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Língua Portuguesa
8ª série | 9º ano do Ensino Fundamental
Língua Portuguesa
8ª série / 9° ano do Ensino Fundamental
Ficha Catalográfica
ANDRADE, Adriana de Lourdes Ferreira de; FINAMORE, Rachel Garcia; MACHADO, Maika Som;
MICARELO, Hilda Aparecida L da Silva; SILVA, Josiane Toledo Ferreira; TAVARES, Ana Letícia Duin.
ISSN 1984-560X
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
Governador de Pernambuco
Eduardo Henrique Accioly Campos
Vice-Governador
João Lyra Neto
Secretário de Educação
Nilton Mota
1 Introdução 7
2 Resultados de sua Escola 9
3 A Escala de Proficiência 15
7 Conclusão 71
SAEPE 7
1 Introdução
Neste Boletim de Resultados da Escola, você conhecerá Estude as habilidades diagnosticadas pelos estudantes
os resultados de sua escola na avaliação de Língua em cada nível da Escala. Atente para o percentual de
Portuguesa realizada pelos estudantes da 8ª série / 9º estudantes que se encontram nos níveis e padrões
ano do Ensino Fundamental participantes do SAEPE. inferiores de desempenho.
As informações originadas por essa avaliação destinam- Enfim, convidamos todos da escola a analisar e
se a fornecer, às diversas instâncias integrantes do interpretar as informações trazidas neste Boletim para
SAEPE, subsídios que lhes possibilitem ter uma visão que, juntos, cumpramos a meta de elevar os índices
precisa do desempenho dos estudantes em Língua educacionais de nossa rede de ensino, oferecendo
Portuguesa, além de propor e implementar, em cada uma educação mais justa e de qualidade a todos.
escola, ações pedagógicas focalizadas na melhoria da
educação dos estudantes participantes do projeto.
Resultados de
sua escola
Para melhor interpretação, nas próximas páginas, os resultados desta escola são
apresentados, considerando cinco aspectos.
1 4
Percentual de estudantes por
nível de proficiência e padrão
Proficiência Média de desempenho
Apresenta a média de proficiência de cada escola. Apresenta a distribuição dos estudantes ao longo das
Como os resultados são construídos tendo por base faixas de proficiência no Estado e na sua escola. Esses
a mesma escala do Sistema Nacional de Avaliação gráficos permitem que você identifique a quantidade
da Educação Básica (SAEB), você pode comparar a de estudantes que estão nos padrões de desempenho
proficiência da sua escola com as médias do Brasil, do Elementar I, Elementar II, Básico e Desejável. Isso será
Estado, da sua GRE e do seu município para as redes fundamental para planejar intervenções pedagógicas
Estadual e Municipal. O objetivo é proporcionar uma voltadas à melhoria do processo de ensino e promoção
visão das proficiências médias e posicionar sua escola da equidade escolar.
em relação a essas médias.
2 Participação
Informa o número estimado de estudantes para
5 Resultados por turma e
estudante
Você conhecerá a proficiência média de cada turma e
estudante da escola. Esses resultados serão entregues
a realização do teste e quantos, efetivamente,
em um CD específico para esta escola.
participaram da avaliação no Estado, na sua GRE, no
seu município e na sua escola.
3
Evolução do percentual de
estudantes por padrão de Por meio deles é possível detectar em quais
desempenho aspectos serão necessárias intervenções
Permite que você acompanhe a evolução do percentual pedagógicas com vistas à melhoria do
de estudantes nos padrões de desempenho das processo educativo de sua escola.
avaliações realizadas pelo SAEPE em 2008 e 2009.
3
A Escala de
Proiciência
SAEPE 17
A Escala de
Proiciência
Após a aplicação dos testes, as respostas de cada estudante a cada item do teste são
processadas de forma a constituir uma base de dados. Por meio desta base de dados e da
utilização da Teoria da Resposta ao Item, a TRI, são calculados os parâmetros dos itens e
as proficiências dos estudantes. Em seguida, são realizados procedimentos matemáticos,
denominados equalizações, cujo objetivo é apresentar, na mesma escala do SAEB, as
proficiências e parâmetros dos itens que foram utilizados nos testes do SAEPE.
A escala é única para a Educação Básica, o que significa maior que outra escola com média de 230. Mas em
que estudantes posicionados em níveis mais altos na termos de habilidades desenvolvidas, o que significa
escala demonstram ter desenvolvido, também, as uma proficiência de 230 ou 260? Como identificar os
habilidades dos níveis anteriores. A Escala do SAEPE é estudantes a partir de seus resultados de desempenho?
semelhante a uma régua, variando de 0 a 500 pontos Nesse sentido, a Escala de Proficiência é fundamental,
divididos em intervalos de 25 pontos. pois, por meio dela, os números ganham significado
Através do uso da TRI, conseguimos calcular médias e passam a representar as habilidades desenvolvidas
e variações das grandezas avaliadas no SAEPE com pelos estudantes.
o objetivo de diagnosticar o desempenho dos
estudantes.
Por meio da escala, é possível qualificar os resultados
de proficiência e dotá-los de significado pedagógico.
Por exemplo: uma escola que apresenta proficiência
média de 260 pontos em Língua Portuguesa na 8ª
série / 9º ano do Ensino Fundamental tem proficiência
* As habilidades relativas a essas competências são avaliadas nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
A Interpretação
da Escala de Proficiência
A interpretação da escala permite traduzir as medidas de proficiência desta escola
em diagnósticos qualitativos do desempenho escolar. De posse desse diagnóstico,
as intervenções tornam-se mais eficazes e com maiores probabilidades de corrigir os
problemas na aprendizagem dos estudantes. Assim, propomos a interpretação da escala
por dois caminhos distintos, mas complementares e interdependentes. São eles:
Domínios e
Competências da Escala
COMPETÊNCIAS
Identifica letras
Uma das primeiras hipóteses que a criança formula com relação à língua escrita é a de que escrita e desenho
são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”, a criança pode
simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contatos mais sistemáticos com textos escritos,
observando-os e vendo-os ser utilizados por outras pessoas, a criança começa a perceber que escrita e desenho
são coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se deve utilizar para escrever. Para chegar
a essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar as letras de outros símbolos gráficos, como os
números, por exemplo. Uma vez percebendo essa diferenciação, um próximo passo será o de identificar as
letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo identificá-las mesmo quando escritas em diferentes padrões.
