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Situações mais comuns de emprego da vírgula.

Com base na gramática, já citada, de Celso Cunha e


Lindley Cintra, a vírgula é usada:

 para separar o vocativo;


Ex.: Professora, posso entregar o trabalho na próxima aula? Posso, professora, entregar o
trabalho na próxima aula? Posso entregar o trabalho na próxima aula, professora?

 para separar o aposto;


Ex.: Machado de Assis, autor de Dom Casmurro, é um escritor que nenhum brasileiro pode
deixar de conhecer.

 para separar elementos em enumerações;


Ex.: Estamos recolhendo roupas, remédios, produtos de higiene e alimentos.

 para separar elementos repetidos;


Ex.: Explicou tudo, tudo.
Já disse que não, não e não.

 para separar o adjunto adverbial antecipado;


Ex.: Diante das portas ainda fechadas da loja, formou-se uma grande fila.

 para separar a oração subordinada adverbial, anteposta à principal ou inserida no meio da


principal;
Ex.: Se não quisesse encontrar Rita, Marcelo não teria vindo.

 para separar elementos de valor “explicativo “ (de realce, de contraste);


Ex.: Essa explicação, de fato, está coerente.
Você deve convidar seus primos, sim.

 para indicar a supressão de uma palavra ou grupo de palavras (em geral, o verbo);
Ex.: Na mesa, um vaso com flores.
Eu gosto de futebol; meu irmão, de basquete.

 separar orações coordenadas (exceto as introduzidas por e com o mesmo sujeito; são
separadas as introduzidas por e quando a conjunção vem repetida).
Ex.: Não li tudo que preciso, mas li o necessário para compreender;
Eu estudo, e meu colega trabalha.

 para isolar as conjunções adversativas (porém, contudo, entretanto, todavia, mas etc)
quando deslocadas do início da oração;
Ex.: Comprei um bom livro, porém, preferi ler primeiro outro que já possuía;
Eu precisava ler esse livro. Não pretendo, entretanto, deixar o outro de lado.

 para isolar a conjunção conclusiva pois;


Ex.: Eu já li obras desse autor antes; ganhou, pois, minha atenção.

 para separar as orações intercaladas;


Ex.: Não se preocupe, garantiu a estudante, que estudará todos os conteúdos.
 para separar oração adjetiva explicativa;
Ex.: Nosso estado, que tem grande extensão, precisa priorizar a região norte.

Vocativo
É o termo que serve para chamar ou invocar uma pessoa.

Aposto
É o termo que explica, específica, resume ou detalha um outro termo, que o antecede.

Adjunto adverbial
É o termo que exprime alguma circunstância (por exemplo, de tempo, de lugar, de modo, de causa)
do fato expresso pelo verbo.

No caso do adjunto adverbial antecipado, a vírgula serve para indicar uma inversão da ordem direta,
que é a ordem mais usual, mais comum dos termos da frase em português. Na ordem direta, o
adjunto adverbial fica em último lugar – nesse caso, não costuma ser isolado por vírgula. Se ele
estiver em qualquer outra posição – no início ou no meio da frase – fica separado por vírgula(s).
Pode-se dispensar a vírgula quando o adjunto adverbial antecipado é curto, isto é, formado apenas
por uma ou duas palavras. O emprego da vírgula para isolar a oração adverbial anteposta à principal
ou inserida no meio da principal é apenas um caso particular do que ocorre com os adjuntos
adverbiais em geral.

Oração subordinada adverbial


É aquela que funciona como adjunto adverbial para outra oração.

Orações coordenadas
São aquelas que estão juntas integrando uma frase, porém são independentes uma da outra em sua
estrutura (isto é, nenhuma das duas é parte da outra).

Orações adjetivas explicativas


São aquelas que não servem para restringir ou especificar o sentido do termo antecedente. Veja a
diferença entre os exemplos abaixo:
O Brasil, que tem profundas desigualdades sociais, precisa dar prioridade ao combate à pobreza.
Um país que tem profundas desigualdades sociais precisa dar prioridade ao combate à pobreza.

