário Trichomonas
vaginalis. OBESIDADE
z Sintomas e consequências: presença de corri-
mento amarelo-esverdeado e mau cheiroso, dor A obesidade é considerada uma doença crônica
durante a relação sexual, dificuldade para urinar que pode desencadear outros problemas de saúde,
e coceira na região genital. Em mulheres podem como consequência do acúmulo excessivo de gordu-
alcançar o colo do útero. Em homens normalmen- ra no organismo. Pode ser causada por diversos fato-
te não apresenta sintomas. res, sendo os fatores genéticos, comportamentais e
ambientais os mais comuns.
Clamídia Complicações da obesidade:
Herpes genital
Linfogranuloma venéreo
a) hibridismo.
b) transgenia.
c) conjugação.
d) terapia gênica.
e) melhoramento genético.
18. (ENEM – 2020) Dois engenheiros estão verificando 21. (ENEM – 2019) Em 1808, Dalton publicou o seu
se uma cavidade perfurada no solo está de acordo famoso livro intitulado Um novo sistema de filosofia
com o planejamento de uma obra, cuja profundida- química (do original A New System of Chemical Phi-
de requerida é de 30 m. O teste é feito por um dispo- losophy), no qual continha os cinco postulados que
sitivo denominado oscilador de áudio de frequência serviam como alicerce da primeira teoria atômica da
variável, que permite relacionar a profundidade com matéria fundamentada no método científico. Esses
os valores da frequência de duas ressonâncias con- postulados são numerados a seguir:
secutivas, assim como em um tubo sonoro fechado.
A menor frequência de ressonância que o aparelho 1. A matéria é constituída de átomos indivisíveis.
mediu foi 135 Hz. Considere que a velocidade do som 2. Todos os átomos de um dado elemento quími-
dentro da cavidade perfurada é de 360 m s-1. co são idênticos em massa e em todas as outras
Se a profundidade estiver de acordo com o projeto, propriedades.
qual será o valor da próxima frequência de ressonân- 3. Diferentes elementos químicos têm diferentes tipos
cia que será medida? de átomos; em particular, seus átomos têm diferentes
massas.
a) 137 Hz. 4. Os átomos são indestrutíveis e nas reações químicas
b) 138 Hz. mantêm suas identidades.
c) 141 Hz. 5. Átomos de elementos combinam com átomos de
d) 144 Hz. outros elementos em proporções de números inteiros
382 e) 159 Hz pequenos para formar compostos.
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados No funcionamento da bateria, a espécie química for-
em outros dados experimentais evidenciaram, entre mada no ânodo é
outras coisas, a natureza elétrica da matéria, a com-
posição e organização do átomo e a quantização da a) H2 (g).
energia no modelo atômico. b) O2 (g).
OXTOBY, D. W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern c) H2O (l).
Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012 (adaptado). d) OH− (aq).
e) Zn(OH)42-(aq).
Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual
dos postulados de Dalton ainda é considerado correto? 24. (ENEM – 2019) Glicólise é um processo que ocorre
nas células, convertendo glicose em piruvato. Duran-
a) 1 te a prática de exercícios físicos que demandam gran-
b) 2 de quantidade de esforço, a glicose é completamente
c) 3 oxidada na presença de O2. Entretanto, em alguns
d) 4 casos, as células musculares podem sofrer um déficit
e) 5 de O2 e a glicose ser convertida em duas moléculas
de ácido lático. As equações termoquímicas para a
22. (ENEM – 2019) Para realizar o desentupimento de combustão da glicose e do ácido lático são, respecti-
tubulações de esgotos residenciais, é utilizada uma vamente, mostradas a seguir:
mistura sólida comercial que contém hidróxido de
sódio (NaOH) e outra espécie química pulverizada. C6H12O6 (s) + 6 O2 (g) → 6 CO2 (g) + 6 H2O (l)
Quando é adicionada água a essa mistura, ocorre ∆cH = −2 800 kJ
uma reação que libera gás hidrogênio e energia na CH3CH(OH)COOH (s) + 3 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 3 H2O (l)
forma de calor, aumentando a eficiência do processo ∆cH = −1 344 kJ
de desentupimento. Considere os potenciais padrão
de redução (E ) da água e de outras espécies em meio O processo anaeróbico é menos vantajoso energeti-
básico, expressos no quadro. camente porque
b) diferença de densidades.
c) reação química com o papel.
d) capilaridade nos poros do papel.
e) resistência ao escoamento do líquido.
16 D
384 C2H5OH (l) + 3 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O (g)
17 B
18 C
19 C
20 C
21 E
22 A
23 E
24 A
25 D
26 D
27 B
28 E
29 A
30 A
ANOTAÇÕES
CIÊNCIAS DA NATUREZA
385
386
MATEMÁTICA
e Suas Tecnologias
A soma ou subtração de dois números ímpares
tem resultado par.
Ex.: 13 + 7 = 20; 13 – 7 = 6.
MATEMÁTICA
A soma ou subtração de um número par com
outro ímpar tem resultado ímpar.
Ex.: 14 + 5 = 19; 14 – 5 = 9.
A multiplicação de números pares tem resultado
par.
CONHECIMENTOS NUMÉRICOS Ex.: 8 x 6 = 48.
A multiplicação de números ímpares tem resul-
NÚMEROS NATURAIS tado ímpar:
Ex.: 3 x 7 = 21.
Operações e Propriedades A multiplicação de um número par por um
número ímpar tem resultado par:
Os números construídos com os algarismos de 0 a
Ex.: 4 x 5 = 20.
9 são chamados de naturais. O símbolo desse conjun-
to é a letra N, e podemos escrever os seus elementos
entre chaves: NÚMEROS INTEIROS
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,
17, …} Os números inteiros são os números naturais e
Os três pontos “as reticências” indicam que este seus respectivos opostos (negativos). Veja:
conjunto tem infinitos números naturais. Z = {..., -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
O zero não é um número natural propriamente O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa
dito, pois não é um número de “contagem natural”. importante é saber que todos os números naturais
Por isso, utiliza-se o símbolo N* para designar os são inteiros, mas nem todos os números inteiros são
números naturais positivos, isto é, excluindo o zero. naturais. Logo, podemos representar através de dia-
Vejam: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7…} gramas e afirmar que o conjunto de números naturais
O símbolo do conjunto dos números naturais é a está contido no conjunto de números inteiros ou ain-
letra N e podemos ter ainda, o símbolo N*, que repre- da que N é um subconjunto de Z. Observe:
senta os números naturais positivos, isto é, excluin-
do o zero.
Conceitos básicos relacionados aos números
naturais:
Exemplo: 5, 6, 7 são números consecutivos, porém Podemos destacar alguns subconjuntos de núme-
10, 9, 11 não são. Assim, (n-1, n e n+1) são números ros. Veja:
consecutivos.
z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja
z Números naturais pares: é aquele que, ao ser divi- que são os números naturais.
dido por 2, não deixa resto. Por isso o zero também z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}.
é par. Logo, todos os números que terminam em 0, Veja que o zero também faz parte deste conjunto,
2, 4, 6 ou 8 são pares. pois ele não é positivo nem negativo.
z Números naturais ímpares: ao serem divididos por z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero
MATEMÁTICA
+ - - Q
- + -
Resto Quociente 8 3 7
Ex.: 3 , 5 , 11 etc.
Propriedades da desigualdade
25x < 5x + 20
Operações e propriedades dos números reais 25x – 5x < 5x + 20 – 5x
20x < 20
z Adição de números reais: segue a mesma lógica da
adição comum. z Propriedade 3: multiplicar os dois membros de
uma inequação por um número positivo não alte-
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4 ra o sentido da desigualdade.
5 + 37,8 + 120 = 162,8
55 + 83 + 205 = 343 5x > 35
5x . 1/5 > 35. 1/5
z Subtração de números reais: segue a mesma lógica x>7
da subtração comum.
z Propriedade 4: multiplicar os dois membros de
Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18 uma inequação por um número negativo inverte
25 – 63 = -38 o sinal da desigualdade.
41 – 0,75 – 4,8 = 35,45
5x – 8 > 12x + 41
z Multiplicação de números reais: aplicamos o mes- 5x – 12x > 41 + 8
mo procedimento da multiplicação comum. – 7x > 49 (multiplicando toda a inequação por -1)
7x < - 49 (o sinal foi invertido)
Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05 x < -49/7
3 × 55 = 165 x < -7
7 × 2,85 = 19,95
DIVISIBILIDADE
z Divisão de números reais: aplicamos o mesmo pro-
cedimento da divisão comum. Quando temos problemas que envolvem divisão,
sabe-se que precisamos de uma maneira mais eficien-
Ex.: 5,7 ÷ 1,3 = 4,38 te e simples para poder achar o resultado. Pensando
2,8 × 100 = 280 nisso, temos as regras de divisibilidade, ou seja, ferra-
15 × 51 = 765 mentas que nos ajudam nas operações de divisão. Há
apenas duas opções em relação ao resultado: a respos-
DESIGUALDADES ta é exata ou não. Vejamos as diversas regras:
Todas as vezes que temos uma expressão que não Divisibilidade por 2
representa uma igualdade, damos o nome de desi-
gualdade. Os símbolos usados são: <, >, ≤ e ≥, que, res- Um número é divisível por 2 quando ele é par, ou
pectivamente, significam: menor, maior, menor ou seja, todos os números em que o último algarismo é 0,
igual, maior ou igual. Veja um exemplo: 2, 4, 6 ou 8.
392 x>5 Ex.: 256 / 2 = 128
Divisibilidade por 3 Divisibilidade por 10
Um número é divisível por 3 quando a soma dos Todos os números terminados em 0 são divisíveis
seus algarismos é divisível por 3. por 10.
Ex.: 1236 é divisível por 3? Ex.: 1130/10 = 113
Somando os algarismos: 1 + 2 + 3 + 6 = 12 (12 é
divisível por 3) FATORAÇÃO, RAZÕES E PROPORÇÕES
Logo, 1236 é divisível por 3.
1236/3 = 412
Fatoração
Divisibilidade por 4
A fatoração serve para simplificar equações e
expressões algébricas. Veja as maneiras que podemos
Um número é divisível por 4 quando os dois últi-
fazer a fatoração.
mos algarismos também são divisíveis por 4 ou nos
números terminados em 00.
Ex.: 3664 é divisível por 4, pois os dois últimos alga- Fatoração com menor número primo
rismos, ou seja, “64” é divisível por 4.
Logo, 3664/4 = 916 O nosso objetivo principal aqui é utilizar os meno-
Ex.: 1500 é divisível por 4, pois o final termina em res números primos para simplificar até o máximo
00. possível o número em questão. Veja:
Logo, 1500/4 = 375 180 | 2
90 | 2
Divisibilidade por 5 45 | 3
15 | 3
Todos os números que possuem como último alga- 5|5
rismo os números 0 ou 5 são divisíveis por 5. 1
Ex.: 550/5 = 110 Forma fatorada do número 180 = 2×2×3×3×5.
Ex.: 1325/5 = 265
Fatoração por fator comum em evidência
Divisibilidade por 6
Nosso foco é observar qual o número que se repete
Todos os números que são divisíveis por 2 e por 3 nos termos e colocá-lo em evidência. Veja:
simultaneamente são divisíveis por 6. 7x + 7y
Ex.: 366 é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo,
Podemos notar que o número 7 é comum nos dois
então também é divisível por 6.
termos, portanto, podemos destacá-lo:
366/6 = 61
7x + 7y = 7 (x + y)
Agora veja esse outro exemplo:
Divisibilidade por 7
14x + 28y = 7 (2x + 4y)
Devemos duplicar (dobrar) o algarismo das unida- Colocamos o 7 em evidência porque ele é divisor
des e subtrair o resto do número. Se o resultado dessa comum do 14 e 28 ao mesmo tempo.
operação for divisível por 7, então o número é divisí-
vel por 7. Fatoração por agrupamento de termos semelhantes
Ex.: 385
Dobra o algarismo das unidades: 5 x 2 = 10 Nosso principal objetivo é juntar os termos comuns
Subtrai o resto do número: 38 – 10 = 28 em partes da expressão, ou seja, essa fatoração é uti-
O resultado é divisível por 7? Sim, pois 28/7 = 4 lizada quando um elemento não é comum a todos os
Logo, 385 é divisível por 7. termos. Veja:
385/7 = 55 5x + 10x + 5y + 10y
Note que o x é comum nos dois primeiros termos e
Divisibilidade por 8 o y nos dois últimos. Logo, podemos destacá-los assim:
5x + 10x + 5y + 10y = x (5+10) + y (5+10)
Se os três últimos algarismos forem divisíveis por Ainda podemos simplificar, pois agora existe outro
8 ou for número terminado em 000, então esse núme- fator comum que é (5 + 10).
ro será divisível por 8. x (5+10) + y (5+10) = (5+10) + (x + y)
Ex.: 2000/8 = 250
Logo, podemos dizer que:
Ex.: 1256 é divisível por 8, pois os três últimos alga-
5x + 10x + 5y + 10y = (5+10) + (x + y).
rismos “256” é divisível por 8, ou seja, 256/8 = 32
Logo, 1256/8 = 157
Razões e proporções
MATEMÁTICA
Divisibilidade por 9
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
Um número é divisível por 9 quando a soma dos entre elas, veja:
seus algarismos é divisível por 9.
Ex.: 5238 é divisível por 9? 2
Somando os algarismos: 5 + 2 + 3 + 8 = 18 (18 é 5
divisível por 9)
Logo, 5238 é divisível por 9. Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está
5238/9 = 582 para 5). 393
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
2
=
4 Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
3 6 partes dentro da proporção. Veja:
Utilizando a propriedade das somas externas: z Soma com Produto por Escalar:
C D C+D a c a + 2b c + 2d
= = = =
3 2 = 3+2 b d b d
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
então podemos substituir na proporção: Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
C D C+D 10.000 São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
= = = = 2.000
394 3 2 3+2 5 empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o X Y Z
prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos:
= = = constante de proporcionalidade.
4 5 6
A B
=
2 3 Usando uma das propriedades da proporção,
somas externas, temos:
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
funcionários na categoria B, podemos escrever que a X+Y+Z 900.000
soma total dos prêmios é igual a R$13.000. = 60.000
4+5+6 15
A porcentagem é uma medida de razão com base As operações de soma e subtração de porcentagem
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
como podemos representar um número porcentual. rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
30 subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
30% = (forma de fração) car pelo valor da grandeza.
100
Exemplo 1:
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula.
30
30% = = 0,3 (forma decimal) Porém, com a publicação do edital, a escola precisou
100
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de
horas-aula do curso ao final?
30 3 Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total
30% = = (forma de fração simplificada)
100 10 de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de 15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total
várias maneiras: de horas-aula do curso será:
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula
30 3 A avaliação do crescimento ou da redução percen-
30% = = 0,3 =
100 10 tual deve ser feita sempre em relação ao valor inicial
da grandeza.
