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A vírgula é empregada:

1. Para separar termos que exercem a mesma função sintática, quando não vierem ligados
pelas conjunções e, ou, nem. Ex: as crianças adoram sorvete, salgadinho, bolo, bala e pipoca.
sujeito verbo OD

OBS1: Quando ocorre polissíndeto (figura de linguagem em que há a repetição de conectivos), ou


seja, quando as expressões e, ou e nem são repetidas em enumeração, os elementos coordenados
também são separados por vírgulas. (elementos coordenados porque possuem sentido sozinhos) -> a
conjunção “e” aqui serve como ênfase e não como objeto de ligação. Ex: Eu amo hortênsias, e rosas,
e violetas, e jasmins.

2. Separar aposto ou qualquer termo/oração de valor explicativo. Ex: João, o melhor amigo do
meu irmão, foi preso.

OBS: se o aposto for enumerativo, ele pode ser antecedido por dois pontos. Ex: comprei duas
frutas que amo: abacaxi e melancia.

3. Separar predicativos de valor explicativo o colocando entre vírgulas (ou seja, que
demonstram estados/emoções). Ex: Maria, cheia de emoção, aceitou o pedido do noivo.
4. Separar o vocativo. Ex: Guri, vai te catar!
5. Separar nome de lugares em indicação de datas. Ex: Porto Alegre, 07 de setembro de 2022.
6. Indicar a elipse da palavra. Ex: Maria gosta de melão; João, de maçã.
7. Separar adjunto adverbial deslocado, ou seja, fora da posição na oração (que é no final da
oração, pois primeiro vem o sujeito, depois o predicado e assim vai...). Geralmente, coloca-se
entre vírgulas os adjuntos adverbiais grandes (embora haja controvérsia sobre o que é um
adjunto adverbial grande). EX: Na manhã daquele dia, João saiu com pressa. / Com os
adjuntos menores, a virgula geralmente é dispensada, mas usada quando se pretende realçar
o termo.
8. Separar palavras e expressões de natureza explicativa, conclusiva, continuativa... como, por
exemplo, além disso, aliás, assim, com efeito, ou seja, isto é, por assim dizer, etc. EX: Ele era
soberano, ou seja, mandava em todos.
9. Separar orações coordenadas sindéticas e assindéticas (As orações coordenadas assindéticas
são caracterizadas pelo período composto justaposto, ou seja, não são ligadas através
de nenhum conectivo. / As orações coordenadas sindéticas são caracterizadas pelo período
composto ligado através de uma conjunção ou locução coordenativa). Ex: Estava atrasada,
portanto pedi um uber. / As pessoas ficaram tão chocadas que nem sorriram, nem choraram.
/ Os pensamentos vêm, vão, retornam, somem de vez.
10. Separar orações subordinadas adjetivas explicativas (As Orações Subordinadas Adjetivas são
aquelas que exercem a função sintática de adjetivo.  as orações subordinadas explicativas,
como o próprio nome já indica, explicam melhor ou esclarecem o termo ao qual se referem).
EX: A prova, que estava muito difícil, foi deixou todos apreensivos.
11. Separar orações subordinadas adverbiais deslocadas (As orações subordinadas
adverbiais são aquelas que possuem a função do advérbio, funcionado como adjunto
adverbial na frase.) EX: Quando era menino, gostava de ouvir histórias. / Mesmo chorando,
obedeceu ao pai.

QUANDO NÃO USAR A VÍRGULA:

1. Para separar sujeito do verbo.


2. Para separar o verbo e o complemento. Ex: Das baratas tenho horror.
O ponto é empregado:

- Para indicar o final de uma frase declarativa.

- Para separar os períodos entre si, simples ou compostos.

- Nas abreviaturas.

O ponto final mostra o fechamento de uma ideia. 

Podemos usar o ponto e vírgula nas seguintes situações:

1. Para enumeração. Exemplo:

No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos;  balões;  pipoca.

2. Para separar também as frases opositivas (aquelas que possuem ideias que se opõem), estando os
conectores (as conjunções) explícitos ou não no texto. Isso para quê? Para colocar as duas frases com
o mesmo grau de importância (a mesma ênfase para as duas frases). Exemplo:
 
Acredite em você;  mas  nem mas: conector que indica relação de oposição entre
sempre duvide dos demais. as frases.
Há muitos modos de conector  mas  está "escondido" antes do
afirmar;  há um só de negar segundo  há. Desse modo, há uma relação de
tudo. oposição entre as frases.

3. A mesma coisa que acontece com as frases opositivas vai acontecer com as frases conclusivas, ou
seja, aquelas que possuem ideias de conclusão. O conector que liga essas duas frases, também da
mesma maneira como ocorre com o exemplo acima, pode estar explicadinho na frase
ou escondido nela. Vamos ver um exemplo?
 
