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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Acentuação gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4. Emprego das classes de palavras: nome pronome, verbo, preposições e conjunções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5. Emprego do sinal indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
6. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
7. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8. Concordância nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
9. Regência nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
10. Significação das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
11. Formação de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Matemática
1. Números relativos inteiros e fracionários, operações e propriedades. Múltiplos e divisores, máximo divisor comum e mínimo
múltiplo comum. Números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2. Expressões numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3. Equações e sistemas de equações de 1. o grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4. Sistemas de medida de tempo. Sistema métrico decimal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5. Números e grandezas diretamente e inversamente proporcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6. Regra de três simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7. Porcentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
8. Taxas de juros simples e compostas, capital, montante e desconto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
9. Princípios de geometria: perímetro, área e volume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Informática
1. Conceitos básicos de computação. Componentes de hardware e software de computadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
2. Sistema operacional Windows (XP e VISTA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3. Conhecimentos de Word, Excel, PowerPoint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4. Internet: conceitos, navegadores, tecnologias e serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é específico para se fazer a enunciação.
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido cas:
completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e Apresenta um enredo, com ações e
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- relações entre personagens, que ocorre
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua em determinados espaço e tempo. É
interpretação. TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do da seguinte maneira: apresentação >
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que desenvolvimento > clímax > desfecho
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Tem o objetivo de defender determinado
tório do leitor. TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido desenvolvimento > conclusão.
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar Procura expor ideias, sem a necessidade
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. de defender algum ponto de vista. Para
isso, usa-se comparações, informações,
Dicas práticas TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- estrutura segue a do texto dissertativo-
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- argumentativo.
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
de modo que sua finalidade é descrever,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. Com
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
isso, é um texto rico em adjetivos e em
cidas.
verbos de ligação.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas. Oferece instruções, com o objetivo de
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
opiniões. são os verbos no modo imperativo.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin-
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de Gêneros textuais
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
quando afirma que... não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
Tipologia Textual padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele Alguns exemplos de gêneros textuais:
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Artigo
classificações. • Bilhete
• Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail

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• Lista Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:


• Manual A é igual a B.
• Notícia A é igual a C.
• Poema Então: C é igual a B.
• Propaganda
• Receita culinária Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Resenha que C é igual a A.
• Seminário Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em A vaca é um ruminante.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Logo, a vaca é um mamífero.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
dade e à função social de cada texto analisado. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
texto diz e faça o que ele propõe. a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
vista defendidos. as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas entender bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
de linguagem. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
escolher entre duas ou mais coisas”.
porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e
O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos
valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse
Tipos de Argumento
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor argumento.
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. Argumento de Autoridade
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
enunciador está propondo. para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não e verdadeira
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas Exemplo:
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”

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Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
Alex José Periscinoto. do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais indevidas.
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Argumento do Atributo
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
acreditar que é verdade. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
largo uso do argumento de quantidade. da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos médico:
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
frases carentes de qualquer base científica. conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
por bem determinar o internamento do governador pelo período
Argumento de Existência de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o hospital por três dias.
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
mão do que dois voando”. Como dissemos antes, todo texto tem uma função
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
Argumento quase lógico episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa não outras, etc. Veja:
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
provável. tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:

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- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, vista.
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
meio ambiente, injustiça, corrupção). Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
o argumento. essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e desenvolver as seguintes habilidades:
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, totalmente contrária;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
outros à sua dependência política e econômica”. argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
contra a argumentação proposta;
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos oposta.
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
assunto, etc). A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
sociedade.
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no dedução.
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
pensamento e seu comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo da verdade:
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - evidência;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - divisão ou análise;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - ordem ou dedução;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - enumeração.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma A forma de argumentação mais empregada na redação
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar alguns não caracteriza a universalidade.

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Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se sentimentos não ditados pela razão.
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
para o efeito. Exemplo: adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Fulano é homem (premissa menor = particular) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
sistematizar a pesquisa.
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
O calor dilata o ferro (particular) que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o bronze (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o cobre (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O ferro, o bronze, o cobre são metais todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
relógio estaria reconstruído.
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe ser assim relacionadas:
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Lógico, concordo. abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
dos elementos que farão parte do texto.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Claro que não!
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Então você possui um brilhante de 40 quilates...
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
Exemplos de sofismas:
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Dedução
fenômeno.
Todo professor tem um diploma (geral, universal) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Fulano tem um diploma (particular) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Indução análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
(particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral são empregados de modo mais ou menos convencional. A
– conclusão falsa) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- artificial.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
sabiá, torradeira. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. ou instalação”;
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Os elementos desta lista foram classificados por ordem definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na expandida;d
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) diferenças).
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e palavra e seus significados.
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
os pontos de vista sobre ele. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que fundamentação coerente e adequada.
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
- o termo a ser definido; argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
- o gênero ou espécie; se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
- a diferença específica. se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
O que distingue o termo definido de outros elementos da é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
mesma espécie. Exemplo: indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Elemento especie diferença Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
a ser definido específica de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, argumentação:
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
assim, desse ponto de vista. cordeiro”;
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são verdadeira;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, universalidade da afirmação;
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
menos que, melhor que, pior que. baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao para a elaboração de um Plano de Redação.
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tecnológica
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido resposta, justificar, criando um argumento básico;
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Nesse caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
postulados e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria consequência);
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados argumento básico;
concretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. menos a seguinte:
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões Introdução
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - função social da ciência e da tecnologia;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - definições de ciência e tecnologia;
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento Tipos de Intertextualidade


- apresentação de aspectos positivos e negativos do A intertextualidade acontece quando há uma referência
desenvolvimento tecnológico; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
condições de vida no mundo atual; novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade intertextualidade.
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
países subdesenvolvidos; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
passado; apontar semelhanças e diferenças;
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
urbanos; texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
mais a sociedade. com outras palavras o que já foi dito.
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
Conclusão textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
consequências maléficas; Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
apresentados. reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
redação: é um dos possíveis. da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
que ela é inserida.
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro. A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos termo “citação” (citare) significa convocar.
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. a recriação de um texto.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que comum ao produtor e ao receptor de textos.
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
ou lido. daquela citação ou alusão em questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRA-


A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou FOS
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir:
A intertextualidade explícita:
– é facilmente identificada pelos leitores; Introdução
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos. Desenvolvimento
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
A intertextualidade implícita: desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– não é facilmente identificada pelos leitores; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
parte dos leitores; tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
a compreensão do conteúdo. São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
ção do desenvolvimento:
PONTO DE VISTA - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que dificultando a linha de compreensão do leitor.
compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar Conclusão
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
narrador-observador e o narrador-personagem. tos levantados pelo autor.
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
Primeira pessoa “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos Parágrafo
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
só descobrimos ao decorrer da história. sintética de acordo com os objetivos do autor.
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
Segunda pessoa atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um dade na discussão.
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
sinta quase como outro personagem que participa da história. tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.

Terceira pessoa Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,


Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas desenvolvimento e conclusão):
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
disse. perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história caos. ”
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
acompanhando a leitura não fique confuso. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do Os diferentes porquês


consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação Usado para fazer perguntas. Pode ser
de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. POR QUE
substituído por “por qual motivo”
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
Usado em respostas e explicações. Pode ser
PORQUE
substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como
ORTOGRAFIA OFICIAL
POR QUÊ a última palavra da frase, antes da pontuação
final (interrogação, exclamação, ponto final)
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
É um substantivo, portanto costuma vir
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
ou pronome
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes Parônimos e homônimos
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique núncia semelhantes, porém com significados distintos.
atento!
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
Alfabeto go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
consoantes (restante das letras). “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de ACENTUAÇÃO GRÁFICA
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X” A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Or-


Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o tografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utili-
X no lugar do CH: zados no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer- circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
gar) Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída,
• Depois de ditongos (ex: caixa) de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá) (ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de
Uso do “S” ou “Z” alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a in-
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob- tensidade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a
servadas: escrita semelhante.
• Depois de ditongos (ex: coisa) A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
(ex: casa > casinha) como mostrado abaixo:
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou • OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex:
origem. (ex: portuguesa) café)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: • PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa.
populoso) (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais
Uso do “S”, “SS”, “Ç” intensa. (Ex: lâmpada)
• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
diversão) As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são de-
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo) nominadas sílabas átonas.
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de “S”,
saída, faísca, baú, país
desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: NOME PRONOME, VERBO, PREPOSIÇÕES E CONJUNÇÕES

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Posso ajudar, senhora?


Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

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LÍNGUA PORTUGUESA

Grau do advérbio DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos. ções, nem após ponto-e-vírgula.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que Verbos
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
• Superlativo analítico: muito cedo (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro
• Superlativo sintético: cedíssimo possuem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
Curiosidades (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per-
uso de alguns prefixos (supercedo). feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; presente, futuro do pretérito.
salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
e ordem (ultimamente; depois; primeiramente). perfeito, futuro.
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
Pronomes rito.
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no pretérito mais-que-perfeito, futuro.
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
nossos...) pio) ou advérbio (gerúndio).
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) Tipos de verbos
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Desse modo, os verbos se dividem em:
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) vender, abrir...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
Colocação pronominal (falir, banir, colorir, adequar...)
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: acontecer...)
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
gerúndio antecedidos por “em”. átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
Nada me faria mais feliz. pentear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).

Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunções coordenativas • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha


As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- fica a 50 metros da esquina.
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
cinco grupos: • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
• Aditivas: e, nem, bem como. / Dei um picolé à minha filha.
• Adversativas: mas, porém, contudo. • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. minha avó até à feira.
• Conclusivas: logo, portanto, assim. • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
• Explicativas: que, porque, porquanto. Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Ana da faculdade.
Conjunções subordinativas DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) à escola / Amanhã iremos ao colégio.
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Condicionais: e, caso, desde que. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Comparativas: como, tal como, assim como. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
• Finais: a fim de que, para que. e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
• Temporais: quando, enquanto, agora. Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
opcional.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma (período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- lizados com a pontuação adequada.
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. Análise sintática
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
prego da crase: do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
na. • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- nominais, agentes da passiva)
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito biais, apostos)
estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- Termos essenciais da oração
xando de lado a capacidade de imaginar. Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
à esquerda. predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
onde o verbo está presente.
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra-
se: O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
mos uma reunião frente a frente. centra no verbo impessoal):
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. Lúcio dormiu cedo.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Aluga-se casa para réveillon.
atender daqui a pouco. Choveu bastante em janeiro.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informação. O candidato, que é do partido socialista, está sen-
EXPLICATIVAS
Aparece sempre separado por vírgulas. do atacado.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções conjun-
Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS tivas.
com a fome no país.
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções sou locu-
ções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ou in- ção.
finitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida que, na
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
da aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Segue anexo o orçamento.


Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência verbal
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regi-
do poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto
A regência estuda as relações de concordâncias entre os ter- um objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado
mos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. também por adjuntos adverbiais.
Dessa maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre tran-
o termo regido (complemento). sitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do verbo vai depender do seu contexto.
nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa
relação é sempre intermediada com o uso adequado de alguma Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que
preposição. fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar,
Regência nominal modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o • Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome
ou um numeral. Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire-
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma prepo- to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
sição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras • A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
que pedem seu complemento:
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in-
PREPOSIÇÃO NOMES direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer
o sentido completo:
acessível; acostumado; adaptado; adequado; • Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam-
agradável; alusão; análogo; anterior; atento; panha eleitoral.
benefício; comum; contrário; desfavorável;
devoto; equivalente; fiel; grato; horror; Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o
A
idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi-
necessário; nocivo; obediente; paralelo; ção) e de um objeto indireto (com preposição):
posterior; preferência; propenso; próximo; • Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda
semelhante; sensível; útil; visível... à senhora.
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo;
convicto; cúmplice; descendente; destituído;
devoto; diferente; dotado; escasso; fácil;
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
DE feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno;
inimigo; inseparável; isento; junto; longe;
medo; natural; orgulhoso; passível; possível; Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os
seguro; suspeito; temeroso... sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça
as principais relações e suas características:
opinião; discurso; discussão; dúvida;
SOBRE insistência; influência; informação;
Sinonímia e antonímia
preponderante; proeminência; triunfo...
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
acostumado; amoroso; analogia; semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
compatível; cuidadoso; descontente; <—> esperto
generoso; impaciente; ingrato; intolerante; Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
relacionado; satisfeito; severo; solícito; forte <—> fraco
triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; Parônimos e homônimos
erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
EM núncia semelhantes, porém com significados distintos.
indeciso; morador; negligente; perito;
prático; residente; versado... Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
CONTRA declaração; fúria; impotência; litígio; luta; grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
protesto; reclamação; representação... “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil... As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).

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LÍNGUA PORTUGUESA

As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, Derivação


porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo). palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
Polissemia e monossemia lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar • Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). do (des + governar + ado)
• Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
Denotação e conotação vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher. gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé próprio – sobrenomes).
da cadeira.
Composição
Hiperonímia e hiponímia A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
ficado entre as palavras. • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão. tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por- aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
Limão é hipônimo de fruta. tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
Formas variantes -flor / passatempo.
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in- Abreviação
farto / gatinhar – engatinhar. Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
Arcaísmo (fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que Hibridismo
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far- línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
mácia / franquia <—> sinceridade. culo (bi – grego + oculus – latim).

Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou
FORMAÇÃO DE PALAVRAS radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor-
recer + adolescente).
Formação de Palavras
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi- Intensificação
cos, de modo que as palavras se dividem entre: Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga-
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita
palavra. Ex: flor; pedra adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto-
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala- colizar (em vez de protocolar).
vras. Ex: floricultura; pedrada
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi- Neologismo
cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan-
azeite te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma-
• Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais nentes. Existem três tipos principais de neologismos:
radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor • Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa-
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
Entenda como ocorrem os principais processos de formação de • Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já
palavras: existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem 2.(CEBRASPE (CESPE) - TAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022)
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)
Texto
Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto pre-
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. cedente, julgue o próximo item.
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, a
expressão “por serem”, ao final do primeiro parágrafo, poderia ser
QUESTÕES substituída por por que eram
( ) CERTO
( ) ERRADO
1.( CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/DIREITO E
LEGISLAÇÃO/2022) 3.(CEBRASPE (CESPE) - AFTE (SEFAZ RR)/SEFAZ RR/2021)
Acerca dos sentidos, das ideias e dos aspectos linguísticos do
texto apresentado, julgue o item a seguir. Texto CG1A1-I
Em O processo, a antevisão do inferno em que se transforma-
ria a burocracia moderna, das culpas imputadas, da tortura anôni- Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um fato no-
ma e da morte que caracterizam os regimes totalitários do século tável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de
vinte já é um lugar-comum. O trucidamento (literal) de que K. tor- Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a
nou-se um ícone do homicídio político. “A colônia penal” de Kafka vossa atenção para este importante acontecimento histórico por-
transformou-se em realidade pouco depois de sua morte, quando que, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do epi-
também os temas da aniquilação e dos “vermes”, de sua Metamor- sódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não
fose, adquiriram macabra realidade. A realização concreta de suas tarda.
premonições, com pormenores de clarividência, está indissociavel- Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos culti-
mente relacionada às suas fantasias aparentemente desvairadas. vos quando se ouviu soar o sino da igreja. O sino ainda tocou por
Haveria algum sentido em pensar que, de alguma forma, as pre- alguns minutos mais, finalmente calo -se. Instantes depois a porta
visões claramente formuladas na ficção de Kafka, em O processo abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este
principalmente, teriam contribuído para que de fato ocorressem? o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreen-
Seria possível que uma profecia articulada de maneira tão impie- de-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava
dosa tivesse outro destino que não a sua realização? As três irmãs o sineiro e quem era o morto. “O sineiro não está aqui, eu é que
de K. e sua Milena morreram em campos de concentração. O judeu toquei o sino”, foi a resposta do camponês.
da Europa Central que Kafka ironizou e celebrou foi extinto de ma- “Mas então não morreu ninguém?”, tornaram os vizinhos, e o
neira abominável. Em termos espirituais, existe a possibilidade de camponês respondeu: “Ninguém que tivesse nome e figura de gen-
Franz Kafka ter sentido seus dons proféticos como uma visitação te, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta”.
de culpa, de que a capacidade de antever o tivesse exposto demais Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar
às suas emoções. K. torna-se o cúmplice, perplexo, porém quase andava desde há tempos a mudar de sítio os marcos das estremas
impaciente, do crime perpetrado contra ele. Coexistem, em todos das suas terras. O lesado tinha começado por protestar e reclamar,
os suicídios, a apologia e a aquiescência. Como diz o sacerdote, em depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se às
triste zombaria (seria mesmo zombaria?): “A justiça nada quer de autoridades e acolher-se à proteção da justiça. Tudo sem resulta-
ti. Acolhe-te quando vens e te deixa ir quando partes”. Essa formu- do, a espoliação continuou. Então, desesperado, decidiu anunciar a
lação está muito próxima de ser uma definição da vida humana, da morte da Justiça. Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço
liberdade de ser culpado, que é a liberdade concedida ao homem popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sítios,
expulso do Paraíso. Quem, senão Kafka, teria sido capaz de dizer ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defun-
isso em tão poucas palavras? Ou se saber condenado por ter sido ta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à
capaz de fazê-lo? triste vida de todos os dias.
George Steiner. Um comentário sobre O processo d e Kafka. In: Ne- Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do
nhuma paixão desperdiçada. Tradução de Maria Alice Máximo. Rio de mundo, um sino chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a
Janeiro: Record, 2001 (com adaptações ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça
continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste
Conforme as regras oficiais de grafia, “Coexistem” poderia ser instante, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está
grafado alternativamente como Co-existem. matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse
( ) CERTO existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que
( ) ERRADO dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar:
justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de
teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a
que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da
balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que
para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira
cotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais
rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão in-

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LÍNGUA PORTUGUESA

dispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o Os vocábulos “países” e “línguas”, presentes no texto 15A2-I,
alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dú- possuem a mesma classificação quanto à tonicidade, porém um di-
vida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e so- fere do outro quanto à regra empregada para a utilização do acento
bretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria agudo. Assinale a opção que indica a correta classificação desses
sociedade em ação, uma justiça em que se manifestasse, como um vocábulos quanto à tonicidade e que explica corretamente as regras
iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada de acentuação aplicadas a eles.
ser humano assiste. (A) Ambos os vocábulos são paroxítonos, contudo “línguas” é
José Saramago. Este mundo da injustiça globalizada. acentuado porque sua última sílaba contém um ditongo cres-
Internet: <dominiopublico.gov.br> (com adaptações). cente átono, ao passo que “países” é acentuado porque sua
sílaba tônica forma um hiato com a vogal da sílaba anterior.
No trecho ‘Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei (B) Ambos os vocábulos são proparoxítonos, contudo “línguas”
a finados pela Justiça porque a Justiça está morta’, no parágrafo do é acentuado porque sua última sílaba contém um ditongo de-
texto CG1A1-I, o vocábulo justiça está empregado com letra inicial crescente átono, ao passo que “países” é acentuado porque
maiúscula porque, nesse caso, há sua última sílaba termina com “s”.
(A) a intenção de destacar o termo em função de sua posição (C) Ambos os vocábulos são paroxítonos, contudo “línguas” é
sintática. acentuado porque sua última sílaba termina com “s”, ao passo
(B) o uso de simbologias para ampliar o significado do termo que “países” é acentuado porque sua sílaba tônica forma um
justiça. hiato com a vogal da sílaba anterior.
(C) a intenção de subverter o significado do termo justiça. (D) Ambos os vocábulos são oxítonos, contudo “línguas” é
(D) o objetivo de introduzir um neologismo. acentuado porque tem três sílabas, ao passo que “países” é
(E) a personificação do termo justiça. acentuado porque sua sílaba tônica contém um ditongo cres-
cente.
4.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/SÉRIES (E) Ambos os vocábulos são proparoxítonos, contudo “línguas”
INICIAIS/2021) é acentuado porque tem duas sílabas, ao passo que “países” é
acentuado porque tem três sílabas.
Texto 15A2-I
5.(CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/LÍNGUA
Quando se indaga sobre a diferença entre epidemia e endemia, PORTUGUESA/GRAMÁTICA NORMATIVA E REVISÃO OR-
surge, imediatamente, a ideia de que a epidemia se caracteriza pela TOGRÁFICA/2021)
incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos
de uma doença, ao passo que a endemia se traduz pelo apareci- Texto 14A1-I
mento de menor número de casos ao longo do tempo.
A distinção entre epidemia e endemia não pode ser feita, en- A língua é o espaço que forma o escritor. Tentar compreendê-
tretanto, com base apenas na maior ou menor incidência de deter- -la (essa tarefa impossível) será, portanto, um bom caminho para
minada enfermidade em uma população. Se o elevado número de compreender a atividade da literatura. A questão é que há tantas
casos novos e sua rápida difusão constituem a principal característi- línguas, e isso no universo do mesmo idioma, quanto há escritores.
ca da epidemia, já não basta o critério quantitativo para a definição Quando falo de língua, não me refiro apenas ao simples depósito
de endemia. O que define o caráter endêmico de uma doença é o de palavras que circulam em uma comunidade, nem a um sistema
fato de ela ser peculiar a um povo, a um país ou a uma região. A pró- gramatical normativo às vezes mais, às vezes menos estável numa
pria etimologia da palavra endemia denota esse atributo: endemos, sociedade, numa estação do ano, num sexo, numa região, numa
em grego clássico, significa “originário de um país”, “referente a um família ou em parte dela, num lugarejo, numa classe social, naque-
país”, “encontrado entre os habitantes de um mesmo país”. Esse la rua, num determinado dia, num livro e quase nunca num país
entendimento perdura na definição de endemia encontrada nos lé- inteiro.
xicos especializados em terminologia médica de várias línguas. A língua em que circula o escritor jamais é uma entidade unitá-
Pandemia, palavra de origem grega, formada com o prefixo ria. Não pode ser, em caso algum, uma ordem unida. Porque a ma-
neutro pan e pelo morfema demos (povo), foi pela primeira vez em- téria da literatura não é um sistema abstrato de regras e relações,
pregada por Platão, em seu livro Das Leis. Platão a usou no sentido uma análise combinatória de fonemas ou um conjunto de universais
genérico, referindo-se a qualquer acontecimento capaz de alcançar semânticos como tem sido a língua para uma corrente considerável
toda a população. Com esse mesmo sentido, foi também utilizada dos cientistas da língua. Justamente por serem abstratos, justamen-
por Aristóteles. te por serem apenas fonemas e justamente por serem universais,
O conceito moderno de pandemia é o de uma epidemia de esses elementos primeiros são desprovidos de significado: servindo
grandes proporções, que se espalha por vários países e por mais a todos, não servem a ninguém. De fato, não chegam a se constituir
de um continente. Exemplo tantas vezes citado é o da gripe espa- em “língua”, face a outra parte indispensável da palavra: o falante.
nhola, que se seguiu à I Guerra Mundial, nos anos de 1918 e 1919, O falante, o homem que tem a palavra é, portanto, o verdadeiro
e que causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas em todo território do escritor: a língua real é ele. E em que sentido ele pode
o mundo. ser considerado uma entidade universal? Isso interessa porque, no
Joffre M. de Rezende. Epidemia, endemia, pandemia, epidemiologia. exato momento em que uma palavra ganha vida, na voz do falante,
In: Revista de Patologia Tropical, v. 27, n.º 1, p. 153-155, jan.-jun./1998 ela ganha também o seu limite: o pé no chão, que não é qualquer
(com adaptações). chão, o espaço, que é esse espaço, e não outro, o ar que se respira,
o tempo, o dia, a hora, toda a soma das intenções muito específicas

