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REGRAS DE PONTUAÇÃO

Vírgula

Emprega-se a vírgula:

1. Para separar os elementos de uma enumeração.

O João, o Manuel, o Francisco e o Pedro foram ao futebol.


Viu a secção dos livros, passou pela zona das plantas, quis saber o preço dos televisores.

2. Depois de "sim" e "não" colocados no princípio ou no fim das frases.

Sim, tens razão. Não, não foi como estás a dizer. Tens razão, sim.

3. Para separar locuções explanatórias, tais como "isto é", "por exemplo", "ou
seja", "ou melhor", "ou antes", "por assim dizer".

O João tem estudado pouco, ou melhor, não tem estudado nada.


Vejamos, por exemplo, o caso das pescas.

4. Para isolar o vocativo.

Meninos, não faltem às aulas.


Não faltem às aulas, meninos.
Não faltem, meninos, às aulas.

5. De modo geral, para isolar complementos circunstanciais, apostos, orações


relativas explicativas, e as orações subordinadas que precedem as subordinantes
ou nelas estejam incluídas.

Ontem, depois de jantar, fui ao cinema. D. Dinis, o Lavrador, era também poeta. O sol,
que é a estrela mais próxima de nós, dista da Terra trezentos milhões de quilómetros.
Quando saíres, apaga a luz.

[As orações subordinadas adjectivas podem ser restritivas e explicativas. As primeiras


são indispensáveis ao sentido da frase e não se podem separar por vírgula; as segundas
apresentam uma qualidade acessória e como tal podem ser dispensadas, logo devem ser
separadas por vírgula:
Não se lembraria do beijo que me jogara de longe, dos cravos que me atirara…
(Ribeiro Couto);
Os dois espanhóis e meu tio, que o ouviam, olharam para mim. (Jorge de Sena)
Na 1ª frase duas orações adjectivas restritivas; na 2º uma oração adjectiva
explicativa.]

6. Para isolar elementos repetidos.

O chocolate era rijo, rijo, rijo. Eram brancas, brancas, brancas. Não, não e não!
7. Usa-se a vírgula para indicar a elipse de um verbo ou de um grupo de palavras.

Os pinheirais cheiram a caruma brava; os montados, ao acre das florestas; os campos, à


terra lavrada; as leiras, ao bafo dos bois (Antero de Figueiredo).

8. Para separar, na datação de um escrito, o nome do lugar.

Braga, 13 de Novembro de 2005.

9. Para isolar a conjunção adversativa "mas" da oração anterior

Podes dormir cá em casa, mas tens que entrar antes da meia-noite.

O ponto e vírgula

1. Para separar num período as orações da mesma natureza que tenham uma certa
extensão, com particular utilização quando existe uma certa oposição/distinção
entre as duas partes do período;
2. Para separar os diversos itens de enunciados enumerativos.

Dois pontos

1. Para anunciar uma citação;


2. Para uma enumeração;
3. Para um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do que foi
enunciado:
a. – A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a dos
outros homens (Machado de Assis)

O ponto de interrogação

1. Usa-se no final de qualquer interrogação directa, ainda que a pergunta não exija
resposta:
a. – Então, a coisa sai mesmo?
- Se sai? Já saiu! Não viu os jornais?

2. Nos casos em que a pergunta envolve dúvida, costuma-se fazer seguir de


reticências o ponto de interrogação:
a. – Quem está aí?...

3. Nas perguntas que denotam surpresa, ou naquelas que não têm endereço nem
resposta, empregam-se por vezes combinados o ponto de interrogação e o ponto
de exclamação:
a. – Ah, é a senhora?! Pois entre, a casa é sua…
4. O ponto de interrogação nunca se usa no fim de uma interrogação indirecta.
Termina numa entoação descendente, exigindo, por isso, um ponto. Comparem-
se:
a. – Quem chegou? [interrogação directa]
b. – Diga-me quem chegou. [interrogação indirecta]

Ponto de exclamação

1. Usa-se dependendo do contexto e do sentido emotivo colocado na frase;


2. Depois de interjeições ou de termos equivalentes, como os vocativos intensivos,
as apóstrofes;
3. Depois de um imperativo:
a. - Não vás! Volta, meu filho! Não vás!

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