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7.

PONTUAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA

CURSO PREPARATÓRIO – CONCURSO MAGISTÉRIO


SOROCABA 2020
PARA QUE SERVEM
ESTES SINAIS?


Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação
e até mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade.
Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os
sinais de pontuação.

Esses são também usados para destacar palavras, expressões


ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar
qualquer tipo de ambiguidade.
Os sinais de pontuação são recursos próprios da língua
escrita: representam as pausas e entoações da
linguagem oral. Com acentuada característica subjetiva,
a pontuação não possui critérios rígidos a serem
seguidos, mas requer atenção, porque qualquer deslize
pode prejudicar a clareza do texto
OBSERVEM AS
SEGUINTES
CONSTRUÇÕES:
Fonte: <https://descomplica.com.br/artigo/6-casos-em-que-a-virgula-mandou-na-sua-vida-e-voce-nem-notou/4C3/
ESSE, JUIZ, É CORRUPTO.
Alguém fazendo uma declaração
ao juiz sobre outra pessoa

ESSE, JUIZ, É CORRUPTO.


Alguém afirmando que o juiz é
corrupto
– Onde você vai passar a Semana
Santa?
– Na cidade maravilhosa!
A pessoa vai a uma cidade muito boa.
– Onde você vai passar a semana,
santa?
– Na cidade, maravilhosa!

A pessoa vai passar a semana na cidade


e faz um elogio a quem lhe fez a
pergunta.
Vocês devem ter notado que a ausência de pontuação
dificulta a tarefa de encontrar um sentido para as orações;
além disso, é fácil constatar que novas significações
surgem, dependendo do lugar onde a vírgula é colocada.
Um dos mecanismos responsáveis pela interdependência
entre as partes de um texto, isto é, por sua unidade de
sentido é a coesão: a ligação que se estabelece entre
suas partes. Contribuem para estabelecer essas relações e
ligações alguns elementos, como os pronomes,
conjunções, preposições, categorias verbais, inclusive os
SINAIS DE PONTUAÇÃO
RELEMBRANDO
OS SINAIS DE PONTUAÇÃO
E SUAS FUNÇÕES:
Vírgula ( , )
Ponto e Vírgula ( ; )
Dois Pontos ( : )
Reticências ( ... )
Ponto Final ( . )
Ponto de Exclamação ( ! )
Ponto de Interrogação ( ? )
Aspas ( “ ” )
Parênteses ( )
Travessão (–)
VÍRGULA ( , )
I. Isolar o Vocativo
Márcia, venha cá!

II. Isolar o Aposto


Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros, também era afrodescendente.

III. Isolar Datas e Endereços


a) Curitiba, 21 de fevereiro de 2012.
b) Rua Videira, número 315.

IV. Para separar Orações Coordenadas Assindéticas


Chegue mais cedo, precisamos conversar
V. Isolar Elipses
Izabel ensina espanhol, e Sátiro, inglês.

VI. Isolar Orações Intercaladas


Somos uma equipe, lembrou o diretor, nessa escola.

VII. Isolar Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas


João, que é o mais calmo da turma, surpreendeu a todos.

VIII.Isolar Conjunções Adversativas e Conclusivas


(Conjunções Adversativas: mas, porém, todavia, contudo etc. / Conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, então etc.)
a) Andressa leu um conto , mas não todo o livro.
b) São crianças, logo precisam brincar.
IX. Isolar Adjuntos Adverbiais deslocados
a) Aqui, não temos nada para você.
b) Aquele homem, com certeza, não falou a verdade.

X. Isolar expressões explicativas


(isto é, ou melhor, digo, por exemplo, aliás...)
Eu irei para aula amanhã, isto é, se não for feriado.

XI. Antes do (e) quando as orações apresentarem sujeitos diferentes


Luan gosta de romances, e Letícia, de poesia.

XII. Quando o (e) se repetir na frase.


Comprei um livro, e um caderno, e um lápis.
PONTO E VÍRGULA ( ; )
I. Separa os vários membros de uma enumeração descritiva ou narrativa.
Em sua posse, o novo diretor refere-se à dedicação dos educadores; à expectativa de pais mães; ao
preparo dos estudantes e suas possibilidades de um futuro nas melhores universidades.

II. Separa as orações adversativas (introduzidas por mas, porém, contudo,


todavia, entretanto) e as conclusivas (caracterizadas por logo, portanto,
assim, então, consequentemente, por isso etc.), esteja subentendida ou
explícita a conjunção, quando se quer fazer uma pausa maior do que vírgula.
a) Lute por seus direitos; mas não se esqueça que sozinho é mais difícil.
b) Dormiram muito tarde; consequentemente, chegaram atrasadas à aula.

III. Separa os considerandos, incisos de leis ou decretos e os diversos itens de


uma enumeração.
a) Concluímos nossa pesquisa, Considerando que ... ; Considerando, finalmente, que ... ,
b) Constataram os técnicos vários problemas:
– vazamento de água;
– ruptura da rede em três pontos;
– alteração do medidor.
DOIS PONTOS ( : )
I. Usa-se em enumerações
A mulher foi à feira e levou: dinheiro, uma sacola, cartão de crédito, um porta-níquel, e uma luva.
Uma luva?

II. Antes de uma citação


A respeito de fazer o bem aos outros, Confúcio disse certa vez: “O ver o bem e não fazê-lo é sinal
de covardia.”