Na primeira frase, precisamos das vírgulas porque a oração que tem profundas desigualdades
sociais não restringe o sentido de “Brasil” – afinal, Brasil só há um.

Na segunda frase, a oração restringe o sentido de “país”. É como se ela servisse para responder à
pergunta “que país precisa dar prioridade ao combate à pobreza?” (“aquele que tem profundas
desigualdades sociais”). Nesse segundo caso, então, a oração é chamada restritiva, e não é separada
por vírgula.

De modo geral, o emprego adequado da vírgula exige conhecimentos sobre a estrutura da frase.
Entre os muitos casos desse emprego, convém destacar o do aposto, o da oração adjetiva explicativa
e o do adjunto adverbial (ou oração subordinada adverbial) antecipado.
Orações Coordenadas

São aquelas que estão juntas integrando uma frase, porém são independentes uma da outra em sua
estrutura gramatical (isto é, nenhuma das duas é um termo da outra). Podem estar postas em
sequência sem nenhum conectivo entre elas, como por exemplo na frase “Estava com pressa, resolvi
pegar um táxi”, ou ser relacionadas por um conectivo (chamado conjunção), como por exemplo nas
frases “Estava com pressa, portanto resolvi pegar um táxi” ou “Estava com pressa, mas esperei
pacientemente o ônibus”.

Conjunção especial: pois. Ela pode funcionar como:

 conjunção conclusiva;

 e conjunção explicativa.

Como conjunção conclusiva, o pois é diferente das demais conjunções, porque nunca se posiciona no
início da oração em que se encontra. Veja esses exemplos:

 Todo professor é um modelo para seus alunos; ele deve, pois, ser pontual e responsável.

 Todo professor é um modelo para seus alunos; ele deve ser pontual e responsável, pois.

Essa conjunção sempre vem isolada por vírgulas, e as orações, nesse caso, costumam ser separadas
por ponto e vírgula.

Tenha cuidado para não confundir a conjunção pois conclusiva – que exprime a ideia de conclusão –
com a conjunção pois explicativa – que exprime a ideia de explicação. Nesse caso de explicação, ela
fica sempre no início da oração em que se encontra. Por ex.:

 O professor deve ter tido algum problema sério, pois ele nunca se atrasou como hoje”.

Utiliza-se o ponto e virgula para separar, como alternativa à vírgula, as orações coordenadas
introduzidas por conjunções adversativas (mas, porém, contudo e seus equivalentes) ou conclusivas
(logo, portanto, por isso e seus equivalentes).
Quando o ponto e vírgula é usado em vez da vírgula nesses casos, acentua-se a ideia de oposição ou
de conclusão expressa pela conjunção.

Ex.: “Damião sentiu-se compungido; mas ele precisava tanto sair do seminário!“ (MACHADO, 2008).

no caos de emprego dos dois-pontos em uma enumeração é preciso tomar alguns cuidados, pois eles
não podem ser usados se a enumeração for:

 um complemento verbal ou nominal;

 um predicativo;

 ou um sujeito – assim como também não empregamos vírgula nesses casos.


Usa-se ponto e vírgula para separar partes de uma frase as quais contêm vírgulas, para separar
orações coordenadas de certa extensão, para separar os termos de enunciados enumerativos e para
separar orações com conjunções adversativas e conclusivas. Os dois-pontos são usados para assinalar
o início de citações e de enumerações, e também para indicar esclarecimento, síntese ou
consequência. Travessões e parênteses isolam informação acessória intercalada nas frases. O
travessão ainda indica a mudança de falas num diálogo, e também pode ser usado na indicação de
enumeração, esclarecimento ou síntese.

Crase

Nunca empregamos o acento de crase em expressões como a partir de, a seguir, (preço, horário,
condições) a combinar. Nesses casos, o a é somente a proposição, não existe aí o artigo definido
feminino a; logo, não ocorre crase e não se usa o acento.

Quando nomes de lugar ocorrem depois da preposição a, o acento indicativo de crase é usado se o
artigo feminino a também estiver presente.

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