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I – COERÊNCIA
A coerência consiste no princípio da não contradição de sentidos entre as passagens de um mesmo texto
ou entre as afirmações de um texto e o mundo empírico.
I.1) INTRATEXTUAL – É aquela que diz respeito à relação de compatibilidade, de adequação, de não contradição
entre os enunciados dentro de um mesmo texto, como ocorre, por exemplo, quando se responde ao que foi
perguntado ou quando não se desdiz o que acabou de ser dito.
Ex.: Todas as pessoas buscam o amor, entretanto, alguns preferem a solidão. (incoerência)
1) todas – feminino ≠ alguns – masculino
2) todas – totalidade ≠ alguns – parcialidade
I.2) EXTRATEXTUAL – É aquela que diz respeito ao conteúdo do texto, relacionando-o a algo que lhe é exterior.
Essa exterioridade pode ser
a) o conhecimento de mundo → dados referentes ao mundo físico, à cultura de um povo, ao
conteúdo das ciências, por exemplo, que constituem o repertório a partir do qual produzimos e
entendemos textos.
Ex.: Devemos estudar muito, posto que o TPS é muito difícil. (uso indevido do vocabulário)
II – COESÃO
a) COESÃO REFERENCIAL
♦ Anáfora → quando uma palavra do texto faz referência a outra já mencionada.
Ex.: O menino saiu cedo de casa porque ele tinha prova.
O pronome “ele” tem, como referente, o termo anteriormente citado “O menino”, portanto, dizemos que o
pronome “ele” foi empregado com sentido anafórico.
♦ Catáfora → quando uma palavra faz referência a outra que ainda será mencionada no texto.
Ex.: Esta palavra é a única que você merece: adeus.
O pronome “esta” está antecipando ao leitor que uma palavra será dita, no caso, “adeus”. O pronome foi, então,
empregado com sentido catafórico.
b) COESÃO LEXICAL
♦ Reiteração → quando há repetição de palavras ou emprego de paráfrases.
Ex.: 1ª fase – 2009 – questão 8
“Em Emílio, Rousseau constrói a temporalidade da vida de Emílio como uma ficção, jamais se teria proposto a
aplicá-la. O menino Emílio não existe, não existiu e não foi pensado para existir. Trata-se de um artifício lógico-
dedutivo para meditar sobre a educação e as orientações do ensino. Emílio é alegoria para reflexão sobre o ato
de educar as crianças. Emílio, que não é filho, tampouco é aluno... É um construto teórico e um suporte operatório
para a análise conceitual do ato educativo.” (fragmento)
(Carlota Boto. O Emílio como categoria operatória do pensamento rousseauniano.)
Com relação às ideias do texto e aos seus aspectos textuais, julgue (C ou E) os seguintes itens.
I. ( ) Existe consenso a respeito da ideia de que o “menino Emílio” (l.2) foi construído pelo filósofo francês,
na obra Emílio, com propósito de orientação psicológica.
II. ( ) Ao analisar a narrativa de Rousseau, a autora emprega, reiteradas vezes, o presente histórico — em
vez dos tempos verbais pretéritos —, para imprimir assertividade à sua argumentação.
III. ( ) A repetição de palavras e o uso de paráfrases contribuem para estabelecer a coesão do texto.
IV. ( ) A diversidade de temas no trecho “Trata-se ... ato educativo.” (l.2-5) compromete a coerência do texto.
Ex.5: Machado de Assis escreveu textos brilhantes. O autor é conhecido no mundo todo.
(substituição por metonímia)
Houve um grande assalto ao Banco do Brasil, que não deu certo. Os policiais conseguiram prender
os bandidos, que foram transportados em várias viaturas para a delegacia mais próxima, onde se expuseram
as armas e o produto do roubo.
c) ELIPSE
Diz-se que ocorre coesão por elipse quando algum elemento do texto é substituído por 0 (zero) em algum
dos contextos em que deveria ocorrer.
Ex.: — Paulo vai conosco ao cinema?
— 0 (= Paulo) Vai. 0 (= conosco ao cinema)
OBSERVAÇÃO: USO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
- ESTE: para indicar catáfora, ou seja, para referir-se ao que ainda será mencionado no texto.
- ESSE: para indicar anáfora, ou seja, para referir-se ao que já foi mencionado no texto.
Ex.: Minha vizinha já teve dengue e febre amarela: esta, quando foi ao Pantanal; aquela, no último verão.