31
LÍNGUA PORTUGUESA

convertidas no impulso da palavra; e, é claro, a ninguém interessa o Assinale a opção em que a palavra apresentada está grafada
que a palavra quer dizer de velha (isso até o dicionário sabe), mas o corretamente, de acordo com a vigente ortografia oficial da língua
que ela quer dizer de nova, isto é, o que é novo e surpreendente no portuguesa.
que se diz. Esse espetáculo das vozes que falam sem parar no mun- (A) antinflamatório
do em torno, ou nesse mundo em torno, nesse exato momento, é a (B) semi-circular
vida indispensável de quem escreve. É nessa diversidade imensa e (C) vai-e-vem
imediata que se move quem escreve, o ouvido atento. (D) autoavaliação
Mas há ainda um terceiro complicador na palavra, além da sua (E) panamericano
matéria mesma e além daquele que fala. Porque, se desdobramos a
palavra, descobrimos que quem lhe dá vida não é exatamente o fa- 6.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/
lante. Ninguém no mundo fala sozinho. Mesmo que, numa redução PORTUGUÊS/2021)
ao absurdo, isso fosse possível, ou seja, uma palavra que dispen-
sasse os outros para fazer sentido, ela seria uma palavra natimorta, Quem sou eu?
um objeto opaco à espera de um criptólogo que lhe rompesse o
isolamento, como um Champollion diante de uma pedra no meio Se negro sou, ou sou bode, Pouco importa. O que isto pode?
do caminho, mas então a suposta pureza original autossuficiente Bodes há de toda a casta,
estaria destruída. Pois que a espécie é muita vasta... Há cinzentos, há rajados,
Assim, surge outro território essencial de quem escreve: o ter- Baios, pampas e malhados, Bodes negros, bodes brancos, E,
ritório de quem ouve, a força da linguagem alheia, dos outros, num sejamos todos francos,
sentido duplo interessa tanto o que os outros nos dizem (e somos Uns plebeus, e outros nobres, Bodes ricos, bodes pobres, Bo-
nós que damos vida a essas palavras que vêm de lá, antes mesmo des sábios, importantes,
de se tornarem voz), quanto o que nós dizemos (e são eles, os ou- E também alguns tratantes... Aqui, nesta boa terra, Marram
tros, que dão vida ao que dizemos, antes mesmo de a gente abrir todos, tudo berra;Nobres Condes e Duquesas, Ricas Damas e Mar-
a boca). Para a palavra e para tudo que significa, os outros não são quesas, Deputados, senadores,Gentis-homens, vereadores; Belas
uma escolha, mas parte inseparável. Mesmo solitários, de olhos Damas emproadas,
e ouvidos fechados, isolados na mais remota ilha do mais remoto De nobreza empantufadas; Repimpados principotes, Orgulho-
oceano, no fundo de uma caverna escura e silenciosa, mesmo lá ou- sos fidalgotes,
viríamos, em cada palavra apenas sonhada, a gritaria interminável Frades, Bispos, Cardeais, Fanfarrões imperiais.
dos que nos ouvem. Gentes pobres, nobres gentes, Em todos há meus parentes. En-
Enquanto isso, é sempre bom lembrar que, nesse trançado infi- tre a brava militança
nito de vozes, o que trocamos não são símbolos e códigos neutros; Fulge e brilha alta bodança; Guardas, Cabos, Furriéis, Brigadei-
nem sinais de computador, nem mensagens unilaterais; a vida da ros, Coronéis,
linguagem está no fato de que não ouvimos ou lemos apenas sons Destemidos Marechais, Rutilantes Generais,
ou letras, mas desejos, medos, ordens, confissões; de que não fala- Capitães de mar e guerra,
mos ou escrevemos sinais, mas intenções, pontos de vista, sonhos, — Tudo marra, tudo berra — Na suprema eternidade, Onde
acusações, defesas, indiferenças. Ninguém entende a linguagem habita a Divindade, Bodes há santificados,
como certa ou errada (exceto nos cadernos escolares), mas como Que por nós são adorados. Entre o coro dos Anjinhos
verdadeira, mentirosa, bela, nojenta, comovente, delirante, horrí- Também há muitos bodinhos. O amante de Siringa
vel, ofensiva, carinhosa... É exatamente nesse pântano inseguro dos Tinha pelo e má catinga;
valores que se move o escritor. E é apenas nesse terreno de valores O deus Midas, pelas contas, Na cabeça tinha pontas;
que a forma da palavra pode ganhar seu estatuto estético, a sua Jovem quando foi menino, Chupitou leite caprino;
dignidade poética, historicamente flutuante. E, segundo o antigo mito, Também Fauno foi cabrito. Nos domí-
A língua do escritor é uma entidade necessariamente impura, nios de Plutão,Guarda um bode o Alcorão; Nos lundus e nas modi-
contaminada, suja de intenções, povoada previamente de muitas nhas São cantadas as bodinhas:
outras línguas (do mesmo idioma ou fora dele), de milhões de vo- Pois se todos têm rabicho, Para que tanto capricho? Haja paz,
zes. Se nessa diversidade essencial está a riqueza de quem escreve, haja alegria,
nela também está a sua fronteira necessária, e, em última instância, Folgue e brinque a bodaria; Cesse, pois, a matinada, Porque
a sua ética. Para formar a minha palavra, eu preciso da palavra do tudo é bodarrada.uís Gama. Quem sou eu? In: Sílvio Romero. His-
outro compartilhando com ela a força e o valor de origem. A palavra tória da literatura brasileira.
que eu tomo em minhas mãos, como ensina Bakhtin, não é nunca Rio de Janeiro: Garnier, 1888. Internet: <www.brasiliana.usp.br> (com
um objeto inerte: há sempre um coração alheio batendo nela, outra adaptações).
intenção, uma vida diferente da minha vida, com a qual eu preciso
me entender. Assim, a minha liberdade de criação, a minha palavra, Glossário
tem na autonomia da voz do outro o seu limite. O que parece a Siringa: belíssima ninfa da água na mitologia clássica. Midas:
natureza mesma da linguagem, o seu duplo, talvez possa se trans- personagem da mitologia grega, rei da Frígia.
formar, para o escritor, na sua ética. Jove: ou Júpiter, ou Zeus, deus dos deuses e dos homens. Fau-
Internet: <http://www.cristovaotezza.com.br> (com adaptações). no: deus romano protetor dos pastores e rebanhos.
Plutão: ou Hades, deus que possuía as chaves do reino dos
mortos.

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Com relação a aspectos linguísticos do poema Quem sou eu?, Com relação a aspectos linguísticos do poema Quem sou eu?,
anteriormente apresentado, julgue o próximo item. anteriormente apresentado, julgue o próximo item.
A palavra “guerra” é escrita com seis letras, mas possui apenas O poeta lança mão de processos de derivação sufixal para criar
quatro fonemas. novas palavras a partir do radical do substantivo “bode”.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

7.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/ 8.(CEBRASPE (CESPE) - ESPFAEP (DEPEN)/DEPEN/EN-
PORTUGUÊS/2021) FERMAGEM/2021)
No dia 31 de outubro de 1861, depois de um conturbado pro-
Quem sou eu? cesso de construção, que durou cerca de três décadas, a Bahia
Se negro sou, ou sou bode, Pouco importa. O que isto pode? inaugurou a sua primeira penitenciária, que recebeu oficialmente o
Bodes há de toda a casta, nome de Casa de Prisão com Trabalho. A instituição foi construída
Pois que a espécie é muita vasta... Há cinzentos, há rajados, numa área pantanosa, na periferia da cidade de Salvador.
Baios, pampas e malhados, Bodes negros, bodes brancos, E, A implantação da penitenciária fazia parte do projeto civiliza-
sejamos todos francos, dor oitocentista, e o Brasil acompanhava uma tendência mundial de
Uns plebeus, e outros nobres, Bodes ricos, bodes pobres, Bo- modernização do sistema prisional, que teve início na Inglaterra e
des sábios, importantes, nos Estados Unidos no final do século XVIII. As execuções e as tortu-
E também alguns tratantes... Aqui, nesta boa terra, Marram to- ras em praças públicas, utilizadas para atemorizar a quem estivesse
dos, tudo berra; planejando novos crimes, foram, gradativamente, abandonadas.
Nobres Condes e Duquesas, Ricas Damas e Marquesas, Depu- Entrava em cena a penalidade moderna, que planejava privar o cri-
tados, senadores, minoso do seu bem maior — a sua liberdade —, internando-o numa
Gentis-homens, vereadores; Belas Damas emproadas, instituição construída especificamente para recuperá-lo, que rece-
De nobreza empantufadas; Repimpados principotes, Orgulho- beu o nome de penitenciária. O seu funcionamento era regido por
sos fidalgotes, normas que seriam aplicadas de acordo com o modelo penitenciá-
Frades, Bispos, Cardeais, Fanfarrões imperiais. rio escolhido pelas autoridades, mas utilizavam-se elementos como
Gentes pobres, nobres gentes, Em todos há meus parentes. En- o trabalho, a religião, a disciplina, o uso de uniformes e, sobretudo,
tre a brava militança o isolamento como métodos de punição e recuperação.
Fulge e brilha alta bodança; Guardas, Cabos, Furriéis, Brigadei- Dessa forma, esperava-se criar um “novo homem”, que seria
ros, Coronéis, devolvido à sociedade com todos os atributos necessários à convi-
Destemidos Marechais, Rutilantes Generais, vência social, principalmente para o trabalho. Foi com essa expec-
Capitães de mar e guerra, tativa que os reformadores baianos implantaram a Casa de Prisão
— Tudo marra, tudo berra — Na suprema eternidade, Onde com Trabalho.
habita a Divindade, Bodes há santificados, Cláudia Moraes Trindade. O nascimento de uma penitenciária: os pri-
Que por nós são adorados. Entre o coro dos Anjinhos meiros presos da Casa de Prisão com Trabalho da Bahia (1860-1865).
Também há muitos bodinhos. O amante de Siringa In: Tempo, Niterói, v. 16, n. 30, p. 167-196, 2011 (com adaptações).
Tinha pelo e má catinga;
O deus Midas, pelas contas, Na cabeça tinha pontas; Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto ante-
Jove quando foi menino, Chupitou leite caprino; rior, julgue o item que se segue.
E, segundo o antigo mito, Também Fauno foi cabrito. Nos do- Com o uso do artigo definido na contração “do” em “do projeto
mínios de Plutão, civilizador oitocentista” (no início do segundo parágrafo), pressu-
Guarda um bode o Alcorão; Nos lundus e nas modinhas São põe-se que a autora parte do princípio de que os leitores tenham
cantadas as bodinhas: Pois se todos têm rabicho, Para que tanto conhecimento prévio acerca desse projeto.
capricho? ( ) CERTO
Haja paz, haja alegria, Folgue e brinque a bodaria; Cesse, pois, ( ) ERRADO
a matinada, Porque tudo é bodarrada.
Luís Gama. Quem sou eu? In: Sílvio Romero. História da litera- 9.(CEBRASPE (CESPE) - ESP GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/
tura brasileira. ADVOGADO/2022)
Rio de Janeiro: Garnier, 1888. Internet: <www.brasiliana.usp.br> (com É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber
adaptações). comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para
comprar um... um... como é mesmo o nome?
Glossário “Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
Siringa: belíssima ninfa da água na mitologia clássica. Midas: “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
personagem da mitologia grega, rei da Frígia. “Pois não?”
Jove: ou Júpiter, ou Zeus, deus dos deuses e dos homens. Fau- “Um... como é mesmo o nome?”
no: deus romano protetor dos pastores e rebanhos. “Sim?”
Plutão: ou Hades, deus que possuía as chaves do reino dos “Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me esca-
mortos. pou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”

33
LÍNGUA PORTUGUESA

“Sim, senhor.” homens que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao
“Olha, é pontuda, certo?” constante movimento de todas as coisas humanas, um movimento
“O quê, cavalheiro?” que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram.
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois As leis circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, as-
vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra seguram a sua liberdade de movimento, a potencialidade de algo
ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra inteiramente novo e imprevisível; os limites das leis positivas são
volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, para a existência política do homem o que a memória é para a sua
como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; existência histórica: garantem a preexistência de um mundo co-
a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É mum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração
isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?” individual de cada geração, absorve todas as novas origens e delas
“Infelizmente, cavalheiro...” se alimenta.
“Ora, você sabe do que eu estou falando.” Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico
“Estou me esforçando, mas...” é tão fácil, porque o governo totalitário tem de conduzir-se como
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens.
ponta, certo?” Mas o terror total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbi-
“Se o senhor diz, cavalheiro.” trária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder despótico de um
Luís Fernando Veríssimo. Comunicação. homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra
todos. Em lugar das fronteiras e dos canais de comunicação entre
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que os cinge
texto precedente, julgue o item a seguir. de tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em
Os adjetivos ‘conhecidíssima’ (sétimo parágrafo) e ‘pontuda’ Um-Só-Homem de dimensões gigantescas. Abolir as cercas da lei
(décimo primeiro parágrafo) qualificam o mesmo termo no texto, entre os homens
mas do emprego do primeiro se depreende mais intensidade que — como o faz a tirania — significa tirar dos homens os seus
do segundo. direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o
( ) CERTO espaço entre os homens, delimitado pelas leis, é o espaço vital da
( ) ERRADO liberdade.
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet:<www.dhnet.org.
10.(CEBRASPE (CESPE) - ADP (DPE RO)/DPE RO/ADMIN- br> (com adaptações).
ISTRAÇÃO/2022)
No parágrafo do texto CG1A1-I, o verbo “erigir” tem o mesmo
Texto CG1A1-I sentido de
(A) manter.
O terror torna-se total quando independe de toda oposição; (B) derrubar.
reina supremo quando ninguém mais lhe barra o caminho. Se a le- (C) alargar.
galidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a es- (D) construir.
sência da tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário. (E) reduzir.
O terror é a realização da lei do movimento.
O seu principal objetivo é tornar possível, à força da nature- 11.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/
za ou da história, propagar-se livremente por toda a humanidade, PORTUGUÊS/2021)
sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o
terror procura “estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da TEORIA DO MEDALHÃO
natureza ou da história. Esse movimento seleciona os inimigos da (DIÁLOGO)
humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode
permitir que qualquer ação livre, de oposição ou de simpatia, in- — Saiu o último conviva do nosso modesto jantar. Com que,
terfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da meu peralta, chegaste aos teus vinte e um anos. Há vinte e um anos,
natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos no dia 5 de agosto de 1854, vinhas tu à luz, um pirralho de nada, e
vazios; “culpado” é quem estorva o caminho do processo natural estás homem, longos bigodes, alguns namoros...
ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”, — Papai...
quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizan- — Não te ponhas com denguices, e falemos como dois amigos
tes e povos decadentes”. O terror manda cumprir esses julgamen- sérios. Fecha aquela porta; vou dizer-te coisas importantes. Senta-
tos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente -te e conversemos. Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma,
inocentes: os assassinados porque nada fizeram contra o regime, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na la-
e os assassinos porque realmente não assassinaram, mas executa- voura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas
ram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior. carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam apenas
Os próprios governantes não afirmam serem justos ou sábios, mas a primeira sílaba do nosso destino. (...) Mas qualquer que seja a
apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam leis, profissão da tua escolha, o meu desejo é que te faças grande e ilus-
mas executam um movimento segundo a sua lei inerente. tre, ou pelo menos notável, que te levantes acima da obscuridade
No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir comum. (...)
fronteiras e a estabelecer canais de comunicação entre os homens, — Sim, senhor.
cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos

34
LÍNGUA PORTUGUESA

— Entretanto, assim como é de boa economia guardar um pão espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a
para a velhice, assim também é de boa prática social acautelar um outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica
ofício para a hipótese de que os outros falhem, ou não indenizem fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
suficientemente o esforço da nossa ambição. É isto o que te acon- “Infelizmente, cavalheiro...”
selho hoje, dia da tua maioridade. “Ora, você sabe do que eu estou falando.”
— Creia que lhe agradeço; mas que ofício, não me dirá? “Estou me esforçando, mas...”
— Nenhum me parece mais útil e cabido que o de medalhão. “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa
Ser medalhão foi o sonho da minha mocidade; faltaram-me, porém, ponta, certo?”
as instruções de um pai, e acabo como vês, sem outra consolação “Se o senhor diz, cavalheiro.”
e relevo moral, além das esperanças que deposito em ti. Ouve-me Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.
bem, meu querido filho, ouve-me e entende. (...)
— Entendo. Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do
— Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, de- texto precedente, julgue o item a seguir.
ves pôr todo o cuidado nas ideias que houveres de nutrir para uso No período ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo),
alheio e próprio. O melhor será não as ter absolutamente (...). o personagem emprega uma forma pronominal de terceira pessoa
— Mas quem lhe diz que eu... para se dirigir diretamente ao seu interlocutor.
— Tu, meu filho, se me não engano, pareces dotado da perfeita ( ) CERTO
inópia mental, conveniente ao uso deste nobre ofício. Não me refiro ( ) ERRADO
tanto à fidelidade com que repetes numa sala as opiniões ouvidas
numa esquina, e vice-versa, porque esse fato, posto indique cer- 13.(CEBRASPE (CESPE) - ANA (PGE RJ)/PGE RJ/CON-
ta carência de ideias, ainda assim pode não passar de uma traição TÁBIL/2022)
da memória. Não; refiro-me ao gesto correto e perfilado com que
usas expender francamente as tuas simpatias ou antipatias acerca Texto CG1A1-I
do corte de um colete, das dimensões de um chapéu, do ranger ou
calar das botas novas. Eis aí um sintoma eloquente, eis aí uma espe- O terror torna-se total quando independe de toda oposição;
rança. No entanto, podendo acontecer que, com a idade, venhas a reina supremo quando ninguém mais lhe barra o caminho. Se a le-
ser afligido de algumas ideias próprias, urge aparelhar fortemente galidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a es-
o espírito. As ideias são de sua natureza espontâneas e súbitas; por sência da tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário.
O terror é a realização da lei do movimento.
mais que as soframos, elas irrompem e precipitam-se. Daí a certeza
O seu principal objetivo é tornar possível, à força da nature-
com que o vulgo, cujo faro é extremamente delicado, distingue o
za ou da história, propagar-se livremente por toda a humanidade,
medalhão completo do medalhão incompleto.
sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o
Machado de Assis. Teoria do medalhão. In: 50 contos escolhidos de
terror procura “estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da
Machado de Assis. Seleção, introdução e notas de John Gledson. São
natureza ou da história. Esse movimento seleciona os inimigos da
Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 82-83 (com adaptações).
humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode
permitir que qualquer ação livre, de oposição ou de simpatia, in-
Considerando os aspectos linguísticos do texto Teoria do me-
terfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da
dalhão, apresentado anteriormente, julgue o item a seguir. natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos
Na oração “urge aparelhar fortemente o espírito”, o segmento vazios; “culpado” é quem estorva o caminho do processo natural
“urge aparelhar” constitui uma locução verbal. ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”,
( ) CERTO quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizan-
( ) ERRADO tes e povos decadentes”. O terror manda cumprir esses julgamen-
tos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente
12.(CEBRASPE (CESPE) - ESP GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/ inocentes: os assassinados porque nada fizeram contra o regime,
ADVOGADO/2022) e os assassinos porque realmente não assassinaram, mas executa-
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...” ram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior.
“Pois não?” Os próprios governantes não afirmam serem justos ou sábios, mas
“Um... como é mesmo o nome?” apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam leis,
“Sim?” mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me esca- No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir
pou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.” fronteiras e a estabelecer canais de comunicação entre os homens,
“Sim, senhor.” cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos
“O senhor vai dar risada quando souber.” homens que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao
“Sim, senhor.” constante movimento de todas as coisas humanas, um movimento
“Olha, é pontuda, certo?” que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram.
“O quê, cavalheiro?” As leis circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, as-
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? seguram a sua liberdade de movimento, a potencialidade de algo
Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, inteiramente novo e imprevisível; os limites das leis positivas são
e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta para a existência política do homem o que a memória é para a sua
tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma existência histórica: garantem a preexistência de um mundo co-

35
LÍNGUA PORTUGUESA

mum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração cias liberais do Ocidente. De igual maneira, as demandas dos cha-
individual de cada geração, absorve todas as novas origens e delas mados novos movimentos sociais, nos anos 70 e 80 do século XX,
se alimenta. foram responsáveis pelo reconhecimento dos direitos das minorias
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico sociais (grupos étnicos minoritários, mulheres, homossexuais) nas
é tão fácil, porque o governo totalitário tem de conduzir-se como sociedades contemporâneas.
uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Em todos esses casos, os espaços privilegiados das ações dos
Mas o terror total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbi- grupos organizados eram os Estados nacionais, espaços privilegia-
trária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder despótico de um dos de exercício da cidadania. Contudo, a expansão do conjunto de
homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra transformações socioculturais, tecnológicas e econômicas, conheci-
todos. Em lugar das fronteiras e dos canais de comunicação entre os do como globalização, nas últimas décadas, tem limitado de forma
homens individuais, constrói um cinturão de ferro que os cinge de significativa os poderes e a autonomia dos Estados (pelo menos os
tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só- dos países periféricos), os quais se tornam reféns da lógica do mer-
-Homem de dimensões gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os cado em uma época de extraordinária volatilidade dos capitais.
homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens os seus Manoel Carlos Mendonça Filho et al. Polícia, direitos humanos e edu-
direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o cação para a cidadania. Internet: <corteidh.or.cr> (com adaptações
espaço entre os homens, delimitado pelas leis, é o espaço vital da
liberdade. Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet:<www.dhnet.org. CB1A1-I, julgue o seguinte item.
br> (com adaptações). No final do segundo parágrafo, a substituição do termo “os
quais” por onde manteria a correção gramatical e o sentido do tex-
Julgue o seguinte item, acerca dos mecanismos de coesão do to.
texto CG1A1-I. ( ) CERTO
Os vocábulos “sua” e “própria”, ambos no sexto período do tex- ( ) ERRADO
to, indicam posse de Fredegunda
( ) CERTO 16.( CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC DF)/PC DF/2021)
( ) ERRADO Há violências da moral patriarcal que instauram a solidão; ou-
tras marcam a lei no corpo das mulheres — assim sobrevive Maria
14.(CEBRASPE (CESPE) - ANA (APEX)/APEXBRASIL/ da Penha; outras aniquilam a vida, como é a história de mulheres
NEGÓCIOS INTERNACIONAIS/2021) assassinadas pela fúria do gênero. Entre 2006 e 2011, o Institu-
to Médico Legal do Distrito Federal foi o destino de 81 mulheres
Texto CB1A1-II mortas pelo gênero. Foram 337 mortes violentas de mulheres que
chegaram ao IML. Dessas, somente 180 processos judiciais foram
As empresas movidas a dados superam amplamente seus pa- localizados, dos quais 81 eram de violência doméstica. Muitas delas
res em várias medidas financeiras, obtendo 70% mais receita por saíram do espaço da casa como asilo (“lugar onde ficam isentos da
funcionário e gerando 22% mais lucros, de acordo com um relatório execução das leis os que a ele se recolhem”) para o necrotério. Es-
do Capgemini Research Institute. O estudo aponta que, embora a sas mulheres, as verdadeiras testemunhas de como a moral patriar-
aplicação de dados e análises esteja se tornando um pré-requisito cal inscreve nos corpos a sentença de subordinação, são anônimas
para o sucesso, menos de 40% das organizações usam insights em- e não nos contam suas histórias em primeira pessoa. Acredita-se
basados em dados para gerar valor aos negócios e à inovação. poder biografá-las por diferentes gêneros de discurso — um deles é
O domínio dos dados é fundamental para obter uma vantagem o texto penal. As mulheres mortas pelo gênero não retornarão pela
competitiva, e as organizações que não tomam medidas concretas instauração de uma nova ordem punitiva, o feminicídio, mas acredi-
para conseguir isso terão dificuldade em acompanhar o mercado. ta-se que a nominação de seu desaparecimento seja uma operação
Internet: <www.convergenciadigital.com.br> (com adaptações). de resistência: o nome facilitaria a esfera de aparição da mulher
como vítima.
No último período do texto CB1A1-II, o termo “isso” faz refe- Débora Diniz. Perspectivas e articulações de uma pesquisa feminista.
rência a In: Estudos feministas e de gênero: articulações e
(A) “dados”. perspectivas. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2014 (com adaptações).
(B) “domínio dos dados”.
(C) “medidas concretas”. Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto
(D) “acompanhar o mercado”. apresentado, julgue o próximo item.
15.(CEBRASPE (CESPE) - Of (PM AL)/PM AL/2021) Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do
texto, o vocábulo “assim” poderia ser substituído por desse modo.
Texto CB1A1-I ( ) CERTO
( ) ERRADO
Tradicionalmente, as conquistas democráticas nas sociedades
modernas estiveram associadas à organização de movimentos so-
ciais que buscavam a expansão da cidadania. Foi assim durante as
revoluções burguesas clássicas nos séculos XVII e XVIII. Também a
organização dos trabalhadores industriais nos séculos XIX e XX foi
responsável pela ampliação dos direitos civis e sociais nas democra-