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
é, transformar um número qualquer em porcentual. -
Variação percentual = Final Inicial
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Inicial
Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
25 x 100 = 2500%
Exemplo 2:
0,35 x 100 = 35%
Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200
0,586 x 100 = 58,6%
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de aulas
não assistidas a 180. É correto afirmar que, se Juliano
Número Relativo
chegar às 180 aulas almejadas, o número terá caído 20%?
A variação percentual de uma grandeza corres-
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
ponde ao índice:
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo Final - Inicial 180 - 200
que estamos especificando. Para descobrir a quanto Variação percentual = = =
Inicial 200
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
20
10 x 1000 = 100 – = - 0,10
10% de 1000 = 200
100
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
parte que corresponde a 10% de 1000.
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
Se liga!
Juros Simples
Quando o todo varias, a porcentagem também
varia! A premissa que é a base da matemática financeira
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar os
Veja um exemplo: seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente racio-
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. nal, é melhor pagar o mais tarde possível caso não haja
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total incidência de juros (ou caso esses juros sejam inferio-
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas res ao que você pode ganhar aplicando o dinheiro).
por Roberto? “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quantia
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. emprestada no banco, o banco te cobrará uma remune-
ração em cima do valor que ele te emprestou, pelo fato
2
=
1 de deixar você ficar na posse desse dinheiro por um certo
396 8 4 tempo. Esta remuneração é expressa pela taxa de juros.
Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre Uma outra informação muito importante e que
o valor original. Veja um exemplo para melhor entender. você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi-
Exemplo 1: valentes quando estamos no regime de juros simples
Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6%
regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital
e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5 inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío-
meses. Então temos o seguinte: do de tempo.
CAPITAL
EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO Se liga!
(1000,00)
1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00
No regime de juros simples, taxas de juros
proporcionais são também taxas de juros
2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
equivalentes.
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
Juros Compostos
5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
Imagine que você pegou um empréstimo de
Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea-
de juros. lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês.
Fórmulas utilizadas em juros simples Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
J=C·i·t não somente sobre o valor inicialmente emprestado.
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com-
postos. Podemos montar a seguinte tabela:
M=C+J
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- Podemos fazer a comparação entre juros simples e
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade compostos. Observe a tabela abaixo:
temporal, temos:
JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
12% ao ano ---------------------- 12 meses
Taxa bimestral ------------------ 2 meses Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
MATEMÁTICA
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: Juros capitalizados no final Juros capitalizados perio-
do prazo dicamente (“juros sobre
12% x 2 = Taxa bimestral x 12 juros”)
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente :10 :10 :10 :10 :10 :10
B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Uma outra propriedade bastante útil dos logarit- Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros.
mos é a seguinte: Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
bAl
casas até chegar em centímetro. Logo,
log = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B 5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
M = C x (1+j)t
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2.
120000 = 100000 x (1+1%)t Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
12 = 10 x (1,01)t tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
1,2 = (1,01)t (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
centímetro quadrado. Logo,
Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados: 5,3m2 = 5,3 x 10000 = 53000 cm2.
log1,2 = log (1,01)t
log1,2 = t · log 1,01 Medidas de Volume (Capacidade)
atentamos ao fato de que ele serve quantificar dimen- ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
sões que podem ter uma variação gigantesca. Porém,
existem as conversões entre as unidades para uma
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
melhor interpretação e leitura.
A unidade principal tomada como referência é o Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3.
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
rentes que servem para medir dimensões maiores ou cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
menores. A conversão de unidades de comprimento pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
398 segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
Veja agora algumas relações interessantes e que A primeira pergunta que podemos fazer para
você precisa ter em mente para resolver diversas achar a lei de formação é: os números estão aumen-
questões. tando ou diminuindo?
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8, ... Do
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g) primeiro termo para o segundo somamos o número
dois e depois repetimos isso.
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
a1 # (0 - 1) (n + 1)!
S∞ = Nesse sentido, a razão simplificada fica:
q-1 (n – 1)!
a1
S∞ =
q-1 (n + 1)! (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1)!
= = (n + 1) ∙ n = n² +n
(n – 1)! (n – 1)!
Se liga!
Com n ∈ ℕ temos que aplicando essa ideia na razão
Em uma progressão geométrica, o quadrado do
termo do meio é igual ao produto dos extremos. 13!
temos:
{a1, a2, a3} (a2)2 = a1 × a3 11!
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
82 = 4 × 16
64 = 64. 13! 13 ∙ 12 ∙ 11!
= = 13 ∙ 12 = 156
11! 11!
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM
Princípio multiplicativo e aditivo da contagem
Um método muito utilizado na resolução de pro-
blemas matemáticos e probabilísticos é a teoria de O princípio multiplicativo, também conhecido
contagem e análise combinatória. Nela, desenvolvem- como o princípio fundamental da contagem, é defi-
-se técnicas de contagens de agrupamentos formados nido em duas situações diferentes, sendo a primeira
sob condições pré-estabelecidas. quando se deseja fazer a contagem da combinação
À primeira vista pode parecer desnecessário o uso de elementos entre dois ou mais conjuntos, ou seja,
de técnicas de contagem de números ou elementos, cruzamento todos com todos. A segunda é quando se
mas nem sempre a quantidade de elementos encon- quer contar elementos dessas combinações, mas res-
MATEMÁTICA
trada é pequena e nem trivial de enumerar, então a tringindo elementos a serem combinados.
aplicação de métodos de contagem se faz necessário. Na primeira situação podemos inicialmente traba-
Suponha que se queira contar a quantidade de
lhar com dois conjuntos A e B, sendo, A = {a₁,a₂, ⋯, am}
elementos de um conjunto A, sendo ele um conjunto
finito de números de dois algarismos distintos, forma- com m elementos e B = {b1, b2, ⋯, bn}com n elementos.
dos a partir dos dígitos 1, 2 e 3. Nesse caso, o número Com isso, podemos formar da combinação de A com B
de elementos do conjunto A é de fácil enumeração, uma quantidade m ∙ n (princípio multiplicativo) de
bastando formar todos os elementos e depois fazer a pares ordenados (ai, bj) com ai ∈ A e bj ∈ B. Podemos
contagem. Logo, A={12, 13, 21, 23, 31, 32} e assim o visualizar melhor descrevendo tal combinação em
número de elementos de A é n(A) = 6. forma de diagrama de árvore: 401
Agora para a segunda situação podemos inicial-
mente trabalhar com um conjunto A, A = {a1, a2, ⋯, am}
com m elementos. Com isso, podemos formar da com-
binação de A com A tais que, ai ∈ A e aj ∈ A, sendo ai ≠
aj (i ≠j) a quantidade m ∙ (m – 1) (princípio multiplica-
tivo, com restrição de elementos no par ordenado)
de pares ordenados (ai, aj) com ai ∈ A e aj ∈ A. Podemos
visualizar melhor descrevendo tal combinação em
forma de diagrama de árvore:
∙
m linhas ∙
∙
Da definição do princípio fundamental da conta- Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯, an},
gem (multiplicativo) podemos deduzir algumas fór- chamamos de permutação dos n elementos a todo
mulas de agrupamentos, simplificando com notação arranjo onde r=n. Denotado por:
de fatorial e definindo alguns casos particulares.
n! n! n!
Arranjos An, n = = = = n! = Pn
(n – n)! 0! 1
Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯, an},
chamamos de arranjo dos n elementos tomados r a r
MATEMÁTICA
Se liga!
(1 ≤ r ≤ n) a qualquer sequência de r elementos ou
toda r-upla formada com elementos de N todos distin- A permutação é um caso particular do arranjo,
tos. Denotado por: em que se queira combinar todos elementos.
n! BINÔMIO DE NEWTON
Pnn₁, n₂, ⋯, nr =
n1!n2! ⋯ nr!
Desenvolvimento, coeficientes binomiais e termo
Suponha que se deseja saber quantos anagramas geral
podem ser construídos com a palavra ARARAQUARA?
Então, usando a definição de permutação com repe-
Usamos as técnicas de contagem como o diagra-
tição, da palavra temos 10 letras e duas delas com
repetição: ma de árvore e o princípio fundamental da contagem
para obter o desenvolvimento do binômio (x + a)n com
n = 10 n ∈ N e x, a ∈ ℝ.
A à n1 = 5
R à n2 = 3 Alguns casos particulares já são conhecidos:
n! 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! z (x + a)0 = 1;
Pnn₁, n₂ = à P105,3 = = = z (x + a)1 = x + a;
n1!n2! 5!3! 5!3!
z (x + a)2 = x2 + 2xa + a2;
10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 z (x + a)3 = x3 + 3x2a + 3xa2 + a3 .
= 5040
3∙2∙1
Mas para todo n inteiro, positivo, quanto maior o n
Combinações mais trabalhoso fica:
n! 15! 15!
Cn, r = à C15,3 = = =
r! (n – r)! 3!(15 – 3)! 3!12!
15 ∙ 14 ∙ 13 ∙ 12! 15 ∙ 14 ∙ 13
= = 455 .
3!12! 3∙2∙1
CONHECIMENTOS GEOMÉTRICOS
CARACTERÍSTICAS DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS
PLANAS E ESPACIAIS
Assim a soma de todos os produtos é: x ∙ x ∙ x+x ∙ x ∙ a+x ∙
a ∙ x+x ∙ a ∙ a+a ∙ x ∙ x+a ∙ x ∙ a+a ∙ a ∙ x+a ∙ a ∙ a=x3+3x2a+3xa2+a3 Polígonos
Usando o binômio cúbico e reescrevendo ele em Polígono é qualquer figura geométrica fechada for-
forma de combinações temos o seguinte: do binômio mada por uma série de segmentos de reta. Observe:
(x+a)3 = (x+a) ∙ (x+a) ∙ (x+a), se escolhermos um ter-
mo de cada fator, obteremos três termos (um em cada
fator), que são multiplicados entre si: x3, x2a, xa2 e a3,
ou seja, o diagrama de árvore está na coluna “Produ-
to”. Assim, o primeiro deles x3 só pode ser obtido de
uma única forma que é com a escolha de x para os três
fatores. Logo, o coeficiente de x3 no desenvolvimento
do binômio é 1 ou C3,0.
Para o termo x2a, a quantidade de produtos do tipo
x2a no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas
são iguais a x e uma igual a a, da permutação com Os elementos de qualquer polígono são:
repetição temos:
z Lados: são os segmentos de reta que formam o
3! polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
P32,1 = = C3,1, logo, o coeficiente de x2a é C3,1. segmentos de reta, isto é, 5 lados);
2!1! z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
tos de reta consecutivos. Estão marcados com
Para o termo xa2, a quantidade de produtos do tipo letras maiúsculas na figura abaixo;
xa2 no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas z Diagonais: são os segmentos de reta que unem dois
são iguais a a e uma igual a x, da permutação com vértices não consecutivos. São as retas traçadas no
repetição temos: polígono abaixo.
A
3!
p31,2 = = C3,2, logo, o coeficiente de xa2 é C3,2.
1!2!
2
(x+a)n = Cn,0 xn+Cn,1 xn – 1a1+Cn,2 xn – 2a2+ ... +Cn, p xn – p ap+ ... +
Cn, n an Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.
Onde Cn,0, Cn,1, Cn,2, ..., Cn,p, ..., Cn,n são chamados de z a soma do ângulo interno e do ângulo externo de
coeficientes binomiais. um mesmo vértice é igual a 180º;
Por fim, o termo geral a partir do desenvolvimen- z a soma dos ângulos internos de um polígono de n
to do Teorema Binomial é: lados é:
Nº DE NOME Nº DE NOME
LADOS LADOS
3 Triângulo 9 Eneágono
4 Quadrilátero 10 Decágono
5 Pentágono 11 Undecágono
6 Hexágono 12 Dodecágono
7 Heptágono ... ...
8 Octógono 20 Icoságono
UTILIZAÇÃO DE ESCALAS
Retângulo
h h
406 b
Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado Losango
menor “h” de altura.
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
z Área do Retângulo to. Veja a seguir:
A=b×h
L L
Exemplo: Em um retângulo com 10 centímetros de
lado e 5 centímetros de altura, a área será:
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
A = 10cm × 5cm = 50cm2 sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
acordo com a figura a seguir:
Quando trabalhamos o conceito de cálculo de
áreas das figuras geométricas, usamos a unidade ao
quadrado. No nosso exemplo, tínhamos centímetros e L L
passamos para centímetros quadrados, que neste caso
é a unidade de área. d
D
Quadrado L L
Retângulo no qual a base e a altura têm o mesmo
comprimento, ou seja, todos os lados do quadrado têm Assim, a área do losango é dada pela fórmula abaixo:
o mesmo comprimento, que chamaremos de L. Veja:
D#d
L A=
2
Paralelogramo
L b
Trapézio
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles tiplicação da base pela altura:
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que A=b×h
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura a seguir: Triângulo
b
Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados.
Veja-a a seguir:
MATEMÁTICA
B a c
(B + b) # h
A= b
2 407
Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe- Podemos calcular a altura usando a seguinte
cer a sua altura (h): fórmula:
a 3
h=
2
C Poliedros
Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os São figuras espaciais formadas por diversas faces,
três lados com medidas diferentes, tendo tam- cada uma delas sendo um polígono regular que estu-
bém os três ângulos internos distintos entre si: damos anteriormente. Vamos conhecer os principais
poliedros, destacando alguns pontos importantes,
como área e volumes:
C A c a
b
b
a a
Triângulo equilátero: é o triângulo que tem
todos os lados iguais. Consequentemente, ele
terá todos os ângulos internos iguais: O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-
to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores
de a = b = c.
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-
A -retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
a a Veja:
V=a×b×c
408 a V = a × a × = a3
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
Se liga! base do cilindro é igual a πr2.
As faces do paralelepípedo são retangulares, Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e
enquanto as faces do cubo são todas quadradas. “abrimos” todo o cilindro, temos o seguinte:
AT = 6a2
H H
Agora no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área R C
total de um paralelepípedo é: R
AT = 2ab + 2ac + 2bc
A área da superfície lateral do cilindro é igual a
Prismas 2πℎ.
E o volume do cilindro é o produto da área da base
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles pela altura: V = πr2 × ℎ.
que tem as arestas laterais perpendiculares às bases.
Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com Esfera
os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
não é uma circunferência. Quando estamos estudando a esfera, precisamos
O prisma será classificado de acordo com a sua lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris- ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
ma será pentagonal.
