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Profª.

ISABEL VEGA AULA 3 PORTUGUÊS

I – COERÊNCIA
A coerência consiste no princípio da não contradição de sentidos entre as passagens de um mesmo texto
ou entre as afirmações de um texto e o mundo empírico.

I.1) INTRATEXTUAL – É aquela que diz respeito à relação de compatibilidade, de adequação, de não contradição
entre os enunciados dentro de um mesmo texto, como ocorre, por exemplo, quando se responde ao que foi
perguntado ou quando não se desdiz o que acabou de ser dito.
Ex.: Todas as pessoas buscam o amor, entretanto, alguns preferem a solidão. (incoerência)
1) todas – feminino ≠ alguns – masculino
2) todas – totalidade ≠ alguns – parcialidade

I.2) EXTRATEXTUAL – É aquela que diz respeito ao conteúdo do texto, relacionando-o a algo que lhe é exterior.
Essa exterioridade pode ser
a) o conhecimento de mundo → dados referentes ao mundo físico, à cultura de um povo, ao
conteúdo das ciências, por exemplo, que constituem o repertório a partir do qual produzimos e
entendemos textos.

Ex.: O terremoto no Haiti, na Ásia, destruiu 70% das edificações da capital.

b) as regras gramaticais e os recursos semânticos da língua.

Ex.: Devemos estudar muito, posto que o TPS é muito difícil. (uso indevido do vocabulário)

II – COESÃO

a) COESÃO REFERENCIAL
♦ Anáfora → quando uma palavra do texto faz referência a outra já mencionada.
Ex.: O menino saiu cedo de casa porque ele tinha prova.
O pronome “ele” tem, como referente, o termo anteriormente citado “O menino”, portanto, dizemos que o
pronome “ele” foi empregado com sentido anafórico.

♦ Catáfora → quando uma palavra faz referência a outra que ainda será mencionada no texto.
Ex.: Esta palavra é a única que você merece: adeus.

O pronome “esta” está antecipando ao leitor que uma palavra será dita, no caso, “adeus”. O pronome foi, então,
empregado com sentido catafórico.

b) COESÃO LEXICAL
♦ Reiteração → quando há repetição de palavras ou emprego de paráfrases.
Ex.: 1ª fase – 2009 – questão 8
“Em Emílio, Rousseau constrói a temporalidade da vida de Emílio como uma ficção, jamais se teria proposto a
aplicá-la. O menino Emílio não existe, não existiu e não foi pensado para existir. Trata-se de um artifício lógico-
dedutivo para meditar sobre a educação e as orientações do ensino. Emílio é alegoria para reflexão sobre o ato
de educar as crianças. Emílio, que não é filho, tampouco é aluno... É um construto teórico e um suporte operatório
para a análise conceitual do ato educativo.” (fragmento)
(Carlota Boto. O Emílio como categoria operatória do pensamento rousseauniano.)

Com relação às ideias do texto e aos seus aspectos textuais, julgue (C ou E) os seguintes itens.
I. ( ) Existe consenso a respeito da ideia de que o “menino Emílio” (l.2) foi construído pelo filósofo francês,
na obra Emílio, com propósito de orientação psicológica.
II. ( ) Ao analisar a narrativa de Rousseau, a autora emprega, reiteradas vezes, o presente histórico — em
vez dos tempos verbais pretéritos —, para imprimir assertividade à sua argumentação.
III. ( ) A repetição de palavras e o uso de paráfrases contribuem para estabelecer a coesão do texto.
IV. ( ) A diversidade de temas no trecho “Trata-se ... ato educativo.” (l.2-5) compromete a coerência do texto.

♦ Substituição → por sinônimos, antônimos, hiperônimos ou hipônimos, ou por termos metafóricos ou


metonímicos.
Ex.1: João é muito dedicado. O garoto quer sempre ajudar. Esse menino é um exemplo!
(substituição por sinonímia)

Ex.2: Não haja com pressa! É preciso calma nessa hora.