36
LÍNGUA PORTUGUESA

17.(CEBRASPE (CESPE) - ASS (APEX)/APEXBRASIL/APO- certamente ofendidos quando uma hipótese científica não é apro-
IO ADMINISTRATIVO/2021) vada, mas essas refutações são reconhecidas como centrais para o
empreendimento científico.
Texto CB2A1-I A pseudociência é exatamente o oposto. As hipóteses são for-
muladas de modo a se tornar invulneráveis a qualquer experimento
A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas que ofereça uma perspectiva de refutação, para que em princípio
oportunidades para o pequeno negócio, o varejo e as micro e pe- não possam ser invalidadas.
quenas empresas (MPE), que se veem na contingência de mudança Talvez a distinção mais clara entre a ciência e a pseudociência
na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e no- seja o fato de que a primeira sabe avaliar com mais perspicácia as
vas oportunidades, com uma fatia maior do comércio eletrônico. imperfeições e a falibilidade humanas do que a segunda. Se nos
Com a utilização do sistema B2C, sistema de comércio eletrôni- recusamos radicalmente a reconhecer em que pontos somos pro-
co, várias vantagens podem ser apresentadas, como a facilidade de pensos a cair em erro, podemos ter quase certeza de que o erro nos
estabelecer compras online 24 horas por dia, sete dias da semana. acompanhará para sempre. Mas, se somos capazes de uma peque-
Verifica-se, ainda, a otimização dos fatores da atividade empresa- na autoavaliação corajosa, quaisquer que sejam as reflexões tristes
rial, como quadro pessoal, loja física e mobilidade urbana, a dimi- que isso possa provocar, as nossas chances melhoram muito.
nuição de tempo gasto com as operações e a sustentabilidade com Carl Sagan. O mundo assombrado pelos demônios.Tradução de Rosau-
a teoria de utilização racional de papéis (em inglês, less paper). ra Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 39-40 (com
Este guia é direcionado aos pequenos empresários, aos varejis- adaptações)
tas e a todo tipo de comerciante que vise ampliar suas atividades
pelo uso de novas tecnologias. Os produtos englobados por este A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A2-II, julgue o
guia resumem-se em mercadorias, software, hardware e serviço. Os item que se segue.
consumidores protegidos pela norma conceituam-se como mem- No trecho “Conclusões falsas são tiradas todo o tempo, mas
elas constituem tentativas” (primeiro parágrafo), o teor da oração
bro individual do público geral, que compra ou usa produtos para
introduzida pelo vocábulo “mas” atenua a força argumentativa do
fins pessoais ou finalidades domésticas.
conteúdo da primeira oração.
Todavia, para que esse sistema de transações de comércio
( ) CERTO
eletrônico seja eficaz, o comerciante deve planejar, implantar e de- ( ) ERRADO
senvolver o sistema de comércio eletrônico e mantê-lo atualizado e
transparente, de modo a auxiliar os consumidores na efetivação da 19.(CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC DF)/PC DF/2021)
credibilidade desse tipo de negociação online. Fernando arrancou o paletó no auge da impaciência e pergun-
Para tanto, a capacidade, a adequação, a conformidade, a plu- tou com voz esganiçada se eu pretendia ficar a noite inteira ali de
ralidade e a diversidade na rede devem gerar um maior suporte ao estátua enquanto ele teria que encher o tanque naquela escuridão
consumidor, em relação às suas reclamações e dúvidas na transa- de merda porque ninguém lhe passava o raio da lanterna.
ção eletrônica. - Onde está a lanterna?
Utilize o passo a passo sugerido neste guia e seja bem-sucedido - Mas onde poderia estar a lanterna senão no porta-luvas, a
em seu comércio eletrônico! princesa esqueceu?
ABNT/ SEBRAE. Guia de implementação ABNT NBR ISO 10008: gestão Através do vidro, a estrela maior (Vênus) pulsava reflexos azuis. Gosta-
da qualidade – satisfação do cliente – diretrizes para transações de ria de estar numa nave, mas com o motor desligado, sem ruído, sem nada.
comércio eletrônico de negócio a consumidor. Rio de Janeiro: 2014, p. Quieta. Ou neste carro silencioso mas sem ele. Já fazia algum tempo que eu
31 (com adaptações). queria estar sem ele, mesmo com o problema de ter acabado a gasolina.
- As coisas ficariam mais fáceis se você fosse menos grosso —
No trecho “Com a utilização do sistema B2C”, no segundo pará- eu disse, entreabrindo a mão e experimentando a lanterna no pe-
grafo do texto CB2A1-I, o termo “Com” expressa dregulho que achei na estrada.
(A) causa. - Está bem, minha princesa, se não for muito incômodo, será
(B) consequência. que poderia me passar a lanterninha?
(C) companhia. Quando me lembro dessa noite (e estou sempre lembrando)
(D) modo. me vejo repartida em dois momentos: antes e depois. Antes, as
pequenas palavras, os pequenos gestos, os pequenos amores cul-
18.(CEBRASPE (CESPE) - ACE TCE RJ/TCE-RJ/ORGANI- minados nesse Fernando, aventura medíocre de gozo breve e con-
ZACIONAL/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) vivência comprida. Se ao menos ele não fizesse aquela voz para per-
guntar se por acaso alguém tinha levado a sua caneta. Se por acaso
alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental, este estava
Texto CB1A2-II
no fim. Não está, respondi, é que ele se enredou lá dentro, se a gente
tirar esta plaqueta (tentei levantar a plaqueta) a gente vê que o rolo
A pseudociência difere da ciência errônea. A ciência prospera está inteiro mas enredado e quando o fio se enreda desse jeito, nun-
com seus erros, eliminando-os um a um. Conclusões falsas são ti- ca mais!, melhor jogar fora e começar outro rolo. Não joguei. Anos e
radas todo o tempo, mas elas constituem tentativas. As hipóteses anos tentando desenredar o fio impossível, medo da solidão? Medo
são formuladas de modo a poderem ser refutadas. Uma sequên- de me encontrar quando tão ardentemente me buscava?
cia de hipóteses alternativas é confrontada com os experimentos Lygia Fagundes Telles. Noturno Amarelo. In: Mistérios. Rio de Janeiro:
e a observação. A ciência tateia e cambaleia em busca de melhor Nova Fronteira, 1981 (com adaptações).
compreensão. Alguns sentimentos de propriedade individual são

37
LÍNGUA PORTUGUESA

Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos lin- 21.(CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/LÍN-
guísticos do texto precedente. GUA PORTUGUESA/GRAMÁTICA NORMATIVA E REVISÃO
No trecho “Quando me lembro dessa noite”, a correção gra- ORTOGRÁFICA/2021)
matical seria mantida caso o pronome “me” fosse deslocado para
imediatamente após a forma verbal “lembro”, da seguinte forma: Texto 14A1-I
Quando lembro-me dessa noite.
( ) CERTO A língua é o espaço que forma o escritor. Tentar compreendê-
( ) ERRADO -la (essa tarefa impossível) será, portanto, um bom caminho para
compreender a atividade da literatura. A questão é que há tantas
20.(CEBRASPE (CESPE) - TCE TCE RJ/TCE-RJ/TÉCNI- línguas, e isso no universo do mesmo idioma, quanto há escritores.
CO/2022) Quando falo de língua, não me refiro apenas ao simples depósito
de palavras que circulam em uma comunidade, nem a um sistema
A preocupação com o desenvolvimento das indústrias criativas gramatical normativo às vezes mais, às vezes menos estável numa
ocorre de forma não intuitiva e direcionada há muitos anos. Em sociedade, numa estação do ano, num sexo, numa região, numa
1918, o presidente dos Estados Unidos da América, Woodrow Wil- família ou em parte dela, num lugarejo, numa classe social, naque-
son, promoveu a nascente indústria cinematográfica, considerando la rua, num determinado dia, num livro e quase nunca num país
que “o comércio vai atrás dos filmes”, uma afirmação clássica sobre inteiro.
o fato de que as indústrias criativas têm um significado que vai mui- A língua em que circula o escritor jamais é uma entidade unitá-
to além do seu impacto econômico imediato. O governo australiano ria. Não pode ser, em caso algum, uma ordem unida. Porque a ma-
publicou, em 1994, um documento chamado Creative Nation, no téria da literatura não é um sistema abstrato de regras e relações,
qual já apresentava alguns posicionamentos oficiais sobre a pauta. uma análise combinatória de fonemas ou um conjunto de universais
Nele, afirmava que “uma política cultural também é uma política semânticos como tem sido a língua para uma corrente considerável
econômica” e que “o nível de nossa criatividade determina substan- dos cientistas da língua. Justamente por serem abstratos, justamen-
cialmente nossa capacidade de adaptação aos novos imperativos te por serem apenas fonemas e justamente por serem universais,
econômicos”. esses elementos primeiros são desprovidos de significado: servindo
Após as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido, em a todos, não servem a ninguém. De fato, não chegam a se constituir
1997, foi realizado o primeiro mapeamento concreto e aprofun- em “língua”, face a outra parte indispensável da palavra: o falante.
dado sobre a economia criativa em uma nação. Esse mapeamento O falante, o homem que tem a palavra é, portanto, o verdadeiro
causou polêmica quanto à conceituação de indústria criativa. De território do escritor: a língua real é ele. E em que sentido ele pode
acordo com a definição do governo inglês, as indústrias criativas são ser considerado uma entidade universal? Isso interessa porque, no
aquelas atividades que têm origem na criatividade, na habilidade exato momento em que uma palavra ganha vida, na voz do falante,
e no talento individual e que potencializam a geração de riqueza e ela ganha também o seu limite: o pé no chão, que não é qualquer
empregos por meio da geração e da exploração da propriedade in- chão, o espaço, que é esse espaço, e não outro, o ar que se respira,
telectual. Os críticos que analisaram o projeto de Tony Blair/DCMS o tempo, o dia, a hora, toda a soma das intenções muito específicas
consideraram que as colocações deixaram o contexto muito aberto, convertidas no impulso da palavra; e, é claro, a ninguém interessa o
pois poderia englobar áreas como engenharia e indústria farmacêu- que a palavra quer dizer de velha (isso até o dicionário sabe), mas o
tica, que não têm conexão com a economia criativa. que ela quer dizer de nova, isto é, o que é novo e surpreendente no
Como em qualquer área de pesquisa, alguns cientistas apre- que se diz. Esse espetáculo das vozes que falam sem parar no mun-
sentam visões bem controversas. O pesquisador estadunidense do em torno, ou nesse mundo em torno, nesse exato momento, é a
Richard Florida, por exemplo, trouxe o conceito de classe criativa. vida indispensável de quem escreve. É nessa diversidade imensa e
Segundo Florida, regiões metropolitanas com alta concentração de imediata que se move quem escreve, o ouvido atento.
trabalhadores ligados a tecnologia, artistas, músicos, lésbicas e gays Mas há ainda um terceiro complicador na palavra, além da sua
e o grupo definido por high bohemians são áreas com alto potencial matéria mesma e além daquele que fala. Porque, se desdobramos a
de crescimento neste milênio. Na visão de Florida, as cidades de- palavra, descobrimos que quem lhe dá vida não é exatamente o fa-
vem posicionar-se de forma diferente no novo milênio e virar todos lante. Ninguém no mundo fala sozinho. Mesmo que, numa redução
os holofotes para a economia criativa. ao absurdo, isso fosse possível, ou seja, uma palavra que dispen-
Vinnie de Oliveira. Economia criativa 4.0: o mundo não gira ao contrá- sasse os outros para fazer sentido, ela seria uma palavra natimorta,
rio. Edição do Kindle (com adaptações). um objeto opaco à espera de um criptólogo que lhe rompesse o
isolamento, como um Champollion diante de uma pedra no meio
Julgue o item seguinte, no que diz respeito às ideias e a aspec- do caminho, mas então a suposta pureza original autossuficiente
tos linguísticos do texto precedente. estaria destruída.
No segundo parágrafo, os termos “economia” (primeiro perío- Assim, surge outro território essencial de quem escreve: o ter-
do) e “indústria” (segundo período) são empregados no texto como ritório de quem ouve, a força da linguagem alheia, dos outros, num
sinônimos. sentido duplo interessa tanto o que os outros nos dizem (e somos
( ) CERTO nós que damos vida a essas palavras que vêm de lá, antes mesmo
( ) ERRADO de se tornarem voz), quanto o que nós dizemos (e são eles, os ou-
tros, que dão vida ao que dizemos, antes mesmo de a gente abrir
a boca). Para a palavra e para tudo que significa, os outros não são
uma escolha, mas parte inseparável. Mesmo solitários, de olhos
e ouvidos fechados, isolados na mais remota ilha do mais remoto

38
LÍNGUA PORTUGUESA

oceano, no fundo de uma caverna escura e silenciosa, mesmo lá ou- Todavia, se os fatores históricos que produziram a supremacia cien-
viríamos, em cada palavra apenas sonhada, a gritaria interminável tífica norte-americana se tivessem verificado, por exemplo, na Ho-
dos que nos ouvem. landa, o holandês nos estaria servindo exatamente tão bem quanto
Enquanto isso, é sempre bom lembrar que, nesse trançado infi- o inglês o faz agora. Não há no inglês traços estruturais intrínsecos
nito de vozes, o que trocamos não são símbolos e códigos neutros; que o façam superior ao holandês como língua adequada à expres-
nem sinais de computador, nem mensagens unilaterais; a vida da são de conceitos científicos.
linguagem está no fato de que não ouvimos ou lemos apenas sons Não se conhece caso em que o desenvolvimento da superiori-
ou letras, mas desejos, medos, ordens, confissões; de que não fala- dade literária ou científica de um povo possa ser claramente atri-
mos ou escrevemos sinais, mas intenções, pontos de vista, sonhos, buído à qualidade da língua desse povo. Ao contrário, as grandes litera-
acusações, defesas, indiferenças. Ninguém entende a linguagem turas e os grandes movimentos científicos surgem nas grandes nações
como certa ou errada (exceto (as mais ricas, as mais livres de restrições ao pensamento e também
— ai de nós! — as mais poderosas política e militarmente). O desen-
Considere as seguintes frases. volvimento dos diversos aspectos materiais e culturais de uma nação
I. “A característica comum de todos os artistas representativos se dá mais ou menos harmoniosamente; a ciência e a arte são também
é que incluem todas as espécies de tendências e correntes.” (Fer- produtos da riqueza e da estabilidade de uma sociedade.
nando Pessoa) O maior perigo que correm as línguas, hoje em dia, é o de não
II. “Ser mestre não é de modo algum um emprego e a sua ati- desenvolverem vocabulário técnico e científico suficiente para acom-
vidade se não pode aferir pelos métodos correntes.” (Agostinho da panhar a corrida tecnológica. Se a defasagem chegar a ser muito
Silva) grande, os próprios falantes acabarão optando por utilizar uma língua
III. “Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de al- estrangeira ao tratarem de assuntos científicos e técnicos.
guém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos Mário A. Perini. O rock português (a melhor língua para fazer ciência).
outros.” (Nelson Mandela) In: Ciência Hoje, 1994 (com adaptações).
IV. “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o
prendem.” (Rosa Luxemburgo) Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto
14A1-I, julgue o item a seguir.
Contêm homônimos da palavra “corrente” empregada no ter-
ceiro período do segundo parágrafo do texto 14A1-I apenas os itens No último parágrafo, o verbo correr está empregado com sen-
(A) I e III. tido denotativo.
(B) I e IV. ( ) CERTO
(C) II e IV. ( ) ERRADO
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. 23.(CEBRASPE (CESPE) - ATM (PREF ARACAJU)/PREF ARA-
CAJU/ABRANGÊNCIA GERAL/2021)
22.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/ Quais são as consequências dessa pandemia no que diz res-
PORTUGUÊS/2021) peito à reflexão sobre igualdade, interdependência global e nossas
obrigações uns com os outros? O vírus não discrimina. Por conta da
Texto 14A1-I forma pela qual se move e ataca, ele demonstra que a comunidade
humana é igualmente precária. Ao mesmo tempo, contudo, o fra-
As línguas são, de certo ponto de vista, totalmente equivalen- casso por parte de certos Estados ou regiões em se prepararem ade-
tes quanto ao que podem expressar, e o fazem com igual facilidade quadamente de antemão, o fechamento de fronteiras e a chegada
(embora lançando mão de recursos bem diferentes). Entretanto, de empreendedores ávidos para capitalizar em cima do sofrimen-
dois fatores dificultam a aplicação de algumas línguas a certos as- to global, tudo isso atesta a velocidade com a qual a desigualdade
suntos: um, objetivo, a deficiência de vocabulário; outro, subjetivo, radical e a exploração capitalista encontram formas de reproduzir
a existência de preconceitos. e fortalecer seus poderes no interior das zonas de pandemia. Um
É preciso saber distinguir claramente os méritos de uma língua cenário que já podemos imaginar é a produção e comercialização
dos méritos (culturais, científicos ou literários) daquilo que ela ser- de uma vacina eficaz contra a covid-19. Nós certamente veremos os
ve para expressar. Por exemplo, se a literatura francesa é particu- ricos e os plenamente assegurados correrem para garantir acesso
larmente importante, isso não quer dizer que a língua francesa seja a qualquer vacina quando ela se tornar disponível. A desigualdade
superior às outras línguas para a expressão literária. O desenvolvi- social e econômica garantirá a discriminação. O vírus por si só não
mento de uma literatura é decorrência de fatores históricos inde- discrimina, mas nós humanos certamente o fazemos, moldados e
pendentes da estrutura da língua; a qualidade da literatura francesa movidos como somos pelos poderes casados do nacionalismo, do
diz algo dos méritos da cultura dos povos de língua francesa, não racismo, da xenofobia e do capitalismo. Parece provável que passa-
de uma imaginária vantagem literária de se utilizar o francês como remos a ver, no próximo ano, um cenário doloroso no qual algumas
veículo de expressão. Victor Hugo poderia ter sido tão importante criaturas humanas afirmam seu direito de viver ao custo de outras,
quanto foi mesmo se falasse outra língua — desde que pertencesse reinscrevendo a distinção espúria entre vidas passíveis e não passí-
a uma cultura equivalente, em grau de adiantamento, riqueza de veis de luto, isto é, entre aqueles que devem ser protegidos contra a
tradição intelectual etc., à cultura francesa de seu tempo. morte a qualquer custo e aqueles cujas vidas não valem o bastan-
Igualmente, sabe-se que a maior fonte de trabalhos científicos te para serem salvaguardadas da doença e da morte.
da contemporaneidade são as instituições e os pesquisadores nor- Judith Butler. O capitalismo tem seus limites. Internet: <blogdaboitem-
te-americanos; isso fez do inglês a língua científica internacional. po.com.br> (com adaptações).

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “Um cenário que já podemos imaginar é a produção e co- Nessa vida de hiperconsumo e para o hiperconsumo, a pessoa natu-
mercialização de uma vacina eficaz contra a covid-19”, o vocábulo ral fica tentada com a gratificação própria imediata, mas, ao mesmo
“já” foi empregado com o sentido de tempo, os cérebros não conseguem compreender o impacto cumu-
(A) primeiramente. lativo em um nível coletivo. Assim, um desejo satisfeito torna-se
(B) antecipadamente. quase tão prazeroso e excitante quanto uma flor murcha ou uma
(C) prontamente. garrafa de plástico vazia.
(D) inicialmente. O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica en-
(E) anteriormente. tre o ser humano e o planeta, como também fere de morte a mo-
ral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável
24.(CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/JOR- e indiferente.
NALISMO/2021) Fellipe V. B. Fraga e Bruno B. de Oliveira. O consumo colaborativo
como mecanismo de desenvolvimento sustentável na sociedade líqui-
Texto 13A2-IV do-moderna. LAECC. Edição do Kindle (com adaptações).

Estamos acostumados à ideia de que os dados são quase um Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto prece-
sinônimo de precisão e certeza, mas, na era digital, quanto mais dente, julgue o item que se seguem.
dados chegam ao nosso conhecimento, maiores são as nossas in- No parágrafo, os sujeitos das formas verbais “pressupõe” e “é”
certezas e dúvidas. Em plena era dos dados, lidar com essa consta- são classificados como oracionais, por serem constituídos pelos ver-
tação passa a ser um desafio que vai definir o futuro do jornalismo bos “fazer” e “curtir”, respectivamente
e, especialmente, a sua inserção na, cada vez mais complexa, arena ( ) CERTO
da informação pública. ( ) ERRADO
Internet: <www.observatoriodaimprensa.com.br> (com alterações).
26.(CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/LÍN-
A construção sintática do segundo período do texto 13A2-IV é GUA PORTUGUESA/GRAMÁTICA NORMATIVA E REVISÃO OR-
caracterizada pela presença de orações TOGRÁFICA/2021)
(A) absolutas.
(B) subordinadas. Texto 14A1-I
(C) coordenadas.
(D) correlativas. A língua é o espaço que forma o escritor. Tentar compreendê-
(E) interferentes. -la (essa tarefa impossível) será, portanto, um bom caminho para
compreender a atividade da literatura. A questão é que há tantas
25.(CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022) línguas, e isso no universo do mesmo idioma, quanto há escritores.
Quando falo de língua, não me refiro apenas ao simples depósito
Na sociedade líquido-moderna da hipermodernidade globali- de palavras que circulam em uma comunidade, nem a um sistema
zante, o fazer compras não pressupõe nenhum discurso. O consu- gramatical normativo às vezes mais, às vezes menos estável numa
midor — o hiperconsumidor — compra aquilo que lhe apraz. Ele sociedade, numa estação do ano, num sexo, numa região, numa
segue as suas inclinações individuais. O curtir é o seu lema. família ou em parte dela, num lugarejo, numa classe social, naque-
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o la rua, num determinado dia, num livro e quase nunca num país
consumo, guiou a pessoa natural para o caminho da necessidade, inteiro.
da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o A língua em que circula o escritor jamais é uma entidade unitá-
descarte de cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem trans- ria. Não pode ser, em caso algum, uma ordem unida. Porque a ma-
formado negativamente o planeta, ao trazer prejuízos não apenas téria da literatura não é um sistema abstrato de regras e relações,
para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resul- uma análise combinatória de fonemas ou um conjunto de universais
ta em problemas sociais, crises humanitárias e degradação do meio semânticos como tem sido a língua para uma corrente considerável
ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar o desenvolvi- dos cientistas da língua. Justamente por serem abstratos, justamen-
mento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda te por serem apenas fonemas e justamente por serem universais,
solidez social e trazendo-se à tona uma sociedade líquido-moderna esses elementos primeiros são desprovidos de significado: servindo
de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências de a todos, não servem a ninguém. De fato, não chegam a se constituir
seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e so- em “língua”, face a outra parte indispensável da palavra: o falante.
bre as gerações atuais e futuras. O falante, o homem que tem a palavra é, portanto, o verdadeiro
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, território do escritor: a língua real é ele. E em que sentido ele pode
pois faz que o ser humano trabalhe duro para adquirir mais coisas, ser considerado uma entidade universal? Isso interessa porque, no
mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa exato momento em que uma palavra ganha vida, na voz do falante,
melhor, maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, ela ganha também o seu limite: o pé no chão, que não é qualquer
as coisas que se possuem e se consomem enchem não apenas os chão, o espaço, que é esse espaço, e não outro, o ar que se respira,
armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes o tempo, o dia, a hora, toda a soma das intenções muito específicas
das pessoas. convertidas no impulso da palavra; e, é claro, a ninguém interessa o
Nessa sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores, o de- que a palavra quer dizer de velha (isso até o dicionário sabe), mas o
sejo satisfeito pelo consumo gera a sensação de algo ultrapassado; que ela quer dizer de nova, isto é, o que é novo e surpreendente no
o fim de um consumo significa a vontade de iniciar qualquer outro. que se diz. Esse espetáculo das vozes que falam sem parar no mun-

40
LÍNGUA PORTUGUESA

do em torno, ou nesse mundo em torno, nesse exato momento, é a 27.(CEBRASPE (CESPE) - ACE TCE RJ/TCE-RJ/ORGANIZACIO-
vida indispensável de quem escreve. É nessa diversidade imensa e NAL/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022)
imediata que se move quem escreve, o ouvido atento.
Mas há ainda um terceiro complicador na palavra, além da sua Texto CB1A2-I
matéria mesma e além daquele que fala. Porque, se desdobramos a
palavra, descobrimos que quem lhe dá vida não é exatamente o fa- O uso da palavra está, necessariamente, ligado à questão da
lante. Ninguém no mundo fala sozinho. Mesmo que, numa redução eficácia. Visando a uma multidão indistinta, a um grupo definido
ao absurdo, isso fosse possível, ou seja, uma palavra que dispen- ou a um auditório privilegiado, o discurso procura sempre produzir
sasse os outros para fazer sentido, ela seria uma palavra natimorta, um impacto sobre seu público. Esforça-se, frequentemente, para
um objeto opaco à espera de um criptólogo que lhe rompesse o fazê-lo aderir a uma tese: ele tem, então, uma visada argumenta-
isolamento, como um Champollion diante de uma pedra no meio tiva. Mas o discurso também pode, mais modestamente, procurar
do caminho, mas então a suposta pureza original autossuficiente modificar a orientação dos modos de ver e de sentir: nesse caso, ele
estaria destruída. tem uma dimensão argumentativa. Como o uso da palavra se dota
Assim, surge outro território essencial de quem escreve: o ter- do poder de influenciar seu auditório? Por quais meios verbais, por
ritório de quem ouve, a força da linguagem alheia, dos outros, num quais estratégias programadas ou espontâneas ele assegura a sua
sentido duplo interessa tanto o que os outros nos dizem (e somos força?
nós que damos vida a essas palavras que vêm de lá, antes mesmo Essas questões, das quais se percebe facilmente a importân-
de se tornarem voz), quanto o que nós dizemos (e são eles, os ou- cia na prática social, estão no centro de uma disciplina cujas raízes
tros, que dão vida ao que dizemos, antes mesmo de a gente abrir remontam à Antiguidade: a retórica. Para os antigos, a retórica era
a boca). Para a palavra e para tudo que significa, os outros não são uma teoria da fala eficaz e também uma aprendizagem ao longo da
uma escolha, mas parte inseparável. Mesmo solitários, de olhos qual os homens da cidade se iniciavam na arte de persuadir. Com o
e ouvidos fechados, isolados na mais remota ilha do mais remoto passar do tempo, entretanto, ela tornou-se, progressivamente, uma
oceano, no fundo de uma caverna escura e silenciosa, mesmo lá ou- arte do bem dizer, reduzindo-se a um arsenal de figuras. Voltada
viríamos, em cada palavra apenas sonhada, a gritaria interminável para os ornamentos do discurso, a retórica chegou a se esquecer de
dos que nos ouvem. sua vocação primeira: imprimir ao verbo a capacidade de provocar
Enquanto isso, é sempre bom lembrar que, nesse trançado infi- a convicção. É a esse objetivo que retornam, atualmente, as refle-
nito de vozes, o que trocamos não são símbolos e códigos neutros; xões que se desenvolvem na era da democracia e da comunicação.
nem sinais de computador, nem mensagens unilaterais; a vida da
linguagem está no fato de que não ouvimos ou lemos apenas sons
ou letras, mas desejos, medos, ordens, confissões; de que não fala- Ruth Amosy. A argumentação no discurso. São Paulo: Editora Contex-
mos ou escrevemos sinais, mas intenções, pontos de vista, sonhos,
to, 2018, p. 7 (com adaptações
acusações, defesas, indiferenças. Ninguém entende a linguagem
como certa ou errada (exceto nos cadernos escolares), mas como
Julgue o item subsequente, relativo aos aspectos linguísticos
verdadeira, mentirosa, bela, nojenta, comovente, delirante, horrí-
do texto CB1A2-I.
vel, ofensiva, carinhosa... É exatamente nesse pântano inseguro dos
No primeiro período do texto, o termo “da palavra” comple-
valores que se move o escritor. E é apenas nesse terreno de valores
menta o sentido do substantivo “uso”
que a forma da palavra pode ganhar seu estatuto estético, a sua
( ) CERTO
dignidade poética, historicamente flutuante.
A língua do escritor é uma entidade necessariamente impura, ( ) ERRADO
contaminada, suja de intenções, povoada previamente de muitas
outras línguas (do mesmo idioma ou fora dele), de milhões de vo- 28.( CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM TO)/PM TO/QPE/2021)
zes. Se nessa diversidade essencial está a riqueza de quem escreve, O papel da polícia militar é exclusivamente o patrulhamento
nela também está a sua fronteira necessária, e, em última instância, ostensivo. É por isso que essa é a polícia que anda fardada e carac-
a sua ética. Para formar a minha palavra, eu preciso da palavra do terizada, mostrando sua presença ostensiva e passando segurança
outro compartilhando com ela a força e o valor de origem. A palavra à sociedade.
que eu tomo em minhas mãos, como ensina Bakhtin, não é nunca Nesse contexto, a polícia militar tem papel de relevância, uma
um objeto inerte: há sempre um coração alheio batendo nela, outra vez que se destaca, também, como força pública, primando pelo
intenção, uma vida diferente da minha vida, com a qual eu preciso zelo, pela honestidade e pela correção de propósitos com a finali-
me entender. Assim, a minha liberdade de criação, a minha palavra, dade de proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos e priva-
tem na autonomia da voz do outro o seu limite. O que parece a dos, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas.
natureza mesma da linguagem, o seu duplo, talvez possa se trans- Nos dias atuais, a polícia militar, além de suas atribuições cons-
formar, para o escritor, na sua ética. titucionais, desempenha várias outras atribuições que, direta ou indi-
Internet: <http://www.cristovaotezza.com.br> (com adaptações). retamente, influenciam no cotidiano das pessoas, na medida em que
colabora com todos os segmentos da sociedade, diminuindo confli-
No último período do quinto parágrafo do texto 14A1-I, o tos e gerando a sensação de segurança que a comunidade anseia.
termo “Mesmo solitários” funciona como De uma forma bem simples, a polícia militar cuida daquilo que
(A) predicativo do sujeito da oração principal. está acontecendo ou que acabou de acontecer, enquanto a polícia
(B) oração subordinada adverbial concessiva. civil cuida daquilo que já aconteceu e que demanda investigação,
(C) adjunto adnominal do sujeito da oração principal. ou seja, a polícia militar é aquela que cuida e previne, e a polícia civil
(D) adjunto adverbial de modo. é aquela que busca quem fez.
(E)) aposto do sujeito da oração principal. Internet: <www.pm.to.gov.br> (com adaptações).