AT = Al + 2Ab
E a área da superfície é calculada pela fórmula a
seguir:
Cilindro
A = 4 × πr2
Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são
perpendiculares às bases. Observe a figura a seguir:
Cone
Geratriz
Geratriz
m1
Aℓ = pm′
A área lateral é dada pela fórmula πrg , onde “G” é O volume da pirâmide é calculado da mesma for-
o comprimento da geratriz do cone. ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
Para calcularmos o volume de um cone, basta base pela altura. Veja:
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
da base pela altura. Veja: Ab # h
V= 3
2
rr h
V= ÂNGULOS
3
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual ao Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
diâmetro, ou seja, 2r. por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo
A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas
Pirâmides desenhadas:
Pirâmide Pirâmide
hexagonal heptagonal
O segmento de reta que liga o centro da base a um Como 360o representam uma volta completa, 180º
ponto médio da aresta da base é denominado “apóte- representam meia-volta, como você pode ver a seguir:
ma da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base.
180°
E o segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto
médio de uma aresta da base é denominado “apótema
da pirâmide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâ-
410 mide. Veja:
Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta, Uma outra unidade de medida de ângulos é cha-
isto é, ¼ de volta. Este ângulo é conhecido como ângu- mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
lo reto, e tem uma representação bem característica: a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-
ples para convertermos qualquer ângulo em radia-
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:
Se liga!
Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma
medida.
Exemplo de planos secantes e traço. 411
Posições relativas entre reta e plano
Reta s
s
Exemplo reta paralela ao plano.
Segmento de Reta AB
Perpendicularidade entre duas retas, dois planos e A B t
entre reta e plano
Semirreta AB
Uma reta e um plano são perpendiculares se, e A B u
somente se, eles têm um único ponto em comum e a
reta seja perpendicular a todas as retas do plano que Feixe de Retas Paralelas
passam por esse ponto comum, como pode ser obser-
vado na Figura 25a. Caso a reta seja concorrente a Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
todos as retas do plano, dizemos então que a reta é
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos, ain-
oblíqua ao plano. Se uma reta é perpendicular a um
da, uma reta que corta a reta de feixe que é chamada
plano, então ela forma ângulo reto com qualquer reta
de reta transversal. Veja:
do plano. Assim, podemos dizer que se uma reta é per-
pendicular a duas retas concorrentes do plano, então t
s
ela é perpendicular ao plano. Duas retas são perpen-
diculares, quando as retas são reversas e formam um
ângulo reto, são chamadas ainda de retas ortogonais, a
como vemos na Figura 25b. Um plano α é perpendicu-
lar a um plano β se, e somente se, α contém uma reta b
perpendicular ao plano β (Figura 25c), ou seja, o plano
β contém uma reta r que é perpendicular a uma reta c
s do plano α.
d
(b)
412 Lado A Lado B
Perceba que os lados A e B são simétricos em rela- Perante essa situação, dizemos que as duas esferas
ção à reta. Chamamos essa simetria de axial, ou sime- são simétricas à reta ou ao eixo, ou seja, uma é refle-
tria em relação ao eixo (reta). xão da outra.
Um outro tipo muito comum é a simetria radial ou Podemos ter, ainda, a simetria em relação a um
central, que é caracterizada por conseguirmos rota- plano. Olhe para o plano a seguir e veja que ele divide
cionar a figura em torno do seu centro. Veja a seguir: o cone ao meio. Perceba, também, que o cone é simé-
trico em relação a esse plano, ou seja, as duas partes
resultantes dessa divisão são iguais.
B
E
Podemos afirmar que todos os pontos que este-
jam à mesma distância do centro terão características a c
similares ou idênticas.
d f
Uma esfera pode ser simétrica, também, a um eixo
que passe sobre seu diâmetro. Veja:
C A G D
b e
A = D, B = E e C = F
a b c
MATEMÁTICA
= =
d e g
C B
C B
A’
A’
C’ B’
h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a
b×c = a×h
C’ B’
B E A = π × r2
b
A = π × (10)2
C F A = π × 100
c Substituindo π por 3,14, temos:
A = 3,14×100 = 314cm2
D G
d
O perímetro de uma circunferência, que é o mesmo
que o comprimento da circunferência, é dado por:
b h c
D = 2r
n m
C H B
a 415
Repare na figura a seguir. Temos além do ângulo reto, outros dois ângulos
“a” e “b”. E, além disso, temos os lados A, B e C, onde C
é a hipotenusa e A e B são os catetos. Então podemos
A
definir algumas relações importantes:
C B Cateto Oposto
Sen(Ângulo) =
Hipotenusa
Note que formamos uma região delimitada dentro z Cosseno de um ângulo: é a razão entre o cateto
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. adjacente a este ângulo e a hipotenusa:
Temos ainda um ângulo central desse setor circular
simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui- Cateto Adjacente
mos determinar a área do setor circular e o compri- Cos(Ângulo) =
Hipotenusa
mento do segmento de círculo compreendido entre os
pontos A e B.
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- Note que o cateto B é adjacente ao ângulo a. Logo,
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des- cos(a) = B/C, e cos(b) = A/C, uma vez que o cateto A é
ta volta completa, que é a própria área do círculo ( π × adjacente ao ângulo B.
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
função do ângulo central “α”: z Tangente de um ângulo: é a razão entre o cateto opos-
to e o cateto adjacente a um determinado ângulo.
360° ---------------------- π × r2
α ------------------------- Área do setor circular Cateto Oposto Sen(Ângulo)
Tan(Ângulo) = =
Cateto Adjacente Cos(Ângulo)
Logo,
Ora, como A é oposto ao ângulo a e B é adjacente a
a # rr
2 este mesmo ângulo, podemos escrever tan(a) = A/B e
Área do setor circular = tan(b) = B/A. Temos, ainda, que tan(a) = sen(a)/cos(a) e
360c
tan(b) = sem(b)/cos(b).
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir- Se liga!
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:
Cossecante: inverso do seno, ou seja, cossec(a)
360° --------------------- 2 πr = 1/sem(a)
α -------------------------- Comprimento do setor circular Secante: inverso do cosseno, ou seja, sec(a) =
1/cos(a)
Logo, Cotangente: inverso da tangente, ou seja, cot(a)
= 1/tan(a)
a # 2rr
Comprimento do setor circular =
360c Temos uma relação fundamental da trigonometria
TRIGONOMETRIA DO ÂNGULO AGUDO válida para qualquer triângulo:
b
c
C
A B
A
a a b
416 B C
Lei dos senos: VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
Masculino 34
sen(A) sen(B) sen(C)
= = Feminino 26
a b c
Observe que na coluna da esquerda colocamos as
Lei dos cossenos: categorias de valores que a variável pode assumir, ou
seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
a2 = b2 + c2 – 2bc cos(A) camos o número de Frequências, isto é, o número de
ou observações (ou repetições) relativas a cada um dos
b2 = a2 + c2 – 2ac cos(B) valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
ou 60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.
c2 = a2 +b2 –2ab cos(C) Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
mos ainda representar as frequências relativas (per-
É muito importante, também, conhecer os valores centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em
de seno, cosseno e tangente dos principais ângulos 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
(ângulos notáveis): 0°, 30°, 45°, 60° e 90°. Para facilitar
o conhecimento vamos esquematizar uma tabela que
relaciona todos os valores. Veja: FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL
RELATIVAS (Fri)
ÂNGULO SENO COSSENO TANGENTE Masculino 56,67%
0° 0 1 0 Feminino 43,33%
cipais. Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
ferramentas muito importantes. | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
Tabelas
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
Para descrever um conjunto de dados, um recurso contabilizadas.
muito utilizado são tabelas, como essa abaixo, refe- Veja abaixo novamente a última tabela, agora
rente à observação da variável “Sexo dos moradores com a coluna de frequências absolutas acumuladas à
de São Paulo”: direita: 417
Gráfico de Setores (ou de pizza)
CLASSE FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS AB-
(FI) SOLUTAS ACUMU-
LADAS (FCA) Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-
mente a relação com o total de observações. Vamos
1,50 | - 1,60 33 33 supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
1,60 | - 1,70 17 50 alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
1,70 | - 1,80 13 63 de pizza.
1,80 | - 1,90 17 80
Média de notas escolares trimestrais
Gráficos estatísticos
SALÁRIOS EM FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
418 25 - 30 7
Esses dados podem ser resumidos com um histo-
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
grama, como mostra o gráfico a seguir.
Matemática 9,7 4
Salários dos Funcionários da Empresa de
18 Cosméticos x em milhares de reais
Física 8,8 4
16
14 Química 7,3 2
12
História 6,0 1
10
8 Biologia 5,7 1
6
4
2 Vamos calcular a média ponderada das notas des-
0 se aluno:
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30)
É importante destacar que a área de cada retângu- 9,7 × 4 + 8,8 × 4 + 7,3×2 + 6,0×2 + 5,7×1
lo é proporcional à frequência. X=
4+4+2+1+1
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7
Média Aritmética X=
12
A média aritmética é um valor que pode substituir
todos os elementos de uma lista sem alterar a soma 100,3
dos elementos da lista. Considere que há uma lista de X= = 8,35833...
n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos desta 12
lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de
números, basta somar todos os elementos e dividir Moda
pela quantidade de elementos. Ou seja,
A moda é definida como sendo aquele valor ou
valores que ocorrem com maior frequência em um
x1 +x2 + ... xn
x= rol. É interessante saber que a moda pode não existir
n e, quando existir, pode não ser única. Veja os exem-
plos abaixo:
Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos
A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5
números 5, 10, 15, 20, 50.
B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda
C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou
5 + 10 + 15 + 20 + 50 100 seja, M1 = 3 e M2= 7.
X= = = 20
5 5 Caminhando um pouco mais dentro do nosso
estudo de Estatística, vejamos agora um exemplo de
A média aritmética é igual a 20. quando temos os dados dispostos em uma tabela com
frequências e não agrupados em classes. Quando isso
Média Ponderada
acontece, a localização da moda é imediata, bastando
para isso, verificar na tabela, qual o valor associado à
O cálculo da média aritmética ponderada (em que
levamos em consideração os pesos de cada parte), maior frequência. Observe:
devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo
peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:
ESTATURA (M) FREQUÊNCIA
1,71 10
Interpretando a fórmula, temos uma lista de
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2, 1,77 15
MATEMÁTICA
na será a média entre os dois elementos centrais. Só há dois casos em que a variância e o desvio
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
DESVIOS E VARIÂNCIA ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2, x3, padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
… xn} e um número real qualquer m. O desvio de um forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
número qualquer do conjunto X em relação ao núme-
te, a variância será nula e também o desvio padrão.
ro m é a diferença entre eles, que pode ser represen-
tada pela fórmula:
di = xi – m
Se liga!
z A soma dos desvios tomados em relação à média Quando os dados são todos iguais, não há
aritmética é sempre nula. dispersão. Todas as medidas (desvio médio,
z A soma dos quadrados dos desvios é mínima quan- variância, desvio padrão etc.) são iguais a zero.
do os desvios são calculados em relação à média
aritmética.
z A soma dos módulos (valores absolutos) dos des- Vamos analisar dois exemplos em provas a respei-
vios é mínima quando os desvios são calculados to desse assunto:
em relação à mediana.
z (VUNESP – 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6,
4, 3, e 5 é, aproximadamente,
Desvio Absoluto Médio
a) 2,00.
O desvio absoluto médio também pode ser cha-
b) 1,83.
mado de desvio médio. Para calcularmos, usamos a
c) 1,65.
seguinte fórmula:
d) 1,41.
e) 1,29.
Se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%. Se liga!
Logo, Vr = (1/10)2 = 1/100 = 0,01 = 1%.
Se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1.
NOÇÕES DE PROBABILIDADE Se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤
100%.
Conceito
P(A) = 3 = 1
6 2
1
P(B) =
6
1 1 1
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) = · =
2 6 12
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS
GRÁFICOS E FUNÇÕES
Função
Quando temos a relação entre elementos de dois conjuntos, sendo que cada elemento de um conjunto tenha ligação
com somente um outro elemento do outro conjunto, dizemos que é uma função. Para ficar mais fácil de entender esse
conceito, veja o exemplo abaixo:
Note que o conjunto A tem todos os seus elementos ligados apenas em um único elemento do conjunto B,
então, dizemos que é uma função. Já o conjunto C, além de não ter todos os seus elementos sendo ligados ao único
elemento de D, ainda tem o “elemento 3” sendo relacionado a mais de um elemento do conjunto D. Então, não há
relação de função nessa situação.
Gráfico
Um gráfico representa uma função, se qualquer reta paralela ao eixo y corta (intercepta) o gráfico em apenas
um ponto. Veja:
y y
x=a x=a
(a,c)
(a,b)
(a,b)
0 a x 0 a x
MATEMÁTICA
z Domínio da função (D): é o conjunto em que a função é definida, ou seja, contém todos os elementos que serão
ligados aos elementos de outros conjuntos (olhando para o nosso exemplo – de onde saem as setas). Trata-se
do conjunto A apenas, pois o conjunto C não é uma função; 423
z Contradomínio da função (CD): é o conjunto onde Função Bijetora: se as duas coisas acima acontece-
se encontram todos os elementos que poderão ser rem ao mesmo tempo, ou seja, a função for injetora e
ligados aos elementos do Domínio. Neste caso, tra- sobrejetora ao mesmo tempo, a função é dita bijetora. Ex.:
ta-se do conjunto B somente, pois, como já vimos, o
conjunto D não é uma função; A B
z Imagem da função (I): é formado apenas pelos
valores do contradomínio efetivamente ligados a 2 4
algum elemento do Domínio. 4 8
6 16
Vamos analisar um exemplo para clarear um pou-
8 20
co mais:
A B
2 Representação de uma função lei de formação
4
4 8
Vamos representar a função f: R → R, onde f(x) =
6 16 3x. O “R”, na situação, é o conjunto dos números reais.
8 20 Portanto, a função f(x) tem como Domínio todos os
números reais, e também os têm como Contradomínio.
Lembre-se de que f(x) é igual a “y”, que é a nossa
Temos o conjunto A como domínio, o conjunto B imagem.
como contradomínio e o conjunto imagem definido Para a lei de formação, entendemos que “x” assu-
pelo conjunto formado apenas pelos elementos 8 e 16, mirá alguns valores que resultará valores “y” da fun-
pois os elementos 4 e 20 do conjunto B não estão liga- ção. Tudo isso é regido da seguinte maneira:
dos a nenhum termo do conjunto A.
Logo, eles fazem parte do Contradomínio, porém f(x) = 3x
não fazem parte do conjunto Imagem.
Quando “x” for igual a 1, por exemplo, precisamos
substituir o valor dele na função. Veja: f(1) = 3.1 = 3. Afir-
Se liga! mamos, então, que para x = 1 a função tem resultado 3.