Estudantes que se encontram em níveis de proficiência Esse novo nível de complexidade desta competência é
entre 75 e 100 pontos são capazes de diferenciar letras indicado, na escala, pelo amarelo-escuro.
de outros rabiscos, desenhos e/ou outros sinais gráficos
também utilizados na escrita. Esse é um nível básico de Estudantes com nível de proficiência acima de 125
desenvolvimento desta competência, representado na pontos diferenciam as letras de outros sinais gráficos
escala pelo amarelo-claro. e identificam as letras do alfabeto, mesmo quando
escritas em diferentes padrões gráficos. Esse dado está
Estudantes com proficiência entre 100 e 125 indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.
pontos são capazes de identificar as letras do alfabeto.
26 Resultados da Escola
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Reconhece convenções
gráficas
Mesmo quando ainda bem pequenas, muitas crianças que têm contatos frequentes com situações de leitura
imitam gestos de leitores experientes. Fazem de conta, por exemplo, que leem um livro, folheando-o e olhando
suas páginas. Esse é um primeiro indício de reconhecimento das convenções gráficas. Essas convenções incluem
saber que a leitura se faz da esquerda para a direita e de cima para baixo ou, ainda, que, diferentemente da
fala, que apresenta num fluxo contínuo e na escrita é necessário deixar espaços entre as palavras.
Estudantes que se encontram em níveis de Estudantes com proficiência acima de 100 pontos,
proficiência de 75 a 100 pontos reconhecem que o além de reconhecerem as direções da esquerda para
texto é organizado na página escrita da esquerda a direita e de cima para baixo na organização da
para a direita e de cima para baixo. Esse fato é página escrita, também identificam os espaçamentos
representado na escala pelo amarelo-claro. adequados entre palavras na construção do texto.
Na escala, esse novo nível de complexidade da
competência está representado pela cor vermelha.
COMPETÊNCIAS
Manifesta consciência
fonológica
A consciência fonológica se desenvolve quando o sujeito percebe que a palavra é composta de unidades menores
que ela própria. Essas unidades podem ser a sílaba ou o fonema. As habilidades relacionadas a essa competência
são importantes para que o estudante seja capaz de compreender que existe correspondência entre o que se fala e
o que se escreve.
Estudantes que se encontram em níveis de proficiência Estudantes com proficiência entre 100 e 125
entre 75 e 100 pontos identificam rimas e sílabas que pontos contam sílabas de uma palavra lida ou ditada.
se repetem em início ou fim de palavra. Ouvir e recitar Esse novo nível de complexidade da competência está
poesias, além de participar de jogos e brincadeiras que representado na escala pelo amarelo-escuro.
explorem a sonoridade das palavras, contribuem para o
desenvolvimento dessas habilidades. Estudantes com proficiência acima de 125
pontos já consolidaram essa competência e esse fato
está representado na Escala de Proficiência pela cor
vermelha.
SAEPE 27
COMPETÊNCIA: Lê palavras.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Lê palavras
Para ler palavras com compreensão, o alfabetizando precisa desenvolver algumas habilidades. Uma delas,
bastante elementar, é a de identificar as direções da escrita: de cima para baixo e da esquerda para direita. Em
geral, ao iniciar o processo de alfabetização, o alfabetizando lê com maior facilidade as palavras formadas por
sílabas no padrão consoante/vogal, isso porque, quando estão se apropriando da base alfabética, as crianças
constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas são formadas por esse padrão. Posteriormente, em
função de sua exposição a um vocabulário mais amplo e a atividades nas quais são solicitadas a refletir sobre a
língua escrita, tornam-se hábeis na leitura de palavras compostas por outros padrões silábicos.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Localiza informação
A competência de localizar informação explícita em textos pode ser considerada uma das mais elementares.
Com o seu desenvolvimento o leitor pode recorrer a textos de diversos gêneros, buscando neles informações
de que possa necessitar. Essa competência pode apresentar diferentes níveis de complexidade - desde localizar
informações em frases, por exemplo, até fazer essa localização em textos mais extensos - e se consolida a partir
do desenvolvimento de um conjunto de habilidades que devem ser objeto de trabalho do professor em cada
período de escolarização.
Estudantes que se encontram em um nível Estudantes com proficiência entre 175 e 225
de proficiência entre 100 e 125 pontos localizam pontos localizam informações em textos mais
informações em frases, pequenos avisos, bilhetes extensos, desde que o texto se apresente em gênero
curtos, poemas simples. Essa é uma habilidade que lhes seja familiar. Esses leitores selecionam,
importante porque mostra que o leitor consegue dentre as várias informações apresentadas pelo
estabelecer nexos entre as palavras que compõem texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na Escala de
uma sentença, produzindo sentido para o todo e não Proficiência, o laranja-claro indica o desenvolvimento
apenas para as palavras isoladamente. Na Escala de dessa habilidade.
Proficiência, o desenvolvimento dessa habilidade está
indicado pelo amarelo-claro. Estudantes com proficiência entre 225 e 250 pontos
além de localizar informações em textos mais extensos,
Estudantes, que apresentam proficiência entre conseguem localizá-las, mesmo quando o gênero e o
125 e 175 pontos, localizam informações em textos tipo textual lhe são menos familiares. Isso está indicado,
curtos, de gênero familiar e com poucas informações. na Escala de Proficiência, pelo laranja-escuro.