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No texto 1A2-I, funciona como adjunto adverbial o termo 30.(CEBRASPE (CESPE) - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/
(A) “ostensiva”, em “mostrando sua presença ostensiva” (pri- ADMINISTRAÇÃO/2022)
meiro parágrafo). A PETROBRAS responde por cerca de 80% dos combustíveis
(B) “administrativas”, em “coibindo os ilícitos penais e as infra- ofertados no Brasil. Para isso, muito foi investido em infraestrutura,
ções administrativas” (segundo parágrafo). com operações que consomem quase 100 bilhões de reais ao ano,
(C) “segurança”, em “gerando a sensação de segurança que a conforme dados de 2021.
comunidade anseia” (terceiro parágrafo). O caminho do petróleo do poço até virar combustível no carro
(D) “direta”, em “a polícia militar (...) desempenha várias outras das pessoas é longo e complexo. Começa na procura: acertar onde
atribuições que, direta ou indiretamente, influenciam no coti- furar e encontrar petróleo exige conhecimento técnico de geólogos
diano das pessoas” (terceiro parágrafo). e geofísicos e bastante investimento. E, mesmo com um time de
(E)) “anseia”, em “gerando a sensação de segurança que a co- experts do mais alto nível, achar petróleo não é certo.
munidade anseia” (terceiro parágrafo). Transportar o petróleo do mar até as refinarias é também uma
tarefa complexa, para a qual são utilizados dutos e navios. Em terra,
29.(CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2021) ele é tratado em refinarias, que separam desse óleo as frações de
É o discurso que nos liberta e é o discurso que estabelece os gasolina, diesel e gás de cozinha, entre outros derivados. Os produ-
limites da nossa liberdade e nos impulsiona a transgredir e trans- tos são então disponibilizados às diversas distribuidoras que hoje
cender os limites — já estabelecidos ou ainda a ser estabelecidos atendem o mercado brasileiro, responsáveis por fazer chegar cada
no futuro. Discurso é aquilo que nos faz enquanto nós o fazemos. um deles aos consumidores finais.
E é graças ao discurso, e seu ímpeto endêmico de espreitar além Internet: <duvidasgasolina.petrobras.com.br> (com adaptações
das fronteiras que ele estabelece para a sua própria liberdade, que
nosso estar no mundo é um processo de vir a ser perpétuo — in-
cessante e infinito: nosso vir a ser € o vir a ser do nosso “mundo Considerando as ideias, os sentidos e aspectos linguísticos do
da vida” — juntar-se, misturar-se, embora sem solidificar, estreita texto precedente, julgue o item subsequente.
e inseparavelmente, entrançados e entrelaçados, e compartilhando No terceiro parágrafo, o trecho “que separam desse óleo as fra-
nossos respectivos sucessos e infortúnios, ligados um ao outro para ções de gasolina, diesel e gás de cozinha, entre outros derivados”
o melhor e para o pior, desde o momento de nossa concepção si- consiste em uma oração adjetiva restritiva, na medida em que deli-
multânea até que a morte nos separe. mita o tipo específico de refinarias a que se refere o texto.
O que nós chamamos de “realidade”, quando entramos em um ( ) CERTO
ânimo filosófico, ou “os fatos da questão” quando seguimos obe- ( ) ERRADO
dientemente as instâncias da doxa, é tecido de palavras. Nenhuma
outra realidade nos é acessível: não acessamos o passado “como 31.( CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC DF)/PC DF/2021)
ele realmente aconteceu”, o qual Leopold von Ranke celebremente
conclamou (instruiu) seus colegas historiadores do século XIX a re- Texto CBIA2-I
cuperar. Comentando sobre a história de Juan Goytisolo a respeito
de um velho, Milan Kundera salienta que a biografia — qualquer Nossos ancestrais dedicaram muito tempo e esforço a tentar
biografia que tente ser o que seu nome sugere — é, e não poderia descobrir as regras que governam o mundo natural. Mas a ciência
deixar de ser, uma lógica artificial inventada, imposta retrospectiva- moderna difere de todas as tradições de conhecimento anteriores
mente a uma sucessão incoerente de imagens, reunida pela memó- em três aspectos cruciais: a disposição para admitir ignorância, o
ria de partículas e fragmentos. Ele conclui que, em total oposição às lugar central da observação e da matemática e a aquisição de novas
presunções do senso comum, o passado compartilha com o futuro capacidades.
a ruína incurável da irrealidade — esquivando-se/evadindo-se obs- A Revolução Científica não foi uma revolução do conhecimen-
tinadamente, como ambos o fazem, das redes tecidas de palavras to. Foi, acima de tudo, uma revolução da ignorância. A grande
movidas pela lógica. Não obstante, essa irrealidade é a única reali- descoberta que deu início à Revolução Científica foi a de que os
dade a ser captada e possuída por nós, que “vivemos em discurso humanos não têm as respostas para suas perguntas mais importan-
como o peixe na água”. tes. Tradições de conhecimento pré-modernas como o islamismo, o
Zygmunt Bauman e Riccardo Mazzeo. O elogio da literatura. Zahar. cristianismo, o budismo e o confucionismo afirmavam que tudo que
Edição do Kindle (com adaptações). é importante saber a respeito do mundo já era conhecido. As anti-
gas tradições de conhecimento só admitiam dois tipos de ignorân-
Julgue o item que se segue, com relação a aspectos linguísticos cia. Em primeiro lugar, um indivíduo podia ignorar algo importante.
do texto precedente. Para obter o conhecimento necessário, tudo que ele precisava fazer
No trecho “é o discurso que estabelece os limites da nossa li- era perguntar a alguém mais sábio. Não havia necessidade de des-
berdade e nos impulsiona a transgredir e transcender os limites” cobrir algo que qualquer pessoa já não soubesse. Em segundo lugar,
(primeiro parágrafo), as formas verbais “impulsiona”, “transgredir” uma tradição inteira podia ignorar coisas sem importância. Por de-
e transcender” estão coordenadas entre si, estabelecendo uma re- finição, o que quer que os grandes deuses ou os sábios do passado
lação de adição, evidenciada pelo emprego do conectivo “e” após não tenham se dado ao trabalho de nos contar não era importante.
“transgredir”. [...]
( ) CERTO A ciência de nossos dias é uma tradição de conhecimento pecu-
( ) ERRADO liar, visto que admite abertamente a ignorância coletiva a respeito
da maioria das questões importantes. Darwin nunca afirmou ser “o
último dos biólogos” e ter decifrado o enigma da vida de uma vez

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por todas. Depois de séculos de pesquisas científicas, os biólogos tentabilidade dos nossos modelos de produção e consumo como
admitem que ainda não têm uma boa explicação para como o cé- causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser
rebro gera consciência, por exemplo. Os físicos admitem que não para apoiar ou não a sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado,
sabem o que causou o Big Bang, que não sabem como conciliar a para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o verdadeiro
mecânica quântica com a Teoria Geral da Relatividade. consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as em-
[...] presas realizem a produção consciente, assumindo sua verdadeira
A disposição para admitir ignorância tornou a ciência moder- responsabilidade pelos impactos que causam.
na mais dinâmica, versátil e indagadora do que todas as tradições Internet: <www.ecodebate.com.br> (com adaptações).
de conhecimento anteriores. Isso expandiu enormemente nossa
capacidade de entender como o mundo funciona e nossa habili- Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue
dade de inventar novas tecnologias, mas nos coloca diante de um o item que se segue.
problema sério que a maioria dos nossos ancestrais não precisou O pronome “que”, em “que causam” (último período do texto),
enfrentar. Nosso pressuposto atual de que não sabemos tudo e de exerce a função de sujeito da oração em que ocorre e retoma o
que até mesmo o conhecimento que temos é provisório se estende termo “as empresas”.
aos mitos partilhados que possibilitam que milhões de estranhos ( ) CERTO
cooperem de maneira eficaz. Se as evidências mostrarem que mui- ( ) ERRADO
tos desses mitos são duvidosos, como manter a sociedade unida?
Como fazer com que as comunidades, os países e o sistema inter- 33.(CEBRASPE (CESPE) - ESP GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AD-
nacional funcionem? VOGADO/2022)
[...] “Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
Uma das coisas que tornaram possível que as ordens sociais “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
modernas se mantivessem coesas é a disseminação de uma crença “Pois não?”
quase religiosa na tecnologia e nos métodos da pesquisa científica, “Um... como é mesmo o nome?”
que, em certa medida, substituiu a crença em verdades absolutas. “Sim?”
Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade. 26.º “Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me esca-
ed. Porto Alegre, RS: L&PM, 2017,p. 261-263 (comadaptações). pou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto CBIA2ZAI, “O senhor vai dar risada quando souber.”
julgue o item a seguir. “Sim, senhor.”
As orações que compõem o primeiro período do quarto pará- “Olha, é pontuda, certo?”
grafo estabelecem entre si uma relação de causa e consequência. “O quê, cavalheiro?”
( ) CERTO “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende?
( ) ERRADO Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo,
e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta
32.(CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022) tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma
espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a
Texto CB1A1-I outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica
fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
A pandemia transformou a rotina de diversas pessoas ao redor “Infelizmente, cavalheiro...”
do mundo, principalmente em relação à sustentabilidade. “Ora, você sabe do que eu estou falando.”
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância “Estou me esforçando, mas...”
de modelos de consumo mais conscientes e responsáveis, como a “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa
escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. ponta, certo?”
No entanto, a transformação mais significativa, que deveria vir das “Se o senhor diz, cavalheiro.”
empresas, ainda é relativamente tímida.
De acordo com Mariana Schuchovski, professora de Susten-
tabilidade do ISAE Escola de Negócios, a disseminação do vírus é Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.
resultado do atual modelo de desenvolvimento, que fomenta o uso
irracional de recursos naturais e a destruição de hábitats, como flo- Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do
restas e outras áreas, o que faz que animais, forçados a mudar seus texto precedente, julgue o item a seguir.
hábitos de vida, contraiam e transmitam doenças que não existi- Em ‘A palavra me escapou por completo’ (sétimo parágrafo), o
riam em situações normais. “Situações de desequilíbrio ambiental, pronome ‘me’ exprime a reflexividade da ação praticada pelo sujei-
causadas principalmente por desmatamento e mudanças de clima, to oracional sobre si mesmo
aumentam ainda mais a probabilidade de que zoonoses, ou seja, ( ) CERTO
doenças de origem animal, nos atinjam e alcancem o patamar de ( ) ERRADO
epidemias e pandemias”, explica a professora.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e
empresas, precisamos entender os impactos desta pandemia no
meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles
e, principalmente, sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sus-

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34.(CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC AL)/PC AL/2021) entização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o de- da participação do cidadão para a construção de um sistema que
senvolvimento das instituições de segurança pública, com as polí- busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
cias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como re- Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional
ferência ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada de Segurança Pública (SENASP).
em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12
preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade. (com adaptações).
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a pre-
venção, em detrimento da repressão, reforçaram a proximidade Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto an-
da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O terior, julgue o item que se seguem.
modelo inglês retirou as polícias do isolamento, apresentando-as Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informa-
à comunidade como importante parceira da segurança pública ções nele veiculadas, o trecho “relações das forças policiais com a
e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso, comunidade” poderia ser substituído por relações entre as forças
surgiu o conceito de uma organização policial moderna, estatal policiais e a comunidade.
e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da ( ) CERTO
polícia. ( ) ERRADO
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia
comunitária ocorreram com a Constituição Federal de 1988 e a 36.(CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/DIREITO E
necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. LEGISLAÇÃO/2022)
Foram adotadas estratégias de fortalecimento das relações das As forças da natureza são obviamente indiferentes a modos de
forças policiais com a comunidade, com destaque para a conscien- produção, tempo e espaço. Mas são as estruturas sociais que de-
tização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor terminam as consequências, o grau de sofrimento e quem morre
da participação do cidadão para a construção de um sistema que mais. Em 1989, o terremoto de São Francisco, de intensidade 7,1
busca a melhoria da qualidade de vida de todos. na escala Richter, causou a morte de 63 pessoas e deixou cerca de
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional 3.700 feridos. Em 2010, o terremoto em Porto Príncipe, no Haiti, de
de Segurança Pública (SENASP). Diretriz Nacional de Polícia Comuni- magnitude 7,0 na escala Richter, matou mais de 300 mil pessoas e
tária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações) deixou 300 mil feridos. Dez meses depois, uma epidemia de cólera
matou 9 mil pessoas.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto an- Quando a natureza atinge a existência humana, o impulso pri-
terior, julgue o item que se seguem. mário é buscar o culpado mais à mão no imaginário. Pode ser Deus,
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do primeiro a cruel natureza ou o enigmático ente a que se denomina destino.
período do primeiro parágrafo, poderia ser inserida uma vírgula Mas muito frequentemente destino é uma expressão que encobre
logo após o trecho “O século XIX”, por tratar-se de termo de natu- com um véu de irracionalidade o que é apenas obra humana.
reza adverbial que delimita o recorte temporal dos eventos narra- O vírus atinge o planeta. O vírus ameaça a humanidade. Plane-
dos no parágrafo. ta ou humanidade designam tanto os habitantes de Manhattan, da
( ) CERTO Avenue Foch, em Paris, do Leblon, no Rio de Janeiro, ou dos Jardins,
( ) ERRADO em São Paulo, como também designam os 800 milhões de pessoas
que passam fome no mundo, segundo dados da Organização das
35.(CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC AL)/PC AL/2021) Nações Unidas (2017). No planeta vive o 1% das pessoas que detém
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o renda maior que os restantes 99% da população mundial. Vivem 42
desenvolvimento das instituições de segurança pública, com as pessoas cuja riqueza é igual à de 3,7 bilhões dos mais pobres que
polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como lutam para sobreviver, para suprir necessidades básicas. Vivem os
que têm renda para ficar em casa e fazer suas compras de alimentos
referência ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, funda-
pela Internet, os que não vão comer hoje por causa da pandemia e
da em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel
os que já não comiam antes da pandemia. Vivem os que podem se
preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
isolar e os que moram em aglomerados miseráveis, em um cômodo
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a pre-
apenas, para os quais as palavras “confinamento”, “isolamento” ou
venção, em detrimento da repressão, reforçaram a proximidade
“quarentena” são piadas de mau gosto. Vivem 4,5 bilhões de pes-
da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O
soas que não têm saneamento nem água encanada, desprovidas
modelo inglês retirou as polícias do isolamento, apresentando-as
das condições mínimas de higiene.
à comunidade como importante parceira da segurança pública
Internet:<revistacult.uol.com.br> (com adaptações).
e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso,
surgiu o conceito de uma organização policial moderna, estatal No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguís-
e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da ticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
polícia. A supressão do sinal indicativo de crase na expressão “à mão”
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia (primeiro período do segundo parágrafo) alteraria o sentido do
comunitária ocorreram com a Constituição Federal de 1988 e a texto e prejudicaria sua coerência
necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. ( ) CERTO
Foram adotadas estratégias de fortalecimento das relações das ( ) ERRADO
forças policiais com a comunidade, com destaque para a consci-

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LÍNGUA PORTUGUESA

37.(CEBRASPE (CESPE) - TAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022) formado negativamente o planeta, ao trazer prejuízos não apenas
para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resul-
Texto ta em problemas sociais, crises humanitárias e degradação do meio
ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar o desenvolvi-
Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas mento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda
até nisso somos um país desigual. Os bairros mais nobres do Rio solidez social e trazendo-se à tona uma sociedade líquido-moderna
de Janeiro e de São Paulo seguem maravilhosamente arborizados, de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências de
alguns cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e so-
espécies das que foram cortadas na frente da sua casa ou do seu bre as gerações atuais e futuras.
trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo,
danos à infraestrutura. pois faz que o ser humano trabalhe duro para adquirir mais coisas,
As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa
espécie extremamente abundante no Rio de Janeiro, mas demo- melhor, maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo,
nizadas em outras regiões menos urbanizadas, como no Pará, por as coisas que se possuem e se consomem enchem não apenas os
exemplo, sob o argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes
que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes robustas e que cres- das pessoas.
cem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimenta- Nessa sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores, o de-
ção, ao passo que aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade. sejo satisfeito pelo consumo gera a sensação de algo ultrapassado;
As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os o fim de um consumo significa a vontade de iniciar qualquer outro.
técnicos responsáveis pela arborização exageradamente tementes Nessa vida de hiperconsumo e para o hiperconsumo, a pessoa natu-
à infraestrutura. Todavia, as outras demoram uma eternidade para ral fica tentada com a gratificação própria imediata, mas, ao mesmo
crescer, a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada tempo, os cérebros não conseguem compreender o impacto cumu-
arborização avançada. Não podem ficar muito altas, especificam os lativo em um nível coletivo. Assim, um desejo satisfeito torna-se
técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos gran- quase tão prazeroso e excitante quanto uma flor murcha ou uma
des, como mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a garrafa de plástico vazia.
lataria de um carro! Flores e pequenos frutos podem manchar a O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica en-
pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor tre o ser humano e o planeta, como também fere de morte a mo-
não! Espinhos estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na ral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável
autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo interessante: mais do e indiferente.
que os outros, o inferno é o gosto dos outros. Fellipe V. B. Fraga e Bruno B. de Oliveira. O consumo colaborativo
A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das como mecanismo de desenvolvimento sustentável na sociedade líqui-
cidades suba consideravelmente devido às mudanças climáticas do-moderna. LAECC. Edição do Kindle (com adaptações).
globais. Nesse contexto, é muito bem- vinda qualquer sombra que
venha a reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto prece-
parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o colorido das flores dente, julgue o item que se seguem.
também têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, a
comprovadamente reduzindo o estresse e o risco de depressão. Es- oração “que se possuem e se consomem” poderia ser reescrita da
ses são outros benefícios da arborização que, geralmente, não são seguinte maneira: que são possuídas e consumidas
incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesa- ( ) CERTO
dos na equação dos riscos e benefícios da arborização. ( ) ERRADO
Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet:
<www.correiocidadania.com.br> (com adaptações
39.( CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM TO)/PM TO/
QPE/2021)
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto prece-
dente, julgue o próximo item.
No primeiro período do segundo parágrafo, sem prejuízo da Apenas dez anos atrás, ainda havia em Nova York (onde moro)
correção gramatical e da coerência do texto, a palavra “demoniza- muitos espaços públicos mantidos coletivamente nos quais cida-
das” poderia ser substituída pela respectiva forma no singular — dãos demonstravam respeito pela comunidade ao poupá-la das
demonizada —, caso em que ela passaria a concordar com o termo suas intimidades banais. Há dez anos, o mundo não havia sido to-
“uma espécie” talmente conquistado por essas pessoas que não param de tagare-
( ) CERTO lar no celular. Telefones móveis ainda eram usados como sinal de
( ) ERRADO ostentação ou para macaquear gente afluente. Afinal, a Nova York
do final dos anos 90 do século passado testemunhava a transição
38.(CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022) inconsútil da cultura da nicotina para a cultura do celular. Num dia,
Na sociedade líquido-moderna da hipermodernidade globali- o volume no bolso da camisa era o maço de cigarros; no dia seguin-
zante, o fazer compras não pressupõe nenhum discurso. O consu- te, era um celular. Num dia, a garota bonitinha, vulnerável e desa-
midor — o hiperconsumidor — compra aquilo que lhe apraz. Ele companhada ocupava as mãos, a boca e a atenção com um cigarro;
segue as suas inclinações individuais. O curtir é o seu lema. no dia seguinte, ela as ocupava com uma conversa importante com
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o uma pessoa que não era você. Num dia, viajantes acendiam o is-
consumo, guiou a pessoa natural para o caminho da necessidade, queiro assim que saíam do avião; no dia seguinte, eles logo acio-
da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o navam o celular. O custo de um maço de cigarros por dia se trans-
descarte de cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem trans-

45
LÍNGUA PORTUGUESA

formou em contas mensais de centenas de dólares na operadora. A Cuiupis e cuias diferem na origem e também nos ritmos de
poluição atmosférica se transformou em poluição sonora. Embora o vida. As árvores de cuiupi frutificam durante a estação chamada ki-
motivo da irritação tivesse mudado de uma hora para outra, o sofri- pu-wahro. Antes de produzirem frutos, perdem todas as folhas uma
mento da maioria contida, provocado por uma minoria compulsiva vez por ano. A árvore de cuia, diferentemente do cuiupi, mantém as
em restaurantes, aeroportos e outros espaços públicos, continuou folhas e a produção de frutos durante todo o ano.
estranhamente constante. Em 1998, não muito tempo depois que Priscila Ambrósio Moreira. Memórias sobre as cuias. O que contam
deixei de fumar, observava, sentado no metrô, as pessoas abrindo os quintais e as florestas alagáveis na Amazônia brasileira? In: Joana
e fechando nervosamente seus celulares, mordiscando as anteni- Cabral de Oliveira et al. (Org.). Vozes Vegetais. São Paulo: Ubu Editora,
nhas. Ou apenas os segurando como se fossem a mão de uma mãe, p. 155-156 (com adaptações).
e eu quase sentia pena delas. Para mim, era difícil prever até onde
chegaria essa tendência: Nova York queria verdadeiramente se tor- No último período do segundo parágrafo do texto 1A1-I, o
nar uma cidade de viciados em celulares deslizando pelas calçadas vocábulo “se”, em “distinguem-se”, remete a
sob desagradáveis nuvenzinhas de vida privada, ou de alguma ma- (A) “pesquisadores indígenas”.
neira iria prevalecer a noção de que deveria haver um pouco de (B) “especificidade funcional”.
autocontrole em público? (C) “tipos”.
Jonathan Franzen. Como ficar sozinho. São Paulo: Companhia das (D) “árvores”.
Letras, 2012, p. 17-18 (com adaptações).
41.(CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC DF)/PC DF/2021)
Depreende-se dos sentidos do texto 1A1-I que a expressão Nova Iorque já foi vista como uma das metrópoles mais peri-
“suas intimidades banais”, presente no primeiro período, refere-se gosas do mundo. Em 1990, alcançou seu pico de homicídios: 2.262
(A) ao conteúdo das conversas das pessoas ao celular. em um ano, média de 188 por mês. Mas esse cenário mudou, e a
(B) à exposição das compulsões das pessoas em espaços públi- cidade apresentou uma das maiores reduções de crimes registradas
cos como restaurantes e aeroportos. nos EUA.
(C) à vulnerabilidade das garotas que fumavam sozinhas pelas Uma das medidas adotadas pela prefeitura de Nova Iorque
ruas de Nova York. ficou conhecida como “janelas quebradas” e previa o combate a
(D) à demonstração de hábitos peculiares em público, como o crimes pequenos e a prevenção do vandalismo, para impedir uma
de morder antenas de celulares. espiral de violência que levasse a crimes mais graves.
(E) ao descontrole das pessoas viciadas em celulares. Para alguns observadores, entretanto, o modelo da “janela
quebrada” foi superestimado. O mais importante, dizem, foi iden-
40.(CEBRASPE (CESPE) - CAD (CBM TO)/CBM TO/2021) tificar focos de criminalidade para concentrar, ali, ação preventiva.
Foi possível assinalar áreas pequenas onde criminosos mais atua-
Texto 1A1-I vam, onde se sabia que crimes iam ocorrer.
O ex-policial Tom Reppetto sugere que essas áreas tenham pre-
A manhã era fresca na palhoça da velha dona Ana no Alto Rio sença visível e constante da polícia. As patrulhas preventivas — e
Negro, um lugar onde a história é viva e a gente é parte dessa conti- em grande número — em focos de crime foi essencial para reduzir a
nuidade. Dona Ana explicava que “antes tinha o povo Cuchi, depois violência. “O crime é mais situacional do que se pensa, inclusive ho-
teve Baré escravizado vindo de Manaus pra cá na época do cuma- micídios. Com a patrulha policial, pessoas que iam cometer crimes
ru, da batala, do pau-rosa. Muitos se esconderam no rio Xié. Agora simplesmente foram fazer outra coisa”, afirma outro especialista,
somos nós”. Terra de gente poliglota, de encontros e desencontros Frank Zimring.
estrangeiros. Outra medida que teve papel importantíssimo foi a implemen-
No início desse mundo, havia dois tipos de cuia: a cuia de tapio- tação de cortes (tribunais), nos anos 90, para tratar de crimes me-
ca e a cuia de ipadu. Embora possam ser classificadas como perten- nores, mediar conflitos comunitários e casos de violência domés-
centes à mesma espécie botânica (Crescentia cujete), a primeira era tica e para lidar com usuários de drogas. A ideia é evitar que esses
ligada ao uso diário, ao passo que a outra era usada como veículo conflitos evoluam e aumentar a confiança dos cidadãos no sistema
de acesso ao mundo espiritual em decorrência do consumo de ipa- judiciário e político.
du e gaapi (cipó Banisteriopsis caapi). Os pesquisadores indígenas Internet: <www.bbc.com > (com adaptações).
atuais da região também destacam essa especificidade funcional.
Assim, distinguem-se até hoje dois tipos de árvore no Alto Rio Ne- No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do
gro: as árvores de cuiupis e as de cuias, que recebem nomes dife- texto precedente, julgue os próximos itens.
rentes pelos falantes da língua tukano. As formas verbais “dizem” “afirma” foram empregadas com o
Dona Ana me explica que os cuiupis no Alto Rio Negro são plan- mesmo objetivo: fazer referência às palavras de um interlocutor.
tios muito antigos dos Cuchi, e os galhos foram trazidos da beira do ( ) CERTO
rio Cassiquiari (afluente do rio Orinoco, na fronteira entre Colômbia ( ) ERRADO
e Venezuela), onde o cuiupi “tem na natureza”, pois cresce sozinho
e em abundância. Já a cuia redonda, diz-se que veio de Santarém
ou de Manaus, com o povo Baré nas migrações forçadas que mar-
caram a colonização do Rio Negro. Os homens mais velhos atestam
que em Manaus só tinha cuia. De lá, uma família chamada Coimbra
chegou trazendo gado e enriqueceu vendendo cuias redondas no
Alto Rio Negro.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