Função: relação de cada elemento do Domí-
Funções inversas
nio com apenas um único elemento do
Contradomínio. Representamos a função inversa por “f-1(x)”. Para
que uma função seja inversa, ela necessariamente
precisa ser Bijetora. Vamos obter uma função inversa
Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora
a seguir. Veja:
Função Injetora: se cada elemento do conjunto
f(x) = 2x
imagem estiver ligado a um único elemento do Domí-
nio, a função é chamada injetora. Ex.:
A B
A B 2 4
2 4 4 8
4 8 6 12
6 16 8 16
8 20
Na função inversa as setas estarão no sentido con-
trário, ou seja, elas sairão do Contradomínio para o
O conjunto imagem é I = {4, 8, 16, 20}. Por mais Domínio, mas precisamos ter uma relação entre as
que o 24 não esteja relacionado a nenhum elemento funções, Claro! Veja que nesse exemplo está fácil notar
do Domínio A, vemos que cada elemento da imagem que o contradomínio é o dobro do domínio, então a
está ligado a apenas um elemento do Domínio A. função inversa será a metade. Veja:
Função Sobrejetora: quando todos os elementos
do Contradomínio fizerem parte do conjunto imagem, f-1(x) = x / 2
temos uma função sobrejetora. Em outras palavras,
Contradomínio é igual a imagem. Ex.: A B
2 4/2
A B
4 8/2
2 4
6 12/2
4 8
8 16/2
6 16
8 20
Siga os passos abaixo para achar a função inversa
10 24
424 de uma função f(x) qualquer:
Sabemos que f(x) = y, então, vamos usar “y” para Funções ímpares são aquelas para as quais f(x) =
facilitar o cálculo. -f(x), ou seja, quando “x” assume valores opostos e
gera imagens opostas. Veja:
1. Substituir y por x;
2. Substituir x por y-1; f(x) = 2x
3. Isolar o y-1. f(4) = 2 . 4 = 8
f(-4) = 2 . (-4) = -8
Vamos aplicar o passo a passo usando o nosso
exemplo acima: FUNÇÕES ALGÉBRICAS DO 1° E DO 2° GRAU
Usando f(g(x)) primeiro para entendermos como z Logo, seu gráfico é uma reta decrescente (a < 0),
que cruza o eixo y na posição y = 5 (pois este é o
resolver.
valor de b).
A primeira coisa que precisamos entender é que
no lugar de “x” em f(x) temos a função g(x), então,
Vamos construir um gráfico da função afim f(x) = 2x +3.
vamos substituir pelo valor dela.
Atribuindo valores aleatórios para “x”, temos:
f (x+2) = x + 3
f(x) = 2x +3
f(-1) = 2(-1) +3 = 1 Temos (x,y) = (-1,1)
Agora, no lugar de “x”, vamos substituir por “x+2”.
f(0) = 2.0 +3 = 3 Temos (x,y) = (0,3)
f(1) = 2.1 +3 = 5 Temos (x,y) = (1,5)
f (x+2) = x + 2 + 3
f(2) = 2.2 +3 = 7 Temos (x,y) = (2,7)
f (g(x)) = x + 5 (aqui está a nossa função composta).
Agora, vamos fazer com g(f(x)).
Colocando os pontos no plano cartesiano, temos:
g(x+3) = x + 2 y
g(x+3) = x + 3 + 2
g(f(x)) = x + 5. (aqui está a nossa função composta). 10
8
Se liga!
E
f(g(x)) é conhecida, também, como fog(x) “lê-se 6
fog de x”.
D
g(f(x)) é conhecida, também, como gof(x) “lê-se 4
gof de x”.
C
2
B
MATEMÁTICA
Identificando os valores de a, b e c. 6
a=1 4
b = -3 2
c=2
0
Substituindo na fórmula: -2 -1 0 1 2 3 4 5
x
2
-b ! b - 4ac
x=
2a Aqui vale ressaltar que quando “a < 0”, a parábola
tem concavidade para baixo, ou seja, a função terá um
- (3) ± √(-3)2 - 4 ×1 ×2 ponto máximo que chamamos de “vértice”. Já quando
x= “a > 0”, teremos a concavidade para cima e um ponto
2×1
426 mínimo, também chamado de vértice da função.
an, an – 1, an – 2, ... ,a1, a0 : são números complexos
e coeficientes do polinômio
a>0 a<0
anxn, an – 1xn – 1, an – 2xn – 2, ... ,a1x, a0 : são os termos
do polinômio
a0 é o termo independente
concavidade para cima concavidade para baixo
n∈N
Resumindo os tipos de gráficos olhando para o x∈C
valor de “a” e para o discriminante, temos:
Ex.:
a>0eΔ<0 a<0eΔ<0
x p(x) = – 7x4 + 2x3 – x2 + 11x + 2, onde: a0 = 2,
a1 = 11, a2 = –1, a3 = 2, a4 = –7
p(x)
f(x) = 0
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x
q(x)
assintota
horizontal
Onde p(x) e q(x) são polinômios e q (x) é diferente
de zero.x2
Exemplo:
Se liga!
x² + 2 O domínio de uma função racional consiste de
f(x) = todos os números reais x tais que Q(x)≠ 0.
x² - 4 Assíntota vertical é a reta vertical tracejada
onde algumas funções racionais tendem a se
aproximar por não estar definida para alguns
Onde o domínio pertence aos reais, com x diferen-
valores de x.
te de 2 e -2.
Para resolver uma função racional, devemos igua- Assíntota horizontal é a reta horizontal traceja-
lar o numerador ao denominador e passar tudo para da em que o gráfico da função racional começa
o mesmo lado de igualdade. Dessa forma, haverá ape- e/ou termina cada vez mais perto dela.
nas um polinômio.
O gráfico de uma função racional não é contínuo,
FUNÇÕES EXPONENCIAIS
pode acontecer algumas interrupções por conta dos
pontos em que o denominador é igual a zero. E nesse
ponto não existe gráfico. Veja um exemplo: A função f(x) = 2x é uma função exponencial. Perce-
ba que a variável x encontra-se no expoente. De modo
geral, representamos as funções exponenciais assim
1 f(x) = ax. O coeficiente “a” precisa ser maior do que
f(x) = zero, e também diferente de 1. A função é crescente se
x-1 a > 1. Já se 0 < a < 1, a função é decrescente.
A função exponencial tem domínio no conjunto
dos números reais (R) e contradomínio no conjunto
A função tem como gráfico:
dos números reais positivos, ou seja, f: R → R+*. Obser-
y
ve os gráficos das funções f(x) = 2x (crescente) e de g(x)
= 0,5x (decrescente):
-2
f(x) g(x)
9
-1
7
MATEMÁTICA
5
-2 -2 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
3
1
-1
1
y- -5 -3 -1 -1 1 3 5
-2 x-1 -3
-5
429
FUNÇÕES LOGARÍTMICAS O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
chamado de termo independente.
Antes de falarmos sobre função logarítmica, é inte- Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
ressante relembrar algumas propriedades importan- todas as partes que possuem incógnitas de um lado
tes. Veja: igual e do outro os termos independentes. Veja um
Na expressão logab = c, chamamos o número “a” de exemplo:
base do logaritmo. Veja que o resultado do logaritmo
(c) é justamente o expoente ao qual deve ser elevada a 10x = 5x + 20 (vamos achar o valor de “x”)
base “a” para atingir o valor b, assim, as propriedades
mais importantes são: 10x – 5x = 20 (passamos o “5x” para o outro lado
da igual com o sinal trocado)
Logb 1 = 0, porque b0 = 1
Logb b = 1, porque b1 = b 5x = 20
Logb bk = K, porque bK = bK
bLogbM = M x = 20 / 5 (isolamos o “x” transferindo o seu coe-
Loga (b · c) = logab + logac ficiente “5” dividindo)
Loga (b ÷ c) = logab - logac
Loga bn = n · logab x = 4.
1
Logam b = logab O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
m mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
A função f(x) = log5(x) é um exemplo de função mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará
logarítmica. Veja que nela a variável x encontra-se igual a zero em ambos os lados. Observe:
dentro do operador logaritmo. De maneira geral, po-
demos representá-las da seguinte forma f(x) = loga(x). Para x = 4
Assim, como nas exponenciais, o coeficiente “a” preci- 10x = 5x + 20
sa ser positivo (a > 0) e diferente de 1. 10 . 4 = 5 . 4 + 20
O domínio é formado apenas pelos números reais 40 = 40
positivos – pois não há logaritmo de número negativo 40 – 40 = 0
– e o contradomínio é o conjunto dos números reais,
ou seja, temos uma função do tipo f: R+* → R. z Inequação do Primeiro Grau
Se a > 1, a função é crescente, já se 0 < a < 1, a fun-
ção é decrescente. Como exemplo, veja os gráficos de Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
f(x) = log2x e de g(x) = log0,5x: nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos:
f(x) g(x)
> maior que
9
< menor que
7 ≥ maior que ou igual
≤ menor que ou igual
5
5x + 20 - 40 < 0 a=1
5x -20 < 0 b = -3
c=2
z Substitua o sinal da desigualdade pelo da
igualdade. Substituindo na fórmula:
5x -20 = 0 -b ! 2
b - 4ac
x=
2a
z Resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz.
-(-3) ± √(-3)2 - 4 × 1 × 2
5x -20 = 0 x=
5x = 20 2×1
x = 20 / 5
x=4
3! 9-8
x=
z Faça o estudo do sinal da equação, identificando os 2
valores de x que representam a solução da inequa-
ção. Obs.: O gráfico deste tipo de equação é uma x= 3!1
2
reta.
3+1
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2
4 + x Na fórmula de Báskara, podemos usar um discrimi-
nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:
– Δ = b2 - 4ac
sen x = sen (π – x) 5π
cos x = - cos (π – x) (225º) -
2
-
2 1
4 2 2
Redução do 3º para o 1º quadrante
sen x = - sen (x - π) 4π
cos x = - cos (x - π) (240º) -
3 -1 3
2 2
3
Redução do 4º para o 1º quadrante
3π
sen x = - sen (2π – x) (270º) -1 0 Não existe
sen x = - sen (2π – x)
2
Podemos criar a seguinte tabela:
5π
TABELA RESUMO DE REDUÇÃO DE ARCOS PARA O (300º) -
3 1 - 3
2 2
1º QUADRANTE 3
P
1 N
z sen 210º = - 2
2
z sen 225º = - A
2 O
3
z sen 240º = -
2
3
z sen 300º = -
2
Circunferência de raio r com eixo dos senos
2
z sen 315º = -
2 sen (AP) = medida do segmento ON
1 A cada número real x corresponde a um único
z sen 330º = - 2 ponto P, extremidade do arco AP de medida x. A cada
ponto P, por sua vez, corresponde uma única ordena-
1 da chamada seno de x. A função de R em R que a cada
z cos 120º = - 2
número real x associa a ordenada do ponto P é, por
2 definição, a função seno.
z cos 135º = - Simbolicamente:
2
z cos 150º = -
3 𝑓: R → R
2 x ↦ sen x
z cos 210º = -
3 Tal que f(x)=sen x=ON . A definição é coerente com
2 aquela apresentada no triângulo retângulo.
2
z cos 225º = -
2
MATEMÁTICA
1
z cos 240º = - 2 N
1 X
z cos 300º = 2 senx
O
A
2
z cos 315º =
2
3
z cos 330º = 433
2
x = 90°
P N=P
N
x A
O
M O A
Circunferência de raio r com eixo dos senos, arcos e triângulos senx = 1(máximo)
retângulos
90° < x < 180°
De fato, se:
P N
π
0<x<
2
A
Então, P pertence ao primeiro quadrante e, além
O
disso, OP = 1 (raio) e MP = ON. Assim sendo, no triân-
gulo OMP retângulo em M, temos:
cateto oposto MP ON
sen x = = = ON 0 < sen x < 1
hipotenusa OP 1
x = 180°
Enquanto o ponto P percorre a primeira volta, no
sentido anti-horário, o número real varia x de 0º a
360º e o seno de varia de -1 a 1. Observe, na tabela
abaixo, as várias situações possíveis:
O=N A
P
x=0
senx = 0
O A
senx = 0
N
P
0° < x < 90° 0 < sen x < 1
x = 270°
P
N
O A
O A
P=N
434 0 < sen x < 1 senx = -1(mínimo)
270° < x < 360°
P
O
O M A Eixo dos cossenos
A
N P
Circunferência de raio r com eixo dos cossenos
-1 < sen x < 0
cos (AP) = medida do segmento OM
x = 360° A cada número real x corresponde um único ponto
P, extremidade do arco AP de medida x. A cada ponto
P, por sua vez, corresponde a uma única abcissa cha-
mada cosseno de x. A função de R em R que a cada
número real x associa a abcissa do ponto P é, por defi-
O=N nição, a função cosseno.
A=P Simbolicamente:
𝑓: R → R
x ↦ cos x
- π 3π
2 2
-2π -π 0 π π 2π
- 3π
2 2 P
-1
X
O
M A
Função Seno
Podemos concluir que a função seno é: Circunferência de raio r com eixo dos cossenos, arcos e triângulos
retângulos
z Positiva no primeiro e segundo quadrantes;
z Negativa no terceiro e quarto quadrantes; De fato, se:
x=0 M A
O
A=P
O P
M
-1 < sen x < 0
x = 270°
cos x = 1 (máximo)
A
O
M
P
cos x = 0
0 < cos x < 1
270° < x < 360°
x = 90°
P
M A
O
A
P
O=M
cos x = 0 x = 360°
A=P
P O
M
A
O
M
cos x = 1 (máximo)
y = cosx
1
π 3π
A - 3π - π
O 2 -π 2 2 π 2 x
-2π 0 2π
M=P
-1
cateto oposto AT AT
tg x = = = = AT
C cateto adjacente OA 1
O A
Enquanto o ponto P percorre a primeira volta, no
sentido anti-horário, o número real x varia de 0º a
360º e a tangente de x varia de -∞ a ∞. Observe, na
D tabela abaixo, as várias situações possíveis:
Circunferência de raio r com eixo das tangentes
x=0
tg (AP) = medida do segmento AT
𝑓: Dx→ R
↦ tg x 0° < x < 90°
P T
Onde:
π
D = R-{ +kπ,com k∈Z}
2 O A
Tal que f(x) = tg x = AT. A definição é coerente com
aquela apresentada no triângulo retângulo.
tg x > 0
T x = 90°
P
MATEMÁTICA
tgx
x
O
O A
A
∄ tg x 437
90° < x <180° x = 360°
A P T
O
O A
T
tg x = 0
tg x < 0
Notando que tg x = tg (x ± π), pois x e x ± π são as
medidas de arcos de mesma extremidade, e de acordo
com a tabela do item anterior, concluímos que o grá-
x = 180°
fico da função
π
f: R- { +kπ ,com k ∈ Z} → R
2
P O A T Tal que f(x) = tg x é:
y = tgx
π 3π
tg x = 0 2 2 2π x
-π 0
- 3π
-2π π π
-
2 2
180° < x <270°
T
Função Tangente
O A E o conjunto imagem é R.