As doses eram portanto:  conector que indica relação de
diminutas;  tinham,  portanto, de conclusão da última frase em relação à
aguardar longo prazo pelo efeito. primeira.
conector  portanto  está  escondido antes
de  jogou-as. Desse modo, há uma relação de
Tinha a pedra na mão, mas já não conclusão da última frase em relação à
era necessária;  jogou-a fora primeira.

4. E, ainda, podemos usar o ponto e vírgula para separar frases independentes, quando pelo menos
uma delas já tem  vírgula. Exemplo:
 
Participaram daquela reunião: Roberto M. Lacerda, 43 anos, que veio a ser reitor
entre 72 e 76;  Caspar Stemmer, engenheiro, mais tarde prefeito do campus,
também reitor de 76 a 80;  Ernani Bayer, hoje membro do CFE;  Acácio Santiago,
professor, e toda a equipe técnica.

Ou seja, o ponto e vírgula tem uma característica de unir duas ideias independentes que guardam
certa relação entre elas. Não é como o ponto final que fecha uma ideia, nem como a vírgula que
"submete" uma ideia à outra. Ele une duas ideias completas, mas essas ideias guardam um elo de
união com aquela que será fechada com o ponto final.

Dois-pontos ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:

Ex.: Então o padre respondeu:


- Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que


explicam, resumem ideias anteriores.

Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

c) antes de citação

Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que
seja infinito enquanto dure.”

3 - Reticências ( ... )

a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.

Ex.: Sabe... eu queria te dizer que... esquece.

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.

Ex.: - Alô! João está?


- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...

c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de


ideia.

Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...”
(Cecília - José de Alencar)

d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.

Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

4- Parênteses ( ( ) )

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.


Exemplos:

Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.

"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Dicas:
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

5- Ponto de Exclamação ( ! )
a) Após vocativo

Ex.: “Parte, Heliel!” (As violetas de Nossa Srª.  - Humberto de Campos)

b) Após imperativo

Ex.: Cale-se!

c) Após interjeição

Ex.: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional

Ex.: Que pena!

6- Ponto de Interrogação ( ? )

a) Em perguntas diretas

Ex.: Como você se chama?

b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação

Ex.: - Quem ganhou na loteria?


- Você.
- Eu?!

Travessão ( —  )

a) dar início à fala de um personagem

Ex.: O filho perguntou:


— Pai, quando começarão as aulas?

b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos

Ex.: - Doutor, o que tenho é grave?


- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom

c) unir grupos de palavras que indicam itinerários

Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Dicas:
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas

Ex.: Xuxa — a rainha dos baixinhos — será mãe.


10- ASPAS ( “ ” )

a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos,
palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Exemplos:

Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.


A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.

b) indicar uma citação textual

Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz
e refiz a mala”. (O prazer de viajar  - Eça de Queirós)

EXERCÍCIO:

1.(F.E. Bauru) Assinale a alternativa em que há erro de pontuação:

a – (  ) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns se atrasaram.


b – (  ) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se atrasaram, porém.
c – (  ) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
d- (  ) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.    
e – (  ) N.D.A

2.Tendo em vista que o uso da vírgula também se relaciona a fatores de ordem sintática,
corroborando assim para uma perfeita estruturação do pensamento, justifique o emprego do
referido sinal mediante os enunciados subsequentes:

a- Parabéns, querido!
b – Naquela tarde, todos haviam saído.
c – O Rio de Janeiro, que é considerada a cidade maravilhosa, irá sediar um dos grandes eventos
esportivos.  
d – Viajarei nestas férias, isto é, se houver possibilidade.
e - Hoje o clima está ameno, pois choveu durante a noite.

3.EPCAR - Assinale a alternativa que pontua correta e ordenadamente o texto que segue.

Paulo não gosta de estudar ao contrário só pensa em divertir-se saindo seguidamente seu irmão
contudo é preocupado com o futuro não deixando de estudar jamais.

5. Coloque a pontuação correta no trecho abaixo:

“Quando se trata de trabalho científico duas coisas devem ser consideradas uma é a contribuição
teórica que o trabalho oferece a outra é o valor prático que possa ter.

6. EFOMM - A opção em que está correto o emprego do ponto-e-vírgula é:


a) Solteiro; foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.

b) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.

c) Solteiro, foi um menino; turbulento, casado; era um moço alegre viúvo, tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.

d) Solteiro foi um menino turbulento, casado era um moço alegre, viúvo; tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.

e) Solteiro, foi um menino turbulento, casado; um moço alegre, viúvo; tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.

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