42.(CEBRASPE (CESPE) - TEC PER (PC PB)/PC PB/ÁREA GER- 43.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/LINGUA-
AL/2022) GENS E SUAS TECNOLOGIAS/LÍNGUA PORTUGUESA/2021)

Texto CG2A1 Texto 5A3-III


A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor
da vontade de poder que se traduz por vontade de dominação da Poesia
natureza, do outro, dos povos e dos mercados. Os meios de comu- Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer es-
nicação levam ao paroxismo a magnificação de todo tipo de vio- crever.
lência. Nessa cultura, o militar, o banqueiro e o especulador valem No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo.
mais que o poeta, o filósofo e o santo. Nos processos de socializa- Ele está cá dentro e não quer sair.
ção formal e informal, ela não cria mediações para uma cultura da Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.
paz. Sem detalhar a questão, diríamos que por detrás da violência Carlos Drummond de Andrade. Poesia 1930-62. São Paulo: Cosac &
funcionam poderosas estruturas. A primeira delas é o caos sempre Naify, 2012. p. 104.
presente no processo cosmogênico. Viemos de uma imensa explo-
são, o big bang. E a evolução comporta violência em todas as suas Com relação ao uso de figuras de linguagem no texto 5A3-III,
fases. Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que assinale a opção que apresenta um verso do poema no qual ocorre
instaurou a dominação do homem sobre a mulher e criou as insti- metonímia.
tuições do patriarcado assentadas sobre mecanismos de violência (A) “que a pena não quer escrever”
como o Estado, as classes, o projeto da tecnociência, os processos (B) “inunda minha vida inteira”
de produção como objetivação da natureza e sua sistemática de- (C) “Gastei uma hora pensando um verso”
predação. Em terceiro lugar, essa cultura patriarcal gestou a guerra (D) “Mas a poesia deste momento”
como forma de resolução dos conflitos. Sobre essa vasta base se (E) “No entanto ele está cá dentro”
formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lógica é a com-
petição, e não a cooperação; por isso, gera guerras econômicas e 44.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/LIN-
políticas e, com isso, desigualdades, injustiças e violências. Todas GUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS/LÍNGUA PORTUGUESA/2021)
essas forças se articulam estruturalmente para consolidar a cultura Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se
da violência que nos desumaniza a todos. A essa cultura da violên- sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem
cia há que se opor a cultura da paz. Hoje ela é imperativa. É impe- doer.
rativa, porque as forças de destruição estão ameaçando, por todas Luís de Camões. In: Massaud Moisés. A literatura portuguesa através
as partes, o pacto social mínimo sem o qual regredimos a níveis dos textos. São Paulo: Cultrix, 1968. p. 85.
de barbárie. Onde buscar as inspirações para a cultura da paz? A
singularidade do 1% de carga genética que nos separa dos primatas Assinale a opção que apresenta a figura de linguagem presen-
superiores reside no fato de que nós, à distinção deles, somos seres te em todos os versos da estrofe do poema apresentado.
sociais e cooperativos. Ao lado de estruturas de agressividade, te- (A) hipérbole
mos capacidades de afetividade, compaixão, solidariedade e amori- (B) eufemismo
zação. O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos (C) antítese
da natureza e copilotar a marcha da evolução. Ele foi criado criador. (D) alegoria
Dispõe de recursos de reengenharia da violência mediante proces- (E) ironia
sos civilizatórios de contenção e uso de racionalidade. Há muito que
filósofos veem no cuidado a essência do ser humano. Tudo precisa 45.(CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/SÉRIES
de cuidado para continuar a existir. Onde vige cuidado de uns para INICIAIS/2021)
com os outros desaparece o medo, origem secreta de toda violên-
cia, como analisou Freud. Texto 15A2-II

No trecho “Ao lado de estruturas de agressividade, temos capa- Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e
cidades de afetividade, compaixão, solidariedade e amorização”, do realço a minha mediocridade; advirto que a franqueza é a primei-
texto CG2A1, o termo “amorização” constitui um tipo de ra virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste
(A) neologismo. dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos
(B) arcaísmo. velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao
(C) barbarismo. mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação
(D) estrangeirismo. é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si
(E) eufemismo. mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensa-
ção penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte,
que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como a gente pode
sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se,
despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que
deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos,
nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O
olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo
que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda

47
LÍNGUA PORTUGUESA

para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos Os cientistas pretendem também investigar os mecanismos
dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão cognitivos que levam ao oposto: a prosopagnosia (a inabilidade de
incomensurável como o desdém dos finados. identificar rostos) ou algumas manifestações do espectro autista, o
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: que inclui a dificuldade em ler rostos e interpretar as informações
Ciranda Cultural, 2018. p. 49. presentes neles, como o estado emocional.
Maria Clara Rossini. Pareidolia: por que vemos “rostos” em objetos
No trecho “embaça-se um homem a si mesmo”, do texto 15A2- inanimados? Este estudo explica. Internet: <super.abril.com.br> (com
II, nota-se uso expressivo de pleonasmo, que, no caso em questão, adaptações).
configura-se pela
(A) combinação de ideias contraditórias, para contrapô-las. A função da linguagem que predomina no texto 2A1-I é a
(B) omissão de um termo subentendido, para evitar repetição. (A) referencial.
(C) repetição de uma mesma ideia em dois termos, para enfa- (B) metalinguística.
tizá-la. (C) conativa.
(D) concordância ideológica de termos, para uniformizá-los. (D) fática.
(E) comparação entre dois termos, para estabelecer uma ana-
logia. 47. (CEBRASPE (CESPE) - TCE TCE RJ/TCE-RJ/TÉCNICO/2022)
A preocupação com o desenvolvimento das indústrias criativas
46.(CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM TO)/CBM TO/2021) ocorre de forma não intuitiva e direcionada há muitos anos. Em
1918, o presidente dos Estados Unidos da América, Woodrow Wilson,
Texto 2A1-I promoveu a nascente indústria cinematográfica, considerando que “o
comércio vai atrás dos filmes”, uma afirmação clássica sobre o fato de
Olhe para a tomada mais próxima, para um conjunto de janelas que as indústrias criativas têm um significado que vai muito além do
ou então para a traseira de um carro. Se você vê figuras parecidas seu impacto econômico imediato. O governo australiano publicou, em
com rostos nesses e em outros objetos, saiba que não é o único: 1994, um documento chamado Creative Nation, no qual já apresenta-
va alguns posicionamentos oficiais sobre a pauta. Nele, afirmava que
trata-se de um fenômeno bem conhecido pela ciência, chamado
“uma política cultural também é uma política econômica” e que “o ní-
pareidolia. Basta posicionar duas formas que lembrem olhos aci-
vel de nossa criatividade determina substancialmente nossa capacida-
ma de outra que pareça uma boca para as pessoas começarem a
de de adaptação aos novos imperativos econômicos”.
enxergar rostos.
Após as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido, em
A pareidolia já foi vista como um sinal de psicose no passado,
1997, foi realizado o primeiro mapeamento concreto e aprofun-
mas hoje se sabe que ela é uma tendência completamente normal
dado sobre a economia criativa em uma nação. Esse mapeamento
entre humanos. De acordo com o cientista Carl Sagan, a tendência
causou polêmica quanto à conceituação de indústria criativa. De
está provavelmente associada à necessidade evolutiva de reconhe- acordo com a definição do governo inglês, as indústrias criativas são
cer rostos rapidamente. aquelas atividades que têm origem na criatividade, na habilidade
Pense na pré-história: se uma pessoa conseguisse identificar os e no talento individual e que potencializam a geração de riqueza e
olhos e a boca de um predador escondido na mata, ela teria mais empregos por meio da geração e da exploração da propriedade in-
chances de fugir e sobreviver. Quem tivesse dificuldade em ver um telectual. Os críticos que analisaram o projeto de Tony Blair/DCMS
rosto camuflado ali provavelmente seria pego de surpresa — e con- consideraram que as colocações deixaram o contexto muito aberto,
sequentemente viraria jantar. pois poderia englobar áreas como engenharia e indústria farmacêu-
Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Aus- tica, que não têm conexão com a economia criativa.
trália, investigaram o fenômeno e escreveram em um artigo que, Como em qualquer área de pesquisa, alguns cientistas apre-
além da vantagem evolutiva, a pareidolia também pode estar rela- sentam visões bem controversas. O pesquisador estadunidense
cionada ao mecanismo do cérebro que reconhece e processa infor- Richard Florida, por exemplo, trouxe o conceito de classe criativa.
mações sociais em outras pessoas. “Não basta perceber a presença Segundo Florida, regiões metropolitanas com alta concentração de
de um rosto; precisamos reconhecer quem é aquela pessoa, ler as trabalhadores ligados a tecnologia, artistas, músicos, lésbicas e gays
informações presentes no rosto, se ela está prestando atenção em e o grupo definido por high bohemians são áreas com alto potencial
nós, e se está feliz ou triste”, diz o líder do estudo. de crescimento neste milênio. Na visão de Florida, as cidades de-
De fato, os objetos inanimados não parecem ser apenas rostos vem posicionar-se de forma diferente no novo milênio e virar todos
inexpressivos. Em uma simples caminhada na rua, você pode ter a os holofotes para a economia criativa.
impressão de que semáforos, carros, casas e até tijolos jogados na Vinnie de Oliveira. Economia criativa 4.0: o mundo não gira ao contrá-
calçada te encaram e parecem esboçar expressões faciais — medo, rio. Edição do Kindle (com adaptações
raiva, alegria, susto ou tristeza.
Segundo os autores do estudo, os objetos são, de fato, inter- Julgue o item seguinte, no que diz respeito às ideias e a aspec-
pretados como rostos humanos pelo nosso cérebro. “Nós sabemos tos linguísticos do texto precedente.
que o objeto não tem uma mente, mas não conseguimos evitar Na oração “as cidades devem posicionar-se de forma diferente
olhar para ele como se tivesse características inteligentes, como di- no novo milênio” (último período do texto), conclui-se do emprego
reção do olhar ou emoções; isso acontece porque os mecanismos do vocábulo “se” que a oração está na voz passiva, isto é, a locução
ativados pelo nosso sistema visual são os mesmos quando vemos “devem posicionar-se” é, sintática e semanticamente, equivalente a
um rosto real ou um objeto com características faciais”, diz um dos devem ser posicionadas
pesquisadores. ( ) CERTO
( ) ERRADO

48
LÍNGUA PORTUGUESA

48.(CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/LÍN- e ouvidos fechados, isolados na mais remota ilha do mais remoto
GUA PORTUGUESA/GRAMÁTICA NORMATIVA E REVISÃO OR- oceano, no fundo de uma caverna escura e silenciosa, mesmo lá ou-
TOGRÁFICA/2021) viríamos, em cada palavra apenas sonhada, a gritaria interminável
dos que nos ouvem.
Texto 14A1-I Enquanto isso, é sempre bom lembrar que, nesse trançado infi-
nito de vozes, o que trocamos não são símbolos e códigos neutros;
A língua é o espaço que forma o escritor. Tentar compreendê- nem sinais de computador, nem mensagens unilaterais; a vida da
-la (essa tarefa impossível) será, portanto, um bom caminho para linguagem está no fato de que não ouvimos ou lemos apenas sons
compreender a atividade da literatura. A questão é que há tantas ou letras, mas desejos, medos, ordens, confissões; de que não fala-
línguas, e isso no universo do mesmo idioma, quanto há escritores. mos ou escrevemos sinais, mas intenções, pontos de vista, sonhos,
Quando falo de língua, não me refiro apenas ao simples depósito acusações, defesas, indiferenças. Ninguém entende a linguagem
de palavras que circulam em uma comunidade, nem a um sistema como certa ou errada (exceto nos cadernos escolares), mas como
gramatical normativo às vezes mais, às vezes menos estável numa verdadeira, mentirosa, bela, nojenta, comovente, delirante, horrí-
sociedade, numa estação do ano, num sexo, numa região, numa vel, ofensiva, carinhosa... É exatamente nesse pântano inseguro dos
família ou em parte dela, num lugarejo, numa classe social, naque-
la rua, num determinado dia, num livro e quase nunca num país No texto 14A1-I, o vocábulo “se” constitui parte integrante do
inteiro. verbo no trecho
A língua em que circula o escritor jamais é uma entidade unitá- (A) “o ar que se respira” (terceiro parágrafo).
ria. Não pode ser, em caso algum, uma ordem unida. Porque a ma- (B) “o que é novo e surpreendente no que se diz” (terceiro pa-
téria da literatura não é um sistema abstrato de regras e relações, rágrafo).
uma análise combinatória de fonemas ou um conjunto de universais (C) “É nessa diversidade imensa e imediata que se move quem
semânticos como tem sido a língua para uma corrente considerável escreve” (terceiro parágrafo).
dos cientistas da língua. Justamente por serem abstratos, justamen- (D) “antes mesmo de se tornarem voz” (quinto parágrafo).
te por serem apenas fonemas e justamente por serem universais, (E)“se desdobramos a palavra” (quarto parágrafo).
esses elementos primeiros são desprovidos de significado: servindo
a todos, não servem a ninguém. De fato, não chegam a se constituir 49.(CEBRASPE (CESPE) - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/”SEM ESPECIALI-
em “língua”, face a outra parte indispensável da palavra: o falante. DADE”/2021)
O falante, o homem que tem a palavra é, portanto, o verda-
deiro território do escritor: a língua real é ele. E em que sentido Texto CG1A1
ele pode ser considerado uma entidade universal? Isso interessa
porque, no exato momento em que uma palavra ganha vida, na voz Na casa vazia, sozinha com a empregada, já não andava como
do falante, ela ganha também o seu limite: o pé no chão, que não um soldado, já não precisava tomar cuidado. Mas sentia falta da ba-
é qualquer chão, o espaço, que é esse espaço, e não outro, o ar talha das ruas. Melancolia da liberdade, com o horizonte ainda tão
que se respiraa, o tempo, o dia, a hora, toda a soma das intenções longe. Dera-se ao horizonte. Mas a nostalgia do presente. O apren-
muito específicas convertidas no impulso da palavra; e, é claro, a dizado da paciência, o juramento da espera. Do qual talvez não sou-
ninguém interessa o que a palavra quer dizer de velha (isso até o besse jamais se livrar. A tarde transformando-se em interminável
dicionário sabe), mas o que ela quer dizer de nova, isto é, o que é e, até todos voltarem para o jantar e ela poder se tornar com alívio
novo e surpreendente no que se dizb. Esse espetáculo das vozes uma filha, era o calor, o livro aberto e depois fechado, uma intui-
que falam sem parar no mundo em torno, ou nesse mundo em tor- ção, o calor: sentava-se com a cabeça entre as mãos, desesperada.
no, nesse exato momento, é a vida indispensável de quem escreve. Quando tinha dez anos, relembrou, um menino que a amava joga-
É nessa diversidade imensa e imediata que se move quem escrevec, ra-lhe um rato morto. Porcaria! berrara branca com a ofensa. Fora
o ouvido atento. uma experiência. Jamais contara a ninguém. Com a cabeça entre as
Mas há ainda um terceiro complicador na palavra, além da sua mãos, sentada. Dizia quinze vezes: sou vigorosa, sou vigorosa, sou
matéria mesma e além daquele que fala. Porque, se desdobramos a vigorosa — depois percebia que apenas prestara atenção à conta-
palavrae, descobrimos que quem lhe dá vida não é exatamente o fa- gem. Suprindo com a quantidade, disse mais uma vez: sou vigorosa,
lante. Ninguém no mundo fala sozinho. Mesmo que, numa redução dezesseis. E já não estava mais à mercê de ninguém. Desesperada
ao absurdo, isso fosse possível, ou seja, uma palavra que dispen- porque, vigorosa, livre, não estava mais à mercê. Perdera a fé. Foi
sasse os outros para fazer sentido, ela seria uma palavra natimorta, conversar com a empregada, antiga sacerdotisa. Elas se reconhe-
um objeto opaco à espera de um criptólogo que lhe rompesse o ciam. As duas descalças, de pé na cozinha, a fumaça do fogão. Per-
isolamento, como um Champollion diante de uma pedra no meio dera a fé, mas, à beira da graça, procurava na empregada apenas o
do caminho, mas então a suposta pureza original autossuficiente que esta já perdera, não o que ganhara. Fazia-se pois distraída e,
estaria destruída. conversando, evitava a conversa. “Ela imagina que na minha idade
Assim, surge outro território essencial de quem escreve: o ter- devo saber mais do que sei e é capaz de me ensinar alguma coisa”,
ritório de quem ouve, a força da linguagem alheia, dos outros, num pensou, a cabeça entre as mãos, defendendo a ignorância como
sentido duplo interessa tanto o que os outros nos dizem (e somos a um corpo. Faltavam-lhe elementos, mas não os queria de quem
nós que damos vida a essas palavras que vêm de lá, antes mesmo já os esquecera. A grande espera fazia parte. Dentro da vastidão,
de se tornarem voz)d, quanto o que nós dizemos (e são eles, os maquinando.
outros, que dão vida ao que dizemos, antes mesmo de a gente abrir Clarice Lispector. Preciosidade. In: Laços de Família. Rio de Janeiro:
a boca). Para a palavra e para tudo que significa, os outros não são Rocco, 1998, p. 86-87 (com adaptações).
uma escolha, mas parte inseparável. Mesmo solitários, de olhos

49
LÍNGUA PORTUGUESA

No primeiro período do texto CG1A1, o termo “como” expres-


sa a ideia de GABARITO
(A) explicação.
(B) intensidade.
1 ERRADO
(C) adição.
(D) causa. 2 ERRADO
(E) comparação. 3 E
50.(CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM TO)/PM TO/ 4 A
QPE/2021) 5 D
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio.
Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, a beira 6 CERTO
de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não 7 CERTO
existia sinal de comida. A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, 8 CERTO
os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquan-
to parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estra- 9 CERTO
nhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave 10 D
se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dele, mas
logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o 11 ERRADO
resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na 12 CERTO
caatinga. Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cru-
13 ERRADO
zadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos
antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, 14 B
novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira 15 ERRADO
de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés
apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aprovei- 16 CERTO
tá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele 17 A
era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo. Ordinariamente a
família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos cala- 18 CERTO
dos, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangen- 19 ERRADO
do um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
20 ERRADO
As manchas dos juazeiros tornaram a aparecer, Fabiano aligei-
rou o passo, esqueceu a fome, a canseira e os ferimentos. As alper- 21 E
catas dele estavam gastas nos saltos, e a embira tinha-lhe aberto 22 ERRADO
entre os dedos rachaduras muito dolorosas. Os calcanhares, duros
como cascos, gretavam-se e sangravam. 23 C
Num cotovelo do caminho, avistou um canto de cerca, encheu- 24 B
-o a esperança de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-
25 ERRADO
-lhe rouca, medonha. Calou-se para não estragar a força.
Deixaram a margem do rio, acompanharam a cerca, subiram 26 A
uma ladeira, chegaram aos juazeiros. Fazia tempo que não viam 27 CERTO
sombra.
Graciliano Ramos. Vidas secas. 107.ª edição (com adaptações). 28 D
29 ERRADO
No texto 1A2-II, o segmento “como cascos”, em “Os calcanha-
res, duros como cascos, gretavam-se e sangravam” (segundo pará- 30 ERRADO
grafo), expressa uma 31 ERRADO
(A) causa.
32 ERRADO
(B) comparação.
(C) consequência. 33 ERRADO
(D) conclusão. 34 ERRADO
(E) concessão.
35 CERTO
36 CERTO
37 CERTO
38 CERTO
39 A

50
LÍNGUA PORTUGUESA

40 C ANOTAÇÕES
41 ERRADO
42 A ______________________________________________________
43 A ______________________________________________________
44 C
______________________________________________________
45 C
46 A ______________________________________________________
47 ERRADO ______________________________________________________
48 D
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49 E
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50 B
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ANOTAÇÕES
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51
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES

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52
MATEMÁTICA

NÚMEROS RELATIVOS INTEIROS E FRACIONÁRIOS, OPERAÇÕES E PROPRIEDADES. MÚLTIPLOS E DIVISORES,


MÁXIMO DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM. NÚMEROS REAIS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

53
MATEMÁTICA

Operações Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder. Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
negativo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Exemplo:
ser dispensado. (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- (A) 10
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a (B) 15
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (C) 18
será do maior número. (D) 20
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (E) 22
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti-
do, ou seja, é dado o seu oposto.
Resolução:
Exemplo: São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- temos:
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um Resposta: D
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
anotadas, o total de pontos atribuídos foi base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(A) 50. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(B) 45. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(D) 36. inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
mero inteiro negativo.
Resolução:
50-20=30 atitudes negativas Propriedades da Potenciação
20.4=80 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
30.(-1)=-30 e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
80-30=50 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resposta: A base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. (+a)1 = +a
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor. Conjunto dos números racionais – Q m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n ,
ATENÇÃO: onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. m por n.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS:

54
MATEMÁTICA

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

55
MATEMÁTICA

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

56
MATEMÁTICA

Resolução: Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
Resposta: B (C) 2/9
(D) 4/5
Caraterísticas dos números racionais (E) 3/2
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in-
teiros. Resolução:
Somando português e matemática:
Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número
(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

O que resta gosta de ciências:

Representação geométrica Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
frações, através de:

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini-


tos números racionais.

Operações • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria


• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição ÷ q = p × q-1
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
p – q = p + (–q) mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
(B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

57
MATEMÁTICA

Resolução: Procedimentos
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem;
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.

2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.

ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
Resposta: A chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- com os seus sinais originais.
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- – Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
meros racionais. chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
A) Toda potência com expoente negativo de um número ra- com os seus sinais invertidos.
cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do Exemplo:
expoente anterior. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da (C) 1
base. (D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
associação, que podem aparecer em uma única expressão. Resposta: E

58
MATEMÁTICA

Múltiplos Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por


Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei- 7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub-
ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo
natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig- de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida-
nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7.
existir algum número natural n tal que:
x = y·n Outros critérios
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é
Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo.
podemos escrever: x = n/y Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
Observações:
1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo. Fatoração numérica
2) Todo número natural é múltiplo de 1. Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl- compormos este número natural em fatores primos, dividimos o
tiplos. mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente
4) O zero é múltiplo de qualquer número natural. e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares, obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha- presenta o número fatorado. Exemplo:
mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.

Critérios de divisibilidade
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número
é ou não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos
a divisão.
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:

Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fato-


ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada


fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili- posição do número natural.
dade/ - reeditado) 12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3

59
MATEMÁTICA

21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4

O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}


A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

Máximo divisor comum (MDC)


É o maior número que é divisor comum de todos os números dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores pri-
mos. Procedemos da seguinte maneira:
Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FATORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR EX-
POENTE.

Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

60
MATEMÁTICA

Exemplos: Resolução:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sa- B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )
be-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e
que Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70
metros, então é verdade que Mônica tem, de altura: , ou seja, 7.Q = 2.B ( II )
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros. Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:
(C) 1,54 metros. 7.Q = 2. (360 – Q)
(D) 1,56 metros. 7.Q = 720 – 2.Q
7.Q + 2.Q = 720
Resolução: 9.Q = 720
Escrevendo em forma de equações, temos: Q = 720 / 9
C = M + 0,05 ( I ) Q = 80 (queimadas)
C = A – 0,10 ( II ) Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
A = D + 0,03 ( III ) Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 Resposta: B
( I ) 1,63 = M + 0,05
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
Resposta: B a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em
três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês?
(A) R$ 498,00
(B) R$ 450,00
(C) R$ 402,00 O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(D) R$ 334,00 dividida a unidade.
(E) R$ 324,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a uni-
dade.
Resolução: Lê-se: um quarto.
Primeiro mês = x
Segundo mês = x + 126 Atenção:
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
3.x = 1176 – 204 • Frações com denominadores potências de 10: décimos, cen-
x = 972 / 3 tésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de milési-
x = R$ 324,00 (1º mês) mos etc.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente:
Resposta: B Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da
palavra “avos”.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos Tipos de frações
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o – Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era Ex.: 7/15
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- nador. Ex.: 6/7
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
(A) 1 / 4. Ex.: 6/3
(B) 1 / 3. – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
(C) 2 / 5. outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(D) 1 / 2. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(E) 2 / 3.