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS E
O A
GEOMÉTRICOS
PLANO CARTESIANO
RETAS
3+1 4 5–3 2 a c
→ y = mx + q; m = – eq=–
xPM = e = 2 e yPM = = =1 b b
2 2 2 2
PM = (2,1) Ex.: Sejam os pontos A(7/2,5/2) e B(-5/2,-7/2),a equa-
ção da reta definida por eles é:
Sejam três pontos A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x3 ,y2), dize-
( )
mos que são colineares quando o determinante deles
é nulo: 5 7 5 7
a = y1 – y2 = – – = + =6
2 2 2 2
x1 y1 1
5 7
b = x2 – x1 = – – = –6
x2 y2 1 = 0. 2 2
( )( )
x3 y3 1
MATEMÁTICA
7 7 5 5
c = x1y2 – x2y1 = ∙ – – – ∙ =
Ex.: Assim, mostre que os pontos A(1,3), B(2,5) e 2 2 2 2
C(49,100) não são colineares!
49 25 24
=– + =– = –6
4 4 4
x1 y1 1 1 3 1
ax + by + c = 0 → 6x – 6x – 6 = 0 ⟺ x – y – 1 = 0
x2 y2 1 =0→ 2 5 1 =0
x3 y3 1 49 100 1 Na forma reduzida temos: 439
b≠0→m a 6 c –6 Se liga!
=– = 1;q = – =– = –1
=– b –6 b –6
Para a reta r:x+2y+3=0 podemos encontrar a
y = mx + q → y = x – 1
equação das retas paralelas a r, bastando que
Temos ainda a equação da reta passando por um os coeficientes a e b das retas paralelas sejam
ponto P(x0,y0): a b
proporcionais a 1 e 2, ou seja, = .
1 2
(y – y0) = m(x – x0) Assim, a reta t:2x+4y+2=0 também é uma reta
paralela a r.
Interseção de retas
Um ponto P(x0,y0) de interseção de duas retas (r e Duas retas r e s são ditas perpendiculares, se e
s) deve satisfazer as equações de ambas. Assim, resol- somente se elas formarem entre si um ângulo reto,
vendo o sistema de equações (S) das retas encontra-se mas pode-se também determinar essa perpendicula-
o ponto comum às retas. ridade relacionando o coeficiente angular das retas.
Assim, se as equações das retas são dadas por:
S
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
{ r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
Ex.: Sejam duas retas:
Então a relação dos coeficientes angulares das
r : x+2y – 3 = 0 e s: 2x+3y – 5 = 0
equações das retas para que elas sejam perpendicu-
lares é:
Então o ponto P(x0,y0) de interseção entre elas é:
{
r ⟘ s ⟺m1 ∙ m2 = –1
r : x+2y – 3=0
S Se a reta r:y=x+2 é perpendicular à reta s, e saben-
s : 2x+3y – 5=0
do que a reta s passa pelo ponto (3,2), qual seria a
r : x= – 2y+3 [I] equação da reta s?
{
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6 r : y = x+2 → m1=1
+ 3 y – 5 = 0 → -y + 1 = 0 → y = 1 [II]
s : y = m2x+q2
[II]
x= – 2y + 3y →x = – 2(1) + 3 → x = – 2 + 3 → x = 1 E para serem perpendiculares precisamos satisfa-
zer a equação:
P(x0,y0)=(1,1) r ⟘ s ⟺ m1 ∙ m2 = –1 → 1 ∙ m2 = –1 → m2 = –1
{
x+y – 5=0
r : a1x+b1y+c1 = 0
S Quando duas retas são paralelas os coeficientes
s : a2x+b2y+c2 = 0
angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s são
paralelas então r // s ⟺ m1 = m2.
Por exemplo, as retas r e s são paralelas:
{
Ângulo entre duas retas
r : x+2y+3=0
S Chamamos de coeficiente angular ou declive de
s : 3x+6y+1 = 0
uma reta r, não perpendicular ao eixo das abscissas
(eixo x), o número real m dado por:
a1 b1 c1 1 2 3
= ≠ → = ≠
440 a2 b2 c2 3 6 1 m = tgα
A(x1, y1); B(x2, y2) → m =
y2 – y1
x2 – x1 { r : ax+by+c1 = 0
s : ax+by+c2 = 0
P(x0,y0)∈s
→ ax0+by0= –c2
a ax0+by0 – c2 c1 – c2
r : ax + by + c = 0 → m= – dr,s= =
b √a +b 2 2
√a2+b2
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
{ r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
s : a2x+b2y+c2 = 0
a1x+b1y+c1
±
a2x+b2y+c2
=0
m2 – m1 √a1 +b1
2 2
√a22+b22
tgθ =
1 + m1 ∙ m2
Ex.: Sejam as retas r:3x+3y-1=0 e s:2x-2y+1=0 as
equações das retas bissetrizes t1 e t2 são:
Dadas duas retas r e s, o ângulo formado por elas é:
{
3x+3y –1 2x – 2y+1 3x+3y –1 2x – 2y+1
± =0→ ± =0
a1 3 √32+32 √22+(–2)2 √18 √8
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3
b1 –1
a2 2 3x+3y –1 2x – 2y+1
s : 2x + y + 3 = 0 → m2 = – =– = –2 → ± =0
b2 1 3√2 2√2
3x+3y – 1 2x – 2y+1
Distância entre ponto e reta e distância entre duas + =0→
3√2 2√2
retas t2 :
(6x+6y – 2) + (6x – 6y+3)
Seja uma reta r:ax+by+c=0 e um ponto P(x0,y0) no = 0 → 12x+1 = 0
6√2
plano cartesiano, a distância entre a reta r e o ponto
P é:
Área de um triangulo e inequações do primeiro grau
com duas variáveis
ax0+by0+c
dP,r =
√a2+b2 Seja um triangulo cujos vértices são A(x1,y1), B(x2,y2)
e C(x3,y3) como a área do triângulo é base vezes altura
Ex.: Seja o ponto P(-3,-1) e a reta r:3x-4y+8, a distân- divido por 2, então para nosso triângulo no plano car-
tesiano temos:
cia entre o ponto e a reta é:
1
ax0+by0+c Aδ = ∙ BC ∙ AH
dP,r = 2
√a2+b2
MATEMÁTICA
{
a 1
1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = – =– =1
b –1
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα
3) E< 0 em r β
x1 y1 1 a a+3 1
1 1
Aδ = ∙ x2 y2 1 = ∙ a–1 a 1
2 2
x3 y3 1 a+1 a+1 1
1
Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
2
– (a – 1)(a+3) CIRCUNFERÊNCIAS
z Primeiro definimos os pontos que anulam o trinômio Ex.: Na equação da circunferência abaixo, encon-
442 E(x,y), ou seja, pontos da equação da reta ax+by+c=0; tre o centro e o raio:
{
2x2+2y2 – 4x –6y – 3=0
r : Ax + By + C = 0
S
Dividindo por 2 teremos os termos quadrados λ : (x – a)2 + (y – b)2 = r2
iguais a unidade:
Sendo que, a solução desse sistema resulta em uma
equação do segundo grau, então para diferentes valo-
3 res possíveis de Δ determinamos as posições relativas
X2+y2 – 2x – 3y – =0
{
2 da reta à circunferência:
()
2 igual ao raio;
3 3 3
(a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = – z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, a solução não
2 2 2 tem ponto comum entre reta e circunferência,
assim a reta é exterior à circunferência, ou ainda,
9 3 19 √19 quando a distância do centro à reta é maior que
1+ – r2 = – → r2 = →r= ao raio.
4 2 4 2
{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0
Seja a circunferência λ: x2 + y2 + 2x + 2y - 2 = 0, o
ponto P(-4, -5) está em qual posição em relação à
circunferência?
Primeiro determinamos o centro e o raio da
Circunferência de centro C raio (r) com exemplos de retas:
circunferência:
secante (r), tangente (s) e exterior (t).
x2 + y2 + 2x + 2y – 2 = 0
{
Ex.: Sendo a reta dada por r:3x+2y+17=0 e a circun-
–2a = 2 → a = –1; ferência λ:x2+y2+6x+8y+12=0, qual a posição relativa
→ C (–1, –1) entre elas e suas interseção?
–2b = 2 → b = –1;
{
a2+b2 – r2 = –2 → 1+1 – r2 = –2 → r2 = 4 →r = 2
r : 3x+2y+17 = 0
S
Depois substituímos o ponto na equação da circun- λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0
ferência e vemos a posição relativa:
Isolando x na equação da reta e substituindo na
{
P(–4, –5) → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r² equação da circunferência temos:
→ (–4 – 1) + (–5 – 1)2 – 22 = 25+36 – 4 = 57>0
17 2
Logo, o ponto é exterior à circunferência pois a dis- r : 3x+2y+17 = 0 → x = – – y(I)
3 3
tância do ponto ao centro é PC>r.
MATEMÁTICA
( )
2
Reta e circunferência e duas circunferências S 17 2
λ : x +y +6x+8y+12 = 0
2 2
→ –
(I) – y +y2+6
3 3
( )
Seja uma reta r:Ax+By+C=0 e uma circunferên-
cia de centro C(a,b) e raio (r) dada pela equação λ: 17 2
– – y +8y+12=0
(x-a)2+(y-b)2=r2, a interseção da reta com a circunfe- 3 3
rência é o P(x,y) que pertença ao mesmo tempo a reta
r e à circunferência. Logo para achar essa interseção
basta ver as soluções do sistema: 13y2+104y+91=0 → Δ=(104)2 – 4(13)(91)=6084 → Δ>0 443
Como Δ>0, então temos duas raízes reais, ou seja,
dois pontos de solução, assim a reta é secante à cir-
cunferência. Para determinar os pontos de interseção
basta achar as raízes:
– b – √Δ –104 – 78
y1= = = –7
2a 2 ∙ 13 (a) (b)
– b + √Δ –104 + 78
y2= = = –1
2a 2 ∙ 13
17 2
y1 = –7 → x1 = – – ∙ (–7) = –1
3 3
(c) (d)
17 2
y2 = –1 → x2 = – – ∙ (–1) = –5
3 3
P1(–1, –7)
P2(–5, –1)
(e) (f)
Da mesma forma podemos encontrar a interseção
entre duas circunferências, bastando encontrar o Posições relativas entre duas circunferências de centro C1 e C2,
(a) exteriores; (b) tangentes exteriores; (c) tangente interiores; (d)
ponto P(x,y) que pertença ao mesmo tempo às duas
secantes; (e) interior com menor raio e (f) concêntricas.
circunferências, ou seja, a solução do sistema:
Ex.: Dada duas circunferências, qual a posição
{
λ2 : (x – a2)2+(y – b2)2 = r22
λ1 : x2 + y2 = 36
S
E a partir da comparação entre a distância entre os λ2 : x2 + y2 – 6x – 8y+21=0
centros das circunferências e a soma dos raios pode-
mos ter seis posições relativas entre elas. Então seja a Primeiro definimos o centro e o raio de cada uma
delas:
distância entre os centros C1 e C2:
λ1 : x2 + y2 – 36 = 0
d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2
z Circunferências tangentes exteriormente, a dis- a12+b12 – r12 = –36 → 0+0 – r12 = –36 → r1 = 6
tância entre os centros é igual à soma dos raios,
d=r1+r2; λ2 : x2 + y2 –6x – 8y + 21 = 0
z Circunferências tangentes interiores, a distância
entre os centros é igual ao módulo da diferença
dos raios, d=|r1 – r2|;
z Circunferências secantes, a distância entre os cen-
λ2
{ –2a2 = –6 → a2 = 3;
–2b2 = –8 → b2 = 4;
→ C2(3, 4)
tros está entre o módulo da diferença dos raios e a a22+b22 – r22 = 21 → 9+16 – r22 = 21 → r2 = 2
soma dos raios, |r1 – r2|<d<r1+r2;
Agora calculamos a distância entre os centros e
z Circunferências de menor raio e interior à outra,
comparamos com a soma ou diferença entre os raios:
a distância entre os centros está entre zero e o
módulo da diferença dos raios, 0≤d<|r1 – r2|; d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2 = √(0 – 3)2 + (0 – 4)2
z Circunferências concêntricas, a distância entre os
444 centros é zero, d = 0. = √9+16 = √25 = 5;
r1 + r2 = 6 + 2 =8; z Quando o ponto é interior à circunferência não
existe reta tangente;
|r1 – r2| = |6 – 2| = 4; z Quando o ponto pertence à circunferência:
{
gentes, o centro e o raio da circunferência, podemos
determinar as equações das retas tangentes. Para isso, –2a = –4 → a = 2;
λ → C(2, 0)
igualamos a distância do centro à reta paralela ao –2b = 0 → b = 0;
valor do raio e, assim, definimos quais os valores do
coeficiente C para cada uma delas. a2 + b2 – r2 = –5 → (2)2 + 02 – r2 = –5 → r = 3
Ex.: Então, seja uma reta r:5x+2y+7=0 a circunfe-
rência λ:x2+y2+4x-10y+4=0, quais são as equações das
retas tangentes (t) a circunferência e que sejam para- A distância entre o centro e o ponto é:
lelas a reta r?
Primeiro definimos qual o centro e o raio da dcp= √(a – x0)2+(b – y0)2 = √(2 – (–1))2+(0 – 7)2
circunferência:
= √9+49 = √58;
λ : x2+y2+4x – 10y+4=0
{
Se a distância do centro ao ponto é maior que o
–2a = 4 → a = –2; raio, temos que o ponto está fora da circunferência.
λ → C(–2, 5)
–2b = –10 → b = 5;
ma – b +(y0 – mx0)
a2+b2 – r2 =4 → (–2)2+52 – r2 = 4 → r=5 =r
√m2+1
Agora igualamos ao raio a distância do centro C à
reta t paralela à reta r dada:
m ∙ 2 – 0 +(7 – m ∙ (–1))
=3
t || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0
i
√m2+1
Ax+By+C 5(–2)+2(5)+C
dCt = r → =5→ =5 3m +7
√A2+B2 √(5)2+(2)2 =3
√m2+1
–10+10+C 20
→ =5
√25+4 m=–
21
C y – y0 = mi (x – x0)
=5 → |C|=5√29 → C1 = 5√29 e C2 = –5√29
MATEMÁTICA
√29
20
y–7=– (x – (–1))
t1 : 5x+2y+5√29 = 0 e t2 : 5x+2y – 5√29 = 0 21
Circunferência de centro C(2,0) e raio 3, com ponto P(-1,7) exterior a Ex.: Seja o sistema de inequações circulares:
circunferência com suas retas tangentes t1 e t2.