Esses leitores conseguem, por exemplo, a partir da
leitura de um convite, localizar o lugar onde a festa A partir de 250 pontos, encontram-se os
acontecerá ou ainda, a partir da leitura de uma fábula, estudantes que localizam informações explícitas,
localizar uma informação relativa à caracterização de mesmo quando essas se apresentam sob a forma
um dos personagens. Essa habilidade está indicada, de paráfrases. Esses estudantes já consolidaram a
na Escala, pelo amarelo-escuro. habilidade de localizar informações explícitas, o que
está indicado, na Escala de Proficiência, pela cor
vermelha.
SAEPE 29
COMPETÊNCIA: Identifica tema.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Identifica tema
A competência de identificar tema se constrói pelo desenvolvimento de um conjunto de habilidades que permitem
ao leitor perceber o texto como um todo significativo pela articulação entre suas partes.
Estudantes que apresentam um nível de Estudantes com proficiência entre 225 e 275
proficiência entre 150 e 175 pontos identificam o pontos identificam o tema de um texto mesmo
tema de um texto desde que esse venha indicado no quando esse tema não está marcado apenas por
título, como no caso de textos informativos curtos, pistas textuais, mas é inferido a partir da conjugação
notícias de jornal ou revista e textos instrucionais. Esses dessas pistas com a experiência de mundo do leitor.
estudantes começam a desenvolver a competência de Justamente por mobilizar intensamente a experiência
identificar tema de um texto, fato indicado, na Escala de mundo, estudantes com esse nível de proficiência
de Proficiência, pelo amarelo-claro. conseguem identificar o tema em textos que exijam
inferências, desde que os mesmos sejam de gênero
Estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos, e tipo familiares. O laranja-claro indica este nível de
fazem a identificação do tema de um texto valendo-se de complexidade mais elevado da competência.
pistas textuais. Na Escala de Proficiência, o amarelo-escuro
indica esse nível mais complexo de desenvolvimento da Estudantes com nível de proficiência a partir de
competência de identificar tema de um texto. 275 pontos identificam o tema em textos de tipo
e gênero menos familiares que exijam a realização
de inferências nesse processo. Esses estudantes já
consolidaram a competência de identificar tema em
textos, o que está indicado na Escala de Proficiência
pela cor vermelha.
30 Resultados da Escola
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Realiza inferência
Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes, que conseguem
ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo camadas mais profundas de
significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo de produção de sentidos para o
que lê, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prévios, à sua experiência de mundo. Estão
envolvidas na construção da competência de fazer inferências as habilidades de: inferir o sentido de uma
palavra ou expressão a partir do contexto no qual ela aparece; inferir o sentido de sinais de pontuação ou
outros recursos morfossintáticos; inferir uma informação a partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o
efeito de humor ou ironia em um texto.
COMPETÊNCIAS
A competência de identificar gênero, função ou destinatário de um texto envolve habilidades cujo desenvolvimento
permite ao leitor uma participação mais ativa em situações sociais diversas, nas quais o texto escrito é utilizado com
funções comunicativas reais. Essas habilidades vão desde a identificação da finalidade com que um texto foi produzido
até a percepção de a quem ele se dirige. O nível de complexidade que essa competência pode apresentar dependerá da
familiaridade do leitor com o gênero textual, portanto, quanto mais amplo for o repertório de gêneros de que o estudante
dispuser, maiores suas possibilidades de perceber a finalidade dos textos que lê. É importante destacar que o repertório de
gêneros textuais se amplia à medida que os estudantes têm possibilidades de participar de situações variadas, nas quais a
leitura e a escrita tenham funções reais e atendam a propósitos comunicativos concretos.
Estudantes que apresentam um nível de Estudantes com proficiência de 175 a 250 pontos
proficiência de 100 a 175 pontos identificam a identificam o gênero e o destinatário de textos de
finalidade de textos de gênero familiar como receitas ampla circulação na sociedade, valendo-se das pistas
culinárias, bilhetes, poesias. Essa identificação pode oferecidas pelo texto, tais como: o tipo de linguagem
se fazer em função da forma do texto, quando ele e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na
se apresenta na forma estável em que o gênero Escala de Proficiência, a maior complexidade dessa
geralmente se encontra em situações da vida competência está indicada pelo amarelo-escuro.
cotidiana. Por exemplo, no caso da receita culinária,
quando ela traz inicialmente os ingredientes, Estudantes que apresentam proficiência a partir
seguidos do modo de preparo dos mesmos. Na de 250 pontos já consolidaram a competência de
Escala de Proficiência esse início de desenvolvimento identificar gênero, função e destinatário de textos,
da competência está indicado pelo amarelo-claro. ainda que estes se apresentem em gênero pouco
familiar e com vocabulário mais complexo. Esse fato
está representado na Escala de Proficiência pela cor
vermelha.
32 Resultados da Escola
COMPETÊNCIAS
Estabelece relações
lógico-discursivas
A competência de estabelecer relações lógico-discursivas envolve habilidades necessárias para que o leitor
estabeleça relações que contribuem para a continuidade, progressão do texto, garantindo sua coesão e
coerência. Essas habilidades relacionam-se, por exemplo, ao reconhecimento de relações semânticas indicadas
por conjunções, preposições, advérbios ou verbos. Ainda podemos indicar a capacidade de o estudante
reconhecer as relações anafóricas marcadas pelos diversos tipos de pronome. O grau de complexidade das
habilidades associadas a essa competência está diretamente associado a dois fatores: a presença dos elementos
linguísticos que estabelecem a relação e o posicionamento desses elementos dentro do texto, por exemplo, se
um pronome está mais próximo ou mais distante do termo a que ele se refere.
COMPETÊNCIAS
Identifica elementos
de um texto narrativo
Os textos com sequências narrativas são os primeiros com os quais todos nós entramos em contato e com os
quais mantemos maior contato, tanto na oralidade quanto na escrita. Daí, observarmos a consolidação das
habilidades associadas a essa competência em níveis mais baixos da Escala de Proficiência, ao contrário do que
foi visto na competência anterior. Identificar os elementos estruturadores de uma narrativa significa conseguir
dizer onde, quando e com quem os fatos ocorrem, bem como sob que ponto de vista a história é narrada.