61
MATEMÁTICA

– Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam


a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2 (B)
– Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;
(C)
Operações com frações

• Adição e Subtração (D)


Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
ma-se ou subtrai-se os numeradores.
(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes- então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa- tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
mos tanto na adição quanto na subtração.

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.
Resposta: B

O MMC entre os denominadores (3,2) = 6


EXPRESSÕES NUMÉRICAS
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores Expressões algébricas são expressões matemáticas que apre-
dados. Ex.: sentam números, letras e operações. As expressões desse tipo são
usadas com frequência em fórmulas e equações.
As letras que aparecem em uma expressão algébrica são cha-
madas de variáveis e representam um valor desconhecido.
Os números escritos na frente das letras são chamados de coe-
ficientes e deverão ser multiplicados pelos valores atribuídos as le-
tras.

Exemplo:
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE DE
ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos testou
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o número
segunda fração. Ex.: de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era 2 / 7. Sa-
bendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebraram e que
lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser vendidas, então
a razão entre o número de lâmpadas que não podem ser vendidas
e o número de lâmpadas boas passou a ser de
(A) 1 / 4.
(B) 1 / 3.
(C) 2 / 5.
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da (D) 1 / 2.
fração resultante de forma a torna-la irredutível. (E) 2 / 3.

Exemplo: Resolução:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA- Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
pessoas. Cada uma recebeu B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )

(A)

62
MATEMÁTICA

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos: Resolução:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q
7.Q + 2.Q = 720
9.Q = 720
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B

Simplificação de expressões algébricas


Podemos escrever as expressões algébricas de forma mais
simples somando seus termos semelhantes (mesma parte literal).
Basta somar ou subtrair os coeficientes dos termos semelhantes e
repetir a parte literal. Exemplos: Resposta: D
a) 3xy + 7xy4 - 6x3y + 2xy - 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 - 10xy4)
- 6x3y = 5xy - 3xy4 - 6x3y Monômios
b) ab - 3cd + 2ab - ab + 3cd + 5ab = (ab + 2ab - ab + 5ab) + (- 3cd Quando uma expressão algébrica apresenta apenas multiplica-
+ 3cd) = 7ab ções entre o coeficiente e as letras (parte literal), ela é chamada de
monômio. Exemplos: 3ab ; 15xyz3
Fatoração de expressões algébricas
Fatorar significa escrever uma expressão como produto de ter- Propriedades importantes
mos. Para fatorar uma expressão algébrica podemos usar os seguin- – Toda equação algébrica de grau n possui exatamente n raízes.
tes casos: – Se b for raiz de P(x) = 0 , então P(x) é divisível por (x – b) .
• Fator comum em evidência: ax + bx = x . (a + b) Esta propriedade é muito importante para abaixar o grau de uma
• Agrupamento: ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + equação, o que se consegue dividindo P(x) por x - b, aplicando Brio-
y) . (a + b) t-Ruffini.
• Trinômio Quadrado Perfeito (Adição): a2 + 2ab + b2 = (a + b)2 – Se o número complexo (a + bi) for raiz de P(x) = 0 , então o
• Trinômio Quadrado Perfeito (Diferença): a2 – 2ab + b2 = (a – conjugado (a – bi) também será raiz .
b) 2
– Se a equação P(x) = 0 possuir k raízes iguais a m então dize-
• Diferença de dois quadrados: (a + b) . (a – b) = a2 – b2 mos que m é uma raiz de grau de multiplicidade k.
• Cubo Perfeito (Soma): a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)3 – Se a soma dos coeficientes de uma equação algébrica P(x) = 0
• Cubo Perfeito (Diferença): a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = (a - b)3 for nula, então a unidade é raiz da
– Toda equação de termo independente nulo, admite um nú-
Exemplo: mero de raízes nulas igual ao menor expoente da variável.
(PREF. MOGEIRO/PB - PROFESSOR – MATEMÁTICA – EXAMES)
Simplificando a expressão, Relações de Girard
São as relações existentes entre os coeficientes e as raízes de
uma equação algébrica.
Sendo V= {r1, r2, r3,...,rn-1,rn} o conjunto verdade da equação P(x)
= a0xn + a1xn-1 +a2xn-2+ ... + an-1x+an=0, com a0≠ 0, valem as seguintes
relações entre os coeficientes e as raízes:

Obtemos:
(A) a + b.
(B) a² + b².
(C) ab.
(D) a² + ab + b².
(E) b – a.

63
MATEMÁTICA

Atenção Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma


As relações de Girard só são úteis na resolução de equações equação, ou subtraindo um mesmo número de ambos os membros,
quando temos alguma informação sobre as raízes. Sozinhas, elas a igualdade se mantém.
não são suficientes para resolver as equações. Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equa-
ção por um mesmo número não-nulo, a igualdade se mantém.
Exemplo:
(UFSCAR-SP) Sabendo-se que a soma de duas das raízes da • Membros de uma equação
equação x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 é igual a 5, pode-se afirmar a respeito Numa equação a expressão situada à esquerda da igualdade é
das raízes que: chamada de 1º membro da equação, e a expressão situada à direita
(A) são todas iguais e não nulas. da igualdade, de 2º membro da equação.
(B) somente uma raiz é nula.
(C) as raízes constituem uma progressão geométrica.
(D) as raízes constituem uma progressão aritmética.
(E) nenhuma raiz é real.

Resolução: • Resolução de uma equação


x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 Colocamos no primeiro membro os termos que apresentam
Raízes: x1, x2 e x3 variável, e no segundo membro os termos que não apresentam va-
Informação: x1 + x2 = 5 riável. Os termos que mudam de membro têm os sinais trocados.
Girard: x1 + x2 + x3 = 7 ➱ 5 + x3 = 7 ➱ x3 = 2 5x – 8 = 12 + x
Como 2 é raiz, por Briot-Ruffini, temos 5x – x = 12 + 8
4x = 20
X = 20/4
X=5
x2 – 5x + 4 = 0
x = 1 ou x = 4 Ao substituirmos o valor encontrado de x na equação obtemos
S = {1, 2, 4} o seguinte:
Resposta: C 5x – 8 = 12 + x
5.5 – 8 = 12 + 5
Teorema das Raízes Racionais 25 – 8 = 17
É um recurso para a determinação de raízes de equações algé- 17 = 17 ( V)
bricas. Segundo o teorema, se o número racional, com e primos en-
tre si (ou seja, é uma fração irredutível), é uma raiz da equação po- Quando se passa de um membro para o outro se usa a ope-
linomial com coeficientes inteiros então é divisor de e é divisor de. ração inversa, ou seja, o que está multiplicando passa dividindo e
o que está dividindo passa multiplicando. O que está adicionando
Exemplo: passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando.
Verifique se a equação x3 – x2 + x – 6 = 0 possui raízes racionais.
Exemplo:
Resolução: (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Um gru-
p deve ser divisor de 6, portanto: ±6, ±3, ±2, ±1; q deve ser po formado por 16 motoristas organizou um churrasco para suas
divisor de 1, portanto: ±1; Portanto, os possíveis valores da fração famílias. Na semana do evento, seis deles desistiram de participar.
são p/q: ±6, ±3, ±2 e ±1. Substituindo-se esses valores na equação, Para manter o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou
descobrimos que 2 é uma de suas raízes. Como esse polinômio é de R$ 57,00 a mais.
grau 3 (x3 ) é necessário descobrir apenas uma raiz para determinar O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi:
as demais. Se fosse de grau 4 (x4 ) precisaríamos descobrir duas (A) R$ 570,00
raízes. As demais raízes podem facilmente ser encontradas utilizan- (B) R$ 980,50
do-se o dispositivo prático de Briot-Ruffini e a fórmula de Bhaskara. (C) R$ 1.350,00
(D) R$ 1.480,00
(E) R$ 1.520,00
EQUAÇÕES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES DE 1. O GRAU
Resolução:
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim:
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma 16 . x = Total
relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y, z,...).
Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos:
Equação do 1º grau
16.x = 10.x + 570
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser re-
16.x – 10.x = 570
presentadas sob a forma ax + b = 0, em que a e b são constantes
6.x = 570
reais, com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse tipo
x = 570 / 6
de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descri-
x = 95
tas a seguir.

64
MATEMÁTICA

O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00. Quando ocorre a última possibilidade é costume dizer-se que
Resposta: E não existem raízes reais, pois, de fato, elas não são reais já que não
existe, no conjunto dos números reais, √a quando a < 0.
Equação do 2º grau
As equações do segundo grau são aquelas que podem ser • Relações entre raízes e coeficientes
representadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em que a, b e c são
constantes reais, com a diferente de 0, e x é a variável.

• Equação completa e incompleta


1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a = 1, b = – 7,
c = 11).

2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se


diz incompleta.
Exs.: Exemplo:
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0). (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC) Qual a
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0). equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0). (A) x²-3x+4=0
(B) -3x²-5x+1=0
• Resolução da equação (C) 3x²+5x+2=0
1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta) (D) 2x²-5x+3=0
x2 – 16x = 0 colocamos x em evidência
x . (x – 16) = 0, Resolução:
x=0
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x – 16 = 0
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
x = 16
raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes da equação.
multiplicadas resultam no valor de c.
2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
x2 – 49= 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma diferen-
ça de dois quadrados.
(x + 7) . (x – 7) = 0,

x+7=0 x–7=0
x=–7 x=7

ou

x2 – 49 = 0
x2 = 49
x2 = 49
x = 7, (aplicando a segunda propriedade). Resposta: D
Logo, S = {–7, 7}.
Inequação do 1º grau
3º) A equação é da forma ax² + bx + c = 0 (completa) Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão
Para resolvê-la usaremos a formula de Bháskara. do 1° grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0

Conforme o valor do discriminante Δ existem três possibilida- Onde a, b são números reais com a ≠ 0
des quanto á natureza da equação dada.
• Resolvendo uma inequação de 1° grau
Uma maneira simples de resolver uma equação do 1° grau é
isolarmos a incógnita x em um dos membros da igualdade. O méto-
do é bem parecido com o das equações. Ex.:
Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Solução:

65
MATEMÁTICA

-2x > -7 Inequação do 2º grau


Multiplicando por (-1) Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade pode ser re-
2x < 7 presentada da seguinte forma:
x < 7/2 ax2 + bx + c > 0
Portanto a solução da inequação é x < 7/2. ax2 + bx + c < 0
Atenção: ax2 + bx + c ≥ 0
Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos multiplicar por ax2 + bx + c ≤ 0
(-1), isso faz com que o símbolo da desigualdade tenha o seu sen-
tido invertido. Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0
Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do
estudo do sinal de uma função do 1° grau, com o seguinte proce- Resolução da inequação
dimento: Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos o estu-
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero; do do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades:
2. Localiza-se a raiz no eixo x; > , ≥ , < , ≤.
3. Estuda-se o sinal conforme o caso. Ex.: x2 -3x + 2 > 0

Pegando o exemplo anterior temos: Resolução:


-2x + 7 > 0 x2 -3x + 2 > 0
-2x + 7 = 0 x ‘ =1, x ‘’ = 2
x = 7/2 Como desejamos os valores para os quais a função é maior que
zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver para quais valores
de x isso ocorre.

Exemplo: Vemos, que as regiões que tornam positivas a função são: x<1
(SEE/AC – PROFESSOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMÁ- e x>2. Resposta: { x|R| x<1 ou x>2}
TICA E SUAS TECNOLOGIAS – FUNCAB) Determine os valores de
que satisfazem a seguinte inequação: Exemplo:
(VUNESP) O conjunto solução da inequação 9x2 – 6x + 1 ≤ 0,
no universo dos números reais é:
(A) ∅
(B) R

(A) x > 2 (C)


(B) x - 5
(C) x > - 5
(D) x < 2 (D)
(E) x 2
(E)
Resolução:

Resolução:
Resolvendo por Bháskara:

Resposta: B
Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:

66
MATEMÁTICA

Resposta: C

SISTEMAS DE MEDIDA DE TEMPO. SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

67
MATEMÁTICA

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

Exemplos:
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confeccionar
uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unidade: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga. Se a
carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas

68
MATEMÁTICA

(C) 500 caixas


(D) 1000 caixas

Resolução:
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg
Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu-
Cada caixa pesa 4kg
me ocupado por esse corpo.
2000 kg/ 4kg = 500 caixas.
Resposta: C

NÚMEROS E GRANDEZAS DIRETAMENTE E


INVERSAMENTE PROPORCIONAIS Proporção
É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.
Razão
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:
Lemos: a esta para b, assim como c está para d.
Ainda temos:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi-
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias
• Propriedades da Proporção
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo
– Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
o produto apreendido, o traficante usou
produto dos extremos:
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
a.d=b.c
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
– A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.
dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em
forma de razão , logo :

– A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-


rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
Resposta: C
o seu consequente.
Razões Especiais
São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
mas:
Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas-
to para percorrê-la.

69
MATEMÁTICA

Exemplo:
(MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO –
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está
para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso
desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros,
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni-
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi
igual a
(A) 588.
(B) 350.
(C) 454.
(D) 476.
(E) 382.

Resolução:

Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos:


De acordo com essas informações, o número de casos regis-
trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um
aumento em relação ao número de casos registrados em 2007,
4L = 28 . 3 aproximadamente, de
L = 84 / 4 (A) 70%.
L = 21 ladrilhos (B) 65%.
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588 (C) 60%.
Resposta: A (D) 55%.
(E) 50%.

Resolução:
REGRA DE TRÊS SIMPLES Utilizaremos uma regra de três simples:

Regra de três simples ano %


Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um 11442 100
processo prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES. 17136 x
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di- 11442.x = 17136 . 100
minui. x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan- 149,8% – 100% = 49,8%
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa. Aproximando o valor, teremos 50%
Resposta: E
Exemplos:
(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas. toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
balho?
(A) 3 h 12 min
(B) 5 h
(C) 5 h 30 min
(D) 6 h
(E) 6 h 15 min

Resolução:
Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto
menos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar
a carga:

70
MATEMÁTICA

caminhões horas (C) 5200 m²


(D) 6000 m²
15 4 (E) 6200 m²
(15 – 3) x
Resolução:
12.x = 4 . 15
x = 60 / 12 Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑
x=5h
Resposta: B 20 8 60 4800
15 10 80 x
Regra de três composta
Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia. Resposta: D
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos.
(B) 9 horas. PORCENTAGEM
(C) 7 horas e 45 minutos.
(D) 7 horas e 30 minutos. PORCENTAGEM
(E) 5 horas e 30 minutos. São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
Resolução: seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x. mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
“por cento”).
M² ↑ varredores ↓ horas ↑
6000 18 5
7500 15 x
Exemplo:
Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais) (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro- LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
porcionais) departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho- Resolução:


ras e 30 minutos.
Resposta: D

(PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons-


tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60
dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas
por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a:
(A) 4500 m²
(B) 5000 m² Resposta: B

71
MATEMÁTICA

Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA, temos
PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de 16%
que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos por
cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

72
MATEMÁTICA

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos
fatores de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual
o preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

TAXAS DE JUROS SIMPLES E COMPOSTAS, CAPITAL, MONTANTE E DESCONTO

Juros simples (ou capitalização simples)


Os juros são determinados tomando como base de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente:
– Os juros são representados pela letra J*.
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de capital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou PV
(valor presente) *.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela letra t ou n.*
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada para
calcular juros.
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na mesma unidade para efetuarmos os cálculos.

Usamos a seguinte fórmula:

Em juros simples:
– O capital cresce linearmente com o tempo;
– O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
– A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal.

73
MATEMÁTICA

– Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com


os juros, ou seja:
M=C+J
M = C.(1+i.t)

Exemplo:
(PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
(A) R$ 1.650,00
(B) R$ 2.225,00
(C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
(E) R$ 3.500,00

Resolução:
Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j = O crescimento do principal (capital) em:
3900 – C ( I ) – juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples: – juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto
tem um crescimento muito mais “rápido”;

Observe no gráfico que:


– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de
juros simples como para juros compostos;
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de
juros simples;
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de
390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C juros compostos.
– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
120.C = 390000 Exemplo:
C = 390000 / 120 (PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
C = R$ 3250,00 – CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
Resposta: C taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
Juros compostos (capitalização composta) (A) 30% do capital aplicado.
A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também (B) 31,20% do capital aplicado.
conhecido como “juros sobre juros”. (C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.
Usamos a seguinte fórmula:
Resolução:

Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital. j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e Resposta: D
do período (t), tem de ser necessariamente iguais.
Juros Compostos utilizando Logaritmos
Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisa-
mos achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os
valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da
tabela.

74
MATEMÁTICA

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de ,
pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
, o expoente m passa multiplicando)

t.0,04 = 3

Resposta: E

PRINCÍPIOS DE GEOMETRIA: PERÍMETRO, ÁREA E VOLUME

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

75
MATEMÁTICA

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura ca-
bem 12 quadrados iguais ao que está acima.

Planta baixa de uma casa com a área total

76
MATEMÁTICA

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sólidos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras pla-
nas, pois a construção espacial se dá através da junção dessas figuras. Vejamos:

Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é feita
em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais formadas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Chamamos
de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma
aresta em comum. Veja alguns exemplos:

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a nenhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não possuí
“reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes relações
de Euler:

77
MATEMÁTICA

Poliedro Fechado: V – A + F = 2
Poliedro Aberto: V – A + F = 1

Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face n e
dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de arestas;
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).

Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;

Por essas condições e observações podemos afirmar que todos os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices deste
poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo, tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e o
pentágono 5 lados. Temos:

Resposta: E

78
MATEMÁTICA

Não Poliedros

Os sólidos acima são. São considerados não planos pois possuem suas superfícies curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.

Planificações de alguns Sólidos Geométricos

Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/AAAAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/s1600/revis%-
25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tricas-page-001.jpg

79
MATEMÁTICA

Sólidos geométricos Resolução:


O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
que visualizem a seguinte figura: Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
perior.
Portanto, n + 2
Resposta: B

PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um


vértice superior.

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a

Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

Área e Volume dos sólidos geométricos

PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais


e paralelas.

Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é
um polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

80
MATEMÁTICA

Cálculo do volume:

Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

Resposta: D (B)

CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais, (C)


paralelas e circulares.
(D)

(E) 8

Resolução:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

Resposta: D
CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e
vértice superior. ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola.

81
MATEMÁTICA

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sólidos geométricos. São eles:

Exemplo:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:

AB=144 dm²
Ab=36 dm²

Resposta: E

Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra.

Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)


Para representar graficamente um par ordenado de números reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta x
é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas propriedades.

82
MATEMÁTICA

Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos Ponto médio de um segmento


linhas perpendiculares aos eixos x e y.
• xp é a abscissa do ponto P;
• yp é a ordenada do ponto P;
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas


que serão uteis ao cálculo. Baricentro
O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
Distância entre dois pontos de um plano medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos lo- de 2:1.
calizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com
isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras.

Condição de alinhamento de três pontos


Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares),
A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).

83
MATEMÁTICA

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se: Reta

Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:

1) Um ponto e o coeficiente angular

Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vértices Exemplo:


de um triângulo cuja área é: Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
reta r, a equação da reta r será:

onde o valor do determinante é sempre dado em módulo, pois


a área não pode ser um número negativo.

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou


declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de
inclinação da reta r do plano cartesiano.

2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)


Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa-
ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta:

Já a declividade é dada por: m = tgα

Cálculo do coeficiente angular


Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos
coeficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4),
reta, como podemos verificar na imagem. m = -3 e Q(x, y)
y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x +
y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0

Equação reduzida da reta


A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação da
reta y - b = mx

84
MATEMÁTICA

– Equação segmentária da reta


É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que in-
terceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b).

B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o


eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares
são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces-
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0

onde a, b e c são números reais constantes com a e b não si-


multaneamente nulos.

Posições relativas de duas retas


Em relação a sua posição elas podem ser:

A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus


ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên-
cia, seus coeficientes angulares são diferentes.

85
MATEMÁTICA

C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor-


tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe-
ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão
iguais.

onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r .

Exemplo:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este
trajeto ficou bem definido através da equação:
(A) y = 2x – 1
(B) y = - 3x + 14
(C) y = x + 2
(D) y = - x + 8
(E) y = 3x – 4
Intersecção de retas
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção Resolução:
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta reduzida, então:
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas. y – yo = m(x – xo)
y – 5 = 1.(x – 3)
Condição de perpendicularismo y–5=x–3
Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte y=x–3+5
relação deverá ser verdadeira. y=x+2
Resposta: C

Circunferência
É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto
fixo O, denominado centro da circunferência.
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
centro O é sempre constante e é denominada raio.

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2, Equação reduzida da circunferência
respectivamente. Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r.
Distância entre um ponto e uma reta
A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento
perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir
para obtermos esta distância.

86
MATEMÁTICA

Equação Geral da circunferência Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para
A equação geral de uma circunferência é obtida através do de- o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida.
senvolvimento da equação reduzida.

Exemplo:
(VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4 Equações da elipse
(C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8 a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.
(D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
(E) x2 + (y – 3)2 = 8

Resolução:
Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
enunciado.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
(x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P,
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2 b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical.
4 + 4 = r2
r2 = 8
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C

Elipse
É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos:

87
MATEMÁTICA

TEOREMA DE PITÁGORAS
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo- QUESTÕES
tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação: 1. (CEBRASPE (CESPE) - APC (FUNPRESP-EXE)/FUNPRESP-
-EXE/ADMINISTRATIVA/2022)
A seguir, são apresentadas informações obtidas a partir de uma
pesquisa realizada com 1.000 pessoas.
• 480 possuem plano de previdência privada;
• 650 possuem aplicações em outros tipos de produtos finan-
ceiros;
• 320 não possuem aplicação em nenhum produto financeiro.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item seguinte.


