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SINTÁXE

SUMÁRIO: ESTUDO DA FRASE

Dá-se o nome de frase a uma ou mais palavras com transmissão de significado completo, organizadas em
torno de um elemento central, o verbo. O início e fim de uma frase são marcados, na fala, por uma entoação
característica e, na escrita, por um sinal de pontuação. Ela começa sempre com letra maiúscula e termina por
um sinal de pontuação.

TIPOS DE FRASE
De acordo com a intenção do emissor podem considerar-se os seguintes tipos de frases: declaravas,
interrogativas, imperativas e exclamativas.
 Frase declarativa: o emissor declara o seu pensamento, exprime uma ideia, relata um acontecimento. São
as frases que informam sobre acontecimentos ou sobre situações, e são geralmente terminadas por ponto
final.
Exemplo: Eu amo a minha mãe.
 Frase interrogativa: o emissor formula uma pergunta directa ou indirecta para solicitar uma informação. Do
ponto de vista sintáctico, a frase interrogativa é marcada pelo uso de elementos interrogativos (pronomes e
determinantes interrogativos, ponto de interrogação). As interrogativas indirectas não são marcadas com o
ponto de interrogação.
Exemplos: Queres sair comigo? / João perguntou se queria sair com ele.
 Frase imperativa: o emissor exprime uma ordem, um pedido, um conselho, uma chamada de atenção.
Apresenta como principal marca morfossintáctica o uso do modo imperativo (e a ausência do sujeito, quando
o verbo está neste modo), termina na escrita por um ponto final ou por um ponto de exclamação. Exemplos:
Cala-te! /Não podes sair daqui./Ajuda-me neste trabalho./ Pensa bem nisso / Olha, a porta está aberta.
 Frase exclamativa: o emissor exprime surpresa, admiração, espanto, indignação, ironia, alegria, raiva…é
marcada por um ponto de exclamação. Exemplos: Que paisagem linda! / Quem diria que isto fosse uma
maravilha! Que grande pensamento o teu!
 Frases optativas: São usadas para exprimir um desejo. Ex. Deus te acompanhe!
 Frase nominal: é a frase construída sem verbos. Ex. Belo trabalho!

FORMAS DE FRASES
As formas de frases podem ser:
 Frase negativa: exprime a ideia de negação. Ex A senhora não tem filhos.
 Frase afirmativa: não possui marcas de negação. Ex. A senhora tem filhos.
 Frase activa: a pessoa ou objecto responsável pela acção é o sujeito da frase. Ex. O aluno levou o livro.
 Frase passiva: a pessoa ou objecto responsável pela acção é complemento da passiva, não estando em
destaque na frase. Ex. O livro foi levado pelo aluno.

FRASE SIMPLES E FRASE COMPLEXAS


 Frase simples: a frase simples é constituída por uma só oração (com um só verbo em tempo finito). Ou
ainda, a frase simples tem apenas um verbo principal que pode associar-se a um verbo auxiliar. Exemplos:
Este livro tem ensinamentos úteis. Este livro tem tido ensinamentos úteis.
 Frase complexa: é constituída por duas ou mais orações (com dois ou mais verbos em tempos finitos). Ou
seja, a frase complexa tem mais do que um verbo principal, podendo cada um deles associar-se a um verbo
auxiliar.
Ex ₁: O menino comeu. Lavou as mãos. (f. simples) = O menino comeu e lavou as mãos. (f. complexa).
Ex ₂: A aula terminará. Forem dezassete horas. (f. simples) = A aula terminará quando forem dezassete horas. (f.
complexa)
Cada uma destas frases simples, assim associadas numa complexa, é designada pelo termo oração.
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo. As orações organizam-se em períodos. As
frases complexas podem construir-se com base em dois processos: coordenação e subordinação.
 COORDENAÇÃO
Nas frases complexas formadas por coordenação, as orações surgem ligadas por conjunções coordenativas
ou por pausas, que se apresentam ao mesmo nível, sem que uma esteja dependente da outra. A coordenação
pode ser: sindética (quando a conjunção aparece na frase); assindética (quando as orações são separadas
por uma vírgula).
Ex. : O Jacinto vai às aulas e o Pedro vai com ele. (coordenação sindética).
Ex.: O Jacinto vai às aulas, o Pedro vai com ele. (coordenação assindética).

As orações coordenadas apresentam as seguintes características:


- A ordem das orações não pode ser alterada;
- O sujeito é referenciado na primeira oração;
- Uma oração coordenada pode estar ligada a outra oração já formada por coordenação.