Essa competência envolve, ainda, a habilidade de reconhecer o fato que deu origem à história (conflito ou
fato gerador), o clímax e o desfecho da narrativa. Esses elementos dizem respeito tanto às narrativas literárias
(contos, fábulas, crônicas, romances...) como a narrativas de caráter não literário, uma notícia, por exemplo.
Estudantes cuja proficiência se encontra entre A partir de 200 pontos, os estudantes agregam
150 e 175 pontos na Escala nível marcado pelo a essa competência mais duas habilidades: o
amarelo-claro, estão começando a desenvolver essa reconhecimento da solução de conflitos e do tempo
competência. Esses estudantes identificam o fato em que os fatos ocorrem. Nessa última habilidade,
gerador de uma narrativa curta e simples, bem como isso pode ocorrer sem que haja marcas explícitas,
reconhecem o espaço em que transcorrem os fatos ou seja, pode ser necessário fazer uma inferência. A
narrados. faixa vermelha indica a consolidação das habilidades
envolvidas nessa competência.
Entre 175 e 200 pontos na Escala, há um segundo
nível de complexidade, marcado pelo amarelo-escuro.
Nesse nível, os estudantes reconhecem, por exemplo,
a ordem em que os fatos são narrados.
34 Resultados da Escola
COMPETÊNCIAS
Estabelece relações
entre textos
Essa competência diz respeito ao estabelecimento de relações intertextuais, as quais podem ocorrer dentro
de um texto ou entre textos diferentes. É importante lembrar, também, que a intertextualidade é um fator
importante para o estabelecimento dos tipos e dos gêneros, na medida em que os relaciona e os distingue.
As habilidades envolvidas nessa competência começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de
Proficiência, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais complexas, que exigem do leitor uma maior
experiência de leitura.
Estudantes que se encontram entre 225 e 275 O amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que
pontos na Escala, marcado pelo amarelo-claro, os estudantes com uma proficiência que se encontra
começam a desenvolver as habilidades dessa nesse intervalo já conseguem realizar tarefas mais
competência. Esses estudantes reconhecem complexas ao comparar textos, como, por exemplo,
diferenças e semelhanças no tratamento dado reconhecer, na comparação entre textos, posições
ao mesmo tema em textos distintos, além de contrárias acerca de um determinado assunto.
identificar um tema comum na comparação
entre diferentes textos informativos. A partir de 325 pontos, temos o vermelho que
indica a consolidação das habilidades relacionadas
a essa competência. Os estudantes que ultrapassam
esse nível na Escala de Proficiência são considerados
leitores proficientes.
SAEPE 35
COMPETÊNCIA: Distingue posicionamentos.
INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
COMPETÊNCIAS
Distingue posicionamentos
Distinguir posicionamentos está diretamente associado a uma relação mais dinâmica entre o leitor e o texto.
COMPETÊNCIAS
Identifica marcas
linguísticas
Essa competência relaciona-se ao reconhecimento de que a língua não é imutável e faz parte do patrimônio
social e cultural de uma sociedade. Assim, identificar marcas linguísticas significa reconhecer as variações que
uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
Essa competência envolve as habilidades de reconhecer, por exemplo, marcas de coloquialidade ou formalidade
de uma forma linguística e identificar o locutor ou interlocutor por meio de marcas linguísticas.
Os Padrões de
Desempenho
Para compor os padrões de desempenho, os níveis de proficiência da escala foram agrupados. Esses
padrões são referências importantes para o entendimento do ponto em que sua escola se encontra em
relação ao desempenho acadêmico. Assim, na avaliação da 8ª série / 9º ano do Ensino Fundamental em
Língua Portuguesa do SAEPE, consideramos quatro padrões de desempenho.
Observe, no quadro a seguir, o detalhamento dos padrões de desempenho e seus respectivos níveis de proficiência.
Padrão de Nível de
Interpretação Pedagógica
desempenho proficiência
Veja, a seguir, o detalhamento das habilidades presentes nos níveis de proficiência que constituem cada um dos
padrões de desempenho. A fim de exemplificar quais tarefas os estudantes realizam nesses níveis, apresentamos,
também, alguns itens que compuseram o teste de 2009 do SAEPE. Esses itens estão alocados nos níveis de
proficiência da Escala de acordo com o comportamento apresentado no teste.
A análise pedagógica dos itens compreende, como você verá, o percentual geral de resposta dos estudantes
para cada alternativa de resposta, além de hipóteses mais prováveis sobre estratégias cognitivas das quais os
estudantes se valeram ao optar pela alternativa em questão. Em cada item, o gabarito encontra-se destacado.
SAEPE 41
Detalhamento das habilidades
presentes nos níveis de proficiência
Até 125 pontos
Elementar I
Item P050372A9
(P050372A9) No trecho “Tchau, mãe! Vou brincar lá fora.”, a expressão lá fora dá uma ideia de
A) causa.
B) lugar.
C) modo.
D) tempo.
%
Hipótese
de Resposta
Item P050008PE
Corda Bamba
As duas vinham andando pela calçada – a Mulher Barbuda e Maria. De mão dada. A Mulher
Barbuda usava saia, barba e uma sacola estourando de cheia; Maria, de calça de brim, um
embrulho debaixo do braço, ia levando a tiracolo um arco enfeitado com flor de papel, quase do
tamanho dela (não era muita vantagem: ela já tinha dez anos, mas era do tipo miúdo). Pararam
na frente de um edifício. Barbuda falou:
– É aqui, tá vendo? 225. – Olhou pra trás: – Foguinho! Ei!
Foguinho estava parado na esquina tirando um coelho da meia: andava treinando pra ser
mágico. Há anos que ele comia fogo no circo, mas agora tinha dado pra ficar de estômago
embrulhado cada vez que engolia uma chama; tinha dias, que só de olhar pras tochas que
Barbuda trazia, o estômago já se revoltava todo.
– Olha só, fiz a mágica da meia! – gritou. Agarrou o coelho pela orelha e correu pra porta
do edifício.