{
de regiões soluções:
Região que contém os pontos A(x,y) fora da circun- –2a = 0 → a = 0
→ C (0, 0)
ferência, incluindo a circunferência: (x – a)2+(y – b)2 –2b = 0 → b = 0
– r2≥0 ou excluindo a circunferência (x – a)2+(y – b)2 –
r2>0. Figura 32 a, quando for sinal sem igualdade usar a2 + b2 – r2 = –25 → 0+0 – r2 = –25 → r = 5
o contorno da circunferência pontilhada;
Região que contém os pontos A(x,y) dentro da circun- Então para a primeira circunferência temos o cen-
ferência, incluindo a circunferência: (x – a)2+(y – b)2 – r2 tro na origem e o raio igual a cinco, Figura 33:
≤ 0 ou excluindo a circunferência (x – a)2+(y – b)2 – r2<0.
(x – a)2 + (y – b)2 – r2 ≤ 0 → (x – 0)2+(y – 0)2 – 52 ≤ 0 → x2
+ y2 – 25≤0
10
20
A
5
15
C C
10 5
-10 -5 0 10
Raio
5
-5
-1 0 5 10 15
-10
{
15 e -10, etc. Por esse motivo, faz-se necessário obter
–2a = 0 → a = 0
→ C (0, 0) mais uma equação envolvendo as duas incógnitas
–2b = 0 → b = 0 para poder chegar nos seus valores exatos. Veja o
exemplo abaixo:
a2+b2 – r2 = –4 → 0+0 – r2 = –4 → r = 2
*
x + y = 10
Então para segunda circunferência temos o centro
na origem e o raio igual a dois, Figura 34: 4x - y = 5
SISTEMA DE EQUAÇÕES
*
x + y = 10
Sistemas de equações de primeiro grau (sistemas 4x - y = 5
lineares)
Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de multiplicação, pois já temos a condição necessária
uma incógnita. Imagine que um exercício diga que: x para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos
+ y = 10. fazer apenas a soma das equações. Veja: 447
ANOTAÇÕES
*
x + y = 10
4x - y = 5
5x = 15
x=3
x + y = 10
3 + y = 10
y = 10 – 3
y=7
*
x + y = 10
x - 2y = 4
(
- x - y = - 10
x - 2y = 4
Fazendo a soma:
(
- x - y = - 10
x - 2y = 4
-3y = -6
y = -6 / -3
y= 2
x + y = 10
x + 2 = 10
x = 10 – 2
x=8
(
x+y=3
2 2
x -y =-3
(3 – y)2 – y2 = -3
9 – 6y + y – y2 = -3
y=2
448 Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1
Hora de Praticar
4. (ENEM – 2019) Um casal planejou uma viagem e defi-
HORA DE PRATICAR! niu como teto para o gasto diário um valor de até R$ 1
000,00. Antes de decidir o destino da viagem, fizeram
1. (ENEM – 2019) A bula de um antibiótico infantil, uma pesquisa sobre a taxa de câmbio vigente para
fabricado na forma de xarope, recomenda que sejam as moedas de cinco países que desejavam visitar e
ministrados, diariamente, no máximo 500 mg desse também sobre as estimativas de gasto diário em cada
medicamento para cada quilograma de massa do um, com o objetivo de escolher o destino que apre-
paciente. Um pediatra prescreveu a dosagem máxi- sentasse o menor custo diário em real.
ma desse antibiótico para ser ministrada diariamente
O quadro mostra os resultados obtidos com a pesqui-
a uma criança de 20 kg pelo período de 5 dias. Esse
sa realizada.
medicamento pode ser comprado em frascos de 10
mL, 50 mL, 100 mL, 250 mL e 500 mL. Os pais des-
sa criança decidiram comprar a quantidade exata de PAÍS DE TAXA DE GASTO
MOEDA LOCAL
medicamento que precisará ser ministrada no trata- DESTINO CÂMBIO DIÁRIO
mento, evitando a sobra de medicamento. Considere França Euro (€) R$ 3,14 315,00 €
que 1 g desse medicamento ocupe um volume de 1.
EUA Dólar (US$) R$ 2,78 US$ 390,00
A capacidade do frasco, em mililitro, que esses pais
deverão comprar é Dólar Australiano
Austrália R$ 2,14 A$ 400,00
(A$)
a) 10 Dólar Canadense
b) 50. Canadá R$ 2,10 C$ 410,00
(C$)
c) 100.
d) 250. Reino
Libra Esterlina (£) R$ 4,24 £ 290,00
e) 500. Unido
2. (ENEM – 2019) A Hydrangea macrophylla é uma plan- Nessas condições, qual será o destino escolhido para
ta com flor azul ou cor-de-rosa, dependendo do pH a viagem?
do solo no qual está plantada. Em solo ácido (ou seja,
com pH < 7) a flor é azul, enquanto que em solo alca- a) Austrália.
lino (ou seja, com pH > 7) a flor é rosa. Considere que
b) Canadá.
a Hydrangea cor-de-rosa mais valorizada comercial-
c) EUA.
mente numa determinada região seja aquela produ-
zida em solo com pH inferior a 8. Sabe-se que pH = d) França.
− log10x, em que x é a concentração de íon hidrogênio e) Reino Unido.
(H+).
Para produzir a Hydrangea cor-de-rosa de maior 5. (ENEM – 2019) Em um condomínio, uma área pavi-
valor comercial, deve-se preparar o solo de modo que mentada, que tem a forma de um círculo com diâmetro
x assuma medindo 6 m, é cercada por grama. A administração
do condomínio deseja ampliar essa área, mantendo
a) qualquer valor acima de 10−8. seu formato circular, e aumentando, em 8 m, o diâ-
b) qualquer valor positivo inferior a 10−7. metro dessa região, mantendo o revestimento da
c) valores maiores que 7 e menores que 8. parte já existente. O condomínio dispõe, em estoque,
d) valores maiores que 70 e menores que 80. de material suficiente para pavimentar mais 100 m2
e) valores maiores que 10-8 e menores que 10-7. de área. O síndico do condomínio irá avaliar se esse
material disponível será suficiente para pavimentar a
3. (ENEM – 2019) Uma pessoa, que perdeu um objeto região a ser ampliada.
pessoal quando visitou uma cidade, pretende divulgar
nos meios de comunicação informações a respeito Utilize 3 como aproximação para π.
da perda desse objeto e de seu contato para even- A conclusão correta a que o síndico deverá chegar,
tual devolução. No entanto, ela lembra que, de acordo considerando a nova área a ser pavimentada, é a de
com o Art. 1 234 do Código Civil, poderá ter que pagar que o material disponível em estoque
pelas despesas do transporte desse objeto até sua
cidade e poderá ter que recompensar a pessoa que a) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi-
lhe restituir o objeto em, pelo menos, 5% do valor do mentada mede 21 m2.
objeto. b) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi-
Ela sabe que o custo com transporte será de um mentada mede 24 m2.
quinto do valor atual do objeto e, como ela tem muito c) será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi-
interesse em reavê-lo, pretende ofertar o maior per- mentada mede 48 m2.
centual possível de recompensa, desde que o gasto
d) não será suficiente, pois a área da nova região a ser
total com as despesas não ultrapasse o valor atual do
pavimentada mede 108 m2.
objeto.
MATEMÁTICA
2 2 2 3 2 a) Pequeno.
b) Ligeiro.
3 2 4 1 0
c) Moderado.
0 2 0 4 4 d) Grande.
e) Extremo.
Nessa matriz os elementos das linhas de 1 a 5 repre- 9. (ENEM – 2019) Durante suas férias, oito amigos, dos
sentam as quantidades de questões acertadas pelos quais dois são canhotos, decidem realizar um torneio
alunos Ana, Bruno, Carlos, Denis e Érica, respectiva- de vôlei de praia. Eles precisam formar quatro duplas
mente, enquanto que as colunas de 1 a 5 indicam os para a realização do torneio. Nenhuma dupla pode ser
dias da semana, de segunda-feira a sexta-feira, res- formada por dois jogadores canhotos.
pectivamente, em que os testes foram aplicados. De quantas maneiras diferentes podem ser formadas
O teste que apresentou maior quantidade de acertos essas quatro duplas?
foi o aplicado na
a) 69
a) segunda-feira. b) 70
b) terça-feira. c) 90
c) quarta-feira. d) 104
d) quinta-feira. e) 105
e) sexta-feira.
10. (ENEM – 2019) Em uma fábrica de refrigerantes, é
7. (ENEM – 2019) Uma pessoa se interessou em adquirir necessário que se faça periodicamente o controle no
um produto anunciado em uma loja. Negociou com o processo de engarrafamento para evitar que sejam
gerente e conseguiu comprá-lo a uma taxa de juros envasadas garrafas fora da especificação do volume
compostos de 1% ao mês. O primeiro pagamento será escrito no rótulo.
um mês após a aquisição do produto, e no valor de Diariamente, durante 60 dias, foram anotadas as
R$ 202,00. O segundo pagamento será efetuado um quantidades de garrafas fora dessas especificações.
mês após o primeiro, e terá o valor de R$ 204,02. Para O resultado está apresentado no quadro.
concretizar a compra, o gerente emitirá uma nota fis-
cal com o valor do produto à vista negociado com o QUANTIDADE DE GARRAFAS FORA QUANTIDADE
cliente, correspondendo ao financiamento aprovado. DAS ESPECIFICAÇÕES POR DIA DE DIAS
O valor à vista, em real, que deverá constar na nota
fiscal é de 0 52
1 5
a) 398,02.
2 2
b) 400,00.
c) 401,94. 3 1
d) 404,00.
e) 406,02. A média diária de garrafas fora das especificações no
período considerado é
8. (ENEM – 2019) Charles Richter e Beno Gutenberg
desenvolveram a escala Richter, que mede a magni- a) 0,1.
tude de um terremoto. Essa escala pode variar de 0 a b) 0,2.
10, com possibilidades de valores maiores. O quadro c) 1,5.
mostra a escala de magnitude local (Ms) de um terre- d) 2,0.
moto que é utilizada para descrevê-lo. e) 3,0.
DESCRIÇÃO MAGNITUDE LOCAL (M S) (MM ⋅ HZ) 11. (ENEM – 2019) O Sistema Métrico Decimal é o mais
Pequeno 0 ≤ Ms ≤ 3,9 utilizado atualmente para medir comprimentos e dis-
Ligeiro 4,0 ≤ Ms ≤ 4,9 tâncias. Em algumas atividades, porém, é possível
observar a utilização de diferentes unidades de medi-
Moderado 5,0 ≤ Ms ≤ 5,9
da. Um exemplo disso pode ser observado no quadro.
Grande 6,0 ≤ Ms ≤ 9,9
Extremo Ms ≥ 10,0 UNIDADE EQUIVALÊNCIA
Polegada 2,54 centímetros
Para se calcular a magnitude local, usa-se a fórmula Jarda 3 pés
Ms = 3,30 + log ( A×f ), em que A representa a amplitu-
Jarda 0,9144
de máxima da onda registrada por um sismógrafo em
micrômetro (mm) e f representa a frequência da onda,
em hertz (Hz). Ocorreu um terremoto com amplitude Assim, um pé, em polegada, equivale a
máxima de 2 000 mm e frequência de 0,2 Hz.
Disponível em: http://cejarj.cecierj.edu.br.Acesso em: 1 fev. 2015 a) 0,1200.
452 (adaptado). b) 0,3048.
c) 1,0800. População Rural
d) 12,0000. 14 000
e) 36,0000. 12 000
12 000
10 000
10 000
12. (ENEM – 2019) Construir figuras de diversos tipos, 8 000
apenas dobrando e cortando papel, sem cola e sem 8 000
tesoura, é a arte do origami (ori = dobrar; kami = 6 000 5 000
papel), que tem um significado altamente simbólico 4 000
4 000
no Japão. A base do origami é o conhecimento do 2 000
mundo por base do tato. Uma jovem resolveu cons-
0
truir um cisne usando a técnica do origami, utilizando I II III IV V
uma folha de papel de 18 cm por 12 cm. Assim, come-
çou por dobrar a folha conforme a figura.
A taxa de urbanização de um município é dada pela
A 18 cm B razão entre a população urbana e a população total
do município (isto é, a soma das populações rural e
urbana). Os gráficos apresentam, respectivamente, a
D
12 cm população urbana e a população rural de cinco muni-
cípios (I, II, III, IV, V) de uma mesma região estadual.
Em reunião entre o governo do estado e os prefeitos
E 12 cm C desses municípios, ficou acordado que o município
com maior taxa de urbanização receberá um investi-
Após essa primeira dobradura, a medida do segmento mento extra em infraestrutura.
AE é Segundo o acordo, qual município receberá o investi-
mento extra?
a) 2 cm.
b) 6 cm. a) I
c) 12cm. b) II
d) 6 cm. c) III
e) 12 cm. d) IV
e) V
13. (ENEM – 2019) Os alunos de uma turma escolar
foram divididos em dois grupos. Um grupo jogaria 15. (ENEM – 2019) Para construir uma piscina, cuja área
basquete, enquanto o outro jogaria futebol. Sabe-se total da superfície interna é igual a 40 m2, uma cons-
que o grupo de basquete é formado pelos alunos mais trutora apresentou o seguinte orçamento:
altos da classe e tem uma pessoa a mais do que o
grupo de futebol. A tabela seguinte apresenta infor- z R$ 10 000,00 pela elaboração do projeto;
mações sobre as alturas dos alunos da turma. z R$ 40 000,00 pelos custos fixos;
z R$ 2 500,00 por metro quadrado para construção da
MÉDIA MEDIANA MODA área interna da piscina.
1,65 1,67 1,70 Após a apresentação do orçamento, essa empre-
sa decidiu reduzir o valor de elaboração do projeto
Os alunos P, J, F e M medem, respectivamente, 1,65 em 50%, mas recalculou o valor do metro quadrado
m, 1,66 m, 1,67 m e 1,68 m, e as suas alturas não são para a construção da área interna da piscina, con-
iguais a de nenhum outro colega da sala. cluindo haver a necessidade de aumentá-lo em 25%.
Segundo essas informações, argumenta-se que os Além disso, a construtora pretende dar um descon-
alunos P, J, F e M jogaram, respectivamente, to nos custos fixos, de maneira que o novo valor do
orçamento seja reduzido em 10% em relação ao total
a) basquete, basquete, basquete, basquete. inicial.
b) futebol, basquete, basquete, basquete. O percentual de desconto que a construtora deverá
c) futebol, futebol, basquete, basquete. conceder nos custos fixos é de
d) futebol, futebol, futebol, basquete.
e) futebol, futebol, futebol, futebol. a) 23,3%
b) 25,0%
14. (ENEM – 2019) c) 50,0%
d) 87,5%
População Urbana e) 100,0%
20 000
18 000 16. (ENEM – 2020) A fabricação da Bandeira Nacional
MATEMÁTICA
18 000
17 000
16 000
deve obedecer ao descrito na Lei n. 5.700, de 1º de
14 000
setembro de 1971, que trata dos Símbolos Nacionais.