III. Quando se quer esclarecer algo


Ele conquistou o que tanto desejava: uma vaga no TRT de Brasília.

IV. No vocativo em cartas, sejam comerciais ou sociais (ou vírgulas)


Querida amiga: Estarei na sua casa no próximo mês. Tenho muito que te contar. (...)

V. Após as palavras: exemplo, observação, nota, importante, etc.


Importante: Não se esqueça de lavar as mãos.
RETICÊNCIAS ( ... )
As reticências são usadas nos seguintes casos:
I. Para interromper um pensamento de forma que o leitor subentenda o que seria
enunciado ou imagine
Nada disso teria acontecido se... você sabe.

II. Para indicar hesitações comuns na oralidade


Daí ele pegou... ele pegou... como se diz mesmo... uma boina.

III. Em trechos suprimidos de um texto


(...) não existe texto incoerente em si, mas texto que pode ser incoerente em/para determinada situação
comunicativa. (...)
(Ingedore Villaça – A coerência textual)

IV. Para transmitir mais emoção e subjetividade para quem lê


(...) 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes ...
(Castro Alves – Navio Negreiro)
PONTO FINAL ( . )

I. Empregamos o ponto final quando pretendemos encerrar


uma frase declarativa
Não quero saber de conversa.

II. Também para finalizar frases imperativas


Pegue esse papel para mim.

III. E nas abreviaturas


Sr. (Senhor), num. (numeral), obs. (observação), Av. (Avenida).
PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)
Exclamar é o ato de pronunciar em voz alta; bradar, clamar; gritar.

I. É usado nas frases que exprimem surpresa, felicidade,


indignação, admiração, susto.
Isso é muito interessante!

II. Após imperativos.


Vá embora!

III. Depois das interjeições.


Ah! Ufa! Uau! Nossa! Beleza!

IV. Após locuções interjetivas.


Minha nossa! Que bom! Que pena! Sei demais!
PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)
Assim como o ponto de exclamação, o de interrogação também se
caracteriza pelo nome: é o ato de perguntar, questionar.
I. É usado em indagação, um questionamento.
Você não quer jantar?
Por que o país não enxerga os miseráveis?

II. Exclamação para indicar um questionamento unido à admiração


ou surpresa:
Eu?! Tem certeza?

IMPORTANTE!!

Em perguntas indiretas, não é usado o ponto de interrogação. As frases interrogativas indiretas


supõem a indagação, mas não começam com palavra interrogativa, por isso, terminam com ponto
final.
Quero saber o motivo da sua falta.
ASPAS (“ ”)
I. Usam-se aspas quando há palavras ou expressões populares,
gírias, neologismos, estrangeirismos ou arcaísmos.
a) Há “gazeadores” na escola “zoando” no pátio.
b) Por favor, antes de sair, faça um “backup”!

II. Usam-se aspas toda vez que for começar ou encerar citações.
Segundo CORTELLA “O conhecimento serve para encantar pessoas, não para humilhá-las”.

III. Para assinalar palavras ou expressões irônicas.


Eles se comportaram “muito” bem.

IMPORTANTE!!
As aspas simples (‘ ’) são usadas quando as aspas duplas já foram
empregadas na frase.
“Giovanni estava muito tenso no seminário, ele abordou a 'Nova Tese' sobre a redução da
maioridade penal.”
PARÊNTESES ( )
I. Fazer um comentário ou explicação a respeito do que se
escreve.
O João (aquele que fez aniversário nesta semana) perguntou sobre você hoje!

II. Indicar informações bibliográficas, como: o autor, o nome da obra, o ano de


publicação, a cidade, a página.
A escrita é um processo social em que todos os mecanismos utilizados para a construção do
texto contribuem para engajar os leitores do pesquisador-autor em seu discurso, em um esforço
de persuadi-los sobre a relevância do conteúdo do texto (Hyland, 1999).

III. Os parênteses podem surgir, ainda, nas peças teatrais, quando


o autor quer explicitar a ação tomada pela personagem.
João – Onde você estava?
Maria – Na padaria. Fui comprar um sonho para você.
João – Hum...que delícia...mas meu maior sonho eu já tenho: você!
(Saem abraçados pela direita)
TRAVESSÃO (–)
I. Iniciar a fala de uma personagem.
A menina enfim disse:
– Não vamos nos preocupar com o porvir porque vamos dar nosso
melhor hoje!

II. Indicar mudança de interlocutor em um diálogo.


– Vou estudar e me preocupar mais com a escola.
– Farei o mesmo.

III. Para enfatizar alguma palavra ou expressão em um texto ou em


substituição à vírgula.
O grupo teatral – superelogiado pelos espectadores – é formado por
alunos do terceiro ano.
NÃO DECORE REGRAS!!!
UTILIZE A PONTUAÇÃO,
COMPREENDENDO
A SUA FUNÇÃO
NO TEXTO!
REFERÊNCIAS:
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. revista, ampliada e
atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2009.

CEGALLA, Domingos P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 37. ed.


São Paulo: Nacional, 1994 .

CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Gramática: texto, reflexão e uso. São


Paulo: Atual, 1998.

CEREJA, W. R. e MAGALHÃES, T. C. Texto e Interação. São Paulo: Atual,


2000.

FARACO & MOURA. Gramática Nova. São Paulo: Ática, 1996.

VAL, Maria da G. C. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes,


2006.

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