Barbuda achava uma graça danada naquela história de Foguinho treinar mágica em tudo
que é canto; deu um beijo nele:
– Você ainda vai ser o maior mágico que já se viu por aí. Não é, Maria?
Mas Maria continuou quieta; só apertou com mais força a mão de Barbuda.
NUNES, Lygia Bojunga. Corda Bamba. 20. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997,virgula p.9.
(P050008PE) Qual
era o problema de Foguinho?
A) Cansou de exercer uma ação de risco.
B) Ganhava pouco como engolidor de fogo.
C) Ficava enjoado com o “sabor” do fogo.
D) Possuía talento para a técnica mágica.
Habilidade
Inferir informação em um texto.
Avaliada
%
Hipótese
de Resposta
Os estudantes que assinalaram a alternativa A realizaram uma inferência equivocada
A a partir, apenas, de seu conhecimento de mundo e consideraram, assim, que a
manipulação do fogo era arriscada. Esses estudantes ainda não desenvolveram a
13,1%
habilidade avaliada, pois desconsideraram as informações presentes no texto para
realizar a inferência.
B Os estudantes que marcaram essa alternativa realizaram um raciocínio semelhante ao
dos estudantes que assinalaram letra A, contudo, associaram o problema da personagem
14,0%
Foguinho a uma questão financeira (“Ganhava pouco como engolidor de fogo”).
Os estudantes que escolheram essa alternativa, o gabarito, revelam ter desenvolvido
a habilidade avaliada, visto que conseguiram realizar uma leitura atenta, seguir as
C pistas textuais (“há anos que ele engolia fogo, mas agora tinha dado pra ficar de
50,4% estômago embrulhado...”) e articulá-las ao seu conhecimento de mundo, inferindo
corretamente a informação solicitada pelo item.
Aqueles estudantes que optaram por essa alternativa realizaram uma leitura
D desatenta, pois tomaram a fala da personagem Barbuda (“Você ainda vai ser o
21,6% maior mágico que já se viu por aí”.) como sendo a pista textual que levaria à
resposta correta. Contudo, essa foi uma inferência equivocada.
Brancos e Nulos: 0,9%
SAEPE 47
De 225 até 250 pontos
Elementar II
Item P050371A9
(P050371A9) A expressão “vou matar dois coelhos com uma só cajadada!” indica que o menino
conseguiu
A) deixar a mãe tranquila.
B) desobedecer às ordens da mãe.
C) fugir do banho no chuveiro.
D) tomar banho e brincar.
Habilidade
Inferir o sentido de palavra ou expressão a partir do contexto.
Avaliada
%
Hipótese
de Resposta
Brincadeira retrô
Me lembro bem de quando era pequena e do quanto minha imaginação era fértil. Eu fui
daquelas crianças que davam arrepios nos pais por conta das brincadeiras mirabolantes:
a cama de casal que virava navio pirata, o sofá da sala que virava palco de teatro com
direito a cortina de lençol e tudo mais... Toda vez que começava a me animar minha
5 avó dizia: “Lá vem essa menina inventando moda”. Hoje vejo que esse era o jeito de
brincar das crianças de antigamente. Não havia toda essa parafernália eletrônica, que
toca música, anda, fala e não deixa nenhum espaço para a imaginação. Precisávamos
inventar as nossas brincadeiras. Criança moderna não sabe brincar sozinha, tem sempre
a babá, o computador, o DVD... Hoje tento incentivar meu filho a brincar assim também.
10 Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele fora, mas com certeza ele vai aprender
a se divertir com muito menos. Dá mais trabalho, faz mais bagunça, mas é infinitamente
mais divertido.
POMÁRICO, Veri. Revista Gol. Editora Trip: s/l. s/d. (P090441A9_SUP)
Habilidade
Identificar a tese de um texto.
Avaliada
%
Hipótese
de Resposta
Os estudantes que marcaram essa alternativa detiveram-se ao último período do
A texto, no trecho “mas é infinitamente mais divertido”, para considerar que a tese
do texto residiria no fato da autora considerar as brincadeiras de antigamente mais
34,3%
divertidas. Esse raciocínio, contudo, não se constitui como sendo a tese defendida
pela autora.
Os estudantes que assinalaram essa alternativa já desenvolveram a habilidade
B avaliada pelo item, pois conseguiram articular os elementos do texto e reconhecer
45,9% a ideia defendida pela autora.
Os estudantes que escolheram essa alternativa realizaram uma inferência equivocada
C a partir do trecho “Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele fora...” e de
seu conhecimento de mundo. Essa escolha indica incompreensão dos argumentos
12,5%
utilizados pela autora no texto e que esses alunos ainda não desenvolveram a
habilidade avaliada pelo item.
D Os estudantes que escolheram essa alternativa guiaram-se por um comentário
pontual da autora sobre os brinquedos atuais, portanto, esses estudantes ainda
6,3%
não desenvolveram a habilidade avaliada.
Brancos e Nulos: 1,0%
50 Resultados da Escola
Brincadeira retrô
Me lembro bem de quando era pequena e do quanto minha imaginação era fértil. Eu fui
daquelas crianças que davam arrepios nos pais por conta das brincadeiras mirabolantes:
a cama de casal que virava navio pirata, o sofá da sala que virava palco de teatro com
direito a cortina de lençol e tudo mais... Toda vez que começava a me animar minha
5 avó dizia: “Lá vem essa menina inventando moda”. Hoje vejo que esse era o jeito de
brincar das crianças de antigamente. Não havia toda essa parafernália eletrônica, que
toca música, anda, fala e não deixa nenhum espaço para a imaginação. Precisávamos
inventar as nossas brincadeiras. Criança moderna não sabe brincar sozinha, tem sempre
a babá, o computador, o DVD... Hoje tento incentivar meu filho a brincar assim também.
10 Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele fora, mas com certeza ele vai aprender
a se divertir com muito menos. Dá mais trabalho, faz mais bagunça, mas é infinitamente
mais divertido.