Há mais pessoas que não possuem aplicações em nenhum pro-
duto financeiro que pessoas que possuem simultaneamente plano
de previdência privada e aplicações em outros produtos financei-
ros.
( ) CERTO
( ) ERRADO
“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual
à soma dos quadrados dos catetos”. 2. (CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC DF)/PC DF/2021)
a2 = b2 + c2 No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética segui-
da de uma assertiva a ser julgada.
Exemplo: Um foragido da justiça, que gostava de se exibir perante seus
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o comparsas e conhecia um pouco de matemática, ligou para a polícia
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando e passou as seguintes informações: “em 30 minutos, eu estarei na
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D rua Alfa, em uma casa, do lado direito da rua, cujo número tem as
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o seguintes características: é inferior a 1.000, o algarismo das cente-
barco parou relativamente ao ponto de partida? nas é igual ao número de diagonais de um retângulo e, além disso,
(A) 3 milhas a sudoeste. a parte do número formada só pelos algarismos das dezenas e das
(B) 3 milhas a sudeste. unidades é múltiplo de 7”. Uma viatura foi deslocada para o inter-
(C) 4 milhas ao sul. valo de casas da rua Alfa correspondente ao algarismo das centenas
(D) 5 milhas ao norte. revelado. Lá chegando, os policiais verificaram que, nesse trecho da
(E) 5 milhas a nordeste. rua Alfa, os números das casas tinham as seguintes características:
os algarismos das dezenas e das unidades começavam de 01 e de
Resolução: uma casa para a próxima eram acrescentadas 8 unidades. Nessa si-
tuação, o número da casa informado pelo foragido é inferior a 250.
( ) CERTO
( ) ERRADO

3. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MATE-


MÁTICA/2021)
Acerca das operações com números reais e suas propriedades,
julgue o item a seguir.
Se o cubo de um número inteiro é ímpar, então esse número
deve ser, necessariamente, ímpar.
( ) CERTO
x 2 = 32 + 42 ( ) ERRADO
x2 = 9 + 16
x2 = 25 4. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022)
Resposta: E Julgue o item a seguir, com base em conhecimentos da mate-
mática.
Dissolvendo-se 450 gramas de cloro em 270 litros de água,
obtém-se a mesma concentração que seria obtida ao se dissolver
1,125 quilograma de cloro em 675 litros de água.
( ) CERTO
( ) ERRADO

88
MATEMÁTICA

5. (CEBRASPE (CESPE) - AG PM (IBGE)/IBGE/2021) 10. (CEBRASPE (CESPE) - PRF/PRF/2021)


O carro de Aldo faz 15 quilômetros com um litro de gasolina, Foi modelado que o espalhamento de uma notícia em uma po-
que custa R$ 5, ou 10 quilômetros com um litro de etanol, que custa pulação — entendido como o percentual de indivíduos dessa po-
R$ 3,50. Considerando essas informações, julgue os itens seguintes. pulação que recebe essa notícia por unidade de tempo — é direta-
I. O custo do litro do etanol é igual a 70% do custo do litro de gasolina. mente proporcional ao percentual de indivíduos da população que
II. Se Aldo dispõe de R$ 70 para abastecer o seu carro, ele pode- já conhecem a notícia multiplicado pelo percentual de indivíduos
rá adquirir 14 litros de gasolina ou 20 litros de etanol. dessa população que ainda não a conhecem até aquele instante.
III. Considerando-se apenas o custo dos combustíveis e o de- A constante k de proporcionalidade depende, entre outros fatores,
sempenho do carro, anteriormente mencionados, é financeiramen- do impacto da notícia na vida dos envolvidos e de propriedades dos
te mais vantajoso para Aldo abastecer o seu carro com gasolina do meios de comunicação disponíveis.
que com etanol. Tendo como base essas informações e considerando que, para
certa notícia, k = 1, julgue o item seguinte.
Assinale a opção correta. Se, em determinado instante, o espalhamento de uma notícia
(A) Apenas o item II está certo. é igual a 16% por unidade de tempo, então, nesse instante, mais de
(B) Apenas os itens I e II estão certos. 75% da população ainda desconhece a notícia.
(C) Apenas os itens I e III estão certos. ( ) CERTO
(D) Apenas os itens II e III estão certos. ( ) ERRADO
(E) Todos os itens estão certos.
11. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022)
6. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MATE- Julgue o item a seguir, com base em conhecimentos da mate-
MÁTICA/2021) mática.
ACERCa das operações com números reais e suas proprieda- Considere que 6 bois ou 8 vacas levem 28 dias para pastarem
des, julgue o item a seguir. por completo um terreno de determinada área. Sendo assim, 9 bois
A soma de dois números irracionais positivos é sempre um nú- e 2 vacas levarão exatamente 16 dias para pastarem um terreno de
mero irracional. mesma área.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

7. (CEBRASPE (CESPE) - PROFESSOR (SEDUC AL)/MATEMÁ- 12. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022)
TICA/2021) Julgue o item a seguir, com base em conhecimentos da mate-
Acerca das operações com números reais e suas propriedades, mática.
julgue o item a seguir. Considere que 9 biólogos cataloguem as árvores de uma flores-
Se a e b são números reais que satisfazem a < b < 0, então é ta em 8 dias, trabalhando 5 horas por dia. Nesse caso, 15 biólogos,
correto concluir que 1/a < 1/b < 0 e que a²>b²>0. trabalhando 6 horas por dia, concluirão o mesmo trabalho de cata-
( ) CERTO logação em 3 dias.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
8. (CEBRASPE (CESPE) - ATCG (MJSP)/MJSP/TÉCNICO ESPE-
CIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2021) 13. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM TO)/CBM TO/2021)
Em um jogo de cara e coroa disputado com uma moeda não Em um sistema de controle de incêndios, a vazão de uma man-
viciada, um pai criou a seguinte regra, visando aumentar as chances
gueira é de 300 litros por minuto. Esse valor corresponde a
de sua filha vencer a disputa: a moeda seria lançada certa quantida-
(A) 5 cm³/seg.
de de vezes, n, definida previamente, e o pai só sairia vencedor caso
(B) 200 cm³/seg.
a moeda apontasse cara em todos os n lançamentos.
(C) 5.000 cm³/seg.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
(D) 18.000 cm³/seg.
que se seguem.
Existem mais de 20 maneiras distintas de a moeda apontar cara
14. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/SÉRIES
exatamente duas vezes após cinco lançamentos.
( ) CERTO INICIAIS/2021)
( ) ERRADO Nova Lusitânia é um país fictício, cuja moeda é o rosário. Cada
1,00 rosário equivale a 2,25 dólares. No Brasil, a cotação do rosário
9. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022) é feita em função da cotação do dólar, que, no Brasil, custa 5,70
Com base em conhecimentos de matemática financeira, julgue reais.
o próximo item. Infere-se dessa situação hipotética que, no Brasil, 1,00 rosário
Suponha que, quando iniciam suas atividades, as empresas te- vale, aproximadamente,
nham 15% de desconto na taxa de licenciamento ambiental para cria- (A) 3,98 reais.
douro de espécimes da fauna exótica. Nesse caso, se o valor da taxa (B) 4,48 reais.
de licenciamento pago por uma empresa tiver sido de R$ 2.975,00, (C) 7,95 reais.
então o valor da taxa, sem desconto, é inferior a R$ 3.450,00. (D) 12,83 reais.
( ) CERTO (E) 18,53 reais.
( ) ERRADO

89
MATEMÁTICA

15. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/LINGUA- 20. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS-
GENS E SUAS TECNOLOGIAS/MATEMÁTICA/2021) SISTENTE ADMINISTRATIVO/2022)
O valor de log2(16) + log16(2) é igual a João acaba de assumir um cargo de assistente administrativo
(A) 0. em uma empresa e foi designado para a tarefa de examinar as de-
(B) 65/8 mandas de clientes e dar a elas o devido encaminhamento. Consi-
(C) 1. derando que João ainda não tem experiência com essa tarefa, seu
(D) 4 chefe decide que passará para ele, no primeiro dia, 10 demandas,
(E) 17/4 no segundo, 15, no terceiro, 20, e assim sucessivamente, crescen-
do segundo uma Progressão Aritmética até o oitavo dia, quando
16. (CEBRASPE (CESPE) - AGFEP (DEPEN)/DEPEN/2021) então estabilizará o número de demandas diárias. Para executar
O item a seguir apresenta uma situação hipotética, seguida de sua tarefa, João leva sempre 5 minutos para tomar conhecimento
uma assertiva a ser julgada, com relação a raciocínio lógico. dos detalhes de cada demanda, enquanto que a fase de encami-
Em uma pesquisa, perguntou-se a um grupo de pessoas o se- nhamento (decidir o que fazer e executar os procedimentos neces-
guinte: “você está feliz com o seu trabalho atual?”. Foram admiti- sários) leva 12 minutos nas demandas do primeiro dia, 6 minutos
dos como resposta a esse questionamento apenas “sim” ou “não”, e nas demandas do segundo, 3 minutos nas demandas do terceiro
cada entrevistado emitiu somente uma única resposta. Verificou-se dia, e assim sucessivamente, decrescendo segundo uma Progressão
que, no conjunto de respostas obtidas, a quantidade de respostas Geométrica até o oitavo dia, quando então o tempo de encaminha-
“sim” foi igual a 50% da quantidade de respostas “não”. Nessa situ- mento se estabiliza. Com base nessa situação hipotética, julgue o
ação, conclui-se que a quantidade de respostas “não” foi superior a item seguinte.
60% do total de respostas obtidas. Quando estabilizar sua tarefa, João estará recebendo para exa-
( ) CERTO me mais de 50 demandas de clientes por dia.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
17. (CEBRASPE (CESPE) - TÉCNICO EM GESTÃO DE TELECO-
MUNICAÇÕES (TELEBRAS)/ASSISTENTE TÉCNICO/2022) 21. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS-
Quanto a equações e inequações de 1.º e 2.º graus, julgue o SISTENTE ADMINISTRATIVO/2022)
próximo item. João acaba de assumir um cargo de assistente administrativo
Se x1=−1 e x2=−3 são as raízes da equação de 2.º grau x2+ax+b=0, em uma empresa e foi designado para a tarefa de examinar as de-
então não existem raízes reais para a equação −ax2+bx+1=0. mandas de clientes e dar a elas o devido encaminhamento. Consi-
( ) CERTO derando que João ainda não tem experiência com essa tarefa, seu
( ) ERRADO chefe decide que passará para ele, no primeiro dia, 10 demandas,
no segundo, 15, no terceiro, 20, e assim sucessivamente, crescen-
18. (CEBRASPE (CESPE) - OFICIAL POLICIAL MILITAR (PM do segundo uma Progressão Aritmética até o oitavo dia, quando
AL)/2021) então estabilizará o número de demandas diárias. Para executar
Com relação a tópicos de matemática, julgue o item que se se- sua tarefa, João leva sempre 5 minutos para tomar conhecimento
gue. dos detalhes de cada demanda, enquanto que a fase de encami-
A equação exponencial 4x+6x=9x tem apenas uma solução, que nhamento (decidir o que fazer e executar os procedimentos neces-
é dada por sários) leva 12 minutos nas demandas do primeiro dia, 6 minutos
nas demandas do segundo, 3 minutos nas demandas do terceiro
dia, e assim sucessivamente, decrescendo segundo uma Progressão
Geométrica até o oitavo dia, quando então o tempo de encaminha-
mento se estabiliza. Com base nessa situação hipotética, julgue o
item seguinte.
( ) CERTO Os números correspondentes aos tempos diários que João leva
( ) ERRADO para examinar cada demanda de cliente são todos racionais.
( ) CERTO
19. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/LINGUA- ( ) ERRADO
GENS E SUAS TECNOLOGIAS/MATEMÁTICA/2021)
A quantidade de soluções reais da equação 22. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS-
SISTENTE TÉCNICO/2022)
Quanto a equações e inequações de 1.º e 2.º graus, julgue o
próximo item.
é igual a
Para o conjunto
(A) 4.
(B) 0.
(C) 1.
(D) 2.
o maior número inteiro é 4.
(E) 3.
( ) CERTO
( ) ERRADO

90
MATEMÁTICA

23. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN III (BANESE)/BANESE/IN- é o conjunto


FORMÁTICA/DESENVOLVIMENTO/2021)
No ano de 2019, em valores aproximados, os setores industrial,
de agropecuária e de serviços geraram, juntos, uma receita brutade
28 bilhões de reais para a economia do estado de Sergipe. Consi-
derando que a receita bruta conjunta dos setores industrial e de ( ) CERTO
agropecuária foi inferior a 11 bilhões de reais, e que a receita bruta ( ) ERRADO
conjunta dos setores de serviços e de agropecuária foi inferior a 20
bilhões de reais, julgue o item seguinte. 28. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA-
A receita bruta do setor de serviços foi superior a 17 bilhões TEMÁTICA/2021)
de reais. Assunto: Funções modulares, equações modulares e inequa-
( ) CERTO ções modulares
( ) ERRADO Acerca das equações e inequações de números reais, julgue o
item a seguir.
24. (CEBRASPE (CESPE) - OF (PM AL)/PM AL/2021) A equação
Com relação a tópicos de matemática, julgue o item que se se-
gue.
Durante uma caminhada, uma pessoa que segurava na mão
uma pequena bola de gude tropeçou em um obstáculo fixo no solo,
o que fez a bola ser lançada para frente e cair no chão. A trajetória tem exatamente cinco raízes reais distintas.
percorrida pela bola — da mão da pessoa até o chão, suposto plano ( ) CERTO
e horizontal — segue a função espacial y(x) = −x² + x + 1, em que as ( ) ERRADO
distâncias consideradas estão todas em metros e é não negativo.
Nesse caso, considerando-se que 0 corresponda à localização do 29. CEBRASPE (CESPE) - PROFESSOR (SEDUC AL)/MATEMÁ-
obstáculo, conclui-se que a maior altura alcançada pela bola duran- TICA/2021)
te o voo é igual a 1,25 metro e que a distância do ponto do tropeço Acerca das funções reais, julgue o item a seguir.
até o ponto em que a bola atingiu o chão é superior a 1 metro. Considere que f e g sejam funções reais, de modo que
( ) CERTO
( ) ERRADO

25. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS- e a composição (f o g)(x) = x2. Com base nessas informações,
SISTENTE TÉCNICO/2022) conclui-se que
Quanto a equações e inequações de 1.º e 2.º graus, julgue o
próximo item.
Os valores de m para que 2x² + mx + 2 > 0 pertencem ao inter-
valo [−4, 4].
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

26. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021) 30. (CEBRASPE (CESPE) - PROFESSOR (SEED PR)/LINGUA-
Um corpo com temperatura inicial de 36 °C está em um am- GENS E SUAS TECNOLOGIAS/MATEMÁTICA/2021)
biente cuja temperatura é de 20 °C. Nesse ambiente, vão demorar Assinale a opção em que a expressão mostrada representa uma
20 minutos para que a temperatura inicial do corpo caia para 28 °C. função implícita
Sabendo-se que o resfriamento de um corpo pode ser modelado
pela lei do resfriamento de Newton, conforme a qual a temperatura
do corpo T, em função do tempo t, em horas, é dada pela função
exponencial T(t) = (Tc − Ta)10−Kt + Ta , em que Tc é a temperatura com y=f(x)..
inicial do corpo e Ta é a temperatura ambiente, é correto afirmar
que a constante k é igual a log10(27) (A)
( ) CERTO
( ) ERRADO
(B)
27. (CEBRASPE (CESPE) - TÉCNICO EM GESTÃO DE TELECO-
MUNICAÇÕES (TELEBRAS)/ASSISTENTE TÉCNICO/2022)
A respeito das funções e suas propriedades, julgue o item sub- (C)
secutivo.
O domínio da função
(D)

91
MATEMÁTICA

(E) em que C é uma matriz quadrada chamada de matriz de con-


sumo, de é chamado de vetor de demanda externa e o vetor x cor-
responde à quantidade produzida de produtos nessa economia.
31. (CEBRASPE (CESPE) - TÉCNICO EM GESTÃO DE TELECO- Considerando uma matriz de consumo
MUNICAÇÕES (TELEBRAS)/ASSISTENTE TÉCNICO/2022) Considerando uma matriz de consumo
A respeito das funções e suas propriedades, julgue o item sub-
secutivo.
A combinação de funções trigonométricas

e um vetor de demanda externa

é uma função periódica de período

ambos com entradas positivas, julgue o item a seguir relaciona-


dos ao modelo econômico de Leontief.
A quantidade x a ser produzida para atender a demanda exter-
( ) CERTO na de é dada por
( ) ERRADO

32. (CEBRASPE (CESPE) - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/


ENGENHARIA DE PETRÓLEO/2022)
Uma distribuidora de derivados de petróleo adotou uma codi-
ficação para a identificação de seus produtos, garantindo, assim, a contanto que (1−a)(1−d)−bc≠0
possibilidade de verificação de procedência. A identificação seria: ( ) CERTO
( ) ERRADO

34. (CEBRASPE (CESPE) - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/


pertencendo ao conjunto W de todas as soluções (x, y, z) da ENGENHARIA DE PETRÓLEO/2022)
seguinte equação matricial Uma distribuidora de derivados de petróleo adotou uma codi-
ficação para a identificação de seus produtos, garantindo, assim, a
possibilidade de verificação de procedência. A identificação seria

pertencendo ao conjunto W de todas as soluções (x, y, z) da


seguinte equação matricial

onde x,y e z são números reais. Observe que se (A, B, C)


e (D, E, F) pertencem a W, então tanto (A + D, B + E, C + F) como
(mA, mB, mC) pertencem a W, para qualquer , número real.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
Um produto identificado por
onde x,y e z são números reais. Observe que se (A,B,C) e (D,E,F)
pertencem a W, então tanto (A+D,B+E,C+F) como (mA,mB,mC) per-
tencem a W, para qualquer , número real.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
não é proveniente dessa distribuidora. O determinante da matriz 3x3 dos coeficientes da equação ma-
( ) CERTO tricial é diferente de zero.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
33. (CEBRASPE (CESPE) - PROFISSIONAL PETROBRAS DE
NÍVEL SUPERIOR (PETROBRAS)/ANÁLISE/COMÉRCIO E SUPRI-
MENTO/2022)
Uma forma de analisar uma economia em setores é por meio
do modelo de Leontief. Esse modelo pode ser escrito na forma do
sistema linear

92
MATEMÁTICA

35. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA- 38. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA-
TEMÁTICA/2021) TEMÁTICA/2021)
Considerando as matrizes A e B com coeficientes reais dadas Considerando que i seja a unidade imaginária, julgue o item a
por seguir, a respeito dos números complexos.
O número complexo z = 2cos(π/3) + 2isen(π/3) tem norma igual
a 4 e se encontra no primeiro quadrante do plano complexo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

39. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021)ASSUN-


TO: NÚMEROS COMPLEXOS
Com relação às geometrias plana, espacial e analítica, julgue o
item que se segue.
e Dados os números complexos z = x + iy e z0 = 2 − i, em que i é a
unidade imaginária, é correto afirmar que |z − z0 | = 2 representa,
no plano complexo, uma circunferência de raio √2 com centro no
ponto z0.
( ) CERTO
( ) ERRADO

julgue o item a seguir. 40. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA-
Se det(AB) = 0, então o módulo de x é igual a 1, isto é, |x| = 1. TEMÁTICA/2021)
( ) CERTO Considerando que i seja a unidade imaginária, julgue o item a
( ) ERRADO seguir, a respeito dos números complexos.
O triângulo cujos vértices são as raízes do polinômio p(x) = x³ −
36. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022) 8x² + 25x é um triângulo isósceles.
Julgue o item a seguir, com base em conhecimentos da mate- ( ) CERTO
mática. ( ) ERRADO
Considere que dois lagartos (A e B) sejam de uma espécie que
se alimenta apenas de dois tipos de insetos: mosquitos e maripo- 41. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA-
sas. Considere, ainda, que, em certo dia, o lagarto A tenha comido TEMÁTICA/2021)
8 mosquitos e 4 mariposas, que correspondem a 236 calorias, en- Com base no Binômio de Newton, julgue o item a seguir.
quanto o lagarto B tenha comido 6 mosquitos e 2 mariposas, que O coeficiente de x⁷ na expansão de (x² + x + 1)⁵ é igual a 35.
correspondem a 160 calorias. A partir dessas informações, conclui- ( ) CERTO
-se que uma mariposa contém 21 calorias. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 42. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021)
Com relação a retas, segmentos e congruência, julgue o próxi-
37. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS- mo item.
SISTENTE ADMINISTRATIVO/2022) Considere que A, B, C e D sejam pontos colineares distintos e
João vai receber líquidos R$ 3.300,00 por salário, e decidiu que consecutivos sobre a reta r. Nesse caso, se AB = CD = 1 e os segmen-
vai usar 70% de sua renda com despesas pessoais e aplicar o restan- tos AB, BD, AD e BC satisfazem a igualdade AB∙BD = AD∙BC, então
te. Dos recursos que destinará a aplicações, investirá 25% em ações conclui-se que o tamanho do segmento BC > 1.
de empresas listadas na bolsa brasileira, 25% em títulos de renda ( ) CERTO
fixa, 25% em fundos de investimento imobiliário e o restante em ( ) ERRADO
ativos lastreados em dólar. Seus estudos indicaram dez empresas
boas pagadoras de dividendos, com boa liquidez e cujas ações estão 43. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021)
com bom preço. Com base nessa situação hipotética, julgue o item Com relação a retas, segmentos e congruência, julgue o próxi-
a seguir. mo item.
Considere que, do valor investido de sua primeira remuneração O encontro de duas retas concorrentes oblíquas em um ponto
em duas empresas A e B, João tenha recebido dividendos de 7% e sempre forma quatro ângulos, sendo dois deles agudos.
12%, respectivamente, totalizando R$ 24,70. Nesse caso, João in- ( ) CERTO
vestiu igual valor em ambas as empresas. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 44. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEED PR)/SEED PR/LINGUA-
GENS E SUAS TECNOLOGIAS/MATEMÁTICA/2021)
Assinale a opção que apresenta dois ângulos complementares.
(A) 120° e 60°
(B) 40° e 50°
(C) 75° e 25°

93
MATEMÁTICA

(D) 200° e 160° 48. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021)
(E) 80° e 40° Acerca de triângulos, julgue o próximo item.
Considere o triângulo retângulo ABC, em que o ângulo CAB =
45. (CEBRASPE (CESPE) - AG PT (IBGE)/IBGE/2021) 60º, o ângulo ABC = 30º, AC = 1 e : BC = √3. Nesse caso, sendo CH
o segmento de reta que representa a altura relativa ao vértice C, é
correto afirmar que o comprimento do segmento AH é igual a 1/3
( ) CERTO
( ) ERRADO

49. (CEBRASPE (CESPE) - OF (CBM AL)/CBM AL/2021)


O gráfico a seguir representa, em um sistema cartesiano com
coordenadas expressas em quilômetros, o trajeto percorrido por
uma unidade móvel do corpo de bombeiros para deslocar-se da
base de operações, localizada no ponto A, para um local de aciden-
te, localizado no ponto D.

Na figura anterior, sabendo-se que a área do triângulo ABC in-


depende do tamanho do lado do quadrado que contém o ponto C,
conclui-se que a área desse triângulo é igual a
(A) 7/8
(B) 3/4
(C) 2/3
(D) 1/2
(E) 1/4

46. (CEBRASPE (CESPE) - PROF (SEDUC AL)/SEDUC AL/MA-


TEMÁTICA/2021)
Julgue o item subsequente, relativos a geometria.
Se, na figura a seguir, o retângulo ABCD tiver área igual a 21 m²,
então, o triângulo DEC tem área igual a 7 m².
Considerando essas informações, julgue o próximo item.
Os segmentos CB e CD são perpendiculares.
( ) CERTO
( ) ERRADO

50. (CEBRASPE (CESPE) - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/


GEOFÍSICA/GEOLOGIA/2022)
Acerca de geometria e de geometria analítica, julgue o item
subsequente.
Em um triângulo ABC tem-se que

( ) CERTO
( ) ERRADO
e
47. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021) ABC = 45°
Acerca de triângulos, julgue o próximo item. Nessa situação, é correto concluir que o lado AC = √2.
Considere o triângulo retângulo e isósceles ABC, com lados AB ( ) CERTO
= BC = 1. Nesse caso, sendo G o baricentro desse triângulo, é corre- ( ) ERRADO
to afirmar que o segmento AG é igual a

GABARITO

( ) CERTO 1 ERRADO
( ) ERRADO
2 CERTO
3 CERTO

94
MATEMÁTICA

4 CERTO 46 ERRADO
5 E 47 ERRADO
6 ERRADO 48 ERRADO
7 ERRADO 49 CERTO
8 ERRADO 50 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
ANOTAÇÕES
11 CERTO
12 ERRADO
______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 D
15 E ______________________________________________________
16 CERTO ______________________________________________________
17 ERRADO
______________________________________________________
18 CERTO
19 C ______________________________________________________

20 ERRADO ______________________________________________________
21 CERTO ______________________________________________________
22 CERTO
______________________________________________________
23 CERTO
24 CERTO ______________________________________________________
25 ERRADO ______________________________________________________
26 ERRADO
______________________________________________________
27 CERTO
______________________________________________________
28 CERTO
29 CERTO ______________________________________________________
30 D ______________________________________________________
31 ERRADO
______________________________________________________
32 CERTO
33 CERTO ______________________________________________________

34 ERRADO ______________________________________________________
35 CERTO
______________________________________________________
36 ERRADO
______________________________________________________
37 ERRADO
38 CERTO ______________________________________________________
39 ERRADO ______________________________________________________
40 CERTO
______________________________________________________
41 ERRADO
42 ERRADO _____________________________________________________

43 CERTO _____________________________________________________
44 B ______________________________________________________
45 D

95
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

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96
INFORMÁTICA

• Periféricos de entrada mais comuns.


CONCEITOS BÁSICOS DE COMPUTAÇÃO. – O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item
COMPONENTES DE HARDWARE E SOFTWARE DE essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
COMPUTADORES para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
Hardware para uso no computador;
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os – O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele po-
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu- demos apontar para um item desejado, facilitando o uso do computador.
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi-
do, monitor, scanner, etc. • Periféricos de saída populares mais comuns
– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
Software – Impressoras, que permite a impressão de dados para mate-
Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta- rial físico;
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software – Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas – Fones de ouvido.
em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos: Sistema Operacional
– Software de sistema operacional O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio-
– Software de aplicativos em geral namento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais
• Software de sistema operacional como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de • Aplicativos e Ferramentas
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo- São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare-
ws, Linux, Unix , Solaris etc. fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac-
cess, além de ferramentas construídas para fins específicos.
• Software de aplicação
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP E VISTA)
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.
WINDOWS 7
Para não esquecer:

HARDWARE É a parte física do computador


São os programas no computador (de funcio-
SOFTWARE
namento e tarefas)

Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali-
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida-
de de som, alto falantes, etc.

Tipos:

PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA
PERIFÉRICOS
Utilizados para saída/visualização de dados
DE SAÍDA

97
INFORMÁTICA

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Área de trabalho do Windows 7

No caso da figura acima, temos quatro pastas e quatro arqui-


vos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito. Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.

– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,


estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

98
INFORMÁTICA

Facilidades

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela , simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Uso dos menus

Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

Programas e aplicativos
• Media Player
• Media Center
• Limpeza de disco
• Desfragmentador de disco
• Os jogos do Windows.
• Ferramenta de captura
• Backup e Restore

Interação com o conjunto de aplicativos


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.

99
INFORMÁTICA

WINDOWS 8

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

100
INFORMÁTICA

Arquivos e atalhos – Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,


Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, estamos copiando dados para esta área intermediária.
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. – Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, área de transferência.
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. Manipulação de arquivos e pastas
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina- A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
da pasta ou arquivo propriamente dito. pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

Uso dos menus

Área de trabalho do Windows 8

Programas e aplicativos

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.

101
INFORMÁTICA

Interação com o conjunto de aplicativos Transferência


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en- O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tendermos melhor as funções categorizadas. tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
vos, tendo assim uma cópia de segurança.
Facilidades

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela, simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

A lista de aplicativos é bem intuitiva, talvez somente o Skydrive


mereça uma definição:
• Skydrive é o armazenamento em nuvem da Microsoft, hoje
portanto a Microsoft usa o termo OneDrive para referenciar o ar-
mazenamento na nuvem (As informações podem ficar gravadas na
internet).

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Jogos
Temos também jogos anexados ao Windows 8.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

102
INFORMÁTICA

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Uso dos menus

Área de trabalho

Área de transferência Programas e aplicativos e interação com o usuário


A área de transferência é muito importante e funciona em se- Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários tendermos melhor as funções categorizadas.
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. – Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
estamos copiando dados para esta área intermediária. excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

103
INFORMÁTICA

Inicialização e finalização

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Win-


dows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com CONHECIMENTOS DE WORD, EXCEL, POWERPOINT
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.
Microsoft Office

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

104
INFORMÁTICA

GUIA PÁGINA TECLA DE


O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Justificar (arruma a direito
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – e a esquerda de acordo Ctrl + J
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: com a margem

Word Alinhamento à direita Ctrl + G


O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos Centralizar o texto Ctrl + E
então apresentar suas principais funcionalidades.
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
• Área de trabalho do Word
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
com a necessidade. Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

• Iniciando um novo documento Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para diferentes tipos de marcadores automáticos:
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

105
INFORMÁTICA

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
texto

- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.