Orações coordenadas sindéticas:


Orações coordenadas copulativas ou aditivas: a segunda oração acrescenta sempre, por adição, uma
ideia à que é transmitida na primeira oração. Ex. O Jacinto comeu e lavou as mãos.
Orações coordenadas adversativas: a segunda oração introduz a ideia de oposição ou contraste, face ao
pressuposto apresentado na primeira oração. Ex. O Jacinto foi às aulas, mas o professor faltou.
Orações coordenadas disjuntivas ou alternativas: as duas orações exprimem ideias postas em
alternativa. Ex. Deve aplicar-se aos estudos ou ficarás reprovado.
Orações coordenadas conclusivas: a segunda oração é apresentada como uma conclusão da primeira
oração. Ex. O professor faltou, portanto não houve aulas.
Orações coordenadas explicativas: a segunda oração dá uma explicação para o facto apresentado na
primeira oração. Ex. Saiu cedo da escola, pois o professor dispensou-lhe.

 SUBORDINAÇÃO
A subordinação é o processo pelo qual duas orações se unem, ficando uma (a subordinada) dependente da
outra (subordinante). As orações subordinadas classificam-se em substantivas, adjectivas e adverbiais,
funções equivalentes às exercidas por substantivos, adjectivos e advérbios. Assim, a oração subordinada pode
desempenhar a função sintáctica de: sujeito, predicativo do sujeito, complemento do verbo e do nome,
modificador...
a) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS: completam o sentido da subordinante, desempenhando a
função de sujeito ou complemento de um verbo, de um nome ou de um adjectivo, por isso são denominadas
completivas, podendo apresentar a seguinte classificação:
- Completiva integrante: os grupos nominais que desempenham a função de complemento directo podem ser
substituídos por uma oração subordinada completiva integrante.
Ex₁ Eles garantiram-me a sua disponibilidade. (frase simples).
Ex₂ Eles garantiram-me que estavam disponíveis. Eles garantiram-me (oração subordinante) / que estavam
disponíveis. (oração subordinada completiva integrante).
- Completiva infinitiva: os grupos nominais que desempenham as funções de sujeito, de complemento directo,
de modificador ou outro, integrados em grupos adjectivais ou preposicionais, podem ser substituídos por
orações, cujo verbo aparece no infinitivo.
Ex₁ Ele garantiu alguma coisa. (frase simples)
Ex₂ Ele garantiu ter o livro de Matemática. = Ele garantiu (oração subordinante) / ter o livro de Matemática.
(oração subordinada completiva infinitiva)
- Completiva interrogativa indirecta: os grupos nominais que desempenham a função de complemento
directo podem ser substituídos, também, por uma oração subordinativa interrogativa indirecta.
Ex₁ Eles perguntaram alguma coisa. (frase simples
Ex₂ Eles perguntaram se vinham. = Eles perguntaram (oração subordinante) / se vinham (oração
subordinada completiva interrogativa indirecta).
- Oração subordinada substantiva relativa: é introduzida pelos pronomes relativos quem, o que, onde,
quanto. Surge sem antecedente expresso. Ex. Eu ofereço prendas a quem quiser.
b) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJECTIVAS: estabelecem uma relação com a oração subordinante,
ocupando uma posição típica de adjectivo, por isso são denominadas orações relativas. A oração
subordinada adjectiva relativa surge depois do nome, e é introduzida por pronomes relativos (que, o qual,
quem, onde, etc). Classificam-se em:
- Relativa restritiva: introduz uma restrição de sentido, não se pode dispensar ou suprimi-la oração .
Ex O menino que partiu o vidro, terá de o pagar. = O menino terá de o pagar (oração subordinante) / que
partiu o vídro. (oração subordinada relativa restritiva).
- Relativa explicativa: introduz também uma restrição e faz explicação da oração principal, caracterizada
pela separação por vírgulas, podendo ser dispensada ou suprimida da oração.
Ex₁ Esta menina, que é francesa, precisa de encontrar a mãe dela. Esta menina precisa de encontra a mãe
dela. (oração subordinante) / que é francesa. (oração subordinada relativa explicativa).

c) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS: são adverbiais as orações subordinadas ligadas à


subordinante por conjunções subordinativas, que exprimem circunstâncias de tempo, causa, fim, condição,
comparação, concessão, ou consequência, em relação ao verbo principal. Na frase desempenham a função
de complemento circunstancial.
- Oração causal: atribuem sentido de causa do acontecimento da oração principal (subordinante).
Ex. Não vou à escola porque estou doente. = Não vou à escola (oração subordinante) / porque estou
doente (oração subordinada causal).
- Oração temporal: exprime uma acção ou facto num intervalo de tempo, relacionado com a acção ou facto
expresso na oração subordinante.
Ex. Quando cheguei à escola, a aula já tinha terminado.
- Oração final: expressa ideia de finalidade. Sendo a subordinada, o objectivo da acção realizada na
primeira.
Ex. Eu estudo para ter um futuro melhor. = Eu estudo (oração subordinante) / para ter um futuro melhor
(oração subordinada final).
- Oração condicional: exprime sentido de condição para que acção da oração principal aconteça.
Ex. Terás acesso à escola se apresentares o cartão de vacina contra a Covid. = Terás acesso à escola
(oração subordinante) / se apresentares o cartão de vacina contra a Covid. (oração subordinada
condicional).
- Oração comparativa: exprimem sentido de advérbio, ligam-se a uma oração principal e lhe atribuem
sentido de comparação.
Ex. Ela dirige a casa como a mãe dela fazia. = Ela dirige a casa (oração subordinante) / como a mãe dela
fazia. (oração subordinada comparativa).
- Oração concessiva: exprime uma concessão (pode haver dificuldades, mas a acção realiza-se).
Ex. Insistirei em superar a Língua Portuguesa ainda que seja complexa. = Insistirei em superar a Língua
Portuguesa (oração subordinante) / ainda que seja complexa. (oração subordinada concessiva).
- Oração consecutiva: indica uma consequência, isto é, o facto indicado na subordinada é consequência da
subordinante.
Ex. No dia 10 de Janeiro a escassez de táxis era tanta, que muitos trabalhadores ficaram em casa. = No
dia 10 de Janeiro a escassez de táxis era tanta (oração subordinante) / que muitos trabalhadores ficaram
em casa (oração subordinada consecutiva.

TEMA: Classe das conjunções


SUMÁRIO: Classificação das conjunções

A conjunção é uma palavra invariável que serve para relacionar ou ligar duas palavras, dois grupos de
palavras ou duas orações.
As conjunções são elementos preciosos na organização do pensamento, na fundamentação das nossas
ideias, na expressão dos nossos argumentos, na construção da frase, do parágrafo e do texto. Existem dois
tipos de conjunções: coordenativas e subordinativas.
- Conjunções coordenativas: relacionam termos ou orações cuja função é idêntica (são independentes).
Tipos de conjunções coordenativas

Tipo de
orações Função Conjunção Locuções conjuncionais Exemplos
Copulativas Não só... mas também
ou Adicionar e, nem, também Não só... como também Cheguei à escola e fui
Aditivas informações tomar a vacina.

Adversativas Ideia de oposição mas, porém, todavia, Apesar disso, no entanto, Foi à escola, mas não
contudo ainda assim tomou a vacina.
Ideia de ou ... ou Use máscara ou viseira
Disjuntivas alternativa ou ora...ora para proteger-se da
Covid.
Ideia de Tomei a vacina, logo
Conclusivas conclusão da portanto, logo, pois, Por conseguinte, por isso, sinto-me protegido.
oração anterior assim assim sendo
A segunda pois, porquanto, que Foi impedido de entrar,
Explicativas oração justifica a pois não tomou a vacina.
segunda.
- Conjunções subordinativas: relacionam orações, em que uma depende ou completa o sentido da outra.
Tipos de conjunções subordinativas

Tipo de
orações Função Conjunção Locuções Exemplos
conjuncionais
pois... que Não foi à escola
Causais Relação de Porque por isso que, já que, uma porque não tomou a
causa vez que vacina.
Comparativas Relação de Como, segundo, Tanto... quanto O cristão comportou-se
comparação conforme bem...como como se fosse ateu.
Valor ainda que; mesmo que;
Concessivas contraditório, embora, se bem que; apesar de; Embora choveu, a
mas sem enquanto por mais que... prova foi realizada.
impedir
Condicionais Ideia de Se, caso contanto que; dado que; Não ficarias reprovado,
condição salvo se; desde que... se te dedicasses à
leitura
Indica que de maneira que; de Consumiu muita cerveja,
Consecutivas consequência forma que... que nem consegue ficar
em pé
que ( = para que) para que; a fim de... Tenho estudado para
Finais Ideia de para... que eu seja um bom
finalidade técnico de estatística.
Temporais Indicam quando, antes que; depois que; Faça o bem ao próximo
circunstância de enquanto, logo que; sempre que; sempre que puderes.
tempo apenas... assim que; desde que...
Completiva ou
Integrantes Ideia de Que, se ------------ Peço-te que venhas.
completar