POMÁRICO, Veri. Revista Gol. Editora Trip: s/l. s/d. (P090441A9_SUP)
(P090442A9)No trecho “Eu fui daquelas crianças que davam arrepios nos pais por conta das
brincadeiras mirabolantes” ( 1-2), a expressão destacada significa que as brincadeiras causavam
A) admiração.
B) curiosidade.
C) indignação.
D) preocupação.
Habilidade
Inferir o sentido de palavra ou expressão a partir do contexto.
Avaliada
%
Hipótese
de Resposta
Item P090546A9
Texto 2
Agradeço pelas informações claras e completas fornecidas pela revista sobre as mudanças
do vestibular. Trabalho com orientação profissional em um colégio e utilizei a reportagem, assim
como o site da publicação, nos grupos que coordeno. As mudanças são realmente necessárias e
preservarão a qualidade do ensino das escolas brasileiras, sobretudo no Ensino Médio. Nossos
jovens precisam ser estimulados a pensar!
Betina Andriani Felipe – Psicóloga e professora - Florianópolis, SC
Revista Veja. nº 16. São Paulo: Abril, 22 abr. 2009. p. 36. (P090546A9_SUP)
(P090546A9) A respeito da reportagem sobre vestibular, as opiniões dos leitores são
A) antagônicas.
B) cautelosas.
C) complementares.
D) inconsistentes.
%
Hipótese
de Resposta
Os estudantes que optaram por essa alternativa realizaram uma leitura desatenta, pois
A não foram capazes de perceber que os dois textos deixam claro, desde a primeira linha,
que seus autores elogiam a reportagem, o que pode ser comprovado pelas seguintes
10,7%
passagens “é muito boa” (Texto 1) e “informações claras e competentes” (Texto 2).
Ou, ainda, esses estudantes não entenderam o significado de “antagônicas”.
Os estudantes que marcaram essa alternativa ainda não desenvolveram essa
B habilidade, pois não conseguiram perceber que os autores das cartas expressam
29,3% suas opiniões de modo claro, não havendo pistas linguísticas que indiquem cautela
na exposição de suas ideias.
Os estudantes que assinalaram essa alternativa já desenvolveram a habilidade
C avaliada, pois foram capazes de ler os dois textos, articular as informações de
50,9% ambos e entender que o posicionamento de seus autores é semelhante e suas
ideias se complementam.
Os estudantes que escolheram essa alternativa consideraram que os argumentos dos
D autores das cartas foram inconsistentes. Essa escolha revela que esses estudantes
8,1% ainda não desenvolveram a habilidade avaliada nem conhecem as características
de uma carta de leitor.
Brancos e Nulos: 1,0%
SAEPE 53
De 275 até 300 pontos
Básico
Item P050530A9
Quando você vê nuvens escuras, pensa logo que vem chuva por aí, certo? De fato, as
cúmulos-nimbos, nuvens de cor cinza, causam tempestades. Só que elas não assustam
apenas quem tem medo de chuva forte. Os pilotos de avião também as temem. Sabe por quê?
As cúmulos-nimbos são campeãs em turbulência, conta a meteorologista Maria
5 Assunção Dias, da Universidade de São Paulo. Esse fenômeno é capaz de chacoalhar um
avião e é causado pelo choque entre as correntes de ar que há dentro das nuvens.
No interior das cúmulos-nimbos, as correntes de ar são muito intensas e têm sentidos
opostos. Para você ter uma ideia, os jatos de ar voltados para cima, nesse tipo de
nuvem,chegam à velocidade de 100 quilômetros por hora.
10 As cúmulos-nimbos, no entanto, não se destacam apenas pela turbulência. A cor
escura é outra de suas características. E sabe qual a origem dessa coloração? Os raios
solares batem na nuvem e são refletidos de volta para o espaço, por conta das pedrinhas
de gelo e gotas de água que as formam. Pronto, está revelado o mistério!
%
Hipótese
de Resposta
Os estudantes que assinalaram essa alternativa fizeram uma retomada inadequada,
A pois consideraram que o pronome “esse” estaria se referindo ao termo “choque”,
26,2% localizado após o pronome. Contudo, apesar de estar flexionado no masculino e
singular, essa associação não mantém o sentido do texto.
B Os estudantes que escolheram essa alternativa ainda não desenvolveram a habilidade
avaliada pelo item, pois tomaram uma palavra que, ao ser colocada no lugar do pronome
6,0%
demonstrativo, não produz sentido no texto e está localizada após o pronome.
C Os estudantes que optaram por essa alternativa não perceberam o caráter anafórico
do emprego do pronome “esse”, pois indicaram como referente do pronome um
25,2%
termo que aparece no último parágrafo do texto.
Aqueles estudantes que escolheram essa alternativa, o gabarito, conseguiram
D perceber que, no ambiente linguístico em questão, apenas a palavra “turbulência”
41,6% mantém o nexo do texto.
Brancos e Nulos: 1,0%
SAEPE 55
Item P090458A9
Sondagem
O carteiro, conversador amável, não gosta de livros. Tornam pesada a carga matinal,
que na sua opinião, e dado seu nome burocrático, devia constituir-se apenas de cartas. No
máximo algum jornalzinho leve, mas esses pacotes e mais pacotes que o senhor recebe,
ler tudo isso deve ser de morte!
5 Explico-lhe que não é preciso ler tudo isso, e ele muito se admira:
– Então o senhor guarda sem ler? E como é que sabe o que tem no miolo?
– Em primeiro lugar, Teodorico, nem sempre eu guardo. Às vezes dou aos amigos,
quando há alguma coisa que possa interessar a eles.
– Mas como sabe que pode interessar, se não leu?
10 Esclareço a Teodorico que não leio de ponta a ponta, mas sempre abro ao acaso, leio
uma página ou umas linhas, passo os olhos no índice, e concluo.
Meu crédito diminui sensivelmente a seus olhos. Não lhe passaria pela cabeça receber
qualquer coisa do correio sem ler inteirinha.