Verificação e cor- • Formatação células


Revisão
reção ortográfica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es- • Fórmulas básicas
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

– Podemos também ter o intervalo A1..B3

106
INFORMÁTICA

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior, las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor. A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti- Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais. slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam uma posição para outra utilizando o mouse.
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
trabalho com o programa. no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações.

107
INFORMÁTICA

– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o


destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- quisa inteligente;
vando a experiência dos usuários a outro nível. – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
Office 2013 a digitação de equações.
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível • Atualizações no Excel
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
tos com telas simples funciona normalmente. veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, questão do compartilhamento dos arquivos.
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- • Atualizações no PowerPoint
fones diversos. – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
• Atualizações no Word além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários tão do compartilhamento dos arquivos;
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; 3D na apresentação.
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; Office 2019
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
editar PDF(s). 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto • Atualizações no Word
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
melhores formas de apresentar dados. desenvolvimento de documentos;
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;

108
INFORMÁTICA

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
• Atualizações no Excel sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como Word, Excel e PowerPoint.
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir. Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

109
INFORMÁTICA

Navegação e navegadores da Internet


INTERNET: CONCEITOS, NAVEGADORES,
TECNOLOGIAS E SERVIÇOS • Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
Tipos de rede de computadores global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. municam.
Exemplos: casa, escritório, etc.
• Procedimentos de Internet e intranet
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exemplo.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender- Internet Explorer 11
mos o conceito.

• Identificar o ambiente

110
INFORMÁTICA

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

111
INFORMÁTICA

Mozila Firefox O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-


biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
de nosso estudo: (+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
5 Barra de Endereços
1 Botão Voltar uma página
6 Ver históricos e favoritos
2 Botão avançar uma página
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros) 3 Botão atualizar a página
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8 4 Barra de Endereço.
detalhar adiante)
Mostra menu de contexto com várias op- 5 Adicionar Favoritos
9
ções
6 Usuário Atual
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., seguir.
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
dos seguros após o uso. mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
Google Chrome atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.

112
INFORMÁTICA

Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-


voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao • Sincronização
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo rão disponíveis na sua conta Google.
dia a dia se preferir. Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em Safari
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o ções implementadas.
progresso e os downloads concluídos.

113
INFORMÁTICA

Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-
-lo, basta clicar em excluir.

114
INFORMÁTICA

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

• Histórico e Favoritos Correio Eletrônico


O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.
Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;

Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.


com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
• Pesquisar palavras recebidas;
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em – Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o não enviadas;
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po- – E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado. e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
• Salvando Textos e Imagens da Internet nou de redigir;
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão – Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

115
INFORMÁTICA

Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos: • Anexação de arquivos


– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-
– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail; xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra- o texto.
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima; • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível; que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
Mail, Gmail, etc.; Computação de nuvem (Cloud Computing)
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos • Conceito de Nuvem (Cloud)
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas.

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
extremo dando muitas voltas;
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.

116
INFORMÁTICA

A internet é a base da computação em nuvem, os servidores


remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá- QUESTÕES
rios e às empresas.
A computação em nuvem permite que os consumidores alu- 1. (EBRASPE (CESPE) - DEL POL (PC PB)/PC PB/2022)
guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser- A memória do computador, também conhecida como memória
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas principal ou memória de sistema, responsável pelo armazenamento
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus temporário de dados e de instruções utilizadas pelos dispositivos
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec- periféricos, é
tado no mundo. (A) RAM (random access memory, ou memória de acesso ale-
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em atório).
um local chamado Data Center dentro do provedor. (B) ROM (read only memory, ou memória somente de leitura).
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro- (C) cache de memória.
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem, (D) disco rígido (HD).
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas (E) unidade central de processamento (CPU).
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações. 2. (CEBRASPE (CESPE) - TDP (DPE RO)/DPE RO/TÉCNICO EM
INFORMÁTICA/2022)
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage) A impressora que utiliza um processador interno para decodi-
ficar sinais que são enviados para um cartucho de fotocondutor or-
gânico (OPC) é uma impressora
(A) de impacto.
(B) laser.
(C) térmica fotográfica.
(D) matricial.
(E) jato de tinta.

3. (CEBRASPE (CESPE) - AJ (PGDF)/PG DF/BIBLIOTECONO-


MIA/2021)
Acerca de dispositivos de memória, de entrada e de saída de
dados, julgue o item subsequente.
Teclados e monitores operam em velocidade inferior à dos pro-
cessadores.
( ) CERTO
( ) ERRADO

4. (CEBRASPE (CESPE) - TEC GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/AS-


A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim- SISTENTE ADMINISTRATIVO/2022)
ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet. Julgue o item subsequente, relativos a organização e gerencia-
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez mento de informações digitais.
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces- Linux e Windows utilizam uma hierarquia de diretórios para
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas organizar arquivos com finalidades e funcionalidades semelhantes.
que tiverem acesso. ( ) CERTO
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One- ( ) ERRADO
Drive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das 5. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM TO)/PM TO/QPPM/2021)
empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res- Considere que, em uma máquina com Windows 10, na raiz da
ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem pasta Files, em F:\Backup\Files, havia dois arquivos, um .xlsx e um
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem .docx, e que, na pasta F:\Backup\Files\Home, havia dois arquivos de
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade. imagem, um .jpeg e em .gif. Considere, ainda, que um usuário te-
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características nha movido o subdiretório Files em F: para a biblioteca de imagens
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos do usuário em C:\Users\Adm\Images. Nesse caso, considerando-se
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade. que nos drivers C: e F: havia espaço livre para efetuar as operações
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais descritas, é correto afirmar que foram movidos
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu- (A) todos os 4 arquivos, ficando todos na raiz de Files, da se-
vem que podem ser contratados. guinte forma: C:\Users\Adm\Images\Files.
(B) apenas os 2 arquivos de imagem e o subdiretório Home,
ficando todos estes na raiz de Home, da seguinte forma: C:\
Users\Adm\Images\Files\Home.

117
INFORMÁTICA

(C) apenas os 2 arquivos de imagem, ficando ambos na raiz de 10. (CEBRASPE (CESPE) - OF (PM AL)/PM AL/2021)
Files, da seguinte forma: C:\Users\Adm\Images\Files. Julgue o item a seguir, referente ao sistema operacional Linux.
(D) apenas os 2 arquivos de imagem e o subdiretório Home, fi- Para configurar as permissões de leitura, escrita e execução em
cando todos estes na raiz de Files, da seguinte forma: C:\Users\ um arquivo de nome programa1, de maneira que qualquer usuá-
Adm\Images\Files\Home. rio ou grupo tenha essas permissões, deve ser usado o comando
(E) os 4 arquivos e o subdiretório Home, ficando a mesma es- a seguir.
trutura de diretórios e seus arquivos, ou seja, dois arquivos na chmod 700 programa1
raiz de Files e os dois arquivos de imagem na raiz de Home, da
seguinte forma: C:\Users\Adm\Images\Files\Home. ( ) CERTO
( ) ERRADO
6. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021)
Julgue o próximo item, relativos à segurança da informação. 11. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021)
Além de bloquearem acessos indevidos aos arquivos e ao com- Com base no sistema operacional Linux, julgue o item a seguir.
putador, as soluções de firewall atuais, como o Microsoft Defender Para que o arquivo com nome original de file1.txt seja renome-
Firewall, presente no Windows 10, também realizam backup de ar- ado para file2.txt, é correto utilizar o comando a seguir.
quivos críticos do sistema operacional. mv file1.txt file2.txt
( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
7. (CEBRASPE (CESPE) - ENF FISC (COREN SE)/COREN
SE/2021) 12. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021)
No explorador de arquivos do Windows, a opção de mapear Com base no sistema operacional Linux, julgue o item a seguir.
unidade de rede pode ser utilizada para Para se criar um link simbólico nomeado de link1 para um dire-
(A) indicar unidade local a que se deseja conectar e assim fazer tório de nome dir1, deve ser utilizado o comando a seguir.
uso facilitado dos arquivos nela armazenados. tail -f link1 dir1.
(B) adicionar local de rede remoto para acesso local.
( ) CERTO
(C) oferecer acesso a uma pasta disponível localmente, para
( ) ERRADO
usuários externos a ela se conectarem.
(D) realizar o becape simultâneo de uma pasta em uso em ou-
13. (CEBRASPE (CESPE) - APC (FUNPRESP-EXE)/FUNPRESP-
tro local seguro de outro computador.
-EXE/ADMINISTRATIVA/2022)
Mateus, utilizando uma estação de trabalho, recebeu um
8. (CEBRASPE (CESPE) - OF (CBM AL)/CBM AL/2021)
e-mail do endereço cadastro@receita.blog.com.br, com o assunto
Julgue o próximo item, relativos a noções de Linux e Microsoft “Atualize seu cadastro - CPF irregular” e contendo o arquivo Atua-
Office. lização_Cadastral.exe, em anexo. No corpo do e-mail, há informa-
Considere que um usuário de Linux deseje descobrir a catego- ções de que se trata de um comunicado oficial da Receita Federal.
ria dos arquivos arquivoA.txt e arquivoB.bin dentro do diretório / Após abrir o e-mail, Mateus salvou o arquivo na pasta c:\dados\
home/. Nessa situação, para verificar se esses arquivos são do tipo documentos_particulares\ do seu computador.
texto ou binário, deve ser utilizado o comando cat, da seguinte for- Tendo como referência inicial essa situação hipotética, julgue
ma. o item seguinte, acerca de organização e de gerenciamento de ar-
cat /home/arquivoA.txt quivos e programas, e de aspectos relacionados à segurança da in-
cat /home/arquivoB.bin formação.
Para abrir o arquivo Atualização_Cadastral.exe, é suficiente
( ) CERTO realizar o seguinte procedimento: acessar a pasta c:\dados\docu-
( ) ERRADO mentos_particulares\, clicar com o botão direito do mouse sobre
o referido arquivo e, na lista de opções disponibilizada, selecionar
9. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM AL)/CBM AL/2021) Abrir com → Microsoft Word.
Julgue o próximo item, relativos a noções de sistema opera- ( ) CERTO
cional. ( ) ERRADO
Caso um usuário possua permissão de execução em um arquivo
binário arquivoA, em sua pasta /home/usuario, ele poderá executar 14. (CEBRASPE (CESPE) - PER OF (PC PB)/PC PB/CRIMINAL/
esse tipo de arquivo sem necessariamente afetar a integridade do ÁREA GERAL/2022)
sistema operacional, ainda que não possua direitos administrativos Ao se criar uma tabela no MS Word, ela pode ocupar diversas
de root. páginas no documento. Para que a tabela mantenha a mesma linha
( ) CERTO de títulos em todas as páginas, é necessário marcar opção encon-
( ) ERRADO trada na aba
(A) Página Inicial, no botão Estilo de Cabeçalho.
(B) Inserir, no botão Cabeçalho.
(C) Layout, na caixa de diálogo Propriedades da Tabela.
(D) Layout, no botão Mesclar Células.
(E) Layout, no botão Exibir Linhas de Grade.

118
INFORMÁTICA

15. (CEBRASPE (CESPE) - TEC PER (PC PB)/PC PB/ÁREA GE- 21. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN I (BANESE)/BANESE/2021)
RAL/2022) A respeito do Microsoft Office, julgue o item que se segue.
Um documento criado no MS Word pode ser editado e salvo Arquivos com extensões do tipo .pptx podem ser manipulados
conforme novas alterações vão sendo realizadas, mantendo-se o pelo Microsoft Powerpoint para Office 365.
mesmo nome de arquivo e atualizando-se apenas a data da última ( ) CERTO
edição. Para tanto, usa-se a opção ( ) ERRADO
(A) Abrir.
(B) Novo. 22. (CEBRASPE (CESPE) - TEC (PGE RJ)/PGE RJ/PROCESSU-
(C) Salvar cópia. AL/2022)
(D) Salva Acerca do editor de texto LibreOffice Writer 7.1, do programa
(E) Salvar como. de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e da computação em nu-
vem, julgue o item subsequente.
16. (CEBRASPE (CESPE) - ATCG (MJSP)/MJSP/TÉCNICO ESPE- A formatação manual de um texto no LibreOffice Writer 7.1
CIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2021) não substitui o estilo, caso este esteja aplicado ao documento em
Acerca do MS Word disponível no pacote Microsoft Office 365, edição.
julgue o item que se seguem. ( ) CERTO
No MS Word, a criação de parágrafos ou recuos de texto pode ( ) ERRADO
ser feita por meio da seleção da opção de espaçamento entre linhas
simples, duplo ou personalizado. 23. (CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2021)
( ) CERTO No que se refere a redes de computadores, julgue o item que
( ) ERRADO se seguem.
A pilha de protocolos TCP/IP de cinco camadas e a pilha do mo-
17. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM TO)/CBM TO/2021)
delo de referência OSI têm, em comum, as camadas física, de enla-
Utilizando uma planilha editada pelo Microsoft Excel, na sua
ce, de rede, de transporte e de aplicação.
última versão, um usuário deseja que, após ter incluído uma lista
( ) CERTO
de valores, uma célula da planilha avalie se os valores inseridos são
( ) ERRADO
maiores que 10 e, em caso positivo, retorne como verdadeiro.
Nessa situação hipotética, para alcançar o que deseja, o usuá-
24. (CEBRASPE (CESPE) - ANA (APEX)/APEXBRASIL/PROCES-
rio deve utilizar a função ,
(A) E. SOS JURÍDICOS/2021)
(B) SE. Os computadores comunicam-se entre si e com os demais
(C) SOMA. meios de transmissão de dados por meio de placas de rede, as quais
(D) MÉDIA. possuem um número único denominado
(A) Endereço WWW (World Wide Web).
18. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN I (BANESE)/BANESE/2021) (B) Endereço IP (Internet Protocol).
A respeito do Microsoft Office, julgue o item que se segue. (C) Endereço MAC (Media Access Control).
O Microsoft Excel para Office 365 possibilita que sejam gera- (D) Endereço de email (correio eletrônico).
dos gráficos a partir de dados gravados em uma planilha, mas não
consegue remover valores duplicados em formatação condicional, 25. (CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC AL)/PC AL/2021)
sendo necessário para tanto utilizar recursos do Microsoft Access Julgue o item a seguir, que tratam de redes de computadores,
ou outro software. suas ferramentas e procedimentos.
( ) CERTO Denomina-se cabo coaxial, em uma rede de comunicação, o
( ) ERRADO tipo de mídia de comunicação que realiza a conexão entre pontos, é
imune a ruídos elétricos e é responsável pela transmissão de dados
19. (CEBRASPE (CESPE) - ENF FISC (COREN SE)/COREN SE/2021) com capacidade de largura de banda muito maior do que os pares
No MS Excel, utilizando-se a fórmula =4*2+3, o resultado do trançados.
cálculo será ( ) CERTO
(A) 9. ( ) ERRADO
(B) 20.
(C) 14. 26. (CEBRASPE (CESPE) - AF (SEFAZ CE)/SEFAZ CE/TECNOLO-
(D) 11. GIA DA INFORMAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL/2021)
A respeito de topologias, arquiteturas e protocolos de redes de
20. (CEBRASPE (CESPE) - ANDR (CODEVASF)/CODEVASF/AD- comunicação, julgue o item que se segue.
MINISTRAÇÃO/2021) Em uma arquitetura em camadas, um protocolo é um conjunto
A respeito de noções de informática, julgue o item a seguir. de operações em alto nível de abstração funcional que uma camada
Embora as apresentações elaboradas no Microsoft PowerPoint oferece à camada situada acima dela e funciona como uma interfa-
suportem animações e áudios, ainda não é possível exibir vídeos do ce entre duas camadas subjacentes.
YouTube nessas apresentações, mesmo que o computador utilizado ( ) CERTO
tenha acesso à Internet. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO

119
INFORMÁTICA

27. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021) 33. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN I (BANESE)/BANESE/2021)
A respeito de redes de computadores, sítios de pesquisa e busca na A respeito de programas de navegação, julgue o próximo item.
Internet, computação em nuvem e redes sociais, julgue o item a seguir. Para não memorizar o histórico de navegação pelo navegador
Em uma comunicação TCP/IP entre dois computadores, não há Firefox, deve-se utilizar, necessariamente, a navegação privativa,
controle de envio e recebimento de pacotes, uma vez que esse mo- pois de outra forma além dessa o histórico será registrado.
delo de transmissão é considerado não orientado a conexão. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
34. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN I (BANESE)/BANESE/2021)
28. (CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC DF)/PC DF/2021) A respeito de programas de navegação, julgue o próximo item.
Julgue o próximo item, a respeito de Internet e intranet. O navegador Chrome impede a instalação de qualquer exten-
Sendo o HTTPS um protocolo de segurança utilizado em redes são, por questões de segurança e privacidade na navegação dos
privadas de computadores, infere-se que o endereço https://intra. usuários.
pcdf.df.br identifica necessariamente um sítio localizado em um ( ) CERTO
servidor de uma intranet. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 35. (CEBRASPE (CESPE) - ANA (PGE RJ)/PGE RJ/CONTÁ-
BIL/2022)
29. (CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/ADMINIS- Julgue o próximo item, relativo ao sistema operacional Linux,
TRAÇÃO/2021) a redes de computadores e ao programa de navegação Microsoft
Para que seja possível rastrear visitas realizadas por um usuário Edge.
a determinado sítio na Internet ou saber o que o usuário acessou O Microsoft Edge, em sua versão mais atual, disponibiliza re-
no passado, são gravados no disco rígido do computador pequenos curso que faz a leitura do texto de uma página da Web em voz alta.
arquivos em formato de texto. Esse tipo de recurso é denominado ( ) CERTO
(A) spyware. ( ) ERRADO
(B) spam.
(C) worm. 36. (CEBRASPE (CESPE) - TEC ADM (COREN CE)/COREN
(D) botnet. CE/2021)
(E) cookie. No novo Microsoft Edge, o recurso que verifica os sites visita-
dos pelo usuário, compara-os com uma lista dinâmica de sites de
30. (CEBRASPE (CESPE) - TEC PER (PC PB)/PC PB/ÁREA GE- phishing e de softwares mal-intencionados relatados e, caso encon-
RAL/2022) tre alguma correspondência entre eles, exibe um aviso de que o site
A tecnologia da Internet utilizada pelas empresas para auxiliar foi bloqueado para a sua segurança denomina-se
na comunicação entre os seus colaboradores, utilizando, para tanto, (A) Immersive Reader.
os mesmos tipos de serviços, só que em um ambiente interno e (B) Defender SmartScreen.
restrito, é a (C) InPrivate.
(A) extranet. (D) Microsoft Cortana.
(B) web.
(C) rede Internet. 37. (CEBRASPE (CESPE) - AAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022)
(D) Net. Com relação a ambientes Microsoft Office, redes de computa-
(E) intranet. dores e segurança da informação, julgue o próximo item.
Para enviar uma mensagem em cópia a diversos destinatários
31. (CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2021) de correio eletrônico, de modo que todos eles possam conhecer os
A respeito de Internet e de intranet, julgue o item a seguir. endereços dos demais, deve-se incluir os endereços na opção Cco
Se, quando do acesso ao sítio https://www.gov.br/pf/pt-br na do cabeçalho da mensagem.
versão mais recente do Google Chrome, for visualizado o ícone de ( ) CERTO
um cadeado cinza ao lado da URL, o símbolo em questão estará ( ) ERRADO
sinalizando que esse ambiente refere-se à intranet da Polícia Federal.
( ) CERTO 38. (CEBRASPE (CESPE) - TEC PER (PC PB)/PC PB/ÁREA GE-
( ) ERRADO RAL/2022)
O serviço que permite o envio e recebimento de mensagens
32. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM TO)/CBM TO/2021) entre usuários que possuem um endereço em determinado domí-
No navegador Mozilla Firefox, determinado recurso permite nio da Internet é denominado
acessar páginas na Internet sem que fique registro do histórico e (A) ICQ.
dos cookies das páginas acessadas. Assinale a opção que indica o (B) WhatsApp.
nome desse recurso. (C) SMS.
(A) Favoritos (D) email.
(B) Extensões (E) MSN.
(C) Navegação privativa
(D) Gerenciador de downloads

120
INFORMÁTICA

39. (CEBRASPE (CESPE) - TEC AMB (IBAMA)/IBAMA/2022) A respeito de redes de computadores, julgue o item subse-
Julgue o item subsequente, acerca de redes de computadores quente.
e de segurança da informação na Internet. Ao utilizar o buscador do Google, um usuário conseguirá bus-
Na pasta Rascunhos do Outlook, ficam armazenadas as mensa- car as palavras recursos humanos dentro de arquivos em formato
gens de correio eletrônico que estejam sendo editadas e ainda não .pdf que contenham essas palavras se ele inserir o seguinte texto
tenham sido enviadas. no buscador.
( ) CERTO “recursos humanos” filetype:pdf
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
40. (CEBRASPE (CESPE) - TAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022)
A respeito de ferramentas, aplicativos e procedimentos em in- 46. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (CBM TO)/CBM TO/2021)
formática, julgue o próximo item. Assinale a opção que indica uma rede social que é reconhecida
No MS Outlook, é possível fazer o agendamento de uma ati- por sua finalidade de conectar profissionais de diferentes segmen-
vidade usando o Calendário, o qual permite que seja enviado um tos de atuação de todo o mundo.
email para os participantes da atividade. (A) Orkut
( ) CERTO (B) Gmail
( ) ERRADO (C) Linkedin
(D) Facebook
41. (CEBRASPE (CESPE) - TEC (PGE RJ)/PGE RJ/PROCESSU-
AL/2022) 47. (CEBRASPE (CESPE) - SOLD (PM AL)/PM AL/2021)
Acerca do editor de texto LibreOffice Writer 7.1, do programa A respeito de redes de computadores, sítios de pesquisa e bus-
de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e da computação em nu- ca na Internet, computação em nuvem e redes sociais, julgue o item
vem, julgue o item subsequente. a seguir.
Recomendações é um dos painéis disponíveis no gerenciador O LinkedIn é uma solução que proporciona a criação de cone-
de extensões do Mozilla Thunderbird, em sua versão mais atual. xões entre pessoas e empresas, para busca e oferta de empregos,
( ) CERTO por isso não é considerado uma rede social.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
42. (CEBRASPE (CESPE) - TEC BAN I (BANESE)/BANESE/2021)
Com relação a computação em nuvem, julgue o item a seguir. 48. (CEBRASPE (CESPE) - ANA (PGE RJ)/PGE RJ/CONTÁ-
O aumento ou a redução rapidamente na capacidade de recur- BIL/2022)
sos computacionais como processador sob demanda, é uma carac- Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos
terística para serviços de cloud computing. e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze-
( ) CERTO namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir.
( ) ERRADO O Google Drive é uma das ferramentas gratuitas que permite
ao usuário armazenar e compartilhar arquivos e pastas na nuvem.
43. (CEBRASPE (CESPE) - AGEPEN (SERIS AL)/SERIS AL/2021) Além de oferecer serviços de criação e edição de documentos, essa
Julgue o próximo item, relativo ao Windows e ao Microsoft Of- ferramenta disponibiliza 150 GB de espaço gratuito para os usuários
fice. armazenarem seus arquivos.
No Windows 10, o usuário pode configurar backups de suas ( ) CERTO
pastas, suas imagens e seus documentos, por exemplo, e armaze- ( ) ERRADO
ná-los utilizando a cloud storage por meio do OneDrive, o que lhe
possibilita recuperar esses dados em outros dispositivos, caso ne- 49. (CEBRASPE (CESPE) - ANA (PGE RJ)/PGE RJ/CONTÁ-
cessário. BIL/2022)
( ) CERTO Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos
( ) ERRADO e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze-
namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir.
44. (CEBRASPE (CESPE) - PRF/PRF/2021) O rootkit é um vírus que não causa dano ao computador do
No que se refere a Internet, intranet e noções do sistema ope- usuário, uma vez que sua característica principal é apagar somente
racional Windows, julgue o item que se seguem. os dados de dispositivos móveis como pendrives e HDs externos.
Caso sejam digitados os termos descritos a seguir na ferramen- ( ) CERTO
ta de busca do Google, serão pesquisadas publicações que conte- ( ) ERRADO
nham os termos “PRF” e “campanha” na rede social Twitter. cam-
panha PRF @twitter
( ) CERTO
( ) ERRADO
45. (CEBRASPE (CESPE) - OF (PM AL)/PM AL/2021)

121
INFORMÁTICA

50. (CEBRASPE (CESPE) - ANA (PGE RJ)/PGE RJ/CONTÁ- 33 ERRADO


BIL/2022)
Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos 34 ERRADO
e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze- 35 CERTO
namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir.
O botnet é um vírus projetado especificamente para mostrar, 36 B
no computador do usuário, propagandas oriundas das redes sociais. 37 ERRADO
( ) CERTO
38 D
( ) ERRADO
39 CERTO
40 CERTO
GABARITO
41 CERTO
42 CERTO
1 A 43 CERTO
2 B 44 CERTO
3 CERTO 45 CERTO
4 CERTO 46 C
5 E 47 ERRADO
6 ERRADO 48 ERRADO
7 A 49 ERRADO
8 ERRADO 50 ERRADO
9 CERTO
1 ERRADO
11 CERTO ANOTAÇÕES
12 ERRADO
13 ERRADO ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 D
______________________________________________________
16 ERRADO
17 B ______________________________________________________

18 ERRADO ______________________________________________________
19 D ______________________________________________________
20 ERRADO
______________________________________________________
21 CERTO
22 ERRADO ______________________________________________________
23 CERTO ______________________________________________________
24 C
______________________________________________________
25 ERRADO
______________________________________________________
26 ERRADO
27 ERRADO ______________________________________________________
28 ERRADO ______________________________________________________
29 E
______________________________________________________
30 E
31 ERRADO ______________________________________________________

32 C ______________________________________________________

122

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