12 000 11 000 No artigo que se refere às dimensões da Bandeira,
10 000
10 000 observa-se:
8 000
8 000 “Para cálculos das dimensões, será tomada por base
6 000 a largura, dividindo-a em 14 (quatorze) partes iguais,
4 000 sendo que cada uma das partes será considerada
2 000
0 uma medida ou módulo (M). Os demais requisitos
I II III IV V dimensionais seguem o critério abaixo: 453
z Comprimento será de vinte módulos (20 M); b) 16
26
z A distância dos vértices do losango amarelo ao qua- 26
dro externo será de um módulo e sete décimos (1,7 c) 42
42
M); d) 26
z O raio do círculo azul no meio do losango amarelo 42
e) 16
será de três módulos e meio (3,5 M).”
BRASIL. Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971.Disponível em:
www.planalto.gov.br. Acesso em: 15 set. 2015. 18. (ENEM – 2020) A caixa-d’água de um edifício terá a
forma de um paralelepípedo retângulo reto com volu-
A figura indica as cores da bandeira do Brasil e locali- me igual a 28 080 litros. Em uma maquete que repre-
za o quadro externo a que se refere a Lei n. 5.700. senta o edifício, a caixa-d’água tem dimensões 2 cm
× 3,51 cm × 4 cm.
Dado: 1 dm³ = 1 L.
A escala usada pelo arquiteto foi
VERDE
16
454 a) 42 Figura 1
A
F+
rB
?
O ranking da palavra é a sua posição ao ordenar as
palavras por ordem de frequência. Ou seja, r = 1 para
a palavra mais frequente, r = 2 para a segunda pala-
vra mais frequente e assim sucessivamente. A e B são
8 cm 10 cm constantes positivas.
Disponível em: http://klein.sbm.org.br. Acesso em: 12 ago. 2020
Figura 2 (adaptado).
A miniatura desse troféu deverá ser instalada no inte- Com base nos valores de X = log (r) e Y = log (f) , é
rior de uma caixa de vidro, em formato de paralelepí- possível estimar valores para A e B.
pedo reto-retângulo, cujas dimensões internas de sua No caso hipotético em que a lei é verificada exata-
mente, a relação entre Y e X é
base estão indicadas na Figura 2, de modo que a base
do troféu seja colada na base da caixa e distante das
a) Y + log (A) –B X
paredes laterais da caixa de vidro em pelo menos 1 log(A)
cm. Deve ainda haver uma distância de exatos 2 cm b) Y = X + log(B)
entre o topo da esfera e a tampa dessa caixa de vidro. c)
log(A)
B –X
Nessas condições deseja-se fazer a maior miniatura
log(A)
possível. d) BX
A medida da altura, em centímetro, dessa caixa de e)
log (A)
Xb
vidro deverá ser igual a
b) 30 ≤ b ≤ 31,5 e) y = x
c) 30 ≤ b ≤ 33
d) 31,5 ≤ b ≤ 33 25. (ENEM – 2020) Três amigos, André, Bernardo e Car-
e) b ≤ 33 los, moram em um condomínio fechado de uma cida-
de. O quadriculado representa a localização das ruas
23. (ENEM – 2020) A Lei de Zipf, batizada com o nome do paralelas e perpendiculares, delimitando quadras de
linguista americano George Zipf, é uma lei empírica mesmo tamanho nesse condomínio, em que nos pon-
que relaciona a frequência (f) de uma palavra em um tos A, B e C estão localizadas as casas de André, Ber-
dado texto com o seu ranking (r). Ela é dada por nardo e Carlos, respectivamente. 455
a) 9!
B b) 4! 5!
c) 2 x 4! 5!
C d) 9!2
4! 5!
e) 2
a) 4. Decibel
b) 14.
c) 17.
d) 35.
55
e) 48.
A pessoa escolherá um desses depósitos para reali- z Tipo A: apenas o antígeno A está presente;
zar sua compra, considerando os preços do cimento z Tipo B: apenas o antígeno B está presente;
e do frete oferecidos em cada opção. z Tipo AB: ambos os antígenos estão presentes;
Se a pessoa decidir pela opção mais econômica, o z Tipo O: nenhum dos antígenos está presente.
depósito escolhido para a realização dessa compra
será o Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 15 abr.
2012 (adaptado).
a) A.
b) B. Foram coletadas amostras de sangue de 200 pes-
c) C. soas e, após análise laboratorial, foi identificado que
d) D. em 100 amostras está presente o antígeno A, em 110
e) E. amostras há presença do antígeno B e em 20 amos-
tras nenhum dos antígenos está presente.
27. (ENEM – 2020) Nos livros Harry Potter, um anagrama Dessas pessoas que foram submetidas à coleta de
do nome do personagem “TOM MARVOLO RIDDLE” sangue, o número das que possuem o tipo sanguíneo
gerou a frase “I AM LORD VOLDEMORT”. A é igual a
Suponha que Harry quisesse formar todos os ana-
gramas da frase “I AM POTTER”, de tal forma que as a) 30.
vogais e consoantes aparecessem sempre intercala- b) 60.
das, e sem considerar o espaçamento entre as letras. c) 70.
Nessas condições, o número de anagramas formados d) 90.
456 é dado por e) 100.
30. (ENEM – 2020) Azulejo designa peça de cerâmi-
16 D
ca vitrificada e/ou esmaltada usada, sobretudo, no
revestimento de paredes. A origem das técnicas de 17 A
fabricação de azulejos é oriental, mas sua expansão
pela Europa traz consigo uma diversificação de esti- 18 B
los, padrões e usos, que podem ser decorativos, utili-
19 A
tários e arquitetônicos.
Disponível em: www.itaucultural.org.br. Acesso em: 31 jul. 2012. 20 B
21 B
Azulejos no formato de octógonos regulares serão
utilizados para cobrir um painel retangular conforme 22 C
ilustrado na figura.
23 A
24 A
25 C
26 C
27 E
28 E
29 C
Entre os octógonos e na borda lateral dessa área,
será necessária a colocação de 15 azulejos de outros 30 D
formatos para preencher os 15 espaços em branco
do painel. Uma loja oferece azulejos nos seguintes
formatos:
1 – Triângulo retângulo isósceles; ANOTAÇÕES
2 – Triângulo equilátero;
3 – Quadrado.
Os azulejos necessários para o devido preenchimento
das áreas em branco desse painel são os de formato
a) 1.
b) 3.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2
9 GABARITO
1 B
2 E
3 E
4 A
5 E
6 A
7 B
8 C
9 C
10 B
MATEMÁTICA
11 D
12 D
13 C
14 C
15 D
457
458
REDAÇÃO
Se liga!
Ao praticar, cronometre a prova! Com a prática
você vai conseguir encaixar todos os passos da
REDAÇÃO escrita dentro deste tempo.
do necessário (somente se você tiver certeza do Impossível desconhecer que Nelson Rodrigues é o
que determinada palavra significa); maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos. Foi
z As palavras reduzidas: “tá” em lugar de “estar”, revolucionário, renovador e ousado em relação ao
“cê” em vez de “você”, ou “pra” em vez de “para”; teatro tradicional. Suas dezessete peças são sucessiva-
z Os verbos de sentido muito geral: “dar”, “ter”, mente reeditadas. Sua obra é frequentemente encena-
“fazer”, “achar”, no lugar de verbos de sentido da na atualidade. Seus textos são os mais estudados
mais exato; e nos cursos de Letras. 463
Observe que agora, diferentemente do exemplo geográfica ou socioeconômica, nem apresentar de
anterior, o autor busca formar a opinião do leitor, qualquer forma de discurso de ódio).
buscando convencê-lo. Em uma linha você vai dizer de forma concisa a
Assim, podemos perceber que existem dois tipos de ideia central do seu texto e o seu posicionamento acer-
textos dissertativos: o expositivo e o argumentativo. ca daquilo (dizer se é contra, a favor ou qual é a impor-
No texto dissertativo-expositivo, o autor apresenta as tância de se discutir sobre isso). Essa parte deve ter até
informações sem a necessidade de convencer o leitor dois períodos (frases com pelo menos um verbo cada).
de algo (ou seja, faz uma exposição e não um debate). Já Logo após, em, em outras duas ou três linhas, você
no tipo dissertativo-argumentativo, o escritor faz uma irá apresentar como sua tese será desenvolvida, ou
reflexão sobre determinado tema para defender o seu seja, vai mostrar seus argumentos (esclarecer de forma
ponto de vista e, portanto, busca convencer o leitor simples o que cada parágrafo vai tratar, sem argumen-
Os tipos textuais acima expostos são utilizados de tar). A dica aqui é construir uma oração resumindo o
forma combinada de modo a compor o que conhece- assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.
mos por gêneros textuais (textos que exercem uma Ou seja, retirar bold a introdução é composta
função social específica, isto é, aparecem em situações pela apresentação do tema e pela exibição da tese.
cotidianas de comunicação e apresentam uma finali-
Vamos ver algumas abordagens que podem ser
dade comunicativa bem definida). tomadas no parágrafo introdutório:
Além disso, as proteínas da carne no bife que Compare agora com o parágrafo preenchido com
comemos servem para repor a massa muscular per- a tese e com os argumentos e veja a amarração que
dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as conseguimos:
fibras das verduras e folhas que ajudam no proces- Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é
samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra-
conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada
e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem
466 cultura culinária. um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos 4o Parágrafo:
seguintes, impondo a eles estruturas programadas
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
berá que a continuidade e a progressão textual foram Ainda convém lembrarmos_________________________
(que é): ________________________________________________
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
___________. Esse _________________________________ para
texto e aos argumentos.
______________________________. Essa (s) _________________
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de _________________________________________________________.
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois
fomos completando os espaços em branco que ligavam
os argumentos entre si com relações preestabelecidas Teremos, após preencher o modelo:
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”. tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
Veja que, para manter a continuidade textual recupe- que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu- Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse” nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
fechando com uma conclusão sobre esse argumento. cessadores da digestão no momento em que comemos.
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
hora do almoço nos mantendo despertos.
É de fundamental importância o_________________
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
_______________ para_____________________________________.
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que_____
podemos relacionar frases que você poderá escolher
_____________________________, por causa de _____________ para dar originalidade ao seu texto:
___________________________. Esse ________________________
_________________________________________________________. z Ao se examinarem alguns; verifica-se que;
z Pode-se mencionar, por exemplo,
z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
Observe como ficou a sequência completa do z Alguns argumentam que;
segundo parágrafo: z Além disso;
É de fundamental importância o consumo de ali- z Outro fator existente;
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- z Outra preocupação constante;
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por z Ainda convém lembrar;
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece z Por outro lado;
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto;
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia entretanto.
própria consumida durante o dia.
Lembramos que esses exemplos são apenas suges-
Veja agora uma coletânea de frases que podem tões e que você poderá desenvolver construções que
auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
atendam sua necessidade a partir de quando você
for adquirindo experiência com a produção de textos.
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdu-
em nosso país, há tempos, observa- se...
Cogita-se, com muita frequência, que... ção e para o desenvolvimento de nossas redações, também
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de... podemos criá-los para a conclusão de nossa dissertação.
É de fundamental importância o (a).... Acompanhe a organização de nosso último
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco- parágrafo.
brir as causas de....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
Levando-se em consideração esses aspectos __________
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o ________________________ somos levados a acreditar que___
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto _________________________________________________________
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- _______________________, mas também____________________.
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de Sendo assim ____________________________________________
argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res- _________________________________________________________.
pectivas estruturas vazias:
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
mos servem para repor a massa muscular perdida gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
das verduras e folhas que ajudam no processamento dos conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de ção para os problemas propostos, ou ainda, podem
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen- gerar simples constatações das verdades idealizadas.
tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os Você também pode contar com uma pequena lista de
hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária. frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. 467
z Em virtude dos fatos mencionados; Vá observando como as máscaras garantem o
z Por isso tudo; encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
z Levando-se em consideração esses aspectos; e a coerência com as várias possibilidades argumen-
z Dessa forma; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara
z Em vista dos argumentos apresentados;
z Dado o exposto;
MÁSCARA 02
z Por todos esses aspectos;
z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
1o Parágrafo
logo; então.
Entre os aspectos referentes a _______________.
Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão
______________________ três pontos merecem desta-
com as seguintes frases: que especial. O primeiro é __________________________;
o segundo ________________ e por fim________________
z somos levados a acreditar que;
z é-se levado a acreditar que; 2o Parágrafo
z entendemos que;
z entende-se que; Alguns argumentam que_______________________
z concluímos que; _______________________ para________________________.
z conclui-se que; Isso porque _______________________________. Dessa
z é necessário que; forma______________________________________________.
z faz-se necessário que.
3o Parágrafo
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
como se deu a criação da primeira máscara: Outra preocupação constante é _______________
___________________________________, pois____________
MÁSCARA 01
________________________. Como se isso não bastasse,
________________________ que _______________________
1o Parágrafo
____________ Daí _______________________________ que
____________e que__________________________________.
Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
______________Verifica-se que____________________________(,) 4o Parágrafo
__________________________ além de_____________________
_________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como Também merece destaque ______________________
consequência)_________________________________________. o (a) qual __________________________________________
. Diante disso ________________________para que ____
2o Parágrafo ____________________________________________________.
a) ___________________________
Muito bem, agora que vimos o processo de criação
das máscaras, você poderá começar também seu traba- 3°Argumentos
lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais b)____________________________
dois outros modelos de máscaras de redação que você c) ____________________________
468 poderá usar como base para suas próprias criações.
z Tipos diferentes de parágrafos de introdução:
4° (1º parágrafo) tese + argumentos
_________________________________________________
Declaração inicial: na declaração afirma-se ou
____________________________________________________
nega-se algo de início para em seguida justifi-
____________________________________________________
____________________________________________________ car-se e comprovar-se a assertiva com exem-
____________________________________________________. plos, comparações, testemunhos de autores etc.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo
5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso aplicado à nossa proposta básica que é o proje-
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos to arroz-com-feijão. Mais uma vez colocamos a
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme- estrutura já construída e em seguida a disposi-
lhantes ao seu argumento). ção vazia do parágrafo que poderá ser utilizada
por vocês sempre que desejarem.