– Mas, Teodorico, quando você compra um jornal se sente obrigado a ler tudo que está
15 nele?
– Aí é diferente. Eu compro o jornal para ver os crimes, o resultado do seu-talão-vale-um-milhão
etc. Leio aquilo que me interessa.
– Eu também leio aquilo que me interessa. [...]
Ficou pensativo, à procura de argumento? Enquanto isso, eu meditava a curiosidade de
20 um carteiro que se queixa de entregar muitos livros e ao mesmo tempo reprova que outros
não os leiam integralmente.
– Tem razão. Não adianta mesmo escrever.
– Como não adianta? Lava o espírito.
– No meu fraco raciocínio, tudo é encadeado neste mundo. Ou devia ser. Uma coisa
25 nunca acontece sozinha nem acaba sozinha. Se uma pessoa, vamos dizer, eu, só para
armar um exemplo, se eu escrevo um livro, deve existir um outro – o senhor, numa hipótese
– para receber e ler esse livro. Mas se o senhor não liga a mínima, foi besteira eu fazer esse
esforço, e isso é o que acontece com a maioria, estou vendo.
ANDRADE, Carlos Drumond. In: WERNECK, Humberto. Boa companhia: crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
p.31-33. (P090457A9_SUP)
No trecho “... isso é o que acontece com a maioria, estou vendo.” ( . 28), o pronome
(P090458A9)
destacado refere-se ao fato de o narrador
A) ter diminuído o crédito com o carteiro.
B) presentear sempre os amigos com livros.
C) ler apenas uma página ou umas linhas.
D) dar pouca importância a um livro recebido.
SAEPE 57
%
Hipótese
de Resposta
Item P090036PE
Habilidade
Identificar a finalidade de diferentes gêneros textuais.
Avaliada
%
Hipótese
de Resposta
Sugestões de
Práticas Pedagógicas
Professor,
Você aprendeu, neste boletim, a interpretar o significado pedagógico da medida de proficiência
resultante da aplicação, em sua escola, dos testes de Língua Portuguesa da 8ª série / 9º ano
do Ensino Fundamental. Nossa proposta agora é que você reflita sobre algumas sugestões
de atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula, com o propósito de desenvolver
habilidades importantes para que os estudantes, nesse nível de ensino, prossigam em seu
processo de escolarização.
Explorar textos que sejam do interesse dos estudantes como, por exemplo, manchetes de jornais,
tirinhas, charges, matérias de revistas voltadas ao público jovem e, a partir deles, trabalhar não
apenas o conteúdo das mensagens, mas realizar uma reflexão sobre a escrita das palavras.
Solicitar que contem as letras que compõem uma palavra, que localizem uma determinada sílaba
em outras palavras, que pesquisem palavras que apresentem semelhanças entre sons iniciais e/ou
finais, dentre outras.
Trabalhar com letras de músicas explorando as rimas, de modo que os estudantes percebam o que
se repete tanto na pauta sonora quanto na escrita das palavras.
Oferecer modelos de leitura para esse estudante, lendo para ele em voz alta a fim de que ele
consiga perceber a importância de diferentes entonações e as paradas próprias aos sinais de
pontuação.
Realizar atividades mais prazerosas, tais como bingos de sílabas, caça-palavras, palavras cruzadas,
dentre outras. É importante lembrar que um estudante com cinco anos de escolarização sem
estar alfabetizado não apresenta mais as características de uma criança que ingressa no Ensino
Fundamental, seja em termos de seus interesses, seja no que se refere à sua experiência de mundo.
Por isso, o investimento na alfabetização desses estudantes deve buscar, antes de qualquer coisa,
despertar neles o interesse e o desejo pela leitura.
64 Resultados da Escola
Estratégias de Leitura
Neste domínio estão agrupadas as competências de localização de informações, identificação de tema,
realização de inferências e identificação de gêneros textuais, sua finalidade e destinatário, exigindo do leitor
habilidades mais básicas e outras mais sofisticadas em sua interação com os textos. Portanto, as intervenções
do professor para que tais competências e suas respectivas habilidades sejam desenvolvidas devem se dar no
sentido de favorecer o contato com textos de gêneros variados, promovendo situações nas quais os estudantes
recorram a eles com objetivos reais.
Criar, por exemplo, um varal de contos ou poesias, organizado pelo professor e pela turma, e um
momento na rotina diária para que os estudantes recorram ao varal para ler e expor o que leram
à turma.
Manter uma biblioteca de sala de aula que pode reunir livros, revistas, jornais e gibis.
Utilizar, além do livro didático, revistas de curiosidades científicas voltadas ao público jovem para
manter um mural de “Curiosidades científicas”, responsabilizando grupos de estudantes pela
manutenção e atualização do mural.
Desenvolver atividades de interpretação de texto a partir de histórias em quadrinhos, charges e
tirinhas. Esses textos podem servir à abordagem de conteúdos de diferentes disciplinas.
Escrever, ler e discutir com a turma os textos que circulam na escola e que se destinam à
comunicação com as famílias, tais como circulares, bilhetes, avisos, dentre outros, ao invés de
simplesmente entregá-los.
Ler e discutir com a turma matérias jornalísticas que estejam mobilizando o grupo, incentivando um
posicionamento crítico dos estudantes com relação a elas. Realizar debates sobre as temáticas lidas.
Solicitar aos estudantes que formulem hipóteses com relação ao texto antes de lê-lo, baseando-
se em pistas tais como: suporte de onde foi extraído (Livro? Panfleto? Revista? Jornal?), título do
texto, diagramação na página, dentre outras possíveis. Após a leitura, comparar as conclusões a
que se pode chegar às hipóteses levantadas inicialmente.
Discutir com os estudantes as interpretações possíveis para textos que conjugam linguagem verbal
e não verbal como, por exemplo, textos de propaganda, tirinhas, etc.
Explorar o conteúdo implícito de textos como propagandas, charges e outros nos quais a imagem
é um fator que complementa ou mesmo contradiz o que está escrito.