EXERCÍCIOS

1. Faça a divisão e classificação das orações a baixo descritas:


a) Ele tem bom carácter logo não pode ser julgado.
b) A Ana ficou aflita quando saia de casa.
c) Se não chorar, a mãe prometeu dar-lhe um chocolate.
d) O médico disse que não era nada grave.
e) A mãe, que lhe fez uma promessa, deu-lhe um chocolate.
f) O atleta pratica exercícios ou consegue mau resultado nas provas.
g) O professor sabe que o aluno tem cábula.

2. Faça a união das frases simples transformando-as para frases complexas e classifique-as.
a) Ontem fui à igreja. + Amanhã vou à escola. =
b) Irei a Benguela. + Não seja daquela província. =
c) Vou a Benguela. + Vou ao Bengo? =
d) O livro é belíssimo. + Que compraste. =
e) Estive na aula. + Não entendi nada. =
f) Não fui ao mercado. + não tinha dinheiro. =
g) Poderás viajar. + Apresentares o cartão de vacina.

3. Estabeleça as correspondências:
a) Oração subordinada causal 1. Quando o encontrou fizeram as pazes.
b) Oração subordinada final 2. Tirou a camisa, porque estava um dia abrasador.
c) Oração subordinada temporal 3. Afastou-se para evitar confusão.
d) Oração subordinada consecutiva 4. Se tivesse tempo, iria contigo.
e) Oração subordinada condicional 5. Cantou tão bem, que todos o aplaudiram.

Texto
A casa assombrada I

Em uma floresta muito distante da cidade da Califórnia/EUA, havia uma escola com uma construção
muito antiga.
O director era muito ruim com os alunos. Pois, se eles fizessem bagunça, iriam apanhar de chicote,
quaisquer comunicação entre os alunos, iriam para o pau-de-arara, se não fizessem as tarefas, eram
condenados à forca, facto que os deixava com muito medo. Os pais dos estudantes, sempre viam nos
seus educandos cicatrizes de cortes, hematomas variados e perguntavam a eles o que acontecera, e as
vítimas diziam que foi o director António que fizera tanta maldade, mas não acreditavam.
Como o director era psicopata, teve um surto e incendiou a escola com os alunos e professores trancados
nas salas. Todos, incluindo o director António, morreram com fogo. Quando os bombeiros chegaram,
apenas havia esqueletos irreconhecíveis e cinzas.
Dez anos depois, no mesmo local, foi construído um duplex, nele, morou a Júlia e Maria. Ainda quando
estavam organizando os móveis, as duas viram um vulto; mãe e filha levaram um susto tão grande, que
caíram no chão.
Na hora de dormir, Júlia leu uma história para Maria, e em questão de segundos, as duas adormeceram.
De madrugada, Júlia sentiu sede, e foi até ao primeiro andar para beber água, de repente, ela ouviu
barulhos fortes na sala, quando olhou para o sofá, viu um homem alto, gordo e com barba enorme; era
António. Ela rapidamente subiu para o quarto e agarrou uma bíblia e uma cruz e começou a orar.
No dia seguinte, Júlia chamou exorcistas para ver o que tinha acontecido no passado, naquele local.
Descobriram que, no passado o duplex era uma escola, e que o director era muito ruim com quem
estudava lá. Rapidamente, os especialistas instalaram câmeras e gravadores para captar algo
sobrenatural.
De noite, quando Júlia e filha adormeceram foram acordadas com gritos de crianças e batidas de
chicotes. Quando elas desceram às escadas os barulhos pararam. Aproximaram-se das câmaras e viram
o vídeo de uma criança sendo chicoteada por um homem com um sorriso estampado no rosto. Ao ver a
cena, Júlia e Maria foram ao andar de cima, fizeram as malas, desceram as escadas correndo, e António
apareceu dizendo que iria matá-las. A dupla saiu para fora do duplex, entraram no carro e o monstro
tentou impedi-las, mas as crianças da escola empurraram o carro e, finalmente, Júlia e Maria foram
embora para nunca mais voltar.
Nunca mais ninguém morou lá...

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