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
ções anteriores ao argumento “a)”
_________________________________________________ Modelo nº 1
____________________________________________________
____________________________________________________ É fato notório que _____________________________
____________________________________________________ ___________________________________________________
____________________________________________________. ______________. Sabe-se que _______________________
________________________, além da _________________
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra- __________________________________________________.
fos para os argumentos “b)” e “c)”
Preenchendo o modelo, teremos:
_________________________________________________
____________________________________________________
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa
____________________________________________________
____________________________________________________ e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes
____________________________________________________. de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do
_________________________________________________ arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além
____________________________________________________ da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
____________________________________________________ completo abastecimento de energia somada ao prazer.
____________________________________________________.
Definição: o parágrafo por definição é enten-
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dido como um método preferencialmente
dizendo que, se algum dos argumentos não for didático, pois busca, por intermédio de uma
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus- explicação clara e breve, a exposição do signifi-
tentada, ou que os resultados propostos não serão cado de uma ideia, palavra ou de uma expres-
atingidos). são. É a forma de exposição dos diversos lados
pelos quais se pode encarar um assunto. Pode
_________________________________________________ apresentar tanto o significado que o termo car-
____________________________________________________ rega no uso geral quanto aquele que o falante
____________________________________________________ pretende determinar para o propósito do seu
___________________________________________________ discurso.
___________________________________________________.
Uma definição é um enunciado que descreve um
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO associados.
PARÁGRAFO DISSERTATIVO Vejam como em nosso parágrafo de exemplo explo-
ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto.
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba-
este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
lharemos as várias modalidades de parágrafos que
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
a base dessa informação deve sustentar-se em uma
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
verdade consagrada, diferentemente do que vimos
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
possíveis ao construí-las. no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
z Parágrafo de introdução
Modelo nº 2
O parágrafo de introdução tem como uma de suas
REDAÇÃO
______________________________ é a denominação
funções mais importantes, a de apresentar a tese que dada a ________________________. Essa ____________
será defendida no decorrer da redação. É também ___________________, mas a hipótese mais aceita é
possível e bastante didático que vocês façam uma pré- a de que __________________________________________
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- ______. Outra versão afirma que esse ____________
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, ____________, que tem origem ____________. O que se
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento sabe é que _______________________________________.
de vocês e a sequência das suas argumentações. 469
Preenchendo o modelo, teremos: Observem como isso é simples:
Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma Modelo nº 4
origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que Desde a época da ________________ sabe-se que
seria fruto de uma combinação do arroz (de origem ___________________________________________________
oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o fei- para ____________________________________. Principal-
jão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Outra mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
versão afirma que esse prato foi a união do arroz com _____________________________________________, além
a feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O
de________________________________________________
que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse prato foi se
____________________________________________________.
popularizando por todo o país, passando a ser uma par-
te quase que indispensável da refeição dos brasileiros.
Divisão: o parágrafo de divisão, processo também Preenchendo o modelo, teremos:
quase que exclusivamente didático, por causa das
suas características de objetividade e clareza, que Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
consiste em apresentar o tópico frasal (frase que que a alimentação dada a esses novos brasileiros era
introduz o parágrafo) sob a forma de divisão ou boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir
discriminação das ideias a serem desenvolvidas os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
(normalmente a divisão vem precedida por uma principalmente, já se reconhece que os carboidratos
definição, ambas no mesmo parágrafo ou em do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras
parágrafos distintos). Usamos aqui como represen- fornecem um completo abastecimento de energia soma-
tação desse modelo o conceito de silogismo (Um da ao prazer, justificando os hábitos do passado como
silogismo é um termo filosófico com o qual Aris- responsáveis pelo tradição alimentar que preservamos.
tóteles designou a argumentação lógica perfeita,
constituída de três proposições declarativas que se Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por
conectam de tal modo que a partir das primeiras interrogação é colocada por intermédio de uma
duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma pergunta a qual serve mais como recurso retó-
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por rico, uma vez que a questão levantada deve ser
Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores. respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi-
mento é feito por intermédio da confecção de
uma resposta à pergunta.
Modelo nº 3
_____________ pode ser representado de duas
maneiras diferentes: ___________ que é ___________ Modelo nº 5
____________ e ___________, que é __________________ Será possível determinar qual é ______________
_______________. Enquanto a primeira ___________se para_____________________________? (Resposta) ______
apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea- ____________________________________________________.
liza-se por intermédio de _________________________
____________________________________________________.
Preenchendo o modelo, teremos:
É fato notório que ____________________________ Observe que fizemos a opção por abrir nossa reda-
__________________________________________. Sabe-se ção com uma declaração inicial. Como abordamos um
que _____________________________________________,
tema geral, sem uma relevância científica notória e
além da __________________________________________.
que representa na verdade um conhecimento cultural
somado às observações de médicos e nutricionistas,
z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou a declaração foi a melhor alternativa, já que não se
de enumerações) compromete com a obrigatoriedade de recorrência a
uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
Entre os aspectos referentes a ___________________ volvimento mesclando os vários modelos apresen-
três pontos merecem destaque especial. O primei- tados anteriormente. Ao mesmo tempo em que eles
ro é ___________________________________; o segundo nos ofereciam diversas alternativas para a estrutura-
_________________ e por fim ________________________. ção de nosso projeto, também nos orientavam dando
caminhos a seguir na argumentação. É como se mon-
Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal) tássemos realmente um quebra-cabeça.
No passado, quando pensávamos em _______, Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos
notávamos que ___________________. era ____________ de desenvolvimento para esse projeto. Por enume-
comparada à que vemos recentemente . Hoje, por rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um
outro lado, _______________________________ torna- pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só
ram-se _____________. O resultado disso é que ______, depois, completar nossa redação. Afinal de contas,
na atualidade, tornou-se _________________________. essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Vejam como ficou:
z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de
ideias) É fato notório que a comida dos brasileiros é mui-
to boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu
longo dia de trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão
Muitos acreditam que ________________________ nos fornece um completo abastecimento de energia
_________________________________________, por cau- somado ao prazer.
sa da ____________________________. Por outro lado, Entre os aspectos referentes a esse par con-
sabe-se também que______________________________ siderado completo que é o arroz com feijão, três
_______________, quando muitas vezes _____________. pontos merecem destaque especial. O primeiro
está na riqueza de carboidratos presentes nele e que
nos reabastece repondo a energia consumida duran-
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo)
REDAÇÃO
Com esses modelos apresentados, desejamos mos- A IMPORTÂNCIA DE LIDAR COM O TEMPO DE
trar como é possível programar e treinar nossos tra- PROVA
balhos de redação se exercitarmos essas habilidades.
Porém, é de fundamental importância que você bus- Além de ser uma prova de conhecimentos, o Enem
que ou crie um modelo de máscara com o qual você é uma avaliação psicológica, pois são muitas questões e
mais se identifique. Isso para que, no momento de mais a redação para produzir dentro de um curto espa-
produção de sua redação, principalmente se ocorrer ço de tempo. Soma-se a isso toda a carga emocional que
durante uma prova de concurso, você já esteja orga- envolve esse exame, geralmente realizado por jovens que
nizado. Com isso, espera-se que vocês tenham a van- não têm muita experiência. Calcular o tempo faz parte
tagem de partir direto para a elaboração de seu texto das ações que você pode tomar para fazer uma prova
sem ter de ficar parados buscando inspiração em um melhor. A seguir, temos alguns conselhos nesse sentido:
momento em que todo segundo é importante.
z Não necessariamente a redação deve ser feita ao
fim da prova. Antes do exame, faça simulados, cal-
cule seu tempo e teste várias formas de executar a
redação: antes das questões, entre as questões ou
DICAS PARA UMA REDAÇÃO NOTA ao fim delas. Cada um precisa encontrar seu tempo
e estilo. Não copie cronogramas dos outros, estabe-
1000 leça um que faça sentido pra você;
z Organizar as ideias antes de escrever pode parecer
SOBRE OS TEMAS DA REDAÇÃO DO ENEM
perda de tempo, mas na verdade te ajuda a ganhar
tempo, porque seu cérebro já sabe o que precisa
Acertar o tema da redação do Enem é possível, mas escrever em cada parte do texto;
é algo muito difícil, por isso, você deve estar prepa- z Como já mencionamos, o Enem é uma prova tam-
rado para escrever sobre qualquer tema. No entanto, bém psicológica. Mesmo diante de um tema que
existem alguns assuntos aos quais podemos dar mais você não domina completamente, tente manter a
atenção, por serem recorrentes. calma para colocar em prática tudo o que estudou
e treinou.
z O primeiro e mais importante aspecto é: praticar
produção textual é essencial para adaptarmos a COMPETÊNCIAS EXIGIDAS PELA AVALIAÇÃO
nossa escrita a qualquer tema. Crie um cronogra-
ma de temas e estabeleça a produção de uma ou Competência 1: Demonstrar conhecimento e
duas redações por semana. É clichê, mas a prática domínio da modalidade escrita da língua portuguesa.
leva à perfeição; Revise bem o material relativo aos aspectos lin-
z A temática presente na redação do Enem é volta- guísticos da língua portuguesa e estude também a
ortografia das palavras. Em caso de dúvida sobre a
da para a realidade brasileira. O assunto pode ser
grafia de uma palavra, procure outra com mesmo sig-
pauta também em outros países, mas seus exem-
nificado para não errar na escrita. Cada palavra escri-
plos e argumentos devem estar baseados na reali- ta errada implica em menos pontos para você.
dade brasileira. Cuidado! Evite também a repetição de palavras dentro do
z Os temas anteriores jamais são repetidos, ou seja, mesmo parágrafo ou muitas vezes dentro do texto
você deve saber quais são os últimos temas para como um todo. Mostre ao avaliador que você tem um
474 não dedicar muito tempo para estudar esses temas; bom repertório de vocabulário e conectores.
Competência 2: Compreender o tema da redação z O tema é abordado de forma completa já no pri-
e dissertar sobre ele abrangendo conceitos presentes meiro parágrafo, no qual o participante aponta que
em várias áreas do conhecimento. a arte cinematográfica deve ser democratizada.
Faça o maior número de redações possíveis antes Há, também, repertório sociocultural utilizado de
e na hora da prova leia com calma a proposta, ana- maneira produtiva e pertinente à discussão no pri-
lise os textos motivadores e lembre-se de tudo o que meiro parágrafo, com a referência ao que é postula-
conhece e pode ser usado naquele contexto. Nem sem- do pelo filósofo David Hume para relacionar o poder
pre um tema sobre saúde exige conhecimentos ape- de pensamento do ser humano a sua capacidade de
nas da área da saúde, pode também abranger outras transpor ideias por meio do cinema, por exemplo;
áreas do conhecimento. z No segundo parágrafo, o participante aborda o
Competência 3: Para defender seu ponto de vista, potencial lúdico do cinema, mencionando a obra
é necessário selecionar, relacionar, analisar, reconhe- de Johan Huizinga. Por fim, no terceiro parágrafo,
cer fatos e opiniões.
ele se vale da Constituição Federal para afirmar que
Para mostrar seus argumentos com clareza, é
todos têm direito aos bens artísticos, o que não ocor-
essencial que você consiga abordar fatos e opiniões
re na prática, de acordo com pesquisas do IPHAN;
de forma objetiva e coerente. Além de expor seu pon-
to de vista, seja coerente e coeso ao defendê-los. Antes z O projeto de texto apresentado ao longo da redação
de começar a escrever o texto, selecione as melhores é considerado estratégico porque há uma organi-
ideias e os aspectos que deseja abordar para conven- zação clara e um desenvolvimento consistente da
cer o leitor. É preciso saber transmitir ao corretor que redação. Isso se deve ao fato de que o participante
suas ideias estão coerentes e que o texto foi planejado apresenta informações, fatos e opiniões relaciona-
conscientemente de acordo com as ideias e os argu- dos ao tema proposto para defender seu ponto de
mentos selecionados. vista de que o acesso ao cinema deve ser democra-
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos tizado, por razões relacionadas tanto à sociedade
mecanismos linguísticos necessários para a constru- quanto às leis;
ção da argumentação. z Em relação à sociedade, o participante aponta a
Dentre os mecanismos linguísticos mais impor- importância do cinema como elemento lúdico, que
tantes para a construção de um bom texto, podemos proporciona bem-estar e coesão da comunidade.
destacar a coesão. Para se sair bem nesse critério de Já em relação às leis, ele apresenta o artigo 215 da
avaliação, é necessário que o texto tenha uma boa Constituição Federal, segundo o qual o acesso a bens
estrutura de parágrafos e períodos que possibilitem a culturais é um direito de todos. No entanto, ele afir-
conexão das ideias. Além disso, use as citações corre- ma que esse direito não é garantido, uma vez que
tamente e marcadas por aspas, quando necessário. O existe uma distribuição irregular das práticas artís-
uso de conjunções para ligar as orações é primordial; ticas, incluindo o cinema. Por fim, propõe uma solu-
mostre ao corretor que você consegue utilizar as con- ção para alcançar a democratização efetivamente;
junções de forma correta e harmônica. z Quanto à coesão, observa-se, nessa redação, um
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção repertório diversificado de recursos coesivos,
para o problema abordado, respeitando os direitos sem inadequações. Há articulação tanto entre os
humanos. parágrafos (“Em segundo lugar”, “Por fim”) quan-
Na conclusão, você deve apresentar a proposta
to entre as ideias dentro de um mesmo parágrafo
de intervenção. Um erro dos candidatos é usar uma
(como “Sob essa ótica”, “de modo a” e “Diante dis-
proposta incluindo algo que desrespeite os direi-
so”, no 1º parágrafo; “o qual”, “pois” e “portanto”,
tos humanos, como punições extremas e/ou pena de
no 2º parágrafo; “Contudo” e “uma vez que”, no 3º
morte. Além disso, você não deve apresentar uma
proposta que seja tipificada como crime para as leis parágrafo; e “Sendo assim” e “Dessa forma”, no 4º
brasileiras. Sobre a violência contra as crianças, por parágrafo);
exemplo, o que precisamos fazer para combatê-la? z Por fim, o participante elabora proposta de inter-
Entender sobre leis e ministérios pode ajudar na fun- venção muito boa: concreta, detalhada, articulada
damentação da resposta se for algo que envolve o à discussão desenvolvida no texto e que respeita os
poder público, por isso a leitura ao decorrer do ano é direitos humanos. A proposta apresentada reforça
tão importante na hora de produzir um texto como a o papel do Governo de garantir o direito previsto
redação do Enem. na Constituição, propondo que seja elaborado um
plano de incentivo à prática cinematográfica.
ANÁLISE DOS AVALIADORES
Esperamos que os aspectos comentados aqui auxi-
z O participante demonstra excelente domínio da liem-no em sua redação e que você possa colocar em
modalidade escrita formal da língua portuguesa, prática tudo o que aprendeu! Boa prova!
uma vez que a estrutura sintática é excelente e há
apenas um desvio no trecho “habilidade que o per-
mite ver aquilo que nunca foi visto e ouvir aquilo
que nunca foi ouvido” (1º parágrafo), em que deve-
ria ter empregado o pronome “lhe”, e não “o”;
ANOTAÇÕES
z Com relação aos princípios da estruturação do
REDAÇÃO