Mesmo quando um texto que será explorado com os estudantes for reproduzido em cartaz ou
cópia xérox, o professor deve trazer para a sala o suporte original de onde o texto foi retirado –
livro, jornal, revistas ou outro - para que os estudantes percebam a relação entre o suporte e o
tipo de texto que ele veicula.
Criar um jornal para circulação na escola, responsabilizando diferentes turmas e/ou séries por
seções do jornal, de acordo com o gênero textual que mais se adequado às especificidades de
cada faixa etária dos estudantes.
Questionar os estudantes quanto à finalidade dos textos que leem, ao público ao qual se dirigem,
à linguagem utilizada, levando-os a observar a forma do texto e de que modo ela pode contribuir
para a interpretação de seu conteúdo.
SAEPE 65
Processamento do Texto
Os resultados das avaliações educacionais em larga escala revelam que algumas habilidades de leitura se mostram mais
complexas para estudantes que se encontram nesse período de escolaridade, as quais estão associadas a competências
do Domínio Processamento do Texto. Em função disso, em sala de aula, podem ser realizadas algumas atividades
que contribuem para que os estudantes possam desenvolver habilidades relacionadas às competências de Estabelecer
relações entre textos, Distinguir posicionamentos e Identificar marcas linguísticas. Pensando nisso, sugerimos as
seguintes atividades que podem ser implementadas nas aulas de Língua Portuguesa ao final da 8ª série / 9º ano do
Ensino Fundamental.
Para desenvolver habilidades de leitura relativas à Competência de Estabelecer relações entre textos, você,
professor, pode desenvolver a seguinte atividade, a fim de levar seus estudantes a serem leitores mais
críticos:
Confrontar textos de linguagens diferentes (um texto verbal e um texto não verbal, por exemplo), a
explorar a paráfrase e a paródia. Para isso, pode-se solicitar aos estudantes a elaboração de paródias
bem humoradas com músicas ou textos de temas que lhes sejam familiares e, posteriormente,
trabalhar com a apresentação da composição desse tipo de relação intertextual. Ou ainda, a
exploração de um texto informativo de um determinado tema, por exemplo, a seca, associado a
uma fotografia ou a uma tela que retrate a mesma situação e, depois de fazer a comparação entre
os textos, pedir para que os estudantes escrevam suas impressões a respeito do assunto e a forma
como foram abordados nos textos.
Relacionar os fatos apresentados no texto às suas causas. Os textos jornalísticos são especialmente
adequados a esse tipo de trabalho.
Produzir uma narrativa a partir de um conflito gerador, para o qual o estudante deverá elaborar
um desenvolvimento e um desfecho.
Identificar, num texto de comunicação científica, os argumentos que o autor utiliza para sustentar
suas afirmações construindo, por exemplo, um esquema a partir de um texto informativo.
Propor atividades nas quais os estudantes devam recuperar os referentes de elementos de coesão
tais como pronomes, elipses, substituições lexicais, sinonímias, hiperonímias, dentre outros. Essas
atividades devem ser propostas a partir de textos de diferentes gêneros – poesias, textos de
divulgação científica, histórias.
Incentivar a comparação entre textos de diferentes gêneros que abordam uma mesma temática.
Por exemplo, a questão sobre avanços da medicina pode ser abordada por um texto legal, por
um texto jornalístico e um pequeno artigo. Ler, discutir e comparar a forma como esses diferentes
textos tratam da temática é um importante exercício de leitura e interpretação.
Montar juntamente com seus estudantes uma pequena peça de teatro, pedindo para que cada
estudante represente alguém que tem características específicas na sua forma de falar. Por
exemplo: um senhor de idade, um adolescente, um pai, uma mãe, etc.
Pedir aos estudantes que se dividam em dois grupos. Um grupo fica responsável em registrar
por meio de gravações ou textos um tipo de linguagem monitorada, aquela em que a pessoa
fala ou escreve utilizando a forma adequada do uso da língua naquela situação. Por exemplo,
um telejornal, um artigo científico, etc. O segundo grupo fica responsável pela gravação ou
registro de textos que estejam na forma não monitorada, situações em que o falante utiliza a
língua na forma não padrão. Por exemplo, um programa de rádio destinado a um público jovem,
revistas para adolescentes, etc. Após isso, você pode intervir mostrando o porquê e como a língua
foi utilizada nas diferentes formas e qual foi o propósito comunicativo dos exemplos que os
estudantes mostrarão.
SAEPE 67
7
Conclusão
SAEPE 69
Conclusão
Você observou, neste Boletim, o desempenho de sua escola nos testes de proficiência, comparou dados,
analisou informações sobre o SAEPE. De posse desse material, você já sabe o que está indo bem e o que
ainda precisa (e pode) ser melhorado na sala de aula e na escola. Enfim, você e toda a sua comunidade
escolar têm dados concretos sobre o desenvolvimento das habilidades e competências básicas dos
estudantes avaliados.
Nos aspectos em que seus estudantes foram bem sucedidos, você pode manter e até intensificar as suas
práticas. Por outro lado, não desanime se os resultados que você recebeu não foram satisfatórios. Eles
poderão ser melhorados. Temos certeza de que você e todos da escola estão preocupados e desenvolverão
estratégias para reverter essa situação.
A coleção de publicações sobre o SAEPE que a escola está recebendo não deve ficar guardada na estante ou
na gaveta. Ela deverá nortear a discussão das reuniões na escola (equipe gestora, professores, comunidade)
e nos encontros de formação continuada. Ou seja, a partir das informações trazidas por essas publicações,
será possível aplicar, em sua prática pedagógica, as sugestões oferecidas.
Acreditamos que os dados do SAEPE podem contribuir para uma prática reflexiva capaz de transformar a escola
em uma instância na qual a equidade de oportunidades seja, efetivamente, um instrumento de promoção dos
estudantes.
Boletim de Resultados da Escola
Língua Portuguesa
8ª série | 9º ano do Ensino Fundamental