(substituição por antonímia)

Ex.3: Gosto de maçã e banana. Essas frutas são ótimas.


(substituição por hiperonímia)

Ex.4: Gosto de frutas. Banana e maçã são minhas preferidas.


(substituição por hiponímia)

Ex.5: Machado de Assis escreveu textos brilhantes. O autor é conhecido no mundo todo.
(substituição por metonímia)

Ex.6: A vizinha não parava de falar. A matraca reclamava do aumento do condomínio.


(substituição por metáfora)

♦ Colocação ou contiguidade → uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico.

Houve um grande assalto ao Banco do Brasil, que não deu certo. Os policiais conseguiram prender
os bandidos, que foram transportados em várias viaturas para a delegacia mais próxima, onde se expuseram
as armas e o produto do roubo.

c) ELIPSE
Diz-se que ocorre coesão por elipse quando algum elemento do texto é substituído por 0 (zero) em algum
dos contextos em que deveria ocorrer.
Ex.: — Paulo vai conosco ao cinema?
— 0 (= Paulo) Vai. 0 (= conosco ao cinema)
OBSERVAÇÃO: USO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS

1º) Considerando a posição espacial, com função dêitica:

- ESTE: para designar o que está próximo da pessoa que fala.


- ESSE: para designar o que está próximo da pessoa com quem se fala.
- AQUELE: para designar o que está distante das duas pessoas, ou seja, a que fala e a com quem se fala.

Ex.: Este vestido que estou usando não foi caro.


Esse vestido que você está usando foi caro?
Você viu aquele vestido que a Maria estava usando?

2º) Considerando a referenciação, ou seja, considerando as palavras dentro do texto:

- ESTE: para indicar catáfora, ou seja, para referir-se ao que ainda será mencionado no texto.
- ESSE: para indicar anáfora, ou seja, para referir-se ao que já foi mencionado no texto.

Ex.: Só quero dizer a você isto: tome cuidado com a rua.


Flores, bombons, CDs, livros, essas coisas são presentes que adoro receber.

3º) Quando se quer aludir a termos já mencionados, discriminando-os:

- ESTE: para o que foi mencionado por último.


- AQUELE: para o que foi inicialmente mencionado.

Ex.: Minha vizinha já teve dengue e febre amarela: esta, quando foi ao Pantanal; aquela, no último verão.

4º) Considerando o espaço temporal:


- ESTE: designa o tempo presente em relação à pessoa que fala.
- ESSE: designa o passado com relação à época em que se coloca a pessoa que fala.
- NAQUELE: designa um passado remoto.

Ex.: Vamos comemorar este ano que começa! (ano presente)


Nesses anos todos, dediquei-me muito à profissão. (passado)
Naqueles tempos é que o carnaval era bom! (tempo remoto)

♦ Empregue, nos exercícios a seguir, o pronome demonstrativo adequado.

1 – Tenha sempre lembrança _______ : eu o amo e sempre o amarei. (disto / disso)


2 – Por que você está usando _______ calça rasgada? (esta / essa)
3 – Como são difíceis ________ dias que estamos atravessando! (estes / esses)
4 – O perdão e a vingança se opõem frontalmente: _______ degrada os homens; _______ os eleva.
5 – Qual o manequim _______ vestido que estou experimentando? (deste / desse)
6 – Senhor Presidente: em resposta ao ofício nº 5/92 _______ Presidência, peço vênia para esclarecer que
_______ Divisão que me cabe dirigir não pode ser responsabilizada por todas _______ irregularidades a que V.
Exa. se refere. (desta / dessa - esta / essa - estas / essas / aquelas)
7 – _______ mês que passou foi o mais quente do ano. (este / esse)
8 – Será que ninguém ______ casa me entende? (desta / dessa)
9 – Má escovação causa inflamação na gengiva e ______ todos deviam saber. (isto / isso)

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