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1. Sobre as pontuações
Se prestarmos atenção, uma mesma mensagem, pode ficar muito diferente na escrita e na
fala, por conta de pequenas modificações, a princípio, mas que podem trazer diversas
consequências boas ou ruins, porque, afinal, a interpretação, sem a devida pontuação, fica
a cargo de quem lê, podendo sofrer interferências pelo seu humor, desejo do momento etc.
No entanto, estamos vivendo uma era onde a internet nos propicia satisfação de nossas
necessidades cada vez mais rápidas e, consequentemente, vamos gerando cada vez mais
demandas imediatistas, onde tudo acaba sendo, como falamos, para “ontem”.
Na verdade, quando Ana começou a conversa sem usar pontuação, Bia conseguiu
entender parte do diálogo, identificando “Fazendo o q por aí” como pergunta e, então,
respondeu. Já na suposta segunda pergunta de Ana “tudo bem”, Bia entendeu que Ana
apenas estaria sendo gentil, por conta da resposta de Bia dizer que não estava fazendo
nada demais, e, por isso não respondeu, fazendo Ana intervir novamente preocupada com
a amiga.
Este exemplo, foi apenas um dos tantos que poderiam não oferecer nenhum problema ou
desconforto grave aos envolvidos.
Mas, vamos ler e refletir sobre a história antiga a seguir, de autor desconhecido:
A mulher, preocupada, procurou uma vidente querendo saber se o marido retornaria com
vida para casa. No entanto, a vidente não podia atender naquele momento e, diante da
insistência da mulher, ela apenas pensou por uns instantes e escreveu no papel, sem
colocar qualquer pontuação, e entregou a mulher:
Passados alguns meses que a guerra tinha acabado e nada do seu marido voltar para
casa, a mulher retornou à vidente bastante brava.
Assim, mesmo que seja numa simples conversa informal, se quisermos não correr o risco
de sermos mal interpretados, necessitamos fazer uso das pontuações corretamente.
1. Emprego da vírgula ( , )
Para entender o poder que apenas uma ou 2 vírgulas possuem, vamos observar as
situações a seguir:
“Certa vez um condenado à morte mandou uma carta ao rei pedindo o seu perdão.
Ao receber o bilhete com a resposta do rei, o preso colocou as vírgulas que julgava
necessárias e entregou no tribunal, que, ao ler a resposta do rei, pôs o preso em liberdade.
Na carta que o preso entregou ao Tribunal estava escrito: O Juiz te condenou, eu não,
absolvo.”
Neste caso, as vírgulas fizeram a total diferença para definir o destino deste preso: a forca
ou a liberdade. E ele usou de seu conhecimento a seu favor, porque, apenas 2 vírgulas
definiram seu destino, mudando completamente o significado.
Se tivesse sido: “O rei condena, eu não absolvo.”, ele teria sido condenado e
consequentemente ido à forca.
Situação 2: Nesta situação, imaginemos que a frase a seguir, sem pontuação, foi colocada
no meio de uma conversa de grupo, onde preparavam uma surpresa para alguém.
Algumas pessoas poderiam entender que o assunto “bolo” estaria resolvido, pois Ana teria
feito. E outras pessoas que soubessem que a Ana estava responsável pela confecção do
bolo, poderiam entender que seria uma pergunta também, a fim de saber o posicionamento
dela a respeito.
Inclusive, a própria Ana poderia achar que fosse uma pergunta sobre o posicionamento
dela em relação ao bolo, ou caso ela já tivesse feito, poderia entender que alguém contaria
aos outros que ela havia feito.
Agora vejamos abaixo, apenas com a inclusão de uma vírgula após o nome de Ana:
Reparem, que, usando vírgula, muda até a estrutura da frase. O que era sujeito simples
“Ana”, se tornou vocativo (utilizado para chamar, invocar alguém, quando se fala
diretamente com a pessoa).
Se fosse escrito dessa segunda forma, todos teriam entendido a mesma coisa, pois todas
as pontuações estão presentes.
Diante da percepção da importância do uso da vírgula, vamos ao estudo das regras que
determinam seu uso.
A primeira coisa importante a se saber sobre a vírgula é que ela NÃO é usada para
respiração. Pois muitas vezes, se tem essa ideia equivocada e se acaba aplicando vírgula
para separar sujeito de predicado. Vejamos os exemplos:
CERTO ERRADO
Ou seja, sempre que houver uma frase direta, sem interferências de advérbios, apostos,
vocativos, entre outros termos, NÃO haverá vírgula.
1.1. Para separar palavras ou orações justapostas assindéticas (que não possuem em sua
estrutura, conjunções):
Exemplo: Cheguei, vi, venci.
1.5. Para isolar expressões explicativas ou retificativas, como: isto é, a saber, por exemplo,
ou melhor, ou antes etc.
Exemplo: O verdadeiro amor, isto é, o sentimento mais lindo e puro do ser humano, é um
excelente remédio.
Observação: é comum não usar a vírgula quando os adjuntos adverbiais são curtos:
Exemplo: À noite ouviram-se muitos gritos.
1.10. Para separar conjunções pospositivas, como: porém, contudo, pois, entretanto,
portanto etc.:
Exemplo: Ela vem, entretanto, exigir minhas coisas!
ATENÇÃO!! Você, estudante atento, deve ter observado que existe certa regularidade em
todas as regras para o uso da vírgula: sempre que houver qualquer expressão entre os
elementos da estrutura Sujeito + Verbo + Complemento, haverá vírgulas!
DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
Aula 8. Regras de pontuação
2. Ponto e vírgula ( ; ):
Cegalla (2008, p. 430) explica que o ponto e vírgula “denota uma pausa mais sensível que
a vírgula”, e é empregado principalmente para:
3. Dois-pontos ( : )
4. Reticências ( … )
5. Aspas (“ ”)
5.1. conotação.
Exemplo: Ele estava uma “pilha”.
5.4. neologismos.
Exemplo: A América Latina passará por uma “chavezação”?
5.7. ironia.
Exemplo: Está “linda” a sua filha
Reticências, dois pontos e ponto e vírgula. Mais bolsas, guia Enem. - DISPONÍVEL EM:< https://www.maisbolsas.com.br/
enem/lingua-portuguesa/reticencias-dois-pontos-e-ponto-e-virgula. >
Acesso em novembro, 2021.
DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
Aula 8. Regras de pontuação
Parece besteira, no entanto, por mais abreviações e siglas que tenhamos na atualidade,
isso só funciona porque todos os envolvidos conhecem os significados do que
representam. No entanto, para funcionar 100%, necessita das pontuações adequadas,
mesmo nas pequenas conversas informais de texto.
Se uma pontuação é importante até para conversas informais, imaginem para a realização
de um trabalho acadêmico e/ou profissional. Qualquer emprego errado poderia por a
perder todo o conteúdo do que está ali, apenas pela possibilidade de uma interpretação
equivocada.